A Poderosa Influência do Cinema

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A Poderosa Influência do Cinema
Direitos de publicação reservados
para o autor.
\- edição
3.000 exemplares
2000
Capa: Cláudio dos Santos.
Impressão: Privilégio Artes Gráficas Ltda.
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
índice
Prefácio................................................................................................... 5
A Poderosa Influência do Cinema................................................... 7
Doutrinas Ensinadas Pelo Cinema................................................... 13
Exemplos Inadequados..................................................................... 18
Busca de Riqueza e Fama................................................................35
O Objetivo dos Filmes......................................................................42
O Que os Filmes Encorajam, Aprovam e Ensinam?...................51
Uma Escola Para o ('rim e..................................................................60
O Cinema e o Sexo............................................................................68
O Cinema Em Casa............................................................................. 75
Como os Filmes Afetam Sua Espiritualidade?..........................81
Qual Será Sua Decisão?..................................................................... 89
3
Prefácio
Espero que esta pesquisa preencha unia Iac ima existente
na literatura cristã de nosso país. Tanto quanto eu saiba, não há
nenhum livro, em nossa língua, que analise especificamente o
cinema, escrito do ponto de visla cristão, reconhecendo a Bíblia
como o único padrão de autoridade e norma de conduta para os
filhos de Deus.
Alguns autores analisam a questão do cinema dc forma
muito breve, como parte incidental da mensagem geral de suas
obras.
Artigos que aparecem em revistas cristãs apresentam o
assunto analisando apenas a improbidade do ambiente, sem
apresentar razões bíblicas para não se freqüentar os cinemas.
A oração sincera do autor é que aqueles que lerem este
trabalho reconheçam através da análise sincera da Palavra de
Deus, os perigos que existem nesta forma de entretenimento.
O Autor.
A Poderosa Influência
do Cinema
Milhões e milhões de pessoas vão ao cinema a cada
semana. A maioria delas são jovens e adolescentes. Estas pessoas^
passam em média duas horas nas salas de projeção e o triplo
disso assistindo a filmes em seus lares.
O poder desta influência dificilmente pode ser estimado
em toda a sua extensão.
A influência do cinema é tão poderosa que uma pesquisa
inglesa afirmou que "somente a Bíblia e o Alcorão têm uma
circulação indisputavelmente maior que aquela do último filme
de Hollywood". (Neste trabalho procurarei ater-me mais à produção
dos estúdios de Hollywood, pois como afirma Eric Hobsbawm
sua indústria "praticamente monopolizou o mercado de cinema
internacional".1Das cem maiores bilheterias do cinema de todos
os tempos, 93 são produções exclusivamente americanas. Vinte
e cinco por cento do mercado mundial de filmes é controlado
pela indústria de cinema dos Estados Unidos.2). E podemos estar
certos que aquelas pessoas que assistem regularmente a estes
filmes são mais influenciadas do que o grupo que adquiri a Bíblia
ou o Alcorão!
Comparemos isto com a influência das igrejas. As pessoal
que se dizem cristãs gastam em média não mais do que duas
horas por semana na igreja; então, gastam três vezes mais temper
com filmes do que com as coisas de Deus! Logo, se as pessoas
despendem três vezes mais tempo com os filmes, do que com a
igreja, então a indústria cinematográfica é a agência de maior
influencia na vida moderna, excetuando apenas o lar e a escola.
Li ([uando o lar e a escola endossam os filmes, eles se tornam a
mais poderosa influência sobre a mente moderna.
li a preponderância dos jovens na assistência aos filmes'
é alarmante. Os filmes estão moldando a seu bel-prazer a mente^
7
ávida, plástica e impressionável do jovem.
Nenhum professor universitário de nossa nação é tão
bem conhecido como qualquer uma das muitas estrelas de
Hollywood. Nenhum membro do Congresso ou Governador
poderia competir com uma estrela das telas de cinema. Nenhum
ministro do evangelho, nenhum embaixador estrangeiro, nenhum
grande filantropo, pode competir em popularidade com Leonardo
DiCaprio, Tom Cruise , Julia Roberts ou Sharon Stone. Mesmo
aqueles que nunca viram um destes artistas nos filmes, nem
conhecem qualquer coisa de importante que eles já fizeram,
ainda assim conhecem seus nomes porque eles estão nos lábios
de todo mundo. As crianças falam deles. O modo como eles se
vestem, falam, agem, caminham e vivem é conhecido por milhões.
No aspecto da popularidade com o público em geral, nem
mesmo o presidente dos Estados Unidos, goza de um índice tão
alto como estas estrelas. O poder e a influência do cinema são
indescritivelmente enormes.
Os filmes ensinam as canções, que o mundo canta. Eles
popularizam a gíria que é falada no dia a dia. Milhões de jovens
e adolescentes procuram imitar seus ídolos do cinema no
namoro, na maneira de vestir-se, na conversação e infelizmente
na moral. O filme "Trainspotting - Sem Limites", do diretor
Danny Boyle, por exemplo, trouxe todo um modismo para a cena
jovem britânica. Nos clubes da cidade de Londres, as músicas
do filme fizeram o maior sucesso. "Lustfor Life", de Iggy Pop,
e "Bom Slippy", do Underworld, viraram mania nas pistas de
dança londrinas. Na moda, foi a volta dos óculos de lentes
amarelas, usados pelo personagem Spud no filme. Camisetas
ligadas ao filme viraram quase obrigatórias em shows. E ocorreram
as "Trainspotting Parties", série de quatro festas dadas na periferia
da cidade evocando o clima do filme, que retrata o cotidiano de
quatro jovens escoceses dependentes de heroína. As pessoas
encarregadas da organização destas festas afirmam ter vetado a
heroína. Porém, quem esteve presente disse que "não foi bem
8
assim".3
E existem casos piores. Todo mundo concorda que os filmes
despertam fenômenos de emulação. Outro dia mesmo, na Itália,
uma criança pulou da janela para imitar um Pokémon voador.4
O ator chinês Jackie Chan, é tão "adorado" em seu país que, alguns anos atrás, várias garotas se mataram por ele. Para estancar 7,
essa onda de suicídios, ele explicou que não poderia ter mais de 1
uma mulher.5
Os filmes são aceitos hoje praticamente sem nenhuma
censura. Escolas os recomendam. FreqUenterncnle elas pedem
que os alunos os assistam, supondo qui pousüam algum valor
histórico, cultural ou educacional.
O cinema, usando muito dinheiro, conuegue livre acesso
nos jornais e revistas. Propugundft § rsportlgcng d# filmes ocupam
coluna após coluna, trazendo fts VM#» fotos de mulheres nuas ou
seminuas e extensa matéria sobre os lançamentos cinematográficos.
A indústria cinematográfica gasta milhões de dólares em
publicidade a fim de neulrali/.ar a opinião pública a respeito de
seus filmes.
Mesmo as igrejas não são positivas e claras na oposição
ao cinema. Muitos de seus líderes também não o são, pois não
apresentam um "assim diz o Senhor" a respeito do assunto.
A menos que busquemos na Bíblia razões para condenar
o cinema, não teremos qualquer influência para aconselhar nossos
irmãos a não freqüentá-lo.
O que pretendo provar com este livro?
Procurarei mostrar que o cinema prejudica a experiência
cristã; que ele é tão poderoso em sua influência que nenhum cristão
deveria colocar seus pés numa sala de projeção; que os pais deveriam
aconselhar seus filhos para que eles não o freqüentassem.
Os filmes, onde quer que os vejamos, na grande maioria são
ali montadores das paixões, perversores da moral, fomentadores
da ganância, escola de crimes e corruptores da inocência. Eles
glorificam a impureza e a chamam de amor. Pintam assassinatos com
cores de entretenimento. Exaltam a nudez e a indecência com o título
9
de beleza. Mostram as bebidas alcoólicas, o fumo, o divórcio,
orgias, jogos, vingança e tiros como sendo adequados e legítimos.
Os filmes arruinam a influência espiritual na vida do cristão.
Eles rebaixam a mente dos adolescentes, inflamam as paixões
dos jovens e endurecem o coração dos pecadores. Eles são uma
armadilha para a alma, uma zombaria do caráter de Deus, uma
maldição para a sociedade! Estas não são palavras impensadas.
Procurarei apresentar neste trabalho fatos que não podem
ser negados. Apresentarei os resultados de pesquisas científicas
e a história de pessoas mostrando que elas foram levadas à vergonha
e ao pecado pela influência dos filmes.
A história de alguns criminosos também mostrará como
eles aprenderam o motivo e a técnica com os filmes. Mas o enfoque
principal será a apresentação de passagens da Palavra de Deus
que mostram claramente que o cinema é condenável em todos os
seus aspectos. Creio sinceramente que se você orar fervorosamente e
pesquisar consienciosamente os falos aqui apresentados, compreen­
derá a vontade de Deus e será orientado pelo lispírito Santo a fugir
da influência maléfica tios filmes ou de qualquer outra diversão que
o afasta de Jesus.
Minha Experiência Pessoal Com o Cinema.
Não me aproximo da questão dos pecados do cinema
com o prejuízo que alguns possam ter. Já fui um cinéfilo. Uma
de minhas maiores barreiras para aceitar o Evangelho foi o
costume de ir ao cinema pelo menos duas a três vezes por semana.
A luta foi enorme para vencer o hábito. Porém, comecei a sentir
mais e mais os efeitos dos filmes que eu havia assistido, embora
eles fossem cuidadosamente selecionados. Os sentimentos, os
pensamentos e as impressões causadas pelos filmes, em meu caso
não eram bons. Minha consciência me feria. Cheguei à conclusão
que não poderia recomendar tal hábito a outros. Senti que o
Espírito Santo estava entristecido com minha conduta. Percebi
que outras pessoas poderiam estar seguindo meu exemplo e talvez
10
assistindo a qualquer tipo de filme. Fui forçado a concluir que
não era próprio para o cristão tal diversão. Através dos anos esta
impressão se aprofundou mais e mais e se tornou uma convicção
duradoura. Tenho lido reportagens a respeito dos grandes sucessos
cinematográficos. Tenho passado pelas portas de cinemas e
visto cartazes. Tenho notado os efeitos causados pelos filmes
sobre pessoas com as quais entro em contato. Tenho lido
reportagens a respeito dos divórcios, dos escândalos e da lascívia
praticados pelos astros de Hollywood. Então, quando me tornei
convencido de que deveria escrever sobre este assunto, despendi
muito tempo realizando cuidadosa investigação, falando com
autoridades, colecionando estatísticas, lendo reportagens e isto
tornou-me profundamente convicto que 0 citieitltt está tflo completa
mente vendido ao pecado que nenhum criitlo deveriíl freqüentá-lo.
Compreendo que o cinema em si é uma grande invenção.
Admito que ele poderia ser usado por Deus e talvez possa set
em alguns casos, mas infelizmente este não é o objetivo da
indústria cinematográfica. Concordo que às vezes boas biografias
são retratadas nas telas e algumas lições de valor podem ser
aprendidas. Mas estou convencido que estas boas lições são
encenadas por pessoas más, que astros que representam caracteres
p' ros, virtuosos e possuidores de grande intelecto estão apenas
representando e que o efeito mesmo em tais casos é mau. Existe
algo de bom em alguns filmes, do mesmo modo que existe
alimento bom na lata de lixo. Bons pedaços de pão que muitas
pessoas pobres se sentiriam felizes ao comê-los são jogados no
lixo, mas eu não creio que deveríamos ir às latas de lixo da
indústria cinematográfica para obter aquilo que ela pode oferecer
de bom, mas que está inevitavelmente misturado com "alimento"
contaminado.
Mesmo um desenho animado aparentemente inocente
como o famoso "Rei Leão", produzido pela Walt Disney poderá
ser prejudicial. A criança que é aconselhada a não ir ao cinema,
começará a usar o argumento que "é um bom filme" e "não há
11
nada de mais" assisti-lo. A criança se acostumará a pensar que o
cinema é um lugar próprio para o lazer. Inevitavelmente elas
entrarão em contato com outros lançamentos cinematográficos.
Aquelas que assistem aos chamados "bons" filmes serão
influenciadas a assistirem a outros, assim como aqueles que
"bebem socialmente" correm o alto risco de se tornarem alcoólatras.
Os filmes são maus. Como uma classe, os atores e atrizes
são imorais e más companhias. Os temas, os padrões de conduta
e os motivos da indústria cinematográfica são anticristãos. Os
resultados comprovados dos filmes na vida das pessoas são
desastrosos e abomináveis como procuraremos mostrar.
1. Eric Robsbawm. Era dos Extremos - O Breve Século XX 1 914- 1991,
Companhia das Letras, São Paulo, SP, 1996, p. 104.
2. Revista VEJA, 26.04.00, p. 26.
3. FOLHA DE SÃO PAULO, 22.09.96.
4. Revista VEJA, 17.05.00, p. 193.
5. Revista VEJA, 31.05.00, P. 154.
12
Doutrinas Ensinadas
Pelo Cinema
"A propaganda é a alma do negócio. "Sem dúvida nenhuma
a propaganda é uma arma muito poderosa nos dias atuais. Satanás
tem-se especializado 110 uso dos meios de comunicação para
disseminar suas idéias. Aliados aos outros meios de comunicação a
televisão e o cinema tornarum-sc veículos "de mensagens que
conquistam" os seres humanos sem que eles percebam.
De um modo muito mareante os filmes têm-se tornado
um poderoso veículo de propagação das doutrinas da Nova Fira.
"Quem assistiu ao tilme ET, de Steveffl Spilberg, deve-se lembrar
do extraterrestre bom, nmoroso, simpático e amigo. Um extruter
restre que, durante o lítme, torna se um só com o menino. () me­
nino sentia e fa/ia ludo como o HT. H, 110 término, quando o HT
volta pai a o cosmos de onde viera, cie põe o dedo na testa do me
nino e diz que estaria ali, na mente dele. Quando sobe da terra em
direção ao céu, a nave deixa um rastro colorido em forma de meio
arco-íris,exatamente igual ao símbolo da Nova Era. O filme trans­
mite a mensagem de confiança nos extraterrestres. A criança não
precisa temer ter um amigo ET, um ser cósmico.
"Outro grande sucesso do cinema, transmissor da mensagem
aquariana,é o Star Wars (Guerra nas Estrelas).Nesse filme,George
Lucas sugere haver uma energia cósmica divina chamada a força.
E interessante que, ao mesmo tempo em que a força era uma
Energia boa, ela possuía também o lado negro. Este suposto deus
de Guerra nas Estrelas possuía tanto o positivo quanto o negativo,
ou, em outras palavras, era um Yin-Yang.
"Há também... filmes... que pregam a paz e a esperança de um
mundo novo, o que acaba tornando difícil distinguir a mensagem
que há por trás dessas produções, a menos que conheçamos as
doutrinas da Nova Era. Essa é uma forma de divulgação muito
sutil."1
Los Angeles também é o quartel-general mundial da
Cientologia. (O termo Cientologia - do latim 'seio', saber, e do
13
grego 'logos', a palavra ou a forma exterior pela qual um pensamento
interior é expresso ou comunicado - significa o conhecimento do
conhecimento.) É lógico que esta filosofia prosperaria ali; afinal, ela
é uma cidade que sonha com novas realidades. Não surpreende
que seja um lugar cheio de novas religiões.
A Cientologia oferece aos famosos uma fé que lhes convém,
uma religião que prega que a ambição é louvável e que as artes
populares devem ser promovidas, um lugar em que aspirantes a
estrelas podem aprender uma tecnologia que supostamente lhes
dará um empurrão para subir.
O extraordinário a respeito da Cientologia é que ela
lutou pela sobrevivência com uma sagacidade sem paralelo.
Seu fundador, L. Ronald Hubbard, conhecia a fragilidade da
sua crença. Portanto, desde o início tentou reforçar a igreja com
o poder da fama, o poder do que ele chamava de "líderes de opinião".
Em 1955, o Escritório de Comunicação Hubbard lançou
o Projeto Celebridade, que incentivava os cientólogos a converterem
pessoas famosas, e chegou a indicar quem desejava ter no seu
rol dc membros. A lista incluía 63 nomes, uma mistura de gente
como Ernest Hemingway, Danny Kaye, Orson Welles, Liberace,
Charles Laughton, John Ford e Bing Crosby. Pablo Picasso estava ao
lado de A1 Capone e Disney. "Estas celebridades estão entrin­
cheiradas, exaustas, são uma presa inacessível", dizia a revista
da Cientologia, "Ability". "Se você conseguir trazer para casa
urna delas, ganhará uma placa como recompensa."
Não é de surpreender que nenhum dos citados tenha se
filiado. Mas um punhado de outros interessou-se. Alguns atores
que reconhecem seu envolvimento são: John Travolta, Kelly
Preston, Tom Cruise, Nicole Kidman, Anne Archer, Juliette
Lewis, Kirstie Alley e Priscilla Presley.
Os membros famosos da igreja iniciaram uma batalha
em prol desta filosofia, promovendo suas atividades, fazendo
com que ela se tornasse o epicentro da vida hollywoodiana,
esperando que a religião descoberta por eles fosse considerada a
ortodoxia de Los Angeles.
14
Existe, porém, um tema que seduz cada vez mais Hollywood:
a vida após a morte. E, em especial, quando ela pode influir
sobre o plano terrestre, para usar um termo alinhado com essa
inspiração kardecista que vem tomando conta dos roteiros. Foi-se o
iempo em que morrer, no cinema, era um ato absoluto, tão
irrevogável que valia a pena destacar um anjo para demover um
suicida do propósito de se matar, como no clássico "A Felicidade
Não Se Compra", de 1946, dirigido por Frank Capra. Desde que
Warren Beatty, num filme, foi capaz de convencer a Deus a
mandar sc espírito de volta à terra num outro corpo, para resolver
seus problemas pendentes e se apaixonar novamente, em "O
Céu Pode Esperar", de 1978, a morte deixou de ser um obstáculo.
Casais separados pela morte vollum a ser reunidos por ela, como
em "Coração Valente" e "Titanie". Maridos compreensivos dão uma
mãozinha, mesmo depois de mortos, para achar uni novo namorado
para a esposa, como no filme "Além da Eternidade", de Stevcn
Spielberg. Os parceiros podem ate decidir reencarnar para dar
um bis ao romance, como em "Amor Além da Vida", com Robin
Williams. É um exagero semelhante ao proposto por "Ghost", em
que Demi Moore e Patrick Swayze, ela viva e ele morto,
usufruíam o prazer de um beijo bem carnal. É como se, depois de
ter conquistado todas as riquezas terrenas, os astros andassem
anciosos por realizar suas ambições materialistas também no
além-túmulo.
Em apenas vinte dias em cartaz no Brasil, o suspense "O
Sexto Sentido", aquele em que um menino vê pessoas mortas,
tornou-se o quarto maior sucesso no país no ano de 1999. Três
semanas após sua estréia, este filme de tons kardecistas atraiu
quase 2,5 milhões de espectadores.
A fita tem uma característica muito suspeita: ela estimula o
público a vê-la repetidas vezes; o mesmo fenômeno ocorre com
"Titanie”, tornando-o um recordista de bilheteria.
O espiritismo é a forma mais antiga de falsificação
religiosa conhecida pelo homem. Satanás está se preparando há
muito tempo a fim de enganar o mundo. Sua obra começou no
15
Éden quando ele disse a Eva: "Certamente não morrereis". Pouco a
pouco ele tem preparado o caminho para o avanço do espiritismo.
Sem dúvida ele está alcançando plenamente seus objetivos.
Mas o que é o espiritismo?
"O aspecto básico do espiritismo é a teoria de que o espírito dos
mortos tem o poder de comunicar-se com os vivos por intermédio
dos médiuns, pessoas que agem como intermediárias entre o mun­
do material e o mundo espiritual."4
O espiritismo, em sua forma moderna, iniciou-se nos
Estados Unidos em 1847, com as irmãs Fox e de lá espalho-se
pelo mundo.
Raphael Gasson, ex-médium, chama-nos a atenção para
três aspectos do espiritismo. Segundo ele, um espírita é alguém
que: crê na vida após a morte, crê na possibilidade de comunicação
com os morlos e considera-se responsável pela divulgação destas
"boas novas".
"Com exceção dos que são guardados pelo poder de
Deus, pela fé cm Sua Palavra, o mundo todo será envolvido por
esse engano."5
Talvez você argumente que, por ser um conhecedor das
doutrinas bíblicas, não será influenciado por estas filosofias.
Espero que isto seja verdade! Mas, por que investir tempo e
.dinheiro em coisas que disseminam doutrinas errôneas? Não estaría­
mos contribuindo para o seu fortalecimento e conseqüente
propagação?
O Senhor nos interpela dizendo:
"Por que vocês vivem gastando seu dinheiro, se esforçando à
toa para comprar coisas que não matam a fome? Ouçam o que Eu
digo, e vocês poderão comer comidas deliciosas para alimentar
suas almas! Isa. 55:2 (Bíblia Viva).
16
1. Marco André, Nova Era, Editora Bctânia, Venda Nova, MG, 1992, pp.
84, 85.
2. Revista VEJA, 20.10.99, pp. 204, 205.
3. Revista VEJA, 17.11.99, p. 248.
4. Josh McDowell e Don Stewart, Entendendo o Oculto, Candeia, 1996,
pp. 148, 149.
5. Ellen G. White, O Conflito dos Séculos, Casa Publicadora Brasileira,
Santo André, São Paulo, 1985, p.567.
17
Exemplos Inadequados
É correto julgar os filmes pelo caráter daqueles que os
fazem. Se a árvore é má, o fruto também será mau. Se a fonte é
amarga, a água também será amarga. "Por acaso colhem-se
uvas dos espinheiros ou figos dos cardos?" Mat. 7:16. O Senhor
.Jesus certa vez afirmou: "Pelos seus frutos os conhecereis^.
