DIÁLOGOentre amigos

Transcrição

DIÁLOGOentre amigos
N°44
Julho 2008 ano 14 - n. 3
DIÁLOGO entre amigos
Noticiário do Centro de Diálogo com pessoas de convicção não-religiosa
Caríssimos e caríssimas,
Estamos a viver um momento histórico: está a decorrer a Assembleia
Geral do Movimento dos Focolares que elegeu a primeira presidente depois
da fundadora Chiara Lubich, Maria Voce, a quem Chiara tinha dado o nome
“Emmaus”, o co-presidente Giancarlo Faletti, e todo o novo centro
dirigente. Existe uma grande alegria entre todos: estamos certos de que
esta nova direcção irá transmitir-nos o espírito exacto do carisma de
Chiara, sem o diluir, em toda a sua abertura para com todos os homens,
para com a humanidade: a tensão para a fraternidade universal que todos
desejamos construir, onde estivermos.
Não entraremos nos pormenores deste evento, sugerindo-vos um
artigo pertinente no n. 14 de Città Nuova. Talvez tenham também lido a
notícia nalguns jornais.
Neste boletim inserimos um excerto da entrevista de Emmaus à
Radio Vaticana; reflexões de Piero Taiti sobre o pós-Chiara e o diálogo;
respostas de outros, etc., permanecendo no tema do momento.
Pela nossa parte, empenhamo-nos com todo o coração em manter a
linha que Chiara deu ao nosso diálogo com pessoas de convicções não
religiosas, juntamente com todos vocês, dando a conhecer o seu valor a
muitos outros que aspiram a um mundo mais unido, reavivando todos os
relacionamentos.
Estamos certos de vos ter connosco nesta nova etapa do Movimento.
Desejamo-vos felicidades e umas óptimas férias.
Estamos perto de cada um de vocês.
Claretta Dal Rì
Franz Kronreif
Chiara Lubich
O meu testamento
Em 25 de Dezembro de 1973 escrevi aos focolarinos este texto,
válido também hoje:
«Se hoje tivesse que deixar esta Terra e me fosse pedida uma palavra,
como a última palavra que exprime o nosso Ideal, eu diria – com a certeza
de que me compreenderiam no sentido mais exacto - : "Sejam uma
família".
Há entre vocês quem esteja a sofrer por causa de provas espirituais
ou morais? Compreendam-nos como e mais do que uma mãe, iluminemnos com a palavra e com o exemplo. Não deixem que lhes falte – e façam
até com que cresça ao seu redor – o calor da família.
Há entre vocês quem esteja a sofrer fisicamente? Que eles sejam os
irmãos predilectos. Sofram com eles. Procurem compreender até ao fundo
o seu sofrimento. Façam-nos participar dos frutos da vossa vida apostólica,
a fim de que saibam que foram eles que, mais do que outros, contribuíram
para haver esses frutos.
Há quem esteja a morrer? Imaginem que estão no lugar deles e
façam tudo aquilo que gostariam que fizessem a vocês até ao último
instante.
Há quem se alegre por uma conquista ou por qualquer outro motivo?
Alegrem-se com ele, para que a sua consolação não seja entristecida e a
alma não se feche, mas a alegria seja de todos.
Há quem esteja para fazer uma viagem? Não o deixem ir sem lhe
encher o coração com uma única herança: o sentido da família, para que o
leve para o seu local de destino.
Não coloquem nunca nenhuma actividade – seja de que tipo for, nem
espiritual, nem apostólica – nem mesmo a oração ou a missa – antes do
espírito de família com aqueles irmãos com quem vocês vivem. E para
onde quer que forem para levar o Ideal (…) da unidade, para alargar a
família do Movimento dos Focolares, não poderão fazer nada de melhor do
que procurar criar de modo discreto, com prudência, mas com decisão, o
espírito de família. Este é um espírito humilde, deseja o bem dos outros,
não se envaidece… é a caridade verdadeira, completa.
