Dermatite de Contato - Alergia Imunopatologia
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Dermatite de Contato - Alergia Imunopatologia
DERMATOSES OCUPACIONAIS FERNANDO M. AARESTRUP. MD. PhD. [email protected] Histologia da pele . Lesões elementares 2- Formações sólidas • Nodosidade ou tumor: formação sólida, circunscrita, saliente ou não, maior que 3 cm. • Vegetação: lesão sólida, pedunculada ou com aspecto de couve flor, branco-avermelhada. • Verrucosidade: lesão sólida, elevada, de superfície dura, inelástica e amarela, por hiperqueratose Lesões elementares 3- Coleções líquidas • Vesícula: elevação circunscrita até 1cm de tamanho, contendo líquido claro. O conteúdo, inicialmente claro (seroso), pode tornar-se turvo (purulento) ou rubro (hemorrágico) Lesões elementares 3- Coleções líquidas • Bolha ou flictena: elevação circunscrita contendo líquido claro, maior que 1cm. O conteúdo, inicialmente claro, pode tornar-se turvo-amarelado ou vermelhoescuro. Lesões elementares 3- Coleções líquidas • Pústula: elevação circunscrita até 1cm de tamanho, contendo pus. • Abcesso: elevação circunscrita, de tamanho variável, proeminente ou não, por líquido purulento na pele ou tecidos adjacentes. Há calor, dor e flutuação e, eventualmente rubor • Hematoma: formação circunscrita, tamanho variável, proeminente ou não, por derrame de sangue na pele ou tecidos subjacentes. Cor vermelha inicial que, posteriormente, torna-se arroxeada e verde-amarelada. Pode haver infecção secundária. Lesões elementares 4- Elevações edematosas • Urtica: elevação efêmera, irregular na forma e extensão, cor variável do branco-róseo ao vermelho e pruriginosa. O tamanho pode variar do mm a vários cm • Angioedema: área de edema cincunscrito ocorrendo no subcutâneo, causando tumefação ou fazendo saliência na superfície. Lesões elementares 5- Alterações de espessura • Placa: área de pele elevada com mais de 2cm de diâmetro. • Liquenificação: há espessamento da pele e acentuação das linhas cutâneas. Lesões elementares 5- Alterações de espessura • Queratose: espessamenro da pele, duro, inelástico, amarelado e de superfície eventualmente áspera, por aumento da camada córnea. • Infiltração: alteração da espessura e aumento da consistência da pele, com menor evidência dos sulcos, limites imprecisos e, eventualemente com cor rósea • Atrofia: diminuição da espessura da pele que se torna adelgaçada e pregueável. É devida à redução do volume dos constituintes teciduais Lesões elementares 5- Perdas e reparações • Erosão: lesão deprimida circunscrita e úmida que resulta da perda de toda ou parte da epiderme viável. Erosões permanecem depois que a superfície de vesículas e bolhas se destacam. Lesões elementares 5- Perdas e reparações • Úlcera: orifício ou defeito que permanece após uma área da epiderme e pelo menos parte da derme ter sido destruída ou removida. Lesões elementares 5- Perdas e reparações • Descamação: perda ou acúmulo anormal do estrato córneo em flocos perceptíveis. Lesões elementares 5- Perdas e reparações • Crostas: ocorrem quando soro, sangue ou exsudato purulento seca na superfície da pele e são características de lesões e infecções piogênicas. Podem ser finas, delicadas e friáveis ou grossas e aderentes. Apresentam coloração amarela quando do soro seco, verde ou amarelo-esverdeado quando de exsudato purulento ou marrom ou vermelho escuro se formada pelo sangue. • Fissuras: perda linear da epiderme e derme, no contorno de orifícios naturais ou em áreas de pregas ou dobras. Lesões elementares FORMAS – CONTORNOS – DIMENSÕES Anular: em anel Circinada: em círculo Discóide: em forma de disco Espiralada: em forma de espiral Figurada: com borda elevada bem definida Geográfica: contorno irregular como mapa geográfico Gotada: em gotas Lenticular: como lentilhas Linear: em linas Numular: em forma de moeda Lesões elementares DISTRIBUIÇÃO- NÚMERO Localizada: erupção em uma ou algumas regiões Disseminada: erupção com lesões individualizadas em várias regiões cutâneas Generalizada: erupção difusa e uniforme, atingindo várias regiões cutâneas Universal: comprometimento total da pele, incluindo o couro cabeludo Lesões elementares REGIÕES CUTÂNEAS DERMATITE DE CONTATO Qualquer alteração na pele ou em seus anexos (cabelos, unhas ou mucosas) resultantes do contato ou exposição a um agente exógeno (químico ou físico). É considerada a causa mais comum de eczema Incidência Mais de 3 milhões de substâncias químicas conhecidas 3700 descritas como sensibilizantes Incidência Frequente nos países industrializados, com grande impacto sócio-econômico Uma das doenças ocupacionais mais comuns Definição De acordo com mecanismos fisiopatológicos, pode ser classificada em: DERMATITE DE CONTATO ALÉRGICA (DCA) DERMATITE DE CONTATO IRRITATIVA (DCI) DCA X DCI DCA Concentração da substância Veículo Duração da exposição Oclusão da substância Fatores genéticos Alteração barreira cutânea DCI DCA X DCI DCA DCI: 20%das reações Resposta agente específica Necessita sensibilização Agentes responsáveis: em torno de 3000 80% das reações Resposta não especifica Não necessita sensibilização Agentes responsáveis: bem maior que na DCA Mais prováveis: subst. ácidas e alcalinas, detergentes e solventes. DCA X DCI DCA DCI Prurido ++++ (precoce) +++ (tardia) Dor, queimação ++ ++++ (precoce) Eritema ++++ ++++ Vesículas ++++ + Pústulas + +++ Hiperqueratose ++ ++++ Fissuras ++ ++++ Delimitação Sim Sim Reação tardia após o contato Dias Minutos a horas Espongiose ++++ ++++ Edema da derme ++++ ++++ Necrose queratinócitos + +++ Degeneração em balão + +++ Infiltrado linfocítico ++++ ++++ DC Irritativa Inflamação da pele tipicamente manifestada por eritema, moderado edema e descamação. Resposta inespecífica ao dano direto da pele com liberação de mediadores da inflamação por células epidérmicas Agentes corrosivos: morte imediata da célula epidérmica manifestada por queimadura e úlceras cutâneas DC Irritativa EUA: 69,7% dermatite mãos Alemanha: Mortalidade: 46,9 casos/10.000 trabalhadores/ano – cabeleireiros 23,5 casos/10.000 trabalhadores/ano – padeiros 16,9 casos/10.000 trabalhadores/ano - cozinheiros Ácido hidrofluorídrico: potente irritante cutâneo. Usado para propósitos industriais (gravura de vidros, limpadores de metais e eletrônicos) e em casa como removedores de sujeira DC Irritativa Gênero: Mulheres domésticas, enfermeiras) Idade: Qq idade > homens diaristas, (empregadas cabeleireiras, FISIOPATOLOGIA DC IRRITATIVA FISIOPATOLOGIA DC IRRITATIVA Queratinócitos Reagem a estímulos com liberação de citocinas (IL1, IL8, TNF, GM-CSF Sinais para resposta inflamatória FISIOPATOLOGIA Exame histológico: No início: reação por irritantes queratinócitos necróticos e degeneração em balão Cronicamente: ambas as respostas mostram espongiose, infiltrado linfocítico, hiperqueratose, crostas e escamas. Exposição crônica ao agente Dano barreira lipídica da camada córnea Perda coesão entre queratinócitos Turnover epidérmico Descamação Síntese lipídica Produção de citocinas e reação inflamatória queratinócitos História Clínica DC Irritativa História detalhada de exposição Casos persistentes e graves: afastar DC alérgica com patch test. História Clínica DC Irritativa DCI aguda: Reação inflamatória se torna visível de 8 a 24 horas após a exposição. Ex: antralina e podofilina DCI crônica: Contato contínuo com irritante primário provoca dano cumulativo „a pele Consequência de múltiplos danos superficiais a pele, com o tempo entre as exposições sendo menor que o tempo de resolução da função da barreira da pele. Não é dependente da exposição a um irritante potente, mas da exposição por longos períodos a irritantes fracos Ex: Dc de mãos da dona de casa (sabões e detergentes) / DC cabeleireiros História Clínica DC Irritativa DCI aguda DCI crônica História Clínica DC Irritativa Relatos de outros trabalhadores com sintomas e sinais semelhantes (exceção para os potentes sensibilizadores: poison ivy e dinitroclorobenzeno) Afetam mais novos trabalhadores: mais susceptíveis ou não aprenderam a se proteger dos produtos irritantes Exame físico DC Irritativa Máculas eritematosas, hiperqueratose ou fissuras predominando sobre vesículas Xerose intensa e descamação da epiderme Processo de restauração da pele que prontamente inicia assim que retira-se o agente causador Patch test negativo incluindo todas as substâncias suspeitas Lesões bem delimitadas Evidência de influência gravitacional Exame físico DC Irritativa Menor tendência a se espalhar do que na DCA Mudanças morfológicas quando há pequenas alterações de concentração Ou pelo tempo de contato produzindo grandes diferenças no dano a pele. Sequelas: sítio da pele cronicamente afetado: pode haver formação de neurodermites, despigmentação da pele, líquen simples crônico Causas DC Irritativa Ar seco: ressecamento da pele Água: exposição contínua pode produzir maceração, evaporação de água da pele e consequentemente ressecamento Solventes: principalmente em ambiente de trabalho. Removem lípides da pele promovendo DCI direta ou tornando a pele mais susceptível a outros irritantes cutâneos, tais como detergentes e sabões Ind metalúrgica: óleos produzindo foliculites e acne (podem causar tbém DCA) Causas DC Irritativa Microtraumas: causadas principalmente por espinhos de plantas Traumas mecânicos: calosidades, petéquias, equimoses – liquenificação Luvas de borracha DC fraldas Lauril-sulfato de sódio: presente em mtos medicamentos tópicos, principalmente medicamentos para acne. Álcalis: a pele geralmente tem pH ácido e portanto esses álcalis (presente em sabões) produzem mais irritação que os ácidos. Dermatite de Contato Alérgica DC ALÉRGICA EUA: 13,6 casos por 1000 pessoas Suécia: 2,7 por 1000 (DC alérgica em mãos) Holanda: 12 por 1000 (DC alérgica em mãos) Raça: não há predisposição Gênero: mais comum em mulheres (níquel) Idade: pode ocorrer em qualquer idade FISIOPATOLOGIA DC ALÉRGICA Induzida pelo contato da pele com substâncias químicas não proteicas denominadas haptenos, e corresponde a uma reação de hipersensibilidade cutânea do tipo tardio, mediada por células T hapteno-específicas Menos comum, proteínas ou peptídeos de alto PM (látex) podem induzir lesões inflamatórias FISIOPATOLOGIA DC ALÉRGICA FISIOPATOLOGIA DC ALÉRGICA Via aferente da DCA (sensibilização) Migração para o linfonodo Duração da fase: ~10 dias FISIOPATOLOGIA DC ALÉRGICA FISIOPATOLOGIA DC ALÉRGICA INF Via eferente da DCA (elicitação) TNF GM-CSF IL2 Perforina Granzimas Espongiose Intenso infiltrado celular FISIOPATOLOGIA DC ALÉRGICA Sequência de eventos: 18 a 96h FISIOPATOLOGIA DC ALÉRGICA História Clínica DC ALÉRGICA História detalhada: exposição substâncias Doenças pré-existentes na pele: a Úlceras de estase: alta utilização de pomadas a base de neomicina Otites externas: utilização de produtos tópicos (neomicina, corticóides) Prurido anal e vulvar: produtos com benzocaína e outras subst tópicas História Clínica DC ALÉRGICA Dermatite atópica: risco de DC irritativa risco de desenvolver DC alérgica a poison ivy Alguns estudos europeus: da incidência de DC alérgica a níquel História Clínica DC ALÉRGICA Início dos sintomas: Geralmente desenvolvimento da dermatite (com poucos dias de exposição) em áreas diretamente expostas ao antígeno ~10 dias são necessários para o desenvolvimento de sensibilização História Clínica DC ALÉRGICA Urticária de contato: Lesões que se desenvolvem com menos de 30 min da exposição Urticas surgem após exposição tópica ao agente Podem ser de mecanismo: Imunológico: pode ser grave, com anafilaxia associada (ex: luva de látex) Não imunológico: mais comum e é causado por agentes que estimulam diretamente a liberação de substâncias vasoativas de mastócitos (ex: água viva, algumas plantas, bálsamo do peru) História Clínica DC ALÉRGICA Dermatite ocupacional 1 : 10 doenças ocupacionais Dermatite crônica: pode não ter relação com melhora em finais de semana Múltiplos trabalhadores afetados: mais a favor de DC irritativa Profissionais da saúde, cozinheiros, cabeleireiros, esteticistas, trabalhadores construção e máquinas História Clínica DC ALÉRGICA Hobbies: Marcenaria Pintura Jardinagem: Toxicidendron (Rhus) – afeta >50 milhóes de americanos/ano Ambrosia (losna do mato, artemísia