BIOLOGIA F1
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BIOLOGIA F1
FIRJAN - Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira Presidente Diretoria Corporativa Operacional Augusto César Franco de Alencar Diretor SESI / Rio de Janeiro Fernando Sampaio Alves Guimarães Diretor superintendente Diretoria de Educação Andréa Marinho de Souza Franco Diretora Gerência de Educação Básica Hozana Cavalcante Meirelles Gerente Gerência de Educação a Distância Maria Antonieta Pires dos Santos Gerente Série SESIeduca 2010 SESI • Rio de Janeiro FICHA TÉCNICA Divisão de Desenvolvimento Lorelei Guanabara Baliosian Coordenação Carmem Lúcia de Freitas Siqueira Redação técnica Ana Cristina D’Escragnolle Angela Sylvia Santos Cardoso Leitor Crítico Marilde Peña Rodrigues Tratamento Pedagógico Kátia Lúcia de Oliveira Barreto Revisão Ortográfica Jane Araújo Wagner / Formas Consultoria Revisão Editorial Sergio Henrique Martins Supervisão de Produção Gráfica Lienice Silva de Souza Projeto Gráfico Ana Monteleone • Engenho & Arte Diagramação Sylvio Nogueira • Engenho & Arte Normalização Bibliográfica Biblioteca do Sistema Firjan FICHA CATALOGRÁFICA Sistema FIRJAN Divisão de Documentação - Biblioteca S491eb SESI - RJ Ensino Médio para Jovens e Adultos: Biologia Rio de Janeiro: GEB/GED 2004. 248 p. edição atualizada, 2010. 1. Educação de Jovens 2. Educação de Adultos I - Biologia / Fase 1 CDD 373.011 Propriedade do SESI - Rio de Janeiro Reprodução total ou parcial, sob expressa autorização. SESI • Rio de Janeiro Diretoria de Educação Avenida Graça Aranha, 1 - Centro 20.030-002 - Rio de Janeiro - RJ SUMÁRIO Apresentação 7 Capítulo 1 Ciência e Método Científico 9 Capítulo 2 Origem da vida 21 Capítulo 3 Características gerais dos seres vivos 33 Capítulo 4 Unidade formadora dos seres vivos: a célula 43 Capítulo 5 O ambiente celular substâncias responsáveis pelas estruturas e atividades celulares I 55 Capítulo 6 O ambiente celular substâncias responsáveis pelas estruturas e atividades celulares II 67 Capítulo 7 Principais organelas da célula 81 Capítulo 8 Membrana plasmática e transporte através da membrana 93 Capítulo 9 Respiração celular 107 Capítulo 10 Fotossíntese 121 Capítulo 11 Núcleo interfásico 135 Capítulo 12 Ácidos nuclEicos 147 Capítulo 13 Divisão celular: mitose e meiose 161 Capítulo 14 Diversidade e diferenciação celular histologia animal 177 Capítulo 15 Tecidos vegetais 195 Capítulo 16 Diversidade da vida 207 Capítulo 17 Biologia dos animais invertebrados I poríferos, celenterados, platelmintos e nematelmintos 221 Gabarito 237 A P R E S E N T A ÇÃ O “Maravilhar-se é o primeiro passo para um descobrimento.” Louis Pasteur (1822 - 1895) Prezado(a) aluno(a), Para facilitar o estudo da Biologia, criamos este material que procura valorizar o raciocínio, o conhecimento, desenvolver o espírito crítico, a capacidade de resolver problemas, além de possibilitar a avaliação das informações. Pensamos ter produzido um material de fácil entendimento, com uma linguagem simples que possa despertar em você o gosto pela ciência, no sentido de facilitar a compreensão das mudanças que as novas descobertas no mundo científico operam na sociedade. Sendo assim, é preciso que o cidadão compreenda os fenômenos que ocorrem no seu dia a dia, para poder participar das discussões que a nova ordem social nos impõe. Além disso, os conteúdos de Biologia pretendem desenvolver competências e saberes que façam com que você seja capaz de tomar atitudes transformadoras diante das mudanças científicas e tecnológicas. Esperamos que a leitura dos capítulos de Biologia possibilite a você uma “viagem” prazerosa pelo mundo da ciência e que auxilie a sua formação como um indivíduo crítico, ampliando o seu universo, de modo que exerça a sua cidadania. Desta maneira você poderá melhorar a sua qualidade de vida e construir um mundo mais digno, preservando a natureza e respeitando a ética científica e social, e, acima de tudo, poderá valorizar a vida. No mais, esperamos que este material possa ajudá-lo em seu processo de aprendizagem. Agora é só começar. Desejamos sucesso em sua nova caminhada. Você, que escolheu estudar através do ensino a distância, sabe o que significa essa escolha? Significa uma outra forma de estudar, através da qual você aprende sem a presença permanente de um professor e sem que haja a necessidade de frequentar, diariamente, uma escola. Estudar onde se deseja, de acordo com a própria disponibilidade e ritmo, sem se afastar de casa ou do ambiente de trabalho é característica básica da educação a distância. C A P Í TU L O 1 Ciência e método científico C A P Í TU L O 1 Ciência e método científico PLANEJANDO A ROTA A N O T A Ç Õ E S O que é ciência? N este capítulo você vai conhecer algumas coisas interessantes sobre a ciência e a tecnologia, como os cientistas trabalham etc. Leia com bastante atenção! O primeiro significado para a palavra Ciência é saber, conhecimento. Como existem muitos tipos de “saberes”, vamos distinguir dois tipos básicos, que muito interferem na nossa vida. Conhecimento do senso comum: é aquele que surge da necessidade de resolver problemas do dia a dia, sem levar em conta uma explicação, o “porquê” das coisas. Vejamos um exemplo: “para melhorar a dor de cabeça é só colocar umas fatias de batata na testa”. O conhecimento comum não possui um método, uma sequência organizada. Conhecimento científico: é aquele que tenta explicar a realidade, inter-relacionando os fatos observados. Muitas vezes o conhecimento científico surge do conhecimento do senso comum. A linguagem utilizada também deve ser clara e específica. O conhecimento científico é construído a partir de conhecimentos anteriores e possui um método organizado, que você vai conhecer ainda neste capítulo. Além destes dois tipos de conhecimento, existem muitos outros, como o conhecimento religioso, artístico, filosófico etc. - 12 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - INVESTIGANDO CAMINHOS A tecnologia em nossas vidas A tecnologia é o conhecimento que nos permite alterar nossas relações com o ambiente e com os outros seres vivos. Ela está cada vez mais presente no nosso dia a dia. Porém, tecnologia não é a mesma coisa que ciência, embora uma dependa da outra. A ciência, de forma organizada, só apareceu por volta de 1600; mas antes disso muitas observações e experimentos foram realizados, preparando-se o terreno para a criação do método científico. A nossa sociedade é extremamente dependente da tecnologia, e podemos constatar isso, quando observamos a confusão que se instala em nossas casas quando falta água ou energia elétrica. Está cada vez mais difícil viver sem a tecnologia. Por isso, é importante não se tornar escravo da tecnologia. É preciso também saber viver sem ela!!! A ética na ciência Você já ouviu falar sobre ética? Sabe o significado desta palavra? A ética está muito ligada ao ser humano e, de forma geral, relaciona-se ao conceito de certo ou errado. A ciência sempre se preocupou com questões éticas que envolvem toda a sociedade. Procure analisar as questões a seguir. • Um exame de DNA deve ser pedido para se conseguir um emprego? • Quem é a verdadeira mãe, no caso de uma barriga de aluguel? • Alguém pode decidir se um doente terminal, isto é, que está desenganado, pode continuar vivo ou não? Assim, é importante que tenhamos as informações e a capacidade crítica para decidir... Pense nisso... Levante outras questões. É preciso não esquecer que o progresso científico deve ser acompanhado de um progresso moral, político e social. Desse modo, os princípios éticos devem estar presentes em qualquer experiência. 13 CIÊNCIA E MÉTODO CIENTÍFICO Em outros capítulos você irá saber mais sobre este assunto! É muito sério e interessante! O século XX assistiu ao grande desenvolvimento da tecnologia e das ciências, representadas pela Química, pela Física e pela Biologia. Muitas descobertas e invenções nasceram no século XIX; porém, somente no século seguinte tiveram o seu verdadeiro valor. Como exemplos, temos a anestesia, o telefone, a lâmpada elétrica, a vacina, o cinema, o rádio, entre outras. Método Científico Você agora vai saber como os cientistas trabalham. Acompanhe com atenção. A ciência é o resultado da interação de fatos e ideias. Fato: compreende tudo o que ocorre ou se observa na natureza. O fato é sempre algo que acontece, uma “coisa” normal, que você pode ver. Ideia: é a maneira pela qual os cientistas interpretam esse fato. É a compreensão do que se viu. Pode-se dizer que, em seu trabalho, um cientista é guiado por uma característica básica: a curiosidade. Os cientistas estão sempre tentando explicar os “porquês” das coisas. Albert Einstein (1879-1955), um dos maiores físicos da humanidade, comparou o trabalho de um cientista ao de um detetive, pois, assim como o detetive, o cientista reúne uma série de fatos e, a partir deles, procura entender como ou por que um determinado fenômeno está ocorrendo. Está entendendo agora como se trabalha seguindo um método? É sempre de maneira organizada! A N O T A Ç Õ E S - 14 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - As etapas do método científico Acompanhe a sequência de figuras abaixo. Todo conhecimento científico começa com a observação de um fato. Em seguida, surge uma pergunta (um questionamento ou um problema). Vejamos um exemplo: “Por que tal fenômeno ocorre?” ou “O que isto tem a ver com aquilo?” Ao formular determinada pergunta, o cientista tem geralmente um palpite sobre qual é a resposta. Esse palpite é a hipótese. Observe que uma hipótese científica não é um palpite qualquer, ela se apoia em informações já existentes sobre o assunto. Para formular uma hipótese, o cientista analisa, interpreta e reúne todas as informações disponíveis no momento, exatamente como faz um detetive para desvendar um crime. Existe, porém, uma condição fundamental para uma hipótese ter valor: ela precisa ser testada. Assim, a partir da hipótese, ele faz uma dedução, prevendo o que vai acontecer. O teste vai confirmar ou não a hipótese. Se confirmada, ela se torna verdadeira; caso contrário, será falsa. Se os resultados dos experimentos mostrarem que suas previsões estão erradas, o cientista deve voltar atrás e corrigir as hipóteses ou abandoná-las. Os cientistas geralmente se utilizam de experiências controladas. Você sabe o que isso significa? Procure entender: em toda experiência que vai ser testada, deve haver um grupo experimental (aquele em se que provoca uma alteração qualquer) e um grupo-controle (no qual não foi feita nenhuma alteração). O grupo-controle serve apenas para uma comparação. Um exemplo de investigação científica Você já deve ter notado que as plantas cultivadas dentro de casa crescem em direção à janela. Caso você gire o vaso, as folhas das plantas, após alguns dias, estarão voltadas para o local de onde vem a luz. Observe a figura ao lado. Que parte da planta “percebe” de onde vem a luz? Há mais de 100 anos, Charles Darwin e seu filho Francis fizeram essa mesma pergunta e formularam a seguinte hipótese: a luz é percebida pela ponta dos caules. 15 CIÊNCIA E MÉTODO CIENTÍFICO Com base nesse palpite, os Darwin fizeram uma previsão: se realmente é a ponta do caule que percebe a luz, então plantas com a parte de cima do caule cortada, ou com a ponta dos caules coberta, perderão a capacidade de se curvar em direção à fonte luminosa. Para testar essa hipótese, eles cortaram a ponta do caule de algumas plantas e colocaram-nas perto de uma janela, juntamente com plantas intactas*, como no desenho 1. Alguns dias depois, verificaram que as plantas intactas haviam crescido curvadas em direção à luz, mas as plantas com a parte de cima do caule cortada haviam crescido eretas, isto é, sem se curvarem (desenho 2). Desenho 1 Desenho 2 O resultado da experiência foi positivo, confirmando a previsão. A hipótese, então, ganhou validade. Outras perguntas podem ter ocorrido durante os experimentos dos Darwin, tais como: • “De que modo a planta percebe a luz?” • “Qual é o mecanismo que faz a planta se curvar?” Essas questões não necessitam ser respondidas para validar a hipótese original. No entanto, ilustram algo que, com frequência, ocorre na ciência: os experimentos, além de testarem hipóteses, levantam outras questões, para as quais serão feitas outras hipóteses e novos experimentos. É assim que o conhecimento progride. Finalmente, após a hipótese confirmada, teremos as conclusões. Elas podem ser transformadas em lei ou em teoria. As leis são mais restritas, referem-se a casos particulares, e as teorias são mais abrangentes, pois englobam várias leis e explicam um processo mais amplo. Uma teoria pode ser ultrapassada, completada e até mesmo limitada por outras. Isso nos mostra que não há o absolutamente correto e infalível na ciência. Resumindo as etapas do método científico: • observação de um fato; • levantamento do problema; • formulação de hipóteses; A N O T A Ç Õ E S - 16 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - • experimentos; • análise dos resultados e as conclusões. Que tal, agora, tentar imitar um cientista? Vamos lá? Você chega a sua casa e, cansado, vai direto ligar o “som”. Não sai nenhum ruído. O que você pensa? “Será que o fio está na tomada?” Verifica. “Está”. Continua investigando. “Será que está faltando luz?” Acende a luz e não é esse o problema. E agora? O que está havendo? Você vai em frente e sacode o aparelho. “Será algum fio solto?” Nada. Que tal chamar um técnico? Retire do exemplo acima um fato e uma hipótese. A ciência da vida Chamamos de Biologia a ciência que estuda a vida (bio=vida; logia=estudo, ciência). Divisões da Biologia 1. De acordo com os níveis de organização • Citologia – estuda as células. • Histologia – estuda os tecidos. • Anatomia e Fisiologia – estudam as estruturas e o funcionamento dos órgãos e sistemas. • Embriologia – estuda o desenvolvimento embrionário. • Genética – estuda a hereditariedade. • Evolução – estuda as transformações dos seres vivos ao longo do tempo. • Ecologia – estuda o ambiente e as relações dos seres vivos entre si e com o ambiente. • Taxonomia – estuda a classificação dos organismos. 2. De acordo com o tipo de organismo: • Botânica – estuda as plantas. • Microbiologia – estuda os microrganismos. • Zoologia – estuda os animais. DESAFIOS DO PERCURSO 1. Por que Einstein comparava o trabalho do cientista ao de um detetive? R. 2. O que é hipótese e qual é a condição fundamental para que ela tenha valor? R. 17 CIÊNCIA E MÉTODO CIENTÍFICO 3. Como as hipóteses podem ser testadas? R. 4. Enumere as etapas do Método Científico. R. 5. Com relação ao procedimento experimental de Darwin e seu filho Francis, responda: a) Qual era o fato observado? b) Qual era a hipótese que estava sendo testada? c) Qual foi a previsão que eles fizeram, com base na hipótese? d) Que experimentos foram realizados para testar a hipótese? 6. Além de testarem hipóteses, qual é a importância dos experimentos científicos? R. AMPLIANDO O HORIZONTE Ler o capítulo 1 de Física e o capítulo 1 de Química, que abordam o mesmo assunto de formas diferentes. Para maiores informações, ler o capítulo 2 do livro Biologia Hoje - volume 1, de Sérgio Linhares e Fernando Gewandsznajder. GLOSSÁRIO Decapitadas - cortadas na parte superior. Intactas - que não foram modificadas; preservadas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMABIS, MARTHO – Biologia das células. São Paulo: Moderna V. 1 CIÊNCIA INTEGRADA – PROJETO MEC – PREMEN – CECISP LINHARESS. , GEWANDSZNAJDER, F. – Biologia Hoje. São Paulo: Ática V. 1. SOARES, J.L. – Biologia. São Paulo: Scipione. V. I A N O T A Ç Õ E S - 18 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - MEMÓRIAS DA VIAGEM 1. (UGF-RJ) Ao criar uma hipótese científica, o cientista procura a) levantar uma questão ou problema. b) explicar um fato e prever outros. c) testar variantes. d) comprovar teorias estabelecidas. e) confirmar observações. 2. (UFRS) Numa experiência controlada, o grupo-controle tem por objetivo a) testar outras variantes do resultado previsto. b) confirmar as conclusões obtidas com o grupo experimental. c) desmentir as conclusões obtidas com o grupo experimental. d) servir para comparar com os resultados fornecidos pelo grupo experimental. e) testar a eficiência dos equipamentos usados na experiência. 3. A retirada da hipófise causa sintomas de hipotireoidismo, como resultado de problemas na tireoide. Admitiu-se, então, que a hipófise é necessária para o funcionamento normal da tireoide. Para demonstrar essa hipótese, o melhor procedimento seria a) retirar a hipófise e a tireoide de alguns animais. b) colocar um pedaço de hipófise em animais sem tireoide. c) colocar pedaço de tireoide em animais sem hipófise. d) colocar pedaço de hipófise em animais sem hipófise. e) colocar pedaço de tireoide em animais com hipertireoidismo. 4. (FM-Jundiaí/SP) Para testar hipóteses recomenda-se a) experiências do tipo tentativa-erro. b) empirismo. c) experiências controladas. d) teorias científicas. e) observações repetidas. 5. Citologia é o a) estudo dos tecidos. b) estudo dos animais. c) estudo dos vegetais. d) estudo dos seres vivos em geral. e) estudo da célula. 19 CIÊNCIA E MÉTODO CIENTÍFICO 6. Leia com atenção as alternativas abaixo: I. A vida anda como Deus quer. II. O salgamento da carne evita seu apodrecimento, pois desidrata as bactérias que ela contém. III.O café é estimulante, pois possui uma substância que atua no sistema nervoso. IV. Para melhorar a dor de cabeça é só colocar os pés numa bacia de água quente. V. O chá de macela alivia a dor de estômago. Assinale a opção que contém a(s) alternativa(s) de conhecimento de senso comum: a) I e II. b) I, IV e V. c) II e III. d) apenas a I. e) todas as alternativas. 7. Em relação à ciência e à tecnologia, assinale as alternativas corretas. a) Ciência e tecnologia são sinônimas. b) Ciência e tecnologia são interdependentes. c) A nossa sociedade é extremamente dependente da tecnologia. d) A ciência busca a descoberta de novos conhecimentos para fins comerciais, busca uma aplicação prática. e) A tecnologia é o conhecimento que nos permite alterar nossas relações com o ambiente e com os outros seres vivos. 8. Histologia é o estudo dos(das) a) células. b)animais. c) vegetais. d) protistas. e) tecidos. A N O T A Ç Õ E S - C A P Í TU L O 2 Origem da vida C A P Í TU L O 2 Origem da vida PLANEJANDO A ROTA A N O T A Ç Õ E S D esde a Antiguidade, a questão sobre o surgimento da Terra vem intrigando o homem e muitas são as teorias que tentaram explicá-la. Antigamente, o que se pensava era que os seres vivos surgiam a partir da matéria sem vida. Essa ideia era conhecida como Teoria da Geração Espontânea ou Abiogênese (a = sem; bio = vida; gênese = origem). Veja alguns exemplos curiosos sobre a origem da vida: moscas nasceriam de cadáveres em decomposição; patos poderiam nascer do lodo* existente no fundo das lagoas; do pó de cobra espalhado pelo chão nasceriam outras cobras; ratos seriam produzidos a partir de uma camisa suada e germe de trigo num canto escuro e úmido. - 24 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - INVESTIGANDO CAMINHOS Primeiras teorias Somente a partir do século XVII começaram a aparecer as primeiras ideias na tentativa de derrubar a Abiogênese (ou teoria da Geração Espontânea). O naturalista italiano Franscesco Redi foi o primeiro a duvidar dessa teoria, realizando o seguinte experimento: colocou carne de peixe e outros materiais orgânicos em frascos iguais. Deixou alguns deles abertos e outros fechados com gaze. Após alguns dias, verificou que apenas nos vidros abertos surgiram larvas. Usando os vidros fechados como grupo-controle, ele pôde comparar e chegar à conclusão de que, se a matéria orgânica fosse suficiente para a formação das larvas, estas deveriam ter surgido em todos os frascos, tanto nos abertos como nos fechados. A comparação entre esses resultados caracteriza um experimento controlado, que é essencial na utilização do método científico, que você estudou no capítulo 1. O experimento de Redi foi de extrema importância para o estudo da origem da vida. Com a invenção do microscópio, foi possível demonstrar a existência dos microrganismos, fazendo com que a teoria da Abiogênese renascesse, pois afirmava-se que esses micróbios eram tão simples que poderiam surgir da matéria sem vida, isto é, por geração espontânea, empolgando seus adeptos. Em 1745, o cientista inglês John Needham tentou derrubar a teoria de Redi com o seguinte experimento: ferveu e depois fechou vários recipientes contendo caldo de carne e, mesmo assim, houve o crescimento de grande quantidade de microorganismos, demonstrando, segundo Needham, a existência da geração espontânea. 25 ORIGEM DA VIDA Vários cientistas da época questionaram essa conclusão. Um deles, o padre Lazzaro Spallanzani, concluiu que o tempo de aquecimento dos frascos usado por Needham não teria sido suficiente para destruir todos os microrganismos. Ferveu, então, por um tempo mais longo, o caldo de carne em vários frascos, não aparecendo nenhum microrganismo. O próprio Needham e adeptos da geração espontânea não ficaram convencidos, alegando que a fervura prolongada destruía a “força vital”, que era necessária para a formação de organismos por geração espontânea. Em 1862, o médico francês Louis Pasteur consegue derrubar de modo definitivo a teoria da Abiogênese. Realizou o seguinte experimento: ferveu caldo de carne num vidro aberto (por onde entrava o ar), porém com o gargalo em forma de S. O líquido permaneceu sem micróbios porque estes, vindos com o ar, ficavam retidos juntamente com a poeira na curvatura do gargalo. Esse experimento mostrou que o caldo com a fervura não perdeu a “força vital”, como acreditavam os que defendiam a teoria da geração espontânea, pois quando o pescoço do balão, após a fervura, foi quebrado, ocorreu o aparecimento de seres vivos. Gargalo esticado e curvado Fervura e esterilização do caldo nutritivo. Se o gargalo do balão é quebrado, surgem microoganismos no caldo nutritivo. O caldo nutritivo do balão com pescoço de cisne manteve-se livre de microorganismos. Teoria atual Admitindo a hipótese de que as substâncias que formam os seres vivos poderiam estar presentes na atmosfera primitiva, os cientistas Aleksandr Oparin (russo) e John Haldane (escocês), embora trabalhando separados, chegaram à mesma conclusão: nas condições da Terra primitiva, a A N O T A Ç Õ E S - 26 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S poderia ter surgido a partir da matéria sem vida. Eles não estavam - vida defendendo a ideia da Abiogênese, apenas admitiam que somente nas condições da Terra primitiva, hoje inexistentes, foi possível a formação de seres vivos a partir da matéria bruta, mas só após milhões de anos. Para esses cientistas a atmosfera primitiva era formada por metano (CH4), amoníaco (NH3), gás hidrogênio (H2) e vapor de água (H2O). Observe que apenas quatro tipos de átomos fazem parte desses compostos: carbono, hidrogênio, oxigênio Componentes da atmosfera primitie nitrogênio, que são elementos va (CH4, NH3, H2, formadores de todos os seres vapor de água (H2O). vivos. Naquela época os vulcões estavam em constante atividade, tornando a temperatura muito Esses gases sofrem influência alta: fortes descargas elétricas de fortes descargas elétricas das tempestades e a grande e de raios ultravioleta. quantidade de raios ultravioleta do sol forneciam a energia necessária para as reações Moléculas orgânicas simples químicas entre as substâncias na atmosfera. da atmosfera. Assim, durante milhões de anos, foram formadas muitas moléculas orgânicas simples. A chuva arrasta essas moléculas A condensação (passagem da água do estado de vapor para o estado líquido) de grande quantidade de vapor d’água levou à formação de chuvas, originando, aos poucos, rios, lagos e oceanos. Pela ação das chuvas, essas moléculas orgânicas simples foram arrastadas da atmosfera para o mar. A partir daí, reações químicas com sais minerais deram origem a moléculas orgânicas mais complexas, como as proteínas, carboidratos, ácidos nucleicos etc. Assim, os mares primitivos teriam se transformado em verdadeiras “sopas primitivas”, ricas em matéria orgânica. A junção dessas moléculas orgânicas pode ter originado o que para os mares. Mares quentes. Calor. Formação de moléculas orgânicas complexas. Alteração de acidez do meio propicia a formação de aglomerados protéicos isolados do meio (coacervados). Inúmeras reações químicas ocorrem, sendo algumas altamente vantajosas, pois originam sistemas químicos capazes de reprodução: os primeiros seres vivos. 27 ORIGEM DA VIDA Oparin chamou de coacervados (moléculas orgânicas aglomeradas). Esses coacervados possivelmente trocavam substâncias com o meio externo e se tornavam cada vez mais complexos, contendo no seu interior moléculas importantes como ácidos nucleicos, que se teriam originado da mesma forma que outras substâncias orgânicas, como as proteínas, por exemplo. Devido aos ácidos nucleicos, estes compostos podem ter adquirido a capacidade de se reproduzir e, assim, teriam surgido os primeiros seres vivos. Experimentos feitos com aparelhos especiais, em laboratório, demonstraram que os aspectos propostos por Oparin e Haldane podem ser verdadeiros, porém não há comprovação da teoria. Você poderá estar se perguntando como os primeiros seres vivos conseguiam alimento para sobreviver, não é mesmo? Então continue lendo... Por se tratar de organismos de estrutura simples, supomos que as reações químicas que ocorriam em suas células fossem também simples. Assim, esses primeiros seres, com a grande quantidade de alimento a sua volta, teriam utilizado alimento pronto como fonte de matéria-prima e energia, sendo, portanto, seres heterotróficos (hetero = diferente; trofos = alimento), que são organismos que não produzem seus próprios alimentos. O alimento era, então, degradado com a finalidade de retirar dele a energia necessária. Como não havia gás oxigênio, é provável que o processo utilizado tenha sido a fermentação (processo anaeróbio de produção de energia na ausência de oxigênio). Como se reproduziam, esses organismos aumentavam em número. O alimento dissolvido no meio tornou-se, então, pouco. Com a competição, muitos organismos morreram por falta de alimento. É possível que, a partir daí, tenham surgido seres que utilizassem a energia da luz solar para fabricar os seus próprios alimentos, a partir de gás carbônico (CO2) e água (H2O). Assim apareceram os primeiros seres autótrofos (auto = próprio; trofos = alimento), independentes e com mais vantagens, pois, fabricando seu próprio alimento, não competiam com os seres heterótrofos. Esses seres, que realizam a fotossíntese, introduziram o oxigênio no ar, permitindo uma nova condição química à atmosfera da Terra. Com o oxigênio disponível, as reações químicas tornaram-se mais complexas, pois esse gás começou a ser utilizado na degradação dos alimentos, realizando-se a respiração celular como processo de obtenção de energia, mais eficiente que a fermentação. Os três processos, fermentação, fotossíntese e respiração celular, ainda ocorrem nos organismos que vivem em nosso planeta. Os primeiros seres: procariontes Os primeiros seres que se formaram eram muito simples, apresentando um citoplasma com moléculas de ácidos nucleicos, delimitado pela membrana plasmática. Seres assim formados são chamados procariontes. A N O T A Ç Õ E S - 28 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - Com o tempo, a membrana plasmática dos seres procariontes sofreu transformações, surgindo dobras que teriam originado várias estruturas do citoplasma, delimitadas por membranas, e também a membrana que separa o citoplasma do material genético, formando o núcleo. Seres assim formados são chamados eucariontes. No capítulo 4 você encontrará mais detalhes sobre células procarióticas e eucarióticas. De acordo com o tipo de organização celular, com o nível de organização e com o tipo de nutrição, podemos agrupar todos os seres vivos do planeta em cinco reinos: Monera: organismos unicelulares procariontes, incluindo as bactérias e as cianobactérias. Protista: organismos unicelulares eucariontes, incluindo os protozoários e determinadas algas. Fungi (fungos): seres heterótrofos, eucariontes unicelulares ou pluricelulares. Plantae (plantas): organismos pluricelulares autótrofos. Animalia (animais): organismos pluricelulares heterótrofos. DESAFIOS DO PERCURSO 1. A hipótese mais aceita para explicar a origem da vida sobre a Terra propõe que os primeiros seres vivos eram heterótrofos. a) Que condições teriam permitido que um heterótrofo sobrevivesse na Terra primitiva? b) Que condições ambientais teriam favorecido o aparecimento posterior dos autótrofos? 2. Por que o fato de alguns seres vivos terem-se tornado capazes de usar energia luminosa para fabricar moléculas teria sido vantajoso para eles? R. 3. Escreva as principais características e exemplos de cada um dos cinco reinos em que estão classificados os seres vivos. R. 29 ORIGEM DA VIDA 4. Por que o primeiro ser vivo deveria ter sido um heterótrofo e não um autótrofo? R. Seria bom ler A evolução dos seres vivos, de Gilberto Martho (Editora Spicione). AMPLIANDO O HORIZONTE GLOSSÁRIO Lodo - argila muito mole que contém matéria orgânica, lama. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMABIS, José Mariano, MARTHO, Gilberto Rodrigues. Biologia das células. São Paulo: Moderna. V. 1 DA SILVA JÚNIOR, César; SASSON, Sezar. Biologia. V 1. LINHARES, Sérgio, GEWANDSZNAJDER, Fernando. Biologia Hoje. São Paulo: Ática . V 1. LOPES, Sônia. Bio. São Paulo. Saraiva. V 1 SOARES, José Luís. Biologia no terceiro milênio. São Paulo: Sp- MEMÓRIAS DA VIAGEM cione. V. 1 1. Pela teoria de Oparin, os primeiros seres surgidos na Terra teriam sido a) heterótrofos e aeróbios. b) autótrofos e anaeróbios. c) heterótrofos e anaeróbios. d) autótrofos e aeróbios. e) autótrofos e heterótrofos. A N O T A Ç Õ E S - 30 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - 2. (UFU-MG) Receita de Jean Baptiste van Helmnt, séc. XVII: “Colocar uma camisa suja de suor e um pouco de germe de trigo em um canto escuro sossegado. O suor funciona como princípio ativo e dentro de 21 dias, a partir da camisa e do trigo, nascerão vários camundongos.” O texto exemplifica a a) teoria da biogênese. b) teoria da abiogênese. c) teoria da pré-formação. d) hipótese heterotrófica. e) hipótese autotrófica. 3. (UFF-RJ) A presença de larvas vermiformes no interior de uma goiaba madura, com aspecto externo saudável, pode ser explicada a) pelo apodrecimento da polpa da goiaba. b) pela fusão de células da semente com células do endocarpo. c) pela transformação de embriões mutantes presentes nas sementes. d) pelo processo natural de Abiogênese que ocorre em frutos muito maduros. e) pelo desenvolvimento das mesmas a partir de ovos presentes dentro da goiaba. 4. (UCS-RS) “Uma solução nutritiva, previamente esterilizada, mantém-se estéril indefinidamente, mesmo na presença de ar, desde que a entrada de germes seja impedida.” Esta afirmativa é de a) Darwin. b) Lamarck. c) Oparin. d) Pasteur. e) Hooke. 31 ORIGEM DA VIDA 5. (UnB) Num balão de vidro com o gargalo recurvado e aberto, Pasteur ferveu um caldo nutritivo, deixando-o esfriar lentamente. O caldo permaneceu inalterado por muitos dias. A seguir o gargalo foi removido e, 48 horas depois, era evidente a presença de bactérias e fungos no caldo. Assinale as alternativas corretas, referentes ao experimento descrito. a) As bactérias e fungos do ar foram incapazes de passar ao longo do gargalo e atingir o caldo nutritivo após seu resfriamento. b) O aquecimento matou as bactérias e fungos primitivamente existentes no caldo. c) As bactérias e fungos, que apareceram no caldo, eram de espécies diferentes daquelas que ocorrem no ar. d) O aquecimento inativou, temporariamente, as substâncias do caldo capazes de originar bactérias e fungos. e) Os sinais evidentes da presença de bactérias e fungos, no caldo nutritivo, foram consequência da multiplicação rápida desses microrganismos. f) Todo ser vivo procede de outro ser vivo. g) Bactérias e fungos são autótrofos. 6. (UFRGS-RS) Na hipótese heterotrófica, sobre a origem da vida, supõe-se que os organismos primitivos obtinham energia do alimento por meio da a) respiração aeróbia. b) fotólise. c) fotossíntese. d) biogênese. e) respiração anaeróbia. 7. (PUC-RJ) Sobre a origem da vida em nosso planeta, podemos afirmar que a) o aparecimento dos primeiros heterótrofos levou à formação de coacervados nos mares primitivos. b) o surgimento de moléculas complexas, como as proteínas, antecede o aparecimento dos aminoácidos. c) os raios ultravioleta e as descargas elétricas tiveram um papel fundamental na formação de moléculas orgânicas simples. d) os primeiros seres vivos que surgiram eram autótrofos, já que era grande a escassez de alimento. e) a forma de obtenção de energia era aeróbica devido à grande existência de átomos de oxigênio nas moléculas de água. A N O T A Ç Õ E S - C A P Í TU L O 3 Características gerais dos seres vivos C A P Í TU L O 3 Características gerais dos seres vivos PLANEJANDO A ROTA A N O T A Ç Õ E S S e você observar a natureza a sua volta, com certeza irá identificar alguns animais e também plantas. Verificará a grande variedade de seres vivos que existem ao seu redor. São muitas as formas de vida encontradas em nosso planeta e algumas delas vivem entre nós. Podemos encontrá-las no solo, na água e no ar. Se você comparar uma rocha, um animal e um vegetal, reconhecerá na rocha um ser não vivo e no animal e no vegetal, seres vivos. À primeira vista, uma samambaia, uma árvore, um homem e uma baleia são organismos bem diferentes um do outro. Eles possuem, porém, características comuns que os tornam reconhecíveis como seres vivos. - 36 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - INVESTIGANDO CAMINHOS Composição química Toda a matéria existente no universo é formada por átomos. Os átomos se ligam uns aos outros formando as moléculas. Na matéria bruta, os átomos estão reunidos em compostos que apresentam simplicidade, formando as substâncias inorgânicas, como a água, sais, gases. Nos seres vivos, além das substâncias inorgânicas, encontramos também as substâncias orgânicas: as proteínas, os carboidratos, os lipídios e os ácidos nucleicos. As substâncias orgânicas são formadas por átomos de carbono, oxigênio, nitrogênio e hidrogênio. Essas substâncias você estudará melhor nos capítulos 5 e 6. Observe, então, que a matéria viva apresenta uma composição química mais complexa que a matéria bruta. Organização celular A matéria bruta, aquela que não tem vida, é constituída por átomos que se unem formando moléculas e, às vezes, cristais. Os seres vivos são muito mais organizados que a matéria bruta. Neles, as substâncias orgânicas e as inorgânicas se associam, formando uma estrutura muito complexa e organizada denominada célula, que é a unidade formadora de todos os seres vivos, capaz de se nutrir, crescer e se reproduzir. Todos os seres vivos são formados por células. A célula é muito pequena, medindo aproximadamente a centésima parte do milímetro, e só pode ser vista com ajuda do microscópio. Alguns seres são formados por uma única célula e são denominados unicelulares, como é o caso das bactérias e protozoários, por exemplo. Outros são formados por muitas células e são chamados de pluricelulares como os animais e vegetais. Nos organismos pluricelulares, as células semelhantes em forma e função se reúnem, formando os tecidos; os tecidos formam os órgãos; os órgãos com funções semelhantes se organizam, formando os sistemas; o conjunto de sistemas forma um organismo. 