Em resumo, se eu tivesse que me separar de vocês, no fundo,
deixaria que Jesus em mim vos repetisse: «Amai-vos reciprocamente... a
fim de que todos seja um.»
Chiara
Excertos da entrevista a Maria Voce, nova presidente do Movimento dos
Focolares, de Adriana Masotti para a Rádio Vaticano, em 8.07.2008.
Qual é, em poucas palavras, a herança espiritual de Chiara, que a senhora
sente
que
irá
iluminá-la
no
seu
novo
encargo...
R. – Esta manhã, ao acordar, a primeira coisa que lhe disse foi: “Chiara,
peço-te, dá-me o teu coração, para amar todas as pessoas da Obra, assim
como tu as amaste e como continuarias a amar”. Penso que este amor de
Chiara, que nunca conheceu limites nem medidas, é o que mais trago
dentro como meu dever pessoal nesta nova missão que me é confiada.
Depois, a herança é a herança da espiritualidade, do carisma de
comunhão. E isto, naturalmente, será feito juntamente com toda a Obra.
2
Ecos na imprensa
“IL QUOTIDIANO DELLA CALABRIA” – 08 - 07- 2008
UMA CALABRESA DEPOIS DE CHIARA LUBICH
Focolarinos, de Chiara a Maria.
Depois da Lubich o lugar de presidente vai para uma calabresa nascida em
Aiello. No dia 7 de Julho a Assembleia composta pelos delegados de todo o
mundo foi unânime na decisão de que a mulher que tomará o lugar de
Chiara Lubich será Maria Voce.
“A eleição – conta-nos – deu-me uma grande emoção mas também muita
paz, porque tenho a certeza de não estar sozinha a levar para a frente esta
responsabilidade. De resto a característica do Movimento é precisamente a
comunhão. Quereria ter o mesmo coração de Chiara – confessa – para
conseguir amar todas as pessoas sem limite e sem impedimentos de
qualquer tipo.” Mas há uma outra herança que Maria Voce sente que
transporta consigo, nesta experiência. “Sei que tenho dentro toda a riqueza
da minha terra de origem, sou tenaz como todos os calabreses e isto
sempre me ajudou a ultrapassar as dificuldades.” Os focolarinos das 780
comunidades espalhadas em 180 nações do mundo têm uma nova mãe.
Mas desta vez é uma mãe calabresa (Andrea Gualtieri).
Corriere del Trentino – 08 07-2008
Focolares, Maria Voce no topo. Faletti co-presidente.
Maria Voce, entre as mais próximas colaboradoras de Chiara, é a nova
presidente do Movimento dos Focolares. Depois da morte de Chiara Lubich
em 14 de Março passado, com a eleição de Maria Voce e de Giancarlo
Faletti, o Movimento vive uma nova etapa da sua história, porque se actua
a transição de Chiara e das primeiras e primeiros focolarinos que deram
início ao Movimento e que até agora estiveram na direcção. A função da
nova presidente será obviamente diferente da que foi desempenhada por
Chiara durante mais de 60 anos. Ela própria tinha falado diversas vezes
sobre o assunto dizendo que “não será apenas uma pessoa a substituí-la”,
mas “um corpo” de pessoas: o Conselho geral, juntamente com a
presidente em comunhão com o co-presidente, para garantir sempre o
carisma da unidade.
Giancarlo Faletti nasceu em Asti em 14 de Setembro de 1940. Na primeira
votação da Assembleia Geral – composta por 496 delegados – foi eleito
com mais de dois terços dos votos.
Observatório
Excertos da Intervenção de Luciana Scalacci em Santa Maria Annunziata,
Florença, no dia 15 de Abril de 2008, por ocasião do trigésimo dia da morte de
Chiara Lubich
(…) Em Maio de 1995, em Loppiano, (Chiara) tinha-nos dito: "sem vocês o
Movimento perderia a sua identidade".