brava, cravo da roça) Uso de medicamentos: Droga ativa Veículo Exame físico DC ALÉRGICA Pápulas pruriginosas e vesículas sobre base eritematosa Placas liquenificadas e escoriadas: dermatite crônica Mãos Região perianal Otite externa Qdo transportado por via aérea: pálpebras, cabeça e pescoço Próximo a raiz do couro cabeludo e orelhas: tintura de cabelo Úlcera de estase Exame físico DC ALÉRGICA Dermatite eczematosa sistêmica: Pacientes com reação a certos agentes químicos - etilenodiamina Ingesta de aminofilina (teofilina + etilenodiamina Quadro clínico Eczema agudo Quadro clínico Eczema subagudo Exsudação Formação de crostas Quadro clínico Eczema crônico Hiperqueratose Liquenificação Fissuras Quadro clínico Face e pescoço: •Maquiagem • Esmaltes • Fotoprotetores • Colares, brincos • Medicações •Removedores de Maquiagem • Curvex •Shampoos •Condicionadores •Spray de cabelo •Gel, mousse •Tinturas de cabelo •Perfumes Quadro clínico Tronco/Membros superiores: • • • • • • Roupas Fotoprotetores Medicações tópicas Desodorantes Esmaltes Cosméticos DC mãos: Pessoas de 30-40anos: 10% mulheres 4,5% homens Quadro clínico Tronco/Membros superiores: • • • • Roupas Fotoprotetores Medicações tópicas Desodorantes DC axilas: Dentro da axila: desodorantes Ao redor: roupas, amaciantes Quadro clínico Membros inferiores: • • • • • Roupas Creme depilatório Calçados Borracha Cimento Quadro clínico Membros inferiores: • • • • • Roupas Creme depilatório Calçados Borracha Cimento Úlceras em MMII: Meta análise em relação a sensibilização: 75% a 1 agente 57% a 2 agentes Quadro clínico Região anogenital: • Medicamentos tópicos • Supositórios • Duchas • Preservativos • Diafragma • Espermicidas • Lubrificantes • Fluido seminal 1008 pacientes DCI: 23% DCA: 35% DC inespecífica: restante Quadro clínico Profissão Alérgeno risco Artistas Tintas, resinas, terebentina Cabeleireiros Tintas PPD, fragrâncias, níquel, formaldeído Trabalhadores construção Cobalto, cimento, borracha, resina... Dentistas Anestésicos locais, mercúrio, resinas, colofônio... DC Irritativa DC Alérgica 80% 20% Sabões, detergentes, solventes, ácidos Cosméticos, sais metálicos, germicidas (formaldeído), plantas, aditivos borracha, resina plástica, medicação tópica Mais crítica Menos crítica Não imune, não necessário sensibilização; dano aos queratinócitos Imune, há sensibilização, interação de Ags com céls T Aumentado Diminuído - Patch test Dentro de 48 h De horas a dias Demarcação local Típico Pode ocorrer Tempo resolução <96h Dura dias Frequência Agentes Concentração Mecanismo Atopia Teste diagn Reação após contato Cromo Fotodermatites Fotoalérgicas Fototóxicas Fotoalérgica Reação alérgica quando um químico presente na pele modifica-se pela ação da luz UV (UV-A 320-400nm) Fotoalérgeno no estado basal Absorve certa qtdade de radiação UV Formação de molécula excitada energia Fotoproduto (hapteno) Retorno a estado basal Fotoalérgica Sulfonamidas, clorpromazina antifúngicos, diuréticos PABA, oxibenzona: filtros solares Musk-ambrette: colônias pós barba 6metilcumarina: loção bronzeamento tiazídicos, Fotoalérgica Salicilanilidos: produtos limpeza industrial e cuidados pessoais Hexaclorofeno, clorohexidine: produtos limpeza pele Triclosan, diclorofeno: produtos limpeza pessoal Fotoalérgica Lembrar: DC pode ser acentuada pela luz ultravioleta Benzocaína (anestésico grupo ester): pode ter reação cruzada com PABA Alguns agentes podem causar reação fotoalérgica e fototóxica Fototóxica Respostas cutâneas não imunológicas Formação de radicais livres da concentração de agente fototóxico estado basal Lesão citotóxica semelhante a queimadura solar Absorve certa qtdade de luz específica Molécula estado excitado Processos O2 dependentes com formação de H2O2 e radicais livres que lesam membrana cel. Fototóxica Tetraciclina, naproxeno, AINH (piroxicam), amiodarona, fluorquinolonas, ácido nalidíxico, fenotiazidas, ciclamatos... Fototóxica Furocumarínicos: plantas, limão, aipo, figo, salsa, perfumes, mandioquinha Lesões mais tardias (limão) Fototóxica Fotoalérgica Queimadura solar prolongada Eczema ou urticária Incidência Alta Baixa Reação na 1a exposição? Sim Não Histologia Necrose de queratinócitos Espongiose Tempo de início após sol Min ou horas 24-48h Não Sim Negativo positivo Alteração clínica Mecanismo imunológico Patch test Fotodermatites Radiação mais comuns de fotodermatites: • UV-A (320-400nm) • Luz visível (400-800nm) • Raramente: reação a luz de ambientes Penetram através de vidros Lembrar: indicar protetores solares com fator de proteção UV-A e UV-B Diagnóstico História clínica Patch test (teste de contato) Diagnóstico História clínica Apesar da história sugerir fortemente a causa da DCA, mtos médicos com experiência apontaram com acucária de 10 a 20% o sensibilizante, baseados na história e exame físico Diagnóstico História clínica A evolução das lesões depende: Alergenicidade do agente ou poder irritante do agente Integridade da pele envolvida Condições do ambiente História de reações anteriores Remissões e exacerbações: relacionados com feriados, férias, locais de trabalho Diagnóstico História clínica História ocupacional: Natureza do trabalho Duração da atividade Efeitos similares em outros trabalhadores Mudanças no procedimento do trabalho Exposição a agentes químicos (incluindo vapores e fumaça) Uso de equipamentos de proteção Certos trabalhos: lavar as mãos com frequência e uso de produtos bactericidas Diagnóstico História clínica Hobbies Sítio anatômico envolvido Diagnóstico História clínica Patch test (teste de contato) Patch test O valor do teste depende: Se o quadro clínico não proíbe seu uso Da qualidade dos agentes testados Do tempo de aplicação Da interpretação apropriada da reação Da relevância clínica para o benefício do paciente Patch test Número muito grande de contactantes Bateria Padrão: certificados pelo FDA painel de antígenos EUA - bateria padrão com 23 alérgenos: 25 – 30% dos pacientes com DCA Patch test Finn chamber: 8mm Crianças: tamanhos menores Alumínio Efeito oclusivo Melhor quantidade da substância por unidade de área da pele Patch test < 40 alérgenos produzem a maioria dos casos de DCA 10 mais frequentes reações positivas Níquel, bálsamo do peru, neomicina, cobalto, fragrância mix, dicromato de potássio, bacitracina, thimerosal, formaldeído e glutaraldeído Wetter DA. J Am Acad Dermatol. 