lendo - BH-TEC

Transcrição

lendo - BH-TEC
I N D Ú S T R I A
TECNOLOGIA
Publicação do
Belo Horizonte - MG / Setembro / 2012
O VALOR
DA INOVAÇÃO
MINEIRA
CIÊNCIA DA VIDA
A saúde do setor de
biotecnologia vai muito bem
e demonstra disposição para
crescer de forma sustentável,
com pesquisa de ponta e
exportação em alta
MAIS QUE NECESSÁRIO
Apoio institucional favorece o
ambiente que levará governos e
empresas a adotarem a inovação
como lema e insumo para competir
nos mercados local e global
IVO
LUS
Foto da Fita Lume desenvolvida
pela CSEM Brasil
EXC
HÉLICE TRÍPLICE
Debate discute o papel do
governo, iniciativa privada e
instituições de ensino e pesquisa
na promoção do desenvolvimento
da indústria
Indústria sustentável.
Este é o nosso compromisso.
O Sistema FIEMG acredita que uma indústria sustentável
se constrói através da competitividade, da inovação
e da responsabilidade. Ser sustentável é ser competitivo.
É produzir mais e melhor. É conquistar o mercado global e se preparar
para um mundo cada vez mais exigente. Ser sustentável é ser inovador.
É investir em novas tecnologias. É incentivar estudos e pesquisas
para o desenvolvimento de novos processos, produtos e serviços.
Ser sustentável é ser responsável. É fazer da economia verde e da
preservação da natureza uma realidade. É buscar processos de produção
cada vez mais limpos. É promover a educação em todos os níveis
e lugares. É investir em cultura, esporte, saúde e lazer. A sustentabilidade
é assim: está na maneira como pensamos o mundo. No caminho que
escolhemos para a nossa indústria.
Um investimento da indústria
SUMÁRIO
SEÇÃO
04
CARTAS DO LEITOR
05
EDITORIAL
91
GUIA DO SETOR
PANORAMA
06
Diversidade
como solução
É preciso mudar
o modelo de
concentração de
riqueza na Região
Central e investir
em diferentes polos
de desenvolvimento
AMPARO
12
Trilha traçada
O apoio
institucional à
inovação cresceu
nos últimos
anos, mas o país
carece de uma
nova postura da
iniciativa privada
BIOTECNOLOGIA
17
Caminho aberto
A biociências é um
setor no qual o Brasil
e Minas Gerais
mostram disposição
para crescer,
investindo em projetos
que modernizam a
indústria
TECNOLOGIA
24
Ponto Nobre
Diversificar com
alto grau de
tecnologia é o que
governo e empresas
sonham para
consolidar o Vetor
Norte, na Região
Metropolitana de BH
29 - Nanotecnologia
58 - ELETROMECÂNICO
65 - MINERAÇÃO
Mundo nano
UFMG é considerada centro
de excelência na área de
nanotecnologia, a ciência com
aplicações diversas que estuda os
elementos em sua escala molecular
Drible tecnológico
Termômetro dos bons
tempos ou das crises, as
indústrias elétrica, mecânica
e de instrumentos de precisão
investem em tecnologia
Alquimia mineral
Emblemática no Estado, a
mineração se fortalece com
recursos tecnológicos que
possibilitam a extração do minério
antes considerado rejeito
AERONÁUTICA
32
Voo alto
O céu é o limite
para as empresas
e instituições de
ensino e pesquisa,
que se juntam ao
governo na formação
de um complexo
aeronáutico
74 - PARQUE TECNOLÓGICO
Ambiente da inovação
Modelo de sucesso em
vários lugares do mundo, os
parques tecnológicas aliam
produção ao conhecimento
e ganham espaço
DEBATE
36
Inovar para renovar
Inovação e
modernidade são as
palavras de ordem para
o desenvolvimento.
O assunto é tema
de discurssão de
representantes
do setor
78 - PATENTES
Proteção à indústria
O número de depósitos
de patentes brasileiras é
pequeno, um problema
enorme para a competitividade
da indústria nacional
AUTOMOTIVO
42
À mineira
A Fiat, em Betim,
deu o impulso,
e muitas outras
empresas
aproveitaram
a chance para
fortalecer a indústria
automotiva
82 - CONJUNTURA
Mudança de ritmo
Passar da inovação
incremental para a de
ruptura é um dos principais
desafios que a produção
nacional tem que enfrentar
FERROVIÁRIO
88
A todo vapor
Há 50 anos
a GE fabrica
locomotivas no
Estado, e agora
o setor busca a
nacionalização
da produção para
ganhar autonomia
ARTICULISTAS
30
Mauro Borges Lemos
56
72
Marco Antônio
Raupp
Clélio Campolina
Expediente
DC Análise é uma publicação do Diário do
Comércio Empresa Jornalística Ltda
Av. Américo Vespúcio, 1.660 – CEP.: 31.230250 – Belo Horizonte/MG – (31) 3469-2000
EDITORIAL
Cartas
do leitor
FAZER BENFEITO
Daniel de Cerqueira / Nitro
aos leitores do Diário do Comércio, de
forma aprofundada, elementos para
orientar seus negócios e identificar
oportunidades.
Fundador: José Costa
Diretor-presidente: Luiz Carlos Motta Costa
Diretor-executivo: Yvan Muls
Diretor de Mercado: Luiz J. Bruno de Oliveira
Conselho Editorial: Luiz Carlos Motta Costa, Yvan
Muls, Amaury Pimenta, Eric Gonçalves, Luciana
Montes, Roselena Nicolau, Maria Carmen Lopes,
Fernanda Agostinho
Produção editorial e gráfica
Outono Editora Ltda
Redação: Av. do Contorno, 6.240 - 3º. andar –
Savassi – CEP.: 30.110-042 – Belo Horizonte/MG
(31)3309-2420 – www.outoncomunicacao.com.br
Diretora Executiva: Maria Carmen Lopes
Editoras: Fernanda Agostinho e Roselena Nicolau
Reportagem: Angela Drumond, Carlos Plácido
Teixeira, Lucas Alvarenga, Ione Maria Nascimento,
Marco Antônio Corteleti, Camila Freitas, Tatiana
Lagôa, Viviane Lopes
Design e diagramação: Esdras Diniz
Produção fotográfica: Nitro Imagens
Capa: Foto da fita Lume desenvolvida pelo
CSEM Brasil
Fotógrafos: Bruno Magalhães, Daniel de
Cerqueira, João Marcos Rosa, Leo Drumond,
Marcus Desimoni, Rafael Motta, Rodrigo Lima
Conta de energia
O editorial da revista DC Análise (nº1), de
junho 2012, reafirma o compromisso com
Minas Gerais e confiança no futuro do
Brasil empreendedor e ético. Congratulo
toda a equipe pela excelência temática,
redacional e gráfica. Já tem status de
ícone! Reli as páginas 18 a 24, “Preço
nas alturas”, com destaque nos didáticos
gráficos que dão visibilidade aos “11
penduricalhos” que encarecem a conta de
energia em 36,8%.
Ao jornalista Rafael Tomaz e
entrevistados parabenizo pelo correto
diagnóstico dos reflexos tributários
adversos que reduzem a margem
de contribuição e a capacidade
de reinvestimentos e seus efeitos
multiplicadores.
Um fraternal abraço!
Atenciosamente,
Márcio Trindade Santos
Márcio Trindade e Advogados Associados
Parabéns
Dediquei meu fim de semana à leitura
da DC Análise (junho/2012). Fiquei
encantado com a excelência da
matéria divulgada e sua magnífica
apresentação gráfica. Receba
meus parabéns, extensivo aos seus
colaboradores.
Cordial abraço,
Aristoteles Atheniense
Aristoteles Atheniense Advogados
Infográficos: Érika Tonetti
Tiragem: 20.000 exemplares
Tiragem física auditada
pela Soltz,Mattoso e Mendes
Fale com DC Análise:
[email protected]
Para anunciar:
[email protected]
(31) 3469-2060
6
Primor
A primeira edição da DC Análise que me
chega às mãos é um primor de revista.
Uma excelente ferramenta de formação e
informação. Temas extremamente atuais,
de conteúdo aprofundado e abrangente,
dão ao leitor a agradável sensação de estar
lendo uma coletânea de artigos ricamente
elaborados. Parabéns ao Diário do Comércio
pela feliz ideia. Parabéns, em particular, às
equipes de produção editorial, às diretorias
executiva, de editoria e de reportagem.
José Roberto Silva
Diretor Técnico
Con Energia
Minas Gerais começou a definir sua
base industrial a partir do setor têxtil
e a ampliou com a implantação e
consolidação do complexo mínerometalúrgico, a partir do qual construiu
sua feição mais moderna. Uma evolução
que tem como um de seus marcos
relevantes o polo automotivo erguido
em Betim e seu entorno, pontuando o
início de um processo de significativas
transformações.
Transformações essas que, como nunca,
se aceleram diante da necessidade
de o país e o Estado se tornarem
mais competitivos no mercado global.
Minas tem respondido a essa demanda
diversificando sua base econômica,
uma
preocupação
revelada
não
apenas no âmbito da administração
pública,
mas
especialmente
no
setor empresarial. Levantamento da
Fundação João Pinheiro demonstra que
temos conquistado posição significativa
em setores intensivos em informação e
conhecimento, entre eles biotecnologia
e tecnologia da informação.
Analisar esses movimentos para melhor
compreendê-los é o objetivo desta
edição da DC Análise. Perceber o que
foi feito para situar o presente e tentar
antecipar o futuro, num ambiente que
será certamente mais complexo, levando
Eis por que nosso foco é tecnologia e
modernidade, a nova face da indústria
mineira. E certamente também o
caminho capaz de garantir-lhe inserção
num ambiente globalizado. Nas páginas
seguintes, mostramos como esse
caminho vem sendo percorrido, os
avanços e os diferenciais que já podem ser
assinalados. Alguns deles são notáveis,
mesmo que ainda pouco conhecidos,
como a empreitada da constituição
de um complexo aeronáutico que não
se restringe a uma única região, mas
congrega competências existentes e
aponta para a expansão do setor.
São conquistas que ao mesmo tempo
balizam caminhos e indicam a distância
que ainda está por ser percorrida. O
que foi feito também nos aponta o que
falta realizar, nos ensina que é possível
fazer mais e melhor. E, nesse sentido,
sedimentar a cultura da inovação,
valorizando o aparato institucional de
apoio à pesquisa e ao desenvolvimento,
tanto no setor público quanto na
iniciativa privada.
Assim, entendemos que DC Análise
está cumprindo seu objetivo pelo
conteúdo e também por alcançar, fora
dos limites territoriais do Estado, um
público altamente qualificado, que
forma opinião e decide investimentos.
Exatamente quem precisa saber que
Minas faz benfeito.
Luiz Carlos Motta Costa
Diretor - presidente
7
PANORAMA
DIVERSIDADE
COMO SOLUÇÃO
Rico em minério e tradicional exportador de commodities, o
Estado vem diversificando há duas décadas sua produção
industrial, ainda muito concentrada na Região Central. O
caminho é incentivar os Arranjos Produtivos Locais (APLs),
espalhados pelos quatro cantos de Minas Gerais e responsáveis
por alavancar a economia de dezenas de municípios
Daniel de Cerqueira / Nitro
Região Metropolitana de Belo
Horizonte concentra 35% da
população do Estado e 53% da
geração de riquezas; construção da
Linha Verde e criação do Vetor Norte
contribuem para esta situação
> Angela Drumond
Um Estado que tem as minas,
seja de ferro, ouro, zinco, nióbio, calcário, entre outras, no
próprio nome não poderia deixar de considerar a mineração
como o ponto forte de sua economia e sua história. Assim
é Minas Gerais, que abriga a
maior concentração e variedade de riqueza mineral do
mundo, seguido a distância
pelo Pará, no Norte do país, no
que diz respeito ao minério de
ferro, e por algumas áreas da
Austrália e da China. Talvez
por isso a diversificação da
produção industrial mineira
ocorra a partir de um esforço
enorme e permanente.
A análise de períodos mais
longos torna mais fácil o entendimento do que acontece
com a produção industrial em
Minas Gerais. Nas dez regiões
onde a formação do Produto
Interno Bruto (PIB) industrial
do Estado foi pesquisada pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os
percentuais oscilam, mas não
8
variam muito, proporcionalmente. Para se ter uma ideia,
se comparados os dados de
1999 e 2009, a parcela que diz
respeito à Região Central, que
inclui Belo Horizonte, subiu
de 49,33% para 53,58%.
Pela ordem de participação
na formação da riqueza estadual, vêm o Triângulo Mineiro (11,77% em 1999 e 12,1%
em 2009) e o Sul (12,56% e
10,44%), praticamente empatados; em seguida, o Vale
do Rio Doce (7,56% e 6,64%);
Zona da Mata (6,99% e
5,72%); Região Centro-Oeste
(3,53% e 3,65%); Alto Paranaíba (3,05% e 2,83%); Região
Norte (3,41% e 3,20%); e vales
do Jequitinhonha e Mucuri
(1,0% e 1,03%). No patamar
mais modesto da industrialização regional está o Noroeste
(0,81% e 0,98%).
Técnicos do IBGE e da Fundação João Pinheiro explicam
que os percentuais da distribuição se mantêm relativa-
mente estáveis no mapa do
Valor Adicionado (valor que a
empresa agrega na produção
de um bem) da indústria em
Minas Gerais, com a proporção que historicamente sempre tiveram. Quanto ao valor
total agregado, este subiu
de R$ 22 bilhões, em 1999,
para R$ 75,8 bilhões, dez
anos depois.
CONCENTRAÇÃO
Mas a grande concentração
de riqueza na Região Central,
abrangendo capital e sua região metropolitana (RMBH),
como também ocorre em
São Paulo e no Rio de Janeiro, preocupa porque o perfil
atrai a população do interior.
Doutor em geografia humana
e economia regional e pesquisador do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional, da Universidade
Federal de Minas Gerais (Cedeplar/UFMG), o economista
Bernardo Campolina defende
que é preciso “repensar
9
Marcus Desimoni / Nitro
tecnologia. A mesma opção foi
feita pelo setor privado com
os novos projetos na área de
mineração, que se estendem
pela região do Alto Paraopeba – Congonhas e Conselheiro
Lafaiete –, cidades vizinhas à
RMBH, o que explica a maior
demanda por serviços.
PARQUE INDUSTRIAL
Marco Antônio da Cunha: “Não
temos que nos preocupar com
o que a China faz, mas com o
que não sabemos que faz”
Marcus Desimoni / Nitro
a trajetória de crescimento econômico para buscar a
diversificação da economia
mineira, concentrada na indústria extrativa mineral e
em segmentos como automotores, metal-mecânico, siderurgia, metalurgia e agropecuária”.
Em 2000, a Região Central
concentrava 34% da população total do Estado; em 2010,
35%. O que se observa, segundo o economista, é que
uma série de obras públicas
e investimentos está também
concentrada nessa região,
onde ocorreram historicamente grandes investimentos
industriais, desde meados
da década de 1970. Mais recentemente há o exemplo da
construção da Linha Verde
(via de acesso ao Aeroporto
Internacional Tancredo Neves, em Confins e da Cidade
Administrativa (sede de toda
a estrutura administrativa do
governo), e as obras de infraestrutura que estão em andamento ou projetadas para
a Copa do Mundo de 2014,
além do projeto de desenvolvimento do Vetor Norte, onde se
encaixam as empresas de alta
10
Campolina lembra que o primeiro e o segundo Diagnóstico
da Economia Mineira, de 1968
e 1974, respectivamente, ajudaram a formular as linhas de
ação de fomento à indústria
no Estado, até então caracterizado por uma economia de
base primária e uma indústria incipiente. Foi quando o
parque industrial metal-mecânico ganhou força e Minas
Gerais inaugurou a guerra fiscal – algo inédito na época –,
conquistando a instalação da
fábrica da Fiat em Betim, na
RMBH, que entrou em operação em 1976.
Em 1979 ocorreu a primeira
crise mundial do petróleo, e
em 1983 uma crise econômica
também de proporções globais
interrompeu a trajetória de
crescimento do Brasil. Nessa
mesma época, o país viveu a
maxidesvalorização cambial,
seguida da crise da dívida
externa e da escalada da inflação, que só seria debelada
com a implantação do Plano
Real, em 1994. Mas, apesar do
Localizando todos os APLs
cenário desfavorável, grandes
empresas já estavam instaladas em Minas Gerais, como a
Usiminas, Krupp, CBC, Cenibra, Arafértil, Isomonte e Fosfértil, em parceria e associação com capitais estrangeiros
(japonês, belga, alemão, italiano) e com políticas de atração
de investimentos, por meio da
redução de impostos e concessão de incentivos.
A economia mineira iniciou
a retomada da trajetória de
crescimento no início dos
anos 2000, década em que a
Fiat assume a liderança no
mercado automotivo nacional e o aumento dos preços
das commodities de agropecuários e do minério de ferro,
aliado às compras feitas pela
China, ajudou a fortalecer
o PIB do Estado. Para se ter
uma ideia, a tonelada do minério de ferro saltou de US$
27 em 2000 para US$ 97 em
2010, com pico de US$ 144
em 2008. Em 2010, o minério de ferro, o aço e a escória
representavam 57% da pauta
de exportações mineiras, que
mudaram de patamar – de
US$ 7 bilhões em 2000 para
US$ 27,9 bilhões em 2010.
DEPENDÊNCIA
Boa parte dessas atividades
está concentrada na Região
Central, a mais diversificada
do Estado, abrangendo segmentos de automóveis e de
autopeças até o de biotecnologia. “Se a Região Central
Mel
Fruticultura – banana, limão e manga:
Vale do Jaíba/Norte do Estado – Matias Cardoso,
Januária, Nova Porteirinha e Montes Claros
Calçados: Nova Serrana, Bom Despacho,
Pitangui, Araújos, Perdigão, Pará de Minas,
Conceição do Pará, Leandro Ferreira,
São Gonçalo do Pará, Igaratinga e Divinópolis
Móveis e mel: Leme do Prado,
Chapada do Norte, Turmalina,
Minas Novas, Carbonita, Veredinha,
Capelinha e Itamarandiba
Bebidas artesanais/cachaça:
Araçuaí, Almenara, Pedra Azul, Medina,
Comercinho, José Gonçalves de Minas,
Jenipapo de Minas, Caraí e Capelinha
Construção civil – segmentos diversos:
Campo Florido e Uberaba
RMBH
Biotecnologia, saúde humana:
Vespasiano, São José da Lapa,
Ribeirão das Neves, Esmeraldas,
Contagem, Sabará, Santa Luzia,
Lagoa Santa e Belo Horizonte
Móveis: Carmo do Cajuru
Softwares e desenvolvimento
de programas de computador
sob encomenda:
Contagem e Belo Horizonte
Peças fundidas de ferro, aço e materiais
não ferrosos: Divinópolis, Itaúna e Cláudio
Artigos para viagens,
bolsas e semelhantes,
calçados de couro:
Contagem e Belo Horizonte
Móveis: Ubá, São Geraldo,
Visconde do Rio Branco,
Guidoval, Rodeiro, Tocantins,
Rio Pomba e Piraúba
Eletroeletrônicos:
Santa Rita do Sapucaí, Pouso Alegre e Itajubá
Alimentos: Zona da Mata
Campolina salienta
a necessidade de
repensar o crescimento
econômico para
diversificar a economia
ganhou, outras perderam”,
constata Campolina, embora exista “uma especialização por região”. Segundo ele,
tal especialização precisa ser
reforçada, para se vencerem
alguns desafios: a redução
dos riscos que a economia
estadual apresenta, pois hoje
ainda é muito dependente da
exportação de minério de ferro; a busca por maior igualdade entre as regiões produtivas, com melhor distribuição
de crescimento e renda, para,
inclusive, diversificar a pauta
de exportações. É bom lembrar que, com a indústria
extrativa mineral fortemente atrelada ao cenário internacional, o Estado fica mais
sujeito às crises por causa de
seu perfil industrial.
Mas se retomarmos a questão
da riqueza do solo e do subsolo,
o mapa industrial regional torna-se ainda mais coerente com
a realidade histórica que tem
determinado o desenvolvimento estadual, mas para o qual
se busca a diversificação como
alternativa. Na Região Central
está o Quadrilátero Ferrífero, o
que explica a indústria extrativa
mineral; no Oeste, os não fer11
rosos, entre Três Marias e Paracatu, com ocorrências de alumínio, zinco e ouro; em direção ao
Sul, as chamadas terras-raras,
como o tório e o bário, fundamentais para telas de computadores e celulares, e os radioativos, em grande quantidade. O
pegmatito do Leste, no Vale do
Mucuri, passando por Teófilo
Otoni até Diamantina, com as
pedras preciosas e diamantes.
E, permeando tudo isso, a Bacia
do Rio São Francisco, com o calcário, de onde saem fertilizantes e cal, base para a produção
de cimento.
Para a secretária de Desenvolvimento Econômico de Minas
Gerais, Dorothea Werneck, “o
Brasil mudou muito nos últimos
anos, e Minas Gerais mudou
mais ainda.” A maior prioridade
do governo estadual, aponta ela,
é estimular a expansão das empresas aqui instaladas e atrair
as que têm interesse em vir para
o Estado. “Porém, temos que reforçar o nosso interesse em atrair
empreendimentos que tragam
inovação tecnológica, agreguem
valor aos produtos fabricados no
Estado e gerem empregos qua-
Trabalho e Emprego, esses municípios
apresentavam no setor 11.032 postos de
trabalho formais, representando 5,6%
dos empregos nesse segmento no país.
Nesse quesito, destaca-se também o APL
calçadista de Nova Serrana, com 8.218
empregos formais. Em relação à renda,
o APL de tecnologia da informação (TI) de
Belo Horizonte se sobressai, com massa
salarial de R$ 13,1 milhões por ano. O
setor de software, também na capital,
com 5.174 postos de trabalho, apresentou a média salarial mais alta, de R$
2.538,67 mensais.
O APL de malhas de Jacutinga, na
Região Sul do Estado, incluindo
Monte Sião, Inconfidentes, Borda
da Mata e Ouro Fino, constitui um
exemplo do processo de concentração espacial de uma determinada
atividade produtiva e, por isso, alcançou visibilidade comercial e notoriedade pela excelência. Embora
esses cinco municípios apresentem
população inferior a 100 mil habitantes, a região concentra 85% do
emprego do setor no Estado, o que
significa 16,7% no Brasil. (AD)
VOCAÇÃO
UNIÃO DE INTERESSES
Em toda Minas Gerais, a história da industrialização patina em planos e programas regionais de desenvolvimento,
que ora caminham com surpreendente
velocidade, ora com imensas dificuldades. Foi assim com os conceitos das
cidades-polo, nas décadas de 1970 e
1980; dos clusters, nas décadas de 1990
e 2000; e, atualmente, com os arranjos
produtivos locais (APLs), todos eles movimentos que uniram ou unem gestores
públicos, lideranças empresariais e sociedade. O Estado tem 37 APLs, definidos pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, e vários deles
já conquistaram destaque na economia
estadual e também nacional.
Para o segundo semestre deste ano, segundo o subscretário de Indústria, Comércio e Serviços, Marco Antônio Rodrigues da Cunha, serão desembolsados
US$ 1 milhão, de um total de US$ 10
milhões de recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), para os
APLs, com maior preponderância dos valores em 2013 e finalização dos repasses
em 2014. “Os APLs não são criados, são
reconhecidos e lapidados. É preciso que
sejam adotadas estratégias de sobrevivência como em países escandinavos (Suécia,
Noruega e Dinamarca), onde a governança
funciona: indústrias que têm sinergia para
os momentos difíceis, mesmo quando são
concorrentes”, pontua o subsecretário.
lificados, para que não sejamos
um mero fornecedor de commodities”, salienta a secretária. A
ideia é focar em investimentos
em sintonia com a vocação econômica de cada região.
Esse esforço tem se traduzido em números: em 2011,
foram firmados 162 protocolos de intenção entre empresas privadas e governo, com
a assistência do Instituto de
Desenvolvimento
Integrado
(Indi) em vários setores. Foram
anunciados investimentos de
R$ 28,4 bilhões, com a geração
de 44,1 mil empregos diretos
e 96,1 mil empregos indiretos,
nos mais diversos setores, espalhados por todas as regiões.
Neste ano, apenas até o mês
de maio, foram assinados 71
protocolos, com investimentos
previstos da ordem de R$ 5,7
bilhões, geração de 13,1 mil
empregos diretos e 18 mil indiretos, em todas as regiões.
Planejamento
Mas é preciso fazer mais em
relação ao planejamento, principalmente no que diz respeito ao governo federal, avalia o
subsecretário de Indústria, Comércio e Serviços, Marco Antônio Rodrigues da Cunha. “Não
temos que nos preocupar com
o que a China faz, mas com o
que não sabemos que faz”, assinala. Isso porque, enquanto o
Brasil mal planeja os próximos
dez anos, os chineses já definiram suas estratégias para
os próximos cem anos. Marco
Antônio lembra que na década
de 70, Minas Gerais era produtor de bens primários e que,
mediante políticas públicas,
foram eleitas prioridades nos
pilares da indústria. “E, desde
então, por mais que os serviços
cresçam, o balizador do desenvolvimento econômico ainda
é a industrialização, que terá
predominância no jogo políti-
co, na concepção do produto,
na criação e na ideia nova”.
Tornar-se indústria de replicação para a montagem de produtos ou kits prontos é um
modelo que não interessa, salienta o subsecretário. Por isso,
é importante que se tenha diferencial para micro, pequenas e
médias empresas, uma vez que
elas não têm recursos para a
estratégia das mudanças. “Essas precisam de condições para
crescer no habitat em que atuam”, destaca Cunha. Pensando
nisso é que o Plano Plurianual de Ação Governamental de
2004/2007 foi mantido para
2008/2011, com acréscimos
no programa de consolidação
das cadeias produtivas e de legislações específicas, com a intenção de se adotar o princípio
de governança único dentro do
Estado, ou seja, o conhecimento das condições que garantem
um Estado eficiente.
Rodrigo Lima / Nitro
O setor calçadista de
Nova Serrana é um
dos mais importantes
do Estado e gera 8,2
mil empregos
DescomplicaDo.
o BmG é assim
porque você precisa.
Gente que entende você
Quando alguém precisa de crédito, a última
coisa que precisa é de complicação com a papelada,
demora na liberação do dinheiro e juros altos.
O Banco BMG sabe muito bem disso.
E oferece Crédito Consignado simples, rápido e fácil,
com as melhores taxas, além de cartões com juros
bem melhores que os aplicados no mercado.
O BMG tem mais de 80 anos de experiência e é o
banco de crédito preferido por milhões de clientes,
O maior APL de Minas Gerais, em termos
de geração de empregos, é o moveleiro de
Ubá (Zona da Mata), que inclui Rodeiro,
Visconde do Rio Branco, São Geraldo,
Tocantins, Guidoval e Rio Pomba. Em
2010, segundo dados do Ministério do
12
como você.
BMG.
Quem precisa tem.
Ligue 0800 724 3100 ou
acesse www.bancobmg.com.br
13
TRILHA
TRAÇADA
No campo institucional, Minas Gerais e o país formataram
estrutura de apoio à inovação que, mesmo carecendo de
importantes ajustes, muito contribui para a pesquisa e o
desenvolvimento de tecnologias. A Fapemig é referência nacional
> Marco Antônio Corteleti
Da criação à linha de produção, a ideia percorre um longo
caminho. E, muitas vezes, um
grande projeto de inovação morre no meio do percurso por não
encontrar estímulo ou ambiente
favorável para se desenvolver,
o que inclui fontes de recursos
específicas, processo ágil e desburocratizado para aprovação e
captação de financiamento junto
aos órgãos públicos e privados.
