F OR T IS S IMO - Orquestra Filarmônica de Minas Gerais

Transcrição

F OR T IS S IMO - Orquestra Filarmônica de Minas Gerais
FORTIS SIMO
Nº 11 / 2014
dezembro
Sempre nossa, onde for.
DEZEMBRO 2014
1
Ministério da Cultura e Governo de Minas
apresentam
S UMÁRIO
VIVACE
9 / D E ZE M B R O
Fabio Mechetti, regente
Asier Polo, violoncelo
Edna D’Oliveira, soprano
Leonardo Neiva, barítono
Coral Lírico de Minas Gerais
p.
8
BARBER Die Natali, op. 37
HAYDN Concerto para violoncelo em Dó maior, Hob. VII b:1
TCHAIKOVSKY Variações sobre um tema Rococó, op. 33
DVORÁK Te Deum, op. 103
A LLEG RO
18 / D E ZE M B R O
Fabio Mechetti, regente
Coral Infantojuvenil Palácio das Artes
TCHAIKOVSKY O Quebra-nozes, op. 71
2
p.
32
Q U ER I D O S A M I G O S E A M I G A S ,
Encerramos não só mais uma temporada, mas um importante capítulo
na marcante história da Filarmônica de Minas Gerais, que se despede do
Palácio das Artes para assumir sua própria casa a partir de fevereiro de
2015, a Sala Minas Gerais.
Durante esses sete anos a Filarmônica presenteou o público mineiro com
um vasto e diverso repertório de obras consagradas, inéditas, celebradas
ou pouco conhecidas, unindo-se a solistas e maestros de calibre
internacional e marcando, assim, um novo momento na vida cultural
de nosso estado.
Celebrando este rito de passagem e agradecendo ao nosso público fiel,
presenteamos todos vocês, neste fim de ano, com dois concertos que,
de uma ou outra forma, têm como temática as festividades de Natal.
Primeiramente, engenhosas e ricas variações sobre peças natalinas,
vistas pelo prisma do grande compositor norte-americano Samuel Barber.
O clima festivo continua com o espirituoso Concerto para violoncelo em
Dó maior de Joseph Haydn e as célebres Variações Rococó de Tchaikovsky,
apresentadas magistralmente pelo violoncelista espanhol Asier Polo, que
retorna a BH após exitosa visita. Neste mesmo concerto recebemos dois
dos mais conceituados cantores brasileiros, que se unem ao Coral Lírico
de Minas Gerais para a execução do belo Te Deum de Dvorák.
No último concerto da temporada, a Filarmônica apresenta a execução
integral daquele que talvez seja o mais popular de todos os balés:
O Quebra-nozes de Tchaikovsky. Poucas peças contêm tanta imaginação
e riqueza de emoções como esse grande balé do compositor russo.
Esperamos que a inesquecível música de Tchaikovsky inspire a
imaginação de todos vocês para acompanharem alegremente essa
rica fantasia de uma noite de Natal.
Aproveitamos a oportunidade para agradecer à direção e aos
funcionários da Fundação Clóvis Salgado pelo acolhimento e apoio
oferecido à Filarmônica desde 2008. E ao nosso público, que vem nos
acompanhando com crescente entusiasmo, nossos mais profundos
agradecimentos e votos de Boas Festas.
Ano Novo, Casa Nova! Velhos e novos amigos unidos pela boa música,
em busca de maior solidariedade, harmonia e felicidade.
Fabio Mechetti
DIRETOR ARTÍSTICO E REGENTE TITULAR
4
5
FOTO ALEXANDRE REZENDE
DEZEMBRO 2014
FABIO
MECHE T TI
Diretor Art íst ico e R egente Titula r
Natural de São Paulo, Fabio Mechetti
é Diretor Artístico e Regente Titular
da Orquestra Filarmônica de Minas
Gerais desde sua criação, em
2008. Por esse trabalho, recebeu
o XII Prêmio Carlos Gomes/2009
na categoria Melhor Regente
brasileiro. Recentemente, foi
convidado a levar ao Oriente o seu
talento e capacidade de solidificar
orquestras, sendo nomeado Regente
Principal da Orquestra Filarmônica
da Malásia. Foi Regente Titular da
Orquestra Sinfônica de Syracuse,
Orquestra Sinfônica de Spokane
e da Orquestra Sinfônica de
Jacksonville, sendo, agora, Regente
Emérito destas últimas duas.
6
Foi regente associado de
Mstislav Rostropovich na
Orquestra Sinfônica Nacional
de Washington e com ela dirigiu
concertos no Kennedy Center e
no Capitólio norte-americano. Da
Orquestra Sinfônica de San Diego
foi Regente Residente.
Fez sua estreia no Carnegie Hall de
Nova York conduzindo a Orquestra
Sinfônica de Nova Jersey e tem
dirigido inúmeras orquestras
norte-americanas, como as de
Seattle, Buffalo, Utah, Rochester,
Phoenix, Columbus, entre outras.
É convidado frequente dos festivais
de verão nos Estados Unidos, entre
eles os de Grant Park em Chicago e
Chautauqua em Nova York.
Realizou diversos concertos no
México, Espanha e Venezuela.
No Japão dirigiu as Orquestras
Sinfônicas de Tóquio, Sapporo
e Hiroshima. Regeu também a
Orquestra Sinfônica da BBC da
Escócia, a Filarmônica de Auckland,
Nova Zelândia, a Orquestra Sinfônica
de Quebec, Canadá, e a Filarmônica
de Tampere, na Finlândia.
Vencedor do Concurso Internacional
de Regência Nicolai Malko, na
Dinamarca, Mechetti dirige
regularmente na Escandinávia,
particularmente a Orquestra
da Rádio Dinamarquesa e a de
Helsingborg, Suécia. Recentemente,
estreou na Itália conduzindo a
Orquestra Sinfônica de Roma.
Em 2014 voltou ao Peru, desta vez
regendo a Orquestra Nacional do
Peru, e esteve na Espanha, onde se
apresentou pela primeira vez com
a Orquestra da RTV Espanhola.
No Brasil foi convidado a dirigir a
Sinfônica Brasileira, a Estadual de São
Paulo, as orquestras de Porto Alegre,
Brasília e Paraná e as municipais de
São Paulo e do Rio de Janeiro.
Trabalhou com artistas como Alicia
de Larrocha, Thomas Hampson,
Frederica von Stade, Arnaldo
Cohen, Nelson Freire, Emanuel Ax,
Gil Shaham, Midori, Evelyn Glennie,
Kathleen Battle, entre outros.
Igualmente aclamado como
regente de ópera, estreou nos
Estados Unidos dirigindo a Ópera
de Washington. No seu repertório
destacam-se produções de Tosca,
Turandot, Carmen, Don Giovanni,
Cosi fan Tutte, Bohème, Butterfly,
Barbeiro de Sevilha, La Traviata e
As Alegres Comadres de Windsor.
Fabio Mechetti recebeu títulos
de Mestrado em Regência e em
Composição pela prestigiosa
Juilliard School de Nova York.
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FOTO EUGÊNIO SÁVIO
DEZEMBRO 2014
SÉRIE VIVACE
9/ DEZEMBRO
terça, 20h30
Grande Teatro do Palácio das Artes
PRO GR A M A
1
Samuel BARBER
Die Natali, op. 37 [17 min]
2
Joseph HAYDN
Concerto para violoncelo em Dó maior, Hob. VII b:1 [24 min]
Fabio Mechetti, regente
Asier Polo, violoncelo
Edna D’Oliveira, soprano
Leonardo Neiva, barítono
Coral Lírico de Minas Gerais
Lincoln Andrade, regente
Moderato
Adagio
Finale: Allegro molto
asier polo,
—
3
violoncelo
i n t e r va l o
—
Piotr Ilitch TCHAIKOVSKY
Variações sobre um tema Rococó, op. 33 [18 min]
asier polo,
4
violoncelo
Antonín DVORÁK
LEGENDA NAS PÁGINAS 28 E 29
Te Deum, op. 103 [20 min]
Te Deum Laudamus – Allegro moderato, maestoso
Tu Rex Gloriae – Lento maestoso
Aeterna Fac cum Sanctis – Vivace
Dignare, Domine – Lento
edna d’oliveira ,
soprano
leonardo neiva ,
barítono
coral lírico de minas gerais
8
lincoln andrade,
regente
DEZEMBRO 2014
ASIER
POLO
Nascido em Bilbao, Espanha, o
violoncelista Asier Polo estudou
com Elisa Pascu, María Kliegel
e Ivan Monighetti. Ele logo se
destacou vencendo os primeiros
prêmios para Violoncelo e Música
de Câmara no Concurso Nacional
de Jovens Músicos.
