Livro de Resumos, versão para download. - IEAv
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i Comitê Institucional PIBIC/IEAv: Dr. Luiz Henrique Claro (Coordenador) – ENU Dra. Carla S. Tafuri Marques – EAH Dr. Gustavo Soares Vieira – EFA Dr. Getúlio de Vasconcelos – EFO Dra. Maria José Pinto Lamosa – EGI Dr. Heitor Aguiar Polidoro – EST Dr. Luiz Henrique Claro – ENU Dra. Carla S. Tafuri Marques – EAH Dr. Gustavo Soares Vieira – EFA Dr. Getúlio de Vasconcelos – EFO Dra. Maria José Pinto Lamosa – EGI Dr. Heitor Aguiar Polidoro – EST Instituto de Estudos Avançados (IEAv/CTA), São José dos Campos – São Paulo. Diretor do IEAv (EDR): Adjunto da Direção (EDA) Vice-Diretor Administrativo (EVA): Vice-Diretor Técnico (EVT): Divisão de Aerotermodinâmica e Hipersônica (EAH): Divisão de Física Aplicada (EFA): Divisão de Fotônica (EFO): Divisão de Geointeligência (EGI): Divisão de Energia Nuclear (ENU): Divisão de Suporte Técnico (EST): Divisão Administrativa (EAD): Divisão de Infra-estrutura e Apoio (EIA): Divisão de Suporte em Tecnologia da Informação (ETI): Cel. Av. Darcton P. Damião Cel. Eng. Marco A. Minucci Sala Ten. Cel. Av. Orlando A. Máximo Ten. Cel. Eng. Carlos F. R. Mateus Dr. Alberto Monteiro dos Santos Dr. Antonio Carlos de Jesus Paes Dr. Álvaro José Damião Ten. Cel. Av. Ricardo de Q. Veiga Dr. Lamartine N. F. Guimarães Dra. Valéria S. Faillace O. Leite Tecnol. Ana Maria B. S. Pinheiro Tecnol. Israel Silva de Melo Tecnol. Remo César Carnevalli ii II SICI – II Seminário de Iniciação Científica do IEAv, 6 de agosto de 2008. FICHA CATALOGRÁFICA BIBLIOTECA DO IEAv Seminário de Iniciação Científica do IEAv (2: 2008: São José dos Campos) Iniciação Científica do IEAv: livro de resumos, São José dos Campos, ago. 2, 2008. / Luiz Henrique Claro (coordenador). – São José dos Campos, SP: CTA/IEAv, 2008. 37 p. Inclui 1 CD-Rom 1. Iniciação Científica – Congresso. 2. Pesquisa Científica. 3. Ciência e Tecnologia. I. Claro, Luiz Henrique (coordenador). II Título. iii Nesta segunda edição do Seminário de Iniciação Científica, os pesquisadores do IEAv estão conscientes, além de orgulhosos, da grande responsabilidade que a manutenção e a condução de um Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica representam para nossa Instituição. Juntamente com a pós-graduação, a iniciação científica é a responsável pela ampliação e continuidade das pesquisas que permitem um salto na qualidade dos produtos de nossa instituição: a ciência e a tecnologia. É através da iniciação científica que os alunos têm a oportunidade de entender e praticar o método científico, exercitar sua criatividade, aperfeiçoar o seu espírito crítico, perceber e aprender a respeitar os seus limites e os das pessoas ao seu redor, além de apropriar-se do conhecimento gerado por si e por outros, possibilitando a consolidação de seu aprendizado. Dentre os benefícios obtidos pelos alunos que participam de um programa de iniciação científica podemos citar o ganho de maturidade e de cidadania. Estes se tornam o diferencial positivo, hoje reconhecido não apenas no mundo acadêmico, entre o aluno que simplesmente cumpriu as etapas básicas para obtenção do diploma e aquele que exercitou sua criatividade e aplicou suas potencialidades de maneira crítica e construtiva. A iniciação científica foi criada inicialmente com o objetivo de aproximar o aluno a grupos de pesquisa experientes para serem expostos aos processos de aquisição de informações e conhecimento. Hoje, nossa Instituição percebe que a iniciação científica não representa apenas uma atividade esporádica e eventual, ela torna-se cada vez mais, um instrumento básico de formação para a pesquisa e dela não se pode prescindir. Por ser um incentivo individual e seletivo, nem sempre é possível obter bolsas para todos os alunos engajados na iniciação científica. Entretanto, cabe a cada agente deste processo (pesquisadores, alunos e a própria instituição) buscar, dentre suas possibilidades e criatividade, as contribuições individuais para a manutenção e o crescimento da iniciação científica no IEAv, pois este caminho já se tornou não apenas irreversível, mas imprescindível. Com todas as dificuldades enfrentadas em nosso dia-a-dia, a realização deste segundo seminário de iniciação científica, juntamente com o Livro de Resumos, não apenas sumarizam os resultados das pesquisas realizadas, mas também, os resultados não mensuráveis de jovens que tiveram sua maturidade e cidadania ampliada e aprofundada e que, certamente, serão aplicados em benefício da sociedade. Agradecemos o apoio recebido da Direção do Instituto, das Comissões Internas e Externas envolvidas neste processo e das agências de fomento e empresas que, possibilitaram a realização deste II Seminário de Iniciação Científica do IEAv. Comissão Organizadora do II SICI 2008 iv Este ano estamos realizando a segunda edição do Seminário de Iniciação Científica do IEAv SICI, que ocorre no Instituto de Estudos Avançados (IEAv) em São José dos Campos, no dia 6 de agosto de 2008. O II SICI 2008, como no evento anterior, tem como objetivo apresentar e discutir com a comunidade, os trabalhos desenvolvidos pelos alunos de graduação de diversas universidades, junto aos projetos da Instituição. O evento é composto por palestras convidadas, de curta duração, proferida por pesquisadores do IEAv, por palestras de curta duração, proferida pelos alunos de graduação inscritos e aceitos no evento e de uma sessão de pôsteres. Nesta edição, as palestras dos pesquisadores convidados apresentam temas de pesquisa em desenvolvimento na Instituição com o intuito de atrair novos alunos de iniciação científica para essas áreas. As palestras de alunos, como na edição anterior, estão relacionadas aos projetos de iniciação científica desenvolvidos durante o ano no Instituto. Na sessão de pôsteres, esses trabalhos permanecem expostos durante todo o evento. Todos os trabalhos inscritos estão dentro das áreas de atuação da Instituição: Aerotermodinâmica e Hipersônica, Energia Nuclear, Física Aplicada, Fotônica e Geointeligência. Foram inscritos 16 resumos expandidos de pesquisa, dos quais 15 foram considerados aceitos para o evento, após terem sido revisados pela Comissão Científica. Dentre eles, 2 são da Divisão de Aerotermodinâmica e Hipersônica (EAH), 2 da Divisão de Física Aplicada (EFA), 8 da Divisão de Fotônica (EFO), 2 da Divisão de Energia Nuclear (ENU) e 1 da Divisão de Geointeligência (EGI). Os resumos expandidos que compõem este Livro são resultados dos projetos de iniciação científica desenvolvidos por alunos ligados às Universidades locais e da região do vale do Paraíba: UNIVAP (4), EEL-USP (4), ETEP Faculdades (3), UBC (2), UNITAU (1) e ITA (1). A maioria dos alunos que estão participando desse evento pôde contar com o apoio financeiro do CNPq, através dos programas de quotas PIBIC e bolsistas de produtividade. Esperamos que da mesma maneira que no ano anterior, seja este um evento bastante agradável e que o II SICI venha a contribuir para a divulgação do conhecimento científico e do desenvolvimento tecnológico gerados na Instituição. Comissão Organizadora do II SICI 2008 v 1 - Desenvolvimento de cerâmicas para aplicações em dispositivos eletromagnéticos. Dra. Vera Lúcia Othero de Brito 2 - Radiação cósmica em tripulação, passageiros e pilotos de aeronaves. Ms.Cláudio Antônio Federico 3 - Equipamento de ensaio em solo para o estudo da combustão supersônica. Dra.Valéria Serrano F. Oliveira Leite 4 - Processamento de imagem em tempo real. Dr. Elcio Hideiti Shiguemori 5 - Espectroscopia de absorção no infra-vermelho a laser de diodo no estudo da combustão. Dra. Maria Esther Sbampato 6 - Combinação de ablação a laser e fotoionização seletiva como método de separação de isótopos. Dr. Nicolau A. Silveira Rodrigues 7 - Atividades brasileiras relacionadas ao controle do desempenho e propulsão de veículos hipersônicos por radiação laser. Dr. Marco Antonio Sala Minucci vi ! ! " # ! R1. ESTUDO DA GEOMETRIA DE EQUILÍBRIO E DA BARREIRA DE ROTAÇÃO INTERNA DO POR MÉTODOS DE QUÍMICA QUÂNTICA MOLECULAR ...................................................1 M. M. Alves; O. Roberto Neto e F. B. C. Machado R2. RUÍDO EM MEDIDA DE ESPALHAMENTO RAYLEIGH PARA VELOCIMETRIA E TERMOMETRIA.................................................................................................................................3 L. V. Arnoni; A. O. de Toledo; M. E. Sbampato e L. G. Barreta R3. ANÁLISE DE AMBIENTES ELETROMAGNÉTICOS EM LABORATÓRIOS DA ÁREA DE RF ...................................................................................................................................................5 M. S. A. Paiva; S. A. Cunha e A. C. C. Migliano R4. ENSAIO DE AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES ELETROMAGNÉTICAS DE CERÂMICAS .......................................................................................................................................7 R. G. A. Lima e A. C. C. Migliano R5. DESENVOLVIMENTO DE FILTROS DE DENSIDADE NEUTRA .................................................9 J. C. F. da Silva e A. J. Damião R6. ANÁLISE DO COMPORTAMENTO EM FLUÊNCIA DE UM AÇO INOXIDÁVEL 304 COM ADIÇÃO DE CÁLCIO............................................................................................................. 11 I. R. Carrer; A. J. Abdalla; e M. J. R. Barboza R7. PROTOTIPAGEM RÁPIDA:FABRICAÇÃO COM LASER........................................................... 13 H. L. E. Ferraz e G. de Vasconcelos R8. MELHORIA NA RESISTÊNCIA MECÂNICA DA UNIÃO POR ADESIVOS DE CHAPAS DE AÇO AUTOMOTIVAS DEPOIS DO TRATAMENTO DE SUPERFÍCIE COM LASERS...... 15 F. Y. Sakata; M S. F. Lima; W. Miyakawa e A. M. E. Santo R9. CARACTERIZAÇÃO DE ESTRUTURAS DE HIDROXIAPATITA EM DENTES BOVINOS POR MICROSCOPIA DE FORÇA ATÔMICA................................................................................ 17 R.P. Sanches e W. Miyakawa R10. INFLUÊNCIA DE ELEMENTOS DE LIGA NO PROCESSO DE NITRETAÇÃO A PLASMA ... 19 R. S. Sampaio e V. H. Baggio-Sheid R11. CARACTERIZAÇÃO MICROESTRUTURAL E MECÂNICA DE UM AÇO INOXIDÁVEL AUSTENÍTICO MODIFICADO COM CÁLCIO ............................................................................. 21 C. E. C. Fonseca; C. A. R. P. Baptista e A. J. Abdalla R12. RECOBRIMENTO DE PARTES METÁLICAS COM NANOPARTÍCULAS COM NEGRO DE FUMO VIA LASER DE CO2 ....................................................................................................... 23 G. P N. da Costa e G. de Vasconcelos R13. CALIBRAÇÃO RADIOMÉTRICA DE SENSORES ELETROÓPTICOS ...................................... 25 M. A. Avelisio; M. L. Silva; M. C. Melo; C. T. Pinto; R. M. Castro e R. C. Moreira R14. ADEQUAÇÃO DE UM MODELO SEMI-EMPÍRICO PARA O CÁLCULO DA DOSE ERITEMATOSA: 1ª. FASE ............................................................................................................... 27 L. S. Ramos e A. A. Silva R15. PROCESSO PARA MONITORAÇÃO DE EXPERIMENTO COM RADIAÇÃO USANDO REDE DE DADOS.............................................................................................................................. 