No Brasil, o ambiente para o setor empresarial inovar em produ-
tos e processos já foi bem mais
desfavorável. Até 2004, quando
aprovada a Lei de Inovação (Lei
nº 10.073), o Estado brasileiro não podia transferir recursos
diretamente para as empresas,
apenas para a pesquisa desen-
objetivo, segundo Alves, é utilizar essas plataformas em negócios que alavanquem o potencial natural do Brasil,
como a energia solar e a agricultura, e
ainda em setores com grande potencial
econômico, como os de óleo e gás, automotivo, mineração e aeronáutica.
flexíveis preparados em lâminas de
plástico, que emitem luz quando ligadas a corrente elétrica. Com diversas
aplicações, a Lume será fabricado em
série ainda neste ano, no campus do
Cetec, parceiro da empresa juntamente com o Senai.
Um dos produtos criados pelo CSEM
Brasil são os microssistemas cerâmicos, que podem ser empregados em navegação, aeronáutica e sondas de petróleo. Esse tipo de sensor deve começar
a ser produzido neste semestre. Uma
empresa mineira do setor de óleo e gás
já encomendou o microssistema para
integrá-lo ao seu produto final, que deverá ser comercializado já em 2012.
“Esse tipo de processo é pioneiro no
Brasil e realizado em poucos lugares no
mundo”, revela Alves. “Trata-se de uma
luz de efeito, que pode ser utilizada em
automóveis, arquitetura, aviões e até na
moda. Além disso, pode funcionar como
geradora de energia elétrica para painéis solares”, coplementa. O lançamento oficial da linha Lume ocorreu durante o desfile do estilista Ronaldo Fraga
na 33ª edição da São Paulo Fashion
Week, em junho. Fraga utilizou lâmpadas produzidas com Lume em peças da
sua coleção que homenageou o estado
do Pará. (MAC)
AMPARO
Anual da Utilização dos Incentivos Fiscais, ano-base 2010, divulgado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)
no final do ano passado, mostra
que o número de empresas que
usufruíram dos incentivos fiscais
previstos na Lei do Bem aumentou em 2010 em relação a 2009
– foram 639 empresas regulares,
contra 542 no ano anterior. O aumento de 29,6% foi maior do que
nos anos passados, mas continua
inexpressiva a quantidade de empresas que fazem PD&I recorrendo aos incentivos da Lei do Bem.
LEI DO BEM
startups representam o transbordo dos professores e mestrandos
que, ao desenvolverem suas pesquisas, vislumbram a aplicação
mercadológica dos seus projetos
e criam suas empresas nas incubadoras. “Grande parte dos
recursos que essas microempresas usufruem hoje é oriunda dos
fundos de subvenção econômica
previstos na Lei de Inovação. É
desta forma que o Brasil poderá
vir a criar um ambiente propício
ao fortalecimento das incubadas
e conseguir um consequente dinamismo no desenvolvimento da
tecnologia de fronteira”, destaca o
dirigente da Anpei.
A subvenção econômica também é muito importante porque
reforça as chamadas empresas startups, de pequeno porte,
recém-criadas ou ainda em fase
de constituição, com atividades
ligadas à pesquisa e desenvolvimento de ideias inovadoras. As
Outro instrumento legal importante aprovado na década passada foi a Lei do Bem (Lei nº
11.196/2005), que permite às
empresas deduzirem do Imposto
de Renda os investimentos feitos
em pesquisa, desenvolvimento
& inovação (PD&I). O Relatório
“É importante destacar que em
2010 houve um aumento no
número de empresas que utilizaram os benefícios da lei, um
crescimento ainda tímido frente
ao potencial nacional nos dispêndios de inovação tecnológica
em relação a 2009, segundo
volvida nas universidades e centros específicos. “A subvenção
econômica direta do governo para
as empresas é um direito regulamentado pela Organização Mundial do Comércio que o Brasil
não seguia até oito anos atrás e
que foi o grande motivo pelo qual
países como Coreia do Sul e China deram grandes saltos em seu
desenvolvimento industrial nas
últimas décadas”, afirma Naldo
Dantas, secretário-executivo da
Associação Nacional de Pesquisa
e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei).
RESTRIÇÃO
Resultado de um esforço conjunto entre
o governo estadual, Fapemig, BNDES,
FIR Capital (grupo de gestores em investimento com foco em empresas de
base tecnológica) e o Centro Suíço de
Eletrônica e Microtecnologia (CSEM),
o CSEM Brasil funciona em Belo Horizonte desde 2007 e já recebeu investimentos de R$ 30 milhões. “O CSEM
Brasil é um modelo maduro de transferência tecnológica, que funciona com
aportes da iniciativa privada e do governo”, esclarece o presidente da companhia, Tiago Alves.
A empresa trabalha no desenvolvimento de tecnologias inovadoras e transformação de pesquisas em produtos com
alto valor agregado para a indústria e
o mercado brasileiro. Microssistemas
cerâmicos e eletrônica orgânica impressa são as duas linhas de pesquisa nas
quais o CSEM investe no momento. O
14
A outra plataforma de pesquisa desenvolvida pela CSEM Brasil resultou
em uma linha de produtos denominada Lume – dispositivos luminescentes
Rafael Motta / Nitro
IDEIA LUMINOSA
Tiago Alves e a Lume: luz
de efeito com diversas
aplicações, inclusive para
geração de energia elétrica
15
o relatório do ministério”, destaca
Manuela Soares, sócia-diretora
da Inventta, consultoria especializada em inovação, que atua na
América Latina e integra a holding Instituto Inovação, de Minas
Gerais, associada da Anpei.
De acordo com o informe do
MCTI, o número de empresas
que usa os benefícios da lei representa 14% do total das empresas que realizam atividades
de PD&I no Brasil. “Trata-se
de um benefício restrito a empresas que seguem o regime de
lucro real, o que exclui basicamente todas as pequenas e médias empresas. É o contrário do
que ocorre nas economias mais
desenvolvidas, que incentivam
mais as companhias de menor
porte”, ressalta a consultora.
FOCO NOS PEQUENOS
Mas as empresas menores
também foram estimuladas a
investir em PD&I, com a criação de linhas de crédito específicas, como as lançadas pela
Financiadora de Estudos e
Projetos (Finep) e pelo Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES).
Criado em 2006, o Programa
de Subvenção Econômica à
Inovação, da Finep, contratou
500 empresas até outubro de
2010. Desse total, 60% são
de pequeno porte, com faturamento entre R$ 240 mil e
R$ 16 milhões, segundo dados do relatório Perfil das empresas apoiadas pelo Programa de Subvenção Econômica
2006 a 2009.
Para a analista da Finep Vittoria Cerbino, coordenadora do
relatório, esse resultado está
de acordo com o esperado e
demonstra simplesmente uma
questão de proporcionalidade:
“Há mais pequenas empresas
no país do que grandes. Então, é normal que as envolvidas nessa área sejam em
maior número”.
16
MAIS RECURSOS
O BNDES também tem linha de
financiamento para as empresas
que desejam investir em inovação. Para conseguir o recurso, a
empresa deve apresentar sua estratégia de negócios, abrangendo tanto sua capacitação para
inovar quanto os projetos potencialmente promissores ou incrementais de produto, processo e
marketing. Nos últimos anos,
os desembolsos do BNDES para
inovação têm crescido de forma
significativa. Em 2010, a instituição emprestou R$ 1,37 bilhão
para 271 empresas; em 2011,
a soma foi de R$ 1,63 bilhão,
contemplando 452 empresas. A
expectativa do banco para 2012
é de fechar o ano com R$ 2,27
bilhões em financiamentos para
essa área, com um aumento de
60% em relação a 2010.
Engana-se, contudo, quem
pensa que os obstáculos para
criar um ambiente propício à
inovação sejam prerrogativa
exclusiva do poder público e
seu emaranhado burocrático.
Estudo conduzido pela Fundação Dom Cabral neste ano,
com 149 médias empresas,
revelou que metade delas simplesmente ignora os mecanismos disponíveis de incentivo à
inovação no país.
Mesmo assim os mecanismos
de estímulo à inovação no Brasil
ainda são pioneiros na América
Latina e Caribe. O problema, na
opinião do coordenador da pesquisa, Fabian Salum, é a falta de
cultura da inovação entre as médias empresas brasileiras. “Os
editais da Finep e do BNDES são
vencidos apenas por institutos
tecnológicos e incubadoras, que
vivem desses recursos, e pelas
grandes empresas. As médias
nem passam perto”, afirma.
EMBRAPII
A criação da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação
Industrial (Embrapii) é passo
importante rumo à inovação e
competitividade das grandes
empresas. A nova empresa pública terá como meta auxiliar
companhias nacionais a desenvolver produtos e tecnologias
que aumentem sua competitividade no mercado mundial.
Por enquanto, a execução do
projeto piloto, já em andamen-
to, está sob a responsabilidade
de três instituições: o Instituto
de Pesquisas Tecnológicas (IPT),
de São Paulo; o Instituto Nacional de Tecnologia (INT), do Rio
de Janeiro; e o Centro Integrado
de Manufatura e Tecnologia (Cimatec), da Bahia – que receberão verbas da Embrapii para fazer pesquisas direcionadas aos
interesses da indústria.
NOVOS INSTITUTOS
Com ampla capilaridade na área
de treinamento e educação, o
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) ampliará
a sua capacidade de oferta de
serviços de geração de inovação
com a criação de 23 institutos
de pesquisa e desenvolvimento
em todo o país até 2014. “É uma
iniciativa que muda completamente a função do Senai e que
irá aumentar em mais dez vezes
a sua capacidade em gerar serviços aplicados para a indústria.
Queremos criar zonas de inovação, locais de convergência onde
os institutos trabalhem em sinergia com empresas, universidades, fornecedores e parceiros”,
destaca o gerente de Inovação e
Tecnologia do Senai, Jefferson
de Oliveira Gomes.
São oito áreas estratégicas –
produção, materiais e componentes, engenharia de superfícies,
microeletrônica,
tecnologia da comunicação e
da informação, tecnologia da
construção, energia e defeRafael Motta / Nitro
A criação de leis de incentivo
à inovação e o aumento das
linhas de crédito específicas
para a área fizeram com que os
gastos do Brasil em PD&I aumentassem quase 18% entre
2003 e 2010. Mas ainda falta
um longo caminho para que o
país alcance patamares de investimento similares aos das
nações desenvolvidas. Para se
ter uma ideia, o Brasil investiu
em 2010, nessa área, 1,16%
de seu Produto Interno Bruto,
contra 3,74% da Coreia do Sul,
2,90% dos Estados Unidos e
2,82% da Alemanha.
LENTIDÃO
Para o secretário adjunto de Ciência e Tecnologia de Minas Gerais,
Evaldo Vilela, as leis do Bem e de
Inovação e as linhas de crédito específicas para a área de PD&I são
ótimas iniciativas, mas elas sozinhas não resolvem o problema do
país nessa área. “É preciso criar incentivos para o empreendedor, que
enfrenta dois problemas essenciais:
a falta de recursos, principalmente
para as empresas startups, e a burocracia excessiva”, sentencia.
Fabian Salum, da FDC:
As médias empresas no
Brasil não têm cultura
de inovação
17
sa – e os institutos terão como
meta atender a demanda de
inovação não só de grandes,
como também de médias e pequenas empresas. Em Minas
Gerais, serão três unidades,
sendo uma para materiais metálicos, uma de alta tensão e
outra para desenvolvimento de
superfícies, que será um dos
oito institutos a serem implantados ainda neste ano. Nessa
empreitada, o Senai contará
com o conhecimento e a experiência do Massachusetts Institute of Technology (MIT) e da
Sociedade Fraunhofer. O primeiro dará suporte na elaboração dos projetos de implantação e também na capacitação
de professores e técnicos. Já o
segundo, considerado a maior
organização de pesquisa aplicada da Europa, apoiará o Senai na elaboração dos planos
de negócios para a gestão nacional dos institutos.
A iniciativa faz parte do
Programa Senai de Apoio à
Competitividade da Indústria Brasileira, que conta
com o financiamento de R$
1,5 bilhão do BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e de
mais R$ 400 milhões do Senai. O total de recursos será
usado não só na criação
dos Institutos de Inovação,
mas também de 38 Institutos Senai de Tecnologia, 53
centros de formação profissional e aquisição de 81 unidades móveis para atender
a qualificação profissional
onde ainda não há escolas
do Senai.
POLÍTICA MINEIRA É REFERÊNCIA NACIONAL
O despertar para a importância da
inovação para a competitividade da
indústria brasileira no cenário internacional parece uma tendência irreversível em todo o país e é evidente em
Minas Gerais. “O Brasil e Minas estão
passando por um momento de tomada
de consciência por parte dos políticos,
da sociedade e das empresas de que o
país só vai crescer de forma sustentável se investir em educação, ciência,
tecnologia e inovação, pilares fundamentais do desenvolvimento”, afirma
o presidente da Fundação de Amparo
à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig),
Mário Neto Borges.
A Fapemig se tornou uma das principais agências de fomento do Brasil há
pouco tempo, realidade bem distinta da
de nove anos atrás, quando dispunha
de apenas R$ 24 milhões para serem
aplicados em diversos projetos de pesquisa em todo o Estado. Mas, desde
2006 – quando o então governador Aécio Neves decidiu cumprir o dispositivo
constitucional que determina que 1%
da receita líquida do Estado deve ser
aplicado em ciência e tecnologia –, o cenário mudou radicalmente.
órgão recebeu R$ 311 milhões –, mas
também porque a agência fez seu dever de casa. “Reestruturamos a Fapemig com a criação de novas gerências
para o setor de inovação e propriedade intelectual e simplificamos os processos de concessão de recursos para
tecnologia, pesquisa e inovação”, enfatiza Mário Neto.
Outra iniciativa que favoreceu a política
de inovação do governo do Estado e, por
consequência, a atuação da Fapemig foi
a aprovação da Lei Mineira de Inovação
(Lei nº 17.348), em 2008, que permite a
liberação de recursos diretamente para
as empresas investirem em inovação, e
não apenas para instituições públicas,
como era antes.
CENTRO TECNOLÓGICO
REESTRUTURAÇÃO
No Estado, uma outra frente de apoio à
inovação é o Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec), o mais antigo centro de pesquisa do governo, que este
ano, completou quatro décadas. Um
convênio de cooperação firmado com
a Federação das Indústrias do Estado
de Minas Gerais (Fiemg) em 2011 pretende transformá-lo em um dos mais
avançados do país.
Hoje, a Fapemig é referência nacional.
Não só por causa do aumento substancial do seu orçamento – em 2011, o
No entanto, desde o ano passado, o
acordo vem sendo objeto de audiências públicas na Assembleia Legisla-
18
tiva de Minas Gerais. A Comissão de
Educação, Ciência e Tecnologia da
Assembleia questiona a situação dos
servidores do Cetec.
O presidente do Sistema Fiemg, Olavo
Machado Júnior, enfatiza a necessidade de se aprovar lei que regulamente o
convênio, para que um financiamento
de R$ 180 milhões seja liberado pelo
BNDES. Esses recursos fazem parte de um total de R$ 1,5 bilhão que a
instituição de fomento reservou para
financiar o Programa Senai de Apoio
à Competitividade da Indústria Brasileira. O financiamento do BNDES será
empregado, até 2015, na construção
de nove unidades de inovação e desenvolvimento tecnológico do Senai no
Estado, sendo seis institutos de tecnologia e três de inovação, dois deles no
espaço físico do Cetec.
BIOTECNOLOGIA
CAMINHO
ABERTO
O setor de biociências é um dos mais promissores no Brasil e em Minas Gerais.
Com uma consistente rede de apoio à inovação, ocorrem avanços significativos
na aplicação de pesquisas que abrangem do setor de saúde, com produtos
sintéticos para enxerto ósseo, à agricultura, com as plantas geneticamente
modificadas, que servem à alimentação e à produção de biocombustíveis
Loran Nicolas / Istockphoto
Setor em alta: pesquisa feita
pela Biominas mostra que a
maioria das empresas da área de
biotecnologia investe em inovação
“O convênio irá modernizar o Cetec.
Além de tecnologia de ponta, o centro de
pesquisa terá também toda sua estrutura de operação e de recursos humanos
reformulada”, informa Olavo Machado.
Para a reestruturação do CETEC, foram
contratadas consultorias do Instituto
Fraunhofer, da Alemanha, e do Instituto
Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Os recursos para a consultoria, da ordem de
R$ 2 milhões, virão de um empréstimo
feito também pelo BNDES para o Sistema Fiemg. (MAC)
19
Principais fontes de recurso para as
atividades de P&D nas empresas de biociências
>Carlos Plácido Teixeira
Um dos mercados mais jovens
do sistema produtivo em todo o
mundo, as biociências no Brasil se preparam para entrar na
fase adulta no Brasil, depois de,
nos últimos cinco anos, ter se
estruturado para crescer. “Hoje,
o país tem produção científica,
mecanismos de transferência de
conhecimento e novos pesquisadores com espírito empreendedor”, diz o presidente da Fundação Biominas, Eduardo Emrich.
O cenário mais favorável se complementa com a disposição do
governo de financiar a inovação
e criar formas de interação entre
os artífices do mercado.
Fonte: Biominas
Parceiro corporativo 11%
Investidor
20
31%
Recursos reembolsáveis 19%
69%
O estudo A indústria de biociências nacional – Caminhos para
o crescimento (2011), produzido pela Fundação Biominas,
em parceria com a consultoria
PwC, constata realmente que o
país crealmente construiu uma
base institucional madura, com
a adoção de políticas industriais
que alavancaram o setor – com
programas governamentais de
fomento e mecanismos de aproximação entre as universidades e
as empresas –, voltadas especialmente para as áreas de agricultura e de saúde humana. “Além
disso, há o interesse de grandes
empresas em entrar no mercado”, afirma Emrich.
Feito a cada dois anos, o estudo
da Fundação Biominas mostra
que 62,9% dos empresários têm
como parâmetro de empresa de
sucesso o lema “desenvolver e
comercializar produtos inovadores”. E, o que é melhor, 66%
deles comercializam produtos
desenvolvidos
internamente,
contra 18% que trabalham com
produtos desenvolvidos por terceiros e 8% com out-licensing de
tecnologia. Também 66% citaram a necessidade de inovação
incremental, que reflete pequenas melhorias em produtos ou
linhas de produtos, como prioridade estratégica, e 45% têm
58% Recursos não reembolsáveis
Capital próprio
VANTAGEM MINEIRA
como prioridade alta ou altíssima a inovação disruptiva, aquela que cria novos mercados para
novos consumidores. Os números comprovam a vocação das
empresas, que na maioria (80%)
são, segundo a Associação Brasileira de Biotecnologia (BRBiotec), micro e pequenas; 20% sequer geram receitas, pois estão
em fase de criação de produtos.
No cenário global de biotecnologia,
no qual despontam como líderes
os Estados Unidos, França, Holanda, Noruega e Suíça, o Brasil
também ocupa posição de destaque, com a produção tecnológica
na agricultura (incluindo biocombustíveis) e na área de saúde
humana, onde estão, respectiva-
Empresas de Biociências no Brasil
Fonte: Biominas
Sudeste 74.9%
Sul 14.4%
Minas Gerais (83 empresas)
30.6%
Rio de Janeiro (16 empresas)
5.9%
Eduardo Emrich, presidente
da Biominas: “Hoje o país
tem produção científica e
pesquisadores com espírito
empreendedor”
38%
7%
5.2%
Bruno Magalhães / Nitro
São Paulo (103 empresas)
Paraná (14 empresas)
Rio Grande do Sul (19 empresas)
mente, 26% e 20% das empresas
nacionais biotecnológicas. E é exatamente nessas fatias de mercado
que Minas Gerais caminha com
grandes feitos, começando por ter
o segundo maior número de empresas de biotecnologia do país –
hoje são mais de 80, enquanto em
1990 não passavam de sete. São
Paulo lidera o ranking, com 103;
o Rio Grande do Sul ocupa a terceira posição, com 19 empresas;
e o Rio de Janeiro tem a quarta
colocação, com seis.
O sistema de produção no setor
se articula em torno de três grandes polos: o da Região Metropolitana de Belo Horizonte (com empreendimentos em 14 cidades), o
de Viçosa e o do Triângulo Mineiro
e Alto Paranaíba. Eles estão vinculados ao Projeto Estruturador
Arranjo Produtivo Local de Biotecnologia, o Minas Biotec, que congrega uma ampla estrutura em
rede de apoio a empreendimentos
privados – instituições de ensino e pesquisa (o Estado tem 11
instituições de ensino superior,
o maior número do país, e conta com a Fundação de Amparo à
Pesquisa de Minas Gerais, a Fapemig, uma referência nacional) –
e um significativo aparato de estímulo e de financiamento público.
Entretanto, o secretário adjunto de Ciência, Tecnologia
e Ensino Superior de Minas
Gerais, Evaldo Ferreira Vilela,
reconhece que, mesmo com o
fortalecimento institucional de
apoio à biotecnologia, há ainda muitos desafios para que os
produtos inovadores cheguem
ao mercado. “Há um caminho
longo”, diz ele, admitindo que
entre os problemas estão as
linhas de financiamento, que
não são suficientes.
FINANCIAMENTO
As iniciativas governamentais
ainda não se refletiram na estrutura econômica das empresas e,
consequentemente, em seus resultados, deixando claro que
21
os desafios a serem vencidos são
muitos. A grande maioria das empresas nacionais de biociências
(sendo que mais de 50% desse
grupo são de biotecnologia) fatura anualmente R$ 1 milhão em
média, o que não tira delas a vantagem de terem forte componente
de tecnologia e potencial de inovação.
O estudo da Fundação Biominas
e da PwC apontou o capital próprio das empresas e os mecanismos públicos de investimentos
em inovação como fundamentais
para o setor nacional de biociências. Para a metade das empresas, os recursos públicos não reembolsáveis representam 50% do
montante aplicado em P&D; para
13% delas, esse índice sobe para
100%. As taxas de financiamento de instituições governamentais
são atrativas, mas as empresas
têm dificuldade de acesso por
causa das exigências de garantias. Os índices apurados escancaram a falta de parcerias corporativas e de investidores no setor.
EXPORTAÇÕES DIFERENCIADAS
O perfil das empresas justifica
a necessidade de maior atenção
dos governos, em todos os níveis.
Segundo dados da Minas Biotec,
que refletem o perfil nacional,
39% das empresas de biotecnologia em Minas têm faturamento
anual de até R$ 1 milhão, e apenas 13% superam R$ 5 milhões.
Ainda assim, seus produtos conquistam não apenas o mercado
interno, mas também o externo.
Mesmo com uma participação pequena nas exportações, o Estado
está na liderança quando se trata,
por exemplo, de lentes intraoculares e válvulas cardíacas, vendendo também embriões e sementes
para outros países.
Coordenadora do Centro de Estatísticas e Informações da Fundação João Pinheiro (FJP), Elisa
Maria Pinto da Rocha ressalta
que “é necessário dar visibilidade
a indicadores que são estratégi-
Distribuição das empresas
por segmento de negócios
17%
29%
38%
16%
Saúde animal: saúde, reprodução, alimentação
Agronegócios: plantas, clones, produtos genéticos
Meio ambiente
Saúde humana
Distribuição das empresas
por faturamento
15%
39%
17%
13%
6%
10%
mais de R$ 5 milhões
sem faturamento
não informado
menos de R$ 1 milhão
menos de R$ 5 milhões
cos por sinalizarem novas oportunidades de mercado”. Esses
indicadores estão presentes na
pesquisa Análise do Desempenho
das Exportações de Produtos Intensivos em Informação e Conhecimento (PII&C), feita pela FJP.
Ela aponta, por exemplo, que o
Estado é o maior exportador brasileiro de aparelhos de raio X para
diagnósticos médicos (79,3%) e
detém 97% da exportação nacional de lentes intraoculares, vendidas para a República Tcheca,
Estados Unidos, Colômbia e Irã,
contabilizando 0,02% de participação no comércio exterior e faturamento de US$ 618 mil.
E mais: as empresas de biotecnologia mineiras ou instaladas
no Estado respondem por 62,8%
das vendas brasileiras de próteses arteriais mamárias e de substituição de membros. Utilizadas
em transplantes, as válvulas
cardíacas mecânicas e biológicas
produzidas pela St. Jude Medical Brasil, multinacional norte-americana instalada em Belo
Horizonte, são exportadas para
130 países. A empresa exporta
90% de tudo o que fabrica em
Minas, além de ser líder de fornecimento no Brasil, e investiu R$
25 milhões na expansão de suas
atividades. Em março, a St. Jude
comemorou o tratamento de 2
milhões de pacientes em todo o
mundo com sua tecnologia.
senvolvimento de anticorpos
com uso de nanotecnologia
e a prestação de serviços de
genética humana, animal e
diagnósticos moleculares.
Outra face de sucesso da biotecnologia no país e em Minas
Gerais está no agronegócio. O
Brasil é o segundo maior país
em área de cultivo de sementes
geneticamente modificadas e
detém a expertise no melhoramento de cultivares por métodos moleculares. As principais
pesquisas estão concentradas
no desenvolvimento de variações das sementes de soja, milho e algodão, que têm maior
peso na balança comercial, e
de cana-de-açúcar, a estrela do
biocombustível. São projetos
que envolvem multinacionais,
como a Monsanto e a Syngenta,
em Uberlândia, mas também
muito especialmente a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Empresa de Pesquisa Agropecuária de
Minas Gerais (Epamig).
“A pesquisa pública tem papel determinante na definição dos rumos do processo
de inovação na área”, atesta o engenheiro agrônomo e
doutor em genética e biologia molecular Geraldo Magela Cançado, pesquisador da
Epamig. Com apoio da Fundação Triângulo (instituição
privada), Embrapa e Epamig
lançaram, no primeiro semestre deste ano, a soja de
Minas Nutry Soy, fruto de
melhoramento genético. A
nova variedade é resultante de 11 anos de pesquisas,
por meio do Programa de Melhoramento Genético da Soja
para Alimentação Humana.
“É um produto parecido com
amendoim caramelado, sugerido como petisco”, conta
Ana Cristina Juhász, pesquisadora da Epamig. A Good
Soy, empresa que trabalha
com produtos do segmento, é
a primeira a comercializar
FERTILIZAÇÃO IN VITRO
Com o maior rebanho do país,
não é coincidência o avanço em
Minas Gerais das pesquisas que
beneficiam o setor e reduzem os
custos da produção. A tendência
de maior adoção da inseminação
artificial foi detectada no Estudo de Atratividade do Polo de
Excelência em Genética Bovina
de Uberaba, encomendado pelo
Sebrae MG e órgãos do governo estadual à empresa de consultoria Markestrat. “O Brasil é
referência em termos de técnicas
de reprodução, especialmente
a fertilização in vitro. O domínio
do conhecimento já permitiu ao
país tornar-se o maior produtor
de embriões in vitro, além de registrar resultados positivos na
adoção de técnicas de aprimoramento da transferência de embriões, da FIV e da clonagem”,
diz o estudo. (CPT)
Marcus Desimoni / Nitro
Elisa Rocha, da FJP: “É preciso
dar visibilidade a indicadores
que são estratégicos para
ganhar novos mercados”
menos de R$ 2 milhões
SAFRA INOVADORA
Principais desafios
das empresas
32,7%
52%
34,7%
captar recursos financeiros
explorar novos mercados
ampliar a infraestrutura da empresa
A presidente da Associação
Mineira
de
Biotecnologia
(Ambiotec), Giana Marcellini,
diz estar otimista quanto às
perspectivas do setor, devido
à articulação de iniciativas
com apoio governamental
para ampliação dos investimentos em novos centros
de produção. Segundo ela,
uma nova safra de inovações
está em gestação. As áreas
que geram maior interesse
de pesquisadores e empreendedores são a reconstituição óssea e de tecidos, o de-
Fonte: Biominas
22
23
a nova leguminosa.
Em Viçosa (Zona da Mata),
as áreas de alimentos, agricultura e sustentabilidade
são as geradoras das principais oportunidades para o
sistema produtivo da região.
Diretor da Cluster Consulting, Carlos Tarrasón conta
que, em diagnóstico realizado pela empresa, foi constatado que o mercado demanda melhoramento genético de
frutas, legumes e verduras,
flores, plantas ornamentais e
eucalipto e desenvolvimento
de plantas como biorreatores para nutrição, cosméticos e terapêuticos. Mas é no
setor de ingredientes para
indústrias de alimentos que
ele identifica um dos campos mais promissores, o que
inclui produtos como substituidores de sabores e aromas, açúcares de baixa caloria e moderadores de apetite.
