Revista Fecomércio - Junho

Transcrição

Revista Fecomércio - Junho
Revista do Sistema
Fecomércio-DF:
Sesc, Senac e
Instituto Fecomércio
Ano XVIII nº 205
Junho de 2015
PIRATARIA
NAS RUAS
Ousadia dos camelôs e fiscalização tímida
impõem desordem e perdas ao comércio.
Contrabando de produtos falsificados dá prejuízo
de R$ 700 milhões por ano à economia local
Entrevista // Pág. 8
Paulo Salles
Secretário de Ciência, Tecnologia
e Inovação do DF
Revista Fecomércio DF
1
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18 anos, com coparticipação e acomodação coletiva (tabela de julho/2014 - DF).
1
registradora
[email protected]
Raphael Carmona
Laços estreitados com a Áustria
O presidente da Fecomércio-DF, Adelmir Santana,
recebeu no dia 19 de maio, na sede da FecomércioDF, a visita de cortesia da embaixadora da Áustria no
Brasil, Marianne Feldmann. No encontro, a diplomata
propôs uma parceria com o Sesc para divulgar a
cultura austríaca nas unidades do Sesc no DF. “Sempre
gostamos de estimular a difusão da cultura internacional
sem fins lucrativos e será um prazer receber essa rica
experiência aqui na capital”, comentou Adelmir.
Nova regulamentação do Pró-DF
O setor produtivo do DF está apreensivo com relação às mudanças
no Pró-DF, por meio do decreto nº 36.494. Em reunião na sede na
sede da Fecomércio-DF na última semana de maio, os empresários
afirmaram que há vários pontos contrários aos anseios do setor.
Entre as questões vistas como negativas está o artigo 28, que
suspende as resoluções registradas pelo Conselho de Gestão
do Programa de Apoio ao Empreendimento Produtivo do DF
(Copep-DF). O artigo 24 também foi motivo de debate – segundo
ele, as empresas que têm contrato de concessão de direito real
de uso com opção de compra, assinados até 31/12/2010 com a
Terracap, deverão se implantar definitivamente no prazo de 12
meses, improrrogáveis, sob pena de terem os ajustes rescindidos
e os benefícios cancelados. Eles decidiram solicitar ao Executivo a
revogação do decreto ou aperfeiçoamento com ampla discussão.
Governo eleva CSLL
Errata
Ao contrário do que
foi publicado na
última edição, a foto
que ilustra a coluna
Direito no Trabalho
não é da colunista
Raquel Corazza,
mas de Cely Soares.
@fecomerciodf
4
Revista Fecomércio DF
A partir de setembro, os bancos terão de
pagar mais imposto sobre lucros. Uma Medida
Provisória (MP) publicada no Diário Oficial da
União em maio eleva a Contribuição Social
Sobre Lucro Líquido (CSLL) de 15% para 20%.
Por se tratar de MP, a decisão terá de ser
aprovada pelo Congresso para não perder a
validade. Além dos bancos, serão afetados
corretoras, distribuidores, seguradoras,
empresas de capitalização e cartão de crédito.
/fecomerciodf
fecomerciodf.com.br
revista
COORDENADOR DE COMUNICAÇÃO DO
SISTEMA FECOMÉRCIO-DF
Diego Recena
REVISTA FECOMÉRCIO
Diretor de Redação: Diego Recena
Editora-Chefe: Taís Rocha
Editora Senac: Ana Paula Gontijo
Editor Sesc: Marcus César Alencar
Fotógrafo: Raphael Carmona
Repórteres: Andrea Ventura, Daniel
Alcântara, Fabíola Souza, Luciana Corrêa,
Liliam Rezende, Sacha Bourdette e Sílvia Melo
Projeto Gráfico Gustavo Pinto e
Anderson Ribeiro
Diagramação: Gustavo Pinto
Capa: Gustavo Pinto
Revisora: Fátima Loppi
Impressão: Coronário
Tiragem: 60 mil exemplares
REDAÇÃO
SCS, Quadra 6, bl. A, Ed. Jessé Freire,
5º andar - Brasília - DF - 70.306-908
(61) 3038-7527
CONTATO COMERCIAL
Joaquim Barroncas – (61) 3328-8046
[email protected]
junho 2015
34
8
Abaixo a pirataria
Comércio ilegal de
produtos invade as ruas
do DF e traz prejuízos
para empresários e para
a sociedade
Entrevista
Paulo Salles
Artigos
18
Economia
Raul Velloso
20
Doses Econômicas
César Augusto Moreira Bergo
46
Agenda Fiscal
Adriano Marrocos
54
Direito no Trabalho
Raquel Corazza
Raphael Carmona
Colunas
24
Financiamento salgado
Compra de imóveis tem
novas regras e afeta setor
imobiliário de forma negativa
28
Trabalho é lugar
para ginástica
Cada vez mais
empresas aderem
a programas de
laboral para os
funcionários
16
Gastronomix
Rodrigo Caetano
22
Gente
Sílvia Melo, José do Egito
e Gabriela Vieira
33
Vitrine
Taís Rocha
56
Tecnologia
Renato Carvalho e
Jens Schriver
Seções
48
52
55
62
66
Indicadores do Comércio
Caso de Sucesso
Empresário do Mês
Pesquisa Conjuntural
Pesquisa Relâmpago
Revista Fecomércio DF
5
CONSELHO CONSULTIVO
Conselheiro Presidente
Alberto Salvatore Giovani Vilardo
Conselheiros
Antônio José Matias de Sousa
Jose Djalma Silva Bandeira
Laudenor de Souza Limeira
Luiz Carlos Garcia
Mitri Moufarrege
Rogerio Torkaski
DIRETORIA (TITULARES)
Presidente
Adelmir Araujo Santana
1º Vice-presidente
Miguel Setembrino Emery de Carvalho
2º Vice-presidente
Francisco Maia Farias
3º Vice-presidente
Fábio de Carvalho
VICE-PRESIDENTES
Antonio Tadeu Peron
Carlos Hiram Bentes David
Edy Elly Bender Kohnert Seidler
Francisco das Chagas Almeida
José Geraldo Dias Pimentel
Glauco Oliveira Santana
Tallal Ahmad Ismail Abu Allan
DIRETORES-SECRETÁRIOS
Vice-Presidente-Administrativo
José Aparecido da Costa Freire
2º Diretor-Secretário
Hamilton Cesar Junqueira Guimarães
3º Diretor-Secretário
Roger Benac
DIRETORES-TESOUREIROS
Vice-Presidente-Financeiro
Paolo Orlando Piacesi
2º Diretor-Tesoureiro
Joaquim Pereira dos Santos
3º Diretor-Tesoureiro
Charles Dickens Azara Amaral
DIRETORES ADJUNTOS:
Hélio Queiroz da Silva
Diocesmar Felipe de Faria
Francisco Valdenir Machado Elias
DIRETORES SUPLENTES:
Alexandre Augusto Bitencourt
Ana Alice de Souza
Antonio Carlos Aguiar
Clarice Valente Aragão
Edson de Castro
Elaine Furtado
Erico Cagali
Fernando Bezerra
Francisco Messias Vasconcelos
Francisco Sávio de Oliveira
Geraldo Cesar de Araújo
Jó Rufino Alves
Jose Fagundes Maia
Jose Fernando Ferreira da Silva
Luiz Alberto Cruz de Moraes
Milton Carlos da Silva
Miguel Soares Neto
Roberto Gomide Castanheira
Sérgio Lúcio Silva Andrade
Sulivan Pedro Covre
CONSELHO FISCAL:
Titulares:
Alexandre Machado Costa
Benjamin Rodrigues dos Santos
Raul Carlos da Cunha Neto
Suplentes:
Antônio Fernandes de Sousa Filho
Maria Auxiliadora Montandon de
Macedo
Henrique Pizzolante Cartaxo
DELEGADOS REPRESENTANTES
JUNTO À CNC
Delegados Titulares
1- Adelmir Araujo Santana
2- Rogerio Torkaski
Delegados Suplentes:
1 - Antônio José Matias de Sousa
2 - Mitri Moufarrege
DIRETOR REGIONAL DO SESC
José Roberto Sfair Macedo
DIRETOR REGIONAL DO SENAC
Luiz Otávio da Justa Neves
DIRETOR DE ÁREA
DE COMBUSTÍVEIS
José Carlos Ulhôa Fonseca
SUPERINTENDENTE
DA FECOMÉRCIO
João Vicente Feijão Neto
DIRETOR DA ÁREA DE HOTÉIS,
BARES, RESTAURANTES E SIMILARES
Jael Antônio da Silva
DIRETORA-EXECUTIVA DO
INSTITUTO FECOMÉRCIO
Elizabet Garcia Campos
SINDICATOS FILIADOS
Sindicato do Comércio Atacadista de Álcool e
Bebidas em Geral do DF (Scaab) • Sindicato
das Empresas de Compra, Venda, Locação
e Administração de Imóveis Residenciais e
Comerciais do DF (Secovi) • Sindicato dos
Salões de Barbeiros, Cabeleireiros, Profissionais
Autônomos na Área de Beleza e Institutos
de Beleza para Homens e Senhoras do DF
(Sincaab) • Sindicato do Comércio Varejista de
Produtos Farmacêuticos do DF (Sincofarma)
• Sindicato das Auto e Moto Escolas e Centros
de Formação de Condutores Classes “A”, “B” e
“AB” do DF (Sindauto) • Sindicato das Empresas
de Representações, dos Agentes Comerciais
Distribuidores, Representantes e Agentes
Comerciais Autônomos do DF (Sindercom)
• Sindicato das Empresas de Serviços de
Informática do DF (Sindesei) • Sindicato das
Empresas de Promoção, Organização, Produção
e Montagem de Feiras, Congressos e Eventos
do DF (Sindeventos) • Sindicato das Empresas
Videolocadoras do DF (Sindevídeo) • Sindicato
do Comércio Atacadista do DF (Sindiatacadista)
• Sindicato do Comércio Varejista de Automóveis
e Acessórios do DF (Sindiauto) • Sindicato de
Condomínios Residenciais e Comerciais do
DF (Sindicondomínio) • Sindicato do Comércio
Varejista dos Feirantes do DF (Sindifeira) •
Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas,
Gêneros Alimentícios, Frutas, Verduras, Flores e
Plantas de Brasília (Sindigêneros) • Sindicato dos
Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas do
DF (Sindilab) • Sindicato das Empresas Locadoras
de Veículos Automotores do DF (Sindiloc) •
Sindicato das Empresas de Loterias, Comissários
e Consignatários e de Produtos Assemelhados
do DF (Sindiloterias) • Sindicato do Comércio
Varejista de Materiais de Construção do DF
(Sindmac) • Sindicato do Comércio de Material
Óptico e Fotográfico do DF (Sindióptica)• Sindicato
do Comércio Varejista de Material de Escritório,
Papelaria e Livraria do DF (Sindpel) • Sindicato
dos Supermercados do DF (Sindsuper) • Sindicato
do Comércio de Vendedores Ambulantes do DF
(Sindvamb) • Sindicato do Comércio Varejista do
DF (Sindivarejista) • Sindicato dos Fotógrafos e
Cinegrafistas Profissionais Autônomos do DF
(Sinfoc) • Sindicato das Empresas Locadoras de
Veículos Automotores do DF (Sindloc) • Sindicato
das Empresas de Sistemas Eletrônicos de
Segurança do Distrito Federal (Siese)
SINDICATO ASSOCIADOS
Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e
Similares de Brasília (Sindhobar) • Sindicato
do Comércio Varejista de Combustíveis e de
Lubrificantes do DF (Sindicombustíveis)
SCS Qd. 6, Bl. A, Ed. Newton Rossi – 5º e 6º andares – Brasília -DF – 70306-911 – (61) 3038-7500
6
Revista Fecomércio DF
editorial
O que os olhos
não veem...
tes ilegais vendem, é porque existem compradores.
De janeiro a abril deste ano, a
delegacia que combate os Crimes
contra a Propriedade Imaterial
no DF (DCPIM), da Polícia Civil, já
apreendeu 90,8 mil DVDs; 35,6 mil
peças de vestuário; 25,9 mil CDs;
24,6 mil programas e jogos. Também estão na lista produtos que
podem afetar diretamente a saúde
de crianças e adultos, como: brinquedos (2,9 mil); bebidas (2,6 mil);
medicamentos (2,5 mil); e cigarros
(2,5 mil).
Apesar de parecer inofensivo
para alguns, o comércio ilegal diminui a arrecadação do Estado,
corrói empregos e incentiva a prática de outros crimes. A pirataria é
uma concorrência predatória. O DF
perde por ano com o contrabando
de produtos falsificados cerca de
R$ 700 milhões. Na sua quase
totalidade, são vendidos produtos
falsificados, produzidos em fábricas clandestinas ao redor do mundo a partir do uso de mão de obra
escrava. Não podemos fechar os
olhos para isso.
“Com uma
fiscalização
tímida e pontual,
muito raramente
os ambulantes
irregulares são
contidos”
Cristiano Costa
O ditado aponta que “o que os
olhos não veem, o coração não sente”. Ao trazer o dito popular para
o cenário econômico do comércio
do DF, nos deparamos com um
grande problema. O que a fiscalização não pune, a economia sente.
A pirataria, os camelôs, o abuso
que deteriora o comércio instituído
estão a olhos vistos, crescendo na
capital federal e nada tem sido feito a respeito.
Com uma fiscalização tímida e
pontual, muito raramente os ambulantes irregulares são contidos.
Com efetivo pequeno dos órgãos
fiscalizadores, em pouco tempo,
as calçadas voltam a ser tomadas
pela irregularidade. Aumentar a
repressão e punir os envolvidos
de maneira exemplar podem ser
duas saídas. De acordo com uma
delegada ouvida por nossa reportagem, o processo de eliminar de
vez a pirataria é mais difícil quando ainda não existe uma pena fixa
ou uma legislação específica para
esse tipo de crime no Brasil.
O consumidor pode achar que
está levando vantagem ao comprar
um produto pirateado, mas se engana. O argumento de que o produto pirata é mais barato cai por
terra quando pensamos nos riscos
que o comprador está assumindo
ao consumir algo sem qualidade. É
o barato que sai caro.
Sem regulamentação e teste de
qualidade feito por órgãos responsáveis fica difícil saber os riscos
que um calçado ou um brinquedo
podem oferecer. Por isso, é preciso
romper o elo que une essa cadeia
de compra-venda. Se os ambulan-
Adelmir Santana
Presidente do Sistema
Fecomércio-DF:
Fecomércio, Sesc, Senac
e Instituto Fecomércio
Revista Fecomércio DF
7
entrevista
Estímulo à
tecnologia
//Por Taís Rocha
Fotos: Raphael Carmona
Paulo Salles, secretário de Ciência,
Tecnologia e Inovação do DF, tem
passagem pela Fundação de Apoio à
Pesquisa (FAP-DF), Finatec, pelo
Comitê de Bacia Hidrográfica
do Rio Paranoá, mas foi no meio
acadêmico que fez sua carreira
mais duradoura. Lecionou por 42
anos, tem doutorado em ecologia
pela Universidade de Edimburgo,
pós-doutorado na Universidade de
Amsterdam e aposentou-se como
professor Associado da UnB. Nesta
entrevista fala de que modo sua pasta
pode impulsionar o desenvolvimento
tecnológico no DF.
O senhor tem um perfil bem
acadêmico. Como é participar de
um governo, como secretário?
Digo que eu fui, sou e serei
professor. Foi como eu comecei
minha vida profissional. Aposenteime depois de 42 anos de
magistério. Sou um cientista, com
pós-doutorado. Representei a UnB
na gestão de recursos hídricos,
como presidente das bacias
hidrográficas dos rios Paranoá
e Paranaíba. Outra passagem
que tive na área de gestão foi na
Fundação de Apoio à Pesquisa
(FAP), como presidente. Fui ainda
diretor da Finatec, da Universidade
de Brasília (UnB). Com relação
à minha participação política,
tenho afinidade com o governador
e tenho uma visão consolidada
do que essa secretaria deve
fazer. Farei o que o governador
nos passou como missão, que
a ciência e a tecnologia sejam
transversais, com interface com
todas as áreas do governo e que
venham se tornar um dos pilares
de uma nova economia, que
mudará o perfil de Brasília. Temos
uma condição ímpar no País, pois
em uma população relativamente
pequena, a base de pessoas com
formação científico-tecnológica
com doutorado, mestrado,
pós-graduação é grande. Temos
condições de dar à economia do DF
uma cara mais moderna. Claro que
isso não se faz em quatro anos,
mas é importante que lancemos
a base dessa nova economia dotar os sistemas econômicos de
comércio, indústria, agricultura,
serviços de modo geral, de uma
base tecnológica. Fazer com que
eles fiquem mais fortes, possam
ser beneficiados das inovações
que aumentarão a competitividade,
a eficiência.
secretaria – ciência, tecnologia e
inovação? Ciência é a produção
de novos conhecimentos, com
métodos, regras definidas, apoio
de uma bibliografia acumulada
ao longo dos séculos, uma
comunidade científica que fiscaliza
o que está sendo feito e novos
conhecimentos sendo gerados. Às
vezes esses novos conhecimentos
não têm aplicação imediata, e
não podemos cobrar do cientista
a aplicação imediata desses
conhecimentos, porque muitas
vezes, essa aplicação só ocorre
em anos. Alguns são aplicados
naturalmente no cotidiano das
pessoas. Quando você consegue
realizar essa aplicação, esse
conhecimento passa a ser do
campo tecnológico. Tecnologia é
a aplicação da ciência. No código
de barras, em que números e
funções matemáticas formam
códigos - isso é do século 17. Por
300 anos elas ficaram guardadas.
Até que em um ambiente em que
a tecnologia já tinha produzido
outras coisas, foi possível que
esse conhecimento tivesse
outras utilidades, como o leitor
de código e o computador. A
tecnologia é usada na aplicação
da ciência resolvendo problemas.
As empresas tinham um estoque
e não conseguiam controlar
entrada e saída dos produtos. O
código de barras foi uma forma de
automatizar estoques, compras,
vendas, enfim. Foi um salto que
a tecnologia proporcionou ao
comércio, serviços, a partir de
conhecimentos científicos. E
continuamos a fazer novos usos
do código de barras a cada dia.
O QR code já é uma evolução do
código de barras. Quem conseguiu
colocá-lo na praça teve um grande
ganho de produtividade.
Nesse cenário que o senhor está
desenhando, existe no DF hoje um
grande movimento de startups.
Como o senhor vê isso?
Vejo com bons olhos. Mas
vamos olhar a base disso tudo.
O que significa o nome da nossa
São conhecimentos muito amplos,
certo? Como resumir o papel da
secretaria em poucas palavras?
O papel da secretaria é ciência
(lidamos com a geração de novos
conhecimentos), tecnologia
(lidamos com a aplicação de novos
“Temos
condições de dar
à economia do
DF uma cara
mais moderna dotar os sistemas
econômicos
de comércio,
indústria,
agricultura,
serviços de modo
geral, de uma
base tecnológica”
Revista Fecomércio DF
9
conhecimentos científicos para
novos produtos e processos) e
inovação (o estímulo para que
essas tecnologias que já estão aí
gerem novos produtos e processos
que vão se tornar novos produtos
para serem consumidos, que vão
gerar novos produtos em escala
industrial, que podem melhorar a
vida das empresas e da população,
que vão gerar mais empregos,
impostos, enfim, mais riquezas).
Nossa secretaria olha para tudo
o que o governo está fazendo
e pensa em ciência, o que está
sendo feito em conhecimentos
científicos que pode melhorar
a mobilidade, saúde, educação.
As startups já são, digamos,
um requinte desse processo de
inovação. Tenho uma boa ideia e
quero criar uma empresa para
pegar essa boa ideia e transformar
em um produto ou um processo.
Ou seja, é uma empresa nova.
Falamos em empreendedorismo,
novas empresas pequenas,
feitas por jovens, que estão tendo
ideias. Mas há outras áreas por
meio das quais se faz inovação e
as empresas empreendedoras
não são chamadas de startups.
A cadeira na qual sentamos
certamente é produto de estudos
que têm uma interface científica.
Tem inovações na cadeira,
nas roupas, na agricultura. É
conhecimento científico que vai
além das startups. Nosso trabalho
é propiciar e disseminar novas
tecnologias, criar meios para os
setores produtivos adquirirem
essas novidades, incorporarem à
sua linha de produção, à cadeia
produtiva, enquanto estamos
incentivando jovens e empresas
que se dedicam à inovação,
incentivando universidades e
institutos de pesquisas, para que
continuem gerando conhecimento
e ciência. Produzir conhecimento
sem aplicação imediata não é
um problema. Senão daqui a um
tempo, onde estará o estoque de
conhecimento? Nosso futuro está
no conhecimento.
10 Revista Fecomércio DF
Como está o novo projeto do
Parque Tecnológico? O que fazer
para ele sair do papel de uma vez?
