Avaliação da Mulher na Menopausa

Transcrição

Avaliação da Mulher na Menopausa
o estado da arte em 2015
Amália Martins
Ana Fatela
Ermelinda Pinguicha
Tereza Paula
Avaliação mulher na menopausa
Ana Fatela
Avaliação da Mulher na Menopausa
Definições
Menopausa natural/espontânea- UM confirmada depois de 12 meses
consecutivos de amenorreia sem outra causa patológica (entre os 45 e 55
anos. Idade média 51 anos)
Menopausa induzida- Cessação permanente da menstruação após
ooforectomia bilateral ou ablação iatrogénica da função ovárica.
Menopausa precoce- natural ou induzida que ocorre antes dos 40 anos
Peri-Menopausa/transição Menopausa- Intervalo de tempo entre o início
das irregularidades do ciclo menstrual até à menopausa
Pós-Menopausa- é o período após a menopausa natural ou induzida
Climatério: período em que ocorre um declínio progressivo da função
ovárica. Associado a um conjunto de sinais e/ou sintomas Sindroma do
climatério
Avaliação
da Mulher na Menopausa
História
clínica
História clínica
Sintomas e preocupações da mulher
Avaliação de factores de risco para doenças
em geral
Avaliação de factores de risco para doenças
mais prevalentes na menopausa
Doenças cardiovasculares
Cancro
Osteoporose
Avaliação da Mulher na Menopausa
História clínica
Ant ginecológicos relevantes
UM / calendário menstrual
Cir. ginecológicas prévias (ex:HT)
Necessidades de contracepção
Utilização TH
Antec de doenças médicas
DVT/EP
Cancro mama/ cancro endométrio
Doença
Doença cardio / cerebrovascular
Diabetes
Doença hepática
Infeções urinárias de repetição
Osteoporose
Depressões
História familiar
Doença cardio/cerebrovascular
Fracturas osteoporóticas
Demência
Cancro
Dependência de álcool ou tabaco
Medicação
História social/ psicológica/sexual
Avaliação da Mulher na Menopausa
Fatores de risco de doença coronária
Factores incontroláveis
Idade
Sexo
História familiar de DCV prematura
Raça
Menopausa
Factores controláveis
Hipertensão
Diabetes
Tabagismo
Obesidade
Sedentarismo
Dislipidémias
Novos factores
História de pré-eclâmpsia ou HTA na
gravidez
Diabetes gestacional
Doenças que podem mimetizar
sintomas vasomotores
(J Clin Endocrinol Metab 100: 0000–0000, 2015)
Summary of Recommendations for Risk
Assessment.
Goff D C et al. Circulation. 2014;129:S49-S73
Copyright © American Heart Association, Inc. All rights reserved.
Avaliação da Mulher na Menopausa
Fatores de risco de cancro do endométrio
Idade
Menarca Precoce e Menopausa Tardia
Nuliparidade
SOP
Obesidade
Hipertensão
Diabetes mellitus
Biópsia prévia com Hiperplasia atipica
Estrogénio isolado
Tamoxifeno
História familiar cancro
Gompel A and Bureger H- Climateric 2015, 18, 376-378
Avaliação da Mulher na Menopausa
Fatores protetores de cancro do endométrio
Uso prolongado de contraceptivos orais
Uso de progestativos
Actividade física
Gompel A and Bureger H- Climateric 2015, 18, 376-378
Avaliação da Mulher na Menopausa
Fatores de risco de cancro da mama
Idade
Menarca precoce/Menopausa tardia
Nuliparidade
1ª gestação >30 anos
Álcool
Obesidade
Número de familiares em 1º grau com cancro da mama
Mutações BRCA
Nº de biópsias mamárias prévias
Biópsia mamária prévia com Hiperplasia Atípica
Avaliação da Mulher na Menopausa
Fatores de risco de cancro da mama
Factores de risco
RR
IMC (>29,7 Kg/m2)
1.26-2.52
alcool (20g /dia x 5 anos)
1.28
TH (EPT / WHI)
