Vinhos
Transcrição
Vinhos
ConVisão ANO 1 - Número 4 - AGOSTO de 2005 R$ 7,00 Adega da Churrascaria Fogo de Chão da Bandeirantes em São Paulo. Foto: Norio Ito No Dia dos Pais, que tal oferecer um abraço e um brinde? Pág. 10 e 11 Pág. 5 Adalberto Piotto: O que é Pág. 6 Sérgio Inglez de Souza: de quem A bolha crescente do vinho de Santa Catarina Pág. 7 Lauro Carvalho: Champagnes, Espumantes, Proseccos...! Pág. 9 Beto Acherboim: Um dia perfeito Walter Tommasi: O Barão e seus Moutons - Capítulo II Pág. 16 Oswaldo Borges Cruz: A pescaria e o vinho Pág. 17 Cesar Adames: A etiqueta do charuto Pág. 19 Regis Gehlen Oliveira: Na Daslu, Ted Bebedor procura uma mala preta Pág. 14 Nesta Edição Equipe de Vinho & Cia garimpa oportunidades em evento da ProChile Mais de 30 vinícolas apresentaram seus vinhos no evento promovido em São Paulo pela ProChile, instituição do governo chileno encarregada de fomentar as exportações desse país. O denominado “Chile, Terra do Vinho” foi realizado também no Rio de Janeiro. Na capital paulistana a presença de público foi grande. Vinho & Cia montou uma equipe de profissionais para garimpar oportunidades de bom custo-benefício e traz para o leitor uma pequena amostra de vinhos de destaque, entre centenas de produtos de qualidade, comprovando o motivo pelo qual os chilenos têm hoje grande participação no mercado brasileiro. Pág. 13 SBAV comemora 25 anos com festa Gosto, porque gosto! Passados 25 anos, a Sociedade Brasileira dos Amigos do Vinho consolidou-se, e boa parte da evolução do vinho no Brasil deve-se à sua atuação. Pág. 12 Por que alguns preferem os vinhos brancos e outros, tintos? Por que para uns a Champagne é o néctar dos deuses e para outros é como remédio? Pág. 15 Entrevista Pág. 3 - Bate-Papo Um lugar... Uma música... Um vinho... Arri Coser, da Churrascaria Fogo de Chão Pág. 8 - Seleção do Mês Equipe de Vinho & Cia seleciona bons vinhos Começou a trabalhar em restaurantes aos 14 anos. Hoje, junto com o seu irmão, tem uma rede de 4 churrascarias no Brasil e 5 nos Estados Unidos. A unidade da avenida Bandeirantes em São Paulo possui adega com mais de 300 rótulos, alguns tops Página 4 internacionais. Pág. 6 - Última Hora Ousadia é a marca do 4a. Geração da Dom Cândido 2 AGOSTO de 2005 Jornal Vinho & Cia Assine: (11) 4196 3637 Editorial Entre aspas ANO 1 - Nº 4 AGOSTO de 2005 Mensageiro democrático É com grande satisfação que nos encontramos novamente nesta quarta edição do Jornal Vinho & Cia. Satisfação maior ainda é ver as mensagens que recebemos e constatarmos que estamos, de verdade, atingindo o nosso objetivo. Queremos levar o Lauro Carvalho e Regis conhecimento do vinho de forma Gehlen Oliveira, editores leve e descontraída a todos aqueles que admiram essa bebida “dos Deuses” e que não têm tempo, ou mesmo interesse, em se aprofundar de maneira mais técnica sobre o assunto, desejando apenas gozar do prazer que o vinho é capaz de proporcionar. Mas um fato importante é que, apesar do nosso foco principal estar voltado para o público mais “light”, estamos também agradando aos mais exigentes enófilos (leia-se bebedor mais antigo e experiente). A cada edição sentimos que a nossa credibilidade aumenta, e também a nossa responsabilidade com o leitor. A escolha dos temas abordados, os vinhos indicados, as coberturas dos eventos e os demais itens de composição do jornal são pensados e discutidos de forma democrática com a nossa equipe, considerando o retorno dos leitores, de modo que o nosso veículo não seja mensageiro de uma só voz. Felizmente, apesar do pouco tempo de vida, nos orgulhamos de ter formado uma equipe coesa, que trabalha em sinergia e pensa de forma coletiva. É assim na redação, fotografia, diagramação, publicidade e administração. Nossa redação e nossos colunistas recebem diversos comentários, e seus estilos diferentes vêm conseguindo aproximação com nossos leitores. A Denise, com seus textos poéticos ou dissertativos; a Adriana, compondo o nosso Guia; o Norio com as suas fotos diferenciadas; o Neto na diagramação esmerada; o Piotto, sempre procurando defender o seu macarrão pré-pronto harmonizado com um belo vinho; o Sérgio Inglez, nossa biblioteca ambulante, trazendo curiosidades e estórias interessantes do mundo do vinho; o Beto, são-paulino roxo, que consegue agradar até corintianos com as suas colunas; eu, tentando sempre passar alguma informação útil para quem aprecia o mundo de Bacco; o César Adames, nosso mestre nas artes das baforadas e grande conhecedor das lourinhas (leiam-se cervejas); o Tommasi, trazendo sempre um pouco de arte para ampliarmos os nossos conhecimentos; o dr. Borges, ligando saúde e vinho; e, finalmente, o Regis, com o seu Ted Bebedor, um pinguço de marca maior e um enrolão da mais alta estirpe. É assim que queremos o nosso jornal, procurando sempre trazer para você, leitor, informações do Lado Descontraído da Vida. Abraços a todos e um abraço especial para a SBAV pelo seu aniversário de 25 anos e pela sua contribuiçào de forma efetiva na divulgação da cultura do vinho. Lauro Carvalho, editor junto com Regis Gehlen Oliveira “Tenho algumas dúvidas que me assaltam (não o bolso) quanto à classificação adjetivada de vinhos: é complexo, tem vivacidade, tem personalidade, boa estrutura, apresenta maciez, idem leveza, idem frescor (apesar de temperatura de 20ºC), é sedoso, tem corpo (mesmo sendo líquido), elegância, sutileza, é equilibrado...”, Antonio Stanisci Jornal Vinho & Cia responde: Caro leitor, todos têm o seu linguajar próprio, e o mundo do vinho o seu. É possível apreciar muito bem um vinho sem precisar entender de nada disso. O Jornal Vinho & Cia procura ser simples nesse sentido, embora nem sempre seja possível. Se o leitor estiver interessado, há vários livros à venda com vocabulário do setor. Como diz um rótulo de um vinho português, para “tudo aquilo que estiver na imaginação fértil do consumidor”. “Li um pouquinho sobre o Catamayor Sauvignon Blanc 2004 San José: ‘claro e transparente, com aromas típicos de Sauvignon Blanc, com frutas tropicais, como pêra, mineral, seco. No paladar enche a boca, redondo com ótima acidez’. Fiquei impressionada com a transparência do vinho. Pode ser assim transparente como água? E o sabor é esse mesmo? Lembrando frutas tropicais?”, Miriana Pereira Marques Jornal Vinho & Cia responde: Cara leitora, suas dúvidas parecem estar relacionadas com uma questão que o jornal vem debatendo nas suas edições: o vinho tratado de forma complicada. Recomendamos a quem está começando que não se preocupe com essas “viagens” da turma do vinho. Achamos que é importante, em primeiro lugar, tomar um vinho despreocupadamente, pelo simples prazer de apreciá-lo. Se alguém tem medo de beber um vinho em função de não saber identificar minerais nele, é porque algo está errado com o mundo do vinho e não com a pessoa. Quem quer descobrir algo mais pode prestar atenção, sentir, comparar com outros, estudar... Mais tarde poderá descobrir frutas tropicais, ou descobrir que quem falou isso pode ter “viajado para os trópicos”. “Foi com enorme prazer e forte sentimento de realização que li as colunas ‘Não ao preconceito’ e ‘Beber e ter prazer, só isso’, publicadas no Vinho & Cia. Digo isso porque nossa empresa vem há muito tempo tentando difundir no Brasil o conceito de se beber vinho com simplicidade, e fico muito feliz em ver que a partir de agora teremos um excelente veículo de informação com o perfil descontraído e sem preconceitos, fundamentais para a divulgação e crescimento do consumo do vinho no nosso país. Temos que fazer o consumidor perder o medo de tornar vinho! Medo de não saber algum passo do refinado ritual imposto pelos ‘enochatos’! Um vinho mediano, num fim da tarde, em frente à praia, com uma boa companhia... Certamente será muito mais prazeroso do que um grande vinho degustado às cegas num salão fechado, junto com um monte de ‘enochatos’!” Luiz Eduardo A. de Carvalho, Diretor Comercial da Impexco Importadora EDITORES Lauro Pimentel Carvalho Regis Gehlen Oliveira PUBLICAÇÃO ConVisão Al. Araguaia, 933, 8o. andar Alphaville 06455-000, Barueri - SP +55 (11) 4196-3637 [email protected] www.jornalvinhoecia.com.br REDAÇÃO Adriana Bonilha Oliveira Denise Cavalcante COLUNISTAS Adalberto Piotto Beto Acherboim Cesar Adames Oswaldo Borges Cruz Sergio Inglez de Souza Walter Tommasi FOTOGRAFIA Estevam Norio Ito DIAGRAMAÇÃO Aristides Neto PUBLICIDADE Álvaro Cézar Galvão [email protected] Carlos Vivi [email protected] Fabíola Menegasso [email protected] ASSINATURAS (11) 4196-3637 [email protected] IMPRESSÃO Gráfica da Folha de S. Paulo O Jornal Vinho & Cia é uma publicação da ConVisão dirigida ao segmento de enogastronomia. Circula principalmente na Grande São Paulo para público leitor selecionado, determinado especificamente pelo interesse no assunto. Seu conteúdo é descontraído, abrangendo o mundo do vinho e suas relações com o lado gostoso da vida, por meio de linguagem fácil e inteligente, com textos únicos e compromissados com o leitor e o segmento. Os artigos e comentários assinados não refletem necessariamente a opinião do Jornal. A menção de qualquer nome neste Jornal não implica necessariamente em relação trabalhista ou vínculo contratual remunerado. Jornal Vinho & Cia AGOSTO de 2005 Bate-papo Um lugar... Uma música... Um vinho... ? “SBAV... Yolanda, com Chico Buarque e Pablo Milanés... Miolo Reserva... Gosto dessa música e do Miolo Reserva, porém sempre vi minha família, de italianos, tomando vinho quente da garrafa de palinha, Chianti Rosito, que na SBAV foi considerado de quinta categoria, e na casa do ‘nono’ era o melhor. Eu não concordo com essa classificação, e o meu ‘nono’ deve ter virado na tumba. Mas a SBAV representa para mim o ambiente, os amigos. Nela eu aprendi muito sobre vinhos”, Enide Souza Campos, aposentada, 66 anos “Aula de inglês... Smiles, na voz de Frank Sinatra... Miolo Lote 43... Numa aula de inglês conheci a Odila Armbruster de Moares, por acaso diretora social da SBAV, com quem me encantei. Eu e meu marido Fernando fomos com ela para o Sul em viagem às vinícolas, onde conhecemos o “vinho nacional”. Conhecê-lo foi a descoberta de um mundo novo. A música naquele momento me dizia muito, e a traduzimos na aula de inglês com a Odila”, Maria Helena Figueiredo, professora, 60 anos “Minha casa... She (versão em inglês de Tous le Visage de l’Amour)... Pinot Grigio branco e Montes Alpha... Todos me lembram amor. O vinho tem tudo a ver com boa companhia, num momento muito especial. A música, composta por Charles Aznavour e Kretzmer e gravada por Aznavour, é para mim muito especial e tem tudo a ver com um bom vinho”, Luciana Rocha Sosa, advogada, 37 anos “Penedo e Visconde de Mauá (RJ)... Tocata e Fuga, de Bach. O espanhol Castaño Dulce, da uva monastrell... Isso representa as três dimensões da minha vida: trabalho, descobertas e lazer. Penedo e Mauá são ótimos lugares para o vinho, lembram meus poucos momentos de férias. Quando tomo meu vinho para meditação