Nossa Senhora da Purificação, da Luz, das Candeias ou Candelária

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Nossa Senhora da Purificação, da Luz, das Candeias ou Candelária
Nossa Senhora da Purificação, da Luz, das Candeias ou Candelária
Em muitos lugares do Brasil mantém-se o culto de Nossa Senhora da Purificação, da Luz, das
Candeias ou Candelária. Antes da missa em sua honra, benzem-se velas (ou candeias), e em
muitas igrejas organiza-se procissão, em que são levadas velas acesas, símbolo de Jesus
Cristo que, apresentado a Deus no templo de Jerusalém, foi saudado pelo velho Simeão como
a luz que iluminaria os povos.
Maria, em obediência à lei mosaica, apresentou-se no templo de Jerusalém para se purificar,
pois a mulher que tinha dado à luz uma criança do sexo masculino ficava privada de entrar no
templo por 40 dias depois do parto.
A cena, geralmente pintada, inclui Maria, José, o velho Simeão – que tinha recebido de Deus a
promessa de não morrer sem ter visto, com os próprios olhos, o Salvador do mundo – e a
profetisa Ana, mulher muito velha e viúva, que não se afastava do templo, servindo a Deus
noite e dia em jejuns e orações.
Guiado por inspiração divina, Simeão viera ao templo no momento em que os pais de Jesus
entravam. A história está no evangelho de Lucas (2,22-38), e diz que Simeão tomou Jesus nos
braços e bendisse a Deus, dizendo: “Agora, Senhor, deixa partir o vosso servo em paz,
conforme vossa palavra. Pois meus olhos viram a vossa salvação que preparastes diante dos
olhos das nações: luz para aclarar os gentios, e glória de Israel, vosso povo!”
Simeão os abençoou e fez uma previsão sombria a Maria: “Eis que este é posto para queda e
para levantamento de muitos em Israel, e para ser alvo de contradição, e uma espada
traspassará a tua própria alma, para que se manifestem os pensamentos de muitos corações”.
Uma prefiguração da representação de Nossa Senhora das Dores.
Representa-se a Virgem Maria carregando em seu braço esquerdo o Menino Jesus e na mão
direita uma vela acesa, razão pela qual é conhecida como Nossa Senhora da Luz, da
Candelária, das Candeias ou ainda da Purificação, designação particularmente cultuada em
Portugal. Sua festa é celebrada 40 dias após o Natal, em 2 de Fevereiro.
Nossa Senhora da Luz era tradicionalmente invocada pelos cegos, a partir do início do século
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Nossa Senhora da Purificação, da Luz, das Candeias ou Candelária
XV. A devoção cresceu com a expansão do império português, chegando ao Brasil, onde é a
padroeira de Curitiba.
O grande santuário de Nossa Senhora da Luz foi quase totalmente destruído pelo terremoto
que assolou Lisboa em 1755, catástrofe que teria originado a construção da Capela de Nossa
Senhora da Luz de Diamantina, ex-voto de Teresa de Jesus Corte Real. Durante a tragédia, ela
suplicou a proteção da Senhora da Luz, conseguindo se abrigar, com seu esposo e
empregados em uma capela dedicada à Mãe de Deus. Como seu marido foi designado para o
posto de funcionário do Contrato dos Diamantes, no Arraial do Tijuco, em Minas Gerais,
prometeu que, se conseguisse chegar ao Brasil sã e salva, faria erigir na colônia uma capela à
Virgem da Luz.
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