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Jornal 1 de Dezembro.pmd
8 de Dezembro de 2011
8
Dezembro
2011
SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ
Director: ALBERTO GERALDES BATISTA
Ano LXXXII – N.º 4134
Estará a
democracia
em perigo?
Ouvem-se por aí expressões e
tomam-se atitudes que parecem
denunciar esse receio. Porém, o
que vemos, de modo muito claro,
é que o tempo dos ditadores e dos
poderes absolutos está a terminar,
e os que teimam permanecer em
tronos de ouro, como senhores
únicos do saber e da verdade,
sonegando milhões ao povo e
gerando, à sua volta, a sabujice e
o vazio, têm, a curto prazo, os
seus dias contados.
O regresso às ditaduras, a não ser
por caminhos tortuosos e indignos, como ainda acontece à
revelia do tempo, não parece ser,
hoje, caminho a temer em estados
democráticos. Porém, está latente
um certo adormecimento democrático pelo desinteresse generalizado pela política, pela ânsia
de poder e as lutas partidárias,
pela recusa em servir, por parte
dos mais competentes e preparados, por uma anestesia provocada que leva o povo a pensar
apenas na satisfação de direitos
e reage, por vezes violentamente,
ao cumprimento dos seus deveres normais e à colaboração inevitável nas crises emergentes.
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Evangelizar,
preferencialmente,
os ricos
É muito comum ouvirmos, na linguagem habitual da Igreja e não só,
uma espécie de preferência em
evangelizarmos/atendermos, preferencialmente, os pobres... como
que excluindo aqueles que não
entram nesta categoria económica,
sociológica, política, cultural e tudo
o resto que se lhe queira apensar.
De fato, os pobres servem para tudo
e mais aquilo que se desejar, desde
que dê bom proveito a quem deles
se aproveita, mesmo sob a roupagem de seus defensores, na
praça pública, mas, minimamente,
detratores, em privado.
Deixando, desde já uma espécie de
declaração de intenções, dizemos:
sou pobre, filho de gente pobre e
sem qualquer aspirações a ser
rico.... embora sinta que os ricos
também podem e, muitos, até são
boas pessoas.
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Nota Pastoral
Mudar de vida para
que haja Natal no
nosso País
António Vitalino, Bispo de Beja
Entramos no último mês do ano, dentro de dias temos o
Natal e já sabemos que temos menos dinheiro para os
presentes e que para o ano ainda pode ser pior, caso o
orçamento acabado de aprovar no parlamento não sofra
alterações. E o primeiro ministro até deu a entender que
mais se poderia agravar, caso a comunidade europeia não
se entenda e o euro colapse.
Isto significa que Portugal e a Europa não encontrarão
rumo, se continuarem a apoiar-se apenas num sistema
económico e financeiro sem futuro, baseado em contínuo
crescimento e na distribuição injusta da riqueza, que vem
cavar mais o fosso das desigualdades. Assim nenhuma
sociedade se pode aguentar em paz. Os políticos europeus
e mundiais terão de descobrir orientações mais profundas,
universais e seguras, para curar as feridas causadas pelo
descalabro do sistema económico, neutralizar os usurários
e fomentar a verdade e a transparência das relações
humanas e do mercado.
Os cristãos preparam-se para celebrar mais um Natal, que
faz memória do nascimento de Jesus, o Messias, o Salvador,
a presença real de Deus entre nós, ao nosso alcance. Mas
também o apelo ao nosso próprio nascimento para uma
nova humanidade, que na pessoa das crianças e dos mais
frágeis vê e acolhe o próprio Deus. Isto exige mudança de
mentalidade, de sentimentos e de comportamentos. Mas é
também esta mudança, operada na vida de muitos cristãos,
que torna este mundo mais suportável e até mesmo gerador
de esperança, de alegria, porque afinal a vida tem sentido,
valemos mais que o dinheiro e o mercado. Se isto acontecer,
mesmo que só na vida de alguns, então a crise começa a
ser superada e vencida nas suas causas profundas, o
egoísmo e a ganância.
Página 5
Autorizado pelos C.T.T.
a circular em invólucro
de plástico fechado.
Autorização
N.º D.E.
DE00192009SNC/GSCCS
PUBLICAÇÕES
PERIÓDICAS
2350-999 TORRES NOVAS
TAXA PAGA
Preço 0,50 € c/ IVA
Cáritas quer a contribuição de
“um milhão de portugueses”
O presidente da Caritas Portuguesa espera que a campanha de
Natal ‘10 milhões de estrelas – um
gesto para a paz’ tenha este ano a
contribuição de, pelo menos, “um
milhão de portugueses”.
“Se nós chegássemos a um milhão
de pessoas já era uma boa ajuda,
até ao próximo peditório nacional
da Caritas, que vai ser em março”,
realçou hoje Eugénio Fonseca, em
declarações aos jornalistas, durante a apresentação daquela
iniciativa solidária, no Instituto São
João de Deus, em Lisboa.
A nona edição do projeto reverte,
em 65%, para as diversas Caritas
diocesanas espalhadas pelo país,
que se debatem atualmente com
falta de recursos para responderem
a um número crescente de famílias
em dificuldades.
Segundo dados avançados pela
Caritas Portuguesa, todos os meses surgem cerca de 1400 novos
pedidos de ajuda, o que equivale a
uma média de 17 famílias por dia.
Através da compra de uma vela (1
euro), os portugueses vão estar
também a contribuir (35% do
montante recolhido) para apoiar as
populações desfavorecidas da
Somália, pais do nordeste africano
que se debate hoje com a pior seca
dos últimos 60 anos.
A campanha chega este ano às
novas tecnologias sob o mote
‘Ilumine a vida de quem mais
precisa’, com aplicações para
telemóveis e computadores portáteis da Apple que permitem a
compra de uma vela digital por 1,60
euros.
Seja em forma de vela convencional
ou digital, para o presidente da
Comissão Episcopal da Pastoral
Social e da Mobilidade Humana, o
que interessa é que a compra das
velas simbolize a adoção de uma
“linguagem de esperança e de paz”
por parte da sociedade.
Bento XVI:
“Caridade é dar pão
e saber causas da fome”
Bento XVI afirmou, há dias, que a
caridade consiste em alimentar quem
tem fome e simultaneamente questionar as causas da pobreza, tendo
também sublinhado que a ação social
da Igreja não quer substituir e adormecer a intervenção da sociedade.
“Responder às necessidades significa não só dar o pão aos esfomeados
mas também deixar-se interpelar
pelas causas da fome”, frisou o Papa
no Vaticano, citado pela Sala de
Imprensa da Santa Sé, durante a
audiência que concedeu a responsáveis da Caritas italiana, no âmbito
das comemorações do seu 40.º
aniversário.
Para Bento XVI o “serviço humilde e
concreto que a Igreja oferece não
pretende substituir nem, tão-pouco,
adormecer a consciência coletiva e
civil”, assumindo-se antes com
“espírito de sincera colaboração, na
devida autonomia”, no quadro da
“subsidiariedade”.
A “atenção ao território” suscita a
“capacidade de ler a evolução da
vida das pessoas que o habitam, as
dificuldades e preocupações, mas
também as oportunidades e pros-
petivas”, disse o Papa, acrescentando que a caridade exige “abertura
da mente, olhar amplo, intuição e
previsão”.
A “crise económica global” pede a
“coragem da fraternidade”, salientou
Bento XVI, acrescentando que a
separação entre norte e sul do
mundo e as ofensas à “dignidade
humana de tantas pessoas” requerem uma caridade “que saiba alargarse em círculos concêntricos dos
pequenos aos grandes sistemas
económicos”.
A humanidade, que “procura sinais
de esperança”, não necessita apenas
de benfeitores mas também de
pessoas humildes e concretas que,
como Jesus, saibam colocar-se ao
lado dos irmãos, partilhando um
pouco da sua fadiga”, assinalou.
Segundo Bento XVI, o “distintivo
cristão” é “a fé que se torna operativa na caridade”, pelo que cada
membro da Caritas, uma das mais
importantes organizações de apoio
social da Igreja Católica, é chamado
a dar o seu contributo para que o
amor divino se torne “força de
serviço”.
RELIGIÃO
2 – Notícias de Beja
8 de Dezembro de 2011
Lemos para os nossos leitores (80)
III Domingo
do Advento
Novos olhares sobre a nossa sociedade (VI)
deixam aos cidadãos grande liberdade na actuação política,
mesmo que ela seja incompatível
com a moral natural baseada na
concepção do homem como “pessoa”. Além disso, também hoje
acontece que, na ânsia de progresso, certas conquistas científicas chegam a soluções que
ofendem a dignidade humana.
Terminamos esta série baseada na
revista de Teologia Pastoral Sal
Terrae com uma síntese da participação dos cidadãos na política
e na procura do bem comum, nas
sociedades democráticas.
Os católicos e a vida política
no pensamento da Igreja
Na apresentação deste tema no
número de novembro de Sal Terrae, começa-se por evocar um dos
mais importantes documentos da
Santa Sé sobre a matéria, a Nota da
Congregação para a Doutrina da Fé
publicada a 24.Nov.2002. Nela se
recorda que, nos dois mil anos de
história, os fiéis participaram, de
formas muito diversas, na vida
política. Já nos primeiros séculos,
a Epístula a Diogneto afirmava que
“os cristãos participam na vida
pública como cidadãos”. E o Papa
João Paulo II, no ano 2000, proclamou S. Tomás Moro padroeiro
dos governantes e políticos, ele
que afirmou, até ao martírio no
tempo de Henrique VIII de Inglaterra, que “não se pode separar o
homem de Deus nem da política
segundo a moral”.