29 E. R. S. Garcia e L. H. Claro Resumos do II SICI 2008 – II Seminário de Iniciação Científica do IEAv 1 ESTUDO DA GEOMETRIA DE EQUILÍBRIO E DA BARREIRA DE ROTAÇÃO INTERNA DO METANOL POR MÉTODOS DE QUÍMICA QUÂNTICA MOLECULAR M. M. Alves1,2,3; O. Roberto-Neto2; F. B. C. Machado 3 1 Universidade de São Paulo – Escola de Engenharia de Lorena, Lorena – SP 2 Instituto de Estudos Avançados – Divisão de Aerotermodinâmica e Hipersônica, São José dos Campos – SP 3 Intituto Tecnológico de Aeronáutica – Departamento de Química, São José dos Campos -SP *[email protected] Palavras-chave: coupled-cluster; teoria do funcional da densidade; efeito estérico. Introdução O metanol tem sido utilizado como aditivo aos combustíveis para a redução da emissão de hidrocarbonetos na atmosfera, além de haver interesse em outras aplicações tecnológicas. Por isso, suas propriedades têm sido exaustivamente estudadas teórica e experimentalmente. Esta molécula foi caracterizada por Duan e McCoy como “a mais complicada das simples moléculas ou a mais simples molécula complicada” [1]. Por isso, há ainda interesse na caracterização teórica de suas propriedades estruturais, cinéticas e espectroscópicas. Este trabalho tem o objetivo de estudar, com alta precisão, as propriedades estruturais de equilíbrio da molécula de metanol em fase gasosa usando diferentes métodos da química quântica. Esses resultados são úteis como informações complementares aos obtidos com as técnicas espectroscópicas na região do infravermelho e do microondas. Metodologia Neste trabalho, os parâmetros moleculares do metanol foram calculados usando o método ab initio do tipo coupled-cluster, incluindo as excitações simples e duplas e a contribuição de triplas (CCSD(T)), o método BB1K, que pertence à classe dos métodos meta-híbridos GGA da Teoria do Funcional da Densidade (DFT) e o método MP2 (Teoria da Perturbação de Segunda Ordem Møller-Plesset). Dentre os conjunto de funções de base utilizados para descrever a molécula do metanol incluímos o conjunto base de correlação consistente de valência polarizada dupla, tripla e quádrupla zeta (cc-pVnZ) de Dunning. A fim de calcular o que se conhece como o valor limite do conjunto base completo, “complete basis set (CBS)”, empregou-se o método de extrapolação introduzido por Halkier et ali. [2] para se obter a energia da molécula do metanol. Os cálculos de estrutura eletrônica e, conseqüentemente de geometria e das energias foram efetuados pelo código de química quântica GAUSSIAN 03, utilizando-se as bases descritas. Resultados e Discussão Os valores da barreira de rotação interna da molécula do metanol calculados pela base ccpVTZ constam na Tabela 1: Tabela 1. Barreira de rotação interna do metanol. Método BB1K MP2 CCSD(T) E (kcal/mol) 1,92 2,04 1,93 Na Figura 1 mostramos a variação da energia eletrônica de acordo com a variação de rotação o grupo OH em relação ao grupo CH3 calculada, com o método CCSD(T)/cc-pVTZ. Resumos do II SICI 2008 – II Seminário de Iniciação Científica do IEAv 2 C C S D ( T ) /c c - p V T Z -1 1 5 .5 4 7 5 -1 1 5 .5 4 8 0 Energia (Hartree) -1 1 5 .5 4 8 5 -1 1 5 .5 4 9 0 -1 1 5 .5 4 9 5 -1 1 5 .5 5 0 0 -1 1 5 .5 5 0 5 -1 1 5 .5 5 1 0 -2 0 0 -1 5 0 -1 0 0 -5 0 0 50 100 150 200 Â n g u lo ( g r a u s ) Figura 1. Energia potencial da rotação interna do grupo OH. Na Figura 1, os picos de energia se referem ao impedimento estérico da hidroxila com os átomos de hidrogênio do grupo CH3. Na Tabela 2 estão as energias calculadas para a molécula do metanol em sua conformação mais estável. Tabela 2. Energia da molécula do metanol (em Hartree). Método BB1K/cc-pVDZ BB1K/cc-pVTZ BB1K/cc-pVQZ CBST-Q Energia Método Energia Método -115,6634089 MP2/cc-pVDZ -115,3879708 CCSD(T)/cc-pVDZ -115,7054774 MP2/cc-pVTZ -115,5174753 CCSD(T)/cc-pVTZ -115,7162800 MP2/cc-pVQZ -115,5583120 CCSD(T)/cc-pVQZ -115,7241630 CBST-Q -115,5881118 CBST-Q Energia Método -115,4207809 MP2/aug-cc-pVDZ -115,5504314 MP2/aug-cc-pVTZ -115,5889079 MP2/aug-cc-pVQZ -115,6169853 CBST-Q Energia -115,4219306 -115,5290078 -115,5630948 -115,5879691 Verificou-se que o método BB1K prediz valores da barreira de rotação interna em melhor acordo com o método CCSD(T). Para as demais propriedades, como as energias eletrônicas, geometria de equilíbrio e as freqüências vibracionais harmônicas, o método MP2 está em bom acordo com os resultados CCSD(T). Conclusões Em geral, os resultados mostram que o método BB1K é metodologicamente adequado e promissor para a determinação das propriedades estruturais de moléculas formadas por átomos do primeiro e do segundo período da Tabela Periódica, como o metanol. Em alguns casos, o método MP2 prediz valores mais consistentes com o CCSD(T) devido, provavelmente, ao cancelamento fortuito de erros. Esperamos com esse estudo possa trazer contribuições a espectroscopia vibracional do metanol. Agradecimentos Os autores agradecem à FAPESP, CNPq e ao CENAPAD-SP. Referências [1] DUAN, Y. B; MCCOY, A. B. Global fit of torsion-rotational in the first three torsional states of CH3OD. J. Mol. Spect. v.199, p.302-306, 2000. [2] HALKIER, A.; HELGAKER, T.; JØRGENSEN,P.; KLOPPER,W.; KOCH, H.;OLSEN, J.; WILSON, A. K. Basis-set convergence in correlated calculations on Ne, N-2, and H2O Chem. Phys. Lett., v.286, p.243-252,1998. Resumos do II SICI 2008 – II Seminário de Iniciação Científica do IEAv 3 RUÍDOS EM MEDIDA DE ESPALHAMENTO RAYLEIGH PARA VELOCIMETRIA E TERMOMETRIA L. V. Arnoni1 ; A. O. de Toledo2*; M. E. Sbampato 2e L. G. Barreta2 1 Universidade do Vale do Paraíba - Faculdade de Engenharia Aeronáutica e Espaço, São José dos Campos - SP 2 Instituto de Estudos Avançados – Divisão de Aerotermodinâmica e Hipersônica, São José dos Campos – SP *[email protected] Palavras-chave: espalhamento de luz, velocimetria Rayleigh, termometria Rayleigh, laser, ruído ótico. Introdução A velocidade de escoamento e a temperatura de um fluído governam os processos de combustão. A maior parte das reações químicas depende fortemente da temperatura, sendo ela a responsável pelo desgaste térmico de tubos de Pitot, termistores ou termopares, quando são introduzidos na região da combustão. Estes produzem perturbações no escoamento dos gases que reagem para produzir a chama e não medem a temperatura real, necessitando de correções nos valores de suas medições. Por estes motivos as técnicas não intrusivas são importantes. Diagnósticos ópticos podem ser adaptados para este propósito. O objetivo deste trabalho é desenvolver a técnica de medida de velocidade de escoamento de gases através do espalhamento Rayleigh, com a utilização do efeito Doppler. Metodologia Um feixe laser (Nd-YAG operando em 532 nm) foi focalizado no ambiente do próprio laboratório através de uma lente convergente. Numa direção normal ao feixe, foi colocada outra lente, que desempenhou o papel de lente coletora de luz espalhada pelas moléculas de ar e direcionada para uma fotomultiplicadora (Hamamatsu R177). Para a medida de velocidade, entre a lente coletora e a fotomultiplicadora, foi colocado um monocromador, capaz de separar as freqüências espalhadas afetadas pelo deslocamento Doppler. Entretanto, devido à forte interferência do ruído ótico, foi necessária outra montagem onde, no lugar da fotomultiplicadora, foi colocada uma câmara do tipo ICCD (DICAMPRO-Cook Co.), cujas imagens foram analisadas através de processamento de imagens com o programa MathCad®. Neste experimento, o feixe laser foi focalizado na região de uma chama de GLP, com um sistema ótico composto por lentes cilíndricas. Resultados e Discussão No experimento para se determinar a intensidade do espalhamento pelas moléculas de ar foi notada grande interferência dos ruídos do ambiente sobre as medidas, de tal forma que o sinal obtido era composto mais pelas reflexões no ambiente do que pelo espalhamento Rayleigh das moléculas de ar na região de teste, Fig. 1. As fotos obtidas pela câmera ICCD foram utilizadas para um estudo da eliminação dos ruídos: eletrônico, por reflexões no ambiente e devido à luz da chama. A distribuição de temperaturas na chama, através do espalhamento Rayleigh, após a filtragem, pode ser observada na Fig. 2. Resumos do II SICI 2008 – II Seminário de Iniciação Científica do IEAv 4 . Figura 1. Amplitude de sinal de espalhamento no ar. Laser Nd-YAG, = 532 nm, largura de pulso de 10 ns, operando em 10 Hz, com energia de 200 mJ por pulso. a) b) Figura 2. Distribuição de temperatura na chama: a) No centro, a maior densidade indica maior temperatura; b) Temperatura versus posição numa linha horizontal que passa pelo centro da figura (2a). As abscissas são dadas em número de pixels. Conclusões Foi obtido qualitativamente o campo de distribuição de temperatura de uma chama de GLP que permitirá uma determinação quantitativa da temperatura após um estudo das correções a serem aplicadas. Ficou evidenciado que, para a realização destes experimentos, torna-se necessária a construção de uma caixa com paredes internas pretas para diminuir o ruído por reflexão e a colocação de um polarizador diante da objetiva da ICCD para a filtragem da luz espalhada por outras partículas que não sejam as moléculas ou íons na região de teste, de onde o espalhamento é coletado. Estes ruídos óticos são críticos para o desenvolvimento das técnicas tanto de medida de temperatura como de velocidade de um fluído com a técnica de espalhamento Rayleigh. Agradecimentos Ao CNPQ pela concessão da bolsa de iniciação científica ao aluno L. V. Arnoni Referências [1] PANDA, J.;SEASHOLTZ, R. G. Velocity and Temperature Measurement in Supersonic Free Jets Using Spectrally Resolved Rayleigh Scattering. In:AEROSPACE SCIENCE MEETING EXHIBIT, 37, 1999, Reno, AIAA Paper 1999-269, American Institute of Aeronautics and Astronautics, 1999. [2] BELLENOUE, M.; SOTTON, J. Diagnóstico em Combustão – Métodos e Aplicações, São José dos Campos, 2007. Curso - Instituto Tecnológico da Aeronáutica. Resumos do II SICI 2008 – II Seminário de Iniciação Científica do IEAv 5 ANÁLISE DE AMBIENTES ELETROMAGNÉTICOS EM LABORATÓRIOS DA ÁREA DE RF M. S. A. Paiva; S. A. Cunha; A. C. C. Migliano Instituto de Estudos Avançados – Divisão de Física Aplicada, São José dos Campos – SP [m.paiva, scunha, migliano]@ieav.cta.br Palavras-chave: Eletrosmog, Ambiente Eletromagnético, Ruído Eletromagnético. Introdução O ambiente eletromagnético é o conjunto das radiações eletromagnéticas presentes em determinado local, estejam as fontes ali presentes ou não, que podem ser: ondas de transmissões de rádio (AM, FM, etc.), estações rádio base (ERB) de telefones celulares, transmissores de televisão (VHF e UHF), forno de microondas, radar, equipamentos eletrônicos em geral (aparelhos de televisão, monitores de vídeo, etc.). A poluição eletromagnética gerada por essas fontes emissoras é denominada eletrosmog. Essa poluição existe onde há campos eletromagnéticos, como: áreas residenciais, industriais e comerciais [1]. O ser humano não possui sensores fisiológicos capazes de detectar tais campos, mas é prejudicado biologicamente por eles. Estudos sobre o assunto são discutidos em diversos países. Essa poluição cobre todos os espectros de freqüências, afetando o meio ambiente e os seres humanos [2]. Este trabalho foi desenvolvido para detectar ruídos de radiação não ionizante (RNI) no ambiente eletromagnético do laboratório em estudo e analisar as suas interferências de fundo, na faixa de freqüência de 200MHz a 2GHz, detectando suas possíveis fontes emissoras. Metodologia Para realizar a análise, utiliza-se a antena Log–Periodic Dipole Array modelo 93148, da ETS/ESCO Co., para ensaios na faixa de freqüência de 200MHz a 2GHz que é conectada através do cabo coaxial padrão N ao analisador de espectro modelo E7405A, da Agilent Co., operacional na faixa de freqüência de 9kHz a 26,5GHz [3]. Todos os equipamentos foram calibrados, com rastreabilidade do National Institute of Standards and Technology, NIST/USA. Com o auxilio do GPS Garmin II Plus [4], a antena é posicionada com a parte frontal voltada para cada um dos quatros pontos cardeais, coletando dados desse espectro nas polarizações horizontal e vertical. A análise ambiental é realizada na mesma faixa de freqüência de operação da antena. Resultados e Discussão Na análise verificou-se a presença de picos de potências em várias faixas de freqüências.Foi realizada uma estimativa das possíveis fontes de ondas eletromagnéticas coletadas em função da regulamentação imposta pela Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) [5], conforme Tabela 1. Resumos do II SICI 2008 – II Seminário de Iniciação Científica do IEAv 6 Tabela 1. Freqüências e amplitudes dos possíveis sinais encontrados no ambiente eletromagnético. Freqüência (MHz) Amplitude (dBµV) Descrição 835 84,35 Fixo, móvel, radiodifusão. 