João Batista pregou: "Já o machado está posto à raiz das árvores
e toda árvore que não produzir bons frutos será cortada e
lançada ao fogo". Mat. 3:10. Não podemos separar os filmes
das pessoas que os fazem. Se os filmes exercem tanta influência
como mostram as pesquisas, então Deus nos ajudará a ver que
eles deveriam ser feitos por pessoas com qualidades morais
dignas de um líder! Por outro lado se os filmes são feitos por
pessoas ímpias, imorais e irresponsáveis, então eles também serão
ímpios c imorais, c sua influência será prejudicial e perniciosa.
E o lato é que os filmes, em sua maioria, são leitos por um
grupo de pessoas imorais, inaptas para serem líderes, mestres,
exemplos ou para propiciarem lazer para nossos jovens ou para
nós mesmos. Existem algumas exceções, mas estas exceções
encontram-se terrivelmente mal acompanhadas.
As Estrelas Cinematográficas e o Divórcio.
O casamento na visão do cinema foge inteiramente dos
padrões estabelecidos pela Bíblia. A idéia disseminada por
Woody Allen, ator e diretor muito aclamado, é que os desen­
tendimentos no dia a dia de um casal tornam o casamento uma
instituição inviável. Na visão imoral do diretor Robert Altman,
o casamento é um ninho perfeito para a hipocrisia, as intrigas
familiares e a traição dos cônjuges. Segundo ele, principalmente
entre os integrantes da classe média. O diretor Adrian Lyne adverte
18
ironicamente que a traição no casamento pode ser perigosa.
Seu argumento patético é que a parceira escolhida pode não se
conformar em ser apenas "a outra".1
A família é tratada com tanto desdém pela maioria dos
artistas, que levou o ator Andy Garcia, que há tempos não emplaca
um grande sucesso nas telas, a fazer a seguinte afirmação: "Sou
um marido fiel, um pai de família e muito religioso. Talvez
seja por tudo isso que eu não seja um astro".2
As revistas especializadas em cinema trazem constantes
reportagens sobre os divórcios de atores, diretores e produtores
de Hollywood. Numa delas aparece um artigo intitulado "Por
Que as Estrelas Nüo /'odcin /‘ennaiiecet Casadas '" () articulista
nos faz lembrar que Michael,., cusuu três vezes, que John... leve
quatro esposas e que as estrelas da tela geralmente vivem com
um parceiro "até que o divórcio os separe" e entfto elas partem
para um novo casamento.
Há muitos anos Douglas 1'airbanks divorciou-se de
Joan Crawfbrd. Visto que eles permaneceram casados duranle
cinco anos, foram chamados pelas revistas especializadas de "o
casal perfeito"! Douglas Fairbanks casou-se com Mary Pickford,
mas logo depois se divorciaram. Mesmo assim eles foram
considerados como "um exemplo digno de ser imitado" em todos os
círculos cinematográficos por causa da integridade moral que
possuíam. Na verdade estes astros geralmente não são leais aos
seus votos matrimoniais. Eles se divorciam, casam e então se
divorciam e casam novamente. É uma tradição entre os artistas,
lanto homens como mulheres, que o casamento não é sagrado e
realmente é raro que um filme retratando o casamento como ele
deve ser, alcance sucesso.
Por que? Evidentemente existe algum defeito fatal no
caráter das pessoas que fazem tais filmes. Se os filmes são feitos
por estas estrelas, então elas transmitem de alguma forma sua
filosofia de vida. Se as estrelas que possuem e vivem estas idéias
fazem esta espécie de filmes, o efeito será o mesmo.
19
O Senhor Deus possui uma idéia completamente diferente
a respeito do divórcio. O profeta Malaquias afirmou: "Pois o
Senhor, o Deus de Israel, odeia o divórcio e os homens violentos.
Então, tenham cuidado com os seus sentimentos e não se
divorciem de suas mulheres!" Mal. 2:16. (Bíblia Viva).
Numa ocasião em que alguns fariseus perguntaram a
Jesus se Ele permitia o divórcio, o Mestre respondeu: "Quando
um homem se divorcia da esposa para casar-se com outra,
comete adultério contra ela. E se a esposa se divorciar do marido
e se casar, ela também comete adultério". Mar. 10:1 1,12. (Bíblia
Viva).
De acordo com Jesus, um grupo na sociedade que é
perverso e quase universal em assunto de divórcio é culpado
como uma classe e são adúlteros e adúlteras. Lembre-se que o
divórcio é a regra, e não a exceção, entre as estrelas de Hollywood.
Infelizmente, os adúlteros que não se arrependerem não "herdarão
o reino de Deus". I Cor. 6:10. (B.J.).
As Estrelas Também São Culpadas de Lascívia e
Concupiscência.
A verdade pura e simples é que o divórcio em si é apenas
um sintoma - um sintoma de defeito de caráter. As estrelas
cinematográficas geralmente são colocadas em situações que
não contribuem para a manutenção do puro e santo amor conjugal.
Quando uma jovem estrela de um filme é mantida nos braços
de um homem que a beija repetida, sensual e longamente ou
realizam uma cena na cama, o desejo é estimulado e a virtude
é ofendida. Quando as mesmas estrelas num próximo filme
abraçam outros homens e outras mulheres, são colocadas numa
situação comprometedora, com beijos ardentes, insinuações e
temas sexuais; e então quando a mesma coisa é repetida várias
vezes em outros filmes, com outros homens e outras mulheres,
o resultado inevitável é uma quebra dos padrões da moralidade,
20
da pureza e da virtude.
Por que eles não pecariam na vida particular se eles o
fazem em público? Os homens que produzem os filmes de
Hollywood geralmente são imorais, lascivos e sensuais. Se não
o são por natureza, tornaram-se assim, como resultado inevitável
dos pensamentos que povoam suas mentes e das ações que
praticam, ainda que sejam meras encenações. P.ierce Brosnan, o
atual James Bond ao comentar a cena de sexo que faz com a
atriz Rene Russo no Filme "Thomas Crown - A Arte do Crime",
afirmou o seguinte: "E difícil conservar a calma quando se tem
por cima o corpo quente de uma mulher, ainda mais quando a
mulher é Rene Russo".1 () mesmo é verdade a respeito das mulheres
que aparecem no papel principal cie certos filmes. Em muitos
lilmes as atrizes representam papéis promíscuos; isto c, elas são
abraçadas, acariciadas e beijadas por muitos homens sem qualquer
reserva ou preocupação com relação à pureza. De outro modo não
alcançariam o tão almejado sucesso. Elas não somente devem
ser colocadas nestas posições e atitudes comprometedoras como
também introduzi-las em seu coração. O ator ou atriz de sucesso
c aquele que pode apreciar e participar dos próprios sentimentos e
pensamentos de seus personagens. O ator mexicano Anthony
Quinn que interpreta o papel de um imigrante italiano, cita como
exemplo disso o fato de ter encontrado em um bairro no qual
vivem muitos italianos, em Curitiba, durante as filmagens, um
senhor italiano da mesma idade do personagem, com que conversou
e tirou inspiração. "Sempre faço isso, quando faço um filme sobre
esquimós converso com esquimós, penso como eles, transformo
u meu interiof.4 Muitas vezes os atores representam o papel de
personagens corruptos, degenerados, viciados. O resultado, em
jnuitos casos, é uma quebra na fibra moral, na pureza e no domínio
próprio. A concupiscência aumenta. Os sentimentos e instiptos
.sexuais são continuamente inflamados. O resultado, naturalmente,
é uma vida dominada pela lascívia, ciúme por parte do cônjuge
c atração sexual por outra pessoa fora do casamento. Neste
/
21
aspecto o velho ditado ".semeie um pensamento e colherá um
4 to", não perdeu nada de seu significado. Pensamentos maus
semeados em cada filme, levam seus protagonistas a atos indesejá­
veis. Nenhum caráter pode resistir constantes sugestões do mal
sem protesto e permanecer puro. Os atores cinematográficos
são notoriamente imorais. E certo que há exceções, mas a exceção
evidencia a regra.
Parece não existir nada capaz de chocar Hollywood.
Quando há um divórcio, estupro (como Woody Allen foi acusado)
ou um assassinato (como o cometido pelo filho de Marlon Brando),
embora sejam noticiados, logo são esquecidos e os envolvidos
voltam para a crista da onda da popularidade.
A mente dos atores, diretores e produtores de Hollywood
parece estar continuamente voltada para o sexo e para os rela­
cionamentos ilícitos. Isto é mostrado no último filme do cineasta
americano Stanley Kubrick intitulado "De O lhos Bem F echados". A
fita Ibi alvo de curiosidade ao redor do mundo durante meses. Isto
porque uma série de imagens divulgadas na Internet sugeria que
a história incluía cenas de sexo tórridas entre os protagonistas. O
filme fala de amor, casamento (é lógico que de um ponto de
vista anticristão) e, principalmente, sexo. Nas entrelinhas da
história, pode-se identificar as teorias esdrúxulas de Sigmund
Freud a respeito da busca da realização dos desejos íntimos. No
filme, o casal Bill e Alice está casado há nove anos, têm uma
filhinha e formam um casal feliz. Bonitos são assediados por
outros parceiros potenciais, mas mantêm-se fiéis. Certo dia,
Alice conta a Bill que nas férias anteriores sentiu grande atração
por outro homem e pensou até mesmo em seduzi-lo. Enciumado, Bill
sai naquela noite em busca de aventuras sexuais, como forma
de vingar-se. Como se isto não bastasse, o filme é um bacanal,
onde um dos personagens age como cáften de sua filha de 15
anos. Para baixar mais ainda o nível, muitas mulheres despidas
desfilam pela tela nos mais indecorosos ângulos.5
O diretor Todd Solondz é outro infame do cinema ame-
22
ricuno. Seu mais recente lançamento, "Felicidcde", é, em princípio
um drama familiar sobre o assunto insinuado no título, ou seja, a
busca da felicidade. A medida que a história avança, porém, se
percebe que os caminhos escolhidos pelos personagens para
alcançar este objetivo são, 110 mínimo, inusuais. Há um velho
que pede divórcio só para ter um pouco de paz e um pai de
lamília tipicamente americano que se revela pedófilo e conversa
sobre o assunto com o filho de 11 unos/’
De tempos a tempos, um cineustu decide dar sua versão
para os acontecimentos descritos em o Novo Testamento. Depois
tle Jean-Luc Godard, autor de "Je Vous Suíno, Mario", com
algumas cenas que mostravam as parles ílitillins du virgem Maria, e
de Martin Scorsese, diretor de A Última Tentação do Cristo",
que exibia algumas cenas nfto menos escabrosas, chegou a vez
de o americano Kcvin Smith. Sua tolice e in,sensatez dizem
respeito à criação do filme intitulado "Dogma1. Na visão doentia
do cineasta, Deus é mulher. Jesus Cristo tinha um 13“ apóstolo,
que não foi citado 11a Bíblia porque era negro, e a descendente
mais querida da virgem Maria trabalha numa clínica de abortos.
Nesta fita insana, um anjo abaixa as calças para fornecer provas
de que sua espécie não possui sexo. Como se não bastasse, o
filme é recheado de palavrões grotescos.7
Para piorar a situação, faz algum tempo que as cenas
de sexo explícito deixaram de ser exclusividade do cinema
pornográfico. Diretores europeus de segundo escalão têm-se valido
desse artifício abjeto para apimentar suas produções. O filme
francês intitulado "Romance", estrelado pelo ator Rocco Siffredi
e um exemplo asqueroso de tal tendência da indústria cinemato­
gráfica.8
O sexo virou tabu - não porque não se possa falar nele,
nem porque não se possa praticá-lo, mas, ao contrário, parece
imprescindível falar nele, alardeá-lo o mais possível no cinema,
c incentivar sua prática seja em que modalidade for, homo ou
hetero - é tudo normal, normalíssimo, reza a cartilha satânica
23
do nosso tempo. É proibido proibir. Tentar conter seus sagrados
impulsos é coisa de velho, atrasado, "careta". É repressão. Censura.
Somos um dos campeões mundiais de prostituição
infantil. Transformamo-nos numa das mecas do turismo sexual.
Somos um dos maiores, talvez o maior, exportadores mundiais
de travestis. Ocupamos lugar de destaque nas estatísticas de
incidência da Aids. Enfim, apresentamos números de embasbacar
em matéria de gravidez na adolescência. Setenta mil meninas
entre 10 e 19 anos deram à luz no ano passado em hospitais do
SUS, segundo o Ministério da Saúde. Dessas, 32 000 tinham
entre 10 e 14 anos. Não entram nesses totais as que recorreram
a hospitais particulares ou a clínicas clandestinas.
A gravidez na adolescência é o tema de uma campanha
de prevenção lançada em agosto de 1999 pelo Ministério da
Saúde. Na ocasião, o ministro José Serra causou reboliço ao
sugerir que o exemplo da apresentadora e atri/. Xuxa, orgulhosa
protagonista de uma "produção independeiile", como se diz - a
opção de criar filhos sozinha, sem marido - , pode ter exercido
influência nociva sobre as meninas.
A referência à Xuxa é pertinente. Ela é pioneira nesse
fenômeno tão característico do Brasil de hoje que é a erotização
das crianças. Faz anos que, consciente ou inconscientemente,
lhes dá aulas de sedução através de seus filmes e programas.
Em novembro de 1999, ela estreou seu novo filme, "Xuxa
Requebra". Como de hábito em suas produções, a fita contém
muita música, cantoria e comerciais disfarçados. Desta vez, porém,
Xuxa inovou nos ingredientes, que incluem sexo, drogas e
violência. Uma das protagonistas da história é Macedão (Elke
Maravilha), uma traficante de cocaína que usa sua academia de
dança como fachada para os "negócios". A certa altura, a guangue
de rapazes chefiada por ela, espanca Xuxa, numa cena banhada a
sangue. Os heróis da trama, por sua vez, só pensam em sexo,
enquanto o cantor Daniel canta um refrão que diz: "O amor não
é só sexo, mas o sexo faz parte do amor".
24
Ninguém espera que Xuxa narre contos de fadas em
seus filmes, mas é o caso de se perguntar se uma receita tão
apimentada como essa é adequada para as crianças. "As crianças
não conseguem decodificar direito os temas ligados ao universo
adulto, e acabam ficando angustiadas", opina a psicóloga Lídia
Aratangy. "Por que expor as crianças ao mundo das drogas a da
violência num filme feito apenas para diverti-las?" pergunta a
pedagoga e escritora de livros infantis Ruth Rocha.
No cinema, na televisão ou nas novelas o sexo é livre
como o vento, natural como o ar que se respira, tudo c bonito e
acaba bem. Na vida real as mães adolescentes têm a saúde
debilitada, abandonam a escola, geram bebês malformados, trazem
um encargo a mais à família - quando há família - e agravam a
própria pobreza.9
Quão sábio é seguirmos o conselho bíblico: "Firmem
seus pensamentos naquilo que é verdadeiro, bom e direito. Pensem
em coisas que sejam - puras e agradáveis e detenham-se nas
coisas boas e belas que há em outras pessoas. Pensem em todas
as coisas pelas quais vocês possam louvar a Deus e alegrar-sc
com elas". Filip. 4:9,10. (Bíblia Viva).
O patriarca Jó certa vez declarou: "Quando era jovem,
fiz um trato com Deus. Nunca olharia para uma mulher com
intenções impuras em meu coração". Jó 31:1. (Bíblia Viva). Não há
como seguir este piedoso exemplo quando se é constantemente
bombardeado pela sensualidade mostrada nos filmes.
Cigarro, Drogas, Jogatina e Bebedeira.
Algumas pesquisas recentes mostram que em oitenta e
cinco por cento dos filmes pessoas aparecem fumando. Isto
inclui, de fato, um número enorme de homens e mulheres. No filme
"O Troco", estrelado por Mel Gibson, o ator fuma tanto que
parece acender um cigarro atrás do outro. Isto para não falar de
uma cena que retrata explicitamente o uso de droga.
25
Em 1996 a heroína voltou a ser muito consumida em
Londres, assim como ocorreu em Nova York no ano de 1995.
Segundo a Polícia Metropolitana de Londres, houve um
aumento de cerca de 30% no número de apreensões desse tipo
de droga nos oito primeiros meses de 1996 em relação ao mesmo
período do ano anterior. Em agosto de 96 foi feita a maior apreensão
de heroína da história londrina. A polícia apreendeu cem quilos
da droga. Em fevereiro de 96, a tendência misturou-se com a moda
devido ao lançamento do filme "Trainspotting - Sem Limites",
dirigido por Danny Boyle.
O filme retrata a vida de jovens viciados em heroína
durante a década de 80 na cidade de Edinburgo, Escócia. E o
retrato não é dos mais agradáveis, com cenas que mostram
degradação física e psíquica perturbadoras. A alta dose de humor
injetada no filme provocou reações iradas em colunas de opinião
dc jornais, dos mais conservadores aos nem tão conservadores.
A alegação dos colunistas é que o filme induz ao consumo de
I
1(1
heroina.
Filmes como "('assino", "Golpe dc Mestre" e muitos
outros mostram quão fácil é ganhar a vida no mundo dos jogos.
Hollywood também bebe. Bebe nas telas e fora delas.
Alguns beberrões notórios são: Oliver Reed, David Hemmings
e Richard Harris. Oliver Reed faleceu em 2 de maio de 99, poucos
dias antes que sua participação no filme "Gladiador" se encerrasse.
Previsivelmente, o ator morreu de ataque cardíaco, depois de
horas seguidas entornando uísque.
Hollywood também consome drogas nos filmes e na
vida real. O aclamado diretor cinematográfico Oliver Stone ao
voltar do Vietnã condecorado com a Estrela de Bronze afirmou
estar viciado em maconha e ácido lisérgico. Quando escreveu o
roteiro do filme "Scarface" para o diretor Brian DePalma, já
tinha mais intimidade com a cocaína do que o personagem-título.
Depois virou budista e hoje, aos 53 anos, diz ter parado com as
drogas mais pesadas. No momento, porém, cumpre pena de três
26
anos - em liberdade condicional - por posse de haxixe e
bolinhas."
Infelizmente estes artistas "não aprenderam ainda que
seu corpo é a morada do Espírito que Deus lhes deu". I Cor.
6:19. (Bíblia Viva). Ignoram que "se alguém desonrar e estragar
a casa de Deus, Deus o destruirá". I Cor. 3:17. (Bíblia Viva).
Seria Correto nos Associarmos com Pessoas
de Caráter Duvidoso?
O caráter é importante em qualquer lugar. Tanto o
engenheiro de tráfego, como o motorista de ônibus, o taxista ou o
motoqueiro devem possuir um caráter sóbrio. Evitamos a todo
custo trafegar em seus veículos e mesmo dividir tis ruus e avenidas
com eles, caso percebamos que nào possuem tal tipo de caráter.
Insistimos, e é correto que o laçamos, que nossos professores,
líderes e representantes sejam corretos e possuidores de um caráter
ilibado. Ficamos ansiosos a respeito do efeito que eles produzirão
em nós e principalmente no caráter de nossos filhos.
Sinceramente acredito que nenhum de nós gostaria de
comer um pedaço de pão que houvesse sido encontrado na lata
de lixo. A mesma atitude deveria ser tomada no que diz respeito
a ser influenciado pelos assim chamados "bons filmes" que de
uma forma ou outra carregam os pensamentos, os sentimentos, as
emoções e os padrões de conduta de seus protagonistas. A má
companhia neutraliza o bom ensino, e a vida dissoluta da maioria
dos atores e atrizes constituem um péssimo exemplo para o cristão.
O caráter de um líder ou herói é algo importante para
se levar em conta devido à influência que ele exerce sobre as
pessoas, e o caráter dos astros e estrelas das telas são tristemente
pobres nas qualidades que os tornariam aptos a serem mestres,
exemplos, líderes ou heróis dos jovens ou adultos, mesmo que
os filmes tenham a aparência de bons.
27
Quando Assistimos a um Filme, Estamos
em Má Companhia.
Os personagens dos filmes parecem ser muito reais,
particularmente para os espectadores mais jovens. A maioria
dos atros das telas são mais bem conhecidos do grande público
do que até alguns políticos. Aliando as mais modernas técnicas
de produção cinematográfica, os produtores tornam seus filmes
extremamente reais. O som de última geração, as imagens
produzidas por câmeras ultramodernas e uma parafernália capaz
de produzir efeitos especiais espetaculares fazem com que o
espectador sinta-se como parte da trama, como estando na
companhia dos atores. Isto já foi retratado pelo cinema algumas
vezes, sendo que o filme mais recente recebeu o nome de "O
Último Grande Herói", no qual um garoto vai ao cinema e passa
a lazer parte da história. Alguns filmes são tão envolventes que
ao assisti-los "nos associamos" aos personagens. Dizer que "nos
associamos" não é sim ples força de expressa»». No filme "Gladiador"
(Gladialor. Lstados U nidos, 2000), as tom adas são dc um realismo
aterrador, desde os figurinos até a determinação com que os
soldados do império romano trucidam seus inimigos. O filme
mostra a Roma antiga com uma riqueza de detalhes e uma
veracidade nunca antes vistas no cinema. "Gladiador" proporciona
à platéia a vertigem de ser transportada para outra era. Uma era
em que o Império Romano já vivia os prenúncios da decadência,
intoxicado pela política do pão e circo. A sensação de assistir a
um espetáculo violento ao lado de 35 000 espectadores, o
ambiente opressivo das entranhas do Coliseu, as pérfidas
intrigas palacianas, o frio lamacento das batalhas campais, tudo
ainda parece existir enquanto se está na sala de projeção. Tudo
isso leva o espectador a sentir-se como se estivesse na batalha,
conclui a crítica de cinema Isabela Boscov.
No filme "O Hotel de Um Milhão de Dólares", recém
concluído pelo diretor alemão Win Wenders, algo semelhante
28
acontece. Os cinco primeiros minutos da fita, foram feitos com
a mais apurada técnica e perícia afim de envolverem completamente
o espectador. Um rapaz atravessa correndo o terraço no alto de
um prédio, no centro de Los Angeles. Sorri, acena para alguém
e se joga no vazio com os braços abertos. Nas palavras de Isabela
Boscov, "as imagens são tão fortes e evocativas que a platéia é
invadida por todo tipo de sentimento, sem nem saber do que trata
a história'1.12
Ao nos associarmos com eles corremos o risco de ser
influenciados pelo nível espiritual e moral mais baixo da sociedade.