Actualmente há legislações que,
inspiradas num pluralismo ético,
O desprestígio da política
Num primeiro estudo de Sal
Terrae, aborda-se o problema
delicado do actual desprestígio
da política e em geral dos governantes. As causas são múltiplas.
Algumas encontram o seu fundamento na corrupção ou actuação
imoral dos agentes. Outras procedem da generalização de que a
autoridade e o poder tendem a
levar os governantes a viveram
mais da política do que para a
política.
São aspectos que definem a
acção dos políticos: 1) a ligação
com o poder, não como domínio
sobre os outros cidadãos, mas
como exigência do serviço a todos
eles; 2) o político deve pensar
como filósofo perante a complexidade da vida pública, deve
sabe comunicar como educador,
e deve ser bom administrador.
Que democracia hoje?
Num outro estudo aborda-se a
questão da democracia nos actuais
países europeus. A tal respeito,
recorda-se que, no pensamento da
Igreja, a democracia não se reduz a
procedimentos (votações, procura
de maiorias, respeito pelas leis...),
mas à aceitação dum princípio
ético baseado no reconhecimento
e na defesa da dignidade humana,
promovendo que cada cidadão se
realize com o pessoa no contexto
dos demais cidadãos.
Daqui a urgência de formar autênticos políticos, assegurando-lhes
uma educação desde o berço até à
idade adulta, formação que ponha
a claro o que há de mais profundo e
autêntico na pessoa humana, de
maneira a que ela viva, não só para
si, mas sobretudo para o bem do
próximo, como Cristo nos ensinou.
Os católicos e a política
Num terceiro estudo. Analisa-se
como tem evoluído o empenhamento católico na política, sobretudo na Europa. Depois duma
referência ao tempo da Cristandade,
em que os governantes se afirmavam católicos e defendiam a Igreja,
surgiram maneiras diferente de
pensar, primeiro com o Cisma
Protestante, depois com a Revolução Francesa e agora com as
modernas ideologias tendentes a
reduzirem à vida particular dos
cidadãos o pensamento e a prática
do Cristianismo.
Mais tarde, no séc. XX, surgiram
diversos movimentos de inspiração
cristã, nomeadamente nos países
latinos a Acção Católica, que
formaram muitos católicos para uma
intervenção na vida social.
Após as guerras que ensanguentaram os países europeus, surgiram
três grandes políticos profundamente católicos, - Robert Schuman,
Konrad Adenaur e Alcide De
Gasperi - que promoveram a constituição duma Europa em paz e
progresso social.
Com o Concílio Vaticano II passou
a predominar a ideia da intervenção
dos católicos na promoção do bem
público, nomeadamente através da
actividade política. Mas para se
chegar até aqui, muito se tem de
andar ainda.
+ Manuel Franco Falcão,
Bispo emérito de Beja
Bispos espanhóis pedem “acerto”
a novo Governo
O Presidente da Conferência
Episcopal Espanhola (CEE) dirigiu-se, na semana passada, ao
Partido popular (PP), que conseguiu uma maioria absoluta nas
eleições legislativas de 20 de
Novembro, pedindo ao novo
Governo “acerto”, serenidade e
espírito de serviço”, noticiou a
Agência Ecclesia.
Na abertura da assembleia plenária da CEE, o cardeal António
Rouco Varela, arcebispo de Madrid, falou numa tarefa política
“nobre e decisiva” que se inicia
em “termos tão difíceis”, oferecendo a “colaboração específica
e humilde” da Igreja.
Este responsável citou as palavras de Bento XVI, em Agosto
deste ano, no momento da sua
partida de Madrid, após as Jornadas Mundiais da Juventude
(JMJ), nas quais o Papa afirmou
que a Espanha é “uma grande
nação, que, numa convivência
salutarmente aberta, plural e
respeitadora, sabe e pode progredir sem renunciar à sua alma
profundamente religiosa e católica.” É esse progresso que, com
o Papa, os bispos espanhóis
desejam para a nossa pátria”,
afirmou o Presidente da CEE, para
com quem o País vive “um novo
período político”.
O cardeal Rouco Varela apresentou como modelo de “coo-
peração” Igreja-Estado o trabalho
realizado nas últimas JMJ, desejando que a mesma se possa
“repetir no futuro, não só em
ocasiões extraordinárias, mas
também na vida de todos os
dias”.
Aos católicos, o Arcebispo de
Madrid assinalou que não se
deve “esquecer a gravíssima crise
económica, descoberta já no
Verão de 2008, que mais não faz
do que agravar-se em toda a
Europa e também na Espanha”.
“Urge intensificar a nossa resposta pastoral”, declarou.
Recorde-se que o PP espanhol,
liderado por Mariano Rajoy,
conseguiu uma maioria absoluta
nas eleições do Congresso ao
eleger 186 deputados contra 110
conseguidos pelos socilalistas
(PSOE), que deixam assim o Governo do País.
Ano B
11 de Dezembro de 2011
A alegria que perpassa através do Advento e impregna os textos litúrgicos,
nasce desta certeza consoladora: Deus, após o pecado, não abandona o homem,
mas encarnou e tornou-Se presente na história humana e na existência de
cada homem, abrindo assim um novo caminho à humanidade. Esta alegria,
por sabermos que Deus está próximo do homem com o Nascimento do
Salvador, trazendo a todos, particularmente aos mais pobres e deserdados a
esperança da felicidade plena, deve ser a atitude fundamental do cristão.
I Leitura
Is 61, 1-2a.10-11
Jesus aplicou a Si próprio parte desta leitura (Lc 4, 16-20). Nela se
define, de algum modo, a sua missão no meio de nós. Por isso, justamente
neste Domingo do meio do Advento, tradicionalmente dia de especial
alegria (Domingo “Gaudete”), exultamos de alegria ao ouvirmos
proclamar como o Espírito de Deus, por Cristo, vem até nós, preparandonos para irmos ao encontro do Senhor. Esta nossa terra, que, pelo pecado
do homem, se tornou como um “paraíso perdido”, transformar-se-á agora,
pela acção do Espírito de Deus, como em um novo paraíso. A vinda do
Senhor já o inaugurou; a última vinda o levará à perfeição.
Leitura do Livro de Isaías
O espírito do Senhor está sobre mim, porque o Senhor me ungiu e me
enviou a anunciar a boa nova aos pobres, a curar os corações atribulados,
a proclamar a redenção aos cativos e a liberdade aos prisioneiros, a
promulgar o ano da graça do Senhor. Exulto de alegria no Senhor, a
minha alma rejubila no meu Deus, que me revestiu com as vestes da
salvação e me envolveu num manto de justiça, como noivo que cinge a
fronte com o diadema e a noiva que se adorna com as suas jóias. Como
a terra faz brotar os germes e o jardim germinar as sementes, assim o
Senhor Deus fará brotar a justiça e o louvor diante de todas as nações.
Salmo Responsarial
Lc 1, 46-48.49-50.53-54 (R. Is 61, 10b)
Refrão: Exulto de alegria no Senhor.
II Leitura
1 Tes 5, 16-24
Volta o tema da leitura anterior: “Vivei sempre na alegria”. Esta alegria não
pode proceder de motivos exteriores, mas do nosso próprio coração, onde o
Espírito Santo faz nascer a paz de Deus e a santidade, para podermos responder
com fidelidade à fidelidade que Deus revela para connosco.
Leitura da Primeira Epístola de São Paulo aos Tessalonicenses
Irmãos: Vivei sempre alegres, orai sem cessar, dai graças em todas as
circunstâncias, pois é esta a vontade de Deus a vosso respeito em
Cristo Jesus. Não apagueis o Espírito, não desprezeis os dons proféticos;
mas avaliai tudo, conservando o que for bom. Afastai-vos de toda a
espécie de mal. O Deus da paz vos santifique totalmente, para que todo
o vosso ser – espírito, alma e corpo – se conserve irrepreensível para a
vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo. É fiel Aquele que vos chama e
cumprirá as suas promessas.
Evangelho
Jo 1, 6-8.19-28
João Baptista, é o modelo acabado de um percursor: anuncia o Mestre, fala
d’Ele aos que O não conhecem, conduz até Ele, mas não é, ele próprio, o fim
da sua missão. Aponta o Messias, mas não suporta passar Ele próprio por
tal; baptiza, mas logo explica que no meio deles está Alguém, maior do que
ele, que deve ser, de ora em diante, o centro das suas atenções. O Senhor, tão
desconhecido dos seus contemporâneos, embora presente no meio deles,
está também hoje presente no meio de nós e quer ser reconhecido, em todas
as formas de presença que O perpetuam entre os seus.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Apareceu um homem enviado por Deus, chamado João. Veio como
testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos acreditassem
por meio dele. Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz.
Foi este o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram, de
Jerusalém, sacerdotes e levitas, para lhe perguntarem: «Quem és tu?».
Ele confessou a verdade e não negou; ele confessou: «Eu não sou o
Messias». Eles perguntaram-lhe: «Então, quem és tu? És Elias?». «Não
sou», respondeu ele. «És o Profeta?». Ele respondeu: «Não». Disseramlhe então: «Quem és tu? Para podermos dar uma resposta àqueles que
nos enviaram, que dizes de ti mesmo?». Ele declarou: «Eu sou a voz do
que clama no deserto: ‘Endireitai o caminho do Senhor’, como disse o
profeta Isaías». Entre os enviados havia fariseus que lhe perguntaram:
«Então, porque baptizas, se não és o Messias, nem Elias, nem o
Profeta?». João respondeu-lhes: «Eu baptizo na água, mas no meio de
vós está Alguém que não conheceis: Aquele que vem depois de mim, a
quem eu não sou digno de desatar a correia das sandálias». Tudo isto
se passou em Betânia, além do Jordão, onde João estava a baptizar.
OPINIÃO
8 de Dezembro de 2011
Notícias de Beja – 3
Estará a democracia em perigo?