37 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS SERES VIVOS Metabolismo: nutrição, crescimento, respiração Uma das características marcantes dos seres vivos é a necessidade que eles têm de alimentos necessários à sua sobrevivência. Por meio da nutrição, os seres vivos retiram do alimento o material indispensável à construção ou crescimento do corpo e a energia utilizada na realização de suas atividades como o movimento (contração muscular). Essa energia é obtida pela quebra de moléculas, como, por exemplo, a glicose, através do processo de respiração celular, que será estudado por você no capítulo 9. Portanto, o organismo pode construir moléculas (anabolismo) ou quebrar moléculas (catabolismo). Chamamos de metabolismo ao conjunto desses dois processos, anabolismo e catabolismo, que ocorrem no organismo. Encontramos, na natureza, dois tipos de nutrição: autotrófica e heterotrófica. Na nutrição autotrófica (auto=próprio; trofos=alimento) o organismo produz moléculas orgânicas através de um processo chamado fotossíntese, que será estudado no capítulo 10. É realizado pelos vegetais, algas e por certas bactérias. Na nutrição heterotrófica (hetero=diferente; trofos=alimento), realizada pelos animais, protozoários, fungos e a maioria das bactérias, esses seres precisam obter alimentos já prontos pois não possuem a capacidade de produzi-los. Reação a estímulos Todos os seres vivos, ao receberem um estímulo, químico ou físico, têm a capacidade de reagir a ele, produzindo uma resposta. Nos vegetais, por exemplo, o crescimento do caule se dá em direção à luz e o crescimento das raízes acontece em direção ao solo, à procura de água. Essas respostas geralmente são mais lentas. Os animais são os seres vivos que possuem mecanismos mais complexos de percepção de estímulos e respostas a esses estímulos, pois são os únicos a apresentar sistema nervoso, responsável pela condução dos estímulos e pela produção de respostas rápidas. A N O T A Ç Õ E S - 38 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - Reprodução e hereditariedade Durante muito tempo se pensou que os seres vivos podiam surgir da matéria sem vida, como você estudou no capítulo 2. Essa ideia de geração espontânea não tem mais sentido. Os conhecimentos da Biologia confirmam que a vida surge a partir de uma vida preexistente, por meio da reprodução. Reprodução é a capacidade que todos os seres vivos têm de gerar descendentes, isto é, de gerar seres semelhantes aos pais, obedecendo ao fenômeno da hereditariedade. É a reprodução que explica por que os seres vivos morrem, mas a espécie não desaparece. A reprodução e a hereditariedade dos seres vivos são coordenadas pelo DNA (ácido desoxirribo-nucleico). A reprodução pode ocorrer de duas formas: assexuada e sexuada. Na reprodução assexuada, o novo ser surge a partir de uma ou mais células do indivíduo que o gerou. É comum em seres unicelulares, em animais de estrutura mais simples e em vegetais. Na reprodução assexuada, os descendentes recebem cópias iguais do DNA do indivíduo original e, por isso, possuem as mesmas características. Observe o esquema: A reprodução sexuada acontece pela união de células especiais denominadas gametas e produzidas por indivíduos adultos de sexos diferentes. O sexo feminino produz o gameta feminino, denominado óvulo; o sexo masculino produz o gameta masculino, chamado espermatozoide. Quando acontece a união desses dois gametas – fenômeno conhecido como fecundação – forma-se a célula-ovo ou zigoto, que sofre várias divisões, originando um novo ser, que possui características herdadas do pai e da mãe. 39 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS SERES VIVOS Homeostase Os seres vivos não mudam suas características físicas e sua composição química, apesar das transformações do metabolismo. Essa capacidade do ser vivo de manter constante seu meio interno é denominada homeostase. Um exemplo do mecanismo de homeostase é a manutenção da temperatura do nosso corpo: quando está muito calor ou quando praticamos exercícios físicos, a temperatura do nosso corpo aumenta. Começamos a transpirar e a água presente no suor evapora, absorvendo calor da superfície da pele, resfriando o corpo. A perda da água pelo suor é compensada, pois sentimos sede e ingerimos água. E, se bebemos muita água, o excesso é eliminado pela urina. Evolução Os seres vivos podem sofrer transformações ao longo do tempo. A esse processo chamamos de evolução. A evolução é normalmente lenta, e as mudanças que as espécies acumulam podem torná-las mais aptas à sobrevivência num ambiente de constantes transformações ou não. Todas as modificações que acontecem a uma espécie durante o processo de evolução, e que permitem sua adaptação ao meio, são conservadas e, assim, essa espécie vive da melhor forma possível em seu ambiente. DESAFIOS DO PERCURSO 1. Quais as diferenças existentes entre os seres vivos e a matéria bruta, em relação à composição química e ao grau de complexidade? R. 2. Defina célula. Como se classificam os seres vivos quanto ao número de células? R. 3. O que é metabolismo? Qual a diferença existente entre anabolismo e catabolismo? R. 4. Explique o que é homeostase. R. 5. Explique a diferença entre nutrição autotrófica e heterotrófica. R. 6. Qual a importância da reprodução para as espécies? Quais as diferenças entre reprodução assexuada e sexuada? R. A N O T A Ç Õ E S - 40 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - 7. O que é evolução? R. AMPLIANDO O HORIZONTE Se você tiver oportunidade, leia o livro: Biologia, volume único, de Ayrton Marcondes. Glossário Manutenção - conservação REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMABIS, José Mariano, MARTHO, Gilberto Rodrigues. Biologia das células. São Paulo: Moderna. V. 1 BARROS, Carlos, PAULINO, Wilson Roberto. Os seres vivos. São Paulo: Ática. DA SILVA JUNIOR, César, SASSON, Sezar. Biologia 1; São Paulo: Saraiva LINHARES, Sérgio, GEWANDSZNAJDER, Fernando. Biologia hoje. São Paulo. Ática. V. 1. LOPES, Sônia; Bio. São Paulo. Saraiva. V. 1. MEMÓRIAS DA VIAGEM 1. (PUC-SP) Dá-se o nome de organismo autótrofo àquele que a) é capaz de sintetizar seus próprios alimentos a partir da glicose e aminoácidos. b) não realiza a fotossíntese. c) depende de outro organismo vivo para a obtenção de alimento. d) é capaz de sintetizar seus próprios alimentos a partir de substâncias químicas inorgânicas. 41 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS SERES VIVOS 2. (FCC-SP) A evolução é um processo que conduz à a) contínua e gradativa mudança dos organismos inferiores para organismos superiores. b) progressiva simplificação dos organismos, que assim se tornam mais aptos. c) progressiva complexidade dos organismos para atender às mudanças do ambiente. d) produção de novas formas que sejam capazes de sobreviver em ambientes novos que irão surgir. e) maior adaptação das espécies aos ambientes em que vivem. 3. (UFPA) Os seres heterotróficos dependem dos seres autotróficos porque a) estes foram certamente os primeiros organismos que surgiram sobre a Terra. b) apenas estes sintetizam matéria orgânica à custa da energia luminosa. c) estes não precisam de enzimas para sintetizar a matéria orgânica. d) somente estes mantêm baixa a concentração de CO2 no ar. e) apenas estes não precisam de oxigênio. 4. (Udesc-1996) Analise as características a seguir e, depois, assinale aquelas características que são exclusivas dos seres vivos: I.metabolismo. II. ausência de moléculas. III.reprodução. IV. material genético. Estão CORRETAS: a) Apenas I e III. b) I, II e IV. c) I, III e IV. d) II, III e IV. e) Apenas III e IV. 5. (Mackenzie-1996) Característica(s) que todos os seres vivos têm, inclusive os vírus: a) metabolismo próprio e reprodução. b) reprodução e mutação. c) organização celular. d) núcleo com DNA. e) citoplasma com ribossomos. A N O T A Ç Õ E S - C A P Í TU L O 4 Unidade formadora dos seres vivos: a célula C A P Í TU L O 4 Unidade formadora dos seres vivos: a célula PLANEJANDO A ROTA C ertamente você já ouviu falar de célula. Antes de começar a ler este capítulo, procure lembrar o que essa palavra representa até agora para você. Célula é a unidade formadora de todos os seres vivos, e que realiza as funções da respiração, da circulação, da excreção e outras. Porém não se chegou a este conceito de uma só vez. A descoberta da célula é atribuída ao físico inglês Robert Hooke (1665), que observou, sob as lentes de um microscópio muito primitivo, um pedaço de cortiça. Foram necessários 176 anos para que aparecesse a Teoria Celular ressaltando, pela primeira vez, que talvez as células fossem estruturas importantes para o processo da vida. Esta demora se deve a vários fatores como: o pequeno número de cientistas e instituições da época na pesquisa dos seres vivos; a necessidade de microscópios mais avançados; e até o fato de que o próprio Hooke era um homem prático, que deixava de lado as preocupações teóricas. A ciência é fruto da atividade conjunta da chamada comunidade científica. Não foi a observação de detalhes da célula que mudou o panorama. Foi o modo de olhar para ela que mudou. Para Robert Hooke, a célula era apenas um elemento a mais no meio das curiosidades típicas de sua época, sem nenhum conteúdo teórico. Para outros cientistas, como os da Teoria Celular, a célula possuía uma profundidade teórica que permitia transformá-la no princípio que explica a vida. Portanto, como já foi dito, foi o modo de olhar a célula que mudou. A N O T A Ç Õ E S - 46 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - INVESTIGANDO CAMINHOS Citologia Citologia é o ramo da Biologia que estuda as células (cito = célula; logos = estudo). Podemos agora aprofundar um pouco mais a definição de célula: é a unidade formadora de todos os seres vivos que apresentam características comuns, por terem a mesma composição físico-química. A célula é a sede de reações químicas fundamentais. Toda célula provém de outra célula, por meio de processos reprodutivos que você irá estudar em outro capítulo, mais adiante. Sendo a célula muito pequena, a maioria só pôde ser vista após a invenção do microscópio. Nas figuras a seguir, você vai observar dois microscópios: o primeiro microscópio, utilizado por um cientista holandês, e o microscópio ulilizado por Robert Hooke. O microscópio de Anton van Leeuwenhoek (1632-1723). Microscópio usado por Hooke. Robert Hooke, no século XVII, cortou uma fatia de cortiça (tecido morto) e observou-a em um microscópio bastante simples, iluminado a vela (observe a figura). Ele viu apenas compartimentos vazios, e a cada um deles chamou célula, diminutivo de cella, que significa lugar fechado, pequeno cômodo. Na realidade, o que ele viu foi apenas o envoltório da célula vegetal (a parede celular) e o espaço vazio que era ocupado pela célula, quando viva. O microscópio – um instrumento indispensável para o estudo das células – é um aparelho que permite ampliar a imagem de um objeto centenas e até milhares de vezes. Vamos descrever, resumidamente, dois tipos de microscópios. Microscópio óptico – utiliza a luz e é formado por um sistema de lentes (chamadas de oculares e de objetivas) e uma parte mecânica, que serve de suporte; Para saber quantas vezes a imagem vista no microscópio óptico está sendo ampliada, multiplica-se o aumento da lente ocular pelo aumento da lente objetiva. 47 UNIDADE FORMADORA DOS SERES VIVOS: A CÉLULA A unidade de medida do microscópio óptico é o micrômetro (µm), que corresponde à milésima parte do milímetro. Microscópio eletrônico – utiliza um feixe de elétrons, em vez da luz, e a imagem pode ser observada numa tela fluorescente (como uma tela de televisão) ou numa fotografia. Foi inventado em torno de 1935 e a sua capacidade para aumentar o objeto visto é de milhares de vezes. A unidade de medida do microscópio eletrônico é o angström (Å), que corresponde à décima milionésima parte do milímetro. Observe os dois tipos de microscópio nas ilustrações abaixo. Com o emprego do microscópio eletrônico, muito se pôde aprender sobre a estrutura da célula, seus constituintes químicos e seu modo de funcionamento. O tamanho das células A maioria das células tem um tamanho variando entre 10 e 100 micrômetros (µm). Uma célula animal típica mede entre 10 a 20 micrômetros de diâmetro, o que significa que ela é cinco vezes menor que a menor partícula visível. A N O T A Ç Õ E S - 48 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - Você sabia que uma pessoa muito alta e um anão possuem as células do mesmo tamanho? O que muda é o número de células e não o seu tamanho. Existem também algumas células que podem ser vistas a olho nu, sem necessidade de um microscópio, como, por exemplo, a gema do ovo, os alvéolos* da laranja, do limão etc. A forma das células As células possuem formas variadas, que estão adaptadas às suas funções. Observe o esquema, que apresenta uma variedade de formas das células. Óvulo e espermatozóide Células epiteliais Célula vegetal Neurônio Hemácias Ameba Leucócitos Você acha que todos os seres vivos são formados por muitas células? Acertou, se disse não! Existem organismos unicelulares, que são formados por uma única célula, como os protozoários e as bactérias, por exemplo, e organismos pluricelulares, que são formados por várias células, como a maioria dos seres vivos. Você agora vai entender a estrutura celular dos seres vivos, que podem ser Procariontes ou Eucariontes. Procariontes: são seres unicelulares muito simples, medindo, geralmente, entre 1 e 10 micrômetros. Possuem o material genético (DNA), solto no citoplasma, não possuindo um envoltório nuclear, isto é, uma membrana separando o núcleo do citoplasma. No citoplasma encontramos os ribossomos, que são responsáveis pela produção das proteínas (no capítulo 7 você vai aprender mais sobre as partes de uma célula). Possuem também uma membrana plasmática envolvendo todo esse conjunto e, sobre essa membrana existe ainda um reforço externo formando outra membrana, que é a membrana esquelética. 49 UNIDADE FORMADORA DOS SERES VIVOS: A CÉLULA Como exemplo de seres procariontes, temos o reino Monera, representado pelas bactérias e as cianobactérias (antigamente conhecidas como algas cianofíceas). Observe como é uma bactéria: Eucariontes: são seres uni ou pluricelulares que formam os outros reinos: Protista, Fungi, Animalia e Plantae. Suas células medem entre 10 e 100 micrômetros e são muito mais complexas que as procariotas. Seu material genético é formado de DNA e proteínas, formando os cromossomos, e possuem um envoltório nuclear separando o citoplasma do núcleo. No citoplasma existem, além dos ribossomos, outras organelas (estas serão estudas no capítulo 7). Quem já não deixou de ir a uma festa, ao cinema, ao trabalho, porque estava com gripe? Conheça um dos “vilões” que tantas vezes atrapalhou sua vida. Vírus Os vírus são organismos acelulares, isto é, não são formados por células. Estão entre os menores e mais simples agentes infecciosos. São parasitas intracelulares obrigatórios, isto é, que só se reproduzem no interior de células vivas (de outro organismo). São tão pequenos que só podem ser vistos no microscópio eletrônico. Três propriedades distinguem os vírus de outros microrganismos: Tamanho - são bem menores do que os outros organismos. Genoma *(material genético) - podem ser formados de DNA ou RNA; nunca possuem os dois juntos. Metabolismo* - não possuem atividade metabólica fora das células hospedeiras (células de outro organismo onde o vírus se instala), e utilizam as enzimas dessas células hospedeiras, para fabricar outros vírus, isto é, para se reproduzirem (no capítulo 6 você saberá o que é uma enzima). Você vai conhecer um vírus por dentro. Observe o desenho: Os vírus são formados de dois componentes essenciais: a parte central, onde se encontra o genoma que pode ser DNA ou RNA (nunca os dois juntos), e uma cápsula de proteína chamada capsídeo. A N O T A Ç Õ E S - 50 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - Os vírus podem causar várias doenças: gripe, sarampo, rubéola, catapora, dengue, caxumba, poliomielite (paralisia infantil), Aids, entre outras. Os vírus, porém, não são somente “vilões”; também podem ser úteis para se investigar a biologia celular e molecular do organismo hospedeiro (o organismo de outro ser, onde o vírus se instala e passa a viver). Eles têm exercido um papel central na compreensão das funções celulares. Muitas áreas importantes da pesquisa, como a natureza química dos genes, por exemplo, têm sido baseadas na utilização de vírus como ferramenta de estudo. Como podemos adquirir um vírus? por contato (direto do hospedeiro infectado para um hospedeiro predisposto); pelo alimento ou pela água; por vetores (animais); por transmissão da mãe para o feto. Repare como é o funcionamento de um dos vírus mais estudados, o bacteriófago, que ataca bactérias. Acompanhe, através das figuras e do texto a seguir, a atuação desse vírus. bacteriófago O bacteriófago encosta-se na membrana da bactéria e, com enzimas* especiais, dissolve a parede da 51 UNIDADE FORMADORA DOS SERES VIVOS: A CÉLULA A N O T A Ç Õ E S membrana, injetando o seu conteúdo de DNA (o ácido nucleico* do bacteriófago é o DNA) no interior da bactéria (fazendo uma contração com a “sua cauda”), deixando a cápsula do lado de fora (alguns vírus injetam também a cápsula, como o da gripe). Outra enzima do bacteriófago destrói o material genético da bactéria. Aí, então, o DNA do vírus se multiplica, usando todas as enzimas da bactéria, além da energia. O DNA do vírus comanda a produção das proteínas que vão formar as cápsulas, usando o material da bactéria. Esses novos vírus, com a destruição da bactéria, são libertados, podendo invadir novas bactérias. São muito “espertos”, os vírus!!! É sempre importante saber como eles são transmitidos para nos protegermos um pouco; porém isso nem sempre é possível. Quando fora de uma célula, os vírus comportam-se como os cristais de uma substância química como o sal de cozinha, por exemplo. Portanto, nessas condições (fora de uma célula hospedeira), eles não se reproduzem. DESAFIOS DO PERCURSO 1. Por que a teoria celular só surgiu muitos anos após sua descoberta? R. 2. Como surgiu o termo célula? R. 3. Qual é a principal diferença entre o microscópio óptico e o eletrônico? R. - 52 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - 4. Como sabemos quantas vezes a imagem vista no microscópio óptico está aumentada? R. 5. O que é uma célula? R. 6. Qual é a principal diferença entre seres eucariontes e procariontes? Exemplifique. R. 7. Descreva a estrutura de um vírus. R. 8. Descreva a reprodução do bacteriófago. R. AMPLIANDO O HORIZONTE Procure ler, da série Ponto de Apoio, Teoria Celular: Hooke e Schwann, de Maria Elice B. Prestes (Editora Scipione). Pesquise esquemas de células em livros de Biologia. GLOSSÁRIO Ácidos nucleicos – RNA e DNA, responsáveis pelo material genético. Alvéolos – pequenas cavidades. Enzimas – tipos de proteínas que aceleram uma reação química. Genoma – conjunto de genes de um indivíduo. Metabolismo – conjunto de reações que ocorrem no organismo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBERTS,Betali.Molecularbiologyofthecell,3,NewYork:Garland,1994 AMABIS, MARTHO. Biologia das células. São Paulo: Moderna. V. 1. CÉSAR, SEZAR. Biologia. São Paulo: Saraiva. V. 1. LINHARES, S. GEWANDSZNAJDER, F. Biologia hoje. São Paulo: Ática. V. 1. 53 UNIDADE FORMADORA DOS SERES VIVOS: A CÉLULA LOPES, S. Bio. São Paulo: Saraiva. V. 1. PRESTES, M.E. Teoria celular: Hooke a Schwann. São Paulo: Scipione SOARES, J.L. Biologia. São Paulo: Scipione. V. 1. MEMÓRIAS DA VIAGEM 1. O aparelho usado para aumentar a imagem de um objeto chama-se a) eletroscópio. b) microscópio. c) termômetro. d) destilador. e) micrômetro. 2. Impressionados com a notícia do poder arrasador com que o vírus Ebola vem acabando com uma certa população na África, alguns alunos de um colégio sugeriram medidas radicais para combater o vírus desta terrível doença. Considerando-se que este agente infeccioso apresenta características típicas dos demais vírus, assinale a alternativa que contenha a sugestão mais razoável: a) descobrir urgentemente um potente antibiótico que possa destruir a sua membrana nuclear. b) alterar o mecanismo enzimático da mitocôndria para impedir o seu processo respiratório. c) injetar nas pessoas contaminadas uma grande dose de bacteriófagos para destruir o vírus. d) cultivar o vírus in vitro, para tentar descobrir uma vacina. e) impedir, de alguma maneira, a duplicação da molécula de ácido nucleico do vírus. 3. Observando uma célula no microscópio óptico, usando uma lente ocular com um aumento de 10 (10 X) e uma lente objetiva com um aumento de 40 (40 X), quantas vezes essa imagem estará aumentada? a) 10 vezes. b) 40 vezes. c) 400 vezes. d) 100 vezes. e) 1000 vezes. A N O T A Ç Õ E S - 54 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - 4. É característica da reprodução de um bacteriófago a a) penetração por inteiro na célula hospedeira. b) introdução do material genético, o RNA, no interior da célula hospedeira. c) introdução do material genético, o DNA, no interior da célula hospedeira. d) reprodução sexuada denominada conjugação. e) reprodução assexuada denominada divisão binária. 5. (Uelondrina-1996) Observe o esquema a seguir. Ele representa a) uma bactéria. b) um protozoário. c) um fungo. d) uma célula animal. e) uma célula vegetal. 6. Os procariontes diferenciam-se dos eucariontes porque os primeiros, entre outras características a) não possuem material genético. b) possuem envoltório nuclear, mas o material genético encontra-se espalhado no citoplasma. c) possuem núcleo e o material genético organizado nos cromossomos. d) possuem material genético como os eucariontes, mas não possuem envoltório nuclear. e) possuem material genético espalhado no núcleo. 7. Em qual dos seres vivos, citados a seguir, o ácido desoxirribonucleico (DNA) e o ácido ribonucleico (RNA) não ocorrem em um mesmo indivíduo? a) Bactéria. b) Protozoário. c) Vírus. d) Fungos. e) Algas. C A P Í TU L O 5 O ambiente celular • Substâncias responsáveis pelas estruturas e atividades celulares I CAPÍtuLO 5 o ambiente CelUlar PLANEJANDO A ROTA A N O T A Ç Õ E S a nutRiçãO e Os OssOs Os ossos, como qualquer órgão vivo, podem se ressentir de uma nutrição que não seja adequada. No tecido ósseo, por exemplo, a deficiência de cálcio pode se dever à falta desse mineral na alimentação ou à carência de vitamina D, pois esta é indispensável para a fixação do cálcio. Crianças com alimentação deficiente em cálcio sofrem de raquitismo: além de não crescerem normalmente, ficam com os ossos das pernas arqueados, por estes não suportarem o peso do corpo. No adulto, a falta de cálcio causa fragilidade nos ossos. A falta ou o excesso de vitamina A também podem causar problemas nos ossos, problemas que se relacionam à estatura. o ExtraídoemodificadodeMarcondes,A.C. e Sariego J.C. Ciências – Corpo Humano, editoraScipione,SãoPaulo,1996. s seres vivos apresentam na sua constituição substâncias de origem inorgânica – água e sais minerais – e orgânica – glicídios, lipídios, proteínas, enzimas, vitaminas e ácidos nucleicos. Neste capítulo e no próximo você vai conhecer as substâncias que formam as células e o papel que desempenham no nosso corpo. - 58 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - INVESTIGANDO CAMINHOS Compostos inorgânicos: água e sais minerais A água é a substância que se encontra em maior quantidade dentro da matéria viva. Dentro das suas células a água representa mais ou menos 70% do total das substâncias. A Molécula de água é formada por 2 átomos de hidrogênio e 1 de oxigênio. Apresenta uma parte positiva, a dos hidrogênios, e uma negativa, a do oxigênio. Fórmula molecular: H2O Fórmula estrutural: H - O - H Propriedades da água: Dissolve e transporta substâncias dentro da célula – quando as substâncias estão dissolvidas, elas reagem com as outras com mais facilidade, pois suas partículas estão soltas e, se movimentando, certamente, encontrarão outras partículas. Regula o calor – a água é capaz de absorver ou perder calor sem ficar muito fria ou muito quente. Esta propriedade permite que, no corpo dos seres vivos, a variação de temperatura seja pequena, quando se perde ou ganha calor. Através do suor o organismo elimina calor, pois a água do suor, ao evaporar, leva consigo o calor da pele. Este mecanismo impede que a temperatura do corpo aumente demais. Atua nas reações de hidrólise – muitas reações que ocorrem no corpo são reações de hidrólise, isto é, se realizam na presença da água. Assim, nas reações de decomposição, como as que ocorrem na digestão, por exemplo, a água transforma grandes moléculas orgânicas em moléculas menores. Aqui vai uma boa dica para você! Procure beber pelo menos 2 litros de água por dia. Desta forma você ajuda a manter o equilíbrio de água no seu corpo e facilita a digestão, já que várias substâncias são transportadas pela água, e muitas reações dentro do corpo se realizam na presença de água. Sais Minerais Você sabe que necessita de uma quantidade de sais minerais para viver. Eles vão permitir o funcionamento equilibrado do seu corpo e ainda possibilitam a realização de muitas reações dentro dele, garantindo a sua sobrevivência. Os sais minerais entram na composição da matéria viva e desempenham diversas funções. Assim, é necessário manter a quantidade ideal de sais, para que o corpo esteja em equilíbrio e se realizem dentro 59 O AMBIENTE CELULAR dele as reações que vão garantir a sua sobrevivência. Na tabela abaixo, você encontrará os principais sais minerais que constituem os seres vivos e saberá onde encontrá-los. Não é necessário memorizá-los, apenas descubra você mesmo, como reequilibrar o seu corpo através de uma alimentação saudável. SAIS MINERAISFUNÇÕESFONTES Cálcio Forma ossos e dentes; atua no funcionamento dos músculos e nervos e na coagulação do sangue. laticínios, hortaliças de folhas verdes (brócolis, espinafre etc.). Fósforo Forma ossos e dentes; participa da transferência de energia e da molécula dos ácidos nucleicos. carnes, aves, peixes, ovos, laticínios, feijões, ervilhas. Sódio Ajuda no equilíbrio dos líquidos do corpo e no funcionamento dos nervos e das membranas da célula. sal de cozinha e sal natural dos alimentos. Potássio Age, com o sódio, no equilíbrio de líquidos e no funcionamento dos nervos e das membranas. frutas, verduras, feijão, leite, cereais. Magnésio Forma a clorofila; atua em várias reações químicas junto a enzimas e vitaminas; ajuda na formação dos ossos e no funcionamento de nervos e músculos hortaliças de folhas verdes, cereais, peixes, carne, ovos, feijão, soja, banana. Ferro Forma a hemoglobina, que ajuda a levar oxigênio e atua na respiração celular. fígado, carnes, gema de ovo, pinhão, legumes e hortaliças Iodo sal de cozinha iodado, peixes, frutos do mar. Faz parte dos hormônios da tireoide, que controlam a taxa de oxidação da célula e o crescimento. Flúor Fortalece ossos e dentes. água fluoretada, peixes, chás e, em pequena quantidade, em todos os alimentos. A N O T A Ç Õ E S - 60 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - Outra boa dica para você! Evite o excesso de sal nos alimentos. Comendo hortaliças cruas, você consome grande quantidade de sais minerais; por esta razão, diminui a necessidade de consumir alimentos muito salgados, que vão desequilibrar o organismo. As hortaliças cruas são consideradas alimentos bioativos (aqueles que ativam a vida) e nos garantem bem-estar e vitalidade. Compostos orgânicos: glicídios e lipídios Glicídios São conhecidos como carboidratos ou hidratos de carbono, porque possuem na molécula átomos de Carbono (C), Hidrogênio (H) e Oxigênio (O). Os glicídios representam uma grande fonte de energia para os seres vivos. São encontrados nos cereais (aveia, trigo etc.), nas raízes (beterraba, cenoura etc.), nas leguminosas (feijão, ervilha etc.), nas frutas etc. São importantes, também, porque participam da composição de algumas estruturas dos seres vivos, como por exemplo, a membrana das células. Classificação: podem ser classificados em monossacarídeos, dissacarídeos e polissacarídeos. Monossacarídeos: são glicídios simples que não podem ser quebrados, pela digestão, em glicídios menores. São chamados de OSES ou açúcares simples. De acordo com o número de carbonos que possuem são classificados em: Trioses - oses com 3 carbonos Tetroses - oses com 4 carbonos Pentoses - oses com 5 carbonos Hexoses - oses com 6 carbonos Obs.: Os mais conhecidos são as pentoses e as hexoses, que serão mais detalhadas nos capítulos 9 e 11. A glicose* é o glicídio mais utilizado pelos seres vivos como fonte de energia. É fabricada pelos vegetais através de um processo chamado fotossíntese, e depois é armazenada sob a forma de glicídios complexos. Dissacarídeos: são formados pela união de 2 monossacarídeos. Como exemplo, temos: Sacarose - formada de glicose e frutose; Lactose - formada de glicose e galactose; Maltose - formada de duas moléculas de glicose. 61 O AMBIENTE CELULAR A N O T A Ç Õ E S Polissacarídeos: são glicídios formados pela reunião de vários monossacarídeos. São insolúveis na água, ao contrário de mono e dissacarídeos. Alguns constituem certas estruturas do corpo, como a celulose, por exemplo, que faz parte do reforço externo da célula vegetal, e a quitina, que forma a carapaça dos artrópodes (camarão, caranguejo, siri, gafanhoto: entre outros animais). Outros representam reservas energéticas, como o amido, encontrado em raízes, caules e sementes, que representa a principal fonte de energia vegetal e o glicogênio, que é a principal fonte de energia animal. Encontrado nos músculos e no fígado, o glicogênio serve de reserva de energia nos períodos curtos, entre as refeições, onde há falta de glicose. O valor da fibra vegetal Inclua fibras na alimentação para aumentar a sua qualidade de vida. As fibras vegetais são formadas pela associação da celulose com outros polissacarídeos. Embora não sejam digeridas pelo homem, elas desempenham um papel importante no processo digestivo, pois estimulam o funcionamento do intestino e a produção das fezes. - 62 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - Lipídios Representam outra importante reserva de energia para os seres vivos, porém não são solúveis em água. Você já deve ter reparado que gorduras e óleos não se misturam com a água. Os lipídios formam o panículo adiposo, tecido que acumula gordura, e por esta razão, isola o calor dentro do corpo. Como o calor tem dificuldade em atravessar a gordura, o panículo adiposo funciona como isolante entre a temperatura do corpo e a do ambiente. Fazem parte da estrutura da membrana plasmática das células, dos hormônios e das vitaminas. Classificação: podem ser classificados em: glicerídeos, cerídeos, esteroides e lipídios complexos. Glicerídeos: representam as gorduras e os óleos. As gorduras se mantêm sólidas na temperatura ambiente, já os óleos se apresentam líquidos nessa temperatura. Podem ser de origem animal ou vegetal, estando presentes no queijo, na manteiga, nos ovos e nas banhas, que são de origem animal, e nos óleos vegetais. Cerídeos: constituem as ceras, como a cera do ouvido e a cera de carnaúba. Impermeabilizam os frutos e as folhas de muitas plantas, evitando a perda de água e possuem ainda a função protetora, como a cera do ouvido. Esteroides: este grupo de lipídios apresenta na sua composição um álcool muito conhecido – o colesterol. Ao contrário do que se pensa, o colesterol não é gordura e sim um álcool. Os esterídeos compreendem alguns hormônios*, o colesterol (presente no sangue e na membrana celular animal), a vitamina D e os sais biliares*. Lipídios complexos: são os lipídios que estão associados a outras substâncias como, por exemplo, N (nitrogênio), P (fósforo) ou S (enxofre). Os principais exemplos são: a mielina* dos nervos, a lecitina* do ovo e os fosfolipídeos, que formam a membrana celular. Mais uma dica interessante! Como você já viu, as gorduras são necessárias para o funcionamento do seu corpo, desempenhando dentro dele importantes funções. No entanto, é preciso escolhê-las e saber utilizá-las. Modernamente acredita-se que o azeite extravirgem deva ser o preferido por todos, pois, como é o resultado da primeira prensagem das sementes e, não sendo estas aquecidas, não faz mal ao organismo. Representa, portanto, uma forma mais saudável de consumo de lipídios. 63 O AMBIENTE CELULAR DESAFIOS DO PERCURSO 1. Por que se diz que o amido (nas plantas) e o glicogênio (nos animais) constituem carboidratos de reserva? R. 2. Explique por que as células que estão sempre com atividade intensa possuem muita água no seu interior. R. 3. Qual a principal função dos glicídios? R. 4. Cite uma função dos sais minerais dentro do nosso organismo. R. 5. O que são lipídios complexos? Dê exemplos. R. 6. Para que servem as fibras vegetais? R. 7. O que são polissacarídeos? Dê exemplos. R. AMPLIANDO O HORIZONTE Importante! Você terá oportunidade, mais adiante, em outras disciplinas, de ver alguns temas deste capítulo serem abordados de outro modo. Isto poderá ocorrer em Literatura, quando o tema for a água; em Geografia, na questão da qualidade de vida; e em Química, onde, além da água, você estudará os compostos do carbono. Portanto, fique atento e procure fazer sempre uma integração entre os capítulos estudados e as outras disciplinas. Para melhorar a qualidade da sua alimentação, leia também Um Assassinato Perfeitamente Legal – Nossa Alimentação. Organizado por: Hildegard Bromberg Richter – Editora Paulus. A N O T A Ç Õ E S - 64 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - GLOSSÁRIO Glicose – açúcar simples fabricado pelos vegetais, cuja fórmula é: C6H12O6. Hormônios – secreção glandular que atua regulando as funções orgânicas. Lecitina – substância fosfatada encontrada no cérebro e na medula dos animais e que representa um constituinte importante da célula. Mielina – substância gordurosa, formada principalmente de lecitina, e que forma a bainha protetora dos nervos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Dr. Soleil. Você Sabe se Alimentar? Editora Paulus LINHARES, S. , GEWANDSZNAJDER, F. Biologia hoje. São Paulo: Ática. V. 1 SOARES, J.L. Biologia. São Paulo: Scipione. V. 1. MEMÓRIAS DA VIAGEM 1. (UFBA) A sacarose é um dissacarídeo formado por moléculas de a) glicose + lactose. b) glicose + glicose. c) lactose + frutose. d) frutose + glicose. e) frutose + frutose. 2. (Fac. Lusíada/Santos-SP) Polissacarídeo que participa da parede celular dos vegetais. a) Celulose. b) Quitina. c)Amido. d) Glicogênio. e) Cerídeo. 65 O AMBIENTE CELULAR 3. (FCMSC-SP) Dentre as substâncias abaixo relacionadas, qual delas representa o principal suprimento energético de preferência das células? a) Proteínas. b) Celulose. c) Glicose. d)Vitaminas. e) Água. 4. (UNESP-SP) São considerados oses ou monossacarídeos: a) Maltose e glicose; b) Sacarose e maltose; c) Amido e glicogênio; d) Glicose e frutose; e) Amido e sacarose. 5. (UFES) Dos componentes da matéria viva, qual existe em maior proporção das células? a) Proteínas. b) Hidratos de carbono. c) Lipídios. d) Água. e) Eletrólitos 6. (PUC-RS) O amido e a celulose que constituem, respectivamente, as substâncias de reserva e de sustentação vegetal, são a) proteínas. b) produtos petroquímicos. c) gorduras. d) glicídios. e)aminoácidos. 7. (FISS-RJ) Assinale as substâncias de reserva encontradas, respectivamente, em animais e plantas. a) Amido e glicogênio. b) Protídeos e glicose. c) Glicogênio e frutose. d) Glicose e amido. e) Glicogênio e amido. A N O T A Ç Õ E S - 66 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - 8. (UFF-RJ) O colesterol é um componente constante em lipídios do grupo a) dos triglicerídeos. b) da lecitina e da mielina. c) das ceras. d) dos lipídios complexos nitrogenados. e) dos esteroides. C A P Í TU L O 6 O ambiente celular • Substâncias responsáveis pelas estruturas e atividades celulares II C A P Í TU L O 6 O ambiente celular PLANEJANDO A ROTA A N O T A Ç Õ E S Um pouco da história das vitaminas P or volta de 1880, alastrou-se pelo Oriente uma terrível epidemia de beribéri, doença que causa dores pelo corpo e enfraquecimento geral até a morte. Os países orientais sofriam o drama do beribéri. Não se conhecia a causa, nem havia tratamento para a moléstia. Como muitos marinheiros que se dirigiam àquelas terras adoeciam, resolveu-se, então, combater o enfraquecimento deles, introduzindo novos pratos na alimentação. Ao arroz sem casca (branco), que era o prato fundamental, foram acrescentados ovos, carne, verduras e leite. Surpreendentemente, muitos marujos doentes começaram a se recuperar. Baseando-se nisso, os cientistas desenvolveram suas ideias. Em primeiro lugar, imaginaram que a beribéri não seria, como pensavam até então, uma doença contagiosa, mas sim uma doença decorrente da falta de alguma coisa na alimentação. Para provar isso, o Dr. Chistian Eijkman resolveu alimentar galinhas exclusivamente com arroz sem casca. As galinhas foram acometidas de beribéri. Em seguida, voltou a lhes dar a ração normal (milho e outros alimentos). Elas se curavam. Restava, então, solucionar o problema: que substância estava ausente no arroz branco e cuja falta no organismo provocava beribéri? Em pouco tempo, os cientistas descobriram também que, dando arroz integral (com casca), elas também se recuperavam. Logo, na casca do arroz existiria a substância que se precisava descobrir para a cura daquela doença. Mais tarde, as substâncias que formavam o triturado da casca de arroz foram isoladas e testadas, uma por uma, em grupos independentes de galinhas portadoras da doença. Descobriu-se, assim, que uma - 70 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - determinada “amina”, retirada da casca do arroz, adicionada à alimentação de um grupo de aves, recuperava-as da beribéri. Estava resolvido o problema e, por ser aquela amina tão importante para a vida, recebeu o nome de vitamina. Mais tarde foram descobertos os diferentes tipos de vitaminas. INVESTIGANDO CAMINHOS Proteínas São importantes porque constituem a matéria viva e são formadas por unidades menores chamadas aminoácidos, que são substâncias orgânicas constituídas por um grupo amina (NH2) e um radical ácido (COOH), daí o nome aminoácido. Conhecemos cerca de 20 aminoácidos, que formam a estrutura das proteínas. Os vegetais fabricam todos os aminoácidos de que necessitam; já os animais conseguem apenas fabricar alguns aminoácidos, a partir de outros que obtêm através dos alimentos. No entanto, existem alguns aminoácidos que não podem ser fabricados a partir de outros e, portanto, têm de estar sempre presentes na alimentação. Os alimentos de origem animal contêm proteínas com todos os aminoácidos essenciais. Com os de origem vegetal não ocorre o mesmo, pois suas proteínas são incompletas. Por isso, sua alimentação deverá conter sempre uma mistura de vegetais com cereais (aveia, trigo, arroz) e leguminosas (feijão, lentilha, ervilha). Isso porque os cereais possuem aminoácidos que faltam nas leguminosas e vice-versa. Percebeu a importância de uma alimentação bem variada? Observe o quadro abaixo para conhecer alguns aminoácidos. 