Associamo-nos com pessoas que possuem padrões imorais,
irreligiosos, ímpios; padrões que deslróem lares, incentivam o
uso da bebida, da licenciosidade, do fumo e das drogas. IVssoas
que usam linguagem profana e maliciosa, que se despem em
frente às câmeras e chamam isso de arte. Tudo isso já deveria
ser uma razão mais do que convincente para o cristão nao gastai
o seu precioso tempo com este tipo de "arte".
Suponhamos que minha filha de quinze anos vá ao
cinema; vá assistir a um bom filme. Imaginemos que seja um filme
religioso, baseado na Bíblia. Catherine Zeta Jones faz o papel
de Maria, a mãe de Jesus. Robert DeNiro represente a João, o
discípulo amado. Outros atores desempenharão o papel de outros
personagens bíblicos, grandemente amados e respeitados. Os
diálogos são puros e o filme traz uma grande lição moral. Mesmo
assim ainda não é seguro para o cristão ir ao cinema e procurarei
dizer porque.
Minha filha de quinze anos, dissemos, vai ao cinema
assistir a este filme. Ela fica grandemente comovida com a
excelente qualidade moral e religiosa do filme. Ela se impressiona
muito com a habilidade artística da atriz. Ela fica maravilhada
com sua voz, sua maneira de andar, com sua beleza e tudo o
mais. A atriz torna-se um modelo para ela, alguém para ser
admirada. Quase que inconscientemente ela passa a imitá-la em
todos os aspectos possíveis. Algumas adolescentes podem ir até
29
mais; longe em sua imaginação, sonhando ser uma estrela algum dia.
Chegando à escola minha filha fala para suas colegas a
respeito do filme tão espetacular que ela assistiu no fim de semana.
Por se tratar de uma atriz conhecida e que faz enorme sucesso
nas telas, os comentários se alongam e então minha filha começa
a sentir grande desejo de vê-la em outro filme. Nada impede que
ela, â semelhança de milhões de outras garotas, também comece
a sonhar com uma carreira brilhante no mundo cinematográfico. Na
capa de uma revista ela vê Catherine fazendo anúncio de um
perfume, de um xampu, de um creme, ou pior ainda, de uma
marca de cigarro ou bebida. Sua mente adolescente começa a
raciocinar, ainda que inconscientemente, que se esta atriz é tão
bela, tão talentosa e faz tanto sucesso mesmo usando fumo e
álcool, por que ela não poderia usá-los?
Mas lembre-se que estas atrizes não representam apenas
papéis puros, como este retratando Maria, a mãe de Jesus. Num
próximo filme ela pode protagonizar a história de uma mulher de
caráter duvidoso. O lilme mostra como ela tem um caso amoroso
ilícito, como ela bebe, e como ela está disposta a roubar o esposo
de urna outra mulher. Minha filha deseja muito ver este filme. As
garotas da escola estão comentando a respeito dele. Pouco a
pouco a mente de minha filha vai sendo envenenada pela influência
desta mulher ímpia que ela aprendeu a admirar num filme
"completamente inocente".
Isto é apenas uma suposição, mas realmente é o que
acontece. Se Robert DeNiro vivesse em sua cidade e fosse professor
da escola sabatina, vivendo da maneira como ele vive, você
certamente não seria seu aluno e talvez até propusesse à comissão da
igreja que o excluísse. Realmente a influência destes astros é
perniciosa. A pessoa que assiste a um filme está na companhia
dos atores tão verdadeiramente como se eles estivessem em sua
casa. Você será influenciado por aquilo que ele diz, por aquilo
que ele faz, por aquilo que ele sente e até pela maneira como ele vê
as coisas. Você não pode escapar à esta influência caso se coloque
30
deliberadamente na companhia daqueles cujas vidas são entregues
ao pecado por amor à fama e ao dinheiro.
Você se lembra que a Bíblia diz que Ló "foi avançando,
armando suas tendas cada vez mais adiante, até Sodoma"? Gên.
13:12. (Bíblia Viva). A princípio ele usava "as cidades daquela
região como praças de comércio". Quando Ló entrou em Sodoma,
se propunha conservar-se livre da iniqüidade e manter seus filhos no
caminho do Senhor. Mas, de maneira bem patente, fracassou. As
influências corruptoras ao redor dele tiveram efeito sobre sua
le, e a relação de seus filhos para com os habitantes de Sodoma
ligaram até certo ponto seus interesses com os deles. O resultado
está diante de nós.
Esta triste história termina em Oên, 19. Quando os anjos
revelaram a Ló o objetivo de sua missão, ele foi avisur seus filhos.
Repetiu as palavras dos anjos: "Levantai-vos, saí deste lugar,
porque o Senhor há de destruir esta cidade". Gên. I : 14. "Mas
os moços acharam que ele eslava brincando, e não deram ouvidos."
Gên. 19:14. (Bíblia Viva). Suas filhas eram influenciadas por
seus maridos. Estavam muito bem ali onde se encontravam. Não
podiam ver sinais de perigo. Ló voltou triste para casa.
Então os anjos o mandaram levantar-se, e tomar a esposa
e duas filhas que ainda estavam em casa, e deixar a cidade. Ló,
porém demorava-se. Não tinha uma idéia real do que estava
acontecendo. Alguns de seus filhos apegaram-se a Sodoma, e sua
esposa recusou-se a partir sem eles. O pensamento de deixar
aqueles a quem amava e o luxo que aprendera a apreciar parecia ser
mais do que poderia suportar. Se não fossem os anjos de Deus
todos teriam perecido na ruína de Sodoma. Os mensageiros celestiais
tomaram pela mão a ele, sua esposa e filhas, e os levaram para
fora da cidade.
Ló, depois da fuga habitou pouco tempo em Zoar. Ele
foi para as montanhas e habitou numa caverna. Mas a maldição
de Sodoma seguiu-o mesmo ali. A conduta pecaminosa de suas
filhas foi o resultado das más associações naquele vil lugar. A
31
corrupção moral de Sodoma se entretecera de tal maneira com
o caráter delas que não podiam discernir entre o bem e o mal.
Elas embebedaram seu pai e cometeram incesto com ele. A
única posteridade de Ló, os moabitas e amonitas, foram tribos
vis, idólatras, rebeldes a Deus, e inimigos figadais de Seu povo.
A má companhia é tão fatal hoje como o era nos dias de Ló.
Portanto não nos coloquem os sob a influência da Sodoma moderna a Sodoma da indústria cinematográfica.
Você se lembra quando Pedro seguiu a Jesus "de longe"
ao Ele ser encaminhado para ser julgado pelo sumo sacerdote
antes de ser crucificado? Você também se recorda que Pedro
"assentou-se" perto de uma fogueira junto a uma roda de escarnecedores? (Luc. 22:54-62). Logo uma "criada, vendo-o... disse:
'Este também estava com ele.' " Mas Pedro negou e disse: 'Mulher,
não o conheço'.” Um pouco mais tarde Pedro O negou pela segunda
vez, e então na terceira negação ele amaldiçoou, jurou e disse:
"Não conheço este homem". Mat. 26:74. Quando o galo cantou
e Jesus olhou para ele, Pedro saiu e "chorou amargamente". Pedro
aprendeu o triste resultado das más companhias.
Salomão foi o mais sábio dos homens que já viveu neste
mundo (I Rei. 4:31). Mas casou-se com mulheres ímpias e elas
fizeram com que Salomão, o homem a quem Deus havia dado
grande sabedoria, se afastasse do Senhor e em sua velhice tornasse
um idólatra (I Rei. 11:3-10). Se as más companhias fizeram
Salomão desviar-se dos caminhos do Senhor, elas também nos
desviarão. As muitas mulheres ímpias com as quais Salomão se
casou não são piores do que aquelas que são vistas nas telas
dos cinemas de nossa cidade. Possivelmente elas não expunham
tanto o corpo como algumas atrizes o fazem hoje. Aqueles que
almejam o Céu não podem correr o risco das más companhias.
Pois, "o dia do Senhor virá com toda a certeza, tão inesperadamente
como um ladrão, e então os céus desaparecerão com um terrível
estrondo, e os corpos celestes serão consumidos pelo fogo e a
terra e tudo quanto está nela serão queimados. E assim, já que
32
tudo ao nosso redor se derreterá, que vidas santas e piedosas nós
devemos viver! Queridos amigos, enquanto vocês estão esperando
que estas coisas aconteçam e que Ele venha, esforcem-se para
viver sem pecar... a fim de que Ele se agrade de vocês quando
voltar". IlPed. 3:10,11 e 14. (Bíblia Viva).
Sansão, juiz de Israel, foi o homem mais forte que já
viveu sobre a Terra. Com poderes sobrenaturais que lhe foram
concedidos pelo Céu, ele matou mil filisteus com uma "queixada
de burro". Jui. 15:14-17. (Bíblia Viva). Em Ga/.a, quando "os
homens formaram um cerco perto do portflo du cidadc, o ficaram
esperando, prontos para" matá-lo, ele "arrancou as folhas da
porta da cidade, com as ombreiras e tt truncu, Pôs tudo nos
ombros e levou para o alto do monte". Jui. 16:1*3, (Bíblia Viva).
Podemos imaginá-lo rindo de seus inimigos, "Mttis tarde", porém
"ele ficou apaixonado por Dalila" (v. 4). E ela o levou à desgraça.
Ele passava muito tempo com ela. (ioslava de sua companhia e
deitava a cabeça em seus joelhos. Ele caçoava, fazia piadas a
respeito do seu poder, com ela. Finalmente, influenciado mais do
que ele imaginava que pudesse ser, revelou-lhe o segredo do seu
poder. Então quando ele voltou a dormir sobre seus joelhos, ela
"mandou alguém cortar o cabelo dele". Percebendo "que já podia
ter domínio sobre Sansão", ela o chamou dizendo: "Sansão! Os
filisteus estão aqui para prender você!" "Ele acordou e pensou:
'Vou fazer como das outras vezes! Vou ficar livre num instante!’
Mas não percebeu que o Senhor já não estava com ele" (vs. 19,
20). Sansão foi dominado e preso. Seus olhos foram arrancados, foi
amarrado com duas correntes de bronze e teve de ficar moendo
numa prisão, como se fosse um animal. Se a companhia de peca­
dores pode fazer isto com Sansão, o homem mais forte que já
viveu sobre a Terra, será que somos fortes o suficiente para
escapar à maldição que segue as más companhias?! Os filmes,
na sua maioria, sempre são más companhias. Os astros das telas
são más companhias! Com raras exceções, aquilo que eles falam,
mjuilo que eles fazem e a maneira como pensam transpira maldade.
I
33
Certamente o coração deles também é mau! Desse modo o cinema
nos coloca sob a influência da pior espécie de companhia. Portanto
evitemos esta praga. Não há nenhuma outra saída para o cristão
que deseja permanecer puro da contaminação das coisas da
carne. O apóstolo Paulo aconselhou os coríntios com as seguintes
palavras: "Na carta que eu escrevi a vocês disse-lhes para não se
associarem com pessoas imorais". I Cor. 5:9. (Good News Bible).
Não hesito em reafirmar que os astros cinematográficos,
com raras exceções, são pessoas mundanas, ímpias e destituídas
de valores morais e portanto uma péssima influência.
1. Revista VEJA, 01.09.99, p. 151.
2. Revista 100% VIDEO, AGOSTO, 1999, p. 13.
3. Revista VEJA, 25.08.99, p. 32.
4. FOLHA DE SÃO PAULO, 07.06.00
5. Revista VEJA, 01.09.99, pp. 150,151.
6. Revista VEJA, 14.04.99, p. 127.
7. Revista VEJA, 08.09.99, p. 214 e 19.01.00, p. 129.
8. Revista VEJA, 11.08.99.
9. Revista VEJA, 18.08.99, p. 154.
10. FOLHA DE SÃO PAULO, 22.09.96.
1 1. Revista VEJA, 02.04.00, pp. 154,155.
12. Revista VEJA, 24.05.00.
34
Busca de Riqueza e Fama
É não apenas uma atitude inteligente, mas também
honesta, julgar a indústria cinematográfica pelos motivos que estão
por trás dela. Algumas vezes um médico ou um cirurgião possui
os mais elevados motivos e anseia curar o doente, vencer a doença
c aliviar o sofrimento. Seus motivos são corretos. Por outro lado
existem alguns médicos que assumem a profissão levados pela
ganância. Eles desejam dinheiro e as coisas que o dinheiro pode
comprar, anseiam posições e pra/.eres. Se um médico é movido
pela ganância, então ele não é de confiançu, pois poderá operar
quando não há necessidade nenhuma de fuzê-lo; mus ele o fará
pelo dinheiro que ganhará.
Podemos julgar um pregador do Kvangelho pelos mesmos
padrões. Se um homem prega pelo dinheiro, ou se as pessoas
geralmente crêem que ele prega simplesmente por amor ao
ganho, então sua atitude se torna notória e ele perde o respeito,
mesmo das pessoas mais pobres e humildes. Por outro lado, um
pregador que trabalha abnegadamente para agradar a Deus e
salvar almas é digno de seu salário (I Cor. 9:11-14). É próprio, então
liilgar as pessoas por seus motivos (S. Jo. 12:1-8). Nós não correrí­
amos o risco de ser tratados por um médico cujo único objetivo
seja ganhar dinheiro. Não nos arriscaríamos a procurar o conselho
de uma pessoa cujo único objetivo seja obter vantagens para si
mesma à nossa custa. De acordo com este raciocínio, então, a
indústria cinematográfica é má, má ao extremo. Ganância é o
motivo que está por trás dos filmes. A ganância é responsável
em grande parte pela miséria que existe no mundo hoje.
A Bíblia afirma: "... o amor ao dinheiro é o primeiro passo
em direção a todos os tipos de pecado. Algumas pessoas até
voltaram as costas a Deus por causa do amor ao dinheiro..."
I 'rim. 6:10. (Bíblia Viva). Toda espécie de pecado no mundo é
tolerada por aqueles que amam o dinheiro. Ele é parente do
pecado, a razão fundamental porque muitas pessoas deixam os
caminhos de Deus. Por amor ao dinheiro Judas Iscariotes vendeu
nosso Salvador por trinta moedas de prata. Por bilhões de dólares,
os produtores e distribuidores cinematográficos não hesitam em
vender a virtude e a honra de muitas garotas e garotos ao redor
do mundo. Levados pelo desejo de ganhar cada vez mais dinheiro,
astros e estrelas têm dissipado suas vidas, deturpado o casamento
e destruído suas famílias. Como afirmou o grande filósofo grego
Aristóteles, "o amor ao dinheiro cresce tanto quanto o próprio
dinheiro. Quanto mais temos, mais desejamos".
O amor ao dinheiro está por trás de cada estabelecimento
que comercializa bebidas alcoólicas. Homens que produzem
bebidas alcoólicas, não o fazem porque é bom, mas sim pelo
dinheiro. Os homens que produzem e vendem cerveja não o
fazem para o bem da humanidade; eles o fazem porque desejam
obter cada vez mais dinheiro. () que importa se as penitenciárias
estão cheias de criminosos? O que importa os graves acidentes
cometidos por motoristas embriagados? Isto nos leva a concluir
que o dinheiro e responsável por vários tipos de males.
O tráfico de drogas aumenta a cada dia. As autoridades
que trabalham no combate a este vil comércio, jamais se encontraram
tão atarefadas. Mesmo as drogas mais pesadas têm se tornado
uma apavorante ameaça até nas escolas de ensino médio. Por
que? Não é por amor à humanidade, nem por respeito próprio,
nem por patriotismo, nem por qualquer outro bom motivo; pessoas
movidas pela ganância vendem estas porcarias que levam milhares
de seres humanos à mais completa ruína, a viverem como se
estivessem no inferno.
É por dinheiro que a maioria dos crimes são cometidos.
É por dinheiro que as gangues são formadas. O desejo desenfreado
pelo dinheiro é a raiz de todos os males! Isto é o que afirma a
Palavra de Deus, e a experiência confirma esta verdade.
O amor ao dinheiro é o princípio que norteia a indústria
cinematográfica. Ganância! Ganância! GANÂNCIA! Apenas este
36
lato já deveria ser suficiente para fazer com que uma pessoa
inteligente evitasse esta indústria como se evita a lepra.
Por que aparecem tantos filmes com cenas de sexo? Por
que tantas cenas envolvendo camas? Por que atrizes e atores têm
que mostrar seus corpos despidos? Por que o cinema tem que
iratar de temas tão indecentes? Por que retratar os triângulos
amorosos e os encontros ilícitos? Por que a prostituição, o homos­
sexualismo e outras perversões sexuais são fantasiados e pintados
com cores tão chamativas nas telas? A razão é uma só - tais filmes
atraem multidões, multidões de pessoas concupiscentes, multidões
de ignorantes e curiosos, multidões de quem se pode arrancar
dinheiro - e este é o principal objetivo da indústria cinemato­
gráfica. Ela é gananciosa. H isto a coloca na mesma classe daqueles
que vendem álcool, drogas e tudo aquilo que arruina a vida das
pessoas. Deste modo seus pecados são muitos, pois ela não mede
esforços e não se preocupa com as conseqüências resultantes dos
meios que usa para obter cada vez mais dinheiro.
Seria interessante a esta altura analisarmos, ainda que
de modo rápido, a evolução dos cachês. Nos primórdios do cinema,
os atores recebiam salários irrisórios.
Habilidosa para negócios, a estrela Mary Pickford
conseguiu atingir um cachê de 500 000 dólares por filme em 1916,
ou 4,6 milhões de dólares em valores de hoje. Nos anos de ouro
de Hollywood (40 e 50), os atores eram contratados dos estúdios
e recebiam salário. Um astro como Bing Crosby ganhava 400 000
dólares por ano, ou 3,7 milhões em valores de hoje. Elizabeth
Taylor foi a primeira atri/. a romper a barreira do milhão de dólares
por um único filme com "Cleópatra" (1963). A cifra equivale
hoje a 5,5 milhões. A barreira dos 10 milhões de dólares foi
atingida por Sean Connery em 1990 com o filme "Caçada ao
Outubro Vermelho” (1990). Hoje seriam 12,8 milhões. A
marca dos 20 milhões de dólares foi quebrada por Jim Carrey
em "O Pentelho" (1996). Na década de 80 o ator que recebeu
mais dinheiro por um único trabalho foi Jack Nicholson em
37
"Batman" (1988). Ele trocou o cachê por participação nos lucros
e embolsou 60 milhões de dólares (81,2 milhões em valores de
hoje).1
O ator Tom Hanks que recebe hoje um cachê de 25 milhões
de dólares por filme, proporcionou uma bilheteria de 860 milhões
para os estúdios que o contrataram e atuou em 7 filmes que
renderam mais de 100 milhões. Com o mesmo cachê Tom Cruise
fez com que os estúdios para os quais atuou faturassem 652
milhões, sendo que 7 deles também renderam mais de 100 milhões.
A seguir, praticamente empatados, estão Julia Roberts e Mel
Gibson.2
O astro Tom Crise tem agora um novo apelido em
Hollywood: "o homem de 75 milhões de dólares". Esta foi a
quantia estampada no cheque que ele recebeu por seu trabalho
no filme "Missão Impossível O acordo feito com o estúdio
incluía uma porcentagem da bilheteria, participação nas vendas
de produtos (desde óculos alé videogames) e ainda seu "polpudo"
salário de 20 milhões cie dólares.'
Porém, Ioda esla lorluna não os livrou da ganância. Pois,
existe hoje, em Hollywood, um clube de atores famosos que aceitam
atuar em qualquer porcaria por causa de dinheiro.
Respeitado e, até onde se saiba, sem dívidas de jogo ou
hipotecas para quitar, o ator escocês Sean Connery, sofre de certa
dificuldade para dizer "não". O "ex-007" integraria, assim, o
clube dos atores que fazem qualquer coisa por dinheiro. Entre
eles, estão o francês Gérard Depardieu, o inglês Michael Caine e
o americano Dennis Hopper. Na busca desenfreada pelos bens
materiais, para eles os fins justificam os meios.4
Como se não bastasse, os astros do cinema não são apenas
gananciosos, eles também podem ser tolos e esbanjadores.
A afeição do comediante Jim Carrey por seu cão labrador
é conhecida em Hollywood. O animal só come rações criadas por
um che,f\ tem massagista e mora numa casa de verdade, só dele,
com um sofá bem macio no centro da sala. Carrey não é o único a
38
tratar um animal de estimação com tantos luxos. A atriz e cantora
Liza Minnelli certa vez despachou seu terrier da Suécia para
Paris em jato fretado, pelo qual pagou 50 000 dólares. Parece
que para eles ser um ídolo do cinema, significa dar-se ao luxo
de esbanjar dinheiro, agir como se o mundo estivesse ao seu
dispor ou simplesmente meter os pés pelas mãos.
Exemplos não faltam. Consta que. apaixonado pela modelo
Angie Everhart, o mulherengo Kevin Coslner mandou um avião
repleto de flores voar até o México, e bu.seíHu para um jantar. Angie
não se impressionou. Largou o ustro nu porlu do restaurante e
saiu pela noite com seus próprios amigos,
Muito cuidadoso com suu upiuêneiu, Bruce Willis lez
com que o estúdio que o contrutou guMUüüC 730 (KH) dólures extras
no filme "Zona de Periga", puru refu/er eentis em que suu peruca
parecia muito artificial.''
Tudo isso acontece numa época em que milhões e tnilhòes
de pessoas ao redor do mundo morrem de lome a cada dia. Nosso
mundo precisa de pessoas que tenham hábitos simples de vida.
