Vinhos

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Vinhos
ConVisão
ANO 1 - Número 4 - AGOSTO de 2005
R$ 7,00
Adega da Churrascaria Fogo de Chão da Bandeirantes em São Paulo. Foto: Norio Ito
No Dia dos Pais,
que tal oferecer um abraço e um brinde?
Pág. 10 e 11
Pág. 5 Adalberto Piotto: O que é
Pág. 6 Sérgio Inglez de Souza:
de quem
A bolha crescente do vinho de Santa Catarina
Pág. 7 Lauro Carvalho:
Champagnes, Espumantes, Proseccos...!
Pág. 9 Beto Acherboim: Um dia perfeito
Walter Tommasi:
O Barão e seus Moutons - Capítulo II
Pág. 16 Oswaldo Borges Cruz: A pescaria e o vinho
Pág. 17 Cesar Adames: A etiqueta do charuto
Pág. 19 Regis Gehlen Oliveira:
Na Daslu, Ted Bebedor procura uma mala preta
Pág. 14
Nesta Edição
Equipe de Vinho & Cia
garimpa oportunidades
em evento da ProChile
Mais de 30 vinícolas apresentaram seus vinhos no
evento promovido em São
Paulo pela ProChile, instituição do governo chileno
encarregada de fomentar as
exportações desse país. O
denominado “Chile, Terra do
Vinho” foi realizado também
no Rio de Janeiro. Na capital paulistana a presença de
público foi grande.
Vinho & Cia montou uma
equipe de profissionais para
garimpar oportunidades de
bom custo-benefício e traz
para o leitor uma pequena
amostra de vinhos de destaque, entre centenas de
produtos de qualidade, comprovando o motivo pelo qual
os chilenos têm hoje grande
participação no mercado brasileiro.
Pág. 13
SBAV comemora
25 anos com festa
Gosto,
porque gosto!
Passados 25 anos, a
Sociedade Brasileira dos
Amigos do Vinho consolidou-se, e boa parte da
evolução do vinho no Brasil
deve-se à sua atuação.
Pág. 12
Por que alguns preferem
os vinhos brancos e outros,
tintos? Por que para uns a
Champagne é o néctar dos
deuses e para outros é como
remédio?
Pág. 15
Entrevista
Pág. 3 - Bate-Papo
Um lugar... Uma música... Um vinho...
Arri Coser,
da Churrascaria Fogo de Chão
Pág. 8 - Seleção do Mês
Equipe de Vinho & Cia seleciona bons vinhos
Começou a trabalhar em restaurantes aos 14 anos.
Hoje, junto com o seu irmão, tem uma rede de
4 churrascarias no Brasil e 5 nos Estados Unidos.
A unidade da avenida Bandeirantes em São Paulo
possui adega com mais de 300 rótulos, alguns tops
Página 4
internacionais.
Pág. 6 - Última Hora
Ousadia é a marca do 4a. Geração
da Dom Cândido
2
AGOSTO de 2005
Jornal
Vinho & Cia
Assine: (11) 4196 3637
Editorial
Entre aspas
ANO 1 - Nº 4 AGOSTO de 2005
Mensageiro democrático
É com grande satisfação que
nos encontramos novamente
nesta quarta edição do Jornal
Vinho & Cia. Satisfação maior
ainda é ver as mensagens que
recebemos e constatarmos que
estamos, de verdade, atingindo o
nosso objetivo. Queremos levar o Lauro Carvalho e Regis
conhecimento do vinho de forma Gehlen Oliveira, editores
leve e descontraída a todos aqueles que admiram essa bebida “dos Deuses” e que não têm tempo,
ou mesmo interesse, em se aprofundar de maneira mais técnica
sobre o assunto, desejando apenas gozar do prazer que o vinho é
capaz de proporcionar. Mas um fato importante é que, apesar do
nosso foco principal estar voltado para o público mais “light”,
estamos também agradando aos mais exigentes enófilos (leia-se
bebedor mais antigo e experiente).
A cada edição sentimos que a nossa credibilidade aumenta,
e também a nossa responsabilidade com o leitor. A escolha dos
temas abordados, os vinhos indicados, as coberturas dos eventos
e os demais itens de composição do jornal são pensados e discutidos de forma democrática com a nossa equipe, considerando o
retorno dos leitores, de modo que o nosso veículo não seja mensageiro de uma só voz.
Felizmente, apesar do pouco tempo de vida, nos orgulhamos de
ter formado uma equipe coesa, que trabalha em sinergia e pensa
de forma coletiva. É assim na redação, fotografia, diagramação,
publicidade e administração.
Nossa redação e nossos colunistas recebem diversos comentários, e seus estilos diferentes vêm conseguindo aproximação
com nossos leitores. A Denise, com seus textos poéticos ou dissertativos; a Adriana, compondo o nosso Guia; o Norio com as
suas fotos diferenciadas; o Neto na diagramação esmerada; o
Piotto, sempre procurando defender o seu macarrão pré-pronto
harmonizado com um belo vinho; o Sérgio Inglez, nossa biblioteca ambulante, trazendo curiosidades e estórias interessantes do
mundo do vinho; o Beto, são-paulino roxo, que consegue agradar
até corintianos com as suas colunas; eu, tentando sempre passar
alguma informação útil para quem aprecia o mundo de Bacco;
o César Adames, nosso mestre nas artes das baforadas e grande conhecedor das lourinhas (leiam-se cervejas); o Tommasi,
trazendo sempre um pouco de arte para ampliarmos os nossos
conhecimentos; o dr. Borges, ligando saúde e vinho; e, finalmente,
o Regis, com o seu Ted Bebedor, um pinguço de marca maior e um
enrolão da mais alta estirpe.
É assim que queremos o nosso jornal, procurando sempre trazer para você, leitor, informações do Lado Descontraído da Vida.
Abraços a todos e um abraço especial para a SBAV pelo seu
aniversário de 25 anos e pela sua contribuiçào de forma efetiva
na divulgação da cultura do vinho.
Lauro Carvalho, editor junto com Regis Gehlen Oliveira
“Tenho algumas dúvidas que me
assaltam (não o bolso) quanto
à classificação adjetivada
de vinhos: é complexo, tem
vivacidade, tem personalidade,
boa estrutura, apresenta maciez,
idem leveza, idem frescor (apesar
de temperatura de 20ºC), é
sedoso, tem corpo (mesmo sendo
líquido), elegância, sutileza, é
equilibrado...”,
Antonio Stanisci
Jornal Vinho & Cia responde:
Caro leitor, todos têm o seu
linguajar próprio, e o mundo
do vinho o seu. É possível
apreciar muito bem um vinho
sem precisar entender de
nada disso. O Jornal Vinho
& Cia procura ser simples
nesse sentido, embora nem
sempre seja possível. Se o
leitor estiver interessado, há
vários livros à venda com
vocabulário do setor. Como
diz um rótulo de um vinho
português, para “tudo aquilo
que estiver na imaginação
fértil do consumidor”.
“Li um pouquinho sobre o
Catamayor Sauvignon Blanc 2004
San José: ‘claro e transparente,
com aromas típicos de Sauvignon
Blanc, com frutas tropicais, como
pêra, mineral, seco. No paladar
enche a boca, redondo com ótima
acidez’. Fiquei impressionada
com a transparência do vinho.
Pode ser assim transparente
como água? E o sabor é esse
mesmo? Lembrando frutas
tropicais?”,
Miriana Pereira Marques
Jornal Vinho & Cia responde:
Cara leitora, suas dúvidas
parecem estar relacionadas
com uma questão que
o jornal vem debatendo
nas suas edições: o vinho
tratado de forma complicada.
Recomendamos a quem
está começando que não
se preocupe com essas
“viagens” da turma do vinho.
Achamos que é importante,
em primeiro lugar, tomar um
vinho despreocupadamente,
pelo simples prazer de
apreciá-lo. Se alguém tem
medo de beber um vinho em
função de não saber identificar
minerais nele, é porque algo
está errado com o mundo do
vinho e não com a pessoa.
Quem quer descobrir algo
mais pode prestar atenção,
sentir, comparar com outros,
estudar... Mais tarde poderá
descobrir frutas tropicais, ou
descobrir que quem falou
isso pode ter “viajado para os
trópicos”.
“Foi com enorme prazer e forte
sentimento de realização que li
as colunas ‘Não ao preconceito’
e ‘Beber e ter prazer, só isso’,
publicadas no Vinho & Cia.
Digo isso porque nossa empresa
vem há muito tempo tentando
difundir no Brasil o conceito de
se beber vinho com simplicidade,
e fico muito feliz em ver que
a partir de agora teremos um
excelente veículo de informação
com o perfil descontraído e sem
preconceitos, fundamentais para
a divulgação e crescimento do
consumo do vinho no nosso país.
Temos que fazer o consumidor
perder o medo de tornar vinho!
Medo de não saber algum passo
do refinado ritual imposto pelos
‘enochatos’! Um vinho mediano,
num fim da tarde, em frente à
praia, com uma boa companhia...
Certamente será muito mais
prazeroso do que um grande
vinho degustado às cegas num
salão fechado, junto com um
monte de ‘enochatos’!”
Luiz Eduardo A. de Carvalho,
Diretor Comercial da Impexco
Importadora
EDITORES
Lauro Pimentel Carvalho
Regis Gehlen Oliveira
PUBLICAÇÃO
ConVisão
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Alphaville
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REDAÇÃO
Adriana Bonilha Oliveira
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ASSINATURAS
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IMPRESSÃO
Gráfica da Folha de S. Paulo
O Jornal Vinho & Cia é uma publicação da
ConVisão dirigida ao segmento de enogastronomia. Circula principalmente na Grande
São Paulo para público leitor selecionado,
determinado especificamente pelo interesse
no assunto. Seu conteúdo é descontraído,
abrangendo o mundo do vinho e suas relações com o lado gostoso da vida, por meio
de linguagem fácil e inteligente, com textos
únicos e compromissados com o leitor e o
segmento.
Os artigos e comentários assinados não refletem necessariamente a opinião do Jornal.
A menção de qualquer nome neste Jornal
não implica necessariamente em relação trabalhista ou vínculo contratual remunerado.
Jornal
Vinho & Cia
AGOSTO de 2005
Bate-papo
Um lugar...
Uma música...
Um vinho...
?
“SBAV... Yolanda, com
Chico Buarque e Pablo
Milanés... Miolo Reserva...
Gosto dessa música e
do Miolo Reserva, porém
sempre vi minha família,
de italianos, tomando
vinho quente da garrafa de
palinha, Chianti Rosito, que
na SBAV foi considerado
de quinta categoria, e
na casa do ‘nono’ era o
melhor. Eu não concordo
com essa classificação, e o
meu ‘nono’ deve ter virado
na tumba. Mas a SBAV
representa para mim o
ambiente, os amigos. Nela
eu aprendi muito sobre
vinhos”,
Enide Souza Campos,
aposentada, 66 anos
“Aula de inglês... Smiles,
na voz de Frank Sinatra...
Miolo Lote 43...
Numa aula de inglês
conheci a Odila Armbruster
de Moares, por acaso
diretora social da SBAV,
com quem me encantei. Eu
e meu marido Fernando
fomos com ela para o Sul
em viagem às vinícolas,
onde conhecemos o “vinho
nacional”. Conhecê-lo foi a
descoberta de um mundo
novo. A música naquele
momento me dizia muito,
e a traduzimos na aula de
inglês com a Odila”,
Maria Helena Figueiredo,
professora, 60 anos
“Minha casa... She
(versão em inglês
de Tous le Visage de
l’Amour)... Pinot Grigio
branco e Montes Alpha...
Todos me lembram amor.
O vinho tem tudo a ver
com boa companhia, num
momento muito especial.
A música, composta
por Charles Aznavour e
Kretzmer e gravada por
Aznavour, é para mim
muito especial e tem tudo
a ver com um bom vinho”,
Luciana Rocha Sosa,
advogada, 37 anos
“Penedo e Visconde
de Mauá (RJ)... Tocata
e Fuga, de Bach. O
espanhol Castaño Dulce,
da uva monastrell...
Isso representa as três
dimensões da minha vida:
trabalho, descobertas e
lazer. Penedo e Mauá
são ótimos lugares para
o vinho, lembram meus
poucos momentos de
férias. Quando tomo meu
vinho para meditação
gosto de ouvir Bach.
É o meu lazer diário,
doméstico. O Castaño
Dulce leva ao meu
primeiro contato com
os vinhos espanhóis
e simboliza a minha
descoberta a sério do
mundo do vinho”,
André Schmidt, tradutor,
34 anos
“Restaurante Locanda
della Mimosa, em
Petrópolis (RJ)... Música
de Händel... O branco
Terrazas Reserva...
Esse restaurante, essa
música e esse vinho
me fazem lembrar de
momentos de puro prazer,
que significam muito para
mim”,
Mariângela Forni,
biomédica, 48 anos
“Uma bela paisagem...