Ouvem-se por aí expressões e
tomam-se atitudes que parecem
denunciar esse receio. Porém, o
que vemos, de modo muito claro,
é que o tempo dos ditadores e dos
poderes absolutos está a terminar,
e os que teimam permanecer em
tronos de ouro, como senhores
únicos do saber e da verdade,
sonegando milhões ao povo e
gerando, à sua volta, a sabujice e
o vazio, têm, a curto prazo, os
seus dias contados.
O regresso às ditaduras, a não ser
por caminhos tortuosos e indignos, como ainda acontece à
revelia do tempo, não parece ser,
hoje, caminho a temer em estados
democráticos. Porém, está latente
um certo adormecimento democrático pelo desinteresse generalizado pela política, pela ânsia
de poder e as lutas partidárias,
pela recusa em servir, por parte
dos mais competentes e prepa-
rados, por uma anestesia provocada que leva o povo a pensar
apenas na satisfação de direitos
e reage, por vezes violentamente,
ao cumprimento dos seus deveres normais e à colaboração inevitável nas crises emergentes.
Esta reacção inadmissível do
povo, no seu conjunto, é fruto
não apenas do seu modo, para
quem mais agradam os benefícios
sem trabalhos do que os trabalhos necessários, nem sempre
com os benefícios ao abrir da
torneira. Mas é fruto, também, da
ideia errada que se enraizou, por
ideias e promessas partidárias, de
quem nunca entendeu que o
Estado não é quem tudo manda,
nem quem tudo deve fazer. O
Estado-providência é fruto de
uma má compreensão da democracia e do papel dos cidadãos e
das instituições civis, da ânsia
de poder e domínio absoluto, e
da submissão dos cidadãos a um
poder partidário, que mais deseja
ser dominar que servir. Mas isto
é precisamente a negação da
democracia, a qual, como dizia
Churchill, se não é um regime
perfeito, é o menos mau de todos
os regimes políticos. Os partidos
políticos, em geral, sofrem de um
défice do agir democrático, porque pensam que só prometendo
sem limites podem ganhar eleições e permanecer longo tempo
no poder.
Não há democracia sem acção
política que a entenda, a implemente e defenda e dela se sirva,
como meio normal de participação e de serviço de todos à
comunidade. Pela mesma razão,
não há participação democrática
sem valores a nortear a acção
diária. A democracia constrói-se
todos os dias, tem exigências que
não se podem desvirtuar. Ninguém se pode considerar democrata só para aquilo que lhe
interessa, por exemplo, o direito
de votar, ou que lhe parece bem,
por exemplo, a satisfação dos
seus interesses individuais ou de
grupo.
Tempos recentes foram marcados
pela ânsia de poder absoluto, de
algum modo politicamente irresponsável e exercido nas costas
do povo. Por isso mesmo, vieram
ao de cima as fraquezas de uma
democracia não respeitada: um
povo azedo, revoltado e meio
cego, a retórica partidária de
quem fala do povo e diz sempre
que é em seu nome, a manifestação pública de muitas mazelas
sociais, deliberadamente escondidas e desconhecidas do país, o
flagelo da corrupção, do proteccionismo escandaloso.
Embora em ambiente ressentido
e desconfiado, é preciso falar e
agir, em relação à política e aos
políticos, da urgência de uma
passagem do desprestígio à di-
O cortejo
dos excluidos
gnificação, como já se fala noutros países que passaram e estão
passando pelos mesmos transes.
A ameaça maior à democracia, na
minha opinião, está no relativismo ético que se veio propugnando a pretexto de direitos e
liberdades e à base do qual se
legislou e em que se caiu. Pessoas
e instituições basilares foram
subalternizadas, as maiorias partidárias assumidas como poder
absoluto, a memória foi apagada
e a procura de acertar o tom da
conveniência com a desafinação
europeia, de cores conhecidas, a
regra a respeitar.
Está em perigo a democracia? Se,
apesar das suas limitações, não
for tomada a sério, pode estar em
perigo. Mas a sua defesa não será
garantida por revoluções militares, nem por salvadores pessoais. Tem de se voltar ao povo
concreto, ao serviço que lhe é
devido, à sua educação para
tempos novos, à seriedade da
solidariedade, ao respeito pelo
bem comum, ao reconhecimento
do princípio da subsidiariedade.
No fundo, ao respeito incondicional pela pessoa e ao reconhecimento das suas capacidades sociais.
Depois da revolução, falava-se,
a torto e a direito, dos que foram
retirados dos seus lugares de
trabalho e “postos na prateleira”. Muitos deles eram gente
ainda nova, competente e séria,
considerada perigosa por não
acertar, ideologicamente, com os
novos senhores do poder. Para
além da destruição de pessoas,
um mal irreparável por qualquer
preço, logo se viu um manifesto
prejuízo, na maioria dos casos,
da qualidade dos serviços,
agora nas mãos dos comparsas,
incompetentes, mas fiéis.
O mal de então pegou-se ao
tempo e o cortejo dos excluídos
continua. Há dias, pessoa válida, competente e generosa
dizia-me, sem saber porquê, que
a retiraram do seu lugar, sem lhe
ser dada uma razão, a mantiveram um ano a olhar para o céu e
a mandaram, agora, para onde
não faz falta, nem sabe que fazer.
É uma pessoa adulta, não aposentada, estimada por quem a
conhecia e com ela lidava, a quem
todos reconheciam valor, pelo seu
porte e acção… Não é caso único.
Que mundo este, com tão grande
vocação para o desperdício!... Há
excluídos que não se resignam e
furam. Há outros a quem cortam
as asas e limitam o campo. Quem
vai responder por esta morte de
pessoas e empobrecimento da
sociedade, onde todos fazem
falta?
António Marcelino,
Bispo emérito de Aveiro
A. M.
Evangelizar, preferencialmente, os ricos
É muito comum ouvirmos, na linguagem habitual da Igreja e não só,
uma espécie de preferência em
evangelizarmos/atendermos, preferencialmente, os pobres... como
que excluindo aqueles que não
entram nesta categoria económica,
sociológica, política, cultural e tudo
o resto que se lhe queira apensar.
De fato, os pobres servem para tudo
e mais aquilo que se desejar, desde
que dê bom proveito a quem deles
se aproveita, mesmo sob a roupagem de seus defensores, na
praça pública, mas, minimamente,
detratores, em privado.
Deixando, desde já uma espécie de
declaração de intenções, dizemos:
sou pobre, filho de gente pobre e
sem qualquer aspirações a ser
rico.... embora sinta que os ricos
também podem e, muitos, até são
boas pessoas.
No entanto, sabemos e conhecemos que há – mesmo no contexto
da Igreja católica (hierarquia e
setores laicais) mais ou menos
assumidos, camuflados e com
outras aspirações – quem defenda
os pobres, mas se banqueteie nos
melhores restaurantes... pagando
favores; quem se diga paladino dos
pobrezinhos mas só se vista com
roupa de marca... à custo da qualidade de vida; quem pretenda ser
associado aos (ditos) defensores
da classe operária (se ainda existir!),
mas que privilegie, no seu círculo
de convivência, os donos do
dinheiro, pois dão estatuto e
promoção... à sombra de outras
tantas boas intenções.
Tendo estes fatores em conta,
consideramos que é importante
não setorial as preferências no
campo da evangelização. E, se tal
tiver de ser feito, então que se faça
uma opção preferencial pela evangelização dos ricos por duas razões: são eles que podem, tocados
por Deus, atenuar ou até mesmo
fazer desaparecer os pobres; são
eles quem, pondo ao serviço dos
outros a sua riqueza, numa consciência social e até espírito de
serviço do seu poder de riqueza,
podem gerar novos empregos e com
isso tentar fazer diminuir a indigência dos desfavorecidos pela
sorte e atribulados pela pobreza.
Dos pobremente ricos aos
ricamente pobres
Passado – assim cremos e esperamos – o contexto dialético-marxista
da luta de classses, temos de recriar
uma nova mentalidade: os fatores
de produção são mais do que a
força de trabalho, as mais-valias, o
capital e (até mesmo) o desfavor de
uns contra outros e de todos contra
uma certa minoria: a capacidade de
construir um mundo onde todos
sejam mais fraternos é mais do que
uma utopia romântica e azeda!
Vivemos num tempo onde os conceitos já não se guiam pela mera
momenclatura coletivista nem o
trabalho é uma idolatria adquirida
sem tribulações e novos desafios.
Estamos em constante mudança e
são-nos exigidos novos métodos
até para continuar a ter uma oportunidade de trabalho, que é muito
mais do que emprego. Sentindo o
efeito da globalização, crescem os
sinais de que os nossos benefícios
são a desgraça dos outros e que as
nossas desgraças – com a deslocalização dos postos de trabalho e
outros efeitos adjacentes – podem
ser os benefícios de outros.
Vivemos uma, cada vez mais acentuada, concorrência a todos os
níveis e a nossa frágil sobrevivência está em constante risco.
Insegurança a quanto obrigas!
Neste contexto temos de apostar
sobretudo, na evangelização dos
ricos, pois da sua adesão aos
valores do Evangelho poderá surgir
uma nova sociedade: mais justa,
mais fraterna, mais solidária, de mais
verdade, de mais lealdade e com
maior caridade... uns para com os
outros.
Com efeito, se os ricos – com
dinheiro, com visão e com aposta
no futuro – se interessarem pelo
bem comum, que é muito mais do
que os seus interesses particulares
– de lucro legítimo, honesto e
sincero – poderão ser bons criadores de riqueza em favor dos
outros, tanto através de empresas,
como de projetos que dêem trabalho e sustento às pessoas e às
famílias. Precisamos, urgentemente, em Portugal, de que as
pessoas saibam colocar a sua
riqueza ao serviço dos outros.
