As Duas Oliveiras Israelitas

Transcrição

As Duas Oliveiras Israelitas
Primeira Edição Fevereiro de 2012
Assim como o profeta não
conseguia entender o mistério
por trás dos dois ramos de
oliveira que alimentavam as
luzes da Menorah, hoje, os dois
adoradores de Elohim, Efraym
(a Igreja) e Yehudáh (a
Sinagoga), ainda não
conseguem se reconhecer
mutuamente como a fonte de
benção desse planeta.
Dois Ungidos Abençoam a Terra
Baruch Ben Avraham
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Edições Comunidade de Israel
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Índice
4. Introdução – O Juramento de Elohim a Avraham é Eterno e Incondicional
13. Israel não Tropeçou Para que Caísse
17. A Queda e o Exílio das Duas Casas de Israel
20. As Duas Casas de Israel Abençoam o Mundo e Chegam a Portugal e ao
Brasil
33. Arvore Milenária, a Oliveira é um Símbolo de Israel e seu Azeite da
Benção de Adonay
40. Entre o Zambujeiro e a Oliveira
56. A Árvore da Vida Do Éden ao Santuário
64. Olhar da Igreja Sobre Israel – Visão Desfocada
74. A Contraditória Teologia da Substituição
94. As Pretensões de um “Israel Espiritual” Diante das 36 Keritot
119. Buscando os Méritos de Efraim
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Introdução – O Juramento de Elohim a
Avraham é Eterno e Incondicional
As Escrituras mostram
que Elohim não é apenas
verdadeiro quando jura, ele é
também fiel, e mais do que
fiel que ele é poderoso para
cumprir o que prometeu.
Verdade, fidelidade e poder
são os ingredientes por trás
de cada juramento de Adonay
em favor de seu povo a
começar pelo juramento feito
a Avraham cujo filho foi
poupado
do
supremo
sacrifício.
Por
isso,
quando
Avraham estava pronto a
despedaçar seu filho com o
cutelo. Quando parecia que a
promessa de abençoar o
mundo por meio da semente
de Avraham findara antes
mesmo que Ytchak pudesse
deixar um filho herdeiro
Adonay enviou um malach,
um anjo, para que detivesse a
mão do patriarca e o
impedisse de consumar seu
sacrifício enquanto provinha o
cordeiro substituto.
As Escrituras mostram que Elohim
não é apenas verdadeiro quando
jura, ele é também fiel, e mais do
que fiel que ele é poderoso para
cumprir o que prometeu. Verdade,
fidelidade e poder são os
ingredientes por trás de cada
juramento de Adonay em favor de
seu povo a começar pelo
juramento feito a Avraham cujo
filho foi poupado do supremo
sacrifício.
O sacrifício de Isaque, 1635 Reembrandt(1606-1669)
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Assim, foi poupado Ytzchak, cujo nome significa ele rirá, por
que ele e seus descendentes finalmente sorrirão na presença de
Adonay e por que através deles o próprio Criador sorri para o
mundo gentílico enquanto este mesmo mundo sorri para Ele. Ali
Adonay mostrou que a semente de Avraham não deve morrer, que
ela será sempre socorrida em todos os momentos em que ela esyeja
ameaçada de extermínio. Ele fez isso durante o cativeiro egípcio, a
invasão assíria, o ataque dos caldeus, as perseguições de Antioco, o
massacre romano, as incursões dos árabes e a campanha de
extermínio dos nazistas e estará pronto a atuar quando os poderes
muçulmanos xiitas se lançarem contra Israel em arrebatada ira para
o desarraigar da terra. Tudo isso em base do juramento feito a
Avraham de que seria o Elohim deles de geração em geração:
“Faço aliança contigo e com tua posteridade, uma aliança
eterna, de geração em geração, para que eu seja o teu Elohim e o
Elohim de tua semente?” Bereishit/Gn 17:7
Logo, se existe um juramento que precisa ser conhecido hoje
pelos crentes, pela igreja cristã em geral é o juramento feito por
Elohim a Avram a quem o Eterno mudou o nome para Avraham a
fim de fazer dele o pai de uma multidão de povos que se
espalhariam por toda a terra para que dessa maneira pudessem
abençoar o mundo. E se existe algo contrário à perspectiva bíblica é
o ensino de que o povo hebreu, os descendentes de Avraham foram
rejeitados e substituídos pelos gentios.
Infelizmente a teologia evangélica tradicional tende a
espiritualizar as promessas de tal maneira que outra coisa não seja
vista nelas senão o propósito de Elohim de salvar os que dele se
aproximam, esquecendo-se que a aproximação a Elohim é um ato
de Adonay como está escrito: “Bem-aventurado aquele a quem tu
escolhes, e fazes chegar a ti, para que habite em teus átrios”
Tehilim/Sl 65:4. E deveria ser claro que Adonay não pode aproximar
de si e salvar aqueles a quem nada prometeu (os gentios) mediante
a rejeição e perdição daqueles a quem prometeu guardar e proteger
por pacto eterno e incondicional.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
O autor do Sefer há Ivrim (Livro de Hebreus), fez questão de
recordar aos descendentes biológicos de Avraham que eles ainda
eram guardados pelo juramento firme, eterno e incondicional
daquele que jura verdadeiramente.
“Porque, quando Elohim fez a promessa a Avraham, visto que
não tinha outro maior por quem jurar, jurou por si mesmo, dizendo:
Certamente te abençoarei, e grandemente te multiplicarei. E assim,
tendo Avraham esperado com paciência, alcançou a promessa. Pois
os homens juram por quem é maior do que eles, e o juramento
para confirmação é, para eles, o fim de toda contenda, assim que,
querendo Elohim mostrar mais abundantemente aos herdeiros da
promessa a imutabilidade do seu conselho, se interpôs com
juramento; para que por duas coisas imutáveis, nas quais é
impossível que Elohim minta, tenhamos poderosa consolação, nós,
os que nos refugiamos em lançar mão da esperança proposta.”
Ivrim/Hb 6:13-18.
Que promessa estava envolvida aqui senão o pacto firme e
incondicional de que Adonay seria Elohim da semente de Avraham
para todo o sempre enviando a Yeshua não para abandonar, mas
para salvar a semente de Avraham tal como está escrito? Ora, se há
uma coisa clara é que Yeshua veio para ser tentado e vencer em
favor de um povo, aquele que como ele descende de Avraham.
“Porque, indubitavelmente, ele não socorre a anjos, mas
socorre à descendência de Avraham. Razão porquê convinha
que em tudo fosse feito semelhante aos irmãos, para tornar-se
Arqui-Sacerdote misericordioso e fiel nas questões
relacionadas a Elohim, para fazer propiciação pelos pecados
do povo. Porque nisto em que ele mesmo sofreu e foi tentado
é capaz de auxiliar aos que são tentados.” Ivrim/Hb 2:16-18.
Assim, Yeshua que não veio para socorrer a malachim (anjos),
mas à zerah (semente) de Avraham teria fracassado em sua missão
se não pudesse ao fim de seu ministério orar dizendo: “Guardei
aqueles que me deste e nenhum deles se perdeu, senão o filho da
perdição; assim cumpriu-se a Escritura.” Yochanan/Jo 17:12.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
O que a Igreja Ainda não Entendeu Sobre
Romanos 11
Em Romanos 11 Shaul
há
Shaliach
(Shaul
o
Enviado) fala de algo
inusitado, fala dos galhos
do zambujeiro, uma espécie
de oliveira silvestre sendo
arrancados de sua árvore
mãe para serem enxertados
na boa oliveira.
No entanto, ele não
diz apenas isso, ele diz que
antes que esses galhos
estranhos à oliveira fossem
arrancados
da
árvore
selvagem
para
serem
inseridos contra a natureza
na oliveira cultivada, muitos
ramos da boa oliveira
haviam sido arrancados.
Romanos 11 Shaul há
Shaliach (Shaul o Enviado)
fala de algo inusitado, fala
dos galhos do zambujeiro,
uma espécie de oliveira
silvestre sendo arrancados
de sua árvore mãe para
serem enxertados na boa
oliveira.
A parábola dos ramos
quebrados da boa oliveira que
foram substituídos pelos
ramos do zambujeiro tem sido
entendida pela maior parte
dos cristãos como uma
indicação de que os gentios
são enxertados em Yeshua,
graças à rejeição do povo
judeu e a quebra das alianças
eternas entre Elohim e
Abraham, aliança pela qual
ele se comprometeu a cuidar
perpetuamente a semente do
patriarca.
Olive Tree. João Coreia. Wikimedia Commons 3,0
Wikipedia. http://en.wikipedia.org/wiki/File:Olive_tree.jpg
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
A parábola dos ramos quebrados da boa oliveira que foram
substituídos pelos ramos do zambujeiro tem sido entendida pela
maior parte dos cristãos como uma indicação de que os gentios são
enxertados em Yeshua, graças à rejeição do povo judeu e a quebra
das alianças eternas entre Elohim e Abraham, aliança pela qual ele se
comprometeu a cuidar perpetuamente a semente do patriarca. Esta
perspectiva supõe que Elohim não podia ou não queria salvar a
judeus e gentios simultaneamente e que para salvar os segundos
teve que rejeitar os primeiros. Felizmente isso não é verdade. Mas
no mesmo capítulo Shaul fala de outra coisa, fala dos ramos naturais
da oliveira sendo quebrados para que o gentio possa ser enxertado.
Esta é a parte que menos se entende sendo normalmente
interpretada como uma indicação de que os judeus foram afastados
da oliveira, que seria Yeshua, e os gentios foram unidos a ela. Dentro
desse esquema a salvação chega aos gentios pela perdição dos
judeus como se não houvesse espaço para a redenção dos gentios
sem a perdição eterna dos judeus para a redenção do zambujeiro
sem a perda da oliveira.
Nada disso faz o menor sentido. Shaul não está criando
nenhuma teologia da substituição dos judeus pela igreja judaica e
muito menos dos judeus por uma igreja gentílica. Na verdade ele
está se reportando a um texto escrito 650 anos antes. Foi o profeta
que Yirmiahú por inspiração direta de Elohim que denominou Israel
como sendo uma boa oliveira desejável por seus frutos da qual os
galhos haviam sido quebrados por sua incredulidade, quebra da
aliança e idolatria.