gosto de ouvir Bach. É o meu lazer diário, doméstico. O Castaño Dulce leva ao meu primeiro contato com os vinhos espanhóis e simboliza a minha descoberta a sério do mundo do vinho”, André Schmidt, tradutor, 34 anos “Restaurante Locanda della Mimosa, em Petrópolis (RJ)... Música de Händel... O branco Terrazas Reserva... Esse restaurante, essa música e esse vinho me fazem lembrar de momentos de puro prazer, que significam muito para mim”, Mariângela Forni, biomédica, 48 anos “Uma bela paisagem... Modern Jazz Quartet executando Django... Lynch-Bages 85... Uma tenra perna de cordeiro acompanhada de tudo isso pode ser sublime, mas não se pode dar atenção a tudo junto, algo vai servir de pano de fundo. Talvez a situação onde pode haver maior equilíbrio é fora da mesa de refeição: uma boa companhia, uma agradável música, um vinho de meditação. São momentos para não esquecer..., José Luiz Giorgi Pagliari, consultor de vinhos “Rio de Janeiro... Qualquer música boa... Salton Volpi Cabernet Sauvignon... Conheço muitos lugares no mundo, mas não há nada mais lindo do que o Rio. É a cidade maravilhosa. O vinho é um alimento, que traz prazer e satisfação para os moderados. Já a música é o alimento do ego e ajuda a desfazer o stress”, Eusébio de Oliveira Belleza, diamantário, 71 anos “São Vicente, num apartamento grudado no mar e com a vista da Ilha Porchat... Ouro de Tolo, de Raul Seixas... Vinho do Porto Vintage Taylor 1994, acompanhado de chocolate superamargo, preparado por mim... Como relaciono tudo isto? Com loucura. Loucura total. Apesar de ser livreiro e viver de vender livros antigos e raros, digo que o vinho é muito superior aos livros, pois o vinho não é uma bebida e sim alimento para o corpo e para o espírito, enquanto os livros são alimento só para o espírito”, José Luis Garaldi, negociador de livros raros, 55 anos “Fontana di Trevi... Nessum Dorna, da ópera “Turandot”, de Puccini... Amarone... Tudo isso me representa prazer, curtir as coisas boas que a vida pode oferecer, alegria”, Paulo Sampaio, jornalista, 29 anos 3 4 AGOSTO de 2005 Jornal Vinho & Cia Dica: Leia os rótulos dos vinhos, mas não compre rótulos. Entrevista Arri Coser da Churrascaria Fogo de Chão Gaúcho, torcedor do São Paulo e do Internacional, 43 anos, começou a trabalhar em restaurantes aos 14. Hoje, junto com o seu irmão, tem uma rede de 4 churrascarias no Brasil e 5 nos Estados Unidos. Na unidade da avenida Bandeirantes em São Paulo recebeu o editor Regis Gehlen Oliveira e Álvaro Cezar Galvão do Jornal Vinho & Cia. A sua adega com mais de 300 rótulos, alguns tops internacionais, estampa prêmio da revista Wine Spectator como uma das melhores do mundo. Jornal Vinho & Cia: Como surgiu a idéia de associar vinho com rodízio? Arri Coser: Em princípio, por que vinho combina muito bem com carne. Depois, a partir de 92, em função da abertura de mercado, que nos induziu. Surgiram muitos vinhos, muitas importadoras e, mais tarde, bons produtos nacionais. Por outro lado, quando pensamos em abrir a primeira unidade nos Estados Unidos, percebemos que o público americano em restaurantes de melhor padrão quase não consome cerveja, e sim vinho. V&Cia: E qual é o consumo? Arri: Nas nossas unidades em São Paulo entre 9 a 16 clientes tomam uma garrafa de vinho. Nos EUA o número é muito maior: de cada 3 clientes, um consome. Aqui no Brasil, no jantar, cerca de 35% das mesas pede vinho; no almoço, menos de 10%. V&Cia: Como são as adegas do Fogo de Chão? Arri: No Brasil nossas adegas têm entre 300 a 350 rótulos. Em Beverly Hills temos em torno de 450 rótulos e 16 mil garrafas. Armazenar mais do que isso é muito complexo. Os produtos precisam girar no estoque e se estiverem na carta têm de estar disponível. Isso está ligado a uma política de muito respeito pelos clientes. 100 reais. Isso representa 80% do consumo. Nos EUA temos 50% de pedidos de vinhos da América do Sul e ainda apenas dois rótulos nacionais: o Miolo Reserva e o Lote 43, do Vale dos Vinhedos. Em breve teremos também o Rio Sol, do Vale do São Francisco. No Brasil, cerca de 10% da nossa carta é de vinhos nacionais. V&Cia: Qual a sua opinião sobre o vinho nacional? Arri: A qualidade cresceu espetacularmente nos últimos anos. O país tem condições hoje de produzir bons vinhos. Os vinhos “top” da Miolo, o Marson Grande Reserva e o Salton Talento são exemplos. Temos algo único no mundo, o Vale do São Francisco, no qual temos de apostar, embora com cuidado em relação à intenção de produzir mais de uma safra por ano. Acho apenas que, em função do número de concorrentes, o vinho nacional de melhor qualidade pode dar a impressão de ser caro. V&Cia: Como o Fogo de Chão seleciona os vinhos da carta? V&Cia: E o que bebe o cliente? Arri: É um processo relacionado com a prática. Temos um consultor, procuramos selecionar vinhos com ótima relação preço-qualidade, não colocamos uma margem muito alta (principalmente nos vinhos de maior valor) e controlamos bem o que sai do estoque. Além disso, os clientes nos trazem muita informação. Arri: Aqui principalmente argentinos e chilenos na faixa de 50 a V&Cia: E o cliente conhece bem? Arri: Hoje o cliente tem muita informação e compara. Percebemos pessoas que pedem um nacional, um chileno e um argentino, e avaliam as diferenças. Isso explica por que também vinhos mais caros saem bem. O maior pedido no Brasil foi de uma mesa de 4 pessoas que bebeu um Gaja e dois Lafite 70. Em Dallas, por outro lado, o príncipe da Arábia pediu de uma só vez 12 Petrus. V&Cia: Mas para isso o serviço do vinho tem de ser bom... Arri: Exatamente. Quando começamos a servir vinhos em taças Riedel teve gente que achou uma loucura. E nós temos uma política de treinamento intensivo de toda a equipe (do vinho e da comida). Fazemos rigorosa seleção de pessoal, com entrevistas e dinâmica de grupo. Temos consultor de vinhos, nutricionista e psicólogo, que promovem palestras constantemente. Oferecemos cursos de inglês e espanhol. V&Cia: Quantos funcionários tem o Fogo de Chão? Arri: Hoje, 350 funcionários no Brasil e 480 nos EUA. Temos 92 brasileiros lá, onde garçom ganha cerca de 45 a 50 mil dólares por ano. Mas antes de ir, o funcionário tem de permanecer aqui no mínimo por 24 a 30 meses. V&Cia: Como começou o Fogo de Chão? Arri: Em 79, abrimos a churrascaria em Porto Alegre e em 85, em São Paulo, em Moema. Dois fatos principais nos ajudaram a crescer. O primeiro, uma grande reportagem na Folha de S. Paulo. O segundo, uma festa de despedida do Falcão, jogador de futebol do Internacional. Ambos nos deram visibilidade grande. V&Cia: Aí veio o Plano Cruzado... Arri: E nos deu um grande impulso. Tivemos sorte. O movimento era grande. Havia dificuldades de encontrar carne. Após 10 meses em Moema abrimos a unidade da Santo Amaro. Entre 88 e 89 resolvemos re-estruturar, profissionalizamos tudo. V&Cia: E como surgiu a idéia dos EUA? Arri: Os próprios clientes sugeriram. Falavam: “esse seu negócio deve ser muito bom nos EUA”. Em 97, optamos por implantar em Dallas, com capital próprio e financiamento muito acessível para o prédio. Hoje temos 5 unidades nos EUA, a última em Beverly Hills, e a próxima será em Washington DC. V&Cia: A aceitação foi ótima... Arri: Nós implantamos unidades com qualidade extraordinária. Recebemos vários prêmios por serviços. Num guia conceituado estamos entre os 50 melhores restaurantes da América. Nossas adegas receberam da revista Wine Spectator prêmios de qualificação como das melhores do mundo. No ano passado completamos 25 anos, e nosso projeto é chegar aos 50. V&Cia: A expansão inclui o Brasil? Arri: Primeiramente inclui São Paulo, o maior mercado. V&Cia: Como você enxerga o futuro do Brasil? Arri: Creio que quem investir no país nos próximos anos vai ganhar muito. Vejo um cenário muito positivo. Conseguimos separar a política da economia. Hoje é difícil cairmos num caos, porque há muita gente interessada em que tudo dê certo. Mas é preciso sanear o país, combater a corrupção e a concorrência desleal, trabalhar para aumentar o poder aquisitivo da população. Se tivéssemos maior renda teríamos 50 unidades em São Paulo. V&Cia: Já que você falou antes em futebol... Arri: Sou torcedor do Internacional no Sul e em São Paulo, são-paulino. V&Cia: Ah! O São Paulo campeão da Libertadores, o Inter bem na Primeira Divisão e o Grêmio na Segundona... Arri: A gente no Sul não sabe se é mais divertido ser colorado ou torcer contra o Grêmio (risos). Jornal Vinho & Cia AGOSTO de 2005 5 Assine: (11) 4196 3637 Painel Inovação em rolha O restaurante de cozinha italiana Supra inova em relação à cobrança de rolha. A “rolha Brindisi”, a R$58,50, dá direito a levar para casa uma garrafa do vinho italiano Brindisi Rosso DOC 01 Due Palme, que recebeu duas “bicchieri” do Guia Gambero Rosso. O vinho é importado diretamente pelo Supra e vendido na carta da casa por R$65,00. A tradicional rolha sai por R$50. Viagem à França Em 15 de agosto a Casa do Porto sorteia uma viagem à França com acompanhante, incluindo visita a uma das caves mais charmosas em Champagne, a Cattier, e também em Pauillac, ao Chateau Mouton Rothschild. Concorre ao sorteio quem comprar acima de 500 reais. Avaliação Nacional de Vinhos É recorde o número de amostras inscritas na XIII Avaliação Nacional de Vinhos, referente à safra de 2005. O evento será no dia 24 de setembro em Bento Gonçalves. Serão 360 amostras de 82 vinícolas, 25 amostras e sete vinícolas a mais do que no ano passado. A expectativa da ABE – Associação Brasileira de Enologia é que a qualidade dos vinhos seja superior à de 2004, em função da excelência da safra deste ano. Vinho em caixinha Uma nova opção para embalagem de vinho está em debate no país: a “Bag-in-Box”, existente na França, Austrália, Estados Unidos e Suécia. A Scholle, criadora do conceito, afirma que entre seus principais benefícios está a possibilidade de abrir a embalagem sem a preocupação de que o vinho se deteriore com o tempo. Uma válvula permite que o vinho seja servido na quantidade desejada sem que haja entrada de oxigênio na embalagem. Além disso, a caixinha proporciona facilidade e menor custo de transporte. O contraponto é a tradição e o charme das garrafas. Concurso de rolhas O concurso Garçom Safra Especial Ibravin, promovido pelo Instituto Brasileiro do Vinho, resultou no recolhimento de aproximadamente 6,7 mil rolhas. Foram 318 os garçons da Serra Gaúcha e da zona metropolitana de Porto Alegre que concorreram a uma premiação para quem recolhesse o maior número de rolhas de vinhos nacionais em restaurantes. O vencedor apresentou 634. Temperatura do vinho A Vinalia Importadora dá uma dica interessante sobre o serviço dos vinhos. Embora o clima de inverno seja mais frio, a temperatura ideal para servir independe da época do ano, e é função do tipo do vinho e da uva. A sugestão de Egídio Silvestri para o inverno é pratos mais pesados acompanhados de vinhos “mais estruturados”, servidos entre 16 e 17oC. ADALBERTO PIOTTO O que é de quem