71 O AMBIENTE CELULAR II A união entre os aminoácidos se dá sempre entre o grupo amina (NH2) de um e a carboxila (COOH) do outro. As proteínas formadas diferem pela quantidade de aminoácidos que possuem e pela sequência dos mesmos. Assim, com os vários tipos de aminoácidos conhecidos podemos ter um número enorme de proteínas. As espécies de seres vivos possuem proteínas características. A sequência de aminoácidos é determinada pelo DNA dos indivíduos. Obs.: No capítulo 12, trataremos dos ácidos nucleicos (DNA e RNA). O papel biológico das proteínas Dentro de um organismo as proteínas desempenham várias funções: hormonal, nutritiva, estrutural, enzimática e de defesa. Função Hormonal - As proteínas constituem alguns hormônios como os produzidos pelas glândulas endócrinas*, que auxiliam a atividade de determinados órgãos. É o caso dos hormônios sexuais, por exemplo, que determinam as características sexuais secundárias. Os hormônios você estudará no capítulo 26 da unidade 2. Função Nutritiva - São fontes de aminoácidos para os animais, inclusive o homem. O vitelo, substância presente nos ovos dos animais e que garante a nutrição do embrião, é constituído, basicamente, de proteínas. Função Estrutural - Fazem parte da estrutura da matéria viva, formando o colágeno (presente nos tendões, cartilagens, ossos e pele) e a queratina (existente na pele e suas extremidades, como as unhas e pelos), por exemplo. A N O T A Ç Õ E S - 72 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - Função Enzimática - Constituem as enzimas, que servem para facilitar a ocorrência das reações químicas dentro do corpo, sendo consideradas catalisadores biológicos. Função de Defesa - Formam os anticorpos*, que realizam a defesa do nosso organismo contra os micróbios invasores e substâncias estranhas. Os anticorpos são produzidos a partir de proteínas denominadas gamaglobulinas. Desnaturação de proteínas: as proteínas podem ter a sua forma e a sua função biológica alteradas pelo calor, acidez ou pela presença de certas substâncias químicas. A esse processo denominamos desnaturação. Agora você já sabe por que certos alimentos perdem as suas propriedades quando são cozidos. Vários estudos já demonstraram a importância de se consumir a proteína da soja na alimentação. Ao que parece, ela auxilia na redução do colesterol e evita as doenças do coração. A soja pode ser utilizada na forma de molho (shoyo), missô (pasta de soja fermentada), tofu (queijo de soja), em grãos etc. Enzimas São proteínas que funcionam como catalisadores*: modificam a velocidade da reação química e diminuem a energia necessária para que as reações químicas ocorram. Funcionamento das enzimas As enzimas não participam da reação química diretamente; apenas fornecem a energia necessária para dar início ao processo. Quando a reação química se completa, a enzima sai do processo e pode iniciar uma nova reação, com novos reagentes. 73 O AMBIENTE CELULAR II Observe atentamente o esquema da página ao lado. Você vai perceber a formação de dois novos compostos, a partir do enfraquecimento das ligações entre os átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio, ali representados por bolinhas. As enzimas são específicas* A enzima sempre se encaixa no reagente da reação chamado substrato. Esse mecanismo é semelhante ao encaixe de uma chave na fechadura. Por esta razão dizemos que as enzimas são específicas, isto é, cada uma só atua em um determinado tipo de reação. As enzimas, assim como as pessoas, são conhecidas pelos seus nomes. O nome de muitas enzimas é formado acrescentando-se o sufixo ASE ao nome do substrato. Ex.: lactase atua sobre a lactose; amilase, sobre o amido ou amilo. Vitaminas Vitaminas são substâncias orgânicas de origem variada. A necessidade de vitaminas é muito pequena, em relação a outros nutrientes. Cada uma delas vai desempenhar um papel diferente dentro do corpo. Nenhuma vitamina pode “substituir outra”. Como não se pode fabricá-las no organismo humano, é preciso ingeri-las através dos alimentos. Daí a necessidade de uma alimentação variada e equilibrada, com leite e derivados, legumes, cereais, frutas, verduras etc. Muitas vitaminas se perdem no processo de industrialização dos alimentos ou pelo cozimento. Por isso devemos consumir vegetais frescos e crus, preferencialmente, ou cozidos em pouca água e em pouco tempo, para reduzir as perdas. Observe a tabela onde são apresentadas as principais vitaminas, suas funções e as doenças que a falta de cada uma delas pode causar ao organismo. A N O T A Ç Õ E S - 74 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - Nome FontesFunçõesDeficiências Vitamina A ou Retinol Laticínios, gema de Protege os tecidos ovo, fígado, rins, epiteliais e hortaliças verdes, auxilia a visão. tomate, cenoura, mamão etc. Vitamina D Calciferol Fígado, óleo de peixe, laticínios, gema de ovo. Produzida na pele, pelo sol. Facilita a absorção de Raquitismo. cálcio e fósforo. É importante na formação de ossos. Vitamina E Cereais, hortaliças com folhas verdes, legumes, Protege a célula contra oxidações e radicais Anemia, lesões nos músculos e óleos vegetais, laticínios, gema de ovo. livres. nervos. Pele seca, propensão a infecções e cegueira noturna. Vitamina K Laticínios, fígado, carnes, Atua na coagulação frutas, hortaliças e chá. do sangue. Dificuldade na coagulação do sangue. Vitamina B1 Inflamação nos nervos, paralisia e atrofia muscular (beribéri). Cereais integrais, feijão, Produção de energia frutas, carnes, legumes, pela respiração gema de ovo. celular. Vitamina B2 Cereais integrais, Respiração celular. Lesões na pele. laticínios, hortaliças, ovos e carne. Niacina Cereais integrais, feijão, Respiração celular. fígado, café, hortaliças, carne,ovos, legumes e amendoim. Lesões na pele e no sistema nervoso. Vitamina B6 Cereais integrais, Metabolismo banana, verduras dos aminoácidos. carne, fígado, laticínios e ovos. Lesões nos músculos e nervos. Vitamina B12 Fígado, ovos, laticínios e carne. Lesões nos nervos e anemia perniciosa. Metabolismo dos ácidos nucléicos e formação das hemácias. 75 O AMBIENTE CELULAR II Nome FontesFunçõesDeficiências Folacina ou Ácido Fólico Legumes, fígado, hortaliças, carne, ovos, cereais integrais, frutas, amendoim e feijão. Vitamina C Frutas, pimentão e várias hortaliças. Metabolismo de aminoácidos e ácidos nucléicos. Diarreia e anemia. Auxilia na síntese de colágeno e protege contra oxidações e radicais livres. Sangramento gengivas e na pele (escoburto). Uma forma alternativa de melhorar a qualidade da nutrição é incluir brotos na alimentação. Os brotos são alimentos biogênicos (que geram a vida). Acredita-se que sejam importantes porque levam às nossas células elementos que reforçam a sua vitalidade, permitindo uma constante renovação. Eles potencializam os nutrientes que são multiplicados pois, quando germinam, adquirem a força geradora da vida. DESAFIOS DO PERCURSO 1. De que é formado um aminoácido? R. 2. Explique por que dizemos que as enzimas são catalisadores específicos. R. 3. Por que a enzima não funciona em temperaturas muito altas? R. 4. Explique por que as vitaminas são indispensáveis à vida. R. 5. Que problemas podem ser acarretados em nosso organismo pela falta de cada uma das seguintes vitaminas: A, C, D, K, B1? R. 6. Cite as funções das proteínas dentro do nosso organismo. R. A N O T A Ç Õ E S - 76 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - AMPLIANDO O HORIZONTE Importante! Mais adiante, em outros capítulos, você terá oportunidade de aprender mais alguma coisa sobre a química desses compostos. Para o estudo dos compostos orgânicos, é sempre bom estabelecer uma relação com os capítulos estudados em Química. Continue confiante, pois o seu estudo vai indo muito bem! Para melhorar a qualidade da sua alimentação, leia também Um Assassinato Perfeitamente Legal – Nossa Alimentação. Organizado por: Hildegard Bromberg Richter - Editora Paulus GLOSSÁRIO Anticorpos – substâncias produzidas pelo organismo como reação às substâncias estranhas que nele penetrem. Catalisadores – são substâncias que modificam a velocidade de uma reação e não são gastas no processo. Endócrinas – glândulas que eliminam seus produtos diretamente no sangue. Específicas – exclusivas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Dr. SOLEIL. Você sabe se alimentar? Editora Paulus ISLABÃO, N. Vitaminas: seu metabolismo no homem e nos animais. LINHARES, S., GEWANDSZNAJDER, F. Biologia hoje. São Paulo: Ática. V. 1. SELECCIONES DE SCIENTIFIC AMERICAN. Los alimentos: cuestiones de bromatología. Madrid: Hermann Blume. SOARES, J. L. Biologia. São Paulo: Scipione. V. 1 77 O AMBIENTE CELULAR II MEMÓRIAS DA VIAGEM 1. (UFBA) A ligação peptídica encontrada nas proteínas origina-se da reação entre o grupo -NH2 e o grupo a) -OH. b) -CHO. c) -NH2. d) -COOH. e) -CO. 2. (FGV-SP) Para melhor suprir deficiência de proteína, uma dieta deve incluir a) farinha de trigo. b) banha. c) ovo. d) laranja. e) chocolate. 3. (MACK-SP) Quando aumentamos gradativamente a temperatura do meio em que se encontra uma enzima, sua atividade catalítica a) aumenta, atinge um ponto máximo e depois diminui. b) diminui, atinge um ponto mínimo e depois aumenta. c) aumenta indefinidamente. d) diminui indefinidamente. e) permanece constante. 4. (UFRS) Nas longas viagens marítimas, durante a Idade Moderna, eram comuns, entre os marinheiros, surtos de escorbuto, doença que se caracteriza por hemorragias espontâneas nas mucosas, redução na ossificação e deficiência nos processos de cicatrização. Isso era devido à a) longa exposição dos marinheiros à maresia. b) longa exposição dos marinheiros ao sol tropical. c) alimentação deficiente em vitamina C. d) excessiva alimentação à base de peixe. e) ingestão permanente de água poluída. A N O T A Ç Õ E S - 78 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - 5. (UFMG) Alguns acidentes automobilísticos ocorridos à noite são atribuídos a uma doença chamada cegueira noturna. Essa doença é causada pela falta de a) vitamina A. b) vitamina B1. c) vitamina C. d) vitamina E. e) vitamina D. 6. (Ucsal BA) Em uma refeição composta por arroz, feijão, bife, verdura cozida, salada crua, suco de fruta e doce de sobremesa, não aproveitamos como nutriente a substância denominada a) sacarose. b) frutose. c) celulose. d) aminoácido. e) ácido ascórbico. 7. (MACK-SP) Uma criança apresenta crescimento deficiente, teores de cálcio e fosfato aumentados nas fezes, ossos arqueados sugerindo raquitismo. Estes sintomas podem ter como causas (...) e é possível prevenir ou curar esses sintomas com (...). A alternativa que preenche corretamente esses espaços é: a) avitaminose D - leite, ovo, manteiga e sol. b) avitaminose A - leite, manteiga e óleo de fígado de peixes. c) avitaminose D - vegetais e frutos como caju e goiaba. d) avitaminose A - cereais, carnes e leguminosas. e) avitaminose C - vegetais e frutos como caju e goiaba. 8. (PUC-Campinas-SP). As proteínas são compostos a) formados por aminoácidos unidos por ligações peptídicas. b) formados por carboidratos e lipídios unidos por pontes de hidrogênio c) de tamanho muito pequeno (micromoléculas) e que ocorrem em baixa concentração dentro da célula. d) que não fazem parte da constituição química dos cromossomos. e) responsáveis pela transmissão da informação genética. 79 O AMBIENTE CELULAR II 9. (U. Mackenzie/SP) As enzimas são a) carboidratos que têm a função de regular o nível de açúcar (glicose) no sangue dos animais superiores. b) proteínas que têm a função de catalisar reações químicas nos seres vivos. c) proteínas com função estrutural que entram na composição da parede celular dos vegetais. d) lipídios que têm a função de fornecer energia para as reações celulares. e) mucopolissacarídeos que têm a função estrutural nos exoesqueletos dos artrópodes. 10. (USU/RJ) O raquitismo é causado pela carência de vitamina a) C. b) B12. c) A. d) D. e) B6. A N O T A Ç Õ E S - C A P Í TU L O 7 Principais organelas da célula CAPÍtuLO 7 prinCipais organelas da CélUla PLANEJANDO A ROTA A N O T A Ç Õ E S n os capítulos anteriores você estudou que a célula é a unidade formadora dos seres vivos. Viu também que existem seres formados por células simples (procariotas), enquanto outros são formados por células mais complexas (eucariotas). Neste capítulo, você vai conhecer as principais estruturas encontradas nas células, e conhecer as funções por elas desempenhadas. São chamadas organelas. Para que a célula se mantenha viva, todas as suas partes devem funcionar harmoniosamente, cada uma desempenhando sua função específica. Sendo assim, nenhuma organela celular é mais importante do que a outra! INVESTIGANDO CAMINHOS ORigem das ORganelas Você poderia pensar que uma célula, para crescer, precisaria somente aumentar a sua membrana plasmática, podendo, assim, conter maior quantidade de matéria em seu interior, não é mesmo? Porém a célula optou por um outro caminho, cresceu “para dentro”. A membrana plasmática formou dobras, criando um conjunto de canais, o que aumentou consideravelmente a troca de substância entre a célula e o meio. Surgiram, - 84 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - assim as organelas, que passaram a desempenhar funções de transporte e produção (síntese) de substâncias na célula. Além disso, essas dobras, denominadas invaginações, envolveram o material organizado, formando a membrana nuclear ou carioteca. Essa hipótese, que explica o surgimento das organelas através das invaginações da membrana original, é a mais aceita pelos estudiosos atualmente. Organização dos diferentes tipos de célula Observe atentamente as células esquematizadas a seguir e compare as diferenças e as semelhanças entre elas. Comparando as duas células, certamente você percebeu que as células animal e vegetal não são exatamente iguais. Agora observe o quadro: 85 PRINCIPAIS ORGANELAS DA CÉLULA EstruturasCélula animalCélula vegetal Membrana plasmática Presente Presente Parede celular Ausente Presente Centríolo PresenteAusente Complexo Golgiense Presente Lisossomos PresentesPresentes Ribossomos PresentesPresentes Mitocôndrias PresentesPresentes Grandes vacúolos Ausentes Presentes Retículo endoplasmático Presente Presente Cloroplastos AusentesPresentes Presente Funções das organelas Retículos endoplasmáticos Formam uma rede de vesículas (bolsas) e canais que interliga toda a célula. Quando em alguns pontos desse canal existem ribossomos (pequenos grãos) presos à membrana, o retículo é chamado retículo endoplasmático granular, devido à aparência rugosa* que apresenta. Nesse caso, além de transportar substâncias, serve também de local de produção de proteínas, pois elas são fabricadas nos ribossomos. Quando na membrana não se encontram ribossomos, o retículo é chamado retículo endoplasmático liso. Este tem aparência tubular, apresentando as seguintes funções: síntese* de algumas substâncias como glicoproteínas, por exemplo, e transporte de substâncias. Ribossomos: São grãos responsáveis pela produção das proteínas necessárias para a célula. Serão melhor estudados no capítulo 12. A N O T A Ç Õ E S - 86 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - Complexo Golgiense Apresenta-se como um conjunto de sacos achatados, tendo como principal função a eliminação de substâncias úteis produzidas pela célula, que vão atuar fora dela. Além disso, recebe e armazena as proteínas produzidas pelo retículo endoplasmático granular e outras substâncias como o muco que lubrifica as cavidades do corpo. Lisossomos Vesículas produzidas pelo Complexo Golgiense e que acumulam no seu interior enzimas digestivas. Participam do processo de digestão intracelular, quando a célula absorve partículas do meio e forma no seu interior uma vesícula chamada fagossomo (se a partícula for sólida) ou pinossomo (se for líquida). Esse assunto você estudará melhor no capítulo 8. As vesículas são, então, englobadas pelos lisossomos, originando o vacúolo digestivo, onde ocorrerá a digestão: as substâncias aproveitáveis passam para a célula, enquanto na vesícula permanecerá a parte não aproveitável, que depois será eliminada. Observe o esquema para você compreender melhor o processo de digestão realizado pelos lisossomos. Autofagia: os lisossomos contribuem para a renovação celular ao digerirem estruturas velhas e restos de estruturas na célula. Autólise: as enzimas digestivas, quando liberadas na própria célula, provocarão a autodigestão (destruição) dessa célula. Isso pode acontecer como consequência de doenças graves ou por inalação de sílica ou pó de carvão, como acontece, por exemplo, com os trabalhadores de minas. Entre esses trabalhadores são comuns as infecções pulmonares provocadas pela destruição dos lisossomos. Centríolos São estruturas citoplasmáticas constituídas por microtúbulos que estão relacionados com a formação de cílios e flagelos, estruturas locomotoras 87 PRINCIPAIS ORGANELAS DA CÉLULA presentes em seres unicelulares e nos espermatozoides, por exemplo. Os centríolos têm a capacidade de se autoduplicarem. Durante a divisão celular eles se duplicam e formam uma estrutura chamada áster que origina o fuso acromático, isto é, um conjunto de filamentos que orienta a migração dos cromossomos. Os cílios estão presentes internamente revestindo a traqueia, servindo para levar para fora o muco que lubrifica as vias respiratórias e que contém microrganismos que devem ser expulsos. Mitocôndrias Em forma de bastonetes ou grãos, apresentam membrana dupla, sendo que a interna possui dobras chamadas cristas mitocondriais. Entre as cristas está presente uma solução chamada matriz mitocondrial. Possuem DNA e ribossomos próprios; logo, conseguem se autoduplicar e sintetizar suas próprias proteínas. Nas cristas e na matriz encontramos enzimas que participam das reações químicas do processo de respiração celular, que você vai estudar no capítulo 9. Cloroplastos Semelhantes às mitocôndrias, apresentam DNA e ribossomos próprios. Organela celular em que está localizada a clorofila, pigmento verde responsável pela absorção da energia luminosa do Sol, necessária para a realização da fotossíntese, que você estudará no capítulo 10. Os cloroplastos estão localizados, principalmente, nas folhas. Possuem membrana dupla, contendo no seu interior várias vesículas achatadas denominadas tilacoides (onde se encontra a clorofila). Internamente, são preenchidos por uma matriz chamada estroma. A N O T A Ç Õ E S - 88 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - DESAFIOS DO PERCURSO 1. Qual a diferença básica entre as células procariótica e eucariótica? R. 2. Cite uma estrutura só encontrada em células vegetais. R. 3. Cite uma função comum aos retículos. R. 4. O que diferencia o retículo liso do granular? R. 5. Quem são os responsáveis pela produção de proteínas? R. AMPLIANDO O HORIZONTE Leia, se possível, o livro Biologia hoje (vol. 1), de S. Linhares e F. Gewandsdnajder (Editora Ática, 1997). GLOSSÁRIO Rugosa – que tem rugas. Síntese – produção, fabricação. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMABIS, J.M., MARTHO, G. R. Biologia das células. São Paulo: Moderna, 1997. V. 1. BARROS, C. , PAULINO W. Célula. São Paulo: Ática, 1996. V. 1 CANTO, E.L. Ciências Naturais: aprendendo com o cotidiano. São Paulo: Moderna. JUNIOR, C.S., Sasson, S. Biologia. São Paulo: Saraiva, 1995. V. 1. SOARES, J.L. 1995. Biologia. São Paulo: Scipione, 1995. V. 1. 89 PRINCIPAIS ORGANELAS DA CÉLULA MEMÓRIAS DA VIAGEM 1. (Unitau-1995) O retículo endoplasmático rugoso é responsável pela síntese de transporte de proteínas. No entanto, a síntese proteica é realizada por grânulos, que estão aderidos a ele, denominados a) mitocôndrias b) ribossomos. c) lisossomos. d) cloroplastos. e) fagossomos. 2. (Unitau-1995) Considere as seguintes relações: OrganelasFunções I ribossomo...................... síntese de proteínas II lisossomo....................... respiração III mitocôndria................... produção de energia IV complexo de Golgi......... armazenamento Estão corretamente relacionadas: a) todas. b) somente I e III. c) somente II, III e IV. d) somente I, III e IV. e) somente II e IV. 3. (Fuvest-1993) Células de certos organismos possuem organelas que produzem ATPs e os utilizam na síntese de substância orgânica a partir de dióxido de carbono. Essas organelas são a) os lisossomos. b) as mitocôndrias. c) os cloroplastos. d) o sistema de Golgi. e) os nucléolos. 4. (Vunesp-1993) Nos túbulos do néfron há intenso transporte ativo. Portanto, as células das paredes desses túbulos são ricas em a) mitocôndrias. b) DNA. c) lisossomos. d) ribossomos. e) retículo endoplasmático. A N O T A Ç Õ E S - 90 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - 5. (Vunesp-1991) Em relação aos componentes celulares, assinale a alternativa correta. a) Membrana plasmática é uma estrutura lipoproteica que funciona como barreira seletiva entre o citoplasma e o núcleo. b) Parede celular é uma estrutura exoesquelética rígida que circunda e protege o conteúdo da maior parte das células vegetais. c) Plastos são organelas citoplasmáticas encontradas em células vegetais, recobertas por membranas e incapazes de autoduplicação. d) Mitocôndrias são organelas limitadas por membranas, encontradas somente em células animais e que geram energia química na forma de ATP. e) Núcleo é uma organela revestida por envoltório nuclear, presente tanto em organismos procariontes como em organismos eucariontes. 6. (Fuvest-1992) Um antibiótico que atue nos ribossomos mata a) bactérias, por interferir na síntese de proteínas. b) bactérias, por provocar plasmólise. c) fungos, por interferir na síntese de lipídios. d) vírus, por alterar DNA. e) vírus, por impedir recombinação gênica. 7. (Fuvest-1990) Organelas citoplasmáticas que contêm DNA: a) mitocôndria e ribossomo. b) mitocôndria e cloroplasto. c) nucléolo e cloroplasto. d) lisossomo e ribossomo. e) ribossomo e cromossomo. 8. (Unitau-1995) Leia as afirmativas a seguir. I. Nas células vegetais, os vacúolos são bem desenvolvidos e possuem, como função principal, armazenar água e outras substâncias. II. As células vegetais e as células animais possuem quantidades semelhantes de lisossomos e mitocôndrias. III.As células vegetais são autótrofas e as células animais são heterótrofas. 91 PRINCIPAIS ORGANELAS DA CÉLULA Assinale: a) se apenas a I estiver correta. b) se apenas a II estiver correta. c) se a II e a III estiverem corretas. d) se a I e a III estiverem corretas. e) se todas estiverem corretas. 9. (Fuvest-1996) A hipótese de que os cloroplastos e as mitocôndrias tenham surgido através de uma associação simbiótica de um eucarioto primitivo com, respectivamente, bactérias fotossintetizantes e bactérias aeróbicas, é reforçada pelo fato daquelas organelas celulares a) serem estruturas equivalentes, com grande superfície interna. b) apresentarem DNA próprio. c) estarem envolvidas, respectivamente, na produção e consumo de oxigênio. d) apresentarem tilacoides e cristas como as bactérias. e) serem encontradas tanto em organismos superiores como inferiores. 10. (Fatec-1996) “A silicose é uma doença muito comum em trabalhadores que lidam com amianto. Um dos componentes do amianto é a sílica, uma substância inorgânica que forma minúsculos cristais que podem se acumular nos pulmões. As células dos alvéolos pulmonares afetadas por estes cristais acabam sofrendo autólise”. Essa doença está relacionada com organoides citoplasmáticos denominados a) plastos. b) lisossomos. c) dictiossomos. d) mitocôndrias. e) centríolos. A N O T A Ç Õ E S - C A P Í TU L O 8 Membrana plasmática e transporte através da membrana CAPÍtuLO 8 membrana plasmátiCa e transporte através da membrana PLANEJANDO A ROTA A N O T A Ç Õ E S v ocê já deve ter reparado que é uma prática comum usar o sal na conservação dos alimentos, como a carne, por exemplo. Quando salgamos o peixe, as bactérias e os fungos, ao entrarem em contato com a carne do peixe, perdem água de suas células. Sem água, o seu metabolismo é reduzido. Dessa forma, a carne do peixe é preservada por mais tempo, pois fica livre da ação desses seres decompositores*. Neste capítulo você vai compreender o mecanismo que faz esses seres perderem água e deixarem de atuar no processo de decomposição da carne, pois todas as células possuem uma película muito fina que isola o conteúdo celular do meio externo, controlando também a entrada de substâncias – a membrana plasmática. - 96 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - INVESTIGANDO CAMINHOS Estrutura da membrana plasmática Observe o desenho a seguir: você vai conhecer o modelo de membrana plasmática mais aceito até hoje. Ele é chamado mosaico fluido. De acordo com esse modelo, participam da estrutura da membrana, proteínas, lipídios e uma pequena quantidade de glicídios. As moléculas de proteína estariam mergulhadas entre camadas bimoleculares de lipídios. Os glicídios estão presentes somente na face externa da membrana e estão ligados às proteínas ou aos lipídios, formando, respectivamente, glicoproteínas e glicolipídios. Permeabilidade da membrana plasmática: a célula não está totalmente isolada do meio externo; através da membrana, entram e saem substâncias da célula. A membrana plasmática controla as substâncias que entram e saem da célula e essas trocas com o meio podem ou não envolver gasto de energia. Por isso, distinguimos dois tipos de transporte: passivo e ativo. Transporte passivo: é o transporte de substâncias através da membrana em que não há consumo de energia. As substâncias entram e saem da célula normalmente. Como exemplo de transporte passivo, temos a difusão simples, a difusão facilitada e a osmose. Difusão simples: num líquido as moléculas estão sempre em movimento e se locomovem de um lado para o outro, ao acaso. No entanto, há uma tendência para que o movimento ocorra do lugar onde há mais concentração de moléculas para o lugar onde elas estejam em menor quantidade. Chamamos esse movimento de difusão. Um bom exemplo de difusão é a passagem de O2e CO2 pela membrana da célula. Como o consumo de O2 é grande pelas mitocôndrias durante a respiração celular, a concentração 97 MEMBRANA PLASMÁTICA E TRANSPORTE ATRAVÉS DA MEMBRANA desse gás dentro da célula é sempre menor que no meio externo. As moléculas de O2 se movimentam, então, do local de maior concentração (meio externo) para o de menor concentração (meio interno). Enquanto houver vida a célula estará consumindo O2, ficando o lado de fora da célula sempre com uma concentração maior de moléculas de O2. Isto quer dizer que, por difusão é garantida a entrada de O2 na célula. Com o CO2 ocorre o contrário. Sendo ele fabricado no interior da célula, como resíduo da respiração celular, o interior do citoplasma terá sempre uma concentração de CO2 maior que o lado de fora da célula. Isso garante a saída de CO2 da célula através da membrana. Por difusão, o CO2 passa do lugar mais concentrado para o menos concentrado. Observe o desenho e você vai compreender como ocorre o fluxo de moléculas. As moléculas de água e as do soluto movem-se ao acaso. Temos, como resultado, um fluxo de moléculas do local mais concentrado para o menos concentrado. Difusão facilitada: chamamos de difusão facilitada ao transporte de substâncias através da membrana com o auxílio de proteínas. Substâncias pouco solúveis em lipídios como, por exemplo, a glicose, atravessam com dificuldade a camada lipídica da membrana. Neste caso, a passagem se dá pelas proteínas da membrana que facilitam a sua entrada na célula. As proteínas funcionam como “carregadores” que transportam a glicose até a superfície interna da membrana, onde a glicose se separa da proteína e penetra no interior da célula. O carregador retorna, então, à superfície externa da membrana e vai se ligar a novas moléculas de glicose. Observe que não há consumo de energia, sendo, por isso considerado transporte passivo. Osmose: vamos imaginar um tubo com a extremidade revestida por uma membrana semipermeável (que só deixa passar o solvente, isto é, a parte líquida de uma solução*) e preenchido por uma solução contendo açúcar (soluto, isto é, a parte sólida de uma solução). Mergulhamos o tubo num recipiente com água pura. Observamos que a água entra no tubo e faz o nível do líquido subir. Sempre que houver uma diferença de concentração entre duas soluções, o solvente (água) vai se movimentar A N O T A Ç Õ E S - 98 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - da solução menos concentrada para a mais concentrada, pois na primeira há maior número de moléculas de água. Assim, podemos dizer que osmose é a difusão de moléculas de um solvente através de uma membrana semipermeável. A migração* das moléculas de água para quando os dois lados da membrana atingem o equilíbrio de concentração. Quanto mais concentrada for a solução, maior será a diferença de água entre os dois lados da membrana, pois o fluxo de moléculas da água será maior. A água se locomove da solução menos concentrada para a mais concentrada. Obs.: uma solução é isotônica em relação à outra quando os dois lados da membrana tiverem a mesma quantidade de solvente e soluto. Se a quantidade de soluto for maior de um dos lados, este terá uma solução hipertônica (com maior “força osmótica”). Ao contrário, onde houver menos soluto, a solução será hipotônica (com menor “força osmótica”). Consequências da osmose em células animais Através da osmose as células perdem e ganham água. Isso pode acarretar dois problemas: a plasmoptise e a crenação. Quando uma hemácia (glóbulo vermelho do sangue) é colocada numa solução hipotônica, ela recebe água e o seu volume aumenta. A membrana da célula é elástica, mas, se ela não resistir, arrebenta e espalha o conteúdo da solução. Essa ruptura recebe o nome de plasmoptise. No caso das hemácias, a plasmoptise recebe o nome de hemólise (lise = destruição). Se mergulharmos uma hemácia numa solução hipertônica, verificamos que a hemácia perde água por 99 MEMBRANA PLASMÁTICA E TRANSPORTE ATRAVÉS DA MEMBRANA osmose e murcha. A sua superfície fica enrugada ou crenada, daí o nome do fenômeno: crenação. Observe o esquema anterior com os exemplos que você acabou de ler. Consequências da osmose em células vegetais Quando as células vegetais são imersas em soluções hipertônicas, perdem água e a membrana plasmática se separa da parede celular, diminuindo o volume interno da célula. Denominamos a esse fenômeno plasmólise e dizemos que as células neste estado estão plasmolisadas. Quando, ao contrário, elas são colocadas em soluções hipotônicas, voltam a absorver água, tornando-se novamente túrgidas. Esse fenômeno recebe o nome de deplasmólise observe o desenho ao lado. Na agricultura o excesso de sal no solo pode fazer as células da raiz da planta cederem água ao solo, por osmose, ao invés de absorvê-la. Por isso, é importante o controle dos sais minerais no solo. Transporte ativo: é o transporte em que ocorre consumo de energia; algumas substâncias se locomovem de lugares de menor concentração para lugares de maior concentração, contrariando a tendência da difusão, que seria a de que esse movimento ocorresse do lugar de maior concentração para o de menor concentração. Nesse caso, o transporte é feito com a ajuda de proteínas especiais, que levam a substância para o outro lado da membrana, com grande consumo de energia. Um exemplo de transporte ativo é dado pelo sódio e o potássio. A concentração de sódio (Na+) é maior fora da célula e com o potássio (K+) ocorre o contrário. As células estão sempre gastando energia para bombear o Na+ e o K+ no sentido contrário à difusão. Transporte de grandes moléculas: endocitose e exocitose Endocitose: endocitose é a entrada de substâncias ou partículas grandes através de mecanismos especiais. No caso de partículas sólidas, a célula emite projeções do citoplasma, denominadas pseudópodos (falsos pés). Eles capturam e englobam o material que vai para o interior da célula, ficando dentro de uma bolsa chamada fagossomo. Esse processo recebe o nome de fagocitose. A N O T A Ç Õ E S - 100 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - As amebas realizam fagocitose para se nutrirem, emitindo os peudópodos para capturar alimento. No homem, os glóbulos brancos se utilizam deste mecanismo para realizar a função de defesa. Eles englobam e digerem os microrganismos invasores. Se o material for líquido, a membrana plasmática sofre invaginações (dobras), por onde penetra a partícula líquida, e vai formar uma bolsa chamada pinossomo. O processo é denominado pinocitose. Obs.: Nos dois processos – fagocitose e pinocitose – as vesículas que se formam, fagossomos e pinossomos estão associadas à presença de lisossomos – estruturas que contêm enzimas digestivas no seu interior. Os lisossomos realizam a digestão das partículas para que, posteriormente, sejam aproveitadas pela célula. Exocitose ou clasmocitose: É o processo através do qual a célula elimina os resíduos para o exterior, sendo o contrário da endocitose. É através da clasmocitose que as glândulas eliminam as suas secreções para o sangue ou para as cavidades do corpo. 101 MEMBRANA PLASMÁTICA E TRANSPORTE ATRAVÉS DA MEMBRANA Envoltórios e especializações da membrana Várias substâncias podem estar do lado de fora da membrana plasmática, formando um envoltório. Essas substâncias desempenham diversas funções. Na célula animal podemos encontrar, por exemplo, glicoproteínas (glicídios associados a proteínas), secretadas pela célula, presas na face externa da membrana. Na célula vegetal, o revestimento externo é a parede celular. Ela tem como função proteger e sustentar as células devido à sua resistência. Essa parede é resistente e permeável e é constituída, principalmente, por celulose. A deposição de celulose é irregular e, ao longo da parede celular, em algumas regiões, não há depósito de celulose, o que determina a presença de poros, através dos quais podem ocorrer as trocas de materiais com as células vizinhas. Para facilitar estas trocas, podem passar fios de citoplasma pelos poros, o que aumenta as trocas de substâncias de uma célula com outra: são os plasmodesmos. Regiões especializadas da membrana plasmática: algumas células podem apresentar especializações na membrana, ligadas à função que desempenham. Elas podem ser: as microvilosidades, os desmossomos e as interdigitações. Microvilosidades: evaginações (prolongamentos) da membrana que servem para aumentar a superfície de contato. Ocorrem em células como as do intestino, onde aumentam a absorção dos alimentos. Desmossomos: são diferenciações da membrana ricas em substâncias adesivas. São frequentes entre as células dos tecidos epiteliais (que são bem juntas). Os desmossomos aumentam a adesão (união) entre células vizinhas. Interdigitações: são encaixes existentes entre células vizinhas que aumentam a superfície de contato entre elas, facilitando a troca de substâncias. Geralmente surgem quando a membrana das duas células descreve um contorno irregular. Assim, uma se encaixa na outra. A N O T A Ç Õ E S - 102 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - DESAFIOS DO PERCURSO 1. Como a membrana plasmática colabora para manter constante a composição da célula? R. 2. Explique o que acontece com a célula em cada um dos casos seguintes e dê o nome da cada fenômeno. a) Célula animal e célula vegetal em solução hipertônica. b) Célula animal e célula vegetal em solução hipotônica. R. 3. Qual a diferença entre o transporte ativo e o passivo? R. 4. (UFRJ) Desde a Antiguidade, o salgamento tem sido usado como recurso para evitar a putrefação de alimentos, como a carne de boi, porco e peixe. Explique o mecanismo através do qual o salgamento preserva os alimentos. R. 5. O que são interdigitações? R. 6. Qual a função das microvilosidades? R. 7. Explique: fagocitose e pinocitose. R. 8. O que é clasmocitose? R. 9. Defina: a) solução hipotônica; b) solução hipertônica; c) solução isotônica; R. 103 MEMBRANA PLASMÁTICA E TRANSPORTE ATRAVÉS DA MEMBRANA 10. Explique o que é difusão facilitada. R. AMPLIANDO O HORIZONTE Importante! Para você compreender melhor este capítulo, consulte o capítulo de Química que trata das soluções - Química Geral e Inorgânica. Leia também Biologia - Uma abordagem evolutiva e ecológica - volume 1 - Avancini e Favaretto. Editora Moderna. GLOSSÁRIO Acarretar – causar, ocasionar. Decompositores – que realizam a decomposição, estrago, apodrecimento. Desencadear – desprender, soltar. Metabolismo digestivo – conjunto de transformações (reações químicas) que sofrem os alimentos durante o processo digestivo. Migração – passagem de um lugar para outro. Solução – líquido que contém uma parte sólida dissolvida. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PAULINO, W. R. Biologia atual. São Paulo: Ática, 1995. V. 11 LINHARES, S. , Gewandsznajder, F. Biologia hoje. São Paulo: Ática, 1997. V. 1. MEMÓRIAS DA VIAGEM 1. (PUC-PR) As células caracterizam-se por possuírem uma membrana plasmática, separando o meio intracelular do meio extracelular. A manutenção da integridade dessa membrana é essencial para a) possibilitar o livre ingresso de íons na célula. b) manter seu conteúdo, não necessitando de metabólitos do meio externo. c) impedir a penetração de substâncias existentes em excesso no meio extracelular. d) possibilitar que a célula mantenha uma composição própria. e) regular as trocas entre a célula e o meio, permitindo somente a passagem de moléculas do meio intra para o extracelular. A N O T A Ç Õ E S - 104 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - 2. (PUC-SP) De acordo com o modelo moderno, correntemente aceito, proposto por Singer e Nicholson, a membrana plasmática é constituída por a) um folheto triplo, onde uma camada bimolecular de lipídios se localiza entre duas camadas de proteínas. b) três folhetos lipídicos, sendo dois de triglicerídeos e um de fosfatídeos. c) dois folhetos ligados por pontes de hidrogênio, um de polissacarídeos e outro de ácidos graxos de peso molecular elevado. d) umacamadabimoleculardelipídios,comproteínasvariandodeposição, de acordo com o estado funcional da membrana. e) nenhuma das anteriores. 3. (UFMG) A célula de uma planta aquática que necessite manter sua concentração de íons Na+ mais elevada que a do meio circundante utilizará, normalmente, o processo de a) difusão. b) fagocitose. c) osmose. d) pinocitose. e) transporte ativo. 4. (UFRS) Na maioria das células vegetais, encontramos pontes citoplasmáticas que estabelecem continuidade entre as células adjacentes. Essas pontes são denominadas a) microtúbulos. b) polissomos. c) desmossomos. d)microvilosidades. e) plasmodesmos. 5. (UFRS) Um processo pelo qual a célula engloba partículas do meio externo, em geral na forma de gotículas, denomina-se a) osmose. b) fagocitose. c) pinocitose. d) endomixia. e) difusão ativa. 105 MEMBRANA PLASMÁTICA E TRANSPORTE ATRAVÉS DA MEMBRANA 6. (UFF-RJ) Nas células intestinais (enterócitos) encontramos estruturas relacionadas com o aumento da superfície de absorção, que se denominam a) microvilosidades ou microvilos. b) junções tipo gap. c) hemidesmossomos. d) complexos unitivos. e) cinocílios. 7. (UFAL) A parede celular e a membrana plasmática apresentam, respectivamente, constituição a) celulósica e lipoproteica. b) glicídica e lipídica. c) celulósica e proteica. d) lipoproteica e glicídica. e) proteica e lipoproteica. 8. (UFPA) Uma célula vegetal colocada em meio hipotônico: a) sofrerá plasmólise. b) não sofrerá qualquer alteração. c) ficará túrgida. d) sofrerá plasmoptise. d) terá saída de água. 9. (FCMS-SP) Plasmólise é a) a entrada seletiva de certas substâncias, através da membrana plasmática. b) a destruição do protoplasma de plantas superiores por bactérias ou vírus. c) a adesão de várias células por agentes químicos. d) o fenômeno pelo qual há separação do protoplasma da parede celular por perda de água. e) a degeneração plasmática por obstrução da parede celular, com consequente impossibilidade de trocas com o meio ambiente. A N O T A Ç Õ E S - 106 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - 10. (UFGO) A incorporação de gotículas no citoplasma, por invaginação da membrana plasmática, formando vesículas, denomina-se a) fagocitose. b) clasmocitose. c) endocitose. d) pinocitose. e) plasmólise. C A P Í TU L O 9 Respiração celular CAPÍtuLO 9 respiração CelUlar PLANEJANDO A ROTA A N O T A Ç Õ E S t odos nós já ouvimos falar que a prática regular de exercícios físicos é saudável, tanto fisicamente quanto mentalmente. Porém, todo exercício deve ser orientado por um profissional competente. Não devemos iniciar uma atividade física fazendo muito esforço de uma só vez. Os exercícios devem ser aumentados gradualmente, para alcançarem maior eficiência. Entenda por que isso é importante. Se o músculo estiver se contraindo muito rápido, o oxigênio que entra pelos pulmões, levado pelo sangue, pode não ser suficiente para liberar a energia necessária com rapidez. O músculo, então, realiza outro tipo de respiração, a fermentação, produzindo um tipo de ácido, o ácido lático, que se acumula nos músculos, provocando a fadiga muscular nas pessoas que não estão bem preparadas. Esse acúmulo de ácido lático deve ser retirado, o mais rápido possível, dos músculos e do sangue. Por isso, quando acabamos de correr, por exemplo, continuamos ofegantes por um tempo para conseguir o oxigênio e evitar a morte de células. Os exercícios aeróbios como a corrida, a caminhada, a natação, o ciclismo, trazem muitas vantagens, tais como: ajudam a perder peso já que, após algum tempo, os músculos passam a “queimar” as gorduras; ajudam também na prevenção de doenças do coração: o colesterol e a pressão arterial são reduzidos. - 110 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - Não só a saúde física, mas também a saúde mental se beneficia com a atividade física: durante os exercícios, aumenta a produção da endorfina, substância que atua no nosso corpo, diminuindo a dor e nos dando uma sensação de bem-estar e relaxamento, pois reduz o estresse. INVESTIGANDO CAMINHOS Os significados da respiração Existem dois significados para o termo respiração. Respiração orgânica – ocorre no nível dos pulmões ou de outros órgãos respiratórios e se relaciona com as trocas gasosas (oxigênio e gás carbônico). Respiração celular – ocorre nas células, principalmente dentro das mitocôndrias e é um complexo mecanismo bioquímico. É esse tipo que vamos tratar nesse capítulo. Acompanhe pelo esquema esses dois tipos de respiração. Você sabia que sem energia não existe vida? Quando uma pessoa pula, ri, corre, chora, dorme, ela está consumindo energia das células do seu corpo. Assim, todo ser vivo, desde o mais simples até o mais evoluído, consome energia para realizar suas funções. As células precisam recuperar a energia perdida e, para que isso ocorra, os seres vivos necessitam de alimentos. Porém os alimentos, para chegarem até as células, precisam atravessar a membrana plasmática, que não permite a entrada de moléculas grandes. Surge, então, uma pergunta: Como a célula aproveita a energia armazenada* nas grandes moléculas? As enzimas digestivas, como já vimos no capítulo 6, são usadas para “quebrar” as grandes moléculas em moléculas menores, antes de elas penetrarem na célula. 111 RESPIRAÇÃO CELULAR Acompanhe um exemplo: o amido, que é encontrado no pão na batata etc., é formado por várias moléculas de glicose unidas, sendo, portanto, uma macromolécula* ou molécula grande. Observe o quadro. Para que as moléculas de amido possam ser aproveitadas dentro das células, as enzimas digestivas agem nas ligações químicas existentes entre as moléculas da glicose, separando-as. Continue acompanhando. A glicose vai sendo, então, “quebrada”, aos poucos, liberando, lentamente, a energia que estava armazenada nas ligações químicas existentes entre seus átomos, como foi visto no quadro acima. Observe agora o exemplo ao lado: Portanto, respiração é o processo utilizado pelas células, através do “desmonte” de moléculas orgânicas, para liberar a energia necessária ao metabolismo, que está contida nos alimentos. Vamos fazer uma comparação entre uma combustão simples (queima) e a respiração celular. Numa combustão* simples, quando a substância química é degradada, isto é, “quebrada”, como a madeira, por exemplo, ocorre produção de gás carbônico (CO2), de água (H2O) e a energia é liberada rapidamente, isto é, de uma só vez. Observe o quadro. Na respiração celular, quando a glicose é degradada, ocorre produção de CO2, de H2O e a energia é liberada lentamente. A maior parte dessa energia fica acumulada num composto químico chamado ATP (adenosina trifosfato) e uma pequena parte se perde sob a forma de calor. O ATP, de que, a partir de A N O T A Ç Õ E S - 112 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - agora, você vai ouvir falar muito, é a forma como a nossa energia está acumulada! Guarde bem! ATP = Energia. Veja o esquema acima. Para entender melhor essa diferença, observe com atenção os esquemas abaixo: Na respiração, o ATP age primeiramente armazenando a energia química tirada dos alimentos e, depois, distribuindo essa energia de acordo com as necessidades da célula. A energia química cedida pelo ATP pode ser usada: na produção de várias substâncias que formam a matéria viva, como as proteínas; no transporte ativo de íons e moléculas através da membrana plasmática; na condução de impulsos nas células nervosas; nas divisões celulares; nas contrações musculares etc. Importante! Todos os seres vivos realizam a respiração em todas as suas células. A respiração é um processo contínuo, isto é, ocorre dia e noite sem parar. Lembre-se de que sem energia não existe vida e é a respiração que permite aos seres vivos libertarem a energia armazenada nos alimentos. Tipos de respiração celular Encontramos dois tipos de respiração celular: a respiração aeróbia e a anaeróbia ou fermentação. Respiração celular aeróbia Este tipo de respiração, realizado pela maioria dos seres vivos, começa no citoplasma e termina em uma organela citoplasmática chamada mitocôndria. 113 RESPIRAÇÃO CELULAR A principal molécula utilizada pelas células como fonte de energia é a glicose. Esse tipo de respiração pode ser resumido pela equação abaixo: Por que o oxigênio é necessário nesse tipo de respiração? Quando a glicose (C6H12O6) é quebrada, todos os átomos ficam soltos (carbono, hidrogênio e oxigênio). Os átomos de carbono e oxigênio se unem formando gás carbônico (CO2). Os átomos de hidrogênio ficam soltos, tornando a célula ácida, e a acidez provoca a morte da célula. Para evitar a morte das células por acidez, as moléculas de O2 provenientes do ar se combinam com os átomos de hidrogênio que estavam soltos, formando a água (H2O), que não é tóxica. Portanto, o oxigênio é o aceptor final, isto é, o “o último receptor” dos hidrogênios. Fases da respiração aeróbia A respiração aeróbia é realizada em três etapas. 1ª etapa Glicólise ou piruvirato: ocorre no citoplasma por ação das enzimas respiratórias que, lentamente, vão quebrar a molécula da glicose (C6H12O6) em duas moléculas de ácido pirúvico (C3H4O3). Essa etapa acontece na ausência do O2. Houve um saldo, isto é, uma “sobra” de duas moléculas de ATP. Observe o esquema. Para entender essa etapa, é bom saber que: a) todo composto químico que perde elétrons se oxida; b) todo composto químico que ganha elétrons se reduz; c) NAD é um composto químico que perdeu elétrons, estando, portanto, oxidado. Quando ele recebe os 4 hidrogênios que ficaram soltos na quebra da glicose, ele se torna reduzido, transformando-se em NADH2. O NAD tem, portanto, a função de aceptor (“recebedor”) intermediário de hidrogênios que ficam soltos durante a respiração, pois o oxigênio é o aceptor final, como será visto mais adiante. A N O T A Ç Õ E S - 114 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - Se você já aprendeu essa matéria em Química, será bem mais fácil o entendimento. Antes de se iniciar a 2ª etapa da respiração, existe uma fase preparatória, na qual o ácido pirúvico perde hidrogênios e CO2, transformando-se em um composto com dois átomos de carbono. Repare que o ácido pirúvico tem três átomos de carbono! 2ª etapa Ciclo de Krebs: ocorre dentro da mitocôndria, onde o composto de dois carbonos se liga a um composto químico já existente na mitocôndria formado de quatro carbonos, que dará origem ao Ácido Cítrico (que possui seis carbonos). Esse ácido perderá hidrogênios e gás carbônico, resultando em vários compostos intermediários como o NAD e o FAD, que é outro aceptor intermediário de hidrogênio. São liberadas também duas moléculas de ATP. 3ª etapa Cadeia respiratória ou cadeia transportadora de elétrons: ocorre também dentro da mitocôndria. Nessa etapa, os átomos de hidrogênio do NADH2 provenientes da glicólise, da fase preparatória e do Ciclo de Krebs, além dos átomos de hidrogênio do FADH2, provenientes do Ciclo de Krebs, serão transportados por várias moléculas químicas, chamadas citocromos, até o O2. Nessa fase há uma liberação bem maior de ATP: 34 moléculas. Observe com atenção o esquema. Na cadeia respiratória, cada NADH2 tem energia suficiente para formar 3 ATP, e cada FADH2, para formar 2 ATP. Os elétrons vão perdendo energia até o último elemento da cadeia, que é o oxigênio. Esse oxigênio recebe os íons hidrogênio, formando água. Logo, o aceptor final de hidrogênio, na respiração, é o oxigênio. Portanto, o saldo energético final da respiração aeróbia é: 2 ATP da Glicólise, 2 ATP do Ciclo de Krebs e 34 ATP da cadeia respiratória, totalizando 38 ATP. 115 RESPIRAÇÃO CELULAR Respiração celular anaeróbia ou fermentação: alternativa energética Neste tipo de respiração, os seres vivos libertam a energia dos alimentos na ausência de O2. Ela acontece apenas no citoplasma, isto é, ocorre apenas a Glicólise. A desmontagem da glicose é parcial. São produzidos resíduos de tamanho molecular maior do que os produzidos na respiração aeróbia e o saldo energético é menor: apenas 2 ATP. Nesse caso, os aceptores finais de hidrogênio serão compostos, como o ácido pirúvico formado na quebra da glicose. Tipos de fermentação Fermentação alcoólica: as duas moléculas de ácido pirúvico produzidas são convertidas em 2 moléculas de álcool etílico ou etanol (composto com 2 átomos de Carbono), com liberação de duas moléculas de CO2 e 2 ATP. É realizada por alguns fungos e algumas bactérias. O homem aproveita essa ação fermentadora dos fungos para a produção de bebidas como a cerveja, o vinho etc. e a fabricação do pão. Mais recentemente, esses fungos estão sendo utilizados para a produção industrial de álcool combustível. Observe o esquema. Fermentação lática: neste tipo de respiração, a glicose também se transforma em ácido pirúvico que, em seguida, se transforma em ácido lático (composto com 3 átomos de carbono) com liberação de 2 ATP. É realizada por algumas bactérias, protozoários, fungos e pelas células musculares de vertebrados, quando estes praticam exercícios muito intensos. Esse tipo de fermentação é utilizado na fabricação de coalhadas, iogurtes e conservas. Veja no esquema. A N O T A Ç Õ E S - 116 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - É mais vantajoso um ser vivo realizar a respiração aeróbia do que a fermentação, pois seu saldo energético é de 38 ATP contra 2 ATP da fermentação. Observações: 1. Existem seres chamados anaeróbios facultativos, isto é, que podem realizar a respiração aeróbia quando houver O2 no ambiente, ou fermentação, quando não houver O2 suficiente. Como exemplo, temos os fungos utilizados na produção da cerveja e as nossas células musculares, quando nos exercitamos muito. 2. Existem seres chamados anaeróbios estritos, que só realizam a respiração anaeróbia, morrendo na presença do O2, como as bactérias causadoras do tétano. Já vimos muitas coisas! Vamos verificar se você conseguiu aprender, respondendo às questões abaixo. Se tiver dificuldades, releia o capítulo! Quantas vezes forem necessárias. DESAFIOS DO PERCURSO 1. Explique a diferença entre respiração orgânica e respiração celular. R. 2. Diga quais são as fases da respiração aeróbia e o saldo energético de cada uma. R. 3. Por que os exercícios aeróbios são importantes? R. 4. (Fuvest-1994) No processo de fabricação do pão, um ingrediente indispensável é o fermento, constituído por organismos anaeróbicos facultativos. Qual a diferença entre o metabolismo energético das células que ficam na superfície da massa e o metabolismo energético das células que ficam em seu interior? R. 117 RESPIRAÇÃO CELULAR 5. (Fuvest-1991) O fungo Saccharomyces cerevisiae (fermento de padaria) é um anaeróbico facultativo. Quando cresce na ausência de oxigênio, consome muito mais glicose do que quando cresce na presença de oxigênio. Por que existe essa diferença no consumo de glicose? R. 6. Alguns fungos podem viver tanto na presença quanto na ausência do gás oxigênio. a) Que processos de obtenção de energia os fungos realizam em cada uma dessas situações? b) Em qual das situações a atividade metabólica dos fungos é mais alta? Por quê? R. 7. Faça uma comparação entre respiração aeróbia e fermentação alcoólica quanto à presença de O2, quantidade de ATP produzida e produtos residuais. R. 8. Qual é a importância do oxigênio para a respiração celular? R. AMPLIANDO O HORIZONTE Importante: neste capítulo, você encontrou muita coisa relacionada com a Química. Portanto, é interessante ler com atenção o capítulo 8 de Química, que trata de reações químicas, e o capítulo 13, que trata de ligações químicas. Mais detalhes sobre o assunto você encontrará nos livros: Bio - vol. 1 - Sônia Lopes; Biologia Hoje - vol. 1- Sérgio Linhares e Fernando Gewandsznajder. GLOSSÁRIO Armazenada – guardada. Combustão – queima. Macromoléculas – moléculas grandes. A N O T A Ç Õ E S - 118 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMABIS , MARTHO. Biologia das células. São Paulo: Moderna, V. 1. CÉSAR , SEZAR. Biologia 1. São Paulo: Saraiva. V. 1. LINHARES, S., GEWANDSZNAJDER, F. Biologia hoje. São Paulo: Ática. V. 1. LOPES, S. Bio 1. São Paulo. Saraiva. V. 1. UZUNIAN, A. Biologia 1. São Paulo: Harbra. MEMÓRIAS DA VIAGEM 1. A produção de ATP numa célula animal ocorre a) nos centríolos. b) nos cromossomos. c) nos lisossomos. d) nos ribossomos. e) nas mitocôndrias. 2. O exagero na prática de exercícios físicos leva a fortes dores musculares. Isso ocorre devido ao acúmulo de a) ácido pirúvico. b) ácido lático. c) ácido nítrico. d) ácido fosfoglicérico. e) ácido clorídrico. 3. (Ufviçosa 1996) As mitocôndrias, organelas celulares relacionadas com a produção de energia (ATP), estão presentes em a) células animais e vegetais. b) eucariotos e procariotos. c) células animais apenas. d) células vegetais apenas. e) procariotos. 119 RESPIRAÇÃO CELULAR 4. (Fuvest-1993) Células de certos organismos possuem organelas que produzem ATPs e os utilizam na síntese de substância orgânica a partir de dióxido de carbono. Essas organelas são a) os lisossomos. b) as mitocôndrias. c) os cloroplastos. d) o sistema de Golgi. e) os nucléolos. 5. Como se denomina o processo químico realizado por certos microrganismos e que tem como produtos finais álcool e gás carbônico? a) Fotossíntese. b) Sudação. c) Respiração. d)Fermentação. e) Fotólise. 6. (Ufmg-1997) Na fabricação de iogurtes e coalhadas, utilizam-se “iscas”, isto é, colônias de microrganismos que realizam a fermentação do leite. Em relação a esse processo, é correto afirmar que: a) consiste em respiração aeróbica. b) é realizado por vírus anaeróbicos láticos. c) resulta da liberação de ácido lático e energia. d) resulta na formação de ácido acético e CO2. e) resulta na formação da glicose. 7. A respiração aeróbica fornece como produtos finais: a) ácido pirúvico e água. b) ácido pirúvico e oxigênio. c) gás carbônico e água. d) oxigênio e água. e) oxigênio e gás carbônico. 8. As etapas do processo de respiração celular que ocorrem no interior das mitocôndrias são a) glicólise e ciclo de Krebs. b) glicólise e cadeia respiratória. c) glicólise e ciclo das pentoses. d) ciclo de Krebs e cadeia respiratória. e) ciclo de Krebs e ciclo das pentoses. A N O T A Ç Õ E S - C A P Í TU L O 10 fotossíntese C A P Í TU L O 10 fotossíntese PLANEJANDO A ROTA A N O T A Ç Õ E S Um pouco de história... A ntigamente, os cientistas pensavam que vinha do solo tudo de que as plantas precisavam para crescer. Porém, no século XVII, um cientista achou que a massa da planta, isto é, a matéria que compõe a planta, vinha principalmente da água, sendo a participação do solo muito pequena. E, como todo cientista, usou o método científico, que você já aprendeu no capítulo 1, realizando o seguinte experimento: colocou uma pequena planta em um vaso com terra e, durante cinco anos, acrescentou apenas água, quando necessário. Verificou que durante esses cinco anos a massa da planta aumentou muito e a massa do solo diminuiu muito pouco; concluiu, então, que a massa da planta vinha da água, sendo pequena a contribuição do solo. Outros pesquisadores passaram a desconfiar que o ar também contribuía para o crescimento da planta, embora ainda não soubessem ao certo a composição do ar. No final do século XVII, apareceu um químico inglês dizendo que a combustão (queima) de qualquer objeto fazia o ar ficar impuro e também fez um experimento (figura): colocou uma vela acesa dentro de um recipiente de vidro fechado e, após algum tempo, a vela apagava. Colocou ainda um pequeno rato - 124 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - dentro do recipiente e ele também morreu. Com isso, ele tentou mostrar que o ar impuro teria causado a morte do rato. Em seguida, no mesmo recipiente em que a vela tinha sido apagada, ele colocou uma planta e tornou a acender a vela: a chama se manteve acesa por mais tempo. Colocou outro rato no recipiente que continha a planta, e o animal viveu por mais tempo que o do experimento anterior. Concluiu que as plantas renovavam o ar que havia se tornado impuro pela combustão e pela respiração dos animais. Note como é importante que todo experimento seja testado!!! Mais tarde, um cientista holandês repetiu os mesmos experimentos, realizando-os apenas durante o dia: as velas permaneceram acesas por mais tempo e os ratinhos permaneceram vivos, concluindo ele que o ar só era purificado pelas plantas quando havia luz. E, também, que somente as plantas verdes eram capazes de renovar o ar e que o Sol, sem as plantas, não tinha o poder de purificar o ar. Assim foram feitas sucessivas experiências até que, com o tempo, foi descoberta a fotossíntese. Não podemos conceber a vida na Terra sem a existência das plantas verdes. Alguns seres vivos, para recuperar a energia perdida nas células, produzem o seu próprio alimento, sendo chamados de seres autótrofos ou autotróficos, através de processos biológicos chamados de fotossíntese e quimiossíntese. No entanto, a maioria dos seres vivos é incapaz de produzir seus alimentos, sendo chamada de seres heterótrofos ou heterotróficos. Eles retiram a energia de alimentos que já existem prontos no meio ambiente. Neste capítulo você vai conhecer um pouco sobre fotossíntese e quimiossíntese. Fotossíntese É um processo que transforma a energia luminosa (do Sol) em energia química armazenada nos alimentos. Este fenômeno ocorre nas células clorofiladas* dos vegetais, no interior de organelas chamadas cloroplastos que só as células vegetais possuem. Para que ela ocorra, devem existir dentro dos cloroplastos: água e sais minerais (vindos geralmente do solo); CO2 (do ar); o pigmento clorofila (pigmento responsável pela absorção da energia luminosa) e a energia solar. Se uma dessas condições faltar dentro dos cloroplastos, a fotossíntese não acontece ou, se um dos fatores citados estiver em pequena quantidade, ela ocorre com pouca eficiência. 125 FOTOSSÍNTESE Mesmo nas plantas cuja cor não é verde existe clorofila. Porém, outros pigmentos, que existem em maiores quantidades, encobrem a cor verde da clorofila. Depois do que já foi dito sobre a fotossíntese, certamente você entendeu a importância da luz solar para que ela ocorra. O que acontece, então, nos dias nublados e, principalmente, durante a noite? O armazenamento de substâncias orgânicas é muito importante para a planta, principalmente à noite e em dias nublados. A reserva energética contida na matéria orgânica produzida pelas plantas durante o dia é, portanto, fundamental para a sua sobrevivência. Ao fazer a fotossíntese, as plantas renovam o ar que respiramos. Porém é errado dizer que a floresta amazônica é o “pulmão” do mundo. Plantas terrestres que ainda estão em fase de crescimento necessitam de grande quantidade de CO2, utilizando-o para formar novas moléculas orgânicas, realizando intensa fotossíntese e liberando grande quantidade de O2. Nas florestas maduras, porém, como a amazônica, cujas árvores já atingiram o equilíbrio, o consumo de O2 usado na respiração é equivalente à sua produção durante a fotossíntese. Isso, no entanto, não diminui a importância desta floresta. Cerca de 90% do oxigênio da atmosfera provêm da fotossíntese realizada pelas algas microscópicas. Observe atentamente o esquema em que encontrará o resumo do processo fotossintético: Quando a planta está bem iluminada, ela produz uma grande quantidade de glicose e oxigênio. A quantidade de glicose que não é consumida pela célula durante a respiração fica armazenada* sob a forma de amido. A quantidade de oxigênio que também não é consumida na respiração é liberada para a atmosfera. Quando existe bastante luz, a velocidade da A N O T A Ç Õ E S - 126 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - fotossíntese é maior do que a velocidade da respiração, sendo maior a quantidade de oxigênio liberado. Durante a noite as plantas apenas respiram, liberando para a atmosfera grande quantidade de CO2, e competem com os outros seres vivos, porque retiram da atmosfera O2 (do mesmo local que os outros seres vivos) e este não é reposto por elas. Quando o dia está amanhecendo, a quantidade de luz é pequena e a fotossíntese recomeça com pouca intensidade, mas vai aumentando no decorrer do dia. Etapas da fotossíntese 1ª ETAPA - Etapa fotoquímica ou fase luminosa ou fase clara Essa etapa só acontece devido à absorção da energia luminosa pelas moléculas de clorofila que funcionam como “antenas” captadoras da energia contida na luz solar. Portanto, ela é dependente da luz. Nessa fase ocorre a fotólise da água, que é a quebra da molécula da água em hidrogênio e oxigênio e a fotofosforilação, em que vai haver formação de ATP, sob a ação da luz. O ATP é nossa fonte de energia!!! Lembre-se disto. A molécula de clorofila, ao absorver a energia luminosa, liberta elétrons ricos em energia que são capturados por substâncias transportadoras de elétrons como o NADP (molécula semelhante ao NAD, que foi estudado na respiração). Dependendo das substâncias transportadoras, os elétrons podem realizar dois tipos de trajetos: Fotofosforilação cíclica – ocorre com a participação apenas de um sistema de clorofila – clorofila a – de onde saem elétrons que vão liberando energia para a formação de ATP e, em seguida, retornam a ela (clorofila a), porém pobres em energia. Por isso é chamada cíclica! Fotofosforilação acíclica – ocorre com a participação de dois sistemas de clorofila (clorofila a e clorofila b). Nessa fase, os elétrons que saem da clorofila a não retornam para ela. A clorofila a recebe os elétrons que saem da clorofila b, que são capturados por substâncias transportadoras e, durante o transporte esses elétrons cedem energia, que será também utilizada na formação de ATP. A clorofila b recupera seus elétrons através da fotólise da água. Concluimos, portanto, que as clorofilas a e b recuperam os seus elétrons, porém, estes não são os mesmos que foram perdidos; por isso, a fotofosforilação é chamada de acíclica. 2ª ETAPA - Etapa química ou enzimática ou fase escura Essa etapa ocorre nos cloroplastos, em uma estrutura chamada estroma. É também chamada escura porque, para ela acontecer, não é necessário haver absorção de luz; assim, o termo escuro não significa que ela ocorre à noite, significa que ela ocorre independente da presença de 127 FOTOSSÍNTESE luz. Nessa fase, a energia contida nos ATPs e os hidrogênios dos NAPH2 formados na fase clara será utilizada para a produção da glicose. A produção da glicose ocorre durante um complexo ciclo de reações, do qual participam vários compostos simples. Nessa etapa, moléculas de CO2 unem-se umas às outras, formando cadeias de carbono que levam à produção da glicose. A glicose produzida pode ser armazenada sob a forma de amido nas folhas ou levada para outras partes da planta como as raízes, caules, frutos e sementes. Outra parte da glicose é transformada em celulose, que será incorporada às paredes celulares (a celulose é a substância orgânica mais abundante na natureza). Algumas conclusões importantes 1. A fotossíntese fornece alimento a todos os seres vivos e aumenta a quantidade de oxigênio (O2) na atmosfera. 2. O oxigênio que a planta libera para a atmosfera é proveniente da água (H2O) e não do gás carbônico (CO2). 3. O ATP e o NADH2 produzidos na fase clara serão utilizados na fase escura. 4. O primeiro alimento produzido pela planta é a glicose. Observe atentamente o esquema onde estão representadas as duas etapas da fotossíntese. Fatores que interferem na velocidade da fotossíntese A velocidade da fotossíntese é calculada medindo-se a quantidade de O2 que é liberada para a atmosfera; portanto, quanto maior for a quantidade de oxigênio liberado, maior será a velocidade da fotossíntese. A luz, o CO2 e a temperatura são alguns dos fatores que podem influenciar a velocidade da fotossíntese. A N O T A Ç Õ E S - 128 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - Como exemplo, observe bem o gráfico seguinte, que servirá para melhor entendimento esses fatores. Em alguns capítulos de Matemática, você encontrará explicações mais detalhadas sobre construção e interpretação de gráficos; procure lê-los com bastante atenção. No ponto A, a produção de O2 é negativa e, portanto, a planta não está realizando a fotossíntese e ela se encontra no escuro (noite). A planta só realiza a respiração, portanto, quando consome O2 da atmosfera. Nesse ponto, a velocidade de fotossíntese é menor do que a velocidade da respiração (VF < VR). No ponto B, a planta já recebe um pouco de luz (quando está amanhecendo), recomeçando a fotossíntese com uma pequena produção de O2, que é todo consumido na sua respiração e, por isso, o ponto é chamado Ponto de Compensação Luminosa. A velocidade da fotossíntese se igualou à velocidade de respiração. (VF = VR). Quando a quantidade de luz for superior do Ponto de Compensação Luminosa, haverá um saldo de O2 e a velocidade da fotossíntese será maior do que a velocidade de respiração (VF > VR). No ponto C, a quantidade de O2 produzida pela planta se torna constante, e ele é chamado Ponto de Saturação Luminosa. Mesmo se aumentarmos a quantidade de luz, a velocidade não se altera, pois, neste ponto, outro fator diferente da luz, como o CO2, por exemplo, pode não estar em quantidade suficiente para acompanhar o aumento da luz e, nesse momento, começa a limitar a fotossíntese, e a quantidade de O2 permanece constante. No quadro seguinte, você encontrará algumas diferenças entre fotossíntese e respiração: Veremos agora, resumidamente, o outro processo de produção de alimento. 129 FOTOSSÍNTESE Fotossíntese Utiliza H2O e CO2 como matéria-prima. Absorve a energia luminosa e armazena-a sob a forma de energia química. Respiração Libera a energia armazenada nos alimentos. Libera CO2 . Libera O2 . Constrói a matéria orgânica (glicose). Destrói a matéria orgânica (glicose). Ocorre durante o dia. Utiliza a glicose e o O2 como matéria-prima. Ocorre durante o dia e a noite. Quimiossíntese É a construção de cadeias de carbono a partir do CO2, H2O e outras substâncias minerais sem a utilização da energia luminosa. É realizada por bactérias que vivem no solo. Observe o esquema: A quimiossíntese tem pouca significação no processo de produção de cadeias de carbono; porém, será fundamental no ciclo dos compostos nitrogenados, que você estudará mais adiante. A N O T A Ç Õ E S - 130 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - DESAFIOS DO PERCURSO 1. Qual é a importância do Sol e das plantas para a vida em nosso planeta? R. 2. (Vunesp-1994) A luz não influi na respiração das plantas. Mantendo-se a planta em ambiente com O2‚ e temperatura constante, a respiração é a mesma nas várias horas do dia, conforme indicado por linhas pontilhada na figura a seguir. A fotossíntese é influenciada pela quantidade de luz que a planta recebe. Medindo-se o volume de O2‚ que a planta produz com a curva da fotossíntese indicada na figura, responda: a) Em quais horários a respiração é maior do que a fotossíntese? b) Em que momentos os volumes dos gases consumidos e produzidos serão os mesmos? R. 3. Dê três diferenças entre fotossíntese e respiração. R. 4. A planta aquática Elódea realiza a fotossíntese quando iluminada e libera bolhas de O2 que podem ser coletadas com um tubo de ensaio. Sugira uma medida que possa ser utilizada para aumentar a velocidade da produção de bolhas de O2. R. 5. Em que etapa da fotossíntese a glicose é produzida? Que substâncias são necessárias para que ela aconteça? R. 6. Qual a importância da fotossíntese na manutenção da vida na Terra? R. 7. Qual é a diferença entre fotofosforilação cíclica e acíclica? R. 131 FOTOSSÍNTESE 8. Qual é o papel da água na fotossíntese? R. AMPLIANDO O HORIZONTE Importante! Neste capítulo, você encontrou muita coisa relacionada com a Química; portanto, é interessante ler com atenção os capítulos que tratam de reações químicas, ligações químicas, oxidação e redução; energia. E também o capítulo 11 de Física que trata de energia; os capítulos de Matemática sobre interpretação e construção de gráficos. Mais detalhes sobre o assunto você encontrará nos livros: Biologia 1, de Armênio Uzunian , ed. Harbra; Biologia Hoje - vol 1- Sérgio Linhares e Fernando Gewandsznajder, Editora Ática vol. 1. GLOSSÁRIO Armazenada - guardada. Clorofiladas - que possuem clorofila. Foto - luz (em palavras como fotossíntese, por exemplo) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMABIS, MARTHO. Biologia das células. São Paulo: Moderna. V. 1. AVANCINI, FAVARETTO. Biologia uma abordagem evolutiva e ecológica. São Paulo: Moderna. V. 1. CÉSAR , SEZAR. Biologia 1. São Paulo: Saraiva. V. 1. LINHARES, S. O., GEWANDSZNAJDER, F. Biologia hoje. São Paulo: Ática. V.1. LOPES, S. Bio 1. São Paulo: Saraiva. V. 1. UZUNIAN, A. Biologia 1. São Paulo: Habra. A N O T A Ç Õ E S - 132 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - MEMÓRIAS DA VIAGEM 1. (Fei-1994) Considerando-se os principais processos energéticos que ocorrem nos seres vivos, podemos corretamente afirmar que: a) o autotrofismo é uma característica dos seres clorofilados. b) o heterotrofismo impossibilita a sobrevivência dos seres aclorofilados. c) a fotossíntese e a respiração aeróbica são processos que produzem sempre as mesmas substâncias químicas. d) a fermentação é um processo bioquímico que não produz qualquer forma de energia. e) apenas a fermentação alcoólica produz ácido pirúvico. 2. Compare (I) fotossíntese e (II) respiração. Assinale a alternativa cujos conceitos estão trocados (invertidos): a) (I) a energia é armazenada; (II) a energia é liberada. b) (I) o gás carbônico é aproveitado; (II) o gás carbônico é liberado. c) (I) só ocorre durante o dia; (II) ocorre durante o dia e a noite. d) (I) só ocorre nas plantas; (II) ocorre nos animais e plantas. e) (I) a reação libera água; (II) a reação usa água. 3. (Mackenzie-1997) Assinale a alternativa INCORRETA a respeito da fotossíntese. a) Se a água fornecida para uma planta contiver oxigênio radioativo, toda a radioatividade será encontrada nas moléculas de glicose. b) É um processo que ocorre principalmente nas plantas, mas pode ser observado também em bactérias. c) Temperaturas muito altas poderão reduzir a velocidade desse processo, bem como concentrações muito baixas de CO2. d) Uma das etapas desse processo é independente de luz. e) Na etapa dependente de luz, há produção de ATP que será utilizado na síntese de glicose. 133 FOTOSSÍNTESE 4. (Puccamp 1993) Observe os esquemas e assinale a alternativa que identifica corretamente as organelas e os processos celulares representados em I e II. a) I - (ribossomo - síntese de açúcares), II - (mitocôndria - respiração) b) I - (cloroplasto - fotossíntese), II - (ribossomo - respiração) c) I - (cloroplasto - fotossíntese), II - (mitocôndria - respiração) d) I - (mitocôndria - respiração), II - (cloroplasto - fotossíntese) e) I - (mitocôndria - síntese de açúcares), II - (ribossomo - respiração) 5. (Puc-mg 1997) Nas células eucariotas vegetais, o cloroplasto é responsável pela a) fotossíntese e respiração celular. b) fotossíntese, apenas. c) respiração celular, apenas. d) síntese de proteínas e lípides. e) síntese de ácidos nucleicos. 