O nosso parque nasceu com
uma confusão conceitual. Na
justificativa da legislação de
criação há indústrias que irão
construir mobiliário, relógio,
instrumentos, enfim. Há muita
gente que pensa que ele é um novo
polo industrial de alta tecnologia.
Não é um novo Pró-DF para
empresas. Por definição, ele é um
ambiente de inovação, com gente
que faz inovação. Tem que ter
ligação com as universidades, com
a Embrapa, com os ministérios.
Nosso primeiro investimento
tem que ser em gente, daqui e de
fora. Uma de nossas funções é
oferecer bolsas para que possam
trazer conhecimento novo, trocar
experiências.
O que funciona dentro de um
parque como esse?
Temos usado o exemplo do
parque tecnológico de São José
dos Campos. Alguns anos atrás,
foi criado o Centro Tecnológico
da Aeronáutica (CTA). Depois
o Instituto Tecnológico da
Aeronáutica (ITA), que até hoje é
uma referência em Engenharia.
Mais adiante, esse ambiente
criou uma empresa inovadora, a
Embraer, que foi capaz de entrar
em um ambiente competitivo e
ter sucesso nele, porque inovou
e investiu em tecnologia. Esse
parque tecnológico tem uma
âncora, que é a Embraer. O avião
não é fabricado lá. O que tem lá?
Salas com pessoas trabalhando,
no máximo com laboratórios de
testes, outras empresas, enfim.
Nesse ambiente de inovação
as pessoas estão resolvendo
problemas, buscando soluções.
Muitas vezes a empresa nem está
lá, tem somente um escritório
com pessoas que fazem negócios
no parque, com outro escritório
que está longe. Ericsson e Boeing,
por exemplo, têm escritório lá. O
prédio que fabrica está em outro
país, a parte de pesquisa em outro
lugar, em uma universidade talvez.
Isso tudo dá muita dinâmica para
o parque, para a economia, para
as indústrias. Queremos aqui um
parque com essas características,
com um ambiente de inovação
e desenvolvimento tecnológico,
apoiado por indústrias também.
Será que existe espaço para
novos polos de desenvolvimento
tecnológico, para novos distritos
industriais? Às vezes, esses
distritos podem ficar no Entorno e
desenvolver essa região. O parque
tem um valor simbólico, um valor
agregado muito maior. Não é um
conjunto de prédios, mas um
conjunto de pessoas pensando.
A Fundação de Apoio à Pesquisa
terá neste ano uma verba de R$ 23
milhões. Como serão divididos os
projetos, para que áreas, como será?
A FAP segue o modelo da
FAPESP, que é maior e principal,
com orçamento para lá de R$ 5
bilhões. Investiram em ciência
e desenvolvimento tecnológico,
reforçaram a USP. Colocavam
dinheiro pois sabiam que iam obter
resultado. Tornou-se necessário
um ator que fosse capaz de pegar
o dinheiro, colocá-lo nas mãos de
quem faz ciência, com seriedade,
com foco e com resultados. O
CNPQ é outro desses agentes de
financiamento e atende o Brasil
inteiro. Nosso trabalho é este, o
de distribuir dinheiro para quem
faz ciência e desenvolvimento
tecnológico e inovação. De acordo
com a Lei Orgânica do DF, a FAP
tem direito a 0,8% da Receita
Líquida do DF. Neste ano, já
recebeu R$ 23 milhões, mas ainda
virá muito mais por aí.
E como será a distribuição desse
montante?
O dinheiro é distribuído por
editais públicos para quem tem
competência para fazer o que se
propõe. São instituições sérias
que têm como fazer pesquisa
científica, com estrutura montada.
Os projetos são recebidos e para
cada edital é formado um corpo
de especialistas com gabarito
que irão julgar os projetos
apresentados. Atualmente,
esses R$ 23 milhões serão
distribuídos em três editais.
Um deles é de Participação em
Eventos Científicos. Outra é a
Realização de Eventos. O terceiro
edital é o Universal: é preciso
que o interessado apresente
bons projetos em qualquer área
que apoiaremos. Para essa
modalidade, é preciso de vários
comitês de avaliação. Esses
projetos atenderão a diversas
áreas. Nesse tipo de edital, eu não
induzo a demanda. Na verdade, a
comunidade acadêmica traz o que
considera importante dentro do
que estão fazendo.
Há editais para o comércio?
Temos mais que esses R$ 23
milhões, pois há vários convênios
com o CNPQ, por exemplo.
Já começamos a preparar
editais que serão lançados
em breve, em parceria com o
Sebrae, que tem ideia do que é
crucial no empreendedorismo.
Para isso, dispomos de outro
instrumento que é o edital feito
por demanda induzida. Existem
problemas que precisamos
resolver com o governo ou com
o setor econômico. Esse edital
pode convocar interessados
em participar de pesquisas
científicas ou de desenvolvimento
tecnológico. Uma pesquisa
sobre avaliação de programas de
políticas públicas de comércio,
de incentivo fiscal, de doação de
lotes, avaliação do Pró-DF, por
exemplo. Com o aparecimento
dos interessados, realizamos o
julgamento, da mesma forma
como já expliquei. A partir daí,
o governo coloca dinheiro em
um produto que será benéfico
para o que ele está fazendo,
fortalecendo os vários setores
da economia local. O comércio
é um exemplo emblemático
“Queremos aqui um
parque tecnológico
com um ambiente
de inovação e
desenvolvimento
tecnológico,
apoiado por
indústrias também”
disso. Faremos editais voltados
para a solução de problemas
tecnológicos. Precisamos
identificar os problemas relevantes
que possuem um desdobramento,
como controlar o estoque com
eficiência, refrigeração, ventilação,
embalagem, conservação, controle
da distribuição, atendimento
rápido, comunicação, softwares,
problemas que levantamos. Outra
maneira relevante do ponto de
vista das empresas é uma linha
de financiamentos de projetos
da Finep, chamado TecInova, que
é para apoio a micro e pequena
empresa que tenham um problema
tecnológico tratado por quem
entende de tecnologia. O sujeito
ou empresa terá apoio de uma
universidade, de um instituto
de pesquisa.
Revista Fecomércio DF 11
mercado
Eles fazem
a diferença
//Por Luciana Corrêa
Fotos: Raphael Carmona
Cinco profissionais do comércio que se destacam
pela atenção e bom atendimento contam quais as
dicas para conquistar os clientes
T
er um profissional que faz um
excelente trabalho é o sonho de
todo empresário, no ramo do comércio ou na prestação de um serviço. O
reflexo é uma clientela cativa e satisfeita.
Em Brasília, alguns desses profissionais,
como garçons, vendedores, professores,
entre outros, vêm se destacando. O que
eles têm em comum: fazem seu trabalho
com carinho, atenção e profissionalismo.
Para a professora do curso de Recursos
Humanos da Faculdade Senac, Aline
Branquinho, normalmente quem se destaca em uma área é um profissional apaixonado pelo que faz. “É preciso identificar
e reconhecer quando se tem um profissional diferente dos demais. Eles nem
sempre precisam de valorização salarial.
Basta se sentirem em um bom clima no
ambiente de trabalho, se sentirem acolhidos, que terão um reflexo automático
com o público. O investimento em uma
pessoa que está mostrando resultado
trará um ótimo retorno financeiro e de
imagem para o empresário”, explicou.
12 Revista Fecomércio DF
Dicas do Ricardo:
- O profissional tem que saber
tudo sobre o ambiente em que
trabalha, não só o seu trabalho.
- Não trazer seus problemas
pessoais para o local de trabalho.
- Ter diálogo entre os
profissionais e os proprietários
também faz diferença.
TER CARISMA
O cabeleireiro Ricardo Brito tem
32 anos e uma experiência com público infantil que já vem de mais de
15 anos. Já trabalhou como palhaço, animador de eventos, decorador,
modelo, mas seu destaque profissional surgiu depois que fez o curso
de Cabeleireiro do Senac. “Quando
comecei, fazia cortes para adultos,
mas sempre conquistava as crianças que iam lá. Meu chefe me indicou para um salão infantil e já estou
no ramo há 10 anos”, conta. Hoje,
Ricardo trabalha no Little Star, na
407 Sul. Para ele, o diferencial está
em conquistar e fazer o seu trabalho sem estressar a criança. “É um
cliente delicado e difícil de lidar”,
explica. O carisma e a segurança no
atendimento são pontos que o profissional diz fazer parte do dia-a-dia.
“A criança é muito sensitiva. É preciso ser divertido, atencioso, mas a
paciência é um dos principais pontos que precisamos ter, além da agilidade. Os pequenos têm um limite
de tempo e os barulhos da tesoura
e máquina de cabelo incomodam”,
destaca. Para lidar com reclamações, ele conta que é preciso saber
ouvir, analisar bem tudo que vai fazer e pensar antes de falar. “Tudo se
resolve com conversa. E é preciso
buscar a maturidade, mas ela só
vem com o tempo”, conclui.
SER EXEMPLO
Cícero já é bem conhecido na cidade. Garçom há 38 anos no restaurante Beirute, Cícero Rodrigues Santos, de 65 anos, fala de seu
segredo para o sucesso: o sorriso. “O garçom precisa ter um sorriso
que uma criança dá para um pai ou uma mãe: encantador. Com isso,
ele conquista o cliente e então pode atendê-lo melhor”, conta. Com
tantos anos de trabalho, o garçom fez diversas amizades e conquistou o respeito de muitos. Trabalhava no restaurante da Asa Sul e foi
chamado para a unidade da Asa Norte para treinar os garçons. Ele
conta que gosta de ensinar fazendo, e, em vez de aplicar um treinamento, pegou sua bandeja e foi servir. “Comecei a servir, mostrei
como se faz e eles aprendem me olhando. Eu gosto de ensinar dando
o exemplo. Quando vejo algo errado, seja na montagem ou no jeito de
servir, eu dou dicas, ajudo”, explicou. Na hora de falar de reclamações que já ouviu, Cícero se mostra experiente. “O garçom tem que
saber que em uma mesa, sempre vai ter um cliente que não será
agradado. Agradeça e saiba se desculpar com a pessoa, e garanta
que de uma próxima vez poderá fazer melhor”, conclui.
Dicas do Cícero:
- Primeiro tem que conquistar o cliente com boas maneiras.
- Ser muito atento não só aos clientes que atendeu, mas ter uma visão geral.
- Conviver bem com os colegas e ser parceiro.
- Ser sempre comunicativo.
Revista Fecomércio DF 13
mercado
Dicas da Leilah
- Ter sinceridade, clareza, estar à
disposição para ouvir e falar.
- É preciso escolher a área pela qual
mais tem paixão.
- Estudar sempre, não achar que
sabe tudo pela experiência que tem.
- A vida ensina coisas novas
todos os dias.
TER AMOR
Leilah Gondim tem 41 anos e é professora de natação e psicomotricidade de bebês e crianças a partir
das seis semanas de vida. Seu encantamento pelo público com que trabalha surgiu quando estava no ensino
médio e sua irmã e uma sobrinha nasceram na mesma
época. “Eu ajudei a cuidar das duas. Decidi então que
iria fazer Educação Física, para trabalhar com crianças
e bebês”. A profissional destaca que em primeiro lugar
é preciso amar, gostar do público escolhido. Entender a necessidade de cada criança naquele momento,
colocar-se no lugar dela e da família. “É preciso criar
uma relação emocional e afetiva. O resultado vindo
dessa relação é o diferencial”, explica. A professora se
mostra orgulhosa de seu trabalho e diz que cada dia
de aula é como se fosse o primeiro dia de trabalho. “É
excelente ver no dia a dia o crescimento, o desenvolvimento das crianças. Leilah destaca que reclamações
são sempre bem-vindas, que tira delas a motivação
para ser cada vez melhor. “Tanto as críticas quanto as
sugestões vêm por ter alguma falha a ser sanada. Devemos saber lidar com cada uma delas”, conclui.
14 Revista Fecomércio DF
SER EDUCADA
Com o sonho de trabalhar na capital, Luzia
Ribeiro Bezerra, de 35 anos, veio de Tocantins
e começou há sete anos como atendente de
lanchonete. Há cinco anos, está no restaurante Koni Store, no Guará II, e com pouco tempo,
se destaca por sua forma de atender. “Procuro me colocar no lugar do cliente. Quem paga
meu salário é o cliente, então tem que tratar
bem para ter retorno certo”, conta. Para a
primeira abordagem às pessoas, Luzia destaca que a base é a educação. “É o principal de
tudo. Sou muito comunicativa e para mim tem
que ter dom. Se não tiver, não adianta”, explica. Além de servir, a funcionária é também
supervisora de atendimento do restaurante e
está sempre em busca de uma equipe entrosada. “Tudo depende do carinho. Não adianta
você escolher uma profissão e não ter dedicação naquilo que está fazendo. É preciso gostar
e ter dedicação ao cliente”. Luzia conta que,
quando surgem reclamações, procura pedir
desculpas, ser educada e acalmar o cliente da
melhor forma possível. “Fico muito chateada
quando acontece algum desgaste. Com o tempo que possuo aqui, já conheço a maioria das
pessoas, algumas me chamam e falam da forma que foram atendidos. Chamo o funcionário
e tento ajudar, ensinar”, diz.
Dicas da Luzia:
- Ter carinho e amor pelo que faz.
- Se dedicar. Não adianta colocar uniforme e não se entregar.
- Nunca faça nada com dúvida. A melhor opção é sempre perguntar.
SER DEDICADO
Para Laurindo Feitosa de Alencar, de 42 anos, ser vendedor
não é uma profissão difícil. É preciso gostar, mas para se destacar
tem que ter o dom. “Eu faço aquilo com que eu me identifico. Ao
longo do tempo que venho trabalhando no comércio, há 20 anos,
percebo que há muita gente que não tem muita afinidade. Eu faço
com prazer”, conta. Quem passa pela Drogaria Rosário, no Conjunto Nacional, se depara com vendedor animado e sempre bem
disposto. Ricardo diz que o segredo do atendimento em qualquer
ramo é ter cordialidade e gentileza. “Eu estou sempre preparado
para qualquer pergunta do cliente, consigo orientar melhor assim. Em qualquer profissão tem que estar antenado e, quando se
gosta do que faz, tudo fica mais fácil”, explica. Quanto a reclamações, Laurindo já aprendeu a lidar. “Procuro sempre meu melhor,
procuro me policiar, ver onde estou falhando e tento consertar o
quanto antes”, conclui.
Dicas do Laurindo:
- Ter rapidez e saber orientar.
- Ser verdadeiro e humilde.
- Procurar dar o melhor de si.
- Ter coleguismo e colaborar.
Revista Fecomércio DF 15
gastronomix
http://bloggastronomix.blogspot.com
Rodrigo Caetano
[email protected]
Jornalista
e blogueiro
www.facebook.com/sitegastronomix
Daniel Bitar
Ernesto abre
padaria
artesanal
Historiadora, empresária, barista...
e agora, padeira. Juliana Pedro,
dona do Ernesto Café, começou a
fazer pães em casa, de brincadeira,
para “competir” com o marido – um
cozinheiro de mão cheia. ”Queria
impressioná-lo de alguma forma”,
diz Juliana. O que era hobby virou
negócio depois de mais de dois
anos de qualificação e investimento.
Nesse período, ela fez cursos em
São Paulo com Rogério Shimura,
uma das maiores autoridades de
panificação do País, proprietário
de uma escola na capital paulista e
autor de livros sobre o assunto, e fez
estágio na Miolo Padaria Orgânica,
próxima à Serra da Cantareira (SP).
Voltou com a ideia de fabricar
pães para o Ernesto Café – que já
tem produção de bolos e doces e
torra grande parte de seus grãos
Pílulas
servidos nos mais variados tipos de
café. Para a empreitada, contratou
dois padeiros com bom currículo,
comprou máquinas, investiu na
qualidade da matéria-prima (farinha
bagatelle) e teve consultoria do
especialista Jacques Paulin, da
France Panificação. Algumas noites
de sono investidas, Juliana anuncia
seu cardápio.
vendendo cervejas artesanais, doce
de leite, goiabada cascão. Entraram
sanduíches, omeletes, tapiocas,
tortas e quiches, sucos e opções de
café da manhã como o Combinado
(cesta de pães da casa, manteiga,
geleia, mexido de ovos, fatia de
bacon, salada de fruta com granola
caseira, iogurte, suco de laranja),
por R$ 30.
A banquinha de pães fica nos fundos
do Ernesto Café. Além dos produtos
da panificação, o café também está
Ernesto Café
115 Sul, bloco C, Loja 14
(61) 3345-4182
gastronômicas
Wbeer
A marca Wine, especializada em venda e distribuição de
vinhos selecionados pelo Brasil, lança nova aposta. É a
Wbeer.com, focada nos amantes das cervejas especiais.
São mais de 300 rótulos diferentes. “Os rótulos, das mais
diferentes origens, estarão disponíveis para qualquer
16 Revista Fecomércio DF
consumidor que as aprecie e que contará sempre com
uma equipe de profissionais para auxiliar nas escolhas,
harmonizações e quaisquer dúvidas”, afirma Rogerio
Salume, CEO da Wine.com.br e da WBeer.com.br.
Acesse e confira: www.wbeer.com
Rogério Gomes
Pratos
de família
O Rubaiyat Brasília lança criações
em seu menu para servir famílias
ou grupos de três a quatro pessoas.
A criação dos pratos foi do espanhol
Carlos Valentí, chef executivo do
Grupo Rubaiyat, radicado em Madri,
na Espanha.
Mixed Grill (Bife de chorizo, baby
pork, frango caipira da fazenda
Rubaiyat, linguiça de lombo, costela
suína e legumes na grelha), com
arroz ou farofa - R$ 190
Paella Valenciana (camarão, lula,
frango e lombo suíno) - R$ 210
Bacalhau ao forno com cebolas,
brócolis, batata, tomate-cereja
confitado e azeitonas, servido com
arroz com passas - R$ 190
Viagens gastronômicas
Carne da Fazenda Rubaiyat
lentamente guisada com vinho
do porto, macia e suculenta com
polenta cremosa ou arroz branco R$ 160
Festival de Sobremesas (doces
sortidos e frutas) - R$ 35
SCES – Setor de Clubes
Esportivos Sul, Trecho 1, lote 1 A
(61) 3443-5000
Tiradentes
Estalagem do Sabor
Na chegada à cidade, você já encontra
as boas-vindas: o restaurante
Estalagem do Sabor. O chef Vicente
Teixeira trabalha com produtos
regionais e gosta de dar nomes divertidos
aos pratos como o Mané sem Jaleco (mexido
de arroz, feijão, ovo, couve, banana e lombo de porco).
Rua Ministro Gabriel Passos, 280
Baby Beef Rubaiyat - Brasília
(32) 3355-1144
Angatu
A cidade também vive de modernidades sem
perder o pé nas origens. A proposta desse
restaurante - que significa “bem-estar,
felicidade e alma boa”, em Tupi Guarani,
é valorizar os ingredientes brasileiros.
Com a cozinha exposta para a rua e para
o salão, o chef Rodolfo Mayer desenvolve
uma culinária criativa autoral e cria pratos como filé suíno,
molho de cachaça, farofinha de milho, alho assado, ora-pronobis e ovos de codorna tostados.
Rua Santíssima Trindade, 81
(32) 3355-1391
angatutiradentes.com
Virada’s do Largo
Comida mineira de raiz com todo o
sabor a que você tem direito. A chefproprietária Beth Brandão tem um
dos restaurantes mais tradicionais
e premiados de Tiradentes. Sua
comida tem propriedade. O virado da
cozinheira e o tutu com lombo e costelinha
estão entre os preferidos. Beth tem muito orgulho de sua
horta, onde colhe os ingredientes.
Rua do Moinho 11
(32) 3355-1111
viradasdolargo.com.br
Revista Fecomércio DF 17
artigo economia
Retomada do crescimento
e ajuste fiscal
18 Revista Fecomércio DF
A tarefa à frente das autoridades econômicas se mostra muito
árdua, pois, mesmo tendo o governo decidido apoiar a implementação de um importante programa
de ajuste fiscal, e mesmo sendo
possível demonstrar que, sob certas condições, o programa é factível
no seu primeiro ano de execução, a
alta rigidez do gasto impede que se
faça um ajuste efetivo, duradouro e
expressivo das despesas públicas.
Isso mostra que a solução que
acalmará os ânimos dos investidores em títulos públicos brasileiros
só tenderá a se materializar, se for
possível promover uma expressiva
recuperação dos investimentos privados e, portanto, da taxa de crescimento do PIB potencial e, na sequência, da arrecadação de impostos, em tempo hábil para contrabalançar o desrepresamento
de gastos que tenderá a ocorrer
em seguida aos momentos iniciais
críticos do período de ajuste. Isso
conduz à necessidade de uma mudança de atitude do governo, que
deveria tomar todas as providências capazes de estimular o crescimento do investimento privado,
especialmente em infraestrutura,
em que a prioridade é mais do que
óbvia.
