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REVISTA DA ASSOCIAÇÃO ACADÉMICA DA UNIVERSIDADE DA MADEIRA JUNHO 2012 03 JUN. 2012 NESTA EDIÇÃO AS EMISSÕES DE GASES DE EFEITO ESTUFA ASSOCIADAS À PRODUÇÃO DA REVISTA JA SÃO NEUTRALIZADAS PELA GRÁFICA PELO QUE ESTA REVISTA É CARBONFREE®. A ABRIR COM PEDRO OLIVEIRA 04 À CONVERSA COM... RÚBEN GOUVEIA 06 O QUE FAZER DEPOIS DOS EXAMES 10 SCP-UMa, A CHAVE PARA O SUCESSO: CRI(S)E! 12 OFERTAS GAUDEAMUS 14 EM PORTUGUÊS ESCORREITO 16 DE MOCHILA ÀS COSTAS NA BÓSNIA E HERZEGOVINA 18 TALVEZ OS SANTOS NOS VALHAM 20 HISTÓRIAS DO ARCO DA VELHA, LÁGRIMAS DE UM MESTRE 22 NA UMa ERA BOM... 24 A. I., É URGENTE UM TRATADO À PROVA DE BALA 26 (IN)DECISÕES 28 BOAS NOTÍCIAS 30 REDESCOBRIR A MADEIRA, O PILAR DE BANGER 32 TROFÉU DO REITOR CHEGA AO FIM 34 SER ECO COMPATÍVEL EM ÁREAS REDE NATURA 2000 38 CINM É O CENTRO DO MEU FUTURO 40 COMO PREPARAR (E FAZER) UMA DEFESA DE SUCESSO 42 AS DIETAS LOUCAS 46 IPSIS VERBIS 48 FOI DITO 50 SPAD, A SAÚDE ORAL DOS ANIMAIS DE COMPANHIA 52 PALAVRAS E NÚMEROS 53 ORDEM DOS ENGENHEIROS 54 AGONIA JOVEM 56 PAUTA FINAL 58 FICHA TÉCNICA PROPRIEDADE: Associação Académica da UMa · DIRECTORA: Andreia Nascimento · EDITOR: Rúben Castro · REVISÃO: Carlos Diogo Pereira · DESIGN GRÁFICO: Eduarda Rodrigues · Ângela Ferreira · Sílvia Fernandes · FOTOGRAFIA E EDIÇÃO: Eduarda Rodrigues EDIÇÃO E PUBLICIDADE: Departamento de Comunicação da AAUMa [email protected] · DISTRIBUIÇÃO: Gratuita · VERSÃO ON-LINE: www. aauma.pt · TIRAGEM: 1500 exemplares · EXECUÇÃO GRÁFICA: Nova Gráfica, Lda. · DEPÓSITO LEGAL: 321302/10 · ISSN: 1647-8975 O conteúdo desta publicação não pode ser reproduzido no todo ou em parte sem autorização escrita da AAUMa. As opiniões expressas na revista são as dos autores e não necessariamente as da AAUMa. A Revista JA é escrita com a antiga ortografia, salvo algumas excepções assinaladas. 04 JUN. 2012 A ABRIR _ UMA VIDA FEITA DE EXERCÍCIOS Para uma grande percentagem da população mundial, a prática de actividade física e desporto não é um hábito exercido regularmente. No entanto, estes constituem um importante pilar para um estilo de vida saudável, pois só assim se pode alcançar um estado de, completa boa disposição física, psíquica e social. A prevenção da hipertensão e a redução do risco de desenvolver diabetes e osteoporose verificam-se com a prática de actividade física. Esta tem, também, um papel significativo na melhoria da composição corporal, através de uma redução da percentagem gorda, de um melhor controlo do peso, prevenindo assim a obesidade. Em termos psicológicos, o desporto promove, em quem o pratica, uma maneira para suportar melhor as tensões e frustrações do dia-a-dia e controlar os seus níveis de ansiedade. Com recurso ao exercício, as pessoas melhoram os seus níveis de autoestima, autoconfiança e de motivação para realizar diferentes tarefas. A nível social, o desporto é um óptimo ponto de partida para a criação de laços sociais. A oportunidade de pertencer a um grupo, traz consigo a possibilidade de partilhar emoções e sentimentos, aproveitando tudo o que de bom este tenha para lhe oferecer. Considerando estes aspectos e segundo a Direcção-Geral da Saúde, os benefícios para a saúde são, geralmente, obtidos através de, pelo menos, 30 minutos de actividade física moderada, diária. Aproveite esta dica, pratique desporto e encontre a base da fórmula para uma vida saudável. _ PEDRO OLIVEIRA 06 07 JUN. 2012 JUN. 2012 À CONVERSA COM... _ RÚBEN GOUVEIA Ligo o telejornal, alimentando a alma com mais duas horas do atual estado de pessimismo e austeridade vivida em Portugal: “aumento do IVA; gasolina mais cara; desemprego a disparar”. Uma espiral de más notícias, que sugam a alma para um estado de decadência e pessimismo. Enfim, um dia normal, suspiro, pensando para mim mesmo. Mas deixemos as histórias tristes de parte, e foquemo-nos na minha não-tão triste história. Nascido na bela Ilha da Madeira, embarquei (ainda de fraldas) juntamente com os meus pais, para a cidade de Sydney, Austrália, numa busca por melhores condições de trabalho e qualidade de vida. Para trás ficou um país onde pouco tínhamos, emigrando para outro onde, à partida, ainda menos tínhamos. Mas, ao bom estilo Inglês, a Austrália rapidamente evidenciou os seus princípios. Desde sempre, primou por ser um país onde os seus residentes são recompensados pelo trabalho que efetuam, e não pelas “pessoas que conhecem”. Saber fazer prevalece, assim, perante o parecer ser. E, nesta ótica, os meus pais, trabalhadores dedicados, foram conquistando o seu espaço profissional, sendo recompensados pela sua persistência e vontade de vincar na vida. Sendo também conhecido por ser um dos países mais multiculturais do globo, a minha família rapidamente conseguiu instalar-se numa zona onde a língua Portuguesa fazia-se ouvir ao virar de cada esquina – seja nas populares churrasqueiras Portuguesas, ou nas festas promovidas pelos clubes portugueses. Anos voaram, e pela Austrália fui passando por várias fases da minha vida – deixei para trás as fraldas que trazia da Madeira, aprendi as minhas primeiras palavras, assisti a passagens de ano sob a ponte de Sydney, e iniciei o meu percurso académico. Apesar da vida correr de feição à minha família, o “chamamento da pátria” e daquilo que tinha sido deixado para trás (família, amigos) fez-nos mudar regressar ao nosso ponto de partida. O regresso à Pérola do Atlântico implicou uma adaptação a um país com costumes e hábitos completamente díspares daquilo que entretanto tinha vindo a me habituar: Pessoas com uma mentalidade “mais fechada”, que nem sempre respeitam opiniões contrárias e um país com menor renumeração e desenvolvimento, porém, um país com maior segurança e mais “caloroso”. Por cá, concluí o secundário, e, de imediato, ingressei na Universidade da Madeira, perfazendo uma licenciatura e mestrado em Engenharia Informática. Durante o mestrado surgiu a oportunidade de estagiar na Bélgica, o que reacendeu a minha vontade de viajar e conhecer culturas diferentes. Concluído o mestrado, seguiu-se a tão medonha transição entre a vida académica e profissional, onde vivi um mês repleto de incertezas e decisões importantes. Candidatei-me a algumas empresas, convicto que surgiria um emprego que alimentasse a minha realização profissional. Num ápice fui submetido a uma entrevista de trabalho no M-ITI - Madeira Interactive Technologies Institute - emprego onde fui prontamente aceite e onde trabalho atualmente. 08 09 JUN. 2012 JUN. 2012 “Somos jovens, o nosso tempo é o aqui e agora! E, por mais vezes que falhem, o importante é nunca desistir!” O QUE É QUE A MINHA EXPERIÊNCIA ME ENSINOU? Perante a minha experiência de trabalho e de vida, tanto na Austrália, como na Bélgica e em Portugal, tenho vindo a conviver diariamente com pessoas de diferentes nacionalidades. Nesta interação tenho constatado que por mais mal visto e desorganizado que o nosso país esteja, os portugueses são dos povos mais trabalhadores que conheço, apresentando projetos tão bons, ou até mesmo melhores perante outros vindos de países presumidamente “mais desenvolvidos”. Dito isto, e em relação à procura de trabalho, acredito piamente que cada vez menos somos recrutados pelo valor da universidade onde concluímos um curso, ou pela média com que a concluímos. O mais importante, sob o meu prisma, é saber “vender o nosso produto”, de forma original e autêntica, visto que a última coisa que a nossa sociedade precisam é de é de ausência de empreendedorismo, originalidade e inovação. A MINHA RECEITA DO SUCESSO? 200 gramas de puxões de orelhas da minha mãe, a quem estarei eternamente grato, e que fizeram-me crescer pelo menos 30cm em tamanho, e 30m em carácter. 100 gramas de amigos persistentes e esforçadas, que me incutiram a ambição de querer ser alguém na vida. 250ml de ambição e inovação, uma pintada de teimosia, e muita humildade! QUAL O MEU CONSELHO? Sejam originais, inovadores, e autênticos! Não se limitem a seguir o caminho que os outros fazem, mas trilhem o vosso próprio caminho. Demonstrem o vosso valor, provando que conseguem ser joias, no meio de tanto trigo! Podem começar por coisas simples, tais como os vossos currículos: Não se limitem ao currículo eu- ropeu, mas tentem investir em apostas visualmente mais atrativas, que consiga expor de forma clara as vossas habilidades. Não tenham medo ter medo em arriscar, em ousar investir no vosso futuro, ao invés de simplesmente se acomodarem a algo que não vos traz felicidade, nem realização pessoal e profissional. Somos jovens, o nosso tempo é o aqui e agora! E, por mais vezes que falhem, o importante é nunca desistir e tentar tirar apontamentos das experiências, que foram à partida, menos boas. “Pedras no caminho? Guardem todas, e construam um castelo com elas” _ RÚBEN GOUVEIA NOTA: Texto escrito na nova grafia ao abrigo do Acordo Ortográfico de 1990 10 11 JUN. 2012 JUN. 2012 O QUE FAZER DEPOIS DOS EXAMES Os exames estão feitos, as férias já espreitam, e nós, estudantes, que esperámos o ano todo pelo Verão questionamo-nos: o que fazer agora? As férias e Verões passados sem nada fazer já lá vão e nos dias de hoje não fazem sentido. A praia, o sol e o mar salgado devem fazer parte mas apenas como um complemento. Existem outras formas de tornar os tempos livres prolongados mais