10
Entre recentes e futuros
compromissos do músico,
figuram concertos como solista
com a maioria das principais
orquestras espanholas e outras
orquestras estrangeiras, como
a Orquestra Sinfônica Nacional
da RAI, Filarmônica de Dresden,
Orquestra Filarmônica de Bergen,
Orquestra de Paris, Orquestra
Filarmônica de Israel, Filarmônica
de Minas Gerais, Brasil, Orquestra
Filarmônica da Louisiana, Estados
Unidos, e a Orquestra Sinfônica de
Basel, Suíça. Ele já se apresentou
sob a batuta de importantes
maestros, como Rafael Frühbeck
de Burgos, Günter Neuhold,
John Axelrold, Christian Badea,
Claus Peter Flor, Günther Herbig,
Antoni Wit e Anne Manson,
e também com os principais
regentes espanhóis. Asier Polo
estreou com a Filarmônica de
Minas Gerais em 2011.
Polo foi convidado para festivais
de destaque, como os realizados
em Nantes, França; Ohrid,
Iugoslávia; Roma; Lisboa;
Morelia, México, e o Quincena
Musical em San Sebastián.
Ele também já se apresentou
com grandes artistas, como
Josep Colom, Gerard Caussé,
o Quarteto Janácek e Alfredo
Kraus. Nos últimos anos, Asier Polo
foi convidado de Alfred Kraus
para realizar performances solo
em seus concertos, apresentandose no Maggio Fiorentino, no Covent
Garden de Londres, no Tonhalle
de Zurique e no prestigiado
Musikverein em Viena.
Polo se dedica à apresentação da
nova música, especialmente de seu
país natal, com grande interesse por
repertórios ainda desconhecidos
do público, como as obras de
Tomás Marco e Carmelo Bernaola.
Compositores como Gabriel Ercoreca,
Luis de Pablo e Antón García Abril
dedicam a Asier Polo algumas de suas
obras. Ele tem sido capaz de combinar
a música moderna com o grande
repertório clássico, contemplando
desde as suítes de Bach e os
concertos clássicos e românticos até
a música contemporânea.
Asier Polo é detentor de vários
prêmios, entre outros o Ojo Crítico
2002 pela Radio Nacional da
Espanha e o Prêmio Fundação
CEOE de Interpretação Musical
2004. Em 2009 ele foi nomeado
Ilustre de Bilbao.
O músico gravou os concertos
de Usandizaga, Villarojo, Escudero
e Rodrigo para importantes
selos como Claves, RTVE,
Marco Polo e Naxos.
Atualmente, Asier Polo é professor
no Centro Superior de Música del
País Vasco. Ele se apresenta com
o violoncelo Francesco Rugieri
(Cremona, 1689), que adquiriu em
colaboração com o banco Banesto.
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FOTO NOAH SHAYE
SÉRIE VIVACE
DEZEMBRO 2014
EDNA
D’OLIVEIR A
Uma dos mais importantes
sopranos da cena lírica brasileira,
Edna D’Oliveira possui uma
intensa carreira em que brilha
tanto nos palcos de ópera como
na plataforma de concertos.
Aclamada por suas interpretações
de Villa-Lobos, especialmente
das Bachianas Brasileiras nº 5
e das canções da Floresta do
Amazonas, Edna vem interpretando
essas obras nas principais salas
brasileiras e no Estados Unidos,
onde foi chamada de “a Kathleen
Battle brasileira”, após sua estreia
no festival Brazilian Classics do
Arsht Center de Miami.
12
Edna realiza com igual competência
sofisticados recitais de canções e
estrela musicais como O Fantasma
da Ópera. Seu repertório operístico
inclui Rigoletto (Gilda), A Flauta
Mágica, Elisir d´Amore, O Empresário,
Chapéu de Palha de Florença,
O Morcego, entre outras, todas
com sucesso absoluto de
público e crítica. Seus recentes
triunfos no palco lírico foram Bess
(Porgy and Bess) e o de Madalena
(Andrea Chenier). Seu repertório
de música orquestral inclui a
Petite Messe Solennelle (Rossini),
o Requiem, a Missa em Dó menor e
Missa da Coroação, todos de Mozart,
Carmina Burana, entre muitos
outros títulos.
Participou de várias edições do
Festival Amazonas de Ópera em
Manaus e em Belém do Pará.
Trabalhou com os mais renomados
regentes nacionais e internacionais,
como Alastair Willis, Neschling,
Minczuck, Malheiro, Karabtchevsky,
entre outros. Atuou à frente de
orquestras como a Miami Orchestra,
Orquestra Sinfônica Brasileira,
FOTO EDINÉIA DE OLIVEIRA
SÉRIE VIVACE
Osesp, Sinfônica de Barra Mansa,
Orquestra Petrobras Sinfônica, entre
muitas outras. Com a Filarmônica
de Minas Gerais estreou em 2009.
Aperfeiçoou-se na Inglaterra
em Opera Performance com os
maestros Alex Imgram e Lionel
Friend, da Ópera Nacional Inglesa.
Aperfeiçoou-se na Alemanha em
lieder e, em Viena, em canto com
a soprano Eliane Coelho. Gravou
a Floresta do Amazonas com a
Filarmônica de Minas Gerais e
encenou esta mesma obra no
Festival Amazonas de Ópera.
Durante o ano de 2010 foi solista
na Companhia Brasileira de Ópera,
foi Madalena (Andre Chenier) em
Belo Horizonte e Valencienne na
Viúva Alegre. Em 2011 foi Micaela
em Carmem, Ceci em O Guarany
e novamente sucesso como
Valencienne na remontagem
da Viúva Alegre. Vencedora do
Prêmio Carlos Gomes como melhor
cantora solista, realizou concertos
sinfônicos com as orquestras da
Bahia, Sinfônica de Heliópolis
e Sinfônica do Teatro Municipal
de São Paulo. Finalizou 2011
com sucesso de público e crítica
interpretando Adele em
Die Fliedermaus de Strauss.
Abriu a temporada 2012 do Teatro
São Pedro em As Bachianas com a
Orquestra de São Bernardo, e em
vários concertos pelo Brasil.
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SÉRIE VIVACE
DEZEMBRO 2014
FOTO CASSIANO GRANDI
LEONARDO
NEIVA
Nascido em Brasília, o conceituado
barítono brasileiro Leonardo Neiva
é conhecido por sua desenvoltura
cênica e versatilidade vocal. Ele
foi revelado aos 23 anos ao ser
Fígaro em O Barbeiro de Sevilha,
de Gioacchino Rossini. Desde
então, é convidado por teatros do
Brasil e do exterior.
14
Leonardo foi muito elogiado pela
crítica ao representar o papel
de Ford em Falstaff de Verdi, na
Sala São Paulo, junto à Orquestra
Sinfônica do Estado de São Paulo
(Osesp). Obteve grande êxito
também ao se apresentar junto à
Companhia Brasileira de Ópera,
no papel-título de O Barbeiro de
Sevilha, de Gioachino Rossini, e no
XV Festival Amazonas de Ópera,
quando participou da montagem de
Tristão e Isolda, de Richard Wagner,
interpretando Kurwenal.
Fora do Brasil, estreou no Teatro
Municipal de Santiago, no Chile,
como Zurga em Les Pêcheurs
de Perles, de Georges Bizet;
apresentou-se no Teatro Nacional
de São Carlos, em Lisboa, Portugal,
em Carmina Burana, de Carl Orff;
no Théâtre du Capitole, em
Toulouse, França, como
Cecco del Vecchio, em Rienzi,
de Richard Wagner. Também
apresentou recitais e concertos na
Itália, Espanha, Portugal, Colômbia
e Estados Unidos. Sobre sua
participação em Tristão e Isolda no
Festival Amazonas de Ópera, em
2001, a revista alemã Opernwelt
disse que “Leonardo Neiva é um
barítono de voz quente, ensolarada,
latina, incandescente, que liga as
frases maravilhosamente bem
e mostra uma surpreendente
compreensão do texto”.
Em 2009, recebeu o XII Prêmio
Carlos Gomes de melhor cantor
do Brasil por suas atuações como
O Sumo-sacerdote de Dagon, em
Sansão e Dalila, de Camille SaintSaëns; Eneias, em Dido e Eneias,
de Henry Purcell; e Kullervo, de
Jean Sibelius.
Em 2010 gravou o CD Clamores,
com canções de música
contemporânea do compositor
Jorge Antunes.
15
SÉRIE VIVACE
DEZEMBRO 2014
COR AL LÍRICO
DE MINAS GER AIS
M A ESTRO
LINCOLN A NDR A DE
Criado em 1979, o Coral Lírico de
com o objetivo de contribuir para a
Lincoln Andrade possui doutorado em
Grécia, Hungria, Paraguai, Polônia,
Minas Gerais, corpo artístico da
democratização do acesso de diversos
Regência pela University of Kansas
Portugal e Turquia.
Fundação Clóvis Salgado, é um dos raros
públicos ao canto coral. As apresentações
e mestrado em Regência Coral pela
grupos corais que possuem programação
têm entrada gratuita ou preços populares.