1.26
1º parto > 30 anos
1.5
História familiar CM
1.5
Doença benigna mama- biópsia
1.6-2.8
Densidade aumentada mama
2.0-4.0
Shah NR, Exp Opin Pharmacotherapy 2006;7(18):2455-63
Pichard C et al, Maturitas 2008;60:19-30
Avaliação da Mulher na Menopausa
Carcinoma do ovário
grande mortalidade
25% detetados estádio inicial
Fatores Risco: idade, menarca precoce, menopausa
tardia, nuliparidade, infertilidade, endometríose,
obesidade, ingestão cafeína, história pessoal ou
familiar de cancro mama ou ovário e cancro de colon
não polipoide hereditário
Fatores Protetores: Contracetivos hormonais,
gravidez e paridade, amamentação, histerectomia,
LTB e AINES
Sem testes de rastreio
Qualquer ovário palpável na menopausa é suspeito
Gompel A and Bureger H- Climateric 2015, 18, 376-378
Avaliação da Mulher na Menopausa
Fatores de risco de cancro do colo do utero
Infecção a HPV
Inicio de vida sexual em idade precoce
Multiplos parceiros sexuais
Má higiene sexual
Multiparidade
Imunosupressão
Co-fatores
Tabaco
Vida sexual do parceiro que pode ser reservatório de
HPV ( provavel)
Gompel A and Bureger H- Climateric 2015, 18, 376-378
Avaliação da Mulher na Menopausa
Fatores de risco de cancro colo retal
História pessoal de polipo adenomatoso ou
doença inflamatória do intestino
História familiar de polipose adenomatosa
ou cancro colorectal não polipóide
no entanto 75% das pessoas que desenvolvem
cancro colorectal não têm factores de risco
Avaliação da Mulher na Menopausa
Fatores de risco Major de osteoporose
> 65 A
# vertebral por compressão
# de fragilidade > 40 A
História familiar de # osteoporótica
Glicocorticóides sistémicos com duração > 3 meses
Sind Má-Absorção
Hiperparatiroidismo primário
Propensão para quedas
Osteopenia aparente em Rx
Hipogonadismo
Menopausa precoce
DGS
Avaliação da Mulher na Menopausa
Fatores de risco Minor de osteoporose
Artrite reumatóide
Hipertiroidismo
To crónico com anticonvulsivantes
Baixo aporte de cálcio
Fumadora
Consumo excessivo de álcool
Consumo excessivo de cafeína
Peso corporal < 57 Kg, IMC<=19
Perda peso > 10% do peso aos 25 anos
To crónico com heparina
DGS, 2010
Avaliação da Mulher na Menopausa
Exame Físico
IMC
Cintura
TA
Exame ginecológico
Exame mamário
Palpação tiroideia
Avaliação da Mulher na Menopausa
Análises hormonais?
FSH- aumenta 10-20 vezes
LH-aumenta 3 vezes
Atingem máximo 1-3 anos após menopausa
E diminuem a partir daí gradualmente
Estrogénio- diminui para 5-25 pg/mL
FSH/estradiol
Raramente necessárias
Progesterona/LH/AMH/Inibina A/Inibina B/Contagem folículos
antrais
Sem valor diagnóstico na menopausa
NGC-WCH Full Guidance Menopause- Nov de 2015
Avaliação da Mulher
? na Menopausa
Análises hormonais?
Quando dosear
Mulheres a fazer contraceptivos orais ?
Menopausa precoce/Insuficiência ovárica precoce
Não necessário em mulheres sintomáticas
Portadoras de Mirena
Portadoras de Implanon
Histerectomizadas
NGC-WCH Full Guidance Menopause- Nov de 2015
Avaliação da Mulher na Menopausa
Exames laboratoriais
Glicémia + Hemoglobinag A1c
Provas de função hepática
Provas de função renal
Colesterol, HDL, LDL, Triglicéridos
Tiróide - TSH
Urina II
Estudo das trombofilias só em caso de história pessoal
de trombose
s
Avaliação da Mulher na Menopausa
Rastreio de cancro do colo do útero
Inicio aos 21 anos 2/0u após 3 anos da coitarca
até 65ª (+?)