6. Assinale a organela onde é realizada a fotossíntese. a) carioteca. b)mitocôndria. c) cloroplasto. d) DNA. e) RNA. 7. Com relação à fotossíntese, qual das alternativas a seguir é incorreta? a) O CO2 é liberado para o ambiente. b) É um processo realizado nos cloroplastos. c) A luz é a fonte doadora de energia. d) O O2 liberado é resultante da fotólise da água. e) A glicose é o produto final. A N O T A Ç Õ E S - 134 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - 8. (Udesc-SC) A quimiossíntese é a produção de matéria orgânica realizada a partir de substâncias minerais simples, usando somente energia química, e é a) apresentada por todos os vegetais. b) apresentada somente pelos animais. c) apresentada pelos vírus. d) apresentada por todos os animais e alguns vegetais. e) apresentada por pequeno número de bactérias autotróficas. 9. Uma célula vegetal tem cloroplastos e mitocôndrias. Qual das substâncias abaixo é produzida nos cloroplastos e pode ser utilizada nas mitocôndrias? a) Glicose. b) Água. c) Gás carbônico. d) Oxigênio. e) Ácido pirúvico. 10. No ponto de compensação luminosa de uma planta, a taxa de a) fotossíntese é nula. b) respiração é nula. c) fotossíntese é igual à de respiração. d) fotossíntese é maior que a de respiração. e) respiração é maior que a de fotossíntese. C A P Í TU L O 11 Núcleo interfásico C A P Í t u L O 11 núCleo interfásiCo PLANEJANDO A ROTA A N O T A Ç Õ E S v ocê já ouviu falar em clonagem, transgênicos, melhoramento genético? Mesmo que você não domine bem estes conceitos, tem ideia de que se trata de grandes avanços científicos conquistados pelos homens do século XX. Ainda que tais temas nos assustem, pelo grande poder de transformação dos processos relacionados com a vida, por outro lado nos dão, também, esperanças de um mundo melhor, principalmente em relação ao controle de doenças e produção de alimentos. Todo esse avanço está baseado nas descobertas sobre o material genético e como ele se relaciona com o meio. Nos módulos 11 e 12 serão dadas as noções básicas de como se organizam e agem os genes ou gens, unidades controladoras das atividades das células. INVESTIGANDO CAMINHOS cOnhecendO O núcleO Hoje sabemos que todas as funções da célula são controladas pelo núcleo. É nele que está o código da hereditariedade. Muitos experimentos foram feitos utilizando-se organismos unicelulares: eram realizados cortes e apenas sobreviviam os fragmentos - 138 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - que continham o núcleo; as outras partes degeneravam. Assim, os resultados confirmaram que as atividades das células dependem diretamente do núcleo. Partes do núcleo O núcleo é formado por uma membrana porosa* chamada carioteca ou membrana nuclear ou envoltório nuclear, que limita o líquido nuclear chamado cariolinfa ou nucleoplasma, onde estão mergulhadas a cromatina e o nucléolo. Carioteca: tem a organização semelhante a todas as membranas biológicas, diferindo pela ocorrência de um grande número de poros, que estão diretamente associados à capacidade de entrada e saída de substância do núcleo. Durante a divisão celular a estrutura da carioteca se desfaz, refazendo-se ao final. Cariolinfa: de composição química semelhante à do citoplasma, possui as substâncias necessárias à manutenção da estrutura e das funções do núcleo. Cromatina: a cromatina está representada por um emaranhado de filamentos formados por moléculas de DNA (ácido desoxirribonucleico), associadas a proteínas chamadas histonas. Nucléolo: corresponde a regiões onde se acumulam ribossomos não totalmente formados. Estes saem do nucléolo e são enviados ao citoplasma para participarem da produção de proteínas. Conhecendo o cromossomo Quando a célula não está em divisão, os cromossomos se apresentam como uma rede de filamentos. Parte desses filamentos apresenta-se enrolado a proteínas, região esta chamada de heterocromatina, enquanto a maior parte apresenta-se distendida, chamada região eucromatina, e que corresponde à parte ativa dos cromossomos. O número de filamentos varia de acordo com a espécie estudada: nas células do homem são encontrados 46 filamentos, correspondentes a 23 pares de cromossomos. Durante a divisão celular, o núcleo sofre profundas modificações: a região eucromática dos filamentos de cromatina espiraliza-se, diminuindo seu comprimento e aumentando sua espessura; a região heterocromática 139 NÚCLEO INTERFÁSICO não acompanha este engrossamento. Assim, os cromossomos passam a apresentar um aspecto de bastonetes com um estrangulamento chamado centrômero, que divide o cromossomo em dois segmentos denominados braços. O centrômero se prende às fibras do fuso acromático durante a divisão celular. Observe o esquema que representa os tipos de cromossomos que podemos encontrar. A diferença entre eles se deve à localização do centrômero. Alguns cromossomos apresentam constrições secundárias chamadas satélites, onde são fabricados os ribossomos. Cromossomos e espécies O número de cromossomos das células dos indivíduos de uma determinada espécie é sempre o mesmo. Esse conjunto de cromossomos constitui um padrão que se repetirá sempre. Assim, cada espécie possui sua coleção particular de cromossomos, com número, tamanho e formas diferentes. Cromossomos e hereditariedade Hereditariedade é o que passa de pais para filhos e através das gerações. Quando você observa uma cadela prenhe, já sabe a forma do animal que deverá nascer. Se plantar uma semente de laranja, sabe a planta que irá se desenvolver. As diferentes características encontradas nas diferentes formas de vida dependem dos seus cromossomos e das mensagens que eles trazem. Essas mensagens são escritas pelos seus genes. Veja agora os principais conceitos da hereditariedade. Células haploides e células diploides Organismos de reprodução sexuada precisam de um mecanismo que mantenha o número cromossomial ao longo das gerações; para isso eles usam um tipo especial de divisão celular chamada meiose (que será estudada no capítulo 13), que forma células especiais denominadas haploides. A espécie humana apresenta 2n=46 (23 pares de cromossomos). Nos seus gametas, espermatozoide nos homens e óvulo nas mulheres, são encontrados 23 cromossomos, isto é, células haploides com n=23, que ao se unirem, reconstituem uma célula chamada ovo ou zigoto, diploide, com 2n =46. A N O T A Ç Õ E S - 140 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - Cromossomos Homólogos: a maioria dos organismos pluricelulares são diploides, 2n, formando pares cromossomiais, chamados homólogos (um herdado do pai e outro da mãe) porque carregam os genes nas mesmas posições. Dessa forma, se num determinado lugar de um par estiver um gene que age sobre uma determinada característica, na mesma posição ele será encontrado no seu homólogo. Genes alelos: o local ocupado por um gene no cromossomo é chamado locus. Nos cromossomos homólogos, genes que ocupam o mesmo locus são chamados alelos. Em outras palavras, alelos são gens que agem sobre um mesmo caráter e se encontram nos mesmos locais dos cromossomos homólogos. Genoma: os cromossomos estão sempre aos pares, pois a maior parte dos organismos se desenvolve através da união de um óvulo com um o espermatozoide. No caso da espécie humana, óvulo e espermatozoide possuem 23 cromossomos cada. Assim, a célula-ovo que daí se origina terá 46 cromossomos. Através da divisão celular, a célula-ovo origina as células que formam o corpo dos seres vivos denominadas células somáticas, formadas por 23 pares de cromossomos homólogos. As células reprodutoras – óvulo e espermatozoide – não apresentam cromossomos homólogos, pois possuem somente um cromossomo de cada tipo. As células somáticas são diploides ou 2n e as células reprodutoras são haploides ou n. O conjunto dos genes (DNA) que constitui um conjunto haplóide de cromossomos é denominado genoma. Cariótipo: durante a divisão celular, quando os cromossomos apresentam a máxima condensação, logo, melhor visualização, eles podem ser fotografados e arrumados por ordem de tamanho e posição de centrômero. Essa apresentação dos cromossomos é o que se chama de cariótipo. Para os geneticistas, a análise do cariótipo é um exame importante, pois pode detectar* alterações numéricas dos cromossomos responsáveis por graves doenças. 141 NÚCLEO INTERFÁSICO Cariótipo humano: é formado por 46 cromossomos arrumados em 22 pares, que formam o corpo, chamados autossômicos* (indicados por números), e 1 par sexual. Os cromossomos sexuais são de 2 tipos: X e Y. Homens e mulheres apresentam os mesmos 22 pares autossômicos, porém diferem nos pares sexuais, enquanto a mulher tem 2 cromossomos X (XX) o homem tem um X e um Y (XY). Assim o cariótipo feminino é 44 autossômicos, mais 2 cromossomos X, 44A + XX; no homem encontramos, 44A + XY. Observe o esquema do cariótipo humano. Os pares de 1 a 22 representam os autossomos. O par 23 representa os cromossomos sexuais. DESAFIOS DO PERCURSO 1. Numa experiência, um micróbio foi cortado em dois pedaços e um dos pedaços continha o núcleo inteiro. Qual dos pedaços sobreviveu? Explique sua resposta. R. 2. Se uma célula for anucleada, uma função com certeza não realizará. Qual? R. A N O T A Ç Õ E S - 142 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - 3. Retirando-se o núcleo da célula do organismo A e colocando-se no seu lugar o núcleo de um indivíduo B, esta célula, ao se desenvolver, mostrará as características de A ou de B? Explique sua resposta. R. 4. O que são nucléolos? R. 5. O que acontece com os cromossomos durante a divisão celular? R. 6. Diferencie célula haploide de célula diploide. R. 7. Conceitue: cromossomos homólogos, locus e genes alelos. R. 8. Em que o cariótipo de um homem difere do cariótipo de uma mulher? R. AMPLIANDO O HORIZONTE Para aprofundar o assunto, seria bom ler: Biologia das células (vol. 1), de Amabias e Martho; Biologia (vol. 1), de Junior e Sasson; Biologia hoje (vol.1), de Linhares e Gewandsjnajder; Bio (vol. 1), de Sônia Lopes. GLOSSÁRIO Autossômicos-(auto=próprio;somar=corpo).Referem-seaoscromossomos que formam o corpo do indivíduo. Detectar - localizar, encontrar. Porosa - com poros (buracos pequenos). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMABIS, J.M., MARTHO, G.R. Biologia das células. São Paulo: Moderna, 1997. V. 1. BARROS, C., PAULINO, W. Célula. São Paulo: Ática, 1996. V. 1. JUNIOR, C.S., SASSON, S. Biologia. São Paulo: Saraiva, 1995. V. 1. LOPES, S. Biologia. São Paulo: Saraiva, 1997. V. 1. SOARES, J.L. Biologia. São Paulo: Scipione, 1995. V. 1. 143 NÚCLEO INTERFÁSICO A N O T A Ç Õ E S MEMÓRIAS DA VIAGEM 1. (G2v3.3) Considere uma espécie de vertebrado cujas células embrionárias têm oito cromossomos. Em quantos grupos de ligações seus genes estarão associados? a) Dois. b) Quatro. c) Oito. d) Dezesseis. e) Número variável. 2. (Puc-sp 1995) Na aula de Biologia, o professor fez a seguinte afirmação: “A produção de ribossomos depende, indiretamente, da atividade dos cromossomos”. Em seguida pediu a seus alunos que analisassem a afirmação e a explicassem. Foram obtidas cinco explicações diferentes, que se encontram a seguir citadas. Assinale a única afirmação correta. a) Os cromossomos são constituídos essencialmente por RNA ribossômico e proteínas, material utilizado na produção de ribossomos. b) Os cromossomos são constituídos essencialmente por RNA mensageiro e proteínas, material utilizado na produção de ribossomos. c) Os cromossomos contêm DNA; este controla a síntese de ribonucleoproteínas que formarão o nucléolo e que, posteriormente, farão parte dos ribossomos. d) Os cromossomos são constituídos essencialmente por RNA transportador e proteínas, material utilizado na produção de ribossomos. e) Os cromossomos, produzidos a partir do nucléolo, fornecem material para a organização dos ribossomos. 3. (Unitau-1995) A célula nervosa, o espermatozoide e o zigoto possuem, respectivamente, a) 46, 46 e 46 cromossomos. b) 23, 46 e 23 cromossomos. c) 23, 23 e 46 cromossomos. d) 46, 23 e 23 cromossomos. e) 46, 23 e 46 cromossomos. - 144 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - 4. (Funesp-1995) Se corarmos uma célula animal com um corante específico para RNA, a estrutura mais corada será a) o lisossomo. b) o complexo de Golgi. c) a mitocôndria. d) o nucléolo. e) o centríolo. 5. (Faap 1996) Em uma célula eucariótica, as características genéticas responsáveis por todo o controle de atividades celulares estão a) nas organelas citoplasmáticas. b) somente nos retículos endoplasmáticos. c) nas cristas mitocondriais. d) encerradas no interior do núcleo, na cromatina. e) somente nos ribossomos. 6. (Puc-sp 1997) Considere a quantidade normal de DNA do núcleo de uma célula da mucosa duodenal humana igual a 2C. A partir dessa informação, pode-se prever que a) essa mesma quantidade seja encontrada no núcleo de um linfócito normal. b) essa mesma quantidade seja encontrada no núcleo de um espermatozoide normal. c) uma quantidade igual a C seja encontrada no núcleo de um neurônio normal. d) uma quantidade igual a C/2 seja encontrada no núcleo de um óvulo normal. e) uma quantidade igual a 4C seja encontrada no núcleo de um blastômero que apresente 46 fios de cromatina. 7. (Uelondrina-1997) I. O nucléolo é uma região de intensa síntese de RNA ribossômico. II. No nucléolo, as moléculas de RNA ribossômico associam-se a proteínas formando as subunidades que comporão os ribossomos. III. A organização do nucléolo independe dos cromossomos que compõem o núcleo. Dessas afirmações, apenas: 145 NÚCLEO INTERFÁSICO a) I é verdadeira. b) II é verdadeira. c) III é verdadeira. d) I e II são verdadeiras. e) II e III são verdadeiras. 8. (PUC-MG 1997) No citoplasma de células eucariotas, existem estruturas revestidas por unidade de membrana. Assinale a estrutura celular revestida por membrana dupla. a) Lisossomo. b) Carioteca. c)Retículoendoplasmáticoliso. d)Retículoendoplasmáticorugoso. e) Complexo golgiense. 9. (Unirio-1998) Os cromossomos são classificados de acordo com a posição do seu centrômero. Observe os esquemas seguintes e indique a classificação dos cromossomos representados. a) Telômero, acrocêntrico, metacêntrico. b) Acêntrico, metacêntrico, mesocêntrico. c) Acêntrico, acrocêntrico, mesocêntrico. d) Telocêntrico, acrocêntrico e metacêntrico. e) Telocêntrico, submetacêntrico, acrocêntrico. 10. (PUC-RIO 1999) Os cromossomos são constituídos principalmente por: a)fosfolipídeos. b)proteínas. c) ácido ribonucleico. d) enzimas. e) ácido desoxirribonucleico. A N O T A Ç Õ E S - C A P Í TU L O 12 Ácidos nuclEicos C A P Í TU L O 12 Ácidos nuclEicos PLANEJANDO A ROTA A N O T A Ç Õ E S V amos acompanhar fragmentos da reportagem sobre o Projeto Genoma Humano (PGH), publicada em 27/7/2000 no jornal Folha de São Paulo: “Com o conhecimento do genoma humano, cientistas podem, em teoria, desvendar os mecanismo moleculares de todas as aflições do corpo. (...) Entre os efeitos negativos previsíveis dessa revolução nos diagnósticos está um crescimento no número de abortos seletivos para impedir o nascimento de crianças com predisposição – nunca 100% segura – para certa doença. A vida não será mais a mesma depois do genoma”. “Quem acredita em curas tecnologicamente milagrosas como produto do sequenciamento do genoma vai ter que esperar muito tempo. (...) primeiro virão, não os tratamentos ou drogas, mas sim, os diagnósticos e o aconselhamento genético. (...) A terapia genética é uma promessa que ainda vai vingar, mas não de imediato”. “Muitas superlativos são necessários para explicar um projeto que custou bilhões de dólares. Tudo o que o público poderá ver do genoma é uma série infindável de letras, A, T, C, G – além de patentes sobre genes humanos”. - 150 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - INVESTIGANDO CAMINHOS Agora que você já sabe da importância do genoma, pois ele contém os genes com todas as características do indivíduo, vai conhecer outras substâncias muito importantes como os ácidos nucleicos que são fundamentais para os seres vivos, pois formam o DNA (ácido desoxirribonucleico) e o RNA (ácido ribonucleico), que serão vistos neste capítulo. O que é um DNA? Este é um assunto bem atual. Acompanhe o texto e você encontrará informações bem interessantes! Ácidos nucleicos Composição química: os ácidos nucleicos são formados por um grande número de unidades chamadas nucleotídeos, por isso é dito que são formados de polinucleotídeos. Cada nucleotídeo é formado pela união de 3 subunidades: 1. Pentoses: são glicídeos (açúcares) de 5 carbonos (reveja o capítulo 5). A desoxirribose é encontrada somente no DNA, e a ribose, no RNA. 2. Bases nitrogenadas: são compostos que contêm nitrogênio no seu anel. As bases nitrogenadas são: adenina (A); timina (T); citosina (C); guanina (G) e uracil ou uracila (U). 3. Radical fosfato: une as pentoses na cadeia de polinucleotídeos. Observe no esquema que a pentose sempre fica situada entre o radical fosfato e a base nitrogenada. Molécula do RNA: é formada por uma fita de polinucleotídeos enrolada em espiral. No RNA são encontrados 4 tipos de bases nitrogenadas: adenina, guanina, citosina e uracil. Nele não encontramos a base timina. Molécula do DNA: é formada por duas cadeias de nucleotídeos unidas pelas bases nitrogenadas e também enroladas em espiral, lembrando uma escada “caracol”, em que as bases corresponderiam aos degraus, e os corrimãos seriam as pentoses com os fosfatos. As bases nitrogenadas formam pares definidos, onde sempre encontraremos uma adenina unida a uma timina 151 ÁCIDOS NUCLEICOS (A-T), e uma citosina unida a uma guanina (C-G). Nele não encontramos a base uracila. Observe o esquema do RNA e do DNA. A molécula de DNA contém o código genético que determinará as nossas características: o grupo sanguíneo, a cor da pele, do cabelo etc. DNA RNA Molécula 2 Filamentos 1 Filamento Ocorrência Núcleo, mitocôndria e cloroplasto Núcleo, citoplasma e ribossomo PentoseDesoxiribose Ribose Bases Adenina, guanina, nitrogenadas citosina e timina Adenina, guanina, citosina e uracil Observando a tabela, você saberá as principais diferenças entre o DNA e o RNA. Agora, acompanhe com atenção a importância da duplicação da molécula do DNA. Duplicação da molécula de DNA A molécula de DNA tem a capacidade de se reproduzir, formando cópias idênticas de si mesma e, dessa forma, quando a célula se dividir, cada célula-filha receberá o código genético original sem alteração. A reprodução do DNA é controlada por diferentes tipos de enzimas. Algumas enzimas separam as hastes ou filamentos, rompendo as ligações entre as bases nitrogenadas; outras unem os novos nucleotídeos e outras, ainda, corrigem erros eventuais. A N O T A Ç Õ E S - 152 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - Observe atentamente o esquema, que explica como o DNA se duplica. Para ocorrer a duplicação, uma enzima específica separa, em algum ponto, as duas hastes (ou filamentos) da molécula do DNA: cada haste, agora, passará a formar novas hastes com a união de novos nucleotídeos e, como o pareamento de bases é específico, cada local da haste onde houver uma adenina, será complementado com uma timina, assim como onde houver uma citosina esta será pareada uma guanina. Dessa forma, quando uma haste se complementar, terá a mesma configuração da original, isto é, cada molécula nova será igual à molécula original. Como as moléculas “filhas” são formadas por uma haste nova e outra da molécula original, esta duplicação é chamada semiconservativa. Observe o esquema. Algumas observações importantes: 1. Os filamentos que formam a molécula do DNA jamais serão idênticos, eles serão apenas complementares por causa do pareamento das bases: A - T; C - G. 2. Uma molécula de DNA difere de outra molécula de DNA pelo número de nucleotídeos e pela sequência de bases nitrogenadas em cada molécula. 3. A duplicação envolve toda a molécula de DNA e ocorre apenas uma única vez na vida da célula, imediatamente antes de uma divisão celular. 4. Devido ao pareamento das bases, é fácil calcular o percentual de cada uma. Veja um exemplo: se no DNA de um organismo 40% das bases nitrogenadas são constituídas por timina, podemos calcular a porcentagem das outras bases. Como a adenina complementa a timina, também terá 40%. Restam 20%. Destes, 10% serão de citosina e 10%, de guanina, que complementa a citosina. Você vai entender agora a importância do RNA. É o RNA que “recebe” a mensagem contida no código genético. Todos nós possuímos um código genético próprio, que, como já foi dito, contém todas as informações necessárias para a formação das nossas características. 153 ÁCIDOS NUCLEICOS Formação e tipos de RNA Existem 3 tipos de RNA e todos eles participam do processo de síntese de proteínas. Os RNAs são produzidos a partir de informações do DNA, logo, carregam trechos da mensagem genética e, com essa mensagem eles “escreverão” as proteínas. Essas proteínas, como “máquinas”, executarão as ordens das mensagens (mais adiante, esse processo será mais detalhado). Tipos de RNA e suas funções a) RNA ribossomal (RNAr): fará parte da estrutura dos ribossomos, onde ocorrerá a síntese ou produção de proteínas. Podem ser encontrados livres no citoplasma ou associados ao retículo endoplasmático granular ou rugoso. b) RNA transportador ou solúvel (RNAt): é pequeno e responsável pelo transporte de aminoácidos até o local da síntese proteica. Em uma extremidade se encontra o aminoácido e, na outra, uma sequência de três bases nitrogenadas, chamadas anticódon, que reconhece o local exato onde o aminoácido deve se ligar (observe o esquema). c) RNA mensageiro (RNAm): levará até os ribossomos a mensagem do DNA. Essa “mensagem” está na forma de “letras” (bases nitrogenadas). Cada conjunto de 3 “letras” forma um códon. RNA e a síntese de proteínas As características morfológicas* do ser vivo dependem do tipo de proteínas que existem nesse organismo. O DNA consegue controlar A N O T A Ç Õ E S - 154 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - todas as atividades da célula. Muito importante o DNA!! Essa tarefa é feita em duas etapas. 1ª - Transcrição – é a formação do RNAm a partir do DNA. Acompanhe, com atenção, o esquema. Observe que, da mesma maneira que ocorre na duplicação do DNA, uma outra enzima específica vai “romper” em determinados pontos as ligações entre as bases nitrogenadas dos filamentos do DNA, fazendo com que eles se separem. Um dos filamentos passa a ser chamado de fita ativa e vai servir de molde para uma molécula de RNA. O outro filamento passa a se chamar fita inativa, que nesse momento não originará molécula de RNA. O RNA recém-formado vai-se desligando do DNA que lhe serviu de molde. O DNA, por sua vez, volta a unir seus filamentos, também através de uma enzima. Você reparou como as enzimas são importantes? Observe que na formação do RNA o pareamento é entre adenina-uracila e citosina-guanina. Depois de formado, o RNA sai do núcleo e vai para o citoplasma com o objetivo de produzir a síntese de proteínas. No momento da transcrição, o DNA passa, através de suas bases nitrogenadas, três informações básicas para o RNAm: 1. tipo de proteína que o RNAm deverá formar no citoplasma; 2. número de tipos de aminoácidos que a proteína formada pelo RNAm deverá apresentar; 3. sequência de aminoácidos na molécula de proteína que o RNAm deverá formar. 2ª – Tradução – consiste na “leitura” da molécula de RNAm e na fabricação de uma molécula de proteína a partir dessa leitura. Para ocorrer a tradução, é necessário existirem no citoplasma os seguintes fatores (veja a figura): • RNAm, que contém a mensagem do tipo de proteína que será formada; • RNAt, que transporta os aminoácidos até os ribossomos; • Ribossomos; • Aminoácidos livres, provenientes da digestão das proteínas. Observe com muita atenção, no esquema na página seguinte, como se realizaria a síntese de uma proteína. 155 ÁCIDOS NUCLEICOS A N O T A Ç Õ E S Resumindo: Observe que é fundamental a sequência de bases do RNAm, pois dela dependerá a identidade da proteína. Uma troca de bases ou mudança em apenas uma base acarretará mudança em toda a proteína. Para simplificar, imagine este mecanismo: uma estrada de ferro (RNAm) com suas estações (códons). Em cada estação só embarca um tipo de passageiro (aminoácido), e esse passageiro tem condução particular (RNAt), que conhece o caminho (anticódon) da sua estação. O trem (RNAr) só anda em uma direção e, então, recolherá os passageiros sempre na mesma ordem. - 156 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - Notas importantes sobre a tradução • Cada conjunto de três bases consecutivas* no RNAm significa um aminoácido (aa) a ser sintetizado e a trinca é chamada códon. Por exemplo, se uma proteína for formada por 200 aa, o RNAm que a origina possui 600 bases nitrogenadas. (200 x 3) • O anticódon corresponde a cada trio de bases nitrogenadas do RNAt que podem se combinar com as bases do RNAm (códons). • Os códons já são conhecidos e podem ser consultados na tabela abaixo. Como eles são os mesmos em todos os seres vivos, dizemos que o código é universal. Obs.: Essa tabela serve apenas como curiosidade!!! DESAFIOS DO PERCURSO 1. De que é formado um nucleotídeo? R. 2. Aponte 3 diferenças entre DNA e RNA. R. 3. Um trecho de uma haste da molécula do DNA apresenta a sequência ACATGCTGA. Como será o trecho correspondente na haste complementar? R. 157 ÁCIDOS NUCLEICOS 4. Por que a duplicação da molécula do DNA é chamada tipo semiconservativa? R. 5. O que é transcrição? R. 6. Quais são os tipos de RNA existentes e quais suas funções? R. 7. Como será o RNAm formado a partir do trecho do DNA ATTCGACCA? R. 8. Indique o de RNAt correspondente aos códons do RNAm sintetizado acima. R. 9. Um RNAm é formado por 36 nucleotídeos; quantos códons ele possui? R. 10. No DNA de um organismo, 20% das bases nitrogenadas são constituídos por citosina. Que outras bases nitrogenadas devem existir neste DNA e em que proporções? Justifique sua resposta. R. AMPLIANDO O HORIZONTE Mais detalhes sobre o assunto você encontrará nos livros: Bio - vol. 1 - Sônia Lopes; Biologia hoje - vol. 1- Sérgio Linhares e Fernando Gewandsznajder. GLOSSÁRIO Morfológicas – referentes às formas. Consecutivas – sucessivas, imediatamente, seguintes. A N O T A Ç Õ E S - 158 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMABIS, J.M., MARTHO, G.R. Biologia das células. São Paulo: Moderna, 1997. V. 1. BARROS,C. , PAULINO, W. Célula. São Paulo: Ática, 1996. V. 1. JUNIOR, C.S., SASSON,S. Biologia. São Paulo: Saraiva, 1995. V. 1. LOPES, S. Biologia. São Paulo: Saraiva, 1997. V. 1. SOARES, J.L. Biologia. São Paulo: Scipione, 1995. V. 1. MEMÓRIAS DA VIAGEM 1. (Fuvest-1994) Um gene de bactéria com 600 pares de bases nitrogenadas produzirá uma cadeia polipeptídica com número de aminoácidos aproximadamente igual a a) 200 b) 300 c) 600 d)1200 e)1800 2. Nos glóbulos vermelhos ocorre intensa síntese de hemoglobina. Essa síntese está diretamente relacionada com a) o complexo de Golgi. b) os centríolos. c) as mitocôndrias. d) os lisossomos. e) os ribossomos. 3. Qual das seguintes bases nitrogenadas NÃO entra na composição química do RNA? a) Timina. b) Citosina. c) Adenina. d) Uracila. e) Guanina. 159 ÁCIDOS NUCLEICOS 4. (Unitau-1995) Não é característica do DNA: a) o açúcar com cinco átomos de carbono. b) a presença das bases nitrogenadas uracila, guanina, citosina e adenina. c) a presença de ácido fosfórico. d) ser polinucleotídeo. e) ocorrer nos cromossomos. 5. (Fuvest-1992) Um antibiótico que atue nos ribossomos mata a) bactérias por interferir na síntese de proteínas. b) bactérias por provocar plasmólise. c) fungos por interferir na síntese de lipídios. d) vírus por alterar DNA. e) vírus por impedir recombinação gênica. 6. (Puc-camp 1993) “Captura aminoácidos que se encontram dissolvidos no citoplasma e carrega-os ao local da síntese de proteínas”. Essa função é desempenhada pelo a) RNA mensageiro. b) RNA transportador. c) RNA ribossômico. d) ribossomo. e) DNA. 7. (G2v3.3) A sequência de aminoácidos de uma proteína é determinada pela sequência de a) pentoses da molécula de DNA. b) pentoses da molécula de RNA-mensageiro. c) bases da molécula de DNA. d) bases da molécula de RNA-transportador. e) bases da molécula de RNA-ribossômico. 8. (G2v3.3) Uma molécula de RNA mensageiro apresenta a seguinte sequência de bases nitrogenadas: UUUGUGCCCAAC. Assinale a alternativa que contém a sequência de bases do segmento da molécula de DNA que deu origem a esse RNA. a) AAACACGGGTTG b) TTTCACGGGUUG c) AAACTCGGGTTG d) TTTGAGGGGTTG e) AAACACCCCUUG A N O T A Ç Õ E S - 160 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - 9. (G2v3.3) Na figura a seguir, que representa o modelo da molécula de DNA, os números 1, 2 e 3 indicam, respectivamente: a) desoxirribose, ácido fosfórico e base nitrogenada. b) ácido fosfórico, desoxirribose e base nitrogenada. c) ribose, ácido fosfórico e base nitrogenada. d) ácido fosfórico, ribose e base nitrogenada. e) ácido fosfórico, base nitrogenada e desoxirribose. 10. (G2v3.3) Numa molécula de DNA, a quantidade de a) adenina é igual à de citosina. b) citosina é igual à de timina. c) guanina é igual à de citosina. d) citosina é igual à de adenina. e) adenina é igual à de uracila. C A P Í TU L O 13 Divisão celular: mitose e meiose C A P Í TU L O 13 Divisão celular: mitose e meiose PLANEJANDO A ROTA A N O T A Ç Õ E S C omo você estudou no capítulo 3, todo ser vivo vem de outro ser vivo, através da reprodução, que apresenta duas formas fundamentais: reprodução assexuada e reprodução sexuada. A reprodução assexuada conta com a participação de apenas um indivíduo e os descendentes são formados por mitoses. A reprodução sexuada ocorre na maioria das espécies. De modo geral pode-se dizer que a reprodução sexuada se caracteriza pela ocorrência da meiose com a formação de gametas ou células sexuais e, depois, pela união desses gametas. Dessa união resulta a célula-ovo que, por mitoses, forma um novo indivíduo. Esses temas você vai conhecer neste capítulo. Mitose e Meiose, tipos de divisão celular, são de extrema importância e merecem ser estudadas mais detalhadamente. - 164 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - Observe o esquema a seguir. As células que formam o corpo têm dois conjuntos de cromossomos. Um é de origem paterna (23 cromossomos) e outro, de origem materna (23 cromossomos). Tendo dois conjuntos cromossomiais, as células do corpo são diploides (46 cromossomos). Cada célula sexual (óvulo e espermatozoide) tem um só conjunto cromossomial (com 23 cromossomos) e, por isso, as células sexuais são haploides. Quando ocorrer o encontro do óvulo (23) com o espermatozoide (23), surgirá a célula-ovo com 46 cromossomos (23 + 23). Assim, será restabelecido o padrão de cromossomos da espécie que, no caso da espécie humana, é de 46 cromossomos. INVESTIGANDO CAMINHOS Agora você vai começar o estudo da divisão celular, que compreende dois momentos: no primeiro, a célula apresenta-se em interfase, e, no segundo, ocorre a divisão propriamente dita. O período que antecede a divisão celular é chamado de interfase, quando a célula adquire condições para gerar* células-filhas. A interfase é dividida em três períodos: G1, S, G2. Período G1: o primeiro período G vai do final da divisão anterior até o início da duplicação do material genético; há produção do RNA-mensageiro (para recordar volte ao capítulo 12 - Ácidos Nucleicos), que vai determinar a produção de proteínas, fazendo com que a célula cresça. Período S: o período S é aquele em que a duplicação do DNA está ocorrendo, garantindo, assim, que as células-filhas receberão todas as informações que determinarão suas características. Período G2: é o último da interfase, e nele a célula fabrica material necessário à divisão celular; após o período G2 inicia-se a mitose. 165 DIVISÃO CELULAR: MITOSE E MEIOSE Mitose É um tipo de divisão celular que produz células-filhas geneticamente iguais à célula inicial (célula-mãe). Portanto, o número e os tipos de cromossomos das células-filhas são os mesmos da célula-mãe. A mitose acontece em células diploides (46 cromossomos) e em células haploides (23 cromossomos). Nos seres unicelulares, como bactérias, protozoários e certas algas, a mitose é a própria reprodução, originando dois novos seres. Nos organismos pluricelulares, a mitose está relacionada com: desenvolvimento (o embrião, no ovo ou na semente, é formado por células que se dividem aumentando em número, originando tecidos e órgãos que formarão, então, o organismo), crescimento (o aumento do tamanho dos seres se dá pelo aumento do número de células), renovação (determinadas células do nosso organismo são renovadas periodicamente, graças à mitose: células da pele, glóbulos vermelhos do sangue etc.), regeneração (alguns órgãos têm células que se reproduzem para substituir células mortas; células do tecido ósseo, da pele, por exemplo, têm capacidade de regeneração), reprodução (reprodução por meio de mudas, ocorrida em vegetais). A mitose possui as seguintes fases: prófase, metáfase, anáfase, telófase. Para compreender melhor as fases da mitose, você deverá voltar ao capítulo 11, para rever a estrutura e composição do núcleo, bem como a constituição dos cromossomos. O estudo que você fará agora representa a mitose de uma célula animal. Observe bem os esquemas, pois os aspectos da célula e dos cromossomos caracterizam cada uma dessas fases. Prófase A prófase é a primeira fase da mitose. Os filamentos de cromatina começam a se enrolar e tornam-se visíveis, constituindo os cromossomos. As cromátides estão pressas pelos centrômeros. Os centríolos A N O T A Ç Õ E S - 166 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - que já estão duplicados caminham em direção aos polos (extremidades) da célula, sendo cercados por filamentos que vão formar o fuso acromático. A membrana nuclear (carioteca) começa a se desintegrar e os nucléolos desaparecem. Metáfase O termo metáfase é usado devido ao fato de os cromossomos se situarem no meio da célula, formando a placa equatorial. O fuso acromático fica totalmente pronto. Os cromossomos atingem o grau máximo de espiralização ou condensação (sendo, portanto, esta fase a que melhor se presta para o estudo dos cromossomos) e, através de seus respectivos centrômeros, se prendem nas fibras do fuso acromático. Anáfase O termo anáfase se refere à separação das cromátides irmãs. Essa fase inicia-se com a duplicação dos centrômeros e, consequentemente, a separação das cromátides-irmãs, cada uma delas com seu respectivo centrômero, passando a ser chamada de cromossomo-filho (cromossomo não duplicado). Em decorrência da duplicação dos centrômeros, o número de cromossomos da célula dobra. No final dessa fase ocorre o encurtamento das fibras do fuso acromático e, por isso, os cromossomos-filhos migram para os polos opostos da célula. Telófase O termo telófase se refere à fase final da mitose. Em cada polo ocorre a desorganização dos cromossomos-filhos, isto é, eles se tornam não individualizados e desespiralizados. Ocorre a reorganização da membrana nuclear e do nucléolo. No final dessa fase ocorre a divisão do citoplasma (estrangulamento), chamada de citocinese ou citodierese, originando duas células-filhas iguais à célula-mãe (inicial). 167 DIVISÃO CELULAR: MITOSE E MEIOSE A partir da compreensão da mitose você encontrará mais facilidade no estudo da meiose. Meiose É o tipo de divisão celular em que são produzidas quatro células-filhas com a metade do número de cromossomos da célula-mãe, portanto, geneticamente diferentes da célula mãe. A meiose só ocorre em células diploides. Durante o processo da meiose, existem duas divisões celulares consecutivas, que são: 1ª Divisão Meiótica: chamada de reducional, porque cada célula-filha formada já possui a metade do número de cromossomos que existia na célula-mãe. 2ª Divisão Meiótica: chamada de equacional, porque cada célula-filha conserva o mesmo número de cromossomos que existia nas células resultantes da 1ª divisão meiótica. A meiose acontece nos animais, para haver formação de gametas (óvulo e espermatozoide), e nos vegetais, para formar esporos. Sempre antes da célula em meiose, ocorre a duplicação do DNA, o que acontece no período S da interfase. A N O T A Ç Õ E S - 168 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - 1ª Divisão meiótica – meiose I Prófase I Como essa fase é muito longa, ela se apresenta dividida em cinco outras fases. Continue observando os esquemas, pois, assim como na mitose, o aspecto da célula e dos cromossomos caracteriza cada uma das fases abaixo. Leptóteno Cromossomos longos, finos e dispostos ao acaso. Só visualizamos uma cromátide em cada cromossomo, apesar de já existirem duas; início da espiralização ou condensação dos cromossomos. Início da formação do fuso acromático. Zigóteno Ocorre o pareamento dos cromossomos homólogos; este processo é chamado sinapse cromossômica e não é observado na mitose. Cada par de homólogos forma uma díade. Continuamos a visualizar apenas uma cromátide em cada cromossomo, apesar de já existirem duas. Os cromossomos continuam a espiralização. Paquíteno Acontece a divisão longitudinal dos cromossomos, isto é, as cromátides que pertencem ao mesmo cromossomo se afastam um pouco, porém permanecem unidas pelos centrômeros. Já é possível visualizar duas cromátides em cada cromossomo. Cada par de homólogos forma uma tétrade ou bivalente. Os homólogos continuam a espiralização. Inicia-se o fenômeno do crossing-over ou permutação (troca de pedaços entre cromátides de homólogos); consequentemente, acontece uma troca ou “mistura” de genes, o que permite uma recombinação gênica nas células resultantes da meiose (gametas ou esporos). 