911 93,50 Fixo, móvel, radioamador. 1712 75,77 1721 73,17 1780 57,29 1784 81,25 Comunicação multimídia, móvel pessoal, fixo comutável. Conclusões Segundo a tabela da ANATEL, os sinais pertencem principalmente às faixas de FM (rádio) e de telefonia móvel (celulares). Esses dados corroboram a informação de interferências eletromagnéticas no ambiente em estudo. Agradecimentos À Universidade Braz Cubas pelo apoio financeiro e ao IEAv por disponibilizar a infraestrutura necessária. Referências [1] DEWES, V. M.; MENDEZ, N. R. M. Estudo experimental dos efeitos dos campos eletromagnéticos de baixa freqüência nos biosubstratos. UNI revista, v.3, n.1, p. 1-3, julho. 2006. [2] WHO - World Health Organization. Electromagnetic Field. Disponível em: http://www.who.int/entity/peh-emf/about/WhatisEMF/en. Acesso em: 28 nov. 2007. [3] AGILENT TECHNOLOGIES. User’s Guide Agilent Technologies EMC Series Analyzers, USA, 2001. [4] GARMIN. Owner´s manual & reference. [5] ANATEL - Agência Nacional de Telecomunicações. Radiofreqüência. Disponível em: http://sistemas.anatel.gov.br/pdff/Consulta/Consulta.asp?SISQSmodulo=1068. Acesso em: 22 nov. 2007. Resumos do II SICI 2008 – II Seminário de Iniciação Científica do IEAv 7 ENSAIOS DE AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES ELETROMAGNÉTICAS DE CERÂMICAS R. G. A. de Lima1*; A. C. C. Migliano1 1 Instituto de Estudos Avançados – Divisão de Física Aplicada, São José dos Campos – SP *[email protected] Palavras-chave: Propriedades eletromagnéticas, Cerâmicas Magnéticas, Permeabilidade e permissividade complexas. Introdução A infra-estrutura disponível no Laboratório de Sistemas Eletromagnéticos (LSE) vem apoiando pesquisas sobre os efeitos de um ambiente eletromagnético (E3): impacto do ambiente eletromagnético sobre a capacidade operacional das forças militares, equipamentos, sistemas e plataformas. Sendo assim, o uso adequado das ferramentas computacionais de auxílio aos projetos de engenharia (CAE/CAD), disponíveis no Laboratório, tais como XFDTD, FLUX2 e FLUX3D, utilizadas na análise de fenômenos eletromagnéticos, ou no projeto de dispositivos, têm como principal exigência o fornecimento das propriedades eletromagnéticas dos materiais empregados. O LSE dispõe de um programa computacional 85071E, da AGILENT Co. que auxilia na determinação das propriedades dos materiais eletromagnéticos, este programa tem seu código fechado, o que dificulta ao usuário ter acesso ao controle das variáveis e ao método de cálculo. O objetivo principal desse trabalho foi o desenvolvimento de uma rotina computacional que permita obter os valores de permeabilidade e permissividade complexas, r* e r*, a partir dos dados de parâmetro de espalhamento ‘S’(direto e inverso nas duas faces da amostra sob teste) de uma linha coaxial de ar, utilizada como porta-amostra, considerando-se a técnica T/R[1]. O modelo apresentado por Nicolson, Ross e Weir[2-3] para a solução das equações complexas foi empregado. Metodologia Uma amostra de ferrita de NiZn, preparada pelo método cerâmico convencional, é posicionada em um porta-amostra, constituído por uma linha coaxial de ar tipo N ou APC-7, aferidas. A partir dos parâmetros de espalhamento ‘S’ (direto e inverso), medidos entre as interfaces de ar e amostra, são obtidos os valores de permeabilidade ( r*) e permissividade ( r*) complexos por meio das soluções de equações não lineares. A faixa de freqüência estudada foi de 50 MHz a 6 GHz, e os resultados obtidos foram comparados com os extraídos do programa comercial AGILENT 85071E. Resultados e Discussão Para as medidas dos parâmetros ‘S’, foi utilizado um Analisador de Redes da Agilent Co., modelo 8722ES. São apresentados os valores da permissividade relativa complexa r* na forma ( r* = ’- j ’’), ou seja, parte real ’ e parte imaginária ” em função da freqüência, na faixa de 50MHz a 6GHz, como mostrados nas figuras abaixo. Resumos do II SICI 2008 – II Seminário de Iniciação Científica do IEAv 1,4k 8 200,0 e' medido e' calculado 1,2k e'' medido e'' calculado 150,0 100,0 1,0k 50,0 0,0 e'' e' 800,0 600,0 -50,0 -100,0 400,0 -150,0 200,0 -200,0 0,0 -250,0 0 1G 2G 3G 4G 5G 6G Freqüencia (Hz) Figura 1a. Valores medidos e calculados da parte real da permissividade complexa. 0 1G 2G 3G 4G 5G 6G Freqüencia (Hz) Figura 1b. Valores medidos e calculados da parte imaginaria da permissividade complexa. Conclusões Aplicando-se o Método NRW foram calculados os parâmetros eletromagnéticos relativos complexos * e * da ferrita, utilizando-se as rotinas computacionais criadas em ambiente VEE Pro 7.5, dentro da faixa de freqüência de 50MHz a 6GHz. A partir dos parâmetros de espalhamento ‘S’ obtidos usando o sistema de teste de linha coaxial T/R (transmissão e recepção), pôde-se então comparar os valores medidos de * e * no Agilent 8722ES com o Software 85071E e constatar a efetividade dos métodos. Agradecimentos Ao CNPq e à FINEP, pelo financiamento ao projeto. Aos pesquisadores e colaboradores do Laboratório de Sistemas Eletromagnéticos, por auxiliar no desenvolvimento deste projeto. Ao IEAv por disponibilizar a infra-estrutura necessária. Referências [1] BAKER J. J.; JANEZIC, M. D.; GROSVENOR, J. H.; GEYER, R. G. Transmission / Reflection and short-circuit line methods for measuring permittivity and permeability. Washington, DC, 1993: Technical Note (NIST Technical Note 1355-R - 20402-9325) National Institute of Standards and Technology. [2] NICOLSON, A. M; ROSS, G. F. Measurement of the intrinsic properties of materials by time-domain techniques. IEEE Transactions on Instrumentation and Measurement, v. 19, n. 4, p. 377-382, Nov., 1970. [3] WEIR, W. B. Automatic measurement of complex dieletric constant and permeability at microwave frequencies. Proceedings of the IEEE, v. 62, issue 1, p. 33-36, 1974. Resumos do II SICI 2008 – II Seminário de Iniciação Científica do IEAv 9 DESENVOLVIMENTO DE FILTROS DE DENSIDADE NEUTRA J. C. F. Silva1 ; A. J. Damião2 Universidade Estadual Paulista , Departamento de Física, Guaratinguetá - SP 2 Instituto de Estudos Avançados – Divisão de Fotônica, São José dos Campos - SP [email protected]; [email protected] 1 Palavras-chave: evaporadora, filme fino, feixe de elétrons. Introdução Filtro de densidade neutra é um componente óptico1 que tem por finalidade atenuar a intensidade da radiação luminosa e transmitir, constante e uniformemente, em certas faixas de comprimento de onda. Essa é uma característica que varia de acordo com o material utilizado na fabricação do filtro. O material depositado deve ter uma boa aderência ao substrato e se distribuir uniformemente sobre sua superfície. Essa uniformidade é uma característica desejada do processo, para que diferentes regiões da superfície apresentem a mesma transmitância. A dificuldade está em produzir um filtro que atenue igualmente para todos os comprimentos de onda de sua utilização. A densidade óptica de um filtro decresce na medida em que a transmissão aumenta, ou seja, quanto mais transparente for o filtro, menor é sua densidade óptica. Matematicamente, o termo Densidade Neutra (D) é encontrado através de uma função logarítmica: D = -log(I0/It), sendo: It a intensidade final e I0 a intensidade inicial do feixe luminoso. Este trabalho de iniciação científica tem como objetivo o desenvolvimento de um conjunto de filtros de densidade neutra, utilizando diferentes materiais a serem depositados, em busca de um filtro que atenue igualmente ao longo do espectro, com a mesma qualidade dos filtros oferecidos pelo mercado. Metodologia Para a fabricação dos filtros de densidade neutra foi utilizado o processo de deposição de vapor físico. Esse processo envolve três passos: o primeiro consiste da evaporação do material que constituirá o filme; o segundo da expansão sob baixa pressão do vapor gerado da fonte até o substrato; e, o terceiro do crescimento do filme sobre a superfície do substrato. Entre os diferentes processos de deposição física de vapor, o processo escolhido foi o de evaporação por feixe de elétrons2,3. Em busca do material que melhor se adequaria às condições citadas anteriormente, foram feitas evaporações com vários materiais, tais como: cromo (Cr), alumínio (Al), niquel-cromo (NiCr), aço inox e Inconel (NiCrFe). Na evaporação de NiCrFe obteve-se um filtro bastante plano como função do comprimento de onda, porém, o filme não apresentou boa aderência ao substrato. Para melhorar a aderência, adicionou-se uma camada (“ad layer”) de óxido de alumínio entre o substrato e o filme. A densidade e o percentual de transmissão de cada filtro são mostrados na Tabela 1. Resumos do II SICI 2008 – II Seminário de Iniciação Científica do IEAv 10 Tabela 1. Caracterização dos filtros do conjunto. Densidade - D 0,3 0,5 0,6 0,9 1,0 1,3 1,5 2,0 2,5 3,0 Transmissão – It/I0 (%) 50 32 25 12,5 10 5 3,2 1,0 0,3 0,1 Resultados e Discussão O coating de inconel (NiCrFe) foi o que mais satisfez as condições anteriormente citadas. Tal resultado pode ser observado na Figura 1, que representa os espectros dos filtros do conjunto. Figura 1. Espectro do filtro de NiCrFe. A representação gráfica do espectro do filme de inconel (NiCrFe) evidencia a uniformidade da transmissão em função do comprimento de onda do feixe luminoso. As evaporações com outros materiais não se aproximaram do desejado, confirmando então o uso do NiCrFe para a fabricação do conjunto de filtros de densidade neutra. Conclusão Com esse conjunto de filtros pode-se trabalhar com vários percentuais de transmissão combinando filtro a filtro até que o percentual de atenuação desejado seja alcançado. Os filmes de inconel (NiCrFe) satisfizeram as condições de transmitância, uniformidade e aderência desejadas, tendo sido produzido o conjunto de filtros proposto, que era o objetivo do trabalho. Agradecimento O autor J. C. F. Silva agradece, como bolsista PIBIC, o suporte do CNPq. Referências [1] MELLES GRIOT, Optics guide 5, California, 1990. Manual [2] DEKKER, M. Thin films for optical systems. 1ed. New York: F.R. Flory, 1995, 608p. [3] OHRING, M. Materials science of thin films: deposition and structure. 