2005;53:416-21 Patch test “Novos alérgenos” Cocamidopropil betaína (em shampo) Aldeído cinâmico (desodorantes) Bacitracina Selva da castanha de caju látex Como aplicar: 2,5 cm 1 - 10 11 - 20 21 - 30 Leitura do teste: (padronizado pela International Contact Dermatitis Research Group) - negativo + eritema e pápulas ++ eritema, pápulas e vesículas +++ intenso eritema, pápulas e confluência de vesículas Relevância do resultado: Positivo +: relevância de 20% Positivo ++: relevância de 80-90% Positivo +++: relevância de >90% Teste positivo Teste negativo Patch test 01- Antraquinona Concentração: 2% - Veículo: Vaselina Sólida Corante que se constitui numa das principais causas de dermatite de contato por produtos têxteis Também encontrado em laxativos e repelentes de pássaros. Reação cruzada: parafenilenodiamina. Patch test 02- Bálsamo do Peru Concentração: 25% - Veículo: Vaselina Sólida É derivado do Myroxolon balsamum ou Myroxolon pereirae a partir de cortes na casca da árvore, substância conhecida como óleo cinâmico composto de ácido cinâmico, aldeído cinâmico, álcool cinâmico, metilcinamato, benzilcinamato, vanilina e eugenol. Baunilha, batons, bebidas tipo cola, benjoim, brilhantina, canela, casca de frutas cítricas, chocolate, curry, antisépticos bucais, esmalte de unhas, medicamentos tópicos, tinturas a óleo, perfumes. Reação cruzada: perfumes, bálsamo do Tolu, cinamatos. Fotossensibilizante. Dermatol Ther 2004;17:334-40 Patch test 03- Benzocaína Concentração: 5% - Veículo: Vaselina Sólida Adesivos para dentadura, anestésicos locais, creme para barb ear, cremes para queimaduras, cremes analgésicos, pastilhas e gargarejos para dor de garganta, talcos. Reação cruzada: compostos do grupo para, parabenos, corantes anilina, sulfonamidas, paba e derivados. Fotossensibilizante. Patch test 04- Bicromato de potássio Concentração: 0,5% - Veículo: Vaselina Sólida Adesivos e colas, agentes anticorrosivos, anilina violeta, baterias, borracha, caixa de fósforos (lixa), cerâmica, cimento, cosméticos (pigmento de máscara de cílios), detergentes, esmalte verde, esparadrapo, fogos de artifício, fotografias (reagentes), galvanização, graxas, impermeabilizantes, impressões em off-set, mesas de bilhar (tecido verde), objetos cromados, perfumes, polidores de sapatos, porcelana (corantes), preparados para limpeza de bronze e latão, tatuagem, tecidos estampados, tintas verdes, amarela e alaranjada, tintas a óleo, tintas de escrever, vernizes. Patch test 05- Butilfenol-para-terciário Concentração: 1% - Veículo: Vaselina Sólida Adesivo, colas (doméstica e de cerâmica), resina, borracha, calçados (produtos de couro), madeira compensada, ligas dentárias. Esta substância é empregada principalmente como cola em diferentes situações. 06- Carbax mix Concentração: 3% - Veículo: Vaselina Sólida Artigos de borracha (elásticos, luvas, preservativos, roupas de mergulho, pneus), desinfetantes, repelentes, fungicidas, adesivos, sabões, shampoos. Patch test 07- Cloreto de cobalto Concentração: 1% - Veículo: Vaselina Sólida Adesivos, aditivos para solos na agricultura, cerâmica, cimento, detergentes, esmaltes naturais e sintéticos, graxas, ligas metálicas (zíper, hastes de óculos, jóias de prata, moedas, moedas, fecho bolsas, pulseiras, tesouras), lubrificantes, corantes, níquel (impureza), objetos esmaltados, reagentes para análises químicas, resinas sintéticas, tatuagens, tintas de impressão, tintas para quadros, tintura de cabelos, vidros e porcelanas (corantes), vitamina B12 (manufaturada). Reação cruzada: níquel, cromato. Patch test 08- Colofônio Concentração: 20% - Veículo: Vaselina Sólida Adesivos, isolantes, colas, papel e papelão, emplastros, corantes (alimentos e drogas), cosméticos (sombra para as pálpebras, máscaras, sabonetes, shampoos, produtos para depilação, batons, maquilagem, esmaltes para unhas), inseticidas, medicamentos tópicos, pinturas, produtos impermeabilizantes, preservação de madeiras e telhas, vernizes e tintas, polidores e graxas, limpadores com óleo de pinho. Patch test 09- Etilenodiamina Concentração: 1% - Veículo: Vaselina Sólida Asfalto, borracha, corantes, fungicidas, germicidas, graxas sintéticas, inseticidas, resinas sintéticas, solventes, emulsificantes, estabilizadores da borracha, veículo de pomadas, medicamentos tópicos (antimicóticos, gotas nasais, colírios, timerosal). Reação cruzada: aminofilina, prometazina, piperazina. Patch test 10- Formaldeído Concentração: 1% - Veículo: Água Borracha, cosméticos (shampoos, antiperspirantes, endurecedores de unhas, loções de permanentes), desinfetantes, medicamentos tópicos, couro, fotografia, tecidos sintéticos, papel (manufaturado), soluções embalsamantes, fertilizante, plásticos e resinas. 11- Hidroquinona Concentração: 1% - Veículo: Vaselina Sólida Agente antimofo, colas para borracha, coloração de peles, conservação de flores, desodorantes, borracha, cremes despigmentantes, tintura de cabelos, vernizes, revelador fotográfico. Patch test 12- Irgasan Concentração: 1% - Veículo: Vaselina Sólida Sabões, anti-sépticos, desodorantes, dentifrícios, shampoos, agente antifúngico em carpetes. 13- Kathon CG Concentração: 0,5% - Veículo: Vaselina Sólida Conservante mais utilizado no tratamento da pele. Cosméticos (creme para pele, loções para o corpo, shampoos, sabonetes, protetores solares, géis para banho), amaciantes para roupas, sabão em pó, produtos para limpeza de casa, produtos para polimentos, protetores de madeira, radiografia, tintas, papel de toalete. Patch test 14- Lanolina Concentração: 30% - Veículo: Vaselina Sólida Adesivos, batons, cera para polir móveis e automóveis, cremes de limpeza, cremes de barbear, cosméticos em geral, graxas em geral, loções capilares, papel carbono, couro, papel, sabonetes, tecidos, tintas, veículo de pomadas e cremes, vernizes para automóveis, shampoos. 