DA ACADEMIA PARA O MERCADO
Agência Nitro
Os produtos da JHS foram
registrados no Ministério da
Saúde para comercialização
em 1999 e 2000, respectivamente. “No início, produzíamos em torno de 300 gramas a cada dois meses. Hoje,
já contamos com produção
de 3,5 quilos da HAP-91 por
mês”, diz Sheyla sobre um
dos itens fabricados pela empresa, lembrando que a conquista do mercado foi lenta.
“Agora, atendemos todo o
Brasil”. Segundo ela, uma das
vantagens do produto sintético é o paciente não ter que
se submeter a outra cirurgia,
para retirada da crista ilíaca
ou de uma costela flutuante,
ou ainda usar osso de animal
ou de cadáver.
Coordenador do APL de Viçosa
e diretor da Agrogenética – laboratório que presta serviços
para indústrias de alimentos e
é um dos sete credenciados no
país pelo Ministério da Agricultura –, Wilton Marota de
Souza confirma a tendência
apontada para a região: “Estamos na etapa da identificação
do potencial da cadeia de alimentação, um dos potenciais
da região, graças ao suporte
e à tradição de pesquisa e desenvolvimento da Universidade Federal de Viçosa (UFV)”.
Sócia da JHS Biomateriais, Sheila
Bicalho aposta na pesquisa para
conquistar mercado; a empresa
possui outros 14 projetos em
desenvolvimento
ETANOL
Com caminho já consolidado
na área de etanol, o Brasil lidera a produção mundial a
partir da cana-de-açúcar e detém a expertise e a tecnologia.
Parte significativa do potencial
nacional se deve ao melhoramento genético da planta.
Segundo Estado maior produtor de cana do país e terceiro
em álcool combustível, Minas
Gerais conta com a UFV para
24
enxertos da JHS são integralmente absorvidos pelo corpo
humano e em dois anos deixam de ser identificáveis”, assegura Sheyla.
Não duvide da vontade da empresária e doutora em Química Sheyla Maria de Castro
Máximo Bicalho. Ela pretende fazer da JHS Biomateriais,
fabricante de enxerto ósseo
para uso médico e odontológico, a maior empresa do ramo
no Brasil. Para tanto, Sheyla
conta com a produção inovadora gerada nos laboratórios
da empresa sediada em Sabará, na Região Metropolitana
de Belo Horizonte, na qual ela
é sócia e pesquisadora.
A JHS Biomateriais é fruto de
uma pesquisa acadêmica desenvolvida na Universidade
Federal de Minas Gerais, onde
Sheyla e seus sócios, a doutora em física Jane Maria Netto
de Magalhães Alves e o mestre
em química Hermeto Barboza
Machado, trabalhavam como
professores do Departamento
de Química. A linha de produção da JHS tem como carro-chefe um elemento sintético
com características do osso
medular e um tipo específico
de colágeno. “Ao contrário dos
produtos de concorrentes, os
A JHS Biomateriais é uma empresa de biotecnologia de pequeno porte, com 24 funcionários, instalada em sede própria,
de 1.500 metros quadrados.
Nas metas da administração
está a expansão, com uma
nova sede. A área atual será
transformada em um centro de
pesquisa de novos materiais e
desenvolvimento de produtos
inovadores. “Uma das inovações é uma pasta com propriedades de regeneração de nervos
lesionados durante um procedimento cirúrgico ou acidentalmente”, anuncia Sheyla.
A empresa possui outros 14
projetos de biomateriais em
fase de desenvolvimento, incluindo produtos para pacientes que tenham sofrido traumas na cabeça e na mandíbula
e que necessitam de substituição de partes ósseas. (CPT)
criar raízes no setor. A instituição é uma das 11 federais
de ensino integrantes da Rede
Interuniversitária para Desenvolvimento do Setor Sucroalcooleiro (Ridesa), formada em
parceria com usinas de álcool
e açúcar.
A Ridesa desenvolveu 43 das
variedades de cana-de-açúcar
cultivadas no Brasil, 60% do
total. Estima-se que o trabalho realizado tenha proporcionado um aumento da produtividade da planta superior a
30%. A rede tem convênio com
mais de 30 indústrias sucroalcooleiras no Estado, onde produziu a espécie RB 867515,
usada em mais de 20% da
área cultivada no país. “Utilizamos o conhecimento teórico
e a formação de recursos humanos para fabricar uma inovação tecnológica que atenderá o mercado produtor de
cana e seus beneficiados. Está
aí o diferencial do grupo”, assinala um dos coordenadores
da Ridesa, o professor Márcio
Barbosa, do Departamento de
Fitotecnia da UFV.
Enquanto isso, instituições
como a Universidade Federal
de Lavras (Ufla) – que há dez
anos desenvolve pesquisas na
cadeia produtiva do biodiesel – e a unidade de Montes
Claros da Epamig trabalham
no aproveitamento de matérias-primas agrícolas, como
o girassol e a macaúba, para
fabricação de combustível.
“Estamos conseguindo aproveitar matérias-primas que
não tinham valor e que geravam passivos ambientais,
como óleos e gorduras residuais, na produção de biodiesel.
Num futuro próximo, incorporaremos ao biodiesel resíduos
de baixa qualidade, incluindo
até esgotos”, salienta o professor titular do Departamento
de Engenharia da Ufla Pedro
Castro Neto, doutor em energia da agricultura.
25
NOBRE
Bruno Vilela / Nitro
PONTO
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
A região do Aeroporto Internacional
Tancredo Neves será transformada
em um corredor multimodal de alta
tecnologia
Um dos setores mais avançados no Estado, a tecnologia
da informação sinaliza com expansão em direção ao
Vetor Norte da capital mineira, seguindo os passos da
Região Sul. Empresas importantes ajudam a consolidar
um mercado pujante em inovação e podem alterar o perfil
industrial da Região Metropolitana de Belo Horizonte
> Marco Antônio Corteleti
Desde a década passada, o governo mineiro tenta diminuir a
dependência do Estado em relação às commodities, atraindo
empresas de base tecnológica
e centros de pesquisas, com o
objetivo de transformar a economia ainda baseada em bens
primários em uma calcada na
produção de conhecimento e
de inovação. Uma das principais iniciativas nesse sentido
é o programa de desenvolvimento do Vetor Norte da Região Metropolitana de Belo Horizonte, que pretende fazer da
localidade, onde está o Aeroporto Internacional Tancredo
Neves, um corredor multimodal de alta tecnologia.
“O objetivo do governo é dotar
essa região de infraestrutura capaz de abrigar indústrias-foco,
fomentar a pesquisa, ligar centros de produção a centros de
demanda e aproveitar as vantagens oferecidas pelo aeroporto”,
explica o subsecretário de Investimentos Estratégicos da Secretaria de Estado de Desenvolvi26
mento Econômico, Luiz Antônio
Athayde. O projeto possui como
pilares industriais os setores de
componentes eletrônicos, tecnologia da informação, turismo
médico, turismo de lazer e defesa & aeroespacial.
TABLETS E SEMICONDUTORES
As áreas com maior projeção
no momento são as de tecnologia da informação e comunicações, que poderão formar
um polo de microeletrônica
nesse corredor multimodal.
Uma das grandes vedetes desse polo deverá ser uma unidade da gigante taiwanesa
Foxconn, empresa responsável pela produção do tablet
iPad, da Apple. Aqui ela deverá fabricar componentes
para o aparelho. E esse “aqui”
pode significar a pequena Funilândia, com apenas 5 mil
habitantes. Situado a 74 quilômetros de Belo Horizonte, o
município é um dos mais cotados para abrigar a Foxconn.
A confirmação da vinda da
27
Joao Marcos Rosa / Nitro
Joao Marcos Rosa / Nitro
Outro equipamento produzido pela MXT que promete
sucesso é um servidor para
gerenciamento de imagens
– o G100 –, dispositivo para
automação residencial, controlando imagens de domicílios ou de veículos, em uma
série de conectividades sem
fio. Com o G100, a empresa
aposta que será possível reduzir o custo da automação
residencial em até 80%, tornando esse tipo de serviço
acessível à classe média.
empresa deverá ser anunciada
ainda neste semestre e conta com o empenho pessoal do
ministro do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior,
Fernando Pimentel, para que
o empreendimento, estimado
em U$ 2,5 bilhões, fique mesmo em Minas Gerais. Segundo
informou o ministério, faltam
detalhes no que diz respeito à
composição acionária da empresa para que o projeto possa
ser oficialmente divulgado.
Já definido, outro importante
empreendimento do polo de microeletrônica é uma fábrica de
semicondutores. A SIX Automação terá como sócios majoritários o empresário Eike Batista
e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES). Ela será construída
em uma área de 160 mil metros quadrados, no município
de Ribeirão das Neves. O projeto receberá aportes de US$ 580
milhões. As obras foram iniciadas em julho, com previsão de
término em dois anos.
DATA CENTER
Outra empresa de tecnologia
da informação com destaque
no mercado mineiro e nacional é a Ativas, criada em 2008
pelo grupo mineiro Asamar,
que atua em diversas áreas,
como distribuição de combustíveis, incorporação e construção imobiliária e serviços
financeiros, entre outros. Para
se diferenciar dos data centers
oferecidos no mercado, a Ativas teve que buscar a principal certificação no mundo, a
Tier 3, tornando-se a primeira
empresa da América do Sul a
conseguí-la, no ano passado.
ESTRATÉGICOS
A SIX Automação irá gerar de
250 a 300 empregos diretos e
produzirá waffers – pastilhas de
silício (material semicondutor)
para serem utilizadas em bens
de capital e de consumo. Além
de Eike Batista e do BNDES, os
demais sócios da unidade da
SIX em Minas serão a multinacional IBM, o governo de Minas
– por meio do BDMGPar, braço
recém-criado do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais
(BDMG) para participação direta em projetos estratégicos –, a
empresa de engenharia Matec,
de São Paulo, e o empresário
alemão Wolfgang Sauer, idealizador do projeto.
Para o presidente da Associação Brasileira das Empresas
de Tecnologia da Informação
de Minas Gerais (Assespro-MG), Ian Campos Martins,
28
Luiz Antônio Athayde: “O governo
planeja o Vetor Norte para
abrigar empresas com foco em
inovação, atraindo empresas
nacionais e multinacionais”
embora a criação do corredor
multimodal de alta tecnologia ainda seja incipiente, as
perspectivas são bem positivas. “A possível vinda da
Foxconn e o investimento da
SIX no Estado contribuiriam
para criar uma forte cadeia
produtiva para o setor, já
que a produção de tablets e
semicondutores exige muitos
softwares embarcados, isso
é, que vão dentro dos equipamentos”, avalia.
Alexandre Siffert, presidente
da Ativas: “Com tecnologia de
ponta, que inclui certificação
rara, empresa conquistou o
mercado com grandes clientes”
REFERÊNCIA
Na expectativa de consolidação do polo de microeletrônica, determinados empreendimentos privados já mostram
que é possível inovar em Minas Gerais. É o caso de duas
empresas, que se tornaram
referência nacional e internacional: a MXT Industrial e a
Ativas. A primeira é pioneira
na fabricação do tablet industrial no Brasil, enquanto
a segunda oferece aos seus
clientes o mais moderno data
center da América Latina.
Com apenas seis anos de mercado, a MXT Industrial – pertencente ao grupo Maxtrack, líder
no segmento de rastreamento
de veículos – criou em 2010 um
tablet denominado i-MXT, terminal utilizado no setor industrial
ou de serviços em cujas operações se exige um equipamento
robusto. O presidente da MXT,
Etienne Guerra, conta que o
i-MXT tem vários diferenciais
em relação ao tablet doméstico,
como o iPad e o Samsung Galaxy Tab: proteção contra pico de
tensão, vibração e queda, além
de conectividades como ethernet, HDMI, porta serial, modem
3G, bluetooth, wi-fi e zigbee. Por
ser multifuncional, é possível conectar grande variedade de dispositivos nas portas USB, como
impressora, leitor de código de
barras e bafômetro, entre outros.
“Possuir a Tier 3 significa que
dispomos de um data center
com altíssima confiabilidade,
de 99,98%”, esclarece o presidente da empresa, Alexandre Siffert, acrescentando:
“Entre os diferenciais que
o data center da Ativas tem
estão dois ramais de energia
próprios de duas subestações diferentes, coisa raríssima para este tipo de operação”. Com apenas um ano
e meio de operação, a Ativas
conquistou clientes como a
Localiza, MRV Engenharia,
Light Energia e América Latina Logística. O projeto da
Ativas chamou a atenção da
Cemig, que aceitou o convite
da Asamar para integrar seu
capital, com a aquisição de
49% de participação.
29
NANOTECNOLOGIA
TRADIÇÃO COMO ALIADA DA ELETRÔNICA
Se o polo de eletrônica no Vetor Norte de
Belo Horizonte começa a sair do papel, o
de Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas, já é uma realidade há várias décadas. Com 143 empresas, o polo emprega
11.300 pessoas e fabrica cerca de 12 mil
produtos, muitos deles exportados para
os cinco continentes. O faturamento
anual foi de R$ 1,7 bilhão em 2011.
Apesar do êxito, o presidente do Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos,
Eletrônicos e Similares do Vale da Eletrônica (Sindvel), Roberto Souza Pinto,
considera que há muitos desafios para
o setor, principalmente no que diz respeito à concorrência dos produtos chineses. “O desafio é continuar investindo
diariamente em inovação tecnológica,
lançando novos produtos no mercado
e atendendo diretamente a demanda.
Temos os melhores desenvolvedores de
sofwares do país, e isso praticamente
impossibilita que nossos produtos possam ser copiados”, esclarece.
Entre os milhares de itens do Vale da
Eletrônica, os aparelhos de transmissão
de TV digital são considerados os melhores do mundo. “O próximo desafio do
polo será desenvolver tecnologia para o
rádio digital, cujas discussões sobre legislação e padrão serão iniciadas pelo
Ministério das Telecomunicações ainda
este ano”, informa Souza Pinto. Empresários de Santa Rita do Sapucaí já fazem
parte do comitê de discussão do tema
montado pelo governo federal.
ESCOLA TÉCNICA
Considerado referência nacional, o polo
começou a ser gestado na década de
1950, quando Luzia Rennó Moreira, sobrinha do ex-ministro Delfim Moreira,
lançou o projeto de uma escola técnica
de eletrônica, a primeira do gênero na
América Latina. A escola, inaugurada
em 1959, atraiu jovens interessados em
se preparar tecnicamente para as oportunidades do mercado daquela época.
“Ela foi muito bem montada, com ótima
infraestrutura e corpo docente de qualidade. Isso projetou a cidade como centro
de formação técnica para área de ele-
30
trônica”, lembra o professor Ely Kallas,
decano do Instituto Nacional de Telecomunicações, o Inatel.
A instituição de ensino superior foi
criada em 1965, em decorrência do
sucesso da escola técnica, iniciando as
atividades com os cursos de engenharia operacional e de telecomunicações.
“Os profissionais formados no Inatel no
final dos anos 1960 foram responsáveis
pela modernização de boa parte do sistema de telefonia brasileiro da época”,
conta o professor.
Com a crise do petróleo desencadeada a
partir de 1973 e a recessão da economia
brasileira, profissionais e professores
formados em Santa Rita começaram a
montar as primeiras empresas. O de-
A década seguinte foi marcada pelo surgimento das primeiras incubadoras de
empresas na região de Santa Rita, e nos
anos 1990 o Vale da Eletrônica estava
consolidado. Em todo esse tempo, a
parceria e o apoio do Inatel foram fundamentais, sobretudo nos projetos de
pesquisa e inovação e formação de mão
de obra. “Hoje nós temos uma estrutura acadêmica muito forte, com quatro
ramos de engenharia (controle e automação, biomédica, telecomunicações e
computação) e a escola técnica”, informa
Ely Kallas. (MAC)
Sanzio Mello / Arquivo Sindvel
O polo de Santa Rita do
Sapucaí tem 143 empresas
e fabrica 12 mil produtos. Os
aparelhos de transmissão de
TV digital são considerados
os melhores do mundo
MUNDO
semprego latente motivou o apoio do
poder público municipal, com intermediação de financiamentos do BDMG e
isenção de impostos para instalação de
empresas de base tecnológica.
NANO
A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
é reconhecida
nacionalmente pelos projetos e pesquisas em nanotecnologia, área que tem
diversas aplicações. Professor da instituição recebeu prêmio internacional
pelos estudos sobre as possibilidades de uso dos nanotubos de carbono
> Lucas Alvarenga
Controlar a matéria na escala bilionésima do metro.
É esse o objetivo da nanotecnologia, área de pesquisa
com atuação em processos
moleculares, ópticos, magnéticos e elétricos. Desde a
década passada, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) é centro de excelência reconhecido em todo
o país por projetos nesse âmbito, dois deles com patentes
depositadas: a vacina contra
a leishmaniose e o cimento
nanoestruturado, um concreto mecanicamente mais
resistente e mais estável aos
ataques químicos e microbiológicos. Os produtos estão
em fase de desenvolvimento
com empresas parceiras.
Com pós-doutorado em física
no Massachusets Institute of
Technology (MIT), nos Estados Unidos, o diretor da Coordenadoria de Transferência
e Inovação Tecnológica (CTIT),
Ado Jório de Vasconcelos, foi
premiado em abril pelo Centro
Internacional Abdus Salam de
Física Teórica, em Trieste, na
Itália. O prêmio é dado a cientistas com menos de 40 anos
por contribuições originais em
física e matemática. O mineiro dedicou os últimos 12 anos
a pesquisas sobre a aplicação da espectroscopia Raman
(técnica conhecida há 90 anos
que analisa as frequências da
luz que incide em uma substância e a luz reemitida por
ela) na identificação de propriedades dos nanotubos de
carbono, um dos focos das
pesquisas na UFMG.
Com seu trabalho, Ado Jório
ampliou as possibilidades de
uso dos nanotubos de carbano, que são estruturas cilíndricas formadas por átomos
de carbono, cujo diâmetro é de
um a três nanômetros (nm) e
o comprimento é de 1.000 nm
(100 mil vezes mais fino do
que um fio de cabelo). Os nanotubos de carbono têm enorme importância para a nanociência e interessam às mais
diversas áreas, da biologia à
engenharia, passando pela
medicina e ciências dos materiais. Eles têm propriedades
físicas e químicas especiais,
como resistência mecânica 20
vezes maior do que a do aço,
garantindo também flexibilidade, elasticidade e transporte de calor e eletricidade.
Atualmente, a Universidade
de São Paulo (USP) domina
as pesquisas em nanociência
e nanotecnologia, muito embora haja diversos trabalhos
por todo o país. Esses estudos
abrangem desde as nanoestruturas modificadas para a área
de cosméticos, passando pela
tribologia, focada na melhoria
de propriedades térmicas e lubrificantes de óleos, até o desenvolvimento de LEDs orgânicos, mais baratos e eficientes.
A fim de incentivar essas e
outras iniciativas, o governo
federal implantou o Sistema
Nacional de Laboratórios em
Nanotecnologias
(SisNano),
projeto que otimizará a infraestrutura de 16 institutos
nacionais de ciência e tecnologia (INCTs) especializados
no setor, além de mobilizar
empresas instaladas no Brasil
e apoiar suas atividades. As
primeiras propostas de instituições interessadas em compor o SisNano serão analisadas ainda neste ano. A ideia
está vinculada a outro projeto
federal, o Plano Brasil Maior,
cujo intuito é elevar o peso da
atividade industrial no Produto Interno Bruto.
31
DISSEMINANDO A
CULTURA DA INOVAÇÃO
A inovação e o desenvolvimento
tecnológico são fatores que influenciam decisivamente a performance empresarial e a posição
relativa das economias nacionais, definindo suas condições de
inserção em mercados cada vez
mais competitivos e globalizados.
Isso torna a cultura da inovação
eixo de construção de vantagens
concorrenciais e de sustentação
do desenvolvimento.
A experiência internacional tem
demonstrado a importância da
ação do Estado na promoção da
inovação tecnológica. No Brasil, a
exploração de petróleo em águas
profundas, avanços em tecnologias agropecuárias e a fabricação
de aeronaves modernas e competitivas são exemplos exitosos de
intervenções públicas na geração
de tecnologias inovadoras. Paralelamente, o Estado brasileiro
tem atuado em favor da criação
de um ambiente regulatório e institucional que potencializa a interação entre empresas, universidades e órgãos públicos, além
de prover condições de suporte
financeiro a iniciativas científicas
e tecnológicas de relevo.
Mauro Borges Lemos
Presidente da ABDI / Professor UFMG
Presidente da Agência Brasileira de
Desenvolvimento Industrial (ABDI)
e professor titular da Universidade
Federal de Minas Gerais
32
Do ponto de vista regulatório, a
definição de incentivos ao setor
de informática (Lei de (ou da?) Informática), o estabelecimento de
condições favoráveis à pesquisa
& desenvolvimento – P&D produtivo (isso mesmo?) (Lei da Inovação), a concessão de incentivos
à ampliação dos gastos privados
em inovação (Lei do Bem) e a definição de receitas vinculadas da
União para fomentar esse tipo de
atividade (fundos setoriais) são
marcos particularmente importantes. No período mais recente,
agregam-se também esforços de
promoção da inovação por meio
do poder de compra do Estado,
a regulamentação da permissão
de cláusulas de risco para encomendas tecnológicas, a modernização e ampliação do escopo de
atuação do Inmetro em tecnologia industrial e o aperfeiçoamento de regimes especiais, como o
Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores (Padis) e
o Regime Especial de Tributação
do Programa Nacional de Banda
Larga para Implantação de Redes de Telecomunicações (REPNBL-Redes).
Em termos institucionais, a
criação de fóruns setoriais com
o propósito de ampliar as condições competitivas de cadeias
produtivas selecionadas constitui um modelo de formulação
e implementação de política industrial que aproxima empresas
e órgão públicos. Na estrutura
do Plano Brasil Maior, por exemplo, incluem-se 19 Conselhos
de Competitividade, que trabalham ativamente na proposição
e implementação de agendas de
trabalho. No plano financeiro,
destaca-se o aumento dos desembolsos do BNDES para inovação de R$ 563 milhões, em
2009, para R$ 2,6 bilhões, em
2011, incluindo repasse de R$ 1
bilhão para ampliar a carteira Finep, de modo a fortalecer a atuação de uma instituição destinada
a apoiar todas as dimensões do
ciclo de desenvolvimento científico e tecnológico.
No âmbito desse conjunto de
ações, merecem destaque os esforços para envolver o setor privado. A relevância da participação de empresas em pesquisas
e investimentos voltados para o
desenvolvimento de produtos e
processos inovadores coloca as
políticas públicas de indução da
inovação empresarial em posição
de destaque. O grande desafio é
promover maiores avanços nos
níveis de investimento empresarial em inovação, de modo a obter ganhos de produtividade que
sustentem uma mudança da posição relativa do Brasil na divisão
internacional do trabalho.
Embora os dispêndios empresariais em P&D no país ainda sejam baixos, limitando-se
a 0,55% do PIB, constata-se,
em termos absolutos, um aumento expressivo desses gastos, que cresceram, em termos
nominais, 3,4 vezes durante a
década de 2000. Em 2010, os
gastos empresariais em P&D alcançaram R$ 20,7 bilhões, que,
somados aos gastos públicos,
totalizaram R$ 43,7 bilhões. O
Plano Brasil Maior, em sintonia com a Política Nacional de
Ciência, Tecnologia e Inovação,
estabelece uma meta de 0,9%
do PIB para o dispêndio empresarial em P&D em 2014.
Apesar dessa trajetória e do conjunto de esforços recentes, ainda
não foi possível alcançar o patamar de investimentos desejado.
Entretanto, não se podem ignorar
os momentos de crise e instabilidade que marcaram a economia
brasileira nas últimas décadas do
século XX. Essa situação, naturalmente, não apenas restringiu
investimentos governamentais e
esforços de políticas de indução
da inovação como também inibiu
os esforços tecnológicos do setor
produtivo. É preciso considerar,
portanto, que apenas no curso
da última década, diante de um
ambiente mais favorável ao investimento e à inovação, foi possível estruturar um aparato de
apoio à P&D adequado à realidade brasileira.
No curso desse processo, observa-se crescente percepção do
setor privado em relação ao caráter estratégico das atividades
inovadoras e sua importância
para aproveitar oportunidades
de inserção competitiva de longo prazo no mercado mundial.
Há diversos movimentos nessa
direção, a exemplo da Mobilização Empresarial pela Inovação
(MEI), que visa organizar o apoio
privado aos esforços nacionais
de inovação. Observam-se, também, crescentes esforços públicos dirigidos para a educação e
a qualificação profissional, além
de sucessivas medidas voltadas
para a melhoria do marco legal
da inovação.
O governo federal continua apostando na inovação como mecanismo de suporte ao desenvolvimento. No âmbito do Plano Brasil
Maior, construiu uma estratégia
de apoio ao setor produtivo que
privilegia esforços tecnológicos e
inclui mecanismos de indução
do gasto empresarial em P&D.
Por meio da Sondagem de Inovação da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI),
tem acompanhado de perto a
trajetória dos esforços de um
núcleo de empresas que inova e
apresenta capacidade de gerar
conhecimento e difundir capacitações tecnológicas por todo o
setor industrial. Essas empresas,
em sua maioria de grande porte,
possuem alta eficiência produtiva e diferenciam seus produtos,
posicionando-se como âncoras
de diversas cadeias produtivas e
disseminando comportamentos
inovadores. Nesse sentido, aliam-se ao conjunto de políticas públicas de apoio ao desenvolvimento
de competências tecnológicas
para fortalecer e consolidar a cultura de inovação no Brasil.
33
AERONÁUTICA
VOO ALTO
Está no céu uma das vias de desenvolvimento mais promissoras
para Minas Gerais: governo e indústria aeronáutica se unem
para transformar o Estado em referência no setor, o que não é
um desafio pequeno, mas possível diante do que já se vislumbra
>Lucas Alvarenga
Um complexo aeronáutico está
se formando em Minas Gerais a
partir de investimentos públicos
(federal e estadual) e privados
rumo à consolidação de uma
determinação do Plano Mineiro
de Desenvolvimento Integrado
2007-2023. O projeto está associado à criação de polos aeronáuticos na Região Metropolitana de
Belo Horizonte, no Sul do Estado,
no Triângulo Mineiro e na Zona
da Mata, cujos investimentos até
o momento somam, segundo o
governo, mais de R$ 1,5 bilhão.
A concepção do complexo aeronáutico no Estado contou com o
intercâmbio entre servidores mineiros e especialistas de Cingapura (Sudeste asiático), exemplo
bem-sucedido de aerotrópole, assim como Dubai, Frankfurt e Miami. Além dos investimentos pesados, o projeto se apoia numa rede
de qualificação profissional, amparada pelas instituições de ensino que possuem cursos na área e
pelas que promovem a pesquisa.
FORA DE SÃO PAULO
A determinação de criar um
complexo aeronáutico no Estado foi fundamental para que o
vice-presidente de Engenharia
e Tecnologia da Embraer, Mauro Kern Júnior, firmasse com o
34
governo mineiro o compromisso de instalar um escritório de
engenharia e desenvolvimento
aeronáutico em Minas Gerais, o
primeiro da empresa fora de São
Paulo. O escritório privilegiará a
contratação de mão de obra local, cerca de 100 profissionais,
que se dedicarão ao desenvolvimento de projetos, produtos
e serviços para os setores aeronáutico, de defesa e segurança,
atuando como braço da Embraer de São José dos Campos (SP).
“Um dos aspectos que nos influenciaram foi o fato de o Plano Mineiro de Investimentos prever um
novo polo aeroespacial na Região
Metropolitana de Belo Horizonte,
com a construção do Centro de
Capacitação e Tecnologia Aeroespacial”, esclarece o executivo da
Embraer. Já instalado provisoriamente no Parque Tecnológico BH-Tec, na capital mineira, o escritório da Embraer deverá se mudar
para o CCTA, uma das principais
estruturas que compõem o complexo aeronáutico no Estado. O
CCTA ganhará, em 2013, sede
em Lagoa Santa, onde haverá
completa infraestrutura para atividades do setor, dispondo de diversos laboratórios, destinados a
empresas e instituições de ensino, assim como espaços próprios
para cursos profissionalizantes e
de capacitação.