Raul Velloso
Doutor em Economia pela
Universidade de Yale (EE.UU).
Atualmente é consultor
econômico em Brasília
“Foi esse
desempenho
desfavorável
da economia
brasileira
que motivou
avaliações
pessimistas tanto
interna como
externamente”
Cristiano Costa
O Brasil vive uma complicada
situação em sua economia, ao se
deparar, na passagem do primeiro
para o segundo mandato do atual
governo, com uma nova crise fiscal de grandes proporções. Não há
mais a auditoria do FMI, mas existe
o risco de o País perder a classificação de “grau de investimento”,
ou de “bom pagador”, nas agências
de risco internacionais mais conhecidas. Isso provocaria uma fuga de
capitais do País em larga escala, e
um desarranjo da economia brasileira mais intenso ainda do que
está ocorrendo no momento atual,
a exemplo de crises já ocorridas e
cuja repetição esperávamos não
mais presenciar. Por isso, é fundamental ter o diagnóstico correto
dos fatores que levaram à crise e
das soluções cabíveis.
O fato é que, em face da queda
da taxa de investimento nos últimos
anos, o Brasil se vê hoje diante da
queda do potencial de crescimento
de sua economia, e, portanto, da
redução de sua capacidade de gerar impostos. Com gastos públicos
muito rígidos, e diante de um programa de desonerações expressivas de tributos, a tendência à queda
da taxa de crescimento da arrecadação tem levado à diminuição
progressiva dos resultados fiscais
primários e à subida tanto da dívida bruta como, mais recentemente,
da própria dívida pública líquida de
ativos financeiros. Foi esse desempenho desfavorável da economia
brasileira que motivou avaliações
pessimistas tanto interna como externamente.
BOLETIM DA CONJUNTURA IMOBILIÁRIA
S Í N T E S E
SINDICATO DA HABITAÇÃO
Abril
Com o cenário econômico dando sinais inequívocos de
continuidade de inflação e instabilidade cambial os indicadores principais medidos pelo sindicato da habitação e
apresentados no mês de abril são negativos. Cabe salientar
a queda nos índices imobiliários de locação e de comercialização. Índices que apresentaram resistência ao longo de
vários meses sofreram com o desgaste da economia.
Outro viés que deve ser contemplado é a limitação de crédito oferecido pelas instituições públicas. Um sinal preocupante em relação ao movimento do PIB do Distrito Federal.
Avalie com mais detalhes os resultados de todos os índices
que afetam o setor imobiliário no boletim disponível em
nosso site
ÍNDICE DE RENTABILIDADE IMOBILIÁRIA
Comercial
Sala comercial
Águas Claras
Brasília
Setor de indústrias
Taguatinga
0,60
0,46
0,45
0,44
ÍNDICE DE PREÇOS
Variação Mensal
0,90%
0,00%
IGP - M
Março
Abril
0,98 1,21
1,17 0,92
%
%
%
%
IPCA
INCC
0,70 1,32
1,10 0,71
%
%
%
%
0,62
0,46
%
%
A região de Águas Claras apresenta a melhor relação
de rentabilidade em salas comerciais, comparado
com as demais regiões.
%
%
Veja mais no Boletim Completo em nosso site.
ÍNDICE IMOBILIÁRIO SECOVI - DF
Locação
Comercialização
113,409
110,000
IPC
A economia não sofreu alterações significativas
desde o último mês. Os indicadores de forma geral
refletem o alto impacto inflacionário do início do
ano, em referência aos preços administrados.
ÍNDICE IMOBILIÁRIO SECOVI - DF
116,000
IGP - DI
126,387
127,000
124,370
110,320
124,000
122,000
abril14
mai14
jul14
set14
nov14
jan14
mar15
abril15
O Índice imobiliário SECOVI DF reflete o
comportamento geral dos preços de aluguel
e de venda dos imóveis ofertados no DF.
Demonstra as tendências do mercado imobiliário auxiliando nas tomadas de decisão.
abril14
mai14
jul14
set14
nov14
jan14
mar15
abril15
VEJA O BOLETIM COMPLETO NO SITE:
www.secovidf.com.br
Leve sua imobiliária para o SECOVI-DF: 3321 4444
%
%
artigo doses econômicas
Estratégia como
ferramenta de investimento
Parceria:
fases que são necessárias para a
elaboração de uma estratégia capaz
de eliminar a subjetividade e estabelecer objetivos concretos, a saber: a)
cenário (levantamento de situações
capazes de antecipar os riscos); b)
estratégia (caminho a ser seguido);
e c) implementação (consistência,
acompanhamento e controle).
Esses conceitos são relativamente simples, mas a fase de implementação é a que apresenta maior grau
de dificuldade. Não raro o investidor
descuida-se de compreender a natureza e as características básicas dos
investimentos. A disciplina e a paciência são atributos fundamentais para
atingir o sucesso no mercado financeiro. É importante evitar modismos
e não mudar de estratégia a cada
instante. O investidor deve assumir
consigo mesmo o firme compromisso
de buscar conhecimento para pensar
por si mesmo. A precisão na alocação
de ativos em uma carteira de investimento é, também, fator importante
e não permite improvisos, que invariavelmente são punidos com perdas
que atingem parcela significativa do
capital investido. Portanto, não é razoável depender exclusivamente da
intuição ou da sorte na elaboração de
uma estratégia de alocação de ativos.
Nesse sentido ecoa no mercado a
emblemática frase de Max Gunther,
autor do livro Axiomas de Zurique: “se
astrologia funcionasse, todos os astrólogos seriam ricos”.
Um investidor para elaborar sua
estratégia precisa desenvolver uma
boa visão de longo prazo, pois a pro-
César Augusto
Moreira Bergo,
economista
20 Revista Fecomércio DF
babilidade é inerente ao ato de investir que envolve, ainda, outros fatores,
como: liquidez, rentabilidade, horizonte de investimento e diversificação.
Todos eles servem para diluir risco e
maximizar ganhos. Lembre-se de que
maior o risco maior o retorno, e o objetivo de retorno tem de ser maior ou
pelo menos igual à possível perda. Sabemos que a psicologia do mercado
também desempenha um importante
papel na criação de momentos econômicos positivos e negativos e que a
“crise”, longe de ser um flagelo nocivo, é uma oportunidade de colocar em
prática uma estratégia que deve ser
rigorosamente observada nos bons e
maus momentos do mercado. Caso
os pontos aqui mencionados sejam
observados com afinco, tenho a certeza de que esta atitude fará o mercado financeiro ter mais um investidor
bem-sucedido: VOCÊ.
Raphael Carmona
Com certeza você já ouviu falar que toda crise representa uma
oportunidade. Mas não é simples
enxergar as oportunidades quando
o improviso e a emoção interferem
em nossas decisões de investimento, que deveriam ser tomadas com
base em análises e informações
devidamente checadas e fundamentadas, para não cairmos na situação
descrita por Kant: “quem não sabe
o que procura, não percebe o que
encontra”. O uso de uma boa estratégia (como conjunto de operações
intelectuais e físicas requeridas para
que se conceba, prepare e conduza
uma atividade com objetivo bem
determinado) além de propiciar o
aproveitamento das oportunidades é
uma vigorosa ferramenta para vencer a crise e auxiliar no estabelecimento das prioridades presentes no
binômio urgência e importância.
Devemos considerar que não
nascemos com ideias e conceitos prontos e toda ideia ou teoria
pode ser desafiada. Mas, no que diz
respeito ao superávit doméstico,
existem apenas duas maneiras de
aumentá-lo: ganhar mais e gastar
menos. Mas, na hora de pensar em
poupar ou investir, muitas vezes nos
cercamos de objetivos vagos, como:
“ter uma aposentadoria tranquila” e
desconhecemos o valor do esforço
financeiro para alcançar tal objetivo.
Por esse motivo, vale expor as três
Dona Alice
cozinhou o milho
e o trem tá bonito.
A
Família Sesc
já está pronta
para receber a sua.
Datas e unidades:
Taguatinga Sul - 30 de maio
913 Sul - 12 de junho
Gama - 12 e 13 de junho
Taguatinga Norte - 3 e 4 de julho
Guará - 11 de julho
Samambaia - 11 de julho
Ceilândia - 7 e 8 de agosto
Entrada:
R$ 5,00
Comerciário / Dependente
/ Convênio / Gerontologia
R$ 7,00
Usuário (Exceto Sesc Ler
Samambaia: Entrada Franca)
PARA MAIS INFORMAÇÕES, ACESSE NOSSO SITE, REDES SOCIAIS OU LIGUE PARA NOSSA CENTRAL:
Programação:
Comidas típicas;
Apresentação de quadrilhas;
Brinquedos infláveis;
Jogos típicos;
Música ao vivo e Djs.
Horário:
18h
www.sescdf.com.br
facebook.com / sescdistritofederal
@ sescdf
0800 617 617
gente
Duas décadas
de sucesso
//Por José do Egito
Luta diária na
agricultura
//Por Sílvia Melo
Foto: Daniella Bizerra
Força de vontade para superar as dificuldades,
dedicação e incentivo foram fatores decisivos que
levaram Noilde Maria de Jesus, de 45 anos, a ganhar
o Troféu Ouro, na categoria Produtora Rural, do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios. Única do DF a ser
premiada, a mineira de Montalvânia veio para Brasília
quando tinha 18 anos para acompanhar os pais, agricultores que conseguiram trabalho em uma chácara
em Brazlândia. Há 16 anos, adquiriu uma propriedade
no assentamento Betinho, onde passou a morar com
a família. Separada e mãe de nove filhos, com idades
que variam entre cinco e 25 anos, ela passou a sustentar a família trabalhando em chácaras e recebendo
por diárias em lavouras. “Recebia pouco e percebi que
tinha que mudar. Saía de casa às 6h e voltava às 18h.
Passava muito tempo longe dos meus filhos”. Há seis
anos, ela conseguiu um empréstimo pelo Pronaf e começou a plantar morango na própria chácara. “Passei
a vender o que produzia, mas sentia que podia fazer
mais”. Com apoio da Emater e consultoria do Sebrae,
Noilde passou dos 5 mil pés de morangos para 40 mil.
Planta também vagem, beterraba e abóbora. Toda a
produção é vendida na Ceasa e para o governo. Além
disso, comercializa na Festa do Morango. “Meu sonho
agora é ter uma agroindústria para produzir polpa da
fruta e vender”, destaca.
22 Revista Fecomércio DF
Foto: Divulgação
Nascido em Brasília, Ricardo Pipo, 42 anos, é
ator, humorista e um dos integrantes da Companhia Os Melhores do Mundo, que segue há 20 anos
arrancando risadas da plateia no Brasil e exterior.
Pipo se destacou no cenário cultural da cidade como
apresentador do Jogo de Cena, ao lado de Welder Rodrigues durante 14 anos. Casado e pai de três filhos,
revela que o sucesso da companhia se deve à perseverança e autenticidade dos integrantes. “Não existia
uma cena antes em Brasília. O que ficamos felizes é
de criar esse momento e depois aparecerem diversos
grupos com o nosso estilo, como é o caso da companhia teatral Setebelos. A persistência e a dedicação
é o que nos faz continuar”, destaca. Pipo interpreta
“Hermanoteu” no teatro e também é o narrador da
saga do imbatível Joseph Climber. Para comemorar
os 20 anos de carreira, a Cia de Comédia Os Melhores
do Mundo cumpre o ano de 2015 apresentando seu
repertório por todo o Brasil. Entre as comemorações,
20 artistas gráficos de Brasília estão transformando a
saga de Hermanoteu na Terra de Godah em histórias
em quadrinhos. O humorista explica que a companhia
também planeja gravar um DVD em julho deste ano
sobre Misticismo, um dos espetáculos de grande sucesso apresentados em Brasília. “Vamos reproduzir
um pouco de cada religião”, conta.
Cinco
perguntas
para Jurema Sousa
Sócia-proprietária do Martinica Café (303
Norte), que em 2015 comemora 25 anos, a
jornalista Jurema Sousa foi a idealizadora do
empreendimento considerado o primeiro café
noturno da cidade.
//Por Silvia Melo
Como surgiu a ideia de abrir o Martinica?
Eu exercia a profissão de jornalista há dez
anos, mas sonhava em ter o próprio negócio.
Começou bem familiar. Hoje somos quatro
sócios.
//Por Gabriela Vieira Foto: Celso Júnior
Nascida e criada em Brasília, Ana Siqueira, de
28 anos, se formou em Psicologia pela Universidade
de Brasília (UnB), mas ao atuar na profissão percebeu que faltava algo que a impulsionasse. Nesse
mesmo período, entrou em contato com o mundo
da maquiagem e desde então se viu apaixonada pelo
trabalho de maquiadores como Alex Box, Kabuki,
Topolino e o brasileiro Daniel Hernandez. Aos 24
anos, mudou-se para Nova Iorque com o objetivo
de explorar seu lado artístico de forma profissional.
“Achei que o trabalho de maquiadora equilibrava
bem o escape criativo e potencial de ganho financeiro. Fiz cursos e me joguei na indústria da moda
e publicidade. Comecei autodidata e depois cursei
a Escola Make-up Designory”, conta. Com a ideia
de incorporar o corpo e a maquiagem em suas criações, a Body Paiting, arte que consiste na pintura
corporal, chamou atenção de Ana. Em uma de suas
vindas a Brasília, seu fotógrafo lhe apresentou a
“Living Art”, arte que esconde o corpo ao fundo por
meio da pintura. Dessa iniciativa nasceu o projeto
Habitathos, inspirado no trabalho de Athos Bulcão.
“O trabalho dele é perfeito para o projeto por ser geométrico, colorido e por refletir um dos pilares que
sustentam minha identidade artística: a influência
da experiência urbana chamada Brasília”, explica.
Qual o diferencial do Martinica?
O bom atendimento.
Conhecemos o cliente pelo
nome, conversamos, temos
uma relação amistosa. É
importante fazer ele se sentir
em casa.
O que diria para quem está
começando o próprio
negócio?
Ter persistência e
organização. Não
dar um passo
maior que as
pernas.
Raphael Carmona
Arte inspirada
em Brasília
Por que decidiu por uma cafeteria?
Em Paris vi muitos cafés charmosos, com
cadeiras nas ruas e percebi que em Brasília,
naquela época, não tinha nada parecido.
O que uma empresa precisa
ter para ser
bem-sucedida
hoje em dia?
Uma das coisas
principais é a
honestidade com o
cliente, ou seja, ter
um produto em que
ele pode confiar.
Revista Fecomércio DF 23
setor imobiliário
Sonho adiado
//Por Andrea Ventura Fotos: Raphael Carmona
Mudanças nas regras de financiamento de
imóveis freou o mercado. Categoria pretende
pressionar governo para rever medida
O
sonho de comprar a casa própria está agora mais distante. A Caixa,
principal financiador bancário, alterou as regras para quem quer
comprar imóveis novos, com alteração de cotas de financiamento e
de juros. O motivo, segundo a Caixa, é que o banco sofreu impacto da redução
da captação da poupança e da elevação da taxa Selic. Para imóveis novos,
nas operações do chamado Sistema Financeiro de Habitação (SFH), a cota
de financiamento foi reduzida de 90% para 80%, e nas operações do Sistema
Financeiro Imobiliário (SFI), a cota foi reduzida de 80% para 70%, pelo Sistema
de Amortização Constante (SAC).
Para os imóveis usados, a cota de financiamento passou, desde o dia 4 de
maio, de 80% para 50%, nas operações do Sistema Financeiro de Habitação
(SFH) e de 70% para 40% para imóveis no Sistema Financeiro Imobiliário (SFI),
pelo Sistema de Amortização Constante (SAC). Já em relação aos juros, a Caixa fez um ajuste de 0,3% nas taxas de juros das operações para financiamento
de imóveis residenciais, novos ou usados, contratados com recursos da poupança, com operação dentro do Sistema Financeiro de Habitação.
Em 2014, a Caixa liberou R$ 128,8 bilhões em empréstimos para a casa
24 Revista Fecomércio DF
COTA DE FINANCIAMENTO
IMÓVEIS NOVOS
IMÓVEIS USADOS
90%
80%
80%
50%
Assim ficou o Sistema Financeiro de
Habitação (SFH)
Assim ficou o Sistema Financeiro de
Habitação (SFH)
própria. Para este ano a principal
fonte de recurso para crédito imobiliário será o FGTS e as operações do
Programa Minha Casa Minha Vida,
que não tiveram alterações nas condições de financiamento.
“Hoje há uma visão global de
que o crédito está mais caro. Aliado
a isso há a expectativa da alta de juros e a captação de crédito no mundo está mais cara. A tendência é ter
mais restrição a crédito. E o crédito
ficar mais caro”, explica o professor
do Departamento de Economia da
Universidade de Brasília (UnB), Victor Gomes. Para o professor é preciso cautela na hora de contrair novos
empréstimos. “Tem que ter cuidado
com as condições antes de contrair
um empréstimo – a nossa perspectiva é pior do que em outros países.
Restringir para imóveis é o começo
de um quadro mais negativo. Mas
depende também do mercado inter-
nacional - o Brasil é um País em que
falta crédito – não temos um mecanismo forte, a poupança interna é
fraca. Hoje estamos em uma situação de incerteza da política econômica”, avalia.
E quem já sente com as medidas é o consumidor que pretende
comprar ou vender um imóvel. A
turismóloga Débora Paes colocou
sua casa à venda há cerca de cinco
meses. Localizado no Guará, Débora conta que o imóvel teve muita
procura, mas com a mudança do
financiamento da Caixa, os interessados sumiram. “Tinha uma pessoa
interessada, que eu já estava praticamente com a venda fechada. Mas
com a mudança, o valor do sinal ficou muito maior e a pessoa acabou
desistindo”, conta. Para Débora, a
alteração da Caixa deve beneficiar
as construtoras já que estão com
muitos imóveis novos prontos que
não conseguem vender.
O presidente do Sindicato das
Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais do Distrito
Federal (Secovi/DF), Carlos Hiram
Bentes David, afirma que recebeu
negativamente a notícia. “A Caixa
corresponde a 70% dos financiamentos bancários no Brasil. É um
desestímulo a novos investimentos”,
aponta. Hiram acredita que Brasília
tem diferenças em relação a outras
cidades, já que possui renda maior e
cresce pelo menos o dobro em relação a outras regiões. “Brasília sente
menos, porque a maioria dos trabalhadores é formada por funcionários
públicos. Mesmo assim, o mercado
vai sentir. E repudiamos essa atitude, pois acredito que a equipe
econômica deveria, antes de tomar
essa atitude, fomentar a poupança,
diminuir o compulsório dos bancos,
Revista Fecomércio DF 25
entre outras medidas”, explica.
Para ele, a cidade tem ainda outra peculiaridade. “Em 2012, chegamos com 17 mil imóveis novos. Os
anos de 2013 e 2014 foram ruins
para lançamentos, já que o Governo
do Distrito Federal à época concedeu poucos alvarás, o que acabou
equilibrando o estoque, e em 2015
estamos com oferta de 10 mil imóveis”, explicou. Mas a categoria não
vai ficar de braços cruzados. “Estamos nos mobilizando com outros
segmentos para que seja produzido
um manifesto buscando sensibilizar
a equipe econômica para que a medida seja reconsiderada”, adianta.
Já para o empresário Arcênio
Santos o mercado imobiliário está
com muita oferta, com muitos imóveis à venda. “O mercado estava bom
e crescendo. Subindo o valor dessa
entrada, quem está comprando não
tem esse valor, atinge também para
construtoras e o mercado começa
a parar. É uma reação em cadeia e
o dinheiro para de circular”, conta
Arcênio, que é proprietário da ACT
empreendimentos imobiliários.
Para ele, as pessoas recuam na
compra e reaplicam o dinheiro em
outras coisas, como a quitação de
dívidas. “Mas o mercado deve voltar atrás. O problema é que estava
tendo muito financiamento e muita
inadimplência. Aí os bancos têm que
segurar novos financiamentos, barrar a compra”, acredita. Ele conta
que os últimos três meses o mercado já estava em queda. “A compra de
imóveis caiu 80%. As construtoras
podem falir também. Mas acredito
que daqui a dois meses a Caixa deve
mudar as regras. O mercado toma
medidas para frear a compra. A inadimplência está muito alta, é geral.
Já o preço dos imóveis deve cair de
15% a 20%”, afirma o empresário.
