Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba

Transcrição

Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
CANTOS E ROCHAS, DE GUIMARÃES, SÃO GENS E SANTANA DE PARNAÍBA
Marcelo Meira Amaral Bogaciovas
Rui Jerónimo Lopes Mendes de Faria
Resumo: Estudo demográfico, histórico e genealógico das famílias Canto e Rocha,
desde sua origem em Guimarães, passando pelas freguesias de São Gens (na antiga
vila de Montelongo), na região de Braga, Portugal, e de Santana de Parnaíba, região de São Paulo, Brasil. Ramos que sofreram, por décadas, a fama de serem cristãos-novos.
Abstract: Genealogical and demographic study of families Canto and Rocha, from
Genealogical and demographic study of families Canto and Rocha, from its origin
in Guimarães, passing in the parishes of São Gens (near Guimarães) and Santana
de Parnaíba. With enphasis on the region of Braga and São Paulo. Genealogical
branchs who suffered, for decades, the reputation of being New Christians.
A guisa de explicação
Este trabalho foi feito a quatro mãos, duas portuguesas e duas brasileiras. Nasceu de uma amizade alicerçada em Portugal continental, em dois momentos ao vivo e, na maior parte das vezes, aliás, inúmeras, por telefone ou pela
internet, através de mensagens eletrônicas. O responsável pela aproximação foi o
Dr. Manuel Artur Norton, emérito investigador do Norte de Portugal. Ele havia
publicado, em 2000, um artigo sobre a família Canto na revista “Genealogia e
Heráldica”.1 Mas foi bem depois que tive acesso ao artigo, quando então lhe manifestei meu interesse pelos Cantos. Ele pediu para o pesquisador Rui Faria en1
NORTON, Manuel Artur. Genealogia e Linhagia. In Genealogia & Heráldica. Porto: Centro de Estudos de Genealogia, Heráldica e História da Família da Universidade Moderna do Porto, janeiro/junho de 2000. pp. 49-71. NORTON, Manuel Artur. Sobre os Cantos. In Boletim do Museu da Ilha Graciosa. Vila de Santa Cruz da
Graciosa, Açores: Museu da Ilha Graciosa, 1999. pp. 99-110.
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trar em contato comigo, justamente por ele ser grande conhecedor de famílias de
Guimarães e, principalmente, da família Canto. Desta forma, recebi, em abril de
2007, a primeira mensagem do Rui, das muitas que viriam a seguir.
Minha primeira investigação sobre a família Rocha do Canto, em Portugal, deu-se em 23 de novembro de 1987, na Universidade do Minho, que abriga
o Arquivo Distrital de Braga (doravante abreviado por ADB). Estava à busca de
alguma pista nos livros paroquiais da freguesia de São Bartolomeu de São Gens,
no antigo concelho de Montelongo. Mal sabia que estava enganado quanto ao
período e ao nome do casal, iludido por genealogias paulistas antigas. Absolutamente perdido e confuso, e desesperado com o tempo a se esgotar, pois as viagens para Portugal eram sempre ligeiras, pedi a Deus que me iluminasse. Como
por encanto, tal se deu... A seguir, recebi indicação do Sr. Araújo, então funcionário do arquivo, de que haveria um processo de embargos de purga de um
membro da família: o Padre João da Rocha do Canto, com um rol fantástico de
parentes que teriam, segundo sua defesa, comprovado serem cristãos-velhos.
Finalmente, foi possível esboçar uma teoria genealógica. Depois, com o tempo,
inúmeros e variados documentos, vistos em diversos arquivos, comprovaram a
tese que vai adiante proposta.
Em 1989 solicitei à Senhora D. Maria Adelaide Pereira de Moraes, consagrada pesquisadora da história e genealogia de Guimarães, informações sobre
os Cantos. Ela havia publicado diversos artigos sobre casas e solares antigos de
Guimarães, depois reunidos em dois grossos volumes.2 Infelizmente, nada de
substancial havia relativo aos Cantos (mesmo porque eles estavam estabelecidos
primordialmente em São Gens).
Cheguei a publicar um artigo, no Brasil, em 2000, que tratava dos primeiros sesmeiros da cidade de Piracicaba.3 Um deles era Antônio da Rocha do
Canto (adiante, no § 43.o n.o VIII), irmão do citado Padre João da Rocha do Canto, tendo apresentado, sucinta e resumidamente, sua genealogia vimaranense.
Para minha defesa da dissertação de mestrado na Universidade de São Paulo,
utilizei, em profusão, o estudo de caso do judaísmo do Padre André do Canto de
Almeida, para ilustrar o quão intrincado e difícil é atribuir sangue cristão-novo
2
3
MORAES, Maria Adelaide Pereira de. Velhas Casas de Guimarães. Porto: Centro
de Estudos de Genealogia, Heráldica e História da Família da Universidade Moderna do Porto, 2001, 2 volumes.
BOGACIOVAS, Marcelo Meira Amaral. Antigos sesmeiros de Piracicaba. In Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba. Piracicaba: Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba, ano 2000, n.º VII, pp. 91-97. Vide o artigo em:
http://asbrap.org.br/publicac/biblioteca/SesmeirosPiracicaba.pdf
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para qualquer família.4 Dele se tratará adiante, exatamente quando se discutirá a
origem de a família Canto ter tido fama constante de ser cristã-nova.
E, justamente para apagar a ascendência cristã-nova, ou simplesmente
com o propósito de nobilitar-se, era usual utilizar-se de justificações cíveis para
provar ascendência isenta de sangue „infecto‟, ou seja, que não descendia de
judeus, mouros, negros, índios, etc.. Poderiam servir para a obtenção de cargos
na câmara e na Misericórdia, bem como postos nas Ordenanças e, eventualmente, também para a concessão de brasão de armas. E, com critérios mais rigorosos,
ao lado das justificações cíveis, as provanças que se deveriam fazer para um
candidato seguir vocação religiosa (genere et moribus), aos graduados em Direito que queriam servir a El-Rei (Leitura do Paço) e, notadamente, aos que queriam servir ao Santo Ofício, na qualidade de familiares ou de comissários.
Deve-se destacar que essas justificações e provanças proporcionavam a
ascensão de um grupo familiar no seio da sociedade. Essas questões permeiam
neste trabalho, qualificando a polêmica sobre o assunto.
Voltando à cronologia do histórico de pesquisas e de publicações sobre
a família Canto e, conforme relato do próprio Rui Faria, ele, já no ano 2000, então bolseiro do NEPS (Núcleo de Estudos de População e Sociedade), da Universidade de Minho, trabalhava com assuntos referentes a Pedro Anes do Canto,
tronco dos Cantos da Ilha Terceira, e suas ligações familiares com os Cantos de
Guimarães.
É fácil perceber, pelas datas apontadas, que havia, quase que simultaneamente, buscas de informações sobre os Cantos, levantadas tanto no Brasil como
em Portugal.
Deve-se destacar que, por motivos particulares, fiquei ausente, fisicamente, de Portugal, por quase dez anos. Meu retorno deu-se em setembro de
2007. Uma saudade imensa que conseguiu vencer desafios aparentemente intransponíveis...
Sempre tive profundo respeito e admiração (a boa inveja) pela maneira
como se pratica o estudo da Genealogia em Portugal. Nunca escondi, inclusive
no Brasil, esses sentimentos. Em todas as oportunidades quando vou para Portugal, além de investigar exaustivamente seus arquivos, com a qualidade de um
autêntico monge escriba, sempre procuro aprender com os colegas e amigos,
4
BOGACIOVAS, Marcelo Meira Amaral. Tribulações do Povo de Israel na São
Paulo Colonial. Dissertação de Mestrado, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas da Universidade de São Paulo, 2006. Orientação da Professora Dra. Anita
Novinsky. O autor prepara uma versão em livro.
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ouvindo novidades, além de perscrutar livros e revistas genealógicas locais, com
o propósito de descobrir as origens dos velhos troncos paulistas.
Enfim, quando passamos a nos corresponder, em 2007, o Rui e eu já
dispúnhamos de grande massa documental das primeiras gerações da família
Canto em Guimarães. Para acelerar o processo de publicação e racionalizar a
investigação, combinamos reunir nossas pesquisas. O Rui ficaria responsável em
buscas no Arquivo Distrital de Braga e no arquivo de Guimarães (Alfredo Pimenta). Eu na Torre do Tombo e em arquivos brasileiros. Utilizamos, ainda, o
banco de dados do Grupo de História das Populações, do Centro de Investigação
Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória, da Universidade do Minho, órgão
que deveria ser modelo para outras universidades de qualquer parte do planeta.
Optamos em fazer o estudo da família até a décima segunda geração, em
média: do século XV até meados do século XVIII. Como houve a ligação familiar entre os Cantos e os Rochas, traçamos, também, as primeiras gerações dos
Rochas de Guimarães.
Uma união além e aquém mar nesse imenso Portugal. Essa parceria poderá mostrar quão útil pode ser a somatória de pesquisas realizadas em Portugal
e no Brasil, e que essa ação possa servir de exemplo e de motivação para futuros
empreendimentos. O resultado final mostrou-se absolutamente profícuo e poderá
servir para inúmeras interpretações, tanto no campo da Genealogia, da História,
da História da Inquisição, da Heráldica, da Sociologia, da Demografia e de outras ciências afins.
Louve-se o magnífico e incansável trabalho do amigo Rui Faria em arquivos bracarenses e vimaranenses na busca da origem dos Cantos.
Como qualquer obra genealógica, esta não é definitiva nem derradeira.
Há muito, ainda, a pesquisar. Agradeceremos críticas, correções, sugestões e
acréscimos.
As gralhas deste trabalho devem ser creditadas a mim, já que fui responsável pela editoração final.
Marcelo Meira Amaral Bogaciovas
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Sobre a origem da família Canto 5
Para a realização desta apresentação contamos com todos os desenvolvimentos oferecidos pela bibliografia específica sobre a família, porém, desde
cedo foi evidente o fato de, quase todos discorrerem sobre informes genealógicos produzidos pelos clássicos, com destaque para Felgueiras Gaio que reproduz
a genealogia familiar realizada pelo neto de Pedro Anes do Canto, Manuel do
Canto e Castro, em 1621. Embora autores anteriores discordem desta construção
linhagista, poucos foram aqueles que os seguiram preferindo dar crédito a genealogias que mais recuassem na linhagem e, sobretudo, a que ligasse a ascendência
aos distintos ramos da nobreza medieval europeia.
Segundo o Padre Maldonado, o Guarda-mor da Torre do Tombo, D. Antônio Álvares da Cunha, teria passado por certidão o seguinte: “Vasco Afonso
do Canto, dizem que foi filho de João Fernandes Sotomaior, fidalgo de grande
casa no Reino de Galiza, e de D. Maria Anes do Canto, que foi filha de Monsen
João do Canto, ou Candos, fidalgo inglês, e Condestável de Viena em Inglaterra,
que passou à Espanha com o Príncipe de Gales em favor d‟El-Rei D. Pedro.” 6
Sem grande sustentação nas fontes coevas, esta construção linhagista foi
posta em causa pelos recentes contributos de alguns meios acadêmicos, dos
quais se destaca o trabalho da Doutora Rute Dias Gregório, Pero Anes do Canto,
dissertação de doutoramento. Nele, a autora manifesta as suas reservas relativamente à genealogia familiar produzida por Manuel de Canto e Castro, a que designa por mito fundacional. Para tal serve-se de vasta bibliografia onde se escrutinam percursos ascensionais análogos de membros da nobreza europeia no
mesmo período. Este contributo veio lançar fortes reservas relativamente à origem inglesa da família Canto proposta pelo neto do açoriano e decalcada por
Gaio. Embora o trabalho desta autora não apresente uma pesquisa sistemática da
documentação coeva na região de origem da família, o seu contributo oferece
uma consistente teorização, que, por si só constitui o primeiro grande abalo no
mito fundacional da origem inglesa da família Canto.
Em contra ciclo, surge em 2009 o trabalho de Jorge Forjaz e António
Ornelas, Genealogias da Ilha Terceira, que, embora conhecedores do trabalho
de Rute Dias Gregório, reiteram a origem inglesa da família Canto, reconhecen5
6
Comunicação apresentada no XIX Encontro de História Local. FARIA, Rui. “ Os
Cantos de Guimarães – Achegas sobre uma origem”, XIX Encontro de História
Local – da Gens de Guimarães – Museu Alberto Sampaio, 4 de Novembro de 2011.
MALDONADO, Padre Manuel Luís (1645-1711). Fénix angrense. Angra do Heroísmo: Ed. Helder Fernando Parreira de Sousa Lima, 1989-1997. Vol. I, p. 180. Vide,
também: GREGÓRIO, Rute Dias. Pero Anes do Canto: um homem e um património
(1473-1556), Ponta Delgada: Instituto Cultural de Ponta Delgada, 2001, p. 181.
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do, todavia, os contributos da autora.7 Os autores refugiam-se no valor das suas
fontes, afirmando, e passo a citar: «a análise que Rute Dias Gregório lhe faz da
Carta de Armas atribuída a Pero Anes do Canto em 1539 peca, em nosso entender, por alguma desatenção às regras heráldicas de uma época em que se não
construíam fantasias genealógicas para satisfação dos próprios, quanto mais para
satisfação do futuro. E depois de gastar mais de uma dezena de páginas na “desconstrução genealógica”, passa quase por alto esta magna questão. […] O trabalho de Rute Dias Gregório é notável na “construção” do personagem, mas parece-nos, neste particular, que se centrou numa direção, valorizando toda a documentação que apontava nesse sentido, e quando chegou ao cerne da questão – ou
seja às armas acrescentadas, tratou esse caso como se não tivesse qualquer significado, não aceitando que ele pudesse minimamente pôr em causa a sua própria
tese. Ficam-nos, certamente, muitas dúvidas sobre a origem dos Cantos, mas até
para que se dê a conhecer o que sobre o caso se escreveu, preferimos manter a
nossa versão, com as necessárias cautelas» fim de citação. Mais recentemente, a
obra de Francisco Queirós, “A Casa do Terreiro – História da Família Ataíde em
Leiria” traz alguns contributos relativamente a um ramo da família fundado pelo
Arcipreste Antônio do Canto, sucessor do Morgado do Campo da Feira e cuja
cópia do testamento se encontra no arquivo da Casa do Terreiro, porém, como
tantos outros, reitera a origem inglesa.
Pois bem, a curiosidade em torno da família com quem contatamos pela
primeira vez ao realizar o levantamento paroquial da zona urbana de Angra do
Heroísmo, ainda como bolseiro de iniciação à investigação em 2000, levou-nos
ao longo destes anos a colher todas as informações relativas à família, assim como a percorrer a documentação vimaranense, à guarda do Arquivo Alfredo Pimenta e da Torre do Tombo, com especial destaque para os livros da fazenda do
cabido da Colegiada que mantêm séries quase contínuas desde 1440.
Como figura aglutinadora deste nosso empreendimento referenciamos
João Anes do Canto, aquele que, ao que tudo indica foi o primeiro a tomar o
apelido Canto, talvez toponímico, quem sabe por residirem ao canto da rua das
Mostardeiras, artéria a que surge frequentemente associado. Num percurso exaustivo pelos livros da fazenda do Cabido de 1440 até 1515, guiamo-nos por
esta artéria, assinalando as habitações que haveriam de pertencer à família Canto
e partindo do pressuposto que o arrolamento das ditas casas manteve a mesma
sequência ao longo dos anos.
Rui Jerónimo Lopes Mendes de Faria
7
MENDES, António Ornelas; FORJAZ, Jorge. Genealogias da Ilha Terceira. Lisboa: DisLivro. 10 volumes, 2007.
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Introdução
Portugal, entre os séculos XV e XVII, com as descobertas marítimas e
implementação de novas e mui vantajosas rotas comerciais, conheceu seu período áureo, transformando-se em uma das mais pujantes nações da Europa. Entretanto, mais importante ainda, o que marcou esse período foi o seu povo. Tal foi o
arrojo desta gente, atravessando mares desconhecidos e sertões infestados de
nativos ferozes, promovendo guerras em nome de El-Rei e da fé católica, conquistando e povoando distantes lugares para preservar a ocupação lusitana, que
mereceu versos consagradores do seu poeta maior, Luís Vaz de Camões. Ao se
iniciar o povoamento do Brasil, este espírito português estava no auge, podendose afirmar que os brasileiros foram privilegiados com a vinda dessa linhagem.
Senão, vejamos, no Canto Primeiro de Camões: 8
As armas e os barões assinalados,
Que, da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados.
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
E também as memórias gloriosas
Daqueles reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando,
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da Morte libertando:
Cantando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.
Cessem do sábio Grego e do troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandre e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.
8
CAMÕES, Luís de (1524-1580). Os Lusíadas. Introdução: Antônio Soares Amora.
Belo Horizonte: Ed. Itatiaia/ EDUSP, 1980. pp. 29-30.
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É preciso deixar claro, ao contrário do que alguns historiadores e pensadores acreditam, que o Brasil de então era um desdobramento territorial da metrópole, onde os portugueses livres respiravam as mesmas leis e direitos. Ainda
estava longe o sentimento nativista, que iria brotar apenas em fins do século
XVIII, resultando na separação política do Brasil de Portugal, em 1822.
A identificação dos Rochas do Canto, de Santana de Parnaíba
A família Rocha do Canto não fugiu à regra dos seus maiores. Por destino, escolheu as terras das capitanias do Sul do Brasil, mais exatamente Santana
de Parnaíba. Desta pequena vila, acompanhando a evolução política e mercantil,
os membros dessa família, por décadas e décadas, participaram ativamente do
desbravamento de seus sertões, alargando horizontes e fronteiras da nação portuguesa na América. Mantiveram vivo o espírito português. Nessas andanças,
carregaram os apelidos Rocha e Canto, espalhando-os, notadamente, pelos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina.
A origem da família Rocha do Canto deu-se com o casamento, cerca de
1622, de André Gonçalves do Canto (Família Canto, § 19.o n.o VII) com Maria da Rocha (Família Rocha, § 1.o n.o III), ele batizado na freguesia de Estorãos
(São Tomé), concelho de Fafe, no antigo concelho de Montelongo, comarca de
Guimarães, distrito de Braga.9 E ela, possivelmente natural da vila de Guimarães, o berço da nacionalidade lusitana.
Os primeiros Rochas do Canto estabeleceram-se no Brasil em meados
do século XVII: eram os irmãos Antônio e Bartolomeu, filhos do casal tronco de
Portugal. Outros mais, sobrinhos e sobrinhos netos, convidados pelos tios, foram, ao longo daquele século e do XVIII, grassando o número de familiares que
ficaram conhecidos como os Rochas do Canto, de Santana de Parnaíba. Então,
Antônio e Bartolomeu, migraram de São Gens para Santana de Parnaíba, ali se
casaram e faleceram. Mas, curiosamente, sem deixar registro de filiação, porque
os seus assentos de casamento não foram conservados. Antônio fez testamento,
que não foi acostado ao seu inventário e dele não há vestígio algum. Bartolomeu
faleceu ab intestato. Nenhum filho ou neto de um migrante da família Rocha do
Canto seguiu carreira eclesiástica. Caso alguém o fizesse, teria que declarar, forçosamente, nome e pátria dos pais e avós, para, nessas pátrias, serem inquiridas
testemunhas sobre a qualidade do sangue dos mesmos.
9
O concelho de Montelongo há muito está extinto e corresponderia, mais ou menos,
ao atual concelho de Fafe, que hoje abriga, entre outras freguesias, a de Estorãos, de
Quinchães e de São Gens.
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Para dificultar ainda mais a identificação, ocorreram duas interpretações
equivocadas de Silva Leme, consagrado genealogista paulista. Ao tratar de Filipa
de Camargo, mulher do Capitão Bartolomeu da Rocha do Canto, falecido em
1685, Silva Leme entendeu que os herdeiros do marido dela eram filhos do casal.10 Ao se proceder a uma leitura mais apurada do inventário, depositado no
Arquivo Público do Estado de São Paulo (doravante denominado APESP), percebe-se, claramente, que foram declarados herdeiros da fazenda: a viúva Filipa
de Camargo e Antônio da Rocha do Canto, que assinou por si e pelos seus irmãos, na qualidade de procurador deles.
No mesmo inventário há um recibo, lavrado em São Paulo, em 25 de
dezembro de 1685, assinado por Domingos de Castro, que elimina qualquer dúvida:
Recebi do senhor Antônio da Rocha oito patacas, em dinheiro de contado que
me era a dever seu irmão Bartolomeu da Rocha.
O outro engano de Silva Leme deu-se quando, ao tratar do segundo marido de Ascença de Pinha Cortês, Capitão Antônio da Rocha do Canto, o velho
(irmão do Capitão Bartolomeu, acima citado), Silva Leme o fez filho de João
Lopes de Oliveira e de Maria da Rocha do Canto, quando ele era irmão da citada
Maria da Rocha.11 O autor o confundiu um homônimo, seu sobrinho (o moço,
marido de Sebastiana Rodrigues de Aguiar), filho dos citados João Lopes de
Oliveira e de Maria da Rocha do Canto. Este Antônio da Rocha do Canto, o moço, segundo informou Pedro Taques, era irmão de Jerônimo da Rocha do Canto,
o qual fez testamento em Santos, solteiro, em 3 de dezembro de 1696, dizendose filho de João Lopes de Oliveira e de Maria da Rocha do Canto, acima citados.12
Há um relato interessante, colhido pelo vigário de Santana de Parnaíba,
Padre Manuel Mendes de Almeida, que, investigando se haveria impedimento
consanguíneo entre um casal contratado para se casar, Baltasar da Rocha Campos e Escolástica de Camargo e Oliveira, certificou, em 29 de novembro de
1768: 13
10
11
12
13
LEME, Luiz Gonzaga da Silva (1852-1919). Genealogia Paulistana. São Paulo:
Duprat & Cia., 1903 a 1905, 9 volumes. Vol. I: Camargos, p. 380.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit., Vol. VIII: Pretos, p. 329.
LEME, Pedro Taques de Almeida Pais (1714-1777). Nobiliarquia Paulistana Histórica e Genealógica, 5.ª ed., 3 vol., São Paulo: Ed. Itatiaia/EDUSP, 1980. Vol. II:
Afonsos Gayas, p. 143.
ACMSP. Processo n.º 5-14-814, fls. 20 a 47.
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Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
Por não achar nesta freguesia pessoa alguma desinteressada, que com justificada notícia e razão de saber me informasse do parentesco declarado em os
banhos juntos, e dos graus do mesmo parentesco, me informei com João de Oliveira e Sousa, Manuel de Oliveira e Sousa, homens casados, Maria da Rocha
do Canto, e Isabel da Rocha do Canto, viúvas, porém todos parentes consanguíneos dos contraentes, e cada um deles em particular me disse que sempre
ouviu dizer a seus pais, e avós, que o tronco desta sua geração foram André
Gonçalves do Canto, e sua mulher Marta [sic] da Rocha, da freguesia de São
Gens, que destes nasceram o Reverendo Padre João da Rocha do Canto, e Maria da Rocha do Canto, irmãos, que desta nasceu Isabel da Rocha do Canto,
desta Pedro da Rocha do Canto, deste João da Rocha de Oliveira, e deste a
contraente Escolástica de Camargo, e que do dito Reverendo Padre João da
Rocha do Canto procedeu [a] Catarina Rodrigues [sic], e desta o contraente
Baltasar da Rocha Campos, e que por este princípio viviam todos os seus parentes na certeza de que os tais contraentes estavam entre si no terceiro grau
de consanguinidade com o quinto.
A origem da família Rocha do Canto, da antiga vila de Santana de Parnaíba, foi perfeitamente documentada e esclarecida, como se virá a seguir.
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Sobre parte da família Canto ter fama de ser cristão-nova
A prisão do Padre André do Canto de Almeida
Um homem, padre, preso pelo Tribunal do Santo Ofício da Inquisição
de Lisboa, na terceira década do século XVII, no auge da intolerância contra
judaizantes, quando inquirido se era católico, respondia que não: que era judeu!... Esse “louco” era o Padre André do Canto de Almeida.14 Foi, a partir desse acontecimento, que a fama de que os Cantos eram judeus, se espalhou. Mas,
como se depreende da documentação pesquisada, já havia a fama, que apenas
começou a se esvanecer quando houve o fim da diferença entre cristãos-velhos e
cristãos-novos, em 25 de maio de 1773, com o decreto real assinado por D. José,
obviamente instado pelo Marquês de Pombal.
Passemos ao estudo de caso do Padre André do Canto de Almeida.15
Preso em 7 de junho de 1636 na cidade de Coimbra, foi, no mesmo dia, entregue
aos cárceres da Inquisição de Coimbra. Apesar de ser beneficiado de São Gens,
região que se reportava à Inquisição de Coimbra, foi transferido para o Tribunal
da Inquisição de Lisboa, em 25 do mesmo mês e ano. Isso porque era natural da
Ilha da Madeira, jurisdição da Inquisição de Lisboa.
Seus primeiros acusadores foram dois parentes muito próximos: seu irmão, o Padre Francisco Lopes do Canto e o primo e tio (por afinidade), Francisco Ribeiro do Canto. À primeira vista, pode parecer estranho familiares tão próximos e chegados o acusarem. Estes fizeram, nada mais, nada menos, que o „jogo‟ da Inquisição. Eles tinham perfeito entendimento que se a Inquisição descobrisse, por outras pessoas, a „heresia‟ do Padre André do Canto, eles teriam que
se explicar ao Tribunal o porquê de o terem acobertado. E não haveria de ser
fácil a explanação...
Então, Francisco Lopes do Canto e Francisco Ribeiro do Canto, foram
denunciar, de motu proprio, em 10 de abril de 1636 na vila de Guimarães, na
casa do Priorado. Estavam aí presente o Prior D. Bernardo de Ataíde e, servindo
de escrivão, o Padre Simão de Almeida Barbosa, vigário de São Paio.
14
15
IAN/ TT. Tribunal do Santo Ofício da Inquisição de Lisboa. Processo n.º 11587.
BOGACIOVAS, Marcelo Meira Amaral. Tribulações do Povo de Israel na São
Paulo Colonial. Dissertação de Mestrado, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas da Universidade de São Paulo, 2006. Orientação da Professora Dra. Anita
Novinsky. O estudo de caso do judaísmo do Padre André do Canto de Almeida fez
parte da citada dissertação de mestrado.
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Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
Acusaram o Padre André do Canto de Almeida de, apesar de ser cristãovelho, seguir a Lei de Moisés. Interessante foi o relato de Francisco Ribeiro do
Canto: na sexta-feira, depois da Páscoa, que se deu em 28 de março do ano anterior, na freguesia de São Jorge de Riba de Selho, termo da vila de Guimarães,
em casa de Ana do Canto, cristã-velha, tia dele denunciante, viúva de Jorge Peixoto, infanção desta vila, ali, em presença da sua tia, do denunciante e de mais
parentes, declarou que não estava louco em crer na Lei de Moisés, que doido
estava quando cria na Santa Fé Católica. Segue alguns trechos do seu relato:
... indignando-se todos contra o dito André do Canto, ele persistia em sua pertinácia, dizendo que não sabiam o que diziam e que todos eram uns idiotas, e
gritando a dita Ana do Canto que lhe deitassem fora de casa aquele homem,
ele denunciante, e o dito Frei Luís ajudados do dito Antônio Ribeiro do Canto
seu filho para que isso chamaram, o levaram em corpo e alma para a quinta
dele denunciante. [E] logo na mesma sexta-feira à noite, chamou o dito André
do Canto a dita Maria Lopes Galvão mulher dele denunciante, e esteve chorando muito com ela, e a dita Maria Lopes Galvão disse a ele denunciante que
o dito André do Canto estava arrependido, e chamando ele denunciante ao dito
André do Canto em presença da dita Maria Lopes Galvão sua mulher o dito
André do Canto chorou muitas lágrimas dizendo que o diabo o enganara, e que
não sabia se lhe perdoaria Deus tão grande pecado como [era] o da heresia, e
que estava muito arrependido dando mostras e sinais de arrependimento, e ao
sábado seguinte se levantou o dito André do Canto muito cedo cousa que não
costuma e botou aos pés dele denunciante chorando muitas lágrimas, e pedindo perdão do erro que cometera, e escândalo que lhe dera com mostras, e sinais de arrependimento, e a mesma diligência e satisfação teve o dito André do
Canto com a dita Maria Lopes Galvão sua tia mulher dele denunciante, e com
a dita Ana do Canto, Maria Peixoto, e Frei Luís Peixoto, e assim permaneceu
todo o dia do sábado, e ouviu missa o que dantes não queria fazer, e adorou ao
Santíssimo Sacramento com muita reverência, e com muita quietação assistiu e
respondeu aos exercícios que o dito Padre Frei Luís Peixoto lhe fez por entender comunicando-o primeiro com ele senhor Dom Prior, que o dito André do
Canto todo o dito sábado, e ao domingo de Pascoela que foram trinta dias do
mês de março próximo passado, se confessou o dito André do Canto na igreja
de São Jorge com o vigário dela, e de sua mão recebeu o Santíssimo Sacramento da Comunhão.
E logo no dito domingo da Pascoela depois de jantar tendo bebido vinho mas
em muito pouca quantidade, na dita freguesia de São Jorge, em casa da dita
Ana do Canto, disse o dito André do Canto que tinha que falar com ele denunciante, e com a dita sua mulher Maria Lopes Galvão, e apartando-se todos três
para uma eira da dita quinta, apartados de mais gente disse o dito padre André
do Canto que duvidava de sua salvação, e que não sabia se ia encaminhando,
ou errado, mas que lhe parecia que a Lei de Moisés era boa, e que nela havia
de viver, e morrer, e chegando-se à conversação Bento Nogueira infanção des-
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ta vila parente por afinidade dele denunciante, e do dito André do Canto, em
presença do dito Bento Nogueira, dele denunciante, da dita Maria Lopes Galvão, foi continuando o dito André do Canto com a dita prática declarando-se e
dizendo que queria morrer na Lei de Moisés, e nela esperava salvar-se, que era
a melhor, e repreendendo-o ele denunciante e as ditas pessoas, o dito André do
Canto persistia em sua pertinácia, e dizendo-lhe ele denunciante porque comungara e se confessara, se tinha para si aquela erronia, o dito André do Canto respondeu que achava que diante de seus parentes e familiares tinha obrigação de dizer a verdade, mas que diante de estranhos que se calaria, e mostraria
que era cristão no exterior, mas que no ânimo sempre havia de ser judeu, e
desde então até o presente permanece na mesma pertinácia, o que ele testemunha sabe pelo ouvir ao dito Antônio Ribeiro, e por ele denunciante o ver e ouvir duas vezes que falou com o dito André do Canto depois de passarem o sobredito indo ele denunciante falar com o dito André do Canto em um aposento
da dita quinta em que o tem fechado.
E declarou ele denunciante que falando com o dito André do Canto não se
lembra o lugar e tempo, mas sabe que foi desde a quarta-feira de trevas para
cá, disse o dito André do Canto que havia mais de um ano que andava com este
pensamento de crer na Lei de Moisés e que não achava quem o ensinasse, nem
quem o seguisse, e dizendo-lhe ele denunciante se queria ir para Flandres que
lá teria quem o ensinasse, respondeu o dito André que isso queria, e que folgaria muito de ir para lá e de achar quem lhe ensinasse a Lei de Moisés.
Disse mais que o dito André do Canto em todo este tempo não come carne de
porco, nem coelho, e dando-se-lhe uma pouca da orelheira do leitão a não quis
comer e tirou com ela à parede dizendo-lhe que não lhe levassem mais aquilo...
Aliás, André do Canto já se achava preso em 12 de abril de 1636, pelas
autoridades eclesiásticas da vila de Guimarães. Em seguida, em 24 do mesmo
mês, em casas do Priorado da vila de Guimarães, fez-se diligência sobre o seu
caso. Foram ouvidas testemunhas, que em sua maior parte eram seus parentes
próximos. E que ele fora batizado como cristão, que seus pais e avós eram cristãos-velhos e, por essa razão, deveriam estar todos no inferno...
Ouvido em 28 de abril de 1636 na vila de Guimarães, em casas do Priorado, foi o seu sobrinho Antônio Ribeiro do Canto. Era cristão-velho, de 28 anos
de idade, morador na vila de Guimarães, em casa de Francisco Ribeiro do Canto,
seu pai. Além de ratificar as declarações anteriores, lembrou-se em dizer que,
quando ele falou para o Padre André do Canto crer em Nosso Senhor Jesus Cristo, que era o verdadeiro Deus, André lhe respondeu que só o Deus de Israel era o
verdadeiro Deus, e que Cristo estava nos infernos ardendo, e que era filho de
José e de uma mulher casada, Maria, que não era virgem. A testemunha disse
ainda que André do Canto jejuava na Lei de Moisés, e que...
96
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
Estando ambos sós, a saber ele testemunha e o dito André do Canto, passeando
na sala da dita casa em que está pintado um Cristo Crucificado e Nossa Senhora e fazendo zombaria disse a ele testemunha que para que estava ali aquilo que o queimassem e pusessem no fogo; E dizendo-lhe ele testemunha que
mais certo era ser ele André do Canto queimado, o que isso era o que buscaria; e dizendo-lhe ele testemunha no mesmo dia e lugar a noite, se havia de dizer
missa, o dito André do Canto respondeu que a diria exteriormente, e que se
fosse para a Ilha [da Madeira] havia de ensinar a dita Lei de Moisés a sua mãe
e irmãs, porque tinha a obrigação de lhes procurar a salvação.
Outra testemunha ouvida foi Ana do Canto, cristã-velha, viúva de Jorge
Peixoto, já defunto, infanção da vila de Guimarães, e nela moradora nas suas
casas da rua de São Paio, com mais de 70 anos de idade. Apesar de ouvir mal,
ela percebeu que André do Canto, seu sobrinho, estava falando palavras contra a
Santa Fé Católica e...
E com isso começou a chorar e a gritar, dizendo [ela]: mentes, cão, por muitas
vezes, és cristão-velho e fazes de judeu, e o dito André do Canto respondeu que
quem dizia o contrário era besta (para André do Canto, bestas eram os que acreditavam na fé católica).
E com isto começou ela testemunha de novo a gritar dizendo, nós não temos
outra cousa senão nossa santa fé católica, e a Santíssima Trindade, Padre, Filho, e Espírito Santo, três pessoas e um só Deus, vai-te da minha casa cão que
te não quero ver nela.
Mais detalhista e profundo nas questões religiosas foi o depoimento do
Frei Luís da Natividade, pregador e guardião do Convento de São Francisco da
vila de Guimarães, de 48 anos de idade. Quando o frade perguntou a André da
Cunha se havia cruz bastante no cárcere, este lhe respondeu: se eu sou judeu
para que hei de usar? Disse que aprendeu a Lei de Moisés estudando na sua
banca em Coimbra, e que ninguém o persuadira, a não ser de dentro de si. E
prosseguiu a testemunha:
(...) logo ao outro dia se fora ao Convento de Santo Antônio dos Olivais, com
tenção de se fazer frade, e não declarou o tempo certo, e que pondo-se a rezar
diante de um crucifixo, e outras imagens, lhes vira os rostos tristes e entendeu
que lhe diziam não nos adores que somos de pau, e que olhando o dito André
do Canto, e apalpando das ditas imagens, e vendo que eram de pau, se resolvera em ser judeu.
Sobre a ressurreição de Cristo, André do Canto não acreditava porque
ninguém o viu ressuscitar, e essas eram suas opiniões sobre religião:
Cristo fora um doudo, filho de uma mulher casada, e de seu marido um carpinteiro, e tivera irmãos, e não fora virgem como estava profetizado que havia de
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nascer o Messias de virgem, e que até os parentes de Cristo o tiveram por doudo, e quiseram prender por tal, que andava por ali pregando sem saber ler nem
escrever, que em Jerusalém havia de haver homens letrados, e graves, que se
Cristo fora Messias que o conhecessem por ele, e o seguissem, que nenhum o
seguira, senão pescadores baixos e néscios, e se ele era Rei e Deus porque havia de morrer açoitado e crucificado, e como havia de ficar amaldiçoado o povo bendito, em o qual se haviam de abençoar todas as nações, qual era o povo
hebreu, e o dos gentios, que era amaldiçoado, ficara sendo errado, que não
cria nisto, e que como o doido que isto ensinava o acintaram em por se fazer
Messias, e que fizeram muito bem...
os padres da Igreja eram errados, que alguns deviam de crer, e morrer na lei
de Moisés, pois foram grandes letrados, e deviam saber bem a verdade das
profecias não cumpridas...
Aos lugares da Escritura dizia, e ainda hoje o diz o dito André do Canto, que
os não entendia, e que não sabia mais que crer a lei de Moisés por boa, e que
tudo o que contra ele ia, era mentira; E querendo ele testemunha mostrar a
verdade católica pela propagação da fé feita pelos Apóstolos de Cristo idiotas,
e pescadores, respondeu o dito André do Canto, que mais entendida era a lei
de Mafoma, o qual era irmão de Cristo, e tal um como o outro, e que tinha
mais reis, e mais monarcas que seguiam a Mafoma dos que eram os que seguiam a Cristo...
ao Deus de Israel me encomendo, que a esse Crucificado não, que eu não quero senão ser judeu, e o mesmo sabe ele testemunha .... como os judeus crendo
na Lei de Moisés se podiam fingir cristãos... e que os presos que na Inquisição
se fingiam cristãos e confessavam suas culpas era por medo, e pelo que lhe faziam os ministros daquele tribunal, disse mais que só as profecias lera da escritura que as sabia, e entendia, e que nenhuma estava cumprida...
O Licenciado Francisco Nogueira do Canto, abade de São Tiago de
Burgães, também parente próximo, fez um relato curioso sobre a personalidade
do Padre André do Canto, em 6 de maio de 1636, na vila de Guimarães:
E que o dito André do Canto de Almeida é homem de pouca capacidade e de
limitado entendimento pouco discursivo, e pusilânime, e que fugia de toda a
conversação, muito melancólico, e que muitos dias estava em casa sem sair fora, e tão limitado no discurso, que com qualquer argumento que ele testemunha
lhe punha, o dito André do Canto se embaraçava e não sabia dar saída à sua
opinião, e que de um ano a esta parte viu ele testemunha ao dito André do Canto com notável diferença no olhar, mas que ele testemunha não viu nunca ao
dito André do Canto ação alguma de doudo, posto que da diferença de olhar
que lhe viu, e também no andar, entendeu que o dito André do Canto tinha algum mal.
Para as outras testemunhas, ouvidas em maio de 1636 na vila de Guimarães, em geral, havia fama de os Cantos terem sangue cristão-novo. Alguns rela-
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Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
taram que ouviram dizer que Pedro Gonçalves Cambado seria filho (ou neto) de
uma Brites Henriques, cristã-nova inteira, que seria de Vila do Conde.16 Outras
comentaram o fato de João Peixoto ter perdido a beca na Universidade de Coimbra por ser cristão-novo. Uma testemunha chegou a dizer que a cristã-novice do
Padre André do Canto seria por parte de sua avó paterna, Ana Fernandes. Vale a
pena reproduzir, parcialmente, o depoimento de Torcato de Barros de Faria, cristão-velho, infanção da vila de Guimarães, de 56 anos de idade. Não conhecia a
André do Canto, nem a seu pai Jerônimo Pires do Canto, ...
... mas que deles e de sua geração tem bastante notícia e que ele testemunha teve sempre e viu ter ao dito Jerônimo Pires do Canto e a sua geração por cristãos-velhos, limpos sem raça alguma de judeu, nem de outra seita dos novamente convertidos à fé, mas que de mais de vinte anos a esta parte vindo-se fazer a esta vila umas inquirições do Licenciado João Peixoto Golias para uma
beca do Colégio de São Paulo da Universidade de Coimbra, a que veio João de
Amaral Colegial do dito Colégio, se disse publicamente nesta terra, que então
se averiguara, que o dito Licenciado João Peixoto tinha parte de cristão-novo
por parte de seu pai Jorge Peixoto o qual era descendente de um Gomes Gonçalves que foi tido havido por cristão-novo, do qual descendem alguns dos Golias desta vila, e que depois de feita esta inquirição, à instância do dito João
Peixoto viera a esta vila fazer-lhe segundas inquirições o Doutor Cid de Almeida Colegial do dito Colégio; e então se averiguou segundo se dizia publicamente que o dito João Peixoto além da sobredita raça tinha também parte de
cristão-novo por via de sua mãe Ana do Canto, que era prima co-irmã do dito
Jerônimo Pires do Canto, e que tinha a dita raça por via de Brites Henriques,
que era avó, ou bisavó da dita Ana do Canto, e do dito Jerônimo Pires do Canto e Ana do Canto, da qual se dizia que era cristã-nova, e que de todo o sobredito há pública voz e fama nesta terra, e assim o ouviu ele testemunha publicamente a pessoas dignas de fé e crédito, e desde o dito tempo a esta parte ficou ele testemunha com alguma dúvida na qualidade do dito Jerônimo Pires do
Canto, e nem se afirma ao ter por cristão-velho pela dita fama, nem o tem por
cristão-novo enquanto dela lhe não consta com mais certeza, e al não disse e
ao costume nada.
A Mesa do Santo Ofício da Inquisição de Coimbra, em sessão de 20 de
maio de 1636, deliberou que, por ter o réu, Padre André do Canto de Almeida,
ter dito que cria e vivia na Lei de Moisés e ...
... que visto outrossim dizerem cinco testemunhas que se tiraram de genere que
o réu tinha parte da nação dos cristãos-novos, que como herege e apóstata de
16
Não se encontraram provas documentais de Brites Henriques ser mãe ou avó de
Pedro Gonçalves Cambado. Por essa razão não adotamos essa ligação. Fica, contudo, a referência.
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nossa santa fé católica seja preso nos cárceres do Santo Ofício com sequestro
de bens...
Já transferido para os cárceres de Lisboa, em 9 de agosto de 1636, na
primeira sessão, a de Genealogia, não quis jurar pelos evangelhos, já que os tinha por nada e não queria seguir a seita de Cristo porque era maldita e só queria
guardar a lei que Deus deu a seu servo Moisés e morrer por ela. Disse que nunca
ouvira falar que tivesse parte da nação hebreia, mas que folgaria ser todo inteiro
dela...
Essa afirmação de que ele não se considerava cristão-novo pode ter sido
empregada para salvar a pele dos seus parentes. Ele se considerando judeu, porém sendo considerado cristão-velho, sua heresia passaria a ser vista como um
problema de foro íntimo e não de sangue. Dizer-se cristão-novo significaria
comprometer seriamente todos seus parentes. Aparentemente, parece ter sido
uma maneira de isentá-los de problemas.
Finalmente, em 31 de dezembro de 1636, após ter jurado pelos Santos
Evangelhos, mostrou-se arrependido de suas culpas. Atribuiu culpa ao diabo.
Segundo os guardas dos cárceres da Inquisição de Lisboa, o Padre André do
Canto teria melhorado depois de lhe darem uma purga e ter feito uma evacuação... Essas declarações foram levadas a sério pelo Tribunal!.. Que aceitou que o
réu se arrependera e que voltara à fé cristã!..
Como havia dúvidas se o réu era ou não cristão-novo, foram feitas novas
inquirições, sobre a qualidade do seu sangue. Da parte materna, gente da Ilha da
Madeira, várias testemunhas disseram que ele teria sangue de cristão-novo, por
ter parentesco propínquo com Rodrigo Fidalgo, que foi preso nos cárceres da
Inquisição de Lisboa.
Já „curado‟ de ser judeu, escreveu defesa a seu favor em 4 de junho de
1637, nos cárceres de Lisboa. Entre outros assuntos alegou o que segue:
Provará que em razão da nobreza de seu sangue seu pai mandou a ele réu e a
seus irmãos à Universidade de Coimbra a aprender a ciência dos Sagrados
Cânones sustentando-os como pessoas nobres com grandes gastos, e vivendo
em casas principais com criados que os serviam.
Provará que ele réu foi sempre retirado de conversações e muito dado ao estudo, tanto que se fechava só em casa, sem ir visitar a pessoa alguma, e muitas
vezes vindo alguma a visitá-lo, deixava a visita com seu irmão e se recolhia.
Provará que por respeito de ser retirado foi sempre entrado a melancolia e todas as pessoas que o conheciam o tinham por melancólico.
Provará que ele réu foi sempre muito odioso a gente da nação, até por ser cristão-velho, como por não ter nenhuma comunicação com ela.
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Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
O Tribunal do Santo Ofício da Inquisição de Lisboa solicitou mais informações sobre a limpeza de sangue do réu. Assim, em setembro de 1637, foram ouvidas mais testemunhas na capela de São Pedro, da Colegiada da vila de
Guimarães. De doze pessoas, dez disseram que tinham aos Cambados por cristãos-novos. Uma não tinha notícia, e outra os tinha por cristãos-velhos.
Não há dúvida de que a fama se espalhara...
Dessa inquirição, é importante o depoimento de Pedro de Freitas Peixoto, cristão-velho, infanção da vila de Guimarães e dela natural, morador na rua
de Santiago, de mais ou menos 80 anos de idade. Sabia que André do Canto era
neto de ...
... Pedro Gonçalves o Cambado, e de sua mulher Ana Fernandes e que era notório nesta vila que o dito Pedro Gonçalves era sapateiro e filho de uma mulher que viera de Vila do Conde a qual era judia inteira, o que ele testemunha
sabe por ser natural desta terra e se criar entre as pessoas acima nomeadas, e
que sabe que em umas diligências que nesta vila se fizeram para uma beca de
um Colégio de Coimbra a que era opositor o Licenciado João Peixoto primo
segundo do dito André do Canto porquanto era filho de Jorge Peixoto e de Ana
do Canto prima co-irmã de Jerônimo Pires do Canto pai do dito André do Canto, se provou nelas que o dito Licenciado João Peixoto era cristão-novo por
descender do dito Pedro Gonçalves Cambado, e disse que não conhecera a
mãe do dito Pedro Gonçalves mas que se tinha por certo que se chamava Brites
Henriques a qual viera de Vila do Conde tida e havida por cristã-nova inteira e
al não disse e aos costumes nada.
Outro depoimento que vale reproduzir, inclusive pelo fato de se dizer
provável parente e, mesmo assim, mostrar-se imparcial, é o de Manuel Antunes
de Freitas17, cristão-velho, infanção da vila de Guimarães e dela natural, morador
na rua das Flores, de 76 anos de idade. Não conhecera a André do Canto, mas
conhecera a seu pai e a seu avô Pedro Gonçalves. E que...
17
Era filho de Antônio Gonçalves, mercador, morador às Casas Novas do Salvador do
Cano, casado com Isabel Gonçalves de Freitas. AMAP. Notarial n.º 46, fls. 158v a
159, Instrumento de Fiança e Obrigação de 22 de fevereiro de 1586 – «(…) Na Rua
de Santa Maria nas Pousadas do tabelião apareceu Manuel Antunes filho de António Gonçalves mercador e morador ao Salvador Arrabalde da vila de Guimarães e
disse que Manuel da Cunha de Mesquita cavaleiro fidalgo lhe emprestara de amor e
graça sessenta mil reis em dinheiro os quais confessou ter recebido e dava como seu
fiador e principal pagador a Francisco Rodrigues mercador e morador a São Paio
desta vila (…) testemunhas: António Gonçalves pai do dito Manuel Antunes e João
Gonçalves alfaiate morador na Rua dos Gatos arrabalde».
Revista da ASBRAP n.º 21
101
... que também teve notícia do pai do dito Pedro Gonçalves ao qual chamavam
João Gonçalves que fora morador nesta vila e casado com uma mulher que diziam ser natural de Vila do Conde ou de Azurara, cujo nome dizem ser Brites
Henriques, a qual ele testemunha ouviu dizer ser cristã-nova sem declaração
em que grau, e isto ouviu ele testemunha dizer geralmente depois que o dito
André do Canto foi preso pelo Santo Ofício, e al não disse e aos costumes que
ouviu ele testemunha dizer a sua mãe que era parente de Pedro Gonçalves pela
parte de seu pai João Gonçalves bisavô do dito André do Canto, mas não sabe
em que grau.
Da inquirição feita na cidade do Funchal, Ilha da Madeira, sobre a qualidade do sangue do réu André do Canto de Almeida, em agosto de 1637, resultou que a maioria das testemunhas entendia que ele teria sangue cristão-novo
através de sua mãe Domingas Galvão. Os pais desta senhora eram Gonçalo Lopes, o toucinheiro de alcunha, e Beatriz Gonçalves, a qual seria filha bastarda de
um cristão-novo chamado Rodrigo Fidalgo, o qual teve mulher e filhos presos
pelo Santo Ofício. Ou que a própria Domingas Galvão seria filha do citado Rodrigo Fidalgo. A mãe do réu seria parente, também, de Pedro de Elvas e do Papeladas, dos quais se dizia serem cristãos-novos. Entretanto, ficou evidente, que
a fama de Domingas Galvão ser cristã-nova ganhou substância com a prisão de
seu filho.
A sentença do réu Padre André do Canto de Almeida foi publicada no
auto público da fé que se celebrou na Ribeira velha da cidade de Lisboa, em 11
de outubro de 1637, em presença do Ilustríssimo senhor Bispo Inquisidor Geral,
dos inquisidores do Conselho, inquisidores deputados, Cabido e muita gente do
povo:
Pareceu a todos os votos que ele réu deve ser capitulado por pessoa que tem
parte da nação dos cristãos-novos, visto constar que ele é bisneto de Brites
Henriques natural que diziam ser de Vila do Conde, que conforme a maior, e
melhor número de testemunhas era tida e imputada por cristã-nova, da qual e
de seu marido João Gonçalves [nasceu] Pedro Gonçalves de alcunha o Cambado, pai de Jerônimo Pires do Canto.
Apesar de ter praticado o judaísmo, a Mesa considerou que o réu se arrependera. Que ele, apesar de ter sido herege apóstata de nossa santa fé católica,
estava em termos de ser recebido ao grêmio e união da santa madre igreja com
cárcere e hábito penitencial a arbítrio dos inquisidores e que fosse ao auto-da-fé
e nele ouvisse sua sentença e que abjurasse seus heréticos erros em forma em
que incorrera em sentença de excomunhão maior e confiscação de todos seus
bens para o Fisco e Câmara Real e nas mais penas em direito contra as semelhantes estabelecidas, e que fosse absolvido da excomunhão maior e instruído
nas cousas da santa fé necessárias para salvação de sua alma; registrando que se
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Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
lhe tiraria o hábito penitencial e ficaria recluso por três anos em um mosteiro
qual parecer aos inquisidores e privado para sempre do exercício de suas ordens.
Pouco depois, em 27 de outubro de 1637, em Lisboa, tiraram-lhe o hábito penitencial e lhe mandaram que não saísse do Reino sem autorização da Mesa,
nem trouxesse sobre sua pessoa ouro, nem prata, nem seda, e que não andasse
em cavalgadura de sela. Em 2 de novembro seguinte o entregaram ao Superior
do Convento de Almada, para que fosse instruído nas matérias da fé, com a informação de que não era para estar preso em uma cela e que poderia andar em
todo o mosteiro livremente. Em uma petição não datada, André do Canto dizia
que padecia de muitas necessidades, sem ajuda dos parentes. Pedia licença para
ir fora do Reino e queria voltar a rezar missa. Chamado em audiência à Casa do
Despacho da Santa Inquisição, em 6 de novembro de 1638, na cidade de Lisboa,
André do Canto ouviu que o Bispo Inquisidor Geral, D. Francisco de Castro,
usando com ele de misericórdia, o dispensou do tempo que lhe faltava cumprir e
que fosse em paz para onde bem entendesse. Havia passado para a Espanha: de
Madrid, em 22 de dezembro de 1638, André do Canto rogava à Mesa da Santa
Inquisição que lhe restituíssem sua fazenda e dignidade perdida: ali estava com o
hábito de peregrino, por absoluta necessidade. Finalmente, em 20 de outubro de
1639, as irmãs de André do Canto pediram à Mesa que lhes passassem certidão
de como fora levantada a penitência e concedida licença para se ausentar do
Reino. Era para facultar a entrada em alguma ordem religiosa.
Nada mais se conhece da vida de André do Canto de Almeida.
Não ficara tanto tempo preso, nem chegara a sofrer tormento na prisão.
Teve uma pena que pode ser considerada branda. Ou seja, comparando com outros presos do Tribunal da Inquisição, não padeceu muito. O mesmo não se pode
dizer do estrago que causou à família. A fama de a família ser cristã-nova atravessou gerações, em grande parte dos séculos XVII e XVIII, como veremos adiante. O que obrigava aos membros da família a apresentarem inquirições e justificações todas as vezes que eles se candidatavam a cargos ou funções que exigiam sangue “puro”. Por esse motivo, deixaram fantástica massa documental, que
foi exaustivamente utilizada neste trabalho.
Para concluir o episódio da prisão do Padre André do Canto de Almeida, e utilizando conhecimento adquirido da vivência de pesquisa em processos
inquisitoriais, há alguns comentários a serem feitos. Em primeiro lugar, o Tribunal da Inquisição não perseguia um cristão-novo apenas pelo fato de ele ser cristão-novo. Qualquer um, cristão-velho ou cristão-novo seria perseguido caso viesse a ser acusado de ter cometido algum crime contra a fé católica. Sendo cristão-novo, aí sim, em geral, seria incriminado com mais rigor. Em segundo lugar,
a Inquisição, através dos seus tribunais, não se preocupava tanto em levantar a
Revista da ASBRAP n.º 21
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ascendência total e completa de um denunciado. Não se pode imaginar que em
todo o tempo da Inquisição seus inquisidores e promotores eram néscios e parvos. Não seria nada difícil fazer inquirições mais rígidas, com um levantamento
genealógico mais criterioso, para estabelecer se a pessoa era ou não cristã-nova.
Obviamente ainda estavam disponíveis as listas de fintas que cobravam taxas
exclusivas aos cristãos-novos.
Esse estudo de caso do Padre André do Canto de Almeida nos faz compreender bem como eram os bastidores da Inquisição. O que realmente interessava era a voz pública sobre o sangue do denunciado, ou melhor, a fama. Enfim,
a Inquisição preocupava-se mais com a fama do que com o fato em si. Poder-seia entender que a Inquisição perdoava a quem havia pecado e mostrava arrependimento. Essa era a mensagem que queriam passar. Entretanto, a Inquisição era,
na prática e na sua essência, uma instituição hipócrita. O Tribunal entendeu ser
mais prudente aceitar que o Padre André do Canto de Almeida, apesar de considerá-lo cristão-novo e de ter praticado o judaísmo, se arrependera e voltara a ser
cristão.
Primórdios da fama
Mas, mesmo antes da prisão do Padre André do Canto, em 1636, a fama
de os Cantos serem cristãos-novos, já era constante por volta de 1610. Ao menos, os Cantos Cambados. Assim se verifica na habilitação ao Santo Ofício de
Pedro Peixoto da Silva.18 Da parte que interessa a esse estudo, o habilitando era
filho de Francisco Peixoto e neto, por ele, de Jorge Peixoto e de sua mulher Ana
do Canto, naturais e moradores da vila de Guimarães, já defuntos em 1650,
quando se iniciou o processo. Sobre a qualidade de sangue de Pedro Peixoto da
Silva, ratificando o que escrevemos acima, no depoimento de Torcato de Barros
de Faria, em 1636, assim se expressou o Dr. Pedro Barbosa de Lima, abade de
Santiago de Oliveira, de mais ou menos 44 anos de idade, ouvido que foi entre
março e abril de 1650 na freguesia de São Salvador de Pena: que seu padrinho
era irmão de Francisco Peixoto, pai do habilitando e que sabia que ...
... um irmão do dito Francisco Peixoto padrinho dele testemunha, perdeu uma
beca do Colégio de São Paulo, o defeito porque constara dos livros do dito Colégio, porém também ouviu, e era público nesta vila, que as testemunhas que
contra ele juraram foram Jerônima de Freitas, e cuida que também ouviu dizer,
que jurara o marido da dita Jerônima de Freitas, que chamavam Salvador de
Lemos, e Pedro de Freitas meirinho desta vila todos já defuntos, e também ou18
IAN/ TT. Habilitação ao Santo Ofício. Pedro, mç. 38, dil. 668.
104
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
viu dizer comumente a homens de sãs consciências, e aos pais dele testemunha
já defuntos, e a sua tia Francisca Barbosa mulher de muita idade que esta fama fora levantada, de novo, pelas ditas testemunhas sobreditas, com que tinham capital inimizade, e tanto assim que ensinavam a um papagaio, que dissesse bebeca, perdeu a beca por viverem uns defronte dos outros, e que não
obstante a dita fama, ele os tem por cristãos-velhos e de limpa geração e sangue por assim o ouvir dizer a seus antepassados, e porque conheceu muito bem
a Pedro de Freitas Peixoto porquanto tem uma irmã casada com um filho seu,
o qual era homem de larga consciência, e de todo o homem dizia mal, sem fundamento e consideração, e esta é a razão de seu testemunho.
Mais pessoas foram ouvidas, agora em maio de 1650 na vila de Guimarães, na capela de São Pedro da Real Colegiada. Apesar de confirmarem a fama
de serem cristãos-novos, não houve nenhuma informação mais consistente. Porém, em agosto de 1650, na vila de Guimarães, foi ouvida a testemunha Inácio
Machado de Miranda, morador nessa vila e dos da governança, de mais ou menos 55 anos de idade. Disse que ...
... desde menino da escola ouvira por vezes a Pedro de Freitas Peixoto seu padrasto dele testemunha e a sua mãe que Jorge Peixoto pai de Francisco Peixoto tinha muita parte de cristão-novo e assim se lembra ele testemunha ouvir dizer isso a mais pessoas, e principalmente na ocasião em que querendo entrar
no Colégio de São Paulo João Peixoto irmão de Francisco Peixoto de que se
trata veio a esta vila o Doutor João de Amaral Colegial que então era do dito
Colégio o qual lhe tirou inquirições, e não surtiu por elas o efeito que pretendia, e assim a seu requerimento, por se dizer serem inimigos os que haviam testemunhado, se veio tirar segunda inquirição pelo Doutor Luís Pereira de Castro, Colegial que também era do dito Colégio o qual lhe fez segundas informações, e que geralmente se disse que foram ainda mais sujas que as primeiras, e
ele testemunha sabe que o dito seu padrasto e sua mãe testemunharam nas ditas inquirições, e disseram a ele testemunha o que haviam testemunhado, murmurando que o dito João Peixoto quisesse que jurassem falso sem se porem em
semelhantes pretensões, e que isto passou há quarenta anos pouco mais ou menos e que ele desde então até agora ele testemunha os tem e reputa por cristãos-novos, e que por tais entende ele testemunha são tidos geralmente nesta
vila.
Inácio Machado de Miranda disse mais, que Jorge Peixoto era filho de
uma fulana Gomes (seria Maria ou Isabel), irmã de Rui Gomes, Antão Gomes,
Águeda Gomes, e de Isabel (ou Maria) Gomes, todos filhos de Gomes Gonçalves e de sua mulher Ana Anes, judeus vindos de Chassim e da vila de Isol, que
foram batizados em pé na vila de Guimarães.19 Outra testemunha entendia que os
19
Relato que não se verificou na documentação. Alão de Morais coloca Gomes Gonçalves a encabeçar um título próprio em sua obra, onde declara o seguinte: «Gomes
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Cantos de São Gens eram descendentes de uma fulana Henriques, cristã-nova.
Outra testemunha ouvida em agosto de 1650 na vila de Guimarães foi o Licenciado Francisco Peixoto de Sá, morador nessa vila, no campo do Toural, de mais
ou menos 76 anos de idade. Do costume, disse ser da família dos Peixotos e que,
por essa parte, poderia ser parente do habilitando, mas não sabia em que grau.
Ele declarou que o pai do habilitando, Francisco Peixoto, e bem assim seu pai
(Jorge Peixoto) e sua mãe (Ana do Canto) estavam infamados de terem raça de
cristãos-novos. E que ...
... essa fama se publicou desde o tempo que João Peixoto irmão do dito Francisco Peixoto foi opositor ao Colégio Real de Coimbra por sua causa veio a esta vila um Colegial fulano de Amaral fazer inquirições de sua limpeza as quais
se disse publicamente irem com estas faltas e que ao depois por provisão que o
dito João Peixoto irmão inteiro do dito Francisco Peixoto houve d’El-Rei para
se lhe tirarem novas informações veio a esta dita vila fazê-las o Doutor Cid de
Almeida e nestas segundas foi ele testemunha perguntado e sua mãe Beatriz
Lopes Peixoto já defunta e neles se lembra ele testemunha dizer o mesmo que
agora, e logo pela terra se divulgou que as inquirições iam contra o dito João
Peixoto que não entrou no dito Colégio.
Gonçalves de Abreu, irmão de Fr…. de Abreu, Provincial da Trindade, foi um cavaleiro muito honrado de Guimarães. Casou com Catarina Eanes do Vale filha de
João Afonso Golias e de Isabel Vasques do Vale» [MORAIS, Cristóvão Alão de
(1632-1693). Pedatura Lusitana. Braga: Ed. Carvalhos de Basto, 1997. 6 volumes.
Vol. II: Abreus, de Guimarães, p. 118]. Embora os Machados de Miranda surgissem na contenda, denunciando os Golias, a geração há muito que se havia consorciado com a descendência de Gomes Gonçalves. Veja-se, por exemplo, o casamento
de Luísa Machado de Miranda com Antão Gomes Golias, filho de Gomes Gonçalves e de sua mulher Catarina Anes [do Vale]. Esta era filha, segundo Gaio, de filha
de João Machado da Maia e de sua segunda mulher Inês Machado de Miranda, irmã
inteira de Beatriz Machado de Miranda casada com Antão Martins, pais de Inácio
Machado de Miranda casado com Maria Barbosa que por sua vez foram pais de Inês
de Miranda, que teve de seu primeiro marido Inácio Machado de Miranda, o depoente na inquirição. [GAIO, Manoel José da Costa Felgueiras (1750-1831). Nobiliário de Famílias de Portugal. 12 volumes. 2.ª ed., 1989 a 1990. Braga: Ed. Carvalhos de Basto. Vol. VII: Machados § 3 N 22]. Após a viuvez, Inês de Miranda casou-se com Pedro de Freitas Peixoto, igualmente depoente no processo do Padre
André do Canto de Almeida (GAIO, Manoel José da Costa Felgueiras. Ob. cit. Vol.
V: Freitas § 7 N 8). Não foram apenas os Machados de Miranda a consorciarem-se
com esta linha Golias e Vale; também os Carvalhos, os Peixotos, os Farias e os Valadares estabeleceram contratos matrimoniais com descendentes de Gomes Gonçalves.
106
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
Mais depoentes foram ouvidos em Guimarães. Uns afirmando que a família de Pedro Peixoto era cristã-velha, outros que era cristã-nova. Para estes,
corroborando o que afirmou João Barroso Vieira, morador na vila de Guimarães,
da governança dela, de mais ou menos 67 anos de idade, que ... 20
Ana do Canto mãe do dito Francisco Peixoto a qual era tida e havida e geralmente reputada por descendente de cristãos-novos com raça de judia pela parte de sua mãe filha de André Gonçalves o cara rossa o qual foi tido e havido
por cristão-novo também pela parte de sua mãe dele André Gonçalves, e que
isso se fez mais notório com a prisão de um beneficiado de São Gens filho de
Jerônimo Pires morador na Ilha da Madeira primo co-irmão de Ana do Canto
mãe do dito Francisco Peixoto, porquanto Pedro Gonçalves Cambado e a mãe
da dita Ana do Canto foram irmãos inteiros e de Pedro Gonçalves Cambado
nasceu Jerônimo Pires do Canto e deste nasceu o beneficiado que foi preso e
sentenciado por herege no Santo Ofício, e que da irmã do dito Pedro Gonçalves Cambado cujo nome não sabe nasceu Ana do Canto mãe do dito Francisco
Peixoto.
Não há conclusão da habilitação de Pedro Peixoto da Silva. Mas, curiosamente, apareceu em setembro de 1650, nos estaos e Casa do Despacho da Santa Inquisição de Lisboa, sem ser chamado, Jerônimo da Rocha Freire21, arcediago de Vila Cova no Colegiado de Guimarães. Ele foi protestar contra os comissários Cristóvão Ferraz, cônego em Guimarães, e João Moniz de Carvalho, em
Braga, afirmando que eram inimigos do habilitando Pedro Peixoto da Silva e
que, mesmo assim, fizeram inquirições sobre seu sangue.
Parece ter dado resultado a intervenção do citado Jerônimo da Rocha
Freire. Pedro Peixoto da Silva acabou por ser aprovado, porque assim constou
em outros processos, que a ele fazem menção.
20
21
Notar que as testemunhas, em geral, falavam o que tinham ouvido de outras pessoas. Era normal haver confusão com nomes e graus de parentesco.
Curioso notar que o Arcediago Jerônimo da Rocha Freire era, também ele,
descendente das gentes de nação. Era filho de João Freire da Rocha e de sua mulher
Ana Cardoso, moradores em Barcelos. Neto paterno de Belchior Freire e de sua
mulher Apolônia da Rocha. Neto materno de João de Saraiva, tendeiro em Barcelos,
pai do Mestre Escola Jerónimo de Saraiva e da supradita Ana Cardoso, mulher de
João Freire. João de Saraiva era filho de Jerônimo Saraiva, cristão-novo, natural de
Mesão Frio e de sua mulher Guimar Nunes, filha do afamado mestre Tomás da
Vitória. In GUERRA, Luiz José de Bivar Sousa Leão Pimentel. Um caderno de
cristãos-novos. Lista dos judeus que se baptizaram em Barcelos e das gerações que
deles procedem. in Armas e Troféus. Lisboa: Instituto Português de Heráldica, Série
2, 1 (1), 1959, § 3, pp. 289-290.
Revista da ASBRAP n.º 21
107
Outros impedimentos da família
Outro membro da família Canto, Antônio Peixoto da Silva, ordenou-se
padre no Reino de Galiza e, ao retornar para o concelho de Montelongo, foi acusado de ter apresentado ascendência falsa e, assim, ter conseguido sentença favorável.22 Por esse motivo, em 1665, ele quis justificar que o parentesco com o
Padre André do Canto é que dera origem à fama de que era cristão-novo, o qual
foi preso pelo Santo Ofício por ser doido e dizer blasfêmias, e não por ser judeu
por parte de seu pai. Novamente, queriam desviar a cristã-novice de André do
Canto para a linha madeirense...
Além dessa alegação, Antônio Peixoto reforçou que o impedimento era
falso, levantado que fora pelo abade de Estorãos, Domingos Pereira, que induzira testemunhas contra ele, e o qual era inimigo capital de André da Silva, tio dele, irmão de sua mãe Maria da Silva, morador na freguesia de Santa Maria de
Ribeiros, ...
Por um seu filho tomar a égua do dito abade, e lhe pôr uma tranca na boca
com as vergas atadas ao pescoço, e assim lha deixou no monte, e por vezes tiveram muitas dúvidas, e diferenças, e por isso o dito Abade quis impedir ao
impedido seu sobrinho, saindo-lhe com este falso impedimento.
Os embargos de purga impetrados pelo Padre João da Rocha do Canto,
já mencionados na apresentação deste artigo, foram responsáveis por um grande
número de informações genealógicas, aqui exploradas à exaustão.23 Apresentados no ano de 1673, assim se manifestou o interessado:
Diz o Padre João da Rocha do Canto vigário ad mutum da igreja de Santiago
de Gagos terra de Basto, que à sua notícia veio, que o Abade de S. Clemente de
Basto um dos padroeiros da dita Igreja lhe fez inquirição de genere, que está
na mão de V. Ilustríssima, e porque o dito Abade é inimigo capital do suplicante, e com ele andou em demanda cinco anos sobre a pretensão da dita igreja, e
trata de expulsar dela ao suplicante, por cabe caber o tumo [sic] dela, e perguntou testemunhas do suplicante inimigas; e o suplicante quer purgar o impedimento. E assim
Pede a V. Ilustríssima lhe mande dar cópia do impedimento para formar os
embargos de purga, e mande que o escrivão da câmara venha cobrar a inquirição para isso.
Espera Receber Mercê
22
23
ADB. Inquirição de genere. Processo n.o 40, de Antônio Peixoto.
ADB. Inquirição de genere. Processo n.o 1432, de João da Rocha do Canto.
108
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
Sucintamente, essa foi a defesa do Padre João da Rocha do Canto:
Opõem-se este defeito da pureza do sangue ao embargante assim por parte de
seu avô paterno Pedro Gonçalves Cambado, como por parte de seu avô materno Francisco Martins Esquerdo.
Porém por parte do dito avô paterno Pedro Gonçalves Cambado provará o
embargante ser filho legítimo de André Gonçalves do Canto, e de sua mulher
Maria da Rocha, moradores na freguesia de São Gens de Montelongo, os quais
eram cristãos-velhos, e por tais tidos e havidos sem raça de judeu, ou mouro,
ou de outra infecta nação sem haver fama, nem rumor em contrário.
Provará mais ser o embargante neto por via de seu pai do dito Pedro Gonçalves Cambado e de uma mulher Apolônia Álvares, solteira, da freguesia de São
Tomé de Estorãos, que eram cristãos-velhos, e por tais conhecidos sem haver
fama em contrário, nem rumor...; e consta melhor do instrumento antigo feito
no ano de 1616...
E suposto algumas poucas testemunhas digam, que por parte da mãe do impedido havia fama, ou rumor de ser cristã-nova, contudo logo dão razão, que não
sabem a origem disso, por ela vir de Guimarães, e as testemunhas serem de
São Gens distantes da dita vila; e dizem outras que essa origem procedeu de a
avó do embargante se querer fazer parente de uns cristãos-novos, por os querer herdar, não sendo seus parentes..., e a dita fama era falsa.
Porém a mãe, e avó materna do impedido eram cristãs-velhas, como afirmam
as testemunhas de Guimarães, que as conheceram, e tem razão de o saber, como abaixo se mostrará.
Finalmente tanto era cristão-velho o avô do impedido Pedro Gonçalves Cambado, que seu filho legítimo o Licenciado Antônio Pires do Canto foi abade de
Donim, e foi beneficiado na igreja de São Bartolomeu de São Gens, e o renunciou em um seu sobrinho André de Almeida, que haverá 30 anos foi preso pelo
Santo Ofício, mas por blasfemo, que por isso se lhe pôs uma mordaça na boca,
mas não por ser judeu..., que deixou por herdeira e testamenteira a casa da
Santa Misericórdia de Guimarães os legados pios, e perpétuos, que se repartem a pobres todos os anos na freguesia de São Gens...
E também era irmão inteiro do dito abade, e filho legítimo do dito Pedro Gonçalves Cambado Francisco Álvares do Canto, que foi cavaleiro fidalgo, e capitão mor do concelho de Montelongo, tido e havido por cristão-velho, que deu
grandes ornamentos à confraria do Senhor de São Gens, onde foi juiz muitas
vezes assim da confraria do Senhor, como de Nossa Senhora, e o dito Pedro
Gonçalves Cambado mandou fazer a ermida de São Roque no tempo da peste,
e a dotou com medidas perpétuas para missas...
Maria do Canto foi irmã do dito Pedro Gonçalves Cambado avô paterno do
embargante, a qual teve por filho a Francisco Nogueira do Canto, que foi abade de Burgães..., o que não fora, se ele ou seu pai, foram cristãos-novos, antes
o dito Francisco Nogueira levou a dita igreja por concurso desta Mitra.
Vindo ao impedimento por parte do avô materno do embargante Francisco
Martins Esquerdo, pai de Maria da Rocha, mãe do embargante, nenhum há da
Revista da ASBRAP n.º 21
109
nação hebreia, porquanto a dita Maria da Rocha era filha legítima do dito
Francisco Martins da Rocha o Esquerdo, e de sua mulher Leonor Álvares de
Passos, que foram moradores no lugar de Selho da vila de Guimarães, e eram
cristãos-velhos sem haver fama, nem rumor em contrário...
As quais testemunhas são da vila de Guimarães naturais sem terem razão de
saber bem a geração da mãe e avós maternos do impedido, e não os que moram na freguesia de São Gens de Montelongo, onde ela não nasceu, por serem
estranhos...
Corrobora-se esta verdade, porque foram irmãs do dito Francisco Martins da
Rocha Mência Rodrigues de Morgade, da qual nasceu Margarida Jorge de
Morgade, e desta nasceu o Padre João de Faria da vila de Guimarães, e o Padre Frei Roque pregador capucho de Santo Antônio, e seus sobrinhos filhos de
sua irmã Anastácia Ribeiro o Licenciado André Gomes Caveira, que foi para o
Rio de Janeiro por vigário geral com o Prelado, e seu irmão o Padre Frei Roque e outro seu irmão religioso de São Francisco Frei Bento, e outro capucho
Frei David...
Catarina Rodrigues era irmã do dito Francisco Martins Esquerdo, e dela nasceu o Padre João Rodrigues de Morgade, sobrinho de Ana de Morgade, que foi
mãe do Padre Baltasar Soares da vila de Guimarães, e de seu irmão o Padre
José Soares, que todos são cristãos-velhos inteiros sem haver fama, nem rumor
em contrário...
E por isso o dito Francisco Martins da Rocha avô do embargante foi homem
nobre procurador e almotacel na vila de Guimarães, e irmão da casa da Santa
Misericórdia, e era muito devoto de São Francisco e Santo Antônio, e agasalhava seus religiosos, e teve um sobrinho reitor de Sobradelo o Padre Baltasar
Rodrigues de Morgade... e por este modo se prova a pureza da geração...
Resulta desta legítima prova a pureza do sangue do impedido..., pois dela depõem tão copioso número de testemunhas tão antigas de mais de 60-70-80-90e mais anos, que depõem com fundamento, conhecendo aos pais, e avós paternos, e maternos do impedido, e sendo muitas pessoas nobres, e clérigos, sem
exceção, e sem serem parentes do impedido, e assim fazem prova legal no caso
presente.
Sendo certíssimo em direito que a pureza do sangue se prova por testemunhas
depoentes de pública voz, e fama...
Provará ter-se a sentença apensa dada a favor do Padre Antônio Peixoto da
freguesia de São Tomé de Estorãos do concelho de Montelongo, que é primo
segundo do impedido por parte de seu pai André Gonçalves do Canto.
O pedido do Padre João da Rocha do Canto foi atendido. Fez-se o traslado dos depoimentos das testemunhas, mas, para se manterem anônimas, foram
retirados os nomes e qualificações das mesmas. Em síntese, conheciam bem a
sua família; seus pais já eram falecidos, moradores que foram na freguesia de
São Gens. Que o Padre João da Rocha era cristão-novo por parte de seu avô paterno, Pedro Gonçalves Cambado, como também por parte de seu avô materno,
110
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
Francisco Martins da Rocha. E que, por parte de Pedro Gonçalves Cambado,
houve um parente que foi preso por blasfemo haverá mais de 36 anos (tratava-se
do nosso velho conhecido, o Padre André do Canto de Almeida). Uma das testemunhas, incógnita, pelos motivos acima mencionados, disse o que segue sobre
os esforços que Maria da Rocha fez para que seu filho João da Rocha do Canto
fosse aprovado em ordens de missa:
Maria da Rocha por saber que o dito Manuel Soares conhecera que ela era
cristã-nova o fora buscar à sua casa e se pusera de que lher [sic] diante ele dizendo que pelas chagas de Deus lhe não impedisse cantar o seu filho missa nova e que por muitas vezes ouvira do dito fulano que as testemunhas que juraram na inquirição de genere do dito padre juraram falso por o dito padre ser
cristão-novo por parte de seu avô paterno e avó materna e que no ano de cinquenta e sete sendo juiz fulano se encontrara com fulano e passara por ele uma
irmã do dito Padre João da Rocha por nome Maria da Rocha já defunta lhe
chamara cachorra fazendo de m..... trassos [sic] com quem chamava por cadelinho. E querendo ele testemunha repreendê-lo respondeu o dito fulano que tinha cousa para isso porquanto lhe haviam de mandar injúria a respeito de que
chamado o dito fulano sendo preso na dita audiência por um seu tio por nome
Antônio Martins da Rocha irmão da mãe do dito padre a sobredita Maria da
Rocha que servia de alcaide diante o juiz de fora da vila de Guimarães muitas
vezes judeu, e fazendo ambos o dito juiz de fora das sobreditas palavras seguira a causa da prisão em que o puseram e no Porto alcançara sentença em seu
favor que nenhuma injúria lhe fizera em lhe chamar cristão-novo e lhe pagara
as custas dos autos e dias de pessoa.
A pedido do embargante, foram ouvidas testemunhas em janeiro de
1674 na vila de Guimarães. Desta vez, de forma unânime, nada se falou sobre a
cristã-novice do Padre João da Rocha do Canto. Ao contrário, lembraram-se dos
parentes já habilitados. Do avô materno, Francisco Martins da Rocha, que foi
homem nobre, tendo servido de almotacel e de procurador da vila de Guimarães,
irmão da Santa Casa de Misericórdia e de São Francisco, que serviu, por muitas
vezes, na confraria de Santo Antônio e, notadamente, que sempre se tratou à lei
da nobreza e era muito devoto dos religiosos, aos quais agasalhava em sua casa.
Já na freguesia de São Martinho de Quinchães, em janeiro de 1674, foi
comentada a fama de o ramo materno do embargante, Padre João da Rocha, ter
sangue cristão-novo, mas por ouvirem falar. O comissário fez por ignorar esses
comentários, porque as testemunhas eram de outro lugar e por não haver fundamentação séria. Depuseram que o avô paterno, Pedro Gonçalves Cambado era
cristão-velho, e ele e seu filho Francisco Álvares do Canto fizeram a ermida de
São Roque, para ali enterrarem os corpos que estavam impedidos por causa da
Revista da ASBRAP n.º 21
111
peste.24 Que Francisco Álvares do Canto foi juiz da confraria do Senhor de São
Gens e lhe deu muitos ornamentos. Sobre a fama de a família da mãe do embargante, Maria da Rocha, ser cristã-nova, depreende-se o que segue:
... somente havia fama de que a dita Maria da Rocha tinha parte de cristã-nova
por via de sua mãe que era de Guimarães mas por via de seu pai que chamou o
Esquerdo e era cristão-velho conforme ele testemunha ouviu, mas também disse a ele testemunha, o Beneficiado João do Vale Peixoto que a dita fama era
falsa e que se levantara da dita mulher do Esquerdo se querer fazer parente de
um cristão-novo que veio de Vila Flor por o querer herdar e o mesmo disse a
ele testemunha Antônio de Freitas do Amaral, da vila de Guimarães.
Mas, a realidade seria outra, conforme o processo que o Santo Ofício
moveu contra um tal de Gaspar de Ceia. Este teria nascido cerca de 1551 na vila
de Guimarães, onde era morador e exercia o ofício de alfaiate, filho de Francisco
Pires, o chanom, alfaiate, e de Marta de Ceia, neto materno de Antônio de Ceia e
de Guiomar Zores, todos cristãos-novos.25 Houvera sido preso, primeira vez, em
21 de dezembro de 1575, saindo no auto-da-fé em 21 de outubro de 1576, na
Inquisição de Coimbra, por proposições heréticas.26 Na segunda vez em que foi
preso, em 12 de novembro de 1623, por culpas de judaísmo, fez Sessão de Genealogia em 14 de agosto de 1624.27 Já estava idoso e tendo ficado bastante tempo nos cárceres da Inquisição de Coimbra, ali faleceu, de morte natural, fazendose registro de sua morte, em 9 de junho de 1626. Tempos depois, em 20 de dezembro de 1636, de Coimbra, os inquisidores enviaram edital para o pároco da
igreja da vila de Guimarães, de que os parentes e herdeiros do defunto se apresentassem para defenderem sua memória, fama e fazenda. Mesmo morto, seu
nome saiu no auto-da-fé que se fez em 31 de outubro de 1638.
E, entre os notificados, em 8 de janeiro de 1637, na vila de Guimarães,
além de filhos e netos de Gaspar de Ceia, também foram citados Leonor Álvares
de Passos, viúva de Francisco Martins da Rocha, e seus filhos Antônio da Ro24
25
26
27
Como se virá adiante, a ermida de São Roque teria sido concluída pela mulher de
Pedro Gonçalves Cambado, Ana Fernandes. Pode-se, então, inferir, que o início
deu-se com ele e o término, após sua morte, pelo filho, Francisco Álvares do Canto,
e pela sua mulher, Ana Fernandes.
Gaspar de Ceia era tio de Catarina Álvares de Ceia, primeira mulher de Domingos
Simões da Cunha, que foi capitão-mor da vila de Montelongo, antecessor, no cargo,
a Francisco Álvares do Canto. Os Ceias faziam parte de uma importante linhagem
de oficiais mecânicos que se destacaram, sobretudo, na ourivesaria entre Braga e
Guimarães. O processo dos Ceias foi um grande achado do Rui Faria!
IAN/ TT. Tribunal do Santo Ofício da Inquisição de Coimbra. Processo n.o 780.
IAN/ TT. Tribunal do Santo Ofício da Inquisição de Coimbra. Processo n.o 3268.
112
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
cha, Helena da Rocha, Damásia da Rocha e Madalena da Rocha, todos solteiros,
na Quinta da Moita, freguesia de Fermentões, onde morava Leonor Álvares. Foram notificados, também, outros filhos de Leonor Álvares: André Gonçalves do
Canto, por sua mulher Maria da Rocha (moradores em São Gens), João Martins
por sua mulher Ana de Morgade (moradores na freguesia de Fermentões, no Casal do Bairro), Pedro Martins da Rocha (na freguesia de Santa Marinha da Costa) e Apolônia da Rocha, viúva de Jerônimo de Meira (na rua das Flores, vila de
Guimarães).
Não foi declarado o parentesco de Leonor Álvares de Passos com Gaspar de Ceia. Os pais deste último moravam na rua das Flores, em Guimarães, a
mesma onde a mãe de Leonor havia herdados umas casas. Mas fica evidente que,
havendo parentesco com ele, cristão-novo pelos quatro costados, que Leonor
também seria cristã-nova (inteira ou não).
Retornando ao processo de purga do Padre João da Rocha do Canto,
uma testemunha, de nome Pedro do Bouxo (?), de mais ou menos 40 anos de
idade, morador no lugar de Paredes, freguesia de São Gens, disse que ...
... ouvira dizer a sua mãe já defunta que seria de oitenta anos quando faleceu
neste ano passado falando a ele testemunha na geração dos Cambados que para este concelho viera um homem que de alcunha lhe chamavam o chapéu pardo o qual era mercador o qual teve dous filhos de uma mulher solteira e que
um deles fora para o Brasil e outro ficara neste concelho donde descendiam os
Cambados o que ele testemunha também ouviu dizer ao comissário do Santo
Ofício Domingos Pereira abade de Estorãos e sempre foi fama constante neste
concelho que o avô do embargante Pedro Gonçalves Cambado tinha fama de
cristão-novo por descender do mercador do chapéu pardo.
A fama dos Cantos Cambados fez com que o Padre Francisco de Sampaio Ribeiro fizesse embargos de purga, no ano de 1675, já que aparecera impedimento por parte de sua avó paterna Maria do Canto.28 O habilitando, que pleiteava o benefício da abadia de São Tiago de Burgães, quis mostrar que seu pai,
Vicente Nogueira do Canto, “era das melhores famílias que há na vila de Guimarães”, cristão-velho de limpo e puro sangue, e que tinha servido de juiz, vereador
e mais cargos nobres e honrados da vila de Guimarães. E enumerou os parentes
habilitados: Francisco Nogueira do Canto, irmão de seu pai, abade da Paroquial
igreja de São Tiago de Burgães, à qual foi admitido por abade dela como cristãovelho e por diversas vezes serviu em inquirições do Santo Ofício. Que sua avó
paterna, Maria do Canto, era irmã inteira, de João Álvares do Canto, o qual passou à cidade do México, e fez provanças em Guimarães, haveria mais de 70 a28
ADB. Inquirição de genere. Processo n.o 3475, de Francisco de Sampaio Ribeiro.
Revista da ASBRAP n.º 21
113
nos, de que era de limpo e puro sangue. Que, por parte de sua avó paterna, Maria
do Canto, eram parentes de Brás do Canto e de Manuel do Canto, os quais eram
secretários do Santo Ofício da Inquisição de Coimbra. Eram também seus parentes: Dr. José Peixoto de Azevedo, Reverendo Gonçalo Peixoto da Silva, cônego
da Sé de Lisboa e desembargador eclesiástico, e o Familiar do Santo Ofício Pedro Peixoto.
Quanto ao impedimento, aparentemente surgiu pelo parentesco próximo
com o Padre André do Canto de Almeida, e justifica o que segue:
Porque o Beneficiado André de Almeida que era filho de Jerônimo Pires do
Canto que casou na Ilha da Madeira com uma mulher da mesma Ilha chamada
Maria Lopes Galvão foi preso por o Santo Ofício o foi por ser cismático ou assombrado, e fosse pelo que fosse ele por parte de seu pai, que era por cá tinha
parentesco com a dita Maria do Canto era cristão-velho...
Depois foi corrigido o nome da mãe do Padre André do Canto. As inquirições promovidas na vila de Guimarães, apontavam, quase que com unanimidade, especialmente entre os mais velhos, que os Cantos eram cristãos-novos
e a justificativa era a prisão do Padre André do Canto. Uma delas, o Licenciado
Luís Leite Ferreira, foi além, ao se referir à avó paterna do justificante:
... Maria do Canto é dos Cantos Cambados de Montelongo, e não dos Cantos
verdadeiros desta vila, os quais Cantos Cambados são infamados de cristãosnovos.
A fama da família ser cristã-nova custou algum tempo de espera para D.
Mariana de Fontoura Carneiro casar-se com o Familiar do Santo Ofício Dr. Bento da Silva Ramalho. Assaz interessante foi o relatório escrito de Mirandela, em
16 de junho de 1721, pelo Comissário Antônio Álvares Moreno, sobre o pai da
noiva, João Machado de Magalhães, o qual era...
... publicamente infamado de cristão-novo por ser descendente de uma Isabel
Álvares do Canto, que veio aí casar à casa de Magalhães, a qual é de uns Cantos, ou Cantinhos da dita vila, que eram notoriamente infamados; razão porque
pretendendo Carlos de Magalhães irmão da dita D. Mariana ordenar-se em
Braga lhe saíram as inquirições impedidas e porisso se embarcou e é certo estão assim na câmara de Braga; e como este Tribunal seja tão reto como todos
veneramos não é justo que os oficiais dele encubram a verdade, ou deixem de
averiguá-la para que não se confundam as famílias, e aí nele o mesmo acolhimento os infamados, e por infamar, e assim parece deve Vossa Senhoria ser
servido mandar juntar esta às ditas diligências e fazer averiguar, e purgar aquela fama que poderá ser injusta, como são muitas naquela província; porém
o povo não se cala...
114
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
A favor da noiva certificou o Dr. Francisco Carneiro de Fontoura, do
Conselho Geral do Santo Ofício, em 30 de agosto de 1722:
Vi segunda vez estas diligências e as que mandei juntar pelo meu despacho supra [de 23 de julho de 1722] de Carlos de Magalhães irmão da habilitanda feitas pelo Ordinário de Braga, das quais consta estarem limpos sem que testemunha alguma nelas depusesse contra a limpeza de seu sangue, e que como
tais foram aprovadas, como que se manifesta ser totalmente falso, o que se refere na carta, de que acima faço menção, pelo que aprovo a habilitanda para
casar com o dito Familiar, de que lhe fará aviso na forma do estilo.
Como se viu acima, uma das maneiras de a família livrar-se do incômodo de ser nomeada cristã-nova, era atribuir como causa para a fama um contraparentesco com famílias infamadas. Desta mesma maneira, quando se habilitou ao
Santo Ofício o mercador Francisco da Rocha e Sousa Lisboa, ele quis mostrar
que o sangue dos Cantos não o ofendia, uma vez que a consanguinidade era por
afinidade.29 Ele se referia ao Padre João da Rocha do Canto, que estava infamado de ser cristão-novo pelos Cantos, não pelos Rochas, uma vez que a mãe do
citado padre era irmã inteira de Pedro Martins da Rocha, bisavô do pretendente.
Para obter a aprovação da Mesa do Santo Ofício da Inquisição de Lisboa, Francisco da Rocha mostrou que, por parte dos Rochas, tinha muitos parentes
habilitados, como foram: o Beneficiado Luís Antônio da Costa Pego de Barbosa,
sacerdote, assistente na cidade de Lisboa, onde é oficial da Secretaria das Mercês, e tem o hábito da Ordem de Cristo, Manuel dos Reis da Costa Pego, cônego
cura na Real Colegiada de Nossa Senhora de Oliveira da vila de Guimarães, Frei
José de São Bernardo Rosa, religioso de São Francisco da Província de Portugal.
Alegava ainda que a fama poderia vir dos Meiras, já que um Jerônimo de Meira
foi casado com uma irmã do citado Pedro Martins da Rocha.
Foi indicado, ainda na defesa de Francisco da Rocha, que já no ano de
1616, André Gonçalves do Canto mostrara, através de testemunhas, que ele era
legítimo cristão-velho. E que eram filhos de Pedro Gonçalves Cambado, entre
outros: Antônio Pires do Canto, abade de Donim, beneficiado em São Gens, o
Capitão-Mor Francisco Álvares do Canto, cavaleiro-fidalgo, e Maria do Canto,
mãe de Francisco Nogueira do Canto, abade de Burgães e comissário do Santo
Ofício. Fez constar, ainda, inquirições a favor dos Meiras e dos Rochas.
A sequência do caso Francisco da Rocha e Sousa Lisboa resvalou no
Padre Manuel dos Reis da Costa Pego, ao se habilitar ao Santo Ofício. Os inquisidores, em Mesa, em 22 de setembro de 1755, da cidade de Coimbra, entende-
29
IAN/ TT. Habilitação ao Santo Ofício. Francisco, mç. 84, dil. 1444.
Revista da ASBRAP n.º 21
115
ram que deveria ser feita mercê ao habilitando, sendo considerado inteiro e legítimo cristão-velho, apesar de que ... 30
... por parte de seu avô paterno João da Rocha [padecia da fama de cristãonovo]; porquanto esta tal fama ...... se entende já extinta pela habilitação de
Francisco da Rocha e Sousa Lisboa, que se acha familiar pela Inquisição dessa
Corte, o qual é irmão do pai do pretendente; e filho do mesmo avô João da Rocha infamado.
Quando outro membro da família, Manuel Lourenço Salgado, habilitouse ao Santo Ofício, para se tornar familiar, surgiram impedimentos sobre a qualidade de seu sangue.31 Apesar disso, recebeu carta de familiar em 18 de agosto
de 1761. Esse processo conserva uma notável tábua genealógica, partindo de
Álvaro Pires do Canto (no presente trabalho foi nomeado Álvaro Anes do Canto,
no § 5.o n.o IV), filho de Fernão Anes do Canto. Essa tábua baseava-se, em parte,
na obra genealógica de Torcato de Freitas, conforme se verifica no processo.32
Deve-se salientar que não seguimos rigorosamente a descendência ali descrita,
preferindo documentos coevos. Porém, do referido processo constou a seguinte
nota, autoexplicativa:
Toda a ascendência desta árvore se verifica das inquirições de José Peixoto de
Azevedo, das do Padre Custódio Rodrigues, da freguesia de São Pedro do
Bairro, das do Padre Francisco de Magalhães Machado da freguesia de São
Miguel de Taíde, e das do Padre João da Rocha do Canto da freguesia de São
Gens do Montelongo, e no inventário que se fez por morte de João Lopes de Oliveira marido de Maria da Rocha sua irmã. A fama é pelos Cantos, e bem se
mostra entrar nela pelo Beneficiado André de Almeida natural da Ilha da Madeira, e beneficiado que foi na Igreja de Montelongo neste arcebispado, porque
até aí se habilitavam todos sem dúvida, e nas matrículas antigas, que se acham
no Cartório da Câmara deste Arcebispado de Braga se acham muitos desta
família, que receberam ordens; donde se colige, que se havia fama em André
do Canto, era por via de sua mãe Domingas Galvão, natural da Ilha da Madeira, e assim o mostrou José Peixoto de Azevedo da vila de Guimarães quando se
habilitou.
Favoravelmente a Manuel Lourenço Salgado, essa foi a decisão da Mesa
da Inquisição de Évora, composta por Jerônimo Ferreira Magro e Nicolau Joaquim Torel, em 21 de fevereiro de 1761, sobre ...
30
31
32
IAN/ TT. Habilitação ao Santo Ofício, Manuel, mç. 172, dil. 1823.
IAN/ TT. Habilitação ao Santo Ofício, Manuel, mç. 182, dil. 1936.
Cremos que se referia ao Padre Torcato Peixoto de Azevedo, autor de um nobiliário,
com volumes perdidos e outros dispersos (em cidades como Porto e Guimarães), e
também de Memórias ressuscitadas da antiga Guimarães, manuscrito de 1692.
116
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
... a fama de de cristã-novo pela mãe, e avó materna do pretendente; mostra este pela árvore junta a sua ascendência até o quarto avô Pedro Gonçalves
Cambado, donde se diz lhe procede o defeito, e com esta clareza se repetiu a
diligência extrajudicial com uma inter..... nela, que pelo justo impedimento do
primeiro comissário informante; se cometeu ao Comissário Antônio Luís de
Fontoura, o qual averiguou ser em tudo certa, como na mesma árvore se representa; e comprova por documentos jurídicos, que viu e examinou, tanto na
Câmara Eclesiástica do Arcebispado de Braga, como em outros cartórios, pelos quais se mostra desvanecida a tal fama, ou rumor, porque sendo o motivo
dela a suspensão do Padre João da Rocha, ordenado em Sé vacante, e de quem
fala o primeiro informante, já então vigário na igreja de Santiago de Gagos,
lhe mandara fazer novas diligências de genere o Arcebispo daquela diocese D.
Veríssimo de Lancastro, e saindo impedido com a dita fama por parte de seu
pai André Gonçalves do Canto por ser filho do dito Pedro Gonçalves Cambado, apelara para a Legacia, aonde foi julgado por inteiro cristão-velho, como
se vê do traslado autêntico, nesta incluso, e dos fundamentos da sentença do
mesmo Tribunal se mostra que o tal impedimento fora movido na dita inquirição, por ser tirada por comissário inimigo; procurando testemunhos, também
inimigas do impedido: e que José Peixoto de Azevedo, segundo neto do dito
Pedro Gonçalves Cambado purgara o mesmo impedimento na Relação do dito
Arcebispado, e na Legacia o Abade de Santiago de Burgães o Padre Francisco
de Sampaio por sentença de 25 de novembro de 1677, como também o Padre
Custódio Rodrigues pela dita Relação no ano de 1734, e todos os sobreditos
impedidos legítimos descendentes do tal Pedro Gonçalves Cambado, que se diz
maculado, o qual foi casado com Ana Fernandes, e entre outros filhos tiveram
a Gaspar do Canto, que tomou ordens menores em 1592, e a Antônio Pires do
Canto, que foi abade em Donim, e tomou ordens de Evangelho em 1586, e desta era, e dos filhos do dito quarto avô até o sobredito ano de 1734 claramente
se vê ter havido sempre na sua descendência muitas habilitações, não só as referidas pelo Ordinário; e Legacia, mas também pela congregação de São João
Evangelista na pessoa do Padre Francisco de São Joaquim Peixoto, e quase
todas controversas em razão da dita fama, que só teve princípio na prisão para
o Santo Ofício de um parente do dito quarto avô, que era beneficiado na igreja
de São Gens, chamado André de Almeida, e que este impedimento se pusera a
um primo do pretendente por nome Agostinho Costa Novais, segundo neto do
dito Padre João da Rocha e que não o pudera purgar; porque saindo por acórdão da Relação de Braga, que juntar certidão do Tribunal do Santo Ofício
em como não saíra em auto público, nem fora julgado cristão-novo; não se achara na Inquisição de Coimbra, aonde pertencia que ele fosse preso, nem penitenciado pelo mesmo Tribunal, o que mais se confirma pelas respostas das
listas, que foram à dita Inquisição; e ao que ocorrem algumas pessoas informantes; que falaram na dita prisão, dizendo que o referido beneficiado fora
preso da freguesia de São Gens de Montelongo, para a vila de Guimarães, e
que assim estivera no Convento de São Domingos, e no de São Francisco a fim
de que os padres o reduzissem a não proferir as blasfêmias, que se assenta ele
Revista da ASBRAP n.º 21
117
dizia, e pelas quais se procedeu contra ele, o que poderia ser por recomendação do mesmo Tribunal, para examinarem se era doudice, e conhecida esta o
mandariam soltar; o que o dito Agostinho Costa Novais não mostrara, continuando a purgar aquele impedimento; porque tomando posse do dito Arcebispado o Sr. D. José de Bragança, proibira que se deferisse as inquirições duvidosas: e pelo respeito daquela prisão, que no caso de verificar-se no dito beneficiado por culpas de blasfemo, não resultara a consequencia, de que fosse
cristão-novo, e que procedeu a dita fama, já tantas vezes purgada pelas referidas habilitações, e depois delas tem cessado, principalmente na vila de Guimarães, aonde se habilitaram muitas pessoas, que refere o segundo informante; e
entre elas a Manuel dos Reis familiar do Santo Ofício; e a um irmão seu comissário. E só na dita freguesia de São Gens é que se conservava algum rumor,
sem fundamento sólido, antes bem julgado por falso, como atestam as pessoas
informantes da mesma freguesia que são oito em número; no caráter qualificadas, e na idade provectas com sessenta, setenta, oitenta, e noventa anos; pelo
que nos parece que Vossa Ilustríssima admita o pretendente às diligências de
estilo: Vossa Ilustríssima mandará o que for servido. Évora em Mesa 21 de Fevereiro de 1761.
No processo à familiatura ao Santo Ofício de Agostinho Novais da Costa Campos, apareceu impedimento.33 Apesar disso, recebeu carta de familiar em
6 de março de 1767. De Coimbra, em Mesa, em 6 de março de 1767, esse foi o
parecer:
Tomamos informação com o Comissário Antônio Luís de Fontoura, sobre a pureza de sangue, e mais requisitos de Agostinho Novais da Costa Campos, que
pretende ser familiar do Santo Ofício conteúdo na petição inclusa, que Vossa
Excelência nos manda informar; e achamos, que por si, seus pais, avós paternos, e maternos é legítimo e inteiro cristão-velho sem que obste o falso, e temeroso rumor de cristão-novo que algumas das pessoas informantes lhe atribuem
por sua avó materna Maria da Rocha; porquanto se acha inteiramente desvanecido com as habilitações dos familiares Antônio Lourenço Salgado, e outro
sobrinho deste, ambos parentes do habilitando, e descendentes do mesmo tronco infamado. É o habilitando de boa vida, e costumes no tempo presente com
juízo e capacidade para servir o Santo Ofício na ocupação que pretende; tratase com abundância, e decência do produto dos seus bens, que valerão três mil
cruzados, e de dinheiro, que tem, vivendo como lavrador muito abonado; é solteiro e teve um filho ilegítimo que houve de Maria de Castro, que por sua mãe
a avós maternos é legítimo cristão-velho. Sabe ler, e escrever, e representa ter
50 anos de idade. Parece-nos, que Vossa Escelência mandará o que for servido.
33
IAN/ TT. Habilitação ao Santo Ofício, Agostinho, mç. 6, dil. 93.
118
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
Conclusão
Não é possível afirmar, de forma cabal, veemente e categórica, que a
família dos Cantos Cambados fosse cristã-nova. Mas, ao menos, não há nenhuma dúvida que era muito forte a fama de ter esse sangue, fama essa que perdurou
por, pelo menos, um século e meio!..
Como já escrevemos acima, há um dado curioso quando se investiga a
descendência dos Rochas do Canto, de Santana de Parnaíba: não houve nenhum sacerdote na família entre os filhos ou netos dos que vieram diretamente
de Portugal. Talvez houvesse um acordo tácito de não pleitearem ordens religiosas porque tinham pleno conhecimento que, se o fizessem, haveria obstáculos
para a aprovação no quesito do sangue. Pois, caso um deles requeresse ordens,
teria que declarar, forçosamente, nome e pátria dos pais e avós, para serem inquiridas testemunhas sobre a qualidade do sangue dos mesmos. Forçosamente
haveria inquirições em São Gens, onde era constante a fama de serem cristãosnovos. E, sem dúvida, a recusa causaria mal-estar à família na vila de Santana de
Parnaíba, onde residiam. Já, quanto aos bisnetos dos migrantes, não haveria, obrigatoriamente, inquirições na região de Braga.
Revista da ASBRAP n.º 21
119
Genealogia da Família Canto
I-
§1
Cantos, de Guimarães
AFONSO ANES, tendeiro na vila de Guimarães, morador à rua das Mostardeiras, berço dos Cantos. Casou-se com BEATRIZ GOMES. Aí nasceram alguns dos ilustres membros da família, entre os quais se conta, naturalmente, PEDRO ANES DO CANTO, o açoriano. No arrolamento da fazenda do cabido de 1440, a futura habitação de Afonso Anes estava emprazada a Diogo Lourenço, tendeiro, pela mão do Cônego Gil Vasques,
proprietário das mesmas. Em escrita posterior, agrega-se ao referido assento a nota “pagou Afonso Anes XIX reais”. Estamos em crer que as referidas casas fossem divididas, uma vez que no arrolamento da mesma
rua de 1455-56 surgem «Item casas que trouxe Diego Lourenço, tendeiro, e hora traz Vasco Anes genro de Estevão Anes» e seguidamente «Item casas que traz Afonso Anes tendeiro paga BI IIIC e II galinhas».
Desconhecemos se existia algum grau de parentesco entre estes indivíduos, infelizmente as referências familiares nestes arrolamentos são escassas, porém é uma possibilidade não descartada. Afonso Anes ainda aí
residia no arrolamento do ano de 1481-1482: «Item, casas em que mora
Afonso Anes tendeiro por prazo e paga por São Miguel Bi IIIs II galinhas # Em que monta cento xb reais e biii pretos», seria já homem idoso,
pois seu neto João Anes do Canto, já era nascido a essa data. A falta de
livros entre os anos de 1482 e 1515, não permite acompanhar de perto a
sucessão imediata da casa, porém, no arrolamento de 1515, a informação
prestada é a seguinte: «Item, casas em que viveu Vasco Afonso almocreve ora as traz João Anes mercador e pagua delas IIIc reais e II galinhas».
Ao que tudo indica duas das vidas na sucessão do prazo haviam-se esgotado, a de Afonso Anes, primeira vida, de Vasco Afonso, segunda vida.
A terceira vida pertencia agora a João Anes, que tomamos por filho de
Vasco Afonso, apesar de o arrolamento nada referir quanto ao parentesco entre as vidas no prazo. Notamos também que o número de propriedades na posse da família havia aumentado, além das casas originais, detinham umas tendas na Praça da vila, «que pertenceram ao Laborão» e,
ao que tudo indica, foram adquiridas por Vasco Afonso almocreve, e que
João Anes do Canto irá escambar com propriedades do Campo da Feira,
cabeça do futuro morgado por ele instituído:
120
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
Item a tenda da Praça que trouxe Vasco Afonso almocreve e ora a
traz Jm.o anes do Canto e he do concelho / ha o cabido por ela por
escambo do campo da feira / de censso por sam Miguel por ella VIc
III reais.
A sucessão nas casas da rua das Mostardeiras é documentada
em dois instrumentos de prazo que servem de suporte a esta sequência
genealógica. Estes constituem documentos fundamentais para a nossa
análise pois além de mencionarem as vidas, fazerem prova da sua relação de parentesco.
Prazo de umas casas que confrontam com outras da rua das
Mostardeiras, na freguesia de Santa Maria da Oliveira, feito a Vasco Afonso, almocreve: 34
Em nome de D[eus]s amem saibam os q[ue] este estrom.to / de
p[ra]zo virem como no anno do nacim.to de nosso S.or IHU XPO
de mill / e quat[r]ocentos de LRBII anos aos biii dias do mês de novembro na / villa de Guimar[ãe]s dentro na Igreya de Santa Maria
d’Oliveira no / cabido della em p[re]sença de mim t[abeli]am e das
test[emunhas]as a diante / nomeadas sendo dito cabido os onrrados
s[e]n[hor]es e di/nidades e ho bacharell Fernam d’allvarez chantre
em a dita igreja / e dom L[ouren]ço d’Andrade p[ro]tonotário e
luis Vaaz Martim L[ouren]ço Joham Frrz / cabeça boa V[as]co
M[art]i[n]z Gill Vaaz P[edr]o G[onça]ll[ve]z Joham Di[a]z abade
de Tagillde / e P[edr]o G[onça]ll[ve]z Abade de Sam V[icen]te de
Paços e G[arci]a Caminha he Tomás Pi[re]z P[edr]o A[fons]o
Luis Anes Diogo Botelho G[onçal]o M[art]i[n]z Joham Formoso
Afonso Anes / todos cónegos em a dita Ig[re]ja de Santa Maria
sendo todos juntos em cabido fazendo cabido (…) por elles juntam[en]te foy dito q[eu] elles / emprazavam como de feito emprazaram em prazo de três vidas deram ha / Vasco Afonso almocreve e a
sua mulher Margarida Vaaz que presentes / estavam p[ar]a elle e
para um f[ilh]o ou f[ilh]a dantre ambos e / nom avendo hy f[ilh]o
nem f[ilh]a hua pessoa qual deles mais / viver nomear em sua vida
ou na ora de sua morte asi / huas suas casas q[ue] elles conegos e
cabido tem em a dita vila / onde ora elles emprazadores morom na
Rua das Mostardeiras / as quaes casas p[ar]tem de hua parte com
casas do abade de Santa / Senhorinha e da outra p[ar]te partem
com casas de Tomás Pires cónego / e confrontam com Rua
pp[úbli]ca das Mostard[ei]ras e por detrás entresta / com Rua de
Santa Maria (…) test[emunh]as que presentes foram Fernão Vaz
escudeiro e Francisco […] criado do protonotário.
Revista da ASBRAP n.º 21
121
Prazo de umas casas que estão na rua das Mostardeiras, freguesia de Nossa Senhora da Oliveira, feito a Vasco Afonso: 35
Em nome de D[eus]s amem saibham os que este estromento de renun/ciaçom e recebim[en]to della e feytura de novo p[ra]zo virem
como no ano / do nacim[en]to de nosso s[e]n[h]or Ihu Xpo de mill
e iiiic LR e oito anos cinquo dias / do mês de março dentro na capella de sam joham e está na crasta / de santa maria d’Oliveira da
villa de Guimarães estando hi em ca/bidoo e fazendo cabidoo eem
dia de cabidoo como he de seu custume / hos honrados dinidades e
cónigos da dita egreja # o bacharell Fernaõ allvarez chantre em a
dita egreja e dom L[ouren]ço Afonso de Andrade protono/táyro e
mestre escola em ha dita egreja e cónigos em ella Afonso / Anes e
Garcia Caminha e Tomás Pires e Pedro Lopez e Luís Annes e
G[onçal]o M[art]i[n]z / e Joham Diiz abade de Tagilde p[er]ante
elles pareceo Joham Afonso / çapat[ei]o m[orad]or no Tourall arrabalde da dita villa e disse aos ditos dini/dades e cónigos q[eu]
era verdade que elle era a terceira pessoa em huas / casas do dito
cabido q[eu] ficarom por morte de Afonso Anes e de Briatriz / Gomes seu pay e may as quaes casas estom na Rua das / mostardeyras
da dita villa e pa[r]tem da pa[r]te de cima co[m] casas / q[ue] forom de Joham Afom alfaate q[ue] som do dito cabidoo e da pa[r]te
/ de bayxo co[n]frontom com casas q[ue] trás Lianor Afonso q[ue]
som do / dito protonotayro do mestre ecolado e p[or] diante
co[n]frontom / com a dita rua pubrica e logo per o dito Joham Affonso foy dito / q elle renu[n]ciava como logo de fecto renu[n]ciou
o dito p[r]azo das / ditas casas em as mãaos dos ditos dinidades e
conigos e ca/bidoo com condiçom q as e[m]prazem a Vasco Afonso
seu irmão m[orad]or na / dita villa e os ditos dinidades (…) test.:
Gonçalo Vaz clérigo de missa capelão de São paio e Brás Dias clérigo de missa moradores na dita vila e eu Sebastião Gonçalves tabelião.
Estes documentos permitem corroborar a relação de parentesco entre as duas primeiras gerações, contudo, falta-nos uma prova documental coeva que ateste a relação filial entre João Anes do Canto e
Vasco Afonso.
A primeira associação documental de João Anes do Canto à
rua das Mostardeiras data de 13 de novembro de 1504. Trata-se de uma
34
IAN/ TT. Colegiada de Santa Maria da Oliveira de Guimarães, Documentos particulares, mç. 69, n.º 35, de 8 de novembro de 1598.
35
IAN/ TT. Colegiada de Santa Maria da Oliveira de Guimarães, Documentos particulares, mç. 70, n.º 3, de 5 de março de 1498.
122
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
referência não diretamente relacionada, mas antes a seu filho homónimo
que, à data, residia naquela artéria, e cuja habitação confrontava com as
casas de Maria Gil a quem o Cabido faz prazo. Quem sabe não corresponderá esta Maria Gil àquela que os nobiliários dão como segunda esposa de seu pai...
Prazo de umas casas na rua das Mostardeiras, Nossa Senhora
da Oliveira, feito a Maria Gil: 36
Em nome de ds ame[m] Saibham os que este estrom[en]to de renunciaçom e p[r]azo vy/rem / como no ano do nacim[en]to de nosso s[e]n[h].or Jhu Xpo de mill e quinhentos e quatro / anos treze
dias do mês de novembro na capella de sam joham q está na crasta
da egreja / de Santa Maria d’Oliveira da villa de Guimaraes estando hy em cabidoo e fazendo cabidoo / como tem de seu custume os
honrados dinidades e conigos da dita egreja o bacharel / Ferna[m]
alv[a]rez chantre na dita egreja e conigos em ella joham Frrz Cabeça Boa e Gill Vaaz e / Joham Diiz e V.co Miz e G.lo Friz e Estevom Afonso e e G[onça]lo Ribeiro perante elles pareceo maria gill
molher solteyra m[orad]or[a] na dita villa servidora q[eu] foi de
Tomás Pires conigo seu irmaao37 / q[ue] D[eu]s aja e amostrou aos
ditos senhores e cabidoo hum estrom[en]to de p[r]azo q o dito cabidoo fe/zera ao dito Tomás Pyz em três pessoas que elle nomeasse
a segunda e a segunda nomea/sse a terceyra pessoas de suas casas
do dito cabido q[ue] há e tem na Rua das Mostardey/ras da dita villa em q[ue] ella dita Maria Gill vive q[ue] pa[r]tem de bayxo com
casas em que ora / vive P[edr].o G[onça]ll[ve]z meo cónigo e de
cima com outras casas em q[ue] vive jo[a]m anes filho de jo[a]m
anes / do Canto e esto por preço de dez maravidis de moeda antigua e duas galinhas e q[ue] / ora o dito Tomás Pyz antes de seu finam[en]to a nomeara por segunda pessoa nas ditas / casas / a dita
Maria Gil (…).
Obviamente este documento suscita mais dúvidas que certezas, a primeira das quais a de saber de quem era filho o açoriano, Pedro
Anes do Canto; do primeiro, ou do segundo João Anes do Canto? Uma
acareação entre este e um outro documento que alude à sucessão das casas na rua das Mostardeiras, na pessoa de Antônio do Canto, o moço,
cavaleiro fidalgo38, permite situar o açoriano como filho do primeiro Jo36
37
38
IAN/ TT. Colegiada de Santa Maria da Oliveira de Guimarães, Documentos particulares, mç. 73, n.º 29, de 13 de novembro de 1504.
Entenda-se, irmão dos restantes cônegos.
Vide § 109.º.
Revista da ASBRAP n.º 21
123
ão Anes do Canto, se partirmos do pressuposto que seria pouco provável
a mesma geração integrar dois irmãos homônimos. Neste caso em particular, se Pedro Anes do Canto fosse filho do segundo João Anes do
Canto, este teria dois filhos de nome Antônio do Canto, um o arcipreste
(irmão documentado de Pedro Anes do Canto); outro, Antônio do Canto,
o moço, cavaleiro fidalgo em 1550. Temos assim um primeiro João Anes
do Canto, pai de Pedro Anes do Canto e do Arcipreste Antônio do Canto, irmãos do segundo João Anes do Canto, sucessor na casa da rua das
Mostardeiras, pai de Antônio do Canto, o moço, cavaleiro fidalgo, homônimo de seu tio e, provavelmente em função disso, identificado como
o moço para se distinguirem.
Retornando aos clássicos, quer Alão de Morais, quer Henrique Henriques de Noronha, não vão além de Vasco Afonso. Contudo
Gaio refere claramente Afonso Anes como pai de Vasco Afonso, porém
acrescenta providencialmente um João Vaz do Canto, do qual a documentação coeva não oferece qualquer referência, e em nosso entender,
um personagem necessário ao mito fundacional, pois permite um melhor
encaixe entre fatos e datas propostos pela construção linhagista de Manuel de Canto e Castro.
Centrados nas categorias sócio-profissionais, estamos muito
distantes da fidalguia aventada pelo mito fundacional. Desde logo porque a profissão de tendeiro é distinta da de almocreve e de mercador; as
três revelam claramente uma estratificação ascendente, aproximando-se
o mercador dos limites inferiores da nobreza, enquanto o tendeiro está
colado às profissões mecânicas. Será no limite superior destes estratos
ligados ao comércio que se jogará os destinos da linhagem Canto. Ao ser
nomeado por mercador, João Anes do Canto revela, ao contrário do pai e
do avô, ter alcançado maior capacidade de investimento, acompanhada
por uma expansão das áreas geográficas de negociação. Este patamar era
domínio de grande parte da pequena e média nobreza, os designados cavaleiros mercadores, que em companhia destes aventureiros recémchegados das camadas populares, dominavam o mercado e partilhavam
investimentos. Os documentos atestam-no profusamente e grande parte
dos membros da baixa nobreza surgem indistintamente referidos ora como escudeiros, ora como mercadores. A posição conquistada por João
Anes do Canto aproximou-o das esferas do poder, o que permitiu à sua
ascendência aventurar-se nos patamares da nobreza.
Teve:
1 (II)VASCO AFONSO, que segue.
2 (II)JOÃO AFONSO, sapateiro, morador no Toural.
124
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
II-
VASCO AFONSO, nasceu por volta de 1430, em Guimarães; pouco sabemos relativamente ao seu percurso de vida, apenas que seria já falecido
em 1515 quando seu filho paga o foro no arrolamento da fazenda do cabido sobre as suas casas na rua das Mostardeiras, à época o próprio João
Anes do Canto seria homem de avançada idade, a rondar os setenta e
cinco anos. Foi almocreve, como se disse, adquiriu aos descendentes de
Duarte Fernandes Laborão uma tenda na Praça da Vila, dimensionando
os negócios da família. Casou-se com MARGARIDA VAZ. Foram pais de:
1 (III)JOÃO ANES DO CANTO, que segue.
2 (III)FERNÃO ANES DO CANTO, que segue no § 5.o.
3 (III)MANUEL AFONSO DO CANTO, casado com ISABEL VIEIRA,
que segue no § 104.o.
4 (III).........
5 (III)GONÇALO ANES DO CANTO. Casou-se com INÊS ANES, que
segue no § 105.o.
III-
JOÃO ANES DO CANTO, nasceu em Guimarães por volta de 1440, onde
residiu, tendo sido mercador e vereador do concelho. Na fase inicial deste trabalho assumimos, ainda que com algumas reservas, a possibilidade
deste João Anes do Canto ser o mesmo que em 1531 ainda vivia e era
verador mais velho do senado vimaranense, como se verifica no livro de
atas da câmara desse mesmo ano. Todavia, numa recente publicação sobre a Casa do Terreiro, em Leiria, faz-se referência a um documento notarial datado de 1525, no qual Pedro Anes do Canto, o açoriano, enjeita
em favor do seu irmão, o Arcipreste Antônio do Canto, a legítima que
lhe cabe pela morte de seus pais, já defuntos. É, pois, evidente que João
Anes do Canto, vereador, não poderá corresponder ao velho Canto, mas
antes a seu filho homônimo, talvez o mesmo que, em Guimarães, assumiu a função de feitor do Prior da Colegiada, participando como seu
procurador em vários emprazamentos do priorado desde o início de Quinhentos.
Todos os nobiliários o dão casado com uma FRANCISCA DA
SILVA, filha de João Bravo da Silva, todavia não encontramos qualquer
referência documental coeva que sustente este casamento.
Casou-se, segunda vez, com MARIA GIL.
Revista da ASBRAP n.º 21
1 (IV)-
2 (IV)3 (IV)4 (IV)5 (IV)-
125
Teve do primeiro matrimônio:
PEDRO ANES DO CANTO, o Velho, nasceu na rua das Mostardeiras, Guimarães, cerca de 1472.39 Faleceu em Angra do Heroísmo, Ilha Terceira, Açores, em 18 de agosto de 1556. Fidalgo da Casa Real e instituidor de três morgados. Recebeu
carta de brasão de armas dos Cantos em 20 de janeiro de
1539, por mercê d‟El-Rei D. João III.40 Casou-se, primeira
vez, na cidade de Angra, em 8 de setembro de 1510, com
DONA JOANA ABARCA. Casou-se, segunda vez, cerca de
1512, com DONA VIOLANTE DA SILVA. Com geração dos dois
casamentos. Teve, ainda, filhos naturais. É o tronco dos Cantos da Ilha Terceira.
CÔNEGO ANTÔNIO ANES DO CANTO, que segue no § 2.o.
ÁLVARO ANES DO CANTO, Cônego da Colegiada de Nossa
Senhora da Oliveira em Guimarães.41
ISABEL ANES DO CANTO, que segue.
FULANO ANES DO CANTO. Teve:
1 (V)SEBASTIÃO MARTINS DO CANTO.
2 (V)BRÁS PIRES DO CANTO. Casou-se com BÁRBARA
GONÇALVES ANTONA, com geração na Ilha Terceira.
3 (V)ANA PIRES DO CANTO.
Em nome de Deus amem saibam quantos este estromento de procuração virem como no ano do nascimento de
Nosso Senhor Jhus Xpo de mil e quinhentos e setenta e
sete anos aos vinte e sete dias do mês de Janeiro do dito
39
40
41
Declara em cartas dirigidas a el rei «Que eu de minha doença ajuntada com setenta e
quatro annos que ey» (carta de Pedro Anes do Canto a El-Rei de 18 de julho de
1547. In Archivo dos Açores, vol. 1, p.30); «estes meus oytenta anos» (carta de Pedro Anes do Canto a El-Rei de 4 de março de 1552. Op. cit., vol. I, p. 134).
IAN/ TT. Chancelaria de D. João III. L.o 27, fls. 4, publicado em Archivo dos Açores, vol 4, p. 131. Apud MENDES, António Ornelas; FORJAZ, Jorge. Op. cit. Vol.
II: Cantos, p. 768.
A 28 dias do dito mês de agosto de 1531 anos os vereadores do concelho reunidos
em sessão camarária «mandaram que não servissem de homens de alcaide João Álvares e Álvaro Annes do Canto», é pouco provável que se trate do mesmo indivíduo, uma vez que estes seriam homens de armas; fica, contudo, a nota da existência
de um homônimo. In FARIA, João Lopes. “Vereações (Guimarães, 1531)”. Revista
Guimarães, n.º 107, 1997, p. 115.
126
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
ano na vila de Guimarães na Rua de Santa Maria nas
Pousadas de mim t.am p.co em minha presença e das
t.as ao dian/te nomeadas pareceo Ana Pires v.a moradora na Rua dos Guatos arrabalde da dita vila por ela
foi dito que huma sua sobrinha por nome Dona Isabel
filha de Brás Pires do Canto já defunto irmão dela Ana
Pires lhe manda dez cruzados por António Figueiróo
m.or na cidade do Porto e para a arrendação deles faz e
de feito fez seu pr.dor a António Álvares Pupa m.or na
dita cidade do Porto e a Gil Vaz mercador morador na
dita vila (…) para averem a sua mão e poder do dito
António Pires Figueiróo os ditos dez cruzados (…) 42
6 (IV)-
7 (IV)8 (IV)9 (IV)-
42
43
44
FERNÃO ANES DO CANTO. Faz prova desta filiação o Prazo do
Casal das Leiras em Creixomil e das casas da rua da Sapateira, feito a Catarina Pires. Nele testemunham em 17 de dezembro de 1509: «João Anes do Canto e Fernão Anes seu filho
mercadores moradores na dita Vila».43
FRANCISCO ANES DO CANTO. Faleceu em Roma.
BRANCA ANES DO CANTO. Casou-se com LANÇAROTE RODRIGUES DAS MARANHAS.
BEATRIZ DO CANTO.44 Casou-se com Fulano, e teve ISABEL
SODRÉ, casada com MANUEL SOARES, tabelião, que suplomos
com ascendência madeirense ou açoriana, uma vez que carréga o apelido Bettancourt que passa aos filhos, e MARGARIDA
SODRÉ, casada com BARTOLOMEU ESTEVES PERU, abastado
mercador da praça. Temos nota desta linhagem ao analisarmos a sucessão numa das casas da rua das Mostardeiras, aquela que seria a primeira das habitações que a família adquiriu ou herdou na referida rua. Após a morte de João Anes do
Canto, surge como vida nas referidas casas Gaspar Rodrigues,
o das Maranhas, casado com a «enteada de João Anes do
Canto» (provavelmente irmão de Lançarote Rodrigues das
Maranhas casado com a filha deste, Branca Anes do Canto),
AMAP. Notarial n.º 14, fls. 116 e 116v, de 27 de janeiro de 1577.
AMAP. Colegiada de Santa Maria da Oliveira de Guimarães. Documentos particulares, mç. 75, n.º 26.
Existe uma forte possibilidade de Beatriz do Canto que se segue apresentada ser
neta de João Anes do Canto, filha de seu filho João Anes do Canto herdeiro das casas na rua das Mostardeira, e assim, irmã de Antônio do Canto, o moço (por oposição talvez ao tio, o arcipreste).
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10 (IV)IV-
45
46
47
127
filha de um anterior casamento de Maria Gil, a quem João
Anes do Canto nomeou em vida nas ditas casas, que, finda esta, passaram novamente à geração na pessoa de Beatriz do
Canto, casada com Fulano Sodré que tiveram a geração acima
mencionada.
JOÃO ANES DO CANTO. Segue no § 109.o.
ISABEL ANES DO CANTO, nasceu na rua das Mostardeiras, Guimarães.
Casou-se com FRANCISCO DA SILVA, meirinho da correição D‟Entre
Douro e Minho pelo Duque de Bragança, D. Teodósio. Filho de Diogo
Fernandes Soeiro, abade de Serzedelo45 e de Mécia da Silva, filha de
Álvaro Rebelo de Macedo.46 Segundo relata Felgueiras Gaio, Diogo
Fernandes Soeiro raptara Mécia da Silva da casa de seu tio Diogo Lopes
de Azevedo, para onde tinha ido depois de ficar órfã. Era filho de Álvaro
Fernandes Soeiro, abade da dita Igreja, que tinha sido cônego em Braga,
e descendente de Fernão Soeiro e de sua mulher Dona Gotinha, fundadores da igreja de Serzedelo. Deste casal encontramos um aforamento lançado no “Livro dos Acordos da Nobre e Sempre Leal Vila de Guimarães
o Ano de Mil e Quinhentos e Trinta e Um Anos”.47
MORAIS, Cristóvão Alão de (1632-1693). Pedatura Lusitana. Braga: Ed. Carvalhos de Basto, 1997. 6 volumes. Vol. II: Cantos, p. 265.
GAIO, Manoel José da Costa Felgueiras (1750-1831). Nobiliário de Famílias de
Portugal. 12 volumes. 2.ª ed., 1989 a 1990. Braga: Ed. Carvalhos de Basto. Volume
VII: Macedos § 7, n.º 11 e § 39, n.º 12.
«Aos que este aforamento virem como no ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de 1531 anos, aos (sic) derradeiro dia de Julho na Vila de Guimarães na
Câmara estando aí Bartolameu Gomes Juiz e Joanne Annes do Canto e António da
Costa vereadores e João Álvares procurador do concelho perante eles pareceu
Francisco da Silva meirinho do Duque Nosso Senhor e disse que ele comprou por
licença desta Câmara um campo da ordem de Sto. André que jaz abaixo do Sabacho entre as estradas que vão da Madroa para o Porto e para Sto. André e porque
ele quer aforar em três vidas requereu-lhes que lho aforassem e fez lanço de 240
réis cada ano porque estava em quarenta réis que dantes se pagavam dele e o
mandaram meter a pregão por Pedro Álvares pregoeiro que o trouxe a pregão por
30 dias e mais não dava outrem ninguém mais e porque dito pregoeiro deu fé que o
trouxe em pregão os ditos trinta dias e mais trouxe por esta vila por as praças e
ruas e rocios e não lançou ninguém mais lho mandaram rematar com o ramo na
mão e lhe aforaram o dito campo no dito prazo em três vidas se para ele e sua mulher Isabel Anes do Canto e um filho ou filha de entre ambos e o dito Francisco da
Silva recebeu assim o dito aforamento como dito é e se obrigou a pagar à ordem e
ao recebedor dela os ditos 240 réis cada ano e o mandaram assim escrever teste-
128
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
1 (V)2 (V)V-
Tiveram:
LICENCIADO PEDRO DA SILVA DO CANTO.
DONA MÉCIA DA SILVA, que segue.
DONA MÉCIA DA SILVA,
“Nas pousadas do Senhor Francisco da Silva, estando aí de presentes, Micia da Silva filha dele meirinho (…) fazia seus bastantes procuradores a Pedro Francisco escudeiro e asi ao dito Francisco da
Silva seu pai”. 48
“Na rua da Sapateira nas casas de Pedro Dinis Meirinho da Correição estando aí de presente a Senhora Mécia da Silva dona viúva
mulher que foi do Chançarel Francisco de Matos e por ela e pelo
dito Pedro Dinis e por Francisco da Silva seu filho dela Mécia da
Silva foi dito que eles faziam seus bastantes procuradores os Licenciados João de Valadares e Manuel Barbosa e António da Costa
genro dela constituinte e a Salvador Dias sapateiro morador nesta
vila e a Sebastião Leite morador em Fareja termo desta vila para os
representar em todo o seu direito e justiça e todas suas causas demandas movidas e por mover e principalmente poderem notificar a
Senhora Dona Gregória mulher que foi do doutor Pedro da Costa e
a seu filho Jorge da Costa por hua provisão d’el rei (…).49
D. Mécia da Silva e Francisco de Matos tiveram:
1 (VIII)- FRANCISCO DA SILVA.
2 (VIII)- SENHORINHA DE MATOS. Casou-se com ANTÔNIO DA COSTA.
IV-
48
49
§ 2.o
CÔNEGO ANTÔNIO DO CANTO, filho de João Anes do Canto e de sua
primeira mulher Francisca da Silva (na dúvida), do § 1.o n.º III. Nasceu
na rua das Mostardeiras, Guimarães cerca de 1500. Foi criado por seu
irmão Pedro Anes do Canto, que lhe deixou a legítima de seus pais, bem
como o seu ofício de escrivão do Mestrado da Ordem de Cristo e Bispa-
munhas Gonçalo de Faria almoxarife e Gonçalo Fernandes tabelião e eu João Vieira escrivão da Câmara em a dita Vila de Guimarães por o Duque Nosso Senhor
que o escrevi e mandaram dar ao dito Francisco da Silva o treslado deste tirado
deste livro da Câmara para sua guarda. Assinaturas: Francisco da Silva, Bartolomeu Gomes, Joanne Anes, Gonçalo de Faria, António da Costa, Gonçalo Fernandes, João Alvres».
AMAP. N-1, fls. 84v a 85v, de 31 de março de 1540.
AMAP. N-3, fls. 153v a 154v, de 27 de novembro de 1577.
Revista da ASBRAP n.º 21
129
do do Funchal, «o que tudo fiz por afeição que lhe tinha por que o criei
comigo na corte de moso de nove annos».
Foi criado de D. Diogo Pinheiro, vigário de Tomar e Prior da
Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira. Em 1513 subscreveu, em nome
de seu irmão Pedro Anes, que era então escrivão de D. Diogo Pinheiro,
um documento que este prelado dirigiu a todos os vigários e curas da ilha da Madeira. Foi o primeiro arcipreste da Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira em Guimarães.
Foi senhor da Quinta de Vila Verde em Urgeses (Santo Estêvão), Guimarães. Teve a mercê da administração da capela instituída na
Madeira por Gonçalo Camelo e sua mulher.50
Em relativamente recente publicação sobre a Casa do Terreiro51, em Leiria, o autor refere que «Através de de escritura celebrada em
Lisboa a 30 de Maio de 1528, Pedro Anes do Canto doou ao irmão António do Canto a legítima que recebera por morte dos pais, que viveram
em Guimarães, com a obrigação de António do Canto mandar dizer semanalmente uma missa rezada por alma dos referidos pais. Através da
mesma escritura, António do Canto obrigou também a sua legítima a este encargo, na condição de receber, para si e seus herdeiros, os sobejos
do rendimento da legítima do irmão. Apenas se António do Canto não
tivesse herdeiros, este vínculo passaria para os herdeiros de Pedro Anes
do Canto, e se este também os não tivesse, passaria o mesmo mesmo
vínculo ao parente mais próximo».
Mais acrescenta este autor que «o testamento de António (Anes) do Canto, Arcipreste de Santa Maria da Oliveira, foi feito em Guimarães a 16 de Outubro de 1550. O testador desejava ser enterrado no
meio da capela-mor da hoje (desaparecida) Igreja de S. Paio de Guimarães, onde queria construir sepultura privada. Entre as várias disposições
testamentárias de António do Canto, refira-se que deixou “ao Cabido
huas cazas (…) em rua de guattos, de fronte da portaria de São Domingos onde era a camsella” e ainda o rendimento que tinha nas estalagens
que “forão do pardo”, na mesma rua, com obrigação de missas».
Este documento constitui uma janela privilegiada sobre o quotidiano familiar do arcipreste, evidenciando a sua preocupação no resguardo quer de sua manceba, Camília Laborão, quer dos própios escra50
51
MENDES, António Ornelas; FORJAZ, Jorge. Op. cit. Vol. II: Cantos, p. 767.
QUEIROZ, Francisco. A Casa do Terreiro – História da Família Ataíde em Leiria.
Volume I, Leiria, Fundação Caixa Agrícola de Leiria, Editora Jorlis, 2010, subcapítulo 4.9.5 – Os Cantos.
130
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
vos que o serviram. Neste capítulo fica bem patente o afinco com que
determina a concessão de meios necessários à sobrevivência destes após
a sua morte:
(…) declaro que leixo § Pedro / de Guinée e Joane mouro e Beatriz
moura e Fernando seu / filho dela Beatriz forros e llivres e hisentos
de todo cativeiro / e mando que a Pedro e a Joane ensinem a tozadores ou alfaiates e tudo / à custa da minha fazenda e o Fernando
façaõ clériguo / de missa e o abelittem e llegittimem p.a que seja e
rogue / a Deus por minha alma pecadora em seus sacrifíssios para
Beatriz / seja ella minha filha em caza bem tratada como eu a sempre tive e como / a pessoa que ajudou a criar e ao mesmo seu f[ilh]
o Fernando até / cantar missa nova e q[uan]do a cantar lhe darão
hum vestido novo / preto de lloba sayo calças e gibão barrette borzeguins e luvas / e duas camisas de pano de llinho e mais lhe darão
hum janta (jamba?) / e toda a oferta seraa delle Fernando e a
d[it]a Beatriz mai / dele Fernando mando casem aguazalhem com
seu f[ilh]o dispois q[ue] / for clérigo se se ella não cazar e olhem
por elle e a minha f[ilh]a / dará à d[it]a Beatriz hua cama de roupa
e hum vestido de panno // de Castela perfeito e duas camisas e seu
calsado / e toucado e a Joane e a Pedro cada hum seu vestido de
Castella // e q[ue] velem capa e duas camisas e isto despois que eles forem offissiais e lhes dêem suas cartas de alforria e elles / e cada hum delles onde quer q[ue] acharem meus filhos a q[ue] / acatem e acompanhem como bons criados e q[ue] de mim rece/beraõ
aquella benfeitoria e roquem a Deus por minha / alma e não forro
Jorge porque é muito velho e tem mais / necessidade de ter quem
lhe dee com cativeiro e repairo q[ue] / d’alforria mando a minha filha q[ue] o tenha em caza e lhe dee / bom cativeiro e o tratem bem
e repaire e com isso me faraa a von/tade e averaa a minha benssão
e eu ei q[ue] isto é milhor / q[ue] alforria e mando que nunca seja
vendido nem dado / salvo o tenha a d.a minha f[ilh]a Mabília do
Canto, e estas / despesas atrás que se fizerem com estes meus escravos / sobreditos mando q se fação do monte mor de toda mi/nha
faz[end]da (…).52
Quando à “negra grande”, ficava para a companheira do testador, Camília Laborão, a quem, além de garantir uma existência desafogada, pretendeu proteger da sua condição de mulher solteira e manceba
de padre. Neste sentido determinou que se seus filhos não respeitassem
sua mãe, nem lhe dessem os rendimentos que o testador estipulava e se
“elles quizessem diser que ella era minha servidora ou manceba”, que
52
A.C.T. (Arquivo da Casa da Torre), Documentos sobre os vínculos dos Cantos.
Revista da ASBRAP n.º 21
131
fossem deserdados, passando os bens ao irmão do testador, Pedro Anes
do Canto, o açoriano, ou ao filho mais velho deste.
Uma relação de anos que ia muito além do respeito mútuo e
demonstrava um real afeto entre o casal:
(…) Estas / medidas que lleixo a Camíllia Llaboaroa q[ue] coma
lhas lleixo com / comdissão q[ue] ella viva honradam[en]te e cazando em fasse da igreja pu/blicam[en]te taobem me apraz q[ue]
as coma em sua vida e fazendo ela de si / outra cousa o q[ue] eu
não creio e sendo manifesto e provado por tt[estemunh]as / certo
então mando q[ue] as não coma mais e, diguo, q[ue] / mando
q[ue] as não coma mais e fiquem e sejam a cujas fficarem ou / fficarem por partilhas porq[ue] não vivendo ella bem que será em
aba/tim[en]to de seus ff[ilh]os e de sua honrra não he justo comerlhes sua faz[en]da / e taobem mando a minha ff[ilh]a Mabilia co
Camtto sub carguo de / minha bemssão e emcomendo ao marido
com q[ue] cazar q sendo / Camillia Lleboroa aquella q[ue] devem e
eu della conffio elles a tenhaõ / em sua caza p[ar]a seus repouzos
delles e lhes criar seus ff[ilh]os porq[ue] ella / p[ar]a tudo isto e
mais hé, ao q[ue] della conhesso e alcanso e seos tempos / não mudarem e elles a tratem como mai e ella p[ar]a isso he p[ar]a se elles dela homrrarem por grandes q[ue] sejam que querem que fossem (…).53
Ficavamos também com uma ideia da dimensão dos seus bens
de raiz, desde a Quinta de Tamaris ao Casal das Molianas, este último
nomeado em Camília Laboroa. Acresce ainda os rendimentos dos Casais
da Cruz, em São Pedro “dantre ambas as aves”, cujo usufruto reverteria
em favor de Camília Laborão, bem como o Casal da Carreira que estava
“junto de Unhão, e paços de Manuel Teles”.
Estes bens de raiz deveriam ser sempre herdados pelo filho
mais velho, com encargos de missas, concluindo o testador que“quero
que seja como capella”.
Deixou o testador de sua manceba quatro filhos, a mais velha,
Mabilia do Canto, “a qual criei com muito amor”, e que em 1550 estava
em idade própria para casar, talvez por isso lhe legou sua terça. Quanto
aos restantes filhos, João Anes do Canto, Maria Gil do Canto e Pedro
Anes do Canto, deveriam repartir com a irmã mais velha a restante fazenda, a qual compreendia bens imóveis e rendimentos com valor avul-
53
A.C.T. (Arquivo da Casa da Torre), Documentos sobre os vínculos dos Cantos.
132
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
tado na Ilha Terceira, administrados pelo irmão do testador, Pedro Anes
do Canto54.
Teve de CATARINA LABORÃO:
1 (V)MABÍLIA DO CANTO, que segue.
2 (V)JOÃO ANES DO CANTO, escudeiro fidalgo da Casa Real, por
alvará de 25 de julho de 1556.55 Foi, tal como seu avô, vereador do senado vimaranense. É bastante provável que seja o
mesmo que encontramos casado com ISABEL DE BARROS, filha de Artur de Barros.56 Em São Sebastião, Guimarães, encontramos o batismo de um mais que possível filho natural:
«Aos vinte he seis dias do mês de junho de 1585 batizei eu
G.lo Dias da Faia cura nesta igreja de S. Sebastião ha Jm.o filho de Jm.o Anes do Canto he de Maria moça solt.a: foraõ
54
55
56
QUEIROZ, Francisco, ob., cit., subcapítulo 4.9.5 – Os Cantos. Informa ainda o autor que «Perdurou na Casa do Terreiro um libelo de João Anes do Canto contra seu
cunhado Paulo de Almeida (Laborão), marido de Mabília do Canto, e contra o seu
irmão Pedro Anes do Canto. Dando-se como filho varão mais velho de António do
Canto, João Anes do Canto veio reclamar a posse do vínculo, referindo que os seus
avós paternos João Anes, o velho, e sua mulher Maria Gil, deixaram por morte a
Quinta de Cavaleiros, em Vila Verde, termo de Guimarães, a Quinta do Castro, o
Casal da Gandarela (em Celorico de Basto), o Casal da Cruz, o Casal da Carreira, o
Casal de Joane e duas moradas de casas que “estão no toural a rabalde desta villa”, assim como outras peças que os réus traziam e ocupavam, não as querendo largar, depois de “muitas vezes” João Anes do Canto as ter requerido amigavelmente.
O autor do libelo viria a conseguir os seus intentos, por se ter provado que ele era o
varão mais velho e por não haver no testamento do pai uma disposição concreta
quanto à sucessão na capela, pelo que se aplicava a lei geral das capelas e morgados».
MENDES, António Ornelas; FORJAZ, Jorge. Op. cit. Vol. II: Cantos, p. 767.
AMAP. Notarial n.o 58, fls. 17v-19, de 9 de junho de 1581: «Em nome de Deus
Amem saibham quantos este estromento de bastante procuraçam virem que no ano
do nascimento de nosso s.or Jhu Xpo de mill e quinhentos he oiten/ta he hum anos
aos nove dias do mês de Junho do dito ano em ha villa de G.es nas casas da morada de Manuel Rebelo de Prado morador na dita villa estanho ahi de presente a Sr.a
Isabel de Barros mulher de Joane Anes do Canto moradores nesta vila e loguo por
ela foi dito em presença de mim t.am p.cp e das test.as ao diante nomeadas que ela
no milhor modo e via he forma de dr.to podia e devia fazia e ordenava por seus
bastantes prd.res e cada um deles so insolidum com poder de outros sobrestabelecer e os revogar […] a Manuel de Barros irmão dela constituinte e a Artur de Barros pai dela constituinte […].
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3 (V)4 (V)-
V-
133
padrinhos Domingos Glz e Marguarida Pereira – G.lo Dias da
Faia».57
PEDRO ANES DO CANTO.58
MARIA GIL DO CANTO. Possivelmente falecida antes de se
cumprir o testamento de seu pai uma vez que seu nome não
consta das demandas que correram sobre a sua fazenda.
MABÍLIA DO CANTO. Nasceu em Guimarães, cerca de 1525. « Mabbilia
do canto legittimada com as clausullas gerais no anno de 1537 ». 59 Foi herdeira legítima de seu avô João Anes do Canto e senhora da Quinta de
Vila Verde, herdada de seu pai. Casou-se com PAULO DO ALMEIDA
SANTARÉM. Em 1.º de outubro de 1571...
Nas Pousadas de Paulo de Almeida Santarém tabelião publico e
das testemunhas ao diante nomeadas a Mabilia do Canto mulher do
dito Paulo de Almeida moradores na dita vila e por ela Mabilia do
Canto foi dito que fazia a João Anes do Canto seu irmão mostrador
desta procuração pera em nome dela constituinte e por ela arrendar receber cobrar e aver a sua mão e poder certo dinheiro que lhe
estava devendo por António Pires do Canto primo dela constituinte
e ho hade receber de Pedro de Castro seu filho ou de outro qualquer herdeiro e para que lho deverem e forem em obrigação paguar
e ho que asi receber possa dar paguas e quitações na forma que lhe
forem pedidos e jurar em sua alma juramento (…) e ela Anabilia do
57
58
59
AMAP. Misto 1, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 441, fls. 2v, n.º 4.
Como se documenta em instrumento de Procuração datado de 20 de outubro de
1563 de seu tutor Nicolau Álvares do Canto «(…)Nas pousadas do licenciado António Luís em presença de mim tabelião apareceu Nicolau Álvares do Canto cavaleiro morador no Campo da Feira e logo por ele Nicolau Álvares foi dito que ele era
tutor de Joanne Anes do Canto e Pedro Anes do Canto filhos que ficaram de António do Canto arcipreste que foi na Colegiada da Igreja de Santa Maria da Oliveira e
porque havia certa fazenda para a renda dos órfãos em ho concelho da vila de Celorico de Basto e em outras partes e assi para suas demandas como tutor dos ditos órfãos fazia como de feito fez por procuradores ao Licenciado Francisco de Marcelo
morador na vila de Amarante e ao Licenciado António da Silva na mesma vila de
Amarante […] Testemunhas: o dito Licenciado António Luís e Gonçalo Vieira moradores na dita vila de Guimarães e fazia mais procurador a Sebastião Gonçalves
morador na dita vila casado com uma criada dele constituinte (…)» AMAP. Colegiada 932, fls. 35v a 36v, de 20 de outubro de 1563.
ACT (Arquivo da Casa do Terreiro). Documentos sobre os vínculos dos Cantos.
134
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
Canto e ela o fazia como tutora e curadora do dito seu marido Paulo de Almeida por ser mentecanto (sic) [mentecapto]. 60
1 (VI)VI-
Tiveram:
ANA DE ALMEIDA DO CANTO, que segue.
ANA DE ALMEIDA DO CANTO, que residiu na Quinta de Vila Verde Urgeses, herdeira da legítima de seu bisavô, que seu primo Manuel do Canto e Castro tentou reivindicar na Justiça. No Tombo dos bens do concelho de 1612, pode ler-se:
Duas moradas de casas acima do canto da rua que vai pera São
Sebastião, que são do Morgado que ficou de João Anes do Canto e
que pesui Domingos da Costa dazevedo seu sucessor. 61
Casou-se com DOMINGOS DA COSTA DE AZEVEDO, nascido na
Quinta do Pinhó, Vale de Bouro (São Martinho), Celorico de Basto, filho de Salvador Nunes de Azeredo e de sua mulher Maria da Costa. Tiveram:
1 (VII)- CATARINA DE ALMEIDA DO CANTO. Segue.
2 (VII)- MANUEL DE ALMEIDA DO CANTO. Nasceu na Quinta de Vila
Verde, Urgeses (Santo Estêvão), Guimarães, batizado em 7 de
abril de 1611.62 Foram padrinhos João Álvares Roixo, mercador, e Catarina Pires, do Casal da Maina. Foi capitão de Infantaria da Capitania do Espírito Santo e, também, depois, seu
capitão-mor, em 1646. Já era falecido em 1675.63 O Conselho
Ultramarino produziu uma longa epístola, em 3 de março de
1646, a qual relatava um curioso confronto entre o capitão de
infantaria, Manuel de Almeida do Canto e a Igreja Católica,
cujo pivô fora um preso que fugira do cárcere.64 Segundo a
mesma fonte, o historiador Santana escreveu:
60
61
62
63
64
AMAP. Notarial n.º 10, fls. 87 a 88, de 1.o de outubro de 1571.
BRAGA, Alberto Vieira. Administração seiscentista do Município Vimaranense,
Guimarães, ed. Câmara Municipal de Guimarães, 1992, p. 279.
AMAP. Misto 1, Urgeses (Santo Estêvão), Guimarães, Paroquial n.º 868, fls. s/n.º,
n.º 3.
Catálogo de documentos manuscritos avulsos referentes à Capitania de Espírito
Santo, existentes no Arquivo Histórico Ultramarino. Referências sobre ele, vistas
em abril de 2014, em http://actd.iict.pt/eserv/actd:CUc007/CU-EspiritoSanto.pdf
SANTANA, Ricardo George Souza. Um “Delicto Sancto Atrox”: Sacrilégio e lesa
Majestade divina na vila de Nossa Senhora da Vitória, Capitania do Espírio Santo
Revista da ASBRAP n.º 21
135
Já havia se envolvido em rusgas contra o capitão-mor Manuel da
Rocha de Almeida, em 1652, também no Espírito Santo, segundo
uma carta publicada em Documentos Históricos da Biblioteca Nacional, V, 50. Encontramos, ainda, um trecho de uma carta escrita
pelo Conde de Castelo Melhor para os oficiais da capitania, em doze de setembro de 1650: “[...]Viram-se os papeis que se remmetteram contra o capitão Manuel de Almeida do Canto: e não foram as
culpas de qualidade, que não seja bastante castigo para ellas o tempo
que ha, que está preso nesta cidade [do Salvador], suspenso de sua
companhia e com maiores despesas, que as que pode supprir um
soldado sem fazenda. Nesta consideração o absolveu a justiça e eu o
mando restituir a seu cargo. Delle confio que se haja, daqui em diante, de maneira que se me não repitam queixas suas: e quando reincida (o que não espero) a tudo mandarei dar remedio”. 65 Temos também acesso a sua nomeação como capitão-mor do presídio do Espírito Santo, homologada em carta régia de quinze de dezembro de
164466, também fora comandante de uma companhia de infantaria
do presídio da capitania do Espírito Santo, até 1671. 67
VII-
65
66
67
68
69
70
CATARINA DE ALMEIDA DO CANTO. Nasceu na Quinta de Vila Verde,
Urgeses (Santo Estêvão), Guimarães, onde foi batizada em 20 de junho
de 1609.68 Foram padrinhos Tomé de Azevedo, abade de Santa Eufêmia
e Catarina Vieira da Preza. Falecida na dita Quinta em 15 de julho de
1667.69 Casou-se com FRANCISCO DA SILVA FARIA, falecido na Quinta
de Vila Verde, Urgeses (Santo Estêvão), Guimarães, em 14 de julho de
1669.70 Tiveram:
(1646-1651). In Revista Ágora, Vitória, n.14, 2011, pp. 1-14. Visto em abril de
2014 na página: http://periodicos.ufes.br/agora/article/viewFile/5025/3797
Documentos Históricos da Biblioteca Nacional, III, pp. 81-82.
Documentos Históricos da Biblioteca Nacional, XVIII, p. 441.
Documentos Históricos da Biblioteca Nacional, VI, p. 168.
AMAP. Misto 1, Urgeses (Santo Estêvão), Guimarães, Paroquial n.º 868, fls. s/n.º v,
n.º 2.
AMAP. Misto 2, Urgeses (Santo Estêvão), Guimarães, Paroquial n.º 869, fls. 92v,
n.º 3. Não fez testamento por não ter de quê, e no mesmo dia que se deu à terra que
foram aos dezasseis do mesmo mês se lhe fez o primeiro ofício de dez padres.
Faleceu de repente, sem pessoa que lhe acudisse por viver só. Foi encontrado morto
aos quinze do dito mês e foi sepultado dentro da Igreja. Entrou na posse da Quinta
de Vila Verde João de Almeida, escrivão.
136
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
1 (VIII)- FELICIANA. Nasceu na Quinta de Vila Verde, Urgeses (Santo
Estêvão), Guimarães, em 9 de abril de 1646.71 Batizada em
São Paio, Guimarães, em 14. Padrinhos Antônio de Freitas do
Amaral e Torcato Barbosa de Almada.
2 (VIII)- ALEXANDRE DE ALMEIDA DO CANTO, que segue.
Teve de FRANCISCO GONÇALVES DOS PASSOS72, infanção e
mercador na vila de Guimarães, morador na rua do Gatos, irmão de Domingos de Passos.73 Eram ambos filhos de Gonçalo Enes e sua mulher
Mara Gonçalves:
3 (VIII)- JOÃO DE ALMEIDA PASSOS, enjeitado, que segue no § 4.o.
4 (VIII)- MARIA DE ALMEIDA PASSOS. Casou-se em 28 de dezembro de
1678 na igreja de São Dâmaso, freguesia de São Sebastião de
Guimarães, com DOMINGOS CARDOSO, filho de Gualter Cardoso e de sua mulher Maria Gonçalves, moradores no lugar
de Penido, freguesia do Souto.74
VIII-
71
72
73
74
ALEXANDRE DE ALMEIDA DO CANTO. Era ferreiro, ao nascimento de sua
filha Serafina e lavrador, ao óbito. Nasceu na Quinta de Vila Verde, Urgeses (Santo Estêvão), Guimarães, batizado em São Paio em 11 de junho
AMAP. Misto 1, São Paio, Guimarães, Paroquial n.º 407, fls. 113v, n.º 2.
Teve Francisco Gonçalves de Passos uma filha legitimada de nome Maria de Passos, que se casou com o infanção João Pereira da Cunha, irmão do Doutor Antônio
Pereira da Cunha, o Cardote, segundo Gaio « um dos maiores letrados deste Reino e
foi colegial e Reitor do Colégio de S. Pedro Lente de Véspera em Leis Dz.or dos
Agravos de Lisboa, e Juiz do Fisco», no Gaio tít.: Cunhas, § 33, n.º 3.. Eram ambos
irmãos do abade de Estorãos Domingos Pereira, que levantou impedimento contra o
padre António Peixoto da Silva, filhos de André Gonçalves da Cunha, mercador e
de sua mulher Margarida Pereira.
MORAES, Maria Adelaide Pereira de. Velhas Casas de Guimarães. Porto: Centro
de Estudos de Genealogia, Heráldica e História da Família da Universidade Moderna do Porto, 2001, 2 volumes. Vol. I, p. 79.
AMAP. Misto 3, São Sebastião, Paroquial n.º 439, fls. 142, n.º 1: «Aos vinte e oito
dias do mês de Dezembro de mil e / seiscentos e setenta e nove annos por ser já
passado / dia de Natal em a Igreja de Sam Dâmazo desta / freg.a de minha licensa
em prezença do R.do Ant.o / Frz; Manuel Glz torneiro, Domingos Fernandes / serralheiro; e P.o de Campos mercador, e moradores / nesta; se receberaõ corridos os
banhos na forma / do sagrado Conc. Trid.; Domingos Cardoso filho legítimo / de
Gualter Cardozo, e sua m.er Maria Glz. moradores / em o lugar de Penido freg.a
de Souto com Maria de / Almeida Passos filha de Frnc.o Glz. Passos, e de / Catarina de Almeida do Canto já defuntos mor.es / que foram nesta villa».
Revista da ASBRAP n.º 21
137
de 1649.75 Foram padrinhos João do Vale Peixoto, beneficiado de São
Gens e Catarina Vieira, mulher viúva, que trouxe o menino à pia de batismo. Faleceu em São Sebastião, Guimarães, em 26 de agosto de
1685.76 Casou-se na freguesia de Passos (São Vicente), Fafe, em 26 de
agosto de 167077, com CATARINA ANTUNES, natural do Bairro do Listoso, Passos (São Vicente), cerca de 1653. Catarina Antunes faleceu em 7
de setembro de 1695 em São Sebastião, conforme segue:
Aos sete do mês de Septembro de mil seis/centos, e noventa e sinco
morreo Catherina Antunes v.a mo.ra que foi em a Rua de Sam /
Dâmazo, com todos os sacram.tos não fes testam.to / ficaram seus
f.os por seus herdeiros sepultou/-se em Sam Fran.co desta villa. António Alvres.78
Filha de Francisco Antunes Gonçalves, pedreiro, e de sua mulher Isabel Gonçalves.79 Neta materna de Antônio Gonçalves, natural do
Bairro do Lestoso (ou Listoso?) e de sua mulher Maria Martins, natural
de Lobeira (São Cosme Damião).80
Tiveram:
1 (IX)ANA. Nasceu na Quinta de Vila Verde de Baixo, Urgeses
(Santo Estêvão), Guimarães, batizada em 12 de junho de
1671.81 Foram padrinhos Cosme Antunes, irmão da mãe do
batizado, da freguesia de São Vicente de Passos e Ana Salgado, mulher de Domingos Coelho Madanelo, moradores nas
Molianas, freguesia de São Sebastião.
2 (IX)FRANCISCO DE ALMEIDA DO CANTO, que segue.
3 (IX)JOÃO, que nasceu em 16 de novembro de 1679 na Quinta de
Vila Verde de Baixo, São Sebastião, Guimarães, onde foi ba-
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79
80
81
AMAP. Misto 2, São Paio, Guimarães, Paroquial n.º 408, fls. 13, n.º 4.
AMAP. Misto 3, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 439, fls. 49, n.º 3. «Faleceo com os sacramentos da Penitência e Extrema-unção não foi possível dar-lhe o
sacram.to da sagrada eucharestia porque continuam.te estava lançando sangue
pella boca e narizes, não fez testam.to por dizerem que era pobre, tangeu-se-lhe o
signo e teve missa de corpo prezente, sepultou-se na dita igreja».
ADB. Misto 2, Passos (São Vicente), Fafe, Paroquial n.º 298, fls. 77, n.º 2.
AMAP. Misto 3, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 439, fls. 75, n.º 1.
Recebidos em 2 de outubro de 1642. No assento o pároco omite a filiação paterna.
Recebidos em Lobeira São Cosme em 16 de janeiro de 1605.
AMAP. Misto 2, Urgeses (Santo Estêvão), Paroquial n.º 869, fls. 47, n.º 1.
138
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
4 (IX)5 (IX)-
IX-
82
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88
tizada em 19.82 Foram padrinhos o Padre Francisco Ferreira e
Isabel Pereira, mulher de Antônio de Castro, mercador.
SERAFINA DE ALMEIDA DO CANTO, que segue no § 3.o.
ÁLVARO,Nasceu na Quinta de Vila Verde de Baixo, São Sebastião, Guimarães, em 18 de junho de 1685. Batizado em 4
de julho.83 Foram padrinhos o Reverendo Álvaro Soares de
Brito, abade de Soalhães, e Francisco de Abreu Soares.