Modern Jazz Quartet
executando Django...
Lynch-Bages 85...
Uma tenra perna de
cordeiro acompanhada
de tudo isso pode ser
sublime, mas não se pode
dar atenção a tudo junto,
algo vai servir de pano de
fundo. Talvez a situação
onde pode haver maior
equilíbrio é fora da mesa
de refeição: uma boa
companhia, uma agradável
música, um vinho de
meditação. São momentos
para não esquecer...,
José Luiz Giorgi Pagliari,
consultor de vinhos
“Rio de Janeiro...
Qualquer música boa...
Salton Volpi Cabernet
Sauvignon...
Conheço muitos lugares
no mundo, mas não
há nada mais lindo do
que o Rio. É a cidade
maravilhosa. O vinho é um
alimento, que traz prazer
e satisfação para os
moderados. Já a música é
o alimento do ego e ajuda
a desfazer o stress”,
Eusébio de Oliveira
Belleza, diamantário,
71 anos
“São Vicente, num
apartamento grudado no
mar e com a vista da Ilha
Porchat... Ouro de Tolo,
de Raul Seixas... Vinho
do Porto Vintage Taylor
1994, acompanhado de
chocolate superamargo,
preparado por mim...
Como relaciono tudo isto?
Com loucura. Loucura
total. Apesar de ser livreiro
e viver de vender livros
antigos e raros, digo que
o vinho é muito superior
aos livros, pois o vinho
não é uma bebida e sim
alimento para o corpo e
para o espírito, enquanto
os livros são alimento só
para o espírito”,
José Luis Garaldi,
negociador de livros
raros, 55 anos
“Fontana di Trevi...
Nessum Dorna, da ópera
“Turandot”, de Puccini...
Amarone...
Tudo isso me representa
prazer, curtir as coisas
boas que a vida pode
oferecer, alegria”,
Paulo Sampaio,
jornalista, 29 anos
3
4
AGOSTO de 2005
Jornal
Vinho & Cia
Dica: Leia os rótulos dos vinhos, mas não compre rótulos.
Entrevista
Arri Coser
da Churrascaria Fogo de Chão
Gaúcho, torcedor do São Paulo e do Internacional, 43 anos, começou a trabalhar em
restaurantes aos 14. Hoje, junto com o seu irmão, tem uma rede de 4 churrascarias
no Brasil e 5 nos Estados Unidos. Na unidade da avenida Bandeirantes em São Paulo
recebeu o editor Regis Gehlen Oliveira e Álvaro Cezar Galvão do Jornal Vinho & Cia.
A sua adega com mais de 300 rótulos, alguns tops internacionais, estampa prêmio da
revista Wine Spectator como uma das melhores do mundo.
Jornal Vinho & Cia: Como
surgiu a idéia de associar
vinho com rodízio?
Arri Coser: Em princípio, por
que vinho combina muito bem
com carne. Depois, a partir
de 92, em função da abertura
de mercado, que nos induziu.
Surgiram muitos vinhos, muitas importadoras e, mais tarde,
bons produtos nacionais. Por
outro lado, quando pensamos
em abrir a primeira unidade nos
Estados Unidos, percebemos
que o público americano em
restaurantes de melhor padrão
quase não consome cerveja, e
sim vinho.
V&Cia: E qual é o consumo?
Arri: Nas nossas unidades em
São Paulo entre 9 a 16 clientes
tomam uma garrafa de vinho.
Nos EUA o número é muito
maior: de cada 3 clientes, um
consome. Aqui no Brasil, no
jantar, cerca de 35% das mesas
pede vinho; no almoço, menos
de 10%.
V&Cia: Como são as adegas
do Fogo de Chão?
Arri: No Brasil nossas adegas
têm entre 300 a 350 rótulos. Em
Beverly Hills temos em torno de
450 rótulos e 16 mil garrafas.
Armazenar mais do que isso é
muito complexo. Os produtos
precisam girar no estoque e se
estiverem na carta têm de estar
disponível. Isso está ligado a
uma política de muito respeito
pelos clientes.
100 reais. Isso representa 80%
do consumo. Nos EUA temos
50% de pedidos de vinhos da
América do Sul e ainda apenas
dois rótulos nacionais: o Miolo
Reserva e o Lote 43, do Vale
dos Vinhedos. Em breve teremos também o Rio Sol, do Vale
do São Francisco. No Brasil,
cerca de 10% da nossa carta é
de vinhos nacionais.
V&Cia: Qual a sua opinião
sobre o vinho nacional?
Arri: A qualidade cresceu
espetacularmente nos últimos
anos. O país tem condições
hoje de produzir bons vinhos.
Os vinhos “top” da Miolo, o
Marson Grande Reserva e o
Salton Talento são exemplos.
Temos algo único no mundo, o
Vale do São Francisco, no qual
temos de apostar, embora com
cuidado em relação à intenção de produzir mais de uma
safra por ano. Acho apenas
que, em função do número de
concorrentes, o vinho nacional
de melhor qualidade pode dar
a impressão de ser caro.
V&Cia: Como o Fogo de
Chão seleciona os vinhos da
carta?
V&Cia: E o que bebe o cliente?
Arri: É um processo relacionado com a prática. Temos um
consultor, procuramos selecionar vinhos com ótima relação
preço-qualidade, não colocamos uma margem muito alta
(principalmente nos vinhos de
maior valor) e controlamos bem
o que sai do estoque. Além
disso, os clientes nos trazem
muita informação.
Arri: Aqui principalmente argentinos e chilenos na faixa de 50 a
V&Cia: E o cliente conhece
bem?
Arri: Hoje o cliente tem
muita informação e compara. Percebemos pessoas que
pedem um nacional, um chileno e um argentino, e avaliam
as diferenças. Isso explica por
que também vinhos mais caros
saem bem. O maior pedido no
Brasil foi de uma mesa de 4
pessoas que bebeu um Gaja
e dois Lafite 70. Em Dallas,
por outro lado, o príncipe da
Arábia pediu de uma só vez 12
Petrus.
V&Cia: Mas para isso o serviço do vinho tem de ser
bom...
Arri: Exatamente. Quando
começamos a servir vinhos em
taças Riedel teve gente que
achou uma loucura. E nós
temos uma política de treinamento intensivo de toda a equipe (do vinho e da comida).
Fazemos rigorosa seleção de
pessoal, com entrevistas e dinâmica de grupo. Temos consultor
de vinhos, nutricionista e psicólogo, que promovem palestras
constantemente. Oferecemos
cursos de inglês e espanhol.
V&Cia: Quantos funcionários
tem o Fogo de Chão?
Arri: Hoje, 350 funcionários no
Brasil e 480 nos EUA. Temos
92 brasileiros lá, onde garçom
ganha cerca de 45 a 50 mil
dólares por ano. Mas antes de
ir, o funcionário tem de permanecer aqui no mínimo por 24 a
30 meses.
V&Cia: Como começou o
Fogo de Chão?
Arri: Em 79, abrimos a churrascaria em Porto Alegre e em
85, em São Paulo, em Moema.
Dois fatos principais nos ajudaram a crescer. O primeiro, uma
grande reportagem na Folha de
S. Paulo. O segundo, uma festa
de despedida do Falcão, jogador de futebol do Internacional.
Ambos nos deram visibilidade
grande.
V&Cia: Aí veio o Plano
Cruzado...
Arri: E nos deu um grande
impulso. Tivemos sorte. O movimento era grande. Havia dificuldades de encontrar carne. Após
10 meses em Moema abrimos a
unidade da Santo Amaro. Entre
88 e 89 resolvemos re-estruturar, profissionalizamos tudo.
V&Cia: E como surgiu a idéia
dos EUA?
Arri: Os próprios clientes sugeriram. Falavam: “esse seu
negócio deve ser muito bom
nos EUA”. Em 97, optamos por
implantar em Dallas, com capital
próprio e financiamento muito
acessível para o prédio. Hoje
temos 5 unidades nos EUA, a
última em Beverly Hills, e a próxima será em Washington DC.
V&Cia: A aceitação foi
ótima...
Arri: Nós implantamos unidades com qualidade extraordinária. Recebemos vários prêmios por serviços. Num guia
conceituado estamos entre
os 50 melhores restaurantes
da América. Nossas adegas
receberam da revista Wine
Spectator prêmios de qualificação como das melhores do
mundo. No ano passado completamos 25 anos, e nosso projeto é chegar aos 50.
V&Cia: A expansão inclui o
Brasil?
Arri: Primeiramente inclui São
Paulo, o maior mercado.
V&Cia: Como você enxerga o
futuro do Brasil?
Arri: Creio que quem investir
no país nos próximos anos vai
ganhar muito. Vejo um cenário
muito positivo. Conseguimos
separar a política da economia. Hoje é difícil cairmos num
caos, porque há muita gente
interessada em que tudo dê
certo. Mas é preciso sanear o
país, combater a corrupção e a
concorrência desleal, trabalhar
para aumentar o poder aquisitivo da população. Se tivéssemos maior renda teríamos 50
unidades em São Paulo.
V&Cia: Já que você falou
antes em futebol...
Arri:
Sou
torcedor
do
Internacional no Sul e em São
Paulo, são-paulino.
V&Cia: Ah! O São Paulo campeão da Libertadores, o Inter
bem na Primeira Divisão e o
Grêmio na Segundona...
Arri: A gente no Sul não sabe
se é mais divertido ser colorado ou torcer contra o Grêmio
(risos).
Jornal
Vinho & Cia
AGOSTO de 2005
5
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Painel
Inovação em rolha
O restaurante de cozinha italiana Supra inova
em relação à cobrança de
rolha. A “rolha Brindisi”, a
R$58,50, dá direito a levar
para casa uma garrafa do
vinho italiano Brindisi Rosso
DOC 01 Due Palme, que
recebeu duas “bicchieri” do
Guia Gambero Rosso. O
vinho é importado diretamente pelo Supra e vendido na carta da casa por
R$65,00. A tradicional rolha
sai por R$50.
Viagem à França
Em 15 de agosto a Casa
do Porto sorteia uma viagem à França com acompanhante, incluindo visita a
uma das caves mais charmosas em Champagne,
a Cattier, e também em
Pauillac, ao Chateau
Mouton
Rothschild.
Concorre ao sorteio quem
comprar acima de 500
reais.
Avaliação Nacional
de Vinhos
É recorde o número
de amostras inscritas na
XIII Avaliação Nacional de
Vinhos, referente à safra
de 2005. O evento será
no dia 24 de setembro em
Bento Gonçalves. Serão
360 amostras de 82 vinícolas, 25 amostras e sete
vinícolas a mais do que no
ano passado. A expectativa da ABE – Associação
Brasileira de Enologia é
que a qualidade dos vinhos
seja superior à de 2004,
em função da excelência
da safra deste ano.
Vinho em caixinha
Uma nova opção para
embalagem de vinho está
em debate no país: a
“Bag-in-Box”, existente na
França, Austrália, Estados
Unidos e Suécia. A Scholle,
criadora do conceito, afirma
que entre seus principais
benefícios está a possibilidade de abrir a embalagem
sem a preocupação de que
o vinho se deteriore com o
tempo. Uma válvula permite que o vinho seja servido
na quantidade desejada
sem que haja entrada de
oxigênio na embalagem.
Além disso, a caixinha proporciona facilidade e menor
custo de transporte. O contraponto é a tradição e o
charme das garrafas.
Concurso de rolhas
O concurso Garçom
Safra Especial Ibravin,
promovido pelo Instituto
Brasileiro do Vinho, resultou no recolhimento de
aproximadamente 6,7 mil
rolhas. Foram 318 os garçons da Serra Gaúcha e
da zona metropolitana de
Porto Alegre que concorreram a uma premiação para
quem recolhesse o maior
número de rolhas de vinhos
nacionais em restaurantes.
O vencedor apresentou
634.
Temperatura do vinho
A Vinalia Importadora
dá uma dica interessante
sobre o serviço dos vinhos.
Embora o clima de inverno
seja mais frio, a temperatura ideal para servir independe da época do ano, e
é função do tipo do vinho
e da uva. A sugestão de
Egídio Silvestri para o inverno é pratos mais pesados
acompanhados de vinhos
“mais estruturados”, servidos entre 16 e 17oC.
ADALBERTO PIOTTO
O que é de quem
uando tomo vinho nacional, faço
porque gosto. Não por nacionalismo. Pronto! Já disse. Sem
delongas e milongas. E vou explicar os
motivos.
Se levarmos em conta os reais avanços
do setor no país, não há porque se espantar com a frase acima. Mais: se levarmos
também em conta o que cada produtor
sério do Brasil tem feito nos últimos
tempos para aprimorar, competir, vender
e agradar, mais razão ainda teria para
continuar tomando os bons brasileiros.
É, assim... “bons brasileiros”, derivado
das performances e das frases “bons
franceses”, “bons portugueses”, “bons
espanhóis”, etc. Somos bons também. O
que o Brasil tem é diferenças em relação
aos outros, que também exibem diferenças entre eles. Viva a diversidade!