Carlos Hiram Bentes David,
presidente do Sindicato das
Empresas de Compra, Venda,
Locação e Administração
de Imóveis Residenciais e
Comerciais do Distrito Federal
(Secovi/DF)
26 Revista Fecomércio DF
Cristiano Costa
“A Caixa
corresponde a 70%
dos financiamentos
bancários no
Brasil. É um
desestímulo a novos
investimentos”
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nº 15414.901053/2013-88. O registro deste plano na SUSEP não implica, por parte da Autarquia, incentivo ou recomendação à sua comercialização. SAC – Serviço de Atendimento ao Consumidor:
0800 570 7042 - Deficiente Auditivo ou de Fala: 0800 775 5045 24 horas, sete dias da semana. Ouvidoria: 0800 775 1079 - Deficiente Auditivo ou de Fala: 0800 962 7373 Das 8h às 18h, de 2º a 6º feira,
exceto feriado ou pelo site www.bbseguros.com.br. A Ouvidoria tem como objetivo atuar na defesa dos direitos dos consumidores, esclarecendo, prevenindo e solucionando conflitos. Deverá
solucionar, de forma ágil e imparcial, as insatisfações que, por algum motivo não foram esclarecidas pelos canais de atendimento habituais, como, por exemplo, o SAC.
tendência
Funcionários
do Hospital
Santa Luzia
se exercitam
no horário de
trabalho
Ginástica
é coisa séria
//Por Fabíola Souza
Fotos: Raphael Carmona
Além de diminuir o número de funcionários
afastados, a laboral promove socialização e
entrosamento da equipe
N
o mundo atual, onde os
equipamentos eletrônicos
são os principais meios de
trabalho, as doenças relacionadas
com o uso contínuo de computadores estão cada vez mais presentes
nos escritórios. São problemas de
posturas inadequadas, estresse e
Lesões por Esforços Repetitivos
(LER), comuns em tendões, músculos e articulações, principalmente dos membros superiores,
ombros e pescoço.
Para minimizar esses efeitos
maléficos, a técnica da ginástica
laboral (atividade realizada no am-
28 Revista Fecomércio DF
biente de trabalho) é a mais indicada por especialistas, pois se baseia
em alongamentos de diversas partes do corpo, passando pelo tronco, cabeça, membros superiores e
inferiores. Além de diminuir a porcentagem de lesionados e consequentemente afastados, a laboral
ainda promove a socialização dos
funcionários.
O Hospital Santa Luzia é uma
das empresas no DF que aderiram a essa prática. De acordo
com a analista sênior do departamento de Recursos Humanos do
hospital, Nephertity Prateat Pe-
reira, faz mais de dois anos que
a empresa utiliza o recurso da ginástica laboral. “Aqui na empresa
nós fazemos três dias por semana
e é um momento agradável, pois
o professor deixa a gente à vontade. Além do alongamento também
tem o momento de lazer”, comenta Nephertity.
Segundo ela, o hospital contratou este serviço porque sentiu
a necessidade de inserir esse programa dentro da empresa por causa da rotina de trabalho dos funcionários. “Trabalhamos sentados
durante oito horas e muitas vezes
sentimos algumas dores em decorrência da atividade. A ginástica
laboral ajuda muito nesse processo. Eu, por exemplo, sentia muita dor no pescoço e depois que o
professor de Educação Física chegou, ele me explicou sobre como
me acomodar melhor na cadeira e
me ensinou alguns alongamentos
rápidos que aliviam a dor na hora.
Acredito que a ginástica realmente traz benefícios”, diz a analista.
Para atender a todos os setores,
os horários são adaptados pela
demanda do departamento. A atividade dura em média de oito a 15
minutos.
A educadora física Verônica
Coutinho Ribeiro trabalha no programa de Ginástica Laboral no
Hospital Santa Luzia desde o começo do projeto e alerta sobre a
importância da atividade física no
ambiente de trabalho. “Ela provoca
o aumento da circulação sanguínea em nível da estrutura muscular, melhorando a oxigenação dos
músculos e tendões e diminuindo
o acúmulo do ácido lático, além da
melhora da mobilidade e flexibilidade músculo-articular, dessa forma, diminui o esforço na execução
das tarefas diárias dos funcionários”, afirma Ribeiro. Outro ponto
que a especialista cita é a questão
da socialização entre os companheiros de trabalho, pois na hora
do treino há uma integração entre
eles, o que auxilia em algumas atividades em equipe que o trabalho
necessita.
“Ela provoca
o aumento
da circulação
sanguínea
em nível da
estrutura
muscular,
diminuindo o
acúmulo do
ácido lático”
Verônica Ribeiro
educadora física
Revista Fecomércio DF 29
INÍCIO DA PRÁTICA
A conselheira do Conselho Regional de Educação Física do Distrito Federal, Márcia Carneiro, conta que a primeira notícia que se sabe sobre ginástica laboral é uma pequena brochura editada na Polônia em 1925, onde
foi chamada também de Ginástica de Pausa, e era destinada a operários.
Alguns anos depois também surgiu na Holanda e Rússia. Na década de
1960, o Japão instituiu a obrigatoriedade da Ginástica Laboral Compensatória. No Brasil, o esforço pioneiro residiu em uma proposta de exercícios
baseados em análises biomecânicas, pela Escola de Educação de Feevale
em 1973, quando se elaborou o projeto de Educação Física compensatória
e recreação.
Márcia explica que não existe um horário definido para se praticar a
ginástica laboral. “Para envolver todos os grupos musculares do corpo,
o programa pode ser desenvolvido em três fases”, diz. A primeira fase
é a preparatória: realizada antes do início da jornada de trabalho. Tem
como objetivo principal preparar o funcionário para sua tarefa aquecendo
os grupos musculares que irão ser solicitados nas suas tarefas e despertando-os para que se sintam mais dispostos ao iniciar o trabalho.
A segunda é a compensatória, que é realizada durante a jornada de
trabalho, interrompendo a monotonia operacional aproveitando pausas
para executar exercícios específicos de compensação aos esforços repetitivos, e as posturas inadequadas nos postos operacionais. A última fase é
a do relaxamento, que é a ginástica baseada em exercícios de alongamento realizada após o expediente, com o objetivo de oxigenar as estruturas
musculares envolvidas na tarefa diária, evitando o acúmulo de ácido lático
e prevenindo as lesões. “Em geral, nos programas de ginástica laboral é
cobrado em média um valor entre R$ 80 e R$ 110 a hora/aula”, declara
Carneiro.
“Trabalhamos
sentados
durante oito
horas e muitas
vezes sentimos
algumas dores
em decorrência
da atividade”
Nephertity Prateat
Analista de Recursos
Humanos
Por dentro
do Sistema
O Serviço Social
do Comércio do
Distrito Federal
(Sesc-DF) aderiu
à ginástica laboral
em 2012 para
preservar a saúde
dos funcionários.
A chefe do núcleo
de bem-estar
no trabalho, a
psicóloga Amanda
Rabelo, diz que as
aulas nas unidades
ocorrem duas
vezes por semana
e os horários
ficam a critério
de cada unidade.
“Todos os nossos
colaboradores
adoram as
aulas e todos
fazem questão
de comparecer”,
ressalta.
sesc sinfonia
República
Tcheca
nos palcos
//Por Sacha Bourdette
Projeto traz
para Brasília
renomados artistas
para atrações de
música e teatro
D
o centro da Europa para
o centro do Brasil. Uma
das principais cantoras
da República Tcheca,
Edita Randová, aterrissa na capital federal para apresentação de
música clássica no projeto Sesc
Sinfonia. O concerto faz parte da
parceria firmada entre o Sesc-DF
e a Embaixada da República Tcheca no Brasil. O objetivo é mostrar
a cultura do país europeu por meio
da música. O evento irá ocorrer no
dia 13 de junho, às 20h30, no Teatro Sesc Garagem (913 Sul). Ao final
do recital será oferecida ao público
uma degustação de vinhos tchecos.
A entrada é franca e a classificação
indicativa é livre.
De acordo com a coordenadora
de Ações Culturais do Sesc-DF, Juliana Valadares, a proposta é integrar e difundir a arte do país da Europa Central. “O Sesc-DF já realiza
parcerias com outras embaixadas,
e esta é a primeira vez que contamos com a parceria da Embaixada
da República Tcheca. Será uma
grande oportunidade para o público
apreciar o melhor da música tcheca. Nossa ideia é difundir cada vez
mais a música clássica, mostrando
toda a capilaridade que o Sesc possui dentro da cultura”, explicou.
Para o primeiro-secretário e
cônsul da Embaixada da República
Tcheca no Brasil, Viktor Dolista, é o
início de uma grande parceria. “O
Sesc possui prestígio em diversas
áreas e é conhecido nacionalmente
por prestar serviços para a comunidade. Por isso, nos identificamos
muito com o trabalho e escolhemos
a instituição para sediar apresentações artísticas. Visitamos a unidade
de Ceilândia e ficamos impressionados com a infraestrutura. Esperamos realizar mais eventos e que
o público possa conhecer cada vez
mais sobre a cultura do país que
passou pela redemocratização, de
Tchecoslováquia para República
Tcheca”, contou.
No mês de maio, o Sesc recebeu a violista tcheca Jitka Hosprová
no projeto Sesc Sinfonia. No fim do
mesmo mês, o Sesc Festclown Via
Satélite foi palco das apresentações
do artista Pavel Vangeli, com o espetáculo Teatro de Marionetes. Todos os eventos são fruto da parceria
iniciada entre o Sesc e a Embaixada
Tcheca.
no e uma das principais cantoras
de música clássica da República
Tcheca. Ela frequentou cursos vocais internacionais. Ao longo de sua
carreira se apresentou em importantes salas de concerto na Europa,
no México, nos Estados Unidos, no
Canadá, na China e na Austrália.
Participou de festivais internacionais sob a regência de importantes
maestros. Edita Randová possui
amplo repertório de ópera e de
concerto, incluindo oratórios, cantatas, missas e ciclos de canções
dos principais compositores do
mundo. Atualmente, atua principalmente em concertos e festivais.
Mais informações
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SOBRE A ARTISTA
Edita Randová é mezzo-sopraRevista Fecomércio DF 31
exposição
Arte urbana em destaque
//Por Por Liliam Rezende
Foto: Raphael Carmona
Sesc da 504 Sul promove a
primeira exposição sobre
grafite das unidades, com
obras do grafiteiro POMB
N
o dia 8 de junho, a partir das
19 horas, o Sesc 504 Sul será
palco para o lançamento da
exposição “Sobre o infinito e outras
coisas”, do jovem talento brasiliense
Thales Fernando, 26 anos, conhecido
como POMB. Ilustrador autodidata,
ele teve sua primeira incursão no
grafite em 2002 e segue sendo seu
principal meio de expressão, com
intervenções espalhadas por cidades brasileiras, além de Buenos Aires e Barcelona. O artista trabalha,
também, com as técnicas de murais,
aquarela, gravuras e esculturas.
Estudante de Relações Internacionais pela Universidade de Brasília
(UnB), morou um ano em Barcelona,
por meio de graduação sanduíche e
em 2014 realizou sua primeira exposição internacional, com pinturas em
tela, naquela cidade. A partir daí ficou
mais conhecido e quando retornou
para Brasília seu trabalho despontou. “Meu objetivo é espalhar minha
visão do mundo com formas e cores
pelas ruas por onde passo, tendo o
grafite como essência”.
A expectativa, de acordo com o
técnico de cultura da unidade, Marco
Nogueira, é aproximar o público das
artes visuais. “Queremos contribuir
para o cenário das exposições do DF.
Assim, valorizamos a cultura, a cidadania, a produção dos artistas e a
criatividade”, destaca.
Para Pomb, a ideia é a mesma levar a arte da rua para as pessoas
conhecerem. “Em um País como o
Brasil, muito rico em música, teatro
32 Revista Fecomércio DF
e todos os tipos de arte, as pessoas
deveriam olhar mais para a produção
artística que existe na própria cidade
e valorizar esse tipo de ação, já que
ainda falta muito incentivo do governo para esse setor”.
A mostra apresentada no Sesc
reúne 20 obras em técnicas que
misturam acrílica, pastel, marcador
e o grafite – gênero que introduziu
o artista no universo da arte urbana.
“Para a exposição vou trabalhar com
o grafite aplicado em madeira, mas
no dia a dia continuo com manifestações artísticas nas ruas, que é a essência desse movimento”.
Das músicas que escuta, até os
filmes que assiste, o artista acredita
que sua arte não é algo pontual e sim
uma corrente de acontecimentos e
experiências. Suas inspirações englobam, basicamente, tudo que está
à sua volta. “Desde pequeno sentia
necessidade de me expressar por
meio de rabiscos e desenhos e nunca
me permiti parar com esse processo
criativo e ilimitado de criança. A arte
pra mim tem esse lado lúdico e utópico”, conclui.
EXPOSIÇÃO
“SOBRE O INFINITO
E OUTRAS COISAS”
Abertura: 8 de junho, às 19 horas
Visitação: 9 a 30 de junho, de
segunda à sexta, das 8h às 18h
Local: Sesc 504 Sul
Classificação indicativa: livre
Informações: (61) 3217-9119
Todas as obras expostas
estarão à venda.
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Revista Fecomércio DF 33
capa
RISCO IMINENTE
//Por Daniel Alcântara e Sacha Bourdette Fotos: Raphael Carmona
Ousadia e fiscalização falha abrem
espaço para o contrabando e a venda
de produtos pirateados nos centros
comerciais do DF
34 Revista Fecomércio DF
O
relógio marca 7h da manhã e, muitas vezes, antes
mesmo de o sol sair, os
camelôs já começam a se instalar
nas ruas e calçadas dos centros
comerciais do Distrito Federal. Na
hora do almoço, os pedestres encontram dificuldade em passar pelas calçadas e têm que disputar espaço com os vendedores irregulares.
Com uma fiscalização fraca e muitas
vezes inexistente, os vendedores não
se intimidam. Chegam com sacos
de produtos e ocupam os espaços,
montam bancas ao lado das lojas já
estabelecidas ou estendem lonas no
chão para vender artigos falsificados.
Os dados são alarmantes. De janeiro a abril deste ano, a delegacia
que combate os Crimes contra a Propriedade Imaterial no DF (DCPIM), da
Polícia Civil, já apreendeu 90,8 mil
DVDs; 35,6 mil peças de vestuário;
25,9 mil CDs; 24,6 mil programas e
jogos. Também estão na lista produtos que podem afetar diretamente a
saúde de crianças e adultos, como:
brinquedos (2,9 mil); bebidas (2,6
mil); medicamentos (2,5 mil); e cigarros (2,5 mil).
Na opinião do presidente da Fecomércio-DF, Adelmir Santana, os
mais prejudicados pela pirataria são
os empresários do setor produtivo
que precisam se preocupar em pagar
taxas, encargos e os mais variados
impostos. “A pirataria é uma concorrência predatória. A cena se repete
em frente aos shoppings populares,
nas principais paradas de ônibus e
estações de metrô e nos centros das
regiões administrativas do DF. No
Setor Comercial Sul, o comércio ilegal ocorre na frente de um posto da
Polícia Militar e ao lado de centenas
de empresas estabelecidas regularmente”, ressalta. “Em sua quase
totalidade, eles vendem um produto
falsificado, produzido em fábricas
clandestinas ao redor do mundo com
o uso de mão de obra escrava. Essas
mercadorias entram nos países de
forma ilegal, acompanhadas do tráfico de drogas, armas e seres humanos”, completa Adelmir.
De acordo com o diretor da Associação Brasileira de Combate à Falsi-
ficação (ABCF), Rodolpho Ramazzini,
estima-se que o DF perde R$ 700 milhões por ano com o contrabando de
produtos falsificados. “Um dos fatores crescentes da pirataria na capital
do País é que a cidade do interior de
Goiás, Jaguará, a 120 quilômetros de
Goiânia, é um dos grandes polos de
falsificação de roupas, o que facilita a
entrada no Distrito Federal. Além disso, falta fiscalização. O policiamento
nas fronteiras e nas ruas é muito
pouco”, afirmou.
O coordenador de operações da
Subsecretaria de Estado da Ordem
Pública e Social do Distrito Federal,
Luciano Teixeira, rebate essa crítica.
De acordo com ele, a vigilância nas
divisas do DF tem sido fortificada.
Estão sendo realizados trabalhos em
conjunto com a Polícia Rodoviária Federal e a Receita Federal para interceptar a entrada dos produtos pirateados nas fronteiras do DF. “Estamos
atuando para impedir que os produtos entrem aqui. Contamos também
com o Disque-Denúncia (181) e realizamos levantamentos para descobrir
onde as vendas estão ocorrendo. Por
exemplo, a Feira do Gama lidera a
comercialização de CDs. Já na Feira
do SIA, encontramos de tudo, mui-
ta roupa e tênis de grandes marcas
como a Nike, Adidas, Tommy Hilfiger,
Lacoste e Dudalina”, citou.
VÁRIAS BARREIRAS
O advogado tributarista Rooswelt
dos Santos aponta que para o empresário conseguir ser competitivo com
o mercado pirata ele tem que enfrentar várias barreiras em seu ambiente
de trabalho, como reduzir o lucro e o
faturamento, além de comercializar
menos. Segundo Rooswelt, o comerciante legalizado paga em média 50%
de impostos em cima de sua mercadoria, ao contrário do comércio pirata,
que não arca com nada.
Entre os principais tributos estão:
Imposto de Renda (IR), Programa Integração Social (PIS), Contribuição
para Financiamento da Seguridade
Social (COFINS), Contribuição Social
sobre o Lucro Líquido (CSLL) e Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Prestação de Serviços (ICMS). O empresário ainda tem que se preocupar
com lucro e o pagamento dos funcionários, uma conta que afeta diretamente o bolso das empresas e reflete
no bolso do consumidor. Para ilustrar
a concorrência desleal, basta comparar os preços no quadro abaixo:
ORIGINAL
PIRATEADO/FALSIFICADO
DVD Cinquenta Tons de Cinza
DVD Cinquenta Tons de Cinza
R$ 44,90
R$ 5
Carga tributária: 44,20%
Carga tributária: 0%
Camisa polo Tommy Hilfiger
Camisa polo Tommy Hilfiger
R$ 199
R$ 40
Carga tributária: 34,67%
Carga tributária: 0%
Tênis Osklen
Tênis Osklen
R$ 397
R$ 130
Carga tributária: 44%
Carga tributária: 0%
Boneca Frozen
Boneca Frozen
R$ 83,51
Carga tributária: 39,70%
R$ 20
Carga tributária: 0%
Fonte: Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação
Revista Fecomércio DF 35
capa
O comércio local fica prejudicado, pois não tem condições de concorrer com a pirataria e a sociedade opta por conta do baixo custo. O
professor e doutor em Administração e especialista em Marketing,
Gilberto Clovis Josemin, aponta
que o empresário, apesar de arcar com os impostos, não consegue visualizar a aplicação correta
dessa tributação. “Os ambulantes
que vendem produtos pirateados
não têm os ônus que o empresário
legal possui. É preciso coibir, mas
dar oportunidade, isso porque,
poderá gerar problemas sociais
como o desemprego”, explicou.
Josemin admite que essa é
uma realidade que traz desafios
para o comércio. “O empresário
tem que buscar, em seu modelo de
negócio, mostrar sua proposta de
valor, que pode trocar com garantia, qualidade atestada e que segue
a lei do consumidor. Mostrar cada
36 Revista Fecomércio DF
vez mais seu diferencial e que vale
a pena pagar mais ao comprar em
uma loja física, pois o camelô um
dia está aqui e outro dia está em
outro lugar. Outro detalhe é que o
produto pirateado entra de forma
obscura e não se sabe a procedência, se veio de um trabalho escravo,
por exemplo”, finalizou Josemin.
COMBATE E FISCALIZAÇÃO
Pirataria é crime. De acordo
com o Artigo 184 do Código Penal
Brasileiro (CPB), o cidadão que é
pego vendendo produtos pirateados é autuado, perde a mercadoria
e responde criminalmente. Contrabando é a prática da importação
e/ou exportação clandestina de
mercadorias e bens de consumo
que dependem de registro, análise ou autorização de órgão público
competente. Já a entrada/saída de
produtos permitidos, sem passar
pelos trâmites burocrático-tribu-
R$ 700
milhões
ano é o valor que
o DF perde com
o contrabando de
produtos falsificados
tários, é chamado de descaminho.
Ou seja, descaminho tem características tributárias e pode ser
sanado com o pagamento ou recolhimento do imposto. Já o contrabando é crime de ordem penal e
tributária inafiançável de produtos
proibidos.
No DF, os produtos falsos recolhidos ficam depositados em local
próprio na sede da Polícia Civil do
DF. Após os exames periciais, são
encaminhados ao Depósito do Tribunal de Justiça do DF para serem
destruídos, mediante ordem judicial. No caso de roupas, elas são
descaracterizadas e doadas. As
apreensões são coordenadas pela
Polícia Civil, responsável pela investigação e armazenamento dos
produtos apreendidos, e pela Secretaria da Ordem Pública e Social (SEOPS), que combate o comércio irregular. A Polícia Militar
fornece apoio para garantir a segurança durante as ações.