169 DIVISÃO CELULAR: MITOSE E MEIOSE Diplóteno Ocorre a complementação do crossing-over, se ele tiver ocorrido. Formação dos quiasmas (figura em forma da letra X). Os quiasmas são formados porque, logo após o crossing, os homólogos começam a se afastar, porém permanecem unidos ou ligados nas regiões onde ocorreu o crossing-over. Portanto, o número de quiasmas fornece o número de permutações ocorridas. Diacinese Ocorre a terminalização dos quiasmas. Aumenta a espiralização dos cromossomos. Desaparecem membrana nuclear e nucléolo. Metáfase I Aumenta a espiralização dos cromossomos que, através dos centrômeros, se prendem nas fibras do fuso acromático, permanecendo de cada lado da região mediana do fuso acromático. Anáfase I Não há duplicação dos centrômeros; logo, as cromátides irmãs não se separam e, consequentemente, não dobra o número de cromossomos da célula. Ocorre a separação dos homólogos, que migram para os polos da célula, devido ao encurtamento das fibras do fuso acromático. Telófase I Os cromossomos ainda duplicados chegam aos polos, constituídos por duas cromátides unidas pelo centrômero. Não chegam a se desenrolar totalmente, como ocorre na mitose. Acontece a divisão do citoplasma, formando duas células-filhas com a metade do número de cromossomos da célula-mãe. A N O T A Ç Õ E S - 170 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - Como você pôde observar, a primeira etapa da meiose forma células haploides (n), sendo, por isso, considerada uma divisão reducional. Agora você vai estudar a segunda etapa da meiose, conhecida como divisão equacional, pois não há redução do número de cromossomos. Entre a 1ª e a 2ª divisão meiótica, pode ou não ocorrer um curto intervalo. Como não há cromossomos homólogos na mesma célula, não haverá também emparelhamento. Dessa forma, a segunda divisão terá o aspecto de uma mitose. 2ª Divisão meiótica – meiose II Observe o esquema a seguir, para compreender a 2ª fase da meiose. Ela apresenta-se dividida em: Prófase II, Metáfase II, Anáfase II e Telófase II. Torna-se desnecessário descrever cada uma das fases, pois, como já foi dito, elas são semelhantes a uma mitose comum. Apenas agora temos representados cromossomos onde ocorreu crossing-over. Esquema geral da meiose Através dele você poderá ter uma visão global da meiose. Lembre-se de que ela ocorre nas células sexuais, visando, portanto, à formação de gametas (óvulos e espermatozoídes). Como a meiose é processo através do qual se formam os gametas (ou células sexuais), agora fica mais fácil estudar a produção de gametas denominada gametogênese, que ocorre nas glândulas sexuais ou gônadas. Os espermatozoides, produzidos por espermatogênese, se formam nos testículos (gônada masculina). Os óvulos, produzidos por ovulogênese, são formados nos ovários (gônada feminina). Tanto a espermatogênese quanto a ovulogênese são processos semelhantes que possuem três fases: multiplicação, crescimento e maturação. Observando com atenção os dois esquemas, abaixo você vai relacionar a gametogênese com a meiose, já que a formação de gametas ocorre por meio desse processo. Os cromossomos estão representados para facilitar o seu estudo. 171 DIVISÃO CELULAR: MITOSE E MEIOSE A N O T A Ç Õ E S Resumo comparativo das fases da mitose e meiose A análise dos esquemas representados a seguir permitirá a você um maior entendimento dos dois processos de divisão celular. - 172 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - DESAFIOS DO PERCURSO 1. Qual a importância da interfase nos processos de divisão celular? Em que períodos ela está dividida? R. 2. Qual a relação existente entre a mitose e os seres pluricelulares? R. 3. Qual a relação que existe entre o número de cromossomos da célulamãe com os das células-filhas, na mitose e na meiose? R. 4. Explique a afirmação de que a meiose I é reducional e a meiose II é equacional. R. 5. Quais os processos orgânicos que ocorrem por mitose e por meiose? R. AMPLIANDO O HORIZONTE Importante! Para compreender melhor os processos de mitose e meiose, você deverá voltar aos capítulos 11 e 12, que estudam o núcleo interfásico e ácidos nucleicos, respectivamente. GLOSSÁRIO Gerar – dar existência a; criar, procriar. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS LINHARES, Sérgio, GEWANDSZNAJDER, Fernando. Biologia hoje. São Paulo: Ática, 1997. V. 2. LOPES, Sônia. Bio. São Paulo: Saraiva,1998. V. 2. SOARES, J.L. Biologia no terceiro milênio. São Paulo: Scipione. V. 1 e 2. BRITO, Elias Avancini, FAVARETTO, José Ronaldo. Biologia: uma abordagem evolutiva e ecológica. São Paulo: Moderna, 1997. V. 1. 173 DIVISÃO CELULAR: MITOSE E MEIOSE AMABIS, José Mariano, MARTHO, Gilberto Rodrigues. Biologia dos organismos. São Paulo: Moderna, 1995. V. 1 e 2. MEMÓRIAS DA VIAGEM 1. (UFMT) “Após a divisão do centrômero, as cromátides irmãs se separam e cada uma fica unida a um dos polos da célula, através das fibras cromossômicas. As cromátides-irmãs migram para polos opostos”. A frase anterior refere-se à fase da mitose denominada a) interfase. b) prófase. c) metáfase. d) anáfase. e) telófase. 2. A divisão celular em seres unicelulares e em seres pluricelulares promove a) apenas crescimento do corpo nos dois casos. b) crescimento do corpo nos seres unicelulares e reprodução nos seres pluricelulares. c) reprodução nos seres unicelulares e crescimento e reprodução nos seres pluricelulares. d) apenas reprodução nos dois casos. 3. (FEI-SP) No processo de mitose a) a partir de uma célula diploide, originam-se duas novas células diploides. b) a partir de uma célula diploide, originam-se quatro novas células diploides. c) a partir de uma célula haploide, originam-se duas novas células diploides. d) a partir de uma célula haploide, originam-se quatro novas células diploides. e) a partir de uma célula diploide, originam-se quatro novas células haploides. A N O T A Ç Õ E S - 174 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - 4. (FAAP-SP) O ciclo vital de uma célula é dividido em interfase mais mitose. A interfase é um período de alta atividade metabólica, enquanto a mitose é o período em que ela se divide. A duplicação do material hereditário da célula, isto é, a duplicação dos cromossomos, ocorre a) no período S da interfase. b) na prófase. c) na metáfase. d) na telófase. e) na anáfase. 5. (U.F. Uberlândia-MG) A descondensação dos cromossomos, o desaparecimento do fuso cariocinético, o reaparecimento do nucléolo e a citicinese são fenômenos que caracterizam uma das fases da mitose. Identifique-a. a) Anáfase. b) Telófase. c) Metáfase. d) Prófase. e) Interfase. 6. (UFRS) As sentenças abaixo referem-se aos processos de mitose e meiose. I. Na mitose as células-filhas são geneticamente idênticas entre si e, na meiose, geneticamente diferentes umas das outras. II. Na mitose a célula-mãe, originalmente diploide, forma células-filhas haploides. III.A mitose é a forma de divisão celular que ocorre com células somáticas e responde pela renovação tecidual, por fenômenos de regeneração e pelo desenvolvimento orgânico. Quais as afirmativas corretas? a) Apenas I. b) Apenas III. c) Apenas I e III. d) Apenas II e III. e) I, II e III. 175 DIVISÃO CELULAR: MITOSE E MEIOSE 7. (Unifor-CE) Recombinação gênica entre cromossomos homólogos e separação de cromátides-irmãs podem ser observadas, respectivamente, durante as seguintes fases meióticas: a) prófase I e anáfase II. b) prófase I e metáfase I. c) metáfase I e anáfase II. d) metáfase I e anáfase I. e) anáfase I e metáfase II. 8. (UFPI) Crossing-over é a) a troca de partes entre cromossomos homólogos. b) a ligação de genes que ficam no mesmo cromossomo. c) a mistura de material genético de duas espécies. d) a formação de poliploides. e) o cruzamento consanguíneo. 9. (UFPI) Sobre mitose e meiose foram feitas as afirmativas abaixo. I. A meiose ocorre em dois estágios que implicam duas divisões sucessivas e resultam em quatro núcleos novos em vez de dois. II. A mitose produz dois núcleos, que são idênticos entre si e idênticos ao núcleo inicial, enquanto a meiose resulta em quatro núcleos, que são necessariamente idênticos entre si e que têm somente a metade do número de cromossomos presentes no núcleo inicial. III.No início da meiose (e não da mitose), os cromossomos se dispõem em pares homólogos. Assinale a afirmativa correta. a) Apenas I está correta. b) Apenas II está correta. c) I e II estão corretas. d) I e III estão corretas. e) I, II e III estão corretas. 10. (UFRO) Comparando-se a ovulogênese (I) e a espermatogênese (II), todas as afirmativas estão corretas, exceto: a)Nos dois processos ocorre meiose. b) Ambos são importantes para manter constante o número de cromossomos típicos de cada espécie. c) I ocorre nos ovários e II ocorre nos testículos. d) Há maior produção de gametas em II do que em I. e) Em I e II, as células formadas são diploides. A N O T A Ç Õ E S - C A P Í TU L O 14 Diversidade e diferenciação celular • Histologia animal C A P Í TU L O 14 Diversidade e diferenciação celular PLANEJANDO A ROTA A N O T A Ç Õ E S A Histologia, isto é, o estudo dos tecidos, começou no final do século XVII e teve um grande avanço no século XIX e início do século XX, na mesma época do desenvolvimento do microscópio. Um grande impulso ocorreu com a descoberta do microscópio eletrônico (que você já estudou no capítulo 4). Porém esse desenvolvimento não ficou apenas relacionado com a microscopia óptica e eletrônica. Ao mesmo tempo, outras técnicas se desenvolveram, como a Bioquímica, a Biologia Molecular e Celular e a Imunologia, resultando no que hoje se entende por Histologia, ou seja, Biologia Celular e Molecular. A Histologia, na sua visão moderna, não é apenas uma ferramenta para as diversas áreas da Biologia, mas corresponde a uma área do conhecimento biológico importante para a melhoria do bem-estar humano. É uma ciência multidisciplinar, que utiliza várias tecnologias para a solução de um problema biológico ou médico. Adaptação de uma entrevista do Prof. Doutor Eduardo Katchburian no livro Biologia 1 - Armênio Uzunian - Ed. Harbra. São Paulo INVESTIGANDO CAMINHOS Já estudamos que os seres vivos surgem apenas de outros seres vivos semelhantes, a partir da reprodução. Nos seres de reprodução sexuada, como é o caso da maioria dos seres vivos, todas as células surgem a partir de uma única célula: a célula-ovo ou zigoto, dando início, então, por mitoses, ao desenvolvimento embrionário. - 180 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - O zigoto contém toda a informação genética do futuro indivíduo e tem a capacidade de formar todos os tipos de células do nosso corpo. Durante o desenvolvimento embrionário, ocorre a diferenciação (isto é, formação de todos os diferentes tipos de células, tecidos, órgãos etc.) e a especialização das funções das células que formarão os tecidos dos adultos. Observe o esquema abaixo. O que faz uma célula ser diferente da outra é o fato de que alguns genes encontram-se ativos (em funcionamento) em umas células e inativos (sem funcionamento) em outras, explicando a grande diversidade de células que formam os organismos. Como já foi dito, Histologia é o estudo dos tecidos, modernamente chamada de Biologia Celular e Molecular. Tecido é um conjunto de células semelhantes que realizam determinadas funções. Os tecidos que formam o corpo dos animais são: epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso. Em todos os tipos de tecidos existem células que podem, ou não, ter a mesma função. Os tecidos também possuem uma substância que fica entre as células que os formam e que é chamada substância intercelular. Quanto maior especialização (desenvolvimento) possuir um tecido, menor será a sua capacidade de regeneração, isto é, de fazer mitoses, como o tecido nervoso, por exemplo. Tecido epitelial ou epitélio A adaptação dos seres vivos ao meio terrestre envolveu a existência de uma cobertura protetora do corpo, como também de órgãos internos dotados de cavidades, além de substâncias que servissem para lubrificar superfícies ou que pudessem ser enviadas para agir em outros locais. Além da função de revestimento e proteção o tecido epitelial possui também as funções de absorção, como no intestino, e de remoção de partículas, como na traqueia. Suas principais características são: • células muito unidas umas às outras; • pouca quantidade de substância intercelular; 181 DIVERSIDADE E DIFERENCIAÇÃO CELULAR • presença de terminações nervosas; • ausência de vasos sanguíneos; • presença de tecido conjuntivo anexo (próximo) para fazer a nutrição e a retirada de excretas, isto é, de substâncias inúteis. Lembre que esse tecido não possui vascularização* (vasos sanguíneos). De acordo com a função que o tecido epitelial exerce no corpo, ele pode ser um epitélio de revestimento ou de secreção. Tecido epitelial de revestimento Este tipo de tecido, dependendo do número de camadas de células, da sua localização e função, poder ser classificado como: fino ou simples – quando é formado por uma única camada de células. É encontrado, por exemplo, nos alvéolos pulmonares, onde ocorre a troca de gases que você estudará mais adiante; espesso ou estratificado – quando é formado por várias camadas de células. É encontrado principalmente quando realiza a proteção como, por exemplo, na epiderme, que é a camada mais superficial da pele. Portanto, quando o epitélio realiza a proteção, ele é espesso; quando realiza trocas, ele é fino. Observe as figuras ao lado. Importante! A pele é um órgão que possui várias funções, como: revestimento, proteção mecânica, proteção contra desidratação, controle da temperatura e sensibilidade. É formada por dois tipos de tecidos: epiderme e derme*. Tecido epitelial de secreção ou glandular Os epitélios glandulares são especializados em produzir e secretar* diversas substâncias, como por exemplo: suor, leite, gordura, saliva, hormônios, enzimas. Os produtos das glândulas podem ser lançados em uma superfície ou cavidade, ou ainda no sangue. Desse modo, temos três tipos de glândulas. Glândulas exócrinas ou de secreção externa – são aquelas que lançam seus produtos em cavidades ou superfícies. Esses produtos são chamados de secreções. Como exemplo, temos as glândulas sudoríparas, que produzem o suor; as lacrimais, as sebáceas etc. A N O T A Ç Õ E S - 182 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - Glândulas endócrinas ou de secreção interna – são aquelas que lançam seus produtos no sangue. Esses produtos são chamados de hormônios. Como exemplos, temos a glândula tireóide, a hipófise, as suprarrenais ou adrenais etc. Glândulas mesócrinas ou mistas – são aquelas que fabricam tanto secreções como hormônios. Como exemplo, temos o pâncreas, os ovários, os testículos. Tecido muscular Falando em tecido muscular, é bom relembrar a importância dos exercícios físicos. Exercite seu corpo e sua mente!!! Os movimentos do corpo, os batimentos do coração, o pulsar de uma artéria, a contração do útero, entre outros, relacionam-se com a existência de células alongadas contráteis, isto é, que possuem a capacidade de contração e que fazem parte do tecido muscular. As células musculares são chamadas de fibras. Existem três tipos de tecido muscular: esquelético, liso e cardíaco. Esquelético ou estriado: forma a maior parte da massa muscular do corpo. Seu nome está relacionado com o fato de que os músculos que possuem este tipo de tecido se ligam aos ossos, sendo responsáveis pela sua movimentação. Suas contrações são voluntárias, pois dependem da nossa vontade, e são rápidas. São músculos avermelhados. Liso: encontrado em órgãos viscerais, tais como tubo digestivo; no útero; nos vasos sanguíneos etc. Suas contrações são involuntárias, pois não dependem da nossa vontade, e são mais lentas. São músculos esbranquiçados. Estriado cardíaco: encontrado apenas no miocárdio, no músculo que forma as paredes do coração. Possui as características do estriado, porém, sua contração é involuntária. Os movimentos involuntários do coração são essenciais. Observe acima, à direita, esses tipos de fibras musculares. 183 DIVERSIDADE E DIFERENCIAÇÃO CELULAR Tecido nervoso O tecido nervoso é formado, entre outras, por células muito especializadas – os neurônios. Nosso corpo possui bilhões de neurônios, porém nem todos estão em atividade. A maioria dos animais pluricelulares se relaciona com o ambiente de uma forma bem dinâmica: recebe estímulos do próprio ambiente e do interior de seu organismo, sendo capazes de transformar esses estímulos em impulsos elétricos e elaborar sofisticadas respostas. Estrutura de um neurônio Corpo celular: contém o núcleo e diversas organelas citoplasmáticas, principalmente as mitocôndrias. É o centro de controle e síntese de diversos tipos de substâncias. Dendritos: são ramificações do citoplasma, que partem do corpo celular e funcionam como “captadoras” ou “receptoras” de sinais. São responsáveis pela recepção de estímulos provenientes do meio externo ou de outros neurônios. Axônio: é um prolongamento que parte do corpo celular e conduz os estímulos para outro neurônio ou para um músculo ou uma glândula. O axônio pode, ou não, estar recoberto pela bainha de mielina. Bainha de mielina: funciona como um isolante térmico, fazendo com que a velocidade de condução do impulso nervoso seja mais rápida. Ramificações do axônio: fazem a “ligação” com outras células (nervosas, musculares ou glandulares). Acompanhe pelo esquema. Agora, você vai acompanhar como um impulso nervoso (um sinal) se transmite e finaliza, isto é, termina com uma resposta. Transmissão do impulso nervoso: a direção da transmissão do impulso nervoso é única: o impulso chega através dos dendritos, passa ao corpo celular e sai através do axônio. Dendritos Corpo celular Axônio (sentido único) A N O T A Ç Õ E S - 184 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - A região que liga um neurônio ao outro chama-se sinapse. Observe o esquema. Obs.: na região da sinapse não existe um contato direto entre um neurônio e outro e, sim, um espaço chamado de fenda sináptica. Como o impulso não pode “pular” a fenda, são necessárias substâncias químicas – os neurotransmissores – para que esse impulso chegue até os dendritos de outro neurônio, reiniciando o impulso nervoso. Tecido conjuntivo Suas principais funções são: conectar, unir e sustentar diferentes partes do corpo. Suas principais características são: • células separadas umas das outras; • muita substância intercelular; • presença de vasos sanguíneos com terminações nervosas; • presença de fibras de diversos tipos. Tipos de tecidos conjuntivos 1. Tecido conjuntivo propriamente dito – TCPD Este tecido possui diversos tipos de células. Fibroblastos – produzem proteínas e carboidratos, além de fibras. São muito ativos em tecidos em desenvolvimento e em feridas em cicatrização. Macrófagos – são responsáveis pela fagocitose e pela pinocitose de partículas estranhas ou não ao organismo. São células grandes, importantes também na limpeza de restos de partículas. Plasmócitos – responsáveis pela produção de anticorpos. Mastócitos – células globulosas e grandes, contendo heparina que é um anticoagulante, uma substância que não permite que o sangue coagule, e histamina, que é uma substância envolvida nos processos de alergia. Adiposas – armazenam gorduras. 185 DIVERSIDADE E DIFERENCIAÇÃO CELULAR A N O T A Ç Õ E S Nos esquemas seguintes, você poderá identificar alguns desses tipos de células. Tipos de tcpd Frouxo - possui pouca quantidade de fibras, o que lhe dá consistência macia. Tem as funções de preencher e ligar diferentes partes do corpo. No esquema você encontrará também os tipos de células citados acima. Denso – possui maior quantidade de fibras tendo mais resistência e força. Tem funções de preenchimento e suporte e localiza-se nos tendões, ligamentos e derme. Observe as fibras no esquema ao lado. 2. Tecido adiposo É cheio de células de gordura. É encontrado na hipoderme*, ao redor de alguns órgãos como os rins e o coração, e na medula óssea. Tem funções de armazenamento e isolante térmico. A quantidade de gordura em cada célula aumenta ou diminui, conforme a pessoa engorda ou emagrece. - 186 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - O esquema mostra as células ricas em gordura. 3. Tecido cartilaginoso É especializado em sustentação, possuindo a substância intercelular rígida*, porém flexível, devido ao acúmulo de fibras. Suas células são chamadas condrócitos. Pela sua rigidez, é um tecido sem vasos sanguíneos, sendo, portanto, necessário um tecido conjuntivo propriamente dito próximo para sua sobrevivência – o pericôndrio – que faz nutrição e a remoção de produtos indesejados por difusão, que você já estudou no capítulo 8 (se precisar, retorne a ele). É encontrado no esqueleto dos peixes cartilaginosos, nos discos intervertebrais, na orelha, nos anéis da traqueia, nas abas do nariz. Possui funções de suporte e diminuição de atrito entre os órgãos. Observe o esquema. Nem todas as cartilagens são iguais: a principal diferença entre elas é o tipo e a quantidade de fibras, tornando-as mais flexíveis ou mais rígidas. No esquema abaixo você encontrará essas diferenças! Acompanhe com atenção!!! 4. Tecido ósseo É o tecido que forma o esqueleto. Sua substância intercelular é rígida, pelo acúmulo de alguns tipos de fibras e pela presença de sais de cálcio. No interior de vários ossos existe um tecido mole – medula óssea ou tutano, onde são fabricadas as células do sangue. Suas principais funções são: sustentação do corpo, ponto de apoio para os músculos e proteção de órgãos vitais, como o sistema nervoso e os pulmões. Suas células são chamadas osteócitos. 187 DIVERSIDADE E DIFERENCIAÇÃO CELULAR Como sua matriz é muito rígida, é necessário um sistema que permita a sua nutrição, que é feita através do Sistema de Havers, que são os canais de Havers, por onde passam vasos sanguíneos e fibras nervosas, permitindo que o alimento e o oxigênio saiam dos vasos sanguíneos e cheguem até os osteócitos. O esquema complementa a explicação. Ele sempre facilita o entendimento. Fique atento. Tecido sanguíneo As principais funções são: transporte de substâncias e defesa do organismo. O sangue é o principal responsável pelo transporte de diversas substâncias pelo corpo, tais como nutrientes, excretas e gases, além de ter ativa participação no sistema de defesa do organismo. É um tecido conjuntivo cuja substância intercelular é líquida e chamada plasma. É formado também das células vermelhas e brancas e dos fragmentos de células, que são as plaquetas. Plasma (corresponde a cerca de 60% do sangue): sua principal função é transportar substâncias como alimento, oxigênio, gás carbônico, produtos de excreção, hormônios etc., até os tecidos. Cerca de 92% do plasma são formados de água! Glóbulos vermelhos ou hemácias ou eritrócitos: sua principal |função é o transporte de gases respiratórios, principalmente o O2. Nos mamíferos, as hemácias não possuem núcleo e, portanto, sua vida média é de 120 dias, como na espécie humana. Possuem um pigmento chamado hemoglobina, que dá a cor vermelha ao sangue e indispensável para o transporte de gases. Glóbulos brancos ou leucócitos: são células especializadas na defesa do organismo. São capazes de se mover independentemente do fluxo sanguíneo e de atravessar a parede dos capilares em um movimento chamado de diapedese. A defesa do corpo é feita pelo processo de fagocitose. A N O T A Ç Õ E S - 188 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - Plaquetas ou trombócitos: estão relacionadas com a coagulação sanguínea. Quando ocorre uma lesão* em um vaso sanguíneo, os tecidos lesados e as plaquetas liberam uma enzima que desencadeará a coagulação do sangue. O cálcio também é importante para esse processo. Acompanhe pelo esquema esses tipos de células e os leucócitos realizando sua função. Tecido hematopoético É o tecido responsável pela produção das células do sangue. Existem dois tipos: medula óssea vermelha ou tecido mieloide e tecido linfático ou linfoide. Medula óssea vermelha: é encontrada no interior dos ossos é responsável pela formação dos elementos figurados do sangue (hemácias, leucócitos e plaquetas). Tecido linfático: é responsável por importantes órgãos de defesa do corpo, sendo encontrado no timo, no baço, nos gânglios linfáticos. Esses gânglios, durante uma infecção, retiram bactérias e impurezas da linfa. A linfa é um líquido semelhante ao sangue, porém sem glóbulos vermelhos nem hemoglobina, sendo portanto, de cor branca. A linfa circula em vasos chamados linfáticos e possui linfócitos que são células que transportam anticorpos* para a defesa do organismo. Após uma refeição rica em gorduras, a linfa apresenta um aspecto leitoso, pois também possui função de absorver gorduras do intestino. O timo é um órgão que, além de produzir hormônios, é o local onde um tipo de linfócito – o linfócito T – se especializa. O baço serve para recolher as hemácias mortas. 189 DIVERSIDADE E DIFERENCIAÇÃO CELULAR A N O T A Ç Õ E S DESAFIOS DO PERCURSO 1. (Uerj-1998) Enfisema em fumantes é provocada por uma enzima. O enfisema se caracteriza pelo esticamento dos alvéolos do pulmão, o que endurece estes tecidos e diminui sua capacidade de absorção de oxigênio. As pessoas que desenvolvem a doença também apresentam um alto nível de células de defesa conhecidas como macrófagos. O Globo, 26/09/97 Indique e descreva a função desempenhada pelos macrófagos presentes na parede dos alvéolos. R. 2. Quanto aos tecidos musculares de vertebrados: a) diferencie-os quanto à contração; b) cite uma característica específica de cada um desses tecidos. R. 3. Esquematize um neurônio apontando com setas e legendas as seguintes estruturas: 1 corpo celular; 2 terminações axônicas; 3 bainha de mielina; 4 axônio; 5dendritos. 4. Caracterize glândulas exócrinas e endócrinas, dando um exemplo de cada. R. 5. Cite duas características do tecido conjuntivo. R. 6. Cite as principais funções do sangue. R. 7. Explique a função das hemácias, dos leucócitos e das plaquetas. R. 8. Dê três diferenças entre tecido epitelial e conjuntivo. R. - 190 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - AMPLIANDO O HORIZONTE Importante! Para complementar alguma informação, ler o livro Biologia Hoje, Vol. 1, de Sérgio Linhares e Fernando Gewandsznajder, editora Ática; ou outro livro de Biologia que trate do mesmo assunto. GLOSSÁRIO Anticorpos – substâncias (proteínas) que defendem o organismo de infecções. Derme – camada da pele abaixo da epiderme. Hipoderme – camada abaixo da pele. Lesão – dano; corte, ferida. Rígida – resistente, firme, dura. Secretar – expelir, produzir. Vascularização – presença de vasos sanguíneos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMABIS, José Mariano, MARTHO, Gilberto Rodrigues. Biologia dos organismos. São Paulo: Moderna, 1995. V. 1 e 2. BRITO, Elias Avancini, FAVARETTO, José Ronaldo. Biologia: uma abordagem evolutiva e ecológica. São Paulo: Moderna, 1997. V. 1. LINHARES, Sérgio, GEWANDSZNAJDER, Fernando. Biologia hoje. São Paulo: Ática, 1997. V. 2. LOPES, Sônia. Bio. São Paulo: Saraiva, 1998. V. 2. PAULINO, Wilson Roberto. Biologia Atual. São Paulo: Ática, 2000. V. 1. SOARES, J.L. Biologia no terceiro milênio. São Paulo: Scipione. V. 1 e 2. UZUNIAN, A. Biologia 1. São Paulo: Harbra, 1997. 191 DIVERSIDADE E DIFERENCIAÇÃO CELULAR MEMÓRIAS DA VIAGEM 1. Quando um epitélio se apresenta constituído por várias camadas de células, está bem adaptado à função de a) armazenamento. b) absorção. c) transporte. d) proteção. e) trocas gasosas. 2. São exemplos de glândulas exócrinas e endócrinas, respectivamente, a(s): a) tireoide e a hipófise. b) hipófise e as sebáceas. c) salivares e a tireoide. d) sudoríparas e as sebáceas. e) hipófise e a tireoide. 3. A sinapse é a) um tipo de fibra muscular envolvida no processo de contração do coração. b) uma célula sanguínea envolvida na liberação de uma enzima para o processo de coagulação. c) um tipo de reprodução sexuada, que envolve a formação de gametas, realizada por protozoários ciliados. d) uma região de contato entre a extremidade do axônio de um neurônio e os dendritos de outro neurônio. e) um fenômeno que explica o fluxo de seiva bruta em algumas plantas. 4. (Puc-mg 1997) Células adiposas estão presentes no tecido conjuntivo a) ósseo. b) muscular. c) propriamente dito. d) nervoso. e) sanguíneo. A N O T A Ç Õ E S - 192 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - 5. A respeito do tecido cartilaginoso, é correto afirmar que: a) apresenta vasos sanguíneos para sua oxigenação. b) possui pouca substância intercelular. c) aparece apenas nas articulações. d) pode apresentar fibras entre suas células. e) se origina a partir do tecido ósseo. 6. (UFViçosa-1999) Das características a seguir, aquela que é comum a todos os tipos de tecido conjuntivo é: a) possuir grande quantidade de substância intercelular. b) apresentar grande quantidade de fibras elásticas. c) possuir substância intercelular no estado líquido. d) apresentar calcificação ainda no período embrionário. e) apresentar quantidades moderadas de fibras colágenas. 7. (Fei-1996) Os componentes do sangue que têm a função de defesa do organismo e de coagulação são, respectivamente: a) leucócitos e hemácias. b) plaquetas e hemácias. c) leucócitos e plaquetas. d) plaquetas e leucócitos. e) hemácias e plaquetas. 8. (Puc-mg 1997) Assinale a alternativa que compreende um tecido conjuntivo de transporte. a) Tecido ósseo. b) Tecido cartilaginoso. c) Tecido nervoso. d) Tecido muscular. e) Tecido sanguíneo. 9. (Unirio-1996) Estão numeradas de I a III, no esquema a seguir, as partes fundamentais do neurônio, que são, respectivamente: a) I - axônio; II - dendritos; III - corpo celular b) I - axônio; II - corpo celular; III - dendritos c) I - dendritos; II - axônio ; III - corpo celular d) I - corpo celular; II - axônio; III - dendritos e) I - corpo celular; II - impulso nervoso; III - sinapse 193 DIVERSIDADE E DIFERENCIAÇÃO CELULAR 10. (Udesc-1997) Observe as três afirmativas sobre o tecido hematopoético e o sangue. I. O tecido hematopoiético possui como função a produção de células do sangue. II. Os glóbulos vermelhos são produzidos na medula óssea e, posteriormente, passam para a corrente sanguínea. III.Os anticorpos são produzidos pelas plaquetas. Assinale a alternativa CORRETA. a) I, II e III são verdadeiras. b) I e II são verdadeiras. c) II e III são verdadeiras. d) I e III são verdadeiras. e) apenas II é verdadeira. A N O T A Ç Õ E S - C A P Í TU L O 15 TECIDOS VEGETAIS C A P Í TU L O 15 TECIDOS VEGETAIS PLANEJANDO A ROTA A N O T A Ç Õ E S N ão podemos conceber a vida na Terra sem a existência das plantas... A organização do corpo de um vegetal é muito diferente da organização do corpo de um animal. Somente os vegetais possuem tecidos especializados para a realização da fotossíntese e para conduzir a seiva retirada do solo. Você, alguma vez, já colocou alguns grãos de feijão ou de milho em um algodão embebido em água, para germinar? Acompanhe o texto, que descreve o desenvolvimento dessas sementes. As sementes possuem uma capa ou tegumento que protege o embrião e é chamada de “casca”. O embrião apresenta folhas modificadas chamadas cotilédones. As plantas em que o embrião apresenta apenas um cotilédone são chamadas de monocotiledôneas, como o milho; outras, com dois cotilédones, são chamadas de dicotiledôneas, como o feijão. Além dos cotilédones, o corpo do embrião possui folhas embrionárias, um pequeno caule chamado de caulículo e uma pequena raiz chamada de radícula. À medida que a nova planta vai se desenvolvendo, vai usando as reservas que ficam nos cotilédones e novas folhas vão se formando, começando a fotossíntese. A planta jovem é, agora, uma planta independente, com suas raízes que absorvem água e sais minerais do solo e folhas verdes produzindo alimento. - 198 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - INVESTIGANDO CAMINHOS Tecidos vegetais Os vegetais possuem tecidos que podem ser divididos em dois tipos básicos: tecidos embrionários ou de formação, que vão originar todos os outros tecidos da planta, e os tecidos permanentes ou diferenciados, que possuem várias funções como proteção e revestimento; condução; assimilação ou reserva; sustentação e secreção. Tecidos embrionários ou de formação: os meristemas À medida que as células do embrião da planta se especializam, vão perdendo, aos poucos, a capacidade de se dividir. Porém, em algumas regiões da planta permanecem grupos de células simples, não diferenciadas, isto é, que conservam as características embrionárias: geralmente pequenas, com parede celular fina, núcleo central volumoso e vários vacúolos pequenos. Essas células são chamadas meristemáticas ou meristemas e estão em constante divisão, sendo responsáveis pelo crescimento da planta, e formam, por diferenciação, os demais tecidos vegetais. Observe bem o esquema que mostra a origem de várias células de uma planta, formadas a partir das células meristemáticas. Recordando: diferenciação – significa formação de diferentes tipos de células a partir de células simples, em biologia. Você reparou que todas as células dos vegetais são formadas a partir do meristema? Existem dois tipos básicos de meristemas: meristema primário – é originado diretamente das células do embrião da planta e é responsável pelo crescimento em comprimento, que determina o crescimento em profundidade da raiz e em altura do caule. O meristema primário é encontrado na ponta do caule e da raiz. 199 TECIDOS VEGETAIS meristema secundário – é encontrado no meio dos tecidos diferenciados do caule e da raiz, sendo formado, portanto, a partir de células adultas que retornam ao estado embrionário e voltam a se dividir. É responsável pelo crescimento em espessura, isto é, pelo alargamento da planta. É encontrado na maioria das plantas que possuem flor e fruto, como árvores e arbustos, e em algumas plantas com semente mas sem fruto, como os pinheiros e as sequóias. O meristema secundário é encontrado em duas regiões, tanto na raiz como no caule: a) felogênio: é a região mais externa – produz células que formarão: para fora, o súber, que é um tecido morto, como a cortiça e tem função de proteção. O súber vai substituir a epiderme; para dentro, o feloderma, que é um tecido vivo e tem função de preenchimento e reserva, como o amido. b) câmbio: é a região mais interna – produz os vasos condutores: xilema ou lenho, mais internamente, que conduz a seiva bruta, que é formada de água e sais minerais; floema ou líber, mais externamente, que conduz a seiva elaborada, que é formada de substâncias orgânicas produzidas através da fotossíntese, na realidade, os alimentos. No esquema, você encontrará essas estruturas. Tecidos permanentes ou diferenciados A . Tecidos de revestimento e proteção: a epiderme e súber 1. Epiderme: é a camada mais externa da parte jovem da planta, revestindo raízes, caules, folhas, flores, frutos e sementes. É formada por uma única camada de células vivas, achatadas e a maioria sem clorofila. Sua parte mais externa é impermeável, protegendo a planta contra a perda de água. Porém a raiz da epiderme não é impermeável, pois é através da raiz que a planta absorve água. A N O T A Ç Õ E S - 200 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - Na epiderme existem estruturas geralmente encontradas nas folhas, chamadas estômatos, que possuem uma abertura chamada ostíolo, por onde passam o oxigênio e o gás carbônico durante a fotossíntese e a respiração da planta, além do vapor de água na transpiração. Essa abertura é regulada pela planta. Observe o esquema acima. 