E nós aqui estamos, estivemos e continuaremos a estar, não só a
testemunhar mas a percorrer juntos o caminho para a unidade.
3
Entrei em contacto com o Movimento dos Focolares em 1992 e desde então
tenho estado empenhada no diálogo entre pessoas de convicções
diferentes. (…)
Nunca teria pensado, pelas experiências da minha vida, vir bater à porta
de um Movimento de inspiração católica, e com efeito nem tive sequer de
bater, encontrei a porta completamente escancarada, fui acolhida e amada
assim como sou: uma pessoa comum, com os meus defeitos, sem uma
grande cultura, sem nem mesmo uma fé religiosa.
Chiara falou ao mundo de diálogo, não de um modo teórico; foi capaz de
dialogar com o mundo inteiro sem renunciar à sua verdade, mas
precisamente por força dessa verdade colocou-se na pele do outro, ou
melhor, eu creio, considerou-se a si própria “o outro”.
E foi assim que pôde criar pontes de unidade.
Conseguiu sempre fazer emergir de cada um, de cada cultura civil ou
religiosa, tudo o que une e não o que pode dividir.
Todos os que o desejaram encontraram lugar no Movimento.
Até mesmo as portas da sua casa estiveram abertas a todos até aos
últimos momentos de vida.
O segredo que tornou universal o pensamento de Chiara é o conceito de
"AMOR".
Sinto-me particularmente afortunada e privilegiada. Tive a oportunidade de
ter um relacionamento directo com ela em diversas ocasiões. Conservo
zelosamente as suas cartas e conforta-me relê-las com frequência.
Chiara não nos deixou. Continua a estar presente entre nós com o seu
carisma e com os seus ensinamentos que serão ponto de referência para
toda a humanidade, não só para hoje e amanhã, mas para toda a
eternidade”.
Comentário de Piero Taiti a este texto:
Escutei com vivo prazer as palavras da Luciana, em Santa Maria
Annunziata em Florença, relatando a consistência de uma amizade e de
uma confidência muito forte, que se revelam nas cartas reciprocamente
escritas, não apenas nos seus aspectos pessoais, mas na particular atenção
que a fundadora dedicava aos relacionamentos humanos com pessoas
também “das nossas convicções”.
O “pós-Chiara”
Prato, 25.06.08
Piero Taiti1
… “(gostaria) de vos expressar um meu pensamento sobre o depois da
“morte de Chiara”.
1
Carta a Claretta Dal Rì e Franz Kronreif
4
É uma consideração que na minha opinião é válida para todos os diálogos,
mas eu aqui permito-me de falar apenas do diálogo que me diz respeito.
Com Chiara viva, como escrevi sinceramente nas palavras de
despedida, sentimo-nos não como hóspedes suportados, mas como
presenças aceites com respeito e solicitadas no amor, digamos assim não
coagidas: pudemos falar amplamente com liberdade e franqueza, como
verdadeiros irmãos, sem sermos intimidados por padres guardiães zelosos
da ortodoxia. Os limites que nos propusemos (e que outros não nos
proporcionaram) foram fruto de respeito recíproco (que de resto era o que
Chiara nos tinha pedido num inesquecível encontro) que nos consentiram,
para além de um forte sentimento aprazível, também participadas
consonâncias sobre valores em comum (a consciência, a paz, a
necessidade de um contributo à solidariedade individual, participado,
concreto, etc.).
Quanto mais conheço Chiara mais me dou conta do quanto esta
atitude de abertura ao mundo estava enraizada nela, não paradoxalmente,
numa escuta da Palavra “sine glossa”, até ao’”Abandonado”, que talvez lhe
tenha tornado possível resistir no tempo a todas as censuras que lhe
possam ter chegado e até às suas pessoais desilusões e crises interiores.