Citologia de 3 em 3 anos- adequado
Teste do HPV de alto risco com citologia reflexa
(HPV positivo) de 5 em 5 anos- recomendado
Citologia com teste do HPV associado (co-teste)
de 5 em 5 anos- Adequado
Consenso sobre infeção por HPV e neoplasia intra-epitelial do colo vulva e vagina
SPG 2014
Avaliação da Mulher na Menopausa
Rastreio cancro colo útero
Mulheres com HIV positivas ou com
imunodeficiência- Citologia anual
Histerectomizadas
Por ou com diagnóstico de CIN2+ Manter seguimento
Sem antecedentes de CIN2+ Não fazer rastreio
Consenso sobre infecção por HPV e neoplasia intraepitelial do colo vulva e vagina
SPG 2014
Avaliação da Mulher na Menopausa
Ecografia transvaginal
Espessamento endometrial assintomático
Prevalência << de malignidade
Alguns autores propõem cut-off de espessura endometrial >11mm p/ realizar
biópsia (risco de 6,7% de desenvolver cancro, semelhante ao da mulher
sintomática com espessura endometrial >5mm -7,3%)
Desconhece-se risco real de desenvolver malignidade
Uma espessura endometrial ≥5 mm tem sensibilidade de 83% e especificidade
de 72% para detetar carcinoma endométrio que é inferior à das mulheres
sintomáticas. Há poucos dados para espessura endometrial >5mm.
Smith-Bindman R, Weiss E, Feldstein V. How thick is too thick? When endometrial thickness should prompt biopsy in
postmenopausal women without vaginal bleeding. Ultrasound Obstet Gynecol 2004; 24: 558–565.
Debby A, Malinger G, Glezerman M, Golan A. Intra-uterine fluid collection in postmenopuasal women with cervical
stenosis. Maturitas 2006; 55:334.
Avaliação da Mulher na Menopausa
Ecografia transvaginal
Ecografia de rotina na mulher pós menopausa sem hemorragia
vaginal não está validada.
A eco de rotina nas mulheres assintomáticas leva a 93,2% de resultados
falsos positivos
O significado de endométrio >4mm descoberto acidentalmente na pós
menopausa na mulher sem hemorragia vaginal não está bem esclarecido.
Exames mais específicos devem ser individualizados de acordo com as
características das pacientes e os fatores de risco.
ACOG Committe Opinion Vol113, nº2,Part1, Fev 2009
Michael J.Maturitas 68 (2011) 179-181
Na mulher assintomática: endométrio>11mm tem risco de 6,7% de
carcinoma do endométrio (CE), e endométrio <11mm tem risco de CE de
0,002%
Smith-Bindam. Ultrasound Obstet Gynecol 2004;24:558-65
Avaliação da Mulher na Menopausa
Ecografia transvaginal
Eco TV- boa sensibilidade ( 20% inferior nas mulheres
assintomáticas). Especificidade baixa ( alta taxa de falsos positivos),
levando a muitas biópsias endometriais desnecessárias
Endométrio pós menopausa < 5mm.
Valor preditivo positivo de 9% detectar alguma patologia. Sensibilidade 90%
e especificidade 48%
Valor preditivo negativo de 99%
Endométrio 4mm em mulheres sintomáticas
Sensibilidade de 98%
Especificidade de 36%-68%
Avaliação da Mulher na Menopausa
Ecografia transvaginal
Não existe evidência que sustente a
extrapolação de protocolos de hemorragia
pós-menopausa
para
doentes
com
espessamento endometrial assintomático.
Não existe evidência que as doentes com
carcinoma endometrial descoberto enquanto
assintomático tenham melhor prognóstico
que as que são diagnosticadas após o 1º
episódio de hemorragia
Não se recomenda o rastreio de lesões
malignas endometriais através de ecografia
com sonda vaginal
Ultrasound Obstet Gynecol 2012; 40: 621–629
Avaliação da Mulher na Menopausa
Rastreio cancro endométrio
Mulheres assintomáticas devem ser informadas do seu risco de
desenvolver carcinoma do endométrio, educadas sobre os seus
sintomas ( especialmente hemorragia uterina anómala) e encorajadas
a procurar um médico.
Eco TV na mulher a fazer TH combinada continua pode ser efectuada
em qualquer altura; na mulher a fazer TH combinada sequencial deve
ser feita logo a seguir a hemorragia de privação.
Ecografia transvaginal não deve ser usada como rastreio para cancro
do endométrio
A eco TV está indicada em todas as mulheres pós menopausicas
com hemorragia vaginal
EMAS Clinical Guide: Assessment of the endometrio peri and postmenopausal womem. Maturitas 75(2013) 181-190
Avaliação da Mulher na Menopausa
Rastreio cancro endométrio
População em geral- Não fazer rastreio
Grupos especiais- HNPLC- Rastreio
nas mulheres assintomáticas com Síndrome de Lynch consiste
primariamente numa biópsia anual com inicio aos 30- 35 anos , ou 5 a
10 anos antes da idade mais jovem de diagnóstico familiar
Ecografia transvaginal também está indicada para alguns, mas não
melhora a eficácia quando usada em combinação com a biópsia.