2.ed. San Diego: Academic Press, 2002, 794p. Resumos do II SICI 2008 – II Seminário de Iniciação Científica do IEAv 11 ANÁLISE DO COMPORTAMENTO EM FLUÊNCIA DE UM AÇO INOXIDÁVEL 304 COM ADIÇÃO DE CÁLCIO I. R. Carrer1; A. J. Abdalla;2 M. J. R. Barboza1 1 Escola de Engenharia de Lorena - EEL/USP, Lorena-SP. 2 Instituto de Estudos Avançados – IEAv/ CTA, São José dos Campos-SP. [email protected]* Palavras-chave: aço austenítico; usinagem; fluência; tração. Introdução Os aços inoxidáveis têm um espaço destacado no mercado de materiais, apresentando uma vasta gama de aplicações, desde a fabricação de peças críticas para reatores e tubulações em indústrias químicas até aplicações em indústrias alimentícias [1]. A busca da melhoria da usinabilidade destes aços passa por diversos métodos, incluindo a adição de elementos de liga[2]. A adição do elemento cálcio nos aços inoxidáveis tem se demonstrado bastante eficiente para facilitar a usinagem destes aços [3,4]. Embora seja notório o aumento da vida da ferramenta ao se proceder a usinagem, não há estudos anteriores que demonstrem de forma efetiva os efeitos sobre o comportamento mecânico desta classe de materiais. Desta forma, o objetivo deste trabalho constitui-se na realização de um estudo sobre os efeitos de pequena adição do elemento Ca na microestrutura e nas propriedades mecânicas do aço inoxidável AISI 304. Metodologia Foram utilizados dois tipos de aço inoxidáveis: 304 (tradicional) e 304 UF (com adição de cálcio para facilitar a usinabilidade). Para a caracterização microestrutural amostras de cada tipo de aço foram embutidas, lixadas e polidas na EEL/USP e, posteriormente, foram atacadas com ácido oxálico e analisadas por microscopia óptica no IAE/CTA. Os ensaios de tração foram realizados segundo a norma ASTM E 8M na EEL-USP em um equipamento MTS, modelo 810.23M, à temperatura ambiente. Neste ensaio, foram determinados os limites de escoamento e resistência. Os ensaios de fluência de curta duração foram realizados na modalidade carga constante nos laboratórios do ITA, com base na norma ASTM E139, abrangendo a temperatura de 730ºC e tensões iniciais de 150, 200 e 250 MPa. Resultados e Discussão A Tabela I apresenta a composição química dos aços 304 e 304 UF com base nos requisitos da norma do aço AISI 304. Tabela 1 – Composição Química dos Aços 304 e 304UF Aços C Si Mn Cr Ni Mo Al Cu P S N Ca 304 0,027 0,29 1,80 18,30 8,75 0,46 0,007 0,42 0,034 0,003 0,049 0,0011 0,058 0,38 1,90 18,30 8,57 0,42 < 0,005 0,46 0,031 0,026 0,037 0,0036 304 UF Resumos do II SICI 2008 – II Seminário de Iniciação Científica do IEAv 12 A Figura 1 apresenta as micrografias de ambos os aços. Observa-se a presença de maclas, típicas dos aços inoxidáveis, oriundas de processos de conformação plástica. a b Figura 1. Microscopia Óptica – Aços 304(a) e 304 UF (b). Aumento 100 X As propriedades obtidas nos testes de tração, Tabela II, mostram que o aço 304 UF apresenta 58,7 e 10% de aumento com relação aos valores dos limites de escoamento ( e) e resistência ( r), respectivamente. Este fato está associado à presença do cálcio na estrutura do aço 304 UF. A Tabela III mostra o efeito positivo do cálcio na resistência à fluência do aço 304 UF, nos testes a 730ºC. Observa-se um aumento no tempo de fratura em todas as condições de teste. Tabela 2 - Propriedades Mecânicas em tração dos Aços 304 e 304 UF Material 304 304 UF e [MPa] 235 r 373 – Limite de Escoamento r – Limite de Resistência e [MPa] 615 679 Tabela 3 – Tempo de Fratura para os Aços 304 e 304 UF nos ensaios de Fluência a 730ºC Material 304 UF Tensão [MPa] 150 200 250 Tempo de Material fratura [h] 47.65 304 6.771 1.07 Tensão [MPa] 150 200 250 Tempo de fratura [h] 5.68 0.28 0.05 Conclusões Com base nos resultados, pode-se concluir que o cálcio, além de melhorar a usanibilidade do aço 304 UF, contribui para o aumento da resistência sob condições de tração uniaxial à temperatura ambiente e à fluência em temperaturas elevadas. Agradecimentos Os autores agradecem ao IEAv pela oportunidade, ao CNPq pela bolsa de iniciação científica, ao ITA, ao DEMAR/EEL/USP e IAE/CTA pelo apoio nas atividades experimentais. Referências [1] CALLISTER JR., W. D. Ciência e Engenharia de Materiais. Rio de Janeiro: LTC, 2002, 589p. [2] AKASAWA, T.; SAKURAI, H.; NAKAMURA, M.; TANAKA, T.;TAKANO, K. Effects of free-cutting additives on the machinability of austenitic stainless steels. Journal Mat. Processing Technology, v.143-144, p.66-71, 2003. [3] As Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento na Villares Metals, O Mundo da Usinagem, ed.Villares & Sandvik Coromant do Brasil, 2003, p.34,35. [4] MANCO, H.G.A.; MACHADO, A.R.; GENNARI JR., W., Usinabilidade de Aços Inoxidáveis em Processo de Fresamento. Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia. Resumos do II SICI 2008 – II Seminário de Iniciação Científica do IEAv 13 PROTOTIPAGEM RÁPIDA: FABRICAÇÃO COM LASER H. L. E. Ferreira1, 2 e G. de Vasconcelos¹ Instituto de Estudos Avançados / IEAv - CTA, São José dos Campos - SP, 2 UNIVAP – Universidade do Vale do Paraíba / São José dos Campos – SP. [email protected], [email protected] 1 Palavras-chave: laser, sinterização, material particulado. Introdução A prototipagem rápida é uma tecnologia que possibilita produzir protótipos e moldes a partir de fontes de dados gerados por sistemas CAD. O processo é feito a partir da agregação de materiais líquidos, pós ou em formato de folhas de papel, estes materiais são agrupados seqüencialmente, camada por camada, de modo que se construa o objeto de interesse. No processo de sinterização seletiva a laser (SSL), a ação do laser provoca a sinterização dos materiais particulados, armazenados na superfície de um pistão que possui movimentos verticais micrométricos comandados. O feixe de laser interage com a primeira camada, sinterizando o material particulado. Metodologia As partes a serem sinterizadas a laser devem inicialmente ter a extensão de programas que utilizem o sistema CAD. Estes programas representam o modelo da parte através de uma malha triangular ou faceta no formato STL (STereoLithography). Uma vez obtido o modelo STL, o objeto é segmentado em camadas através de um software adequado conforme apresenta a Figura 1. As Camadas geradas através do arquivo STL são sinterizadas seqüencialmente formando o objeto de interesse. A cada camada é possível selecionar o modo de sinterização, variando alguns parâmetros do feixe de laser, tais como: densidade de potência do laser (W/cm2), velocidade de deslocamento do feixe de laser (cm/s), sentido de varredura ou irradiação e espaçamento entre as camadas produzidas pelo feixe do laser ( m). O processo de sinterização a laser ocorre sobre uma plataforma constituída por um reservatório de material particulado acoplado a um braço mecânico, que preenche uma cavidade formada na superfície de um pistão cuja base é acoplada a um motor de passo. Esse pistão realiza movimentos verticais micrométricos de subida e descida e está alinhado e sustentado por uma camisa metálica. O braço mecânico e o pistão se movimentam através de dois motores de passo que são controlados por um circuito eletrônico comandado por um software que foi desenvolvido na linguagem Visual Basic, o software ao iniciar o processo verifica a posição inicial da plataforma, em seguida, envia um sinal, fazendo com que o braço mecânico preencha a cavidade com o material particulado e retorne a sua posição de origem, conforme apresenta a Figura 2. O software então envia outro sinal, informando que o feixe de laser deve irradiar o material particulado. Em seguida, envia um sinal ao pistão para que se desloque uma unidade na vertical para baixo. Estes processos ocorrem a cada camada, se o objeto tiver n camadas, os processos ocorrerão n sucessivas vezes. Resultados e Discussões Para se avaliar a viabilidade do processo e avaliar o equipamento construído, utilizou-se um fino de pó de aço 1020 atomizado, com diâmetro médio de partícula da ordem de 0.1mm, recoberto com mistura a base de negro de fumo, com distribuição de tamanho de partículas entre 0.01 e 0.03 mm e 3% (em massa) de resina polimérica. Este material particulado foi Resumos do II SICI 2008 – II Seminário de Iniciação Científica do IEAv 14 armazenado no suporte de pó e acomodado na cavidade formada na superfície do pistão, conforme apresenta a Figura 2. Durante a etapa de preenchimento, o braço que guia o reservatório de pó, desloca-se até a cavidade, e onde ocorre a sobreposição total da cavidade, para uma melhor acomodação do pó o pistão permanece fixo por um intervalo de 15s. Figura 1 - Ilustração de um arquivo STL em 3D e uma fatia do mesmo. Figura 2 - A cavidade é preenchida com pó e irradiada pelo feixe de laser de CO2. A região clara na Figura é a região irradiada pelo feixe. A parte escura é a região sinterizada. Em seguida, o laser irradia a primeira camada. Os parâmetros do laser foram: intensidade de 7KW/cm², diâmetro do feixe sobre a amostra 0,3mm, velocidade de varredura de 200 mm/s, resolução 600 pontos por polegada e única irradiação por camada. A Figura 3 apresenta as partes obtidas utilizando os materiais e parâmetros citados. A dimensão da parte sinterizada, depende do número de camadas e da espessura da camada. Figura 3 - Partes produzidas em aço 1020 pelo dispositivo de sinterização. A análise por microscopia óptica realizada na superfície da parte sinterizada revela a formação de pescoços entre os grãos, indicando a ocorrência de sinterização, conforme apresenta a Figura 4. Figura 4 - Micrografia óptica da superfície da parte sinterizada. Observa-se contato entre os grãos (formação de pescoço) na região de menor energia. A densidade dos corpos de prova foi analisada pelo método de Archimedes e obteve-se densificação de 49% da densidade teórica. Conclusão Os resultados realizados confirmam a eficiência do processo de sinterização por lasers. À parte sinterizada apresentou boa rigidez mecânica e confiabilidade dimensional quando comparada ao previsto no projeto em auto CAD. A automação do dispositivo apresentado proporciona a construção de objetos tridimensionais a partir da sinterização de um maior número de camadas, visto que a alimentação do dispositivo é comandada pelo software desenvolvido. Agradecimentos Os Autores Agradecem ao CNPq e ao IFM pelo apoio financeiro à execução do trabalho. Referências [1] PHAM D.T., GAULT R.S., A comparison of rapid prototyping technologies. International Journal of Machine Tools & Manufature, v.38, p. 1257-1287, 1998. [2]XINAGYOU LI, Laser direct fabrication of silver conductors on glass boards. Thin Solids Films, v.483, p. 270-275, 2005. Resumos do II SICI 2008 – II Seminário de Iniciação Científica do IEAv 15 MELHORIAS NA RESISTÊNCIA MECÂNICA DA UNIÃO POR ADESIVOS DE CHAPAS DE AÇO AUTOMOTIVAS DEPOIS DO TRATAMENTO DE SUPERFÍCIE COM LASERS 1 F. Y. Sakata1, M. S. F. Lima2,*, W. Miyakawa2, A. M. E. Santo3 1 Escola de Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena - SP. 2 IEAv - Instituto de Estudos Avançados, Divisão de Fotônica, São José dos Campos - SP. 3 UNIVAP -Universidade do Vale do Paraíba, Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento (IP&D), São José dos Campos - SP. *[email protected] Palavras-chave: união por adesivos, tratamentos de superfície com lasers, aços