Não será com certos combates
anacrónicos de algumas forças
político-partidárias que esses
‘trabalhadores’, em nome de quem
pretensamente contestam, irão ter
emprego nem futuro. Cheira a
conversa requentada o discurso de
alguns sindicalistas profissionais,
que mais não sabem do que lutar
com armas já do século passado,
mas que, afinal, só prejudicam o
país e o tecido produtivo... mais
elementar. Será eles não são capazes
de ver isto? Até onde irá a tacanhez
de certos indivíduos ou a insensatez de seus seguidores?
Está na hora de mudar de rumo,
podendo inverter as prioridades,
mas salvaguardando os princípios,
tendo em conta um dos essenciais
que é: as pessoas em primeiro lugar.
António Sílvio Couto
IGREJA
4 – Notícias de Beja
Por terras de Almodôvar
O concelho de Almodôvar, situado
a sul do distrito de Beja, tem uma
superfície de 775,6 km2, e uma
população que ronda os 8.000
habitantes.
Geograficamenteestende-se por
uma parte da planície alentejana e
outra por uma parte montanhosa
(Serra do Caldeirão).
Religiosamente o concelho tem
oito paróquias caracterizadas por
uma grande dispersão: o compri-
mento desta zona pastoral é de 60
km por estrada e a densidade
populacional ronda os 10 habitantes por km2. A vila de Almodôvar,
de origem árabe, dista 66 km de
Beja.
Os grandes desafios pastorais
centram-se na evangelização, na
catequese juvenil e de adultos, e
na formação de agentes de pastoral.
Há grande urgência na preparação
de leigos para o acompanhamento
das comunidades. Têm sido feitos
alguns ensaios acompanhados
neste sentido. Os movimentos
eclesiais são uma fonte de esperança, pois é deles que saem a maior
parte das iniciativas de evangelização fora da vila de Almodôvar.
Sabemos que o caminho é difícil,
mas só se avança caminhando.
Ultimamente estão surgindo novos
problemas na área social que
agravam os que já existiam. Contudo nota-se uma grande sensibilidade para a entreajuda, assim
como para o espírito de partilha. É
preciso aprofundar esta dimensão
da vida, enraizada na caridade
cristã.
A vertente missionária ad extra
está presente. A internacionalidade
dos membros da comunidade verbita de Almodôvar fala por si mesmo
e o sinal é visto, tanto pelas várias
comunidades da zona pastoral,
como também fora dela.
Padre Joaquim Valente, Pároco
Aljustrel festeja Padroeira dos Mineiros
A vila de Aljustrel, acolheu mais
uma vez a secular festa em honra
de Santa Bárbara, patrona da
comunidade mineira. O programa
para celebrar este acontecimento
teve início no dia 2 de Dezembro,
na antiga Central de Compressores da Mina, actualmente transformada num núcleo museológico, com a actuação do Grupo
Coral “Os Cigarras”, seguindo-se
a exibição do documentário de
1973 “Inventário Musical – Grupo
Coral dos Mineiros” de Francisco
d’Orey, e o encerramento da noite
, coube ao poeta Aljustrelense
“Bagacinha”, com as suas quadras. No sábado ,dia 3 de Dezembro, pela manhã decorreu no
antigo Campo de Futebol das
Minas, um Torneio de Pataco,
enquanto que no Mercado Municipal, o Grupo Coral e Instrumental “Maravilhas do Alentejo”
de Rio de Moinhos, alegrou a
todos com os seus temas populares alentejanos. Pela tarde, nos
bairros mineiros de Vale D’Oca e
São João do Deserto, foi exibido
novamente o documentário de
Francisco d’Orey, seguindo-se a
actuação do Grupo Coral “Os
Mineiros” de Aljustrel, bem como
visitas guiadas ao património
mineiro. Na Central de Compressores esteve patente ao público,
durante os dias festivos, uma
exposição de artesanato Mineiro.
No sábado à noite, a Igreja
Matriz voltou a acolher mais um
Concerto de Gala da Banda Filarmónica da Sociedade Musical de
Instrução e Recreio Aljustrelense, que comemorou o 35º
aniversário da sua reorganização,
no dia 1 de Dezembro. No Domin-
go, 4 de Dezembro, dia de Santa
Bárbara, a Igreja Matriz enche-se
para celebrar o ponto alto das
festividades, a Eucaristia Dominical do II Domingo do Advento
e ao mesmo tempo, o dia de Santa
Bárbara, presidindo o Pároco, Pe
Paulo do Carmo, que teve como
concelebrante o Pe Manuel Alves,
que acompanhou o Coro Paroquial de Aljustrel com o órgão. O
Grupo Coral “Os Mineiros” marcou também presença na Eucaristia, interpretando dois cânticos
à sua padroeira, um no momento
do ofertório e outro no momento
de acção de graças. O Corpo de
Intervenção dos mineiros, fez a
Guarda de Honra ao Altar da
Eucaristia e transportou o andor
com a Imagem de Santa Bárbara,
na Procissão, em cortejo automóvel, que se realizou pelas ruas
de Aljustrel, fazendo uma paragem
na Mina de Feitais, para uma
bênção à entrada túnel que dá
acesso à mina e aos mineiros ali
presentes. Esta cerimónia foi
presidida pelo padre Alves, que
presidiu também a Procissão. O
cortejo processional continuou
pelos Bairros Mineiros do Plano,
Santa Bárbara, Vale d’ Oca, e São
João do Deserto, terminando na
Igreja Matriz. A nova modalidade
da organização destas festividades, deve-se à Paróquia de
Aljustrel que, nos últimos anos
dois, lançou o convite às instituições da vila para se constituir
uma Comissão de Festas em
honra de Santa Bárbara, coordenada pela própria Paróquia, a
saber, o Município de Aljustrel,
Freguesia de Aljustrel, Almina –
Minas do Alentejo, S.M.I.R.A. e
Centro de Convívio de Vale
D’Oca. Como sempre, esta comissão contou com o apoio da Rádio
Local, TLA, e da Guarda Nacional Republicana do Posto Territorial de Aljustrel. A tradição foi
cumprida, Santa Bárbara foi celebrada, foi realizada memória pelos
mineiros falecidos e Deus foi
louvado.
Tiago Pereira
8 de Dezembro de 2011
Diáconos permanentes
ganham espaço
O diaconado permanente, restaurado pelo Concílio Vaticano II há
mais de 40 anos, é ainda uma
realidade desconhecida para
muitos em Portugal, mas está
cada vez mais presenteNo dia 30
8 de Dezembro, 30 novos diáconos são ordenados no Porto.
O diácono Joaquim Soares, de 72
anos, foi ordenado em 1992, na
diocese portuense, e considera
que o diaconado deve privilegiar
“o contacto humano”.
Este reformado bancário refere à
Agência ECCLESIA que o “diácono é o rosto da Igreja que
avança para a missão”, visto que,
“muitas vezes, o mundo não
entende o que é a Igreja”.
Ao diaconado permanente, primeiro grau da Ordem (sacramento
que inclui diáconos, presbiteros
e bispos), podem aceder homens
casados, depois de terem completado 35 anos de idade, o que
não acontece com o sacerdócio
na Igreja de rito latino, como em
Portugal.
António Avelino foi ordenado
diácono permanente no dia 8 de
dezembro de 2010, na diocese do
Porto, e explica o processo de
discernimento para uma vocação
ao serviço da Igreja que trilhou
juntamente com a esposa, Inês
Santos e com os seus três filhos
rapazes, de 9, 11 e 20 anos.
“Não podemos falar de um diácono casado que não tenha a
esposa e a realidade familiar
presentes”, assinala.
Inês Santos admite que o caminho
foi “difícil”, como ainda é a
“manutenção de equilíbrio para
que o tempo familiar seja também
contemplado” pelo seu marido e
diácono.
Os diáconos distinguem-se, segundo a doutrina da Igreja, pela
“dedicação às obras de caridade
e de assistência”.
Lino Gomes de Campos é herdeiro
desta tradição de apoio aos mais
desfavorecidos: preside ao Lar
das Mães Solteiras e é tesoureiro
do Colégio dos Órfãos, ambos em
Braga, onde se depara com “ca-
sos complicados e gravíssimos”.
“Na vida profissional todas as
pessoas que sabem que sou
diácono ficam admiradas ao ver
que um homem ocupado nas
contas tem tempo para servir a
entidade patronal e a Igreja”,
revela.
Tomás Ferraz Machado Lima, que
abraçou o diaconado permanente
há 25 anos, considera-se “chamado por Deus” e encara este
magistério como um “sinal visível” do serviço que a Igreja
Católica presta ao mundo, em
“muitas mesas”, a começar pela
família.
“Eu sou diácono, em primeiro
lugar, no meu ambiente familiar,
na Igreja doméstica, hoje até
como avô sou muito solicitado”,
realça este bracarense de 67 anos,
há quatro décadas residente em
Lisboa, onde desempenha atualmente funções na paróquia de
Nossa Senhora de Fátima.
Carlos Faria está a preparar-se
para o “imenso desafio” de ser
um dos dez primeiros diáconos
permanentes da diocese de Viseu,
respondendo a um convite do seu
pároco, hoje bispo viseense, D.
Ilídio Leandro.
Para este leigo de 40 anos é tão
importante a ação do diácono nas
celebrações litúrgicas como no
“serviço aos mais pobres”.
O padre Georgino Rocha, delegado episcopal para os diáconos
permanentes, na diocese de Aveiro, sublinha em texto publicado,
há dias, no semanário Agência
ECCLESIA, que “se a Igreja
precisa de diáconos, não é porque
lhe faltem sacerdotes, mas porque
é Igreja”.