Quando o movimento judaico nazareno ou messiânico surgiu
fazia 750 anos que a Casa de Israel tinha sido quebrada da boa
oliveira e assimilada pelos gentios e 600 anos que a Casa de
Yehudáh tinha sido arrancada de sua terra, e apenas uma
pequeníssima e centesimal parte dela havia retornado. A grande
maioria dos efraimitas e judeus permaneceu entre os gentios com
parte de cada uma das duas casas sendo assimilada por estes,
embora a assimilação de Efraym fosse muito maior, pois onde os
judeus confundiram sua identidade os efraimitas a perderam.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Todo esse processo de mistura da Casa de Efraim e da Casa de
Judá com os povos das nações começou ainda nos dias dos grandes
profetas Yeshayahu, Ycheskiel e Yirmiahu. Foi naqueles dias, como
veremos logo a seguir que Adonay, querendo estender aos povos da
terra o alcance de sua promessa feita a Avraham e a sua semente
arrancou os galhos da oliveira para que estes pudessem ser
enxertados no zambujeiro e dessa maneira levar a ele a essência de
uma nova vida. Logo, se há uma coisa que não faz sentido algum é
dizer que os judeus foram arrancados da oliveira quando rejeitaram
o Messias e que a Igreja substituiu a Israel.
O Eterno planejou que Israel, a boa oliveira, tivesse um lado
gentílico, selvagem por assim dizer, que se convertesse em
zambujeiro, crescesse como tal e se alastrasse por todo o lado. A
razão é que um Israel fiel jamais se misturaria com os povos, nunca
seria a plenitude dos gentios e jamais poderia conduzir a semente
santa a todas as nações da terra. Essa mistura contempla não
somente o sêmen dos patriarcas como alguns supõem, mas também
os óvulos das matriarcas. Na formação da nação vemos desde o
começo como Adonay contemplou com idêntico valor não só a
semente dos homens que escolheu como patriarcas, mas também a
semente das mulheres que elegeu como matriarcas.
“Disse Elohim a Avraham: Quanto a Saray, tua mulher, não lhe
chamarás
Saray,
mas
Sarah
será
o
seu
nome.
Abençoá-la-ei, e também dela te darei um filho: sim abençoá-la-ei,
e virá ela a ser nações; reis de povos sairão dela.
Bereishit/Gn 17:15-16
A propagação da semente santa tem estado a ocorrer tanto
quando um filho de Israel se une em procriação com uma mulher
estrangeira como quando uma filha de Israel gera filhos de gentios,
mesmo o faz contra a sua vontade, humilhada nas mãos dos gentios
como quando os muçulmanos em seu avanço contra Medina
mataram todos os homens e todos os meninos pré-púberes e
deixaram viver as mulheres e as virgens para engrossarem seus
haréns. Com certeza, a semente dessas mulheres não foi esquecida.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Como
vemos
a
promessa não diz respeito
somente a Avraham Avinu,
mas também a Sarah nossa
mãe. O DNA de Avraham
não foi mais precioso aos
olhos de Adonay que o
DNA de Sarah a quem
escolheu para ser mãe de
Israel. E aqui é bom que nos
recordemos que o pacto de
Adonay iniciado ainda no
Éden é que a semente da
mulher deve esmagar a
semente
da
serpente.
Portanto fora com a ideia
absurda de que o povo
santo privilegia o homem
em detrimento da mulher.
Sem o concurso das
santas
mulheres
não
haveria a propagação da
semente santa, não haveria
povo escolhido. Por isso, o
mesmo Elohim que chamou
a Avraham Pai de Povos,
também nomeou a Sarah
como Mãe de Nações. A
raça eleita não deve menos
ao sêmen de Sara do que
deve ao de Avraham.1
Trazemos a marca genética
indelével de nossos ancestrais. No
cromossoma Y a marca que nosso
pai recebeu de seu pai e este do pai
de seu pai e no DNA mitocondrial a
marca que nossa mãe recebeu de
sua mãe que a herdou da sua e
assim sucessivamente.
DNA molekula života – česky. Wikimedia Commons 3.0– Wikipedia.
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:DNA_molekula_%C5
%BEivota_-_%C4%8Desky.jpg
A sperm cell fertilizing an egg cell(celula espermatica
fertilizando a célula do óvulo). Wikimedia Commons 3.0.
Domínio público.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Sperm-egg.jpg
A língua hebraica não faz diferença entre sêmen e óvulo, ainda que mais costumeiramente fale da semente
masculina do que da feminina. Na promessa messiânica lemos”
veyváh ashit beinechá uveyn ha´iysháh uveyin zarechá uveyin zarah (porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua
semente e a sua semente).” Aqui se vê claramente que a palavra
zarechá (tua semente) é mencionada
primeiro em relação à serpente que não temos como saber se era masculina ou feminina e logo à mulher como a
zareah (sua semente). Assim Zerah tanto aponta para os 23 cromossomas da meia célula humana chamada
de espermatozoide como para os 23 da meia célula humana chamada de óvulo.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
O valor disso pode ser apontado primeiramente no fato de
que o nascimento de Yshmael, filho da egípcia Hagar nada
representou no que diz respeito à formação do povo santo, pelo
contrário, ele foi despedido da casa de Avraham, expulso da casa de
seu pai para não contaminar a seu irmão com sua presença
espiritualmente negativa.
Adonay foi claro ao dizer que o herdeiro das promessas seria o
filho de Sarah, e não o de Hagar. Para suprimir esse fato e promover
o orgulho árabe, Muhamad teve que dizer-lhes que a Bíblia está
errada, que foi manipulada pelos judeus, e que as promessas dizem
respeito a Yishmael, não a Ytzchak. No, entanto, digam os árabes o
que quiserem, o fato é que Adonay escolheu a Sarah para fazer dela
a sementeira abençoada e não Hagar.
Se isso fosse pouco, na hora de casar Ytzchak, o grande
patriarca ordenou que Elazar, seu servo de confiança, fosse até a sua
parentela e tomasse de lá uma esposa para seu filho. Essa
empreitada resultou na escolha soberana de Adonay para que a
segunda matriarca de Israel fosse Rivika a quem a benção veio
através das palavras de seus familiares.
“Então despediram a Rivika, sua irmã, e sua ama, e o servo de
Avraham, e seus homens. E abençoaram a Rivika, e disseram-lhe: O
nossa irmã, sê tu a mãe de milhares de milhares, e que a tua
descendência possua a porta de seus aborrecedores!” Bereishit/Gn
24:60.
Hoje a ciência sabe, que da mesma maneira como o DNA do
cromossoma Y herdado do pai e que é empregado para traçar a
origem patrilenear de um povo ou indivíduo se transmite por
milhares de gerações sem variações significativas, o mesmo ocorre
com o DNA mitocondrial herdado da mãe. Trazemos a marca
genética indelével de nossos ancestrais. No cromossoma Y a marca
que nosso pai recebeu de seu pai e este do pai de seu pai e no DNA
mitocondrial a marca que nossa mãe recebeu de sua mãe que a
herdou da sua e assim sucessivamente.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Em resumo, um israelita que não tenha sido o fruto de
nenhum tipo de miscigenação trará as marcas de Avraham em seu
DNA do cromossoma Y que é o cromossoma sexual masculino e as
marcas de Sarah em seu DNA mitocondrial. Isso é pouco comum
hoje em dia e em grande parte tanto judeus como efraimitas ou
portarão o DNA de um ou de outro, e isso é mais patente ainda em
Efraym. A razão disso é que para que a Casa de Efraym se
multiplicasse livremente e chegasse a ser a plenitude dos gentios
Yah enviou sobre ela um espírito de profundo endurecimento que a
privou do desejo de obedecer ao Criador. Uma vez que já tinham
abraçado a religião dos gentios em sua própria terra, não seria difícil
ir além. No exílio, uma Casa de Efraym perdida e desorientada não
abraçou apenas os “deuses e deusas” dos pagãos, mas também seus
homens e suas mulheres.
Longe de Casa, com a identidade espiritual perdida, se
comportaram como gentios, se casaram com gentios e geraram
filhos e filhas gentios de comportamento, religião e aspecto gentios,
mas portadores do bendito DNA abrahamico, não aquele passado a
Yshmael e seus outros seis irmãos ou a Esav, filho de Ytzchak, mas o
DNA de Avraham e Sarah passado a Ytschak e desse a Yakov.
O que a igreja cristã ignora de Romanos 11 não é tanto o fato
de que não tropeçaram para caírem, mas principalmente em que
consiste a sua queda e de que maneira ela beneficia os gentios. Ela
ignora o fato de que através dos galhos da boa oliveira arrancados
de Israel ainda nos dias dos profetas Adonay enxertou o zambujeiro
que são as nações gentílicas para que sua árvore pudesse produzir
ramos que em parte são gentios e em parte são israelitas.
Esse é o mistério do enxerto que Shaul menciona em Romanos
11 e que raramente é percebido por uma igreja que se considera
meramente enxertada, quando é seu privilégio descobrir que em
grande parte seus integrantes estão sendo reenxertados na boa
árvore depois de crescerem como ramos de qualidade duvidosa
resultantes do prévio enxerto dos ramos da oliveira cortados do
Israel apóstata para beneficiarem o mundo gentio.
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Israel não Tropeçou Para que Caísse
Shaul introduz o delicado tema da queda de Israel lembrando
que a pequena nação não pode ser descuidadamente
desconsiderada pelos gentios e condenada por sua maldade e
incredulidade a ponto de que essa seja motivo de desprezo ou de
orgulho. Pelo contrário, ela precisa ser vista de forma dinâmica
como uma necessidade sem a qual a redenção não lhes viria e eles
não chegariam a ser parte do mesmo povo de Avraham.
Logo, sua incredulidade, conquanto que repreendida pelos
profetas e punida pelo Criador deve ser vista como resultado direto
de seus decretos que resultariam no instrumento radical da benção
para o mundo gentílico. Ou seja, sua queda faz parte do propósito
salvífico do Elohim de Israel para os gentios.
“Como está escrito: Elohim lhes deu um espírito entorpecido,
olhos para não verem, e ouvidos para não ouvirem, até o dia de
hoje. E David diz: Torne-se-lhes a sua mesa em laço, e em
armadilha, e em tropeço, e em retribuição; escureçam-se-lhes os
olhos para não verem, e tu encurva-lhes sempre as costas. Logo,
pergunto: Porventura tropeçaram de modo que caíssem? De
maneira nenhuma, antes pelo seu tropeço veio a salvação aos
gentios, para os incitar à emulação.” Romanos 11:8-11.
Shaul quer que todos saibam que por esse tropeço,
entorpecimento e sono profundo os israelitas das doze tribos, mas
principalmente das dez tribos da Casa de Efraym trouxeram ao
mundo gentílico a riqueza da zerah ou semente biológica de
Avraham que fora abençoada pelo Eterno para que mais tarde,
mediante a sua plenitude pudesse vir uma benção ainda muito mais
abundante.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
“Ora se o tropeço deles é a riqueza do mundo, e a sua
diminuição a riqueza dos gentios, quanto mais a sua plenitude!...
“Porque, se a sua rejeição é a reconciliação do mundo, qual será a
sua admissão, senão a vida dentre os mortos? Romanos 11:12, 15.