Lindor NM, Petersen GM, Hadley DW, et al. Recommendations for the care of individuals with an inherited predisposition to Lynch
syndrome: a systematic review. JAMA 2006; 296:1507.
National Comprehensive Cancer Network (NCCN) guidelines. Available at: www.nccn.org (Accessed on May 15, 2012).
EMAS Clinical Guide: Assessment of the endometrio peri and postmenopausal womem. Maturitas 75(2013) 181-190
Avaliação da Mulher na Menopausa
Rastreio cancro ovário
Screening for Ovarian Cancer: U.S. Preventive Services Task Force Reaffirmation Recommendation Statement
Virginia A. Moyer, MD, MPH Ann Intern Med. 2012;157:900-904.
Avaliação da Mulher na Menopausa
Rastreio cancro ovário
O American Congress of Obstetricians and Gynecologists
Mulheres assintomáticas - não recomenda o sceening do
cancro do ovário
Avaliação das mulheres de alto risco deve incluir ecografia
transvaginal e CA 125 em conjunto com o exame físico.
A American Cancer Society
Refere que nenhum teste de sceening provou ser eficaz ou ser
preciso na detecção precoce de cancro do ovário.
Nas mulheres de alto risco a combinação de exame pélvico,
ecografia transvaginal e CA125 devem ser oferecidos
13. American College of Obstetricians and Gynecologists Committee on Gynecologic Practice. Committee Opinion No. 477:
the role of the obstetriciangynecologist in the early detection of epithelial ovarian cancer. Obstet Gynecol. 2011;117:742-6.
14. American Cancer Society. Cancer Facts & Figure 2012. Atlanta: American Cancer Soc; 2012. Accessed at
ww.cancer.org/Research/CancerFactsFigures /CancerFactsFigures/cancer-facts-figures-2012 on 2 April 2012.
www.cancer.gov/bcrisktool/
Avaliação da Mulher na Menopausa
Avaliação
da
Mulher
na
Menopausa
Rastreio cancro mama
Rastreio cancro endométrio
Prova de rastreio no rastreio do cancro da mama
Mamografia
Prova segura
Sensibilidade > 80%
Especificidade > 95%
Avaliação da Mulher na Menopausa
Rastreio
cancro mama
Rastreio
do cancro
da mama
Mamografia de Rastreio: 10 - 20% de falsos negativos
Variação na sua eficácia dependente de vários factores:
Idade da paciente
Experiência do Radiologista
Mamografia de Rastreio: 5 - 10% de falsos positivos
Aumento de provas complementares
Aumento da ansiedade
ACOG
EXAME CLÍNICO DA MAMA
Não
recomenda
MAMOGRAFIA
Inicio 45 anos
Até 54anos anual
>55 anos bianual/anual
Até expectativa vida
>=10A
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
Anual
G. alto risco
Anual
G. alto risco
Evidência
insuficiente
Sem recomendação
específica
Risco de morrer de cancro de mama sem screening 2,7%
Avaliação risco fratura
Avaliação da Mulher na Menopausa
Rastreio osteoporose- Densitometria
Mulher >65 anos
Mulher pós menopausa <65A se existir 1
factor de risco major ou 2 minor
Mulheres na pré menopausa apenas se
existirem causas conhecidas de OP secundária
ou factores de risco major (fracturas prévias,
corticoterapia)
Mulheres na pré menopausa saudáveis NÃO
devem ser submetidas a medições da massa
óssea
Avaliação da Mulher na Menopausa
Rastreio cancro colorectal
Mulheres com mais de 50 anos ( sem fatores de risco)
Pesquisa de sangue oculto nas fezes- anual
Colonoscopia- Método de referência do rastreio. Cada 5 a10 anos
Colonoscopia virtual or TAC
Cápsula endoscópica do colon
Sociedade Portuguesa deGastroenterologia
Follow-up na TH
Antes
3 meses
6 meses
12 meses
24 meses
36 meses
Exame clínico
x
x
x
x
x
x
Citologia do
colo do útero
x
Exames
laboratoriais
x
x
x
x
Ecografia TV
Mamografia
x
x
x
OBRIGADO
Ana Fatela

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