uando tomo vinho nacional, faço porque gosto. Não por nacionalismo. Pronto! Já disse. Sem delongas e milongas. E vou explicar os motivos. Se levarmos em conta os reais avanços do setor no país, não há porque se espantar com a frase acima. Mais: se levarmos também em conta o que cada produtor sério do Brasil tem feito nos últimos tempos para aprimorar, competir, vender e agradar, mais razão ainda teria para continuar tomando os bons brasileiros. É, assim... “bons brasileiros”, derivado das performances e das frases “bons franceses”, “bons portugueses”, “bons espanhóis”, etc. Somos bons também. O que o Brasil tem é diferenças em relação aos outros, que também exibem diferenças entre eles. Viva a diversidade! É claro que a mistura de Cabernet Sauvignon com Merlot do Vale dos Vinhedos não vai fazer um clássico Bordeaux. Não. Nem poderia. Bordeaux só se faz em Bordeaux, na França. Nem se fazem australianos com cara de Bordeaux na Austrália, nem chilenos com jeitão de Bordeaux no Chile, nem... No entanto, não há quem não reconheça a graça e a competência desses vinhos de outros lugares do mundo. Com jeito e terroir (eta palavrão bonito!) próprios. São vinhos excelentes, bons, uns quase bons, outros nem tão bons assim. Variedade. Portanto, o que quero dizer é que não é preciso ser tão duro e radical quando se fala de vinhos nacionais. Nem é preciso ter tantos receios. Até porque alguns exemplares têm sido premiados em concursos internacionais. Mas essa Q propaganda, os produtores nacionais que façam. Refiro-me ao conceito. Da mesma maneira que considero justo não criticar o que é de fora só porque é de fora, seria igualmente injusto criticar o que é daqui só porque é daqui. Bobagem. Enochatice sem originalidade. E digo isso com outras razões. Quantas vezes você já tomou um “chileninho” camarada, despretensioso e, por isso mesmo, não exigiu dele mundos e fundos? Foi bom naquele momento, prazeroso e você se satisfez. De repente, até algo mais... nunca se sabe, isso já é muito pessoal e íntimo. Prefiro deixar pra lá. Mas o que vale é que você gostou. A mesma regra se aplica aos franceses, argentinos, californianos, italianos, nacionais, aos, aos, aos, etc. Vale também a regra de procurar entre os vinhos de qualquer uma dessas nacionalidades aquele que se supera, que é pretensioso – no bom sentido. E, aí sim, julgá-lo pelo que ele pretende ser. Mas sem muita cerimônia também, porque senão fica muito chata a conversa. A graça está em apreciar, beber vinhos de onde quer que eles venham. Mesmo assim, se você se dedica a estudar o assunto, sinta-se à vontade pra julgá-los depois de beber. É bacana. O que não é saudável, nem simpático, nem inteligente, é condená-los pela origem, mesmo sem tê-los degustado. No fundo, tomar vinhos – e bons, na sua opinião – é o que importa. Falamo-nos. Adalberto Piotto é jornalista, âncora da Rádio CBN [email protected] 6 AGOSTO de 2005 Jornal Vinho & Cia Dica: Apreciar um vinho é como praticar esporte, você tem que treinar, treinar e treinar. Última hora SÉRGIO INGLEZ DE SOUZA A bolha crescente do vinho de Santa Catarina em diz a sábia voz do povo que a cauda não balança o cachorro. É uma questão física de tamanho! No caso do vinho brasileiro, claro que no melhor dos sentidos, os volumes de produção levam-nos a indicar que o cachorro se chama Rio Grande do Sul e a cauda Santa Catarina. Há alguns anos, quando comecei a divulgar o vinho catarinense, ouvi exclamações de surpresa. Lembro-me de uma sessão na Associação Brasileira de Sommeliers, grande instituição da enogastronomia brasileira, em São Carlos (SP), quando um médico, depois de me questionar sobre restringir-se o bom vinho brasileiro à Serra Gaúcha, ficou estarrecido ao saber que o vinho que ele escolhera como o melhor da noite era de Tangará, vale do Rio do Peixe, Santa Catarina, e se saiu com frase: Ora, pensei que Santa Catarina só fizesse camisetas Hering! Este dia foi um momento de glória do Reserva, Pisani Panceri, Cabernet Sauvignon, 2002. Depois disso, este vinho e outros foram revistados nos cálices atentos da Sociedade Brasileira dos Amigos do Vinho, São Paulo, recebendo boas avaliações. Como regra básica, uma região produtora de vinhos inevitavelmente ficará enquadrada em uma pirâmide de qualidade. França, Itália e Alemanha, como exemplos, são assim: uma enorme quantidade de vinhos medíocres, um grande volume de vinhos correntes e, acima desta base, produção restrita de vinhos premium, super-premium, ultrapremium e ícones. Santa Catarina repete a figura e está atualmente empenhada na elaboração de quantidades crescentes de vinhos dos níveis premium. No vale do Rio do Peixe, além da Panceri, outras vinícolas trabalham nesta direção: Iomerê, Casal Picoli, Monte Carvalho, Copervil, Randon, etc. Destas adegas podem-se apreciar tintos de Cabernet Sauvignon, Merlot ou Tannat, brancos de Chardonnay e Riesling Itálico, alguns surpreendendo pela qualidade. Tem um grupo de italianos trentinos que está fazendo um interessante trabalho no alto vale do Itajaí, na cidade de Rodeio, capitaneados B pela Vinícola San Michele, dos enólogos Silnei Furlani e Marcelo Sardagna. Os vinhos finos são o Riserva de Cabernet Sauvignon, o Ritrato, tinto de Cabernet Franc, e o branco de Riesling Itálico, além do espumante Spumant Brut, champenoise de Chardonnay. Mais para o sul, os imigrantes italianos que se estabeleceram na região de Urussanga, dedicaram-se, também, ao fabrico vinho. Os vinhos brancos da casta Goethe, descendente da Moscato, fizeram grande sucesso na metade do século passado, chegando a regar reuniões palacianas do Catete, no Rio de Janeiro. Hoje, líderes da região como Renato Damian e Patricia Mazon se movimentam para a retomada da vitivinicultura local, visando o aumento dos brancos, florais e delicados, de qualidade, da Goethe. Mas o que está falando alto na vitivinicultura catarinense são duas novas áreas, com condições especiais de altitude e clima marcadamente frio, abrindo espaço para vinhos de alto nível de qualidade. São Joaquim, conhecida terra da neve, abriga algumas vinícolas e, entre elas, uma das mais arrojadas do Brasil, a Villa Francioni, que começou a produzir em pequena escala neste ano. A outra, Água Doce, tem grandes extensões de terras altas e onduladas, com topoclimas ideais para vinhos diferenciados. As primeiras produções estão surpreendendo aos mais experimentados vinhateiros, com destaque para o Malbec, o Cabernet Sauvignon e o Chardonnay. Um espumante diferente está sendo elaborado com a uva Villenave, uma híbrida que descende da Riesling Renana. A GBM Agroflorestal responde pela produção desta área. Como vinhos de altitude ou vinhos do frio, serão produzidos com uvas colhidas mais tardiamente do que as outras áreas beneficiando-se por fugir das chuvas de verão e por ter uma maturação lenta que concentra maiores parcelas de elementos nobres na uva, especialmente os aromáticos. Não podemos afirmar que este rabo vai abanar o cachorro. O que se nota é que o cachorro já está franzindo a testa! Sérgio Inglez de Souza é enófilo, colunista e escritor [email protected] Ousadia é a marca do 4ª Geração Marselan da Dom Cândido Por Regis Gehlen Oliveira Há 30 anos a Dom Cândido foi pioneira em plantar na região do hoje Vale dos Vinhedos as primeiras uvas viníferas do país. Agora dá outro passo ousado: produzir o primeiro tinto nacional com a uva Marselan, o 4a. Geração, da Safra 2004. Segundo Marcos Valduga, um dos sócios da vinícola, a casta é nova no mundo do vinho. É resultado do cruzamento da Cabernet Sauvignon com Grenache Preta. As primeiras experiências de utilização foram no início da década, no Sul da França, e, logo após, a Dom Cândido trouxe mudas para o Brasil. Como no Vale dos Vinhedos todas as áreas estão ocupadas, a vinícola resolveu apostar em terras no município de Veranópolis. E as mudas deram-se muito bem. O resultado inicial está muito bom. Um bonito rótulo guarda um vinho de grande personalidade, jovem, bem diferente, com aromas intensos e naturais, sem passagem por madeira para envelhecimento. Surpreende pela maciez, apesar de bem novo, e apresenta gostinho de amoras e - diferente - de guaraná. Miolo traz Michel Rolland para o lançamento de dois dos seus vinhos “top” Por Regis Gehlen Oliveira Em jantar harmonizado com pratos do chef Emannuel Bassoleil, a Miolo lançou no Hotel Unique em São Paulo os seus vinhos “top” Quinta do Seival Cabernet Sauvignon 2004 e Lote 43 Safra 2002. O destaque do evento foi a presença do renomado enólogo Michel Rolland, que presta consultoria à vinícola brasileira no desenvolvimento de seus vinhos nos cinco “terroirs” da Miolo no país. Houve divergências entre os presentes em relação ao momento para melhor apreciar os dois vinhos, qualificados como muito bons. A sensação geral foi que o Quinta está pronto para beber, bem macio, e que o Lote, o vinho ícone da Miolo, deve evoluir muito nos próximos anos. MICHEL ROLLAND, enólogo francês, consultor renomado de várias vinícolas no mundo e da Miolo no Brasil: “Vinho é como criança: os pais podem ajudar, mas cada um tem a sua personalidade” Jornal Vinho & Cia AGOSTO de 2005 7 Tudo o que eu quero do vinho é apreciá-lo – Ernest Hemingway LAURO CARVALHO Champagnes, Espumantes, Proseccos...! bservo ultimamente que mais e mais pessoas confundem Champagne com Espumante, que por sua vez é chamado de Prosecco, e por aí vai. Pois bem, por isso resolvi esclarecer quem é quem. Antes, uma dica: quanto maior o número de bolinhas, quanto menores elas forem e quanto mais elas durarem na taça, melhor será a qualidade do espumante. Agora vamos lá. Espumante: Nome dado a todo vinho que, geralmente em conseqüência de uma segunda fermentação, produz aquelas bolinhas (perlage) que sobem pela taça. O Brasil atualmente produz espumantes de altíssima qualidade, superando grande parte dos importados. Champagne: É o espumante elaborado na região Francesa de Champagne e só lá pode receber este nome. Se for elaborado na França, mas não em Champagne, será um espumante e não um Champagne. Uma curiosidade é que uma das uvas mais importantes na elaboração do Champagne é tinta, a Pinot Noir. Prosecco: Na verdade, este é o nome de uma uva tradicional da região Italiana do Veneto, e que produz vinhos espumantes de qualidade das mais variadas. O que difere é o produtor. O eixo entre Conegliano e Valdobbiadene é o mais importante na produção deste espumante. Alguns outros países podem produzir este espumante e dar este nome desde que a uva utilizada seja a Prosecco. Já existem alguns Proseccos nacionais. Esta bebida ficou muito conhecida ultimamente, principalmente por aparecer constantemente em um programa da telinha. Mas, cuidado, Prosecco não é sinônimo de qualidade: existem os bons e os não recomendáveis. Cava: É assim que os Espanhóis chamam seus espumantes. A mais importante região produtora é Penedés, onde se localizam as duas Bodegas mais famosas deste tipo de espumante. O nome Cava só deve ser