produtivos para a nossa própria formação pessoal e profissional e, até mesmo, para a comunidade. Uma forma de tal acontecer é, por exemplo, o voluntariado. Existem variadas instituições que necessitam de cooperação, tanto no acompanhamenti aos doentes, aos idosos, aos animais ou na organização de eventos. Exemplo disso é a Sociedade Protectora dos Animais Domésticos que continua com um programa de voluntariado. Para quem gosta de animais, esta pode ser uma opção válida para desenvolver competências e ganhar alguma experiência no mundo real do trabalho. Procurar um trabalho de Verão pode ser outra hipótese: para aqueles que além de quererem ganhar alguma experiência profissional, também necessitam de ganhar uns trocos, esta é uma opção válida. Para aqueles alunos que terminaram o curso sem estágio integrado e se sentem à deriva, com os sussurros do desemprego que se fazem ouvir a toda a hora, a procura de um estágio profissional pode ser uma excelente escolha. Existem vários mecanismos que podem ajudar nomeadamente GPC/Clube de Emprego da UMa, disponível em www.gpc.uma. pt, o Instituto de Emprego e Formação Profissional, ou ainda através da plataforma electrónica PEJENE 2012, que visa a “criação de uma relação directa entre a Escola e a Empresa/Organização, através do desenvolvimento de projectos de formação em local de trabalho, ainda durante o período de estudo dos jovens. Os jovens serão colocados em empresas no período de interrupção das suas actividades lectivas de Verão, período esse coincidente com as maiores necessidades das empresas em termos de recursos humanos (…)”, segundo afirma o PEJENE. Os estágios não são remunerados mas os estagiários têm direito a um subsídio de alimentação e transporte. Para aqueles que procuram adrenalina e novas oportunidades têm ainda a opção de viajar e conhecer outros países, numa realidade também muito enriquecedor. Assim sendo, faz as escolhas certas e tem um Verão produtivo! _ CAROLINA MARTINS © ALEXANDER KOSAREV / PhotoXpress Inc 12 13 JUN. 2012 JUN. 2012 A CHAVE PARA O SUCESSO: CRI(S)E! Com certeza já ouviu expressão “pensar fora da caixa”. Esta expressão significa ser criativo e expandir-se para além das margens do que é tido como “confortável”. Uma das caraterísticas mais ricas e potenciadoras de sucesso no ser humano é a sua capacidade de resolução de problemas, que vem permitir uma adaptação bem-sucedida ao contexto em que se encontra inserido, mesmo em situações adversas. Para resolver problemas, nada melhor do que ser criativo e inovar na forma de pensar e agir. Note-se que a criatividade não é só para alguns, como se chega a pensar. Todos os seres humanos, independentemente da idade e/ou formação académica, têm um potencial criativo. Tal constitui uma mais-valia numa altura em que somos obrigados a uma constante adaptação, face à velocidade em que o mundo se transforma e à exigência que nos é imposta pelo mercado de trabalho. Ironicamente, a criatividade parece ser uma característica pouco valorizada e estimulada, uma vez que a sociedade parece se basear essencialmente num modelo estandardizado, em que há uma imposição de modos de pensar e de agir, pelo que a maioria das pessoas resolve problemas imitando soluções anteriores à procura de obter resultados diferentes. Em época de crise, criar é a melhor opção. Pensar “fora da caixa” e reinventar padrões de resolução de problemas assume-se como fundamental, ao invés de tentar restaurar soluções inadequadas e mal sucedidas. Vejamos a importância da criatividade no mundo atual: O estudante que sai da universidade à espera de entrar no mercado de trabalho transporta uma série de informações e conhecimentos que quer pôr em prática no seu novo trabalho. Porém, nem tudo o que é exigido neste contexto está associado à aplicação direta dos tais conhecimentos teóricos. O que acontece atualmente é que o ex-estudante, com frequência, não encontra um trabalho na área para a qual estudou, ou quando encontra uma oportunidade numa instituição pode não lhe ser pedido que aplique os conhecimentos especializados que aprendeu. Assim, em vez de se sentir inútil ou mal preparado, deverá pôr em prática mecanismos de resolução de problemas, e sugerir novos projetos criativos e inovadores. É, pois, urgente transformar o modo como encaramos o nosso futuro, compreendendo que, no contexto laboral, é esperado que reinventemos e construamos projetos de forma criativa, encontrando infinitas formas de os realizar e utilizando inúmeros recursos. Em tempos de crise não é suficiente lutar nas mesmas batalhas e percorrer os mesmos caminhos. Encontrar um novo trajeto, fora da “caixa”, é a melhor solução! Ser criativo pressupõe correr riscos, vivenciar, explorar e criar. Não tenhamos medo de falhar, já que errar faz parte do processo. Criemos e reinventemos o futuro. Mais do que inovadores, sejamos criadores de novos mundos e “façamos o que ainda não foi feito”! SERVIÇO DE CONSULTA PSICOLÓGICA Tlm.: 918 159 467 http://scp.uma.pt [email protected] _ SCP-UMa Serviço de Consulta Psicológica da Universidade da Madeira “Em momentos de crise, só a imaginação é mais importante que o conhecimento.” Albert Einstein NOTA: Texto escrito na nova grafia ao abrigo do Acordo Ortográfico de 1990 © TOMBAKY / PhotoXpress Inc 16 17 JUN. 2012 JUN. 2012 ideiossincrazia falassiozo 3% ideio-sincracia EM PORTUGUÊS ESCORREITO _ HELENA REBELO Docente da UMa © TAKUS / PhotoXpress Inc O que terão em comum todas as ciências? Usam, todas, um método científico e, em princípio, todas recorrem à linguagem verbal para veicular os conhecimentos que vão descobrindo ou redescobrindo. Além disso, muito vocabulário de uma determinada área científica é empregue noutras. Por exemplo, “idiossincrasia” é, na origem, do domínio da Medicina e “falácia” remete para a Filosofia, sobretudo a aristotélica. Contudo, reencontram-se em outras áreas e, diariamente, nos meios de comunicação social, mas escrevê-los devidamente pode ser, para alguns, um desafio. 13% 3% ideio-sincrasia 44% falacioso 87% falaciozo 10% idiossincrasia 40% Uma …………………. terá de ser sempre original. Ele apresentou um argumento claramente........ . ideiossincrazia / ideio-sincracia idiossincrasia / ideio-sincrazia falassioso / falaciozo falaçoso / falacioso SOLUÇÃO Uma idiossincrasia terá de ser sempre original. SOLUÇÃO Ele apresentou um argumento claramente falacioso. EXPLICAÇÃO Na Medicina, segundo o dicionário Houaiss, “idiossincrasia” indica a “predisposição particular do organismo que faz [com] que um indivíduo reaja de maneira pessoal à influência de agentes exteriores (alimentos, medicamentos, etc.)”. Numa acepção geral, significa “característica comportamental peculiar a um grupo ou a uma pessoa”, sendo recorrente no âmbito da Literatura. O termo tem origem no vocábulo grego “idiosugkrasia,as” com a ideia de “‘temperamento particular”. EXPLICAÇÃO Quem estudou Filosofia, lembrando-se do que aprendeu, terá mais facilidade em escrever o adjectivo “falacioso”, formado a partir do substantivo “falácia” e de um sufixo (falácia + -oso). O adjectivo e o substantivo apontam para “falsidade”. Uma falácia corresponde a um raciocínio falso e enganador, embora simule ser verdadeiro. Reporta-se ao “silogismo sofístico” do aristotelismo. O termo “falácia” provém do vocábulo latino “fallacia,ae” com o sentido de “engano, trapaça, manha”. Quando se emprega em qualquer área do saber, “falacioso” tem sentido idêntico. DE MOCHILA ÀS COSTAS NA BÓSNIA E HERZEGOVINA Duas cidades-chave a conhecer: Sarajevo e Mostar. Após uma longa viagem de autocarro, desde a Eslovénia, chegámos à capital Sarajevo. Durante o trajecto até à cidade, fomos observando os arredores, desde as casas, os rios, as montanhas… Na capital, visitámos o Túmulo da Esperança (800m). Este ajudou a cidade a resistir às forças invasoras, no cerco originado durante a guerra da década de 90. Ao transpor os poucos mais de 20 metros que restam do túnel, somos invadidos por uma atmosfera sobrecarregada, imaginando o sofrimento ao qual, há cerca de 20 anos, milhares de pessoas foram submetidas. Afastando estas imagens pesarosas da nossa mente, somos movidos pelas maravilhas que nos esperam. Uma delas é a de percorrer as ruas antigas da cidade, repletas de lojinhas de souvenirs que utilizam os materiais da guerra que findou para criar lembranças únicas tais como jarras ou esferógráficas únicas. Já a cidade de Mostar, Património da Humanidade, detém um lindíssimo centro histórico. A ponte, depois de ter sido destruída em 1993, foi reerguida, continuando como um dos marcos da cidade. É conhecidíssimo o seu peculiar rio de águas verdes que deslumbra todos os que por lá passam. Aconselho! _ ELISABETE ANDRADE 20 21 JUN. 2012 JUN. 2012 TALVEZ OS SANTOS NOS VALHAM As Festas Populares, de Santo António, São Pedro e São João são celebradas desde há alguns séculos. Em Portugal, têm origem nas chamadas “Maias”: cânticos litúrgicos dedicados ao mês de Maio, que viram o seu significado religioso alterado através dos bailados (considerados pagãos) que o povo realizava pelas ruas. Muito tempo e várias alterações depois, no presente, estas festas são encaradas como “restos das antigas festas pagãs do sol integradas nas festas cristãs”, às quais o povo adere desenfreadamente, sem a consciência “se é um verdadeiro amor ao santo, se é antes o sentimento bairrista e desejo de congregar ali os amigos e emigrantes, se é o desejo de organizar um convívio mundano onde cabem certas liberdades, ou se essa paixão por aquele local inclui o prolongamento de uma festa pagã” (Gonçalves, 2010). O calendário de festejos desta índole é fruto, defende-se, quer das celebrações de santos e da criação de festas de origem, quer, muitas vezes, da purificação das antigas comemorações pagãs. Independentemente do começo certo, é um facto que as festas populares têm lugar em diversos pontos do País, misturando o pagão e o cristão, com a essência das festividades mais vanguardistas. As celebrações iniciam-se com o casamenteiro Santo António a 13 de Junho, seguindo-se, no dia 24, S. João e, a 29, S. Pedro. Estes dias foram “escolhidos” por sessenta e nove concelhos portugueses para celebrar os seus feriados municipais. A gastronomia típica, a fogueira, as marchas, os manjericos, os balões, os arcos, e muitos outros símbolos, entre o pagão e o cristão, ilustram este mês de festa. Um artigo do jornal “Voz do Dão” deixa uma questão propícia a reflexão: “será que os santos é que são populares ou foi o povo que assim os tornou?”