De acordo com a delegada Mônica Chmielewski Ferreira Loureiro, da DCPIM, por se tratar de um
comércio altamente lucrativo, a
tendência dessa prática em todas
as capitais do País é o crescimento. Por isso, de acordo com ela, “a
fiscalização nas ruas de Brasília
está se intensificando”. Contudo, o
processo de eliminar de vez a pirataria é mais difícil quando ainda
não existe uma pena fixa ou uma
legislação específica para esse
tipo de crime no Brasil.
Atualmente, as penas previstas
para o crime de pirataria são variadas. Por exemplo: a venda e depósito de medicamentos pirateados
gera pena de 10 a 15 anos de reclusão, pois se trata de um crime contra a saúde pública, previsto no art.
273 do Código Penal. Já a venda
de DVDs e brinquedos falsificados
viola o Direito do Autor, daquele
que criou filmes, músicas e personagens infantis; esse tipo de crime tem penas previstas de dois a
quatro anos de reclusão, tipificada
no art. 184, do CPB. Por sua vez,
a pena para violação do Direito de
Marcas é de um mês a três meses
de detenção. “A legislação precisa
ser aperfeiçoada por nossos parlamentares no Congresso Nacional
urgentemente. Assim, teríamos
mais celeridade contra a prática
ilegal”, explica Mônica.
Em março deste ano, a DCPIM
deflagrou um laboratório de gravação de CDs e DVDs pirateados, localizado na BR-070, em Ceilândia.
Segundo a delegada, essa foi a
maior apreensão do tipo nos últimos dois anos. No local havia 15
torres, totalizando 156 gravadoras
de mídias, 11 controladoras de
gravação, milhares de capas de
encarte, uma impressora, galões
de tinta e 10 mil CDs e DVDs piratas.
BARATO QUE SAI CARO
Com o passar dos anos, a
prática e o jeito de vender produtos falsificados e réplicas evoluíram. Atualmente, alguns produtos
pirateados têm até o selo do Inmetro forjado ou da Anatel, no caso de
celulares. “Esses produtos podem
causar sérios riscos. A falsificação de selo ou sinal público e sua
utilização são crimes previstos no
Art. 296, seus incisos e parágrafos
do CPB, estando o autor sujeito
à pena de reclusão de dois a seis
anos, além de multa”, explica a delegada Mônica.
O consumidor pode achar que
está levando vantagem ao comprar
um produto pirateados, mas se engana. Sem regulamentação e teste
de qualidade feito por órgãos responsáveis fica difícil saber os riscos
que um calçado ou um brinquedo
podem oferecer, por exemplo. Para
o médico pediatra, Roberto Carlos
de Abreu, são diversos os riscos
para a criança. “O brinquedo pode
conter materiais tóxicos e soltar
tinta que até para um adulto é perigoso. A criança ainda pode deglutir e inalar peças que se soltem,
acidentes que podem levar para a
mesa de cirurgia e até a óbito. Por
isso, é importante que tenham certificado de garantia e faixa etária
para uso”, explicou.
No caso de um calçado falsifi-
De acordo com
a Polícia Civil,
de janeiro a abril
deste ano, foram
apreendidos no DF:
90,8 mil
DVDs
35,6 mil
peças de vestuário
25,9 mil
CDs
24,6 mil
programas e jogos
2,9 mil
brinquedos
2,6 mil
garrafas de bebidas
2,5 mil
medicamentos
2,5 mil
cigarros
Revista Fecomércio DF 37
capa
cado, os riscos também podem ser
grandes. De acordo com o professor e coordenador do curso de Educação Física do Centro Universitário
de Brasília (UniCeub), Marcelo Boia,
tênis falsificados podem afetar até
a musculatura de quem usa. “Não
sabemos qual o amortecimento de
um calçado pirateado pode proporcionar. É um produto duvidoso que
pode prejudicar o sistema músculo-esquelético e as articulações. As
pessoas não pensam no custo-benefício envolvido durante a compra
e só mais tarde sentem o efeito da
decisão”, apontou.
Flagrante no
estacionamento
da Feira dos
Importados: oferta
de acessórios para
carros sem garantias
para o consumidor
38 Revista Fecomércio DF
FLAGRANTES DA ILEGALIDADE
O comércio de produtos pirateados é diverso na parte de dentro e de
fora das feiras no DF. São camisetas
de times, sapatos, bolsas e brinquedos. Ao chegar ao estacionamento, o consumidor já se depara com
dezenas de ambulantes oferecendo
acessórios de carros. Vendedores
que comercializam CDs, DVDs e
Blu-Ray conseguem faturar de R$ 3
mil a R$ 4 mil por mês. São filmes
e séries nem lançados nos cinemas.
Um vendedor de tênis falsos de
marcas conhecidas diz que dá desconto à vista no dinheiro e parcela
em até cinco vezes no crédito, somente em compras acima de R$ 300
- outra prática que infringe o Código
de Defesa do Consumidor, no qual é
vedada a distinção de preços entre
transações realizadas com cartão
de crédito ou com dinheiro e cheque. A menos de 100 metros da Feira
dos Importados do SIA existem comerciantes legalizados. Entretanto,
com medo de represálias, não quiseram conceder entrevista. Segundo
um dos comerciantes que não quis
se identificar, no mês passado foram
apreendidos mais de R$ 2 milhões
em mercadorias pirateadas. “Temos
medo de denunciar e preferimos
conviver com eles apesar da concorrência desleal”, contou o empresário.
O presidente do Sindicato dos
Feirantes do Distrito Federal (Sindifeira-DF), Francisco Valdenir, afirma
que a entidade é totalmente contrária
à prática de pirataria no interior das
feiras do DF. Na opinião dele, esses
comerciantes denigrem a imagem
das feiras da região. “O sindicato está
atento a isso. Em todas as reuniões
com administrações e associações
orientamos que se tome cuidado com
essa questão. O advogado que faz assessoria jurídica ao nosso sindicato
não defende a causa dos que trabalham na ilegalidade, mesmo sendo
feirante. Nunca vamos compactuar
com essa prática ilícita”, ressalta Valdenir. Ele também lembra que, com
a falsificação de selos e de etiquetas,
alguns vendedores não têm conhecimento se o produto realmente é falso. “É importante ficar alerta com o
produto que vem do fornecedor. Pesquisar e estudar a fonte do produto é
de extrema importância”, pondera o
presidente do Sindifeira.
Para o presidente do Sindicato do
Comércio de Vendedores Ambulantes do DF, Bartolomeu Gonçalves,
há uma discriminação com quem
vende produtos nas feiras. “Existe
um preconceito com relação aos
ambulantes. Somos regularizados e
pagamos impostos. Os ambulantes
e feirantes estão amparados pela
Lei nº 2.510/1999. O que vemos é
que as grandes produtoras de mercadoria pirateada tentam ludibriar
as pessoas a venderem. Elas são
usadas como intermédio. O sindicato repudia a prática de venda e defende a redução da carga tributária
para que os ambulantes possam ter
condições de se manter”, afirmou.
O que vocês acham da pirataria?
“Não compro
produtos
piratas e sei
que é crime.
As pessoas
compram
porque é mais
acessível e
barato. Não
concordo com
o comércio
irregular.
Acredito que
traz efeitos
negativos para
todos”.
“Hoje no Brasil
é difícil você
não comprar
produtos
piratas. O
poder aquisitivo
não coopera
para comprar
original. Quem
compra está
cometendo
um crime em
decorrência
do crime que o
governo comete
com todos nós”.
“Eu compro
porque é mais
barato e o que a
nossa condição
dá. Na minha
concepção não
sabia que quem
compra comete
crime, para mim
era só quem
vende. É difícil
não comprar
algo, muita
coisa é pirata
e a gente nem
sabe”.
Cícero Verçosa,
48 anos, instrutor
Wemerson Santos,
27 anos, autônomo
Larissa Costa,
24 anos, vendedora
“Eu não vou
mentir. Eu
compro às
vezes produtos
piratas. É mais
barato, a gente
acha mais fácil.
Eu sei que é
crime, mas não
tem jeito, em
qualquer lugar a
gente acha, está
bem do nosso
lado”.
Clesio Pereira,
19 anos, operador
de máquina
Revista Fecomércio DF 39
laboratórios
Mais
modernos
e eficazes
//Por Sílvia Melo
Fotos: Raphael Carmona
Exames mais rápidos e precisos são resultado dos investimentos em
equipamentos modernos nos laboratórios de análises clínicas do DF
R
eduzir o tempo para sair o resultado de exames, o risco de contaminação e o período de jejum para fazer os exames, além da precisão
do diagnóstico, no qual a margem de erro é praticamente nula, são
os principais benefícios que os clientes de laboratórios de análises clínicas
ganharam nos últimos anos com a modernização do setor. Grandes e pequenos laboratórios têm investido em equipamentos de alta tecnologia para
manter o padrão de qualidade e a competitividade. Na luta para se firmar
no mercado, os empresários do setor estão apostando também em preços
mais acessíveis para manter e conquistar clientes. Com a disputa, quem sai
ganhando é o consumidor, que tem à disposição serviços de ótima qualidade, modernos e eficazes.
De acordo com o Sindicato dos Laboratórios do Distrito Federal (Sindlab),
existem atualmente 287 laboratórios registrados em sua base. O setor emprega mais de três mil profissionais, como farmacêuticos, bioquímicos, médicos,
biomédicos, enfermeiros, além dos técnicos e das atendentes. Mesmo com a
modernização, que trouxe redução no quadro de pessoal, a mão de obra especializada ainda é fundamental. “A tendência dos laboratórios é a automação e
isso leva à redução no quadro de funcionários. Em contrapartida, você tem que
ter um profissional mais qualificado para poder utilizar as novas máquinas”,
afirma Alexandre Bittencourt, presidente do sindicato.
Exames que antes levavam uma hora para ficarem prontos, hoje demoram
30 segundos. “Antigamente, a metodologia de realização de exame era bem
complexa. Por exemplo, para fazer um hemograma completo, há vários parâmetros para soltar, como hemoglobina, contagem de hemácias, contagem de
“A tendência dos laboratórios é
a automação. Em contrapartida,
você tem que ter um profissional
mais qualificado para poder
utilizar as novas máquinas”
Alexandre Bittencourt
presidente do Sindlab
40
plaquetas, contagem de leucócitos,
entre outros, e fazer isso manualmente, demorava em torno de uma
hora por paciente. Por isso, os laboratórios tinham dezenas de pessoas
contratadas para ler as lâminas de
hemograma, fazer todos esses diferenciais manualmente para poder
liberar. Hoje um aparelho faz tudo em
30 segundos”, explica Bittencourt.
APOSTA EM DIFERENCIAIS
Além de ter deixado os exames
mais rápidos e precisos, a modernização passou a exigir menos material
coletado, como sangue por exemplo,
e menos tempo de jejum. “Não há
necessidade de coletar quantidades
absurdas e, hoje em dia, poucos exames têm obrigatoriedade de jejum,
como o perfil lipídico, que necessita
de 12h, e a glicose e insulina, que exigem jejum de 8h”, explica Eloiza Helena Ferreira da Silva, gestora clínica
do Laboratório GE Diagnósticos. Ela
destaca ainda que a grande maioria de exames hormonais pode ser
realizada à tarde. “Temos instruído
nossos pacientes sobre essas possibilidades, pois eles podem recorrer a
horários em que o fluxo do laboratório é menor para realizar seus exames com maior tranquilidade”, diz.
Mesmo investindo em preços populares, o laboratório apostou também na realização de exames raros
e específicos que não são realizados
pelos grandes laboratórios porque a
demanda é pequena. “Nosso maior
diferencial é ter assessoria técnica
exclusiva pelo proprietário do laboratório e uma maior quantidade de
exames mais raros como o exame
para detectar erros inatos de metabolismo. Além disso, fomos os pioneiros no exame toxicológico capilar
particular e para concursos públicos
e fazemos teste de paternidade com
preço popular”, afirma Eloiza. “Nossa política é ser popular, mesmo em
áreas com poder aquisitivo elevado”,
completa. O GE Diagnósticos está
presente em Ceilândia, Vicente Pires,
São Sebastião, Taguatinga, Guará e
Padre Bernardo.
De acordo com o presidente do
Sindilab, Alexandre Bitencourt, o
“Para se destacar
nesse nicho temos
que fazer um serviço
diferenciado. A ideia
é essa, pegar um
segmento e fazer o
melhor possível”
Heinrich Seidler
presidente de laboratório
principal problema enfrentado pelos
pequenos laboratórios no DF refere-se ao credenciamento dos planos
de saúde. “Os grandes laboratórios focam seu público nos planos
de saúde. Já os pequenos não têm
conseguido credenciamento, pois
as empresas alegam estar com sua
rede coberta”, afirma.
Por isso, o sindicato tem como
proposta, no Conselho Nacional de
Saúde, que os laboratórios que tiverem com todas as licenças de funcionamento em dia e que cumprem
com o controle de qualidade exigido
(RDC 302) sejam automaticamente
credenciados para atender a todos os
planos de saúde.
SETOR SEGMENTADO
O laboratório Brasiliense, que
atua no DF desde 1968, decidiu
apostar no segmento de anatomia
patológica em 2005. O laboratório
ainda faz análises clínicas, mas em
proporção bem menor em comparação com as biópsias. “Mudamos
nosso perfil e com isso diminuímos
a parte de análises clínicas. A parte
de biópsia, de anatomia patológica,
cresceu bastante. A particularidade
é que só trabalhamos com patologia
do trato digestivo: esôfago, estômago, intestino. Doenças gastrointestinais”, destaca Heinrich Seidler, pre-
sidente do laboratório.
Hoje, a empresa é considerada
referência absoluta nesse segmento em Brasília. No primeiro ano
em que ocorreu a mudança, foram
realizadas 300 biópsias. Em 2014
esse número cresceu para 40 mil.
O público-alvo desse segmento são
os médicos e as clínicas. “Normalmente fazemos a captação do material nas próprias clínicas. Claro
que no final das contas o objetivo
é resolver o problema do paciente,
mas o cliente imediato é o médico,
porque quando ele faz a consulta, é
ele quem tem a dúvida clínica. Então
ele faz a biópsia para resolver essa
dúvida”, explica Heinrich.
Segundo ele, por ser uma empresa pequena, a forma que o laboratório Brasiliense encontrou
para competir com os grandes laboratórios da cidade, como Sabin e
Dasa, foi encontrando um nicho. “E
para se destacar nesse nicho temos
que fazer um serviço diferenciado.
A ideia é essa, pegar um segmento
e fazer o melhor possível”, diz. “A
nossa ideia de crescimento futuro
é continuar nessa área e expandir
para outras regiões. Talvez mais
regiões administrativas, cidades do
entorno e Goiás, porque chegará um
momento que vai saturar o mercado
daqui de Brasília”, conclui.
Revista Fecomércio DF 41
festa junina
Clima frio,
comércio
aquecido
//Por Liliam Rezende
Foto: Raphael Carmona
Setores como atacadista, supermercados,
lojas de fantasias e decoração esperam
aumento nas vendas de produtos típicos
C
hegou aquela época do ano
de comidas fartas e danças
animadas, para combinar o
tempinho frio com as fogueiras. Várias
festas juninas agitam a cidade nas
próximas semanas. As festividades,
no entanto, não representam simplesmente diversão. O período também aquece a economia. No Distrito
Federal, que tem uma parcela grande
de população com raízes nordestinas,
consumidora de produtos típicos, o
otimismo com a época é ainda maior.
A animação das festas juninas
está presente também na rede supermercadista. O presidente do
Sindicato dos Supermercados do
42 Revista Fecomércio DF
DF (Sindsuper), Tadeu Peron, prevê
que o faturamento para essa linha
de produtos deve variar entre 10% e
15%. Por causa das festas juninas,
a procura pela canjiquinha aumenta
100% e por amendoim, por exemplo,
a busca chega a ser quatro vezes
maior do que em qualquer outro período do ano.
Para a indústria de alimentos típicos de festas juninas, as vendas nos
meses de junho e julho representam
uma parcela significativa na comercialização anual dos produtos. Por
isso, os representantes comerciais
investem em decoração e exposição
nos supermercados para atraírem os
consumidores. “Este período é uma
boa oportunidade para o lançamento
de produtos, ações promocionais e
degustações, o que alavanca as vendas”, diz Peron.
O clima alegre, resultado de ações
realizadas por várias redes de supermercado, é o primeiro passo para fidelizar clientes e, claro, aumentar as
vendas na data, considerada a quarta
mais importante para o varejo de autosserviço. “É um momento em que
a sociedade está em festa, e a loja
tem a chance de reproduzir isso com
decoração, ambientação e música”,
afirma. “No interior ou na capital, o
Brasil todo comemora as festas juninas, cada região à sua maneira”,
completa Tadeu.
MERCADOS ENFEITADOS
O resultado, além do clima festivo, aparece em forma de boas oportunidades de venda. Em alguns supermercados há espaços dedicados
somente aos produtos comuns da
época e o cenário fica caracterizado.
Nessas seções, as vendas crescem
até 50% no período. Os doces e enfeites são os mais procurados, bem
como os produtos descartáveis como
copos, potes e talheres.
A seleção de bebidas completa
as opções dos supermercados para
o período, com variedade em vinhos,
destilados e cervejas. Alguns ingredientes especiais para o preparo do
tradicional quentão são destaques
nas prateleiras: canela em pó, cravo-da-índia, maçã e gengibre, indispensáveis para refinar o sabor das
bebidas típicas.
O presidente do Sindicato do Comércio Atacadista do Distrito Federal
(Sindiatacadista), Roberto Gomide,
confirma o aquecimento nas vendas
do comércio com os produtos juninos. “É um período expressivo para o
atacado, assim como nas outras datas festivas que aumentam as vendas
do comércio, em geral.” O Sindiatacadista projeta uma alta de 2% em
relação ao ano passado, na comercialização de artigos típicos, como
milho de canjica, milho de pipoca,
farofa, pé de moleque, aguardente,
vinho, catuaba, entre outros.
TRAJES E PRODUTOS
DECORATIVOS
O aluguel e a venda de roupas
para quem participa das quadrilhas
e de festas também são segmentos
bastante procurados nesta época do
ano. A loja Camarim Fantasias, que
tem três unidades no Plano Piloto,
aluga em torno de 200 trajes “caipiras” por mês, no período. A demanda aumenta cerca de 50% e os
preços variam entre R$ 25 e R$ 180,
dependendo da roupa e do número
de acessórios. Muita gente faz reserva das roupas com quase um mês de
antecedência. “Quem aluga a fantasia quer escolher o modelo mais bonito, e se deixar para última hora não
consegue”, explica a gerente da loja,
Alcileide Farias.
Já para Branca Rodrigues, gerente da loja Casa e Festa, no Taguacenter, a expectativa para o período é
a melhor possível. “Com essa crise,
as vendas no carnaval foram aquém
do esperado. Por isso, estamos apostando todas nossas fichas nas festas
juninas.” Branca conta que a loja investiu bastante em produtos diferenciados como espantalhos de 1,5m de
altura, balões gigantes, bandeirinhas
supercoloridas, chapéus, vestidos e
vários outros artigos utilizados para
enfeitar as festas e vestir os participantes a caráter. “A procura já começou. Este é um período excelente
para vendas, porque, além das festas, muitas pessoas fazem o aniversário temático em casa e investem na
decoração.”
2%
é a projeção de alta
na comercialização de
artigos típicos para
este ano, em
relação a 2014
FESTAS TÍPICAS
Apesar de “junina”, muitos clubes, igrejas e escolas começam as
festividades em maio, assim como
tem aqueles que estendem a data
até julho. O pontapé inicial, este ano,
ocorreu nos dias 15 e 16 de maio, na
Paróquia Nossa Senhora do Lago.
Mas a programação é variada, e todas as regiões administrativas do
DF preparam festas. O presidente
do Sindeventos, Chico Maia, confirma que essas festas são bairristas e
geralmente produzidas pela própria
comunidade. “Essa é uma festa que
ainda não consideramos profissional.
Revista Fecomércio DF 43
Geralmente, as igrejas e escolas da
cidade organizam o evento com contribuição direta das famílias, desde a
decoração até a produção de comidas.” Apesar do “bairrismo”, alguns
eventos recebem um número grande
de visitantes e geram lucro para os
organizadores. “Nosso mercado é
voltado para festas corporativas, mas
essa data movimenta sim o mercado, principalmente de fornecedores,
como bufês, bandas, infraestrutura e
montagem”, destaca Maia.
De acordo com o presidente do
Sindicato de Clubes e Entidades de
Classe, Promotora de Lazer, e de
Esportes do Distrito Federal (Sinlazer), Claudionor Santos, metade dos
33 clubes afiliados à entidade estão
organizando festas. Um evento de
grande porte, como os realizados
pelo Iate Clube e Associação Atlética
do Banco do Brasil (AABB), atrai cerca de 10 mil pessoas e pode custar
até R$ 800 mil para ser organizado.
Santos garante que o investimento
compensa. “O retorno é de aproximadamente 20% sobre o valor gasto.