utilizado nos espumantes Espanhóis. Macabeo, Xarel-lo e Parellada são as uvas mais utilizadas na elaboração das cavas. Asti: Também um espumante caracterísTwPiemon Tw[(te.17.9(A)utili-)]TJ TD80.0246 Tw Tw[(utiléa 8 AGOSTO de 2005 Jornal Vinho & Cia Assine: (11) 4196 3637 Lovara Merlot Vinhos Equipe de Vinho & Cia seleciona alguns bons produtos no mês Viñas de Narvaez Vins Torras 1865 Da Redação Nesta edição a equipe de Vinho & Cia seleciona alguns bons produtos experimentados no mês, que merecem recomendação ao leitor. Participaram da seleção deste mês os editores Lauro Carvalho e Regis Gehlen Oliveira, o colunista Walter Tommasi, a jornalista Denise Cavalcante da redação, e Álvaro Cézar Galvão e Carlos Vivi da publicidade. Uva Merlot 2004 Produtor Lovara - Miolo Origem Vale dos Vinhedos, Brasil R$16 Walter Tommasi indica como um ótimo exemplo do que é ser um vinho de bom custo-benefício. “Provem, não vão se arrepender!” Chateau Gauvry Uva Cabernet Sauvignon Produtor Viña de Narvaez Origem Mendoza, Argentina R$30 Importadora On Trade Indicação do editor Lauro Carvalho como vinho de muito boa relação custo-benefício. Uvas Garnacha e Cariñena Tinto Jovem Produtor Vinos Torras Origem Catalunha, Espanha R$49 em restaurante Importadora Lismar Álvaro Cezar Galvão comenta que com a aeração torna-se um vinho agradável e leve, com muita fruta, como se poderia prever pelas uvas. Uva Carmenère Reserva 2001 Produtor Viña San Pedro Origem Valle Del Maule, Chile R$87 Importadora Casa Santa Luzia O editor Regis Gehlen Oliveira recomenda como um vinho gostoso, de grande persistência, “que vale muito o quanto a garrafa pesa”. Mayol Syrah Lona Brut Rosé Rippon Pinot Noir Luca Malbec Uva Syrah 2003 Produtor Matias Mayol Origem Mendoza, Argentina R$59 Importadora Casa Veneto Lauro Carvalho ressalta que é prazeroso e tem um belo leque aromático. Espumante Brut Rosé Produtor Adolfo Lona Origem Vale dos Vinhedos, Brasil R$29 Na Casa Palla (Granja Viana) ou na Assemblage (Moema) Carlos Vivi informa que tem uma linda coloração rosa-salmão, com borbulhas pequenas e delicadas, aroma frutado e complexo, e é leve na boca. Uva Pinot Noir 2001 Produtor Rippon Origem Central Otago, Nova Zelândia R$148 Importadora Premium Para Denise Cavalcante, um verdadeiro Borgonha, feito no novo mundo, com mais fruta. “Agüenta fácil os próximos 10 anos, revelando características de nobreza”. Uva Malbec 2001 Produtor Laura Catena Origem Argentina US$50 Importadora Mistral Walter Tommasi indica esse vinho “para confirmar a alta qualidade de alguns vinhos de nossos hermanos argentinos e por ter sido elaborado por uma mulher”. 2000 Produtor Chateau Gauvry Origem Bordeaux, França R$42 Importado pela Vitis Vinífera Segundo Walter Tommasi, é um vinho para desmistificar o dito popular “de não se poder tomar um bom Bordeaux sem gastar muita grana. Puro boato!” Jornal Vinho & Cia AGOSTO de 2005 9 Dica: Geralmente, o primeiro vinho quem vende é o marketing, do segundo em diante é o enólogo. Aromas Medalhas para Casa de Amaro A Sulvin comemora as medalhas recebidas no concurso nacional de vinhos Hyatt Wine Awards. Da safra 2004, receberam Ouro o Casa de Amaro Reserva Merlot e o Reserva Chardonnay, e Prata o Carmenère. Vinho & Cia recomendou na edição de junho o Reserva Cabernet Sauvignon. Famiglia Marson Marcio Marson está a todo o vapor na divulgação da recém-lançada linha Famiglia. O tinto é um corte de Cabernet Sauvignon e Merlot e o branco é produzido com Chardonnay. Os vinhos são em homenagem aos 118 anos da família Marson no país. Poesia na World Wine O tinto argentino Poesia (R$278), top produzido sob consultoria do enólogo francês Michel Rolland, será um dos destaques na nova loja da World Wine La Pastina na rua Padre João Manoel em São Paulo. Pegos Claros na Mistral O tinto português Quinta da Romeira Pegos Claros 1998 (US$19,90), da região de Palmela, chegou na Mistral Importadora. É elaborado exclusivamente com as uvas Castelão ou Periquita. A safra de 1999 recebeu a nota 18/20 da crítica inglesa Jancis Robinson. A de 1998 foi superior. Aguardente vínica A Vinífera sugere um presente mais quente para o Dia dos Pais: a aguardente vínica Velha Relíquia (R$149), da Caves do Freixo. É destilada com vinhos portugueses da Bairrada e envelhecida 15 anos em carvalho francês. Eduardo Jorge Canela afirma que seu aroma é suavemente perfumado e pode ser apreciada junto com charutos. Medalhas para espumantes O espumante brasileiro faz sucesso também na França, terra da Champagne. No 5o Concurso Muscats of the World, entre 293 vinhos de 24 países os espumantes de Moscatel do Brasil receberam 4 medalhas. Ganharam Ouro os produtos da Aurora e Salton e Prata os da Marson e Peterlongo. 4 tintos e 2 brancos Neste inverno em Campos do Jordão a Morandé está com forte presença em muitos pontos. Uma opção é a linha Terrarum Reserva, com bom custobenefício, composta por quatro tintos, das uvas Cabernet Sauvignon, Merlot, Pinot Noir e Carmenère; e dois brancos, de Chardonnay e Sauvignon Blanc. Custo-benefício A importadora Best Wine está em processo de importação de vinhos argentinos focados no custo-benefício. Em breve coloca no mercado um rótulo exclusivo, com nome ainda em definição. Em outubro será a vez do Alta Gloria Syrah. BETO ACHERBOIM Um dia perfeito anhã de domingo, 14 de agosto. Dia dos pais. Dormi até mais tarde, perto das 10 horas, algo impensável para um pai de dois meninos “acelerados” (quem tem filhos de 5 e 2 anos sabe bem o que estou falando...). Dia ensolarado. Sou acordado com beijos e um belo café na cama. Pão, torradas, requeijão, queijo, embutidos, suco de laranja fresquinho - tudo muito bom -, quando meu pequeno Leonardo entra com uma flûte na mão, me trazendo um excelente espumante nacional, que me prepara para um dia que parece especial. Logo atrás dele, meu filhão Guilherme aparece com uma caixinha na mão. “Feliz dia dos pais, papai!” Abro-a rapidamente. Hummm. Uma chavinha de adega climatizada Art des Caves! Oba! (Mariana me conta que cabem 100 garrafas). Estava sonhando com uma dessas. Que maravilha esse dia dos pais... Levanto da cama, tomo um banho revigorante, e me preparo para sair. Vamos à casa de meu pai, para o almoço em família, onde prepararei uma bela massa com molhos pesto e funghi, e um risoto de frutos do mar. Acompanhando estes pratos, o novo Quinta do Seival Cabernet Sauvignon da Miolo, e um Sauvignon Blanc da Nova Zelândia (dica do colunista: na preparação de risotos mais delicados, use alecrim – uns dois galhos – ou um pedaço de gengibre descascado e retire no final do cozimento). Almoço gostoso, tarde agradável, muita diversão com os pequenos (para papai e vovô nenhum botar defeito). Vamos embora satisfeitos, saciados, mas sabendo que ainda temos uma tarefa: jantar com M o sogrão (afinal, em dia dos pais, temos que nos multiplicar, pois todos os pais da família têm direitos). Ao invés da usual pizza, mudamos para um sushi, já que as filas das pizzarias estão borbulhando mais que cobertura de muzzarela. Guaraná e suco para os meninos, espumante e sakê para nós, maravilhosamente harmonizados com a comida. Dia longo. Estufados, enfastiados, vamos para casa (acho que vou rolando, comi muito mais do que devia...). Paro o carro na garagem do prédio, quando Mariana me revela mais uma surpresa : mais um presente!? “Sim, amorzinho, e muito útil, por sinal”. Uma bike novinha, para queimar os quilinhos a mais desta vida de amante da enogastronomia, pois estou ficando um pouco gordinho. Não encontro argumentos para contestá-la. Como (quase) sempre, ela está certa. Mas como Mariana é um doce, reparo que no lugar da garrafinha da magrela reluz uma garrafa diferente... O que será? Caramba! Um Chateau Petrus! Ganhei na loteria! Dou um pulo, caio da cama, e então acordo. Pois é. Sonhar não faz mal algum, certo? PS : Não esqueci de lembrá-los: meu SÃO PAULO (TRI-COLOR) acabou de conquistar o TRICAMPEONATO da libertadores! Ó tricolor, clube bem amado... No próximo número, vamos analisar tudo o que houve no torneio, e a reação estúpida da torcida. Beto Acherboim é relações públicas, enófilo, são-paulino e apreciador das boas coisas da vida. [email protected] 10 AGOSTO de 2005 Jornal Vinho & Cia Jornal Vinho & Cia AGOSTO de 2005 Roteiro Capriche no almoço, no jantar ou num bar No Dia dos Pais que tal oferecer um abraço e um brinde? Por Denise Cavalcante O Dia dos Pais é uma ótima oportunidade para dar uma atenção a mais e começar com um gostoso abraço nesse dia. E que tal aproveitar a época e unir o abraço com um brinde, fruto de uma boa bebida de presente? A importadora Impexco dá uma idéia para pais que apreciam as nuances e os detalhes degustativos dos vinhos: um kit degustação vertical (várias safras de um mesmo vinho). Entre as opções está o francês Maison Sichel Château Pisan AOC Graves dos anos 98, 99 e 00, ao custo de R$250, ou o americano Buena Vista Pinot Noir Grand Reserva das safras 96, 97 e 99, por R$850, ambos embalados numa caixa. A Terroir oferece uma seleção de vinhos com o dólar entre R$1,70 a R$2,10, que pode ser consultada no site da importadora. Nas compras de R$400 a R$1000, o cliente ganha uma Cachaça do Barão - Prata e um “kit esporte”, com toalha e munhequeira. São mais de 100 vinhos em oferta, como os chilenos Pinot Noir Lote 21 Reserve 2000 Viña Leyda, a R$146, ou o Dom Maximiano Founder´s Reserve 2000, Viña Errazuriz, a R$245. A Gran Vin montou quatro embalagens especiais com vinhos e charutos: o Estojo Pauillac (R$295), com dois Charutos Monte Cristo no.4 e o vinho Château La Tourette 1998 Pauillac, Bordeaux; ou o Estojo Los Andes, a R$498, com dois Monte Cristo no.2 e duas garrafas do Chileno Caminante 1999 Viña Gracia. Esses kits estão à venda apenas na importadora. A loja de importados Offer, localizada em Mogi das Cruzes, faz entregas na Grande São Paulo, e colocou 20 vinhos de seu catálogo em promoção para o Dia dos Pais, entre eles o Finca Da Altura, argentino, por R$25,90, ou o Chianti Cecchi, italiano, por R$37,50. A loja pode montar cestas de presente com vinhos e alimentos importados à escolha do cliente. A importadora Barrinhas informa um local onde seus vinhos podem ser encontrados a bom preço: o Empório Vip, em que o tinto português Porca de Murça Reserva está a R$61,50. A Cia do Whisky, em Moema, tem o Terra D’Ossa tinto a R$20,90. Se seu pai prefere destilados, uma sugestão é a Vodca Cîroc (R$237), lançada recentemente no mercado, produzida na França a partir das uvas mauzac blanc e ugni blanc; ou o Whisky Blue Label da Johnnie Walker (R$799), criado a partir de um blend de maltes raros, como o Royal Lochnagar, e cerca de 15 whiskies maduros, adicionados para balanceálo perfeitamente. Vários empórios e supermercados têm os produtos. WHISKY JOHNNIE WALKER BLUE LABEL, em sugestão em vários empórios e lojas. A IMPEXCO, importadora, sugere para o Dia dos Pais um kit de “degustação vertical” com o Maison Sichel Château Pisan AOC Graves dos anos 98, 99 e 