FRANCISCO DE ALMEIDA DO CANTO, mercador, nasceu na Quinta de Vila Verde de Baixo, São Sebastião, Guimarães, em 17 de novembro de
1676.84 Batizado em 20. Padrinhos Francisco Monteiro de Magalhães e
Maria de Almeida, moradora às Lagens do Toural. Casou-se na Oliveira
(Santa Maria), Guimarães, em 3 de julho de 170085 com TERESA FREITAS DE ALMEIDA, nascida na Praça do Peixe, Oliveira (Santa Maria), ou
na rua da Fonte Nova em São Paio, Guimarães, cerca de 1670. Faleceu
na cidade do Porto, para onde se havia mudado recentemente, em 24 de
junho de 1716.86 Filha de Pedro Ribeiro e de sua mulher Catarina de
Almeida, moradores na rua da Fonte Nova, freguesia de São Paio. Neta
materna de João de Freitas, mercador, e de sua mulher Inês de Almeida
recebidos na Oliveira (Santa Maria), Guimarães, em 23 de novembro de
1659.87 Inês de Almeida era filha de Antônio Ribeiro, natural da Aldeia
da Ponte das Bouças, Fafe (Santa Eulália), onde foi batizado em 15 de
julho de 160188, e de sua mulher Margarida de Almeida, natural da fre-
AMAP. Nascimentos, 3, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 443, fls. 83, n.º 1.
AMAP. Nascimentos 3, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 443, fls. 133v, n.º
2.
AMAP. Nascimentos 3, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 443, fls. 55, n.º 2.
AMAP. Casamentos 1, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 388, fls.
27v, n.º 2.
AMAP. Misto 3, Urgeses (Santo Estêvão), Guimarães, Paroquial n.º 870, fls. 168v,
n.o 2. Declara o pároco que lhe constou recebera todos os sacramentos e não fez
testamento. É possível que tivesse algum filho a residir no Porto, o que explicaria a
sua deslocação para a dita cidade.
AMAP. Misto 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 360, fls. 158v, n.º
2.
Ao batismo, o lugar do seu nascimento é o Reguendo de Bouças, provavelmente a
propriedade familiar era reguenga e situada à ponte das Bouças. Foram padrinhos
Mateus Gonçalves, filho de Pedro Gonçalves do Paço e Catarina, filha de João
Revista da ASBRAP n.º 21
139
guesia e concelho de Amares, comarca de Viana, recebidos na Oliveira
(Santa Maria), Guimarães, em 19 de agosto de 1625.89 Neta paterna de
Gaspar Gonçalves (filho de Pedro Gonçalves e de sua mulher Apolônia
Ribeiro) e de Catarina André Gonçalves (filha de João Afonso e de sua
mulher Catarina Gonçalves) moradores na aldeia de Ponte das Bouças
Fafe (Santa Eulália), onde foram recebidos em 29 de maio de 1600.90
Neta materna de Manuel Fernandes, já defunto, e de sua mulher Inês
Gonçalves, da freguesia e concelho de Amares, comarca de Viana. Em
1709 tinha o encargo de mandar dizer 52 missas pelo morgado de Vila
Verde, de que então era administrador.
Tiveram:
1 (X)ANGÉLICA. Nasceu na Praça do Peixe, Oliveira (Santa Maria),
Guimarães, em 21 de julho de 1701.91 Foram padrinhos Dionísio de Oliveira, mercador, morador na rua da Sapateira e
Joana de Queirós, moradora no Terreiro das Freiras de Santa
Clara.
2 (X)JOSEFA. Nasceu na Quinta de Vila Verde, Urgeses (Santo Estêvão), Guimarães, batizada em 15 de fevereiro de 1706.92 Foram padrinhos Bento de Sousa e Silva, pasteleiro, morador na
Praça e Ângela de Freitas, solteira, moradora na Praça, ambos
da freguesia da Oliveira (Santa Maria).
3 (X)FRANCISCO. Nasceu na Quinta de Vila Verde, Urgeses (Santo
Estêvão), Guimarães, batizado em 3 de junho de 1707.93 Foram padrinhos o Licenciado Francisco de Castro, morador na
rua da Cadeia, da freguesia de Nossa Senhora da Oliveira e
89
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Afonso da Pedra. ADB. Misto 1, Fafe (Santa Eulália), Paroquial n.º 122, fls. 28v,
n.º 3.
AMAP. Misto 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 360, fls. 158v, n.º
2.
ADB. Misto 1, Fafe (Santa Eulália), Fafe, Paroquial n.º 122, fls. 77v, n.º 1. Foram
testemunhas: Jorge Antunes de Estorãos e João Afonso e Pedro Gonçalves das
Bouças, e Antônio Lourenço, do Assento e seu irmão Simão Lourenço, e Simão
filho de Antônio Lourenço, e Francisco Rebelo, de São Romão de Arões.
AMAP. Nascimentos 4, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 365, fls.
52, n.º 1.
AMAP. Misto 3, Urgeses (Santo Estêvão), Guimarães, Paroquial n.º 870, fls. 55, n.º
2.
AMAP. Misto 3, Urgeses (Santo Estêvão), Guimarães, Paroquial n.º 870, fls. 61, n.º
1.
140
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
4 (X)-
5 (X)-
6 (X)-
IX-
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Maria de Almeida, viúva, moradora da Praça da dita freguesia.
MANUEL. Nasceu na Quinta de Vila Verde, Urgeses (Santo
Estêvão), Guimarães, em 18 de maio de 1709, e batizado em
21.94 Foram padrinhos o Beneficiado Manuel Peixoto, morador na rua de Santa Maria, freguesia da Oliveira (Santa Maria), Guimarães e Luísa de Almeida, moradora na Praça de São
Tiago da dita freguesia.
ANTÔNIO DE ALMEIDA DO CANTO95. Nasceu na Quinta de Vila Verde, Urgeses (Santo Estêvão), Guimarães, em 4 de novembro de 1711.96 Batizado em 8. Foram padrinhos João
Francisco Veloso, morador nas Aldeias de Baixo e Mariana
Barbosa viúva, moradora na Maina.
DOMINGOS. Nasceu na Quinta de Vila Verde, Urgeses (Santo
Estêvão), Guimarães, em 14 de agosto de 1713.97 Batizado
em 17. Foram padrinhos Domingos Rebelo, solteiro, morador
à Porta da vila da freguesia de São Paio e Luísa de Almeida,
mulher de Bento da Sousa e Silva, morador na Praça, da freguesia da Oliveira (Santa Maria). Testemunha: o reverendo
Manuel de Almeida Ribeiro, morador na Praça da dita freguesia.
§ 3.o
SERAFINA DE ALMEIDA DO CANTO, filha de Alexandre de Almeida do
Canto, do § 2.o n.º VIII. Nasceu na Quinta de Vila Verde de Baixo, São
Sebastião, Guimarães, em 25 de agosto de 1682.98 Batizada em 27. Foram padrinhos o Padre Domingos de Mesquita e Cosme de Sá Peixoto.
Casou-se na freguesia da Costa (Santa Marinha), Guimarães, em 26 de
abril de 1706 com JOÃO DE OLIVEIRA, filho de Pedro de Oliveira e de
AMAP. Misto 3, Urgeses (Santo Estêvão), Guimarães, Paroquial n.º 870, fls. 68, n.º
2.
ADB. Processo de genere, n.º 6361. Pasta n.º 283, ano 1731, de Antônio de Almeida do Canto.
AMAP. Nascimentos 1, Urgeses (Santo Estêvão), Guimarães, Paroquial n.º 871, fls.
7, n.º 1.
AMAP. Nascimentos 1, Urgeses (Santo Estêvão), Guimarães, Paroquial n.º 871, fls.
19v, n.º 1.
AMAP. Nascimentos 3, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 443, fls. 106, n.º 1.
Revista da ASBRAP n.º 21
141
sua mulher Ana Francisca, moradores no Montinho, freguesia da Costa
(Santa Marinha).99 Tiveram:
1 (X)SERAFINA. Nasceu na freguesia da Costa (Santa Marinha),
Guimarães, batizada em 5 de agosto de 1706.100 O pároco escreveu a seguinte nota: «Esta criança não é de seu marido
porquanto quando o recebeu estava prenhe». Foram padrinhos Francisco da Silva e Francisca da Silva, da vila de Guimarães, freguesia da Oliveira (Santa Maria).
VIII-
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§ 4.o
JOÃO DE ALMEIDA PASSOS, enjeitado, filho de Catarina de Almeida do
Canto e de Francisco Gonçalves de Passos, do § 2.o n.º VII. Escrivão, faleceu na rua de São Domingos, São Paio, Guimarães, em 15 de junho de
1685; fez testamento, mas não declarou nele testamenteiro, nem deixou
bens de alma. Foi sepultado em São Domingos e ficaram por herdeiros
seus filhos.101 Casou-se com MARIA NOGUEIRA, nascida na rua dos Couros, São Sebastião em 30 de janeiro de 1638, irmã do Padre Gualter da
Costa.102 Filha de José da Costa, sapateiro, natural da rua dos Couros e
de sua mulher Sebastiana Nogueira, natural de São Paio, rua dos Gatos,
aí recebidos em 17 de julho de 1636103, e ainda vivia na dita rua em 6 de
setembro de 1694. Residiram na rua de São Domingos. Tiveram:
1 (IX)LICENCIADO DIOGO DE ALMEIDA E PASSOS. Foi advogado nos
auditórios da vila de Guimarães.104
2 (IX)DOUTOR MANUEL DE ALMEIDA E PASSOS. Casou-se na freguesia de São Vitor, Braga, em 12 de outubro de 1705105 com
AMAP. Misto 3, Costa (Santa Marinha), Guimarães, Paroquial n.º 225, fls. 58, n.º
2.
AMAP. Misto 3, Costa (Santa Marinha), Guimarães, Paroquial n.º 225, fls. 16, n.º
2.
AMAP. Óbitos 1, São Paio, Guimarães, Paroquial n.º 431, fls. 11v, n.º 1.
Batizada em 2 de fevereiro. Foram padrinhos Pedro Lopes de Freitas, juiz dos órfãos, e Isabel Nogueira, donzela da rua de Santa Maria. AMAP. Misto 2, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.o 438, fls. 92v, n.º 3.
AMAP. Misto 1, São Paio, Paroquial n.º 407, fls. 171, n.º 2. Apenas são mencionados os pais da nubente que era orfã, filha de Antônio Dias, cutileiro, e de sua mulher Beatriz Nogueira.
Processo de genere n.º 33220. Pasta 1475, ano 1694, de Diogo de Almeida e Passos.
ADB. Casamentos 2, São Vitor, Braga, Paroquial n.º 290, fls. 12v, n.º 1.
142
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
3 (IX)4 (IX)-
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III-
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111
DAMIANA MARIA FERREIRA DA SILVA, nascida no lugar do
Carvalhal, São João do Souto, Braga, filha do Doutor Dionísio Rebelo da Silva e de sua mulher Jerônima Ferreira da Costa.
PADRE DOMINGOS DA COSTA. Falecido na rua Travessa, São
Sebastião, Guimarães, em 29 de dezembro de 1692.106
CLARA DE ALMEIDA. Nasceu na rua de São Domingos, São
Paio, Guimarães, batizada em 16 de agosto de 1671.107 Casou-se na freguesia de São Sebastião, em 15 de julho de
1706108 com SIMIÃO DE ALMEIDA GOMES, que nasceu na Praça Pequena, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, em 23 de abril de 1681.109 Foram padrinhos João Barroso, morador na
Praça e Maria de Araújo. Filho de Antônio Gomes de Almeida, mesteiral e mercador de vinhos maduros e de sua mulher
Serafina Novais.
ROSA MARIA. Nasceu na rua de São Domingos, São Paio,
Guimarães, batizada em 25 de julho de 1674.110 Foram padrinhos Geraldo Pereira, meirinho da Correição, e D. Antônia
Pereira, filha de Bartolomeu Pinto, moradora na rua das Oliveiras.
§ 5.o
FERNÃO ANES DO CANTO (filho de Vasco Afonso, do § 1.o n.º II).111
Nasceu na vila de Guimarães, provavelmente na Praça de Santiago, por
volta de 1455. Tal como grande parte dos membros da família deve terse dedicado à mercância. Supomos igualmente tratar-se do mesmo indivíduo que ocupou o cargo de almotacé após sorteio na vereação de 30 de
Junho de 1531. Em 14 de outubro de 1531, os vereadores, reunidos em
sessão camarária, acordaram, no respeito dos privilégios régios de que a
vila gozava, dar voz aos «homens honrados que soem andar no regimento e governança da dita vila», isto para dar resposta ao requerimento
AMAP. Misto 3, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 439, fls. 67, n.º 3. Não fez
testamento por ser pobre. Foi sepultado na Colegiada.
AMAP. Nascimentos 2, São Paio, Guimarães, Paroquial n.º 409, fls. 2v, n.º 1.
AMAP. Misto, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 440, fls. 142v, n.º 1.
AMAP. Nascimentos 3, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 364, fls.
66, n.º 1.
AMAP. Misto 4, São Paio, Guimarães, Paroquial n.º 409, fls. 30v, n.º 2.
Pelas datas deve ser irmão, e não filho de João Anes do Canto.
Revista da ASBRAP n.º 21
143
de Pedro de Basto, fidalgo, sobre o aposentamento e vivenda que queria
fazer na vila. Encabeça esta lista de homens, Fernão Anes do Canto
«(…) E logo aí mandaram vir à dita Câmara Fernão Anes do Canto
(…)».112
Casou-se com fulana e tiveram:
1 (IV)ÁLVARO ANES DO CANTO, que segue.
2 (IV)JOÃO FERNANDES DO CANTO: «João Fernandes do Canto, filho de Fernando Anes do Canto, de Guimarães. Partiu para a
Índia, como homem de armas, em 1525, na 2ª esquadra, tendo
como capitão-mor Filipe de Castro».113
IV-
112
113
ÁLVARO ANES DO CANTO, nasceu em Guimarães, por volta de 1480.
Casou-se com ANA PIRES DO CANTO, provavelmente sua parente. Unimos duas linhas de Cantos, que inicialmente se mantinham separadas
uma respeitante a Álvaro Pires do Canto, ascendente do Cambado, outra
a Álvaro Anes do Canto. O que nos levou a tomar estes personagens
como a mesma pessoa foi a figura de «João Baptista cónego na Santa
Sé», parente não nomeado em que grau da linha Cambado, mas que conseguimos perfeitamente individualizar na linha de Álvaro Anes do Canto. Deste modo, negligenciamos a informação fornecida pela habilitação
ao Santo Ofício de Manuel Lourenço Salgado (Canto, § 82.o n.o XI), que
incorpora uma árvore genealógica da linha Canto. Face a estas referências documentais, consideramos que se trata de Álvaro Anes do Canto e
não Álvaro Pires, mais conhecido na vila como Álvaro Anes da Pupa,
pois residia neste casal.
Na linha dos Cantos da Pupa, encabeçada por Álvaro Anes do
Canto, pai de Ana Pires do Canto, casada com Diogo Ramalho, e por via
destes, avó do Reverendo Abade de Refojos, João de Carvalho do Canto, pai do Cônego João Batista do Canto, que nos surge nomeado nos
embargos de purga da inquirição de João da Rocha do Canto, embora
colocado, a nosso entender, erradamente na linha de Francisco Martins
da Rocha, o Esquerdo, e não na imediata de sua filha Maria da Rocha,
casada com André Gonçalves do Canto Talvez fosse caso de uma memória distante de parentela que não souberam precisar ou, simplesmente,
FARIA, João Lopes. “Vereações (Guimarães, 1531)”. In Revista Guimarães, n.º
107, 1997, p. 128.
Boletim da Sociedade de Geografia, 25ª Série (1907), n.º 7, p. 237, citado por:
BRAGA, Alberto Vieira, Curiosidades de Guimarães. In: Revista de Guimarães.
Guimarães, 1993, p. 242.
144
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
a deslocaram para a linha de parentesco mais conviniente ao sucesso dos
embargos.
Tiveram:
1 (V)CATARINA ÁLVARES DO CANTO, que segue no § 7.o.
2 (V)ANTÔNIO ÁLVARES DO CANTO, que segue.
3 (V)INÊS ÁLVARES DO CANTO, nascida no Casal da Pupa. Casouse com BARTOLOMEU GONÇALVES.
4 (V)ANA PIRES DO CANTO, que segue no § 6.o.
5 (V)GASPAR ÁLVARES DA PUPA, mercador, casado na Madeira,
freguesia da Sé do Funchal, em 1565, com ISABEL FERREIRA,
possível ascendente de DONA ANA DE PUPA, casada na mesma Sé do Funchal em 1629 com HENRIQUE MONIZ DE MENESES.
6 (V)MARIA ÁLVARES DO CANTO, que segue no § 101.o.
V-
114
115
ANTÔNIO ÁLVARES DO CANTO, ou ANTÔNIO ÁLVARES PUPA. Nasceu no
Casal da Pupa, Oliveira (Santa Maria). Cedo deu continuidade à atividade mercantil de seu pai entre a vila de Guimarães e o Porto, onde acabou
por assentar praça e foi rico mercador. Casou-se com MARIA MOUTINHO, senhora do reguengo de Aldeia Baganha, na Maia. Filha de Álvaro
Monteiro, tabelião e cidadão do Porto e de Maria Monteiro.114 Neta paterna de Gonçalo Monteiro e de Isabel de Vasconcelos, filha de Rui
Gonçalves de Sequeira e de sua mulher Inês Eanes de Vasconcelos.
Gonçalo Monteiro era filho de Lopo Martins Monteiro, cidadão do Porto
e neto de Martim Afonso Monteiro que, vindo ao Porto, em 1425, teve
Fernão Martins Monteiro, cidadão do Porto, onde vivia em 1439, bem
como João Martins Monteiro, morador em Lisboa, em 1410 (pai de Rodrigo Anes Monteiro, morador no Porto, ano de 1410) e o dito Lopo
Martins Monteiro Que tudo consta de uma Carta de Brasão de Armas
passada em 18 de setembro de 1553, a Gonçalo Monteiro, morador em
Mesão Frio, filho de João Monteiro, morador em Moura Morta, casado
com Catarina de Queiroz como se vê em nota de Eugénio de Cunha Freitas, n.º 212.115 “Outro tronco” que, como apontam os revisores, seguia
errada a geração aí tratada, mas cuja Carta de Brasão de Armas vem fazer prova.
MORAIS, Cristóvão Alão de. Ob. cit. Vol. IV, p. 99. Nota 215, «Isabel Monteira,
diz o Livro dos Assentos do Colégio de São Pedro».
MORAIS, Cristóvão Alão de. Ob. cit. Vol. IV, p. 99.
Revista da ASBRAP n.º 21
1 (VI)-
2 (VI)-
145
Tiveram:
DOUTOR ÁLVARO MONTEIRO DO CANTO. Foi Ouvidor Geral
da Índia. Era primo de Gaspar do Couto, de Amarante, meirinho das Beetrias e de Jerônimo do Couto116, do hábito de
Cristo. Álvaro foi opositor a uma beca ao Colégio de São Pedro (como constava do Livro dos Assentos, aonde declarou
seus pais e avós). Casou-se com D. BERNARDA DE SOUSA, viúva de Gaspar da Costa, e filha bastarda de Fernão Martins de
Sousa, senhor de Baião. Foram pais de JACINTO MOREIRA,
sem geração.
DOUTOR JOÃO ÁLVARES MONTEIRO. Foi Prior de Cedofeita.
Era licenciado, assinou assentos desde 1591 a 1605. Neste
mesmo ano foi paroquiar Escapães da Feira, como se vê num
assento de batismo em que ele figura como abade daquela
freguesia. Na História da Igreja de Fortunato de Almeida, lêse que um Dr. João Álvares Moutinho cedera o priorado de
Cedofeita a seu sobrinho Nicolau Monteiro, mais tarde bispo
do Porto. Antes de paroquiar Cedofeita, foi abade de Caldas
(São Jorge), Santa Maria da Feira, como se vê pela nomeação
constante no registro geral, em Braga:
“registo da confirmação da Igreja de São Jorge com sua anexa do
bispado do Porto em favor do L.do Jm.o Alz Moutinho do dito bispado por apellação = Paroquial Igreja de São Jorge e sua anexa
da Terra da Feira por morte natural de Fernão Soares, último immediato abbade – A 22 de Março de 1591 anos”.117
3 (VI)4 (VI)-
V-
116
117
Renunciado em seu primo João Carvalho do Canto.
Em vários assentos destas freguesias, menciona-se Antônio
Álvares do Canto, que supomos irmão.
ANTÔNIO ÁLVARES DO CANTO.
FRANCISCO ÁLVARES DO CANTO.
§ 6.o
ANA PIRES DO CANTO (filha de Álvaro Anes do Canto e de sua mulher Ana Pires do Canto no § 5.o n.º IV). Nascida no Casal da Pupa, cerca de 1539. Casou-se, por volta de 1560, com DIOGO DE CARVALHO, irmão de Ana de Carvalho, a quem fiou o dote para casar com Gonçalo
Estamos em crer que se deverá ler Canto e não Couto.
ADB. Registro Geral, 341, fls. 45.
146
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
Pires, sombreireiro, moradores nas Lajes do Toural, com geração. Diogo
de Carvalho foi mercador; após o casamento, residiram na Pupa, em casa
de seu sogro Álvaro Anes, como se pode ver na relação dos Privilégios
das Tábuas Vermelhas, feita em 1580 pelo cônego Francisco Anes Forte
«houtro luguar e orta que chamam a Pupa em que ora vive Dioguo Carvalho».118 Posteriormente, o casal compra umas casas da confraria do
Hospital da rua Nova das Oliveiras, a Pascoal Paulos e sua mulher Maria
Filgueira, moradores em Vila do Conde, renunciando ao direito adquirido pela dita compra, nas mãos dos senhores da dita confraria para se lhe
fazer novo prazo em 20 de maio de 1586.
Tiveram:
1 (VI)O REVERENDO ABADE JOÃO CARVALHO DO CANTO. Nasceu
no Casal da Pupa, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, cerca
de 1565-1580. Foi padre, tendo paroquiado a freguesia de
Caldas (São Jorge), Santa Maria da Feira, distrito de Aveiro,
em substituição de seu primo, o Abade João Álvares Moutinho. Aí figura nos registros desde 1.º de junho de 1605 a
março de 1618. Em 25 deste mês e ano já era abade de S.
Cristóvão de Refojos, como se depreende de um documento
em que o povo de S. Jorge lhe cedeu duas sepulturas diante
do altar de Nossa Senhora do Rosário, mencionado pelo padre
José Inácio da Silva Costa, na sua Monografia inédita de São
Jorge das Caldas. O mesmo autor conlui que «certamente eram as dos seus pais, porque o registo menciona o falecimento
de um Diogo de Carvalho em fins de Dezembro de 1595, enterrado diante do mesmo altar; o qual era natural de Guimarães e cujo assento foi metido à cunha entre os dois de 1606.
E o óbito de uma Catarina Carvalho do Canto em 14 de Abril
de 1617 enterrada no mesmo local. Fala-se também de Manuel Jorge de Sá, genro desse Diogo de Carvalho e em sua mulher Ana Carvalho do Canto. E, à vista disto parece que o abade Carvalho era filho dos referidos Diogo e Catarina e sobrinho materno do abade Moutinho. Foi Cura em Pigeiros e
em Duas Igrejas».119 Herdou de seus pais o Casal da Pupa que
118
119
Boletim de Trabalhos Históricos, 1…., fls. 50.
SILVA, José Inácio da Costa (1872-1944). Monografia inédita de São Jorge das
Caldas, citada in http://geneall.net/pt/forum/151964/listas-de-parocos-e-outrosclerigos/ consultado em 11 de julho de 2014.
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2 (VI)-
V-
VI-
120
121
122
123
147
legou a seu filho, que segue. Teve de DOMINGAS DIAS, filha
de Adão Dias de Lobão e de Catarina Dias, a:
1 (VII)- JOÃO BATISTA DO CANTO. Foi cônego da Sé do
Porto e arcipreste no dito Cabido.120
CATARINA DE CARVALHO DO CANTO. Nasceu no Casal da
Pupa, São Sebastião, Guimarães, batizada em 27 de fevereiro
de 1583. Foram padrinhos Domingos Gonçalves e Margarida
Gonçalves, mulher de Antônio Freire.121
§ 7.o
CATARINA ÁLVARES DO CANTO (filha de Álvaro Anes do Canto, do §
5.o n.º IV), nascida na rua da Sapateira, por volta de 1510. Casou-se com
JOÃO GONÇALVES, sapateiro. Foram pais de:
1 (VI)PEDRO GONÇALVES, o Cambado, que segue.
2 (VI)MARGARIDA GONÇALVES DO CANTO, que segue no § 98.o.
Mulher de GASPAR ÁLVARES FAFE.
3 (VI)ANDRÉ GONÇALVES DO CANTO, beneficiado em Real, que segue no § 93.o.
5 (VI)MARIA ÁLVARES DO CANTO (na dúvida). S.m.n.
PEDRO GONÇALVES DO CANTO, o Cambado.122 nasceu na rua da Sapateira, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, entre 1530 e 1540. Faleceu na
Quinta do Rio, Montelongo, São Gens (São Bartolomeu), Fafe em
1599.123
Senhor da Quinta do Rio, onde residiu, cuidando de suas fazendas como “lavrador honrado”, procedente “das principais famílias
daquelas partes”, são estas as vagas referências que transparecem nas
habilitações de genere dos finais do século XVII e século XVIII, de seus
descendentes. Mais elucidativos, contudo, são os depoimentos inscritos
numa inquirição sobre limpeza de costados, mandada tirar por seu filho a
25 de abril de 1616, e redigida pelo então tabelião do concelho, Jerônimo Soares, e que se encontra apensa ao processo de inquirição de genere
do neto o Padre João da Rocha do Canto, onde consta descender:
ADP. Inquirições para Cônegos, K/26/4/2 – 11 de setembro de 1634, fls. 436.
AMAP. Misto 1, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 25, s/ n.º fls. v, n.º 3.
Geralmente é nomeado Pedro Gonçalves Cambado. Cambado significa coxo.
Pereceu na peste de 1599, como se depreende do documento de doação de medidas
à ermida de São Roque, feito pela viúva Ana Fernandes.
148
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
… dos Cantos e Allmeidas fydallgos dell Rey nosso Sn.or e como
tall se tratou sempre à ley da nobreza com cavallos e escravos” (…)
“e serviu os hoficios onrados da governaça asi na villa de Guimarães como neste conc.o de Montellongo onde foi capitão e foi m.to
riquo e abastado e pessoa principall e por tall tido e achado de todo o povo ... 124
Na mesma inquirição somos informados que mandou edificar
à sua custa a ermida de São Roque no tempo da peste125, dotando-a com
vinte medidas perpétuas e com oito missas cada ano126, em provável retribuição de uma graça concedida. Todavia, esta informação é posta em
causa por um documento datado de 12 de agosto de 1600 no qual Ana
Fernandes «dona viúva molher que ficou per falecimento de Pedro Glz
Cambado já defunto» faz a doação de 15 medidas de centeio que se lhe
pagavam pela sua propriedade para a fábrica da dita ermida.127
Doação da hermida de São Roque sita na freg.a de São /
Geñs de Montelongo e L.ça pera nella se dizer missa /
Saibaõ quoantos este estromento de doação virem que no Anno do
nacimento / de Nosso Snn.or Jhu Xpo de mil e seiscentos annos /
haos doze dias do mês de Agosto / do dito Anno em has pousadas de
Ana Frz no Rio de São Gens que he neste conselho / de Monte Longo perante mim tabellião e t.as ao diante nomeadas pareceo ahi /
de presente a dita Ana Fernandez dona viúva molher q[ue] ficou
per falecimento / de Pedro Glz Cambado já defunto ahi moradora e
per ella Ana Frz foi ditto / que ella tinha feita huã Ermida que já estava acabada e fechada da Invoca/cão de São Roque sita junto de
hua propriedade de Villares da freiguesia / do Mostr.o de São Geñs
lugar onde foi emterrado ho dito seu marido Pêro Glz / Cambado e
outras p.as que faleceraõ do mal da peste de que nosso Snn.or nos /
guoarde e disse ella Anna Frz. que pera a fábrica da dita Ermida
124
125
126
127
ADB. Processo de Inquirição de genere et moribus de João da Rocha Peixoto, Processo n.º 1432, pasta 66. Nesta inquirição encontramos apensa a referida inquirição
às fls. 61v e 62.
Dado o período em causa e tendo em conta a data inscrita na parede da ermida,
1619, parece certo tratar-se da última grande vaga de mortalidade catastrófica que
atingiu a região – a peste de 1599.
ADB. Processo de Inquirição de genere et moribus de João da Rocha Peixoto, Processo n.º 1432. Pasta 66.
ADB. Registro Geral n.o 6 (Registro dos Prazos e mais papéis). L.o 6.o dos tombos e
propriedades das igrejas do Arcebispado de Braga, e assim mais de provisões, doações e outros papéis, fls. 370.
Revista da ASBRAP n.º 21
149
tinha e pessuia / quinze medidas de centeio que lhe pagavaõ pella
herdade da Possa Espida / que está sita na dita freig.a de São Geñs
de herdade de dízimo a Deus as quais medidas / ella Anna Fernandez disse des oje pera todo sempre dava e doava há dita hermida
para fábriqua della necessária e ho que mais Remanecesse / lhe disesem missas por sua alma e de seu marido e de seus defuntos / e ella em sua vida se obriguava a fabriquar a dita hermida e por sua
morte / deixava por administrador da dita hermida a qualquer de
seus filhos que fiquar / nomeado e possuir a propriedade de Villares pera que elle cumpra com estas / obrigações das quais medidas
e herdade da Posa Espedida sobredita que ha em [qulha / e vida]
dota disse que ella tirava e desistia de si e seus herdeiros todo / ho
direito posse e domínio e senhorio e todo cedia e trespassava pera a
dita / Ermida e fábrica della e ho remanecente pera ho acima declarado / e se obriguava ella Anna Frz. por seus bens e fazenda e
terços de sua alma a fazer has ditas quinze medidas em cada hum
ano boas e de paz e a dita / Ermida pera a fábrica della e pera mais
atrás declarado e eu tabellião como / p.a publica estipulante he aceitante a aceitei he aceito esta doação // fls. 370 e 370 v.
Em nome da dita hermida e seus administradores e asi ho disse e
houtor/gou e se obrigou a comprir e guoardar esta escritura asi he
do modo que se / nella contém e em testemunho de fee he de verdade mandou fazer esta escri/tura nestas nottas. E delles pedio e mandou dar os instrumentos necessários / deste theor testemunhas que
foraõ presentes António digo ho L.do / António Pires do Canto Abbade de Sancto André de Guilhadeses termo dos arquos de Valdevez ao quoal ha dita Anna Fernandez doadora / Rogou que asinasse
por ella e foraõ mais testemunhas Pedro Glz criado / da dita Anna
Frz. e Aleixo Alz do Rio de de São Gens e Bastião Miz também / do
Rio de São Gens que todos aqui asinaraõ nesta notta que por mim /
tabellião lhes foi lida antes que elles a asinassem Iheónimo Soares /
tabellião que ho escrevi. E eu sobreditto Iherónimo Soares tabellião
p.co / neste conselho de Monte Longuo por el Rei nosso Snn.or que
esta escritura / notei em minhas notas onde asinaraõ has testemunhas e parte como nellas / se declara e dellas tirei este treslado
consertado com ha própria / nota a que em todo e por todo me reporto e por verdade asinei deste / meu publico sinal / Vossa Sn.or.a.
Como vemos, um cenário bastante risonho traçado pelas gerações descendentes, onde se firma a ligação à nobreza local como forma
de prestigiar a geração. Contudo, esquadrinhando a documentação do
século XVI, uma outra história se constrói, fundada em uma origem bem
menos afidalgada, porém não menos dignificante.
150
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
Recuemos no tempo, até a década de trinta da era de quinhentos, visitamos então a rua da Sapateira; aqui, numas casas sobradadas,
com sua oficina, encontramos na labuta, entre a courama e a sovela, a
faca e a torquês, João Gonçalves, sapateiro, casado com Catarina Álvares do Canto. É neste ambiente que vemos nascer e crescer Pedro Gonçalves e seus irmãos. Sua mãe era filha de Álvaro Anes do Canto, dos
legítimos Cantos desta cidade, que, tal como a grande maioria dos membros do clã, parece ter-se dedicado à mercancia. Aliás, por estas bandas,
é muito estreita a ligação que se estabelece entre mercadores e sapateiros, não se confinando a uma simples relação comercial vendedor/comprador, decorrente das transações. Muito pelo contrário, um percurso pelos notariais de Guimarães amplifica esta visão, e constatamos a
frequência com que os sapateiros se aliam em negócios e sociedades de
perda e ganho com os mercadores, tentando rentabilizar os frutos do seu
trabalho. Do mesmo modo, encontramo-los a imiscuir-se em negócios
onde domina a nobreza, os mercadores e alguns ricos lavradores, como
eram o arrendamento das propriedades das Igrejas, cujos contratos de
duração variável, exigiam um importante investimento, mas que poderiam prover lucros consideráveis.128
A comprová-lo, temos o famoso processo de devassa, ordenado por el rei D. João III, aquando dos ataques franceses aos nossos barcos no trânsito com as possessões ultramarinas, intitulado “Livro dos
roubos que os franceses vassalos del Rey de França fezeram aos moradores desta vila de Guimarãens e seu termo». Neste documento são vários sapateiros lesados: Francisco Rodrigues, sapateiro «Roubarã e levarã muitas beatilhas e mantees e fronhas pera travesseiros e camisas
[…]», Sebastião Pires, sapateiro, «Roubarã e levarã muito pano de linho
e estopa e beatilhas […]», Francisco Anes Gião, sapateiro, «roubarã e
levarã certo pano de linho e pano de estopa e m.tas beatilhas de linho
[…]», João Fernandes, sapateiro, «Roubarã e levarã […] certo pano de
linho e estopa e outras cousas […]».129 Como se verifica, não era tão raro quanto isso vermos sapateiros lançarem-se nos negócios.
128
129
Os contratos de um a três anos são os mais frequentes.
CARVALHO. A.L. Mesteres de Guimarães, Estudo Histórico e Etnográfico do
Linho, VII volumes, Ed., do Minho, Barcelos, Ministério da Economia, 1941, Vol.
II, fls. 46 a 47 e CARVALHO. A.L. Mesteres de Guimarães (Mercadores e Mesteirais), VII volumes, Ed. Oficinas Gráficas Pax, Braga, Ministério da Educação Nacional, Instituto para Alta Cultura, 1946, Vol. VI, pp. 33 a 36.
Revista da ASBRAP n.º 21
151
No corolário destas estratégias de investimento, muitos destes
sapateiros empreendedores, acabam por se transformar em conceituados
mercadores da praça. Por vezes, o estreitar de relações entre os dois grupos profissionais é consolidado através de contratos matrimoniais. Certamente foi este o caso subjacente à gênese desta nova unidade familiar,
o mercador Álvaro Anes do Canto, estaria «contratado e concertado» de
casar sua filha Catarina Álvares do Canto com João Gonçalves, sapateiro, selando desta forma uma relação negocial que há longa data deveria
existir entre ambos.
Mas, ao contrário do pai, que durante a sua vida parece ter
mantido a profissão de sapateiro, Pedro Gonçalves lutou por outro destino, apoiado não só pelo progenitor, mas também, muito provavelmente
pelo sogro, cuja família gozava já de considerável estatuto na vila, ao
qual não deveria ser alheio o prestígio alcançado pelo parente açoriano
Pedro Anes do Canto.
Nas primeiras referências documentais que encontramos a
Pedro Gonçalves, este é mencionado como sapateiro, pelo que se deduz
que tenha dado continuidade ao ofício paterno. Do progenitor herdou a
oficina e o negócio, que muito certamente expandiu.
Podemos enquadrar Pedro Gonçalves, sapateiro, no início das
suas aventuras como mercador numa categoria profissional específica, a
do mester que a partir da pequena banca da sua oficina, virada para a rua, se lança no comércio. Como nos refere A. L. de Carvalho, “tanto os
artífices como os modestos homens da mercancia, nas primeiras idades
da Nação, eram designados, indistintamente, – mesteirais. A razão disto
estava no fato de o produtor e o vendedor serem, inicialmente, a mesma
pessoa”.130 Assim, e como afirma o autor, o primeiro mercador de loja,
foi o mestre de oficina; a oficina onde se fabricava era a loja onde se
vendia.131 Porém, mesmo dentro da categoria profissional, a ascensão fazia-se a custo e deparava sempre com as dificuldades impostas pelos
“juízes de ofício”, homens eleitos dentre os mais experientes do grêmio
profissional, para fiscalizar as atividades. Estes exigiam a quem abrisse
loja, um exame de competência profissional. É provável que João Gonçalves tenha obtido licença por esta via, seu filho seguiu-lhe os passos,
mas, para tal, teve que submeter-se à prestação de provas requeridas para
130
131
CARVALHO. A. L. Mesteres de Guimarães, (Mercadores e Mesteirais), VII volumes, Ed. Oficinas Gráficas Pax, Braga, Ministério da Educação Nacional, Instituto
para Alta Cultura, 46, Vol. VI, p. 91.
Idem, p. 117.
152
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
escalar as três etapas necessárias à obtenção da categoria suprema, a de
mestre. Através da labuta diária marinhou esta escala, de aprendiz a oficial, e de oficial a mestre, substituindo com sucesso o pai na direção dos
negócios familiares. O objetivo último seria a obtenção da Carta de Exame, só então poderia habilitar-se a patrão de loja aberta.132
É como sapateiro que vemos Pedro Gonçalves a adquirir parte
do Casal do Rio em São Gens (São Bartolomeu), Fafe. À época parece
ter já amealhado, ou herdado, bons cabedais, o que lhe permitiu arrematar em praça pública o dito casal. Não sabemos por que razão a escolha
recaiu sobre uma propriedade do concelho de Montelongo, talvez tenha
pesado o fato de seu irmão, André Gonçalves do Canto, ser raçoeiro do
Mosteiro de São Gens, mas, como vimos, seus ancestrais parecem manter estreita ligação com esta terra, pelo que não excluímos mesmo a hipótese de que a família possa ter sua origem neste concelho.133
O fato é que esta decisão parece realçar o firme propósito de
Pedro Gonçalves abandonar a profissão de sapateiro. Pretenderia capitalizar os seus ganhos obtidos com comércio de sapatos e o trato dos couros investindo-os na terra, bem primário na aferição de estatuto. Para tal,
adquire metade do Casal do Rio, em São Gens, em 1561, dedicando-se
ao trato de suas fazendas como lavrador honrado e não descuidando,
como veremos, a sua aptidão para o negócio e para a mercancia.134 Esta
decisão, porém, não seria tomada de ânimo leve, tanto mais que, para a
sua concretização era necessária a permissão das autoridades municipais.
Sobre a câmara recaía a alçada de conceder licença, não só para abandonar o ofício e exercer outro, como também para mudar de terra. Em consequência, Pedro Gonçalves deve ter dirigido à edilidade o requerimento
necessário, em resposta ao qual o executivo camarário procedeu a uma
diligência prévia para averiguar as razões nele contidas, antes de lhe
132
133
134
CARVALHO. A. L. Mesteres de Guimarães, VII volumes, Ed., do Minho, Barcelos, Ministério da Economia, 1941, Vol. II, fls. 46 a 47 e CARVALHO. A.L. Mesteres de Guimarães (Mercadores e Mesteirais), VII volumes, Ed. Oficinas Gráficas
Pax, Braga, Instituto para a Alta Cultura do Ministério da Educação Nacional, e
Junta da Província do Minho, 1944, Vol. V, fls. 15.
João Anes do Canto deslocava-se com frequência da vila de Guimarães à sua Quinta
em Montelongo para tratar de seus negócios. Que quinta será esta? Talvez a Quinta
da Ranha em Fafe, cujo proprietário no final do século XVI era o Capitão Manuel
Álvares do Canto? O fato é que não temos documentos que o afirmem; fica, contudo, a nota.
AMAP. C-1131, documentos 65 e 66. O documento fez-se em 13 de janeiro de
1561 na vila de Guimarães, na igreja de Nossa Senhora de Oliveira.
Revista da ASBRAP n.º 21
153
provir deferimento, uma vez que Pedro Gonçalves fixou de fato residência na Quinta do Rio em São Gens, concelho de Montelongo.135
Esta importante decisão seria um marco no trajeto familiar,
consolidando o reconhecimento social de um percurso ascensional, que
marcará decisivamente os destinos da família...
Mais de uma década passa sem que os documentos ecoem
novas sobre Pedro Gonçalves Cambado. Neste período deve ter direcionado os seus negócios para Montelongo, dedicando-se simultaneamente
ao melhoramento das suas terras, acrescentando-lhes além de novas estruturas produtivas, outras propriedades, das quais se destaca a outra metade do Casal do Rio, adquirido aos descendentes do Cônego Diogo
Mendes.136 Todo este processo culminou com a alteração do estatuto da
própria propriedade que deixa de se designar Casal para se chamar Quinta do Rio. Infelizmente, os notariais de Montelongo para este período
remoto desapareceram, fato que nos impede de percepcionar a verdadeira dimensão dos negócios praticados por Pedro Gonçalves Cambado.
Apesar de tudo, num documento de “confissão de dinheiro e
obrigação”, datado de 28 de agosto de 1576137, quinze anos após ter adquirido a primeira metade do Casal do Rio, temos conhecimento que Pedro Gonçalves Cambado emprestara dez mil réis a Antônio Álvares mercador casado com Filipa Pires. Como vemos, adaptara-se perfeitamente à
dinâmica que fazia dos mercadores homens de sucesso, o empréstimo de
dinheiro a juros! Apesar de outras instituições fornecerem crédito, pre-
135
136
137
No regimento de 1522, expressamente outorgado para a vila de Guimarães, pode
ler-se: «E quando allgum oficial ou pesoa […] lhe parecer que tem allguã tall causa ou neçesydade para deixar de usar do seu oficio ou mester, o faraa saber aos juizes e vereadores alegãdolhe as rezões que pera isso tiver, e os ditos ofiçiaes farã o
exame e deligemcias que lhe bem parecer para se saber se sam verdadeiras as carsas que lhe asy alegarem, e mandarom diso fazer auto, e lhe darã licença pera deixar de usar de seu ofiçio ou mester, ou lha negarão segundo lhes rezão e just.a parecer». In CARVALHO. A. L. Os Mesteres de Guimarães, VII volumes, Ed., do
Minho, Barcelos, Instituto Nacional do Trabalho, 1943, vol. IV, pp. 32 e 33.
AMAP. C-1131, documento 65, de 16 de novembro de 1558. « Prazo de uma metade do casal do rio Feito ao cónego Diogo Mendes cónego na Igreja da Oliveira».
AMAP. Notarial n.º 14, fls. 6v, de 18 de agosto de 1576.
154
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
dominantemente as sacras138, «era a loja do mercador a mais acessível
para a operação do empréstimo».139
A queda para o negócio, e a rede de contactos que estabelece
entre Guimarães e Montelongo, área onde passou a desenvolver a sua atividade, transformaram-no num conceituado mercador da Praça, fato
que deve ter pesado na escolha do cônego da Colegiada André Gonçalves da Maia, seu parente, figura proeminente do Cabido e da própria vila, quando, em 3 de agosto de 1579, precisou nomear um procurador para, em seu nome, receber as rendas da sua conezia, como segue:
Nas Crastas da Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira estando
presentes o Muito Reverendo Senhor André Gonçalves da Maia cónego prebendado na dita Igreja, (…) fazia seu procurador a Pedro
Gonçalves Cambado mercador morador na freguesia da Igreja de
São Gens de Monte Longo mostrador da presente procuração para
em nome dele constituinte e por ele arrendar e receber todos seus
bens móveis e de raiz e rendas de sua conisia lhe forem devidas e
outras dívidas que lhe forem dadas e constar por suas boletas dos
caseiros e pessoas que lhas deverem e do que receber possa dar
paguas e quitações e contra os tais devedores não querendo pagar
possa contra eles litiguar em juízo e fora dele (…).140
Simultaneamente representa interesses de fregueses de São
Gens, seus vizinhos, como se prova por um documento de renunciação
de direito de casal que faz em nome e como procurador de Catarina
Gonçalves, viúva, de Real.
Renunciação de direito de casal
Ano de 1564 a 26 de Janeiro
«(…) Estando o cabido reunido apareceu Pedro Gonçalves mercador e disse que ele era procurador de Catarina Gonçalves viúva
moradora no casal de Real de São Gens de Montelongo […]. Test.:
Diogo Martins Golias António Barrigua Francisco Dias todos clérigos.141
138
139
140
141
Neste rol podemos incluir os Mosteiros, Colegiadas, Confrarias, Irmandades, entre
outros.
CARVALHO, A. L. Mesteres de Guimarães (Mercadores e Mesteirais), VII volumes, Ed. Oficinas Gráficas Pax, Braga, Ministério da Educação Nacional, Instituto
para Alta Cultura, 1946, Vol. VI, p. 71.
AMAP. Notarial n.º 15, fls. 198 a 199, de 3 de agosto de 1579;.
AMAP. C-932, fls. 165v a169v, de 26 de janeiro de 1564..
Revista da ASBRAP n.º 21
155
Esta dinâmica acompanhou-o até a hora da morte, um fatídico
dia no final de verão de 1599, quando sucumbiu à peste que assolava a
região desde Junho. Vinda de intramuros da vila de Guimarães, a pestilência depressa alastrou pelo concelho até atingir as fronteiras de Montelongo. Como muitos outros fregueses de São Gens, Pedro Gonçalves, o
Cambado, pereceu ao flagelo, sendo sepultado da Ermida de São Roque,
mandada por ele erigir.
Há uma cópia digital, disponível no site da Torre do Tombo,
de um instrumento de prazo em três vidas da metade de um campo.142
Em 24 de janeiro de 1575, na vila de Guimarães, na Casa da Misericórdia da Colegiada Igreja de Nossa Senhora de Oliveira, da dita vila, no
lugar costumado onde se faz o cabido, diante de autoridades e de testemunhas, apareceu Pedro Gonçalves Cambado, mercador, morador na
freguesia de São Gens de Montelongo. Ele disse que André Gonçalves,
raçoeiro da dita igreja de São Gens,seu irmão, houvera por compra de
Cecília Fernandes, viúva, mulher que foi de Fernão de Afonso, de Gondim, e sua filha Apolônia Fernandes, viúva, mulher que foi de Antônio
Pires, de Gondim, ambas da dita feguesia de São Gens, a metade do
campo de Vilares, cuja propriedade pertencia aos senhores do Cabido,
segundo se continha na carta de venda que logo apresentou. Nessa carta
de venda constava que foi passada escritura, em 24 de dezembro de
1574, feita por Cristóvão de Sampaio, tabelião do público e judicial do
concelho de Montelongo, e que o comprador, André Gonçalves, raçoeiro, queria renunciar em favor de Pedro Gonçalves a dita metade de campo de Vilares, por ali ter a outra metade de campo já emprazada. Essa
metade de campo havia se desmembrado do Casal de Gondim. Ao todo,
teria que pagar quatro alqueires de trigo e vinte réis. As pocinhas e mais
águas vertentes faziam parte dos campos de Vilares, bem como metade
dos carvalhos, que estão dentro e fora do dito campo.
Pedro Gonçalves casou-se, por volta de 1560, com ANA FERNANDES, de quem teve a geração que segue. Teve, em APOLÔNIA ÁLVARES, mulher solteira, denominada a “robalinha dos Vilares”, da freguesia
de São Tomé de Estorãos, no mesmo concelho de Fafe, um filho, que
seguirá adiante.
Filhos do casal Pedro Gonçalves Cambado e Ana Fernandes:
1 (VII)- ANTÔNIO PIRES DO CANTO nasceu na rua da Sapateira, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, cerca de 1558. Seria já nas142
IAN/ TT. Documentos da Colegiada de Santa Maria de Oliveira de Guimarães. Documentos Particulares. Mç. 88, n.o 22. Cota original: gaveta 7, mç. 2, n.o 66.
156
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
cido quando seu pai adquiriu a primeira metade do Casal do
Rio, tendo-se mudado para a dita freguesia criança de tenra
idade. Faleceu na Casa Paroquial de Donim (São Salvador),
Guimarães, em 4 de março de 1633.143 Licenciado pela Universidade de Coimbra; era abade de Santo André de Guilhadeses, termo dos Arcos de Valdevez, quando sua mãe dotou a
ermida de São Roque. Em 1609 já era abade de Donim (São
Salvador), Guimarães, ocupação que exerceu até a sua morte,
e beneficiado de S. Bartolomeu de São Gens de Montelongo,
Fafe, o qual benefício renunciou em nome de seu sobrinho
André de Almeida do Canto. Deixou herdeira universal a Irmandade da Misericórdia de Guimarães, com obrigação de
uma missa quotidiana e dois mil réis de esmola anual para os
pobres da freguesia de São Gens.144
Foi homem de grandes posses, fato que transparece no
“Livro das justificações dos dotes de Donim,” nele encontramos um extenso ...
“Rol da receita e despesa do dinheiro da herança do reverendo Licenceado António Peres do Canto, abbade que foi da Igreja do Salvador de Donim”.145
À falta do testamento, este documento, transcreve as
quitações de algumas das últimas vontades do abade:
“sessenta mil reis para a esmola das mil missas que se disseram pela alma do dito abbade defunto”; “dezassete mil e quatrocentos reis
que se despenderam com o terceiro estado a que assistiram oitenta
e sete padres a duzentos réis cabeça”; “oito mil reis para pagamento das soldadas dos creados”; “dez mil reis que se deram aos officiais da confraria do Santo Sacramento e de Nossa Senhora do Rosário da freguesia de São Gens”; “trinta mil reis que deu a André
Gonçalves do Canto para cumprimento dos legados que o dito reverendo abbade deixou para se despenderem com pobres da dita freguesia de São Gens de Montelongo”; “dez mil reis que se deram à
confraria de São Pedro de Montelongo”; “quatrocentos reis que se
deram aos officiaes da confraria de Donim para se comprarem as
143
144
145
AMAP. Misto 1, Donim (São Salvador), Guimarães, Paroquial n.º 280, fls. 95v, n.o
1.
NORTON, Manuel Artur. Os Cantos. In Boletim do Museu da Ilha Graciosa, p.
107.
ASCMG. Livro das justificações dos dotes de Donim (1633-1649), n.º 115.
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157
medidas na forma do testamento”; “cento e oito mil reis que se deram aos fregueses da freguesia de Donim os casados a dous mil reis
cada um e as viúvas e mulheres solteiras a mil reis cada uma de que
se fez rol que fica no cartório”
Deixou, ainda, dez dotes de casamento a habilitarem
moças pobres, solteiras e honradas da freguesia de Donim.
A abnegada graça do benfeitor beneficiou ainda um extenso rol de nomes, que inclui, além dos pobres das freguesias
de São Gens e Donim, muitos de seus familiares mais necessitados, a grande maioria não enquadrados nesta genealogia.146
146
ASCMG. Livro das justificações dos dotes de Donim 1633-1649, n.º 115, fls. 14 a
16. # Entregou o dito licenceado Estêvão Fernandes Vieira thesoureiro da Casa
sessenta e três mil reis que se deram a vinte e um parentes do reverendo abbade de
Donim a três mil reis cada uma convem a saber a Catarina Alvres do Cano e Maria André moradora na Lameira do concelho de Basto e Catarina Vieira do Arco
desta villa e João de Sampaio do Cano das Gafas e Simão Pires da rua do Castelo
e Maria solteira de idade de cinco annos desta villa e Maria Antónia mulher de
Francisco Gonçalves da Cruz de Pedra e Maria Francisca moradora no cano das
Gafas e Maria do Canto viúva de Marinhão do Couto de Moreira de Rei e Catarina Gonçalves de São Gens de Montelongo e Paula Machada d’esta villa e Ana da
Cunha filha de Gaspar da Cunha e Maria Teixeira morador nesta villa, e Isabel
Machada de São Martinho de Landim e Domingos Alvres do Boirnedo concelho de
Montelongo e Maria Fernandes, do Cano e Maria Gonçalves da Chamusca e Pollonia Gonçalves, de São Gens e Beatriz Coelha e Ana da Cunha ambas irmãs seis
mil reis que por todos sommam os ditos sessenta e três mil reis, e assignei aqui Diogo da Costa da Silva escrivão da Casa o escrevi.
# Entregou mais o dito thesoureiro dez mil reis que se deram a Catarina
Fernandes da freguesia de Donim que casou com João Gonçalves de que deu quitação que ficou no cartório e assignei aqui Diogo da Costa da Silva escrivão da
Casa o escrevi.
# Entregou mais o dito thesoureiro dez mil reis a Francisco Vaz do Lameiro
da freguesia de Donim do legado que o reverendo abbade lhe deixou, de que deu
quitação que fica no cartório e assignei aqui Diogo da Costa escrevão da Casa o
escrevi.
# Entregou mais o dito thesoureiro vinte mil reis a Belchior de Gouvea e
sua mulher, moradores em Cabeceiras de Basto do legado que o abbade de Donim
lhe deixou e assignei Diogo da Costa da Silva escrivão da Casa o escrevi.
# Entregou mais o dito thesoureiro dez mil reis a João de Barros e a Fernão
Vieira do Canto de Lanhoso do legado que o dito abbade lhe deixou de que deram
paga de que ficam […] e assignei Diogo da Costa da Silva escrivão da Casa o escrevi. Diogo da Costa.
# Entregou mais o dito thesoureiro dez mil reis a Cecília Francisca e seu
marido Paulo Martins desta villa do legado que o dito abbade lhe de que deu paga
158
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
2 (VII)-
3 (VII)4 (VII)5 (VII)-
147
O Licenciado Antônio Pires do Canto, utilizava, já
em primórdios do século XVII, as armas dos Cantos no frontispício da igreja da qual foi seu instituidor, Donim, próximo
de Guimarães.
O Licenciado Antônio faleceu em 4 de março de
1633 na freguesia de São Salvador de Donim, deixando por
herdeira e testamenteira a Santa Casa de Misericórdia de
Guimarães, com os legados pios e perpétuos, que se repartiam, todos os anos, entre os pobres de São Gens.147
GASPAR DO CANTO, nascido na Quinta do Rio, São Gens (São
Bartolomeu), Fafe, cerca de 1576. Tomou ordens menores no
ano de 1592, como consta do livro das matrículas desse ano,
que se acha no cartório da câmara eclesiástica de Braga.
CAPITÃO-MOR FRANCISCO ÁLVARES DO CANTO, que segue.
JERÔNIMO PIRES DO CANTO, que segue no § 9.o.
MARGARIDA DO CANTO, mulher de GONÇALO DIAS RIBEIRO,
que segue no § 11.o.
que fica com as mais assignei aqui Diogo da Costa da Silva escrivão da Casa o escrevi.
# Entregou mais o dito thesoureiro trinta mil reis às madres Catharina do
Rosário, Catharina de Sena e Clara da Conceição, do legado que o dito abbade
lhes deixou, de que deram paga com autorisação da madre abbadessa que ficou
com os mais e assignei aqui Diogo da Costa da Silva escrivão da Casa o escrevi.
# Entregou mais o dito thesoureiro trinta e cinco mil reis que se deram a
Gregório de Magalhães e a seus filhos do legado que o dito abbade deixou de que
deu paga que fica com as mais e assignei aqui Diogo da Costa o escrevi.
# Entregou mais o dito thesoureiro cinco mil reis que se deram a Sebastião
Pires de Sta Christina de Longos que o dito abbade lhe mandou dar de que dera
quitação que fica com as mais e assignei aqui Diogo da Costa da Silva escrivão da
Casa o escrevi.
# Entregou mais o dito thesoureiro oito mil reis que se deram a Isabel Gonçalves e Paulo Francisco d’Eirós do concelho de Montelongo do legado que o dito
abbade lhe deixou de que deu paga que fica com as mais e assignei aqui Diogo da
Costa da Silva escrivão da Casa o escrevi.
# Entregou mais o dito thesoureiro sete mil e seiscentos reis que se deram a
Manuel de Macedo barbeiro do concelho de Lanhoso os quaes lhe deixou o dito
abbade de que deu quitação que fica com as mais e assignei [fls. 16 v]
# Despendeu seis mil reis que pagou a Catharina de São Bento religiosa de
Santa Clara desta villa, de sua tença.
AMAP. Misto 1, Donim (São Salvador), Paroquial n.º 280, fl. 95 v.
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6 (VII)7 (VII)-
159
CATARINA ÁLVARES DO CANTO, mulher de ANTÔNIO GONo
ÇALVES FAFE. Segue no § 11. .
PEDRO ÁLVARES DO CANTO.148
Filho bastardo de Pedro Gonçalves Cambado, havido em Apolônia Álvares, mulher solteira, denominada a “Robalinha de Vilar”:
8 (VII)- ANDRÉ GONÇALVES DO CANTO, batizado em 1594, casado
por volta de 1622 com MARIA DA ROCHA. Segue no § 19.o.
VII -
148
149
150
151
CAPITÃO-MOR FRANCISCO ÁLVARES DO CANTO.149 Deve ter nascido em
Guimarães, na rua da Sapateira, cerca de 1550-60. Cavaleiro Fidalgo da
Casa Real, capitão-mor do Concelho de Montelongo, serviu como juiz
as confrarias do Senhor e de Nossa Senhora provendo-as de “grandes
ornamentos” necessários ao culto.150 Foi também homem da governança
da vila de Guimarães, sendo eleito vereador no ano de 1613. Foi empossado no cargo de capitão-mor pelo ano de 1617, após morte do então titular da patente Domingos Simões da Cunha.151 Faleceu com testamento
na sua Quinta do Rio, São Gens (São Bartolomeu), Fafe, em 4 de janeiro
Mencionado por algumas testemunhas no processo de André de Almeida do Canto,
embora não lhe tenhamos encontrado qualquer outra referência documental.
GAIO, Manoel José da Costa Felgueiras. Op. cit. Vol. III: Cantos, p. 277.
No processo de genere et moribus de seu sobrinho João da Rocha do Canto, n.º
1432, pasta 66, pode ler-se: “Que do d.o Pedro Glz nasceu taobem Fr.co Alz do
Canto m.or em a d.a Quinta do Rio, o qual foi cavalleiro fidalgo de sua mg.de, e
capitão-mor do d.o conc.o, e tido, e havido por chistão velho que eram, e serviram
por vezes a d.a confr.a, e a de nosso S.or, e outras, e o d.o Pedro Glz Cambado fez
a sua custa a ermida de S. Roque com fabrica no tempo da peste, e a dotou com v.te
medidas perpetuas, e com oito missas cada ano”.
ADB. Misto 1, São Gens (São Bartolomeu), Fafe, Paroquial n.º 399, fls. 96. Faleceu
em 22 de setembro de 1617, tendo feito manda atual; nele deixou 150 missas com
nove ofícios de nove lições. Fora casado duas vezes, a primeira com Catarina Álvares de Ceia, falecida em 20 de janeiro de 1612. No seu registro de óbito o pároco é
claro a identificar o estatuto social da defunta “… Cea mulher de Domingos Simões
da Cunha de Gondim; fez manda em que deixou tudo a seu marido, e na alma não
diz nada, era m.to rica e valia sua fazenda sinquo mil cruzados”. ADB. Idem, fls.
83. No mesmo dia faleceu sua negra Maria. Viúvo de primeiras núpcias, Domingos
recebeu-se, pela segunda vez, na igreja de Santa Eulália a Antiga de Fafe, em 12 de
setembro de 1612, com Paula de Oliveira, que supomos filha de Amador Araújo e
de sua mulher Ana de Oliveira.
160
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
de 1626.152 Deixou um legado à Misericórdia de Guimarães de cinco rasas de trigo com obrigação perpétua de oito missas rezadas153. Jaz sepultado na Igreja de São Bartolomeu de São Gens, defronte da capela de
Nossa Senhora da Conceição, com as armas da família Canto e com a
seguinte inscrição: “Sepultura de Francisco Álvares do Canto cavaleiro
fidalgo da Casa de Sua Majestade Capitão-mor de Montelongo e seus
herdeiros 1626”.154
Casou-se, primeira vez, com MARIA D‟ELVAS, falecida com
testamento na Quinta do Rio, Montelongo, São Gens (São Bartolomeu),
Fafe, em 16 de março de 1612.155 Sem geração. Casou-se, segunda vez,
em São Paio, Guimarães, cerca de 1613156 com sua prima co-irmã DONA
TEODÓSIA PEIXOTO GOLIAS, nascida na rua de São Paio, São Paio, Guimarães, cerca de 1580, falecida na Quinta do Rio, Montelongo, São
Gens (São Bartolomeu), Fafe, em 22 de abril de 1630.157 Filha de Jorge
152
153
154
155
156
157
ADB. Misto 1, São Gens (São Bartolomeu), Fafe, Paroquial n.º 399, fls. 97. Recebeu todos os Sacramentos e fez testamento. Deixou três medidas de trigo na Lavandeira para sempre para oito missas e uma medida, um ano de milho e outro de centeio que paga Tomé Ribeiro de São Lourenço para uma missa perpétua.
ASCMG. Livro da aceitação das Heranças e Legados deixados à Misericórdia de
Guimarães, n.º 113.
CRAESBEECK, Francisco Xavier da Serra (1673-1736), Memórias Ressuscitadas
da Província de Entre Douro e Minho. Barcelos: Edições Carvalhos de Basto, 1993,
2 volumes, vol. I, p. 111.
ADB. Misto 1, São Gens (São Bartolomeu), Fafe, Paroquial n.º 399, fls. 85v. Fez
testamento.
Para este período não existem registros paroquiais em São Paio.
ADB. Misto 1, São Gens (São Bartolomeu), Fafe, Paroquial n.º 399. Teodósia Peixoto Golias viria a casar segunda vez na capela de Santiago em Braga a 26 de novembro de 1627, cujo registro foi exarado no paroquial de São Gens [ADB. Misto
1, São Gens (São Bartolomeu), Fafe, Paroquial n.º 399, fls. 70v.] com Cristóvão de
Sampaio Coelho, natural de Fafe (Santa Eulália a Antiga), 6 de março de 1599, viúvo em primeiras núpcias de Vitória de Seixas falecida Idem, 1.º de janeiro de 1626,
filho de Roque Soares e de sua mulher Isabel de Barros Coelho [GAIO, Manoel José da Costa Felgueiras. Op. cit. Vol. II: Barros § 61, p. 569, e vol. IX: Soares de Albergaria § 25, n.º 7, § 3 n.º 10 e § 4 n.º 9]. Após a segunda viuvez, Cristóvão irá
contrair terceiras e quartas núpcias, respectivamente com Maria Coelho, falecida em
Fafe (Santa Eulália a Antiga), Fafe, em 7 de março de 1632 e com Margarida de Faria Coimbra, em 19 de outubro de 1633, segundo Felgueiras Gaio, natural de São
João de Souto, Braga, filha de Gervásio de Magalhães de Souto e de sua mulher Helena Coimbra, de quem teve geração [GAIO, Manoel José da Costa Felgueiras. Op.
cit. Vol. VII: Magalhães, p. 217, § 104].
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161
Peixoto de Azevedo e de sua mulher Dona Ana do Canto, no § 98.o n.o
VII. Teodósia Peixoto Golias casou-se segunda vez, em 26 de novembro
de 1627, na igreja de Santiago da cidade de Braga (registro trasladado
nos livros da freguesia de São Bartolomeu de São Gens, de onde a noiva
era freguesa) com Cristóvão de Sampaio Coelho (viúvo de Vitória de
Seixas), filho de Roque Soares e de sua mulher Isabel de Barros Coelho.
Teodósia Peixoto faleceu em 22 de julho de 1630 na freguesia de São
Bartolomeu de São Gens (L.º 1.º de mistos), tendo feito testamento.
Francisco Álvares do Canto herdou o prazo que fora de seu
pai (Quinta do Rio), através de escritura de 15 de abril de 1622 (fls. 118)
e deste herdou seu filho José Peixoto do Canto, em 29 de julho de 1630
(fls. 113). Infelizmente, a Quinta de São Gens não conseguiu manter-se
dentro da descendência de Pedro Gonçalves Cambado. Deste herdou-a
seu filho Francisco Álvares do Canto, e a este seu filho José Peixoto do
Canto (ou José Peixoto de Azevedo), que faleceu sem geração. A quinta
seguiu para as mãos do seu irmão Alexandre Peixoto de Azevedo, e deste para a linhagem de sua família, D. Mariana Luís Peixoto de Azevedo,
que se casou com Manuel da Costa Cabral Barbosa. É o filho deste, homônimo de seu pai que, por má administração, deixou de pagar a renda e
o cabido penhorou-lhe a Quinta, que foi adquirida em hasta pública pelo
Capitão Franciso Moreira Carneiro.
Francisco Álvares do Canto foi enterrado na igreja de São
Bartolomeu de São Gens, defronte da capela de Nossa Senhora da Conceição, com as armas da família Canto e com a seguinte inscrição: “Sepultura de Francisco Álvares do Canto cavaleiro fidalgo da Casa de Sua
Magestade Capitão Mor de Montelongo e seus herdeiros. 1626.”158
Filhos do Capitão-mor Francisco Álvares do Canto e de Teodósia Peixoto Golias:
1 (VIII)- ALEXANDRE PEIXOTO DE AZEVEDO, que segue.
2 (VIII)- SIMÃO, nasceu na Quinta do Rio, Montelongo, São Gens,
(São Bartolomeu), Fafe, batizado em 4 de novembro de 1615.
Foram padrinhos o Padre Manuel Ribeiro, abade de Fornelos
(Santa Comba) e Adriano Peixoto abade de Revelhe.159
3 (VIII)- JERÔNIMO, nasceu na Quinta do Rio, Montelongo, São Gens
(São Bartolomeu), Fafe, batizado em 2 de janeiro de 1617.
158
159
CRAESBEECK, Francisco Xavier da Serra (1673-1736). Memórias Ressuscitadas
da Província de Entre Douro e Minho. Barcelos: Edições Carvalhos de Basto, 1993,
2 volumes. Vol. II, p. 111.
ADB. Misto 1, São Gens (São Bartolomeu), Fafe, Paroquial n.º n.º 399, fls. 12v.
162
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
Foram padrinhos: Bento Nogueira de Sampaio da vila de
Guimarães e Paula de Oliveira mulher do Capitão-Mor Domingos Simões da Cunha.160
4 (VIII)- DR. JOSÉ PEIXOTO DE AZEVEDO, Desembargador da Suplicação, batizado em 24 de março de 1618 na freguesia de São
Bartolomeu de São Gens (L.º 1.º de mistos). Padrinhos Baltasar de Meira, cônego em Guimarães e Torcato da Costa vigário de Ribeiros. Faleceu em Lisboa, conforme segue:
“Joseph Px.to de Az.do ao depois de ter servido a sua Mag.de em
varias judicaturas foe Dezembargador na Rellação do Porto, (…), e
de Dezembargador do Porto foe pera Desembargador da Casa da
Supplicação cujo cargo occupou athe q se falleceo”.161
Do seu processo para servir a El-rei, consta apenas
uma única folha.162 Era homem solteiro, de grandes partes e
bons procedimentos, e muito capaz de servir ao Rei. Nesta folha consta que, após inquirições feitas em Guimarães, o vigário passou a seguinte informação, sobre seus pais e avós:
Aos quais achei serem cristãos-velhos sem raça alguma, nem descender de mecânicos, antes serem todos pessoas nobres e dos principais desta vila adonde serviram sempre os cargos da ordenança
dela, e atualmente seu irmão Alexandre Peixoto e seus tios servem
de capitães nela, e outros parentes assim nesta vila como em outras
partes são pessoas muito nobre e fidalgos da Casa de Sua Magestade como seu tio Francisco Peixoto morador em Lisboa irmão da
dita sua mãe.
160
161
162
ADB. Misto 1, São Gens (São Bartolomeu), Fafe, Paroquial n.º 399, fls. 14v.
ADB. Processo de genere et moribus de José Peixoto de Azevedo. Pasta n.º 56,
Processo n.º 1230, fls. 92v. Constatamos este percurso de vida inscrito no Registo
Geral das Mercês de D. Afonso VI: em 4 de junho de 1667 [livro 8, fls. 395], nomeação para o lugar de Estravagante na Relação do Porto e em 26 de outubro de
1669 [livro 19, fls. 286v.], nomeação para o lugar de Estravagante da Casa da Suplicação (IAN/ TT. Código da referência: PT-TT-RGM/01/321329). Mencionado
pelo Padre Antônio José Ferreira Caldas no parágrafo dedicado aos vimaranenses
que se distinguiram como letrados, in CALDAS, Antônio José Ferreira, Guimarães,
Apontamentos para a sua História, Edição Câmara Municipal de Guimarães e Sociedade Martins Sarmento, Guimarães 1996, fls. 177. Nomeado como desembargador
dos agravos em Lisboa e doutor pela Universidade de Coimbra. ADB. Misto 1, São
Gens (São Bartolomeu), Fafe, Paroquial n.º 399, fls. 16v.
IAN/ TT. Leitura de Bacharéis. Letra J, maço n.º 3, doc. n.º 28, de José Peixoto de
Azevedo, ano de 1646 (na dúvida o último dígito).
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163
O Doutor José Peixoto de Azevedo teve a seguinte filha natural:
1 (IX)JERÔNIMA PEIXOTO, nascida em São Gens (São
Bartolomeu), Fafe. Falecida na Quinta do Rio,
Montelongo, São Gens (São Bartolomeu), Fafe, em
13 de outubro de 1651.163 Solteira.
5 (VIII)- CRISTÓVÃO (na dúvida).
6 (VIII)- MARIA, nascida na Quinta do Rio, batizada em 25 de março
de 1620 na freguesia de São Bartolomeu de São Gens.164 Padrinhos Licenciado João Peixoto, morador em Guimarães, e
Maria de Andrade, mulher de Marcos de Faria, morador no
concelho de Moreira de Rei.
7 (VIII)- DAMÁSIA, nascida na Quinta do Rio, batizada em 28 de agosto de 1621 na freguesia de São Bartolomeu de São Gens, batizado, com licença, por Salvador Lopes, em 28 de agosto de
1621.165 Foram padrinhos Jorge Peixoto e Maria Golias, sogro e cunhada de Francisco Álvares do Canto.
8 (VIII)- MARIANA, falecida em 22 de agosto de 1629 na freguesia de
São Bartolomeu de São Gens (L.º 1.º de mistos).
O Capitão-mor Francisco Álvares do Canto teve em DOMINGAS FRANCISCA, a filha bastarda que segue:
9 (VIII)- DOMINGAS ÁLVARES, mulher de DOMINGOS ÁLVARES. Segue
no § 8.o.
VIII-
163
164
165
166
ALEXANDRE PEIXOTO DE AZEVEDO, nasceu na Quinta do Rio, São Gens
(São Bartolomeu), Fafe, cerca de 1614. Faleceu na rua do Castelo, freguesia do Castelo (São Miguel), Guimarães em 14 de agosto de 1704.166
Foi Cavaleiro Fidalgo de Sua Magestade por alvará de 24 de outubro de
ADB. Misto 2, São Gens (São Bartolomeu), Fafe, Paroquial n.º 400, fls. 76v.
ADB. Paróquia de São Gens. L.º 1.º de mistos, fls. 19.
ADB. Paróquia de São Gens. L.º 1.º de mistos, fls. 20v.
AMAP. Misto 1, São Miguel do Castelo, Guimarães, Paroquial n.º 402, fls. 44v e
45. Reservou do seu terço d‟alma cinco alqueires de trigo e quarenta e duas medidas
de trigo que se lhe pagam em Moreira de Rei para seu filho Bento Peixoto com obrigação de três missas de Natal. Foi sepultado em Santo Antônio desta vila, mandando dizer três dias de missas gerais e cinco missas no altar de São Pedro de Rates
em Braga.
164
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
1698;167 Casou-se com DONA JOANA BOTELHO, nascida na freguesia de
São Victor, Braga. Faleceu no Castelo (São Miguel), Guimarães, em 27
de janeiro de 1727.168 Filha de João Gomes da Silva de Brito, cidadão da
cidade de Braga e de sua segunda mulher Maria Botelho Barbosa, que
era filha de cônego. Neto paterno de Francisco de Brito Colaço, da rua
das Águas e de Catarina Gomes, solteira, sua criada.
Tiveram:
1 (IX)DONA CLARA DE SÃO FRANCISCO, religiosa no convento de
Santa Clara, nascida na rua do Castelo, São Miguel Castelo,
Guimarães, batizada em 2 de fevereiro de 1662. Foram padrinhos o ilustríssimo D. Diogo Lobo da Silva, D. Prior da Colegiada desta vila e Luísa Gonçalves Golias.169
2 (IX)FRANCISCO, nascido na rua do Castelo, São Miguel Castelo,
Guimarães, batizado em 20 de dezembro de 1662.170 Foram
padrinhos Dâmaso Peixoto de Azevedo e Bárbara Nogueira
de Sampaio.171
3 (IX)DONA MARIANA LUÍSA PEIXOTO DE AZEVEDO, que segue no
§ 118.o.
4 (IX)FRANCISCA, nascida na rua de Trás de São Marcos, São Vítor,
Braga, batizada em 25 de junho de 1668. Foram padrinhos o
Doutor José Peixoto de Azevedo e Dona Isabel, mulher de
Pedro da Cunha Sotto-Mayor.172
167
168
169
170
171
172
IAN/ TT. Registo Geral de Mercês, D. Pedro II, liv. 12, fls. 162. Código de referência: PT-TT-RGM/03/4956. Em 30 de março de 1696 havia recebido Carta de Padrão
com tença de 28$000 réis anuais para seu filho José Peixoto de Azevedo [IAN/ TT.
Registo Geral de Mercês, D. Pedro II, liv.10, fls. 239. Código de referência: PT-TTRGM/03/4937.
AMAP. Misto 1, São Miguel do Castelo, Paroquial n.º 402, fls. 48, n.º 2. Sepultada
nos Capuchos. “Fez em sua vida uma escritura entre seus filhos a saber Bento Peixoto de Azevedo, e José Peixoto de Azevedo, e André Peixoto, e Dona Margarida
Rosa repartindo a cada hum a sua parte e com a obrigação de lhe darem um tanto
em vida, e lhe fizeram os funeraes em sua morte conforme se faz a pessoas de sua
qualidade; e além disto hum ofício pela alma de seus deffuntos”. Deixou ao abade
de São Miguel do Castelo quatro moedas de ouro para lhe mandar dizer missas.
AMAP. Misto 1, São Miguel do Castelo, Guimarães, Paroquial n.º 402, fls. 3.
AMAP. Misto 1, São Miguel do Castelo, Guimarães, Paroquial n.º 402, fls. 4.
AMAP. Misto 1, São Miguel do Castelo, Guimarães, Paroquial n.º 402, fls. 4.
ADB. Mistos 6, Braga – São Victor, Braga, Paroquial n.º 242, fls. 144v, n.º 2.
Revista da ASBRAP n.º 21
5 (IX)6 (IX)-
165
BENTO PEIXOTO DE AZEVEDO que segue.173
JOSÉ PEIXOTO DE AZEVEDO, nascido na rua de Trás de São
Marcos, São Vítor, Braga, cerca de 1674. Fez inquirições de
genere et moribus, que se encontram na Universidade do Minho.174 Recebeu carta de mercê de Juiz de Fora e Órfãos da
Vila de Santarém em 13 de agosto de 1718 por período de
três anos.175 Recebeu carta de mercê de Provedor das Obras,
Órfãos, Capelas, Hospitais, Confrarias, Albergarias, Contador
das Terças e Resíduos da Comarca de Torres Vedras, por três
anos, em 12 de agosto de 1730.176 Casou-se com DONA LEONOR TERESA DE ALBUQUERQUE. Ao falar da freguesia de São
Miguel do Castelo, Francisco Xavier Serra Craesbeek, nas suas “Memórias Ressuscitadas…” refere:
… ficou só com quinze fogos esta freguesia, por estar o mais reduzido a quintães: porém, entre os ditos fogos, se conserva a casa nobre dos Cantos, com as suas armas no portado do páteo, que possue o Doutor Joseph Peixoto de Azevedo, Cavaleiro Fidalgo da Casa Real, que acabou juis dos Orphãos da villa de Santarém, e hoje
digníssimo Provedor da comarca de Torres Vedras ….177
7 (IX)-
173
174
175
176
177
178
179
José Peixoto de Azevedo fez leitura do Paço no ano de
1696.178 Era bacharel formado em Cânones pela Universidade
de Coimbra. Era natural da vila de Guimarães, e tinha três anos de prática. Tinha, então, 26 anos de idade e era morador
na vila de Guimarães.
DONA MARGARIDA ROSA PEIXOTO, que nasceu na rua do
Castelo, São Miguel Castelo, Guimarães, batizada em 14 de
agosto de 1678.179 Foram padrinhos Francisco Nogueira do
Canto, abade de Burgães e Dona Catarina.
ADB. Processo de genere et moribus. Pasta n.º 1231, Processo n.º 28064.
ADB. Processo de genere et moribus de José Peixoto de Azevedo. Pasta n.º 56,
Processo n.º 1230.
IAN/ TT. Registo Geral de Mercês, D. João V, liv. 10, fls. 134v. Código de referência PT-TT-RGM/04/60472.
IAN/ TT. Idem. Código de referência: PT-TT-RGM/04/60512.
Francisco Xavier Serra Craesbeek, “Memórias Ressuscitadas…”, Ponte de Lima,
Tomo II, 1992, p. 151.
IAN/ TT. Leitura de Bacharéis. Letra J, maço 2, doc. 28A, de José Peixoto de Azevedo.
AMAP. Misto 1, São Miguel do Castelo, Guimarães, Paroquial n.º 402, fls. 6.
166
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
8 (IX)-
9 (IX)-
10 (IX)-
11 (IX)-
IX-
180
181
182
183
184
185
ANDRÉ PEIXOTO DE AZEVEDO, que nasceu na rua do Castelo,
São Miguel Castelo, Guimarães, batizado em 10 de dezembro
de 1680. Foram padrinhos o Arcipreste Pedro Vieira da Maia
e Bárbara Nogueira de Sampaio.180
TEODÓSIA, nascida na rua do Castelo, São Miguel Castelo,
Guimarães, batizada em 23 de setembro de 1682. Foram padrinhos Pedro do Canto e Dona Mariana, irmã da batizada.181
VERÍSSIMO PEIXOTO DE AZEVEDO, que nasceu na rua do Castelo, São Miguel Castelo, Guimarães, batizado em 21 de julho
de 1684. Foram padrinhos Jerônimo de Matos Feio e Dona
Mariana, irmã do batizado.182 Cavaleiro Fidalgo por alvará de
13 de novembro de 1699.183
TERESA, nascida na rua do Castelo, São Miguel Castelo,
Guimarães, batizada em 24 de setembro de 1685. Foram padrinhos Francisco de Sampaio e Dona Clara.184
BENTO PEIXOTO DE AZEVEDO, nascido na rua de Trás de São Marcos,
São Vítor, Braga, cerca de 1670. Faleceu na sua casa da rua do Castelo,
São Miguel do Castelo, Guimarães, em 5 de abril de 1741.185 Foi verea-
AMAP. Misto 1, São Miguel do Castelo, Guimarães, Paroquial n.º 402, fls. 6v.
AMAP. Misto 1, São Miguel do Castelo, Guimarães, Paroquial n.º 402, fls. 6.
AMAP. Misto 1, São Miguel do Castelo, Guimarães, Paroquial n.º 402, fls. 7.
IAN/ TT. Registo Geral de Mercês, D. Pedro II, liv. 13, fls. 176v. Código de referência: PT-TT-RGM/03/23204.
AMAP. Misto 1, São Miguel do Castelo, Guimarães, Paroquial n.º 402, fls. 8v. Dona Clara era provavelmente irmã do batizado.
AMAP. Misto 1, São Miguel do Castelo, Guimarães, Paroquial n.º 402, fls. 52v e
53:
# “ Aos sinco dias do mês de Abril do ano de mil e sete centos / he quarenta
e hum annos faleceo da vida presente com todos os sacramentos Bento Peixoto de
Azevedo cabaleiro profeço da ordem de chisto, meu freguês casado q foi primeira
ves com Dona / Tharesa Maria de Sam Payo de quem teve filhos e filhas, e
se/gunda ves estava / casado com Dona Maria Constantina Pereira Machado de
quem teve hua só filha, e fes testamento, e hum // (fls. 53) codecílio, no seu testamento deixou q seu corpo fosse amortalhado no hábito de cabaleiro, e fosse se /
pultado na Igr.a da Mizericórdia desta v.a em hua das suas se/pulturas e que o acompanhacem à sepultura a Irmandade da / Mizericórdia de quem era irmão e as
comunidades da choraria / de S. Domingos, e de S. Francisco e mais três Irmandades / desta v.a que seus testamenteiros quizesem; e também que a/companhace o
Revista da ASBRAP n.º 21
167
dor na Câmara de Guimarães, Cavaleiro da Ordem de Cristo e fidalgo da
Casa de Sua Majestade. Casou-se, primeira vez, em Burgães (Santiago),
Santo Tirso, em 8 de janeiro de 1703 com sua parente DONA TERESA
seu corpo à sepultura a Irmandade de N. Sr.a / do Rozário da freg.a de S. Tiago de
Candoso.
# Deixou q seus testamenteiros lhe mandassem dizer dois dias / de missas
geraes nesta minha Igr.a de St.a Margarida hum no / seu dia de corpo prezente de
esmolla cada missa desaseis / vinteis, e outro no oitro dia de esmolla de tostão cada hua / podendo ser nos mesmos dias.
# Instituhio por seus universais herdeiros a seus filhos de hum / e outro matrimónio.
# Instituhio por seus testamenteiros em pr.o lugar ao capitão / Francisco
Duarte de Meireles da Rua de Sta. Maria desta / villa e em segundo lugar a Francisco de Arahujo morador / no Sabugal desta v.a.
# Declarou tinha dado a seu f.º Gonçalo Px.to. coatrocentos mill / reis e a
Manuel Peix.to seu f.o outros coatrocentos mil reis; e a Joze Peix.to seu filho outros coatrocentos mil reis, e a suas filhas religi/osas o que consta das suas escrituras de dote.
# Declarou devia a seu f.º o P.e Fran.co de S. Joaquim cento e sin/coenta
mil reis de resto de hua doação q lhe fizera da propiedade da Carrapatosa.
# Nomeou o prazo do Souto de S. Gens de Monte Longo em seu filho José
Peixoto.
(fls. 53v) # Nomeou mais o prazo do Soeiro, e outro do Prado citos na frg.a
/ de Serzedello tr.o de Barcellos, e o d.o Prazo do Soeiro na frg.a de Gondar tr.o
desta v.a em seu filho Joze Peixoto, e reservou / o uso e fructo dos dittos dois prazos de Sueiro, e Prado p.a sua / irmam Dona Margarida emq.to for viva, e só por
morte / della ditta sua irmam entraria nelles a ser senhor elle seu filho / Joze Peixoto.
#Declarou mais q o prazo do Prado o desfrutará a d.a sua irmam / em sua
vida, e do Sueiro se lhe daria o d.o seu filho Joze Px.to / a metade dos rendimentos
delle em sua vida da ditta minha irmam / e por morte della o entrará meu f.o a lograr e pessuhir livremente.
# Declarou mais q todas as suas dividas se pagariam pellos seus bens. Teve
missa d’alma, pagou quinze testões de oferta e as mais venezes.
# No codecillio declarou q no testam.to q tinha feito não / nomeara o prazo
do Corgo na frg.a de Adaúfe termo da / cidade de Braga, e assim como lhe pertencia o d.o prazo / com todas suas pertenças o nomeava, e havia por nomeado em sua
irmã Dona Margarida Rosa pellos bons ser/vissos q della tinha recebido. E também na d.a sua irmam nomeava hum prazo q / he p.te da cozinha e quintal das suas
cazas q fica ao pé / dellas como do d.o prazo milhor constaria e não constava / de
mais o d.o testamento, e codecillio. O abb.e Gregório Peixoto.
168
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
MARIA DE SAMPAIO186, nascida na Aldeia de Calvelo, freguesia de Burgães (Santiago), Santo Tirso, em 14 de setembro de 1676, batizada como
filha de pater incognitus em 19; foram padrinhos o padre José Teixeira
pároco de Santiago de Burgães e Custódia, solteira, filha de Manuel de
Oliveira e de sua mulher Custódia Moreira da aldeia da Burgueda.187
Dona Teresa era filha do Reverendo Abade de Burgães Francisco Ribeiro de Sampaio (em § 15.o n.o X) e de Maria Gil, solteira, da aldeia da
Abelda (1659) e Calvelo (1676).188 Faleceu na Quinta da Venda, Candoso (São Tiago), Guimarães, em 21 de setembro de 1718.189 Casou-se, segunda vez, em São Sebastião, Guimarães, em 11 de fevereiro de 1720190
com DONA MARIA CONSTANTINA PEREIRA MACHADO, nascida em Serzedelo (Santa Cristina), Guimarães, filha de Cristóvão Pereira de Sá e de
sua mulher Dona Maria Pereira de Alvarenga.
Teve do primeiro matrimônio:
1 (X)PADRE FRANCISCO DE SÃO JOAQUIM PEIXOTO, loio, da Ordem do Evangelista. Nasceu na Casa Paroquial de Burgães
(Santiago), Santo Tirso, em 20 de outubro de 1703, batizado
em 29. Foram padrinhos o Reverendo abade Francisco Ribeiro de Sampaio, avô da criança e Maria Rebelo, irmã do dito
abade.191
186
187
188
189
190
191
ADP. Misto 2, Burgães (Santiago), Santo Tirso, Paroquial E/26/4/2-6.1, fls. 489, n.º
1.
ADP. Misto 3, Burgães (Santiago), Santo Tirso, Paroquial E/26/4/2-6.2, fls. 185, n.º
1.
Foi batizada a Luísa em 13 de dezembro de 1659, não lhe dando pai. Foram padrinhos João, solteiro, da aldeia do Loureiro da freguesia de Rebordões e Domingas,
filha de Antônio Gil da Aldeia de Lobris (ADP. Misto 3, Paroquial E/26/4/2-6.2,
fls. 85, n.º 2). Encontramos o batismo em 22 de agosto de 1631, de uma Maria, filha
de Domingas Gil, e de Francisco Moreira, solteiro “conforme dizem ser”, foram padrinhos Brás Gil de Real e Isabel Correia Antônio Gil de Calvelo. Poderá corresponder embora à data do nascimento de Teresa estaria já no limiar da idade fértil.
Outra possibilidade poderá fazer corresponder a Maria Gil, residente da aldeia do
Calvelo, como filha de Antônio Gil.
AMAP. Misto 3, Candoso (São Tiago), Guimarães, Paroquial n.º 200, fls. 82.
AMAP. Misto 4, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 440, fls. 194, n.º 2. Identificado pelo pároco ao segundo casamento como viúvo que ficou de Dona Teresa
Maria de São Paio, da freguesia de São Tiago de Burgães.
ADP. Misto 3, Burgães (São Tiago), Santo Tirso, Paroquial E/26/4/2-6.2, fls. 285v,
n.º 3.
Revista da ASBRAP n.º 21
2 (X)-
3 (X)-
4 (X)-
5 (X)-
6 (X)-
7 (X)-
192
193
194
195
196
169
GONÇALO PEIXOTO DE AZEVEDO, que nasceu na Casa Paroquial de Burgães (Santiago), Santo Tirso, em 10 de janeiro de
1705, batizado em 18. Foram padrinhos Manuel Cabral Barbosa da Vila de Guimarães e Dona Isabel do Deserto, religiosa do Convento de Santa Clara de Guimarães, por procuração
dada ao Reverendo Francisco Ribeiro de Sampaio.192
ALEXANDRE, que nasceu na Quinta da Venda Velha, Candoso
(São Tiago), Guimarães em 13 de setembro de 1706, batizado
pelo padre Tomé de Faria em 19. Foram seus padrinhos André Peixoto de Azevedo e Dona Margarida Rosa Peixoto, tios
paternos do batizado.193
MANUEL PEIXOTO DE AZEVEDO, que nasceu na Quinta da
Venda Velha, Candoso (São Tiago), em 10 de novembro de
1707, batizado em 10. Foram padrinhos o Cônego Manuel
Brito Pimenta e Dona Joana Botelho, avó paterna do batizado.194
QUITÉRIA MARIA INÁCIA, que nasceu na Quinta da Venda
Velha, Candoso (São Tiago), Guimarães em 17 de abril de
1709, batizada em 21. Foram padrinhos Antônio Barreto Falcão, morador na cidade de Braga e Dona Maria Cabral, moradora em Guimarães.195 Religiosa no Convento de Santa Clara
em Guimarães.
DONA MARIA JOANA, que nasceu na Quinta da Venda Velha,
Candoso (São Tiago), Guimarães, em 25 de janeiro de 1711,
batizado em 2 de fevereiro. Foram padrinhos Manuel Barbosa
Cabral, morador em Guimarães e Dona Maria Jerônima, moradora na rua do Castelo em Guimarães.196 Religiosa no Convento de Santa Clara em Guimarães.
CLARA, que nasceu na Quinta da Venda Velha, Candoso (São
Tiago), Guimarães, em 15 de março de 1712, batizada pelo
Padre Gonçalo de Freitas em 22 de março. Foram padrinhos
José Barbosa Cabral, morador na rua do Castelo, em Guima-
ADP. Misto 3, Burgães (Santiago), Santo Tirso, Paroquial E/26/4/2-6.2, fls. 291v,
n.º 1.
AMAP. Misto 3, Candoso (São Tiago), Guimarães, Paroquial n.º 200, fls. 24v, n.º 3.
AMAP. Misto 3, Candoso (São Tiago), Guimarães, Paroquial n.º 200, fls. 26, n.º 3.
AMAP. Misto 3, Candoso (São Tiago), Guimarães, Paroquial n.º 200, fls. 29v, n.º 3.
AMAP. Misto 3, Candoso (São Tiago), Guimarães, Paroquial n.º 200, fls. 37v, n.º 1.
170
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
8 (X)-
9 (X)-
10 (X)-
11 (X)-
VIII-
197
198
199
200
rães e Dona Antônia, moradora no Castelo, primos da batizada.197
ANTÔNIO, que nasceu na Quinta da Venda Velha, Candoso
(São Tiago), Guimarães, em 15 de agosto de 1713, batizado
em 24 pelo padre Gonçalo de Freitas. Foram padrinhos Domingos Barbosa Cabral, morador na rua do Castelo, em Guimarães e Dona Mariana Luísa Peixoto, moradora na mesma
rua.198
JOSÉ PEIXOTO DE AZEVEDO, que nasceu na Quinta da Venda
Velha, Candoso (São Martinho), Guimarães em 1.º de dezembro de 1715, batizado em 7 pelo padre Gonçalo de Freitas, assistente em São Paio, com licença do padre Manuel da
Cunha cura desta Igreja. Foram padrinhos André Peixoto de
Azevedo, com procuração de seu irmão o Doutor José Peixoto de Azevedo e Dona Margarida Rosa, com procuração de
sua cunhada Dona Leonor Teresa de Albuquerque, mulher do
Doutor José Peixoto de Azevedo, assistentes em Bacelhos ou
Barcelos.199
DONA MARGARIDA, que nasceu na rua do Castelo, São Miguel Castelo, Guimarães, batizada em 5 de agosto de 1717.
Foram padrinhos Antônio Peixoto dos Guimarães, da rua dos
Fornos e D. Joana Doroteia. Foi religiosa no Convento de
Santa Clara em Guimarães.
DONA TEODÓSIA QUITÉRIA BERNARDINA. Religiosa do Convento de Nossa Senhora da Conceição da cidade de Braga.
§ 8.o
DOMINGAS ÁLVARES, filha bastarda do Capitão-Mor Francisco Álvares
do Canto, do § 7.o n.º VII. Casou-se em 14 de setembro de 1631 na freguesia de São Bartolomeu de São Gens, com DOMINGOS ÁLVARES, filho
de Pedro Teixeira, do Bairro, e de sua mulher Senhorinha Álvares.200
AMAP. Misto 3, Candoso (São Tiago), Guimarães, Paroquial n.º 200, fls. 42v, n.º 1.
AMAP. Misto 3, Candoso (São Tiago), Guimarães, Paroquial n.º 200, fls. 48v, n.º 1.
AMAP. Misto 3, Candoso (São Tiago), Guimarães, Paroquial n.º 200, fls. 54, n.º 1.
ADB. Misto 1, São Gens (São Bartolomeu), Fafe, Paroquial n.º 399, fls. 3. Batizam
em 7 de fevereiro de 1610 a Francisco, quando residiam na fazenda de Gondim,
provavelmente último filho do casal; ao casamento de Domingos são mencionados
como residentes no Bairro.
Revista da ASBRAP n.º 21
171
Domingos Álvares teria nascido cerca de 1603.201 Foram testemunhas:
André Gonçalves do Canto e Antônio Pires, o pombo. Ela faleceu em 23
de fevereiro de 1652, com todos os sacramentos e pobre.202 Tiveram:
1 (IX).............., fêmea, que nasceu no Casal do Bairro, Montelongo,
São Gens (São Bartolomeu), Fafe, em 11 de dezembro de
1633.203 Foram padrinhos Francisco Gonçalves do Bairro e
Isabel, criada de Dâmaso Peixoto do Rio.
2 (IX)ISABEL ÁLVARES DO CANTO. Nasceu no Casal do Bairro,
Montelongo, São Gens (São Bartolomeu), Fafe, em 4 de outubro de 1638.204 Foram padrinhos Alexandre Peixoto de Azevedo, da Quinta do Rio e Isabel do Canto, do Estremadouro. Faleceu na rua de Alcobaça, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, em 2 de outubro de 1718. Casou-se na freguesia da
Oliveira (Santa Maria), Guimarães em 15 de maio de 1684
com DOMINGOS DE OLIVEIRA, alfaiate, residente na rua de
Alcobaça e viúvo de Maria Vaz. Sem geração. Deixou por
herdeiro e testamenteiro a seu sobrinho José de Sousa, casado
com sua sobrinha Isabel Teixeira. José de Sousa (falecido em
20 de julho de 1753) e Isabel Teixeira (falecida em 31 de
maio de 1760) casaram-se em São Paio, Guimarães, em 29 de
março de 1708, ele natural de Fareja, ela natural de São Gens
(São Bartolomeu), Fafe.
3 (IX)MARGARIDA TEIXEIRA, que segue.
4 (IX)DOMINGOS, que nasceu no Casal do Bairro, Montelongo, São
Gens (São Bartolomeu), Fafe, batizado em 6 de abril de
1644.205
IX-
201
202
203
204
205
206
MARGARIDA TEIXEIRA, que nasceu no Casal do Bairro, Montelongo, São
Gens (São Bartolomeu), Fafe, em 26 de março de 1641.206 Foram padrinhos João da Rocha (filho de André Gonçalves do Canto) e Isabel da Casa Nova. Teve, em solteira, de TOMÁS PIRES, nascido em São Gens, batizado em 7 de março de 1634. Falecido em Antime (Santa Maria), Fafe,
em 19 de setembro de 1706. Filho de Maria, solteira.
Teria nascido antes do início dos registros paroquias de São Gens.
ADB. Misto 2, São Gens (São Bartolomeu), Fafe, Paroquial n.º 400, fls. 77.
ADB. Misto 1, São Gens (São Bartolomeu), Fafe, Paroquial n.º 399, fls. 44, n.º 5.
ADB. Misto 2, São Gens (São Bartolomeu), Fafe, Paroquial n.º 400, fls. 28v, n.º 3.
ADB. Misto 2, São Gens (São Bartolomeu), Fafe, Paroquial n.º 400, fls. 42v, n.o 4.
ADB. Misto 2, São Gens (São Bartolomeu), Fafe, Paroquial n.º 400, fls. 35, n.º 2.
172
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
1 (X)-
2 (X)-
3 (X)-
4 (X)X-
Tiveram ilegítimos:
MARIA GONÇALVES, que nasceu no Casal do Bairro, São
Gens (São Bartolomeu), Fafe, batizada em 11 de março de
1663. Casou-se, na freguesia de sua naturalidade, em 1.º de
outubro de 1681, com MARTINHO DE BASTO, natural de Moreira de Rei, Fafe, filho de João Antunes e de sua mulher Isabel de Basto.
JERÔNIMA, que nasceu no Casal do Bairro, São Gens (São
Bartolomeu), Fafe, batizada em 11 de março de 1666.
Teve filhos legitimados pelo subsequente matrimônio:
CATARINA PIRES, que nasceu no Casal do Bairro, São Gens
(São Bartolomeu), Fafe, batizada em 24 de julho de 1677. Casou-se, na freguesia de sua naturalidade, em 4 de fevereiro de
1703 com JOSÉ DA CUNHA, nascido em São Gens em 9 de setembro de 1674, aí falecido em 23 de novembro de 1708. Filho de Domingos da Cunha e de sua mulher Isabel da Costa.
Com geração.
ISABEL PIRES, que segue.
ISABEL PIRES, que nasceu no Casal do Bairro, São Gens (São Bartolomeu), Fafe, cerca de 1680, aí falecida em 5 de novembro de 1741. Casou-se, na freguesia de sua naturalidade, em 24 de fevereiro de 1717
com FRANCISCO DA CUNHA, nascido em São Gens (São Bartolomeu),
Fafe, batizado em 14 de agosto de 1665, aí falecido em 19 de fevereiro
de 1751, viúvo de Maria da Costa e Castro, filho de Domingos da Cunha
e de sua mulher Isabel da Costa.
Tiveram, legitimada pelo subsequente matrimônio:
1 (XI)CATARINA DA CUNHA, que nasceu no Casal do Bairro, São
Gens (São Bartolomeu), Fafe, em 8 de abril de 1713, aí falecida em 27 de outubro de 1781. Casada na freguesia de sua
naturalidade, em 1.º de junho de 1735 com FRANCISCO DA
COSTA, nascido em São Gens (São Bartolomeu), Fafe, em 11
de junho de 1713. Filho de Francisco da Costa Gonçalves e de
sua mulher Paula da Rocha. Neto paterno de Cristóvão Gonçalves e de sua mulher Eulália da Costa. Neto materno de
Bartolomeu da Rocha do Canto e de sua mulher Catarina Rodrigues, nesta obra. Vide § 32.o n.º XI.
Revista da ASBRAP n.º 21
VII-
173
§ 9.o
JERÔNIMO PIRES DO CANTO (filho de Pedro Gonçalves Cambado, do § 1
n.º VI). Nasceu na freguesia de São Bartolomeu de São Gens. Foi morador na cidade de Funchal, da Ilha da Madeira, e nessa cidade, na Sé, casou-se em 29 de agosto de 1600, com DOMINGAS GALVÃO, natural da
cidade de Funchal, filha de Gonçalo Lopes e de sua mulher (casados em
5 de outubro de 1575 na Sé de Funchal, Livro 51, fls. 64v) Brites Gonçalves, naturais junto a Ponte de Lima, ele da freguesia da Moreira, e
moradores em Funchal; neta paterna de Gonçalo Anes e de sua mulher
Maria Gonçalves; neta materna de Francisca Gonçalves (não há citação
do nome do pai de Brites Gonçalves, nem se ela era filha legítima), que
estava, em 1575, em Portugal, em Elvas.
Assento do casamento: 207
Jerônimo Pires do Canto/ Pedro Gonçalves do Canto
Em os 29 dias do mês de agosto de 1600 anos recebi eu Gonçalo
Fernandes cura à porta da Sé desta cidade do Funchal a Jerônimo
Pires do Canto filho de Pero Gonçalves do Canto e de sua mulher
Ana Fernandes natural da vila de Guimarães do Arcebispado de
Braga com Domingas Galvão filha de Gonçalo Lopes mercador, e
de sua mulher Brites Gonçalves natural desta cidade da freguesia
da Sé aos quais recebi sem embargo de ele não ser natural deste
Bispado por me mostrar um alvará de dispensação de sua Ilustríssima Senhoria pelo qual mandava fosse recebido dando fiança a
mandar trazer certidão de sua terra em como lhe correram os banhos, da qual fiança me mostrou certidão em como tinha ...... sendo-lhes primeiro corridos os banhos e feitas as mais diligências necessárias na forma do sagrado concílio tridentino e constituições
do Bispado e não tiveram impedimento. Foram testemunhas Diogo
Rebelo de Macedo e Antônio Vaz mercador e João Rodrigues pedreiro, eu Gonçalo Fernandes cura o escrevi.
Diogo Rebelo de Macedo
Antonio Vaz
Gonçalo Fernandes
Jerônimo Pires do Canto nasceu em São Gens (São Bartolomeu), Montelongo, Fafe, cerca de 1570. Foi um importante mercador na
praça do Funchal, onde deu continuidade aos negócios da família. Cedo
acompanhou seu pai nas lides da mercância, viajando entre Guimarães e
o Funchal, onde seu tio, Gaspar Álvares Fafe, tinha assento pelo menos
207
ADM. Livro N.º 52, casamentos da Sé, fls. 182.
174
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
desde 28 de julho de 1568.208 Seu pai servia de intermediário nos negócios que ambos mantinham por contratos de companhia. Também na
Madeira encontramos Antônio Gonçalves Fafe, genro do Cambado, que
muito provavelmente também participaria nos negócios da família. Cremos que nesta coligação familiar, os elementos mais novos sucediam aos
mais velhos, assim no retorno a Guimarães de Gaspar Álvares Fafe, deve
ter sido substituído por seu sobrinho Antônio Gonçalves Fafe, casado
com uma filha do Cambado, e a este sucedeu seu filho, Pedro Álvares do
Canto, sobrinho de Jerônimo Pires do Canto, a quem este irá substituir
após a partida de Pedro para o México. Quando fixado no Funchal, é referido como mercador de vinhos, muito embora seja certo que os seus
negócios iam muito além da comercialização deste produto.
Domingas Galvão era natural da cidade do Funchal, batizada
em 14 de julho de 1578.209 Filha de Gonçalo Lopes, mercador, o toucinheiro de alcunha, natural de Ponte de Lima, freguesia de Moreira e de
sua mulher Beatriz Gonçalves, natural do Funchal. Neta paterna de Gonçalo Anes e de sua mulher Maria Gonçalves. Neta materna de Rodrigo
Fidalgo, “segundo fama” e de Francisca Gonçalves, solteira, “que ora
está em Portugal em Elvas” (1575).210 Relativamente à filiação paterna
as referências das testemunhas no processo de Inquisição de André do
Canto de Almeida, dizem que Francisca Gonçalves engravidara quando
servia de criada na casa de Rodrigo Fidalgo, mercador, apontando-o como responsável pela gravidez. Rodrigo Fidalgo foi um importante mercador na praça do Funchal, cristão-novo, casado com Ana Dias, também
cristã-nova, que recebeu ordem de prisão da Inquisição, porém faleceu
na viagem que a levaria da Madeira aos cárceres deste tribunal.211
208
209
210
211
AMAP. Notarial n.º 4, fls. 160, de 28 de julho de 1568.
ADM. Fls. 88, n.º 2. Foram seus padrinhos Diogo Codeso e Maria Gonçalves.
Referência inscrita no casamento da filha Beatriz Gonçalves em 5 de outubro de
1575 com Gonçalo Lopes.
Sobre a linhagem dos Fidalgos, consultem-se os processos do Santo Ofício dos filhos legítimos de Rodrigo Fidalgo e Ana Dias, que foram Rodrigo Fidalgo (IAN/
TT, Inquisição de Lisboa. Processo n.º 12223) e Afonso Fidalgo (IAN/ TT, Inquisição de Lisboa. Processo n.º 11743) e da própria Ana Dias, cujo processo e acusação
foram lavrados a título póstumo. Veja-se, ainda, José Antônio Gonsalves de Mello,
Gente de Nação. Cristãos-Novos e Judeus em Pernambuco, 1542-1654, Recife, Editora Massangana, 1990, p.18.
Revista da ASBRAP n.º 21
175
Filhos de Jerônimo Pires do Canto e de sua mulher:
1 (VIII)- DONA ANA DO CANTO, que nasceu na Sé, Funchal, Madeira,
batizada em 17 de junho de 1601.212 Foi padrinhos Francisco
Rodrigues Pupa, provavelmente seu parente pelos Cantos do
Casal da Pupa, em Guimarães, cujo primeiro que conhecemos
a fixar-se no Funchal foi Gaspar Álvares Pupa. Casou na Ermida de São Sebastião, Funchal, Madeira, em 11 de fevereiro
de 1624 com JORGE MALHEIRO PEREIRA, filho de Antônio da
Silva Barreto e de sua mulher Dona Filipa de Aguiar da Câmara.213 Neto paterno de Jorge Mealheiro Pereira e de sua
mulher Dona Helena de Meneses. Neta materna de Fernão de
Morais de Vasconcelos e de sua mulher Dona Maria da Câmara.214 Com geração.
2 (VIII)- ANTÔNIO DO CANTO, que nasceu na Sé, Funchal, Madeira,
batizado em 18 de agosto de 1602.215 Foi padrinho Francisco
Rodrigues Pupa. Encontramo-lo nomeado na genealogia do
processo do Santo Ofício de seu irmão André do Canto.
S.m.n.
3 (VIII)- JERÔNIMO PIRES DO CANTO, que nasceu na Sé, Funchal, Madeira, em 7 de setembro de 1603.216 Foi padrinho Francisco
Vieira de Abreu, filho de Manuel Vieira do Canto. Faleceu
solteiro, antes de 1636.
4 (VIII)- FRANCISCO LOPES DO CANTO, que nasceu na Sé, Funchal,
Madeira, em 27 de abril de 1605.217 Foi seu padrinho Manuel
Vieira do Canto, seu parente. Residia em São Gens quando
seu irmão André de Almeida do Canto foi preso pelo Santo
Ofício, contando como o primeiro denunciante.
5 (VIII)- PEDRO ÁLVARES DO CANTO, que nasceu na Sé, Funchal, Madeira, batizado em 6 de novembro de 1606.218 Foi padrinho
212
213
214
215
216
217
218
ADM. Livro 13, fls. 145.
ADM. Livro 54, fls. 52v. Foram testemunhas Antônio da Silva Barreto e Brás de
Freitas da Silva.
AFFONSO, Domingos de Araújo e VALDEZ, Rui Dique Travassos, Livro de Oiro
da Nobreza, 3 volumes, Lisboa: J. A. Teles da Silva, 2.ª Ed., 1988, Tomo III, p.
438.
ADM. Livro 13, fls. 180.
ADM. Livro 13, fls. 214v.
ADM. Livro 14, fls. 23.
ADM. Livro 14, fls. 61v.
176
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
seu parente Francisco Vieira de Abreu. Faleceu no Toural,
São Sebastião, Guimarães, em 25 de janeiro de 1685, conforme o assento: 219
Aos vinte e sinco dias do mês de Janeiro de mil seis/centos oitenta e
sinco annos; morreo Pedro Alz do Cantto solteiro, morador em o
Toural rexio desta / villa freg.a de Sam Seb.am da villa de Guimarães / com todos os sacram.tos da penitência eucharistia e / extrema
unçam; não fez testam.to por não querer / por não ter nesta terra,
herdeiros forçados; por // ordem da justiça secular fes inventario /
de seus bens pello juiz de fora de que foi / escrivam Fran.co Mendes
de Alvarenga, e / os bens que se acharam em sua caza, delles / se
fes depózito na mão de Alexandre Px.to / conforme me diceraõ, sepultou-se em a igreja / da Mia desta villa. António Álvares.
6 (VIII)- PADRE ANDRÉ DO CANTO DE ALMEIDA, nasceu no dia de Santo André do ano de 1608 na cidade de Funchal, beneficiado
da Igreja de S. Bartolomeu de S. Gens. Foi preso pelo Santo
Ofício da Inquisição de Coimbra, tendo sido entregue nos
cárceres em 7 de junho de 1636. Segue.
7 (VIII)- SEBASTIÃO DO CANTO DE ALMEIDA, que nasceu na Sé, Funchal, Madeira, onde foi batizado em 20 de janeiro de 1610.220
Foi padrinho Manuel Vieira do Canto. S.m.n.
8 (VIII)- DIOGO DE ALMEIDA DO CANTO, que nasceu na Sé, Funchal,
Madeira, batizado em 31 de janeiro de 1611.221 Foi padrinho:
Martim Gomes Valdanesso. Faleceu na Quinta do Assento
Selho (São Jorge), Guimarães, em 4 de março de 1655.222
Solteiro.
9 (VIII)- LOURENÇA MARIA, que nasceu na Sé, Funchal, Madeira, batizada em 28 de setembro de 1613.223 Foi padrinho o Ilustríssimo Senhor Bispo Dom Frei Lourenço de Távora. S.m.n.
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221
222
223
AMAP. Misto 3, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 439, fls. 47v e 48, n.º 4.
ADM. Livro 14, fls. 143v.
ADM. Livro 14, fls. 170.
Idem, fls. 82. O seu óbito informa: “ (…) mancebo solteiro, natural da ilha da Madeira e se mandou enterrar em a Santa Misericórdia da vila de Guimarães; seu irmão Pedro Álvares do Canto no primeiro estado lhe mandou fazer um ofício de nove lições com doze padres a quem deu a cada padre cento e cinquenta reis, e sem
obrada, e da mesma maneira mandou fazer o segundo estado (…)”.
ADM. Livro 15, fls. 54v.
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10 (VIII)- MARIA DE ALMEIDA DO CANTO, que nasceu na Sé, Funchal,
Madeira, batizada em 18 de julho de 1615.224 Foi padrinho
Manuel Vieira do Canto. Casou na freguesia de São Sebastião, Funchal, Madeira, em 28 de maio de 1645225 com JOSÉ DE
ABREU. Filho de Diogo Lopes de Abreu e de sua mulher Maria Serrão. Com geração.
11 (VIII)- MANUEL DE ALMEIDA DO CANTO, que nasceu na Sé, Funchal,
Madeira, batizada em 8 de setembro de 1616.226 Foi padrinho
Francisco Ribeiro do Canto. S.m.n.
12 (VIII)- DOMINGAS DE ALMEIDA DO CANTO. Segue no § 10.o.
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PADRE ANDRÉ DE ALMEIDA DO CANTO, ou André do Canto de Almeida227, nasceu na Sé, Funchal, Madeira, batizado em 30 de novembro de
1608228, sendo seu padrinho Miguel Ferreira Rebelo. Padre beneficiado
de São Gens, cujo benefício lhe legou seu tio, o abade de Donim, Antônio Pires do Canto. Foi preso pelo Santo Ofício, acusado de blasfêmias e
proposições heréticas.229 Apesar de o incidente constituir uma verdadeira
tragédia para o núcleo familiar alargado, uma vez que a mácula associada irá perdurar durante anos na memória dos vimaranenses, o volumoso
processo que se lavrou no decurso da prisão constitui uma preciosa janela para o passado familiar deste ramo da família Canto. Assim, na inquirição de genere de João Peixoto, filho de Luís Peixoto e neto de Dâmaso
Peixoto da Silva ou Azevedo, encontramos o curioso relato, do conheci-
ADM. Livro 15, fls. 91v.
ADM. Livro 310, fls. 134. Foram recebidos pelo cura Bernardino Telles de Meneses, sendo testemunhas João de Medeiros e João Gomes de Abreu.
ADM. Livro 15, fls. 121.
ADB. Processos de genere et moribus de José Peixoto de Azevedo n.º 1230. Pasta
n.º 56, refere “Francisco Álvares do Canto tivera outro irmão além de Catarina do
Canto de nome Jerónimo Pires do Canto que se foi da freguesia de São Gens de
Montelongo para a ilha da Madeira onde casou com uma mulher da dita ilha de
nome Maria Lopes Galvoa de quem teve um filho o beneficiado André Almeida preso que foi pelo Santo Ofício”. É a este André de Almeida a que se refere o processo
de genere et moribus de Francisco Sampaio Ribeiro, n.º 3475. Pasta 162, às fls. 62,
onde se lê: André do Canto, natural das Ilhas. Foi preso pelo Santo Ofício, e processado por blasfemo. Era beneficiado. Filho de um Fulano do Canto, natural da vila de
Guimarães, que foi para as ilhas.
ADM. Livro 14, fls. 117v.
IAN/ TT. Tribunal do Santo Ofício da Inquisição de Lisboa. Processo n.º 11587.
178
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
do sangrador Jacinto Lopes, testemunha recorrente nas inquirições realizada em Guimarães à época e um verdadeiro conhecedor da realidade
social da Guimarães urbana. Ao referir-se ao parente herético de Dâmaso Peixoto da Silva, embora sem nunca o nomear, parece claro tratar-se
de André de Almeida do Canto:
… disse que Dâmaso Peixoto da Silva, sempre foi tido e, havido por
ter fama de christão novo, e tanto assim que teve hum parente herético que ele testemunha barbeou por vezes no convento de Sam Domingos desta villa de quem os religiosos do dito convento, não puderam tirar a sisma da cabeça, he andaram com elle pelo serco do
dito convento pera o devertirem, e converterem, sem poder fazer
delle bom, na matéria da fee, e depois, o trouxeram pera o convento
de Sam Francisco, pera ver se o podiam melhorar com o qual se enfadaram os religiosos também, e veio ordem dos Senhores Inquisidores que o levasse hum familiar ...230
Apesar do distanciamento temporal, este relato aproxima-se
bastante da realidade dos fatos, cujos acontecimentos dimanados do correspondente processo do Tribunal do Santo Ofício relatamos sucintamente. A sua infância foi vivida na cidade do Funchal, onde nasceu sendo batizado em 30 de novembro de 1608, aos treze anos rumou ao continente na companhia de seu irmão Francisco Lopes do Canto. Chegados a
Lisboa, foram acolhidos pelo seu primo segundo, Padre Frei Luís Peixoto, que ao tempo residia por pregador no convento da Ordem de São
Bento da dita cidade. Este os fez receber no seminário do Arcebispo por
pupilos “com certa porção”. Depois de estudarem latim, foi André do
Canto estudar Direito para a Universidade de Coimbra onde se graduou
bacharel formado em cânones.231 Após a graduação foi servir no seu benefício de São Gens, herdado de seu tio.
Residia na casa paroquial, na companhia de seu irmão Francisco Lopes do Canto, quando, na noite do dia 15 de março de 1636, ia
já adiantada a hora, “estando ambos deitados, sem candeia cada um em
sua cama, e após terem consoado sem ter bebido vinho”232, pretendeu
declarar-se a seu irmão: “ Senhor quero-me declarar com V.M., eu siguo
a ley de Moyses, e nella espero salvar-me”.233 Incrédulo, Francisco Lo230
231
232
233
ADB. Inquirição de genere de João Peixoto. Processo n.º 2615. Pasta 17.
IAN/ TT. Tribunal do Santo Ofício da Inquisição de Lisboa. Processo n.º 11587, fls.
35v.
Idem, fls. 8 e 8v.
Idem, fls. 8v.
Revista da ASBRAP n.º 21
179
pes do Canto de imediato o repreendeu por proferir tal blasfêmia, porém,
André não se deixou intimidar e face à reprimenda mandou-o pregar aos
hereges!
Tais palavras causaram um verdadeiro terremoto no seio da
família, que assistia atônita a esta realidade inexplicável, sobretudo porque André parecia estar “em seu perfeito juízo e entendim.to e não estava com paixão, nem cólera, nem alienado do juízo, nem tomado do vinho, nem he costumado tomar-se, nem padece algua lesão no entendimento”.234 Tal incompreensão conduziu à denúncia perante o tribunal do
Santo Ofício235, pelo próprio irmão Francisco Lopes do Canto, primeiro
denunciante, “por descargo de sua consciência e p.a q. se trate de remédio da alma do dito seu irmão”.236 André foi então conduzido, primeiro ao Convento de São Domingos, depois ao Convento São Francisco, onde foi encarcerado. Mas a sua ousadia foi bem mais longe, questionou todos os dogmas da Santa Madre Igreja; firme na sua nova crença,
negou a virgindade de Maria, que apelidava de “mulher de um carpinteiro que casou e pariu por isso não poderia ser virgem”237, os Santos e
a Santíssima Trindade, partilhando das profecias não cumpridas de que o
Messias ainda está para vir.
No seu devaneio “persistia em afirmar ser Cristo nosso Senhor um doudo e como tal andar pelas terras com hua companhia de
pescadores idiotas, e parvos” defendendo que “a república e os sacerdotes não foram instituídos por Deus.”238 Além disto, mostrava todos os
sinais de judaísmo, recusando-se a comer carne de porco e coelho.
O final da história, já é nosso conhecido...
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239
§ 10.o
DOMINGAS DE ALMEIDA DO CANTO (filha de Jerônimo Pires do Canto e
de sua mulher Domingas Galvão, no § 9.º n.º VII). Natural da Sé, Funchal, Madeira, onde foi batizado em 9 de junho de 1619.239 Foram padri-
Idem, fls. 24 e 24v.
As primeiras denúncias, dos familiares próximos, foram redigidas pelo padre de São
Paio, Simão de Almeida Barbosa, nas casas do priorado e perante o prior da Colegiada D. Bernardo de Ataíde, em 10 de abril de 1636.
IAN/ TT. Tribunal do Santo Ofício da Inquisição de Lisboa. Processo n.º 11587, fls.
9.
Idem, fls. 31.
Idem, fls. 37.
ADM. Livro 15, fls. 174v.
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Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
nho: Antônio Vaz, mercador. Ali se casou, em 25 de outubro de 1655240
com BARTOLOMEU DA COSTA CORDEIRO, natural de Viana, filho de Pedro Gonçalves Barbosa e de sua mulher Maria da Costa. Tiveram:
1 (IX)DONA MARIA DO CANTO, que segue.
IX-
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DONA MARIA DO CANTO, natural da Sé, Funchal, Madeira, onde se casou em 27 de março de 1683 com MANUEL DE VASCONCELOS PERES241
TRELO, natural de São Pedro, Funchal, Madeira.
Filho de Manuel Vieira de Viveiros, defunto em 1683, e de Dona Joana de Vasconcelos.
§ 11.o
MARGARIDA DO CANTO (filha de Pedro Gonçalves do Canto, o Cambado, do § 7.o n.º VI). Nasceu na Quinta do Rio, Montelongo, São Gens
(São Bartolomeu), Fafe. Casou-se com GONÇALO DIAS RIBEIRO, nascido
no Casal da Costa, Basto (Santa Senhorinha), Cabeceiras de Basto, cerca
de 1540, aí falecido em 6 de janeiro de 1604.242 Filho de Diogo Anes
Ribeiro e de sua mulher Senhorinha Anes.243 Foram pais, entre outros,
de:
1 (VIII)- PEDRO RIBEIRO DO CANTO, que segue.
2 (VIII)- FRANCISCO RIBEIRO DO CANTO, que segue no § 12.o.
ADM. Livro 54, fls. 152. “ (…) o qual recebimento se fes em caza della contrahente, estiveram prezentes o cap.tam Jerónimo da Tougueira e Manuel Ferreira Dromondo de que eu Amaro de Freitas cura desta See fiz este termo (…)”.
ADM. Livro 55, fls. 58. De licença do reverendo provisor arcediago Antônio Valente de São Paio recebeu-os matrimonialmente o reverendo tesoureiro mor Antônio de
Almeida que assina Antônio Gonçalves de Almeida, em casa de Domingas de Almeida do Canto, mãe da esposada.
ADB. Misto 1, Paroquial n.º 24, fls. 61v. Não fez manda, nem codicilo algum, lhe
fizeram os três estados.
Chegamos a esta filiação em virtude da informação contida no registro de casamento de Antônio Ribeiro do Canto com Senhorinha Machado de Andrade. Nele é referida a dispensa no terceiro grau de consanguinidade por serem seus pais primos direitos. A filiação de Dâmaso Ribeiro de Andrade, pai de Senhorinha Machado de
Andrade é descrita em: GAIO, Manoel José da Costa Felgueiras. Op. cit. Vol. IX:
Ribeiros § 7, n.º 3, p. 85 sendo este filho de Gaspar Ribeiro da Silva, irmão de Gonçalo Dias Ribeiro e de Antônia Dias Ribeiro e cremos também de Jorge Dias Ribeiro, casado que foi na freguesia da Faia (São Tiago), de quem também nos fala Felgueiras Gaio no mesmo título § 37, todos filhos de Diogo Anes Ribeiro, Senhor da
Casa da Ribeira da Faia e do Prazo do Ribeiro em Varzia Cova, primeiro no título
dos Ribeiros de Santa Senhorinha de Basto.
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PEDRO RIBEIRO DO CANTO. Nasceu no Casal da Costa, Basto (Santa
Senhorinha), Cabeceiras de Basto. Ali faleceu em março de 1617.244 Casou-se, na freguesia de Refojos de Basto (São Miguel), Cabeceiras de
Basto, entre 12 de junho e 20 de agosto de 1610245 com MARTA DA FONSECA E BARROS, natural da dita freguesia, falecida no Casal da Costa,
Basto (Santa Senhorinha), Cabeceiras de Basto, em 12 de maio de
1640.246 Filha de Bartolomeu de Barros e de sua mulher Júlia Ribeiro.
Neta materna do Cônego Filipe Ribeiro, arcediago de Vila Cova e de sua
manceba Antônia da Fonseca.247 Tiveram:
1 (IX)MARGARIDA DA FONSECA DO CANTO, que segue.
2 (IX)MARIA, que nasceu no Casal da Costa, Basto (Santa Senhorinha), Cabeceiras de Basto, batizada em 25 de agosto de 1614,
pelo Padre Frutuoso de Barros vigário de Pedraça.248 Foram
padrinhos Paulo Vaz de Campos, da freguesia do Mosteiro e
Maria Rego, mulher de Jorge Dias Ribeiro, da freguesia de
São Tiago da Faia. Faleceu no Casal da Costa em 7 de fevereiro de 1620.249
3 (IX)LUÍSA, que nasceu no Casal da Costa, Basto (Santa Senhorinha), Cabeceiras de Basto, em 5 de setembro de 1617.250 Padrinhos Antônio Carneiro, vigário de Santo André do Rio
Douro e Joana de Azevedo, filha de Filipa de Moura Coutinho, viúva.
ADB. Misto 1, Basto (Santa Senhorinha), Cabeceiras de Basto, Paroquial n.º 24, fls.
71. Não recebeu o sacramento da eucaristia por não estar capaz.
Foram recebidos pelo Padre Fernão Ribeiro do lugar de São Gens.
ADB. Misto 1, Basto (Santa Senhorinha), Cabeceiras de Basto, Paroquial n.º 24,
número de folha ilegível. Sepultada no Mosteiro de São Bento de Refojos na capela
e sepultura de seu pai e mãe no dia 13, recebeu todos os sacramentos.
Marta da Fonseca e Barros era irmã de Dona Maria de Barros, casada com Jerônimo
da Mota Teixeira, em: GAIO, Manoel José da Costa Felgueiras. Op. cit. Vol. VII:
Motas, § 18, n.º 20, p. 563.
ADB. Misto 1, Basto (Santa Senhorinha), Cabeceiras de Basto, Paroquial n.º 24,
Número folha ilegível.
ADB. Misto 1, Basto (Santa Senhorinha), Cabeceiras de Basto, Paroquial n.º 24, fls.
74.
ADB. Misto 1, Basto (Santa Senhorinha), Cabeceiras de Basto, Paroquial n.º 24, fls.
16.
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Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
IX-
MARGARIDA DA FONSECA DO CANTO, nascida no Casal da Costa, Basto
(Santa Senhorinha), Cabeceiras de Basto cerca de 1611. Casou-se, na
freguesia de sua naturalidade, em 5 de junho de 1624251 com BELCHIOR
DE GOUVEIA DE ANDRADE, nascido no lugar da Igreja, Castelo Rodrigo,
Bispado de Lamego, falecido no Casal da Costa, Basto (Santa Senhorinha), Cabeceiras de Basto, em 10 de dezembro de 1668.252 Filho de
Francisco Gouveia e de sua mulher Catarina de Andrade. Sem geração.
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§ 12.o
FRANCISCO RIBEIRO DO CANTO (filho de Margarida do Canto e de seu
marido Gonçalo Dias Ribeiro no § 11.o n.º VII), nasceu no Casal da Costa, Santa Senhorinha de Basto, Celorico de Basto, cerca de 1588.253 Casou-se na Sé, Funchal, Madeira, em 3 de agosto de 1609254 com MARIA
LOPES GALVÃO, aí nascida, falecida na Quinta do Pombal, Selho (São
Jorge), Guimarães, em 23 de novembro de 1645.255 Filha do mercador
Gonçalo Lopes, já defunto em 1609, e de sua mulher Beatriz Gonçalves.
Sem geração.
Está sepultado na Igreja de Santa Senhorinha, na capela tumular
dos três santos: Senhorinha, seu irmão Gervásio e sua tia materna, Godinha. Nela, embutidos nas paredes laterais, frente a frente, encontram-se
dois belos sarcófagos: do lado da Epístola o de São Gervásio, no lado do
Evangelho o de Santa Senhorinha e Santa Godinha. No pavimento, entre
ADB. Misto 2, Basto (Santa Senhorinha), Cabeceiras de Basto, Paroquial n.º 25, fls.
10v. Recebidos com licença do Prelado. Presentes como testemunhas: Reverendo
vigário de Santa Marinha de Pedraça Frutuoso de Barros, Dâmaso Ribeiro de Andrade e Gaspar Ribeiro da Silva.
ADB. Misto 2, Basto (Santa Senhorinha), Cabeceiras de Basto, Paroquial n.º 25, fls.
79v. Recebeu todos os sacramentos e foi sepultado na Igreja. Fez testamento ficando seu sobrinho Antônio de Andrade Gouveia obrigado ao bem d‟alma. Faleceu casado em segundas núpcias com Apolônia de Ceia de quem teve dois filhos conhecidos: Rodrigo e Teresa de Abreu.
IAN/ TT. Tribunal do Santo Ofício, Inquisição de Lisboa. Processo n.º 11587, fls.
25v. Testemunha no dito processo, declarando, em 26 de abril de 1636, ter 48 anos.
ADM. Livro 53, fls. 135v. e 136. Testemunhas presentes, Manuel Vieira do Canto e
seu filho Francisco Vieira de Abreu.
AMAP. Misto 1, Selho (São Jorge), Guimarães, Paroquial n.º 754, fls. 77v, n.º 1.
Não testou, foi sepultada na Misericórdia de Guimarães. Seus herdeiros estavam ausentes, somente Antônio Ribeiro do Canto, seu enteado, lhe mandou fazer no dia de
seu enterro um ofício de nove lições com dez padres a cento e cinquenta réis de esmola a cada um.
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os túmulos, as armas dos Cantos, identificando a S(epultura) de
Fr(ancis)co Rib(ei)ro do / Canto. E de / seu Pai (e) Mai / (H)erdeiros /
Anno. 1637. Em roda do arco da mesma capela, uma vez mais o nome
deste abastado filho da terra, lembrando que ele a fizera desde os alicerces, «por sua devoção».256
Outrora duas lâminas de cobre, colocadas nos cunhais desta capela, entretanto desaparecidas, rezavam a seguinte história:
«Governando a Igreja de Deos o muy santo padre o Papa Urbano
& etc, ambas as Espanhas El Rey Filippe O grande, 4 de Castella,
etc, 3.º de Portugal, & a Santa Igreja de Braga o Illustrissimo &
Reverendissimo Senhor Arcebispo Primaz Dom Rodrigo da Cunha,
no anno de 1634, edificou Francisco Ribeiro do Canto, natural desta freguesia, por sua devoção, esta Capella, a sua custa, começando-a dos alicerces toda de novo, a fes maior que a antigua, e levantou em alto os tumulos dos Santos, para que com mais decencia fossem venerados. Fes o rectabulo do altar, sacrario, santos, tudo
dourado & estofado na forma que apparesce. Deu hua crus & Lampadario de prata, hua custodia para serviço desta Capella, e se obrigou a dar azeite para que perpetuamente esteja ardendo Lume
diante do Santissimo Sacramento»; «Em gartificação desta Capella,
que Francisco Ribeiro do Canto fes toda de novo a sua custa o (?)
& officiaes desta Igreja & mais fregueses lhe permitirão a sepultura
que tem no meio della para si e erdeiros, descendentes. E movendoce sobre isto alguas duvidas no anno de 1638, o Doutor Francisco
de Faria, Governador & Provisor pelo Ilustrissimo & Reverendissimo Senhor Arcebispo Primaz Dom Sebastiam de Matos de Noronha & o Doutor Gaspar Ozorio Coutinho, do dezembargo de Braga, vierão a fazer vestoria, da qual resultou hua sentença dada en
Relaçam, en que se mandou que nesta Capela por veneração dos
Santos não fosse ninguem abrir mais sepultura alguma que as que
nella ha sob pena de excomunhão ipso facto posta ao Reverendo
Abbade desta Igreja & seos sucessores, que o não consitão; a qual
censura se confirmou por sua Santidade no anno de 1639, a 15 do
mes de novembro; e que pusessem estas duas laminas ad perpetuam
256
Tavares, Pedro Vilas Boas, “Santa Senhorinha de Basto: memórias literárias da
vida e milagres de uma santa medieval”, consultado em 2 de outubro de 2008, in
http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/3464.pdf. O autor, com base no Arquivo da
Casa de Quintela, Maço de Certidões de Plácido Tavares da Veiga Falcão, Senhor
da Casa da Ponte de Petimão, São Clemente de Basto, nomeia erradamente o pai de
Francisco Ribeiro do Canto como Gaspar Ribeiro, fls. 21, nota 57.
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Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
rei memoriam. & a Sentença e bullas estão no Cartorio des[ta] Igreja e no Mosteiro de Refoios».257
Teve, aquando solteiro, de CATARINA DIAS DA FAIA, solteira,
natural da freguesia da Faia (São Tiago), Cabeceiras de Basto, já defunta
em 1641:
1 (IX)ANTÔNIO RIBEIRO DO CANTO, que segue.
IX-
ANTÔNIO RIBEIRO DO CANTO, nasceu na freguesia da Faia (São Tiago),
Cabeceiras de Basto, cerca de 1608.258 Casou-se em Basto (Santa Senhorinha), Cabeceiras de Basto, em 20 de agosto de 1641259, com SENHORINHA MACHADO DE ANDRADE, nascida em Basto (Santa Senhorinha), Celorico de Basto. Filha de Dâmaso Ribeiro de Andrade e de sua mulher
Leonor de Freitas São Paio. Tiveram:
1 (X)MARIA MACHADO, que segue.
X-
MARIA MACHADO, senhora da Quinta da Rola de Baixo em Urgeses
(Santo Estêvão), Guimarães. Casou-se, cerca de 1665, com BENTO DE
AZEVEDO, capitão das Ordenanças, homem nobre. Natural da Casa do
Eiró, Aldeia de Celeiró, Rossas (São Salvador), Vieira do Minho, batizado em 17 de julho de 1636.260 Faleceu na Quinta da Rola de Baixo,
Urgeses (Santo Estêvão), Guimarães, em 27-nov-1711.261 Filho de Henrique Mendes e de sua mulher Maria Ana de Azevedo. Tiveram:
1 (XI)SEBASTIANA DE AZEVEDO. Faleceu na Quinta da Rola de
Baixo, Urgeses (Santo Estêvão), Guimarães, em 30 de outubro de 1725. Recebeu todos os sacramentos; não fez testa-
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261
CRAESBEECK. Francisco Xavier da Serra. Op. cit., 399-400.
IAN/ TT. Tribunal do Santo Ofício, Inquisição de Lisboa. Processo n.º 11587, fls.
30. Testemunha no dito processo, declarando, em 28 de abril de 1636, ter 28 anos.
ADB. Misto 2, Basto (Santa Senhorinha), Cabeceiras de Basto, Paroquial 25, fls.
21. Dispensados no terceiro grau de consanguinidade. Foram testemunhas do ato:
Belchior de Gouveia de Andrade, Cristóvão de Moura da Ribeira, o reverendo Francisco Machado, vigário de Santa Maria de Salto, André Gonçalves, de São Gens e o
reverendo Gaspar da Silva vigário de São Martinho.
ADB. Misto 2, Rossas (São Salvador), Vieira do Minho, Paroquial n.º 146, fls. 14,
n.º 4. Foi padrinho o Senhor Antônio de Lima de Noronha.
AMAP. Misto 3, Urgeses (Santo Estêvão), Guimarães, Paroquial n.º 870, fls. 164,
n.º 1. Recebeu todos os sacramentos, não fez testamento, foi sepultado dentro da
igreja junto da capela-mor numa sepultura grande.
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AMAP.
n.º 2.
AMAP.
n.º 2.
AMAP.
n.º 2.
AMAP.
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mento e foi sepultada dentro da igreja, abaixo do altar de
Nossa Senhora do Rosário.262
MARGARIDA MACHADO. Faleceu na Quinta da Rola de Baixo,
Urgeses (Santo Estêvão), Guimarães, em 30 de dezembro de
1716. Recebeu todos os sacramentos, não fez testamento,
sendo seu corpo sepultado de fronte do altar de Nossa Senhora do Rosário.263
JOSEFA MACHADO DE AZEVEDO. Faleceu na Quinta da Rola
de Baixo, Urgeses (Santo Estêvão), Guimarães, em 24 de outubro de 1735. Recebeu todos os sacramentos, e não fez testamento.264
LUÍSA MACHADO DE AZEVEDO. Faleceu na Quinta da Rola de
Baixo, Urgeses (Santo Estêvão), Guimarães, em 22 de fevereiro de 1747. Recebeu todos os sacramentos, não fez testamento, sendo seu corpo sepultado numa campa da igreja junto
à pia batismal.265
FRANCISCO TELES DE AZEVEDO. Nasceu na Quinta da Rola,
Urgeses (Santo Estêvão), Guimarães, em 4 de setembro de
1680. Foi padrinho o Reverendo Francisco de Sampaio Ribeiro, abade de Burgães.266 Residiu na freguesia do Mosteiro de
Vieira. Teve de DONA MARIA TOMÁSIA DA ROCHA PINTO:
1 (XII)- FRANCISCO JOSÉ TELES DE MENESES. Batizado
como enjeitado, por filho de relação.267
CONSTANTINO TELES DE AZEVEDO, que segue.
Misto 3, Urgeses (Santo Estêvão), Guimarães, Paroquial n.º 870, fls. 181,
Misto 3, Urgeses (Santo Estêvão), Guimarães, Paroquial n.º 870, fls. 169,
Misto 3, Urgeses (Santo Estêvão), Guimarães, Paroquial n.º 870, fls. 175v,
Misto 4, Urgeses (Santo Estêvão), Guimarães, Paroquial n.º 872, fls. 139v,
AMAP. Misto 3, Urgeses (Santo Estêvão), Guimarães, Paroquial n.º 870, fls. 2v, n.º
2. O assento foi realizado em 20 de junho de 1687 em virtude de uma pedição que
Bento de Azevedo, pai do batizado, dirigiu ao visitador Reverendo Doutor Manuel
Ribeiro de Seixas «por se não achar ter o dito vigário meu antecessor feito os
assentos assim dos assima como de outros mais».
ADB. Processo de genere. Pasta 1392, Processo n.o 31421, de Francisco José Teles
de Meneses.
186
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
XI-
CONSTANTINO TELES DE AZEVEDO. Nasceu na Quinta da Rola de Baixo,
Urgeses (Santo Estêvão), Guimarães, batizado em 20 de março de 1678.
Foram padrinhos João Teixeira, morador na freguesia de Santiago de
Sendim, concelho de Felgueiras e Luísa, filha de Bento de Azevedo.268
Teve de LUÍSA DO COUTO, da rua da Caldeiroa, São Sebastião, Guimarães:
1 (XII)- ANTÔNIO TELES, que segue.
Teve de fulana:
2 (XII)- DONA INÁCIA LUÍSA TELES. Foi madrinha no batismo de Antônia Maria filha de Manuel Cardoso e de sua mulher Ana
Maria Soares, em 5 de julho de 1738. Moça solteira, moradora no lugar de Chãos, freguesia de Abação.269
XII-
ANTÔNIO TELES. Faleceu no Casal de Cima de Vila, Serzedo (São Miguel), Guimarães, em 16 de dezembro de 1736. Casou-se em Serzedo
(São Miguel), Guimarães, em 11 de setembro de 1730, com MARIANA
DA FONSECA TEIXEIRA, filha de Pedro Teixeira e de sua mulher Maria
Afonseca, moradores na fazenda de Cabo de Vila.270 Tiveram:
1 (XIII)- CUSTÓDIA DA FONSECA, que segue. Natural do Casal de Cima
de Vila, Serzedo (São Miguel), Guimarães, em 26 de outubro
de 1730. Batizada a 29. Foram padrinhos o Reverendo Padre
Custódio Leite de Oliveira do lugar de Fundo de Vila, freguesia de Fareja e Mariana Fernandes, mulher de Gabriel Ribeiro
de Cima de Vila.271 Faleceu no lugar de Matamá, Pombeiro,
em 10 de novembro de 1805, pobre.272 Casou-se em Pombeiro, em 20 de dezembro de 1752273, com JOÃO GONÇALVES,
natural de Sendim, filho natural de Domingos Gonçalves e de
Luísa, solteira, do lugar de Brilhe, freguesia de Sendim (São
Tiago), Felgueiras. Com geração.
268
269
270
271
272
273
AMAP. Misto 3, Urgeses (Santo Estêvão), Guimarães, Paroquial n.º 870, fls. 2v, n.º
1. Assento realizado nas mesmas circusntâncias do anterior.
AMAP. Pinheiro (São Salvador), Guimarães, Paroquial n.º 613, fls. 52, n.º 2.
AMAP. Misto 2, Serzedo (São Miguel), Guimarães, Paroquial n.º 783, fls. 113v, n.º
1.
AMAP. Misto 3, Serzedo (São Miguel), Guimarães, Paroquial n.º 784, fls. 57, n.º 2.,
ADP. Misto 6, Pombeiro (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial n.º E/10/5/3-11.1, fls.
66v, n.º 2.
ADP. Misto 5, Pombeiro (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial n. º E/10/5/3-10.5, fls.
10, n.º 1.
Revista da ASBRAP n.º 21
187
2 (XIII)- BENTO. Nasceu no Casal de Cima de Vila, Serzedo (São Miguel), Guimarães, em 22 de maio de 1733. Batizado em 24.
Foram padrinhos Bento Coelho, filho de Bento Coelho e de
Jerônima de Melo, de Vila Fria e Maria Leite, solteira, do lugar de Cabo de Vila.274
3 (XIII)- JOSEFA LUÍSA. Nasceu no Casal de Cima de Vila, Serzedo
(São Miguel), Guimarães, em 18 de abril de 1736. Batizada
em 22. Foram padrinhos o Padre Agostinho da Fonseca e
Custódia Pereira, ambos desta freguesia.275
VII-
274
275
276
277
§ 13.o
CATARINA ÁLVARES DO CANTO. Filha de Pedro Gonçalves Cambado, do
§ 7.o n.º VI. Casou-se com ANTÔNIO GONÇALVES FAFE, o “pedinte”,
mercador da praça vimaranense e na cidade do Funchal276, natural de Fafe. Foram moradores na rua da Sapateira, Oliveira (Santa Maria) da vila
de Guimarães. Foram pais de:
1 (VIII)- MARIA DO CANTO, que segue no § 14.o.
2 (VIII)- JOÃO ÁLVARES DO CANTO, que segue.
3 (VIII)- FRANCISCO DO CANTO ALMEIDA. Nasceu na rua da Sapateira,
Oliveira (Santa Maria), Guimarães. Partiu para a Ilha da Madeira, provavelmente por chamado de seus parentes; porém,
segundo atestam os documentos familiares, foi uma migração
«sem sucesso nem geração». Casou na Sé, Funchal, ilha da
Madeira, em 3 de julho de 1624 com MARIA FERRAZ, viúva,
natural da Sé do Funchal.277
AMAP. Misto 3, Serzedo (São Miguel), Guimarães, Paroquial n.º 784, fls. 61 v, e
62, n.º 2.
AMAP. Misto 3, Serzedo (São Miguel), Guimarães, Paroquial n.º 784, fls. 68 e v,
n.º
AMAP. Notarial n.º 40, fls. 95v a 96v, de 25 de agosto de 1580: « Procuração de
Maria Álvares viúva de Sebastião da Costa e moradora em o Fato arrabalde da vila
de Guimarães (…) fazia seus bastantes procuradores a Francisco Pires sapateiro e
morador no Cano das Gafas nesta vila e António Gonçalves Fafe mercador e hora
estante na ilha da Madeira (…) para que em nome dela constituinte possam cobrar e
receber de sua mão a parte e quinhão que lhe pertence haver de herdar em bens e fazenda por falecimento de Gaspar irmão dela constituinte que faleceu na ilha da Madeira (…)».
ADM. Livro 54, fls. 56. Recebidos nas pousadas da esposada a viúva Maria Ferraz.
188
X-
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
JOÃO ÁLVARES DO CANTO, antes chamado Pero Álvares do Canto, ou
Pedro Álvares do Canto. Nasceu na rua da Sapateira, Oliveira (Santa
Maria), Guimarães.
O seu percurso de vida conhecerá uma importante mudança
quando seu pai e avô estabeleceram, em 1596, um contrato de companhia nos seguintes termos:
Na rua da Sapateira nas pousadas do Senhor Fernão Vaz Feio estando aí presentes os senhores Pedro Gonçalves Cambado mercador morador na sua Quinta do Rio na freguesia de São Bartolomeu
do Mosteiro de São Gens concelho de Montelongo e Antônio Gonçalves Fafe outrossim mercador e morador nesta vila genro do dito
Pedro Gonçalves e logo por eles ambos foi dito em prezença de
mim tabelião público e das testemunhas ao diante escritas que eles
tinham contratado de fazerem este contrato na maneira seguinte #
que eles que eles querem e são contentes que esteja Pedro Álvares
outrossim mercador filho dele Antônio Gonçalves e neto dele Pedro
Gonçalves na ilha da Madeira com companhia e conta dambos para a qual companhia dava ele Pedro Gonçalves cento e oitenta mil
reis e elle Antônio Gonçalves cento e vinte mil reis e tudo em dinheiro de contado que tudo faz em soma de trezentos mil reis e os
quoais entregou Jerónimo Pires mercador morador na dita freg.a
de São gens […] que eram contentes e lhes aprazia que o dito Pedro Álvares esteja na dita ilha da Madeira por conta de ambos tratando com o dito dinheiro e fazendo os empregos necessários em
tempos devidos por como boo mercador pelo tempo que eles
par//tes e o dito Pedro Állvrez forem contentes e não querendo elles
partes que a dita companhia dure mais antre elles virá ele Pedro
Állvres dar conta a elle Pedro Gonçalves em pessoa e não a houtrem, por elle como custume / e de todos e os guanhos q Deos der
na dita compa/nhia averão a metade taonto elle Pedro Gonçalves
como elle / Antônio Gonçalves e avendo perda q deos não primita
se/rá a dita perda de permeo e não avendo per/da tirarão cada hum
p q deu pera hesta com/panhia e os interesses partirão de permeio e
o di/to Pedro Allvrez porá todo o trabalho e boa diligên/cia necessária como boo mercador pera neguo/cear a dyta companhia e proveito della e todos / e os neguocios q forem cometidos de fora desta
companhia a elle Pedro Álvarez de quoallquer pessoa ou pai ou parentes ou outras quoaisquer p.as tomará sua /feitoria acomodada
como é custume e o que / houver meterá na dita companhia de feição / q todo q neguocear de dentro e de fora meterá / nella e assi o
quizeraõ e outorguaraõ».
Desconhecemos o desfecho do contrato, porém, o fato de Jerônimo Pires do Canto (que em 1596 ainda estaria em São Gens), ter e-
Revista da ASBRAP n.º 21
189
migrado para a Ilha da Madeira poderá antever um resultado pouco conforme aos quesitos estabelecidos no contrato de companhia. Provavelmente Pedro Álvares solicitou substituição em virtude de lhe surgir outra
oportunidade mais aliciante. O certo é que, da Madeira passou à cidade
do México, reino de Castela das Índias Ocidentais, onde, anos mais tarde
solicita provanças de nobreza e limpeza de costados.
Na cidade do México teria feito instrumento de provança de
nobreza, em qual instrumento mostrou que seus avós eram cristãosvelhos e infanções em Guimarães. A petição correu em junho de 1629 na
vila de Guimarães, e foi trasladado no processo de purga de seu sobrinho
Francisco de Sampaio Ribeiro, adiante.278
Dizia ele, na petição, que era morador na cidade do México,
Reino de Castela, natural da vila de Guimarães, que antes se chamava
Pero Álvares do Canto, e que estava ausente de Guimarães havia mais de
30 anos. Queria justificar que ele era filho de Antônio Gonçalves Fafe e
de sua mulher Catarina Álvares do Canto, moradores que foram na rua
da Sapateira, da vila de Guimarães, os quais ...
Foram pessoas honradas ricas e abastadas de bens temporais, e se
trataram sempre à lei da nobreza com criados, criadas e escrava e
suas cavalgaduras de sela, e o dito pai do suplicante casou uma filha que tinha por nome Maria do Canto com Bento Nogueira de
Sampaio morador nesta dita vila que é pessoa nobre e como tal se
trata à lei de nobreza, e goza como tal dos privilégios dos Infanções
dela, que é uma das mais notáveis, e nobres deste Reino; e outrossim como é verdade que ele suplicante é cristão-velho de todos os
quatro costados assim por parte dos ditos seu pai, e mãe, como de
seus avós, sem ter raça de mouro, nem judeu, nem mulato nem outra nação infame; e por tais sempre foram sempre tidos e havidos
sem haver outra fama alguma; e outrossim que a dita Catarina Álvares do Canto mãe dele suplicante era irmã inteira de Francisco
Álvares do Canto já defunto morador que foi nesta vila, que era
pessoa nobre e da governança delas, cavaleiro-fidalgo da Casa de
Sua Magestade, irmão inteiro de Jerônimo Pires do Canto morador
que ora é na Ilha da Madeira que outrossim é pessoa nobre muito
rico e como tal se tratava à lei de nobreza, o qual Jerônimo Pires
do Canto tio dele suplicante justificou sua nobreza e qualidade e do
dito seu irmão Francisco Álvares do Canto, de seus pais e avós.
278
ADB. Inquirição de genere. Pasta 162, Processo n.o 3475, de 12 de julho de 1675,
de Francisco de Sampaio Ribeiro.
190
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
VIII-
279
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286
§ 14.o
MARIA DO CANTO. Filha de Catarina Álvares do Canto, do § 13.o n.º
VII. Natural de São Bartolomeu de São Gens. Faleceu, em companhia de
seu filho, o abade de Burgães (São Tiago), cerca de 1665. Casou-se com
BENTO NOGUEIRA DE SAMPAIO, tabelião do judicial na vila de Guimarães, “que serviu nos cargos nobres de juiz e vereador”.280 Bento Nogueira nasceu na rua da Carrapatosa, São Sebastião, Guimarães, cerca de
1587281 e faleceu em Burgães (São Tiago) antes de 1666.282 Em 2 de julho de 1653 foi eleito escrivão da Santa Casa da Misericórdia, servindo o
ofício nesse ano.283 Filho de Salvador Nogueira284, escrivão do judicial,
e de sua mulher Catarina de Freitas de Sampaio.285 Neto paterno de Vicente Ribeiro286, sapateiro e mercador e de sua primeira mulher Grácia
279
Pelo Nobiliário do Padre Torcato, consta ser filha de Pedro Gonçalves, o Cambado.
Assim também consta de uma inquirição de testemunhas, em 1616, por parte de
André Gonçalves do Canto. Apud HSO de Francisco da Rocha e Sousa Lisboa. Porém, preferimos documentos coevos.
ADB. Processo de genere, Pasta 162, Processo n.º 3475, de 12 de julho de 1675, de
Francisco Sampaio Ribeiro,, fls. 27, assim o afirma João Lopes, barbeiro, testemunha jurada, de aproximadamente 70 anos de idade.
IAN/ TT. Tribunal do Santo Ofício, Inquisição de Lisboa. Processo n.º 11587, fls.
34v. Testemunha no dito processo, declarando, em 28 de abril de 1638, ter 49 anos,
fls. 43.
Já defunto, no óbito da filha Maria.
Boletim de Trabalhos Históricos, sem autor, 1939.
Em escritura datada de 10 de setembro de 1588, residia na rua Escura. AMAP. Notarial n.o 25, fls. 77.
GAIO, Manoel José da Costa Felgueiras. Op. cit. Vol. V: Freitas, § 19 N 11, p. 410.
O autor apenas dá ao casal quatro fêmeas: D. Maria de Sampaio, que casou-se com
Jácome Machado de Miranda, senhor da Quinta do Bacelo, filho de Inácio Machado
de Miranda. Mesma obra, vol. VII: Machados, § 98 N 22, p. 115 e § 3 N 21, p. 66;
Margarida Nogueira de Sampaio, que foi senhora da Quinta de Castro e casou na vila de Amarante com Pedro Coelho; Catarina de Freitas Sampaio, que casou na
Quinta do Cural (GAIO, Manoel José da Costa Felgueiras. Op. cit. Vol. V: Freitas,
§ 20 N 12, p. 410) e Leonor de Sampaio.
Alguns indícios ligam-no à Quinta do Ribeiro, Polvoreira (São Pedro), Guimarães.
Apesar da ausência de qualquer constatação documental, não é de todo improvável
tratar-se de um irmão de André Ribeiro, o velho, senhor da dita Quinta, pai de André Ribeiro, o moço, senhor da Quinta do Carvalho d‟Arca por casamento com
Margarida do Vale, filha herdeira de André Vaz e de sua mulher Isabel Pax ou Paz.
Casou-se, em segundas núpcias, com Inês de Sampaio como se vê pelo instrumento
Revista da ASBRAP n.º 21
191
Nogueira, filha de Gonçalo Anes, sapateiro e de Catarina Nogueira, senhores do Casal e casas da Carrapatosa.287 Catarina Nogueira pertencia a
uma família em plena ascensão no seio da comunidade vimaranense, os
Nogueiras; era irmã de Antônio Nogueira, tesoureiro da Capela d‟ElRei, abade de São Pedro de Escudeiros em Braga e São Cimbrão com
suas anexas (1557)288, Francisco Nogueira, Cecília Nogueira, Manuel
Nogueira, moço da câmara d‟el-rei (1535), vedor do bispo de Coimbra
(1541)289 e cavaleiro fidalgo (1568)290, casado com a senhora Beatriz de
287
288
289
290
de concerto entre partes datado de 27 de novembro de 1591 (AMAP, Notarial 30,
fls. 19v a 20). Pelo mesmo documento somos informados que além de Salvador
Nogueira, teve de sua primeira mulher, Cecília Nogueira, mulher de Gaspar de Castro.
AMAP. Notarial n.º 7, fls. 17 a 19. Instrumento de nomeação de casal datado de 3
de abril de 1567: … Nas pousadas do tabelião apareceu Catarina Nogueira, viúva,
mulher que ficou de Gonçalo Anes que Deus haja, moradora na Carrapatosa e disse que ela possuía e tinha por título de prazo dos senhores dignidades conegos e
cabido da Colegiada o lugar ou casal que se chama da Carrapatosa arrabalde da
dita vila em que ela era primeira vida e tinha poder e faculdade de nomear a segunda e nomeava pelas muitas honras e boas obras que tinha recebido de Vicente
Ribeiro sapateiro e de Grácia Nogueira sua mulher, nomeava o dito casal na dita
Grácia Nogueira sua filha ...
AMAP. Colegiada 931, fls. 31 a 32, de 4 de fevereiro de 1557: «Procuração do comendador Mateus Nogueira escrivão das sisas a seus irmãos António Nogueira Tesoureiro da capela del rei nosso senhor e a Francisco Nogueira».
AMAP. C-1112, Prazo n.º 28, de 4 de abril de 1541: … no cabido apareceu Manuel
Nogueira vedor do bispo de Coimbra e logo por ele foi dito que ele tinha e possuía
por título de prazo do cabido o logar da Carrapatoza que está junto desta villa por
morte de sua mãe que Deus haja (…) e ele pedia ao Cabido para emprazarem novamente em Catarina Nogueira, viúva, sua irmã dele renunciante em três vidas …
Testemunhou Mateus Nogueira, escudeiro e escrivão das sisas na vila de Guimarães, irmão da dita Catarina Nogueira.
AMAP. C-1112, Prazo n.º 23 de 23 de março de 1568: … no cabido apareceu Vicente Ribeiro sapateiro morador na dita vila e disse que Manuel Nogueira cavaleiro fidalgo da casa d’el rei nosso senhor outrosy nela morador, ficara por herdeiro
de Mateus Nogueira seu tio [do dito Vicente Ribeiro] que Deus aja e nomeado antre outros prazos em que entram dous casaes da Carrapatosa arrabalde da dita villa (…) hum deles em que mora Catarina Nogueira sogra dele Vicente Ribeiro e o
outro em que morou Antônio Rodrigues e Maria Afonso, já defuntos, (…) vendera e
trespassara nele ele Vicente Ribeiro as vidas dos ditos prazos … Testemunham
Torcato Mendes, filho do tabelião Manuel Gonçalves e Salvador Nogueira, filho da
dita Grácia Nogueira e Vicente Ribeiro. Em 26 de agosto de 1606, Bento Nogueira
192
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
Serpa, que possuía, além da sua parte nos prazos da Carrapatosa, herdadas por morte de sua mãe, a parte que lhe ficou por morte de seu irmão
Mateus Nogueira, escudeiro e escrivão das sisas na vila de Guimarães
(1541), falecido solteiro antes de 1568, todos filhos de Jerônimo Nogueira e da “honrada senhora” Catarina Afonso.291 Neto materno de
Gonçalo de Freitas da Silva292, tabelião do concelho de Felgueiras
(1560) e que ainda vivia em 1601, e de sua mulher Leonor de Sampaio
Coelho.293 Gonçalo de Freitas Silva era filho de Afonso de Freitas da
Silva, senhor da Quinta do Paço em Silvares, Guimarães, e de sua mulher Maria Cerqueira.
Tiveram:
1 (IX)LICENCIADO FRANCISCO NOGUEIRA DO CANTO, que segue.
2 (IX)ANA NOGUEIRA294, nascida na Carrapatosa, São Sebastião,
Guimarães, cerca de 1612. Freira no Convento de Santa Clara.295
3 (IX)FREI BERNARDINO NOGUEIRA DO CANTO, frade na Ordem
Beneditina, nascido na Carrapatosa, São Sebastião, Guimarães, cerca de 1614.
4 (IX)VICENTE NOGUEIRA DO CANTO, que segue no § 15.o.
