Perspectiva Semanal - Sulamerica Investimentos

Transcrição

Perspectiva Semanal - Sulamerica Investimentos
Perspectiva Semanal
De 12 a 16 de outubro de 2015
Cenário para a semana
Os problemas políticos domésticos continuarão no radar dos investidores. O foco se concentrará nos esforços
governamentais em conseguir acordos que garantam algum grau de governabilidade, não só necessário à
aprovação das medidas fiscais como também para evitar a interrupção precoce do governo Dilma. As idas e
vindas no cenário político continuarão nos próximos dias, sustentando volatilidade elevada nos mercados.
A agenda econômica também merecerá atenção, notadamente os indicadores de atividade, que deverão
continuar mostrando o aprofundamento da recessão econômica. Destaque para o desempenho do comércio
varejista em agosto. Nossas projeções, baseadas nos indicadores coincidentes das vendas do comércio no
período, apontam para recuo de 0,5% no dado mensal dessazonalizado e queda de 6,4% em comparação a
igual mês de 2014. No acumulado em 12 meses, as vendas do comércio restrito (exclui autos e materiais de
construção) devem ter recuado 1,5%. O desempenho observado reflete a perda de vigor do consumo das
famílias, contemplando a menor confiança depositada na evolução futura do mercado de trabalho, o alto
endividamento familiar e a inflação elevada minando o poder de compra.
Será conhecido também o índice de atividade econômica (IBC-Br), apurado pelo Banco Central, que em agosto
deve ter caído 0,7% M/M, levando a variação da média móvel trimestral para -1,3%. Esse indicador, que é uma
proxy do PIB, corrobora a expectativa de que o 3º trimestre deverá registrar queda em torno de 1,0% T/T, em
linha com a expectativa de queda em torno de 2,9% para economia brasileira neste ano.
No campo dos preços, o destaque será para o IGP-10 de outubro, que deverá mostrar inflação de 1,66%. À
semelhança do IGP-DI de setembro (1,42%), a alta será influenciada pela maior pressão dos preços agrícolas
no atacado. Essa alta, no entanto, deve mostrar sinais de acomodação em função da desaceleração do avanço
nos preços dos grãos.
No front externo, a agenda não deixará de chamar atenção e influenciar os mercados mundiais. Nos Estados
Unidos, o foco estará sobre os dados relativos à atividade econômica e inflação, que deverão reforçar o cenário
de crescimento moderado, sem pressões inflacionárias relevantes. Quadro que deve encontrar eco no Livro
Bege do FED, que será divulgado na quarta-feira e deverá trazer análise conjuntural mais atualizada. No
conjunto, essas informações devem reforçar argumentos que deslocam o início do ajuste da política monetária
americana para 2016.
Da China virão os dados que poderão afetar sobremaneira os preços dos ativos em geral, principalmente
commodities e moedas dos países emergentes. Indicadores sobre o setor externo e inflação contribuirão para
se formar um quadro mais preciso em relação ao atual estágio da economia chinesa. Sinais de enfraquecimento
poderão abortar a recente recuperação das commodities.
Tema em destaque
Os mercados financeiros dos países emergentes tiveram um alívio nas últimas semanas. Esse alívio surgiu
por duas razões: menor preocupação com a situação econômica chinesa e expectativa de política monetária
mais dovish nos EUA. A menor preocupação com a China veio depois de muitos dias sem dados econômicos,
e com os poucos dados vistos desde o fim do feriado no começo de outubro indicando menor saída de
capitais (queda menor nas reservas internacionais). A expectativa de mais demora para subir juros nos EUA
decorreu dos dados do mercado de trabalho (payroll voltando para o patamar de 140 mil vagas/mês) e da
ata do Fomc (comitê de política monetária dos EUA). O Fomc já havia indicado na sua reunião em setembro
que demoraria mais para subir juros devido às incertezas vindas das economias emergentes. A ata
confirmou essa avaliação mais dovish do Fomc, e também deu uma nova informação: o balanço do FED deve
demorar mais para cair. Antes era esperado que o balanço começasse a cair após os reinvestimentos
pararem de ser feitos, e isso aconteceria alguns meses depois do início da alta de juros. Agora, a ata do
Fomc mostra que o comitê acredita que o melhor a ser feito é esperar até os juros chegarem a 1% ou 2%
para que os reinvestimentos parem. Dessa forma, se havia alguma expectativa de que o balanço do FED
começasse a cair em 2016, agora essa expectativa está em 2017 ou 2018. A combinação desses dois fatores
ajudou os preços de commodities a subirem e as moedas de países emergentes a se valorizarem, além de
diminuir a pressão sobre os juros desses países. Tudo isso também aconteceu com o Brasil nos últimos dias.