Porém, o egoísmo, a ganância e o esbanjamento de recursos têm
trazido pecado, miséria e morte ao mundo, por excesso de um
lado e carência de outro. Não podemos esbanjar nada hoje em
dia. Não podemos perder nada. Não devemos desperdiçar nada
que possa beneficiar um ser humano. Deve-mos reunir tudo que
diminua a necessidade dos famintos da Terra. O Senhor Deus
nos ordena: "Dêem comida aos famintos!" Isa. 58:10. (Bíblia Viva).
Quantos filmes feitos primariamente para o bem da
humanidade, podemos enumerar? Quantos estúdios cinematográficos
produzem apenas os tipos de história mais elevados, sem qualquer
tipo ou insinuação de coisas vis? Existe tal espécie de estúdio no
inundo hoje? A indústria cinematográfica, como a indústria de
bebidas alcoólicas e do fumo, não é norteada por princípios éticos
ou morais. Não possui escrúpulos. Sua única preocupação é o
dinheiro.
Alguns insistem que a fama também é um motivo muito
39
forte na carreira destes astros da tela. Eles procuram, porém uma
notoriedade barata. Ter as maiores e mais luxuosas casas de Beverly
Hills, oferecer as festas mais grandiosas, usar as roupas mais
caras, receber o maior número de cartas de admiradores; estes,
parecem ser os seus mais elevados ideais. James Cameron mostrou
sua presunção quando ao ganhar o Oscar pelo filme "Titanic"
gritou que era "Rei do Mundo".6 Mas freqüentemente é pior que
isto. A notoriedade que eles procuram é uma espécie de
exibicionismo. As estrelas se deleitam em ter suas medidas
divulgadas para todo mundo. Elas apreciam sobremaneira serem
fotografadas usando pouca ou nenhuma roupa. Alguns astros
endeusam seus corpos. Warren Bcatty, durante as filmagens de
"Clamor do Sexo", perdia tanto tempo admirando seu reflexo nos
espelhos do cenário que o diretor Elia Kazan ordenou que eles
fossem cobertos._A atriz Sharon Mitchell, certa vez, estava tendo
dificuldade em descontar um cheque, por não carregar nenhum
documento ile identidade, l inha, todavia, uma revista que exibia
sua fotografia, mia. Mostrando a revista ao caixa, levantou sua
blusa à altura da cabeça e tomou a pose da fotografia. O cheque
foi descontado.7
Uma espécie de fama que depende de cenas feitas na cama,
de situações questionáveis, poses sugestivas, uma exibição lasciva
na tentativa de se tornar um símbolo sexual; este é o tipo de fama
buscada por estes astros. Para o cristão maduro, inteligente,
possuidor de respeito próprio, modesto e decente esta motivação
deve parecer indigna e mesmo ímpia.
Sobre os alicerces da ganância e da fama é que a indústria
cinematográfica está construída. Ela faz qualquer coisa para vender
mais ingressos! Faz qualquer coisa para atrair maior público! E
estes motivos determinam a qualidade dos filmes que são exibidos
nas telas. Os filmes podem ser adequadamente julgados pelos
motivos das pessoas que os estrelam ou produzem e segundo este
padrão eles são maus, totalmente maus. Eles são carnais. Eles são
mundanos.
40
O Senhor nos admoesta dizendo: "Deixem de amar este
inundo mau e tudo o que ele lhes oferece, pois quando vocês
amam estas coisas mostram que realmente não amam a Deus; porque
todas estas coisas mundanas, estes maus desejos - a loucura pelo
sexo, a ambição de comprar tudo o que atrai vocês e o orgulho
que resulta da riqueza e do prestígio - não provêm de Deus, e sim
do próprio mundo pecaminoso. H este mundo está perecendo,
e estas coisas más e proibidas perecerão com ele, mas todo
aquele que perseverar em fazer a vontade de Deus, viverá para
sempre." I S. Jo. 2:15-17. (Bíblia Viva).
1. Revista VEJA, 22.12.99, p. 273.
2. Revista VEJA, 25.0X.99, p. 146.
3. Revista 100% VIDEO, maio, 2000, p. 8.
4. Revista VEJA, 02.06.99, p. 178.
5. Revista VEJA, 08.12.99, p. 216.
6. Home Theater, junho 2000, p. 17.
7. Mansour Challita, Os Mais Belos Pensamentos de Todos os Tempos,
Associação Cultural Internacional Gibran, Rio de Janeiro, RJ, s.d., p. 77.
41
O Objetivo dos Filmes
Não seria justo julgar o cinema baseando-se apenas em
um filme. Todos nós conhecemos incidentes chocantes retratados
na tela que vêem à mente como evidência contra o cinema. Mas,
"uma andorinha só não faz verão", e se desejamos fazer um
julgamento justo de toda a indústria cinematográfica, então
devemos analisar fatos científicos a respeito de vários exemplos
de filmes antes de chegarmos a uma conclusão.
Felizmente, agora temos em mãos tais fatos. Há alguns
anos o Motion Picture Research Council, chefiado pelo Dr. A.
L. Lowell, presidente emérito da Harvard University, sugeriu ao
Payne Fund que eles iniciassem uma investigação e análise
detalhada, científica e educacional dos filmes e de seus efeitos
sobre crianças e jovens. Ao custo de milhões de dólares, uma
ampla pesquisa foi realizada por d entistas, psicólogos, sociólogos e
educadores especialmente selecionados para a tarefa. O Dr.
W. W. Charters, prolessor cie Pesquisa líducacional da Ohio State
University, liderou o grupo de pesquisadores. Doze pesquisas
independentes foram feitas por estes educadores e cientistas
durante um período de quatro anos. Hles publicaram suas conclusões
separadamente. A seguir citarei alguns trechos do livro "Our
Movie Made Children" escrito por Henry .lames Forman, editado
pela The Macmillan Company, New York, New York, sem data.
Lembre-se que este material foi selecionado por cientistas e
educadores, sendo que alguns deles são professores de grandes
. universidades. Eles não são pregadores evangélicos, nem líderes
religiosos. Suas conclusões são imparciais e não preconceituosas.
O livro, "Our Movie Made Children, que é um sumário dos
resultados, foi escrito por alguém que é reconhecido como grande
escritor; ligado ao New York Sun, foi editor do Leterary Digest e
do Collier's Magazine. Seu trabalho neste livro foi amplamente
42
;iclamado em todos os lugares por jornais e autoridades educa­
cionais. Podemos aceitar estas citações como absolutamente
competentes, e que não foram escritas por excêntricos, por
reformadores, nem mesmo por pregadores e certamente estes
pesquisadores não são inimigos do cinema. Observe alguns dados
desta grande investigação relatados em "Our Movie Made Children",
pp. 29 e 30:
"O Dr. E. Dale analisou cerca de 1500 filmes. Sem chegar a delalhes técnicos de laboratório, será suficiente dizer que ele lomou
500 filmes de três diferente anos. Sua conclusão foi que no pri­
meiro ano escolhido, dos 500 filmes analisados, K2% lidavam com
crime, sexo e amor impuro; no segundo ano 7(>% estavam preocu­
pados com estes temas e no terceiro uno 12%. Neste uno, enlretan_to, cenas de mistério e guerra, as quais constantemente incluem
crime, ou, em todo caso, violência, que vai desde pequenas apari­
ções alé Kl)'/r do miai do filme, lim ouiras palavras, cerca de 75%
a 80% de Iodos «is filmes contém eenas de amor impuro, sexo, cri­
me ou mistério."
Então a impressão que temos, que os filmes se preocupam
principalmente com cenas de violência e lascívia de fato é real.
A maioria das crianças vêem um filme pelo menos uma vez por
semana. Milhões de pessoas os assistem a cada semana, sendo
que 39% delas são adolescentes. Se seu filho, então, assiste a
um filme uma vez por semana durante um ano, 39% deles
apresentarão cenas que são primariamente baseadas em sexo, amor
impuro, crime e derramamento de sangue. Analisemos cuidadosa­
mente o que estas crianças vêem nos filmes e chegaremos à
conclusão que a atenção delas c chamada para o sexo, assassinato,
adultério, crimes, bebidas, etc.
O que o Comitê da Liga das Nações Encontrou nos
Filmes?
"O 'Covenanter Witness’ lembra-nos que o 'O Comitê do Bem-Es-
43
tar da Criança da Liga das Nações’ analisou 250 filmes e encon­
trou neles o seguinte: 97 assassinatos, 51casos de adultério, 19 se­
duções, 22 sequestros e 45 suicídios. Dentre os personagens des­
tes 250 filmes haviam: 176 ladrões, 25 prostitutas e 35 alcoóla­
tras."
Novamente, isto não foi afirmado por um pregador, nem
por reformadores, nem por excêntricos, mas pelo "Comitê do
Bem-Estar da Criança da Liga das Nações". E assassinato, adultério,
sedução, seqüestro e suicídio caracterizam os filmes quase como
um todo. As pessoas que assistem a estes tipos de filmes têm suas
mentes bombardeadas por estas coisas. Os personagens que elas
vêem são ladrões, prostitutas e alcoólatras. Não resta dúvida que
o conteúdo de tais filmes deveria ser evitado pelos cristãos.
Em sua carta aos gálatas o apóstolo Paulo afirmou:
"Ora, as obras da carne são manifestas: fornicação, impureza,
libertinagem, idolatria, feitiçaria, ódio, rixas, ciúmes, ira, discussões,
discórdia, divisões, mvejas, bebedeiras, orgias, e coisas semelhantes
a estas, a respeito das quais eu vos pivvmo, como j;i vos preveni: OS
que tais coisas praticam, nao herdarão o Reino de Deus." Gál. 5:1921. (B.J.).
Somos informados também que:
"Algum tempo atrás o Departamento de Censura de Chicago eli­
minou o seguinte de 788 filmes: 1811 cenas de assalto a mão ar­
mada com o intuito de malar, 175 cenas de assalto com faca, 231
cenas de latrocínio, 757 ataque a mulheres para propósitos imora­
is, 929 cenas de nudez ou seminudez e 21 cenas de fugas de pri­
sões."
Analise cuidadosamente o que o Departamento de Censura
de Chicago encontrou nestes filmes. Houve a média de aproximada­
mente um ataque a mulheres para propósitos imorais em cada filme,
a média de mais de uma cena de nudez ou seminudez em cada
filme, e a média de mais de duas cenas de assalto a mão armada
com a intenção de matar em cada filme, além das cenas chocantes
de tentativa de assassinato com facas, fugas de prisões, etc. Isto’
44
não significa que todas as cenas impróprias foram cortadas - apenas
as mais ofensivas foram eliminadas. E isto ocorreu apenas em
Chicago, Na verdade outras grandes cidades e países nem se
incomodam com este tipo de cenas. O filme "Gladiador", por
exemplo, que contém cenas de violência explícita, recebeu da
censura americana a classificação R, que impede os menores de
17 anos irem ao cinema desacompanhados de um adulto responsável.
Mas no Brasil, ele deve ser liberado para maiores de 14 anos.1
Muitos anúncios de filmes fazem questão de destacar que determina­
da fita está "sem cortes".
A página 34 do livro "Our Movie Mude Children", encontra­
mos a seguinte afirmação:
"... dentre 500 filmes. 137 lidando com erime e, cin adição, 43 li
dando com... guerra, chegamos à conclusão que l(y% dos filmes es­
tavam carregados com cenas de crime ou violência."
A página 36 do mesmo livro diz:
"Dentre 115 filmes tomados ao acaso das recentes produções e analisados pelo Dr. Dalc, existiam 59 nos quais assassinatos e ho­
micídios foram tentados ou cometidos. Setenta e uma mortes vio­
lentas realmente ocorrem em 54 filmes. O herói, por ser o herói, é
responsável por apenas 21% delas."
Se seu filho assistir a estes 1 15 filmes, uma amostragem
tornada ao acaso, neles ele verá 59 assassinatos tentados ou
cometidos e 71 mortes violentas, em 54 filmes dos 115! E mais
de uma em cada cinco destas mortes violentas, o herói da história,
aquele que se torna um ídolo do se filho, é quem comete o as­
sassinato! Assassinato, em mais da metade dos filmes!
A página 38, falando a respeito destes mesmos 1 15 filmes,
esse autor diz que aconteceram 54 assassinatos, 59 casos de assalto
e agressões, 36 assaltos a mão armada, 21 seqüestros, numerosos
outros crimes, 406 crimes realmente cometidos (lembre-se que
tudo isso é mostrado em apenas 115 filmes) e outros 43 são tentados
45
- tudo isso em 1 15 filmes selecionados ao acaso.
Os negócios da indústria cinematográfica estão baseados
na encenação de crimes, assassinatos e seqüestras! Os filmes
empurram goela abaixo dos meninos, das meninas e dos jovens
a idéia que assassinato e crimes de todas as espécies fazem parte da
vida, são normais. Os milhões de pessoas que assistem a filmes
a cada dia ficam com a mente encharcada de pensamentos, lem­
branças e imagens do pecado!
O que Há na Mente dos Produtores de Filmes?
Assassinato, lascívia, roubo, mulheres nuas, bandidos,
extorsão! Estas são as idéias que criam os filmes! "Chegamos à
conclusão que 36% de todos os filmes estão carregados com
cenas de crime ou violência", afirma o relato dos cientistas que
analisaram centenas de filmes, apresentado no livro "Our Movie
Made Children"; e sexo, amor impuro, crime e guerra, são os
principais temas de setenta e cinco a oitenta e dois por cento de
todos os filmes. Além disso, observamos que 45% destes 115
filmes escolhidos ao acaso têm suas principais cenas na cama.
Não nos surpreendemos ao ler o que o "Los Angeles Times"
diz: "Nós bem que podemos ser francos a esse respeito. Os filmes
que estão alcançando sucesso e obtendo grandes bilheterias são,
muitas vezes, cheios de indecência..." E o colunista adiciona:
"Conheci um escritor de roteiros que diz que seu slogan de
venda era: 'Roteiros que retratam estupros e mais estupros.'"
Estes são os assuntos que povoam a mente daqueles que
fazem cinema. Milhões e milhões de pessoas vêem estas coisas
na tela a cada semana! Estas cenas de impiedade, quer seja de
ataques a mulheres para propósitos imorais, ou assalto a mão
armada, ou fugas de prisões, ou de nudez - estas cenas, afirmo,
enchem o coração e a mente dos cinéfilos. As duas principais
avenidas para o cérebro são usadas - a visão e a audição. Pessoas
inflamadas pelas propagandas muito bem feitas, embaladas pela
46
música, encorajadas por 'educadores', sem perceber permitem
que os filmes corrompam suas mentes. Estas pessoas no dizer
das Escrituras: "Estão sendo cheias com toda injustiça, fornicação,
impiedade, cobiça, malícia; cheias de inveja, assassinatos, discussão,
engano, malignidade; murmuradores, difamadores, inimigos de
Deus, impiedosos, orgulhosos,jactanciosos, inventores de coisas
más, desobedientes a pais, sem entendimento, desleais, sem
afeto natural, implacáveis, sem misericórdia: que conhecendo o
julgamento de Deus, que aqueles que cometessem tais coisas são
dignos de morte, não somente fa/.em o mesmo, mas têm prazer
naqueles que as praticam." Rom. 1:29-32. (American Standard
Version).
A Bíblia de Jerusalém traduziu u última parte do verso
32 usando os seguintes termos; "...eles nflo só as fazem, como
ainda aplaudem os que as praticam." Será que estas palavras
não poderiam ser aplicadas àqueles que assistem e se encantam
até ao ponto de aplaudirem as ações que são apresentadas nas
telas?!
Estando com a mente continuamente cheia de coisas más,
as pessoas praticarão o mau. Os produtores da indústria cinematográ­
fica não aceitam o conselho inspirado encontrado em Fil. 4:8:
"Portanto, meus irmãos, encham as suas mentes com tudo o que
é bom e merece elogios: o que é verdadeiro, digno, justo, puro,
agradável e honesto". (B.L.H.).
Os temas abordados pelos filmes são maus. Não deve­
mos encher nossa mente com eles.
O "Amor" Mostrado nos Filmes não é o Amor Puro e
Verdadeiro.
Algumas pessoas afirmam que o amor é um dos grandes
temas dos filmes. Porém não precisamos nos esforçar muito para
perceber que o "amor" dos filmes não é normal, puro, e santo
como deve ser o amor de um homem para com uma mulher. Na
47
verdade, aquilo que é mostrado nas telas e recebe o nome de "amor",
é simplesmente paixão sexual, sem reservas, nem reticências, nem
modéstia e nada de santidade. Os filmes têm transformado o
amor, que de acordo com a Bíblia deveria ser igual ao de Cristo
por Sua igreja e da igreja por Ele (Efé. 5: 23-33), em animalismo,
desejo sexual inflamado, exibicionismo, e satisfação dos desejos
sexuais de modo exibicionista diante do mundo. Gostaria de afirmar
solenemente que este amor, como é retratado nos filmes, é algo
impiedoso, anormal e revoltante, e que sua exibição diante dos
olhos e mentes dos jovens causa malefícios que estão além da
nossa imaginação.
Foi há muito o tempo em que o amor era considerado
mais que uma mera relação carnal entre dois corpos, mais que a
busca e satisfação dos prazeres sexuais. Foi há muito o tempo em
que existia um puro e doce mistério a respeito do amor. Amor
envolve honra, caráter, respeito e sacrifício mútuos. Foi há
imiilo o tempo em que os homens não esperavam obter todas as
liberdades antes do casamento e as mulheres decentes não lhes
davam tais liberdades. Foi há muito o tempo em que os jovens
não namoravam em lugares impróprios e mesmo o beijo de boa
noite após uma tarde de companheirismo e amizade era dado com
pureza e decência na sala de visitas. Naqueles dias as pessoas
casavam-se porque sentiam-se atraídas pela personalidade, pelo
caráter e outras virtudes e não meramente por atração física e
sexual. A exibição aberta, desavergonhada e licenciosa da relação
entre casais apresentada nos filmes, que envolve abraços,
carícias e beijos ardentes, encontros ilícitos, etc., é impura e má.
Estes filmes degradam cada instinto puro ao excitar a mente e
inflamar os desejos.
Não me entendam mal. O amor correto, decente, bem inten­
cionado e reverente é algo santo. Mas esta nudez, esta exposição
de corpos, estes beijos ardentes, estes encontros ilícitos, como
mostrados nas telas e representados por pessoas licenciosas e imo­
rais, produzidos por companhias cinematográficas ambiciosas e
48
ímpias, cujo único objetivo é o lucro, são degradantes, licenciosos e
maus. O cinema infelizmente tem operado uma grande mudança
nos costumes ao redor do mundo.
Muitos jovens buscam ter liberdades físicas que só deveriam
desfrutar após o casamento. Namoram em lugares e horários
impróprios, às vezes usando roupas inadequadas e acham tudo
isso normal. O "ficar", tão comum cm nossos dias, faz com que
tais relacionamentos se tornem mais ou menos promíscuos, pois é
repetido com outros parceiros. Isto é o que Hollywood, através
de suas cenas de "amor", tem ensinado aos nossos jovens!
O
ato amoroso entre um homem e uma mulher por ser
reverente, honesto e abençoado por DiU», nunca foi planejado
para ser mostrado como um espetáculo u uma multidão curiosa c
licenciosa. C) primeiro brilho de amor nos olhos, u primeira emoção
causada pelo toque de uma mão, as primeiras palavras de amor
- você acha que Deus planejava que estas coisas belas e puras se
tornassem um espetáculo impuro para os que possuem mentes
lascivas? O beijo e o abraço do parceiro, quando um casal está
honestamente comprometido com os ideais cristãos de conduta,
são naturais e apropriados. Na Bíblia o casamento é considerado
como possuidor de muita dignidade. O próprio Senhor apela para
que "o matrimônio seja honrado por todos, e o leito conjugal, sem
mancha; porque Deus julgará os fornicadores e os adúlteros".
Heb. 13:4. (B.J.). Observe que Deus não apelaria para que "o
matrimônio" fosse "honrado por todos, e o leito conjugal sem
mácula", caso o leito conjugal estivesse diante de uma janela
aberta à curiosidade e licenciosidade dos transeuntes! Um banho
é algo necessário e decente, mas perderá sua decência caso seja
tomado como um show público de um exibicionista. Certas funções
do nosso organismo são naturais e corretas, desde que sejam
resguardadas pela sagrada privacidade prescrita por Deus. Ao
orientar Seu povo quanto à construção de altares o Senhor ordenou:
"Não subam escadas para chegar ao altar, para não mostrar a
sua nudez, numa posição indecente". Êxo. 20:26. (Bíblia Viva).
49
Embora esta ordem fosse especialmente dirigida contra as inde­
cências que estavam ligadas à idolatria, ela ilustra uma verdade
eterna. Deus requer que Seus filhos sejam decentes e possuidores
de um caráter sem mancha. Decoro nas vestes e na conduta constitui
uma virtude imperativa para Deus. Portanto, expor sem nenhum
pudor nas telas todas as afeições, desejos e deleites de um casal
que pratica atos indecorosos não é uma demonstração veraz do
amor puro, reverente e santo! Assim, torno a afirmar que o "amor"
retratado nos filmes, não é amor verdadeiro, e na verdade ele
rebaixa o amor, corrompe a moral, inflama a mente e desonra a
Deus.
Encher a mente dos jovens em seus anos da adolescência
ou em qualquer outra idade com pensamentos sugeridos apenas
por beijos e abraços ardentes não contribui em nada para que eles
aprendam algo sobre o verdadeiro amor! Ensiná-los a desfrutarem
os pra/vivs encontrados no corpo de um parceiro não os habilita a
serem cônjuges ideais. As cenas de "amor" retratadas nas telas
são animalescas, feitas sob medida para estimular os desejos e
não para causar o crescim ento da modéstia, da puic/.a de caráter e O
preparo para uma vida a dois.
O Senhor nos aconselha: "Fujam da imoralidade!"
I Cor. 6:18. (B.L.H.).
1. Revista VEJA, 17.05.00.
50
O Que os Filmes Encorajam,
Aprovam e Ensinam?