291
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293
294
295
renova os prazos da Carrapatosa por falecimento de seu pai, Salvador Nogueira,
Prazos n.ºs 24 e 26.
AMAP. C-1112, Prazo n.º 22, de 19 de novembro de 1535. Emprazamento do Moinho do Cabo a Mateus Nogueira, homem solteiro, por sua mãe, a honrada Catarina
Afonso, mulher que foi de Jerônimo Nogueira, moradores à Carrapatosa.
GAIO, Manoel José da Costa Felgueiras. Op. cit. Vol. V: Freitas, § 9, n.º 10, p. 407.
Além de Catarina de Freitas Sampaio, o casal teve um filho de nome Baltasar de
Freitas Sampaio, tabelião do concelho de Felgueiras (1598), casado com Inês de
Guimarães e senhores da casa da Carreira em Padroso (Felgueiras), como se vê nos
Carvalhos de Basto, na casa da Carreira da qual foi proprietário. In FREITAS, Eugénio de Andrade da Cunha e outros, A descendência de Martim Pires de Carvalho,
Cavaleiro de Basto. Porto: Ed. Carvalhos de Basto, 1985. Vol. V, p. 33.
AMAP. Nascimentos 2, Oliveira (Santa Maria), Paroquial n.º 363, fls. 105. Apadrinha juntamente com seu irmão Vicente Nogueira a Jerônimo, filho de Jerônimo Moreira e de sua mulher Damásia Peixota de Azevedo.
ADB. Inquirição de genere de Francisco Sampaio Ribeiro, Processo n.º ---. Pasta ----, fls. 18, testemunha João Valadares e Vasconcelos: “…, E que da dita Maria do
Canto sabe elle testemunha que não teve outros filhos mais que o ditto Vicente Nogueira do Canto e Francisco Nogueira do Canto, abade de Buragães, e hua filha
religiosa no convento de Santa Clara e outra que casou com Francisco de Meira
desta vila e outra que morreu solteira …”.
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193
BÁRBARA NOGUEIRA DE SAMPAIO, nascida na Carrapatosa,
São Sebastião, Guimarães, batizada em 7 de dezembro de
1617. Foi seu padrinho o Licenciado João Peixoto.296 Casouse na Capela da Madre de Deus, Azurém, em 11 de agosto de
1670297, com FRANCISCO DE MEIRA PINTO, nascido da Oliveira (Santa Maria), Guimarães, cerca de 1615, falecido na sua
Quinta de Picouto de Baixo, Gominhães (São Pedro Fins),
Guimarães, em 22 de setembro de 1679. Filho do arcipreste
da Colegiada Baltasar de Meira Peixoto e de Bárbara de São
Francisco. Sem geração. Em 22 de janeiro de 1644, o Cônego
arcipreste de Guimarães, Baltasar de Meira, perfilhou, na nota
do tabelião Francisco Veloso, a Francisco Meira, que o houve
de Bárbara de São Francisco.
MARIA NOGUEIRA, que nasceu na Carrapatosa, São Sebastião,
Guimarães, batizada em 16 de agosto de 1619.298 Foi seu padrinho Francisco Nogueira.299 Aí faleceu, solteira, em 2 de julho de 1666.300
LICENCIADO FRANCISCO NOGUEIRA DO CANTO, nasceu na Carrapatosa,
São Sebastião, Guimarães, em 8 de outubro de 1609.301 Foram padrinhos
Francisco Álvares do Canto e Isabel de Matos, mulher de Marcos de
Andrade, distribuidor. Bacharel em Cânones pela Universidade de Coimbra em 23 de maio de 1634. Ganhou em concurso a abadia de Santiago de Burgães, Santo Tirso, de que tomou posse em junho de 1636,
substituindo o Padre Pedro de Sousa; contava então 27 anos. Faleceu na
Casa paroquial de Burgães, Santo Tirso em 21 de janeiro de 1677.302
Teve de ÂNGELA, solteira do Casal do Barreiro, Souto (Santa
Maria):
AMAP. Misto 2, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 438, fls. 10v, n.º 1.
O assento de casamento foi lavrado no livro paroquial de Passos São Vicente pelo
pároco que celebrou o matrimônio, Abade Domingos de Meira, primo do esposado.
AMAP. Misto 2, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 438, fls. 14v, n.º 1.
AMAP. Misto 2, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 438, fls. 14v, n.º 1.
AMAP. Misto 2, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 438, penúltima folha sem
número, assento n.º 1.
AMAP. Nascimentos 1, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 441, fls. 135, n.º 2.
ADP. Burgães (São Tiago), Santo Tirso, Bobine n.º 429, fls. 611v, n.º 3.
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Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
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MANUEL, nascido no Casal do Barreiro, Souto (Santa Maria),
Guimarães, 19 de setembro de 1656.303 Foram padrinhos Sebastião Rebelo, do Casal da Torre de Baixo, e Domingas, solteira, filha de Pedro Fernandes do Casal da Pena. Neste assento de batismo, o pároco deixa a seguinte referência relativamente a Ângela «a qual esteve de soldada em casa de Bento
Nogueira na vila de Guimarães oito ou nove annos de onde
veio prenhada e deo por pai da dita criança a Francisco Nogueira abb.e de Burgães filho do dito Bento Nogueira».
§ 15.o
VICENTE NOGUEIRA DO CANTO, filho de Maria do Canto, do § 14.o n.º
VIII. Nasceu na rua da Sapateira, Oliveira (Santa Maria), em cuja freguesia foi batizado em 9 de abril de 1616. Foi padrinho Gonçalo de
Moussoulas de Castro da rua dos Fornos.304 Residiu na Carrapatosa,
herdeiro da dita casa e prazos, aí falecido em 18 de maio de 1678.305 Em
1668 era vereador da câmara da vila de Guimarães. Foi casado com uma
irmã do Padre Dionísio da Cunha, nascido cerca de 1619. Sem geração.
Teve de ANTÔNIA FERNANDES, mulher solteira, natural do lugar de Calvelo, Burgães (Santo Tirso), filha de Antônio Pires, o “Rei”,
de alcunha, e de sua mulher Catarina Fernandes, naturais e moradores do
lugar de Calvezo, freguesia de São Tiago de Burgães, o filho:
1 (X)FRANCISCO DE SAMPAIO RIBEIRO. Segue.
Teve de fulana:
2 (X)MARGARIDA REBELO.306
Teve de ISABEL DOMINGUES, natural da Aldeia da Carreira,
Burgães (São Tiago), Santo Tirso, filha de Antônio Domingues:
3 (X)MARIA FERREIRA, que segue no § 16.o.
FRANCISCO DE SAMPAIO RIBEIRO, ou Francisco Ribeiro de Sampaio.
Natural do lugar de Calvelo, freguesia de Santiago de Burgães, Santo
Tirso. Abade da freguesia de Burgães, por renúncia que lhe fizera seu tio
Francisco Nogueira do Canto. De Francisco de Sampaio há inquirições
AMAP. Misto 1, Souto (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 821, fls. 25v, e 26.
AMAP. Misto 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 360, fls. 2v, n.º 5.
AMAP. Misto 3, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 439, fls. 26, n.º 2.
Mencionada ao óbito do pai.
Revista da ASBRAP n.º 21
195
no ano de 1675, em Braga.307 Teve de MARIA GIL, natural da freguesia
de Burgães, já defunta em 1703:
1(XI)DONA TERESA MARIA DE SAMPAIO, primeira mulher de seu
parente BENTO PEIXOTO DE AZEVEDO (em § 7.o n.º IX).
X-
XI-
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309
310
§ 16.o
MARIA FERREIRA, filha natural de Vicente Nogueira do Canto, do § 15.o
n.º IX. Natural da Aldeia da Carreira, Burgães (São Tiago), Santo Tirso,
em 24 de junho de 1644.308 Foram padrinhos Bento da Costa, solteiro, da
Aldeia de Real e Madalena de Andrade Varela, da Enfermaria. Casou-se
em Burgães em 6 de março de 1663309 com DOMINGOS VARELA, natural
de Enfermaria, Burgães (São Tiago), Santo Tirso, em 1.º de abril de
1637.310 Filho de Bento Martins, natural da aldeia do Loureiro, freguesia
de Rebordões, e de Luísa Varela do dito lugar da Enfermaria. Luísa Varela era viúva de André de Andrade, da Enfermaria, de quem foi segunda mulher. Uma filha de ambos, de nome Isabel de Andrade, casou-se
em 15 de junho de 1636 com Domingos Martins, irmão de Bento Martins, pai do pequeno bastardo Domingos; ambos filhos de Bento Martins
de Rebordãos.
Tiveram:
1 (XI)ANTÔNIO VARELA.
2 (XI)MANUEL VARELA.
3 (XI)MARIA FERREIRA, que segue.
MARIA FERREIRA, natural de Burgães (São Tiago), Santo Tirso. Casouse com CUSTÓDIO RODRIGUES, natural de Vila Verde, Bairro (São Pe-
ADB. Processo de genere. Pasta 162, Processo n.º 3475, de 12 de julho de 1675, de
Francisco Sampaio Ribeiro.
ADP. Misto 2, Burgães (São Tiago), Santo Tirso, Paroquial E/26/4/2-6.1, fls. 32v,
n.º 3.
ADP. Misto 2, Burgães (São Tiago), Santo Tirso, Paroquial E/26/4/2-6.1,fls. 432v.
ADP. Misto 2, Burgães (São Tiago), Santo Tirso, Paroquial E/26/4/2-6.1, fls. s/n.º,
4.º assento: … disse ser filho de Bento, solteiro, da freg.a de Rebordãos da Aldeia
do Loureiro, foraõ padrinhos B.ar f.o de Bento Luís e Maria filha de Catarina
Carneira desta freg.a … …
196
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
dro), Famalicão, onde faleceu em 7 de abril de 1752.311 Filho de Jerônimo Rodrigues312, lavrador abastado com criados e de Isabel Rodrigues.
Tiveram:
1 (XII)- ANTÔNIO. Nasceu no lugar de Vila Verde, Bairro (São Pedro), Vila Nova de Famalicão, em 26 de novembro de
1706.313 Batizado em 30. Foram padrinhos Antônio Varela de
São Tiago de Burgães e Catarina, solteira, filha de Jerônimo
Rodrigues de Vila Verde, respectivamente tios materno e paterno do batizado.
2 (XII)- MARIA RODRIGUES, que segue no § 17.o.
3 (XII)- MANUEL RODRIGUES, que segue.
4 (XII)- PADRE CUSTÓDIO RODRIGUES, gêmeo de Manuel, que segue
no § 18.o.
XII-
311
312
313
314
MANUEL RODRIGUES, gêmeo de Custódio. Nasceu em 28 de julho de
1713 em Vila Verde, Bairro (São Pedro), Vila Nova de Famalicão.314
ADB. Misto 3, Bairro (São Pedro), Famalicão, Paroquial n.º 44, fls. 155, n.º 1. Não
fez testamento. Foi seu corpo envolto em hábito de Saial de São Francisco, acompanhado pelas confrarias de que era irmão, com ofício geral e canto de órgão.
Faleceu em 5 de novembro de 1717, na sua propriedade de Vila Verde de Cima,
identificado como lavrador cabeça de casal. Foi seu corpo envolto em hábito de São
Francisco e sepultado dentro da Igreja. Fizeram-se três ofícios, com dez padres cada
um, mais um ofício por alma de sua mulher, de seus pais e avós. Determinou em seu
testamento que no ofício de corpo presente se chame música «para elle se fazer com
mais decência», assim como esmola para os padres que assistirem a todo o ofício e
disserem missa sobre a sua sepultura. Instituiu uma missa perpétua na Igreja no oitavário dos Santos pela esmola do costume obrigando para tal uma raza de pão que
lhe pagavam em São Lourenço de Romão por Jerônimo Ferreira e Manuel Ferreira.
Dota a irmã Marta Rodrigues de São Pedro do Bairro com cinco mil réis por parte
de sua legítima que ainda lhe deve. Deixou três filhas, Isabel Rodrigues (falecida
em 25 de janeiro de 1730, solteira, sepultada dentro da Igreja, identificada pelo pároco como «cabeceira das principais desta freguesia», seu irmão Custódio Rodrigues ficou por seu herdeiro» [ADB. Misto 3, Bairro (São Pedro), Vila Nova de Famalicão, Paroquial n.º 44, fls. 133, n.º 2]), Catarina e Maria, casada com André
Mendes, a quem deu vinte moedas de cruzados novos e mais dez mil réis [ADB
ADB. Misto 2, Bairro (São Pedro), Vila Nova de Famalicão, Paroquial n.º 43, fls.
198].
ADB. Misto 1, Bairro (São Pedro), Vila Nova de Famalicão, Paroquial n.º 42, fls.
20, n.º 3.
ADB. Misto 1, Bairro (São Pedro), Vila Nova de Famalicão, Paroquial n.º 42, fls.
23v e 24, n.º 2.
Revista da ASBRAP n.º 21
197
Batizado em 30 pelo Doutor Manuel Gomes Ribeiro, que foi padrinho, e
madrinha Maria Teresa, filha de Miguel Francisco, do lugar de Covelo,
freguesia de São Tiago de Burgães. Ali se casou, em 26 de outubro de
1749315 com TERESA MARIA FERREIRA, natural de Lavandeira, Negrelos
(São Mamede), Braga. Faleceu em Vila Verde, Bairro (São Pedro), Vila
Nova de Famalicão, em 10 de dezembro de 1773.316 Filha de Manuel
Barbosa Ferreira e de sua mulher Maria Moreira.
Tiveram:
1 (XIII)- JERÔNIMO JOSÉ RODRIGUES, que nasceu em 6 de janeiro de
1752 em Vila Verde, Bairro (São Pedro), Vila Nova de Famalicão.317 Batizado em 16, pelo seu tio, o Padre Custódio Rodrigues. Foi padrinho: Jerônimo Dias Coelho, assistente na
cidade do Porto.
2 (XIII)- MATILDES MARIA DE SÃO JOSÉ, que nasceu em 23 de janeiro
de 1754 em Vila Verde, Bairro (São Pedro), Vila Nova de
Famalicão.318 Batizada em 28 pelo Reverendo José Rebelo
Pacheco, abade de São Martinho de Sequeiro. Foram padrinhos o Reverendo Doutor José Ferreira da Rosa, abade desta
Igreja e Rosa do Sacramento, sua irmã. Ali faleceu em 14 de
fevereiro de 1754.319
3 (XIII)- JOSÉ CUSTÓDIO RODRIGUES, que nasceu em 21 de maio de
1755 em Vila Verde, Bairro (São Pedro), Vila Nova de Famalicão.320 Batizado em 28 pelo reverendo Matias Lopes de Azevedo e Carvalhais, vigário de São Mateus da Oliveira. Fo315
316
317
318
319
320
ADB. Misto 3, Bairro (São Pedro), Vila Nova de Famalicão, Paroquial n.º 44, fls.
143 e 143v.
ADB. Misto 3, Bairro (São Pedro), Vila Nova de Famalicão, Paroquial n.º 44, fls.
173v e 174, n.º 3. Foi seu corpo amortalhado em hábito de São Bento com ofício de
corpo presente geral com canto de órgão. O segundo e terceiro ofícios foram também gerais.
ADB. Misto 3, Bairro (São Pedro), Vila Nova de Famalicão, Paroquial n.º 44, fls.
67v, n.º 2. À pia, foi nomeado Jerônimo Custódio. Todavia, já adulto e residente na
cidade do Porto, é nomeado por Jerônimo José Rodrigues.
ADB. Misto 3, Bairro (São Pedro), Vila Nova de Famalicão, Paroquial n.º 44, fls.
67v, n.º 2.
ADB. Misto 3, Bairro (São Pedro), Vila Nova de Famalicão, Paroquial n.º 44, fls.
161, n.º 2.
ADB. Misto 3, Bairro (São Pedro), Vila Nova de Famalicão, Paroquial n.º 44, fls.
77v, n.º 2.
198
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
ram padrinhos o Reverendo Doutor José Ferreira da Rosa, abade dessa igreja e Rosa do Sacramento, sua irmã. Ali se casou, em 22 de outubro de 1775321 com MARIA JOSEFA FERREIRA DE AZEVEDO, natural do Casal do Assento, Bairro (São
Pedro), Famalicão. Filha de Manuel Ferreira, natural do dito
Casal do Assento e de sua mulher Maria Madalena322, natural
de São Lourenço de Romão, Santo Tirso. Neta paterna de
Manuel dos Reis Gandavo323, natural de Vila do Conde, e de
Teresa Ferreira de Azevedo, solteira, natural do lugar do Assento, Bairro (São Pedro). Neta materna de Manuel Martins
de Araújo, natural de São Miguel de Entre as Aves, e de sua
mulher Águeda Gonçalves, natural de São Lourenço de Romão. Com geração.
4 (XIII)- EUGÊNIA MARIA, que nasceu em 27 de novembro de 1757 em
Vila Verde, Bairro (São Pedro), Vila Nova de Famalicão.324
Batizada em 4 de dezembro. Foram padrinhos o Licenciado
José da Silva Castro, da cidade do Porto e Maria Angélica Teresa, viúva do Licenciado Domingos da Silva Castro, da dita
cidade, por procuração apresentada pelo Padre Custódio Rodrigues tio do batizado.
XII-
321
322
323
324
§ 17.o
MARIA RODRIGUES, filha de Maria Ferreira, do § 16.o n.º XI. Nasceu em
12 de fevereiro de 1709 em Vila Verde, Bairro (São Pedro), Vila Nova
ADB. Misto, Bairro (São Pedro), Vila Nova de Famalicão, fls. 3.
ADB. Inquirição de genere Processo n.º 32749. Pasta 1458, de Custódio Manuel
Rodrigues. Certidão de casamento de seus avós maternos, recebidos em São Lourenço de Romão, em 22 de janeiro de 1747.
Supomos tratar-se de um irmão do Padre Licenciado Marçal dos Reis Gandavo,
administrador do Hospital de Vila do Conde, que possui Inquirição de genere et
moribus. Processo 14996. Pasta n.º 637, de 14 de agosto de 1691, no ADB. Natural
de São João Batista de Vila do Conde, era filho de Pascoal Martins Gandavo e de
sua mulher Antônia Rodrigues. Neto paterno de Gonçalo Carneiro, que navegava e
que no mar morrera há muitos anos e de sua mulher Isabel Manuel que na sua viuvez “tratava em sal”. Neto materno de Gonçalo Fernandes, que também navegava e
de sua mulher Maria Gonçalves, a Rainha, que na sua viuvez viveu em casa de seu
genro Pascoal Martins Gandavo, o qual também navegava e que depois tratou em
rendas de que todos viviam.
ADB. Misto 3, Bairro (São Pedro), Famalicão, Paroquial n.º 44, fls. 83v, n.º 2.
Revista da ASBRAP n.º 21
199
de Famalicão.325 Foram padrinhos Manuel Varela, da freguesia de Santiago de Burgães e Maria Rodrigues, solteira, da freguesia de São Mateus
da Oliveira. Ali se casou, em 28 de outubro de 1745326 com LUÍS DA
COSTA, natural da Aldeia de Trás Frontão, Bairro (São Pedro), Vila Nova de Famalicão, falecido em Vila Nova de Famalicão em 11 de agosto
de 1771.327 Filho de Domingos da Costa de Azevedo, natural de São Tiago de Lordelo e de sua mulher Inácia Dias, natural de Trás Fontão. Luís
da Costa era viúvo de Maria Pereira, falecida na Aldeia de Trás Frontão,
Bairro (São Pedro), Vila Nova de Famalicão, em 4 de agosto de 1743.328
Tiveram:
1 (XIII)- MANUEL, gêmeo de Custódio. Nasceu na Aldeia de Trás
Frontão, Bairro (São Pedro), Vila Nova de Famalicão, em 12
de julho de 1746.329 Batizado em casa, pelo seu tio Manuel
Rodrigues, solteiro de Vila Verde, que foi padrinho e Leonarda, solteira, filha de Inácia Dias.
2 (XIII)- CUSTÓDIO, gêmeo de Manuel. Nasceu na Aldeia de Trás
Frontão, Bairro (São Pedro), Vila Nova de Famalicão, em 12
de julho de 1746. Batizado em casa pela parteira Ângela, mulher de Francisco Manuel, de São Simão de Novais. Foram
padrinhos Manuel Rodrigues, solteiro de Vila Verde, e Leonarda, solteira, filha de Inácia Dias.
3 (XIII)- FRUTUOSO, que nasceu em 21 de novembro de 1748 na Aldeia de Trás Frontão, Bairro (São Pedro), Vila Nova de Famalicão.330 Batizado em 24 pelo seu tio, Padre Custódio Rodrigues. Foram padrinhos Frutuoso da Costa, de São Silvestre de
325
326
327
328
329
330
ADB. Misto 1, Bairro (São Pedro), Vila Nova de Famalicão, Paroquial n.º 42, fls.
22, n.º 2.
ADB. Misto 3, Bairro (São Pedro), Vila Nova de Famalicão, Paroquial n.º 44, fls.
141 e v, e 142.
ADB. Misto 3, Bairro (São Pedro), Vila Nova de Famalicão, Paroquial n.º 44, fls.
184. Fez testamento. Seu corpo envolto em hábito de São Francisco.
ADB. Misto 3, Bairro (São Pedro), Vila Nova de Famalicão, Paroquial n.º 44, fls.
138, n.º 3. Sepultada dentro da igreja. Confortada sua alma com três ofícios de dez
padres, cada um com música de canto de órgão com sua oferta.
ADB. Misto 1, Bairro (São Pedro), Vila Nova de Famalicão, Paroquial n.º 42, fls.
58, n.º 2.
ADB. Misto 3, Bairro (São Pedro), Vila Nova de Famalicão, Paroquial n.º 44, fls.
62, n.º 2.
200
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
Requião e Maria, filha de João Dias, da mesma freguesia de
Requião.
§ 18.o
XII-
VII-
PADRE CUSTÓDIO RODRIGUES, filho de Maria Ferreira, do § 16.o n.º XI.
Nasceu em 28 de julho de 1713 em Vila Verde, Bairro (São Pedro), Vila
Nova de Famalicão.331 Batizado em 4 de agosto. Foram padrinhos o Reverendo Antônio de Freitas Vieira, de Vila Verde e Jacinta solteira, filha
de Jerônimo Ferreira de Caparim. O Padre Custódio Rodrigues averiguou a fama, no ano de 1734.332
§ 19.o
Família Rocha do Canto
ANDRÉ GONÇALVES DO CANTO (filho bastardo de Pedro Gonçalves, o
Cambado e de Apolônia Álvares, do § 7.o n.º VI), batizado em 31 de novembro de 1594 na freguesia de Estorãos (São Tomé), concelho de Fafe.333 Casou-se, cerca de 1622, talvez em alguma das freguesias da vila
de Guimarães, com MARIA DA ROCHA, nascida por volta de 1602 (em
Família Rocha, § 1.o n.º III), filha de Francisco Martins da Rocha e de
sua mulher Leonor Álvares de Passos; neta paterna de João Rodrigues
Esquerdo e de sua mulher Florença de Morgade. Desde 1627 o casal já
residia no bairro de Gondim, na freguesia de São Bartolomeu de São
Gens, onde André faleceu em 14 de janeiro de 1672, com testamento,
conforme segue: 334
Aos quatorze dias do mês de janeiro de mil e seiscentos, e setenta e
dous anos faleceu André Gonçalves do Canto de Gondim com todos
os sacramentos e fez testamento em que deixa trinta missas, era ut
supra.
Nicolau da Rocha Freire
Maria da Rocha faleceu em 7 de dezembro de 1658: 335
331
332
333
334
335
ADB. Misto 1, Bairro (São Pedro), Vila Nova de Famalicão, Paroquial n.º 42, fls.
28v, n.º 2.
ADB. PT/UM-ADB/DIO/MAB/006/32506.
ADB. Misto 1, Estorãos (São Tomé), Fafe, Paroquial n.º 110, fls.12, n.º 5.
ADB. Misto 2, São Gens (São Bartolomeu), Fafe, fls. 103v, n.º 1.
ADB. Misto 2, São Gens (São Bartolomeu), Fafe, fls. 87, n.º 1.
Revista da ASBRAP n.º 21
201
Aos 7 de dezembro de mil e seiscentos e cinquenta e oito anos faleceu Maria da Rocha mulher de André Gonçalves do Canto com todos os sacramentos, não fez testamento, dia, mês, e ano ut supra.
Nicolau da Rocha Freire
Em um dos assentos de batizado de seus filhos, André Gonçalves vem descrito como rendeiro. Foram pais de:
1 (VIII)- PADRE JOÃO DA ROCHA DO CANTO, nascido cerca de 1624,
que segue.
2 (VIII)- CAPITÃO ANTÔNIO DA ROCHA DO CANTO, batizado em 8 de
novembro de 1627 na freguesia de São Bartolomeu de São
Gens, que segue no § 43.o.
3 (VIII)- FRANCISCO MARTINS DA ROCHA, batizado em 17 de fevereiro
de 1630 na freguesia de São Bartolomeu de São Gens.336 Foram padrinhos Antônio da Rocha e sua irmã Helena da Rocha, da vila de Guimarães. Ali se casou, em 3 de fevereiro de
1648, com ISABEL FERRAZ, filha de Salvador Ferraz e de Isabel Gonçalves, moradores que foram no Vale.337 Isabel Ferraz
faleceu em 4 de dezembro de 1687 em São Bartolomeu de
São Gens, já viúva, moradora no lugar do Vale.338 Creio que
não deixaram filhos, porque Francisco Martins não constou
da relação de herdeiros do irmão Bartolomeu da Rocha do
Canto, o que significaria, também, que já seria falecido.
4 (VIII)- ANDRÉ DA ROCHA, ou ANDRÉ GONÇALVES DO CANTO, que
segue no § 62.o.
5 (VIII)- MARIA DA ROCHA DO CANTO, que segue no § 77.o.
6 (VIII)- BRÁS, batizado em 5 de fevereiro de 1635 na freguesia de São
Bartolomeu de São Gens.339 Foram padrinhos Gonçalo de
Barros e Maria da Cruz. S.m.n.
7 (VIII)- PEDRO DA ROCHA DO CANTO, foi batizado em 24 de fevereiro
de 1637 na freguesia de São Bartolomeu de São Gens, tendo
sido madrinha sua avó Apolônia Gonçalves (outro apelido para Apolônia Álvares?).340 Pedro da Rocha constou como herdeiro no inventário de seu irmão Bartolomeu da Rocha do
Canto, no ano de 1685. S.m.n.
336
337
338
339
340
ADB. Misto 1, São Gens (São Bartolomeu), Fafe, n.º 399, fls. 37v.
ADB. Misto 2, São Gens (São Bartolomeu), Fafe, n.º 400, fls. 7v.
ADB. Misto 4, São Gens (São Bartolomeu), Fafe, fls. 15v.
ADB. Misto 1, São Gens (São Bartolomeu), Fafe, n.º 400, fls. 19.
ADB. Misto 2, São Gens (São Bartolomeu), Fafe, fls. 24.
202
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
8 (VIII)- CAPITÃO BARTOLOMEU DA ROCHA DO CANTO, natural da freguesia de São Bartolomeu de São Gens, onde foi batizado em
9 de setembro de 1638.341 Foram padrinhos Alexandre Peixoto de Azevedo, do Rio, e Isabel do Canto, do Estremadouro.
Passou para o Brasil, tendo casado primeira vez, cerca de
1680, provavelmente em São Paulo, com MARIA ANTUNES,
viúva de Domingos Luís Grou, que faleceu com inventário
aberto em 1.º de agosto de 1678 na vila de São Paulo.342 Domingos Luís Grou nasceu cerca de 1630 em São Paulo, filho
do Capitão Mateus Luís Grou e de sua mulher Isabel de Pinha
Cortês, esta filha do castelhano Blás de Piña Cortês e de sua
mulher Isabel Lopes.343 Domingos Luís Grou era primo-irmão
de Ascença de Pinha Cortês, mulher do Capitão Antônio da
Rocha do Canto. Maria Antunes era filha de ...... Antunes (?)
e de sua mulher Filipa Fernandes, segundo o Dr. H. V. Castro
Coelho.344 Maria Antunes faleceu em 14 de maio de 1682 em
São Paulo, com testamento feito em data inutilizada. Neste
instrumento pediu para seu corpo ser sepultado no convento
do Patriarca São Francisco, e pedindo para serem seus testamenteiros ao marido, Bartolomeu da Rocha do Canto e ao cunhado Antônio da Rocha do Canto.345
Viúvo, Bartolomeu da Rocha casou-se outra vez, cerca
de 1684, com FILIPA DE CAMARGO, filha do Capitão Jerônimo
de Camargo (um dos fundadores de Atibaia, cidade do Estado
de São Paulo) e de sua mulher Ana de Cerqueira.346
O Capitão Bartolomeu da Rocha faleceu sem deixar filhos e, por sua morte se fez inventário dos bens em 21 de setembro de 1685 na vila de São Paulo, no bairro de Itapetin341
ADB. Misto 1, São Gens (São Bartolomeu), Fafe, n.º 400, fls. 28v.
342
Inventários e Testamentos (publicação oficial do APESP), volume XIX, pp. 309319.
COELHO, H. V. Castro. Povoadores de S. Paulo- Domingos Luís Grou. In Revista
da ASBRAP n.º 8, p. 201.
Idem. Conforme Silva Leme, era filha de Manuel Antunes e de Inocência Rodrigues.
APESP. Inventário de Maria Antunes. N.º de ordem: CO 611 (antigamente catalogado como estragado).
LEME, Luiz Gonzaga da Silva (1852-1919). Genealogia Paulistana. São Paulo:
Duprat & Cia., 1903 a 1905, 9 volumes. Vol. I: Camargos, p. 380.
343
344
345
346
Revista da ASBRAP n.º 21
203
ga.347 Foi inventariante a mulher Filipa de Camargo. Foram
citados como herdeiros: sua mulher e o Capitão Antônio da
Rocha do Canto, por si e por seus irmãos, também herdeiros,
a saber: Padre João da Rocha do Canto, Pedro da Rocha do
Canto, André Gonçalves do Canto e os herdeiros de Maria da
Rocha. Em setembro de 1685, Antônio da Rocha do Canto
assinou por si e como procurador de seus irmãos Pedro da
Rocha do Canto e ausentes. Silva Leme entendeu que esses
herdeiros fossem seus filhos. Há um recibo, existente no inventário de Bartolomeu da Rocha do Canto, assinado por
Domingos de Castro, em 25 de dezembro de 1685, que disse
que havia recebido do Senhor Antônio da Rocha, oito patacas, que era a dever seu irmão Bartolomeu da Rocha.
VIII - PADRE JOÃO DA ROCHA DO CANTO foi batizado em 25 de junho de 1626
na freguesia de São Paio, concelho de Guimarães. Já era vigário encomendado no ano de 1658. Em 1673, sendo vigário da igreja de Santiago
dos Gagos, concelho e comarca de Celorico de Basto, promoveu um
processo de embargo de purga, em que havia 5 anos que estava tendo
problemas com um abade de São Clemente de Basto, seu capital inimigo, que serviu de comissário nas inquirições contra ele, afirmando que
ele, Padre João da Rocha, teria alguma parte de cristão novo por parte do
seu avô paterno e pela sua avó materna, apresentando testemunhas que
assim afirmavam.348 Neste processo, bastante longo e interessante, é que
se verifica não apenas sua ascendência (e naturalmente a de seus irmãos), como também seu parentesco com diversos religiosos, querendo
demonstrar assim não ser verdadeira a fama que lhe queria imputar o dito abade. E que o dito comissário não ouvira em Guimarães, terra de
seus avós maternos, testemunhas que sabiam a verdadeira origem de
seus antepassados. Mostrou ser também seu parente o Padre Antônio
Peixoto (este seria neto de Jorge Peixoto e de Ana do Canto), seu primo
em segundo grau, por parte de seu pai André Gonçalves do Canto, o
qual era vigário da freguesia de São Tomé de Estorãos. Foi anexada uma
sentença dada a favor do referido Padre Antônio Peixoto. Em 2 de março de 1674, o Padre João da Rocha estava preso no aljube de Braga. Por
fim, foi julgado cristão-velho. Provou que o avô paterno (Pedro Gonçal-
347
348
APESP. N.º de ordem: CO 495.
ADB. Processo n.º 1.432, pasta 66, ano de 1673.
204
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
ves Cambado) era cristão-velho, e “consta melhor do instrumento antigo
feito no ano de 1616.”
O Padre João da Rocha faleceu em 27 de fevereiro de 1693 na
freguesia de São Bartolomeu de São Gens, com todos os sacramentos,
sendo enterrado dentro da igreja, constando que houvera sido vigário de
Gagos; fez testamento no qual foi testamenteiro seu irmão André da Rocha, de Gondim.349 Deixou, ao menos, oito filhos naturais, que vão relacionados a seguir.
Teve o Padre João da Rocha, em DOMINGAS DE CASTRO SILVA, do Vale, mulher solteira, falecida em 7 de março de 1693 em São
Bartolomeu de São Gens:
1 (IX)BARTOLOMEU DA ROCHA DO CANTO, que segue.
2 (IX)MARIA DA ROCHA, natural de São Gens, que segue no § 33.o.
3 (IX)DOMINGOS DA ROCHA, falecido em 7 de fevereiro de 1694 em
São Bartolomeu de São Gens. Habilitou-se de genere em
1672 em Braga.350 Era natural da freguesia de Santa Marinha
de Penascais, do concelho de Ponte da Barca. Sua mãe era
DOMINGAS GONÇALVES, mulher solteira, a qual era filha de
Agostinho Pereira, da freguesia de Santa Eulália de ........, do
termo de Ponte da Barca, muito próxima da de Santa Marinha, e de Isabel Gonçalves, mulher solteira.
Teve o Padre João da Rocha, em ISABEL ......., mulher solteira, moradora no lugar dito o “Bairro”, na freguesia de São Bartolomeu
de São Gens:
4 (IX)MARIA DA ROCHA, batizada em 29 de novembro de 1661 em
São Bartolomeu de São Gens. Casou-se com GONÇALO Ao
FONSO. Segue no § 42. .
5 (IX)ISABEL DE SÃO FRANCISCO, batizada em 28 de maio de 1664
em São Bartolomeu de São Gens, onde faleceu em 3 de outubro de 1714.
6 (IX)JERÔNIMO, batizado em 1.º de julho de 1666 na freguesia de
São Bartolomeu de São Gens.351
7 (IX)SERAFINA DA ROCHA, batizada em 16 de fevereiro de 1669 na
freguesia de São Bartolomeu de São Gens (L.º 3.º de mistos,
fls. ..). Nesta freguesia faleceu em 2 de abril de 1739, aos 70
anos de idade.
349
350
351
ADB. Paróquia de São Gens. L.º n.º 4 de mistos, fls. 103, n.o 3.
ADB. Inquirição de genere et moribus. Processo n.º 32988, de Domingos da Rocha.
ADB. L.º 1.º de batizados, fls. 46, ou fls. 43.
Revista da ASBRAP n.º 21
205
Outra filha natural do Padre João da Rocha do Canto (ignoramos com quem):
8 (IX)MARIA MIMOSA, que faleceu, no estado de solteira, em 24 de
setembro de 1722 na freguesia de São Bartolomeu de São
Gens, moradora que fora no lugar da Travessa.352
IX -
352
353
354
355
356
BARTOLOMEU DA ROCHA DO CANTO, batizado em 23 de janeiro de 1655
na freguesia de São Bartolomeu de São Gens, onde se casou em 22 de
maio de 1679 (L.º 3.º de mistos, fls. 23v), com CATARINA RODRIGUES
DE CAMPOS, batizada em 5 de fevereiro de 1661 na freguesia de São
Romão de Arões, concelho de Fafe, filha natural do Padre Antônio Rodrigues de Campos e de Maria de Oliveira, mulher solteira, denominada
“a galega”, da mesma freguesia de São Romão de Arões. O Padre Antônio Rodrigues de Campos faleceu em 8 de junho de 1683 no bispado de
Lamego, sendo seu óbito lançado na freguesia de São Bartolomeu de
São Gens, onde era freguês, tendo feito testamento.353
Bartolomeu e sua mulher foram moradores na freguesia de
São Bartolomeu de São Gens, aonde ele veio a falecer em 12 de setembro de 1731, sem testamento, do lugar de Estremadouro.354 Ela, moradora no lugar do Campo, em 16 de setembro de 1718, com testamento,
sendo ambos sepultados no interior da mesma igreja.355 Bartolomeu da
Rocha era barbeiro, ou cirurgião, como também se dizia seu ofício, na
freguesia de São Gens.
Foram pais de (todos batizados em São Bartolomeu de São
Gens):
1 (X)JOSÉ, batizado em 3 de agosto de 1679 em São Gens.
2 (X)MARIA DA ROCHA, mulher de GONÇALO DA CUNHA. Segue
no § 26.o.
3 (X)TERESA DA ROCHA, nascida em 12 de janeiro de 1683, foi batizada em 14 do mesmo mês em São Gens. Segue no § 30.o.
4 (X)MARIANA DA ROCHA, batizada em 1684, que segue no § 31.o.
5 (X)GONÇALO DA ROCHA CAMPOS, nascido em 10 de janeiro de
1686, foi batizado em 13 do mesmo mês em São Gens.356 CaADB. Paróquia de São Gens. L.º 5.º de mistos, fls. 193.
ADB. Paróquia de São Gens. L.º 3.º de mistos, fls. ...
ADB. Paróquia de São Gens. L.º 5.º de mistos, fls. 208.
ADB. Paróquia de São Gens. L.º 5.º de mistos, fls. 184v.
ADB. Paróquia de São Gens. L.º 4.º de mistos, fls. 21v da seção dos batizados.
206
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
6 (X)7 (X)8 (X)9 (X)-
10 (X)-
11 (X)12 (X)13 (X)14 (X)-
X-
357
358
359
360
361
sou-se em 15 de agosto de 1712, na igreja matriz da freguesia
de Massarelos (Nossa Senhora da Boa Viagem), concelho e
distrito do Porto, com INÁCIA MARIA DA ROCHA, filha de Vicente Álvares e de sua mulher Antônia de Paiva.357
JERÔNIMA, batizada em 5 de fevereiro de 1688 em São
Gens.358
DIONÍSIO DA ROCHA CAMPOS, que segue.
PAULA DA ROCHA, nascida em 21 de dezembro de 1691, tendo sido batizada em 26 do mesmo mês e ano. Segue no § 32.o.
MAURÍCIO DA ROCHA CAMPOS, nascido em 14 de maio e batizado em 17 de maio de 1693 em São Gens, que segue no §
21.o.
FRANCISCA RODRIGUES, batizada em 17 de fevereiro de 1695,
em São Gens, onde se casou em 6 de fevereiro de 1718, com
GONÇALO GONÇALVES, natural de Ourilhe, filho de Frutuoso
João e de Catarina Gonçalves.
BALTASAR DA ROCHA CAMPOS, batizado em 1697 em São
Gens, que segue no § 25.o.
JOÃO, gêmeo de Baltasar, acima, nascido em 22 de setembro
de 1697, foi batizado em 24 do mesmo mês, em São Gens.359
ANTÔNIO, nascido em 24 de janeiro de 1697, foi batizado em
25 do mesmo mês em São Gens.360
JOSEFA, batizada em 16 de março de 1701 em São Gens, onde
faleceu em 12 de abril de 1717, aos 16 anos de idade.
DIONÍSIO DA ROCHA CAMPOS, nascido em 2 de janeiro de 1690, foi batizado em 5 do mesmo mês; foram seus padrinhos João Álvares Moreira,
mercador no Rio e Isabel de São Francisco, filha de André da Rocha, de
Gondim.361 Dionísio faleceu em 13 de outubro de 1782 em São Gens,
aos 92 anos de idade. Casou-se, em 26 de setembro de 1715, em São
Gens, com MARIA GONÇALVES, batizada em 12 de abril de 1698 em São
Gens, onde faleceu em 29 de outubro de 1727, aos 29 anos de idade. Era
filha de Francisco Gonçalves e de sua mulher (casados em 23 de janeiro
ADP. Livro paroquial da freguesia de Massarelos, concelho e distrito do Porto. L.º
2.º de mistos, fls. 203.
ADB. Paróquia de São Gens. L.º 4.º de mistos, fls. 31 da seção dos batizados.
ADB. Paróquia de São Gens. L.º 4.º de mistos, fls. ...
ADB. Paróquia de São Gens. L.º 5.º de mistos, fls. 24v, da seção dos batizados.
ADB. L.º 4.º de mistos de São Gens, fls. 48v da seção dos batizados.
Revista da ASBRAP n.º 21
207
de 1698 em São Gens) Isabel de Freitas, esta filha de Gonçalo de Freitas
e de Helena Antunes Gonçalves.
Já viúvo, Dionísio da Rocha Campos teve uma filha, que segue adiante, de TERESA DE SAMPAIO, mulher solteira, batizada em 6 de
abril de 1694 em São Gens, onde faleceu em 21 de fevereiro de 1739,
aos 44 anos de idade. Teresa de Sampaio era filha de Gaspar Fernandes
e de sua segunda mulher (casados em 8 de julho de 1693 em São Gens)
Isabel de Sampaio; neta paterna de Francisco Fernandes e de Paula Gonçalves; neta materna de Francisco Gonçalves e de Luzia de Sampaio.
Filhos de Dionísio da Rocha Campos com Maria Gonçalves:
1 (XI)JERÔNIMO, batizado em 14 de agosto de 1720 em São Gens.
2 (XI)MARIA GONÇALVES DA ROCHA, que segue.
Filha de Dionísio da Rocha Campos com Teresa de Sampaio:
3 (XI)MARIA DE SAMPAIO DA ROCHA, que segue no § 20.o.
XI -
MARIA GONÇALVES DA ROCHA, batizada em 1.º de fevereiro de 1723 em
São Gens. Casou-se em 16 de junho de 1743, em São Gens, com FRUTUOSO MARTINS PEREIRA, natural de Basto (São Clemente), falecido em
9 de junho de 1802, filho de Frutuoso Martins e de Francisca de Magalhães. Foram pais de:
1 (XII)- CATARINA LUÍSA GONÇALVES, batizada em 4 de julho de
1744 em São Gens, onde faleceu em 12 de agosto de 1805.
Casou-se em 31 de janeiro de 1776, em São Gens, com geração, com GERVÁSIO PEREIRA, natural de Salto, filho de Gonçalo Pereira e de Isabel Maria Martins. Catarina ainda deixou
uma filha natural.
2 (XII)- DIOGO MARTINS, batizado em 25 de maio de 1747 em São
Gens, onde faleceu em 4 de março de 1795, aos 47 anos de
idade. Casou-se em 7 de abril de 1768, em São Gens, com
ANA MARIA DE OLIVEIRA BARROS, batizada em 8 de maio de
1748 em Quinchães, filha de Antônio de Barros e de Senhorinha de Oliveira Pinto; neta paterna de Cristóvão Gonçalves e
de Isabel de Barros.
3 (XII)- DAVID JOSÉ DA ROCHA PEREIRA MARTINS, batizado em 16 de
março de 1750 em São Gens. Casou-se com MARIA GONÇALVES DE ANDRADE, natural de Quinchães, com geração.
4 (XII)- AGOSTINHO JOSÉ, batizado em 4 de janeiro de 1753 em São
Gens.
5 (XII)- AGOSTINHO JOSÉ MARTINS PEREIRA, batizado em 9 de janeiro de 1755 em São Gens, falecido em 20 de agosto de 1827
208
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
6 (XII)7 (XII)-
8 (XII)-
9 (XII)-
XI-
em Quinchães, aos 72 anos de idade. Casou-se, primeira vez,
em 27 de abril de 1776, com geração, em São Gens, com
MARIA DE OLIVEIRA, batizada em 16 de janeiro de 1741 em
Quinchães e falecida em 3 de setembro de 1805 em São Gens,
aos 64 anos de idade. Maria de Oliveira era filha de Manuel
Monteiro Lopes e de Jerônima de Oliveira. Viúvo, Agostinho
José casou-se, segunda vez, também com geração, em 23 de
fevereiro de 1809, com ANA NOVAIS DE BARROS, batizada em
21 de março de 1785 em São Gens, filha de Francisco José
Novais e de sua mulher (casados em 14 de janeiro de 1780 em
São Gens) Angélica Maria de Oliveira Novais da Silva; neta
paterna de Domingos Novais de Barros e de Jerônima Vieira;
neta materna de Francisco Gonçalves Ferreira e de Antônia da
Silva Novais de Sá.
JERÔNIMO, batizado em 29 de dezembro de 1757 em São
Gens.
JOÃO BATISTA, batizado em 23 de junho de 1761 em São
Gens, onde faleceu em 2 de agosto de 1795, aos 34 anos de
idade.
MARIA ROSA GONÇALVES MARTINS, batizada em 18 de março de 1765 em São Gens, falecida em 16 de setembro de 1850
em Quinchães. Casou-se, em 18 de dezembro de 1783, em
São Gens, com JOSÉ ANTÔNIO VIEIRA, batizado em 11 de
março de 1760 em Quinchães, falecido em 4 de abril de 1832
em São Gens, aos 72 anos de idade. José Antônio era filho de
José Gonçalves e de Maria de Sampaio Vieira; neto paterno
de Gabriel Gonçalves e de Custódia de Araújo. Com geração.
MANUEL JOSÉ, batizado em 18 de junho de 1769 em São
Gens.
§ 20.o
MARIA DE SAMPAIO DA ROCHA, filha de Dionísio da Rocha Campos, do
§ 19.o n.º X. Batizada em 20 de outubro de 1729 em São Gens, onde faleceu em 13 de abril de 1788, aos 58 anos de idade. Casou-se, em 25 de
março de 1748, em São Gens, com DAVID DE CASTRO, batizado em 20
de setembro de 1702 em São Gens, onde faleceu em 14 de março de
1764, aos 61 anos de idade. Era filho de Gonçalo de Castro e de sua mulher (casados em 14 de fevereiro de 1697, em São Gens) Benta Antunes;
neto paterno de Domingos Gonçalves e de Isabel de Castro; neto mater-
Revista da ASBRAP n.º 21
209
no de André Antunes e de Isabel Gonçalves. Filhos de Maria de Sampaio da Rocha e de David de Castro:
1 (XII)- MARIANA TERESA, batizada em 7 de janeiro de 1749 em São
Gens. Solteira, deixou filhas naturais em São Gens.
2 (XII)- MARIA JOSEFA, batizada em 15 de janeiro de 1751 em São
Gens, onde se casou, em 14 de janeiro de 1780, com FRANCISCO MACHADO, natural de Ribeira de Pena (Salvador) filho
de Domingos Machado e de Maria de Araújo.
3 (XII)- BRÍZIDA, batizada em 7 de agosto de 1753 em São Gens. Solteira, deixou filhos naturais.
4 (XII)- CUSTÓDIA MARIA DE CASTRO, batizada em 29 de abril de
1756 em São Gens, onde faleceu em 11 de dezembro de 1809,
aos 53 anos de idade. Solteira, deixou uma filha natural.
5 (XII)- ANTÔNIO DE CASTRO, batizado em 18 de fevereiro de 1760
em São Gens, onde faleceu em 11 de dezembro de 1835, aos
75 anos de idade. Casou-se, em 11 de junho de 1782, em São
Gens, deixando geração, com MARIA DE OLIVEIRA DE CASTRO, batizada em 25 de março de 1766 em São Gens, onde faleceu em 19 de fevereiro de 1839, aos 72 anos de idade. Era
filha de Antônio de Oliveira e de sua mulher (casados em 20
de junho de 1764 em São Gens) Angélica Rosa de Castro da
Costa; neta paterna de Manuel de Oliveira e de Isabel (mulher
solteira); neta materna de Jerônimo de Castro e de Jerônima
da Costa.
6 (XII)- MANUEL JOSÉ, batizado em 27 de abril de 1763 em São Gens.
X-
362
363
§ 21.o
MAURÍCIO DA ROCHA CAMPOS (filho de Bartolomeu da Rocha do Canto,
do § 19.o n.º IX) nasceu em 14 de maio de 1693 na freguesia de São Bartolomeu de São Gens, em cuja igreja matriz foi batizado em 17 do mesmo mês.362 Passou para o Brasil, estabelecendo-se em Santana de Parnaíba, certamente convidado pela família do tio-avô Antônio da Rocha do
Canto. Em Parnaíba casou-se, primeira vez, em 1717, com TEODÓSIA DE
MENDONÇA, filha de Euquério de Aguiar Mendonça e de Ana Moreira
de Sousa.363 Casou-se, segunda vez, em 1730 em Santana de Parnaíba,
com JOSEFA DE CUBAS E MENDONÇA, ali nascida, filha de João RodriADB. Paróquia de São Gens. L.º 4.º de mistos, fls. 66 da seção dos batizados.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva (1852-1919). Genealogia Paulistana. São Paulo:
Duprat & Cia., 1903 a 1905, 9 volumes. Vol. VII: Morais, p. 159.
210
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
gues da Costa, português, natural de Torres Vedras e de sua mulher (casados em 1699 em Santana de Parnaíba) Ana dos Reis.364 Os dois assentos de matrimônio não existem mais, mas foram lidos por Silva Leme.
Nenhum dos filhos ou netos assinou Canto. Maurício faleceu bastante
idoso, quase nonagenário, em 1790, em Santana de Parnaíba.365
Filhos do primeiro matrimônio de Maurício da Rocha Campos:
1 (XI)- ANTÔNIO DA ROCHA CAMPOS, que segue.
2 (XI)- FRANCISCO DA ROCHA CAMPOS. S.m.n.
3 (XI)- QUITÉRIA DA ROCHA DE MENDONÇA. Casou-se em 8 de janeiro de 1744 em Santana de Parnaíba, na igreja matriz (fls. 115)
com ÂNGELO LOPES DE AZEVEDO, filho de Diogo Lopes de
Azevedo e de sua mulher Maria de Jesus. S.m.n.
Filhos do segundo matrimônio de Maurício da Rocha Campos:
4 (XI)- JERÔNIMO DA ROCHA CAMPOS. Segue no § 22.o.
5 (XI)- ISABEL DOS REIS. Casou-se em 30 de junho de 1761 em Santana de Parnaíba (matriz, fls. 18v e 19) com o CAPITÃO ALEIXO DA FONSECA MACIEL, viúvo de Tomásia de Almeida, filho
do português João Ferreira da Fonseca, natural da vila de Castelo Rodrigo, comarca de Pinhel, bispado de Lamego e de
Maria da Fé e Mendonça.366 Neto paterno de Manuel Rabelo
da Fonseca e de Paula Monteiro de Carvalho, ambos naturais
da dita vila de Castelo Rodrigo. Neto materno de Manuel de
Aguiar e Mendonça, natural da freguesia da Sé do Rio de Janeiro, e de Ana Pedroso, natural da freguesia de Santana de
Parnaíba. Isabel dos Reis faleceu em 3 de abril de 1809 na vila de Santana de Parnaíba, com 72 anos de idade, pouco mais
ou menos.367 Segundo o assento do óbito, Isabel dos Reis era
pobre e não fez testamento. Aleixo da Fonseca Maciel e Isabel dos Reis Campos foram pais de MARIA DA FONSECA, que
faleceu solteira, em 5 de fevereiro de 1798 na vila de Santana
de Parnaíba.368 Era natural e freguesa desta vila, e tinha 35
364
365
366
367
368
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VII: Freitas, p. 185.
ACMSP. LEME, Luís Gonzaga da Silva. Fontes da Genealogia Paulistana. Manuscrito. Fls. 118v. Assento perdido nos livros de óbitos.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VII: Morais, p. 164.
ACDJ. Livro de óbitos de Santana de Parnaíba (1797-1830), fls. 79.
ACDJ. Livro de óbitos de Santana de Parnaíba (1797-1830), fls. 3v.
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6 (XI)7 (XI)-
8 (XI)-
369
370
371
211
anos de idade, pouco mais ou menos. Seu corpo foi sepultado
na igreja do mosteiro de São Bento, e era irmã da Senhora do
Pilar. S.m.n.
MARIA RODRIGUES. Segue no § 23.o.
ANA DOS REIS CAMPOS. Casou-se em 5 de julho de 1763 em
Santana de Parnaíba (matriz, fls. 33v-34v) com ANTÔNIO
NARDY DE VASCONCELOS E NORONHA, filho de Manuel Gomes de Carvalho, natural de São João de Souto, arcebispado
de Braga, e de (casados em 20 de maio de 1731 em Santana
de Parnaíba, fls. 38v) Ana Nardy de Arzão.369 Neto paterno
de Tomás de Carvalho de Araújo (ou Tomás Gomes de Carvalho) e de Maria de Araújo Corrêa, naturais de São João do
Souto. Neto materno do Sargento-Mor Leonardo Nardy Frazão de Vasconcelos e de Ana Rodrigues Pestana, naturais da
freguesia de Santo Amaro. Ana dos Reis Campos faleceu em
22 de setembro de 1827, de hidroposia, no estado de viúva, na
vila de Santana de Parnaíba.370 Foi sepultada dentro da igreja,
na campa n.º 88. Conforme o assento de óbito, teve um filho
que andava para as partes dos castelhanos, de nome LEONARDO NARDES DE VASCONCELOS, e outra, que morreu em Santana de Parnaíba. Era pobre, e não fez testamento.
JOSÉ MAURÍCIO DA ROCHA CAMPOS. Casou-se em 25 de setembro de 1781 em Santana de Parnaíba (matriz, fls. 139v)
com MARIA DA LUZ DE JESUS (viúva de João da Rosa Franco), filha do português Antônio Pereira de Azevedo, natural
da Ilha Terceira, bispado de Angra, e de sua mulher Inês Ribeiro de Macedo, natural da freguesia de Santana de Parnaíba. Neta paterna de João Pereira de Macedo e de sua mulher
Maria da Luz; neta materna do Alferes Pedro de Macedo Soutomaior (filho de Duarte de Macedo Soutomaior e de Catarina
Lourenço), natural de Vila Real, falecido em 1748 em Santana de Parnaíba, e de sua mulher Maria Ribeiro, natural da freguesia de Santana de Parnaíba, onde faleceu em 1755.
José Maurício faleceu em 25 de outubro de 1829 na vila de Santana de Parnaíba.371 Envolto no hábito dos religiosos
franciscanos, seu corpo foi sepultado no dia seguinte, na
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. V: Alvarengas, p. 404.
ACDJ. Livro de óbitos de Santana de Parnaíba (1797-1830), fls. 174.
ACDJ. Livro de óbitos da matriz de Santana de Parnaíba (1797-1830), fls. 192v.
212
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
9 (XI)-
10 (XI)11 (XI)-
12 (XI)-
372
373
374
375
campa n.º 5 da mesma irmandade. Não fez testamento; era
pobre e deixou família.
Maria da Luz faleceu em 30 de agosto de 1803 na vila
de Santana de Parnaíba, casada que era com José Maurício da
Rocha.372 Maria da Luz era natural e freguesa da matriz, onde
foi sepultada, dentro da matriz, na campa n.º 55, da porta travessa para baixo. Não fez testamento; era pobre; deixou três
filhos e uma filha.
GERTRUDES CUBAS, ou Gertrudes Rodrigues de Campos. Casou-se em 1786 em Santana de Parnaíba com HENRIQUE LOPES DE LIMA, filho de Antônio Lopes Chaves e de (casados
em 1733 em Santana de Parnaíba) Maria da Fé.373 Gertrudes
Rodrigues de Campos faleceu em 9 de março de 1828 na vila
de Santana de Parnaíba.374 Conforme o assento de seu óbito,
morreu em função de disenteria de sangue, com 60 e tantos
anos de idade, viúva, e havia anos que era cega dos dois olhos. Seu corpo foi envolto em túnica preta, e no mesmo dia
sepultado na matriz, na campa n.º 19. Era pobre e não deixou
família.
MARTINHO RODRIGUES DE CAMPOS PIRES. Segue no § 24.o.
ROSA MARIA DE CAMPOS. Casou-se em 1791 na cidade de
São Paulo com JOAQUIM FRANCISCO DE ALMEIDA, filho de
Damião Francisco de Almeida e de Maria de Jesus. S.m.n.
CATARINA RODRIGUES DE CAMPOS, que faleceu em 6 de julho de 1830 na vila de Santana de Parnaíba, sendo qualificada
como natural, freguesa e moradora na vila de Parnaíba, e solteira.375 No assento de seu óbito, o vigário colado João Gonçalves Lima citou sua filiação e que seu corpo foi sepultado
na igreja matriz da mesma vila. Mais, que não fez testamento,
mas declarou, em presença dele vigário, e de outras testemunhas, que ÚRSULA MARIA DE CAMPOS, moça quase insensata,
que a criou e tinha em sua companhia, era sua filha e sua herdeira – que lhe ficava todo o dinheiro que ela tinha. Esta moça faleceu, com o nome de Úrsula Rodrigues de Campos, em
7 de novembro de 1830 na vila de Santana de Parnaíba, de en-
ACDJ. Livro de óbitos da matriz de Santana de Parnaíba (1797-1830), fls. 38.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VII: Morais, p. 150.
ACDJ. Livro de óbitos da matriz de Santana de Parnaíba (1797-1830), fls. 179v.
ACDJ. Livro de óbitos da matriz de Santana de Parnaíba (1797-1830), fls. 199v.
Revista da ASBRAP n.º 21
213
fermidade de inchação.376 Conforme o assento do seu óbito,
Úrsula teria mais ou menos 50 anos de idade, era moradora no
bairro de Itaim mirim, filha de pai incógnito e de Catarina
Rodrigues de Campos; envolto no hábito dos religiosos franciscanos, seu corpo foi sepultado na matriz da vila, no dia seguinte; não fez testamento e não deixou herdeiro forçado.
XI-
376
377
ANTÔNIO DA ROCHA CAMPOS, nascido cerca de 1727 na vila de Santana
de Parnaíba. Ouvido como testemunha em um processo, em 9 de janeiro
de 1760, declarou ser morador na freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Mogi Guaçu, onde vivia do seu ofício de alfaiate.377 Foi primeira vez casado com MARIA PEDROSO, natural de Parnaíba, filha de
Salvador Pedroso de Morais e de Rosa Pais. Casou-se segunda vez, em
Mogi Guaçu, em 1775, com BÁRBARA LEME DO PRADO, filha de Sebastião Leme da Silva e de Josefa da Silva. Com geração dos dois casamentos.
Filhos do primeiro casamento, com Maria Pedroso:
1 (XII)- BALTASAR DA ROCHA CAMPOS. Casou-se em 1772 em Mogi
Guaçu com LEONOR PEREIRA DE AZEVEDO, filha de Filipe
Pereira de Azevedo e de Rita Martins.
2 (XII)- GERTRUDES PEDROSO. Casou-se em 1784 em Mogi Guaçu
com SEBASTIÃO LEME DA SILVA, filho de outro do mesmo
nome e de Josefa da Silva. Com geração.
3 (XII)- MARIA PAIS DA ROCHA. Casou-se em 1788 em Mogi Guaçu
com JOAQUIM ÁLVARES MOREIRA, filho do Alferes José Álvares Dantas, de Santos, e de Rosa Maria.
4 (XII)- ANA MARIA PEDROSO. Casou-se em 1769 em Mogi Guaçu
com ANTÔNIO DA COSTA TEIXEIRA, natural de Sabará, Minas
Gerais, filho de Pedro da Costa Bastos, do Porto, e de Vicência de Góis de Vasconcelos, da Bahia.
Filhos do segundo casamento, com Bárbara Leme do Prado:
5 (XII)- ANTÔNIO DA ROCHA CAMPOS. Casou-se em 1798 em Mogi
Mirim com JOSEFA MARIA BARBOSA, filha de José Barbosa e
de Maria de Cerqueira. Com geração.
ACDJ. Livro de óbitos da matriz de Santana de Parnaíba (1797-1830), fls. 202v203.
ACMSP. Processo crime. Interior de São Paulo, Mogi Guaçu, ano de 1760, entre
Francisco Álvares da Cunha e Francisco Barreto Leme.
214
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
6 (XII)-
XI-
XI-
JOAQUIM DA ROCHA CAMPOS, natural e freguês de Mogi
Guaçu, que se casou, em 13 de fevereiro de 1804 na matriz de
Bragança (Livro 2.º, fls. 251v e 252) com MANUELA MARIA
DE JESUS, natural de Bragança Paulista, filha de João Corrêa
Pinto, natural da cidade de São Paulo e de sua mulher Maria
Cardoso de Oliveira, natural de Nazaré Paulista; neta paterna
de Ângelo Corrêa Pinto, natural de Mogi das Cruzes e de sua
mulher Catarina Corrêa Marques, natural de Conceição dos
Guarulhos; neta materna de José Pinheiro Cardoso, natural de
Nazaré Paulista e de sua mulher Rita Gonçalves da Cunha,
natural de Nazaré. Viúvo de Manuela Maria, Joaquim da Rocha Campos casou-se novamente, em 3 de novembro de 1813,
na matriz de Bragança (Livro 5.º, fls. 52), com RITA MARIA,
irmã inteira de sua primeira mulher, Manuela Maria.
§ 22.o
JERÔNIMO DA ROCHA CAMPOS, filho de Maurício da Rocha Campos, do
§ 21.o n.º X. Nasceu cerca de 1735 na vila de Santana de Parnaíba. Casou-se em 19 de novembro de 1760 em Santana de Parnaíba (matriz, fls.
14v e 15) com sua prima-irmã BERNARDINA RODRIGUES JARDIM, filha
de Antônio Rodrigues Jardim, natural da freguesia de São Pedro da cidade de Funchal, Ilha da Madeira, e de (casados em 1740 em Santana de
Parnaíba) Ana dos Reis (irmã inteira de Josefa de Cubas e Mendonça).
Neta paterna de Antônio Rodrigues e de Catarina de Sena, naturais da
dita cidade do Funchal. Neta materna de João Rodrigues da Costa e de
sua mulher Ana dos Reis. Foram pais de, que se descobriu:
1 (XII)- JOÃO JOSÉ RODRIGUES, natural de Araçariguama. Casou-se,
em 1805, em Santana de Parnaíba, com FRANCISCA DA TRINDADE, natural da Cotia, filha de Estêvão de Medeiros, natural
da ilha de São Miguel e de Isabel Soares Leme, por esta, neta
de João Soares Vieira, de Jundiaí, e de Joanna Pereira de Lima.
§ 23.o
MARIA RODRIGUES. Filha de Maurício da Rocha Campos, do § 21.o n.º
X. Casou-se em 26 de outubro de 1762 em Santana de Parnaíba (matriz,
fls. 30 e 30v) com seu parente MANUEL DE ARAÚJO PEREIRA, filho do
português João de Araújo Pereira, natural da freguesia de Santa Maria
de Lamaçães, termo da cidade de Braga e de Maria Peregrino do Prado,
Revista da ASBRAP n.º 21
215
natural da freguesia de Santana de Parnaíba.378 Neto paterno de Manuel
Francisco Pereira e de sua mulher Maria Luís de Araújo, ambos naturais
da mesma freguesia de Lamaçães. Neto materno de Cristóvão Peregrino,
natural de Messina, Sicília, então Reino de Castela (depois Reino da Itália) e de Ana de Lima do Prado, esta filha de Domingos da Rocha do
Canto (vide § 69.o n.º XII). Foram pais de, que se descobriu:
1 (XII)- GERTRUDES MARIA DE ARAÚJO. Casou-se, em 29 de agosto
de 1786, em Santana de Parnaíba (matriz, fls. 171), com VICENTE FERREIRA DE MORAIS, natural da freguesia de Nossa
Senhora da Conceição de Aiuroca, bispado de Mariana (Estado de Minas Gerais), filho do português Antônio Pereira da
Costa, natural da cidade de Lisboa, e de sua mulher Josefa
Francisca das Neves, natural do citado bispado, a qual era filha de Francisco Furtado Dultra, natural das Ilhas, e de sua
mulher Florência Francisca das Neves, natural da vila de São
João. S.m.n.
§ 24.o
XI-
X-
378
379
MARTINHO RODRIGUES DE CAMPOS PIRES. Filho de Maurício da Rocha
Campos, do § 21.o n.º X. Casou-se em 17 de setembro de 1759, na freguesia de Cotia (matriz, fls. 46v e 47) com MARIANA BUENO DE CAMARGO, natural da freguesia da Cotia, filha de Francisco Bueno de Figueiró, natural da vila de São Paulo, e de (casados em 1736 em Cotia)
Ana Lopes da Costa.379 Neta paterna de Mateus de Figueiró e de Mariana de Camargo, naturais de São Paulo. Neta materna de Salvador Nunes
de Azevedo, forasteiro, cuja naturalidade se ignorava, e de Isabel da
Costa, natural da freguesia da Cotia. Viúva, Mariana casou-se segunda
vez em 1765 em Cotia com José Furquim César. Com geração dos dois
maridos. Martinho Rodrigues e Mariana Bueno foram pais de:
1 (XII)- JOSEFA RODRIGUES BUENO, que faleceu solteira na freguesia
da Cotia.
§ 25.o
BALTASAR DA ROCHA CAMPOS, filho de Bartolomeu da Rocha do Canto, do § 19.o n.º IX. Nasceu em 22 de setembro de 1697 em São Bartolomeu de São Gens, onde foi batizado em 24 do mesmo mês. Veio para
o Brasil, estabelecendo-se em Santana de Parnaíba, onde vivia de seus
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. III: Prados, p. 192.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VII: Morais, p. 65.
216
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
negócios. Constou como testemunha de um processo, em 13 de maio de
1762, já viúvo.380 Casou-se primeira vez, cerca de 1718, na freguesia de
Massarelos, cidade do Porto, com MARIANA CORRÊA DA ROCHA, filha
de Manuel Corrêa da Costa e de sua mulher Antônia Corrêa da Costa.381
Em Massarelos casou-se um irmão mais velho de Baltasar, Gonçalo da
Rocha Campos. Mariana Corrêa da Rocha deu permissão, cerca de 1733,
a seu marido Baltasar, para vir para o Brasil, sozinho. Ela faleceu no ano
de 1750 na freguesia de Nossa Senhora da Boa Viagem de Massarelos.382
Baltasar da Rocha Campos foi processado em 1736 pelo crime de molície no Juízo Eclesiástico da Vara da Cidade de São Paulo.
Foi preso em 8 de julho de 1736. Na descrição do escrivão, era homem
de boa estatura, rosto em boa proporção, olhos gateados e pequenos, pelo comprido, nariz comprido e declarou que já fora tosquiada a barba
crescida. Estava vestido com uma vestia de baeta azul clara, forrada da
mesma baeta, com fita azul, com uma camisa de linho, com calções de
soquete pardos. Tinha o ofício de vender em loja pública coberta, coisas
comestíveis de todo o gênero. Foi sentenciado a três anos de degredo para fora do Bispado do Rio de Janeiro.383
Quando se fez relação dos homens casados da vila de Santana
de Parnaíba, Baltasar da Rocha fez autos de assinação de termo no ano
de 1750 na cidade de São Paulo.384 Declarou ser casado em Portugal
com Mariana Corrêa da Rocha em a freguesia de Massarelos, e vindo ele
suplicante para o Brasil a tratar de sua vida, com licença de sua mulher,
esta licença se perdeu em a viagem que fez para Laguna. Neste povoado
de Laguna, onde se tinha posto em penitência, possuía loja aberta de fazenda seca. Havia escrito uma carta para sua mulher, pedindo para ela
vir morar com ele, ou que ela concedesse nova licença para ele morar
sozinho no Brasil. A resposta, também em forma de carta, foi escrita em
20 de outubro de 1750 pela sua sogra Antônia Corrêa da Costa, anexada
380
381
382
383
384
ACMSP. Processo de genere n.º 1-40-337.
Não localizamos seu casamento nos livros da freguesia de Massarelos, depositados
no Arquivo Distrial do Porto.
Também não localizamos seu óbito nos livros da freguesia de Massarelos, depositados no Arquivo Distrial do Porto. Um e outro evento podem ter sido registrados em
alguma freguesia vizinha a de Massarelos.
ACMSP. Processo crime de São Paulo (a ser catalogado), 1736.
ACMSP. Processo de dispensa matrimonial n.º 4-27-290.
Revista da ASBRAP n.º 21
217
ao processo, informando da morte de sua mulher, ocorrida havia menos
de meio ano.
Casou-se, segunda vez, em 13 de junho de 1769, em Santana
de Parnaíba (matriz, fls. 78v e 79), com sua parente ESCOLÁSTICA DE
CAMARGO, ou ESCOLÁSTICA DE OLIVEIRA E CAMARGO, batizada em 6
de novembro de 1740 na vila de Santana de Parnaíba, filha de João da
Rocha de Oliveira (em § 77.o n.o XI) e de sua mulher (casados em 1732
em São Paulo) Margarida de Siqueira de Camargo (em § 50.o n.o XI).
Baltasar da Rocha Campos e Escolástica de Camargo e Oliveira pediram licença para se casarem (banhos) em 1768, na vila de Santana de Parnaíba.385 Os noivos sabiam que eram parentes, mas não em
que grau. O irmão do noivo, Maurício da Rocha Campos, disse que o
avô paterno da noiva (Pedro da Rocha do Canto) tratava a ele e a seu irmão por parentes consanguíneos. Não havia impedimento: eram parentes
no 3.º para o 5.º grau.
O noivo Baltasar depôs em 18 de maio de 1769 na cidade de
São Paulo. Declarou ter 70 anos de idade, pouco mais ou menos. E que
sendo de idade de 20 anos fora recebido na freguesia de Nossa Senhora
da Boa Viagem de Massarelos, bispado do Porto, com Mariana Corrêa,
filha de Manuel Corrêa da Costa e de sua mulher Antônia Corrêa, em
cujo consórcio e na mesma freguesia assistira 15 anos, pouco mais ou
menos, e que ficando ali a dita sua mulher, ele viera para esta América e
fora fazer morada na freguesia de Parnaíba. Havia pedido à sua mulher
para se demorar no Brasil e ficar fora do consórcio. No lugar da permissão da mulher, veio a certidão de óbito assinada pelo Senhor Bispo do
Porto. Era possuidor de 2.000 cruzados.
Baltasar da Rocha faleceu em 1.º de dezembro de 1777, fazendo-se auto de inventário em 23 do mesmo mês e ano, em Santana de
Parnaíba.386 Foi inventariante a viúva. Ele não fez testamento, mas sim
um apontamento, em 15 de setembro de 1777. Entre outros bens avaliados, um destaque para uma cabeça de cabeleira, vista e avaliada em 80
réis. Ela declarou que seu marido fora casado primeira vez em Portugal,
da qual não teve filhos. E que do casamento dele com ela, nasceram duas
meninas, que seguem adiante.
385
386
ACMSP. Processo n.º 5-14-814.
APESP. N.º de ordem: CO 707.
218
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
Viúva, Escolástica de Oliveira e Camargo casou-se segunda
vez, em 1781 em Santana de Parnaíba, com Manuel de Morais Brito, já
bem idoso, viúvo de Isabel Moreira.387 Sem mais notícias.
Filhos de Baltasar da Rocha Campos e de Escolástica de Oliveira e Camargo:
1 (XI)RITA, nascida cerca de 1769.
2 (XI)ROSA, nascida cerca de 1773.
X-
XI-
387
388
§ 26.o
MARIA DA ROCHA, filha de Bartolomeu da Rocha do Canto, do § 19.º n.º
IX. Faleceu em 14 de janeiro de 1755 em São Bartolomeu de São Gens,
do lugar do Campo.388 Casou-se em São Gens, em 27 de junho de 1700,
com GONÇALO DA CUNHA, batizado em 10 de janeiro de 1673 em São
Gens, onde faleceu em 5 de janeiro de 1741, aos 67 anos de idade, filho
de Domingos Gonçalves e de sua mulher Maria da Cunha. Foram pais
de:
1 (XI)DIONÍSIO DA ROCHA. Segue.
2 (XI)CUSTÓDIA, batizada em 13 de novembro de 1702 em São
Gens.
3 (XI)CATARINA DA CUNHA DA ROCHA. Segue no § 27.o.
4 (XI)JERÔNIMO, batizado em 28 de janeiro de 1709 em São Gens.
5 (XI)ISABEL, batizada em 25 de abril de 1711 em São Gens.
6 (XI)MARIA DA ROCHA, solteira. Segue no § 28.o.
7 (XI)MARIANA, batizada em 24 de abril de 1715 em São Gens, onde faleceu em 3 de janeiro de 1767, aos 51 anos de idade.
8 (XI)LUÍSA DA ROCHA, solteira. Segue no § 29.o.
9 (XI)GABRIEL, batizado em 18 de novembro de 1719 em São
Gens.
10 (XI)- JOÃO, batizado em 21 de maio de 1722 em São Gens.
11 (XI)- JOANA, batizada em 12 de janeiro de 1725 em São Gens.
DIONÍSIO DA ROCHA. Batizado em 27 de dezembro de 1700 em São
Gens, onde faleceu em 8 de abril de 1779, aos 78 anos de idade. Casouse em 24 de novembro de 1720, em São Gens, com JERÔNIMA GONÇALVES, batizada em 24 de julho de 1698 em São Gens, onde faleceu em 13
de outubro de 1773, aos 75 anos de idade. Filha de Roque Pires e de Senhorinha Gonçalves, esta batizada em 1.º de setembro de 1673 em São
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VII: Morais, p. 54.
ADB. Paróquia de São Gens. L.º 5.º de mistos, fls. 231v.
Revista da ASBRAP n.º 21
219
Gens, e filha de João Francisco Gonçalves e de Maria Lopes (a pequena). Dionísio da Rocha e Jerônima Gonçalves foram pais de:
1 (XII)- MARIANA, batizada em 20 de outubro de 1721 em São Gens.
2 (XII)- TERESA, batizada em 28 de junho de 1724 em São Gens.
3 (XII)- BRÁS, batizado em 17 de novembro de 1727 em São Gens.
4 (XII)- ANTÔNIO, batizado em 29 de outubro de 1729 em São Gens.
5 (XII)- ISABEL, batizado em 16 de abril de 1734 em São Gens.
6 (XII)- CRISTÓVÃO, batizado em 3 de maio de 1737 em São Gens.
7 (XII)- CATARINA DA ROCHA, batizada em 3 de setembro de 1742 em
São Gens. Casou-se com CRISTÓVÃO RODRIGUES, com geração. Ele foi batizado em 26 de outubro de 1734 em São Gens,
filho de Cristóvão Rodrigues e de sua mulher (casados em 17
de fevereiro de 1724 em São Gens) Luísa Mendes; neto paterno de João Gonçalves e de Maria Rodrigues; neto materno
de Domingos Mendes e de Senhorinha Ferreira Fernandes.
XI-
XI-
§ 27.o
CATARINA DA CUNHA DA ROCHA (filha de Maria da Rocha, do § 26.o n.º
X). Batizada em 5 de setembro de 1704 em São Gens, onde faleceu em
28 de maio de 1733, aos 28 anos de idade. Casou-se em 27 de janeiro de
1727, em São Gens, com FRANCISCO DE OLIVEIRA, batizado em 27 de
setembro de 1691 em São Gens, filho de Jerônimo da Costa de Oliveira
e de Joana Batista. Catarina e Francisco foram pais de:
1 (XII)- MARIA, batizada em 14 de janeiro de 1728 em São Gens.
2 (XII)- CRISTÓVÃO, batizado em 31 de agosto de 1729 em São Gens.
3 (XII)- CRISTINA, batizada em 25 de abril de 1733 em São Gens.
§ 28.o
MARIA DA ROCHA (filha de Maria da Rocha, do § 26.o n.º X). Batizada
em 10 de abril de 1713 em São Gens. Mulher solteira, deixou geração
em São Gens, que segue:
1 (XII)- MARIA JOANA, batizada em 7 de março de 1738 em São
Gens.
2 (XII)- MARIA, batizada em 3 de fevereiro de 1739 em São Gens.
3 (XII)- JOÃO, batizado em 23 de setembro de 1743 em São Gens.
4 (XII)- CATARINA, batizada em 2 de agosto de 1746 em São Gens.
5 (XII)- JOSÉ, batizado em 6 de janeiro de 1749 em São Gens.
220
XI-
X-
389
390
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
§ 29.o
LUÍSA DA ROCHA (filha de Maria da Rocha, do § 26.o n.º X). Batizada
em 2 de fevereiro de 1718 em São Gens. Mulher solteira, deixou geração
em São Gens.
Filhos de Luísa da Rocha (com pai não declarado nos assentos):
1 (XII)- MANUEL, batizado em 12 de agosto de 1746 em São Gens.
2 (XII)- ANTÔNIO JOSÉ, batizado em 7 de maio de 1764 em São Gens.
Filho havido de ANDRÉ DA COSTA BRAVO PEREIRA, natural
de Quinchães:
3 (XII)- FRANCISCO BRAVO DA ROCHA, batizado em 10 de janeiro de
1752 em São Gens, onde faleceu em 5 de novembro de 1788,
aos 36 anos de idade. Casou-se em 30 de março de 1777 em
São Gens, com geração, com PAULA ANTUNES DA CUNHA.
Ela foi batizada em 14 de novembro de 1749 em São Gens,
onde faleceu em 3 de janeiro de 1812, aos 62 anos de idade.
Filha de Domingos da Cunha e de sua mulher (casados em 18
de julho de 1736 em São Gens) Luísa Antunes da Cunha; neta
paterna de João da Cunha e de Paula Dias; neta materna de
Pedro da Cunha e de Domingas Antunes.
§ 30.o
TERESA DA ROCHA (filha de Bartolomeu da Rocha do Canto, do § 19.o
n.º IX), nascida em 12 de janeiro de 1683, foi batizada em 14 do mesmo
mês em São Gens.389 Faleceu em São Gens em 19 de março de 1755, aos
72 anos de idade.390 Casou-se, primeira vez, em 31 de maio de 1703, em
São Gens (fls. 239), com MATIAS GONÇALVES, batizado em 16 de dezembro de 1676 em São Gens, onde faleceu em 27 de junho de 1705,
aos 28 anos de idade. Era filho de outro Matias Gonçalves e de sua segunda mulher (casados em 5 de maio de 1670 em São Gens) Maria Gonçalves Pires; neto paterno de Antônio Gonçalves e de Ana Pires; neto
materno de Pedro Gonçalves e de Senhorinha Pires. Teresa da Rocha casou-se, segunda vez, em 20 de maio de 1707, em São Gens, com SEBASTIÃO ALVES, natural de Basto (São Clemente) e falecido em 14 de janeiro de 1758 em São Gens. Sebastião Alves era filho de Gonçalo João e de
Senhorinha Alves.
ADB. Paróquia de São Gens. L.º 4.º de mistos, fls. 17 da seção de batizados.
ADB. Paróquia de São Gens. L.º 5.º de mistos, fls. 231v.
Revista da ASBRAP n.º 21
1 (XI)-
2 (XI)-
3 (XI)-
4 (XI)-
5 (XI)6 (XI)-
391
221
Filho de Teresa da Rocha com Matias Gonçalves:
MARIANA DA ROCHA. Nascida em 26 de maio de 1704 em
São Gens, onde faleceu em 6 de janeiro de 1787. Casou-se,
em 28 de fevereiro de 1724, em São Gens, com JOSÉ DA COSTA, com geração. José da Costa nasceu em 25 de junho de
1700 em São Gens, onde faleceu em 13 de junho de 1755, filho de Domingos da Costa e de Isabel da Cunha.
Filhos de Teresa da Rocha com Sebastião Alves:
ANA DE SOUSA. Nascida em 28 de agosto de 1708 em São
Gens, onde faleceu em 6 de janeiro de 1748. Casou-se em 6
de setembro de 1728, em São Gens, com ANTÔNIO RIBEIRO,
nascido em 16 de julho de 1708 em Quinchães, filho de Antônio Fernandes e de Margarida Gonçalves Martins. Depois
de viúva, Ana de Sousa teve uma filha natural: SENHORINHA,
batizada em 10 de junho de 1743 em São Gens (fls. 201).
JOSEFA, mulher solteira. Nascida em 21 de setembro de 1710
em São Gens. Teve, ao menos, a filha PAULA, nascida em 2
de maio de 1739 em São Gens.
PAULA DA ROCHA. Nasceu em 6 de março de 1714 em São
Gens, onde se casou, em 3 de outubro de 1749, com ANTÔNIO
PEREIRA, nascido em 28 de janeiro de 1725 em São Gens, filho de Jerônimo Pereira e de sua mulher (casados em 6 de julho de 1720 em São Gens) Paula da Cunha; neto paterno de
Pedro da Cunha Pereira e de Antônia Fernandes Vieira; neto
materno de Gonçalo da Cunha e de Jerônima Gonçalves
Mendes. Com geração.
FRANCISCO, batizado em 23 de novembro de 1715 em São
Gens.
JOSÉ ALVES, batizado em 15 de março de 1717 em São Gens.
Casou-se com TERESA ALVES, filha de Antônio Alves e de
Maria Francisca, moradores na freguesia de Canedo, concelho
de Celorico de Basto. Com geração.391
José Alves e sua mulher Teresa Alves foram pais de, entre outros, MARIA TERESA
ALVES, natural do lugar do Rego, da freguesia de Canedo, aonde se casou, em 17 de
abril de 1776, na igreja de Santa Maria de Canedo, com ANTÔNIO JOSÉ DE MAGALHÃES, da freguesia de São Miguel de Refojos, concelho de Cabeceiras de Basto, filho legítimo de Jacinto de Magalhães e de Teresa Maria de Jesus. Deste casal nasceu MARIA JOANA (também é referida como Maria Joana de Meireles) que casou-se,
em 10 de janeiro de 1796, em Canedo (Celorico de Basto), com BENTO MANUEL DE
MAGALHÃES (também usou Bento Manuel de Sousa), filho de Bento José de Sousa
222
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
7 (XI)8 (XI)9 (XI)10 (XI)11 (XI)XI-
MARIA, batizada em 6 de maio de 1719 em São Gens.
PEDRO, batizado em 31 de janeiro de 1721 em São Gens.
MANUEL, batizado em 7 de abril de 1723 em São Gens.
ANTÔNIO, batizado em 11 de junho de 1724 em São Gens.
CRISTÓVÃO ALVES, que segue.
CRISTÓVÃO ALVES, batizado em 14 de dezembro de 1726 em São Gens,
onde faleceu em 6 de julho de 1806, aos 79 anos de idade. Casou-se em
28 de abril de 1754, em São Gens, com MARIA DO VALE DE BARROS,
batizada em 27 de outubro de 1735 em São Gens, onde faleceu em 8 de
e de Teresa Luísa de Magalhães. Este casal fixou-se em Guimarães em finais do século XVIII/ início do século XIX, sendo Bento Manuel de Magalhães oficial menor
da Câmara de Guimarães. Tiveram (entre outros) a JOSEFA MARIA DE MAGALHÃES,
nascida em 22 de agosto de 1810 na Oliveira e casada em São Sebastião, em 31 de
março de 1827, com JOSÉ RODRIGUES PITA (filho de Josefa Rodrigues, viúva), Mestre-Alfaiate, preso político durante a Guerra Civil por apoio aos liberais e “industrial
de alfaitaria” em meados do século XIX; pai de AVELINO DE MAGALHÃES PITTA,
fundador da célebre “Camisaria Pitta” em Lisboa. Do casamento de José Rodrigues
Pita e de Josefa Maria de Magalhães nasceu, em 23 de novembro de 1837, na paróquia de Oliveira, EMÍLIA DE JESUS MARIA, casada em 11 de outubro de
1856, com JOSÉ JOAQUIM DE LEMOS (filho de Domingos António de Lemos, proprietário da casa comercial Domingos António de Lemos e Ca. – dedicada ao comércio
de mercearia, tabacos e livros -, capitão da Companhia da Bomba de Guimarães,
etc. e de Ana Joaquina de São José).
José Joaquim de Lemos sucedeu na casa comercial de seu pai, foi capitão
dos Bombeiros de Guimarães e membro fundador da Associação Comercial de
Guimarães. O casal teve, entre outros, AMÉLIA AUGUSTA DE LEMOS, casada em 6 de
julho de 1879 com JOSÉ EDUARDO DA COSTA MOTA, amanuense da Câmara de
Guimarães (filho de José Domingues Mota, cirurgião aprovado e amanuense da
Câmara de Guimarães e de Maria da Conceição Barbosa). Este casal teve os seguintes filhos: MARIA ADELAIDE MOTA, nascida em São Sebastião em 13 de janeiro de
1880, casada com JERÓNIMO RIBEIRO DA COSTA SAMPAIO (filho de Domingos Ribeiro da Costa Sampaio, proprietário, e de Maria Emília de Oliveira), com geração
(nas famílias Costa Sampaio e Sampaio de Oliveira Bastos naturais de Guimarães).
Foram pais, entre outros, de EDUARDO DE LEMOS MOTA, nascido em 2 de outubro
de 1883, livreiro e sucessor da casa comercial do seu avô (Tabaria/Livraria Lemos),
casado em 1918 em São Cláudio do Barco, com MARIA DA CONCEIÇÃO DE OLIVEIRA
BASTOS (filha de João Joaquim de Oliveira Bastos, notário e proprietário, e de Maria Virgínia da Silva Costa, proprietária da Quinta do Barqueiro naquela freguesia).
Com geração (uma única filha, com geração, nascida em Guimarães de apelido Oliveira Mota, a que pelo casamento, acrescentou o sobrenome Pinto dos Santos).
Com um agradecimento ao meu prezado amigo Dr. Francisco de Brito, descendente
desta linha, e que amavelmente nos forneceu estas indicações.
Revista da ASBRAP n.º 21
223
fevereiro de 1807. Era filha de Feliciano Ribeiro e de sua mulher (casados em 17 de dezembro de 1733) Paula do Vale; neta paterna de Pedro
Ribeiro e de Catarina Ribeiro da Cunha; neta materna de Francisco do
Vale e de Teresa de Castro. Cristóvão Alves e Maria do Vale de Barros
foram pais de:
1 (XII)- MARIA JOSEFA ALVES, batizada em 27 de janeiro de 1755 em
São Gens, onde se casou, em 3 de junho de 1785, com MANUEL PINTO, natural de Jugueiros e falecido em 18 de maio de
1804 em São Gens, viúvo de Ana de Oliveira. Ele era filho de
Antônio Pinto de Azevedo de Melo e de Águeda de Melo.
2 (XII)- JERÔNIMO, batizado em 27 de abril de 1757 em São Gens.
3 (XII)- MANUEL ALVES, batizado em 23 de abril de 1759 em São
Gens. Deixou descendência, em São Gens, de MARIA TERESA, natural de Fervença, filha de Tomé Pinto e de Maria Carvalho.
4 (XII)- BENTO JOSÉ, batizado em 19 de fevereiro de 1762 em São
Gens.
5 (XII)- ANTÔNIO ALVES RIBEIRO, batizado em 22 de fevereiro de
1768 em São Gens. Deixou descendência de CUSTÓDIA MARIA DE BARROS, natural de Quinchães, filha de Luís Manuel
de Barros e de Catarina Moreira.
6 (XII)- JOSÉ, batizado em 19 de junho de 1771 em São Gens.
7 (XII)- MARIA, batizada em 28 de maio de 1774 em São Gens.
8 (XII)- FRANCISCO, batizado em 11 de fevereiro de 1776 em São
Gens.
X-
392
§ 31.o
MARIANA DA ROCHA, filha de Bartolomeu da Rocha do Canto, do § 19.o
n.º IX. Nasceu em 16 de agosto de 1684, tendo sido batizada em 21 do
mesmo mês em São Gens.392 Faleceu em 28 de fevereiro de 1737 em
Quinchães. Casou-se, em 18 de maio de 1708, em São Gens, com ANTÔNIO DE MAGALHÃES, batizado em 10 de julho de 1686 em Quinchães,
onde faleceu em 9 de agosto de 1769, aos 83 anos de idade. Era sapateiro, filho de Matias da Silva de Magalhães, ou Matias de Magalhães, apenas, do lugar das Lamas, freguesia de São Bartolomeu de São Gens, e
de sua mulher (casados em 10 de janeiro de 1683 em Quinchães) Maria
da Silva, do lugar das Quintais, freguesia de Quinchães; aliás, constou
ser do lugar de Eirós; neto paterno de Domingos Gonçalves e de Maria
ADB. Paróquia de São Gens. L.º 4.º de mistos, fls. 22 da seção dos batizados.
224
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
de Magalhães (esta filha de Pedro Álvares e de Juliana de Magalhães);
neto materno do Padre Jerônimo da Silva (filho de outro Jerônimo da
Silva, igualmente padre) e de Margarida Gonçalves. Foram pais de:
1 (XI)PADRE JERÔNIMO DA SILVA RODRIGUES DE MAGALHÃES, da
freguesia de Quinchães, do concelho de Montelongo. Dele, há
processo de purgas, com magnífica tábua de costados, aonde
constam parentes já habilitados.393 Batizado em 2 de maio de
1711 em Quinchães, falecido em 5 de maio de 1797 em São
Gens, aos 86 anos de idade.
2 (XI)CATARINA DA SILVA DE MAGALHÃES. Segue.
3 (XI)MATIAS. Nasceu em 27 de dezembro de 1714 em Quinchães.
4 (XI)FELÍCIA. Nasceu em 13 de janeiro de 1717 em Quinchães,
onde faleceu em 23 de fevereiro de 1749. Deixou um filho natural, ANTÔNIO, nascido em 25 de novembro de 1741 em
Quinchães.
5 (XI)MARIA, batizada em 1.º de junho de 1708 em São Gens, e falecida em 23 de abril de 1725 em Quinchães, aos 16 anos de
idade.
6 (XI)PAULA, batizada em 31 de maio de 1710 em Quinchães.
XI-
393
CATARINA DA SILVA DE MAGALHÃES, nascida em 27 de fevereiro de
1713 em Quinchães, onde se casou, em 1.o de outubro de 1735, com
AGOSTINHO DE FREITAS, falecido em 11 de maio de 1762 em Quinchães,
filho de Martinho de Freitas e de Ângela Francisca. Foram pais de:
1 (XII)- JERÔNIMO, nascido em 24 de outubro de 1736 em Quinchães.
2 (XII)- JOSÉ ANTÔNIO, nascido em 15 de maio de 1739 em Quinchães.
3 (XII)- ANA MARIA DE MAGALHÃES, nascida em 20 de abril de 1741
em Quinchães, onde faleceu em 27 de junho de 1811. Casouse, em 26 de julho de 1764, em Quinchães, com ANTÔNIO
GONÇALVES, natural de São Gens, filho de Simão de Sousa e
de Jerônima Gonçalves.
4 (XII)- ANTÔNIA, nascida em 6 de julho de 1743 em Quinchães. Faleceu em 3 de julho de 1799 em São Gens.
5 (XII)- ROSA, nascida em 8 de julho de 1745 em Quinchães.
6 (XII)- FELÍCIA, nascida em 7 de abril de 1748 em Quinchães.
7 (XII)- JOSÉ, nascido em 19 de outubro de 1750 em Quinchães.
ADB. Processo n.º 21548, pasta 953, ano 1739.
Revista da ASBRAP n.º 21
8 (XII)-
9 (XII)-
X-
XI-
394
225
MAGALHÃES, nascido em 3 de dezembro de
1752 em Quinchães. Casou-se, em 22 de setembro de 1773,
em São Gens, com MARIANA DE OLIVEIRA, nascida em 8 de
março de 1745 em São Gens, filha de Antônio de Oliveira e
de sua mulher (casados em 20 de janeiro de 1732 em São
Gens) Mariana da Costa; neta paterna de João Antunes Brás e
de Ana de Oliveira; neta materna de João Pires e de Mariana
da Costa, mulher solteira. Com geração.
MARIA DE MAGALHÃES, nascida em 3 de dezembro de 1752
em Quinchães, e falecida em 27 de maio de 1824 em São
Gens. Casou-se, em 14 de janeiro de 1789, em São Gens, com
DOMINGOS JOSÉ DE BARROS, nascido em 1.o de março de
1750 São Gens, onde faleceu em 20 de dezembro de 1829, filho de João Alves e de sua mulher (casados em 29 de abril de
1748 em São Gens) Josefa de Barros; neto paterno de Gaspar
Dias e de Paula Martins; neto materno de José de Sousa e de
Isabel de Barros.
ANTÔNIO DE
§ 32.o
PAULA DA ROCHA, filha de Bartolomeu da Rocha do Canto, do § 19.o n.º
IX. Nasceu em 21 de dezembro de 1691, tendo sido batizada em 26 do
mesmo mês e ano em São Gens.394 Faleceu em 20 de agosto de 1745 em
São Gens, com a idade de 53 anos. Casou-se em 15 de março de 1712,
em São Gens, com FRANCISCO DA COSTA GONÇALVES, batizado em 27
de outubro de 1690 em São Gens, filho de Cristóvão Gonçalves e de sua
mulher (casados em 14 de janeiro de 1682, em São Gens) Eulália da
Costa; neto paterno de Antônio Domingos e de Isabel Gonçalves; neto
materno de Amaro Carvalho e de Maria da Costa. De Paula da Rocha e
de Francisco da Costa Gonçalves nasceu:
1 (XI)FRANCISCO DA COSTA, que segue.
FRANCISCO DA COSTA, batizado em 11 de junho de 1713 em São Gens,
onde se casou em 1.º de junho de 1735, com CATARINA DA CUNHA, sua
parente (em § 19.o n.o XI), batizada em 8 de abril de 1713 em São Gens,
onde faleceu em 27 de outubro de 1781, aos 68 anos de idade. Era filha
de Francisco da Cunha e de sua segunda mulher (casados em 24 de fevereiro de 1717 em São Gens) Isabel Pires; neta paterna de Domingos da
ADB. Paróquia de São Gens. L.º 4.º de mistos, fls. 59 da seção dos batizados.
226
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
Cunha e de Isabel da Costa; neta materna de Gonçalo Pires e de Margarida Teixeira. De Francisco da Costa e de Catarina da Cunha nasceram:
1 (XII)- MARIA, batizada em 23 de maio de 1736 em São Gens.
2 (XII)- MARIA DA COSTA, batizada em 28 de maio de 1737 em São
Gens, falecida em 1.º de fevereiro de 1794 em Quinchães.
Casou-se em 15 de maio de 1766 em São Gens com JOÃO
NOVAIS, com geração. João Novais foi batizado em 27 de janeiro de 1737 em São Gens, onde faleceu em 16 de fevereiro
de 1809, aos 72 anos de idade, filho de Francisco Novais e de
sua mulher (casados em 31 de março de 1733 em São Gens)
Mariana Dias Gonçalves; neto paterno de Antônio Novais de
Oliveira (juiz dos órfãos) e de Catarina de Castro; neto materno de Domingos Dias e de Margarida Gonçalves (mulher solteira).
3 (XII)- MARIA, batizada em 21 de junho de 1738 em São Gens.
4 (XII)- JERÔNIMA, batizada em 2 de janeiro de 1741 em São Gens.
5 (XII)- MANUEL ANTÔNIO, batizado em 9 de dezembro de 1743 em
São Gens.
6 (XII)- LUÍS MANUEL DA COSTA, batizado em 5 de maio de 1749 em
São Gens, onde faleceu em 6 de abril de 1833, aos 83 anos de
idade. Casou-se em 3 de março de 1772, em São Gens, com
ANTÔNIA MARIA DA COSTA DA CUNHA, com geração. Ela foi
batizada em 21 de dezembro de 1752 em São Gens, onde faleceu em 25 de outubro de 1831, aos 78 anos de idade. Ela
era filha de Boaventura Ribeiro e de sua mulher (casados em
19 de agosto de 1748) Paula da Costa da Cunha; neta paterna
de Antônio Ribeiro e de Francisca da Fonseca; neta materna
de Domingos da Costa e de Isabel da Cunha.
IX-
395
§ 33.o
MARIA DA ROCHA (filha natural do Padre João da Rocha do Canto e de
Domingas de Castro, do § 19.o n.º VIII). Natural do lugar de Barroso,
freguesia de São Bartolomeu de São Gens. Nesta freguesia se casou (fls.
148) em 2 de fevereiro de 1673 com BALTASAR DA COSTA, natural do
lugar de Barroso, freguesia de São Bartolomeu de São Gens, filho de
Francisco da Costa, da Pica, e de sua mulher Catarina Gonçalves (ou, na
dúvida, Maria Gonçalves). Maria da Rocha faleceu em 10 de maio de
1731 na freguesia de São Bartolomeu de São Gens.395 Baltasar da Costa
ADB. Paróquia de São Gens. L.º 5.º de mistos, fls. 208.
Revista da ASBRAP n.º 21
227
faleceu em 14 de novembro de 1723 na mesma freguesia de São Gens,
com 79 anos de idade. Foram pais de:
1 (X)MARIA DA COSTA, que segue.
2 (X)ISABEL DA COSTA. Segue no § 41.o.
3 (X)ÂNGELA DA COSTA, batizada em 12 de abril de 1678 na freguesia de São Bartolomeu de São Gens. Faleceu em 1.º de setembro de 1714 em Antime, com apenas 36 anos de idade.
Casou-se em 13 de setembro de 1711, em São Bartolomeu de
São Gens, com ANTÔNIO SOARES, batizado em 30 de novembro de 1678 em Antime, filho de Agostinho Soares de Castro
e de Maria Pires Lopes.
4 (X)CATARINA, batizada em 23 de abril de 1680 (fls. 5v) em São
Gens. Faleceu criança.
5 (X)JERÔNIMA, batizada em 6 de fevereiro de 1683 em São Gens.
6 (X)ANTÔNIO, batizado em 12 de agosto de 1685 em São Gens,
falecido em 24 de julho de 1709 em Campo Maior, aos 23
anos de idade.
7 (X)BALTASAR DA COSTA PINHEIRO, que segue no § 38.o.
8 (X)CATARINA DA COSTA, que segue no § 36.o.
9 (X)SERAFINA DA COSTA, batizada em 10 de maio de 1694 em
São Gens, onde faleceu em 7 de janeiro de 1766, aos 71 anos
de idade.
X-
MARIA DA COSTA, nascida no lugar do Pico, freguesia de São Bartolomeu de São Gens, onde foi batizada (fls. 71v) em 2 de novembro de
1673. Faleceu em 27 de abril de 1741 na freguesia de Santa Maria de Antime, concelho de Fafe. Casou-se na freguesia de São Gens (fls. 239v) em
19 de agosto de 1703 com o lavrador FRANCISCO NOVAIS, batizado (fls.
104) em 4 de fevereiro de 1685, natural e morador em Santa Maria de
Antime, Montelongo, filho de Agostinho Novais, ou Agostinho Pires, natural do lugar de Folgoso, da freguesia de Santa Maria de Antime, concelho de Fafe, e de sua mulher (casados em 16 de abril de 1684 na freguesia de São Bartolomeu de São Gens) Ângela da Costa, natural do Mosteiro de São Bartolomeu de São Gens; neto paterno de Antônio Pires e de
sua mulher Maria Pires, naturais de Folgoso; neto materno de Baltasar
Francisco e de Domingas de Basto (ou Maria de Sampaio?).
Viúvo de Maria da Costa, Francisco Novais casou-se, segunda vez, com Clara Gonçalves Antunes, de quem também deixou geração.
228
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
1 (XI)2 (XI)3 (XI)4 (XI)-
XI-
396
Filhos de Maria da Costa e de Francisco Novais:
FRANCISCO, batizado em 25 de maio de 1708 em Antime, onde faleceu em 23 de setembro de 1727, aos 19 anos de idade.
MARIA NOVAIS COSTA, batizada em 23 de dezembro de 1710
em Antime, que segue no § 34.o.
AGOSTINHO NOVAIS DA COSTA CAMPOS, que segue.
CATARINA NOVAIS, batizada em 16 de março de 1716 em Antime, que segue no § 35.o.
AGOSTINHO NOVAIS DA COSTA CAMPOS, batizado em 27 de dezembro de
1712 na freguesia de Santa Maria de Antime (fls. 43). Habilitou-se ao
Santo Ofício, tendo recebido carta de familiar em 6 de março de 1767.396
Foi qualificado como lavrador; sabia ler e escrever, vivia limpa e abastadamente de seus bens, que valeriam 3.000 cruzados, natural e morador na
freguesia de Santa Maria de Antime. Houve fama de cristão-novo pelo
Padre João da Rocha do Canto, mas provou-se ser falsa. Constou que, além da avó materna do habilitando, o dito sacerdote teve outra filha, Isabel da Rocha, avó materna de Antônio Lourenço Salgado, familiar do
Santo Ofício.
Agostinho Novais casou-se com LUÍSA GONÇALVES RIBEIRO,
batizada em 30 de julho de 1737 em Antime, filha de Manuel Gonçalves
e de sua mulher (casados em 26 de outubro de 1715 na freguesia de Antime) Perpétua Ribeiro, moradores no lugar de Porrinhas, na citada freguesia de Antime; neta paterna de Manuel Gonçalves e de Ana Marinho;
neta materna de João de Basto e de Mariana Ribeiro.
Já feito familiar, pediu diligências para se casar novamente,
agora com D. LUÍSA BERNARDA TEIXEIRA, natural da freguesia de São
Tomé de Estorãos, e moradora na freguesia de Revelhe, arcebispado de
Braga. Em 12 de abril de 1783 foi enviado aviso à Inquisição de Coimbra de estarem aprovadas as diligências. Ela era filha de Luís Ferreira
Mendes e de sua mulher (casados em 9 de setembro de 1752 na freguesia de Santa Eulália de Revelhe) D. Bernarda Soares Peixoto Teixeira;
neta paterna de Marcos Fernandes Ferreira e de sua mulher (casados em
8 de abril de 1720 na freguesia de São Tomé de Estorãos) Maria Mendes
de Sampaio; neta materna de Antônio Soares Peixoto e de D. Maria Josefa Alves Teixeira.
IAN/ TT. Habilitação ao Santo Ofício, mç. 6, dil. 93. Apud MIRANDA, Eduardo
de. Extractos dos processos para familiares do Santo Oficio. Vila Nova de Famalicão: Minerva, 1937. 765 p., p. 452.
Revista da ASBRAP n.º 21
229
Além dos filhos citados adiante, deixou ainda um filho natural, havido em MARIA DE CASTRO, ou Maria da Costa, ou ainda Maria de
Basto, viúva, natural do lugar de Carvalhal, da freguesia de Santa Maria
de Antime, onde foi nasceu e foi batizada em 22 de janeiro de 1711 na
freguesia de Santa Maria de Antime (fls. 35), a qual era filha de João da
Silva, cirurgião, natural do lugar de Riba Rio, da freguesia de São Mamede de Aldão, concelho de Guimarães, e de Serafina de Castro, ou Serafina de Basto, solteira, da casa do Telhado, da freguesia de Santa Maria de Antime. Maria de Castro (ou Maria da Costa) era viúva (com
quem se casou em 2 de abril de 1726 em Antime) de Cristóvão Pinto,
barbeiro, falecido em 28 de dezembro de 1730 em Antime. Maria de
Basto casou-se, depois, em 21 de março de 1743, em Antime, com Manuel Pacheco. Serafina de Castro, ou Serafina de Basto, era filha de João
de Basto e de sua mulher (com quem se casou em 16 de junho de 1658
em Antime) Isabel Francisca.
Filho de Agostinho Novais da Costa Campos com Maria de
Castro:
1 (XII)- JOÃO NOVAIS DA COSTA, batizado em 22 de janeiro de 1735
na freguesia de Antime.
Filhos de Agostinho Novais e de sua mulher Luísa Gonçalves
Ribeiro:
2 (XII)- AGOSTINHO JOSÉ NOVAIS COSTA CAMPOS, batizado em 1.º de
junho de 1772 em Antime. Casou-se com ANA ROSA COSTA
GONÇALVES, natural de Armil, com geração.
3 (XII)- FILIPE JOSÉ, batizado em 23 de agosto de 1773 em Antime,
onde faleceu aos 5 dias, em 28 de agosto do mesmo ano.
4 (XII)- CUSTÓDIA MARIA, batizada em 14 de outubro de 1774 em
Antime.
5 (XII)- MANUEL, batizado em 8 de junho de 1777 em Antime.
XI-
§ 34.o
MARIA NOVAIS COSTA (filha de Maria da Costa, do § 33.o n.º X), batizada em 23 de dezembro de 1710 em Antime. Casou-se em 9 de dezembro de 1734, em Antime, com FRANCISCO COSTA SILVA, batizado em 19
de maio de 1698 em Antime, filho de João Costa e de sua mulher (casados em 12 de janeiro de 1681 em Antime) Jerônima Pires; neto paterno
de Manuel Pires e de Isabel Costa.
Antes do casamento, Maria Novais Costa teve um filho natural:
1 (XII)- CRISTÓVÃO, batizado em 12 de abril de 1734 em Antime.
230
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
Maria Novais Costa teve de Francisco Costa Silva os seguintes filhos:
2 (XII)- AGOSTINHO ANTÔNIO CONCEIÇÃO, batizado em 8 de dezembro de 1735 em Antime.
3 (XII)- CUSTÓDIA MARIA, batizada em 28 de dezembro de 1737 em
Antime.
4 (XII)- JOÃO, batizado em 9 de abril de 1740 em Antime, onde faleceu em 30 de janeiro de 1743, aos 2 anos de idade.
5 (XII)- JOSÉ, batizado em 29 de maio de 1742 em Antime.
6 (XII)- MARIA, batizada em 3 de maio de 1746 em Antime.
7 (XII)- JOÃO, batizado em 28 de abril de 1749 em Antime.
8 (XII)- ROSA JOANA, batizada em 30 de dezembro de 1751 em Antime.
10 (XII)- CRISTÓVÃO, batizado em 19 de junho de 1754 em Antime.
XI-
X-
§ 35.o
CATARINA NOVAIS (filha de Maria da Costa, do § 33.o n.º X), batizada
em 16 de março de 1716 em Antime. Casou-se com MANUEL CASTRO,
natural de Antime. Foram pais de:
1 (XII)- FRANCISCO CASTRO, natural de Antime. Casou-se com MARIA JOANA SILVA, batizada em 23 de setembro de 1742 em
Antime, filha de Manuel Silva e de sua mulher (casados em
22 de agosto de 1740 em Antime) Jerônima Castro Basto; neta paterna de Domingos Gonçalves e de Maria Silva; neta materna de Manuel Basto e de Maria Castro. Com geração.
2 (XII)- ANTÔNIO, batizado em 12 de janeiro de 1753 em Antime.
§ 36.o
CATARINA DA COSTA (filha de Maria da Rocha, do § 33.o n.º IX). Batizada em 2 de fevereiro de 1691 em São Bartolomeu de São Gens. Casou-se, primeira vez, em 13 de abril de 1721, em São Gens, com AGOSTINHO LOPES, batizado em 22 de janeiro de 1697 em Quinchães, falecido
em 4 de novembro de 1722 em São Gens, aos 25 anos de idade, filho de
Antônio Gonçalves e de Ana Lopes.
Casou-se, segunda vez, em 17 de maio de 1723 (fls. 273) com
seu concunhado ANTÔNIO DE NOVAIS, natural do lugar de Folgoso, batizado em 3 de setembro de 1693 na freguesia de Antime, filho de Agostinho (Pires) de Novais, natural da freguesia de Antime, e de sua mulher
Ângela da Costa, natural da freguesia de São Gens; neto paterno de Antônio Pires (Novais) e de sua mulher Maria Pires, do lugar de Folgoso,
Revista da ASBRAP n.º 21
231
freguesia do Antime; neto materno de Baltasar Francisco e de sua mulher Maria de Sampaio, do lugar de Monteiro, da freguesia de São Bartolomeu.
Filho de Catarina da Costa e de Agostinho Lopes:
1 (XI)SERAFINA DA COSTA, que segue no § 37.o.
Filhos de Catarina da Costa e de Antônio Novais:
2 (XI)PEDRO, batizado em 11 de abril de 1724 em São Gens.
3 (XI)ANDRÉ NOVAIS DA COSTA, que segue.
4 (XI)AGOSTINHO DE NOVAIS DA COSTA, nasceu em 12 de outubro
de 1731 em Pico de São Gens. Habilitou-se ao Santo Ofício,
tendo recebido carta de familiar em 5 de dezembro de
1770.397 A fama de cristã-novice ainda era viva... Foi qualificado como solteiro, sem filhos, que vivia de seus bens, que
valiam 4.000 cruzados; sabia ler e escrever.
XI-
397
ANDRÉ NOVAIS DA COSTA, batizado em 15 de novembro de 1726 em
São Gens, onde faleceu em 19 de outubro de 1786, aos 59 anos de idade.
Casou-se em 2 de julho de 1751, em São Gens, com MARIA DA CUNHA,
batizada em 12 de setembro de 1728 em São Gens, onde faleceu em 21
de maio de 1790, aos 61 anos de idade, filha de Bento da Cunha e de sua
mulher (casados em 6 de julho de 1705 em São Gens) Maria da Cunha;
neta paterna de Gaspar da Cunha e de Ângela Pereira Ferreira; neta materna de Gregório Fernandes e de Catarina da Cunha. André Novais da
Costa e Maria da Cunha foram pais de:
1 (XII)- CUSTÓDIA MARIA DA CUNHA NOVAIS, batizada em 16 de novembro de 1752 em São Gens, onde faleceu em 20 de abril de
1815, aos 62 anos de idade. Casou-se em 30 de julho de 1768,
em São Gens, com MANUEL DIAS DE NOVAIS, natural de Moreira do Rei, falecido em 16 de outubro de 1811 em São
Gens, filho de Matias Dias de Novais e de Teresa do Vale;
neto paterno de Pedro Dias e de Maria Novais; neto materno
de Pedro do Vale e de Catarina Dias. Com geração.
2 (XII)- ANTÔNIO LUÍS NOVAIS, batizado em 29 de junho de 1754 em
São Gens, onde faleceu em 6 de agosto de 1818, aos 64 anos
de idade. Casou-se em 2 de março de 1785, em São Gens,
com MARIA JOANA MENDES, batizada em 29 de junho de
IAN/ TT. Habilitação ao Santo Ofício, mç. 6, dil. 93. Apud MIRANDA, Eduardo
de. Extractos dos processos para familiares do Santo Oficio. Vila Nova de Famalicão: Minerva, 1937. 765 p., p. 473.
232
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
3 (XII)-
4 (XII)-
5 (XII)-
6 (XII)7 (XII)-
8 (XII)9 (XII)-
1751 em São Gens, onde faleceu em 30 de julho de 1828, aos
77 anos de idade, filha de Bernardo Mendes e de Teresa Gomes; neta paterna de Domingos Mendes e de Maria dos Santos; neta materna de Antônio Gonçalves e de Maria Gomes.
Com geração.
MANUEL JOSÉ NOVAIS, batizado em 19 de junho de 1756 em
São Gens, onde faleceu em 4 de fevereiro de 1834, aos 77 anos de idade. Casou-se em 15 de outubro de 1783, em São
Gens, com ANA MARIA DA SILVA, com geração. Ana Maria
da Silva foi batizada em 14 de março de 1764 em Quinchães,
tendo falecida em 10 de fevereiro de 1834 em São Gens, aos
69 anos de idade, filha de Jerônimo Gomes Lopes e de Ana
Maria da Silva, esta natural de São Gens, filha de Manuel
Fernandes da Silva e de Isabel Nogueira.
MARIA JOANA NOVAIS DA CUNHA, batizada em 29 de julho
de 1758 em São Gens, onde faleceu em 13 de julho de 1828,
aos 69 anos de idade. Casou-se em 1.º de agosto de 1785, em
São Gens, com JOÃO MENDES, batizado em 11 de outubro de
1749 em São Gens, onde faleceu em 22 de agosto de 1803,
aos 53 anos de idade. Com geração. João Mendes era filho de
Bernardo Mendes e de Teresa Gomes; neto paterno de Domingos Mendes e de Maria dos Santos; neto materno de Antônio Gonçalves e de Maria Gomes.
ANTÔNIA MARIA NOVAIS, batizada em 8 de julho de 1760 em
São Gens, onde se casou, em 21 de julho de 1783, com ANTÔNIO MENDES, seu concunhado, batizado em 7 de dezembro
de 1761 em São Gens, filho de Bernardo Mendes e de Teresa
Gomes. Com geração.
JOÃO, batizado em 25 de novembro de 1762 em São Gens.
ROSA MARIA NOVAIS, batizada em 16 de fevereiro de 1764
em São Gens, onde faleceu em 1.º de novembro de 1809, aos
45 anos de idade. Casou-se em 4 de fevereiro de 1789, em
São Gens, com ANTÔNIO JOSÉ RIBEIRO, natural de Basto (São
Clemente), filho de José Francisco e de Maria Ribeiro.
JOSÉ ANTÔNIO, batizado em 24 de outubro de 1768 em São
Gens.
BENTO, batizado em 6 de outubro de 1770 em São Gens.
Revista da ASBRAP n.º 21
XI-
233
§ 37.o
SERAFINA DA COSTA (filha de Catarina da Costa, do § 36.o n.º X), batizada em 4 de fevereiro de 1722 em São Gens, onde faleceu em 11 de setembro de 1814, aos 92 anos de idade. Casou-se em 16 de fevereiro de
1746, em São Gens, com JOSÉ DE BARROS, batizado em 21 de dezembro
de 1721 em São Gens, onde faleceu em 14 de janeiro de 1767. Era filho
de José de Sousa e de sua mulher (casados em 1.º de fevereiro de 1717,
em São Gens) Isabel de Barros; neto paterno de Antônio Dias e de Senhorinha Carvalho; neto materno de Cristóvão Soares de Barros (este filho natural do Padre Jerônimo de Barros Coelho) e de Maria Francisca.
Filhos de Serafina da Costa e de José de Barros:
1 (XII)- MANUEL JOSÉ, batizado em 24 de outubro de 1746 em São
Gens.
2 (XII)- ANDRÉ ANTÔNIO DE BARROS, batizado em 4 de dezembro de
1748 em São Gens, onde faleceu em 3 de junho de 1827, aos
78 anos de idade.
3 (XII)- DOMINGOS JOSÉ DE BARROS, batizado em 11 de março de
1750 em São Gens, onde faleceu em 5 de fevereiro de 1809,
aos 58 anos de idade.
4 (XII)- ANTÔNIO, batizado em 8 de janeiro de 1752 em São Gens.
5 (XII)- MARIA TERESA, batizada em 27 de janeiro de 1754 em São
Gens.
6 (XII)- AGOSTINHO, batizado em 22 de abril de 1755 em São Gens.
7 (XII)- CUSTÓDIA MARIA DE BARROS, batizada em 22 de janeiro de
1758 em São Gens, onde se casou, em 28 de agosto de 1784,
com MATEUS GONÇALVES DA SILVA GUIMARÃES, batizado
em 16 de março de 1738 em Quinchães, tendo falecido em 4
de março de 1793 em São Gens, filho de Manuel Lopes e de
Maria Antunes Gonçalves. Pais, entre outros, do PADRE AGOSTINHO JOSÉ DE BARROS (batizado em 4 de janeiro de 1787
em São Gens, onde faleceu em 4 de setembro de 1843, aos 56
anos de idade) e do BACHAREL ANTÔNIO DA COSTA PINHEIRO
SOARES DE BARROS (batizado em 20 de maio de 1789 em São
Gens, onde faleceu em 26 de março de 1861, aos 71 anos de
idade, casado em 14 de novembro de 1839, em São Gens,
com D. CAMILA CÂNDIDA DE CASTRO LEITE, filha do Tenente
Coronel João Francisco Leite de Castro e de D. Luísa Maria
Pinheiro Salgado Leite de Castro).
234
X-
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
§ 38.o
BALTASAR DA COSTA PINHEIRO, filho de Maria da Rocha, do § 33.o n.º
IX. Batizado em 14 de maio de 1688 em São Gens, onde faleceu em 25
de novembro de 1745, aos 57 anos de idade. Casou-se em 11 de julho de
1715, em São Gens, com MARIA GONÇALVES, falecida em 20 de outubro de 1771 em São Gens, filha de Antônio Gonçalves e de Isabel Ribeiro da Costa, ambos falecidos em São Gens. Filhos de Baltasar da Costa
Pinheiro e de Maria Gonçalves:
1 (XI)MANUEL, batizado em 27 de julho de 1716 em São Gens.
2 (XI)JOSÉ DA COSTA GONÇALVES, que segue no § 39.o.
3 (XI)CRISTÓVÃO, batizado em 23 de junho de 1721 em São Gens.
4 (XI)MARIA, batizada em 2 de julho de 1724 em São Gens.
5 (XI)ANTÔNIA, batizada em 3 de fevereiro de 1727 em São Gens.
6 (XI)CUSTÓDIA, batizada em 8 de junho de 1728 em São Gens.
7 (XI)DIONÍSIO, batizado em 28 de maio de 1730 em São Gens.
8 (XI)CUSTÓDIA, batizada em 23 de novembro de 1732 em São
Gens.
9 (XI)ANTÔNIO, batizado em 4 de dezembro de 1733 em São Gens,
onde faleceu em 18 de outubro de 1756.
10 (XI)- MARIA GONÇALVES, que segue no § 40.o.
11 (XI)- JOÃO GONÇALVES RIBEIRO DA COSTA PINHEIRO, batizado em
4 de junho de 1739 em São Gens, onde faleceu em 10 de
maio de 1828. Casou-se duas vezes, com geração das duas
mulheres. A primeira, em 31 de maio de 1784, em São Gens,
com MARIA JOANA DE OLIVEIRA DE CASTRO, batizada em 8
de maio de 1761 em Fafe e falecida em 8 de dezembro de
1786 em São Gens, filha de Antônio José de Oliveira (juiz
dos órfãos) e de Mariana de Freitas Castro da Cunha. Segunda vez casou-se com MARIANA TERESA LOPES, batizada em
26 de março de 1772 em Antime, e falecida em 7 de junho de
1852 em São Gens, filha de João Lopes e de Maria Joana de
Freitas.
12 (XI)- SERAFINA GONÇALVES, batizada em 6 de janeiro de 1742 em
São Gens, onde faleceu em 6 de agosto de 1814. Casou-se,
ainda em São Gens, em 15 de abril de 1773, com MANUEL
JOSÉ DA ROCHA, com geração. Manuel foi batizado em 2 de
maio de 1744 em São Gens, onde faleceu em 25 de maio de
1829, aos 85 anos de idade. Era filho do Padre João da Rocha
e de Ana Maria, esta batizada em 17 de dezembro de 1709 em
São Gens, filha de Ana, mulher solteira.
Revista da ASBRAP n.º 21
XI-
XI-
235
§ 39.o
JOSÉ DA COSTA GONÇALVES, filho de Baltasar da Costa Pinheiro, do §
38.o n.º X. Batizado em 8 de maio de 1719 em São Gens, onde faleceu
em 26 de setembro de 1796, aos 77 anos de idade. Casou-se em 16 de julho de 1750 com MARIA DA CUNHA DE OLIVEIRA, batizada em 22 de
março de 1731 em São Gens, onde faleceu em 20 de dezembro de 1791,
aos 60 anos de idade. Maria era filha de José da Cunha e de sua mulher
(casados em 30 de abril de 1730 em São Gens) Senhorinha de Oliveira;
neta paterna de Francisco da Cunha e de Maria da Costa de Castro. José
e Maria foram pais de:
1 (XII)- FRANCISCO, batizado em 20 de maio de 1751 em São Gens.
2 (XII)- ISABEL, batizada em 21 de abril de 1754 em São Gens.
3 (XII)- JERÔNIMO, batizado em 8 de fevereiro de 1756 em São Gens,
onde faleceu em 10 de janeiro de 1790, aos 33 anos de idade.
4 (XII)- ANA MARIA DE OLIVEIRA DA CUNHA GONÇALVES, batizada
em 10 de fevereiro de 1761 em São Gens, onde faleceu em 30
de abril de 1822, aos 61 anos de idade. Antes de se casar, teve
uma filha. Casou-se em 23 de abril de 1788, em São Gens,
com MANUEL RIBEIRO DA CUNHA, com geração. Manuel nasceu em Basto (São Clemente), filho de Frutuoso Ribeiro e de
Senhorinha Gonçalves.
5 (XII)- ANTÔNIO, batizado em 21 de agosto de 1763 em São Gens.
6 (XII)- MARIA, batizada em 2 de março de 1766 em São Gens.
7 (XII)- ANTÔNIO, batizado em 2 de fevereiro de 1767 em São Gens.
8 (XII)- JOÃO, batizado em 3 de janeiro de 1768 em São Gens.
9 (XII)- AGOSTINHO JOSÉ, batizado em 24 de abril de 1769 em São
Gens.
10 (XII)- MARIA ROSA, batizada em 31 de maio de 1771 em São Gens,
onde faleceu em 28 de agosto de 1826, aos 55 anos de idade.
Casou-se em 20 de novembro de 1799, em São Gens, com
MANUEL JOSÉ LOPES, com geração. Manuel foi batizado em
21 de agosto de 1769 em Quinchães e faleceu em 10 de outubro de 1828 em São Gens, aos 59 anos de idade. Era filho de
Luís Lopes e de Maria de Basto.
§ 40.o
MARIA GONÇALVES, filho de Baltasar da Costa Pinheiro, do § 38.o n.º X.
Batizada em 5 de janeiro de 1737 em São Gens, onde faleceu em 28 de
janeiro de 1799, aos 62 anos de idade. Casou-se, em 14 de maio de
1763, em São Gens, com FRANCISCO RIBEIRO, batizado em 27 de se-
236
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
tembro de 1738 em São Gens, onde faleceu em 15 de fevereiro de 1811,
aos 72 anos de idade. Era filho de Feliciano Ribeiro e de sua mulher (casados em 17 de dezembro de 1733 em São Gens) Paula do Vale; neto
paterno de Pedro Ribeiro e de Catarina Ribeiro da Cunha; neto materno
de Francisco do Vale e de Teresa de Castro. Maria Gonçalves e Francisco Ribeiro tiveram os seguintes filhos:
1 (XII)- MARIA GONÇALVES RIBEIRO, batizada em 17 de janeiro de
1765 em São Gens, onde faleceu em 30 de novembro de
1810, aos 45 anos de idade. Casou-se em 23 de novembro de
1786, em São Gens, com ANTÔNIO GONÇALVES, com geração. Antônio Gonçalves foi batizado em 1.º de abril de 1760
em São Gens, filho de João Gonçalves de Oliveira e de sua
mulher (casados em 5 de abril de 1756 em São Gens) Maria
Joana de Barros de Oliveira; neto paterno de José Gonçalves
Ribeiro e de Ana de Oliveira; neto materno do Padre André
de Oliveira Leite e de Teresa Antunes (mulher solteira).
2 (XII)- ROSA MARIA, batizada em 12 de agosto de 1768 em São
Gens.
3 (XII)- JOSÉ ANTÔNIO RIBEIRO, batizado em 9 de janeiro de 1722 em
São Gens, onde faleceu em 5 de fevereiro de 1811, aos 39 anos de idade. Casou-se com MARIA ROSA DE FREITAS, com
geração. Ela foi batizada em 10 de abril de 1774 em Antime,
e faleceu em 10 de maio de 1843 em São Gens, aos 69 anos
de idade. Era filha de João Lopes e de Maria Joana de Freitas.
4 (XII)- FRANCISCO, batizado em 28 de fevereiro de 1774 em São
Gens.
5 (XII)- ANTÔNIO, batizado em 4 de agosto de 1775 em São Gens.
6 (XII)- MANUEL, batizado em 7 de abril de 1777 em São Gens.
7 (XII)- ROSA GONÇALVES RIBEIRO, batizada em 6 de abril de 1780
em São Gens, onde se casou, em 4 de agosto de 1801, com
ANTÔNIO DA CUNHA, com geração. Antônio foi batizado em
1.º de fevereiro de 1778 em São Gens, onde faleceu em 14 de
julho de 1833, filho de Domingos da Cunha Santiago e de sua
mulher (casados em 28 de fevereiro de 1772, em São Gens)
Maria da Costa; neto paterno de Antônio Cerqueira e de
Francisca da Cunha; neto materno de José Luís e de Maria da
Costa Gonçalves.
8 (XII)- DOMINGOS RIBEIRO, batizado em 30 de maio de 1781 em São
Gens. Casou-se duas vezes, deixando geração das duas mulheres. A primeira com MARIA SOARES MARINHO, natural de
Revista da ASBRAP n.º 21
237
Arnozela, falecida em 2 de fevereiro de 1845 em São Gens,
filha de Matias Soares e de Maria Pires Marinho. Domingos
casou-se, segunda vez, em 24 de julho de 1802, em São Gens,
com MARIA SOARES MARINHO, irmã inteira da primeira mulher.
X-
XI-
398
§ 41.o
ISABEL DA COSTA, filha de Maria da Rocha, e de Baltasar da Costa, do §
33.o n.º IX. Batizada em 29 de março de 1676 na freguesia de São Bartolomeu de São Gens.398 Casou-se em 19 de fevereiro de 1708 na freguesia
de São Bartolomeu de São Gens com MANUEL DA CUNHA, batizado em
4 de agosto de 1682 na mesma freguesia, onde faleceu em 3 de maio de
1753. Manuel da Cunha era filho de João da Cunha e de sua mulher (casados em 8 de abril de 1669 em São Bartolomeu de São Gens) Catarina
Gonçalves Fernandes; neto paterno de Gonçalo da Cunha e de sua mulher (casados em 15 de fevereiro de 1637 em São Gens) Domingas Fernandes Gonçalves; neto materno de Pedro Gonçalves (o novo) e de
Margarida Fernandes. Isabel da Costa e Manuel da Cunha foram pais de:
1 (XI)ANTÔNIO, batizado em 20 de agosto de 1710 em São Gens.
2 (XI)FRANCISCO DA COSTA DA CUNHA, que segue.
3 (XI)MANUEL, batizado em 15 de agosto de 1715 em São Gens.
4 (XI)MARIA, batizada em 13 de fevereiro de 1718 em São Gens,
onde faleceu em 1.º de dezembro de 1784, aos 66 anos de idade.
FRANCISCO DA COSTA DA CUNHA, batizado em 24 de março de 1712 em
São Gens, onde faleceu em 24 de novembro de 1785, aos 73 anos de idade. Casou-se duas vezes. A primeira, em 11 de junho de 1750, em São
Gens (fls. 34v), com CUSTÓDIA DA CUNHA, batizada em 24 de fevereiro
de 1725 em São Gens, filha de Bento da Cunha e de sua mulher (casados
em 6 de julho de 1705 em São Gens) Maria da Cunha; neta paterna de
Gaspar da Cunha e de Ângela Pereira Ferreira; neta materna de Gregório
Fernandes e de Catarina da Cunha. Viúvo, Francisco da Costa da Cunha
casou-se, segunda vez em 15 de novembro de 1784, em São Gens, com
QUITÉRIA GONÇALVES, nascida em 31 de maio de 1736 em São Gens,
onde faleceu em 25 de novembro de 1789, aos 53 anos de idade, filha de
Manuel Gonçalves e de Josefa Lopes, ambos falecidos em São Gens.
ADB. Paróquia de São Gens. L.º 3.º de batizados, fls. 33.
238
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
Francisco da Costa da Cunha e Custódia da Cunha foram pais
de:
1 (XII)-
2 (XII)-
3 (XII)-
4 (XII)5 (XII)6 (XII)-
7 (XII)8 (XII)-
MANUEL BENTO DA CUNHA, batizado em 13 de março de
1751 em São Gens, onde faleceu em 12 de novembro de
1833, aos 82 anos de idade. Casou-se em 22 de outubro de
1795 com ROSA MARIA DE CARVALHO, com geração. Rosa
Maria foi batizada em 15 de março de 1771 em Quinchães,
tendo falecido em 28 de outubro de 1825 em São Gens, aos
54 anos de idade. Era filha de Matias Gonçalves Antunes, de
Quinchães, e de sua mulher Maria José de Carvalho, de Mondim de Basto.
JOSÉ DA CUNHA, batizado em 11 de agosto de 1753 em São
Gens, onde faleceu em 29 de março de 1832, aos 78 anos de
idade. Casou-se com MARIA DE SOUSA, natural de Alpedriz,
falecida em 6 de abril de 1821 em São Gens, filha de José de
Sousa e de Paula Maria de Figueiredo.
ANTÔNIA MARIA DA CUNHA, batizada em 18 de fevereiro de
1755 em São Gens, onde faleceu em 24 de junho de 1808, aos
53 anos de idade. Casou-se em 13 de abril de 1785, em São
Gens, com CRISTÓVÃO JOSÉ DE CASTRO, batizado em 5 de
abril de 1757 em São Gens, filho de Bento de Castro e de sua
mulher (casados em 31 de maio de 1753 em São Gens) Ana
Carvalho da Cunha; neto paterno de José de Castro e de Brízida da Silva; neto materno de Manuel Carvalho e de Maria
da Cunha (mulher solteira).
AGOSTINHO JOSÉ, batizado em 22 de junho de 1756 em São
Gens.
FELICIANO, batizado em 16 de julho de 1758 em São Gens.
ANTÔNIO JOSÉ DA CUNHA, batizado em 2 de dezembro de
1759 em São Gens, onde se casou em 14 de fevereiro de 1782
com CUSTÓDIA MARIA ALVES, batizada em 14 de dezembro
de 1745 em São Gens, onde faleceu em 1.º de dezembro de
1809. Com geração. Custódia era filha de Jerônimo da Cunha
Lourenço e de sua mulher (casados em 19 de junho de 1741
em São Gens) Quitéria Alves Lopes Batista; neta paterna de
João Lourenço e de Maria Gonçalves; neta materna de João
Ribeiro Alves e de Maria Lopes Alves.
MARIA, batizada em 15 de novembro de 1760 em São Gens.
JERÔNIMO DA CUNHA, batizado em 31 de outubro de 1762 em
São Gens, onde faleceu em 24 de novembro de 1847, aos 85
Revista da ASBRAP n.º 21
239
anos de idade. Casou-se em 22 de outubro de 1789 em São
Gens, com geração, com CUSTÓDIA DA CUNHA, batizada em
15 de março de 1776 em São Gens, onde faleceu em 21 de julho de 1838, aos 62 anos de idade. Ela era filha de Dionísio
da Cunha e de sua mulher (casados em 15 de outubro de 1772
em São Gens) Isabel da Cunha; neta paterna de Pedro da Cunha e de Senhorinha de Oliveira Ribeiro; neta materna de
Bartolomeu de Bouro da Costa e de Francisca da Cunha.
9 (XII)- FRANCISCO JOSÉ DA CUNHA, batizado em 1.º de julho de 1765
em São Gens, onde faleceu em 1.º de fevereiro de 1839, aos
73 anos de idade. Casou-se em 28 de fevereiro de 1791, em
São Gens, com MARIA JOANA ANTUNES DE OLIVEIRA, com
geração. Maria Joana foi batizada em 23 de abril de 1770 em
São Gens, onde faleceu em 9 de outubro de 1834, aos 64 anos
de idade. Era filha de Antônio de Oliveira Antunes e de sua
mulher (casados em 17 de abril de 1756 em São Gens) Mariana de Oliveira; neta paterna de João Antunes e de Eulália de
Oliveira; neta materna de Manuel de Oliveira e de Helena da
Cunha.
10 (XII)- MARIA DA CUNHA, batizada em 8 de julho de 1768 em São
Gens. Casou-se com JOÃO BATISTA DE OLIVEIRA, natural de
Quinchães, com geração.
IX-
VIII-
§ 42.o
MARIA DA ROCHA, filha natural do Padre João da Rocha do Canto, e de
Isabel, do § 19.o n.º VIII. Batizada em 29 de novembro de 1661 em São
Bartolomeu de São Gens. Casou-se em 14 de outubro de 1677, em São
Bartolomeu de São Gens, com GONÇALO AFONSO, natural de Ardegão,
filho de Gonçalo Afonso e de Maria Gonçalves. Tiveram, ao menos, a filha:
1 (X)PAULA, batizada em 22 de maio de 1678 em São Bartolomeu
de São Gens.
§ 43.o
Rochas do Canto, de Santana de Parnaíba
CAPITÃO ANTÔNIO DA ROCHA DO CANTO, filho de André Gonçalves do
Canto, do § 19.o n.º VII. Batizado em 8 de novembro de 1627 na freguesia de São Bartolomeu de São Gens. Livro de mistos (seção de batizados) da freguesia de São Bartolomeu de São Gens, de 1609 a 1634:
240
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
Aos oito dias do mes de novembro do ano de mil e seiscentos e vinte
e sete @ BaptiSou o pe Gaspar Frz de minha Licensa a Antº filho de
Andre Glz. do Canto E sua molher Maria da rocha foram padrinhos
o vigrº Salvador peres E Madrinha DamaSia da Rocha Irmão E
Cunhada dia ut supra.
“Salvador Peres”.
Veio para o Brasil, sendo muito provavelmente o primeiro
dos Rochas do Canto a pisar terras brasileiras. Casou-se, cerca de 1651,
na vila de Santana de Parnaíba, com ASCENÇA DE PINHA CORTÊS.399 Ela
era viúva de Tomé Fernandes da Costa, o qual faleceu no ano de 1648 na
vila de Parnaíba, onde fizera testamento em 21 de abril daquele ano.400
Por sua morte, fez-se auto de inventário, em data incerta, na vila de Santana de Parnaíba.401 Foi inventariante a viúva Ascença de Pinha, e curador dos órfãos o avô paterno deles, Capitão Domingos Fernandes. Entre
outros bens, foram avaliadas umas terras em Pirapitingui, que lhe deu o
Capitão João Luís Mafra, que deu a ele e a seu pai, o Capitão Domingos
Fernandes, além de 33 peças do gentio da terra (índios). Tomé Fernandes era filho do Capitão Domingos Fernandes, um dos fundadores de Itu,
da prosápia dos chamados Fernandes Fundadores (seu irmão Baltasar
fundou Sorocaba, e outro irmão, André, fundou Santana de Parnaíba) e
de sua mulher Ana da Costa, a qual, quando faleceu, Ascença de Pinha,
na qualidade de viúva de seu filho Tomé Fernandes, recebeu, de herança, 8 peças do gentio da terra; por ela não saber ler nem escrever, a seu
rogo assinou seu cunhado Baltasar Carrasco dos Reis.
Ascença, que pertencia a antigos troncos vicentinos, nasceu
cerca de 1624402 na vila de São Paulo e era filha de João de Pinha403 e de
399
400
401
402
403
LEME, Luiz Gonzaga da Silva (1852-1919). Genealogia Paulistana. São Paulo:
Duprat & Cia., 1903 a 1905, 9 volumes. Vol. VIII: Pretos, p. 329. Silva Leme, seguindo Pedro Taques, o fez filho de João Lopes de Oliveira e de sua mulher Maria
da Rocha do Canto, naturais de São Bartolomeu de São Gens.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VII: Fernandes Povoadores, p. 249.
Inventários e Testamentos (publicação oficial do APESP), vol. 38, pp. 55-94.
Ascença de Pinha tinha 6 anos de idade em 1630, conforme constou da relação de
herdeiros no inventário de sua mãe.
João de Pinha nasceu por volta de 1585 na vila de Itanhaém, sede da capitania de
mesmo nome, que apenas nos primórdios do século XVIII passou a pertencer à Capitania de São Paulo. Passou, acompanhando seus pais, para a vila de São Paulo, residindo com eles na paragem de Mogi Mirim, nome primitivo de Mogi das Cruzes,
tendo sido, juntamente com seu pai, Brás de Pinha, e com seu irmão Gaspar de Pinha, um dos signatários da petição que se fez para levantar pelourinho e fundar a vi-
Revista da ASBRAP n.º 21
241
Domingas Antunes404; neta paterna de Brás de Pinha Cortês405 e de sua
mulher Isabel Lopes; neta materna de Bartolomeu Rodrigues e de sua
mulher Maria Lucas.406 Maria Lucas, por sua vez, era filha de Gaspar
404
405
406
la. O principal articulador foi Gaspar Vaz. Ouvidas as câmaras das vilas de São Vicente, São Paulo, Santos e a autoridade maior da capitania, que então era o Capitãomor Gaspar Conqueiro, foi, por provisão de D. Luís de Sousa, em 17 de agosto de
1611, ereta vila, levantando-se o pelourinho em 1º de setembro de 1611.
João de Pinha, depois de viúvo, passou com seus filhos para a vila de Santana de
Parnaíba, então em franco desenvolvimento, onde se casou com Andresa Dias, da
família dos Fernandes ditos “fundadores”. Ela era natural da vila de São Paulo, filha
de Belchior Dias Carneiro e de sua mulher Hilária Luís. Andresa fez testamento em
25 de agosto de 1681 na vila de Santana de Parnaíba, desejando ser sepultada na sua
igreja matriz, “na sepultura de minha tia Susana Dias” (APESP. N.º de ordem: CO
609). Andresa era viúva de Antônio Pires e de João de Pinha, e casou-se, terceira e
última vez, sem geração, com Antônio Corrêa da Silva (este era avô materno de João Garcia Carrasco, que se casou com Luzia da Rocha do Canto, neta materna do
dito João de Pinha, adiante citados).
João de Pinha fez testamento em 2 de maio de 1645 na vila de Santana de Parnaíba,
declarando naturalidade e filiação, declarando possuir 33 peças do gentio da terra
(índios) e rogando para seu corpo ser sepultado na igreja que serve de matriz na dita
vila de Parnaíba. Seu testamento recebeu o “cumpra-se” em 12 de julho do ano de
1645 (APESP. N.º de ordem: CO 606).
Domingas Antunes nasceu cerca de 1596, provavelmente na vila de São Paulo, onde
fez testamento em 17 de dezembro de 1624, pedindo para seu corpo ser sepultado
na Igreja de Nossa Senhora do Carmo, declarando ser filha de Maria Lucas. Por sua
morte se fez auto de inventário em 20 de abril de 1630 na vila de São Paulo, em
pousadas de Sebastião Fernandes Preto. Por seu marido João de Pinha estar ausente,
foi declarante o cunhado Gaspar de Pinha.
Brás de Pinha Cortês seria provavelmente de origem castelhana, porque assinava
Blas de Piña Cortez e foi um dos fundadores de Mogi das Cruzes, juntamente com
seus filhos Gaspar e João de Pinha, sendo um dos signatários da ereção à vila. Antes, havia recebido sesmaria no ano de 1609, alegando que morava na capitania havia muitos anos (Sesmarias, I, 223). Passou depois para a vila de São Paulo, onde
fez testamento em 17 de março de 1630, em sua pousada, pedindo para seu corpo
ser sepultado na Sé, matriz da vila de São Paulo, deixando por herdeira da sua terça
a mulher, Isabel Lopes; por sua morte se fez auto de inventário em 4 de maio seguinte, na vila de São Paulo.
Maria Lucas casou-se segunda vez, sem geração, com Gaspar de Pinha, irmão de
seu genro João de Pinha.
242
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
Fernandes407 e de sua mulher Domingas Antunes408, esta filha do tronco
dos Pretos, Antônio Preto.409
Antônio da Rocha do Canto foi tabelião e escrivão dos órfãos
da vila de Santana de Parnaíba, e ainda escrivão da câmara da mesma vila. Dominava bem a gramática portuguesa, com letra bonita e regular,
consoante seus escritos. Em diversos inventários e outros papéis de Parnaíba aparece em uma dessas funções nos anos de 1647 e depois, quase
ininterruptamente, nos anos de 1667 a 1699.410 Foi juiz ordinário e dos
órfãos, no ano de 1664, da vila de Santana de Parnaíba.411
Estivera, em dezembro de 1665, no sertão de Goiás, como se
pode verificar no inventário que se fez naqueles sertões em 19 de dezembro de 1665 por ocasião da morte do Capitão Francisco Ribeiro de
Morais, de qual bandeira era Capitão-mor Francisco Lopes Benavides.
407
408
409
410
411
Gaspar Fernandes declarou ser antigo morador da capitania, desde cerca 1561 (Registro, I, 42; VII, 107). Desde 1583 já estava estabelecido na vila de São Paulo, para a banda de Pinheiros. De 1584 a 1587 foi escrivão do campo. Em 1590 esteve na
guerra com o Capitão-mor Jerônimo Leitão. Foi ainda procurador do concelho no
ano de 1591 e vereador no ano de 1595. Gaspar Fernandes fez testamento em 13 de
março de 1600 na vila de São Paulo, estando doente de cama. Deixava por herdeira
da terça sua mulher, a quem nomeou por testamenteira; declarou ser casado com
Domingas Antunes, filha de Antônio Preto. Por sua morte se fez auto de inventário
em 17 de abril de 1600 no termo da vila de São Paulo, na paragem chamada Imbiassava.
Domingas Antunes fez testamento em 16 de fevereiro de 1624 na vila de São Paulo,
pedindo para seu corpo ser sepultado na igreja de Noss Senhora do Monte do Carmo, como confreira que era, na mesma sepultura de seu marido Gaspar Fernandes.
Pediu para ser seu testamenteiro ao primo Bernardo da Mota. Seu testamento recebeu o “cumpra-se” em 22 de fevereiro de 1624 na vila de São Paulo. Por sua morte
se fez auto de inventário no mesmo ano, sem data, no sítio e fazenda que ficou da
defunta, na paragem chamada Imbiassava.
Antônio Preto veio para o Brasil com mulher (cujo nome se desconhece) e filhos.
Em São Paulo serviu os cargos de juiz ordinário nos anos de 1575, 1585 e 1590;
almotacel nos anos de 1576 e 1580; vereador nos anos de 1577, 1579, 1592 e 1601,
quando pediu dispensa do exercício da função, alegando o privilégio dos jesuítas
(Atas, II, 87). Fez parte da entrada com o Capitão-mor Jerônimo Leitão no ano de
1585. No ano de 1592 foi contra a entrega das aldeias aos jesuítas (Atas, I, 447).
Por ser homem velho e entendido, foi no ano de 1593, escolhido para ser árbitro de
preços do ofício de ferreiro. Tinha sesmaria em Carapicuíba e fazenda da banda da
Ponte Grande. Em 1608 já era falecido (Atas, II, 211; Sesmarias, I, 52).
APESP. Atas da Câmara de Parnaíba. Livro 1 (1679-1692).
Inventários e Testamentos (publicação oficial do APESP), vol. 27, p. 123.
Revista da ASBRAP n.º 21
243
Sua mulher, Ascença de Pinha, fez testamento em 12 de março de 1687 na vila de Santana de Parnaíba, o qual recebeu o “cumprase” em 15 do mesmo mês. Por sua morte foi inventariada em Parnaíba,
fazendo-se o auto em 1.º de setembro seguinte. Em uma das verbas testamentárias, declarou ser seu cunhado Bartolomeu da Rocha. Em outra
verba, essa com sabor especial, determinou que após sua morte, continuasse a reinar a harmonia em sua família:
... peço a meus filhos se ajão bem com seu pai que se ele casou comigo carregada de dívidas, as quais ele pagou a diversas pessoas.
Mais de 20 anos sobreviveu Antônio da Rocha à morte de sua
mulher. Fez testamento (não anexado ao inventário) e por sua morte se
fez auto de inventário em 29 de novembro de 1706 na vila de Parnaíba.
Em uma folha acostada ao seu inventário, há uma transcrição de uma
sesmaria que recebeu em 22 de maio de 1675, de três léguas de terra, no
porto do rio Piracicaba, na vila de Itu, quase um século antes da fundação de Piracicaba. Esta foi sua petição:
Diz Antonio da Rocha do Canto morador nesta vila de Parnaíba
que ele tem muitas filhas, e trinta netos e não tem terras para se
poderem acomodar, e fazerem suas lavouras.
Pelo que
Para Vosmecê. Como Sesmeiro e Procurador do Senhor Marquês
de Cascais lhe faça mercê de três léguas de terras, do porto de Piracicaba para baixo légua e meia de testada, para banda no morte
(*sic, leia-se norte) e outra légua e meia da banda do sul ficando
fronte ...... fronte uma da outra tanto de testada como de sertão, e
sendo das com...... atras ou adiante onde ........ não sejam.
Espera Receber Mercê. Resa....... do ponta.... e alagadiços.
Seguiu-se o seguinte despacho:
Passe como pede na forma do estilo não havendo dúvida alguma.
Santana de Parnaíba 22 de maio de 1675.
Manuel Pezato.
Estas terras foram citadas anteriormente, por ocasião do inventário de sua mulher Ascença de Pinha Cortês, a qual declarou, em
seu testamento, em 12 de março de 1687, que possuíam terras em Piracicaba, cuja carta tinha Cláudio Furquim. No lançamento dos bens da defunta, em 1.º de setembro de 1687, “lançou-se uma carta de data de sesmaria de meia légua em quadra”. Por onde se conclui que, mesmo que
tenha sido concedida conforme a petição, de três léguas de testada por
meia de sertão (cerca de 2.700 alqueires), apenas se conservou parte da
244
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
sesmaria, ou seja, meia légua em quadra, o que equivaleria a 450 alqueires paulistas, ou 10.890.000 m2. Além desta sesmaria, o casal possuía,
segundo ainda o inventário dos bens de Ascença, 17 ou 18 almas do gentio da terra, uma residência na vila de Santana de Parnaíba, de telha, de
um lanço com um meio sobrado com cozinha no quintal e terras com escrituras, que seriam divisões da primitiva sesmaria, e eram vizinhas às
terras de Miguel Garcia Bernardes e de Sebastião Soares, com este último na fralda de “Joangoaquora”.
Dos documentos sobreviventes dos livros de Notas de Parnaíba, consta uma nota, feita em 18 de agosto de 1706, na mesma vila de
Santana de Parnaíba.412 Naquela data ele vendeu um sítio na paragem
chamada Itapecerica, com todas as terras pertencentes ao sítio, como
constava na escritura delas, que constava de um lanço de casas, com 400
braças de testada e o sertão que se achar, ao Capitão Cláudio Furquim,
pela importância de 400$000 (quatrocentos mil réis), em dinheiro de
contado. Foram testemunhas do ato: Pedro da Rocha do Canto e Tomás
Fernandes Vieira. Antônio da Rocha havia arrematado o sítio, em praça
pública, do inventário do defunto Gaspar Vaz Cardoso.
Quase 20 anos sobreviveu o Capitão Antônio da Rocha à
morte de sua mulher. Fez testamento (não acostado ao inventário), sendo
testamenteiro seu sobrinho-neto Pedro da Rocha do Canto (§ 77.o n.o X).
Por sua morte se fez auto de inventário em 29 de novembro de 1706 na
vila de Santana de Parnaíba, em suas casas de morada, tendo sido juiz
dos órfãos o Capitão Antônio Corrêa Garcia. Os inventários do casal
Antônio-Ascença, foi juntado e transformado em processo único.413 No
princípio, foi nomeado inventariante o sobrinho Pedro da Rocha, que no
mesmo dia largou a função para Tomás Fernandes Vieira, genro do defunto. Entre os bens avaliados do defunto, uma morada de casas na vila
de Parnaíba (em 450$000), dois livros (em $320), um chapéu preto (em
1$000), um hábito de terceiro da Ordem de São Francisco (em 4$000),
um negro escravo de nação Benguela, que andava nas minas de ouro (em
200$000) e 376$910 em dinheiro de contado. Possuía ainda 5 peças da
administração (índios). O orçamento final resultou em um monte mor de
2:045$790, que extraídas as dívidas, coube a cada herdeiro a quantia de
272$425.
412
413
APESP. N.º de ordem: CO 6036. N.º da lata: 1. Diversas Petições de Parnaíba
(1672-1708).
APESP. N.º de ordem: CO 496.
Revista da ASBRAP n.º 21
245
O Capitão Antônio da Rocha do Canto teve uma filha natural:
................., uma moça que vivia em sua casa, que diziam que
era sua filha. Ela veio citada no testamento de Ascença de Pinha Cortês, que lhe deixou 30$000 para ajuda de seu dote.
Do Capitão Antônio da Rocha do Canto e de sua mulher Ascença de Pinha Cortês nasceram:
2 (IX)- MARIA DA ROCHA DO CANTO, que segue.
3 (IX)- DOMINGAS DA ROCHA DO CANTO, que segue no § 60.o.
4 (IX)- LUZIA DA ROCHA DO CANTO, que segue no § 55.o.
5 (IX)- MARIANA DE PINHA CORTÊS, que segue no § 61.o.
1 (IX)-
IX-
414
415
MARIA DA ROCHA DO CANTO, nasceu cerca de 1652 em Santana de Parnaíba, onde se casou, cerca de 1669, com o português CAPITÃO MANUEL
FRANCO DE BRITO, natural da vila de Barcelos, arcebispado de Braga, filho de Gonçalo Rodrigues e de Domingas Francisco. O casal residiu por
muitos anos em Santana de Parnaíba, onde Manuel Franco foi escrivão
dos órfãos, e depois passaram de morada para a vila de Mogi das Cruzes,
onde ele ainda servia o mesmo ofício no ano de 1712.
Por morte de Manuel Franco de Brito fez-se inventário dos
seus bens, aberto em 9 de junho de 1735 na vila de Mogi das Cruzes, no
sítio de Maria da Rocha.414 Foi anexada cópia de seu testamento, feito
em 25 de fevereiro de 1735 em Mogi das Cruzes. Declarou ser natural
de Bucela, perto da cidade de Lisboa, filho de Gonçalo Rodrigues e de
Maria Francisca.
Maria da Rocha do Canto faleceu em 23 de novembro de
1743, conforme declarou seu inventariante (seu neto, MANUEL FRANCO
DA SILVA), por ocasião de seu inventário, aberto em 9 de dezembro do
mesmo ano, na vila de Mogi das Cruzes.415 Havia feito testamento em 7
de novembro do mesmo ano de 1743, declarando naturalidade e filiação,
e que do seu casamento tivera 12 filhos, sendo 7 machos e 5 fêmeas; dos
12, se casaram 7, sendo 2 machos e 5 fêmeas, as quais fêmeas foram todas dotadas.
Filhos:
1 (X)ANTÔNIO FRANCO DE BRITO, que segue.
2 (X)ESPERANÇA FRANCO, que segue no § 48.o.
3 (X)ASCENÇA DE PINHA. Casou-se com MIGUEL SUTIL DE OLIo
VEIRA. Segue no § 49. .
APESP. Inventários do 2.º Cartorio de Mogi das Cruzes. N.º de ordem: CO 7979.
APESP. N.º de ordem: CO 7981.
246
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
4 (X)5 (X)6 (X)7 (X)-
X-
416
417
DOMINGAS FRANCO DE BRITO. Segue no § 50.o.
MANUEL FRANCO DE BRITO. Casou-se com APOLÔNIA DA
SILVA. Segue no § 47.o.
MARQUESA FRANCO. Casou-se com JOSÉ DE GÓIS DA SILVA.
Segue no § 53.o.
TERESA FRANCO. Casou-se com GUILHERME LOPES ALCOFOo
RADO. Segue no § 54. .
ANTÔNIO FRANCO DE BRITO. Casou-se, primeira vez, com MARIA Pedroso, filha de Domingos Pedroso e de Maria Peres da Silva. Com geração.416 Já viúvo de Maria Pedroso, pediu dispensa matrimonial para se
casar com MARIANA DE AGUIRRE, viúva do Sargento-Mor Antônio Bicudo de Brito, filha de Fernando de Aguirre e de Isabel Ribeiro de Camargo. O noivo era morador em Atibaia e a noiva em Juqueri (atual Mairiporã). Sem geração do segundo casamento. Antônio Franco de Brito
casou-se, terceira vez, em 28 de maio de 1743 na matriz de Atibaia (fls.
3) com ESCOLÁSTICA CORRÊA DE OLIVEIRA, ou Escolástica Corrêa de
Medeiros, filha de Salvador Lopes de Medeiros e de Josefa Corrêa de
Oliveira.417 Viúva, Escolástica Corrêa de Oliveira casou-se, segunda vez,
com Jerônimo da Rocha de Camargo (sem geração deste). Antônio
Franco de Brito faleceu em 1754 em Atibaia, com inventário.
Filhos de Antônio Franco de Brito com Maria Pedroso:
1 (XI)DOMINGOS PEDROSO, já falecido em 1754, solteiro. Ou talvez
fosse o Domingos da Rocha do Canto, falecido em 1742 em
Atibaia. Esse mesmo Domingos da Rocha do Canto foi testemunha de um casamento em 24 de junho de 1736 em Atibaia
(matriz, casamentos, fls. 47v).
2 (XI)........., que em 1754 estava casada com JOSÉ ALVES, o qual,
em 1794, era morador em Araraquara.
3 (XI)MARIA DA ROCHA DO CANTO. Segue no § 45.o.
Filhos de Antônio Franco de Brito com Escolástica Corrêa de
Oliveira:
4 (XI)ÂNGELO FRANCO CORRÊA. Segue.
5 (XI)JOÃO FRANCO DE BRITO. Segue no § 44.o.
6 (XI)MARIA FRANCO. Segue no § 46.o.
7 (XI)ISABEL, demente.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VII: Morais, p. 154.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. II: Pires, p. 33.
Revista da ASBRAP n.º 21
XI-
418
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421
247
ÂNGELO FRANCO CORRÊA. Casou-se com JOSEFA RODRIGUES DA CUNHA, filha de Lourenço Rodrigues de Camargo e de Ana Maria de Morais.418 Neta paterna de João Rodrigues da Cunha e de (sua primeira mulher) Josefa Pedroso de Siqueira; neta materna de Cristóvão da Cunha
Barros e de Joana do Prado. Foram pais de:
1 (XII)- ÂNGELA, solteira em 1804.
2 (XII)- MARIA GERTRUDES DO CARMO. Casou-se, primeira vez, com
o CAPITÃO MANOEL BARBOSA DE LIMA, filho do Capitão Antônio Barbosa de Lima e de sua mulher (casados em 1749 em
Atibaia) Apolônia Maria do Pilar e Vasconcelos; neto paterno
de Francisco Barbosa de Lima e de Maria de Andrade; neto
materno do Capitão Bento de Siqueira Pedroso e de Maria
Machado de Vasconcelos.419 Maria Gertrudes casou-se, segunda vez, em 1810, em Atibaia, com o AJUDANTE ANTÔNIO
TEIXEIRA BASTOS, natural de Portugal. Com geração do primeiro marido: são ascendentes dos Barbosas da Cunha, de
Atibaia.
3 (XII)- ANA RODRIGUES DA CONCEIÇÃO. Casou-se em 1804 em Atibaia, com JOÃO BATISTA TAVARES, natural de Portugal. Com
geração.