Sim, para cada um dos ramos arrancados da oliveira nos dias
de sua grande rebelião contra Adonay, rebelião essa que deu
autoridade aos egípcios, assírios, babilônios, medos, persas,
romanos e árabes, cada uma das sete cabeças da besta para atuar
contra Israel e para os levar ao exílio, Adonay providenciou centenas
de descendentes, de ramos mistos nascidos entre os gentios.
A igreja cristã deveria ter isso bem claro em sua mente. Israel
não tropeçou para cair, antes seus olhos foram escurecidos para não
ver a verdade, suas costas foram curvadas para não se erguerem em
santidade e obediência, seus ouvidos agravados para não
perceberem a verdade. Tudo isso tinha um objetivo somente, abrir
caminho para que os gentios pudessem ser abençoados com a
semente de Avraham de tal maneira que ele pudesse vir a ser o que
fora dito a seu respeito:
"Este é o pacto que faço contigo: serás o pai de uma
multidão de povos. De agora em diante não te chamarás mais
Avram, e sim Avraham, porque farei de ti o pai de uma multidão de
povos.” Bereishit/Gn 17:4-5
A Torah é clara com relação à separação de Avraham dentre
sua parentela para constituir um povo exclusivo para Elohim.
Avraham foi levantado
le`av hamon goym, (para ser pai
de uma multidão de nações), ou literalmente “pai de uma mulidão
de povos gentios” já que av é pai em hebraico, amon é povos e goy
é gentio. Ele não poderia ser o pai de uma multidão de gentios
através de Yishmael seu filho com Hagar a escrava egípcia e nem
através de Zinran, Yoksan, Medan, Madian, Yshbak e Suah os filhos
que teve com Ketura 2, pois só Ytzchak, o filho de Sarah era o filho da
promessa, o canal de benção para a humanidade.
A tradição rabínica diverge quanto a quem é
Ketura, nome que significa Incenso ou Perfume. Para vários
rabinos, inclusive do Talmud, Ketura é apenas um novo nome para Hagar, que significa a fugitiva, e com quem
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Como Avraham deixara sua terra para ir ao lugar que Elohim
lhe mostrou, pelo exílio seus descendentes deixariam a terra de seus
antepassados, se misturariam à maior parte dos povos e tribos da
terra a fim de fazer de seu pai, o pai de muitos povos, não só de
Israelitas e ismaelitas.
No entanto, o filho de
Avraham constituiu um
povo que deveria abençoar
Avraham foi levantado para
o mundo com sua presença
ser pai de uma multidão de
e ao mesmo tempo estar
nações ou como diz o texto
separado do mundo criando
hebraico le`av hamon goym,
um paradoxo que até hoje
, ou literalmente
não é percebido nem pelos
“pai de uma mulidão de povos
judeus e nem pelos gentios.
gentios” já que av é pai em
Como poderia um povo que
hebraico, amon é povos e
estava proibido de casar
goym são os gentios.
com gente de várias nações
por
gerações,
ou
de
qualquer nação que não se
convertesse ao judaísmo e
ao mesmo tempo inseminar
o mundo com a semente de
Avraham? A solução desse
paradoxo seria a queda de
Israel. Por meio de sua
queda, do abandono dos
princípios que fizeram dele
Molnár József: Ábrahám kiköltözése, olaj, vászon, 1850
József Molnár (1821–1899) Wikimedia Commons 3.0
o que ele é, Israel viria a ser
Domínio Público.
punido com dois longos
exílios. O primeiro desses
exílios já dura 2.730 e atingiu a Casa de Israel com um ímpeto tal
que ela jamais se recuperou. O segundo exílio, começou a 26
séculos e ainda não acabou, é o exílio da Casa de Judá.
Avraham, fascinado pela sua fidelidade em jamais se casar depois de divorciada por que sempre o amara, voltou a
se casar. A Torah não fornece pistas para definir essa situação, mas o mais lógico é pensar que Ketura foi a terceira
esposa de Avraham, com a qual se casou após a morte de Sarah.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Este segundo exílio que atingiu a Casa de Judá resultou em
sua deportação para o cativeiro por duas vezes, primeiro pela mão
dos caldeus ou exército babilônico a mando de Nabucodonosor em
587 AEC e mais tarde pela mão dos romanos em numerosas
ocasiões com, destaque para duas delas, o ano 70, data da
destruição do Segundo Templo e o ano 133 data da destruição total
da cidade Santa.
Shaul em Romanos está se referindo mais que tudo este
primeiro exílio, o da Casa de Efraym também conhecida por Casa de
José, o nome do Pai de Efraim ou simplesmente Casa de Israel por
que reuniu a maior parte das tribos, dez delas, para ser mais exato.
Este exílio iniciou-se em 720 AEC. Através desse exílio, israelitas já
antes arrastados a uma colossal apostasia abandonaram
completamente a religião de seus antepassados, absorveram a dos
pagãos, se uniram a eles em corpo, alma e religião, fundindo-se a
eles em fé e em etnia.
Quanto ao exílio judaico, até aos dias de Shaul, ele não tinha
incluído a assimilação em massa da Casa de Judá, um fato que não
aconteceu nem mesmo até aos dias de hoje, de sorte que em quase
todo o lugar os judeus que seguem à Torah são identificados pelos
seus cuidados alimentares, pela diferença física em seus varões que
são destituídos de prepúcio, pela guarda do shabat, pela
observância das festas e pela crença num único Elohim e Rei do
Universo. Isso apesar de que também judeus naquela época haviam
abraçado a fé dos gentios e se perdido para o judaísmo.
Bem, é através dessa queda, atrás da qual se escondeu o
grande propósito de Elohim que o paradoxo de como Israel podia
beneficiar o mundo apesar de ter sido erguido para estar separado
dele é explicado. Uma queda sem tropeços, ou seja, uma decadência
ocorrida por que Adonay assim permitiu, e o permitiu por que assim
o quis e o quis por que só assim poderia chamar os que não são seu
povo de meu povo escolhido sem com isso quebrar em nada o
pacto feito com Avraham de que sua semente seria seu povo para
sempre. No próximo tópico veremos como as duas casas caíram.
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17
Dois Ungidos Abençoa m a Terra
A Queda e o Exílio das Duas Casas de Israel
É preciso reconhecer mais uma vez que a maldade não foi
apenas da Casa de Efraym que caiu a 709 AEM. A enormidade dos
crimes da Casa de Yehudáh que levaram à destruição do primeiro
templo ainda nos dias do profeta Yirmiahú é claramente descrita nas
palavras do profeta: o Eterno disse:
“Segundo o número das tuas cidades, são os teu Elohim ó
Yehudáh, e segundo o número das ruas de Yerushalaim tendes
levantado altares à impudência, altares para queimardes incenso à
Baal.” (Yirmiahú/Jr 11:13).
Não resta, pois dúvida de que não houve inocência em
nenhuma das casas, e que as maldades de Yehudáh são da mesma
índole de sua irmã Israel.
“Tornaram às iniquidades de seus primeiros pais, que
recusaram ouvir as minhas palavras; até se foram após outros
Elohim para os servir; a casa de Israel e a casa de Yehudáh
quebrantaram o meu pacto, que fiz com seus pais.” Yirmiahú 11:11.
A iniquidade que levou à destruição do primeiro templo (587
AEM) e que envolvia adultério, prostituição espiritual e idolatria foi
bem menor que a maldade que levou a destruição do segundo
templo, quando havia uma perversidade cruel escondida sob o
manto de uma pretensa santidade.
Esse expediente ímpio dos perushim hipócritas Yeshua
comparou a sepulcros caiados por fora e cheios de imundícia e
corrupção por dentro. Não há maldade da história judaica que possa
ser comparada com a que se seguiu à rejeição de Yeshua por parte
do Sanedrin.
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18
Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Por isso, após a
destruição e exílio sob
Nabucodonosor o Eterno
suscitou um implacável
inimigo contra os caldeus
que não só lhes destruiu o
poder
tomando
seus
territórios, mas permitiram o
imediato retorno de todos
os judeus que desejassem
retornar, ainda que muito
poucos o fizeram e que a
grande maioria, seja por
vínculos com a terra que os
acolheu, por pobreza, ou
por desinteresse jamais
voltou. Apenas uns poucos
judeus, menos de 3%
voltou,
isso
se
nos
baseamos no que está
documentado nas Escrituas.3
Nesse tempo, pode-se dizer
que a terra de Israel
abençoada pelas terríveis
perseguições a que seus
filhos recebeu muito mais
gente. Hoje, 60% dos judeus
reconhecidos pela Agência
Judaica vivem em Israel.
Se o primeiro templo esteve
em ruínas por apenas 70 anos,
o Segundo Templo destruído
no ano 70 DEC permanece
arrasado passados 1.940 anos
de sua destruição por que os
pecados que o levaram à ruína
foram maiores.
Escavações perto do muro das lamentações mostram
pedras do templo arrancadas e lançadas rua abaixo
pelos soldados romanos no ano 70. Autor. Wilson44691
Wikimedia Commons – Wikipedia.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:NinthAvStonesWesternWall.JPG
Aqui é preciso recordar que ao início da grande apostasia que conduziu primeiro ao rompimento político entre as
tribos de Israel e depois ao enfraquecimento e queda de todas elas diante dos inimigos que os judeus tinham uma
população que ia de 470 mil homens (1Cr 21:5) ou 1,88 milhões de almas a 500 mil homens (ISm 24:9) ou 2
milhões de almas. Sabemos que o rei da Babilônia levou Yehudáh ao cativeiro através de três deportações seguidas
e que através do decreto de Kurosh (Ciro) 49.690 judeus e servos de judeus voltaram à pátria no ano 538 AEM.
(Ezra 2:64-65) Sabemos que mais tarde, para a ornamentação do Templo nos dias de Artarxerxes em 457 AEM
voltaram outros 1.716 homens. Os dois retornos somados nos dão apenas 51.406 pessoas. Mesmo que as
mulheres e crianças não tivessem sido contadas, o que é pouco provável, já que Nehemia fala de “toda a
congregação junta” (Ne 7:66), essa população chegaria 205,624. Ou seja, mesmo na melhor das hipóteses apenas
entre 2,52 e 2,73% da população judaica voltou. Os demais 97% permaneceram na diáspora para abençoarem as
nações antes do retorno definitivo dos fiéis.
3
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19
Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Ou seja, a aliah ocorrida no século XX foi esmagadoramente
mais exitosa do que a ocorrida nos dias dos profetas, mais uma
prova de que o povo judeu, sendo um povo de dura cerviz, se inclina
mais facilmente a cumprir o desígnio de Elohim mediante o
corretivo do sofrimento extremo do que à admoestação da palavra.
No entanto esse retorno dos judeus reconhecidos à sua terra é
quase insignificante quando se tem em conta quantos descendentes
de judeus há no mundo ocidental, especialmente em países como
Brasil, Colômbia e México. Além disso, se tem de levar em conta os
descendentes de Efraim que jamais retornaram como tais à sua
terra, ainda que se afirme que parte dos judeus do Cáucaso na
verdade eram filhos de Naftali, apenas uma das tribos que em parte
teria retornado.