automotivos. Introdução Durante os processos de união por adesivos é verificado que a preparação das superfícies é essencial para a obtenção de uma união com boa resistência mecânica. Estudos preliminares em alguns centros de pesquisa [1-3] têm indicado a limpeza ou texturização a laser como um processo preliminar à união por soldagem, levando a juntas com alta resistência mecânica e, em particular, alta resistência a fadiga, que é um parâmetro crítico na determinação do caráter das junções na indústria automotiva e aeroespacial. O objetivo deste trabalho é investigar o efeito da texturização de chapas de aço C-Mn automotivo como um precursor da união por colagem. O efeito da intensidade do laser será analisado sob o ponto de vista microestrutural e mecânico. O laser escolhido foi um laser de vapor de cobre, projetado e construído no IEAv, que já se mostrou eficaz na texturização de ferramentas de usinagem antes do recobrimento PVD para aumento do tempo de vida [4]. superfícies serão analisadas por microscopia eletrônica de varredura e rugosidade superficial. A determinação da resistência da junta será realizada por ensaios de tração do tipo ensaio uniaxial de juntas superpostas (peel strength testing) [5]. Metodologia O material usado no presente estudo são chapas de aço de baixo carbono laminados a frio com 1,5 mm de espessura e eletrogalvanizadas com uma camada de Zn de 6 m de espessura. O adesivo usado para a união é de base époxi com tempo de trabalho de 60 minutos depois da mistura das duas fases (époxi e agente de cura). A junta é sobreposta, com uma área de contato de 25,4 x 25,4 mm2. O laser utilizado no presente estudo é do tipo CuHBr, pulsado com freqüência de 13,8 kHz, comprimento de onda de 510 nm (verde) e tempo de pulso de aproximadamente 30 ns. O feixe varre a superfície da chapa de aço com auxílio de uma cabeça galvanométrica (scanning-head ScanLab hurryScan II) dotada de um sistema de espelhos e lentes que permite o direcionamento preciso do feixe de laser. O deslocamento lateral e a velocidade de varredura do feixe foram planejados de forma a que cada pulso do laser posicionasse exatamente ao lado do outro. Os parâmetros de processo para texturização são dados na Tabela 1. Em cada condição, a superfície é irradiada pelo feixe três vezes a superfície do material a fim de homogeneizar possíveis imperfeições na superfície do aço. A resistência mecânica foi avaliada pelo ensaio uniaxial de juntas sobrepostas em máquina 1 Projeto: CNPq 500240/2007-8 – Associada à Bolsa de Produtividade. Resumos do II SICI 2008 – II Seminário de Iniciação Científica do IEAv 16 Instron 1331 Hidráulica (célula de carga de 250 kN). A velocidade de tração foi fixada em 1,27 mm/min. A norma aplicada ao ensaio foi a ASTM D 1002 [5] Resultados e Discussão A microestrutura na superfície do aço sem tratamento apresenta placas de Zn com até cerca de 1 m de espessura. Esta microestrutura é alterada quando o laser texturiza a superfície. Na condição 1 a superfície fica mais lisa e a fusão do Zn é evidente. Com o aumento da intensidade do feixe de laser, condições 1 à 4, os sulcos produzidos pelo laser ficam mais evidentes e a superfície fica mais rugosa. Os valores obtidos para o Ra e Rz (não apresentados aqui) mostram claramente que o laser promove um aumento da rugosidade na superfície. Os resultados dos ensaios de tração mostram uma melhoria nas propriedades da junta com o tratamento laser. Considerando apenas o valor máximo obtido em cada condição, o limite de resistência passa de 23 à 88 MPa quando a chapa é texturizada na condição 1. Estes valores indicam uma melhoria de 380% na resistência mecânica das amostras texturizadas em comparação com a placa revestida convencional. Os resultados obtidos nas outras condições são sempre superiores ao melhor resultado obtido na placa sem texturização. Associa-se este efeito a uma microestrutura refundida de Zn mais apropriada para a adesividade, pois pode haver descolamento das placas na condição como revestida. Conclusões O presente estudo mostra que é possível obter soldas com alta resistência mecânica em aços galvanizados pelo tratamento de texturização a laser antes da união por adesivos. Embora o laser não elimine o Zn da superfície, a microestrutura e rugosidade formada se mostrou eficaz no aumento da adesividade. Comparando os melhores resultados obtidos nas amostras sem tratamento laser com a condição 1 (I = 3,4 108 W/cm2), o limite de resistência aumenta de 23 à 88 MPa (aumento de 380% na resistência mecânica em tração). Agradecimentos Os autores agradecem o auxílio da Divisão de Materiais do Instituto de Aeronáutica e Espaço e pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica. Agradecem também ao Dr. A.A. Martin (LEVB/IP&D/UNIVAP) e à FAPESP pelo equipamento de microfluorescência de raios-X (processo 2005/50811-9). Um dos autores, Fábio Yutaka Sakata, agradece ao CNPq pela bolsa de Iniciação Científica associada ao processo 500240/2007-8. Este projeto é apoiado pelo Instituto Fábrica do Milênio (IFM-CNPq/MCT). Referências [1] JAHANI, H.R. et al. Excimer laser surface modification of coated steel for enhancement of adhesive bonding. Applied Surface Science, v. 127–129, p. 767–772, 1998. [2] WONG, R.C.P. et al. Improvement of adhesive bonding in aluminium alloys using a laser surface texturing process. Journal of Materials Processing Technology, v. 63, p. 579-584, 1997. [3] BOHM, S. Laser-based surface treatment of aluminium alloys for adhesive bonding. Braunschweig, 2004. 4p. Documento interno IFS – Institute of Joining and Welding, Technical University Braunschweig. [4] NEVES, D. et al. Efficiency of the laser texturing on the adhesion of the coated twist drills. Journal of Materials Processing Technology, v. 171, p. 139-145, 2006. [5] ASTM INTERNATIONAL Standard Test Method for Apparent Shear Strength of Single-Lap-Joint Adhesively Bonded Metal Specimens by Tension Loading (Metal-toMetal), West Conshohocken, 2005, 5p. ASTM Standard D-1002 – ASTM International. Resumos do II SICI 2008 – II Seminário de Iniciação Científica do IEAv 17 CARACTERIZAÇÃO DE ESTRUTURAS DE HIDROXIAPATITA EM DENTES BOVINOS POR MICROSCOPIA DE FORÇA ATÔMICA R. P. Sanches1*; W. Miyakawa2 1 Universidade do Vale do Paraíba – Faculdade de Engenharias, Urbanismo e Arquitetura, São José dos Campos – SP 2 Instituto de Estudos Avançados – Divisão de Fotônica, São José dos Campos – SP *[email protected] Palavras-chave: dentes, esmalte, dentina, AFM, superfícies. Introdução O dente1,2 é um material cerâmico constituído por moléculas de hidroxiapatita (Ca10(PO4)6(OH)2), que se agrupam em diferentes arranjos estruturais (bastões no esmalte ou túbulos na dentina), dependendo da camada em que se encontram. Tanto os bastões de esmalte quanto os túbulos dentinários apresentam diferentes orientações dentro de uma mesma camada. O presente trabalho teve por objetivo a caracterização dessas estruturas de hidroxiapatita em superfícies de esmalte e dentina bovinos, utilizando a microscopia de força atômica3 (AFM). Para isso, foi necessário determinar uma condição adequada de ataque ácido no preparo das amostras, de modo a promover a remoção dos resíduos de polimento e o realce das microestruturas de interesse. Metodologia A preparação de amostras foi feita em três etapas: i. corte em máquina de baixa rotação: foram cortados 32 corpos de prova (16 de esmalte e 16 de dentina) a partir de 8 dentes incisivos bovinos; ii. polimento: os corpos de prova foram incluídos em resina acrílica e passaram por processo de lixamento (granulações 220, 320, 500, 12 m e 9 m) e polimento com pasta de diamante de 6 m, 3 m e 1 m. Após o polimento, foram limpas com água destilada em ultra-som por um minuto, e iii. ataque ácido: foram constituídos quatro grupos, denominados 1, 2 e 3, mais um grupo controle. As amostras do grupo controle não sofreram ataque químico. As dos grupos 1, 2 e 3 sofreram ataque químico com ácido lático, na concentração de 113,8 mmol/L e pH 3,3, durante os tempos de um, três e cinco minutos, respectivamente. Após o ataque, as amostras foram avaliadas por AFM (Shimadzu Corp. Inc., Japan, modelo SPM 9500J3), em modo de contato intermitente. Resultados e Discussão As Figuras 1 e 2 mostram imagens de esmalte e dentina, respectivamente, obtidas por AFM, com área de varredura de 50 m x 50 m. Na Figura 1 (a), que corresponde à amostra de esmalte do grupo controle, nota-se apenas a presença de riscos e resíduos de polimento. Já a Figura 1 (b) mostra que o tempo de ataque químico de um minuto permite a identificação da estrutura típica de bastões de esmalte em corte transversal ligeiramente oblíquo, uma vez que a seção transversal está elíptica (eixo maior médio 9 1 m; eixo menor médio 4,8 0,6 m). Na Figura 1 (c) (três minutos), observa-se que o ataque químico começa a dissolver as estruturas e, na Figura 1 (d) (cinco minutos), o ataque químico foi intenso a ponto de não mais permitir a visualização de estruturas. Resumos do II SICI 2008 – II Seminário de Iniciação Científica do IEAv 18 Para a dentina, a imagem da amostra controle (Figura 2 (a)) também mostra riscos e resíduos de polimento obstruindo o interior de alguns túbulos dentinários. A imagem para o tempo de um minuto (Figura 2 (b)) mostra que tanto os riscos quanto os resíduos de polimento foram removidos (diâmetro médio da abertura dos túbulos 4,1 0,2 m). Já para o tempo de três minutos (Figura 2 (c)), nota-se um princípio de dissolução das estruturas e para o de cinco minutos (Figura 2 (d)), dissolução excessiva. (a) controle 20 m (b) 1 minuto (c) 3 minutos (d) 5 minutos 20 m 20 m 20 m Figura 1: micrografias de esmalte por AFM, com área de varredura de 50 m x 50 m. (a) controle (b) 1 minuto (c) 3 minutos 1.98 [um] 20 m 20 m (d) 5 minutos 1.91 [um] 20 m 1.32 [um] 20 m Figura 2: micrografias de dentina por AFM com área de varredura de 50 m x 50 m. Conclusões O ataque químico com ácido lático, na concentração de 113,8 mmol/L e pH 3,3, foi satisfatório para a obtenção de imagens de esmalte e dentina por microscopia de força atômica. Os resultados mostraram que, dentre os tempos testados, o tempo de um minuto foi o mais adequado para a remoção de riscos e resíduos de polimento e revelar as estruturas tanto do esmalte quanto da dentina e que tempos maiores do que três minutos dissolvem as estruturas, inviabilizando sua caracterização. As seções transversais de bastões de esmalte apresentaram-se elípticas (eixo maior médio 9 1 m; eixo menor médio 4,8 0,6 m) e o diâmetro médio das aberturas dos túbulos dentinários foi de 4,1 0,2 m. Agradecimentos Agradecimentos: ao CNPq, pelo auxílio financeiro, ao IEAv pela oportunidade desta Iniciação Científica e ao Instituto Tecnológico de Aeronáutica e ao Laboratório de Espectroscopia Vibracional Biomédica da Univap, pela utilização de suas instalações e equipamentos. Referências [1] CATE, R. T. Histologia Bucal: Desenvolvimento, Estrutura e Função. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998. 439 p. [2] AVERY, J. K. Fundamentos de Histologia e Embriologia Bucal: Uma Abordagem Clínica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. 200 p. [3] ZANETTE, S. I. Funcionamento de um Microscópio de Força Atômica. Rio de Janeiro, 1977. 