4 (XII)- JOSEFA MARIA. Casou-se em 1811, em Atibaia, com o ALFERES JOSÉ ANTÔNIO PEDROSO, filho de Jerônimo de Godoy
Moreira e de (sua primeira mulher) Maria Joaquina Pedroso;
neto paterno do Tenente José de Godoy Moreira e de (sua
primeira mulher) Isabel Cardoso Franco; neto materno do Alferes Lourenço Franco da Rocha e de Francisca Margarida
Pedroso.420
5 (XII)- GERTRUDES MARIA DO PATROCÍNIO. Casou-se em 1819, em
Atibaia, com JOSÉ RODRIGUES BUENO, viúvo de Ana Joaquina de Oliveira, filho de Bartolomeu Bueno de Azevedo e de
(sua primeira mulher, casados em 1765 em Guarulhos) Ana
Rodrigues Fortes; neto paterno de Manuel da Fonseca Pinto e
de Mariana Bueno de Azevedo; neto materno de Antônio Rodrigues Fortes e de Rosa Francisca.421 Com geração.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VIII: Rodrigues Lopes, p. 338.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VII: Siqueiras Mendonças, p. 489.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VI: Godoys, p. 14.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. I: Camargos, p. 395.
248
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
6 (XII)-
7 (XII)8 (XII)-
XI-
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MARIA MADALENA RODRIGUES. Casou-se em 1814, em Atibaia, com o CAPITÃO LOURENÇO FRANCO DA ROCHA BUENO,
seu concunhado, filho de Jerônimo de Godoy Moreira e de
Maria Joaquina Pedroso.422 Com geração.
JOSÉ.
MANUEL JOSÉ RODRIGUES. Casou-se em 1820, em Atibaia,
com MARIA POLICARPA FRANCO, filha do capitão-mor da vila
de Atibaia, José de Siqueira Franco e de (sua segunda mulher,
casados em 1799 em Atibaia) Francisca Margarida Pedroso;
neta paterna do primeiro capitão-mor de Atibaia, Lucas de Siqueira Franco e de Isabel da Silveira e Camargo; neta materna
de Jerônimo de Godoy Moreira e de Maria Joaquina Pedroso.423 Com geração.
§ 44.o
JOÃO FRANCO DE BRITO. Filho de Antônio Franco de Brito, do § 43.o n.º
X. Casou-se, primeira vez, em 1771 em Atibaia, com FRANCISCA LEITE
CARDOSO, filha de Antônio Leite Cardoso e de Maria Leite da Silva; neta paterna de Pedro Leite Cardoso e de Josefa Antunes de Siqueira; neta
materna de Brás Esteves Leme e de Teodora da Silva Padilha.424 Casouse, segunda vez, em 1785 em Atibaia, com JOANA BUENO DE CAMARGO,
filha de Francisco Pires Garcia e de Mécia Bueno de Camargo; neta paterna de Diogo das Neves Pires e de (sua primeira mulher) Ana Maria
Garcia, moradores em Atibaia; neta materna de Pedro de Camargo Pimentel e de Leonor da Rocha.425
Filhos de João Franco de Brito e de Francisca Leite Cardoso:
1 (XII)- INÁCIO FRANCO DE BRITO. Casou-se em 1807, na vila de
Campinas, com RITA PEDROSO, filha do Alferes Francisco
Xavier da Rocha e de sua mulher (casados em 1777 na vila de
Bragança Paulista) Gertrudes Furquim de Oliveira; neta paterna de Bento Domingues Rocha e de Josefa Rodrigues de
Oliveira; neta materna de Cláudio Furquim de Campos e de
Maria de Lima do Prado.426
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VI: Godoys, p. 14.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. II: Pires, p. 93.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VI: Bicudos, p. 301.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. II: Pires, p. 155.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VI: Furquins, p. 283.
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2 (XII)3 (XII)4 (XII)-
249
ANTÔNIO FRANCO, casado e morador em Mogi Mirim.
MARIA JOAQUINA. Casou-se com CLÁUDIO DOMINGUES DOS
SANTOS. Foram moradores em Campinas. Com geração.
SALVADOR, falecido solteiro.
Filhos de João Franco de Brito e de Joana Bueno de Camar-
go:
5 (XII)-
CUSTÓDIO JOSÉ BUENO. Casou-se em 1812, na vila de Campinas, com GERTRUDES MARIA PEDROSO, filha de João Pedroso do Prado e de Maria Rodrigues.
6 (XII)- JOANNA BUENO DE CAMARGO. Casou-se em 1808, em Campinas, com JOÃO DE BRITO LEME, viúvo de Maria Pedroso.
7 (XII)- ANA JOAQUINA DA LUZ. Casou-se em 1812, em Campinas,
com JOSÉ DE ALMEIDA PIRES, viúvo de Izabel Monteiro.
8 (XII)- INÁCIA BUENO DE CAMARGO. Casou-se em 1804, em Campinas, com FRANCISCO DA SILVA LEME, falecido em 1851 em
Campinas, natural de São João d‟El-Rei, Minas Gerais, filho
de José da Silva Leme e de Maria Ferreira. Moradores em
Campinas. Com geração.
9 (XII)- ANTÔNIO MARIANO DE CAMARGO. Casou-se em 1818, em
Campinas, com MARIA JOAQUINA, filha de Aleixo Antônio de
Godoy e de Luzia da Fonseca Pinto.
10 (XII)- VICÊNCIA, solteira em 1817.
XI-
427
428
§ 45.o
MARIA DA ROCHA DO CANTO. Filha de Antônio Franco de Brito, do §
43.o n.º X. Casou-se em 19 de janeiro de 1729 em Atibaia (matriz, fls.
20v) com BERNARDO BICUDO DE AGUIRRE, filho do Sargento-Mor Antônio Bicudo e de sua mulher Mariana de Aguirre.427 Com geração. Em
1754, Bernardo Bicudo era morador em Mogi Guaçu. Foram pais de:
1 (XII)- MARIANA MARIA, natural de Mogi Mirim. Casou-se com seu
sobrinho JOÃO FERREIRA ALVES, filho de Domingos Ferreira
Alves e de Quitéria Pedroso da Rocha, adiante.428 Com geração. Ele depois se casou com Ângela Ribeiro de Araújo, da
qual também teve geração.
2 (XII)- CAPITÃO JOÃO BICUDO DE AGUIRRE, falecido em 1829 em Itu. Casou-se com ANA EMERENCIANA DE OLIVEIRA. Com geração.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VI: Bicudos, p. 307.
Silva Leme, apesar de ele próprio escrever, depois pôs em dúvida esse casamento.
250
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
3 (XII)-
XI-
X-
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430
431
QUITÉRIA PEDROSO DA ROCHA. Casou-se com o português
DOMINGOS FERREIRA ALVES, natural de Guimarães. Com geração.
§ 46.o
MARIA FRANCO, filha de Antônio Franco de Brito, do § 43.o n.º X. Já era
falecida em 1794. Casou-se em 1769 em Atibaia, com ANTÔNIO DE SIQUEIRA LIMA, filho de Antônio Pedroso de Alvarenga e de sua mulher
(casados em 1747 em Atibaia) Ana de Lima do Prado; neto paterno de
Roque de Siqueira de Alvarenga e de Maria Nunes de Anhaya; neto materno de João de Lima do Prado e de Francisca da Rocha Bueno.429 Viúvo, Antônio de Siqueira Lima casou-se com Gertrudes Maria; com geração das duas. Filhos de Maria Franco e de Antônio de Siqueira Lima:
1 (XII)- ANA FRANCO. Casou-se em 1792, em Atibaia, com JOAQUIM
INÁCIO DE GODOY, filho de Félix Lopes da Cunha e de (casados em 1764 em Nazaré) Ana de Godoy Moreira; neto paterno de José Lopes da Cunha e de (sua primeira mulher, casados em 1735 em Nazaré) Isabel Bicudo de Siqueira; neto materno de José Moreira César e de Catarina de Godoy Moreira.430
2 (XII)- BERNARDO DE SIQUEIRA LIMA. Casou-se, primeira vez, com
ANA MARIA DA CRUZ, segunda vez, em 1817, na vila de
Campinas, com ANA BUENO DE CAMARGO, filha de Joaquim
de Camargo Neves e Gertrudes Barbosa; neta paterna de
Francisco Pires Garcia e de Mécia Bueno de Camargo; neta
materna de Luís Cardoso de Gusmão e de Quitéria de Jesus.431 Sem geração. Casou-se, terceira vez, em 1818, em
Campinas, com FRANCISCA BUENO DE CAMARGO, irmã de
sua segunda mulher.
3 (XII)- MARIA, batizada em 1778 em Atibaia.
4 (XII)- GERTRUDES, batizada em 1781 em Atibaia.
§ 47.o
MANUEL FRANCO DE BRITO (filha de Maria da Rocha do Canto, do §
43.o n.º IX), falecido em 1719. Casou-se com APOLÔNIA DA SILVA. Foram pais de:
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. III: Prados, p. 155.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. II: Pires, p. 23.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. II: Pires, p. 154.
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1 (XI)2 (XI)-
3 (XI)XI-
X-
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DOMINGOS FRANCO DE BRITO. Segue.
APOLÔNIA (ou PAULA). Constou como casada, em 1735, por
ocasião do inventário de seu avô Manuel Franco de Brito.
S.m.n.
MARIA, falecida em menor idade.
DOMINGOS FRANCO DE BRITO, casado em 1744 em Mogi das Cruzes
com MARIA LEITE DE MORAIS, filha de Gregório Leite de Morais e de
sua primeira mulher (casados em 1724 em Mogi das Cruzes) Helena da
Silva; neta paterna de Vasco da Mota Cavalcanti e de Ana de Oliveira;
neta materna de Domingos Nunes e de Maria da Silva.432 Foram pais de,
que se descobriu:
1 (XII)- ÂNGELO FRANCO DE MORAIS. Casou-se em 1791, em Mogi
das Cruzes, com ANA GERTRUDES, filha de Manuel Leme do
Prado e de Joana Pedroso da Fonseca.433
2 (XII)- MANUEL LEITE DE MORAIS. Casou-se em 1782 na freguesia
de Conceição dos Guarulhos, com MARIA DE ARAÚJO, filha
de Inácio Fernandes de Oliveira e de Maria de Araújo.
3 (XII)- ANTÔNIO LEITE MORAIS. Casou-se em 1788, em Mogi das
Cruzes, com DINA MARIA DE ARAÚJO, filha de Francisco Pereira de Pontes e de Ângela de Araujo.434
4 (XII)- MANUELA FRANCO DE MORAIS. Casou-se, em 1755, em Mogi
das Cruzes, com ANTÔNIO FERNANDES DE OLIVEIRA, filho de
Inácio Fernandes de Oliveira e de Maria de Araújo.
§ 48.o
ESPERANÇA FRANCO (filha de Maria da Rocha do Canto, do § 43.o n.º
IX). Casou-se, primeira vez, em 1697, em Santana de Parnaíba, com
LUCAS DE FREITAS.435 Ele era filho de Francisco Bueno de Camargo e de
Mariana de Freitas de Azevedo; neto paterno de Bartolomeu Bueno de
Ribeira, o moço, e de sua mulher (casados em 1634 em São Paulo) Mariana de Camargo; neto materno de Lucas de Freitas de Azevedo e de
Lucrécia de Mendonça. Por morte de Lucas de Freitas, fez-se auto de inventário em 14 de abril de 1700 na vila de São Paulo.436 Viúva, EsperanLEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VII: Morais, p. 122.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. III: Prados, p. 183.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. III: Prados, p. 299.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. I: Buenos, p. 417.
APESP. N.º de ordem: CO 500.
252
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
ça Franco casou-se, segunda vez, com MANUEL DE LIMA PEREIRA. Esperança Franco já era falecida em 1735, por ocasião do inventário de seu
pai, Manuel Franco de Brito.
Esperança Franco e Lucas de Freitas tiveram filho único:
1 (XI)MANUEL, nascido cerca de 1699 e falecido na infância.
Esperança Franco e Manuel de Lima Pereira tiveram dois filhos:
2 (XI)JOSÉ DE LIMA FRANCO. Segue.
3 (XI)JOÃO DE LIMA.
XI-
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438
439
JOSÉ DE LIMA FRANCO. Já era homem casado, aquando do inventário de
seu avô materno, Manuel Franco de Brito, em 1735. Casou-se, primeira
vez, em Mogi das Cruzes, com JOSEFA DE GÓIS, filha de Tomé de Góis e
de sua primeira mulher Maria da Apresentação de Abreu; neta paterna
de Nuno de Góis Muniz, natural da Capitania do Espírito Santo, e de Isabel de Siqueira; neta materna de Sebastião de Cândia e de Catarina
Pimenta de Abreu.437 Casou-se, segunda vez, em 1757, em Mogi das
Cruzes, com TERESA DA SILVA, viúva de João da Costa Lima.
José de Lima Franco teve, de sua primeira mulher, Josefa de
Góis:
1 (XII)- ANTÔNIO DE LIMA FRANCO, falecido em 1796 em Mogi das
Cruzes, onde foi casado com ROSA LEME DE GODOY, filha de
Manuel Leme do Prado e de (sua primeira mulher, casados
em 1733 em Mogi das Cruzes) Maria da Silva.438 Com geração.
2 (XII)- ÂNGELA FRANCO DE LIMA, foi casada com SIMÃO FERNANDES DE MENDONÇA, filho de Sebastião Fernandes de Mendonça e de Maria Soares de Siqueira.439 Com geração.
3 (XII)- MARIA DE GÓIS, estava casada em 1757, com ÂNGELO DOMINGUES DE CARVALHO, filho de João Domingues de Carvalho, natural de Portugal, e de Teresa Soares de Jesus, natural
de Mogi das Cruzes.
4 (XII)- JOÃO BATISTA FRANCO. Casou-se em 1763, em Mogi das
Cruzes, com INÁCIA LEME DA SILVA, filha de Manuel Leme
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. V: Alvarengas, p. 305.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. III: Prados, p. 182.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VII: Siqueiras Mendonças, p. 530.
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do Prado e de (sua primeira mulher) Maria da Silva.440 Com
geração.
FRANCISCO DE LIMA FRANCO.
ÂNGELO DE LIMA FRANCO, casado em 1768, em Mogi das
Cruzes, com MARIA DA CUNHA, filha de João Leite de Siqueira e de Agostinha Machado.441 Com geração.
JOSÉ DE LIMA FRANCO, casou-se em 1769 em Mogi das Cruzes com ÂNGELA CORRÊA, filha de Félix Corrêa da Silva e de
(segunda mulher) Escolástica Nunes de Matos.442 Com geração.
ANA FRANCO, casou-se em 1762 em Mogi das Cruzes com
ANTÔNIO RODRIGUES COELHO, filho de Domingos Rodrigues
Coelho e de Joana Ribeiro do Prado.443
§ 49.o
ASCENÇA DE PINHA (filha de Maria da Rocha do Canto, do § 43.o n.º
IX). Foi a primeira mulher, com quem se casou em 1690, em Santana de
Parnaíba, do bandeirante MIGUEL SUTIL DE OLIVEIRA, natural da vila de
Sorocaba, filho de Sebastião Sutil de Oliveira, falecido em 1708 em Sorocaba, e de sua (primeira) mulher Margarida Fernandes; neto paterno de
João Sutil de Oliveira e de sua mulher Maria Ribeiro; neto materno de
Miguel Garcia Carrasco e de Ana Barbosa.444 Miguel Sutil de Oliveira
descobriu minas de ouro no Coxipó, as quais tiveram o nome de lavras
do Sutil, e mais tarde descobriu uma outra importante mina de ouro, no
lugar onde hoje está edificada a cidade de Cuiabá. Em 1735, data do inventário de seu sogro, Manuel Franco de Brito, Miguel Sutil e sua mulher eram moradores em Paranapanema.
Viúvo, Miguel Sutil casou-se, segunda vez, em Sorocaba, em
1748, com Ana Vieira.
Filho (que se conhece) de Ascença de Pinha e de Miguel Sutil
de Oliveira:
1 (XI)MIGUEL SUTIL. Casou-se em 1714 em Sorocaba com INÊS DE
MORAIS, filha de José de Morais e de Lucrécia Cubas. S.m.n.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. III: Prados, p. 183.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VII: Siqueiras Mendonças, p. 521.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. V: Alvarengas, p. 301.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. III: Prados, p. 261.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. I: Carvoeiros, p. 60.
254
X-
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Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
§ 50.o
DOMINGAS FRANCO DE BRITO (filha de Maria da Rocha do Canto, do §
43.o n.º IX). Casou-se em 1697 em Santana de Parnaíba com o CAPITÃO
JOSÉ DE CAMARGO E SIQUEIRA, filho de Bento de Siqueira Mendonça e
de Ana Maria de Camargo; neto paterno de Antônio de Siqueira de
Mendonça e de Ana Vidal; neto materno de José Ortiz de Camargo e de
Maria Antunes.445 Já estava casada, em 1735, com JOSÉ DE FREITAS COLAÇO. Quando Domingas faleceu, José de Freitas também era defunto;
não deixaram geração deste casamento.
Por morte de Domingas Franco de Brito, fez-se auto de inventário em 4 de setembro de 1737 na cidade de São Paulo, no sítio em que
vivia a defunta, no bairro de Emboaçava.446 Foi declarante o filho Bento
de Siqueira Rocha, que disse que sua mãe faleceu em 25 de julho do
mesmo ano. De bens de raiz, deixou uma morada de casas na rua da Cadeia, de dois lanços, na cidade de São Paulo, e um sítio na paragem
chamada Emboaçava. Era senhora de 8 escravos. O monte-mor da fazenda somou 1:144$520 e as dívidas, 430$760.
Filhos de Domingas Franco de Brito e do Capitão José de
Camargo e Siqueira:
1 (XI)ANA MARIA DE CAMARGO, mulher de GASPAR SOARES GARCIA, filho de Manuel Garcia. Do que se colheu do inventário
de Domingas Franco de Brito, em 1737, estava ausente na
Minas Gerais. Deixaram geração.
2 (XI)MARIA DE SIQUEIRA ROCHA, mulher de HENRIQUE DA SILVA
COLAÇO, também chamado Henrique José de Siqueira Rocha,
quando morador na freguesia de São Roque, cidade de São
Paulo, já falecido em 1739, filho do Alferes Francisco da Silva Colaço, natural da vila de Alenqu er e de sua mulherAna
Ribeiro de Alvarenga.447 Com geração. Em 1737 viviam no
sítio de Emboaçava, o mesmo em que se fez o auto de inventário de Domingas Franco de Brito. Maria de Siqueira casouse, segunda vez, em 1739, com ÂNGELO FURQUIM DE CAMARGO, filho de Estêvão Furquim de Camargo e de Branca
Raposo.448 Com geração, também.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VII: Siqueiras Mendonças, p. 482.
APESP. N.º de ordem: CO 739, da série de inventários do 1.º Ofício.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. V: Alvarengas, p. 376.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VI: Furquins, p. 251.
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3 (XI)-
4 (XI)-
255
MARIA DO NASCIMENTO DE CAMARGO, mulher do ALFERES
JOÃO DE EL-RIOS FURTADO, falecido em 1753 em Santana de
Parnaíba, filho de Sebastião Dias Furtado e de Maria da Costa, de Santo Amaro. Do que se colheu do inventário de Domingas Franco de Brito, em 1737, João Del Rios encontravase ausente nas Minas Gerais. Com geração.
ESCOLÁSTICA EUGÊNIA DE CAMARGO. Casou-se, em 1732,
com o CAPITÃO BENTO DA GAMA DE ALVARENGA CHASSIM,
natural da freguesia de Araçariguama, vila de Santana de Parnaíba, em cujá freguesia teve fazenda de cultura e engenho de
cana-de-açúcar.449 Era filho do Capitão Rodrigo Bicudo
Chassim e de sua mulher (casados em 1698 em São Paulo)
Maria Pires de Barros; neto paterno do português Gonçalo
Simões Chassim, natural da cidade de Portimão (onde foi batizado, na matriz, em 30 de outubro de 1636, falecido em São
Paulo, com testamento, em 25 de maio de 1720) e de sua mulher (casado cerca de 1660 em São Paulo) Maria Leme de
Brito, ou Maria Leme de Alvarenga; neto materno do Capitão
Pedro Vaz de Barros e de sua mulher Maria Leite de Mesquita.450 Do que se colheu do inventário de Domingas Franco de
Brito, em 1737, Escolástica encontrava-se em Araçariguama,
termo da vila de Santana de Parnaíba, e seu marido ausente
nas Minas de Goiás. Foram pais, entre outros, do Padre Antônio Pedroso de Barros.
A seu respeito escreveu Pedro Taques: 451
Passando (Bento da Gama) à província do Rio Grande do Sul, e
achando-se na campanha do Rio Pardo em negócios comerciais,
tendo posto de capitão de soldados milicianos, levado do ardor natural que herdou dos nobres ascendentes, que no serviço do rei foram sempre soldados aventureiros sem soldo, nem interesse de
prêmios, não duvidou acompanhar para uma facção de crédito,
mais temerária que valorosa, aos capitães João de Siqueira Barbo-
449
450
451
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VI: Chassins, p. 539.
Sobre este último casal, vide: BOGACIOVAS, Marcelo Meira Amaral. Uma família
paulista quatrocentona de origem cristã-nova: os Pedrosos e Vazes de Barros. Revista Lusófona de Genealogia e Heráldica n.o 7, p. 131.
LEME, Pedro Taques de Almeida Pais (1714-1777). Nobiliarquia Paulistana Histórica e Genealógica, 5.ª ed., 3 vol., São Paulo: Ed. Itatiaia/EDUSP, 1980. Vol. II:
Chassins, p. 164.
256
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
sa e Miguel Pedroso Leite, ambos naturais de S. Paulo, que com limitado corpo de 200 paulistas, todos bisonhos, sem a menor disciplina militar, atacaram em 1762 uma fortaleza, que por todos os
lados tinha artilharia de grosso calibre, e por governador dela a
dom Antonio Catane, havendo dentro do presídio vários oficiais de
patente com soldados de tropas regulares, além de um corpo de
2000 índios, destros em atirar flechas e no fogo dos arcabuzes.
E foi Bento da Gama um dos soldados que venceu a muralha da dita fortaleza, tendo por companheiros desta grande ação, a um
mesmo tempo, os dois capitães paulistas e o tenente de infantaria
Cypriano Cardoso de Barros Leme, também natural de S. Paulo; e
foi tal a confusão dos do presídio que o primeiro que fugiu foi o governador Dom Antonio Catane, em camisa, para não ser reconhecido pela farda; ficando prisioneiros um mestre de campo, o sargento-mor, três tenentes e dois artilheiros, que ambos eram jesuítas
que tendo por fardas as roupetas, se fizeram bem conhecidos. Ficaram senhores da artilharia grossa e miúda, grande numero de espingardas, catanas, dardos etc., grande número de barris de pólvora e tudo que estava dentro da fortaleza, e se deu este despojo aos
200 soldados paulistas, de que pouco se aproveitaram, porque toda
a ambição de interesse se apoderou dos soldados dragões. Desinfestada a campanha, recolheram-se os nossos para a praça do Rio
Pardo com 9000 vacas e mais de 5000 cavalos; e devendo este despojo ser repartido pelos 200 paulistas, não se praticou assim, porém sempre tiveram a honra do real serviço nesta grande ação. O
capitão Bento da Gama recolheu-se a salvamento a sua casa.
5 (XI)-
6 (XI)7 (XI)8 (XI)-
9 (XI)-
452
MARGARIDA DE SIQUEIRA DE CAMARGO. Casou-se, primeira
vez, com seu parente JOÃO DA ROCHA DE OLIVEIRA (em §
77.o n.º XI), ali a geração. Casou-se, segunda vez, em 1756,
em Santana de Parnaíba, com SALVADOR MARTINS LEME, filho de José Martins Leme e de Antônia Ribeiro.452
BENTO DE SIQUEIRA ROCHA, que segue.
ANTÔNIO DE SIQUEIRA ROCHA. Segue no § 51.o.
FRANCISCO DE SIQUEIRA ROCHA, faleceu solteiro, assassinado
no caminho do Serro Frio, termo de Pitangui. Do que se colheu do inventário de Domingas Franco de Brito, em 1737,
estava ausente nas Minas Gerais.
JOSÉ DE CAMARGO DE SIQUEIRA. Segue no § 52.o.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VII: Martins Bonilhas, p. 260.
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BENTO DE SIQUEIRA ROCHA, nascido cerca de 1713. Casou-se em 1738
com ANA DE MORAIS, filha de Francisco da Cunha Reinol e de Teresa
de Morais. Foram pais de:
1 (XII)- MATEUS PEDROSO DE CAMARGO. Casou-se em 1789 na freguesia de Nossa Senhora da Conceição dos Guarulhos com
ANA GERTRUDES DO NASCIMENTO, filha de Aleixo Leme de
Faro e de (casados em 1750 na freguesia de Conceição de
Guarulhos) Luiza de Santana Morais.453 Com geração.
2 (XII)- MARIA DE SIQUEIRA DE CAMARGO, falecida em 1797. Casouse em 1775, em São Paulo, com JOÃO DA SILVA ORTIZ, falecido em 1802, filho de José da Silva Ortiz e de Mécia de Aguirre.454 Sem geração.
3 (XII)- FRANCISCO XAVIER DE CAMARGO E SIQUEIRA, que faleceu
em 1797 na vila de Atibaia. Casou-se em 1784 com ANA BUENO CARDOSO, filha de João Franco Bueno e de Josefa Bueno
Cardoso.455 Com geração. Ana Bueno casou-se, novamente,
em 1798, com José Corrêa da Silva (viúvo de Maria Rodrigues de Oliveira).
4 (XII)- LUCIANA MARIA DE CAMARGO. Foi a primeira mulher do CAPITÃO JOAQUIM DA CUNHA LEME, filho do Capitão José Xavier Cardoso e Cunha e de Escolástica Ortiz de Camargo.456
Com geração. O Capitão Joaquim da Cunha casou-se, segunda vez, em 1819, em Bragança Paulista, com Gertrudes Maria
de Morais, também com geração.
5 (XII)- JOSÉ PEDROSO DE SIQUEIRA. Casou-se em 1780, em Atibaia,
com ANTÔNIA BUENO, viúva de Jerônimo Soares.
6 (XII)- INÁCIA MARIA DE CAMARGO. Casou-se, em 1774, em São
Paulo, com ANTÔNIO PEREIRA DE MORAIS, filho de Sebastião
Preto e de Helena de Morais.457 Com geração. Viúvo, Antônio Pereira casou-se novamente, em 1794, em Santana de
Parnaíba, com Gertrudes Antônia Bueno, de quem teve, também, geração.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. II: Lemes, p. 374.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. I: Camargos, p. 306.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. I: Buenos de Ribeira, p. 506.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VI: Furquins, p. 245.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VI: Morais, p. 122.
258
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463
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
§ 51.o
ANTÔNIO DE SIQUEIRA ROCHA. Filho de Domingas Franco de Brito, do §
50.o n.º X. Do que se colheu do inventário de Domingas Franco de Brito,
em 1737, sua mãe, era solteiro, de 24 anos de idade. Casou-se, em 1775,
em Atibaia, com MARIA RIBEIRO DE CAMARGO, filha de Francisco Cubas Bueno e de Ana Maria da Silveira e Camargo.458 Foram pais de, que
se descobriu:
1 (XII)- MARIA DE SIQUEIRA BUENO. Casou-se, em 1791, em Atibaia,
com ANTÔNIO BUENO FRANCO, filho de Domingos Franco
Bueno e de Escolástica Ortiz de Camargo.459 Antônio Bueno
faleceu em 1815 em Atibaia. Com geração.
§ 52.o
JOSÉ DE CAMARGO DE SIQUEIRA. Filho de Domingas Franco de Brito, do
§ 50.o n.º X. Do que se colheu do inventário de Domingas Franco de Brito, em 1737, era solteiro, com 20 anos de idade. Casou-se, em 1745, na
freguesia de Santo Amaro, cidade de São Paulo, com TERESA BLANCO
MACHADO, filha de José Blanco Raposo e de Maria Pinto Machado.460
José de Camargo faleceu em 1783, com testamento, e sua mulher, em
1781. Foram pais de:
1 (XII)- ROSA MARIA, casada em 1764, em Santo Amaro, com JOÃO
DE DEUS DE OLIVEIRA, filho de Antônio Fernandes e de Maria
Pedroso, neto paterno de Manoel Fernandes de Oliveira e de
Joana Requeixo. Com geração.
2 (XII)- ANA MARIA DE CAMARGO, casada em 1773, em São Paulo,
com JOSÉ MONTEIRO DA FONSECA, filho de Bento Monteiro
da Fonseca e de Antônia Gomes de Morais.461
3 (XII)- MARIA BLANCO, casada primeira vez, em 1772, em São Paulo, com LINO BATISTA RAMOS, filho de João Batista Ramos e
de Mariana Borges da Silva.462 Segunda vez, em 1774, em
São Paulo, com JERÔNIMO CORDEIRO DO AMARAL, filho de
Brás Cordeiro e de Joana Furquim de Camargo.463 Sem geraLEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. I: Buenos de Ribeira, p. 460.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. I: Buenos de Ribeira, p. 444.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VIII: Dias, p. 20.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. V: Alvarengas, p. 385.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VIII: Maciéis, p. 190.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VI: Furquins, p. 251.
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4 (XII)5 (XII)-
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464
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ção. Jerônimo Cordeiro casou-se, novamente, com Antônia
Maria de Pontes e era morador em Sorocaba.
RITA TERESA DE CAMARGO. Casou-se com FRANCISCO DE
CARVALHO DE ANDRADE, natural de Portugal.
ESCOLÁSTICA TERESA DE CAMARGO, casada em 1784, em
São Paulo, com JOAQUIM JOSÉ DOS SANTOS, filho de João
Paes Damasceno e de Josefa Rodrigues da Silva.
JOSÉ BLANCO DE CAMARGO. Casou-se, primeira vez, em
1776, em São Paulo, com GERTRUDES MONTEIRO, irmã de
José Monteiro da Fonseca, acima; segunda vez, em 1783, em
São Paulo, com ESCOLÁSTICA MARIA DO ROSÁRIO, filha de
Antônio Pedroso de Barros e de Maria de Eiros Moreira; faleceu em 1815.464 Com geração das duas mulheres.
JOANA BLANCO DE CAMARGO. Casou-se, em 1774, em São
Paulo, com CRISTÓVÃO DINIZ CALDEIRA, filho de Inácio Diniz Caldeira e de Escolástica Cordeiro Borba; neto paterno de
Manuel Diniz Caldeira e de Úrsula Maria da Trindade; neto
materno de Martinho Cordeiro e de Catarina de Borba Gato
(sobrinha de Manuel de Borba Gato, grande bandeirante
paulista). Com geração.
GERTRUDES TERESA. Casou-se, em 1780, em São Paulo, com
PEDRO JOSÉ DA SILVA, natural do Rio de Janeiro, filho natural
do Dr. Silvestre de Carvalho Freire e de Teodora de Torres
Quintanilha.
§ 53.o
MARQUESA FRANCO (filha de Maria da Rocha do Canto, do § 43.o n.º
IX). Casou-se com JOSÉ DE GÓIS DA SILVA, filho de Nuno de Góis Muniz, natural da Capitania do Espírito Santo, e de sua mulher Isabel de Siqueira, moradores na vila de Mogi das Cruzes. Falecendo Marquesa
Franco em 1717, José de Góis casou-se, segunda vez, com Maria Bicudo.
De Marquesa Franco e de José de Góis da Silva nasceram:
1 (XI)JOÃO DA SILVA FRANCO. Casou-se em 1730 em Sorocaba
com MARIA DAS NEVES NOGUEIRA, dali natural, filha de João
Nunes de Matos e de Teresa Fernandes Nogueira.465 Com geração.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VII: Freitas, p. 175.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. V: Cunhas Gagos, p. 76.
260
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
2 (XI)-
X-
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MANUEL FRANCO DA SILVA. Batizado em 1.º de junho de
1717 na vila de Mogi das Cruzes. Com ele vivia sua avó Maria da Rocha do Canto, tendo sido o inventariante dela. Casou-se, em 1745, com dispensa matrimonial, RITA FRANCISCA
466
DE MORAIS.
Ela foi batizada em 16 de junho de 1729 em
Mogi das Cruzes, sendo, em 1745, freguesa da Sé da cidade
de São Paulo, filha de Dâmaso Álvares de Abreu e de Rosa
da Silva de Morais.467
§ 54.o
TERESA FRANCO (filha de Maria da Rocha do Canto, do § 43.o n.º IX).
Casou-se com GUILHERME LOPES ALCOFORADO, o qual faleceu em 1752
em Mogi das Cruzes. Teresa Franco faleceu em 1746 em Mogi das Cruzes. Foram pais de:
1 (XI)MARGARIDA LOPES. Casou-se em 1755, em Mogi das Cruzes,
com PASCOAL RODRIGUES DE AGUIAR, viúvo de Ana Vaz.
2 (XI)LUZIA FRANCO DE BRITO. Casou-se em 1740 em Mogi das
Cruzes com JOÃO RODRIGUES CARASSA, filho de Miguel Rodrigues Carassa e de Isabel de Araújo.468 Com geração.
3 (XI)MARIA DE MORAIS DE ALVARENGA. Casou-se em 1740 em
Mogi das Cruzes com JOÃO DA CRUZ DE OLIVEIRA, filho de
Jorge Velho e de Leonor de Miranda.469
4 (XI)JOSÉ LOPES DE ALVARENGA. Casou-se em 1751 em Mogi das
Cruzes com ESCOLÁSTICA DE GODOY, falecida em 1796, filha
de João de Godoy Moreira e de Catarina de Lemos.470 Sem
geração.
5 (XI)ÂNGELO, solteiro.
6 (XI)JERÔNIMO, demente.
§ 55.o
LUZIA DA ROCHA DO CANTO (filha do Capitão Antônio da Rocha do
Canto, do § 43.o n.º VIII) nasceu cerca de 1661 na vila de Santana de
Parnaíba, onde provavelmente se casou, na sua igreja matriz, cerca de
ACMSP. Processo n.º 4-27-160, fls. 55 em diante.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. II: Lemes, p. 429.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VII: Garcias Velhos, p. 447.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. III: Prados, p. 217.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VI: Godoys, p. 57.
Revista da ASBRAP n.º 21
261
1676, com JOÃO GARCIA CARRASCO, nascido cerca de 1647 na vila de
Santana de Parnaíba, filho de outro João Garcia Carrasco471, nascido
cerca de 1625 na vila de São Paulo, falecido com inventário472 iniciado
em 14 de dezembro de 1681 e de sua mulher (casados cerca de 1643,
provavelmente na vila de Santana de Parnaíba) Luzia Corrêa de Alvarenga473, nascida por volta de 1630, possivelmente em São Paulo, ou em
Santana de Parnaíba; neto, por parte paterna do castelhano Miguel Garcia Carrasco, o tronco dos Carrascos de São Paulo e do Paraná (foi pai
do Capitão Baltasar Carrasco dos Reis, fundador da capela de Nossa Senhora de Guadalupe, que deu origem à cidade de Curitiba, hoje capital
do Estado), natural de São Lucas de Cana Verde, morador na vila de São
Paulo, onde faleceu com inventário no ano de 1658 e de sua primeira
mulher Margarida Fernandes474, falecida no ano de 1629 na vila de São
Paulo, quando correu inventário por sua morte; neto, por parte materna
de Pedro Corrêa da Silva, natural da cidade de Lisboa e de sua mulher
Inês Dias de Alvarenga, esta filha do Capitão Francisco de Alvarenga,
natural de São Paulo e de sua mulher Luzia Leme; neta, por parte paterna de Antônio Rodrigues (de Alvarenga) e de sua mulher Ana Ribeiro;
neta, por parte materna de Aleixo Leme e de sua mulher Inês Dias.
João Garcia, o moço, foi morador em Parnaíba, onde foi juiz
ordinário nos anos de 1689 e 1690, e ali deve ter falecido, entre os anos
de 1693 e 1695 (quando, em 30 de setembro, sua mulher é citada como
471
472
473
474
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VI: Carrascos, p. 513.
APESP. N.º de ordem CO 781.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. V: Alvarengas, p. 281.
Margarida Fernandes nasceu por volta de 1602 na vila de São Paulo e faleceu em
1629, filha de Baltasar Gonçalves Malho, ou Malio, nascido cerca de 1573, provavelmente na vila de São Paulo e de sua mulher Jerônima Fernandes (irmão do Capitão João Pais, republicano de prestígio na vila de São Paulo), nascida por volta de
1575, provavelmente na vila de São Paulo, onde faleceu no ano de 1630, esta filha
de André Fernandes e de sua mulher (casados cerca de 1563, possivelmente na vila
de São Paulo) Maria Pais, nascida por volta de 1545, filha de povoadores da vila de
São Paulo e sepultada na igreja de Nossa Senhora do Carmo, da vila de São Paulo.
Baltasar Gonçalves Malho, cognominado “o moço”, parece (por múltiplas evidências, além de usarem simultaneamente “o moço” e “o velho”, ser filho de Baltasar
Gonçalves, o velho, nascido cerca de 1540 na vila de Santos e de sua mulher Maria
Álvares, nascida cerca de 1549; neto paterno de Domingos Gonçalves e de Antônia
Rodrigues; neto materno de Fernão Álvares e de Margarida Marques. Jerônima Fernandes era viúva de Francisco da Gama, alfaiate na vila de São Paulo, onde faleceu
em 1600.
262
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
dona viúva, como se vê às fls. 13v do inventário de João Fernandes.475
Luzia da Rocha sobreviveu muitos anos ao marido, tendo falecido no
ano de 1741, pobre, conforme cópia que Silva Leme fez dos óbitos de
Parnaíba. De acordo com que se deduz do depoimento da testemunha
Antônio Bueno da Silva no processo de habilitação476 de genere et moribus do bisneto do casal, Salvador Garcia da Silva, em 3 de março de
1749, foram filhos deste casal:
1 (X)JOÃO GARCIA CARRASCO, que segue.
2 (X)ANTÔNIO GARCIA ROCHA, que segue no § 56.o.
3 (X)PEDRO GARCIA, batizado em 27 de fevereiro de 1689 em Parnaíba. Seu batizado foi lançado por engano no processo de
genere et moribus de seu sobrinho-bisneto Pedro Gomes de
Carvalho, em 1815.477
4 (X)SEBASTIÃO GARCIA ROCHA, que segue no § 58.o.
5 (X)JOSÉ DA ROCHA DO CANTO, que segue no § 59.o.
X-
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JOÃO GARCIA CARRASCO nasceu cerca de 1678 na vila de Parnaíba.
Vem descrito na Genealogia Paulistana, de Silva Leme, como filho de
João Garcia Carrasco (na verdade era neto).478 Casou-se cerca de 1698,
provavelmente na mesma vila de Parnaíba, com MARIA PINTO DO REGO,
antes Modesta Pinto Coelho, também natural de Parnaíba, filha do Capitão Domingos Pinto Coelho e de Maria do Rego. João Garcia faleceu no
ano de 1700, fazendo-se auto de inventário em 25 de agosto do mesmo
ano, na vila de Parnaíba, em casas de morada de seu sogro.479 Foram
nomeados herdeiros: sua mãe, Luzia da Rocha do Canto e sua mulher,
Maria Pinto, que estava prenhe. Viúva, Maria Pinto casou-se segunda
vez, no ano de 1703, em Parnaíba, com Antônio Álvares Machado, natural da Ilha Grande, filho de Antônio Álvares, já defunto em 1703, e de
sua mulher Domingas da Costa. Antônio Álvares e sua mulher Maria foram de morada para a Ilha Grande, levando consigo a filha do seu primeiro matrimônio com João Garcia Carrasco, que era:
APESP. Antigo n.º de ordem: CO 606.
ACMSP. Processo n.º 3-17-1816, fls. 15.
ACMSP. Processo n.º 2-43-1090.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VI: Carrascos, p. 514.
APESP. N.º de ordem: CO 709.
Revista da ASBRAP n.º 21
XI-
X-
263
MARIA GARCIA, nascida em 1700 ou 1701, provavelmente na vila de
Santana de Parnaíba. Casou-se em 20 de janeiro de 1717 em Parnaíba
com o ALFERES SEBASTIÃO GONÇALVES MARTINS, batizado em 24 de
agosto de 1687 na vila de Angra dos Reis, na Ilha Grande, filho de Francisco Gonçalves Nunes, natural da vila de Paraty e de Isabel Maria, natural da vila de Angra dos Reis da Ilha Grande. Tiveram, ao menos:
1 (XII)- SALVADOR GARCIA DA SILVA, habilitado de genere et moribus no ano de 1740 no bispado de São Paulo.480
§ 56.o
ANTÔNIO GARCIA ROCHA (filho de Luzia da Rocha do Canto, do § 55.o
n.º IX), ou Antônio Garcia Carrasco. Nasceu em Santana de Parnaíba,
em cuja igreja matriz foi batizado em 12 de setembro de 1682, conforme
assento trasladado na habilitação ao Santo Ofício de sua neta Paula da
Rocha Camargo:
Aos doze de setembro de mil e seiscentos e oitenta e dois batizei, e
pus os Santos óleos a Antônio inocente filho de João Garcia, e Luzia da Rocha. Padrinhos Manuel Franco de Brito e Ascença de Pinha.
O Vigário Pedro Leme do Prado
Casou-se, provavelmente, na vila de Santana de Parnaíba, entre 24 de dezembro de 1710 e 4 de abril de 1713, com HELENA MACHADO DE SOUSA, natural da cidade de São Paulo, onde foi batizada em 25
de fevereiro de 1682, filha única de André Machado e de sua mulher
Cecília Ferreira, a qual faleceu, sem testamento, no ano de 1682 na vila
de São Paulo, fazendo-se auto de inventário no mês de setembro do
mesmo ano, em casas de morada de João Martins Zaros (na dúvida),
com a filha Helena, de 7 meses.481 André Machado casou-se segunda
vez, cerca de 1683, sem deixar geração, com Ana Fernandes de Oliveira,
nascida cerca de 1647 (filha de Silvestre Ferreira e de Paula Fernandes),
a qual fez testamento em 12 de dezembro de 1707 na vila de Parnaíba,
desejando ser sepultada na igreja matriz da mesma vila, na cova de seu
marido André Machado.482 Nesse instrumento, Ana Fernandes de Oliveira pediu que fossem seus testamenteiros: o irmão Manuel Fernandes de
Oliveira, o genro Manuel Ribeiro Dias e Pedro da Rocha do Canto
480
481
482
ACMSP. Processo n.º 3-17-1816.
APESP. N.º de ordem: CO 478A.
APESP. N.º de ordem: CO 501.
264
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
(compadre de Manuel Ribeiro Dias). André Machado foi vereador da
câmara da vila de Parnaíba; no ano de 1690 foi qualificado como o vereador mais velho.483
Houve um acontecimento curioso na vila de Santana de Parnaíba, registrado em livros da sua câmara.484 Em 1720 houve devassa
por um tiro que Antônio Garcia deu em José Carrasco (filho de Baltasar
Carrasco). José Carrasco, em outra devassa, foi considerado culpado pelo roubo feito a Helena Machado, mulher de Antônio Garcia.
Antônio Garcia Rocha e sua mulher Helena Machado viviam
na cidade de São Paulo, sendo ele já falecido em 1747 (quando se deu o
batizado de sua neta Maria, filha de seu filho Pedro).
Traslado do batizado de Helena Machado de Sousa, lançado
às fls. 22 do processo de genere et moribus de seu neto Bento Jorge da
Silva, no ano de 1751: 485
Em os 25 de fevereiro de 1682 batizei com licença do Senhor Vigário a Helena inocente filha de André Machado, e de Cecília Ferreira. Padrinhos Manuel Gomes de Sá, e Catarina de Madureira, e lhe
pus os Santos óleos.
Padre Félix Pais Nogueira
Helena era viúva de Manuel Ribeiro Dias, português, nascido
cerca de 1679 na Ilha da Madeira, com quem se casara cerca de 1701 em
Parnaíba. Deste casal foi neta Escolástica Maria da Silva, mulher de Antônio de Freitas Branco, prestante cidadão de São Paulo e escrivão da
sua Câmara.486 Manuel faleceu em 6 de outubro de 1710 em Santana de
Parnaíba, fazendo-se auto de inventário em 13 do mesmo mês.487
Do inventário de Manuel Ribeiro Dias, foi avaliado um sítio
da outra banda do rio (Tietê), no termo da vila de Santana de Parnaíba,
com dois lanços de casas de taipa de mão, com as terras pertencentes,
conforme rezava a escritura, partindo de uma banda com terras de Ge483
484
485
486
487
APESP. N.º de ordem: CO 6049. Atas da Câmara de Parnaíba. Livro n.º 133.
APESP. N.º de ordem: CO 6074. Rol dos Culpados de Santana de Parnaíba. Livro
n.º 1 (1679-1692).
ACMSP. Processo n.º 1-24-229.
Antônio de Freitas Branco (natural da vila do Cadaval, patriarcado de Lisboa, filho
de Manuel Mateus e de Maria de Freitas) e Escolástica Maria da Silva foram pais,
entre outros, de Manuel Joaquim de Freitas, habilitado de genere et moribus em
1781 (ACMSP. Processo n.º 1-56-444).
APESP. N.º de ordem: CO 704, inventários do 1º Ofício.
Revista da ASBRAP n.º 21
265
raldo Coelho e da outra banda com terras de Luiza Gonçalves, “as quais
possui em título de dote de casamento de sua mulher Helena de Sousa
Machado”. O sítio foi avaliado em 300$000 (trezentos mil réis). Entre
outros bens, 4 peças escravas, e uma morada de casas na mesma vila, de
taipa de pilão, avaliada em 200$000, igualmente por título de dote de
Helena de Sousa Machado. Declarou Helena Machado de Sousa o que
segue:
Declarou a inventariante cabeça do casal que o defunto tivera uma
herança em São Paulo em poder de Antônio Coelho a qual lhe pertence por morte de sua avó Maria Carneiro e que não sabe a quantia.
A declaração acima mostra que Helena Machado de Sousa seria neta ou bisneta de Maria Carneiro. Esta senhora, Maria Carneiro, faleceu (segundo Silva Leme) em 1705 em São Paulo.488 Não foi localizado seu inventário. Ela era filha de Sebastião Coelho Barradas (falecido
em 1627) e de Catarina de Barros (falecida em 1677), a qual se casou,
em segundas núpcias, com Domingos Machado, português da Ilha Terceira.489 Por sua vez, Catarina de Barros era filha de Jorge de Barros Fajardo, galego de nação, e de Ana Maciel. Não sei, ainda, como se dá a
ligação entre Maria Carneiro e Helena Machado de Sousa. Do assento
de casamento de Manuel Álvares de Sousa, com Maria Carneiro, em 12
de setembro de 1632, não consta a filiação do noivo, nem tampouco sua
naturalidade.490
Helena Machado, viúva segunda vez, passou a residir na cidade de São Paulo, aonde veio a falecer em 12 de abril de 1773, conforme o assento: 491
Aos doze de Abril de mil setecentos e setenta e três annos faleceu da
vida presente com todos os sacramentos de idade de que parecia de
noventa anos Helena Machado de Sousa viúva que ficou de Antônio
Garcia Rocha: foi amortalhada em hábito de Carmo, e sepultada
na sua ordem Terceira do mesmo convento sendo acompanhada por
três padres, e recomendada na forma na forma da Igreja, de que fiz
este assento que assinei.
José Xavier de Toledo.
488
489
490
491
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VIII: Maciéis, p. 151.
BOGACIOVAS, Marcelo Meira Amaral. Alguns troncos paulistas de origem terceirense. In Revista da ASBRAP n.º 10, p. 205.
ACMSP. L.º de casamentos da Sé de São Paulo n.º 1, fls. 2.
ACMSP. L.º de óbitos n.º 2, de 1757-1777, fls. 173v-174.
266
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
Antônio Garcia Rocha e Helena Machado de Sousa foram
pais de:
1 (XI)2 (XI)-
XI-
492
493
494
495
496
497
498
CAPITÃO PEDRO DA ROCHA DE SOUSA, que segue.
TOMÁSIA DA ROCHA SOUSA, nascida cerca de 1720 em Santana de Parnaíba. Pediu dispensa para se casar, em 1740, com
o português MANUEL MENDES DA COSTA, filho de Manuel
Mendes da Costa e de Francisca Rodrigues, naturais do Couto
de Esteve, freguesia de Santo Estêvão, comarca de Esgueira,
bispado de Viseu.492 Tomásia faleceu em 28 de janeiro de
1768 em São Paulo (Sé, fls. 110), tendo sido sepultada na capela dos terceiros do Patriarca de São Francisco; era casada.
CAPITÃO PEDRO DA ROCHA DE SOUSA nasceu na vila de Santana de Parnaíba, onde foi batizado em 6 de maio de 1718.493 Casou-se494 em 14 de
junho de 1746, na Sé de São Paulo, procedendo-se antes ao processo de
banhos495, corrido no mesmo ano, com D. BENTA PAIS DE CAMARGO.496
Benta nasceu em 22 de março de 1727 na freguesia da Cotia, em cuja igreja matriz foi batizada em 29 do mesmo mês, tendo falecido, no estado
de viúva, em 27 de março de 1799, provavelmente na vila de Santana de
Parnaíba.497 Por morte de D. Benta de Camargo Pais fez-se auto de inventário em 11 de junho de 1799 na vila de Santana de Parnaíba.498 Foi
declarante o Alferes Salvador da Rocha de Camargo, que disse que sua
mãe faleceu em 27 de março de 1799. O monte-mor avaliado foi de
1:194$360 e o monte-menor (monte-mor menos as dívidas) foi de
1:133$935; era senhora de 15 escravos.
O Capitão Pedro faleceu em 23 de fevereiro de 1792 na freguesia da Cotia, no bairro de Aguaçaí, sem testamento, porém com um
apontamento.
ACMSP. Processo n.º 4-13-85, ano de 1740, fls. 65.
Seu batizado foi lançado na sua dispensa matrimonial e na habilitação ao Santo
Ofício de sua filha Paula da Rocha de Camargo.
O assento do seu casamento está perdido, não se encontrando nos livros da Sé; foi,
entretanto, transcrito no processo de habilitação de genere et moribus de seu neto, o
Padre José Custódio de Camargo- ACMSP.
ACMSP. Processo n.º 4-35-208, ano de 1746, fls. 32 em diante.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. I: Camargos, 285.
Não foi localizado o assento de seu óbito nos livros paroquiais de Santana de Parnaíba.
APESP. N.º de ordem: CO 570.
Revista da ASBRAP n.º 21
267
D. Benta era filha do Capitão Tomás Lopes de Camargo499,
nascido cerca de 1682 na freguesia da Cotia, onde faleceu em 12 de janeiro de 1756, tendo feito testamento, onde rogou que fosse sepultado na
Capela dos Terceiros de São Francisco da cidade de São Paulo e de sua
mulher (casados cerca de 1716 na freguesia da Cotia) Paula da Costa
Pais (irmã de Frei Martinho de Santa Isabel, religioso de São Francisco),
batizada em 15 de outubro de 1691 na Sé da cidade de São Paulo e falecida em 24 de junho de 1756 na freguesia da Cotia. D. Benta era neta,
por parte paterna, do Capitão Fernão de Camargo Ortiz500, sertanista e
republicano da vila de São Paulo, onde nasceu cerca de 1628 e onde faleceu em 30 de agosto de 1690 e de sua mulher (casados cerca de 1657
na Sé de São Paulo) Joana Lopes da Silva, nascida cerca de 1645 na vila
de São Paulo, tendo sido batizada na igreja do bairro da Cotia e falecida
em 23 de janeiro de 1692 em São Paulo; neta, por parte materna do Capitão Martinho Pais de Linhares501, nascido na vila de São Paulo, mais
exatamente no bairro de Santo Amaro e batizado em 1.º de novembro de
1666 na Sé de São Paulo, onde faleceu em 1726 e de sua mulher (casados cerca de 1688 na vila de São Paulo) Isabel da Silva, batizada em 5
de novembro de 1673 na Sé da vila de São Paulo, onde faleceu em 14 de
fevereiro de 1726.
Logo após seu casamento, Pedro da Rocha viveu na cidade de
São Paulo. Em 9 de junho de 1748, na cidade de São Paulo, ele e Lourenço Leme Figueiró receberam registro para servirem de almotacel, para os meses de julho e agosto, vindouros. Nesta oportunidade foi chamado de “sobrinho muito amante” pelo escrivão da câmara Antônio de
Freitas Branco.502 O tratamento acima auxiliou a resolver a questão da filiação de Pedro da Rocha de Sousa. Em outras oportunidades serviu novamente o ofício de almotacel. Como um dos “homens bons” de São
Paulo, foi escolhido, em algumas oportunidades, para pegar em uma das
varas do pálio das procissões mais importantes da cidade, como do dia
de São Sebastião (em janeiro de 1749) e do Corpo de Deus (em junho de
499
500
501
502
Tomás Lopes de Camargo é considerado pelos historiadores um dos fundadores da
cidade de Ouro Preto, Minas Gerais, e com a patente de coronel. Para nenhuma das
afirmações vi provas; sua patente mais alta, vista em documentos, é a de capitão.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. I: Camargos, p. 180.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. I: Camargos, 185; IV: Tenórios, p.
480.
Registro Geral da Câmara Municipal de São Paulo (1748-1750), volume IX, pp.
136-137.
268
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
1749).503 Ainda em São Paulo foi testemunha em um processo, onde foi
qualificado, em 15 de setembro de 1749, como morador no bairro de
Nossa Senhora do Ó, onde vivia de suas lavouras.504
O Governador da capitania de São Paulo, Martim Lopes Lobo
de Saldanha, envia-lhe carta para mandar dois de seus filhos, Francisco e
Luciano, para a guerra de 1775 contra os castelhanos no Rio Grande do
Sul, para servir de exemplo aos seus comandados, já que Pedro da Rocha era capitão dos auxiliares da freguesia da Cotia.505
De acordo com os censos de Cotia (APESP, maços de população), já servia, no ano de 1767, de capitão de infantaria, onde possuía
um sítio com suas lavouras. Em 1776 é encontrado no bairro de Maracananduva, com 13 escravos e como capitão reformado. Recebeu uma carta de sesmaria, concedida em 7 de fevereiro de 1780, pelo Governador
da Capitania de São Paulo, Martim Lopes Lobo de Saldanha, juntamente
com o Capitão José de Camargo Pais e D. Ana Pais de Barros, de três
quartos de légua de terras de testada por uma légua de sertão, cerca de
1.350 alqueires paulistas, na paragem chamada Itacolomim e Mato Dentro, na freguesia de Cotia.
Por morte do Capitão Pedro da Rocha e Sousa se fez inventário de seus bens, abrindo-se o auto em 5 de junho de 1792 na cidade de
São Paulo, servindo como inventariante a viúva D. Benta de Camargo
Pais.506 Havia feito testamento (considerado instrumento, por ocasião do
auto de inventário) em 4 de janeiro de 1792, em seu sítio do distrito da
freguesia da Cotia, lugar de sua morada. Apesar de doente, estava em
seu perfeito juízo. Pedia para serem seus testamenteiros ao genro, Capitão João Coelho Duarte, e ao filho Domiciano da Rocha de Camargo.
Ordenou que seu corpo fosse sepultado na igreja matriz da Cotia, amortalhado no hábito de São Francisco, ou na Ordem Terceira da sua religião. Era senhor de 13 escravos e de um sítio com terras lavradias de três
lanços de casas cobertas de palha, com paredes de mão. O monte mor foi
avaliado em 752$720, cabendo a cada herdeiro a quantia de 21$624.
503
504
505
506
Registro Geral da Câmara Municipal de São Paulo (1748-1750), volume IX, pp.
271, 272, 309, 310.
ACMSP. Processo de dispensa matrimonial n.º 4-40-243, de Bernardo de Borba,
que era da administração de seu sogro, o Capitão Tomás Lopes de Camargo.
Documentos Interessantes, LXXIV, p. 222.
APESP. N.º de ordem: CO 642. Inventário do Capitão Pedro da Rocha e Sousa, da
série de Inventários do 1.º Ofício.
Revista da ASBRAP n.º 21
269
O Capitão Pedro da Rocha e D. Benta Pais foram pais de:
1 (XII)- D. MARIA DA ROCHA DE CAMARGO, mulher do CAPITÃO JOo
ÃO COELHO DUARTE, que segue no § 57. .
2 (XII)- D. PAULA DA ROCHA DE CAMARGO, ou D. Paula Maria de
Camargo. Casou-se, primeira vez, em 30 de agosto de 1768
na freguesia da Cotia, com o CAPITÃO JOSÉ MANUEL DE
CAMPOS, moradores que foram nas Minas de Apiaí. Com geração. Paula nasceu em Cotia, onde foi batizada em 18 de agosto de 1748, mais exatamente na capela dos religiosos do
Carmo, na paragem Sorocamirim. José Manuel de Campos
nasceu em 12 de abril de 1744 em Araçariguama, em cuja
freguesia de Nossa Senhora da Penha foi batizado em 19 do
mesmo mês.507 Era filho de Manuel Corrêa de Barros, natural
de Araçariguama, e de sua mulher (casados em 10 de junho
de 1743 em Itu) Maria de Campos, batizada em 19 de junho
de 1729 em Araçariguama; neto paterno de Manuel Corrêa
Penteado, natural da freguesia da Sé da cidade de São Paulo,
e de sua mulher Beatriz de Barros, natural da freguesia de Araçariguama; neto materno de Manuel Ferraz de Campos,
natural da vila de Itu (onde foi batizado em 7 de junho de
1692) e de sua mulher Ana Ribeiro, natural da freguesia de
Araçariguama.
José Manuel de Campos habilitou-se ao Santo Ofício
para se tornar familiar.508 Ele e sua mulher fizeram provanças;
ele vivia de minerar ouro. Foi aprovado em 8 de agosto de
1795, em Lisboa.
Viúva, D. Paula Maria de Camargo, casou-se, segunda
vez, em 5 de outubro de 1796, na igreja matriz da vila e
Minas de Santo Antônio de Apiaí, com o CAPITÃO JOÃO
MANUEL DE CARVALHO DANTAS, natural da freguesia de São
João de Campos, termo de Vila Nova de Cerveira,
arcebispado de Braga.509 Ele era filho de Francisco Martins
Dantas e de sua mulher Teodora Lourença de Carvalho,
ambos naturais da freguesia de São João de Campos; neto
paterno de Francisco Martins Dantas e de sua mulher Juliana
507
508
509
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. IV: Campos, p. 213.
IAN/ TT. Habilitação ao Santo Ofício. José, mç. 162, doc. 3998.
Arquivo da Cúria Diocesana de Itapeva. Livro n.º 3 de casamentos de Itapeva de
Faxina.
270
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
3 (XII)4 (XII)-
5 (XII)-
6 (XII)-
7 (XII)8 (XII)-
510
511
512
513
514
Viçosa, naturais da mesma freguesia de São João de Campos;
neto materno de Mateus Lourenço de Carvalho, natural da
citada freguesia de São João de Campos, e de sua mulher
Maria Martins, natural da freguesia de São Pedro da Torre do
mesmo arcebispado de Braga.
SARGENTO-MOR JOSÉ DA ROCHA DE CAMARGO, que segue.
D. HELENA MARIA DA ROCHA CAMARGO. Casou-se, em
1769, na Cotia, com seu concunhado JOÃO CORRÊA DE CAM510
POS, irmão de José Manuel de Campos.
Com geração.
D. GERTRUDES DA ROCHA DE CAMARGO, natural da freguesia
da Cotia, onde foi batizada e onde se casou, em 21 de junho
de 1791, com ANDRÉ GOMES DE MORAIS, viúvo de Águeda
Moreira. André foi batizado em 11 de novembro de 1755 em
Araçariguama, filho de Manuel Gomes de Escobar e de sua
mulher (casados em 18 de março de 1734 em Araçariguama)
Ângela de Morais e Siqueira.511 Foram moradores em Araçariguama. Deixaram geração. Foram pais de Pedro Gomes de
Camargo, batizado em 24 de junho de 1793 em Araçariguama, habilitado de genere em 1815, no bispado de S. Paulo.512
D. ANA DA ROCHA, solteira em 1792, aos 33 anos de idade.
Casou-se, em 1804, em Campinas, com o Capitão MAXIMIANO DE OLIVEIRA BUENO (viúvo, segunda vez, de Rita Leite de
Sampaio), filho de Antônio Bueno de Azevedo e de Maria
Garcia.513 Sem geração.
DOMICIANO DA ROCHA E CAMARGO, solteiro em 1792, aos 31
anos de idade.
ALFERES SALVADOR DA ROCHA DE CAMARGO, natural da freguesia da Cotia; era solteiro em 1792, aos 29 anos de idade.
Casou-se em 13 de setembro de 1803 na matriz de Itapeva,
com D. ESMÉRIA DE MELO, natural de Itapeva, filha do Capitão Manuel de Melo Rego e de sua mulher D. Isabel de Arruda César.514 Salvador da Rocha faleceu em 1843 em Campinas. Com geração.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. IV: Campos, p. 215.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. II: Lemes, p. 220.
ACMSP. Processo n.º 2-43-1090.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. I: Camargos, p. 407.
Arquivo da Cúria Diocesana de Itapeva. Livro de casamentos, fls. 36. Vide, também: LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. IV: Arrudas Botelhos, p. 150.
Revista da ASBRAP n.º 21
271
9 (XII)- D. EUFROSINA DA ROCHA, solteira em 1792, aos 28 anos de
idade.
10 (XII)- D. MARIA FRANCISCA DA ROCHA, solteira em 1792, aos 23
anos de idade. Casou-se, primeira vez, em 1797, na freguesia
da Cotia, com o CIRURGIÃO-MOR TOMÉ JACINTO TEIXEIRA.
Segunda vez com o DR. ANTÔNIO JOSÉ BROCHADO. Sem geração dos dois maridos. Com mais de 50 anos de idade passou
a viver na fazenda Anhumas, de seu irmão José da Rocha de
Camargo (adiante citado) que, preocupado com sua situação,
a convidou para morar com ele, em uma singela missiva familiar, de sua lavra, que segue (consta do inventário de seu irmão):
Minha Mana
Anhumas 23 de Dezembro de 1820
A sua boa saúde hei de estimar. Leva Antônio Congo um macho carregado de fubá, uma arroba de açúcar, que servirá
para seus escravos.
Minha Mana, Vosmecê deve vir-se dispondo para vir para cá
a plantar algumas canas comigo de partido, querendo Vosmecê, pois lembre-se, que no lugar onde está é para sua perdição, e não aumento, e muito menos para pagar suas dívidas, pois me consta que os seus escravos não lhe dão serviço,
e andam como querem, vadiando sem medo, e nem governo.
É tempo já de plantar cana, e já vai passando, pode mandar
já os escravos de serviço para a plantação, e fique só com
alguns deles, e os crioulos pequenos aprontando-se para se
lhe ir conduzir, em de [sic] dizer quando há de poder vir para
lhe mandar condução. O homem chamado Fernandinho que
foi lá ver sua chácara veio cá e promete pela chácara quatrocentos mil réis, trezentos à vista e cem fiado; porém veja
se há alguém que dê mais, e nos dê parte de tudo.
Espero o Congo logo para continuar com as telhas, que muito preciso delas.
Aceite muitas lembranças, e fico esperando a gente, e a Vosmecê. Lembre-se que eu desejo sua arrumação. Deus guarde
em sua graça por muitos anos.
De Vosmecê
Mano amante e venerado
José da Rocha Camargo
272
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
11 (XII)- D. TOMÁSIA DA ROCHA CAMARGO, mulher de SALVADOR
MARTINS LEME, ou Salvador Martins Castanho. Casaram-se
em 1788 na freguesia da Cotia. Ele natural de Mairiporã, filho
de Lourenço Castanho de Araújo e de (sua segunda mulher)
Maria de Almeida de Siqueira.515 Com geração.
XII -
515
516
517
518
SARGENTO-MOR JOSÉ DA ROCHA DE CAMARGO nasceu cerca de 1757 na
freguesia da Cotia, em cuja igreja matriz foi batizado.516
Conforme se verifica nos recenseamentos de Cotia, em 1776
ou em 1777, aos 20 anos de idade, ainda vivia sob abrigo paterno, sendo
soldado da infantaria.517 Por ocasião do inventário de seu pai, no ano de
1792, estava ausente nas Minas de Goiás. Como constou do seu processo de banhos, quando se casou em 1795, no ano de 1778, ou antes, embarcara para o Sul, onde esteve fazendo campanha militar contra os castelhanos, como voluntário da legião.518 Terminada a campanha, deu baixa e voltando para São Paulo, por terra, com a cavalaria, permaneceu alguns dias na capital paulista, recolhendo-se depois ao sítio dos pais em
Cotia. Em 1794 achava-se novamente na casa de sua mãe, já viúva. Deveria ter acabado de voltar da campanha no Sul. Aliás, já estava de volta
em 24 de junho de 1793, quando foi padrinho de batismo de seu sobrinho, o depois Padre Pedro Gomes de Camargo, na freguesia de Araçariguama.
Foi um dos signatários dos cidadãos de Campinas que pediram a edificação de uma nova igreja, em uma solicitação enviada ao
Bispo de São Paulo. Fazia parte dos „homens bons‟ da localidade, e apto
para ocupar qualquer cargo público.
Recém casado, foi residir na florescente Campinas, terra onde
vivia seu sogro, o Capitão Antônio Ferraz de Campos, prestigioso cidadão do lugar e capitão-comandante das suas ordenanças. O primeiro recenseamento em que aparece como morador em Campinas é do ano de
1795, quando possuía 16 escravos. Já no ano de 1796, em 21 de outubro,
recebeu carta de sesmaria de uma légua de terras de testada por outra de
sertão (cerca de 1800 alqueires paulistas), tendo por sócios, além do sogro, ao Tenente José Alves Lima, Antônio da Silva Lima e a Joaquim
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. IV: Taques Pompeus, p. 235.
Estão perdidos os livros de registros de batizados da Cotia, neste período.
APESP. Maços de População.
O processo está bem danificado, sendo difícil sua leitura. ACMSP. Processo de
dispensa matrimonial.
Revista da ASBRAP n.º 21
273
Cardoso de Gusmão. Em 1797 fez parte da lista dos homens bons da
freguesia de Campinas que pediram sua elevação a vila, tanto na petição
encaminhada ao Bispo, como ao governador da capitania de São Paulo.
Na primeira eleição ocorrida em Campinas, em 15 de dezembro de 1797,
foi eleito vereador, embora não tivesse tomado posse, porque o governador da capitania dissolveu a câmara, ordenando novas eleições. No recenseamento de 1815, senhor de engenho, com 47 escravos produziu
2200 arrobas de açúcar e 100 canadas de aguardente e ainda tendo produzido 800 alqueires de milho, 200 de feijão e 20 de arroz, tudo para o
gasto de sua casa. Dois anos depois possuía maior número de escravos:
67. Em 13 de setembro de 1820 recebeu provisão de altar portátil por
tempo de 16 anos, sem dúvida para seu engenho das Anhumas.519 No
ano de 1822, no posto de sargento-mor, produziu 3000 arrobas de açúcar, com a ajuda de 75 escravos. Neste ano, em 12 de outubro, jurou,
juntamente com outros cidadãos campineiros, fidelidade a D. Pedro de
Alcântara como Imperador Constitucional do Brasil.
Tornou-se miliciano em Campinas, sem vencer soldos, embora gozasse de todas as honras, graças, privilégios, liberdades, isenções e
franquezas que os postos da oficialidade lhe oferecia, quando em 25 de
maio de 1798 recebeu carta patente de tenente da 6.ª Companhia de Fuzileiros do Regimento de Infantaria de Milícias da Vila de Sorocaba, à
qual vila Campinas se subordinava em termos de milícias. Não tendo
confirmado sua patente, como era obrigatório, sofreu baixa e recebeu
nova carta patente, em 24 de março de 1806, da 6.ª Companhia de Fuzileiros do Regimento de Infantaria de Milícias da vila de Itu (Campinas
agora se sujeitava a Itu, em termos de milícias). Tornou-se capitão da
mesma companhia, por carta patente de 15 de janeiro de 1810, agora da
6.ª Companhia do Regimento Miliciano de Sertanejos da vila de Itu. E,
finalmente, em 17 de julho de 1820, recebeu a patente de sargento-mor
da vila de Campinas (então São Carlos). Essas patentes constam, resumidamente, de sua folha de serviço nas milícias.520
José da Rocha de Camargo fez testamento em 28 de julho de
1824 em Campinas, no seu “Engenho de Anhumas”. Por sua morte, fezse auto de inventário em23 de fevereiro de 1825 na cidade de Campinas,
em casa da viúva, D. Ana Maria Ferraz.521 Conforme a petição da viúva
519
520
521
ACMSP. Registro de Provisões. L.º n.º 1-2-37, fls. 42v.
APESP. N.º de ordem: CO 446; N.º da lata: 88, de Livros Mestres dos Regimentos
de Infantaria dos Úteis e dos Sertanejos de Itu, n.º 270, fls. 5v-7.
Centro de Memória da UNICAMP. 3.o Ofício.
274
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
ao Desembargo do Paço (ver adiante), José da Rocha Camargo faleceu
em 17 de dezembro de 1824 em Campinas (fls. 78).
Casou-se em 21 de julho de 1795 em Campinas, com D. ANA
MARIA FERRAZ522, batizada em 24 de junho de 1775 na matriz de Itu.
Viúva, continuou à frente do Engenho Anhumas, tendo aumentado a
produção de açúcar, com maior número de escravos para o trabalho.523
Pediu tutela e curatela dos seus filhos menores, em 6 de março de 1828,
ao Desembargo do Paço.524 D. Ana Maria Ferraz fez testamento em 19
de outubro de 1848 na cidade de Campinas; fez codicilo em 17 de dezembro de 1856 em Campinas.525
D. Ana Maria Ferraz faleceu em 10 de março de 1858 em
Campinas, tendo sido sepultada no cemitério da cidade.526 Por sua morte
fez-se auto de inventário, aberto em 20 de março de 1858 na cidade de
Campinas; foi declarante o genro, Capitão Manuel Leite de Barros. O
monte-mor avaliado foi de 361:176$572, e o monte-menor (monte-mor
menos as dívidas). Era senhora de 145 escravos, sendo 142 na fazenda e
3 na cidade. De bens de raiz, possuía uma morada de casas velhas sitas
no pátio da matriz velha, um terreno murado fazendo fundos para as ruas
do Rosário e da cadeia, e a fazenda, com 80 quartéis de cana (entre novas e maduras), 32.259 pés de café (de várias idades), e plantação de arroz, feijão e milho. Assim foi descrita e avaliada a fazenda:
Pelo sítio com casas velhas de morar, quadrado da moradia da escravatura, casa de morada do administrador, paiol e armazém de
despejo, e engenho de água de cilindros com todos os utensílios atualmente existentes à exceção dos objetos de cobre, casa com pilão
de açúcar, café, moinhos, monjolo, e as terras respectivas. Com
pastagens cercadas e mais benfeitorias existentes divisando por um
lado com Vicente de Sousa Queirós, por outro com Pedro José dos
522
523
524
525
526
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. IV: Arrudas Botelhos, p. 34; PUPO,
Celso Maria de Mello. Monografia Histórica do Município de Campinas. Rio de
Janeiro: IBGE, ano 1952, p. 241.
A fazenda Anhumas passou a pertencer ao seu genro MANUEL LEITE DE BARROS, e
depois à sua filha, já viúva, D. CÂNDIDA FERRAZ DE CAMARGO. A propriedade foi
vendida entre 1864-1879, quando, aparentemente, saiu da família.
Arquivo Nacional [do Rio de Janeiro]. Desembargo do Paço. Tutelas e Curatelas.
Caixa n.º 95, pacote 1, processo n.º 28.
Centro de Memória da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Tribunal de
Justiça de Campinas. 1º Ofício, n.º de ordem 9901, caixa 540, em 1860.
ACMC. L.º 5.º de óbitos da matriz, fls. 134.
Revista da ASBRAP n.º 21
275
Santos Camargo, em duas fazes com o inventariante Capitão Manuel Leite de Barros, depois com Bonifácio José de Campos Ferraz,
na seguida com Dona Gertrudes de Arruda Camargo viúva do finado herdeiro Bento da Rocha Camargo, e ultimamante com o sítio
que foi do falecido Joaquim Cardoso de Gusmão ora denominado
de Santa Genebra até intestar com terras do dito Vicente de Sousa
Queirós o que tudo foi visto e avaliado em 60:000$000 (60 contos
de réis).
A defunta era moradora na vila de São Carlos (atual cidade de
Campinas), viúva do Major José da Rocha de Camargo, de quem lhe ficaram quatro filhos que estavam sob sua guarda: Francisco, de 29 a 30
anos, demente, D. Escolástica, de 25 a 26 anos, D. Cândida, de 18 para
19 anos, e D. Eufrosina, de 16 para 17 anos.
Batizado de D. Ana Maria Ferraz: 527
Ana
Aos vinte, e quatro dias do mês de Junho de mil, e Setecentos, e setenta e cinco anos nesta Matriz da C........... ............ batizou, e pôs
os Santos óleos o Reverendo Padre Roque Gonçalves da Cunha a
Ana inocente filha legítima de Antônio Ferraz de Campos, e Maria
da Cunha Foram Padrinhos Bento Dias solteiro, e Josefa Pais viúva, todos desta freguesia, de que fiz este assento.
O Vigário João Manuel M....... Caldeira.
Óbito de D. Ana Maria Ferraz: 528
D. Ana Maria Ferraz
Aos dez de março de mil oitocentos e cincoenta e oito nesta Matriz
de Campinas faleceu com todos os sacramentos Dona Ana Maria
Ferraz de idade de oitenta annos digo de oitenta e quatro anos mais
ou menos natural de Itu viuva do finado Sargento mor José da Rocha Camargo; foi conduzida à Igreja envolta no hábito do Carmo e
recomendada solenemente jaz no cemitério desta cidade.
O vigário Antônio Cândido de Melo.
D. Ana Maria Ferraz era irmã inteira do Barão de Cascalho
(este pai dos barões de Monte Mor e de Porto Feliz), filhos do Sargentomor Antônio Ferraz de Campos529, natural de Itu, onde foi batizado em
527
528
529
ACDJ. L.º n.º 5 de batizados de Itu, fls. 137v.
ACMC. L.º 5.º de óbitos, fls. 134.
Antônio Ferraz de Campos foi o primeiro capitão das ordenanças de Campinas, por
patente passada em 3 de dezembro de 1788 (APESP). Reformado, passou a sargento-mor por carta patente de 4 de março de 1799 (APESP). Ali foi proprietário de
276
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
16 de março de 1743, falecido em 9 de junho de 1804 em São Paulo (Sé,
fls. 75) e de sua mulher (casados em 21 de julho de 1772 em Itu) D. Maria da Cunha de Almeida, natural de Itu, onde foi batizada em 22 de setembro de 1759, onde faleceu em setembro de 1804; neta, por parte paterna, de Pedro Dias Ferraz530, batizado em 11 de setembro de 1693 na
matriz de Itu, onde foi lavrador e faleceu em 8 de janeiro de 1757 e de
sua mulher (casados em 20 de fevereiro de 1725 em Itu, na matriz, fls.
79) Maria Pais de Campos531, batizada em 16 de setembro de 1701 em
Itu, na matriz, fls. 31, onde faleceu em 9 de junho de 1787, tendo sido
sepultada na Igreja do Carmo; neta, por parte materna, de Gaspar Vaz da
Cunha532, nascido cerca de 1741 em Taubaté, falecido em 3 de setembro
de 1762 em Itu e de sua mulher (casados no ano de 1741 em Itu) Josefa
Pais de Almeida533, batizada em 24 de dezembro de 1724 em Itu (fls.
22v), onde faleceu no ano de 1787 (fls. 256), irmã do Padre Ângelo Pais
de Almeida, administrador da capela de Nossa Senhora da Conceição de
Itapucu, em Itu.534
O Sargento-Mor José da Rocha de Camargo e sua mulher D.
Ana Maria Ferraz foram pais de:
1 (XIII)- D. BENTA DA ROCHA DE CAMARGO. Casou-se com seu parente FRANCISCO FERRAZ DE CAMPOS. Moradores na cidade de
Amparo, interior de São Paulo, no ano de 1858. Com geração.
2 (XIII)- FRANCISCO DE CAMPOS, ou Francisco de Paula Camargo, desassisado. Batizado em 20 de maio de 1798 em Campinas
(matriz, fls. 1v). Faleceu em 23 de julho de 1868 em Campinas (matriz, fls. 190), aos 70 anos de idade, solteiro. Residia
no sítio de seu sobrinho Eliseu Leite de Barros. Por morte de
Francisco de Paula Camargo fez-se auto de inventário em 23
530
531
532
533
534
importante engenho, o primeiro que houve em Campinas, adquirido que foi de José
de Sousa de Siqueira, com grande escravatura. É tronco dos Ferrazes de Campos, de
Campinas. Foi bisavô do Dr. Manuel Ferraz de Campos Salles, presidente da República do Brasil.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. IV: Arrudas Botelhos, p. 6.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. I: Carvoeiros, p. 153.
Ver sua ascendência na Revista da ASBRAP n.º 1, p. 151.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. IV: Tenórios, p. 488.
BOGACIOVAS, Marcelo Meira Amaral. A Capela de Nossa Senhora da Conceição
de Itupucu. In Revista da ASBRAP n.º 20, pp. 65-132.
Revista da ASBRAP n.º 21
3 (XIII)-
4 (XIII)-
5 (XIII)-
6 (XIII)-
7 (XIII)-
8 (XIII)-
535
277
do mesmo mês e ano em Campinas.535 Tinha parte do Engenho de Cima, com cerca de 300 alqueires de terra, casa velha
de morada, e uma parte de terras do sítio do Ribeirão do Pantaleão, no município de Amparo. O monte-mor avaliado foi
76:975$814 e o monte-menor de 67:756$971. Foi inventariante irmão do defunto, D. Cândida Maria Ferraz. Foram herdeiros seus irmãos e sobrinhos.
MARIA DA ROCHA DE CAMARGO. Casou-se com o ALFERES
INÁCIO DE CAMARGO BARROS, ou Inácio de Camargo Leme.
Com geração. Já falecidos em 1858. Deixaram uma filha: D.
MARIA TERESA FERRAZ DE CAMARGO, já viúva (em 1868) de
ANTÔNIO LEITE DE BARROS, moradores na cidade de Limeira.
ESCOLÁSTICA ........ Batizada em 25 de abril de 1802 em
Campinas (matriz, fls. 58), aos 8 dias de idade. Casou-se com
INÁCIO BUENO DE OLIVEIRA. Moradores em Campinas. Inácio
Bueno já era falecido em 1868, quando foram relacionados
dois filhos: ANTÔNIO JOAQUIM BUENO DE CAMARGO (de 29
anos de idade, solteiro) e D. ANA GERTRUDES DE CAMARGO
(de 36 anos de idade, solteira), ambos moradores em Campinas.
BENTO DA ROCHA DE CAMARGO. Foi padrinho de batismo do
menino Antônio, depois Antônio Carlos Gomes, célebre e
festejado músico brasileiro, em 19 de julho de 1836, na matriz
de Campinas. Faleceu em 8 de novembro de 1853 em Campinas (matriz, 6º, fls. 64), casado com D. GERTRUDES DE ARRUDA CAMARGO, também chamada Gertrudes de Almeida e
Arruda. Com geração.
ANA DA ROCHA DE CAMARGO. Casou-se, primeira vez, com
ANTÔNIO FERRAZ LEITE, e segunda vez, em 1837, em Piracicaba, com o CAPITÃO FRANCISCO FLORÊNCIO DO AMARAL.
Em 1858 Ana e o segundo marido residiam em Piracicaba.
LEOCÁDIA DA ROCHA FERRAZ, Casou-se com seu primo MANUEL FERRAZ DE CAMARGO. Em 1858 eram moradores em
Limeira, interior de São Paulo.
D. CÂNDIDA DA ROCHA FERRAZ, ou Cândida Maria Ferraz,
batizada em 17 de dezembro de 1809 em Campinas (matriz,
fls. 165). Casou-se com o CAPITÃO MANUEL LEITE DE BAR-
Centro de Memória da UNICAMP. Tribunal de Justiça de Campinas. 3.º Ofício.
Processo n.º 7085.
278
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
ROS.
Era filho de Francisco de Paula Leite de Barros (batizado em 15 de fevereiro de 1767 em Itu) e de sua mulher (casados em 26 de fevereiro de 1797 em Itu) Maria Joaquina de
Campos. Neto paterno de Marcos Leite de Barros e de Maria
de Góis Castanho; neto materno de José Joaquim de Campos
e de sua mulher Maria Leite da Silva. Com geração.536
O Capitão Manuel Leite de Barros faleceu em 16 de
outubro de 1863 em Campinas.537 Por sua morte fez-se inventário dos seus bens no ano de 1863 em Campinas.538 Foram
avaliados os seguintes bens de raiz: sítio de Anhumas, com 19
mil pés de café de 14 anos, 2 mil pés de café de 8 anos, 7 mil
pés de café de 5 anos, e 8 mil pés de café de 3 anos, e o cafezal do sítio do Taiúva. A Fazenda Anhumas foi avaliada em
70 contos de réis. Possuía mais de uma centena de escravos e
uma morada na rua do Rosário.
Por morte de D. Cândida Maria Ferraz de Barros
(nome de casada), em 2 de julho de 1879, fez-se auto de inventário em 10 do mesmo mês e ano.539 Havia feito testamento em 11 de maio de 1877 em Campinas. Possuía uma morada
de casas na rua do Rosário, esquina com a rua da Cadeia (onde lhe serviam 4 escravos) e a fazenda Taiúva, onde mantinha
87 escravos. O monte-mor avaliado foi de 567:746$672 e o
monte-menor de 540:001$585.
9 (XIII)- D. EUFROSINA FERRAZ DE Camargo, depois Maria EUFROSINA
DA ROCHA nasceu em 3 de outubro de 1811 em Campinas,
tendo sido batizada na sua igreja matriz de Nossa Senhora da
Conceição em 13 de mesmo mês. Faleceu em julho de 1877
na cidade de Piracicaba, onde havia feito testamento em 18 de
setembro de 1875. Casou-se cerca de 1829 (o assento não foi
encontrado), provavelmente em Campinas, talvez em fazenda
536
537
538
539
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Volume 25 (ano
1927), pp. 366 e 367. São tetravós de FABIO DE GENNARO CASTRO (morador na cidade de São Paulo) e JOÃO BAPTISTA MATTOS PACHECO NETO (morador na histórica
Fazenda do Rosário, na cidade de Itu).
ACMC. Livro 6.º de óbitos da matriz, fls. 32 e 32v.
Centro de Memória da UNICAMP. Tribunal de Justiça de Campinas. 3.º Ofício.
Processo n.º 6991.
Centro de Memória da UNICAMP. Tribunal de Justiça de Campinas. 3.º Ofício.
Processo n.º 7366.
Revista da ASBRAP n.º 21
279
de sua mãe, a "Anhumas", a qual tinha oratório portátil e, portanto, poderia ter celebrado esse santo ofício, com o MAJOR
MELCHIOR DE MELLO CASTANHO, filho de Balduíno de Mello
Castanho (e Sampaio) e de sua mulher D. Antônia de Pádua
do Amaral Gurgel.540
O Major Melchior de Mello Castanho nasceu em 26 de
abril de 1800 em Itu, sendo batizado na sua matriz de Nossa
Senhora da Candelária em 4 de maio de 1800. Se nasceu
mesmo em Itu, é provável que tivesse sido na rua de Santa Rita, morada de seus pais naquela vila, mas sua infância foi vivida em Indaiatuba. Participou da Revolução de 1842, na qualidade de chefe do partido Liberal, de Piracicaba, contra as
forças leais ao governo. Esteve na batalha de Venda Grande,
em Campinas, onde morreu, em combate, seu tio materno, o
Capitão Boaventura do Amaral Camargo. É possível que tenha se salvado com ajuda da família de sua mulher, influente
em Campinas.
Fazendeiro e político na cidade de Piracicaba. Suas terras ficavam na hoje cidade de Rio das Pedras. Faleceu na manhã de 3 de novembro de 1871 em Piracicaba, onde havia feito testamento no dia anterior, sendo inventariado em Piracicaba.541 Dois de seus filhos participaram da Convenção Republicana de Itu: José da Rocha de Camargo Mello e Balduíno do Amaral Mello.
XII-
540
541
§ 57.o
MARIA DA ROCHA DE CAMARGO (filha de Pedro da Rocha de Sousa, do
§ 56.o n.º XI), batizada em 8 de abril de 1747 na Sé de São Paulo, falecida em 2 de agosto de 1799 na freguesia da Cotia, no bairro de Aguaçaí,
sem testamento, constando que falecera tuberculosa. Casou-se, em 3 de
fevereiro de 1761, em Cotia, com o CAPITÃO JOÃO COELHO DUARTE.
Mais detalhes sobre sua pessoa, ascendência e descendência, vide em:
http://www.asbrap.org.br/publicac/biblioteca/MELLOS.pdf
Acrescentar o nascimento do (primeiro) neto de um dos autores: BRUNO
MEIRA DE ARAUJO BOGACIOVAS, ocorrido em 15 de fevereiro de 2013 na cidade de
Santo André, Estado de São Paulo, filho de Rodrigo César do Amaral Mello Bogaciovas e de Josemara Borges de Araujo. O menino Bruno é 11.º neto (por uma via) e
13.º neto (por duas vias) de Pedro Gonçalves do Canto, ou melhor, de Pedro
Gonçalves Cambado (do § 7.o n.o VI).
São trisavós de um dos autores (Marcelo Meira Amaral Bogaciovas).
280
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
Ele era filho do Coronel João Coelho Duarte, natural da freguesia de
Santo Estêvão de Vilela, bispado do Porto e de sua primeira mulher Maria de Medela; neto paterno de Domingos Duarte e de Ângela Coelho;
neto materno do Sargento-Mor Roque Soares Medela e de sua mulher
Ana de Barros.542
Por morte de Maria da Rocha de Camargo se fez inventário
de seus bens, aberto em 23 de julho de 1800 na vila de Santana de Parnaíba.543 Foi declarante o viúvo, Capitão João Coelho Duarte. Entre outros bens, foi avaliado um sítio, com suas terras, casas de telha, paredes
de mão, de três lanços, com 5 portas e 3 janelas (avaliado em 183$000),
e 10 escravos. Não fizera testamento. Das dívidas que tinha a fazenda,
lançou-se uma na qual se devia aos herdeiros da defunta D. Benta de
Camargo Pais.
Filhos do casal (idades à época do inventário, em 1800):
1 (XIII)- FRANCISCO COELHO DUARTE, de 36 anos.
2 (XIII)- MANUEL COELHO DUARTE, de 35 anos.
3 (XIII)- ANA JOAQUINA DE CAMARGO. Casou-se, em 1789, na freguesia da Cotia, com o ALFERES JOÃO LEITE DE CAMARGO PENTEADO, natural da Cotia, falecido, com inventário, em 1833,
em Campinas, filho de Inácio de Camargo Pais e de Ana Vicência Pais de Barros.544 Sem geração. Viúvo, o Alferes João
Leite casou-se, segunda vez, em 1796, em Itu, com Isabel de
Campos, de quem deixou geração.
3 (XIII)- JOÃO COELHO DUARTE, de 25 anos. Casou-se, em 1792, na
cidade de São Paulo, com ANA PINTO DA SILVA, filha do Alferes Vicente João Sáes e de Josefa Maria da Silva.545
4 (XIII)- MARIA DA ANUNCIAÇÃO COELHO DE MEDELA, de 24 anos.
5 (XIII)- INÁCIO JOSÉ COELHO DUARTE, de 22 anos. Casou-se, em
1808, na freguesia da Cotia, com ANA TAVARES, filha do Tenente Francisco Tavares de Oliveira e de Clara Francisca.546
6 (XIII)- ANTÔNIO COELHO DUARTE, de 20 anos. Casou-se com MARIA JOAQUINA PINTO, filha do Capitão José de Oliveira e de
Ana Esméria Jacinta de Ribeira da Silva.547 Com geração.
542
543
544
545
546
547
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VIII: Maciéis, p. 226.
Arquivo do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. 2.º Ofício. Processo n.º 1.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. I: Camargos, p. 247.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VIII: Oliveiras, p. 534.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VIII: Oliveiras, p. 500.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. IV: Taques Pompeus, p. 262.
Revista da ASBRAP n.º 21
281
7 (XIII)- GERTRUDES COELHO DE CAMARGO, de 19 anos. Casou-se, em
1793, na freguesia da Cotia, com CAETANO MARIANO VARELA, filho de Rodrigo Fagundes, de Minas Gerais, e de Ana
Francisca de Oliveira; neto paterno de Sebastião Fagundes e
de Clara dos Anjos; neto materno de Francisco de Oliveira e
de Josefa Rodrigues.
8 (XIII)- FRANCISCA DA ROSA COELHO DE MEDELA (ou Francisca Coelho de Camargo), de 17 anos. Casou-se, em 1798, em Campinas, com JOSÉ PINTO DE GODOY, falecido em 1847 em Campinas, filho de Bernardo Guedes Barreto e de Maria Antônia
de Godoy.548 Com geração. Viúvo de Francisca, José Pinto
casou-se, segunda vez, com Maria de Almeida Camargo, e
terceira vez com Maria Antônia de Jesus.
9 (XIII)- PEDRO COELHO DUARTE, de 16 anos.
10 (XIII)- ANA LUIZA DE CAMARGO, de 16 anos.
11 (XIII)- RAFAEL COELHO DUARTE, de 13 anos.
12 (XIII)- BENTA COELHO DE CAMARGO, de 12 anos.
13 (XIII)- SENHORINHA COELHO DE CAMARGO, de 11 anos.
X-
548
549
§ 58.o
SEBASTIÃO GARCIA ROCHA (filho de Luzia da Rocha do Canto, do §
55.o n.º IX), batizado em 7 de março de 1691 na vila de Santana de Parnaíba, pelo Padre Isidoro Pinto de Godoy. Seu batizado veio trasladado
no processo de banhos que fez para se casar, em 1735, em Jundiaí, com
MARIA GARCIA DE QUEBEDOS.549 Ela foi batizada em 11 de novembro
de 1713 em Jundiaí, filha de José Afonso Taborda, já defunto em 1735,
e de sua mulher Verônica Garcia Leme, moradores em Jundiaí. Por esse
processo se verificou que Sebastião havia assistido cerca de 7 ou 8 anos
nas minas de Guarapiranga, na comarca de Ouro Preto, de lá voltando
para Parnaíba, e dali passando para as minas de Goiás, onde permaneceu
cerca de 60 dias, logo voltando para sua pátria. Foi ainda morador na
freguesia de Santo Antônio de Itaverava do Rio das Mortes, de cuja matriz era vigário o Padre José Almeida Brito.
Sebastião Garcia Rocha teve a seguinte filha natural (desconhecemos o nome da mãe):
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. III: Raposos Góis, p. 20.
ACMSP. Processo de dispensa matrimonial n.º 4-6-24.
282
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
1 (XI)-
ROSA GARCIA ROCHA, nascida cerca de 1714, que no ano de
1740 era casada e moradora com seu marido em Jundiaí, AMARO PEREIRA DE LEMOS, nascido cerca de 1683.
Sebastião Garcia Rocha teve, de Joana Fernandes Lopes, índia administrada dos religiosos de São Bento, na vila de Jundiaí, pelo
menos os dois filhos que seguem:
2 (XI)QUITÉRIA GARCIA DA ROCHA, nascida cerca de 1723 em Guarapiranga, onde foi batizada na sua igreja matriz. Em 1739
pediu dispensa para se casar, em Jundiaí, com SALVADOR
FERNANDES CUBAS.550 Ele era natural de Araçariguama, onde
foi batizado em 14 de novembro de 1723, filho de André Fernandes e de Escolástica Ribeiro.
3 (XI)JOÃO GARCIA DA ROCHA, nascido cerca de 1724 em Nossa
Senhora da Conceição de Guarapiranga, MG, onde foi batizado pelo Padre Antônio de Siqueira do Quental, sendo seus
padrinhos Manuel da Rocha do Canto551 e João da Fonseca.
Casou-se, com dispensa matrimonial, promovida no ano de
1740, com ESCOLÁSTICA DIAS.552 Ela nasceu cerca de 1725
em Jundiaí, filha legítima de Gabriel de Oliveira Cordeiro, já
defunto em 1740 e de Catarina Rodrigues, naturais e moradores de Jundiaí, onde fazia 9 anos que o noivo João Garcia era
morador.
X-
550
551
552
553
§ 59.o
JOSÉ DA ROCHA DO CANTO, filho de Luzia da Rocha do Canto, do § 55.o
n.º IX. Nasceu em Santana de Parnaíba, em cuja igreja matriz foi batizado em 11 de outubro de 1693 (fls. 42v), sendo seus padrinhos André
Machado (seu avô) e Isabel Ribeiro. Passou para a vila de Mogi das
Cruzes, onde se casou em junho de 1712 (fls. 35v) com MARTA DE MIRANDA DE GODOY, natural de Mogi das Cruzes, filha de Francisco Jorge
de Godoy e de sua mulher Inês Fragoso de Matos.553 Foram pais de, ao
menos:
1 (XI)CATARINA DA CONCEIÇÃO, nascida e batizada na Sé de São
Paulo, onde se casou, em 5 de maio de 1749, com SIMÃO
MACHADO DOS SANTOS, nascido na freguesia da Conceição
ACMSP. Processo n.º 4-11-73.
Possivelmente do § 62.o n.o X.
ACMSP. Processo n.º 4-13-84.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VII: Morais, p. 125.
Revista da ASBRAP n.º 21
283
dos Clérigos, bispado de Angra, Ilha Terceira. Nesta freguesia
foi batizado em 20 de fevereiro de 1710, exposto em casa de
José Nunes Barreto, filho de pais incógnitos, dos quais não se
lembrava o neto Agostinho (adiante), por ocasião de sua habilitação de genere et moribus.554 Pais de, ao menos:
1 (XII)- AGOSTINHO MACHADO DOS SANTOS, nascido e batizado na freguesia de Santo Antônio de Itaberaba,
MG, que se tornou presbítero em 1767 pelo Bispado da Bahia; voltando a se habilitar no ano de
1780.555
2 (XII)- PEDRO MACHADO DOS SANTOS.
IX-
554
555
556
557
558
559
§ 60.o
DOMINGAS DA ROCHA DO CANTO (filha de Antônio da Rocha do Canto,
do § 43.o n.º VIII) nasceu cerca de 1654 em Santana de Parnaíba, onde
se casou em 1677 com SEBASTIÃO SOARES CALHAMARES, filho de Alonso Peres Calhamares, o moço, e de Maria da Silva.556 Foram moradores em Santana de Parnaíba, onde eles faleceram, ambos em avançada
idade; ele em 1729 e ela em 1741. Por morte de Sebastião Soares fez-se
auto de inventário, em data incerta, na vila de Santana de Parnaíba.557
Havia falecido em 5 de agosto, sem testamento. Foi inventariante a viúva
Domingas da Rocha do Canto. Deixava uma morada de casas de taipa de
pilão e um sítio na paragem chamada Juqueri, dois escravos e doze peças
do gentio.
Foram pais de:
1 (X)MARIA DA SILVA, nascida cerca de 1681. Casou-se com o
CAPITÃO FRANCISCO BUENO DE CAMARGO, natural da vila de
Santos, falecido em 1736, filho de outro e de Mariana de Freitas.558 Com geração.
2 (X)ASCENÇO PERES CALHAMARES, nascido cerca de 1686. Casado em 1723 em Itu com LUZIA LEME, filha do Capitão Matias
de Mendonça e de Luzia Leme.559 Luzia era viúva de FrancisACMSP. Processo n.º 3-77-1997, ano de 1780, de Agostinho Machado dos Santos.
ACMSP. Processo n.º 3-77-1997.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. I: Introdução, 12.
APESP. N.º de ordem: CO 745. A primeira folha de seu inventário encontra-se perdida.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. I: Camargos, p. 405.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. V: Alvarengas, p. 240.
284
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
3 (X)4 (X)5 (X)-
6 (X)-
X-
560
561
562
563
co Rodrigues Banhos (com quem se casou em 1708 em Itu) e,
depois de viúva de Ascenso Peres, casou-se com seu cunhado
Manuel Peres Calhamares.
ANTÔNIO SOARES, nascido cerca de 1691.
ISABEL DA ROCHA DO CANTO. Segue.
MANUEL PERES, ou Manuel Soares, nascido cerca de 1699.
Foi o terceiro marido de sua cunhada LUZIA LEME, viúva de
seu irmão Ascenço Peres. Com geração.
ANA VIDAL SOARES, nascida cerca de 1700. Casou-se em
1712 em Santana de Parnaíba com GARCIA RODRIGUES BUENO, falecido em 1724, filho de José Rodrigues Betim e de
Mariana de Freitas.560 Com geração.
ISABEL DA ROCHA DO CANTO, nascida cerca de 1693. Casou-se, primeira
vez, com ANTÔNIO DE LEMOS DE MORAIS.561 Era filho de Estêvão Ribeiro Baião e de sua mulher Maria Bueno; neto paterno de Antônio Ribeiro
Baião e de Maria Leme; neto materno de Baltasar de Lemos e Morais e
de Maria Bueno de Camargo.
Por morte de Antônio de Lemos de Morais fez-se auto de inventário em 23 de novembro de 1719 na vila de Santana de Parnaíba.562
Foi declarante a viúva Isabel da Rocha, que declarou que seu marido falecera em 10 de agosto do mesmo ano. Entre outros bens, foi avaliado
um lanço de casas com seus corredor, quintal de taipa de pilão cobertas
de telha, na rua de São Bento, avaliadas em 80$000 (oitenta mil réis).
Antônio de Lemos havia feito testamento em 9 de agosto de 1719 na vila
de Santana de Parnaíba, escrito por João da Rocha do Canto. Declarou
ser natural da freguesia de São João de Atibaia, filho de Estêvão Ribeiro
Baião e de sua mulher Maria Bueno, e neto de Antônio Ribeiro Baião, e
que era sobrinho do Padre Francisco Ribeiro Baião. Pediu para seu corpo ser sepultado na igreja matriz de Santana de Parnaíba.
Isabel da Rocha casou-se, segunda vez, em 1723 em Santana
de Parnaíba, com MANUEL DE GÓIS RAPOSO, filho de Manuel de Góis
Leme e de Úrsula de Aguiar.563 Neto paterno de Aleixo Leme dos Reis e
de sua mulher Ana de Góis; neto materno de Francisco de Aguiar e de
Isabel Pedroso.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. I: Camargos, p. 390.
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit., vol. VII: Morais, p. 84.
APESP. N.º de ordem: CO 683, da série de Inventários do 1.º Ofício.
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit., vol. IV: Taques Pompeus, p. 301.
Revista da ASBRAP n.º 21
285
Por morte de Manuel de Góis Raposo fez-se auto de inventário em 12 de julho de 1734 na vila de Santana de Parnaíba.564 Foi declarante a viúva, Isabel da Rocha, tendo assinado por ela seu procurador,
Euquério de Aguiar e Mendonça. Foi nomeado curador dos órfãos: João
da Rocha de Oliveira. Manuel de Góis Raposo fez testamento em 9 de
junho de 1734 na vila de Santana de Parnaíba, escrito por Pantaleão Pedroso e Mendonça. Pediu para serem seus testamenteiros: ao contratador
Guilherme do Amaral da Silva, Luís Teixeira de Azevedo e a Maurício
da Rocha Campos. Declarou ser natural da vila de Parnaíba, em cuja igreja matriz queria ser sepultado, filho de Manuel de Góis Raposo e de
sua mulher Úrsula de Aguiar, já defuntos. Fez codicilo em 11 de junho
de 1734, em Santana de Parnaíba, onde se deu o “cumpra-se”, em 15 do
mesmo mês e ano.
Do casamento com Antônio de Lemos e Morais nasceram três
filhos:
1 (XI)MARIA BUENO, nascida cerca de 1713, provavelmente em
Santana de Parnaíba. Aí faleceu em 1781, casada com JOÃO
DE OLIVEIRA. Sem geração.
2 (XI)DOMINGAS DA ROCHA, nascida cerca de 1714, provavelmente
em Santana de Parnaíba. Aí se casou, em 1731, com ANTÔNIO LEME DO PRADO, ou Antônio Leme da Silva, ou ainda
Antônio da Silva Leme.565 Ele era filho de Antônio Gonçalves
Ribeiro (falecido nos sertões dos Currais da Bahia) e de Maria Leme da Silva; neto paterno de Manuel Gonçalves Cadime, natural da Ilha de São Miguel e de Mécia Ribeiro, natural
da vila de São Paulo; neto materno de Aleixo Leme dos Reis
e de Ana de Góis, esta filha de Manuel de Góis Raposo e de
sua mulher (casados em 1635 na Sé de São Paulo) Maria
Pompeu Taques. Domingas da Rocha e Antônio Leme da Silva deixaram filha única: ISABEL TERESA DE JESUS, nascida
cerca de 1732, provavelmente em Santana de Parnaíba. Em
1753 era tutor da órfã: Jerônimo Rodrigues de Castro. Isabel
Teresa de Jesus foi emancipada em 22 de maio de 1753, pelo
Rei D. José, como constou do inventário do seu pai. S.m.n.
3 (XI)JOÃO DE LEMOS E MORAIS, nascido cerca de 1716, provavelmente em Santana de Parnaíba.
564
565
APESP. N.º de ordem: CO 676, da série de Inventários do 1.º Ofício.
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit., vol. IV: Taques Pompeus, p. 307.
286
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
Do casamento com Manuel de Góis Raposo nasceram, também, três filhos:
4 (XI)ESCOLÁSTICA DA ROCHA. Casou-se em 1750 em Santana de
Parnaíba com INÁCIO PEDROSO DE ARAÚJO, filho de Antônio
Pedroso de Alvarenga e de Isabel de Freitas. Escolástica da
Rocha faleceu em 3 de maio de 1805 na vila de Santana de
Parnaíba. Conforme o assento de seu óbito, ela tinha mais de
90 anos de idade; era viúva, e era moradora no bairro do Taboão desta freguesia e vila, viúva de Inácio Pedroso. Seu corpo foi sepultado dentro da matriz, na campa n.º 64.
5 (XI)MARIA DA ROCHA, nascida cerca de 1730, provavelmente em
Santana de Parnaíba. Casou-se em 1745, em Itu, com MANUEL DE ANDRADE E VASCONCELOS, natural da vila de Pindamonhangaba, filho de Francisco Gonçalves de Cerqueira e de
Bernarda Leite do Prado. Com geração.
6 (XI)MANUEL DE GÓIS RAPOSO. Casou-se em 1756 em Santana de
Parnaíba com GERTRUDES LEME GARCIA, filha de Sebastião
Leme e de Antônia Barreto. Gertrudes Leme faleceu em 26 de
setembro de 1801 na vila de Santana de Parnaíba.566 Constou,
do assento de óbito, que Gertrudes Leme faleceu inesperadamente, de antigos achaques, viúva de Manuel de Góis Raposo, filha de pais incógnitos, exposta de uma Dona Messias;
pensava o vigário (João Gonçalves Lima) que fosse natural da
vila de Santana de Parnaíba e dela freguesa, agregada de João
Ribeiro Leite; seu corpo foi sepultado na capela do Bonsucesso, filial da matriz; não fez testamento e não constava ter herdeiros.
IX-
566
§ 61.o
MARIANA DE PINHA CORTÊS, (filha de Antônio da Rocha do Canto, do §
43.o n.º VIII) nasceu cerca de 1660 em Santana de Parnaíba, onde se casou em 1684 com TOMÁS FERNANDES VIEIRA, filho de Domingos Fernandes Vieira e de Margarida Fernandes. Tomás foi morador em Parnaíba, onde serviu por muitos anos o ofício de escrivão dos órfãos. Mariana
já era falecida em 1706, à época do inventário do pai. Foram pais de:
1 (X)LOURENÇO.
2 (X)ANTÔNIO.
3 (X)PEDRO.
ACDJ. Livro de óbitos de Santana de Parnaíba (1797-1830), fls. 25.
Revista da ASBRAP n.º 21
4 (X)5 (X)-
VIII-
IX-
567
568
569
287
TOMÁS.
DOMINGOS. Poderia ser o DOMINGOS DA ROCHA DO CANTO
que faleceu em 6 de setembro de 1742 em Atibaia. Esse
mesmo Domingos da Rocha do Canto foi testemunha de um
casamento em 24 de junho de 1736 em Atibaia (matriz, casamentos, fls. 47v).
§ 62.o
ANDRÉ DA ROCHA ou ANDRÉ GONÇALVES DO CANTO (filho de André
Gonçalves do Canto, do § 19.o n.º VII). Nasceu em São Bartolomeu de
São Gens, onde foi batizado em 6 de janeiro de 1632, e onde faleceu,
aos 65 anos de idade, em 4 de agosto de 1697 (sem testamento), sendo
sepultado dentro da igreja, e sem sacramentos, por não ser capaz de recebê-los. Casou-se em 16 de janeiro de 1661 na freguesia de Quinchães,
concelho de Fafe, com MARIA DE ALMEIDA, filha de Jorge Álvares e de
sua mulher (casados em 17 de novembro de 1630, em São Gens) Helena
Gonçalves; neta paterna de Álvaro Jorge e de Maria Gonçalves Lopes;
neta materna de Domingos Álvares e de Catarina Gonçalves. Maria de
Almeida foi batizada em 11 de dezembro de 1631 em Quinchães, e faleceu em 13 de fevereiro de 1711 em São Gens, aos 79 anos de idade. André e sua mulher foram moradores no lugar de Gondim e no lugar do Vale. Foram pais de:
1 (IX)JOÃO DA ROCHA DO CANTO, que segue no § 72.o.
2 (IX)MARIA, batizada em 17 de novembro de 1661, aliás fez ofício
de catequismo, por necessidade, na freguesia de São Gens.567
S.m.n.
3 (IX)ISABEL DE SÃO FRANCISCO, ou Isabel da Rocha. Segue no §
73.o.
4 (IX)DOMINGOS, batizado em 7 de janeiro de 1665 na freguesia de
São Gens. Creio que seja o DOMINGOS DA ROCHA DO CANTO,
que segue.
5 (IX)HELENA, batizada em 16 de maio de 1667 em São Gens.568
6 (IX)JERÔNIMA DA ROCHA, que segue no § 76.o.
DOMINGOS DA ROCHA DO CANTO, batizado em 7 de janeiro de 1665 na
freguesia de São Gens.569 Não tenho prova documental que seja filho de
ADB. Paróquia de São Gens. L.º 1.º de batizados (1653-1668), fls. 24v.
ADB. Paróquia de São Gens. L.º 1.º de batizados (1653-1668), fls. 45v.
ADB. Paróquia de São Gens. L.º 1.º de batizados (1653-1668), fls. 38.
288
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
André da Rocha, acima. Sei apenas, baseado em Pedro Taques que era
sobrinho do Capitão Antônio da Rocha do Canto.570 Casou-se em 1686,
em Parnaíba, com MARIA DE LIMA DO PRADO. O correspondente livro
de casamentos de Parnaíba perdeu-se e foi anotado por Silva Leme para
a sua “Genealogia Paulistana” sem o autor copiar o nome dos pais do
noivo, talvez porque não lhe interessasse naquele momento. Maria de
Lima do Prado era filha de Jerônimo Soares Quaresma (natural de Lisboa, falecido em 1693 em São Paulo) e de sua mulher Maria de Lima do
Prado, esta batizada em 1642 em São Paulo, filha do português Antônio
de Lima e de sua mulher (casados em 1632 em São Paulo) Joana do Prado. Foi juiz ordinário de Santana de Parnaíba nos anos de 1692 e 1702.
Domingos da Rocha faleceu em 1703 em Santana de Parnaíba e Maria
de Lima do Prado em 1748, também em Parnaíba. Pais de:
1 (X)JOÃO DA ROCHA DO CANTO nasceu cerca de 1692 em Parnaíba, que segue.
2 (X)ANA DE LIMA DO PRADO, mulher de CRISTÓVÃO PEREGRINO
PINTO. Segue no § 69.o.
3 (X)MANUEL DA ROCHA DO CANTO.
4 (X)VIOLANTE DA ROCHA DO CANTO. Faleceu em 1751 em Parnaíba, solteira.
5 (X)ANDRÉ DA ROCHA DO CANTO. Segue no § 71.o.
6 (X)ANTÔNIO DA ROCHA DO CANTO, faleceu em 1764 em Parnaíba, solteiro.
7 (X)BERNARDO DA ROCHA DO CANTO, falecido solteiro em Parnaíba.
X-
570
571
JOÃO DA ROCHA DO CANTO nasceu cerca de 1692 em Parnaíba, onde
faleceu em 1767. Casou-se, cerca de 1720, com ÁGUEDA XAVIER DE
BARROS, filha de João Corrêa Penteado e de Isabel Pais de Barros (esta
falecida em 12 de novembro de 1752, na Sé de São Paulo, no estado de
viúva). João da Rocha do Canto foi juiz ordinário em 1762 em Parnaíba,
e ali faleceu em 1767. João da Rocha do Canto faleceu no ano de 1767,
na vila de Santana de Parnaíba.571
LEME, Pedro Taques de Almeida Pais. Ob. cit. Vol. III: Penteados, p. 251.
ACMSP. LEME, Luís Gonzaga da Silva. Fontes da Genealogia Paulistana. Manuscrito. Fls. 117v.
Revista da ASBRAP n.º 21
289
Há um interessante relato sobre uma doença que tivera Águeda Xavier de Barros, curada que foi pelo seu padrinho, o Padre Belchior
de Pontes. Segue: 572
Uma grave enfermidade padeceu Águeda Xavier, como delirando, e
aborrecendo as pessoas, com quem tratava, ainda que fossem domésticas, causando graves desgostos a seus pais, que a tinham casado de pouco com o Capitão João da Rocha do Canto. Eram já
passados dez meses sem achar remédio a tal enfermidade quando
em um dia, dormindo em uma rede depois do jantar, lhe apareceu o
Padre Belchior de Pontes, que tinha sido seu padrinho, e lhe disse:
Que andais fazendo; e para que dais tanta moléstia a vossa mãe, que
anda morrendo de pena de vos ver assim? e correndo-lhe três vezes
a mão sobre a cabeça, concluiu: Não tendes nada, levantai-vos; Águeda Xavier. Pareceu-lhe a ela que estava falando com o Padre na
Igreja do Colégio de São Paulo junto às grades do Cruzeiro, e acordou com semblante tão mudado, e alegre, que reparando nele os
pais, lhe perguntaram a causa; e ela os satisfez dizendo que lhe não
doía nada, e que além de se achar são, estava mui consolada por
ter falado com seu padrinho o Padre Belchior de Pontes, e em seu
juízo perfeito lhes declarou o que haviam dito.
Por morte de Águeda Xavier de Barros, fez-se auto de inventário em 11 de junho de 1770 na vila de Santana de Parnaíba.573 Foi inventariante o filho Francisco da Rocha Penteado, que declarou que sua
mãe falecera em 25 de maio de 1770, sem testamento, e que sua mãe não
tivera outro matrimônio, além com o defunto seu pai João da Rocha do
Canto. Entre outros bens, foram avaliados 9 escravos. De bens de raiz: a
metade do valor do sítio na paragem Juqueri Guaçu, que consta de dois
lanços de parede de pilão cobertas de telhas e uma cozinha de parede de
mão cobertas de telhas com suas portas, e mais dois lanços de casa de
parede de mão com sua porta e janelas cobertas de palha, com seus arvoredos de espinho e suas senzalas, e com terras a ele pertencentes. Partia
com terras do Capitão-Mor Antônio Corrêa de Lemos Leite e da outra
parte com terras do Reverendo Padre Inácio Pais de Oliveira, tudo avaliado em 100$000 (cem mil réis). Também foi avaliada a metade do valor
das casas da vila sitas na rua que vai para a rua de cima, que constam de
três lanços de taipa de pilão com lanço e meio assobradado, cobertos de
572
573
FONSECA, Padre Manuel da. Vida do Venerável Padre Belchior de Pontes, da
Companhia de Jesus, da Província do Brasil (1644-1719). 2.ª ed., São Paulo: Companhia Melhoramentos, [1932], pp. 264-265.
APESP. N.º de ordem: CO 663. Inventários do 1.º Ofício.
290
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
telhas com suas portas e janelas e fechaduras e um corredor de fora e cozinha também de fora, tudo cobertos de telhas com seu quintal, cujas casas partiam de uma banda com o pátio de São Bento, e da outra com casas dos herdeiros do defunto Antônio Corrêa de Lemos, visto e avaliado
em 65$000 (sessenta e cinco mil réis).
Filhos de João da Rocha do Canto e de Águeda Xavier de
Barros, conforme o inventário dela:
1 (XI)ANTÔNIO DA ROCHA DO CANTO, de maior idade. Segue.
2 (XI)FRANCISCO DA ROCHA PENTEADO, de maior, curador e inventariante. Casou-se em 1788 na Cotia com INÁCIA DE CAMARGO SILVA, filha de Manuel Pereira de Camargo e de Maria da
Silva.574 Faleceu em 1795. Sem geração.
3 (XI)DOMINGOS DA ROCHA DO CANTO, de maior idade. Segue no §
63.o.
4 (XI)BELCHIOR DA ROCHA PENTEADO, de maior. Segue no § 64.o.
5 (XI)ISABEL PAIS DE BARROS, mulher de INÁCIO CORRÊA DE LEo
MOS. Segue no § 65. .
6 (XI)MARIA LEITE DO PRADO, viúva que ficou de FRANCISCO DE
MEDEIROS DA COSTA. Segue no § 68.o.
7 (XI)ANA PIRES DO PRADO, viúva que ficou de BRÁS LEME DA
GUERRA. Segue no § 66.o.
8 (XI)TERESA PAIS, mulher de JOÃO FERREIRA DOS SANTOS. Segue
no § 67.o.
João da Rocha do Canto teve a filha natural, que segue:
9 (XI)TOMÁSIA DA ROCHA, nascida cerca de 1723 em Parnaíba.
Tomásia pediu, em 1745, dispensa para se casar com INÁCIO
BICUDO DE SIQUEIRA, natural de Parnaíba, filho de João Fernandes Homem e de Maria Rosa.575 Ouvido como testemunha, em 25 de fevereiro de 1745, em Santana de Parnaíba,
Pedro da Rocha do Canto (do § 77.o n.º X), disse ser natural e
batizado na freguesia de São Bartolomeu de São Gens, concelho de Montelongo, arcebispado de Braga, de pouco mais ou
menos 72 anos de idade, que vivia de sua agência em Parnaíba, onde era casado; disse mais, que a oradora Tomásia da
Rocha “era tida e havida por filha natural do dito João da Rocha do Canto” e que ela fora batizada havia 22 anos, na ma-
574
575
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit., vol. I: Camargos, p. 206.
ACMSP. Processo de dispensa matrimonial n.º 4-26-155, fls. 12 em diante.
Revista da ASBRAP n.º 21
291
triz de Parnaíba por André da Rocha do Canto e por D. Maria
de Lima, viúva.
XI-
576
577
578
ANTÔNIO DA ROCHA DO CANTO. Casou-se em 1774 em Santana de Parnaíba com D. ANA MARIA FERNANDES, filha de Pascoal Fernandes de
Sampaio e de Maria Pedroso.
Antônio da Rocha do Canto faleceu em 29 de abril de 1805
na vila de Santana de Parnaíba, no bairro e sítio das Lavras, da freguesia
de Santana, de febre maligna, com 75 anos de idade.576 Era natural e freguês desta freguesia, casado com Ana Maria Fernandes. Seu corpo foi
envolto no hábito dos religiosos, sendo sepultado na igreja matriz. Não
fez testamento; deixou família e seus bens. Fez-se auto de inventário em
29 de maio seguinte na mesma vila.577
Foram avaliadas partes de uma morada de casas sitas na rua
de cima da vila de Santana de Parnaíba, em 23$500 (vinte e três mil e
quinhentos réis) e um sítio na paragem chamada Juquirimirim. Foi inventariante a viúva.
D. Ana Maria Fernandes faleceu em 17 de dezembro de 1822,
de sufocação no peito, na vila de Santana de Parnaíba, com testamento.578 Nomeou por testamenteiros, em primeiro lugar, ao filho Caetano
José da Rocha Penteado (que aceitou), em segundo a Antônio de Abreu,
e em terceiro lugar ao Tenente Antônio Joaquim de Oliveira. Era moradora do bairro de Juqueri mirim, e tinha pouco mais ou menos, 80 anos
de idade. Foram pais de:
1 (XII)- LUÍS ANTÔNIO DA ROCHA PENTEADO, nascido cerca de 1776.
2 (XII)- CAETANO JOSÉ DA ROCHA PENTEADO, nascido cerca de 1778.
Casou-se em 27 de setembro de 1825 na matriz de Santa Ifigênia (orago de Nossa Senhora da Conceição, fls. 87v), em
São Paulo, com D. MARIA JOAQUINA DA SILVA, viúva do Capitão Antônio Joaquim da Rocha Penteado, seu primo (adiante), filha de Antônio Francisco da Silva e de Maria Rosa da
Silva. Receberam dispensa por afinidade de cópula lícita. Tiveram 3 filhos. Em 23 de setembro de 1828 o casal era mora-
ACDJ. Livro de óbitos de Santana de Parnaíba (1797-1830), fls. 50v.
Arquivo do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. 1.º Ofício. Processo n.º
1685.
ACDJ. Livro de óbitos de Santana de Parnaíba (1797-1830), fls. 133.
292
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
3 (XII)-
4 (XII)4 (XII)-
5 (XII)-
XI-
579
580
581
582
583
dor no bairro de Juqueri Guaçu, na vila de Santana de Parnaíba, conforme constou do assento de óbito de uma sua filha.579
JOÃO DA ROCHA DO CANTO, nascido cerca de 1780. Faleceu
em 5 de fevereiro de 1811, aos 29 anos de idade, solteiro, em
Santana de Parnaíba.580 Era morador na Fazenda do Juqueri
Guaçu, termo da vila de Santana de Parnaíba.
MARIA PEDROSO, nascida cerca de 1782. Casou-se com JOSÉ
ANTÔNIO PESSOA, de Portugal. Com geração.
MARIA JOAQUINA DA ROCHA, nascida cerca de 1784. Casouse em 1818 em Parnaíba com seu parente ANTÔNIO MANUEL
PIRES, viúvo de Rosa Maria, filho de Antônio Pires da Rocha
e de Teresa Maria de Jesus, neto paterno de João Dias Leme e
de Maria Pires da Rocha, neto materno de Manuel Pacheco
Missel e de Ana Benta Peregrino do Prado, esta filha de Cristóvão Peregrino Pinto e de sua mulher Ana de Lima do Prado
(adiante, do § 70.o n.o XII).
ÁGUEDA XAVIER DE BARROS, nascida cerca de 1786. Casouse em 1821 em Parnaíba com FILIPE JOSÉ DE MORAIS CAMARGO, de São Paulo, filho de Francisco de Morais Camargo
e de Ana das Virgens.581
§ 63.o
DOMINGOS DA ROCHA DO CANTO, filho de João da Rocha do Canto, do
§ 62.o n.º X. Casou-se em 1768 em Parnaíba com MARIA PAIS DO REGO,
falecida em 1786, filha de Filipe do Rego Castanho e de sua segunda
mulher Antônia Pais de Queirós.582 Domingos faleceu em 15 de junho
de 1818 na vila de Santana de Parnaíba.583 Tinha 83 anos, era morador
no bairro de Juqueri Guaçu, e casado com Maria Pais de Oliveira, sem
testamento, tendo deixado bens e herdeiros.
Foram pais de:
Essa filha era a inocente MARIA SALOMÉ, vítima de febre, quando tinha um ano de
idade, pouco mais ou menos. [ACDJ. Livro de óbitos de Santana de Parnaíba (17971830), fls. 97.]
ACDJ. Livro de óbitos de Santana de Parnaíba (1797-1830), fls. 97.
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit., vol. I: Camargos, p. 194.
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit., vol. IV: Arrudas Botelhos, p. 60.
ACDJ. Livro de óbitos de Santana de Parnaíba (1797-1830), fls. ...
Revista da ASBRAP n.º 21
1 (XII)-
2 (XII)-
3 (XII)-
4 (XII)5 (XII)6 (XII)-
293
ANA PAIS DE OLIVEIRA, casada em 1794 em Santana de Parnaíba com MANUEL JOSÉ DE JESUS, filho de José Pacheco
Missel e de Maria José.584
ROSA MARIA PAIS, casada em 1795 em Santana de Parnaíba
com JOAQUIM DE MORAIS CAMARGO, filho de Manuel de
Morais Pires e de Rita Ana de Camargo.585
GERTRUDES MARIA PAIS, casada em 1814 em Santana de
Parnaíba com seu primo BERNARDO JOSÉ DA CUNHA, filho de
José da Cunha Barreto e de Ana Pais de Queirós.586
JOSÉ.
JOAQUIM.
MANUEL.
§ 64.o
XI-
584
585
586
587
588
GUARDA-MOR BELCHIOR RODRIGUES PENTEADO, ou Melchior, ou ainda
Belchior da Rocha Penteado, filho de João da Rocha do Canto, do § 62.o
n.º X. Natural de Santana de Parnaíba. Casou-se, primeira vez, em 1762
em São Paulo com FRANCISCA PEREIRA MENDES, natural da freguesia
da Cotia, filha de Antônio Corrêa de Meira e de Catarina Pereira Mendes; neta paterna de Antônio de Meira e de Maria Corrêa; neta materna
de André Lopes de Camargo e de Lourença Pereira Mendes; segunda
vez casou-se em 1799 em Santana de Parnaíba com MARIA DE ABREU,
viúva duas vezes, filha de José Ribeiro de Siqueira e de Joanna do Prado.587 Melchior da Rocha Penteado faleceu em 1.º de fevereiro de 1808
na vila de Santana de Parnaíba, com mais ou menos 70 anos de idade,
com cancro na garganta, tendo feito testamento.
Francisca Pereira Mendes faleceu em 6 de março de 1798 na
vila de Santana de Parnaíba.588 Tinha mais ou menos 50 anos de idade.
Envolta no hábito de São Francisco, seu corpo foi sepultado em uma
campa da irmandade do Santíssimo. Não fez testamento, deixou um filho
e bens. Seu marido, Melchior da Rocha Penteado, era juiz de órfãos da
vila de Santana de Parnaíba.
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit., vol. V: Alvarengas, p. 387.
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit., vol. I: Camargos, p. 195.
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit., vol. IV: Arrudas Botelhos, p. 60.
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit., vol. VII: Cordeiros Paivas, p. 311.
ACDJ. Livro de óbitos de Santana de Parnaíba (1797-1830), fls. 4v.
294
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
Maria de Abreu faleceu em 2 de março de 1800 na vila de
Santana de Parnaíba, de hidroposia, com mais de 60 anos de idade.589
Era moradora no bairro sobre o rio Tietê. Seu corpo foi amortalhado no
hábito de São Francisco, sendo seu corpo sepultado na campa da mesma
irmandade. Não deixou filho algum de seus três maridos. Fez testamento.
Sem geração da segunda, porém teve da primeira mulher:
1 (XII)- CAPITÃO ANTONIO JOAQUIM DA ROCHA PENTEADO, casado
primeira vez, em 1801 em Santana de Parnaíba, com ANA
MARIA DA SILVA, filha de Antônio Francisco da Silva e de
Maria Rosa da Silva; segunda vez casou-se em 1806 em Santana de Parnaíba com MARIA JOAQUINA DA SILVA, irmã de
sua primeira mulher.
Ana Maria da Silva faleceu em 28 de janeiro de 1806,
na cidade de São Paulo, em caminho, para tratar de sua cura,
próximo da igreja de Nossa Senhora do Ó, de sobreparto, aos
19 anos de idade.590 Antes de partir para a viagem, fora assistida pelo vigário de Santana de Parnaíba, ainda no seu sítio de
Votucavará, desta freguesia. Deixava viúvo o então Alferes
Antônio Joaquim da Rocha Penteado. Seu corpo foi sepultado
no convento de São Francisco da cidade de São Paulo, no dia
seguinte ao de sua morte. O Capitão Antônio Joaquim faleceu
em 2 de setembro de 1824, aos 52 anos de idade, na vila de
Santana de Parnaíba.591 Tivera morte inesperada, de ataque
mortal, indo à vila de Parnaíba a curar-se; não fez testamento.
Teve descendência dos dois casamentos.
XI-
589
590
591
592
§ 65.o
ISABEL PAIS DE BARROS, filha de João da Rocha do Canto, do § 62.o n.º
X. Batizada em 6 de junho de 1724 na vila de Santana de Parnaíba (fls.
10v). Casou-se em 1760 em São Paulo com seu primo-irmão INÁCIO
CORRÊA DE LEMOS, filho de João Corrêa de Lemos e de Maria Leite de
Barros.592 Foram pais de:
1 (XII)- MARIA CORRÊA DE LEMOS, faleceu solteira em 1799 em São
Paulo.
ACDJ. Livro de óbitos de Santana de Parnaíba (1797-1830), fls. 15 e 15v.
ACDJ. Livro de óbitos de Santana de Parnaíba (1797-1830), fls. 56v.
ACDJ. Livro de óbitos de Santana de Parnaíba (1797-1830), fls. 150v.
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit., vol. IV: Quadros, p. 524.
Revista da ASBRAP n.º 21
2 (XII)-
3 (XII)-
XI-
XI-
593
594
595
596
597
295
GERTRUDES MARIA JACINTA. Casou-se com seu primo, o CAPITÃO MANUEL CORRÊA DE LEMOS LEITE, filho do CapitãoMor Antônio Corrêa de Lemos Leite de sua mulher Mariana
Dias Pais.593 Com geração.
ROSA MARIA CORRÊA. Casou-se em 1793 em São Paulo com
o CAPITÃO GABRIEL FERNANDES CANTINHO, natural de São
Paio, Braga (filho de Mateus Fernandes e de Ana Gonçalves),
falecido em 1835, viúvo de Rosa Maria Barbosa. Com geração.
§ 66.o
ANA PIRES DO PRADO, filha de João da Rocha do Canto, do § 62.o n.º X.
Casou-se, primeira vez, em 1761 em Santana de Parnaíba, com BRÁS
LEME DA GUERRA, filho do Capitão Francisco Rodrigues da Guerra e de
Ana Pires de Camargo.594 Segunda vez, em 1771, em Parnaíba com ANTÔNIO DA COSTA LEME, viúvo de Mariana Bueno de Camargo, filho do
Capitão Antonio da Costa Reis.595 Teve, do primeiro casamento:
1 (XII)- FRANCISCO XAVIER DA GUERRA, que se casou, em 1792, em
São Paulo, com GERTRUDES JACINTA DE TOLEDO, filha de
Antônio de Freitas de Toledo e de Inácia Maria de Toledo.596
Com geração.
2 (XII)- ANA XAVIER DE CAMARGO.
3 (XII)- MANUEL XAVIER DA GUERRA PENTEADO. Casou-se, em
1794, em São Paulo, com MARIA DE OLIVEIRA, filha de Francisco Pedroso Leite e de Mariana Eufrásia Monteiro de Matos. Com geração.
4 (XII)- MARIA JOAQUINA DE BARROS. Casou-se, em 1795, em Santana de Parnaíba, com FRANCISCO PINTO CARDOSO, filho de
Luís Cardoso de Gusmão e de Quitéria de Jesus.597
§ 67.o
TERESA PAIS, filha de João da Rocha do Canto, do § 62.o n.º X. Casouse em 1764, em Parnaíba, com o GUARDA-MOR JOÃO FERREIRA DOS
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit., vol. IV: Quadros, p. 523.
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit., vol. II: Lemes, p. 204.
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit., vol. II: Lemes, p. 234.
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit., vol. V: Toledos Pizas, p. 567.
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit., vol. V: Cunhas Gagos, p. 145.
296
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
SANTOS, natural das Minas Gerais, filho do Mestre de Campo Agostinho
Dias dos Santos e de Maria Ferreira de Sá, por esta neto do Mestre de
Campo Francisco Ferreira de Sá, do Porto, e de Páscoa Barbosa, da Cotia.598
XI-
X-
598
599
600
601
§ 68.o
MARIA LEITE DO PRADO, filha de João da Rocha do Canto, do § 62.o n.º
X. Batizada em 5 de setembro de 1725 na matriz de Santana de Parnaíba
(fls. 17), onde se casou, primeira vez, em 1757 em Parnaíba com FRANCISCO DE MEDEIROS DA COSTA, filho de Pedro de Medeiros da Costa e
de Izabel dos Reis.599 Francisco de Medeiros faleceu em 1766 em Santana de Parnaíba. Segunda vez, Maria Leite casou-se, em 1773, em Parnaíba, com JORDÃO VIEIRA CARDOSO, natural da Ilha do Pico, filho de
Manuel Homem Cardoso e de Barbara da Conceição. Filhos do primeiro
matrimônio:
1 (XII)- ANA MARIA LEITE. Casou,-se em 1783, em Santana de Parnaíba, com FRANCISCO BUENO DE CAMARGO, filho de Bartolomeu Bueno de Camargo e de Narcisa Bueno.600
2 (XII)- ESCOLÁSTICA PAIS DE BARROS. Casou-se, em 1791, em Santana de Parnaíba, com JOSÉ BUENO DE CAMARGO, irmão de
Francisco Bueno de Camargo, atrás citado.601 Com geração.
3 (XII)- INÁCIA.
§ 69.o
ANA DE LIMA DO PRADO, filha de Domingos da Rocha do Canto, do §
62.o n.º IX. Ana de Lima do Prado faleceu em 1773 em Parnaíba. Ali se
casou em 16 de abril de 1708 com CRISTÓVÃO PEREGRINO PINTO, filho
de Francisco Peregrino Pinto e de Margarida Santa de Gengene, já defuntos em 1708. Cristóvão nasceu em Messina, na Sicília, Itália, e faleceu em 1751 em Parnaíba com 73 anos de idade. Foram pais de:
1 (XI)FRANCISCO PEREGRINO, faleceu solteiro, em 1739 em Santana
de Parnaíba, com 29 anos de idade.
2 (XI)MARIA PEREGRINO DO PRADO, que segue.
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit., vol. I: Carvoeiros, p. 103.
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit., vol. VII: Freitas, p. 181.
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit., vol. I: Camargos, p. 406.
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit., vol. I: Camargos, p. 407.
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ANA BENTA PEREGRINO DO PRADO, casou-se em 1744 em
Santana de Parnaíba com MANUEL PACHECO MISSEL. Segue
no § 70.o.
GERTRUDES PEREGRINO, que se casou em 1750 em Santana
de Parnaíba com FRANCISCO XAVIER DA ASSUNÇÃO. Foram
pais de:
1 (XII)- CRISTÓVÃO XAVIER DO PRADO, natural de Santana
de Parnaíba, casado em 1793 em Bragança Paulista
com ANNA FRANCO DE OLIVEIRA, filha do Capitão
Lourenço Franco da Rocha e de Anna de Oliveira
d‟Horta.602 Com geração.
INÁCIO PEREGRINO, solteiro em 1752.
ESCOLÁSTICA DE ALMEIDA, solteira em 1752. Também chamada de Escolástica Peregrino Prado, como constou de seu
óbito, lavrado em 12 de novembro de 1798 na vila de Santana
de Parnaíba.603 Era moradora no bairro sobre o rio Tietê, e
solteira. Teria mais de 80 anos de idade, tendo sido sepultada
na igreja matriz da mesma vila.
MARIA PEREGRINO DO PRADO que casou em 1735 em Parnaíba com JOÃO DE ARAÚJO PEREIRA, filho de Manuel Francisco Pereira e de Maria
Luís de Araújo, de Portugal, e faleceu em 1781 em Parnaíba com 62 anos. Foram pais de:
1 (XII)- ANA DE ARAÚJO PEREGRINO casada em 1752 em Santana de
Parnaíba com MANUEL PINTO DA SILVA, filho de Isidoro Pinto da Silva e de Anna Nardy.604 Ana de Araújo faleceu, no estado de viúva, em 30 de maio de 1804, no sítio e bairro sobre
o Tietê, onde era moradora, vila de Santana de Parnaíba.605
Era natural e freguesa da matriz de Parnaíba, e tinha 67 anos
de idade. Seu corpo foi amortalhado no hábito dos religiosos
de São Francisco, e sepultado na campa da Irmandade do Santíssimo Sacramento. Fez testamento, tendo nomeado seus testamenteiros, ao seu irmão Manuel Araújo Pereira, ao Ajudante Manuel de Oliveira Camargo, ao Capitão Domingos de O-
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit., vol. I: Buenos de Ribeira, p. 532.
ACDJ. Livro de óbitos de Santana de Parnaíba (1797-1830), fls. 8.
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit., vol. V: Alvarengas, p. 403.
ACDJ. Livro de óbitos de Santana de Parnaíba (1797-1830), fls. 43.
298
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
2 (XII)-
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liveira e Castro. Deixou bens; deixou por herdeiros três filhos
e seus netos, filhos de Bento Xavier.
CRISTÓVÃO PEREIRA DE ARAÚJO casado com ISABEL DE MORAIS PONTES. Teve, que se descobriu: MARIA ANTÔNIA, casada em 1789 em Parnaíba com INÁCIO FERNANDES DE SAMPAIO, filho de Pascoal Fernandes de Sampaio, natural de Valadares, arcebispado de Braga, e de Maria Pedroso.606 Com
geração.
MANUEL DE ARAÚJO PEREIRA, casado em 1762 em Santana
de Parnaíba com MARIA RODRIGUES (em § 23.o n.o XI), sua
parente, filha de Maurício da Rocha Campos e de Josefa de
Cubas e Mendonça, sua segunda mulher. Teve, que se descobriu: GERTRUDES MARIA DE ARAÚJO, casada em 1786 em
Parnaíba com VICENTE FERREIRA DE MORAIS, de Aiuruoca,
filho de Antonio Pereira da Costa, natural de Portugal, e de
Josefa Francisca, natural de Minas Gerais.
§ 70.o
ANA BENTA PEREGRINO DO PRADO (filha de Ana de Lima do Prado, do
§ 69.o n.º X). Casou-se em 1744 em Santana de Parnaíba com MANUEL
PACHECO MISSEL, natural de São Paulo, filho de Antônio Pacheco Missel e de Maria Blanca da Silva.607 Manuel foi inventariado em 1790 e
sua mulher em 1792, ambos em São Paulo. Foram pais de:
1 (XII)- GERTRUDES MARIA DA SILVA, que casou em 1772 em S. Paulo com INÁCIO PAIS DE SIQUEIRA, filho de João Pais da Silva
e de Margarida de Siqueira.608 Teve, que se descobriu: JOÃO
EVANGELISTA DA SILVA casou em 1802 em Parnaíba com
MARIA RITA PEDROSO DE ARRUDA, filha do Tenente Antônio
Manuel da Rocha e de Maria de Arruda.609 Com geração.
2 (XII)- TERESA MARIA foi casada com ANTÔNIO PIRES DA ROCHA,
filho de João Dias Leme e de Maria Pires da Rocha. Teve,
que se descobriu: ANTÔNIO MANUEL PIRES, casado primeira
vez com ROSA MARIA e segunda vez em 1818 em Parnaíba
com MARIA JOAQUINA DA ROCHA, sua parente (em § 62.o n.o
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VIII: Oliveiras, p. 507.
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. V: Alvarengas, p. 388.
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. III: Prados, p. 251.
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. IV: Taques Pompeus, p. 239.
Revista da ASBRAP n.º 21
299
XII), filha de Antônio da Rocha do Canto e de Ana Maria
Fernandes.
3 (XII)- JOSÉ MATIAS PEREGRINO, falecido em 1791 em São Roque,
casou em 1772 em Parnaíba com MARIA DO Ó LEME, falecida
em 1795 nessa vila, filha de Antônio Ferraz de Barros e de
Teresa Leme de Brito, neta paterna de Pascoal de Góis e de
Ana Maria Ferraz. Tiveram 8 filhos.
4 (XII)- MANUEL.
5 (XII)- ANTÔNIO MANUEL PEREGRINO.
6 (XII)- ANA MARIA, casou em 1774 em São Paulo com CALIXTO
ANTONIO FERRAZ, seu concunhado, filho de Antônio Ferraz
de Barros e de Teresa Leme de Brito. Teve, que se descobriu:
ANTÔNIO DA SILVA CÉSAR, casado em 1817 em São Roque
com MARIA RITA, filha de Bento José de Medeiros e de Custodia Angélica dos Prazeres.
7 (XII)- MARIA JACINTA casou em 1778 em São Paulo com JOÃO PIRES BARBOSA, filho de Antônio Ribeiro Pires e de Maria Rosa Barbosa, neto paterno de Anastácio Ribeiro Pires e de Isabel da Silva de Carvalho, neto materno de Domingos Maciel
Barbosa e de Maria Pais.
8 (XII)- ESCOLÁSTICA MARIA casou em 1779 em São Paulo com MATIAS DE OLIVEIRA LOBO, falecido em 1824 em Atibaia, filho
de Baltasar Pires de Morais e de Isabel da Silveira Cardoso,
de São João de Atibaia.610 Com geração.
9 (XII)- FRANCISCA MARIA DA SILVA, casada em 1789 em São Paulo
com JOÃO GARCIA NOGUEIRA, de Sorocaba, filho de outro de
igual nome e de Quitéria Maria de Quevedos.
10 (XII)- BENTO ANTONIO PEREGRINO, casado em 1784 em São Paulo
com ANA FRANCISCA DE CAMARGO, filha de Baltasar Pires de
Moraes e de Isabel da Silveira Cardoso.
11 (XII)- MARIA JOAQUINA, casou em 1790 em São Paulo com JOSÉ
FRANCO DE CARVALHO, viúvo de Maria de Jesus Bueno.
X-
610
§ 71.o
ANDRÉ DA ROCHA DO CANTO. Filho de Domingos da Rocha do Canto,
do § 62.o n.º IX. Batizado em 6 de março de 1694 em Parnaíba. Casouse com MARIA LEITE DE BARROS, filha de Domingos Rodrigues e de Ca-
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. I: Buenos de Ribeira, p. 460.
300
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
tarina de Almeida.611 André e sua mulher Maria foram moradores em
Araçariguama. Maria Leite de Barros faleceu em 1773 em Santana de
Parnaíba.
Foram pais de, que se descobriu:
1 (XI)INÁCIO, batizado em 26 de junho de 1726 na matriz de Santana de Parnaíba (fls. 22v).
2 (XI)DOMINGOS FRANCISCO LEITE DO CANTO, que segue.
3 (XI)TERESA LEITE DE BARROS, natural de Parnaíba, casada em
Araçariguama em 25 de dezembro de 1744 com JERÔNIMO
ANTUNES MACIEL, natural de Sorocaba, onde faleceu em
1750, filho de João Antunes Maciel e de Maria Pais de Jesus.612 Pais, entre outros, de MARIA CUSTÓDIA DE BARROS,
que se casou em 23 de fevereiro de 1773, em Sorocaba, com
CAETANO JOSÉ PRESTES.
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DOMINGOS FRANCISCO LEITE DO CANTO, casou-se em 1756 na vila de
Itu com ANA MARIA DE ARRUDA LEME, filha de Antônio de Mello Rego
e de Gertrudes Pedroso Leme; neta paterna do Capitão João de Mello
Rego, da Ilha de São Miguel, e de Bernarda de Arruda; neta materna do
Sargento-Mor José Martins César e de Ana Leme.613
Domingos Francisco faleceu em 1.º de dezembro de 1802 na
vila de Santana de Parnaíba.614 Do assento de seu óbito constou que era
natural da vila de Parnaíba e morador no bairro de Icaveta, e padecia de
retenção de urina; teria mais de 70 anos de idade, seu corpo, envolto no
hábito de São Francisco, foi sepultado dentro da matriz. Não fez testamento.
Ana de Arruda Leme faleceu em 13 de abril de 1804 na vila
de Santana de Parnaíba, no estado de viúva, no mesmo bairro de Icaveta.615 Não recebeu o sagrado viático por ser sua morte muito apressada e
estar já fora dos seus sentidos, de febre maligna, de pouco mais ou menos 60 anos de idade. Não fez testamento. Seu corpo foi sepultado dentro da igreja matriz, na campa n.º 54.
Foram pais de, que se descobriu:
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. III: Pedrosos Barros, p. 446.
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. I: Carvoeiros, p. 130.
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. IV: Arrudas Botelhos, p. 155.
ACDJ. Livro de óbitos de Santana de Parnaíba (1797-1830), fls. 32v.
ACDJ. Livro de óbitos de Santana de Parnaíba (1797-1830), fls. 42v.
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BERNARDINA DE ARRUDA casada em 1800 em Parnaíba com
POLICARPO MARIANO DE OLIVEIRA, de São Paulo, filho de
Inácio de Rego Pimentel e de Ana Vieira de Oliveira; neto paterno de Filipe do Rego Pimentel, natural da Ilha Terceira, e
de Ana Ferreira da Silveira, de Taubaté; neto materno de
Francisco Xavier Gonçalves e de Josefa de Oliveira Guedes.616
MARIA LEITE DE ARRUDA, falecida em 1790 em Santana de
Parnaíba, onde se casou, em 1782, com JOÃO FRANCISCO DA
SILVA, filho de João da Cerqueira e de Maria da Cruz.617 Com
geração. João Francisco casou-se, segunda vez, em 1791, em
Itu, com Ana Maria de Toledo.
GERTRUDES DE ARRUDA LEME, casada em 1782 em Santana
de Parnaíba com JERÔNIMO BUENO DE CAMARGO, filho de
Francisco Bueno de Figueiró e de Ana Lopes da Costa.618
Com geração.
ANA DE ARRUDA LEITE, casada em 1789 em Santana de Parnaíba com JOSÉ LEME DE OLIVEIRA, viúvo de Justina Leite da
Silveira, filho de Francisco Leme de Alvarenga e de Rosa de
Oliveira.619
CUSTÓDIA DE ARRUDA LEITE, casada em 1803 em Santana de
Parnaíba com ALEXANDRE LUÍS DE MORAIS, natural de São
Roque, filho do Alferes Inácio de Morais e Siqueira e de Josefa Pais de Camargo.620
ALBANO LEITE DO CANTO, casado primeira vez em 1808 na
vila de Campinas com ANA ANTÔNIA DE TOLEDO, viúva de
Albano de Almeida Lima, filha de José de Toledo Piza e de
Francisca Rosa de Godoy.621 Segunda vez casou-se com sua
sobrinha MARIA DA ANUNCIAÇÃO LEITE DO CANTO, filha do
Capitão Rafael Antônio Leite do Canto e de Rita Joaquina de
Oliveira, sua segunda mulher, falecida em 1838 em S. Paulo,
e inventariada em São Roque. Sem geração da primeira mu-
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VIII: Maciéis, p. 180.
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. V: Alvarengas, p. 234.
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VII: Morais, p. 67.
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. V: Alvarengas p. 239.
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. I: Camargos, p. 205.
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. V: Toledos Pizas, p. 515.
302
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
lher; porém, teve geração da segunda mulher (por informações), moradores em Piracicaba.
7 (XII)- JOSÉ CUSTÓDIO LEITE DO CANTO, falecido em 1853 em Campinas, foi primeira vez casado com MARIA DE ....... Segunda
vez com UBALDINA DA CUNHA PAIS LEME, viúva de João
Leite de Morais, e falecida em 1837 em Campinas, filha do
Capitão José da Cunha Raposo Leme e de Ana Esméria Leite.622 Terceira vez casou-se com BÁRBARA PAIS DE BARROS,
filha de Reducindo de Camargo Penteado e de Antônia Gonçalves de Arruda Oliveira.623 Teve geração das três mulheres.
8 (XII)- CAPITÃO RAFAEL ANTÔNIO LEITE DO CANTO, foi primeira
vez casado com RITA JOAQUINA DE OLIVEIRA, sua parente, filha do Coronel Policarpo Joaquim de Oliveira (este em § 79.o
n.o XII); segunda vez com... Teve, pelo inventário de Rita Joaquina em 1838 em São Roque, 13 filhos desta primeira mulher.
9 (XII)- FRANCISCO LEITE DO CANTO, casou-se em 1802 em Sorocaba
com MARIA ANTÔNIA DE CAMARGO, filha de Mateus Bueno
de Camargo e de Ana Leme.624 Teve, que se descobriu: MARIA DA CONCEIÇÃO, que se casou em 1817 em Sorocaba com
JOÃO DA FÉ DO AMARAL, natural de Itu, filho do Capitão Joaquim do Amaral Gurgel e de Manoela Angélica de Castro.625
10 (XII)- LUIZA DE ARRUDA, casou-se em 1807 em Sorocaba com ANTÔNIO GABRIEL, filho de Manuel Hermógenes de Oliveira e
de Isabel Maria de Proença.
11 (XII)- INÁCIO LEITE DO CANTO (na dúvida se é filho). Foi casado no
Rio Grande do Sul, e faleceu em Mogi Mirim onde teve sua
fazenda de cultura.
12 (XII)- JOÃO LEITE DO CANTO, natural de Santana de Parnaíba. Casou-se, primeira vez, em 1817 em Sorocaba com RITA MARIA
DE ALMEIDA, viúva de Agostinho José de Queirós, filha de
José Bicudo de Abreu e de Teresa de Almeida.626 Segunda
vez em 1830, na mesma vila, com MARIA MADALENA DE
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626
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VI: Furquins, p. 242.
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. I: Camargos, p. 262.
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VII: Morais, p. 64.
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VI: Godoys, p. 134.
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VI: Cubas, p. 219.
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CAMARGO, filha do Tenente Francisco de Paula Leite Penteado e de Maria Madalena de Camargo.627
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§ 72.o
JOÃO DA ROCHA DO CANTO, filho de André da Rocha, do § 62.o n.º VIII.
Casou-se em 21 de outubro de 1716, em São Gens, com SENHORINHA
DA CUNHA, batizada em 25 de fevereiro de 1700 em São Gens, onde faleceu em 2 de dezembro de 1782, aos 82 anos de idade. Senhorinha era
filha de Francisco da Cunha e de sua primeira mulher (casados em 19 de
fevereiro de 1696, em São Gens) Maria da Costa de Castro; neta paterna
de Domingos da Cunha e de Isabel da Costa; neta materna de Domingos
Gonçalves e de Isabel de Castro. João da Rocha do Canto faleceu em 23
de janeiro de 1727 em São Gens, sendo morador no lugar de Gondim.628
Foram pais de:
1 (X)EULÁLIA, batizada em 3 de julho de 1718 em São Gens, onde
faleceu em 25 de julho de 1779, aos 61 anos de idade.
2 (X)JOÃO, batizado em 30 de novembro de 1719 em São Gens.
3 (X)DIONÍSIO, batizado em 19 de fevereiro de 1722 em São Gens.
4 (X)ANTÔNIO, batizado em 11 de dezembro de 1723 em São
Gens.
5 (X)JERÔNIMA, batizada em 27 de março de 1726 em São Gens,
onde faleceu em 29 de março de 1755, aos 29 anos de idade.
§ 73.o
ISABEL DE SÃO FRANCISCO, ou ISABEL DA ROCHA (filha de André da
Rocha, do § 62.o n.º VIII). Batizada em 2 de abril de 1663 em São
Gens.629 Foi madrinha, no ano de 1686, de Isabel, filha de Gaspar Loureiro e de Isabel da Rocha do Canto. Faleceu em 17 de maio de 1737 em
São Gens, do lugar de Ruinães, sem testamento, aos 74 anos de idade.630
Casou-se, em 13 de fevereiro de 1692, em São Gens, com ANTÔNIO DA
CUNHA, batizado em 14 de outubro de 1674 em São Gens, filho de Pedro da Cunha e de sua mulher (casados em 1.º de maio de 1672, em São
Gens) Ana Antunes Fernandes; neto paterno de Baltasar da Cunha Gomes e de Ana Fernandes Domingues; neto materno de Antônio Fernan-
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. IV: Arrudas Botelhos, p. 136.
ADB. Paróquia de São Gens. L.º 5.º de mistos, fls. 201.
ADB. Paróquia de São Gens. L.º 1.º de batizados (1653-1668), fls. 30v.
ADB. Paróquia de São Gens. L.º 5.º de mistos, fls. 215v.
304
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
des e de Maria Antunes. Isabel da Rocha e Antônio da Cunha foram pais
de:
1 (X)JOÃO DA CUNHA, nascido em 4, e batizado em 6 de abril de
1693 em São Gens. Foi para o Brasil, estabelecendo-se em
Minas Gerais. Casou-se em 8 de janeiro de 1737 em Santo
Antônio de Itaverava, Minas Gerais, com MARIA NUNES DE
MATOS, natural de Camargos, Minas Gerais, filha do português Manuel Dias Vieira, natural da vila de Angeja, concelho
de Albergaria-a-velha, distrito de Aveiro, falecido em 4 de
março de 1749 em Santa Rita Durão, Minas Gerais, e de Leonor de Matos Coutinho, natural da freguesia de Nossa Senhora da Candelária do Rio de Janeiro (onde foi batizada em 10
de agosto de 1692), a qual era filha de Baltasar de Matos e de
Catarina Duarte, moradores no Rio de Janeiro.631 João da Cunha faleceu em 11 de fevereiro de 1767 em Ouro Branco, Minas Gerais, e sua mulher Maria Nunes de Matos faleceu em
25 de julho de 1786, também em Ouro Branco. O casal deixou descendência em Minas Gerais (de onde extraímos dados
acima descritos).632
2 (X)LUÍSA DA CUNHA, segue no § 74.o.
3 (X)ANTÔNIO, batizado em 24 de fevereiro de 1699 em São Gens.
4 (X)FELICIANO DA ROCHA, que segue.
5 (X)MARIA, batizada em 17 de outubro de 1704 em São Gens.
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FELICIANO DA ROCHA, batizado em 10 de setembro de 1701 em São
Gens, onde faleceu em 21 de junho de 1762, aos 60 anos de idade. Casou-se em 23 de dezembro de 1722, em São Gens, com JERÔNIMA DA
COSTA, batizada em 9 de novembro de 1688 em São Gens, onde faleceu
em 5 de abril de 1750, aos 61 anos de idade. Jerônima era filha de Manuel da Costa de Oliveira e de sua mulher (casados em 14 de novembro
de 1685 em São Gens) Isabel Fernandes; neta paterna de Domingos da
Costa e de Ângela de Oliveira; neta materna de Antônio João e de Maria
Fernandes Pires. Feliciano da Rocha e Jerônima da Costa foram pais de:
1 (XI)LUÍSA DA COSTA DA ROCHA, que segue.
2 (XI)JOSÉ, batizado em 31 de janeiro de 1727 em São Gens.
RHEINGANTZ, Carlos G. Primeiras Famílias do Rio de Janeiro (Séculos XVI e
XVII), Rio de Janeiro: Livraria Brasiliana Editora, 1967, 3 volumes. Vol. II, p. 571.
CUNHA, Antônio Ronaldo Rodrigues da; AMATO, Marta. Os Rodrigues da Cunha
– A saga de uma Família. Campinas: Ed. de Marta Amato, 2008, 2 volumes.
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DIONÍSIO, batizado em 29 de dezembro de 1729 em São
Gens.
LUÍSA DA COSTA DA ROCHA, batizada em 23 de janeiro de 1724 em São
Gens. Deixou geração natural, que segue adiante. Casou-se em 12 de dezembro de 1759, em São Gens, com JOSÉ DE OLIVEIRA, filho de Manuel
de Oliveira e de Benta da Cunha (mulher solteira).
Filhos naturais de Luísa da Costa da Rocha:
1 (XII)- MARIA TERESA, batizada em 1.º de fevereiro de 1743 em São
Gens.
2 (XII)- MARIANA, batizada em 3 de novembro de 1746 em São Gens.
3 (XII)- LUÍSA MARIA, batizada em 28 de fevereiro de 1750 em São
Gens.
4 (XII)- ROSA MARIA, batizada em 6 de janeiro de 1753 em São Gens.
5 (XII)- ROSA MARIA, batizada em 23 de setembro de 1754 em São
Gens.
6 (XII)- MARIA JOANA, batizada em 15 de maio de 1757 em São
Gens.
7 (XII)- CUSTÓDIA MARIA, batizada em 28 de outubro de 1759 em
São Gens.
Filho de Luísa da Costa da Rocha com José de Oliveira:
8 (XII)- ANTÔNIO MANUEL, batizado em 5 de janeiro de 1763 em São
Gens.
§ 74.o
LUÍSA DA CUNHA, filha de Isabel de São Francisco, ou Isabel da Rocha,
do § 73.o n.º IX. Batizada em 8 de maio de 1696 em São Gens, onde faleceu em 7 de maio de 1778, aos 81 anos de idade. Casou-se, em 26 de
setembro de 1714, em São Gens, com MANUEL DA SILVA, batizado em
10 de março de 1680 em São Gens, tendo falecido em 15 de junho de
1746 em Braga, aos 66 anos de idade. Era filho de Antônio Pires e de
sua mulher (casados em 20 de janeiro de 1675 em São Gens) Catarina da
Silva; neto paterno de João Pires e de Catarina Simões; neto materno de
André Ribeiro e de Jerônima da Silva da Cunha. Luísa da Cunha e Manuel da Silva foram pais de:
1 (XI)ÂNGELA, batizada em 20 de setembro de 1715 em São Gens.
2 (XI)MANUEL, parvo, batizado em 28 de setembro de 1717 em São
Gens, onde faleceu em 1.º de julho de 1777, aos 59 anos de
idade.
3 (XI)ANTÔNIO, batizado em 12 de setembro de 1720 em São Gens.
306
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
4 (XI)5 (XI)6 (XI)7 (XI)-
XI-
XI-
IX-
MARIANA DA CUNHA, que segue.
MARIA DA CUNHA, que segue no § 75.o.
ANTÔNIO, batizado em 17 de março de 1728 em São Gens.
JOSÉ, batizado em 10 de setembro de 1731 em São Gens, onde faleceu em 22 de junho de 1764, aos 32 anos de idade.
MARIANA DA CUNHA, batizada em 3 de janeiro de 1722 em São Gens,
onde faleceu em 2 de março de 1776, aos 54 anos de idade. Casou-se em
22 de dezembro de 1742, em São Gens, com MIGUEL DA CUNHA, natural
de Moreira do Rei, falecido em 5 de agosto de 1765 em São Gens, filho
de Cristóvão da Cunha e de Serafina de Moura. Foram pais de:
1 (XII)- MARIA, mulher solteira. Batizada em 24 de agosto de 1746
em São Gens. Teve um filho natural, DIOGO, batizado em 29
de abril de 1775 em São Gens.
2 (XII)- JOSÉ, batizado em 30 de dezembro de 1749 em São Gens.