2. Súber: como já foi visto, ele é formado por várias camadas de células mortas e ocas. Apresenta uma substância impermeável chamada suberina e aparece nas partes mais antigas da planta, substituindo a epiderme. Protege a planta contra a evaporação e funciona como isolante térmico. Como sua superfície é impermeável, possui células especiais (as lenticelas), que estão permanentemente abertas, para permitir as trocas gasosas. B. Tecidos de assimilação e reserva: parênquimas São células com pouco citoplasma e grandes vacúolos. Possuem capacidade de se dividir, sendo importantes na regeneração e cicatrização de feridas. São tecidos de preenchimento em todos os órgãos vegetais. Principais parênquimas: parênquima de assimilação: também chamado de parênquima clorofiliano, é encontrado nas folhas e caules jovens. Possui cloroplastos contendo clorofila e tem função de realizar a fotossíntese. No esquema, você pode observar duas formas diferentes de parênquimas de assimilação: parênquima paliçádico e parênquima lacunoso. parênquima de reserva: armazena* uma parte da matéria orgânica produzida pela fotossíntese como amido, proteínas etc. É encontrado em alguns tipos de raízes e caules, nas folhas, nos frutos e nas sementes. Pode acumular ar, água ou amido, sendo então chamado: 201 TECIDOS VEGETAIS a) parênquima aerífero: quando acumula ar nas plantas aquáticas, facilitando sua flutuação, como na vitória-régia, por exemplo. b) parênquima aquífero: quando armazena água nas plantas que vivem em locais secos, como os cactos, por exemplo. c) parênquima amilífero: quando armazena amido, como na batata, mandioca etc. Observe esses tipos de parênquimas de reserva no esquema anterior. C. Tecidos de sustentação: colênquima e esclerênquima São formados por células de paredes grossas, que dão resistência e sustentação às diferentes partes da planta. Eles correspondem às cartilagens e aos ossos dos animais. Diferença entre colênquima e esclerênquima: colênquima: tecido formado por células vivas e alongadas, localizado logo abaixo da epiderme do caule e da folha. Possui reforço de celulose na parede celular, sendo, portanto, resistente e flexível. Corresponde às cartilagens. esclerênquima: tecido formado por células mortas, com paredes grossas de celulose e impregnadas de uma substância resistente e que não se dissolve em água. É encontrado nos órgãos adultos da planta. Possui também a função de proteção contra animais herbívoros. É usado pelo homem na fabricação de tecidos como juta, linho, e no artesanato. Corresponde aos ossos. Observe esses dois de tecido tipos no esquema acima. D. Tecidos de condução: xilema e floema Esses dois tipos de tecidos são muito importantes para a planta. São formados por células de formato alongado ligadas entre si, formando tubos ao longo da planta. A presença de vasos condutores de seiva é uma adaptação à vida terrestre, além de permitir o desenvolvimento de vegetais de grande porte. A N O T A Ç Õ E S - 202 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - Como já foi dito, existem dois tipos de vasos condutores de seiva. Vasos lenhosos: transportam água e sais minerais, que formam a seiva bruta ou inorgânica, no sentido da raiz até as folhas. São formados por células mortas, alongadas e com paredes reforçadas de lignina e celulose. O conjunto de vasos lenhosos é chamado lenho ou xilema. É encontrado na parte mais interna da planta. Vasos liberianos ou crivados: transportam a seiva elaborada ou orgânica das folhas até a raiz. São formados de células vivas. São chamados de crivados, por apresentarem pequenos furos ou “crivos” que permitem a passagem da seiva através de seus vasos. O conjunto de vasos liberianos recebe o nome de floema ou líber. É encontrado na parte mais externa da planta. Acompanhe pelos esquemas ao lado. E. Tecidos de secreção São aqueles que produzem substâncias como: o néctar existente nas flores; o látex, de onde se extrai a borracha, etc. Como revisão, observe ao lado um esquema da organização básica da raiz e do caule de uma planta. 203 TECIDOS VEGETAIS DESAFIOS DO PERCURSO 1. (Fuvest 1995) Realizou-se o seguinte experimento com um grupo de plantas: retirou-se um anel de casca contendo o floema, mantendo-se folhas acima e abaixo da região cortada. Em seguida, somente folhas abaixo do corte foram expostas a CO2 radioativo durante 24 horas. Em que regiões da planta serão encontradas substâncias com material radioativo após o experimento? Por quê? R. 2. Para que servem os estômatos? R. 3. De que é formada a seiva bruta? Através de que vasos ela é transportada? R. 4. (UFViçosa 1996) Em relação aos tecidos vegetais: a) Qual a função dos meristemas primários e onde se localizam? b) Qual a função dos meristemas secundários? c) Escreva uma característica do esclerênquima que o diferencia do colênquima. R. 5. (Vunesp 1998) Observe a figura e responda. a) Qual é o nome da estrutura assinalada em I e o do tecido assinalado em II? b) Considerando-se que na estrutura I ocorre entrada de CO2 e saída de H2O e de O2 responda: em que processo o CO2 absorvido em I é utilizado e qual a importância deste processo para a manutenção da vida? R. A N O T A Ç Õ E S - 204 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - 6. (Uffrj 1999) Muitas fibras do esclerênquima são usadas industrialmente como matéria-prima para a fabricação do cânhamo, da juta e do linho. a) Cite duas características do esclerênquima. b) Identifique a principal função desse tecido vegetal. R. AMPLIANDO O HORIZONTE Importante! Para complementar alguma informação, ler o livro Biologia Hoje vol. 1 de Sérgio Linhares e Fernando Gewandsznajder, Editora Ática (capítulo 19) ou outro livro de Biologia que trate do mesmo assunto. GLOSSÁRIO Armazena - guarda. Germinação - desenvolvimento do embrião da semente. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMABIS, José Mariano, MARTHO, Gilberto Rodrigues. Biologia dos organismos. São Paulo: Moderna, 1995. V. 2. LINHARES, Sérgio; GEWANDSZNAJDER, Fernando. Biologia hoje. São Paulo: Ática, 1997. V. 1. LOPES, Sônia. Bio. São Paulo: Saraiva, 1998. V. 2. SOARES, José Luís. Biologia do terceiro milênio. São Paulo: Scipione, 1999. V. 2. MEMÓRIAS DA VIAGEM 1. É responsável pelo crescimento em comprimento de uma planta: a) meristema primário. b) meristema secundário. c) súber. d)xilema. e) floema. 205 TECIDOS VEGETAIS 2. (Fuvest-1992) Os pulgões são insetos afídeos que retiram dos caules das plantas uma solução rica em açúcares. O tecido da planta de onde os insetos extraem alimento é a) o câmbio. b) o xilema. c) o floema. d) a endoderme. e) o periciclo. 3. A região mais externa do meristema secundário é a) câmbio. b) estômato. c) floema. d) pleroma. e) felogênio. 4. (Ue londrina-1994) Os tecidos que permitem às plantas manterem-se eretas são, principalmente, a) o lenho, o esclerênquima e o colênquima. b) o líber, o esclerênquima e o colênquima. c) o lenho, o líber e o colênquima. d) o lenho, o líber e o meristema. e) o meristema, o colênquima e o esclerênquima. 5. O parênquima aerífero acumula a) água. b) ar. c) amido. d) açúcar. e) proteína. 6. (Ue londrina-1994) Os tecidos de uma raiz desenvolvem-se a partir a) da coifa. b) da epiderme. c) dos parênquimas. d) dos meristemas. e) do sistema vascular primário. A N O T A Ç Õ E S - 206 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - 7. (Vunesp-1997) São exemplos de tecidos de sustentação e proteção, respectivamente: a) súber - esclerênquima. b) epiderme - esclerênquima. c) súber - colênquima. d) esclerênquima - súber. e) colênquima - xilema. 8. O tecido no qual se encontram os estômatos é: a) epiderme. b) xilema. c) floema. d) súber. e) colênquima. 9. (Unirio-1997) No esquema a seguir, podemos observar a disposição dos vasos condutores no caule de uma dicotiledônea, destacados com 1, 2 e 3 e que representam, respectivamente: a) xilema, câmbio e floema. b) tubos, xilema e floema. c) xilema, floema e câmbio. d) epiderme, floema e câmbio. e) epiderme, endoderma e xilema. 10. (Puc-mg 1997) Nos vegetais, os tecidos que podem ser comparados, funcionalmente, com os tecidos conjuntivos dos animais são os tecidos. a) secretores. b) meristemáticos. c) de proteção. d) mecânicos. e) parenquimáticos. C A P Í TU L O 16 diversidade da vida C A P Í t u L O 16 diversidade da vida PLANEJANDO A ROTA A N O T A Ç Õ E S v ocê consegue imaginar quantas espécies de seres vivos existem na natureza? Os cientistas já identificaram cerca de dois milhões de espécies numa grande variedade de seres vivos, e calculam entre seis e trinta milhões de outras espécies a serem descobertas, principalmente em lugares pouco explorados como fontes termais, águas doces, recifes de corais etc. um pouco de história Já na Grécia antiga, antes de Cristo (a.C.), os filósofos tentavam resolver os problemas do mundo e da vida, através da observação da natureza, nascendo daí as ciências que, naquela época, eram reunidas e designadas pelo nome de Filosofia. Surgiu, então, a necessidade de se achar uma ordem, que permitisse comparar os fatos com mais facilidade. O primeiro a organizar os fatos foi Aristóteles, que no século IV a.C, classificou os animais em aéreos, terrestres e aquáticos, usando como critério o meio ambiente. O próprio Aristóteles, juntamente a Teofrasto e Plínio (seus alunos), dividiu as plantas em três grandes grupos: ervas, arbustos e árvores, usando, como critério, o tamanho. Esta divisão foi aceita, praticamente sem alteração, até a Idade Média. No século IV, Santo Agostinho classificou os animais em nocivos, úteis e indiferentes ao homem. - 210 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - Dos sistemas de classificação que surgiram a partir do Renascimento, um dos mais importantes foi o do naturalista sueco Carl von Linnée, ou simplesmente Lineu, que propunha um sistema em que todos os seres vivos eram classificados de acordo com suas semelhanças, sistema que foi aceito até o século XIX e serviu de base para o que utilizamos até hoje. Lendo o texto, você observou que os cientistas sempre se preocuparam com a classificação dos seres vivos. Apesar de a forma de classificação de Lineu continuar praticamente a mesma, a base do pensamento mudou muito. Naquela época, a classificação servia apenas para demonstrar a ordem inseparável da Criação Divina: nomear de forma exata todos os organismos era um ato religioso que mostrava a grande complexidade da vida criada por Deus. Essa visão foi modificada aproximadamente na metade do século XIX, por alguns cientistas, sendo o mais conhecido Charles Darwin, que coletou evidências conclusivas de que uma evolução nas formas de vida teria ocorrido. Propôs a seleção natural como sendo a responsável por essas mudanças. A partir da aceitação da teoria de Darwin, a classificação dos seres vivos passou a ser entendida por um grande número de cientistas. Acompanhe o texto com muita atenção para entender melhor como se chegou à atual classificação dos seres vivos. INVESTIGANDO CAMINHOS O ser humano possui uma tendência natural de reunir, em grupos, os objetos ou seres que apresentam características semelhantes ou diferentes, o que chamamos de classificação. Certamente você usa algum critério para reunir seus objetos pessoais, suas roupas, seus sapatos, seus livros etc. Cada conjunto deve ficar em um local, dependendo da sua forma de organização. Foi assim que os cientistas fizeram para reunir em grupos os diferentes seres vivos. A Taxonomia (do grego taxon = grupo, categoria; nomos = conhecimento) é a parte da Biologia que estuda a classificação dos seres vivos. Como já foi dito, até o século XVIII pouca coisa mudou, até que Lineu, em 1735, criou um sistema de classificação e de nomenclatura dos seres vivos, ordenando os organismos em categorias hierárquicas de acordo com as semelhanças existentes entre eles. Esse sistema serviu de base para a classificação moderna. 211 DIVERSIDADE DA VIDA Atualmente o sistema natural de classificação baseia-se em alguns pontos como: • a forma dos organismos adultos; • o desenvolvimento embrionário; • o material genético da espécie; • os locais onde se encontra a espécie; • a evolução (o desenvolvimento ao longo do tempo) dos seres vivos. A sequência com que os seres vivos surgiram na Terra, isto é, a evolução dos seres vivos, é chamada de Filogenia. Atualmente os cientistas usam recursos bem adiantados para determinar, numa escala de evolução o grau de parentesco entre duas espécies, como por exemplo, a análise de certas proteínas e do DNA. Está ficando cada vez mais avançado esse estudo! O que determina o tipo de proteína é a sequência de aminoácidos, e cada espécie tem uma sequência própria (cap. 6). Portanto, quanto maior for a diferença nessa sequência, mais afastadas estarão as duas espécies, dentro do modelo de evolução. O esquema a seguir mostra a evolução de um grupo de animais (entre eles o homem e alguns tipos de macacos) chamado de primatas*, a partir do estudo de DNA. De um lado estão as diferenças no DNA e do outro, o tempo que dois primatas levam para se separar de um ancestral comum. Tente agora, observando o esquema ao lado, responder: a) Qual é a diferença aproximada entre a porcentagem do nosso DNA e a porcentagem do DNA do chimpanzé? E do DNA do gorila? b) Qual dos dois (gorila ou chimpanzé) apresenta maior grau de parentesco, isto é, qual deles é mais próximo do homem? Confira se acertou, olhando o gabarito no final do livro. A sequência hierárquica de classificação atualmente utilizada é composta de sete categorias taxonômicas, partindo do geral para o particular, em que a espécie é a unidade básica. Veja-as a seguir. Reino Filo Classe Ordem Família Gênero Espécie A N O T A Ç Õ E S - 212 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - Muitas vezes, os biólogos encontram dificuldade em classificar os seres dividindo-os em apenas sete grupos e, por isso, foram criadas as sub e supercategorias: sub e superfamílias; sub e superordens etc. O sistema de classificação natural baseia-se no conceito de espécie, que é um conjunto de indivíduos semelhantes, capazes de se cruzarem entre si, produzindo descendentes férteis. As espécies se agrupam em gêneros, os gêneros em famílias, as famílias em ordens, as ordens em classes, as classes em filos, os filos em reinos. Regras internacionais de nomenclatura • Todo nome científico deve ser escrito em latim ou, quando originado de outra língua, deverá ser latinizado. • Cada ser vivo deve ser reconhecido por uma designação binominal: o primeiro nome representa o gênero e o segundo identifica a espécie. Como exemplo, temos a Musca domestica, onde Musca representa o gênero e Musca domestica a espécie (não apenas domestica). • O nome referente ao gênero deve ser escrito com inicial maiúscula. • O nome referente à espécie deve ter o segundo elemento escrito em minúscula, como: Musca domestica. Apenas em raríssimas exceções isso não acontece. Ex: Trypanosoma Cruzi (em homenagem ao cientista Oswaldo Cruz). • Em obras impressas, todo nome científico deve ser escrito em itálico, como Coffea arabica. • Uma subespécie terá nomenclatura trinominal. Escreve-se o nome da subespécie com a inicial minúscula, precedido do binômio. Como exemplo temos: Homo sapiens sapiens (homem). Em 1969, os seres vivos, foram classificados em cinco reinos, que são: Monera; Protista; Fungi; Plantae e Animalia. Observe o esquema evolutivo!!! 213 DIVERSIDADE DA VIDA Reino Monera Compreende as bactérias e as cianobactérias (antigas algas azuis ou cianofíceas). Vivem em praticamente todos os ambientes da Terra, e, apesar da sua simplicidade, apresentam muitos tipos de metabolismo e se reproduzem rapidamente. Bactérias: principais características • Vivem em praticamente todos os lugares da Terra. • São seres procariontes, sem envoltório nuclear. No citoplasma, possuem apenas ribossomos. • Seu DNA é circular e fica espalhado no citoplasma. • Sua nutrição pode ser autótrofa, pois algumas conseguem realizar a fotossíntese ou a quimiossíntese (ver cap. 9); ou heterótrofa, absorvendo os alimentos ou vivendo como parasitas. • Possuem parede celular, porém esta não é igual à dos vegetais, pois não é formada de celulose. • Sua reprodução pode ser assexuada, por divisão binária ou divisão simples, como também pode ser sexuada, geralmente por conjugação (que é a troca de pedaços de DNA entre duas bactérias). • Apresentam também capacidade de produzir esporos, que são estruturas protetoras que permitem a vida latente (“adormecida”), quando as condições do meio ambiente são muito desfavoráveis. • Sua respiração pode ser aeróbia, ou anaeróbia (fermentação). Observe com atenção o esquema de uma bactéria com toda a sua estrutura. Para combater as bactérias pode-se usar a vacinação, que é um método preventivo (antes de se ter contato com a bactéria) ou os antibióticos (depois do contato com a bactéria). O sucesso dos antibióticos só não foi completo porque logo surgiram algumas bactérias resistentes (que não A N O T A Ç Õ E S - 214 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - morriam na presença dessa substância). Essa resistência pode acontecer por mutação, uma alteração genética que torna a bactéria capaz de resistir a um determinado antibiótico, ou quando uma bactéria retira de outra um plasmídio com genes de resistência. Este é o modo mais comum. Os plasmídios são moléculas pequenas e circulares de DNA, que podem ser encontradas no citoplasma das bactérias que não possuem os genes necessários para o funcionamento da célula. Podem apresentar outros genes que comandam a síntese de proteínas e que são capazes de “quebrar” as moléculas de antibióticos, dando resistência às bactérias. O número de bactérias no corpo humano é cerca de dez vezes maior do que o de células do próprio organismo. As bactérias, como os vírus, possuem também muitas utilidades!!! Utilidades das bactérias • São decompositoras de cadáveres juntamente aos fungos, reciclando a matéria na natureza. • Existem bactérias naturais ou selecionadas em laboratório que são capazes de purificar a água, de “quebrar” centenas de substâncias que são restos das indústrias e de nossas casas. (No solo brasileiro, foi possível selecionar nove gêneros de bactérias muito eficientes na decomposição do lixo.). • São importantes na adubação do solo, pois fixam nitrogênio da atmosfera e o transformam em sais nitrogenados, que são utilizados como alimentos pelas plantas. • São também utilizadas na produção de queijos, iogurtes, coalhadas, vinagre e outros produtos, graças à respiração feita por fermentação de várias de suas espécies. Prejuízos causados pelas bactérias • Metade de todas as doenças humanas é causada por bactérias ditas patogênicas (causadoras de doenças) tais como as de botulismo, tétano, febre tifoide, pneumonia, gonorreia, tuberculose, sífilis, cólera, tifo, entre outras. • Existem bactérias chamadas de oportunistas, que só causam doenças quando o nosso organismo está enfraquecido como, por exemplo, a bactéria causadora da pneumonia, que vive normalmente na nossa garganta e se multiplica quando cai a nossa capacidade de defesa. Cianobactérias: principais características • Como as bactérias, são também procariontes. • São todas autotróficas (realizam a fotossíntese). • Vivem em ambientes úmidos e são principalmente aquáticas. 215 DIVERSIDADE DA VIDA • São unicelulares ou podem viver em grupos. • Sua reprodução geralmente é assexuada (apenas algumas vezes ela é sexuada). • Funcionam como seres colonizadores, isto é, produzem a vida em locais desfavoráveis: elas criam condições para que outros organismos se instalem, surgindo novas formas de vida: elas realizam a fotossíntese, fixam o nitrogênio do ar e conseguem resistir a altas temperaturas. Reino protista É constituído pelos protozoários e algas unicelulares. Todos os seus representantes são unicelulares e eucariontes. Protozoários: principais características • Sua nutrição é sempre heterótrofa, pois não possuem clorofila para realizar a fotossíntese. • Podem ser encontrados na água doce e salgada, na terra ou como parasitas. • Sua reprodução geralmente é assexuada, podendo também ser sexuada por conjugação (neste tipo de reprodução, os indivíduos se aproximam e estabelecem uma ponte entre seus citoplasmas, por onde trocam material genético, e depois se afastam – tal processo é semelhante ao das bactérias). • Locomovem-se através de pseudópodos (que são expansões do citoplasma, formando “falsos pés”), de cílios ou de flagelos. • Podem causar muitas doenças, tais como: amebíase ou disenteria amebiana, doença de Chagas, malária, toxoplasmose, entre outras. No esquema estão representados os tipos de locomoção de protozoários, para facilitar o entendimento. A N O T A Ç Õ E S - 216 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - Algas unicelulares: principais características • São sempre autótrofas (realizam a fotossíntese). • São os principais “produtores” do oxigênio que é lançado na atmosfera. • Podem viver na água doce e salgada. • Sua reprodução geralmente é assexuada. Observe o esquema de um tipo de alga unicelular chamada euglena. Ela possui um flagelo para se locomover. Porém, não são todas as algas unicelulares que se locomovem. Reino fungi É constituído pelos cogumelos, fungos, bolores e lêvedos ou leveduras. Principais características • São todos heterótrofos, pois não possuem clorofila e, portanto, não realizam a fotossíntese. • Possuem parede celular, porém ela não contém celulose, como a dos vegetais. • Podem ser uni ou pluricelulares (a grande maioria). • São todos eucariontes. • Possuem o glicogênio como substância de reserva, exatamente como os animais. • São formados por muitos filamentos, chamados de hifas, que formam o micélio, que representa seu corpo. O micélio pode ser vegetativo (retira do solo o alimento) ou reprodutor (forma os esporos). Utilidades • Juntamente às bactérias, atuam como decompositores no solo. • Alguns são utilizados na produção de bebidas alcoólicas, como a cerveja e o vinho; na fabricação de queijos; na produção de antibióticos como a penicilina (que foi o primeiro antibiótico descoberto); na fabricação de pães; na alimentação, como vários cogumelos etc. 217 DIVERSIDADE DA VIDA Causam também muitos prejuízos: • por possuírem uma grande variedade de enzimas digestivas, atacam diversos tipos de matérias, estragando alimentos e objetos úteis ao homem como roupas, couro, madeira etc.; • provocam doenças como micoses em vegetais e animais, inclusive no homem, como pé de atleta, candidíase etc. DESAFIOS DO PERCURSO 1. De acordo com o sistema binomial de nomenclatura estabelecido por Lineu, o nome científico Felis catus aplica-se a todos os gatos domésticos como angorás, siameses, persas, abissínios e malhados. O gato selvagem (Felis silvestris), o lince (Felis lynx) e o puma ou suçuarana (Felis concolor) são espécies relacionadas ao gato. a) A que gênero pertencem todos os animais mencionados? b) Por que todos os gatos domésticos são designados por um mesmo nome científico? R. 2. (Vunesp-1990) O controle das doenças bacterianas infecciosas feito por antibióticos ainda não está totalmente resolvido. A cada medicamento produzido, verifica-se o aparecimento de linhagens de bactérias que não respondem ao tratamento. Diante desse fato, conclui-se que os antibióticos induzem o aparecimento de bactérias resistentes. Pergunta-se: a) Está correta esta conclusão? b) Justifique a sua resposta. R. 3. Cite alguns pontos em que se baseia o atual sistema de classificação dos seres vivos. R. 4. Explique como se determina o grau de parentesco entre duas espécies através da análise de proteínas. R. 5. Qual é o atual conceito de espécie? R. A N O T A Ç Õ E S - 218 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - 6. Quais são os cinco reinos? R. 7. Cite uma utilidade das bactérias; uma dos protistas; e uma dos fungos. R. 8. Cite duas doenças causadas por bactérias, duas por protozoários e duas por fungos. R. AMPLIANDO O HORIZONTE Importante! Ler o capítulo de História referente ao Renascimento e o capítulo relacionado com a herança cultural dos gregos; também o capítulo de Língua Portuguesa relacionado com a classificação das palavras; e fazer uma comparação com a classificação das espécies. Para complementar alguma informação, ler o livro Biologia Hoje, Vol. 2, de Sérgio Linhares e Fernando Gewandsznajder, editora Ática (capítulos 1, 3, 4 e 5). GLOSSÁRIO Primatas – grupo de mamíferos que compreende os macacos e o homem. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMABIS, José Mariano, MARTHO, Gilberto Rodrigues. Biologia dos organismos. São Paulo: Moderna, 1995. V. 2. LINHARES, Sérgio, GEWANDSZNAJDER, Fernando. Biologia Hoje. São Paulo: Ática, 1997. V. 1. LOPES, Sônia. Bio. São Paulo: Saraiva, 1998. V. 2. SOARES, José Luís. Biologia do terceiro milênio. São Paulo: Scipione, 1999. V. 2. 219 DIVERSIDADE DA VIDA MEMÓRIAS DA VIAGEM 1. O sistema de classificação de Lineu baseia-se no conceito de a) espécie. b) gênero. c) classe. d) família. e) ordem. 2.Todos os indivíduos pertencentes ao reino Monera, em sua célula, não apresentam a) DNA. b) ribossomos. c) mitocôndria d) parede celular. e) membrana plasmática. 3. Quais dos seguintes grupos de microrganismos são exclusivamente heterótrofos? a) Protozoários e fungos. b) Fungos e bactérias. c) Fungos e algas. d) Algas e bactérias. e) Protozoários e bactérias. 4. Todas as alternativas apresentam atividades que alguns fungos podem realizar, EXCETO uma. Assinale-a. a) Produzir bebidas alcoólicas. b) Produzir antibióticos para controle de doenças. c) Atuar como fermento na fabricação de pães. d) Produzir glicose para obtenção de energia. e) Promover decomposição de matéria orgânica. 5. Grupo de seres vivos com representantes bastante variáveis quanto à forma do corpo e modo de vida, e todos são heterótrofos. Essa descrição vale para a) os líquens. b) as bactérias. c) os animais. d) os fungos. e) os protistas. A N O T A Ç Õ E S - 220 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - 6. É muito comum o paulistano sair aos sábados com a família ou com os amigos para ir comer pizza e tomar cerveja. Tanto a pizza quanto a cerveja só são possíveis de serem feitas graças a um organismo fermentante. Esse organismo é a) um vírus. b) um fungo. c) um protozoário. d) uma bactéria. e) uma alga. 7. O agente causador da doença toxoplasmose pertence ao grupo dos (das) a) vírus. b) bactérias. c) fungos. d) protozoários. e) insetos. 8. (G2 v3.3) Ordene as categorias de classificação biológica de modo descendente e assinale a alternativa correta. a) Reino, Classe, Filo, Ordem, Família, Gênero, Espécie. b) Reino, Classe, Filo, Ordem, Gênero, Família, Espécie. c) Reino, Filo, Classe, Ordem, Família, Gênero, Espécie. d) Reino, Filo, Ordem, Classe, Família, Gênero, Espécie. e) Reino, Filo, Classe, Ordem, Família, Espécie, Gênero. 9. O botulismo, o tétano, a tuberculose, entre outras, são doenças causadas por a) protozoários. b) fungos. c) insetos. d)vermes. e) bactérias. 10. (Udesc-1996) O cão doméstico (‘Canis familiaris’), o lobo (‘Canis lupus’) e o coiote (‘Canis latrans’) pertencem a uma mesma categoria taxonômica. Esses animais fazem parte de um(a) mesmo(a) a) gênero. b) espécie. c) subespécie. d) raça. e) variedade. C A P Í TU L O 17 Biologia dos animais: invertebrados I • Poríferos, Celenterados, platelmintos e nematelmintos C A P Í TU L O 17 Biologia dos animais: invertebrados I PLANEJANDO A ROTA A N O T A Ç Õ E S M uitas doenças que afetam o homem são causadas por organismos que vivem na água, no ar ou no solo. Ao se pisar descalço na terra, pode-se entrar em contato com diversos deles ali presentes. Muitas doenças podem ser causadas por micróbios que penetram na pele, ou por animais invertebrados (que não possuem vértebras) e parasitas do homem. Entre elas destacamos as verminoses, que serão estudadas neste capítulo. Para se evitar essas doenças, é necessária uma política de saneamento e recuperação ambiental, já que a urbanização e o crescimento acelerado da população aumentam, cada vez mais, a sua incidência. Saneamento significa limpeza e higiene. Sua função é evitar a poluição, combater os focos de mosquitos, insetos, ratos, caramujos e outros vetores de doenças que ainda matam muitas pessoas no nosso país. É responsabilidade do governo traçar políticas de educação ambiental para garantir a qualidade de vida da população. Neste capítulo você vai conhecer os principais mecanismos de prevenção de doenças. Vamos iniciar, agora, o estudo dos animais, com uma abordagem sobre os aspectos gerais que envolvem os vários grupos desse reino. Veremos os animais invertebrados, partindo dos organismos mais simples até chegar aos mais complexos. Vamos ao estudo dos filos dos poríferos, celenterados, platelmintos e nematelmintos. - 224 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - Poríferos São as esponjas, animais bem simples que não apresentam órgãos definidos e, por isso, não possuem sistemas. São aquáticos e, quando adultos, estão fixos a rochas ou a outras estruturas como conchas, por exemplo. São os animais mais primitivos. Organização, estrutura e fisiologia A esponja apresenta inúmeros poros (daí o nome porífero), por onde a água penetra até a cavidade central, denominada átrio. Por serem animais filtradores, retiram da água oxigênio e partículas alimentares e, ao mesmo tempo, eliminam resíduos e gás carbônico. A água sai do corpo da esponja por um orifício denominado ósculo. Por sua vez, o alimento obtido é digerido no interior de células especializadas. Por isso dizemos que os poríferos têm digestão intracelular. Muitas esponjas apresentam espículas, estruturas que ajudam na sustentação do seu corpo. Reprodução Os poríferos se reproduzem de forma sexuada e assexuada. Reprodução sexuada: ocorre com a união dos gametas masculino e feminino e a formação do zigoto. Forma-se uma larva, que se fixa em algum lugar (substrato*) e origina a esponja adulta. Reprodução assexuada: ocorre mais frequentemente por brotamento. Formam-se brotos, que podem se separar do corpo do animal e formar novas esponjas. Pode ocorrer também regeneração*, quando pequenos pedaços originam o animal adulto. Isto demonstra a simplicidade da estrutura desses animais. Celenterados ou cnidários Compreendem as hidras, águas-vivas, corais, anêmonas do mar etc. São animais aquáticos, a maioria marinha, que vivem livres ou fixos no fundo do mar ou dos rios, sozinhos ou em colônias. Organização, estrutura e fisiologia Possuem órgãos com funções bem definidas. O corpo tem uma única abertura, que exerce as funções de boca e ânus. Essa abertura está ligada à 225 BIOLOGIA DOS ANIMAIS INVERTEBRADOS cavidade digestiva, onde o alimento começa a ser digerido. A digestão se completa quando as partículas nutritivas entram nas células da parede interna do corpo do animal. Os restos de alimentos são eliminados também pela boca. Internamente, são formados por uma estrutura gelatinosa, a mesogleia, que serve como apoio para o corpo. Entre a mesogleia e a epiderme estão presentes células nervosas, que exercem as funções de recepção e resposta aos diferentes tipos de estímulos. Nos celenterados e cnidários esse mecanismo aparece pela primeira vez nos animais. Em todos os cnidários existem células especiais, os cnidoblastos, com as funções de defesa e captura de alimento. Ao ser estimulado, o cnidoblasto libera um líquido urticante*, que é injetado no corpo da vítima e pode lhe causar ferimentos ou até mesmo a morte. Observe a ilustração. Os celenterados não possuem sistema respiratório, circulatório nem excretor. Por serem animais finos, possuem poucas células no corpo e isso faz com que apenas a difusão (volte ao capítulo 8 para compreender melhor esta parte do texto) seja suficiente para transportar as substâncias. Os tipos básicos de celenterados são: pólipo e medusa. Os pólipos têm o corpo em forma de tubo, com duas extremidades: uma presa ao substrato e a outra, que contém a boca, que se apresenta circundada por tentáculos*. Podem viver isolados ou formando colônias (vários indivíduos agrupados). As medusas têm forma arredondada (em forma de guarda-chuva). Têm a boca localizada na parte inferior, na região central e possuem tentáculos na periferia do corpo. São móveis e possuem corpo gelatinoso e, por isso, são conhecidas como águas-vivas. A N O T A Ç Õ E S - 226 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - Reprodução A reprodução deste grupo pode ser assexuada por brotamento ou sexuada, normalmente com ocorrência de metagênese ou alternância de gerações (uma fase sexuada e outra assexuada). Observe o desenho que representa a metagênese. A fase sexuada é representada pela forma de medusa (livre) e a fase assexuada, pela forma de pólipo (fixo). Observe a tabela. Através dela você vai conhecer três classes que fazem parte do Filo dos Celenterados, com os seus principais representantes. filo DOS CNIDÁRIOS E Celenterados ClasseCaracterísticas Representantes Hydrozoa A maioria em forma de pólipos. Obelia, Hydra e Physalia. Scyphozoa A maioria em forma de medusas. Aurelia. Anthozoa Sempre em forma de pólipos. Actínia e corais. Platelmintos São invertebrados de corpo achatado, em forma de fita. As trocas de gases se realizam através da superfície do corpo, isto é, pela pele, uma vez que não possuem sistema respiratório. O sistema circulatório também está ausente. Podem ter vida livre, na água ou em terra úmida. Muitos são parasitas, podendo causar doenças graves no homem ou em outros animais. Organização, estrutura e fisiologia Já possuem músculos e outros órgãos ausentes em poríferos e cnidários. Têm grande poder de regeneração, sendo possível a obtenção de indivíduos completos cortando-se um platelminto em pedaços. A eliminação de resíduos (excreção) é feita através das células-flama (formada por tufos de células que se assemelham à chama de uma vela, daí o nome). As células-flama eliminam as excretas (restos do trabalho das células) para a superfície do corpo do animal. 227 BIOLOGIA DOS ANIMAIS INVERTEBRADOS Reprodução Os platelmintos podem ser monoicos ou dioicos: monoicos, quando um único organismo apresenta os dois sexos (Taenia solium, Taenia saginata); dioicos quando os organismos têm sexos separados (Schistosoma mansoni). Platelmintos parasitas do homem: os principais são: Schistosoma mansoni, Taenia solium e Taenia saginata. Obs.: esses nomes são os nomes científicos, escritos em latim. Schistosoma mansoni É o causador da esquistossomose ou “barriga d’água”. Os parasitas adultos vivem dentro dos vasos saguíneos do intestino da vítima, provocando hemorragia (perda de sangue) e inflamações em diversos órgãos. Ocorre derramamento do plasma (parte líquida do sangue) para o abdome, o que determina o aumento de volume da barriga. Além disso, inflamações no fígado e no baço podem contribuir para esse aumento. Por isso a doença recebe o nome popular de “barriga d’água”. O organismo da pessoa infectada fica bastante enfraquecido e poderá até ocorrer a morte do indivíduo. A fêmea fecundada pode colocar até 400 ovos por dia. Os ovos furam a parede do intestino, pois possuem espinhos que facilitam esse trabalho, e se misturam com as fezes, sendo eliminados do corpo com elas. Os ovos se rompem dentro d’água e libertam uma larva ciliada, o miracídio. Esta nada até encontrar o caramujo do gênero Biomphalaria. Dentro do caramujo, que é o hospedeiro intermediário, vai ocorrer a fase assexuada do ciclo. O miracídio produz muitas larvas e estas recebem o nome de cercárias. Elas abandonam o caramujo e penetram na pele humana, indo diretamente para a corrente sanguínea, desenvolvendo-se e transformando-se em adultos. O homem é, portanto, o hospedeiro definitivo do parasita. Veja o desenho, onde estão representadas as fases do ciclo de vida do esquistossomo. A N O T A Ç Õ E S - 228 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - O que você pode fazer para evitar a esquistossomose? Melhoria das condições socioeconômicas da população; instalações sanitárias adequadas; sistemas de esgotos eficientes; nas regiões atingidas a população deve receber educação sanitária; eliminação do caramujo; uso de calçados, evitando o contato com águas paradas de poças e lagos; ferver a água a ser ingerida onde não houver tratamento da mesma. Taenia solium e taenia saginata As tênias são conhecidas como solitárias e causam uma doença denominada teníase. A taenia solium mede de 2 a 3m de comprimento e seu corpo está dividido em: • o cabeça ou escólex – estrutura arredondada, com ventosas e um círculo de ganchos no centro, formando o rostro; • o pescoço ou colo – região que une a cabeça ao corpo; • o corpo ou estróbilo – região formada por segmentos denominados proglotes ou proglótides. A Taenia saginata é maior que a Taenia solium: não possui rostro, nem ganchos e apresenta escólex quadrangular. Observe o desenho que mostra a diferença entre as duas tênias. O parasita adulto vive no intestino do homem, sendo este, portanto, o seu hospedeiro definitivo. O verme se alimenta dos restos que encontra dentro do corpo humano. O indivíduo parasitado pode apresentar sintomas como diarreia, alterações no apetite, náusea, vômitos, cansaço, insônia e irritação. Como as tênias são hermafroditas (possuem os sistemas reprodutores masculino e feminino), podem, por isso, realizar a autofecundação e originar anéis ou proglotes “grávidos”, contendo os ovos fecundados. O hospedeiro elimina os anéis junto com as fezes e, assim, pode contaminar águas e verduras. Os ovos podem ser ingeridos pelo boi ou pelo porco, que se tornam, os hospedeiros intermediários do parasita. Estes são respectivamente da Taenia saginata e da Taenia solium. Os ovos contêm os embriões, que perfuram o intestino e passam para a corrente sanguínea, e se localizam, principalmente, nos músculos do animal, onde se transformam em larvas ou cisticercos. 