. É um facto que, embora com a vertente cristã inerente, estas festas tornaram-se palco popular, pela mão do povo que venera e festeja, de formas distintas e excessivas, cada um dos santos. Algumas cidades tornaram, até, cada celebração um cartaz turístico, envolvendo procissões, casamentos (como os de Santo António em Lisboa) e espectáculos musicais e pirotécnicos (à semelhança do S. João no Porto). Ou seja, cada cartaz festivo representa um investimento considerável das autarquias e colectividades, sejam cristãs ou de outra índole. Embora a crise tenha sido um dos tópicos mais falados na actualidade, é certo que, mais uma vez, Portugal inteiro se vai unir para erguer bem alto o nome das suas festas populares, contornando os cortes que se vão fazendo, e vivendo, pelo menos, durante alguns dias, acima das suas possibilidades, entre a sardinha e o cheiro antigo do manjerico ou entre a marcha e o seu arco moderno. Talvez os santos nos valham, lembrando que as festas “são um hino à vida, proclamam a fertilidade como uma bênção, revêem no namoro e no casamento um caminho de felicidade” (Medeiros, 2009). Porque nós, lusitanos do triste fado, também precisamos da mil cores da alegria e da marcha. _ VERA DUARTE REFERÊNCIAS _ Gonçalves, J. (2010). Festas Religiosas Populares. Agência de Noticias da Igreja Católica em Portugal. De http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=47878 Medeiros, A. (2009). Estalam roqueiras nos céus da crise. A união, jornal online. De http://www.auniao.com/noticias/ver. php?id=16564 Voz do Dão, Jornal Independente. (2006). Os Santos Populares. De http://www.vozdodao.net/index.php?option=com_content& view=article&id=766&catid=39:geral&Itemid=81 © JUAN FERREIRA SXOXS / PhotoXpress Inc 22 JUN. 2012 HISTÓRIAS DO ARCO DA VELHA _ LÁGRIMAS DE UM MESTRE Nos olhos do homem colou-se um vapor de vaidade, de sentimento de realização, de trabalho concretizado. Viu, ao longe, as artes esculpidas pela sua sabedoria, lançando fitas e pastas e felicidades ao ar. Sentiu as lágrimas queimarem-lhe os socalcos da pele e suspirou como quem solta um pássaro de um abismo, a medo mas com toda a fome de liberdade. Limpou o nariz ao lenço branco onde a mãe, que Deus a guarde, estampara o emblema da universidade: porque ali crescera, como os jovens que gritavam de orgulho; porque ali morreria sabendo que as suas heranças culturais estavam bem entregues. Centenas de estudantes festejavam o encerrar de uma etapa. A primeira de muitas. E eram brancos e negros e chineses e sul-americanos e falavam português e alemão e japonês e espanhol mas entendiam-se e abraçavam-se porque a vitória de um era a vitória de todos. O professor encarava-os e encontrava em cada um deles, aquilo que ele fora um dia: a determinação, a vontade e o sonho misturavam-se aos sorrisos de felicidade. _ VALENTINA FERREIRA 24 JUN. 2012 NA UMa ERA BOM … “… voltar a poder trabalhar aos domingos e feriados sem autorizações.” Andreia Martins, Enfermagem “… que o bar tivesse melhores condições de higiene.” Vanessa Nascimento, CET Segurança e Higiene Alimentar “… igualdade de direitos.” Joana Freitas, Educação Básica “… abrir algum curso que não exista em muitas universidades, para assim esta se destacar.” Patrícia Amaral, Economia “… que dessem importância à poupança de energia, como por exemplo desligar o ar condicionado.” Manuela Oliveira, CET Segurança e Higiene Alimentar “… haver mais concertos com artistas convidados e dj’s… A vida não é só estudo!” Ana Filipa Freitas, Enfermagem _ JOANA FRANÇA 26 27 JUN. 2012 JUN. 2012 É URGENTE UM TRATADO À PROVA DE BALA _ AMNISTIA INTERNACIONAL PORTUGAL _ LEGENDAS 1. © Amnistia Internacional Há regulamentos que controlam o comércio de bananas, mas nenhum regula a importação e exportação de armas. 2. © Sarah Carr Um polícia durante os protestos no Egito, na Primavera Árabe. 3. © Mira66 Escultura intitulada “Não-Violência”, no exterior das Nações Unidas, em Nova Iorque, Estados Unidos da América. NOTA: Texto escrito na nova grafia ao abrigo do Acordo Ortográfico de 1990 1. 2. 3. Em julho as Nações Unidas podem dar um passo histórico ao criarem um documento que pode mudar as nossas vidas: o Tratado de Comércio de Armas. Porque nenhum de nós usa diariamente um colete à prova de bala, é urgente um instrumento que nos proteja. Exijam-no! internacional. Agora um outro dado interessante: a Rússia é o maior fornecedor de armas da Síria e as armas russas representam 78% das importações deste país, revela o SIPRI-Stockholm International Peace Research Institute. E o que é que isso nos interessa a nós, portugueses? É preciso perceber que as consequências deste comércio, que é um dos negócios mais lucrativos do mundo (a par com a droga e o tráfico de seres humanos), são sentidas sobretudo por pessoas comuns, como todos nós, que não andamos diariamente com coletes à prova de bala. Se abrirmos hoje um qualquer jornal, provavelmente encontramos uma notícia de alguém assassinado num assalto à mão armada. O estudo “Violência e Armas Ligeiras: Um Retrato Português”, do Núcleo de Estudos da Paz , revela mesmo que, por semana morrem em Portugal pelo menos duas pessoas vítimas das armas. E acrescenta que se estima existirem no nosso país 2,6 milhões de armas de fogo na posse de civis, ou seja, 2,5 armas por cada 10 habitantes. Quase metade delas, continua o estudo, estão ilegais (46%). Dados confirmados pelo Re- latório Anual de Segurança Interna 2011, do Sistema de Segurança Interna. Estas armas terão entrado no nosso país de alguma forma, fruto de um comércio que o mundo (ainda) não controla. É urgente estabelecer padrões comuns para as importações, exportações e transferências de armas e mecanismos de controlo destas transações. É ainda fundamental que as normas que regulam o comércio de armas tenham em conta o Direito Internacional e os Direitos Humanos, proibindo o negócio, por exemplo, quando este possa servir para cometer atrocidades, como está a acontecer na Síria, com armas russas (entre outras). Tudo isto pode ser alcançado já no próximo mês de julho, quando decorrer nas Nações Unidas a Conferência onde será negociado o Tratado de Comércio de Armas. Nessa altura a Amnistia Internacional vai entregar aos Estados um Apelo Global por um Mundo mais Seguro, assinado por todos nós. Junte a sua assinatura em www. amnistia-internacional.pt. Não fique fora desta mudança! Começamos com uma adivinha: se há regulamentos internacionais que controlam o comércio de bananas e de ossos de dinossauros, porque será que não existe um tratado que regulamente o comércio de armas? A situação na Síria talvez ajude a responder à pergunta. Desde 2011 que a população tem exigido o fim do regime do presidente Bashar al-Assad, que respondeu com tanques e snipers que matam indiscriminadamente. O Conselho de Segurança das Nações Unidas – órgão que visa a segurança mundial e pode autorizar uma intervenção militar em qualquer país – tentou aprovar uma resolução condenando a ação do Chefe de Estado sírio. A Rússia e a China bloquearam o processo até ao passado mês de abril – vetando as resoluções –, mas tiveram de desistir face à pressão 28 29 JUN. 2012 JUN. 2012 (IN)DECISÕES © DUSAN ZIDAR / PhotoXpress Inc Quantas vezes nas nossas vidas já fomos confrontados com momentos de (in)decisão que nos fizeram ficar sem dormir, alheados de tudo, centrados em como resolver determinada situação, angustiados sobre qual será a melhor decisão. É nestes momentos que o nosso corpo e a nossa mente se ativam, dando mesmo sinais de que estão em funcionamento, através de alguma inquietação, ansiedade, focalização naquele problema em detrimento das nossas tarefas quotidianas, reorganização dos nossos esquemas mentais, para que possamos finalmente decidir pelo melhor caminho. Este é um processo que pode conduzir a que nos ponhamos em causa, mas principalmente é um processo de crescimento, uma oportunidade para colocarmos em prática todas as estratégias e competências que fomos adquirindo ao longo da vida, em tantas outras experiências pelas quais passamos. O importante é evitar sofrer por antecipação, pensando em problemas que na maior parte das