3 (XII)- FRANCISCO, batizado em 3 de setembro de 1752 em São
Gens.
§ 75.o
MARIA DA CUNHA, filha de Luísa da Cunha, do § 74.o n.º X. Batizada
em 19 de fevereiro de 1725 em São Gens, onde se casou em 23 de abril
de 1752 com JOÃO DA ROCHA. Foram pais de:
1 (XII)- MARIANA JOAQUINA, batizada em 12 de junho de 1764 em
São Gens.
§ 76.o
JERÔNIMA DA ROCHA, filha de André da Rocha, do § 62.o n.º VIII. Batizada em 17 de março de 1675 em São Gens, onde faleceu em 8 de julho
de 1733, aos 58 anos de idade. Casou-se em 11 de janeiro de 1708, em
São Gens (fls. 245), com PEDRO LOPES, de quem foi segunda mulher.
Pedro Lopes foi batizado em 22 de março de 1673 em São Gens, onde
faleceu em 17 de janeiro de 1759, aos 85 anos de idade. Era filho de Antônio Lopes e de Maria Martins; neto paterno de Francisco Lopes e de
Catarina Brás. Jerônima da Rocha e Pedro Lopes foram pais de:
1 (X)JOSÉ, batizado em 7 de dezembro de 1709 em São Gens.
2 (X)HELENA LOPES DA ROCHA, que segue.
3 (X)CATARINA LOPES, batizada em 6 de fevereiro de 1714 em São
Gens, tendo falecido em 13 de novembro de 1786 em Quinchães, aos 72 anos de idade. Casou-se em 6 de julho de 1746,
em São Gens, com ANTÔNIO FRANCISCO, batizado em 19 de
Revista da ASBRAP n.º 21
4 (X)X-
VIII-
307
agosto de 1722 em Quinchães, onde faleceu em 15 de novembro de 1758, aos 36 anos de idade. Antônio Francisco era
filho de Cristóvão Francisco e de sua mulher (casados em 12
de maio de 1720, em São Gens) Eulália da Cunha, esta filha
de Domingos de Bouro e de Catarina da Costa e Cunha.
MANUEL, batizado em 28 de março de 1717 em São Gens.
HELENA LOPES DA ROCHA, batizada em 15 de janeiro de 1712 em São
Gens. Casou-se, em 16 de março de 1735, em São Gens, com JOSÉ DA
COSTA ANTUNES DE FREITAS, batizado em 1.º de outubro de 1705 em
São Gens, filho de Domingos Antunes de Freitas e de sua mulher (casados em 24 de dezembro de 1703, em São Gens) Paula da Costa; neto paterno de Gonçalo de Freitas e de Helena Antunes Gonçalves; neto materno de Antônio Fernandes e de Maria da Costa.
Antes de se casar, Helena Lopes da Rocha teve a seguinte filha:
1 (XI)MARIA, batizada em 4 de janeiro de 1735 em São Gens.
Filhos do casamento de Helena Lopes da Rocha e de José da
Costa Antunes de Freitas:
2 (XI)ANTÔNIO, batizado em 27 de junho de 1738 em São Gens.
3 (XI)MANUEL, batizado em 11 de junho de 1741 em São Gens.
4 (XI)JOSÉ ANTÔNIO, batizado em 29 de setembro de 1743 em São
Gens.
5 (XI)ANA, batizada em 11 de junho de 1750 em São Gens.
6 (XI)FRANCISCO, batizado em 7 de agosto de 1753 em São Gens.
§ 77.o
MARIA DA ROCHA DO CANTO (filha de André Gonçalves do Canto, do §
19.o n.º VII). Nasceu em São Bartolomeu de São Gens, onde foi batizada
em 11 de maio de 1633 e onde faleceu em 14 de novembro de 1669, de
repente, motivo pelo qual não recebeu sacramentos; tinha 36 anos de idade, conforme segue:
Aos quatorze dias do mês de novembro de mil, e seiscentos, e sessenta e nove anos faleceu Maria da Rocha mulher de Pedro Dias de
Arguevide, e não foi sacramentada por falecer de repente, dia, mês,
e ano ut supra.
Nicolau da Rocha Freire
Casou-se primeira vez, cerca de 1655, provavelmente em São
Bartolomeu de São Gens (não encontrei o assento de casamento) com
JOÃO LOPES DE OLIVEIRA, barbeiro, morador no lugar dito “o bairro” e,
308
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
por esses motivos, era chamado de João Lopes do Bairro. João Lopes
era meio-irmão do Padre Antônio de Oliveira, conhecido como Padre
Lameira. O Padre Lameira já era sacerdote em 1643, tendo sido raçoeiro
do mosteiro de São Bartolomeu de São Gens e faleceu em 9 de maio de
1683 (L.º 3.º de mistos, fls...), com testamento, tendo sido sepultado dentro da igreja de São Bartolomeu de São Gens. João Lopes de Oliveira faleceu em 28 de junho de 1665 em São Bartolomeu de São Gens (L.º 3.º
de mistos, fls. ..), com testamento, conforme segue:
Aos vinte e oito dias do mês de junho de mil, e seiscentos, e sessenta, e cinco anos faleceu João Lopes Barbeiro do Bairro com todos
os sacramentos fez testamento em notas em que deixa quarenta missas em quatro ofícios dous de nove lições, e dous de três, dia mês e
ano ut supra.
Nicolau da Rocha Freire
Maria da Rocha do Canto casou-se segunda vez em 3 de abril
de 1666 em São Bartolomeu de São Gens, sem citação de que era viúva,
com PEDRO DIAS, filho de Domingos Dias e de Apolônia Vaz, moradores em Argevide, em São Bartolomeu de São Gens. Uma das testemunhas foi o Reverendo Padre Antônio de Oliveira, raçoeiro do Mosteiro
de São Bartolomeu de São Gens, irmão de seu (primeiro marido?) João
Lopes de Oliveira. Segue o assento de seu casamento: 633
Aos três dias do mês de abril de mil e seiscentos, e sessenta, e seis
anos recebi eu Nicolau da Rocha Freire vigário deste mosteiro a
Pedro Dias filho de Domingos Dias e de sua mulher Apolônia Vaz
moradores que foram em Arguevide com Maria da Rocha filha de
André Gonçalves do Canto e de sua mulher Maria da Rocha moradores em Gondim; na forma do Sagrado Concílio Tridentino, sem
haver impedimento algum e foram testemunhas o Padre Antônio de
Oliveira raçoeiro deste mosteiro, e Bartolomeu Gonçalves da Venda, dia, mês, e ano ut supra.
Nicolau da Rocha Freire
Pedro Dias foi batizado em 18 de outubro de 1618 em São
Gens, onde faleceu em 21 de janeiro de 1692, aos 73 anos de idade, sem
testamento por ter o seu casal dotado a seu filho Gonçalo Dias.634 Pedro
Dias era viúvo de Margarida Gonçalves e, depois de viúvo de Maria da
Rocha, casou-se terceira vez, com Margarida Gonçalves.
633
634
ADB. Paróquia de São Gens. L.º 3.º de mistos de São Gens, fls. 5 dos casamentos.
ADB. Paróquia de São Gens. L.º 4.º de mistos, fls. 100v.
Revista da ASBRAP n.º 21
309
Filhos que descobrimos de Maria da Rocha do Canto com João Lopes de Oliveira:
1 (IX)ISABEL DA ROCHA DO CANTO, batizada em 24 de abril de
1657 em São Bartolomeu de São Gens, que segue.
2 (IX)ANTÔNIO. Batizado em 12 de abril de 1660 em São Bartolomeu de São Gens.635 Seu óbito foi lavrado em maio de 1673
em Lisboa e trasladado em São Gens, onde sua família era
freguesa. Houve erro na informação do óbito, uma vez que
um ANTÔNIO DA ROCHA DO CANTO passou, cerca de 1682,
para Santana de Parnaíba a chamado de um tio seu (não cita
qual, mas deve ser o Capitão Antônio da Rocha do Canto). Isto consta dos banhos promovidos no ano de 1688 (provavelmente na vila de Santos) para se casar com CECÍLIA DE LI636
MA.
Ela era natural da vila de Santos, filha do defunto Domingos Vaz e de Lourença de Lima, moradores na vila de
Santos. Segundo depoimento de duas testemunhas ouvidas em
1689 na cidade do Rio de Janeiro, o orador Antônio da Rocha
do Canto passou de sua freguesia natal para a cidade do Porto
e dali embarcou para o Brasil em um navio de um tal de Pontes, juntamente com um irmão dele (não nomeado, mas que
provavelmente deveria ser o Jerônimo, adiante citado). Ignoro
se o casamento se realizou. O que se sabe, através de Pedro
Taques, é que Antônio da Rocha do Canto casou-se com SEBASTIANA RODRIGUES DE AGUIAR, filha única de Bartolomeu
Rodrigues de Aguiar e de sua mulher Helena Garcês, falecida
em 1702 com testamento, onde declarou filiação e casamentos.637 Pedro Taques informa três filhos de Antônio da Rocha
do Canto e de Sebastiana Rodrigues: 638
1 (X)FREI JOÃO DA ROCHA, carmelita, natural de Santos.
635
636
637
638
ADB. Paróquia de São Gens. L.º 1.º de batizados (1653-1668), fls. 19.
Arquivo da Cúria Metropolitana do Rio de Janeiro. Habilitação Matrimonial. Documento n.º 23744, caixa 1695, ano de 1688, entre Antônio da Rocha do Canto (no
índice do arquivo consta Castro, em lugar de Canto) e Cecília de Lima. Apud BARROS, Dalmiro da Motta Buys de. Banhos- Resumos dos processos de casamentos
do Bispado do Rio de Janeiro. Volume 1.º, 3.º fascículo, p. 71.
LEME, Pedro Taques de Almeida Pais. Op. cit., Vol. II: Afonsos Gayas, p. 143.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VIII: Gayas, p. 445.
Os documentos da vila de Santos, no período, não existem mais.
310
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
2 (X)-
3 (IX)-
IX-
FREI MIGUEL DA ROCHA, carmelita, que faleceu no
convento de Santos em 1761.
3 (X)JOSÉ DA ROCHA, que faleceu solteiro em Santos.
JERÔNIMO DA ROCHA DO CANTO. Batizado em 20 de outubro
de 1661 em São Bartolomeu de São Gens.639 Faleceu solteiro
no Brasil, mais exatamente em Santos, onde fez testamento
em 3 de dezembro de 1696. S.m.n.
ISABEL DA ROCHA DO CANTO nasceu no lugar de Gondim, em São Bartolomeu de São Gens, onde foi batizada em 24 de abril de 1657. Segue o
seu assento de batizado: 640
Isabel filha de João Lopes
Aos vinte e quatro dias do mês de abril de seiscentos, e cinquenta e
sete anos batizou o Padre Antônio de Oliveira a Isabel filha de João
Lopes e de sua mulher. Foram padrinhos Francisco de Oliveira e
sua mulher Isabel Ferraz dia ut supra.
Pedro de ....... de Mes.....
Ali mesmo casou-se em 6 de fevereiro de 1673 com GASPAR
LOUREIRO.641 Ele era natural do lugar da Torre, freguesia de Quinchães,
concelho de Fafe; naquela freguesia foi batizado em 18 de abril de 1647.
Era filho de Baltasar Gonçalves e de Madalena Loureiro. Possivelmente
a Gaspar Loureiro caberia o apelido Meira, que se verifica em sua filha
Helena. Gaspar Loureiro tinha o ofício de pedreiro, e vivia com sua mulher no lugar de Gondim. Era também lavrador na freguesia de São
Gens. Faleceu em 29 de janeiro de 1725, aos 77 anos de idade, em São
Bartolomeu de São Gens, sem testamento, tendo sido sepultado dentro
da igreja, conforme o assento que segue: 642
Gaspar Loureiro
Aos vinte, e nove dias do mês de janeiro deste ano de mil e setecentos e vinte e cinco faleceu da vida presente com todos os sacramentos Gaspar Loureiro casado que foi com Isabel da Rocha do lugar
do Bairro, desta freguesia de São Bartolomeu de São Gens não fez
testamento sepultou-se no cabido dessa Igreja e para constar fizesse que assinei dia mês e ano ut supra.
O Vigário André de Oliveira Leite
639
640
641
642
ADB. Paróquia de São Gens. L.º 1.º de batizados (1653-1668), fls. 24v.
ADB. Paróquia de São Gens. L.º 1.º de batizados (1653-1668), fls. 10.
ADB. Paróquia de São Gens. L.º 3.º de mistos, fls. 15.
ADB. Paróquia de São Gens. L.º 5.º de mistos, fls. 197v.
Revista da ASBRAP n.º 21
311
Isabel da Rocha faleceu em 30 de novembro de 1729 na freguesia de Medelo, concelho de Fafe.
A mãe de Gaspar Loureiro, Madalena Loureiro, seria a Madalena que foi batizada em 26 de julho de 1617 na freguesia de Quinchães,
filha de Domingos Loureiro e de sua mulher Antônia Gonçalves, senhores do Casal de Eirós. Supõe-se, ainda, que o pai de Gaspar Loureiro,
Baltasar Gonçalves, seria filho de Gaspar Gonçalves, este descendente
de Pedro Afonso e de Margarida Lopes, senhores do Casal da Torre na
segunda metade do século XVI.
Filhos do casal, todos batizados na freguesia de São Bartolomeu de São Gens:
1 (X)PEDRO DA ROCHA DO CANTO, batizado em 5 de março de
1674 em São Bartolomeu de São Gens, que segue.
2 (X)ANTÔNIO, batizado em 26 de fevereiro de 1677 em São
Gens.643 Foram seus padrinhos Pedro da Rocha e Maria de
Almeida, mulher de André da Rocha, de Gondim. Talvez seja
o ANTÔNIO LOUREIRO, que faleceu em 6 de dezembro de
1710 de um acidente em São Bartolomeu de São Gens.644
3 (X)MARIA DA ROCHA, que segue no § 81.o.
4 (X)ROSA, nascida em 31 de janeiro de 1684 e batizada em 2 de
fevereiro do mesmo ano em São Gens.645 Aí faleceu em 13 de
janeiro de 1761, aos 76 anos de idade.
5 (X)ISABEL DA ROCHA, nascida em 12 de abril de 1686 e batizada
em 13 do mesmo mês em São Gens. Segue no § 87.o.
6 (X)HELENA DA ROCHA DE MEIRA, que segue no § 90.o.
7 (X)JERÔNIMO, nascido em 30 de dezembro de 1691 e batizado
em 1.º de janeiro de 1692 em São Gens.646 Foi padrinho André da Rocha, de Gondim (por procuração de Jerônimo da
Rocha do Canto).
8 (X)JOÃO, batizado em 14 de setembro de 1694 em São Gens.
9 (X)FRANCISCO DA ROCHA, batizado em 19 de julho de 1697 em
São Gens. Em 17 de novembro de 1726, em Parnaíba, no estado de solteiro, foi padrinho de batismo de Antônio Rodri-
643
644
645
646
ADB. Paróquia de São Gens. L.º 3.º de mistos, fls. 37.
ADB. Paróquia de São Gens. L.º 5.º de mistos, fls. 171.
ADB. Paróquia de São Gens. L.º 4.º de mistos, fls. 19.
ADB. Paróquia de São Gens. L.º 4.º de mistos, fls. ...
312
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
10 (X)-
X-
647
648
649
650
651
652
gues Lima.647 Foi descrito como irmão de Pedro da Rocha do
Canto, solteiro, assistente nesta vila de Parnaíba, natural do
Reino de Portugal, filho de Gaspar Loureiro e de Isabel da
Rocha. S.m.n.
MANUEL, nascido em 4 de outubro de 1700 e batizado em 6
do mesmo mês, em São Gens.648
PEDRO DA ROCHA DO CANTO nasceu em São Bartolomeu de São Gens,
onde foi batizado em 5 de março de 1674.649 Veio para o Brasil. Casouse em 1696 em Santana de Parnaíba com ARCÂNGELA DE OLIVEIRA,
nascida cerca de 1677 em Santana de Parnaíba, filha de Domingos Machado, natural da vila de São Paulo, e de sua mulher Margarida de Oliveira (irmã inteira do Padre Francisco de Oliveira), batizada em 29 de
outubro de 1640 na Sé de São Paulo, depois moradores na vila de Santana de Parnaíba; neta paterna de Domingos Machado, natural da cidade
de Angra, Ilha Terceira, tabelião na vila de São Paulo, e de sua mulher
(casados cerca de 1627 em São Paulo) Catarina de Barros650; neta materna de Silvestre Ferreira e de sua mulher (casados cerca de 1625) Paula
Fernandes, igualmente de São Paulo.651
Pedro da Rocha do Canto foi morador em Parnaíba, tendo
servido de testemunha em diversos processos corridos no cartório eclesiástico, o que demonstra que era homem bem conceituado na localidade.
Em 1700 era tesoureiro da Confraria de Nossa Senhora do Rosário.652
ACMSP. Processo de dispensa matrimonial n.º 4-30-183, de Antônio Rodrigues
Lima, com Rita Ribeiro da Costa.
ADB. Paróquia de São Gens. L.º 5.º de mistos, fls. 13v, da seção dos batizados.
ADB. Paróquia de São Gens. L.º 3.º de mistos, fls...
BOGACIOVAS, Marcelo Meira Amaral. Alguns troncos paulistas de origem terceirense. Revista da ASBRAP n.º 10, pp. 205-208.
Silvestre Ferreira nasceu cerca de 1593 (ou no Norte do Brasil, possivelmente Bahia, ou no Reino, conforme testemunhas ouvidas por ocasião do processo de habilitação de genere de seu filho) fez testamento em 8 de janeiro de 1668 na vila de São
Paulo, onde se fez, por sua morte, auto de inventário em 8 de abril de 1668 (APESP.
N.º de ordem CO 487). Era analfabeto (fato raro à época, para homens brancos de
sua posição na vila de São Paulo), embora pertencesse à elite local. Sua mulher,
Paula Fernandes, era filha de Estêvão Fernandes e de Margarida de Oliveira, esta
irmã (na dúvida: fraternidade ainda em estudo) de Rafael de Oliveira, o velho, o
qual era filho de Maria Gonçalves.
Inventários e Testamentos (publicação oficial do APESP), vol. 25, p. 162.
Revista da ASBRAP n.º 21
313
Em 1702 assinou como contador, no inventário que se fez por morte de
Manuel Garcia Bernardes, com letra muito bonita e legível.653 Em 1713
declarou viver do trato de vender.654 Pedro da Rocha do Canto foi processado pelo Juízo Eclesiástico da Vara de São Paulo, no ano de 1732,
por coito incestuoso.655 Havia tido um caso com LUZIA LEME BICUDO, a
qual era parente da mulher de Pedro, no 3.º para o 4.º grau; a moça havia
sido criada em casa do réu (que já estava próximo dos 60 anos de idade).
Deste relacionamento, do qual Arcângela de Oliveira sempre se queixou,
nasceu uma menina, que segue adiante.
Segundo originais de Silva Leme para a sua “Genealogia Paulistana”, Pedro da Rocha faleceu em 1760 em Santana de Parnaíba e sua
mulher Arcângela de Oliveira em 1776, com testamento.656 Foram pais
de:
1 (XI)MARIA DA ROCHA DO CANTO. Mulher do CAPITÃO MANUEL
o
DE OLIVEIRA E SOUSA. Segue no § 78. .
2 (XI)ISABEL DA ROCHA DO CANTO, que segue no § 79.o.
3 (XI)JOÃO DA ROCHA DE OLIVEIRA. Segue.
4 (XI)ANTÔNIO DE OLIVEIRA E SOUSA, batizado em 3 de fevereiro
de 1725 em Santana de Parnaíba (fls. 13v).
Pedro da Rocha do Canto teve uma filha bastarda, havida de
uma relação incestuosa com LUZIA LEME BICUDO, sobrinha de sua mulher Arcângela de Oliveira, o que gerou processo contra Pedro da Rocha,
como se viu atrás:
5 (XI)MARIA, nascida cerca de 1723, provavelmente em Santana de
Parnaíba. S.m.n. Quando houve o processo do Juízo Eclesiástico contra seu pai, Pedro da Rocha do Canto, Maria tinha, ao
menos, 12 anos de idade.
XI-
653
654
655
656
JOÃO DA ROCHA DE OLIVEIRA. Casou-se em 1732 na Sé de São Paulo
com MARGARIDA DE SIQUEIRA DE CAMARGO, sua parente (em § 50.o n.o
XI), filha de José de Camargo e Siqueira e de sua mulher Domingas
Franco de Brito. João da Rocha de Oliveira faleceu em 1752 na vila de
APESP. N.º de ordem 676. Inventário de Manuel Garcia Bernardes, ano de 1702.
APESP. N.º de ordem CO 721. Inventário de Francisco Pais de Oliveira, ano de
1701.
ACMSP. Processo crime a ser catalogado, São Paulo, interior, Santana de Parnaíba,
ano de 1732, entre Luzia Leme Bicudo e Pedro da Rocha do Canto.
Os livros de óbitos, nesses períodos, estão perdidos.
314
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
Santana de Parnaíba, aos 55 anos de idade.657 Ela depois casou-se novamente, com Salvador Martins Leme. Filhos de João da Rocha de Oliveira e de Margarida de Siqueira:
1 (XII)- ESCOLÁSTICA DE OLIVEIRA E CAMARGO. Casou-se, primeira
vez, em 1769, em Santana de Parnaíba, com seu parente BALo
o
TASAR DA ROCHA CAMPOS (em § 25. n. X). Viúva, casou-se
em 1781, na mesma vila de Santana de Parnaíba, com MANUEL DE MORAIS BRITO, viúvo de Isabel Moreira (com quem se
casou em 1738 em Santo Amaro, freguesia da cidade de São
Paulo), filho de Manuel de Morais e Siqueira e de Teresa de
Brito.658
2 (XII)- MANUEL DE OLIVEIRA DE CAMARGO. Casou-se em 1761, em
Santana de Parnaíba, com MARIA DIAS DE CASTRO, filha de
Domingos Dias de Castro e de Ana Ribeiro Soares; neta materna de Silvestre Ferreira Machado e de Maria Soares Ribeiro. Com geração.
3 (XII)- ANA DE OLIVEIRA E CAMARGO. Casou-se em 1772 em Santana de Parnaíba com MANUEL GOMES DE FARIA, natural de
Portugal, filho de João Gomes e de Maria de Faria.
XI-
657
658
659
660
661
§ 78.o
MARIA DA ROCHA DO CANTO. Filha de Pedro da Rocha do Canto, do §
77.o n.º X. Nasceu cerca de 1698 em Santana de Parnaíba, onde se casou
em 1714 com seu parente, português de nascimento, o CAPITÃO MANUEL DE OLIVEIRA E SOUSA, natural da freguesia de São Bartolomeu de
São Gens, filho de Gonçalo de Oliveira, do lugar do Assento, freguesia
de São Bartolomeu de São Gens e de (casados em 29 de fevereiro de
1688 em São Bartolomeu de São Gens659) Ana da Costa, do lugar da Pica, freguesia de São Bartolomeu de São Gens; neto paterno de Antônio
de Oliveira (falecido em 2 de abril de 1717 em São Bartolomeu de São
Gens660) e de sua mulher (casados em 21 de março de 1661 em São Bartolomeu de São Gens661) Maria de Oliveira (falecida em 28 de fevereiro
ACMSP. LEME, Luís Gonzaga da Silva. Fontes da Genealogia Paulistana. Manuscrito. Fls. 117.
LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VII: Morais, p. 54.
ADB. Paróquia de São Gens. L.º 4.º de mistos, fls. 78v.
ADB. Paróquia de São Gens. L.º 5.º de mistos, fls. 180v.
ADB. Paróquia de São Gens. L.º 2.º de mistos, fls. 17.
Revista da ASBRAP n.º 21
315
de 1732 em São Bartolomeu de São Gens662); neto materno de Amaro
Lancalho e de Maria da Costa, ambos da freguesia de São Bartolomeu
de São Gens. A avó paterna do Capitão Manuel de Oliveira e Sousa,Maria de Oliveira, era filha do Padre Antônio de Oliveira (falecido
em 9 de maio de 1683 em São Bartolomeu de São Gens) e de Margarida
Francisca, mulher solteira. O Padre Antônio de Oliveira era meio-irmão
de João Lopes de Oliveira, bisavô de Maria da Rocha do Canto.
Manuel de Oliveira e Sousa e Maria da Rocha do Canto, antes
de se casarem, promoveram processo de banhos no ano de 1714 na vila
de Parnaíba.663 Os oradores eram solteiros e declararam não haver parentesco entre ambos. Ou seja, não haveria impedimento algum entre eles,
razão pela qual foi concedida licença para o casamento, o que se efetuou
no mesmo ano e local. Mas, dando-se notícia a Gaspar Loureiro, avô da
oradora, escreveu ele a seu filho Jerônimo da Rocha do Canto (que fora
o casamenteiro) que os oradores não poderiam se casar por serem parentes no terceiro grau, visto que Maria de Oliveira do Mosteiro, avó do orador, era prima de Isabel da Rocha, prima da oradora, filhas de meias
irmãs. E que Gaspar Loureiro sabia por ser vizinho de Gonçalo de Oliveira, pai do orador, e que julgava que “ele orador e o pai da oradora ignoravam por haverem vindo da sua pátria ambos de pouca idade”. Considerando que os oradores já tinham um filho, o Bispo do Rio de Janeiro
concedeu a necessária licença em 10 de janeiro de 1717.
Manuel de Oliveira e Sousa fez testamento em 19 de dezembro de 1726 na vila de Santana de Parnaíba, pedindo para serem seus
testamenteiros: à mulher Maria da Rocha do Canto, ao sogro, Pedro da
Rocha do Canto, e ao Sargento-Mor Antônio da Silva do Prado.664 Declarou naturalidade e filiação. Seu testamento recebeu o “cumpra-se” em
21 de junho de 1727, em Parnaíba.
Viúva, Maria da Rocha do Canto ajustou novo casamento, em
1736, com ANTÔNIO DA SILVA CERQUEIRA, o qual era assistente nas minas de Goiás.665 Ela era moradora no distrito de São Paulo, com 5 filhos
em sua companhia, que houve do primeiro matrimônio, com 36 anos de
662
663
664
665
ADB. Paróquia de São Gens. L.º 5.º de mistos, fls. 209.
ACMSP. Processo de dispensa matrimonial sem n.º, a ser catalogado, entre Manuel
de Oliveira e Sousa e Maria da Rocha do Canto.
APESP. N.º de ordem: CO 507.
Arquivo da Cúria Metropolitana do Rio de Janeiro. Habilitação Matrimonial. Documento n.º 6946, caixa 1209, ano de 1736, entre Antônio da Silva Cerqueira e Maria da Rocha do Canto.
316
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
idade e poucos bens. Havia impedimento entre ambos, não de sangue,
mas por afinidade: o orador, Antônio, tivera cópula ilícita com uma prima-irmã da oradora, Maria Martins (filha de Paula de Barros). Os oradores alegaram que Maria Martins, ao tempo em que tivera relação com
Antônio da Silva, era mulher desonesta e meretriz, motivo pelo qual não
tivera prejuízo. Depois de ajustar casamento, o orador passou novamente
para as Minas de Goiás.
De Maria da Rocha do Canto e do Capitão Manuel de Oliveira e Sousa nasceram:
1 (XII)- JOÃO.
1 (XII)- ALFERES JERÔNIMO DA ROCHA DE OLIVEIRA. Batizado em 15
de agosto de 1718 em Parnaíba, tendo sido seus padrinhos Jerônimo da Rocha e Inês Dias de Alvarenga. Em 1744 pediu
dispensa matrimonial para se casar com MARIA PAIS GON666
ÇALVES.
Ela foi batizada em 29 de julho de 1722 em Parnaíba, filha de José Fernandes Pais e de Isabel de Lara de Almeida.667 O casamento ocorreu em 28 de setembro de 1744 na
igreja matriz de Nossa Senhora de Santana da vila de Parnaíba.668 O Alferes Jerônimo faleceu em 22 de maio de 1788 na
vila de Sorocaba, casado, com 70 anos de idade, sem testamento.669 Por sua morte se fez inventário dos seus bens.670 O
auto de inventário foi lavrado em 13 de julho de 1788 na vila
de Sorocaba, tendo sido inventariante a viúva Maria Pais
Gonçalves. Deixaram 9 filhos. Eram senhores de 5 escravos.
Maria Pais Gonçalves faleceu em 21 de março de 1798 na vila de Sorocaba (fls. 139v).
3 (XII)- MANUEL DE OLIVEIRA E SOUSA. Casou-se em 1764 em Santo
Amaro com MÉCIA DE MORAIS CAMARGO, filha de Fernando
de Figueiró de Camargo e de Isabel de Morais.671 Manuel faleceu em 1783 em Santana de Parnaíba, aos 60 anos de idade.
666
667
668
669
670
671
ACMSP. Processo n.º 4-25-148, fls. 1-8.
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. IV: Laras, p. 556.
ACDJ. Livro de casamentos de Santana de Parnaíba, fls. 118v.
Arquivo da Cúria Diocesana de Sorocaba. Livro n.º 4 de óbitos de Sorocaba (17721804), fls. 87.
APESP. N.º de ordem: CO 560.
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VII: Morais, p. 73.
Revista da ASBRAP n.º 21
4 (XII)-
5 (XII)-
XI-
672
673
674
675
676
317
ANTÔNIO DE OLIVEIRA E SOUSA. Batizado em 3 de fevereiro
de 1725 na matriz de Santana de Parnaíba.672 Casou-se, em
1748, em Santana de Parnaíba, com MARIA RODRIGUES DE
MEDEIROS, filha do português Pedro de Medeiros da Costa,
natural da Ilha de São Miguel, e de sua mulher (casados em
1719 em Santana de Parnaíba) Isabel dos Reis; neta paterna
de Francisco de Sousa Pimentel e de Isabel de Almeida; neta
materna de João Rodrigues da Costa e de sua mulher (casados
em 1699 em Santana de Parnaíba) Ana dos Reis.673
Antônio de Oliveira faleceu em 1.º de agosto de 1800
na vila de Santana de Parnaíba, de “defleixão” no peito.674
Era natural e freguês da matriz, filho de Manuel de Oliveira e
Sousa e de Maria da Rocha do Canto; era casado. Seu corpo
foi sepultado em uma das campas da Irmandade do Santíssimo Sacramento, da qual era irmão. Não fez testamento; era
muito pobre. Com geração.
Maria Rodrigues de Medeiros faleceu em 5 de dezembro de 1804 na vila de Santana de Parnaíba.675 Era viúva, com
80 anos de idade, natural e freguesa desta vila. Seu corpo foi
envolto no hábito dos religiosos de São Francisco e sepultado
na matriz, na campa da Irmandade do Santíssimo Sacramento.
Não fez testamento. Deixou alguns bens e filhos.
ANA DE OLIVEIRA E SOUSA. Casou-se, em 1746, em Santana
de Parnaíba, com JOÃO MONTEIRO DAS NEVES, natural de São
Martinho da vila de Pombal, Coimbra, filho de Manuel Fernandes e de Isabel Gomes Monteiro. Ana de Oliveira e Sousa
faleceu em 1747 em Santana de Parnaíba. Com geração.
§ 79.o
ISABEL DA ROCHA DO CANTO, filha de Pedro da Rocha do Canto, do §
77.o n.º X. Nasceu cerca de 1702 em Santana de Parnaíba, onde se casou
em 1719 com o português, o ALFERES BALTASAR RODRIGUES FAM (lêse Fão).676 Ele nasceu em 22 de fevereiro de 1699 na freguesia de SamACDJ. Livro de batizados de Santana de Parnaíba, fls. 13v.
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VII: Freitas, p. 181.
ACDJ. Livro de óbitos de Santana de Parnaíba (1797-1830), fls. 17.
ACDJ. Livro de óbitos de Santana de Parnaíba (1797-1830), fls. 46.
Os livros paroquiais de Santana de Parnaíba estão perdidos, neste período.
318
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
paio de Fão, concelho de Esposende, distrito de Braga. Foi batizado na
matriz de Sampaio de Fão em 26 do mesmo mês e ano.677 Era filho de
Baltasar Rodrigues e de sua mulher (casados na mesma freguesia, em 11
de janeiro de 1688678) Maria Benta, moradores na mesma freguesia; neto
paterno de Antônio Rodrigues e de sua mulher (casados em 21 de junho
de 1661 em Sampaio de Fão679) Maria Antônia; neto materno de Manuel
Bento e sua mulher (casados em 4 de outubro de 1665 na freguesia de
Sampaio de Fão680) Antônia Francisca.
Baltasar era irmão inteiro de Manuel Rodrigues Fam, igualmente natural da freguesia de Sampaio de Fão. Manuel também passou
para o Brasil, tendo se casado em 4 de junho de 1718, na matriz de Parnaíba (fls. 22v) com Maria Marques de Carvalho.681
Baltasar Rodrigues Fam foi bandeirante, tendo estado nas
Minas Gerais, de onde voltou opulento para Santana de Parnaíba. Ali foi
morador, tendo passado seus últimos dias de vida na cidade de São Paulo, onde fez testamento em 13 de novembro de 1757, expressando o desejo de ser sepultado na capela da Ordem Terceira de São Francisco. Seu
testamento foi aprovado em 1.º de dezembro de 1757 e recebeu o “cumpra-se” em 22 do mesmo mês e ano. Por sua morte fez-se auto de inventário em 19 de janeiro de 1758 na vila de Santana de Parnaíba.682 Foi declarante a viúva Isabel da Rocha do Canto. Entre outras informações, foi
dito que seu marido falecera em 22 de dezembro de 1757 na cidade de
São Paulo, com testamento.683
Entre outros bens, foram avaliadas xícaras, com seus pires, de
louça da Índia, ouro e prata lavrada, cavalgaduras, 36 escravos, dinheiro
em barras de ouro (834$652). Feito o orçamento, o monte-mor somado
foi de 8:683$999 (oito contos, seiscentos e oitenta e três mil, novecentos
e noventa e nove réis). O monte-menor (monte-mor menos as dívidas)
677
678
679
680
681
682
683
ADB. Freguesia de Sampaio de Fão. Livro de batizados, fls. 86v.
ADB. Freguesia de Sampaio de Fão. Livro de casamentos. Matriz, 1.º, fls. 23
ADB. Freguesia de Sampaio de Fão. Mistos n.º 1, fls. 36.
ADB. Freguesia de Sampaio de Fão. Mistos n.º 1, fls. 37v.
Maria Marques de Carvalho era natural de Santana de Parnaíba, filha do português
Manuel Marques de Carvalho, natural de Óbidos, patriarcado de Lisboa, e de sua
mulher (casados cerca de 1708) Isabel Rodrigues de Miranda, natural de Parnaíba.
APESP. N.º de ordem: CO 536.
Os assentos de óbitos da Sé de São Paulo e da matriz de Santana de Parnaíba, neste
período, estão perdidos.
Revista da ASBRAP n.º 21
319
somou 8:313$976. Descrição dos bens de raiz, primeiramente os localizados na vila de Santana de Parnaíba:
Um sítio na paragem Porto Grande de Santo Antônio da outra banda do rio Tietê defronte desta vila de Parnaíba que consta de um
lanço grande de casas com seus corredores nos quatro lados de
taipa de pilão cobertos de telha com seu alpendre com uma camarinha no dito alpendre forrada de taboado e outra camarinha de
dentro assobradada com seu armário fechada com portas e janelas
e fechaduras e assim mais no terreiro lanço e meio de casas de taipa de pilão cobertas de telha com suas janelas e portas com fechaduras e assim mais uma casa de moenda coberta de telha em aberto
e assim mais uma cozinha coberta de telha, que serve de galinheiro
e assim mais um lanço de meia ajea [sic] em aberto coberto de telha
e assim mais um monjolo com sua casinha de telha mais uma estrebaria em aberto coberta de telha e assim mais um oratório no alpendre com as imagens seguintes: uma imagem do Senhor Crucificado de pau com sua cruz outra do glorioso Santo Antônio e o Menino Deus de pau com dois resplandores de prata de peso de doze
oitavas e meia de prata outra de Santa Rita de barro outra do Menino Jesus de barro com seu verso outra da Senhora Santa Ana de
barro outra da Senhora do Rosário com seu menino de barro duas
Senhoras da Conceição de barro outra Senhora do Rosário pequena de barro outra imagem do Menino Jesus de barro outra de São
José de barro e uma campainha velha tudo dentro do dito oratório
e assim mais duas moendas uma de pé e outra desmanchada, três
cochos dois grandes e um pequeno e uma gamela e assim mais uma
roda de ralar mandioca com todo o seu preparo e uma prensa com
todo o seu necessário com as terras que pertence ao dito sítio como
constam do termo de arrematação de uma execução que se fez a
Antônio Luís Barbosa e assim mais uma sorte de terras com suas
casas de telha que foram do defunto João da Rocha de Oliveira com
as terras que constam da escritura, as quais foram arrematadas em
praça por execução que se fez do dito Rocha e assim mais uma sorte de terras que foram de Salvador Pedroso de Miranda e outra sorte que foram de José Corrêa Leme outra sorte que foram de Catarina de Siqueira outra sorte de terras que foram de Maria da Rocha
do Canto como consta das escrituras e assim mais outra sorte que
foram de João de Oliveira e Sousa arrematados em praça por uma
execução que lhe fez o Capitão Aleixo da Fonseca Maciel cujo sítio
acima também com suas senzalas de palha e seus arvoredos e assim
mais um canavial de Siqueira e outro cartel novo e seus algodoais e
assim mais planta com uma canoa no porto com sua corrente de
ferro de duas braças – visto e avaliado em 500$000 (quinhentos mil
réis).
320
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
Um sítio na paragem chamada Jaguari que constam de dois lanços
de casas de taipa de pilão cobertas de telha com duas portas com
seus arvoredos contidas as terras que a ele pertencerem. O que melhor constará do termo da arrematação com seus valados que houve por título de arrematação de uma execução que se fez ao Alferes
Jerônimo da Rocha de Oliveira – visto e avaliado em 35$000 (trinta
e cinco mil réis).
Uma morada de casas de dois lanços sitas nesta vila [Santana de
Parnaíba] na rua de cima de taipa de pilão com seus corredores cobertas de telha com seu escritório e alcova forrada e assoalhado de
tábua e outra camarinha assobradada com uma cozinha de fora de
taipa de pilão coberta de telha com seu quintal amurado de taipa
com suas portas e janelas e duas gunolozias [sic] e assim mais três
imagens a saber uma do Senhor atado e Colunia [sic] e uma da Senhora do Rosário e outra da Conceição todas de barro e assim
mais registos de papel pregados na parede do escritório que tudo
foi visto e avaliado – em 105$000 (cento e cinco mil réis), cuja morada de casas de uma parte parte com casas dos herdeiros de João
Monteiro das Neves e da outra com as casinhas pequenas do canto
que tem venda uma cruz da Via Sacra.
Uma morada de casas sitas na rua de cima de um lanço de taipa de
pilão cobertas de telha com sua cozinha de fora de taipa de pilão
com seu quintal amurado cobertas de telha com portas e janelas fechaduras com seu corredor cujas casas partem com os chãos dos
herdeiros da defunta Maria de Brito e da outra parte com as casas
do mesmo defunto – vista e avaliada em 25$600.
Uma morada de casas sitas na rua de cima de dois lanços com seu
corredor e sua cozinha de fora coberta de telha com seu quintal
amurado de uma banda com suas portas e janelas e fechaduras cujas partem de uma banda com as casas da viúva Maria Leite ...... e
da outra parte com casas dos menores de João Monteiro das Neves
– vista e avaliada em 40$000.
Um quintal amurado de taipa de pilão que consta de vinte e duas
braças de testada na rua de cima de que se paga foro à Senhora
Santa Ana a dez réis por braça cujo quintal parte de uma banda
com o quintal dos herdeiros do defunto Pedro de Macedo e da outra parte com os quintais caídos que foram do defunto Miguel Bicudo cujo benefício das taipas – visto e avaliado em 6$400.
Uma morada de casas sitas na rua de vista que constam de dois
lanços de taipa de pilão com seu corredor cobertas de telha com
sua laje de taboado com suas prateleiras com sua cozinha de fora
de taipa de pilão coberto de telha com seu quintal amurado e alguns pedaços de muro caído com suas portas e janelas e fechaduras
cujas casas de uma banda partem com casas de Ana de Lara e da
Revista da ASBRAP n.º 21
321
outra banda com as casinhas do Licenciado José Ribeiro de Siqueira – vista e avaliada em 40$000.
Os dois bens de raiz que seguem eram da cidade de
São Paulo:
Uma morada de casas sitas na cidade de São Paulo no campo da
Área com seus chãos amurados que chegam até a rua da Freira que
fazem canto defronte às casas do defunto Manuel Pineto Guedes e
lhe fazer fronteira as que fez o Reverendo Padre Francisco Álvares
Calheiros e faze canto as ditas casas na rua das casas de Jerusalém
– vista e avaliada em 250$000.
Uma morada de casas sitas na cidade de São Paulo na rua do Rosário no canto do beco que sobe para a quitanda velha que parte
pela outra parte com casas dos herdeiros do defunto Roque Soares
– vista e avaliada em 150$000.
O termo de encerramento do inventário deu-se em 30 de março de 1758 na vila de Santana de Parnaíba, em casas de morada de Isabel
da Rocha do Canto, que assinava com bonita letra.
Curiosamente, em 2 de abril de 1764, na vila de Santana de
Parnaíba, foi ouvido, na qualidade de testemunha, Baltasar da Rocha
Campos. Declarou ser natural da freguesia de São Bartolomeu de São
Gens, de mais ou menos 60 anos de idade, que vivia de sua fazenda, e do
costume, disse não ter parentesco, dentro do proibido (até o quarto grau)
com a viúva Isabel da Rocha do Canto. Em verdade, eram primos do terceiro para o quarto grau de consanguinidade.
Isabel da Rocha do Canto fez testamento em 9 de maio de
1775 em Santana de Parnaíba, nele pedindo para ser sepultada na sua igreja matriz.684 Rogou para serem seus testamenteiros: em primeiro lugar
ao Capitão João Martins da Cruz, em segundo ao Capitão Lourenço
Cardoso de Melo, e em terceiro ao Capitão Policarpo Joaquim de Oliveira. Pediu que seu corpo, quando falecesse, fosse amortalhado no hábito
do Patriarca São Francisco, que já tinha em seu poder, e que fosse sepultada na mesma vila de Parnaíba. O testamento recebeu aprovação no
mesmo dia, em Santana de Parnaíba, onde se deu o “cumpra-se” em 22
de junho do mesmo ano. Estava doente em uma cama.
684
APESP. N.º de ordem: CO 455. Livro 2 de Registros de Testamentos, fls. 180 em
diante.
322
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
Entre outros bens, declarou possuir, ao ditar o testamento:
... uma morada de casas sitas na rua de cima, de um lanço de taipa
de pilão cobertas de telha, com seu quintal em aberto, que partem
de uma banda com as casas do patrimônio de meu filho, o Padre
José Rodrigues e são as últimas que se acham para a banda da matriz.
... um quintal murado da mesma rua defronte às casas do Capitão
Manuel de Oliveira Garcia do qual pago foro a Santana.
Declaro que o sítio que possuo da outra banda do rio Tietê com todas as terras a ele pertencentes e outras anexas às mesmas, tocou
por morte de meu marido a metade a mim e outra metade se repartiu por meus filhos, o Capitão Policarpo, e Baltasar, como consta
das partilhas e pagamentos que se nos fez. Declaro que a metade de
que me pertenceu do sítio com as terras próprias anexas, correspondentes a mesma metade vendi a meu filho o Capitão Policarpo
Joaquim de Oliveira de que lhe passei escritura dando-me por paga
e satisfeita da quantia que a mesma se declara, sem assim ser na
verdade e depois de passar a escritura e tendo as ruínas, e grandes
diminuições que no dito sítio tem havido, e os gastos que lhe são
precisos para o ....teficar nos justamos quem pagaria alguma cousa
menos do que na escritura a se refere pelo que avaliado o sítio por
homens de sã consciência no que ao presente valer, me dará aquilo
em que for avaliado, pela parte que me tocou ....... o que lhe tenho
vendido, e se haverá com seu irmão Baltasar pela parte que lhe tocou.
De Isabel da Rocha do Canto e do Alferes Baltasar Rodrigues
Fam nasceram:
1 (XII)- ANA RODRIGUES DE OLIVEIRA. Batizada em 31 de julho de
1729 em Santana de Parnaíba. Segue no § 80.o.
2 (XII)- SARGENTO-MOR ANTÔNIO RODRIGUES DE OLIVEIRA, nascido
em 18 de junho de 1733 na vila de Parnaíba, onde foi batizado na sua igreja matriz aos 8 dias, a 24 de junho do mesmo
ano.685 Casou-se em 11 de junho de 1754 na igreja matriz de
Parnaíba (fls. 174v e 175) com D. ISABEL ANTÔNIA DE OLIVEIRA, então denominada Isabel de Oliveira Garcia, nascida
cerca de 1737 em Parnaíba ou em Jundiaí, filha de Rafael de
Oliveira Leme, sargento-mor das vilas de Parnaíba e de Jundiaí e de sua mulher Bárbara Garcia de Lima.686 Com gera685
686
ACDJ. L.º 1.º de batizados de Santana de Parnaíba, fls. 78-v.
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. IV: Hortas, p. 320.
Revista da ASBRAP n.º 21
3 (XII)4 (XII)5 (XII)-
687
688
689
690
323
ção.687 Antônio Rodrigues de Oliveira recebeu patente, em 16
de maio de 1773, da cidade de São Paulo, pelo governador D.
Luís Antônio de Sousa Botelho Mourão, Morgado de Mateus,
de sargento-mor das Ordenanças da vila de Lages.688 Entre
outros serviços, mostrou-se que havia servido a El-Rei no ano
de 1764, socorrendo a Colônia do Sacramento (hoje pertencente ao Uruguai).
Depois de ter residido, com sua família, em Lages, retornou para se seu sítio e morada, na freguesia de Araçariguama, defronte ao caminho de Sapucaia.689 Isso se verificou
no ano de 1782, quando o Sargento-Mor Antônio Rodrigues
de Oliveira moveu ação cível contra o Sargento-Mor Francisco Nunes de Siqueira, sobre um caminho que o último havia
fechado no sítio que o autor possuía, vinda de seus antepassados.
PADRE JOSÉ RODRIGUES DE OLIVEIRA.
D. MARIA BENTA RODRIGUES, ou MARIA BENTA DE OLIVEIRA, ou ainda D. MARIA ANTÔNIA DE JESUS. Segue.
CORONEL POLICARPO JOAQUIM DE OLIVEIRA nasceu em Santana de Parnaíba, onde foi batizado em 30 de março de 1745
(fls. 156). Foi seu padrinho Policarpo de Abreu Nogueira. Figura interessante e controversa, digna de um estudo maior, foi
homem poderoso, orgulhoso e arbitrário, que se viu falido ao
final da vida, devendo avultada quantia à Fazenda Real.690
Em Parnaíba casou-se em 27 de janeiro de 1761 (matriz, fls. 15v e 16) com ANA RIBEIRO DO PRADO, nascida em
Parnaíba, onde foi batizada em 23 de abril de 1741, filha de
Vide biografia de Antônio Rodrigues de Oliveira em: BOGACIOVAS, Marcelo
Meira Amaral. Antigos proprietários rurais de Lages. In Revista da ASBRAP n.º 6,
pp. 69-70. É duas vezes hexavô de um dos autores: Marcelo Meira Amaral Bogaciovas.
APESP. N.º de ordem: CO 367. Livro n.º 19 de Sesmarias, Patentes e Provisões, fls.
47v-49.
APESP. N.º de ordem: CO 3603. Autos cíveis entre o Sargento-Mor Antônio Rodrigues de Oliveira e o Sargento-Mor Francisco Nunes de Siqueira.
Sobre as arbitrariedades cometidas pelo Coronel Policarpo Joaquim de Oliveira veja
a tese de doutoramento de Nanci Leonzo, em 1979, na Universidade de São Paulo:
“Defesa Militar e Controle Social na Capitania de São Paulo: As Milícias”, em especial o 4.º capítulo.
324
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
José Ribeiro de Siqueira, natural de São Paulo e de Joana do
Prado, natural da vila de Jundiaí.691 Com geração.
Como se verifica do inventário de seu pai, declarando
ser maior de idade, Policarpo pediu permissão para se casar
(com a própria Ana Ribeiro) à mãe, já que era menor de 25
anos de idade. Sua mãe negou o pedido, alegando que ele era
muito criança, e que ela, Ana Ribeiro do Prado, merecia coisa
melhor!.. O Coronel Policarpo e Ana Ribeiro foram pais, entre outros, de JOSÉ JOAQUIM DE OLIVEIRA e de POLICARPO
JOSÉ DE OLIVEIRA, habilitados de genere et moribus no ano
de 1783.692 Foram pais, também, da freira D. ANTÔNIA MARIA DE SANTANA, religiosa do Recolhimento de Santa Teresa
de São Paulo. Foi fiador do dote de ingresso ao dito recolhimento o tio (por afinidade), Capitão José Antônio de Lacerda,
então casado com D. Maria Antônia de Jesus. O valor do dote, 600$000 (seiscentos mil réis) não foram honrados pelos
pais da freira, o que gerou processo do Recolhimento de Santa Teresa contra a viúva D. Maria Antônia de Jesus, na qualidade de fiadora.693
Policarpo Joaquim de Oliveira foi recenseado no ano
de 1807 na cidade de São Paulo, na 1.ª Companhia, fogo n.º
7.694 Foi qualificado como coronel de milícias, natural de Parnaíba, 62 anos de idade, casado, branco. Vivia do seu soldo,
de onde tinha os rendimentos do negócio e plantações que faz
para seu negócio.
Policarpo Joaquim de Oliveira faleceu em 18 de abril
de 1809 no Colégio de Araçariguama, e capela com freguesia
distinta da de Araçariguama, que lhe foi concedida por Sua
Alteza Real, conforme constou do assento de seu óbito.695 Faleceu de enfermidade interna, e encalhe no peito. Ainda constou que era coronel e cavaleiro professo na Ordem de São
Bento de Aviz, tendo sido seu corpo armado no próprio hábito da citada ordem. Foi também acompanhado pela Irmandade
691
692
693
694
695
LEME, Luís Gonzaga da Silva. Op. cit. Vol. VII: Cordeiros Paiva, p. 312.
ACMSP. Processo n.º 1-47-454.
APESP. N.o de ordem: CO 5404.
APESP. Maços de População. Rolo n.º 41.
ACDJ. Livro de óbitos da matriz de Santana de Parnaíba (1797-1830), fls. 79v.
Revista da ASBRAP n.º 21
6 (XII)-
XII-
696
697
698
699
325
do Santíssimo Sacramento, da qual era irmão e foi provedor
por várias vezes. Foi sepultado no dia 20 na igreja matriz de
Santana de Parnaíba, na campa da dita irmandade do Santíssimo, abaixo do arco número 7; não fez testamento.
D. Ana Ribeiro do Prado faleceu em 17 de março de
1813 na Sé da cidade de São Paulo, tendo sido sepultada no
convento de Santa Teresa.
ALFERES BALTASAR RODRIGUES DE OLIVEIRA nasceu cerca
de 1745 em Santana de Parnaíba. Casou-se com MARIA DE
OLIVEIRA. Foram moradores em Lages. Aos 20 anos de idade,
em 1765, Baltasar era soldado no Rio Grande do Sul. Recebeu, em 31 de maio de 1773, nombramento do posto de Alferes da Ordenança da Companhia da nova vila de Nossa Senhora dos Prazeres dos Campos das Lages, de que era capitão
Antônio José Pereira.696
D. MARIA BENTA RODRIGUES, ou MARIA BENTA DE OLIVEIRA, ou ainda
D. MARIA ANTÔNIA DE JESUS. Batizada em 28 de março de 1743 na matriz de Santana de Parnaíba.697 Foram seus padrinhos o Tenente Manuel
Rodrigues Fam e Maria Benta Rodrigues, mulher de Guilherme Antônio
de Ataíde (capitão-mor), moradores na vila de Parnaíba.
Casou-se, primeira vez, em 26 de julho de 1759, em Santana
de Parnaíba com o português ANTÔNIO CORRÊA PINTO DE MACEDO,
fundador da vila (hoje cidade) de Lages, no atual Estado de Santa Catarina.698 Sem geração. O Capitão-mor Regente Antônio Corrêa Pinto de
Macedo nasceu em 2 de junho de 1719 na freguesia de São Tomé de
Correlhã, que fica às margens do rio Lima, concelho de Ponte de Lima,
distrito de Viana do Castelo, Portugal. Era filho de Luís Corrêa Pinto699,
natural da freguesia de Faldegens (se não houve erro na transcrição, igAPESP. N.º de ordem: CO 367. Livro n.º 19 de Sesmarias, Patentes e Provisões, fls.
53.
ACDJ. Livro de batizados da matriz (1722-1764), fls. 147v.
ACDJ. Livro de casamentos da matriz, fls. 9 e 9v. Antônio Corrêa Pinto não soube
dizer o nome da avó paterna, nem os nomes dos avós maternos, alegando que saíra
de Portugal de menor idade. [ou seria em função de seu avô materno ser padre?].
Luís Corrêa Pinto era irmão inteiro de Antônio Corrêa, da freguesia de Santa Marinha de Moreira de Geraz do Lima, concelho de Viana do Castelo, que se casou em
28 de janeiro de 1703 (Lº de mistos N.º 4, fls. 172) com Ana Fernandes, filha legítima de Belchior Fernandes e de sua mulher Catarina Dias, já falecida.
326
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
noro onde fica), arcebispado de Braga e de sua mulher (casados em 20
de outubro de 1718 na freguesia de Santa Maria de Arcozelo, onde eram
moradores) Antônia de Sousa de Macedo; natural da freguesia de Eiras
(Santa Comba), concelho de Arcos de Valdevez, distrito de Viana do
Castelo; neto por parte paterna de Manuel Antunes e de sua mulher (casados em 3 de fevereiro de 1675 na freguesia de Santa Marinha de Arcozelo) Antônia Corrêa; neto por parte materna do Padre Antônio de
Macedo e de Maria Fernandes, mulher solteira, da freguesia de São Martinho de Vascões, concelho de Paredes de Coura, distrito de Viana do
Castelo. Manuel Antunes era filho de Tomé Martins e de sua mulher
Maria Antunes e Antônia Corrêa era filha do Padre Belchior Corrêa e de
Maria Pereira, mulher solteira.
O Padre Antônio de Macedo era natural da freguesia de São
João do Rio Frio, comarca de Valença, morador, com seu pai, na freguesai de Nossa Senhora do Vale, tendo se habilitado, em 1691, de genere.700 Era filho natural de Tomé de Macedo, comissário do Santo Ofício,
abade de Santa Maria do Vale, e de Margarida Francisca, mulher solteira, da freguesia de São João do Rio Frio, termo dos Arcos. Neto paterno
de Antônio de Macedo e de Maria Pessoa, da freguesia de Sampaio dos
Arcos; neto materno de João Francisco e de Domingas Gonçalves, lavradores, naturais da freguesia de São João do Rio Frio do lugar de São
Vicenzo, termo dos Arcos.
Antes do casamento, Maria Benta e Antônio Corrêa Pinto fizeram as diligências de estilo, que se nomeava processo de banhos, no
ano de 1759.701 O contraente era assistente na cidade de São Paulo; ouvido em 9 de julho do mesmo ano, declarou o que segue:
Por ele foi dito que se chamava Antônio Corrêa Pinto, e que era
nat, digo e que era filho de Luís Corrêa Pinto, e de sua mulher Antônia de Sousa de Macedo, e que era natural e fora batizado na freguesia de São Tomé de Corrilhã Arcebispado de Braga, e que de
idade tinha trinta, e cinco para trinta, e seis annos, e que sendo de
treze annos saíra da sua terra para esta América, em a qual assiste
há vinte, e dous anos, e que da sua pátria viera para a cidade de
Lisboa e de Lisboa para o Rio de Janeiro onde assistiu um ano
pouco mais ou menos, ou dez mezes na freguesia da Candelária, e
daqui foi para as Minas Gerais nas quais andou em cobranças de
uma parte para a outra sem fazer assistência em freguesia alguma
por tempo de seis mezes, e nelas gastou quatro anos, pouco mais ou
700
701
ADB. Processo n.o 364, ano de 1691, de Antônio de Macedo.
ACMSP. Processo n.º 4-68-469, ano de 1759.
Revista da ASBRAP n.º 21
327
menos das quais veio para esta cidade, e desta Sé passou para a vila de Santos na qual assistira três mezes, pouco mais ou menos, e
dela se embarcara .........has do Rio Grande de São Pedro, nos
quais assiste há dezoito anos pouco mais ou menos, e nesta freguesia tem tido a maior assistência, e que desta povoação fizera três
viagens a esta cidade tratando do seu negócio de tropas sem fazer
demora que chegasse a seis meses fora desta cidade, e que também
andara por as Índias de Espanha dous anos a tratar de seu negócio
de animais sem fazer assistência em freguesia alguma por serem
campinas, e terras de gentio, e que o seu estado é de solteiro livre, e
desimpedido, nem tinha feito voto de castidade, ou de religião, nem
tinha outro algum impedimento que lhe impeça o casar-se com a
sobredita [Maria Benta de Oliveira], nem sabe que ela o tenha, e
que de seu tinha trinta mil cruzados cobradas as suas dívidas, e de
legítima de seus pais nada espera, porque se de tudo o que lhe pertencer, e mais não depôs, e se assinou depois de lhe ser lido o seu
juramento e declarar estar como ele depoente tinha deposto com ele
dito Muito Reverendo Senhor. E eu José Antônio da Silva escrivão
da Câmara Episcopal o escrevi.
Antônio Corrêa Pinto recebeu, em 12 de setembro de 1763, a
provisão de Guarda-Mor substituto nos distritos do Rio Grande do
Sul.702 Após a restauração da Capitania de São Paulo, recebeu a confirmação do novo Governador, o Morgado de Mateus, D. Luís Antônio
de Sousa Botelho Mourão, a 27 de maio de 1766, da cidade de São Paulo, da provisão de guarda-mor substituto dos distritos do Rio Grande e
daquele continente.703 E, finalmente, em 9 de julho de 1766, pelo Morgado de Mateus, recebeu patente de capitão-mor regente do sertão de
Curitiba.704 É interessante notar que Corrêa Pinto permaneceu capitãomor até morrer, o que não era permitido pela legislação portuguesa, através das suas Ordenações. Nem mesmo recebera a confirmação real da
sua patente, o que também não era legítimo. Mas, formalmente, sua autoridade nunca foi questionada.
702
703
704
APESP. N.º de ordem: CO 379, livro n.º 52, fls. 50v do Registro de Patentes e Provisões Régias.
APESP. N.º de ordem: CO 365. Livros de Sesmarias, Patentes e Provisões, de 1765
a 1766, Lº n.º 15, fls. 135 a 135v.
APESP. N.º de ordem: CO 365. Livro de Sesmarias, Patentes e Provisões, de 1765 a
1766, Lº n.º 15, fls. 182.
328
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
Antônio Corrêa Pinto de Macedo (esse o nome que adotou no
final da vida) faleceu em 28 de setembro de 1783 na vila de Lages.705
Havia feito testamento em 7 de agosto do mesmo ano. Deixava como
herdeira universal sua mulher D. Maria Antônia de Jesus, conquanto que
ela não se casasse novamente. Caso se casasse, instituía por herdeiras, da
parte que lhe tocava, suas irmãs Inês Maria de Sousa e Teresa de Sousa,
moradoras na freguesia de Santa Maria de Geraz do Lima, concelho de
Viana do Castelo.
Por morte de Antônio Corrêa Pinto, fez-se inventário dos seus
bens.706 Deixou uma fortuna. O auto de partilhas fez-se em 10 de julho
de 1792 na cidade de São Paulo. O monte-mor avaliado foi de
9:722$694 (nove contos, setecentos e vinte e dois mil, seiscentos e noventa e quatro réis. Coube à viúva D. Maria Antônia de Jesus a importância de 4:799$787 e, por ela ter se casado, a metade foi dividida entre
as irmãs do defunto, Teresa de Sousa e Inês Maria de Sousa. Ao herdeiro, Capitão José Antônio de Lacerda (já casado com a viúva), coube a
quantia de 135$979, em dinheiro amoedado, 13 escravos, campos da fazenda do distrito das Lages, uma morada de casas novas de taipa de pilão situadas na mesma fazenda, gado em geral, como burros, 90 rezes,
bois de carros, armas de fogo, miudezas em geral, créditos, etc..
A herança de Corrêa Pinto gerou muita discussão entre seus
herdeiros. Se a viúva não se casasse, ela seria a herdeira universal. Como
ela se casou, metade ficou para ela, e a outra metade para as irmãs dele.
Essas irmãs eram representadas pelo Ajudante Antônio José de Miranda.
Este, em 15 de maio de 1786, havia passado procuração para algumas
pessoas, para representá-los no inventário de seu tio, o Capitão-Mor Antônio Corrêa Pinto.707 Antônio José de Miranda, mais tarde, moveu uma
ação contra o Capitão José Antônio de Lacerda, na qualidade de inventariante dos bens de Corrêa Pinto.708 Reclamava principalmente das avaliações feitas pelo Juízo da cidade de São Paulo, de uns escravos. Esta foi
a defesa de José Antônio de Lacerda:
... o herdeiro Antônio José de Miranda se tem mostrado tão ingrato
com a cabeça de casal mulher do embargante que tendo assistido
muitos anos em companhia do inventariado seu tio nas Lages, e
705
706
707
708
Arquivo da Cúria Diocesana de Lages. Livro n.º 1 de óbitos de Lages, fls. 16v a
17v.
APESP. N.º de ordem: CO 602. Perderam-se fls. 1 a 263.
APESP. N.º de ordem: CO 3421. Autos Cíveis, maço 3362, ano 1786.
APESP. N.º de ordem: CO 3339. Autos Cíveis, maço 1542, ano 1791.
Revista da ASBRAP n.º 21
329
tendo dele recebido vários benefícios, e até por sua morte se lhe
deixar o legado em seus testamento de 100 éguas, merecendo também por afetos fingidos que mostra à cabeça de casal de lhe dar
uma negra das escravas do casal logo que se casou a entrou a odiar de tal sorte que chegou a tirar-lhe todas as mulatas suas pagens
para um rigoroso sequestro que requereu nos bens da herança a
..... de que se lhe demoravam as partilhas do inventário quando o
herdeiro é que as tem demorado por astúcias de quem o protege.
Depois se descobriu que o Capitão-Mor Antônio Corrêa Pinto
havia deixado uma filha natural, Ana Pinto de Macedo, mulher de Mateus Antônio Bell. Este movera processo cível contra o Capitão José Antônio de Lacerda e D. Maria Antônia de Jesus.709 Em15 de novembro de
1787, os autores da ação, eram moradores na cidade do Rio de Janeiro,
mais exatamente na rua de São Joaquim.
Tempos depois, o Capitão José Antônio de Lacerda e sua mulher D. Maria Antônia de Jesus, moveram ação cível contra o Ajudante
Antônio José de Miranda.710 Discutiam os bens do defunto Capitão-mor
Corrêa Pinto, em especial 900 das 1800 éguas da fazenda das Lages, e
um mulato de nome Romão.
Mateus Antônio Bell moveu ação cível contra o Ajudante Antônio José de Miranda.711 Em 21 de fevereiro de 1795, na cidade de São
Paulo, o autor da ação, Mateus Antônio, morador na freguesia das Areias, apresentou uma petição em que dizia que, por ser cabeça de sua mulher D. Ana Pinto de Macedo, e, por ela, único herdeiro do defunto Capitão-Mor Antônio Corrêa Pinto, queria mostrar que seu pai, ao fazer
testamento, não fez menção de sua filha, por julgá-la morta e, por este
motivo, instituiu por herdeiros as duas irmãs em Portugal. Isso porque,
quando Corrêa Pinto gerou sua filha, em 1749, não gozava de nobreza
alguma, e era inteiramente mecânico de seu nascimento. Mateus Antônio
apresentou certidão de sua mulher, Ana, batizada em 2 de maio de 1750,
na igreja matriz de Jesus Maria José, do Rio Grande de São Pedro (atual
Estado do Rio Grande do Sul). Constou que ela era filha natural de Maria Maciel, solteira, e de Antônio Corrêa Pinto, solteiro.
Em 5 de fevereiro de 1796, Mateus Antônio Bell apresentou
nova petição, na condição de ser cabeça de sua mulher D. Ana Pinto de
Macedo, contra o Ajudante Antônio José de Miranda e sua mulher D.
709
710
711
APESP. N.º de ordem: CO 3402. Autos Cíveis.
APESP. N.º de ordem: CO 3357.
APESP. N.º de ordem: CO 3654.
330
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
Gertrudes Maria de Melo.712 Argumentou que sua mulher nascera de
uma mulher branca e que seu pai a reconhecera por ocasião do batizado.
E que quando seu pai, o Capitão-Mor Corrêa Pinto, casou-se com D.
Maria Antônia de Jesus, contou a ela que tinha uma filha que morava no
Sul. E que ele a trouxera para Lages, onde sempre a teve consigo em sua
casa. E que a casou com Luís Madeira Ramos, e a dotou com escravos,
campos e outras coisas.713 Luís Madeira Ramos desentendeu-se com o
sogro e levou sua mulher para o Sul, causando desgostos a ele; acabou
falecendo antes de seu sogro, tornando a viúva a se casar, com o autor da
ação, Mateus Antônio Bell. Não houve contestação de que D. Ana Pinto
de Macedo fosse filha do capitão-mor.
Mateus Antônio Bell, ou Mathey Antônio Bell, negociante de
origem inglesa, passou para São Paulo, em 1809, em companhia de sua
mulher, de dois filhos, de uma afilhada e de oito escravos.714
Das pesquisas efetuadas nos maços de população da vila de
Lorena, o casal Mateus Antônio Bell e Ana Pinto de Macedo, constou
apenas no ano de 1793, na freguesia de Areias. Ele, de 36 anos, ela de
40 anos (quando ela teria 43 anos), uma filha, Rosa (de 5 anos) e uma
agregada, de 21 anos.715
D. Maria Antônia de Jesus casou-se segunda vez, como já se
viu acima, em 18 de janeiro de 1786 na Sé da cidade de São Paulo com
o CAPITÃO JOSÉ ANTÔNIO DE LACERDA, boticário de profissão, de quem
foi terceira e última mulher.716 Ele era viúvo de Maria da Conceição. Em
12 de abril de 1794, na cidade de São Paulo, onde viviam, o Capitão Jo712
713
714
715
716
APESP. N.º de ordem: CO 3656.
Luís Madeira Ramos e Ana Pinto de Macedo (antes Ana Maria Gomes) casaram-se
em 25 de fevereiro de 1770 na vila de Lages (matriz, fls. 2v). Do assento constou
que ele era natural da vila de Nossa Senhora da Graça do Rio de São Francisco, filho de Antônio Madeira Fajardo e de sua mulher Maria de Ramos, e que a noiva era
natural da vila do Rio Grande de São Pedro do Sul, filha de pai incógnito e de Maria
Gomes de Sá. Constou ainda que o contraente assistira na freguesia do Viamão e na
cidade de São Paulo, onde correu banhos. Tiveram, ao menos, o filho José, batizado
em 28 de dezembro de 1770 na vila de Lages (matriz, fls. 6).
Registro de Estrangeiros (publicação do Arquivo Nacional [do Rio de Janeiro]),
1808, vol. 46. Apud BARATA, Carlos Eduardo de Almeida; BUENO, Antônio
Henrique da Cunha. Dicionário das Famílias Brasileiras. Vol. I, p. 427.
APESP. N.º do rolo do microfilme: 113. Maços de população de Lorena. A menina
Rosa era filha do inglês e neta do capitão-mor.
ACMSP. Livro n.º 4 de casamentos da Sé, fls. 85. O Capitão José Antônio de Lacerda parecia ser um caça-dotes: suas mulheres eram viúvas, dotadas de fortuna ...
Revista da ASBRAP n.º 21
331
sé Antônio de Lacerda e sua mulher D. Maria Antônia de Jesus, venderam um lanço de casas, defronte aos quartéis de Voluntários Reais, ao
Tenente Bento Corrêa Leme, pela quantia de 200$000 (duzentos mil
réis).717 Eram confrontantes da morada de casas: defronte ao portão do
Cônego Arcipreste Paulo de Sousa Rocha, casas pertencentes aos religiosos de Nossa Senhora do Carmo, quartéis dos Voluntários Reais, e casas do Capitão Joaquim José Mariano César. D. Maria Antônia assinava,
inclusive o “dona”.
O Capitão José Antônio de Lacerda e sua mulher D. Maria
Antônia de Jesus, obtiveram para si e para seu filho José Antônio da Luz
de Lacerda, um breve apostólico para poderem celebrar missa no oratório das casas de sua habitação.718 Esse oratório ficava na fazenda de
Nossa Senhora do Pilar, na freguesia de Nossa Senhora da Penha de Araçariguama.
D. Maria Antônia de Jesus foi ré em um processo movido pela madre regente do Recolhimento de Santa Teresa da cidade de São
Paulo.719 O recolhimento cobrava o dote de 600$000 (seiscentos mil
réis) que era devedor o Coronel Policarpo Joaquim de Oliveira (irmão de
D. Maria Antônia de Jesus) para que a filha dele, D. Antônia Maria de
Santana, fosse admitida em Santa Teresa. Como o citado coronel ficasse
devendo avultada quantia à Real Fazenda de Sua Magestade, o recolhimento cobrava do fiador, que era o Capitão José Antônio de Lacerda e,
por morte deste, a viúva D. Maria Antônia.
Em um auto feito em 8 de setembro de 1808, no cartório de
órfãos da cidade de São Paulo, foi apresentada uma carta precatória vinda do Juízo de Órfãos da vila de Santana de Parnaíba.720 Com o propósito de pôr todos os bens de seu marido em inventário, D. Maria Antônia
de Jesus, a inventariante, afirmou que uma morada de casas na cidade de
São Paulo não havia sido avaliada. Ela ficava no Largo da Sé Catedral.
Eram casas de sobrado, no pátio da Sé, que partiam por um lado com casas do Capitão Gabriel José Rodrigues, e do outro com casas do Ajudante Antônio Pereira Rangel. Constituía-se de paredes de pilão cobertas de
telhas com seu quintal. Foi avaliada em 1:480$000 (um conto, quatrocentos e oitenta mil réis).
717
718
719
720
APESP. N.º de ordem: E 13418, Livros do 2.º tabelião da capital. Livro 9, fls. 24.
ACMSP. Breve Apostólico. Processo n.º 3-63-38.
APESP. N.º de ordem: CO 5404. Juízo de Órfãos. Autos de libelo, ano 1810.
Arquivo do Tribunal de Justiça do Estado e São Paulo. 1.º Ofício, processo n.º
1.878.
332
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
José Antônio de Lacerda era português, natural da cidade de
Leiria, batizado na freguesia da Sé da mesma cidade.721 Era filho de
Francisco de Araújo Lacerda, natural da vila de Tomar, e de sua mulher
Clara Maria, natural da mesma cidade de Leiria; neto paterno de Manuel
de Araújo Lacerda, natural da cidade do Porto. Criança, José Antônio de
Lacerda passou a viver na vila de Figueiró dos Vinhos, comarca de Coimbra, onde se criou até a idade de 10 ou 12 anos. De Figueiró dos Vinhos passou para a cidade de Lisboa, fazendo assistência no bairro e freguesia de São Paulo, aonde viveu até os 20 anos de idade. De Lisboa
passou para a cidade do Rio de Janeiro, onde permaneceu um ano, pouco mais ou menos. Do Rio passou para a cidade de São Paulo.
O Capitão José Antônio de Lacerda faleceu em 10 de fevereiro de 1808 na vila de Santana de Parnaíba.722 Teria 80 anos de idade, segundo o assento de óbito, e teria falecido de erisipela, após vários ataques antecedentes. Foi sepultado no dia seguinte na igreja matriz da
mesma vila. Era morador na sua fazenda de Nossa Senhora do Pilar. Fez
testamento, onde declarou ser natural de Leiria, filho legítimo dos falecidos Francisco de Araújo Lacerda e de Clara Maria. Pediu para serem
seus testamenteiros: a mulher, Dona Maria Antônia de Jesus, o Padre
Manuel Francisco de Camargo, e a seu filho o Tenente José Anastácio
da Luz, e Lacerda. Mencionou o filho Francisco, já falecido, e os filhos
deste, se existissem, também seriam seus herdeiros.
A primeira mulher de José Antônio de Lacerda foi Francisca
de Almeida Pais, nascida cerca de 1712 na cidade de São Paulo, viúva
de Filipe Rabelo Santiago, que faleceu com testamento na freguesia de
Santo Antônio além do Carmo, na cidade de Bahia. Conforme missiva
escrita por D. João de Piza, da Bahia, em 29 de janeiro de 1751, Filipe
Rabelo Santiago falecera 5 meses antes, na Bahia, tendo deixado 5 ou 6
mil cruzados. Filipe e Francisca haviam se casado em 25 de abril de
1728 na cidade de São Paulo.723 Filipe teria falecido em 20 de julho de
1750. Era natural da freguesia de Santo Ildefonso, da cidade do Porto, filho de José Rebelo de Avelar e de sua mulher Engrácia Ribeiro. Francisca de Almeida era paulista, de velhos troncos, filha de Francisco de Almeida Lara, já defunto em 1728, e de sua mulher (casados em 1708 em
Itu) Isabel Pais Xavier; neta paterna de Diogo de Lara e Morais e de Isa721
722
723
Dados sobre José Antônio de Lacerda constam do processo de banhos com Francisca de Almeida Pais.
ACDJ. Livro de óbitos de Santana de Parnaíba (1797-1830), fls. 71.
ACMSP. Livro n.º 2 de casamentos da Sé (1726-1767), fls. 7v.
Revista da ASBRAP n.º 21
333
bel de Godoy; neta materna de João Pais de Almeida e de sua mulher
Francisca Xavier. José Antônio de Lacerda e Francisca de Almeida Pais
casaram-se em 9 de junho de 1751 na cidade de São Paulo, na Sé.724
Deste casamento nasceu o Dr. Francisco José de Lacerda e Almeida, matemático e ilustre cartógrafo.725
Francisca de Almeida Pais faleceu em 17 de novembro de
1775 na cidade de São Paulo, aos 65 anos de idade. José Antônio de Lacerda casou-se, segunda vez, em 8 de abril de 1777 na cidade de São
Paulo, na Sé, com Maria da Conceição Esteves.726 Maria da Conceição
foi batizada em 11 de julho de 1742 na Sé de São Paulo, filha de João
Esteves Corrêa e de sua mulher Catarina Corrêa de Siqueira.727 Haviam
feito processo de banhos no mesmo ano.728 Do segundo casamento do
Capitão José Antônio de Lacerda com Maria da Conceição nasceu o Alferes José Anastácio da Luz e Lacerda.729
D. Maria Antônia de Jesus faleceu em 5 de fevereiro de 1824
na matriz da vila de Santana de Parnaíba.730 Tinha 81 anos de idade, incompletos. Seu corpo foi envolto no hábito franciscano e, acompanhado
de várias irmandades, sepultado no mesmo dia, dentro da matriz, em
uma das sepulturas da Irmandade do Santíssimo Sacramento. Não fez
724
725
726
727
728
729
730
ACMSP. Livro n.º 2 de casamentos da Sé (1726-1767), fls. 99v
O Dr. Francisco José de Lacerda e Almeida nasceu cerca de 1753. Formou-se na
Universidade de Coimbra, tendo recebido, em 1777 o grau de doutor em Matemática. Segundo o site do Geneall, casou-se em 22 de abril de 1792 em Alvaiázere, concelho do mesmo nome, distrito de Leiria, Portugal, com Cecília Craveiro Lavache
de Faria, ali batizada em 1.º de dezembro de 1777, tendo deixado duas filhas. Do
Dr. Francisco José é 6.ª neta a atriz portuguesa Maria de Medeiros, conforme o site
do Geneall.
ACMSP. Livro n.º 3 de casamentos da Sé (1768-1782), fls. 130v.
Maria da Conceição Esteves era irmã de Manuel Esteves Corrêa (habilitado de genere et moribus em 1754 (ACMSP. Processo n.º 1-31-276), e neta do português
André Lourenço Salgado, citado adiante neste trabalho, em nota do § 81.o n.o X.
ACMSP. Processo de dispensa matrimonial n.º 5-51-1247, fls. 11-14v.
O Alferes José Anastácio de Luz e Lacerda faleceu em 9 de maio de 1808 na vila de
Santana de Parnaíba (fls. 72v), com mais ou menos 29 anos de idade, de bexigas, no
estado de solteiro. Era alferes da tropa paga da cidade de São Paulo. Foi sepultado
na igreja do Hospício Beneditino da mesma vila, onde se encontrava em função de
sua enfermidade. Fez testamento, no qual pediu para ser sua testamenteira a madrasta D. Maria Antônia de Jesus. Deixou 4 filhos naturais de Matildes Maria da Anunciação: Possidônio e Francisco, que faleceram crianças, José e Joaquim.
ACDJ. Livro de óbitos de Santana de Parnaíba (1797-1830), fls. 145.
334
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
testamento. Não deixou bens seus, porque dos bens que possuía em vida,
fez de todos doação.
XII-
731
732
733
§ 80.º
ANA RODRIGUES DE OLIVEIRA, filha de Isabel da Rocha do Canto, do §
79.o n.º XI. Batizada em 31 de julho de 1729 em Santana de Parnaíba.
Casou-se, primeira vez, com o português MANUEL MARTINS LEITÃO, de
mais ou menos 32 anos de idade, filho de Simão João e de Ana Martins,
moradores que foram em São Sebastião da Redinha, bispado de Coimbra. No processo de banhos, Manuel Martins declarou que havia estado
em Paranaguá, Curitiba, Parnaíba e na freguesia de Carrancas (Sul de
Minas).731 Sem geração. Casou-se, segunda vez, em 4 de outubro de
1757, na matriz da vila de Santana de Parnaíba, com o CAPITÃO LOU732
RENÇO CARDOSO DE MELO.
Com geração.733 Lourenço era natural da
freguesia de Nossa Senhora da Conceição da cidade e bispado de Angra,
Ilha Terceira, filho de Vicente Cardoso da Costa e de sua mulher Maria
do Desterro da Conceição. Filha do segundo matrimônio:
1 (XIII)- D. ISABEL MARIA DE OLIVEIRA, natural da freguesia de Santana da vila de Parnaíba. Ali se casou, em 13 de fevereiro de
1787 na matriz (fls. 173v e 174) com seu primo, o TENENTE
JOÃO RODRIGUES FAM, natural da freguesia de Santana da vila de Parnaíba, filho do Tenente Manuel Rodrigues Fam, natural da freguesia de Sampaio de Fão, arcebispado de Braga, e
de sua mulher Maria Marques de Carvalho; neto paterno de
Baltasar Rodrigues e de Maria Benta, já citados ao se tratar de
Baltasar Rodrigues Fam. Neto materno de Manuel Marques
de Carvalho, natural da vila de Óbidos, arcebispado de Lisboa, e de sua mulher Isabel Rodrigues, natural de Santana de
Parnaíba.
ACMSP. Processo de dispensa matrimonial n.º 4-29-175, fls. 1 em diante.
ACDJ. Livro de casamentos de Parnaíba, fls. 192.
O Capitão Lourenço Cardoso de Melo e Ana Rodrigues de Oliveira foram pais de
GERTRUDES MARIA DE MELO (falecida em 4 de maio de 1798 na vila de Sorocaba),
que se casou com um sobrinho consanguíneo do Capitão-Mor Antônio Corrêa Pinto: Antônio José de Miranda, em 15 de outubro de 1782, na matriz da vila de Parnaíba (fls. 147 e 147v). Antônio José de Miranda era natural da freguesia de Santa
Marinha de Moreira, filho de Manuel de Miranda e de Inês de Sousa. Antônio José
faleceu em 19 de março de 1827, aos 70 anos de idade, pouco mais ou menos, na
vila de Santana de Parnaíba (fls. 169v), no estado de viúvo, sendo sepultado em 20
do mesmo mês na capela de Bom Jesus de Pirapora.
Revista da ASBRAP n.º 21
X-
734
735
736
335
§ 81.O
MARIA DA ROCHA (filha de Isabel da Rocha do Canto, do § 77.o n.º IX).
Nasceu em 21 de dezembro de 1680 no lugar do Bairro, freguesia de São
Bartolomeu de São Gens, tendo sido batizada em 23 do mesmo mês.734
Faleceu em 13 de março de 1767 na freguesia de São Vicente de Passos.
Casou-se em 4 de abril de 1701 (fls. 6), em São Gens, com FRANCISCO
DE OLIVEIRA, antes denominado FRANCISCO LOURENÇO, natural do lugar do Bairro, freguesia de São Vicente de Passos, em cuja freguesia foi
batizado (fls. 38) em 21 de novembro de 1677, e onde faleceu em 29 de
setembro de 1746, aos 78 anos de idade. Ele era ferreiro de profissão e
filho natural de Antônio Lourenço (1645-1711), do lugar de Degoiva,
termo da vila de Guimarães e de Ângela Martins, mulher solteira, do lugar do Passo, da freguesia de São Vicente de Passos.735 Neto paterno de
Pedro Lourenço (filho de Domingos Lourenço e de sua mulher Maria
Álvares, senhores da Degóvia de baixo) e de sua segunda mulher Maria
Salgado (filha de Gonçalo Gonçalves Salgado e de sua mulher Catarina
Rodrigues, senhores do Casal do Areal). Por sua vez, o citado Domingos
Lourenço foi herdeiro de seu pai Gonçalo Pires, senhor da Degóvia de
baixo.
Ângela Martins (mãe de Francisco de Oliveira) era irmã do
Padre Antônio Martins de Oliveira.736 Era filha de João Martins, senhor
do Casal do Paço e de sua mulher Maria de Oliveira. Neta paterna de
Belchior Fernandes, lavrador da fazenda do Paço e de sua mulher Margarida André; neta materna de Pedro Gonçalves e de Ana Gonçalves.
De Maria da Rocha e de Francisco de Oliveira nasceram:
1 (XI)ANTÔNIO, batizado em 2 de janeiro de 1701 na freguesia de
Passos.
2 (XI)ISABEL, batizada em 20 de maio de 1703 em Passos, onde faleceu em 5 de janeiro de 1780, aos 76 anos de idade.
3 (XI)ANTÔNIO LOURENÇO SALGADO, que segue.
4 (XI)MARIA DA ROCHA, que segue no § 83.o.
5 (XI)MARIANA DA ROCHA, que segue no § 84.o.
ADB. Paróquia de São Gens. L.º 4.º de mistos, fls. 6.
Um filho deste Antônio Lourenço (1645-1711), mas de sua legítima mulher, Catarina Antunes, veio para o Brasil. Era André Lourenço Salgado, batizado em 5 de
dezembro de 1688 na freguesia de São Vicente de Passos, concelho de Fafe. André
Lourenço era avô materno do Padre Manuel Esteves Corrêa, habilitado de genere et
moribus em 1754, no Bispado de São Paulo (ACMSP. Processo n.º 1-31-276).
ADB. Processo de genere n.º 4, pasta 1, de 8 de março de 1680.
336
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
6 (XI)7 (XI)8 (XI)9 (XI)10 (XI)11 (XI)XI-
737
JOSEFA, batizada em 29 de novembro de 1711 em Passos.
DOMINGOS, batizado em 8 de maio de 1713 em Passos.
ROSA, batizada em 16 de julho de 1716 em Passos.
CUSTÓDIA DA ROCHA, que segue no § 85.o.
MANUEL LOURENÇO SALGADO, que segue no § 82.o.
TERESA DA ROCHA, que segue no § 86.o.
ANTÔNIO LOURENÇO SALGADO, batizado em 5 de agosto de 1705 na
freguesia de São Vicente de Passos, concelho de Fafe. Faleceu em 1778
em São Paio de Guimarães. Casou-se em com MARIA TERESA DE ABREU, batizada em 16 de fevereiro de 1706 em São Martinho de Candoso, Guimarães, irmã inteira do Beneficiado Antônio de Abreu, morador
na vila de Guimarães. Maria Teresa era filha de Antônio de Abreu e de
sua mulher (casados em 14 de fevereiro de 1700 na freguesia de São
Martinho de Candoso) Rosa de Freitas; neta paterna de João de Oliveira
e de sua mulher (casados em 2 de março de 1670 em Candoso) Maria de
Abreu; neta materna de Matias de Freitas e de sua mulher (casados em
27 de dezembro de 1663 na freguesia de Candoso) Maria Brás. Maria
Teresa de Abreu era viúva de João Fernandes Mesteiral, morador na rua
de São Domingos da freguesia de São Paio, de quem teve uma filha, que
morreu de tenra idade.
Antônio Lourenço Salgado, pretendendo ser familiar do Santo
Ofício da Inquisição de Coimbra, habilitou-se no ano de 1765, demonstrando ser irmão inteiro do já Familiar Manuel Lourenço Salgado (adiante).737 Antônio Lourenço Salgado era homem de negócio de pano de linho, e teria coisa de 30.000 cruzados, com rendimento de 300$000 (trezentos mil réis). Sabia ler e escrever, teria 55 anos de idade e não constava ter filhos ilegítimos.
Foram pais de, ao menos (conforme site do Geneall.net):
1 (XII)- JOANA LEOCÁDIA DE ABREU, batizada em 6 de junho de 1737
em São Paio de Guimarães, tendo falecido em 29 de maio de
1801 em São Paio de Guimarães, na casa do Cruzeiro de São
Domingos. Casou-se, em 15 de janeiro de 1776, em São Paio
de Guimarães, com ANTÔNIO JOSÉ DE ARAÚJO DA SILVA RODRIGUES, batizado em 28 de março de 1733 em Famalicão,
Castelões, Quinta de Pombais, e falecido em 2 de fevereiro de
1789 em São Paio de Guimarães, filho de Domingos João da
Silva e de Maria Francisca de Araújo. Antônio José, segundo
IAN/ TT. Habilitação ao Santo Ofício. Antônio, mç. 153, dil. n.º 2439.
Revista da ASBRAP n.º 21
337
ainda o mesmo site, foi cavaleiro professo na Ordem de Cristo. Outro filho de Joana Leocádia de Abreu: D. JACINTA
MARGARIDA DA ENCARNAÇÃO DE ABREU (batizada em 26 de
agosto de 1735 em São Paio de Guimarães, mulher do DR.
JOAQUIM JOSÉ DE FARIA MACHADO, juiz dos órfãos da vila de
Guimarães, filho de João de Faria Machado, juiz dos órfãos e
de sua mulher D. Rosa Maria das Chagas.738
XI-
XI-
738
739
§ 82.o
MANUEL LOURENÇO SALGADO, filho de Maria da Rocha, do § 81.o n.º
X. Nasceu em 29 de dezembro de 1720 no lugar do Bairro, freguesia de
São Vicente de Passos, tendo sido batizado nesta freguesia (fls. 29v) em
1.º de janeiro de 1721. Casou-se com DELFINA MARIA DE ABREU, a qual
era irmã inteira de Ana Peregrina de Abreu, solteira, já habilitada pelo
Santo Ofício para se casar com o Familiar Jacinto Ribeiro Lobo.
Delfina Maria de Abreu era natural da cidade de Évora, batizada na freguesia de Santiago, filha de Manuel de Abreu do Ó, da cidade
de Tavira, freguesia de Santiago (onde foi batizado em dezembro de
1698) e de sua mulher Maria Josefa, natural da freguesia da Sé da cidade
do Faro; neta paterna do Padre Gaspar da Costa de Carvalho, da cidade
de Tavira e de Maria de Abreu Turina, solteira, da freguesia de Santiago
da cidade de Tavira; neta materna do Alferes Roque Viegas de Leiria e
de sua mulher Luiza da Costa, ambos naturais e moradores na freguesia
da Sé, da cidade do Faro.
Manuel Lourenço Salgado habilitou-se ao Santo Ofício, recebendo, em 18 de agosto de 1761, a carta de familiar, após processo longo e revelador de muitos documentos e inquirições que ajudaram sobremaneira a escrever este presente trabalho.739 Encerra uma espetacular tábua genealógica, tendo por tronco Álvaro Anes do Canto (do § 5.o n.º
IV).
§ 83.o
MARIA DA ROCHA, filha de Maria da Rocha, do § 81.o n.º X. Batizada
em 23 de julho de 1706 na freguesia de Passos, concelho de Fafe, tendo
falecido em 28 de novembro de 1775 em Lajes. Casou-se, em 6 de agosto de 1738, em Passos, com JOÃO RIBEIRO, natural de Travassos, conceGAIO, Manoel José da Costa Felgueiras. Op. cit. Vol. V: Farias § 191 n.o 12, p.
205.
IAN/ TT. Habilitação ao Santo Ofício. Manuel, mç. 182, dil. 1936.
338
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
lho de Fafe, falecido em 3 de julho de 1775 em Lajes, filho de Domingos
Ribeiro e de Isabel Francisca. Foram pais de:
1 (XII)- JOSEFA MARIA DA ROCHA RIBEIRO, batizada em 11 de novembro de 1739 em Passos, tendo falecido em 10 de fevereiro
de 1804 em Lajes, aos 64 anos de idade. Casou-se, em 21 de
dezembro de 1764, com JOÃO GOMES, natural de Travassos,
concelho de Fafe, filho de Manuel Gomes e de Catarina Francisca. Com geração.
2 (XII)- ANTÔNIO, batizado em 31 de março de 1743 em Passos.
XI-
XI-
§ 84.o
MARIANA DA ROCHA, filha de Maria da Rocha, do § 81.o n.º X. Batizada
em 24 de julho de 1708 na freguesia de Passos, concelho de Fafe, onde
se casou, em 28 de março de 1736, com MANUEL LOPES DE BARROS, viúvo de Rosa Fernandes. Manuel Lopes era natural de Passos, onde foi
batizado em 10 de outubro de 1688 e onde faleceu em 7 de setembro de
1767, aos 78 anos de idade. Era filho de Miguel Lopes e de sua mulher
(casados em 16 de junho de 1669 em Passos) Ângela Barros. Foram pais
de:
1 (XII)- CATARINA LOPES, batizada em 5 de março de 1738 em Passos, onde se casou, em 7 de abril de 1760, com FRANCISCO DE
NOVAIS PEIXOTO, natural de Estorãos, filho de Antônio Novais e de Ana Peixoto. Com geração.
2 (XII)- ROSA, batizada em 4 de novembro de 1740 em Passos, onde
faleceu em 4 de dezembro de 1765, aos 25 anos de idade.
3 (XII)- ANTÔNIO, batizado em 14 de abril de 1743 em Passos.
4 (XII)- MANUEL JOSÉ, batizado em 7 de setembro de 1746 em Passos.
5 (XII)- LUÍSA, batizada em 7 de dezembro de 1749 em Passos, onde
faleceu em 2 de janeiro de 1754, aos 4 anos de idade.
§ 85.o
CUSTÓDIA DA ROCHA, filha de Maria da Rocha, do § 81.o n.º X. Batizada em 19 de fevereiro de 1718 na freguesia de Passos, concelho de Fafe,
tendo falecido em 12 de outubro de 1777 na freguesia de Areal, aos 59
anos de idade. Casou-se, em 26 de janeiro de 1769, em Passos, com ANTÔNIO FRANCISCO, batizado em 19 de junho de 1708 em Passos, filho de
Cosme Fernandes e de sua mulher (casados em 18 de maio de 1704 em
Passos) Senhorinha Francisca; neto paterno de Antônio Gonçalves e de
Revista da ASBRAP n.º 21
339
Isabel Fernandes; neto materno de João Francisco e de sua mulher (casados em 21 de setembro de 1687 em Passos) Maria Salgado.
XI-
X-
740
741
§ 86.o
TERESA DA ROCHA, filha de Maria da Rocha, do § 81.o n.º X. Batizada
em 5 de setembro de 1724 na freguesia de Passos, concelho de Fafe,
tendo falecido em 16 de novembro de 1798 em Tear, aos 74 anos de idade. Casou-se, em 13 de abril de 1747, em Passos, com VICENTE LOPES
CARDOSO, batizado em 21 de setembro de 1725 em Passos, tendo falecido em 28 de dezembro de 1802 em Tear, aos 77 anos de idade. Era filho
natural de Maria Lopes, natural de Passos, filha de Cristóvão Lopes e de
Custódia Lourença Fernandes. Foram pais de:
1 (XII)- ANTÔNIO, batizado em 27 de abril de 1748 em Passos, onde
faleceu em 1.º de maio de 1748, com apenas 4 dias de idade.
2 (XII)- LUÍS, batizado em 8 de dezembro de 1750 em Passos.
3 (XII)- ANTÔNIO JOSÉ, batizado em 30 de abril de 1754 em Passos.
4 (XII)- ANTÔNIA, batizada em 5 de setembro de 1759 em Passos, onde faleceu em 3 de julho de 1765, aos 5 anos de idade.
5 (XII)- LUÍSA DA ROCHA, batizada em 13 de abril de 1763 em Passos,
tendo falecido em 13 de novembro de 1820 em Tear, aos 57
anos de idade. Casou-se, em 14 de agosto de 1792, em Passos, com seu parente JOÃO BATISTA LOPES, batizado em 1.º
de agosto de 1763 na freguesia de Arões, concelho de Fafe,
falecido em 14 de novembro de 1815 em Passos, aos 52 anos
de idade. Com geração. João Batista era filho de Francisco
Novais Peixoto e de sua mulher (casados em 7 de abril de
1760) Catarina Lopes; neto paterno de Antônio Novais e de
Ana Peixoto; neto materno de Manuel Lopes de Barros e de
Mariana da Rocha.
6 (XII)- MARIA JOANA, batizada em 11 de agosto de 1766 em Passos.
§ 87.o
ISABEL DA ROCHA, filha de Isabel da Rocha do Canto, do § 77.o n.º IX,
nascida em 12 de abril de 1686 e batizada em 13 do mesmo mês em São
Gens.740 Foram seus padrinhos André da Rocha e sua filha Isabel de São
Francisco. Faleceu em 10 de abril de 1753 em São Gens, do lugar de
Ruivães, aos 66 anos de idade.741 Casou-se em 28 de dezembro de 1712,
ADB. Paróquia de São Gens. L.º 4.º de mistos, fls. 29v.
ADB. Paróquia de São Gens. L.º 5.º de mistos, fls. 229v.
340
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
em São Gens, com MANUEL ANTUNES, batizado em 28 de dezembro de
1689 em Armil, falecido em 1.º de outubro de 1757 em São Gens, aos 67
anos de idade, filho de Fernão Pires e de Ângela Gonçalves Antunes. Filhos de Isabel da Rocha com Manuel Antunes:
1 (XI)MARIA ANTUNES, que segue no § 88.o.
2 (XI)ANTÔNIO, batizado em 22 de novembro de 1716 em São
Gens.
3 (XI)JOSÉ, batizado em 28 de março de 1720 em São Gens.
4 (XI)TERESA ANTUNES, que segue no § 89.o.
5 (XI)MANUEL ANTUNES, que segue.
XI-
MANUEL ANTUNES, batizado em 15 de novembro de 1727 em São Gens,
onde faleceu em 5 de março de 1809. Casou-se, em 24 de março de 1759
em São Gens, com ANA LOPES DE OLIVEIRA, nascida em 11 de maio de
1738 em São Gens, onde faleceu em 26 de agosto de 1824. Ela era filha
de João Lopes e de sua mulher (casados em 27 de setembro de 1733 em
São Gens) Catarina de Oliveira; neta paterna de Antônio Teixeira Lopes
e de Isabel Veloso Lopes; neta materna de Domingos Alves e de Catarina Gonçalves, todos moradores em São Gens. Fora pais de:
1 (XII)- ANA MARIA ANTUNES, nascida em 16 de janeiro de 1760,
onde faleceu em 27 de setembro de 1803. Casou-se em 30 de
junho de 1777 em São Gens com JOSÉ DE CASTRO DE OLIVEIRA, nascido em 31 de maio de 1756 em São Gens, onde
faleceu em 22 de dezembro de 1836, filho de Antônio de Freitas de Oliveira e de Teresa de Castro, solteira, esta filha de
José de Castro e de sua mulher (casados em 2 de setembro de
1709 em São Gens) Brízida da Silva. Viúvo, José de Castro
de Oliveira casou-se, segunda vez, em 4 de maio de 1806, em
São Gens, com Ana de Oliveira, tendo deixado geração deste
casamento.
2 (XII)- MANUEL JOSÉ ANTUNES, nascido em 4 de abril de 1761 em
São Gens. Casou-se com ANTÔNIA MARIA NOVAIS, natural de
Estorãos, falecida em 19 de janeiro de 1839 em São Gens, filha de Antônio Novais e de Benta Leite, ambos naturais de
Estorãos. Com geração.
3 (XII)- MARIA TERESA ANTUNES, nascida em 19 de julho de 1763
em São Gens, onde faleceu em 23 de maio de 1847. Casou-se
em 13 de novembro de 1786, em São Gens, com FRANCISCO
JOSÉ DA SILVA PEIXOTO, falecido em 15 de novembro de
Revista da ASBRAP n.º 21
4 (XII)-
5 (XII)-
6 (XII)7 (XII)-
8 (XII)9 (XII)-
XI-
341
1844 em São Gens, fiho de Teresa de Barros, mulher solteira.
Com geração.
ANTÔNIO JOSÉ ANTUNES, nascido em 6 de março de 1766 em
São Gens, onde faleceu em 6 de abril de 1831. Casou-se, em
28 de maio de 1789, em São Gens, com MARIA DE OLIVEIRA,
nascida em 7 de março de 1763 em São Gens, filha de João
de Oliveira e de sua mulher (casados em 26 de janeiro de
1753 em São Gens) Ana Gonçalves; neta paterna de Manuel
de Oliveira e de Custódia da Cunha; neta materna de Gabriel
Gonçalves e de Custódia de Araújo, todos moradores em São
Gens. Com geração.
CUSTÓDIA MARIA ANTUNES, nascida em 13 de junho de 1768
em São Gens, onde faleceu em 20 de julho de 1848. Casouse, em 15 de agosto de 1787, em São Gens, com MANUEL
ANTÔNIO DE CASTRO, seu concunhado, nascido em 5 de fevereiro de 1760 em São Gens, onde faleceu em 4 de novembro
de 1810, filho de Teresa de Castro, mulher solteira, a qual era
filha de José de Castro e de Brízida da Silva, todos moradores
em São Gens. Com geração.
MARIA, nascida em 3 de março de 1771 em São Gens, onde
faleceu em 24 de janeiro de 1798. S.m.n.
ROSA ANTUNES, nascida em 30 de outubro de 1773 em São
Gens, onde se casou em 10 de agosto de 1794, com José Luís
Ribeiro, natural de Estorãos, filho de José Ribeiro e de Mariana Teixeira.
JOSÉ ANTÔNIO, nascido em 8 de janeiro de 1777 em São
Gens.
ANTÔNIA, nascida em 18 de março de 1778 em São Gens.
§ 88.o
MARIA ANTUNES, filha de Isabel da Rocha, do § 87.o, n.o X. Nasceu em
29 de abril de 1713 em São Gens, onde faleceu em 15 de novembro de
1754. Casou-se, em 1.o de junho de 1735, em São Gens, com DOMINGOS
DA CUNHA DE BOURO, nascido em 10 de fevereiro de 1721 em São
Gens, onde faleceu em 22 de setembro de 1765, filho de Silvestre de
Bouro e de sua mulher (casados em 23 de janeiro de 1720 em São Gens)
Mariana da Cunha; neto paterno de Antônio Gonçalves da Costa e de
Maria Ribeiro; neto materno de Gonçalo da Cunha e de Jerônima Gonçalves Mendes. De Maria Antunes e de Domingos da Cunha de Bouro
nasceram:
342
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
1 (XII)-
2 (XII)3 (XII)4 (XII)-
5 (XII)-
6 (XII)7 (XII)-
X-
MANUEL DA CUNHA, nascido em 2 de janeiro de 1739 em São
Gens. Casou-se com ROSA MARIA DE MAGALHÃES, natural
de Infesta, falecida em 28 de abril de 1811 em São Gens, filha
de Manuel Lopes e de Luísa de Magalhães. Com geração.
DOMINGOS, nascido em 23 de fevereiro de 1742 em São
Gens.
JOSÉ, nascido em 23 de fevereiro de 1742 em São Gens. Gêmeo do anterior.
MARIA ANTUNES DA CUNHA, nascida em 29 de abril de 1743
em São Gens, onde faleceu em 11 de janeiro de 1780. Casouse, em 26 de julho de 1767, em São Gens, com ANTÔNIO DE
SAMPAIO, nascido em 18 de dezembro de 1736 em São Gens,
filho de Maurício de Sampaio e de sua mulher (casados em 10
de fevereiro de 1732 em São Gens) Catarina de Castro; neto
paterno de Gaspar Fernandes e de Isabel de Sampaio.
ANA ANTUNES DA CUNHA, nascida em 17 de março de 1747
em São Gens, falecida em 18 de junho de 1816 em Quinchães. Casou-se, em 9 de abil de 1767, em São Gens, com
Antônio da Costa, nascido em 30 de abril de 1743 em Quinchães, onde faleceu em 5 de março de 1814, filho de Antônio
da Costa e de Ângela Lopes.
ANTÔNIO JOSÉ, nascido em 16 de março de 1750 em São
Gens.
JERÔNIMA, nascida em 14 de novembro de 1754 em São
Gens.
§ 89.o
TERESA ANTUNES. Filha de Isabel da Rocha do Canto, do § 87.o n.o IX.
Nasceu em 30 de abril de 1724 em São Gens. Casou-se, em 15 de abril
de 1753, em São Gens, com ANTÔNIO DA CUNHA, nascido em 6 de julho
de 1718 em São Gens, filho de Bento da Cunha e de sua mulher (casados em 6 de julho de 1705) Maria da Cunha; neto paterno de Gaspar da
Cunha e de Ângela Pereira Ferreira; neto materno de Gregório Fernandes e de Catarina da Cunha, todos moradores em São Gens. Antônio da
Cunha era viúvo de Josefa Maria de Magalhães, com quem havia se casado em 5 de dezembro de 1746 em São Gens. De Teresa Antunes e de
Antônio da Cunha nasceu, ao menos, uma filha.
Revista da ASBRAP n.º 21
X-
742
343
§ 90.o
HELENA DA ROCHA DE MEIRA, filha de Isabel da Rocha do Canto, do §
77.o n.º IX.742 Helena nasceu em 10 de dezembro de 1688 e batizada em
12 do mesmo mês em São Gens (L.º 4.º de mistos, fls. 43 da seção dos
batizados). Casou-se em 2 de julho de 1709 na freguesia de São Bartolomeu de São Gens, com JOÃO ANTUNES PEIXOTO, filho de Santos Antunes e de Maria da Costa, moradores na freguesia de São Martinho de
Medelo (concelho de Fafe), do lugar de Feijão (?).743 Ao lado do assento
consta: em 14 de julho de 1773 passou-se certidão a Brízida Antunes e
seu marido José de Matos Tavares, e outros da freguesia de São Martinho de Medelo.
Helena da Rocha faleceu em 12 de janeiro de 1749 na freguesia de Medelo.
Conforme constou da habilitação à Ordem de Cristo, do filho
João da Rocha Peixoto, João Antunes Peixoto era natural e batizado na
freguesia de São Martinho de Medelo da comarca de Guimarães e ele e
sua mulher eram lavradores na sua Quinta de Assuição. Segundo testemunhas ouvidas no processo, os pais e avós dos habilitando sempre se
trataram à lei da nobreza. Sobre Gaspar Loureiro, avô materno do habilitando, constou que ele era natural da Quinta da Torre, da freguesia de
São Martinho de Quinchães, que foi juiz ordinário, e que ele e sua mulher Isabel da Rocha foram lavradores honrados.
De Helena da Rocha e de João Antunes Peixoto nasceram:
1 (XI)BENTA MARIA ANTUNES, que segue no § 91.o.
2 (XI)BRÍZIDA ANTUNES, que segue no § 92.o.
3 (XI)ANA DA COSTA ROCHA, falecida em 16 de dezembro de 1798
na freguesia de Medelo.
4 (XI)JOÃO DA ROCHA PEIXOTO, nascido e batizado (em 11 de julho
de 1719) na freguesia de São Martinho de Medelo, da comarca de Guimarães. Habilitou-se à Ordem de Cristo, no ano de
1780.744 Como impedimento, surgiu a questão da idade: já era
maior de 50 anos (aliás, com mais de 60 anos...). Pediu para
professar na Sé Catedral de Lamego, onde residia, no lugar de
fazê-lo no convento de Tomar.
5 (XI)ANTÔNIO DA ROCHA PEIXOTO, que segue.
Conforme o site, visto em dezembro de 2013 (o grifo do apelido Meira é nosso):
http://www.ghp.ics.uminho.pt/geneweb/gwd.exe?b=sgens;lang=pt;p=gaspar;n=loureiro
743
744
ADB. Paróquia de São Gens. L.º de mistos, fls. 246v.
IAN/ TT. Habilitação à Ordem de Cristo. Letra J, mç. 56, doc. 4.
344
XI-
XI-
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
ANTÔNIO DA ROCHA PEIXOTO, batizado em 29 de novembro de 1722 na
freguesia de Medelo, onde faleceu em 10 de setembro de 1806, aos 83
anos de idade. Casou-se, em Medelo, em 23 de março de 1757, com
CUSTÓDIA MARIA DE CASTRO, batizada em 14 de outubro de 1735 em
Medelo, filha de Antônio de Castro e de sua mulher (casados em 2 de
junho de 1737 em Medelo) Mariana da Costa; neta paterna de Pedro de
Castro e de Inácia da Silva; neta materna de Cristóvão Mendes e de Ana
da Costa. Foram pais de:
1 (XII)- BENTA MARIA, batizada em 10 de agosto de 1759 em Medelo.
2 (XII)- BENTA MARIA DA ROCHA, batizada em 27 de maio de 1762
em Medelo, onde se casou, em 26 de fevereiro de 1786, com
JOÃO SOARES DA MAIA, natural de Estorãos, filho de Antônio
Simões de Castro e de Luísa Maria Soares.
3 (XII)- ANTÔNIO, batizado em 13 de janeiro de 1766 em Medelo, onde faleceu em 18 de setembro de 1771, aos 5 anos de idade.
4 (XII)- JOÃO, batizado em 3 de agosto de 1768 em Medelo.
§ 91.o
BENTA MARIA ANTUNES, filha de Helena da Rocha de Meira, do § 90.o
n.º X. Natural da freguesia de Medelo, onde foi batizada em 10 de outubro de 1716. Faleceu em 19 de julho de 1799 na freguesia de Arões,
concelho de Guimarães, aos 82 anos de idade. Casou-se, em 12 de fevereiro de 1747, na freguesia de Medelo, com JOÃO FRANCISCO DA SILVA,
batizado em 12 de abril de 1712 em Arões, onde faleceu em 10 de janeiro de 1793, aos 80 anos de idade, filho de Domingos Francisco e de sua
mulher (casados em 7 de julho de 1711 em Arões) Ana Maria da Silveira; neto paterno de João Francisco e de Maria da Costa; neto materno de
João Vaz da Silva e de Jerônima Francisca. Benta Maria e João Francisco foram pais de:
1 (XII)- JACINTA MARGARIDA, batizada em 19 de janeiro de 1748 em
Arões, onde se casou em 2 de fevereiro de 1777 com MANUEL ANTÔNIO FRANCISCO, natural de Silvares (São Martinho),
filho de Antônio Francisco e de Joana Teixeira da Costa.
2 (XII)- JOÃO, batizado em 7 de abril de 1750 na freguesia de Arões.
3 (XII)- ANTÔNIO JOSÉ DA ROCHA DA SILVA, batizado em 22 de setembro de 1752 em Arões, onde faleceu em 14 de novembro
de 1821, aos 69 anos de idade. Casou-se em 10 de novembro
de 1794, em Arões, com LUÍSA MARIA LEITE, batizada em 9
de junho de 1759 em Arões, onde faleceu em 11 de abril de
Revista da ASBRAP n.º 21
4 (XII)5 (XII)6 (XII)-
XI-
VI-
745
345
1831, aos 71 anos de idade, filha de Romão Duarte e de Josefa Maria Leite. Com geração.
MARIA TERESA, batizada em 23 de julho de 1755 em Arões.
ANTÔNIA MARIA, batizada em 8 de junho de 1758 em Arões.
MARIA JOANA DA SILVA, batizada em 2 de maio de 1760 em
Arões, onde se casou, em 28 de maio de 1796, com MANUEL
JOSÉ RIBEIRO, batizado em 9 de maio de 1776 em Arões, filho de João Ribeiro e de sua mulher (casados em 19 de janeiro de 1774, em Arões) Josefa Maria da Silva; neto paterno de
Bento Ribeiro e de Maria de Freitas; neto materno de Domingos Rebelo e de Helena de Freitas. Com geração.
§ 92.o
BRÍZIDA ANTUNES, filha de Helena da Rocha de Meira, do § 90.o n.º X.
Batizada em 6 de janeiro de 1726 na freguesia de Medelo, concelho de
Fafe, onde faleceu em 26 de julho de 1773, aos 47 anos de idade. Ali
também se casou, em 20 de junho de 1755, com JOSÉ DE MATOS TAVARES DE ARAÚJO, natural da Foz de Arouce, filho de José de Araújo e de
Maria Tavares de Matos. Foram pais de:
1 (XII)- MARIA ROSA DE MATOS DA ROCHA, batizada em 5 de julho
de 1755 em Medelo, onde faleceu em 24 de maio de 1838,
aos 82 anos de idade. Ali se casou, em 6 de novembro de
1773, com FRANCISCO JOSÉ DE OLIVEIRA, batizado em 6 de
abril de 1752 em Medelo, onde faleceu em 9 de janeiro de
1813, aos 60 anos de idade, filho de Cristóvão de Oliveira e
de sua mulher (casados em 3 de julho de 1730 em Medelo)
Joana de Castro da Cruz; neto paterno de Pedro da Costa e de
Jerônima de Oliveira (mulher solteira); neto materno de João
de Castro e de sua mulher (casados em 21 de abril de 1709
em Medelo) Mariana da Cruz.
§ 93.o
ANDRÉ GONÇALVES DO CANTO, filho de Catarina Álvares do Canto, do
§ 7.o n.º V. Era abade ou beneficiado em Real, da freguesia de São Bartolomeu de São Gens. Consta da inquirição de seu bisneto Antônio Peixoto da Silva.745 Nasceu na rua da Sapateira, Oliveira (Santa Maria),
Guimarães. Faleceu com testamento e tendo recebido todos os sacramenADB. Processo 40, pasta 2, de 15 de dezembro de 1665. Inquirição de Antônio Peixoto da Silva.
346
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
tos na Quinta do Rio, São Gens (São Bartolomeu), Fafe, em 1.º de janeiro de 1617. Foi reverendo abade de Real746 e raçoeiro do Mosteiro de
São Bartolomeu de São Gens.747
Houve de fulana:
1 (VII)- ANA GONÇALVES DO CANTO, que segue.
Houve de ISABEL PIRES, ou Catarina Pires, moradora no lugar
de Argevide, Montelongo, São Gens (São Bartolomeu), Fafe. Esta poderá ser a Catarina, solteira, «criada que foi de André Gonçalves reçoeiro»,
falecida, com testamento, em 23 de dezembro de 1616.748
2 (VII)- ISABEL DO CANTO, que segue no § 97.o.
VII-
746
747
748
749
750
751
752
ANA GONÇALVES DO CANTO. Casou-se, cerca de 1605, com SILVESTRE
BRÁS, natural do Casal do Paço, Ribeiros (Santa Maria), Fafe, cerca de
1580 e ali falecido em 4 de fevereiro de 1656.749 Filho de Brás Afonso
do Paço, falecido em 15 de março de 1614, fizeram-lhe três ofícios de
dez missas cada.750 Foram pais de:
1 (VIII)- MARIA DA SILVA. Segue no § 94.o.
2 (VIII)- JOÃO, natural do lugar do Paço, Ribeiros (Santa Maria), Fafe,
onde foi batizado em 24 de junho de 1608.751 Foram padrinhos Gonçalo do Paço e sua irmã Isabel.
3 (VIII)- ANDRÉ DA SILVA, que segue.
4 (VIII)- CATARINA DA SILVA, que segue no § 95.o.
5 (VIII)- ANA DA SILVA, que segue no § 96.o.
6 (VIII)- PAULA DA SILVA, natural do lugar do Paço, Ribeiros (Santa
Maria), Fafe, onde foi batizada em 20 de agosto de 1622.752
Foram padrinhos Domingos Simões da Cunha e Maria, filha
ADB. Processo de genere et moribus de José Peixoto de Azevedo. Pasta n.º 56,
Processo n.º 1230.
O mesmo que racioneiro, aquele que distribui as rações.
ADB. Misto 1, São Gens (São Bartolomeu), Fafe, Paroquial n.º 399, fls. 89, n.º 2.
Deixou por herdeiro e testamenteiro Francisco Álvares do Canto.
ADB. Misto 2, Ribeiros (Santa Maria), Fafe, Paroquial n.º 387, fls. 74v. Recebeu
todos os sacramentos, deixando por herdeiro seu filho André da Silva.
ADB. Misto 1, Ribeiros (Santa Maria), Fafe, Paroquial n.º 386, fls. 58v, n.º 3.
ADB. Misto 1, Ribeiros (Santa Maria), Fafe, Paroquial n.º 386, fls. 15.
ADB. Misto 1, Ribeiros (Santa Maria), Fafe, Paroquial n.º 386, fls. 29v.
Revista da ASBRAP n.º 21
347
de Frutuoso Brás, da Torre. Ali faleceu em 23 de agosto de
1694.753 Solteira.
7 (VIII)- JOÃO, natural do lugar do Paço, Ribeiros (Santa Maria), Fafe,
onde foi batizado em 6 de julho de 1625.754 Foram padrinhos
Antônio, filho de Gaspar Fernandes, de Berrance e Maria Novais, de Felgueira.
VIII-
753
754
755
756
757
758
759
760
ANDRÉ DA SILVA, natural do Casal do Paço, Ribeiros (Santa Maria),
Fafe, onde foi batizado em 11 de novembro de 1611.755 Foram padrinhos
Antônio, solteiro, do Verão e Helena do Ribeiro. Ali faleceu em 4 de
novembro de 1682.756 Casou-se em Ribeiros, em 30 de setembro de
1643757 com MARIA DA CUNHA, natural do Lugar do Bairro, Estorãos
(São Tomé), Fafe, em 1.º de maio de 1610.758 Faleceu no Casal do Paço,
Ribeiros (Santa Maria), Fafe, em 25 de junho de 1682.759 Filha de Gonçalo João e de sua mulher Apolônia Antunes760. Neta paterna de João Pires e de sua mulher Hilária Pires de Cabeceiros. Neta materna de Jorge
Antunes e de sua mulher Catarina Fernandes, do Casal do Cancelo.
Tiveram:
ADB. Misto 2, Ribeiros (Santa Maria), Fafe, Paroquial n.º 387, fls. 92. Recebeu
todos os sacramentos e foi sepultada dentro da Igreja à porta principal.
ADB. Misto 1, Ribeiros (Santa Maria), Fafe, Paroquial n.º 386, fls. 32v.
ADB. Misto 1, Ribeiros (Santa Maria), Fafe, Paroquial n.º 386, fls. 16v.
ADB. Misto 2, Ribeiros (Santa Maria), Fafe, Paroquial n.º 387, fls. 84v. Fez testamento a seu filho o Padre Silvestre da Cunha, que lhe disse a missa de São Pedro e
um ofício de 20 padres.
ADB. Misto 2, Ribeiros (Santa Maria), Fafe, Paroquial n.º 387, fls. 107.
ADB. Misto 1, Estorãos (São Tomé), Fafe, Paroquial n.º 110, fls. 22, n.º 8.
ADB. Misto 2, Ribeiros (Santa Maria), Fafe, Paroquial n.º 387, fls. 84. Não fez testamento, fizeram o primeiro ofício de 15 padres e a missa a São Pedro.
O casal recebeu-se em 29 de abril de 1607 [ADB. Misto 1, Fafe, Estorãos (São Tomé), Paroquial n.º 110, fls. 62, n.º 2]. Apolônia Álvares faleceu em 15 de julho de
1651 [ADB. Misto 1, Fafe, Estorãos (São Tomé), Paroquial n.º 110, fls. 67], deixando por herdeiro seu marido que faleceu em 16 de outubro de 1661 [ADB. Misto
1, Estorãos (São Tomé), Fafe, Paroquial n.º 110, fls. 74, n.º 3], onde somos informados da nomeação que fez do seu casal em seu genro André da Silva, do Paço da
freguesia de Ribeiros com os respectivos encargos e obrigações dos bens d‟alma.
348
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
1 (IX)-
2 (IX)-
3 (IX)-
4 (IX)-
VIII-
761
762
763
764
765
766
767
PADRE SILVESTRE DA CUNHA761, natural do Casal do Paço,
Ribeiros (Santa Maria), Fafe, onde foi batizado em 10 de janeiro de 1640.762 Foram padrinhos João Antunes das Leis e
Catarina a Neta das Leis.
MARIA DA SILVA, natural do Casal do Bairro, Estorãos (São
Tomé), Fafe, onde foi batizada em 12 de novembro de
1642.763 Foram padrinhos Antônio Peixoto, de Revelhe e Maria, filha de Gonçalo Pires, do Real.
ANA, natural do Casal do Paço, Ribeiros (Santa Maria), Fafe,
onde foi batizada em 14 de abril de 1646.764 Foram padrinhos
Manuel da Costa Peixoto, de Santa Comba de Fornelos e Ana, filha de Marcos Fernandes, do Verão.
ANTÔNIO, natural do Casal do Paço, Ribeiros (Santa Maria),
Fafe, onde foi batizado em 6 de fevereiro de 1651.765 Foram
padrinhos Paulo, filho de Pedro Simões do Soeiro e Ana Veiga, mulher de Francisco Ribeiro.
§ 94.o
MARIA DA SILVA. Filha de Ana Gonçalves do Canto, do § 93.o n.º VII.
Nasceu no lugar do Paço, Ribeiros (Santa Maria), Fafe, onde foi batizada em 24 de maio de 1605.766 Foram padrinhos Domingos Fernandes, de
Verão e Catarina do Paço, solteira. Faleceu no Lugar da Gróvia, Estorãos (São Tomé), Fafe, em 24 de abril de 1686.767 Casou-se na freguesia
ADB. Processo de genere et moribus de João da Rocha Peixoto, n.º 1432. Pasta 66.
“Ordenado clérigo canonicamente com reverendos e aprovação de seu ordinado
de 1665 até 1667”.
ADB. Misto 2, Ribeiros (Santa Maria), Fafe, Paroquial n.º 387, fls. 7. Relativamente
a seus pais, o pároco informa no registro de seu batismo “Os quais estão jurados
para ambos casarem”.
ADB. Misto 2, Estorãos (São Tomé), Fafe, Paroquial n.º 111, fls. 26.
ADB. Misto 2, Ribeiros (Santa Maria), Fafe, Paroquial n.º 387, fls. 11.
ADB. Misto 2, Ribeiros (Santa Maria), Fafe, Paroquial n.º 387, fls. 14.
ADB. Misto 1, Ribeiros (Santa Maria), Fafe, Paroquial n.º 386, fls. 14.
ADB. Misto 2, Estorãos (São Tomé), Fafe, Paroquial n.º 111, fls. 89. Recebeu todos
os sacramentos e foi sepultada dentro da Igreja. Ficou por herdeiro seu filho João da
Silva, ofertou onze testões e lhe fizeram três ofícios, o primeiro de 14 padres e os
restantes de 12.
Revista da ASBRAP n.º 21
349
de sua naturalidade, em 23 de abril de 1634768 com PEDRO BRÁS, nascido no Casal da Gróvia Estorãos (São Tomé), Fafe, aí falecido em 13 de
abril de 1681.769
Tiveram:
1 (IX)MARIA nascida no Casal da Gróvia, Fafe, Estorãos (São Tomé), onde foi batizada em 11 de fevereiro de 1635.770 Foram
padrinhos André, filho de Silvestre Brás do Paço, tio da batizada e Gonçalo Pires de Real, ambos da freguesia de Ribeiros.
2 (IX)JOÃO DA SILVA, que nasceu no Casal da Gróvia, Fafe, Estorãos (São Tomé), onde foi batizado em 25 de fevereiro de
1638.771 Foram padrinhos Gonçalo Francisco, das Quintãs e
Ana da Silva, filha de Silvestre Brás, de Ribeiros, sua tia. Casou-se na freguesia de Ribas (São Salvador) em 23 de agosto
de 1677 com MARIA DE MEIRELES, filha de José Torres e de
sua mulher Maria de Meireles, senhores do Casal da Redonda.772 José Torres faleceu em 18 de janeiro de 1679, tendo
deixado 30 missas.773
3 (IX)ANTÔNIO PEIXOTO DA SILVA, que segue.
4 (IX)ANDRÉ, que nasceu no Casal da Gróvia, Fafe, Estorãos (São
Tomé), onde foi batizado em 15 de janeiro de 1645.774 Foram
padrinhos João, filho de Pedro Francisco da Ribeira, desta
freguesia, e Paula da Silva, filha de Silvestre Brás, do Paço de
Ribeiros, tia da batizada.
IX768
769
770
771
772
773
774
775
ANTÔNIO PEIXOTO DA SILVA, que antes assinava Antônio de Sousa da
Silva, habilitado em 1665 em Braga.775 Nasceu no Casal da Gróvia, FaADB. Misto 2, Ribeiros (Santa Maria), Fafe, Paroquial n.º 387, fls. 105v. Foram
testemunhas: Gaspar Fernandes de Berrance e Antônio do Vale, seu filho, e Domingos Simões da Cunha.
ADB. Misto 2, Estorãos (São Tomé) Fafe, Paroquial n.º 111, fls. 84. Fez testamento,
foi sepultado no adro deixando por herdeiros sua mulher e filhos.
ADB. Misto 1, Estorãos (São Tomé), Fafe, Paroquial n.º 110, fls. 42.
ADB. Misto 1, Estorãos (São Tomé), Fafe, Paroquial n.º 110, fls. 47v.
ADB. Misto 1, Ribas (São Salvador), Celorico de Basto, Paroquial n.º 291, fls. 94,
n.º 2.
ADB. Misto 2, Estorãos (São Tomé) Fafe, Paroquial n.º 111, fls. 159v, n.º 2.
ADB. Misto 2, Estorãos (São Tomé), Fafe, n.º 111, fls. 27v, n.o 8.
ADB. Processo de genere et moribus n.º 40. Pasta 2 de 15 de dezembro de 1665.
350
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
fe, Estorãos (São Tomé), batizado em 7 de janeiro de 1640.776 Foram
padrinhos Tomé Francisco, das Lamas e Ana da Silva, da freguesia de
Ribeiros. Somos surpreendidos na sua inquirição com uma referência às
suas características físicas: tinha então vinte e seis anos, um jovem de
«cara comprida, magro, alvo do rosto, sem barba nem bigode e cabelo
negro». Foi padre de missa, ordenado «no reino da Galiza por ser pobre
e Lisboa ficar mais longe», no imediato seríamos tentados a pensar que o
fez para se manter afastado das línguas do povo, conhecedor dos acontecimentos associados à prisão do seu parente André de Almeida do Canto, pelo Santo Ofício, porém, se assim fosse, então porque voltar para a
terra? Seria a pobreza o principal móvel para esta deslocação ao estrangeiro? Sem outras referências, teremos de nos contentar com a explicação que nos oferece. Chegado à terra, rapidamente lhe vieram com impedimento. O responsável foi o próprio pároco da sua terra natal, Domingos Pereira:
Certifico eu Domingos Pereira Abade da Igreja de São Tomé de Estorãos concelho de Montelongo que eu publiquei este mandado de
carta de diligências do ordinado Antônio Peixoto filho de Pedro
Brás e de sua mulher Maria da Silva, meus fregueses, Domingo à
estação da missa que foram aos quinze dias do presente mês de Febereiro de mil e seiscentos e sessenta e sinco annos, do qual rezultaram os impedimentos seguintes sahindo grande parte dos fregueses desta d.a igreja a elles e alem diso me informei por m.tas peçoas
fidedignas da geraçam e custume do dito ordinado e achei ser publica voz e fama que Maria da Silva, mai do ordinando Antônio
Peixoto, foi sempre tida e avida e comumente reputada por christam
nova, e todas pelleias com ella, ou seus filhos, lhe chamavam publicam.te judeus, e que hum parente delles que foi beneficiado na igreja de São Bartolomeu de S. Gens deste d.o concelho, em grao conhecido, fora prezo pello Sancto Officio, e penitenciado e perdeu o
beneficio por culpas em que foi culpado, e esta he a comum voz de
toda a freg.a e das circunvizinhas.
Além disto, o ordenado Antônio Peixoto é acusado de trazer
«dous graves crimes neste concelho de que está por livrar nem trata disso», o de fazer folha falsa e de forçar uma moça.777
Tirada inquirição, faz-se prova que:
776
ADB. Misto 1, Estorãos (São Tomé), Fafe, Paroquial n.º 110, fls. 57v.
777
A moça era Senhorinha, tonta, filha de Isabel Álvares, da freguesia de São Bartolomeu do Rego, comarca de Celorico de Basto.
Revista da ASBRAP n.º 21
a)
b)
c)
d)
e)
1 (X)X-
351
elle embarg.do he f.o legítimo de Pedro Brás e de sua m.er
Maria da Silva a qual he cristã velha de todos os quatro costados, e por tal sempre tida, avida, e conhecida na freguesia
de Sta. Maria de Ribeiros, onde nasceu e na de São Tomé de
Estorãos onde casou.
Que a sua mai Maria da Silva he f.a legítima de Silvestre Brás
e de sua m.er Ana Gonçalves a qual foi filha do Abbade de Real, da freg.a de S. B.meu de S. Gens, os quais sempre foram tidos, e avidos por cristãos velhos sem terem raça de judeu, ou
de outra infecta nação.
Que o dito Abb.e de Real teve hum sobrinho que foi p.a a ilha
da Madeira, e lá casou e desta veio p.a a freg.a de S. Gens
hum f.o que foi beneficiado na mesma igr.a de S. Gens, o qual
foi prezo pello St.o Off.o por ser doudo, e dizer blasphemas, e
não por ser judeu por p.te de seu pai, nem avera pessoa que
com verdade jure tal.
Que por parte da mai delle impedido há m.tos seus parentes
clérigos e religiosos, como são Frei Luís Peixoto religioso do
patriarca São Bento, e o p.e João da Rocha da freg.a de s.
Gens os quais se não aviaõ de ordenar, se tiveram a d.a mancha, ou defeito de sangue hebreu.
Que o impedimento he falso, e levantado pello Abb.e de Estorãos D.os P.ra, o qual he inimigo capital de André da Silva
m.or em a freg.a de S.ta Maria de Ribeiros, tio do impedido,
irmão de sua mai Maria da Silva, e por hum seu f.o tomar algoa do d.o Abb.e, e lhe por huã tranca na boca com as vergas
atadas ao pescosso, e assi lhe deixou no monte, e por vezes tiveram mt.as duvidas, e diferenças, e por isso o d.o Abb.e quis
impecer o impedido seu sobrinho, sahindo-lhe com este falso
impedimento.
Teve, de ANA DA SILVA:
MARIA PEIXOTO DA SILVA, que segue.
MARIA PEIXOTO DA SILVA, nasceu no lugar da Ribeira, Ribeiros (Santa
Maria), Fafe, cerca de 1660. Casou na freguesia de sua naturalidade, em
29 de agosto de 1685, com JOSÉ RIBEIRO, natural do Casal do Outeiro,
Fafe (Santa Eulália), cerca de 1657, filho de Paulo Brás e de sua mulher
Maria Ribeiro. Tiveram:
1 (XI)CRISTÓVÃO, nascido no Outeiro de Pardelhas, Fafe (Santa
Eulália), batizado em 2 de fevereiro de 1691. Foram padrinhos Domingos de Passos, filho de Domingos Gonçalves, de
352
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
2 (XI)-
3 (XI)-
4 (XI)-
5 (XI)-
6 (XI)-
7 (XI)-
778
779
780
781
782
783
784
Recovelas, freguesia de Ribeiros e Ana da Silva, avó da criança.778
MARIA RIBEIRO, que nasceu no Outeiro de Pardelhas, Fafe
(Santa Eulália), batizada em 26 de abril de 1693. Foram padrinhos Antônio, filho de Antônio Soares e Maria, filha de
Gonçalo Fernandes, ambos do Outeiro de Pardelhas.779
VERÍSSIMO PEIXOTO DA SILVA. Nasceu no Outeiro de Pardelhas, Fafe (Santa Eulália), Fafe, batizado em 12 de maio de
1695. Foram padrinhos João, filho de Gonçalo Fernandes, do
dito lugar do Outeiro de Pardelhas e Francisca de Passos, filha de Domingos Gonçalves, de Recovelas, freguesia de Ribeiros (Santa Maria)780. Casou-se, em Barcelinhos, em 27 de
novembro de 1712, com SEBASTIANA MARIA PEREIRA, batizada na igreja de Barcelinhos em 22 de janeiro de 1691. Filha
de Brás Francisco e de sua mulher Benta Francisca.781
ROSA. Nasceu no Outeiro de Pardelhas, Fafe (Santa Eulália),
Fafe, batizada em 29 de abril de 1697. Foram padrinhos Francisco Golias de Ribeiros (Santa Maria) e Apolônia, filha de
Maria Ribeiro, do Outeiro de Pardelhas.782
TERESA. Nasceu no Outeiro de Pardelhas, Fafe (Santa Eulália), Fafe, batizada em 14 de junho de 1699. Foram padrinhos
Antônio Soares, o novo, e sua irmã Luísa, ambos da dita freguesia.783
CUSTÓDIA. Nasceu no Outeiro de Pardelhas, Fafe (Santa Eulália), Fafe, em 13 de março de 1702. Batizada em 16. Foram
padrinhos Paulo, filho de Antônio Ribeiro e Apolônia, filha
de Maria Ribeiro, do dito lugar do Outeiro de Pardelhas.784
ANTÔNIO. Nasceu no Outeiro de Pardelhas, Fafe (Santa Eulália), Fafe, em 25 de novembro de 1704. Batizado em 20. Fo-
ADB. Misto 3, Fafe (Santa Eulália), Fafe, Paroquial n.º 124, fls. 82, n.º 2.
ADB. Misto 3, Fafe (Santa Eulália), Fafe, Paroquial n.º 124, fls. 86, n.º 3.
ADB. Misto 3, Fafe (Santa Eulália), Fafe, Paroquial n.º 124, fls. 90, n.º 3.
SILVA, Carlos Manuel Lapa Ribeiro, Nobres e Pobres – Famílias com ponto de
encontro em Vila do Conde, Instituto de Genealogia e Heráldica da Universidade
Lusofona do Porto, Porto, 2011, pp. 123-126, onde segue sua geração.
ADB. Misto 3, Fafe (Santa Eulália), Fafe, Paroquial n.º 124, fls. 94, n.º 7.
ADB. Nascimentos 1, Fafe (Santa Eulália), Fafe, Paroquial n.º 126, fls. 2, n.º 1.
ADB. Nascimentos 1, Fafe (Santa Eulália), Fafe, Paroquial n.º 126, fls. 6v, n.º 8.
Revista da ASBRAP n.º 21
8 (XI)-
VIII-
785
786
787
788
353
ram padrinhos Antônio e sua irmã Mariana, cunhados do dito
José Ribeiro, da freguesia de Ribeiros.785
DOMINGOS. Nasceu no Outeiro de Pardelhas, Fafe (Santa Eulália), Fafe, em 17 de janeiro de 1707. Batizado em 20. Foram
padrinhos Domingos Cardoso, da freguesia deVinhós e Catarina da Costa, mulher de Domingos Ribeiro, do mesmo lugar
do Outeiro de Pardelhas.786
§ 95.o
CATARINA DA SILVA (filha de Ana Gonçalves do Canto e de seu marido
Silvestre Brás, do § 93.o n.º VII) nasceu no lugar do Paço, Ribeiros (Santa Maria), Fafe, onde foi batizada em 24 de junho de 1615.787 Foram padrinhos Pedro Fernandes, da Felgueira e Maria da Costa, mulher de
Gaspar Gonçalves, do Assento. Casou-se, na freguesia de sua naturalidade, em 21 de outubro de 1640 com FRANCISCO NOGUEIRA, nascido
em Medelo, batizado em 20 de abril de 1615, aí falecido em 6 de setembro de 1679, filho de Gaspar Nogueira e de sua mulher Maria Gonçalves.788 É provável que Maria Gonçalves descenda dos Gonçalves de Passos de Ribeiros, pois o apelido Passos segue em uma das filhas. Tiveram:
1 (IX)GONÇALO, que nasceu no Casal em 24 de outubro de 1641, aí
falecido em 26 de dezembro de 1699.
2 (IX)JOÃO NOGUEIRA, que nasceu em 8 de março de 1643. Casouse em 11 de junho de 1697 com MARIA NOVAIS, natural de
São Gens, filha de Antônio Novais de Oliveira e de sua mulher Eulália de Barros Coelho, falecida em Fafe (Santa Eulália) em 22 de março de 1755. Maria Novais casou-se, segunda
vez em, Fafe (Santa Eulália) em 2 de abril de 1703, com Paulo Ribeiro Peixoto, filho de Antônio Ribeiro e de sua mulher
Apolônia Novais Peixoto.
3 (IX)ANTÔNIO, que nasceu em 20 de novembro de 1645, e faleceu
em 18 de agosto de 1665.
4 (IX)MARIA NOGUEIRA, que nasceu em 15 de julho de 1648, e faleceu em 11 de abril de 1714.
ADB. Nascimentos 1, Fafe (Santa Eulália), Fafe, Paroquial n.º 126, fls. 11v, n.º 1.
ADB. Nascimentos 1, Fafe (Santa Eulália), Fafe, Paroquial n.º 126, fls. 14v, n.º 6.
ADB. Misto 1, Ribeiros (Santa Maria), Fafe, Paroquial n.º 110, fls. 20v.
ADB. Misto 2, Ribeiros (Santa Maria), Fafe, Paroquial n.º 387, fls. 106v.
354
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
5 (IX)-
6 (IX)7 (IX)-
VIII-
789
790
791
792
793
794
ÂNGELA NOGUEIRA, que nasceu em 18 de junho de 1650, e
faleceu em 14 de maio de 1709. Casou-se, na freguesia de sua
naturalidade, em 28 de setembro de 1679 com PEDRO DA
COSTA, nascido em 12 de março de 1656, e falecido em
27 de junho de 1704, filho de Matias Pacheco e de sua mulher
Helena da Costa. Neto paterno de Gaspar Pacheco e de sua
mulher Paula Gonçalves. Com geração.
ANA, que nasceu em 17 de janeiro de 1653, e faleceu em
12 de dezembro de 1677.
CATARINA DE PASSOS, que nasceu em 21 de janeiro de 1655,
e faleceu em 23 de dezembro de 1725. Casou-se com ADRIANO MENDES, filho de Domingos Martins e de sua mulher Maria Mendes de Revelhe. Com geração.
§ 96.o
ANA DA SILVA (filha de Ana Gonçalves do Canto e de seu marido Silvestre Brás, do § 93.o n.º VII). Natural do Lugar do Paço, Ribeiros (Santa Maria), Fafe, em 8 de julho de 1618.789 Foram padrinhos Pedro, solteiro, filho de Domingos Vaz da Portela e Catarina, solteira, da Herdade.
Faleceu na Torre de Castro, Ribeiros (Santa Maria), em 11 de maio de
1679.790 Casou-se em Ribeiros, em 22 de abril de 1646791 com DOMINGOS FERNANDES DA ROCHA, natural da Torre de Castro, Ribeiros (Santa
Maria), Fafe. Ali faleceu em 27 de dezembro de 1683.792 Tiveram:
1 (IX)JOSÉ, natural da Torre de Castro, Ribeiros (Santa Maria), Fafe, em 17 de março de 1647.793 Foi padrinho: Gonçalo do Vale de Medelo, seu parente.
2 (IX)MARIA, natural da Torre de Castro, Ribeiros (Santa Maria),
Fafe, em 5 de abril de 1650.794 Foi padrinho: Gonçalo Novais
de Paços.
ADB. Misto 1, Ribeiros (Santa Maria), Fafe, Paroquial n.º 110, fls. 26.
ADB. Misto 2, Ribeiros (Santa Maria), Fafe, Paroquial n.º 387, fls. 83v. Recebeu
todos os sacramentos, não fez testamento ficando seu marido por herdeiro; fizeramlhe um ofício e a missa de São Pedro.
ADB. Misto 2, Ribeiros (Santa Maria), Fafe, Paroquial n.º 387, fls. 107v.
ADB. Misto 2, Ribeiros (Santa Maria), Fafe, Paroquial n.º 387, fls. 85v. Faleceu ab
intestado com duas missas a São Pedro e um ofício.
ADB. Misto 2, Ribeiros (Santa Maria), Fafe, Paroquial n.º 387, fls. 11v.
ADB. Misto 2, Ribeiros (Santa Maria), Fafe, Paroquial n.º 387, fls. 13v.
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3 (IX)-
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6 (IX)-
7 (IX)-
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800
801
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ANA, natural da Torre de Castro, Ribeiros (Santa Maria), Fafe, em 8 de junho de 1653.795 Foram padrinhos João de Castro
e Ana, filha de Francisco da Portela.
ANTÔNIO, natural da Torre de Castro, Ribeiros (Santa Maria),
Fafe, em 27 de janeiro de 1656.796 Foram padrinhos o Padre
Pedro da Costa e Maria, filha de André da Silva do Paço, todos desta freguesia.
JOÃO, natural da Torre de Castro, Ribeiros (Santa Maria), Fafe, em 3 de fevereiro de 1658.797 Foram padrinhos Francisco
Ribeiro da Veiga e Maria, filha de Pedro Brás da Groiva.
CATARINA, natural da Torre de Castro, Ribeiros (Santa Maria), Fafe, em 4 de fevereiro de 1661.798 Foram padrinhos Gonçalo da Costa, do Assento da Igreja, e Catarina da Silva de
Medelo, tia da criança.
BENTO, natural da Torre de Castro, Ribeiros (Santa Maria),
Fafe, em 13 de junho de 1664.799 Foram padrinhos Antônio
João, do Verão e Maria, filha de André da Silva.
§ 97.o
ISABEL DO CANTO, filha de André Gonçalves do Canto, do § 93.o n.º VI,
e de ISABEL (ou CATARINA PIRES, solteira, da mesma freguesia de São
Gens. Casou-se primeira vez, em 23 de dezembro de 1613 na freguesia
de São Bartolomeu de São Gens, com PEDRO FERNANDES, filho de Jerônimo Brás e de sua mulher Apolônia Fernandes, moradores no lugar do
Estremadouro.800 Isabel do Canto casou-se segunda vez, em 30 de agosto
de 1620 com GONÇALO PIRES, filho de Pedro Afonso e de Isabel Gonçalves, já defuntos, da freguesia de São Bartolomeu do Rego.801 Gonçalo
Pires era viúvo de Maria Gonçalves. No primeiro assento de casamento,
Isabel do Canto é citada como filha de Isabel Pires, solteira, moradora
em Arzeuvile, da freguesia de São Bartolomeu de São Gens. No segunADB. Misto 2, Ribeiros (Santa Maria), Fafe, Paroquial n.º 387, fls. 115v e 116.
ADB. Misto 2, Ribeiros (Santa Maria), Fafe, Paroquial n.º 387, fls. 17v.
ADB. Misto 2, Ribeiros (Santa Maria), Fafe, Paroquial n.º 387, fls. 19.
ADB. Misto 2, Ribeiros (Santa Maria), Fafe, Paroquial n.º 387, fls. 20v.
ADB. Misto 2, Ribeiros (Santa Maria), Fafe, Paroquial n.º 387, fls. 23.
ADB. Misto 1, São Gens (São Bartolomeu), Fafe, Paroquial n.º 399, fls. 47v. Dispensados no terceiro e quarto graus de consanguinidade.
ADB. Misto 1, São Gens (São Bartolomeu), Fafe, Paroquial n.º 399.
356
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
do assento, como filha de Catarina Pires, mulher solteira. Isabel do Canto faleceu em 27 de abril de 1656 em São Gens.802 Casou-se, terceira
vez, em Vale de Bouro (São Martinho), Celorico de Basto, em 7 de novembro de 1641 com ANTÔNIO TEIXEIRA DA FAIA, filho de Fernão Martins da Faia.803
Filhos de Isabel do Canto e de Pedro Fernandes:
1 (VIII)- MARIA DO CANTO, que segue.
Filhos de Isabel do Canto e de Gonçalo Pires:
2 (VIII)- ANDRÉ, batizado em 10 de setembro de 1621 em São Gens.804
Foram padrinhos André Gonçalves do Canto e Ana do Canto,
todos da casa de Francisco Álvares do Canto.
3 (VIII)- DOMINGOS, batizado em 23 de janeiro de 1628 em São Gens.
XI-
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MARIA DO CANTO, batizada em 1.º de novembro de 1614 na freguesia de
São Bartolomeu de São Gens. Ali se casou, em 14 de novembro de
1630, com AGOSTINHO GONÇALVES, natural de São Gens, onde faleceu
em 6 de abril de 1633, filho de Bartolomeu Gonçalves e de Margarida
Gonçalves. Viúva, Maria do Canto casou-se novamente, em 12 de fevereiro de 1634, em São Gens com ANTÔNIO PINHEIRO, batizado em 27 de
maio de 1612 em São Gens, filho de Paulo Durães e de sua mulher Maria Gonçalves.805
De Maria do Canto e de Antônio Pinheiro nasceu:
1 (XII)- MARIA, batizada em 30 de abril de 1645 em São Gens.806
§ 98.o
MARGARIDA GONÇALVES DO CANTO, filha de CATARINA ÁLVARES DO
CANTO, do § 7.o n.º V. Foi mulher de GASPAR ÁLVARES FAFE. Foram
pais de:
1 (VII)- ANA DO CANTO, que segue.807
ADB. Misto 1, São Gens (São Bartolomeu), Fafe, Paroquial n.º 399, fls. 81. Não fez
testamento por não ter de quê. Disse-lhe André Gonçalves do Canto vinte missas
que tinha de obrigação.
ADB. Misto 1, Vale Bouro (São Martinho), Celorico de Basto, Paroquial n.º 305,
fls. 94, n.º 4.
ADB. Misto 1, São Gens (São Bartolomeu), Fafe, Paroquial n.º 399, 21v, n.º 4.
ADB. Misto 1, São Gens (São Bartolomeu), Fafe, Paroquial n.º 399, fls. 85. Foram
testemunhas João Enes e André Gonçalves do Canto.
ADB. Misto 1, São Gens (São Bartolomeu), Fafe, Paroquial n.º 399, fls. 44v.
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VII-
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ANA DO CANTO. Nasceu na Quinta do Rio, São Gens (São Bartolomeu),
Fafe, cerca de 1567.808 Foi testemunha no processo do Santo Ofício contra seu sobrinho André do Canto de Almeida, no ano de 1636, tendo declarado que tinha mais de 70 anos de idade. Ela se casou com JORGE
PEIXOTO DA SILVA, ou Jorge Peixoto de Azevedo, dos Peixotos da casa
de Pousada, filho de Álvaro Peixoto e de sua mulher Maria Gomes Golias.809 Jorge Peixoto foi infanção da vila de Guimarães e era cavaleiro fidalgo, tendo falecido em 29 de setembro de 1620 em Guimarães.810 Ana
do Canto faleceu em 2 de janeiro de 1641 em Guimarães, na sua Quinta
do Pombal, na freguesia de São Jorge do Selho, concelho de Guimarães.811 Foram pais de:
1 (VIII)- LICENCIADO JOÃO PEIXOTO, faleceu solteiro em 22 de julho
de 1624.812 Era médico licenciado.813
ADB. Processo de genere et moribus de José Peixoto de Azevedo n.º 1230. Pasta
56, nele pode ler-se: “Dona Teodósia Peixoto Golias é filha de Jorge Peixoto de
Azevedo, natural de Guimarães e de Dona Ana do Canto natural de São Bartolomeu de São Gens de Montelongo. A dita Ana do Canto é irmã inteira de Pedro
Gonçalves Cambado bisavô do pretendente (…). Ana do Canto teve além de Dona
Teodósia dois outros filhos: Frei Luís Peixoto, varão patriarca da Ordem de São
Bento e Francisco Peixoto do Canto o qual se ausentou de Guimarães para as partes de Lisboa onde assentou domicílio sendo homem Fidalgo de Sua Magestade, este teve dois filhos, Pedro Peixoto familiar do Santo Ofício em Lisboa e o Reverendo
Gonçalo Peixoto da Silva actualmente cónego da Santa Sé de Lisboa”.
Em 27 de janeiro de 1624 faleceu em casa de Ana do Canto, na freguesia de
São Paio, uma Catarina Peixota, provavelmente sua familiar.
IAN/ TT. Tribunal do Santo Ofício, Inquisição de Lisboa. Processo n.º 11587, fls.
34v. Foi testemunha no dito processo, declarando, em 28 de abril de 1638, ter mais
de setenta anos.
GAIO, Manoel José da Costa Felgueiras. Op. cit. Vol. VIII: Peixotos, § 12 N7, p.
133; e vol. V: Golias, § 1 N3, p. 533.
AMAP. São Paio, L.º 1.º de mistos. Fez testamento e foi sepultado na Igreja de Nossa Senhora da Oliveira.
AMAP. Misto 1, São Paio, Guimarães, Paroquial n.º 407, fls. 225, n.º 2. Recebeu
todos os sacramentos, faleceu na sua Quinta de São Jorge onde vivia há três anos,
sendo freguesa desta Igreja de São Paio. Seu filho Dâmaso Peixoto de Azevedo
mandou correr com seu enterro.
AMAP. Misto 1, São Paio, Guimarães, Paroquial n.º 407, fls. 103v, n.º 4. Não fez
testamento; foi sua herdeira sua mãe Ana do Canto. Sepultado na Misericórdia.
No apadrinhamento de Antônio, filho de Francisco Soares e de sua mulher Isabel
Álvares da Praça de Santiago, em 29 de agosto de 1618, é identificado como Licenciado João Peixoto, médico. [AMAP. Misto 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães,
358
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
2 (VIII)- DÂMASO PEIXOTO DE AZEVEDO, que segue.
3 (VIII)- MARGARIDA DO ROSÁRIO.
4 (VIII)- CATARINA DE SENA. Crê a historiadora Maria Adelaide Pereira de Morais que seria a Catarina Peixoto, falecida em 27 de
janeiro de 1624 em Guimarães, em casa de Ana do Canto.814
5 (VIII)- CLARA DA CONCEIÇÃO, freira.
6 (VIII)- TEODÓSIA PEIXOTO GOLIAS, nasceu cerca de 1580 na freguesia de São Paio de Guimarães. Faleceu em 22 de julho de
1630 em São Bartolomeu de São Gens. Casou-se com seu
primo, o CAPITÃO-MOR FRANCISCO ÁLVARES DO CANTO, atrás, no § 7.º.
7 (VIII)- FREI LUÍS PEIXOTO, frade beneditino, abade de Refoios. Nasceu na rua de São Paio, São Paio, Guimarães, cerca de
1583.815“(…) Relligiozo de São Bento homem de g.de talento
q na sua Religião servio cargos honrosos e, authorizados, e
delle faz menção a Benedictina Luzitana tomo 2º part 5ª cap
1º do most.ro de São Romão de Neiva § º dos Abb.es trienais
de S. Romão; e tomo 1º tr. 2 part. 4ª cap. 16 do most.ro de
Refojos § º dos Abb.es trienais(…)”.816 Encontrava-se em
Lisboa, no mosteiro, quando recebeu a seus primos.
7 (VIII)- FRANCISCO PEIXOTO DA SILVA, ou Francisco do Canto. Segue
no § 100.o.
8 (VIII)- MARIA PEIXOTO, a quem sua tia, de igual nome (irmã de seu
pai) doou a Quinta do Pombal. Ainda era solteira no ano de
1636, sendo moradora, com sua mãe, na rua de São Paio da
814
815
816
Paroquial, n.º 360, fls. 16v, n.º 4.] Do mesmo modo na Inquirição de João Peixoto,
neto de Dâmaso Peixoto da Silva, André Ferreira, escrivão da Correição de 75 anos,
mais ou menos, informa: “(…) Dâmaso Peixoto era infamado, assim como sua irmã Teodora Peixoto e hum seu irmão a quem ele testemunha não sabe o nome o
qual foi médico na cidade de Coimbra (…)” [ADB. Processo 2615. Pasta 17].
Dona Maria Adelaide, na obra que consideramos a verdadeira “bíblia” genealógica
de Guimarães, Velhas Casas de Guimarães, nota 57, Casa da Pousada, Volume 1,
fls. 387.
IAN/ TT. Tribunal do Santo Ofício, Inquisição de Lisboa. Processo n.º 11587, fls.
54. Testemunha no dito processo, declarando, em 8 de maio de 1638, ter 53 anos de
idade; residia então no Mosteiro de Tibães.
ADB. Processo de genere et moribus de José Peixoto de Azevedo n.º 1230. Pasta
56, fls. 88v.
Revista da ASBRAP n.º 21
359
vila de Guimarães. Maria Golias Peixoto817 nasceu na rua de
São Paio, São Paio, Guimarães, cerca de 1588.818
VIII - DÂMASO PEIXOTO DE AZEVEDO, denominado o “cheiroso”, de alcunha.819 Nasceu em Guimarães, São Paio. Faleceu em Quinta do Pombal,
Selho (São Jorge), Guimarães, em 8 de dezembro de 1678.820 Teve de
ISABEL ÁLVARES, os filhos que seguem adiante.821 Ela natural do Lugar
da Quintã, Selho (São Jorge), Guimarães, filha de Sebastião Fernandes e
de sua mulher Catarina Araújo. Filhos: 822
1 (IX)SERAFINA PEIXOTO, natural da Quinta do Rio, Montelongo,
São Gens (São Bartolomeu), Fafe, em 28 de julho de 1633.823
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ADB. Misto 1, São Gens (São Bartolomeu), Fafe, Paroquial n.º 399, fls. 20v. Apadrinha com seu pai a sobrinha Damiana, filha de sua irmã Teodósia Peixoto Golias.
Sua tia Maria Peixoto, irmã de seu pai fez-lhe doação da Quinta do Pombal na freguesia de São Jorge de Cima de Selho em 11 de janeiro de 1624 (F12-03-16 f).
IAN/ TT. Tribunal do Santo Ofício, Inquisição de Lisboa. Processo n.º 11587, fls.
33v. Testemunha no dito processo, declarando, em 28 de abril de 1638, ter 48 anos
de idade.
Também nomeado por Dâmaso Peixoto da Silva, tinha por alcunha o cheiroso.
AMAP. Misto 2, Selho (São Jorge), Guimarães, Paroquial n.º 755, fls.73. Por legados pios fizeram-lhe três ofícios de dez padres cada com 9 lições, esmola 150 réis.
Sepultado na Misericórdia de Guimarães.
ADB. Processo de genere n.º 28227. Pasta 1233, de Francisco Peixoto filho da dita
Isabel Álvares e de Antônio Novais, com quem casou após a aventura amorosa com
Dâmaso Peixoto de Azevedo. Antônio Novais era filho de Diogo Francisco e de sua
mulher Isabel de Novais, natural do lugar de Santa Luzia de Casadela, anexo às freguesias de Quinchães e Santa Maria de Silvares, Fafe, tendo fixado residência em
São Martinho de Candoso.
Em Guardizela, recebe-se um Salvador de Araújo, filho de André de Araújo e de
sua mulher Helena Duarte, da freguesia de São Jorge de Cima de Selho, com Isabel
Gonçalves, filha de Domingos Pires de Castro e de sua mulher Maria Gonçalves do
lugar de Castro, freguesia de Guardizela. Poderá este Salvador ser familiar próximo
de Isabel, talvez primo?
Para se afastar de reprovação social, Isabel Álvares foi batizar Serafina a São Gens
(São Bartolomeu), à Quinta do Rio, residência de Teodósia Peixoto Golias, irmã de
Dâmaso Peixoto Azevedo pai da criança; o pároco exara o seguinte registro “Serafina filha de Isabel criada de Ana do Canto da vila de Guimarães”, em 11 de dezembro de 1633, ainda se encontrava em São Gens quando apadrinha uma filha de
Domingos Álvares, desta vez é identificada pelo pároco como “Isabel criada de
Dâmaso Peixoto do Rio”. Com um afastamento estratégico para o campo, a aventura amorosa entre ambos foi afastada dos olhares indiscretos dos vizinhos citadinos.
360
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
2 (IX)-
LUÍS PEIXOTO DE AZEVEDO, segue.
Teve de ISABEL GOMES, natural do Lugar do Batoco, junto ao
lugar do Castro, Fafe (Santa Eulália)824, vendedora de pão cozido na alfândega de Guimarães:
3 (IX)DAMÁSIA MOREIRA PEIXOTO, ou Damásia Peixoto de Azevedo, mulher de JERÔNIMO MOREIRA. Segue no § 99.o.
Teve de fulana:
4 (IX)FREI FRANCISCO, frade carmelita.
IX-
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827
LUÍS PEIXOTO DE AZEVEDO, nasceu no Casal do Barreiro, Selho (São
Jorge), Guimarães, em 6 de março de 1635.825 Foram padrinhos Pedro
Fernandes e sua irmã Margarida Ribeiro Bernardes, da Quinta da Portela. Senhor da Quinta de Bairros freguesia de Joane (São Salvador). Casou na de Joane (São Salvador), Vila Nova de Famalicão com MARGARIDA MACHADO DE MIRANDA, nascida no lugar da Cividade, Joane (São
Salvador), Vila Nova de Famalicão. Filha de Jerônimo Machado de Miranda826 e de Margarida Gonçalves, solteira, ambos da freguesia de Joane. Neto paterno de Antônio Machado de Miranda e de sua mulher Maria Veloso.827 Tiveram:
Uma das testemunhas na inquirição de seu neto Jorge Moreira Peixoto, afirma que
Isabel Gomes teve irmãos e parentes moradores no Lugar do Castro e Batoco. A referida testemunha conheceu também um sobrinho da dita Isabel Gomes que foi para
a vila de Guimarães, mas ao presente (1691) é morador no dito lugar de Castro e
Batoco.