00. ALAMOS CHARDONNAY, no MARCEL, indicado para o recém-lançado suflê de aspargos frescos e parmesão. Tabla de Ibéricos, do TORO RESTAURANTE, oferecida como cortesia no Dia dos Pais. Outra boa idéia para o Dia dos Pais é caprichar num almoço ou jantar em restaurante, ou ainda se divertir num bar, com o acompanhamento de uma boa bebida. O restaurante espanhol Toro oferece aos pais como cortesia a “Tabla de Ibéricos”, composta por chorizo, queijo manchego e jamón. Para acompanhar, a sugestão é um Jerez Fino Barbadillo (fresco, com leves toques de salinidade e boa acidez, para contrapor com a untuosidade dos frios), a R$13 a taça. O Marcel prepara para o dia um cardápio a R$75 por pessoa. A casa lança o “suflê de aspargos frescos e parmesão”. Para acompanhar sugere um dos vinhos mais vendidos na casa, o argentino Alamo Chardonnay, a R$65. Em taça oferece o francês tinto Chateau Tarraeyorts 2001, a R$23. A casa também aceita que o cliente traga o seu vinho sem a cobrança de rolha. O italiano Piselli, de Juscelino Pereira, montou um menu especial, a R$140 por pessoa, com entrada, dois pratos e sobremesa, cada um acompanhando com uma taça de vinho diferente. No cardápio, bresaola com pesto de manjericão e lascas de Grana Padano, acompanhado de vinho Montepulciano D’Abruzzo, e Pappardelle Ai Funghi, harmonizado com Carmenére Reserva Molina, e Capreto al Forno, com Malbec Terrazas Reserva. Opções mais simples podem ser encontradas no Piso Gourmet do Shopping Frei Caneca. A Forneria San Vito oferece a promoção “casadinha”: uma pizza marguerita ou mussarela com uma garrafa de vinho Benjamim Nieto Senetiner, argentino, Malbec ou Cabernet Sauvignon, por R$30. Para quem prefere hambúrguer, o New York City dá como cortesia uma meia garra- fa de vinho argentino San Telmo para o pai que for ao restaurante acompanhando do filho. Para quem quiser no Dia dos Pais dar um passeio fora da capital, o restaurante SuzcaBruxa, no Embu das Artes, oferece uma meia garrafa do vinho argentino Ampakama para contas acima de R$60 pagas com cartão Visa. Como sugestão para acompanhar o vinho, uma indicação é o “bacalhau de odin”, lombo de bacalhau dourado em azeita extravirgem ao aroma de alho, com brócolis, batatas douradas e ovos, a R$53,60. Para uma noite mais descontraída, com música adequada ao seu pai, o recém-inaugurado Bar Dry Martini oferece o primeiro drink para os pais, filhos e mães que visitarem juntos a casa na noite. Pode ser o Dry Martini, uma taça de espumante ou uma caipirinha. Para comer, a sugestão é pratos leves e petiscos. 11 12 AGOSTO de 2005 Jornal Vinho & Cia Dica: Desconfie de quem afirma saber tudo sobre vinhos SBAV comemora 25 anos no sentido de desmistificar o vinho Em 11 de julho de 1980 nascia a SBAV, Sociedade Brasileira dos Amigos do Vinho, a primeira entidade no país com a intenção de difundir a cultura dessa bebida milenar. Seu primeiro presidente foi Carlos Ernesto Cabral de Mello, hoje consultor de vinhos do Grupo Pão de Açúcar. Passados 25 anos, a entidade consolidou-se, e boa parte da evolução do vinho no Brasil deve-se à atuação da SBAV. A equipe do Jornal Vinho & Cia girou na festa de comemoração do seu Jubileu de Prata no hotel Gran Meliá Mofarrej, em São Paulo, e traz aqui depoimentos acerca do significado da data. ODILA ARMBRUSTER DE MORAES, atual diretora social da SBAV: “Nesse mundo de mudanças, 25 anos já é tradição. Ela me traz realização, alegria e convívio com novos e antigos amigos. Sinto muito orgulho disso”. JOSÉ MANOEL PINTO, conselheiro da SBAV: “Todos têm uma paixão: a minha é o vinho. O Carlos Cabral me trouxe para cá e aumentou a minha paixão. A SBAV teve papel muito representativo na evolução do vinho no país”. DANIEL PINTO, vicepresidente atual: “Para mim os 25 anos da SBAV significam vida vivida intensamente com a alegria do vinho. A entidade exerceu até hoje um papel fundamental para que todos sonhassem com isso”. AGNALDO ZÁCKIA ALBERT, presidente anterior da SBAV, pensa que no Brasil, onde não se cultivam muito as tradições, 25 anos é muita coisa. “A SBAV teve grande importância na formação do consumidor de vinhos”. EDECIO ARMBRUSTER DE MORAES, atual presidente da SBAV, diz que os 25 anos são a coroação da idéia de divulgar, desmistificar e deselitizar o vinho. “Nos próximos 25 anos vamos continuar a unir as pessoas”. CIRO LILLA, da Mistral Importadora, que já foi diretor da SBAV: “Precisamos lembrar que ela foi a primeira associação, o primeiro grupo não-elitista, aberto ao público, com sorte de sobreviver por 25 anos”. RODRIGO MÁRIO CASTANHEIRA, um dos fundadores, condecorado pelo atual presidente: “Conseguimos concretizar um sonho de idealizadores: democratizar o vinho. Mas acho que hoje há alguns modismos, como a indução do gosto. Cada pessoa é única e precisa ter a liberdade de sentir por si mesma. Só isso vai ajudar a crescer ainda mais o vinho no país”. ÂNGELO SALTON, da Vinhos Salton: “A SBAV representou muito do meu conhecimento na área. Nela aprendi a degustar e a desenvolver a filosofia de produzir bons vinhos”. Jornal Vinho & Cia AGOSTO de 2005 O vinho é a parte intelectual da refeição – Alexandre Dumas Vinhos Equipe de Vinho & Cia garimpa oportunidades de bom custo-benefício no evento “Chile, Terra do Vinho” Por Regis Gehlen Oliveira Mais de 30 vinícolas apresentaram seus vinhos no evento promovido em São Paulo pela ProChile, instituição do governo chileno encarregada de fomentar as exportações desse país. O denominado “Chile, Terra do Vinho” foi realizado também no Rio de Janeiro. Na capital paulistana a presença de público foi grande. O Jornal Vinho & Cia montou uma equipe de profissionais para garimpar oportunidades de bom custo-benefício e traz aqui para o leitor uma pequena amostra de vinhos de destaque, entre centenas de produtos de qualidade, comprovando o motivo pelo qual os chilenos No. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 Vinho Pupilla San Medin Tamaya Varietal La Capitana Santa Inés Mural Varietal Casas del Bosque Reserva Tamaya Reserva Armador Casas Patronales Santa Digna Reserva Viña Del Maule Reserva Candelária Reserve Paso Hondo Alta Selección Don Reca Sutil Pablo Neruda Terranoble Gran Reserva Orzada Ventisquero Grey Pirque Estate Floresta Huelquen Premium De Martino Gran Famillia Bravura Altaïr têm hoje grande participação no mercado brasileiro. Compuseram a equipe os editores Lauro Carvalho e Regis Gehlen Oliveira, o colunista Adalberto Piotto, além de Adriana Bonilha Oliveira, Álvaro Cézar Galvão e Carlos Vivi, da redação e publicidade. A recepção e apresentação das vinícolas e importadoras foram em geral bem profissionais, com pessoal e enólogos competentes para o atendimento, mas a equipe de Vinho & Cia constatou um problema comum Mesa de Cabernet Sauvignon Lauro Carvalho, editor do Jornal Vinho & Cia, participou da mesa de degustação em que cerca de 20 jornalistas e críticos puderam analisar os seguintes rótulos de vinhos chilenos elaborados a partir da variedade Cabernet Sauvignon: Elegance 2000 Haras de Pirque, Hacienda Chada 2003, Perez Cruz 2004, Huelquen Premium 2002, Don Alejandro Portal del Alto 2001, El Principal 2001, Domus Aurea 2001 e Lazuli 2002 Aquitania. Todas as amostras apresentaram qualidades incontestáveis, sendo escolhido por Lauro Carvalho o vinho El Principal como o destaque do painel, seguido pelo Aquitania e o Domus. Uva MER SB SAN SY CAB CAR MER MER, CAB, SY MER CAB, CAR SY MER CAB, MER, CAR PIN MER CAR MER CAR MER CAB CAB, MER CAB CAB CAB, MER CAB, MER, CAR Safra 2004 2004 2002 2004 2002 2003 2001 2002 2003 2003 2003 2004 2002 2000 2003 2001 2002 2003 2001 2002 2000 2002 2002 2001 2002 Região Colchagua Vale Central Limari Cachapoal Maipo Colchagua Casablanca Limari Maipo Maule Vale Central Maule Colchagua Bio Bio Cachapoal Colchagua Maule Central Maipo Maipo Maipo Maipo Maipo Maule Cachapoal Produtor Luis Felipe Edwards Miguel Torres Casa Tamaya Viña La Rosa Santa Inés Viña Candelária Casas del Bosque Casa Tamaya Odfjell Casas Patronales Miguel Torres Hugo Casanova Viña Candelária Canata Viña La Rosa Viñedos Sutil Terranoble Odfjell Ventisquero Pirque Santa Rita Huelquen De Martino Viña Calina Altaïr $* 22 25 28 30 31 34 39 40 42 42 50 52 58 65 65 65 69 75 89 115 120 163 191 250 360 *Os preços dos vinhos são apenas referência, podendo sofrer variações em função da venda ao consumidor ou atacado Abreviações: CAB = Cabernet Sauvignon, CAR = Carmenère, MER = Merlot, Pin = Pinot Noir, SAN = Sangiovese, SB = Sauvignon Blanc, SY = Syrah Importadora Vinália Reloco Del Maipo San Marino Decanter Wine & Sprits Lourdes Del Maipo La Pastina KMM Vinhos Reloco Casa Veneto Wine & Sprits Intermares San Marino Vinália Decanter La Pastina Chile Vinhos Vinália Grand Cru Terramater Decanter La Pastina Grand Cru a várias “feiras”, que prejudica bastante a avaliação dos vinhos: a temperatura inadequada de serviço. O fato é fruto de insuficiência de ar condicionado quando há muita gente e da precariedade de armazenamento nas mesas de apresentação. Apesar dos esforços de alguns, é um item que merece mais atenção dos expositores. O quadro apresenta 25 vinhos selecionados pela equipe, sendo 24 tintos, produzidos com as uvas Cabernet Sauvignon, Carmenère, Merlot, Sangiovese, Sauvignon Blanc e Syrah. O critério de seleção utilizado foi a agradabilidade em comparação com o preço. Os vinhos estão ordenados por preço. Anotações Ótimo preço Refrescante, excelente custo-benefício Ideal para o dia-a-dia Muito bom custo-benefício Gostosinho Diferente e prazeroso Boa madeira Belo custo-benefício Redondinho Equilibrado Belo leque aromático e boca agradável Redondo e elegante Equilibrado, vale a compra Muito gostoso, grande valor Belo exemplar da Merlot chilena Sedoso, prazeroso Redondo, vinhaço Grande final de boca Encorpado e complexo Bom mentolado Herbáceo, equilibrado Muito bom vinho Para tomar por mais 10 anos Belíssimo, apenas em safras especiais Estupendo 13 14 AGOSTO de 2005 Jornal Vinho & Cia Assine: (11) 4196 3637 Assine e aprecie sem moderação WALTER TOMMASI O Barão e seus Mouton (II) i, pessoal, vamos continuar? Carlu, Jullian e Hugo foram os personagens do primeiro capítulo, que misturou arte e vinho nas terras dos Rothschild. Esse capítulo II inicia-se em 1947, quando o Barão convidou para desenhar seus rótulos Jean Cocteau, famoso novelista, dramaturgo, produtor, artista, designer e, acima de tudo, poeta (o cara não era mole não!). Cocteau criou o rosto de uma jovem segurando um cacho de uvas desenhado em linhas simples, despojado, mas de grande impacto visual. O ano de 1948 foi o de Marie Laurencin, francesa, artista cubista influenciada por Picasso no seu período “Black”. Marie fez parte ativa do movimento “Avant-Garde” e mais tarde focou seu trabalho em temas decorativos, influenciada pelos pintores Bonnard e Maurice Denis. Seu trabalho para os Rothschild foi um nankin representando duas jovens sacerdotizas de Bacco. O reinado francês continuou em 1949 com André