É satisfatório, levando em conta que,
em muitos casos, sócios não pagam.
Toda a receita é revertida para melhorias nos clubes”, diz.
Claudionor conta que as festas
juninas e o réveillon são as melhores
datas do ano para clubes que tradicionalmente organizam festas. “Celebramos também o carnaval, mas
ele anda em baixa, já que muitos viajam nessa época com amigos ou com
a família”, conclui.
“Este é um
período excelente
para vendas,
porque, além das
festas, muitas
pessoas fazem
o aniversário
temático em casa
e investem na
decoração”
Branca Rodrigues
gerente da loja
Casa e Festa
De acordo com o chefe de Divisão do Sesc-DF,
Guilherme Reinecken, algumas unidades, como
Ceilândia, recebem cerca de 10 mil pessoas nos dois
dias de evento, por ser uma festa voltada para o
público que estuda na unidade. “Toda a família
prestigia, inclusive este ano ela será realizada em
agosto, quando esperamos receber desde alunos
da educação infantil até os idosos do projeto Mais
Vividos. É uma festa segura, lúdica e organizada
para a família e toda a comunidade”.
44 Revista Fecomércio DF
Confira a programação:
O Sesc-DF não poderia ficar de fora e preparou
uma programação especial em sete unidades, com
festas sempre a partir das 18 horas. A entrada
custa R$ 5 para comerciário/dependentes, e
R$ 7 para usuário (com exceção da unidade de
Samambaia, que tem entrada franca).
30 de maio - Tag. Sul
12 de junho - 913 Sul
12 e 13 de junho - Gama
3 e 4 de julho - Tag. Norte
11 de julho - Guará
11 de julho - Samambaia
7 e 8 de agosto - Ceilândia
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Revista Fecomércio DF 45
agenda fiscal
Distribuição de
lucros e lucro presumido
O artigo 10 da Lei nº 9.249/1995
define que a distribuição de lucros
não está sujeita à incidência do Imposto de Renda na fonte pelas empresas tributadas com base no Lucro Real, Presumido ou Arbitrado e
nem integrará a base de cálculo do
imposto do beneficiário. No entanto, o governo federal identificou (ou
criou) uma “brecha” na legislação
para acompanhar, “bem de perto”,
a movimentação das empresas. Assim, definiu no artigo 5º da Instrução
Normativa nº 1.420/2013, expedida
Calendário
pela Receita Federal, que o módulo
denominado Escrituração Contábil
Digital (ECD) deve ser transmitido até
o dia 30/6/2015 pelas “II – as pessoas jurídicas tributadas com base no
lucro presumido, que distribuírem,
a título de lucros, sem incidência do
Imposto sobre a Renda Retido na
Fonte (IRRF), parcela dos lucros ou
dividendos superior ao valor da base
de cálculo do Imposto, diminuída
de todos os impostos e contribuições a que estiver sujeita; …”. Por
enquanto, estão dispensadas dessa
obrigação as sociedades simples e
as microempresas e empresas de
pequeno porte optantes pelo Simples Nacional. Não estão obrigadas
à entrega as empresas que não
apresentaram movimento no período e, por falar nisso, movimento não
significa faturamento e sim total ausência de fato contábil. Mais ainda,
os empresários devem providenciar,
com máxima urgência, o certificado
digital, pois não é possível transmitir
o arquivo sem esse. Fiquem atentos
às novas regras.
5 a 30/6/2015
O QUÊ e QUANDO pagar?
5/6
6/6
15/6
19/6
22/6
25/6
30/6
• FGTS (GFIP - Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia e Informações à Previdência Social)
referente a 5/2015
• Data-limite para pagamento dos Salários referente a 5/2015
• COFINS/CSLL/PIS retenção na fonte, de 16 a 31/5/2015
• Contribuição Previdenciária (contribuintes individuais, facultativos e domésticos) referente a
5/2015
• Contribuição Previdenciária (SIMPLES e Empresas em Geral, incluindo retenção de 11% e
empresas desoneradas) referente a 5/2015
• Imposto de Renda Retido na Fonte nos códigos 0561, 0588 e 1708 referente a 5/2015
• SIMPLES NACIONAL referente a 5/2015
• ISS e ICMS referente a 5/2015 (observar datas específicas para o ICMS – ST e outras situações)
• PIS e COFINS referente a 5/2015
• Contribuição Sindical Laboral Mensal referente a 5/2015
• 3ª quota ou cota única do IRPJ e da CSLL referente ao 1º trimestre/2015 pelo Lucro Real, Presumido
ou Arbitrado
• Carnê Leão referente a 5/2015
• IRPJ e CSLL referentes a 5/2015, por estimativa
• COFINS/CSLL/PIS retenção na fonte, de 1 a 15/6/2015
• Parcela do REFIS, do PAES, do PAEX, do Parcelamento do SIMPLES Nacional e do Parcelamento
da Lei 11.941/2009 (consolidado).
O QUÊ e QUANDO entregar?
5/6
15/6
22/6
30/6
Cristiano Costa
Várias
• Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) ao MTPS referente à 5/2015
• Escrituração Digital do PIS/Pasep, da COFINS e da Contribuição Previdenciária (EFD
CONTRIBUIÇÕES) a SRF/MF referente a 4/2015
• Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF Mensal) a SRF/MF
referente a 4/2015
• Declaração de Operações Imobiliárias (DOI) a SRF/MF referente a 5/2015
• Escrituração Contábil Digital (ECD) a SRF/MF referente ao ano calendário 2014
• Livro Fiscal Eletrônico (LFE) a SEF/DF referente à 5/2015: observar Portaria/SEFP nº
398 (9/10/2009)
Adriano de Andrade Marrocos
Contador da Fecomércio-DF e do IFPD e vice-presidente do CRC/DF
46 Revista Fecomércio DF
prêmio
Mérito Mercador Candango
//Por Daniel Alcântara
Foto: Cristiano Costa
Desde sua criação em 2003, premiação já homenageou 96 personalidades do DF
O Mérito Mercador Candango, realizado pela Fecomércio-DF,
chega à sua oitava edição em 2015
e está marcado para ocorrer em 15
de julho, às 20h, em homenagem ao
Dia do Comerciante. A expectativa é
de que 700 pessoas compareçam ao
evento, que será realizado na Hípica
Hall, para prestigiar o prêmio, que
é um reconhecimento ao trabalho
dos empresários que acreditaram
no desenvolvimento do capital da
República.
O presidente da Fecomércio-DF,
Adelmir Santana, ressalta que o Mercador Candango valoriza os empresários que ajudam a gerar emprego e
renda na capital do País. “O mérito é
uma homenagem aos nossos bravos
e nobres empresários brasilienses.
Em um País onde ter o próprio negócio significa superar uma avalanche
de dificuldades, como a elevada carga
tributária e a extrema burocracia, é
preciso valorizar histórias de suces-
so e exemplos daqueles que ajudam
a transformar positivamente a realidade do Brasil”, destaca o presidente
Adelmir Santana.
Desde sua criação em 2003, o
Mercador Candango já homenageou
96 personalidades. Na edição passada, que ocorreu no ano de 2013, foram
15 empreendedores condecorados:
Adão Gomes Pereira, Adriana Muniz,
Antônio do Valle, Eunício de Oliveira,
Geraldo Tadeu Siqueira, Hilton Carvalho “in memoriam”, Jaira Coca, Jonas
da Costa Freire, José do Patrocínio
Leal, Laudenor Limeira, Luiz Maria
de Ávila Duarte, Paulo de Mendonça
Maia, Ronaldo Junqueira, Ruben Parrilla e Sandra Costa.
O senador Eunício de Oliveira, um
dos homenageados na última edição
do prêmio, ressalta que o empresário
sempre está em uma constante luta
para superar as adversidades impostas pela elevada carga tributária
brasileira. “Quem tem espírito empre-
endedor sempre busca o desenvolvimento, gerando emprego e renda. A
homenagem é mais do que justa para
quem trabalha duro para transformar
a cidade no que ela é hoje.”
Neste ano, a comissão julgadora
ainda está avaliando os nomes que
foram sugeridos pelos sindicatos da
base da Fecomércio-DF. “A escolha
desses homenageados inicia-se nas
bases sindicais da Federação. Foram
várias as indicações, tornando uma
tarefa difícil escolher apenas alguns.
Porém, tenho certeza que o prêmio
estará nas mãos dos empresários
que são exemplos a serem seguidos por jovens empreendedores da
capital do País”, afirma Adelmir. “Os
séculos passaram, mas a profissão
de comerciante, talvez uma das mais
antigas da história, continua a ditar o
modo de vida da sociedade. O Estado
precisa dar mais atenção aos interesses legítimos dos empresários do
comércio”, conclui.
Revista Fecomércio DF 47
economia
Indicadores
do comércio
//Por José Eustáquio Moreira de Carvalho
E
m abril, a desconfiança
quanto aos ajustes na economia, bem como a falta de
clareza no conteúdo e no
alcance das políticas de governo,
continuou influenciando negativamente o desempenho das atividades do comércio.
Ainda pairam sobre a cabeça do
empresário do comércio do Distrito
Federal, dúvidas quanto à extensão
das medidas de contenção de gastos, aumentos de impostos e a nãoconcessão de aumentos salariais
aos servidores públicos, tanto na
esfera local quanto na federal. Uma
certeza todos têm: o poder de compra do consumidor de Brasília já
está reduzido e será bastante afetado por qualquer dessas medidas.
Reflexos negativos estão presentes em todos os indicadores. O
PEIC - Endividamento e Inadimplência das Famílias Distrito Federal
Abril
Março
Inadimplência
Dívida Total
48 Revista Fecomércio DF
Abril 2015
Fevereiro
89,7
90,7
90,2
Cartão de Crédito
Dívida impágavel
endividamento e a inadimplência
continuam crescendo, a intenção
de consumo, especialmente de
bens duráveis, está reduzindo e a
confiança dos empresários quanto
a investimento e expectativas dos
negócios também teve queda.
O nível de endividamento das
famílias em Brasília (83,8%), como
vem ocorrendo há algum tempo,
superou, em abril, o nível nacional
(62,3%) em mais de 21%. A taxa de
inadimplência (dívidas não pagas
há mais de 90 dias) atingiu 9,2%,
representando uma alta de 1,4 ponto percentual em ralação a março.
Houve redução de 1 ponto percentual nas dívidas parceladas no cartão
de crédito. Abaixo o quadro de desempenho dos principais índices da
Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC).
0,3
0,0
0,1
9,2
7,8
7,6
83,8
82,2
81,4
Fonte: CNC
Apesar ter sido menor em abril, a tendência de queda continua no Índice de Intenção de Consumo das Famílias. Em relação a março o indicador caiu 2,8 pontos
percentuais, influenciado pela queda nas famílias de
renda até 10 salários mínimos (3,1 pontos percentuais).
ICF - Intenção de Consumo das
Famílias Distrito Federal
Abril
Março
Abril 2015
Fevereiro
112,9
115,1
122,1
Mais de
10 SM
96
99,1
109,9
Até
10 SM
Outros fatores de grande influência são as taxas de juros praticadas no País. Os valores nominais continuam em
constante crescimento, mais fortemente nos últimos seis
meses. Na comparação de abril em relação a março, os
destaques ficam paras as taxas cobradas da Pessoa Jurídica, com a Conta Garantida, subindo de 116,29% em março
para 120,71% em abril, ou seja, 4,42 pontos percentuais.
No crédito à Pessoa Física continuam campeãs as taxas
do Cheque Especial (205,06% em abril, contra 201,74% em
março) e do Cartão de Crédito (295,48% em abril, contra
290,43% em março).
Taxax de Juros Pessoa Jurídica
Conta garantida
101,3
104,1
113,8
38,64%
31,68%
SM: Salário Mínimo
Fonte: CNC
Março
38,32%
31,37%
O ICEC em abril apresentou queda (7 pontos) no
índice geral, em relação ao mês de março. Isoladamente, destaca-se a queda de 8,6 pontos na confiança
nas condições atuais do comércio e de 8,3 pontos em
relação às expectativas do setor e da economia nacional.
Fevereiro
ICEC - Índice de Confiança
Empresário do Comércio DF
Abril
Indicadores
investimento
Março
37,51%
29,08%
Fonte: CNC
116,29%
109,10%
Fonte: ANEFAC
Taxas de Juros Pessoa Física
Abril 2015
Março
Fevereiro
Empréstimo
pessoal
bancos
119,9
118,2
131,2
CDC
Financiamentos
automóveis
Janeiro
139,24%
138,71%
138,18%
Empréstimo
pessoal
financeiras
88,5
92,7
96,9
54,7
63,3
70,5
Fevereiro
60,10%
59,00%
58,27%
27,27%
26,97%
26,68%
205,06%
201,74%
195,20%
Cheque
Especial
295,48%
290,43%
276,04%
Cartão de
Crédito
ICEC - Geral
120,71%
Abril 2015
Indicadores das
expectativas
Indicadores das
condições atuais
Capital
de Giro
Desconto de
duplicatas
Abril
Geral
Abril 2015
87,7
94,7
99,5
Juros do
Comércio
82,90%
82,48%
81,65%
Fonte: ANEFAC
Revista Fecomércio DF 49
alimentação
Mesa farta
//Por Andrea Ventura
Foto: Cristiano Costa
Programa Mesa Brasil
completa 12 anos neste
ano, com ações que visam
reduzir a desigualdade
social de pessoas em
estado de vulnerabilidade
social
O
Programa Mesa Brasil, do
Sesc, completa 12 anos de
atuação no Distrito Federal. É
um programa nacional no âmbito da
segurança alimentar e nutricional, de
combate ao desperdício de alimentos
e redução da fome, uma rede de banco de alimentos que tem a finalidade
de intensificar o acesso aos alimentos em reconhecimento ao direito
humano à alimentação, contribuindo
dessa forma, para minimizar a desigualdade social no País, em uma
perspectiva de inclusão social.
Além da arrecadação e distribuição dos alimentos, o programa promove ações educativas nas áreas de
nutrição e serviço social, que ocorrem por meio de palestras, cursos e
oficinas, objetivando, pela nutrição, a
melhoria da qualidade das refeições
oferecidas, o aproveitamento integral
dos alimentos e a educação alimentar, e pelo serviço social, a organização da gestão, a sustentabilidade e
fortalecimento institucional.
No ano passado, 190 entidades
foram beneficiadas. O programa em
2014 doou mais de um milhão de quilos de alimentos, complementando
7.607.873 milhões de refeições de
indivíduos em situação de vulnerabilidade social.
Em 2015 o programa Mesa Brasil
no Distrito Federal vai oferecer palestras, oficinas e treinamento sobre
temas de interesse do segmento de
alimentação, como desperdício de
alimentos, aproveitamento integral
dos alimentos e alimentação saudável. Todos os anos o programa promove encontros com os parceiros do
programa, visando dar total transparência aos resultados obtidos. Atualmente, o programa atende 186 instituições do DF cadastradas.
Desde sua implantação no
DF, em 2003, arrecadou e doou
8.679.829,55 milhões de quilos de
alimentos, complementou mais de
68 milhões de refeições e atendeu
122 mil pessoas/ano, abrigadas em
338 instituições sociais. Uma dessas
instituições é a creche Assistência de
Amigos Missão Infantil Soldadinho
de Jesus, no Recanto das Emas. A
creche atende cerca de 60 crianças
com idade entre cinco meses e quatro anos. Para a presidente da instituição, Isamar Pereira dos Santos,
sem a ajuda do Mesa Brasil, a creche
já teria fechado. “É uma bênção que
veio do céu, são verdadeiros anjos.
É um sofrimento com alimentação
dessas crianças. Mas depois que
comecei a receber as doações, não
falta leite nem fruta”, conta Isamar.
A creche recebe mães que muitas
vezes não têm condições de oferecer
alimentação para os filhos em casa.
“Há mães que trabalham como empregadas domésticas e muitas não
têm o que comer em casa, e para essas eu também entrego alimentos”,
revela. As doações à creche são feitas
a cada 15 dias.
@sescdf
/sescdistritofederal
1,049 milhão de quilos de alimentos foram arrecadados e doados
7,6 milhões de atendimentos somente em 2014
186 entidades cadastradas em 2014
50 Revista Fecomércio DF
www.sescdf.com.br
caso de sucesso
Mudança na área de atuação
//Por Sílvia Melo
Foto: Raphael Carmona
Ao trocar o trabalho
no comércio pela
logística, Danúbia
sente-se realizada
profissionalmente
D
anúbia Dias Pereira, de 30 anos, começou a trabalhar no comércio aos
15 anos, no Mato Grosso do Sul. Em
2007, decidida a arrumar um emprego melhor e passar em um concurso público,
mudou-se para Brasília. Sem experiência em outras áreas, voltou a trabalhar no comércio, como
gerente de uma loja no Shopping de Sobradinho,
cidade que escolheu para morar e estudar. Cansada da rotina do comércio, aproveitou a oportunidade que surgiu de uma bolsa de estudo no
Senac e fez o curso Técnico em Logística. Pediu
demissão, passou quatro meses desempregada
e atualmente trabalha na área de logística de uma
grande rede de supermercados.
Ao escolher o curso, Danúbia não tinha
noção do que se tratava a logística. “Escolhi
porque achei interessante a descrição do curso
por trabalhar em área de transporte, estoque e
armazenamento”, explica. “Também queria aproveitar a oportunidade de ter ganhado a bolsa pelo
Programa Senac de Gratuidade para sair da área
do comércio, pois já estava saturada”, afirma. A
estudante fez o curso na unidade de Sobradinho,
52 Revista Fecomércio DF
entre 2012 e 2014 e comemora por ter acertado
na escolha. “A principal mudança foi entrar para
uma grande empresa. Nunca tive os benefícios
que hoje essa empresa proporciona. Consegui
graças a Deus e também ao Senac. Foi esse curso que me abriu as portas”, conclui.
SOBRE O CURSO
O curso Técnico em Logística tem carga horária de 990h e prepara profissionais para atuar
em pequenas, médias e grandes empresas,
industriais, comerciais, de serviços e do agronegócio, em qualquer ponto da cadeia logística.
As próximas turmas serão oferecidas a partir
de julho, nas unidades do Senac em Ceilândia e
Taguatinga.
Mais informações
@senacdf
/senacdistritofederal
www.senacdf.com.br
EMPRES
A
IA
UNICEF/BRZ/João Ripper
UNICEF/BRZ/João Ripper
UNICEF/BRZ/Manuela Cavadas
© UNICEF/NYHQ2009-1911/Pirozzi
UNICEF/BRZ/João Ripper
UNICEF/BRZ/Manuela Cavadas
NC
À IN F Â
secure.unicef.org.br/empresasolidaria
0800 605 2020
[email protected]
Empresa Solidária à Infância é um programa que o UNICEF criou para mudar a realidade
de milhares de crianças e jovens. Ao fazer uma doação, sua empresa colabora com o nosso trabalho
e ajuda a levar oportunidades e direito à saúde, educação e proteção. É assim que, juntos, faremos
a nossa parte por um mundo melhor. Acesse o site, saiba mais sobre o programa e participe.
Revista Fecomércio DF 53
artigo direito no trabalho
Contribuição previdenciária
e aviso prévio
54 Revista Fecomércio DF
titui ganho habitual, razão pela qual
sobre ela não é possível a incidência
de contribuição previdenciária, conforme entendimento do STJ. Quanto
ao aviso prévio indenizado, esse não
integrava o salário de contribuição
por expressa previsão legal e em
Decreto, o que foi suprimido pela
Lei 9.528/97 e Decreto 3.048/99. A
Fazenda Nacional, amparando-se
nessa alteração, passou a sustentar que é legítima a incidência da
contribuição previdenciária sobre
os valores pagos a título de aviso
prévio indenizado. Posicionamento
consolidado no STJ é de que sobre
as importâncias pagas em indenização, que não de serviços prestados
nem de tempo à disposição do empregador, não incide contribuição
previdenciária.
Assim, não concedido o aviso
prévio pelo empregador, nasce para
o empregado o direito, previsto no
art. 487, § 1º, da CLT, ao aviso prévio indenizado, que visa a reparar o
dano causado ao trabalhador que
não fora alertado sobre rescisão
contratual com a antecedência estipulada na CF. Portanto, segundo
o STJ, não incide contribuição previdenciária sobre aviso prévio
indenizado, tampouco sobre
terço adicional de férias, sejam essas indenizadas ou
usufruídas.
Raquel Corazza
consultora jurídica
Ope Legis Consultoria
Empresarial
Posicionamento
consolidado no STJ
é de que sobre as
importâncias pagas
em indenização não
incide contribuição
previdenciária
Cristiano Costa
A Constituição Federal (CF) estabelece que “os ganhos habituais do
empregado, a qualquer título, serão
incorporados ao salário para efeito
de contribuição previdenciária na
forma da lei” (art. 201, § 11). O art.