15- MBT Mix (Mercaptobenzotiazol) Concentração: 2% - Veículo: Vaselina Sólida Utilizado como acelerador da vulcanização de borracha, artigos de borracha (sapatos, luvas, esponja de maquiagem, elásticos, brinquedos, preservativos, etc.), adesivos, cimento, corantes, detergentes, fungicidas, graxas, impermeabilizantes, roupas de mergulho, produtos médicos (equipamento para diálise). Patch test 16- Neomicina Concentração: 20% - Veículo: Vaselina Sólida Utilizado como antibiótico. Medicamentos tópicos (cremes, pomadas, pós, gotas para ouvido, colírios), cosméticos, desodorantes. Reação cruzada: outros aminoglicosídeos (kanamicina, gentamicina, estreptomicina, tobramicina, bacitracina, paromomicina). 17- Nitrofurazona Concentração: 1% - Veículo: Vaselina Sólida Antibacteriano de cor amarela (Furacin®) que foi muito utilizado em quimaduras e úlceras de estase, mas vem caindo em desuso, desestimulado pela grande capacidade de sensibilizar os usuários. Colírios, medicamentos tópicos, supositórios, anti-sépticos bucais, medicamentos para uso veterinário. Patch test 18- Paraben mix Concentração: 15% - Veículo: Vaselina Sólida Composto de metilparabeno, etilparabeno, propilparabeno, butilparabeno e benzilparabeno. Conservante de cosméticos (cremes, loções, maquilagem, batons, loções para barba, sabonetes, protetores solares, produtos para depilação), conservante de alimentos (peixes cozidos, maionese, molhos de condimentos, molhos de saladas, pasta de peixe, mostarda) , conservante medicamentos, conservante de óleos, gorduras, colas, graxa de sapato. Patch test 19- Parafenilenodiamina Concentração: 1% - Veículo: Vaselina Sólida Antioxidantes em produtos de petróleo (gasolina, borracha, plásticos), azul de metileno e safranina, borracha preta, corantes para peles, couro e esmalte, fotocópias, graxas, reagentes de couro e tecidos (preto, azul, marrom), tintura de cabelos, fluídos de R-X. Ao ler o rótulo de tinturas de cabelo, podem ser encontrados outros nomes: p-toluenodiamina, 1,4 bezenediamina, p-aminodifenilamina, 1,4 fenilenodiamina, 2,4 diaminoanisol, p-aminoanilina e 0-aminofenol Reação cruzada: anilina, procaína, benzocaína, ácido para-amino-benzóico (protetor solar com PABA), sulfonamidas, ácido para-amino-salicílico. Patch test 20- Perfume mix Concentração: 8% - Veículo: Vaselina Sólida Misturas (mix): Eugenol, isoeugenol, geraniol, aldeído cinamico, álcool cinâmico, álcool alfa amilcinâmico, oakmoss absolute, hidroxicitronelal Condimentos, cosméticos em geral, óleos de essências (canela, jacinto, etc.). Fotossensibilizante. Patch test 21- PPD Mix Concentração: 0,4% - Veículo: Vaselina Sólida Misturas (mix): N-fenil-N-ciclo-hexil-P-fenilenodiamina, Nisopropil-N-fenil-P-fenilenodiamina, N-difenil-Pfenilenodiamina Utilizado como anti-oxidante na produção da borracha. Artigos de borracha (sapatos, botas, fones de ouvido, bolas, roupas elásticas, pneus), borrachas anti-derrapantes, máscaras (proteção, mergulho), roupas íntimas. Patch test 22. Prometazina Concentração: 1 % - Veículo: Vaselina Sólida Loções e cremes comerciais para queimaduras de sol, medicamentos tópicos. Reação cruzada: fenotiazina, etilenodiamina, compostos do grupo Para. Fotossensibilizante. Patch test 23. Propilenoglicol Concentração: 10% - Veículo: Vaselina Sólida Utilizado como solvente e umectante, com atividade antibacteriana. Cremes, cosméticos, medicamentos tópicos, alimentos, anti-congelantes, produtos de limpeza. 24- Quaternium 15 Concentração: 0,5% - Veículo: Vaselina Sólida Conservante em cosmético em geral (creme, loções, sabões, shampoos), medicamentos tópicos, tinta de látex, adesivos, tintas, materiais de construção. Reação cruzada: cloreto de benzalcônio, formol. Em cosméticos pode vir com o nome de Dowcill 200® Patch test 25- Quinolina mix Concentração: 6% - Veículo: Vaselina Sólida Misturas (mix): Iodoclorhidroxiquina, clorquinaldol (sinônimo: viofórmio) Anti-sépticos em geral (antifúngicos), anti-séptico urinário, antiséptico cirúrgicos, sabões, compostos contendo mercúrio. 26- Resina Epóxi Concentração: 1% - Veículo: Vaselina Sólida Adesivos (“durex”), borracha, cerâmica, colas, esculturas, luvas de vinil, massas para reparações, pinturas, plásticos, próteses dentárias, óculos, resina, sinteco, tintas, indústria elétrica e de plásticos (isolantes, cabos, resistências e aparelhos elétricos). Patch test 27- Sulfato de níquel Concentração: 5% - Veículo: Vaselina Sólida Aço inoxidável, cerâmica, cimento, enegrecimento de zinco e latão, equipamento telefônico, fungicidas, inseticidas, bijuterias, ligas metálicas (zíper, ilhoses, hastes de óculos, grampo de cabelo, utensílios de cozinha), lâminas de barbear, moedas, objetos niquelados, instrumentos médicos e odontológicos, pulseiras de relógio, soldas, tecidos estampados, tintas, tintura de cabelos, vernizes, esmaltes. Patch test 28- Terebintina Concentração: 10% - Veículo: Vaselina Sólida Resinas sintéticas, resinas de pinho, polidores de móveis, solvente de graxas, tintas (carimbo, tipografia), adesivos, inseticidas, produtos de limpeza. Reação cruzada: crisântemo, ambrósia, colofônia, bálsamos de pinho. 29- Timerosal Concentração: 0,05% - Veículo: Vaselina Sólida Aerosóis, anti-sépticos, medicamentos tópicos, conservante de cosméticos. Reação cruzada: piroxicam Patch test 30- Tiuram mix Concentração: 1% - Veículo: Vaselina Sólida Misturas (mix): Tetrametiltiuram monossulfito, tetrametiltiuram dissulfito, tetraetiltiuram monossulfito, dipentametilenotiuram dissulfito Borracha (capa de chuva, roupas de borracha, luvas, sapatos, esponja de maquiagem, travesseiros, preservativos, brinquedos), colas para borracha, conservação de frutas, desinfetantes em aerosóis, fungicidas, germicidas, graxas, inseticidas, preservação de medicamentos, pulverização de plantas, sabões, shampoos, tecidos, medicamento para escabiose. Regras a serem seguidas: Não testar quando a dermatite está aguda e/ou grave Não testar quando uso de corticóide sistêmico (>20 ou 30mg/d) – esperar 01 semana Não testar quando uso de corticóide tópico nas costas – esperar pelo menos 1 sem Não testar quando uso de quimioterapia