vezes não chegam a acontecer, mas que nos tiram horas de sono e nos deixam ansiosos. E, principalmente, fazermos uso dos nossos recursos internos, ao invés de procurarmos uma solução alternativa, que poderá ampliar o problema e colocar entraves ao nosso processo de decisão. Nestes momentos que surgem nas nossas vidas, sejam eles uma nota menos boa num exame, a repetição do ano letivo, a incerteza se vamos ou não arranjar trabalho, é importante evitar o consumo de substâncias psicoativas, pois tal não é a solução ou o refúgio para as situações menos boas. É preferível a essas falsas sensações, rodearmo-nos daquelas pessoas que pontuam a nossa vida, quer sejam amigos, pais, colegas, e que estão sempre disponíveis para nos ajudar nas nossas (in)decisões. Em cada fase do nosso percurso existencial definimos um conjunto de metas a atingir, no sentido da realização pessoal. Seligman sustém que a autêntica satisfação de vida não só é possível, como se pode e deve cultivar, identificando e utilizando muitas das fortalezas e recursos que o indivíduo já possui: ao identificar e desenvolver o melhor de si, o indivíduo melhora sensivelmente a sua vida e a de quantos o rodeiam. Pratique exercício, leia um livro, ouça música, conviva, dê a si próprio a oportunidade de viver e verá que, ao tomar o poder da sua vida, mais facilmente saberá lidar com as (in)decisões que possam surgir, e que certamente irão surgir, para seu bem. Os indivíduos que sabem controlar e orientar a sua experiência interna, são capazes de determinar a qualidade das suas vidas, isso é o mais próximo que podemos estar de uma autêntica satisfação de vida (Czikszenmihalyi, 2000). Há que estar preparado para enfrentar as várias (in)decisões da vida e consolidar as experiências, para uma maior e melhor qualidade de vida. _ BEBIANA RIBEIRO Psicóloga Serviço de Prevenção de Toxicodependência - IASAÙDE, IP-RAM NOTA: Texto escrito na nova grafia ao abrigo do Acordo Ortográfico de 1990 30 31 JUN. 2012 JUN. 2012 BOAS NOTÍCIAS _ TIAGO ORNELAS POUPANÇA DE ENERGIA DOUTORECOS – ATELIER DE FÉRIAS DA AAUMA Este ano, a AAUMa organiza um atelier de férias destinado a crianças entre os 6 e os 10 anos e que visa proporcionar divertimento e aprendizagem aos mais jovens através da realização de diversas actividades didácticas. A iniciativa irá realizar-se em duas semanas (9 a 13 de Julho e 16 a 20 de Julho), cada qual acolhendo grupos distintos de crianças. Esta actividade pretende encorajar crianças de diversas idades a conviverem em harmonia num estabelecimento que lhes irá proporcionar todas as melhores condições para a prática da diversão. Durante este mês, cerca de 700 lâmpadas de semáforos vão ser substituídas na zona do Alto Alentejo por LEDS de modo a poupar cerca de 80% de energia neste tipo de iluminação. Estas lâmpadas são responsáveis pelo consumo de 150 mil kWh equivalendo assim a 21 mil euros por ano de poupança. Em tempos de crise ideias económicas como esta são de se prezar pois devem ser invocados todos os meios para ajudarmos o nosso País a ultrapassar a crise. O custo desta operação ronda os 75 mil euros, valor investido que deverá ter retorno após apenas quatro anos de utilização deste sistema. É também sabido que, em caso de sucesso desta implementação, é bem possível que esta ideia se possa alastrar a mais zonas do País. NAS HIV: PERITOS ACONSELHAM APROVAÇÃO DE MEDICAMENTO Neste concurso disputado por 40 equipas de 22 países, duas equipas constituídas por seis jovens de 16 anos trouxeram para Portugal duas medalhas de prata. As provas consistiram em três matérias distintas: Química, Física e Biologia. Com este resultado o nosso país ultrapassou pela primeira vez a fasquia da Medalha de bronze o que pode espelhar em parte, o esforço e o investimento que o Estado tem feito na educação. De notar também que as equipas de jovens talentos ombrearam com países em que o sistema de ensino é considerado muito superior ao nosso que segundo o estudo da rede internacional de universidades Universitas 21, colocou Portugal no 23.º lugar de um total de 48 sistemas de educação avaliados onde em 1.º lugar ficou os EUA. Fica então este registo na esperança que este marco seja um impulsionador para que os jovens deste país invistam mais na sua educação. A administração de fármacos e alimentos (FDA), recomendou a aprovação do primeiro fármaco que supostamente irá fortalecer o sistema imunitário de modo a impedir a infecção das pessoas com o vírus da SIDA. De seu nome Truvada, este JOVENS PORTUGUESES OLIMPÍADAS DA CIÊNCIA PREMIADOS fármaco promete ser útil especialmente para os grupos da sociedade mais susceptíveis de contrair o vírus da SIDA entre as quais, homossexuais e consumidores de drogas por injecção. A patente do Truvada é detida da pela empresa Gilead Sciences, Inc. desde 2004 e resulta na combinação de dois fármacos, o Emtriva e o Viread. Os especialistas temem, no entanto, que o sucesso deste novo medicamento venha a reduzir o uso de outras formas de protecção, que aumentem a exposição da população a outras doenças transmitidas sexualmente. 32 33 JUN. 2012 JUN. 2012 REDESCOBRIR A MADEIRA _ O PILAR DE BANGER Uma das memórias históricas do porto do Funchal era o enorme Pilar de Banger que se levantava nas margens da praia e que fazia as delícias dos viajantes que demandavam a ilha da Madeira, sendo objeto de inúmeras aguarelas e depois, de fotografias. O enorme pilar de cantaria do cabo Girão, com cerca de 30 metros de altura, foi mandado levantar pelo comerciante inglês John Light Banger (1726-1798), estando pronto em 1798, ano em que pensamos ter este comerciante falecido. A ideia era para o mesmo servir guindaste e cabrestante para transporte de mercadorias dos navios ao largo para a praia do Funchal. O aumento da envergadura dos navios, rapidamente, inviabilizou essa utilização, servindo até aos inícios do século XX como posto de sinais à Casa Blandy, avisando os exportadores das encostas da cidade da chegada ao porto dos navios e a que companhia pertenciam. A comunicação era feita das encostas do Funchal, especialmente do lugar Avista Navios, na Nazaré, sendo então hasteada no Pilar a bandeira da companhia do navio que estava para entrar no porto, passando os comerciantes a saber se tinham mercadoria a receber ou a despachar, se chegava correspondência e jornais que lhes interessavam, etc.. Na década de 30 do século XX, o Dr. Fernão de Ornelas iniciou uma enorme campanha de obras em toda a cidade do Funchal, seguindo de muito perto o arrojado Plano de Melhoramentos feito pelo arquiteto Ventura Terra, em 1914 e 1915, que propunha a construção de uma marginal, tal como havia nas grandes cidades portuárias e turísticas pela Europa. Nesse quadro, projeta- ram-se inúmeras demolições, entre as quais, do velho Pilar de Banger, o que desencadeou uma acesa polémica na comunicação social. A Câmara Municipal do Funchal e a Junta Geral do Distrito Autónomo, no entanto, mantiveram o projeto e o pilar foi demolido em 1939, na construção da marginal do Funchal e da futura Avenida do Mar. Nas obras de manutenção e repavimentação da Avenida do Mar de 1990, entretanto, foram encontradas as fundações do Pilar de Banger, então por baixo da faixa de rodagem Norte, frente ao antigo Sunny Bar, onde se encontra hoje a Pizza Hut. Não sendo possível fazer a reposição naquele local, foram as pedras da base do pilar remontadas no jardim anexo e fronteiro, ligeiramente mais para nascente, acompanhadas de um placar explicativo. _ RUI CARITA Professor Catedrático da UMa e Historiador NOTA: Texto escrito na nova grafia ao abrigo do Acordo Ortográfico de 1990 JUN. 2012 TROFÉU DO REITOR CHEGA AO FIM Ao fim de 5 meses de competição, 125 jogos, 991 golos, 131 amarelos, 26 cartões vermelhos a terceira edição do Troféu do Reitor chegou ao fim. Consagram-se os vencedores e atiram-se piadas e brincadeiras sobre os últimos classificados. Uns cortejam a classificação vangloriando-se dos feitos alcançados, outros choram o azar, a sorte e as arbitragens deixando todos eles a vontade de que “para o ano vai ser diferente…”. O Troféu do Reitor veio dar vida às centenas de pessoas que se envolveram neste projecto da Académica madeirense, sejam eles jogadores, treinadores, adeptos, espectadores, colaboradores, árbitros, cronometristas, namoradas, esposas, pais, mães e filhos… A envolvência que este torneio proporciona a cada ano que passa é cada vez maior. A exigência dos participantes é enorme e a logística não pode falhar. Nesta hora de balanço, acreditamos que este ano foi bastante positivo alcançando os objectivos pro- 35 © KONSTANTIN TAVROV / PhotoXpress Inc 34 postos. Desportivamente, as 21 equipas presentes no Troféu do Reitor deste ano foram apresentando argumentos para tentar destronar os campeões em título: CD Foguetes de Cana. Mas a verdade é que a equipa de Mário Teixeira, Honorato Sousa e companhia não teve rivais. Jogaram o suficiente quando era necessário e apresentaram o melhor de si na fase a eliminar. Uns justos vencedores que acabam por alcançar o 4.