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REVISA
Resolução dos exercícios
complementares
LR.01
1. a) A coita amorosa (sofrimento amoroso), o eu lírico masculino
(sentimento de um homem para uma mulher) e o platonismo
amoroso (o amor por uma mulher inacessível) caracterizam uma
cantiga de amor. A cantiga em questão é a da Ribeirinha ou da
Guarvaia, texto que marca o início do Trovadorismo português
(1189 ou 1198).
b) No mundo não conheço quem se compare
a mim enquanto eu vivo for,
pois eu morro por vós – ai!
pálida senhora de face rosada,
quereis que vos descreva (retrate)
quando vos vi sem manto! (saia: roupa íntima)
Infeliz o dia em que acordei,
que então eu vos vi linda!
e, minha senhora, desde aquele dia, ai!
as coisas ficaram mal para mim,
e vós, filha de d. Paio
Moniz, tendes a impressão de que eu possuo roupa luxuosa
para vós, pois eu, minha senhora, de presente
nunca tive de vós nem terei
o mimo de uma correia.
No cabelo o metal mais reluzente, / E na boca a mais fina pedraria,
isto é, “O metal mais reluzente no cabelo” e “E a mais fina pedraria na
boca”. Nas estrofes 2 e 4, encontramos metáfora e antítese, respectivamente em: “No cabelo o metal mais reluzente” (referindo-se à juventude da amada) e “passado o zênite da mocidade / sem a noite encontrar sepultura” (mocidade × velhice). Nota-se que o rosto e o sorriso
de Maria são como o brilho do sol, do ouro e das mais finas pedras
preciosas.
9. c
Nos dois textos o carpe diem, isto é, o convite a aproveitar a mocidade, está presente. A diferença básica entre o carpe diem barroco
e o carpe diem arcádico é que, no primeiro, o convite amoroso tem
um caráter de culpa, enquanto, no segundo, um ideal de felicidade.
No poema de Gregório de Matos, há apenas a caracterização da
amada. No poema de Tomás Antônio Gonzaga, o convite amoroso
tem como cenário a natureza (bucolismo). Apenas o poema de Gregório de Matos se utiliza de imagens visuais e se vale do jogo cromático entre luz e sombra (antíteses).
10. c
Trata-se de um soneto reflexivo-filosófico de Gregório de Matos. Nele,
o poeta trata da inexorabilidade do tempo, isto é, da sua implacabilidade (o tempo é implacável para todos, não há como escapar dele).
2. c
Os lusíadas, de Luís Vaz de Camões, obra maior do Renascimento
português, é uma verdadeira declaração de amor à pátria portuguesa. Tendo como núcleo narrativo a viagem de Vasco da Gama e a
descoberta do caminho para as Índias, Os lusíadas sofre influência
de autores greco-romanos, como Homero (Ilíada e Odisseia) e Virgílio (Eneida). A epopeia transcende o limite do mero histórico, ganhando um valor universal. Apesar de nacionalista, Camões não
deixou de tecer comentários críticos à sua pátria, principalmente no
que diz respeito à ambição do povo português.
LR.02
1. c
As Cartas chilenas compreendem treze cartas manuscritas em decassílabos brancos que circularam, em Vila Rica (MG), denunciando
os desmandos do governador, d. Luís da Cunha Meneses. Dotada de
uma linguagem direta e objetiva, seguindo o princípio neoclássico
da simplicidade formal, as Cartas chilenas são adeptas do inutilia
truncat (“cortar o inúltil”), como forma de combate ao rebuscamento
barroco.
3. c
Em Os lusíadas, Camões se vale do “maravilhoso cristão” e do “maravilhoso pagão”. Nos versos “Se inda dura o Gentio antigo rito, / A deusa é
sagrada esta floresta”, têm-se a presença do “maravilhoso pagão”.
2. e
Aurea mediocritas é um dos lemas latinos que serviram de base para
os poetas árcades. O ideal de uma vida tranquila e sem excessos,
tendo como cenário a natureza, era uma das propostas setecentistas.
Os outros lemas eram: carpe diem (“aproveite o dia”); locus amoenus
(“lugar aprazível”); fugere urbem (“fugir da cidade para o campo”) e
inutilia truncat (“cortar o inútil”, isto é, adotar uma linguagem simples, combatendo o rebuscamento barroco).
4. b
“Contra uma fraca dama delicada?” Trata-se de Inês de Castro,
“aquela que foi coroada depois de morta”. Vale ressaltar que todas
as alternativas trazem versos do episódio Inês de Castro.
3. c
O poema pertence à produção satírica de Gregório de Matos, o conhecido Boca do Inferno, em uma crítica à sociedade baiana do século XVII.
5. b
No poema de Camões, Inês de Castro é sutilmente tratada como
fraca e delicada, portanto sem os atributos libertadores e revolucionários da Inês de Alceu Valença.
4. e
O trecho pertence a um dos poemas mais populares da literatura
brasileira, “Meus oito anos”. Ao escrevê-lo, Casimiro de Abreu tornou-se o “poeta da infância” ou o “poeta da saudade”. Carregado de
sentimentalismo, o poema se caracteriza por um intenso subjetivismo (valorização do “eu”), o que faz dele um dos pontos altos do Romantismo brasileiro.
6. e
Ana Miranda, romancista contemporânea, que se destaca pelos
seus romances de cunho histórico, como Boca do Inferno; Dias e
Dias; A última quimera e O retrato do rei, baseia-se em fatos históricos, transformados em ficção, como é o caso de Boca do Inferno,
cuja época é a mesma das personagens Gregório de Matos e padre
Antônio Vieira, isto é, o Barroco do século XVII.
7. a
Ao contrário do que a alternativa a afirma, o eu lírico retrata, de
maneira melancólica, a decadência de sua cidade: “Triste Bahia! Oh,
quão dessemelhante / Estás e estou do nosso antigo estado!”.
5. a
Pelas imagens apresentadas, o poema é brando e gracioso, beirando
à inocência infantil. Quanto à sua forma, os versos são rendondilhos
maiores (sete sílabas poéticas) – “Oh- que-sau-da-des-que-te(nho)” —
fazendo com que ele se torne ainda mais musical.
8. b
Hipérbato é uma figura de linguagem que se caracteriza por inverter a
ordem natural de uma expressão, como podemos notar nos versos:
6. e
Os índios retratados, nos poemas gonçalvinos e na prosa alencariana,
são idealizados como em um herói, em uma tentativa de representar
1
L. Portuguesa
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Língua portuguesa
7. c
As personagens de O cortiço, de Aluísio Azevedo, são zoomorfizadas, isto é, movidas por instintos. Determinadas pelo ambiente degradante em que vivem, as personagens são comparadas a
animais.
nossa identidade nacional. Os índios modernistas são uma crítica à
idealização romântica. Macunaíma, por exemplo, é um anti-herói:
preguiçoso, promíscuo, trapaceiro etc.
7. c
O Barroco se caracterizou por adotar uma linguagem gongórica, supervalorizando a forma em detrimento do conteúdo. O rebuscamento barroco é marcado pelo emprego de figuras de linguagem, como
antíteses, paradoxos, hipérbatos, metonímias, fazendo com que
o jogo de palavras se sobreponha ao jogo de ideias, como fez Gregório
de Matos. Paradoxalmente, há escritores barrocos que se notabilizaram por adotar uma linguagem mais simples, supervalorizando o
conteúdo, como fez padre Antônio Vieira. Ao jogo de ideias deu-se
o nome de conceptismo.
8. Ariel e Caliban são personagens mitológicos que simbolizam o bem
e o mal, respectivamente, e que foram utilizados por Shakespeare
em sua peça de teatro “A tempestade”. Na primeira parte de Lira
dos vinte anos, cujos temas são o amor platônico, sonhando o eu
lírico com a sua “virgem que nunca encostou a face linda em seus
lábios”, tem-se a alusão a Ariel (o bem), portanto, uma das faces do
autor. Já a face de Caliban (o mal), caracterizada na obra azevediana
pelo pessimismo, pelo culto ao spleen “estar na fossa”, pela morbidez que caracterizam o byronismo da segunda geração romântica,
está presente, não só na segunda parte de Lira dos vinte anos, mas
também em sua narrativa-dramática, Macário e nos contos que enfeixam a obra A noite na taverna.
9. c
A ideia de Bentinho ao escrever o seu livro não tem nada a ver com
a suma felicidade de Jacinto, pelo contrário, a pessimista, irônica e
melancólica personagem machadiana pretendeu “unir as duas pontas da vida e restaurar na velhice a adolescência”.