É claro que a mistura de Cabernet
Sauvignon com Merlot do Vale dos
Vinhedos não vai fazer um clássico
Bordeaux. Não. Nem poderia. Bordeaux
só se faz em Bordeaux, na França. Nem se
fazem australianos com cara de Bordeaux
na Austrália, nem chilenos com jeitão de
Bordeaux no Chile, nem...
No entanto, não há quem não reconheça a graça e a competência desses
vinhos de outros lugares do mundo. Com
jeito e terroir (eta palavrão bonito!) próprios. São vinhos excelentes, bons, uns
quase bons, outros nem tão bons assim.
Variedade.
Portanto, o que quero dizer é que não
é preciso ser tão duro e radical quando se fala de vinhos nacionais. Nem é
preciso ter tantos receios. Até porque
alguns exemplares têm sido premiados
em concursos internacionais. Mas essa
Q
propaganda, os produtores nacionais que
façam. Refiro-me ao conceito. Da mesma
maneira que considero justo não criticar
o que é de fora só porque é de fora, seria
igualmente injusto criticar o que é daqui
só porque é daqui. Bobagem. Enochatice
sem originalidade.
E digo isso com outras razões. Quantas
vezes você já tomou um “chileninho”
camarada, despretensioso e, por isso
mesmo, não exigiu dele mundos e fundos? Foi bom naquele momento, prazeroso e você se satisfez. De repente, até
algo mais... nunca se sabe, isso já é muito
pessoal e íntimo. Prefiro deixar pra lá.
Mas o que vale é que você gostou.
A mesma regra se aplica aos franceses, argentinos, californianos, italianos,
nacionais, aos, aos, aos, etc.
Vale também a regra de procurar entre
os vinhos de qualquer uma dessas nacionalidades aquele que se supera, que é
pretensioso – no bom sentido. E, aí sim,
julgá-lo pelo que ele pretende ser. Mas
sem muita cerimônia também, porque
senão fica muito chata a conversa.
A graça está em apreciar, beber vinhos
de onde quer que eles venham. Mesmo
assim, se você se dedica a estudar o
assunto, sinta-se à vontade pra julgá-los
depois de beber. É bacana. O que não é
saudável, nem simpático, nem inteligente,
é condená-los pela origem, mesmo sem
tê-los degustado.
No fundo, tomar vinhos – e bons, na
sua opinião – é o que importa.
Falamo-nos.
Adalberto Piotto é jornalista, âncora da Rádio CBN
[email protected]
6
AGOSTO de 2005
Jornal
Vinho & Cia
Dica: Apreciar um vinho é como praticar esporte, você tem que treinar, treinar e treinar.
Última hora
SÉRGIO INGLEZ DE SOUZA
A bolha crescente do vinho
de Santa Catarina
em diz a sábia voz do povo que a cauda
não balança o cachorro. É uma questão
física de tamanho!
No caso do vinho brasileiro, claro
que no melhor dos sentidos, os volumes
de produção levam-nos a indicar que o cachorro
se chama Rio Grande do Sul e a cauda Santa
Catarina.
Há alguns anos, quando comecei a divulgar
o vinho catarinense, ouvi exclamações de surpresa. Lembro-me de uma sessão na Associação
Brasileira de Sommeliers, grande instituição da
enogastronomia brasileira, em São Carlos (SP),
quando um médico, depois de me questionar
sobre restringir-se o bom vinho brasileiro à Serra
Gaúcha, ficou estarrecido ao saber que o vinho
que ele escolhera como o melhor da noite era de
Tangará, vale do Rio do Peixe, Santa Catarina, e
se saiu com frase: Ora, pensei que Santa Catarina
só fizesse camisetas Hering!
Este dia foi um momento de glória do Reserva,
Pisani Panceri, Cabernet Sauvignon, 2002.
Depois disso, este vinho e outros foram revistados
nos cálices atentos da Sociedade Brasileira dos
Amigos do Vinho, São Paulo, recebendo boas
avaliações.
Como regra básica, uma região produtora de
vinhos inevitavelmente ficará enquadrada em uma
pirâmide de qualidade. França, Itália e Alemanha,
como exemplos, são assim: uma enorme quantidade de vinhos medíocres, um grande volume de
vinhos correntes e, acima desta base, produção
restrita de vinhos premium, super-premium, ultrapremium e ícones.
Santa Catarina repete a figura e está atualmente empenhada na elaboração de quantidades
crescentes de vinhos dos níveis premium.
No vale do Rio do Peixe, além da Panceri,
outras vinícolas trabalham nesta direção: Iomerê,
Casal Picoli, Monte Carvalho, Copervil, Randon,
etc. Destas adegas podem-se apreciar tintos de
Cabernet Sauvignon, Merlot ou Tannat, brancos
de Chardonnay e Riesling Itálico, alguns surpreendendo pela qualidade.
Tem um grupo de italianos trentinos que está
fazendo um interessante trabalho no alto vale
do Itajaí, na cidade de Rodeio, capitaneados
B
pela Vinícola San Michele, dos enólogos Silnei
Furlani e Marcelo Sardagna. Os vinhos finos são
o Riserva de Cabernet Sauvignon, o Ritrato, tinto
de Cabernet Franc, e o branco de Riesling Itálico,
além do espumante Spumant Brut, champenoise
de Chardonnay.
Mais para o sul, os imigrantes italianos que
se estabeleceram na região de Urussanga, dedicaram-se, também, ao fabrico vinho. Os vinhos
brancos da casta Goethe, descendente da Moscato,
fizeram grande sucesso na metade do século passado, chegando a regar reuniões palacianas do
Catete, no Rio de Janeiro. Hoje, líderes da região
como Renato Damian e Patricia Mazon se movimentam para a retomada da vitivinicultura local,
visando o aumento dos brancos, florais e delicados, de qualidade, da Goethe.
Mas o que está falando alto na vitivinicultura
catarinense são duas novas áreas, com condições
especiais de altitude e clima marcadamente frio,
abrindo espaço para vinhos de alto nível de qualidade. São Joaquim, conhecida terra da neve,
abriga algumas vinícolas e, entre elas, uma das
mais arrojadas do Brasil, a Villa Francioni, que
começou a produzir em pequena escala neste
ano. A outra, Água Doce, tem grandes extensões
de terras altas e onduladas, com topoclimas
ideais para vinhos diferenciados. As primeiras
produções estão surpreendendo aos mais experimentados vinhateiros, com destaque para o
Malbec, o Cabernet Sauvignon e o Chardonnay.
Um espumante diferente está sendo elaborado
com a uva Villenave, uma híbrida que descende
da Riesling Renana. A GBM Agroflorestal responde pela produção desta área. Como vinhos de
altitude ou vinhos do frio, serão produzidos com
uvas colhidas mais tardiamente do que as outras
áreas beneficiando-se por fugir das chuvas de
verão e por ter uma maturação lenta que concentra maiores parcelas de elementos nobres na uva,
especialmente os aromáticos.
Não podemos afirmar que este rabo vai abanar
o cachorro. O que se nota é que o cachorro já está
franzindo a testa!
Sérgio Inglez de Souza é enófilo, colunista e escritor
[email protected]
Ousadia é a marca do
4ª Geração Marselan
da Dom Cândido
Por Regis Gehlen Oliveira
Há 30 anos a Dom Cândido
foi pioneira em plantar na região
do hoje Vale dos Vinhedos as
primeiras uvas viníferas do país.
Agora dá outro passo ousado:
produzir o primeiro tinto nacional com a uva Marselan, o 4a.
Geração, da Safra 2004.
Segundo Marcos Valduga, um
dos sócios da vinícola, a casta é
nova no mundo do vinho. É resultado do cruzamento da Cabernet
Sauvignon com Grenache Preta.
As primeiras experiências de
utilização foram no início da
década, no Sul da França, e,
logo após, a Dom Cândido trouxe mudas para o Brasil. Como
no Vale dos Vinhedos todas as
áreas estão ocupadas, a vinícola
resolveu apostar em terras no
município de Veranópolis. E as
mudas deram-se muito bem.
O resultado inicial está muito
bom. Um bonito rótulo guarda
um vinho de grande personalidade, jovem, bem diferente, com
aromas intensos e naturais, sem
passagem por madeira para
envelhecimento. Surpreende
pela maciez, apesar de bem
novo, e apresenta gostinho de
amoras e - diferente - de guaraná.
Miolo traz Michel Rolland
para o lançamento de
dois dos seus vinhos “top”
Por Regis Gehlen Oliveira
Em jantar harmonizado
com pratos do chef Emannuel
Bassoleil, a Miolo lançou no
Hotel Unique em São Paulo
os seus vinhos “top” Quinta
do Seival Cabernet Sauvignon
2004 e Lote 43 Safra 2002.
O destaque do evento foi a
presença do renomado enólogo Michel Rolland, que presta
consultoria à vinícola brasileira
no desenvolvimento de seus
vinhos nos cinco “terroirs” da
Miolo no país.
Houve divergências entre
os presentes em relação ao
momento para melhor apreciar
os dois vinhos, qualificados
como muito bons. A sensação
geral foi que o Quinta está pronto para beber, bem macio, e que
o Lote, o vinho ícone da Miolo,
deve evoluir muito nos próximos
anos.
MICHEL ROLLAND,
enólogo francês, consultor
renomado de várias
vinícolas no mundo
e da Miolo no Brasil:
“Vinho é como criança:
os pais podem ajudar,
mas cada um tem a sua
personalidade”
Jornal
Vinho & Cia
AGOSTO de 2005
7
Tudo o que eu quero do vinho é apreciá-lo – Ernest Hemingway
LAURO CARVALHO
Champagnes, Espumantes,
Proseccos...!
bservo ultimamente que mais e mais
pessoas confundem Champagne com
Espumante, que por sua vez é chamado de Prosecco, e por aí vai. Pois bem, por
isso resolvi esclarecer quem é quem.
Antes, uma dica: quanto maior o número
de bolinhas, quanto menores elas forem e
quanto mais elas durarem na taça, melhor
será a qualidade do espumante.
Agora vamos lá.
Espumante: Nome dado a todo vinho que,
geralmente em conseqüência de uma segunda
fermentação, produz aquelas bolinhas (perlage) que sobem pela taça. O Brasil atualmente
produz espumantes de altíssima qualidade,
superando grande parte dos importados.
Champagne: É o espumante elaborado
na região Francesa de Champagne e só lá
pode receber este nome. Se for elaborado
na França, mas não em Champagne, será
um espumante e não um Champagne. Uma
curiosidade é que uma das uvas mais importantes na elaboração do Champagne é tinta,
a Pinot Noir.
Prosecco: Na verdade, este é o nome de uma
uva tradicional da região Italiana do Veneto,
e que produz vinhos espumantes de qualidade
das mais variadas. O que difere é o produtor.
O eixo entre Conegliano e Valdobbiadene é o
mais importante na produção deste espumante. Alguns outros países podem produzir este
espumante e dar este nome desde que a uva
utilizada seja a Prosecco. Já existem alguns
Proseccos nacionais. Esta bebida ficou muito
conhecida ultimamente, principalmente por
aparecer constantemente em um programa
da telinha. Mas, cuidado, Prosecco não é
sinônimo de qualidade: existem os bons e os
não recomendáveis.
Cava: É assim que os Espanhóis chamam
seus espumantes. A mais importante região
produtora é Penedés, onde se localizam as
duas Bodegas mais famosas deste tipo de
espumante. O nome Cava só deve ser utilizado nos espumantes Espanhóis. Macabeo,
Xarel-lo e Parellada são as uvas mais utilizadas na elaboração das cavas.
Asti: Também um espumante caracterísTwPiemon Tw[(te.17.9(A)utili-)]TJ TD80.0246 Tw Tw[(utiléa
8
AGOSTO de 2005
Jornal
Vinho & Cia
Assine: (11) 4196 3637
Lovara Merlot
Vinhos
Equipe de Vinho & Cia seleciona
alguns bons produtos no mês
Viñas de Narvaez
Vins Torras
1865
Da Redação
Nesta edição a equipe de
Vinho & Cia seleciona alguns
bons produtos experimentados no mês, que merecem
recomendação ao leitor.
Participaram da seleção
deste mês os editores Lauro
Carvalho e Regis Gehlen
Oliveira, o colunista Walter
Tommasi, a jornalista Denise
Cavalcante da redação,
e Álvaro Cézar Galvão e
Carlos Vivi da publicidade.
Uva Merlot
2004
Produtor Lovara - Miolo
Origem Vale dos Vinhedos, Brasil
R$16
Walter Tommasi indica como um
ótimo exemplo do que é ser um
vinho de bom custo-benefício.
“Provem, não vão se arrepender!”
Chateau Gauvry
Uva Cabernet Sauvignon
Produtor Viña de Narvaez
Origem Mendoza, Argentina
R$30
Importadora On Trade
Indicação do editor Lauro Carvalho
como vinho de muito boa relação
custo-benefício.