O problema é que essa situação mais branda no cenário externo pode não durar muito tempo. Houve uma
curta, mas intensa recuperação de commodities em abril e maio desse ano que teve os mesmos efeitos
sobre os ativos brasileiros. Mas a recuperação de abril-maio foi revertida quando dados econômicos ruins da
China voltaram a aparecer. Tudo indica que a recuperação atual também é temporária, podendo desaparecer
pelo mesmo motivo, quando os dados de atividade forem conhecidos mais à frente no mês (dia 19 de
outubro) ou quando os dados americanos voltarem a corroborar uma alta nos juros (final do ano). Dado o
atual cenário político, é bem provável que a situação política e fiscal brasileira não tenha sido arrumada até
lá e que o país perca essa janela de oportunidade e volte a ter momentos de estresse no mercado
financeiro.
Segunda - feira
12 de Outubro
EUA
Terça - feira
13 de Outubro
Quarta - feira
14 de Outubro
Sexta - feira
16 de Outubro
Discurso de Lockhart,
Fed Atlanta
13-16 OUT Resultado
fiscal deferal (Set)
Vendas no varejo (Set
P)
Pedidos semanais de
seguro desemprego
Discurso de Evans, Fed
C hicago
Discurso de Bullard, Fed
St. Louis
Inflação ao produtor (Set)
Índice Empire State de
manufatura Fed NY (Out)
Discurso de Brainard,
Fed
Estoques das empresas
(Ago)
Livro bege do Fed
Europa
Asia
Quinta - feira
15 de Outubro
09-15 OUT Dados de
crédito (Set)
(GE) Levantamento ZEW
(Out)
(EC ) Levantamento ZEW
(Out)
(UK) Inflação ao
consumidor (Set)
(UK) Inflação ao
produtor (Set)
(EC ) Produção industrial
(Ago)
(UK) Taxa de
desemprego (Ago)
(JN) Inflação ao
produtor (Set)
(CH) Balança
comercial (Set)
(CH) Inflação ao
consumidor (Set)
(CH) Inflação ao
produtor (Set)
Brasil
Inflação ao
consumidor (Set)
Índice de atividade Fed
Filadélfia (Out)
Discurso de Bullard, Fed
St. Louis
Discurso de Dudley, Fed
NY
Produção industrial
(Set)
Índice de confiança
consumidor Univ.
Michigan (Out P)
(EC ) Balança
comercial (Ago)
Inflação ao
consumidor (Set F)
(JN) Produção industrial
(Ago F)
Vendas no varejo
(Ago)
15-22 OUT
Arrecadação federal
(Set)
14-21 OUT C AGED (Set)
15-19 OUT IBC -Br (Ago)
IGP-10 (Out)
Pesquisa mensal de
serviços (Ago)
IPC -S 2ª semana
(Out)
Emprego e salário na
indústria (Ago)
Projeções
Economia Brasileira
Projeções - Indicadores Macroeconômicos
2010
2011
2012
2013
PIB - crescimento real
2014
2015(p)
2016(p)
Var %
7,50
2,70
1,00
2,50
0,20
-2,90
-1,60
IPCA
IGP-M
% ao ano
% ao ano
5,91
11,30
6,50
5,10
5,84
7,80
5,91
5,53
6,41
4,03
9,60
8,85
6,00
5,75
Juro Selic - média ano
Juro Selic - dezembro
% ao ano
% ao ano
9,81
10,75
11,67
11,00
8,53
7,25
8,22
10,00
11,02
11,75
13,46
14,25
13,79
13,25
R$/US$
R$/US$
bps
1,76
1,69
180
1,67
1,83
220
1,95
2,08
147
2,16
2,34
240
2,36
2,64
265
3,37
4,03
400
4,29
4,50
450
Balança Comercial
Saldo em C. Corrente
Saldo em C. Corrente
US$ Bn
US$ Bn
% do PIB
20,3
-46,9
-2,3
29,8
-52,6
-2,1
19,5
-54,2
-2,4
2,6
-81,4
-3,7
-4,0
-104,7
-4,5
13,0
-62,0
-3,6
23,5
-38,2
-2,7
Resultado Fiscal Primário
Dívida Líquida
Dívida Bruta
% do PIB
% do PIB
% do PIB
2,6
40,4
51,8
2,9
36,5
51,3
2,2
32,9
54,8
1,8
31,5
53,3
-0,6
34,1
58,9
-0,5
34,3
66,8
-0,8
38,3
71,7
Tx Câmbio - média ano
Tx Câmbio - dezembro
Risco País (EMBI) - dezembro
(p) projeções
Informações
Economista-chefe
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Informações
Maria Augusta
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Economista
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