Não testar quando exposição solar nas costas esperar de 1 a 2 sem. Regras a serem seguidas: Antihistamínicos: não interferem 1a leitura (48h após a aplicação do teste) – retirar o teste e aguardar 30minutos 2a leitura: 3 a 4 dias da aplicação inicial e ocasionalmente 7 dias após Patch test 30% dos alérgenos relevantes que foram negativos na leitura de 48h tornaram-se positivos na leitura de 96h Alguns reações irritativas na leitura de 48h desapareceram na leitura de 96h Fregert S. Trans St John´s Hosp Dermatol Soc. 1984;55:17-35 Teste de contato falso-negativos são observados em: Concentração utilizada para testar substância é muito baixa No local da aplicação ocorre falta de certas condições, como umidade e fricção Leitura inadequada do teste (<tempo) Veículo para testar a substância foi inadequado Tempo de oclusão da substância em contato com a pele foi menor que 48h Substância fotossensibilizante No local do teste foi aplicado corticóide tópico por tempo prolongado Teste de contato falso-positivos são observados em: Substância utilizada para teste é um irritante primário Substância testada fica na periferia do teste, levando a reação positiva apenas na margem do finn chamber Síndrome da pele excitada Síndrome da pele excitada (Angry back) Resposta positiva a várias substâncias, geralmente próximas Ocorre geral/e quando dermatite átiva quando foi colocado o teste ou um teste fortemente reativo a uma substância Testar separadamente ou juntas, mas com grande distância entre as substâncias Patch test História consistente Baterias padrão ou de cosmético negativas Patch test com o próprio produto pode ser realizado, checando qual produto e realizado em concentrações não irritantes Patch test Bateria não padronizada: Aplicados sem diluição: •Cosméticos “leave on”: bases, blush, rímel,... •Roupas •Luvas •Alimentos Aplicados com diluição: •Cosméticos “wash condicionadores •Diluição: 10-2 ou 10-3 esmaltes, off”: batons, shampos, Patch test Alternativa: Teste aberto Fotosensibilizantes Substâncias voláteis Antiperspirantes Cremes de barbear Pasta de dente Medicamentos tópicos potentes (risco de irritação é maior Patch test Alternativa: Teste aberto Aplicação da substância (geralmente cosmético) ou em fossa antecubital ou atrás da orelha 2xdia por 1 a 2 semanas. Photopatch test Aplicação de uma duplicata de alérgenos no dorso do paciente sendo coberto com material opaco 24-48h após é removida e avaliada Uma das séries é recoberta e a outra exposta a 5 J/cm2 de UVA por 30min e coberta a seguir 48h após é feita nova leitura Photopatch test Reação local irradiado Reação local não irradiado + - + + + + (intensidade semelhante) (mais intenso) Interpretação DC fotoalérgica DC alérgica DC alérgica e DC fotoalérgica Outros exames Em casos de infecção bacteriana secundária complicada: cultura Micológico direto IgE total Biópsia de pele Diagnóstico diferencial Dermatite atópica Diagnóstico diferencial Líquen simples crônico (ou neurodermite) Caracteriza-se por prurido intenso,pele áspera,endurecida e hiperpigmentação. Ocorre um círculo vicioso nesta doença: fator emcional – prurido – agravamento da lesão Diagnóstico diferencial Dermatite numular Erupção cutânea persistente e geralmente pruriginosa acompanhada por uma inflamação caracterizada por manchas em forma de moeda que contêm pequenas vesículas, crostas e escamas. Causa é desconhecida. Afeta os indivíduos de meia-idade, ocorre concomitantemente com a pele seca e é mais comum no inverno. Diagnóstico diferencial Disidrose Eczema recorrente caracterizado por erupções vesiculares nas palmas das mãos e plantas dos pés, particularmente aos longo dos lados e entre os dedos. Auto limitada. Prurido, sensação de queimação e hiperidrose Diagnóstico diferencial Dermatite seborreica Dermatose crônica, comum, de etiologia desconhecida, caracterizada por descamação e eritema, ocorrendo primariamente nas áreas com altas concentrações de gl sebáceas: couro cabeludo, face, áreas pré esternais e intertriginosas Diagnóstico diferencial Erupção polimórfica à luz Etiologia desconhecida, realcionada diretamente com a exposição a luz solar. Preferencialmente no verão surgindo erupções com período de latência varíável de horas a 2 dias, em média 18 horas. Mais frequente em mulheres. Prurido precede as lesões Quadro dermatológico multiforme: placa eritematosa, pápulas de tamanhos variáveis, nódulos e vesiculação. Clínica e histologicamente lembra lúpus eritematoso. Diagnóstico diferencial Psoríase Dermatofitose Impetigo Acne rosácea Dermatite perioral Escabiose Pioderma gangrenoso Sd de Wiskott Aldrich Agamaglobulinemia ligada ao X Fenilcetonúria Acrodermatite enteropática Sd Hiper IgE Reações adversas a drogas Doença granulomatosa crônica Porfiria cutânea gutata Micose fungóide Doença do tecido conectivo (Lupus, dermatomiosite) Exposições especiais associadas com DC Dermatite de contato ocupacional: Doença inflamatória cutânea causada ou agravada por exposição no ambiente de trabalho Ocupa o 2o lugar como causas de doenças ocupacionais (perde para doenças traumáticas) Incidência (1999): 49casos/100.000 Tende a ser mais alta em plantas pequenas (<500 trabalhadores) Exposições especiais associadas com DC Dermatite de contato ocupacional: DC irritativa: 70-80% das DC ocupacionais Mãos: 80% DCI 64% DCA DCI: solventes e outros fluidos DCA: carba mix, thiuram formaldeído e níquel mix, resinas, Exposições especiais associadas com DC Dermatite de contato ocupacional: Mathias (1989) propôs 7 critérios para um prático guideline: 1-Aparência clínica é consistente com DC? 2-Irritantes cutâneos em potencial ou alérgenos estão presentes no ambiente de trabalho 3-A distribuição anatômica da dermatite é consistente com exposição da pele aos químicos nos curso da jornada de trabalho 4-A relação temporal entre exposição e início dos sintomas é consistente com DC 5-Exposições não ocupacionais estão excluídas como prováveis causas da dermatite Mathias CGT. J Am Acad Dermatitis 1989;20:842 Exposições especiais associadas com DC Dermatite de contato ocupacional: Mathias (1989) propôs 7 critérios para