120 p. Notas de aula - Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas. Resumos do II SICI 2008 – II Seminário de Iniciação Científica do IEAv 19 INFLUÊNCIA DE ELEMENTOS DE LIGA NO PROCESSO DE NITRETAÇÃO A PLASMA1 R. S. Sampaio1 ; V. H. Baggio-Scheid 2* 1 ETEP Faculdades, São José dos Campos – SP 2 Instituto de Estudos Avançados – Divisão de Fotônica, São José dos Campos – SP *[email protected] Palavras-chave: processos termoquímicos a plasma; difusão; sinterização; elementos de liga; aço 4340. Introdução A nitretação a plasma (ou iônica) é um processo utilizado para a melhoria de várias propriedades físicas de superfícies metálicas como, por ex., a dureza, a ductilidade, a resistência ao desgaste e à corrosão, que resultam em um aumento na vida útil das peças tratadas [1-2]. Embora, a nitretação a plasma seja um processo comercial utilizado há muitos anos pela indústria, ainda existem muitos problemas quando este processo é realizado em escala industrial, pois é uma tarefa difícil de se obter uma boa reprodutibilidade do tratamento, mesmo em se tratando de equipamentos comerciais [3]. O Controle do processo ainda é primitivo, se limitando ao controle de alguns poucos parâmetros como a temperatura, o tempo de tratamento, a pressão e o fluxo de gases. Outros parâmetros de grande importância como a densidade de corrente e a pressão parcial de nitrogênio são, em geral, negligenciados. Esta situação se repete até mesmo em trabalhos acadêmicos, que normalmente se restringem a um estudo da influência dos parâmetros de processo nas propriedades físico-químicas de um determinado aço [4, 5]. Os resultados destes trabalhos, embora forneçam informações muito úteis sobre o aço analisado, não se aplicam aos outros aços, contendo outras composições químicas. A resposta de um aço a nitretação depende fundamentalmente dos elementos de liga que ele contém [6]. Em especial, a presença de elementos como alumínio, cromo, titânio e vanádio, que formam nitretos de elevada dureza, resultam em grandes alterações nas propriedades dos aços quando nitretados. Este trabalho apresenta um estudo da influência de alguns elementos de liga na difusão do nitrogênio. Os elementos selecionados são: manganês, silício, níquel, cromo e molibdênio. Estes elementos foram escolhidos por fazerem parte da composição do aço ABNT 4340, que é de grande interesse para o setor aeroespacial e automobilístico. Metodologia Uma parte importante deste trabalho é a preparação de amostras. Foram preparadas amostras de 7 ligas de aço, cujas composições estão indicadas na tabela I. As amostras foram preparadas pela técnica da metalurgia do pó. Os diversos elementos de liga foram adicionados ao pó de ferro, misturados, compactados e sinterizados em um formo com atmosfera controlada. As duas primeiras etapas deste processo foram realizadas na empresa Höganäs, que também forneceu o pó-base para a matriz Fe – 0,4%C. Algumas etapas deste processo são mostradas na figura I. 1 Projeto: Influência dos Elementos de Liga na Cinética de Difusão do Nitrogênio: Um Estudo para o Controle do Processo de Nitretação a Plasma. Resumos do II SICI 2008 – II Seminário de Iniciação Científica do IEAv 20 Tabela I: Composição das amostras de aço. Liga Composição (em peso) FeC Fe - 0,40%C FeCMn Fe - 0,40%C - 0,75%Mn FeCSi Fe - 0,40%C - 0,30%Si FeCNi Fe - 0,40%C - 1,80%Ni FeCCr Fe - 0,40%C - 0,90%Cr FeCMo Fe - 0,40%C - 0,25%Mo 4340 Fe - 0,40%C - 0,75%Mn - 0,30%Si - 1,80%Ni - 0,90%Cr - 0,25%Mo As amostras de cada liga estão sendo submetidas a tratamentos de nitretação a plasma. Estes tratamentos estão sendo realizados na empresa Metal Plasma. As temperaturas de utilizadas variam de 450 a 600 C. Pesagem Mistura Compactação Figura 1. Preparação de corpos de prova – metalurgia do pó. Resultados e Discussão As amostras nitretadas estão sendo caracterizadas por meio de microscopia óptica convencional para observação das microestruturas das camadas, medidas de micro dureza (Vickers), medidas de rugosidade e levantamentos dos perfis de difusão do nitrogênio através de espectroscopia de emissão óptica em descarga luminescente (GDOES). Resultados preliminares desta caracterização serão apresentados. Conclusões Através da análise dos perfis de difusão do nitrogênio, das fases e dos compostos formados, será possível identificar e quantificar os processos dominantes envolvidos na difusão do nitrogênio associados a cada um dos elementos de liga e, dessa forma, determinar os coeficientes de difusão e coeficientes de taxas de reações do nitrogênio. Utilizando estes dados poderemos desenvolver modelos para descrever o processo de nitretação de ligas que contenham misturas destes elementos e, em especial, dos aços da série 40XX. Este estudo será implementado em uma segunda fase. Agradecimentos Os autores gostariam de agradecer ao CNPq, pela bolsa de iniciação científica, e às empresas Höganäs e Metal Plasma, pela colaboração com este trabalho. Referências [1] EDENHOFER, B. Metal Progress, v.109, p. 38-42 ,1976. [2] SUN, Y.; BELL, T.; WOOD, G.; Wear, v.178, p. 131-138, 1994. [3] GRÜN, R.; GÜNTHER, H. J. Materials Science and Engineering, v.A140, p.435-441, 1991. [4] ROCHA, A. S.; STROHAECKER, T.; TOMALA, V.; HIRSCH, T., Surf. Coat. Technol. v.115, p. 24-31,1999. [5] MENTHE, E.; RIE, K. T. Surf. Coat. Technol., v.116-119, p. 199-204, 1999. [6] CLARK, D.S.; VARNEY,W. R. Physical Metallurgy for Engineers, D. van Nostrand Company INC, Princeton, (1965). Resumos do II SICI 2008 – II Seminário de Iniciação Científica do IEAv 21 CARACTERIZAÇÃO MICROESTRUTURAL E MECÂNICA DE UM AÇO INOXIDÁVEL AUSTENÍTICO MODIFICADO COM CÁLCIO C. E. C. Fonseca1 ; C. A. R. P. Baptista1; A. J. Abdalla2 1 Escola de Engenharia de Lorena – EEL-USP, Lorena – SP 2 Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos – SP Palavras-chave: aço inoxidável 304, adição de cálcio, tração, fadiga. Introdução Foi observado experimentalmente que a usinabilidade do aço inoxidável AISI 304 pode ser melhorada significativamente ao se promover uma pequena alteração em sua composição química, com uma leve adição do elemento cálcio (~0,03% em peso). Isso se deve ao fato de que o cálcio modifica química e morfologicamente as inclusões presentes no aço tornando-as menos abrasivas, como no caso das inclusões de Al2O3 [1]. Torna-se importante avaliar se esta vantagem no processo de usinagem não compromete outras propriedades estruturais importantes. Este trabalho tem como objetivo realizar ensaios comparativos de um aço 304 convencional e outro tratado com adição de cálcio (304 UF), avaliando seus comportamentos em tração e fadiga. O complemento do trabalho se dá com a caracterização microestrutural por microscopia óptica (MO) e eletrônica de varredura (MEV), análise da superfície de fratura e teste de microdureza. Metodologia Os corpos-de-prova (CDPs) para ensaio de tração (3 peças para cada aço estudado) foram confeccionados segundo a norma ASTM E 8M e ensaiados em um equipamento servohidráulico MTS mod. 810.23M, à temperatura ambiente. Foram determinados o limite de escoamento, limite de resistência à tração, alongamento percentual e os parâmetros de encruamento dos materiais. Os CDPs para ensaios de fadiga axial foram confeccionados segundo a norma ASTM E 466 e ensaiados à temperatura ambiente na mesma máquina utilizada para os ensaios de tração, à freqüência de 25 Hz com razão de carga R = 0,1 e níveis de tensões máximas adotados em função dos resultados dos testes de tração. Foram obtidas as curvas relacionando a tensão máxima do ciclo ao número de ciclos até a ruptura (curvas S/N). Foram realizadas análises microestruturais através de microscopia óptica (MO) retirando amostras de cada aço, as quais foram embutidas, lixadas, polidas e atacadas em solução de ácido oxálico sob tensão de 4 V. Este trabalho será complementado com a análise das superfícies de fratura de alguns dos CDPs ensaiados em fadiga via microscopia eletrônica de varredura (MEV), observando-se os micromecanismos de fratura e detalhes microestruturais como precipitados e seu papel na propagação da trinca. Resultados e Discussão A Figura 1 apresenta as curvas tensão-alongamento obtidas nos ensaios de tração, mostrando que o aço 304 UF apresenta maiores valores do limite de escoamento (373 contra 235 MPa), limite de resistência (679 contra 615 MPa), acompanhados de queda insignificante na ductilidade medida pelo alongamento (média de 68 contra 70%) em relação ao aço 304 convencional. O comportamento tensão-deformação verdadeira, para ambos os aços, seguiu o modelo de Ludwigson [2]. Os resultados de fadiga são mostrados na Figura 2 e comprovam que o aço 304 UF apresenta resistência cerca de 15% maior que o aço convencional para vida Resumos do II SICI 2008 – II Seminário de Iniciação Científica do IEAv 22 de 105 ciclos. Além disso, apresenta vida em fadiga da ordem de 106 ciclos no mesmo nível de tensão (510 MPa) em que o aço convencional chega a 105 ciclos. Figura 2. Curvas de Tensão Comparativas Figura 3. Curvas S/N Comparativas As micrograficas obtidas por MO (Figuras 3 e 4) revelam que as inclusões presentes no aço com o tratamento com cálcio são menores e mais esféricas. As análises da superfície de fratura constituem a próxima etapa do trabalho e ainda estão em andamento. Figura 4. Aço 304 UF Figura 5. Aço 304 convencional Conclusão Os diversos ensaios comparativos realizados neste trabalho revelam que o aço modificado com cálcio, além de apresentar melhor usinabilidade, possui propriedades mecânicas superiores ao aço convencional. Esse comportamento está associado principalmente às alterações promovidas nas inclusões pelo tratamento com cálcio. Referências [1] ENGH, T. A. Principles of Metal Refining. 1ed. Oxford University Press, 1992. 