University of Wyoming, ambas nos
O maestro é produtor musical,
artística permanente e um repertório
O Coral participa das temporadas de
Estados Unidos. Em Wyoming também
apresentador e entrevistador do
diversificado, incluindo motetos, óperas,
óperas e concertos da Fundação Clóvis
foi professor assistente e ministrou aulas
programa Conversa de Músico, produzido
oratórios e concertos sinfônico-corais.
Salgado, ao lado da Orquestra Sinfônica
de canto coral e regência coral.
e veiculado pela TV Senado. Também
de Minas Gerais, tendo se apresentado
é professor de regência e coordenador
Estiveram à frente do Coral os maestros
também com a Orquestra Sinfônica do
Premiado nos Estados Unidos e na
da Orquestra Sinfônica da Escola de
Luiz Aguiar, Marcos Thadeu, Carlos
Estado de São Paulo e a Filarmônica de
Europa, o maestro foi diretor musical do
Música da Universidade Federal de
Alberto Pinto Fonseca, Angela Pinto
Minas Gerais.
grupo Invoquei o Vocal, maestro titular do
Minas Gerais (UFMG). Ministra palestras
Coelho, Eliane Fajioli, Silvio Viegas,
Madrigal de Brasília e do Coral Brasília.
sobre regência e canto coral em
Charles Roussin, Afrânio Lacerda e
O Coral Lírico desenvolve também diversos
Ainda na capital federal, foi professor e
festivais brasileiros.
Márcio Miranda Pontes. Seu atual regente
projetos que incluem Concertos no Parque,
diretor da Escola de Música de Brasília.
titular é o maestro Lincoln Andrade.
Lírico na Cidade e Concertos Didáticos,
Regeu concertos na Alemanha, Argentina,
Lincoln Andrade é regente titular do
em que o público pode conhecer e fruir
Chile, Espanha, Estados Unidos, França,
Coral Lírico de Minas.
REGENTE
Lincoln Andrade
Hélcio Rodrigues
Igor Ferreira
Lúcio Martins
Marcelo Salomão
Márcio Bocca
Petrônio Duarte *
Rogério Miura
Rubens do Carmo
Sandro Assumpção
Wagner Soares
Welington Nascimento
Wellington Vilaça
O grupo se apresenta em Belo Horizonte,
a música coral de qualidade e vivenciar o
interior de Minas e em capitais brasileiras
contato com os artistas.
FOTO PAULO LACERDA
REGENTE ASSISTENTE
Lara Tanaka
16
SOPRANOS
Aline Amaral de Castro
Anelise Claussen
Annelise Cavalcanti
Cátia Neris
Clara Guzella
Clarisse Girotto
Conceição Nicolau
Daiana Melo
Érica Mendes
Gislene Ramos
Izabel Carmônia
Lilian Assumpção
Marta Nichthauser
Melina Peixoto *
Nabila Dandara
Valquíria Gomes
chefe de naipe *
CONTRALTOS
Ana Carolina de Paula
Bruno Thadeu **
Carolina Rennó
Consuelo Varella
Déborah Burgarelli **
Enancy Gomes
Iaiá Drumond
Júnia Jáber
Kissya Andrade
Maria Helena Nunes *
Penha Vasconcelos **
Rosa Silveira
Talita Cotta
Tereza Cançado
Vanessa Piló
Vanya Soares
TENORES
André Felipe
Eduardo Cunha Melo
Evandro Silva
Carlos Átila
músico convidado **
BAIXOS
Alex Schimith
André Fernando
Antônio Marcos Batista **
Carlos D’Elia
Cristiano Rocha **
Francisco Augusto
Guilly Castro
Israel Balabram
Iuri Michailowsky
Judson Freitas
Leandro Braga
Rafael Capossi
Ramiro Souza e Silva **
Robson Lopes
Thiago Roussin **
Urbano Lima *
PIANISTA
Hélcio Vaz
GERENTE
Celme Valeiras
PRODUTOR
Marcos Gedehon
ARQUIVISTA
Robert Avelino
SECRETÁRIA
Carmem Magalhães
17
SÉRIE VIVACE
DEZEMBRO 2014
SA MUEL
BARBER
(Esta d os Uni d os, 1910 – 19 81)
Die Natali, op. 37 (1960)
Instrumentação: piccolo, 3 flautas, 2 oboés, corne inglês,
2 clarinetes, clarone, 2 fagotes, 4 trompas, 3 trompetes,
3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, harpa, celesta, cordas.
Samuel Osmond Barber II nasceu
em West Chester, na Pensilvânia.
Sua inclinação musical foi
estimulada pela mãe, pianista, e
pelos tios, Louise Homer, contralto,
e Sidney Homer, compositor. Aos
nove anos, ele escreve:
“Querida mãe: escrevo para contar
um segredo preocupante. Só não
chore ao ler porque a culpa não é
sua nem minha. Creio ter de dizê-lo
francamente agora. Para começar,
não nasci para ser atleta. Nasci para
ser compositor e estou certo que
serei. Vou pedir mais uma coisa.
Não me peça que esqueça esse fato
desagradável e vá jogar futebol.”
18
Barber entrou para o recém-criado
Instituto Curtis, na Filadélfia,
aos quatorze anos. Um prodígio
em composição, canto e piano,
­tornou‑se o favorito de Mary
Louise Curtis Bok, fundadora da
instituição. Lá Barber conheceu
o compositor ítalo-americano
Gian Carlo Menotti, com o qual
compartilhou o trabalho e a vida.
Ambos ganharam duas vezes
o prêmio Pulitzer de música:
Menotti em 1950 e 1955; Barber em
1958 e 1963.
Em 1942 Barber começou a
compor sua grande obra
Prayers of Kierkegaard, para coro,
grande orquestra e cantores
solistas, atendendo à encomenda
da Koussevitzky Music Foundation.
Várias vezes interrompida
a composição, inclusive por
circunstâncias da Segunda Guerra
Mundial, só foi estreada pela
Boston Symphony, sob a direção
de Charles Münch, em 1954. Uma
segunda encomenda da mesma
Fundação foi feita a Barber em
1957: uma obra para celebrar o
septuagésimo quinto aniversário
da Sinfônica de Boston. Escreveu
então Die Natali: prelúdios corais
para o Natal. A obra, iniciada em
julho de 1960 em Santa Cristina
Valgardena, nos Alpes italianos,
onde poucos anos depois ele
construiria um chalé, foi concluída
em novembro do mesmo ano em
Capricorn, a residência em Mount
Kisko, nos subúrbios de Nova York,
que ele e Menotti haviam comprado
durante a guerra. Charles Münch
estreou-a com a Sinfônica de
Boston no Symphony Hallem, em
22 de dezembro.
Através do uso de procedimentos
como o cânon, o cânon duplo, a
aumentação e a diminuição, Barber
cria uma trama de variações
contrapontísticas harmonicamente
coloridas sobre cânticos tradicionais
de Natal. Ao saber que Eugene
Ormandy tencionava executá-la
com a Orquestra da Filadélfia, ele
escreve, em 16 de novembro de 1979:
Para ouvir
CD Samuel Barber – Complete Orchestral Works –
Royal Scottish National Orchestra – Marin Alsop,
regente – Naxos 8.559133 – Disco 4
Para ler
Pierre Brévignon – Samuel Barber, un nostalgique
entre deux mondes – Site da Sociedade Samuel
Barber Francesa | Acesse: www.samuelbarber.fr /
opção le livre
“É uma peça que tem partes boas
e partes ruins, e estou certo de
que você tratará as ruins de modo
a me favorecer. [...] O começo,
por exemplo, simplesmente não
funciona. Eu queria harmônicos
das cordas a distância, como um
eco, mas suspeito que seja uma
tonalidade ruim para harmônicos.
Talvez se você usar só surdina e
esquecer os harmônicos resolva.
Ou pode ser que você imagine
algo melhor. O resto soa bastante
bem, e gosto particularmente das
variações sobre Noite feliz.”
Die Natali representa um interlúdio
entre a ópera Vanessa, opus 32, e o
Concerto para Piano, opus 38, obras
com as quais Barber recebeu dois
Prêmios Pulitzer.
carlos palombini | Musicólogo, professor da Escola de Música da Universidade Federal
de Minas Gerais.
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SÉRIE VIVACE
DEZEMBRO 2014
J OSEPH
HAYDN
(Áus t r i a , 1732 – 18 0 9)
Concerto para violoncelo em Dó maior,
Hob. VII b:1 (1761/1765)
Instrumentação: 2 oboés, 2 trompas, cordas.
20
Homem simples, de origem
camponesa, filho de um carpinteiro,
Haydn serviu por quarenta anos
como músico da poderosa família
Esterházy, combinando as funções
de regente e compositor. O ritmo de
trabalho era alucinante, envolvendo
música de câmara, concertos
sinfônicos, óperas, música religiosa
ou para o teatro. Felizmente,
Haydn dispunha de uma excelente
orquestra, permanentemente
disponível para a imediata execução
de suas obras, privilégio que ele
soube aproveitar com sabedoria.