Uvas Garnacha e Cariñena
Tinto Jovem
Produtor Vinos Torras
Origem Catalunha, Espanha
R$49 em restaurante
Importadora Lismar
Álvaro Cezar Galvão comenta que
com a aeração torna-se um vinho
agradável e leve, com muita fruta,
como se poderia prever pelas uvas.
Uva Carmenère
Reserva 2001
Produtor Viña San Pedro
Origem Valle Del Maule, Chile
R$87
Importadora Casa Santa Luzia
O editor Regis Gehlen Oliveira
recomenda como um vinho gostoso,
de grande persistência, “que vale
muito o quanto a garrafa pesa”.
Mayol Syrah
Lona Brut Rosé
Rippon Pinot Noir
Luca Malbec
Uva Syrah
2003
Produtor Matias Mayol
Origem Mendoza, Argentina
R$59
Importadora Casa Veneto
Lauro Carvalho ressalta que é
prazeroso e tem um belo
leque aromático.
Espumante Brut Rosé
Produtor Adolfo Lona
Origem Vale dos Vinhedos, Brasil
R$29
Na Casa Palla (Granja Viana) ou na
Assemblage (Moema)
Carlos Vivi informa que tem uma
linda coloração rosa-salmão, com
borbulhas pequenas e delicadas,
aroma frutado e complexo, e é leve
na boca.
Uva Pinot Noir
2001
Produtor Rippon
Origem Central Otago, Nova Zelândia
R$148
Importadora Premium
Para Denise Cavalcante, um verdadeiro Borgonha, feito no novo mundo,
com mais fruta. “Agüenta fácil os
próximos 10 anos, revelando características de nobreza”.
Uva Malbec
2001
Produtor Laura Catena
Origem Argentina
US$50
Importadora Mistral
Walter Tommasi indica esse vinho
“para confirmar a alta qualidade de
alguns vinhos de nossos hermanos
argentinos e por ter sido elaborado
por uma mulher”.
2000
Produtor Chateau Gauvry
Origem Bordeaux, França
R$42
Importado pela Vitis Vinífera
Segundo Walter Tommasi, é um
vinho para desmistificar o dito
popular “de não se poder tomar
um bom Bordeaux sem gastar muita
grana. Puro boato!”
Jornal
Vinho & Cia
AGOSTO de 2005
9
Dica: Geralmente, o primeiro vinho quem vende é o marketing, do segundo em diante é o enólogo.
Aromas
Medalhas para
Casa de Amaro
A Sulvin comemora
as medalhas recebidas
no concurso nacional
de vinhos Hyatt Wine
Awards. Da safra 2004,
receberam Ouro o Casa
de Amaro Reserva
Merlot e o Reserva
Chardonnay, e Prata o
Carmenère. Vinho &
Cia recomendou na edição de junho o Reserva
Cabernet Sauvignon.
Famiglia
Marson
Marcio Marson
está a todo o vapor
na divulgação da
recém-lançada
linha Famiglia. O
tinto é um corte
de Cabernet Sauvignon e Merlot
e o branco é produzido com
Chardonnay. Os vinhos são em
homenagem aos 118 anos da
família Marson no país.
Poesia na World
Wine
O tinto argentino Poesia
(R$278), top produzido sob consultoria do
enólogo francês Michel
Rolland, será um dos
destaques na nova loja
da World Wine La
Pastina na rua Padre João
Manoel em São Paulo.
Pegos Claros
na Mistral
O tinto português Quinta
da Romeira Pegos Claros
1998 (US$19,90), da
região de Palmela, chegou
na Mistral Importadora. É
elaborado exclusivamente com as uvas Castelão
ou Periquita. A safra de
1999 recebeu a nota 18/20
da crítica inglesa Jancis
Robinson. A de 1998 foi
superior.
Aguardente vínica
A Vinífera sugere um
presente mais quente
para o Dia dos Pais: a
aguardente vínica Velha
Relíquia (R$149), da
Caves do Freixo. É
destilada com vinhos
portugueses da Bairrada
e envelhecida 15 anos
em carvalho francês.
Eduardo Jorge Canela
afirma que seu aroma é
suavemente perfumado e
pode ser apreciada junto
com charutos.
Medalhas para
espumantes
O espumante brasileiro faz
sucesso também na França,
terra da Champagne. No 5o
Concurso Muscats of the
World, entre 293 vinhos de
24 países os espumantes de
Moscatel do Brasil receberam 4 medalhas. Ganharam
Ouro os produtos da Aurora e
Salton e Prata os da Marson e
Peterlongo.
4 tintos e 2 brancos
Neste inverno em Campos
do Jordão a Morandé
está com forte presença
em muitos pontos. Uma
opção é a linha Terrarum
Reserva, com bom custobenefício, composta por
quatro tintos, das uvas
Cabernet Sauvignon,
Merlot, Pinot Noir e
Carmenère; e dois brancos, de Chardonnay e
Sauvignon Blanc.
Custo-benefício
A importadora Best
Wine está em processo
de importação de vinhos
argentinos focados no
custo-benefício. Em breve
coloca no mercado um
rótulo exclusivo, com
nome ainda em definição.
Em outubro será a vez do
Alta Gloria Syrah.
BETO ACHERBOIM
Um dia perfeito
anhã de domingo, 14 de agosto. Dia dos pais. Dormi até
mais tarde, perto das 10 horas,
algo impensável para um pai de dois
meninos “acelerados” (quem tem filhos
de 5 e 2 anos sabe bem o que estou falando...).
Dia ensolarado. Sou acordado com
beijos e um belo café na cama. Pão, torradas, requeijão, queijo, embutidos, suco
de laranja fresquinho - tudo muito bom -,
quando meu pequeno Leonardo entra com
uma flûte na mão, me trazendo um excelente espumante nacional, que me prepara
para um dia que parece especial.
Logo atrás dele, meu filhão Guilherme
aparece com uma caixinha na mão. “Feliz
dia dos pais, papai!” Abro-a rapidamente.
Hummm. Uma chavinha de adega climatizada Art des Caves! Oba! (Mariana me
conta que cabem 100 garrafas). Estava
sonhando com uma dessas. Que maravilha esse dia dos pais...
Levanto da cama, tomo um banho revigorante, e me preparo para sair. Vamos
à casa de meu pai, para o almoço em
família, onde prepararei uma bela massa
com molhos pesto e funghi, e um risoto
de frutos do mar. Acompanhando estes
pratos, o novo Quinta do Seival Cabernet
Sauvignon da Miolo, e um Sauvignon
Blanc da Nova Zelândia (dica do colunista: na preparação de risotos mais delicados, use alecrim – uns dois galhos – ou um
pedaço de gengibre descascado e retire no
final do cozimento).
Almoço gostoso, tarde agradável, muita
diversão com os pequenos (para papai
e vovô nenhum botar defeito). Vamos
embora satisfeitos, saciados, mas sabendo
que ainda temos uma tarefa: jantar com
M
o sogrão (afinal, em dia dos pais, temos
que nos multiplicar, pois todos os pais da
família têm direitos). Ao invés da usual
pizza, mudamos para um sushi, já que as
filas das pizzarias estão borbulhando mais
que cobertura de muzzarela. Guaraná e
suco para os meninos, espumante e sakê
para nós, maravilhosamente harmonizados com a comida.
Dia longo. Estufados, enfastiados,
vamos para casa (acho que vou rolando,
comi muito mais do que devia...). Paro
o carro na garagem do prédio, quando
Mariana me revela mais uma surpresa :
mais um presente!? “Sim, amorzinho, e
muito útil, por sinal”. Uma bike novinha,
para queimar os quilinhos a mais desta
vida de amante da enogastronomia, pois
estou ficando um pouco gordinho. Não
encontro argumentos para contestá-la.
Como (quase) sempre, ela está certa.
Mas como Mariana é um doce, reparo
que no lugar da garrafinha da magrela
reluz uma garrafa diferente... O que será?
Caramba! Um Chateau Petrus! Ganhei
na loteria! Dou um pulo, caio da cama, e
então acordo.
Pois é. Sonhar não faz mal algum,
certo?
PS : Não esqueci de lembrá-los: meu
SÃO PAULO (TRI-COLOR) acabou de
conquistar o TRICAMPEONATO da libertadores! Ó tricolor, clube bem amado...
No próximo número, vamos analisar tudo
o que houve no torneio, e a reação estúpida da torcida.
Beto Acherboim é relações públicas, enófilo,
são-paulino e apreciador das boas coisas da vida.
[email protected]
10
AGOSTO de 2005
Jornal
Vinho & Cia
Jornal
Vinho & Cia
AGOSTO de 2005
Roteiro
Capriche
no almoço,
no jantar ou
num bar
No Dia dos Pais que tal oferecer
um abraço e um brinde?
Por Denise Cavalcante
O Dia dos Pais é uma
ótima oportunidade para
dar uma atenção a mais
e começar com um gostoso abraço nesse dia. E
que tal aproveitar a época
e unir o abraço com um
brinde, fruto de uma boa
bebida de presente?
A importadora Impexco
dá uma idéia para pais
que apreciam as nuances e os detalhes degustativos dos vinhos: um
kit degustação vertical
(várias safras de um
mesmo vinho). Entre as
opções está o francês
Maison Sichel Château
Pisan AOC Graves dos
anos 98, 99 e 00, ao
custo de R$250, ou o
americano Buena Vista
Pinot Noir Grand Reserva
das safras 96, 97 e 99,
por R$850, ambos embalados numa caixa.
A Terroir oferece uma
seleção de vinhos com
o dólar entre R$1,70
a R$2,10, que pode
ser consultada no site
da importadora. Nas
compras de R$400 a
R$1000, o cliente ganha
uma Cachaça do Barão
- Prata e um “kit esporte”, com toalha e munhequeira. São mais de 100
vinhos em oferta, como
os chilenos Pinot Noir
Lote 21 Reserve 2000
Viña Leyda, a R$146,
ou o Dom Maximiano
Founder´s Reserve 2000,
Viña Errazuriz, a R$245.
A Gran Vin montou quatro embalagens especiais
com vinhos e charutos: o
Estojo Pauillac (R$295),
com dois Charutos Monte
Cristo no.4 e o vinho
Château La Tourette
1998 Pauillac, Bordeaux;
ou o Estojo Los Andes, a
R$498, com dois Monte
Cristo no.2 e duas garrafas do Chileno Caminante
1999 Viña Gracia. Esses
kits estão à venda apenas na importadora.
A loja de importados
Offer, localizada em Mogi
das Cruzes, faz entregas
na Grande São Paulo, e
colocou 20 vinhos de seu
catálogo em promoção
para o Dia dos Pais, entre
eles o Finca Da Altura,
argentino, por R$25,90,
ou o Chianti Cecchi, italiano, por R$37,50. A loja
pode montar cestas de
presente com vinhos e
alimentos importados à
escolha do cliente.
A importadora Barrinhas informa um local
onde seus vinhos podem
ser encontrados a bom
preço: o Empório Vip,
em que o tinto português
Porca de Murça Reserva
está a R$61,50. A Cia do
Whisky, em Moema, tem
o Terra D’Ossa tinto a
R$20,90.
Se seu pai prefere destilados, uma sugestão é
a Vodca Cîroc (R$237),
lançada recentemente
no mercado, produzida
na França a partir das
uvas mauzac blanc e
ugni blanc; ou o Whisky
Blue Label da Johnnie
Walker (R$799), criado a
partir de um blend de maltes raros, como o Royal
Lochnagar, e cerca de 15
whiskies maduros, adicionados para balanceálo perfeitamente. Vários
empórios e supermercados têm os produtos.
WHISKY
JOHNNIE
WALKER
BLUE LABEL,
em sugestão
em vários
empórios e
lojas.
A IMPEXCO,
importadora, sugere
para o Dia dos Pais
um kit de “degustação
vertical” com o Maison
Sichel Château Pisan
AOC Graves dos anos
98, 99 e 00.
ALAMOS CHARDONNAY, no MARCEL, indicado para o
recém-lançado suflê de aspargos frescos e parmesão.
Tabla de Ibéricos, do TORO
RESTAURANTE, oferecida
como cortesia no Dia dos Pais.
Outra boa idéia para o
Dia dos Pais é caprichar
num almoço ou jantar em
restaurante, ou ainda se
divertir num bar, com o
acompanhamento de uma
boa bebida.
O restaurante espanhol Toro oferece aos
pais como cortesia a
“Tabla de Ibéricos”, composta por chorizo, queijo
manchego e jamón. Para
acompanhar, a sugestão é
um Jerez Fino Barbadillo
(fresco, com leves toques
de salinidade e boa acidez, para contrapor com a
untuosidade dos frios), a
R$13 a taça.