473p. [2] LUDWIGSON D.C; Modified Stress-Strain Relation for FCC Metals and Alloys; Metall. Trans., v.2, p. 2825-2828, 1971. Resumos do II SICI 2008 – II Seminário de Iniciação Científica do IEAv 23 RECOBRIMENTO DE PARTES METÁLICAS COM NANOPARTÍCULAS DE NEGRO DE FUMO VIA LASER DE CO2 G. P. N. da Costa1 e G. de Vasconcelos 2 1 Instituto Tecnológico de Aeronáutica - ITA, S. J. dos Campos, Brasil 2 Instituto de Estudos Avançados - Divisão de Fotônica, São José dos Campos - SP * [email protected] Palavras-chave: laser, negro de fumo, têmpera superficial. Introdução O tratamento térmico de metais e ligas por lasers baseia-se no aquecimento local da superfície, promovido pela absorção da radiação do feixe, e em seguida, pelo seu rápido resfriamento [1,2]. Neste processo, a temperatura na superfície do metal, pode ser controlada pela densidade de potência e pela velocidade do feixe do laser. A têmpera por lasers, por analogia a outros processos de endurecimento superficial, consiste na formação de uma estrutura austenítica no estágio de aquecimento e sua subseqüente transformação em martensita no estágio de resfriamento [1]. As principais vantagens da têmpera por lasers são: a seletividade do processo [1] (aquecimento somente do local de interesse); o rápido aquecimento de uma superfície, possibilitando o tratamento de finas camadas, com redução das zonas termicamente afetadas e as reduzidas distorções superficiais quando comparado a outros métodos [2]. Normalmente, os lasers utilizados para têmpera em equipamentos agrícolas, requerem potência superior à 1KW, já no tratamento térmico de ferramentas e matrizes de corte, lasers de CO2 da ordem de 100W são comumente utilizados [2]. Neste trabalho, utilizou-se um laser de 50W para tratar termicamente uma parte de aço e os inconvenientes do processo, quer sejam, a baixa potência disponível e a taxa de reflexão de cerca de 90% da radiação incidente, foram compensados pela deposição de uma camada absorvedora da radiação incidente feita com negro de fumo. Metodologia A parte experimental deste trabalho foi preparar e aplicar uma solução absorvedora da radiação incidente, feita a partir de pó de nanopartículas de negro de fumo diluído em álcool etílico e a irradiar a superfície recoberta com o feixe de laser de CO2. Após na irradiação, as superfícies das amostras foram avaliadas por ensaios de micro dureza e por microscopia óptica. Uma solução foi preparada com negro de fumo de tamanho médio de partículas de 50 nanometros. Na preparação da solução, utilizou-se 15,4g de negro de fumo. A este pó adicionou-se carboximetilcelulose (CMC), para aumentar à resistência a verde da camada, na proporção de 1% da massa de negro de fumo e 150 ml de álcool etílico PA como solvente. Após aplicar um recobrimento homogêneo em toda a superfície do aço com a solução, irradiou-se a parte preparada com o feixe de laser de CO2. O laser utilizado como fonte de radiação nos experimentos de têmpera superficial do aço, foi um laser de CO2, CW, potência de saída igual a 50W e diâmetro de feixe de 300 micrometros, marca Synrad e modelo J48. No processo de irradiação, o feixe de laser movimenta-se sobre a superfície da amostra e é guiado por espelhos galvanométricos, gerando trilhas de largura e espessuras controladas (2X8mm2). A velocidade de deslocamento do feixe sobre a superfície do aço foi previamente selecionada por meio de testes de microdurezas. Para isso, fixou-se a potência do laser em 50W e variou-se a velocidade de deslocamento do feixe do laser sobre a amostra. Resumos do II SICI 2008 – II Seminário de Iniciação Científica do IEAv 24 Resultados e Discussões A variação dos parâmetros, conforme mencionado na seção anterior forneceu 36 tipos diferentes de amostras com diferentes variações de resolução (300, 600 e 900), velocidades (50, 100, 150, 200 e 250 mm/s) e número de ciclos de aquecimentos - NCA (5 e10 ). As amostras foram selecionadas avaliando-se suas micrografias obtidas por microscopia óptica e descartou-se as amostras que apresentaram ablação superficial, decorrentes do elevado número de ciclos de aquecimento NCA e baixa velocidade de varredura do feixe de lasers sobre a amostra. A Figura 1 apresenta a micrografia da amostra selecionada, observe que ela não apresenta picos ou vales acentuados. Os parâmetros de irradiação para estas amostras são os seguintes: são 300, velocidade 100 mm/s, potência 50W e NCA 10. A amostra selecionada foi a que apresentou maior camada tratada sem a presença de picos ou vales e teve sua secção transversal avaliada em um microdurômetro, conforme apresenta a Figura 2. 1100 1000 Microdureza (Hv 0,05) 900 800 700 600 500 400 4 2 I= 7x10 W/cm ;NCA=10; v=100mm/s 300 0 10 20 30 40 50 60 70 80 Profundidade da camda tratada em micrometros Figura 1. Micrografia apresentando a região tratada termicamente pelo laser. A faixa clara na região central da amostra corresponde á área tratada pelo feixe de laser. Figura 2. Perfil de micro dureza da secção transversal da parte tratada com laser. Na figura, os desvios experimentais são menores que os símbolos utilizados. Conclusões O negro de fumo apresentou resultados satisfatórios, atuando como uma camada absorvedora da radiação incidente do feixe de laser de CO2. A micro-dureza superficial do substrato antes da irradiação com laser de 350HV elevou-se para 1100HV, formando ainda um patamar de 900HV com extensão de 30 micrometros. O negro de fumo apresenta ainda o diferencial de não requerer a etapa de moagem, já que o material é fornecido na forma de nano partículas e ainda, por promover uma camada de revestimento mais uniforme na etapa de aplicação com pistola pneumática. Agradecimentos Ao IEAv-CTA e ao Grupo Dedalo pela oportunidade. Referências [1] GANEEV R.A. Low-power laser hardening of steels Journal of Materials Processing Technology, v.121, p. 414-419, 2002. [2] MACHADO I. F. Technological advances in steels heat treatment. Journal of Materials Processing Technology, v.172, p.160-173, 2006. Resumos do II SICI 2008 – II Seminário de Iniciação Científica do IEAv 25 CALIBRAÇÃO RADIOMÉTRICA DE SENSORES ELETROÓPTICOS M. A. Avelisio1, 2 ; M. L. Silva1,2 ; M. C. Melo1; C. T. Pinto1,2; R. M. Castro1,2*; R. C. Moreira1 1 Instituto de Estudos Avançados – Divisão de Geointeligência, São José dos Campos – SP 2 Universidade de Taubaté - Departamento de Matemática e Física, Taubaté – SP *[email protected] Palavras-chave: Esfera Integradora, Caracterização Radiométrica, Sensoriamento Remoto. Introdução A Esfera Integradora (EI) é uma fonte radiante utilizada como padrão de calibração no espectro eletromagnético emitido, e cujas propriedades de isotropia e estabilidade são fundamentais na calibração de sensores imageadores. O modelo utilizado no Laboratório de Radiometria e Caracterização de Sensores Eletroópticos (LaRaC) é o USS2000 da LabSphere [1], que permite a utilização de até quatro lâmpadas como fontes radiométricas. Deste modo, o objetivo deste trabalho é estudar as características da EI e estabelecer um modelo matemático que forneça uma estimativa da irradiância por ela fornecida. Os fatores considerados para estimar a irradiância são: a emitância do filamento de tungstênio da lâmpada; a emissividade do filamento; a atenuação da radiação produzida pela fonte, devido às múltiplas reflexões na superfície interna da EI, que depende das características físicas da EI e da reflectância da superfície interna; e as características físicas da fonte. Metodologia O processo de emissão da radiação eletromagnética é realizado pelo filamento de tungstênio de uma lâmpada incandescente, que se comporta como corpo negro. Deste modo, dependendo da temperatura do filamento, determina-se a intensidade da radiação eletromagnética produzida e a sua distribuição em relação ao comprimento de onda. Depois de produzida pela fonte, a radiação eletromagnética é refletida dentro da EI integradora até emergir pela abertura. Como a reflectância da superfície interna da esfera não chega a ser igual a um, é importante obter o fator de atenuação da radiação no interior da esfera. Para isso, é necessário estimar a probabilidade de ocorrência do número de reflexões e fazer a convolução com a reflectância da superfície. Para determinar a atenuação no interior da EI, optou-se por realizar uma simulação pelo Método de Monte Carlo, no qual o processo iterativo é realizado com o sorteio de dois números aleatórios, correspondentes a coordenadas que fornecem a direção de propagação da radiação eletromagnética dentro da EI. A partir dessas coordenadas, é verificado se a radiação emitida incide na abertura da esfera ou na superfície interna. Se o feixe incide na superfície interna, é realizada uma nova iteração, até que ele incida na abertura da EI. Para comparar o valor obtido na simulação com o valor experimental e averiguar a uniformidade da irradiância em toda a abertura da EI, foi utilizado um espectrorradiômetro FieldSpec Pro [2] em diversos pontos pré-determinados desta área, com diversas configurações de lâmpadas. Além disso, com o objetivo de estudar a variação da irradiância no tempo, foram realizadas medições sucessivas, com o espectrorradiômetro posicionado no centro da abertura da esfera, a cada minuto, durante duas horas. Resultados O resultado da simulação da probabilidade de ocorrência de cada número de reflexões apresentou um comportamento exponencial, conforme esperado. No cálculo da atenuação, foi feita a convolução dos valores de reflectância da superfície da EI fornecidos pelo fabricante [1] com a probabilidade de ocorrência das reflexões calculada. Para determinar a intensidade Resumos do II SICI 2008 – II Seminário de Iniciação Científica do IEAv 26 da radiação eletromagnética produzida, foi utilizada como referência uma lâmpada incandescente halógena com filamento de tungstênio de forma helicoidal, modelo Q150T4CL [3], de 150 W. As dimensões do filamento foram estimadas utilizando-se uma régua milimetrada, e a transmitância do gás e do bulbo da lâmpada foi considerada como igual a 1, já que essas informações não constavam no manual do fabricante da lâmpada. A emissividade espectral para o tungstênio foi obtida do trabalho de De Vos [4]. O resultado obtido com o modelo para irradiância na EI é apresentado na Figura 1, juntamente com o valor experimental. Pode-se observar que o valor simulado é significativamente maior, provavelmente decorrente das estimativas e considerações das características da lâmpada. 2 Irradiância (w//cm ) 4 3 Experimental Simulação 2 1 0 500 1000 1500 2000 2500 Comprimento de onda (nm) Figura 1. Gráfico da irradiância de uma Esfera Integradora [1], utilizando uma lâmpada incandescente de filamento de tungstênio de 150 W. Ao se estudar a uniformidade da radiância nos diferentes pontos da abertura da esfera, foi constatado que, dentro de um raio de aproximadamente 5 cm em torno do eixo de simetria, a irradiância era uniforme (em uma faixa inferior a 1%). A análise das medições da radiância ao longo de duas horas mostrou que o valor dessa grandeza radiométrica não se estabilizou após esse intervalo de tempo, ao contrário das especificações apresentadas pelos fabricantes da EI [1], da lâmpada [3] e do espectrorradiômetro [2] utilizados. Discussão e Conclusão O modelo desenvolvido é bastante robusto, tendo representado com razoável fidelidade o comportamento dos dados experimentais. Devido ao não conhecimento detalhado de todas as características da lâmpada utilizada, o valor absoluto difere do valor experimental. Para as próximas etapas do trabalho, pretende-se obter um melhor valor das características das lâmpadas e investigar as causas da não estabilização do valor da radiância com o tempo, além da linearidade da irradiância fornecida pela esfera em função da potência das lâmpadas. Agradecimentos Os autores gostariam de agradecer ao CNPq pela Bolsa de Iniciação Científica, inicialmente do Sr. Marcos A. Avelisio e, posteriormente, da Sra. Milena L. Silva. Referências [1] USS-2000 Integrating Sphere Manual. 