229 BIOLOGIA DOS ANIMAIS INVERTEBRADOS Ao comer carne contaminada de porco ou boi, crua ou mal passada, a pessoa adquire a larva, que se desenvolve no seu intestino e origina a tênia adulta. Algumas vezes o homem pode ingerir os ovos da tênia através da água ou alimento contaminado. Nesse caso, o homem torna-se o hospedeiro intermediário. Ele abriga os cisticercos e adquire a doença chamada cisticercose. Essa doença é mais séria ainda que a teníase. Ao que parece, o organismo reage melhor à cisticercose por Taenia saginata e, por isso, é mais comum encontrarmos casos de contaminação pelo porco. O que você pode fazer para evitar a teníase Hábitos de higiene como lavar as mãos após evacuar* e ao mexer nos alimentos; uso de privadas ligadas à rede de esgoto; inspeção sanitária dos matadouros; não ingestão de carne de boi ou de porco mal cozida ou crua. Observe a tabela. Através dela você vai conhecer três classes que fazem parte do filo platelminto, com os seus principais representantes. filo platelmintos ClasseCaracterísticas Representantes Turbellaria Corpo achatado, sistema digestório incompleto e de vida livre. Dugesia tigrina (planária) Trematoda Corpo simples, são sempre parasitas Schistossoma mansoni e com sistema digestório incompleto. Faciola hepatica Cestoidea Parasitas, corpo dividido em anéis e sem sistema digestório. Taenia solium e Taenia saginata A N O T A Ç Õ E S - 230 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - Nematelmintos São vermes de corpo cilíndrico (roliço), alongado e afilado nas extremidades; de vida livre ou parasitas. Organização, estrutura e fisiologia Possuem sistema digestivo completo (com boca e ânus). Não possuem sistema respiratório nem circulatório. A respiração é feita pela difusão dos gases através da superfície do corpo, como você já viu que ocorre nos platelmintos. As excretas são eliminadas por um poro excretor ventral. O sistema nervoso é centralizado, possuindo um anel em torno do esôfago de onde partem cordões nervosos. Reprodução A maioria é dioica (sexos separados). A reprodução é sempre sexuada. Nematelmintos parasitas do homem Os principais parasitas são: Ascaris lumbricoides, Ancylostoma duodenale, Necator americanus, Wulchereria bancrofti, Enterobius vermicularis. Observe que aqui também esses nomes estão escritos em latim, pois são nomes científicos. Você poderá se referir a eles apenas pelo nome escrito em português, se preferir. Ascaris lumbricoides (lombriga) É o causador da doença chamada ascaridíase. As fêmeas adultas medem cerca de 20 cm de comprimento e os machos, mais ou menos 15 cm. Os vermes adultos vivem no intestino delgado do homem, onde o macho e a fêmea se acasalam. Após serem fertilizadas pelos machos, as fêmeas liberam muitos ovos por dia, que são eliminados com as fezes do hospedeiro. Os ovos contaminam os alimentos e a água. Quando são ingeridos, chegam ao intestino, onde se rompem e liberam as larvas que caem na corrente sanguínea. Estas se deslocam pelo corpo, passando pelo coração, pulmões, brônquios, traqueia, laringe e faringe; depois retornam ao intestino, onde o seu desenvolvimento se completa. Atingem a fase adulta e o ciclo recomeça. 231 BIOLOGIA DOS ANIMAIS INVERTEBRADOS A N O T A Ç Õ E S O que você pode fazer para evitar a ascaridíase A maneira de se evitar a doença é semelhante à de outros vermes, isto é, tratamento da água, hábitos de higiene, e utilização de instalações sanitárias adequadas. Ancylostoma duodenale (ancilóstomo) É o causador da doença popularmente conhecida como amarelão. Esse verme mede cerca de 1 cm de comprimento. Os vermes adultos vivem no intestino delgado do homem e produzem ovos, que são expulsos com as fezes. Se encontrarem condições favoráveis, desenvolvem-se em larvas microscópicas (só podem ser observadas através do microscópio) que penetram na pele do indivíduo que anda descalço e são levadas pela circulação até o intestino delgado, onde se tornam vermes adultos. A pessoa com ancilostomose ou amarelão apresenta fraqueza e anemia, pois o verme fura as paredes do abdome através de suas placas cortantes ou dentes, provocando hemorragias. Necator americanus (Necátor) Mede cerca de 15 mm de comprimento. É bastante semelhante ao Ancylostoma duodenale e causa a mesma doença. O que você pode fazer para evitar a ancilostomose A prevenção é feita através da construção de instalações sanitárias, tratamento da água e uso de sapatos. - 232 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - Wulchereria bancrofti (filária) Causador da filariose, conhecida também como elefantíase. É um verme que tem cerca de 7 cm de comprimento e vive nos vasos linfáticos do homem. As fêmeas produzem larvas que se locomovem para o sangue e completam o seu desenvolvimento no mosquito do gênero culex. Os vermes adultos provocam uma obstrução dos vasos linfáticos. Como a função desses vasos é retirar o excesso de líquido que sai do sangue e banha os tecidos, ocorre um acúmulo desse líquido na região afetada (pernas, mamas e saco escrotal), provocando deformações. O que você pode fazer para evitar a filariose Combater o mosquito transmissor, proteger as casas com tela e usar cortinados sobre a cama. Enterobius vermiculares (oxiúro) É o causador da oxiurose ou enterobiose. Esse verme mede 0,5 cm de comprimento. O verme adulto vive no intestino do homem, onde provoca inflamações. As fêmeas fecundadas normalmente se localizam na região do ânus, onde vão depositar os seus ovos, causando muita coceira e irritação. Se a pessoa levar a mão à boca, após coçar a região, ela se contamina novamente com os ovos que ficam embaixo das unhas. DESAFIOS DO PERCURSO 1. Em relação ao Schistosoma mansoni, responda: a) Que doença esse verme causa no ser humano? b) Em que lugar do corpo humano vive o par adulto? c) Como o ser humano pode se contaminar com essa doença? d) Quais as medidas preventivas contra essa enfermidade? R. 2. (Fuvest-SP) Por que as medusas podem, pelo simples contato, levar pequenos animais à morte ou provocar irritações cutâneas em seres humanos? R. 233 BIOLOGIA DOS ANIMAIS INVERTEBRADOS 3. No exame a olho nu das fezes de uma criança foi encontrada uma estrutura esbranquiçada, semelhante a pedaços de macarrão, conhecida como proglote. a) Que parasita o menino apresentava e a que filo pertence o animal em questão? b) Como o menino pode ter adquirido o parasita? R. 4. Que nome recebe a doença causada no ser humano pelo ancilóstomo? Que medidas podem ser adotadas para evitar essa verminose? R. 5. O que é oxiurose? R. 6. Como as filárias podem penetrar no organismo humano e que doença provocam? R. 7. Por que as esponjas também são chamadas de poríferos? R. AMPLIANDO O HORIZONTE Ler, se possível: em Biologia Hoje, de S. Linhares e F. Gewandsznajder, vol. 2: em ”As esponjas também comem carne” e “Os recifes de coral”; em Biologia Atual, de W. R. Paulinovol. 2: “Verminoses: problema que tem solução”. GLOSSÁRIO Evacuar - defecar; eliminar fezes. Profilaxia - emprego de meios para evitar as doenças. Regeneração - ato de tornar a gerar; reconstituição. Substrato - o que serve de suporte. Tentáculos - apêndices móveis que servem para pegar e capturar alimento. Urticante - que queima como urtiga. A N O T A Ç Õ E S - 234 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRITO, Elias Avancini, FAVARETTO, José Arnaldo. Biologia: uma abordagem evolutiva e ecológica.São Paulo: Moderna. V. 2. LINHARES, Sérgio, GEWANDSZNAJDER, Fernando, Biologia hoje. São Paulo: Ática, 1997. V. 2. LOPES, Sonia, Bio. São Paulo: Saraiva, 1998. V. 2. MARCONDES, C. M. , SARIEGO, J.C. Ciências: seres vivos. São Paulo: Scipione. 1996. SOARES, José Luís. Biologia no terceiro milênio. São Paulo: Scipione, 1999. V. 3. STORER, Tracy I, USINGER, Robert L., Zoologia geral. São Paulo: USP. MEMÓRIAS DA VIAGEM 1. (PUC-SP) As células de defesa, denominadas cnidoblastos ou cnidócitos, são observadas nos animais a) espongiários. b) protozoários. c) moluscos. d) equinodermos. e) nenhuma das anteriores. 2. Nos celenterados, ocorre alternância de gerações com as formas pólipo e medusa que correspondem, respectivamente, às formas de reprodução: a) ambas assexuadas. b) assexuada e sexuada. c) sexuada e assexuada. d) ambas simultaneamente sexuadas e assexuadas. 3. (PUC-RS) Os platelmintos são animais que apresentam o corpo achatado e sua espessura, quase desprezível, proporciona uma grande superfície em relação ao volume, o que lhes traz vantagens. A forma achatada desses animais relaciona-se diretamente com a ausência dos sistemas a) digestivo e excretor. b) respiratório e circulatório. c) excretor e circulatório. d) digestivo e secretor. e) secretor e nervoso. 235 BIOLOGIA DOS ANIMAIS INVERTEBRADOS 4. (Cesgranrio-RJ) Educar as populações carentes no sentido de construírem fossas assépticas nas localidades desprovidas de redes de esgoto, para evitar que lancem seus dejetos diretamente no solo, e também alertar essas populações sobre os perigos dos banhos em riachos constituem medidas profiláticas importantes para a prevenção da a) doença de Chagas. b) malária. c) leishmaniose. d) esquistossomose. e) febre amarela. 5. (Fuvest-SP) Dos parasitas do homem, comuns no Brasil, o que é transmitido por um caramujo é a) Ascaris. b) Taenia. c) Plasmodium. d) Schistosoma. e) Trypanosoma. 6. (PUC-SP) O doente que apresenta cisticercose a) foi picado por triatoma. b) nadou em água com caramujo contaminado. c) andou descalço em terras contaminadas. d) comeu carne de porco ou de vaca com larva de tênia. e) ingeriu ovos de tênia. 7. (Cesgranrio-RJ) Uma das verminoses comum nas crianças é a enterobiose. A infestação se processa a) pela ingestão de carne de porco mal cozida. b) quando o Anopheles pica para sugar sangue. c) através de fêmeas do Culex, quando sugam nosso sangue. d) quando a própria larva rabditoide, dos locais úmidos, perfura a pele e atinge a corrente sanguínea. e) pela ingestão de ovos. A N O T A Ç Õ E S - 236 BIOLOGIA A N O T A Ç Õ E S - 8. (Cesgranrio-RJ) A elefantíase ou filariose é uma parasitose comum na região amazônica. Sua profilaxia pode ser feita através do combate ao inseto vetor, do isolamento e tratamento das pessoas doentes. O agente causador e o hospedeiro intermediário dessa parasitose são, respectivamente: a) Ascaris lumbricoides e um mosquito de gênero Culex. b) Wuchereria bancrofti e um mosquito do gênero Culex. c) Wuchereria bancrofti e o caramujo. d) Schistosoma mansoni e a filaria. e) Ancylostoma duodenale e a filaria. 9. (PUCC-SP) Formularam-se algumas hipóteses sobre o motivo de um menino ter contraído ascaridíase: I. Andou descalço sobre a terra. II. Nadou em lagoas com caramujo. III. Comeu carnes mal cozidas. IV. Levou à boca mão suja de terra. V. Bebeu água não potável. São precedentes as hipóteses: a) I e II. b) I e III. c) II e IV. d) III e V. e) IV e V. 10. (Fuvest-1996) O ‘Ancylostoma’ é um parasita intestinal que provoca o “amarelão”, doença que se pode adquirir a) por picada de um hemíptero (barbeiro). b) comendo carne de um porco mal cozida. c) comendo carne bovina contaminada. d) por picada de pernilongo. e) andando descalço. C AGABARITO P Í TU L O 17 CAPÍTULO 1 Investigando caminhos Fato: O som não funciona. Hipótese: O fio está fora da tomada. (Ou: faltou luz. Ou há um fio solto). Desafios do percurso: 1. Porque, assim como o detetive, o cientista reúne uma série de fatos e, a partir deles, procura entender como ou porque um determinado fenômeno está ocorrendo. 2. Uma hipótese científica é um palpite que se apoia em informações já existentes sobre um determinado assunto. Para formular uma hipótese, o cientista analisa, interpreta e reúne todas as informações disponíveis no momento. A condição fundamental para uma hipótese ter valor é ela ser testada. 3. Através de experiências para obter evidências que confirmem ou não suas previsões. Geralmente são utilizadas experiências controladas, que permitem comparar os resultados do grupo experimental, aquele em que se provocou uma alteração, com os de um grupo-controle, no qual não foi feita alteração alguma. 4. Observação de um fato; levantamento do problema; formulação de hipóteses; experimentos; análise dos resultados e as conclusões. 5. a) As plantas cultivadas dentro de casa cresciam em direção à janela. b) Se a luz era realmente percebida pela ponta dos caules. c) Se realmente é a ponta do caule que percebe a luz, então, plantas decapitadas*, ou com a ponta dos caules coberta, perderão a capacidade de se curvar em direção à fonte luminosa. d) Eles decapitaram algumas plantas e colocaram-nas perto de uma janela, juntamente com plantas intactas. 6. Eles levantam outras questões, para as quais serão feitas outras hipóteses e novos experimentos. É assim que o conhecimento progride. Memórias da viagem 1. b 2. d 3. d 4. c 5. e 6. b 7. b, c, e 8. e 238 BIOLOGIA CAPÍTULO 2 Desafios do percurso 1. a) A existência de grande quantidade de alimento no meio ambiente. b) Os seres heterótrofos (seres que não produzem sua própria matéria orgânica) se reproduziam aumentando em número. O alimento dissolvido no meio tornou-se escasso, ocasionando a competição entre esses seres, e muitos morreram por falta de alimento. É possível que a partir daí tenham surgido seres que utilizassem a energia da luz solar para fabricar seus próprios alimentos a partir de CO2 e H2O (seres autótrofos). 2. Porque as moléculas orgânicas começaram a se tornar escassas. 3. Reino Monera: seres unicelulares e procariontes. Ex: bactérias e cianobactérias. Reino Protista: seres unicelulares e eucariontes. Ex: protozoários e determinadas algas. Reino Fungi: seres heterótrofos, uni ou pluricelulares e eucariontes. Ex: fungos. Reino Plantae: seres pluricelulares, autótrofos. Ex: plantas. Reino Animalia: seres pluricelulares, heterótrofos. Ex: animais. 4. Porque os seres heterótrofos têm uma estrutura mais simples do que os seres autótrofos. Memórias da viagem 1. c 2. b 3. e 4. d 5. a,b,e,f 6. e 7. c CAPÍTULO 3 Desafios do percurso 1. Os seres vivos e a matéria bruta são formados por átomos que se ligam, formando as moléculas. Na matéria bruta, os átomos estão reunidos em compostos simples, formando as substâncias inorgânicas. Nos seres vivos, além das substâncias inorgânicas, encontramos as substâncias orgânicas. A matéria viva apresenta composição química mais complexa que a matéria bruta. 2. Célula é a unidade formadora de todos os seres vivos, capaz de se nutrir, crescer e se reproduzir. Os seres vivos podem ser: unicelulares, seres formados por uma única célula, e pluricelulares, quando formados por muitas células. 3. Metabolismo é o conjunto de todas as transformações químicas do organismo. No catabolismo há quebra de moléculas de alimento para obtenção de energia, e no anabolismo ocorre a construção de moléculas formadoras de partes das células. 4. Homeostase é a capacidade que os seres vivos possuem de manter constante seu meio interno. 5. Nutrição autotrófica: o organismo é capaz de produzir a sua própria matéria orgânica a partir de substâncias inorgânicas existentes no meio (CO2, H2O e sais minerais). Esse tipo de nutrição é realizado por certas bactérias, algas e plantas. Nutrição heterotrófica: o ser necessita de moléculas orgânicas já prontas, isto é, não é capaz de produzi-las. Esse tipo de nutrição é realizado por animais, protozoários e a maioria das bactérias. 239 GABARITO 6. É através da reprodução que todos os seres vivos geram descendentes, perpetuando a espécie. Reprodução assexuada: o novo ser surge a partir de uma ou mais células do indivíduo que o gerou, possuindo as mesmas características, porque recebe cópia igual do DNA do indivíduo original. Reprodução sexuada: acontece pela união de gametas (feminino e masculino), originando um novo ser que possui características herdadas do pai e da mãe. 7. É o processo pelo qual os seres vivos podem sofrer transformações ao longo do tempo, através de mecanismos que os tornem mais adaptados ao meio. Memórias da viagem 1. d 2. e 3. b 4. c 5. b CAPÍTULO 4 Desafios do percurso 1. Porque até então era muito pequeno o número de cientistas e instituições que se dedicavam à pesquisa dos seres vivos. E também porque havia necessidade de microscópios mais sofisticados 2. Surgiu da observação de Hooke, ao analisar em um microscópio bastante simples um pedaço de cortiça. Ele viu apenas compartimentos vazios, e muito pequenos, que ele chamou de células. Célula é, diminutivo de cella, que significa lugar fechado, pequeno cômodo. 3. O microscópio óptico utiliza a luz e o microscópio eletrônico utiliza feixes de elétrons. 4. Multiplicando o aumento da lente ocular pelo aumento da lente objetiva. 5. É a unidade formadora de todos os seres vivos. 6. Os procariontes não possuem envoltório nuclear e os eucariontes possuem. Procariontes - reino Monera (bactérias e cianobactérias) Eucariontes - reinos: Protista (protozoários e algumas algas) Fungi (fungos) Plantae (vegetais) Animalia (animais) 7. O vírus é formado por uma parte central, onde se encontra o DNA ou RNA, envolvida por uma cápsula de proteína chamada capsídeo. 8. O bacteriófago encosta-se na membrana da bactéria e, com enzimas especiais, dissolve a parede da membrana, injetando o seu conteúdo de DNA no interior da bactéria (com uma contração da sua “cauda”), deixando a cápsula do lado de fora. Outra enzima do bacteriófago destrói o material genético da bactéria e, em seguida, o DNA do vírus se multiplica usando todas as enzimas da bactéria, e a energia. O DNA do vírus comanda a produção de proteínas que vão formar as cápsulas, usando o material da bactéria. Estes novos vírus, com a destruição da bactéria, são libertados, podendo invadir novas bactérias. Memórias da viagem 1. b 2. e 3. c 4. c 5. a 6. d 7. c 240 BIOLOGIA CAPÍTULO 5 Desafios do percurso 1. Tanto o amido como o glicogênio, através de reações de hidrólise (quebra de moléculas através da água), são transformados em moléculas de glicose, usadas como material energético no metabolismo celular. Amido e glicogênio representam, portanto, reservas de energia para a atividade biológica de plantas e animais. 2. Células de intensa atividade possuem um percentual hídrico maior devido à formação constante de moléculas de água nas reações de síntese de proteínas, glicídios, lipídios e ácidos nucleicos. Isto também ocorre na respiração aeróbia, pois a água e o CO2 são produtos finais dessas reações. 3. Os glicídios representam a principal fonte energética durante os processos metabólicos dos seres vivos. 4. Os sais minerais são importantes na estruturação de partes sólidas do corpo, como, por exemplo, dentes, ossos, carapaças, conchas etc. 5. São lipídios que, além dos ácidos graxos e de um álcool, possuem também um radical contendo P (fósforo), N (nitrogênio) ou S (enxofre). Exemplos: Lecitina do ovo, mielina dos nervos. 6. Elas atuam no processo digestivo, estimulando o funcionamento do intestino e aumentando a produção das fezes. 7. São glicídios formados pela reunião de vários monossacarídeos. Ex: celulose, amido. Memórias da viagem 1. d 2. a 3. c 4. d 5. d 6. d 7. e 8. e CAPÍTULO 6 Desafios de percurso 1. A molécula de aminoácido é formada por um grupamento carboxila (COOH), um grupamento amina (NH2), um átomo de hidrogênio e um grupamento preso a um átomo de carbono, que varia de aminoácido para aminoácido. 2. Porque cada enzima é típica para um determinado tipo de reação. 3. As altas temperaturas desnaturam as proteínas porque rompem as ligações que mantêm a sua forma. Como as enzimas são formadas por proteínas, o calor inibe a sua ação. 4. As vitaminas regulam diversas funções dentro do organismo. A sua falta pode provocar doenças graves ou até mesmo a morte. 5. Vitamina A – Cegueira noturna e facilidade para infecções. Vitamina C – Escorbuto, sangramento nas gengivas e na pele. Vitamina D – Raquitismo. Vitamina K – Dificuldade de coagulação do sangue. Vitamina B1 – Beribéri 6. As proteínas podem formar alguns hormônios; são fontes de aminoácidos para os animais; fazem parte da estrutura da matéria viva; formam as enzimas; e constituem muitos anticorpos. 241 GABARITO Memórias da viagem 1. d 2. c 3. a 4. c 5. a 6. c 7. a 8. a 9. b 10. d CAPÍTULO 7 Desafios do percurso 1. A célula eucariótica possui núcleo organizado, isto é, possui envoltório nuclear; a procariótica não possui envoltório nuclear, o material do núcleo fica espalhado no citoplasma. 2. Parede celular (ou vacúolo de suco celular, ou cloroplasto) 3. Uma função comum aos retículos é o transporte de substâncias pelo interior da célula. 4. O retículo granular possui ribossomos aderidos à sua membrana e o liso não possui. 5. A produção de proteínas é feita pelos ribossomos. Memórias da viagem 1. b 2. d 3. b 4. c 5. b 6. a 7. b 8. d 9. b 10. b CAPÍTULO 8 Desafios do percurso 1. Como a membrana plasmática é responsável pela entrada e saída de substâncias da célula e esse processo se dá por diferenças de concentração dentro e fora da célula, é ela que permitirá ou não esse fluxo de substância. 2. a) Em solução hipertônica, ambas as células perdem água por osmose. Com a célula animal ocorrerá CRENAÇÃO (a célula murchará). Com a célula vegetal vai ocorrer PLASMÓLISE, pois o vacúolo e o citoplasma se retraem. b) Em solução hipotônica, ambas as células absorvem água. A célula animal pode estourar, ocorrendo PLASMOPTISE. A célula vegetal aumenta de volume porque o vacúolo incha, ocorre TURGÊNCIA, entretanto ela não estoura, porque a celulose (parede celular) oferece resistência. 3. Transporte passivo – é o transporte de substâncias através da membrana em que não há consumo de energia. Transporte ativo – é o transporte de substâncias em que ocorre consumo de energia. As substâncias se locomovem de lugares de menor concentração para os de maior concentração, contrariando as tendências da difusão. 4. Quando salgamos a carne de um animal, bactérias e fungos, ao entrarem em contato com essa carne, perdem água por osmose. Sem água, o seu metabolismo é reduzido e esses seres acabarão morrendo, não exercendo a sua ação decompositora, preservando dessa forma, a carne do animal. 5. São encaixes existentes entre células vizinhas que aumentam o contato entre elas, facilitando a troca de substâncias. 242 BIOLOGIA 6. Elas servem para aumentar a absorção. 7. Fagocitose – é a entrada de partículas sólidas na célula, através de pseudópodos. Pinocitose – é a entrada de gotas de líquidos na célula, através de invaginações 8. É o processo através do qual a célula elimina resíduos para o exterior. 9. Solução hipotônica – solução com menos soluto, isto é, menos concentrada em relação ao meio externo. Solução hipertônica – solução com mais soluto isto é, mais concentrada que o meio externo. Solução isotônica – solução que apresenta a mesma quantidade de soluto, isto é, igual concentração nos meios interno e externo. 10. É o transporte de substâncias através da membrana plasmática, com o auxílio de outras substâncias (geralmente proteínas) que facilitam a sua passagem. Memórias da viagem 1. d 2. d 3. e 4. e 5. c 6. a 7. a 8. c 9. d 10.d CAPÍTULO 9 Desafios do percurso 1. Respiração orgânica – ocorre no nível dos pulmões ou de outros órgãos respiratórios e se relaciona com as trocas gasosas. Respiração celular – ocorre nas células, principalmente dentro das mitocôndrias, e é um complexo mecanismo bioquímico. 2. Glicólise – saldo energético de 2 ATP; Ciclo de Krebs – saldo energético de 2 ATP; Cadeia Respiratória - saldo energético de 34 ATP. 3. Porque, já que necessitam de um alto gasto de energia, são os mais recomendados para alguém que deseja perder peso e melhorar a capacidade funcional dos pulmões e do sistema cardiovascular. 4. Na superfície, as células realizam a respiração aeróbica, pois existe oxigênio; no interior da massa, com a ausência de oxigênio, ocorre a fermentação alcoólica. 5. Na ausência de oxigênio ocorre apenas a fermentação, processo que tem rendimento energético de 2 ATP por molécula de glicose. Na presença de oxigênio ocorrem os dois processos, fermentação e respiração aeróbica e, nesse caso o rendimento é de 38 ATP por molécula de glicose. 6. a) Na ausência de oxigênio livre, as leveduras realizam a fermentação alcoólica (respiração anaeróbia). Na presença desse gás, realizam a respiração aeróbia. b) A atividade metabólica é maior quando os fungos realizam a respiração aeróbia, porque o rendimento energético é maior do que na fermentação. 7. A respiração aeróbia necessita do oxigênio, produz 38 moléculas de ATP e não forma produtos residuais. A fermentação ocorre na ausência do oxigênio, produz 2 moléculas de ATP e tem o etanol como produto residual. 8. O oxigênio é o aceptor final de hidrogênios, evitando a morte da célula por acidez. 243 GABARITO Memórias da viagem 1. e 2. b 3. a 4. b 5. d 6. c 7. c 8. d CAPÍTULO 10 Desafios do percurso 1. O Sol é a fonte de energia para a realização da fotossíntese pelas plantas, o que permite a renovação do oxigênio atmosférico e a produção de matéria orgânica. 2. a) A taxa de respiração é maior quando o vegetal recebe luz abaixo de seu ponto de compensação luminoso, ou seja, antes das 7 horas e depois das 17 horas. b) A produção e o consumo de oxigênio e de gás carbônico se igualam às 7 e 17 horas. 3. I. A respiração ocorre de dia e de noite; a fotossíntese, durante o período iluminado do dia. II. O gás usado na respiração é o oxigênio e na fotossíntese é o gás carbônico. III.O gás eliminado na respiração é o gás carbônico e na fotossíntese é o oxigênio. 4. Aumentamos a quantidade de luz para que a velocidade da fotossíntese seja maior do que a velocidade da respiração e, portanto, a quantidade de oxigênio liberada também seja maior. 5. A glicose é produzida durante a etapa química ou enzimática ou fase escura. Os ATP e NADPH2 formados na fase clara serão utilizados na fase escura. 6. A fotossíntese é responsável pela renovação do O2 atmosférico e pela produção de matéria orgânica. 7. Na fotofosforilação cíclica é usado um só sistema de clorofila (clorofila a) e na acíclica ocorre a participação de dois sistemas de clorofila (clorofila a e b) 8. A função da água é fornecer íons de hidrogênio (H+), que se unem ao NADP, formando o NADPH2. É dela que provém o oxigênio. Memórias da viagem 1. a 2. e 3. a 4. c 5. b 6. c 7. a 8. e 9. a 10. c. CAPÍTULO 11 Desafios de percurso 1. O pedaço que sobreviveu foi o que continha o núcleo, pois este é o responsável pela reprodução celular. 2. Não realizará a função de reprodução. 3. Mostrará as características de B, pois é no núcleo que se encontra o material genético. 4. Os nucléolos são organelas que correspondem a concentrações de RNA ribossomal e proteínas e são encontrados no núcleo. 244 BIOLOGIA 5. Durante a divisão celular os cromossomos passam a apresentar um aspecto de bastonetes com um estrangulamento chamado centrômero, que divide o cromossomo em dois segmentos denominados braços. 6. Célula haploide – possui um conjunto n de cromossomos (um cromossomo de cada tipo); Célula diploide – possui dois conjuntos de cromossomos (2n) 7. Cromossomos homólogos – cromossomos iguais dois a dois; locus – local do cromossomo onde se localiza o gene; genes alelos – genes responsáveis pela determinação da mesma característica (ocupam o mesmo locus). 8. O cariótipo de um homem possui os cromossomos sexuais diferentes – XY e o da mulher, possui os cromossomos sexuais iguais – XX. Memórias da viagem 1. b 2. c 3. e 4. d 5. d 6. a 7. d 8. b 9. d 10. e CAPÍTULO 12 Desafios do percurso 1. Um nucleotídeo é formado de 3 partes: um açúcar (pentose); uma base nitrogenada e um radical fosfato. 2. DNA: encontrado no núcleo, mitocôndrias e cloroplastos; possui 2 filamentos; a sua pentose é a desoxirribose, e suas bases nitrogenadas são citosina, guanina, adenina e timina. RNA: encontrado no núcleo e citoplasma (ribossomos); possui apenas um filamento; sua pentose é a ribose e suas bases nitrogenadas são citosina, guanina, adenina e uracil ou uracila (não possui timina). 3. O trecho complementar será: TGTACGACT. 4. Porque, quando uma haste se complementar, terá a mesma configuração da original, isto é, cada molécula nova será igual à molécula original, e também elas, serão iguais entre si. Como as moléculas filhas são formadas por uma haste da molécula original e uma haste nova, esta duplicação é chamada semiconservativa. 5. Transcrição é a passagem do código genético do DNA para o RNA mensageiro. 6. RNA mensageiro: transporta o código genético do DNA encontrado no núcleo até os ribossomos; RNA transportador: transporta aminoácidos do citoplasma para os ribossomos; RNA ribossomal ou ribossômico: faz parte da composição dos ribossomos, onde ocorre a síntese de proteínas. 7. Será o RNAm: UAAGCUGGU. 8. RNAt: AUUCGACCA. 9. Um RNAm com 36 nucleotídeos possui 12 códons, pois cada códon é formado por 3 nucleotídeos. 10. Na fita deverão existir 20% de guanina, 30% de adenina e 30% de timina. O DNA é formado por uma dupla cadeia de polinucleotídeos. Sabendo-se que as cadeias são complementares e o pareamento é sempre adenina com timina e citosina com guanina, a quantidade de citosina deve ser igual à de guanina e a quantidade de adenina deve ser igual à de timina. 245 GABARITO Memórias da viagem 1. a 2. e 3. a 4. b 5. a 6. b 7. c 8. a 9. b 10. c CAPÍTULO 13 Desafios do percurso 1. É que durante a interfase a célula adquire condições para gerar células-filhas. Ela está dividida nos períodos G1, S e G2 2. Nos seres pluricelulares a mitose está relacionada com: desenvolvimento (formação do embrião), crescimento (aumento do número de células), renovação (novas células), regeneração e reprodução (por mudas, em vegetais). 3. Mitose: as células-filhas possuem o mesmo número de cromossomos da célula-mãe. Meiose: as células-filhas possuem a metade do número de cromossomos da célula-mãe. 4. A meiose I é reducional porque cada célula-filha formada já possui a metade do número de cromossomos que existia na célula-mãe. A meiose II é equacional porque cada célula-filha conserva o mesmo número de cromossomos que existia nas células resultantes da primeira divisão meiótica. 5. Por mitose: desenvolvimento, crescimento, renovação, regeneração e reprodução (por meio de mudas, nos vegetais). Por meiose: ocorre na formação de gametas (só ocorre em células diploides). Memórias da viagem 1. d 2. c 3. a 4. a 5. b 6. c 7. a 8. a 9. d 10. e CAPÍTULO 14 Desafios do percurso 1. A função é a fagocitose. Consiste no englobamento de partículas presentes nos alvéolos e formação do vacúolo de fagocitose. É importante também na limpeza de restos de partículas. 2. a) Tecido estriado: contração voluntária; tecido liso: contração involuntária; tecido cardíaco: contração involuntária. b) O tecido estriado é avermelhado, o liso é esbranquiçado e o cardíaco é avermelhado. 3. 246 BIOLOGIA 4. As glândulas exócrinas lançam seus produtos em cavidades ou superfícies. Estes produtos são denominados secreções. Ex.: glândulas sudoríparas. As glândulas endócrinas lançam seus produtos no sangue. Esses produtos são chamados hormônios. Ex: tireoide. 5. É especializado em sustentação, tendo a substância intercelular rígida, porém flexível. Não possui vasos sanguíneos. 6. As principais funções do sangue são: transporte de substâncias e defesa do organismo. 7. As hemácias fazem o transporte de gases, principalmente o O2 os leucócitos cuidam da defesa do organismo; as plaquetas ajudam na coagulação do sangue. 8. O tecido epitelial possui pouca substância intercelular, não possui vasos sanguíneos e suas células são muito unidas umas às outras. O tecido conjuntivo possui muita substância intercelular, suas células são mais separadas e possui vasos sanguíneos. Memórias da viagem 1. d 2. c 3. d 4. c 5. d 6. a 7. c 8. e 9. b 10. b CAPÍTULO 15 Desafios do percurso 1. As substâncias radioativas serão encontradas em todas as regiões abaixo do anel, pois o floema foi interrompido. O CO2 radioativo é utilizado na síntese de compostos orgânicos (fotossíntese), que serão transportados pelo floema. 2. Os estômatos possuem aberturas por onde passam o oxigênio e o gás carbônico na respiração e na fotossíntese, além do vapor d’água, na transpiração. 3. A seiva bruta é formada de água e sais minerais. É transportada pelos vasos lenhosos. 4. a) Localizados no caule e na extremidade da raiz, os meristemas primários atuam no crescimento do vegetal. b) Promover o crescimento vegetal em espessura. c) O esclerênquima é formado por células mortas e o colênquima, por células vivas. 5. a) I - estômato, II - parênquima. b) O CO2 absorvido é utilizado para a realização do processo de fotossíntese. A fotossíntese é importante porque produz substâncias ricas em energia, que serão utilizadas por todos os seres vivos, garantindo a vida no planeta Terra. 6. a) O esclerênquima é composto de células mortas, alongadas e possui de paredes espessas e resistentes, devido à presença de uma substância denominada lignina. b) É o tecido responsável pela sustentação do vegetal. 247 GABARITO Memórias da viagem 1. a 2. c 3. e 4. a 5. b 6. d 7. d 8. a 9. c 10. e CAPÍTULO 16 Investigando caminhos a) A diferença entre a porcentagem do DNA do homem e a do chimpanzé é de aproximadamente 1,6%; entre a do homem e a do gorila é de aproximadamente 2,3%. b) O chimpanzé é o que apresenta maior grau de parentesco com o homem. Desafios do percurso 1. a) Pertencem ao gênero Felis. b) Todos os gatos domésticos têm o mesmo nome científico porque pertencem à mesma espécie. 2. a)Não. b) Os antibióticos apenas selecionam os tipos de bactérias mais resistentes, eliminando as mais sensíveis. 3. O atual sistema de classificação dos seres vivos baseia-se: na forma dos organismos adultos; no desenvolvimento embrionário; no material genético da espécie; no local onde vive a espécie; na relação dos seres vivos com a evolução. 4. O que determina o tipo de proteína é a sequência de aminoácidos: cada espécie tem uma sequência própria: quanto maior a diferença nesta sequência, maior a distância evolutiva entre as duas espécies. 5. Espécie é um conjunto de indivíduos semelhantes, capazes de se cruzarem entre si produzindo descendentes férteis. 6. Os 5 reinos são: Monera, Protista, Fungi, Plantae e Animalia. 7. Utilidade das bactérias: são decompositores de cadáveres, com os fungos, reciclando a matéria na natureza. Utilidade dos protistas: as algas são autótrofas que realizam a fotossíntese, sendo os principais geradores do oxigênio lançado na atmosfera. Utilidade dos fungos: com as bactérias, atuam como decompositores no solo; alguns são utilizados na produção de bebidas alcoólicas (cerveja, vinho etc.), na fabricação de queijos, na produção de antibióticos como a penicilina (primeiro antibiótico descoberto); na fabricação de pães, na alimentação (alguns cogumelos) etc. 8. Doenças causadas por bactérias: tuberculose e tétano (ou difteria, pneumonia, sífilis etc.) Doenças causadas por protozoários: doença de Chagas, malária (ou toxoplasmose, disenteria amebiana etc.) Doenças causadas por fungos: pé de atleta, candidíase etc. Memórias da viagem 1. a 2. c 3. a 4. d 5. d 6. b 7. d 8. c 9. e 10. a 248 BIOLOGIA CAPÍTULO 17 Desafios do percurso 1. a) Esquistossomose ou barriga d’ água. b) O par adulto vive dentro dos vasos sanguíneos do intestino de ser humano. c) Através de larvas chamadas cercárias, encontradas em rios onde estão presentes os caramujos do gênero Biomphalaria. d) Melhoria das condições socioeconômicas da população, instalações sanitárias adequadas, sistema de esgoto eficiente, nas regiões atingidas a população deve receber educação sanitária, eliminação do caramujo, uso de calçados, evitar contato com águas paradas de poças e lagos, ferver a água a ser ingerida onde não houver tratamento da mesma. 2. Porque, ao ser estimulado, o cnidoblasto libera um líquido urticante, que é injetado no corpo da vítima, podendo levar pequenos animais à morte ou provocar irritações em seres humanos. 3. a) Tênia, parasita pertencente ao Filo Platelminto. b) Ingerindo carne mal cozida de boi ou de porco. 4. Ancilostomose ou amarelão. A prevenção é feita através da construção de instalações sanitárias, tratamento da água e uso de sapatos. 5. É a doença causada pelo Enterobius vermiculares (oxiúro). 6. É através da picada do mosquito de gênero Culex. Provocam a filariose também conhecida como elefantíase. 7. Porque o corpo desses animais apresenta inúmeros poros por onde a água penetra. Memórias da viagem 1. e 2. b 3. b 4. d 5. d 6. e 7. e 8. b 9. e 10. e