D. Manuel Martins, bispo emérito
de Setúbal, recorda, por seu lado,
o momento em que ordenou os
primeiros diáconos permanentes
nessa diocese: “A experiência foi
tão útil que o meu sucessor
continuou e quase todas as dioceses do país recuperam este
grau de Ordem que esteve esquecido durante séculos”.
DIOCESE
8 de Dezembro de 2011
Nota Pastoral
Mudar de vida para que
haja Natal no nosso País
Entramos no último mês do ano,
dentro de dias temos o Natal e já
sabemos que temos menos dinheiro
para os presentes e que para o ano
ainda pode ser pior, caso o orçamento acabado de aprovar no
parlamento não sofra alterações. E
o primeiro ministro até deu a entender que mais se poderia agravar,
caso a comunidade europeia não
se entenda e o euro colapse.
Isto significa que Portugal e a
Europa não encontrarão rumo, se
continuarem a apoiar-se apenas
num sistema económico e financeiro sem futuro, baseado em
contínuo crescimento e na distribuição injusta da riqueza, que vem
cavar mais o fosso das desigualdades. Assim nenhuma sociedade
se pode aguentar em paz. Os políticos europeus e mundiais terão de
descobrir orientações mais profundas, universais e seguras, para
curar as feridas causadas pelo
descalabro do sistema económico,
neutralizar os usurários e fomentar
a verdade e a transparência das
relações humanas e do mercado.
Os cristãos preparam-se para celebrar mais um Natal, que faz memória
do nascimento de Jesus, o Messias, o Salvador, a presença real de
Deus entre nós, ao nosso alcance.
Mas também o apelo ao nosso
próprio nascimento para uma nova
humanidade, que na pessoa das
crianças e dos mais frágeis vê e
acolhe o próprio Deus. Isto exige
mudança de mentalidade, de sentimentos e de comportamentos.
Mas é também esta mudança,
operada na vida de muitos cristãos,
que torna este mundo mais suportável e até mesmo gerador de
esperança, de alegria, porque afinal
a vida tem sentido, valemos mais
que o dinheiro e o mercado. Se isto
acontecer, mesmo que só na vida
de alguns, então a crise começa a
ser superada e vencida nas suas
causas profundas, o egoísmo e a
ganância.
Estes pensamentos surgiram-me
quando preparava as celebrações
deste segundo domingo do advento, lendo o profeta Isaías, um
profeta de tempos muito mais
difíceis para o povo israelita,
primeiro cheio de medo, porque
rodeado de impérios poderosos e
guerreiros, a Assíria, o Egito e a
Babilónia, depois subjugado e
exilado, sem esperança de retorno.
O profeta clama: Preparai no
deserto o caminho do Senhor, abri
na estepe uma estrada para o
nosso Deus. Sejam alteados todos
os vales e abatidos os montes e as
colinas; endireitem-se os caminhos
tortuosos e aplanem-se as veredas
escarpadas. E João Batista repetirá
muitos séculos mais tarde estas
mesmas palavras, exortando o
povo à conversão, à moderação e
sobriedade, para poder acolher o
batismo do Espírito que Jesus ia
trazer, criando assim um novo
modelo de sociedade.
João Batista não apenas falava e
batizava, mas ele mesmo vivia
austeramente. É este testemunho
que os cristãos precisam de dar,
demostrando que é possível outro
tipo de sociedade, baseada em
valores mais profundos, que dão
sentido à existência humana e
relativizam aquilo que nos faz perder
a alegria e a esperança.
Ao mesmo tempo que tecia estas
considerações, o país tomava
conhecimento do naufrágio e desaparecimento de seis pescadores de
Caxinas nas costas portuguesas,
que acabaram por ser encontrados
e salvos, quase no limite da resistência biológica, testemunhando o
poder da fé e da confiança na
oração e na proteção de Nossa
Senhora, a ponto de dizerem que
para eles foi um milagre. Seja o que
for, eles sentiram no meio da
tragédia a força da fé e da oração,
que os fez resistir.
Se os políticos, não apenas os de
Portugal, mas da Europa e do
mundo, não impuserem apenas
austeridade aos outros, mas também a testemunharem na sua própria maneira de viver, tornar-se-ão
mais credíveis e ajudarão os outros
cidadãos a crescer na confiança e
no esforço para suportar os sacrifícios e vencer. Oxalá saibamos unir
forças e distribuir com justiça os
sacrifícios. Mas para não perdermos a esperança, talvez o milagre
da conversão e da mudança no
estilo de vida de todos seja
necessário.
† António Vitalino, Bispo de Beja
Cardeal-patriarca diz que novas igrejas são
«sinal» na cidade
O cardeal-patriarca de Lisboa
afirmou, no diaq 3, que as novas
igrejas construídas pelas comunidades católicas são “um sinal
visível daquilo que a Igreja das
pessoas deve ser na cidade: testemunho, anúncio e amor fraterno”.
D. José Policarpo falava na homilia
da missa de dedicação da igreja de
São Francisco Xavier, projetada
pelo arquiteto Troufa Real, no
Restelo.
Uma igreja, precisou, é a “casa
onde o seu povo [do Senhor] se
reúne para escutar a palavra de
Deus, para celebrar os mistérios da
sua fé, sobretudo a Páscoa de
Jesus”.
“Essa casa tem de ter dignidade, tem
de ter mensagem”, acrescentou o
cardeal-patriarca, acrescentando que
“ao longo dos séculos, os edifícios
sagrados acompanham, praticamente a par e passo, as vicissitudes
da Igreja e da sociedade”.
O pároco local, padre António
Colimão, há 21 anos na comu-
nidade, procura esvaziar as polémicas que rodearam a construção,
admitindo, no entanto, que o novo
edifício é “muito ousado”.
Em declarações ao programa ECCLESIA (RTP 2), Troufa Real diz
que quis “trazer de novo São
Francisco Xavier à terra de onde
partiu”, rumo ao Oriente, no século
XVI.
“É uma grande viagem”, sustenta
o arquiteto.
A igreja, com capacidade para 500
pessoas, tem um bojo em cor-deferrugem (inicialmente estava
previsto o uso de um tom dourado)
e a projetada torre de 108 metros de
altura não saiu do papel, por
enquanto.
Notícias de Beja – 5
Ao Ritmo do Ano Pastoral
Esta secção destina-se a levar ao
conhecimento dos nossos leitores,
os conteúdos das acções de formação, eventos e boas práticas pastorais, modos e meios de testemunhar,
celebrar e transmitir o Evangelho
num mundo em transformação
rápida e permanente. Cada leitor
pode, na intimidade da sua casa,
reescrever os itinerários propostos,
à maneira dum curso à distância.
Arciprestado de Beja
Na primeira acção de formação do
arciprestado de Beja levada a efeito
no dia 16 de Outubro com 55
participantes, menos de metade do
ano Pastoral findo, o Padre João
Paulo, com rigor e mestria, orientou
o primeiro de dois encontros sobre
o Evangelho de S. Marcos, catequista principal do Ano B.
A questão crucial que preocupa S.
Marcos é o Bilhete de Identidade
de Jesus:
Quem é Jesus?
S. Marcos dá a resposta logo no
primeiro versículo:
“Princípio do Evangelho de Jesus
Cristo, Filho de Deus” e o seu
Evangelho tem o seu ápice, no acto
de Fé do centurião, perante a morte
de Jesus:
“Verdadeiramente este Homem era
O Filho de Deus”. Mc.15,39b
O mesmo se afirma no Baptismo do
Jordão (1, 11); na boca do demónio
(1, 24; 3, 11 e 5, 16), na Profissão de
Fé de Pedro (8, 27) e na transfiguração (9, 7).
O ápice, como foi dito, acontece no
calvário: “o véu do templo rasgouse em dois de alto a baixo”, isto é,
já não há fronteira entre Deus e o
homem, entre judeus e pagãos, pois
estes professam que Jesus é o Filho
de Deus.
Jesus é o princípio da nova criação,
da nova humanidade, nascida na
doação da Sua Vida por amor.
Outra característica do Evangelho
de S. Marcos apresenta Jesus que
fala com autoridade. Jesus realiza
obras poderosas e impõe silêncio
sobre as Suas Obras.
O Seu ensino causa assombro
(1,21-27). Impõe silêncio sobre a
cura dum leproso (1,40-45). Os
familiares escandalizam-se com o
Seu estilo de Vida (3,20-21). Estranha a falta de Fé dos discípulos
(4,40-41). O assombro provocado
pela cura dum surdo-mudo (7,3337). Recomenda ao cego que nem
sequer entre na aldeia (8,22-26).
A Identidade de Jesus revela-se na
Sua paixão, morte e ressurreição
que anuncia antecipadamente aos
Seus discípulos:
Depois da confissão de Fé de Pedro
(8,31-33); ao atravessar a Galileia
(9,30-32); a caminho de Jerusalém
(10,32-34).
Toda a Sua Vida pública é marcada
pelo escândalo da morte:
Os partidários de Herodes decidem
matar Jesus (3,6); o espanto da
multidão (2,6-12) e o assombro e o
escândalo dos nazarenos (6,2-3).
Os sumos-sacerdotes e os doutores
da lei procuram maneira de o
prender (14,1).
Foi condenado por blasfémia (14,
61-64).
Finalmente o jovem vestido de
branco, no sepulcro vazio, anuncia
a Boa nova da ressurreição (16, 58).
Eis a Boa Nova que a Igreja e cada
cristão tem de anunciar.
“Não vos assusteis! Buscais a
Jesus de Nazaré, o crucificado?
Ressuscitou. Não está aqui! Ide
dizê-lo aos discípulos e a Pedro”.
António Aparício
Aos nossos assinantes
Quase no fim do ano, verificamos que alguns dos assinantes
do “Notícias de Beja” têm ainda em débito o ano de 2011
e 2010, o que nos traz sérios problemas de tesouraria.