O Marcel prepara para
o dia um cardápio a R$75
por pessoa. A casa lança o
“suflê de aspargos frescos
e parmesão”. Para acompanhar sugere um dos
vinhos mais vendidos na
casa, o argentino Alamo
Chardonnay, a R$65. Em
taça oferece o francês tinto
Chateau Tarraeyorts 2001,
a R$23. A casa também
aceita que o cliente traga o
seu vinho sem a cobrança
de rolha.
O italiano Piselli, de
Juscelino Pereira, montou
um menu especial, a R$140
por pessoa, com entrada,
dois pratos e sobremesa,
cada um acompanhando
com uma taça de vinho
diferente. No cardápio, bresaola com pesto de manjericão e lascas de Grana
Padano, acompanhado
de vinho Montepulciano
D’Abruzzo, e Pappardelle
Ai Funghi, harmonizado
com Carmenére Reserva
Molina, e Capreto al Forno,
com Malbec Terrazas
Reserva.
Opções mais simples
podem ser encontradas no Piso Gourmet do
Shopping Frei Caneca. A
Forneria San Vito oferece
a promoção “casadinha”:
uma pizza marguerita ou
mussarela com uma garrafa de vinho Benjamim
Nieto Senetiner, argentino, Malbec ou Cabernet
Sauvignon, por R$30. Para
quem prefere hambúrguer,
o New York City dá como
cortesia uma meia garra-
fa de vinho argentino San
Telmo para o pai que for
ao restaurante acompanhando do filho.
Para quem quiser no
Dia dos Pais dar um passeio fora da capital, o restaurante SuzcaBruxa, no
Embu das Artes, oferece
uma meia garrafa do vinho
argentino Ampakama para
contas acima de R$60
pagas com cartão Visa.
Como sugestão para
acompanhar o vinho, uma
indicação é o “bacalhau de
odin”, lombo de bacalhau
dourado em azeita extravirgem ao aroma de alho,
com brócolis, batatas douradas e ovos, a R$53,60.
Para uma noite mais
descontraída, com música
adequada ao seu pai, o
recém-inaugurado Bar Dry
Martini oferece o primeiro
drink para os pais, filhos e
mães que visitarem juntos
a casa na noite. Pode ser
o Dry Martini, uma taça
de espumante ou uma
caipirinha. Para comer, a
sugestão é pratos leves e
petiscos.
11
12
AGOSTO de 2005
Jornal
Vinho & Cia
Dica: Desconfie de quem afirma saber tudo sobre vinhos
SBAV comemora
25 anos no sentido de
desmistificar o vinho
Em 11 de julho de 1980 nascia a SBAV,
Sociedade Brasileira dos Amigos do Vinho, a
primeira entidade no país com a intenção de
difundir a cultura dessa bebida milenar. Seu
primeiro presidente foi Carlos Ernesto Cabral
de Mello, hoje consultor de vinhos do Grupo
Pão de Açúcar. Passados 25 anos, a entidade
consolidou-se, e boa parte da evolução do
vinho no Brasil deve-se à atuação da SBAV. A
equipe do Jornal Vinho & Cia girou na festa de
comemoração do seu Jubileu de Prata no hotel
Gran Meliá Mofarrej, em São Paulo, e traz aqui
depoimentos acerca do significado da data.
ODILA ARMBRUSTER DE
MORAES, atual diretora
social da SBAV: “Nesse
mundo de mudanças, 25
anos já é tradição. Ela me
traz realização, alegria
e convívio com novos e
antigos amigos. Sinto muito
orgulho disso”.
JOSÉ MANOEL PINTO,
conselheiro da SBAV:
“Todos têm uma paixão: a
minha é o vinho. O Carlos
Cabral me trouxe para cá e
aumentou a minha paixão.
A SBAV teve papel muito
representativo na evolução
do vinho no país”.
DANIEL PINTO, vicepresidente atual: “Para
mim os 25 anos da SBAV
significam vida vivida
intensamente com a alegria
do vinho. A entidade
exerceu até hoje um papel
fundamental para que todos
sonhassem com isso”.
AGNALDO ZÁCKIA
ALBERT, presidente anterior
da SBAV, pensa que no
Brasil, onde não se cultivam
muito as tradições, 25 anos
é muita coisa. “A SBAV
teve grande importância na
formação do consumidor de
vinhos”.
EDECIO ARMBRUSTER
DE MORAES, atual
presidente da SBAV,
diz que os 25 anos são
a coroação da idéia de
divulgar, desmistificar
e deselitizar o vinho.
“Nos próximos 25 anos
vamos continuar a unir as
pessoas”.
CIRO LILLA, da Mistral
Importadora, que já
foi diretor da SBAV:
“Precisamos lembrar
que ela foi a primeira
associação, o primeiro
grupo não-elitista, aberto
ao público, com sorte de
sobreviver por 25 anos”.
RODRIGO MÁRIO
CASTANHEIRA, um dos
fundadores, condecorado
pelo atual presidente:
“Conseguimos concretizar
um sonho de idealizadores:
democratizar o vinho. Mas
acho que hoje há alguns
modismos, como a indução
do gosto. Cada pessoa
é única e precisa ter a
liberdade de sentir por si
mesma. Só isso vai ajudar a
crescer ainda mais o vinho
no país”.
ÂNGELO SALTON, da
Vinhos Salton: “A SBAV
representou muito do meu
conhecimento na área.
Nela aprendi a degustar e
a desenvolver a filosofia de
produzir bons vinhos”.
Jornal
Vinho & Cia
AGOSTO de 2005
O vinho é a parte intelectual da refeição – Alexandre Dumas
Vinhos
Equipe de Vinho & Cia garimpa oportunidades de bom
custo-benefício no evento “Chile, Terra do Vinho”
Por Regis Gehlen Oliveira
Mais de 30 vinícolas
apresentaram seus vinhos
no evento promovido em
São Paulo pela ProChile,
instituição do governo chileno encarregada de fomentar
as exportações desse país.
O denominado “Chile, Terra
do Vinho” foi realizado também no Rio de Janeiro. Na
capital paulistana a presença de público foi grande.
O Jornal Vinho & Cia
montou uma equipe de
profissionais para garimpar oportunidades de bom
custo-benefício e traz aqui
para o leitor uma pequena amostra de vinhos de
destaque, entre centenas
de produtos de qualidade, comprovando o motivo pelo qual os chilenos
No.
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
Vinho
Pupilla
San Medin
Tamaya Varietal
La Capitana
Santa Inés
Mural Varietal
Casas del Bosque Reserva
Tamaya Reserva
Armador
Casas Patronales
Santa Digna Reserva
Viña Del Maule Reserva
Candelária Reserve
Paso Hondo Alta Selección
Don Reca
Sutil Pablo Neruda
Terranoble Gran Reserva
Orzada
Ventisquero Grey
Pirque Estate
Floresta
Huelquen Premium
De Martino Gran Famillia
Bravura
Altaïr
têm hoje grande participação no mercado brasileiro.
Compuseram a equipe os
editores Lauro Carvalho e
Regis Gehlen Oliveira, o
colunista Adalberto Piotto,
além de Adriana Bonilha
Oliveira, Álvaro Cézar
Galvão e Carlos Vivi, da
redação e publicidade.
A recepção e apresentação das vinícolas e importadoras foram em geral bem
profissionais, com pessoal e
enólogos competentes para
o atendimento, mas a equipe de Vinho & Cia constatou um problema comum
Mesa de Cabernet Sauvignon
Lauro Carvalho, editor do Jornal Vinho & Cia, participou da mesa de degustação em que cerca de 20 jornalistas e críticos puderam analisar os seguintes rótulos de
vinhos chilenos elaborados a partir da variedade Cabernet
Sauvignon: Elegance 2000 Haras de Pirque, Hacienda
Chada 2003, Perez Cruz 2004, Huelquen Premium 2002,
Don Alejandro Portal del Alto 2001, El Principal 2001,
Domus Aurea 2001 e Lazuli 2002 Aquitania.
Todas as amostras apresentaram qualidades incontestáveis, sendo escolhido por Lauro Carvalho o vinho
El Principal como o destaque do painel, seguido pelo
Aquitania e o Domus.
Uva
MER
SB
SAN
SY
CAB
CAR
MER
MER, CAB, SY
MER
CAB, CAR
SY
MER
CAB, MER, CAR
PIN
MER
CAR
MER
CAR
MER
CAB
CAB, MER
CAB
CAB
CAB, MER
CAB, MER, CAR
Safra
2004
2004
2002
2004
2002
2003
2001
2002
2003
2003
2003
2004
2002
2000
2003
2001
2002
2003
2001
2002
2000
2002
2002
2001
2002
Região
Colchagua
Vale Central
Limari
Cachapoal
Maipo
Colchagua
Casablanca
Limari
Maipo
Maule
Vale Central
Maule
Colchagua
Bio Bio
Cachapoal
Colchagua
Maule
Central
Maipo
Maipo
Maipo
Maipo
Maipo
Maule
Cachapoal
Produtor
Luis Felipe Edwards
Miguel Torres
Casa Tamaya
Viña La Rosa
Santa Inés
Viña Candelária
Casas del Bosque
Casa Tamaya
Odfjell
Casas Patronales
Miguel Torres
Hugo Casanova
Viña Candelária
Canata
Viña La Rosa
Viñedos Sutil
Terranoble
Odfjell
Ventisquero
Pirque
Santa Rita
Huelquen
De Martino
Viña Calina
Altaïr
$*
22
25
28
30
31
34
39
40
42
42
50
52
58
65
65
65
69
75
89
115
120
163
191
250
360
*Os preços dos vinhos são apenas referência, podendo sofrer variações em função da venda ao consumidor ou atacado
Abreviações: CAB = Cabernet Sauvignon, CAR = Carmenère, MER = Merlot, Pin = Pinot Noir, SAN = Sangiovese, SB = Sauvignon Blanc, SY = Syrah
Importadora
Vinália
Reloco
Del Maipo
San Marino
Decanter
Wine & Sprits
Lourdes
Del Maipo
La Pastina
KMM Vinhos
Reloco
Casa Veneto
Wine & Sprits
Intermares
San Marino
Vinália
Decanter
La Pastina
Chile Vinhos
Vinália
Grand Cru
Terramater
Decanter
La Pastina
Grand Cru
a várias “feiras”, que prejudica bastante a avaliação
dos vinhos: a temperatura
inadequada de serviço. O
fato é fruto de insuficiência
de ar condicionado quando
há muita gente e da precariedade de armazenamento
nas mesas de apresentação. Apesar dos esforços
de alguns, é um item que
merece mais atenção dos
expositores.
O quadro apresenta
25 vinhos selecionados
pela equipe, sendo 24 tintos, produzidos com as
uvas Cabernet Sauvignon,
Carmenère,
Merlot,
Sangiovese,
Sauvignon
Blanc e Syrah. O critério de
seleção utilizado foi a agradabilidade em comparação
com o preço. Os vinhos
estão ordenados por preço.
Anotações
Ótimo preço
Refrescante, excelente custo-benefício
Ideal para o dia-a-dia
Muito bom custo-benefício
Gostosinho
Diferente e prazeroso
Boa madeira
Belo custo-benefício
Redondinho
Equilibrado
Belo leque aromático e boca agradável
Redondo e elegante
Equilibrado, vale a compra
Muito gostoso, grande valor
Belo exemplar da Merlot chilena
Sedoso, prazeroso
Redondo, vinhaço
Grande final de boca
Encorpado e complexo
Bom mentolado
Herbáceo, equilibrado
Muito bom vinho
Para tomar por mais 10 anos
Belíssimo, apenas em safras especiais
Estupendo
13
14
AGOSTO de 2005
Jornal
Vinho & Cia
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sem moderação
WALTER TOMMASI
O Barão e seus Mouton (II)
i, pessoal, vamos continuar? Carlu,
Jullian e Hugo foram os personagens
do primeiro capítulo, que misturou
arte e vinho nas terras dos Rothschild. Esse
capítulo II inicia-se em 1947, quando o Barão
convidou para desenhar seus rótulos Jean
Cocteau, famoso novelista, dramaturgo, produtor, artista, designer e, acima de tudo, poeta
(o cara não era mole não!). Cocteau criou o
rosto de uma jovem segurando um cacho de
uvas desenhado em linhas simples, despojado,
mas de grande impacto visual.
O ano de 1948 foi o de Marie Laurencin,
francesa, artista cubista influenciada por
Picasso no seu período “Black”. Marie fez
parte ativa do movimento “Avant-Garde”
e mais tarde focou seu
trabalho em temas decorativos, influenciada
pelos pintores Bonnard e Maurice Denis. Seu
trabalho para os Rothschild foi um nankin
representando duas jovens sacerdotizas de
Bacco.
O reinado francês continuou em 1949 com
André Dignimont, talentoso desenhista, aquarelista e ilustrador de livros. Sua pintura foi
caracterizada por temas como bares, cafés,
salões, prostíbulos e seus clientes (interessante como os artistas gostam destes locais,
não?). No rótulo André mostrou seu lado
inocente, desenhando a lápis uma mesa e
sobre ela copos e garrafas de vinho. Poucos
se lembram de André, mas os apreciadores de
vinho sabem que 1949 foi considerada uma
das melhores safras do Mouton do século.