Nós não falámos com alguém que tinha na mente todas as respostas
da Verdade para todos os problemas do mundo, e se tinha também
certamente as suas respostas, aceitou falar delas connosco, com
fundamental respeito recíproco e escuta: damo-nos conta cada vez mais
que a própria possibilidade do diálogo se tornou possível a Chiara, não
fora, mas precisamente dentro da sua observância radical da Palavra, em
que muitos se reencontraram, ainda que sem a mesma fé: participámos de
alguma maneira, sem sincretismos imbecis, numa “ecclesia” mais vasta,
contendo potencialmente toda a humanidade, sem confins de geografias e
de culturas diferentes; como para mim em Fontem, sentimo-nos “juntos”,
cada um com os seus próprios dons e os seus limites: o mínimo que se
pode dizer é que não se trata de uma experiência comum a outros
movimentos católicos, é antes absolutamente singular.
Creio que sobre isto estão de acordo todos os participantes no grupo,
o que nos permitiu viver com liberdade e respeito, mas também com
grande sinceridade os consensos e desacordos do nosso diálogo, até ao
ponto, por todos nós muitas vezes experimentado em diversas ocasiões, de
não saber distinguir quem ou por conta de quem alguém falava, e se era
ou não alguém interno o externo ao grupo.
Em resumo, agrada-me pensar que a nós não interessa tanto a
pessoa que será eleita, mas saber se iremos participar numa propulsão
nova do Movimento na linha de Chiara. (…)
A resposta que esperamos da nova sucessora é uma resposta muito
mais exigente, coral. (…) Tenho a presunção de pensar que estas respostas
são também esperadas pelos numerosos não católicos que neste momento
mantêm alguma convivência ou um simples colóquio com todos. Envio
estas considerações, antes de mais aos amigos com os quais tenho tido
uma maior confidência, certo de que estão sempre dispostos a corrigir-me
com a habitual clareza aprazível (e estou confiante de que mais uma vez
alguém de vocês falará sobre isso com “Chiara”).
5
Comentários a esta carta:
Moreno Orazi
“Li a carta que Piero escreveu onde manifesta os seus anseios sobre
as perspectivas futuras da nossa experiência de diálogo no “pós-Chiara”. A
propósito dos anseios de Piero, gostaria de dizer que a força do nosso
diálogo e a sua possibilidade e perspectiva futura consistem na liberdade
com que o iniciámos, na convicção comum na força vivificante do amor, na
gratuidade da nossa participação, na compreensão sempre mais profunda
da dinâmica virtuosa suscitada por Chiara e a que, com esforço, e não sem
momentos de dúvida, de sofrimento ou simplesmente de cansaço,
procuramos em cada momento da vida ser testemunhas fiéis. A difusão da
carta de Piero é por si só uma garantia de futuro.
Da Bélgica, Anne e Georges Lecoq escrevem:
“Obrigado realmente por terem comunicado a carta de Piero. Como
ele, através do diálogo, descobrimos a máxima abertura de Chiara, a
extensão, a profundidade do seu coração. Dissemo-nos por diversas vezes
que é o oxigénio da nossa vocação, e talvez de todas as vocações. Através
deste diálogo alargámos o nosso coração e mudámos o nosso olhar sobre a
humanidade.”
ENCONTROS E INICIATIVAS
Spoleto, Florença– Do estaleiro à minha cidade
Moreno Orazi, conhecido arquitecto em Spoleto pelo restauro de
edifícios de prestígio, desenvolveu com os jovens para a unidade da
Umbria um paralelismo entre o estaleiro de casas e o estaleiro do homem.
Esta experiência, também muito apreciada pelo Presidente da Câmara
Municipal, contribuiu para aumentar a unidade entre todos, fazendo-nos
sentir responsáveis uns pelos outros, e acolhendo uma geração que muitas
vezes é hoje deixada só e sem ideais. Este projecto com outros fazia parte
da preparação para o Run4Unity de que falaremos adiante. (Letizia e Elio
Giannetti).