º título desde a JUN. 2012 criação do torneio académico de Futsal. Os “Foguetes” também venceram a Taça JOMA, competição paralela ao campeonato, mas onde encontraram uma equipa determinada em vencer essa competição: os Soccer Terror. No entanto, num jogo frenético que apenas ficou decidido nos últimos segundos do prolongamento, a maior experiência e talvez uma pontinha de sorte protegeu os Foguetes de Cana que fizeram a dobradinha. Quanto à restante classificação do Troféu do Reitor, podemos realçar a grande competitividade evidenciada ao longo do torneio onde os candidatos ao título Espeta-Cular SC (alcançaram um merecido 2.º lugar), Amigos do Juvenal (os veteranos do torneio), Soccer Terror (antigos Metralhas) e UMa Poison (apesar de tudo uma pequena desilusão pelo 6.º lugar) tentaram alcançar o primeiro lugar. Os Bukake (equipa constituída por alunos da residência universitária uma vez que a sua maioria eram alunos do programa ERASMUS e os WTF foram as surpresas do torneio enquanto Dáteu-Cupramim e AC Milho ficaram aquém das expectativas. Professores e Funcionários da UMa da equipa + Acção Social (que já apresentou uma claque organizada) voltaram a marcar presença no torneio deste ano onde alcançaram a meia-final da Taça JOMA e um respeitável 12.º lugar no campeonato. A equipa Contra-Desgraça “criou” uma equipa B que acabou por superar a equipa principal na classificação final. A criação da “Liga dos últimos” gerou grande expectativa junto das equipas que alcançaram resultados menos bons na primeira fase. Juventude, E.F. Aparthinaikos (que voltou a brindar-nos com a sua excelente claque) e Tabaibos United proporcionaram uma luta interessante pela vitória desta liga enquanto os estreantes Jumentus e iSeries pagaram pela sua inexperiência e disputaram entre si a fuga do último lugar da competição. Inter Marché (brilhante 5.º lugar, West UMa United (não menos brilhante 7.º lugar), Trocadalho do Ca- 36 37 JUN. 2012 JUN. 2012 1. 3. 2. 4. rilho (8.º lugar) e VALENtes da CIA CF (11.º lugar) completam o lote de equipas participantes no torneio. Num torneio que pretende fomentar o espírito académico, o convívio, a amizade mas também dinamizar e implementar a prática desportiva de lazer e recreação, o Troféu Disciplina assume uma importância redobrada. Este ano, a equipa Amigos do Juvenal foi um exemplo e a grande vencedora do prémio deste ano. Parabéns! Aproveitando este espaço da JA, aproveito para endereçar uma palavra de agradecimento a todos os que possibilitaram que este projecto da AAUMa pudesse ter o notável e notório sucesso no seio da comunidade académica. Obrigado e até para o ano! CLASSIFICAÇÃO FINAL 1.º LUGAR: CD Foguetes de Cana 2.º LUGAR: Espeta-Cular SC 3.º LUGAR: Amigos do Juvenal 4.º LUGAR: WTF 5.º LUGAR: Inter Marché 6.º LUGAR: UMa Poison 7.º LUGAR: West UMa United 8.º LUGAR: Trocadalho do Carilho 9.º LUGAR: Contra-Desgraça B 10.º LUGAR: Contra-Desgraça FC 11.º LUGAR: VALENtes da CIA FC _ ARLINDO SILVA 12.º LUGAR: + Acção Social 13.º LUGAR: AC Milho 14.º LUGAR: Dáteu-Cupramim 15.º LUGAR: Tabaibos United 5. 6. 16.º LUGAR: E. F. Aparthinaikos 17.º LUGAR: Juventude 18.º LUGAR: Jumentus _ LEGENDAS 1. AC Milho 2. Tabaibos United 19.º LUGAR: iSeries Bukake Soccer Terror 3. West UMa United 4. iSeries TAÇA JOMA: CD Foguetes de Cana 5. Jumentus TROFÉU DISCIPLINA: Amigos do Juvenal 6. Arlindo Silva e Pedro Setim 38 39 JUN. 2012 JUN. 2012 SER ECO COMPATÍVEL EM ÁREAS REDE NATURA 2000 _ SPNM A Rede Natura 2000 é a rede de áreas protegidas à escala da União Europeia e o seu objetivo é garantir a sobrevivência a longo prazo das espécies e dos habitats europeus mais valiosos e ameaçados. Criada ao abrigo da Diretiva «Habitats» de 1992, esta é a maior rede de áreas protegidas no mundo, e um testemunho da importância que os cidadãos europeus atribuem à sua biodiversidade. São 11 as áreas do arquipélago da Madeira que integram a Rede Natura 2000, abrangendo área terrestre e área marítima, nomeadamente: a floresta Laurissilva, o maciço montanhoso central, o Pináculo, a Ponta de São Lourenço, o Ilhéu da Viúva, as Achadas da Cruz, os Moledos, os Ilhéus do Porto Santo, o Pico Branco – Porto Santo, as ilhas Desertas e as Ilhas Selvagens. A biodiversidade é o que torna o nosso planeta habitável e belo. Dependemos dela para o alimento, energia, matérias-primas, ar e água que tornam a vida possível e são a base da nossa economia. Mas também olhamos para o ambiente natural à procura de sensações igualmente importantes, como o prazer estético, a inspiração artística e o lazer. As áreas classificadas do nosso arquipélago são lugares de excelência para a prática de atividades de lazer ao ar livre e devemos usufruir de todo o seu potencial, sem que isso signifique a sua destruição. Assim, deixamos aqui uma dica para quando estiver nestas áreas: Em plena natureza não há recolha de resíduos. Leve consigo todos os lixos, não deixe nada para trás - Os lixos apelidados de biológicos ou resíduos orgânicos como restos de comida, apesar de se degradarem e transformarem facilmente constituem fonte de alimento a espécies oportunistas, como é o caso dos ratos e gatos asselvajados, mantendo e fomentando estas populações que depois são sérias ameaças a outras espécies que não têm defesas contra elas, como as aves, em especial na época reprodutiva, estando os ovos e juvenis mais expostos à predação. Alimentos frescos como as frutas podem ser vetores de disseminação de pragas e doenças, transportando no seu interior seres vivos que quando libertados na natureza podem se disseminar para áreas onde não existiriam naturalmente. Este tipo de transporte tem resultado em graves prejuízos económicos especialmente para a agricultura, como é exemplo a mosca da fruta. Alguns destes seres vivos, mesmo que os resíduos sejam enterrados, têm grande capacidade de sobrevivência, pelo que devem ser depositados em caixotes de lixo para serem devidamente tratados. Lenços de papel têm uma decomposição muito lenta, pelo que se abandonados na natureza são elementos poluidores da paisagem durante muito tempo. Assim, na impossibilidade de serem recolhidos deverão pelo menos ser enterrados. Se é fumador, os filtros dos cigarros (beatas) também são lixo, e de longa duração no meio ambiente. A ação de um só fumador parece ter pouco impacto visual num local, a ação repetida por muitos não terá o mesmo impacto. Por outro lado estes resíduos muitas vezes são confundidos pelos animais como fonte de alimento, sendo ingeridos inadvertidamente resultando em graves problemas de saúde para os animais selvagens. Apoie esta causa, faça eco desta mensagem, seja eco compatível. Se ainda não é stakeholder desta causa inscreva-se na página www.lifeecocompativel.com, dê força a este movimento… NOTA: Texto escrito na nova grafia ao abrigo do Acordo Ortográfico de 1990 41 JUN. 2012 Nos últimos meses, o Centro Internacional de Negócios da Madeira ganhou um protagonismo surpreendente, muito por causa das questões políticas e económicas inerentes ao próprio CINM. Cabe agora avaliar o quão frutífero poderá ser o CINM para a Região. Desde já, é necessário definir o próprio centro tendo em conta as características do local onde este se insere. A ilha da Madeira, é considerada uma região ultraperiférica, estatuto que lhe foi atribuído por diversas razões de índole económica, social e natural. Este conceito de ultraperiferia surge na própria União Europeia, não apenas pela distância existente entre tais regiões e o centro económico e político da UE, mas de igual forma por estas terem especificidades como níveis de PIB abaixo da média, grande susceptibilidade a catástrofes naturais, e principalmente por serem territórios demasiado pequenos com pouca população sendo impraticável a aplicação de um modelo de economias de escala no qual seja possível produzir a custos menores, oferecendo produtos competitivamente baratos no cenário mundial. O problema que se põe é o panorama político que vigora na actualidade, visto que grande parte do ideal criado anteriormente, no qual se defendia uma maior intervenção nestas regiões através da injecção de fundos que viessem melhorar a estrutura económica, está a ruir lentamente. Talvez pelos efeitos da crise económica europeia que tem sido encaminhada num único sentido que se caracteriza pela austeridade e pelo corte de despesas ou talvez porque a injecção de fundos não provocou os efeitos de convergência desejados. Mas se tivermos em conta que tais territórios partiram de um ponto relativamente bastante atrasado se comparados com os territórios do centro da Europa e que estes últimos não pararam de evoluir ao longo do tempo, o caminho da convergência absoluta não era possível. Nos nossos dias vinga o modelo político neoliberal no qual é defendido que as regiões ultraperiféricas podem inverter as suas limitações, fazendo delas autênticas vantagens competitivas. No entanto, apesar deste discurso político, muitos problemas inerentes às regiões ultraperiféricas ainda permanecem, e por isso todas as oportunidades que possam ser frutíferas para estas devem ser aproveitadas. O CINM, representa uma destas, pois se tivermos em conta os benefícios que este centro traz para a economia regional chegamos a essa conclusão. Muitos licenciados encontram neste centro uma das únicas opções para garantirem um local de emprego numa ilha onde abundam pequenas empresas familiares, não havendo um mercado capaz de absorver muitas pessoas detentoras de um curso universitário. Em 2007, o CINM era responsável por cerca de 2900 empregos directos e indirectos, sendo a remuneração dos trabalhadores