Que sorte!
Em 1950, pela primeira vez um “estrangeiro” desenvolveu o rótulo. Georges Arnulf, um
gravador nascido em Mônaco, foi o escolhido,
por ser muito interessado em arte pré-colombiana (posteriormente ao seu trabalho para o
Barão, decide viver na América do Sul, onde
O
se dedicou à arte em vidro e afrescos). Seu
rótulo, feito em nankin, mostrou claramente
sua fase inicial de gravador, com traços austeros, linhas firmes e rigorosas. Ele desenhou
carneiros com as cabeças enfeitadas por
folhas e uvas, e o ponto de fuga trouxe uma
profundidade interessante ao trabalho.
Chegamos ao ano de 1951, importante pelo
nascimento deste que vos escreve (ha, ha!).
Nesse ano novamente um “não-francês” é
convidado, fazendo crer que o foco já começava a ser a arte. Marcel Vertes, húngaro, foi
o felizardo. Marcel iniciou sua carreira como
“poster designer”,
mas com o tempo firmou-se como ilustrador de livros. Ele também usou o carneiro
como tema. Sua obra
teve um casal de camponeses desenhados de uma forma inocente,
com fundo, em aquarela amarela, de carneiros e ovelhas pastando.
Finalizamos esse capítulo em 1952, com
Leonor Fini, artista italiana pré-rafaelista,
convertida ao surrealismo. Fini tinha como
tema um misterioso erotismo, representado
por figuras andrógenas e paisagens místicas,
que com o passar do tempo foram substituídas pela representação da sociedade parisiense. No rótulo usou e abusou de rabiscos
em nankin para desenvolver o rosto de uma
ovelha-mulher (she ram), um trabalho muito
bonito.
Espero que vocês estejam gostando desta
viagem pela história dos Rothschild, e com ela
entendam a ligação da arte e seus criadores
com este ícone mundial do vinho. Na próxima
edição, para não cansar, vou dar uma folga
ao Barão. Um brinde a todos!
Walter Tommasi é executivo de multinacional,
enófilo e artista plástico
[email protected]
O Jornal Vinho & Cia traz matérias e
artigos deliciosos sobre o fascinante
mundo do vinho, além de roteiros e dicas.
Tudo de uma forma descomplicada e
irreverente pra você curtir ainda mais
o lado descontraído da vida…
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Jornal
Vinho & Cia
AGOSTO de 2005
15
Dica: Vinho não é bebê que precisa ficar enrolado na fralda, ao contrário, ao ser vir um
vinho deixe seu rótulo sempre à mostra: ele é a certidão de nascimento do vinho.
Em foco
Gosto,
porque
gosto!
P = (Q x Sp x Bc x A x Ma x Cia x Me x De) / ($ x Ar/C x Tr)
Por Denise Cavalcante
O gosto é uma sensação difícil de ser explicada. Por que alguns preferem os vinhos brancos
e outros, tintos? Por que
para uns a Champagne
é o néctar dos deuses e
para outros é como remédio?
Bem, por mais angustiante que seja para os
novatos no mundo vinícola, ninguém consegue
dizer qual é o melhor
vinho do mundo, nem qual
o mais gostoso. Mas com
uma coisa todos concordam: o vinho mais gostoso
é o que dá mais prazer! E
para aumentar este prazer
em torno de um simples
vinho é preciso em geral
acrescentar fatores externos ao copo, de modo a
deixá-lo muito mais gostoso!
Fórmula matemática
Para facilitar (?) o entendimento do prazer, o médico Eliano Pellini, um grande apreciador de vinhos e
estudioso da alma humana, conseguiu desenvolver uma “simples fórmula
matemática” que procura
explicá-lo (quadro).
Pela “formulinha”, o que
aumenta o prazer ao se
beber um vinho? Em primeiro a sua Q (qualidade
do vinho); Sp (sensibilidade pessoal); Bc (boa
conservação, porque se
o vinho tiver mal conservado pode estar estragado e tirar o prazer); A
(ambiente onde se está
na hora de tomar o vinho);
Ma (momento adequado
da degustação); Cia (companhia certa, agradável);
Me (memória, o que se
sabe sobre o vinho, sua
história, suas características, etc.); e De (desprendimento, não-preocupação com o custo que o
vinho teve). Inversamente
proporcional ao prazer
do vinho entram alguns
aspectos como $ (custo da
garrafa, que pode ter sido
cara e não estava tão boa
assim); Ar/C (armazenamento e conservação que
podem estragar o vinho
se não forem corretos) e
Tr (trabalho, o prazer não
pode dar trabalho para ser
obtido).
Simples? Nem tanto!
Mas tente experimentar o
próximo vinho para ver se
vai ganhar mais ou menos
pontos nessa “simples fórmula”!
Gosto, prazer e arte
Para o artista plástico, enófilo e colunista do
Jornal Vinho & Cia Walter
Tommasi, o prazer é fundamental. “Sou um apreciador de comida, e gosto
de vinho porque ele oferece a melhor combinação
com a comida. Gosto do
frescor dos brancos e do
corpo do tinto. Isso me
traz prazer porque consigo diferenciar o vinho
para cada comida, o que
me aguça a curiosidade”.
Para ele, a pessoa que se
especializa num assunto é
um pesquisador, quer ter
conhecimento de coisas
novas e busca no vinho
sensações que ninguém
percebe.
Comparando o prazer
do vinho com a apreciação
da arte, Walter comenta.
“Podemos gostar de quadros de três escolas diferentes: paisagem (o real,
o concreto), surrealista (o
sonho) e abstrato (cores e
texturas). O vinho está na
mesma situação. Posso
gostar de um Borgonha
P = (Q x Sp x Bc x A x Ma x Cia x Me x De) / ($ x Ar/C x Tr)
(estilo tradicional), de um
do Novo Mundo (cheio
de tecnicidade) ou de um
Espumante (que não tem
nada a ver com o tinto,
mas tem seu brilho). Tem
especialista que adora um
estilo ou outro de vinho,
como a arte. Eu tenho
todos os estilos de quadros na minha parede e
cada um me traz um prazer diferente, mas os três
são arte”.
Nem em frente a um
pelotão de fuzilamento
Walter conseguiria dizer
qual o vinho preferido,
“dependeria do clima onde
eu seria executado... se
fosse no calor do nordeste
ou num local frio”.
Gosto e memória
Para a chef de cozinha
Eugenia Lucato, acostumada a lidar com paladares e aromas, a memória
olfativa é o mais marcante para ela. “Gosto quando descubro no vinho
algum aroma que me traz
à memória alguma sensação”, explica. Sua preferência em vinho recai
sobre os italianos, porque lembra seu avô e os
Sangiovese que tomava
com ele quando era criança. Explica que não consegue descrever o gosto
dos vinhos, mas descreve
a situação de quando os
consumiu. Quando prova
um vinho novo, que não
lhe ativa a memória, aí
sim entra o conhecimento técnico para avaliar de
modo mais frio e menos
emocional. “Gosto de
vinho pela surpresa que
cada um traz. De uma lata
de cerveja todos sabem o
que se espera! O vinho,
quando surpreende, domina a situação, jogando o
prato para segundo plano”
filosofa. “O aroma do vinho
tem a capacidade de nos
transportar para diversas
situações de memória”.
Afinal...
Bem, fórmula, gosto,
prazer, arte, memória...
Afinal, citando o “poeta”
Eliano, “o que faz um vinho
bom ser do coração... é o
que faz um vinho de bom
para o nosso coração!”
16
AGOSTO de 2005
Jornal
Vinho & Cia
Guia do Jornal Vinho & Cia:
endereços onde existe a atenção ao vinho e às bebidas diferenciadas
Cursos
OSWALDO BORGES CRUZ
O chumbo e o vinho
BÁSICO DE VINHOS
AVANÇADO DE VINHOS
ABS - SP
SBAV - SP
O curso básico de vinhos da ABS, com 8
aulas, inicia em 01 agosto para turmas às
2as. e em 4 de agosto para turmas às 5as.
feiras. Já o temático “Países” inicia na 3a.
Estão abertas as incrições para o curso
avançado de vinhos da SBAV-SP que
inicia em outubro: “Terroir, Uvas e Vinhos”.
Confira a programação: 17/10 – Terroir
Geral; 24/10 – Uvas e Aromas; 31/10
– França e Chile; 7/11 – Itália: Novo e
Velho Mundo; 21/11 – USA, Nova Zelândia
e Austrália; e 28/11 – Portugal e Argentina
feira, dia 2.
Av. Faria Lima 2012, 14º andar, cj. 142
Informações: (11) 3814-7853 e 3814-1269
www.abs-sp.com.br
GUIA VINHO & CIA
uando garoto, eu costumava
guardar as cápsulas de todos
os vinhos que eram consumidos
em casa. Depois as derretia para fazer
chumbadas para alegres pescarias em
Mogi das Cruzes ou Guararema. Hoje,
nem as chumbadas para pesca nem
as cápsulas das garrafas de vinho
contêm chumbo. Esse metal pesado,
inadequadamente descartado, é um
perigoso poluente. Se absorvido pelo
organismo pode causar saturnismo,
Q
“
Nunca soube de
chumbadas ou cápsulas
de garrafas terem
causado problemas,
mas chumbo no vinho já
fez muitos estragos na
humanidade
”
uma doença que causa desde cólicas
intestinais e hepatite até paralisias
de membros, agressividade, loucura e
morte, de acordo com o grau e o tempo
de intoxicação.
Nunca soube de chumbadas ou cápsulas de garrafas terem causado problemas, mas chumbo no vinho já fez
muitos estragos na humanidade. Os
romanos tornavam seus vinhos mais
encorpados, macios e duráveis guardando-os em recipientes de chumbo.
Usavam o mesmo metal em encana-
mentos e para impermeabilizar cisternas e aquedutos. Saturnismo é apontado como uma das causas do declínio do
Império Romano.
O uso do chumbo no vinho perdurou
por toda a Idade Média e chegou até o
século XIX, quando soldados europeus
ainda jogavam balas de mosquete nos
barris de vinho destinados ao consumo
das tropas. Hoje, as quantidades de
chumbo permitidas em água potável,
alimentos e bebidas são ínfimas, nunca
maiores que 2mg/kg.
Apavorados e alarmistas de plantão
pregam a proibição do uso do cristal
em garrafas, decantadores e copos.
Cristal é vidro com chumbo e poderia
contaminar a bebida. Estudos cuidadosos foram tranqüilizadores: a quantidade do metal que passa para a bebida
poderia ser medida em átomos por
unidade de tempo. Raras e caríssimas
bebidas, como alguns Champagnes e
Cognacs, são engarrafadas em cristal.
Um longo tempo de guarda poderia
permitir uma contaminação significativa, mas é muito improvável que alguém
tenha dinheiro suficiente para beber, só
desses preciosos néctares, a quantidade
suficiente para desenvolver saturnismo.
E se houver alguém assim, é mais provável que esse nobre ou magnata venha
antes a contrair uma plebéia e vulgar
cirrose hepática por álcool.
Oswaldo Borges Cruz é médico, enófilo e membro
da Confraria Amigos de Babette
Endereços onde existe
a atenção ao vinho
Al. Gabriel Monteiro da Silva, 2586
Informações: (11) 3814-7905 e 3034-1548
www.sbav-sp.com.br
CURSO DE CAFÉ
SBAV - SP
ACADEMIA DE BARISMO
Em agosto, o curso básico de iniciação
ao vinho e degustação da SBAV-SP tem
aulas programadas para as 4as. feiras,
dias 3, 10, 17 e 24. O seguinte terá aulas
nos dias 31 de agosto e 14, 21 e 28 de
setembro. Programe-se. Entre os temas
estão o panorama do vinho no mercado
mundial, processos de vinificação, técnicas
de degustação, exame visual, olfativo e
degustativo e o “serviço” do vinho.
A Academia Brasileira de Barismo promove
curso de degustação com a barista Isabela
Raposeiras. O curso “Barista, nível I” é
destinado a profissionais da área ou curisosos pelo universo de café gourmet, e o
programa abrange degustação, blends e
conceito de arte - da produção à apreciação de bons grãos.
De 15 a 19 de agosto, das 18 às 21hs.
Al. Gabriel Monteiro da Silva, 2586
Informações: (11) 3814-07905 e 3034-1548
www.sbav-sp.com.br
Rua Otávio Tarquínio de Souza, 584, Campo Belo
(11) 5542-6606
Jornal
Vinho & Cia
AGOSTO de 2005
17
Procure saber quanto custam os vinhos nas importadoras e lojas, depois, nos restaurantes, você poderá saber se está pagando o preço justo.