Dignimont, talentoso desenhista, aquarelista e ilustrador de livros. Sua pintura foi caracterizada por temas como bares, cafés, salões, prostíbulos e seus clientes (interessante como os artistas gostam destes locais, não?). No rótulo André mostrou seu lado inocente, desenhando a lápis uma mesa e sobre ela copos e garrafas de vinho. Poucos se lembram de André, mas os apreciadores de vinho sabem que 1949 foi considerada uma das melhores safras do Mouton do século. Que sorte! Em 1950, pela primeira vez um “estrangeiro” desenvolveu o rótulo. Georges Arnulf, um gravador nascido em Mônaco, foi o escolhido, por ser muito interessado em arte pré-colombiana (posteriormente ao seu trabalho para o Barão, decide viver na América do Sul, onde O se dedicou à arte em vidro e afrescos). Seu rótulo, feito em nankin, mostrou claramente sua fase inicial de gravador, com traços austeros, linhas firmes e rigorosas. Ele desenhou carneiros com as cabeças enfeitadas por folhas e uvas, e o ponto de fuga trouxe uma profundidade interessante ao trabalho. Chegamos ao ano de 1951, importante pelo nascimento deste que vos escreve (ha, ha!). Nesse ano novamente um “não-francês” é convidado, fazendo crer que o foco já começava a ser a arte. Marcel Vertes, húngaro, foi o felizardo. Marcel iniciou sua carreira como “poster designer”, mas com o tempo firmou-se como ilustrador de livros. Ele também usou o carneiro como tema. Sua obra teve um casal de camponeses desenhados de uma forma inocente, com fundo, em aquarela amarela, de carneiros e ovelhas pastando. Finalizamos esse capítulo em 1952, com Leonor Fini, artista italiana pré-rafaelista, convertida ao surrealismo. Fini tinha como tema um misterioso erotismo, representado por figuras andrógenas e paisagens místicas, que com o passar do tempo foram substituídas pela representação da sociedade parisiense. No rótulo usou e abusou de rabiscos em nankin para desenvolver o rosto de uma ovelha-mulher (she ram), um trabalho muito bonito. Espero que vocês estejam gostando desta viagem pela história dos Rothschild, e com ela entendam a ligação da arte e seus criadores com este ícone mundial do vinho. Na próxima edição, para não cansar, vou dar uma folga ao Barão. Um brinde a todos! Walter Tommasi é executivo de multinacional, enófilo e artista plástico [email protected] O Jornal Vinho & Cia traz matérias e artigos deliciosos sobre o fascinante mundo do vinho, além de roteiros e dicas. Tudo de uma forma descomplicada e irreverente pra você curtir ainda mais o lado descontraído da vida… Assinatura anual (12 edições) R$ 70,00 Ligue (11) 4196-3637 ou mande um e-mail para [email protected] Será enviado boleto bancário para pagamento. Nome ou Razão Social Endereço CEP Cidade Fone ( UF ) e-mail CPF ou CNPJ Al. Araguaia, 933, 8o. andar Alphaville 06455-000, Barueri - SP +55 (11) 4196-3637 Jornal Vinho & Cia AGOSTO de 2005 15 Dica: Vinho não é bebê que precisa ficar enrolado na fralda, ao contrário, ao ser vir um vinho deixe seu rótulo sempre à mostra: ele é a certidão de nascimento do vinho. Em foco Gosto, porque gosto! P = (Q x Sp x Bc x A x Ma x Cia x Me x De) / ($ x Ar/C x Tr) Por Denise Cavalcante O gosto é uma sensação difícil de ser explicada. Por que alguns preferem os vinhos brancos e outros, tintos? Por que para uns a Champagne é o néctar dos deuses e para outros é como remédio? Bem, por mais angustiante que seja para os novatos no mundo vinícola, ninguém consegue dizer qual é o melhor vinho do mundo, nem qual o mais gostoso. Mas com uma coisa todos concordam: o vinho mais gostoso é o que dá mais prazer! E para aumentar este prazer em torno de um simples vinho é preciso em geral acrescentar fatores externos ao copo, de modo a deixá-lo muito mais gostoso! Fórmula matemática Para facilitar (?) o entendimento do prazer, o médico Eliano Pellini, um grande apreciador de vinhos e estudioso da alma humana, conseguiu desenvolver uma “simples fórmula matemática” que procura explicá-lo (quadro). Pela “formulinha”, o que aumenta o prazer ao se beber um vinho? Em primeiro a sua Q (qualidade do vinho); Sp (sensibilidade pessoal); Bc (boa conservação, porque se o vinho tiver mal conservado pode estar estragado e tirar o prazer); A (ambiente onde se está na hora de tomar o vinho); Ma (momento adequado da degustação); Cia (companhia certa, agradável); Me (memória, o que se sabe sobre o vinho, sua história, suas características, etc.); e De (desprendimento, não-preocupação com o custo que o vinho teve). Inversamente proporcional ao prazer do vinho entram alguns aspectos como $ (custo da garrafa, que pode ter sido cara e não estava tão boa assim); Ar/C (armazenamento e conservação que podem estragar o vinho se não forem corretos) e Tr (trabalho, o prazer não pode dar trabalho para ser obtido). Simples? Nem tanto! Mas tente experimentar o próximo vinho para ver se vai ganhar mais ou menos pontos nessa “simples fórmula”! Gosto, prazer e arte Para o artista plástico, enófilo e colunista do Jornal Vinho & Cia Walter Tommasi, o prazer é fundamental. “Sou um apreciador de comida, e gosto de vinho porque ele oferece a melhor combinação com a comida. Gosto do frescor dos brancos e do corpo do tinto. Isso me traz prazer porque consigo diferenciar o vinho para cada comida, o que me aguça a curiosidade”. Para ele, a pessoa que se especializa num assunto é um pesquisador, quer ter conhecimento de coisas novas e busca no vinho sensações que ninguém percebe. Comparando o prazer do vinho com a apreciação da arte, Walter comenta. “Podemos gostar de quadros de três escolas diferentes: paisagem (o real, o concreto), surrealista (o sonho) e abstrato (cores e texturas). O vinho está na mesma situação. Posso gostar de um Borgonha P = (Q x Sp x Bc x A x Ma x Cia x Me x De) / ($ x Ar/C x Tr) (estilo tradicional), de um do Novo Mundo (cheio de tecnicidade) ou de um Espumante (que não tem nada a ver com o tinto, mas tem seu brilho). Tem especialista que adora um estilo ou outro de vinho, como a arte. Eu tenho todos os estilos de quadros na minha parede e cada um me traz um prazer diferente, mas os três são arte”. Nem em frente a um pelotão de fuzilamento Walter conseguiria dizer qual o vinho preferido, “dependeria do clima onde eu seria executado... se fosse no calor do nordeste ou num local frio”. Gosto e memória Para a chef de cozinha Eugenia Lucato, acostumada a lidar com paladares e aromas, a memória olfativa é o mais marcante para ela. “Gosto quando descubro no vinho algum aroma que me traz à memória alguma sensação”, explica. Sua preferência em vinho recai sobre os italianos, porque lembra seu avô e os Sangiovese que tomava com ele quando era criança. Explica que não consegue descrever o gosto dos vinhos, mas descreve a situação de quando os consumiu. Quando prova um vinho novo, que não lhe ativa a memória, aí sim entra o conhecimento técnico para avaliar de modo mais frio e menos emocional. “Gosto de vinho pela surpresa que cada um traz. De uma lata de cerveja todos sabem o que se espera! O vinho, quando surpreende, domina a situação, jogando o prato para segundo plano” filosofa. “O aroma do vinho tem a capacidade de nos transportar para diversas situações de memória”. Afinal... Bem, fórmula, gosto, prazer, arte, memória... Afinal, citando o “poeta” Eliano, “o que faz um vinho bom ser do coração... é o que faz um vinho de bom para o nosso coração!” 16 AGOSTO de 2005 Jornal Vinho & Cia Guia do Jornal Vinho & Cia: endereços onde existe a atenção ao vinho e às bebidas diferenciadas Cursos OSWALDO BORGES CRUZ O chumbo e o vinho BÁSICO DE VINHOS AVANÇADO DE VINHOS ABS - SP SBAV - SP O curso básico de vinhos da ABS, com 8 aulas, inicia em 01 agosto para turmas às 2as. e em 4 de agosto para turmas às 5as. feiras. Já o temático “Países” inicia na 3a. Estão abertas as incrições para o curso avançado de vinhos da SBAV-SP que inicia em outubro: “Terroir, Uvas e Vinhos”. Confira a programação: 17/10 – Terroir Geral; 24/10 – Uvas e Aromas; 31/10 – França e Chile; 7/11 – Itália: Novo e Velho Mundo; 21/11 – USA, Nova Zelândia e Austrália; e 28/11 – Portugal e Argentina feira, dia 2. Av. Faria Lima 2012, 14º andar, cj. 142 Informações: (11) 3814-7853 e 3814-1269 www.abs-sp.com.br GUIA VINHO & CIA uando garoto, eu costumava guardar as cápsulas de todos os vinhos que eram consumidos em casa. Depois as derretia para fazer chumbadas para alegres pescarias em Mogi das Cruzes ou Guararema. Hoje, nem as chumbadas para pesca nem as cápsulas das garrafas de vinho contêm chumbo. Esse metal pesado, inadequadamente descartado, é um perigoso poluente. Se absorvido pelo organismo pode causar saturnismo, Q “ Nunca soube de chumbadas ou cápsulas de garrafas terem causado problemas, mas chumbo no vinho já fez muitos estragos na humanidade ” uma doença que causa desde cólicas intestinais e hepatite até paralisias de membros, agressividade, loucura e morte, de acordo com o grau e o tempo de intoxicação. Nunca soube de chumbadas ou cápsulas de garrafas terem causado problemas, mas chumbo no vinho já fez muitos estragos na humanidade. Os romanos tornavam seus vinhos mais encorpados, macios e duráveis guardando-os em recipientes de chumbo. Usavam o mesmo metal em encana- mentos e para impermeabilizar cisternas e aquedutos. Saturnismo é apontado como uma das causas do declínio do Império Romano. O uso do chumbo no vinho perdurou por toda a Idade Média e chegou até o século XIX, quando soldados europeus ainda jogavam balas de mosquete nos barris de vinho destinados ao consumo das tropas. Hoje, as quantidades de chumbo permitidas em água potável, alimentos e bebidas são ínfimas, nunca maiores que 2mg/kg. Apavorados e alarmistas de plantão pregam a proibição do uso do cristal em garrafas, decantadores e copos. Cristal é vidro com chumbo e poderia contaminar a bebida. Estudos cuidadosos foram tranqüilizadores: a quantidade do metal que passa para a bebida poderia ser medida em átomos por unidade de tempo. Raras e caríssimas bebidas, como alguns Champagnes e Cognacs, são engarrafadas em cristal. Um longo tempo de guarda poderia permitir uma contaminação significativa, mas é muito improvável que alguém tenha dinheiro suficiente para beber, só desses preciosos néctares, a quantidade suficiente para desenvolver saturnismo. E se houver alguém assim, é mais provável que esse nobre ou magnata venha antes a contrair uma plebéia e vulgar cirrose hepática por álcool. Oswaldo Borges Cruz é médico, enófilo e membro da Confraria Amigos de Babette Endereços onde existe a atenção ao vinho Al. Gabriel Monteiro da Silva, 2586 Informações: (11) 3814-7905 e 3034-1548 www.sbav-sp.com.br CURSO DE CAFÉ SBAV - SP ACADEMIA DE BARISMO Em agosto, o curso básico de iniciação ao vinho e degustação da SBAV-SP tem aulas programadas para as 4as. feiras, dias 3, 10, 17 e 24. O seguinte terá aulas nos dias 31 de agosto e 14, 21 e 28 de setembro. Programe-se. Entre os temas estão o panorama do vinho no mercado mundial, processos de vinificação, técnicas de