Mais tarde, em uma carta ao
biógrafo August Griesinger, o
compositor relembraria os longos
anos passados em Esterháza: “eu
podia melhorar, acrescentar, cortar,
ousar. Estava isolado do mundo
e tive que me tornar original”.
Optando pelo experimentalismo,
Haydn desenvolveu uma linguagem
musical própria, detalhista,
intelectual e espirituosa. Sua
obra foi decisiva para a fixação e
a plena maturidade dos vários
gêneros ligados à forma sonata
clássica (sobretudo a Sinfonia e
o Quarteto de Cordas).
Entre as músicas sinfônicas
exigidas de um compositor
de corte, os concertos para
instrumentos solistas possuíam
características fundamentalmente
diferenciais. Eram compostos para
ocasiões e solistas específicos,
devendo considerar os recursos
individuais do instrumentista e o
gosto particular de quem fizera a
encomenda. Haydn (ao contrário de
Mozart) não era um instrumentista
virtuose, e os concertos de piano
escritos para seu uso próprio
excluem a virtuosidade inerente ao
gênero. Mas, na corte de Esterházy
havia brilhantes solistas, como
o violinista Luigi Tomasini, o
trompetista Anton Weidinger, os
violoncelistas Anton Kraft e
Joseph Weigl. Para eles, o
compositor escreveu vários
concertos, cuja maioria se perdeu.
Algumas dessas partituras, pelo
caráter utilitário e imediatista
de sua gênese, permaneceram
apenas esboçadas; outras foram
destruídas no incêndio da Casa
de Ópera de Esterháza (1779) e
muitas se extraviaram. Alguns
manuscritos só recentemente
foram descobertos, como é o caso
do Concerto para violoncelo em
Dó maior, cujo tema principal do
primeiro movimento fora anotado
pelo próprio Haydn no catálogo
de suas obras, datado de 1765.
A partitura foi reconstituída a
partir das partes orquestrais
encontradas por um zeloso
bibliotecário de Praga, em 1961.
Desde então, por suas inegáveis
qualidades, o Concerto se impôs
imediatamente ao repertório.
O Moderato inicial corresponde à
forma sonata clássica (exposição,
Para assistir
Orquestra Sinfônica da Rádio e Televisão Espanhola
– Mstislav Rostropovich, regente e violoncelo
Acesse: fil.mg/hvioloncelo
Para ler
François-René Tranchefort – Guia da Música
Sinfônica – Nova Fronteira – 1990
H. C. Robbins Landon – Haydn: sinfonias – Guias
Musicais BBC – Zahar Editores – 1984
desenvolvimento e reexposição).
Constrói-se sobre um primeiro
tema – facilmente memorizável
pelos seus ritmos pontuados
– e um maravilhoso segundo
tema contrastante. Apesar do
classicismo formal, o movimento
mantém-se impregnado de espírito
barroco pela alternância dos solos
com os tutti orquestrais. O Adagio
seguinte, um dos mais eloquentes
de Haydn, possui caráter mais
clássico e muito cantante. O Allegro
molto final possui um ímpeto
irresistível, exigindo que o solista
e a orquestra se projetem em
um turbilhão contínuo de
extraordinária virtuosidade.
paulo sérgio malheiros dos santos | Pianista, Doutor em Letras, professor na UEMG,
autor dos livros Músico, doce músico e O grão perfumado – Mário de Andrade e a arte do inacabado.
21
SÉRIE VIVACE
DEZEMBRO 2014
PIOTR ILITCH
TCHAIKOVSK Y
(R ú ss i a , 1840 – 1893)
Variações sobre um tema Rococó, op. 33 (1876/1877)
VERSÃO DE FITZENHAGEN
Instrumentação: 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes,
2 trompas, cordas.
22
Em 1876 Tchaikovsky vivia
em Moscou havia dez anos e
ganhava a vida como professor
do Conservatório. Desencantado
com os recentes fracassos de
suas obras, iniciou a composição
de uma peça para violoncelo
e pequena orquestra, à moda
antiga, com o intuito de fazer-se
conhecido: as Variações sobre um
tema Rococó. No final do século
XVIII e início do XIX, as séries
de variações sobre uma ária
famosa de ópera, ou uma canção
folclórica, foram extremamente
populares como forma de exibição
dos virtuoses. A composição
das variações, muitas vezes,
ficava a cargo do próprio solista,
que criava os mais incríveis
malabarismos em seu instrumento
para uma melhor demonstração
dos seus dotes de instrumentista.
Tchaikovsky e Wilhelm Fitzenhagen
deviam ter algo parecido em
mente quando decidiram juntar
esforços em uma nova composição.
Fitzenhagen era concertista
e professor de violoncelo no
Conservatório de Moscou. Os dois
desenvolveram uma sólida amizade,
e Tchaikovsky parecia confiar em
Fitzenhagen sempre que precisava
escrever para o violoncelo.
Fitzenhagen, que já havia estreado
alguns quartetos de cordas de
Tchaikovsky, recebeu deste a
permissão para alterar a parte do
violoncelo de sua recém-composta
Variações Rococó. No entanto,
Fitzenhagen parece ter tomado
liberdades exageradas, pois, além
de modificar consideravelmente
a composição, eliminou a oitava
variação e alterou a ordem das
restantes. Dessa maneira, a
concepção original de Tchaikovsky,
que consistia em introdução, tema,
oito variações e coda, ganhou o
seguinte plano: Introdução, tema,
variação 1, variação 2, variação 6,
variação 7, variação 4, variação 5,
variação 3 e coda (reduzida).
Nem o tema nem as variações são
verdadeiramente rococó, embora
o tema traga consigo algumas
características do estilo, tais como
leveza, elegância e graciosidade.
Trata-se de um tema composto por
Tchaikovsky naquele tipo de visão
estilizada da arte antiga, tão comum
no século XIX.
A obra foi composta entre
dezembro de 1876 e março de 1877.
O sucesso da estreia, em 1877,
das apresentações seguintes e a
projeção do nome de Tchaikovsky
no exterior parecem ter
convencido o ainda desconhecido
e inseguro compositor a manter
as alterações de Fitzenhagen
quando a obra foi publicada, em
1878, na versão para violoncelo e
piano. A publicação da partitura
de orquestra, em 1889, selou para
sempre o destino da obra.
Para ouvir
versão tchaikovsky/fitzenhagen:
CD Tchaikovsky: Rokoko-Variationen & Dvorák:
Cellokonzert – Berliner Philharmoniker – Herbert
von Karajan, regente – Mstislav Rostropovich,
violoncelo – Deutsche Grammophon – 1969
Para assistir
Orquestra Sinfônica da Rádio de Moscou –
Vladimir Fedoseyev, regente – Antonio Meneses,
violoncelo | Acesse: filmg/tvariacoesrococo
Para ler
Anthony Holden – Piotr Ilitch Tchaikovsky: uma
biografia – Record – 1999
As alterações que Fitzenhagen fez
na obra visavam mais que uma
mera exibição de virtuosismo. Nos
concertos do século XIX eram
comuns os aplausos no meio da
música sempre que surgia um
momento de especial bravura.
A reorganização que Fitzenhagen
fez na ordem das variações buscava
produzir um maior impacto na
plateia. Sua versão é brilhante,
enquanto a original é mais coesa
e formalmente mais dramática. A
versão de Tchaikovsky/Fitzenhagen,
é a mais conhecida e, praticamente,
a única que foi executada desde
1877. Apenas recentemente veio
à tona a versão original como
Tchaikovsky a concebeu.
guilherme nascimento | Compositor, Doutor em Música pela Unicamp, professor na
Escola de Música da UEMG, autor dos livros Os sapatos floridos não voam e Música menor.
23
SÉRIE VIVACE
DEZEMBRO 2014
A NTONÍN
DVOR ÁK
(R ep ú bli ca Tch eca , 1841 – 19 04)
Te Deum, op. 103 (1892)
Instrumentação: 2 flautas, 2 oboés, corne inglês,
2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, 3 trombones,
tuba, tímpanos, percussão, cordas.
24
O Te Deum, hino cristão cujo
poema data do século IV, é um dos
chamados hinos ambrosianos, por
ter sua autoria tradicionalmente
atribuída a Santo Ambrósio e
Santo Agostinho: sua história
se associa ao evento do batismo
deste último por Santo Ambrósio,
na Catedral de Milão, no ano 387.
Porém, como muito das artes
na Idade Média, a real autoria
desse hino é incerta. Há, por
exemplo, quem a atribua a Santo
Hilário, ou a Nicetas, bispo de
Remesiana, antiga cidade da Dácia
(província do Império Romano
que hoje corresponderia mais ou
menos à Romênia). Além disso,
os versos finais parecem ter sido
acrescentados mais tarde e se
constituem de excertos de alguns
salmos. Incorporado desde muito
cedo ao ofício católico da Liturgia
das Horas e posteriormente
também incluído nos hinários das
igrejas anglicana e luterana, além
de algumas outras confissões
cristãs, seu texto é um hino de ação
de graças, entoado em momentos
festivos e solenes. A música que
se fez para esse antigo poema
religioso costura toda a História
Ocidental: desde o Cantochão até
Benjamin Britten. De Thomas Tallis
a Bruckner. De Lully, passando por
Haydn e Mozart, a Verdi.