Prato, Florença – espectáculo para Fontem
No dia 6 de Maio realizou-se no Politeama de Prato um espectáculo
oferecido pela companhia "Cámici miei" (um grupo de médicos e
farmacêuticos da zona) como manifestação colateral ao Projecto de
interesse regional “para o sustento das actividades médicas, formativas e
científicas do hospital “Maria, saúde de Africa”, Fontem, Camarões.
Stefano Lenzi in memoriam.".
A ideia surgiu durante a visita efectuada pela delegação composta
pelo assessor para a paz e reconciliação da Região Toscana, pelos
representantes da Liga das Cooperativas de Florença, pelo Movimento dos
Focolares, pelos alunos e professores da escola Dagomari de Prato e pelo
director da Prisão Hospitalar do USL4 de Prato a Fontem e ao povo dos
Mundani, onde se encontram em estado avançado de construção,
respectivamente o sector hospitalar para as doenças infecciosas e a escola
6
básica (projectos Coop já concluídos) e onde se encontra em curso um
outro projecto regional.
No decurso da visita a Fontem viveu-se a ideia de que o respeito
pelos direitos humanos e a luta contra a pena de morte (na altura em
discussão na ONU) não são apenas problemas ideais ou filosóficos que
dizem respeito aos “outros”, mas uma realidade que nos toca de perto
todos os dias: para sermos testemunhas credíveis destes propósitos na
nossa comunidade local, concordámos em que cada um dos presentes se
deveria empenhar, pessoalmente e na sua instituição, em contribuir para
um projecto de paz entre os povos, de solidariedade, de extensão da
cultura dos direitos, particularmente junto de populações que foram no
passado objecto de ocupações coloniais e antes ainda de deportação
esclavagista.
O entusiasmo e as iniciativas dos alunos, da Escola, da Região, das
cooperativas, do Movimento dos Focolares local e regional, com a
participação dos pais e de numerosos cidadãos, não só em Prato mas
também noutras cidades toscanas, contribuíram para dar a conhecer
aquelas realidades e recolheram fundos para a adopção à distância em
Bessalì no projecto “o coração derrete-se”.
Os patrocinadores do espectáculo foram 18 instituições da Cidade,
Província e Região. Participaram na representação cerca de 800 pessoas
provenientes de Prato e de outras partes da Toscana. A receita foi de
noventa mil euros entregues na totalidade ao Hospital de Fontem (Piero
Taiti – Prato).
Nápoles – “Fraternidade: utopia possível”
“Foi este o tema do encontro de quatro dias em Benevento, concluído
no “Centro La Pace” Domingo, 4 de Maio de 2008. O evento, realizado no
âmbito de uma experiência de diálogo concreto entre pessoas de
convicções e credos diferentes, surge como mais uma etapa do percurso
que, há anos, é meta do “povo” de Chiara.
Fórum com peritos, actividades desportivas, intervenções artísticas e
excursões, tornaram-se numa experiência de vida e de diálogo sobre
assuntos de plena actualidade: pobreza, legalidade, arte e política; uma
experiência de diálogo para reafirmar os relacionamentos entre homens e
cidadãos e as suas interdependências. Não faltaram relatos e testemunhos
de exemplos concretos, pequenos tijolos capazes de construir a paz e a
fraternidade universal em todos os âmbitos.
O encontro “baptizou” também a primeira edição do Prémio
“Fraternidade - Cidade de Benevento”. Foram premiadas algumas
associações territoriais empenhadas activamente nos vários âmbitos da
sociedade. O Prémio quis também lançar uma ponte com a Albânia que,
não obstante as grandes dificuldades económicas, procura o caminho da
democracia. Recebeu de facto o reconhecimento a pequena casa editora
albanesa “Elena Gjika”, fundada por Donika Omari, jornalista, escritora e
tradutora, que inseriu nas linhas editoriais a fraternidade entre todos os
homens, dando a conhecer aos albaneses os maiores escritores italianos.