degustação, exame visual, olfativo e degustativo e o “serviço” do vinho. A Academia Brasileira de Barismo promove curso de degustação com a barista Isabela Raposeiras. O curso “Barista, nível I” é destinado a profissionais da área ou curisosos pelo universo de café gourmet, e o programa abrange degustação, blends e conceito de arte - da produção à apreciação de bons grãos. De 15 a 19 de agosto, das 18 às 21hs. Al. Gabriel Monteiro da Silva, 2586 Informações: (11) 3814-07905 e 3034-1548 www.sbav-sp.com.br Rua Otávio Tarquínio de Souza, 584, Campo Belo (11) 5542-6606 Jornal Vinho & Cia AGOSTO de 2005 17 Procure saber quanto custam os vinhos nas importadoras e lojas, depois, nos restaurantes, você poderá saber se está pagando o preço justo. Dia dos Pais Compras RESTAURANTES e BARES VINHOS - LOJA e SUPER DRY MARTINI BAR CASA DO PORTO Novo bar paulistano, oferece 62 tipos de drinks preparados pelo barman e idealizador da casa Kascão Oliveira Lima, como o Dry Martini e refrescantes coquetéis tropicais. A loja de São Paulo conta com wine bar, sala de degustação e adega climatizada, além de promover eventos, como a Confraria das Mulheres. Rua Jurema 34, Moema (11) 5055-4493 MARCEL Famoso por seus altos suflês, lança no dia dos pais uma nova versão: o “de aspargos frescos e parmesão”. Al. Franca, 1225, (11) 3061-3003 Também conhecido como Rei dos Whisky e do Vinho importado, tem também seções de espumantes, cognac e cachaça. Sempre com ofertas. Av. Sabiá, 257, Moema (11) 5051-0569, www.reidoswhiskys.com.br PISELLI Espalhadas pelo país e várias em São Paulo, a rede conta com lojas exclusivamente dedicadas ao vinho e acessórios, e outras com produtos de diversas linhas. Rua Padre João Manoel, 1253, Jardins (11) 3081-6043, www.piselli.com.br 2a a domingo EXPAND STORE Domaine Sainte Marie - Shopping D&D Av. Naçoes Unidas, 12.551, Piso L1, loja 105 (11) 3043-9877, www.expand.com.br MJG (CIA. DO WHISKY) NEW YORK CITY e FORNERIA SAN VITO Loja do bairro de Moema, tem boa diversidade. Sugestão: o tinto português do Alentejo, Terra D’Ossa. Restaurantes de shopping com aconchego e boa carta de vinhos. OFFER Shopping Frei Caneca, Rua Frei Caneca, 569, 3o andar (11) 3472-2000 www.freicanecashopping.com.br SUZCABRUXA Bistrô localizado na pacata Embu das Artes, tem pratos como caldeiradas e caçarolas. Promove eventos de degustação de vinhos. Rua da Matriz, 68, Centro - Embu das Artes (11) 4781-2061, www.suzcabruxa.com.br Fecha 2a. feira TORO O charmoso espanhol acaba de editar um belíssimo livro com receitas, fotos e atrativos do restaurante. Nas cores vermelho e preto, sugere que o carinho ao livro será o mesmo da recepção ao cliente. Rua Joaquim Antunes, 224, Pinheiros (11) 3085-8485 3a a sabado jantar, almoço aos sábados e domingos Av. Jandira, 263, Moema (11) 5055-5244 Loja de importados em Mogi das Cruzes, entrega em toda Grande São Paulo. Entre os vinhos, o argentino Finca Da Altura. Rua Cel. Souza Franco 788, Mogi das Cruzes (11) 4799- 3017, www.offer.com.br SAM´S CLUB e WAL-MART Rede de supermercados, inclui o Sam´s Club, com vendas de produtos no atacado e alguns no varejo. Oferece bons preços para vinhos. Diversas lojas. Av. Autonomistas, 1768, Osasco (11) 3685-5777, www.walmartbrasil.com.br WORLD WINE LA PASTINA Importadora terá nova loja em São Paulo, agora nos Jardins. Destaque para o argentino Poesia 2002, Malbec e Cab Sauv. Rua Padre João Manoel, 1.269 (11) 3315-7477, www.worldwine.com CLUBE DO VINHO Serviços ADEGAS ART DES CAVES Com várias opções de adegas climatizadas e projetos personalizados, a Art des Caves lança a sua menor versão da linha AvantGarde, para 14 garrafas. Loja: Maison des Caves, Al. Gabriel Monteiro da Silva, 1881 (11) 3891-1920, www.artdescaves.com.br A Etiqueta do Charuto EMPÓRIO VIP Rua da Consolação 3555, Jardins (11) 3064-3089, e Rua Hans Oersted 119, Brooklin Novo (11) 5505-2438 www.restaurantemarcel.com.br Fecha no almoço aos sábados e feriados. Vineria & Osteria sob comando do chef Franco Bonandini, tem rótulos de vinhos com predominância de italianos e do Novo Mundo. CESAR ADAMES SOCIEDADE DA MESA Neste clube de vinhos, o associado recebe mensalmente 6 garrafas de um vinho selecionado, em geral na faixa de até R$35 cada, e informativo que abrange a descrição detalhada de cada garrafa. R. Branco de Moraes, 248 cj. 11, Chac. Sto Antônio (11) 2181-4140, www.sociedadedamesa.com.br GUIA VINHO & CIA Endereços onde existe a atenção ao vinho e às bebidas diferenciadas egustar um bom charuto é um dos grandes prazeres que podemos usufruir, assim como uma boa refeição e uma boa bebida. Muitas pessoas acreditam que existem muitos códigos e normas para se fumar, ficando na dúvida sobre como proceder em diferentes situações. A melhor sugestão para esses casos é usar o bom senso para julgar se o momento, o local e a companhia são adequados para acender um charuto. Veremos a seguir algumas dicas de como proceder em algumas situações comuns do dia-a-dia. Em elevadores, devido à proibição do fumo, vale a pena ter sempre à mão um tubo de alumínio que servirá para cortar a combustão do charuto quando a tampa for fechada. Quando sair do elevador é só reacender. - Bares e Restaurantes – Antes de ir ao restaurante ligue para confirmar se ele tem local próprio para fumar charuto depois da refeição. É cada vez maior o número de restaurantes que tem uma área própria e também um umidor com charutos para serem oferecidos após o almoço ou jantar. Quando terminar pergunte às pessoas que estão com você se elas se incomodam que você fume, evitando assim aborrecimentos. - Na casa de amigos – A melhor maneira é esperar pelo dono da casa sugerir a possibilidade de fumar. Caso a pessoa visitada seja um apreciador é de bom tom levar um charuto de presente. D - Em eventos e casamentos – Vale o bom senso de esperar todos terminarem a refeição para então poder acender seu charuto, pois a tolerância dos nãofumadores costuma ser maior nestes momentos. - No escritório e em elevadores – Se você tem uma sala só sua tudo bem, caso contrário deixe para o final do dia quando seus colegas já tiverem saído. - Na sua casa – Escolha um local da casa para ser o seu espaço de degustação, bem ventilada e com uma porta para não incomodar ninguém. Se estiver recebendo alguma visita ofereça um charuto de seu umidor ou procure saber se ela tem alguma objeção a que você fume. - Dentro do carro – Se o carro é seu, nenhum problema, mas tenha cuidado com a cinza do charuto, que pode cair no seu colo, ou, se a janela estiver aberta, ir de encontro aos passageiros do banco de trás. - Nascimentos – A chegada de uma nova vida é motivo para comemoração e um ótimo motivo para distribuir charutos entre as pessoas que forem ao hospital visitar o bebê. Mas não se esqueça: fumar só lá fora. Cesar Adames é consultor na área de tabaco [email protected] 18 AGOSTO de 2005 Jornal Vinho & Cia Assine: (11) 4196 3637 Compras Cafés Como preparar um bom café em casa Por Denise Cavalcante Depois do vinho ou durante o dia, um bom café pode ser muito gostoso. Mas para tomarmos realmente um bom café, que não seja apenas um “cafezinho”, é bom observar alguns cuidados no preparo, por exemplo, como os indicados a seguir pela ABIC - Associação Brasileira da Indústria do Café e pela equipe do Jornal Vinho & Cia. Em primeiro lugar, obviamente, quanto melhor o grão de café melhor é o sabor da bebida. A data de fabricação é importante, pois quanto mais novo mais sabor ele tem. Para conservar bem, o ideal é guardar em um recipiente com boa vedação e na geladeira. Em filtro Ao preparar café em filtro de papel, em geral o melhor é moagem média ou fina. Uma boa dosagem é 80g a 100g de pó (5 a 6 colheres de sopa) para um litro de bebida. O ideal é colocar o pó no filtro, espalhando-o sem compactar nem apertar, e depois utilizar água filtrada ou mineral, sem ferver. É bom tirar do fogo imediatamente antes da fervura (90ºC) e despejar a água sobre o pó, umedecendo-o completamente, pois a perda de oxigênio altera a acidez do café. Para umedecer bem, uma dica é começar jogando lentamente a água nas bei- radas do filtro e em seguida no centro, sem misturar com a colher. Quanto mais lentamente despejar a água, mais escuro resultará o café, mas o ideal é não deixar passar a extração de 4 a 6 minutos, para não torná-lo excessivamente amargo. Espresso No preparo do café espresso (sob pressão), faz muita diferença utilizar grãos frescos, recém-torrados, de preferência moídos na hora, e comprimidos na hora de colocar no filtro da máquina. Em geral, cerca de 7 gramas de pó para até 50ml de água é uma boa dosagem. A espessura da moagem, em geral média, influencia muito no corpo e no sabor do café, e isso varia muito de acordo com a marca. Para a maioria das marcas, a moagem, a pressão e o tipo da máquina e do filtro devem permitir que o café seja tirado em torno de 25 a 30 segundos. Mas isso pode variar em função do gosto pessoal e da marca, se for mais mole ou duro, menos ou mais tostado. Menos tempo resulta em menos corpo, e mais tempo, em mais corpo. Se o café for tirado com um denso creme marrom claro em toda superfície da xícara é bom para manutenção da temperatura e preservação do aroma. O creme não se forma quando a moagem está grossa ou o tempo de extração é curto. Seleção de cafés Coopinhal Regis Gehlen Oliveira, editor de Vinho & Cia, recomenda o café Coopinhal Gran Reserva Espresso como um produto que, bem-tirado, “tem excelente corpo, é bem macio, gostoso e exala aromas de amêndoas”. É um café gourmet da Região Mogiana Paulista. IMPORTADORAS TERROIR BEST WINE Até 15 de agosto, a importadora conta com 100 vinhos em oferta “de inverno”, Destaque para o chileno Viña Errazuriz. Com vinhos do Novo Mundo, como Austrália, África do Sul, Argentina e Chile, a Best Wine conta com rótulos da linha McWilliam´s e African Terroir. Rua Arizona, 1035 (11) 5505-6422, www.bestwine.com.br CAPEMAR Iniciando seus trabalhos recentemente no Brasil, a importadora tem exclusivamente vinhos espanhóis, como o Gran Novas, da uva Albarinho. Rua Harmonia, 929, Sumarezinho (11) 3032-2589, www.capemar.es CASA VENETO Importadora da linha Viña del Maule, conta com o Cab Sauv da linha Premium e os Cab Sauv, Merlot, Chardonnay e Sauv Blanc da linha Reserva. Braúna Segundo o produtor, o Café Braúna é encorpado, com notas florais, sabor cítrico, sensação de nozes e chocolates. É produzido na região de Matas de Minas. A Fazenda Braúna promove treinamentos e visitas para degustações e conhecimento das lavouras e técnicas de produção. VINÁLIA Importadora de chilenos. Destaque para Willian Cole Columbine Reserve e o Haras Elegance da Viña Haras de Pirque. Em breve contará também com vinhos da Luis Felipe Edwards. R. João Moreira, 128, Sumarezinho (11) 3931-7651, www.vinalia.com.br VINÍFERA Com rótulos exclusivamente lusitanos, a recém-aberta importadora traz Dão Painel, Bairrada Império e a aguardente Velha Relíquia, entre outros. Av. Paulista 2.073 - Cj Nacional - Horsa 1 - sala 2009 (11) 3285-1166 / 3285-5435, [email protected] Rua do Paraíso, 139, cj. 32 (11) 3266-2221, www.casaveneto.com.br GRAND VIN Spress O Spress é um café gourmet bastante premiado no concurso “Cup of Excellence”, produzido com grãos selecionados de arábica bourbon amarelo. Regis Gehlen Oliveira aponta que produz “uma bebida bem intensa e torrada, macia, com grande corpo, e aromas e final achocolatados”. R. Pedro Humberto, 9 – Itaim Bibi (Espaço Bar des Arts) (11) 3168-2200 / 5034-5151, www.terroirvinhos.com.br “Viagem de sabores” é o catálogo da importadora Grand Vin, com dicas de vinhos, receitas e harmonização. Pedidos do catálogo podem ser feitos no site. Rua Barão do Bananal 1301, Pompéia (11) 3672-7133 www.grandvin.com.br IMPEXCO Com vinhos de diversas regiões, entre as opções estão o argentino da linha Trapiche e os portugueses da Quinta da Carolina. 