Dia dos Pais
Compras
RESTAURANTES e BARES
VINHOS - LOJA e SUPER
DRY MARTINI BAR
CASA DO PORTO
Novo bar paulistano, oferece 62 tipos de
drinks preparados pelo barman e idealizador da casa Kascão Oliveira Lima, como
o Dry Martini e refrescantes coquetéis
tropicais.
A loja de São Paulo conta com wine bar,
sala de degustação e adega climatizada, além de promover eventos, como a
Confraria das Mulheres.
Rua Jurema 34, Moema (11) 5055-4493
MARCEL
Famoso por seus altos suflês, lança no dia
dos pais uma nova versão: o “de aspargos
frescos e parmesão”.
Al. Franca, 1225, (11) 3061-3003
Também conhecido como Rei dos Whisky
e do Vinho importado, tem também seções
de espumantes, cognac e cachaça.
Sempre com ofertas.
Av. Sabiá, 257, Moema
(11) 5051-0569, www.reidoswhiskys.com.br
PISELLI
Espalhadas pelo país e várias em São
Paulo, a rede conta com lojas exclusivamente dedicadas ao vinho e acessórios, e
outras com produtos de diversas linhas.
Rua Padre João Manoel, 1253, Jardins
(11) 3081-6043, www.piselli.com.br
2a a domingo
EXPAND STORE
Domaine Sainte Marie - Shopping D&D
Av. Naçoes Unidas, 12.551, Piso L1, loja 105
(11) 3043-9877, www.expand.com.br
MJG (CIA. DO WHISKY)
NEW YORK CITY e FORNERIA
SAN VITO
Loja do bairro de Moema, tem boa diversidade. Sugestão: o tinto português do
Alentejo, Terra D’Ossa.
Restaurantes de shopping com aconchego
e boa carta de vinhos.
OFFER
Shopping Frei Caneca, Rua Frei Caneca, 569, 3o andar
(11) 3472-2000 www.freicanecashopping.com.br
SUZCABRUXA
Bistrô localizado na pacata Embu das
Artes, tem pratos como caldeiradas e caçarolas. Promove eventos de degustação de
vinhos.
Rua da Matriz, 68, Centro - Embu das Artes
(11) 4781-2061, www.suzcabruxa.com.br
Fecha 2a. feira
TORO
O charmoso espanhol acaba de editar um
belíssimo livro com receitas, fotos e atrativos do restaurante. Nas cores vermelho e
preto, sugere que o carinho ao livro será o
mesmo da recepção ao cliente.
Rua Joaquim Antunes, 224, Pinheiros (11) 3085-8485
3a a sabado jantar, almoço aos sábados e domingos
Av. Jandira, 263, Moema (11) 5055-5244
Loja de importados em Mogi das Cruzes,
entrega em toda Grande São Paulo. Entre
os vinhos, o argentino Finca Da Altura.
Rua Cel. Souza Franco 788, Mogi das Cruzes
(11) 4799- 3017, www.offer.com.br
SAM´S CLUB e WAL-MART
Rede de supermercados, inclui o Sam´s
Club, com vendas de produtos no atacado
e alguns no varejo. Oferece bons preços
para vinhos.
Diversas lojas. Av. Autonomistas, 1768, Osasco
(11) 3685-5777, www.walmartbrasil.com.br
WORLD WINE LA PASTINA
Importadora terá nova loja em São Paulo,
agora nos Jardins. Destaque para o argentino Poesia 2002, Malbec e Cab Sauv.
Rua Padre João Manoel, 1.269
(11) 3315-7477, www.worldwine.com
CLUBE DO VINHO
Serviços
ADEGAS
ART DES CAVES
Com várias opções de adegas climatizadas
e projetos personalizados, a Art des Caves
lança a sua menor versão da linha AvantGarde, para 14 garrafas.
Loja: Maison des Caves, Al. Gabriel Monteiro da Silva,
1881
(11) 3891-1920, www.artdescaves.com.br
A Etiqueta do Charuto
EMPÓRIO VIP
Rua da Consolação 3555, Jardins (11) 3064-3089, e
Rua Hans Oersted 119, Brooklin Novo (11) 5505-2438
www.restaurantemarcel.com.br
Fecha no almoço aos sábados e feriados.
Vineria & Osteria sob comando do chef
Franco Bonandini, tem rótulos de vinhos
com predominância de italianos e do Novo
Mundo.
CESAR ADAMES
SOCIEDADE DA MESA
Neste clube de vinhos, o associado recebe
mensalmente 6 garrafas de um vinho selecionado, em geral na faixa de até R$35
cada, e informativo que abrange a descrição detalhada de cada garrafa.
R. Branco de Moraes, 248 cj. 11, Chac. Sto Antônio
(11) 2181-4140, www.sociedadedamesa.com.br
GUIA VINHO & CIA
Endereços onde existe
a atenção ao vinho e
às bebidas diferenciadas
egustar um bom charuto é um
dos grandes prazeres que podemos usufruir, assim como uma
boa refeição e uma boa bebida. Muitas
pessoas acreditam que existem muitos
códigos e normas para se fumar, ficando na dúvida sobre como proceder em
diferentes situações. A melhor sugestão
para esses casos é usar o bom senso
para julgar se o momento, o local e a
companhia são adequados para acender
um charuto. Veremos a seguir algumas
dicas de como proceder em algumas
situações comuns do dia-a-dia.
Em elevadores, devido à proibição do
fumo, vale a pena ter sempre à mão
um tubo de alumínio que servirá para
cortar a combustão do charuto quando
a tampa for fechada. Quando sair do
elevador é só reacender.
- Bares e Restaurantes – Antes de ir
ao restaurante ligue para confirmar se
ele tem local próprio para fumar charuto depois da refeição. É cada vez maior
o número de restaurantes que tem uma
área própria e também um umidor com
charutos para serem oferecidos após
o almoço ou jantar. Quando terminar
pergunte às pessoas que estão com você
se elas se incomodam que você fume,
evitando assim aborrecimentos.
- Na casa de amigos – A melhor
maneira é esperar pelo dono da casa
sugerir a possibilidade de fumar. Caso a
pessoa visitada seja um apreciador é de
bom tom levar um charuto de presente.
D
- Em eventos e casamentos – Vale o
bom senso de esperar todos terminarem
a refeição para então poder acender
seu charuto, pois a tolerância dos nãofumadores costuma ser maior nestes
momentos.
- No escritório e em elevadores – Se
você tem uma sala só sua tudo bem,
caso contrário deixe para o final do dia
quando seus colegas já tiverem saído.
- Na sua casa – Escolha um local da
casa para ser o seu espaço de degustação, bem ventilada e com uma porta
para não incomodar ninguém. Se estiver
recebendo alguma visita ofereça um
charuto de seu umidor ou procure saber
se ela tem alguma objeção a que você
fume.
- Dentro do carro – Se o carro é seu,
nenhum problema, mas tenha cuidado
com a cinza do charuto, que pode cair
no seu colo, ou, se a janela estiver aberta, ir de encontro aos passageiros do
banco de trás.
- Nascimentos – A chegada de uma
nova vida é motivo para comemoração
e um ótimo motivo para distribuir charutos entre as pessoas que forem ao hospital visitar o bebê. Mas não se esqueça:
fumar só lá fora.
Cesar Adames é consultor na área de tabaco
[email protected]
18
AGOSTO de 2005
Jornal
Vinho & Cia
Assine: (11) 4196 3637
Compras
Cafés
Como preparar um bom café em casa
Por Denise Cavalcante
Depois do vinho ou
durante o dia, um bom café
pode ser muito gostoso.
Mas para tomarmos realmente um bom café, que
não seja apenas um “cafezinho”, é bom observar
alguns cuidados no preparo,
por exemplo, como os indicados a seguir pela ABIC
- Associação Brasileira da
Indústria do Café e pela
equipe do Jornal Vinho &
Cia.
Em primeiro lugar, obviamente, quanto melhor o
grão de café melhor é o
sabor da bebida. A data
de fabricação é importante, pois quanto mais novo
mais sabor ele tem. Para
conservar bem, o ideal é
guardar em um recipiente com boa vedação e na
geladeira.
Em filtro
Ao preparar café em filtro de papel, em geral o
melhor é moagem média
ou fina. Uma boa dosagem
é 80g a 100g de pó (5 a 6
colheres de sopa) para um
litro de bebida. O ideal é
colocar o pó no filtro, espalhando-o sem compactar
nem apertar, e depois utilizar água filtrada ou mineral,
sem ferver. É bom tirar do
fogo imediatamente antes
da fervura (90ºC) e despejar a água sobre o pó, umedecendo-o completamente,
pois a perda de oxigênio
altera a acidez do café.
Para umedecer bem, uma
dica é começar jogando
lentamente a água nas bei-
radas do filtro e em seguida no centro, sem misturar
com a colher. Quanto mais
lentamente despejar a
água, mais escuro resultará o café, mas o ideal é não
deixar passar a extração
de 4 a 6 minutos, para não
torná-lo excessivamente
amargo.
Espresso
No preparo do café
espresso (sob pressão),
faz muita diferença utilizar
grãos frescos, recém-torrados, de preferência moídos
na hora, e comprimidos na
hora de colocar no filtro da
máquina. Em geral, cerca
de 7 gramas de pó para até
50ml de água é uma boa
dosagem. A espessura da
moagem, em geral média,
influencia muito no corpo
e no sabor do café, e isso
varia muito de acordo com
a marca. Para a maioria das
marcas, a moagem, a pressão e o tipo da máquina e
do filtro devem permitir que
o café seja tirado em torno
de 25 a 30 segundos. Mas
isso pode variar em função do gosto pessoal e da
marca, se for mais mole ou
duro, menos ou mais tostado. Menos tempo resulta
em menos corpo, e mais
tempo, em mais corpo. Se
o café for tirado com um
denso creme marrom
claro em toda superfície
da xícara é bom para
manutenção da temperatura e preservação do
aroma. O creme não se
forma quando a moagem
está grossa ou o tempo
de extração é curto.
Seleção de cafés
Coopinhal
Regis Gehlen Oliveira, editor
de Vinho & Cia, recomenda o
café Coopinhal Gran Reserva
Espresso como um produto
que, bem-tirado, “tem excelente corpo, é bem macio, gostoso e exala aromas
de amêndoas”. É
um café gourmet
da Região
Mogiana
Paulista.
IMPORTADORAS
TERROIR
BEST WINE
Até 15 de agosto, a importadora conta
com 100 vinhos em oferta “de inverno”,
Destaque para o chileno Viña Errazuriz.
Com vinhos do Novo Mundo, como
Austrália, África do Sul, Argentina e Chile,
a Best Wine conta com rótulos da linha
McWilliam´s e African Terroir.
Rua Arizona, 1035
(11) 5505-6422, www.bestwine.com.br
CAPEMAR
Iniciando seus trabalhos recentemente no
Brasil, a importadora tem exclusivamente
vinhos espanhóis, como o Gran Novas, da
uva Albarinho.
Rua Harmonia, 929, Sumarezinho
(11) 3032-2589, www.capemar.es
CASA VENETO
Importadora da linha Viña del Maule, conta
com o Cab Sauv da linha Premium e os
Cab Sauv, Merlot, Chardonnay e Sauv
Blanc da linha Reserva.
Braúna
Segundo o produtor, o Café
Braúna é encorpado, com notas
florais, sabor cítrico, sensação de nozes e chocolates. É
produzido na região de Matas
de Minas. A Fazenda
Braúna promove treinamentos e visitas para
degustações
e conhecimento das
lavouras e
técnicas de
produção.
VINÁLIA
Importadora de chilenos. Destaque para
Willian Cole Columbine Reserve e o Haras
Elegance da Viña Haras de Pirque. Em
breve contará também com vinhos da Luis
Felipe Edwards.
R. João Moreira, 128, Sumarezinho
(11) 3931-7651, www.vinalia.com.br
VINÍFERA
Com rótulos exclusivamente lusitanos, a
recém-aberta importadora traz Dão Painel,
Bairrada Império e a aguardente Velha
Relíquia, entre outros.
Av. Paulista 2.073 - Cj Nacional - Horsa 1 - sala 2009
(11) 3285-1166 / 3285-5435, [email protected]
Rua do Paraíso, 139, cj. 32
(11) 3266-2221, www.casaveneto.com.br
GRAND VIN
Spress
O Spress é um café gourmet
bastante premiado no concurso
“Cup of Excellence”, produzido com grãos selecionados
de arábica bourbon amarelo.
Regis Gehlen Oliveira aponta
que produz “uma
bebida bem
intensa e torrada, macia,
com grande
corpo, e aromas e final
achocolatados”.
R. Pedro Humberto, 9 – Itaim Bibi (Espaço Bar des Arts)
(11) 3168-2200 / 5034-5151, www.terroirvinhos.com.br
“Viagem de sabores” é o catálogo da
importadora Grand Vin, com dicas de
vinhos, receitas e harmonização. Pedidos
do catálogo podem ser feitos no site.