Não apenas os temas dos filmes são maus mas as conclusões
que sugerem também são más. Não apenas retratam a impiedade,
eles também a favorecem. Não apenas mostram a nudez, eles a
mostram como desejável, como se fosse algo decente e aceitável!
Não apenas mostram o crime, eles ensinam que o crime compensa!
Não apenas mostram criminosos, eles os retrutum como homens
e mulheres corajosos, românticos, amantes da aventura e pessoas
admiráveis, que, apesar de tudo. nflo s»ÍO tio fflás. 1 nos filmes,
elas são bem sucedidas em sua çarrelra d# çrlmts! Portanto os
filmes se tomam uma escola de pecado e seus ensinos c preceitos
são maus.
Ksta e a conclusão de d o /e grupos formados por cientistas,
educadores, psicólogos e sociólogos que fizeram um estudo de­
talhado durante quatro anos para tomar conhecimento do que
ocorre quando uma pessoa assiste a um filme, o que elas vêem,
do que elas se lembram e quais são os resultados que os filmes
exercem sobre elas.
O que mais poderíamos esperar sob tais circunstâncias?
Os atores e atrizes da tela não são homens e mulheres piedosos.
Eles como um todo (com algumas exceções, é claro), são imorais,
infiéis aos votos matrimoniais, bebem, jogam e vivem uma vida
dissoluta. Eles estão, como afirmou um repórter, em um mundo
que é só deles, onde Hollywood "nunca conheceu o significado
da palavra 'proibição'", onde Hollywood "nunca considerou ser
pecado uma garota ter um caso amoroso ilícito".
Portanto estas pessoas, não são adequadas para serem
exemplos e mestres para os cristãos; aparecem nos filmes apoiadas
por produtores cujo único objetivo é a riqueza e por isso são motiva­
das pela ganância. É com tais pessoas e movidos por objetivos
51
tão vis que eles preparam histórias centralizadas no sexo e no
amor ilícitos, nos crimes e no derramamento de sangue! O péssimo
resultado é inevitável.
O que você supõe que pessoas alcoólatras ensinariam sobre
as bebidas? O que você esperaria que estrelas licenciosas, que
não podem viver com seus cônjuges mais do que uns poucos
anos, ensinariam a respeito do divórcio? Estes homens e mulheres
incontinentes, que se vestem de modo indecoroso, que se despem
sem nenhum pudor, que se deleitam na exibição de seus corpos
nus, o que você esperaria que eles ensinassem sobre a nudez? E
especialmente, visto que a ganância e a fama são os motivos mais
fortes dos produtores e atores, que exemplo de vida eles têm para
nos comunicar? listas questões se respondem por si mesmas. Quando
os temas tios filmes são maus, então é mais provável que a moral
deles também seja má, ainda mais quando são representados por
tais pessoas motivadas por objetivos tão mesquinhos! A análise
cuidadosa de centenas de filmes, feita por cientistas imparciais,
envolvendo um trabalho que durou quatro anos e consumiu milhões
de dólares já provou que isto é verdade. Os filmes são uma escola
de pecados, e é de se esperar que os alunos desta escola sigam os
seus mestres! Observe os fatos que apresentaremos a seguir:
Os Filmes Tornam o Crime Atrativo.
O Dr. Dale, em uma análise cuidadosa de 115 filmes escolhi­
dos ao acaso, "chegou à mesma conclusão espantosa", afirma o
autor do livro "Our Movie Made Children". Na página 38
encontramos alguns dos resultados de sua investigação:
"Os heróis,aqueles belos e joviais heróis da tela. só eles são respon­
sáveis por treze assassinatos que parecem aceitáveis; os vilões e vi­
lãs por trinta. Heroínas que, de acordo com as exigências da car­
reira. devem ser muito simpáticas, são mantidas comparativamente
incontaminadas, sendo-lhes creditado apenas um assassinato. Jun­
tos eles cometem 54 assassinatos, isto para não se mencionar 59 ca­
sos de assalto e espancamento. Trinta e seis assaltos a mão armada,
52
21 sequestros e vários outros crimes são retratados. A média, em
conjunto, é notável; 43 crimes são tentados, e 406 são realmente co­
metidos,um total de 449. Tudo isso em apenas I 15 filmes! Quando
consideramos a universalidade de um filme, o modo como ele per­
meia toda uma nação,sua penetração nas cidades menores e mesmo
nos povoados,como pode de outro modo este cortejo escarlate de atos criminosos ou tentativas ser descrito a não ser como uma autên­
tica escola para o crime - especialmente para um eerlo tipo de garo­
tos e garotas?"
Queira por favor reler esta citação. Observe declinações lais
como esta: "Os heróis, aqueles belos e joviais hêróls tlu tela, só
eles são responsáveis por tav.e assassinatos que purfVVtll aceitáveis "
E isto em apenas 1 15 filmes! Umu hewíntt if#.tyMlUtainu. Leia
novamente isto: "43 crimes sflo tentudos, B 40 6 i l o realmente
cometidos, um total dc 449, Tudo Íhso em upenws ! 15 filmes!"
E observe que estes eienlistas chefiaram â cnnclusAn, com o foi
afirmado por l iem v James Lorman. que náo existe "outro modo"
para descrevei "este cortejo escarlate de atos criminosos... a
não ser como uma AUTÊNTICA ESCOLA PARA O CRIME!"
O livro "Our Movie Made Children" continua mostrando
que nos filmes os crimes são retratados de forma atrativa, encorajan­
do os jovens a entrarem no mundo do crime. Citamos novamente
das páginas 39 e 40 o seguinte:
"O herói de um filme é o líder de um bando de criminosos que aterrori/a toda a região com seus assaltos a mão armada e roubos.
Há um prêmio por sua captura,mas no desenrolar da história ele é
retratado como um homem possuidor de grande coragem, admi­
rado por seus seguidores, belo e inteligente.
"Um outro herói, líder de um bando de ladrões, é uma pessoa be­
la e interessante. No início do filme ele é visto como uma pessoa
alegre.de bem com a vida. calma, satisfeita, terna e cuidado­
sa para com sua mãe e irmã mais nova. A morte de sua irmã, en­
tretanto. desperta nele uma enorme ira contra a aristocracia e um
incontrolávcl desejo de vingança. Ele tem muita coragem, uma
belíssima voz e seus seguidores o admiram e respeitam.
"Um terceiro lierói é um notório jogador procurado pela polícia
53
Ele tenta assaltar o navio no qual viajava. Ele é vistoso, extre­
mamente bem vestido, agradável, cortês, inteligente e corajoso.
Seu passado é retratado de modo vívido e encantador.
"Em alguns filmes de espionagem os atores representam papéis
cheios de charme, elegância e como sendo irresistíveis para as
mulheres.
"Esta lista poderia ser estendida indefinidamente - uma lista de
criminosos tão atrativos que tornam os crimes tentadores e a cri­
minalidade algo desejável. A tendência para imitar a conduta
de pessoas atraentes, segundo o Dr. Peters, é provavelmente mai­
or do que se as pessoas i u u i fossem atraentes. Seja como for, a
despeito do que eles podem fa/cr, a conduta de personagens atra­
entes é certo que será imitada. A ocorrência de tal fato tem sido
provada por pesquisadores quando eles investigaram os efeitos
dos filmes na condula, na delinqüência c nos crimes."
Hnlao, uma pesquisa científica dos filmes prova que as histó­
rias sobre criminosos são "TÃO ATRATIVAS QUE TORNAM
OS CRI MHS TENTADORES E A CRIMINALIDADE ALGO
DESEJAVHL". O papel dos criminosos são desempenhados pelos
astros mais atraentes dc Hollywood. Os admiradores destes astros
naturalmente poderão ser atraídos para os crimes e pecados que
eles retratam de modo tão interessante e sedutor.
O que acontece com os criminosos nos filmes? O crime
compensa? Certamente que sim, pelo menos na tela! Citando
novamente "Our Movie Made Children", vejamos como é que
os criminosos se saem.
"... ü l)r. Dale la/ a scguinle pergunta a respeito dos filmes: 'Quais
são as conseqüências dos aios criminosos para o próprio crimino­
so?' Uma análise detalhada de 40 filmes, nos quais não menos que
57 criminosos cometeram 62 crimes, deu-lhe a seguinte resposta:
"Três tios 57 criminosos foram presos e condenados; quatro foram
presos mas absolvidos; outros quatro, após serem presos, escapa­
ram; sete foram presos e punidos."
Então nos é dito que: "Vinte c quatro criminosos foram
punidos por aquilo que pode ser descrito corno método ilegal” -
54
certamente este também não é um bom exemplo. O autor afirma
que:
"Alguns dos crimes não punidos foram assassinatos cometidos pelo
herói... ; seqüestro reali/.ado pelo vilão...; roubo praticado pelo he­
rói...; desfalque feito pela heroína e arrombamento perpetrado pelo
herói, tudo 110 mesmo filme."
Você gostaria que a juventude aprendesse que de cada
cinqüenta e sete crim inosos apenas sete são punidos? Você gostaria
de ensiná-los a tomar nas próprias mãos a punição dos que praticam
o mau? Você gostaria que os heróis dos jovens fossem assassinos,
ladrões, estelionalários e arromhadorcs? Listes são os heróis dos
filmes!
Não é de admirar que o uulor do livro "Our Movie Made
Children" lenha chegado à seguinte conclusão:
"Sendo que, se apenas um quinto dos ei mimosos que ap.neeem nos
filmes sao retratados como recebendo punição legal e muitos ou
tros permanecem impunes, existe qualquer dúvida de que tais fatos
são registrados de modo indelével na mente juvenil?"
Os filmes são uma escola de crime. Seria uma atitude in­
teligente de nossa parte não freqüentá-la.
Os Filmes Deixam de Ensinar Coisas Essenciais Para a
Formação de um Caráter Equilibrado.
Lembre-se que milhões de pessoas vão ao cinema a cada
semana. Praticamente a metade desta platéia é formada por
adolescentes. Eles gastam em média duas horas por semana com
sua atenção colada à tela através da visão e da audição recebendo
as lições que os filmes ensinam. Os astros dos filmes são seus
heróis e heroínas. Para muitos deles estas são as únicas lições
que recebem a respeito da vida. Seus sonhos são criados por
filmes e seus caracteres são formados por aquilo que eles vêem
55
e ouvem nos cinemas. E os heróis e heroínas dos filmes, na maioria
das vezes, não são retratados como pessoas pobres, mas como
pessoas ricas! Os personagens mostrados na maioria dos filmes,
não têm um trabalho honesto. Eles não trabalham da forma con­
vencional. Eles não possuem virtudes e hábitos recomendáveis. Por
exemplo, a pesquisa realizada pelo Payne Fund, supervisionada por
professores e cientistas, e relatada no livro "Our Movie Made
Children" nos informa que:
"Trinta c três por ccnto dos heróis,por exemplo,e quarenta e qua­
tro por cento das heroínas, cinqüenta e quatro por cento dos vi­
lões c sessenta e três por cento das vilãs em 1 15 filmes -todos es­
tes proeminentes protagonistas,são ricos ou milionários. A média
tios personagens principais que são pobres é de apenas cinco a
quiii/e poi cento."
Vocc acha que quando os luTÓis c heroínas dos filmes
são ricos e correm cm seus carros imporlados c passam os dias
de verão recostados em suas cadeiras de praia ou piscina e bebem e
dançam a noite toda desfrutando seus prazeres encantadores, que
0 jovem que os assiste estará contente quando tem que dedicar
oito horas ao trabalho duro todos os dias, vestir roupas baratas,
comer alimento simples e estar contente com a rotina de uma
vida tranqüila? A resposta certamente e, NÃO! E da análise de
1 15 filmes escolhidos ao acaso aprendemos que oitenta personagens
são descritos como possuindo "ocupação desconhecida" e
"ocupações ilegais" as quais nos é dito que incluem "ocupações
tais como formação de quadrilha, contrabando, roubo, banditismo,
chantagem e prostituição"! Sessenta e seis destes personagens
são "famosos", muitos deles são considerados "membros da
alta sociedade", c NENHUM DELES É UM TRABALHADOR
COMUM! Seria natural esperar que a multidão dos que assistem
a estes filmes gastassem algum tempo realizando trabalho duro
e comum para receberem um salário habitual? Depois que estas
cenas, sonhos e ideais estiveram diante de seus olhos, estariam
56
eles contentes em viver de maneira simples e paciente, suportando
seus fardos, fazendo o bem e se preparando para o Céu? Não!
Eles foram ensinados pelos filmes que é certo possuir riqueza
sem tê-la ganho, gastar dinheiro livremente, não ter nenhuma
ocupação especial, vestir roupas caras, embriagar-se, dedicar-se
à jogatina e fazer todas as outras coisas que a "alia sociedade de
Hollywood" faz. Uma grande inquietude toma posse do coração
dos que assistem aos filmes e se vêem confinados mim mundo
rotineiro onde homens e mulheres, caso sejam honestos, devem
trabalhar para se sustentarem, gastai som ente o dinheiro que
possuem e usar roupas de acordo com aquilo que podem pagar.
O brilho de Hollywood separa-nos do mundo real. Tia/ nos
inquietude, cria falsos ideais, /ctmbu do Imbiilho honexlo, encoraja a
rebelião, a extravagância, a vida noülllla, as ituíh Companhias c
estimula o pecado!
"Você quer sei lealmente iico?" peigiiiila nos a 1’alavia
de Deus. "Você |,i c, se scr lor IeIi/ e bondoso. Afinal de contas,
não trouxemos nenluim dinheiro conosco quando viemos ao mundo,
e não podemos levar nem mesmo um centavo quando morrermos.
Portanto, devemos sentir-nos bem satisfeitos sem dinheiro, se
tivermos alimento e roupa suficiente.” 1 Tim. 6:6-8. (Bíblia Viva).
Somos informados que "quanto à bebedeira, dos 115
filmes, sessenta e seis por cento a retratam, e quarenta e seis por
cento deles exibem a embriaguez". Setenta e oito por cento de
todos estes filmes contêm cenas com bebidas alcoólicas. Oitenta e
sete e meio por cento dos personagens destes filmes que foram
tão cuidadosamente estudados, aparecem fumando. Os adolescentes
que assistem a estes filmes são levados a pensar que é correto fumar,
pois quase nove de cada dez pessoas no mundo fumam! Não resta
dúvida de que os filmes fornecem um péssimo exemplo para as
pessoas!
57
O Amor Ilícito é Deliberadamente Encorajado por
uma Grande Porcentagem dos Filmes.
Suponha que sua família tenha trinta e cinco amigos.
Estes trinta e cinco amigos são pessoas atraentes e charmosas.
Suponhamos então, que estas trinta e cinco pessoas possuam
como único objetivo na vida manter relacionamentos ilícitos, isto
é, ter relações sexuais sem se casarem. Você acha que o exemplo
deles teria algum efeito sobre seus filhos ou sobre sua própria
mente? Caso você ache que sim, então leia cuidadosamente o texto
abaixo que foi extraído do livro "Our Movie Made Children", p. 50:
"... o Dr. I)ale averiguou que em 22 filmes dos 1 15 estudados, o amor ilícito aparece como alvo'dc 35 dos personagens principais,
incluindo os heiois e heroinas, Dianlc disso seria inesperado que os
delitos sexuais em muilos easos fossem apresentados como sendo
dcsoiaveis, e nao sumenle isso, mas mcsisiivcrs para os jovens?"
Vinte c dois filmes dc grande sucesso tinham trinta e
cinco personagens principais, heróis e heroínas, que na tela diante
dos olhos de milhões de adolescentes e adultos aspiram por amor
ilícito - desejam cometer fornicação ou adultério! Será que tais
filmes exerceriam alguma influência sobre as mentes dos que
gastam horas assistindo-os? A pesquisa científica financiada pelo
Payne Fund, particularmente o trabalho realizado pelo Dr. Dale,
observou que atores e atrizes que atuaram nos filmes pesquisados,
realizaram cenas picantes destituídos de qualquer pudor; embora
sendo heróis e heroínas, eram imorais e impuros.
A revista Time afirmou certa vez, que doze estrelas haviam
"em filmes recentes realizado papéis que retratavam desde a prosti­
tuição de luxo até a descarada concupiscência". Desse modo a
indústria cinematográfica promove a doutrina satânica que o pecado
não causará nenhum mal ao transgressor, que os homens não colhem
o que semeiam (Gál. 6:7), que o futuro do transgressor não será
difícil. Os filmes tornam a "prostituição atrativa” e "a concupiscên­
cia desejável". Eles são anticristãos e definitivamente imorais.
58
Como pode qualquer cristão estar seguro ao assistir ou ter seus
filhos assistindo e sendo influenciados por esta escola de impiedade?
Filmes que exibem mulheres degradadas e homens adúlteros,
exaltando-os para que sejam admirados e imitados, são satânicos,
são carnais. Os cristãos não deveriam tomar parte em tais coisas.
O apóstolo Pedro deixou nos um conselho muito oportuno:
"Queridos irmãos, vocês são npcnas visitantes nqiii na terra. Visto
que o seu verdadeiro lar está no céu, eu lhes suplico que se afastem
dos prazeres malignos deste mundo; cies não são para vocês, pois
lutam contra suas próprias ulinus". I Ped. 2 :1 I. (Bíblia Viva).
59
Uma Escola Para o Crime
Hollywood especializou-se em filmes que retratam
crimes. Estes filmes se banqueteiam no pecado, na impiedade,
na violência e no sangue. Eles mostram como cometer um crime,
como ser um gangster famoso, como enganar a polícia, como os
criminosos têm abundância dc dinheiro e são homens ousados,
admirados pelas mulheres e temidos pelos homens mais fracos
- tudo isso retratado em cenas mirabolantes e com a atuação de
atores brilhantes e muito bem pagos, acompanhados por músicas,
lu/es, cores e tudo o que há de mais moderno em tecnologia
cinematográfica, Em outras palavras, os filmes em muitos
casos se tomam uma propaganda a lavor do crime, e analisados
como um tudo são realmente uma escola de crimes. Muitas
evidencias comprovam esta afirmação.
A cada curto espaço de tempo lemos nos jornais e revistas
a respeito de jovens que entram na vida criminosa, que admitem
estar imitando o que viram nas telas. Freqüentemente quando
jovens criminosos são pegos pela polícia por haverem cometido
crimes terríveis, como assassinato ou seqüestro, eles afirmam
que foram estimulados pelos filmes que assistiram.
Mario Padilla, adolescente que foi condenado nos Estados
Unidos por matar a mãe, ao alegar que foi influenciado pelos filmes
violentos que assistiu na infância, afirmou o seguinte: "Na
primeira vez que você vê a cabcça dc uma pessoa explodindo,
você sente pena. Depois você quer fazer aquilo várias vezes
seguidas".1
Este também foi o caso de Raymond Hamilton, eletrecutado no Texas, após uma breve mas terrível carreira de assassinatos,
roubos, fuga das prisões e novos julgamentos. Com sentenças, que
somadas, chegavam a 400 anos de prisão, ele finalmente foi
sentenciado à morte numa cadeira elétrica com a idade de 22
60
anos. Um repórter de jornal que o entrevistou antes de sua
execução, registrou o seguinte depoimento feito por Raymond:
"Eu não posso dizer a você como educar seus filhos, mas eu sei,
eu aprendi muito a respeito de contrabando e roubos a banco nos
filmes".
Entre os cientistas que pesquisaram os efeitos dos filmes
sobre o caráter estava o l)r, Biumcr, professor na Universidade
de Chicago. Auxiliado pelo |)r. Ilauscr. ele entrevistou centenas
de jovens e sugeriu que eles escrevessem o que haviam aprendido
dos filmes e qual era a atitude deles com respeito uo crime e aos
criminosos. A seguir eles enlrevisturam cuidadosamente cento
e trinta e nove garotos delinqüentes dc 15 unos ou m enos que
já estavam cum prindo pena, E les foram ft in«tltulvõ«s penais e
colheram declarações de homens, purtieulurmente homen* jovens. já
condenados. E 1LM (iRANDIí ESCALA TORNOU SH APARKNTIi
QUE OS I II Ml N HAVIAM ENCORAJADO O CRIME;. ENSINA
DO OS Ml-TODOS PARA COMETE-LOS E CRIADO CRIMI­
NOSOS. Certamente nem todos os crimes foram cometidos
devido à influência do cinema. Alcoolismo, lar desestruturado,
falta de influência moral e espiritual, a tendência pecaminosa
herdada por todos nós e muitos outros fatores entram na causa
do crime. Mas os próprios criminosos em centenas de casos
admitiram a influência exercida pelos filmes. A psicóloga do
Instituto H. El lis, Aparecida Vanini Favoreto, explica: "Um
filme não é capaz de criar um comportamento, mas pode
permitir que uma vontade que já estava lá se materialize".
Segundo ela, uma fita pode legitimar uma conduta ao mostrar
que "não é pecado" e assim acabar com o sentimento de culpa.2
A pesquisa feita pelo Dr. Brumer demorou quatro anos. Ela foi
realizada de forma cuidadosa e científica. Suas conclusões
podem ser consultadas em dois estudos: "M ovies and C onduct"
escrito por Hebert Blumer, e "M ovies, D elinqitency, and Crime",
escrito por Hebert Blumer e Philip M. Hauser.
Dos 139 delinqüentes com 15 anos de idade ou mais
61
novos, 24 garotos, ou dezessete por cento disseram como os
filmes os conduziram à delinqüência e ao crime.
O Dr. Forman afirma a respeito dos filmes que "é seguro
dizer que nem mesmo Roma Imperial em sua maior decadência
exibiu tais símbolos e imagens para os jovens imitarem e copiarem" !
Eis uma lista parcial das coisas criminosas que os filmes
ensinam fazer, ou mais propriamente ensinam os jovens como
fazer antes de se tornarem criminosos, conduzindo-os a uma vida
de crimes. A lista foi fornecida pelos próprios criminosos convictos
que afirmaram tê-la aprendido nos filmes:
"Como abrir um cofre usando o tato."