A afinidade da Embraer com o
Estado vem de muito tempo. Cerca de 40% do quadro de funcionários da empresa é formado na
Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG), onde os estudos
aeronáuticos eram uma especialidade do curso de engenharia
mecânica, até ganharem vida
própria com o curso de graduação em engenharia aeroespacial.
A instituição conta com um laboratório de protótipos de aeronaves e outro de aerodinâmica, que
apoia pesquisas em ensaios de
voo, especialmente de calibração
de sensores.
A Universidade Federal de Itajubá (Unifei), no Sul de Minas,
trabalhará junto à Embraer. Em
março passado a instituição firmou convênio com a Embraer e
outras empresas do setor aeronáutico para promover um curso
de especialização, com duração
de dois anos, em manutenção de
aeronaves na região de São José
dos Campos, com o objetivo de
aprimorar a qualificação de engenheiros, tecnólogos e bacharéis.
HELICÓPTERO BRASILEIRO
É também em Itajubá que a Helibras prepara o primeiro helicóptero 100% brasileiro, resul-
Após a transferência de tecnologia da
Eurocopter para a Helibras, EC-725 será
o primeiro helicóptero 100% brasileiro,
atendendo as Forças Armadas do país e
potenciais clientes latino-americanos
Arquivo Eurocopter
35
Roosevelt Cassio / Arquivo Embraer
tado de um acordo de R$ 1,8
bilhão firmado em 2008 com o
Ministério da Defesa para que
a empresa negociasse 50 helicópteros para as Forças Armadas com ao menos 50% de conteúdo nacional até 2020. “Em
atendimento à Política Nacional
de Defesa, a Helibras e a Eurocopter (fabricante europeia de
helicópteros civis) identificaram
que a fabricação dessas aeronaves, por meio de um ambicioso
programa de transferência tecnológica, permitiria alcançar
objetivos internos, além de prover o país com equipamento de
ponta e customizado”, detalha o
presidente da Helibras, Eduardo Marson Ferreira.
A fabricação da caixa de transmissão do modelo militar EC-725
representa um passo fundamental para a indústria mineira e nacional, na avaliação de Marson
Ferreira. Afinal, o domínio da tecnologia abre possibilidade para
a certificação da oficina de componentes dinâmicos da Helibras,
instalada em Itajubá. Antes, os
processos eram feitos apenas na
França. Uma vez transferida para
o Brasil, essa e demais tecnologias poderão ser utilizadas em
outros projetos por engenheiros
e mecânicos aeronáuticos – muitos deles recém-contratados – e
pelos 14 fornecedores nacionais
dos novos helicópteros, com destaque para companhias mineiras
da área da metalurgia e logística.
AMPLIAÇÃO
A expectativa é fornecer os
modelos militares para a
América Latina e a versão civil do helicóptero (EC-225)
para clientes nacionais e internacionais do segmento de
gás e óleo. “A Helibras está
investindo R$ 420 milhões na
ampliação das instalações,
em treinamentos, transferência de tecnologia, compra de
ferramentais, simulador de
voo e contratação de pesso36
Mauro Kern, da Embraer:
escritório da empresa
instalado no Estado vai
privilegiar a contratação
de mão de obra local
Daniel Marins Carneiro.
Ele aposta no Polo Aeroespacial de Tupaciguara para
colocar em prática um projeto com o qual sonha há 20
anos, a fabricação do AX-2
Tupã, aeronave executiva de
seis lugares, cujas características sugerem reduzido custo
de produção e ganhos tecnológicos em relação aos concorrentes, como baixo nível
de ruído e de emissão de poluente. O projeto recebe diferentes financiamentos, inclusive da Fundação de Amparo
à Pesquisa de Minas Gerais
(Fapemig), que reservou R$
7,2 milhões para a confecção
da maquete em tamanho real
da aeronave, cujo protótipo
é aguardado para o final de
2013 e o início de produção
para 2014.
O presidente da Axis assegura a viabilidade comercial do
AX-2 Tupã e projeta a venda de 81 mil unidades em 20
anos. A unidade da empresa
aérea é um item do que deverá
se tornar o Centro Aeroespacial Axis, que prevê uma série
de outras atividades voltadas
para pesquisa e formação de
mão de obra. Na área, projeta-se a construção de um túnel
hipersônico, usado, por exemplo, para experimentos em alta
velocidade. A fábrica e o centro
de inovação se instalarão em
Tupaciguara com investimentos em torno de R$ 28,5 milhões. Os recursos virão do Ministério da Educação, que, ao
todo, aplicará R$ 50,5 milhões
nos projetos que envolvem o
complexo aeronáutico mineiro.
A obra comunga com a ideia
de valorizar estudos sobre
propulsão a laser e hipersônica. Dentro desse projeto estão
incluídos R$ 11 milhões que
serão repassados pela União
à UFU para construção de laboratórios aeronáuticos. “Talvez possamos implantar alguns cursos em Tupaciguara
nos próximos anos”, reforça
o pró-reitor da UFU, Walder
Steffens Júnior. Tupacigua-
ra receberá também recursos
federais do Programa Brasil
Profissionalizado, que somam
R$ 7,5 milhões.
AEROTRÓPOLE
O Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, próximo de Lagoa Santa (RMBH), é
fundamental na consolidação do
complexo aeronáutico planejado
pela administração pública. Nele
já estão instalados os centros de
manutenção da Gol e da Trip Linhas Aéreas, e o governo negocia
a chegada da TAM. Na concepção do projeto, Confins deve se
transformar numa cidade-aeroporto (aerotrópole). Também o
Aeroporto Regional Presidente
Itamar Franco, em Goianá, na
Zona da Mata, será integrado ao complexo. Subu tilizado
atualmente, ele se incorporaria
como área para operações aeronáuticas, de apoio logístico e de
serviços de manutenção, atendendo, inclusive, projetos ligados à exploração do pré-sal, no
litoral fluminense.
Negócios "em alta"
Reflexo dos investimentos no complexo aeronáutico mineiro: aviação estadual ganha espaço na
comercialização de produtos intensivos em informação e conhecimento (PII&C) para o exterior
Exportação de PII&C no Brasil
Exportação de PII&C em Minas
al”, esmiúça Marson Ferreira.
Instalada desde 1980 em Itajubá, a empresa se tornou
parceira da Unifei e do governo estadual na construção
do Polo Tecnológico de Asas
Rotativas, que incentivará o
desenvolvimento de partes,
peças, serviços e softwares,
além de estudos voltados à
aeronáutica. Orçado em R$
200 milhões, o polo será financiado com recursos da
Financiadora de Estudos e
Projetos (Finep) e do Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES).
Cerca de R$ 6 milhões serão
investidos no projeto, que
ainda será desenvolvido com
recursos da Fapemig.
FÁBRICA DE AVIÃO
A empresa de tecnologia Axis
Aeroespacial, fundada em
2009, é no momento o carro-chefe do Polo Aeroespacial
de Tupaciguara, situado a
70 quilômetros de Uberlândia, no Triângulo Mineiro.
A proximidade com a mão
de obra formada no curso
de engenharia aeronáutica
da Universidade Federal de
Uberlândia (UFU) e o apoio
da prefeitura pesaram na
decisão da empresa de se
instalar na região, afirma o
engenheiro aeronáutico, fundador e presidente da Axis,
↑ Alta de 120,5% (de jan/dez. 2010 em
relação ao mesmo período em 2011)
Resultado dos investimentos de MG
no complexo aeronáutico
↓ Queda de 0,6% (de jan/dez. 2010 em
relação ao mesmo período em 2011)
Sinal da retração econômica mundial
Total exportado: US$ 247 mi FOB em 2011
Total exportado: US$ 4.340 bilhões
FOB em 2011
Participação no grupo PII&C: 0,01%
Participação no grupo PII&C: 7,5%
* FOB: exportação ou venda de mercadoria, que
inclui o preço de transporte inicial até o embarque
no navio ou transportadora.
Fontes: Fundação João Pinheiro (FJP) e Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC)
37
DEBATE
INOVAR
PARA RENOVAR
> Camila Freitas e Lucas Alvarenga
Dados recentes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)
confirmam o potencial inovador brasileiro. O
Brasil figura na 19ª posição entre os países
mais inovadores. A diferença entre o total de
investimentos e subsídios destinados à pesquisa e desenvolvimento no Brasil (0,5% do
PIB) e o do primeiro colocado no ranking, o
Canadá (2% do PIB), evidencia, porém, o longo caminho que o país tem a percorrer, visando, inclusive, à expansão e diversificação da
indústria nacional.
Os desafios dessa jornada, em especial aqueles relacionados ao fomento da tecnologia e
da competitividade na indústria, foram debatidos no encontro promovido pela DC Análise,
na sede do Diário do Comércio. Estiveram presentes o secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Narcio Rodrigues; o
presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Olavo Machado;
o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), Mário Neto Borges; o pró-reitor de Pesquisa da
Universidade Federal de Minas Gerais, Renato
de Lima Santos; o vice-presidente da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento
das Empresas Inovadoras (Anpei) e diretor de
Relações Institucionais em P&D da Embraco e
Whirlpool, Guilherme Marco de Lima; e o presidente do Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Vale
da Eletrônica (Sindvel), Roberto Souza Pinto.
Mediaram o debate o coordenador do Núcleo
de Inovação da Fundação Dom Cabral, Carlos
Arruda, e o chefe de reportagem do Diário do
Comércio, Eric Gonçalves.
38
Fotos: Marcus Desimoni e Rodrigo Lima / Nitro
Em boas mãos: Carlos Arruda,
da Fundação Dom Cabral, e
Eric Gonçalves, do Diário do
Comércio foram primorosos
na condução do debate
Entre os convidados, ficou claro o consenso
de que Minas Gerais vem conquistando papel
de destaque no cenário nacional, sobretudo
desde 2007, quando 1% da receita líquida do
Estado passou a ser destinado à área em debate. A necessidade de o governo, iniciativa
privada e academia – a chamada hélice tríplice – trabalharem juntos na promoção de um
ambiente favorável à inovação foi outro ponto
convergente. A discussão permeou ainda os
fatores críticos ao avanço da inovação, como
a insuficiência na formação qualificada de
recursos humanos, a burocracia excessiva e
aspectos regulatórios que dificultam ações
efetivas de empresas que precisam sobreviver no mercado global. Quais seriam, então,
os caminhos possíveis para enfrentar esses e
outros desafios do setor? As respostas à pergunta você acompanha a seguir.
39
Narcio Rodrigues, Secretário
de Ciência e Tecnologia:
o Estado já começa a
colher os resultados dos
investimentos em pesquisa
de da rede de apoio à
inovação aqui implementada
INCENTIVOS
NARCIO RODRIGUES: Sou otimista com relação
ao futuro, principalmente pelo que aconteceu
no Brasil nos últimos anos. Há ainda
dificuldades de natureza estratégica, mas
percebemos que os governos têm se orientado
pela lógica de que o país não vai estabelecer
uma plataforma de desenvolvimento sem
resolver os investimentos efetivos em
educação, ciência, tecnologia e inovação.
Estamos vendo um comprometimento dos
orçamentos públicos nessas áreas, ainda
que com contingenciamentos. Em Minas,
tivemos em 2007 a decisão política do
governo de investir 1% da receita líquida do
Estado em favor da ciência e tecnologia. Não é
tudo do que se precisa, mas é um diferencial
com relação ao que se fazia no passado. A
partir daí começamos a ter uma plataforma
de desenvolvimento e já começamos a colher
os resultados.
MÁRIO NETO: O exemplo de Minas é um
sucesso. Com a aprovação da Lei Mineira
de Inovação (2008), abriu-se a possibilidade
de a Fapemig atuar com as empresas,
inclusive em parceria com bancos de
desenvolvimento em Minas Gerais, fazendo
aporte diretamente às empresas com juros
subsidiados e carências para pagamento.
Garantias flexíveis como essas permitem
que a empresa tenha recursos para galgar
outros degraus e ser mais competitiva, não
só no Brasil mas também internacionalmente,
com produtos de qualidade. A Lei de
Inovação (2004) é a primeira legislação
específica para inovação no Brasil. O
problema dela é que demorou demais para
ser gerada e deu incentivo através do
Imposto de Renda. Quantas empresas no
Brasil pagam Imposto de Renda? Só
Roberto Souza, do
Sindvel, e Mário Neto ,
da Fapemig: empresas
precisam de apoio para
promover a inovação
tecnológica
aquelas que não precisam de incentivo.
Essa é uma questão que já está corrigida na
própria lei, que foi toda reescrita.
ROBERTO SOUZA: A empresa não precisa de
isenção de impostos para crescer e investir.
Ela precisa de apoio para promover a
inovação tecnológica, levá-la ao mercado,
tentar conquistá-lo e alavancar as vendas.
Os juros baixos, tão anunciados pelo governo
federal, não resolveram os problemas dos
novos empresários, pois não há novas
oportunidades de acesso a esse dinheiro. A
burocracia para conseguir juros de 0,7% ao
mês na Caixa é enorme. Além disso, ninguém
avaliza ninguém.
40
RENATO SANTOS: O Brasil tem lá suas
deficiências, mas ainda tem um patamar
de investimento público comparado ao de
países avançados, em relação ao PIB. O
que nos falta é investimento privado, hoje
equivalente a 0,55% do PIB. E por que
ele é importante? O investimento público
em ciência e tecnologia, correspondente a
0,60% do PIB, financia o por quê, enquanto
o investimento privado financia o para
quê. Só iremos ter pesquisa com grande
potencial de inovação quando tivermos
investimento privado em patamares bem
mais elevados no Brasil.
OLAVO MACHADO: Não precisamos de proteção.
41
Antes do debate o diretor
de Mercado e o presidente
do Diário do Comércio, Luiz
Bruno de Oliveira e Luiz Carlos
Costa (esq. p/ dir.) conversam
com os convidados
Olavo Machado, da Fiemg:
“Aquele que precisa de capital
e for recorrer ao banco, vai
perder tanto tempo que, às
vezes, o produto fica obsoleto.
Precisamos de mudanças
drásticas”
Precisamos de ambiente, competência,
valorização do mercado e isonomia para
que a empresa nacional possa concorrer.
Afinal, o que resolve o problema de
empresário é mercado. Agora, é preciso
criar oportunidades. O ex-presidente Lula
enxergou isso com algumas dificuldades.
A indústria naval brasileira tinha sido
aniquilada. Hoje, já estão fazendo navio,
inclusive em Minas Gerais. O problema é que
estão trazendo tecnologia da Coreia do Sul
que não se transfere na íntegra. Aí não dá
tempo de a universidade desenvolvê-la, o que
nos leva a buscar tecnologia no Japão. Isso
faz parte do jogo, gera custos, e a empresa
nacional não suporta. Nos Estados Unidos,
os empresários quebram duas ou três vezes,
aprendem, voltam, e o mercado valoriza. No
Brasil, se você quebrar, são 20 anos para
voltar para o mercado, se você voltar.
42
BUROCRACIA
MÁRIO NETO: A empresa quer agilidade.
Não dá para trabalhar com os padrões
que a Financiadora de Estudos e
Projetos (Finep) exige de documentação
e parceria. Ela demora um ano e meio
para lhe dar uma resposta, mais um ano
para assinar o contrato, além de toda
aquela burocracia. Nós a reduzimos, na
Fapemig, ao mínimo para não ferir a lei e
estamos mudando a legislação para que
a agilidade seja ainda maior.
NARCIO RODRIGUES:
A velocidade de
recursos da Fapemig nem se compara
àquela conseguida via emenda. No
Congresso, é preciso colocá-la no
orçamento, empenhá-la, para depois ter
a ordem bancária e iniciar o processo de
licitação. Lá se foi o mandato do deputado.
Nós estamos vivendo o empacamento do
país na questão da execução orçamentária.
O setor de ciência, tecnologia e inovação
no Brasil padece de um mal: ele não
sabe se vender politicamente. O país só
vai avançar no dia em que os políticos
forem mais técnicos e os técnicos forem
mais políticos. A parceria com a iniciativa
privada nos permite avançar em muitos
aspectos. O projeto do avião apresentado
pela Axis Aeroespacial (empresa que
produzirá, em Tupaciguara, no Triângulo
Mineiro, o jato executivo AX-2 Tupã) era
para ser viabilizado junto com o governo
federal, que deveria ter entrado com
R$ 5 milhões. O projeto só saiu porque
a Fapemig bancou os R$ 7,2 milhões.
Nós acreditamos na possibilidade de se
construir uma indústria aeronáutica, e
ela pode ser real.
OLAVO MACHADO: A nossa indústria tem
problemas que outros países não têm,
como a questão da contabilidade: o
empresário industrial brasileiro tem
que fazer tanto malabarismo para ficar
vivo que, muitas vezes, não se preocupa
com a inovação na contabilização. Mas
isso não quer dizer que ele não está
inovando. Afinal, hoje no mercado quem
não inova morre. A nossa indústria
não tem incentivo, e não precisamos de
incentivo fiscal, mas sim de deferimento
de imposto, alargar o prazo, deixar que
o capital que se paga de imposto fique
dentro da própria empresa, que o pequeno
empresário cresça com ele. Aquele que
precisa de capital e for recorrer ao banco
vai perder um prazo tão grande que, às
vezes, o produto fica obsoleto. Precisamos
de mudanças drásticas.
PROTEÇÃO
GUILHERME DE LIMA: A Anpei começou a
trabalhar em Minas com uma base quase
empresarial: burocracia próxima de zero e
parceria de longo prazo. É um modelo que tem
que ser seguido. Agora, o que a Fapemig pode e
deve explorar é entrar com capital em algumas
empresas para que elas não sejam vendidas
para multinacionais do exterior. Será que se a
Fapemig e o governo do Estado entrassem com
aporte minoritário, mas significativo, não seria
uma resposta para diminuir a venda dessas
empresas para multinacionais lá fora? É uma
reflexão que precisamos fazer.
ROBERTO SOUZA: A partir do momento em que
a empresa chega a um determinado porte sem
ajuda suficiente, o empresário fica com medo e
aceita vendê-la. Se há alguém para comprá-la, é
porque ela é boa. Em Santa Rita do Sapucaí, foi
vendida uma empresa com cinco funcionários.
A tecnologia de um aparelho que se coloca
no dedo para fazer o eletrocardiograma foi
transferida para uma empresa de Campinas.
O resultado do exame aparece em um
smartphone. Eu mesmo os instruí a vendê-la.
Com o talento que os cinco jovens têm, mais
tarde eles montam outra empresa com R$ 1,5
milhão que ganharam. Afinal, o conhecimento
está com eles.
OLAVO MACHADO: A inovação e o desenvolvimento
tecnológico devem ser uma conquista da
empresa nacional. Não sou contra as empresas
estrangeiras que estão aqui, e eu as considero
nacionais uma vez que estão instaladas no
país, mas não tenha dúvida de que qualquer
inovação de interesse maior que possa ser
feita aqui vai ser mandada para a matriz
43
GUILHERME DE LIMA: Hoje, países que não
primeiro. E vai ser contabilizada lá. O nosso
registro de patentes é muito baixo. Um país
que não valoriza o que produz não valoriza a
indústria. Por isso, não podemos desenvolver
tecnologia no Brasil e vendê-la para estrangeiros.
Se olharmos a quantidade de empresas de
desenvolvimento de equipamentos médicos
com nome internacional em Belo Horizonte,
perceberemos que não damos o devido valor
ao produto nacional. Se tomarmos o primeiro
carro do metrô na Inglaterra, veremos nas
placas que as empresas inglesas fizeram aquele
equipamento. Eles desenvolvem a tecnologia, a
aplicam e têm o direito de errar.
– embora o Brasil forme 35 mil mestres e
12 mil doutores por ano, o número ainda é
insuficiente; o segundo são os investimentos
na área; e o terceiro é o aperfeiçoamento da
legislação vigente. Na questão da legislação,
precisamos aprovar o Código Nacional de
Ciência, Tecnologia e Inovação. Já chegamos a
uma versão consensual com as entidades que
representam as empresas inovadoras no Brasil
para que o Executivo possa levar ao Congresso
Nacional como substitutivo aos projetos de lei
que já estão lá.
HÉLICE TRÍPLICE
têm tradição em inovação, assim como
o Brasil também não tinha, perceberam
que a inovação é um pilar fundamental da
competitividade das empresas, e a velocidade
de resposta desses países tem sido maior que
a nossa capacidade de enfrentar essa ação de
maneira conjunta. Universidade, empresa,
governo e sociedade fazem parte de um mesmo
problema, ou da mesma solução, que é ser
mais competitivo, agregar mais valor. Existe
uma base mínima instalada pelo governo,
que deve ser melhorada e potencializada.
Mas, principalmente, deve ser acessível.
RENATO SANTOS: Minas Gerais tem uma visão
extremamente otimista. Falamos de empresas
que estão sendo vendidas, mas é muito difícil
controlar o mercado global. Nós temos o
exemplo da Akwan (empresa de tecnologia da
informação), que foi comprada pela Google,
cuja filial está aqui no Estado. Por que ela se
instalou em Minas? Há um cenário atraente
para elas.
ROBERTO SOUZA: A hélice tríplice tem que sair
do discurso para a prática. Essa interação
entre governo, fábrica e academia tem que
acontecer de fato, como ocorreu em Santa
Rita do Sapucaí. O problema é se desvencilhar
da morosidade existente. Hoje, sem alguém
para lidar com a burocracia dentro de uma
entidade, não há como implantar uma
parceria e prestar contas dela. Mesmo assim,
com a base já existente, é possível avançar
na área de ciência e tecnologia, simplificando
o processo para que se possa colocar a mão
na massa.
NARCIO RODRIGUES: Eu
digo
que,
se
nós
pudéssemos
aplicar
uma
receita, o governo precisaria induzir o
processo, provendo financiamentos, se
desburocratizando e se tornando mais
ágil. Já a academia teria que sair de
dentro de própria clausura e aceitar a
lógica de que conhecimento é meio, e
não fim, usando o que se aprende como
elemento de transformação. Aí entra
a iniciativa privada, que deve correr
riscos e adotar a inovação como algo
fundamental a sua sobrevivência.
MÁRIO NETO: Três fatores são essenciais para que
o país se desenvolva em inovação: o primeiro é
a formação qualificada de recursos humanos
RENATO SANTOS: A universidade brasileira
está pronta para o cenário de inovação que
se apresenta. O Brasil é um dos países que
têm uma das maiores taxas de crescimento
de produção científica. Observando o G20,
o Brasil é o primeiro colocado, com taxa
acumulada nos últimos anos de média de 18%
de crescimento. A pós-graduação brasileira
chega a um grau de maturidade hoje bastante
significativo. Contudo, se você olhar a área de
tecnologia e inovação, a ciência brasileira ainda
tem um longo caminho a percorrer. Uma das
ações necessária para haver inovação de fato
no âmbito acadêmico é a interação com as
empresas. E hoje o diálogo com as empresas
e a interação têm acontecido de forma muito
mais rápida e avançada.
PESQUISA
NARCIO RODRIGUES: Conseguimos sequenciar
o genoma da raça zebuína leiteira em
Uberaba. Isso é uma revolução científica e
mercadológica, que abre perspectivas mil
na área da biotecnologia. Concluímos um
processo experimental para tornar a soja um
alimento mais agradável, que será introduzido
na merenda escolar. Estive em Santa Rita do
Sapucaí e vi uma cadeira de rodas mineira
movida pelo piscar dos olhos. Cito esses
exemplos para dizer o que nós já colhemos
em cinco anos de perenidade e ação efetiva.
É preciso ter perseverança e apostar a médio
e longo prazos. Daí a necessidade de alianças
estratégicas para que o Estado seja indutor,
e não dono, do processo. Hoje Minas está
pautando áreas estratégicas, como a indústria
aeronáutica, a biotecnologia, a nanotecnologia,
a área de TI.
MÁRIO NETO: A ciência, a tecnologia e a inovação
também são importantes para a mineração.
Uma pesquisa do Centro de Desenvolvimento
da Tecnologia Nuclear (CDTN), apoiada pela
Fapemig, separa do rejeito do minério de ferro o
que ainda é ferro, por meio da energia nuclear.
Isso eleva a possibilidade de exploração e
resolve o problema ambiental ao diminuir
o descarte. Além disso, parte das reservas,
quando submetida à energia nuclear, gera
sílica, própria para fazer lajotas.
Guilherme de Lima, da Anpei,
e Renato Santos, da UFMG:
interação entre universidade e
empresas é pilar fundamental
44
RENATO SANTOS: Não basta apenas fazer; a
questão da velocidade é essencial. Precisamos
competir na velocidade dos grandes países.
Temos riquezas, mas precisamos de
conhecimento agregado, que gerem também
desenvolvimento social e econômico
45
QUALIFICAÇÃO
MÁRIO NETO: Minas Gerais tem recursos
humanos em abundância. Nós temos
14 universidades públicas, sendo 12
federais. Se você fizer um ranking de 20,
as 12 aparecem. Uma prova disso são
os estudos dos maiores depositantes de
patentes a cada três anos, realizado pelo
Inpi (Instituto Nacional de Propriedade
se era contratado pela Cemig ou abria
uma fábrica. Mas agora isso mudou.
Prova disso são as escolas do Brasil
Profissionalizante (programa do governo
federal)
inauguradas
recentemente.
Além disso, é preciso qualificar a
educação básica. Em Cingapura, eles
mandam os meninos para fazer um curso
empresa viver o ambiente empreendedor,
só que orientado por um professor. A
universidade está pronta. Com uma
possível parceria com a Fiemg, poderemos
expandir esse serviço.
ROBERTO SOUZA: Na academia está a
base de tudo, mas quem sustenta uma
Entre as questões debatidas,
a
necessidade
de
se
aprimorar o marco legal e
reduzir a burocracia para
sedimentar a cultura da
inovação no país
Industrial). No anterior ao de 2011,
a UFMG aparecia em 10º lugar, e a
Fapemig estava fora. No ano passado,
nós tomamos o 10º lugar, enquanto a
UFMG foi para o 5º lugar. Porém, temos
que valorizar também a formação técnica
no Brasil, além de formar mestres e
doutores. No passado, fazia-se um
curso técnico em eletricidade e, como
se era mal remunerado, investia-se no
curso de engenharia elétrica para ver
46
de inovação, independentemente da
profissão que eles vão seguir. A inovação
tem que estar na cultura das pessoas,
porque aí você se torna criativo.
RENATO SANTOS: Para se ter uma ideia da
sensibilidade da UFMG com essa questão,
criou-se este ano o curso de iniciação ao
empreendedorismo, com a parceria do
Sebrae. Está funcionando muito bem. Um
estudante da UFMG vai para dentro de uma
fabricação num Estado ou uma região é
o processo produtivo. É muito simples
desenvolver um produto e mandar via
e-mail para a China e vir uma placa
pronta de lá, porque não tínhamos mão
de obra para fazer isso aqui. Em Santa
Rita somos eternamente agradecidos por
terem instalado uma unidade do Senai,
porque hoje nós temos uma das melhores
mãos de obra no processo produtivo, que
garante a produção.
47
AUTOMOTIVO
À MINEIRA
No segundo polo automotivo do país, fábricas em torno da Fiat
investem em tecnologia para abastecer carros da montadora
com até 70% de componentes produzidos em Minas Gerais.
A Iveco se prepara para produzir o veículo blindado Anfíbio
Guarani para o Exército brasileiro, com 60% de nacionalização
>Lucas Alvarenga
Um cinturão de empresas
de autopeças e componentes foi formado em função
da Fiat, em Betim, na Região
Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a partir da
década de 1990. Na época,
com a intenção de criar a
logística que reduziria tempo e custo na fabricação dos
carros,
Cledorvino
Belini, então diretor de compras e atual presidente da
Fiat/Chrysler para a América Latina e da Associação das Montadoras de
Veículos (Anfavea), incentivava o que se tornaria o segundo polo automotivo do
país. Assim, a “mineirização” garantiu competitividade à empresa, ao longo dos
48
anos, e a estratégia fez com
que veículos, tratores e ciclos liderassem as exportações de produtos intensivos
em informação e conhecimento (PII&C) em 2011.