AMAP. Misto 1, Selho (São Jorge), Guimarães, Paroquial n.º 745, fls. 4v.
Foram seus irmãos o Reverendo Abade de Santa Maria de Airão Bartolomeu Machado de Miranda, o reitor de Brito Antônio Machado Miranda, Helena Machado de
Miranda, mulher de Luís Machado de Miranda, senhor da Quinta de Vrea em Vermoim, Filipa Machada de Miranda, Isabel Machada de Miranda, Ângela Machada
de Miranda e Dona Ana Machada de Miranda, mulher de Bernardo de Sousa Jácome.
GAIO, Manoel José da Costa Felgueiras. Op. cit. Vol. V: Golias, § 1 n.º 5, p. 533.
Antônio Machado de Miranda era filho de Dona Inês de Miranda e de seu marido
Duarte Ferreira da Maia. Neto materno de Antão Gomes Golias de Abreu e de sua
mulher Leonor de Miranda, filha de Fernão Machado da Maia. Neto paterno do Abade de Sande, Fernão Ferreira da Maia. É em Sande que se inicia a saga desta família, com o casamento celebrado em 16 de novembro de 1597, entre Antônio Machado de Miranda e Maria Velosa, filha do rendeiro da Comenda de Sande Antônio
Gonçalves e de sua mulher Isabel Gonçalves [Misto 1, Sande (São Martinho), Guimarães, Paroquial n.º 701, fls. 24v]. Nesta freguesia batizaram o primogênito, o futuro abade de Airão, Bartolomeu Machado de Miranda em 30 de agosto de 1598
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MARIA. Nasceu na Quinta de Bairros, Joane (São Salvador),
Vila Nova de Famalicão, batizada em 4 de outubro de
1668.828 Foram padrinhos o Reverendo Bartolomeu Machado
de Miranda, abade de Santa Maria de Airão, tio da mãe do batizado e Filipa Machado de Miranda.
ANTÔNIO. Nasceu na Quinta de Bairros, Joane (São Salvador), Vila Nova de Famalicão, batizado em 11 de maio de
1670.829 Foram padrinhos o Reverendo Bartolomeu Machado
de Miranda, abade de Santa Maria de Airão e sua irmã Isabel
Machada de Miranda, que com ele morava.
DONA ISABEL PEIXOTO DE AZEVEDO, que segue.
MANUEL. Nasceu na Quinta de Bairros, Joane (São Salvador),
Vila Nova de Famalicão, batizado em 10 de abril de 1673.830
Foram padrinhos Dâmaso Peixoto de Azevedo, da freguesia
de São Jorge de Cima de Selho e Ângela Machada de Miranda, do dito lugar de Bairros.
DÂMASO. Nasceu na Quinta de Bairros, Joane (São Salvador),
Vila Nova de Famalicão, batizado em 26 de agosto de
1674.831 Foram padrinhos Antônio Peixoto de Carvalho, da
vila de Guimarães e Clara da Conceição, religiosa do Convento de Santa Clara.
JOÃO PEIXOTO.832 Nasceu na Quinta de Bairros, Joane (São
Salvador), Vila Nova de Famalicão, batizado em 5 de janeiro
de 1676. Foram padrinhos Manuel Machado de Miranda, sol-
[Misto 1, Sande (São Martinho), Guimarães, Paroquial n.º 701, fls. 4v, n.º 3]. Foram
padrinhos Diogo Veloso e Maria de Miranda de Poussos, Costa Santa Marinha
(Guimarães). Tempos depois encontramo-los a residir em Joane, o que confirma a
indicação dada por Felgueiras Gaio de que «viverão na q.ta de Ruyvos q fizerão em
Joanne».
ADB. Misto 3, Joane (São Salvador), Vila Nova de Famalicão, Paroquial, n.º 153,
fls. 7.
ADB. Misto 3, Joane (São Salvador), Vila Nova de Famalicão, Paroquial, n.º 153,
fls. 10.
ADB. Misto 3, Joane (São Salvador), Vila Nova de Famalicão, Paroquial, n.º 153,
fls. 17.
ADB. Misto 3, Joane (São Salvador), Vila Nova de Famalicão, Paroquial, n.º 153,
fls. 20v.
ADB. Inquirição de genere et moribus, Processo n.º 2615, Pasta 117, de João Peixoto.
362
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
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teiro, filho de Antônio Machado de Miranda, reitor de São
João de Brito, e Filipa Machado de Miranda, do lugar de
Bairros.833
FRANCISCO MACHADO PEIXOTO. Nasceu na Quinta de Bairros, Joane (São Salvador), Vila Nova de Famalicão, batizado
em 14 de março de 1677.834 Foi padrinho: Manuel Machado
de Miranda, abade de Santa Maria de Airão835.
Teve de MARIA RODRIGUES, solteira. Filha de Antônio
Rodrigues e de sua mulher Maria João, ambos de Joane:
1 (XI)FRANCISCO MACHADO PEIXOTO.836 Nasceu no Lugar do Bairro, Joane (São Salvador), Guimarães,
em 2 de junho de 1717.837 Batizado em 4. Foram
padrinhos Francisco Fernandes e Senhorinha, ambos do dito lugar de Bairro.
SERAFINA. Nasceu na Quinta de Bairros, Joane (São Salvador), Vila Nova de Famalicão, batizada em 19 de dezembro
de 1678.838 Foram padrinhos o Reverendo Pedro Gomes, cônego prebendado na Sé de Braga, e Serafina Peixoto, solteira,
irmã do dito Luís Peixoto.
ANA MARIA. Nasceu na Quinta de Bairros, Joane (São Salvador), Vila Nova de Famalicão, batizada em 3 de fevereiro de
1681.839 Foram padrinhos o Padre Manuel Moreira e Ana
Machada, dona viúva, moradora na Quinta de Bairros, onde
moram os pais da batizada.
ADB. Misto 3, Joane (São Salvador), Vila Nova de Famalicão, Paroquial, n.º 153,
fls. 23v.
ADB. Misto 3, Joane (São Salvador), Vila Nova de Famalicão, Paroquial, n.º 153,
fls. 26v.
ADB. Inquirição de genere et moribus, Processo n.º 2615, Pasta 117, de João Peixoto.
ADB. Possui Inquirição de genere et moribus. Processo n.º 29358. Pasta n.º 1293,
de Francisco Machado Peixoto.
ADB. Idem, reportando ao paroquial de nascimentos; entretanto, desaparecido, fls.
126.
ADB. Misto 3, Joane (São Salvador), Vila Nova de Famalicão, Paroquial, n.º 153,
fls. 28v.
ADB. Misto 3, Joane (São Salvador), Vila Nova de Famalicão, Paroquial, n.º 153,
fls. 33v.
Revista da ASBRAP n.º 21
363
10 (X)-
LUÍS. Nasceu na Quinta de Bairros, Joane (São Salvador), Vila Nova de Famalicão, batizado em 4 de janeiro de 1682.840
Foram padrinhos Luís Machado de Miranda, morador na sua
Quinta da Vrea, freguesia de Vermoim, e Filipa Machado de
Miranda, da Quinta de Bairros.
11 (X)- ROSA MARIA. Nasceu na Quinta de Bairros, Joane (São Salvador), Vila Nova de Famalicão, batizada em 31 de dezembro
de 1684.841 Foi padrinho: Antônio Cardoso de Meneses, morador na sua Quinta de Nespereira.
12 (X)- MARIANA. Nasceu na Quinta de Bairros, Joane (São Salvador), Vila Nova de Famalicão, batizada em 24 de novembro
de 1686.842 Foram padrinhos o Reverendo Manuel Machado
de Miranda, abade de Santa Maria de Airão, e Filipa Machado de Miranda.
Teve de ANA, solteira, moradora no Lugar da Venda de Selho
(São Jorge), Guimarães:
13 (X)- ÂNGELA. Nasceu no Casal da Venda, Selho (São Jorge),
Guimarães, em 24 de junho de 1664.843 “Deu-lhe por pai Luís
Peixoto de Azevedo”. Foram padrinhos Pedro Gonçalves, “o
Brasileiro” e Maria, solteira, filha de Isabel Fernandes do Outeiro Levado, freguesia de São Cristóvão de Selho.
X-
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845
DONA ISABEL PEIXOTO DE AZEVEDO.844 Nasceu na Quinta de Bairros,
Joane (São Salvador), Vila Nova de Famalicão, batizada em 7 de fevereiro de 1672.845 Foram padrinhos Vicente Nogueira do Canto, da vila de
Guimarães e Serafina Peixoto, solteira, filha de Dâmaso Peixoto, tia da
criança, da freguesia de São Jorge de Cima de Selho. Casou-se, na fre-
ADB. Misto 3, Joane (São Salvador), Vila Nova de Famalicão, Paroquial, n.º 153,
fls. 37.
ADB. Misto 3, Joane (São Salvador), Vila Nova de Famalicão, Paroquial, n.º 153,
fls. 43v.
ADB. Misto 3, Joane (São Salvador), Vila Nova de Famalicão, Paroquial, n.º 153,
fls. 48v.
AMAP. Misto 1, Joane (São Salvador), Vila Nova de Famalicão, Paroquial n.º 754,
fls. 29, n.º 1.
Também nomeada Isabel Machado de Miranda.
ADB. Misto 3, Joane (São Salvador), Vila Nova de Famalicão, Paroquial, n.º 153,
fls. 14v.
364
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
guesia de sua naturalidade, em 21 de fevereiro de 1689846 com o Licenciado PEDRO GOMES DO COUTO847, nascido na rua do Anjo, São João do
Souto, Braga, batizado em 20 de outubro de 1652.848 Filho de Afonso
Gomes do Couto, escrivão do eclesiástico (1650) e cidadão da cidade de
Braga e de sua mulher Jerônima Gomes de Passos. Tiveram:
1 (XI)DONA MARIA FRANCISCA XAVIER, que nasceu na rua da Paimanta, Cividade (São Tiago), Braga, batizada em 21 de novembro de 1691. Foram padrinhos o Cônego Antônio de Melo Pereira e a Sóror Joana da Cruz, religiosa professa em o
Mosteiro de Nossa Senhora dos Remédios, por procuração de
seu irmão Vicente Gomes do Couto.849 Casou-se, na freguesia
da Oliveira (Santa Maria), Guimarães, em 25 de abril de
1720850 com MANUEL BARBOSA CABRAL, nesta obra, § 118.o
n.o X.
2 (XI)JERÔNIMA, que nasceu na rua da Paimanta, Cividade (São Tiago), Braga, em 11 de janeiro de 1693. Batizada pelo Reverendo Licenciado Crispano Gomes do Couto, morador na rua
do Anjos, o qual era tio do batizado. Padrinhos o Reverendo
Cônego Antônio Barbosa e Dona Leonarda de Meneses, mulher de José Pereira de Sá, moradores no Cano do Arcebispo.851
3 (XI)LUÍS, que nasceu na rua da Paimanta, Cividade (São Tiago),
Braga, em 13 de maio de 1696. Foram padrinhos o Reverendo
abade Pedro Lopes Leitão e Úrsula da Ressurreição, religiosa
professa no convento de Nossa Senhora dos Remédios.852
4 (XI)JERÔNIMA, nasceu na rua da Paimanta, Cividade (São Tiago),
Braga, em 15 de agosto de 1697, batizada pelo reverendo
Manuel Machado de Miranda, abade de Santa Maria de Ai846
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849
850
851
852
ADB. Misto 3, Joane (São Salvador), Vila Nova de Famalicão, Paroquial n.º 153,
fls. 62, n.º 2.
Ao casamento residia na rua do Forno, freguesia da Cividade (São Tiago), Braga.
ADB. Nascimentos 2, São João de Souto, Braga, Paroquial n.º 141, fls. 96, n.º 1.
ADB. Nascimentos 2, Cividade (São Tiago), Braga, Paroquial n.º 69, fls. 16v, n.º 2.
AMAP. Casamentos 1, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 388, fls.
104, n.º 1.
ADB. Nascimentos 2, Cividade (São Tiago), Braga, Paroquial n.º 69, fls. 20v, n.º 1.
ADB. Nascimentos 2, Cividade (São Tiago), Braga, Paroquial n.º 69, fls. 33 e 33v,
n.º 4.
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rão. Padrinhos o Reverendo Cônego Diogo Machado e Dona
Mariana Peixoto, mulher de Luís Álvares Lanhas, do Postigo
de São Sebastião.853
MARIA, que nasceu na Travessa, Cividade (São Tiago), Braga, em 8 de dezembro de 1699. Foram padrinhos o Reverendo
Inácio de Carvalho, chantre da Santa Sé e Dona Maria, filha
de Inácio Vieira Cabral.854
SERAFINA, que nasceu na Travessa, Cividade (São Tiago),
Braga, em 6 de novembro de 1701. Foram padrinhos o Licenciado Cipriano Gomes do Couto, tio da batizada e Dona Serafina, filha do Capitão Luís Peixoto de Azevedo.855
§ 99.o
DAMÁSIA MOREIRA PEIXOTO, ou Damásia Peixoto de Azevedo (filha de
Dâmaso Peixoto de Azevedo e de Isabel Gomes, solteira, do § 98.o n.º
VIII). Nasceu na rua da Arrochela, São Paio, Guimarães, em 16 de outubro de 1626. Foram padrinhos Manuel Lopes e Maria, filha de Pedro
Fernandes, de São Tomé de Estorãos, Fafe.856 Faleceu no Terreiro de
Santa Clara, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, em 30 de janeiro de
1698.857 Havia casado nesta última freguesia, em 27 de agosto de
1645,858 com JERÔNIMO MOREIRA, escrivão da correição, nascido do
Casal de Campelo, Moreira de Cônegos, Guimarães, em 22 de fevereiro
de 1623.859 Ele foi testemunha na inquirição de Francisco Sampaio Ribeiro. Faleceu na rua das Flores, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, em
2 de fevereiro de 1695, tendo recebido todos os sacramentos e feito testamento.860 Filho de Jorge Domingues861, natural do Casal do Campelo,
ADB. Nascimentos 2, Cividade (São Tiago), Braga, Paroquial n.º 69, fls. 37, n.º 2.
ADB. Nascimentos 2, Cividade (São Tiago), Braga, Paroquial n.º 69, fls. 42v.
ADB. Nascimentos 2, Cividade (São Tiago), Braga, Paroquial n.º 69, fls. 45.
AMAP. Nascimentos 1, São Paio, Guimarães, Paroquial n.º 406, fls. 33v, n.º 3.
AMAP. Óbitos 1, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 394, fls. 96v.
AMAP. Misto 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 360, fls. 181v, n.º
2.
AMAP. Misto 1, Moreira de Cônegos (São Paio), Guimarães, Paroquial n.º 557,
s/n.º de folha v, assento 1.º.
AMAP. Óbitos 1, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 394, fls. 84v.
Falecido no Casal de Campelo e identificado pelo pároco como pobre, em 15 de
novembro de 1637; foi sepultado no adro e lhe fizeram um ofício de sete padres.
[AMAP. Misto 1, Moreira de Cônegos (São Paio), Paroquial n.º 557, s/n.º de folha].
366
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
Moreira de Cônegos (São Paio) e de sua mulher Margarida Gonçalves,
natural do Casal da Taipa, Barrosas (Santa Eulália). Neto paterno de
Domingos Gonçalves e de sua mulher Isabel Jorge, filha esta de Jorge
Pires, senhor que foi do dito Casal de Campelo e de sua mulher Catarina
Gonçalves.862
Tiveram:
1 (X)MARIA, que nasceu na rua das Flores, Oliveira (Santa Maria),
Guimarães, em 13 de maio de 1646.863 Foram padrinhos Manuel Monteiro e Jerônima Machada.
2 (X)MANUEL, que nasceu na rua das Flores, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, em 25 de dezembro de 1647.864 Foram padrinhos Miguel Dias, da rua da Sapateira e Isabel Gonçalves,
mulher de Damásio Francisco, da rua dos Gatos.
3 (X)JOÃO, que nasceu na rua das Flores, Oliveira (Santa Maria),
Guimarães, em 20 de junho de 1649.865 Foram padrinhos Dâmaso Peixoto de Azevedo, avô da criança, e Serafina Machada.
4 (X)JOANA, que nasceu na rua das Flores, Oliveira (Santa Maria),
Guimarães, em 27 de dezembro de 1653.866 Foram padrinhos
Antônio Gomes, da Praça e Maria da Silva, mulher de Francisco da Rocha, da rua das Flores.
5 (X)ANTÔNIA, que nasceu na rua das Flores, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, em 22 de setembro de 1655.867 Foram padrinhos o Licenciado Domingos de Araújo, de Fafe e Antônia
Machada de Miranda, da rua das Flores.
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Batizam aos cinco dias do mês de março da era de cinquenta e quatro (1554) anos a
Gonçalo.
AMAP. Nascimentos 1, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 362, fls.
115v.
AMAP. Nascimentos 1, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 362, fls.
132.
AMAP. Nascimentos 1, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 362, fls.
145.
AMAP. Nascimentos 1, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 362, fls.
188v.
AMAP. Nascimentos 1, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 362, fls.
200.
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PADRE JORGE MOREIRA PEIXOTO868, que nasceu na rua das
Flores, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, em 7 de agosto de
1659.869 Foram padrinhos Gonçalo Peixoto e o Capitão Francisco Peixoto Castelãos.
ISABEL MOREIRA PEIXOTO. Segue. Nasceu na rua das Flores,
Oliveira (Santa Maria), Guimarães, em 28 de janeiro de
1661.870 Foram padrinhos Domingos da Cunha, da porta de
São Domingos, e Isabel Nogueira, mulher de Tomé de Carvalho, mercador da rua da Sapateira.
MARIANA PEIXOTO, que nasceu na rua das Flores, Oliveira
(Santa Maria), Guimarães, em 23 de dezembro de 1663.871
Foram padrinhos Simão Lobo Machado e o Padre Alexandre
Lobo, todos da rua das Flores. Faleceu no Terreiro da Misericórdia, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, em 24 de janeiro
de 1689.872 Casou-se em Oliveira, em 17 de maio de 1688873
com LUÍS DE OLIVEIRA, natural de Vila Nova de Famalicão,
que era contralto, músico da Colegiada. Filho de Gaspar Martins e de sua mulher Grácia de Oliveira.
JERÔNIMO, que nasceu na rua das Flores, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, em 13 de setembro de 1665.874 Foram padrinhos Vicente Nogueira do Canto e sua irmã Ana Nogueira,
solteira da Carrapatosa.
ADB. Inquirição de genere et moribus. Pasta 116, Processo n.º 2606, 1691.
AMAP. Nascimentos 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 363, fls.
2v.
AMAP. Nascimentos 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 363, fls.
20v.
AMAP. Nascimentos 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 363, fls.
69.
AMAP. Obitos 1, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 394, fls. 58v, n.º
2. Recebeu todos os sacramentos e não fez testamento. Ficou herdeiro seu marido,
Luís de Oliveira músico na Colegiada.
AMAP. Misto 3, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 361, fls. 177.
Testemunhas presentes: Francisco Rodrigues, boticário, Antônio Carvalho e o Padre
Manuel de Faria.
AMAP. Nascimentos 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Batismos 2, Paroquial
n.º 363, fls. 105.
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Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
ISABEL MOREIRA PEIXOTO. Nasceu na rua das Flores, Oliveira (Santa
Maria), Guimarães, em 28 de janeiro de 1661.875 Foram padrinhos Domingos da Cunha, da porta de São Domingos, e Isabel Nogueira, mulher
de Tomé de Carvalho, mercador da rua da Sapateira. Faleceu na rua de
Valdedonas, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, em 1.º de agosto de
1724.876 Casou-se com ANTÔNIO DA COSTA BARRETO, natural de Oliveira (Santa Maria), Guimarães. Escultor, imaginário e santeiro. Faleceu em
Oliveira em 22 de agosto de 1707.877 Tiveram:
1 (XI)DÂMASO, natural da rua das Flores, Oliveira (Santa Maria),
Guimarães, em 13 de dezembro de 1682.878 Foram padrinhos
Jerônimo Moreira e Maria de Barros.
2 (XI)MARIA, natural da rua das Flores, Oliveira (Santa Maria),
Guimarães, em 24 de novembro de 1684.879 Foram padrinhos
Tomé Lobo Machado e Dona Jerônima, religiosa de Santa
Clara, por procuração.
3 (XI)JOÃO, natural da rua das Flores, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, 16 de fevereiro de 1687.880 Foi padrinho o Reverendo
Domingos Pinto, mestre-escola desta Colegiada.
4 (XI)JERÔNIMO, natural da rua das Flores, Oliveira (Santa Maria),
Guimarães, em 16 de março de 1689.881 Foram padrinhos Jorge Moreira Peixoto, tio do batizado e Maria de Azevedo, mulher de Domingos Coelho.
AMAP. Nascimentos 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 363, fls.
20v.
AMAP. Óbitos 2, fls. 61. Recebeu todos os sacramentos. Não fez testamento, era
pobre; ficou-lhe uma filha, casada na rua de Santa Luzia, freguesia de São Paio. Sepultada na Misericórdia, que por ser irmã lhe deram sepultura.
AMAP. Óbitos 1, fls. 155v. Recebeu todos os sacramentos. Não fez testamento.
Ficou sua mulher e filhos por herdeiros, sepultado na Misericórdia.
AMAP. Nascimentos 3, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 364, fls.
80v.
AMAP. Nascimentos 3, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 364, fls.
90v.
AMAP. Nascimentos 3, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 364, fls.
111v.
AMAP. Nascimentos 3, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 364, fls.
132.
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MANUEL, natural do Terreiro da Misericórdia, Oliveira (Santa
Maria), Guimarães, em 14 de abril de 1691.882 Foi padrinho
Jerônimo Moreira, escrivão, avô materno da criança.
MARCOS, natural da rua das Flores, Oliveira (Santa Maria),
Guimarães, em 1.º de maio de 1694.883 Foram padrinhos o
Reverendo Cônego Fernando Machado e Páscoa da Silveira,
mulher de João Rebelo, da freguesia de São Paio.
JOSEFA, natural da rua das Flores, Oliveira (Santa Maria),
Guimarães, em 19 de março de 1699.884 Foram padrinhos Dionísio de Oliveira e Jerônima da Silva, mulher de João Fernandes Vilaça.
TERESA MOREIRA PEIXOTO, que segue.
TOMÁS, natural da rua das Flores, Oliveira (Santa Maria),
Guimarães, em 28 de janeiro de 1704.885 Foram padrinhos o
Reverendo Jerônimo dos Guimarães, da rua Nova, e Mariana
Peixoto, filha de João Marques de Araújo, escrivão da correição e de sua mulher Maria Peixoto.
TERESA MOREIRA PEIXOTO, natural da rua das Flores, Oliveira (Santa
Maria), Guimarães, onde foi batizada em 17 de outubro de 1700.886 Foi
padrinho Pedro Ribeiro de Magalhães, boticário da mesma rua. Casou-se
na Capela de São Cristóvão, Mascotelos (São Vicente), Guimarães, em 7
de janeiro de 1714887 com BELCHIOR DE ALMEIDA, violeiro de profissão,
natural do Lugar do Cortiço da Serra de Celorico, Nossa Senhora da
Conceição, Guarda, onde foi batizado em 6 de agosto de 1688.888 FaleAMAP. Nascimentos 3, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 364, fls.
152.
AMAP. Nascimentos 3, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 364,
fls.185v.
AMAP. Nascimentos 4, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 365, fls.
29v.
AMAP. Nascimentos 4, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 365, fls.
75.
AMAP. Nascimentos 4, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 365, fls.
42.
Registro exarado no paroquial de São Paio.
Natural da freguesia de Nossa Senhora da Conceição, lugar do Cortiço, Celorico,
bispado da Guarda, batizado em 13 de agosto de 1688 pelo vigário Manuel Esteves.
Foram padrinhos o Licenciado Manuel Ferreira e Pedro de Almeida, o moço.
370
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
ceu na rua de Santa Luzia, São Paio, Guimarães, em 19 de março de
1767.889. Filho de Belchior Rodrigues, natural do Cortiço, e de sua mulher Maria Rodrigues Beja, natural da vila de Melo, freguesia de Santo
Isidoro, Bispado de Coimbra.890
Teresa usufruiu do dote instituído pelo Reverendo Abade Lucas Rebelo, em favor de suas familiares mais necessitadas, administrado
pela Irmandade do Cordão:
Dote de Corenta mil reis q. se deu a Thereza Mor.a Peixota horfãa
q ficou de An.to da Costa Barreto, e de sua molher Isabel Peixota
desta v.a; parenta do R.do Abb.e Lucas Rebelo, como consta de hua
justificação q. fes diante o D.or Provedor, p.a cazar com Belchior
de Alm.da solteiro, desta v.a despachada pella meza q. de prezente
serve de 1714 anos com o coal dote fica este anno satisfeito. 891
O Reverendo Lucas Rebelo era infamado de cristão-novo por
seu avô Lopo Sanches, cristão-novo. Tiveram:
1 (XII)- MANUEL ANTÔNIO. Nasceu na rua de Santa Luzia, São Paio,
Guimarães, em 22 de abril de 1716.892 Foram padrinhos Gaspar Leite de Azevedo e D. Teresa Maria de São Paio, por procuração de Bento Peixoto de Azevedo.
2 (XII)- JOSÉ. Nasceu na rua de Santa Luzia, São Paio, Guimarães, em
2 de dezembro de 1717.893 Batizado em 5. Foram padrinhos o
Reverendo Cônego José Moreira, morador na rua de São Tiago, freguesia da Oliveira (Santa Maria) e Ângela, solteira, filha de Dionísio de Oliveira, morador na rua dos Mercadores
da dita freguesia.
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AMAP. Óbitos 4, São Paio, Guimarães, Paroquial n.º 434, fls. 67v.
Um filho do casal, irmão de Belchior de Almeida de nome Manuel Rodrigues Beja
casou em Urgeses (Santo Estêvão), Guimarães a 5 de novembro de 1708 com Luísa
Eugênia de Oliveira, filha do Padre Luís de Oliveira da Silva, morador na Madroa
freguesia de Urgeses (Santo Estêvão), Guimarães e de Mariana de Caldas, solteira,
da freguesia de São Vicente de Penso. [AMAP. Misto 3, Urgeses (Santo Estêvão),
Guimarães, Paroquial n.º 870, fls. 90, n.º1].
ASCMG. Livro para os termos dos dotes que administra a irmandade do cordão, n.º
563, fls. 8.
AMAP. Nascimentos n.º 5, São Paio, Guimarães, Paroquial n.º 412, fls. 109v, n.º 2.
AMAP. Nascimentos n.º 5, São Paio, Guimarães, Paroquial n.º 412, fls. 138 e v, n.º
2.
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JOSEFA. Nasceu na rua de Santa Luzia, São Paio, Guimarães,
em 11 de outubro de 1719.894 Batizada em 13. Foram padrinhos André Peixoto de Azevedo e sua irmã Margarida Rosa,
moradores na rua do Castelo, freguesia de Santa Margarida,
anexa à Oliveira (Santa Maria).
FRANCISCO XAVIER. Nasceu na rua de Santa Luzia, São Paio,
Guimarães, em 14 de maio de 1721.895 Batizado em 18. Foram padrinhos Manuel Barbosa Cabral e Domingas Barbosa
Cabral, por procuração de Dona Francisca Maria Xavier, moradores na rua do Gado, freguesia da Oliveira (Santa Maria).
JERÔNIMO CAETANO DE ALMEIDA. Segue.
BENTO JOSÉ DE ALMEIDA.896 Nasceu na rua de Santa Luzia,
São Paio, Guimarães, 29 de março de 1725.897 Batizado em 3
de Abril. Foram padrinhos Bento Peixoto de Azevedo e sua
mulher Dona Maria Constantina, da Carrapatosa, freguesia da
Oliveira (Santa Maria).
MARIA. Nasceu na rua de Santa Luzia, São Paio, Guimarães,
em 28 de janeiro de 1727.898 Batizada em 5 de janeiro. Foram
padrinhos Manuel Ferreira Cardoso, estudante e Maria Teresa, solteira, irmã de Antônio Barbosa, da rua da Fonte Nova.
CLARA BERNARDA (viva ao óbito do pai) . Nasceu na rua de
Santa Luzia, São Paio, Guimarães, em 31 de outubro de
1728.899 Batizada em 7 de Novembro. Foram padrinhos o Padre Bernardo dos Santos, desta freguesia de São Paio e Dona
Clara de São Francisco, religiosa no convento de Santa Clara;
assistiu por ela, com procuração, Manuel Antônio, irmão do
padrinho.
JOSÉ. Nasceu na rua de Santa Luzia, São Paio, Guimarães, em
19 de março de 1731.900 Batizado em 16. Foram padrinhos
Feliciano da Silva Machado, da rua de Santa Maria, da fre-
AMAP. Nascimentos n.º 6, São Paio, Guimarães, Paroquial n.º 413, fls. 28, n.º 2.
AMAP. Nascimentos n.º 6, São Paio, Guimarães, Paroquial n.º 413, fls. 51v, n.º 2.
Sobreviveu ao pai herdando as suas casas.
AMAP. Nascimentos n.º 6, São Paio, Guimarães, Paroquial n.º 413, fls. 102, n.º 2.
AMAP. Nascimentos n.º 6, São Paio, Guimarães, Paroquial n.º 413, fls. 126v, n.º 2.
AMAP. Nascimentos n.º 6, São Paio, Guimarães, Paroquial n.º 413, fls. 149, n.º 1.
AMAP. Nascimentos n.º 6, São Paio, Guimarães, Paroquial n.º 413, fls. 188v, n.º 2.
372
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guesia da Oliveira (Santa Maria) e Dona Quitéria Inácia, filha
de Bento Peixoto, da Carrapatosa.
ANTÔNIA MARIA. Nasceu na rua de Santa Luzia, São Paio,
Guimarães, em 17 de junho de 1733.901 Batizada em 24. Foram padrinhos o Padre Domingos de Santa Maria e sua irmã
Dona Antônia Maria, da rua do Gado; assistiu por ela, com
sua procuração, o reverendo Cristóvão Ribeiro, cônego da
Real Colegiada desta vila.
JOAQUIM. Nasceu na rua de Santa Luzia, São Paio, Guimarães, em 13 de março de 1737.902 Batizado em 20. Foram padrinhos Domingos Álvares de Araújo, estudante, morador no
lugar do Campelo freguesia de Moreira de Cônegos e assistente nesta vila e Dona Quitéria Xavier Barbosa, filha de Manuel Barbosa Cabral da rua do Gado, e assistiu com procuração Sebastião Ferreira Cardoso da mesma rua, freguesia da
Oliveira (Santa Maria).
LUÍSA ROSA (viva ao óbito do pai). Nasceu na rua de Santa
Luzia, São Paio, Guimarães, em 22 de maio de 1739.903 Batizada em 28. Foram padrinhos o muito Reverendo Manuel José da Silva, cônego na Colegiada e Dona Luísa Rosa de Viterbo, filha de Luís Pimenta de Távora, do Terreiro das Freiras; assistiu por ela Jerônimo Caetano de Almeida, irmão da
batizada.
JOSEFA, nasceu em 10 de fevereiro de 1746 na rua de Santa
Luzia, São Paio, Guimarães.904 Batizada em 15. Foram padrinhos Jerônimo Caetano de Almeida e Clara Bernarda, irmãos
da batizada.
JERÔNIMO CAETANO DE ALMEIDA. Nasceu em 30 de setembro de 1722
na rua de Santa Luzia, São Paio, Guimarães.905 Batizado em 6 de novembro. Foram padrinhos o Cônego Antônio Gomes, da rua de Santa
Maria e Manuel de Freitas, morador no Terreiro das Freiras de Santa
Clara, por procuração de Dona Jerônima, filha de Manuel Barbosa CaAMAP. Nascimentos n.º 6, São Paio, Guimarães, Paroquial n.º 413, fls. 219, n.º 2.
AMAP. Nascimentos n.º 7, São Paio, Guimarães, Paroquial n.º 414, fls. 17 e v, n.º
3.
AMAP. Nascimentos n.º 7, São Paio, Guimarães, Paroquial n.º 414, fls. 41v, n.º 1.
AMAP. Nascimentos n.º 7, São Paio, Guimarães, Paroquial n.º 414, fls. 146v, n.º 2.
AMAP. Nascimentos n.º 6, São Paio, Guimarães, Paroquial n.º 413, fls. 70, n.º 2.
Revista da ASBRAP n.º 21
373
bral, morador na rua dos Gatos da freguesia da Oliveira (Santa Maria)].
Faleceu na rua de Santa Maria, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, em
19 de julho de 1796.906 Casou-se com JOSEFA LUÍSA DE SANTA ROSA,
falecida na rua de Santa Maria, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, em
25 de fevereiro de 1789.907 Tiveram:
1 (XIII)- MARIA JOAQUINA DA CONCEIÇÃO. Nasceu em 16 de dezembro de 1758 na rua nova do Muro, Oliveira (Santa Maria),
Guimarães.908 Batizada em 21. Foram padrinhos o Beneficiado Cônego Manuel Antônio Feiteira e, por devoção de seus
pais, Nossa Senhora da Oliveira.
2 (XIII)- INÁCIO ANTÔNIO. Nasceu em 19 de fevereiro de 1760 na rua
nova do Muro, Oliveira (Santa Maria), Guimarães.909 Batizado em 21. Foram padrinhos o Reverendo Inácio Carvalho da
Cunha, arcipreste na colegiada e morador na rua de Santa Maria, e assistiu com procuração Antônio José de Almada e Melo, filho legítimo de João de Almada e Melo, morador na cidade do Porto, governador das armas do seu partido e madrinha Dona Maria Inácia de Almada, moradora na mesma cidade, filha natural de Francisco de Almada Mendonça e, com
sua procuração, assistiu o Reverendo Cônego José Bernardo
de Carvalho, morador no Campo da Feira.
3 (XIII)- JOSÉ. Nasceu em 17 de fevereiro de 1762 na Praça de São Tiago, Oliveira (Santa Maria), Guimarães.910 Batizado em 21.
Foram padrinhos o Reverendo abade de São Paio de Vizela,
Pedro da Costa Lemos e Maria Teresa da Cruz, casada com o
Alferes Antônio Fernandes Rodrigues, da cidade de Braga, e
por sua procuração, assistiu Bernarda Maurícia, viúva de Carlos da Costa morador na rua dos Fornos.
906
907
908
909
910
AMAP. Óbitos 4, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 370, fls. 236, n.º
4. Não fez testamento e deixou filhos. Sepultado na Igreja de São Domingos.
AMAP. Óbitos 4, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 370, fls. 146v,
n.º 2. Não fez testamento e deixou filhos. Sepultada na Igreja de São Domingos.
AMAP. Nascimentos n.º 7, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 368,
fls. 224v, n.º 2.
AMAP. Nascimentos n.º 7, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 368,
fls. 252 n.º 1.
AMAP. Nascimentos n.º 8, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 369,
fls. 15, n.º 1.
374
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
4 (XIII)- RITA. Nasceu em 21 de novembro de 1763 na Praça de São
Tiago, Oliveira (Santa Maria), Guimarães.911 Foram padrinhos Antônio de Eça e Castro, arcediago de Vila Cova, e como seu procurador o Padre Luís Antônio Ribeiro e Dona Maria Josefa Ferreira de Eça, e como procurador a assistiu seu
irmão Manuel Caetano Ferreira de Eça, arcediago coadjutor,
morador na rua de Santa Maria.
5 (XIII)- ANTÔNIO. Nasceu em 11 de abril de 1765 na Praça de São Tiago, Oliveira (Santa Maria), Guimarães.912 Foram padrinhos o
Doutor Antônio Joaquim de Cabo, juiz de Fora desta vila e
Dona Maria José Ferreira de Eça e Bourbon, filha de Gregório Ferreira de Eça, já defunto e como seu procurador Manuel
Caetano Ferreira d‟Eça, Arcediago de Vila Cova.
6 (XIII)- RITA. Nasceu em 11 de abril de 1765 na Praça de São Tiago,
Oliveira (Santa Maria), Guimarães.913 Foram padrinhos o
Doutor Antônio Joaquim de Cabo, juiz de Fora desta vila e
Dona Maria José Ferreira de Eça e Bourbon, filha de Gregório Ferreira de Eça, já defunto e como seu procurador Manuel
Caetano Ferreira d‟Eça, arcediago de Vila Cova.
7 (XIII)- RODRIGO. Nasceu em 24 de dezembro de 1767 na rua de Santa Maria, Oliveira (Santa Maria), Guimarães. Batizado em 25.
Foram padrinhos Dom Rodrigo José de Meneses e Dona Isabel de Bourbon de Almeida, moradora na sua casa do Arco e
por seu procurador o arcediago Manuel Caetano Ferreira de
Eça.
8 (XIII)- JOÃO. Nasceu em 18 de outubro de 1773 na rua de Santa Maria, Oliveira (Santa Maria), Guimarães.914 Batizado em 23.
Foram padrinhos Rodrigo de Sousa Alcoforado, morador na
sua Quinta de Vila Pouca, freguesia de São Sebastião e Dona
Joaquina da Silva e Melo Alvim e, com sua procuração, assistiu João Antônio da Silva Melo e Alvim.
911
912
913
914
AMAP. Nascimentos n.º 8, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 369,
fls. 39 e 39v, n.º 2.
AMAP. Nascimentos n.º 8, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 369,
fls. 98v, n.º 2.
Idem.
AMAP. Nascimentos n.º 9, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 370,
fls. 1v.
Revista da ASBRAP n.º 21
VIII-
915
916
917
918
375
§ 100.o
FRANCISCO PEIXOTO DA SILVA, ou Francisco Peixoto do Canto, filho de
Ana do Canto, do § 98.o n.º VII. Moço-fidalgo da Casa Real, morador na
sua Quinta de São Pedro de Campolide, junto à cidade de Lisboa. Recebeu carta de brasão d‟armas em 12 de março de 1658 dos Peixotos, Cantos, Vales e Silvas.915 Foi para Lisboa a serviço do Senhor Bispo D. Pedro da Silva, inquisidor geral, e lá se casou com D. MARIANA MARQUES,
natural da cidade de Lisboa, filha de Pedro Marques, morador que foi na
cidade de Lisboa, natural de Ribeira da Pena, termo de Guimarães, e de
sua mulher Catarina de Sena Pereira, natural da cidade de Lisboa. Qualificado como “ (…) morador q foe na Cid.e de Lx.a fora homem de g.de
porte e consideração cavaleiro do hábito de Christo (…)”.916 Nasceu na
rua de São Paio, São Paio, Guimarães, cerca de 1592.917 Em 7 de agosto
de 1637, foi testemunha no processo de André do Canto Almeida, sendo
moço fidalgo da casa de Sua Majestade e residindo então nas casas de
Dom Julianes à Ribeira na cidade de Lisboa.918 Casou na dita cidade
com DONA MARIANA MARQUES, daí natural, filha de Pedro Marques,
confeiteiro, natural de Ribeira de Pena, e de sua mulher Catarina de Sena
Este é o resumo em Brasões Inéditos, livro 2º, fls. 317v, de José de Sousa Machado,
publicado em Braga em 1906 (enviado pelo nosso amigo, o Dr. José Krohn da Silva):
“Francisco Peixoto da Silva, moço fidalgo da casa de Sua Magestade, morador em
Lisboa, e natural de Guimarães; filho de Jorge Peixoto da Silva e de sua mulher
Ana do Canto; neto, pela parte paterna, de Álvaro Peixoto da Silva e de sua mulher
Maria Gomes Golias, moradores em Guimarães; e neto, pela parte materna, de
Gaspar Álvares e de sua mulher Margarida Gonçalves do Canto. Por parte de sua
avó Maria Gomes Golias, era bisneto de Gomes Gonçalves de Abreu e de sua mulher Catarina Anes do Vale, filha de João Afonso Golias, vassalo de El-Rei D. João
I e de sua mulher Isabel Vasques do Vale, que era filha de Vasco Martins do Vale e
de D. Leonor Martins.
O suplicante era irmão de Damazio Peixoto da Silva e parente de Manuel Peixoto
da Silva, adail mor do reino e senhor de Penafiel de Sousa e da casa da Calçada.
Peixotos, Cantos, Valles e Silvas. D. no canto direito, uma flor de liz azul. Brasão
passado em 12 de março de 1658.
ADB. Processo de genere et moribus de José Peixoto de Azevedo n.º 1230. Pasta
56, fls. 88v.
IAN/ TT. Tribunal do Santo Ofício, Inquisição de Lisboa. Processo n.º 11587, fls.
236. Testemunha no dito processo, declara, em 7 de agosto de 1637, ter 45 anos.
IAN/ TT. Tribunal do Santo Ofício, Inquisição de Lisboa. Processo n.º 11587, fls.
236.
376
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
Pereira, alfacinha de gema.919 Pedro Marques residia na segunda metade
do século XVI na Confeitaria, perto do terreiro do Paço. Viera para a
capital aprender o ofício de confeiteiro. Concluída a aprendizagem e realizado o exame profissional, onde, perante os juízes do ofício mostrou a
sua mestria na realização confeitos de rosa e preparação de conserva de
pêssegos, abriu loja, tendo-se lançado no negócio e amealhado grossos
cabedais com que, como bom cristão, fundou em Vale do Pereiro uma
ermida dedicada ao seu patrono. O citado Pedro Marques teria sido o
fundador da casa e ermida, em Vale do Pereiro, dedicada ao seu patrono.
Residia na Confeitaria, próximo do Terreiro do Paço.920
Pais, entre outros, de:
1 (IX)PEDRO PEIXOTO DA SILVA, que segue.
2 (IX)GONÇALO PEIXOTO DA SILVA, cônego da Sé de Lisboa. “Conigo na Sé de Lx.a, e Dezembargador na Rellação Eclesiástica daquella cidade (…)”.921
3 (IX)JOÃO PEIXOTO, que foi assassinado.
IX-
919
920
921
922
923
PEDRO PEIXOTO DA SILVA, cavaleiro da Ordem de Cristo.922 Da cidade
de Lisboa, em 23 de fevereiro de 1650, após inquirições na vila de Guimarães e Amarante, de onde ele disse ser natural, seus pais e avós, encontraram-se partes pessoais e limpeza necessárias, mas seu avô materno
Pedro Marques havia sido confeiteiro, e “ainda que tinha este ofício o
não exercitava mais que fazendo negócios dependentes dele, como mercador”. Pareceu à Mesa que Pedro Peixoto era fidalgo da Casa de Sua
Magestade e que deveria ser dispensado no defeito de nobreza que se
achou. Em abril de 1650 deu-se o “como parece”, recebendo a mercê do
hábito da Ordem de Cristo.
Encontramos um Pedro Peixoto a receber alvará para que tivesse o foro de Fidalgo e de Capelão da Capela Real, 1$375 réis de sua
vestiaria, a 30 de junho de 1662.923 Encontramos um Pedro Peixoto da
Alfacinha é o termo como são chamados os lisboetas.
SEQUEIRA, Gustavo de Matos. A guloseima nacional. Lisboa: Apenas Livros,
2004.
ADB. Processo de genere et moribus de José Peixoto de Azevedo n.º 1230. Pasta
56, fls. 88v.
IAN/ TT. Habilitação à Ordem de Cristo. Letra P, maço 11, doc. 167, de Pedro Peixoto da Silva.
IAN/ TT. Registo Geral de Mercês, Chancelaria de Afonso VI, liv. 3, fls. 354. Código de referência: PT-TT-RGM/01/329568.
Revista da ASBRAP n.º 21
377
Silva a receber carta em 20 de maio de 1650, de cavaleiro do hábito da
Ordem de Cristo.924
No mesmo ano de 1650 quis se tornar familiar do Santo Ofício, habilitando-se então.925 Foi um processo longo, sem se saber se foi
aceito ou não, em função das denúncias de que era cristão-novo. Era
moço-fidalgo da Casa de Sua Magestade, morador na sua Quinta de São
Pedro de Campolide, junto à cidade de Lisboa, freguesia de São José.
Era casado com D. CATARINA TAVEIRA, natural da cidade de Lisboa, filha de Miguel Álvares Taveira e de Maria Leitão, naturais da cidade de
Lisboa, já defuntos em 1650. Era neta paterna de Bartolomeu Álvares e
de Maria Antunes Taveira, o qual viveu e morreu na sua Quinta da Torre
derrubada, termo de Alenquer; neta materna de Baltasar Leitão e de Catarina Delgado, naturais e moradores da cidade de Lisboa. O citado Bartolomeu Álvares perdeu-se, indo por capitão de uma nau da Índia para
Portugal, e era irmão inteiro da mãe do Inquisidor Luís Álvares da Rocha.
Pedro Peixoto da Silva teve, ao menos:
1 (X)GONÇALO PEIXOTO DA SILVA, que segue.
X-
V-
924
925
926
927
928
GONÇALO PEIXOTO DA SILVA. Recebeu alvará em 10 de abril de 1682,
acrescentando a Fidalgo Escudeiro com 1$600 réis de moradia por mês e
1 alqueire de cevada por dia.926
§ 101.o
MARIA ÁLVARES DO CANTO, filha de Álvaro Anes do Canto, do § 5.o n.º
IV. Nasceu na rua da Sapateira, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, cerca de 1560. Faleceu na Quinta de Magalhães, Ferreiros (São Martinho),
Póvoa de Lanhoso, à oito da manhã do dia 1.o de fevereiro de 1628, com
escrito.927 Casou-se, primeira vez, na freguesia de sua naturalidade, cerca de 1580, com JOÃO LOPES DO CANTO, mercador e depositário dos dinheiros das sisas dos bens de raiz em 26 de junho de 1585.928 Filho de
IAN/ TT. Registo Geral de Mercês, Ordens Militares, liv.3, f. 291v. Código de referência: PT/TT/RGM/S/359554.
IAN/ TT. Habilitação ao Santo Ofício. Letra P, mç. 38, dil. 668, de Pedro Peixoto
da Silva.
IAN/ TT. Registo Geral das Mercês, D. Pedro II, liv. 1 (1), fls. 420v. Código de
referência: PT-TT-RGM/03/11118.
ADB. Misto 1, Póvoa de Lanhoso, Paroquial n.º 61, fls. 2v.
AMAP. Colegiada 932 S, fls. 51 a 53v.
378
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
Brás Álvares, mercador e de sua mulher Mécia Álvares do Canto. Após
a viuvez, casou-se, em segundas núpcias, cerca de 1588, com GREGÓRIO
DE MAGALHÃES MACHADO, nascido na Quinta de Magalhães, Ferreiros
(São Martinho), Póvoa de Lanhoso, cerca de 1560, aí falecido, sem testamento, em 5 de março de 1648.929 Senhor da Quinta de Magalhães em
Ferreiros, Póvoa de Lanhoso. Filho de João de Mariz Machado e de sua
mulher Branca de Magalhães.930
Sobre este casal e suas origens, relata Leonel de Afonseca,
homem nobre, chamado a depor na Inquirição de um bisneto, Carlos de
Magalhães Machado, na resposta ao quarto e quinto interrogatório: 931
conheceu muito bem a Carlos de Magalhães Machado desta freguezia e conheceu bem a seus pais Gregório de Magalhães Machado, e
a sua mulher Maria do Canto que veio da villa de Guimarains cazar com o dito Gregório de Magalhães Machado desta freguesia, os
quais eraõ pessoas nobres honradas, e nesta freguesia foraõ moradores athé seus falecimentos” (…) “o dito Carllos de Magalhães
Machado he legítimo e inteiro cristão velho, e pella dita sua may
Maria do Canto tinha fama de nação hebrea, tanto assim que hum
irmão desta a quem não sabe o nome ouviu elle testemunha dizer a
seus antepassados que este fora prezo pello Santo Offício (…)
Aqui a testemunha refere-se claramente à prisão de André de
Almeida do Canto, todavia a relação de parentesco atribuída é errônea.
Filhos do primeiro matrimônio de Maria Álvares do Canto,
com João Lopes do Canto:
1 (VI)MARIA DO CANTO, que nasceu cerca de 1582 na rua da
Sapateira, Oliveira (Santa Maria), Guimarães.
2 (VI)INÊS DO CANTO, que segue no § 117.o.
Filhos do segundo matrimônio de Maria Álvares do Canto,
com Gregório de Magalhães Machado:
929
930
931
ADB. Misto 1, Ferreiros (São Martinho), Póvoa de Lanhoso, Paroquial n.º 61, fls. 5.
Não fez testamento. Seu filho, o Licenciado Francisco de Magalhães, tem satisfeito
com os bens d‟alma. (ADB. Misto 1, Póvoa de Lanhoso, Paroquial n.º 61, fls. 5).
AZEVEDO, José Adolfo da Costa. Peixotos do Rego (subsídios para o estudo de
uma família bracarense). In Raízes e Memórias n.º 26, p. 80. Lisboa: Associação
Portuguesa de Genealogia, 2009. Ver, também: GAIO, Manoel José da Costa Felgueiras. Op. cit. Vol. VII: Machado, § 42 N 19, p. 89; vol. VII: Magalhães§ 106, n.º
3, p. 218.
ADB. Inquirição de genere et moribus de Carlos de Magalhães Machado, Processo
n.º 3177, Pasta 148 de, Inquirição de 6 de maio de 1698, fls. 4v.
Revista da ASBRAP n.º 21
3 (VI)-
4 (VI)-
5 (VI)-
6 (VI)-
7 (VI)-
8 (VI)VI-
932
933
934
935
936
379
DOUTOR FRANCISCO DE MAGALHÃES MACHADO, com ordens
menores. Consta das matrículas sem se dizer a era, às fls. 182,
ainda estudante em 15 de agosto de 1616932, foi Reitor de
Santiago de Lanhoso. Nasceu na Quinta de Magalhães, Ferreiros (São Martinho), Póvoa de Lanhoso, cerca de 1590. Faleceu na Casa Paroquial de Lanhoso, (São Tiago), Póvoa de
Lanhoso, em 27 de abril de 1654.933
ANTÔNIO DE MAGALHÃES MACHADO. Nasceu na Quinta de
Magalhães, Ferreiros (São Martinho), Póvoa de Lanhoso, cerca de 1592. Segundo Gaio, casou-se em Eiras de Pedralva.
Sem geração.
CUSTÓDIA DE MAGALHÃES MACHADO. Nasceu na Quinta de
Magalhães, Ferreiros (São Martinho), Póvoa de Lanhoso, cerca de 1594, aí falecida em 23 de setembro de 1650.934
ANDRÉ DE MAGALHÃES MACHADO. Nasceu na Quinta de
Magalhães, Ferreiros (São Martinho), Póvoa de Lanhoso, cerca de 1596. Segundo Gaio, era padre da Companhia de Jesus.
JERÔNIMA DE MAGALHÃES MACHADO.935 Nasceu na Quinta
de Magalhães, Ferreiros (São Martinho), Póvoa de Lanhoso,
cerca de 1598.
CARLOS DE MAGALHÃES MACHADO, que segue.
CARLOS DE MAGALHÃES MACHADO. “Pessoa Nobre que vivia de suas
fazendas sem ter outro contrato nem ofício algum”.936 Nasceu cerca de
1594 na Quinta de Magalhães, Lanhoso (São Tiago), Póvoa de Lanhoso.
Casou-se, na vila de Montalegre, com PAULA VIEIRA DE ARAÚJO, ou
Paula Vieira de Carvalho, natural da vila de Montalegre. Filha de Afon-
ADB. Misto 1, Ferreiros (São Martinho), Póvoa de Lanhoso, Paroquial n.º 61, fls.
11v. Apadrinha o batismo de Salvador, filho de Manuel Luís do lugar de Real.
ADB. Misto 3, Póvoa de Lanhoso, Paroquial n.º 157.
ADB. Misto 1, Ferreiros (São Martinho), Póvoa de Lanhoso, Paroquial n.º 61, fls.
6v. Fez testamento do qual foi testamenteiro seu irmão Francisco de Magalhães.
ADB. Misto 1, Ferreiros (São Martinho), Póvoa de Lanhoso, Paroquial n.º 61, fls.
14v. Apadrinha o batismo de Jerônimo, filho de Antônio Morais e de sua mulher
Madalena Álvares, do lugar da Venda, em 1.o de dezembro de 1626.
ADB. Inquirição de genere et moribus de Carlos de Magalhães Machado, Processo
n.º 3177, Pasta 148 de 14 de julho de 1691.
380
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
so Antunes de Carvalho, familiar do Santo Ofício937, por carta passada
em 30 de março de 1623938, nascido cerca de 1586, e de sua mulher Paula Vieira de Araújo, nascida cerca de 1593. Neta paterna de Antônio Afonso, irmão do cônego da Sé de Braga Domingos Antunes (filhos de
Afonso Anes, da freguesia de São Lourenço de Cabril, lugar de Fafiães,
nas fraldas do Gerês e de sua mulher Inês Martins) e de sua mulher Maria Antunes, também nomeada Maria Vieira Antunes (filha de Diogo
Dalé e de sua mulher Maria Antunes, gente nobre), lavradores. Neta materna de Baltasar Vieira (filho de Gonçalo Vieira, homem que vivia de
sua fazenda e de sua mulher Filipa de Magalhães, nobres e honrados e
dos principais desta terra) e de sua mulher Inês de Araújo (filha de Gonçalo Pires, alcaide da vila de Montalegre e de sua mulher Catarina de
Araújo), moradores na vila de Montalegre.
Foram pais de:
1 (VII)- JOÃO DE MAGALHÃES MACHADO, que segue.
2 (VII)- FREI SALVADOR, reitor de Moreira, segundo Felgueiras Gaio.
Contudo, na inquirição de Francisco Magalhães Machado, seu
sobrinho bisneto, veio mencionado como Frei Salvador, religioso da Graça.939
3 (VII)- PADRE FRANCISCO DE MAGALHÃES MACHADO, que segue no
§ 102.o.
4 (VII)- GREGÓRIO DE MAGALHÃES MACHADO, que segue no § 103.o.
5 (VII)- DONA JOSEFA, freira dos Remédios, segundo Felgueiras Gaio.
6 (VII)- FÉLIX MAGALHÃES MACHADO, que nasceu em Montalegre.
Casou-se, segundo Gaio, em Barcelos, com com DONA MARIA FRANCISCA PEREIRA DE BRITO, senhora do Morgado do
Rato, em Salvador do Campo. Casou-se, segunda vez, com
sua criada de quem teve:
1(VIII)- FRANCISCO DE MAGALHÃES MACHADO.
VII -
937
938
939
JOÃO DE MAGALHÃES MACHADO, ou João Machado de Magalhães.
Nascido na vila de Montalegre, onde foi escrivão do público e judicial.
Casou-se, na citada vila de Montalegre, com D. MARIA DA FONTOURA
CARNEIRO. Ambos naturais e moradores da vila de Montalegre, onde vi-
ADB. Idem: “(…) me constou que o avô de Carlos de Magalhães Machado, Afonso
Antunes de Carvalho foi familiar do Santo Ofício (…)”.
IAN/ TT. Habilitação ao Santo Oficio, Affonso, mç. 1, doc. 6.
ADB. Inquirição de genere et moribus de Francisco Magalhães Machado, processo
n.º 29571, pasta n.º 1304 de 21 de novembro de 1733.
Revista da ASBRAP n.º 21
381
viam na sua Quinta de Sobradelo, freguesia de Santa Marta de Pinho do
citado termo da vila de Montalegre. D. Maria da Fontoura era filha de
Baltasar Carneiro e de Maria Carneiro Fontoura, ambos naturais da vila
de Montalegre. Maria Carneiro Fontoura era irmã de Diogo Carneiro
Fontoura, filhos de Domingos Carneiro Fontoura que viveu, segundo
Gaio na vila de Portalegre e de sua prima, com quem casou, Dona Antônia de Fontoura, natural da vila de Chaves, filha de Brás Magalhães Fontoura, da vila de Chaves, o qual era filho de Gaspar de Magalhães e de
Francisca da Fontoura.940
Foram pais de:
1 (VIII)- CARLOS DE MAGALHÃES MACHADO, natural da Quinta do
Sobradelo, Pinho (Santa Marta), Montalegre.941
2 (VIII)- D. ANTÔNIA MARIA DA FONTOURA, que segue.
3 (VIII)- D. MARIANA DA FONTOURA CARNEIRO, mulher do DESEMBARGADOR BENTO DA SILVA RAMALHO, familiar do Santo
Ofício, tendo recebido carta em 15 de abril de 1717.942 Das
inquirições sobre o Dr. Bento da Silva Ramalho, verificou-se
que seus pais e avós, tanto paternos quanto maternos, eram
lavradores e cristãos-velhos. O pretendente a familiar era de
boa vida e costumes, juízo e capacidade; vivia limpa e abastadamente; tinha uma meia fazenda no lugar do Loureiro, que
valeria 600$000 (seiscentos mil réis). O Dr. Bento jurou, na
qualidade de familiar, em fevereiro de 1718 na cidade de Coimbra, sendo então ouvidor da Comarca de Valença do Minho. Em 19 de setembro de 1722 foi enviado aviso à Inquisição de Coimbra que estavam aprovadas as diligências de D.
Mariana. À época que se habilitou, Bento da Silva era Juiz de
Fora da vila de Montalegre. Declarou ser natural do lugar do
Loureiro, freguesia de São João de Tabuaças, concelho de
940
941
942
TEIXEIRA, Júlio A. Fidalgos e morgados de Vila Real e seu termo. Lisboa: J. A.
Telles da Sylva, 1946. Vol. I, p. 460.
ADB. Inquirição de genere et moribus de Carlos de Magalhães Machado, Processo
n.º 3177, Pasta 148 de 14 de julho de 1691. O escrivão dos órfãos Salvador Gomes
da Silva declarou que “conhecia o justificante que era natural e morador nesta vila
de Montalegre porquanto ainda que o justificante nasceu em uma Quinta do Sobradelo freguesia de Santa Marta de Pinho, foi acaso por assistirem seus pais na dita
Quinta no tempo das cultivações testemunha”.
IAN/ TT. Habilitação ao Santo Ofício. Bento, mç. 7, dil. 104, do Dr. Bento da Silva
Ramalho.
382
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
Vieira do Minho, em cuja freguesia foi batizado em 19 de julho de 1678 (fls. 21). Era filho de Jorge Fernandes da Silva e
de sua mulher (casados em 4 de maio de 1659 na freguesia de
Tabuaças) Águeda Jorge; neto paterno de Antônio Fernandes
Teles e de Maria Dias; neto materno de Antônio Jorge e de
Maria Gonçalves.943
VIII - D. ANTÔNIA MARIA DA FONTOURA CARNEIRO, que nasceu em Nossa
Senhora da Assunção, Montalegre, Chaves. Casou-se, na capela de Santo André, Pinho (Santa Marta), Chaves, em 30 de junho de 1705, com
JOÃO BATISTA LABORÃO DE ALMEIDA944, que nasceu no lugar de Ruivães, Ruivães (São Martinho), Vieira do Minho, em 6 de abril de
1681.945 Faleceu na Casa de Dentro, Ruivães (São Martinho), Vieira do
Minho, em 28 de agosto de 1725.946 Capitão-mor de Ruivães de 1706 a
1707 e capitão de cavalos da província de Trás-os-Montes em 1709. Filho de Gervásio Pena de Miranda e de sua manceba Isabel João Preto.947
Neto paterno do Capitão-Mor de Ruivães Mateus Pena de Macedo948 e
de sua mulher Dona Ana Machado de Miranda.949 Neto materno de João
Preto e de sua mulher Maria Fernandes.
Foram pais de:
1 (IX)DONA ANA MARIA FONTOURA, nasceu na Casa de Dentro,
Ruivães (São Martinho), Vieira do Minho, em 2 de junho de
943
944
945
946
947
948
949
GAIO, Manoel José da Costa Felgueiras. Op. cit. Vol. X: Vieiras, § 96 N 16.
Foi batizado com o nome de Batista, ao casamento ainda é nomeado por tal, mas a
partir do nascimento dos filhos adota por primeiro nome João.
ADB. Misto 3, Ruivães, São Martinho, Vieira do Minho, Paroquial n.º 175, fls. 54v.
ADB. Misto 4, Ruivães, São Martinho, Vieira do Minho, Paroquial n.º 176, fls. 155.
ADB. Misto 2, Ruivães, São Martinho, Vieira do Minho, Paroquial n.º 174, fls. 23.
Batizado no Lugar de Ruivães, Ruivães (São Martinho), Vieira do Minho, em 27 de
abril de 1648.947
Filho do sargento-mor de Ruivães Sebastião de Pena e de sua mulher Madalena de
Macedo, senhora da casa de Dentro em Ruivães.
Filha de Baltasar de Campos e de sua mulher Ângela de Miranda. [São conhecidas
duas entradas deste casal no Felgueiras Gaio. No título Laborão, onde os pais de
Ana Machado de Miranda são nomeados Brás de Campos e Ângela de Miranda
(GAIO, Manoel José da Costa Felgueiras. Op. cit. Vol. VI: Laborões, § 1, N 5, p.
203), a outra no título Machados, onde os pais de Ana Machado de Miranda são
nomeados Ângela Barbosa Correia e Baltazar de Campos (GAIO, Manoel José da
Costa Felgueiras. Op. cit. Vol. VII: Machados, § 14, N 23, p. 71)].
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1706950, batizada em 13. Foram padrinhos o Padre José
Rebelo e Luzia Machado, filha que ficou de Gervásio Pena de
Miranda. Casou-se, na freguesia de sua naturalidade, em 25
de agosto de 1726951 com GERVÁSIO FERREIRA DE
CARVALHO, natural do lugar da Ponte de Pé, Refojos (São
Miguel), Cabeceiras de Basto. Filho de Antônio Ferreira e de
sua mulher Isabel Pereira.
ANTÔNIO JOSÉ DE MAGALHÃES LABORÃO DE ALMEIDA, que
segue.
PADRE FÉLIX ANTÔNIO MACHADO952 que nasceu na Casa de
Dentro, Ruivães (São Martinho), Vieira do Minho, em 4 de
agosto de 1708.953 Batizado em 19 pelo Padre Félix Machado,
natural da vila de Guimarães e assistente na freguesia de
Abadim. Foram padrinhos Inácio de Macedo Pereira, irmão
do pai do menino, por procuração do reverendo padre
Antônio Machado de Faria, assistente em Lisboa e natural da
vila de Viana e Bárbara Maria da Fontoura Carneiro, mulher
de João Peres, da freguesia de Sobradelo, comarca de Chaves.
LUZIA MARIA, nascida em 26 de agosto de 1709 na Casa de
Dentro, Ruivães (São Martinho), Vieira do Minho.954
[Batizada ao primeiro de setembro. Padrinho: Inácio de
Macedo Pereira, capitão-mor da vila, por procuração bastante
do reverendo Jerônimo Rebelo de Macedo, abade da Graça,
termo de Braga e Mariana de Magalhães Machado, da vila de
Montalegre].
ISABEL MARIA, nascida em 11 de abril de 1711 na Casa de
Dentro, Ruivães (São Martinho), Vieira do Minho.955
[Batizada em 22 pelo Reverendo André Soares Rebelo, abade
de São Lourenço de Cabril. Padrinho: Antônio de Macedo
Portugal, sobrinho do Reverendo Abade da Graça Jerônimo
Rebelo de Macedo, da cidade de Braga e Isabel Maria, irmã
do dito André Soares Rebelo].
ADB. Misto 4, Ruivães, São Martinho, Vieira do Minho, Paroquial n.º 176, fls. 23v.
ADB. Misto 4, Ruivães, São Martinho, Vieira do Minho, Paroquial n.º 176, fls. 227.
ADB. Inquirição de genere et moribus, Processo n.º 28864, Pasta n.º 1269, de 26 de
agosto de 1727.
ADB. Misto 4, Ruivães, São Martinho, Vieira do Minho, Paroquial n.º 176, fls. 35v.
ADB. Misto 4, Ruivães, São Martinho, Vieira do Minho, Paroquial n.º 176, fls. 43.
ADB. Misto 4, Ruivães, São Martinho, Vieira do Minho, Paroquial n.º 176, fls. 56v.
384
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
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PADRE GERVÁSIO PENA MIRANDA956, ou Gervásio de
Magalhães, nascido em 15 de dezembro de 1712 na Casa de
Dentro, Ruivães (São Martinho), Vieira do Minho.957
[Batizado em 30 pelo reverendo Padre João Pereira, do lugar
de Frades. Padrinho: Luís Maia Coimbra, sargento-mor em
Fafe e Luzia Machado de Miranda, por procuração de Dona
Catarina Maria de Lacerda, mulher do sobredito Luís Maia
Coimbra].
FRUTUOSO, nascido em 13 de abril de 1714 na Casa de
Dentro, Ruivães (São Martinho), Vieira do Minho.958
Batizado em 23. Foram padrinhos Constantino Barreto de
Meneses, morador em Braga, por procuração que fez ao
Capitão-Mor Inácio Macedo Pereira, da citada vila, e a Maria
Pereira Araújo, do lugar do Vale.
MARIA JOSEFA MAGALHÃES FONTOURA959, que nasceu em 10
de setembro de 1716 na Casa de Dentro, Ruivães (São
Martinho), Vieira do Minho.960 [Batizada em 5 de outubro
pelo reverendo Silvestre Pires da Silva, vigário de São Gens
de Montelongo. Foram padrinhos Inácio de Macedo Pereira,
capitão-mor de Ruivães, por procuração que teve Antônio
Machado de Azevedo, capitão de cavalos, natural de Barcelos
e Nuno de Lima Noronha Lobo, capitão-mor de Cabeceiras de
Basto, procurador de sua mulher Dona Maria Josefa de
Abreu.Casou-se, no mesmo local, em 9 de novembro de 1740,
com MANUEL DE MOURA, nascido em Viade, Santa Maria,
Montalegre, filho de Manuel de Moura e de sua mulher Maria
Gonçalves.
JOÃO BATISTA, que nasceu em 13 de agosto de 1717 na Casa
de Dentro, Ruivães (São Martinho), Vieira do Minho.961
Batizado em 24 pelo reverendo Padre Manuel Pinto da de
ADB. Inquirição de genere et moribus, Processo n.º 27667, Pasta n.º 1214, de 6 de
maio de 1737.
ADB. Misto 4, Ruivães, São Martinho, Vieira do Minho, Paroquial n.º 176, fls. 68.
ADB. Misto 4, Ruivães, São Martinho, Vieira do Minho, Paroquial n.º 176, fls. 80.
Foi batizada com o nome de Josefa Maria de São Nicolau.
ADB. Nascimentos 1, Ruivães, São Martinho, Vieira do Minho, Paroquial n.º 177,
fls. 8v.
ADB. Nascimentos 1, Ruivães, São Martinho, Vieira do Minho, Paroquial n.º 177,
fls. 15v.
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Ruivães. Foram padrinhos Inácio de Macedo Pereira, capitãomor de Ruivães e Ana Maria irmã do batizado.
JOSÉ ANTÔNIO, que nasceu em 23 de julho de 1718 na Casa
de Dentro, Ruivães (São Martinho), Vieira do Minho.962
Batizado em 5 de agosto pelo reverendo padre Silvestre Pires
da Silva, vigário de São Gens de Montelongo. Foram
padrinhos Inácio de Macedo Pereira, capitão-mor de Ruivães,
por procuração que teve de Antônio Morais de Castro, natural
da vila de Chaves e Dona Ana Maria Fontoura, irmã do
batizado, por procuração de Catarina de Sá Morais, viúva que
ficou de Fernando Velho de Barros, natural da vila de Chaves.
BENTO MANUEL, que nasceu em 5 de abril de 1720 na Casa
de Dentro, Ruivães (São Martinho), Vieira do Minho.963
Batizado em 11 pelo Reverendo Abade de Santa Marinha,
João Castelino de Freitas. Foram padrinhos Baltasar
Magalhães Machado, da vila de Montalegre e Dona Ana, irmã
do batizado, por procuração que tinha de Maria dos Reis da
cidade do Porto.
DONA CAETANA DE FONTOURA.964
ANTÔNIO JOSÉ MAGALHÃES LABORÃO DE ALMEIDA, capitão-mor da vila
de Ruivães, Senhor da Casa de Dentro e administrador do vínculo de
Ruivães, cavaleiro professo na ordem de Cristo e familiar do Santo
Ofício.965 Nasceu em 23 de agosto de 1707 em Ruivães (São Martinho),
Vieira do Minho.966 Casou-se, na mesma localidade, em 27 de março de
ADB. Nascimentos 1, Ruivães, São Martinho, Vieira do Minho, Paroquial n.º 177,
fls. 20v e 21.
ADB. Nascimentos 1, Ruivães, São Martinho, Vieira do Minho, Paroquial n.º 177,
fls. 32v.
Apadrinha, com seu irmão, o reverendo Gervásio de Pena Miranda, a sua sobrinha
Genoveva Cláudia, filha de seu irmão Antônio José Magalhães Laborão e Almeida,
em 18 de outubro de 1736.
NÓBREGA, Artur Vaz Osório. “Pedras de Armas e Armas Tumulares do Distrito
de Braga”, vol. IV. “Concelho de Vieira do Minho e Póvoa de Lanhoso”, Junta
Distrital de Braga, Braga, 1975, fls. 69.
ADB. Misto 4, Ruivães, São Martinho, Vieira do Minho, Paroquial n.º 176, fls. 27v.
Foram padrinhos o Doutor Antônio da Costa Maciel, cavaleiro professo na Ordem
de Cristo e Juiz de Fora da vila de Montelongo, e Sebastião de Miranda, capitãomor da vila de Montalegre.
386
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
1730967, com DONA ANTÔNIA MARIA DE MENESES, nascida em 7 de
fevereiro de 1711 na Quinta da Portela, Selho (São Jorge), Guimarães.968
Filha de José Ribeiro Bernardes e de sua mulher Dona Cecília Cardoso
de Meneses. Neta paterna de Pedro Fernandes969, senhor da Quinta da
Portela, em Selho (São Jorge) e de sua mulher Maria Fernandes970,
senhora da Quinta do Reboto, Candoso (São Martinho), ambas
freguesias do concelho de Guimarães. Tiveram:
1 (X)JOÃO JOSÉ MENESES LABORÃO971, que nasceu em 22 de
novembro de 1733 na Quinta do Reboto, Candoso (São
Martinho), Guimarães.972 [Batizado em 24. Padrinhos o Padre
Bento Fernandes Branco, do lugar do Reboto e João Ribeiro
Bernardes, morador na Quinta da Portela de São Jorge de
Cima de Selho, seu avô].
2 (X)GENOVEVA CLÁUDIA, que nasceu em 16 de outubro de 1736
na Casa de Dentro, Ruivães (São Martinho), Vieira do
967
968
969
970
971
972
AMAP. Misto 4, Paroquial n.º 757, fls. 3v.
AMAP. Misto 3, Paroquial n.º 756, fls. 52. Foram padrinhos José Ribeiro, estudante
e Dona Catarina, ambos irmãos da batizada.
Nasceu cerca de 1600 na Quinta da Portela, Selho (São Jorge), Guimarães. Encontrâmo-lo pela primeira vez a apadrinhar um batismo, em Candoso, São Martinho,
em 6 de junho de 1627; o afilhado era Jerônimo, filho de Francisco Vaz da Várzea e
de Jerônima Peixoto [AMAP. Misto 2, Paroquial n.º 182, fls. 20v]. Faleceu em 15
de agosto de 1670 na mesma localidade. [AMAP. Misto 1, Paroquial n.º 754, fls.
67]. Teve três ofícios, dois de 14 padres e um de 10 padres de nove lições, a que deram a cada reverendo padre, de cada vez, 150 réis de esmola. Fez manda. Era filho
do senhor da Quinta da Portela Bernardo Fernandes e de sua mulher Maria Fernandes. Neto paterno de Pedro Fernandes e de sua segunda mulher Isabel Fernandes.
Neto materno de Gonçalo Fernandes, senhor do Casal da Ribeira, Candoso (São
Martinho) e de sua mulher Maria Álvares.
Filha de Amaro Gonçalves, senhor do Casal do Reboto e de sua mulher Maria Fernandes. Neta paterna de Domingos Gonçalves970 e Ana Gonçalves, senhores do Casal do Reboto. Neta materna de Antônio Gonçalves e de sua mulher Madalena Fernandes, senhores do Casal da Taipa de Baixo em Selho (São Lourenço), Guimarães.
Domingos Gonçalves, senhor do Casal do Reboto, era filho de André Gonçalves e
de sua mulher, neto de Gonçalo Gonçalves e de sua mulher Catarina Martins já falecidos em 14 de fevereiro de 1573, quando sua filha Helena Gonçalves deu a seu
irmão André Gonçalves quitação dos bens móveis e de raiz, que lhe ficaram por
morte de seus pais [AMAP. Notarial n.º 20, fls. 65v a 67].
ADB. Inquisição de genere et moribus, Processo n.º 22002, Pasta n.º 983.
AMAP. fls. 95.
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Minho.973 Batizado em 18. Foram padrinhos o Reverendo
Gervásio Pena de Miranda e sua irmã Dona Caetana
Fontoura.
JOANA MARIA, que nasceu em 1.o de junho de 1738 na Casa
de Dentro, Ruivães (São Martinho), Vieira do Minho.974
Batizada em 4 pelo Reverendo Padre José Rabelo, vigário de
Fiães do Rio. Foram padrinhos o Padre Manuel Rodrigues da
Silva, do lugar de Frades e Catarina Josefa de Lima, mulher
de Francisco Pinto, desta vila de Ruivães.
MARIA RITA, que nasceu em 12 de maio de 1740 na Casa de
Dentro, Ruivães (São Martinho), Vieira do Minho.975
Batizada pelo Reverendo Pedro Cardoso de Meneses, da vila
de Guimarães em 18. Foi padrinho o Reverendo Torcato de
Faria Machado, abade de São Mamede de Negrelos.
ANTÔNIO LUÍS MIRANDA MENESES DE MAGALHÃES.
DONA CECÍLIA MARIA DE MENESES MIRANDA, nascida em 3
de agosto de 1744 na Casa de Dentro, Ruivães (São
Martinho), Vieira do Minho.976 Batizada em 10. Foram
padrinhos o Licenciado Francisco Xavier Ferreira Azevedo,
reitor da igreja de Ruivães e o Reverendo Padre José Gil
Pereira, do lugar do Vale. Casou-se em 5 de julho de 1733 na
Quinta do Carvalhal, Guardizela, Santa Maria, Guimarães
com BERNARDO FÉLIX VELOSO BRANDÃO DE MIRANDA,
nascido em Barqueiros, São João, Barcelos.977 Filho do
Capitão Paulo Antônio Vieira Pinto Brandão e de sua mulher
Dona Micaela Teresa Velosa de Miranda, esta irmã de João
Veloso de Miranda. Tiveram:
1 (XI)DONA CLEMÊNCIA PINTO. Casou-se com
LOURENÇO MACHADO DE MIRANDA, filho de
Antônio de Machado de Miranda e de sua mulher
ADB. Nascimentos 2, Ruivães, São Martinho,
fls. 56v.
ADB. Nascimentos 2, Ruivães, São Martinho,
fls. 70.
ADB. Nascimentos 2, Ruivães, São Martinho,
fls. 82.
ADB. Nascimentos 2, Ruivães, São Martinho,
fls. 109 e v.
AMAP. Misto 4, Paroquial n.º 355, fls. 235.
Vieira do Minho, Paroquial n.º 178,
Vieira do Minho, Paroquial n.º 178,
Vieira do Minho, Paroquial n.º 178,
Vieira do Minho, Paroquial n.º 178,
388
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
Dona Rita Pereira da Cunha. Neta paterna de Luís
Machado de Miranda e de sua mulher Dona Isabel
Maria de Miranda Coelho. Neta materna de
Antônio Frutuoso Pereira da Cunha e de sua
mulher Dona Teresa Maria de Faria.978 Com
geração.
§ 102.o
VII-
PADRE FRANCISCO DE MAGALHÃES MACHADO, filho de Carlos de Magalhães Machado, do § 101.o n.º VI. Teve de PAULA FERNANDES, natural do Lugar das Porcas, freguesia de Geraz (Santo Estêvão), Póvoa de
Lanhoso, o filho:
VIII-
PEDRO DE MAGALHÃES MACHADO. Lavrador e Juiz dos Órfãos do concelho de Lanhoso. Nasceu no Lugar das Porcas, da freguesia de Geraz
(Santo Estêvão), Póvoa de Lanhoso. Faleceu em 2 de julho de 1712 no
Lugar do Porto, Taíde (São Miguel), Póvoa de Lanhoso.979 Casou-se, em
3 de março de 1687, em Carvos (São Gens), Póvoa de Lanhoso, com JE980
RÔNIMA DE ALMEIDA.
Ela nasceu cerca de 1660 no Lugar de Calvos,
Calvos (São Gens), Póvoa de Lanhoso, filha de Antônio Francisco e de
sua mulher Maria de Almeida.
Moraram em Calvos, vivendo do trabalho de suas fazendas
como lavradores honrados. Todavia, a morte de seu tio-avô Gregório de
Magalhães Machado, parece ter alterado a rotina da família. Contemplado no testamento de seu tio-avô com o ofício de juiz dos órfãos, Pedro
de Magalhães Machado mudou-se com a família para o lugar das Porcas,
para assistir à viuvez de Maria Soares Vieira.
Foram pais de:
1 (IX)QUITÉRIA, batizada em 15 de dezembro de 1687 no Lugar de
Calvos, Calvos (São Gens), Póvoa de Lanhoso, distrito de
978
979
980
GAIO, Manoel José da Costa Felgueiras. Op. cit. Vol. VII: Machados, § 17 N 26, p.
73. Aí consta: É Lourenço Machado comendador honorário da Ordem de Cristo e
mal conceituado.
ADB. Misto 2, Taíde (São Miguel), Póvoa de Lanhoso, Paroquial n.º 257, fls. 135v,
n.º 4. Não fez testamento. Sepultado seu corpo com a Irmandade das Almas de Fonte de Arcada.
ADB. Misto 2, Calvos (São Gens), Póvoa de Lanhoso, Paroquial n.º 22, fls. 3v, n.º
1.
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Braga.981 Foram padrinhos Gregório de Magalhães Machado
e sua mulher Maria Soares Vieira, moradores na freguesia de
Vilela.
CARLOS MACHADO DE MAGALHÃES, que segue.
MARIA, batizada em 18 de julho de 1694 em Calvos (São
Gens), Póvoa de Lanhoso.982 Foram padrinhos Belchior Rebelo, de Águas Santas e Maria da Cunha, mulher de Francisco
da Cunha, da Póvoa, freguesia de Santiago da Póvoa de Lanhoso.
MARIANA, batizada em 4 de setembro de 1696 em Calvos
(São Gens), Póvoa de Lanhoso.983 Foram pPadrinhos Belchior
Rebelo, de Águas Santas e Dona Mariana da Cunha, mulher
do Licenciado Francisco da Cunha, moradores no lugar da
Póvoa, freguesia de Santiago da Póvoa de Lanhoso.
BERNARDA, batizada em 29 de julho de 1699 em Calvos (São
Gens), Póvoa de Lanhoso. Foram padrinhos o Reverendo
Domingos Fiúza de Matos, abade de São Tiago da Oliveira e
Dona Bernarda da Costa, da freguesia de Santo Estêvão de
Geraz.
CARLOS DE MAGALHÃES MACHADO. Batizado em 3 de março de 1689
em Calvos (São Gens), Póvoa de Lanhoso.984 Foram padrinhos Gregório
de Magalhães Machado e sua mulher Maria Soares Vieira, moradores na
freguesia de Vilela. Casou-se, em 23 de abril de 1713, em Taíde (São
Miguel), Póvoa de Lanhoso, com ISABEL DOS REIS (ou Isabel Rodrigues), natural do Lugar do Bobeiro, Taíde (São Miguel), Póvoa de Lanhoso. Filha de Domingos da Cunha, natural do lugar de Bobeiro, Taíde
(São Miguel), Póvoa de Lanhoso e de sua mulher Maria dos Reis, natural do lugar de Vea Cova, freguesia de Santiago de Lanhoso. Foram pais
de:
1 (X)PADRE FRANCISCO DE MAGALHÃES MACHADO, que segue.
ADB. Misto 2, Calvos (São Gens), Póvoa de Lanhoso, Paroquial n.º 22, fls. 29v, n.º
2.
ADB. Misto 2, Calvos (São Gens), Póvoa de Lanhoso, Paroquial n.º 32, fls. 39v, n.º
2.
ADB. Misto 2, Calvos (São Gens), Póvoa de Lanhoso, Paroquial n.º 32, fls. 40v, n.º
2.
ADB. Misto 2, Calvos (São Gens), Póvoa de Lanhoso, Paroquial n.º 32, fls. 29, n.º
3
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Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
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BERNARDA (na dúvida), nascida em 9 de dezembro de 1722.
PRUDÊNCIA (na dúvida). Nasceu em 19 de setembro de 1725
no lugar do Porto, tendo sido batizada em 23 na freguesia de
São Miguel de Taíde, concelho de Póvoa de Lanhoso, filha de
Carlos de Magalhães e de sua mulher Isabel dos Reis.
PADRE FRANCISCO DE MAGALHÃES MACHADO, nasceu em 17 de abril de
1718 no lugar do Porto, Taíde (São Miguel) Póvoa de Lanhoso, onde foi
batizado em 20 do mesmo mês.985 Foram padrinhos o Padre Francisco
Álvares de Povoa, da freguesia de Salvador de Fonte de Arcada, e Maria, filha de João Luís da Cruz, da mesma freguesia. Habilitou-se de genere et moribus em 1733 em Braga.986 Familiar do Santo Ofício.987 Recebeu carta de familiar em 5 de fevereiro de 1754: era estudante, solteiro,
natural e morador da freguesia de São Miguel de Taíde, concelho de Lanhoso, comarca de Guimarães, arcebispado de Braga.
§ 103.o
GREGÓRIO DE MAGALHÃES MACHADO, filho de Carlos de Magalhães
Machado, do § 101.o n.º VI. Nasceu na freguesia da Senhora da Assunção, Montalegre, Chaves. Senhor da Quinta de Magalhães e Juiz dos Órfãos do concelho de Lanhoso. Serviu nas Guerras contra Castela e foi
superintendente da criação de cavalos no concelho de Guimarães, ocupando o cargo de coudel-mor, segundo informa Felgueiras Gaio. Faleceu
em 16 de setembro de 1699 na Quinta do Porto, Taíde (São Miguel),
Póvoa de Lanhoso.988 Casou-se com MARIA SOARES VIEIRA, senhora da
dita Quinta do Porto, Taíde (São Miguel), Póvoa de Lanhoso, aí falecida
ADB. Fls. 28v.
ADB. Processo de genere et moribus n.º 29571, Pasta n.º 1304.
IAN/ TT. Habilitação ao Santo Ofício. Francisco, mç. 79, dil. 1395. Por seu processo estar em mau estado de conservação, nos valemos dos resumos das salas de índices.
ADB. Misto 2, Taíde (São Miguel), Póvoa de Lanhoso, Paroquial n.º 257, fls. 132,
n.º 3. “Aos dezasseis dias do mês de Setembro de mil e seiscentos e noventa e nove,
levou Deus da vida presente com todos os sacramentos necessários a Gregório de
Magalhães Machado, juiz dos órfãos morador no lugar do Porto desta freg.a fez
testamento e no dia teve de presente dezoito padres e lhe fizeraõ offício de nove lições, e logo os outros dois offícios hum de quinze padres e outro de dezasseis e por
verdade fiz e assinei. José Pinheiro”.
Revista da ASBRAP n.º 21
391
em 13 de janeiro de 1728.989 Filha de João Rodrigues Vieira e de sua
mulher Inês Soares Vivas de Amorim.990 Foram pais de:
VIII-
III-
989
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992
993
994
D. PAULA MACHADO DE MAGALHÃES, mulher de BELCHIOR MACHADO
CARMONA, batizado em Barcelos em 22 de setembro de 1651. Cavaleiro
professo na Ordem de Cristo em 27 de março de 1655. Veio a falecer em
17 de setembro de 1720, na sua casa da rua do Açougue, em Barcelos e
"fez testamento em que deixa a sua mulher Dona Paula por herdeira e
testamenteiros seu irmão Lopo de Barros e Vasconcelos e seu sobrinho
Manuel Arriscado".991 Tiveram um filho que morreu menor. Sem geração.
§ 104.o
MANUEL AFONSO DO CANTO, filho de Vasco Afonso, do § 1.o n.º II. Nas
vereações de 1535 aparece com alguma frequência um Manuel Afonso992 constando como um dos “honrados desta vila”.993 Em 20 de março
surgiu um Manuel Afonso, o qual era rendeiro da imposição dos vinhos.994 Foi contador dos Contos da Ilha da Madeira, que lhe ficou de
seu sogro.995 Casou-se com ISABEL VIEIRA. Pais de, ao menos:
ADB. Misto 3, Taíde (São Miguel), Paroquial n.º 258, fls. 161, n.º 3. Fez testamento, cujo traslado se encontra no livro de testamentos. Deixou por sua herdeira universal a sua filha Dona Paula, viúva de Belchior Machado de Figueiredo Carmona,
moradora no lugar das Porcas, freguesia de Santo Estêvão de Geraz.
Felgueiras Gaio nomeia de Inês Soares de Aboim da Portela de Abade: GAIO, Manoel José da Costa Felgueiras. Op. cit. Vol. X: Vieiras, § 73 N 14, p. 209.
António Júlio Limpo Trigueiros, SJ; Eugénio Andrea da Cunha e Freitas; Maria da
Conceição Cardoso Pereira de Lacerda “Barcelos Histórico Monumental e Artístico”, Edições APPACDM Distrital de Braga. Braga, 1998.
E assim mandaram que Jeronymo Rodrigues e Manuel Affonso e João Annes corram a cisa do tento e arrecadem bem e fielmente e darão juramento dos evangelhos
a Jeronymo Rodrigues e Manuel Affonso que estavam presentes que o farão bem e
fielmente e assim o juraram e prometeram fazer. In FARIA, João Lopes. “Vereações (Guimarães, 1531)”. In Revista Guimarães, n.º 107, 1997, p. 3.
FARIA, João Lopes. “Vereações (Guimarães, 1531)”. In Revista Guimarães, n.º
107, 1997, p. 31.
Aos 20 dias de Março de 1531 anos na Câmara da Vila de Guimarães estando aí
Bertholameu Gomes juiz e João Annes do Canto e Antonio da Costa e Nuno Alvres
e Nicolau Pires vereadores e João Alvres procurador do concelho acordaram que
Pero Francisco escreva no livro das cisas dos vinhos enquanto não vier Manuel da
Silva porque Manuel Affonso é rendeiro da imposição dos vinhos e não deve ser
392
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
1 (IV)IV-
FRANCISCO VIEIRA DO CANTO, que segue.
FRANCISCO VIEIRA DO CANTO, nascido em Guimarães, citando o Nobiliário de Noronha:
o pri/meiro que veio a esta Ilha era natural da / Villa de Guimaraens, em Portugal; e segundo / vi por documentos autenticos
d’aquelle / tempo, que tenho em meu poder, era primo co-irmão de
Pedreanes d’o Canto, o qual / veio também com elle, e d’aqui passou / às Ilhas d’os Açores, onde casou na Tecei/ra com D. Violante
de Meneses, onde se continua sua / sucessão com morgados que elle
instituiu.
Consta d’o testamento d’o dicto Fran/cisco Vieira deixar que se
vendesse a seu / irmão em Guimaraens um praso, que elle / lá tinha,
chamado de Albardeiro, e estava / à porta d’o Campo da Feira, e
assim al/gum prazo mais que elle herdasse por / morte de seu pae e
mãe: Foi Contador / d’os Contos d’esta Ilha Officio que lhe // (fl.
144) ficou de seu sogro. Morreu em 25 de Maio / de 1544 a., e jaz
enterrado n’a Sé desta / Cidade, com sua 1.ª mulher. /
Casou-se, primeira vez, com Beatriz Gonçalves, / filha H. de Pedro
Eannes que n’esta Ilha / serviu o officio de Contador d’os Contos
por Mercê d’o Infante D. Henrique, - e de sua / mulher Izabel Gonçalves, filha de Gonçalo Aires Ferreira, em titulo de Ferreiras, §
1m / N.º 1.º, a qual morreu em 10 de Junho / de 1540, e jaz sepultada n’a Sé d’esta Cidade».
Casou-se, segunda vez, com MARGARIDA FERREIRA. Sem geração.
1 (V)-
2 (V)-
995
Teve do primeiro matrimônio:
DIOGO VIEIRA DO CANTO, que estudou em Coimbra e foi padre da Companhia de Jesus, confessor da Infanta D. Maria, filha d‟El Rei D. Manuel.
MANUEL VIEIRA DO CANTO, que segue.
rendeiro o escrivão e isto acordaram a requerimento dos vinhateiros por o haverem por razão e justiça, porque o dito Manuel Affonso sirva ao qual Pero Francisco deram juramento dos evangelhos que o faça bem e verdadeiramente e assim o
jurou e prometeu fazer e o mandaram assim escrever João Vieira o escrevi e nos
mais autos da cisa escreva o dito Manuel Affonso. Assinaturas: Bertholameu Gomes, Antonio da Costa, Nuno Alvres, Pero Francisco. In FARIA, João Lopes. “Vereações (Guimarães, 1531)”. Revista Guimarães, n.º 107, 1997, pp. 35 e 36.
NORONHA, Henrique Henriques de. Nobiliário da Ilha da Madeira. São Paulo:
Instituto Genealógico Brasileiro. 3 volumes. 1947. Tomo I, pp. 194-196.
Revista da ASBRAP n.º 21
3 (V)4 (V)-
5 (V)6 (V)7 (V)-
V-
III-
393
JERÔNIMO VIEIRA DO CANTO, que morreu solteiro, sem geração, segundo Noronha.
DONA ISABEL VIEIRA, casada com MIGUEL RODRIGUES NETO, filho de João Rodrigues Neto Calaça e de sua mulher
Maior do Canha. «Nesta Isabel Vieira instituiu um morgado
de fêmea Izabel Gonçalves, irmaã de sua mãe Beatriz Gonçalves, segundo se vê do seu testamento feito em 20 de Junho
de 1525, e aberto em 11 de abril de 1526».
BEATRIZ DE ABREU, solteira.
DONA ANTÔNIA VIEIRA DO CANTO, casada na Sé em 1552
com JOÃO FERREIRA (fls. 66).
DONA GUIOMAR VIEIRA, «que seu pai mandou metter Freira
em Villa d‟o Conde, e morreu solteira em 12 de março de
1562».
MANUEL VIEIRA DO CANTO, nascido na Sé do Funchal, aí faleceu em 28
de janeiro de 1620, sendo sepultado no «Capítulo Velho de S. Francisco
d‟esta cidade, em cuja campa se lê o seu nome». Casou-se com BEATRIZ
DE ABREU, falecida em 18 de novembro de 1602, filha de Fernão Florença de Abreu e de sua mulher Isabel Gonçalves. Tiveram:
1 (VI)GASPAR VIEIRA DE ABREU, nasceu na Sé do Funchal em 14
de janeiro de 1554, «serviu a El Rei n‟as / galés, sendo Capitão Mór d‟ellas Diogo Lop/es de Siqueira n‟os annos de 1576;
achou-se na restauração d‟a Ilha Terceira, com com/panhia
d‟os Aventureiros de que era Capitão D. Felix de Aragão n‟o
anno de 1583. / Serviu 3 annos em África por carta D‟El Rei
D. Filippe 2º.»
§ 105.o
GONÇALO ANES DO CANTO, filho de Vasco Afonso, do § 1.o n.º II. Mercador, morador à rua de Santa Maria pelos anos de 1460. Casou-se com
INÊS ANES. Tiveram:
1 (IV)ISABEL GONÇALVES, que segue.
2 (IV)................, mulher de FERNÃO ÁLVARES DA MAIA.
Pais do CÔNEGO ANDRÉ GONÇALVES DA MAIA e de
ANTÔNIO MACHADO DA MAIA.
3 (IV)MARIA ANES, casada com JOÃO PEIXOTO, escudeiro,
morador à Torre Velha. Segue no § 136.o.
394
IV-
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
ISABEL GONÇALVES, nascida na rua de Santa Maria, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, cerca de 1495. Casou-se com BARTOLOMEU AFONSO,
mercador. Dele consta o seguinte documento: 996
Prazo de Bertolameu Afonso e d’António Vieira seu filho do Campo
e Vinha e Devesas de Souto da Parede // Que o Mosteiro da Costa
Fez // Ano de 1530 a vinte de Julho.
1 (V)2 (V)-
V996
997
998
Tiveram:
ANTÔNIO VIEIRA DO CANTO, que segue.
MARGARIDA GONÇALVES DO CANTO. Era filha de Isabel
Gonçalves [do Canto] e de seu marido Bartolomeu Afonso,
neta materna de Gonçalo Anes do Canto e de sua mulher Inês
Anes. Felgueiras Gaio a nomeia por Maria Gonçalves Couto,
dando-a como segunda mulher de Salvador Lopes da Rocha.997 Aponta ainda que “alguns duvidavam deste casamento”, pelo que não faça dúvida de futuro, que este matrimônio
ocorreu, como o atestam várias notas no AMAP. A nossa dúvida recai efetivamente se foi de fato segunda mulher de Salvador Lopes da Rocha, ou pelo contrário foi a primeira e única. Casou-se, como ficou dito, pelos anos de 1510, com SALVADOR LOPES DA ROCHA, escudeiro fidalgo, falecido antes de
1568 (dote da filha de seu caseiro João Afonso de Castelo
Maçoulo).
ANTÔNIO VIEIRA DO CANTO, Cavaleiro Fidalgo, administrador do Morgado instituído pelo Prior Gomes Afonso.998 Nasceu na rua de Santa MaAMAP. MC-122. Livro 1 dos Prazos da Costa, fls. 55 a 58v.
GAIO, Manoel José da Costa Felgueiras. Op. cit. Vol. IX: Rochas, § 4 N 3, p. 153.
AMAP. Notarial n.º 7, fls. 141 a 142v. Ano de 1567 a 14 de Maio. Instrumento de
vinculação: “ […] Nas posadas do priorado da colegiada estando aí presente o
muito reverendo Gomes Afonso Dom prior da Colegiada e por ele foi dito que ele
tinha feito uma instituição de morgado ou capela de certos bens de herdade de dízimo a Deus que tinha na aldeia de Trancos [ou Taucos] da Chaã da freguesia de
São Vicente da Chãa Terra de Barroso os quais avinculara pera se dizerem certas
missas rezadas para sempre e hos dera a administracão delles a António Vieira do
Canto Cavaleiro Fidalgo e a sua molher Lianor Gonçalves sobrinha dele Senhor
Dom Prior moradores na dita vila […] pela alma de Afonso Pires pai dele Senhor
Dom prior como mais largamente se contém da dita instituição que fora feita segundo disse por João Ribeiro tabelião no ano de 1533 e que ele Dom Prior lhe aprazia de avincular mais à dita instituição de morgado ou capela hum casal que ele
[…] e que a administração do dito morgado andasse no filho mais velho que dele
Revista da ASBRAP n.º 21
395
ria, Guimarães. Casou-se com LEONOR GONÇALVES, filha de Lançarote
Gonçalves e de sua mulher Guiomar Afonso, irmã do D. Prior da Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira, Gomes Afonso, naturais do Barroso. Neta paterna de Gonçalo Esteves de Figueiredo ou Rabelo e de sua
mulher Cecília de Figueiredo. Neta materna de Afonso Pires, abade que
foi de Monte Alegre.999 Era seu tio, irmão do Dom Prior e de sua mãe
Guiomar Afonso, o escrivão dos órfãos de Guimarães, o senhor Gomes
Gonçalves, casado com a senhora dona Ana Vieira do Vale, irmã do
Doutor Jorge Vieira do Vale. Tiveram:
1 (VI)PAULA VIEIRA DO CANTO, que segue.
2 (VI)PETRONILHA VIEIRA DO CANTO, que segue no § 107.o.
3 (VI)ISABEL VIEIRA DO CANTO.
VI-
999
1000
PAULA VIEIRA DO CANTO, casou-se com MANUEL DA CUNHA DE MES1000
QUITA
, natural da vila de Guimarães, que contava 53 anos de idade
em 4 de dezembro de 1598, quanto serviu de testemunha na inquirição
António Vieira e sua molher Lianor Gonçalves nascesse […] não havendo homem
passará para a fêmea”.
AMAP. Notarial n.º 7, fls. 148. Ano de 1567 a 27 de maio de 1567. Procuração que
fez Guiomar Afonso. “ […] Na Rua de Santa Maria nas pousadas de Baltasar
Gonçalves cónego na colegiada estando ahi presente a S.ra Guiomar Afonso dona
viúva moradora nesta vila mulher que foi de Lançarote Gonçalves que santa glória
aja, fez seu bastante procurador a António Vieira do Canto cavaleiro fidalguo morador nesta vila para demandar a João Pires de Medeiros da freguesia de São Vicente da Chãa por certas herdades que traz […] que Afonso Pires abade que foi de
Monte Alegre que Santa Gória aja e pai dela antigamente lhe comprou asi pelos
foros delas que havia anos não paguava como he obrigado por prazo que dellas
lhe fez o dito abbade […] disse ela constituinte que as avia por avincoladas e anexas ao morgado que Guomes Afonso dom abade prior que foi da colegiada […] seu
irmão que Santa Glória aja tem feito das herdades de Travaços da Chãa […]”.
AMAP. Notarial n.º 7, fls. 256v. Ano de 1567 a 24 de outubro. Quitação que fez
Manuel da Cunha de Mesquita a seu sogro Antônio Vieira do Canto: “ […] Nas
pousadas de António Vieira do Canto cavaleiro fidalgo morador na dita vila apareceu Manuel da Cunha de Mesquita fidalgo morador nesta vila genro do dito António Vieira pelo que Manuel da Cunha foi dito que he verdade que ele he paguo e
satisfeito de seiscentos mil reis que lhe prometerão em casamento # por bestidos
que ele seu sogro dera a sua filha Paula Vieira e asi peças d’ouro como também de
prata e assim também camas e peças de casa e assi o lugar de São Pedro cuja propriedade he de Nossa S.ra da Oliveira que estava emprazado na dita Paula Vieira
primeira vida […] e assi por o dito contrato estar cumprido se deu por quite ao dito António Vieira seu sogro […]”.
396
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
de genere, de moribus et de reditibus, do licenciado Manuel Afonso da
Guerra1001, pelo que terá nascido cerca de 1545. Cavaleiro Fidalgo e Juiz
ordinário na vila de Guimarães1002, era filho de Gaspar da Cunha e de
sua mulher, a senhora Francisca da Silva1003 Manuel parece ter casado
segunda vez com Catarina Golias. Possuía, como refere a dita inquirição,
«una quinta de hacienda en terra de Basto, donde es natural el dicho
António Afonso, padre del oppositor», entendemos que na freguesia de
São Romão do Corgo, de onde era natural o pai do bispo de Cabo Verde.1004
Tiveram:
1 (VII)- EUGÊNIA DE MESQUITA. Casou-se com PEDRO DE SOUSA, filho de Matias de Sousa e de sua mulher Anastácia de Barros,
esta filha de Gonçalo de Barros, abade de Taboado.1005 Tiveram: DONA MARIA DE BARROS DE MESQUITA, casada com
SEBASTIÃO CORREIA MONTENEGRO, com geração, e DONA
TEODÓSIA DE BARROS.
2 (VII)- ÂNGELA DA CUNHA. Casou-se com MATIAS DE SOUSA, viúvo
de Anastácia de Barros, filho de Antônio de Sousa e de sua
mulher Maria de Miranda, esta filha de Pedro Lourenço de
Miranda.1006 Tiveram: DONA JOANA DE SOUSA, casada com
GABRIEL PEREIRA DE CASTRO, colegial de São Paulo.
3 (VII)- TEODÓSIA DE MESQUITA, que segue.
VII-
1001
1002
1003
1004
1005
1006
TEODÓSIA DE MESQUITA, nasceu na freguesia da Oliveira (Santa Maria),
Guimarães. Foi corrompida em sua honra e virgindade por JERÔNIMO DE
MARQUES, Armando de Jesus. “Inquirição à ascendência, pessoa e bens de um
ilustre vimaranense D. Manuel Afonso da Guerra, Bispo de Cabo Verde, falecido
em 1624”, in Actas do Congresso Histórico de Guimarães, p. 9.
AMAP. Notarial n.º 14, fls. 213: No anno de nascimento de Nosso S.or Jhus Xpo de
mil quinhentos e setenta e sete anos aos vinte e sete dias do mês de Maio do dito
ano na villa de Guimarães na câmara dela estando em câmara fazendo congregados e juntos pera isso Guonçalo Rebelo, Manuel da Cunha de Mesquita Juízes ordinários na dita vila …
AMAP. Notarial 14, fls. 199. GAIO, Manoel José da Costa Felgueiras. Op. cit. Vol.
III: Carvalhos § 36 N 12, p. 438.
MARQUES, Armando de Jesus. Op. cit., p. 9.
GAIO, Manoel José da Costa Felgueiras. Op. cit. Vol. X: Sousas § 23 N 24, p. 344.
GAIO, Manoel José da Costa Felgueiras. Op. cit. Vol. X: Sousas § 23 N 23, pp.
343-344.
Revista da ASBRAP n.º 21
397
SALGADO FARIA, cavaleiro fidalgo, sobrinho de Maria Salgado e de Isabel Salgado de Faria. Filho primogênito de Gonçalo Salgado de Faria,
cavaleiro fidalgo da casa d‟el-rei Nosso Senhor e cavaleiro do hábito de
São Tiago (1592), já defunto em 1598 e de sua primeira mulher Maria
de Sousa, já defunta em 1593 (foi casado segunda vez com Margarida de
Carvalho). Neto paterno de Paio Rodrigues Salgado e de sua mulher Brites de Faria. Neto materno de Afonso Vaz, cavaleiro fidalgo, cidadão da
cidade do Porto, residente em Guimarães pelos anos de 1575-1594 no
Campo da Feira, em 1584 e de sua mulher a Senhora Maria de Sousa.1007
Filha natural de Teodósia de Mesquita com Jerônimo de Salgado Faria:
1 (VIII)- PAULA DE MESQUITA DA CUNHA, nascida na freguesia de Oliveira (Santa Maria), casada na freguesia de sua naturalidade
em 13 de janeiro de 1630 com HENRIQUE DE SOUSA.1008 O
noivo era natural de Santo Estêvão de Regadas, filho de Gaspar de Oliveira Meireles e de sua mulher Paula de Sousa, com
dispensa, por serem parentes no terceiro grau de consanguinidade, por Sua Santidade. Paula de Sousa apadrinha, em 3 de
março de 1608, em Pombeiro, a Paula, filha de João Bernardes e de sua mulher Dionísia da Silva (fls. 12v, n.º 1).
Teodósia de Mesquita, ainda teve de JOÃO NOGUEIRA DO
CANTO, seu parente, em § 122.o n.o V), tesoureiro na Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira (Guimarães), filho de Cosme do Canto, natural
da vila de Guimarães, e de Ana Nogueira, duas filhas naturais, que seguem: 1009
2 (VIII)- ÂNGELA DE MESQUITA, que segue.
3 (VIII)- MARIA DE MESQUITA, que segue no § 106.o.
VIII-
1007
1008
1009
1010
ÂNGELA DE MESQUITA. Nasceu na rua de Santa Maria, Guimarães, Oliveira (Santa Maria), Guimarães. Casou-se (segundo Manso de Lima, por
amores), na freguesia de sua naturalidade, em 3 de outubro de 16211010
com DIOGO SOARES, que nasceu na rua da Tulha, Oliveira (Santa Mari-
GAIO, Manoel José da Costa Felgueiras. Op. cit. Vol. V: Farias, § 20, N 9, p. 121.
AMAP. Misto 2, Paroquial n.º 360, fls. 167, n.º 1.
LIMA, Jacinto Leitão Manso de (1690-1753). Famílias de Portugal. Tomo VI: Cantos, p. 430, § 13.
AMAP. Misto 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 360, fls. 161, n.º
3. Testemunhas Gonçalo de Morgade e Diogo da Costa e Silva.
398
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
a), Guimarães, em 15 de setembro de 1601.1011 Filho de Gonçalo Gonçalves, sapateiro, e de sua mulher Ana Soares. Tiveram:
1 (IX)MARIA, que nasceu na rua da Tulha, Oliveira (Santa Maria),
Guimarães, batizada em 11 de novembro de 1621.1012 Foram
padrinhos Francisco Soares e Antônia da Silva, vizinhos.
2 (IX)DOMINGOS, que nasceu na rua Tulha, Oliveira (Santa Maria),
Guimarães, em 21 de abril de 1623.1013 Foram padrinhos Simão Álvares, ourives, e Maria Vieira, filha de Domingos
Lourenço da Graça.
3 (IX)JOÃO, que nasceu na rua da Tulha, Oliveira (Santa Maria),
Guimarães, em 11 de março de 1627.1014 Foram padrinhos
Mateus de Freitas e Maria Vaz, mulher de Gonçalo João, tosador.
4 (IX)JERÔNIMO, que nasceu na rua da Tulha, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, em 10 de fevereiro de 1628.1015 Foram padrinhos Jerônimo ou João Peixoto e Paula de Mesquita.
5 (IX)PADRE FRANCISCO DE MESQUITA DA CUNHA, que nasceu na
rua da Sapateira, São Paio, Guimarães, em 5 de novembro de
16301016, batizado em casa pela parteira, foi à igreja receber
os santos óleos. Foi vigário de Urgeses. Faleceu em São Paio
aos vinte dias do mês de Março de 16891017, com testamento
datado de 1687, no qual legou à Misericórdia de Guimarães
200$000, com obrigação de três anuais por sua alma.1018 Mais
1011
AMAP. Misto 1, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 359, fls. 29v, n.º
6. Foram padrinhos Diogo da Costa e Susana Vieira mulher de Antônio da Costa
Barcelos.
1012
AMAP. Misto 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 360, fls. 37, n.º 4.
1013
AMAP. Misto 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 360, fls. 48v, n.º
5.
1014
AMAP. Misto 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 360, fls. 78v, n.º
2.
1015
AMAP. Misto 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 360, 85, n.º 4.
1016
AMAP. Misto 1, São Paio, Guimarães, Paroquial n.º 407, fls. 57v, n.º 3. Batizado
em casa pela parteira.
1017
-------------1018
ALVES, José Maria Gomes. Apontamentos para a História do Concelho de Guimarães, Urgeses Santo Estêvão, In Boletim de Trabalhos Históricos, n.º 94, Guimarães, p.116. Segundo o autor, «Francisco de Mesquita era filho de Diogo Soares,
Revista da ASBRAP n.º 21
6 (IX)-
7 (IX)-
8 (IX)-
1019
1020
1021
1022
1023
399
deixou 8 medidas de milho e 10 almudes de vinho, este pago
pela propriedade dos Moinhos, de Pentieiros, e aquele pelo
campo das Lagarinhas, lugar de Pentieiros, Santa Maria de
Airão, isto com obrigação de 12 missas por sua alma, de seus
pais e parentes.1019
Teve de MARIA FRANCISCA, moradora no lugar da
Lama, Sande (São Martinho), a filha:
1 (X)ANA DE MESQUITA, nascida no Casal da Lama,
Sande (São Martinho). Casada, na freguesia de sua
naturalidade, em 7 de fevereiro de 1680, com DOMINGOS MENDES, filho de João Duarte e de sua
mulher Inês Mendes, moradores na freguesia de
Azurém (São Pedro).1020
Teve de MARIA FRANCISCA, moradora no lugar da
Lama, Sande (São Martinho), a filha:
2 (X)FULANA, casada com ANTÔNIO RIBEIRO, mercador.
PAULA, nascida na rua da Sapateira, São Paio, Guimarães, em
14 de outubro de 16331021, batizada em 18. Foram padrinhos
Antônio Nogueira do Canto e Paula Lopes, mulher de Francisco Dias, sapateiro da rua Nova das Oliveiras.
JERÔNIMA, nascida na rua da Tulha, Oliveira (Santa Maria),
Guimarães, em 4 de outubro de 1635.1022 Foram padrinhos
Nuno Álvares Carneiro e Maria Pais, mulher de Antônio Borges.
JOSÉ, que nasceu na rua da Tulha, Oliveira (Santa Maria),
Guimarães, em 12 de outubro de 1637, batizado em 16.1023
Foram padrinhos o Padre Pedro Álvares Pereira e sua irmã
Antônia de Faria.
homem humilde, e de Ângela de Mesquita, bisneta de Francisco da Silva, instituidora da Capela dos Martyres de Marrocos em São Francisco».
Idem, pp. 118-120.
AMAP. Misto 3, Paroquial n.º 703, fls. 58, n.º 2.
AMAP. AMAP. Misto 1, São Paio, Guimarães, Paroquial n.º 407, fls. 56, n.º 3.
AMAP. Nascimentos 1, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 362, fls.
56, n.º 4.
AMAP. Nascimentos 1, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 362, fls.
65v, n.º 3.
400
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
9 (IX)-
10 (IX)-
11 (IX)-
VIII-
1024
1025
1026
1027
1028
MANUEL, que nasceu na rua da Tulha, Oliveira (Santa Maria),
Guimarães, em 11 de outubro de 1639, batizado em 17.1024
Foram padrinhos o doutor Rui Gomes Golias e Maria de Almeida da rua dos Mercadores.
ANTÔNIO, que nasceu na rua da Tulha, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, em 1.º de novembro de 1641, batizado em
6.1025 Foram padrinhos Antônio do Vale e Ângela Ribeira, da
rua da Sapateira.
JOÃO, que nasceu na rua da Tulha, Oliveira (Santa Maria),
Guimarães, em 6 de novembro de 1644.1026 Foram padrinhos
o licenciado Antônio Ribeiro e Margarida Nogueira, mulher
de Gaspar Gomes.
§ 106.o
MARIA DE MESQUITA, filha de Teodósia de Mesquita e de João Nogueira
do Canto, do § 105.o n.o VII. Nasceu na rua de Santa Maria, Oliveira
(Santa Maria), Guimarães. Casou-se, na freguesia de sua naturalidade,
em 21 de junho de 1626 com JERÔNIMO FERNANDES, nascido em Azurém (São Pedro), Guimarães, filho de Salvador Fernandes defunto e de
sua mulher Maria Álvares, da freguesia de São Pedro de Azurém.1027 Tiveram:
1 (IX)FRANCISCO, que nasceu na rua de Santa Luzia, São Paio,
Guimarães, batizado em 8 de abril de 1627.1028 Foram padrinhos o Licenciado Francisco Peixoto de Sá e Maria Lobo,
mulher de Diogo da Costa da Silva.
AMAP. Nascimentos 1, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 362, fls.
73v, n.º 6.
AMAP. Nascimentos 1, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 362, fls.
86, n.º 1.
AMAP. Nascimentos 1, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 362, fls.
103, n.º 4.
AMAP. Misto 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 360, fls. 160, n.º
3.
AMAP. Nascimentos 1, São Paio, Guimarães, Guimarães, Paroquial n.º 406, fls. 35,
n.º 1.
Revista da ASBRAP n.º 21
2 (IX)-
3 (IX)-
4 (IX)-
5 (IX)-
6 (IX)-
7 (IX)-
8 (IX)9 (IX)-
IX-
1029
1030
1031
1032
1033
1034
1035
401
GABRIEL, que nasceu na rua de Santa Luzia, São Paio, Guimarães, batizado em 10 de outubro de 1628.1029 Foram padrinhos Jerônimo Salgado e Maria Vieira.
MANUEL, natural da rua de Santa Luzia, São Paio, Guimarães,
12-11-1630.1030 Foram padrinhos Francisco Mendes e Paula
Rodrigues.
ÂNGELA, nasceu na rua de Santa Luzia, São Paio, Guimarães,
em 5 de maio de 1632.1031 Foram padrinhos João Barroso Vieira, morador na rua da Caldeiroa, e Maria do Rosário, moradora no Toural.
ISABEL, natural da rua de Santa Luzia, São Paio, Guimarães,
em 3 de julho de 1633.1032 Batizada em 6. Foram padrinhos
João de Freitas das Lagens e Isabel Fernandes, mulher de João Foleiro, da rua Nova das Oliveiras.
ALEXANDRE, natural da rua de Santa Luzia, São Paio, Guimarães, em 17 de fevereiro de 1635.1033 Foram padrinhos Antônio Nogueira do Canto, escrivão dos reguengos, e Ana Moreira, mulher de João Fernandes de Morgade, morador no Cano.
José, natural da rua de Santa Luzia, São Paio, Guimarães, em
11 de fevereiro de 1637.1034 Foram padrinhos Domingos Cardoso, mercador da rua dos Mercadores, e Ângela Sodré, mulher de Francisco Mendes, formeiro do Campo da Feira.
CATARINA DE MESQUITA, que segue.
TEODÓSIA, natural da rua de Santa Luzia, São Paio, Guimarães, em 10 de novembro de 1644.1035 Foram padrinhos Inácio
Machado de Miranda e Catarina Gomes, da mesma rua de
Santa Luzia.
CATARINA DE MESQUITA, que nasceu na rua de Santa Luzia, São Paio,
Guimarães, cerca de 1640. Faleceu na rua nova das Oliveiras, São Paio,
AMAP. Nascimentos 1, São Paio, Guimarães, Guimarães, Paroquial n.º 406, fls.
43v, n.º 3.
AMAP. Misto 1, São Paio Guimarães, Paroquial n.º 407, fls. 58, n.º 1.
AMAP. Misto 1, São Paio Guimarães, Paroquial n.º 407, fls. 68, n.º 1.
AMAP. Misto 1, São Paio Guimarães, Paroquial n.º 407, fls. 74, n.º 3.
AMAP. Misto 1, São Paio Guimarães, Paroquial n.º 407, fls. 83v e 84, n.º 4.
AMAP. Misto 1, São Paio Guimarães, Paroquial n.º 407, fls. 91v, n.º 4.
AMAP. Misto 1, São Paio Guimarães, Paroquial n.º 407, fls. 109v, n.º 4.
402
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
em 14 de outubro de 1705.1036 Casou-se, na freguesia de sua naturalidade, em 30 de dezembro de 16651037, com JOÃO LOPES1038, talagaceiro e
rendeiro, natural de São Paio, Guimarães, nascido cerca de 1638, falecido na rua Nova das Oliveiras, São Sebastião, em 11 de janeiro de
1676.1039 Filho de Amaro Lopes e de sua mulher Antônia da Costa. Neto
paterno de Pedro Lopes de Amorim, mestre de pedraria e de sua mulher
Mônica Barbosa. Neto materno de Pedro Gonçalves e de sua mulher Catarina da Costa, senhores do Casal de Paredes, freguesia de Tagilde, São
Salvador, Guimarães, onde foram recebidos em 19 de julho de 1609.1040
Pedro Gonçalves era filho natural de Madalena Gonçalves, solteira, moradora no Casal de paredes, e Catarina da Costa era filha natural de Diogo da Costa, natural de Guimarães, que poderá ser ou Diogo da Costa,
alfaiate, ou Diogo da Costa Homem, senhor da Porcariça, em Creixomil
e de Maria Teixeira, solteira.
Tiveram:
1 (X)MARIANA, que nasceu na rua de São Domingos, São Paio,
Guimarães, em 20 de abril de 1666.1041 Foram padrinhos o
1036
1037
1038
1039
1040
1041
AMAP. Misto 3, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 439, fls. 110v e 111. Fez
testamento, no qual deixou por seus herdeiros a seu genro Jerônimo de Freitas e a
Catarina de Mesquita, sua mulher, e ao seu filho Jerônimo Lopes e à sua filha Maria
de Sousa e seu genro José da Costa Peixoto. Deixou mais o terço a seu genro Jerônimo de Freitas e sua mulher Catarina de Mesquita a quem instituiu por seus testamenteiros. Determinou que seu corpo fosse amortalhado em hábito de saial de São
Francisco e sepultado na sua sepultura na capela dos Mártires e acompanhado pelos
religiosos de São Francisco São Domingos e padres da Curaria. Que estando seu
corpo sobre a terra se lhe mandassem dizer trinta missas, e mais seis em altar privilegiado da Conceição na Colegiada. Dívidas que deixou a João Ribeiro Bernardes
da Portela cinco mil réis. A João Francisco Portela, o que seu caixeiro disser. À sua
filha Catarina três mil réis pelos quais disse se lhe dessem umas cortinas de linho, e
avaliando-se estas por mais, reporia para o monte o que subjasse e por menos se lhe
inteiraria o que faltasse. (…) Deixava um caixote a seu neto José e pedia por mercê
a seus herdeiros que não fossem contra isto (…). Também transcreve as dívidas que
lhe são devidas.
AMAP. Misto 2, São Paio, Guimarães, Paroquial n.º 408, fls. 84v, n.º 2.
Ao nascimento da filha Catarina, foi nomeado talaguaceiro.
AMAP. Misto 3, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 439, fls. 17v, n.º 1. Fez
testamento deixou por herdeiros sua mulher e filhos.
AMAP. Misto 1, Tagilde (São Salvador), Guimarães, Paroquial n.º 851, fls. 44, n.º
1.
AMAP. Misto 2, São Paio, Guimarães, Paroquial n.º 408, fls. 74v, n.º 3.
Revista da ASBRAP n.º 21
3 (X)-
3 (X)-
5 (X)6 (X)-
X-
1042
1043
1044
1045
1046
403
Reverendo Abade de Pencelo, Francisco de Macedo, e Maria
Ferreira, mulher do licenciado Miguel da Silva.
MARIA DE SOUSA E CUNHA, que nasceu na rua de São Domingos, São Paio, Guimarães, cerca de 1668. Casou-se, na
freguesia de São Paio, em 22 de fevereiro de 1688, com
FRANCISCO LOPES DE ARAÚJO, filho de Antônio Lopes e de
sua mulher Maria de Araújo, naturais desta vila e moradores
na cidade do Porto. À época seu pai era já defunto e sua mãe
Catarina de Mesquita residia na rua Nova das Oliveiras.1042
JERÔNIMA DE MESQUITA, que nasceu na rua de São Domingos, São Paio, Guimarães, cerca de 1668. Faleceu na rua nova
das Oliveiras, São Sebastião, Guimarães, em 1.º de março de
1704.1043 Casou-se, na freguesia de São Sebastião, Guimarães, em 20 de abril de 16991044 com JOSÉ DA COSTA PEIXOTO, nascido à Porta de Vila Pouca, São Sebastião, Guimarães,
em 2 de novembro de 1665. Filho de Domingos João e de sua
mulher Helena Francisca. Ao casamento, o contraente morava
no Campo da Feira e após casar, residiu na rua nova das Oliveiras.
CATARINA DE MESQUITA E SOUSA, que segue.
JERÔNIMO LOPES, que nasceu na rua Nova das Oliveiras, São
Sebastião, Guimarães, em 27 de novembro de 1674.1045 Batizado em 2 de dezembro.
CATARINA MESQUITA E SOUSA, que nasceu em 1.º de novembro de 1671
na rua nova das Oliveiras, São Sebastião, Guimarães.1046 Batizada em 4.
Foram padrinhos Antônio Ribeiro, mercador morador na rua dos Mercadores, e Catarina Ribeira, moça donzela, filha de Francisco Ribeiro de
Araújo, morador no Campo da Feira. Casou-se em São Sebastião, em 5
de junho de 1702, com JERÔNIMO DE FREITAS, nascido em 8 de janeiro
de 1679 em Azurém, filho Gonçalo de Freitas e de sua mulher Ana de
Freitas de Azurém. Tiveram:
AMAP. São Paio, Guimarães, Paroquial n.º 439, fls. 160v, n.º 2.
AMAP. Misto 3, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 439, fls. 101 e 101v.
AMAP. Misto 3, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 439, fls. 175v, n.º 3.
AMAP. Nascimentos 3, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 443, fls. 33v, n.º 3.
AMAP. Nascimentos 3, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 443, fls. 9, n.º 2.
404
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
1 (XI)- JOSEFA, natural de São Paio, Guimarães, em 5 de junho de
1702.
2 (XI)- MARIANA, natural de São Paio, Guimarães, em 31 de dezembro
de 1705.
VI-
VII-
1047
1048
1049
§ 107.o
PETRONILHA VIEIRA DO CANTO (filha de Antônio Vieira do Canto e de
sua mulher Leonor Gonçalves, do § 105.o n.º V). Casou-se com PEDRO
1047
DE MAGALHÃES VILELA, de quem foi primeira mulher.
Ele natural da
rua da Portela, Amarante (São Gonçalo), filho de Francisco de Magalhães e de sua mulher Isabel Vilela. Neto paterno de João de Magalhães.
Neto materno de Lançarote Vilela, senhor da Quinta de Sá, junto à vila
de Amarante e de sua primeira mulher. Tiveram:
1 (VII)FRANCISCO MAGALHÃES DO CANTO, que segue.
FRANCISCO MAGALHÃES DO CANTO, nasceu na rua da Portela, Amarante
(São Gonçalo). Casou-se com MARIA DE MACEDO, senhora herdeira da
casa do Assento, na freguesia de Vale de Bouro, aí nascida cerca de
1585 e falecida sem testamento em 12 de dezembro de 1656.1048 Filha de
Pedro de Bouro e de sua mulher Guiomar de Macedo. Neta materna de
Gaspar de Macedo e de sua mulher e prima Beatriz de Macedo.1049 Tiveram:
1 (VIII)- PEDRO DE MAGALHÃES, que segue.
2 (VIII)- JOÃO MACEDO DE MAGALHÃES. Teve de ANA, solteira, filha
de Francisco Brás e de sua mulher Margarida Teixeira da Ribeira, o filho:
1 (IX)FRANCISCO ................, nascido no Casal da Ribeiro, Vale Bouro (São Martinho), Celorico de Basto,
em 26 de setembro de 1629. Foram padrinhos
Francisco de Magalhães (filho de Francisco de
GAIO, Manoel José da Costa Felgueiras. Op. cit. Vol. VII: Magalhães § 39, N 10, p.
185. De seu segundo casamento teve, pelo menos, Pedro de Magalhães Vilela, José
de Magalhães Cerqueira e João de Magalhães Vilela, este último teve de Ana Pereira, solteira, uma filha de nome Maria de Magalhães, casada com Domingos Coelho,
ramo de origem dos Coelhos de Magalhães. O dito João de Magalhães Vilela ainda
vivia em 21 de novembro de 1714.
ADB. Misto 2, Paroquial n.º 306, fls. 144v, n.º 4.
GAIO, Manoel José da Costa Felgueiras. Op. cit. Vol. VII: Macedos, § 8 N 14, p.
17. Gaio escreveu que Maria de Macedo não deixou geração.
Revista da ASBRAP n.º 21
3 (VIII)4 (VIII)-
5 (VIII)-
6 (VIII)-
7 (VIII)8 (VIII)-
1050
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1053
1054
1055
405
Magalhães, tio do batizado) e Catarina (filha de
Antônia Cardoso).1050 Casou-se, na freguesia de
Selho (São Lourenço), Guimarães, com MARIA
CARDOSO, com geração na Quinta de Paços em
São Martinho de Penacova por seu filho, o CAPITÃO JOÃO MACEDO DE MAGALHÃES.
PETRONILHA VIEIRA.
DONA MARIA DE MAGALHÃES E MENESES, nasceu no Lugar
da Igreja, Vale Bouro (São Martinho), Celorico de Basto, cerca de 1606. Casou-se, na freguesia de sua naturalidade, em 2
de setembro de 16511051 com RUI VILELA DE SOUSA, gentilhomem do Conde de Basto, falecido na casa da Igreja, Vale
Bouro (São Martinho) em 21 de dezembro de 1662.1052 Filho
de Manuel Brochado Cerqueira e de sua mulher Ana Vilela
de Sousa. Viúvo de Helena Rebelo de Abreu, filha de Jerônimo Rebelo e de sua mulher Águeda de Freitas. Foram dispensados no terceiro grau de consanguinidade. Sem geração.
CATARINA DE MAGALHÃES, nascida no lugar da Igreja Vale
Bouro (São Martinho), Celorico de Basto. Casou-se, na freguesia de sua naturalidade, em 3 de agosto de 1634 com MI1053
GUEL PINTO DE MESQUITA.
O noivo era natural da Quinta
da Refontoura, Gêmeos (São Miguel), filho de Simão Pinto
de Mesquita e de sua mulher Ana de Mesquita. Com geração.
ANTÔNIO, nascido no lugar da Igreja Vale Bouro (São Martinho), Celorico de Basto, batizado em 17 de setembro de
1609.1054 Foram padrinhos Bartolomeu Machado de Ribas e
Maria da Costa, irmã do Reverendo Padre Bernardo Barbosa.
FRANCISCO DE MAGALHÃES, que segue no § 108.o.
ISABEL VIEIRA DE MAGALHÃES, nascida no Lugar da Igreja,
Vale Bouro (São Martinho), Celorico de Basto, em 18 de novembro de 1612.1055 Foram padrinhos Diogo Dias de Ribas e
ADB. Misto 1, fls. 23v, n.º 1.
ADB. Misto 1, Paroquial n.º 305, Celorico, Vale Bouro (São Martinho), fls. 73, n.º
2. Dispensados no terceiro e quarto grau de consanguinidade.
ADB. Misto 2, paroquial n.º 306, fls. 150, n.º 8.
Fls. 90v, n.º 1.
ADB. Misto 1, Paroquial n.º 305, Celorico, Vale Bouro (São Martinho), fls. 3v, n.º
4.
ADB. Misto 1, Paroquial n.º 305, Celorico, Vale Bouro (São Martinho), fls. 8, n.º 4.
406
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
9 (VIII)-
10 (VIII)-
11 (VIII)-
12 (VIII)-
1056
1057
1058
1059
Isabel Monteiro, do Melhorado. Casou-se, primeira vez, na
freguesia de sua naturalidade, em 6 de fevereiro de 1655 com
PEDRO DE FREITAS BARROS, nascido em Arões (São Romão),
Fafe, batizado em 10 de maio de 1615, aí falecido em 2 de janeiro de 1660. Filho de Salvador de Freitas de Brito e de sua
mulher Joana de Barros. Neto paterno de Jácome de Brito e
de sua mulher Filipa de Freitas. Neto materno de Cristóvão de
Sampaio Coelho e de sua mulher Ana de Barros. Sem geração. Casou-se, segunda vez, na Oliveira (Santa Maria), Guimarães, em 11 de janeiro de 1662, com o LICENCIADO LUÍS
LEITE FERREIRA, viúvo em primeiras núpcias de Joana Mendes e em segundas de Inês de Miranda e Azevedo.
MANUEL MACEDO DE MAGALHÃES, nasceu no Lugar da Igreja, Vale Bouro (São Martinho), Celorico de Basto, batizado
em 20 de maio de 1614.1056 Foram padrinhos Manuel da Rocha, de São Romão e Margarida Teixeira, filha de Baltasar
Mourão. Faleceu solteiro.
PADRE BERNARDO DE MAGALHÃES, nasceu no Lugar da Igreja, Vale Bouro (São Martinho), Celorico de Basto, batizada
em 29 de agosto de 1617.1057 Foram padrinhos Francisco de
Andrade e Maria da Costa, irmã do padre batizante Bernardo
Barbosa.
GASPAR DE MAGALHÃES E MENESES, Juiz dos Órfãos da vila
de Basto, nasceu no Lugar da Igreja, Vale Bouro (São Martinho), Celorico de Basto, em 6 de janeiro de 1621.1058
Teve do segundo matrimônio:
MARIA ANA DE MAGALHÃES DE MACEDO, casou-se, na freguesia de sua naturalidade, em 9 de setembro de 1650, com
DOMINGOS BORGES DE MAGALHÃES, nascido em São Pedro
de Atei, filho de Baltasar Borges e de sua mulher Domingas
Martins; testemunharam o ato Miguel Borges da Cruz e Gaspar de Magalhães de Meneses.1059 Casou-se, segunda vez, em
ADB. Misto 1, Paroquial n.º 305, Celorico, Vale Bouro (São Martinho), fls. 10v, n.º
4.
ADB. Misto 1, Paroquial n.º 305, Celorico, Vale Bouro (São Martinho), fls. 15v, n.º
1.
ADB. Misto 1, Paroquial n.º 305, Celorico, Vale Bouro (São Martinho), fls. 19, n.º
3.
ADB. Misto 2, Paroquial n.º 306, fls. 102v, n.º 2.
Revista da ASBRAP n.º 21
407
12 de fevereiro de 1691, com DOMINGOS TORRES REGO, assistente na freguesia de Britelo.1060
VIII-
1060
1061
1062
1063
1064
1065
CAPITÃO PEDRO DE MAGALHÃES, nasceu no Lugar da Igreja, Vale Bouro (São Martinho), Celorico de Basto, cerca de 1604. Residiu no lugar
de Botilhão, Gagos, onde se casou com ÂNGELA DE ANDRADE, nascida
no Casal do Botilhão, filha de Gonçalo de Meireles, natural do lugar da
Botelha, freguesia de Gagos (São Tiago) e de Liliana Machado, natural
de vila de Nune, concelho de Cabeceiras de Basto. Tiveram, ao menos:
1 (IX)LUÍS VIEIRA DE ANDRADE1061, natural de Vale Bouro.
2 (IX)FRANCISCO DE MAGALHÃES DE ANDRADE, que segue.
Teve de ISABEL, solteira, filha de Pedro Fernandes da Faia:
3 (IX)JOÃO, nascido no Casal da Faia, Vale Bouro (São Martinho),
Celorico de Basto, batizado em casa em necessidade por Catarina Mourão, em 16 de março de 1625. Foram padrinhos João Gonçalves da Moureia, de Além o Novo e Isabel do Casal.1062
4 (IX)JOSÉ, nascido no Casal da Faia, Vale Bouro (São Martinho),
Celorico de Basto, batizado em 6 de maio de 1629. Foram
padrinhos Gonçalo Gomes, da Touça e Ana Gonçalves, mulher de Domingos Pires da Cruz.1063
Teve de MARGARIDA, a Chamusca, solteira, da Quintãs:
5 (IX)CATARINA, que nasceu no Casal da Quintã, Vale Bouro (São
Martinho), Celorico de Basto, batizada em 2 de setembro de
1626. Foram padrinhos Gaspar Teixeira, o Novo, do Requeixo e Catarina Borges, do Reguengo.1064
6 (IX)FRANCISCO, que nasceu no Casal da Quintã, Vale Bouro (São
Martinho), Celorico de Basto, batizado em 28 de março de
1630. Foram padrinhos Antônio de Sousa da Ribeira e Margarida Gonçalves, filha de Senhorinha, dos Moços da Moreira.1065
ADB. Misto 2, Paroquial n.º 306, fls. 120v, n.º 3.
ADB. Inquirição de genere. Processo n.º 6053. Pasta 28, de 5 de maio de 1688.
ADB. Misto 1, fls. 26, n.º 1.
ADB. Misto 1, Misto 1, fls. 28, n.º 2.
ADB. Misto 1, fls. 28, n.º 2.
ADB. Misto 1, fls. 33, n.º 6.
408
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
7 (IX)-
IX-
FRANCISCO DE MAGALHÃES DE ANDRADE, nascido na Quinta do Botilhão, casou na freguesia da Oliveira (Santa Maria), Guimarães, em 4 de
agosto de 1662 com MARGARIDA BATISTA, a qual era sobrinha do cônego da colegiada João Batista de Sousa. Casou-se, segunda vez, na freguesia de Vale Bouro, em 7 de outubro de 1696, com JOANA DE ANDRADE, filha de Francisco Ferreira e de sua mulher Maria de Andrade,
dispensados no primeiro grau de afinidade; residia então na freguesia de
Santiago de Gagos.1067 Tiveram:
VIII-
1066
1067
1068
1069
1070
1071
JOÃO, que nasceu no Casal da Quintã, Vale Bouro (São Martinho), Celorico de Basto, batizado em 28 de setembro de
1633. Foram padrinhos João Gonçalves da Moreira de Além e
Catarina Camelo, do Reguengo.1066
§ 108.o
FRANCISCO DE MAGALHÃES, filho de Francisco Magalhães do Canto, do
§ 107.o n.º VII. Nasceu no lugar da Igreja, Vale Bouro (São Martinho),
Celorico de Basto, batizado em 8 de maio de 1611.1068 Foram padrinhos
Gaspar Rebelo, abade de Casarelhe, e Briolanja de Macedo, filha de
Domingos Dias, o licenciado de Ribas. Casou-se, na freguesia de Veade,
em 4 de setembro de 1641, com ÂNGELA DE ANDRADE, filha de Gonçalo
de Meireles de Moris.1069
Teve de ANA, filha de Sebastião Dias da Ribeira, o Todesco:
1 (IX)JOÃO, nascido no Casal da Ribeira, em Vale Bouro (São Martinho), Celorico de Basto, batizado em 27 de março de 1634.
Foram padrinhos João Francisco, de Surribas e sua mãe Catarina Martins.1070
2 (IX)JOSÉ, nascido no Casal da Ribeira, em Vale Bouro (São Martinho), Celorico de Basto, batizado em 28 de março de 1637.
Foram padrinhos Pedro Teixeira, da Faia, e Catarina Mourão.1071
ADB. Misto 1, fls. 37 v, n.º 6.
ADB. Misto 2, Paroquial n.º 306, fls. 127, n.º 2.
ADB. Misto 1, Paroquial n.º 305, Celorico, Vale Bouro (São Martinho), fls. 5v, n.º
4.
Fls. 7, n.º 1.
ADB. Misto 1, fls. 38v, n.º 6.
ADB. Misto 1, fls. 44v, n.º 1.
Revista da ASBRAP n.º 21
409
3 (IX)-
IV-
1072
1073
1074
FRANCISCO, nascido no Casal da Ribeira, em Vale Bouro
(São Martinho), Celorico de Basto, batizado em 6 de março
de 1639. Foram padrinhos Gonçalo Afonso, do Casal, e Senhorinha Lopes, do Paço da Ribeira.1072
4 (IX)ANTÔNIO, nascido no Casal da Ribeira, em Vale Bouro (São
Martinho), Celorico de Basto, batizado em casa por necessidade, em 13 de fevereiro de 1641, por Catarina Gonçalves,
viúva da Ribeira. Foram padrinhos Gonçalo Ribeiro, da Ribeira e Catarina Camelo, da Taipa.1073
§ 109.o
JOÃO ANES DO CANTO, filho de João Anes do Canto, do § 1.o n.o III.
Sucessor de seu pai no prazo das casas da rua das Mostardeiras. Corresponde, muito provavelmente, ao João Anes do Canto que desde o início
de Quinhentos ocupa o cargo de feitor do Prior D. Diogo Pinheiro, participando como seu procurador em alguns dos emprazamentos do Priorado. Do mesmo modo pensamos tratar-se de João Anes do Canto, vereador mais velho do senado vuimaranense em 1531.
Na sessão camarária de 2 de janeiro de 1531: «estando em vereação Duarte de Miranda juiz ordinário e Nicolau Pires vereador e
João Álvares procurador do concelho e por ainda não haver aí outros
vereadores porquanto João Anes [do Canto] que saiu por vereador está
em Montelongo e doente de corrimentos segundo escreveu em resposta
a carta que os oficiais do ano passado lhe escreveram (....)»1074, encontrava-se ausente, debilitado pela doença a recuperar na sua propriedade
em Montelongo. Ao cabo de tantos anos, fora uma vez mais eleito vereador para o ano de 1531. Irá ser um mandato atribulado, aonde as relações entre o velho Canto e os restantes oficiais do concelho chegaram
mesmo a azedar.
No dia nove estava já na cidade, mas recusou-se a ir à vereação, onde tomaria posse. Impunha-se a homologação da eleição, mas para tal era necessário que o eleito prestasse juramento sobre os Santos Evangelhos. Todavia, mesmo intimado, João Anes do Canto, recusou-se a
comparecer, respondendo «que o não podia fazer»; mas a ameaça de
uma pena pecuniária de dez cruzados, parece ter refreado a sua convicção, acabando por se juntar aos demais notáveis.
ADB. Misto 1, Misto 1, fls. 47 v, n.º 6.
ADB. Misto 1, fls. 51, n.º 4.
FARIA, João Lopes. “Vereações (Guimarães, 1531)”. In Revista Guimarães, n.º
107, 1997, p. 1.
410
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
Destas dissensões que se registraram ao longo do ano, uma
característica ressalta: a personalidade forte e vincada deste homem.
Talvez em função da idade já avançada, reflete o cansaço das rotinas que
envolvem os jogos de poder, ou provavelmente a desilusão de não ter deles tirado o melhor proveito.1075
Em vinte de fevereiro encontrava-se novamente em Montelongo, pelo que faltou à vereação, contudo fora autorizado «(…) João
Annes do Canto não veio porque foi a Montelongo pediu licença para
isso(…)».1076
No dia um de maio levantou a voz contra a forma como se estava a realizar a eleição dos almotacéis. O juiz ordinário, Duarte de Miranda, intervém, e uma vez mais o ameaçando com coima, remete-o à
sua posição.1077 No dia cinco do mesmo mês faltou à vereação e «Gon1075
1076
1077
«Aos 9 dias de Janeiro de 1531 anos na Câmara da Vila de Guimarães estando aí
Nicolau Pires vereador e Bertholameu Gomes e Affonso Pires vereadores velhos
que servem de vereadores e João Álvares procurador do concelho que mandaram
chamar João Annes do Canto que saiu por vereador e lhe notificaram que sirva e
lho mandaram da parte d’El-Rei e Duque dos Nossos Senhores disse que o não podia fazer que escrevesse contra ele puseram-lhe pena de dez cruzados que antes
disse que lhe requeressem o que quisessem e que responderia e nisto veio Duarte
de Miranda juiz e o mandou chamar e não quis vir segundo disse Pero Álvares e
deu fé Pero Álvares e logo tornou o dito João Annes à Câmara e houve juramento
dos evangelhos que lhe o juiz deu que bem e verdadeiramente servisse de vereador
guardando o serviço de Deus e d’El-Rei e do Duque Nossos Senhores e ao povo seu
direito e assim jurou e prometeu (ilegível) Duarte de Miranda fazer João Vieira o
escrevi etc este ano de 1531 como lhe Deus der a entender etc. Assinaturas: João
Annes, Duarte de Miranda, Nicolau Pires, Bertholameu Gomes, Affonso Pires» in
FARIA, João Lopes. “Vereações (Guimarães, 1531)”. In Revista Guimarães, n.º
107, 1997, p. 4.
FARIA, João Lopes. “Vereações (Guimarães, 1531)”. In Revista Guimarães, n.º
107, 1997, p. 21.
«Ao 1º dia de Maio de 1531 anos na Câmara da Vila de Guimarães estando aí
Duarte de Miranda e Bertholameu Gomes juizes ordinários e Antonio da Costa e
Nuno Alvres e Joane Annes do Canto vereadores e João Álvares procurador do
concelho para fazerem os almotacés para todo o ano por ainda não serem feitos e
os fizeram segundo se achara declarado na pauta que se fizera de forma da ordenação sobre ela feita e o mandaram assim escrever João Vieira o escrevi. E logo (ilegível) de parte os sobreditos almotacés do mês de Agosto houve por fora entre os
oficiais pergunta que Duarte de Miranda se foi e não quis aí estar e Joane Annes
do Canto disse que não havia de falar naqueles em que (ilegível) e os outros oficias
fizeram os almotacés segundo está declarado na dita pauta. João Vieira o escrevi.
E tornou Duarte de Miranda para se fazerem os almotacés e tornaram outra vez
Revista da ASBRAP n.º 21
411
çalo Gonçalves porteiro da Câmara que o foi chamar e disse que o achou na igreja e lhe disse que estava doente e não podia vir (…)».1078
Na vereação de 30 de junho de 1531, ainda que num ajuste
forçado às práticas da edilidade, vemo-lo participar na eleição dos almotacéis, «(…) na dita vereação veio João Annes do Canto vereador para
tirarem os almotacés e perante ele e os ditos Nuno Alvres e António da
Costa vereadores e João Alvres procurador do concelho tiraram a bolsa
dos pelouros e metendo em um barrete tirando o mês d’Agosto que está
apartado um menino veio e meteu a mão e tirou o que dizia o escrito
1078
por tecer e por fazer e se fez uma folha para por vozes nomearem os almotacés para o mês de Agosto e Joane Annes se ergueu e disse que se ia por as diferenças que
via e Duarte de Miranda disse que lhe mandava que se não fosse e que estivesse
presente ao fazer dos almotacés sob pena de dez cruzados para concelho e cativos
e desse a sua voz a quem quisesse segundo forma do regimento e acordo e tornouse outra vez a sentar e que apelava da pena que lhe ele juiz punha e para todos pôs
segundo está declarado na pauta e rois que se fizeram porque se todo pode ver e
mandaram logo meter estes e outros em um barrete para tirar os almotacés para
este mês de Maio e o menino tirou um que dizia Marcos Pires e Duarte Vaz e porque não é aqui Marcos Pires elegeram Gonçalo Gonçalves e os mandaram chamar
para haverem juramento para servirem e logo os outros pelouros foram metidos na
bolsa que esta na arca das três chaves até virem as chaves do cofre para se meter a
pauta e roles todo nele João Vieira o escrevi porque todo se fez e o mandaram assim escrever. E veio logo Duarte Vaz e lhe dera, juramento dos evangelhos que
bem e verdadeiramente sirva de almotacé este mês de Maio guardando em todo o
serviço de Deus e d’El-Rei e Duque Nossos Senhores e ao povo seu direito e assim
o jurou e prometeu fazer João Vieira o escrevi. Assinaturas: João Álvares, Duarte
de Miranda, Bertholameu Gomes, Nuno Alvres, Antonio da Costa, Duarte Vaz». In
FARIA, João Lopes. “Vereações (Guimarães, 1531)”. Revista Guimarães, n.º 107,
1997, pp. 51 e 52.
«Aos 5 dias de Maio de 1531 anos na Câmara da Vila de Guimarães estando Bertholameu Gomes juiz ordinário e Antonio da Costa vereador e João Álvares procurador do concelho para fazer vereação e por não virem mais vereadores mandaram chamar Joane Annes que está na Vila que viesse porque Nicolau Pires é ido ás
quintas e pediu licença e Nuno Alvres é em Basto segundo disse Antonio da Costa
que lho notificou a ele vereador como ia para Basto e o mandaram chamar por
Gonçalo Gonçalves porteiro da Câmara que o foi chamar e disse que o achou na
igreja e lhe disse que estava doente e não podia vir que logo mandaram assim escrever João Vieira o escrevi. Se o dito Joane Annes e também disse o dito porteiro
que o dito Nuno Álvares lhe notificou a ele que ia para Basto e todo mandaram assim escrever João Vieira o escrevi (…)». In FARIA, João Lopes. “Vereações (Guimarães, 1531)”. Revista Guimarães, n.º 107, 1997, p. 53.
412
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
Anrique Carvalho e Fernam Annes do Canto, mandaram assim escrever
João Vieira o escrevi».1079
No entanto, a inconstância no cumprimento dos seus deveres
de vereador iria manter-se; a três de julho faltou uma vez mais à reunião
do senado, sem razão válida, e, para agravar ainda mais o incumprimento, fora visto a passear-se pelas artérias da cidade, «estando na vereação
António da Costa e Nuno Alvres vereadores e João Alvres procurador
do concelho os quais viram andar passeando na praça a João Anes do
Canto vereador e lhe mandaram dizer por Gonçalo Gonçalves porteiro
da Câmara que viesse à vereação e ele mandou dizer que não queria vir
que respondessem o que quiserem mandaram-no assim escrever João
Vieira o escrevi. E que não havia de vir tornou a dizer ao dito porteiro
que dissera o dito João Anes do Canto vereador».1080
As ausências perduraram e, supomos através da vereação de
14 de julho de 1531, que se deviam a contendas mantidas com os seus
pares; nela os vereadores e procurador «por não estarem aqui mais vereadores porque Nicolau Pires era na Canária e Nuno Alvres é partindo
para a Ilha e João Anes do Canto mandaram-no chamar a sua casa e
foi lá o dito procurador e Gonçalo Gonçalves porteiro da Câmara que
disseram que não era aqui na vila que lhe disseram se sua enteada a
mulher de Gaspar Rodrigues que havia oito dias que se fora caminho da
sua quinta1081 e que dizia que não havia de vir que pelejavam cá com ele
e o dito porteiro disse que já outro dia na procissão da Visitação de
Nossa Senhora o procurador lhe mandou dar a vara para reger na procissão e ele João Anes e não quis tomar e lho dissesse que não havia de
servir até que lhe Duque mandasse (…)1082».
Na sessão de 21 de julho, os problemas parecem ultrapassados, o jogo político estabilizara, pelo menos aparentemente, e João Anes
do Canto toma de novo assento na vereação.
Como vereador mais velho tinha em sua posse, uma das três
chaves da arca da câmara; nesta arca arquivava-se a documentação relativa ao concelho, cartas régias, privilégios, prazos etc., assim como um
1079
1080
1081
1082
FARIA, João Lopes. “Vereações (Guimarães, 1531)”. In Revista Guimarães, n.º
107, 1997, pp. 98 e 99.
Idem, p. 100.
Cremos que em Montelongo.
FARIA, João Lopes. “Vereações (Guimarães, 1531)”. In Revista Guimarães, n.º
107, 1997, pp. 101 e 102.
Revista da ASBRAP n.º 21
413
cofre. Na vereação de 18 de agosto de 1531, João Vaz, estalajadeiro que
levou perante D. Teodósio o resultado da eleição e ...
trouxe uma carta do dito senhor Duque que vinha para os ditos oficiais que se leu na mesma e lida mandaram que se juntasse a outras
cartas e assim touxe a eleição dos oficiais para estes três anos primeiros a qual eleição mandaram que se metessem na arca até virem
os mais vereadores se João Anes do Canto que tem a chave da arca
das três chaves e assim como vinha se meteu na dita arca de duas
fechaduras.
Na reunião de 26 de dezembro de 1531, foi aberta a arca
grande das três chaves «que tem uma Joanne Anes do Canto vereador e
outra João Álvares procurador e outra tinha eu escrivão da Câmara
(…).»1083
Em 10 de outubro de 1531, uma vez mais ausente da sessão, é
intimado por carta a trazer a chave; os vereadores pretendiam consultar
os privilégios da vila de modo a responderem a um requerimento feito
pelo bacharel Martim de Castro.1084 Em 13 de novembro de 1531, por
ausência dos vereadores Nicolau Pires, a quem tinha morrido o sogro e
João Anes do Canto, não se realizou vereação.1085
Significativo o fato de, em apenas um livro de vereação, o único existente para a era de 500, encontrarmos um conjunto tão expressivo de notas relativas a este personagem. Resta imaginar quanto mais
poderíamos descobrir se mais livros existissem…
Estamos em crer que corresponderá ao mesmo João Anes do
Canto casado com CATARINA GONÇALVES, como se comprova pelo pergaminho da Colegiada cota 8-4-1 datado de 23 de agosto de 1525. Tratase de uma transação em modo de escambo feita entre os clérigos coreiros
1083
1084
1085
Idem, p. 148.
«Aos dez de Outubro de 1531 anos na Vila de Guimarães na Câmara da vereação
estando aí Bertholameu Gomes juiz e António da Costa e Nicolau Pires vereadores
e João Alvres procurador do concelho e por eles foi dito que eles tinham acordado
que escrevessem a João Annes vereador e assim também se escreveu a Duarte de
Miranda juiz que viessem a Câmara e assim lhe foi notificado por os oficiais que
viessem e não vieram para haverem de responder a um requerimento que fez o bacharel Martim de Castro e trazerem as chaves pera se verem os privilégios da Vila,
a carta de João Annes lhe foi dado por Diogo Diniz homem do alcaide e por eles
não virem eles não poderam fazer nada (…)». In FARIA, João Lopes. “Vereações
(Guimarães, 1531)”. Revista Guimarães, n.º 107, 1997, p. 126.
FARIA, João Lopes. “Vereações (Guimarães, 1531)”. In Revista Guimarães, n.º
107, 1997, pp. 134 e 135.
414
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
e João de Reboreda e sua mulher Margarida Álvares, «sobre umas casas
e pardieiro que lhe foram deixadas por Catarina Gonçalves, que Deus
haja, mulher de João Anes do Canto, com obrigação de cinco missas as
quais casas e pardieiro estavam situadas na rua de Santiago e confrontavam de uma parte com casas de Violante Gil que eram dos cônegos do
cabido da dita Igreja e da outra parte com a rua que vai para a praça
contra o adro de Santiago e da outra banda com casa de Martim Martins em que vivia Brás Dias, sirgueiro, e da parte do Norte com a rua
pública que passava da rua de Santiago para a rua de Santa Maria, ficariam obrigados a mandar rezar João de Reboreda, sua mulher, voz e
geração, para todo o sempre, o referido encargo de cinco missas sobre
as ditas casas»1086.
Econtramos igualmente um outro documento onde se menciona João Anes do Canto, bem como a sucessão na casa da rua das
Mostardeiras.:
Ano 1554 a 11 de Março
Escritura de doação de casas
Na Praça nas pousadas em que pousa Mateus Nogueira cavaleiro
da Ordem de Santiago estando assim presente António do Canto ho
Moço Cavaleiro Fidalgo morador nesta vila e logo por elle foi dito
em presença de mim pp.co t.am e das t.as ao diante espritas que ele
tinha huas casas na Rua das Mostardeiras desta villa em que seu
pai João Anes do Canto viveu que partem com casas de Lourenço
Anes pedreiro e da outra p.te com casas de Cristóvão de G.es de
que ha propriedade dellas disse ser de Nossa Senhora d’Oliveira
desta dita vila que diz ter por prazo do C.do da dita igreja em o
qual disse ser a segunda vida e tinha poder de nomear ha terceira
vida e que ele nomeava como logo defeito nomeou por terceira vida
nas ditas casas em prazo dellas ha Isabel Vaz filha de Gonçalo Vaz
seu irmão que deus tem e de Margarida Pires sua mulher não presente as quaes casas em prazo e vidas que nellas tem e logo dava e
doava e delas fazia como logo fez pura doação doje p.a sempre e
que ella Isabel Vaz as haja logo doje por diante p.a seu casamento
e ele nela trespassa logo todo direito posse que nelas tem e que ela
Isabel Vaz as aia logo pera seu casamento e as possa novamente
emprazar nela e em seu marido com o c.do nas vidas que ela quiser
porque logo ele dava e arenunciava as ditas casas e prazo em vidas
e di.to que nelas tem se constituiu ele António do canto logo por
possuirdor das ditas casas doje pera avante em nome dela Isabel
Vaz sua sobrinha porque ele a dava logo p.a seu casamento em dote
1086
AMAP. CCCXCVIII (8-4-1-8), de 23 de agosto de 1525.
Revista da ASBRAP n.º 21
415
e casamento e lhe da logo posse delas que logo a tome sem mais autoridade […] e sendo caso que ella Isabel Vaz faleça ou não casando que entam elle António do Canto […] da sobredita maneira daa
as ditas casas em face da escritura delas a Margarida Pires mãe
della Isabel Vaz p.a q as de a outra f.a quando ela Margarida Pires
quiser e faça delas o que lhe bem vier como cousa sua própria porque logo doje pa. entam lhas daa e dellas faz pura doação e a renuncia à escritura como dito é […] Test.: o dito Mateus Nogueira e
Aleixo Fernandes escudeiro morador em Braga e Amador Vaz sapateiro morador na Rua dos Gatos.
1 (V)2 (V)V-
1087
Casou-se com CATARINA GONÇALVES e teve:
ANTÔNIO DO CANTO, o moço, cavaleiro fidalgo.
GONÇALO VAZ DO CANTO, que segue.
GONÇALO VAZ DO CANTO. Sapateiro e mercador. Casou-se com MARGARIDA PIRES. Foram pais de:
1 (VI)ANTÔNIO VAZ DO CANTO, que segue.
2 (VI)ISABEL VAZ DO CANTO. Casou-se com MANUEL VAZ, mercador. Tiveram:
1 (VII)- TORCATO VAZ DO CANTO.
2 (VII)- MARGARIDA VAZ.
3 (VII)- ANA VAZ, casada com MANUEL PAULOS, mercador.
3 (VI)ANA VAZ DO CANTO.
4 (VI)CATARINA VAZ DO CANTO, que se casou com FRANCISCO
BARROSO, mercador. Deixaram uma única filha, de nome
MARIA. Catarina Vaz fez testamento em 30 de dezembro de
1581 na vila de Guimarães, em casas de Ana Vaz, «filha que
ficou de Gonçalo Vaz e de Margarida Pires, sua mulher, já
defuntos, estando aí Catarina Vaz, sua irmã mulher de Francisco Barroso, doente, em uma cama».1087 Nesse instrumento
pediu para que seu corpo fosse sepultado na igreja de Nossa
Senhora de Oliveira, da dita vila, com sua mãe. Seu marido
havia muitos anos que se fora de sua terra, não lhe mandando
coisa alguma para seu sustento. Por esse motivo, vivia às custas de suas irmãs, às quais ficava devendo.
5 (VI)MARGARIDA VAZ DO CANTO.
AMAP. Notarial n.o 59, fls. 52v a 54, de 30 de dezembro de 1581.
416
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
6 (VI)-
VI-
1088
1089
1090
1091
BEATRIZ DO CANTO. Casou-se com ANTÔNIO RIBEIRO, juiz
dos órfãos do concelho de Montelongo (ascendência Canto do
Morgado da Luz em Fornelos, Santa Comba, Fafe).
ANTÔNIO VAZ DO CANTO, escrivão da rendição dos cativos, em documento de 1568. Mercador, rendeiro da igreja de Atães, alcaide em 1592.
Irmão da Misericórdia em 1584. Casou-se com ISABEL FERNANDES VICENTE, nascida em Guimarães. Era filha de Fernão Gonçalves, natural de
Braga, corocheiro e besteiro, morador em Guimarães e, por cometer um
crime, foi degredado, e de sua mulher Maria Gonçalves, filha de Vicente
Afonso, curtidor, e de sua mulher Cecília Gonçalves. Segundo Sanches
de Baena, este Vicente Afonso era irmão inteiro de Luís Vicente e de Gil
Vicente, ourives, e todos filhos de Gil Afonso e de Ana, ou Joana Vicente.1088 Tiveram:
1 (VII)- JOÃO DO CANTO.1089
2 (VII)- JÁCOME CARVALHO DO CANTO. Nasceu em Guimarães. Foi
porteiro e familiar do Santo Ofício de Lisboa.1090 Poeta cômico, segundo Diogo Barbosa Machado, faleceu em Lisboa em
1623, em avançadíssima idade.