"Como entrar numa loja forçando a fechadura com um
pé-de-cabra e uma chave de fenda."
"F mais vantajoso desativar um alarme durante o dia."
"Como tirar a folha de uma porta das dobradiças para
entrar num apartamento."
"Como quebrar uma janela silenciosamente para entrar
numa loja ou casa usando papel pega mosca antes de quebrá-la."
"Como agir e o que fazer num assalto com uma arma.”
"O uso de uma furadeira para retirar uma fechadura e
arrombar uma loja."
"O uso de cortador de vidro para cortar o vidro de uma
janela e abrir o seu fecho."
"Técnica de aproximar-se súbita e rapidamente de uma
pessoa a ser assaltada."
"Como arrombar uma porta ou janela com pé-de-cabra."
"O uso de uma chave mestra para entrar numa casa."
"Como abrir ou fechar uma fechadura com um par de
pinças.”
"Como destravar a porta de um carro usando uma barra
de ferro."
"Dicas de como arrumar um local que sirva de cativeiro
para a realização de um seqüestro."
"Técnicas para não se deixar digitais no local do crime."
"Como usar armas - pistolas, revólveres, rifles de longo
62
alcance, escopetas, metralhadoras, facas, soco inglês, bombas,
etc."
"Como enganar a polícia nas fugas."
"O uso de uniformes para não levantar suspeitas durante os
atos criminosos."
"Como revidar tiros."
"Como mutilar ou matar policiais que estejam usando
motocicleta na perseguição, acelerando e acionando os Ireios
do veículo perseguido bruscamente."
"Como bater carteira."
"Como fazer dormir os moradores de umucu,sa a lim
de roubá-la."
"A importância de se entubilieir um állbl,"
"Como portar umu urmtt s#m iitrutr B nlanflo dun ps,s,sous."
Não e sem ra/.flo que o D r. Formun exeittmou: "Vinte e
quatro importantes e distintos itens da técnica do crime1 A
escola de Al Capone lot brincadeira de criança diante deste
currículo dc crime!"
O Cinema e as Mortes.
"O cinema sempre mostrou gente morrendo. Esta é a
verdadeira essência do cinema", afirma Diogo Mainardi, colunista
da revista VEJA. De cada dez filmes, oito deles certamente têm
algum morto no meio. Em alguns filmes morrem mais de cem
pessoas. Difícil é encontrar filme em que ninguém morra. O
repertório de mortes cinematográficas é praticamente infinito.
Há mortes trágicas, mortes heróicas, mortes cômicas. Há assas­
sinatos e suicídios. Há mortes sangrentas e nada parece mais
fotogênica aos cineastas do que uma enorme poça de sangue.
Há mortes por doenças, de vez em quando, por velhice. Mas o que
não falta no cinema é gente morta. Um filme sem mortos é
considerado ruim. A não ser que os seus autores tenham preferido
explorar outras formas de violência: moral, psicológica ou
63
econômica. Quando são bem tratadas estas formas de violência
podem ser ainda mais brutais do que a morte física. Infelizmente
o cinema é isso: quanto mais brutal, maior o seu sucesso.
Hollywood não poupa esforços para tornar ultra-realistas as
cenas de morte. Mas, se uma notícia que circulou no mês de
setembro de 1999 se provar verdadeira, pode ter ultrapassado o
sinal vermelho nessa busca. Indagado sobre como elaborara uma
cena arrepiante do filme "Three Kings", aquela que mostra uma
bala penetrando um corpo humano e dilacerando suas entranhas,
o diretor David Russel foi claro: "Filmamos uma bala atravessando
um cadáver", disse à revista NEWSWEEK. A seguir explicou
que o estúdio temia a reação à cena, mas decidiu mantê-la quando
a platéia das exibições-testes se mostrou "fascinada".
A atitude de Russel, não resta dúvida, é pavorosa e
totalmente antiética. A polícia de Casa Grande, no Arizona,
onde muitas cenas foram rodadas, anunciou que pretende
investigar casos de sumiço de corpos nos necrotérios da região.
( ) Cinem a e a Violência.
"Violento, sufocante e original. Assim é 'Clube da Luta',
o retrato de uma geração", afirmou a crítica de cinema Isabela
Boscov.
A cena inicial já é um choque. Depois de uma viagem
acelerada pelo que parece ser um cenário abstrato, mas é na
verdade o interior de um corpo humano, a câmera desemboca
no cano de uma arma. Que, por sua vez, está dentro da boca do
narrador do filme. Como, afinal, ele foi parar nesta situação é o
assunto de que se ocupa "Clube da Luta". Dirigido por David
Fincher, o mesmo cineasta do mórbido "Seven", este estranho
híbrido de suspense e comédia vem causando polêmica desde
antes de seu lançamento. Em linhas gerais, a fita de Fincher trata
de homens que voltam a se sentir vivos ao participar da
organização clandestina de um clube, no qual trocam socos com
64
uma vontade que beira à selvageria. A organização ganha adeptos
rapidamente, até se transformar num fenômeno de dimensões
assustadoras e feições neofascistas. Mesmo entre seus defensores,
não é difícil encontrar quem tema que este filme estimule a platéia
a copiar o que viu na tela. Acusação idêntica pesou sobre outros
filmes que abordavam a violência de maneira crua, como "Laranja
Mecânica", de Stanley Kubrick, e "Assassinos Por Natureza”,
de Oliver Stone. Na verdade, este é um assunto delicado na
Hollywood de hoje, atemorizada por se encontrar no centro de
um acalorado debate sobre o suposto poder da mídia de incitar a
violência.
A história do grupo de homens que recorre à troca dc
socos como terapia para o tédio é um frttGiWBO d* bilheteria.
Arrecadou apenas metade do que cuNtou, mtw §«tá fttüftdo muito
barulho - fora das leias. No Morumbi Shopping, serviu dc pano
de fundo para uma matança Na cidade de Aiilnirn (listado de
Washington, Hl IA), estimulou duas dezenas de adolescentes a
organizarem u m festival dc pancadaria semelhante à praticada
em forma de ficção, causando ferimentos sérios em pelo menos
um menino. Com isso, reacendeu-se a controvérsia: a violência
propagada em escala industrial por filmes, programas de TV e
jogos eletrônicos é capaz de influenciar o comportamento do
público jovem, que têm nessas imagens uma de suas principais
referências?
"Clube da Luta" não é o único suspeito nesse processo.
Uma mulher que matou cinco pessoas na França citou
"Assassinos Por Natureza" como fonte inspiradora. Nos EUA
e na Alemanha, criminosos se declararam motivados pelo
filme de Oliver Stone. Dois adolescentes deram 45 facadas na
mãe de um deles e confessaram que a idéia nasceu enquanto
assistiam a "Pânico". O debate foi ampliado com o massacre de
Littleton, no Colorado, em abril de 1999. Dois adolescentes
mataram 13 pessoas numa escola. Vestiam capas pretas iguais
à de Keanu Reeves em "Matrix". A dupla também era fanática
65
por "Diário de um Adolescente", no qual o personagem de
Leonardo DiCaprio, um adolescente viciado em drogas, tem um
sonho em que extermina colegas e professores.
O massacre no Colorado levou o presidente Bill Clinton
a encomendar ao Departamento de Justiça e à Comissão Federal
de Comércio, no início de junho de 1999, um estudo destinado
a averiguar se filmes e videogames não estariam usando a violência
como marketing para atrair adolescentes. Reflexo dessas preo­
cupações, a produtora Miramax alterou recentemente, nos
Estados Unidos, o título do suspense juvenil "Tentação Fatal".
O filme deveria chamar-se "Killing Mrs. Tingle" (Matando a
Senhora Tingle) e virou "Teaching Mrs. Tingle" (Ensinando a
Senhora Tingle). Observe que apenas o título foi mudado.
Não resta dúvida que a violência ocupa a mente e o
coração dos diretores de Hollywood. Recentemente o diretor
americano Spike Lee comprou uma briga embaraçosa ao
apresentar seu novo lilme no Festival de Cannes. Quando um
repórter lhe perguntou o que deveria ser feito para combater a
violência nos Estados Unidos, ele sugeriu fuzilar o ator Charlton
Heston "com um tiro de pistola Magnum Bulldog calibre 44".
Heston, 74 anos, veterano ator de uma centena de filmes (Ben
Hur, True Lies), é o presidente da National Rifle Association,
entidade que reúne fanáticos por armas de logo e vive combatendo
projetos oficiais que visam limitar seu uso. No dia seguinte, Heston
respondeu que Lee deveria experimentar a pistola "em si próprio".
Podem um filme e seu autor ser responsabilizados por
fatos ocorridos na vida real? No dia 10 de maio de 1999, a Suprema
Corte americana decidiu que as garantias constitucionais à liberdade
de expressão não impedem uma ação indenizatória por "incitação à
violência" contra Oliver Stone, diretor do filme "Assassinos
Por Nulureza". Em 1995, um casal de jovens, Sara Edmondson
e Benamin Darras, assassinou um empresário do Mississippi
e atirou numa mulher, Patsy Ann Byers, depois de ver a fita
várias vezes. Patsy ficou paralítica e morreu de câncer em
66
1998. A família dela está processando os responsáveis pelo
filme.
Não seria bom que nós, que vivemos num mundo tão
cheio de violência, tomássemos como exemplo a atitude do salmista
Davi, registrada no Sal. 101:3: "Não porei coisa má diante dos
meus olhos"? Davi resolveu não olhar para o que é mau, para
que sua vida não imitasse aquilo que ele visse. Em grande parte
somos aquilo que contemplamos. Portanto, não devemos ouvir,
■ver ou falar aquilo que é mau.
1. Revista ISTO É, 04.08.99, p. 22.
2. FOLHA DE SÃO PAULO, 13.11.96.
O Cinema e o Sexo
Já afirmamos que os filmes possuem uma influência
tão grande que eles têm-se tornado um dos fatores mais
poderosos na vida moderna. Milhões de pessoas passam muitas
horas diante de uma tela cada semana. Cerca de 36% delas
são adolescentes e outros 16% são crianças com menos de 13
anos dc idade! Eles assistem a filmes estrelados por atores e
atrizes imorais tanto na vida quanto no caráter, e cujos diretores e
companhias cinematográficas têm como único objetivo obter cada
ve/, mais dinheiro. Os principais temas desses filmes são "amor",
"sexo" c "violência". Cenas de sedução, nudez, seqüestro,
assassinato, roubo, vingança - todas as espécies de crimes e
pecados aparecem de modo abundante. Mesmo um filme aparen­
temente inocente como o mega sucesso de bilheteria "Titanic",
que retraia uma tragédia que realmente ocorreu, sem qualquer
necessidade possui uma cena de nudez c uma de sexo, ainda
que implícito. Esses filmes ensinam que a vida dissoluta, com
bebedeiras, noitadas em clubes, dança, "ficar", licenciosidade,
gasto abundante de dinheiro que foi obtido de modo fácil, tornam a
vida extremamente feliz! Hles ensinam que o casamento não é
sagrado, que o trabalho duro, a economia e a abnegação são
coisas desnecessárias, que alguém pode se dar muito bem na
vida de crimes e que as pessoas não colhem aquilo que elas
semeiam. De acordo com os filmes os gangsters e criminosos
geralmente são pessoas admiráveis, se nós realmente os
conhecêssemos; as prostitutas são atrativas, boas garotas que
estão dispostas a nos tornarem felizes e realmente não há nada
de errado em manter um caso com a esposa de outro homem!
A impressão geral deixada pelos filmes é que o caminho do ;
transgressor das orientações divinas não oferece nenhum perigo, j
que os pecados não causarão mal algum àqueles que os praticam,
como ensina a Bíblia; que o ser humano não precisa de Deus, e
68
que certamente devemos dar mais ouvido à ciência do que à
Palavra Deus! Em outras palavras, o cinema contradiz a Bíblia,
seus ensinos são contrários ao cristianismo e os resultados a serem
esperados, definitivamente são perigosos e imorais.
A Sexualidade Distorcida.
Uma onda de imoralidade sexual no inundo seguindo
os padrões tão abundantemente exposlos nos filmes foi tflo inevitável
quanto a malária quando as p essoas não possuíam m eios de
combate ao mosquito transmissor ou c o m o a epidemia de lilo
quando bebiam água contaminadu e viviam Cffl Ctt»us infestadas
por moscas que o transmitiam.
Já fizem os algum comentário ti respeito du influência
do cinema no com portam ento sexual cias pessoas; porém c.ste é
um assunto táo importante, que gostai íamos de dedicar Uin
capítulo exclusivo para discuti-lo.
O instinto sexual é o mais poderoso de todos os
instintos humanos em seus efeitos sobre a conduta. Ele é mais
poderoso que a fome, constantemente mais poderoso que o
medo ou mesmo o instinto de auto preservação, e os filmes
lidam tão amplamente com o sexo que a conduta sexual é
inevitavelmente influenciada. Visto que a maioria dos filmes
retratam o amor e o sexo, apelando para a lascívia, para a
obscenidade e o fazem usando temas que envolvem prostitutas,
triângulos amorosos, beijos ardentes, cenas de sexo explícito
ou implícito, as pessoas que os assistem são envolvidas e
influenciadas por eles de forma muito poderosa. Sendo que os
filmes estão errados na maneira como tratam estes assuntos,
eles causam graves desvios na conduta sexual, do mesmo modo
como influenciam na prática de crimes.
Assim para muitas pessoas que têm visto os astros com
pouca ou nenhuma roupa, a nudez não é errada e nem tão pouco
chocante.
69
Alguns filmes chegam a influenciar mesmo pessoas casadas,
das quais é de se esperar uma conduta sexual mais moralizada.
Para citar apenas um exemplo, segundo o jornal FOLHA DE
SÃO PAULO, "Striptease", estrelado pela atriz Demi Moore,
balançou a vida sexual de mulheres casadas, "que se sentiram
motivadas pelo desempenho da atriz a dar shows privados para
seus parceiros". O mesmo artigo faz menção da criação de "um
curso" que "ensina as maneiras de tirar a roupa".1
O que os adeptos de tais filmes infelizmente deixam de
compreender é que a pornografia é uma distorção da sexualidade.
"A pornografia é prejudicial", afirma Lewis B. Smedes, "porque
(orna o sexo corriqueiro, desinteressante e tedioso".2 Nela vemos
uma sexualidade truncada, preocupada somente com o físico.
Um outro problema é o mundo de fantasia que ela cria.
'] cénicas cinematográficas avançadíssimas podem cobrir uma
multidão de defeitos físicos dos astros. O filme hábil, com suas
cenas cuidadosamente planejadas, pode fazer com que um
relacionamento conjugal, que de outra forma seria perfeito,
pareça tedioso e sem graça quando são comparados. Que
mulher pode comparar-se favoravelmente, dia após dia, com
os seios voluptuosos, o sorriso cintilante, e as pernas sensuais
que aparecem nas telas'? Que homem pode equiparar-se aos
músculos volumosos e ao corpo queimado de sol retratado na
mídia moderna?
A resposta é que ninguém pode, nem mesmo as pessoas
que produzem o falso espetáculo. É um mundo de sonhos - mundo
enganoso, atraente, artificial, de quimeras. O sexo dos filmes é
demasiado hábil, demasiado maravilhoso, demasiado extasiante.
Sexo no mundo real é uma mistura de ternura e halitose, amor
e fadiga, êxtase e desapontamento. Quando as pessoas acreditam
no mundo dos sonhos, tornam-sè críticas, às vezes ácidas, dos
defeitos do mundo real; de fato, começam a procurar um mundo
de fantasia perfeito. Esse faz-de-tíonta é destrutivo tanto para a
verdadeira sexualidade quanto para a verdadeira espiritualidade.
70 ' c
A sede de Hollywood para com as aberrações sexuais
parece impossível de ser saciada. Já em 1953, um dos seus filmes,
"Glen or Glenda?”, retratava um travesti, que não consegue contar
o fato à namorada. Em 1996, com o filme "Ligadas Pelo Desejo",
Hollywood retrata o lesbianismo sem qualquer pudor.
"Mesmo nos filmes aparentemente puros, há idéias impuras
implícitas a respeito de sexo", afirma uma pesquisa americana.3
Sem assumir um tom militante, este curioso documentário sobre
homossexualismo no cinema americano explicita o viés "gay"
de diversos filmes. Um exemplo: o escritor Gore Vidul, roteirista
do clássico "Ben H ur”, conta que em seu texto original u paixão
entre os dois prof agon i.sl a,s deveritt ficar clara para o espccimloi.
A sugestão, é lógico, foi atenuadíiiiffia na fltà ■que, mesmo
assim, viraria um ícone 'guy",4
Alguns astros também nno fazem questAo de esconder
suas preferências sexuais. No passado James Whale foi uma das
poucas celebridades hollyvvoodianas a revelar-se "gay" publicamen­
te. Hoje, porém, o quadro é outro. Susan Sarandon, atriz americana,
que fez cena de sexo com a atriz francesa Catherine Deneuve,
no filme "Fome de Viver", afirmou: "Se você escolhe ir para cama
com uma mulher e ela é Catherine Deneuve, não é necessário ficar
bêbada.1,5 Angelina Jolie, atriz do filme "O Colecionador de Ossos",
não faz questão de esconder o "ecletismo de suas preferências
sexuais" ao afirmar que desde que se separou do ator inglês Jonny
Lee Miller "anda sem namorado ou namorada. Dedica mais tempo à
sua coleção de facas, a freqüentar espetáculos de sadomasoquismo
e a discorrer sobre suas tatuagens para repórteres babões. Uma
delas, vizinha à marca do biquíni, traz os dizeres: 'Quod me nutrit
me testruit' - ou 'Aquilo que me nutre me destói'.”6
71
O Cristão e o Sexo.
Basicamente, a Bíblia diz três coisas a respeito do sexo;
ela afirma queo^sexo é bom,'époderosQ e portanto precisa ser
controlado.
Q sexo é bom cm si mesmo e por si mesmo porque faz
parte da criação realizada por Deus, e corno afirma a Bíblia "tudo
o que Deus criou é bom... (I Tini. 4:4). No relato bíblico da criação,
depois de cada dia está registrada a expressão; "E viu Deus que
isso era bom" (Gên. 1:10, 12, IX, 21 e 25). Seguindo o relato do
último dia está escrito: "... e eis que era muito bom" (ver. 31). O
sexo era uma parte integrante desta criação muito boa.
Falando especificamente acerca do sexo, o autor de
Hebreus declarou: "O matrimônio seja honrado por todos, e o
leito conjugal, sem muncha" (Heb. 13:4 B.J.). A palavra grega
tradu/.ida neslu passagem por
é o termo grego "koite",
que significa "coabitar; implantai o espermatozóide ".7 Embora
a palavra portuguesa "coito" derive do latim "ooitu", o termo
grego "koite" possui o mesmo significado: a união que o casal
realiza na cama; coabitar. Baseados neste significado da palavra,
poderíamos traduzir este verso do seguinte modo: "O coito no
casamento é honroso e sen^mácula".
A bondade intrínseca do sexo pode ser deduzida, também,
do falo de que Deus ordenou a união sexual. O Senhor disse ao
primeiro casal: "Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra"
(Gên. 1:28). Quando Eva teve seu primeiro filho, declarou:
"Consegui um filho homem com o auxílio do Senhor Deus"
(Gên. 4:1 - Bíblia Viva), reconhecendo, assim, que Deus aprovava
o processo sexual. A julgar pelas numerosas referências bíblicas
à bênção dos filhos (Sal. 127:4, 5; Pro. 17:6), Deus julga que o
sexo é bom.
•: O jjexo não somente é essencialmente bom como também é
muito poderoso, Isto fica subentendido no fato de que ele pode
ser usado para "multiplicar” as pessoas e "encher" a terra (Gên.l :2X).
72
Seu poder não somente é dramaticamente demonstrado na sua
capacidade de tornar o homem e a mulher "uma só carne" mas,
sim, pelo tipo de criatura que está produzindo. Os filhos de pais
humanos são gerados à imagem de Deus. Adão foi criado à imagem
de Deus, e "gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua
imagem" (Gên. 5:3); e esta "imagem e semelhança", são transmitidas
a todos os seres humanos (Tia. 3:9). Logo, pelo processo da
sexualidade humana são produzidos não somente muitos seres
humanos, como também seres semelhantes a Deus. Quatulu vun
esperma e um óvulo se unem, está sendo formado um pequeno
ser que possui a semelhança divina, tf sexo, portanto, nào somente
é bom por natureza, mas também C grande no seu poder, E glande,
tanto em virtude de quanto pode produzir, tom o tumbém cm
virtude do tipo de criatura que produ*, luto é, um« pil»Oi »melhunte
ao poderoso Criador.
• Ei óbvio que qualquer coisa tão poderosa quanto o sexo
precisa ser controlada N inguém em sa consciência dcixuiiu crian ças
imaturas brincar com dinamite. Nem qualquer governo responsável
tornaria as armas nucleares disponíveis ao público em geral. De
muitas maneiras, o sexo, é mais poderoso do que a dinamite ou
o poder atômico. Portanto, a única posição razoável que se
pode adotar a respeito de qualquer força tão poderosa como o
sexo, é que ele deve ser controlado ou regulado. Deve haver uma
maneira de canalizar e dirigir o poder do sexo para o bem da
humanidade. Porque se o jroder do sexo, como o poder do átomo,
não for aproveitado para propósitos bons, então seu abuso pode
causar a destruição da raça humana. De acordo com a Bíblia, o
meio escolhido por Deus para controlar a bondade e o poder do
sexo, chama-se casamento. (Gên. 2:24; Mat. 19:6). O casamento
^gue une o homem e a mulher num relacionamento_sem igual_£
germanente é o canal estabelecido por Deus a fim de regular o poder
do sexo.
Torna-se claro então que, embora a Bíblia celebre nossa
sexualidade, ela também oferece conselhos e admoestações.