do mesmo centro acima da média da remuneração regional. Para além disso, este centro é capaz de desenvolver outras áreas de interesse regional como o turismo, através da visita dos investidores, dos clientes e até dos próprios fornecedores. _ SÉRGIO RODRIGUES 42 43 JUN. 2012 JUN. 2012 COMO SE PREPARAR (E FAZER) UMA DEFESA DE SUCESSO © KHZ / PhotoXpress Inc ANTES DA DEFESA Após ter submetido os vários exemplares da sua dissertação, relatório ou tese (normalmente, seis exemplares impressos e um em formato digital) assim como o parecer do seu orientador afirmando que a dissertação, relatório ou tese se encontra em condições de ir a defesa pública, resta aguardar pelo dia D. Normalmente demora cerca de um mês e meio a ser aprovada a constituição do júri e a obterem-se as aprovações preliminares. Agora, é a altura de trabalhar no seu powerpoint para a apresentação introdutória de 20 minutos onde você apresenta ao júri e à assistência a síntese do seu trabalho de investigação. Esta elaboração do powerpoint já é uma excelente oportunidade para rever bem o seu trabalho. A exposição deve ter a estrutura semelhante à dissertação, relatório ou tese resumindo os capítulos correspondentes. Treine bem a sua apresentação e controle o tempo para 20 minutos de apresentação. Faça um powerpoint sóbrio (não abuse das cores nem da animação). Escreva em cada diapositivo o mínimo necessário. Tenha, ainda, em consideração estes conselhos: a) Saiba a sua dissertação de trás para a frente e de frente para trás; b) Estude bem as fontes, os autores e os estudos que você consultou e refere; c) Prepare-se para explicar e defender as suas opções metodológicas; d) Saiba bem o que é que os dados a que chegou significam; e) Prepare-se para interpretar tabelas e gráficos que você tem no seu estudo; f) Sobretudo, assimile bem o seu último capítulo de modo a sabê-lo quase de cor; g) Antecipe algumas perguntas que lhe po- dem ser feitas (pode consultar uma lista de perguntas possíveis no livro “Etapas do processo de investigação: Do título às referências bibliográficas”). Logo que conheça a constituição do júri, consulte na internet o perfil dos membros que não conhece, sobretudo o/s arguente/s. Normalmente, o arguente concentra-se na área que melhor domina e sobre a qual tem escrito; consulte o seu currículo na internet se estiver disponível (talvez na sua página pessoal ou página institucional). Naturalmente, uma primeira questão que se coloca aquando da defesa é o que incluir naqueles 20 minutos que o Mestrando ou Doutorando tem para fazer uma síntese do seu trabalho. Nesse período de tempo, o Mestrando ou Doutorando não pode deixar de apresentar o seguinte: 1. Os objectivos da investigação, o contexto e as questões de investigação; 2. Revisão da literatura fundamental assim como o estado actual do conhecimento; 3. Descrição e justificação da metodologia escolhida; 4. Um resumo dos dados encontrados; 5. Uma análise do que os dados sugerem; 6. Conclusões e recomendações; DURANTE A DEFESA Finalmente chegou o grande dia, o dia D, que só pelo facto de ter chegado já é um grande acontecimento. É um momento que irá recordar pela sua vida fora, uma data marcante que jamais esquecerá. Esteja calmo/a e tranquilo/a pois você tem um domínio da sua temática maior que qualquer outra pessoa que esteja presente na sua sala das provas. O facto de ter chegado aqui significa que o seu trabalho já foi preliminarmente avaliado e considerado adequado para uma defesa pública. Dê o seu melhor durante a defesa pois esta tem um peso significativo na sua nota final. O artigo 22.º do Decreto-lei nº 74/2006 de 24 de Março (Graus académicos e diplomas do ensino superior) e que regulamenta a constituição do júri de Mestrado refere que “o júri é constituído por três a cinco membros, incluindo o orientador ou orientadores” (ponto 2). O artigo 34.º do mesmo decreto-lei regulamenta a constituição do júri de Doutoramento “o júri é constituído: Pelo Reitor, que preside, ou por quem dele receba delegação para esse fim; Por um mínimo de três vogais doutorados; Pelo orientador ou orientadores, sempre que existam”. O ponto 3 do Artigo 34.º do mesmo decreto-lei refere que “dois dos membros do júri referidos no número anterior são designados de entre professores e investigadores doutorados de outras instituições de ensino superior ou de investigação, nacionais ou estrangeiros”. Certamente que soube com alguma antecedência onde irá decorrer a sua defesa. Saiba se tem de levar consigo algum equipamento ou se a Universidade dispõe de todo o equipamento necessário. Um ou dois dias antes, vá experimentar o equipamento, verifique as condições da sala, veja o lugar onde se vai sentar e teste a sua apresentação. Chegue pelo menos meia hora antes do início marcado para a sua defesa. 44 45 JUN. 2012 JUN. 2012 Cumprimente os membros do júri e apresente-se àqueles membros que não conhece. A defesa, normalmente, começa com o Presidente do Júri a cumprimentar os restantes membros do júri, o/a candidato/a e a assistência e explica o desenrolar do processo da defesa assim como os tempos atribuídos a cada um. As provas não demoram mais que 90 minutos (para as provas de mestrado) e 150 minutos (para as provas de doutoramento), tendo o/a candidato/a cerca de 20 minutos para fazer a apresentação geral do seu trabalho e depois o arguente e o candidato têm cerca de sessenta minutos para discussão do trabalho no caso do Mestrado e 120 minutos no caso do Doutoramento (ver Regulamentos dos cursos de 3.º ciclo de estudos e de 2.º ciclo de estudos em http://uaa.uma.pt). O Presidente do Júri proporcionar-lhe-á tempo idêntico ao utilizado pelo arguente ou pelos membros do Júri para você poder responder às questões ou para argumentar. Normalmente os arguentes seguem uma destas metodologias: ou fazem a análise e crítica do trabalho durante o seu tempo colocando no fim uma série de perguntas ao Mestrando/Doutorando ou, outra metodologia, estabelecem uma conversa, um diálogo com o/a candidato/a sobre o trabalho de investigação. Prepare-se para, eventualmente, o arguente lhe perguntar que metodologia prefere. A fase das perguntas é a parte crucial do processo. Você deve responder às perguntas de maneira tal que revele que você está preparado/a para integrar a comunidade científica dos investigadores: está informado/a, estruturado/a, e confiante. Ouça bem e registe as perguntas que lhe são feitas. Se, por acaso, não compreender bem a pergunta, repita a questão como você a entendeu ou peça clarificação. Nas suas respostas evite alguns erros comuns nestas circunstâncias: 1) Não fique na defensiva. Se lhe foi feita uma pergunta e você a percebe como um ataque não responda com um contra-ataque; 2) Não apresente desculpas. Se lhe apontam um problema sério, ouça, admita o mérito da observação e indique que agradece o contributo; 3) Nunca culpe o seu orientador; poderia ter acontecido que o seu orientador lhe tivesse dado um mau conselho, mas a defesa não é a altura para revelar esse facto. No fundo, é a sua dissertação/tese; responsabilize-se por ela; 4) Não tente responder a uma pergunta que não tenha percebido bem. Peça para que lhe repitam a questão; 5) Evite derivar para fora do âmbito do campo da sua dissertação ou tese; 6) Se lhe propuserem algumas alterações ou correcções aceite isso normalmente e agradeça a contribuição; 7) Estabeleça contacto visual com o seu arguente e com os restantes membros do júri. No final, o/a Presidente agradece ao arguente pela sua prestação e dá uns minutos ao orientador e restantes membros do júri para fazerem algumas considerações. Após isso, a assistência e o/a candidato/a retiram-me da sala e o júri discute a prestação do/a candidato/a durante a prova e o valor da dissertação, atribuindo-lhe depois uma nota quantitativa (no Mestrado) ou a classificação de “Recusado” ou “Aprovado” (no Doutoramento) e elabora a acta. A prestação do/a candidato/a durante as provas, a maneira como respondeu às questões, como se comportou durante a arguência tem um peso significativo na sua nota final. APÓS A DEFESA Tendo sido aprovado/a nas provas públicas é altura de se alegrar e celebrar com os seus amigos e familiares. Deve estar orgulhoso/a pela realização dos seus objectivos e de ter ultrapassado todas as dificuldades e obstáculos encontrados. Depois de ter descansado mais ou menos um mês e enquanto a sua dissertação ou tese está fresca na sua memória, pense em publicá-la como livro (Ver internet: Edições Pedago, Chiado Editora ou www.bubok.com) ou em converter os capítulos em artigos a serem publicados em revistas académicas e profissionais da sua especialidade e, deste modo, alargar a sua audiência e enriquecer o seu currículo. Se o seu orientador lhe propuser fazer um artigo em co-autoria ou uma apresentação numa conferência ou congresso, aceite a proposta; você tem toda a informação necessária, é só preciso mudar o formato. Pode também pedir informação ao seu orientador sobre as revistas académicas mais apropriadas para as quais pode submeter propostas de artigos. No caso de procurar um emprego ou uma nova posição profissional, o diploma que acabou de obter, a experiência e os conhecimentos adquiridos representam mais-valias de valor inestimável. _ ANTÓNIO BENTO Docente da UMa e Investigador do CIE REFERÊNCIAS: Decreto-lei n.