Sabendo que os bons negócios fazem os bons amigos,
pedimos a todos que sejam lestos e generosos no
pagamento da sua assinatura para que “Notícias de Beja”
possa ter vida longa e boa saúde.
6 – Notícias de Beja
Dr. Rui Miguel Conduto
CARDIOLOGISTA
CONSULTAS:
Sábados
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8 de Dezembro de 2011
Publ.
Cartório Privado de Odemira - a cargo da Notária Ana Paula Lopes António Vasques
Certificado
Rua Heróis Dadra, 5 - Beja – Telef. 284 327 175
Marcações das 17 às 19.30 h., pelo Telef. 284 322 973/914 874 486
Quartas-Feiras
Cardio Luxor
Avenida da República, 101, 2.º A-C-D Lisboa - Tel.: 217 993 338
Leia, assine e divulgue
“Notícias de Beja”
o jornal da Diocese
SERAFIM DA SILVA JERÓNIMO
& FILHOS, LDA
Certifico, para fins de publicação
que foi lavrada neste Cartório
Notarial, no dia de hoje, de folhas
sessenta e uma a folhas sessenta e duas verso do Livro de
Notas para Escrituras Diversas
número “Cento e Sessenta e Seis
- E” escritura de Justificação, na
qual: Marília Maria Caetano, divorciada, natural da freguesia de Vila
Nova de Milfontes, concelho de
Odemira, onde reside em Foros
da Pereirinha, Caixa Postal 1211,
contribuinte fiscal número 128 144
904.
Declarou que é dona e legítima
possuidora do seguinte imóvel:
Prédio Urbano, situado em Pereirinha, freguesia de Vila Nova de
Milfontes, concelho de Odemira,
composto actualmente de casa
de rés-do-chão, para habitação,
com a superfície coberta de cento
e oito metros quadrados e descoberta de trezentos e noventa e
dois metros quadrados, a confrontar a Norte com Pereirinha; Sul
com Henrique Ramos; Nascente
com Via Pública e a Poente com
Vítor Maria, inscrito na respectiva
matriz perdial urbana, em nome
da justificante, sob o artigo 4183,
com o valor patrimonial de 23.
405,78 euros, não descrito na
Conservatória do Registo Predial
de Odemira;
Que em dia e mês que não pode
precisar, mas que terá sido por
volta do ano de mil novecentos e
oitenta e cinco, ela primeira outorgante, comprou verbalmente a
Henrique Ramos, uma parcela de
terreno com a área total de quinhentos metros quadrados, que
desde logo vedou e na qual
procedeu posteriormente à construção agora existente, não tendo
nunca sido celebrada a competente escritura de compra e venda.
Que aquela parcela de terreno
serve de assento e logradouro ao
prédio urbano referido, foi a desanexar do prédio misto, denominado “Pereirinha”, situado na
freguesia de Vila Nova de Milfontes, concelho de Odemira,
inscrito na respectiva matriz cadastral rústica sob o artigo 69 da
Secção L e na matriz urbana sob
os artigos 3432 e 322, descrito na
Conservatória do Registo Predial
de Odemira sob o número trezentos e doze da dita freguesia,
onde se encontra registada a
aquisição a favor de Guiomar
Patrício Ramos, a ora terceira
outorgante, conforme inscrição Ap.
onze de trinta de Janeiro de dois
mil e quatro;
Que, assim, possui aquele prédio
há mais de vinte anos, em nome
próprio, de boa fé, na convicção
de ser a única dona e plenamente
convencida de que não lesava
quaisquer direitos de outrém, à
vista de toda a gente e sem a
menor oposição de quem quer
que fosse desde o inicio dessa
posse, a qual sempre sxerceu
sem interrupção, pagando as
respectivas contribuições e demais encargos, efectuando a
construção referida, habitando-o,
fazendo obras de conservação e
restauro, vedando-o, tudo como
fazem os verdadeiros donos.
Trata-se, por conseguinte, de
uma posse exercida em nome
próprio, de uma forma pública,
contínua e pacífica.
Que, dado o modo de aquisição
invocado se encontram impossibilitados de comprovar o seu
direito de propriedade plena pelos
meios extrajudiciais.
Está conforme, nada havendo na
parte omitida além ou em contrário
do que se certifica.
Odemira, 30 de Novembro de
2011
A Notária:
Ana Paula Lopes António
Vasques
Publ.
Cartório Privado de Odemira - a cargo da Notária Ana Paula Lopes António Vasques
Certificado
Sinos
Órgãos Clássicos Viscount | Rodgers | Roland
Relógios de Torre
Lampadários Electrónicos de Madeira e Metal
Máquinas de contagem de Dinheiro
Fabricantes e distribuidores em exclusividade para Portugal e Espanha
Rua Cidade do Porto - Ferreiros - 4705-084 Braga
Telefone 253 605 770 | Fax 253 605 779
www.jeronimobraga.com.pt | [email protected]
Delegação de Beja
Rua da Casa Pia, 23 - 7800-144 Beja
Tel.: 284 322 484 | Fax: 284 320 423
[email protected]
CVP / Continente de Beja
promovem em Dezembro campanhas para angariar
bens alimentares e de subsistência
CERTIFICO, para fins de publicação que foi lavrada neste Cartório Notarial, no dia de hoje, de
folhas vinte a folhas vinte e duas
do Livro de Notas para Escrituras
Diversas número “Cento e Sessenta e Seis - E”, escritura de
Justificação, na qual:
Manuel Afonso e mulher Maria
Catarina Isabel, casados sob o
regime de comunhão geral de
bens, naturais respectivamente da
freguesia de Odemira (S. Salvador) e da freguesia de São Luís,
ambas do concelho de Odemira,
residentes em Marofanha, Odemira, contribuintes fiscais números 120 794 179 e 120 794
160;
Declararam que são donos e
legítimos possuidores do seguinte imóvel:
Prédio Urbano, situado em Marofanha, freguesia de São Salvador,
concelho de Odemira, composto
de casa de rés-do-chão, para
habitação, com a superfície cinquenta e cinco metros quadrados
e quintal com quatrocentos metros quadrados, a confrontar a
Norte com José Filipe Silva Campos; Sul com Celestino Afonso
Gaspar; Nascente com Caminho
Público e a Poente com Augusto
António Gaspar,
Inscrito na respectiva matriz predial urbana, em nome do justificante sob o artigo 1368, com o
valor patrimonial de 3.053,84€; não
descrito na Conservatória do Registo Predial de Odemira ao qual
atribuem valor igual ao patrimonial;
Que este imóvel foi construído
numa parcela de terreno, que
compraram verbalmente a Daniel
Augusto Gaspar Afonso, o ora
terceiro outorgante, em dia e mês
que não podem precisar do ano
de mil novecentos e sessenta e
nove, na qual procederam posteriormente à construção do edifício
acima referido, não tendo nunca
sido celebrada a competente
escritura de compra e venda.
Que aquela parcela de terreno foi
a desanexar do então prédio
rústico, denominado Marofanha,
situado na freguesia de São
Salvador, concelho de Odemira,
inscrito na matriz sob o artigo 23
da Secção GG, descrito na Conservatória do Registo Predial de
Odemira sob o número onze mil
cento e vinte e dois, a folhas
sessenta e oito verso, do Livro BTrinta e Dois, onde se encontra
registada a aquisição a favor do
ora terceiro outorgante pela inscrição vinte e um mil duzentos e
vinte e nove, a folhas cento e trinta
e sete verso, do Livro G-Trinta,
sendo actualmente um prédio
urbano, situado em Marofanha,
freguesia de São Salvador, concelho de Odemira, inscrito na
respectiva matriz sob o artigo
3994, composto de terreno para
construção com a área de três mil
metros quadrados;
Que, assim, possuem o mencionado prédio há cerca de quarenta
e dois anos, em nome próprio, de
boa fé, na convicção de serem os
únicos donos e plenamente convencidos de que não lesavam
quaisquer direitos de outrém, á
vista de toda a gente e sem a
menor oposição de quem quer
que fosse desde o inicio dessa
posse, a qual sempre exerceram
sem interrupção, pagando as
respectivas contribuições e demais encargos, vedando a dita
parcela, procedendo nela à construção da referida casa de morada, habitando-o após efectuada a
construção, tudo como fazem os
verdadeiros donos. Trata-se, por
conseguinte, de uma posse exercida em nome próprio, de
uma forma pública, contínua e
pacifica.
Que, dado o modo de aquisição
invocado se encontram impossibilitados de comprovar o seu
direito de propriedade plena pelos
meios extrajudiciais normais.
Está conforme, nada havendo na
parte omitida além ou em contrário
do que se certifica.
Odemira, 23 de Novembro de
2011.
A Notária:
Ana Paula Lopes António Vasques
REGIONAL
8 de Dezembro de 2011
Cante alentejano é candidato
a Património Cultural Imaterial da Humanidade
O Presidente da República, Cavaco
Silva, lidera a comissão de honra
da candidatura do Cante Alentejano a Património Imaterial da
Humanidade, que irá ser entregue
na sede da UNESCO já no próximo
ano, a 30 de Março.
A ideia da candidatura partiu de um
desafio lançado ao presidente da
autarquia de Serpa pelo embaixador
Fernando Andresen Guimarães, que
já foi presidente da Comissão
Nacional da UNESCO. A sugestão
veio na sequência da preparação
da candidatura da cidade de Serpa
à Rede de Cidades Criativas da
UNESCO, no tema Música.
O repto não caiu no esquecimento
e agora a comissão executiva está
empenhada em tornar o cante
alentejano património da Humanidade. “Não entrei neste projecto
para perder”, afiança Carlos Medeiros, presidente da Comissão
Executiva e ex-professor catedrático da Universidade Católica
Portuguesa, actualmente a leccionar em Washington.