Não é de se estranhar, portanto,
que também Dvorák tenha
composto seu próprio Te Deum.
No entanto, pode-se questionar
por que um compositor cujo
nome e linguagem estão tão
intimamente ligados a um braço
do Romantismo e que lança mão
de materiais sonoros nacionais
ou regionais tenha, em algumas
de suas principais obras, utilizado
justamente a temática religiosa:
além de algumas missas, estão
dentre as obras mais importantes
de Dvorák o Stabat Mater,
o oratório Santa Ludmila, o
Réquiem op. 89 e o Te Deum op. 103.
O fato é que Dvorák e sua
linguagem encerram, cada um,
sua própria dualidade. Tendo
se mudado para Praga em 1857,
matricula-se na renomada Escola
de Órgão dessa cidade. Mais tarde,
concluídos seus estudos, pôde
trabalhar como violista na orquestra
do Teatro Nacional Tcheco, o que
lhe valeu a oportunidade de estar
em contato com Bedrich Smetana,
pedra fundamental do nacionalismo
musical tcheco. Em 1874, porém,
abandonando o posto na orquestra,
assume o cargo de organista da
Igreja de Santo Adalberto. Foi
justamente com esse cargo que ele
pôde se dedicar mais à composição,
e foi essa a época em que seu
estilo e sua linguagem tomam suas
feições definitivas: seu olhar se
volta, então, com maior cuidado
para o folclore de sua terra.
Assim, por um lado, é justamente
trabalhando como músico a
Para ouvir
CD Antonín Dvorák – Te Deum, op. 103 –
Orquestra Filarmônica Tcheca – Vaclav Neumann,
regente – Gabriela Benackova, soprano –
Supraphon – 1994
Orquestra Filarmônica de Viena – Coral
Filarmônico Tcheco – Nikolaus Harnoncourt,
regente – Luba Orgonášová, soprano – Ľudovít
Ludha, tenor – Ivan Kusnjer, barítono
Acesse: fil.mg/tedeumviena
Para assistir
Orquestra Sinfônica da BBC – Coral Sinfônico da
BBC – Jirí Belohlávek, regente – Judith Howarth,
soprano – Ivan Kusnjer, barítono
Acesse: filmg/tedeumbbc
Para ler
Michael Beckerman – Dvorák and his world –
Princeton University Press – 1993
serviço da Igreja que Dvorák logra
consolidar sua linguagem e se
firmar como compositor. Por outro
lado, ele vive em um momento de
grande efervescência política: havia
três séculos que a Boêmia e suas
vizinhas, a Morávia e a Eslováquia,
faziam parte do Império AustroHúngaro. A partir de 1860, porém,
a hegemonia de Viena começa a
enfraquecer, o que fez crescer um
clima propício às manifestações
de caráter nacionalista, inclusive
nas artes. Toda a formação
musical sistemática e acadêmica
de Dvorák tem uma importante
base germânica, fundamentada
na ainda presente hegemonia do
25
SÉRIE VIVACE
Dessa forma, se em sua música há
obras de caráter confessadamente
nacional (Danças Eslavas, Duetos
Morávios, o Hymnus op. 30, ou a
própria Sinfonia nº 1, intitulada
“Os Sinos de Zlonice”), também em
sua música religiosa a presença do
elemento nacional transparece, a
despeito da temática.
O Te Deum op. 103 foi composto
ainda em solo europeu, pouco
antes de Dvorák fixar residência
nos Estados Unidos. Essa obra
foi-lhe encomendada em 1891
por Jeanette Thurber, fundadora
do Conservatório de Música de
Nova York, para comemorar os
quatrocentos anos de descoberta
da América. Em 1892 o compositor,
a convite de Mrs. Thurber, mudase para aquela cidade, a fim de
assumir a direção do recémfundado Conservatório. Foi em
Nova York, portanto, que se deu
a estreia do Te Deum op. 103,
em 21 de outubro de 1892, no
primeiro concerto de Dvorák
naquela cidade. Tanto esta quanto
outras obras do compositor foram
ali muito bem aceitas pelo público
e pela crítica.
De proporções menores e caráter
relativamente mais intimista do
que o Stabat Mater ou do que o
Réquiem, o Te Deum de Dvorák tem
as feições de uma cantata para
barítono, soprano, coro e orquestra.
No entanto, assim como naquelas
duas primeiras obras e no oratório
Santa Ludmila, no Te Deum Dvorák
revela uma espécie de misticismo
que se traduz aqui, na sua música,
pela sutil e estilizada introdução
de elementos da devoção musical
folclórica de sua terra.
moacyr laterza filho | Pianista e cravista, Doutor em Literaturas de Língua Portuguesa,
26
professor da Universidade do Estado de Minas Gerais e da Fundação de Educação Artística.
FOTO EUGÊNIO SÁVIO
Império Austríaco. Mas muito da
sua originalidade como compositor
(sem querer reduzir os devidos
méritos de sua inventividade)
deve-se à mescla dessa base com
o material musical e sonoro que
ele encontra no folclore de sua
terra. Nessa mescla raramente há
citações. Há um folclore filtrado
em elementos essenciais que
fazem o rejunte de uma linguagem
genuinamente romântica.
DEZEMBRO 2014
27
SÉRIE VIVACE
DEZEMBRO 2014
A VÓS, Ó DEUS
TE DEUM LAUDAMUS
A Vós, ó Deus, louvamos e por Senhor nosso Vos confessamos.
No glorioso trono do Vosso Pai!
A Vós, ó Eterno Pai, reverencia e adora toda a Terra.
Nós cremos e confessamos firmemente
A Vós, todos os Anjos, a Vós, os Céus e todas as Potestades;
Que de lá haveis de vir a julgar no fim do mundo.
A Vós, os Querubins e Serafins com incessantes vozes proclamam:
A Vós, portanto, rogamos que socorrais os Vossos servos
Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus dos Exércitos!
A quem remistes como Vosso preciosíssimo Sangue.
Os Céus e a Terra estão cheios da Vossa glória e majestade.
28
A Vós, o glorioso coro dos Apóstolos,
AETERNA FAC CUM SANCTIS
A Vós, a respeitável assembleia dos Profetas,
Fazei que sejamos contados na eterna glória,
A Vós, o brilhante exército dos mártires engrandece com louvores!
entre o número dos Vossos Santos.
A Vós, Eterno Pai, Deus de imensa majestade,
Salvai, Senhor, o Vosso povo e abençoai a Vossa herança,
Ao Vosso verdadeiro e único Filho,
E regei-os e exaltai-os eternamente para maior glória Vossa.
Digno objeto das nossas adorações,
Todos os dias Vos bendizemos
Do mesmo modo ao Espírito Santo, nosso consolador e advogado.
E esperamos glorificar o Vosso nome agora e por todos os séculos.
TU REX GLORIAE
DIGNARE, DOMINE
Vós sois o Rei da Glória, ó meu Senhor Jesus Cristo!
Dignai-Vos, Senhor, conservar-nos neste dia
Vós sois Filho sempiterno do vosso Pai Onipotente!
e sempre sem pecado.
Vós, para Vos unirdes ao homem e o resgatardes
Tende compaixão de nós, Senhor,
não Vos dignastes de entrar no casto seio duma Virgem!
compadecei-Vos de nós, miseráveis.
Vós, vencedor do estímulo da morte,
Derramai sobre nós, Senhor, a Vossa misericórdia,
Abristes aos fiéis o Reino dos Céus,
pois em Vós colocamos toda a nossa esperança.
Vós estais sentado à direita de Deus,
Em Vós, Senhor, esperei, não serei confundido.