Teve uma filha, casada com MARTINHO PAIS DE MELO,
«natural de Lisboa, Fidalgo de geração por ser filho de Manuel Paes de Abreu da Casa de Regalados, e de Dona Sebastiana
de Mendonça de igual Nobreza à de seu consorte. Foi Familiar do Santo Ofício, Cidadão da Câmara de Lisboa, e genro de
Jácome de Carvalho do Canto, Porteiro do Conselho Geral do
S. Officio de quem se fez menção em seu lugar. Todo o seu
estudo aplicava na lição de livros ascéticos, consumindo a
mayor parte do tempo em exercícios espirituaes, como testemunhaõ as obras, que publicou. Falleceo piamente na pátria
a 14 de junho de 1684, e jaz sepultado no Claustro do Convento de S. Vicente de Fora.»1091
SANCHES DE BAENA, Augusto Romano Sanches de Baena e Farinha de Almeida
(Visconde de Sanches de Baena). Gil Vicente. Lisboa: Empreza Typographica, 1894, p. 30.
AMAP. Notarial n.º 30, fls. 56v a 58v. Testemunha, com seu pai, um instrumento
de fiança datado de 12 de fevereiro de 1592.
IAN/ TT. Habilitações ao Santo Ofício, Mç. 1, doc. 4.
MACHADO, Diogo Barbosa. Bibliotheca Lusitana historica, critica e cronologica
na qual se comprehende a noticia dos Authores Portuguezes, e das Obras, que
Revista da ASBRAP n.º 21
417
3 (VII)-
CATARINA VAZ DO CANTO. Casou-se com GASPAR ANTUNES,
abastado mercador, filho de Antônio Gonçalves, mercador e
morador às Lajes do Toural, São Sebastião, Guimarães, e de
sua mulher Catarina Lopes, natural da rua da Fonte Nova. Neto paterno de Marcos Fernandes, lavrador, senhor do domínio
útil do Casal de Sezite, Fermentões (Santa Eulália). Neto materno de Pedro Anes serralheiro, senhor do domínio útil de
umas casas à rua da Fonte Nova, foreiras ao Mosteiro de São
Domingos, e de sua mulher Filipa Lopes. Gaspar Antunes foi
herdeiro universal de sua tia Ana Antunes, dona viúva de
Cristóvão Machado, senhor de um quinhão na Quinta de São
Romão em Vizela, no valor de sessenta medidas e duas galinhas anuais, adquiridas a Frolios Fernandes, escudeiro, e a
sua mulher, Catarina de Magalhães, senhores do morgado de
Guilhomil. Ana Antunes era irmã do padre Gaspar Antunes,
filhos de Antônio Anes, mercador do Toural.
4 (VII)- BRÁS DO CANTO, casado com ANTÔNIA RIBEIRO. Segue.
5 (VII)- ANA DO CANTO, casada com TORCATO DE MELO, que segue
no § 110.o.
Antônio Vaz do Canto teve, de HILÁRIA GONÇALVES, mulher
solteira, moradora na freguesia de Atães, ao tempo que foi rendeiro da
dita igreja:
6 (VII)- FRANCISCO VAZ DO CANTO. Segue no § 112.o.
VII-
1092
1093
BRÁS DO CANTO. Dos embargos de purga de Francisco de Sampaio Ribeiro, constou que era parente de Maria do Canto (em § 14.o n.o VIII),
avó paterna do citado Francisco de Sampaio.1092 Brás do Canto foi solicitador da Inquisição de Coimbra e por muitos anos serviu de guarda no
Santo Ofício. Viúvo havia dois anos, pouco mais ou menos, no ano de
1617, estava consertado para se casar com Antônia Ribeiro e, por esse
motivo, fizeram diligências sobre a qualidade do sangue dela, para deliberar sobre o assunto.1093 Ela era natural e moradora em Coimbra, filha
de Antônio Lopes, mercador, e de (sua primeira mulher) Catarina Ribeicompuserão desde o tempo da promulgação da Ley da Graça até o tempo prezente:
Offerecida à Augusta Magestade de D. João V nosso senhor / Lisboa Occidental.
António Isidoro da Fonseca, Tomo II, 1752, p. 443.
ADB. Inquirições de genere. Processo n.o 3475.
IAN/ TT. Habilitação de mulheres ao Santo Ofício. Mç. 1, doc. 10. Tribunal do
Santo Ofício, Conselho Geral.
418
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
ro, naturais e moradores em Coimbra, neta paterna de Jorge Duarte, alfaiate e depois mercador, e de Andresa Lopes, moradores em Coimbra,
neta materna de Cristóvão Fernandes, marceneiro e depois escrivão dos
órfãos, natural de Coimbra, e de Antônia Ribeira, natural de Lisboa. O
casamento realizou-se em 2 de julho de 1617 em São Tiago de Coimbra.1094
Em 18 de julho de 1625, na cidade de Coimbra, o Inquisidor
Pedro da Silva de Faria, ouviu testemunhas contra Brás do Canto, solicitador do Santo Ofício da Inquisição de Coimbra. Elas disseram que Brás
do Canto fazia mimos aos presos na esperança de ser alcaide, e que se os
presos dissessem que o então alcaide era ladrão, ele, Brás do Canto, passaria a sê-lo.1095
Pais de, ao menos:
1 (VIII)- MANUEL DO CANTO, secretário do Santo Ofício da Inquisição
de Coimbra. Habilitado ao Santo Ofício.1096 Em 19 de fevereiro de 1660 era notário da Inquisição de Coimbra, conforme
o catálogo do Frei Pedro Monteiro.1097 Era presbítero.
VII-
1094
1095
1096
1097
§ 110.o
ANA DO CANTO. Filha de Antônio Vaz do Canto, do § 109.o n.o VI. No
depoimento do Reverendo Paulo Gomes, protonotário apostólico, natural
e morador na vila de Guimarães, morador na rua nova do Muro de 60
anos, pode ler-se que «um parente muito chegado de Ana do Canto avó
materna do justificante fora secretário do Santo Ofício no Tribunal da
cidade de Coimbra, e sempre fizera muito caso de todos e lhe metera um
filho frade na Religião dos Crujos, o que sabia por nascer na mesma Rua
e se criar com eles», trata-e certamente de Brás do Canto, carcereiro e
secretário do Santo Ofício de Coimbra. Tendo em conta o ofício que levou em dote, será descendente de Antônio Vaz do Canto e de sua mulher
Isabel Fernandes Vicente, pois Antônio fora o detentor do ofício de escrivão dos cativos que seguia em geração.
Arquivo da Universidade de Coimbra. Paróquia de São Tiago. Livro 1. o de casamentos (1603-1700), fls. 61.
IAN/ TT. Inquisição de Coimbra. Cadernos do Promotor. Livro n.º 298, fls. 598.
IAN/ TT. Habilitação ao Santo Ofício. Manuel, mç. 13, doc. 369.
Biblioteca Nacional. Seção de Reservados. MONTEIRO, Padre Frei Pedro. Catálogo dos Notários desta Inquisição [Coimbra].
Revista da ASBRAP n.º 21
419
Nasceu em Guimarães, tendo falecido na rua dos Couros, São
Sebastião, Guimarães, em 13 de janeiro de 1642.1098 Casou-se, cerca de
1621, com TORCATO DE MELO, escrivão dos Cativos, familiar do Santo
Ofício1099, nascido no Casal das Lajes, Passos (São Vicente), Fafe, cerca
de 1590, onde conservou sua fazenda, falecido antes de 1667. O ofício
de escrivão dos cativos, tomara-o de sua esposa que o levara em dote e
casamento.
Tiveram:
1 (VIII)- MARGARIDA. Nasceu na rua dos Couros, São Sebastião,
Guimarães, batizada em 15 de janeiro de 1623. Foram padrinhos Francisco Martins da Rocha e Mônica Barbosa, mulher
de João Lopes de Amorim.1100
2 (VIII)- ANTÔNIO. Nasceu na rua dos Couros, São Sebastião, Guimarães, batizada em 1.º de setembro de 1624. Foram padrinhos
Rui Gomes Golias e sua irmã Isabel do Vale.1101
3 (VIII)- JERÔNIMA. Nasceu na rua dos Couros, São Sebastião, Guimarães, batizada em 14 de outubro de 1625. Foram padrinhos
Francisco Jorge Mendes e José de Miranda, filho de Francisco
Machado.1102
4 (VIII)- ANTÔNIO. Nasceu na rua dos Couros, São Sebastião, Guimarães, batizado em 13 de novembro de 1626.1103 Foram padrinhos o Reverendo Dr. Sebastião Vaz Golias e sua sobrinha
Margarida de Abreu.1104
1098
1099
1100
1101
1102
1103
1104
AMAP. Misto 1, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 473, fls. 163, n.º 1. Recebeu todos os Sacramentos. Não fez testamento e foi seu corpo sepultado no Convento de São Francisco.
Segundo afirmação de Antônio Álvares, pedreiro, morador na rua dos Couros, testemunha na Inquirição de Torcato Pereira de Melo, em 12 de dezembro de 1691
«Diz que não conheceu Ana do Canto mas nunca ouvira dizer que fosse infamada
das sobreditas cousas conteúdas no quinto artigo, antes sempre ouvira dizer que o
dito seu marido Torcato de Melo fora familiar do Santo Ofício». ADB. Processo n.º
....., ano de 1691.
AMAP. Misto 2, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 438, fls. 21v.
AMAP. Misto 2, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 438, fls. 25.
AMAP. Misto 2, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 438, fls. 28.
Neste batismo, Torcato de Melo é referido, pela primeira vez, como escrivão dos
cativos.
AMAP. Misto 2, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 438, fls. 32v.
420
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
5 (VIII)- GASPAR, gêmeo de sua irmã Maria. Nasceu na rua dos Couros, São Sebastião, Guimarães, batizada em 2 de fevereiro de
1628. Padrinho: Licenciado Luís Gomes Golias e Brites Golias, sua irmã.1105
6 (VIII)- MARIA, gêmea de seu irmão Gaspar. Nasceu na rua dos Couros, São Sebastião, Guimarães, em 2 de fevereiro de 1628.
Foram padrinhos o Licenciado Luís Gomes Golias e Brites
Golias, sua irmã.1106
7 (VIII)- JOSÉ. Nasceu na rua dos Couros, São Sebastião, Guimarães,
em 27 de março de 1630, batizado em 2 de abril. Foram padrinhos Inácio de Meira e sua irmã Paula do Vale.1107
8 (VIII)- MARGARIDA. Nasceu na rua dos Couros, São Sebastião,
Guimarães, em 10 de agosto de 1631. Foi padrinho Inácio de
Meira.1108
9 (VIII)- ANTÔNIA DO CANTO E MELO, que segue.
10(VIII)- FRANCISCO. Nasceu na rua dos Couros, São Sebastião, Guimarães, em 25 de outubro de 1635, batizado em 28. Foram
padrinhos o Dr. Rui Gomes Golias e Catarina Golias, filha de
Diogo de Guimarães, já defunto.1109
VIII-
1105
1106
1107
1108
1109
1110
1111
1112
ANTÔNIA DO CANTO DE MELO. Nasceu na rua dos Couros, São Sebastião, Guimarães, em 2 de setembro de 1633.1110 Por nascer mortal, Cecília
Gonçalves, parteira aprovada, a batizou em casa e aos oito dias do dito
mês foi trazida à igreja e lhe fez os exorcismos e pôs os santos óleos o
Padre Francisco Leite Ferreira, cura de São Sebastião.1111 Faleceu no
Campo da Feira, Oliveira (Santa Maria), em 11 de novembro de
1676.1112 Casou-se, na freguesia de São Paio, Guimarães, em 16 de ja-
AMAP. Misto 2, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 438, fls. 41.
AMAP. Misto 2, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 438, fls. 41.
AMAP. Misto 2, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 438, fls. 50, n.º 2.
AMAP. Misto 2, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 438, fls. 59v.
AMAP. Misto 2, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 438, fls. 80v, n.º 1.
AMAP. Misto 2, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 438, fls. 70v.
AMAP. Misto 2, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 438, fls. 70v.
AMAP. Óbitos 1, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 394, fls. 17, n.º
2.
Revista da ASBRAP n.º 21
421
neiro de 16671113 com SEBASTIÃO PEREIRA, escrivão dos Cativos, por
dote que trouxe sua mulher, natural da Ramada, São Sebastião, Guimarães, batizado em 25 de maio de 1644. Foram padrinhos Sebastião Ribeiro, marchante de Trás do Muro, e Isabel Fernandes, mulher de Domingos Lourenço, carpinteiro do Campo da Feira.1114 Filho de Francisco Pereira, pedreiro, e de sua mulher Francisca de Abreu. Residiram depois na
rua do Campo da Feira São Sebastião.
Por Sebastião Pereira, parece entrar na geração Canto fama de
cristão-novo, provada, entretanto, por falsa. As dúvidas surgem com o
depoimento do já citado padre Paulo Gomes que, à quinta questão do interrogatório, declara que o impetrante é cristão velho por parte de seus
avós maternos, ...
... porém, por parte de seu avô Francisco Pereira por se dizer parente de uma fulana Pereira, de cujo nome se não lembra, moradora na rua de Couros desta freguesia diziam ser infamado de cristão-novo, pelo dito parentesco dos Pereira; e tanto assim que casando uma irmã de Bartolomeu Pereira, mercador desta vila, com
um filho desta fulana Pereira da rua dos Couros, por ele tomar o
apelido de Pereira, que o dito cunhado lhe fez tomar, querendo meter uma sua sobrinha freira no Mosteiro da vila de Amarante, lhe
vieram com o dito impedimento, o qual nele não concorria, e ao depois mostrou, que pelo título do sobrenome de Pereira tinha a dita
fama que nele era falsa; porém não sabe ele testemunha de onde a
dita fama teve o seu nascimento.
No mesmo sentido corre o depoimento de Filipe João, homem
que vive de sua indústria, morador à rua de São Francisco, de 58 anos de
idade, ao afirmar que ...
... o avô paterno de Francisco Pereira sempre ele testemunha ouvira dizer ser parente de uma Grácia Pereira, já defunta, moradora
que foi na Rua de Couros desta freguesia, a qual era infamada de
cristã-nova, a qual fama ele não sabe o princípio e não sabe o parentesco entre ela e o avô do justificante.
Com depoimento contrastante surge Manuel de Faria, alfaiate,
natural desta vila e morador em São Sebastião, em resposta à quinta
questão do interrogatório declara:
1113
1114
AMAP. Misto 2, São Paio, Guimarães, Paroquial n.º 408, fls. 87, n.º 2. Ao casamento, o noivo era freguês de São Paio, residindo na rua de São Domingos, em casa de
Domingos da Cunha.
AMAP. Nascimentos 2, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 442, fls. 23v.
422
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
... e quando lhe quizessem imputar alguma fama seria falsamente
fundada em que o dito Francisco Pereira tivera uma irmã por nome
Antônia da Silva que era infamada de cristã-nova por ser filha de
um filho ou irmão de Grácia Pereira da Rua dos Couros desta vila,
que padecia da dita fama, porém sabe ele testemunha que o dito
Francisco Pereira avô do justificante não era irmão inteiro da dita
Antônia da Silva, que suposto eram filhos da mesma mãe mas de
pais diferentes, porque o do dito Francisco Pereira fora um homem
que ele testemunha não conheceu, mas tem notícia fora casado com
uma fulana Fernandes, e deste matrimônio nasceu o dito Francisco
Pereira e a dita sua irmã Antônia da Silva, não fora havida de matrimônio, mas era filha natural do dito filho ou irmão da dita Grácia Pereira, o que dito sabe por viver vizinho do dito Francisco Pereira e com ele tratar e falar muitas vezes e saber que com a dita
Antônia da Silva se trata somente por meio-irmão.
Conseguimos apenas identificar uma Grácia Pereira, filha de
Pedro Fernandes e de sua mulher Ana Gonçalves, moradores na rua dos
Gatos, que se casou em São Paio, em 5 de julho de 1634 (fls. 164, n.º 1)
com Antônio de Andrade, pintor, morador na rua Escura.
Tiveram:
1 (IX)JOSÉ PEREIRA DO CANTO E MELO, que segue.
2 (IX)TORCATO PEREIRA DO CANTO. Pároco de São Paio na vila de
Guimarães. Nasceu no Portelo das Hortas, São Sebastião,
Guimarães, batizado em 3 de julho de 1669.1115 Foram padrinhos Domingos da Cunha e Domingas de Melo. Faleceu na
casa do Portelo das Hortas, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, em 4 de janeiro de 1741. Segundo o assento, recebeu todos os sacramentos. Inicialmente o pároco afirmou que o testamento não apareceu e seu irmão José Pereira do Canto “se
meteu de posse de seus bens”. Foi sepultado em São Francisco. Posteriormente informa que fizera testamento público na
nota do Padre Antônio Álvares, notário apostólico, no qual
instituiu por seu herdeiro seu irmão.1116
3 (IX)TERESA, gêmea de sua irmã Jerônima. Nasceu no Campo da
Feira, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, batizada em 16 de
1115
1116
AMAP. Nascimentos 2, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 442, fls. 67.
AMAP. Óbitos 3, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 396, fls. 31v, n.º
3.
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IX-
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1121
1122
1123
423
outubro de 1670.1117 Foi padrinho o reverendo padre João
Rodrigues de Morgade.
JERÔNIMA DO CANTO, gêmea de sua irmã Teresa. Nasceu no
Campo da Feira, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, em 16 de
outubro de 1670.1118 [Padrinho: Jerônimo Cardoso, mercador,
morador na rua da Sapateira].
FAUSTINO. Nasceu no Campo da Feira, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, em 13 de abril de 1672.1119 Foram padrinhos
Faustino de Meireles, mercador, morador na rua da Sapateira
e Margarida Gomes, moradora no Fato.
BENTO PEREIRA DO CANTO E MELO. Faleceu no lugar da Cobiça, Passos (São Vicente), Fafe, em 17 de setembro de
1719.1120 Solteiro.
JOSEFA PEREIRA DO CANTO E MELO. Senhora do Casal da
Cobiça onde em 2 de fevereiro de 1717 é batizada Benta, filha de seus caseiros Francisco Fernandes e Mariana do Vale.
JOSÉ PEREIRA DO CANTO E MELO. Escrivão da Redução dos Cativos da
Comarca de Guimarães por carta de propriedade de ofício datada de 30
de maio de 1704.1121 Nasceu na rua da Ramada, São Sebastião, Guimarães, batizado de licença por Gaspar Lobo de Sousa em 12 de setembro
de 1668.1122 Foram padrinhos José de Oliveira, barbeiro, morador na
Praça e Joana Gomes, moradora na rua Nova. Faleceu na rua de São
Dâmaso, São Sebastião, Guimarães, em 18 de fevereiro de 1744.1123 Ca-
AMAP. Nascimentos 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 363, fls.
173, n.º 2.
Idem.
AMAP. Nascimentos 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 363, fls.
192, n.º 2.
ADB. Recebeu todos os sacramentos e foi sepultado debaixo do púlpito.
IAN/ TT. Registo Geral de Mercês, D. Pedro II, liv. 12, fls. 451v. Código de referência: PT-TT-RGM/03/10839. Em 11 de setembro de 1716 recebeu provisão régia
acrescentando 4$000 ao seu salário [IAN/ TT. Registo Geral de Mercês, D. João V,
liv. 9, fls. 157. Código de referência: PT-TT-RGM/04/61943].
AMAP. Nascimentos 2, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 442, fls. 174.
AMAP. Óbitos 1, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 462, fls. 108 e 108v.
Recebeu todos os sacramentos. Não fez testamento em pública forma, porquanto
quando se estava a apurar expirou. Foi sepultado no Convento de São Francisco.
424
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
sou-se, na freguesia de sua naturalidade, em 16 de maio de 17141124 com
MADALENA PEREIRA DE LIMA, natural da vila dos Arcos de Valdevez,
falecida na rua de São Dâmaso, São Sebastião, Guimarães, em 4 de agosto de 1737.1125 Filha de João Pereira de Lima, clérigo do hábito de
São Pedro1126, natural da vila de Arcos de Valdevez e de Angélica de
Távora, solteira, natural do lugar do Outeiro, freguesia de Valadares
(Santa Eulália), Monção, Viana do Castelo. Neta paterna de Manuel Pereira, ferrador, e de sua mulher Benta de Lima.1127 Manuel Pereira era filho de Antônio Pereira, ferrador, natural do Campo de Santa Ana, freguesia de São Victor, Braga, e de sua mulher Catarina da Paz, natural de
São Paio d‟Arcos. Benta de Lima, sua esposa, era filha ilegítima de João
de Lima e Melo, abade que foi da vila de Arcos e daí natural, “homem
dos principais da vila dos Arcos” e de Maria Fernandes, natural do lugar
de Fornos, freguesia de São Pedro do Couto.
Tiveram:
1 (X)PADRE MANUEL ANTÔNIO PEREIRA DE MELO.1128 Nasceu em
São Miguel do Castelo, Guimarães, em 27 de julho de
1708.1129 Foram padrinhos Manuel de Castro, boticário ausente no Brasil em 1730, e sua mulher Mariana de Oliveira.
2 (X)FRANCISCO JOSÉ DO CANTO E MELO, que segue.
1124
1125
1126
1127
1128
1129
AMAP. Misto 4, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 440.
AMAP. Óbitos 1, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 462, fls. 26, n.º 2. Não
fez testamento. Foi sepultada no convento de São Francisco.
ADB. Inquirição de genere et moribus. Processo n.º 1542. Pasta 70.
ADB. Inquirição de genere et moribus. Processo n.º 1542. Pasta 70. Manuel Pereira
era ferrador de profissão, filho de Antônio Pereira, ferrador, natural do Campo de
Santa Ana, freguesia de São Victor, Braga, e de sua mulher Catarina da Paz, natural
de São Paio d‟Arcos. Benta de Lima sua esposa era filha ilegítima de João de Lima
e Melo, abade que foi da vila de Arcos e daí natural, “homem dos principais da vila
dos Arcos” e de Maria Fernandes, natural do lugar de Fornos, freguesia de São Pedro do Couto.
ADB. Inquirição de genere et moribus. Processo n.º 16139. Pasta 693, de 1730.
Idem, não foi encontrado o seu registro de batismo, por provável sub registro do
pároco, foi atestado por testemunhas no seu processo de genere.
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3 (X)-
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5 (X)-
425
JOSEFA PEREIRA DO CANTO E MELO. Falecida solteira na rua
das Pretas, São Sebastião, Guimarães, em 10 de outubro de
1777.1130
PAULO ANTÔNIO PEREIRA DO CANTO E MELO. Nasceu no Casal da Cobiça, Passos (São Vicente), Fafe, em 25 de janeiro
de 1719.1131 Faleceu na freguesia da Oliveira (Santa Maria),
Guimarães, em 28 de janeiro de 1798.1132 Casado na Oliveira
(Santa Maria), Guimarães, em 19 de maio de 17661133 com
JOANA DE ABREU DE FREITAS, falecida na rua de Santo Antônio e Palheiros, em 12 de setembro de 1800.1134 Filha de Domingos de Abreu e de sua mulher Ângela de Freitas.1135 Viúva de João Francisco Pereira. Sem geração.
JOANA MARIA CLARA DO CANTO E MELO, que segue no §
111.o.
X-
FRANCISCO JOSÉ DO CANTO E MELO. Escrivão do público entre 6 de
maio de 1761 a 25 de fevereiro de 1764.1136 Nasceu na rua de São Dâmaso, São Sebastião, Guimarães, cerca de 1715. Faleceu na rua do Gado, Oliveira (Santa Maria), em 7 de março de 1780.1137 Casou-se na freguesia de São Sebastião, Guimarães, em 19 de dezembro de 17391138
com ANTÔNIA MARIA RIBEIRO DA SILVA, natural do Casal de Bugalhos,
Mascotelos (São Vicente), Guimarães, filha de Amaro Ribeiro da Costa,
natural da rua do Picoto, São Paio, Guimarães e de sua mulher Custódia
Francisca da Silva, natural de Arões (Santa Cristina), Fafe. Neta paterna
1130
AMAP. Óbitos 3, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 464, fls. 61v e 62, n.º 4.
Não recebeu o sacramento da comunhão por não poder engolir. Foi seu corpo sepultado na capela da Ordem Terceira de São Francisco.
-------AMAP. Óbitos 4, Oliveira do Castelo, Guimarães, Paroquial n.º 397, fls. 259v, n.º
2.
-------AMAP. Óbitos 5, São Paio, Guimarães, Paroquial n.º 435, fls. 196v, n.º 2. Sepultada no convento de São Francisco.
Recebidos na Oliveira em 15 de junho de 1716.
AMAP. Catálogo do Notarial.
AMAP. Óbitos n.º 4, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 397, fls. 68v,
n.º 1. Não fez testamento, sendo sepultado na igreja da Oliveira.
AMAP. Casamentos 1, São Sebastião, Guimarães, Paroquial 459.
1131
1132
1133
1134
1135
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Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
de Gonçalo Ribeiro, pedreiro e de sua mulher Ana da Costa. Neta materna de Gaspar Gomes, natural de Cepães (filho de Gonçalo Gomes e
de sua mulher Maria Mendes) e de sua mulher Catarina Francisca (filha
de Antônio Francisco e sua mulher Maria Francisca). Tiveram:
1 (XI)MANUEL. Nasceu na rua de Santa Luzia, São Paio, Guimarães, em 13 de junho de 17431139, batizado em 16. Foram padrinhos, Manuel de Magalhães, da rua da Praça de São Tiago,
e Inês da Silva Luís, mulher de Antônio Fernandes, da rua de
Santa Maria.
2 (XI)MARIA TERESA. Nasceu na rua de Santa Luzia, São Paio,
Guimarães, em 4 de setembro de 17451140, batizado em 8. Foram padrinhos o Padre Constantino Borges da Silva, assistente em casa de Fernando Peixoto, da rua Escura, e Maria Tereas, mulher de Antônio Lourenço, da rua dos Gatos.
3 (XI)ANTÔNIO JOSÉ DO CANTO E MELO.1141 Nasceu na rua de Santa
Luzia, São Paio, Guimarães, em 31 de março de 1748.1142 Casou-se com CLÁUDIA MARIA ANGÉLICA NARCISA, falecida na
rua de Santa Luzia, São Paio, Guimarães em 31 de março de
1799.1143 Com geração.
4 (XI)JOÃO. Nasceu na rua de Baixo, Fafe (Santa Eulália), Fafe, em
10 de abril de 1753.
5 (XI)DAVID JOSÉ DO CANTO E MELO. Nasceu na rua de Baixo, Fafe (Santa Eulália), Fafe, em 15 de junho de 1754. Casou-se,
primeira vez, na freguesia de São Miguel do Castelo, em 20
de janeiro de 1775 com CUSTÓDIA MARIA DE SANTA ROSA
PEIXOTO, falecida na rua dos Fornos, Oliveira (Santa Maria),
1139
1140
1141
1142
1143
AMAP. Nascimentos 7, São Paio, Guimarães, Paroquial n.º 414, fls. 102, n.º 1.
AMAP. Nascimentos 7, São Paio, Guimarães, Paroquial n.º 414, fls. 139v e 140, n.º
2.
AMAP. Notarial n.º 130, fls. 107 de 2 de abril de 1787: Dinheiro de Antônio José
do Canto e Melo a Dona Rosa Luísa de Amorim e Silva e filha do Porto. No mesmo
livro fls. 192 de 2 de agosto de 1787: Compra de Antônio José do Canto e Melo às
mesmas.
AMAP. Nascimentos 8, São Paio, Guimarães, Paroquial n.º 415, fls. 17v, n.º 2.
AMAP. Óbitos 5, São Paio, Guimarães, Paroquial n.º 435, fls. 190, n.º 3. Fez testamento nas notas do tabelião Nicolau Antônio Pereira desta vila. Sepultada em São
Francisco.
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Guimarães, em 28 de maio de 1782.1144 Ela filha de Tomás
Peixoto da Silva e de sua mulher Ana Maria Francisca. Neta
paterna de Marcos Rodrigues e de sua mulher Maria da Silva.
Casou-se, segunda vez, em Refojos de Basto (São Miguel),
Cabeceiras de Basto, com MARIA TERESA DE OLIVEIRA, natural do Lugar de Chassim, Refojos de Basto (São Miguel), Cabeceiras de Basto. Filha de Custódio Antônio da Costa e de
sua mulher Josefa Maria.
JOÃO. Nasceu na rua de Trás do Muro, São Paio, Guimarães,
em 21 de março de 17601145, batizado em 25. Foram padrinhos João Francisco Guimarães, do Terreiro de São Paio, e
Francisca de Oliveira, mulher do Capitão José Ferreira dos
Santos da rua dos Gatos.
JOSEFA ROSA DO CANTO E MELO, viúva que ficou de PEDRO
FURRIEL, morador na rua dos Gatos, falecido em 15 de fevereiro de 1834.1146
§ 111.o
JOANA MARIA CLARA DO CANTO E MELO, filha de José Pereira do Canto
e Melo, do § 109.o n.º IX. Nasceu na rua de São Dâmaso, São Sebastião,
Guimarães, em 19 de abril de 17201147, batizada por seu tio, o Reverendo
Torcato Pereira, de comissão do reverendo vigário Antônio Pereira de
Almeida. Foram padrinhos Manuel Monteiro Bravo, por procuração de
Luís Correia dos Santos e Ana Maria, tia da batizada. Casou-se, na freguesia de sua naturalidade, em 21 de janeiro de 1748 com BENTO SOARES
1148
DE CASTRO
nascido na rua de Fafe, Fafe (Santa Eulália a Antiga), Fafe, em 21 de março de 1720, e falecido na rua das Pretas, São Sebastião,
Guimarães, em 26 de abril de 1778.1149 Filho de Manuel Soares, lavrador
limpo e abastado, natural do lugar de Fafe e de sua mulher Catarina RosáAMAP. Óbitos 4, Oliveira do Castelo, Guimarães, Paroquial n.º 397, fls. 87v a 89.
Recebeu todos os sacramentos. Não fez testamento e foi sepultada na capela de São
Tiago da Colegiada. Não lhe ficaram filhos.
AMAP. Nascimentos 9, São Paio, Guimarães, Paroquial n.º 416, fls. 92.
AMAP. Óbitos 6, São Paio, Guimarães, Paroquial n.º 436, fls. 52v.
AMAP. Nascimentos 6, Guimarães, Paroquial n.º 446, fls. 43, n.º 2. Assento exarado por justificação em 17 de janeiro de 1748.
Ao casamento, assistia em Cabeceiras de Basto.
AMAP. Óbitos 3, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 464, fls. 67v e 68, n.º 3.
Fez testamento.
428
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
rio de Castro, natural do lugar de Castro.1150. Neto paterno de Pedro Ribeiro e de sua mulher Catarina Soares da Cunha.1151 Neto materno de
Francisco Gonçalves e de sua mulher Serafina de Castro.1152 Sua avó paterna era filha de Custódia Soares1153, casada com Gonçalo da Cunha, e
por via desta, neta de Roque Soares de Albergaria e de sua mulher Isabel
de Barros Coelho.
Tiveram:
1 (XI)JOSÉ BENTO. Nasceu na rua de São Dâmaso, São Sebastião,
Guimarães, em 8 de setembro de 17501154, batizado em 13.
Foram padrinhos o Reverendo Doutor José Antônio Rebelo,
cônego da Real Colegiada e Josefa Maria de Santa Rosa, tia
materna do batizando, da dita rua de São Dâmaso. Faleceu infante.
2 (XI)JOÃO JOSÉ. Nasceu na rua de São Dâmaso, São Sebastião,
Guimarães, em 29 de dezembro de 1752, batizado em 30.1155
Foram padrinhos, João de Sousa da Silva Alcoforado e seu tio, o beneficiado José Antônio, com procuração de Dona Rosa
Maria, moradores em vila Pouca. Faleceu infante.
3 (XI)MARIA ANTÔNIA. Faleceu na rua de São Dâmaso, São Sebastião, Guimarães, em 15 de novembro de 1767.
4 (XI)MARTINHO (na dúvida).
1150
1151
1152
1153
1154
1155
Foram recebidos em Fafe (Santa Eulália a Antiga) em 23 de março de 1712. [ADB.
Casamentos, fls. 15v].
Foram recebidos em Revelhe (São Martinho), Fafe, em 1.º de abril de 1662. [ADB.
Misto, fls. 62.]. Pedro Ribeiro é filho de André Ribeiro e de sua mulher Maria Domingues.
Foram recebidos em Fafe (Santa Eulália a Antiga) em 16 de outubro de 1695.
[ADB. Casamentos, fls. 15v]. Francisco Gonçalves é natural de Vinhos (Santo Estêvão), Fafe; filho de Domingos Gonçalves e de sua mulher Maria Fernandes. Serafina de Castro é natural do lugar de Castro em Fafe (Santa Eulália a Antiga), filha
de Francisco Gonçalves e de sua mulher Isabel Antunes.
Nascida no lugar de Fafe, Fafe (Santa Eulália a Antiga), Fafe, e batizada em 22 de
abril de 1601. Recebeu-se na mesma igreja, em 15 de maio de 1630, com o dito
Gonçalo da Cunha, filho de Pedro Fernandes e de sua mulher Catarina da Cunha.
AMAP. Nascimentos 8, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 448, fls. 147v, n.º
1.
AMAP. Nascimentos 8, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 448, 192, n.º 1.
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LUÍS. Nasceu na rua de São Dâmaso, São Sebastião, Guimarães, em 30 de maio de 17221156, batizado em 1.º de julho. Foram padrinhos Dom Luís Antônio de Sousa, morador na vila
de Amarante e madrinha, por procuração de seu marido, Dona
Brites Josefa Soares, mulher de D. Garcia de Noronha, moradores na Quinta das Curujeiras, freguesia de Vila Nova de Infantas (Santa Maria).
§ 112.o
FRANCISCO VAZ DO CANTO (filho de Antônio Vaz do Canto, do § 109.o
n.o VI, e de Hilária Gonçalves, mulher solteira). Nasceu na freguesia de
Atães (Santa Maria), Guimarães, cerca de 1578, onde seu pai foi rendeiro das propriedades da Igreja. Casou-se, na freguesia de sua naturalidade, em 25 de maio de 1602, com CATARINA GONÇALVES, nascida no
Casal das Quintãs, Atães (Santa Maria), Guimarães, filha de Manuel
Gonçalves e de sua mulher Maria Gonçalves.1157 Tiveram (acreditamos
que o § 113.o, Jerônimo Vaz do Canto, seja neto de Francisco Vaz do
Canto):
1 (VIII)- PEDRO. Nasceu no Casal das Quintãs, Atães (Santa Maria),
Guimarães, batizado em 9 de setembro de 1601. Foram padrinhos Pedro do Prado, da freguesia de Lobeira (São Cosme
Damião) e Maria Gonçalves do Telhado, mulher de Gonçalo
Francisco. Seus pais eram ainda solteiros.1158
2 (VIII)- JOÃO. Nasceu no Casal das Quintãs, Atães (Santa Maria),
Guimarães, batizado em 6 de outubro de 1603. Foram padrinhos Gonçalo Manuel e Ana Pires do lugar de Figueiredo.1159
3 (VIII)- CATARINA. Nasceu no Casal de Riba de Selho, São Torcato,
Guimarães, batizada em 11 de dezembro de 1605. Foram padrinhos Pedro Soares de Guimarães e Maria Sodré de Mesão
Frio (São Romão).1160
4 (VIII)- DAMÁSIA DO CANTO. Nasceu no Casal de Riba de Selho, São
Torcato, Guimarães, batizada em 22 de março de 1608. Foram padrinhos Antônio Álvares da Granja, freguesia de Nossa
AMAP. Nascimentos 6, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 446, fls. 80, n.º 1.
AMAP. Misto 1, Atães (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 44, fls. 38, n.º 1.
AMAP. Misto 1, Atães (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 44, fls. 13v, n.º 4.
AMAP. Misto 1, Atães (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 44, fls. 15v, n.º 2.
AMAP. Misto 2, São Torcato, Guimarães, Paroquial n.º 718, fls. 29, n.º 2.
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Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
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Senhora da Oliveira e Maria, solteira, das Casas Novas.1161
Ali falecida em 30 de abril de 1693, sem testamento.1162 Seria
seu filho, ou herdeiro: Jerônimo Vaz do Canto, que segue no
§ 113.o. Damásia do Canto teve, sendo solteira:
1 (IX)MARIA. Batizada na Costa (Santa Marinha), Guimarães, em 24 de agosto de 1636. Foram padrinhos
André do Canto, de Golpilhais e Isabel, solteira do
Cano de Cima.1163
DÂMASO. Nasceu no Casal de Riba de Selho, São Torcato,
Guimarães, batizado em 21 de fevereiro de 1610. Foram padrinhos Salvador, filho de Pedro Gonçalves, do Gilde e Isabel, filha do mesmo Pedro Gonçalves do Gilde.1164
ANTÔNIO. Nasceu no Casal de Riba de Selho, São Torcato,
Guimarães, batizado em 13 de outubro de 1613. Foram padrinhos Pedro Gonçalves, da Granja, da freguesia da Oliveira
(Santa Maria) e Maria, filha de Fernão Lourenço.1165
ÂNGELA DO CANTO, que segue no § 115.o.
DOMINGOS. Nasceu no Casal de Riba de Selho, São Torcato,
Guimarães, batizado em 10 de dezembro de 1623. Foram padrinhos Domingos Francisco, de Cortinhas e Maria, filha de
Helena de Cortinhas.1166
§ 113.o
JERÔNIMO VAZ DO CANTO (não lhe identificamos a filiação, sabemos
todavia que herdou a fazenda de Cima de Selho, prazo de vidas de seus
antecessores. Por esta razão estamos em crer que Jerônimo será ou filho
herdeiro de Damásia do Canto, senhora do domínio útil do dito Casal de
Cima de Selho, que herdara de seu pai por escritura de dote, ou de Ângela do Canto, sua irmã, únicas filhas sobrevivas de Francisco Vaz do Canto, do § 112.o n.o VII, que sabemos tiveram geração). Jerônimo Vaz do
Canto faleceu em Cima de Selho, São Torcato, Guimarães, em 9 de no-
AMAP. Misto 2, São Torcato, Guimarães, Paroquial n.º 718, fls. 39v, n.º 1.
AMAP. Misto 3, São Torcato, Guimarães, Paroquial n.º 719, fls. 170, n.º 3.
AMAP. Misto 1, São Torcato, Guimarães, Paroquial n.º 223, fls. 17v, n.º 4.
AMAP. Misto 2, São Torcato, Guimarães, Paroquial n.º 718, fls. 45, n.º 1.
AMAP. Misto 2, São Torcato, Guimarães, Paroquial n.º 718, fls. 59v, n.º 2.
AMAP. Misto 2, São Torcato, Guimarães, Paroquial n.º 718, fls. 74v, n.º 2.
Revista da ASBRAP n.º 21
431
vembro de 1697, sem testamento.1167 Casou-se com MARGARIDA FRAN1168
CISCA
natural do Casal das Várzeas, Fonte de Arcada (São Salvador),
Póvoa de Lanhoso, falecida no Casal de Cima de Selho, São Torcato,
Guimarães, em 20 de junho de 1726, sem testamento.1169 Filha de Francisco João, lavrador, e de sua mulher Domingas Gonçalves. Tiveram:
1 (X)BENTO VAZ DO CANTO, mercador, testemunha na inquirição
de genere de Silvestre Lopes de Sousa, em 6 de julho de
1745, onde declara ter nascido na fazenda de Cima de Selho,
vizinho ao lugar de Penoussos da freguesia de Aldão, (São
Mamede), onde então residia e ser de idade de 55 anos mais
ou menos.1170
2 (X)JOSEFA DO CANTO, que segue.
3 (X)JOÃO VAZ DO CANTO. Nasceu no Casal de Riba de Selho, São
Torcato, Guimarães, batizado em 7 de agosto de 1694. Foram
padrinhos João da Fonseca, do lugar da Povoa de Fonte de
Arcada e Catarina, solteira, filha de Pedro Jorge de Riba de
Selho.1171 Casou-se, na freguesia de sua naturalidade, em 27
de novembro de 1720 com MARGARIDA DA COSTA, nascida no Casal do Pombal, São Torcato, Guimarães, filha de
Pedro Ribeiro e de sua mulher Marta da Costa.1172 Segue no §
114.o.
X-
JOSEFA DO CANTO. Nasceu no Casal de Riba de Selho, São Torcato,
Guimarães, em 22 de agosto de 1692, batizada em 27. Foram padrinhos
Gregório Álvares, vigário de Selho (São Lourenço) e Domingas, filha de
João Fernandes e de sua mulher Ana Antunes, da freguesia de São Martinho de Gondomar.1173. Aí falecida em 19 de julho de 1768, sem testamento.1174 Casou-se, por procuração, na igreja de São Nicolau de Lisboa
1167
AMAP. Misto 4, São Torcato, Guimarães, Paroquial n.º 720, fls. 10, n.º 1.
Havia casado em segundas núpcias com Francisco Ribeiro.
AMAP. Óbitos 1, São Torcato, Guimarães, Paroquial n.º 737, fls. 80v, n.º 3.
ADB. Processo de genere et moribus. Pasta 453, processo n.º 10000, de 26 de novembro de 1733, em anexo inquirição feita em 26 de abril de 1746.
AMAP. Paroquial n.º 721, fls. 40, n.º 1.
AMAP. Casamentos 1, São Torcato, Guimarães, Paroquial n.º 722, fls. 45, n.º 1.
AMAP. Nascimentos 1, São Torcato, Guimarães, Paroquial n.º 721, fls. 29, n.º 3.
AMAP. Óbitos 2, São Torcato, Guimarães, Paroquial n.º 738, fls. 100v, n.º 1.
1168
1169
1170
1171
1172
1173
1174
432
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
Ocidental, em 15 de setembro de 17201175 com JOÃO DUARTE GUIMA1176
RÃES.
Era chamado de o Brasileiro, de alcunha, por mercadejar em
terras de Vera Cruz, nascido num outro casal de Cima de Selho, São
Torcato, Guimarães, cerca de 1680, aí falecido em 28 de março de 1754,
com testamento.1177 Filho de Pedro Duarte Guimarães, natural de Prazins
(Santo Tirso) e de sua mulher Inês de Macedo, natural do Casal do Assento, Gominhães (São Pedro Fins). Neto paterno de Marcos Duarte e de
sua mulher Maria Gonçalves. Neto materno de Francisco Martins, senhor da casa do Assento em Gominhães (São Pedro Fins), pelo casamento com Damásia Rebelo de Macedo, herdeira da dita casa.
Pela linhagem de Damásia Rebelo de Macedo, uniu-se o sangue dos Cantos, ao nobre sangue dos Rebelos de Macedo e Pimentéis da
vila. Estes últimos, tal como os Cantos, ostentavam uma tênue fama de
cristãos-novos, provavelmente fruto de um casamento com linha mercantil abastada, de origem hebraica a que a sua ligação com as terras de Vila
Real não deverá ser alheia. A documentação disponível aclara-lhe uma
origem, provando-a como falsa, todavia permanece a dúvida, pelo fato
dos processos de genere correrem séculos após das realidades relatadas,
a que a distância temporal atribui quase sempre pouca precisão. A ligação da família à comunidade cristã-nova surge dos testemunhos da inquirição de genere do Francisco Xavier do Canto. Os depoentes resumem a origem da fama que padecia a geração a uma disputa de águas
entre o abade de Gominhães, Domingos de Freitas, e as senhoras do Assento. No calor da contenda, o referido abade havia chamado judias às
ditas senhoras, acusação que todas as testemunhas declaram como falsa.
Embora tida por falsa, não nos surpreenderia a existência de algum fundamento, em particular pela proximidade dos Pimentéis ao poderoso
1175
1176
1177
Residia o noivo ao casamento na freguesia de São Nicolau de Lisboa Ocidental, no
lugar de Valverde. Foram recebidos pelo cura Pedro Leitão da Silva, assento de casamento do livro de casados da igreja de São Nicolau, de Lisboa Ocidental, do ano
de 1720, fls. 532v, certidão de recebimento lançada no livro de casamentos de São
Torcato no ano de 1745, em 22 de abril, pelo Padre José da Silva (AMAP. Casamentos 3, São Torcato, Guimarães, Paroquial n.º 734, fls. 3v a 4). Serviu de procurador da noiva Cosme de Oliveira Guimarães, morador na rua Nova, freguesia da
Conceição, que declararam conhecer as testemunhas, Jerônimo da Silva Pereira,
homem de negócios, morador na rua Travessa da Sé Ocidental, o Padre Frei Joaquim de São Tomás, religioso de São Jerônimo e José Rodrigues espingardeiro.
AMAP. Nascimentos 1, São Torcato, Guimarães, Paroquial n.º 733, fls...
AMAP. Óbitos 2, São Torcato, Guimarães, Paroquial n.º 738, fls. 56, n.º 2.
Revista da ASBRAP n.º 21
433
grupo dos comerciantes da vila, cuja elite, integrava alguns cristãosnovos.
A senhora Damásia Rebelo de Macedo nasceu no Casal do
Assento, oitava na ordem da filiação, batizada em 11 de março de 1611.
Era filha de Antônio Fernandes, lavrador honrado, natural do Casal de
Bouro, Selho (São Lourenço), Guimarães, e de sua mulher Catarina Pimentel de Macedo, senhora herdeira do Casal do Assento e recebidos em
Gominhães (São Pedro Fins) em 20 de janeiro de 1590. Catarina Pimentel de Macedo nascera na vila de Guimarães, era irmã do senhor Francisco de Pimentel, clérigo de missa, a quem foi passada bula apostólica que
o colou como abade da Igreja de Gonça (São Miguel) em 20 de dezembro de 1584.1178 Eram filhos do senhor Francisco de Pimentel, escudeiro,
e de sua mulher Margarida Rebelo de Macedo, esta, irmã da “muito honrada” senhora Ana Rebelo de Macedo. Embora lhes desconheçamos a filiação, é incontornável a ligação das irmãs à família Rebelo de Macedo,
não apenas pelo apelido que carregam, mas também pelo patrocínio que
recebem dos membros desta nobre família. Exemplo disto será, sem dúvida, o emprazamento do Casal do Assento realizado em 23 de agosto de
15611179, a Francisco Pimentel e sua mulher Margarida Rebelo de Macedo, pelo senhor Afonso Martins de Macedo, distinto membro da linhagem, cônego da Colegiada da Oliveira e abade de São Miguel das Caldas de Vizela. Pertencia-lhe tal prerrogativa uma vez que a igreja de São
Pedro Fins de Gominhães e seu assento, se encontrava anexa no espiritual à igreja de São Miguel das Caldas, de que era abade.
Tiveram:
1 (XI)PADRE FRANCISCO XAVIER DO CANTO, que nasceu no Casal
de Cima de Selho, São Torcato, Guimarães, em 4 de março de
1716. Foram padrinhos Francisco Ribeiro e sua mulher Margarida Francisca, do lugar de Cima de Selho.1180 Possui processo de inquirição de genere.1181
2 (XI)ANA MARIA, que nasceu no Casal de Cima de Selho, São
Torcato, Guimarães, em 4 de agosto de 1721, batizada em 7.
Foram padrinhos Pedro Duarte e sua cunhada Ana, solteira,
1178
1179
1180
1181
Documento constante do processo de genere de Luís de Azevedo Carneiro.
Documento constante do processo de genere de Luís de Azevedo Carneiro.
AMAP. Nascimentos 1, São Torcato, Guimarães, Paroquial n.º 723, fls. 33v, n.o 1.
ADB. Processo n.º 14634, Pasta 624, de 8 de maio de 1744.
434
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
3 (XI)-
4 (XI)-
5 (XI)-
6 (XI)XI-
1182
1183
1184
1185
1186
1187
1188
filha de que ficou de Manuel Francisco, morador no Toural,
freguesia de São Sebastião.1182
ANA MARIA DOS SANTOS DUARTE, que nasceu no Casal de
Cima de Selho, São Torcato, Guimarães, em 1.o de novembro
de 1726. Foi padrinho Pedro Duarte Guimarães, morador no
Toural, freguesia de São Sebastião.1183 Casou-se, na freguesia
de sua naturalidade, em 5 de maio de 1757, com DOMINGOS
DURÃES GUIMARÃES.
SILVESTRE, que nasceu no Casal de Cima de Selho, São Torcato, Guimarães, em 9 de janeiro de 1729, batizado em 16.
Foram padrinhos o Padre Silvestre Pires da Silva e Escolástica da Silva, da vila de Guimarães, tia pelo casamento com o
tio paterno Pedro Duarte Guimarães, mercador e familiar do
Santo Ofício. 1184
JOSÉ, que nasceu no Casal de Cima de Selho, São Torcato,
Guimarães, em 27 de abril de 1731, batizado em 7 de maio.
Foram padrinhos Bento Vaz do Canto e Maria Teresa, solteira, filha de João da Fonseca, todos assistentes na Póvoa de
Lanhoso. 1185
JOSEFA MARIA DUARTE, que segue.
JOSEFA MARIA DUARTE, que nasceu no Casal de Cima de Selho, São
Torcato, Guimarães, em 4 de dezembro de 1733, batizada por necessidade na pia batismal da igreja de Aldão (São Mamede) em 9. Foram padrinhos Francisco da Fonseca, da Póvoa de Lanhoso e Josefa Luísa, da vila
de Guimarães.1186 Casou-se, na freguesia de sua naturalidade, em 3 de
outubro de 1756 com CUSTÓDIO JOSÉ DE FREITAS.1187 Custódio nasceu
no Casal do Sobredo, São Torcato, Guimarães, em 11 de janeiro de
1733, batizado em 12. Foram padrinhos José de Oliveira Guimarães e
Senhorinha Gomes, do lugar do Sobredo.1188 Filho de Tomé Gomes, seAMAP. Nascimentos 1, São Torcato, Guimarães, Paroquial n.º 723, fls. 89v a 90,
n.º 2.
AMAP. Nascimentos 1, São Torcato, Guimarães, Paroquial n.º 723, fls. 127, n.º 2.
AMAP. Nascimentos 1, São Torcato, Guimarães, Paroquial n.º 723, fls. 144v, n.º 2.
AMAP. Nascimentos 1, São Torcato, Guimarães, Paroquial n.º 723, fls. 160v, n.º 1.
AMAP. Nascimentos 2, São Torcato, Guimarães, Paroquial n.º 724, fls. 3v, n.º 2.
AMAP. São Torcato, Guimarães, Paroquial n.º 734, fls. 23v, n.º 2.
AMAP. Nascimentos 1, São Torcato, Guimarães, Paroquial n.º 723, fls.171v, n.º 2.
Revista da ASBRAP n.º 21
435
nhor herdeiro do Casal do Sobredo, daí natural, e de sua mulher Maria
de Freitas, nascida na casa do Assento, num dos terços do Casal do Assento foreiro à Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira. Neto paterno de
João Gomes e de sua mulher Catarina Fernandes, senhores do domínio
útil do Casal do Sobredo. Neto materno de Torcato de Freitas, senhor
herdeiro do terço do Casal do Assento e de sua mulher Helena de Oliveira, natural da freguesia de Rendufe (São Romão). Torcato de Freitas era
filho de Torcato João, senhor herdeiro de um terço do Casal do Assento,
aí batizado em 30 de maio de 1600 e de sua mulher Catarina João nascida no Casal do Campo, São Torcato, Guimarães, batizada em 17 de janeiro de 1605, esta filha de Gonçalo João e de sua mulher Catarina Pires. Torcato João era filho de João Domingues, senhor herdeiro de um
terço do Casal do Assento do Mosteiro, em São Torcato, aí nascido e batizado em 1.o de novembro de 1563, e de sua segunda mulher Francisca
Pires, nascida no Casal da Pereira, Freitas (São Pedro), Fafe, e casada
nesta freguesia em 12 de janeiro de 1597, com escritura dotal realizada
por sua mãe e irmão, Pedro Afonso, nas notas do tabelião Antônio Fragoso Zuzarte, da vila de Guimarães, em 14 de janeiro de 1596.1189 Filha
de Afonso Pires e de sua mulher Catarina Jorge, filha de Jorge Pires senhor do Casal do Requeixo de Travassós (São Tomé), casa de lavradores
abastados.
João Domingues era filho de Domingos Gonçalves, senhor de
1/3 do Casal do Assento de sua mulher Cecília Gonçalves, descendentes
de um dos três irmãos a quem o Cabido reparte o Casal do assento em
terços. Datam as escrituras de 24 de maio de 1510, um terço encabeçará
Gonçalo Afonso casado com Catarina Afonso, outro a sua irmã casada
com João Afonso e, por último um outro a seu irmão Sebastião Afonso
casado com Durança Dias.1190 Desconhecemos de que linha sucede João
Gonçalves, pai de Domingos Gonçalves e avô de João Domingos, todavia pelo fato de Domingos Gonçalves ter uma irmã de nome Durança
Gonçalves é possível, que descendam de Sebastião Afonso e de sua mulher Durança Dias.
É neste prazo que tem origem a famosa e abastada casa do
Órfão, nome que adquire aquando a sua doação pelo último sucessor legítimo desta linhagem, José Pedro de Freitas, ao Capitão Francisco Paulo de Sousa, senhor do Casal do Campo, que, não tendo descendência, o
nomeia em seu sobrinho órfão, Antônio José de Freitas.
1189
1190
AMAP. Notarial n.º 35, fls. 122 a 124v.
AMAP. C- 806.
436
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
1 (XII)2 (XII)-
3 (XII)-
XII-
1191
1192
1193
1194
1195
Tiveram:
TORCATO JOSÉ DE FREITAS, que segue.
JOSÉ PEDRO DE FREITAS, que nasceu no Casal do Assento,
São Torcato, Guimarães, em 30 de junho de 1761, batizado
pelo Padre Francisco Xavier do Canto, do lugar de Cima de
Selho. Foram padrinhos Torcato Fernandes e Serafina, solteira, ambos do lugar do Assento.1191
PAULO LUÍS DE FREITAS, que nasceu no Casal do Assento,
São Torcato, Guimarães, em 23 de fevereiro de 1763, batizado pelo Padre Francisco Xavier do Canto, em 28. Foram padrinhos Paulo Luís de Oliveira, morador na rua do Gado, da
freguesia de Nossa Senhora da Oliveira da vila de Guimarães
e Serafina de Freitas, do lugar do Assento.1192 Falecido na casa do Assento em 19 de setembro de 1840.1193 Fez testamento
em 5 de maio de 1835, nomeando testamenteira sua prima
Maria Rosa Duarte, viúva de Manuel Antônio Gomes, da Praça de Santiago.1194
TORCATO JOSÉ DE FREITAS. Nasceu no Casal do Assento, São
Torcato, Guimarães, em 12 de julho de 1757, batizado em 14. Foram padrinhos Torcato Fernandes e sua cunhada Serafina, solteira, ambos do
lugar do Assento.1195 Faleceu no Brasil e teve descendência espúria, de
que nos dá nota o testamento da mãe ao instituir os irmãos «(…) por universais herdeiros de seus bens ações, e direitos, em que se compreendia a herança do outro filho Torcato José de Freitas, falecido no Reino
do Brasil, sem embargo do testamento com que faleceu, pois que instituía por herdeiras duas filhas espúrias que tinha havido de uma sua comadre, com a qual não casou, nem podia casar sem dispensa apostólica, e
ainda que casasse não podiam elas legitimar-se pelo seguinte matrimónio, para lhe poderem suceder na sua herança sem se habilitarem, ou
dispensarem por provisão do Desembargo do Paço, sendo certo que a
qualidade de Espúrios nunca a perdem os filhos pelo seguinte matrimónio dos pais para lhe sucederem nas heranças, ainda que a mesma seja
AMAP. São Torcato, Guimarães, Paroquial n.º 724, fls. 187v, n.º 2.
AMAP. São Torcato, Guimarães, Paroquial n.º 725, fls. 14v, n.º 1.
AMAP. Paroquial n.º 741, fls. 43, n.º 3.
AMAP. M – 441, fls. 53v a 55.
AMAP. Paroquial n.º 724, fls. 155v, n.º 1.
Revista da ASBRAP n.º 21
437
concedida ma raiz do matrimónio, vindo assim a ser nulo o testamento,
assim por esse princípio como por não instituir a ela testadora sua mãe
por herdeira (…)».1196
X-
1196
1197
1198
1199
1200
1201
1202
§ 114.o
JOÃO VAZ DO CANTO (filho de Jerônimo Vaz do Canto, do § 113.o n.o
IX, e de sua mulher Margarida Francisca), nascido no Casal de Riba de
Selho, São Torcato, Guimarães, batizado em 7 de agosto de 1694. Foram
padrinhos João da Fonseca, do lugar da Povoa de Fonte de Arcada e Catarina, solteira, filha de Pedro Jorge, de Riba de Selho.1197 Faleceu no
Casal do Pombal, São Torcato, Guimarães, em 2 de abril de 1741, de
uma “sufocação repentina”, sem testamento.1198 Casou-se, na freguesia
de sua naturalidade, em 27 de novembro de 17201199 com JERÔNIMA DA
COSTA, nascida no Casal do Pombal, São Torcato, Guimarães, batizada
em 5 de maio de 1697. Foram padrinhos João Ribeiro e Jerônima, solteira, da rua Franca.1200 Filha de Pedro Ribeiro e de sua mulher Marta
Francisca da Costa, senhores herdeiros do domínio útil do Casal do
Pombal. Tiveram:
1 (XI)BENTO, que nasceu no Casal do Pombal, São Torcato, Guimarães, em 23 de julho de 1721, sendo batizado em 17. Foram padrinhos Bento Vaz do Canto, do Casal de Cima de Selho e Margarida, solteira, filha de Manuel Lopes, do lugar de
Bouro, freguesia de São Lourenço de Cima de Selho.1201
2 (XI)JOSEFA MARIA, que nasceu no Casal do Pombal, São Torcato,
Guimarães, em 2 de junho de1723. Batizada em 7. Foram padrinhos Francisco da Costa Guimarães, do lugar do Barreiro e
Josefa do Canto, do lugar de Cima de Selho, ambos desta freguesia.1202
3 (XI)MARGARIDA RIBEIRO, que nasceu no Casal do Pombal, São
Torcato, Guimarães, em 15 de janeiro de 1725. Batizada em
18. Foram padrinhos Francisco Ribeiro e sua mulher MargaAMAP. M – 415, fls. 149v a 152.
AMAP. Nascimentos 1, Paroquial n.º 721, fls. 40, n.º 1.
AMAP. óbitos 2, Paroquial n.º 738, fls. 23v, n.º 2.
AMAP. Casamentos 1, Paroquial n.º 722, fls. 45, n.º 1.
AMAP. Nascimentos 1, Paroquial n.º 721, fls. 60v, n.º 1.
AMAP. Nascimentos 3, Paroquial n.º 723, fls. 89 e v, n.º 2.
AMAP. Nascimentos 3, Paroquial n.º 723, fls. 103v, n.º 1.
438
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
4 (XI)-
5 (XI)-
6 (XI)-
7 (XI)-
1203
1204
1205
1206
1207
1208
1209
1210
rida Francisca, do lugar de Cima de Selho.1203 Faleceu de um
acidente em 8 de dezembro de 1743, e não fez testamento.1204
Aí casada em 1.o de fevereiro de 1741 com DOMINGOS FRANCISCO, nascido no lugar da Cruz, São Torcato, Guimarães, em
13 de janeiro de 1716.1205 Falecido no Casal da Cruz ou Assento de Baixo, São Torcato, Guimarães, em 9 de junho de
1779.1206 Filho de João Francisco e de sua mulher Ana Francisca. Sem geração.
MARIA TERESA, que nasceu no Casal do Pombal, São Torcato, Guimarães, em 28 de outubro de 1727. Batizada em 2 de
novembro. Foram padrinhos Bento do Canto Vaz e Maria Teresa, ambos da vila da Póvoa de Lanhoso, freguesia de Fonte
de Arcada.1207
JOANA, que nasceu no Casal do Pombal, São Torcato, Guimarães, em 25 de março de 1730. Foram padrinhos João Duarte
Guimarães e sua mulher Josefa do Canto, do lugar de Cima
de Selho.1208
FRANCISCO, que nasceu no Casal do Pombal, São Torcato,
Guimarães, em 27 de setembro de 1732. Batizado em 5 de outubro. Foram padrinhos João Duarte Guimarães, desta freguesia, por procuração que apresentou de Francisco da Fonseca,
filho de João da Fonseca e de Maria Francisca, da vila da Póvoa e Mariana, solteira, filha de Antônio Fernandes, do lugar
da Corrundela.1209
JOSÉ, que nasceu no Casal do Pombal, São Torcato, Guimarães, em 15 de abril de 1735. Batizado sub condicione por ser
batizado em casa por Ana da Costa, mulher de Francisco de
Freitas, que foram os padrinhos. Falecido infante.1210
AMAP. Nascimentos 3, Paroquial n.º 723, fls. 115, n.º 2.
AMAP. Óbitos 2, Paroquial n.º 738, fls. 29v, n.º 2.
AMAP. Nascimentos 3, Paroquial n.º 723, fls. 30 e v, n.º 1. Batizado em 19. Foram
padrinhos Domingos, solteiro, mercador, do lugar do Souto, e Catarina Antunes das
Quintãs.
AMAP. Óbitos 2, Paroquial n.º 738, fls. 135, n.º 2.
AMAP. Nascimentos 3, Paroquial n.º 723, fls. 133 e v, n. o 2.
AMAP. Nascimentos 3, Paroquial n.º 723, fls. 152 e v, n.º 2.
AMAP. Nascimentos 3, Paroquial n.º 723, fls. 170 e v, n.º 2.
AMAP. Nascimentos 4, Paroquial n.º 724, fls. 11v e 12, n.º 3.
Revista da ASBRAP n.º 21
8 (XI)-
VIII-
439
MARGARIDA, que nasceu no Casal do Pombal, São Torcato,
Guimarães, cerca de 1736, aí falecida em 24 de setembro de
1730.
§ 115.o
ÂNGELA DO CANTO (filha de Francisco Vaz do Canto, do § 112.o n.o VII,
e de sua mulher Catarina Gonçalves), nascida no Casal de Riba de Selho, São Torcato, Guimarães, batizada em 29 de setembro de 1621.1211
Foram padrinhos André Pires, das Rãs e Senhorinha da Corrundela, filha
de Gonçalo Gonçalves, aí falecida em 10 de maio de 1690.
Teve de DOMINGOS DE FREITAS, do Cano de Cima, Guimarães, casado com Catarina do Canto Antunes, a:
IX-
JERÔNIMA DO CANTO, que nasceu no Casal de Cima de Selho (São Torcato), Guimarães, cerca de 1656. Casou-se, na freguesia de sua naturalidade, em 2 de junho de 1692, com PAULO DUARTE, senhor herdeiro do
Casal do Pulo, São Torcato, filho natural de João Lopes, morador na vila
de Guimarães e de Ângela Duarte, mulher solteira, de São Torcato. Tiveram:
1 (X)JERÔNIMA. Nasceu no Casal do Pulo, São Torcato, Guimarães, batizada em 12 de abril de 1693.1212 Foram padrinhos
Manuel Peixoto, do lugar da Ordem e Mariana, solteira, do
mesmo lugar. Aí falecida, solteira, em 28 de setembro de
1700, sacramentada e sepultada dentro do Mosteiro.
2 (X)MARIA DUARTE DO CANTO, que segue no § 116.o.
3 (X)MARGARIDA DUARTE DO CANTO, que segue.
X-
MARGARIDA DUARTE DO CANTO. Nasceu no Casal do Pulo, São Torcato, Guimarães, batizada em 20 de abril de 1700. Foram padrinhos Simão
Francisco, de Cima de Selho e Ana de Freitas, mulher de Manuel de
Carvalho, moradores no Cano de Cima.1213 Casou-se, na freguesia de sua
naturalidade, em 11 de janeiro de 1722, com FRANCISCO MONTEIRO,
nascido no Casal do Assento, Aldão (São Mamede), Guimarães, em 7 de
setembro de 1692. Filho de Gonçalo Francisco e de sua mulher Jerônima
Francisca. Tiveram:
1211
1212
1213
AMAP. Misto 2, São Torcato, Guimarães, Paroquial n.º 718, fls. 72, n.º 1.
AMAP. Batizados 1, São Torcato, Guimarães, Paroquial n.º 721, fls. 33v, n.º 2.
AMAP. Batizados 1, São Torcato, Guimarães, Paroquial n.º 721, fls. 92, n.º 1.
440
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
1 (XI)-
2 (XI)-
3 (XI)-
4 (XI)-
5 (XI)-
X-
1214
1215
1216
1217
1218
1219
MARIA, que nasceu no Casal do Pulo, São Torcato, Guimarães, em 20 de abril de 1723, batizada em 22.1214 Foram padrinhos Bento Francisco, da freguesia de Aldão (São Mamede) e Jerônima do Canto, do mesmo lugar do Pulo, avó da batizada.
FRANCISCO DUARTE, que nasceu no Casal do Pulo, São Torcato, Guimarães, em 13 de agosto de 1725, batizado em 19.
Foram padrinhos Francisco Xavier da Silva, da vila de Guimarães e Isabel, solteira, filha de Jerônimo Gomes, do lugar
da Pousada, Mesão Frio (São Romão), Guimarães.1215
JOSEFA, que nasceu no Casal do Pulo, São Torcato, Guimarães em 30 de outubro de 1727, batizada em 3 de novembro.
Foram padrinhos João Lopes, do lugar de Penoussos, Aldão
(São Mamede) e Maria, solteira, filha de Jerônimo Monteiro,
do lugar da Ordem, da mesma freguesia.1216
ANTÔNIO, que nasceu no Casal do Pulo, São Torcato, Guimarães, em 28 de janeiro de 1730, batizado em 2 de fevereiro.
Foram padrinhos Antônio, solteiro, filho de Jerônimo Gomes,
da freguesia de Mesão Frio (São Romão) e Senhorinha, solteira, filha de João Martins, da mesma freguesia.1217
JOÃO, que nasceu no Casal do Pulo, São Torcato, Guimarães,
em 25 de março de 1733, batizado em 30. Foram padrinhos
João Duarte Guimarães, do lugar de Cima de Selho e Maria,
solteira, filha de Francisco Lopes, da freguesia de Aldão (São
Mamede).1218
§ 116.o
Casa do Assento, Aldão (São Mamede)
MARIA DUARTE DO CANTO (filha de Jerônima do Canto, do § 116.o n.o
IX, e de seu marido Paulo Duarte). Nasceua no Casal do Pulo, São Torcato, Guimarães, batizada em 5 de setembro de 1696. Foram padrinhos
Jerônimo, solteiro, da Pousada, Mesão Frio (São Romão) e Maria, solteira, filha de Pedro Jorge, de Cima de Selho.1219 Faleceu na casa do AsAMAP. Paroquial n.º 723, fls. 102v, n.º 1.
AMAP. Paroquial n.º 723, fls. 120v, n.º 1.
AMAP. Paroquial n.º 723, fls. 133v, n.º 1.
AMAP. Paroquial n.º 723, fls. 151v, n.º 1.
AMAP. Paroquial n.º 723, fls. 173v. a 174v, n.º 3.
AMAP. Paroquial n.º 721, fls. 58, n.º 2.
Revista da ASBRAP n.º 21
441
sento, Aldão (São Mamede), Guimarães, em 20 de abril de 1770. Casouse, na freguesia de sua naturalidade, em 26 de janeiro de 1721, com
BENTO FRANCISCO, senhor herdeiro da casa do Assento em Aldão (São
Mamede), Guimarães, nascido em 19 de setembro de 1688, filho de
Gonçalo Francisco e de sua mulher Jerônima Francisca. Tiveram:
1 (XI)MARGARIDA FRANCISCA DUARTE, também nomeada Margarida Francisca do Canto, nasceu na casa do Assento, Aldão
(São Mamede), Guimarães em 21 de outubro de 1721, batizada em 26. Foram padrinhos Francisco Monteiro, do Assento e
Margarida, solteira, filha de Maria do Canto, do lugar do Pulo, São Torcato.1220 Casou-se, na freguesia de sua naturalidade, em 27 de junho de 1756, com FRANCISCO NOGUEIRA,
nascido em Golães (São Lourenço), Fafe, batizado em 26 de
janeiro de 1697, filho de João Nogueira e de sua mulher Maria Gonçalves. Com geração.
2 (XI)JOSEFA, que nasceu na casa do Assento, Aldão (São Mamede), Guimarães, em 26 de dezembro de 1723, batizada em 2
de janeiro.1221 Foram padrinhos Francisco Duarte, do lugar do
Pulo, São Torcato, e Isabel Pimenta, de Penoussos, Aldão
(São Mamede). Falecida solteira em 31 de janeiro de 1802.
3 (XI)DOMINGOS FERNANDES DUARTE, que segue.
4 (XI)ANA MARIA DUARTE, que nasceu na casa do Assento, Aldão
(São Mamede), Guimarães em 22 de julho de 1728, batizada
em 26.1222 Foram padrinhos João Duarte, de Cima de Selho,
São Torcato, e Maria, filha de Francisco Lopes, de Penoussos
de Cima, falecida em 2 de outubro de 1805. Casou-se, na freguesia de sua naturalidade, em 25 de julho de 1763, com JOÃO FERNANDES PEIXOTO, nascido na freguesia de São Torcato, Guimarães, em 24 de abril de 1728, falecido em Aldão
(São Mamede), Guimarães, em 1.o de outubro de 1800.
5 (XI)JOANA MARIA, que nasceu na casa do Assento, Aldão (São
Mamede), Guimarães, em 12 de março de 1735, batizada em
16.1223 Foram padrinhos Pedro Duarte, do Pulo, São Torcato,
e Isabel Vieira, de Penoussos de Baixo, mulher de João Fernandes, falecida em 16 de outubro de 1800, solteira.
1220
1221
1222
1223
AMAP. Misto 2, Paroquial n.º 32, fls. 17, n.º 1.
AMAP. Misto 2, Paroquial n.º 32, fls. 19, n.º 2.
AMAP. Misto 2, Paroquial n.º 32, fls. 23, n.º 1.
AMAP. Misto 2, Paroquial n.º 32, fls. 30v, n.º 2.
442
XI-
1224
1225
1226
1227
1228
1229
1230
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
DOMINGOS FERNANDES DUARTE, que nasceu na casa do Assento, Aldão
(São Mamede), Guimarães, em 5 de janeiro de 1726, batizado em 13.
Foram padrinhos o Licenciado Domingos Lopes, da vila de Guimarães e
sua irmã Josefa Maria.1224 Faleceu no lugar dos Eidos, Aldão (São Mamede), em 23 de novembro de 1788.1225 Casou-se com ARCÂNGELA
MARIA MICAELA DE LIMA1226, filha legítima de João de Meira e de sua
mulher Joana de Lima, moradores que foram no Assento de Prazins
(Santo Tirso), onde foram recebidos em 22 de maio de 17121227, e na vila de Guimarães. Neta paterna de Baltazar de Meira Pinto1228, lavrador,
senhor herdeiro da Quinta de Picouto de Cima, Gominhães (São Pedro
Fins) e de sua mulher Jerônima da Costa, nascida na casa da Pousada,
Prazins (Santo Tirso). Neto materno do reverendo padre Paulo de Lima,
abade de Prazins (Santo Tirso) e de Jerônima da Silva, solteira, moradora na vila de Guimarães. Após a viuvez, João de Meira, tomou ordens
sacras, falecendo padre no Assento de Aldão (São Mamede), em casa de
sua filha, em 14 de julho de 1767.1229 Joana de Lima era irmã do Licenciado Antônio de Lima e Melo, cavaleiro da casa de sua Magestade, do
Capitão Baltasar de Lima, falecido em Mariana, no Brasil, em 17751230 e
de Jerônima de Lima, casada com o senhor da casa do Barral em Souto
(São Salvador), Francisco de Freitas Barros, descendente dos Cantos por
AMAP. Misto 2, Paroquial n.º 32, fls. 21, n.º 2.
AMAP. Óbitos 1, Paroquial n.º 37, fls. 102, n.º 1.
Irmã do Padre Antônio José de Meira, com inquirição de genere em Braga: Processo 6593, Pasta 294, de 8 de fevereiro de 1732.
AMAP. Misto 1, Paroquial n.º 648, fls. 133v, n.º 1.
Baltazar de Meira Pinto era filho legitimado de Francisco de Meira Pinto, casado
com Bárbara Nogueira de Sampaio, referidos neste trabalho (§ 14.o n.o IX), havido
em Ana, solteira, de São Torcato, e aí batizado em 14 de junho de 1660.
AMAP. Misto 1, Paroquial n.º 31, fls. 90, n.º 3.
IAN/ TT. Feitos Findos, Juízo da Índia e Mina, Justificações Ultramarinas, Brasil,
mç. 18, n.º 7. Autos de Habilitação de Ana Luísa de Freitas e seus sobrinhos José
Luís e Antônia. A primeira impetrante era filha de Francisco de Freitas e de sua mulher Maria Ribeiro de Macedo, da casa do Barral em Souto (São Salvador); os segundos, filhos de Rosendo Lopes e de sua mulher Maria Ribeiro. Pretendiam, como
herdeiros de seu pai e avô, habilitar-se à herança de seu tio-avô, Capitão Baltasar de
Lima, filho de Paulo de Lima, abade de Santo Tirso, e de Jerônima da Silva, natural
desse lugar, falecido em Mariana (Brasil), 1775.
Revista da ASBRAP n.º 21
443
sua mãe Isabel de Freitas do Canto, casada com Jerônimo Gomes de
Barros, senhor herdeiro da casa do Barral. Tiveram:
1 (XII)- ANTÔNIO LOURENÇO, que nasceu na casa do Assento, Aldão
(São Mamede), Guimarães, em 10 de agosto de 1753, batizado a 15. Foram padrinhos Domingos de Lima, filho do Padre
João de Meira e Margarida, filha de Bento Francisco, tios do
batizado.1231
2 (XII)- JOANA MARIA DE LIMA, que nasceu na casa do Assento, Aldão (São Mamede), Guimarães, em 13 de agosto de 1756, batizada em 19. Foram padrinhos Torcato, filho de Silvestre
Fernandes de Picouto, Gominhães (São Pedro Fins) e madrinha Domingas de Lima, da casa da Abelheira, Passos (São
Vicente), Fafe.1232. Casou-se, na freguesia de sua naturalidade, em 17 de novembro de 17761233 com JOSÉ ANTÔNIO DA
SILVA REIS, nascido na Cruz da Argola, Mesão Frio (São
Romão), Guimarães, em 7 de maio de 1755.1234 Faleceu na
Viela da rua do Postigo, Oliveira (Santa Maia), Guimarães,
em 6 de dezembro de 1821.1235 Filho de José da Silva, natural
de Freitas (São Pedro), Fafe, e de sua mulher Joana Maria de
Sousa, natural de Azurém (São Pedro), Guimarães. Neto paterno do Padre João Álvares da Silva, natural de Fonte de Arcada e de Eugênia de Freitas, mulher solteira, natural de Freitas (São Pedro), Fafe. Com geração.
3 (XII)- JOÃO, que nasceu na casa do Assento, Aldão (São Mamede),
Guimarães, em 13 de janeiro de 1760.
4 (XII)- MARIA JOSEFA DE LIMA, que segue.
XII-
1231
1232
1233
1234
1235
1236
MARIA JOSEFA DE LIMA, que nasceu na casa do Assento, Aldão (São
Mamede), Guimarães, em 28 de janeiro de 1763, batizada em 30. Foram
padrinhos o Padre João de Meira, seu avô e madrinha Maria Josefa, filha
de Silvestre Fernandes, de Picouto, Gominhães (São Pedro Fins).1236 CaAMAP. Misto 2, Paroquial n.º 32, fls. 53, n.º 1.
AMAP. Misto 2, Paroquial n.º 32, fls. 55v, n.º 2.
AMAP. Misto 2, Paroquial n.º 32, fls. 70v, n.º 2.
AMAP. Nascimentos 2, fls. 97 e v, n.º 2. Batizado em 9. Foi padrinho o abade Manuel Lopes de Abreu.
AMAP. Óbitos 6, Paroquial n.º 398, fls. 149v, n.º 2.
AMAP. Nascimentos 1, Paroquial n.º 33, fls. 3, n.º 1.
444
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
sou-se, na freguesia de sua naturalidade, em 10 de dezembro de 1780,
com JOÃO BATISTA DOS REIS, que nasceu na Cruz da Argola, Mesão
Frio (São Romão), Guimarães, em 19 de abril de 17541237, aí falecido em
21 de março de 1795.1238 Filho de José da Silva, natural de Freitas (São
Pedro), Fafe, aí nascido em 4 de maio de 1726: «João filho de Eugénia,
solteira, filha de Maria de Freitas, do lugar das Pereiras»1239 e de sua mulher Joana Maria de Sousa, natural de Azurém (São Pedro), Guimarães.
Neto paterno do Padre João Álvares da Silva1240, natural de Fonte de Arcada e de Eugênia de Freitas, mulher solteira, natural de Freitas (São Pedro), Fafe. Tiveram:
1 (XIII)- CUSTÓDIO, que nasceu no lugar da Cruz da Argola, Mesão
Frio, São Romão, em 21 de outubro de1781. Batizada em 24.
Foram padrinhos Antônio José da Silva e sua mulher Josefa
Maria Ribeiro, moradores na rua de Gatos de Guimarães.1241
2 (XIII)- MANUEL JOSÉ DA SILVA, que nasceu no lugar da Cruz da Argola, Mesão Frio, São Romão, Guimarães, em 9 de junho de
1783. Batizado em 12. Foram padrinhos Manuel dos Reis e
sua mulher Bernarda de Oliveira, do dito lugar da Cruz de
Argola.1242 Casou-se aí em 1.o de janeiro de 18011243 com
MARIA VIOLANTE, nascida no lugar da Cruz da Argola, Mesão Frio (São Romão), Guimarães, filha de Francisco José de
Oliveira e de sua mulher Maria Rosa. Com geração.
1237
1238
1239
1240
1241
1242
1243
AMAP. Nascimentos 2, Paroquial n.º 552, fls. 92, n.º 1. Batizado em 21. Foram
padrinhos João de Faria Machado e sua mulher Rosa Maria das Chagas.
AMAP. Óbitos 1, Paroquial n.º 556, fls. 90v.
Foram padrinhos o Capitão Domingos de Araújo e Maria de Araújo.
ADB. Processo de genere n.º 19956, de 29 de julho de 1722. Do referido processo
consta ter nascido em Fonte de Arcada em 18 de agosto de 1697, filho de José Vieira e de sua mulher Maria da Silva «lavradores dos principais desta freguesia», ele
natural de São Tiago de Lanhoso, ela, de Fonte de Arcada. Neto paterno de Domingos Fernandes e de sua mulher Maria Álvares Vieira «lavradores honrados da freguesia de São Tiago de Lanhoso», ele natural de São Tiago de Lanhoso, ela, de São
Martinho de Ferreiros. Neto materno do Capitão Sebastião Dias da Silva, natural e
morador no lugar da Portela, Fonte de Arcada, e de Catarina Fernandes, natural da
freguesia de São Gens de Calvos, Póvoa de Lanhoso. Consta do referido processo
que o habilitado era sobrinho do Padre Antônio Álvares Vieira, abade de Tadim (?),
com processo de genere n.º 839, de 16 de fevereiro de 1702.
AMAP. Nascimentos 3, Paroquial n.º 553, fls. 75v a 76, n.º 2.
AMAP. Nascimentos 3, Paroquial n.º 553, fls. 80v a 81, n.º 2.
AMAP. Casamentos 2, Paroquial n.º 550, fls. 5, n.º 1.
Revista da ASBRAP n.º 21
445
3 (XIII)- MARIA JOAQUINA DE LIMA, que nasceu no lugar da Cruz da
Argola, Mesão Frio, São Romão, Guimarães, em 15 de agosto
de 1785. Batizada em 17. Foram padrinhos Antônio Manuel,
ourives, e sua mulher Maria Joaquina, moradores no Campo
da Feira, da vila de Guimarães.1244 Aí falecida em 16 de fevereiro de 1864. Casou na freguesia de Azurém (São Pedro),
Guimarães, em 26 de setembro de 18121245, com JOSÉ JOAQUIM FERNANDES, nascido da freguesia de Oliveira (Santa
Maria), Guimarães, em 8 de dezembro de 1777. Filho legítimo de Diogo Fernandes e de sua mulher Mariana Luísa de
Sousa. Com geração.
4 (XIII)- PEDRO ANTÔNIO, que nasceu no lugar da Cruz da Argola,
Mesão Frio, São Romão, Guimarães, em 4 de abril de 1787.
Batizado em 9. Foram padrinhos o Reverendo Tomé Luís
Felgueiras e sua irmã Antónia Luísa, moradores na Cruz de
Argola.1246
5 (XIII)- ANTÔNIO MANUEL, que nasceu no lugar da Cruz da Argola,
Mesão Frio, São Romão, Guimarães, em 21 de julho de 1789.
Batizado em 22. Foram padrinhos Manuel José da Silva e sua
mulher Maria Luísa, tia do batizado, moradores na rua dos
Trigais.1247
6 (XIII)- FRANCISCO XAVIER, que nasceu no lugar da Cruz da Argola,
Mesão Frio, São Romão, Guimarães, em 7 de março de 1792.
Batizado em 9. Foram padrinhos Francisco Xavier e sua mulher Maria Joaquina, da freguesia de São Paio da vila de
Guimarães.1248
VI-
1244
1245
1246
1247
1248
1249
§ 117.o
INÊS DO CANTO, filha de Maria Álvares do Canto, do § 117.o n.o V. Nasceu na rua da Sapateira, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, cerca de
1585. Casou-se, na freguesia de Ferreiros (São Tiago), Póvoa de Lanhoso, em 13 de junho de 16101249 com JOÃO DE BARROS, natural da Casa
AMAP. Nascimentos 3, Paroquial n.º 553, fls. 87, n.º 2.
AMAP. Casamentos 3, Paroquial n. º 67, fls. 51v a 52, n.º 2.
AMAP. Nascimentos 3, Paroquial n.º 553, fls. 90v, n.º 2.
AMAP. Nascimentos 3, Paroquial n.º 553, fls. 96v, n.º 1.
AMAP. Nascimentos 3, Paroquial n.º 553, fls. 103, n.º 2.
ADB. Misto 1, Ferreiros (São Martinho), Póvoa de Lanhoso, Paroquial n.º 61, fls.
32. Recebidos pelo pároco de Águas Santas António d‟Afonseca.
446
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
de Cima de Vila, Lanhoso (São Tiago), Póvoa de Lanhoso, aí falecido
em 28 de novembro de 1672.1250 Filho de Julião Pequeno Chaves de
Barros e de sua mulher Antônia Faria de Magalhães. Tiveram:
1 (VII)- CRISTINA, que nasceu na casa de Cima de Vila, Lanhoso (São
Tiago), Póvoa de Lanhoso, batizada em 25 de janeiro de
1615.1251 Foram padrinhos Julião Pequeno de Barros, abade
de Corvos e Ana da Cunha, mulher de Pantalião Ribeiro de
Barros escrivão.
2 (VII)- ANTÔNIA, que nasceu na casa de Cima de Vila, Lanhoso (São
Tiago), Póvoa de Lanhoso, batizada em 15 de fevereiro de
1619.1252 Foram padrinhos Antônio de Castro e Ana da Cunha, mulher de Pantalião Ribeiro de Barros.
3 (VII)- JOÃO, gêmeo de Jerônima, que nasceu na casa de Cima de Vila, Lanhoso (São Tiago), Póvoa de Lanhoso, em 15 de novembro de 1621.1253 Foram padrinhos Antônio de Magalhães,
solteiro de Geraz e Maria Álvares do Canto, mulher de Gregório de Magalhães.
4 (VII)- JERÔNIMA, gêmea de João, que nasceu na casa de Cima de
Vila, Lanhoso (São Tiago), Póvoa de Lanhoso, em 15 de novembro de 1621.1254 Foram padrinhos Antônio de Magalhães,
solteiro de Geraz e Maria Álvares do Canto, mulher de Gregório de Magalhães.
5 (VII)- Padre Domingos de Barros, que nasceu na casa de Cima de
Vila, Lanhoso (São Tiago), Póvoa de Lanhoso, batizado em
28 de abril de 1627.1255 Foi à igreja pôr os Santos óleos, uma
vez que fora batizado por Margarida Ribeiro, filha de Pantalião Ribeiro por lhe parecer que morreria...
e perguntei-lhe a forma do baptismo e o disse a muito bom português ... Também é publico nesta freguesia que o padre Domingos de
Barros, neto da dita Maria do Canto por ser filho de huma Inês do
Canto que foi casar com João de Barros natural da freguesia de
Lanhoso, este sendo clérigo e cura em Lanhoso o Illustríssimo Se1250
1251
1252
1253
1254
1255
ADB. Misto 2, Lanhoso (São Tiago), Póvoa de Lanhoso, Paroquial n.º 156, fls. 77.
ADB. Misto 2, Lanhoso (São Tiago), Póvoa de Lanhoso, Paroquial n.º 156, fls. 28.
ADB. Misto 2, Lanhoso (São Tiago), Póvoa de Lanhoso, Paroquial n.º 156, fls. 33v.
ADB. Misto 2, Lanhoso (São Tiago), Póvoa de Lanhoso, Paroquial n.º 156, fls. 38.
Idem.
ADB. Misto 2, Lanhoso (São Tiago), Paroquial n.º 156, fls. 31.
Revista da ASBRAP n.º 21
447
nhor Dom Veríssimo sendo Arcebispo o privou de ser cura por lhe
constar a mesma fama de nação Hebrea em rezaõ de ser neto da dita Maria do Canto, a qual quando cazou com o dito Gregório de
Magalhães era viúva, e tinha já a dita filha Inês do Canto, de quem
nasceu o dito padre Domingos de Barros”
Este episódio do seu percurso de vila é relatado por
Leonel de Afonseca, homem nobre, contava então com cerca
de 80 anos, chamado a depor na inquirição de genere de Carlos de Magalhães Machado.1256
§ 118.o
IX-
1256
1257
1258
DONA MARIANA LUÍSA PEIXOTO DE AZEVEDO, filha de Alexandre Peixoto de Azevedo, do § 7.o n.o VIII. Nasceu cerca de 1664 na rua de Trás
de São Marcos, São Vítor, Braga. Casou-se, na freguesia de São Miguel
Castelo, Guimarães, em 23 de abril de 1683, com MANUEL BARBOSA
CABRAL, nascido à Porta da Nossa Senhora da Graça, freguesia da Oliveira (Santa Maria), Guimarães, em a qual freguesia foi batizado em 16
de junho de 1652.1257 Faleceu em 8 de agosto de 1705. Era filho de Manuel Barbosa Cabral e de sua mulher Jerônima do Amaral Barbosa. Neto
paterno de Matias Nogueira de Castro e de sua mulher Filipa de Oliveira
Barbosa. Neto materno de Antônio de Freitas do Amaral e de sua mulher
Antônia Barbosa.1258 Tiveram:
1 (X)MANUEL BARBOSA CABRAL, que segue.
2 (X)ALEXANDRE, que nasceu na rua do Gado, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, batizado pelo Reverendo Frei Bernardo Cabral Prior de São Domingos em 31 de julho de 1687. Foram
padrinhos o Reverendo Abade Francisco Ribeiro de Sampaio,
ADB. Inquirição de Genere et moribus de Carlos de Magalhães Machado, Processo
n.º 3177, Pasta 148, Inquirição de 6 de maio de 1698, fls. 4v. e 5.
AMAP. Nascimentos 1, Oliveira (Santa Maria), Paroquial n.º 362, fls. 171v, n. o 1.
Foram padrinhos o Padre Manuel da Silva e Inês de Guimarães.
A família paterna da Senhora Antônia Barbosa, padecia também de fama constante
de cristãos-novos. Seu pai era Frutuoso de Castro, abastado mercador, nascido na
venda do Pé de Escada, de Nossa Senhora de Castro, Vizela (Santo Adrião), Abundam referências, quer nas habilitações para Santo Ofício, quer nas inquirições de
genere, referências a esta fama, vide entre outros: ADB. Processo de genere et moribus de Francisco da Silva Peixoto, Pasta 28990, Processo n.º 1275; Processo de
genere et moribus de Francisco Leitão de Mesquita, Pasta 1222, Processo n.º 28103;
IAN/ TT. Habilitação do Santo Ofício do Padre Diogo Álvares da Silva, mç. 13, dil.
263.
448
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
3 (X)-
4 (X)-
5 (X)-
6 (X)-
7 (X)-
1259
1260
1261
1262
1263
1264
abade de Burgães, e Maria da Natividade Religiosa de Santa
Clara.1259
GASPAR, que nasceu na rua do Gado, Oliveira (Santa Maria),
Guimarães, batizado pelo Reverendo Abade José Pereira Leite em 12 de janeiro de 1690. Foram padrinhos Manuel Peixoto de Miranda e Francisco de Abreu Soares.1260
JOSÉ, que nasceu na rua do Gado, Oliveira (Santa Maria),
Guimarães, batizado pelo cônego Miguel de Freitas em 20 de
julho de 1692. Foram padrinhos o Licenciado José Peixoto de
Azevedo e Dona Guiomar Bernarda da Silva Alarcão.1261 Aí
falecido em 28 de junho de 1713. Solteiro. Estudante.
MARIA, que nasceu na rua do Gado, Oliveira (Santa Maria),
batizada pelo Padre Frei Tomé, guardião de São Francisco
dessa vila, em 9 de maio de 1694. Foram padrinhos o Ilustríssimo Senhor D. Pedro de Sousa, D. Prior da Colegiada, e Filipe de Sousa, em nome e com procuração de Dona Inês, filha
de Gonçalo Peixoto, dessa freguesia.1262
DOMINGOS, que nasceu na rua do Gado, Oliveira (Santa Maria), batizado na igreja de Santa Margarida do Castelo em 8
de fevereiro de 1697. Foram padrinhos o Doutor Domingos
Marques Cardoso, corregedor nessa vila, e Dona Teresa, solteira, filha do abade de Burgães.1263
ANTÔNIA MARIA, que nasceu na rua do Gado, Oliveira (Santa
Maria), batizada em 14 de setembro de 1700. Foi padrinho o
Reverendo Bento Soares Coutinho, abade da paroquial Igreja
de Tagilde.1264
AMAP. Nascimentos 3, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 364, fls.
118, n.º 2.
AMAP. Nascimentos 3, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 364, fls.
141v, n.º 2.
AMAP. Nascimentos 3, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 364, fls.
166, n.º 1.
AMAP. Nascimentos 3, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 364, fls.
186, n.º 2.
AMAP. Nascimentos 4, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 365, fls. 8,
n.º 1.
AMAP. Nascimentos 4, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 365, fls.
41v, n.º 3.
Revista da ASBRAP n.º 21
8 (X)-
449
DONA MARIANA, que nasceu na rua do Gado, Oliveira (Santa
Maria), batizada pelo Frei Bernardo de Castro, monge de São
Bernardo e Dom Abade de Santa Maria de Bouro, em São
Miguel do Castelo, em 25 de junho de 1703. Foram padrinhos
José Galvão de Lacerda, por procuração, e Mariana Cabral.1265 Aí faleceu em 16 de agosto de 1714. Solteira.
X-
MANUEL BARBOSA CABRAL, que nasceu na rua Nova das Oliveiras, São
Sebastião, Guimarães, em 4 de fevereiro de 1685. Batizado em 8. Foram
padrinhos Manuel Ferreira de Eça e sua irmã Dona Jerónima de Eça.1266
Faleceu na rua do Gado, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, em 25 de
setembro de 1755.1267 Aí casou-se, em 25 de abril de 17201268 com sua
parente DONA MARIA FRANCISCA XAVIER, que nasceu na rua da Paimanta, Cividade (São Tiago), Braga, batizada em 21 de novembro de
1265
AMAP. Misto 1, Castelo (São Miguel), Guimarães, Paroquial n.º 402, fls. 16v, n.º
1.
AMAP. Nascimentos 3, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 443, fls. 130v, n.º
2.
AMAP. Óbitos 3, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 396, fls. 249250: Aos vinte e sinco dias do mês de Setembro de mil setecentos e sioncoenta e
sinco, faleceu com o sacramen/to da penitência debaixo de condição, e com o da
Extrema /unção Manuel Barbosa Cabral morador na Rua do Gado / desta freguesia, e veuvo que ficou de Donna Francisca Xa/vier, e não recebeu o sagrado viático
por não dar tempo a / infermidade, e faleceu de um acidente, fez testamento no qual
declarou que tivera hua filha de sua molher antes / do matrimónio, chamada Dona
Quitéria, a qual se acha/va Religiosa no Convento de São José do Carmo, e que //
(fl. 249 v)
E que antes desta filha teve dous filhos naturaes hum chama/do Manuel
Barbosa Cabral, hoje casado no Porto, e Joana / Luísa também casada em Barcellos, os quais instituía / por seus universais herdeiros, e testamenteiros, e nelles nomeava todos os seus / prazos e mais bens com condição de lhe satisfazerem as
dei/xas declaradas no mesmo testamento, e satisfeitas estas se re/partiram entre si
o produto dos ditos bens, mas que era / sua vontade sempre houvesse a meação da
sobredita sua filha Joana Luísa as casas, em que era morador / na mesma Rua do
Gado, com todas as obras nelas feitas. / Deixou que seu corpo fosse amortalhado
em hábito de São Francisco, e São Domingos, e sepultado na Igreja da Misericórdia, em sepultura sua, e acompanhado com as co/munidades desta vila que costumam acompanhar, e as irman/dades de que era irmão …
AMAP. Casamentos 1, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 388, fls.
104, n.º 1.
1266
1267
1268
450
I-
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
1691. Filha do Licenciado Pedro Gomes do Couto e de sua mulher Dona
Isabel Peixoto de Azevedo, nesta obra, § 98.º. n.º XI. Tiveram:
1 (XI)DONA QUITÉRIA.
2 (XI)MANUEL BARBOSA CABRAL. Casado, morador no Porto.
3 (XI)JOANA LUÍSA. Casada, moradora em Barcelos, com geração.
§ 119.o
Desentroncado
JOÃO ÁLVARES DO CANTO, casado com MARGARIDA RODRIGUES. Não
lhes identificamos a filiação, todavia é certo que entroncam algures na
linha principal deste trabalho. A prová-lo um documento de confissão e
obrigação de dívida que Amabília do Canto, filha do Arcipreste Antônio
do Canto, neste trabalho § 2, n.º V, faz a Nicolau Álvares do Canto, neto
destes (filho de Ana Álvares do Canto), no qual declara que «(…) devia
a Nicolau do Canto, seu parente, morador no Campo da Feira da dita
vila de Guimarães que presente estava dois mil reis em dinheiro que lhe
emprestara para suas necessidades (…)».1269 Tiveram:
1 (II)JOÃO ÁLVARES DO CANTO, que segue.
2 (II)ANA ÁLVARES DO CANTO, que segue no § 122.o.
3 (II)MARINHA ÁLVARES DO CANTO, que segue no § 124.o.
II-
JOÃO ÁLVARES DO CANTO, nasceu em Guimarães, casado com MARGARIDA FERNANDES. Tiveram:
1 (III)MÉCIA DO CANTO, que segue.
2 (III)ÁLVARO DO CANTO, que segue no § 120.o.
3 (III)BELCHIOR DO CANTO, abade de Marialva. Deve tratar-se de
Belchior do Canto, natural da vila de Guimarães, que provou
a frequência de dois cursos de Cânones que acabaram em
1550 na Universidade de Coimbra.
III-
DONA MÉCIA DO CANTO, nascida em Guimarães, cerca de 1530. Casouse com TORCATO DO VALE PEIXOTO, nascido na vila de Guimarães cerca
de 1526. Filho de Cristóvão do Vale Peixoto e de sua mulher Margarida
Martins de Almeida1270, irmã de Fernão de Almeida, filhos de João Mar-
1269
AMAP. Colegiada 932, fls. 123v a 125v, de 22 de dezembro de 1563.
AMAP. MC – 129, fls. 202 v, a 204. Prazo do Mosteiro da Costa de 14 de maio de
1558 «(…) Prazo de umas casas na Rua dos Fornos feito a Torcato do Vale e sua
mulher Mícia do Canto as quais casas tinha sem título que lhe ficaram de Cristóvão
do Vale outrossim cavaleiro fidalgo seu pai que deus haja e partem do nascente com
casas do Mosteiro da Costa que traz o Doutor Baltazar de Azeredo e do poente com
casas de Gonçalo Coelho e do Norte com Rua Publica e do sul entestam em Rua ou
1270
Revista da ASBRAP n.º 21
451
tins, anadel dos Besteiros e de sua mulher Violante Lopes de Almeida1271. Torcato do Vale Peixoto era já falecido antes de 1592, ano em
que a viúva contrata, nas notas do tabelião Cristóvão de Azevedo do Vale, o dote de casamento de sua filha, Catarina do Vale Peixoto, com Diogo de Carvalhais cavaleiro-fidalgo da Casa Real1272. Quase concluída a
casas de Gonçalo Coelho e tem de largo da parte da Rua quatro varas e meia e por
detrás outras tantas varas e tem de comprido nove varas e tem detrás um enxido que
parte com enxido de poente da casa de Gonçalo Coelho que tem de largo cinco varas e de comprido onze varas e meia e um palmo […] testemunhas.: Manuel Dias
sapateiro morador em Guimarães e António da Costa procurador do dito Mosteiro e
morador no Campo da Feira e Pedro Gonçalves ferrador morador no Campo da Feira.»
1271
1272
GAIO, Manoel José da Costa Felgueiras. Ob. cit. Título Almeidas § 59 N 2, desentroncado. Dá-o como filho de Martim Anes, o que confirma o Padre Torcato Peixoto de Azevedo, autor vimaranense, na Descendência de João Martins, capítulo I, cuja obra deve ter consultado e que declara o seguinte: «Pellos annos de 1432 floreceo
em Guim.es hum dos principaes cavalleiros della, e dos que milhor tratamento nella
tinhaõ de criados e cavallos, e caza, e pella sua nobreza m.to conhecido dos Reys, e
Principes. O qual se chamava Martim Annes que vivia na sua quinta de Pinheiro sita
na freg.a de Salvador de Pinh.ro de que tomou o nome situada entre a villa de
Guim.es e o Rio Avizella para a parte do Sul, que dizem as memórias antigas, que
lhe custara hua vésta de aço, que era a arma que naquelles tempos mais se uzava, e
estimava pela grandeza desta quinta e seu rendimento a fes cabeça de hum rendozo
Morgado, que no termo da villa de Guim.es instituhio a que a dita quinta lhe pos o
títolo do Morgado de Pinheiro, que annexou a capella que também instituhio no
Mostr.o de São Francisco, que he a do Sancto Christo na passagem da Sachrestia,
que na sua nobreza, e grandeza, magnifesta a devoção do seu instituhidor. Casou este Martim Annes com Inês Frz, como consta de hum Prazo que de huas cazas lhe fez
a confraria dos Sapatr.os a Martim Annes em 1ª vida, e a Inêz Frz sua m.er em 2.ª
tiveram os filhos seguintes: João Miz e Fernão Miz» João Martins 1º f.º de Martim
Annes, e de sua m.er Inês Frz floreceo pelos tempos d‟el Rey D. A.º o 1º, e nos annos de 1438 até o Reynado d‟el Rei D. João o 2º, e como era hum dos principaes
cavalr.os, e mais poderozos daquella villa de Guim.es foi eleito nella Annadel mor
dos Espingardeiros, e gente do Couto por ser naquelle tempo posto m.to authorizado. Acompanhou com seu irmão, e parentes ao dito Rey na jornada, que fez a Azamor fretando, e armando hua nau à sua custa, com que o acompanharaõ nella, e por
estes serviços, e outros que fizeraõ aos Reys deste Rn.o foraõ delles m.to estimados,
e lhe fizeraõ m.tas m.ces foi por seu Pay nomeado no Morgado de Pinhr.o que elle
instetuhio, e cazou com Violante Frz de Almeida, f.a de D. Diogo Frz de Almeida, e
de sua m.er Leonor Frz Farta».
AMAP. Notarial n.º 48, fls. 27 v, a 38, de 25 de setembro de 1592.
452
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
escritura, apresentados os fiadores pela dotadora1273 e nomeadas as testemunhas pelo tabelião, o contrato é subitamente interrompido. Isto se
conclui da inscrição apensa «não houve efeito». Desconhecemos a causa
de um tal desfecho, contudo, não será surpreendente que constitua um
reflexo das tensões presentes no jogo de equilíbrios à hora de atribuir um
dote. O certo é que este recuo parece não ter infligido dano maior à noiva e ao seu estatuto de moça donzela e honrada, sobretudo porque a acompanhava um patrimônio absolutamente invejável! Só em propriedades contabilizamos um total de trinta e três, entre quintas, casais, campos, casas, azenhas, montes, lagares etc., além, naturalmente, do patrimônio móvel. Em virtude desta realidade, não foi difícil encontrar novo
pretendente, inclusive de “melhor estirpe”, como se comprova pelo casamento que segue.
Casou-se, na freguesia de São João de Ponte, Guimarães, em 11
de abril de 15931274 com DIOGO CORREIA DE LACERDA1275, filho segundo de Antônio Correia de Lacerda que segundo Alão «Foi para a Índia
em companhia do Governador Nuno da Cunha no ano de 1527 e vindo a
este Reino herdou a casa de seu irmão Belchior Correia. Foi Comendador de São Miguel da Borba de Gondim, junto a Amarante, por mercê
d‟El Rei D. João o 3º, no ano de 1547, e de sua mulher Dona Violante
de Azevedo, filha de Cristóvão de Azevedo Coutinho, escrivão da Lixa,
a qual ele furtou, e depois de terem alguns filhos se casou com ela».1276
Tiveram:
1 (IV)ANTÔNIO CORREIA PEREIRA, «que se fez padre S. Eloy e se
chamou Antônio de Santiago. E sahindo-se lhe deo o Duque
de Bragança uma Abadia».1277
2 (IV)DONA VIOLANTE DA CUNHA. «Mulher de DOM LUÍS DE NORONHA, caçador mor d‟el rei D. João IV, sendo Duque, e ela,
Dama da Duquesa Dona Luísa de Gusmão e da Duquesa Do1273
1274
1275
1276
1277
Ambos membros da família, o Licenciado Salvador do Canto e Belchior do Canto
Viegas.
AMAP. Misto 2, Ponte (São João), Guimarães, Paroquial n.º 627, fls. 7, n.º 1.
Casou-se Diogo Correia de Lacerda, segunda vez, na freguesia da Oliveira (Santa
Maria), Guimarães, em 4 de março de 1601 com Dona Antônia Barbosa, filha do
Licenciado António Tomás e de sua mulher Catarina Barbosa, irmã inteira do jurisconsulto Doutor Manuel Barbosa, cristãos novos dos quatro costados. AMAP. Misto 1, Paroquial n.º 359, fls. 49 v., n.º 2.
Alão de Morais, Pedatura Lusitana, Tomo 4, título Correias, n. 12.
Alão de Morais, Pedatura Lusitana, Tomo 4, título Correias, n. 13.
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3 (IV)4 (IV)-
III-
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1280
1281
453
na Ana sua sogra, e enviuvando sem geração se meteu freira
em Borba».1278
DONA JOANA BATISTA. «Freira em Santa Clara de Guimarães».1279
DONA MARGARIDA DA CUNHA. «Que morou na Quinta da
Juncosa termo de Barcelos».1280
§ 120.o
ÁLVARO DO CANTO (filho de João Álvares do Canto, do § 119.o). Casou-se com FULANA. Faz-se prova da ligação das linhagens de Álvaro do
Canto e Mécia do Canto, por um concerto notarial celebrado entre André
do Canto e Catarina do Vale Peixoto, mulher de Diogo Correia de Lacerda.1281
Idem, Ibidem.
Idem, Ibidem.
Alão de Morais, Pedatura Lusitana, Tomo 4, título Correias, n. 13.
Em nome de Deos amen saibaõ quiantos este estor/m.to de conserto e transaução e
amigável composi/ção em como em dr.to melhor aja lugar virem que / no anno do
nascimento de Nosso Sõr Jhus X.po de mil e / seiscentos e dous annos aos vinte e
sinco dias / do mês de Maio do dito anno em a villa de Gui.es na / Rua de Donais
della nnas Pousadas do L.do Bento / Barbosa, estando ahi de hua p.e Bento Barbosa // (fls. 61 v) e como procurador de Diogo Correia de La/cerda e da outra André
do Canto m.or em Santiago / de Lordello termo da vila de Barcellos em seu nome /
e como procurador de Fellipa Roiz sua molher como / mostrou por hua p.çam bastante feita da letra e sinal / de Diogo Vaaz de Resende t.am p.co e judicial nos Coutos de Refojos de Riba d’Ave e Roris e Francemil e outros / do termo da cidade do
Porto feita aos vinte e dous / dias do mês de Março deste presente a que mostrava
serem test.as presentes Bento do Canto filho do / dito André do Canto que assinou
pella dita sua mai / e Brás Gonçalves de Guarinde e Gaspar Fernandes çapat.o todos mor.es / na dita freg.a ede Lordello na qual procuração en/tre as mais cousas
declaradas e conteudas nella lhe dava poder a dita sua molher que possa fazer todos / os consertos que lhe parecer sobre a fazenda q ficou / por morte de João Álvares do Canto e de sua molher / que Deos tem mor.es q foram nesta villa e logo
por elles / em minha presença e das t.as ao diante nomea/das foi dito que entre
Trocade do Vale Peixoto e / Mícia do Canto sua molher já defuntos e Álvaro do
Canto e sua molher outrosi defuntos, e elle An/dré do Canto e sua mulher se moveo
demanda sobre / a partilha dos bens que ficaraõ de João Álvares do / Canto, e de
Marg.da Fernandes sua molher e do M.or / do Canto abbade que foi da Igr.a da
Vila de M.a / alva defuntos de que avia inventário e autos / processados nesta villa
dos quoais foi escrivão Sal/vador Nogueira t.am e porquanto por falecim.to dos ditos Trocade / do Valle e sua molher ficara sua universal herdr.a / Dona C,na do
454
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
Valle sua f.a já defunta molher que / foi do dito Diogo Correia da qual lhe ficaraõ
filhos e os / ditos André do Canto e sua molher pretendiaõ / correr com a dita demanda e obri/gar ao dito Diogo Correia e a seus f.os que tragaõ há colla/cão o dote que o dito Torcade do Valle ouve com a dita / sua molher e que lhe prometeraõ
os ditos João Álvares / do Canto e sua molher e o dito Belchior do Canto e assi de
bens / móveis e dinheiro e bens de raiz pera nelles e nos frutos / e rendimentos elles
André do Canto e sua molher como / universais herdeiros que são dos ditos Álvaro
do Canto e sua mulher pai do dito André do Canto e do dito B.or do Canto haverem a p.e que dr.tam.te lhes pode aconte/cer e o dito Diogo Correia em seu nome e
como legítimo / administrador de seus filhos menores pretende que / o dito André
do Canto tem em si muito mais do que / lhe pode caber por ficar em posse dos bens
que fica/raõ do dito João Álvares seu avô e por outros q / ouve a seu poder, elles
por escusarem ódios gastos / e demandas cujos fins são duvidosos estavaõ / consertados por via de transaução e amiguável / composição na maneira seg.te # que elles André do / Canto e sua molher desistirem de qualquer dr.to / q possam ter nos
bens dotados ao dito Torcade do Valle e sua molher e em quaisquer outros que por
via de seu matrimónio lhe podessem avontesser / e sedecem das demandas que estavaõ come/çadas e não querem ir mais por ellas avan/te comtanto que o dito Diogo Correia em seu no/me e dos ditos seus filhos não queria delles André / do Canto
e sua molher aver cousa algua dos / bens que em si tinhaõ e lhes ficaraõ por falle/cimento dos ditos João Álvares e sua mulher e do dito Belchior do Canto e lhes
de mais trinta e sete / mil e quinhentos reis além de trinta mil reis que / tinha recebidos do dito Diogo Correia nos autos // de que foi escrivão Gonçalo Fernandes e
pello dito Bento / Barbosa foi dito que por virtude da p.am que tinha / do dito Diogo Correia, aceitava o dito conserto e desis/tia de quoalquer dr.to que o dito Diogo
Correia e seus / filhos podião ter contra os ditos André do Canto e sua mulher em
cumprimento do dito conserto / deu e entregou ao dito André do Canto os ditos /
trinta e sete mil quinhentos reis por moedas / de reales dobradas e singelos e tostois de prata / com condição e declaração que o dito André do / Canto e sua mulher o titem a pax e a salvo e o deso/briguem de qualquer pessoa que o quiser obriguar / a que pague algua cousa da torna do dito dote / e o dito André do Canto recebeo o dito dnr.o e se obri/guou em tempo algum irmão nem sobrinho seu / nem
mulher do dito Álvaro do Canto nem herdeiro / algum destas p.as inquietar nem
molestar pellos / ditos autos que estão processados nem por autros / alguns que de
novo se comessarem nem lhe pe/direm partilha do dito dote nem o obrigarem a que
/ traga há collação cousa algua delle e avendo / algua p.a que o contrário pretenda
se obriguão elle / André do Canto e sua mulher a se porem por auto/res e defensores e a paguarem tudo aquillo / que o contra o dito Diogo Correia e seu f.os se alcansar / por sn.ça assi do principal como dos custas e por / disso serem contentes
mandaraõ fazer este / estrumento que aceitaraõ de p.e a p.e e eu t.am / como p.a
p.ca acceptante e estipulante o aceitei em / noome das p.as a q tocar e lho estipulei
disse mais o / dito Bento Barbosa que desistia dos embargos / com que o dito Diogo Correia tinha vindo nos autos // (fls. 63) de Gonçalo Fernandes a paguar os ditos trinta / mil reis e avia por desobrigadas fianças que o di/to André do Canto ti-
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455
Álvaro do Canto teve a:
IV-
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1285
ANDRÉ DO CANTO. Mercador e rendeiro. Nasceu na freguesia da Oliveira, (Santa Maria), Guimarães, cerca 1536. Casou-se com FILIPA RODRIGUES, natural de Barcelos, Santa Maria Maior, cristã-nova, filha de Álvaro Dias, cristão-novo, e neta de Santo Fidalgo e de sua mulher Ouro
Inda, judeus de Barcelos.1282 Residiam na Quinta de Paço Meão em 2 de
dezembro de 1564, quando, em Guimarães, André do Canto deu quitação a Rui de Morgade, escudeiro fidalgo, da trespassação do arrendamento da igreja de Santa Maria de Guardizela, que este lhe fizera por
dois anos.1283 Desenvolveu os seus negócios entre Barcelos e Guimarães,
tendo participado ativamente no mercado do arrendamento das igrejas e
comendas.1284 Em 29 de março de 1579 residia no Assento de Santiago
de Lordelo, onde anos mais tarde encontramos uma linhagem de Cantos
que não conseguimos entroncar, e que provavelmente dele descendem.
Nesse mesmo dia encontrava-se na Quinta de Sezim, em Nespereira, a
alienar uma morada de casas que recebera de herança, sitas na rua dos
Couros, na vila de Guimarães.1285 Foi também morador na freguesia de
nha dadas pera lhe serem entre/guês o que todo assi outorgaraõ e desta nota pedi/raõ hum e m.tos estorm.tos e os andaraõ dar e estan/do a todo presentes por t.as
Salvador de Lemos de Faria / m.or nesta villa e António do Canto filho do dito
An/dré do Canto que todos assinarõ aqui X.o d’Azeredo o escrevi.
GUERRA, Luiz José de Bivar Sousa Leão Pimentel. Um caderno de cristãos-novos.
Lista dos judeus que se baptizaram em Barcelos e das gerações que deles procedem. In Armas e Troféus. Lisboa: Instituto Português de Heráldica, Série 2, 1 (1),
1959, p. 10.
AMAP. C- 923a, fls. 98 e 98v.
Surge nomeado nos paroquiais de Serzedelo pelos anos de 1589, como o Senhor
André do Canto. AMAP. Misto 1, Serzedelo (Santa Cristina), Guimarães, Paroquial
n.º 795, fls. 84v, n.º 2.
Encontramos referência a este documento numa doação de censo sobre as referidas
casas e três leiras de hortas que fez, o comprador, o Abade Adriano Fernandes de
Almeida por seu procurador Baltazar Antunes vigário de Santiago de Lordelo «Ano
de 1579 a 29 de Março – Na Quinta de Sezil na freguesia de Nespereira estando aí
de presente André do Canto morador no Assento de Santiago de Lordelo e logo por
ele foi dito que ele era procurador bastante de sua mulher Filipa Rodrigues por virtude de uma procuração que logo apresentou a qual recontava ser feita por Simão
Álvares Lobela, tabelião nos Couto de Roriz, termo da cidade do Porto, no primeiro
dia do mês de Outubro do ano de 1575 na qual se continha que ela Filipa Rodrigues
fazia seu procurador bastante o dito André do Canto seu marido e lhe dava poder
para que em seu nome dela pudesse tomar posse de qualquer fazenda que por direito
456
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
Serzedelo (Santa Cristina), onde o encontramos a testemunhar alguns atos paroquiais1286, sendo a esta freguesia que surge associado no caderno
dos cristãos novos de Barcelos.
Tiveram:
1 (V)ANDRÉ DO CANTO, que segue.
2 (V)ÁLVARO DO CANTO. Nasceu na freguesia de Santa Maria
Maior, Barcelos, cerca 1568.
2 (V)BENTO DO CANTO. Nasceu na freguesia de Santa Maria Maior, Barcelos, em 16 de dezembro de 1570. Foram padrinhos
Baltasar Cícero e a mulher de Antônio da Maia.1287 Tal como
seu pai, também foi rendeiro, como se depreende por instrumento de arrendamento datado de 14 de julho de 1603. «(…)
No Toural, nas pousadas de António Gonçalves, estando aí
Francisco Fernandes e bem assim Bento do Canto filho de
André do Canto morador na freguesia de Santiago de Lordelo
e logo por ele Francisco Fernandes foi dito que ele era procurador de Fernão Ximenes arcediago de Santa Cristina de Longos na Sé de Braga e entre as mais pertenças do dito arcediago estão a Igrejas de São Tiago de Lordelo com sua anexa
São João de Calvos e a igreja de Santa Maria de Logoodo [de
Lijoo?] e estava contratados de as arrendar por tempo de um
ano ao dito Bento do Canto por preço de quatrocentos e setenta mil reis (…)».1288
1286
1287
1288
for sua de ambos e pudesse vender arrendar e escambar como ele quisesse […] testemunhas nomeada Álvaro do Canto filho dela constituinte # e por ele André do
Canto foi dito que lhe aprazia de vender umas casas que ele e sua mulher têm na
Rua dos Couros que partem de uma banda com João Álvares clérigo de missa e com
casas de Frutuoso Gomes e com a Rua Publica e assim duas leiras de terra que pertencem à dita casa que tudo traz por seu aluguel Francisco Álvares carpinteiro e isto
a Adriano Fernandes abade de Santa Maria de Guardizela por preço e quantia de dezoito mil reis». AMAP. C-781, fls. 37.
AMAP. Misto 1, Serzedelo (Santa Cristina), Guimarães, Paroquial n.º 795, fls. 84v,
n.º 1. «Aos nove dias do mês de Dezembro de 1589, recebi eu Fernão carneiro neste
Mosteiro a Francisco de Lemos com Ana Antónia. Testemunhas o senhor André do
Canto e Cosme de Alvarenga e João Gonçalves o Mação».
ADB. Nascimentos 1, Santa Maria Maior, Barcelos, Paroquial n.º154, fls. 12, n.º 3.
AMAP. Notarial n.º 56, fls. 69-71, de 14 de julho de 1603.
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3 (V)4 (V)-
457
ANTÔNIO DO CANTO. Nasceu na freguesia de Santa Maria
Maior, Barcelos, cerca de 1572.1289
MARIA DO CANTO, que segue no § 121.o.
V-
ANDRÉ DO CANTO (filha de André do Canto e de sua mulher Filipa Rodrigues). Nasceu na freguesia de Santa Maria Maior, Barcelos, cerca de
1566. Casou-se com DONA ANA PEREIRA, filha de Cristóvão Pereira de
Sá, filho bastardo de Diniz Gonçalves Pereira. Tiveram:
VI-
NICOLAU DO CANTO PEREIRA, nascido na freguesia de Santa Maria
Maior, Barcelos, cerca de 1602. Casou-se na freguesia de Requião (São
Silvestre), em 14 de fevereiro de 16451290 com sua parente, DONA MARIANA PEREIRA, nascida na freguesia de São Tomé de Negrelos, cerca de
1614. Filha de Diniz Pereira de Sá e de sua segunda mulher Natália de
Resende, natural da rua das Flores, Porto, filha de Sebastião Rodrigues
Peixoto, cidadão da dita cidade, e sua mulher Margarida Freire de Andrade, moradores na rua das Flores. Tiveram:
VII-
DONA MARIANA PEREIRA1291, nascida na Quinta do Sisto, Requião, Vila
Nova de Famalicão, cerca de 1648. Casou-se com BELCHIOR GODINHO
DE FARIA SALGADO, filho do Licenciado Sebastião de Faria Salgado e de
sua mulher Joana da Rocha da Fonseca, de Vila do Conde.1292 Neto paterno de Belchior Godinho do Canto e de sua mulher Antônia de Faria
1289
1290
1291
1292
Cremos tratarem-se dos três procuradores nomeados por Helena de Azevedo, dona
viúva de Belchior do Canto Pacheco, a 18 de maio de 1599 «(…) Na Rua Nova do
Muro nas pousadas de Helena de Azevedo dona viúva que ficou de Belchior do
Canto e logo por ela foi dito que ela fazia por seus bastantes procuradores a Álvaro
do Canto e Bento do Canto e António do Canto e a Estêvão Pinheiro […] testemunhas João de Abreu que assinou por ela e Pedro do Canto filho dela constituinte e
Francisco de Lemos criado de mil tabelião (…). AMAP. Notarial n.º 51, fls. 166 a
167.
ADB. Misto 2, Requião (São Silvestre), Vila Nova de Famalicão, Paroquial n.º 269,
fls. 69v e 70. Tendo sido feitas denunciações nesta Igreja assim como nas de São
Lourenço, São Cristóvão e Santa Justa da cidade de Lisboa e de São João Batista do
lugar de Lomar. Testemunhas: André Leitão de Abreu, tabelião na vila de Barcelos
e Pedro, filho de Gonçalo Pego de Abreu e Jerônimo meu familiar [do Padre Mateus
de Carvalho].
Nomeada Maria Ana Cardoso ao batismo de Gabriel.
Recebidos em Vila do Conde, em 10 de setembro de 1657. ADP. Casamentos 2,
Vila do Conde, Porto, Paroquial E/27/10/3-10.1, fls. 31, n.º 1.
458
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
Salgado. Neto paterno de Jerônimo da Rocha da Fonseca, capitão de navios, Familiar do Santo Ofício, natural de Vila do Conde, e de sua mulher Ana dos Reis, natural de Azurara1293, senhores da casa de Tibães,
em São Cosme do Vale. Tiveram:
1 (VIII)- EUGÊNIA. Nasceu no lugar do Bairro, Vale (São Cosme Damião), Vila Nova de Famalicão, batizada em 22 de julho de
1688. Foram padrinhos Matias de Barros, pintor de Braga e
Eugênia Carneiro de Requião.1294
2 (VIII)- ALFERES GABRIEL PEREIRA DE SÁ. Nasceu no lugar do Bairro, Vale (São Cosme Damião), Vila Nova de Famalicão, batizado em 25 de setembro de 1690. Foram padrinhos Francisco
de Faria Salgado e Vicência Cardoso, tios.1295 Casado às 11
horas de setembro de 1730, na capela de Nossa Senhora da
Conceição da Vargem, termo de Mariana, Brasil, com MARIA
JOSEFA DE ALMEIDA.1296
3 (VIII)- BELCHIOR. Nasceu no lugar do Bairro, Vale (São Cosme Damião), Vila Nova de Famalicão, batizado em 8 de janeiro de
1692. Foram padrinhos Gabriel Pereira e Serafina Pereira da
freguesia de Requião.1297
4 (VIII)- FELICIANA. Nasceu no lugar do Bairro, Vale (São Cosme
Damião), Vila Nova de Famalicão, batizada em 15 de fevereiro de 1694. Foi padrinho e madrinha D. Luísa Pinheiro da
freguesia de Mouquim.1298
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1297
1298
Filha de Vicente Gonçalves e de sua mulher Maria Rica, irmã do vigário de São
Gonçalo de Mosteioró e de uma religiosa no convento de Vairão. Casou com o dito
seu marido por amores, que à época era homem mareante. Processo de genere et
moribus n.º 19251, Pasta 835 de 16 de julho de 1706, de Jerônimo de Faria Salgado
filho de Sebastião de Faria Salgado e de sua mulher Joana da Rocha da Fonseca.
ADB. Misto 3, Vale (São Cosme Damião), Vila Nova de Famalicão, Paroquial n.º
270, fls. 29, n.º 6.
ADB. Misto 3, Vale (São Cosme Damião), Vila Nova de Famalicão, Paroquial n.º
270, fls. 31, n.º 7.
Vid.: http://www.marcopolo.pro.br/genealogia/paginas/zm_alvcosta.htm, consultado em 28 de julho de 2014.
ADB. Misto 3, Vale (São Cosme Damião), Vila Nova de Famalicão, Paroquial n.º
270, fls. 37, n.º 5.
ADB. Misto 3, Vale (São Cosme Damião), Vila Nova de Famalicão, Paroquial n.º
270, fls. 38v, n.º 4.
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V-
VI-
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1302
1303
1304
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§ 121.o
MARIA DO CANTO (filha de André do Canto, do § 120.o). Nasceu na
Quinta de Paço Meão, Santa Maria Maior, Barcelos, cerca de 1572. Casou-se com o Senhor DINIZ PEREIRA DE SÁ, senhor da Quinta do Sisto,
freguesia de Requião. Filho de Cristóvão Pereira de Sá, filho bastardo de
Diniz Gonçalves Pereira. Tiveram:
1 (VI)ANDRÉ FERREIRA, que nasceu em Negrelos, (São Tomé), Porto, batizado em 2 de julho de 1606. Foram padrinhos João
Marinho de Sá e Luísa Brandão, cunhada de Pedro Marinho
de Sá.1299 Morreu na Restauração da Bahia, segundo Gaio.
2 (VI)FILIPA PEREIRA, que segue.
FILIPA PEREIRA, nascida na Quinta do Sisto, Ruivães, Famalicão, cerca
de 1608. Faleceu no Casal de Soutelo, Negrelos (São Tomé), Porto, em
3 de março de 1659, «sem sacramentos por não chamarem o padre», fizeram-lhe três ofícios e dez padres cada, «o prelado lhe quitou as mais
missas por ser pobre»1300, Casou-se na freguesia de Negrelos (São Tomé), em 20 de janeiro de 16281301 com SALVADOR NUNES BARRETO, natural da freguesia de São Sebastião, Guimarães, batizado em 1.o de maio
de 15931302, falecido no Casal de Soutelo, Negrelos (São Tomé), Porto,
em 10 de março de 1659; não houve missa alguma, daí a um ano se lhe
fez o primeiro ofício de dez padres e o prelado lhe quitou as mais missas
por seus filhos serem pobres.1303 Filho de Gaspar Nunes, mercador e de
sua mulher Margarida Álvares. Tiveram:
1 (VII)- DIONÍSIO PEREIRA DE SÁ. Nasceu no Casal do Soutelo, Negrelos (São Tomé), Porto, batizado em 20 de fevereiro de
1629. Foram padrinhos Dona Maria e o abade de São Miguel
Antônio Monteiro.1304 Faleceu solteiro, na mesma freguesia,
em 1.o de fevereiro de 1660, com todos os sacramentos, tinha
ADP. Misto 1, Negrelos, (São Tomé), Porto, Paroquial E/27/1/6-23.5, fls. 6, n.º 1.
ADP. Misto 2, Negrelos, (São Tomé), Porto, Paroquial E/27/1/6-23.6, fls. 10, n.º 5.
ADP. Misto 1, Negrelos, (São Tomé), Porto, Paroquial E/27/1/6-23.5, fls. 43v, n.º 4.
AMAP. Nascimentos 1, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 441, fls. 56, n.º 1.
Foram padrinhos Jerônimo Nogueira, juiz dos órfãos, e Leonor Nogueira mulher de
Antônio Gonçalves.
ADP. Misto 2, Negrelos, (São Tomé), Porto, Paroquial E/27/1/6-23.6, fls. 10v, n.º 1.
ADP. Misto 1, Negrelos, (São Tomé), Porto, Paroquial E/27/1/6-23.5, fls. 23, n.º 9.
460
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
2 (VII)-
3 (VII)-
4 (VII)-
5 (VII)-
II-
legítima de pai e mãe, não se fez nada no dia de seu enterramento. Teve um ofício de dez padres ao mês e ao ano.1305
ÚRSULA. Nasceu no Casal do Soutelo, Negrelos (São Tomé),
Porto, batizada em 3 de maio de 1632. Foram padrinhos o
Reverendo Abade de São Miguel, Antônio Monteiro e Dona
Luísa.1306
JOSÉ. Nasceu no Casal do Soutelo, Negrelos (São Tomé),
Porto, batizado na Paroquial de Burgães pelo padre Baltazar
Barbosa, em 20 de abril de 1637. Foram padrinhos Ana Nogueira do Canto e seu irmão Francisco Nogueira do Canto,
abade da dita freguesia de Burgães (São Tiago).1307
DAVID. Nasceu no Casal do Soutelo, Negrelos (São Tomé),
Porto, batizado na Paroquial de Burgães, com licença do pároco de São Tomé, em 3 de janeiro de 1639. Foram padrinhos
Vicente Nogueira do Canto e Bárbara Nogueira do Canto,
moradores na Igreja de Burgães, em companhia de seu irmão
abade Francisco Nogueira do Canto.1308
SERAFINA. Nasceu no Casal do Soutelo, Negrelos (São Tomé), Porto, batizada em 20 de junho de 1641. Foram padrinhos Manuel Correia e sua irmã Maria Correia.1309
§ 122.o
ANA ÁLVARES DO CANTO
(filha de João Álvares do Canto, do §
119.o). Casou-se com ÁLVARO LOPES. Tiveram:
1310
III-
NICOLAU ÁLVARES DO CANTO, cavaleiro fidalgo. Casou-se com FLORENÇA DE MORGADE, filha de Rui de Morgade e de sua mulher Senhorinha da Costa. Neta paterna de Afonso de Morgade e de sua mulher Filipa Gomes do Vale (filha de Gomes Gonçalves e de sua mulher Catarina
Anes do Vale, dos quais se trata no § 100.o n.o VIII- em notas). Neto materno de Gonçalo da Costa, escudeiro da infanta D. Isabel e de sua mu-
1305
ADP. Misto 2, Negrelos, (São Tomé), Porto, Paroquial E/27/1/6-23.6, fls. 12, n.º 4.
ADP. Misto 1, Negrelos, (São Tomé), Porto, Paroquial E/27/1/6-23.5, fls. 23v, n.º 3.
ADP. Misto 1, Negrelos, (São Tomé), Porto, Paroquial E/27/1/6-23.5, fls. 20, n.º 3.
ADP. Misto 1, Negrelos, (São Tomé), Porto, Paroquial E/27/1/6-23.5, fls. 23v, n.º 2.
ADP. Misto 1, Negrelos, (São Tomé), Porto, Paroquial E/27/1/6-23.5, fls. 24v, n.º 1.
Surge em algumas genealogias nomeada como Ana Pais do Canto, o que não confirmamos.
1306
1307
1308
1309
1310
Revista da ASBRAP n.º 21
461
lher Catarina Anes. Residiam no Campo da Feira em 20 de outubro de
1563, quando, como tutor de «(…) Joanne Anes do Canto e Pedro Anes
do Canto filhos que ficaram de Antônio do Canto arcipreste que foi na
Colegiada da Igreja de Santa Maria da Oliveira, e porque havia certa fazenda para a renda dos órfãos em o concelho da vila de Celorico de Basto e em outras partes e assi para suas demandas como tutor dos ditos órfãos fazia como de feito fez por procuradores ao Licenciado Francisco
de Marcelo morador na vila de Amarante e ao Licenciado Antônio da
Silva na mesma vila de Amarante (…)».1311 Tiveram:
1 (IV)COSME DO CANTO, que segue.
2 (IV)ANA DE MORGADE. Casou-se com ANTÔNIO NOGUEIRA, mercador. Foram moradores no Portelo das Hortas do D. Prior.
Tiveram:
1 (V)MANUEL NOGUEIRA, abade.
2 (V)FLORENÇA DE MORGADE, casada com Pedro Soares.
3 (V)CECÍLIA NOGUEIRA. Casou-se com LUÍS PAIS DO
AMARAL, escrivão das Sisas, infanção da governança da vila de Guimarães. Falecido na Oliveira
(Santa Maria), em 8 de junho de 1639.1312 Filho de
Antônio Paes do Amaral e de sua mulher Helena
de Almeida. Tiveram:
1 (VI)ANA FERRAZ DO AMARAL, que nasceu
na Oliveira (Santa Maria), Guimarães,
cerca 1608. Casou na mesma freguesia
em 19 de dezembro de 16391313 com
ANTÔNIO DE FREITAS DO AMARAL, de
quem foi primeira mulher. Filho de Fernão de Freitas do Amaral e de sua mu1311
1312
1313
AMAP. C- 932, fls. 35v a 36v, de 20 de outubro de 1563.
AMAP. Misto 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 360, fls. s/n.º, fez
testamento.
AMAP. Misto 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 360, fls. 178v, n.º
4. Recebidos pelo Doutor Rua Gomes Golias. Ao casamento com seu primo, foi dotada com o ofício escrivão das Sizas, os casais de Figueiredo e Aléns, em Figueiredo, as quintas de Vila Verde e Sub-Carreira, o Casal de Armeiros, em Caldelas, etc.
AMAP. Nota antiga 10-2-12, de 13 de julho de 1639, citado por MORAIS, Maria
Adelaide Pereira de. Velhas Casas de Guimarães, Casal de Laços, Porto, Volume 1,
CEGH, Universidade do Porto, p. 304, nota 157.
462
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
2 (VI)-
IV-
lher Catarina de Neiva de Faria. Neto
paterno de Fernão de Freitas e de sua
mulher Isabel de Carvalho. Neto materno de Pedro Álvares da Silva, cavaleiro
fidalgo e mercador, e de sua mulher Susana de Neiva.
HELENA, que nasceu em Tagilde (São
Salvador), Guimarães, batizada em 17
de agosto de 1611. Foram padrinhos o
abade Manuel Nogueira e Florença de
Morgade, mulher de Pedro Soares.1314
COSME DO CANTO, escrivão do público e judicial na vila de Guimarães,
nasceu no Campo da Feira, São Sebastião, Guimarães, cerca 1520. Casou-se com ANA NOGUEIRA, natural da Oliveira (Santa Maria), filha de
Rodrigo Afonso e de sua mulher Fulana Nogueira. Era irmã de Catarina
Nogueira, casada com Lourenço Anes, mercador, que juntamente com
Cosme do Canto, seu cunhado, fizeram em 28 de julho de 1573 um instrumento de transação e amigável composição para resolver um diferendo sobre o direito que ambos reclamavam sobre uns palheiros sitos na
vila, propriedade que foi de Rodrigo Afonso. Neste documento Lourenço Anes cede em Cosme do Canto todo o direito e domínio dos referidos
palheiros em troco de dezoito mil réis.1315 Ana Nogueira era sobrinha,
por sua mãe Fulana Nogueira, de Antônio Nogueira, tesoureiro da capela
d‟El-Rei, filhos de Jerônimo Nogueira, notário na vila de Guimarães, e
de sua mulher a Senhora Catarina Afonso. Casou-se, em segundas núpcias, com MARIA SALGADO DE FARIA, irmã inteira de Gonçalo Salgado
de Faria, filhos de Paio Rodrigues Salgado e de sua mulher Brites de Faria.1316
No seu testamento, datado de 28 de julho de 1591, Cosme do
Canto instituiu um vínculo, cuja cabeça foi a Quinta de Mourilhe, em
Silvares (Santa Maria), Guimarães, determinando o seguinte:
«(…) Declaro que tenho a quinta de Mourilhe de herdade de dízimo
a Deus foi minha tenção que eu e Maria Salgada a tomássemos em
terço e se não fez declaro que deixo o meu terço de todos meus bens
1314
1315
1316
AMAP. Misto 1, Tagilde (São Salvador), Guimarães, Paroquial n.º 851, fls. 25, n.º
2.
AMAP. Notarial n.º 37, fls. 170v, 28 de julho de 1573.
GAIO, Manoel José da Costa Felgueiras. Op. cit. Título Farias § 20 N 7 e § 93 N 8.
Revista da ASBRAP n.º 21
463
móveis e de raiz a meu filho Cosme do Canto e tomo a dita quinta
de Mourilhe no meu terço, e meu filho a haja e porque pode valer
mais que o terço tomará a sua legítima na dita quinta e o remanescente que mais valer se minha mulher não fizer o mesmo se o tesoureiro meu filho quiser entrar na herança que ficou de sua mãe como
na minha lhe peço pela minha bênção o tome na dita quinta e ele e
seus irmãos e unam bem como bons irmãos porque terei gosto já
que nela gastei muito que fique sempre encabeçada em uma só pessoa e quero que nunca se parta e ande por linha direita em meus
descendentes para sempre e sem bastardia e sendo caso que o derradeiro instituidor não tenha filhos possa escolher da geração um
homem qual quiser e o nomeie na sucessão da dita quinta […] e
por este modo que se tire nunca da geração pela qual mando que
em cada hum ano me mandem dizer no Mosteiro de São Francisco
cinco missas uma cantada e quatro rezadas com responso sobre a
sepultura e se pagarão pelo estado que correr e serão ditas na quaresma de cada um ano pela minha alma e de Maria Salgado e quero que os defuntos dos casais de nomeação que faço em minhas filhas e os rendimentos da quinta de Mourilhe os coma e haja Maria
Salgado e alimente seus filhos até lhes dar vida e estado (…)»
Entre as demais declarações e disposições testamentárias podem ler-se:
«(…) fui casado primeiramente com Ana Nogueira da qual tenho
dois filhos, o padre Frei António da Ordem de São Francisco, o
qual quando se meteu frade fez uma doação de sua legítima a suas
irmãs e João Nogueira tesoureiro de Nossa Senhora da Oliveira e
se fez inventário e por ele tivera o que cada um podia caber, somente declaro que no inventário meti uns ofícios que tenho para a Mina, e os que sirvo de tabelião do público e judicial que foram avaliados e o Campo de Santa Cruz que ficou de meus avós, e estes ofícios e campos não podem entrar a partilhas porque ofícios não virá
a monte nem o Campo do Prazo de nomeação no mais que couber
ao tesoureiro e declaro que El Rei nosso senhor me tem feito mercê
de poder renunciar os meus ofícios do público e judicial em um filho ou a quem casar com uma de minhas filhas, e os não deixo a
meu filho Cosme do Canto porque não é agora de mais de treze anos e quero que os haja a pessoa que casar com Isabel de Morgade
minha filha a qual deixo pela minha bênção assim se chame e ela
me dê este gosto porque eu a nomeio nos ditos ofícios do publico e
judicial e pera a pessoa com quem casar por vontade de sua mãe
Maria Salgado e não casando não valha e fique a Susana de Morgade (…)»
464
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
«(…) Tenho dois campos de prazo do Priorado de Nossa Senhora
da Oliveira em Fato, no direito e vida e neles nomeio minha filha
Susana de Morgade (…)»
«(…) Tenho o casal da Lama sito na freguesia de São Jorge de Vizela de prazo da Igreja de Tagilde e nomeio nele minha filha Francisca e nomeio mais à dita Francisca as hortas que tenho nas Hortas do Prior em terceira vida e nomeio à dita Francisca nas casas
junto a estas minhas que foram de Gaspar Gonçalves no direito e
vida que nelas tenho de que é senhoria Ana Machado dona viúva
(…)»
«(…) Tenho quatro casais reguengos em Silvares de prazo de, digo,
tenho quatro leiras reguengas em Silvares de prazo de nomeação e
nomeio nelas na vida e direito a meu filho Cosme do Canto e declaro que comprei o casal de Matias Gonçalves de Senais na freguesia
de Nossa Senhora de Silvares que é reguengo e aí tenho certos casais propriedades casas de herdades que tudo é partível por terras
ou estimação que a cada filho haja que de direito lhe couber e que
tenho um livro de quarto onde tudo está declarado (…)»
«(…) Declaro que segunda vez casei com Maria Salgado da qual
tenho três filhas e um filho a qual primeiramente foi casada com
outro marido de quem tem uma filha Beatriz Salgado (…) declaro
que com ela me prometeram mil novecentos cruzados e a dita Beatriz, fazendo contas com seus tios Gonçalo Salgado André Salgado
os alcancei em quatrocentos e trinta mil reais de dívida de que tenho escritura, Gonçalo Salgado me deu duzentos e quinze mil reais,
deve os interesses de dois ou três anos, temos contas com Antônio
da Costa Vilas Boas e André Salgado por me não pagar e se ir para
a ilha de Palma (…)».1317
1 (V)2 (V)3 (V)-
1317
1318
1319
Teve do primeiro matrimônio:
JOÃO NOGUEIRA DO CANTO, que segue.
FREI ANTÔNIO DO CANTO, frade de São Francisco.
Teve do segundo matrimônio:
ISABEL DE MORGADE, nome de solteira.1318 Contratou o seu
dote de casamento em 8 de janeiro de 15981319 com Manuel
da Rocha Peixoto, cavaleiro fidalgo, cujo casamento não chegou a realizou-se. Segundo o Padre Torcato Peixoto de Aze-
AMAP. C-756, Documento 30, 9 fls.
É assim nomeada numa procuração que sua mãe, a senhora Maria Salgado de Faria,
dona viúva de Cosme do Canto, faz a sua prima e cunhada Beatriz Martins Salgada.
AMAP. Notarial n.º 48, fls. 129v a 130, de 4 de fevereiro de 1593.
AMAP. Notarial n.º 50, fls. 103 a 104v.
Revista da ASBRAP n.º 21
465
vedo, seu noivo casou-se em Évora com Dona Maria da Silva,
e residiu em Vila Viçosa.1320 Casou-se com DAVID MIRANDA
DE AZEVEDO, natural da vila de Guimarães, filho de Antônio
Machado de Miranda e de sua mulher Madalena Vasques da
Maia. No batismo de seus filhos é nomeada por Isabel Salgado de Faria. Tiveram:
1 (VI)DONA ANA MACHADO. Nasceu na Quinta de Mourilhe, Silvares (Santa Maria), Guimarães, batizada
em um domingo, 7 de março de 1610. Foram padrinhos Pedro Martel e Antônio Machado.1321 Aí
falecida em 4 de março de 1693. Recebeu todos os
sacramentos, fizeram-lhe um ofício de trinta padres
ao dia que lhe mandou fazer sua herdeira Rosária
Ferreira. Foi sepultada na capela-mor ao entrar da
mão direita.1322
2 (VI)JOÃO MACHADO DE MIRANDA. Morreu solteiro,
capitão de cavalos na Província do Alentejo, segundo o padre Torcato Peixoto de Azevedo.1323
Teve de ANA, moça solteira, a MANUEL, batizado
em Silvares (Santa Maria), Guimarães, a 21 de dezembro 1637. Foram padrinhos João Ferreira Manojo e Maria, solteira, filha do ferreiro do Rio de
Selho.1324
3 (VI)DONA MARIA MACHADO. Faleceu na Quinta de
Mourilhe, Silvares (Santa Maria), Guimarães, em
25 de agosto de 1665. Não fez testamento, não se
fez na Igreja de Silvares nenhum ofício sendo que
1320
1321
1322
1323
1324
AZEVEDO, Torcato Peixoto. Nobiliário Manuscrito, título Ramadas, Capítulo 2º,
fls. 62-63. BPMP (Biblioteca Pública Municipal do Porto). MS-1626.
AMAP. Misto 1, Silvares (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 808, fls. 25, n.º 4.
AMAP. Misto 2, Silvares (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 809, fls. 113, n.º
1.
AZEVEDO, Torcato Peixoto. Nobiliário Manuscrito, título Machados Ferreiras e
Mirandas, fls. 76 v. Na posse do Arquiteto Manuel Furtado de Mendonça, que gentilmente nos ofereceu uma cópia. Trata-se de um dos volumes perdidos do Nobiliário deste autor vimaranense, dos quais conhecemos apenas mais dois, um na Biblioteca Pública do Porto, e outro na Sociedade Martins Sarmento.
AMAP. Misto 1, Silvares (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 808, fls. 30v, n.º
2.
466
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
4 (V)5 (V)6 (V)-
era freguesa, somente deram ao pároco 1620
réis.1325
4 (VI)DONA MADALENA. Faleceu na Quinta de Mourilhe, confessou-se e por acenos e mostras de contrição e por lhe dar de presente um mal que lhe travou a fala e foi a sepultar ao convento de São
Francisco. Não se lhe fez bens d‟alma nesta igreja,
sendo que era freguesa e ali se desobrigou da obrigação da quaresma e toda a sua gente ficou sua irmã Dona Ana por sua herdeira1326
5 (VI)DONA LEONOR, que se casou com ANTÔNIO PEI1327
XOTO DE CARVALHO.
Sem geração.
SUSANA DE MORGADE DO CANTO, que segue no § 123.o.
COSME DO CANTO.
FRANCISCA DE MORGADE DO CANTO. Faleceu solteira, sem
geração.
V-
JOÃO NOGUEIRA DO CANTO, «Tesoureiro da Colegiada de Guimarães,
cargo herdado do seu tio António Nogueira, como se prova por instrumento de obrigação e fiança de 27 de dezembro de 1586, que fazem
Cosme do Canto e António Nogueira a Diogo de Carvalhais morador na
cidade de Braga «(…) nas pousadas de Cosme do Canto estando aí a Senhora Maria Salgada sua mulher e bem assim estando aí António Nogueira e a Senhora Ana de Morgade sua mulher moradores nesta vila e
logo por eles foi dito que estavam concertados com o senhor Diogo de
Carvalhais morador na cidade de Braga para lhes mandar vir de Roma
uma nova provisão do tesourado da colegiada igreja de Nossa Senhora
da Oliveira da dita vila com sua conezia e prebenda e anexos em favor
de João Nogueira filho dele Cosme do Canto que em seu favor manda
renunciar o Senhor António Nogueira tesoureiro1328 e assi as bulas de
1325
AMAP. Misto 1, Silvares (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 808, fls. 89v, n.º
3.
AMAP. Misto 1, Silvares (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 808, fls. 103v, n.º
2.
AZEVEDO, Torcato Peixoto. Nobiliário Manuscrito, título Machados Ferreiras e
Mirandas, fls. 76v.
Era irmão da mãe de Ana Nogueira, portanto, tio-avô do novo empossado João Nogueira, ambos filhos de Jerônimo Nogueira, notário, e de sua mulher, a Senhora Catarina Afonso.
1326
1327
1328
Revista da ASBRAP n.º 21
467
renunciação de sessenta vinténs pera ele senhor renunciante e assim outras bulas de trinta mil reais de pensão também sobre o dito tesourado
em favor de Francisco Nogueira filho dele António Nogueira e que havendo as ditas bulas assim da nova provisão como da reservação dos
sessenta mil reais e pensão de trinta mil reis lhe pagará tudo aquilo João
Anriques seu respondente ou quem seu cargo tiver escrevesse por sua
carta (…)»1329. Faleceu assassinado por Domingos de Meira, no Campo
da Feira1330, sexta-feira às 9 horas do dia 27 de novembro de 1620.
Teve de TEODÓSIA DE MESQUITA, em § 105.o n.o VII), mulher
de beleza invejável que se perdeu na vida, segundo o Padre Torcato Peixoto de Azevedo:
1 (VI)ÂNGELA DE MESQUITA. Com geração no § 105.o n.º VIII.
2 (VI)MARIA DE MESQUITA. Com geração no § 106.o n.º VIII.
Teve de ANA SOARES:
3 (VI)PÁSCOA DO CANTO, que segue.
VI-
1329
1330
1331
1332
PÁSCOA DO CANTO. Nasceu na freguesia da Oliveira (Santa Maria),
Guimarães, cerca de 1595. Casou-se, na mesma freguesia, em 26 de junho de 16241331 com MATEUS DE FREITAS, escrivão, viúvo de Ana Machado, filho de Jerônimo Gonçalves, barbeiro e contratador de rendas, e
de sua mulher Beatriz de Freitas. Tiveram:
1 (VII)- ANA. Nasceu na Praça de Santiago, Oliveira (Santa Maria),
Guimarães, batizada pelo mestre-escola, Sebastião Vaz Golias, em 4 de junho de 1625. Foram padrinhos Antônio Nogueira do Canto e Cecília Nogueira mulher do juiz dos órfãos.1332
2 (VII)- JERÔNIMO. Nasceu na Praça de Santiago, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, batizado em 17 de novembro de 1626. Foram
AMAP. Notarial n.º 45, fls. 13-14v, de 27 de dezembro de 1586.
AZEVEDO, Padre Torcato Peixoto de. Nobiliário Manuscrito, título Morgades de
Guimarães, fls. 102v. Na posse do Arquiteto Manuel Furtado de Mendonça.
AMAP. Misto 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, paroquial n.º 360, fls. 155v a
156, n.º 3. Recebidos pelo Doutor Sebastião Vaz Golias, tendo o Padre Pedro do
Canto Pacheco, que redigiu o assento nomeado a esposada Páscoa do Canto como
«parenta no primeiro grau de João Nogueira do Canto».
AMAP. Misto 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 360, fls. 63v, n.º
4.
468
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
3 (VII)5 (VII)-
6 (VII)-
VII-
1333
1334
1335
1336
1337
1338
1339
padrinhos Antônio de Castelo Branco e Ana de Macedo, mulher de Pedro Soares de Bettencourt.1333
ISABEL DE FREITAS DO CANTO, que segue.
MARIANA. Nasceu na Praça de Santiago, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, batizada em 23 de setembro de 1629. Foi padrinho Baltasar de Meira, arcipreste desta Colegiada.1334
ÂNGELA. Nasceu na Praça de Santiago, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, batizada em 5 de março de 1633. Foi padrinho
Antônio Nogueira do Canto.1335
ISABEL DE FREITAS DO CANTO. Nasceu na Praça de Santiago, Oliveira
(Santa Maria), Guimarães, batizada em 1.o de abril de 1628. Foram padrinhos Jerônimo Salgado de Faria e Maria de Miranda, filha de David
de Miranda e Azevedo.1336 Aí casada, em 8 de agosto de 16611337, com
JERÔNIMO GOMES DE BARROS, lavrador abastado, senhor herdeiro da
Quinta do Barral, em Souto (São Salvador), aí nascido em 14 de setembro de 1642.1338 Ainda vivia, no estado de viúvo, em 1710. Filho de Salvador Lopes e de sua mulher Isabel Gomes. Tiveram:
1 (VIII)- JOÃO DE FREITAS, reverendo padre. Nasceu na rua de São
Tiago, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, batizado em casa
por nascer em perigo de morte por Bento da Cruz Lobato, da
rua do Gado; recebeu os exorcismos na Igreja em 15 de julho
de 1663. Foram padrinhos Jorge Lobato, filho de Bento da
Cruz Lobato e de Catarina da Rocha, filha de Antônio
Nogueira do Canto, morador na rua Nova do Muro.1339
2 (VIII)- FRANCISCO DE FREITAS BARROS, que segue.
AMAP. Misto 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 360, fls. 76v, n.º
1.
AMAP. Nascimentos 1, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 362, fls.
1v, n.º 2.
AMAP. Nascimentos 1, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 362, fls.
35v, n.º 2.
AMAP. Misto 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 360, fls. 85v a
86, n.º 6.
AMAP. Misto 3, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 361, fls. 27v, n.º
1.
AMAP. Misto 3, Souto (São Salvador), Guimarães, Paroquial n.º 833, fls. 13v.
AMAP. Nascimentos 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 363, fls.
60 e 60v, n.º 2.
Revista da ASBRAP n.º 21
469
3 (VIII)- PÁSCOA DE FREITAS. Nasceu na rua de São Tiago, Oliveira
(Santa Maria), Guimarães, batizada em 28 de fevereiro de
1670. Foi padrinho o Licenciado Manuel da Costa Ferreira,
morador na Praça.1340
VIII-
1340
1341
1342
1343
1344
1345
FRANCISCO DE FREITAS BARROS. Nasceu na rua de São Tiago, Oliveira
(Santa Maria), Guimarães, batizado pelo Cônego João de Sousa em 22
de outubro de 1666. Foram padrinhos Francisco de Mesquita da Cunha,
vigário de Santo Estêvão de Urgeses e Ana Nogueira, filha de Antônio
Nogueira do Canto.1341 Casou-se na Prazins (Santo Tirso), Guimarães,
em 27 de abril de 16921342 com JERÔNIMA DE LIMA.1343 Filha do
Reverendo Padre Paulo de Lima, abade de Prazins (Santo Tirso), natural
de Braga e de Maria Ribeira, solteira, natural do Lugar do Cercado,
Pencelo (São João). Tiveram:
1 (IX)ÂNGELA DE FREITAS LIMA. Nasceu no Casal do Barral, Souto
(São Salvador), Guimarães, em 7 de abril de 1693. Batizada
em 12. Foram padrinhos o Padre João de Freitas e Ângela,
solteira, da freguesia de Prazins (Santo Tirso), tios da
batizada.1344 Aí casada, em 11 de abril de 17251345, com
JERÔNIMO FERNANDES, filho de João Fernandes, defunto, e de
sua mulher Domingas Francisca.
AMAP. Nascimentos 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 363, fls.
62v, n.º 2.
AMAP. Nascimentos 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 363, fls.
115v, n.o 1.
AMAP. Misto 1, Prazins (Santo Tirso), Guimarães, Paroquial n.º 648, fls. 102, n.º 3.
AMAP. Misto 1, Prazins (Santo Tirso), Guimarães, Paroquial n.º 648, fls. 97v e 98,
n.º 2. Seguem no referido livro o batismo por justificação, mas sem referir datas, de
Baltasar, filho de Jerónima da Silva, solteira e o batizado de Jerônima, filha de Maria Ribeira, ambos filhos naturais do Reverendo Paulo de Lima. No primeiro apenas
temos a informação que se criou na companhia de seu pai até a idade de vinte e tantos anos, quando então se embarcou para a América, “de onde mandou várias esmolas aos seus parentes”.
AMAP. Nascimentos 1, Souto (São Salvador), Guimarães, Paroquial n.º 834, fls.
42, n.º 2. Foi passada certidão deste batismo em petição de José Luís e sua irmã Antônia de São Vicente de Passos, em 6 de abril de 1784.
AMAP. Casamentos 1, Souto (São Salvador), Guimarães, Paroquial n.º 839, fls.
42v, n.º 1.
470
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
2 (IX)-
3 (IX)4 (IX)-
5 (IX)-
6 (IX)-
7 (IX)-
1346
1347
1348
1349
INÊS. Nasceu no Casal do Barral, Souto (São Salvador),
Guimarães, em 21 de janeiro de 1695. Batizada, com licença,
por seu tio o Padre João de Freitas aos 26. Foram padrinhos
Jerônimo Machado, solteiro, morador em Guimarães e
Páscoa, solteira, tia da batizada.1346
FRANCISCO DE FREITAS LIMA, que segue.
MARIA. Nasceu no Casal do Barral, Souto (São Salvador),
Guimarães, em 25 de maio de 1698. Batizada, com licença,
pelo Padre João de Freitas aos 29. Foram padrinhos Antônio
de Lima, solteiro, estudante da freguesia de Prazins (Santo
Tirso) e Páscoa de Freitas, solteira, filha de Jerônimo Gomes
de Barros, viúvo, do Barral, tios da batizada.1347
JOÃO DE FREITAS LIMA. Nasceu no Casal do Barral, Souto
(São Salvador), Guimarães, em 12 de janeiro de 1700.
Batizado, com licença do abade, pelo seu tio o Padre João de
Freitas aos 18, que foi padrinho, com Ângela de Lima que foi
madrinha, também tia do batizado.1348
ANA. Nasceu no Casal do Barral, Souto (São Salvador),
Guimarães, em 18 de junho de 1701. Batizada, com licença,
pelo reverendo padre pregador Antônio Freire, religioso da
Ordem de São Domingos e morador do Convento de São
Domingos aos 26. Foram padrinhos Amaro Lobato e Maria de
Freitas Machado, filhos de Bento Lobato e de sua mulher
Maria Machado, da rua do Gado, freguesia da Oliveira.1349
PADRE ANTÔNIO DE FREITAS LIMA. Nasceu no Casal do
Barral, Souto (São Salvador), Guimarães, em 28 de março de
1703. Batizado, com licença, pelo reverendo padre pregador
Frei Antônio Freire, religioso da Ordem de São Domingos e
morador do Convento de São Domingos em 2. Foram
padrinhos João Martins, da freguesia de São Torcato e Joana,
AMAP. Nascimentos
49, n.º 2.
AMAP. Nascimentos
61v, n.º 3.
AMAP. Nascimentos
66v, n.º 2.
AMAP. Nascimentos
72, n.º 2.
1, Souto (São Salvador), Guimarães, Paroquial n.º 834, fls.
1, Souto (São Salvador), Guimarães, Paroquial n.º 834, fls.
1, Souto (São Salvador), Guimarães, Paroquial n.º 834, fls.
1, Souto (São Salvador), Guimarães, Paroquial n.º 834, fls.
Revista da ASBRAP n.º 21
8 (IX)-
9 (IX)-
10 (IX)-
11 (IX)-
12 (IX)-
1350
1351
1352
1353
471
solteira, filha natural de Jerônima da Silva, solteira, moradora
na rua da Caldeiroa, freguesia de São Sebastião, Guimarães.
ISABEL. Nasceu no Casal do Barral, Souto (São Salvador),
Guimarães, em 4 de outubro de 1705. Batizada, com licença,
por seu tio o padre João de Freitas em 28. Foram padrinhos,
Manuel de Macedo, solteiro, filho legítimo de Salvador
Fernandes, já defunto e de sua mulher Jerônima de Macedo,
moradores no lugar do Penido e Maria Ribeira, mulher de
Bento de Macedo, moradores no Barral.1350
PADRE JERÔNIMO DE FREITAS LIMA. Nasceu no Casal do
Barral, Souto (São Salvador), Guimarães, em 19 de abril de
1707. Batizado, com licença, por seu tio o Padre João de
Freitas em 25. Foram padrinhos Jerônimo Ribeiro e sua irmã
Ana, solteira, filhos legítimos de João Ribeiro e de sua mulher
Margarida da Silva, moradores no lugar do Passo, Atães
(Santa Maria), Guimarães.1351
JOANA DE FREITAS LIMA. Nasceu no Casal do Barral, Souto
(São Salvador), Guimarães, em 28 de junho de 1709.