um prático guideline: 5-Exposições não ocupacionais estão excluídas como prováveis causas da dermatite 6-Dermatite melhora fora da exposição ao trabalho e a reexposição causa exacerbação 7-Há reação positiva qdo realizado patch test relevante com a história 4 desses critérios positivos : DC Ocupacional Mathias CGT. J Am Acad Dermatitis 1989;20:842 Exposições especiais associadas com DC Dermatite por plantas: Dermatite por Toxidendron (poison ivy): forma mais comum de DCA Outras dermatites por plantas: Exposições especiais associadas com DC Exposições especiais associadas com DC Dermatite por cosméticos: Número de contactantes químicos usados por dia por indivíduo: ~100 Porém, poucos são os alérgenos de contato nesses produtos típicos das reações: Fragrâncias (perfume mix) Preservativos Excipientes Colas Bloqueadores solares Exposições especiais associadas com DC Dermatite por cosméticos: Perfume mix (Eugenol, isoeugenol, geraniol, aldeído cinamico, álcool cinâmico, álcool alfa amilcinâmico, oakmoss absolute, hidroxicitronelal): 85% das pessoas alérgicos a fragrâncias Adição de outros ingredientes – óleo de ylang, óleo de narciso, sândalo e bálsamo do peru): 96% Exposições especiais associadas com DC Dermatite por cosméticos: Preservativos: Liberadores de formaldeído Não liberadores de formaldeído Exposições especiais associadas com DC Dermatite por cosméticos: Outros excipientes na formulação sem ser preservativos ou fragrâncias: Solubilizantes Emulsificantes Espumas Lubrificantes Corantes Podem ocasionar DCA, mas em concentrações podem ocasionar DCI altas Exposições especiais associadas com DC Dermatite por cosméticos: Produtos para cabelos: Cocamidopropil betaine (shampoos, produtos para banho, loções de limpeza para olhos e face) Parafenilenodiamina (tinturas de cabelo) Tioglicolato de glicerol (produtos para permanente) – permanece no cabelo por longo período Exposições especiais associadas com DC Dermatite por cosméticos: Peelings: resorcina e fenol Batons: corante eosina Esmalte: Resinas (toluenosulfonamida) Metacrilatos nitrocelulose Exposições especiais associadas com DC Dermatite por cosméticos: Desodorantes: DC alérgica? (aldeído cinâmico é o mais implicado) DC irritativa? (pelo uso excessivo) Perfumes: DC alérgica? DC irritativa? D fotosensibilizante? Fotoprotetores: DC alérgica ou fotoalergia Subst: Filtro químico Veículo (conservante, corante, perfume) Exposições especiais associadas com DC Dermatite por tatuagem de henna: A hena é um corante de uma planta derivada do arbusto Lawsonia, que cresce primariamente na América do Norte e no Médio Oriente. Nas culturas islâmica e indiana, foi usada durante séculos como corante do cabelo e para decorar a pele. Encontra-se atualmente em shampus, amaciadores e corantes avermelhados do cabelo Exposições especiais associadas com DC Dermatite por tatuagem de henna: A hena, em si, é pouco sensibilizadora. Apesar do seu uso generalizado, as reações de hipersensibilidade são bastante raras, exceto nos cabeleireiros, que têm exposições elevadas pelo uso frequente a maioria dos casos de suspeita de reação são, na verdade, reações ao PPD, um composto que é muitas vezes misturado com hena pelos artistas que fazem tatuagens temporárias para obterem uma cor castanha escura em vez da sua tonalidade avermelhada natural e para reduzirem o tempo de fixação da tatuagem Exposições especiais associadas com DC Dermatite por corticóides: Pacientes em risco: Eczema refratário Ùlcera MMII Dermatite por estase Paciente relata falha de melhora ou ardência e eritema após uso Lembrar de testar veículo e preservativos Exposições especiais associadas com DC Dermatite de contato sistêmica: Rash generalizado após a administração sistêmica de drogas, agente químico ou alimentos em pacientes que previamente tenham DCA: DCA a : Reação sistêmica após : Etilenodiamina Aminofilina EV, ou antihistamínicos do grupo piperazinas e etanolaminas Benadryl creme Difenidramina Sulfanilamidas e benzocaínas Tolbutamina ou clorpropamida Exposições especiais associadas com DC Dermatite de contato na criança: Menos freqüente antes dos 10 anos de idade Após 10 anos: semelhante ao do adulto Agentes: Níquel (comum) Fragrâncias (perfume mix e bálsamo do peru) Antibióticos tópicos: neomicina, gentamicina e bacitracina Borracha e derivados Preservativos e veículos (MCI/MI, Kathon CG, Eyxil k100): lenços umedecidos, sabonetes líquidos, shampoos e cremes protetores Exposições especiais associadas com DC Lesão a distância: Após cerca de 2 dias depois da exposição ao antígeno no linfonodo, há um rápido efluxo das células ativadas para fora do linfonodo Célula de memória que preferencialmente se localiza na pele: expressão de um ligante carboidrato chamado CLA (antígeno linfocitário cutâneo), que se liga à E-selectina. Essas moléculas de adesão especiais podem ser responsáveis pela migração de células T de memória para a derme Tratamento Tratamento agudo Prevenção Tratamento Tratamento agudo Identificação, retirada e orientação para evitar o agente causador Compressas frias Hidratantes Fototerapia Antibióticos Tratamento agudo Corticóides sistêmicos Antihistamínicos Corticóides tópicos Corticóides tópicos >1950: corticóides revolucionaram o tratamento da D contato e de outras doenças eczematosas da pele 1952: Sulzberger e Witten – “Compound F” (hidrocortisona) – foi ativa qdo topicamente aplicada Corticóides tópicos Funciona na DCA??? Efeito vasoconstritor E antinflamatório Clin Exper Dermatol 2002;27:47-50 Corticóides tópicos Funciona na DCI??? Papel da DCI – CONTROVERSO!!! DCI induzida por solução sulfato de sódio: (Arch Dermatol Res 2003;295-29-32) • Acetonida de traincinolona 0,05%: pouca eficácia • Valerato-17-betametasona: eficácia DCI induzida por solução sulfato de sódio: (Skin Res Tech 2001;7:214-8) • Hidrocortisona 1% e valerato 17 betametasona: não melhora significativa em relação ao uso do veículo somente e em relação aos que não fizeram tratamento Corticóides tópicos Escolha do corticóide: Tamanho da lesão Localização Fase da dermatite de evolução (aguda ou crônica) Corticóides tópicos