Antes da consolidação do
cinturão, formado por mais
de uma centena de empresas, apenas 30% do faturamento de compras da Fiat
advinha de empresas localizadas a até 150 quilômetros
de distância da montadora.
Hoje, 70% das compras envolvem empresas desse círculo fabril, que só fica atrás
do ABC Paulista, responsável por 46% da produção
nacional de veículos, contra
24% de fabricação mineira.
Com essas mudanças, a capacidade produtiva, que em
1987 alcançava 500 carros
por dia, saltou para 3.200
veículos diários.
Os primeiros capítulos da
indústria
automobilística
em Minas Gerais começaram
em 1973, com o início das
obras da planta da Fiat em
Betim. Concluída em 1976,
a fábrica foi, aos poucos,
agregando à sua volta empresas fornecedoras – fossem estrangeiras, como a
Magnetti Marelli, a Comau e
a Aethra, ou mineiras, como
a Usiminas. Esta mantém,
em sua planta de Ipatinga,
um Centro de Tecnologia e
a Unigal Usiminas, que
Hoje, o Polo de
Desenvolvimento
Giovanni Agnelli
fabrica todas as
etapas do carro,
além de contribuir
para a criação de
tecnologias junto
com centro de
pesquisas italiano
Arquivo Fiat
49
pesquisam e produzem tendências de aços revestidos,
laminados a frio e a quente,
destinados ao setor de automóveis. Aliás, o segmento
automobilístico é o principal
cliente das fundições mineiras, que respondem por
33% da produção brasileira. Em 2011, elas destinaram 56% da sua produção à
indústria automotiva.
Hoje, além do polo, em Betim, o Estado conta com outras duas montadoras. Em
2000, o segmento de caminhões foi inaugurado em
Sete Lagoas, com a planta
da Iveco, empresa do grupo Fiat. Na primeira fase,
concluída em 2011, 14 fábricas de autopeças foram
instaladas em volta dela. O
investimento atingiu R$ 60
milhões. A Mercedes-Benz
fecha a lista das montadoras. Construída em Juiz de
Fora, na Zona da Mata, a
fábrica também produz caminhões. As primeiras unidades foram entregues aos
clientes em março de 2012.
Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de
Veículos Automotores (Anfavea), 3,6 milhões de unidades de veículos leves, ônibus
e caminhões foram produzidas em Minas Gerais no
ano passado.
ROBÔS
Pertencente à holding Fiat
SpA, a italiana Comau é uma
das empresas que integram
o cinturão mineiro. De seus
centros de manufatura em
Betim e Ribeirão das Neves
saem componentes automobilísticos e sistemas de produção, como máquinas de
usinagem, linhas de solda e
projetos de robôs industriais
de quatro e seis eixos.
Representante de vendas da
Comau, Felipe Madeira res50
Felipe
Madeira,
da
Comau:
“empresa incrementa investimentos
em automação, monitoramento de
processos, parâmetro de produção
e robôs“
Agência Nitro
salta que o uso de tecnologias
de automação, controles,
monitoramento de processos, parâmetros de produção e robôs está em expansão, sobretudo para clientes
do mercado de autopeças e
montadoras como Ford, GM,
Renault e Fiat. “Teremos um
índice acentuado de automação nas operações mais
insalubres, como pintura,
prensas e manipulação de
peças e equipamentos pesados. Gradualmente, atividades repetitivas também
deixaram de ser realizadas
por operários e passaram a
receber maior grau de robotização”, assinala Madeira,
explicando que o tempo para
retorno financeiro desse tipo
de tecnologia é de um a três
anos, seja o cliente do setor
automotivo ou não.
Madeira assegura que a Comau pretende aproveitar o
momento de expansão do setor automobilístico para também aumentar seus negócios
no Brasil e na América Latina.
Prova disso é uma parceria
entre o Centro de Informática da Universidade Federal de
Pernambuco (CIN/UFPE) e a
Comissão da Comunidade Europeia para a criação de um
software que permita a redução da energia nas linhas de
produção. A princípio, a tecnologia será transferida para
a fábrica da Comau em Betim
e aplicada à planta da Fiat
Automóveis. De acordo com a
empresa de componentes automobilísticos e sistemas de
produção, os processos de automação podem reduzir 75%
do consumo energético em
ocasiões não produtivas.
Invasão hispano-américa
Apesar de o setor automotivo ser o principal segmento tecnológico na pauta de
exportação de MG, a importação de veículos argentinos e mexicanos preocupa
Exportação de veículos, tratores e ciclos em MG:
↑ Alta de 4,4% (de jan/dez 2010 em relação ao mesmo período em 2011)
Participação no grupo PII&C: 36,9%
Total exportado: US$ 1.522 bilhão em 2011
Importação de veículos, tratores e ciclos em MG:
US$ 1.329 bilhão
US$ 204 milhões
Total importado da
Argentina e do
México: US$ 1.533
bilhão
em 2011
Fontes: Fundação João Pinheiro (FJP) e Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC)
51
PRONTO PARA O COMBATE
Relançar a indústria nacional
de defesa é um dos objetivos do
Exército Brasileiro, que terá com
o Veículo Blindado Anfíbio Guarani (também conhecido como
VBTP) um produto com até 60%
de tecnologia nacional – o que inclui motor, transmissão e chassi.
A unidade entregue em junho na
Eurosatory – maior feira de equipamentos de defesa da Europa –
é a primeira da pré-série lançada
pela Iveco, empresa do grupo Fiat.
Conforme o CEO da Iveco, Alfredo Altavilla, R$ 55 milhões estão
sendo investidos na construção de
uma unidade produtiva do blindado no complexo industrial de Sete
Lagoas. Essa fábrica produzirá, a
partir de 2013, 2.044 unidades do
Guarani, orçadas em dois bilhões
de euros. Desse modelo sairá uma
versão desenvolvida em conjunto
com o Departamento de Ciência e
Tecnologia do Exército. As 38 unidades do “VBTP derivado” servirão à Infantaria. Além das Forças
Armadas Brasileiras, o Exército
argentino é outro cliente interessado no novo veículo.
Com a intenção de projetar o Guarani mundialmente, a Iveco instaurou, no final de 2011, a divisão de
Veículos de Defesa, dirigida pelo
engenheiro eletrônico italiano Paolo del Noce. “Meu objetivo é fazer
dela uma divisão operacional, seja
em relação ao projeto do Guarani
ou à exploração de novos negócios
com a indústria de defesa do Brasil
e da América Latina”, afirma Noce.
A expectativa é de que 110 fornecedores diretos e até 600 indiretos estejam envolvidos na produção do blindado, caso a unidade
de Sete Lagoas opere em capacidade máxima. O Guarani pesa 18
toneladas, é equipado com motor
diesel industrial de 383 cavalos e
tem tração 6x6, transmissão automatizada e capacidade de transportar 11 militares. Uma torre armada com operação por controle
remoto pode ser integrada aos
6,91 metros de comprimento, 2,7
metros de largura e 2,34 metros
de altura do veículo. (LA)
Arquivo Iveco
Também focada em inovação,
a italiana Magneti Marelli é
outra a compor o “cinturão
mineiro”. Em 2010, a fabricante de sistemas e componentes automotivos lançou a
linha de pedaleiras híbridas,
na planta de comandos mecânicos, componentes e módulos plásticos, em Itaúna,
na Região Centro-Oeste. A
peça, incluída nos novos modelos de Palio e Uno, contém
lâminas de metal na parte
interna e plástico moldado
na externa. Além disso, é reaproveitável e 50% mais leve
que a anterior, contribuindo
para a economia de combustível, ao diminuir o esforço do motor. Foram necessários seis meses na Itália
para que os engenheiros mineiros transferissem a tecnologia para o Estado. Além
de Itaúna, a Magneti conta
com fábricas em Contagem,
na RMBH (iluminação automotiva e sistemas de suspensão) e Lavras, no Sul de
Minas (amortecedores).
CENTRO DE PESQUISA
grada entre o polo brasileiro
e o italiano. A empresa não
revela o investimento anual
no centro de desenvolvimento, construído com aporte de
R$ 400 milhões.
Principal empresa do segmento em Minas, a Fiat não
ficou para trás. Em 2003, a
montadora construiu o Polo
de Desenvolvimento Giovanni Agnelli, na sua sede em
Betim. Com mil engenheiros
e técnicos dedicados à pesquisa e desenvolvimento, o
centro reúne condições de
produzir o ciclo completo de
um automóvel em laboratórios, como o Centro Estilo,
onde é concebido o design do
carro, passando pela engenharia até chegar à pista de
testes. Atualmente, projetos
como o do Palio, Uno e outros modelos são preparados
em Betim ou de forma inte-
Para lançar tendências, atendendo os anseios dos clientes e propondo veículos mais
“amigáveis” ao meio ambiente, a Fiat começou a investir
em 2011 uma parcela dos R$
7 bilhões destinados à modernização da planta mineira, prevista para ser concluída até 2014. Ao final desse
período, com a incorporação
de novas tecnologias, a empresa pretende elevar a produção de veículos de 800 mil
carros para 950 mil. Hoje, o
leque de automóveis da montadora inclui 17 modelos e
mais de 270 versões voltadas
ao mercado interno, externo
ou a ambos.
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52
53
FERROVIÁRIO
A TODO
biodiesel e 75% de diesel comum. Uma frota experimental roda desde o ano passado
pelo Brasil. Os testes devem
ir até maio de 2013. Hoje, um
terço das despesas das empresas de transporte férreo
se relaciona a custos operacionais e de combustíveis.
VAPOR
Recentemente, a GE Transportation superou a marca de
1.300 locomotivas de carga produzidas no Brasil. Em Contagem, a empresa fabrica, desde
2006, modelos com potência de
2.000 a 6.000 cavalos de força
(HP), utilizando componentes
como sistemas de diagnóstico
de falhas, controle de velocidade, comando remoto e pantógrafo – tecnologia
que dis-
Doug Menuez / Arquivo GE
Indústrias naval e ferroviária aproveitam a recuperação desses setores
para investir em inovação e tecnologia e atender ao mercado nacional.
Empresas da região metropolitana produzem locomotivas mais econômicas
e eficientes. No Vale do Aço, o esforço é para atender a demanda de estaleiros
fluminenses, segmento aquecido com a descoberta do Pré-Sal
>Lucas Alvarenga
Há meio século no país e
quatro décadas em Contagem, a General Electric (GE)
Transportation
sobreviveu
ao processo de privatização
das linhas férreas brasileiras,
ocorrido nos anos 1990. Antes reparadora de locomotivas e produtora de máquinas
de pequeno porte, a fábrica
de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte,
deu um salto em 2008, ano
em que entregou a primeira
locomotiva de grande porte
nacional: o modelo C44EMi.
Naquele momento, a empresa
começava a nacionalizar sua
produção, criando na planta mineira um centro de excelência de engenharia, com
sete profissionais especializados para dar suporte à indústria ferroviária brasileira.
Hoje, o número de envolvidos
nos processos de pesquisa
saltou para 70 funcionários,
que atuam de forma integrada com a GE mundo afora.
54
Como resultado dessa integração, o centro de excelência desenvolveu a primeira
locomotiva de corrente alternada brasileira, que
garante economia de
até 25% de energia.
Além de melhor
eficiência
e
rend imento,
eliminam-se escovas
e
comutadores
dos
motores de
tração, dispositivos
que mudam
o sentido da
corrente elétrica
mas
diminuem
a
confiabilidade da máquina.
Desde 2011, a GE
Transportation trabalha na
criação de um motor bicombustível, que permitirá o uso
de uma mistura de 25% de
Locomotiva produzida
pela GE em contagem:
melhor rendimento e
economia de até 25%
de energia
pensa a geração de energia pelo
motor diesel, obtendo-a diretamente da linha de transmissão.
Para atender um mercado
reaquecido,
sobretudo a demanda da Cosan e
da MRS (Malha Sudeste da
Rede Ferroviária Federal), a
GE Transportation investiu
R$ 24 milhões dos R$ 35 milhões previstos até 2013 para a
planta mineira. O aporte serviu
à ampliação, à construção de
duas linhas de montagem e à
melhoria de processos produtivos. Assim, sua capacidade
anual foi duplicada, passando de 60 locomotivas em 2009
para 120 unidades em 2010.
Entretanto, no ano passado a
empresa fabricou 110 máquinas e, este ano, a expectativa
é de 60 unidades, retomando
a média da GE. Esta média é
considerada pelos fabricantes
um bom número, em se tratando da demanda nacional, ainda
pequena, e da difícil década
de 1990, quando o país
não encomendava nem
40 locomotivas por ano.
Apesar da queda na
produção, espera-se
que o mercado brasileiro absorva 100
locomotivas
por
ano nos próximos cinco
anos. A fim
de
incentivar a aquisição
de modelos com
elevada porcentagem de produto nacional, o
Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) abriu
em 2007 uma linha
especial de financiamento de locomoti55
vas. Ela já beneficia empresas como a MRS – controlada
pela Vale – e a América Latina Logística (ALL). A meta
acordada pelo banco com a
GE era atingir 60% de conteúdo brasileiro em alguns
modelos até 2013 – o que já
aconteceu. Hoje, essas locomotivas são negociadas por
até R$ 3 milhões a unidade.
CEO da GE Transportation,
Guilherme Mello avalia que
desde a década de 1970 o
setor ferroviário brasileiro
não vivia um momento tão
promissor, estimulado especialmente pela realização
de grandes eventos, como a
Copa do Mundo, em 2014,
que exigem melhoria da infraestrutura nacional. “O
país requer uma malha ferroviária compatível com os
novos e irreversíveis níveis
de exigência”, assinala.
Mello lembra ainda que, além
dos
investimentos
federais
previstos pela segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento – o PAC 2
–, como a construção de mais
10 mil quilômetros de linhas pelo
país, com investimentos previstos no valor de R$ 91 bilhões de
reais, o governo estadual tornou
isentas de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
(ICMS) as vendas de locomotivas
com potência superior a 3.000
HP produzidas em Minas e destinadas à prestação de serviços
de transporte de cargas.
O setor incorporará novos atores
em breve. A Usiminas Mecânica
inaugurará, junto a sua parceira RCC Holding – sociedade com
sede na capital mineira e que
atua em setores como mineração e siderurgia –, uma fábrica
de vagões na histórica Congonhas do Campo, no Campo das
Vertentes. A planta ocupará 11
mil m² de área construída e exigiu investimentos de R$ 32 milhões. A fábrica deverá produzir
3.000 unidades por ano, com
quatro modelos de vagões.
De acordo com o diretor-executivo da Usiminas, Guilherme Muylaert, a construção da
fábrica da Usiminas Mecânica
em Congonhas ampliará a capacidade da empresa de atender a sua demanda, hoje superior a 700 vagões, número
próximo do limite produtivo
da fábrica de Santana do Paraíso, no Vale do Aço, de 800
unidades. Além de empregar
180 funcionários, inicialmente o novo empreendimento
trará inovações em relação
aos vagões produzidos atualmente. Eles contarão com
sistema de jateamento e pintura, oficina de montagem e
teste de freio.
A Viga Caldeiraria, em
Santana do Paraíso, no Vale
do Aço, produz portas de
navios, blocos, escotilhas,
torres de guindaste para
estaleiros do Rio de Janeiro;
a empresa atende o setor
naval desde 2008
Arquivo Viga Caldeiraria
Forte concorrência
NAVIOS MINEIROS
Demanda por equipamentos navais para a camada de Pré-Sal e chegada de novos
fabricantes de locomotivas não melhoram comércio exterior mineiro nesses segmentos
A 298 quilômetros da planta da
Usiminas em Ipatinga, indústrias
metal-mecânicas do Vale do Aço
mostram que mineiro entende
de mar. Desde 2008, a região se
articula para atender a demanda
de estaleiros do Rio de Janeiro,
segmento aquecido em virtude da
descoberta do Pré-Sal.
Exportação do setor naval e
ferroviário no Brasil:
Exportação do setor naval e
ferroviário em Minas:
↓ Queda de 85,2% (de jan/dez. 2010 em
relação ao mesmo período em 2011)
↑ Alta de 91,9% (de jan/dez. 2010 em
relação ao mesmo período em 2011)
Total exportado: US$ 11.896 milhões
FOB em 2011
Total exportado: US$ 1.474 bilhão FOB
em 2011
Participação no grupo PII&C: 0,30%
Participação no grupo PII&C: 2,55%
Resultados evidenciam...
Retomada do
setor ferroviário
e naval
brasileiro
56
Aumento da
concorrência
entre
estados
* FOB: exportação ou venda de mercadoria, que
inclui o preço de transporte inicial até o embarque
no navio ou transportadora.
Fontes: Fundação João Pinheiro (FJP) e Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC)
O gerente da Regional Rio Doce
do Sebrae-Minas, Fabrício César Fernandes, ressalta que a
característica produtiva do Vale
do Aço – povoada por empresas que atendem a demanda da
Usiminas – estimulou o desenvolvimento de peças para navios
na região. “Os empresários daqui enxergaram uma perspectiva e toparam o desafio. Hoje temos um círculo virtuoso graças
à ousadia deles em ampliar o
mercado e minimizar os efeitos
da crise de 2008”.
Para algumas empresas de
Ipatinga, o setor naval já
representa 20% do faturamento. Por isso, empresários
locais desenvolveram por
conta própria estudos, projetos e até protótipos de peças
e componentes navais para
atender as necessidades dos
estaleiros. Processo que teve
início em uma visita de representantes do Sindicato
Intermunicipal das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do
Vale do Aço (Sindimiva) ao
Rio de Janeiro.
“Depois de visitarmos alguns estaleiros, chegamos
à conclusão de que aquilo
que era produzido lá poderia
ser desenvolvido na região,
com as devidas adaptações”,
recorda o vice-presidente
da Regional Vale do Aço da
Federação das Indústrias
do Estado de Minas Gerais,
Flaviano Mirco Gaggiato,
também presidente da Viga,
uma das empresas que investem nesse mercado.
No início limitada a portas de
navios, escotilhas e torres de
guindaste, a produção sofisticou-se a ponto de desenvolver
um navio por inteiro. A empresa
Construções e Montagens Ipatinga (CMI) já domina esse processo. Blocos fabricados por ela
são transportados em carretas
até o porto fluminense e lá dão
forma a navios de 27 metros de
altura, o equivalente a um prédio de nove andares.
Tanto Fernandes quanto Gaggiato alertam para o desafio que
se coloca nesse cenário para as
empresas: a formação de mão
de obra capacitada. “O Senai já
atua conosco treinando soldadores. O que almejamos agora
é contar com cursos específicos
para qualificar a mão de obra e
gerar conhecimento na área da
engenharia naval. Estamos negociando com as universidades,
queremos que elas participem e
nos ajudem a nos adequarmos
às exigências curriculares do
MEC”, arremata.
57
Suficiência
crescente
Este artigo foi motivado por
uma indagação da DC Análise: se as ações do governo
brasileiro são adequadas e
suficientes para fomentar a
inovação na indústria nacional. A resposta é sim, e vamos aos porquês.
Em primeiro lugar, porque o
governo federal, desde a primeira gestão do presidente
Lula, passou a adotar políticas públicas destinadas
à criação de um ambiente
francamente favorável à inovação no Brasil. A primeira
delas foi a instituição da Lei
de Inovação (Lei 10.973, de
dezembro de 2004), seguida
de parte de sua regulamentação, por meio do capítulo terceiro da Lei do Bem
(11.196, de novembro de
2005). Em paralelo, as duas
versões da política industrial
do governo Lula contemplaram, em tom crescente da
primeira para a segunda, a
inovação como elemento estratégico para o desenvolvimento econômico do país: a
Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior
(PITCE, de março de 2004) e
a Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP, de outubro de 2009).
Marco Antonio Raupp
Ministro da Ciência,
Tecnologia e Inovação
Já no governo da presidente
Dilma Rousseff, as cores da
inovação aparecem com tonalidades ainda mais fortes. Sua
política industrial, batizada de
Plano Brasil Maior, tem o slogan
“Inovar para competir. Competir para crescer”, que não deixa
dúvidas quanto ao lugar que a
inovação ocupa neste governo.
Em razão desse amplo e
bem armado pano de fundo,
58
apresentados são auditados
pela Receita Federal.
apresentadas pelas empresas industriais.
Uma dessas ações decorre
mesmo da Lei do Bem, que
estabelece incentivos fiscais
às atividades inventivas desenvolvidas pelas empresas
industriais que declaram Imposto de Renda pelo regime
de lucro real. Esses incentivos podem chegar a 200% do
valor gasto, contemplando,
por exemplo, deduções do IR
e da CSLL sobre dispêndios
efetuados em atividades de
P&D, redução do IPI na compra de máquinas e equipamentos para P&D, depreciação acelerada desses bens
e amortização acelerada de
bens intangíveis.
Outra ação relevante do governo federal se refere à
subvenção econômica à inovação, operada por meio de
editais da Finep. Nessa modalidade, de 2006 a 2011
foi aportado nas empresas
R$ 1,8 bilhão. Para os próximos três anos, será mais
R$ 1,2 bilhão. O próximo
edital do programa de subvenção será publicado em
setembro, no valor aproximado de R$ 400 milhões. Serão contemplados projetos de
P&D nos setores de petróleo
e gás, energia, saúde, defesa, nuclear, espacial, nanotecnologia,
biotecnologia,
desenvolvimento social, TIC
e biocombustíveis.
O projeto-piloto da Embrapii está em curso, com a
participação de três instituições de pesquisa: o Instituto de Pesquisa Tecnológica (IPT), de São Paulo; o
Instituto Nacional de Tecnologia (INT), do Rio de Janeiro; e o Senai-Cimatec, da
Bahia. Neste momento estamos discutindo a governança da Embrapii, que deverá
condizer com os modelos da
iniciativa privada.
Em 2010, último exercício
contabilizado, 875 empresas
utilizaram os incentivos da
Lei do Bem. Essas empresas
informaram que fizeram investimentos totais de R$ 10,7
bilhões em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I)
em 2010, o que representou
o usufruto de incentivos fiscais – vale dizer, de renúncia fiscal por parte do governo federal – no montante de
R$ 2,1 bilhões.
Mais uma ação coordenada
pela Finep, incluindo recursos do BNDES: os programas
de crédito para empresas
inovadoras, com juros subsidiados. Em 2011, a Finep
contratou R$ 2,9 bilhões,
valor 75% maior do que em
2010, e desembolsou R$ 1,8
bilhão, 40% a mais do que
em 2010. Para este ano,
nossa expectativa é de que
os contratos de crédito da
Finep somem R$ 4 bilhões.
Para o ano de 2011, cujos
números serão analisados
a partir de agora pelo MCTI,
a expectativa é de que cerca
de mil empresas tenham recorrido aos incentivos da Lei
do Bem. Cabe ressaltar que
esses incentivos são usados
de forma direta pelas empresas, sem necessidade de
autorização prévia do governo. Obviamente, os números
A criação da Empresa Brasileira de Tecnologia e Inovação Industrial (Embrapii)
é mais uma ação de peso do
governo federal, que estamos executando em conjunto com a Federação Nacional
da Indústria (CNI). O propósito é criar um modelo para
a realização de atividades de
P&D em instituições de pesquisa, a partir de demandas
o governo federal tem posto
em prática várias ações de
apoio à inovação na indústria brasileira.
Por último, cito aqui o programa Ciência sem Fronteiras, que vai proporcionar a
ida ao exterior de 100 mil
estudantes de graduação e
jovens pesquisadores brasileiros das áreas mais identificadas com as atividades de
inovação, como engenharia,
computação, TI, biotecnologia e nanotecnologia, entre
outras mais.
Todas essas ações do governo federal são exemplares de
sua disposição em partilhar
os riscos da inovação com
as empresas. Os incentivos
da Lei do Bem implicam renúncia fiscal; a subvenção
econômica é aporte direto de
recursos não reembolsáveis
no caixa das empresas; as
operações de crédito da Finep têm juros abaixo da inflação, subsidiados pelo governo; e o programa Ciência
sem Fronteiras é financiado
com recursos do orçamento da União, da ordem de
R$ 3,2 bilhões até 2015.
O governo federal está fazendo a sua parte.
59
ELETROMECÂNICO
Arquivo Mecan
Entre os investimentos feitos pela
Mecan nos últimos dois anos está o
sistema automatizado, denominado linha
Transfer, com seis robôs responsáveis
pela produção de andaimes e elevadores
DRIBLE
TECNOLÓGICO
Termômetros da indústria, os setores mecânico e elétrico
recebem os impactos negativos da falta de crescimento dos
demais segmentos. Apesar do contexto pouco favorável, empresas
apostam no desenvolvimento tecnológico como saída para otimizar
produção, aumentar competitividade e incrementar faturamento
>Tatiana Lagôa
A saúde de vários setores
produtivos pode ser medida
por dois grandes indicadores:
o investimento em mecanização, com aquisição de novos equipamentos, e o uso de
energia elétrica no processo.
Nesse sentido, quando a economia do país vai bem, as indústrias mecânicas, elétricas
e de aparelhos de precisão vão
a reboque, uma vez que estão
na base do crescimento econômico. Com o encolhimento das atividades industriais
vivido neste ano no país, os
resultados alcançados por
esses três grupos estruturantes também estão aquém do
esperado. Em Minas Gerais,
60
onde a situação não é diferente, empresários buscam
aumentar a eficiência com
investimentos milionários em
inovação e tecnologia. Uma
necessidade premente, uma
vez que essas indústrias têm
forte peso na balança comercial do Estado.
Dentre os produtos intensivos em informação e conhecimento (PII&C), por exemplo,
representam 28,61% do total
exportado em 2011, gerando
receita de cerca de US$ 1,1
bilhão para Minas. Máquinas
e equipamentos mecânicos se
destacam com US$ 803,5 mi61
lhões; já os elétricos registraram US$ 257,6 milhões. “O
mundo vive um crescimento
muito rápido em termos de
exigência de qualidade e preço. Levando em conta a entrada acelerada de produtos
chineses no Brasil, só temos
como opção investir no desenvolvimento
tecnológico.
Caso contrário, nossa indústria aos poucos vai encolher”,
analisa
Alexandre Magno
D’Assunção Freitas, vice-presidente do Sindicato da
Indústria Eletroeletrônica de
Minas Gerais (Sinaees). E é
assim que muitas das indústrias do setor estão se movimentando, numa preparação
para o que vem pela frente.
MEDIDORES INTELIGENTES
De olho no mercado, a Serta
Transformadores,
que
projeta conjuntos e sistemas de medição de energia,
com sede no Distrito Industrial de Santa Luzia, investiu
R$ 1 milhão em 2011 para a
modernização de máquinas
e equipamentos. Segundo o
empresário Carlos Alberto
Parillo Calixto, a Serta deve
atingir neste ano um faturamento maior do que os R$ 23
milhões registrados em 2011.
Entretanto, ele não prevê no-
vos investimentos em 2012,
porque o mercado começou a
se estagnar: “Com a indústria
nacional retraindo, não estão
ocorrendo grandes investimentos para aumento da produção. E, com isso, a demanda
por nossos produtos também
acaba caindo. A empresa compensará o mau momento do
mercado com produtos mais
baratos e de qualidade, o que
permite a compra de equipa-
mentos mais modernos”.
Para acompanhar as mudanças no setor de distribuição
de energia brasileiro, que
implantará medidores inteligentes, capazes de receber
conexões de internet e registrar o consumo de energia, a
Nansen, maior empresa mineira do setor de instrumentos de precisão, investe tempo e dinheiro, prevendo a
demanda que se formará nos
Rafael Motta / Nitro
próximos dez anos. Os novos medidores, que deverão
estar à venda no primeiro
semestre de 2013, seguem a
tendência de eficiência tecnológica, com a ideia de que,
futuramente o consumidor
acompanhará os seus gastos com detalhes, como a
média diária de consumo.