Rua Barão do Bananal 1301, Pompéia
(11) 3672-7133 www.grandvin.com.br
IMPEXCO
Com vinhos de diversas regiões, entre
as opções estão o argentino da linha
Trapiche e os portugueses da Quinta da
Carolina.
0800-7048466, www.impexco.com.br
LISMAR
Pequena importadora de espanhóis, tem
vinhos da vinícola VinosTorras. Familiar e
cinqüentenária na região da Catalunha, a
vinícola conta com tintos, brancos, rosados
e cavas.
R. Gastão do Rego Monteiro, 110, (11) 3733-5216
VINÍCOLAS NACIONAIS
AURORA
Está com o recém-lançado “Pequenas
Partilhas” da safra 2002 com 4 varietais:
Tannat, Carmenère, Cab. Sauv. e Cab.
Franc.
Rua Olavo Bilac, 500, Bento Gonçalves (RS)
(54) 455-2000, www.vinicolaaurora.com.br
GUIA VINHO & CIA
Endereços onde existe
a atenção ao vinho e
às bebidas diferenciadas
DOM CÂNDIDO
Vinícola centenária do Vale dos Vinhedos,
lançou o 4a. Geração, elaborado com a
novíssima uva Marselan.
QUALIMPOR
(54) 453-3620, [email protected]
É importadora exclusiva de vinhos portugueses como Esporão e Quinta do Castro.
Ao se cadastrar o cliente concorre a participação em degustação.
MARSON
R. Antônio das Chagas, 523, Chácara Sto Antônio
(11) 5181-4492, www.qualimpor.com.br
MISTRAL
Vinícola em ascensão, lançou recentemente vinhos comemorativos aos 118 anos da
família no país (a Linha Famiglia), e um
tinto produzido com a uva Ancelota.
Rua Barão de Jaceguai, 1401, Campo Belo
(11) 5042-3890, www.vinhosmarson.com.br
Importadora com vinhos de diversas regiões, sugere para o inverno vinhos rosados
como o Quinta da Pellada Touriga Nacional
Rosado 2003 da Quinta de Saes.
MIOLO
Rua Rocha, 288, Centro
(11) 3372-3400, www.mistral.com.br
Rua Pascal, 1195 - Campo Belo
(11) 5561-1320, www.mioloshop.com.br
MORANDÉ
SULVIN
Vinícola chilena com representação no
Brasil, conta com site com informações
sobre tempo de guarda e harmonização
de cada um dos vinhos, como o Vitisterra
Cab Sauv.
Vinícola gaúcha de Flores da Cunha,
destaca os Casa de Amaro Reserva Merlot
e Reserva Cabernet Sauvignon. No site
dá dicas de receitas e indica vinho para
harmonização.
(11) 3051-8992 / 3051-6011, www.morande.com.br
Coloca no mercado o Lote 43 safra 2002 e
o Quinta do Seival Cab Sauv safra 2004.
(54) 292-8800, www.sulvin.com.br
Jornal
Vinho & Cia
AGOSTO de 2005
19
Guia do Jornal Vinho & Cia:
endereços onde existe a atenção ao vinho e às bebidas diferenciadas
Eventos
Turismo
DEGUSTAÇÃO
VIAGENS EM VINÍCOLAS
ESPUMANTES BRASILEIROS
CHILE COM A GRAND CRU
No “Terceiro Encontro de Espumantes
Brasileiros” serão apresentados espumantes nacionais de 20 vinícolas. O evento
contará com compatibilização com frutos
do mar. Na SBAV-SP, dia 16 de agosto.
A Grand Cru organiza viagem ao Chile
com Flávia Quaresma. De 4 a 9 de outubro, com estadias em Ovalle, Santiago e
Alto Jahuel. O programa inclui visita às
vinícolas Tabali no Valle de Limari, Santa
Rita em Casablanca e Altair em Requinoa.
Al. Gabriel Monteiro da Silva, 2586
Informações: (11) 3814-7905 e 3034-1548
www.sbav-sp.com.br
FAMIGLIA MARSON NO EMBU
DAS ARTES
No dia 10 de agosto, a vinícola Marson e o
Bistrô SuzcaBruxa promovem degustação
de lançamento do vinho comemorativo
“Famiglia”, com jantar harmonizado.
Rua da Matriz, 68, Centro - Embu das Artes
(11) 4781-2061, www.suzcabruxa.com.br
MENU DE COMPATIBILIZAÇÃO
O Boa Bistrô & Bem-Estar promove evento
de harmonização, com menu de compatibilização de pratos da chef Tatiana Szeles
e vinhos selecionados pela sommelier
Daniela Bravin. O menu, com combinações
aromáticas, tem opções como: troxinha de
massa filó com queijo brie, confit de pêssego e chips de capim santo, acompanhado
do nacional Cave Geisse Nature. Até 15
de setembro.
Rua Padre João Manuel, 950, Jardins
Tel: (11) 3082-5709, www.boabistro.com.br
PROBATIO MAXIMUS COM
VINHOS DA BORGONHA
Daniel Pinto organiza a degustação
“Probatio Maximus“ que será realizada
em 6 de dezembro, com borgonhas
brancos Grand Cru Classé: Domaine
Leflaive - Chevalier-Montrachet 99;
Domaine Baron Thénard - Montrachet
97; Domaine Bonneau Du Martray Corton-Charlemagne 97; Joseph Drouhin
- Montrachet Marquis de Laguiche
97; Bouchard Père et Fils - ChevalierMontrachet 99; e Michel Juillot - CortonCharlemagne 2001. O pagamento deste
evento pode ser realizado de forma parcelada até a data de sua realização.
Al. Gabriel Monteiro da Silva, 2586
Informações: (11) 3814-7905 e 3034-1548
www.sbav-sp.com.br
WINE DINNER: UM PASSEIO
PELA ITÁLIA
A Expand Alphaville promove evento de
harmonização “Wine Dinner, um passeio
pela Itália”. Dia 25 de agosto .
A loja promove ainda happy hour com
degustações dirigidas, todas as 6as feiras.
Al. Tocantins, 75 - Alphaville
(11) 4208-6061 [email protected]
GUIA VINHO & CIA
Endereços onde existe
a atenção ao vinho e
às bebidas diferenciadas
REGIS GEHLEN OLIVEIRA
Na Daslu, Ted Bebedor
procura uma mala preta
Rua Bela Cintra, 1799, Jardins
(11) 3062-6388, www.grandcru.com.br
TornaViagem: Av. Almirante Barroso, 63, sala 1012, Rio
de Janeiro (RJ), (21) 2510-4195, jclaper@tornaviagem.
com.br
MIOLO - ESCOLA DO VINHO EM
BENTO GONÇALVES
A Escola do Vinho da Miolo, na vinícola
em Bento Gonçalves, tem aulas em 20 de
agosto e 17 de setembro. Entre os temas
ministrados pelos enólogos da Miolo estão:
A história da uva e do vinho; A vitivinicultura no mundo; Elaboração de vinhos e
espumantes. Além de degustação dirigida,
inclui visita a vinícola e almoço na Osteria
Mamma Miolo.
0800-541-4165 ou (54) 2102-1500
www.miolo.com.br
SBAV-SP NA SERRA GAÚCHA
A diretora social da SBAV-SP, Odila
Moraes, organiza viagem para a “Avaliação
da safra brasileira de 2005”, na Serra
Gaúcha. O programa, além do evento de
avaliação, inclui visitas e degustações
nas vinícolas Salton, Lídio Carraro, Don
Giovanni e Miolo. De 23 a 26 de setembro. A viagem é aberta a não-sócios da
sociedade.
Al. Gabriel Monteiro da Silva, 2586
Informações: (11) 3814-7905 e 3034-1548
www.sbav-sp.com.br
Feiras
VINHOS E ALIMENTOS
ENOGASTROTURISMO 05
O Enogastroturismo, salão de vinhos,
gastronomia e turismo, tem como um de
seus objetivos divulgar rotas vinícolas do
Vale do São Francisco (PE) ao Vale dos
Vinhedos (RS) . O evento conta com apoio
da UVIBRA, ABE, ABRASEL, IBRAVIN e
UCS. Compõe a programação o 1º Fórum
de Enoturismo, com workshops, harmonizações, palestras e cursos de degustação.
De 7 a 9 de setembro no Novotel Porto
Alegre (RS).
Atreb Feiras & Eventos (51) 3217-4200
www.enogastroturismo.com.br
EXPOVINIS 2006
A Exponor já inicia a comercialização de
espaços para o evento Expovinis do próximo ano, que será realizado em São Paulo
(SP) entre os dias 2 e 4 de maio.
(11) 3151-6444
www.exponor.com.br
a janela, a maravilhosa noite de inverno,
fria, com lua cheia, imensa, radiante.
Dentro da sala, o clima gelado. Ao
canto, a adeguinha, guardando alguns
vinhozinhos. Hum! No CD, a música Andança,
de Edmundo Souto, Paulinho Tapajós e Danilo
Caymmi.
“Vim tanta areia andei / Da lua cheia eu sei / Uma
saudade imensa...”
Em preto no branco, no crachá, está escrito:
700.
– Ted Bebedor, você está em clima meio nostálgico, hoje, não?
– Pois é, caro leitor. O inverno, a noite, a lua, a
música, o vinho aqui ao lado...
Não resisto, abro a adeguinha. Salta um tinto
Dom Cândido Marselan 2004. Na taça cai lentamente o líquido violáceo. Hum! Aromas de
amoras!
“Vagando em verso eu vim / Vestido de cetim /
Na mão direita rosas vou levar...”
Surpreendente essa uva Marselan, cruzamento
da Cabernet Sauvignon com Grenache Preta. O
vinho é muito bom, delicioso. Seco, untuoso e
macio, apesar de ser novinho e nem passar por
madeira. Tem até gostinho de guaraná! Hum!
--X-Vida de jornal de vinho é dura! Fazer serão a
essa hora, com uma lua dessa...
“Olha a lua mansa / A se derramar / Ao luar
descansa / Meu caminhar / Meu olhar de festa /
Se fez feliz / Lembrando a seresta / Que um dia
eu fiz...”
– Ô, Ted, o que quer dizer esse 700 no seu
crachá?
– Repórter com licença para beber, caro leitor.
– Ah!
Blam! Balança a porta bangue-bangue. O editor irrompe na sala.
– Ted, cabô a moleza. Precisamos de matéria
pro jornal. Cadê a sua coluna?
É! Mais um vinhozinho na taça, mais um gole,
e rumo à vida dura!
– Ted, por que porta bangue-bangue numa
redação de jornal?
– Clichê, caro leitor, clichê.
– Ah!
D
– Se em filme americano tem, por que não na
coluna do Ted?
--X-No dia seguinte, ponho o casaco estilo detetive
Columbo. Entro do Uno Mille. Coloco o CD.
“No passo da estrada / Só faço andar...”
– Meu irmão, a entrada de serviço é pelos
fundos!
– Mas a entrada da loja da Daslu não é por
aqui?
– Ahm?! Hum?!... Então, 30 paus, meu irmão.
E adiantado!
Dentro, rumo ao objetivo!
– Senhor, aqui não vendemos mais mala preta.
– Qual é o problema?
– Problema com lavagem mensal. Tenho uns
modelos mais leves, bem legais, na cor marrom.
Deve combinar bem com esse seu casaco estilo
Columbo.
“Já me fiz da guerra / Por não saber / Que esta
terra encerra / Meu bem querer / E jamais termina
meu caminhar / Só o amor me ensina / Onde vou
chegar...”
--X-De volta à redação. Escrevo, escrevo, escrevo...
Pronto, texto da coluna concluído. Matéria para
o editor.
Ah! Nada como trabalho feito. Vamos comemorar com... Um vinhozinho! Um português Esporão
Reserva. Ora, pá! Divino, com um mentolado
muito interessante, persistente, gostoso...
– Ô, Ted, o que você queria fazer com uma mala
preta?
– Colocar nela alguns acessórios de trabalho:
taças, saca-rolha e garrafa de vinho. Vida de
repórter dessa área é muito dura. Temos de estar
sempre prevenidos, para situações inesperadas...
– Só isso, Ted? Nada mais na mala preta?
– Só. Que malícia a sua, hein?
“Vim de longe léguas / Cantando eu vim / Já
não faço tréguas / Sou mesmo assim / Por onde for
/ Quero ser seu par.”
Regis Gehlen Oliveira é editor deste jornal e
fundador da SBAV de Aldeia e Alphaville.
De vez em quando bebe.
[email protected]
Como é bom
Estar com quem
Curte o lado descontraído da vida
Tem bom humor
É atraente e agradável
Descomplica as coisas
Não tem preconceitos
É inteligente
Incentiva a qualidade
Está sempre atual
Procura as boas oportunidades
Busca os melhores programas
É diferente e ágil
Traz sempre novidades
Vai aos melhores lugares
Não se apega a receitas
Bate papo de forma gostosa
Dá espaço para opiniões
Promove a arte e a cultura
E além de tudo valoriza o vinho
E as outras companhias.
Esteja então em boa companhia.
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