Batizada, com licença, pelo Padre Manuel de Carvalho de
Braga em 3 de julho. Foram padrinhos Antônio de Lima, filho
natural do Reverendo Paulo de Lima, abade de Prazins e
Joana Álvares de Faria, mulher de João Álvares Ferreira,
moradores no lugar da Felgueira.1352
JERÔNIMA DE FREITAS LIMA. Nasceu no Casal do Barral,
Souto (São Salvador), Guimarães, em 21 de dezembro de
1710. Batizada em 25. Foram padrinhos Jerônimo Gomes de
Barros, avô paterno e Páscoa de Freitas, sua filha, tia do
batizado.1353
MARIANA DE FREITAS LIMA. Nasceu no Casal do Barral,
Souto (São Salvador), Guimarães, em 1.o de junho de 1712.
Batizada, com licença, por João de Andrade, morador no
AMAP. Nascimentos
89, n.º 2.
AMAP. Nascimentos
96v, n.º 2.
AMAP. Nascimentos
107, n.º 1.
AMAP. Nascimentos
113, n.º 2.
1, Souto (São Salvador), Guimarães, Paroquial n.º 834, fls.
1, Souto (São Salvador), Guimarães, Paroquial n.º 834, fls.
1, Souto (São Salvador), Guimarães, Paroquial n.º 834, fls.
1, Souto (São Salvador), Guimarães, Paroquial n.º 834, fls.
472
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
13 (IX)-
IX-
1354
1355
1356
1357
1358
1359
1360
lugar da Costa, desta freguesia, em 5. Foram padrinhos Bento
Ribeiro da Silva e Mariana Ribeiro da Silva, ambos do lugar
de Passos, Atães (Santa Maria).1354
DOMINGAS LIMA DE FREITAS. Nasceu no Casal do Barral,
Souto (São Salvador), Guimarães, em 24 de março de
1715.1355 Faleceu no Casal Abelheira, Passos (São Vicente),
Fafe, em 6 de outubro de 1800.1356 Batizada, com licença,
pelo Padre Manuel de Macedo, do lugar do Penido. Foram
padrinhos o Padre Manuel de Carvalho da Cruz e Páscoa de
Freitas, solteira, filha de Jerônimo Gomes de Barros, do
Barral, tia da batizada. Aí casada em 3 de maio de 17461357
com MARCOS FRANCISCO LUÍS, abastado lavrador, nascido no
Casal da Abelheira, Passos (São Vicente), Fafe, em 27 de
abril de 1692.1358 Aí falecido em 11 de janeiro de 1763.1359
Filho de Domingos Fernandes e de sua mulher Margarida
Francisca. Com geração.
FRANCISCO DE FREITAS LIMA. Nasceu no Casal do Barral, Souto (São
Salvador), Guimarães, em 25 de setembro de 1696.1360 Batizado, com
licença do abade, pelo seu tio João de Freitas a 01 de outubro. Foram
padrinhos o Reverendo Paulo de Lima, abade de Prazins (Santo Tirso) e
Maria de Freitas, solteira, filha de Bento da Cruz Lobato e de sua mulher
AMAP. Nascimentos 1, Souto (São Salvador), Guimarães, Paroquial n.º 834, fls.
120, n.º 2.
AMAP. Nascimentos 1, Souto (São Salvador), Guimarães, Paroquial n.º 834, fls.
136, n.º 1.
ADB. Misto 5, Passos (São Vicente), Fafe, Paroquial n.º 301, fls. 330. Não fez testamento; sepultada dentro da Igreja. Teve um ofício de corpo presente de 46 padres
e o segundo e terceiro ofício de dez padres.
AMAP. Casamentos 1, Souto (São Salvador), Guimarães, Paroquial n.º 839, fls. 59,
n.º 2.
ADB. Misto 3, Passos (São Vicente), Fafe, Paroquial n.º 299, fls. 18.
ADB. Misto 5, Passos (São Vicente), Fafe, Paroquial n.º 301, fls. 290. Faleceu sem
o sagrado beático “porque vindo para a Igreja a seu pé cahio com hum acidente e
ficando sem sentidos faleceu brevemente”. Não fez testamento, sendo sepultado
dentro da igreja. Teve ofício de corpo presente de 46 padres, segundo e terceiro ofícios de 10 padres.
AMAP. Nascimentos 1, Souto (São Salvador), Guimarães, Paroquial n.º 834, fls.
56, n.º 1.
Revista da ASBRAP n.º 21
473
Maria Machada, da freguesia da Oliveira (Santa Maria), Guimarães.
Casou-se na dita freguesia em 29 de agosto de 17361361 com MARIA DE
MACEDO RIBEIRO, nascida no Casal do Barral, Souto (São Salvador),
Guimarães, em 3 de junho de 1706.1362 Filha de Bento de Macedo e de
sua mulher Maria Ribeiro. Neta paterna de João de Macedo e de sua
mulher Ângela de Macedo. Neta materna de Domingos Leiva Areias,
abastado mercador, e de sua mulher Maria Gonçalves Ribeiro da Silva.
Com geração.
IV-
1361
1362
1363
1364
§ 123.o
SUSANA DE MORGADE DO CANTO (filha de Cosme do Canto, do § 122.o
n.o III, e de sua segunda mulher Maria Salgado de Faria). Casou-se, entre
o final de setembro e o início de outubro de 1603, com TOMÉ BRAVO
PEREIRA, natural da freguesia de São Tiago de Piães, filho de Gil Pereira
e de sua mulher Maria Pinheiro, senhores das quintas da Póvoa e Antemil na freguesia de Piães (São Tiago), Cinfães. Neto paterno de Diogo
Álvares Pereira, cavaleiro fidalgo e de Dona Brites Osório Coutinho, senhores das ditas quintas.1363 Susana do Canto e seus filhos Cosme Pereira, Pedro Álvares Pereira e Antônio de Faria, fazem uma procuração em
11 de agosto em 1631 para representarem os seus interesses nas demandas que traziam com seu cunhado e tio David Machado de Miranda, acerca da herança de Cosme do Canto.1364 Foram pais de:
AMAP. Casamentos 1, Souto (São Salvador), Guimarães, Paroquial n.º 839, fls.53v,
n.º 2.
AMAP. Nascimentos 1, Paroquial n.º 834, fls. 92, n.º 1. Foram seus padrinhos João
de Macedo e sua filha Domingas, solteira, avô e tia da batizada moradores no lugar
do Bairro.
GAIO, Manoel José da Costa Felgueiras. Ob. cit. Título Pinheiros § 25 N 11. Tomé
Bravo Pereira havia casado, em primeiras núpcias, na freguesia de Favões (São Paio), Marco de Canaveses, em 7 de março de 1602 com Maria da Mota Soares, nascida na Quinta de Oleiros, Fervões (São Tiago), Marcos de Canaveses, filha de Belchior do Couto e de sua mulher Antónia Soares. Com geração, onde segue a dita
Quinta de Oleiros. Antônia Soares da Mota, no Gaio, título Motas, § 11 N 18, filha
de Baltasar Soares da Mota, que viveu na Quinta do Casal em Vila Boa do Bispo e
se casou com Teresa Vieira, filha de Pedro Annes Soares do Lordelo e sua mulher
Isabel Pires Vieira, filha de Pedro Gonçalves Cabral e sua mulher Brites Afonso Vieira, filha de Afonso Vieira, senhor da Quinta da “Con.ca” (ignoramos seu desdobramento), e o dito Pedro Gonçalves Cabral era filho de D. Nicolau, Prior Perpétuo
de Vila Boa do Bispo, no Gaio, título Vieiras § 110 N 11 e § 1 N 9.
AMAP. Notarial n.º 239, fls. 71, de 11 de agosto de 1631.
474
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
1 (V)-
2 (V)-
3 (V)-
4 (V)-
5 (V)-
1365
1366
1367
1368
1369
MARIA DE FARIA. Nasceu na Quinta de Oleiros, Favões (São
Paio), Marco de Canaveses, em 6 de julho de 1604, batizada
em 13. Foram padrinhos Luís Mendes da Seara, freguesia de
Magrelos e Guiomar da Mota, mulher de Cristóvão de Almeida.1365
JOÃO. Nasceu na Quinta de Oleiros, Favões (São Paio), Marco de Canaveses, em 2 de junho de 1605, batizado em casa
pelo Licenciado Gaspar Vieira da Mota, cunhado de Tomé
Bravo Pereira, irmão de sua primeira mulher, recebendo os
santos óleos em 15. Foram padrinhos Paulo Pinheiro, primo
de Tomé Bravo Pereira, morador na freguesia de Santiago de
Piões do concelho de Sanfins (Cinfães) do arcebispado de
Lamego, e Ana de Almeida, mulher de Antônio Ribeiro, filha
de Cristóvão de Almeida, moradores no Couto de Vila Boa do
Bispo.1366
MARIA. Nasceu na Quinta de Oleiros, Favões (São Paio),
Marco de Canaveses, em 28 de setembro de 1606. Batizada
em 1.o de outubro. Foram padrinhos Antônio de Sequeira e
sua filha Susana Pinto, solteira.1367
FREI COSME DO CANTO. Frade carmelita descalço. Nasceu na
Quinta de Oleiros, Favões (São Paio), Marco de Canaveses,
em 10 de dezembro de 1607. Batizado em 13. Foram padrinhos Luís de Almeida, filho de Cristóvão de Almeida do Couto de Vila Boa e Joana, filha de Gaspar Chaves.1368 Nomeado
como Cosme Pereira na escritura realizada por sua mãe, então
maior de doze anos.1369
PADRE PEDRO ÁLVARES PEREIRA. Vigário de Santa Comba
de Rossas, concelho de Arouca, Aveiro. Nasceu na Quinta de
ADP. Misto 1, Favões (São Paio), Marco de Canaveses, Paroquial E/12/6/2 fls. 32v, n.º 1.
ADP. Misto 1, Favões (São Paio), Marco de Canaveses, Paroquial E/12/6/2 fls. 33v, n.ºs 3 e 4.
ADP. Misto 1, Favões (São Paio), Marco de Canaveses, Paroquial E/12/6/2 fls. 36, n.º 1.
ADP. Misto 1, Favões (São Paio), Marco de Canaveses, Paroquial E/12/6/2 fls. 36, n.º 1.
AMAP. Notarial n.º 192, fls. 71. Escritura de fiança de legítima de seus filhos
faz Susana do Canto.
6.3,
6.3,
6.3,
6.3,
que
Revista da ASBRAP n.º 21
6 (V)-
475
Oleiros, Favões (São Paio), Marco de Canaveses, cerca de
1610.
ANTÔNIA. Nasceu na Quinta de Oleiros, Favões (São Paio),
Marco de Canaveses, em 17 de julho de 1611. Batizada em
23. Foram padrinhos Filipe Pereira e Tomé Pereira, da freguesia de São Tiago de Piães, bispado de Lamego.1370
De um deste poderá ter sido filha, ou a própria Antônia (n.o
V):
1 (VI)-
ANTÔNIA DE FARIA OSÓRIO, que segue.
VI-
ANTÔNIA DE FARIA OSÓRIO, familiar do Padre Pedro Álvares Pereira
[não se excluindo a possibilidade de ser sua filha, ou, como se escreveu
acima, poderia se tratar da Antônia, n.o 6 (V)]. O citado padre contratou
o matrimônio com FELICIANO REBELO, natural de Rossas (Santa Comba), Arouca, Aveiro. Sua filha, Mariana de Faria Osório, irá suceder no
morgado instituído por Cosme do Canto, após o falecimento dos filhos
de Isabel de Morgade do Canto e de seu marido David Machado de Miranda, sem geração legítima. Poderá verificar-se a hipótese do morgado
entrar nesta geração por via do casamento de uma neta destes, Mariana
de Faria Salgado, abaixo, que se casou com João Machado de Miranda,
neto paterno de João Machado de Miranda, que poderá tratar-se de João
Machado de Miranda, capitão de cavalos na Província do Alentejo, que
morreu solteiro, filho de David Machado de Miranda e Isabel Morgade
do Canto. Tiveram:
VII-
MARIANA DE FARIA OSÓRIO, natural de Rossas (Santa Comba), Arouca,
Aveiro. Casou-se na freguesia de Silvares (Santa Maria), Guimarães, em
1.o de agosto de 16721371 com JERÔNIMO DA SILVA MENDES, natural de
São Cristóvão, filho de Manuel da Silva e de sua mulher Maria Mendes.
Tiveram:
1 (VIII)- Mariana de Faria Salgado1372, que segue.
2 (VIII)- JERÔNIMA. Nasceu no Casal do Bairro, Cernadelo (São Tiago), Lousada, batizada em 22 de setembro de 1675. Foram
padrinhos Lourenço Ribeiro, da freguesia de São João de Ma-
1370
1371
1372
ADP. Misto 1, Favões (São Paio), Marco de Canaveses, Paroquial E/12/6/2 - 6.3.
fls. 42v, n.º 2.
ADP. Misto 1, Favões (São Paio), Marco de Canaveses, Paroquial E/12/2/5 - 17.2,
fls. 7v, n.º 1.
Também nomeada Mariana Salgado de Faria.
476
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
3 (VIII)-
4 (VIII)-
5 (VIII)-
6 (VIII)-
1373
1374
1375
1376
1377
1378
1379
1380
cieira e Mariana Mendes, mulher de Manuel de Queirós, da
freguesia de São Cristóvão.1373
MADALENA. Nasceu no Casal do Bairro, Cernadelo (São Tiago), Lousada, batizada em 13 de março de 1678. Foram padrinhos, José do Amaral, cunhado de Jerônimo da Silva, pai
da batizada e madrinha Dona Madalena de Miranda da vila de
Guimarães.1374
JOÃO. Nasceu no Casal do Bairro, Cernadelo (São Tiago),
Lousada, batizado em 9 de junho de 1680. Foram padrinhos o
Reverendo João Soares, abade de Teixeira e madrinha por
procuração Dona Madalena de Miranda, da vila de Guimarães.1375
JOSEFA ROSA SALGADO DE FARIA. Nasceu no Casal do Bairro, Cernadelo (São Tiago), Lousada, batizada em 13 de julho
de 1683. Foram padrinhos Francisco Ribeiro de Miranda, da
freguesia de Rande e Ana do Babo, mulher de Antônio Lopes
da freguesia de Travanca.1376
CUSTÓDIA PEREIRA OSÓRIO. Nasceu no do lugar do Bairro da
freguesia de Cernadelo, Concelho de Lousada, batizada em
12 de maio de 1686. Foram padrinhos o Capitão João Mendes, da freguesia de Aveleda e Maria, filha de Manuel de
Queirós, da freguesia de São Cristóvão de Lordelo.1377 Casouse na freguesia de Silvares (Santa Maria), Guimarães, em 22
de Outubro de 17081378 com CRISTÓVÃO DE MORGADE DA
SILVA CAVEIRA1379, ou Cristóvão de Morgade Caveira, escrivão do Judicial da vila de Guimarães por carta de 17 de outubro de 17091380, nascido na rua Nova do Muro, Oliveira (San-
ADP. Misto 1, Cernadelo, Lousada, Paroquial E/12/2/5 - 17.2, fls. 69v, n.º 3.
ADP. Misto 1, Cernadelo, Lousada, Paroquial E/12/2/5 - 17.2, fls. 73, n.º 2.
ADP. Misto 1, Cernadelo, Lousada, Paroquial E/12/2/5 - 17.2, fls. 76, n.º 1.
ADP. Misto 1, Cernadelo, Lousada, Paroquial E/12/2/5 - 17.2, fls. 80v, n.º 1.
ADP. Misto 1, Cernadelo, Lousada, Paroquial E/12/2/5 - 17.2, fls. 82v, n.º 1.
AMAP. Misto 4, Silvares (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 811, fls. 101, n.º
1.
ADB. Processo de Genere et moribus n.º 32251, Pasta n.º 1430, de 26 de fevereiro
de 1704.
IAN/ TT. Registo Geral de Mercês, D. João V, liv. 3, fls. 378. Código de Referência
PT-TT-RGM/04/33895.
Revista da ASBRAP n.º 21
477
ta Maria), Guimarães, batizado em 7 de maio de 1670.1381 Aí
falecido em 7 de setembro de 1735. Filho de José de Morgade, escrivão do público e de sua mulher Ângela da Silva. Neto
paterno de Antônio Gomes Cardoso e de sua mulher Ângela
Ribeiro de Morgade. Neto materno de João da Silva e de Maria Salgada. Ver Família Rocha, § 9.o n.o VI.
VIII-
1381
1382
1383
1384
1385
1386
1387
MARIANA DE FARIA SALGADO.1382 Nasceu no Casal do Bairro, Cernadelo (São Tiago), Lousada, batizada em 2 de julho de 1673. Foram padrinhos Antônio Mendes, tio paterno e Domingos Duarte da freguesia de
Aveleda.1383 Casou-se, na freguesia de sua naturalidade, em 2 de setembro de 16971384 com JOÃO MACHADO DE MIRANDA, natural de Selho
(São Jorge), Guimarães, batizado em 27 de fevereiro de 1672.1385 Escrivão do Judicial da Vila de Guimarães. Filho de Miguel das Caldas, natural de Pedome (São Pedro) e de sua mulher Maria Machado de Miranda,
recebidos em Selho (São Cristóvão), Guimarães, em 4 de abril
de1671.1386 Neto paterno de João Lopes e de sua mulher Ângela Dantas,
da freguesia de Pedome. Neto materno de João Machado de Miranda e
de Maria, solteira, natural de Selho (São Jorge). Tiveram:
1 (IX)JOÃO. Nasceu na Quinta de Mourilhe, Silvares (Santa Maria),
Guimarães, batizado em 29 de março de 1702. Foram padrinhos Jerônimo Mendes e sua filha Custódia, do lugar de Mourilhe.1387
2 (IX)ROSA. Nasceu na Quinta de Mourilhe, Silvares (Santa Maria),
Guimarães, em 27 de fevereiro de 1705. Batizada em 27. Foram padrinhos Manuel de Magalhães, assistente em casa de
seu tio Antônio Nunes, escrivão, e Josefa Rosa Salgado de
AMAP. Nascimentos 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 363, fls.
167v. Batizado, com licença do Padre Jerônimo Rebelo, pelo Padre Antônio Gomes. Foram padrinhos Diogo Rodrigues, mercador e Isabel Mendes, mulher de Jerônimo Cardoso, mercador.
Também nomeada Mariana Salgado de Faria.
ADP. Misto 1, Cernadelo, Lousada, Paroquial E/12/2/5 - 17.2, fls. 67v, n.º 3.
ADP. Misto 1, Cernadelo, Lousada, Paroquial E/12/2/5 - 17.2, fls. 14, n.º 1.
AMAP. Misto 1, Selho (São Jorge), Guimarães, Paroquial n.º 754, fls. 44v, n.º 3.
AMAP. Misto 1, Selho (São Jorge), Guimarães, Paroquial n.º 754, fls. 55v, n.º 2.
AMAP. Misto 3, Silvares (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 810, fls. 38v., n.º
3.
478
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
3 (IX)-
4 (IX)-
II –
1388
1389
1390
1391
1392
1393
Faria. filha de Jerônimo Mendes da Silva, morador na Quinta
de Mourilhe, Silvares (Santa Maria).1388
BENTO. Nasceu na rua de Santa Maria, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, em 2 de março de 1708. Batizado em 20 na
paroquial de Silvares (Santa Maria). Foram padrinhos Bento
Lopes, morador e natural da vila de Guimarães e Custódia Pereira, filha de Jerônimo Mendes da Silva, da Quinta de Mourilhe, Silvares (Santa Maria).1389
QUITÉRIA. Nasceu na rua de Infesta, Oliveira (Santa Maria),
Guimarães, batizada em 11 de novembro de 1709. Foram padrinhos André Peixoto de Azevedo e sua irmã Dona Margarida, solteiros, filhos de Alexandre Peixoto de Azevedo, moradores na freguesia de São Miguel do Castelo.1390
§ 124.o
MARINHA ÁLVARES DO CANTO (filha de João Álvares do Canto, do §
119.o n.o I, e de sua mulher Margarida Rodrigues), nascida por volta de
1500 em Guimarães. Casou-se com RUI VIEGAS PACHECO, escrivão do
público e do judicial em Guimarães, abastado mercador. Gaio dá-o como
filho de Estêvão Fernandes Viegas e de sua mulher Inês Pacheco.1391 Neto paterno de Fernão Anes Ribeiro e de sua prima Maria Lopes Viegas.
Neto materno de Afonso Pacheco1392 e de sua mulher Leonor de Sande,
filha do grande Gil Pires de Sande.1393 Embora se documentem alguns
AMAP. Misto 3, Silvares (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 810, fls. 2v.
AMAP. Misto 3, Silvares (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 810, fls. 16, n.º 2.
AMAP. Nascimentos 4, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 365, fls.
133v a 134, n.º 5.
GAIO, Manoel José da Costa Felgueiras. Ob. cit. Título Viegas, § 4 N 8.
FALCÃO, Maria da Conceição Falcão, Gerir e julgar em Guimarães no século XV,
Guimarães, ed. Aquivo Alfredo Pimenta, p. 65. Afonso Pacheco era criado e escudeiro de Fernão Pereira. Foi cavaleiro da casa do duque, nomeado inquiridor em 6
de maio de 1455 e procurador dos reguengos do almoxarifado no mesmo ano.
FALCÃO, Maria da Conceição Falcão, Gerir e julgar em Guimarães no século XV,
Guimarães, ed. Aquivo Alfredo Pimenta p. 70. Gil Pires de Sande foi vassalo do rei
e escudeiro do infante D. Pedro, bem como escrivão dos feitos dos judeus em 4 de
abril de 1440 (por falecimento de Nicolau Rodrigues), que renunciou em 26 de agosto de 1441, data em que é provido no cargo Pedro de Barcelos. Posteriormente
foi empossado no cargo de inquiridor do número e juiz dos judeus em 29 de maio
de 1446 por falecimento de Lopo Fernandes.
Revista da ASBRAP n.º 21
479
dos indivíduos mais recuados desta linhagem, temos dúvidas quanto a
esta filiação atribuída por Gaio, em particular por aventamos uma possível relação familiar entre Rui Viegas Pacheco e o anterior titular do ofício de tabelião, Nuno Viegas ou Varguas.1394 Tiveram:
1 (III)BELCHIOR DO CANTO VIEGAS, que segue.
2 (III)LICENCIADO SALVADOR DO CANTO PACHECO, que segue no §
125.o.
3 (III)ÁLVARO DO CANTO.
4 (III)CARLOS PACHECO VIEGAS, cavaleiro fidalgo da casa d‟el Rei,
nasceu na rua Nova do Muro, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, cerca de 1540. Casou-se em São Gonçalo, Amarante, em
8 de junho de 1564 com sua parente ISABEL DE SANDE. Tiveram:
1 (IV)INÊS DE SANDE, nascida em São Gonçalo, Amarante. Aí casada em 09 de fevereiro de 1597 com
FRANCISCO CERQUEIRA DE ABREU, filho de Pedro
de Abreu da Cunha e de sua mulher Beatriz Machado. Assistiu à cerimônia, como testemunha,
Martim Afonso de Sousa. Seus pais haviam se casado em Amarante em 17 de fevereiro de 1561.
Neto paterno de Manuel de Abreu da Cunha, senhor de ¼ da Quinta da Quintã e por sua mulher da
Quinta de Soutelo, casado, cerca de 1540, na freguesia do Freixo de Baixo, Amarante, com Ana
Dias de Carvalho.1395 Neto materno de Diogo Machado, tabelião de Celorico de Basto, senhor da casa da Cadeia, na vila de Amarante, e de sua mulher
1394
1395
Rui Viegas Pacheco seria muito provavelmente parente de 1) João Pacheco de Sande, tabelião do público na vila de Guimarães (1552) escudeiro fidalgo (1568), casado com Margarida Gomes, filha legítima de Bartolomeu de Matos e de sua mulher
Catarina Novais, e neta materna do famoso Pedro Álvares do Fontelo, rico mercador
vimaranense na Praça do Funchal e de sua mulher Isabel Nunes; 2) Cristóvão Pacheco, cidadão de Braga, casado com Beatriz da Fonseca; 3) Jerônimo Viegas, reposteiro da infanta Dona Isabel (1567), capelão d‟ El-Rei e abade da Igreja de São
Martinho do Campo no termo da cidade do Porto (1568).
Manuel de Abreu da Cunha e Ana Dias de Carvalho foram bisavós dos irmãos Belchior da Cunha e Antônio da Cunha de Abreu, naturais da freguesia de Santo André
de Telões, concelho de Amarante, que passaram para São Paulo. Apud BOGACIOVAS, Marcelo Meira Amaral. Origem da Família Cunha de Abreu em São Paulo.
In Revista da ASBRAP n.o 3, p. 190.
480
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
5 (III)III –
1396
1397
1398
1399
1400
1401
Francisca Cerqueira (falecida, viúva, em 11 de dezembro de 1591), esta filha de «Francisco Cerqueira Coelho, Cavaleiro de São Tiago, Corregedor de
Trás-os-Montes, criado do Infante Dom Luís, Duque de Aveiro, e instituidor da Capela de São Tiago, no Convento de Amarante, por contrato de 06Maio-1564, e de sua mulher Isabel Brochado».1396
2 (IV)MANUEL DE SANDE. Morreu na Índia como soldado pago.
FREI MAURO PACHECO. Frade de São Bento.
BELCHIOR DO CANTO VIEGAS, nascido na rua Nova do Muro em Guimarães, cerca de 1538, falecido em 1598. Recebeu a prima tonsura em Braga em 23 de dezembro de 1564.1397 Casou-se com HELENA DE AZEVEDO,
nascida em Guimarães, cerca de 1530. Filha de Lançarote de Azeredo e
de sua mulher Isabel Sodré. Neta paterna de João Álvares de Azeredo e
de sua mulher Isabel Luís, aquele filho de Álvaro Rodrigues de Azeredo
e de sua mulher Inês Gonçalves.1398 Foi Bento do Canto Viegas tabelião
do judicial na vila de Guimarães e cavaleiro fidalgo da Casa de sua Majestade; além disso foi, tal como seu pai, um hábil negociante, conseguindo adquirir um patrimônio considerável, que acresceu ao herdado.
Senhor do Casal da Fonte Pena da freguesia de São Paio de Rouilhe1399,
da Quinta da Pera, sita na freguesia de São Jorge de Riba de Vizela, herdade de dízimo a Deus1400; Moinhos, campo e casa juntos num prazo que
tinha do cabido na freguesia de Moreira de Cónegos1401; da Quinta de
Palhães. Além destas aquisições eram senhores de quarenta e nove medidas de pão milho e centeio pelo Casal do Bouro que de Miguel de AFREITAS, Eugénio de Andrea da Cunha e Freitas e outros, Carvalhos de Basto A
descendência de Martim Pires de Carvalho, Cavaleiro de Basto, IV Volume, Porto,
1982, pp. 320-321. Pedro de Abreu da Cunha e de sua mulher Beatriz Machado em
GAIO, Manoel José da Costa Felgueiras. Ob. cit. Título Vasconcelos, Quinta de
Soutelo § 71 N 19. Diogo Machado e Francisca Cerqueira, em Gaio, título Cerqueira § 26.
ADB. Pasta 12, Caderno X, fls. 97v.
MORAES, Maria Adelaide Pereira de, Velhas Casas de Guimarães, Volume I, Porto, Universidade Moderna do Porto, 2001, p. 284.
AMAP. Notarial n.º 53, de 16 de janeiro de 1601, fls. 161v a 162.
AMAP. Notarial n.º 55, de 3 de janeiro de 1603, fls. 188 e 188v.
AMAP. Notarial n.º 56, de 23 de abril de 1603, fls. 38 a 40.
Revista da ASBRAP n.º 21
481
zeredo que está sito no termo de Barcelos, que lhe dotou a tia de sua mulher Bárbara Dias; do Casal da Ponte na freguesia de Gondar (São João),
no qual nomearam em sua filha Maria de Azevedo1402; umas casas sobradadas na rua Nova do Muro, foreiras ao hospital da rua da Sapateira
que venderam a Sebastião da Fonseca por preço de cinquenta mil
reis1403; e de metade do Casal da Vale, da freguesia de São Lourenço de
Calvos que compraram a Antônio Nogueira e sua mulher Maria Dias.1404
Tiveram:
1 (IV)MIGUEL DE AZEVEDO. Nasceu na rua Nova do Muro, Oliveira
(Santa Maria), Guimarães, cerca 1572.
2 (IV)PEDRO DO CANTO PACHECO VIEGAS, cônego na Colegiada de
Nossa Senhora da Oliveira. Nasceu na rua Nova do Muro, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, cerca 1574. Faleceu em
1639.
3 (IV)MARIA DE AZEVEDO, que segue.
4 (IV)PAULA DE AZEVEDO. Nasceu na rua Nova do Muro, Oliveira
(Santa Maria), Guimarães, batizada em 1.o de fevereiro de
1592. Foram padrinhos André do Canto e …1405
5 (IV)CATARINA. Nasceu na rua Nova do Muro, Oliveira (Santa
Maria), Guimarães, batizada em 11 de setembro de 1596. Foram padrinhos o Licenciado Manuel Barbosa e … de Maçoulas mulher de Gaspar Lopes de Carvalho.1406
IV-
1402
1403
1404
1405
1406
1407
1408
DONA MARIA DE AZEVEDO, nascida na rua Nova do Muro, Oliveira
(Santa Maria), Guimarães, cerca de 1576, aí falecida em 8 de abril de
1666.1407 Casou-se na mesma freguesia em 26 de janeiro de 16031408
com MATIAS DE FARIA, nascido na freguesia de Águas Santas, Póvoa de
Lanhoso, cerca 1570, falecido na rua Nova do Muro, Oliveira (Santa
AMAP. Notarial n.º 55, de 2 de dezembro de 1602, fls. 176v a 177.
AMAP. Notarial n.º 23, fls. 19v a 21, de 2 de maio de 1586.
AMAP. Notarial n.º 61, de 4 de julho de 1585, fls.35 a v.
AMAP. Misto 1, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 359, fls. 2v, n.º 6.
AMAP. Misto 1, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 359, fls. 18v, n.º
3.
AMAP. Misto 3, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 361, fls. 144, n.º
2. Fez testamento, sepultada na Igreja de Nossa Senhora da Oliveira.
AMAP. Misto 1, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 359, fls. 52, n.º 2.
482
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
Maria), Guimarães, em 15 de janeiro de 1657.1409 Filho de Antônio de
Faria e de sua mulher Paula dos Guimarães. Sua mãe dotou-a em escritura realizada em 29 de dezembro de 1602, na nota de Cristóvão do Vale
de Azeredo, com o Casal de Montesinho na freguesia de Gondar e as suas pousadas na rua Nova do Muro, avaliadas em cem mil réis e além disto lhe dotava «cento e cinquenta mil reis em móvel e peças de ouro e
prata em sua justa valia no qual dote entra a legítima que à dita esposada
pode haver e lhe cabe por falecimento do dito seu pai e lhe couber por
falecimento dela dotadora» […] «e pelo esposado foi dito que de sua fazenda dava à esposada de arras duzentos mil reis».1410 Tiveram:
1 (V)BELCHIOR, que nasceu na rua Nova do Muro, Oliveira (Santa
Maria), Guimarães, batizado em 21 de novembro de 1604. Foi
padrinho Miguel de Faria, abade de Santo Estêvão de Geraz.1411
2 (V)JOÃO. Nasceu na rua Nova do Muro, Oliveira (Santa Maria),
Guimarães, batizado por seu tio o Padre Miguel de Faria, abade de Santo Estêvão de Geraz, em 12 de maio de 1606. Foram testemunhas o Padre Pedro do Canto e Francisca de Valadares, filha de João de Valadares.1412
3 (V)PEDRO. Nasceu na rua Nova do Muro, Oliveira (Santa Maria),
Guimarães, batizado em 13 de julho de 1609. Foram padrinhos Miguel de Faria, abade de santo Estêvão de Geraz e Maria de Faria, seus tios, irmãos de seu pai.1413
4 (V)PADRE ANTÔNIO DE FARIA DE AZEVEDO. Foi cônego da Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira e abade do Bairro. Nasceu na rua Nova do Muro, Oliveira (Santa Maria), Guimarães,
batizado em 19 de maio de 1611. Foram padrinhos Cristóvão
da Costa da Azenha e Antônia Vaz.1414
5 (V)HELENA. Nasceu na rua Nova do Muro, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, batizada pelo padre Tomé de Azevedo em 14
1409
1410
1411
1412
1413
1414
AMAP. Misto 3, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 361, fls. 107v, n.º
1.
AMAP. Notarial n.º 55, de 29 de fevereiro de 1602, fls. 177v, 179.
AMAP. Misto 1, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 359, fls. 38v, n.º
2.
AMAP. Misto 1, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 359, fls. 41, n.º 7.
AMAP. Misto 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 360, fls. 1, n.º 1.
AMAP. Misto 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 360, fls. 1, n.º 2.
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6 (V)-
7 (V)-
1415
1416
1417
1418
1419
1420
483
de janeiro de 1613. Foram padrinhos Antônio Dias Pimenta e
sua mulher Maria Peixoto.1415
JOÃO DE AZEVEDO DE FARIA DOS GUIMARÃES. Nasceu na rua
Nova do Muro, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, batizado
em 2 de setembro de 1614. Foram padrinhos Antônio Vaz,
seu tio, e Ana Álvares, mulher de Pedro da Silva.1416 Casouse, na mesma freguesia, em 24 de outubro de 16671417 com
MARIA FERREIRA DE LIMA, viúva de Tomé Afonso de Carvalho. Nascida na Quinta do Paço, Creixomil (São Miguel),
Guimarães, batizada em 6 de novembro de 1641.1418 Filha de
João Ferreira e de sua mulher Isabel Vieira, senhores da Quinta do Paço em Urgeses. Neta paterna de Sebastião Gonçalves
e de sua mulher Antônia Domingues, herdeira do Casal do
Paço. Neta materna de Domingos Ribeiro, nascido no Casal
da Maina, Urgeses (São Salvador), e de sua mulher Catarina
Vieira de Lima, nascida na Quinta da Presa, Creixomil (São
Miguel). Sem geração.1419 Trouxe ao primeiro matrimônio
umas casas da rua de Belmonte do Porto. Foi senhor do morgado do Rio Mau.
MARIA. Nasceu na rua Nova do Muro, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, batizada em 20 de janeiro de 1617. Foi padrinho o Doutor Miguel de Valadares.1420
AMAP. Misto 1, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 359, fls. 47, n.º 2.
AMAP. Misto 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 360, fls. 1, n.º 3.
AMAP. Misto 3, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 361, fls. 53, n.º 1.
Foram testemunhas João Barroso de Azevedo e Francisco de Macedo, seu irmão abade de Salvador do Monte.
AMAP. Misto 2, Creixomil (São Miguel), Guimarães, Paroquial n.º 232, fls. 28, n.o
4.
MORAIS, Maria Adelaide Pereira de, Velhas Casas de Guimarães, Volume I, Porto, Universidade Moderna do Porto, 2001. Quinta do Paço, p. 273, nota 84. «Para
pagarem as dívidas que deixou Tomé Afonso de Carvalho, Maria Ferreira de lima e
seu 2.° marido vendem a Quinta do Paço a 2 de fevereiro de 1673, por 600$00 a seu
parente Jerônimo de Azeredo e Miranda (v. quadro e Casa da Covilhã, Fermentões)
A 11 de julho do mesmo ano distratam a venda, ficando outra vez na posse da quinta. Tab. José de Morgade (22-1-29], pag.s 27v.o e 94. A hipoteca é feita mais tarde,
a 30.10.1676, "Contrato de dinheiro a juro q da paullo borges a João de Azeredo de
Faria", Tab. Bento da Cruz Lobato (1 0-3-49)».
Misto 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 360, fls. 6, n.º 6.
484
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
8 (V)9 (V)-
10 (V)11 (V)-
12 (V)-
JOSÉ. Nasceu na rua Nova do Muro, Oliveira (Santa Maria),
Guimarães, batizado em 13 de novembro de 1618.
BELCHIOR. Nasceu na rua Nova do Muro, Oliveira (Santa
Maria), Guimarães, batizado em 23 de janeiro de 1622. Foram
padrinhos Rodrigo do Canto e Filipa do Canto, irmãos, moradores na dita rua.1421
MANUEL DE FARIA, que segue.
PAULA DOS GUIMARÃES. Nasceu na rua Nova do Muro, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, batizada em 11 de maio de
1628. Foram padrinhos Manuel de Melo da Silva e Francisca
Pinheiro.1422
FRANCISCO. Nasceu na rua Nova do Muro, Oliveira (Santa
Maria), Guimarães, em 26 de setembro de 1632. Batizado em
27. Foram padrinhos João de Faria, da vila de Lanhoso, irmão
do dito Matias de Faria e Maria de Valadares, mulher do Licenciado João de Freitas.1423
V-
MANUEL DE FARIA, nascido na rua Nova do Muro, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, batizado em 15 de agosto de 1625. Foram padrinhos João
do Vale de Azevedo, cônego magistral da Colegiada e Maria do Rosário,
do Toural. Foi infanção da vila de Guimarães, homem nobre «irmão do
abade do Bairro e de João de Azevedo». Teve de MARGARIDA, solteira, natural da Vila de Guimarães: 1424
VI-
MARIA DE FARIA, nascida em Guimarães. Casou-se com JOÃO FERNANDES, natural de Selho (São Jorge), Guimarães. Filho de Domingos Fernandes, alfaiate, e de sua mulher Isabel Fernandes, moradores na freguesia de Selho (São Jorge). Fixaram residência em Gondar (São João Batista), Guimarães. Tiveram:
1 (VII)- MANUEL DE FARIA AZEVEDO, do qual se fez inquirição de
genere.1425
§ 125.o
1421
1422
1423
1424
1425
Misto 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 360, fls. 39, n.º 2.
Misto 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 360, fls. 86v, n.º 4.
Nascimentos 1, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 360, fls. 33v, n.º 3.
Misto 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 360, fls. 65, n.º 4.
ADB. Inquirição de genere. Processo n.º 14756, Pasta 628, de 16 de agosto de
1689.
Revista da ASBRAP n.º 21
485
III-
LICENCIADO SALVADOR DO CANTO PACHECO (filho de Marinha Álvares
do Canto, do § 124.o n.o II). Nasceu na rua Nova do Muro, Oliveira
(Santa Maria), Guimarães, cerca de 1550. Bacharel em Cânones pela
Universidade de Coimbra em 7 de julho de 1573, com atos de aprovação
para licenciado em 27 de abril de 1577.
Em 8 de março de 1593, em Guimarães, fez-se procuração do
Licenciado Salvador do Canto, em pousadas do tabelião, estando aí o
advogado Salvador do Canto, morador nesta vila, logo por ele foi dito
que ele fazia seus bastantes procuradores a Álvaro do Canto, estante no
lugar de Quadefães, da correição de Alenquer, para que em seu nome
possa cobrar e receber em sua mão do testamenteiro que ficou de Álvaro
do Canto mil e seiscentos reis que deixou em seu testamento e do que
receber dava pagas e quitações […]. Testemunhas: Manuel Fernandes,
morador nas hortas do prior e João Martins de Vieira.1426
Casou-se, em primeiras núpcias, com SUSANA DE MORGADE,
filha de Antônio do Canto1427 e de sua mulher Catarina de Morgade. Em
11 de agosto de 1582 encontramo-los nas suas casas da rua Nova do
Muro, a fazerem prazo de umas leiras que possuíam na freguesia de Santo Estêvão de Urgeses, que partiam com a estrada, a Santos Gonçalves,
lavrador morador no Casal das Aldeias, da dita freguesia.1428 Casou-se,
em segundas núpcias, em Creixomil (São Miguel), Guimarães, em 15 de
janeiro de 15961429, com ESTÁCIA DO AMARAL, nascida na Quinta da
Porcariça, Creixomil (São Miguel), Guimarães, cerca de 1570. Filha de
Diogo da Costa Homem, cavaleiro fidalgo, natural de Viseu, de onde
passou a viver para a vila de Guimarães, onde faleceu em 1594, e de sua
mulher Filipa do Amaral, dona viúva em 17 de janeiro de 1594, quando
passou uma procuração a seus filhos Francisco da Costa Homem e Diogo da Costa Homem e genro Cosme da Costa para, em nome de seus filhos menores, requererem de suas justiças.1430 Neto paterno de Francisco
da Costa Homem, alcaide-mor de Bragança e Outeiro e de sua mulher
1426
AMAP. Notarial n.º 48, de Cristóvão do Vale e Azevedo, fls. 155v, ano 1593.
No depoimento de seu neto está exarado o nome de Antônio Álvares do Canto, porém o apelido Álvares encontra-se riscado. Catarina de Morgade poderá ser parenta
do Licenciado Miguel de Morgade, que apadrinha o crisma do padre Salvador do
Canto.
AMAP. Notarial n.º 21, fls. 2 a 3v.
AMAP. Misto 1, Creixomil (São Miguel), Guimarães, Paroquial n.º 231, fls. 12v,
n.º 1.
AMAP. Notarial n.º 77 de, fls. 23-24, de 17 de janeiro de 1594.
1427
1428
1429
1430
486
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
Filipa do Amaral.1431 Neta materna de Afonso Rodrigues do Amaral, alcaide-mor de Bragança e comendador de Rio Covo, casado que foi segunda vez com Catarina de Figueiredo. Diogo da Costa foi senhor da
Quinta da Porcariça em Creixomil, não sucedendo no morgado da Lagiosa dos Cardosos, que passou a sua tia Beatriz Nunes.
Teve do primeiro matrimônio:
1 (IV)JOÃO DO CANTO, soldado na Índia em 6 de março de 1619.
2 (IV)PADRE SALVADOR DO CANTO, clérigo de missa, teólogo e
pregador, reitor da matriz de Olivença. Contava com 33 anos
em 1619, quando foi preso pelo Tribunal da Santa Inquisição,
por defender enfaticamente Madre Inês de Jesus, que estava
presa pela Inquisição de Lisboa; foi repreendido pela Companhia de Jesus, em 7 de junho de 1617, através do Padre Baltasar Álvares, da Casa de São Roque. Acabou sendo preso em 2
de maio de 1619, sendo levado ao Tribunal do Santo Ofício
da Inquisição de Lisboa.1432 Ele havia escrito diversos arrazoados a favor daquela senhora, que fora casada três vezes e três
vezes ficara viúva, já aos 25 ou 26 anos de idade; era grande
cantora e dançarina, e mulher muito honesta.
Admitiu, em 25 de fevereiro de 1619, ser o autor do
tratado que defendia a beata, mandada recolher ao Santo Ofício havia dois anos. Na Sessão de Genealogia, em março de
1619, declarou ser clérigo de missa, teólogo pregador e reitor
da igreja matriz da vila de Olivença. Citou irmãos, tios paternos (tios maternos declarou nãos os ter) e avós. Disse ainda
que foi padre da Companhia de Jesus de 10 para 12 anos, e
ensinou Latim no Colégio de Santo Antão, que nunca tinha
sido preso ou sentenciado, nem parente seu dentro do quarto
grau, que ele soubesse. Foi batizado na Colegiada de Guimarães, sendo seus padrinhos Domingos de Meira e Petronilha
Golias. Havia sido crismado na mesma igreja, e foi seu padrinho o Licenciado Miguel de Morgade. Foi ordenado de ordens menores na Companhia, e das sacras pelo Bispo de Tui
na mesma cidade, e de missa na vila de Vigo haverá três anos.
1431
1432
GAIO, Manoel José da Costa Felgueiras. Ob. cit. Título Cardosos, § 4 N 5; Homens, § 2 N 7.
IAN/ TT. Inquisição de Lisboa. Processo n.º 797 (mau estado de conservação), de
Salvador do Canto.
Revista da ASBRAP n.º 21
487
Não há conclusão no processo. Foi feita prestação de
contas em 18 de junho de 1619 em Lisboa. Mas há o acórdão
dos inquisidores e deputados da Santa Inquisição, que ele ouvisse sua sentença na sala do Santo Ofício e nela se retratasse
das proposições conteúdas em sua apologia. No mesmo dia
confessou arrependimento.
Inquirido sobre o seu percurso de vida declarou:
… nunca foi casado e foi padre da companhia de 10 para 12
anos e ensinou latim no colégio de Santo Antão. Foi batizado na colegiada de Guimarães, não se lembra o nome do
cura que então era e foi seu padrinho Domingos de Meira e
Patronilha Golias e foi crismado na mesma Igreja por Dom
Frei Antônio de Castro, arcebispo de Braga, foi seu padrinho o Licenciado Miguel de Morgade e foi ordenado nas
Ordens Menores na Companhia e das Sacras pelo Bispo de
Tui na mesma cidade e as de Missa na vila de Vigo e haverá
três anos que as tomou e exercita. Haverá quatro ou cinco
anos que saíra da dita Companhia e os primeiros dois esteve
na sua terra e os outros dois nesta cidade de Lisboa requerendo a sua Magestade e o mais tempo em Emxobregas em
casa da mulher do presidente com quem tem parentesco por
cunhadias …
3 (IV)4 (IV)-
5 (IV)6 (IV)-
7 (IV)-
FREI FRANCISCO DAS CHAGAS.
ANTÃO DO CANTO PACHECO, que servia de secretário do presidente da Câmara de Lisboa em 6 de março de 1619.
Teve do segundo matrimônio:
FILIPA DO CANTO DO AMARAL, que segue.
RODRIGO DO CANTO, nascido na rua Nova, Oliveira (Santa
Maria), Guimarães, cerca de 1598. Faleceu no Casal de Santa
Cristina, Pombeiro (Santa Maria), Felgueiras, solteiro, na pobreza e confortado com todos os sacramentos em 22 de janeiro de 1658.
Teve de ANA FRANCISCA, mulher solteira:
MARIA DO CANTO, nascida na rua Nova do Muro, casou na
Oliveira (Santa Maria), Guimarães, em 10 de junho de 1601
com MANUEL FERNANDES, natural de São Julião, Viseu, filho
de Manuel Fernandes e de sua mulher Ana Fernandes. Maria
do Canto serviu cinco anos a sua tia Helena de Azevedo, dona
viúva de Belchior do Canto, a quem deu quitação do paga-
488
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
mento de sua soldada no valor de três mil réis.1433 Após esta
quitação, devem ter-se ausentado para Lisboa, onde residiam
no Bairro de São Roque em 6 de março de 1619.
IV-
1433
1434
1435
1436
1437
1438
1439
FILIPA DO CANTO DO AMARAL, nascida na rua Nova do Muro, Oliveira
(Santa Maria), Guimarães, cerca 1597. Falecida no Casal de Arada,
Pombeiro (Santa Maria), Felgueiras, em 30 de setembro de 1673.1434 Sobre ela informa Maria Gonçalves, viúva moradora em São Lázaro, freguesia de Creixomil, em 24 de agosto de 1691, ao testemunhar na inquirição de genere de Antônio Homem do Amaral, «(…) conheceu Filipa
do Canto do Amaral, avó materna de António Homem do Amaral mulher grave que era natural desta vila e sendo solteira foi moradora na Rua
Nova do Muro desta vila freguesia de Nossa Senhora da Oliveira e que
com a sobredita, sendo miúda ela testemunha, falara muitas vezes indo a
dita Filipa do Canto à Quinta da Porcariça a casa de seu primo João
Homem do Amaral (…)»1435. Casou-se, na freguesia de sua naturalidade,
com BENTO PEREIRA DA SILVA, «homem que se tratava à lei da nobreza»1436, nascido no Casal de Santa Cristina, Pombeiro (Santa Maria),
Felgueiras, cerca de 1596. Falecido no Casal da Arada, Pombeiro (Santa
Maria), Felgueiras, em 7 de setembro de 1682.1437 Filho de João Bernardes Ribeiro1438 e de sua mulher Dionísia da Silva.1439 Era neto paterno de
Manuel Fernandes Ribeiro, cidadão do Porto, e de sua mulher Inês Bernardes, senhores da Quinta da Vinha das Gordas, freguesia de Paço de
AMAP. Notarial n.º 53, tabelião Bento de Matos, fls. 235, de 9 de fevereiro de
1602.
ADP. Misto 2, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.2, fls. 100, n.º 3.
ADB. Processo n.º 619, Pasta 23, fls. 1v.
ADB. Processo n.º 619, Pasta 23, fls. 8 e 8v. Assim o declara Bento de Faria, homem nobre morador à Ponte de Pombeiro, de idade de 95 anos.
ADP. Misto 2, fls. 110v, n.º 1.
Falecido em 20 de fevereiro de 1632. Foi o dito João Bernardes Ribeiro irmão de
Bento Ribeiro, casado com Maria Moreira, pais de Brites Ribeiro, herdeira de seu
pai, casada com Lourenço Ferraz de Araújo, da freguesia de Paço de Sousa. Deste
casal houve descendência brasileira referida na Genealogia Paulistana, de Silva
Leme. Um dos autores deste trabalho, Marcelo, tem dúvida sobre a ascendência de
Manuel Ferraz de Araújo, tronco dos Ferrazes de São Paulo.
Falecida em 13 de fevereiro de 1625.
Revista da ASBRAP n.º 21
489
Sousa, Penafiel.1440 Dionísia da Silva seria, possivelmente, filha de Álvaro Pereira, Senhor da Quinta da Arada, Pombeiro, Felgueiras, e de sua
mulher Ana Ribeiro [da Silva], como informa o Mostrador dos Prazos
do Mosteiro de Pombeiro.1441
Sobre o percurso do casal após o matrimônio, tomamos as referências fornecidas por Simão Gonçalves, jornaleiro, morador na Quinta da Porcariça, de idade de 80 anos, testemunha inquirida no processo
de genere de Antônio Homem do Amaral, neto do casal, que ao quarto
interrogatório declarou que «(…) conhecera muito bem Filipa do Canto
do Amaral, avó materna do justificante António Homem do Amaral e
com ela tratara e conversara no tempo que estava na dita Quinta da Porcariça de seu primo João Homem do Amaral adonde se casara com um
homem de Pombeiro e daí foram moradores na Rua Nova do Muro da
freguesia da Oliveira, desta vila de Guimarães e dela natural, e ao depois
de viver alguns anos na dita Rua Nova do Muro fora viver com o dito
seu marido para a freguesia de Santa Maria de Pombeiro»1442. Encontramos Filipa do Canto [N – 191, Prazo de Filipa do Canto, fls. 174, Prazo de Filipa do Canto]. Tiveram:
1 (V)JOÃO HOMEM DO AMARAL, que segue.
2 (V)LUÍS. Nasceu no Casal de Arada, Pombeiro (Santa Maria),
Felgueiras, batizado em 26 de agosto de 1629. Foram padrinhos Diogo Nunes, filho de Aires da Silva do Burgo, da fre-
1440
1441
1442
(1594) Proc.am no Cazal da Arochela pouzadas ou morada do S.r Alvaro Pr.ª e o S.r
João Bernardes e sua m.er a S.ar Dionizia da S.ª p.ª vender huas cazas na Cid.e do
Porto q a elle lhe dotarão Ines Payis M.el Frz Ribr.º e Ines Bernardes f.ª (?) An.to
Ribr.º cunhado dele Tabal.m. O casal João Ribeiro Bernardes e sua mulher Dionísia
da Silva tiveram, além de Bento Pereira da Silva, a Inês Bernardes, falecida em Santa Cristina a 15 de maio de 1672, e batizaram Luís, em 17 de fevereiro de 1602; Beatriz da Silva, em 15 de junho de 1603, falecida em 17 de setembro de 1683 e Paula, em 3 de março de 1608 e Inês. Extratos perdidos do antigo tabelionato de Felgueiras, informação gentilmente cedida pelo saudoso amigo Dr. Carlos Manuel Lapa Ribeiro Silva.
ADB. A.I, fls. 25 v, fls. 41 e 74. Era irmã de Luísa Pereira, herdeira de seu pai, que
faleceu solteira, na Arada, Pombeiro, em 30 de agosto de 1626. Sua mãe, Ana Ribeiro, faleceu em 20 de agosto de 1617 e seu pai, Álvaro Pereira, faleceu em 9 de
agosto de 1624, ambos na Arada, Pombeiro.
ADB. Processo n.º 619, Pasta 23, fls. 4v, e 5.
490
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
3 (V)-
4 (V)-
5 (V)6 (V)V-
VI-
1443
guesia de Vila Nova de Infantas e Maria Cerqueira, da vila de
Amarante.1443
FRANCISCO. Nasceu no Casal de Arada, Pombeiro (Santa Maria), Felgueiras, batizado em 23 de fevereiro de 1631. Foram
padrinhos Marcos Correia, abade de Seidões e Luísa irmã do
dito abade.1444
MANUEL. Nasceu no Casal da Arada, Pombeiro (Santa Maria), Felgueiras, batizado em 19 de dezembro de 1632. Foram
padrinhos Francisco Vaz de Oleiros, da freguesia de São Veríssimo, e madrinha Beatriz Bernardes, desta freguesia.1445
MARIA DO AMARAL, que segue no § 126.o.
ANA DA SILVA, que segue § 127.o.
JOÃO HOMEM DO AMARAL. Nasceu na rua Nova do Muro, Oliveira
(Santa Maria), Guimarães, cerca de 1628. Falecido no Casal de Lordelo,
Pombeiro (Santa Maria), Felgueiras, em 7 de junho de 1665.1446 Casouse, na freguesia de Sobretâmega, em 30 de julho de 16571447 com CATARINA TEIXEIRA DE SEIXAS, nascida na freguesia de Sobretâmega, cerca
de 1630. Falecida no Casal de Lordelo, Pombeiro (Santa Maria), Felgueiras, em 9 de abril de 1686.1448 Filha de Jerônimo Teixeira de Freitas,
pintor e de sua mulher Catarina Pinheiro. Neto paterno de Manuel Teixeira da Mota, mercador, e de sua mulher Branca Rodrigues, da Quinta
de Agrochão em Sobretâmega.1449 Tiveram:
JOANA DO AMARAL SEIXAS. Nasceu na Quinta de Lordelo, Pombeiro
(Santa Maria), Felgueiras, em 28 de dezembro de 1659. Foram padrinhos
ADP. Misto 1, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.1, fls. 43, n.º 1.
1444
ADP. Misto 1, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.1, fls. 45, n.º 3.
1445
ADP. Misto 1, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.1, fls. 48v, n.º 3.
1446
ADP. Misto 2, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.2, fls. 92v, n.º 1. Fez testamento.
1447
ADP. Misto 1, Sobretâmega, Marco de Canaveses, Paroquial n.º E/12/8/1-2.1, fls.
152v, n.º 4.
1448
ADP. Misto 2, fls. 114, n.º 5. Seu genro Dionísio de Araújo lhe fez os bens d‟alma.
1449
Sanhudo de Portocarreiro, António Monteiro Novais. As Esnogas do Porto, pág. 141143.
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491
Luís de Melo Pereira e Dona Luísa do Avelar.1450 Faleceu no lugar de
Santa Cristina, Pombeiro (Santa Maria), Felgueiras, em 16 de janeiro de
1731.1451 Casou-se, na mesma freguesia, em 12 de fevereiro de 16741452
com DIONÍSIO DE ARAÚJO MONIZ, natural de Penacova (São Martinho),
Felgueiras. Filho do Padre Gaspar de Araújo Moniz e de Cecília Francisca. Tiveram:
1 (VII)- MANUEL. Nasceu na Quinta de Quinta de Lordelo, Pombeiro
(Santa Maria), Felgueiras, batizado em 31 de janeiro de 1678.
Foram padrinhos Antônio Teixeira e Serafina, filhos de Antônio Teixeira de Freitas do Avelar.1453
2 (VII)- BENTO. Nasceu na Quinta de Lordelo, Pombeiro (Santa Maria), Felgueiras, batizado em 24 de outubro de 1680. Foram padrinhos Martinho da Rocha e Ana, solteira, filha de João Ribeiro da Lousa.1454
3 (VII)- MARIA, que nasceu na Quinta de Lordelo, Pombeiro (Santa
Maria), Felgueiras, batizada em 21 de março de 1683. Foram
padrinhos Antônio Teixeira de Freitas e Maria, solteira, filha
de João Ribeiro da Lousa.1455 Faleceu no Casal da Lousa,
Pombeiro (Santa Maria), Felgueiras, em 5 de junho de
1710.1456
4 (VII)- LUÍSA. Nasceu na Quinta de Lordelo, Pombeiro (Santa Maria), Felgueiras, batizada em 12 de fevereiro de 1685. Foram
padrinhos João Nogueira da Arada e Serafina, solteira, filha
1450
ADP. Misto 2, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.2, fls. 3v, n.º 1.
1451
ADP. Misto 4, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.4, fls. 108, n.º 2. Recebeu todos os sacramentos e não fez testamento.
1452
Misto 2, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/3-10.2, fls.
130v, n.º 3.
1453
ADP. Misto 2, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.2, fls. 38v, n.º 3.
1454
ADP. Misto 2, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.2, fls. 44, n.º 4.
1455
ADP. Misto 2, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.2, fls. 51 e 51v, n.o 4.
1456
ADP. Misto 3, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.3, fls. 77v, n.º 4. Faleceu muito pobre.
492
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
5 (VII)-
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7 (VII)-
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de João Ribeiro de Lousa.1457 Faleceu no Casal da Lousa,
Pombeiro (Santa Maria), Felgueiras, em 11 de novembro de
1706.1458 Solteira.
JOANA DE SEIXAS. Nasceu na Quinta de Lordelo, Pombeiro
(Santa Maria), Felgueiras, batizada pelo padre Paulo de Azevedo em 13 de agosto de 1687. Foram padrinhos João e Joana
filhos de João Ribeiro da Lousa.1459 Faleceu no Casal da Lousa, Pombeiro (Santa Maria), Felgueiras, em 2 de abril de
1764.1460 Solteira.
ROSA DO AMARAL. Nasceu na Quinta de Lordelo, Pombeiro
(Santa Maria), Felgueiras, batizada em 28 de março de 1690.
Foram padrinhos Antônio, filho de João Ribeiro de Lousa e
D. Joana, mulher do Doutor Pedro da Costa Peixoto.1461 Faleceu no Casal de Santa Cristina, Pombeiro (Santa Maria), Felgueiras, em 28 de agosto de 1750.1462 Solteira.
JOSEFA DE SEIXAS. Nasceu na Quinta de Lordelo, Pombeiro
(Santa Maria), Felgueiras, batizada em 2 de janeiro de 1693.
Foram padrinhos o Doutor Pedro da Costa Peixoto e madrinha Dona Margarida, mulher de Antônio Monteiro.1463 Faleceu no Casal de Santa Cristina, Pombeiro (Santa Maria), Felgueiras, em 17 de novembro de 1772.1464 Solteira.
ADP. Misto 2, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.2, fls. 55v, n.o 3.
ADP. Misto 3, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.3, fls. 71, n.º 2.
ADP. Misto 2, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.2, fls. 62, n.º 3.
ADP. Misto 5 Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.5, fls. 121v a 122, n.º 2. Faleceu pobre.
ADP. Misto 2, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.2, fls. 67v, n.º 4.
ADP. Misto 5, Misto 5 Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial
E/10/5/3-10.5, fls. 99, n.º 5.
ADP. Misto 2, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.2, fls. 72, n.º 3.
ADP. Misto 5, Misto 5 Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial
E/10/5/3-10.5, fls. 139, n.º 4. Faleceu pobre.
Revista da ASBRAP n.º 21
V-
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1466
1467
1468
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1470
1471
493
§ 126.o
MARIA DO AMARAL (filha de Filipa do Canto do Amaral, do § 125.o n.o
IV). Nasceu no Casal da Arada, Pombeiro (Santa Maria), Felgueiras, batizada em 3 de julho de 1634. Foram padrinhos o Padre Gabriel Ribeiro,
vigário de Fareja e Maria Novais, mulher de Fernão da Silva, da freguesia de São Martinho.1465 Casou-se, na freguesia de sua naturalidade, em
2 de janeiro de 16581466 com JOÃO RIBEIRO, lavrador proprietário, nascido no Casal da Lousa, Pombeiro (Santa Maria), Felgueiras, batizado
em 10 de janeiro de 16271467; aí falecido em 3 de outubro de 1692.1468
Filho de Antônio Pires, lavrador, natural do Casal de Ferreiros, Arões
(São Romão), Fafe, onde foi batizado em 20 de agosto de 1578, e de sua
mulher Catarina Ribeiro, natural do dito Casal da Lousa. Neto paterno
de Jerônimo Pires, abastado lavrador, senhor do Casal de Ferreiros e de
sua mulher Catarina Anes. Neto materno de Gonçalo Vaz, senhor do Casal da Lousa, Pombeiro (Santa Maria), Felgueiras e de sua mulher Catarina Gil.1469 Tiveram:
1 (VI)BENTO. Nasceu no Casal da Lousa, Pombeiro (Santa Maria),
Felgueiras, batizado em 8 de dezembro de 1658. Foram padrinhos João Homem e Beatriz Bernardes.1470 Aí falecido em
15 de junho de 1674.1471 Solteiro.
2 (VI)ANA DO AMARAL. Nasceu no Casal da Lousa, Pombeiro
(Santa Maria), Felgueiras, batizada em 17 de maio de 1660.
Foram padrinhos Antônio da Costa da Arada e Ana da Silva,
ADP. Misto 1, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.1, fls. 67v, n.º 2.
ADP. Misto 1, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.1, fls. 154, n.º 1.
ADP. Misto 1, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.1, fls. 39v, n.º 1. Foram padrinhos Francisco Pires Leão e sua filha Maria.
ADP. Misto 2, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.2, fls. 141, n.º 3.
Irmã de Diogo Vaz, casado em 28 de novembro de 1614 com Ana Camelo, filha de
Belchior Gonçalves, defunto, e de Catarina Camelo, de Pombeiro. ADP. Misto 1,
Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/3-10.1, fls. 52v,
n.º 2.
ADP. Misto 2, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.2, fls. 2, n. 3.
ADP. Misto 2, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.2, fls. 102, n.º 4.
494
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
3 (VI)-
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5 (VI)-
6 (VI)7 (VI)-
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1480
tia da batizada, filha de Bento Pereira da Silva.1472 Aí falecida
em 12 de novembro de 1681.1473 Solteira.
MARIA DO AMARAL. Nasceu no Casal da Lousa, Pombeiro
(Santa Maria), Felgueiras, batizada em 25 de julho de 1662.
Foram padrinhos João Homem do Amaral e madrinha Inês
Bernardes de Santa Cristina.1474 Aí falecida em 18 de janeiro
de 1731.1475 Solteira.
SERAFINA DO AMARAL. Nasceu no Casal da Lousa, Pombeiro
(Santa Maria), Felgueiras, batizada em 24 de agosto de 1665.
Foram padrinhos Bento Pereira da Silva, avô da batizada, e
Ana Ribeira, tia paterna.1476 Aí falecida em 6 de dezembro de
1729.1477 Solteira.
JOANA. Nasceu no Casal da Lousa, Pombeiro (Santa Maria),
Felgueiras, batizada em 3 de outubro de 1666. Foram padrinhos Antônio Teixeira de Freitas do Avelar e Leonor de Sampaio da Lousa.1478
JOÃO HOMEM DO AMARAL, que segue.
PADRE ANTÔNIO HOMEM DO AMARAL. Nasceu no Casal da
Lousa, Pombeiro (Santa Maria), Felgueiras, batizado em 1.o
de julho de 1672. Foram padrinhos Antônio Teixeira de Freitas e sua mulher Dona Teresa, moradores no Avelar.1479 Aí falecido em 15 de fevereiro de 1704.1480 Solteiro.
TERESA DO AMARAL. Nasceu no Casal da Lousa, Pombeiro
(Santa Maria), Felgueiras, batizada em 9 de dezembro de
ADP. Misto 2, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.2, fls. 4, n.o 3.
ADP. Misto 2, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.2, fls. ..
ADP. Misto 2, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Paroquial E/10/5/3-10.2, fls. 8,
n.o 1.
ADP. Misto 4, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.4, fls. 108, n.º 3.
ADP. Misto 2, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.2, fls. 11v, n.º 3.
ADP. Misto 4, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.4, fls. 107, n.º 1.
ADP. Misto 2, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.2, fls. 16v, n.º 2.
ADP. Misto 2, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.2, fls. 26v, n.º 3.
ADP. Misto 3, fls. 67, n.º 3.
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1674. Foram padrinhos o Padre Inácio da Guerra e Helena
Maria, solteira, filha de Antônio Teixeira do Avelar.1481 Aí falecida em 28 de maio de 1737.1482 Solteiro.
SEBASTIANA DO AMARAL. Nasceu no Casal da Lousa, Pombeiro (Santa Maria), Felgueiras, batizada em 31 de janeiro de
1677. Foram padrinhos Amaro Fernandes, da vila de Guimarães, e Dona Serafina, filha de Antônio Teixeira de Freitas do
Avelar.1483 Aí falecida em 25 de janeiro de 1759.1484 Solteira.
JOÃO HOMEM DO AMARAL. Nasceu no Casal da Lousa, Pombeiro (Santa
Maria), Felgueiras, batizado em 7 de julho de 1669. Foram padrinhos o
Padre João de Castro Salgado, da freguesia de São Faustino de Vizela, e
Dona Luísa do Avelar.1485 Aí falecido em 13 de julho de 1738.1486 Casou-se, na freguesia de Vila Cova da Lixa, Felgueiras, em 3 de fevereiro
de 17081487 com LUÍSA TEIXEIRA DE ARAÚJO, natural do lugar do Loureiro, Vila Cova da Lixa, falecida no Casal da Lousa, Pombeiro (Santa
Maria), Felgueiras, em 2 de novembro de 1775.1488 Filha de Pedro Teixeira de Araújo e de sua mulher Maria Pinta. Neta paterna de Pedro de
Araújo e de sua mulher Maria Teixeira1489, moradores no lugar do Pombal, freguesia de Mancelos, Amarante. Neta materna de Domingos Pinto
ADP. Misto 2, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.2, fls. 30v, n.º 1.
ADP. Misto 5, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.5, fls. 80v, n.º 2.
ADP. Misto 2, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.2, fls. 35v, n.º 4.
ADP. Misto 5, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.5, fls. 112, n.º 4.
ADP. Misto 2, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.2, fls. 16v, n.º 2.
ADP. Misto 5, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.5, fls. 82, n.º 3.
ADP. Misto 4, Vila Cova da Lixa, Felgueiras, Paroquial E/10/4/4 - 13.1, fls. 242v,
n.º 1.
ADP. Misto 6, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/311.1, fls. 5, n.º 1. Não se lhe achou testamento, se o fez o ocultaram do cura. Teve
missas gerais e o primeiro ofício de corpo presente acompanhado por cinquenta e
dois padres.
Pedro Teixeira de Araújo e Maria Pinto receberam-se em Vila Cova da Lixa em 5 de
abril de 1679. ADP. Misto 3, Vila Cova da Lixa, Felgueiras, Paroquial E/10/4/3 12.5 fls. 206v, n.º 2.
496
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
e de sua mulher Jerônima Ribeiro, do lugar do Loureiro, freguesia de Vila Cova da Lixa. Tiveram:
1 (VII)- JOÃO. Nasceu no Casal da Lousa, Pombeiro (Santa Maria),
Felgueiras, em 6 de maio de 1711. Batizado em 7. Foram padrinhos Francisco de Sousa Correia, do lugar da Arada, e Sebastiana do Amaral da Lousa.1490
2 (VII)- BENTO JOAQUIM DO AMARAL. Nasceu no Casal da Lousa,
Pombeiro (Santa Maria), Felgueiras, em 21 de março de 1714.
Batizado em 23. Foram padrinhos Pedro de Oliveira, morador
na Lixa, freguesia de Borba de Godim e Teresa do Amaral,
solteira, irmã do pai do batizado.1491 Aí falecido em 19 de
março de 1789.1492
3 (VII)- ANTÔNIO. Nasceu no Casal da Lousa, Pombeiro (Santa Maria), Felgueiras, em 25 de julho de 1717. Batizado no mesmo
dia. Foram padrinhos Antônio Teixeira, de Vila Cova, e Dona
Micaela, filha de Antônio Teixeira, do lugar do Avelar.1493
4 (VII)- BENTA MARIA DO AMARAL. Nasceu no Casal da Lousa,
Pombeiro (Santa Maria), Felgueiras, em 11 de julho de 1718.
Batizada no mesmo dia. Foram padrinhos Antônio José e sua
irmã Dona Ana, do lugar do Avelar.1494 Aí falecida em 7 de
janeiro de 1788.1495 Solteira.
5 (VII)- MELÂNIA TERESA DO AMARAL. Nasceu no Casal da Lousa,
Pombeiro (Santa Maria), Felgueiras, em 4 de agosto de 1721.
Batizada em 10. Foram padrinhos Antônio José de Morais, filho de David de Castro Salgado, da rua do Guardal da vila de
Guimarães e Melânia Teresa de Vilas Boas, filha de Manuel
1490
1491
1492
1493
1494
1495
ADP. Misto 4, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.4 fls. 2, n.º 1. Este assento está lançado no livro velho, fls. 118.
ADP. Misto 4, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Paroquial E/10/5/3-10.4, fls.
19v, n.º 1.
ADP. Misto 6, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Paroquial E/10/5/3-11.1, fls.
28v, n.º 1. Fez testamento.
ADP. Misto 4, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.4, fls. 41v, n.º 2.
ADP. Misto 4, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.4, fls. 47, n.º 1.
ADP. Misto 6, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Paroquial E/10/5/3-11.1, fls.
25v, n.º 2.
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6 (VII)-
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497
Giesteira de Vilas Boas, da freguesia de São Jorge de Vizela.1496 Aí falecida em 16 de abril de 1793.1497 Solteira.
MARIA JOSEFA DO AMARAL. Nasceu no Casal da Lousa,
Pombeiro (Santa Maria), Felgueiras, em 12 de fevereiro de
1725. Batizada mesmo dia. Foram padrinhos Cosme Coelho
de Moura, do lugar do Sobrado, e Dona Maria de Faria, filha
de Filipe de Melo, do lugar do Bustelo.1498 Aí falecida em 20
de setembro de 1805.1499 Solteira.
ANTÔNIA JOSEFA DO AMARAL. Nasceu no Casal da Lousa,
Pombeiro (Santa Maria), Felgueiras, em 12 de outubro de
1727. Batizada em 13. Foram padrinhos João Manuel, filho
de João Homem do Amaral da Lousa e Rosa de Seixas, do lugar de Santa Cristina.1500 Aí falecida em 20 de novembro de
1789.1501
ANTÔNIO HOMEM DO AMARAL.1502 Clérigo Minoribus. Nasceu no Casal da Lousa, Pombeiro (Santa Maria), Felgueiras,
em 13 de junho de 1731. Batizado em 17. Foram padrinhos o
Reverendo Bento Soares Coutinho, abade de Salvador de Tagilde e Josefa Maria, viúva que ficou de Domingos Gomes,
do lugar de Nespereira.1503 Aí falecida em 23 de novembro de
1772.1504
ADP. Misto 4, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.4, fls. 68v, n.º 1.
ADP. Misto 6, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Paroquial E/10/5/3-11.1, fls.
36v a 37, n.º 4.
ADP. Nascimentos 1, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial
E/10/5/3-11.2, fls. 3v, n.º 1.
ADP. Misto 6, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Paroquial E/10/5/3-11.1, fls. 66,
n.º 1. Fez testamento.
ADP. Nascimentos 1, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial
E/10/5/3-11.2, fls. 17v, n.º 1.
ADP. Misto 6, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Paroquial E/10/5/3-11.1, fls.
29v, n.º 1.
Também nomeado Antônio José do Amaral.
ADP. Nascimentos 1, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial
E/10/5/3-11.2, fls. 34, n.º 2.
ADP. Misto 5 Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.5, fls. 139v, n.º 2.
498
V-
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1511
1512
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
§ 127.o
ANA DA SILVA (filha de Filipa do Canto do Amaral, do § 125.o n.o IV).
Nasceu no Casal da Arada, Pombeiro (Santa Maria), Felgueiras, em 11
de maio de 1637. Batizada em casa por Gaspar Ferreira, por nascer em
necessidade.1505 Casou-se em Pombeiro, em 15 de fevereiro de 16621506,
com MANUEL TEIXEIRA, lavrador proprietário, nascido no Casal da Bouça, Pombeiro (Santa Maria), Felgueiras, em 30 de novembro de 1637, aí
falecido em 3 de novembro de 1711.1507 Filho de Simão Gomes1508 e de
sua mulher Luísa Gonçalves.1509 Neto paterno de Baltazar Vaz e de sua
mulher Isabel Gomes. Tiveram:
1 (VI)MARIA. Nasceu no Casal da Bouça, Pombeiro (Santa Maria),
Felgueiras, batizado em 4 de dezembro de 1662. Foram padrinhos Luísa Gonçalves, avó da batizada, e João Ribeiro da
Lousa.1510
2 (VI)TOMÁS. Nasceu no Casal da Bouça, Pombeiro (Santa Maria),
Felgueiras, batizado em 16 de março de 1665. Foram padrinhos João Ribeiro de Lousa e Catarina Teixeira de Lordelo.1511
3 (VI)BEATRIZ DA SILVA. Nasceu no Casal da Bouça, Pombeiro
(Santa Maria), Felgueiras, batizada em 8 de agosto de 1666.
Foram padrinhos Bento Pereira da Silva e Beatriz da Silva,
avô e tia da batizada.1512
4 (VI)JOÃO TEIXEIRA DO AMARAL, que segue.
ADP. Misto 1, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.1, fls. 71, n.º 5.
ADP. Misto 2, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.2, fls. 122, n.º 2.
ADP. Misto 3, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.3, fls. 81v, n.º 2.
Batizado em 13 de novembro de1605, falecido em 21 de janeiro de 1694, com 88
anos. Casou-se, segunda vez, em 20 de agosto de 1669 com Maria…
Faleceu em 22 de maio de 1663. Fez testamento, deixou por herdeiro seu marido.
ADP. Misto 2, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.2, fls. 9, n.o 2.
ADP. Misto 2, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.2, fls. 13, n.o 4.
ADP. Misto 2, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.2, fls. 16, n.o 3.
Revista da ASBRAP n.º 21
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VI-
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499
DIONÍSIO. Nasceu no Casal da Bouça, Pombeiro (Santa Maria), Felgueiras, batizado em 20 de setembro de 1671. Foram
padrinhos Bento Pereira da Silva e Maria do Amaral.1513
ANA TEIXEIRA DO AMARAL. Nasceu no Casal da Bouça,
Pombeiro (Santa Maria), Felgueiras, batizada em 20 de janeiro de 1676. Foram padrinhos Bento Pereira da Silva, avô do
batizado, e Ana, filha de João Ribeiro da Lousa.1514
JOANA TEIXEIRA. Nasceu no Casal da Bouça, Pombeiro (Santa Maria), Felgueiras, batizada em 23 de fevereiro de 1682.
Foram padrinhos João Ribeiro da Louza e Joana do Amaral,
mulher de Dionísio de Araújo Moniz, de Lordelo.1515
JOÃO TEIXEIRA DO AMARAL. Lavrador proprietário. Nascido no Casal da
Bouça, Pombeiro (Santa Maria), Felgueiras, batizado em 23 de julho de
1669. Foram padrinhos João Ribeiro Bernardes e Joana do Amaral.1516
Aí falecido em 14 de fevereiro de 1734.1517 Casou-se na freguesia de Padroso (Santa Maria), Felgueiras, em 21 de outubro de 17171518 com MARIA DE SAMPAIO, natural do lugar da Estrada, Padroso (Santa Maria),
Felgueiras. Falecida no Casal da Bouça, Pombeiro (Santa Maria), Felgueiras em 17 de abril de 1741.1519 Filha de Antônio de Sampaio, natural
da freguesia de São Gens de Montelongo e de sua mulher Serafina de
Freitas, natural do lugar da Estrada, freguesia de Padroso (Santa Maria),
filha de Pedro de Freitas e de sua mulher Catarina Martins.1520 Tiveram:
ADP. Misto 2, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.2, fls. 25, n.o 1.
ADP. Misto 2, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.2, fls. 32v, n.o 1.
ADP. Misto 2, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.2, fls. 48v., n.o 2.
ADP. Misto 2, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.2, fls. 21, n.º 4.
ADP. Misto 4, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.4, fls. 113, n.º 2. Fez testamento.
ADP. Misto 3, Padroso (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/4/5-18.1, fls. 120,
n.º 1.
ADP. Misto 5, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.5, fls. 86, n.º 3.
ADP. Misto 1, Padroso (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial n.º E/10/4/5-17.6, fls.
72v a 73: «Aos 11 de Julho de 1655 recebi a Pedro de Freitas filho de António dos
Guimarães já defunto e de Francisca Brás do Chentedo desta freguesia com Catarina
500
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
1 (VII)-
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1525
MARIA TERESA DO AMARAL. Nasceu no Casal da Bouça,
Pombeiro (Santa Maria), Felgueiras, em 12 de novembro de
1718. Batizada em 13. Foram padrinhos Manuel Gomes, solteiro, da freguesia de Jugueiros e Serafina, solteira, da freguesia de Margaride, filha de João de Freitas do lugar da Quintã.1521
ANTÔNIO TEIXEIRA DO AMARAL. Lavrador proprietário. Nasceu no Casal da Bouça, Pombeiro (Santa Maria), Felgueiras,
em 26 de julho de 1720. Batizado em 26. Foram padrinhos
Antônio de Sampaio, do lugar da Estrada, da freguesia de Padroso e Jacinta Mendes, mulher de Pedro de Sampaio, do
mesmo lugar e freguesia.1522 Faleceu em 7 de outubro de
1781.1523 Casou-se com MARIANA GONÇALVES MENDES, natural de Sernande, falecida no Casal da Bouça, Pombeiro
(Santa Maria), Felgueiras, em 19 de julho de 1797.1524 Filha
de Gaspar Gonçalves e de sua mulher Catarina Mendes. Com
geração.
MANUEL. Nasceu no Casal da Bouça, Pombeiro (Santa Maria), Felgueiras, em 6 de novembro de 1721. Batizado pelo Padre Frei Manuel do Espírito Santo no mesmo dia. Foram padrinhos Antônio de Sampaio, da freguesia de Santa Maria de
Padroso, e Francisca Ferreira, do lugar de Arelho desta freguesia.1525
ROSA MARIA DO AMARAL. Nasceu no Casal da Bouça, Pombeiro (Santa Maria), Felgueiras, em 2 de maio de 1723. Batizada no mesmo dia. Foram padrinhos Domingos de Lemos,
Martins filha de Manuel de Sousa e de sua mulher Isabel Martins morador no lugar
da Estrada».
ADP. Misto 4, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.4, fls. 48v, n.º 2.
ADP. Misto 4, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.4, fls. 58v a 60, n.º 2.
ADP. Misto 6, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/311.1, fls. 14v, n.º 2. Fez escritura a seu genro João Vaz.
ADP. Misto 6, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/311.1, fls. 46v, n.º 2.
ADP. Misto 4, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.4, fls. 70v a 71, n.º 2.
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501
do lugar das Casinhas e Maria de Lemos, solteira, filha de Luís de Lemos do mesmo lugar.1526
TERESA JOSEFA DO AMARAL SAMPAIO. Nasceu no Casal da
Bouça, Pombeiro (Santa Maria), Felgueiras, em 1.o de abril de
1726. Batizada em 3. Foram padrinhos Antônio de Sampaio,
da freguesia de Santa Maria de Padroso e Catarina de Santiago, do lugar das casinhas desta freguesia.1527 Faleceu no lugar
das Casinhas, Pombeiro (Santa Maria), Felgueiras, em 10 de
setembro de 1793.1528 Casou-se, na mesma freguesia, em 7 de
setembro de 17501529 com DOMINGOS DE MELO PEREIRA
SAMPAIO, filho natural de Bento de Melo Pereira e Sampaio,
do lugar da Quintã e de Maria Álvares, do lugar de Escabança
(?), freguesia de Jugueiros. Com geração.
JOANA TEIXEIRA DO AMARAL. Nasceu no Casal da Bouça,
Pombeiro (Santa Maria), Felgueiras, em 24 de dezembro de
1727. Batizada no mesmo dia. Foram padrinhos Antônio Leite e sua mulher, do lugar de Além dessa freguesia.1530 Faleceu
no lugar das Casinhas, Pombeiro (Santa Maria), Felgueiras,
em 7 de dezembro de 1771.1531 Casou-se na mesma freguesia
em 15 de maio de 17481532 com DOMINGOS DE LEMOS, filho
de Domingos Martins e de sua mulher Mariana de Lemos, do
lugar da Bouça. Com geração.
Jerônima. Nasceu no Casal da Bouça, Pombeiro (Santa Maria), Felgueiras, em 16 de agosto de 1729. Batizada em 19. Fo-
ADP. Misto 4, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.4, fls. 81, n.º 1.
ADP. Nascimentos 1, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial
E/10/5/3-11.2. Com o nome de pia de Teresa Josefa. Fls. 9v, n.º 1.
ADP. Misto 6, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/311.1, fls. 37v, n.º 1. Faleceu pobre.
ADP. Misto 5, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.5, fls. 7v, n.º 1.
ADP. Nascimentos 1, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial
E/10/5/3-11.2, fls. 19 a 19v, n.º 3.
ADP. Misto 5, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.5, fls. 138v, n.º 2.
ADP. Misto 5, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.5, fls. 3v, n.º 1.
502
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
8 (VII)-
ram padrinhos Manuel Teixeira, do lugar da Bouça e Jerônima Leão, do lugar do Sapeto.1533
MANUEL TEIXEIRA DO AMARAL. Nasceu no Casal da Bouça,
Pombeiro (Santa Maria), Felgueiras, em 28 de janeiro de
1732. Batizado no mesmo dia. Foram padrinhos Antônio Ferreira e Inácia Ribeiro, do lugar da Bouça.1534 Casou-se, na
mesma freguesia, em 23 de março de 17551535 com MARIA DE
MESQUITA, filha de Matias de Sousa e de sua mulher Serafina
de Mesquita, do lugar da Trofa, dessa freguesia.
§ 128.o
Desentroncado?
Casal de Golpilhais 1536
1533
1534
1535
1536
ADP. Nascimentos 1, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial
E/10/5/3-11.2, fls. 25v a 26, n.º 2.
ADP. Nascimentos 1, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial
E/10/5/3-11.2, fls. 37, n.º 1.
ADP. Misto 5, Pombeiro Ribavizela (Santa Maria), Felgueiras, Paroquial E/10/5/310.5, fls. 13, n.º 1.
O Casal de Golpilhais fica junto aos muros da Vila de Guimarães, meeiro às freguesias da Costa (Santa Marinha) e Oliveira (Santa Maria), Guimarães. Na cidade
de Guimarães, nos limites das freguesias de Mesão Frio e Oliveira, tomando a antiga estrada que do Paço dos Duques seguia pela Ermida de Santa Cruz até à Cruz da
Argola e daí para Fafe, encontramos na curva mais angulada, arribados pouco mais
de três centenas de metros, a Casa do Canto. Trata-se de uma habitação tipicamente rural, que a memória de muitos vimaranenses reconhece ainda com o antigo topônimo. Surgia ainda como um ponto de referência na delimitação da freguesia da
Oliveira no final do Século XIX, como constatamos na obra do padre Caldas, Guimarães, Apontamentos para a sua História, ob., cit., p. 130. Considerando a possibilidade desta propriedade constituir o ponto de origem do apelido Canto na vila,
tentamos através da análise possível aferir a viabilidade da mesma.
Assim, com base no do registo paroquial constatamos que o topônimo relacionado com a futura Quinta do Canto era Golpilhais. Tratava-se de uma área que
incluía vários agregados e suas propriedades. Uma das suas extremidades descrevia
no terreno uma orografia em forma de Canto, razão pela qual, muito provavelmente,
a habitação que aí se encontrava passou a designar-se de casa do Canto, assim como
as propriedades envolventes Quinta do Canto. Esta designação raramente surge associada a Golpilhais durante a primeira metade de Seiscentos. A referência documental que melhor nos sugere esta associação encontra-se no óbito de Isabel Fernandes, em que é identificada como residente no Canto de Golpilhais. Após este período, as referências a Golpilhais nos paroquiais da Oliveira (Santa Maria) tornam-
Revista da ASBRAP n.º 21
503
I-
CATARINA DO CANTO, casada com ANTÔNIO ÁLVARES, ao segundo casamento do filho são identificados como moradores na freguesia de Silvares (Santa Maria), concelho de Montelongo, Fafe. Em Montelongo
encontramos duas freguesias com o topônimo Silvares, todavia nenhuma
delas tem o orago de Santa Maria; uma é São Clemente, a outra, São
Martinho. Para qualquer delas, os paroquiais que chegaram até nós iniciam-se apenas final da primeira metade de seiscentos, ou seja muito além
do período a que se reporta o casal inicial. Tiveram:
II-
JOÃO DO CANTO, natural do Casal de Golpilhais, casou-se, primeira vez
com MARIA GONÇALVES, falecida antes de 1600. Casou-se, segunda
vez, em São Torcato em 4 de junho de 16001537 com CATARINA JORGE,
natural do Casal de Vilar de Atão, São Torcato, Guimarães, nascida cerca de 1584. Filha de João Gonçalves e de sua mulher Maria Gonçalves.
Neto paterno de João Gonçalves e de sua mulher Inês Anes, senhores do
Casal do Cabo de Vilar de Atão.1538 Neta materna de Antônio Gonçalves
e de sua mulher, também proprietários do domínio útil de um outro Ca-
1537
1538
se mais esparsas, individualizando-se com cada vez maior frequência o topônimo
Canto, até prevalecer a partir de então.
Como se constata no texto, o apelido Canto surge nesta propriedade vindo
de fora, nomeadamente de Montelongo. Este fato, associado à evolução acima identificada parece evidenciar a inexistência de uma relação causal entre o topônimo da
casa e o apelido da família que nela habita, ainda que ambos sejam o mesmo. Por
esta razão estamos em crer que a origem dos Canto não estará associada à Casa do
Canto de Golpilhais.
O casal mais antigo que identificamos na linhagem dos Cantos de Golpilhais, Antônio Álvares e Catarina do Canto, pais de João do Canto, residiam, segundo informação do segundo matrimônio deste em Silvares, Montelongo. A agregar a esta informação, encontramos nos tombos do Mosteiro da Costa, um antigo
prazo de Golpilhais realizado a um Antônio Álvares, homem solteiro, filho do cônego Francisco Álvares, em 13 de fevereiro de 1562. O documento intitula-se «Prazo do casal de Golpilhais com sua vinha e devesa sito na freguesia de Santa Marinha da Costa feito a Antônio Álvares homem solteiro e se casar a sua mulher e um
filha ou filha dentre ambos».1536 É possível que este Antônio Álvares corresponda
ao mesmo casado com Catarina do Canto. Caso assim seja, é de conjeturar que fora
casar a Montelongo com um membro da família Canto que aí contava com representantes nas freguesias de São Gens, Moreira de Rei, Santa Eulália a Antiga e, pelo
que se depreende do casamento de João do Canto, também em Silvares.
AMAP. Misto 2, São Torcato, Guimarães, Paroquial n.º 718, fls. 97, n.º 2.
Neste Casal de Vilar irá suceder sua irmã Filipa Gonçalves, casada com Gonçalo
Anes.
504
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
sal de Vilar de Atão. O Mosteiro da Costa fez um prazo a João do Canto
de terras saídas do Casal de Fofe, em Mesão Frio, em 1615.1539
Teve do primeiro casamento:
1 (III)DOMINGOS DO CANTO, crismado na freguesia de Santa Marinha da Costa em 26 de outubro de 1612.1540 Casou-se, em
Azurém (São Pedro), Guimarães, em 22 de abril de 16261541
com FILIPA GONÇALVES, nascida no Casal de Azurei, Azurém
(São Pedro), Guimarães; aí falecida em 11 de julho de
16361542, viúva que ficou de Gonçalo João, filha de Antônio
Gonçalves e de sua mulher Ana Pires, moradores em Azurei.
2 (III)CATARINA DO CANTO, crismada na freguesia de Santa Marinha da Costa em 26 de outubro de 1612.1543 Casou-se, na Oliveira (Santa Maria), Guimarães em 9 de fevereiro de 16251544
com GONÇALO PIRES, do Casal do Fato.
Teve do segundo matrimônio:
3 (III)ANTÔNIO DO CANTO, espadeiro e bainheiro de profissão, nasceu no Casal de Golpilhais, Costa (Santa Marinha), batizado
em 6 de fevereiro de 1603. Foram padrinhos Rodrigo da Fonseca, da dita freguesia da Costa, e Ana de Novais, mulher de
Manuel Rodrigues, de São Sebastião da vila de Guimarães.1545 Crismado na dita freguesia em 26 de outubro de
1612.1546 Faleceu na Oliveira (Santa Maria), Guimarães, em
casa de seu irmão André do Canto, em 17 de agosto de 1678,
com todos os sacramentos e sem testamento por ser pobre.1547
1539
1540
1541
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1543
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1545
1546
1547
AMAP. MC. 141, fls. 205, ano de 1615.
AMAP. Misto 1, Costa (Santa Marinha), Guimarães, Paroquial n.º 223, fls. 90, “Rol
dos Crismado” o escreveu o Padre Pedro Vaz Caveira.
AMAP. Misto 1, Azurém (São Pedro), Guimarães, Paroquial n.º 57, fls. 99 v, n.º 3.
AMAP. Misto 1, Azurém (São Pedro), Guimarães, Paroquial n.º 57 fls. 155, n.º 1.
AMAP. Misto 1, Costa (Santa Marinha), Guimarães, Paroquial n.º 223, fls. 90, “Rol
dos Crismado” o escreveu o padre Pedro Vaz Caveira.
AMAP. Misto 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 360, fls. 157, n.º
2.
AMAP. Misto 1, Costa (Santa Marinha), Guimarães, Paroquial n.º 223, fls. 8v, n.º
3.
AMAP. Misto 1, Costa (Santa Marinha), Guimarães, Paroquial n.º 223, fls. 90.
AMAP. Óbitos 1, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 394, fls. 22, n.º
3.
Revista da ASBRAP n.º 21
4 (III)5 (III)6 (III)-
1548
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1551
1552
505
Casou-se, primeira vez, na Oliveira (Santa Maria), Guimarães, em 25 de janeiro de 16321548 com MARTA RIBEIRO. Casou-se, segunda vez, na mesma freguesia, em 4 de novembro
de 16461549 com JERÔNIMA GOMES, nascida na rua de Santiago, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, batizada em 19 de dezembro de 16291550. Falecida no Toural, São Sebastião, Guimarães, em 27 de maio de 1674.1551 Filha de Pedro Gomes,
vendeiro, natural de São Torcato, e de sua mulher Ana de
Sampaio, “a privilegiada” de alcunha. Neta paterna de Belchior Fernandes, pedreiro, e de sua mulher Filipa Gomes.
ANDRÉ DO CANTO, que segue.
MARIA DO CANTO, que segue no § 130.o.
JERÔNIMO DO CANTO. Crismado na freguesia de Santa Marinha da Costa, em 26 de outubro de 1612. Casou com MARIA
GONÇALVES, senhora herdeira do domínio útil da Quinta de
Margaride, aí nascida. Filha de Pedro Gonçalves e de sua mulher Maria Gonçalves, lavradores caseiros na dita Quinta, Privilégio das Tábuas Vermelhas, cujo senhorio direto era Inácio
da Costa Almada, ao qual sucedeu seu genro Antônio Ferreira
Leite, e este renovou o prazo de Margaride em dito Jerônimo
do Canto e e sua mulher Maria Gonçalves, os quais o dotaram
em sua filha, Maria do Canto, para casar com Domingos Anes
da Guerra, filho de Bartolomeu da Guerra e de sua mulher
Catarina Mendes, senhores do Casal do Sairrão, por escritura
de dote data de 10 de fevereiro de 1664.1552
AMAP. Misto 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 360, fls. 169, n.º
2.
AMAP. Misto 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 360, fls. 183v, n.º
2.
AMAP. Nascimentos 1, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º fls. 5v, n.º
1. Foram padrinhos Domingos Fernandes, seu vizinho e Francisca Lourença, mulher
de Pedro Lourenço, da rua dos Mercadores.
AMAP. Misto 3, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 439, fls. 13, n.º 1.
MENEZES, Luís Cardoso de. Do casal de Paçô ao prazo de Margaride em S. Romão de Mesão-Frio em Guimarães. In Revista Lusófona de Genealogia e Heráldica,
n.o 6. Porto: Instituto de Genealogia e Heráldica da Universidade Lusófona do Porto, 2011, pp. 157-182. Apud AMAP. Notarial n.o 275. Tabelião: António Nogueira
do Canto, fls. 98v a 100v.
506
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
III-
ANDRÉ DO CANTO, lavrador honrado, morador no Casal chamado o Canto de Golpilhais1553, aí nascido, batizado em 5 de março de 1606. Foi padrinho André da Costa1554. Crismado na freguesia de Santa Marinha da
Costa em 26 de outubro de 1612.1555 Falecido no referido Casal em 18
de fevereiro de 1681.1556 Casou-se na freguesia de Nespereira (Santa Eulália), Guimarães, em 8 de janeiro de 16401557 com ISABEL GONÇALVES,
nascida cerca de 1618 no Casal de Covelho, Nespereira (Santa Eulália),
Guimarães. Faleceu no Casal de Golpilhais, Oliveira (Santa Maria),
Guimarães, em 29 de abril de 1679.1558 Filha de Marcos Gonçalves, senhor herdeiro do Casal do Covelo, e de sua segunda mulher Catarina
Fernandes, filha de Fernão Álvares, senhor do Casal da Quintã de Cima,
Vizela (Santo Adrião). Marcos Gonçalves e Catarina Fernandes foram
recebidos na freguesia de Santo Adrião de Vizela em 7 de fevereiro de
1607.1559 Tiveram:
1 (IV)PASCOAL DO CANTO, que segue.
2 (IV)JOÃO. Nasceu no Casal de Golpilhais, Oliveira (Santa Maria),
Guimarães, em 24 de novembro de 16421560, batizado em 30.
Foram padrinhos Antônio do Canto, bainheiro do Toural e
Maria do Canto, sua irmã.
1553
Informação constante do óbito de Isabel Gonçalves, sua esposa.
AMAP. Misto 1, Costa (Santa Marinha), Guimarães, Paroquial n.º 223, fls. 9v, n.º
3. É provável que por este período o lugar de Golpilhais fosse meeiro às freguesias
da Costa (Santa Marinha) e Oliveira (Santa Maria), uma vez que encontramos, em
ambas as freguesias, registos de casais a residir em Golpilhais. Possivelmente o extremo sul deste lugar – o Canto – passou a integrar apenas a freguesia da Oliveira a
partir da segunda década do século XVII.
AMAP. Misto 1, Costa (Santa Marinha), Guimarães, Paroquial n.º 223, fls. 90.
AMAP. Óbitos 1, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 394, fls. 35, n.º
2.
AMAP. Misto 1, Nespereira (Santa Eulália), Guimarães, Paroquial n.º 577, fls. 53v,
n.º 2.
AMAP. Óbitos 1, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 394, fls. 24v, n.º
1. Não fez testamento; ficaram seu marido e filhos por herdeiros; foi sepultada na
Senhora da Oliveira.
ADP. Misto 1, Vizela (Santo Adrião), Vizela, Paroquial n.º E/10/5/6-21.4, fls. 26,
n.º 4.
AMAP. Misto 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 362, fls. 91v, n.º
3.
1554
1555
1556
1557
1558
1559
1560
Revista da ASBRAP n.º 21
3 (IV)-
4 (IV)-
IV-
1561
1562
1563
1564
1565
1566
507
ANTÔNIO, que nasceu no Casal de Golpilhais, Oliveira (Santa
Maria), Guimarães, em 26 de janeiro de 16441561, batizado em
31. Foram padrinhos Jerônimo do Canto de Margaride e Catarina, do Canto do Fato.
MANUEL DO CANTO, que nasceu no Casal de Golpilhais, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, batizado em 3 de junho de
1646.1562 Foram padrinhos Gonçalo Pires do Fato e Ana de
Abreu, de Nespereira. Foi testamenteiro de seu pai, juntamente com seu irmão Pascoal do Canto.
PASCOAL DO CANTO. Nasceu no Casal de Golpilhais, Oliveira (Santa
Maria), Guimarães, em 30 de março de 16411563, batizado em 7. Foram
padrinhos André Gonçalves e Ana Gonçalves de Nespereira. Aí falecido
em 15 de julho de 1687.1564 Casou-se, na freguesia de Mesão Frio (São
Romão), Guimarães, em 13 de agosto de 16791565 com HELENA FERNANDES, nascida cerca de 1658 no Casal de Pousada, Mesão Frio (São
Romão), Guimarães. Filha de João Fernandes e de sua mulher Isabel
Francisca.
1 (V)ANDRÉ. Nasceu no Casal de Golpilhais, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, batizado em 27 de novembro de 1681. Foram
padrinhos o Reverendo Antônio Fernandes, morador no Hospital de São Dâmaso e Margarida Fernandes, mulher de Sebastião Martins da Cruz da Argola, Mesão Frio (São Romão).1566
AMAP. Misto 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 362, fls. 98, n.º 3.
AMAP. Misto 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 362, fls. 116, n.º
2. Sua mãe nomeada por Maria Gonçalves.
AMAP. Misto 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 362, fls. 82v, n.º
5.
AMAP. Óbitos 1, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 394, fls. 52v, n.º
1. Não fez testamento, ficou sua mulher e filhos.
AMAP. Misto 2, Mesão Frio (São Romão), Guimarães, Paroquial n.º 549, fls. 84,
n.º 1. Foram testemunhas o Padre Antônio Fernandes, capelão de São Dâmaso e Pedro Fernandes, morador no lugar do Mosteiro e Francisco Monteiro da Pousada.
AMAP. Nascimentos 3, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 364, fls.
71v, n.º 2.
508
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
2 (V)-
3 (V)-
MARIA. Nasceu no Casal de Golpilhais, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, batizada em 3 de maio de1684. Foram padrinhos Francisco Fernandes e Maria do Canto.1567
MANUEL FERNANDES, que segue.
V-
MANUEL FERNANDES. Nasceu no Casal de Golpilhais, Oliveira (Santa
Maria), Guimarães, batizado em 25 de novembro de 1687. Foram padrinhos Manuel do Canto e Ângela Fernandes.1568 Aí falecido em 24 de janeiro de 1732.1569. Casou-se, na freguesia de Azurém (São Pedro), Guimarães, em 13 de maio de 17141570 com ANTÔNIA RIBEIRO, nascida no
Casal de Azurei, Azurém (São Pedro), Guimarães, batizada em 26 de janeiro de 1687.1571. Filha de Manuel Fernandes, lavrador, natural de Selho (São Jorge), Guimarães e de sua mulher Maria Gomes, nascida no
Casal de Azurei, Azurém (São Pedro), Guimarães em 8 de maio de
16441572; aí falecida em 30 de novembro de 1710.1573 Maria Gomes era
filha de Gonçalo Gonçalves, senhor herdeiro do Casal de Azurei de Cima e de sua mulher Francisca Gomes, natural do Casal da Costa, Souto
(São Salvador).1574 Neta paterna de Domingos Gonçalves, herdeiro do
1567
AMAP. Nascimentos 3, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 364, fls.
103v, n.º 1.
AMAP. Nascimentos 3, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 364, fls.
120 n.º 3.
AMAP. Óbitos 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n. 395, fls. 132v a
133, n.º 3. Fez testamento no qual institui os filhos como seus universais herdeiros,
nomeando os prazos que possuia no filho João, com a condição deste lhe pagar suas
dívidas. Entre as mais disposições pias que determina, destacam-se o dia óbitos de
missas gerais na capela de Santa Cruz, bem como as quarenta missas em altar priveligiado na Colegiada.
AMAP. Casamentos 1, Azurém (São Pedro), Guimarães, Paroquial n.º 65, fls. 22v,
n.º 1.
AMAP. Misto 2, Azurém (São Pedro), Guimarães, Paroquial n.º 58, fls. 52, n.º 2.
Foram Padrinhos José Ribeiro, estudante, morador na Quinta da Portela em São
Jorge de Selho, e Antônia de Sousa, mulher de Antônio Ribeiro, senhores do Casal
do Reboto, Candoso (São Martinho).
AMAP. Misto 1, Azurém (São Pedro), Guimarães, Paroquial n.º 57, fls. 66 v, n.º 2.
Foram padrinhos João, solteiro, de Entre as Vinhas e Maria Francisca da Bornária.
AMAP. Óbitos 1, Azurém (São Pedro), Guimarães, Paroquial n.º 81, fls. 18, n.º 3.
Gonçalo Gonçalves e Francisca Gomes foram recebidos na freguesia de Souto (São
Salvador), em 25 de fevereiro de 1629. (AMAP. Misto 3, Souto (São Salvador),
Guimarães, Paroquial n.º 833, fls. 129v, a 130, n.º 3).
1568
1569
1570
1571
1572
1573
1574
Revista da ASBRAP n.º 21
509
Casal de Sezil e de sua mulher Margarida Gonçalves, herdeira do Casal
de Azurei, de quem encabeçara o Casal de Azurei. Neta materna de Jorge Gomes, senhor do Casal da Costa e de sua mulher Isabel Francisca.
Manuel Fernandes era filho de Pedro Fernandes, senhor da casa da Portela, em Selho (São Jorge), talvez filho natural, uma vez que ao casamento apenas é identificado o pai.1575 A casa da Portela era já por estes
anos uma casa de lavradores abastados, ainda que indistinta de tantas outras casas rurais. Era uma propriedade de dízimo a Deus, cujo domínio
direto se encontrava, no início de seiscentos, espartilhado por um conjunto de nobres da vila. Estes recebiam frações variáveis dos foros pagos
pelo senhorio útil. Tais foros acabaram por ser remidos em cerca de três
gerações. Bernardo Fernandes, seu filho, Pedro Fernandes, e neto, João
Ribeiro Bernardes (irmão de Manuel Fernandes acima), foram os obreiros de tal façanha. Este último acaba por encabeçar a propriedade num
Morgado, o que lhe abre as portas da nobreza, por via do casamento com
Dona Cecília Cardoso de Meneses, filha do Morgado de Nespereia. A
sua descendência sepulta para sempre na casa da Portela o apelido Ribeiro Bernardes, expoente máximo de séculos de trabalho e esforço de
lavradores honrados, para o substituir pelo resplantecente apelido Cardoso de Meneses, símbolo de uma grandeza ancestral assente no manejo
das armas e no ócio. Sobreviveu contudo noutras casas de lavradores abastados, que, com um orgulhoso sentido de pertença, o souberam lustrar e engrandecer a ponto de também ele significar nobreza.
Tiveram:
1 (VI)JOÃO FERNANDES RIBEIRO, que segue.
2 (VI)MANUEL, que nasceu no lugar de Golpilhais, Oliveira (Santa
Maria), Guimarães, em 27 de janeiro de 1717. Batizado em
31. Foram padrinhos João Fernandes, da freguesia de Azurém, e Teresa Machado sua mulher.1576
3 (VI)MARIA, que nasceu no lugar do Canto, aldeia da freguesia da
Oliveira (Santa Maria), Guimarães, em 2 de novembro de
1718. Batizada em 6. Foram padrinhos Domingos Fernandes
1575
1576
Manuel Fernandes e Maria Gomes receberam-se na freguesia de Azurém (São Pedro) em 17 de janeiro de 1672. (AMAP. Misto 1, Azurém (São Pedro), Guimarães,
Paroquial n.º 57, fls. 120, n.º 2.).
AMAP. Nascimentos 5, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 366, fls.
41, n.º 2.
510
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
4 (VI)-
5 (VI)-
6 (VI)-
7 (VI)-
VI-
1577
1578
1579
1580
1581
Costa e sua mulher Maria da Rocha, moradores na rua dos
Mercadores.1577
FRANCISCO, que nasceu na aldeia de Golpilhais, Oliveira
(Santa Maria), Guimarães, em 28 de dezembro de 1720. Batizado em 5 de janeiro. Foi padrinho o Doutor Francisco Ferreira Mendes, morador em Fato, e assistiu com procuração sua,
Manuel Fernandes da Cruz, da rua Nova, por estar o sobredito
doente e madrinha Rosa Maria, solteira, filha do sobredito
Manuel Fernandes da Cruz.1578
TADEU, que nasceu no lugar do Canto, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, em 15 de outubro de 1723. Batizado em 24.
Foram padrinhos Tadeu Rodrigues da Mota, do lugar de Santa Cruz, e Ana Ribeiro, mulher de Frutuoso Vieira de Azurém.1579
TERESA MARIA, que nasceu no lugar do Canto, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, em 27 de janeiro de 1726. Batizado em
3 de fevereiro. Foram padrinhos Domingos da Silva, morador
na rua dos Gatos, e Teresa Machado, mulher de João Fernandes, moradores no lugar de Azurei.1580
ÂNGELA RIBEIRO, que nasceu no lugar de Golpilhais, aldeia
desta freguesia, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, em 27 de
janeiro de 1729. Foram padrinhos Martinho de Vilas Boas
Leitão, morador no Convento de Santa Marinha da Costa, e
Ângela Ribeiro, mulher de Lucas de Sousa, moradores na rua
dos Trigais desta freguesia.1581
JOÃO FERNANDES RIBEIRO. Nasceu no lugar do Canto, Oliveira (Santa
Maria), Guimarães, em 7 de fevereiro de 1715. Foram padrinhos o Padre
João Fernandes, da freguesia de Mesão Frio (São Romão), Guimarães, e
AMAP. Nascimentos 5, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º ... Paroquial n.º 366, fls. 80v, n.º 1.
AMAP. Nascimentos 5, Oliveira (Santa Maria), Guimarães,Paroquial n.º 366, fls.
123, n. º 1.
AMAP. Nascimentos 5, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 366, fls.
168v, n.º 2.
AMAP. Nascimentos 5, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 366, fls.
206, n.º 2.
AMAP. Nascimentos n.º 6, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 367,
fls. 23 v, n.º 1.
Revista da ASBRAP n.º 21
511
Dona Cecília de Meneses, mulher de João Ribeiro Bernardes, da freguesia de São Jorge de Riba de Selho.1582 Casou-se, na freguesia de Lobeira
(São Cosme Damião), Guimarães, em 1.o de março de 17341583 com TERESA FRANCISCA, natural do Casal do Lombrezido, Lobeira (São Cosme
Damião), filha de Bento Pires e de sua mulher Domingas Francisca, senhores do domínio útil do Casal de Lombrezido. Tiveram:
1 (VII)- DOMINGOS FERNANDES RIBEIRO, que segue no § 129.o.
2 (VII)- MARIA TERESA RIBEIRO, que segue.
3 (VII)- JOSÉ, que nasceu no lugar do Canto, Oliveira (Santa Maria),
Guimarães, em 18 de janeiro de 1739. Batizado em 25. Foram
padrinhos Domingos Fernandes Martins, primo da mãe do batizado, morador na cidade do Porto, e Teresa Machado, casada com João Fernandes, da freguesia de São Pedro de Azurém.1584
4 (VII)- CUSTÓDIO, que nasceu no lugar do Canto, Oliveira (Santa
Maria), Guimarães, em 28 de novembro de 1740. Batizado
pelo padre Francisco Xavier em 4 de dezembro. Foram padrinhos Domingos Pires Martins, morador na rua Reboteira (?)
da cidade do Porto, e Ângela Ribeiro do Vale, mulher de Lucas de Sousa, morador na rua dos Trigais desta vila.1585
5 (VII)- JOANA MARIA RIBEIRO, que nasceu no lugar do Canto, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, em 29 de setembro de 1742.
Batizada em 2 de outubro. Foram padrinhos Domingos Pires
Martins, tio da batizada e Maria Teresa da Conceição.1586 Casou-se aí, em 26 de outubro de 17751587 com BERNARDO LUÍS
CARDOSO, natural do Casal do Outeiro, Abação (São Cristóvão). Filho de Francisco Luís Cardoso e de sua mulher Benta
Francisca, já defuntos. Com geração.
1582
1583
1584
1585
1586
1587
AMAP. Nascimentos n.º 4, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 365,
fls. 188v, n.º 2.
AMAP. Misto 2, Lobeira (São Cosme), Guimarães, Paroquial n.º 498, fls. 80.
AMAP. Nascimentos 6, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 367, fls.
244, n.º 2.
AMAP. Nascimentos 6, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 367, fls.
291v, n.º 2.
AMAP. Nascimentos 6, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 367, fls.
345, n.º 2.
AMAP. Casamentos 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 389,
fls.72v a 73, n.º 1.
512
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
6 (VII)-
7 (VII)-
8 (VII)-
1588
1589
1590
1591
1592
CECÍLIA TERESA, que nasceu no lugar do Canto, Oliveira
(Santa Maria), Guimarães, em 3 de outubro de 1744. Batizada
em 6. Foram padrinhos Custódio Fernandes Machado, morador em Azurém e Cecília Teresa Peixoto de Andrade, casada
com Domingos Fernandes Martins, moradores na rua dos Gatos.1588
ANA MARIA RIBEIRO, que nasceu no lugar do Canto, Oliveira
(Santa Maria), Guimarães, em 1.o de junho de 1746. Batizada
em 5. Foram padrinhos Tadeu Rodrigues da Mota, morador
em Santa Cruz, e Ana Maria, solteira, moradora na rua de
Santa Maria.1589 Casou-se, aí, em 24 de agosto de 17721590
com JOÃO GONÇALVES, falecido na rua Nova das Oliveiras,
Oliveira (Santa Maria), Guimarães em 2 de junho de 1815.1591
Filho natural do Padre João Gonçalves, já defunto, da freguesia de São João de Castelões, e de Maria da Silva, moradora
na rua do Cano, da freguesia de Azurém (São Pedro). Com
geração.
ANTÔNIA MARIA RIBEIRO, que nasceu no lugar do Canto, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, em 6 de maio de 1750. Batizada em 10. Foram padrinhos Domingos Fernandes Martins,
morador na rua de Entre os Regatos, freguesia de São Paio, e
Ana Maria, filha de João Fernandes e de sua mulher Teresa
Machado, do lugar de Azurei, freguesia de Azurém (São Pedro)1592 Casou-se, aí, em 25 de outubro de 1775 com FRANCISCO JOSÉ DE CARVALHO, nascido na freguesia da Costa
(Santa Marinha), Guimarães, em 10 de outubro de 1774. Filho
de Inácio Francisco Luís e de sua mulher Antônia Francisca.
Com geração.
AMAP. Nascimentos 6, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 367, fls.
403, n.º 1.
AMAP. Nascimentos 6, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 367, fls.
448 v, n.º 1.
AMAP. Casamentos 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 389, fls.
45, n.º 1.
AMAP. Óbitos 5, Paroquial n.º 398, fls. 122, n.º 1. Fez testamento em mão comum
com sua mulher, instituindo como herdeiras suas três filhas, Custódia, Maria e Joana.
AMAP. Nascimentos 7, Azurém (São Pedro), Guimarães, Paroquial n.º 368, fls. 44,
n.º 2.
Revista da ASBRAP n.º 21
VII-
1593
1594
1595
1596
1597
513
MARIA TERESA RIBEIRO. Nasceu no lugar do Canto, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, em 24 de fevereiro de 1737. Batizada em 28. Foram padrinhos Domingos Pires Martins, da cidade do Porto e Maria Teresa, casada com Tadeu Rodrigues da Mota, moradores no mesmo lugar do
Canto.1593 Casou-se, na freguesia de Selho (São Jorge), Guimarães, em
16 de abril de 17601594 com FRANCISCO DE ABREU E LEMOS, natural do
Casal do Burgo de Baixo, Selho (São Jorge), filho de Jerônimo Fernandes de Lemos, desta freguesia, e de Antônia Maria de Abreu, do lugar da
Bouça, da freguesia de São Tiago de Candoso.1595 Neto paterno de Antônio de Lemos e de sua mulher Domingas Fernandes, moradores no lugar do Burgo, Selho (São Jorge). Neto materno de Pedro de Abreu1596 e
de sua mulher Jerônima Dias, do lugar da Bouça, Candoso (São Tiago).
Com geração. Bisneto, pela parte paterna, de Domingos de Lemos1597 e
de sua mulher Domingas Fernandes, senhores do Casal do Bairro, Selho
(São Jorge) e de Miguel Fernandes e de sua mulher Catarina Fernandes,
senhores do Casal do Burgo da mesma freguesia. Estes Fernandes do
Burgo aparentavam ainda com a casa da Portela a que aludimos acima.
Tiveram:
1 (VIII)- ANTÔNIA MARIA. Nasceu no lugar do Burgo de Baixo, Selho
(São Jorge), Guimarães, em 23 de fevereiro de 1762. Batizada
em 26. Foram padrinhos Jerônimo Fernandes de Lemos e sua
AMAP. Nascimentos n.º 6, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 367,
fls. 195, n.º 1.
AMAP. Misto 4, Selho (São Jorge), Guimarães, Paroquial n.º 757, fls. 37v, n.º 1.
Jerônimo Fernandes de Lemos e sua mulher Antônia Maria de Abreu casaram-se em
Candoso (São Martinho), em 22 de dezembro de 1726. AMAP. Misto 3, Candoso
(São Tiago), Guimarães, Paroquial n.º 200, fls. 119v a 120, n.º 1.
Filho de Domingos Dias e de sua mulher Ana de Abreu, senhores do Casal da Bouça, ela descendente dos Abreus do Reboto, da vizinha freguesia de Candoso (São
Martinho).
A ascendência Lemos tem origem em Francisco de Lemos, alfaiate, casado com
Ana Antônia, familiar do abade de Serzedelo (provavelmente filha) a quem dotou.
Receberam-se na dita freguesia em 9 de dezembro de 1589, fixando residência no
lugar de Castro. AMAP. Misto 1, Serxedelo (Santa Cristina), Guimarães, Paroquial
n.º 795, fls. 84v, n.º 2. Destes nasceu Pedro de Lemos, que teve em Antônia Fernandes, moradora na freguesia de Gondar (São João), a Antônio de Lemos, casado
com a herdeira do Casal do Bairro, em Selho (São Jorge), Ângela Fernandes, filha
de Domingos Gonçalves do Bairro e de sua mulher Grácia Fernandes, também nomeada por Grácia Antunes. Antônio de Lemos e Ângela Fernandesm foram pais de
Domingos de Lemos, acima.
514
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
mulher Antónia Maria de Abreu, avós paternos da batizada.1598
2 (VIII)- DOMINGOS JOSÉ. Nasceu no lugar do Burgo de Baixo, Selho
(São Jorge), Guimarães, em 19 de fevereiro de 1765. Batizado em 21. Foram padrinhos Jerônimo Fernandes de Lemos,
avô paterno, por procuração de Domingos Pires Martins, assistente na cidade do Porto, e Antônia Maria, mulher de Antônio de Abreu, do lugar do Burgo, desta freguesia, por procuração de Cecília Teresa Peixoto, assistente na vila de Guimarães.1599
3 (VIII)- CUSTÓDIA MARIA. Nasceu no lugar do Burgo de Baixo, Selho
(São Jorge), Guimarães, em 11 de março de 1767. Batizada
em 15. Foram padrinhos Francisco Ribeiro, morador no lugar
do Souto, da freguesia de Candoso (São Martinho), por procuração do Capitão Manuel de Abreu Guimarães, assistente
na cidade do Porto, e Custódia Maria, mulher de Francisco
Ribeiro, do lugar da Várzea, freguesia de Candoso (São Martinho).1600
4 (VIII)- JOÃO ABREU DE LEMOS. Nasceu no lugar do Burgo de Baixo,
Selho (São Jorge), Guimarães, em 19 de julho de 1769. Batizado em 25. Foram padrinhos João Fernandes, do lugar do
Canto, freguesia de Nossa Senhora da Oliveira, da vila de
Guimarães, e Teresa, solteira, irmã do dito padrinho.1601 Casou-se com ROSA MARIA RIBEIRO, nascida no lugar do Burgo
de Baixo, Selho (São Jorge), em 20 de novembro de 1777.1602
Filha de Agostinho José Pinheiro e de sua mulher Maria Te-
1598
1599
1600
1601
1602
AMAP. Nascimentos 2, Selho (São Jorge), Guimarães, Paroquial n.º 760, fls. 78v,
n.º 1.
AMAP. Nascimentos 2, Selho (São Jorge), Guimarães, Paroquial n.º 760, fls. 89v,
n.º 1.
AMAP. Nascimentos 2, Selho (São Jorge), Guimarães, Paroquial n.º 760, fls. 96, n.º
2. Assento 98.
AMAP. Nascimentos 2, Selho (São Jorge), Guimarães, Paroquial n.º 760, fls. 108,
n.º 1.
AMAP. Nascimentos 2, Selho (São Jorge), Guimarães, Paroquial n.º 760, fls. 146 e
v, n.º 3. Batizada em 22. Foram padrinhos Manuel José e sua irmã Maria Teresa,
solteiros, filhos de Antônio Mendes de Sousa, do lugar da Cabreira.
Revista da ASBRAP n.º 21
515
resa Ribeiro. Neta paterna de de André Pinheiro da Silva1603 e
de Maria, solteira, ambos naturais do lugar da Quintela, freguesia de Ronfe (Santiago). Neta materna de Antônio Ribeiro
Álvares, natural do lugar de Caíde, da freguesia de Gondar
(São João), e de Ana Fernandes, natural do lugar do Burgo,
Selho (São Jorge).
5 (VIII)- ANA. Nasceu no lugar do Burgo de Baixo, Selho (São Jorge),
Guimarães, em 18 de setembro de 1776. Batizada em 22. Foram padrinhos João Gonçalves, morador às Oliveiras, da freguesia de Nossa Senhora da Oliveira, da vila de Guimarães, e
Antônia Maria Ribeiro, casada com Francisco José de Carvalho, morador em Lagares, freguesia da Costa (Santa Marinha).1604
VII-
1603
1604
§ 129.o
DOMINGOS FERNANDES RIBEIRO, filho de João Fernandes Ribeiro, do §
128.o n.o VI. Nasceu no Canto desta freguesia, Oliveira (Santa Maria),
Guimarães, em 19 de julho de 1735, batizado em 25. Foram padrinhos
Domingos Pires Martins, morador na cidade do Porto e irmão da mãe do
batizado, e Mariana Luís Afonso, casada com João Gomes de Oliveira
Nascido no Casal da Quintela em Ronfe (São Tiago), Guimarães, em 6 de dezembro
de 1700, aí falecido em 31 de janeiro de 1767. Filho legítimo do Capitão João Pinheiro da Silva, natural de Fermentões (Santa Eulália), e de sua mulher Maria Gonçalves, senhora herdeira do Casal da Quintela, aí nascida e casados em 26 de janeiro
de 1698. Neto paterno de André Pinheiro, lavrador, natural do do Casal de Sezite,
Fermentões (Santa Eulália), Guimarães, e de sua mulher Domingas Francisca, senhora herdeira do Casal da Sertã, Fermentões (Santa Eulália), Guimarães, casal de
nascimento do capitão João Pinheiro da Silva. Bisneto paterno de Domingos Gonçalves, senhor herdeiro do Casal do caço, em Silvares (Santa Maria), e de sua mulher Maria Gonçalves, e terceiro neto, pela parte de Domingos Gonçalves, de Pedro
Gonçalves e de sua mulher Ana Machado, esta filha natural de Tristão Machado Riconado, nobre da vila, da família dos Machado Riconado, que Gaio nos diz ter ido
para Roma, Felgueiras Gaio § 18, n.º 22, tít.: Machados. Trazia esta linha fama de
mulato, sem todavia se lhe descobrir a origem. O mais certo é que Ana Machado
fosse filha do dito Tristão Machado Riconado e de alguma de suas escravas. Vid.
Processo de genere et moribus de Miguel Pinheiro da Silva. ADB. Processo de genere et moribus, Pasta 676, n.º 15818.
AMAP. Nascimentos 2, Selho (São Jorge), Guimarães, Paroquial n.º 760, fls. 141 v
a 142, n.º 3.
516
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
moradores na rua das Flores desta freguesia.1605 Aí falecido em 24 de outubro de 1797.1606 Casou-se, na freguesia de Abação (São Cristóvão),
Guimarães, em 20 de fevereiro de 17751607 com ANA BERNARDA DA
COSTA, nascida no Casal da Portela, Abação (São Cristóvão), Guimarães, em 17 de outubro de 1749.1608 Falecida na Quinta do Canto, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, em 18 de abril de 1788.1609 Filha de José
Fernandes e de sua mulher Custódia Maria da Costa, senhores do Casal
da Portela, Abação (São Cristóvão).1610 Neta paterna de João Fernandes
e de sua mulher Maria Fernandes, moradores no lugar do Reguengo da
freguesia de São Faustino de Vizela. Neto materno de Francisco Portela
e de sua mulher Maria da Costa, do Casal da Portela, freguesia de Abação (São Cristóvão). Tiveram:
1 (VIII)- CUSTÓDIA, que nasceu no lugar do Canto, Oliveira (Santa
Maria), Guimarães, em 26 de fevereiro 1777. Batizada a 28.
Foram padrinhos, Custódio Fernandes Machado casado com
teresa de Jesus de Freitas moradores na rua do Gado e Ângela
Ribeiro casada com Manuel Gonçalves, moradores no Casal
de Vilarm Costa (Santa Marinha).1611 Ao crisma mudou o
nome para Maria.
2 (VIII)- CUSTÓDIO JOSÉ FERNANDES, que segue.
3 (VIII)- DOMINGOS, que nasceu n no lugar do Canto, Oliveira (Santa
Maria), Guimarães, em 5 de outubro de 1780. Batizado em 8.
Foram padrinhos Domingos Pires Martins e Cecília Teresa
1605
1606
1607
1608
1609
1610
1611
AMAP. Nascimentos 6, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 367, fls.
155, n.º 1.
AMAP. Óbitos 4, Oliveira 8Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 397, fls. 250v,
n.º 2. Sepultado na Igreja da Oliveira, fez testamento na nota de José Borges.
AMAP. Misto 2, Abação (São Cristóvão), Guimarães, Paroquial n.º 2, fls. 75, n.º 1.
AMAP. Misto 3, Abação (São Cristóvão), Guimarães, Paroquial n.º 3, fls. 8v, n.º 1.
Batizada em 19. Foram padrinhos Bernardo Mendes da Cunha, vigário que foi desta
Igreja e assistente na Residência paroquial e Maria Fernandes, avô da batizada e
moradora no Reguengo.
AMAP. Óbitos 4, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n. 397, fls. 136v a
137, n.º 1. Não fez testamento.
José Fernandes e sua mulher Custódia Maria da Costa receberam-se em matrimônio
em 3 de junho de 1736, em Abação (São Cristóvão). AMAP. Misto 2, Abação (São
Cristóvão), Paroquial n.º 2, fls. 65v, n.º 1.
AMAP. Nascimentos 9, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 370, fls.
56v, n.º 1.
Revista da ASBRAP n.º 21
517
Peixoto, ele da cidade do Porto, ela moradora na rua das Molianas, freguesia de São Sebastião.1612
4 (VIII)- CECÍLIA, que nasceu na Quinta do Canto, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, em 22 de março de 1783. Batizada em 23.
Foram padrinhos Domingos Pires Martins, da cidade do Porto, com a procuração do qual tocou a criança o Padre Luís
Peixoto, da rua Nova das Oliveiras, e Cecília Teresa Peixoto,
viúva, moradora na mesma rua.1613
5 (VIII)- JOANA FERNANDES, que nasceu na Quinta do Canto, Oliveira
(Santa Maria), Guimarães, em 15 de maio de 1785. Batizada
em 16. Foram padrinhos Domingos José Salgado e sua mulher Joana Maria Ribeiro, da rua do Gado desta freguesia.1614
Aí falecida em 23 de fevereiro de 1823. Não recebeu os sacramentos por ser demente desde o nascimento.1615
VIII-
1612
1613
1614
1615
1616
1617
1618
CUSTÓDIO JOSÉ FERNANDES. Nasceu no lugar do Canto, Oliveira (Santa
Maria), Guimarães, em 8 de julho de 1778. Batizado em 12. Foram padrinhos José Fernandes, da freguesia de São Cristóvão de Abação, e Ângela Ribeiro, da freguesia de Santa Marinha da Costa1616; aí falecido em
12 de outubro de 1841.1617 Casou-se, primeira vez, na freguesia de Selho
(São Jorge) com LUÍSA ROSA DE ABREU E LEMOS, falecida na casa do
Canto em 29 de abril de 1811. Filha legítima de Francisco de Abreu e
Lemos e de sua mulher Maria Teresa Ribeiro, do lugar do Burgo (ver
Família Canto, § 128.o n.o VII). Casou-se, segunda vez, na mesma freguesia, em 7 de dezembro de 18361618 com LUÍSA ROSA DE ABREU E
AMAP. Nascimentos 9, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 370, fls.
152v, n.º 2.
AMAP. Nascimentos 10, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 371, fls.
17, n.º 1.
AMAP. Nascimentos 10, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 371, fls.
59, n.º 2.
AMAP. Óbitos 5, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 398, fls. 153, n.º
3.
AMAP. Nascimentos 9, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 370, fls.
81, n.º 1.
AMAP. Óbitos 5, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 398, fls. 203v,
n.º 1; assento 77. Fez testamento.
AMAP. Casamentos 3, Selho (São Jorge), Guimarães, Paroquial n.º 1205, fls. 7, n.º
1.
518
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
LEMOS, sua afilhada e sobrinha homônima de sua primeira mulher, nascida no Casal do Burgo de Baixo, Selho (São Jorge), em 22 de junho de
1810.1619 Faleceu na casa do Canto, Oliveira (Santa Maria), Guimarães,
em 24 de abril de 1887. Filha de João de Abreu de Lemos e de sua mulher Rosa Maria Ribeiro, senhores do Casal do Burgo de Baixo.1620 Neta
paterna de Francisco de Abreu e Lemos e de sua mulher Maria Teresa,
desta freguesia, moradores numa das glebas do Casal do Burgo de Baixo. Neta materna de Agostinho José Pinheiro e de sua mulher Maria Teresa Ribeiro, também moradores no Casal do Burgo de Baixo. Tiveram:
1 (IX)ANTÔNIO JOSÉ JOAQUIM FERNANDES. Proprietário. Nasceu no
lugar do Canto, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, em 15 de
fevereiro de 1837. Batizado em 16. Foram padrinhos Antônio
Joaquim de Lemos, tio do batizado, e por devoção de seus
pais, Nossa Senhora da Oliveira.1621 Aí falecido em 6 de novembro de 1881.1622 Casou-se na freguesia de Silvares (São
Martinho), Fafe, em 5 de agosto de 18601623 com JOAQUINA
ÁLVARES FERREIRA LEITE, nascida no lugar do Campo da citada freguesia em 27 de abril de 18421624, falecida na casa do
Canto em 9 de abril de 1917. Filha natural de Claudina Álvares, jornaleira. Neta materna de Bento Antônio Álvares Ferreira Leite e de sua mulher Maria Joaquina Gomes. Com geração. Sucessor da casa do Canto que passou a seu filho legítimo, Luís José Fernandes Júnior.
2 (IX)DOMINGOS, que nasceu no lugar do Canto, Oliveira (Santa
Maria), Guimarães, em 11 de junho de 1838. Batizado no
1619
1620
1621
1622
1623
1624
AMAP. Nascimentos 4, Selho (São Jorge), Guimarães, fls. 28v e 29, n.º 3. Batizada
em 24. Foram padrinhos Custódio José Fernandes e sua mulher Luísa Ribeiro de
Abreu, do lugar do Canto, freguesia de Nossa senhora da Oliveira.
Após a viuvez, tomou segundas núpcias em 5 de novembro de 1843 com Domingos
da Costa Pereira, natural da freguesia de Azurém (São Pedro).
AMAP. Nascimentos 15, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 378, fls.
184v a 185, n.º 4.
AMAP. Óbitos 8, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 401, fls. 93v e
94, n.º 2; assento 36.
ADB. Casamentos 2, Silvares (São Martinho), Fafe, Paroquial n.º 481, fls. 65v a 66,
n.º 1.
ADB. Nascimentos 4, Silvares (São Martinho), Fafe, Paroquial n.º 479, fls. 2. Foram padrinhos João Álvares, do mesmo lugar, tio da batizada e Joaquina Gomes do
lugar da Retortinha, freguesia de Cepães.
Revista da ASBRAP n.º 21
3 (IX)-
4 (IX)-
1625
1626
1627
1628
1629
1630
519
mesmo dia. Foram padrinhos Antônio Joaquim Abreu de Lemos, solteiro, tio materno da batizada e Nossa Senhora da Oliveira.1625 Aí falecido em 1.o de janeiro de 1839.
FRANCISCO JOSÉ FERNANDES, que nasceu no lugar do Canto,
Oliveira (Santa Maria), Guimarães, em 7 de fevereiro de
1840. Batizado em 9. Foram padrinhos Antônio de Araújo e
sua mulher Francisca Maria, moradores na Praça de Santiago.1626 Faleceu em 25 de agosto de 1910. Solteiro. Foi o inventariante no processo de inventário de menores que correu
por morte de sua mãe.1627
COMENDADOR LUÍS JOSÉ FERNANDES, que nasceu nascido em
05 de janeiro de 1842. Batizado em 6. Foram padrinhos Luís
de Lemos, e sua mãe, Rosa Ribeiro, viúva, tio e avô maternos
do batizado, moradores no lugar do Burgo de Baixo da freguesia de Selho (São Jorge)1628. Faleceu em 24 de janeiro de
1910. Casou-se, em Creixomil (São Miguel), em 17 de outubro de 18751629 com ANA SOARES DE ARAÚJO, natural da freguesia de Azurém (São Pedro) Com geração.1630 Foi, juntamente com sua esposa, um dos beneficiários da colossal for-
AMAP. Nascimentos 15, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 378, fls.
204, n.º 4.
AMAP. Nascimentos 15, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 378, fls.
223, n.º 2.
AMAP. Fundo Judicial Antigo, Maço 167, n.º 2, ano de 1887.
AMAP. Nascimentos 15, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 378, fls.
237, n.º 1.
AMAP. Casamentos 5, Creixomil (São Miguel), Guimarães, Paroquial n.º 267, fls.
42, n.º 16.
Uma filha do casal, de nome Dona Antônia de Araújo Fernandes Leite de Castro
casou com Antônio Leite de Castro Sampaio Vaz Vieira, importante capitalista da
cidade, diretor do Banco do Minho. Foram proprietários do Convento da Costa
comprado ao Estado após a incorporação dos bens das extintas Ordens Religiosas
na fazenda nacional (por decreto de 30 de Maio de 1834). Sobre o assunto, Vid.
Silveira, Luís Espinha da, «A venda dos bens nacionais (1834-43): uma primeira
abordagem» in Análise Social, vol. XVI (61-62), 1980-l.º-2.º, pp. 87-110. Este imóvel será novamente incorporado na propriedade do Estado por venda que seus filhos
fizeram em 1973. AMAP. Notarial 84-A, de Luís Filipe Aviz de Brito, 10-7-3-52
(maço de documentos de notas respeitantes do livro de Notas 84-A de Luís Filipe
Aviz de Brito.
520
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
tuna do comendador Antônio Fernandes de Araújo Guimarães, seu cunhado.1631
III-
1631
§ 130.o
MARIA DO CANTO (filha de João do Canto e de sua segunda mulher Catarina Jorge, do § 128.o n.o II). Nasceu no Casal de Golpilhais, Costa
Talvez o maior benfeitor que alguma vez Guimarães conheceu! Merece de todos
nós um eterno reconhecimento pelo apoio aos vimaranenses e ao seu associativismo. Foi um benemérito incansável e não houve organização a que não estendesse a
mão, numa atitude de desprendimento total e permanente anseio de fazer o bem pelos seus. Não resistimos em transcrever a notícia de seu falecimento, dada pelo jornal vimaranense Religião e Pátria de 4 de agosto de 1888: «Succumbiu finalmente
aos estragos da cruel doença, que há tanto tempo o tortorava o Ex.mo Sr. Comendador António Fernandes de Araújo Guimarães, abastado capitalista d’esta cidade, e cunhado do Ill.mo Snr. Luiz José Fernandes.
Tendo vindo do Brazil, onde adquiriu collossal fortuna, a procurar no descanso e
nos ares pátrios allivio aos seus padecimentos, foram estes rebeldes a todos os cuidados e diligencias que a sciencia empregou para os debellar.
Ao snr. Comendador Fernandes, que no Brazil fora sempre um trabalhador incansável e um commerciante que ao largo gyro do seu negócio alliva a mais sisuda
honradez, devem muitos e muitos dos nossos compatriotas que para alli foram em
busca de fortuna, o mais valioso auxílio e a mais efficaz cosdjuvação. No Rio de
Janeiro onde estava estabelecida a sua importantíssima casa commercial, era s.
exc.a muito considerado, não só pela sua avultada fortuna, como pelos dotes de seu
honrado carácter. E a consideração, que tinha na capital do império brazileiro,
gosava-a também entre nós, onde infelizmente a sua impertinaz doença pouco tempo lhe deixou livre para pensar em outra coisa que não fosse os meios para a debelar.
Fez testamento, contemplando os seguintes estabelecimentos pios d’esta cidade:
Santa Casa da Misericórdia, 10 contos de reis; Asylo d’entrevados da mesma, 5
contos; Ordem 3ª de S. Francisco, 5 contos para fundo do hospital e 5 contos para
as aulas; Asylo dos Santos Passos, 5 contos; Asylo de Santa Estephania, 5 contos;
Obras da egreja de S. Pedro, 5 contos; Associação Artística, 5 contos; Ordem 3ª de
S. Domingos, 2 contos. Para distribuir pelos pobres das trez freguezias da cidade –
Oliveira, S. Sebastião e S. Paio, 2 contos. Pelos pobres da freguezia de Santa Marinha da Costa, 1 conto. Pelos pobres da freguezia de S. Pedro d’Asurem, 1 conto.
Pelos pobres da freguezia de S. Miguel de Creixomil 500:000 reis. Todas estas
quantias são em moeda forte. O resto das disposições testamentárias publicalashemos quando as podermos obter.
Ao seu cunhado o Ill.mo Snr. Luiz José Fernandes, e a toda a sua família, os nossos
sentidos pêzames».
Revista da ASBRAP n.º 21
521
(Santa Marinha), batizada em 7 de maio de 1610. Foi padrinho Domingos Novais, de Golpilhais.1632 Casou-se, na freguesia da Oliveira (Santa
Maria), Guimarães, em 18 de janeiro de 16371633 com ANTÔNIO ÁLVARES, viúvo de Isabel de Castro, falecida ao parto de seu filho Gabriel, em
19 de dezembro de 1636, e com quem se recebeu na Oliveira (Santa Maria) em 6 de novembro de 1633.1634 Foi vinhateiro no Toural, na inquirição de seu neto Francisco Álvares da Silva, são identificados como vendedores de pão e vinho. Tiveram:
1 (IV)MARIA, que nasceu no Toural, São Sebastião, Guimarães, em
08 de novembro de 1638. Por nascer mortal, batizou-a em casa Cecília Gonçalves, parteira examinada, e recebeu os santos
óleos e exorcismos aos onze dias.1635
2 (IV)ANTÔNIO, que nasceu no Toural, São Sebastião, Guimarães,
batizado em 16 de novembro de 1639.1636 Foram padrinhos
João de Sampaio do Toural e Ana Mendes, filha de Catarina
Mendes, viúva do Toural.1637
3 (IV)DOMINGOS ÁLVARES DO CANTO, que segue.
4 (IV)PEDRO, que nasceu à Porta de São Domingos, São Paio,
Guimarães, batizado em 15 de janeiro de 1647. Foram padrinhos Pedro Lopes, seu vizinho, e Ana de Sampaio.1638
1632
1633
1634
1635
1636
1637
1638
AMAP. Misto 2, Costa (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 224, fls. 2 v, n.º 1.
AMAP. Misto 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 360, fls.174, n.º
2.
Deste primeiro matrimônio nasceram: 1) Rafael, que nasceu em 24 de Outubro de
1634. Batizado em 30 pelo reverendo Francisco Leite Ferreira. Foram padrinhos
Domingos de Paços, da rua da Sapateira e Isabel Cardoso, mulher de Jerônimo Dias,
da rua da Sapateira. 2) Maria, que nasceu em 7 de dezembro de 1635. Foram padrinhos Estácio de Freitas, do Toural e sua filha Damásia de Freitas. AMAP. Misto 2,
São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 438, fls. 80v a 81, n.º 6. 3) Gabriel, que
nasceu em 15 de dezemnro de1636. Batizado em 18 pelo reverendo padre Francisco
Leite Ferreira. Foram padrinhos Francisco Gonçalves de Paços e Ângela Ribeiro, filha de Simão Ribeiro, da rua da Sapateira. AMAP. Misto 2, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 438, fls. 86 n.º 2.
AMAP. Nascimentos 2, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 442, fls. 3, n.º 3.
AMAP. Nascimentos 2, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 442, fls. 7, n.º 5.
AMAP. Nascimentos 2, São Sebastião, Guimarães, Paroquial n.º 442, fls. 7, n.º 5.
AMAP. Misto 2, São Paio, Guimarães, Paroquial n.º 408, fls. 2, n.º 3.
522
IV-
1639
1640
1641
1642
1643
1644
1645
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
DOMINGOS ÁLVARES DO CANTO. Pintor. Nasceu à Porta de São Domingos, São Paio, Guimarães, batizado em 12 de maio de 1644.1639 Foram
padrinhos Gonçalo Fernandes, mercador, e Maria Ferreira. Casou-se, na
freguesia da Oliveira (Santa Maria), Guimarães, em 11 de dezembro de
16721640 com MARIA DA SILVA, nascida no Cano de Cima, Oliveira
(Santa Maria), Guimarães, batizada em 25 de abril de 1647.1641 Filha de
João Martins, oleiro, natural da Cruz de Pedra, Creixomil (São Miguel) e
de sua mulher Antônia Francisca, natural do Casal das Lajes, freguesia
de São Paio de Pousada, termo da cidade de Braga, filha de Francisco
Afonso e de Maria Gonçalves, naturais do dito lugar de Lajes. Maria da
Silva foi irmã do mercador Sebastião da Silva Ferreira, familiar do Santo
Ofício.1642 Tiveram:
1 (V)TERESA. Nasceu na rua de Valdedonas, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, batizada em 10 de dezembro de 1673. Foram
padrinhos o Licenciado Miguel da Silva, correio-mor e Margarida da Costa, mulher de Tomás Ferreira, mercador, morador na rua Travessa, freguesia de São Sebastião.1643
2 (V)ISABEL, que nasceu na rua de Valdedonas, Oliveira (Santa
Maria), Guimarães, batizada em 9 de julho de 1675. Foram
padrinhos Gaspar Leite de Azevedo e Jerônima do Amaral,
mulher de Manuel Barbosa Cabral.1644
3 (V)MANUEL, que nasceu na rua de Valdedonas, Oliveira (Santa
Maria), Guimarães, em 18 de maio de 1677. Batizado em 2 de
junho. Foram padrinhos Antônio Pereira de Vasconcelos, beneficiado de São Gens, e sua irmã Dona Joana, filhos de Dona Mariana Coutinho, moradores na Praça Grande junto à Colegiada.1645
AMAP. Misto 2, São Paio, Guimarães, Paroquial n.º 408, fls. 104v, n.º 1.
AMAP. Misto 3, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 361, fls. 70, n.º 2.
AMAP. Nascimentos 1, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 362, fls.
124, n.º 2.Foram padrinhos Domingos Francisco de São Mamede e Maria de Sezil,
freguesia de Azurém (São Pedro).
IAN/ TT. Habilitação ao Santo Ofício, Sebastião, mç. 6, doc. 119.
AMAP. Nascimento n.º 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 363, fls.
209, n.º 1.
AMAP. Nascimento n.º 2, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 363, fls.
229v, n.º 2.
AMAP. Nascimento n.º 3, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 364, fls.
29, n.º 2.
Revista da ASBRAP n.º 21
4 (V)-
5 (V)-
523
DOUTOR FRANCISCO XAVIER DO CANTO, que nasceu na rua
de Valdedonas, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, batizado
em 1.o de março de 1679. Foram padrinhos Francisco da Costa, estudante, e Margarida, solteira, filha de Antônio Álvares.1646 Aí falecido em 27 de janeiro de 1756, com testamento,
no qual instituiu por seu herdeiro a Antônio da Silva do Canto, morador na cidade de Lisboa e sendo este falecido, a seu
filho e sobrinho o Reverendo Doutor Joquim Simpliciano e
neles herdeiros nomeava as casas em que mora em condição
de ser usufrutuária por tempo de quatro anos Antônia Maria,
com ele falecido assistente e por tempo de cinco anos a Custódia Maria, casada moradora em Cruz e a seus irmãos Francisco Xavier de Gondomar e a um rapaz que está em casa de
Bento Francisco de Aldão e a uma viúva de Sande chamada
Jerônima e a cada um destes se dê oito mil reis por uma só
vez. Deixou que se vendesse a sua livraria.1647
ANTÔNIO DA SILVA DO CANTO, que segue.
V-
ANTÔNIO DA SILVA DO CANTO. Nasceu na rua de Valdedonas, Oliveira
(Santa Maria), Guimarães, batizado em 23 de maio de 1682. Foram padrinhos Francisco Lopes de Carvalho e Dona Damiana, sua irmã.1648 Casou-se, em Lisboa, com TERESA ROSA DE JESUS, moradora na freguesia
de São Paulo, cidade de Lisboa. Filha de Antônio Fernandes Batista e de
sua mulher Antônia de Jesus, ele batizado na freguesia de Nossa Senhora do Loreto e ela na das Mercês. Neta pela paterna de Gaspar Fernandes, batizado na freguesia de São Vicente do Pinheiro, no lugar de “Penidelo” (?), bispado do Porto, e de Maria da Fonseca, batizada na freguesia de Nossa Senhora do Loreto, cidade de Lisboa. Neta pela parte
materna de Inácio Monteiro (batizado na Igreja de Nossa Senhora das
Mercês, em 25 de fevereiro de 1624, filho de Bento Monteiro e de Maria
Luís) e de Maria Antunes, batizada na freguesia de Nossa Ssenhora das
Mercês, em Lisboa. Tiveram:
1646
AMAP. Nascimento n.º 3, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 364, fls.
53v, n.º 1.
AMAP. Óbitos 3, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 396, fls. 2v, n.º
3.
AMAP. Nascimentos 3, Oliveira (Santa Maria), Guimarães, Paroquial n.º 364, fls.
74v, n.º 3.
1647
1648
524
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
1 (VI)-
I-
II-
1649
PADRE JOAQUIM SIMPLÍCIO DO CANTO, que efetuou matrículas em Cânones na Universidade de Coimbra entre 1.o de outubro de 1737 e 1.o de dezembro de 1740. Possui outro verbete de matrícula em Cânones, entre 1.o de outubro de 1740 e
1.o de outubro de 1742. Residiu em Recardães, onde seu pai
tinha uma Quinta.
§ 131.o
Desentroncado ?
PANTALEÃO PIRES, mercador «(…) fls. 8v: Pantalião Pires morador nesta vila e vindo ele da ilha da Madeira para Viana da Foz do Lima no mês
de Setembro de 1528 e lhe roubaram uma arca com vestidos e camisas e
calçado e outras muitas cousas e uma cama de roupa q todo valia seis
mil reais […] e as pessoas q vinham neste navio Sam Bastião Luís António Martins o qual ora é na dita ilha da Madeira e ambos moradores nesta vila de Guimarães e Fernão Vicente morador na freg.a de Sam Torcade (…)» (Livro do Roubo dos Franceses) «Ano de 1556 aos 14 de Fevereiro – Prazo que fez o cabido de umas casas na rua da Sapateira que renunciou Pantaleão Pires, mercador, a sua filha Florença Gomes casada
com Bartolomeu Pires mercador, as quais casas lhe foram dadas em dote
e casamento a ele Pantaleão Pires por seu sogro Martim Gomes. Testemunhas João Gonçalves dos Cavalos mercador e Roque Fernandes mercador».1649 Casou com Fulana GOMES, nascida na rua de Santa Maria,
Oliveira (Santa Maria), filha de Martim Gomes, escudeiro fidalgo, e tabelião d‟El-Rei na vila de Guimarães e de sua mulher Margarida Pires,
filha de Pedro Luís e de sua mulher Leonor Afonso. Tiveram:
1 (II)LUÍS PIRES DO CANTO, que segue.
2 (II)FLORENÇA GOMES, mulher de BARTOLOMEU PIRES ROSADO,
moradores no Casal do Barrosinho da freguesia de São Clemente de Basto termo da vila de Celorico.
LUÍS PIRES DO CANTO, casado com CATARINA ÁLVARES DA CUNHA,
filha legitimada do Cônego João Álvares, sacristão da Colegiada e de
mulher solteira, neta paterna de Fulano e de sua mulher Catarina Gonçalves. Estabelecemos a relação familiar entre Pantaleão e Luís Pires do
Canto através dos seguintes documentos:
Colegiada 931, fls. 194v a 195v, ano de 1557, em 28 de agosto – Procuração – Nas pousadas de Antônio Vieira do Canto, cavaleiro
AMAP. C – 930.
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fidalgo da casa da Infanta Nossa Senhora, estando aí a Senhora Leonora
Gonçalves, mulher dele, logo por ela foi dito que ela fazia seu procurador bastante ao dito seu marido […]. Testemunha: Mateus Álvares, mercador, ao qual ela rogou que assinasse Luís Pires, mercador, filho de
Pantalião Pires, e Martinho Martins, sapateiro, morador na dita vila.
O segundo documento trata-se do testamento da Senhora Isabel Gomes, dona viúva do Licenciado Jerônimo Álvares, filha de Martim
Gomes, tabelião e de sua mulher a Senhora Margarida Pires.
No seu testamento, de 8 de novembro de 1591, determinou,
entre outras coisas: 1650
# deixa por nomeado em todas as ditas quatro casas em o dito preço a Luís Pires seu sobrinho por ser pobre e ter muitos filhos aos
qual Luís Pires quer que a sua herdeira dê em sua vida trinta medidas pelos moinhos do Rio de Selho.
Item mais que manda a sua herdeira que desse a cada um ano nesta
vila a Maria Gomes sua sobrinha irmã de Luís Pires dez medidas.
De Luís Pires do Canto e de Catarina Álvares da Cunha nasceram:
1 (III)2 (III)3 (III)-
MARIA GOMES DO CANTO, que segue.
ANTÔNIO DO CANTO.
MARGARIDA GOMES, mulher de DIOGO RAMALHO, que segue
no § 132.o.
III-
MARIA GOMES DO CANTO, nascida em São Paio, Guimarães, 1590, aí
casada cerca de 1616, com ANTÔNIO MENDES DE SAMPAIO, mercador,
infanção e almotacé na vila de Guimarães, nascido na Quinta da Mourisca, Estorãos (São Tomé), Fafe, batizado em 21 de junho de 15851651, filho de Afonso Gonçalves (natural de Fontelo cerca de 1560, falecido na
Quinta da Mourisca, Estorãos (São Tomé), Fafe, em 23 de novembro de
16191652), lavrador e de sua mulher Helena Mendes de Sampaio (natural
da Quinta da Mourisca, Estorãos (São Tomé), Fafe, cerca de 1562, falecida no Casal da Bouça, Estorãos (São Tomé), Fafe, em 17 de abril de
16411653). Neto paterno de Gonçalo Anes, lavrador e de sua mulher Leo-
1650
AMAP. C – 781, fls. 600.
ADB. Misto 1, Estorãos (são Tomé), Fafe, Paroquial n.º 110, fls. 4, n.º 3.
ADB. Misto 1, Estorãos (São Tomé), Fafe, Paroquial n.º 110, fls. 76, n.º 5.
ADB. Misto 2, Estorãos (São Tomé), Fafe, Paroquial n.º 111, fls. 60, n.º 1. Recebeu
todos os sacramentos sendo sepultado seu corpo dentro da igreja, pegado ao púlpito.
1651
1652
1653
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Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
nor Gonçalves, senhores do domínio útil do Casal do Fundelo, Estorãos
(São Tomé), Fafe. Neto materno de Mendo Brás (nascido cerca de 1525,
falecido em 29 de junho de 15861654), senhor da Quinta da Mourisca, Estoãos, Fafe, e de sua mulher Ana de Sampaio (falecida em 4 de julho de
16031655), irmã de Cristóvão de Sampaio, cavaleiro fidalgo da casa real,
escrivão no concelho de Montelongo casado com Ana de Barros.1656
Bisneto materno de Brás Pires da Cunha, senhor da Quinta da Mourisca
no concelho de Montelongo e de sua mulher Catarina Anes, pais do Padre Marcos Brás, que recebeu ordens menores em 21 de dezembro de
1559.1657
Maria Gomes do Canto e Antônio Mendes de Sampaio tiveram:
1 (IV)CRISTÓVÃO MENDES DE SAMPAIO, que segue.
2 (IV)MARIA, que nasceu na rua de Alcobaça, São Paio, Guimarães,
batizado em 14 de janeiro de 1621.
3 (IV)ANA, que nasceu na rua de Alcobaça, São Paio, Guimarães,
batizada em 26 de abril de 1622.
4 (IV)JERÔNIMA, que nasceu na rua de Alcobaça, São Paio, Guimarães, batizada em 7 de maio de 1623.
5 (IV)PEDRO, que nasceu na rua de Alcobaça, São Paio, Guimarães,
batizado em 10 de agosto de 1624.
6 (IV)ISABEL, que nasceu na rua de Alcobaça, São Paio, Guimarães,
batizada em 30 de outubro de 1625.
7 (IV)PEDRO, que nasceu na rua de Alcobaça, São Paio, Guimarães,
batizado em 25 de novembro de 1626.
8 (IV)JOÃO, que nasceu na rua de Alcobaça, São Paio, Guimarães,
batizado em 29 de fevereiro de 1628.
9 (IV)ANA, que nasceu na rua de Alcobaça, São Paio, Guimarães,
cerca de 1630.
10(IV)- DIEGO, que nasceu na rua de Alcobaça, São Paio, Guimarães,
batizado em 12 de abril de 1633.
1654
1655
1656
1657
Fez testamento no qual deixou por herdeiros e testamenteiros a seus filhos, António
Mendes e Catarina Mendes; determinou que lhe gastassem oito mil reis do seu terço
em bens d‟alma.
ADB. Misto 1, Estorãos (são Tomé), Fafe, Paroquial n.º 110, fls. 71, n.º 13.
ADB. Misto 1, Estorãos (são Tomé), Fafe, Paroquial n.º 110, fls. 73, n.º 4.
GAIO, Manoel José da Costa Felgueiras. Op. cit. Vol. II: Barros, § 3 N 8, p. 540.
ADB. Cad. 10, 21 de dezembro de 1559 a 1. o de março de 1572, fls. 15.
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11(IV)-
IV-
III-
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MARIA, que nasceu na rua de Alcobaça, São Paio, Guimarães,
batizada em 7 de março de 1635.
CRISTÓVÃO MENDES DE SAMPAIO, nascido na rua de Alcobaça, São Paio, Guimarães, batizado em 4 de fevereiro de 1620. Casou-se com ISABEL
DE ANDRADE, senhora herdeira da Quinta da Cabeça da Porca, Sendim,
Felgueiras, filha de Francisco de Lemos Ribeiro, o Lagarto e de sua mulher Isabel Vaz Cardoso.1658 Com geração.
§ 132.o
MARGARIDA GOMES, filha de Luís Pires do Canto, do § 131.o n.o II. Casou-se com DIOGO RAMALHO. Quitação que dá Diogo Ramalho a Luís
Pires:
Em nome de deos amem saibaõ quoantos este estromento de / quitação e desobriguação deste dia pera todo sempre virem / que no anno do nascim.to de Nosso S.or Jhs X.o de mil e seisc.tos / e hum annos aos sete dias do mês de Dez.ro do dito anno em / a villa de G.es
na Rua dalcobaça della nas Pousadas de / Luís Pires estando ahi
Diogo Ramalho morador na Rua Nova do / Muro da dita vila por
ele em minha presença e das t.as / ao diante nomeadas foi dito que
ao tempo que elle se con/tratara de casar com Margarida Gomes filha dele Luís Pires e de sua mulher Catarina Álvares elles lhe prometeraõ em dote e casam.to por hua escriptura de dote o seg.te #
c.to e quatrorse / mil reis em dinheiro de contado desta moeda corrente nes/te reino e vinte mil reis em fato de casa e três moradas de
/ casas # huas na dita rua juntas às em que moram os dotadores / e
outras duas moradas na Rua da Arrochela e ao / fazer deste estromento lhe daraõ e pagaraõ perante mim / t.am e t.as ao diante nomeadas os ditos c.to e quator/ze mil reis os quais ele Diogo Ramalho contou e recebeo / na sua mão e contou e se deu por bem pago e
en/tregue e satisfeito e lhos pagaram por moedas // de pataquas e
moedas de quatro vinténs e tos/tois de prata e assi confessou ele
que ele estava entre/gue dos vinte mil reis de fato, e das casas que
também / lhe prometeram e de tudo estava já pago pelo que / dava
aos ditos Luís Pires e sua mulher e herdeiros por / quites e livres
deste dia pera todo o sempre de todo o dote / que pela dita escriptura lhe prometeraõ e se obrigava / de nunca por ele os demandar em
nenhum tempo em juízo nem fora dele por si nem por outrem, sob
1658
GAIO, Manoel José da Costa Felgueiras. Op. cit. Vol. V: Farias, § 131 N 12, p. 180;
e Vol. VI: Lemos, § 19 N 6, p. 346. FERNANDES, Maurício António. Ribeiros
Morgados de Torrados e da Torre de Idães”. Porto: Ed. Autor, 2006, p. 35.
528
Cantos e Rochas, de Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba
pena de lhes pa/guar de pena e em nome de pena cem cruzados […]
Teste.: Pedro criado de mim t.am [tabelião Bento de Matos] António Taveira, Francisco Rebelo de Oliveira.
1 (IV)2 (IV)-
I-
II-
De Margarida Gomes e de Diogo Ram

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