Atenta ao futuro, a empresa, especializada na fabricação de medidores de energia
elétrica, tem como clientes
as operadoras de energia do
Brasil e do exterior, leia-se
México e Polônia. Para a criação da nova linha, a empresa tem investido anualmente
cerca de 5% do faturamento, que no ano passado ficou
em R$ 110 milhões, contra
R$ 102 milhões de 2010. A
expectativa de aumento da
receita é de 30% até 2014. “É
uma visão um pouco conservadora se levarmos em conta
o tamanho do mercado que
temos para atingir. Em um
período de 15 anos, deverão
ser trocados 65 milhões de
medidores no Brasil”, explica
o diretor de Tecnologia, Ricardo Vinner. O objetivo da
Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel) é substituir
toda a rede existente para
dar espaço a equipamentos
mais modernos. Atualmente, a Nansen detém cerca de
20% do mercado nacional,
mas espera um aumento de
participação após o lançamento dos medidores inteligentes. Para Vinner, ainda é
cedo para estimar em quanto aumentará a participação
da empresa.
PRODUÇÃO ROBOTIZADA
Carlos Calixto, da Serta: faturamento este
ano será maior que os R$ 23 milhões
registrados em 2011
62
Especializado na fabricação,
venda e locação de equipamentos para a construção civil e mineração, o grupo Orguel abriga a Mecan, braço
fabril desses equipamentos,
entre os quais elevadores
63
AMPLIAR HORIZONTES
Apesar da alta representatividade nas exportações mineiras, as
três áreas têm sofrido impactos
negativos com a situação da indústria nacional. Para se ter uma
ideia, segundo dados da Pesquisa Mensal de Produção Física do
Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatísticas (IBGE), no primeiro quadrimestre deste ano houve
uma redução de 2,2% na produção nacional, frente ao mesmo
período do ano anterior. Em Minas Gerais, a queda foi de 1,4%
na mesma base de comparação.
A retração do setor industrial mineiro se explica pela diminuição
na produção em cinco dos 13 ramos pesquisados pelo instituto,
com ênfase em metalurgia básica, veículos automotores e indústrias extrativas.
O diretor regional da Associação
Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq),
Marcelo Veneroso, lembra que
os setores mecânico, elétrico e
de instrumentos de precisão são
fortemente influenciados pelo
desempenho dos demais, mas
questões como os altos custos de
produção no Brasil e a dificuldade
de a indústria nacional concorrer
com produtos estrangeiros têm
tornado os dias mais penosos.
“Nesse contexto de redução na
demanda por novos equipamentos, o desenvolvimento tecnológico é condição para os industriais
desses três segmentos se manterem no mercado. Nosso maior
desafio é concorrer no mercado
internacional. Estamos lidando
com multinacionais extremamente equipadas e preparadas tecnologicamente”, afirma Veneroso.
A estimativa do Sindicato da Indústria Mecânica do Estado de
Minas Gerais (Sindimec-MG) é
de que o faturamento das empresas do setor de mecânica responda por cerca de 8% a 10% do
Produto Interno Bruto do Estado.
Para o segmento, os resultados
obtidos na mineração, siderurgia
e petroquímica são os que causam maior impacto na produção
final. O presidente da entidade,
Petrônio Machado Zica, estima
que neste ano a produção fique
em média 15% abaixo da alcançada em 2011. “Na verdade, não
nos recuperamos plenamente
desde 2009, no pós-crise econô-
mica. Neste ano, o maior peso
sobre nosso resultado negativo
está na siderurgia, que diminuiu
a produção”, afirma.
Minas Gerais tem cerca de 870 indústrias do setor mecânico, com
polos localizados principalmente
na Região Central e no Vale do
Aço, que geram, em média 40 mil
empregos. O parque produtivo
local trabalha atualmente com
uma capacidade ociosa de cerca
de 30%. Aproximadamente 70%
do faturamento é proveniente de
contratos com mineração e siderurgia. Uma das estratégias para
enfrentar os problemas é a diversificação das áreas de atuação do
setor, com o intuito de reduzir a
dependência. As duas opções que
chamam atenção são as indústrias naval e química. O investimento em novas tecnologias é outra importante medida adotada.
“Estamos tentando reduzir nossa
dependência externa. O Brasil
tem condições de criar suas próprias peças e máquinas, sem ter
que importar grande parte delas,
como já foi no passado. A dependência tem ficado menor”, assevera Machado Zica. (TL)
Setor Eletroeletrônico Minas Gerais (2011)
e andaimes. Visando melhorar sua eficiência produtiva,
a Mecan investiu R$ 15 milhões em 2010, na expansão
e modernização da plataforma industrial, com ampliação da fábrica e aquisição
de novos equipamentos. Foi
nessa época também que a
empresa instalou um sistema automatizado, denominado linha Transfer, com
seis robôs. No ano passado,
o gasto foi de US$ 20 milhões
na compra de QuikDeck, plataforma de trabalho suspensa que auxilia nos processos
de manutenção em locais de
difícil acesso, como plataformas de petróleo.
MÃO DE OBRA
O diretor-executivo da empresa, Carlos Alberto Villefort, explica que as mudanças possibilitaram um
ganho de 80% em eficiência
na produção. Com a aquisição dos robôs, elimina-se a
necessidade de 26 funcionários, que podem ser alocados para outras funções.
Segundo ele, esse é um ganho importante, levando-se
em conta a dificuldade de
conseguir mão de obra especializada, em uma época
em que o nível de desemprego no Estado está cada vez
menor. “Nossa capacidade
de produção hoje passou a
ser de um andaime a cada
30 segundos, e ainda garantindo a qualidade do produto”, salienta.
SOFTWARE
Também tem sido com investimentos em tecnologia que
a Polikini, com sede no Distrito Industrial de Itabira,
na Região Central, tem escapado da perda de competitividade. Formada por um
grupo de ex-funcionários da
mineradora Vale, a empresa
gastou R$ 500 mil para atualizar recentemente o servidor utilizado na organização
de sua área administrativa. Embora o novo software
implantado para ajudar no
processo de gestão da companhia, como contagem do
estoque e cálculo da quantidade de produtos necessários em uma produção,
gere custos anuais de cerca
de R$ 70 mil, o aumento na
produtividade não só compensa como também justifica as despesas. “Sem essa
mudança, hoje teríamos que
desembolsar valores muito
superiores para dar suporte
ao trabalho na fábrica”, explica a analista contábil Elisia Rodrigues Chaves.
AGILIDADE
Antes da implantação do software, a empresa havia adquirido novas máquinas para
otimização da produção, pois
os equipamentos oferecem
condições bem mais favoráveis para a elaboração das
peças. Basta fazer a programação, na qual constem detalhes como tamanho, por
exemplo, e uma chapa metálica sai totalmente pronta, sem
esforço ou gasto com muitos
funcionários. Isso gera uma
agilidade cerca de 90% maior
no processo produtivo. Com
os investimentos, a empresa espera quase dobrar o
faturamento, que em 2011
foi de R$ 14 milhões. Para
este ano, a expectativa é de
R$ 24 milhões.
Setor eletroeletrônico no Brasil
Investimento em inovação
Investimento 2011/2010
Faturamento em 2011
R$ 13 bilhões
R$ 9,6 bilhões
5.875
empresas
14 mil
empregos gerados
R$ 13
bilhões
de faturamento
50%
resultantes da área
de geração,
transmissão e
distribuição de
energia
US$ 257,6
milhões
exportados
Fonte: Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee)
64
↑33%
Setor
Geração,
distribuição e
transmissão de
energia
↑30%
Principais produtos
exportados 2011
Materiais
elétricos de
instalação
geradores e motores
US$ 723,6
milhões
exportados
Fonte: Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee)
65
MINÉRIO
ALQUIMIA
MINERAL
Base tradicional da economia mineira e carro-chefe das exportações, a
exploração e o beneficiamento do minério de ferro atingem novos patamares
com o uso de tecnologia de ponta. Mineradoras e siderúrgicas investem em
equipamentos de alta performance para extrair o insumo com baixo teor
de ferro, terras-raras e ainda adequar-se à demanda do cliente
>Ione Maria Nascimento
Com o elevado índice de
crescimento mundial registrado a partir do ano 2000,
a demanda por minerais
aumentou e impulsionou
o setor no país. Na última
década, o valor da produção cresceu cerca de 550%,
saltando de US$ 7,7 bilhões para US$ 50 bilhões,
segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).
Tal melhora, unida à progressiva urbanização e ao
crescimento das economias
emergentes, deve fazer com
que a produção mineral nacional permaneça em alta,
com crescimento de 10%
a 15% nos próximos três
anos, ainda que pese a retração em 2009, devido à
crise europeia.
Para dar conta de produzir
minério de qualidade que,
66
na ponta do processo, vai
gerar o aço e com ele os
bens duráveis, a tecnologia
é a grande aliada. Quando
se trata de siderurgia e mineração, é preciso sempre
inventar, ou reinventar. A
tecnologia de tratamento do
minério com baixo teor de
ferro, por exemplo, aumenta a longevidade das minas,
dribla a escassez do produto de qualidade encontrado
nas camadas superficiais
dos terrenos e atende as
exigências do mercado, que
trabalha com o percentual de 65% a 68% de ferro
no minério.
VIDA ÚTIL
No final do ano passado, a
MMX, mineradora do Grupo EBX, adquiriu equipamentos para a expansão da
Unidade Serra Azul, situada na região do Quadrilátero Ferrífero, em Minas
Gerais. Com investimentos
de R$ 4,8 bilhões, o projeto
em andamento trará grande inovação no processo de
transformação do minério
de médio teor de ferro em
um de alto teor, e a produção alcançará 29 mihões de
toneladas.
De acordo com o diretor
de Operações, Implantação e Desenvolvimento de
Projetos da MMX, Antonio Schettino, a expansão
de Serra Azul permitirá à
MMX beneficiar, além do
minério de ferro do tipo itabirito friável (rico e de fácil
processamento), o itabirito
compacto (material rochoso
abundante na região), an-
Investimento em tecnologia permite
às mineradoras beneficiarem o
itabirito compacto, com baixo de teor
de ferro, o que aumenta a vida útil da
mina e reduz danos ambientais
Joao Marcos Rosa / Nitro
67
tes tratado como estéril por
apresentar cerca de 36% de
teor de ferro. Será uma das
maiores plantas do mundo
a operar, em grande escala, com itabirito compacto,
aumentando a vida útil da
mina em 20 anos, evitando
a abertura de novas plantas em áreas virgens. Outros ganhos ambientais são
a reutilização de cerca de
85% da água empregada
no processo e a construção
de um mineroduto subterrâneo, que ligará a usina
até um terminal ferroviário
próprio, evitando o tráfego
de caminhões na área.
Os equipamentos adquiridos pela MMX, que chegarão em 2013, incluem dois
moinhos
semiautógenos
(SAG) para moagem primária do itabirito compacto.
“O próprio material rochoso, que é duro e resistente a quebra, age como corpo moedor junto às bolas
de aço que ficam na parte
interna dos SAGs”, explica Schettino, ressaltando
que, ao empregar alta tecnologia de processamento
de itabirito compacto, em
processos ainda não utilizados no Brasil, a empresa estará agregando valor
a sua produção. A mineradora terá também em sua
planta 14 moinhos verticais, com potência de 3.000
cavalos cada. “É a primeira vez que uma mineradora
brasileira utiliza moinhos
verticais com essa potência. Os equipamentos irão
reduzir 27% da energia que
seria consumida na remoagem em moinho de bolas
convencionais”, assinala.
A nova planta da Unidade Serra Azul contará com simulador
virtual do processo produtivo
em 3D, o que permitirá que
tanto os empregados que tra68
Exportação minério de ferro (MG)
RARAS E COBIÇADAS
Exportação US$23 bi = 47% do total exportado pelo país
= saldo de US$21,5 bi na balança comercial do Estado.
Parque produtor
de aço
Capacidade
instalada
Produção aço
bruto
29 usinas
(11 grupos
empresariais)
47,8 milhões
de t/ano de
aço bruto
35,2
milhões de t
Saldo
comercial
Ranking
mundial
US$ 3,9 bilhões
13,0% do saldo
comercial do
país
5º maior
exportador
líquido de aço
de aço
7,1
milhões de t
Produtos
siderúrgicos
Consumo
aparente
Número de
colaboradores
33,3
milhões de t
25,0
milhões de t
137.134
Exporta
para
Exportações
indiretas (aço
contido em bens)
Consumo per
capita de aço
no Brasil:
mais de
100 países
2,9
milhões de t
145 quilos de
aço bruto/
habitante
12º exportador
Principais setores consumidores de aço
Construção civil, automotivo, bens de capital,
máquinas e equipamentos (incluindo agrícolas),
utilidades domésticas e comerciais.
Fontes: Ibram e
Instituto Aço Brasil
Poucos são os Estados que possuem o blend de minério existente
em Minas Gerais. E, como afiança o
subsecretário de Desenvolvimento
Mínero-Metalúrgico e Política Energética de Minas Gerais, Paulo Sérgio Machado Ribeiro, é essa base
mineral e siderúrgica que ajuda na
diversificação de nossa economia.
“Minas Gerais não é só minério de
ferro. Produzimos mais de 40 substâncias minerais. Temos uma posição privilegiada da commodity, por
sermos um Estado mediterrâneo”.
Essa variedade mineral inclui insumos considerados estratégicos
para a indústria de alta tecnologia
no mundo: os chamados metais de
terras-raras. O grupo é formado por
17 elementos químicos usados na
fabricação de vários produtos, como
tablets, carro elétrico, celulares, telas para computadores e televisores.
Levantamento de 2012 feito pelo geólogo Romualdo Homobono, do Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM), indica que Minas Gerais
possui 39 mil das 40 mil toneladas
de reservas medidas dos minerais de
terras-raras no Brasil. As mil toneladas restantes pertecem à empresa Indústrias Nucleares do Brasil, em São
Francisco do Itabapoana (RJ).
Atualmente, a China responde por
cerca de 97% da produção mundial,
detendo 23% das reservas, de acordo
com dados do governo daquele país,
do primeiro trimestre de 2012. Esses
números, porém, são contestados. “A
situação da China é complicada pela
falta de dados independentes, o que dificulta definir aquele que é correto”, explica Homobono. As reservas medidas
brasileiras totalizam menos de 1% das
reservas mundiais, mas ainda assim
vale a pena explorá-las. “O interesse
despertado pelas ameaças chinesas de
cortarem as exportações de terras-raras
fez com que diversos países voltassem a
pesquisas e mesmo à reabertura de antigas minas. O Brasil não poderia ficar
de fora”, diz o geólogo.
ARAXÁ
A Vale divulgou, no ano passado, seu
projeto de exploração de terras-raras
nas cidades mineiras de Araxá e Patrocínio, no Alto Paranaíba. A meta da empresa é entrar nesse mercado em três
anos. A multinacional canadense Mbac
Fertilizantes também já anunciou a
criação da subsidiária Araxá Mineração
e Metalurgia, que será responsável pelo
desenvolvimento do projeto de exploração desses elementos na região.
Já a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), fabricante de produtos à base de ni-
óbio na mesma cidade, anunciou
o desenvolvimento da tecnologia
para o processamento de quatro
dos 17 elementos. Em maio deste
ano, a empresa iniciou a produção de concentrados refinados de
terras-raras. Do rejeito do nióbio,
a CBMM fabrica sulfato duplo e hidróxido de terras-raras, o que nenhuma outra empresa no mundo
faz. Na fábrica piloto, a produção
é de mil toneladas de concentrados por ano, capacidade que deverá aumentar para 3 mil toneladas.
Para tanto, a empresa investe R$
50 milhões nesta primeira fase de
pesquisas e produção. (IMN)
Daniel de Cerqueira / Nitro
Paulo Sérgio Ribeiro: “Minas
Gerais não é só minério de
ferro. Produzimos mais de 40
substâncias minerais”
69
FOCO NO CLIENTE
Para garantir e conquistar mercado,
grandes empresas investem também
em tecnologia aliada diretamente à
demanda dos clientes. A Vale, por
exemplo, mantém o Centro de Tecnologia de Ferrosos (CTF) em Nova
Lima, na Região Metropolitana de
Belo Horizonte, onde realiza simulações de processos que utilizam seus
produtos, com o objetivo de avaliar o
desempenho destes na produção de
seus clientes. A simulação é capaz
de mostrar o comportamento do minério de ferro nos reatores das siderúrgicas, explica o gerente-geral do
CTF, Rogério Carneiro. Dessa forma,
o centro contribui para o desenvolvimento de matrizes de minério que
atendam os diferentes consumidores.
“ É possível falar em ´descomoditização`, pois para cada cliente existe um
blend específico”, ressalta Carneiro.
balham diretamente na produção quanto aqueles que estão
no centro de controle da operação sejam treinados por meio
da ferramenta. Além disso, o
software possibilitará verificar
previamente as taxas de rendimento da planta, contribuindo
ainda para a identificação de
possíveis gargalos e do índice
de falhas na produção.
PIONEIRA
Foi também graças à aplicação de tecnologia que a
Samarco Mineração superou o desafio que parecia
impossível para a época em
que foi instalada no Estado. Desde o início de sua
operação, em 1977, a empresa atuou com matéria-prima com baixo teor de
ferro (de 58%), antes considerada rejeito pelas concorrentes. Tratado, enriquecido e transformado
em pelotas de minério de
ferro, o produto atendeu
as exigências do mercado
mundial. Hoje a empresa
lavra o minério itabirítico
com teor de ferro em torno
de 45%, e a tendência é de
queda desse índice.
Em agosto do ano passado, a
moagem do minério na unidade de Germano, em Mariana (MG), passou a ser feita
por moinhos verticais (Vertimill), que têm capacidade
de operar, nos mesmos padrões e quantidades dos tradicionais moinhos de bola,
usando 50% menos de energia. “Se você não desenvolve
novas tecnologias, a exemplo do Vertimill, o processamento fica mais caro. Por
isso a necessidade dessas e
de outras tecnologias ao longo de toda a cadeia produtiva”, defende o gerente-geral
de Tecnologia e Ecoeficência
da Samarco, Denilson Rodrigues de Araújo.
ção no Estado tem se mantido como a mais significativa
do Brasil”, afirma Marcelo.
A extração do minério com
baixos teores de ferro tem influenciado cada vez mais novos investimentos tecnológicos. O diretor de Assuntos
Minerários do Ibram, Marcelo Ribeiro Tunes, ressalta
que considerável parcela de
investimentos nos projetos
de minério de ferro em Minas Gerais já é direcionada
à extração e ao aproveitamento desse tipo de insumo.
“Como resultado, a produ-
Segundo o Ibram, em 2011 a
produção minerária brasileira
alcançou US$ 50 bilhões, um
recorde no qual Minas Gerais
participou com US$ 23 bilhões,
47% do valor. Por outro lado, o
ivestimento em pesquisas ainda é baixo. Relatório do instituto publicado em 2012 indica
que em 2009 e em 2010 o Brasil recebeu apenas 3% de todo o
investimento privado mundial
em pesquisa, menos do que o
Chile e o Peru.
Arquivo MMX
Equipamentos adquiridos pela
MMX incluem dois moinhos
semiautógenos para moagem
do itabirito compacto e 14
moinhos verticais que vão
reduzir gasto energético
Na corrida tecnológica por novos
produtos, a Usiminas aposta, em
sua usina em Ipatinga (Vale do Aço),
no Continous on Line Control (CLC),
processo que permite a produção de
chapas grossas com alta resistência
mecânica, elevada tenacidade e desempenho superior da capacidade
do material de ser soldado. As características técnicas melhoraram
a performance do aço para uso em
grande profundidade marítima. Para
agregar valor à indústria de óleo, gás
e naval, a Usiminas investiu aproximadamente R$ 540 milhões.
A tecnologia atende os requisitos
técnicos ditados pela Petrobras,
cliente da Usiminas, visando à exploração principalmente do Pré-Sal,
cujas obras requerem alto percentual de nacionalização. Para a adoção
do CLC, a empresa fez um upgrade
em seu processo industrial, da aciaria à laminação final. Segundo o gerente-geral de Produto e Assistência
Técnica ao Cliente, Eduardo Cortes
Sarmento, todas as etapas de produção passaram por investimentos.
“Com a linha, a Usiminas se equipara às melhores siderúrgicas do
mundo”, assegura.
70
71
72
73
A NECESSÁRIA INTERAÇÃO
ENTRE UNIVERSIDADE E EMPRESAS
Clélio Campolina Diniz
Reitor da UFMG
Reitor da Universidade Federal de
Minas Gerais, é professor titular do
Departamento de Ciências
Econômicas
74
O papel da inovação no desenvolvimento econômico voltou a
atrair a atenção de pesquisadores e formuladores de políticas
públicas nas últimas quatro
décadas, e, desde então, um
intenso e frutífero debate foi
reavivado, tendo como pano de
fundo transformações substanciais no contexto econômico
mundial. A crescente integração financeira, produtiva e comercial dos países em escala
global foi impulsionada e, ao
mesmo tempo, acompanhada
pelo avanço tecnológico, particularmente pelas tecnologias
da informação e comunicação
(TIC), reconfigurando o padrão
competitivo dos mercados mundiais. As vantagens comparativas estáticas, baseadas em
recursos naturais, perderam
importância e cederam espaço
para as vantagens comparativas dinâmicas, assentadas em
elementos construídos, como
os derivados da capacidade de
gerar e aplicar conhecimento
tecnocientífico na exploração
de novos produtos, novos mercados e novos métodos produtivos e organizacionais.
Mas, diante do aprofundamento da internacionalização
econômica e, sobretudo, da
difusão ascendente das TIC,
tornou-se muito mais difícil
para as empresas a possibilidade de reter exclusivamente
suas vantagens comparativas
dinâmicas. Isso porque, com a
globalização e o acelerado progresso tecnológico, o conhecimento ficou mais fluido, acessível e disperso, podendo ser
mais facilmente apropriado e
absorvido pelos concorrentes,
de modo que o domínio de diferenciais competitivos passou
a ser menos rígido e tenden-
cialmente transitório. Assim,
a capacidade de competição
das empresas está agora sob
permanente risco, devendo ser
obrigatoriamente
renovada,
por meio de um esforço inovador contínuo. A inovação, portanto, foi efetivamente revalorizada no contexto econômico
contemporâneo em grau inaudito, reatualizando o princípio
da “destruição criativa” formulado pelo economista Joseph
Schumpeter há 70 anos.
O esforço inovador, contudo,
não depende apenas de iniciativas isoladas e individuais
das empresas, amparadas em
atributos internos próprios,
mas se circunscreve em um
ambiente institucional muito
mais amplo e complexo, estando correlacionado a diversos
outros fatores exógenos, como
os de natureza social, econômica, política, cultural etc.,
como bem formulou Mark Granovetter, em 1985, através do
conceito de imersão social. Isso
ocorre em razão de o conhecimento não consistir somente
de informações codificadas,
passíveis de serem transmitidas pela simples especificação
técnica enunciada, mas também pelas inter-relações sociais não codificadas decorrentes da imersão social na qual
as empresas ou agentes estão
inseridos. Assim, a despeito de
ter se tornado relativamente
acessível, o conhecimento tem
elevado componente tácito,
que implica árduo processo de
absorção, requerendo procedimentos e rotinas para a efetiva
transferência do saber e do fazer. Consequentemente, a difusão do conhecimento cobra a
proximidade de empresas e outros atores e agentes, entre os
quais se destacam as universidades e institutos de pesquisa,
tanto em termos geográficos
quanto institucionais, a fim de
permitir o estabelecimento de
estreita interação, mediante
canais de fluxos intermitentes
e íntimos de informações e trocas de experiências recíprocas
face a face, conformando uma
prática compartilhada virtuosa e cotidiana de aprendizagem mútua.
Sob tal perspectiva, o processo inovativo evidencia características fortemente territorializadas, vindo a se materializar
em sistemas produtivos espacializados de âmbito regional
ou local, com elevado grau de
conectividade entre empresas,
universidades, institutos de
pesquisa, laboratórios públicos
e privados, agências de fomento, entidades privadas e governamentais, além de outras organizações da comunidade em
geral, envolvidas sinergicamente. Merecem destaque as atividades de pesquisa e desenvolvimento na geração, introdução
e utilização de novas técnicas e
processos inovativos nos mais
diversos campos produtivos,
gerenciais e comerciais.
Entre as diferentes alternativas de organização de sistemas regionais de inovação,
destaca-se a estruturação de
parques tecnológicos, que articulam cooperativamente empresas de base tecnológica,
universidades, institutos de
pesquisa, organizações empresariais e governo para o
estabelecimento de processos
de “fertilização cruzada” de
atividades inovativas. No caso
da capital mineira, a criação
do Parque Tecnológico de Belo
Horizonte (BH-Tec), constituído em parceria da UFMG,
governo estadual, prefeitura e
entidades empresariais (Fiemg, Sebrae), com o apoio de
agências de fomento estadual
e federal (Fapemig e Finep),
é uma iniciativa amplamente
promissora com vistas a promover a interseção entre a ciência gerada na academia e
sua aplicação pelo setor produtivo, de forma a fixar bases fundamentais para o desenvolvimento sustentado de
longo prazo, baseado em atividades inovadoras e na diversificação produtiva da região,
do Estado e do país.
Instalado em área de 535 mil
metros quadrados, em terreno da universidade no campus da Pampulha, o BH-Tec
já recebeu investimento de
R$ 65 milhões, abrigando, inicialmente, 16 empresas de segmentos em que a UFMG mantém pesquisas sistemáticas
em profundidade: aeronáutica, informática, automação,
biotecnologia, gestão, meio
ambiente, eletrônica, energia,
mineração e siderurgia. O BH-Tec se soma a outros esforços
que a UFMG tem feito ao longo
de sua história para estreitar
os canais de interação com as
empresas em diferentes setores. Cabe sublinhar a geração
e transferência de patentes e
know-how ao setor empresarial. De 2000 ao ano passado,
foram depositadas 418 patentes, sendo 61 e 75 respectivamente em 2010 e 2011, o que
coloca a UFMG como líder nacional entre as universidades
brasileiras e reafirma nosso
compromisso com a geração e
a difusão de conhecimento em
prol da sociedade.
75
AMBIENTE
DA INOVAÇÃO
Fruto de parcerias entre instituições de ensino e pesquisa, poder
público e iniciativa privada, os parques tecnológicos são peça
fundamental para impulsionar a inovação tecnológica e aproximar
universidades e empresas. No Estado, três unidades já estão em
pleno funcionamento, e outras três, em fase de implantação
> Viviane Lopes
Mais de seis décadas depois do
surgimento do primeiro parque
tecnológico nos Estados Unidos, o
modelo que reúne, em um mesmo
ambiente, empresas de inovação e
pesquisa começa a se consolidar
no Brasil. O país abriga 90 iniciativas, de diferentes portes, com
cerca de 520 empresas. Estas
somam receita anual de R$ 1,68
bilhão, exportam R$ 116 milhões
e geram cerca de R$ 119 milhões
em impostos. Minas Gerais segue
a rota: três parques tecnológicos –
em Belo Horizonte, Itajubá e Viçosa – estão em operação, e outros
três – em Juiz de Fora, Lavras e
Uberaba – estão em fase de contratação de empresas para desenvolvimento dos projetos urbanístico e arquitetônico.
Lançado em maio, o Parque Tecnológico BH-Tec é uma parceria
entre a Universidade Federal de
Minas Gerais (UFMG), governos
municipal e estadual, o Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-MG)
e a Federação das Indústrias do
Estado de Minas Gerais (Fiemg).
O investimento, até o momento, foi R$ 65 milhões, mas será
preciso muito mais. O projeto é
76
CONJUNTURA
O espaço e o acesso rápido
aos recursos públicos, já que
algumas instituições possuem
linhas de financiamento específicas para empresas residentes em parques tecnológicos,
foram fatores que atraíram a
criativa Samba Tech para o
BH-Tec. Formada por jovens
profissionais, a empresa se
apresenta como líder em soluções para vídeos on line na
América Latina e cresce 200%
ao ano, em média. CEO da empresa, Gustavo Caetano projeta uma expansão maior ainda: “Um ambiente novo sugere
mudança, e isso se refletiu no
nosso negócio. Aumentamos a
base de funcionários, o número de clientes, e estamos sempre atentos às tendências de
mercado. Caminhamos para
nos tornar um grupo de internet com tecnologia de ponta e
parcerias internacionais”.