29
30
DEZEMBRO 2014
FOTO ALEXANDRE REZENDE
SÉRIE ALLEGRO
31
S É R I E SAÉLRLI EEG A
R LO L E G R O
18/ DEZEMBRO
quinta, 20h30
Grande Teatro do Palácio das Artes
PRO GR A M A
1
Piotr Ilitch TCHAIKOVSKY
O Quebra-nozes, op. 71 [90 min]
ABERTURA
1. Decorando a Árvore de Natal
Fabio Mechetti, regente
Coral Infantojuvenil Palácio das Artes
Lara Tanaka, regente
2. Marcha dos soldados de brinquedo
3. Galope das crianças e a chegada dos convidados
Cena 1
4. A chegada de Drosselmeyer
5. O Quebra-nozes e a Dança do Avô
ATO I
6. A partida dos convidados e o Início do Encantamento
7. A batalha do Quebra-nozes e o Rei dos Ratos
Cena 2
8. Viagem à Terra da Neve
9. Valsa dos Flocos de Neve
—
i n t e r va l o
—
10. O Palácio Encantado da Terra das Guloseimas
11. Clara e o Príncipe
12. Divertimento:
a) O Chocolate: Dança espanhola
b) O Café: Dança árabe
ATO II
Cena 3
c) O Chá: Dança chinesa
d) Trepak: Dança russa
e) Dança das Flautas de Brinquedo
f) Mamãe Bombom e seus Polichinelos
13. Valsa das Flores
14. Pas de deux – O Príncipe e a Fada Açucarada
32
15. Valsa final e Apoteose
DEZEMBRO 2014
COR AL INFANTOJUVENIL
PAL ÁCIO DAS ARTES
FOTO PAULO LACERDA
34
M A ESTRIN A
L A R A TA N A K A
Criado na década de 1980, o Coral
com a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais
Mineira de Belo Horizonte, Lara Tanaka
de Música de Câmara, na Paraíba. Gravou o
Infantojuvenil Palácio das Artes da
e a Filarmônica de Minas Gerais, das
é formada em Piano pelo Conservatório
CD Villa-Lobos e os Brinquedos de Roda, com
Fundação Clóvis Salgado integra a
temporadas de ópera da Fundação e se
de Música de Minas Gerais e bacharel
o Coral Infantojuvenil Palácio das Artes
política do governo de Minas de fomento e
apresenta em espaços públicos de
em Regência pela Escola de Música
e o Grupo de Percussão da UFMG, obra
promoção de jovens talentos. A Fundação
Belo Horizonte e do interior do estado.
da Universidade Federal de Minas
finalista do Prêmio TIM da Música 2004,
Gerais (UFMG). Participou de aulas e
na categoria Melhor CD Infantil. Atua como
se responsabiliza pela manutenção do
FOTO YI WANG
SÉRIE ALLEGRO
grupo e a profissionalização dos jovens
Formado por 49 jovens cantores, com
masterclasses com Sérgio Magnani,
cravista continuísta em grupos de música
artistas, investindo no apuro técnico, na
idades entre oito e dezesseis anos, o grupo
Roberto Tibiriçá, Cláudio Ribeiro,
antiga e nas orquestras da Musicoop,
experimentação e na sua valorização.
exerce um importante papel na descoberta
Per Brevig (EUA), Mogens Dahl
da UFOP e Sinfônica de Minas Gerais.
de novos talentos. Vários cantores
(Dinamarca) e Nelson Niremberg (EUA).
De 2008 a 2012 atuou como cravista na
O Coral Infantojuvenil desenvolve um
que iniciaram sua trajetória no Coral
Oficina de Música de Curitiba. Em 2013 foi
trabalho de divulgação do canto coral,
Infantojuvenil integram, atualmente, o Coral
Em 2000 regeu a ópera Le Nozze de Figaro,
apresentando obras de diversas fases da
Lírico de Minas Gerais e outros grupos
de Mozart, ao lado da Orquestra Sinfônica
história da música vocal, da renascença
profissionais do Brasil e exterior. Seus
da Escola de Música da UFMG. Ministrou
Lara Tanaka é regente titular do Coral
ao moderno, da música erudita à música
integrantes participam de quatro horas de
aulas de Regência no 33º Festival de
Infantojuvenil Palácio das Artes desde
folclórica e popular, em vários idiomas e
aulas/ensaios semanais, sendo um ensaio
Inverno da UFMG e, em 2001, dirigiu a
2001 e regente assistente do Coral Lírico
estilos. O grupo participa de montagens
de naipe e um ensaio coletivo.
oficina de coral infantil no Festival Nacional
de Minas Gerais.
REGENTE TITULAR
Lara Tanaka
CONTRALTOS
Abgail Barcelos
Caio Eduardo Batista
Flávia Roque
Hugo Daniel Oliveira
Higor Gabriel Lourenço
Íris Silveira
João Pedro Goncalves
Matheus Sampaio
Maycon Douglas de Paula
Robert William Santos
Thiago Soares
SOPRANOS
Ana Clara Riggio
Arthur Versiani
Barbara Isabella de Deus
Catharina de Castro
Eduarda Ferreira
Jennifer de Carvalho
Jonathan Brayner Silva
Kathleen de Paula
Laís Cavalcante
Lisa Cerqueira
Maria Cecília de Castro
Maria Clara Andrade
Mariana Menezes
Patrick Oliveira
Pedro Bernardo Freitas
Taina Bibiana Andrade
MEZZOS
Ana Clara Corgozinho
Anna Beatriz Amaral
Anne Caroline Santana
Bruna Carvalho
Carolina Palhares
Caroline Braga
Erika Martins
Izabelle Helena de Assis
Karina Rocha
Laura Leste
Leticia Pfeilsticker
Lorraine Ferreira
Lorrayne Gabrielle Batista
Luana Carmônia
Luiza Varella
Maria Clara Torquetti
Martina Maiorana
Rebeca Vitória Oliveira
Scarlet Ochoa
pianista do Ars Nova – Coral da UFMG.
SECRETÁRIA
Mônica Arantes
PRODUTOR
Marcos Gedehon
PIANISTA
Frederico Natalino
GERENTE
Celme Valeiras
35
SÉRIE ALLEGRO
PIOTR ILITCH
(R ú ss i a , 1840 – 1893)
DEZEMBRO 2014
TCHAIKOVSK Y
O Quebra-nozes, op. 71 (1892)
Instrumentação: 2 piccolos, 3 flautas, 2 oboés, corne inglês,
2 clarinetes, clarone, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes,
3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, 2 harpas, celesta, cordas.
Os três grandes balés de
Tchaikovsky – O Lago dos cisnes
(1876), A bela adormecida (1889) e
O Quebra-nozes (1892) – constituem
o repertório básico imprescindível
para as grandes companhias de
dança clássica e o ponto culminante
do gênero no final do século XIX.
Criado no ano anterior à morte do
compositor, O Quebra-nozes agrupase entre as obras de sua plena
maturidade. Prestando homenagem
à Infância e à Fantasia, representa
um momento de serenidade,
antes do subjetivismo sombrio da
derradeira Sinfonia Patética.
36
O balé divide-se em dois atos,
antecedidos por uma Abertura em
miniatura. Nessa pequena introdução,
a orquestração dispensa os
violoncelos e os contrabaixos, como
se Tchaikovsky quisesse valorizar as
vozes “infantis” das cordas:
Era uma vez, em uma pequena
cidade alemã, no final do século
XVIII, um fabricante de relógios
e brinquedos mágicos, o Sr.
Drosselmeyer. Já idoso, ele morava
com seu sobrinho, um jovem de
quinze anos que lhe era muito
dedicado. Quando trabalhava no
palácio real, Drosselmeyer criou
uma armadilha que matou a maioria
dos ratos do povoado. Para se
vingar, a poderosa Rainha dos
Ratos transformou seu sobrinho
em um quebra-nozes, com o
formato de boneco de madeira.
Para desfazer o feitiço, o rapaz
teria que matar o Rei dos Ratos e
conseguir o amor de uma jovem.
Na mesma cidade, morava o Sr.
Stahlbaum, conselheiro municipal,
com sua mulher e os filhos Fritz
e Clara. A família se prepara para
comemorar os quatorze anos
da menina, na véspera do Natal,
com a presença de vários amigos.
Convidado para a festa, o relojoeiro
Drosselmeyer resolve incluir entre
seus presentes o quebra-nozes.
Afinal, seria uma boa oportunidade
para desencadear um duelo entre o
sobrinho e o Rei dos Ratos, quando
os animais saíssem para roubar
o pão de gengibre. E, quem sabe,
talvez Clara se apaixonasse pelo
heroico Quebra-nozes.
No Primeiro Ato, a música alterna
Interlúdios (que acompanham o
desenrolar dos acontecimentos)
com ritmos de Danças (valsas,
galopes, marchas, tarantelas)
para os números coreográficos
das crianças, dos adultos, dos
brinquedos mecânicos, dos ratos
e fadas. A ação se desenvolve na
casa dos Stahlbaum, iluminada por
muitas velas, ao redor da Árvore
de Natal. Os convidados chegam.
As crianças brincam desfilando ao
ritmo de uma Marcha (na qual se
destacam os instrumentos de metal)
e logo se agrupam para dançar o
pequeno Galope. Seus pais e outros
pares preferem algo mais sério e se
organizam para a Dança dos Adultos.
Surge então Drosselmeyer, e os
meninos afastam-se amedrontados.
Para ouvir
CD Tchaikovsky – The Nutcraker (Complet ballet)
– Czecho-Slovak Radio Symphony Orchestra
(Batislava) – Ondrej Lenárd, regente – Naxos
Historical, Alemanha – 1989
Para assistir
com balé: Cia de Balé do Teatro Mariinsky –
Orquestra Sinfônica do Teatro Mariinsky – Valery
Gergiev, regente | Acesse: fil.mg/tquebranozesbale
versão orquestral: Orquestra Filarmônica
de Roterdam - Yannick Nezet-Seguin, regente
Acesse: fil.mg/tquebranozes
Para ler
Michel Rostislav Hofmann – Tchaikovsky –
Éditions du Seuil – Collections Microcosme,
Solfèges – 1979
François-René Tranchefort – Guia da Música
Sinfônica – Nova Fronteira – 1990
Mas logo o velho relojoeiro os
conquista com seus presentes,
exibindo os pequenos soldados,
arlequins, colombinas, feirantes,
cossacos e outros bonecos, reunidos
na Dança dos Brinquedos Mecânicos.