10.e
Podemos citar (I) como exemplo de herói típico da prosa romântica
a personagem Peri, da obra O guarani, de José de Alencar. Peri tem
todas as características apresentadas na afirmativa I: honra, coragem, bom caratismo, justo, chegando a arriscar a própria vida para
defender a sua amada, Ceci. O Realismo (II), em oposição ao Romantismo, fez da literatura uma arma de combate social, procurando mostrar os erros cometidos pela sociedade, em uma tentativa de
conscientizar o leitor. O Naturalismo (III) baseou-se nas chamadas
leis naturais (positivismo, determinismo, evolucionismo, experimentalismo, socialismo) para construir os seus romances, como O cortiço
(Aluísio Azevedo). Suas personagens são movidas por instintos
(zoomorfizadas) em cenários degradantes, descritos de maneira detalhada, tornando a narrativa lenta. O Simbolismo (IV) caracterizou-se
pela musicalidade, pelo misticismo, pela obsessão pelo branco, pela
sugestão e pelas maiúsculas alegorizantes. É a escola dos “nefelibatas”, isto é, aqueles que vivem nas nuvens. Os simbolistas procuraram combater o materialismo realista, o cientificismo naturalista e a
impassibilidade parnasiana.
LR.03
1. V – V – F– V – V
Os trechos “Então tive medo; atribuí o fenômeno à excitação nervosa em que andava” e “Só o homem mais feliz do mundo poderia usar
o ‘Espelho de Ojesed’ como um espelho normal”, de Machado de
Assis e de J.K. Rowling, respectivamente, confirmam que as personagens não são felizes, o que invalida a assertiva III.
2. a) Ao enxergar a cidade de Paris do alto, Jacinto parece dar razão
aos comentários críticos de Zé Fernandes sobre a vida (ilusória)
em uma cidade grande.
b) Porque a cidade de Paris tornou-se uma referência de cidade progressista, no que diz respeito à tecnologia, à moda e aos costumes.
c) Obtém-se a imagem de uma cidade melancólica, como se pode
perceber no seguinte trecho: “Sob o céu cinzento, na planície
cinzenta, a cidade jazia, toda cinzenta, como uma vasta e grossa
camada de caliça e telha”, opondo-se, portanto, à ideia daquela
“cidade-luz”.
3. a) A obra O cortiço é uma obra estruturada com base na teoria
determinista de Taine. No trecho a, o determinismo está relacionado à raça, ou seja, a mestiça, inferior, reclamando pela europeia, superior.
b) Já no trecho b tem-se o determinismo do meio, ou seja, o ambiente determinando o comportamento da personagem.
LR.04
1. c
A palavra para Olavo Bilac é sempre insuficiente, impotente para
expressar toda a magnitude da ideia (“E a Palavra pesada abafa
a ideia leve”). Para Afonso Félix de Sousa, com a poesia se alcança a
autenticidade da vida (“A vida, a que não tens e tanto buscas, / terás,
se te entregares à poesia”).
4. d
A assertiva 2 refere-se ao romance São Bernardo, de Graciliano
Ramos, cuja história narra a trajetória de Paulo Honório, desde guia
de cego a proprietário da fazenda São Bernardo, além da sua conflituosa relação com a mulher, Madalena.
2. a
Notem que a descrição que o poeta faz de Vila Rica é a de uma cidade decadente, percebida pelas palavras e expressões como: “velhas casas pobres”; “ocaso”; “crepúsculo”; “triste Ouro Preto”.
5. c
As figuras referidas no fragmento são a de número II (marechal Deodoro da Fonseca, responsável pela proclamação da República) e a
de número III (o imperador d. Pedro II). Os protagonistas Pedro e
Paulo, apesar de irmãos gêmeos idênticos, eram de ideologias opostas: Pedro era monarquista e Paulo, republicano.
3. c
Há no poema, pelo menos, três significados diferentes para a palavra “ouro”: minério; riqueza e a cor alaranjada do crepúsculo.
4. b
No verso, “A neblina, roçando o chão, cicia, em prece” tem-se a onomatopeia (imitação de sons e ruídos) na palavra “cicia”, dando-nos a
ideia de sussurro. Também a aliteração (repetição de consoantes)
em “roçando o chão, cicia, em prece” (s/c).
6. a
Jacinto encontrou a verdadeira felicidade nas serras portuguesas, o
que fez com que Zé Fernandes ficasse também. Jacinto casou-se,
teve dois filhos (Teresinha e Jacintinho), deixando para trás a melancolia que o tomava quando morava em Paris. Foi o próprio Zé Fernandes quem o levou para o campo, preocupado que estava com a
situação do amigo em Paris.
5. e
A subjetividade é uma característica própria da escola romântica.
Entretanto, Olavo Bilac, o mais popular dos poetas parnasianos,
deixou-se influenciar também pelo Romantismo.
2
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8.b
Narrado em terceira pessoa onisciente, o romance O mulato (considerado o primeiro romance de tese do Brasil, isto é, o primeiro a
fazer uma denúncia social), tem como tema uma crítica ao preconceito racial presente na sociedade de São Luís do Maranhão. Note
como o retrato de d. Quitéria, símbolo do preconceito na cidade, é
exposto pelo narrador de maneira irônica: “Foi uma fera! A suas
mãos, ou por ordem dela, vários escravos sucumbiram ao relho, ao
tronco, à fome, à sede, e ao ferro em brasa. Mas nunca deixou de ser
devota, cheia de superstições; tinha uma capela na fazenda, onde a
escravatura, todas as noites, com as mãos inchadas pelos bolos, ou
as costas lanhadas pelo chicote, entoava súplicas à Virgem Santíssima, mãe dos infelizes.
Ao lado da capela, o cemitério das suas vítimas”.
6. V – V – F – F – V
O Parnasianismo é uma reação ao sentimentalismo romântico, por
isso propunha a impassibilidade (frieza). Olavo Bilac, apesar de cultuar a forma, não deixou de explorar o amor, principalmente o platônico, recebendo, dessa maneira, influência romântica, o que invalida a assertiva III. O Simbolismo propôs uma poesia musical,
sugestiva, transcendental e mística. A assertiva IV contém características próprias do Simbolismo, entretanto, voltou-se contra o paganismo e a objetividade arcádica.
6. e
Triste fim de Policarpo Quaresma tem como tema central o nacionalismo exagerado. Policarpo Quaresma, xenófobo, é considerado
uma personagem quixotesca, por seu idealismo e as suas atitudes
patéticas.
7. a
Apesar de distantes no tempo — o primeiro do modernista Fernando
Pessoa e o segundo do árcade Tomás Antônio Gonzaga — os dois textos tratam do sentimento amoroso e da ideia da preservação de ambos
após a morte, como comprovam os versos citados na alternativa a.
7. a
As expressões “em feliz remanso”; “dormem as aves”; “para não assustar os passarinhos” nos remetem à ideia de harmonia.
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8. c
A imagem da vela fúnebre, na primeira estrofe, está relacionada ao
tempo do pai do eu lírico e não à passagem de tempo. O tom funesto do poema se sustenta na própria figura do eu lírico, e não na
saudade da figura paterna.
9.a
A falta de esperança é uma constante na poesia de Augusto dos Anjos.
Para representá-la, o poeta se utiliza de imagens bizarras (ou escatológicas) como a decomposição da matéria, como mostra os seguintes versos:
“Anda a espreitar meus olhos para roê-los, / E há de deixar-me apenas os
cabelos, / Na frialdade inorgânica da terra!”. Certo é que usa a imagem do
verme para este fim, entretanto, não é característica própria do Modernismo. O tema da morte é frequente na poética de Manuel Bandeira,
mas sem a frieza que encontramos em Augusto dos Anjos.
9. d
O trecho, retirado da obra em questão, confirma a alternativa d:
“[…] Isto é conversa antiquíssima, já no tempo dos senhores reis
assim se dizia, e a República não mudou nada, não são coisas que
se mudem por tirar um rei e pôr um presidente, o mal está noutras
monarquias, de Lamberto nasceu Dagoberto, de Dagoberto nasceu
Alberto, de Alberto nasceu Floriberto, e depois veio Norberto, Berto
e Sigisberto, e Adalberto e Angilberto, Gilberto, Ansberto, Contraberto, que admiração é essa terem tão parecidos nomes, é o mesmo
que dizer latifúndio e dono dele, os outros batismos pouco contam,
por isso o feitor não diz nomes, diz os outros, e ninguém vai perguntar que outros esses são, só gente da cidade cairia na inocência.”
10. a
Nota-se que, somente na alternativa a, tem-se uma natureza regional (a cor local) em “O incenso agreste da jurema em flor”.
LR.05
1. a
Fernando Pessoa preocupou-se em criar uma história mítica e metafórica de sua pátria, dividindo-a em três partes: a ascensão, o apogeu e a decadência de Portugal, isto é, poemas referentes à formação (“O brasão”), à expansão marítima (“Mar português”) e ao
declínio da pátria com o desaparecimento do rei d. Sebastião na
batalha de Alcácer-Quibir na África (“O encoberto”).
10. A voz coletiva se dirige especificamente ao mar, por meio do vocativo “Ó mar”.
2. b
Triste fim de Policarpo Quaresma (Lima Barreto); Os sertões (Euclides da Cunha) e Canaã (Graça Aranha).
LR.06
1.d
A assertiva V está errada, pois Memórias do cárcere foi escrito por
Graciliano Ramos; romance autobiográfico, fruto de sua passagem
pelo presídio da Ilha Grande, acusado de comunista durante o governo Vargas.