22, I, da Lei 8.212/91, dispõe que: “A
contribuição a cargo da empresa,
destinada à Seguridade Social é de:
I – 20% sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas
durante o mês, aos segurados que
lhe prestem serviços, destinadas a
retribuir o trabalho, qualquer que
seja a sua forma”.
Por outro lado, o conceito de
salário de contribuição do empregado é previsto no art. 28, I, da Lei
8.212/91, segundo o qual “entende-se por salário de contribuição a
remuneração auferida em uma ou
mais empresas, assim entendida a
totalidade dos rendimentos pagos,
devidos ou creditados a qualquer
título, durante o mês, destinados a
retribuir o trabalho, qualquer que
seja sua forma, inclusive gorjetas,
os ganhos habituais sob a forma de
utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer
pelos serviços prestados, quer pelo
tempo à disposição do empregador
nos termos da lei ou do contrato ou,
ainda, de convenção ou acordo coletivo ou sentença normativa”.
No que se refere ao adicional de
férias relativo às férias indenizadas,
a não-incidência de contribuição decorre de expressa previsão legal (art.
28, § 9º, “d”, da Lei 8.212/91 - redação da Lei 9.528/97). Já em relação
ao adicional de férias sobre às férias
gozadas, tem natureza indenizatória
e/ou compensatória, pois não cons-
empresário do mês
Diversão levada a sério
//Por Andrea Ventura
Foto: Raphael Carmona
Parque Nicolândia vive seus dias de glória com investimento em novas atrações e o
filho do patriarca da família, Marcelo Márcio Gomes de Souza, à frente dos negócios
Q
uem é de Brasília ou mesmo mora
na cidade há alguns anos conhece
o parque de diversões Nicolândia.
Localizado no Parque da Cidade, o centro
de diversões recebe de quinta a domingo
cerca de 5 mil pessoas, que se divertem
nas 28 atrações. Uma delas é a roda gigante Ferri Whell, instalada em março do ano
passado. Quem utiliza o parque da cidade
à noite consegue vê-la de qualquer lugar.
Mas nem sempre foi assim, para chegar
a esse patamar, foi preciso muito esforço
de uma família. A história do Nicolândia
funde-se com a história da cidade e do seu
criador, Antônio Hilário de Souza, conhecido como “Seu Nico” que chegou a Brasília em 1968. Ele trabalhava no Cassino da
Urca, no Rio de Janeiro, mas depois do fechamento do local foi gerenciar uma rede
de parques de diversões. Quando saiu, o
acerto trabalhista era uma roda gigante. O
empresário começou uma atividade com parque itinerante. Passou por Minas Gerais, Goiás e chegou à capital. “O Nicolândia faz parte da história de Brasília, uma
das epopeias da cidade”, conta o empresário e filho do
fundador, Marcelo Márcio Gomes de Souza.
Até a morte do Seu Nico, em setembro de 2001, o
parque era administrado pelo fundador e por sua esposa, Dona Maria Gomes. “Eu e o meu irmão, Marco Antônio Gomes de Souza, ficávamos nos bastidores, só observando”, revela Marcelo. Uma das maiores dificuldades
da família foi a regularização do espaço. “Não por culpa
nossa, mas pela inoperância do poder público. Hoje nós
estamos regularizados – temos apoio do GDF, que vê com
bons olhos o Nicolândia. É uma parceria de gerar mais
empregos e surpreender cada vez mais a sociedade”, afirma. O parque emprega hoje 110 funcionários.
A morte do patriarca foi um momento de reflexão
para a família. “Pensamos que era preciso manter a tradição, continuar com esse legado. Eu cresci no parque. A
gente via as famílias, muitas gerações, pais que vinham
quando eram jovens e depois trazendo seus filhos. É um
local que marcou, era uma referência para as famílias”,
conta. A reflexão resultou em determinação. “Tivemos o
ímpeto de colocar o Nicolândia no rol de melhores parques do Brasil. E hoje tenho orgulho de dizer que o Nicolândia já não é mais promessa, e o sucesso da marca é
resultado de diversos fatores, como a veia empreendedora que temos, que herdamos do nosso pai, a dedicação e
o conhecimento de mercado”, define.
Para crescer investiram em atrações novas, fizeram
viagens a feiras de entretenimento, conheceram parques. “Meu pai era muito seguro na hora de investir, não
gostava de fazer dívidas, não arriscava. Mas a gente arriscou muito e acreditamos que o crescimento só vem se
investirmos. Foi o que fizemos. Nos dedicamos e levamos o Nicolândia para a frente”, revela.
“O Nicolândia hoje é o cartão-postal da cidade, um
empreendimento à altura de Brasília. Nós nos orgulhamos de falar que crescemos e fomos criados aqui. É uma
empresa da cidade, que cresce com ela”, explica. Apesar
de não apontar sua receita anual, o empresário revela
que o investimento é alto. A famosa roda gigante custou
R$ 3,5 milhões e aumentou a frequência no parque em
50%. “Vamos continuar investindo também no público infantil – há muitas novidades para o ano que vem”, adianta
o empresário.
Revista Fecomércio DF 55
tecnologia
Renato Carvalho
Gerente de Mídias
Sociais & Conteúdo
da ClickLab
Jens Schriver
Diretor-Executivo
da ClickLab
www.clicklab.com.br
[email protected]
www.facebook.com/agencia.clicklab
Agora é oficial: o Mobile está em primeiro lugar
Há muito tempo já estamos batendo nessa tecla em nossa coluna sobre tecnologia. A navegação móvel crescia e nós
alertávamos aos empreendedores, grandes ou pequenos, que
estava passando da hora de se adaptar a essa nova realidade.
Falávamos de a necessidade das empresas terem sites que
fossem fáceis de serem navegados por smartphones e tablets e
que, com o tempo, essa necessidade só aumentaria. Pois bem,
chegou a hora. Só que desta vez, quem não se adaptar, não só
perderá oportunidades como também será prejudicado por isso.
O Google, que atualmente domina 90% de todas as pesquisas online feitas no Brasil, anunciou recentemente que, desde
21 de abril, seu novo algoritmo irá começar a verificar os sites
e a testar aqueles que são compatíveis com o acesso mobile.
Sites que forem reprovados nesse teste começarão a perder
posições no ranking de buscas, indo, cada vez mais, para as
últimas páginas dos resultados das pesquisas.
Segundo a própria empresa, “conforme mais pessoas
usam dispositivos móveis para acessar a internet, nossos algoritmos têm de se adaptar a essa camada de uso.” E adiciona:
“agora, o Google vai priorizar páginas de serviços que são bons
para o meio que a pessoa está usando.” Atualmente, mais de
60% das pesquisas realizadas pela ferramenta ocorrem por
meio de dispositivos móveis, e, como já alertamos diversas vezes, esse número só tende a aumentar.
A porta para um novo mundo
Depois de muitos testes e aprimoramentos, o Oculus Rift
chegou a sua versão final. O aparelho, uma espécie de capacete que, quando ligado ao computador, imerge o usuário em um
ambiente 3D de realidade virtual, exibe 400 milhões de pixels
por segundo e possui duas telas com resolução combinada de
2160 x 1200 pixels a 90Hz. Para usar essa beleza, no entanto, o
investimento será grande. As especificações para ter a melhor
experiência com o Oculus pedem uma placa NVIDIA GTX 970 /
AMD290 ou superior, Intel i5-4590 ou superior, 8gb+ de RAM,
Saída compatível com HDMI 1.3, 2 portas USB 3.0 e Windows 7
SP1 ou superior. Data de lançamento e preço ainda não foram
divulgados.
56 Revista Fecomércio DF
60%
dos acessos ao Google são
feitos por dispositivos móveis
COMO SE PREPARAR PARA ESSA NOVA REALIDADE?
O principal a se fazer agora é testar se seu site é considerado compatível pelo novo algoritmo do Google. Para isso,
a empresa lançou o Mobile-Friendly Test, ferramenta que irá
analisar sua página, aprovando-a ou não. Caso seja reprovado,
recomendamos fortemente contratar uma empresa especializada para fazer a reformulação. Lembramos que, mesmo que
seu site pareça bonito quando acessado, o algoritmo irá ver
muito mais a estrutura do que a beleza, por isso, mesmo sites
lindos podem ser prejudicados.
Não há mais tempo a perder. Ou o empreendedor se adapta
à nova realidade de navegação móvel, ou ele irá ver, cada vez
mais, seu negócio sumindo da internet.
Uma simpática
acompanhante
Está chegando ao mercado um drone que, apesar de
não ser o mais poderoso, com certeza é o mais simpático
de todos. O projeto batizado de Lily, consiste em um pequeno quadricóptero (popularmente chamado de Drone),
que possui a capacidade de voar autonomamente,
isto é, sem alguém o controlando diretamente. Para
realizar tal façanha, Lily conta com um dispositivo remoto que sinaliza sua posição e o orienta no espaço. Para
ativá-lo basta lançá-lo ao ar. Lily entra em funcionamento
automaticamente e ainda pode filmar e bater fotos de
seu dono, utilizando uma câmera de 12 megapixels e
1080p de resolução a 60 quadros por segundo. E se tudo
isso não fosse incrível o bastante, ainda existe a possibilidade de você controlá-lo por meio de um aplicativo para
o celular.
Valor: US$ 999
Gerenciando
sua equipe
Para as mamães
Aplicativos para celular como o Mãe Coruja e o Baby Log permitem aos
papais e mamães manterem um registro sobre tudo o que acontece com seu
bebê no dia-a-dia, incluindo horários de amamentação e trocas de fraldas.
Uma excelente opção para quem precisa de uma agenda sempre organizada.
Valor:
O Slack (Slack.com) é uma plataforma que permite a gestores
organizarem toda a comunicação de
sua empresa em um só lugar. Além
de trocar mensagens, controlar os
projetos em que cada membro está
envolvido e permitir a troca de arquivos, ele ainda possui integração com
diversos serviços, como o DropBox e
o MailChimp.
Gratuito (Mãe Coruja) e
US$ 4,99 (Baby Log)
Valor: Gratuito
(com opções
pagas)
Revista Fecomércio DF 57
ensino
Oportunidade
de crescimento
//Por Luciana Corrêa
Foto: Raphael Carmona
Curso de Marketing é um dos destaques
para o próximo semestre
Com um amplo mercado, o curso de Tecnologia em
Marketing, oferecido pela Faculdade de Tecnologia Senac
do Distrito Federal, é um dos destaques da instituição para o
próximo semestre. Segundo a coordenadora do curso, Graciere Barroso, as opções para quem quer conquistar sua
vaga no mercado de trabalho são diversas. “Marketing é um
iceberg. Aqui na instituição, ele tem um viés na gestão. Ensinamos parâmetros operacionais de pesquisa, publicidade
e merchandising. Com isso, o aluno vai aprender a gerenciar e poderá atuar em diversas áreas”, explica. Algumas
opções de carreiras que os alunos podem seguir, citadas
pela coordenadora são: atuar em gráficas, eventos, cinema,
divulgação, montar empresas prestadoras de serviços para
eventos, mídias digitais, entre outras. O curso também forma profissionais aptos a atuar na gerência de empresas e
em seus empreendimentos.
O ex-aluno, Welington Silva, de 35 anos, conta que sua
visão profissional antes do curso era limitada e, após sua
formação pela Faculdade Senac, cresceu e hoje se destaca no mercado. “Sempre gostei de Marketing, e como eu
trabalho com organização de eventos, percebi que seria um
ótimo curso para alavancar meus conhecimentos práticos
em eventos. Percebi competências em mim que eu desco-
nhecia. Inclusive, a vontade de me tornar professor no futuro”, conta. Welington pretende ainda fazer especializações
na área. “Já tenho duas que estão no meu cronograma. Sou
empreendedor, meu projeto de futuro é atuar como consultor em empresas e voltar para a sala de aula como professor”, concluiu.
Na Faculdade Senac, a duração média do curso de
Marketing é de dois anos e é oferecido no turno noturno,
na unidade 903 Sul. A aluna Aryane de Jonas Godinho, de
32 anos, está no 3º semestre e sempre esteve envolvida
na área cultural, com economia criativa, e sentiu a necessidade de se apropriar de alguns conceitos do Marketing
para crescer na área. “Estou adorando o curso. Temos
professores que são seres humanos inspiradores acima
de tudo e isso faz toda a diferença. Como comecei a trabalhar muito cedo, na área de produção cultural, tive a
oportunidade de transitar entre as diferentes atividades e
responsabilidades dessa cadeia produtiva. Hoje sou diretora de Programas e Diversidade Cultural da Subsecretaria de Cidadania e Diversidade Cultural, da Secretaria
de Estado de Cultura do DF”, contou.
NOTA ALTA
A Faculdade Senac-DF passou pelo processo de avaliação do Ministério da Educação (MEC) para renovação do
reconhecimento do curso de Tecnologia em Marketing, em
abril. A nota alcançada foi 4, na escala de 0 a 5. A visita dos
agentes do MEC consiste em avaliar toda a organização didático-pedagógica, o corpo docente e a infraestrutura. Os
principais destaques da avaliação foram: projeto do curso
estruturado, com objetivos claros e perfil do egresso definido de forma a atender o mercado de trabalho; apoio ao
aluno e uso de tecnologias da informação; nota 5 para a
coordenação do curso, pela sua experiência profissional,
bem como sua carga horária dedicada ao curso; professores com experiência profissional também receberam nota
5; salas de aula bem equipadas com recursos multimídias,
tela de projeção e ar condicionado; e o fato de atender aos
quesitos de acessibilidade.
VESTIBULAR
O segundo processo seletivo 2015 da Faculdade de
Tecnologia Senac do Distrito Federal está com as inscrições abertas, presencialmente, na unidade 903 Sul e pela
internet por meio do portal (www.facsenac.edu.br). O candidato pode se inscrever de segunda à sexta-feira, das 9h
às 21h30. A taxa de inscrição está no valor de R$ 20. A prova
será aplicada no dia 24 de maio, às 10h. Mais informações
pelo portal
instituto fecomércio
Troca
produtiva
de ideias
//Por Fabíola Souza
Foto: Raphael Carmona
Brasília é sede do Fórum
Nacional de Dirigentes dos IFs
de todo o País
B
rasília foi a cidade escolhida para sediar o 7º
Fórum Nacional de Dirigentes dos Institutos
Fecomércio, que ocorreu nos dias 14 e 15 de
Elizabet Garcia, diretora, e Adelmir Santana, presidente do IF
maio, na sede da Fecomércio. Além dos convidados
de 12 estados, também participaram da reunião o vice-presidente-fnanceiro, Paolo Orlando Piacesi, diretores, assesCONVIDADOS
sores da Fecomércio e representantes da Confederação
O presidente do Sebrae-DF, Luís Afonso Bermúdez,
Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
ministrou a palestra “A Lei Geral da Pequena Empresa:
O próximo encontro está marcado para os dias 15 e 16 de
Oportunidades para Jovens Empreendedores”. Para ele, é
outubro em Aracaju, Sergipe.
um desafio inserir todos os jovens estudantes no mercaO presidente da Fecomércio-DF, Adelmir Santana, redo de trabalho, por isso os setores de comércio e serviço
alizou a abertura do encontro e ressaltou que a iniciativa
são ótimas alternativas para a realização profissional. De
é uma ótima oportunidade para conhecer a realidade dos
acordo com uma pesquisa do Sebrae sobre o Perfil do Emoutros estados, verificar as dificuldades enfrentadas e compreendedor Brasileiro, o segmento de negócio que mais
partilhar os casos de sucesso. “Também precisamos criar
atrai o potencial jovem empreendedor é o de serviços. “O
uma cultura de inovação, muitas vezes esquecida”, apontou
empreendedorismo, principalmente com foco no jovem
Adelmir no discurso de abertura do evento.
empreendedor, tem que ser entendido pelos líderes como
Santana explicou que o Sistema Fecomércio conta com
uma saída e um tema relevante para o desenvolvimento soum braço da formação educacional, o Senac, outro braço
cioeconômico brasileiro”, apontou Bermúdez. A consultora
da assistência aos trabalhadores, o Sesc, e o Instituto Fede pesquisas do IF-DF, Andréa Antinoro, terminou as aprecomércio complementa a assistência às empresas de cosentações do dia com a palestra “Pesquisa de Mercado:
mércio e serviços, oferecendo pesquisas de mercado, como
Saber e Poder!”.
a Conjuntural, que destrincha mensalmente a realidade
das micros e pequenas empresas (maioria no DF), além de
realizar pesquisas de expectativa de vendas nas principais
datas comerciais, estudos encomendados por empresários
para orientar sobre a realidade do mercado. “Oferecemos
cursos in company e somos um agente de integração para
o estágio, entre empresas e estudantes”, apontou Adelmir.
A diretora-executiva do IF-DF e presidente do Fórum,
Mais informações
Elizabet Garcia Campos, afirmou que o objetivo do encon@if_df
tro é discutir e compartilhar ações, visando a uma melhor
/institutofecomerciodf
gestão das instituições. “É um momento de discussão para
alcançar uma integração cada vez maior, com foco no forinstitutofecomerciodf.com.br
talecimento e no desenvolvimento institucional, em uma
perspectiva de potencializar a competitividade e a efetividade do sistema”, disse.
Revista Fecomércio DF 59
sindicatos
As feiras
do DF
pedem
socorro
//Por Fabíola Souza
Foto: Raphael Carmona
Sindifeiras luta pela criação de uma secretaria
específica para tratar dos feirantes
A
vocação do Distrito Federal é
para comércio e serviços, porém o descaso com as feiras
da cidade demonstra total falta de organização em preservar o patrimônio
comercial por parte do governo. A situação é tão crítica que, pela primeira
vez na história da cidade, foi realizada
uma audiência pública para tratar
das Feiras do DF.
De acordo com o presidente do
Sindicato dos Feirantes do Distrito
Federal (Sindifeira-DF), Francisco
Valdenir Elias, problemas dentro das
feiras do DF é o que não falta. “Na
história do sindicato, foi a primeira
vez que conseguimos uma audiência
pública, o que foi de grande importância, pois estavam representadas
todas as feiras do DF”, ressalta. O autor da iniciativa foi o deputado Renato
Andrade (PR). No encontro, realizado
60 Revista Fecomércio DF
no dia 27 de abril de 2015, foram levantadas propostas como recadastramento e regularização das feiras.
O Sindifeira foi fundado em 1977
e atualmente abriga 84 feiras, entre
feiras livres, permanentes e shoppings populares. Representa aproximadamente 30 mil feirantes, que proporcionam 100 mil empregos diretos
e indiretos.
REIVINDICAÇÕES
Valdenir acredita que a principal
iniciativa que o Governo deveria ter
é a criação de uma secretaria específica para tratar dos feirantes, ambulantes, banca de jornal e revista,
quiosques, trailers e similares. “Talvez assim nós acertássemos em todos os erros que foram cometidos no
passado”, aponta o presidente. Outra
questão apresentada pela categoria é
a inclusão das feiras do DF no Plano
de Turismo da cidade, assim como o
cadastro único e a revitalização das
feiras. “O turista vem para Brasília e
ele só conta com duas feiras: a Feira
da Torre e a Feira dos Importados.
Gostaríamos que incluíssem nos roteiros turísticos todas as feiras, que
elas tivessem no calendário turístico
de visitação do GDF”, afirma.
Francisco diz que atualmente
existem muitos boxes abandonados
na maioria das feiras por causa da
falta de políticas públicas para o setor. O feirante se vê obrigado a voltar
a vender na rua, o que prejudica o comércio estabelecido no local e coloca
em risco a sua mercadoria. “Ele veio
da rua como ambulante, o Estado foi
e concedeu cidadania para ele virar
feirante e ter o local apropriado para
vender. Mas depois o feirante se vê
forçado a voltar à ilegalidade porque
não existe uma política pública para
as feiras”, lamenta Valdenir. Segundo
ele, se o governo oferecesse emprego para os feirantes com uma média
salarial de R$ 1,5 mil, cerca de 80% a
90% dos feirantes deixariam os boxes.
Outro ponto levantado pelo presidente do sindicato foi a falta de linha de
crédito. “Ninguém consegue linha de
crédito para feirante. Quando chega
até o gerente e fala que trabalha em
feira, ele diz que te dá R$ 5 mil de crédito. O que se faz com esse dinheiro?”,
questiona. Para ele, o que sustenta a
maioria das feiras do DF atualmente
são as vendas de frutas, verduras e
comidas típicas de outras regiões.
PROBLEMAS ESTRUTURAIS
A distribuição dos boxes nos shoppings populares é outro problema
que prejudica o setor. “O Estado faz
uma feira onde há 60 feirantes. Daí,
constrói 300 boxes, mas apenas 60
pessoas querem trabalhar no local.
Então, os outros repassam o ponto
para quem não é comerciante, mas
eles não ficam no espaço, ao contrário, deixam os boxes fechados e
os clientes param de ir porque tem
muito box fechado”, critica Valdenir. A
situação é tão séria que Francisco explica que se o trabalhador não levar
comida de casa, alguns passam o dia
sem fazer nenhuma refeição, porque
não conseguem vender nada.