No que diz respeito à homossexualidade, tão propagada
73
na mídia, a Bíblia é muito clara e direta. Desde o princípio até
o fim, ela vê a união heterossexual como a intenção de Deus
para a sexualidade e vê a homossexualidade como uma distorção
desse padrão dado por Deus. Ora, essa conclusão não é baseada
simplesmente nas referências específicas à homossexualidade
na Bíblia, embora essas passagens sejam, creio eu, suficientemente
claras na sua desaprovação da prática homossexual (Veja, por
exemplo, Lev.18:22; 20:13; Rom. 1:21-27; I Cor. 6:9, 10 e I
Tim.l:10). Mas é o contexto bíblico mais amplo que é mais
persuasivo. Esse contexto deixa bem claro que a união heterossexual
é a norma. Deus os criou "hoYnem e mulher" com a intenção que
se tornassem "uma só carne". Essa convicção está subentendida
cm todo o ensinamento bíblico acerca da sexualidade humana.
Tudo se perde quando desaparece a pureza, que é considera­
da a alma do caráter. Portanto, conservemo-nos puros; todo
pensamento, toda palavra, cada ação, tudo deve ser mantido
com a ptire/a concedida por Cristo!
1. FOLHA DE SÃO PAULO, 13.01.96.
2. Lewis B. Smedes, Sex For Christians, Eerdmans, Grand Rapids, Michi­
gan, 1976, p. 49.
3. O Outro Lado de Hollywood, The Celluloid Closet, USA, 1996.
4. Revista VEJA, 04.08.99, p. 161.
5. Revista VEJA, 18.08.99, p. 30.
6. Revista VEJA, 26.01.00, p. 157.
7. James Strong, Exhaustive Concordance o f Words in the Greek Testa­
ment, Methodist Book Concern, New York, NY, 1894.
74
O Cinema Em Casa
Os cinemas de rua estão virando miragem. Visando a
comodidade e a "segurança" de seus freqüentadores, as salas de
exibição localizadas nos shoppings centers e nos multiplex já
são a maioria dos 1300 cinemas existentes 110 país. Entre os
dois maiores exibidores, os números são impressionantes. A
americana Cinemark não tem nenhuma de suus 180 salas na
rua. E o circuito Severiano Ribeiro mantém apenas de/ de seus
170 cinemas como nos velhos tempos. Sem ddvldtt estes dados
sinalizam o fim de uma era.1
Uma outra importante mudança ocorreu há mais tempo,
com a chegada da televisfto nos lares, Ela jamais se tornou ião
prontamente portátil quanto o rádio, mas domesticou a imagem
em movimento. O aparelho de TV logo se tornou i|u;isr universal
e relativamente acessível mesmo a pobres de alguns países atrasados,
sempre que existia uma infra-estrutura urbana. Segundo a
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e
a Cultura (UNESCO), a quantidade de televisores no mundo
subiu de 11 milhões, em 1950, para 116 milhões, em 1962,
atingindo 251 milhões no início dos anos 70. Etn 1994, o total
de aparelhos de TV chegou a 1,24 bilhão.2 Cerca de 38milhões
de lares, o equivalente a 87% dos lares brasileiros, possuem um
ou mais televisores.3
Há hoje no Brasil 18 milhões de lares com videocassete
e 60 mil com DVD. Os fabricantes deste aparelho partem para
um novo ataque ao mercado. Das oito marcas de DVD, duas
delas vão reduzir os preços. (Num esforço para acelerar o processo
de popularização do aparelho no Brasil, a Gradiente decidiu reduzir
sensivelmente o preço de seus novos DVD players. Ao adquirir
o aparelho o comprador ganha um cupom que pode trocar por
filmes junto à Warner. Warner e Gradiente estão investindo R$
4 milhões nesta campanha. O fabricante acredita poder vender
75
cerca de 20 mil players após a promoção.4) O mercado avalia
que esse movimento provocará uma reação parecida por parte
dos demais fabricantes. Essa novidade se soma a outra. Os
representantes dos estúdios de Hollywood vão lançar 940 filmes
em DVD durante o ano 2000. Até dezembro de 1999, havia menos
de 300 títulos no mercado brasileiro.5
A combinação de aparelho mais barato com a variedade
de filmes nas prateleiras das lojas tem tudo para fazer vingar no
Brasil um fenômeno que já ocorreu no mundo desenvolvido. O
DVD se popularizou mais rápido que o CD-player e o videocassete
e entrou para a história como um dos lançamentos de maior êxito
da indústria de áudio e vídeo dos Estados Unidos.
Assim como a televisão tornou desnecessário ir ao jogo
de futebol, a TV e o vídeo tornaram desnecessário ir ao cinema.
O videocassete começou a levar toda a gama de imagem filmada
à telinha doméstica. Embora o repertório produzido para a tela
grande em geral solra ao ser miniaturi/ado, o videocassete possui
a "vantagem" de oferecer ao espectador uma opção teoricamente
quase ilimitada do que ver e quando ver.
Com os avanços tecnológicos surpreendentes, hoje, aparelhos
parelhos como o ÍW D , o Home Theater (cujo propósito sempre foi
reproduzir enf casa, da forma mais completa possível, a
experiência do cinema), a TV digital e outros, quase que podem
reproduzir perfeitamente o ambiente de uma sala de cinema
em casa. A imagem de um DVD é duas vezes mais nítida que
a dos videocassetes. O som é equivalente ao das salas de
cinema mais modernas. Tudo isso faz com que nos tornemos
absortos pela "magia" dos filmes em nosso próprio lar.
Sob este prisma, a televisão e o vídeo trazem problemas
semelhantes àqueles causados pelo cinema, porém multiplicados,
devido sua disponibilidade e possibilidade de assistira um filme
quantas vezes se desejar.
Podemos afirmar com toda certeza que a televisão é o
meio de diversão mais utilizado na atualidade. Dados do instituto
de pesquisa Marplan Brasil mostram que 98% da população entre
10 e 65 anos assiste à TV pelo menos uma vez por semana.6 A
maioria dos adolescentes passam cerca de 25 horas semanais
diante da telinha. Isto faz com que ao chegar aos 18 anos de
idade, ele tenha passado cerca de quatro anos e meio assistindo
aos filmes e às séries que ela apresenta.
Cinqüenta anos atrás, nos primórdios da televisão, cenas
de amor eram um acontecimento e tanto. Hoje elas não causam
grande comoção, mas ainda faltava uma barreira a ser demihada:
o homossexualismo explícito. Faltava. No dia 24 de itiaio desle
ano, o seriado adolescente "Dawson's Creek" mostrou isso pela
primeira vez na história da TV americana. Já fuziu tilgüm tempo
que a cena eslava anuneiudu, mus havia dúvidas §§ eltt fBhhnenlc
iria ao ar, por causa de grupos conservador#*. Ao final ifalou.
mais forte a "liberdade de expressão", que infelizmente jn rulo
liga para a decência o canal Warner incluiu no último capítulo as
cenas em que o estudante Jack (Kerr Smith) e seu "namorado".
Ethan (Adam Kaufman) expressam fisicamente os seus senti­
mentos. Em fevereiro do ano passado o próprio criador do seriado.
Kevin Williamson ( roteirista da série "Pânico"), veio a público
anunciar que também pertence ao chamado "terceiro sexo".
Infelizmente não estamos livres desta baixeza, pois em
nosso país, o seriado "Dawson's Creek" vai ao ar pela TV por
assinatura.7
Visto que a maioria dos canais de televisão permanecem
no ar praticamente 24 horas por dia, eles fazem literalmente quase
tudo para manter sua audiência. Neste "quase tudo", é lógico esperar
que filmes e séries de qualidade muito duvidosa façam parte de
sua programação. Se acrescentarmos o fato que as locadoras
alugam toda e qualquer espécie de filmes, não resta dúvida que
hoje podemos ter o "cinema em casa".
A apresentação de séries e filmes que contêm cenas de
sexo e violência em horários considerados inadequados para
menores promoveu em 1999 urna discussão nacional a respeito
77
da necessidade ou não de restringir determinados conteúdos da
televisão brasileira. Como conseqüência, representantes das
principais emissoras concordaram em elaborar um manual de
conduta que determinará a que horas,certos filmes ou séries podem
ir ao ar. Em setembro do mesmo ano, eles se reuniram com o
Secretário Nacional dos Direitos Humanos, José Gregori, e
estabeleceram que o manual irá prever multas para quem não
respeitar o acordo. Até então as redes de TV defendiam a atualização
e ampliação do Código de Ética da Radiofusão Brasileira, elaborado
pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão
(Abert), que não prevê punição aos infratores.
Conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente, aprovado
em 1990, todos os programas de TV devem ser divididos de
acordo com a faixa etária. Cabe ao Ministério da Justiça classificálos e definir o horário de exibição apropriado para cada um. Os
que forem considerados inadequados para menores de 12 anos
só poderão ser exibidos depois das 20 horas; os impróprios para
menores de 14 anos não podem passar antes das 21 horas; e os
filmes, séries ou programas recomendados para maiores de 18
anos só serão transmitidos após as 23 horas. A Secretaria Nacional
de Justiça, do ministério da Justiça, estuda criar uma classificação
para a faixa etária de 16 anos. As atrações impróprias para os
menores dessa idade poderiam ser exibidas somente depois das
22 horas.
A classificação por idade leva em consideração fatores
como sexo, violência, drogas, situações ofensivas aos valores
éticos, conflitos psicológicos e temática adulta. A exibição de
cenas de violência moderada e de insinuação de sexo é permitida
"apenas" depois das 21 horas. Cenas que mostram o uso de drogas,
sexo e violência só podem ser levadas ao ar depois das 23 horas.
Cabe à Promotoria da Infância e Juventude verificar se as emissoras
cumprem o estabelecido.8
Será que é preciso perguntarmos se tal "manual" está
sendo seguido? Num país onde a maioria das leis são entregues
ao esquecimento, não é de se estranhar que praticamente nada do
78
que fora estabelecido esteja em vigor. Se quisermos conferir, basta
darmos uma olhada na TV.
Existe ainda uma outra pergunta a ser feita. Será que a
imoralidade deve ser barrada apenas pelo relógio? Seria muita
inocência pensar que tal medida impediria que os jovens e adolescen­
tes fossem influenciados por toda esta sujeira. E o fato da pessoa ser
adulta não significa que ela esteja isenta dos efeitos do pecado
e da imoralidade.
Seria urna insensatez de nossa parte achar que Iodas as
pessoas que assistem a filmes sejam mais violentas e pecadoras
que as outras. Mas de uma coisa podemos eslar certos, "a constância
da repetição modifica iinperceptivelm ente c influencia a pessoa
que assiste".()
O Dr. Randall P. Harrison, çientl»ttt®m Comunicações,
certa vez afirmou o seguinte:
"Sc você acicilila que há icl.i^ao cnlrc o luinu c o cfincci. i-iilão
provavelmente acreditará que haja lambem um vínculo entre a
violência na televisão e a agressão humana."10
Diante de tanta coisa ruim apresentada tanto no cinema
como nii televisão, penso que seria inteligente fazermos algumas
perguntas a nós tnesmos a respeito dos filmes e das séries.
- "Seu ponto de vista está em harmonia com os preceitos
cristãos, ou ele diminui meus valores pessoais?"
- "Como me sinto depois de assisti-los?"
- "O que motiva os atores? Sexo, dinheiro, amor, poder,
fama? Será que tais coisas produzem a verdadeira felicidade?"
- "Como eles interferem em meu relacionamento com
Jesus, com meus familiares e com o meu próximo?"
Tony Knight aconselha-nos:
"Creio que eslá na hora de sermos mais críticos com respeito aos
filmes. As Escrituras dizem o seguinte em I Tes. 5:22: 'Afastemse de toda espécie de mal.’ (Bíblia Viva).Se o filme for uma dro­
ga. ou se ele não for aceitável do ponto de vista cristão, tenha a
79
garra de dizer 'NÃO'. Fil. 2:5 diz-nos que nossa atitude deve ser a
mesma de Cristo. Portanto se o filme desonrar a pessoa de Jesus \
Cristo, ele o desonrará da mesma forma.
"A regra é a seguinte: Se você estiver pensando com seriedade
a respeito do cristianismo, não deve haver divisões em sua vida.
Jesus não redimiu apenas aquela parte de nosso ser que vai à
igreja. Ele redimiu-nos integralmente. Não existe nenhuma parte
de nós que esteja livre do compromisso com Cristo e não existe
tempo ou lugar no qual possamos temporariamente renunciar
nossa fé cristã. Portanto, vamos parar de brincar que somos cris­
tãos e vamos começar a agir inteligentemente, com decisões bem
informadas acerca do que assistiremos e daquilo que absoluta­
mente não assistiremos, baseados no princípio de que Jesus é o
Senhor de nossa vida."11
Aquele filme que não devemos assistir num cinema, não resta
dúvida que não deveríamos assisti lo em casa.
A televisfio é extremamente útil. O difícil é usá-la de modo
ponderado, moderado e seletivo. Para que alcancemos tais objetivos
a ajuda divina e o bom senso iluminado pelo Espírito Santo são
indispensáveis. Paulo escreveu: "... posso fazer todas as coisas que
Deus me pede com a ajuda de Cristo, que me dá a força e o poder".
Fil. 4:13. (Bíblia Viva).
1. Revista VEJA, 05.04.00, p. 31.
2. Almanaque Abril, Editora Abril, São Paulo, SP, 1998, pp. 644,645.
3. Almanaque Abril, 2000, p. 211.
4. Home Theater, junho 2000, p. 9.
5. Revista VEJA, 24.05.00, P.92.
6. Almanaque Abril, p. 21 1.
7. Revista VEJA, 31.05.2000.
8. Almanaque Abril, 2000, pp. 212,213.
9. Tony Knight, O Que É Que Você Assiste?, Divisão Sul-Americana da IASD.
10. Randall P. Harrison, citado na revista VIDA E SAÚDE, Casa Publicadodora Brasileira, Santo André, SP, 1975, p. 5.
I I. Knight, op. cit.
80
1
Como os Filmes Afetam Sua
Espiritualidade?
Como você, sendo um cristão, relaciona os filmes de vídeo,
da TV e do cinema com sua espiritualidade? Talvez você já lenha
ouvido que todos os filmes do cinema sào "do Diabo", e que a
televisão é "maligna" e que seu anjo da guarda nfio o acompanha
quando você está assistindo-os. Porém, é poggfvfl que ninguém lenha
dado razões convincentes de que isto rettlirttnt« Sijtt verdade, Onde
podemos encontrar razões eonvineant»» pura abandonarmos tal
espécie de diversão? O salmista ttflrmoU! "Â (UB palavra C uma
lâmpada para o meu caminho e luz para me gtilm," Sal, I P> IOV
(B.L.H). Portanto, é na Palavra de Deus que devemos buscar
orientação sobre este assunto.
Os heróis da tela são maiores que a própria vida.
Geralmente são homens atrativos para as mulheres, porém ina­
tingíveis. O herói deve ter a habilidade de se defender com socos,
pontapés, chicotes, facas, revólveres, escopetas ,metralhadoras,
bazucas, tanques, etc. Deve estar preparado para matar sempre
que for necessário. Ao enfrentar um problema, precisa confiar
em seus instintos. Seu trabalho é ficar entre nós e os desastres um homem salvando a raça humana! Ele pode possuir super
poderes como o Super-Homem ou coragem e inteligência fora
do normal.
O filme "O Guarda Costas", estrelado por Kevin
Costner, é um perfeito exemplo disso. Ele é um ex-agente do
serviço secreto que se torna o famoso guarda-costas Frank
Farmer. Ele age como um puro "anjo da guarda", que não fuma,
bebe apenas suco de laranja e odeia palavrões. É muito inteligente,
seguro de si e não permite que nada o distraia do seu trabalho. Sua
dedicação à pessoa que está protegendo é total. Na verdade, ele é o
81
melhor. Quando sua protegida lhe pergunta se ele morreria para
salvá-la, ele responde friamente: "Isto tudo é parte do trabalho".
Uma das cenas finais do filme nos leva a crer que ele morre,
mas ele volta apenas com o braço ferido para despedir-se de
modo apaixonado da mulher que amou durante o filme, Rachel
Marron (Whitney Houston).
A cena da despedida é tremenda. Houston canta: "Se eu
ficasse, permaneceria apenas cm seu caminho. Eu devo ir, mas
pensarei em você por Ioda a vida. E eu sempre amarei você..."
Costner, o herói intocável, por oiiim lado, sacrificou o amor pelo
dever, e é visto nas cenas finais protegendo um padre das pessoas
que desejam matá-lo.
Este é um final irônico para o espectador cristão. O padre
que ele protege da morte, aparece orando pela proteção divina
diante de um grupo de oficiais do governo.
O padre tem nas mãos um pequeno crucifixo. Seria ele o
símbolo de sua fé em Deus? NÃO! Na verdade um rádio transmissor
o mantém ligado com o seu "verdadeiro" protetor, bem visível
às suas cosias, 1'Yank harmer, "o guarda-costas".1
No filme "O l-ini dos Dias" o ator Arno Schwartzenegger
tem que enfrentar o próprio diabo que resolve bagunçar a cidade
de New York. "Músculos contra as forças do mal"; este é mais um
enredo antibíblico criado por Hollywood.'
Na série "Jornada nas Estrelas: a Nova Geração", Deus
é representado pelo estranho personagem "Q".
"Embora possua os atributos divinos clássicos da onisciência e
onipotência, 'Q', o ser de traços divinos, é moralmente ambíguo e
manifesta tanto a benevolência quanto uma inclinação pelo cinis­
mo e pela autogratificação." 3
Num outro filme dois anjos desobedecem as ordens de
Deus e, por isso, são expulsos do Céu. Há algo de herético nesse
roteiro? "Definitivamente não!", alguém poderia dizer, "pois, a
própria Bíblia fala da rebelião e expulsão de anjos". Ao contrário
82
de Lúcifer, porém, os protagonistas da comédia "Dogma", não
são condenados a vaguear pela Terra, e sim a vagar pelo estado
americano de Wisconsin. Eis porque os anjos Loki e Bartleby
não descansam até encontrar uma saída jurídica que lhes permita
retomar ao Céu. Mas, se conseguirem, provarão que Deus é falível
e aniquilarão todas as Suas criaturas. Devem, portanto, ser im­
pedidos. A tarefa recai sobre Bethany, a última descrndcnte da
virgem Maria, uma moça que perdeu a fé em Deus e trahallia numa
clínica de abortos.4
O filme apresenta ainda outras características abommawis:
1. Deus é mulher.
2. Existia um 13" apóstolo, que não fora mencionado na
Bíblia, porque era negro.
3. Os dois profetas do filme só pensam em sexo, dmgas,
diversão e bebidas.
4. Um ser criado por Deus para dotar os seres humanos
de inspiração, faz sliows de strip tease numa espelunca no interior
dos USA.
5. Quando precisa de algum descanso, Deus assume a
forma humana e vem para a Terra praticar esportes.
6. É exibida uma imagem pop de Jesus Cristo sorridente e
com o polegar fazendo o sinal de positivo, como um sinal de
modernidade e apelo de marketing para conquistar novos fiéis.
1 .0 13° apóstolo afirma que Jesus também era negro.
8. Um anjo, da mais alta hierarquia divina, adora tomar
tequila, embora não possa ingerir álcool.
No desenho animado "Deus, o Diabo e Bob", que estreou
no dia 9 de março deste ano nos USA, Deus é retratado como
o líder de uma banda de rock. Pior: Ele está sempre de óculos
escuros (será que usa drogas?!) e é chegado numa cervejinha.
Ele escolheu um operário fascinado pela pornografia, chamado
Bob, para salvar a Terra.
Num outro desenho chamado "South Park", Jesus é
retratado como um apresentador de TV muito esquisito.5
83
Nestas fitas infames o destino da humanidade é colocado
nas mãos de homens, anjos, demônios e profetas de todos os
tipos. Não é um exagero afirmarmos que a indústria cinematográfica,
com raríssimas exceções, é controlada pelo Diabo.
É lógico que um cristão consciente não assistirá este tipo
de filmes, onde a divindade e os anjos são retratados de modo
debochado e com escárnio.
Mas e os filmes cheios de heróis e heroínas charmosos
e com cenas espetaculares? Será que não dá vontade de assistilos? Eles também exercerão uma influência muito negativa em
nossa espiritualidade. Pois, quando contemplamos constantemente
este modelo de herói, Jesus c os anjos não terão mais o mesmo
significado para nós. Uma rápida olhada nos evangelhos, revela
que Jesus chorou em público, perdoou os Seus inimigos, recusou
e repreendeu a violência, manteve relacionamento com mulheres
sem envolvimentos carnais, e ao dar Sua vida pelos homens, orou
ao Pai em lavor dos Seus inimigos. E impossível imaginar Jesus,
o verdadeiro Salvador da raça humana, lazendo um papel de James
Bond, Butinai) ou do Super-Homem/’
Uma mãe muito triste e pesarosa procurou seu pastor em
busca de ajuda. Ela o buscou para pedir-lhe que orasse em favor
de sua filha de 16 anos de idade. Esta menina aceitara a Cristo,
fora batizada, tinha cargo na igreja, mas aos poucos foi sendo
influenciada pelos filmes. Logo passou a assisti-los regularmente.
Pouco a pouco ela foi perdendo o interesse peios amigos da igreja,
pela Bíblia e pela própria igreja. Começou a ter amigos completa­
mente diferentes. Alguma coisa aconteceu em sua vida. Os filmes
roubaram seu interesse pelas coisas espirituais e pelos amigos
cristãos. Ela perdeu sua alegria pela salvação, abandonou seu
"primeiro amor" e afastou-se das bênçãos espirituais que possuíra
no passado. Talvez um dia ela volte. Tenho orado para que isto
realmente aconteça. Mas e se ela não voltar? Quanta dor sua
mãe tem experimentado! Quão triste será seu futuro! A menos
que ela permita que o Espírito de Deus mude sua vida, infelizmente
84
perderá a salvação. Isto ilustra os tristes resultados espirituais
causados pelos filmes.