A manifestação sublinhou também o valor de alguns artistas, os
quais com generosa criatividade doam ao mundo, através da sua vida e
7
das suas obras, um testemunho autêntico no caminho da fraternidade: o
realizador napolitano Lamberto Lambertini, o produtor romano Sergio
Scapagnini pelo belíssimo documentário “Impermanence sobre a batalha
pelos direitos negados do Dalai Lama”, o jovem actor Massimiliano Varrese
que, ao receber o prémio, fez explicitamente referência ao valor da
fraternidade, fundamental para uma sociedade mais justa (Angela e
Pasquale Lubrano).
Notícias breves
Sportmeet – “Põe em acção a fraternidade”
O desporto ainda é uma mensagem credível? Sim, se no desporto se
puser em prática a fraternidade! Foi este o desafio lançado pelo congresso
internacional realizado no final de Março em Castelgandolfo.
420 desportistas, de 38 nações, foram os protagonistas do
congresso. Reflexões culturais de especialistas, mesas redondas,
testemunhos de vida, workshops, jogos e desporto mostraram uma
orientação contra a corrente para construir a fraternidade no desporto e
através do desporto.
Nas intervenções dos docentes de 12 Universidades italianas e
europeias, com as quais Sportmeet tem vindo a tecer um fértil diálogo
cultural, veio em evidência a novidade que representa no mundo do
desporto e as possíveis sinergias.
Testemunhos de atletas e de sociedades desportivas, projectos
desportivos sociais, iniciativas de educação para a paz no jogo e no
desporto, concretizaram o desafio lançado pelo evento.
Os dez workshop temáticos conduzidos por especialistas, permitiram
um diálogo aberto e focalizado sobre temas de actualidade, tendo surgido
numerosas propostas.
"Põe em acção a fraternidade", a realidade que se viveu entre todos
nos dias do congresso, em sintonia com a missão que Chiara Lubich nos
confiou: "Então o desporto (...) poderá contribuir para (...) recriar os
homens e ser um elemento de afinidade, de fraternidade e de paz entre
povos e nações".
Run4Unity – um arco-íris de paz e de unidade
2 mil em Roma e mais de 100 mil no mundo, os rapazes e as
raparigas que deram vida ao Run4Unity, a corrida para a unidade.
Antes da partida ou à chegada dos respectivos percursos,
testemunhou-se com expressões artísticas, jogos e experiências de vida
que o encontro de culturas e religiões diferentes não só é possível, mas é
já uma realidade em muitos pontos da terra.
Uma característica do Run4Unity é que se trata de um evento
realizado por adolescentes. Também sobre o palco da praça Navona em
Roma são eles os protagonistas absolutos.
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Com espontaneidade e convicção comunicaram o seu modo de viver
substanciado por uma regra que une cristãos, hindus, muçulmanos e
hebreus…: a "regra de ouro” do Evangelho, presente em todas as religiões
e inscrita no coração de cada pessoa:"Faz aos outros o que gostarias que
te fizessem a ti".
Run4unity foi não só uma corrida altamente simbólica ou um evento
com o fim de sensibilizar para a unidade, foi também concretização
expressa em 1000 iniciativas. "Coloramos a cidade", o programa lançado
por Chiara, teve um espaço significativo na manifestação. Levar alegria,
conforto, amor às zonas cinzentas das cidades, aos hospitais, aos
orfanatos, aos bairros marginais, com os imigrantes, nos parques públicos.
No directo via satélite, que às 18 ligou a praça Navona às mais de
300 cidades do mundo onde decorreu a estafeta, era palpável a realidade
de um mundo unido.”
Este noticiário é traduzido em francês, inglês, espanhol, português e alemão.
CENTRO DO DIÁLOGO - Via di Frascati, 306
00040 ROCCA DI PAPA (Roma) – Italia - Tel. 06-9497488 - Fax 06-94790205
e-mail: [email protected]
para uso interno do Movimento dos Focolares
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