Além da facilidade de acesso aos
financiamentos públicos, o diretor administrativo-financeiro da
Take.net, Pedro Henrique Ferreira, destaca outra vantagem de
fazer parte de um parque tecnológico: a facilidade de acesso à
mão de obra qualificada, antes
mesmo da sua formatura, graças à proximidade com a UFMG.
Desenvolvedora de soluções para
distribuição e gerenciamento de
downloads, notícias, interatiRafael Motta / Nitro
ambicioso, mas esbarra na falta
de estrutura física. Na região da
Pampulha, o único edifício construído no terreno de 535 mil metros quadrados (quase 70% da
área é de preservação ambiental)
está ocupado por apenas 16 empresas, que atuam nas áreas de
ciências da vida (biotecnologia,
saúde humana e animal), tecnologia da informação e comunicação, materiais e processos,
ambiental, energias alternativas
e entretenimento e cultura. A escolha das empresas é feita por
meio de um conselho da instituição que avalia se estas possuem
o perfil adequado ao parque tecnológico. A expectativa é de expansão. “Vamos construir ainda
muitos prédios e teremos capacidade, quando estivermos em
plena carga, para mais de 200
empresas”, garante o professor
Ronaldo Tadeu Pena, presidente
do BH-Tec e ex-reitor da UFMG.
GOOGLE
Realidade depois de quase uma
década passada entre o projeto e
sua efetiva implantação, ao que
tudo indica o BH-Tec não terá
problemas para sua ocupação,
ainda que, diante dos números nacionais, a pretensão seja
extraordinária. Ronaldo Pena
conta que já foi sondado por 72
empresas, entre elas a gigante
mundial das buscas na internet. “Desde 2001, tivemos várias visitas de representantes do
Google”, revela o professor, ressalvando que “não há ainda nenhuma decisão oficial”. O Google
mantém há sete anos na capital
mineira um escritório, apontado por Fábio Coelho, presidente
da empresa no Brasil, como um
dos mais importantes centros de
desenvolvimento de projetos em
toda a América Latina.
Um dos caminhos para a ampliação do BH-Tec é justamente a parceria com o setor privado. A intenção é estabelecer
um modelo de negócio alternativo com as construtoras. Elas
poderão investir na construção
de prédios no parque e, em troca, receberão o aluguel das empresas ali instaladas. Isso até
2041, quando a UFMG passará
a ser a proprietária dos prédios.
“Esperamos realizar a licitação
para ampliação em outubro”,
anuncia Ronaldo Pena.
Inaugurado este ano, o BH-Tec
já recebeu R$ 65milhões em
investimentos; 16 empresas estão
instaladas ali e a expectativa é
abrigar mais de 200
77
Parques tecnológicos em fase de implantação
Fonte: Rede Mineira de Inovação
2. Uberaba
Investimentos: R$ 1,52 milhão do Estado,
em 2012, para os projetos urbanístico da
área e arquitetônico do prédio
Áreas: biotecnologia, tecnologia da
informação, energia, meio ambiente,
design e fármacos
Receita: R$ 700 mil no primeiro ano de
funcionamento
Inauguração: não há previsão
2
Belo Horizonte
3
1
1. Juiz de Fora
Investimentos: R$ 3,65 milhões do
Estado em 2012
Áreas: biotecnologia, tecnologia da
informação, saúde animal e humana,
eletroeletrônica, leite e derivados
Receita: R$ 1,6 milhão no primeiro
ano de funcionamento
Inaugração: não há previsão
vidade e voz, integrando usuários
de telefonia móvel às operadoras,
empresas, anunciantes e patrocinadores, a Take.net instalou-se
no BH-Tec em junho deste ano
e tem metas ousadas de crescimento. Atualmente com seis
profissionais, espera aumentar a
equipe para 15 profissionais até
o fim do ano. “A parceria com as
agências de fomento ao desenvolvimento tecnológico tem permitido à empresa financiar a inovação, gerar empregos qualificados
e atingir metas de crescimento
superiores a 35% ao ano”, comemora o diretor.
REFORÇO LOCAL
Espalhados pelo mundo, defensores dos parques tecnológicos
ressaltam que estes são um caminho para manter o capital in78
3. Lavras
Investimentos: R$ 1,06 milhão do Estado,
em 2011, para execução dos projetos
urbanístico e arquitetônico e estudo de
viabilidade técnica e econômica
Áreas: saúde animal, tecnologia de
alimentos, biotecnologia, tecnologia da
informação e engenharias
Receita: não há previsão
Inauguração: não há previsão
telectual nas regiões onde eles
existem, o que é de suma importância para o equilíbrio do desenvolvimento de um país. “Minas
Gerais não está mais exportando cérebros”, diz o presidente do
BH-Tec. Para ele, o interesse de
grandes empresas de tecnologia
em se fixar no parque está na
aproximação com uma instituição de ensino como a UFMG. “Temos o melhor grupo de ciência da
computação do Brasil. Temos conhecimento, e as empresas querem ir para onde existe conhecimento”, assinala.
A proximidade com as universidades e, consequentemente, com
recursos humanos qualificados é
um conceito inerente à criação de
parques tecnológicos, já que eles
se apresentam como plataforma
de apoio à inovação no país. Um
dos principais desafios é também
garantir a qualidade das universidades brasileiras. Doutora em
engenharia elétrica e informática,
a presidente da Associação Na-
cional de Entidades Promotoras
de Empreendimentos Inovadores
(Anprotec), Francilene Garcia,
afirma que os parques tecnológicos contribuem de forma relevante para consolidar a formação de
uma forte e competitiva indústria
baseada no conhecimento. Os
parques criam condições favoráveis à agregação de tecnologia
e inovação ao setor industrial,
agrícola e de serviços já estabelecidos no país. “A aposta recente
na emergente indústria inovadora no país posiciona bem os
parques tecnológicos como plataformas físicas de referência no
processo de desenvolvimento de
novos espaços ou polos tecnológicos no Brasil, sempre com o objetivo de consolidar a formação de
uma forte e competitiva indústria
baseada no conhecimento”, afirma Francilene.
NAS REGIÕES
O presidente da Rede Mineira de Inovação, Paulo Augusto
Garcia, também ressalta a importância dos parques tecnológicos para o crescimento regional. Ele lembra que quando
um parque é construído em pequenas e médias cidades, ocorre um movimento de retenção
e de atração de mão de obra
qualificada, algo essencial para
a promoção social e econômica
local, criando, inclusive, uma
rede de prestação de serviços
nas mais diferentes áreas. “Os
parques dinamizam a cadeia
produtiva, pois demandam, por
exemplo, hotéis, restaurantes
e até espaços culturais melhores”, salienta.
Além disso, diz Garcia, essas instituições exercem papel pedagógico de ensinar ao empresariado,
lembrando-os que é preciso investir em tecnologia, ainda que
o caminho entre a pesquisa e o
desenvolvimento industrial seja,
muitas vezes, longo. É preciso,
então, assegurar condições para
a existência de novos parques
tecnológicos, como meio de elevar o número de empresas capazes de competir no mercado globalizado. Garcia ressalta ainda a
capacidade dos parques tecnológicos de otimizar recursos. “A
pesquisa demanda investimento
muito alto. No parque é possível
compartilhar laboratórios, desenvolvimento tecnológico, sugerir
temas, reduzir em muito o custo
do processo”, observa.
to bruto das empresas incubadas
foi de R$ 1,3 milhão. As empresas
consolidadas faturaram cerca de
R$ 1,2 milhão. Nesse mesmo período, a arrecadação de impostos
foi de R$ 168 mil. Um dos destaques do Parque Científico de Itajubá é a empresa Ventrix Indústria e Comércio, que desenvolveu
um sistema chamado Cardiofit,
destinado à realização de eletrocardiogramas e teste ergométrico
digital com transmissão automática de exames e laudos via internet, garantindo a preservação dos
dados do paciente.
Em Viçosa, na Zona da Mata, o
TecnoParq foi inaugurado em
abril do ano passado. Assim
como grande parte das iniciativas aqui e no mundo, ele mantém um vínculo estreito com
uma instituição de ensino de
expressão. Gerido pelo Centro
Tecnológico de Desenvolvimento
Regional de Viçosa (CenTev), órgão da Reitoria da Universidade
Federal de Viçosa (UFV), e com
apoio dos governos municipal e
estadual, o parque ocupa área de
214 hectares, mas em seu prédio
principal estão apenas duas empresas; uma terceira se instalará
em edifício anexo. A vocação do
TecnoParq está relacionada às
áreas de excelência da UFV, em
especial biotecnologia, tecnologia
de alimentos, florestal e ambiental e ciência veterinária.
Rafael Motta / Nitro
EXCELÊNCIA
A força de um parque tecnológico
no interior pode ser medida pelo
Parque Científico-Tecnológico de
Itajubá, o mais antigo do Estado.
Ele foi fundado em 2000 e abriga
centros de estudo com foco em
eficiência energética, materiais
biofuncionais, qualidade de energia e redes inteligentes. Atualmente, 25 empresas estão em
operação ali, sendo 17 em processo de incubação e oito consolidadas. Juntas, essas empresas
geram 230 empregos. No primeiro
trimestre deste ano, o faturamen-
Ronaldo Pena, presidente do
BH-Tec: “Minas Gerais não está
mais exportando cérebros”
79
PATENTES
PROTEÇÃO
A INDÚSTRIA
Nos últimos cinco anos, cresceu o número de patentes depositadas
pelo Brasil no exterior. As instituições públicas lideram o ranking.
Porém, ainda estamos bem abaixo de países como a China e Índia. Dois
obstáculos dificultam o processo de modernização industrial por aqui:
a lentidão na transferência tecnológica e a falta da cultura de inovação
> Lucas Alvarenga
Um dos termômetros do nível
de inovação de um país, o registro de patentes está em alta
no Brasil, mas isso não significa que estamos bem numa
concorrida lista mundial. Ao
contrário. Ainda que seja expressivo o número de 2011,
quando foram depositados 572
pedidos de patentes brasileiras
no exterior por meio do Tratado de Cooperação de Patentes
(PCT), contra 270 solicitadas
em 2005, o país ocupa o último lugar no ranking da proteção de produtos e processos
registrado pelas nações que
formam o Bric. “Estamos atrás
da China, Índia e Rússia, mas
este cenário pode começar a
se reverter dentro de quatro
anos.”, pondera o diretor de
Patentes do Instituto Nacional da Propriedade Industrial
(Inpi), Júlio César Moreira.
Na análise do maior banco de
dados de patentes do mundo,
o Índice Mundial Derwent de
Patentes (DWPI), os depósitos
brasileiros cresceram 64% en80
Inovação Tecnológica (CTIT) da
UFMG é o órgão responsável
pela gestão do conhecimento
científico e tecnológico gerado
na instituição. É a CTIT que
atua na comercialização das
inovações criadas, na disseminação da cultura de propriedade intelectual e na proteção
do conhecimento. Desde a sua
concepção, o órgão já contabilizou 440 pedidos de patentes
ativos, 64 marcas registradas,
20 registros de softwares, 11
desenhos industriais e 10 certificados de adição. “Patente
não é artigo científico. Ela valoriza o trabalho do pesquisador ao assegurar propriedade e
gerar receita”, ressalta o coordenador da CTIT, Rodrigo Dias
de Lacerda.
A Fapemig também deu um
grande salto nesse sentido.
Em 12 anos, foram registrados 456 pedidos de patentes
e 17 transferências de tecnologia. A instituição, que
recebe regularmente a verba
de 1% do orçamento do Estado, aprovada em lei e prevista na Constituição mineira,
tem diferentes linhas de financiamento que atendem os
pesquisadores, como aquelas
voltadas ao apoio, à criação
Marcus Desimoni / Nitro
tre 2001 e 2010, enquanto na
Europa e no Japão caíram 30%
e 25%, respectivamente. Só
em 2011, foram depositados
31.924 pedidos de patentes no
Brasil, contra 28.052 solicitados em 2010. Na última década,
o país atingiu um total de 130
mil registros nacionais, 4,3%
do total de pedidos chineses
de patentes – que totalizaram
3 milhões – na mesma época.
Se o Brasil ainda está longe
de se aproximar dos índices
da potência oriental, muito
se deve ao fato de empresas
estatais, universidades públicas e entidades de pesquisa dominarem o ranking dos
cinco maiores solicitantes de
proteção intelectual do país
– Petrobras, Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade de São
Paulo (USP), Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado
de São Paulo (Fapesp) e Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG), nessa ordem.
De acordo com estudo DWPI,
27% das patentes brasileiras
são de universidades. O fato
de a Coordenação de Pessoal
de Nível Superior (Capes) pontuar programas de pós-graduação com patentes só endossa
a intenção do governo de elevar essa participação – algo
declarado pela presidente Dilma Rousseff à imprensa.
Mário Neto, da Fapemig: em
12 anos a instituição registrou
456 pedidos de patentes e
realizou 17 transferências de
tecnologia
Em Minas Gerais também, são
duas instituições públicas que
lideram a busca pelas patentes. A UFMG e a Fundação de
Amparo à Pesquisa de Minas
Gerais (Fapemig) são as principais responsáveis pelo quarto
lugar ocupado pelo Estado nas
solicitações do país ao Inpi,
com 615 pedidos, atrás do Rio
de Janeiro, São Paulo e Rio
Grande do Sul. Só em 2011,
71 depósitos foram efetuados
pela federal mineira, que liderou, nesse ano, o ranking
das universidades brasileiras
que mais solicitam patentes, à
frente da Unicamp e da USP.
Criada há 15 anos, a Coordenadoria de Transferência de
81
Caminhos de uma patente
Saiba como conseguir um registro
1) Pesquisa: Verificar
se o produto já foi
patenteado
nacionalmente e
internacionalmente
(pesquisa.inpi.gov.br )
2) Depósito do
pedido: Fazer
um relatório
técnico do
produto e
entregá-lo no
Inpi.
Custo: R$ 200
e/ou manutenção de núcleos de inovação tecnológica,
aberto em janeiro deste ano.
Em 2011, a Fapemig criou o
Departamento de Relações
Empresariais no âmbito da
Gerência de Inovação, como
forma de apoiar a indústria.
O presidente da Fapemig, Mário Neto Borges, lembra que
as universidades geram inovação por meio da pesquisa,
mas são as empresas as responsáveis por transformar conhecimento em riqueza. “Sem
inovação a indústria tende
a morrer. Com ela, porém, o
setor se torna competitivo e
capaz de gerar emprego e impostos. É um ciclo positivo e
sustentável de desenvolvimento de riqueza, com lastro no
conhecimento”, avalia.
A Fapemig e Federação das Indústrias do Estado de Minas
Gerais (Fiemg) assinaram em
maio um acordo de cooperação
na área de inovação. Com investimentos previstos em R$ 5
milhões e ações para os próximos cinco anos, o acordo prevê
a contratação de mestres e doutores pelas empresas mineiras
por meio de concessão de bolsas, com recursos que virão das
duas instituições. A proposta é
fomentar a cultura da inovação
na indústria. “A nossa ideia é que
a invenção realizada em uma indústria mineira possa induzir seu
crescimento e atingir outros mercados dentro e fora do país, geran82
3) Sigilo: O projeto
fica guardado no Inpi
até 18 meses para
que possa ser
publicado na Revista
da Propriedade
Intelectual (revista.
inpi.gov.br) e se torne
público.
Custo: R$ 200
do royalties”, explica Borges.
Por isso, também o Inpi trabalha de forma articulada com a
Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro
e Pequenas Empresas), incentivando projetos não só de grandes instituições, mas também
de micro e pequenas empresas
a adotarem a ideia da inovação
por meio de ações de mobilização, capacitação, consultoria e
assessoria. “Os donos de micro
e pequenas empresas pensam
que a invenção precisa ser algo
mirabolante, quando, na ver-
4) Anuidade: O
inventor terá que
arcar com uma
anuidade dois anos
depois do pedido. Essa
taxa perdura até o
último ano de vigência
da patente: o 20º.
Custo: R$ 250 (1ª
anuidade) a R$ 1.690
(cinco últimos anos de
vigência da patente)
dade, ela geralmente agrega a
outra já existente”, diz Moreira.
O diretor de Patentes do Inpi
defende a parceria entre os 300
núcleos de inovação tecnológica espalhados pelas universidades do país e as empresas,
como uma forma de incentivar
a transferência de tecnologia e
o crescimento industrial.
ENTRAVES
Se, por um lado, entidades estaduais e federais se organizam
5) Pedido do exame: Pode ser
requerido em até três anos após o
depósito. A análise leva, em
média, cinco anos.

Custo: R$ 320 (modelo de
utilidade) e R$ 500 (invenção)
para aproximar universidades, governo e indústria, por
outro, há ainda muitos empecilhos para que a propriedade
intelectual, sobretudo voltada
à indústria, seja disseminada.
“O processo que vai do depósito da patente à transferência
tecnológica é lento. Se não bastasse isso, temos que conviver
com um problema cultural: o
empresário brasileiro, de modo
geral, não enxerga a inovação
como produto”, analisa o presidente da Fapemig.
De acordo com o diretor de
Patentes do Inpi, o órgão carece de profissionais para
6) Carta-patente: Fase em que
a patente pode ser concedida
ou negada. Se concedida, é
preciso pagar uma taxa para
obter a carta-patente.
7) Recurso: Se negada, o
inventor tem 60 dias para
entrar com recurso no Inpi.
Custo: R$ 540
Custo: R$ 200
examinar os processos. Hoje,
eles somam 220, número que
deve chegar a 290 até o final
do ano e 700 até 2015. “Com
essa quantidade de examinadores e a completa informatização do instituto, que
inclui o depósito eletrônico
de patentes desde julho, esperamos chegar a 2015 com
todos os pedidos de 2011
analisados”, prevê Moreira. Ele lembra que em 2007
eram necessários 11 anos
para finalizar o processo de
concessão de uma patente.
Hoje, essa análise leva cinco
anos e quatro meses.
Arquivo UFMG/Foca Lisboa
Com 71 depósitos em 2011,
UFMG liderou nesse ano o
ranking
das
universidades
brasileiras que mais solicitaram
patentes, à frente da Unicamp
e da USP
O mesmo cenário se repete na
CTIT. Para dar conta da demanda por proteção intelectual, o órgão da UFMG precisará de mais
analistas. Mas se não bastasse a
dificuldade de pessoal que emperra todo o processo, os inventores, instituições e empresas
ainda sofrem com os elevados
custos para se garantir a propriedade de uma inovação. Para
depositar uma patente no Brasil
é preciso que o responsável pelo
registro arque com R$ 3 mil, enquanto um registro internacional não sai por menos de US$
25 mil para cada país em que
for pedida a proteção. No caso
de pequenos inventores, há uma
redução de 60% nas taxas de depósito nacional, medida que visa
promover um ambiente saudável e propício à inovação no país.
Na opinião de especialistas do
Instituto Euvaldo Lodi (IEL),
instituição do Sistema Fiemg,
é preciso rever esse sistema de
taxação do registro, bem como
o processo de manutenção de
patentes, cujo depósito cresce
desde 2004 no Brasil. Hoje, uma
patente de invenção dura 20
anos após a concessão. Já aquela referente ao modelo de utilidade – uma nova função para um
objeto já existente – tem validade
de 15 anos. Por isso, industriais
mineiros defendem a concessão
de incentivos, ainda que temporários, para a comercialização de
produtos inovadores. A proposta foi encaminhada à presidente
Dilma Rousseff, que avalia essa
e outras medidas para promover
a economia do conhecimento.
83
CONJUNTURA
MUDANÇA
DE RITMO
Apesar de incipiente, se comparado ao de outros países, aumenta
o número de empresas no Brasil que investem na modernização
tecnológica e na criação de processos e produtos. É certo, porém, que
teremos que correr muito para ganharmos mais competitividade e
não perdermos o bonde do desenvolvimento econômico sustentável
> Angela Drumond
O processo de inovação, capaz de
promover desenvolvimento aliado
a sustentabilidade, fazer frente às
crises e aumentar a competitividade numa sociedade globalizada, é
um desafio para todas as nações.
O que difere é a forma de enfretamento, as condições estabelecidas
ou planejadas nessa briga de titãs
da economia mundial, ainda fortemente abatidos pela crise financeira de 2008. No Brasil, a inovação
tecnológica é mais presente na
compra de máquinas e processos,
ou seja, na chamada inovação incremental. A criação de produtos e
processos que representam novidade, a inovação de ruptura, ainda
é muito incipiente.
Essa situação foi exposta, em julho,
no mais recente levantamento da
Organização Mundial de Propriedade Intelectual (ligada à Organização
das Nações Unidas) e do Insead
(escola de negócio europeia), que
indica o grau de inovação dos países. Suíça, Suécia, Cingapura, Finlândia e Reino Unido são os cinco
primeiros da lista; Estados Unidos,
o 10º. Já o Brasil ocupa o 58º lugar.
Além disso, registrou uma queda
de nove posições no ranking em
relação a 2011 (ano em que havia
subido 21 posições).
84
e comércio (108ª). Os índices
assinalam também a pequena contribuição das empresas
para o registro de patentes (a
maior parte é feita por universidades) e o fato de apenas 14%
das exportações terem valor
agregado de alta tecnologia, deixando o Brasil na 49ª posição
entre os países com uma pauta
de exportação mais avançada.
Entre os Brics (Brasil, Rússia, Índia e China), o Brasil foi
o que mais baixou no pódio
mundial. Na América Latina, ficou bem atrás do Chile (39º). O
levantamento identificou como
grandes problemas nacionais o
ambiente para negócios (127ª
posição entre 141 países analisados), a educação superior
(115ª), as condições de crédito
Investimentos inovação indústria (2005 – 2008)
Fonte: Pintec/IBGE
Tipo de inovação
38%
77,6%
38,3%
34,9%
41,4%
29%
23,6%
34,5%
21%
2,9%
Produtos e
processos
Organizacionais
Empresas pesquisadas/indústria tranformação Brasil (98.420 unidades)
2,6% 2%
Projetos
abandonados
A produção de caminhões e
automóveis do país está em
primeiro lugar no ranking das
atividades industriais que
mais investiram em inovação
Empresas pesquisadas/indústria tranformação MG( 12.578 unidades)
Empresas pesquisadas/indústria extrativa Brasil (2.076 unidades)
Empresas pesquisadas/indústria extrativa MG (465 unidades)
Leo Drumond / Nitro
85
Atividades industriais com maiores taxas de inovação (2005 –2008)
MODERNIZAÇÃO
Os números do levantamento Organização Mundial de Propriedade
Intelectual colocam o Brasil numa
posição muito delicada, mas dados
nacionais atestam que a modernização da indústria está em curso
no país. É o que constata Antônio
Braz de Oliveira e Silva, doutor em
ciência da informação pela Universidade Federal de Minas Gerais e
analista do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). Ele
lança mão da Pesquisa de Inovação Tecnológica (Pintec), base
2006/2008, ao fazer tal constatação, mas lembra que a modernização ainda é mais presente na compra de máquinas e processos, uma
vez que a criação de produtos que
representem novidade para todo
o mundo ainda é baixa. “É preciso correr muito para não ficarmos
para trás”, afirma.
Os números atestam: o índice de
inovação nas empresas brasileiras aumentou de 34,4%, entre
2003 e 2005, para 38,6%, entre
2006 e 2008. Se for verificada a
série da Pintec, de 2000 (ano de
sua primeira edição) para 2008,
o índice de empresas inovadoras cresceu 21% no país, mas a
maioria dos investimentos se deu
na implantação de novos processos e na compra de equipamentos, deixando para pouquíssimas
a vantagem de inovar de forma
radical, ou seja, com novos produtos e serviços.
Ainda assim, houve avanço no
Brasil. Segundo dados do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o montante aplicado em
pesquisa e desenvolvimento (P&D)
foi de 1,62% do Produto Interno
Bruto em 2010, contra 1,3% em
2000. Em recursos, foram R$ 60,9
bilhões em 2010 (43% advindos de
empresas), uma alta vigorosa se
comparada ao volume do início da
década, de R$ 15,3 bilhões.
Em primeiro lugar na lista das
atividades industriais que apre86
Fonte: Pintec/IBGE
Automóveis, caminhões e ônibus
83,2%
Produtos eletrônicos e ópticos
63,5%
Produtos químicos
Equipamentos de comunicação
Equipamentos de informática e periféricos
Máquinas e equipamentos
sentaram maior taxa de inovação
no período da pesquisa estão as
relacionadas a automóveis, caminhões e ônibus (83,2%). Entretanto, a Pintec identificou os
serviços de telecomunicações,
edição e gravação de música e informática, todos com alto grau de
conhecimento, como os maiores
aplicadores em inovação. Quando se trata de atividades de desenvolvimento e licenciamento de
programas de computador, o índice de inovação chega a 58,2%;
em telecomunicações, 46,6%;
em outros serviços de tecnologia da informação (TI), 46,1%;
em edição e gravação de música,
40,3%. Essa última taxa é identificada também em tratamento de
dados, hospedagem na internet e
outras atividades relacionadas.
NO ESTADO
Seguindo a linha dos números
nacionais destacados, em Minas
Gerais, das 12.578 indústrias de
transformação ouvidas, 5.208
investiram em inovação com produtos e/ou processos; 4.823 em
inovações organizacionais e/ou
de marketing; e 250 se lançaram em projetos incompletos ou
abandonados. O investimento
em P&D totalizou R$ 1,1 bilhão.
Raimundo Leal Filho, da FJP,
critica a incipiente transferência
tecnológica das multinacionais: “A
exigência da contrapartida deveria
ser parte integrante das políticas
governamentais”
58,1%
54,6%
53,8%
51%
Os números mineiros nas 465
indústrias extrativas pesquisadas foram 98, 134 e 36, na mesma sequência dos dados acima
da indústria de transformação.
Em P&D, o total investido pelas
empresas foi de aproximadamente R$ 17 milhões.
O exemplo da indústria de transformação ilustra o que o país precisa para o futuro. O quadro geral
da pesquisa ressalta que 42% das
indústrias de Minas Gerais investiram em produtos e processos,
mas a inovação não ocorre na proporção necessária, nem nos setores mais dinâmicos da economia,
como bens de capital, software ou
biotecnologia, para fazer frente à
disputa no mundo globalizado.
CONHECIMENTO
Pesquisador em ciência e tecnologia do Centro de Estatística e
Informação da Fundação João
Pinheiro, Raimundo de Souza
Leal Filho ressalta que a indústria brasileira ainda vive os reflexos da crise mundial de 2008. “O
volume da produção no Brasil, e
em Minas Gerais, não retomou o
que era em 2008, em função da
crise internacional. A recuperação da produção industrial não
Rafael Motta / Nitro
acompanha o que acontece em
outros setores, e isso quase quatro anos depois”, observa.
Ele lembra que, tradicionalmente, a difusão de novas tecnologias
e a renovação do parque produtivo ocorrem de forma contínua
na indústria, com a aquisição de
processos e novos equipamentos, por causa da depreciação
ou porque estão obsoletos. Leal
Filho acredita que a falta de interação entre universidade e iniciativa privada é um dos empecilhos para o processo de inovação
no país. “O transbordamento do
conhecimento das universidades brasileiras para as empresas
é baixo”, avalia, lembrando que
existem dois grandes grupos – as
pequenas indústrias com suas
startups (empresas nascentes de
base tecnológica) e as grandes
empresas que atuam em escala
global – que requerem estratégias
governamentais para a internacionalização do conhecimento do
país. “E, no Brasil, essa ação ainda é incipiente”, analisa.
“É importante que os governos
exijam contrapartida”, defende o
pesquisador. Assim como faz a
China. A tendência é que essas
corporações se utilizem dos chamados países de periferia para
montagem de equipamentos,
mantendo as iniciativas científicas em seus países de origem. “A
exigência da contrapartida deveria
ser parte integrante das políticas
governamentais”, diz Leal Filho.
EXPORTAÇÃO
A dependência dos produtos básicos para a pauta de exportação brasileira é muito grande. A
balança comercial referente aos
produtos não industriais representa mais que duas vezes (US$
25,4 bilhões FOB) os valores da
balança comercial total (US$
60,7 bilhões FOB). Isso acontece,
segundo destacam economistas
da Fiemg/IEL, porque o déficit do
comércio de produtos de média-alta e alta tecnologia, de US$
68,3 bilhões, amorteceu o superávit dos produtos básicos.