0800-7048466, www.impexco.com.br LISMAR Pequena importadora de espanhóis, tem vinhos da vinícola VinosTorras. Familiar e cinqüentenária na região da Catalunha, a vinícola conta com tintos, brancos, rosados e cavas. R. Gastão do Rego Monteiro, 110, (11) 3733-5216 VINÍCOLAS NACIONAIS AURORA Está com o recém-lançado “Pequenas Partilhas” da safra 2002 com 4 varietais: Tannat, Carmenère, Cab. Sauv. e Cab. Franc. Rua Olavo Bilac, 500, Bento Gonçalves (RS) (54) 455-2000, www.vinicolaaurora.com.br GUIA VINHO & CIA Endereços onde existe a atenção ao vinho e às bebidas diferenciadas DOM CÂNDIDO Vinícola centenária do Vale dos Vinhedos, lançou o 4a. Geração, elaborado com a novíssima uva Marselan. QUALIMPOR (54) 453-3620, [email protected] É importadora exclusiva de vinhos portugueses como Esporão e Quinta do Castro. Ao se cadastrar o cliente concorre a participação em degustação. MARSON R. Antônio das Chagas, 523, Chácara Sto Antônio (11) 5181-4492, www.qualimpor.com.br MISTRAL Vinícola em ascensão, lançou recentemente vinhos comemorativos aos 118 anos da família no país (a Linha Famiglia), e um tinto produzido com a uva Ancelota. Rua Barão de Jaceguai, 1401, Campo Belo (11) 5042-3890, www.vinhosmarson.com.br Importadora com vinhos de diversas regiões, sugere para o inverno vinhos rosados como o Quinta da Pellada Touriga Nacional Rosado 2003 da Quinta de Saes. MIOLO Rua Rocha, 288, Centro (11) 3372-3400, www.mistral.com.br Rua Pascal, 1195 - Campo Belo (11) 5561-1320, www.mioloshop.com.br MORANDÉ SULVIN Vinícola chilena com representação no Brasil, conta com site com informações sobre tempo de guarda e harmonização de cada um dos vinhos, como o Vitisterra Cab Sauv. Vinícola gaúcha de Flores da Cunha, destaca os Casa de Amaro Reserva Merlot e Reserva Cabernet Sauvignon. No site dá dicas de receitas e indica vinho para harmonização. (11) 3051-8992 / 3051-6011, www.morande.com.br Coloca no mercado o Lote 43 safra 2002 e o Quinta do Seival Cab Sauv safra 2004. (54) 292-8800, www.sulvin.com.br Jornal Vinho & Cia AGOSTO de 2005 19 Guia do Jornal Vinho & Cia: endereços onde existe a atenção ao vinho e às bebidas diferenciadas Eventos Turismo DEGUSTAÇÃO VIAGENS EM VINÍCOLAS ESPUMANTES BRASILEIROS CHILE COM A GRAND CRU No “Terceiro Encontro de Espumantes Brasileiros” serão apresentados espumantes nacionais de 20 vinícolas. O evento contará com compatibilização com frutos do mar. Na SBAV-SP, dia 16 de agosto. A Grand Cru organiza viagem ao Chile com Flávia Quaresma. De 4 a 9 de outubro, com estadias em Ovalle, Santiago e Alto Jahuel. O programa inclui visita às vinícolas Tabali no Valle de Limari, Santa Rita em Casablanca e Altair em Requinoa. Al. Gabriel Monteiro da Silva, 2586 Informações: (11) 3814-7905 e 3034-1548 www.sbav-sp.com.br FAMIGLIA MARSON NO EMBU DAS ARTES No dia 10 de agosto, a vinícola Marson e o Bistrô SuzcaBruxa promovem degustação de lançamento do vinho comemorativo “Famiglia”, com jantar harmonizado. Rua da Matriz, 68, Centro - Embu das Artes (11) 4781-2061, www.suzcabruxa.com.br MENU DE COMPATIBILIZAÇÃO O Boa Bistrô & Bem-Estar promove evento de harmonização, com menu de compatibilização de pratos da chef Tatiana Szeles e vinhos selecionados pela sommelier Daniela Bravin. O menu, com combinações aromáticas, tem opções como: troxinha de massa filó com queijo brie, confit de pêssego e chips de capim santo, acompanhado do nacional Cave Geisse Nature. Até 15 de setembro. Rua Padre João Manuel, 950, Jardins Tel: (11) 3082-5709, www.boabistro.com.br PROBATIO MAXIMUS COM VINHOS DA BORGONHA Daniel Pinto organiza a degustação “Probatio Maximus“ que será realizada em 6 de dezembro, com borgonhas brancos Grand Cru Classé: Domaine Leflaive - Chevalier-Montrachet 99; Domaine Baron Thénard - Montrachet 97; Domaine Bonneau Du Martray Corton-Charlemagne 97; Joseph Drouhin - Montrachet Marquis de Laguiche 97; Bouchard Père et Fils - ChevalierMontrachet 99; e Michel Juillot - CortonCharlemagne 2001. O pagamento deste evento pode ser realizado de forma parcelada até a data de sua realização. Al. Gabriel Monteiro da Silva, 2586 Informações: (11) 3814-7905 e 3034-1548 www.sbav-sp.com.br WINE DINNER: UM PASSEIO PELA ITÁLIA A Expand Alphaville promove evento de harmonização “Wine Dinner, um passeio pela Itália”. Dia 25 de agosto . A loja promove ainda happy hour com degustações dirigidas, todas as 6as feiras. Al. Tocantins, 75 - Alphaville (11) 4208-6061 [email protected] GUIA VINHO & CIA Endereços onde existe a atenção ao vinho e às bebidas diferenciadas REGIS GEHLEN OLIVEIRA Na Daslu, Ted Bebedor procura uma mala preta Rua Bela Cintra, 1799, Jardins (11) 3062-6388, www.grandcru.com.br TornaViagem: Av. Almirante Barroso, 63, sala 1012, Rio de Janeiro (RJ), (21) 2510-4195, jclaper@tornaviagem. com.br MIOLO - ESCOLA DO VINHO EM BENTO GONÇALVES A Escola do Vinho da Miolo, na vinícola em Bento Gonçalves, tem aulas em 20 de agosto e 17 de setembro. Entre os temas ministrados pelos enólogos da Miolo estão: A história da uva e do vinho; A vitivinicultura no mundo; Elaboração de vinhos e espumantes. Além de degustação dirigida, inclui visita a vinícola e almoço na Osteria Mamma Miolo. 0800-541-4165 ou (54) 2102-1500 www.miolo.com.br SBAV-SP NA SERRA GAÚCHA A diretora social da SBAV-SP, Odila Moraes, organiza viagem para a “Avaliação da safra brasileira de 2005”, na Serra Gaúcha. O programa, além do evento de avaliação, inclui visitas e degustações nas vinícolas Salton, Lídio Carraro, Don Giovanni e Miolo. De 23 a 26 de setembro. A viagem é aberta a não-sócios da sociedade. Al. Gabriel Monteiro da Silva, 2586 Informações: (11) 3814-7905 e 3034-1548 www.sbav-sp.com.br Feiras VINHOS E ALIMENTOS ENOGASTROTURISMO 05 O Enogastroturismo, salão de vinhos, gastronomia e turismo, tem como um de seus objetivos divulgar rotas vinícolas do Vale do São Francisco (PE) ao Vale dos Vinhedos (RS) . O evento conta com apoio da UVIBRA, ABE, ABRASEL, IBRAVIN e UCS. Compõe a programação o 1º Fórum de Enoturismo, com workshops, harmonizações, palestras e cursos de degustação. De 7 a 9 de setembro no Novotel Porto Alegre (RS). Atreb Feiras & Eventos (51) 3217-4200 www.enogastroturismo.com.br EXPOVINIS 2006 A Exponor já inicia a comercialização de espaços para o evento Expovinis do próximo ano, que será realizado em São Paulo (SP) entre os dias 2 e 4 de maio. (11) 3151-6444 www.exponor.com.br a janela, a maravilhosa noite de inverno, fria, com lua cheia, imensa, radiante. Dentro da sala, o clima gelado. Ao canto, a adeguinha, guardando alguns vinhozinhos. Hum! No CD, a música Andança, de Edmundo Souto, Paulinho Tapajós e Danilo Caymmi. “Vim tanta areia andei / Da lua cheia eu sei / Uma saudade imensa...” Em preto no branco, no crachá, está escrito: 700. – Ted Bebedor, você está em clima meio nostálgico, hoje, não? – Pois é, caro leitor. O inverno, a noite, a lua, a música, o vinho aqui ao lado... Não resisto, abro a adeguinha. Salta um tinto Dom Cândido Marselan 2004. Na taça cai lentamente o líquido violáceo. Hum! Aromas de amoras! “Vagando em verso eu vim / Vestido de cetim / Na mão direita rosas vou levar...” Surpreendente essa uva Marselan, cruzamento da Cabernet Sauvignon com Grenache Preta. O vinho é muito bom, delicioso. Seco, untuoso e macio, apesar de ser novinho e nem passar por madeira. Tem até gostinho de guaraná! Hum! --X-Vida de jornal de vinho é dura! Fazer serão a essa hora, com uma lua dessa... “Olha a lua mansa / A se derramar / Ao luar descansa / Meu caminhar / Meu olhar de festa / Se fez feliz / Lembrando a seresta / Que um dia eu fiz...” – Ô, Ted, o que quer dizer esse 700 no seu crachá? – Repórter com licença para beber, caro leitor. – Ah! Blam! Balança a porta bangue-bangue. O editor irrompe na sala. – Ted, cabô a moleza. Precisamos de matéria pro jornal. Cadê a sua coluna? É! Mais um vinhozinho na taça, mais um gole, e rumo à vida dura! – Ted, por que porta bangue-bangue numa redação de jornal? – Clichê, caro leitor, clichê. – Ah! D – Se em filme americano tem, por que não na coluna do Ted? --X-No dia seguinte, ponho o casaco estilo detetive Columbo. Entro do Uno Mille. Coloco o CD. “No passo da estrada / Só faço andar...” – Meu irmão, a entrada de serviço é pelos fundos! – Mas a entrada da loja da Daslu não é por aqui? – Ahm?! Hum?!... Então, 30 paus, meu irmão. E adiantado! Dentro, rumo ao objetivo! – Senhor, aqui não vendemos mais mala preta. – Qual é o problema? – Problema com lavagem mensal. Tenho uns modelos mais leves, bem legais, na cor marrom. Deve combinar bem com esse seu casaco estilo Columbo. “Já me fiz da guerra / Por não saber / Que esta terra encerra / Meu bem querer / E jamais termina meu caminhar / Só o amor me ensina / Onde vou chegar...” --X-De volta à redação. Escrevo, escrevo, escrevo... Pronto, texto da coluna concluído. Matéria para o editor. Ah! Nada como trabalho feito. Vamos comemorar com... Um vinhozinho! Um português Esporão Reserva. Ora, pá! Divino, com um mentolado muito interessante, persistente, gostoso... – Ô, Ted, o que você queria fazer com uma mala preta? – Colocar nela alguns acessórios de trabalho: taças, saca-rolha e garrafa de vinho. Vida de repórter dessa área é muito dura. Temos de estar sempre prevenidos, para situações inesperadas... – Só isso, Ted? Nada mais na mala preta? – Só. Que malícia a sua, hein? “Vim de longe léguas / Cantando eu vim / Já não faço tréguas / Sou mesmo assim / Por onde for / Quero ser seu par.” Regis Gehlen Oliveira é editor deste jornal e fundador da SBAV de Aldeia e Alphaville. De vez em quando bebe. [email protected] Como é bom Estar com quem Curte o lado descontraído da vida Tem bom humor É atraente e agradável Descomplica as coisas Não tem preconceitos É inteligente Incentiva a qualidade Está sempre atual Procura as boas oportunidades Busca os melhores programas É diferente e ágil Traz sempre novidades Vai aos melhores lugares Não se apega a receitas Bate papo de forma gostosa Dá espaço para opiniões Promove a arte e a cultura E além de tudo valoriza o vinho E as outras companhias. Esteja então em boa companhia. Assine e anuncie. (11) 4196 3637