2005. Manual - LabSphere. [2] FIELDSPEC PRO User Manual 2005. Manual - Analytical Devices. [3] OSRAM Q150T4CL [4] DE VOS, J. C. A new determination of the emissivity of tungsten ribbon. Physica v.20, p. 690-712,1954. Resumos do II SICI 2008 – II Seminário de Iniciação Científica do IEAv 27 ADEQUAÇÃO DE UM MODELO SEMI-EMPÍRICO PARA O CÁLCULO DA DOSE ERITEMATOSA: 1a. FASE L. S. Ramos1*; A. A. Silva2 Universidade do Vale do Paraíba – Engenharia Aeroespacial, São José dos campos – SP 2 Instituto de Estudos Avançados – Divisão de Energia Nuclear, São José dos Campos – SP *[email protected] 1 Palavras-chave: Radiação solar ultravioleta; Modelagem. Introdução A radiação ultravioleta (RUV) é uma radiação eletromagnética, não-ionizante que corresponde a menos de 9% da energia eletromagnética emitida pelo sol. A importância de estudá-la esta no fato de que ela pode produzir diversos efeitos biológicos sobre os organismos, efeitos que tanto podem ser benéficos como a síntese da vitamina D ou maléficos como o desenvolvimento de eritema, câncer de pele e etc. Nesta etapa inicial foi desenvolvido um trabalho teórico sobre incidência de RUV envolvendo as seguintes variáveis: atmosfera (quantidade de ozônio e pressão atmosférica), albedo, radiação direta, radiação difusa, comprimento de onda da radiação e ângulo solar de zênite (ASZ), para encontrar a radiação global. Metodologia Fez-se o estudo do modelo semi-empírico de Green et al (1974) para o calculo da incidência de RUV. O estudo tem as equações abaixo onde é o comprimento da onda e o ASZ. Radiação direta: B , H Radiação difusa: eA t , B d H eD t , Radiação global: G , H e At , cos e Dt , Resultados e Discussão O gráfico na Figura 1 mostra a intensidade da radiação global em nível do mar, atmosfera padrão (US Standard) e 265 Unidades Dobson de coluna de ozônio. Na medida em que o ASZ cresce, a radiação que chega à superfície diminui devido à atenuação na atmosfera. Em 280nm e 290nm a intensidade da radiação é muito baixa, portanto não aparece no gráfico. Os resultados e fórmulas encontradas foram essenciais para a compreensão e estudo do assunto mencionado, ou seja, a equação da radiação global é apenas o somatório da radiação direta com a radiação difusa. A comparação dos valores de RUV prevista pelo modelo de Green et al. com medidas experimentais não ocorreu nessa primeira fase como planejado devido ao desligamento da ex-bolsista Vanessa C.Araújo do programa de iniciação cientifica. No momento essa tarefa está sendo assumida pelo bolsista Luth S.Ramos. Resumos do II SICI 2008 – II Seminário de Iniciação Científica do IEAv 28 Conclusões Nesse estudo pode-se observar como a incidência de RUV varia e quais são os componentes que a influenciam, compreendendo-se as diversas variações de intensidade das radiações direta, difusa e global que atingem determinada região em função da superfície, ASZ, comprimento de onda e das condições do céu (quantidade de ozônio). 0.01 280 290 300 310 320 330 340 350 360 370 380 390 400 -2 -1 ) (Wm nm ) 0.1 G( 1 1E-3 0 10 20 30 40 50 60 70 80 nm nm nm nm nm nm nm nm nm nm nm nm nm 90 ASZ (graus) Figura 1. Radiação global em função do ASZ em nível do mar, atmosfera padrão e 265 UD de O3. Agradecimentos Ao CNPq pelo apoio financeiro. Referências [1] GREEN, A.E.S., T. SAWADA, AND E.P. SHETTLE, The middle ultraviolet reaching the ground. Photochemistry and photobiology, v.19, p. 251-259, 1974. Resumos do II SICI 2008 – II Seminário de Iniciação Científica do IEAv 29 PROCESSO PARA MONITORAÇÃO DE EXPERIMENTO COM RADIAÇÃO USANDO REDE DE DADOS E. R. S. Garcia1*; L. H. Claro 2 1 ETEP Faculdades – São José dos Campos – SP 2 Instituto de Estudos Avançados – Divisão de Energia Nuclear, São José dos Campos – SP. *[email protected] Palavras-chave: aquisição de dados, monitoração de experimentos, rede de dados. Introdução Na simulação de ambientes com radiação[1] em laboratórios para análise de danos da radiação em componentes eletrônicos[2], são utilizadas fontes isotópicas de radiação. Para proteção e segurança, torna-se necessário o desenvolvimento de um sistema de monitoração à distância, para os experimentos a serem realizados. Neste trabalho foi montado um sistema de aquisição de dados, utilizando o programa computacional LabVIEW[3,4], que permitiu monitorar e disponibilizar os dados obtidos, em tempo real, usando a rede de dados do IEAv. Objetivo e Metodologia Na Figura 1, é apresentado o diagrama com o objetivo do trabalho. Ela representa uma bancada de testes montada em um laboratório contendo as fontes radioativas que são utilizadas em experimentos e a distribuição dos dados. Os experimentos são monitorados através de um computador contendo uma placa de aquisição e alimentados por fontes de tensão e geradores de funções. Ao se conectar este computador à rede de dados e programar as interfaces necessárias, obtêm-se a monitoração do experimento não apenas no local, mas em qualquer outro ponto da rede de dados, interno ou externo ao Instituto, conforme a configuração programada. Figura 1. Diagrama dos experimentos de danos de radiação em componentes eletrônicos. Para a montagem deste sistema de monitoração foi utilizado o programa LabVIEW, versão 7.1. Este programa possui ferramentas internas que facilitam a disponibilização de dados via internet e chama de instrumentos virtuais (VI’s-Virtual Instruments), os programas que realizam as aquisições de dados. Neste trabalho foram utilizadas duas ferramentas: o “Servidor de WEB”, que possibilita que todos os VI’s possam ser transformados em um arquivo “html” e o “DataSocket Server” que permite disponibilizar dados em tempo real, através da rede internet e acessar ou manipular esses dados. Inicialmente, o VI construído para aquisição foi transformado em texto “html”, usando a primeira ferramenta e foi incorporado a uma “home-page” contendo informações sobre danos de radiação em Resumos do II SICI 2008 – II Seminário de Iniciação Científica do IEAv 30 componentes eletrônicos. Em uma segunda etapa, foi utilizada a ferramenta “DataSocket Server” para construir outro VI que permitiu que outros usuários pudessem ver, armazenar ou manipular os dados que estão sendo adquiridos no laboratório, usando seu próprio computador conectado à internet. Para a utilização destas facilidades, algumas questões precisam ser consideradas: a) é necessário que o computador usado para acesso da página, contenha no seu sistema operacional, um programa tipo “runtime”. Trata-se de um programa executável, construído e disponibilizado pelos fabricantes do sistema LabVIEW contendo rotinas básicas auxiliares. b) na construção de um VI para ser utilizado com esta metodologia, é aconselhável o uso de imagens pequenas e com poucos detalhes. Isto ocorre devido ao fato de que o uso de imagens com muitos detalhes e outras manipulações, provoca atrasos na conexão com a rede, influenciando negativamente no trabalho. A vantagem da utilização das ferramentas existentes no programa LabVIEW para distribuição de dados através da internet esta na sua grande facilidade de utilização. Elas permitem a troca de arquivos em diferentes protocolos (FTP, http, arquivos locais) sem a necessidade de programação específica em cada protocolo. Além disto, qualquer computador que possua um programa tipo “browsers” convencional (por exemplo: explorer, netscape, mozilla,...) e que esteja conectado à rede internet, pode ser usado para monitorar um experimento de aquisição de dados. Não é necessário que todos os usuários que participam do monitoramento possuam o programa LabVIEW instalado em seu computador. No computador que esta instalado o LabVIEW, é feita a aquisição dos dados do experimento e a disponibilização na rede internet. Em um outro local, de forma simultânea, estes dados são adquiridos e armazenados. É necessário apenas que o computador esteja conectado à rede internet. Resultados e Discussão Foram montados dois sistemas diferentes de monitoramento e aquisição de dados, um onde se visualiza o experimento através de uma página de web e outro onde se tem acesso aos dados obtidos no experimento em tempo real, em ambos os casos os computadores que terão acesso à aquisição de dados não necessitam da instalação do LabVIEW. Conclusões A aplicação do sistema de monitoramento é útil para os experimentos com radiação, primeiramente por motivos de segurança, mas o fato de uma das versões do sistema permitir que outros computadores tenham acesso aos dados adquiridos torna o processo de pesquisa mais dinâmico. É importante ressaltar que o fato dos programas necessários para o funcionamento do sistema, excluindo o LabVIEW, serem livres torna o processo de montagem mais rápido e de baixo custo. Agradecimentos O presente trabalho foi realizado com apoio do CNPq, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Referências [1] HOLMES-SENDLE, A.; ADAMS, L. Handbook of Radiation effects. 2 ed. New York: Oxford University Press Inc., 2002. 614p. [2] BATTISTI, S.; BOSSART, R.; SCHÖNBACHER, H.; VAN DE VOORDE, M. Radiation damage to electronic components. Nuclear Instruments and Methods v.136, p. 451-472, 1976. [3] LabVIEW. Data Acquisition Basics Manual, National Instruments, 1998. [4] PEREIRA, J. A. LabVIEW 7-Módulo Básico. São José dos Campos: IAE-CTA, 2005. " $ ! A M Abdalla, A. J. ........................................................11, 21 Alves, M. M................................................................. 1 Arnoni, L. V................................................................. 3 Avelisio, M. A. .......................................................... 25 Machado, F. B. C. ........................................................ 1 Melo, M. C. ............................................................... 25 Migliano, A. C. C..................................................... 5, 7 Miyakawa, W............................................... .........15, 17 Moreira, R. C. ............................................................ 25 B Baggio-Scheid, V. H. ................................................. 19 Baptista, A. R. P......................................................... 21 Barboza, M. J. R......................................................... 11 Barreta, L. G. ............................................................... 3 C Carrer, I . R................................................................ 11 Castro, R. M............................................................... 25 Claro, L. H................................................................. 29 Costa, G. P. N. ........................................................... 23 Cunha, S. A.................................................................. 5 D Damião, A. J. ............................................................... 9 F Ferreira, H. L. E. ........................................................ 13 Fonseca, C. E. C......................................................... 21 G Garcia, E. R. S. .......................................................... 29 L Lima, M. S. F............................................................. 15 Lima, R. G. A. ............................................................. 7 P Paiva, M. S. A.............................................................. 5 Pinto, C. T. ................................................................ 25 R Ramos, L. S. .............................................................. 27 Roberto Neto, O. .......................................................... 1 S Sakata, F. Y. .............................................................. 15 Sampaio, R. S. ........................................................... 19 Sanches, R. P. ............................................................ 17 Santo, A. M. E. .......................................................... 15 Sbampato, M. E............................................................ 3 Silva, A. A. ................................................................ 27 Silva, J. C. F................................................................. 9 Silva, M. L................................................................. 25 T Toledo, A. O. ............................................................... 3 V Vasconcelos, G. ....................................................13, 23