º 74/2006 de 24 de Março – Graus académicos e diplomas do ensino superior. Fortin, M. (2003). O processo de investigação: Da concepção à realização (3.ª edição). Loures: Lusociência – Edições Técnicas e Científicas, Lda. Regulamento do 2.º Ciclo de Estudos da Universidade da Madeira. Consultado em 5 de Maio de 2012 em http://uaa.uma.pt/index.php?option=com_content&view=cate gory&layout=blog&id=87&Itemid=101&lan g=pt Regulamento do 3.º Ciclo de Estudos da Universidade da Madeira. Consultado em 6 de Maio de 2012 em http:// uaa .um a . pt / in dex . p hp?o ptio n = co m _ co n t e n t & v i e w = a r t i c l e & i d = 3 74% 3 A r e g u l amento-dos-cursos-de-3o-ciclo-de- e s t u d o s -2 0 112 0 12 & c a t i d = 8 8 % 3 A 3 o -ciclo&Itemid=102&lang=pt 46 JUN. 2012 AS DIETAS LOUCAS _ BRUNO SOUSA Nutricionista Começou o verão e a preocupação com as formas corporais sobressai. O desejo por uma perda de peso muito rápida desperta e surge uma procura desesperada por soluções milagrosas. Muitas destas soluções “ilusórias” aliciam aqueles mais sensíveis, que acabam por se submeter a completos “sacrifícios”, que podem passar por comer apenas um tipo de alimento ao longo de dias ou eliminar certos alimentos que são fundamentais na nossa alimentação diária como o pão, a massa ou o arroz, entre outros tipos de desequilíbrios alimentares. Por vezes, também recorrem ao exercício físico muito intenso, ou até a alguns medicamentos sem modificarem o seu estilo de vida. Opções que, para além dos possíveis resultados terem uma curta duração, podem ainda ter consequências nocivas para a saúde individual. Muitos são aqueles que procuram perder peso a todo o custo sem olhar aos meios, sem ter a noção que: uma perda de peso muito rápida acarreta riscos! Por isso, não “embale em cantigas”, pois muitas soluções milagrosas surgem nesta época do ano. Cuidado! É possível perder peso e emagrecer de uma forma saudável e sem sacrifícios, através de uma alimentação equilibrada e saborosa e com a prática regular de exercício físico, usufruindo ainda de todos os seus benefícios, para além dos efeitos no emagrecimento. Há que tomar consciência e mudar os seus comportamentos, nomeadamente na alimentação, pois se engordou, inevitavelmente teve uma ingestão energética superior aos gastos. 48 JUN. 2012 “Como sociólogo que es el ministro Wert, sabe bien que uno de los procesos de democratización que mejoraron la sociedad española (y no han sido tantos ni demasiado profundos, así que debemos cuidarlos especialmente), a lo largo del medio siglo último, fue el acceso de las capas populares a la enseñanza superior. Ahora el Gobierno del PP quiere revertir este proceso —sin haberlo llevado en su programa electoral—: el Real Decreto Ley aprobado el pasado 20 de abril, entre otras medidas destructivas de nuestras universidades, apunta a reservar la formación superior para los ricos. Su acción de gobierno ha traspasado ese límite tras el cual una sociedad no puede mirarse al espejo sin sentir vergüenza de sí misma”. _ Opinião de Jorge Riechmann, professor de Filosofia Moral da Universidade Autónoma de Madrid, publicadas no jornal El País. IPSIS VERBIS “Estabelecemos um diálogo, no sentido de conhecer os problemas que possam existir e os senhores reitores e presidentes dos politécnicos frisaram que não existe um maior abandono. Fizemos muitas perguntas e este diálogo vai continuar no sentido de apurar indicadores fiáveis. Não queremos que nenhum estudante deixe de estudar por razões económicas mas o que verificamos é que os números do abandono são idênticos aos dos anos anteriores”. _ Nuno Crato, Ministro da Educação e Ciência, em declarações reproduzidas pelo Público de 8 de Maio de 2012. “Higher education has become increasingly international: Millions of students leave their home countries to study each year, faculty are increasingly mobile, and academic research is not bound by national borders. And that calls for a more global approach to educational cooperation and international exchange, to elevate its profile in economicand foreign-policy discussions, agreed more than 30 high-level delegates from 15 countries who gathered for two days of talks here. Even so, national needs and domestic priorities can complicate efforts to find common ground, the meeting made clear.” _ Karin Fischer, em declarações ao The Chronicle of Higher Education, em 3 de Maio de 2012 50 51 JUN. 2012 JUN. 2012 JOÃO VIEIRA Harvard porque é mais fácil de arranjar trabalho e por ter uma componente mais prática. DÉNIO GOUVEIA Universidade do Porto porque tem Arquitectura. ÓSCAR GERARDO Ia para a Universidade Nova de Lisboa porque o meu curso lá é mais completo. LIZKA TEIJERA Mudava para a Universidade do Porto porque tem mais mestrados na área de Bioquímica. JOANA SOUSA Para o Minho porque tem saída profissional na área da investigação. SE PUDESSES MUDAR DE UNIVERSIDADE PARA QUAL IRIAS? ROBERTO FERNANDES Instituto Superior Técnico porque há mais facilidade em encontrar trabalho. ESTER CÂMARA Ia para a Universidade Nova de Lisboa porque dizem que o curso de Psicologia lá é muito bom. JOÃO FERNANDES Lisboa para conhecer outra Universidade. MAURÍLIA DE NÓBREGA FEUP porque tem mais variedade de opções académicas, mais projecção a nível profissional, os jardins são acolhedores e come-se bem. FILIPA TEIXEIRA Ia para o Porto porque é a Universidade mais indicada para o meu curso. SARA GONÇALVES Ia para o Algarve porque acho que lá o curso de Psicologia é interessante e é uma cidade mais ou menos parecida com a nossa. YESSICA SOUSA Universidade dos Açores porque tem o curso de Biologia Marinha. _ ÂNGELA FERREIRA SÍLVIA FERNANDES © z GRIGORIY LUKYANOV / PhotoXpress Inc 52 JUN. 2012 PALAVRAS E NÚMEROS A SAÚDE ORAL DOS ANIMAIS DE COMPANHIA As doenças dentárias são um dos problemas de saúde mais comuns nos animais de companhia, afectando cerca de 70% dos cães e gatos. Nestes animais ocorre a deposição de uma fina camada de bactérias na superfície dos dentes, a placa bacteriana. Sem os cuidados de higiene oral necessários, verifica-se a deposição de minerais na placa bacteriana originando o aparecimento do tártaro. O processo agrava-se com a multiplicação de bactérias que causam inflamação das gengivas e das raízes dos dentes, resultando em doença periodontal. Com o tempo a doença acentua-se provocando a destruição gradual dos tecidos e estruturas que dão sustentação aos dentes, causando retracção gengival, rompimento do ligamento periodontal e destruição do osso alveolar. Temos então o aumento da mobilidade dos dentes, com posterior perda dos mesmos, dor durante a mastigação, ingestão diminuída de alimento, emagrecimento, hemorragias, hipersalivação e mau hálito. 30% 733 A doença periodontal afecta cães e gatos, de ambos os sexos e de todas as idades, apesar de ser mais comum em animais mais velhos e, no caso dos cães, em raças pequenas. Previne-se o aparecimento desta doença no seu animal com a escovagem diária dos dentes com produtos específicos, que removem a placa bacteriana e os alimentos neles depositados. Os cuidados de higiene oral deverão iniciar-se o mais cedo possível na vida do animal. Nos casos em que já existe deposição de tártaro, a escovagem não é suficiente, sendo necessário o recurso à destartarização. _ RAQUEL FINO Médica Veterinário No ano lectivo 2010/11, a Universidade Técnica de Lisboa recebeu 733 estudantes ao abrigo do programa de mobilidade Erasmus, o que a coloca no primeiro lugar do ranking nacional, e no 26.º da lista total, encabeçada pela Universidade de Granada (2.019). A U. Porto (688) e a U. Coimbra (686) surgem nos 33.º e 34.º lugares, respectivamente. Da lista das 100 universidades que mais estudantes recebem constam ainda a Nova de Lisboa (em 40.º com 626 estudantes), e a U. Lisboa (em 60.º com 520 estudantes). In Canal Superior de 9 de Maio de 2012. 1.500.000 O resultado do inquérito da AAUMa indica que 39% dos estudantes da UMa enfrentam dificuldades económicas, uma percentagem alta e que está próxima da média nacional que situou-se bem próximo dos 46%. Destes, 60% referiram que temem abandonar a UMa em consequência das dificuldades económicas. A nível nacional cerca de 66% dos estudantes receiam o abando escolar por esse mesmo motivo. _ In Diário de Notícias de 8 de Maio de 2012. Mais de 110 mil alunos do 4.º ano do ensino básico fizeram a prova de aferição a Português e, na sexta, a Matemática. A partir do ano lectivo 2012/2013, as provas contarão 25% para a nota final e, daí em diante, o seu peso aumentará para os 30%. As metas do Ministério são de que as positivas a Português devem chegar aos 95,3% e a Matemática aos 92,4%. Em 2011, atingiram os 86,7% e 79,6%, respectivamente. _ In Público de de 8 de Maio de 2012 16900000€ Segundo um comunicado da sociedade de investimento SPGM, uma ‘holding’ do sistema de garantia mútua nacional, o valor total dos novos empréstimos de estudantes do Ensino Superior, firmados desde 12 de Janeiro até 31 de Março, ascende a 16,9 milhões de euros, tendo sido utilizados 2,24 milhões. O valor médio dos empréstimos passou de 11,4 para 11,7 mil euros este ano. In Correio da Manhã de 8 de Maio de 2012. 55 JUN. 2012 QUEM SOMOS A OET, Ordem dos Engenheiros Técnicos, regula o exercício da profissão de engenheiro técnico em Portugal, e é o resultado de quase 160 anos de existência de uma classe profissional, cuja origem remonta a 1852. Depois de um percurso feito através de várias associações privadas foi criada, através da Lei n.