"Será possível alguém abraçar brasas acesas sem queimar
o peito?" Pro. 6:27. (Bíblia Viva). Que pergunta solene esta! Todo
cristão que se deixa envolver pelos filmes "abraça brasas acesas"
e suas vestes espirituais certamente serão chamuscadas. Pode
alguém tomar veneno ou comer algum alimento contaminado e
não sofre nenhum dano? Pode alguém iiiílamar a imaginação,
estimular o desejo sexual, encher a menle com cenas impuras e
ser tão bom e puro~ como era ailles? Certamente nãoj O apóslolo
Paulo nos aconselha: "... meus irmãos, encham as suas menles com
tudo o que é bom e merece elogios; o qut é verdadeiro, digno,
justo, puro, agradável e honesto,,, 1 0 OtUI (JUt 001 4A &puz estaia
com vocês." I'il. 4:8,9. (B.L.H.). Se dei@jamoi ter o "Príncipe
da paz" conosco, prccisumns encher nossa nwnl# d« coisus que
certamente O agradam. Não poderemos desfrutar Suu CUmpuillua
se_nossa menle estiver cheia cie cenas e temas carnais que são
apresentados nos filmes.
Ló cometeu um erro crasso e fatal quando instalou seu
lar em Sodoma. De modo semelhante todo aquele que assiste a
filmes regularmente coloca-se sob a influência de caracteres
manchados, imorais e ímpios. Não é seguro estar em má compa­
nhia. Nenhum cristão está a salvo quando acompanhado, dos
^StroiLde Hollywood- Nenhum jovem está seguro na companhia de
gangsteres. Portanto, nenhum jovem está a salvo vendo cenas de
gangsteres, ouvindo seu palavreado baixo e contemplando suas
atitudes vis retratadas na tela. Nenhuma jovem está a salvo
entre aqueles que usam linguagem baixa, bebem, desrespeitam
as autoridades, gastam dinheiro que não ganharam, menosprezam a
Bíblia e exaltam a nudez e o adultério. Assim, nenhuma garota
estará segura quando vê estas coisas nas telas. Qual pai sensato
a p o ria deliberadamente seus filhos àquilo que destruísse sua
modéstia, corrompesse sua inocência, estimulasse suas paixões,
enchesse sua mente com coisas vis e assim os seduzisse .à
85
prática da delinqüência sexual? Bem, é exatamente a este tipo
de exposição que milhares de jovens têm sido colocados ao.
redor do mundo! Os astros da tela são uma péssima companhia, e os
resultados espirituais desta companhia imoral e.ímpia,são. terríveig.
Este Tipo de Diversão Entristece o Espírito Santo.
"Mais que qualquer outra coisa, estão os divertimentos
contribuindo para anular a operação do Espírito Santo, e o
Senhor é ofendido."7
Todo cristão verdadeiro tem o Espírito Santo habitando
em seu corpo. Paulo escreveu: "Será que vocês não aprenderam
ainda que seu corpo é a morada do Espírito Santo que Deus lhes
deu, e que Ele vive dentro de vocês? Seu próprio corpo não lhes
pertence. Porque Deus comprou vocês por preço elevado. Portanto,
usem todas as partes do seu corpo para render glória a Deus, porque
o corpo I,he pertence." I ( O I . f>: 1‘>.20. (Uíblia Viva).
Em sua carta aos romanos ele escreveu: "... Vocês são
controlados pela nova natureza, se tiverem o Espírito de Deus
morando em vocês.(E lembrem-se de que se alguém não tiver o
Espírito de Cristo morando em si mesmo, esse não é cristão de
modo nenhum.)" Rom. 8:9. (Bíblia Viva).
Paulo ainda afirma: "Certamente vocês sabem que são
o templo de Deus e que o Espírito de Deus vive em vocês. Assim se
alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá. Porque o templo
de Deus é santo, e vocês mesmos são o seu templo." I Cor. 3:16,17.
(B.L.H.).
Se você já aceitou a Jesus, você é um filho de Deus (S.
Jo. 1:12), seu corpo é santo. Ele foi separado para ser um templo, o
lugar de habitação na terra do Santo Espírito de Deus! Onde qú^r
que você vá o Espírito vai com você. Ele habita dentro de você.
Seu corpo não lhe pertence. Ele foi comprado por "preço elevado".
Você deve glorificar a Deus através do seu corpo. Quando você
se deixa envolver pelas cenas de um filme o Espírito de Deus que
86
habita em seu corpo fica entristecido.
Quando você assiste a uma cena licenciosa, usa os olhos
que pertencem a Deus para ver algo que eles nunca deveriam
contemplar. Você houve palavras e frases que inflamam sua
natureza, mancham sua mente e entristecem o coração do Espírito
de Deus que habita em você! Quando sua mente é abarrotada
com imagens de crime, lascívia e imoralidade que ofendem,
ignoram, insultam ou negam a Deus, como deve Se sentir u Espírito
de Deus que habita em você? Ele é uma Pessoa, uma Pessoa santa,
terna e amorosa que habita em você.
Não é sem razão que a Bíblia nos ordena: "Nflo laça o
Espírito Santo entristecer-se pelo modo como vocês vivem.
Lembrem-se que é Ele quem garanti qU6 VOCÍM CNtarflo presentes
naquele dia quando a salvaçflo do p*e»de m completar" Hfc l M>.
(Bíblia Viva).
Com o pode um cristão ser plenamente leli/ se cie. vai
regularmente ao cinema ou assiste a filmes e a séries em seu pm pim
lar? Como pode cie experimentar o conforto oferecido pelo Espírito
Santo? Como pode ele gostar das reuniões de oração? Como pode
ele deleitar-se com o estudo da Palavra de Deus? A resposta é
que ele não j)ode. Alguém que dedica seu tempo de modo constante
aos filmes perde o prazer pela comunhão com Deus. Existe algo
nos filmes que é inimigo da oração e da comunhão.
Alguém que aprende a deleitar-se com cenas de assassinatos,
deTascívia, frases humorísticas mas sujas, triângulos amorosos,
cenas de sexo, romances ilícitos, começará a achar a Palavra de
Deus enfadonha, árida e sem sabor! E por que? Porque os filmes
estabejecem padrões de pensamento, abarrotam a mente com
imagens, enchem os ouvidos com palavras e frases que ofendem o
Espírito de Deus. Quando o Espírito Santo não pode atuar, Ele
não Se faz presente. Ele não conforta na tristeza como poderia,
Ele não restaura e guia o errante como almeja, Ele não alimenta
a alma faminta como poderia fazer. Este é o triste resultado
espiritual!
87
Talvez você não seja mais tão feliz como era antes; você não
sabe como, mas a alegria foi embora; você não sabe por que,
mas não encontra tempo para ler a Bíblia, como fazia antes; não
encontra mais prazer na oração e na comunhão com Jesus e
então se pergunta por que? No caso de milhões de pessoas, os
filmes são os responsáveis! Porem ainda existe esperança para
você! "... se confessarmos os nossos pecados a Deus, ele cumprirá a
sua promessa e... perdoará nossos pecados e nos limpará de toda
maldade." I S. Jo. I :i). (B.1,.11 ). Sim, "quem confessa e abandona
seus pecados será perdoado". Pm. 28:13. (Bíblia Viva).
1. Tony Knight, op. cit.
2. Revista 100% VIDEO, junho 2000, p. 10.
3. Stanley J. Grenz, Pós Modernismo, Edições Vida Nova, São Paulo, SP,
1997, p. 27.
4. Revista VEJA, 19.01.2000, p. 129.
5. Revista VEJA, 22.03.2000, p. 160.
6. Tony Knight, op. cit.
7. Ellen G. White, Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes Relativos
à Educação Cristã, Casa Publicadora Brasileira, Santo André, SP, s. d.,
p. 253.
88
Qual Será Sua Decisão?
Nos capítulos anteriores procurei apresentar fatos sólidos que
comprovam os malefícios causados pelo cincma, pelas séries e
pela televisão.
Finalmente mencionei como o cristão perde sua alegria e
bênçãos espirituais, e entristeci: o Hspírito Santo ao ser bombardeado
pelas tolices produzidas por Hollywood, B o pior é que muitas deles
são seduzidos e escravi/.ados de tal forma pelo pecado rdi alado
nas telas, que se tornam tão cnduréddüN pura ü Bvungdho que nao
voltam mais para C'rislo, MuUidÕi» iN tiflo pirdidtts porque os
filmes as cscravi/aram c as impediram df hUtiONr ptrdflo.
Gostaríamos de lembrá-lo que nem a décima parle das
evidências que lemos a ma« moslrando a influência perniciosa
dos filmes que leva ao pecado, à impiedade e produz péssimos
resultados morais, mentais e espirituais, poderia ser impressa
neste pequeno trabalho.
Em virtude destes fatos terríveis, fatos comprovados
cientificamente, fatos coletados não por pregadores, nem por
reformadores, mas por cientistas e professores universitários;
não fatos isolados mas fatos cuidadosamente estudados, sabiamente
considerados, imparcialmente interpretados e moderada mas
claramente apresentados - em vista destes fatos, eu pergunto: que
vamos fazer a respeito dos filmes? Sendo mais objetivo, qual
será sua decisão, sua atitude para com os filmes a partir deste
momento, ao ler este livro?
Penso que sei qual é o argumento que você tem em mente.
Talvez você diga que nem todos os filmes são maus. E eu concordo
com você. Alguns épicos são filmados, algumas cenas maravilhosas
são preparadas, alguns caracteres puros e bons são retratados,
algumas lições muito boas são ensinadas. Observe que eu disse
alguns. Pociemos encontrar também algum pedaço de pão muito
89
bom na lata de lixo, alguma quantidade de água boa corre pelo
esgoto, e existe alguma coisa boa em quase tudo que você pode
mencionar.
Conheci um alcoólatra que amava seus filhos e era muito
gentil com sua esposa quando ele não estava bêbado. O
Confucionismo possui algumas virtudes que são boas. A boca mal
cheirosa de um cachorro morto, algumas vezes tem belos dentes
brancos. Falsos profetas que aparecem usando pele de ovelha são
muito atraentes, e os próprios ministros de Satanás se apresentam
como belos anjos de luz! Sim, supomos que exista alguma coisa boa
nos filmes. Mas ela está tão misturada e contaminada pelo mal
que se torna um veneno mortal. É como uma bactéria escondida
num alimento aparentemente saudável. Não permitiríamos que
nossos filhos comessem um pedaço de pão que eles encontraram
na lata de lixo, ainda que ele estivesse com a melhor aparência
possível. Assim como existe ouro na água do mar, mas não
compensa economicamente extraí-lo, o que ha de bom nos filmes
não é suficiente para reparar os inales que eles causam.
Algumas pessoas assistem aos lilmes e não se tornam
criminosas e nem cometem desvios sexuais. Alguns jovens vêem
os falsos padrões apresentados nas telas e contudo (graças a Deus!)
finalmente se tornam felizes em ter que trabalhar para viverem,
em viver com um cônjuge e a praticarem as virtudes cristãs que
quase nunca são exaltadas nos filmes. Mas por outro lado literal­
mente milhares de jovens se tornam mulheres moral e espiritual­
mente arruinadas pela influência dos filmes. Literalmente milhares
de moços se tornam criminosos, aprendem a roubar, a assaltar,
a mentir, a enganar, a trapacear, a odiar as autoridades e acabam
indo para uma prisão por muitos anos. Está provado que os filmes
são uma escola de crimes, ainda que nem todas as pessoas que os
assistem se tornem criminosas.
Os filmes são uma fonte deliberada de excitamento da
lascívia, ainda que nem todas as pessoas que os assistem se tornem
adúlteras. Afirmo novamente que os resultados trazidos pelos lilmes
90
não podem ser contestados, não podem ser desprezados, não podem
ser ignorados por pessoas inteligentes e honestas! Talvez, nem
todos os filmes sejam maus, mas em sua grande maioria são tão
perigosos que não é seguro para qualquer pessoa assisti-los regu­
larmente. Eles são tão perigosos que algumas pessoas que os
assistem com freqüência ficam com o caráter arruinado para sempre.
Embora nem todos os filmes sejam maus, ainda assim a influência
exercida pela maioria deles é muito nociva.
Algumas vezes ouço o argumento que professores, bons
cidadãos e muitos, muitos membros da igreja, vão ao cinema ou
assistem a filmes em seus lares. Isto é um lato, um triste falo, que
nós tristemente admitimos. Porém, alguns membros da igreja
também jogam na loteria, sào intemperuntes, deixam de pagar
suas dívidas, não fazem o culto doméstico, e às vezes se desviaty,
tanto da verdade que se tornam inimigos da sociedade e da igreja.
Algum as igrejas possuem salao de baile, outras têm meiii
bros comunistas e muitas delas se esqueceram do verdadeiro
Evangelho. Muitos pregadores não praticam mais as verdades
bíblicas que pregam, o que os torna hipócritas e lobos vestidos
de ovelha. Isto comprova que o fato deles assistirem aos filmes,
não torna o cinema, em qualquer de suas formas, aceitável para
o verdadeiro cristão.
Quando um cristão assiste aos filmes ou os aprova, não
significa que os filmes são moral e espiritualmente aceitáveis;
isto simplesmente prova que o cristão está errado. Quando uma
pessoa de destaque na sociedade apoia os filmes, ela não o faz
porque os filmes aprimoram a experiência cristã, nem porque
eles fazem com que alcoólatras abandonem o vício, nem porque
eles mantém os jovens puros e inocentes, nem porque eles levam as
pessoas a crerem na Bíblia e a aceitarem a Jesus como Salvador.
Qualquer pessoa que apoia ou assiste aos filmes, o faz por outros
motivos e não por causa de qualquer bem moral ou espiritual que
eles tenham causado e que possa ser comprovado.
Algumas pessoas acham que deveríamos melhorar os filmes.
91
Quem dera pudéssemos fazer tal coisa! As máquinas usadas na
produção ou na projeção dos filmes não são necessariamente más.
Suponho que os filmes poderiam ser uma enorme força para o bem.
Mas na verdade eles não o são. H eles não podem ser melhorados.
Eles nunca foram e nunca serão. Você já parou para pensar que
tem existido muitas pessoas através dos anos que têm tentado
melhorá-los? Os departamentos de censura têm tentado eliminar as
piores cenas dos filmes. A Igreja Católica e outras entidades têm
usado muita pressüo tenlundo impedir a apresentação de alguns
filmes. Algumus miÇõcs impedem que filmes de Hollywood sejam
exibidos em seus Icrritorios. Os próprios produtores procuram
fazer algum llpo dc censura na indústria cinematográfica. Mas
quando os tlIllíCN sfto tflo maus como seus produtores e atores, e
guando seu enredo è tflo manchado quanto o caráter de suas atrizes,
e o sistema está tfio poderosamente firmado em milhões de dólares
para comprur Os jornais, pagar escritores e encher a mente das
pessoas com prnpitgalida, Hfto há como melhorá-los. As indústrias
cie cigarro e bebUltls ulcoólictl* não tem sido melhoradas porque
são inerentemente mds, Ninguém vende tais produtos para
promover o bem das pessoas. Do mesmo modo a indústria cine­
matográfica é má em si mesma, má em seu cerne, incuravelmente
má em seu coração. Ela não poderá ser melhorada. Portanto o
cristão deveria manter-se distante dela.
Não há como explicar nem como entender a tendência
da vida moderna a menos que você creia na liiblia. Existe um
"deus deste mundo", não nosso Senhor Jesus Cristo, mas o próprio
Satanás, "o príncipe das potestades do ar".(Efé. 2:2). A humanidade
c uma raça caída, pecaminosa e está sob o domínio de Satanás. Os
homens nunca poderão ver a Deus em paz a menos que eles nasçam
novamente, a menos que através da fé em Jesus Cristo recebam a
salvação oferecida por Deus. O pecado está em toda parte. Satanás
reina nos corações dos homens carnais. "... as pessoas más e
fingidas irão de mal a pior, enganando e sendo enganadas" (II Tini.
3:13 - B.L.H.), afirma a Palavra de Deus. O mundo não está
92
melhorando mas piorando. Este mundo nunca será melhor até
que Jesus venha e o transforme. O poder quase imensurável e
inimaginável da indústria cinematográfica tem sido usado por
Satanás para desviar os homens do Salvador Jesus. O cerne de
nossa civilização está apodrecendo. Satanás está dominando os
homens mais e mais. As pessoas que temem a Deus devem
reconhecer que "não estamos lutando contra gente feita do carne
e sangue, mas contra pessoas sem corpo - os reis malignos do mundo
invisível, esses poderosos seres satânicos c grandes príncipes
malignos das trevas que governam este mundo; e contra um mundo
tremendo de maus espíritos 110 mundo espiritual". Elo. b:1 2.
(Bíblia Viva). Portanto deveríamos fortalecer-nos "no Senhor c
na força do seu poder". Hfé. 6:10,
listou plenamente cojiveneidn, após longo estudo e pesquisa,
que a indústria cinematográfica é inimiga de Deus, inimiga d*i
Bíblia, inimiga da Igreja verdadeira cie nosso Senhor Jesus C r i s t o .
Que os filmes afastam os homens de Deus e também os desviajn
do caminho que leva ao Céu. Que eles conduzem os homens ao
pecado, à descrença, à impiedade e finalmente à perdição.
Gostaria de apelar para que você rompa definitivamente o
hábito de assistir filmes, séries e tudo aquilo que prejudique sua
vida espiritual. Creio que a vitória sobre este hábito será uma
bênção para você, pois o levará a uma reconsagração a Deus. Será
um afastamento das coisas que entristecem o Espirito Santo. Será
uma libertação do jugo que o liga às coisas deste mundo.
Será que se Jesus estivesse entre nós hoje, como nos dias
dos discípulos, Ele iria a um cinema? Usaria o videocassete sem
nenhunia discriminação? Assistiria às séries e aos filmes que
são apresentados na televisão? Se você acha que Ele não faria
tais coisas, nós também não podemos fazê-las. pois "qualquer
ym que diga que é cristão deve viver como Cristo viveu".!
I S. Jo. 2:6. (Bíblia Viva). Não pertencemos a nós mesmos.
Fomos comprados por um enorme preço. Pense quanto Jesus
sofreu em nosso favor. Imagine quanto Lhe custou nossa
93
salvação! - Getsêmani e Calvário com a mais terrível agonia,
os tormentos que Ele sofreu, e o peso dos pecados de cada um
de nós! Ele pagou um preço tão imenso que não podemos
permitir que alguma coisa nos separe dEle!
Talvez você goste tanto dos filmes que ache impossível
abandoná-los. Gostaria de fazê-lo, mas se sente incapaz. Observe
as palavras escritas por alguém que enfrentou uma luta terrível
para abandonar as coisas deste mundo, mas conseguiu a vitória:
"eu posso fazer todas as coisas que Deus me pede com a ajuda
de Cristo, que me dá a foiça e o poder". Fil. 4:13. (Bíblia Viva).
Caso você esteja pensando que não pode deixar aquilo
que aparentemente "acaba" com o seu estresse, ouça o convite
que Jesus lhe faz: "Venham a mim, todos vocês que estão cansa­
dos... e eu lhes darei descanso". Mat. 11:28. (B.L.H.).
Os filmes sào obras deste mundo. São obras realizadas
por mentes carnais, Lembre se que "este mundo está perecendo,
e estas coisas más c proibidas perecerão com ele, mas aquele
que perseverai em la/cr a vontade de Deus, viverá para sempre".
I S. Jo. 2:17. (Bíblia Viva).
Portanto, abandonemos os filmes e construamos o altar
da família!
Abandonemos os filmes e peçamos que Deus renove em nós
o interesse e o amor por Sua Santa Palavra!
Deixemos os filmes e encontremos mais tempo para as
coisas de Deus!
Em vez de devotarmos nosso tempo e dinheiro para as
coisas fugazes e imorais que são apresentadas nas telas, procuremos
o companheirismo daqueles cujas vestes foram lavadas e purificadas
pelo sangue de Jesus, aqueles que buscam a "cidade celestial, cujo
arquiteto e construtor é Deus". Heb. 1 1:10. (Bíblia Viva).
Existem pensamentos mais puros para o cristão do que
aqueles que são encontrados nos filmes!
Existem quadros mais belos para os filhos de Deus do que
aquelas imagens impuras de mulheres nuas e de cenas sexuais!
94
Existem batalhas mais elevadas para avivarem a alma
cristã do que as guerras de gangues, os assassinatos, os roubos e
os assaltos cometidos na "terra do faz-de-conta" das telas!
Espero, de todo o meu coração, que aqueles que ainda
estão em dúvida, dobrem seus joelhos em oração, examinem a
Bíblia e descubram que Jesus lhes oferece muito mais alegria e
felicidade do que a vil Hollywood!
Você está disposto a tomar esta decisão? l*ois eiiláo, que
o Espírito de Deus fale ao seu coração!
A promessa divina para aqueles que tomarem a decisão
correta é: "Se vocês se desviarem do caminho de Deus, mivirao,
atrás de vocês uma Vo/, dizendo: 'por ai nfto! Este é o caminho;
andem por ele!'" Isa. 30:21. (Bíblia Viva). Estes estaifto segui os
ao lado de Jesus na caminhada paia o Céu.
() Senhor Deus alirmou através do profeta Isaías: "Os
pecadores entre o meu povo estão apavorados. Perguntam desespe­
rados: 'Quem ile nós poderá viver na presença deste Fogo Eterno que
a tudo consome?' Pois bem, Eu lhes direi: os que sempre fazem
o que é justo e sempre falam a verdade; ... os que tapam os ouvidos
para não ouvir sugestões de violência, e os que fecham os olhos
para não serem tentados a praticar o mal". Isa. 33:14,15. (Bíblia
Viva).
Este livro foi escrito com o apoio do Departamento Jovem da
UCB.
95
CINEMA?
Mauro Bueno
São Paulo

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