3. a
Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, é uma crítica
sociocultural do Brasil no fim do século XIX, tendo como tema central a xenofobia da personagem major Quaresma.
2. c
Percebe-se a visão crítica e, ao mesmo tempo, nacionalista de
Oswald de Andrade durante todo o Manifesto Pau-Brasil, propondo
o incentivo à inventividade dos brasileiros.
4. a
Os sertões, de Euclides da Cunha, trata da guerra de Canudos. Essa
obra é dividida em três partes, “A terra”, “O homem” e “A luta”, o
trecho transcrito refere-se à terceira parte. A cidade de Canudos ou
Belo Monte (como fora batizada por Antônio Conselheiro) era um
verdadeiro labirinto, o que facilitou a defesa dos sertanejos. Foram
quatro expedições a Canudos: a primeira, comandada pelo tenente
Pires Ferreira, com um contingente de aproximadamente 160 soldados da força policial da Bahia; a segunda, comandada pelo major
Febrônio de Brito, com cerca de 600 soldados; a terceira, comandada pelo temível “corta-cabeças”, o coronel Moreira César, com 1.200
soldados; e a quarta e derradeira expedição, comandada pelo general Artur Oscar, com mais de 5.000 soldados, derrotou Canudos.
Para Euclides da Cunha, que reportou a guerra para o jornal O Estado de S. Paulo, houve um crime e era preciso denunciá-lo.
3. V – V – F – F – V
Tanto na narrativa quanto na fala de personagens, Mário de Andrade
adotou uma linguagem coloquial, aceitando conscientemente desvios
da norma culta. A sua intenção, como a dos demais participantes da
Geração de 22 do Modernismo brasileiro, era a de criar uma “língua
brasileira”. Ci, ao perder o filho que teve com Macunaíma, resolve subir
ao céu, transformando-se na estrela Dalva, ainda quando este estava
na selva amazônica, deixando para ele a pedra Muiraquitã, alvo de disputa entre Macunaíma e o gigante Piaimã, aí sim na cidade grande.
4. d
“Irene no céu” é um poema composto por versos livres (sem rimas, sem
isometria ou métrica regular), dotado de uma linguagem coloquial, como
podemos perceber em “Entra, Irene. Você não precisa pedir licença”,
quando o culto seria: “Entre, Irene. Você não precisa pedir licença”. Irene
fora uma cozinheira (espécie de tia Nastácia) da casa de Manuel
Bandeira. Assim como Rosa (sua babá), que aparece em “Vou-me
embora pra Pasárgada”, Irene é uma boa lembrança, daí a homenagem do poeta. Os versos, “Irene preta / Irene boa / Irene sempre de
bom humor”, nos dão a ideia de submissão, juntando-se a isso uma
linguagem originária da escravidão, “Licença, meu branco!”, deixando
transparecer um tom de crítica social.
5. c
Autodidata, Policarpo Quaresma não era somente um conhecedor
das ciências naturais, mas também da história, da literatura e da
música do Brasil. Sua biblioteca contava com cerca de 30.000 volumes, de autores brasileiros e de autores estrangeiros, que tratavam
do Brasil, daí a xenofobia de Quaresma.
3
L. Portuguesa
8. a
Narrado em terceira pessoa onisciente, José Saramago, além da metalinguagem que permite o narrador discutir o fazer literário, se utiliza de um recurso que permeará quase toda a sua produção literária: os diálogos são encaixados na narrativa, identificados apenas
pelas maiúsculas iniciais, ausentando-se de pontos de interrogação
e exclamação. Saramago retira expressões da Bíblia e da tradição
judaica para tratar de temas como: luta por direitos trabalhistas,
conflito entre latifundiários e camponeses, miséria, parte da história
de Portugal do século XX, crítica à burguesia portuguesa, influência
da Igreja católica sobre o povo português.
5. c
Situações cotidianas e antipoéticas transformadas em poesia são
uma constante na poesia dos representantes da Geração de 22 do
Modernismo brasileiro.
claro: problema da educação pode referir-se à educação em sentido
mais amplo, o da educação (relativo ao ensino educacional) cujo
responsável é o governo, ficando assim incorreta.
6.e
Os “capitães da areia” são menores abandonados de Salvador que
se escondem no trapiche (armazém abandonado na beira do cais) — o
“quartel-general” deles — e vivem de roubos e furtos pelas ruas da
cidade. Liderados por Pedro Bala. Além dele, destacam-se: Sem-Pernas, Volta-Seca, Professor, Pirulito, Gato, Boa-Vida, João Grande e a
menina Dora.
6. d
7. O verso é “Sou bravo, sou forte, sou filho da Morte”, que parodia os
versos do poema romântico “I-Juca Pirama”, de Antônio Gonçalves
Dias: “Sou bravo, sou forte / sou filho do norte”.
8. A formação da cultura e da(s) etnia(s) do brasileiro está presente no
texto com o encontro entre o português (“Zé Pereira”), o índio (“guarani”) e o negro (“negro zonzo”).
7. e
O trecho a seguir confirma a alternativa e: “Os rios e florestas por
onde andavam os seus personagens se pareciam muito com a Paraíba
e a Mata do Rolo. O seu Barba-Azul era um senhor de engenho de
Pernambuco”.
9. b
O nacionalismo ufanista, isto é, a supervalorização da pátria, é uma
das principais características românticas.
9.e
É importante notarmos que as metáforas e os símiles; por exemplo,
“Teus pelos leves são relva boa / Fresca e macia” e “Oh, a mulher
amada é como a onda sozinha correndo distante das praias” materializam a figura da mulher como objeto de desejo.
11. b
Manuel Bandeira — como os seus companheiros da Geração 22-30,
Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Cassiano Ricardo — lutou
pela criação de uma “língua brasileira” (coloquial, aceitando, conscientemente os desvios da norma culta), uma das principais propostas
modernistas.
10. b
Pedro Bala, o líder dos capitães da areia, e principal personagem da
trama, transforma-se em líder político, participando de ações grevistas, lutando por melhores condições de trabalhos para os estivadores locais.
12. c
Rondó e rondel são composições poéticas, de forma fixa, originárias
da França. Entretanto, pelo rigor métrico que apresentam, não foram valorizados pelos modernistas, que, em seu início, lutaram por
uma poesia livre e antiacadêmica.
11. c
O trecho é o último capítulo de Vidas secas, de Graciliano Ramos,
denominado de “Fuga”. Apesar de o narrador não dar esperanças
aos retirantes, que andarão sempre em círculos, estes, como Sinhá
Vitória, sonham com dias melhores: “Chegariam a uma terra distante, esqueceriam a caatinga onde havia montes baixos, cascalhos,
rios secos, espinhos, urubus, bichos morrendo, gente morrendo.
Não voltariam nunca mais…”
LR.07
1. Soma = 30 (02 + 04 + 08 + 16)
Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles, traça um retrato
de Minas Gerais do século XVIII, do ouro e dos diamantes, época da
Inconfidência Mineira, portanto obra de cunho histórico, apesar de
não se prender somente aos fatos históricos. Dotada de uma linguagem musical, efeito obtido graças à medida velha ou às redondilhas
menores e maiores (versos de cinco e sete sílabas poéticas, respectivamente), herança medieval — vale ressaltar que a autora também
usou de metros mais curtos e, em algumas passagens, os decassílabos —, o que descaracteriza a assertiva 01.
12. a
Como Fabiano, assim como as outras personagens da família, tem
dificuldade de se comunicar, o narrador (com foco narrativo em terceira pessoa onisciente) se mistura com a própria personagem (usando o
discurso indireto livre), em uma espécie de interiorização.
LR.08
1. d
O eu lírico inspirou-se em um trem de ferro, isto é, em uma coisa
mecânica e real (e não onírica) para expressar a dimensão transcendente da literatura.
2. e
Tanto Olavo Bilac quanto Carlos Drummond de Andrade exploram a beleza da cidade independentemente de sua história e decadência atual.
2. d
Lygia Fagundes Telles, no livro de contos Antes do baile verde preocupou-se em abordar temas que vão desde os pequenos conflitos
pessoais até as mais angustiantes crises de existência.
3. V – V – V – V – V
Todas as assertivas são verdadeiras: o eu lírico está diante de um impasse: como fazer o seu filho feliz? Toda a sua intelectualidade não é
suficiente para isso. Enchê-lo de mimo, a princípio, parece ser a saída.
Mas conclui que “…o amor resgata a pobreza, / vence o tédio, ilumina
o dia / e instaura em nossa natureza / a imperecível alegria”.
3. c
Escrito no fim da década de 1970 e publicada no início da de 1980,
Morangos mofados é uma obra de caráter existencialista. O narrador,
ora em primeira pessoa, ora em terceira, retrata, em contos melancólicos, uma geração que, saindo de um conturbado momento político
(o do militarismo), parece cair em um imenso vazio, causando-lhe uma
“incurável” náusea e uma evidente falta de perspectiva de vida. Dotada de uma linguagem coloquial, própria de um jovem escritor daquela
época, a obra tem um fundo memorialístico e essa é a mesma impressão de quem, pela primeira vez, se depara com o universo literário de
Caio Fernando Abreu.