º 47/2011, de 27 de Junho, a OET – Ordem dos Engenheiros Técnicos, sendo hoje a associação pública de natureza profissional que representa exclusivamente os bacharéis e licenciados do 1.º ciclo de engenharia, atribuindo-lhes o título de Engenheiro Técnico. ONDE ESTAMOS A Ordem dos Engenheiros Técnicos, enquanto ordem profissional de âmbito nacional, para melhor e de forma mais próxima servir os engenheiros técnicos, está organizada em 5 secções regionais, que cobrem todo o território nacional. As Secções Regionais, dotadas de Órgãos Estatutários e instalações públicas, compreendem as seguintes regiões: Açores, sediada em Ponta Delgada; Centro, sediada em Coimbra; Madeira, sediada no Funchal; Norte, sediada no Porto; Sul, sediada em Lisboa. A Secção Regional da Madeira da OET, encontra-se localizada no Funchal, mais concretamente na Rua dos Murças, 88 – 2.º, 9000-058 FUNCHAL. O QUE PRETENDEMOS Como associação profissional, a OET, tem por atribuição defender os direitos e interesses dos engenheiros técnicos. Neste domínio há questões que, por actuais e de primordial importância no âmbito do exercício da profissão, merecem particular atenção dos engenheiros técnicos e dos dirigentes da OET. Nesse sentido, adoptámos, em 2005, uma postura contra a engenharia ilícita, contra as “assinaturas de favor”, através da implementação de um sistema de informação segundo o qual cada Engenheiro Técnico só pode praticar os actos de engenharia para os quais provou estar apto, nos termos definidos para cada uma das declarações. Desta forma, a OET deu um passo em frente para detectar e proceder contra aqueles que põe em causa a credibilidade da engenharia que se pratica em Portugal. PAULO MAJORA CANAMUS! A Ordem dos Engenheiros Técnicos (OET) em boa hora decidiu colaborar com a Associação Académica da Universidade da Madeira, através da participação activa na sua revista, carinhosamente conhecida como Jornal Académico. Com esta participação a OET pretende dar continuidade a uma colaboração que já leva algum tempo, nomeadamente através da participação de estudantes da UMa em congressos, seminários e visitas oficiais promovidas por esta ordem profissional. No âmbito e no dia inaugural da Feira da Indústria e da Construção - FIC 2011, que este ano se realizou pela primeira vez na Avenida Arriaga, no Funchal, contámos com a presença de um grupo alargado de estudantes de engenharia da UMa, com a oportunidade de participação numa conferência/palestra onde se reflectiu sobre os temas “Reabilitação Urbana” e “Exercício da Profissão”. Porque acreditamos que a prática é uma vertente essencial na evolução de qualquer profissional, convidámos 2 estudantes da Universidade da Madeira para um conjunto de visitas técnicas à ilha do Porto Santo, inseridas num roteiro de visitas da OET a todos os municípios da Madeira, onde tivemos o prazer de conhecer infra-estruturas de ponta e que muito orgulham a Engenharia portuguesa, exemplos da Central Dessalinizadora e Central de Produção de Biofuel através das algas. Somos da opinião que ao darmos início a uma colaboração desta natureza, estamos a prestar uma contribuição determinante na formação dos profissionais do futuro. Para tanto, criámos condições para que os jovens engenheiros entrem mais cedo para o mercado de trabalho, com a criação da figura do membro-estudante, permitindo aos estudantes do último ano do 1.º ciclo, a possibilidade de fazerem a sua inscrição na Ordem, bem como com a implementação de uma bolsa de emprego, inteiramente gerida pela OET, que reúne oferta e procura de emprego dos Engenheiros Técnicos. Por fim, não poderíamos deixar de endereçar uma palavra de apreço aos estudantes e professores da área das Engenharias, para os quais teremos sempre um conselho, uma ideia ou uma proposta, não fosse essa a nossa obrigação enquanto Ordem. O nosso contributo para a sociedade, e para o futuro da nossa Região, também passa por esta pareceria e por esta revista. A Universidade, no seu todo, é o futuro, e a OET quer continuar a trilhar esse caminho. A partir desta edição, a Ordem dos Engenheiros Técnicos passará a ter um espaço da sua responsabilidade, através do qual transmitirá as suas ideias e propostas, mas aberto à participação de toda a comunidade universitária, num espaço que se quer de todos. 56 JUN. 2012 Suécia 22,8 (7,3%) DESEMPREGO JOVEM PELA EUROPA AGONIA JOVEM _ LUIS EDUARDO NICOLAU “Não basta conhecermos os erros. Deve existir coragem para implementação das correcções. Encarar a realidade é um bom começo.” LEGENDA: Taxa de desemprego dos jovens até aos 25 anos em percentagem. ( ) taxa de desemprego geral. Países em recessão Fonte: Eurostat. Diz o ditado popular que “pior cego é aquele que não quer ver”. Perante todas as dificuldades que o país enfrenta, num estado de agonia crónica onde os cuidados paliativos parecerem ser a única terapêutica possível, o Ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, afirmou que “parece haver um alarmismo” sobre o aumento das dificuldades económicas dos estudantes e que “não há sinais nenhuns de agravamento da situação por razões económicas”. Nuno Crato já não frequenta as Universidades portuguesas como fazia antes de integrar o elenco governativo. No entanto, não deve ter perdido a sua essência de profissional da estatística e conhece os números avançados pelo seu ministério sobre a redução das bolsas atribuídas este ano, em relação ao ano transacto. Até Abril foram atribuídas cerca de 52 mil bolsas, contra cerca de 57 mil no ano lectivo anterior. A nível nacional, 46% dos estudantes afirmam que enfrentam dificuldades económicas (39% na UMa), de acordo com um estudo conduzido pelas estruturas associativas de todo o país. A acompanhar a crescente dificuldade está a falta de esperança em dias melhores e a vontade em procurar um destino melhor onde existam mais possibilidade de emprego e de construção de um futuro próspero. Cerca de 55% dos universitários (60% na UMa) colocam a hipótese e a vontade em emigrar após o fim do curso. Esse cenário é uma consequência das dificuldades que as economias de muitos países europeu. Os números do desemprego em vários países europeus, com especial destaque para a faixa etária da população activa até 25 anos, é assustador e atinge níveis inéditos. A Grécia lidera R. Unido 21,9 (8,2%) Dinamarca 15,1 (8,1%) Holanda 9,3 (5%) Irlanda 30,3 (14,5%) Alemanha 7,9 (7,3%) Polónia 26,7 (10,1%) França 21,8 (10%) Portugal 36,1 (15,3%) Itália 35,9 (9,8%) Espanha 51,1 (24,1%) o índice europeu de desemprego jovem com, inacreditáveis, 51,2% de jovens nessa situação. Segue-se a Espanha (51,1%), Portugal (36,1%), Lituânia (34,3%) e Eslováquia (33,9%). O cenário europeu mostra-se desanimador para os jovens, que investem na sua educação superior, e para as suas famílias que, com cada vez maior esforço financeiro, apoiam esse percurso. Todas as universidades estão preocupadas com a difícil situação económica que os estudantes enfrentam. A apreensão das instituições não é fruto de altruísmo, mas é motivada pelo receio em fortes quebras nos ingressos no próximo ano lectivo e no aumento nas taxas de desistência derivado dessas dificuldades e da, consequente, inadimplência. É fulcral que ocorra uma revisão dos critérios de atribuição das bolsas de estudo para não sa- Grécia 51,2 (21,7%) crificar muitos mais estudantes que não estão a ser abrangidos por esse apoio, ou que estão a ser insuficientemente apoiados. Medidas concretas e efectivas devem ser implementadas para possibilitar um aumento da inserção dos estudantes no mercado de trabalho que deve ser forte e competitivo. Se as estatísticas nacionais e europeias motivam o facilitismo e a criação de mecanismos pouco transparentes de aprovação, devemos começar a apostar na qualidade dos docentes e dos estudantes num sistema que prime pela excelência. O antigo professor do Instituto Superior de Economia, Bento de Jesus Caraça, dizia que não temia o erro, porque estava sempre pronto a corrigi-lo. Não basta conhecermos os erros. Deve existir coragem para implementação das correcções. Encarar a realidade é um bom começo. 58 JUN. 2012 PAUTA FINAL INFOALUNOS O estudante já está habituado a esta ferramenta, em constante actualização, que mostra-se muito útil aos estudantes. A contribuir para tal existe um trabalho árduo de uma competente equipa de profissionais da UMa. EXCELENTE INFORMAÇÃO Semanalmente o Santander Totta disponibiliza o maior semanário nacional, gratuitamente, a todos os interessados. Uma prática à qual já estamos agradavelmente habituados, mas que merece o nosso reconhecimento. MUITO BOM DIFICULDADES Cerca de 39% dos estudantes da UMa enfrentam dificuldades económicas. Tendo em consideração que o número de bolseiros não chega a 30% dos estudantes, é evidente que a legislação da Acção Social não é justa e abrangente. PÉSSIMO ELEIÇÕES O tempo passou, ele já não é Vice-reitor, mas continua a querer controlar tudo e todos. O docente que pretendeu condicionar o voto dos alunos das Ciências da Vida demonstra que não aprendeu com os erros do passado. Tenha vergonha Sr. Professor. VERGONHA © ELI COORY / PhotoXpress Inc PATROCINADORES OFICIAIS: APOIOS: