A Vídeo Arte em Terraços e Jardins de Lisboa

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A Vídeo Arte em Terraços e Jardins de Lisboa
A Vídeo Arte em Terraços e Jardins de Lisboa
28 a 31 Julho
BES ARTE & FINANÇA | CARPE DIEM | FUNDAÇÃO PLMJ | GOETHE INSTITUT | MUSEU COLECÇÃO BERARDO
Quatro dias de viagem pela Vídeo Arte sugerindo, um percurso temático
abrangente, fora do contexto habitual de galerias e museus apresentado ao ar
livre, com entrada gratuita.
Programação FUSO – Anual de Vídeo Arte Internacional de Lisboa | 2010
PROGRAMAÇÃO
28 Julho | BES Arte & Finança
Abertura | 19:00
Patente ao público até 31 deAgosto
VIDEOKUNST
Record > Again!
40 Jahre Videokunst.de
A Vídeo Arte Alemã
O programa apresenta uma visão sobre as tendências históricas e recentes da Vídeo Arte
alemã, baseada em filmes relacionados com a noção do corpo, uma das questões centrais nos
primeiros anos desse novo media.
40jahrevideokunst.de é um projecto iniciado pela Fundação Federal Cultural Alemã. Uma
grande parte dos vídeos apresentados foram dados como perdidos nos últimos 25 anos e
foram restaurados pelo ZKM - Zentrum für Kunst und Medientechnologie Karlsruhe no contexto
desse projecto.
De C.O. Paeffgen (nascido em 1930) e Klaus Rinke (1939) até Heike Mutter (1969), as duas
primeiras gerações de Vídeo Arte mostram um fascínio pelo conceito de performance.
A dimensão crítica é sempre evidente, como no filme Good Luck for a Better Art de Ulrike
Rosenbach & Klaus vom Bruch. De Ulrich Rückriem (1938), muito conhecido pela obra
escultórica, é apresentada uma série extraordinária de intervenções no espaço em Düsseldorf.
[PROGRAMA]
KLAUS RINKE | Inhalation
[Inalação], Alemanha, 1971, 3:43 min
Na década de 70 a água e os corpos são os elementos centrais na obra de Klaus Rinke. Nessa
linha, produz um vídeo numa piscina com Gerry Schum, em 1971.
Na primeira parte de Inhalation, vemos Rinke, de cima, enquanto ele repetidamente respira
fundo, mergulha na água, prende a respiração e volta à superfície no último momento. Isto é
repetido 18 vezes à medida que os mergulhos se tornam mais curtos e o artista está cada vez
mais exausto, até que nada para fora da pista. A segunda parte mostra uma reversão. Vemos a
cabeça Rinke de perfil, ele pega um copo de água e bebe um litro de uma só vez. O elemento
do perigo torna-se vital para a vida.
HEIKE MUTTER | Ekstase 1
Programação FUSO – Anual de Vídeo Arte Internacional de Lisboa | 2010
[Êxtase 1], Alemanha, 1998, 7:00 min
Ekstase 1 trata da exploração do corpo humano num peculiar momento de tensão íntima. Uma
mulher em roupa interior parece ter sido atirada para uma cama sintética de pele de leopardo.
Está deitada imóvel até que os seus dedos começam subitamente a contrair-se. As
contracções aumentam, invadindo todo o corpo. Quando o êxtase atingiu o clímax, o corpo
agitado aquieta-se de novo, ficando imóvel mais uma vez.
Num loop infinito, o vídeo aponta criticamente para o modo como os nossos corpos estão
disciplinados e, com isso, para os discursos de poder marcados pelos media.
C.O. PAEFFGEN | Erst das Hemd, dann die Kunst
[Primeiro a Camisa, Depois a Arte] , Alemanha, 1975, 9:59 min
Primeiro a Camisa, Depois a Arte é parte de 'Umwicklungen' ('Embrulhos')
um grupo de
trabalhos que primeiramente voltou a atenção do público para o artista. O material de base
para este vídeo é uma uma t-shirt, que o artista previamente despiu. Com fio enrolado a toda a
volta, torna-se na escultura que será montada na parede. O espectador pode assitir a esta
metamorfose a promoção de um objecto a obra de arte - em tempo real. No entanto, no final, o
processo de produção é invertido: a t-shirt escultura é retirada da parede, desembrulhada, e
novamente vestida.
O conceito de ready-made de Duchamp é congenialmente estendido no trabalho de C. O.
Paeffgen.
ULRIKE ROSENBACH & KLAUS VOM BRUCH | Good Luck for a Better Art
[Boa Sorte para uma Melhor Arte], Alemanha, 1977, 5:12 min
Ulrike Rosenbach cospe leite por cima do ombro de Klaus vom Bruch e contra uma travessa de
vidro. Cada vez que ela cospe, Klaus vom Bruch sussura: “Good luck for a better art!” A peça é
marcada por uma certa monotonia. Muito pouco acontece, à parte da travessa de vidro ir
ficando cada vez mais manchada de leite.
Em 1977, ano em que este vídeo foi produzido, vídeo e performance art estavam a marcar o
fim da sua primeira década. Muitas experiências corporais e investigações críticas dos media
pareciam já ter sido feitas. Nesse contexto, a mensagem "Good luck for a better art", que é
cantada alto e em coro uma vez mais depois de ela terminar de cuspir, toma um significado
bastante sério.
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URSULA WEVERS | Horizontales/Vertikales Springen
[Saltos Horizontais/Verticais], Alemanha, 1979, 12:29 min
Este vídeo de Ursula Wevers evoca memórias das nossas própias aulas de desporto, ou de
fins-de-tarde no parque infantil: vê-se uma pessoa da cintura para baixo, que salta num
trampolim. Ora horizontalmente, ora verticalmente, elas aparecem ritmicamente no campo da
imagem que se materializa a partir de dois monitores instalados lado a lado. Simultaneamente,
as imagens do vídeo correspondem idealmente à noção de White Cube, ao mesmo tempo que
a performance acontece num espaço branco estéril.
O vídeo não só testa categorias de superfície/espaço e imagem/escultura, como também
defende novas estratégias de afirmação da arte e das suas formas de apresentação.
ULRICH RÜCKRIEM | Teilungen/Kreise/Diagonalen
[Divisões/Círculos/Diagonais], Alemanha, 1971, 20:40 min
Os vídeos 1.Divisões, 2.Círculos, 3.Diagonais, foram produzidos por Ulrich Rückriem em
1970/1971 em cooperação com Gerry Schum e Ursula Wevers. O título lacónico aponta, desde
logo, para a estética de renúncia neles concretizada: a elaboração de possibilidades para a
criação da imagem são conscientemente evitadas. Num sentido inverso a escolha dos fundos
frente aos quais o artista se concentra em mostrar, através da apresentação de acções
simples, como consegue desenhar círculos e diagonais e partir ripas de madeira com a ajuda
do corpo, é perspectivada com simplicidade deliberada na montagem das imagens. O
declarado objectivo de Rückriem é dirigir conscientemente a atenção para o processo de
produção por si só.
Duração total da projecção [loop contínuo]: 59:30 min
Estas obras integram a colecção "Record > Again! 40 Jahre Videokunst.de", concebida pelo
ZKM Karlsruhe."
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28 Julho | CARPE DIEM Arte & Pesquisa
22h00
VALIE EXPORT - Expanded Cinema
Expanded cinema, i.e. a expansão da forma comum do filme em palco aberto
ou dentro de um espaço, através da qual a sequência comercial convencional
do processo de produção dum filme, rodagem, montagem e projecção é
destruída, foi a forma artística que eu escolhi nos meados dos anos 60 quando
me me apercebi de que o curso da minha vida me iria levar através da historia
de arte. (...) Vi sempre o filme como uma escultura, que tem para mim níveis
variáveis de modos de observação.
VALIE EXPORT
VALIE EXPORT tem sido há mais de três décadas uma figura influente e
provocadora na cena artística internacional. A sua prática inclui filme, vídeo,
fotografia, texto e performance. Expandiu inicialmente o projecto do
'Aktionismus' Vienense, pesquisa a que chega a chamar 'Feminist Actionism',
para afrontar uma complexa crítica feminista do corpo social e político. O seu
trabalho atinge uma convincente fusão do conceptual e do visceral.
[PROGRAMA]
VALIE EXPORT | Touch Cinema
1968, Beta SP (expanded cinema, loop), p /b, som, 1:08 min
Touch Cinema é um documento da famosa performance de rua de VALIE EXPORT, em que o
público foi convidado a tocá-la no interior duma caixa com cortinas, acoplada ao seu torso. O
trabalho é um comentário espirituoso e de confronto da objectificação do corpo da mulher.
VALIE EXPORT | Cuts: Elements of Observation
1971-74, Beta SP, p /b, som, 16:34 min
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Cuts: Elements of Observation é uma colecção de planos fixos de linhas, números, salas e
edifícios. O trabalho faz parte da investigação progressiva de VALIE EXPORT sobre a
materialidade do cinema. O plano, a imagem, o corte e a banda sonora aparecem
simultaneamente discretos e sintetizados.
VALIE EXPORT | Adjunct Dislocations II
1973-78, Beta SP, p /b, som, 17:15 min
Adjunct Dislocations II documenta uma performance tecnicamente inventiva. VALIE EXPORT
desloca-se num percurso, descrevendo uma linha com duas câmaras em circuito fechado
apontadas para diferentes direcções e focadas em écrans padronizados. As suas acções
provocam a modificação das formas lineares nos monitores.
A performance foi realizada na Pro Music Nova, Theater in Packhaus, Bremen, 1978.
Duração total da projecção: 34:57 min
22h45
Videastas Contemporâneas em Heure Exquise!
Selecção apresentada por Thierry Destriez para Heure Exquise!
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[PROGRAMA]
LAËTITIA BOURGET | L'Eveil
2008, HD, 10:00 min.
A luta de um lagostim pela sobrevivência, a morte imprevista de um ente querido, um encontro
de amor entre um homem e uma mulher, a espuma das ondas, a respiração do ar, o canto das
folhas, o peso do passado e o despertar de uma nova vida.
GABRIELA GOLDER | Domestico
Argentine, 2007, DV Pal, 1:30 min.
Mulheres a partir pratos tentando fazer o máximo barulho possível. Uma polifonia requintada.
Exigir a palavra, fazer barulho, dizer "basta". Fadiga, submissão e liberação. O acto de partir
pratos propõe a destruição de preconceitos sobre a relação que pode ser estabelecida entre a
mulher e o doméstico.
GABRIELA GOLDER | La Logica de la Supervivencia
2008, DV Pal, 6:00 min.
Ou a execução de um projecto falhado. Uma multidão atira-se descontroladamente sobre a
comida. Um jovem é brutalmente reprimido. Apenas três cenas compõem este vídeo. Tudo é
parte do mesmo, o fracasso de qualquer projecto de reconstrução.
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SABINE MASSENET | The End
Sob este título genérico estão reunidos três curtos vídeos, realizados a partir
dos mesmos filmes, thrillers de mainstream americanos, donde só extrai as
cenas de tiroteio. Nos filmes mais recentes estas cenas de extrema violência
caracterizam-se pela sucessão entrecortada de planos muito curtos: tiros,
impactos de balas em diferentes elementos do décor, personagens atingidos,
jorros de sangue, quedas de corpos seguidas pela câmara (por vezes em
câmara lenta, o único momento em que a morte é estetizada). A velocidade
extrema da montagem anula a compreensão dos factos e actua como uma
carga visual e sonora que visa directamente os sentidos do espectador,
tornando-o quase cego e surdo. Os três vídeos formam uma espécie de
catálogo destes diferentes tipos de planos. A desconstrução e reconstrução
destes planos completam um sentido quando apresentados numa instalação
que joga com o tempo e com o espaço, funcionando também numa
sequenciação em projecção monocanal.
SABINE MASSENET | Bande Annonce
2009, DV Pal, 4:17min.
O primeiro da série. Foram mantidos apenas planos curtos mostrando o impacto das balas nas
portas, nos móveis, nas luzes, nas janelas. Os corpos atingidos e feridos não são suficientes
para satisfazer a necessidade destrutiva do herói vingador e mortífero, o mundo inteiro torna-se
num objecto de massacre.
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SABINE MASSENET | Last Dance
2009, DV Pal, single channel version, 6:00min.
"A morte é uma mulher
Quem dança com amor
Este eterno tango
Em que cada um à sua vez
Inclina o seu parceiro
Este eterno, eterno, eterno tango
Que tanto nos põe loucos,
quanto seis palmos debaixo de terra,
Debaixo de terra!”
Louise Forestier: O tango do Amor e da Morte
Os corpos caem num movimento frenético e repetitivo, ao som de um vigoroso tango (Milonga
de Francisco Canaro). Eu realizo aqui, ternamente, cinema comercial americano, e desfruto do
seu colapso.
SABINE MASSENET | Fire
2009, DV Pal, 1:16min.
O olho serve de mira à imagem... até à cegueira.
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NOËMI SJÖBERG | Besòs River
Espanha, 2009, DV Pal, 10:00min.
Este vídeo documenta uma performance áudio-visual ao vivo de 30 minutos, em conjunto com
o músico e artista Juan Matos Capote. Registos auditivos e visuais do rio Besos em Barcelona
(Espanha), lugar onde a natureza e a indústria se encontram e se misturam.
Duração total da projecção: 38:63 min
Agradecimentos: Julien Castel pelas traduções e aos artistas pela sua gentileza e confiança.
23h30
1ª Sessão Open Call
selecção de Elsa Aleluia
[PROGRAMA]
MIGUEL BONNEVILLE | Landscape of Failure
Portugal, 2008, 4:10 min
Inevitavelmente ligado a uma sensação de liberdade e a um sentimento de desespero.
Inevitavelmente ligado a ti. A obrigatoriedade. A impossibilidade. Haverá sempre esta ligação
entre ela, tu e eu. Haverá sempre um trauma que me ligará a ti. E hoje. Treze anos depois.
Hoje posso aproximar-me do mar sem teres que me dar a mão ou levares-me aos ombros.
Posso ver reflectida nele uma paisagem de fracassos que reconheço e a que me dedico
repetidamente.
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MARTA ALVIM | Devir/To Become
Portugal, 2008, DVC- PAL, Color, Stereo, 3:08 min
Em Devir/To Become diferentes estados de consciência são representados numa viagem entre
a abstracção e a realidade. Durante o processo podemos observar uma descida entre níveis
de consciência provocada pela interferência dos sons do local onde o corpo físico se encontra.
Imerso na atmosfera de um day dream, o espectador envolve-se
num novo estado de
percepcionar e de existir. Nesta obra viajamos por entre lugares da mente, onde uma nova
forma de linguagem permite uma diferente compreensão do conceito de tempo e de espaço.
LUIS SEZÕES | Resposta ao Meireles
Portugal, 2010, 2:53 min
Onde se enquadra a contra-cultura nos dias de hoje? Se, nos tempos em que esta expressão
começou a ser utilizada, a contra-cultura e a cultura mainstream andavam em pólos opostos,
hoje em dia namoram pelas esquinas. Em 1970, Cildo Meireles com as suas "Inserções em
Circuitos Ideológicos", desenvolveu o Projecto "Coca-Cola", que consistia no uso do processo
de silk-screen com tinta branca vitrificada sobre garrafas de Coca-Cola (símbolo indiscutível do
capitalismo norte-americano). Com esses decalques eram inscritas mensagens, sendo que
uma delas eram instruções em como fazer daquele objecto de vidro um cocktail-molotov
(símbolo da contra-cultura e revolta). Se naquela altura o inverter a conotação de um objecto,
conferindo a ícones mainstream uma conotação subversiva, era um exercício comum
desenvolvido por certos grupos sociais, actualmente testemunha-se o contrário. Já não são os
punks ou os anarquistas ou os hippies a alterarem certos objectos e marcas de uma forma
subversiva, mas sim essas mesmas marcas a utilizarem a estética rebelde, convertendo-a ao
mainstream. Não faltam exemplos. Moicanos em meninos ricos, calças rasgadas ao dobro do
preço de calças por rasgar, bandas "punk" que alcançam sucesso com a MTV, festivais onde
se "promove" a rebeldia e a individualidade à sombra de lonas publicitárias de desodorizante,
refrigerante e telemóveis. Este vídeo, intitulado Resposta ao Meireles, joga com esses
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conceitos. O que se pretende é o revisitar de uma experiência de subversão de um ícone
capitalista, trocando-lhe a função, colocando-o ao serviço do outro lado da barricada. Para tal o
que se apresenta no vídeo é exactamente a materialização da sugestão de reutilização da
garrafa de refrigerante que Meireles disponibilizou em 1970 com o Projecto "Coca-Cola".
ANDREA INOCENCIO | Ai! Ma Companhia #1
Portugal, 2010, 4:51 min
Duas células handicapadas, Alama & Butifarra, mostram como o canibalismo é a origem da
sexualidade.
CLARA GAMES | Hunger
Portugal, 2008, 5:00 min
No século XXI a crítica da sociedade de consumo é dada como anacrónica pelas formas de
arte dominantes. Num mundo onde o consumismo atingiu formas e níveis nunca vistos, a arte
tende a tratá-lo como objecto esgotado. Esta vídeo-performance é uma alegoria do consumo e
da própria crítica do consumo: uma vulva come vários objectos, uns simbólicos, outros, ícones
do consumo em si. Sendo o sexo um dos produtos mais consumidos actualmente, foi escolhido
como o objecto principal desta performance. É, porém, descontextualizado através de uma
distância que anula o seu sentido erótico. Certas palavras são introduzidas como separadores
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e parecem ora sublinhar, ora ironizar, os objectos. Numa época em que a própria arte
multimédia se submete aos efeitos do consumismo (frequentemente avalia-se a técnica e não o
resultado) procurámos, através da simplicidade de três instrumentos já muito explorados mas
sempre abertos - o corpo/performance, o vídeo e a palavra - o máximo efeito estético e
significante.
ALEXANDRE REIGADA | Screen Test
Portugal, 2008, DV, p/b, Mono, 7:51 min
O artista, ele mesmo, num território performativo, conta-nos uma história. Facto ou Ficção?
Screen Test é um primeiro plano, desenho prévio, um esboço de filme sobre a ilusão de tempo
e espaço na narrativa. Impresso a preto e branco, entre o silêncio ou uma voz distorcida e
etérea, descreve um universo composto de singularidade e entropia. Emerge uma trama
misteriosa em ambiente urbano, num eixo Lisboa/Berlim. O enredo surge condensado, a forma
depurada até ao concreto. Mistura emocional de film noir com cinema mudo, a video-poesia
com o moderno e excitante preview de cinema, onde o sonho se transforma em consciência e
desejo. Através de uma série de sequências-síntese visuais unificadas por um texto, o trabalho
foca-se sobre o crescimento orgânico de uma ideia, de uma visão. Aqui, onde a superfície
digital é tratada como conteúdo e matéria pictórica. Aqui, a palavra define o tom e a verdade
transitória da imagem.
FILIPE ANDRÉ ALVES | Para ser Grande sê Inteiro
Portugal, 2010, 4:35 min
Neste trabalho, "transcrevi" a estranheza inquietante tratada em todo o trabalho de Fernando
Pessoa. Peguei assim na estátua do poeta, algo de bastante conhecido. Desconstruí, tornei-a
abstracta (grande/inteira), dei-lhe uma nova perspectiva de observação, como se estivesse a
ser vista em detalhe, ao pormenor. Está a ser observada pela primeira vez de forma clínica
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com a estranheza inquietante merecida. Com esta tentativa de exploração metafísica tento
abordar variados tipos de causa, entre a forma e matéria, a existência do objecto, examino o
que pode ser afirmado sobre qualquer coisa que existe apenas pela sua existência.
RAQUEL SCHEFER | Avó (Muidumbe)
Portugal, 2010, DV PAL, Cor, Som, 10:49 min
Uma sequência de material de arquivo familiar é o ponto de partida de um vídeo sobre a minha
relação com um território imaginário - a vila de Muidumbe, em Moçambique, em 1960, então
administrada pelo meu avô. Transformo-me gradualmente na minha avó para explorar e
desconstruir os lapsos discursivos entre o texto (cartas familiares), memórias pós-coloniais e
imagem de arquivo, procurando os traços de um território (ou de um desejo de territorialização)
obsessivo.
MARA CASTILHO | Walking the Line between West and East
Portugal, 2010, 1:04 min
Walking the Line between West and East é a primeira parte de uma série de "caminhadas"
realizadas pela artista numa viagem do Oeste da Europa para a Europa de Leste. Filmado
entre 1999 e 2005, a artista percorre o caminho de uma Europa em transição. Um traçado
entre a derrocada do muro de Berlim, o desmoronamento da União Soviética e a sangrenta
desagregação da Jugoslávia. Walking the Line between West and East - parte 1, foi filmada na
Polónia, onde os muros reflectiam a transição política de um país após a queda do regime
comunista.
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JOANA DILÃO e NOELE GEORG | Kings and Queens and Lovers
Portugal, 2009, 11:37 min
Only yesterday there were kings here... Kings and queens, warriors and lovers, all kinds of real
human beings living all the real human emotions. Yesterday I sold this land, and now they are
going to build a 5 and 10 cent store Prisunic on this... this, my last kingdom! O Desprezo, 1963
Kings and Queens and Lovers é uma instalação de vídeo sobre o cinema, as imagens e a
representação que toma como ponto de partida uma cena de O Desprezo, de Jean-Luc
Godard. Um rei e uma rainha passeiam-se pelas ruas do Lumiar, junto aos estúdios da Tóbis,
onde antes havia quintas e espaços verdes e agora se erguem prédios suburbanos. Dois
amantes conversam dentro de um café que tem na parede uma fotografia a preto e branco a
abrir outra perspectiva sobre esses mesmos estúdios. As quatro personagens dão voz a um
texto construído a partir de um conjunto de reflexões e especulações de cineastas sobre o seu
trabalho.
CARLOS GODINHO | Test Video
Portugal, 2010, 5:48 min
Pessoas espalhadas pelo mundo inteiro partilham, através da internet os testes que fizeram às
suas próprias câmaras de vídeo. Partindo de uma recolha destes vídeos, criei uma viagem a
partir da visão, aumentada tecnologicamente, que as pessoas têm neste planeta.
Duração total da projecção: 59:46 min
Programa after sessions - Bar, Dj, encontro de publico, artistas, curadores
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29 Julho | Goethe Institut
22h00
Tapes of friends which one are still like, I
Sessão com presença de Marcel Odenbach. Entre os programas, conversa do
artista com o público, sobre as suas escolhas e sua relação com esses artistas,
um testemunho de história da Vídeo Arte na Alemanha.
[PROGRAMA]
JOCHEN GERZ | Rufen bis zur Erschöpfung
[To Cry Until Exhaustion], Alemanha, 1972 , 19:30 min
Com esta videotape Jochen Gerz está entre os primeiros artistas alemães a interessarem-se
pelo medium vídeo. Nos anos que se seguem, realiza uma série de produções sobre o tema da
auto-referência e reflexões sobre este medium. A sua primeira lendária videotape mostra,
filmada no monitor que a exibe, as gravações de uma performance ao ar livre no campo, onde
o artista, estando a 60 metros da câmara, grita continuamente "Hallo", até que fica rouco e
interrompe a performance.
VALIE EXPORT | Raumsehen und Raumhören
[Seeing Space and Hearing Space], Alemanha, 1974, 4:58 min
Como em Split Reality, a personalidade veiculada pelo medium nesta performance tape parece
esquizofrénica. Duas câmaras de vídeo e uma mesa de mistura viabilizam uma acção em
circuito fechado que demonstra, não só as diferenças no modo como os espectadores
percepcionam uma pessoa que está fisicamente presente na sala - e, simultaneamente, a sua
reprodução electrónica - mas também como a imagem é manipulada electronicamente . A
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câmara através zoom in e zoom out, sujeita a aparência da performer no monitor a uma
permanente alteração. Sons sintéticos específicos estão em link com a imagem - opticamente
próximo = som de alta intensidade e uma repetição rápida do tom; opticamente remoto = som
de baixo intensidade e uma repetição lenta do tom. O trabalho está organizado em seis partes:
1. posição no espaço, 2. imagens divididas, 3. composição de posição no espaço 4.
composição de imagem dividida, 5. corpo, 6. composição de corpo.
Antes desta vídeo performance ter sido apresentada na exposição Projekt 74 em Colónia, já
tinha trabalhado questões que abordavam a percepção espacial no contexto da TV com Facing
a Family (ORF, 1971), que confrontou a audiência de televisão com um reflexo de sua própria
situação, bem como com a instalação Adjungierte Dislokationen (Adjusted Dislocations) de
1973.
ULRIKE ROSENBACH | Tanz für eine Frau
[Dance for One Woman], Alemanha, 1974, 8:00 min
A artista roda em círculos para acompanhar a valsa Ich Tänze mit Dir in den Himmel Hinein (Eu
vou Dançar Contigo para o Céu) até que cai. A perspectiva inclinada é obtida através dum
espelho suspenso no tecto. Desde 1972 que Ulrike Rosenbach produz continuamente
videotapes, performances e instalações. Na instalação que criou para a Haus der Deutschen
Geschichte, em Bona, Bilder der Frau aus der Nachkriegszeit (Imagens de Mulheres no
Período Pós-Guerra), excertos de Tanz für eine Frau, entre outros trabalhos, são combinados
com material de arquivo de modo a formar uma grande parede de monitores.
JEAN FRANÇOIS GUITON | Holzstücke
[Wood Pieces], Alemanha, 1982, 6:00 min
Programação FUSO – Anual de Vídeo Arte Internacional de Lisboa | 2010
O vídeo Holzstücke (Wood Pieces), o primeiro vídeo do artista, e, posteriormente, os vídeos
Handle With Care (1984) e Fußnote (nota de rodapé) de 1985, provam até hoje que o método
de trabalho de Guiton investiga as estruturas audiovisuais através da utilização de práticas de
montagem em série e rítmadas.
DIETER KIESLING | Vorhänge
[Curtains], Alemanha, 1982-86, 1:30 min
O trabalho de investigação de Dieter Kiessling sobre as possibilidades do medium electrónico
em videotapes e instalações em circuito fechado, está ligado a um específico interesse
conceptual: a exposição paralela de duas perspectivas, a abertura como fecho simultâneo em
Vorhänge (Cortinas).
MARINA ABRAMOVIC, ULAY | City of Angels
Alemanha, 1983, 20:09 min
De 1975 a 1988, Marina Abramovic e Ulay juntam-se, criando trabalhos artísticos, sobretudo,
performances. As performances do início da década de 70, geralmente documentadas em
vídeo ou filme, não foram concebidas para a câmara. Iniciam os primeiros trabalhos pensados
especificamente como videotapes em 1983, com City of Angels, desenvolvida mais tarde para
a Continental Video Series depois de fazerem viagens adicionais. "Para ter o momento o mais
originário de uma cultura representada como um ser vivo," escreve Ulay, os artistas
começaram esta série de obras onde tentam evocar a essência de uma cultura através de uma
representação simbólica do tempo, do lugar e do povo.
O "local sagrado" do metafórico City of Angels é o templo em ruínas de Ayutthaya, na
Tailândia, onde, em poses como tableaux vivants, os tailandeses são capturados em imagens
super-naturais de um drama visual espectacular. Presos em momentos de gesto ritual,
esculpidos no tempo, eles são representados como seres icónicos que encarnam a memória e
o espírito da cultura tradicional tailandesa, ao mesmo tempo vivos e mortos. Um texto ritual de
Rama VI da Tailândia é o acompanhamento que assombra esta elegia cultural.
Duração total da projecção: 59:27 min
Uma selecção de Marcel Odenbach da colecção 40 yearsvideoart, ZKM, Karlsruhe
Programação FUSO – Anual de Vídeo Arte Internacional de Lisboa | 2010
23h30
Tapes of friends which one are still like, II
[PROGRAMA]
INGO GÜNTHER | Fünf Fünfzig im Dunkel
[Fifty Five in the dark], Alemanha, 1985, 5:50 min
A curta fase de Ingo Günther dedicada à produção de vídeo, que durou até meados da década
de 80, é marcada por estudos clássicos do medium electrónico e suas possibilidades de
montagem.
ANGELA MELITOPOULOS | Transfer
Alemanha, 1992, 12:23 min
As imagens para esta videotape foram gravadas no metro de Paris. Gravações com luz
reduzida dos rostos e das máquinas perdem-se na sua estrutura electrónica. O grão da
imagem de vídeo é ampliado até padrões de digitalização, similares às imagens déjà vu
pesquisadas por psicanalistas. Os olhares direccionados directamente para a câmara são
reflectidos (olhar para a câmara contra olhar para a câmara). Esse tipo de olhar anónimo
(voyeurismo) aparece como característico da forma onírica dos encontros nas grandes cidades.
A máquina (transporte) guia toda a gente num mundo em que se sonha acordado. Alguém se
"apaixona". Sucedem-se momentos de encontro. A máquina afasta "o outro". Permanece-se
anónimo. A emoção de desmaio criada é interpretada como uma experiência sem memória uma sensação. Neste mundo de sensações as imagens dos media facilmente se movem
furtivas. "Estamos condenados a sonhar" W. Benjamin - Passagenwerk.
ROSEMARIE TROCKEL | Buffalo Billy+Milly
Alemanha, 2000, 5:45 min
Trockel faz amizade com máscaras bizarras transformadas em animais. Entre outras coisas,
existe um guaxinim à procura de licor, uma galinha pendurada numa forca, e um porco bêbado
deitado nu num sofá.
CHRISTIAN JANKOWSKI | The holy artwork
Alemanha, 2001, 15:52 min
Programação FUSO – Anual de Vídeo Arte Internacional de Lisboa | 2010
Christian Jankowski trabalhou durante anos com intervenções nos media quotidianos. Em The
Holy Artwork vai aparecer no show televisivo dum dos pregadores mais conhecidos dos EUA,
cai no chão e aí permanece durante Televangelista, sermão sobre arte e preservação de Deus.
Antes disto, em Telemistica, já tinha utilizado o aparato colorido das emissões de horóscopos
na televisão italiana para o seu trabalho artístico.
CORINNA SCHNITT | Das schlafende Mädchen
[The sleeping girl], Alemanha, 2001, 8:30 min
courtesy Galerie Olaf Stüber, Berlin
Há mais de 10 anos que Corinna Schnitt produz filmes e vídeos que laconicamente lidam com
a vida quotidiana e, para além de outros temas, o uso quotidiano de dispositivos media.
Schönen Guten Tag (A Very Good Morning) é o confronto com uma história que decorre num
atendedor de chamadas, com uma longa conversa fora de cena, onde os níveis de imagem e
som se tornam radicalmente contrastantes, tal como em Das Schlafende Mädchen (Sleeping
Girl) e Raus aus Seinen Kleidern (Out of His Clothes).
JEANNE FAUST | Interview
Alemanha, 2003, 9:00 min
Faust entrevista Lou Castel, a envelhecida estrela dos filmes de Garrel e Fassbinder. Será
uma conversa, ou estão ambos a desempenhar um papel - ela de insistente entrevistadora e
ele o de azedada estrela em declínio? A conversa extremamente incomodativa traduz a
reminiscência da nossa necessidade de autenticidade e de respostas 'reais'.
Programação FUSO – Anual de Vídeo Arte Internacional de Lisboa | 2010
JAN VERBEEK | On a Wednesday Night in Tokio
Alemanha, 2004, 5:35 min
Pessoas a entrar num comboio. Gravado num único local, o vídeo conduz ao limite do
insuportável, do inevitável.
Duração total da projecção: 61:35 min
Programação FUSO – Anual de Vídeo Arte Internacional de Lisboa | 2010
30 Julho | Museu Colecção Berardo
22h00
Sessão com curadoria de Sergio Edelsztein, Center for
Contemporary Art / VideoZone, Telavive
[PROGRAMA]
DAVID REEB | Bil’in, 18.5.2007
Israel, 2008, 9:50 min
O vídeo mostra o desenvolvimento de uma das muitas manifestações políticas contra o infame
muro de separação nos territórios ocupados.
AVI MOGRABI | Details 2 & 3
Israel, 2004, 9:50 min
Dois "detalhes" de um filme mais longo do artista. Na primeira parte, vemos a reacção dos
soldados, quando perdem o anonimato e a impunidade, enquanto a segunda mostra o próprio
Mograbi a descontrolar-se perante a indiferença dos soldados do FDI e os seus abusos sobre
crianças palestinas.
YOSSI ATTIA & ITAMAR ROSE | The State of Judeo-Arabia
Israel, 2007, 4:30 min
Yossi e Itamar vão para as cidades árabe israelitas de Taybeh e Tira, tentando estabelecer
com os cidadãos locais um estado bi-nacional Palestino-Israelita com o nome Judeo-Arabia.
Programação FUSO – Anual de Vídeo Arte Internacional de Lisboa | 2010
Fazem audições para o primeiro Chefe de Gabinete Árabe, pintam uma bandeira, e escolhem
um novo inimigo para o estado da Judeo-Arabia.
RAAFAT HATTAB | Untitled
Israel, 2009, 3:50 min
O artista toma conta de uma oliveira à maneira da tradição árabe penteando as suas raízes,
regando-a de forma especial, e recolhendo as azeitonas. Apenas no final, vemos que a oliveira
está na praça central de Tel Aviv.
YAEL BARTANA | A Declaration
Israel, 2006, 7:55 min
Um gesto simbólico. Uma metáfora activista. Um jovem decide inverter a história, trocar de
símbolos nacionais. Uma declaração.
YAEL BARTANA | Summercamp
Israel, 2007, 10:50 min
O trabalho mostra um grupo de activistas israelitas e internacionais a re-construir uma casa
demolida nos territórios ocupados pelo exército para fins de anexação.
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YAEL BARTANA | Wall & Tower
Israel, 2009, 13:54 min
A sequela de MaryKoszmary - um apelo apaixonado aos judeus para que regressem à Polónia.
Em Wall & Tower o apelo é materializado por uma avant-garde de judeus que constróem uma
colónia no centro de Varsóvia.
Duração total da projecção: 58:39 min
23h30
2ª Sessão Open Call
selecção de Elsa Aleluia
[PROGRAMA]
JOSÉ MAÇÃS DE CARVALHO | Des Voeux Road (forever young)
Portugal, 2010, 3:48 min
Um jovem chinês permanece jovem para sempre, numa rua de Hong Kong.
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PAULA ALBUQUERQUE | GMT minus 5
Portugal, 2009, 5:01 min
Duas jovens trabalham num bar em Nova Iorque. No meio do Inverno, estão praticamente em
biquini, condição obrigatória ou “farda”, de acordo com o tema tropical do bar. Passam o dia à
espera que algo aconteça. Matam o tempo retocando a maquilhagem, falando ao telefone,
recebendo clientes esporádicos.
Através de um trabalho de montagem de imagem e de som procuro construir e desconstruir
possíveis narrativas, imprimir ambientes constantemente desestabilizados pela inclusão de
ruídos, música atonal, sons de rua, manipulações e sugestões de soundscapes. Quebrando a
harmonia, procurando nos espaços intermédios a experiência do momento, mesmo que este
exista unicamente num espaço-tempo virtual.
SUSANA MOURA | Rodoviaria Nacional
Portugal, 2008, Mini DV, cor, som, 1:44 min
Rodoviária Nacional é um de uma série de curtos vídeos. Cada vídeo é feito a partir de uma
única fotografia. Através da apropriação da linguagem cinematográfica - edição e sonorização é criado um jogo de tensões, sugerindo narrativas mais ou menos abstractas.
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CLAUDIA CLEMENTE | Amor
Portugal, 2010, 5:44 min
O amor
é uma ave a tremer
nas mãos de uma criança.
Serve-se de palavras
por ignorar
que as manhãs mais limpas
não têm voz.
Eugénio de Andrade
ANDRÉ UERBA | Aquarium
Portugal, 2008, 1:03 min
Existem muitos componentes diferentes num jardim. A luz, a cor, o céu, o movimento . Em
"Aquarium" observamos uma imagem quase estática. Não nos apercebemos do movimento até
que um pássaro aparece.
PEDRO MAIA | Arize (Zona)
Portugal, 2009, 10:00 min
Partindo da recente longa metragem A Zona, realizada por Sandro Aguilar, Arise (Zona)
pretende concretizar todo o lixo cinematográfico posto de parte aquando da concepção e
montagem de um filme, utilizando os metros de película gastos que são entendidos como lixo e
que na maior parte das vezes nem sequer são digitalizados. Arise (Zona) é toda a sujidade,
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todos os erros que são tendencialmente evitados, esquecidos ou simplesmente ignorados. É
essa sujidade, esse “lixo”, que pretendo fazer emergir; tudo o que é normalmente omitido e
invisível e aquilo a que não temos acesso. A emersão das imagens impressas nos
desperdícios
de
película,
votadas
ao
vazio
e
ao
esquecimento
absoluto
darão,
subversivamente, lugar a uma nova leitura e a um novo sentido. Referindo-se a um espaço
emocional limite, a uma dimensão psicologicamente densa e alterada, Arise (Zona) reporta um
lugar de ambiguidade e indeterminação entre vida e morte no qual a narrativa e lógica temporal
são suspensas. Eis a película lado a lado com a sua própria sepultura, num processo
autofágico em direcção à morte. Vivendo nos momentos finais do cinema químico é urgente
concretizar a materialização do mesmo.
RUI MOURÃO | Por Bem
Portugal, 2009, DVD, cor, 6:43 min
Este vídeo surge numa linha de pesquisa que Rui Mourão tem vindo a desenvolver, onde usa a
sua própria experiência pessoal ao nível de vivências laborais em trabalhos temporários por
onde tem passado (ensino, call-centers, arquivos, teatros, museus, etc). Ao apropriar e
subverter situações do campo da utilidade, da funcionalidade e da necessidade para criar um
trabalho artístico, procura conquistar um espaço de liberdade. Por isso o faz nos próprios locais
e horários laborais. Este vídeo foi feito enquanto Rui Mourão trabalhou como assistente no
Palácio Nacional de Sintra.
O título deste trabalho – Por Bem – parte de uma divisa de D. João I pintada repetidamente no
tecto de uma das salas do Palácio Nacional de Sintra e em relação à qual estão associadas
lendas e narrativas.
Neste trabalho o artista grava-se transportando um retrato tido durante muito tempo como
sendo de D. Sebastião. Este é o mesmo quadro ao qual Rui Mourão já havia tirado o pó no
vídeo Do outro lado do quadro (o pó da História). O referido quadro é uma cópia atribuída a
Alonso Sanchez Coello, a partir de um original da pintora Sofonisba Anguissola, realizado em
Espanha como retrato do Infante D. Carlos (filho de Filipe II de Espanha e de D. Maria de
Portugal, que viveu entre 1545 e 1568; e primo de D. Sebastião, com quem era fisicamente
parecido). A pintura foi modificada algures no tempo para incluir legenda e atributos
identificativos do monarca desaparecido em Alcácer-Quibir, apresentando um posterior repinte
com as armas portuguesas e a seguinte inscrição: “Retrato del Rei D. Sebastião I, décimo
sexto de Portugal, feito na era de 1671”. Exames radiológicos revelaram que foram
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acrescentados outros elementos à pintura original. Particularmente digna de atenção é a
descoberta de que pendente do colar ao pescoço do rei, estava primitivamente o “Tosão de
Ouro” (alta ordem ligada a Espanha concedida ao Infante D. Carlos). Actualmente tem pintado
no seu lugar um medalhão com a cruz da Ordem de Cristo (símbolo ligado a Portugal, usado
através dos tempos, tanto nas velas das naus dos Descobrimentos como em diversas
organizações e instituições políticas e militares, inclusive actuais).
Ao transportar o quadro de D. Sebastião, ao tocá-lo e mudá-lo de um lugar para outro por um
percurso de salas do palácio (aquelas a que se associam lendas e mitos: Sala dos Cisnes,
Sala das Pegas, Quarto de D. Sebastião, Sala dos Brasões, Quarto de D. Afonso VI), está-se
implicitamente a afirmar a sua transitoriedade: porque é um objecto frágil, porque a sua
identificação foi abalada, porque a entidade que simboliza – a de uma consciência nacional
construída após 1640 e apropriada com finalidades diversas ao longo da história – é tudo
menos eterna, a-histórica e mítica. Tomou-se assim o quadro e as acções desempenhadas
pelo artista, para reflectir sobre questões ligadas à identidade nacional, aos seus mitos e a
legitimações históricas com base em construções ficcionais.
Contudo, ver neste projecto apenas a desmistificação da identidade portuguesa
consubstanciada numa imagem que se revela falsa é restringir-lhe o significado. Há também,
no vídeo, o lugar, o cenário majestoso onde tudo se passa: um palácio que já foi residência de
reis e é hoje um museu, ou seja, o lugar onde a história se concentra e se expõe
vertiginosamente como objecto de consumo. Rui Mourão considera o museu como uma
entidade viva, habitada aqui pelo corpo de quem nele trabalha. Arquivo vivo, o museu é
também, paradoxalmente, o relicário onde a história se encerra. D. Sebastião está no museu, o
seu retrato pode ser falso, mas o artista regressa a ele uma e outra vez para, agora, definir a
sua identidade pessoal.
ANDRÉ PINTO | La Petite Mort
Portugal, 2010, 4:57 min
O vídeo explora "a pequena morte" (la petite mort, expressão francesa para o orgasmo) e a
"morte" nela contida. É-nos inicialmente apresentada, com o acender das luzes, uma natureza
morta, um saco de tomates sobre um balcão. O "assassino"/artista surge dentro de um plano
que o "corta pelo pescoço" não sendo visível a sua cabeça. Liga a música (ópera), pousa as
ferramentas sobre a mesa, veste um avental e dá início à "carnificina" martelando os tomates
um por um. Enquanto os tomates são desfeitos ouvem-se gemidos femininos com cada
pancada até ao clímax final do último tomate. O martelo é então atirado sobre a mesa, o
Programação FUSO – Anual de Vídeo Arte Internacional de Lisboa | 2010
avental despido e o sujeito desaparece, deixando-nos com a última natureza morta. As luzes
apagam-se.
PEDRO HENRIQUES | Forest of Confusion
Portugal, 2010, DV PAL, som, 8:00 min
Constituído por quatro momentos, este vídeo invoca deambulações místicas, narrativamente
abertas, situações artificiais mas em parte verosímeis. Um círculo fechado, apertado, mas que
em algum momento se deixa ver e revelar. Cabe ao espectador deixar-se também confundir e
abrir mundo entre as imagens.
SÉRGIO CRUZ | Exotica
Portugal, 2009, 5:00 min
Exótica é o resultado de uma residência de três semanas em Maputo (Moçambique), em Março
de 2008, com o coreógrafo português Miguel Pereira.
DAVID BONNEVILLE | Eden
Portugal, 2009, 1:17 min
Adão e Eva descansam num Éden contemporâneo depois de fazerem amor.
JULIETA DO VALE | Futuro Proximo
Portugal, 2009, 4:40 min
Programação FUSO – Anual de Vídeo Arte Internacional de Lisboa | 2010
A câmara permanece imóvel, revelando uma imagem em movimento através da sua
composição e iluminação. O movimento e som das bolas de golfe, a música e a paisagem
nocturna são elementos que criam um relacionamento com a ideia de passagem do tempo e a
noção do efémero.
Filmado no Suita Golf Club em Osaka, Japão.
O vídeo faz parte do meu projecto de fotografia e vídeo realizado com o subsídio de apoio à
criação artística da Fundação Calouste Gulbenkian.
JOÃO Ó | Lost Portrait
Portugal, 2009, 1:30 min
Lost-portrait envolve a criação de uma estrutura espacial concebida inteiramente num espaço
virtual que consiste na modulação de um objecto finito dentro de um espaço infinito. Trata-se
de uma construção tridimensional gerada a partir de linhas interligadas entre si que, à primeira
vista, aparentam sugerir um emaranhado caótico. No entanto, numa aproximação mais
cautelosa, esta teia digital desdobra-se numa sucessão de superfícies tubulares que se
contorcem e convergem para pontos de fuga inesperados; formas que contêm e expulsam o
fluxo cíclico do vacuum um habitáculo do pensamento ausente. O vídeo desenrola-se no
espaço-tempo compreendido entre as duas imagens fotográficas (#3.25 e #5.14) que
correspondem ao início e final de um percurso. Ao som da leitura de um poema, especialmente
concebido para esta peça, uma voz hipnotizante do sexo feminino anuncia o encadear da
acção. A duração da leitura do poema coincide com a do vídeo que circunscreve, assim, o acto
poético. O “retrato” aqui enunciado não corresponde à designação comum do termo, mas
pretende, em última instância, revelar uma fisionomia interna, uma superfície familiar, a
potência de um abismo. Por outras palavras, o espaço psicológico criado remete para um lugar
suspenso onde a memória a retroprojecção do sujeito resiste à erosão dos acontecimentos.
NUNO RODRIGUES DE SOUSA | Sobreposição a Negro
Portugal, 2009, Mini DV PAL, Mono canal, Cor, Stereo, 11:36 min
Programação FUSO – Anual de Vídeo Arte Internacional de Lisboa | 2010
Sobreposição a Negro regista, em plano fixo, o processo de construção de uma pintura sobre
uma superfície transparente (um vidro) que se situa entre a câmara e uma paisagem natural.
Os limites deste vidro não são visíveis na imagem: ele situa-se paralelo à câmara e ocupa a
totalidade do plano. Inicialmente esta superfície não é perceptível mas, quando surge em cena
o pintor, torna-se visível através dos seus reflexos. O pintor posiciona-se em segundo plano
relativamente à superfície e começa a delimitar, com fita-cola, as áreas que vai pintar. A pintura
consiste em duas listas horizontais a negro, em cima e em baixo, na superfície transparente,
pintadas no limite do enquadramento, estreitando a vista da paisagem que se situa atrás, numa
tentativa de reconfiguração da imagem. A pintura negra funciona aqui como uma alusão às
letterbox que resultam da conversão da imagem em ecrã panorâmico, 16:9, para o formato 4:3.
Duração total da projecção: 68:63 min
Programação FUSO – Anual de Vídeo Arte Internacional de Lisboa | 2010
31 Julho | Museu Colecção Berardo
22h00
Deutschland und ich (Germany and me), Marcel Odenbach
Para Odenbach a identidade é definida no domínio ilusório da visão ser e ser
visto. Posicionando-se a si e ao espectador no papel de observador,
testemunha, ou voyeur, o artista compromete-se com um inquérito exaustivo
sobre a subjectividade no contexto da memória e da história individual e
cultural,
do passado e do presente. Investigando a construção do self em
relação com o psicológico e o cultural da identidade masculina ao trauma da
história da Alemanha, Odenbach cria um teatro simbólico de memória que
inclui referências autobiográficas e apropriação dum arquivo cinemático e de
imagens mediáticas (...) provoca um colapso entre referências autobiográficas
e emblemas de culturas europeias, não ocidentais e populares.
Lori Zippay
[PROGRAMA]
MARCEL ODENBACH | Der Dialoge zwischen Ost und West
[Dialogue between East and West], França, 1978, p /b, som, 3:30 min
Este vídeo é um take irónico a preto-e-branco sobre o diálogo intercultural durante a Guerra
Fria, e que também demonstra as limitações técnicas do medium vídeo na década de 70.
Programação FUSO – Anual de Vídeo Arte Internacional de Lisboa | 2010
MARCEL ODENBACH | Die Distanz zwischen mir und meinen Verlusten
[The Distance between Myself and my Losses], Alemanha, 1983, côr, som, 11:00 min
Neste trabalho, Odenbach localiza a construção do self e da identidade no domínio da visão,
criando um enigmático teatro de memória da representação popular e histórica. Descobrimos
ser constantemente impelidos a tomar por referência elementos do vídeo, que não são vistos
ou ouvidos.
Vislumbres de uma selecção histórica do arquivo visual de Odenbach, que varia entre pinturas
medievais, pilhas de livros, filmes e vídeos.
MARCEL ODENBACH | As if memories could decieve me
EUA, produzido para o Cat-Fund Boston, 1986, côr, som, 17:30 min
Neste trabalho Odenbach produz uma visão única da sua posição pessoal em relação à
história da Alemanha. Da ornamentada arquitectura barroca do século XIX, a um armazém de
roupa masculina contemporâneo, o artista traça uma trajectória histórica do excesso cultural.
MARCEL ODENBACH | Hitzefrei
[Heat wave], Alemanha, com Rosemarie Trockel, 2001, p /b, som, 5:00 min
Uma breve reflexão histórica e cinematográfica sobre a cultura da praia e dos banhos na
Europa, observada a partir da perspectiva de um estranho. O voyeur torna-se aqui um etnólogo
e a praia o seu campo de investigação.
Programação FUSO – Anual de Vídeo Arte Internacional de Lisboa | 2010
MARCEL ODENBACH | Das große Fenster
[The Big Window], Alemanha,, 2001, côr, som, 12:20 min
A vista exterior transforma-se na percepção de uma realidade histórica. A grande janela
panorâmica de Adolf Hitler no Berghof, em Obersalzberg, torna-se o palco onde se desenrola o
episódio nacional-socialista. Perante o cenário do espectacular panorama alpino tem início o
drama alemão. Um vegetariano neurótico acabará como o assassino de massas do século.
MARCEL ODENBACH | Im Kreise drehen
[Turning in Circles], Polónia, produzido pelo Goethe Institut, 2009, côr, som, 15:50 min
Este trabalho combina uma série de características e incorpora-as num vídeo combinando rigor
formal e tensão psicológica com um sentido de desenraizamento e alienação. É
essencialmente, um estudo do Mausoléu Majdanek, um dos dois monumentos projectados pelo
escultor polaco Wiktor Tolkin, erigido no Campo de Concentração de Lublin (conhecido como
Campo Majdanek). Construído em 1969 para marcar o 25 º aniversário da libertação do campo,
a grosseira estrutura de betão, assemelha-se a um trabalho de um arquitecto futurista de um
período anterior, ou a uma das loucuras desenhadas no século XVIII pelo visionário arquitecto
francês, Etienne-Louis Boullée - um “disco voador” é a maneira mais fácil de o descrever. Este
monumento, como um estranho relicário, ergue-se imponentemente no caminho para o
crematório do campo e contém supostamente as cinzas de algumas das vítimas.
Os epónimos movimentos de câmara circulares de Odenbach e os extremos grandes planos,
produzem uma sensação de náusea ou vertigem enquanto se assiste, e evocam o distúrbio
associado à visita de locais como estes. Os dois rapazes que se entretêm infantilmente pelo
espaço imaginam fazê-lo explodir... o que na realidade poderia ser um destino apropriado.
Duração total da projecção: 64:30 min
Com colaboração do Goethe Institut Lisboa e da Fundação PLMJ
No final da sessão encontro de Marcel Odenbach com o público
Programação FUSO – Anual de Vídeo Arte Internacional de Lisboa | 2010
23h30
Ich und die weite Welt (Eu e o vasto Mundo),
Marcel Odenbach
[PROGRAMA]
MARCEL ODENBACH | Vorurteile oder Die Not macht Erfinderisch
[Prejudice or Necessity is the Mother of Invention], Alemanha/Brasil, 1984, côr, som, 8:00 min
Paisagens românticas alemãs, objectos totémicos, footage de filmes de arquivo de indústria e
de trabalho, a cena do carrossel de
O Desconhecido do Norte Expresso de Hitchcock são justapostas e associadas. Odenbach
constrói um diálogo relacional entre discrepâncias, muitas vezes artefatos crípticos e rituais que
sugerem significados literais ou metafóricos de "revolução".
O artista investiga hierarquias culturais e históricas, fetiches e relações.
MARCEL ODENBACH | Estar de Pie es no Caerse
[Standing Is Not Falling Down], Espanha, produzido para a televisão Espanhola, 1989, côr, som, 5:00 min
'Um auto-retrato entre a determinação própria e a de um estranho. Uma reflexão de pé onde me faço cair.
MARCEL ODENBACH | Zu Schön Um Wahr Zu Sein
[Too beautiful to be True], Venezuela, produzido pelo Goethe Institut, 2000, côr, som, 9:40 min
Programação FUSO – Anual de Vídeo Arte Internacional de Lisboa | 2010
O que é a beleza e porque será que todos querem ser belos hoje em dia? Será a beleza uma
oportunidade e o narcisismo uma virtude? Um filme em que a câmara de filmar é elevada, na
verdadeira acepção da palavra, à condição de amante.
MARCEL ODENBACH | Männergeschichten 1
[I Man's Stuff ], Istambul e Colónia, 2003 côr, som, 10:00 min
Grande plano de um jovem oficial mulato. Plano de abertura, no interior: rapazes e homens
rezam. Essa é a introdução a este trabalho feito para a 8ª Bienal Internacional de Istambul, com
curadoria de Dan Cameron. Imagens de um outro jovem oficial turco são combinadas com
memórias e sensações. O relaxamento que se sente com o acto de barbear contrasta com a
virilidade e violência do jovem oficial e das suas memórias.
Cria-se um jogo de atracção de sobreposições, com longos planos exibidos em duas
projecções, dando lugar a diferentes associações de som, tempo e espaço, como creme de
barbear e neve.
MARCEL ODENBACH | In stillen Wassern lauern Krokodile
[In still waters crocodiles lurk], Ruanda e Alemanha, 2004, côr, som, 31:20 min
Uma documentação subjectiva sobre um drama em sete capítulos:
Capítulo 1
Programação FUSO – Anual de Vídeo Arte Internacional de Lisboa | 2010
Quando Deus vai dormir, descansa a cabeça na direcção do Ruanda
Capítulo 2
Uma terra de leite e mel
Capítulo 3
Um pesadelo torna-se real
Capítulo 4
O tambor é mais poderoso do que o grito
Capítulo 5
Eu posso esquecer as imagens, mas nunca o cheiro.
Capítulo 6
Nunca mais
Capítulo 7
Quando é que Deus vai voltar a dormir no Ruanda?
Duração total da projecção: 64:00 min
01h00
Open Call
Entrega dos prémios do Júri e do Público
Programação FUSO – Anual de Vídeo Arte Internacional de Lisboa | 2010
FICHA TÉCNICA
Programadores Elsa Aleluia | Jean-François Chougnet
Coordenação Geral António Câmara Manuel
Produção António Câmara Manuel | Elsa Aleluia | Bárbara Viseu
Coordenação Técnica João Chaves
Design Gráfico Maria José Peyroteo
Comunicação e Assessoria de Imprensa Namalimba Coelho
Com o contributo de: Marcel Odenbach | Sergio Edelsztein | Thierry Destriez
Co-produção : DuplaCena | Museu Coleção Berardo
Sessões no Museu Colecção Berardo inseridas no âmbito do CCB Fora de Si.
A DuplaCena é financiada por DGArtes/Ministério da Cultura
Agradecimentos: Antónia Câmara Manuel, Claudia Gehring (ZKM), Dominique Païni, Irit
Batsry, Jean Luc Delest, Julien Castel, Rajele Jain, Ricardo Custódio.
co-produção
parceiros institucionais
parceiros
apoio
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