Atualmente, não existe nenhuma
feira modelo, que o funcionamento
sirva de inspiração para as outras.
Apesar disso, o presidente elogia a
estrutura do Shopping Popular localizado perto da Rodoferroviária,
que conta com um grande estacionamento. Além dela, existem mais
dois Shoppings Populares, um na
Ceilândia e outro no Gama. “O shopping do Gama, por exemplo, era
para 460 boxes, mas fizeram 1.012
boxes e um estacionamento que se
dá 20 carros é muito. Aumentaram
a estrutura, mas conclusão: existe
um monte de boxes fechados, porque
não são comerciantes. Agora se você
passar no centro do Gama vai ver vários feirantes. O governo precisa chamar a categoria para conversar sobre
uma solução para esses problemas”,
aponta Valdenir.
No Distrito Federal existe a Lei nº
“Ninguém
consegue linha
de crédito para
feirante”
Francisco Valdenir
presidente do Sindifeira-DF
4.748, de 2 de fevereiro de 2012, que
dispõe sobre a regularização, a organização e o funcionamento das feiras
livres e permanentes no DF. Valdenir
defende que a lei ainda não é o ideal
para o setor, mas certamente ajuda.
“O problema é quando você vai cumprir a lei. Cada Administração Regional tem uma interpretação. Costumo
comparar as leis à Bíblia, pois cada um
interpreta de uma maneira”, lamenta.
Para ele, seria melhor a criação
de um órgão e dentro dessa estrutura houvesse câmaras temáticas
divididas por assuntos, e as decisões
fossem tomadas em conjunto com
algum representante do governo e
outro das feiras. “Em época de campanha, os candidatos ao Executivo
disseram que a criação de uma Secretaria exclusiva para este assunto
era totalmente viável. Só que depois
de eleito, ninguém consegue mais falar com o governador. As feiras estão
pedindo socorro. É preciso que sejam
feitas revitalizações. Se não for feito nada, é muito provável que todos
voltem para as ruas. Porque não tem
como você ficar em um local que o
feirante não consegue vender”, afirma Francisco.
A questão das instalações de água
e luz individualizadas, por exemplo,
está na lei, mas não é a realidade das
feiras. Segundo o presidente do Sindifeira-DF, existem feiras que estão
com a luz cortada há dois anos e está
há mais de seis meses sem água.
Outro exemplo triste é em relação à
feira que funciona na Praça do Bicalho, em Taguatinga. A feira nasceu
com a cidade, que vai completar 57
anos em 2015, e funciona aos domingos das 6h às 13h, porém não tem
banheiro. “Como fazem esses trabalhadores? Temos um projeto pronto
para a construção de um banheiro no
local há 12 anos, mas nunca saiu do
papel”, aponta.
Para completar o cenário difícil,
há ainda as feiras itinerantes na cidade. Elas funcionam apenas nos finais
de semana e os colaboradores não
são de Brasília. Ou seja, não pagam
impostos locais e não geram emprego e renda para a cidade. A Câmara
Legislativa aprovou o Projeto de Lei
(PL) 2.072/2014, que regulamenta o
funcionamento das feiras itinerantes.
De acordo com o PL, as feiras terão
que ter no mínimo 60% de aprovação
dos lojistas para funcionar perto de
centros comerciais.
O governador Rodrigo Rollemberg vetou o PL, que agora está na
Comissão de Constituição e Justiça
(CCJ) da Câmara Legislativa. Os
membros da comissão irão preparar um relatório para analisar o
veto do governador. Depois disso, o
texto volta ao plenário da casa, ainda sem data para ser votado.
Revista Fecomércio DF 61
pesquisa conjuntural
Novamente
em queda
//Por Fabíola Souza
As vendas do setor de serviços
também tiveram um declínio de 4,83%
Desempenho de vendas
Autopeças e Acessórios
-5,58%
Bares, Restaurantes e Lanchonetes
-1,94%
Calçados
1,99%
-1,75%
Fev x Jan
Marx Fev Abril x Mar
-9,78%
-22,68%
4,91%
5,44%
4,09%
-6,90%
-6,85%
4,22%
-2,67%
45,71%
-46,12%
5,76%
5,17%
-1,31%
Farmácia e Perfumaria
-2,18%
6,70%
-11,20%
-6,55%
5,69%
0,20%
Floricultura
17,45%
5,86%
-23,60%
-7,06%
12,57%
-5,70%
Informática
-2,38%
23,61%
-12,79%
-10,28%
7,41%
-4,89%
Livraria e Papelaria
-0,99%
60,97%
-9,04%
15,73%
-6,37%
-29,72%
Lojas de Utilidades Domésticas
5,45%
20,22%
-24,04%
-10,46%
9,73%
-7,72%
Material de Construção
5,46%
-1,92%
-11,37%
-1,77%
-3,11%
-5,63%
Mercado e Mercearia
-0,02%
-2,17%
-9,05%
-2,98%
12,58%
-11,30%
Móveis e Decoração
8,10%
-7,18%
-0,02%
-15,33%
2,80%
-1,22%
Óticas
0,79%
-7,84%
-10,90%
-2,08%
1,56%
9,46%
Tecidos
31,65%
12,45%
-17,67%
-13,66%
-1,30%
-5,13%
Vestuário
6,75%
43,67%
-38,52%
-10,40%
9,32%
-8,61%
Total
0,59%
9,73%
-15,68%
-6,34%
5,44%
-5,18%
Academia
5,58%
-8,55%
15,22%
-17,96%
5,79%
0,84%
Agências de Viagem
12,96%
6,94%
9,00%
-9,87%
-2,01%
-3,88%
Aluguel de Artigos para Festa
3,54%
1,16%
-23,78%
5,62%
14,76%
-21,88%
Autoescola
7,98%
-15,02%
5,94%
17,05%
17,80%
14,98%
Casa de Eventos
-0,48%
1,75%
-46,12%
14,97%
4,51%
-6,72%
Clínica de Estética
0,19%
3,06%
-18,68%
-13,18%
-14,93%
7,40%
Ensino de Idiomas
2,27%
3,06%
-6,23%
1,71%
9,89%
-5,95%
Pet Shop
7,13%
6,39%
-15,58%
-11,76%
2,52%
0,18%
Reparação de Eletroeletrônicos
2,82%
-6,60%
-2,45%
-5,09%
6,64%
-13,20%
Salão de Beleza
2,37%
17,61%
-12,46%
-15,04%
5,90%
-0,60%
Total
4,22%
1,38%
-8,92%
-7,03%
5,48%
-4,83%
Total
1,35%
7,94%
-14,34%
-6,49%
5,45%
-5,11%
Comércio
62 Revista Fecomércio DF
Nov x Out Dez x Nov Jan x Dez
Serviço
Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços.
A
s vendas do comércio
brasiliense
voltaram
a registrar queda em
abril. A redução foi de
5,18% na comparação com março. As vendas do setor de serviços
também tiveram um declínio de
4,83%. No acumulado dos últimos
12 meses (abril 2014 X abril 2015)
a variação ficou em -15,48%. É o
que mostra a Pesquisa Conjuntural de Micro e Pequenas Empresas
do Distrito Federal, realizada pelo
Instituto Fecomércio.
Segundo o presidente da Fecomércio-DF, Adelmir Santana, a
alta da inflação aliada à desaceleração do crédito, a alta nas taxas
de juros e a queda na renda dos
brasilienses com a iminente situação de desemprego formam esse
cenário de declínio nas vendas. E
esse quadro não atinge somente
os setores de comércio e serviços,
mas também o setor produtivo
todo. “Em abril tivemos dois feriados prolongados, o que também
impacta diretamente nas vendas”,
aponta. Adelmir explica que as oscilações impedem ainda a construção de um cenário definitivo de
recuperação ou queda das vendas
5,18%
foi a queda
das vendas do
comércio em abril
para o ano de 2015, portanto é fundamental o monitoramento nos próximos meses com comparações imediatas e acumuladas para uma melhor
avaliação prospectiva.
Os únicos segmentos do comércio que registraram alta em abril foram: Óticas (9,46%); Autopeças e Acessórios (5,44%); Farmácia e Perfumaria (0,20%). Os segmentos que apresentaram queda forma: Livraria e
Papelaria (-29,72%); Mercado e Mercearia (-11,30%); Vestuário (-8,61%);
Lojas de Utilidades Domésticas (-7,72%); Floricultura (-5,70%); Material
de Construção (-5,63%); Tecidos (-5,13%); Informática (-4,89%); Bares,
Restaurantes e Lanchonetes (-2,67%); Calçados (-1,31%) e Móveis e De-
Formas de pagamento // Abril
Serviçco
100%
Comércio
100%
46,04%
28,93%
26,77%
20,28%
0,42%
0%
À vista
Cheque
Cartão de
Crédito
Débito
39,27%
2,78%
1,55%
A prazo
Boleto
13,90%
9,21%
Débito
A prazo
11,14%
1,70%
0%
À vista
Cheque
Cartão de
Crédito
Boleto
Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços.
Revista Fecomércio DF 63
pesquisa conjuntural
coração (-1,22%).
No setor de serviços, o destaque em abril ficou para o segmento de Autoescola (14,98%);
seguido pela Clínica de Estética
(7,40%); Academia (0,84%) e Petshop (0,18%). Os segmentos de
serviços que apresentaram queda nas vendas no mês de abril
foram: Aluguel de Artigos para
Festa (-21,88%); Reparação de Eletroeletrônicos (-13,20%); Casa de
Eventos (-6,72%); Ensino de Idiomas (-5,95%); Agência de Viagem
Nível de emprego
Autopeças e Acessórios
Nov x Out Dez x Nov Jan x Dez Fev x Jan MarxFev AbrilxMar
-2,15%
-2,99%
-6,83%
13,33%
-2,94%
3,01%
Bares, Restaurantes e Lanchonetes
0,91%
-4,12%
0,20%
-4,37%
3,99%
1,69%
Calçados
-4,69%
10,08%
-16,79%
8,65%
-3,42%
2,65%
Farmácia e Perfumaria
-1,01%
0,34%
-5,96%
-0,37%
5,99%
-1,77%
Floricultura
4,76%
9,09%
0,00%
12,50%
-3,70%
0,00%
Informática
0,00%
16,46%
-6,52%
-9,30%
0,00%
7,69%
Livraria e Papelaria
37,14%
-2,94%
2,86%
1,90%
-8,18%
-5,50%
Lojas de Utilidades Domésticas
6,45%
-7,58%
-1,67%
1,69%
0,00%
-10,17%
Material de Construção
6,78%
-3,50%
-4,19%
-5,46%
-8,67%
9,49%
Mercado e Mercearia
0,53%
-2,93%
1,59%
-0,45%
-0,45%
0,00%
Móveis e Decoração
0,00%
-26,09%
21,57%
-1,54%
1,52%
0,00%
Óticas
6,67%
0,00%
3,45%
0,00%
0,00%
10,00%
Tecidos
-7,69%
-12,50%
9,52%
8,70%
32,00%
-27,27%
Vestuário
8,49%
-4,01%
-3,73%
3,50%
-1,13%
-1,10%
Total
2,28%
-2,70%
-1,73%
-0,68%
0,86%
0,70%
Academia
4,26%
-6,69%
7,63%
-7,45%
5,36%
-2,91%
Agências de Viagem
18,00%
-8,33%
-8,16%
17,78%
-7,55%
-1,96%
Aluguel de Artigos para Festa
2,72%
1,32%
10,46%
-3,55%
-3,05%
-5,43%
Autoescola
3,33%
-4,84%
0,00%
9,43%
-7,14%
12,82%
Casa de Eventos
2,70%
0,00%
2,27%
-4,44%
2,33%
0,00%
Clínica de Estética
2,50%
-11,84%
17,39%
-16,05%
12,31%
1,37%
Ensino de Idiomas
1,66%
-1,71%
-8,18%
3,03%
2,21%
7,91%
Pet Shop
6,96%
-10,66%
2,68%
1,74%
0,85%
-1,69%
Reparação de Eletroeletrônicos
0,00%
-0,93%
-0,93%
0,00%
2,83%
-0,92%
Salão de Beleza
5,77%
5,22%
-16,81%
2,13%
-1,05%
1,06%
Total
4,04%
-3,68%
1,34%
-1,87%
1,57%
-0,09%
2,79%
-2,99%
-0,86%
-1,02%
1,06%
0,49%
Total
Comércio
64 Revista Fecomércio DF
(-3,88%) e Salão de Beleza (-0,60%).
Entre as formas de pagamento,
o cartão de crédito foi o mais utilizado nas compras. No comércio, a
modalidade respondeu por 46,04%
das vendas. No setor de serviços,
foi responsável por 39,27% das
compras. A Pesquisa Conjuntural
de Micro e Pequenas Empresas do
DF é realizada mensalmente pelo
Instituto Fecomércio e tem o apoio
do Sebrae. Foram consultadas 900
empresas, das quais 595 do comércio e 305 de serviços.
Serviço
Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços.
Desempenho de vendas
Nov x Out Dez x Nov Jan x Dez Fev x Jan Marx Fev AbrilxMar
Brasília (Asa Sul e Asa Norte)
0,44%
10,34%
-13,32%
-7,59%
10,47%
-7,23%
Candangolândia, Guará e
Núcleo Bandeirante
-5,10%
12,93%
-32,21%
4,05%
4,69%
0,97%
Ceilândia, Taguatinga, Vicente Pires
e Águas Claras
-1,04%
16,27%
-17,46%
-4,33%
-0,97%
-5,79%
Cruzeiro, Setor de Indústrias e Sudoeste
-0,87%
0,80%
-18,07%
-4,25%
1,68%
-5,40%
Gama, Recanto das Emas e Samambaia
1,99%
10,49%
-19,49%
-4,77%
1,36%
0,56%
Paranoá, Sobradinho e São Sebastião
7,33%
0,91%
-6,61%
-12,40%
7,61%
-4,92%
Total
0,59%
9,73%
-15,68%
-6,34%
5,44%
-5,18%
Brasília (Asa Sul e Asa Norte)
2,74%
2,66%
-6,58%
-3,04%
7,12%
-1,38%
Candangolândia, Guará e
Núcleo Bandeirante
-1,51%
-1,74%
-19,86%
-17,27%
-7,93%
7,52%
Ceilândia, Taguatinga,
Vicente Pires e Águas Claras
0,84%
-1,40%
-15,32%
-9,12%
3,36%
-3,71%
Cruzeiro, Setor de Indústrias e Sudoeste
4,17%
6,34%
-12,62%
-0,80%
4,27%
-16,66%
Gama, Recanto das Emas e Samambaia
7,58%
3,04%
-12,36%
-4,15%
-8,40%
5,14%
Paranoá, Sobradinho e São Sebastião
14,55%
-1,59%
5,27%
-16,84%
15,78%
-9,10%
Total
4,22%
1,38%
-8,92%
-7,03%
5,48%
-4,83%
Total
1,35%
7,94%
-14,34%
-6,49%
5,45%
-5,11%
Comércio
Serviço
Nível de Emprego
Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços.
Nov x Out Dez x Nov Jan x Dez Fev x Jan Marx Fev Abrilx Mar
Brasília (Asa Sul e Asa Norte)
0,36%
-2,11%
-1,54%
-2,35%
10,47%
0,00%
Candangolândia, Guará e
Núcleo Bandeirante
4,02%
1,22%
-14,47%
13,18%
4,69%
5,88%
Ceilândia, Taguatinga,
Vicente Pires e Águas Claras
-1,30%
0,66%
0,33%
0,83%
-0,97%
2,32%
Cruzeiro, Setor de Indústrias e Sudoeste
8,43%
-8,59%
1,50%
-4,64%
1,68%
-3,02%
Gama, Recanto das Emas e Samambaia
-1,71%
0,35%
-7,52%
4,24%
1,36%
-2,62%
Paranoá, Sobradinho e São Sebastião
13,11%
-9,41%
2,37%
-3,86%
7,61%
4,18%
2,28%
-2,70%
-1,73%
-0,68%
5,44%
0,70%
Total
Brasília (Asa Sul e Asa Norte)
4,64%
-3,72%
-3,75%
8,44%
7,12%
1,46%
Candangolândia, Guará e Núcleo
Bandeirante
-1,92%
-3,92%
6,00%
-5,77%
-7,93%
-3,70%
Ceilândia, Taguatinga, Vicente Pires e Águas
Claras
4,95%
-0,58%
4,46%
-5,11%
3,36%
-0,91%
Cruzeiro, Setor de Indústrias e Sudoeste
3,15%
-6,02%
14,17%
-4,58%
4,27%
-1,67%
Gama, Recanto das Emas e Samambaia
-1,41%
-5,71%
-1,49%
1,52%
-8,40%
-5,80%
Paranoá, Sobradinho e São Sebastião
5,33%
-6,02%
-3,62%
-9,86%
15,78%
2,67%
4,04%
-3,68%
1,34%
-1,87%
5,48%
-0,09%
2,79%
-2,99%
-0,86%
-1,02%
5,45%
0,49%
Total
Total
Comércio
Serviço
Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços.
Revista Fecomércio DF 65
Raphael Carmona
pesquisa relâmpago
Nova sinalização do
Parque para ciclistas
Antonia Rodrigues,
diretora da Faculdade
de Tecnologia Senac-DF
BOM
BOM
É necessário preparar
os motoristas para
uma convivência
harmônica entre
os diversos meios
de transporte que
utilizam as vias de
circulação.
Sinal analógico de
TV será desligado
em abril de 2016
Sinal analógico de
TV será desligado
em abril de 2016.
Casos de injúria
racial na internet
R
É inadmissível, deve
ser repudiado. Tais
crimes precisam
ser denunciados
pelas vítimas por
meio de registro de
ocorrência e seus
autores punidos.
Contratos do Fies
não são renovados
RUIM
Excluiu muitos
estudantes
do processo
educacional que
tinham na Educação
Superior a única
oportunidade de
melhoria de vida.
1
66Untitled-4
Revista Fecomércio
DF
Parabéns ao
governo e aos
administradores do
parque. Incentivo
ao esporte e lazer
de baixo custo é
sempre bem-vindo.
RUIM
BOM
RUIM
Alexandre Hoff,
presidente da Asprecon
Estamos vivendo
um período de
dificuldades
econômicas. O que
as famílias menos
precisam agora é
de gasto extra com
sinal de TV digital.
RUIM
Devem ser punidos
com o máximo rigor.
Infelizmente, em
pleno 2015, ainda
nos depararmos
com tão triste
realidade.
RUIM
O futuro de muitos
dependem da educação
financiada pelo
governo. Como ser
uma pátria educadora
se estão podando
o sagrado direito à
educação? Uma pena!
Pedro Vasco
empresário e
massoterapeuta
BOM
O motorista tem
que ser educado
para respeitar
os ciclistas. Uma
solução é rever
o modelo de
mobilidade urbana
no DF.
REGULAR
Será uma evolução
positiva se o governo
garantir a transição
dos modelos. É
preciso que seja
melhorado para
que todos tenham
acesso ao sinal.
RUIM
Com tanto avanço
nas leis não há
mais espaço para
o racismo em
qualquer esfera.
É preciso que as
pessoas sejam
punidas.
RUIM
A educação é a base
para construirmos
um país melhor.
Suspender os
contratos do FIES
só nos coloca em
uma situação de
retrocesso.
Belayne Vasconcelos,
coordenadora de Marketing
do Shopping Sul
BOM
A nova sinalização
do parque reflete
o que não se vê
nas ruas, ciclistas
circulando em
segurança e cada
vez mais pessoas
aderindo à bicicleta.
RUIM
A qualidade da
imagem na TV
Digital é muito
superior. Sinal de
respeito com o
telespectador, em
relação à qualidade
do serviço.
RUIM
As pessoas
acreditam estar
impunes e também
expõem o que
sentem. Me leva a
crer que ainda temos
muito a evoluir.
RUIM
Para um país que
tem como slogan
“Pátria Educadora”,
é contraditória
qualquer medida
que gera impacto na
educação.
Marconi Ribeiro,
educador físico
BOM
Uso essa pista quase
todos os dias e acho
bom porque os
motoristas começam
a respeitar mais o
espaço da bicicleta,
que é o meio de
transporte do futuro.
BOM
Se vai ficar
tudo digital e
isso melhorar a
qualidade do sinal,
acho bom.
RUIM
Acho isso uma
falta de respeito.
Somos todos iguais.
É importante
respeitar a todos e
não julgar ninguém
pela aparência
física.
RUIM
É uma forma
de incentivar os
estudos, uma
vez que há gente
com dificuldade
de pagar uma
faculdade.
18/11/10 11:29
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Os fundamentos metodológicos são: aprendizagem baseada na prática; aprender fazendo; aprendizagem reflexiva e significativa, baseada em um plano
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