Alentejo chega
às 35 mil toneladas de azeite
O Alentejo, a região portuguesa que mais azeite produz, deverá registar um
ligeiro aumento na produção da campanha olivícola de 2011/2012, que
poderá chegar às 35 mil toneladas.
À produção estimada para a atual campanha olivícola, a decorrer até meados
de Fevereiro, “deverá ser ligeiramente superior”, à de 2010/2011, disse à
Lusa Henrique Herculano, do Centro de Estudos e Promoção do Azeite do
Alentejo. As estimativas para os 165 mil hectares de olival no Alentejo
apontam para uma produção de “200 toneladas de azeitona”, a mesma
quantidade na campanha olivícola de 2010/2011. No entanto, estimou, os
cerca de 60 lagares do Alentejo deverão produzir “35 mil toneladas de
azeite”, mais cinco mil toneladas do que na campanha olivícola de 2010/
2011. A “diferença” deve-se “sobretudo ao rendimento da azeitona em
azeite”, que, na actual campanha olivícola, está a ser “mais elevado”,
explicou. “Até agora, a qualidade da azeitona tem sido boa, mas estamos
na expectativa para ver o resultado das chuvas”, que “poderão favorecer
o ataque de fungos”, o que irá “afetar e piorar a qualidade das azeitonas”,
alertou Henrique Herculano.
Cine Oriental de Aljustrel requalificado
As obras de requalificação e ampliação da sala de cinema da vila de Aljustrel,
o Cine Oriental, já começaram, num investimento de 1,1 milhões de euros
que vai permitir a reabertura do espaço em 2013 como sala polivalente.
O Cine Oriental, quando reabrir, será “uma sala polivalente” com condições
para acolher, além de sessões de cinema, vários espectáculos culturais,
como os de música, teatro, dança e variedades e outros tipos de eventos,
como seminários, conferências e cerimónias públicas.
Trata-se de uma “intervenção profunda” que vai permitir ampliar o palco,
que ficará com oito metros de profundidade e três metros de largura, e criar
um espaço de apoio ao palco, através da ligação a um edifício adjacente ao
Cine Oriental, explicou Nelson Brito. A intervenção vai também permitir
requalificar os acessos, a bilheteira, o bar, a plateia, o balcão e as casas de
banho do Cine Oriental, acrescentou.
Cavaco Silva visitou empresas hortícolas
em Odemira
O Presidente da República Cavaco Silva, visitou no dia 30 de Novembro,
três empresas hortícolas do concelho de Odemira: a Vitacress, a Atlantic
Growers e a Camposol. As três têm um volume global de vendas que
ronda os 40 milhões de euros! A visita foi promovida a convite da
Associação de Horticultores do Sudoeste Alentejano (AHSA), para mostrar
ao Chefe de Estado as boas práticas das empresas da zona e o potencial
para acolher novos investimentos. “É importante chamarmos a atenção
para esta zona, porque fizemos investimentos e precisamos de
reconhecimento do trabalho feito aqui, que é muitas vezes esquecido”,
realçou Paul Dolleman, presidente da AHSA.
Carlos Medeiros lembra que “o
cante nasceu de um universo muito
popular e que, em várias épocas,
foi politicamente usado”.
Este professor explica que “um
alentejano em vez de falar, cantava;
era um modo de convívio”. E que,
por isso, “o cante existe onde há
alentejanos, seja nos grupos corais
espalhados pelo país, seja nas
colectividades de emigrantes em
cidades como Toronto, Paris ou
Montreal”.
A candidatura a Património Imaterial da Humanidade inclui vários projectos complementares,
como um filme documental sobre
o Cante Alentejano, da autoria do
realizador Sérgio Trffaut. Para
além disso, será feita a recolha e
estudo do cancioneiro e discografia desta expressão musical, a
inventariação e caracterização
dos grupos corais e uma compilação ilustrada de histórias de
vida de cantadores e de grupos
corais.
Notícias de Beja – 7
Natural de Beja
Deputada Graça Carvalho premiada
no Parlamento Europeu
A Professora Doutora Maria da
Graça Carvalho foi considerada a
melhor deputada de 2011 no Parlamento Europeu, no domínio da
investigação científica, tendo
recebido, há dias, em cerimónia
festiva, o respectivo prémio.
Maria da Graça Carvalho nasceu em
Beja e fez o curso liceal nesta cidade.
É filha do Arquitecto Aldemiro
Carvalho e da Dra. Maria Fernanda
Martins, que foram professores do
Liceu de Beja e residem actualmente em Lisboa.
Professora catedrática do Instituto
Superior Técnico de Lisboa, Graça
Carvalho foi Ministra da Ciência e
Ensino Superior dos Governos de
Durão Barroso e Santana Lopes.
É membro de 20 associações científicas nacionais e internacionais e
membro-conselheira do AIAA American Institute of Aeronautics
and Astronautics e da AAS American Association for the
Advancement of Science.
Foi condecorada pelo Presidente
da República com o Grau de Grande
Oficial da Ordem de Instrução
Pública e pela Chancelaria da
Ordem Internacional de Mérito do
Descobridor do Brasil com o Grau
Superior da Grã Cruz.
Barrancos inaugura Centro de Saúde
Espanhóis querem
laranjas de Alqueva
O grupo espanhol J. Garcia Carrion
(JGC), um dos maiores da Europa a
nível agroindustrial, quer comprar
laranjas a agricultores alentejanos,
da zona abrangida pelo Alqueva,
para produzir bebidas à base de
sumo em Espanha.
O projeto, apresentado hoje em
Beja, envolve o grupo JGC, “líder
no mercado de sumos em Espanha
e o segundo da Europa”, e a empresa Trevo, de Beja, que presta
assessoria a projetos agrícolas,
florestais e ambientais.
A fábrica de produção de produtos
elaborados à base de sumo de
laranja do grupo, situada em Villanueva de los Castillejos, na província de Huelva, “está junto à
fronteira com Portugal e muito
próxima da zona do Alqueva”, disse
hoje à agência Lusa o diretor do
projeto de Huelva do grupo JGC,
António Moreno.
Segundo Eusébio León, do grupo,
o Baixo Alentejo dispõe de um
clima que se “adapta perfeitamente” à produção de citrinos, que
pode ser uma “alternativa” ao olival
e poderá “consolidar e rentabilizar”
o “grande investimento” que está
a ser feito nas infraestruturas do
Alqueva.
Na fábrica de Huelva, o grupo JCG
produz produtos da marca “Don
Simon”, como sumos exprimidos,
néctares e bebidas feitas à base de
sumo de laranja, que são comercializados nas principais cadeias de
distribuição de Espanha e exportados para mais de 50 países.
O novo Centro de Saúde de Barrancos, no distrito de Beja, há muito
reivindicado pelo município e pela população, foi inaugurado, no dia 5,
após um investimento de quase 705 mil euros.
Para o município e a população, “é motivo de grande contentamento ver
que finalmente temos um novo Centro de Saúde”, disse à Lusa o presidente
da Câmara de Barrancos, António Tereno.
“Agora, é urgente que o Ministério da Saúde dote o novo centro de saúde
de recursos humanos”, nomeadamente médicos, “compatíveis com as
necessidades de prestação de cuidados de saúde da população”, disse.
Segundo o autarca, o atual Centro de Saúde de Barrancos tem apenas dois
médicos, um contratado pela Administração Regional de Saúde (ARS) do
Alentejo e que presta serviço nos dias úteis e outro contratado pelo
município para os fins de semana.
A população é ainda servida por duas médicas de Moura, que prestam
apoio em consultas de vigilância, como saúde infantil e planeamento familiar.
O novo centro de saúde, que irá servir 1 674 utentes, foi construído a partir
da adaptação e da remodelação do edifício de uma antiga escola básica de
Barrancos, que foi cedido pelo município.
A nova infraestrutura, cofinanciada em 70 por cento por fundos
comunitários, dispõe de cinco gabinetes, três de consulta, um de
enfermagem e outro de Saúde Pública e Ambiental, uma sala de tratamentos
e áreas de apoio e vai funcionar com valências de Medicina Geral e Familiar,
Saúde Materna, Planeamento Familiar e Enfermagem.
O novo Centro de Saúde de Barrancos foi inaugurado na passada segundafeira, numa cerimónia que contou com a presença do ministro da Saúde,
Paulo Macedo, e começará a funcionar “durante a próxima semana”.
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8 de Dezembro de 2011
Ditos e Feitos
Registado
Deste
Mundo
e do
Outro
Caxinas celebrou a esperança e a fé
Foram mais de três mil as pessoas que, no dia 4 de Dezembro, participaram
na Missa de acção de graças pelo resgate dos seis pescadores da
embarcação “Virgem do Sameiro”, que foi celebrada na igreja paroquial
das Caxinas, Vila do Conde. Presidida pelo Arcebispo de Braga, D. Jorge
Ortiga, a Eucaristia contou com um mar de gente que inundou o templo
em forma de barco, querendo celebrar a esperança que o mar não
conseguiu matar.
“Apertados naquela balsa, estáveis sozinhos em pleno mar, sem comida,
sem agasalhos e sem condições, restando-vos apenas a oração que
mantinha acesa a ínfima esperança de uma possível salvação”, destacou
D. Jorge Ortiga na homilia.
“Alguns quiseram falar de milagre. Eu confirmei a minha fé: Deus existe”,
asseverou o presidente da celebração, exortando para que, como ele,
todos “falem de Deus aos homens, pois falar de Deus é falar de esperança”.