Clara recebe o inusitado Quebranozes e fica especialmente feliz
– a ponto do irmão e os outros
meninos se sentirem enciumados
e o danificarem, usando-o para
quebrar a maior de todas as
nozes. Clara cuida do boneco
como de um verdadeiro doente
e dança com ele, acalentando-o.
Embora Fritz e seus companheiros
perturbem a suavidade da música
37
SÉRIE ALLEGRO
com a interferência de pequenos
tambores e trompetes, o Quebranozes, curado, enfim adormece.
Clara deita-o confortavelmente
em uma caixa transformada em
berço. Antes que a festa termine,
há, como sempre, a Dança do Vovô
Stahlbaum, que, desta vez, de tão
animado, perdeu um sapato. Só
então os convidados se retiram, as
luzes se apagam, todos vão dormir.
38
Clara, porém, não consegue
adormecer. Seus pensamentos se
voltam para o Quebra-nozes. Ela se
levanta e, sem barulho, chega à sala.
Na obscuridade, a menina percebe
os ratos em trajes de baile, fazendo
a sua festa. O relógio anuncia Meianoite, e o Encantamento começa: a
árvore de Natal torna-se enorme, os
brinquedos ganham vida, o Quebranozes acorda. Um dos soldados
de Fritz dá um tiro de espingarda,
dando início à acirrada Batalha.
Os ratos seguem as ordens de seu
rei (trajado de Napoleão Bonaparte)
e os soldados de chumbo são
guiados pelo Quebra-nozes. Os
dois comandantes se enfrentam.
A princípio, o Rei dos Ratos parece
levar vantagem; mas Clara atira-lhe
na cabeça um de seus chinelos, e
o Quebra-nozes fere o bandido
com um golpe de espada. Os
DEZEMBRO 2014
ratos reconhecem a derrota e
abandonam a luta.
Aclamado como herói, o Quebranozes convida Clara para uma
Viagem à Terra da Neve, a caminho
de Confiturembourg, o país das
guloseimas. O primeiro ato termina
com os jovens viajantes sobrevoando
uma densa Floresta, dentro do
sapato perdido do Vovô. A orquestra
toca a Valsa dos Flocos de Neve, que
dançam envolvendo todo o cenário.
No Segundo Ato, Clara e seu Príncipe
chegam a Confiturembourg, o reino
dos doces e confeitos. São acolhidos
pela Fada Açucarada, que organiza
um espetáculo coreográfico em sua
homenagem. Os habitantes da cidade,
originários de diversos países,
apresentam aos visitantes deliciosas
especiarias: o Chocolate (Dança
espanhola), o Café (Dança árabe, cujo
tema, na verdade, pertence a um
acalanto da Geórgia) e o Chá (Dança
chinesa). Tchaikovsky demonstra todo
o requinte de sua orquestração, além
do gosto por inusitadas combinações
instrumentais.
Outros dançarinos se sucedem.
Os Cossacos se exercitam em
vigoroso Trepak (Dança russa).
Os Bambus, representando os
instrumentos de sopro infantis,
formam um terceto de flautas na
Dança das Flautas de Brinquedo,
com a participação do corne inglês
e, na parte central, dos metais.
Mamãe Bombom e seus Polichinelos
apresentam uma divertida paródia
da canção Cadet-Roussel.
Entusiasmada com o espetáculo,
Clara não se contém – corre
até o Quebra-nozes e o beija,
transformando-o em Príncipe.
Pétalas multicoloridas se reúnem
na Valsa das Flores, cujo belo
tema é cantado pelas trompas.
Os namorados dançam um Pas de
Deux, e o Príncipe, para mostrar
sua nova forma e agilidade, sola
uma brilhante Tarantela. Segue-se
o agradecimento da anfitriã, que
faz seu número na Dança da Fada
Açucarada. Para ela, Tchaikovsky
utilizou (pela primeira vez na
Rússia) o som etéreo da celesta,
em contraste com intervenções
voluntariamente rústicas de um
clarinete baixo. Felizes, todos os
dançarinos se reúnem para uma
Valsa Final, até que a festa culmine
em festiva Apoteose.
Os balés de Tchaikovsky foram
criados em parceria com o
coreógrafo e libretista Marius Petipa.
No caso de O quebra-nozes, ele
se inspirou livremente na versão
francesa de Alexandre Dumas
sobre um conto fantástico do
escritor alemão E. T. A. Hoffmann.
Tchaikovsky compôs seguindo
exigências precisas de Petipa – cada
cena do balé era minuciosamente
descrita pelo coreógrafo, compasso
por compasso. Surpreendentemente,
essa rigidez não perturbou o
compositor, e a música flui com
naturalidade impressionante. Desde
sua estreia até os dias atuais,
O Quebra-nozes suscitou muitas
versões coreográficas alternativas
que, em comum, preservam apenas
a música de Tchaikovsky e a intriga
principal. Entre os grandes balés
do século XIX, O Quebra-nozes se
distingue por não possuir uma
coreografia standard. Enquanto
algumas montagens tentam recuperar
as características do original de
Petipa, outras apresentam propostas
pós-modernas, com a inclusão de
temas subjacentes e movimentos de
dança contemporânea.
paulo sérgio malheiros dos santos | Pianista, Doutor em Letras, professor na UEMG,
autor dos livros Músico, doce músico e O grão perfumado – Mário de Andrade e a arte do inacabado.
Apresenta o programa semanal Recitais Brasileiros, pela Rádio Inconfidência.
39
olá, assinante
FOTO ANDRÉ FOSSATI
DEZEMBRO 2014
Neste Natal, convidamos você
a compartilhar a harmonia
proporcionada pela Música.
Recomende ou dê de presente uma assinatura da Filarmônica
e promova o encontro dos amigos em um espaço acolhedor,
oferecendo um lugar na sua casa, a Sala Minas Gerais.
ASSINATURAS DA TEMPORADA 2015 À VENDA
pela internet www.filarmonica.art.br
pessoalmente No estande da Filarmônica, na entrada do
Palácio das Artes, de segunda a sábado, de 9h a 21h
assessoria de relacionamento
40
www.filarmonica.art.br
[email protected]
3219-9009
Horário de funcionamento: de segunda a sexta, de 9h a 18h
41
FOTO RAFAEL MOTTA
ACOMPA NHE A FIL A RMÔNIC A EM
OUTR AS SÉRIES DE CONCERTOS
Concertos para a Juventude
Laboratório de Regência Atividade
Realizados em manhãs de domingo,
são concertos dedicados aos jovens e
às famílias, buscando ampliar e formar
público para a música clássica. As
apresentações têm ingressos a preços
populares e contam com a participação
de jovens solistas.
inédita no Brasil, este laboratório é uma
oportunidade para que jovens regentes
brasileiros possam praticar com uma
orquestra profissional. A cada ano,
quinze maestros, quatro efetivos e onze
ouvintes, têm aulas técnicas, teóricas e
ensaios com o regente Fabio Mechetti.
O concerto final é aberto ao público.
Clássicos na Praça Realizados em
praças da Região Metropolitana de Belo
Horizonte, os concertos proporcionam
momentos de descontração e
entretenimento, buscando democratizar
o acesso da população em geral à música
clássica.
Concertos de Câmara Realizados
Concertos Didáticos Concertos
Turnês Estaduais As turnês estaduais
destinados exclusivamente a grupos de
crianças e jovens da rede escolar, bem
como a instituições sociais, mediante
inscrição prévia. Seu formato busca
apoiar o público em seus primeiros
passos na música clássica.
levam a música de concerto a diferentes
cidades e regiões de Minas Gerais,
possibilitando que o público do interior
do Estado tenha contato direto com
música sinfônica de excelência.
para estimular músicos e público na
apreciação da música erudita para
pequenos grupos. A Filarmônica conta
com grupos de Metais, Cordas, Sopros
e Percussão.
Turnês Nacionais e Internacionais
Festival Tinta Fresca Com o objetivo
42
de fomentar a criação musical entre
compositores brasileiros e gerar
oportunidade para que suas obras sejam
programadas e executadas em concerto,
este Festival é sempre uma aventura
musical inédita. Como prêmio, o vencedor
recebe a encomenda de outra obra
sinfônica a ser estreada pela Filarmônica
no ano seguinte, realimentando o ciclo da
produção musical nos dias de hoje.
Com essas turnês, a Orquestra
Filarmônica de Minas Gerais busca
colocar o Estado de Minas dentro do
circuito nacional e internacional da
música clássica. Em 2014, a Orquestra
volta a se apresentar no Festival de
Campos do Jordão.