4. F – V – V – F – V
A assertiva I é falsa, pois não se trata de conhecer a essência e o
caráter do filho, e sim em como poder fazê-lo feliz. A assertiva IV é
falsa, pois a felicidade está em poder dar-lhe somente amor.
5. F – V – V – V – V
Drummond tematizou em seus poemas problemas cotidianos, como
este sobre a educação de um filho. Na assertiva I, o tema não fica
4
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
8. d
“Mas-sur-ge o i- men-so-chá-com-to-rra(das)” – 9.
“Chá-de-mi-nha-bur-gue-si-a-con-ten(te)” – 10.
“Ó-go-zo-de-mi-nha-pol-tro(na)” – 8.
“Ó-do-çu-ra-de-fo-lhe-tim” – 8.
“Ó-bo-ce-jo-de-fe-li-ci-da(de) – 9.
10. a
Os versos “Paisagens da minha terra, / Onde o rouxinol não canta /
— Mas que importa o rouxinol?” dão-nos a ideia de indiferença do
eu lírico diante de elemento atípico na paisagem nacional. “Frio, nevoeiro x sol” (imagens contrastantes); “Sou assim, por vício inato”
tem-se o reconhecimento de algo inerente (pertencente) ao ser.
O verso “Nem não posso renegar” é exemplo de uma linguagem
coloquial. O verso “Peri, tão pouco índio, é fato” é uma referência à
idealização do índio como herói à maneira do homem europeu (Peri,
protagonista da obra O guarani, de José de Alencar).
4. b
A palavra “diarreia” (antipoética) incorporada à poesia causa escândalo (como causava Augusto dos Anjos com a sua poesia escatológica),
rompendo com a tradição da versificação em língua portuguesa.
Em (02), a pergunta propõe uma reflexão sobre o tema, e não apenas sim ou não; em (08), a pergunta é dirigida a um adulto, não necessariamente a um jovem, até mesmo por causa do tema.
4. Soma = 41 (01 + 08 + 32)
Em (02), a forma apocopada (que sofreu supressão de fonema ou
sílaba no fim da palavra) “grão” (de “grande”) não sofre flexão de
número, portanto seu plural é “grão-mestres”; em (04), “sujeito” é
um substantivo sobrecomum, ou seja, possui apenas um gênero gramatical, que é o masculino; em (16), “milhar”, nesse contexto, é um
substantivo masculino; em (64), o correto seria “fusível”.
5. b
O conto “Terça-feira gorda” caracteriza-se pelo teor homoerótico,
explorando a atração de um homem pelo outro em um baile de
carnaval. Permeado por cenas picantes, em que os dois se entregam
na areia da praia, e pela violência das pessoas ao vê-los juntos.
5. Os versos retratam duas pessoas que vivem um momento especial,
em um clima de fantasia, encantamento e sensualidade. O título nomeia esse momento, traduzindo não uma festa qualquer, mas “a”
festa — algo especificado.
7. a
O próprio poeta, em uma entrevista, respondeu sobre qual seria a
matéria de sua poesia: “Todas as palavras. Lata pedra rosa sapo
nuvem — podem ser matéria de poesia. Só que as palavras assim
em estado de dicionário, não trazem a poesia ou a antipoesia nelas,
inerentes. O envolvimento emocional do poeta com essas palavras e
o tratamento artístico que lhes consiga dar, — isso que poderá fazer
delas matéria de poesia. Ou não fazer. Mas isso é tão antigo como
chover”. Na assertiva I, o poeta transforma substantivos (rã, árvore,
coisa) em verbos, criando versos insólitos, algo comum em sua produção poética. Em “No descomeço era o verbo”, há um processo de
intertextualidade com um texto bíblico: “No princípio era o Verbo, e
o Verbo estava com Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas
as coisas foram feitas por meio Dele” (João 1:1-3).
6. b
Nas outras alternativas, o artigo especifica, individualiza o substantivo a que se refere.
7. Soma = 49 (01 + 16 + 32)
Com ambiguidade: em (01), “lhe” pode se referir a “ele” ou à pessoa com
quem se fala; em (16), “suas” pode se referir a “aluno” ou à pessoa
com quem se fala ou ainda a uma terceira pessoa; em (32), o pronome “o” pode se referir à pessoa com quem se fala ou a uma terceira
pessoa.
Sem ambiguidade: em (02), o contexto indica que o pronome se
refere a “Tonico”; em (04), o aposto “Maria Bethânia”, especifica a
voz (“dela”); em (08), o pronome se refere a “magnata”, já que somente se pode deixar a outrem a sua própria fortuna.
8. a
O tom nostálgico (saudosista), isto é, aquela sensação de não poder
mais reviver certos momentos da vida, permeia o texto, como em:
“Não falo daquelas coisas que deixamos de fazer […]”
8. a
9. F – V – V – F
Na primeira frase, o correto seria “numeral” (5); na última, “algarismos” (romanos).
9. b
Eles não usam black-tie, peça em três atos e seis quadros, é um marco
na dramaturgia nacional. Pela primeira vez, uma peça valorizava a
classe operária como protagonista, tendo como cenário um barraco
no morro do Rio de Janeiro. Sobre esse fato, escreveu Décio de Almeida Prado, um dos mais importantes críticos teatrais do Brasil, no texto Guanieri revisitado, que abre o livro O melhor teatro — Gianfrancesco Guarnieri: “[…] Gente humilde, gente pobre, já havíamos visto
por certo em nosso teatro. Mas operários atuando coletivamente contra os patrões, constituía-se em algo absolutamente novo […]”
10. e
LR.10
1. c
A última estrofe, iniciada pela expressão “em vez”, revela a dura realidade do poeta, contrapondo-se aos seus desejos, expressos nas
estrofes anteriores.
2. d
10. V – V – F – V – F
Camões, no episódio do Velho do Restelo, não enaltece as grandes
navegações, pelo contrário, faz uma crítica à ambição dos portugueses, o que invalida a assertiva III. Saramago, assim como Camões, faz
uma crítica à situação na Terra: “Aqui, na Terra, a fome continua”, o
que invalida a assertiva V.
3. c
4. c
Em a, “mas” faz parte da expressão “mas também”, que está somando uma ideia à anterior, não se contrapondo; em b, “embora” é uma
ressalva em relação às quantidades excessivas do gás que prejudicam as plantas; em d, “cientistas” dá crédito e autoridade ao estudo,
que é específico, baseado em pesquisas, dados, análises; em e,
“gás” está se referindo a “dióxido de carbono”.
11. a
Paulo Leminski foi um dos grandes representantes da chamada poesia marginal, grupo formado por poetas que estavam à margem do
mercado editorial. Suas obras eram independentes, publicadas
(ou mimeografadas) em papéis baratos, como os de jornal e pão, e
vendidas em restaurantes, teatros, cinemas e bares. Os versos que
enfeixam a assertiva a não têm o caráter social, apesar de Leminski
e seus companheiros terem investido nessa vertente poética.
5. d
Por razões óbvias de humanidade e por não haver quaisquer indícios de atos praticados pelas personagens, não há como confirmar sua caracterização como “corja” e “merecedores” da gororoba.
LR.09
1. d
O autor, ao citar alguns nomes próprios, como “Tomzinho” e “Chiquinho”, referindo-se a Tom Jobim e Chico Buarque, respectivamente,
fala de duas personalidades representantes do Rio de Janeiro (“Riozinho”) e de características marcantes da cidade; daí o tom afetivo
com que usa o diminutivo.
6. b
A expressão “ainda assim” pode ser substituída por “embora”, “ainda
que”, “mesmo que”, todas reveladoras de concessão.
2. b
7. a
Nas outras alternativas, as formas verbais corretas seriam: em b,
“dispuseram” e “previssem”; em c, “abstiveram”; em d, “deteve”; em
e, “sobreveio”.
3. Soma = 53 (01 + 04 + 16 + 32)
8. b
5
L. Portuguesa
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
6. c
Pelo título, pelo tema e pelo vocabulário empregado, “Senhor meu
amo”; “a donzela espera por vós”; “a alimária pateia” (o cavalo bate
as patas no chão), o poema apresenta elementos da Idade Média.
9. a
A locução conjuntiva “já que” expressa causa, não conclusão.
No primeiro caso, temos uma noção temporal, que se contrapõe à
expressão “hoje”; no segundo, temos uma explicação para a contratação feita.
10. a
Na frase, não há nenhum termo, especialmente pronomes, como
nas outras alternativas, que se refira a algum termo citado.
7. c
Nessa frase, a relação é de consequência.
8. Em I e II, temos duas orações coordenadas adversativas, com sentidos diferentes: na primeira, “mas” indica uma compensação, enquanto, na segunda, uma não compensação. Em III, “mas” faz parte
de uma locução, introduzindo uma oração coordenada aditiva, ou
seja, na frase, o sujeito foi elogiado e recebeu uma ótima proposta
de trabalho.
LR.11
1. e
Na ordem direta, temos: “Ela já foi namorada / de tudo que é nego
torto”.
2. c
O pronome “lhes” equivale a “sua/delas”: mata a sua sede / mata a
sede delas.
9. Significa que tem sempre alguma coisa para atrapalhar, um defeito,
uma falta.
3. Soma = 29 (01 + 04 + 08 + 16)
Em (02), o sujeito de “escutou” é “Macunaíma”, identificado anteriormente, e o de “passou” é “o passarinho”; em (32), a muiraquitã é
engolida pela tracajá, uma tartaruga, que é apanhada por um mariscador (catador de marisco).
4. e
O pronome oblíquo “a” (I) substitui um nome com função de objeto
direto.
LR.13
1. a
Em 1, a relação é temporal; em 4, temos uma oração subordinada
adjetiva explicativa.
5. No contexto, o verbo se refere ao menino e ao desconhecido, identificados explicitamente na frase anterior. Se a frase do verbo em
destaque estivesse sem contexto, o sujeito seria indeterminado.
2. a
A asserção é a afirmação que se faz, e a razão é a causa do que se
afirma. Nesse caso, a razão não justifica a asserção, já que a não
percepção do quão ruim é a educação nacional não é somente dos
semianalfabetos.
6. a) Em I, pode-se entender “comer um pedaço, uma parte da fruta”;
em II, “comer a fruta toda”.
b) Em I, o pronome “aquela” está contracto com a preposição “de”.
Como, em ambos os casos, o verbo “comer” é transitivo direto,
em I, “daquela fruta” é objeto direto preposicionado, e, em II,
“aquela fruta” é objeto direto.
3. d
Nos dois casos, “quando” pode ser substituído por “se”.
4. b
Essa alternativa não mantém o sentido original porque, em vez de
usar conjunção de ressalva, de concessão, usa adversativa.
7. a
8. a
Nas outras alternativas, o verbo “reclamar” pede objeto indireto
(“da perseguição”), e “partir” faz parte da locução prepositiva “a
partir de”.
5. e
A locução “apesar de” estabelece uma ressalva do que foi dito na
oração anterior.
9. d
Em I, o verbo “atirar” é transitivo direto, e “morrer” é intransitivo; em IV,
“na lagoa Rodrigo de Freitas” é adjunto adverbial de lugar.
6. a
“Enquanto” estabelece uma relação de tempo. Em b, “desde que”
estabelece uma relação de condição; em c, “conquanto” expressa
concessão.
10. a
Como o verbo é de ligação, a troca de função sintática ocorre em
virtude da posição dos termos nas frases.
7. a
8. a
“Então” pode ser substituído por “por isso”, enquanto “logo” expressa tempo.
LR.12
1. c
A conjunção “que” expressa uma certeza, enquanto a “se” expressa
uma dúvida.
9. a
2. c
A expressão “só que” pode ser substituída por “mas”, “entretanto”
ou qualquer outra expressão adversativa.
10. c
A conjunção “Porquanto” significa “porque”, “já que”, expressando
causa ou explicação, enquanto, nas outras frases, a relação que se
estabelece é de concessão.
3. c
A oração subordinada adjetiva restritiva limita a característica “sinceros” a uma parcela dos candidatos, ou seja, somente os que são
sinceros serão classificados.
LR.14
1. e
A locução “cada um” individualiza, exigindo o verbo no singular.
4. As conjunções podem ser: mas, porém, contudo, todavia — qualquer uma que estabeleça relação de oposição.
5. A autora pretende manter-se distante de uma concepção tradicional
de leitura, pois ela valoriza o ato de ler não como teoria ou erudição,
mas como experiência, vivência.
2. a
O adjunto adnominal posposto aos termos a que se refere deve concordar com o núcleo mais próximo ou prevalecer o masculino, no
caso de núcleos com gêneros diferentes. Corrigindo a frase, temos:
“o comportamento e a atitude ética” ou “o comportamento e a atitude éticos”.
6. a
3. c
6
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
10. Nessa frase, “porque” não indica uma causa, pois não se pode pensar que chove por causa do chão molhado. Busca-se uma explicação
para o fato de o chão estar molhado, que pode ser a chuva, ou um
vazamento de água etc.
9. e
A proposição II está incorreta porque, como a frase está na ordem
indireta, ou seja, a oração principal está posposta às subordinadas,
o uso da vírgula é obrigatório.
Em a, “o sucesso atraiu”, e não as experiências; em b, os “defensores... defendem”; em d, “a ampliação... produz / os melhoramentos
tendem”; em e, “ser pensadas alternativas”
4. b
Corrigindo: “jovens brasileiros”.
10. b
O próprio título do texto já revela o humor e a ironia quanto aos
excessos cometidos em gramática e em nome dela.
5. b
Corrigindo: “o pai abraçou-o”.
LR.16
1. a
A vírgula marca a elipse da locução verbal “vou dormir”.
6. e
Nas outras alternativas, os verbos regem preposição: em a, recordar-se de (de que me recordo); em b, assistir a (a que assistimos);
em c, ser submetido a (a que foram submetidos); em d, estar exposto a (a que estamos expostos).
2. d
O texto é ambíguo, isto é, tem dupla interpretação, especialmente
por causa das palavras “ter” e “nada”: o paciente quer saber se
“tem” uma doença, algum problema de saúde; o médico lhe diz que
ele não tem nada, mas não em relação à saúde, e sim ao fato de não
ter uma condição social e econômica favorável.
3. b
8. c
Corrigindo as outras alternativas: em a, tecnologias de que dependemos; em b, tecnologias com que convivemos; em d, tecnologias de
que usufruímos; em e, tecnologias de que precisamos.
4. b
5. a
Em II, não há indícios dos desejos da formiga/político; em III, não há
referência a políticos de outros países para se comparar.
9. d
A concordância nominal correta é “passível de”.
6. É a palavra “vivem”.
10. b
Corrigindo a b: para que os dispensasse.
7. A palavra “vivem” pode ser entendida como “residem” (no caso do
primeiro quadrinho), ou em oposição a “sobrevivente”, referindo-se
a quem tem as necessidades básicas supridas.
LR.15
1. c
Corrigindo: viviam a [vida] das ruas.
8. Ainda hoje, essa singela quadrinha de propaganda é cantada no rádio por vozes bem afinadas.
2. b
Nas outras alternativas, os nomes das cidades não vêm acompanhados de artigo, por isso não ocorre crase.
3.
9. Os termos “novinhas em folha” e “resplandecentes” são respectivamente justificados por “As rosas desabrocham” e “Com a luz do sol”.
LR.17
1.O vestibular da UFRJ propôs uma pergunta motivadora (“O que há
de errado com a felicidade?”) para a redação, esperando que o estudante discutisse os conceitos e critérios de felicidade no contexto
atual, explorando, principalmente, o fato de que a felicidade tornou-se algo tão material.
Além de escrever sobre a maneira como o ser humano contemporâneo enxerga a felicidade, o aluno deve defender sua posição, o que
está plenamente de acordo com o tipo de texto pedido — dissertativo-argumentativo.
A coletânea ajuda a entender os conceitos de felicidade. No texto 1,
o progresso e o consumo são associados à sensação de felicidade;
no texto 2, o eu poético apresenta a felicidade como algo incomum,
mostrando a dimensão subjetiva do conceito de “ser feliz”; o texto 3
mostra que a felicidade é essencial no ambiente de trabalho, transmitindo a ideia de que estar alegre não é oposto a ser produtivo; o
último texto revela a experiência da felicidade como processo cíclico, ou seja, há alternância de sentimentos, e a intensidade da alegria
depende da comparação que fazemos entre um e outro momento.
O texto deve ser escrito de forma coerente, sem que se façam cópias de
trechos dos textos da coletânea. A atribuição de um título é obrigatória.
I. “Vendo a vista” (pode haver várias interpretações): vendo (do
verbo “vender”) a paisagem (vista); vendo (gerúndio de “ver”,
no sentido de “apreciar”) a vista; vendo (presente do indicativo
do verbo “vender”) a visão ou o(s) olho(s) (vista). . “Vendo à
vista”: como ocorre crase, a expressão à vista significa, nesse
contexto, (pagamento) no ato (da venda).
II. Desenho a mão, sem o acento indicativo de crase, significa
que a mão será desenhada. Desenho à mão, com acento, indica instrumento, ou seja, desenhar utilizando a mão.
4. d
A ausência ou presença de crase se faz de acordo com a interpretação dada: “Combater a sombra” (combater o mal, o desconhecido, a
ignorância, a obscuridade etc.); “combater à sombra” (abrigado do
sol, anonimamente, às escondidas).
5. O enunciado I indica que o Brasil não perdeu a final da Copa por
causa de Ronaldo, mas por outro motivo, que não está expresso.
O enunciado II indica que a causa de o Brasil não ter perdido a Copa
foi exatamente porque Ronaldo jogou fora de suas condições ideais,
o que causa uma total incoerência externa, já que o Brasil perdeu a
Copa na França e Ronaldo passou muito mal durante a final.
2. A proposta de redação do Enem-2010 solicitou a elaboração de um
texto dissertativo-argumentativo sobre “O trabalho na construção da
dignidade humana”. Serviram como textos de apoio: um texto sobre o
trabalho escravo, ainda exercido em nosso país, embora tenha sido
assinada no século XIX a lei que pôs fim à escravidão; e outro sobre
o trabalho no futuro, quando, hipoteticamente, o trabalhador poderá
exercer em casa suas atividades, aliando qualidade de vida, inovação,
mundo globalizado e preocupação com o meio ambiente.
Como os dois textos se contrapõem, sugere-se que o aluno encontre
um ponto que aproxime duas realidades tão distintas. Isso seria possível se o aluno escrevesse sobre direitos humanos, argumentando
com base na Constituição. A sugestão de uma ação social é uma das
6. O mecanismo gramatical que provoca essa diferença é a pontuação,
mais especificamente a vírgula.
7. a
Nessa frase, as vírgulas estão separando núcleos de mesma função
sintática.
8. a
O termo “mães”, entre vírgulas, é aposto explicativo, já que identifica o termo “nós”.
7
L. Portuguesa
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
7. d
Corrigindo as outras alternativas: em a, discordar de minhas ideias e
concordar com elas; em b, só faz o de que gosta; em c, poder de que
as nações soberanas não abrem mão; em e, reservamo-nos o direito
de aconselhar-lhe.
A linguagem do narrador poderá ser formal, clara e correta, e a das
personagens, reveladora de suas emoções.
A escolha do narrador (em primeira ou em terceira pessoa) ficará a
critério do aluno.
LR.18
1. Os textos lidos demonstram a desigualdade (texto 1), o engajamento de intelectuais no processo de transformação social (textos 2 e 4)
e a visão de quem já não sonha encontrar, em vida, a igualdade social, mas espera que ela aconteça (texto 3).
O estudante deve revelar conhecimento de possíveis atitudes pessoais e governamentais para modificar o status quo e refletir sobre
possibilidades de pr ocessos de minimização das desigualdades,
por exemplo, educação ética, ofertas de empregos e de moradias.
Com argumentos convincentes, o aluno não poderá ser inseguro ao
defender sua tese. O título sintetizará o que for exposto em sua
produção.
2.O aluno deverá perceber que, nos dois textos lidos, existem nuances
de um mesmo sentimento: o deslumbramento de dois homens, inspirado por duas mulheres, independentemente da idade, da vida
saudável ou não, e as modificações intensas experimentadas por
ambos, em determinado momento. Deverá ainda relacionar esse
sentimento conflituoso com a triangulação afetiva presente nos dois
contos e construir uma narrativa sobre os conflitos do amor.
O produtor do texto precisa revelar, com desenvoltura, as características
essenciais da estrutura narrativa: causalidade e transformação. Sem a
presença desses fatores, sua produção textual ficará comprometida.
A linguagem deverá ser clara, coerente, preferencialmente com diálogos, e o narrador deve aparecer como narrador-personagem ou
narrador-observador.
2.O aluno deve refletir sobre a oposição: violência × tolerância, com
base nos textos de apoio, ponderando sobre a possibilidade de tolerância em um mundo violento. Para isso, a reflexão deve buscar as
causas da intolerância e as possibilidades de sua contenção.
Deverão ser incluídas ainda indagações sobre desaceleração, diálogo, busca de espiritualidade, exercícios de partilhas e de solidariedade, como variáveis para reverter um mundo de ganância, violência, vingança, indiferença e competição. As posições da escola e da
Igreja na construção da paz também deverão ser lembradas e observadas como fatores de análise.
O tema exige maturidade e visão de mundo gerada do conhecimento
e da leitura constante e atualizada do aluno. Após reflexão, ele precisa selecionar bons argumentos para sustentar seu ponto de vista.
LR.20
1. O estudante deverá redigir uma carta à sessão “Carta de leitor” da
revista Veja, expondo sua opinião sobre o tema “Educação com qualidade: os caminhos da produtividade e da prosperidade”.
A entrevista da coletânea mostra que o Brasil dificilmente crescerá, economicamente, no ritmo da China, pois o crescimento de um país depende da qualidade de sua educação. Revela ainda que o fato de 97% das
crianças brasileiras estarem na escola não cria efeito sobre essa perspectiva, pois o que importa realmente é a qualidade da educação.
Na carta, o aluno deve expor exemplos e argumentos que convençam o leitor de que o Brasil que queremos ser é possível de existir.
Para isso deve lançar uma proposta de ação social.
LR.19
1.A leitura dos três textos narrativos exige que o candidato perceba
que a tragédia, presente em “Domingo no parque” (texto 1) e “Hipotética mensagem” (texto 3), está em oposição a “Valsinha” (2), texto
que revela a delicadeza, que evolui para a paz.
Como o texto narrativo é marcado pela mudança de estado e pela
causalidade, e como o limite entre o amor e o ódio é muito tênue,
o candidato deverá elaborar uma estrutura narrativa capaz de marcar
a evolução desses dois sentimentos contraditórios: do amor para a
tragédia ou vice-versa.
Deverá ainda imaginar um título sugestivo para sua narrativa.
2.Espera-se que o aluno se coloque na posição de um gerente, recém-contratado por uma empresa tradicional no mercado, e escreva
uma carta para convencer os acionistas dessa empresa da necessidade de modernizá-la.
Para isso, terá que produzir uma interlocução consistente e convincente
que leve em conta sua imagem e a do interlocutor e que explicite as
mudanças necessárias e suas implicações. Na interlocução argumentativa, as diferenças entre gerações devem ser levadas em consideração.
O estudante deverá adiantar, ainda, as prováveis implicações das
mudanças propostas, apontando até mesmo para o fato de que,
apesar das possíveis perdas, os ganhos podem ser mais vantajosos.
8
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
possibilidades elencadas na proposta, a outra é que o candidato
relate uma experiência.
O texto deve ser escrito de acordo com a norma culta da língua
portuguesa, apresentar coerência e coesão.
REVISA
Resolução da série avançada
Língua portuguesa
b) A última estrofe (“Mas essa dor da vida que devora / a ânsia de glória, o dolorido afã… / a dor do peito emudecera ao menos / se eu
morresse amanhã!”) traduz a melancolia, o pessimismo e a obsessão
pela morte que tanto marcaram os poetas da geração byroniana.
7. O 6o verso, “Ferrete-azul, o céu, brando o ar pureza”, ilustra essa
afirmação. “Ferrete-azul” é exemplo de fusão vocabular. Note que,
ao construir o verso, o poeta deixou alguns termos omitidos, caracterizando, dessa forma, a figura de linguagem denominada elipse (a
omissão de termos facilmente identificados).
LR.03
8.Zé Fernandes, o narrador-testemunha do romance, compara a visão
que Jacinto tem da serra com o que um homem sente diante de
uma bela mulher, da qual ainda não conhece os defeitos. A princípio
ambos se encantam porque têm apenas o conhecimento superficial.
Zé Fernandes se refere à chaga da pobreza de boa parte da população que vivia no campo.
2. O tema da mariposa que busca uma fonte de luz ou calor desenvolve-se de modo diferente nos dois textos. No soneto de Gregório de
Matos, uma mariposa se consome na chama do candeeiro que ela
buscava, enquanto o eu lírico constata que morrerá sem nunca alcançar o objeto do seu amor (“Pois acabando tu ao fogo que amas, / Eu
morro, sem chegar à luz, que adoro”). No samba de Adoniran Barbosa, o eu lírico compara-se à própria fonte de luz (“Eu sou a lâmpida”)
e confere às mulheres que o rodeiam a condição de mariposas (“E as
muié é as mariposa”). Outra diferença consiste na oposição entre o
amor platônico e inatingível (no soneto) e o amor carnal e realizado
(no samba); note-se que, no primeiro texto, o eu lírico morre sem alcançar a luz, ao passo que, no segundo, explora-se a polissemia do
verbo apagar, que, no contexto, tem a acepção de matar (“— Pois
não, mas rápido porque daqui a pouco eles mi apaga”).
9. A chaga, para Jacinto, é a miséria que encontrou entre os camponeses. Para estes, a chegada de Jacinto era como se fosse o retorno de
d. Sebastião, isto é, a figura de um messiânico, como disse a personagem João Torrado.
10. a) O ascetismo (refreamento dos prazeres) refere-se ao desejo desenfreado de João Romão (dono do cortiço e da pedreira) de
acumular riquezas. Para isso, não mede esforços ilícitos para alcançar tudo aquilo que deseja. João Romão deixa de lado até
mesmo os pequenos prazeres para enriquecer, explorando e passando para trás os frequentadores da venda, os moradores do
cortiço e sua amásia Bertoleza. João Romão chega ao ponto de
se “desfazer” da escrava Bertoleza, denunciando-a como fugitiva,
para se casar com Zulmira, filha do rico comerciante Miranda.
b) A mulher-escrava é Bertoleza, com quem João Romão vivia e a
quem ele explorava. João Romão falsificou uma carta de alforria
(sabia que Bertoleza sonhava com o dia de sua alforria) e, sem
saber de nada, em gratidão a ele, a escrava passa a trabalhar
ainda mais. Bertoleza é a sua “besta de carga”.
3. a) O conflito consiste na crise em que o eu lírico se encontra, sentindo-se completamente desajustado em relação ao mundo porque acha difícil viver entre os insanos.
b) O eu lírico propõe como solução seguir o mundo, a cole­tividade,
já que melhor assim do que ficar só.
4. Os vocábulos são: ando, vou(-me) (ou ainda: seguir, andam, anda,
erra) – verbos; passadas, vias (ou ainda: caminho, pisadas, atalhos) – substantivos.
LR.04
11. a) O texto I, cujo autor é Cruz e Sousa, pertence ao Simbolismo
brasileiro. Dele, podemos retirar as seguintes características
simbolistas: musicalidade (aproximar a poesia da música):
“Indefiníveis músicas supremas”; sinestesias (misturas de sensações): “Harmonias da Cor e do Perfume”; maiúsculas alegorizantes; aliterações (repetições de consoantes): “… trêmulas,
extremas”.
b) Trata-se de Alphonsus de Guimaraens. Sua produção gira em
torno do amor e morte de Constança (a prima e noiva morta na
adolescência). Por essa razão, tornou-se um poeta pessimista,
melancólico, platônico e, também, de intensa religiosidade,
como pode-se notar no texto.
LR.02
5. a) Iracema, ao oferecer ao colonizador Martim o “licor da Jurema”,
perde a sua inocência (vale lembrarmos que ela tinha que se
manter virgem para o preparo do alucinógeno), assim como
Adão e Eva, ao provarem do “fruto proibido”, perderam e foram
expulsos do paraíso. Saindo da sua tribo e caminhando, ao lado
de Martim, para a tribo dos pitiguaras, e posteriormente ao litoral cearense, Iracema parece percorrer os sofridos caminhos que
percorreram Adão e Eva como punição de Deus. A dor sentida
por Iracema (tanto aquela sentida ao saber da morte dos seus
descendentes como a do parto que deu a vida a Moacir) refere-se
à profecia de Deus com relação a Adão e Eva.
b) O personagem é Moacir (que em tupi significa “o filho do sofrimento” ou “o filho da dor”), pois representa o primeiro brasileiro
em substituição ao índio.
12. a) Pertence ao Parnasianismo brasileiro. Trata-se de “Profissão de
fé”, espécie de “receita parnasiana”. O poeta parnasiano se compara ao ourives, mas em vez de ouro, o que ele lapida são palavras. O parnasiano preocupou-se com a estética (perfeição formal), portanto, a poesia é comparada a uma joia rara.
b) Trata-se de Olavo Bilac, o “poeta das estrelas” e o “príncipe dos
poetas brasileiros”.
6. a) O autor do texto faz referências aos poetas da segunda geração
romântica ou mal do século ou byroniana ou ultrarromântica.
São temas dessa geração a morte (como libertação dos males
da vida), o pessimismo exagerado, o tédio e a morbidez. Fizeram parte dessa geração, além de Álvares de Azevedo, Casimiro
de Abreu, Fagundes Varela, Junqueira Freire, Laurindo Rabelo e
Aureliano Lessa.
13.Emília, a boneca de pano, espécie de alter-ego de Monteiro Lobato
(simboliza “aquele que diz tudo o que pensa sem medir as consequências”) tem, como principais características de sua personalidade, a
perseverança, o idealismo e o sonho.
9
L. Portuguesa
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
LR.01
1. a) Trata-se de uma cantiga de amor, por apresentar, dentre outras
características, eu lírico masculino, coita amorosa, platonismo
amoroso e vassalagem amorosa.
b) A dona que eu amo e tenho por Senhora,
Mostrai-ma Deus, em seu prazer for,
Senão, dai-me a morte.
A que tenho por brilho destes olhos meus,
E por quem sempre choram, mostrai-ma Deus,
Senão, dai-me a morte.
Essa, que Vós fizeste a mais bela de quantas conheço,
Fazei-me ver, Deus,
Senão dai-me a morte.
Deus, que me fizeste amá-la,
Mostrai-ma e deixai-me falar com ela,
Senão, dai-me a morte.
14. Atualizar a personagem, inserindo-a em contextos sociais do século XXI.
b) Sim, a afirmação é coerente, pois o eu lírico se utiliza de antíteses e, principalmente de paradoxos, contradizendo, portanto, a
ordem natural da vida: “Eu morro ontem / Nasço amanhã”.
LR.05
15. No texto II, de Drummond e Ziraldo, tem-se uma ironia, já que o
sertanejo, ao contrário de Os sertões, em o sertanejo é, antes de
tudo, um forte, é tratado como um agitador. Repare nos aspectos
não verbais: homens subnutridos, famélicos, desesperados, em um
cenário deplorável, a seca nordestina.
25. O tema é a entrega ao amor, mesmo sabendo de sua instabilidade.
26.A ideia da instabilidade amorosa se conota em “onda”, “nu­vem”,
“destino frágil” e “caí”.
LR.08
27. Trata-se da antítese, isto é, o jogo de palavras e/ou ideias contrárias, como em “escuras x branca”; “amarga x adoço”, revelando
um contraste social entre os homens trabalhadores (de vida amarga e dura) e o consumidor (o eu lírico) do café em uma bela manhã
em Ipanema.
16. Na frase antológica de Euclides da Cunha, “O sertanejo é, antes de
tudo, um forte”, a vírgula tem o sentido de destacar a figura hercúlea
(apesar de feia) do sertanejo. Já na frase da charge, sem a vírgula,
mas com o ponto de exclamação, “O sertanejo é antes de tudo um
agitador!”, tem o caráter de denúncia.
17. O poeta duvida de suas próprias sensações, em razão da mania exagerada de sentir o que recebe.
18. Ele mesmo concebe e seriam diferentes das que recebe.
LR.06
19. a) O principal objetivo da Semana de Arte Moderna foi o rompimento com o passado e a luta por uma arte nova e independente.
b) O tema é uma crítica à burguesia paulistana.
c) O poema é exemplo de verso livre (sem rimas, sem isometria ou
regularidade métrica). O verso livre é exemplo de poesia antiacadêmica, sendo um dos seus intuitos o combate ao soneto
parnasiano, exemplo maior de academicismo.
29. É insólita a metáfora “alma rala”, em que se aplica a algo imaterial
um adjetivo de sentido físico.
30. a) No verso “Espaçonaves, guerrilhas”.
b) No verso “Em dentes, pernas, bandeiras” (exemplo de metonímia, o que caracteriza a fragmentação do mundo).
20. a) Trata-se do verbo teadorar, uma palavra-centauro: inclui o verbo
adorar e o nome da amada (Teodora), que é refe­renciado pelo
pronome átono te.
b) Os quatro primeiros versos evidenciam a primazia de arte poética (em que se manifesta um amor quase pla­tônico) sobre algum amor vivenciado de fato pelo eu lírico.
LR.09
31. Os verbos no passado marcam a etapa na qual os versos do poeta
não despertaram emoção. O presente marca os versos que o
poeta oferece ao leitor. Os verbos no futuro indicam a etapa de
envolvimento do leitor na construção do texto.
21. Macunaíma é um romance (ou rapsódia, como fez questão de frisar
o próprio autor) que apresenta uma junção de histórias fantásticas e
folclóricas, principalmente da selva amazônica, como forma de criar
uma identidade nacional. Com relação à linguagem, a sintaxe e pontuação desrespeitam as regras da gramática normativa. Vale ressaltar que a narrativa se aproxima da oralidade.
32. O uso repetido da expressão “tu que me lês” e verbos no futuro
(“porás”, “acharás”), que expressam possíveis (re)ações do leitor.
33. a) O verdadeiro erro do jornal foi não ter escrito corretamente o
feminino de “peixe-boi”.
b) O texto 2 esclarece que o feminino de “peixe-boi” não é “peixe-vaca”, como muita gente imagina, nem “peixe-boi fêmea”, já que
não é um substantivo epiceno, ou seja, que designa animais
que têm apenas um gênero (masculino ou feminino). No entanto, o
texto não informa que o feminino de “peixe-boi” é “peixe-mulher”.
22. Macunaíma, o protagonista apresenta-se como um anti-herói (o
herói sem nenhum caráter): mentiroso, preguiçoso, oportunista e
promíscuo sexualmente, o que não difere do antagonista da obra,
Venceslau Pietro Pietra, o gigante Piaimã, com quem Macunaíma
duela para obter novamente a pedra Muiraquitã que sua mulher,
Ci, havia-lhe deixado.
34. Provavelmente, a plateia riu da primeira pergunta porque muitas das
pessoas ali presentes também não saberiam a resposta; as risadas
se prolongaram em função da ironia do palestrante em relação à
pergunta, pondo em xeque a qualidade da prova, uma vez que é irrelevante que um candidato a oficial de justiça saiba a forma feminina de “peixe-boi”.
LR.07
23. Rejeição ao preconceito de raça e cor: fazem parte do grupo dos
capitães da areia meninos brancos, mulatos e negros, sem que haja
qualquer tipo de distinção entre eles.
Rejeição ao preconceito religioso: catolicismo e candomblé fazem
parte do dia a dia dos capitães da areia. O primeiro representado
pelas figuras de Pirulito e padre José Pedro; o segundo pela figura
da mãe-de-santo dona Aninha.
Rejeição à figura feminina: o grupo dos capitães da areia é formado
somente por meninos (cerca de cem, sendo que quarenta dormiam no
trapiche à beira do cais). Esta rejeição só é quebrada com a chegada de
Dora, que, aos poucos, ganha a confiança dos meninos, tornando-se
uma espécie de amante (Pedro Bala) e mãe (dos outros meninos).
Preconceito sexual: dentro do grupo dos capitães da areia, a figura
do homossexual passivo é rejeitada por eles.
LR.10
35. a) Esse jogo de palavras é possível porque, na frase “Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se parado neste
andar”, a palavra em destaque pode ser compreendida como
substantivo próprio – alguém (um maníaco) que fica parado no
elevador, levando a comunidade “Eu tenho medo do Mesmo” a
satirizar o aviso.
b) Entre várias possibilidades: Antes de entrar no elevador, verifique se ele encontra-se parado neste andar.
36. Quem gosta de samba / bom sujeito é, / é legal da cabeça / ou sadio
do pé.
24. a) Apesar de não ser um soneto tradicional (decassílabo ou dodecassílabo), forma poética amplamente cultivada por Vinicius de
Moraes (como o “Soneto de fidelidade”; o “Soneto da separação” e o “Soneto do amor maior”), a estrutura de “Poética” tem
a mesma de um soneto, isto é, dois quartetos, dois tercetos, rimados entre si. Escandindo o pequeno soneto, encontram-se
versos tetrassílabos e pentassílabos.
37. Eu “provim” do samba / com o samba “convivi”.
38. Apesar de bandidos agirem como se fossem deuses, matando
indiscrimi­nadamente, na certeza da impunidade, apesar das injustiças cometidas em nosso país devido a leis errôneas e ultrapassadas,
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
28. Na obra, tematiza-se tanto a exclusão social da migrante nordestina
quanto a crise existencial. Essa percepção do incô­modo da existência já se identifica logo no primeiro período: “Talvez a nordestina já
tivesse chegado à conclusão de que vida incomoda bastante, alma
que não cabe bem no corpo, mesmo alma rala como a sua”. O estilo
algo “brutalista” (vide ausência de artigos em “vida” e “alma”) e os
diminutivos in­sólitos (“imaginavazinha”) são algumas das marcas estilísticas dessa obra.
LR.11
39. Na primeira fase, a preposição em indica circunstância de lugar; na
segunda, indica circunstância de tempo (quando era menino).
40. a) O autor faz essas referências para enfatizar o destinatário, ou
seja, o leitor do texto.
b) Essas referências trazem o leitor para mais perto do texto, chamando sua atenção (e responsabilidade) para um assunto importante, de tal forma que ele se sinta parte do que se fala no
texto, numa espécie de cumplicidade com o autor.
c) Caro leitor = vocativo; você = sujeito (da oração “já desconfiava”); leitor = vocativo.
41. O apoio aos seus projetos, à sua ousadia, à sua liberdade e à sua
cidadania está fazendo 200 anos.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
42. Os termos reescritos são complementos nominais e eles são importantes para, como o próprio nome diz, completar o sentido do nome
“apoio”, especificando-o.
LR.12
43. Sim, é correto fazer essa afirmação, pois, no trecho, não há conjunções integrantes ou outras ex­pressões que introduzam orações
substantivas.
em língua é diferente daquela relacionada à situação do homem ou
mulher na sociedade, estudada, principalmente, pelas ciências sociais e humanas.
52. Exemplos de substantivos que possuem apenas gênero: o telefone,
a faca, o silêncio, a tristeza.
Exemplos de substantivos que possuem gênero sexual: a dançarina,
o professor, a tia, o sobrinho.
53. A expressão “a favor de” significa “favorável a”, o que indicaria que
Carla Brunni é favorável a Cesare Batistti; no entanto, considerando
o contexto, o correto seria “em favor de”, que significa “em prol de,
em benefício de”.
54. A expressão correta é “ter dado de mamar a alguém”, sendo o termo em destaque objeto indireto do verbo; como o pronome (l)o
substitui o objeto direto, o correto é usar o pronome lhe para o indireto. Reescrevendo a frase, temos: Acho que mesmo sua mãe deve
ter lamentado ter-lhe dado de mamar.
LR.15
55. A frase proferida pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso,
transcrita sem vírgula, revela que ele não é contrário à privatização
da Petrobras, ou seja, é favorável, posição que torna embaraçosa a
situação de Alckmin, então candidato à Presidência da República e
colega de partido.
44. “como a dengue”, “como visto”, “como essa”, “como grupo social”.
56. “Ato falho”, na psicanálise, é um equívoco na fala, na memória,
provocado hipoteticamente pelo inconsciente; por meio do ato falho o desejo do inconsciente é realizado. Em outras palavras, o
ex-presidente acabou revelando o que realmente pensava e qual a
sua verdadeira posição quanto à privatização da Petrobras.
45. A comparação facilita a compreensão daquilo que se informa no
texto, já que o leitor possui uma referência para apreender as novas
informações.
57. O ex-presidente pode ser comparado à Sibila de Cuma, que atribui
à ausência da vírgula ou sua colocação em posição equivocada na
frase a incorreta interpretação de suas palavras.
46. a) O enunciado que produz ambiguidade é o I, pois o pronome
relativo “que” pode referir-se tanto à “funcionária” quanto à
“seção”.
b) O enunciado II não contém ambiguidade porque o pronome relativo “que” só pode referir-se ao nome “funcionário” (“que foi o”), e
não a “seção”.
58. Você irá, voltará não, morrerá na guerra.
LR.13
47. Embora tenha negado tudo, as acusações feitas por seus subordinados abalaram tanto as relações com os colegas de trabalho, que ele
mesmo pediu demissão.
48. O texto se estrutura com uma argumentação que exemplifica, explica, num tom de conversa com o leitor e respeito a ele; nele o autor
se identifica, assim como a seu colega, revelando a responsabilidade
por aquilo que escreve; além disso, convoca/convida o leitor a
se posicionar, a se expressar a respeito do que foi abordado no
texto, revelando, também, uma postura democrática.
49. Por ser um texto longo, que se vale de explicações para justificar
seus propósitos, predomina o período misto, ou seja, com orações
subordinadas e coordenadas.
50. Embora sejam textos cujas ideias se opõem, não se pode dizer que
um esteja certo e o outro, errado. Há que se levar em conta, sempre,
o contexto, o produto, o público-alvo, o desejo do anunciante, a
autonomia da agência de publicidade, enfim, uma série de fatores
que interferem na escolha do tipo de texto.
LR.14
51. O autor se indigna com a radicalização do “politicamente correto”
em relação à concordância, especificamente. Na língua, a questão
dos gêneros não passa pela “questão sexual”, ou seja, os substantivos, com exceção daqueles que indicam a que sexo o ser pertence,
são simplesmente masculinos ou femininos. A concepção de gênero
LR.16
59. a) O deslizamento de sentido ocorre no substantivo afinador (de
piano), que indica o profissional que ajusta as notas dos instrumentos musicais, mas, para a personagem cliente, seria alguém que
pudesse tornar o piano mais delgado, menos grosso.
b) No primeiro quadrinho, o diapasão, ferramenta para afinar
o piano, confirma que o afinador é um especialista em ajustar as notas do instrumento musical; pelas suas feições,
percebe-se que ele tem orgulho disso. No segundo quadrinho, observa-se que o cliente o considera aquele que pode
tornar o piano mais “fino” em espessura; a feição do afinador revela sua indignação com a situação. No terceiro quadrinho, o resultado desse deslizamento de sentido é o piano
quebrado na cabeça do cliente, que classifica o afinador de
“grosso”.
60. Na frase interrogativa, a palavra “vista” é ambígua, pois se relaciona à
imagem de fundo (sugerindo “vista” para o oceano) e à reiteração do
próprio vocábulo no texto principal do anúncio.
61. Aplique na melhor e mais bela paisagem do Rio. Ao olhar (ler) este
anúncio, não se esqueça de que nosso objetivo maior é o seu prazer.
E fazemos questão de ser este o nosso objetivo (ou: E este será
sempre nosso objetivo).
62. a) A ilustração remete a um tipo de sociedade desenvolvida tecnologicamente ou muito desenvolvida.
b) Construções imponentes de aspecto futurista e trânsito bom
(entre outras possibilidades).
c) O critério é o alto poder aquisitivo que faz uma pessoa ser considerada “alguém”; por outro lado, se ela não tiver dinheiro, é
considerada “ninguém”. Esse critério é fundamentado pela ideia
de que quem não tem dinheiro está excluído da sociedade.
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L. Portuguesa
é um retrocesso querer a pena de morte no Brasil, principalmente
no que diz respeito aos direitos humanos. Exatamente porque o poder legislativo é eleito e bem pago pelo povo, é que ele deve cumprir
o seu verdadeiro papel: elaborar leis rígidas e fiscalizar se elas estão
sendo cumpridas.