Cristãos no mundo
Segundo o relatório anual da “Situação da Missão Global”, feito em
2011, a Igreja Católica reúne 1 bilião e 160 milhões de adeptos em todo
o mundo e todos os dias aderem mais 34 000 pessoas. Os dados do
estudo, divulgado pela agência Analisis Digirtal, afirma que no mundo
de hoje, existem dois biliões de pessoas, de um total de sete biliões,
que nunca foram alcançados pela mensagem do Evangelho. Outros
dois biliões e 680 milhões ouviram algumas vezes, ou conhece
vagamente, mas não são cristãos.
“Apesar do facto de que Jesus Cristo fundou uma só Igreja, e pouco
antes de morrer, rezava para que todos fossem um hoje existem muitas
denominações cristãs: eram 1600 no início do séc.XX, e são 42 000 em
2011”, afirma o estudo. Os protestantes carismáticos são 612 milhões
e crescem 37 mil ao dia. Os protestantes “clássicos” são 426 milhões e
aumentam 20 mil por dia.
As Igrejas Ortodoxas somam 271 milhões de baptizados e ganham
cinco mil por dia. Anglicanos, reunidos principalmente na África e na
Ásia, 87 milhões, e três mil a mais por dia. Aqueles que o estudo define
“cristãos marginais” (Testemunhas de Jeová, mórmons, aqueles que
não reconhecem a divindade de Jesus ou da Trindade) são 35 milhões
e crescem dois mil ao dia.
Católicos convidados a colocar
Estandarte de Natal nas janelas
Os católicos portugueses foram novamente convidados a decorar as
janelas de suas casas com um estandarte do Menino Jesus. Esta iniciativa,
criada em 2009 pela “Plataforma Estandarte de Natal”, pretende “continuar
a espalhar a verdadeira mensagem do Natal cristão”, segundo informam
os seus responsáveis.
Nos últimos dois anos, foram vendidos mais de 60 mil estandartes que
foram distribuídos por todo o país. Este ano, a organização apresenta
algumas novidades, nomeadamente novos estandartes estampados com
a imagem do presépio.
Segundo a organização, a colocação do estandarte na janela pode ser um
“contributo para a recristianização do Natal português”.
Os estandartes podem ser adquiridos através do site www.estandartesdenatal.org ou em qualquer paróquia que tenha aderido a esta
iniciativa. As receitas das vendas vão reverter para as paróquias e para
as instituições de solidariedade social onde os estandartes forem
vendidos.
Anos mais quentes no planeta desde
1850 foram nos últimos 15
Os 13 anos mais quentes desde 1850 - quando se iniciaram as medições
de temperatura sistemáticas - aconteceram nos últimos 15. O alerta é da
organização Meteorológica Mundial (OMM), que revelou os dados
ontem, na COP17, a conferência da ONU sobre alterações climáticas, em
Durban, na África do Sul.
A OMM considerou inequívoco o aquecimento global do planeta, o qual
põe em risco ilhas, zonas costeiras, populações e colheitas.
O seu relatório indica que o período 2002-2011 iguala o de 2001-2010
como a década mais quente desde 1850. O ano de 2011 é o décimo mais
quente desde 1850.
“A nossa ciência é sólida e prova que o mundo está a aquecer e que esse
aquecimento resulta das actividades humanas”, disse o secretário-geral
da OMM, Michel Jarraud. “As concentrações de gases com efeito de
estufa na atmosfera atingiram novos máximos e estão a aproximar-se de
níveis consistentes com um aumento de 2 a 2,4 graus nas temperaturas
médias globais”, salienta o relatório.
Alberto Batista
Lágrimas de Elsa
As lágrimas de Elsa Fornero são a
imagem de marca do novo plano de
austeridade que o Governo italiano
anunciou aos cidadãos no domingo, dia 4, e que o primeiroministro, o tecnocrata Mario Monti,
apresentou à Câmara dos Deputados e ao Senado.
Ministra dos Assuntos Sociais e
uma das maiores especialistas do
país erm matéria de pensões, Elsa
Fornero começou a chorar na altura
em que teve de anunciar o fim da
previsão das reformas em função
da inflação, excepto para as pensões mais baixas - o que supõe uma
redução de rendimentos para muitos reformados.
“Temos de... isto custa-nos muito
psicologicamente... pedir...” Sacrifícios era a palavra que vinha a
seguir e que Fornero, economista e
professora universitária, não foi
capaz de proferir. Monti, o chefe do
Governo tecnocrata que substituiu
o de Silvio Berlusconi no meio da
turbulência da crise do euro, teve
de ajudá-la a completar a frase.
Na conferência de imprensa, em que
Monti anunciou ainda que abdica
do salário de primeiro-ministro e
ministro das Finanças, foram dadas
a conhecer aos italianos as medidas
aprovadas pelo Conselho de Ministros: aumento da idade da reforma para os 66 anos até ao ano de
2018, subida de 40 para 42 anos de
descontos, congelamento das
pensões superiores a 960 euros,
aumento do IVA em 2% para os 23%,
em 2012, caso seja necessário,
criação de um imposto sobre os
bens de luxo, entre outras.
As lágrimas da ministra Elsa Fornero mostram que “os técnicos
também têm alma”, escreveu Filippo
Ceccarelli no La Repubblica.
Só 12% dos portugueses
são voluntários
São poucos ainda os portugueses
que participam em acções de voluntariado, sobretudo quando comparado com a média da União
Europeia (UE). Segundo um estudo
promovido pela Fundação Eugénio
Almeida, apenas 12% da população
portuguesa está envolvida em
acções de voluntariado. Na União
Europeia essa média atinge o dobro
do valor: 24%.
Segundo este estudo, os dados
referentes a Portugal têm-se mantido relativamente estáveis. Em
2001, a população “voluntária”
tinha uma taxa de 12,7%, tendo
decrescido para os 12% em 2006.
Nos últimos cinco anos esta taxa
manteve-se inalterável.
Maria do Céu Ramos, secretáriageral da fundação, confessa que
“os resultados são surpreendem
pela quantidade”. Mas as entidades
no terreno apontam para uma
alteração nos voluntários, não
quantitativa mas qualitativa”, diz,
adiantado que “os voluntários são,
cada vez mais, pessoas com estudos superiores”. No entender
desta responsável da federação,
“isto pode contribuir para melhorar
a qualidade do serviço prestado à
população”.
Para Isabel Jonet, presidente da
Federação dos Bancos Alimentares
contra a Fome, “estes dados surpreendem, uma vez que a sensação
no terreno é precisamente a oposta”. Cada vez temos mais pessoas
a quererem ser voluntárias, a
quererem ajudar”, afiança. Desde
escolas a empresas. Só no passado
fim-de-semana, cerca de 36 mil
voluntários participaram na campanha de recolha de alimentos
desta federação.
Já o presidente da Confederação
Nacional de Instituições de Solidariedade confessa que, em Portugal,
há mais disponibilidade para dar.
“As pessoas preferem dar dinheiro,
alimentos ou roupa, do que ajudar”,
sublinha o padre Lino Maia. Para o
responsável da CNIS, “há muita
falta de disponibilidade das pessoas, além de que, face aos rendimentos baixos, aproveita-se os
tempos livres para ganhar mais
algum”. Lino Maia acredita que “a
falta de formação nas escolas para
a prática do voluntariado também
não ajuda”.
Histórias do fado
A imprensa fadista dos anos 30 do
século XX foi a primeira a dar conta
da proximidade entre o futebol e o
fado. Os jornais que se dedicavam à
divulgação da canção começaram a
introduzir histórias sobre desportistas cantores ou fados cujas
letras evocavam os atletas mais
prestigiados do momento. Em conjunto com Fátima, o futebol e o fado
constituíam os “três efes” da propaganda salazarista. Há contudo,
estudos que rejeitam olhar a transformação do fado e do futebol em
fenómenos de massas como uma
mera forma de os regimes ditatoriais
instrumentalizarem de novo. A
apologia do desporto surgida depois
da Primeira Guerra Mundial e a
movimentação de camponeses para
Lisboa, criando comunidades extremamente pobres, fez com que o
talento para a música ou para o
desporto se tornassem duas formas
de ascenção social. O mesmo aconteceu nos EUA, com figuras como
Billy Holliday ou Muhammad Ali.
Recorde-se que Amália Rodrigues
tinha um irmão que era boxeur,
conhecido pelo nome de Rebordão.
Os clubes desportivos de bairro
também incrementaram o fenómeno,
como é referido na obra Histórias do
Fado.
Curiosidades
Do tempo da Maria Cachucha
Significado: muito antigo
Origem: A cachucha era uma dança
espanhola a três tempos, em que o
dançarino, ao som das castanholas,
começava a dança num movimento
moderado, que ia acelerando, até
terminar num vivo volteio.
Esta dança teve uma certa voga na
França, quando uma célebre dançarina, Fanny Elssler, a dançou na
Ópera de Paris. Em Portugal, a
popular cantiga Maria Cachucha
(ao som da qual, no séc. XIX, era
usual as pessoas do povo dançarem) era uma adaptação da
cachucha espanhola, com uma letra
bastante gracejadora, zombeteira.
Bom humor
- Porque choras, Tininho?
- Os meninos da escola chamaramme interesseiro...
- Interesseiro porquê?
- Dá-me cinco euros e digo-te já!
*
- Francisco, quantos corações
temos nós?
- Dois, senhor professor!
- Como dois?
- O meu e o seu!
*
- Eu quase a morrer e tu, Manel, a
beberes dessa maneira...
- Mulher, estive a beber à tua saúde!
*
- Ó 31, porque estás a escrever essa
carta tão devagar?
- Porque o que a vai receber é gago.
*
- A primeira vez que fumei senti
grandes dores nas orelhas...
- Dores nas orelhas?!
- Havias de ver a força com que o
meu pai mas puxou!
A.B.

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