Na verdade, os únicos produtos
superavitários em 2011 foram
os básicos e os industriais de
baixa tecnologia. Tal comportamento expõe uma característica nacional: não há competitividade no Brasil para produtos
intensivos em conhecimento. O
alto valor do câmbio, desvalorizado no segundo trimestre de
2012, favoreceu, mas não determinou sozinho esse padrão.
É necessário que o desenvolvimento de capacidades tecnológicas seja realizado no Brasil,
com o aumento de estímulos
eficazes à inovação, transferência de tecnologia e capacitação
efetiva da mão de obra.
O QUE É A PINTEC
A Pintec/IBGE revela o grau de
inovação do país ao investigar
as atividades industriais (extrativas e de transformação),
de energia (eletricidade e gás)
e dos serviços de telecomunicações, informática, pesquisa e desenvolvimento, edição,
gravação e edição de música,
arquitetura, engenharia, testes e análises técnicas.
87
GUIA
LIMPEZA SUSTENTÁVEL
Apesar da dureza dos números, o
Brasil é surpreendente e responde rapidamente aos estímulos e ações em
curso. No Serviço de Apoio às Micro
e Pequenas Empresas (Sebrae-MG),
programas como o Sebraetec e o Sebrae Incubadoras confirmam o interesse crescente dessa fatia de empreendedores pela inovação tecnológica.
Em 2010 foram atendidas 2.200 empresas; em 2011, o número mais que
dobrou: 4.630. E, para este ano, a
projeção é de serem atendidas 6 mil.
“Se querem competir, é preciso ter a
inovação no DNA da empresa”, diz
Anízio Dutra Viana, gerente de Inovação e Sustentabilidade da instituição.
Parceria do Sebrae-MG com 12 universidades e com a Secretaria de Ciência e Tecnologia, o Programa de
Incentivo à Inovação (PII) permitiu desengavetar em cinco anos, desde que
foi iniciado, 240 projetos, que geraram
30 empresas de base tecnológica, com
mais de 20 patentes e licenciamentos
de tecnologia, nas áreas de tecnologia
da informação, eletroeletrônica, biotecnologia e biomedicina.
Entre os projetos está o do pesquisador, engenheiro agrônomo e
doutor em microbiologia Marcos
Rogério Tótola, da Universidade
Federal de Viçosa. Ele encontrou
uma solução para limpar tanques
de armazenamento de óleo combustível e ainda reaproveitar o óleo
retirado da borra: criou um composto biodegradável e não tóxico,
originado de bactérias, fungos e leveduras, chamado de surfactante
biológico ou biossurfactante.
88
O processo de limpeza é feito em
quatro dias, em temperatura ambiente, sem riscos para o trabalhador, que não precisa entrar no
tanque para limpá-lo. Um pequeno
volume de água e o biossurfactante
são colocados no tanque, e o volume é movimentado por bombeamento e agitação. Após quatro dias,
o óleo contido na borra mistura-se
à água, facilitando o bombeamento para fora do recipiente. Assim, o
óleo retirado pode ser reaproveitado para refino ou queima, e a água
utilizada na limpeza pode ser descartada sem resíduos tóxicos.
“Hoje, o passivo ambiental da Petrobras é de 300 mil toneladas de
borra, e o custo com transporte e
armazenagem dos rejeitos é de US$
40 milhões por ano”, diz Tótola, contando que a patente da tecnologia
já foi requerida. Agora o objetivo do
pesquisador é criar uma empresa
produtora de biossurfactante em Viçosa e uma empresa prestadora de
serviço de limpeza. (AD)
Agência Petrobrás
Pesquisa do engenheiro agrônomo
Marcos Tótola, da Universidade
Federal de Viçosa, encontrou uma
solução para limpar tanques de
óleo combústível e reaproveitar o
óleo retirado da borra
do setor
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Tel.: (34) 3212-4633
ABMÍDIA COMUNICAÇÃO
R. Suaçuí. 324 / Carlos Prates
Cep: 30.710-240
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3278-3479
AGÊNCIA NITRATO
R. Cláudio Manoel, 149/Funcionários
Cep.: 30.140-100
Belo Horizonte/MG
Tel.: (31) 3347-9070
ACCENTURE
Av. Afonso Pena, 4001 – 9º Andar / Serra
Cep: 30.130-008
Belo Horizonte / MG /
Tel.: (31) 3289-7700
AIX SISTEMAS
Av. Contorno. 2316 - 6º Andar / Floresta
Cep: 30.110-008
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3218-7200
ACCIX SUPRIMENTOS
R. Dos Otoni. 20 / Santa Efigênia
Cep: 30.150-270
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3481-0260
AJS ENGENHARIA E INFORMÁTICA
Av. Barbacena. 1018 - Sl 405
Santo Agostinho
Cep: 30.190-131
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3291-9600
ACESSOTI TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Av. Do Contorno. 2316 - Sl 501 / Floresta
Cep: 30.110-012
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3317-5801
ALERT
Av. Afonso Pena, 4100 – 8º Andar/Cruzeiro
Cep: 30.130-009 / Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3343-9700
ALFA BYTE
Av. Pres. Juscelino Kubitschek. 6263
Benfica / Cep: 38.090-000
Juiz De Fora / MG
Tel.: (32) 3225-5651
ALIAR SISTEMA
R. Santa Fé, 45 / Sion
Cep: 30.320-130
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3878-0500
ALTAS TECNOLOGIA
R. Juruá, 50-Sls 201/202/203 / Graça
Cep.: 31.140-020
Belo Horizonte/MG
Tel.: (31) 3449-4500
ALTERDATA SOFTWARE
Av. Amazonas, 298-Sl 1403/Centro
Cep.: 30.180-001
Belo Horizonte/MG
Te.: (31) 0800-704-1418
AMITECNO
R. Aimorés. 462 Sl 105/Funcionários
Cep: 30.140-070
Belo Horizonte/MG
Tel.: (31) 3213-2087
APLUS TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
R. Turquesa. 128 B / Prado
Cep: 30.411-177
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3245-5764
APS SISTEMAS
Av. Dos Andradas. 2287 Sl 708
Santa Efigênia
Cep: 30.120-010
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3241-6882
ARCELORMITTAL SISTEMAS
Av. Brasil. 1654 / Funcionários
Cep: 30.140-003
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3217-4103
ARLSOFT TECNOLOGIA
R. Dos Goitacazes. 43 Sl 603 / Centro
Cep: 30.455-790
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 8489-3630
ARQUIMEDES AUTOMAÇÃO E INFORMÁTICA
R. Alcobaça. 1475 / São Francisco
Cep: 31.255-210 Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3045-6999
89
ARQUINDEX
Av. Barão Homem de Melo, 1376-3º Andar
Nova Granada
Cep.: 30.421-450
Belo Horizonte/MG
Tel.: (31) 2552-4750
ARQUIVAR. GESTÃO DE DOCUMENTOS
Av. Renato Azeredo, 548
Dist. Ind. João de Almeida
Cep.: 33.880-302
Ribeirão das Neves/MG
Te.: (31) 3626-9300
ARTE GESTÃO DE PESSOAS
R. Rio Grande Do Sul. 661 – 7º Andar
Barro Preto
Cep: 30.170-110
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 2129-8600
ATIVAS DATA CENTER
R. Paraíba. 1000 - 6º Andar / Funcionários
Cep: 30.140-141
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 2138-1900
ATRIA INFORMÁTICA
R. Pouso Alegre. 2892 / Horto
Cep: 30.010-514
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 2551-6229
ATS INFORMÁTICA
R. Catete, 999-6º Andar/Barroca
Cep.: 30.431-016
Belo Horizonte/MG
Tel.: (31) 2112-3700
ATTEST INFORMÁTICA
R. Herculano De Freitas. 58 – 3º Andar
Gutierrez
Cep: 30.441-039
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3337-8844
AUDISOFT SISTEMAS
Av. Getúlio Vargas. 968 - Sl 206 / Centro
Cep: 39.800-015
Teófilo Otoni / MG
Tel.: (33) 3521-3634
AUGE TECNOLOGIA SISTEMAS
Av. Raja Gabaglia. 1686 – 7º Andar
Gutierrez
Cep: 30.441-194
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3339-0525
AULAFLEX
R. Extrema. 31 - 2º Andar Sl 8
Guanabara
Cep: 32.115-260
Contagem / MG
Tel.: (31) 3357-0234
AUTOMATON INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS
R. Ludgero Dolabela. 1021 – 2º Andar
Gutierrez
Cep: 30.441-048
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3291-0220
AUTUMN TI
R. Desembargador Jorge Fontana,408-Sl 301
Belvedere
Cep: 30.320-670
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3286-5366
90
AVANÇO INFORMÁTICA
Av. Brasil, 121/Santa Efigênia
Cep.: 30.140-000
Belo Horizonte/MG
Te.: (31) 3025-1188
BITS BUREAU DE INFORMÁTICA
R. Aquiles Lobo, 175 / Floresta
Cep.: 30.150-160
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3226-2727
AXSYS SOLUÇÕES EM T.I.
R. Guajajaras. 910 Conj. 617/618 / Centro
Cep: 30.180-100
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3324-3273
BRASIL INFORMÁTICA
Av. Padre Pedro Pinto, 2631 / Venda Nova
Cep.: 31.570-000
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3458-7031
AXXIOM
R. Dos Inconfidentes, 1051-4º Andar
Funcionários
Cep.: 30.140-120
Belo Horizonte/MG
Tel.: (31) 3280-4900
BRASIL NA WEB
R. Vital Brasil, 409/Jaraguá
Cep.: 31.270-190
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3417-4906
B2CARD INFORMATICA
Av. Augusto de Lima, 479-Sl 701/Centro
Cep.: 30.190-000
Belo Horizonte/MG
Tel.: (31) 3346-5100
B2ML SISTEMAS
R. Cel. Rennó, 7 – Sl 7 / Centro
Cep: 37.500-015
Itajubá / MG
Tel.: (35) 3622-7650
BASE2 TECNOLOGIA
R. Guajajaras, 870 – 7º Andar / Centro
Cep: 30.180-100
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3653-3680
BAT INFORMÁTICA
Av. N. Sra. Do Carmo. 689 Lj 2 / Sion
Cep: 30.310-000
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3225-4987
BEMATECH SISTEMAS
R. Ceará, 1431-Sl 1204/Funcionários
Cep.: 30.150-310
Belo Horizonte/MG
Tel.: (31) 2121-4500
BERTHOLDO CONSULTORIA E INFORMÁTICA
Av. Prof. Mario Werneck, 881 – Cj. 302
Buritis
Cep.: 30.455-610
Belo Horizonte/MG
Tel.: (31) 3243-7397
BESSA COMPUTADORES
R. José Amancio dos Santos, 600/Centro
Cep: 32.900-000
Igarapé/MG
Tel.: (31) 3522-1909
BH SOLUÇÕES
R. Icaraí, 499 – Sl A / Caiçara
Cep.: 30.770-160
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3411-3928
BHS
Av. Raja Gabaglia, 4343–4º Andar
Santa Lúcia
Cep.: 30.360-670
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3071-9060
BIT BYTES
R. Alves de Andrade, 29 / Vila Osanan
Cep.: 36.020-350Juiz de Fora / MG
Tel.: (32) 3235-2510
BRIM SISTESMAS
R. Carijós, 141-Sl 1001/Centro
Cep.: 30.120-060
Belo Horizonte/MG
Tel.: (31) 2526-6393
BRPRICE TECNOLOGIA DA INFORMÁTICA
R. Al. do Ingua, 840–Sl 704/Vale do Sereno
Cep.: 34.000-000
Nova Lima / MG
Tel.: (31) 2535-5200
BYTE SOFTWARE E CONSULTORIA
R. Descalvado, 334 – Sl 4 / Renascença
Cep.: 31.130-610
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 2555-5985
CABTEC
R. Alentejo, 1265 / São Francisco
Cep.: 31.255-110
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 2125-9000
CADIX SOLUTIONS
R. Caetano Azeredo, 315 / Barreiro
Cep.: 30.640-095
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3384-5946
CADSOFT
R. Alvarenga Peixoto, 830 / Lourdes
Cep.: 30.180-120
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3025-6717
CAMANHO CONSULTORES
R. Raul Pompéia, 77 – Cj 501
São Pedro
Cep: 30.330-080
Belo Horizonte/MG
Tel.: (31) 3281-9020
CAMPELLO INOVAÇÃO E TECNOLOGIA
Alameda da Serra, 288-2º Andar
Vila da Serra
Cep: 34.000-000
Nova Lima/MG
Tel.: (31) 3519-0700
CASE COMÉRCIO E SERVIÇOS DE
INFORMÁTICA
R. Upinduara, 151/Eldorado
Cep: 32.340-630
Contagem/MG
Tel.: (31) 3391-2575
CATALDE BESSA
R. Maranhão, 342 – 8º Andar - Sl 801
Santa Efigênia
Cep: 30.150-330
Belo Horizonte/MG
Tel.: (31) 3241-2887
CEM INTER. SYSTEMS - SISTEMAS
AGRÍCOLAS
R. José de Santana, 294/Centro
Cep.: 38.700-052
Patos De Minas / MG
Tel.: (34) 3823-1331
CENTERTECH INFORMÁTICA
R. Indianápolis, 445/Martins
Cep: 38.400-474
Uberlândia/MG
Tel.: (34) 3234-5557
CENTURY TELECOM
R. Padre Odorico, 128 – 12º Andar/São Pedro
Cep: 30.330-040
Belo Horizonte/MG
Tel.: (31) 3281-5888
CEO SOFTWARE SISTEMAS
Av. Santa Luzia, 282/Santa Luzia
Cep: 36.030-450
Juiz de Fora/MG
Tel.: (32) 3217-1199
CHALLENGE INNOVATIVE TECHNOLOGIES
R. Gonçalves Dias, 1181 – Cj 1101/Savassi
Cep: 30.140-091
Belo Horizonte/MG
Tel.: (31) 3267-8220
CHECK-UP NET INFORMÁTICA
R. Xenofonte Mercadante, 26/Centro
Cep: 36.800-000
Carangola/MG
Tel.: (32) 3741-4088
CIENTEC
Av. P.H. Holfs, 305-Sl 20/Centro
Cep: 36.570-000/Viçosa/MG
Tel.: (31) 3892-5008
CIGAM MINAS
R. Coruripe. 380 – 9º Andar/Nova Granada
Cep: 30460-510
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3214-3099
CIT
R. Paraíba, 330-Sl 1402/Funcionários
Cep: 30.130-917/Belo Horizonte/MG
Tel.: (31) 3029-2600
CARTUCHO EXPRESS
Av. Jk. 131 / Centro
Cep: 32.510-000
Betim / MG
Tel.: (31) 3531-7526
CITIS
Av. Olinto Meireles, 2745-Sl 9 E 11
Flávio Marques Lisboa
Cep: 30.620-330
Belo Horizonte/MG
Tel.: (31) 3011-2500
CASA DA CPU
R. Da França. 336 / Eldorado
Cep: 32.340-020
Contagem / MG
Tel.: (31) 3351-2223
CNI ESCOLA DE INFORMÁTICA
Av. Pres. Juscelino Kubitscheck, 288/Centro
Cep.: 32.510-000
Betim / MG
Tel.: (31) 3594-4766
COFFEY INFORMATION
Av. Afonso Pena, 3924-Cj 206/Cruzeiro
Cep: 30.130-009
Belo Horizonte/MG
Tel.: (31) 2104-2100
DARDANI ASSESSORIA E CONSULTORIA
R. Eduardo de Oliveira, 1031/Caseca
Cep.: 30.400-011
Uberlândia / MG
Tel.: (34) 3219-5693
CONCAD
Av. Afonso Pena, 578-16º Andar/Centro
Cep: 30.130-001
Belo Horizonte/MG
Tel.: 0800-283-184
DATA FREITAS COMERCIO
R. Agenor Goulart Filho, 400-Sl 6
Ouro Preto
Cep.: 31.310-360
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3342-1477
CONECTAR. INFORMÁTICA
R. Sorocaba, 120/Veneza
Cep.: 35.164-311
Ipatinga / MG
Tel.: (31) 3821-0966
CONNECTA RUBINGER
R. Curitiba, 1396 / Centro
Cep: 30.170-121
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3249-0000
COURART INFORMATICA LTDA
R. São Leonardo. 252 - Sl 16 / Centro
Cep: 36.200-020
Barbacena / MG
Tel.: (32) 3332-2189
CPD TECNOLOGIA
R. Guajajaras. 977 – 10º Andar / Centro
Cep: 30.180-100
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3237-3000
CS9
R. Carlos Turner, 422 / Silveira
Cep: 31.140-520
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3481-1051
CSI
Av. Contorno, 2905 – Sl 902
Santa Efigênia
Cep.: 30.110-013
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3079-4444
CST COMPUTADORES E SISTEMAS
R. Macaé. 75 / Bairro Da Graça
Cep: 31.140-060
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3423-1234
CW4 SOLUÇÕES
R. Manaus. 52 – 3º Andar
Santa Efigênia
Cep.: 30.150-350
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3241-5045
CYSDOMOTICA BRASIL
R. Herculano De Freitas. 1363 / Gutierrez
Cep: 30.430-120
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3332-7500
DATA SOLUTION TI
R. Padre Rolim, 18-7º Andar
São Lucas
Cep.: 30.130-090
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3273-4534
DATAFLOW
R. São Paulo. 1071 Conj. 721 / Centro
Cep: 30.170-907
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3234-0646
DATAPHIL IMAGEM E INFORMAÇÃO
R. Olimpus. 475 - Sl 405 / Ana Lúcia
Cep: 34.710-410
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3261-1344
DESCUBRAME.COM.BR
R. Benjamim Araújo. 56 Sl 405 / Centro
Cep: 36.570-000
Viçosa / MG
Tel.: (31) 3891-4487
DIGICADE TECNOLOGIA APLICADA
Av. Barão Homem De Melo. 4520 / Estoril
Cep: 30.494-270
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3263-1100
DIGISUL INFORMÁTICA
Rua Gabriela Rezende Paiva, 129 - Santa Luiza
Varginha/MG
Cep.: 37.026-650
Tel.: (35) 3212-4922
DIGITAL INFORMÁTICA
Av. Jove Soares, 1330/Centro
Cep: 35.680-346
Itaúna /MG
Tel.: (37) 3242-2626
DIGITEK
Av. Professor. Magalhães Penido.701-Loja 1
Aeroporto
Cep: 31.270-700
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3497-5020
DINAMICO SISTEMAS
R. Inconfidentes. 657 / Funcionários
Cep: 30.140-120 Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 9981-1749
DANESE ELETRO INFORMÁTICA
Av. Dos Expedicionários. 440 / Centro
Cep.: 37.900-130
Passos / MG
Tel.: (35) 3522-8066
DIRECTA NET
R. Braz Bernardino. 105 Lj 132 / Centro
Cep: 36.010-320
Juiz De Fora / MG
Tel.: (32) 3218-4121
DAP ENGENHARIA FLORESTAL
R. Papa João XXIII, 9/Lourdes
Cep.: 36.570-000
Viçosa / MG
Tel.: (31) 3891-7940
DIRETRIZ CONSULTORIA SISTEMAS
Av. Francisco Navarro. 315 / Centro
Cep: 37.006-003
Varginha / MG
Tel.: (35) 3222-3122
91
DIROX
R. Raimundo Paulino De Carvalho. 18
Vigilato Pereira
Cep: 38.403-450
Uberlândia / MG
Tel.: (34) 3210-3700
DISPLAY INFORMÁTICA
R. Pirambo. 84 / Santa Cruz
Cep: 31.150-530
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 25523814
DIVI DATA PROCESSAMENTO DE DADOS
Pc Benedito Valadares. 84 / Centro
Cep: 35.500-053
Divinópolis / MG
Tel.: (37) 3221-2942
ELETRON
Al. Das Acácias. 991 / São José
Cep: 31.275-150
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3443-5858
ELO ASSESSORIA
R. Dr. Mourão Filho. 48 A / Centro
Cep: 36.307-360
São João Del Rei / MG
Tel.: (32) 3371-7857
EMACEDO COMERCIO DE INFORMÁTICA
Av. Francisco Sá, 787-Lj 125/Prado
Cep.: 30.410-060
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 4062-7226
DlKA SUPRIMENTOS
R. Rio Cuiabá, 507 / Riacho Das Pedras
Cep: 32.265-280
Contagem / MG
Tel.: (31) 3395-3556
EMPRESA 1
R. Dos Inconfidentes. 1190 – 12º Andar
Funcionários
Cep: 30.140-120
Belo Horizonte/MG
Tel.: (31) 3262-3261
DLO EDITORA
Rua Lopes Trovão, 167/ Floresta
Cep: 31015-380
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 2516-6363
EMPRESA MINEIRA DE COMPUTADORES LTDA.
Av. Bias Fortes. 932 - Cj 202 / Lourdes
Cep: 30.170-011
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3248-6500
DM SISTEMAS
Av. Prof. Mário Werneck, 2940/ Buritis
Cep: 30.575-180
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3377-2592
ENGECOMPANY
R. João Dornas. 60/ Centro
Cep: 35.680-335
Itaúna / MG
Tel.: (37) 3249-2700
DRCOM SISTEMAS
R. Nacib Cury. 586 / São Sebastião
Cep: 38.060-380
Uberaba / MG
Tel.: (34) 3316-2009
ENGEPEL
Av. Alphonsus De Guimaraes. 299
Santa Efigênia
Cep: 30.270-020
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3465-5600
DSM SOLUTIONS
Av. Prudente De Morais.44–1º Andar Sl 1202
Cidade Jardim
Cep: 30.380-000
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3293-2270
DUAL SOLUÇÕES
R. Ten. Cel. Assis Ataíde. 11 / Caxangá
Cep: 36.500-000
Ubá / MG
Tel.: (32) 3531-0404
DUNA ENGENHARIA
Av. Cônsul Antônio Cadar, 4
São Bento
Cep: 30.360-000
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 2552-7001
DUTS TECNOLOGIA
R. Pernambuco, 1070-Lj 122/ Savassi
Cep: 30.130-151
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3262-3371
EAC SOFTWARE
R. Timbiras, 1532-4º Andar/ Funcionários
Cep: 30.140-061
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3273-4415
EASYCOMP
R. Joao Pinheiro. 422 / Centro
Cep: 38.610-000
Unaí / MG/ Tel.: (38) 3676-8161
92
ENGESOFT SERVIÇOS DE INFORMÁTICA
Av. Petrolina, 823
Sagrada Família
Cep: 31.030-370
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3465-0099
ENGESOFT SISTEMAS
Av. Carandaí. 288 - Cj 302
Funcionários
Cep: 30.130-060
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3281-5446
EPG PROJETOS E CONSULTORIA EM
INFORMATICA
R. Francisco Lobo, 308-Apto 402 / Esplanada
Cep: 30.280-080
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3485-3173
ESCOLA DE IMAGEM
R. Colômbia. 375 / Sion
Cep: 30.320-010
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3264-6262
E-SOFT SISTEMAS
R. Tupis, 485-Sl 702/ Centro
Cep: 30.190-906
Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 3293-8303
ESPORTE SISTEMA
Av. P. H. Rolfs. S/N - Ed. Funarbe - Sl 206
Campus Ufv
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Viçosa / MG
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ESTRUTURART CONSULTORIA
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Cep: 31.275-050
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ESTUDAR. CONSULTORIA
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Belo Horizonte / MG
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ÉTEG
R. Sergipe. 472 - Lj 1 / Funcinários
Cep: 30.130-170
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Varginha/MG
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Belo Horizonte/MG
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Santa Luzia/MG
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Eldorado
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Contagem/MG
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Gutierrez / Cep: 30441-194
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94
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John Kennedy
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Santa Efigênia / Cep: 30.140-040
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São João Del Rei / MG
Tel.: (32) 3371-1999
MICROAGIL INFORMÁTICA LTDA.
R. Platina, 1425-Lj 15 / Calafate
Cep: 30.411-325 / Belo Horizonte / MG
Tel.: (31) 2515-4570
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SISTEMAS LTDA
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Teixeira Dias
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Lourdes / Cep: 30.170-000
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Santa Efigênia
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Belo Horizonte / MG
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Nova Lima / MG
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Cidade Nova
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Santa Efigênia
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Gestão Pública
Gestão Geral
Estratégia
*Segundo o ranking 2012 do jornal inglês Financial Times.
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escola brasileira
de negócios entre
as 10 melhores do mundo*.
Programas Curtos e Intensivos da FDC, para quem
entende que o tempo vale muito e sabe aproveitá-lo.
São temas específicos da gestão empresarial,
que podem ser estudados no Brasil e no exterior.
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MG
MG
AGÊNCIA STANDARD & POOR’S
DÁ A MINAS GERAIS A NOTA
AAA, A MAIOR NO BRASIL.
ISSO CONFERE A MINAS O GRAU DE
INVESTIMENTO, OU SEJA, MAIS INVESTIMENTOS
E OPORTUNIDADES PARA TODOS OS MINEIROS.
Taxa de homicídios (por 100 mil hab.)
Resultados do Ideb - anos iniciais do ensino
fundamental (rede estadual), por UF - 2009*
Taxas de homicídios (por 100 mil hab.) - 2010*
Resultados do idsus por UF – 2010*
MG
EM 2003, O GOVERNO DE MINAS FEZ O CHOQUE DE GESTÃO:
MG
MG
· Cortou despesas
· Economizou recursos
· Alcançou o Déficit Zero
· Realizou os maiores investimentos sociais da história do Estado
DEPOIS, VIERAM O ESTADO PARA RESULTADOS E A GESTÃO PARA A CIDADANIA.
HOJE, O BRASIL RECONHECE O RESULTADO DE TODO ESSE TRABALHO.
Segundo dados do Governo Federal, apesar de Minas ser o estado brasileiro com o maior número de cidades e a
segunda maior população do país, o que faz com que nossos desafios sejam muito maiores, temos os melhores
resultados em áreas fundamentais para todos os mineiros:
Taxa de homicídios (por 100 mil hab.)
Os alunos de Minas têm os
melhores resultados da rede
pública nacional.
Resultados do Ideb - anos iniciais do ensino
fundamental (rede estadual), por UF - 2009*
Minas tem o melhor
sistema de saúde do Sudeste.
Minas tem energia abundante
e um dos melhores índices
de saneamento básico do país.
Minas tem o quarto menor
índice de homicídios do país.
Resultados do idsus por UF – 2010*
Percentual de domicílios com acesso à rede
coletora de esgoto ou fossa séptica – 2010*
Taxas de homicídios (por 100 mil hab.) - 2010*
MG
MG
Fonte: INEP/MEC.
*Últimos dados disponíveis.
MG
MG
Fonte: Ministério da Saúde.
*Últimos dados disponíveis.
Fonte: Datasus/Ministério da Saúde.
*Últimos dados disponíveis.
Fonte: Censo Demográfico/IBGE.
*Últimos dados disponíveis.
Agora, a agência de rating Standard & Poor’s, que avalia o ambiente e os indicadores econômicos e sociais de
países e empresas para indicar aqueles que têm as melhores condições para atraírem investimentos e receberem
créditos, conferiu a Minas Gerais as notas AAA para a escala nacional e BBB- para a escala mundial (as melhores
notas já atribuídas a estados brasileiros). Isso significa perspectivas de novos investimentos para Minas e novas
oportunidades para os mineiros. Com seriedade, sensibilidade e profissionalismo, Minas avança.
Taxa de homicídios (por 100 mil hab.)
OS MINEIROS JÁ SABIAM, O BRASIL JÁ CONHECIA
E, AGORA, O MUNDO TAMBÉM RECONHECE.
www.desenvolvimento.mg.gov.br
Taxas de homicídios (por 100 mil hab.) - 2010*
Resultados do Ideb - anos iniciais do ensino
fundamental (rede estadual), por UF - 2009*
Percentual de domicílios com acesso à rede
coletora de esgoto ou fossa séptica – 2010*
MG
MG

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