Áreas pequenas e localizadas do corpo: Corticóide tópico Lesões > 20% da superfície corporal: Corticóide sistêmico Tratamento Corticóides tópicos Atividade farmacológica é aumentada pelas alterações na estrutura molecular: Adição de 9-alfa-fluorine: • atividade glicocorticóide • atividade mineralocorticóide Adição de acetonida, propionato ou valerato: • lipofilidade: penetração estrato córneo Tratamento Corticóides tópicos Absorção: Hidratação – Temperatura – Estrutura molecular Efeito oclusivo: em mais de 10 vezes Bases oleosas: inibem a evaporação - a absorção Áreas intertriginosas: efeito oclusivo natural Face: pele mais fina Classificação dos corticóides (Ação vasoconstritora e baseada em ensaios clínicos) Grupo I – Corticóides extremamente potentes Propionato de clobetasol 0,05% Desoximetasona 0,25% Diacetato de diflorasona 0,05% Halcinonida 0,025 e 0,1% Acetonido de fluocinolona 0,01; 0,025 e 0,2% Valerato de difluocortolona 1% Classificação dos corticóides (Ação vasoconstritora e baseada em ensaios clínicos) Grupo II – Corticóides potentes dipropionato de betametasona 0,05% Benzoato de betametasona 0,025% Valerato de betametasona 0,05% e 0,1% Fluorandrenolida 0,0125; 0,05%; 4mcg/cm2 Acetonido de triancinolona 0,025; 0,1 e 0,5% Desonida 0,05% Fluocinonida 0,01; 0,05% Butirato de hidrocortisona 0,1% Classificação dos corticóides (Ação vasoconstritora e baseada em ensaios clínicos) Grupo III – Corticóides moderadamente potentes Butirato de clobetasona 0,05% Dipropionato de beclometasona 0,025% Pivalato de fluometasona 0,03% Hidrosortisona 1% em uréia Classificação dos corticóides (Ação vasoconstritora e baseada em ensaios clínicos) Grupo IV – Corticóides menos potentes Acetato de hidrocortisona 0,25%; 0,5% Valerato de hidrocortisona 0,2%; Acetato de metilprednisolona 0,25% Classificação dos corticóides (Ação vasoconstritora e baseada em ensaios clínicos) Nova geração Aceponato de metilprednisolona 0,1% (Advantan®) Furoato de mometasona 0,1% (Elocom ®; Topison®) Propionato de fluticasona 0,05 – 0,005% Espessura da pele por regiões 700 600 500 400 300 200 100 Lee Y et al. Surg Radiol Anat 2002;24:183–9 Corticóides tópicos Veículo: A penetração é favorecida pelo excipiente gordo (efeito oclusivo) e pelo propilenoglicol (solubilizante) Pomada: contém um excipiente gordo, que proporciona boa hidratação e penetração do corticóide por efeito oclusivo Qq concentração de corticóide é mais potente no veículo pomada do que em creme ou loção Para lesões liquenificadas, espessas, secas e descamativas. Corticóides tópicos Veículo: Creme: Mais cosmético que a pomada Veículo de escolha para dermatoses agudas e subagudas Solução: Para uso no couro cabeludo ou outras áreas pilosas Frequentemente contém álcool e propilenoglicol Corticóides tópicos Adição de outras substâncias: Ácido salicílico: queratolítico Uréia: Aumenta a permeabilidade cutânea Antiséptico/antifúngico/antibiótico: Risco de sensibilização Usado em situações particulares Curtos períodos Corticóides tópicos Localização das lesões: Camada córnea mais fina (face, áreas intertriginosas, áreas de dobras): Corticóide não fluorado Preferencialmente de baixa potência Camada córnea mais espessa: Corticóides potentes e muito potentes Corticóides tópicos Corticóides tópicos Corticóides sistêmicos Dose: 0,5 – 1 mg/kg/dia por 5 a 7 dias Melhora dentro de 12 a 24h Indicações: Dermatite grave por Toxicodrendron DC sistêmica DCA generalizada Imunomoduladores tópicos Aprovado pelo FDA para Dermatite atópica Alguns estudos: podem ser eficazes na dermatite de contato Não há estudos duplo cegos, placebo controlados Imunomoduladores tópicos Exp Dermatol 2004;13:721-30 Imunomoduladores tópicos Pimecrolimus Elidel® Tacrolimus Protopic ® Imunomoduladores tópicos Pimecrolimo (Elidel) Inibe a ação da calcineurina Indicado nos casos de DA leve e moderada Utilização Tópica : creme 1% Uso a partir de 6 meses de vida Efeitos adversos: prurido e ardor Níveis séricos diminuídos Imunomoduladores tópicos Tacrolimo (Protopic) Imunossupressor (inibição dos fatores de transcrição de citocinas) Utilização Tópica (0.03% a 0.1%- 2x dia) Uso a partir de 2 anos de idade Efeitos adversos: prurido e ardor (57%). Níveis séricos diminuídos Indicado nas Das com lesões leves, moderadas e graves Imunomoduladores tópicos Utilização com segurança em face e pele fina Ausência de fotocarcinogênese Ausência de atrofia Ausência de sensibilização Imunomoduladores tópicos Imunomoduladores tópicos Antibióticos Raramente a DC pode tornar-se impetinizada: Se superficial, localizada: Antibióticos tópicos (mupirocina, ácido fusídico) Se moderada-grave, extensa ou multifocal: Antibióticos sistêmicos Antihistamínicos Pouco eficazes no prurido, mas podem ser utilizados Escolha da classe: sedantes não sedantes Antihistamínicos Clássicos Dextroclorofeniramina/ Polaramine 0,15mg/kg/dia Fumarato de clemastina/ Agasten 0,1mg/kg/dia Prometazina/ Fenergan Hidroxizine/ Hixizine 0,5 /mg/kg/ dia 0,5 a 2 mg/kg/dia Não-clássicos Loratadina Claritin, Loranil , Cetirizina Zyrtec , Zetir Fexofenadina Allegra Fexodane Desloratadina Desalex Outros tratamentos Azatioprina, ciclosporina e talidomida: alguns estudos em DC refratária UV-B: pode ser tentado inicialmente UV-A combinada com psoraleno: quando há falha após UV-B – DC refratária (realizado por dermatologistas). Tratamento lento, requer dose de manutanção Outros tratamentos Agentes biológicos: TNF: citocina inflamatória que tem sido implicada na DCA e DCI 2 drogas tem como alvo o TNF: • Etanercept • Infliximab Ainda não há estudos para D Contato Benefícios em outras doenças inflamatórias, tais como psoríase Outros tratamentos Inibidores da fosfodiesterase: • Estudo na DCI: inibição de TNF e outras citocinas Mofetil micofenolato: inibe a formação de um precursor para a síntese de RNA e DNA em linfócitos T e B – tratamento da dermatite de contato em porcos. Tratamento Prevenção Primária: no local de trabalho – orientação qto a cuidados com a pele e cuidados com químicos altamente sensibilizantes Secundária: evitar ressecamento e fissura da pele – emolientes e hidratantes