43
ORQUESTR A FIL ARMÔNICA
DE MINAS GER AIS / DEZEMBRO 2014
Diretor Artístico e Regente Titular
Regente Associado
Fabio Mechetti
Marcos Arakaki
Primeiros Violinos
Anthony Flint – Spalla
Rommel Fernandes –
Spalla Associado
Ara Harutyunyan –
Spalla Assistente
Ana Zivkovic
Arthur Vieira Terto
Baptiste Rodrigues
Eliseu Martins de Barros
Hyu-Kyung Jung
Marcio Cecconello
Mateus Freire
Megumi Tokosumi
Rodrigo Bustamante
Rodrigo Monteiro Braga
Rodrigo de Oliveira
Segundos Violinos
Frank Haemmer *
Leonidas Cáceres ***
Bojana Pantovic
Dante Bertolino
Jovana Trifunovic
Leonardo Ottoni
Luka Milanovic
Marija Mihajlovic
Martha de Moura Pacífico
Radmila Bocev
Rodolfo Toffolo
Tiago Ellwanger
Valentina Gostilovitch
44
Violas
João Carlos Ferreira *
Roberto Papi ***
Flávia Motta
Gerry Varona
Gilberto Paganini
Juan Castillo
Katarzyna Druzd
Luciano Gatelli
Marcelo Nébias
Nathan Medina
Violoncelos
Elise Pittenger ****
Camila Pacífico
Camilla Ribeiro
Eduardo Swerts
Emilia Neves
Eneko Aizpurua Pablo
Lina Radovanovic
Robson Fonseca
Contrabaixos
Colin Chatfield *
Nilson Bellotto ***
Brian Fountain
Hector Manuel Espinosa
Marcelo Cunha
Pablo Guiñez
William Brichetto
Flautas
Cássia Lima *
Renata Xavier ***
Alexandre Braga
Elena Suchkova
Oboés
Alexandre Barros *
Ravi Shankar ***
Israel Muniz
Moisés Pena
Clarinetes
Marcus Julius Lander *
Jonatas Bueno ***
Ney Campos Franco
Alexandre Silva
Fagotes
Catherine Carignan *
Altair Venâncio ***
Andrew Huntriss
Cláudio de Freitas
Trompas
Alma Maria Liebrecht *
Evgueni Gerassimov ***
Gustavo Garcia Trindade
José Francisco dos Santos
Lucas Filho
Fabio Ogata
Trompetes
Marlon Humphreys *
Érico Fonseca **
Daniel Leal ***
Tássio Furtado
Trombones
Mark John Mulley *
Wagner Mayer ***
Renato Lisboa
Tubas
Eleilton Cruz *
Isaque Macedo *****
César Souza *****
Tímpanos
Patricio Hernández
Pradenas *
Percussão
Rafael Alberto *
Daniel Lemos ***
Sérgio Aluotto
Werner Silveira
Harpas
Giselle Boeters *
Mareike Burdinski *****
Teclados
Ayumi Shigeta *
INSTITUTO CULTUR AL
FIL ARMÔNICA / DEZEMBRO 2014
Conselho
Administrativo
Equipe Técnica
gerente de
Equipe
Administrativa
presidente emérito
comunicação
gerente
Jacques Schwartzman
Merrina Godinho Delgado
administrativo-
presidente
gerente de produção
financeira
Roberto Mário Soares
musical
Thais Boaventura
conselheiros
Claudia da Silva
Guimarães
analistas
assessora de
programação musical
João Paulo de Oliveira
Paulo Baraldi
Carolina Debrot
analista contábil
produtores
Graziela Coelho
Geisa Andrade
Luis Otávio Rezende
Narren Felipe
analista de
analistas de
secretária executiva
comunicação
Flaviana Mendes
assistente
Berenice Menegale
Bruno Volpini
Celina Szrvinsk
Fernando de Almeida
Ítalo Gaetani
Marco Antônio Pepino
Marcus Vinícius Salum
Mauricio Freire
Octávio Elísio
Paulo Brant
Sérgio Pena
administrativos
recursos humanos
Quézia Macedo Silva
inspetora
Diretoria Executiva
Karolina Lima
diretor presidente
assistente
Diomar Silveira
administrativa
diretor
Débora Vieira
administrativo-
arquivista
financeiro
Andréa Mendes –
Imprensa
Marciana Toledo –
Publicidade
Mariana Garcia –
Multimídia
Renata Romeiro –
Design gráfico
Sergio Almeida
Estêvão Fiuza
analista de marketing
Lizonete Prates Siqueira
assistentes
diretora de comunicação
de relacionamento
auxiliares de
Ana Lúcia Kobayashi
Claudio Starlino
Jônatas Reis
Jacqueline Guimarães
Ferreira
Mônica Moreira
serviços gerais
analista de
diretora de marketing
marketing e projetos
Ailda Conceição
Nayara Assis
supervisor de
e projetos
Mariana Theodorica
mensageiros
Nº 11 / 2014
montagem
Zilka Caribé
assistente de
diretor de operações
comunicação
Jeferson Silva
Pablo Faria
ISSN 2357-7258
Rodrigo Castro
montadores
Ivar Siewers
Renata Gibson
menor aprendiz
André Barbosa
Klênio Carvalho
Risbleiz Aguiar
diretor de produção
assistente de
Diego Soares
musical
marketing de
Marcos Souza
relacionamento
gerente
Jussan Fernandes
* principal ** principal associado *** principal assistente **** principal / assistente substituto ***** convidado
André Rozenbaum
administrativa
Cristiane Reis
auxiliares
administrativos
Pedro Almeida
Vivian Figueiredo
recepcionista
FOR TI S SIMO
dezembro
editora
Merrina Godinho Delgado
edição de texto
Berenice Menegale
PA R A A PRECIA R UM CONCERTO
Fotos e gravações
em áudio e vídeo
Pontualidade
Aparelhos celulares
Uma vez iniciado um
concerto, qualquer
movimentação perturba
a execução da obra.
Seja pontual e respeite
o fechamento das
portas após o terceiro
sinal. Se tiver que
trocar de lugar ou
sair antes do final da
apresentação, aguarde
o término de uma peça.
Confira e não se
esqueça, por favor,
de desligar o seu
celular ou qualquer
outro aparelho sonoro.
E também evite usar
o celular durante o
concerto, pois a luz
atrapalha quem está
perto de você.
Aplausos
Tosse
Crianças
Comidas e bebidas
Aplauda apenas no final
das obras, que, muitas
vezes, se compõem
de dois ou mais
movimentos. Veja no
programa o número de
movimentos e fique de
olho na atitude e gestos
Perturba a
concentração dos
músicos e da plateia.
Tente controlá-la com
a ajuda de um lenço ou
pastilha.
Caso esteja
acompanhado por
criança, escolha
assentos próximos aos
corredores. Assim,
você consegue sair
rapidamente se ela se
sentir desconfortável.
Seu consumo não é
permitido no interior da
Não são permitidas na
sala de concertos.
FOTO RAFAEL MOTTA
DEZEMBRO 2014
Conversa
A experiência do
concerto inclui o encontro
com outras pessoas.
Aproveite essa troca
antes da apresentação
e no seu intervalo, mas
nunca converse ou faça
comentários durante
a execução das obras.
Lembre-se de que o
silêncio é o espaço da
música.
sala de concerto.
do regente.
CUIDE DO SEU PROGR A M A DE CONCERTOS
O programa mensal é elaborado com a participação de diversos especialistas
e oferece uma oportunidade a mais para se conhecer música, compositores e
intérpretes. Desfrute da leitura e estudo. Em 2014, ele ganha o nome Fortissimo e
o registro do ISSN, um código que o identifica, permite a citação de seus textos
como referência intelectual e acadêmica e sua indexação nos sistemas nacional e
internacional de pesquisa. Para evitar o desperdício, traga sempre o seu programa.
Caso o esqueça, use o exemplar entregue pelas recepcionistas e, ao final,
deposite-o em uma das caixas colocadas à saída do Grande Teatro.
46
Programa disponível no site: www.filarmonica.art.br//index.php/blog/programas
47
Dar asas e azo à imaginação é
perseguir sonhos. A Filarmônica
sonha em transformar muitas vidas
por meio de sua arte, a Música.
Nosso público, patrocinadores,
divulgadores, apoiadores e
governos têm possibilitado a
realização desse sonho.
a todos vocês ,
nosso muito
obrig a do .
CA 0230/001/2013
PAT R O C Í N I O
A P O I O C U LT U R A L
DIVULGAÇÃO
INCENTIVO
APOIO INSTITUCIONAL
w w w. i n c o n f i d e n c i a . c o m . b r
RE ALIZ AÇÃO
Rua Paraíba, 330 / 12º andar | Funcionários | CEP 30.130-917 | Belo Horizonte MG
TEL
(31) 3219.9000 |
FAX
(31) 3219.9030 | www.filarmonica.art.br

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