Retornando, porém à queda das duas casas é bom enfatizar
que o pecado que antecedeu e que procedeu à queda do Segundo
Templo foi muito mais intenso do que o ocorrido anteriormente. Se
para a destruição do primeiro templo os judeus rejeitaram o profeta
Yirmiahú que os ordenou render-se aos soldados caldeus para a
destruição do segundo templo os judeus rejeitaram o Maschiach
que lhes ordenou não resistir ao perverso. Por conta dos grandes
pecados, se o primeiro templo esteve em ruínas apenas 70 anos, o
Segundo Templo destruído no ano 70 DEC permanece arrasado
passados 1.940 anos de sua destruição.
Apesar disso, mesmo a ruína mais que milenar do Segundo
Templo se revela um instrumento da benção grandiosa de Adonay.
Quanto mais tempo tarda em vir a restauração plena da fé judaica,
mais os filhos de Israel e os filhos de Judá se reproduzem entre os
gentios e mais e mais ovelhas estão sendo preparadas para o dia em
que serão tiradas da noite de trevas e escuridão, buscadas pelo
Roeh Israel. Em toda a queda e exílio das duas casas se esconde a
bondosa mão de Elohim.
“E se a sua queda é a riqueza do mundo, e a sua diminuição a
riqueza dos gentios, quanto mais a sua plenitude!” Romanos 11:12
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
As Duas Casas de Israel Abençoam o Mundo
e Chegam a Portugal e ao Brasil
O exílio primeiro de Efraym e depois de Yehudáh foi
paradoxalmente o instrumento de penitência de Israel e de
enriquecimento dos gentios que receberam tanto o DNA abençoado
passado a eles pelos filhos de Israel que perderam sua identidade
étnica e religiosa como a energia espiritual transmitida pelos que
voltaram à fidelidade à Torah. Graças a eles o mundo está sendo
redimido. E esta foi a razão por que tão poucos judeus voltaram
para casa no fim do cativeiro babilônico e por que os efraimitas
jamais retornaram.
No caso dos efraimitas há sérias razões para acreditar que
várias civilizações americanas descendem das tribos perdidas de
Israel. As provas seriam demasiado amplas para serem apresentadas
aqui. Recomendamos nossa série Em Busca das Tribos Perdidas de
Israel, onde o tema será abordado em detalhes num tópico titulado
as Tribos Perdidas de Israel Entre os Índios Americanos. Da
mesma forma, é preciso não esquecer a imensa colaboração dos
povos negros na formação das populações americanas, e
principalmente a do Brasil, e não deve ser descartada a hipótese de
que uma parte substancial dos negros que sobreviveram aos “navios
tumberios” como eram chamadas as tumbas vivas que os traziam da
África sejam descendentes das tribos perdidas de Israel. Esse tema
vasto e fascinante já que trás provas consubstanciais da presença de
reinos judaicos na África subsaariana durante a época pré-islâmica é
abordado noutro estudo da mesma série: As Tribos Perdidas de
Israel na África Subsaariana.
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21
Dois Ungidos Abençoa m a Terra
No entanto, com relação à casa de Judá, a que mais
influenciou o Brasil, convém ressaltar que sua permanência entre os
gentios resultou na fusão das raças por toda a parte e Portugal e
Espanha, principais berços da civilização brasileira e latinoamericana não foram exceção. Ao contrário, se existe um lugar onde
os judeus se fundiram à população local este lugar foi a Península
Ibérica. Em ambos os países houve não só conversão forçada, mas
também assimilação também pura e simples às populações. Esta
fusão se perpetuou em todos os países colonizados pelas duas
potências navais da Idade Moderna. Este fato só recentemente
explorado por historiadores recebeu um aporte significativo quando
uma pesquisa com amostras de DNA de habitantes de Portugal e
Espanha mostrou que entre 20% e 36,3 dos portugueses e
espanhóis têm DNA judaico, e que isso resultou numa média de
19,8% para a região.
“O estudo revelou que, em média, os espanhóis e
portugueses têm 19,8% de genes de ancestrais judeus sefarditas e
10,6% de ancestrais norte africanos. Em alguns locais, como o sul
de Portugal, a mistura gênica de judeus chegou a 36,3%. Mais do
que refletir a ocupação moura de partes da península, a pesquisa
revelou o impacto da conversão forçada de muitos muçulmanos e
judeus após a Reconquista cristã.... No fim do século 15, cerca de
160 mil judeus espanhóis foram expulsos. Muitos deles foram parar
em Portugal. Segundo o historiador britânico Charles Boxer, "judeu"
e "português" eram praticamente sinônimos no imaginário popular
espanhol no século 17. Boxer lembra que um administrador
eclesiástico no Rio de Janeiro chegou a escrever ao rei espanhol
protestando contra essa prática espanhola de associar o português
com o judeu.” (Jornal da Ciência, Sociedade Brasileira para o
Progresso da Ciência, 5 de Dezembro de 2008 citando a Folha de
São Paulo) 4
No entanto, é importante frisar que os 36,3% máximos de
genes judaicos localizados em Portugal estão na região sul do país,
justamente a que mais enviou imigrantes para o Brasil Colônia.
Fonte: Jornal da Ciência, 5 de Dezembro de 2008 citando a Folha de São Paulo. Página visitada em 15 de
Fevereiro de 20112 http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=60376
4
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22
Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Isso confirma o que a historiadora judia Anita Novinsky vem
afirmando há muito tempo, os cristãos novos constituíram a
princípio cerca de uma terça parte dos colonizadores portugueses
que para cá vieram. Quantos deles foram para a Argentina, para o
Peru, para a Colômbia, para Cuba, para a Guatemala ou para o
México é algo que deixamos àqueles que estudam o marranismo em
cada um desses países, no entanto, já se pode chegar a uma
estimativa. Extrapolando a média de 19,8% de descendentes de
judeus sefarditas ou cristãos novos encontrados em Portugal e
Espanha o universo de judeus escondidos, roubados de sua
identidade, perdidos para às suas origens e em grande parte para a
fé de seus pais, de seus profetas e de seu amado Messias Yeshua
pode ser estimado em mais de 64 milhões de almas.
Esta é uma estatística que leva em conta as mais modernas
pesquisas científicas que vieram para corroborar o que alguns
investigadores já diziam há muito: Existem mais descendentes de
judeus do que alguma vez as autoridades rabínicas jamais sonharam
e os cristãos jamais pensaram. Ora, a população Ibero-Americana
ronda hoje os 629,2 milhões de pessoas, destes, 51,48% são de
ascendência europeia, a maioria de portugueses e espanhóis, e pelo
menos 10,19% devem descender de judeus espanhóis e
portugueses. 5
Os percentuais para a população europeia variam conforme o país. Dados apontados por pesquisa divulgada no
Brasil pela UNB – Universidade de Brasília, indicam que na América do Sul esse percentual é de 60,01% na
Argentina, 65,9% no Brasil, 51,6% no Chile, 45,9% na Colômbia, 31% no Equador, 15,1% no Perú e 60,6% na
Venezuela. Os dados para Uruguai, Paraguai, e Bolívia foram estimados apenas considerando a população branca,
e por isso estão certamente subestimados para Bolívia e Paraguai, países com alto percentual de mestiços que
portariam o DNA europeu proveniente da Espanha e provavelmente superestimados para o Uruguai com um
percentual considerável de descendentes de imigrantes italianos e eslavos uma realidade que em certo sentido se
reflete no Chile, no Brasil e na Argentina. Na América Central os percentuais indicados pela UNB são: 38% para
Costa Rica, 15.1% para El Salvador e 60,3% para o Porto Rico. Na América do Norte o México figura com 29,6%.
Fonte: O Impacto das Migrações nas Constituição Genética de Populações Latino Americanas, Neide Maria de
Oliveira Godinho sob orientação da Professora Doutora Silviene Fabiana de Oliveira.página acessada em
15/02/2010. (http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=3873). Dados
relativos aos países não mencionados no trabalho acadêmico da UNB normalmente levam em conta apenas a
população branca, sem considerar a ancestralidade paterna ou materna dos mestiços e incluem à República
Dominicana 21%, a Nicarárua 17%, a Guatemala 29% Honduras 9% e Panamá com 80%. Naturalmente estes
dados estão subavaliados já que em todos estes países o percentual de mestiços é elevado, a talvez ultrapasse
bastante os 50%. Os dados foram estimados a partir da Wikipedia Enciclopédia Livre na página: página White Latin
American visitada em 15 de fevereiro de 2012. http://en.wikipedia.org/wiki/White_Latin_American
5
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23
Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Dizemos
pelo
menos 64 milhões por
Origem Europeia e Judaica de suas populações
que as pesquisas mais
Possíveis
abrangentes dão conta País
População
Europeus
Marranos
de que na verdade a Argentina
40.091.439
24.094.955
4.770.801
Bolívia
10.426.160
2.085.232
412.876
população
brasileira
194.946.470 128.469.724 25.437.005
chega aos 80% de Brasil
Chile
17.248.450
8.900.200
1.762.240
ancestralidade europeia. 7 Colômbia
46.581.823
21.381.057
4.233.449
Confirmados estes dados Costa Rica
4.301.712 1638952,27
324.513
6
a população provável de Cuba
11.242.621 8073326,14
1.598.519
6.134.000
926.234
183.394
descendentes de judeus El Salvador
14.483.000
4.489.730
888.967
do Brasil saltaria para Equador
Espanha
47.190.443
41.527.590
8.222.463
30,9 milhões. A estatística Guatemala
14.700.000
4.263.000
844.074
destas populações que Honduras
8.249.574
742461,66
147.007
precisam romper a casca México
112.322.757
33.247.536
6.583.012
5.465.100
929.067
183.955
de
catolicismo
que Nicarágua
3.405.318
2.724.254
539.402
revestiu e escondeu sua Panamá
Paraguai
6.340.000
1.268.000
251.064
judaicidade, e que no Peru
30.165.000
4.554.915
901.873
Brasil é de no mínimo Porto Rico
3.706.960
2.235.297
442.589
25,4 milhões de pessoas Portugal
10.561.614
10.139.149
2.007.552
9.378.818
1.969.552
389.971
pode ser apreciada na R. Dominicana
3.424.595
2808167,9
556.017
tabela ao lado. Nesse Uruguai
Venezuela
28.892.935
17.509.119
3.466.805
sentido nossa terra é Total
629.258.789 323.977.519 64.147.549
privilegiada
com
a
presença da Casa de Judá. Os 25,4 milhões de prováveis
descendentes de judeus desse país representam 39,65% de todos os
prováveis descendentes de judeus do mundo ibérico. Aqui temos
muito a fazer em favor da restauração dessas populações.
Países Ibero Americanos
Os dados para Cuba levam em conta uma pesquisa desenvolvida pela Universidade de Havana que apontou que
85% dos brancos da ilha tem ancestralidade europeia e 15% ancestralidade africana, que 59% dos mulatos tem
ancestralidade europeia e 41% ancestralidade negra e que 24% dos negros tem ancestralidade europeia e os outros
76% tem ancestralidade africana. Considerando que Cuba tem 65,1% de brancos, 23,83% de mulatos e 10,08% de
negros e apenas 1,02% asiáticos (indígenas não contribuíram na formação do povo cubano), a taxa de
ancestralidade genômica média europeia se fixou em 71,81%. Fonte: Origen y composición genética de la población
cubana, Dr. Catalino R. Ustáriz García, Lic. Luz M. Morera Barrios, Prof. Dr. C. Porfirio Hernández Ramírez, Dra. C.
Marianela Estrada del Cueto, Dr. C. Antonio Bencomo Hernández, Dra. María de los A. García García, Dra. Odalys
de la Guardia Peña, IInstituto de Hematología e Inmunología. La Habana, Cuba. Página visitada em 12 de fevereido
de 2012. http://bvs.sld.cu/revistas/hih/vol27_3_11/hih02311.htm
6
DNA de brasileiro é 80% europeu, indica estudo, REINALDO JOSÉ LOPES da Folha de S.Paulo. Página visitada
em 12/2/2012. http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u633465.shtml
7
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Os números acima
não incluem todas às
populações
de
origem
provavelmente sefarditas. O
povo português não só
carregou nas veias o sangue
judeu, mas na alma a
inquietação de um povo
peregrino se espalhando por
quase toda a terra e
mantendo presença nos
mais diversos países.
Excluindo-se Brasil e
Portugal, países de maioria
europeia e lusófona, as
minorias lusófonas somam
4,911 onde podem estar
outros 972,6 mil marranos
principalmente nos Estados
Unidos, França, Venezuela e
Inglaterra. Elohim usou os
lusitanos não só para trazer
o sangue judeu ao Brasil,
mas para levá-lo à América
do Norte, Antilhas e África. 8
Da mesma forma foram usados os espanhóis, que católicos em sua
essência escondem milhares de marranos entre as minorias castelhanas
ao redor do mundo. Eles também aguardam inconscientes a hora do
chamado poderoso pelo serão convocados a abandonar Bavel e suas
filhas no Ocidente.
Existem 15 milhões de portugueses no mundo, 10,2 milhões em Portugal e outros 4,8 na “Diáspora Portuguesa”
que alcançou seu auge entre 1951 e 1965 durante o período mais crítico da ditadura salazarista e da Guerra
Colonial. Dos 4,8 milhões da diáspora 2,993 milhões estão nas Américas principalmente nos Estados Unidos e
Brasil cujas colônias respectivas tem mais 1 milhão de pessoas. Há 1,386 milhões na Europa principalmente na
França com 800 mil. Outros 430 mil estão na Africa, Ásia e Oceania com destaque para a África do Sul com mais
de 300 mil cidadãos. Estudo realizado pelo empresário Adriano Albino indica que para cada português vivendo no
continente, outros 2 portugueses e descendentes vivem fora do pais, o que dá um total de 31,2 milhões em todo o
mundo. Se tivermos em conta que entre 20 e 36% dos portugueses descendem de judeus teremos um universo
entre 6,24 e 11,23 milhões de descendentes de judeus entre os portugueses.
8
http://pt.wikipedia.org/wiki/Portugueses http://www.observatorioemigracao.secomunidades.pt/np4/577.html
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
A estas populações
de
descendentes
de
espanhóis se devem somar
ainda os 50,5 milhões de
hispânicos que vivem nos
Estados
Unidos
e
já
representam
16,3%
da
população
norteamericana. Um contingente
que
somado
aos
portugueses dos EUA e
Canadá eleva o número de
possíveis descendentes de
cristãos
novos
do
Continente em mais 6
milhões de pessoas e a
soma total a 70 milhões.
São números fantásticos,
quando se sabe que a
população judaica mundial
contabilizada em 2009 foi de
13.421.000 segundo as contas
do Israel Central Bureau of
Statistics.11
Luso-Espanhóis Vivendo nos
Estados Unidos9
Descendentes Possíveis
Nacionalidade Imigrantes de Europeus Marranos
Argentinos
224.952
135.196
26.769
Bolivianos
99.210
19.842
3.929
Brasileiros
800.000
527.200
104.386
Chile
126.810
65.434
12.956
Colombianos
908.734
417.109
82.588
Costarriquenhos
126.418
48.165
9.537
Cubanos
1.785.487
1.282.158
253.867
Salvadorenhos
1.648.968
248.994
49.301
Equatorianos
646.631
200.456
39.690
Espanhóis
635.253
559.023
110.686
Guatemaltecos
1.044.209
302.821
59.958
Hondurenhos
633.401
57006,09
11.287
Mexicanos10
31.798.258
18.748.253 3.712.154
348.202
59.194
11.720
Nicaraguenses
Panamenhos
165.456
132.365
26.208
Paraguaios
20.023
4.005
793
Peruanos
531.358
80.235
15.887
4.623.716
2.788.101
552.044
Porto-riquenhos
2.705.838
2.597.604
514.326
Outros
1.414.703
297.088
58.823
Dominicanos
Uruguaios
56.884
46644,88
9.236
Venezuelanos
215.023
130.304
25.800
Total
50.559.534
28.747.197 5.691.945
Dessa população, os sefarditas representam entre 22,88% e 28,1%
(3,07 a 3,77 milhões). Ou seja, a população com possível ascendência
genética sefardita supera em mais de 20 vezes a população reconhecida.
Fonte: Hispanic and Latino Americans, Wikipedia, a Enciclopédia Livre. Página visitada em 12 de Fevereiro de
2012. http://en.wikipedia.org/wiki/Hispanic_and_Latino_Americans Outra fonte confiável foi: Hispanic Immigration to
the United States, elaborado por Örn B. Bodvarsson Department of Economics, St. Cloud State University, 720
Fourth Avenue South, St. Cloud, MN e Hendrik F. Van den Berg University of Nebraska, [email protected]
9
Nesse quadro me baseei numa estimativa bem maior, e que considero mais realista para o verdadeiro percentual
de descendentes de espanhóis entre a população mexicana. O percentual aqui considerado foi de 58,96% baseado
em dados publicados na Wikipedia e atribuídos à American Society of Human Genetics (Sociedade Americana de
Genéticas Humanas). Desnecessário é dizer que se estes dados se confirmarem, os possíveis marranos do México
saltam de 6,58 milhões para 13,11 o total de descendentes de cristãos novos nas Américas para mais de 75 milhões
de almas.
10
Fonte: Wikipedia a Enciclopédia Livre: Jewish population,. Página visitada em 15 de Fevereiro de 2012.
http://en.wikipedia.org/wiki/Jewish_population
11
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26
Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Isso nos permite traçar um novo mapa das populações sefarditas
no mundo, um gráfico onde esses percentuais vão muito além do que se
supõe ser a população judaica do mundo onde a população real,
reunindo judeus sefarditas e descendentes dos cristãos novos salta
imediatamente dos atuais 3,77 milhões para 74,55 milhões.
Isso nos permite supor que para cada judeu reconhecido pela
Agência Judaica há outros 5,5 descendentes da Casa de Judá somente
entre as populações luso espanholas espalhadas da Europa às Américas e
da África à Ásia passando pela Austrália e Oceania. Por outro lado, deve
haver muito mais filhos de judeus sefarditas do que estes sequer
sonharam. São cerca de 19,77 descendentes de marranos ou cristãos
novos para cada judeu sefardita. O que Adonay vai fazer com toda essa
sementeira de Yehudáh espalhada pelo mundo, mas principalmente pelo
Novo Mundo é algo fantástico com o qual nem os judeus sonham e nem
a Igreja imagina. É por isso que a igreja assiste essa onda de judaização
que atinge os crentes por todo o lado. O judaísmo messiânico vem
despertando estes descendentes especialmente na América do Sul.
Estima-se que somente na Colômbia mais de 50 congregações judaico
messiânicas já estejam restaurando estes descendentes de marranos À fé
judaica de seus pais, agradecendo a igreja por lhes ter legado o Messias
enquanto apelam a ela para redescobrir a beleza de Yeshua, o Messias
judeu, reputado como seu noivo, e no entanto, quase um desconhecido.
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27
Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Este despertar que confunde a Igreja ao ver crentes de talit e kipáh,
celebrando festas, guardando o shabat, aprendendo hebraico, comendo
kashrut, orando para o lado de Yerushalaim, naturalmente confunde
também as lideranças judaicas, e talvez muito mais os 75% de askenazim,
do que os sefarditas. Há muito os judeus saferditas sabem que seus
irmãos estão nas catedrais, nos templos protestantes, pentecostais,
adventistas, mórmons, testemunhas de Jeová e por ai afora.
Evidentemente não estão preparados para lidar com o fenômeno anusim,
com esse estranho balido dos marranos em busca de suas origens, de
suas raízes.
Recorde que Para as populações católicas, marrano era o termo
pejorativo com o qual designavam os judeus, já que a palavra passou a
ser empregada para se referir aos porcos. Os judeus eram chamados
assim por que os que rejeitam o Maschiach são denominados porcos que
retornam ao espojadouro da lama por Kefa. Um debate vem sendo
erguido agora com respeito ao verdadeiro sentido da palavra, e há
indicações de que os judeus o aceitaram de bom modo por que a palavra
também teria uma conotação hebraica onde significa transformado ou
convertido à força. Pelo sim pelo não o termo se aplica aos judeus
expulsos da Espanha pelo Decreto de Alhambra baixado em 1492 pelos
reis católicos.
Muitos foram então para Portugal, embora França, Holanda,
Marrocos, Turquia e Itália também os recebessem. Apenas quatro anos
depois da expulsão da Espanha todos os judeus de Portugal, nascidos lá
ou na Espanha foram então forçados a se converter sem ter o direito de ir
embora para não perigar as finanças de um reino que se lançara às
descobertas e precisava muito do dinheiro de seus súditos judeus, enre os
quais se contava uma rica elite de artesãos, banqueiros e funcionários da
corte. Sem alternativas, e entre a morte e a conversão, os judeus se
submeteram já que não podiam fugir de volta para a Espanha que os
expulsara sob pena de morte. Assim, os marranos terminaram no Brasil.
Bem, mesmo sabendo que seus irmãos estão por toda a parte os
judeus sefarditas se sentem cada vez mais inquietos ante essa onda
crescente “cristãos de talit e kipáh” e não é menos agitador aqui do
que na Colômbia, Venezuela, Argentina ou México. Também aqui
dezenas de congregações judaico messiânicas já operam. As
diferenças estão ruindo, e não assusta também os judeus.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Há
dois
temores
embutidos aqui. Um é
conhecido
de
todos,
inclusive dos cristãos o
outro apenas dos líderes
judeus.
O
temor
patente,
revelado às claras, é o medo
de que judeus comecem a
deixar as frias sinagogas
tradicionais
já
pouco
frequentadas e cheias de
judeus das festas, mas não
do dia a dia e enveredem
para congregações judaico
messiânicas mais fervorosas
e acolhedoras. O outro mais
abscondito é o que uma
judia
venezuelana
cujo
nome não posso revelar a
pedido dela mesma me
explicou. O ingrediente que
leva os judeus a verem com
maus olhos essa crescente
judaização é o medo de
uma
nova
onda
de
antissemitismo que acenda
de novo as fogueiras da
perseguição
como
no
passado.
Outro ingrediente que leva os
judeus a verem com maus olhos a
crescente judaização é o medo de
que ela desperte a fúria das
lideranças cristãs, tanto católicas
como protestantes a reagirem com
uma nova onda de antissemitismo
que acenda de novo as fogueiras da
inquisição. Isso é tudo que não
desejamos e nem eles.
Fotografía del grabado de Goya que representa a Diego Mateo
López Zapata, preso en una celda del Tribunal de la Inquisición
de Cuenca.. Alberto González Nieto. Francisco de Goya y
Lucientes.Wikimedia Commons – Wikipedia.
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Mateo_Zapata.jpg
Por isso a maioria gostaria que tudo permanecesse como está.
Judeus sendo judeus praticantes ou não e cristãos sendo gentios, se
possível sem sábado, sem festas e sem comida kasher. Isso pelo
menos até o Maschiach chegar. Mas Adonay não quer mais isso para
seu povo. Chegou a hora da teshuváh.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Yas os quer conhecendo
suas origens, sabendo de suas
raízes e restaurando sua vida
judaica. Ele se alegra em ver
centenas de sinagogas judaicomessiânicas não só com judeus
praticantes celebrando as festas
e enxergando nelas a pessoa
bendita do Messias, mas ainda
mais, quando filhos de judeus
cortados da oliveira a três, cinco
ou dez gerações se erguem
para abraçar a Torah no
Maschiach.
Claro que no meio disso
tudo há um misto de ciúmes e
medos naturais de nossos
irmãos judeus. O ciúme ao ver
os marranos até então perdidos
se apoderando do que era
deles,
só
deles,
como
pensavam.
Cristãos
de
carteirinha, que até ontem
guardavam
domingo,
celebravam natal, abençoavam
cabeças
de
poço
assada
estendidas sob suas mesas e
oravam para um deus plural
agora
guardam
shabat,
celebram
festas
bíblicas,
aprendem a comer kashrut e
rezam o shemáh. Claro que isso
inquieta. Adonay está fazendo
um milagre, levou seu povo
para longe da Torah e agora os
está trazendo para perto.
Os descendentes de
judeus retornando à
Torah no Brasil são
apenas a ponta do
iceberg da reatauração.
Também na África, na Índia e
no Mianmar (Birmânia)
numerosos Filhos de Efraim
levantam para servir a Adonay
de acordo com a Torah.
Imagem: Beni-Israel Family at Bombay. End of
the XIXth century, or begining of the XXth
century, Jewish Encyclopedia. Fonte Wikimedia
Commons – Wikipedia.
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Beni-israel-india2.jpg
Imagem: Rabi Howshua Amariel presenteia o rabino
Ben Oi Daniel, rabino chefe da comunidade judaica ibo
com uma placa. Fonte WIkimedia Commons –
Wikipedia.
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Rabbis_Howshua_Amari
el_and_Hi_Ben_Daniel.jpg
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
A estas massas se juntam não poucos fiéis e sinceros gentios
autênticos que não tem herança alguma em Avraham nem através
de Judá e nem através de Efraim, e, no entanto salvos pela mesma
graça, estarão prontos a acompanhar tanto a Efraim como Judá em
sua volta para casa. Sim, o Eterno ver armando as tendas da Casa de
Judá por todos os lados. Para que na hora do toque da trombeta
possa se cumprir a gloriosa profecia de que os gentios devem se
alegrar com o povo de Adonay. No entanto, depois de termos
falado dos bnei anusim ou descendentes de judeus da inquisição,
gostaria de trazer à lembrança uma gloriosa profecia:
“E Yah salvará primeiramente as tendas de Yehudáh, para
que a glória da casa de David e a glória dos habitantes de
Yerushalaim não seja exaltada sobre Yehudáh.” Zecharyah 12:7.
Essa profecia em parte tem estado a se cumprir. Milhões de
judeus tem sido redimidos pela graça e tem confiado em Yeshua
durante sua vida e também na hora de sua partida. No entanto, a
profecia não fala apenas da salvação da condenação do pecado, da
ira no lago de fogo eterno que por certo alcança a todos os que
confiam no sangue do Cordeiro de Elohim que tira o pecado do
mundo.
A profecia também alude a outra coisa, à restauração de todas
as coisas. Ao momento em que os judeus sefarditas tomarão
consciência de suas origens e darão adeus à igreja que os forçou a
abraçar uma fé que não era a deles e muito menos a do Messias em
que diz crer. Isso não é menos verdade em relação aos negros,
indianos, japoneses e centenas de outros grupos étnicos que como
dizia jocosamente um irmão negro a quem lhe apresentei as origens
israelitas de muitos dos crentes africanos ante sua esposa admirada
que pergunta então o que nós somos marido responde; “filhos de
jacaré com cobra d`água.” Todo esse povo está descobrindo um
novo Maschiach. Está descobrindo que Yeshua era judeu e não
católico, que ia à sinagoga e não à catedral, que lia parashá e não
Escola Dominical que orava para o lado de Yerushalaim e não para o
lado de Roma.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Yeshua voltará para o Har HaZeitim ‫ הר הזיתים‬o Monte das
Oliveiras com todos os santos de Adonay.
“E naquele dia estarão os seus pés sobre o monte das
Oliveiras, que está defronte de Yerushalaim para o oriente; e
o monte das Oliveiras será fendido pelo meio... Então virá
Yah meu Elohim, e todos os santos com ele.” Zecharyah/Zc
14:4-5
Mount of Olives, Original uploader was ‫ הרמת‬at he.wikipedia Wikimedia Commons,
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Mount_of_olives.jpg
Além disso, quando Yeshua voltar, não será para Roma,
Lourdes, Aparecida, ou Fátima, não será para o Brás e para o
imponente “Templo de Jerusalem” que o Bispo Macedo e a IURD
estão construindo em São Paulo, mas para Israel, para o Monte
Tzion, para a cidade santa e para Yerushalaim. É para lá, para o Har
HaZeitim ‫ רה םיתיזה‬o Monte das Oliveiras que Yeshua voltará
trazendo com ele todos os santos de Adonay como está escrito:
“E naquele dia estarão os seus pés sobre o monte das
Oliveiras, que está defronte de Yerushalaim para o oriente; e o
monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o
ocidente, e haverá um vale muito grande; e metade do monte se
apartará para o norte, e a outra metade dele para o sul... Então virá
Yah
meu
Elohim,
e
todos
os
santos
contigo.”
Zecharyah/Zc 14:4-5
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Sim, os crentes estão agora, nesse tempo, descobrindo o que
sempre esteve ali nas Escrituras, mas que lhes foi roubado pelo
romanismo usurpador: Yeshua nasceu para se assentar no trono de
David como está escrito:
“E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e
por-lhe-ás o nome de Yeshua.Este será grande, e será chamado
Bem Elion (Filho do Altíssimo); e o Yah Elohim lhe dará o trono de
David, seu pai;E reinará eternamente na casa de Yakov, e o seu
reino não terá fim.” Lucas 1:31-33
E isso os sefarditas transformados em cristãos católicos de
depois em protestantes começam a se aperceber. E olha que os
sefarditas são apenas a face mais visível da ascendência israelita
dado as marcas profundas que as populações judaicas deixaram na
Espanha e Portugal. Numerosos outros povos revelam traços de um
passado israelita. Alguns deles preservaram a cultura judaica e o
amor à Torah outros nem tanto. Na Índia há os Bene Israel, judeus
que resultaram da miscigenação israelitas chegados a 2.000 anos ao
país com indianos de Maratha. Além disso, seis milhões cristãos
indianos de Kerala reivindicam ser judeus e eles não são os únicos,
há ainda os pashtum, os kashmir e os Mizo.
Estes casos serão analisados em As Tribos Perdidas de Israel
na Índia. Mas recordemos ainda que na África diversos povos
reivindicam origem israelita como os Ibo da Nigéria, uma enorme
comunidade em parte islâmica e em parte cristã onde é possível
encontrar-se pessoas que praticam o judaísmo depois de 2700 anos
de exílio. Reivindicação semelhante tem feito os Lembra da África do
Sul e Zimbábue que tiveram a honra de provar sua origem israelita
recentemente através de amostras de DNA. Outros povos da África
na Etiópia, em Uganda e noutras regiões. Isso é melhor avaliado em
nosso artigo As Tribos Perdidas de Israel da África Subsaariana
ao Brasil.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Arvore Milenária, a Oliveira é um Símbolo de
Israel e seu Azeite da Benção de Adonay
Para entender como os
povos são beneficiados por
Israel analisemos primeiro a
oliveira de boa qualidade, que é
explorada comercialmente pela
produção de seus frutos e pela
excelência de seu óleo, a árvore
símbolo de Israel, chamada de
Olea europaea europaea. Seu
tronco de crescimento lento e
retorcido pode crescer por
séculos e atingir 20 metros de
altura conforme a variedade
cultivada e se constitui em
madeira de excelente qualidade
para o artesanato e a escultura.
Uma das árvores mais
apreciadas pelos povos estimase que 9,922 milhões de
hectares estão cobertas por 800
milhões
de
oliveiras
que
produzem 18,241 milhões de
toneladas de azeitonas por ano.
Parte desses frutos vão parar à
mesa e o restante vai para a
produção de seu elemento mais
apreciado, o azeite de oliveira,
cuja produção é de 3,269
milhões de toneladas ano.
Para entender como o
mundo é beneficiado pelo
povo eleito, analisemos a
oliveira que é explorada
comercialmente pela
produção de seus frutos e
excelência de seu óleo, a
árvore símbolo de Israel,
a Olea Europaea.
Imagem: Olive tree Karystos2.jpg, Wikimedia
Commons – Domino Público
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Olive_tree_K
arystos2.jpg?uselang=pt
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As oliveiras do gat shemanim,
(Jardim da Presença do Azeite),
mais conhecido por
Getsemane, estão ali a mais de
2.000 anos, testemunharam as
orações de Yeshua antes de seu
sacrifício e todos os conflitos
da cidade santa por mais de
2.000 anos.
Imagem: Gethsemane, Jerusalem, autor: User:Mattes
Wikimedia Commons – Domínio Público.
A árvore da Oliveira
pode atingir mil anos, mas há
lugares que reivindicam ter
árvores ou bosques de olivais
com idades muito maiores. A
cidade de Bshaale, Líbano, se
gaba de possuir oliveiras com
seis mil anos, nesse caso
desde o início dos tempos. 12
Essa reivindicação ainda não
foi comprovada, mas há casos
provados
de
árvores
centenárias e milenares. Na
Província de Lecce, em Puglia,
no sul da Itália há arvores
anotadas pelo bispo Ludovico
de
Pennis
(1451-1484)
durante sua primeira visita
pastoral ocorrida em 1452.
Estas árvores que já estavam
ali naquela época sobrevivem
passados outros 560 anos.
Em Algarve, Portugal a idade de uma oliveira datada por
radiocarbono atingiu 2.000 anos. A arvore tem mais de 10 metros de
altura, 11 metros de perímetro na base do tronco é 7,74 metros à
altura do peito.13 Foi comprovado que há numerosas oliveiras em
Israel com idade variada entre os 1.600 e os 2.000 anos. Duas dessas
árvores gigantes estão em Arrabá na Galiléia e cinco em Deir Hanna
cuja idade está determinada em mais de 3.000 anos de idade e que
seriam quase tão antigas como o próprio povo hebreu, e estão ali
desde a fundação do Reino de David.
AL-BAB, IMPRESSIONS OF A MIDDLE EAST - PAST AND PRESENT, Página visitada a 15 de fevereiro de
2012. http://albabblog.blogspot.com/2011/08/ancient-olive-trees-of-bechealeh.html
12
Tem dois mil anos, é uma oliveira e vive no Algarve, Teresa Firmino, jornal O Público, 13 de maio de 2010.
Página visitada a 15 de fevereiro de 2012.
http://www.publico.pt/Ci%C3%AAncias/tem-dois-mil-anos-e-uma-oliveira-e-vive-no-algarve-1436985
13
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Estas árvores testemunharam as vitórias e as derrotas, os
festejos e o luto da terra santa ao longo de toda a sua rica e
conturbadíssima história.14 Por outro lado as oliveiras gat shemanim,
(Jardim da Presença do Azeite), mais conhecido por Getsemane,
estão ali a mais de 2.000 anos, testemunharam as orações de Yeshua
antes de seu sacrifício por seu povo Israel e pelos gentios chamados
segundo o propósito de Adonay e todos os conflitos da cidade
santa por mais de 2.000 anos. Esta característica de viver milhares de
anos, e ainda assim produzir frutos testifica do potencial do povo
que a oliveira simboliza, o povo de Israel, que apesar de envelhecido
ainda produz frutos e está sendo preparado para uma abundante
colheita. As folhas da oliveira são verde acinzentado escuro, medem
20x80 mm, as flores branco-esverdeadas são ligeiramente
aromáticas e os frutos carnudos são verdes quando novos, tornamse verde acastanhados, depois acastanhados arroxeados e
finalmente negro-violáceos e medem 10-35x6-20 mm.
As folhas da oliveira são verde acinzentado escuro, medem
20x80 mm, as flores branco-esverdeadas são ligeiramente
aromáticas e os frutos carnudos são verdes quando novos,
tornam-se verde acastanhados, depois acastanhados
arroxeados e finalmente negro-violáceos e medem 10-35x6-20
mm.
Olive flower, Günter König, Fonte Wikimedia Commons –
Wikipedia. Dominio Pùblico.
Olives on tree,autor, Zyance, Wikimedia Commons 3.0
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Olive_z03.jpg?uselang=pt
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Olivenbl%C3%BCte1.jpg?uselang=pt
14
M. Kislew, Y. Tabak & O. Simhoni, Identifying the Names of Fruits in Ancient Rabbinic Literature, Leshonenu (Hebrew), vol.
69, p. 279
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O fruto da oliveira (Olea Europaea) chamado
de azeitona em português e aceituna em espanhol
indica o quanto devemos à presença judaica na
Península Ibérica já que
zait é a palavra hebraica
para oliveira (Gn 8:11) de onde se extraia o
precioso
shemen zait ou azeite de oliva
apreciado em todo o mundo. 15
A azeitona, o fruto da oliveira empresta a
essa árvore tal valor e grandeza que no apólogo de
Yotan palavras são postas na boca das árvores que
a solicitam como rei sobre elas e da oliveira que se
nega a reinar alegando que a gordura de seu fruto
apreciada pelos homens é muito mais importante
que reinar sobre suas companheiras: 16
“Foram uma vez
há`etsiym (as árvores)
le`meshochá (para a ungir)
eleichem melech (para si um
rei);
vayomer La`zeit (e disseram para a oliveira):
malká keri aleinu (Reina tu sobre nós). Mas a oliveira lhes
respondeu: Deixaria eu a minha gordura, que Elohim e os homens
em mim prezam, para ir balouçar sobre as árvores?” Shofetim/Jz
9:8-9.
Assim nos ensina a Torah que é mais importante abençoar os
homens que governar sobre eles, que é mais salutar ajudá-los que
exercer autoridade. Numerosos estudos têm demonstrado as
virtudes medicinais e profiláticas do azeite que compõe 20% da
massa carnuda da azeitona.
Cerca de 17 milhões de toneladas de azeitonas são produzidas no valor de 7,3 bilhões de dólares. Os dez maiores produtores
são 1) Espanha, 4,996 milhões de toneladas ou 25,74% da produção mundial, 2) Itália, 4,534 milhões ou 23,50%, 3) Grécia, 2,13
milhões ou 11,4%, 4) Turquia 1,6 milhões ou 8,29%, Síria 950 mil ou 4,92% 6) Tunísia, 650 mil ou 3,37%, 7) Marrocos, 470 mil
ou 2,44% 8) Egito, 315 mil ou 1,63%, 9) Portugal, 270 mil ou 1,4% e 10) e Líbia, 180 mil ou 0,93%. O Brasil importa 600 milhões
de reais anuais. São necessários entre 5 e 6 kg de azeitonas para produzir um litro de azeite. A produção mundial de azeite foi
de 2,907 milhões de toneladas em 2009 e movimentou cerca de 13,081 bilhões de dólares. Mais uma vez os produtores estão
concentrados na região mediterrânea. A Espanha produziu 1,199 milhões de toneladas (41,2%). A Itália produziu 587,7 mil
toneladas (20,2%). A Grécia produziu 332,6 mil toneladas (11,4%). A Síria produziu 168,16 mil toneladas (5,8%). A Tunísia
produziu 150 mil toneladas (5,2%). O Brasil, que não é produtor importa 32.000 toneladas anualmente a um preço médio de 7,18
dólares o litro o que resulta num gasto de 250 milhões de dólares.
15
16
Imagem: Azeite de Oliva Italiano. Autor Alex Ex Wikimedia Commons 2,5
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Italian_olive_oil_2007.jpg
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Uma característica grandiosa do
fruto da oliveira, é que somente
quando ela é esmagada pelas
pedras do lagar é que revela o
azeite, o seu maior dom.
Imagem: Olive oil production in Klazomenai, an ancient city
of Ionia( now, near Urla, Izmir, Turkey) Auotor:
http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Klazomenai.jpg Wikimedia
Commons – Domínio Público.
Além disso, sabemos
que era o puro azeite da
oliveira
batida
que
iluminava o santuário a
partir da Menoráh posta no
lugar santo e que a unção
dos sacerdotes, dos reis e
dos profetas era feita
mediante a aspersão de
azeite sobre o ungido. Por
tudo isso a oliveira era uma
árvore
fascinante
para
todos os povos do Oriente
Médio. Passados 3.200 anos
a azeitona continua sendo
plantada em vários países e
apreciada em muitos outros
que não podem produzi-la
e o seu derivado o azeite
seguem exercendo enorme
fascínio na gastronomia e
na medicina caseira de
vários povos, inclusive do
Brasil que não o produz.
Uma característica grandiosa da azeitona, o fruto da oliveira, é
que quando ela é esmagada e destruída pelas pedras do lagar ela
revela finalmente o seu maior dom, o azeite. O papel de Israel como
a boa oliveira, assim chamada por seus deliciosos frutos está
delineado em Yirmiahú bem como os castigos que recebeu e que
resultaram na quebra violenta de seus galhos. Uma descrição
trágica da realidade nacional israelita.
E esse era o projeto do Eterno para Israel, que os homens o
apreciassem como desejavam o azeite que temperava suas saladas,
amaciava seu pão, sarava suas doenças, iluminava suas noites e
embelezava sua pele.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Mas infelizmente Israel apreciou os valores dos gentios,
absorveu sua religião e forma de culto depreciou-se como boa
oliveira. Seus galhos degeneraram na produção de frutos
inadequados para a grandeza de seu chamamento dentro do
próprio Israel ele mais parecia um zambujeiro do que uma oliveira
cultivada. Nessa condição ele estava sendo preparado para uma
poda radical por meio da qual seus ramos seriam inseridos no
zambujeiro ao qual se parecia cada vez mais.
Lembre que Noutra metáfora a degeneração dos frutos de
Israel é comparado a degeneração dos frutos de uma vinha, que
apesar de ter sido cuidada com todo o esmero pelo viticultor decai
em qualidade e como resultado é abandonada desprotegida para
sofrer os resultados de sua inutilidade como fonte de alimento e
produção do óleo que ilumina, que unge e que abençoa o mundo.
Esse é o caso da metáfora da vinha que é mencionada em
Yeshayahú 5, mas que espelha a mesma situação da oliveira citada
em Yirmiahú 11. Onde a vinha é a Casa de Israel e os homens de
Yehudáh.
“Ora, seja-me permitido cantar para o meu bem amado uma
canção de amor a respeito da sua vinha. O meu amado possuía
uma vinha num outeiro fertilíssimo. E, revolvendo-a com enxada e
limpando-a das pedras, plantou-a de excelentes vides, e edificou no
meio dela uma torre, e também construiu nela um lagar; e esperava
que desse uvas, mas deu uvas bravas. Agora, pois, ó moradores de
Yeurushalaim, e homens de Yehudáh, julgai, vos peço, entre mim e
a minha vinha. Que mais se podia fazer à minha vinha, que eu lhe
não tenha feito? e por que, esperando eu que desse uvas, veio a
produzir uvas bravas? Agora, pois, vos farei saber o que eu hei de
fazer à minha vinha: tirarei a sua sebe, e será devorada; derrubarei a
sua parede, e será pisada; e a tornarei em deserto; não será podada
nem cavada, mas crescerão nela sarças e espinheiro; e às nuvens
darei ordem que não derramem chuva sobre ela. Pois a vinha do
Senhor dos exércitos é a casa de Israel, e os homens de Judá são a
planta das suas delícias; e esperou que exercessem juízo, mas eis
aqui derramamento de sangue; justiça, e eis aqui clamor.”
