GOTA

Transcrição

GOTA

GOTA
O
que
é?
A
gota
é
uma
síndrome
clínica
causada
por
uma
resposta
inflamatória
à
deposição
de
cristais
de
monourato
de
sódio,
perante
níveis
sanguíneos
elevados
deste
mineral.
As
concentrações
normais
de
ácido
úrico
no
sangue
(uricémia)
são
<7
mg/dl
nos
homens
e
<6
nas
mulheres
pelo
que,
valores
superiores
são
designados
por
hiperuricémia.
A
hiperuricémia
pode
ser
assintomátia
ou
seja,
não
dar
sintomas,
mas
geralmente
leva
a
quadros
de
inflamação
aguda
ou
crónica
nas
articulações.
Para
além
das
manifestações
articulares,
a
gota
úrica
apresenta
manifestações
renais
(litíase
renal
e
insuficiência
renal)
e
metabólicas
(hipertensão
arterial,
hipertrigliceridemia).
Quem
corre
o
risco
de
sofrer
esta
doença?
A
gota
é
mais
frequente
no
sexo
masculino
(prevalência
de
0,5%
a
2,8%
nos
homens
versus
0,1%
a
0,6%
nas
mulheres)
e
tem
início
habitualmente
entre
os
40
e
os
60
anos.
A
sua
prevalência
aumenta
com
a
idade
sendo
que,
a
partir
dos
60
anos,
a
prevalência
no
sexo
feminino,
se
aproxima
da
do
sexo
masculino.
Quando
o
início
do
quadro
se
faz
em
idades
mais
precoces,
deve‐se
suspeitar
da
existência
de
um
défice
enzimático,
geralmente
co‐existente
com
uma
história
familiar
de
gota.
Os
doentes
com
gota
têm
geralmente
excesso
de
peso
e
praticam
dietas
ricas
em
purinas
(álcool,
mariscos,
enchidos,
carnes
novas).
Qual
a
sua
causa?
A
gota
úrica
resulta
da
deposição
de
cristais
de
ácido
úrico
a
nível
das
articulações,
por
elevação
da
concentração
deste
a
nível
sanguíneo.
A
elevação
dos
valores
de
uricémia
pode
resultar
dos
seguintes
mecanismos:
produção
excessiva
de
ácido
úrico
ou
diminuição
da
excreção
renal
do
mesmo.
O
aumento
de
produção
de
ácido
úrico
pode
ser
o
resultado
de
uma
dieta
rica
em
purinas
(carnes
vermelhas,
carnes
novas,
marisco,
fígado,
álcool,
etc),
certas
doenças
(tumores,
psoríase,
etc),
fármacos
que
levam
a
morte
celular
maciça
(quimioterapia),
ou
defeito
enzimático
genético.
A
diminuição
da
excreção
renal
de
ácido
úrico
pode
dever‐se
à
acção
de
alguns
medicamentos
ou
doença
renal.
Quais
são
os
sintomas
mais
comuns?
Podemos
dizer
que
a
gota
se
pode
apresentar
de
3
formas:
Gota
aguda:
manifesta‐se
pelo
aparecimento
de
dor
severa,
com
tumefacção,
rubor
e
calor
sobre
a
articulação,
com
grande
incapacidade
funcional,
e
com
início
em
menos
de
24h.
80%
dos
ataques
iniciais
envolve
uma
só
articulação,
geralmente
nos
membros
inferiores
(articulações
do
pé,
tornozelos,
joelhos
mas
também
punhos
e
cotovelos).
Em
50%
dos
casos
o
1º
dedo
do
pé
(podagra)
é
o
local
atingido.
Período
intercrítico:
após
a
resolução
da
crise
aguda
o
doente
tem
geralmente
períodos
completamente
assintomáticos
até
à
nova
crise.
Gota
tofácea
crónica:
caracteriza‐se
pela
formação
de
tofos
gotosos
(depósitos
de
ácido
úrico)
e
surge
em
doentes
com
hiperuricémia
grave
não
tratada
durante
anos.
Os
tofos
são
de
coloração
esbranquiçada,
geralmente
indolores,
podendo
ulcerar
ou
infectar.
As
localizações
mais
frequentes
dos
tofos
são:
pavilhão
auricular,
cotovelos,
tendão
de
Aquiles
e
superfície
dorsal
das
articulações
das
mãos.
O
que
acontece
ao
longo
da
evolução
da
doença?
Com
a
evolução
da
doença,
se
não
for
instituído
tratamento
adequado,
o
estado
perpetuado
de
hiperuricémia
severa
leva
à
deposição
de
mais
cristais
de
acido
úrico,
tornando
os
períodos
intercríticos
mais
curtos
e
as
crises
mais
intensas,
envolvendo
mais
articulações
e
estruturas
periarticulares.
Nas
situações
mais
graves
começam
então
a
formar‐se
os
tofos
gotosos.
Por
outro
lado,
as
articulações
atingidas
começam
a
deformar
e
a
perder
mobilidade
e
função.
Como
se
trata?
A
educação
do
doente,
uma
mudança
do
estilo
de
vida
com
perda
de
peso,
uma
dieta
pobre
em
purinas
e
a
abstinência
alcoólica
são
aspectos
essenciais
no
sucesso
terapêutico.
O
tratamento
da
gota
aguda
assenta
no
uso
de
anti‐inflamatórios
e/ou
colchicina,
associados
ao
repouso
e
aplicação
de
gelo
sobre
a
articulação.
Embora
raramente,
pode
haver
necessidade
de
utilizar
corticosteróides,
especialmente
quando
os
fármacos
anteriormente
referidos
estão
contra
indicados.
O
tratamento
crónico
consiste
na
redução
dos
níveis
de
ácido
úrico,
como
forma
de
prevenção
dos
quadros
de
gota
aguda.
Em
Portugal
só
está
disponível
um
fármaco
capaz
de
reduzir
a
hiperuricémia:
o
alopurinol.
O
tratamento
com
este
fármaco
deve
ser
feito
de
forma
crónica,
com
uma
boa
adesão
e
cumprimento
da
terapêutica.
Sempre
que
possível
devem
ser
substituídos
os
fármacos
que
possam
ter
como
efeito
secundário
a
elevação
da
uricémia
e
associados
outros
que,
por
apresentarem
um
efeito
de
espoliação
do
acido
úrico,
contribuem
para
a
redução
dos
níveis
séricos
deste
(losartan,
usado
na
hipertensão
arterial
e
o
fenofibrato,
usado
na
dislipidémia).
Deve
ainda
ser
feito
o
rastreio
e
o
controlo
das
condições
associadas
à
hiperuricémia
como
a
litíase
renal,
hipertensão
arterial
(HTA),
obesidade,
dislipidemia
e
diabetes
mellitus.


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