Yeshayahú 5:1-7.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
A nação plantada no mundo para abençoá-lo como a oliveira
abençoava os homens deixou de cumprir o propósito para o qual
fora cultivada pelo Lavrador Celeste mediante o seu chamado
patriarcal, a outorga da Torah e a palavra dos profetas. Assim, o
mesmo Rei do Universo que a plantou determinou sobre ela o juízo
e a destruição parcial que resultaria no arrancar de seus galhos pelo
grande mal que havia feito. Desta forma o juízo contra Israel viria a
ser benção para os gentios como se notará ainda mais claramente a
seguir.
“
zait raanan (oliveira florescente)
yefe peri (peciosa
por seu desejável fruto)
toar kará YHWH sehemchá
(denominou-te YHWH); mas agora, à voz dum grande tumulto, acendeu
fogo nela, e se quebraram os seus ramos. Porque YHWH, que te plantou,
pronunciou contra ti uma calamidade, por causa do grande mal que a
casa de Israel e a casa de Judá fizeram, pois me provocaram à ira,
queimando incenso a Baal.” Yirmiahú/Jr 11:16.
Israel participara da idolatria como os pagãos a quem o Eterno
arrancara de suas terras. Agora ele também teria de sofrer o mesmo
destino. Entretanto, isso não seria o fim do desígnio, mas apenas
parte dele, como veremos a seguir. O que aconteceria com esses
galhos (homens e mulheres) que seriam quebrados, arrancados de
sua terra, levados às nações pagãs?
Bem, quando você vai a seu pomar e começa arrancar galhos
de suas árvores com uma foice e amontoá-los ao sol quem olha se
apercebe que o objetivo é queimá-los ou pelo menos deixá-los
apodrecer sob os efeitos da intempérie. Agora se você escolhe
cuidadosamente o galho, se o limpa, se estuda a forma de cortá-lo
pode ter outra função em mente, o reaproveitamento do galho
extirpado, para que reavivado ele possa produzir frutos novamente.
Dessa forma Shaul se refere aos galhos arrancados da boa
oliveira, de Israel e de Yehudáh e viriam a ser usados para enxertar o
zambujeiro e assim enriquecer as nações. Aqui a metáfora da união
entre a oliveira boa e a oliveira brava adquire seu pleno e cabal
significado.
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40
Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Entre o Zambujeiro e a Oliveira
Ora,
a
Olea
europaea
tem
uma
parente muito próxima,
que olhada à distância
muito se assemelha e
ela tanto que pode ser
enxertada
nela
ou
receber um enxerto a
partir dela. Trata-se da
oliveira silvestre cujo
nome científico é Olea
europaea
sylvestris
vulgarmente conhecida
como zambujeiro. Seu
tronco menos lenhoso
proporciona uma árvore
normalmente
menor,
mas muito resistente
capaz de crescer em
escarpas e em terrenos
semiáridos e pedregosos. 17
Pela semelhança a oliveira pode ser
enxertada no zambujeiro para se
beneficiar de sua resistência às
intempéries.
Oliveira
Zambujeiro
Para entender como os povos são beneficiados por Israel é preciso
entender a forma como as oliveira de cultivo a Olea Europeia é enxertada
na oliveira brava, a Olea europaea sylvestris ou sua congênere da Ilha da
Madeira a Olea europaea ssp. Maderensis também conhecida como
zambujeiro.
17
Original book source: Prof. Dr. Otto Wilhelm Thomé Flora von Deutschland, Österreich und der Schweiz 1885, Gera,
Germany. Olea Europaea Fonte Wikimedia Commons – Wikipedia.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Illustration_Olea_europaea0.jpg
Oliveira Brava. Franz Eugen Köhler, Köhler's Medizinal-Pflanzen, List of Koehler Images, 1897 Domínio Público. Fonte
Wikimedia Commons – Wikipedia. http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Koeh-229.jpg
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
As semelhanças entre a oliveira cultivável e a oliveira brava
são, portanto notáveis, inclusive quanto à longevidade, já que a vida
do zambujeiro rivaliza com a da oliveira. No Alentejo, em Portugal
existem zambujeiros seculares, que retorcidos pela idade teimam em
sobreviver e em seu desafio à natureza estão a dizer: “Somos tão
fortes como a oliveira, só não tão preciosos como ela à vista dos
homens.” No entanto estas semelhanças não igualam as duas
variedades. As folhas do zambujeiro são mais curtas e rígidas e seus
frutos de uma cor negro-avermelhada medem de 8 a 12 mm de
comprimento em vez dos 20 ou 30 mm do fruto da oliveira. Apesar
de serem mais numerosos e saborosos, não despertam o interesse
senão nos pássaros, principalmente os tordos, por possuírem pouca
poupa. No entanto, há uma convicção: o zambujeiro deu origem à
oliveira como indica Mara Lisa Vieira Alves da Universidade de Lisboa.
“Assume-se que as oliveiras cultivadas tiveram origem nas
oliveiras selvagens (também chamadas de zambujeiros), tendo-se
disseminado por todo o Mediterrâneo por acção do homem. É
também assumido que possíveis cruzamentos entre as oliveiras
cultivadas e as oliveiras selvagens possam ter levado à criação de
novas cultivares em diferentes partes do Mediterrâneo (Besnard et
al. 2001a). Existem evidências que parecem demonstrar que a
domesticação da oliveira se deu em ambas as extremidades do
Mediterrâneo. No médio oriente a domesticação parece ter
começado no início da Idade do Bronze, enquanto que no
Mediterrâneo Ocidental essa domesticação parece ter-se iniciado
apenas no final da Idade do Bronze. No século VI antes de Cristo o
cultivo da oliveira espalhou-se por todo o Mediterrâneo, chegando
à Tunísia e Sicília, e mais tarde ao norte de Itália. No século XV, com
a chegada dos europeus à América, as oliveiras chegaram ao “novo
mundo”. No entanto, só recentemente é que o seu cultivo ganhou
alguma importância económica, para além da área do
mediterrâneo, nomeadamente, na Austrália, América do Sul
(Argentina e Chile) e África do Sul (Doveri e Baldoni 2007).”
(Caracterização e Estrutura Genéticas da Cultivar de Oliveira
„Cobrançosa‟ e sua Relação com o Zambujeiro)18
18
Universidade de Lisboa. Faculdade de Ciências, Departamento de Biologia Vegetal, Mara Lisa Vieira Alves, Mestrado em
Biologia Celular e Biotecnologia 2007, http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/1358/1/19956_ulfc080528_tm.pdf
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Esse é um dado muito importante. A oliveira, Olea Europaea
deriva do Zambujeiro, Olea sylvestris. Quis Adonay que a oliveira,
uma espécie apreciada que hoje abençoa o mundo com seus
deliciosos frutos e com seu apreciado azeite resultasse das
constantes mudanças que o homem introduziu em seus
antepassados e hoje desprezados zambujeiros. Isso se constitui
numa nova metáfora para nosso estudo sobre a origem do povo
hebreu. Shaul não escolheu a oliveira e o zambujeiro como temas de
seu tratado por mero acaso. As duas árvores dizem tudo tanto sobre
a origem de Israel como sobre a forma como ele beneficiou as
nações.
Até seu chamado Avraham Avinu era apenas um goy, um
zambujeiro bravo. O que o melhorou foi a aliança de Adonay com
ele. Por meio dessa aliança lhe foi comunicada luz aos recantos
entenebrecidos de sua alma ampliando a força de sua
espiritualidade até então adormecida. Nisso constituiu a mudança
de Avraham. A partir daí Adonay lhe ordenou que ele fosse
separado dentre os gentios para constituir um povo ao seu nome.
Para entender como os povos são beneficiados por Israel é
preciso entender como o zambujeiro evoluiu até ser oliveira e
por que a oliveira é enxertada no zambujeiro.
Zambujeiros Retorcidos. Galeria II, Autor Rui Assis.
Publicada com permissão do autor.
http://www.rassis.com/galeria_2.html
Oliveiras da Calábria, Autor: Manfred Morgner
(ka-em-zwei-ein), Wikimedia Commons 2,5
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Kalabrien_Oliven_2263.jpg?uselang=pt
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43
Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Assim, da mesma forma como toda a oliveira deriva de seu
ancestral zambujeiro, também todo o israelita deriva de seu
ancestral gentio, ainda que de origem semítica. Isso deveria fazer
com que o judeu jamais se sentisse intrinsecamente superior aos
gentios. Como o zambujeiro chegou a ser oliveira pela manipulação
dos olivicultores também o gentio Avraham chegou a ser o pai do
povo hebreu graças a intervenção extraordinária do Todo-Poderoso.
E por isso mesmo que Shaul depois de indagar se os judeus eram
melhores que os gentios disse: “De maneira nenhuma, pois já dantes
demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo
do pecado; como está escrito: Não há um justo, nem um sequer.
Romanos 3:9-10
O que a Torah mostra é que assim como na natureza um
zambujeiro pode ser melhorado até se tornar uma preciosa oliveira,
também um gentio, mesmo um pagão, pode ascender
espiritualmente e se tornar primeiro um Chassidey Umot HaOlam
(um gentio justo entre as nações), logo um toshav, (residente) que
seria equivalente a um gentio estudando com simpatia os princípios
do judaísmo expressos na Bíblia, depois um bnei nekar, (filho do
estrangeiro) amando a Israel e pondo suas leis no coração e mais
tarde um guer (prosélito) do judaísmo, um praticante de quase toda
a Torah, e finalmente um israelita que abraça a aliança, cumpre a
Torah como um judeu e usufrui te todos os privilégios de um
israelita. Nesse caso, um processo inverso de enxertio, muito pouco
usual, por sinal, em que o zambujeiro é enxertado em Israel para se
nutrir de sua seiva.
No, entanto, seríamos tolos se ignorássemos que Adonay
concedeu a essa nova estirpe do zambujeiro arrancado da casa de
Terah, a quem converteu em Olival, status e promessas que não
foram dados a nenhum outro povo na face da terra. Uma aliança
perpétua foi feita com Avraham pela qual Adonay se comprometeu
que todos os profetas dali em diante derivariam dele, inclusive o
maior de todos, aquele que haveria de remir a todo o povo. Daí o
livro de Matytyahu começar com as palavras: “Genealogia de Yeshua
há Maschiach, filho de David, filho de Avraham.” Matytyahu/Mt 1:1.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Contudo, sem o melhoramento genético que fez de alguns
zambujeiros as 800 milhões de oliveiras que hoje são cultivadas em
todo o mundo, uma para cada nove pessoas, a árvore silvestre
continuaria produzindo preciosos, mas minúsculos frutos. Da mesma
forma, sem que Adonay tivesse tocado Israel ele teria sido igual a
todos os gentios, e por suposto quando se separou da energia vital
da palavra foi nisso que Israel se converteu. Aliás, essa é outra
característica da natureza das oliveiras e zambujeiros que precisa ser
explorada. Por exemplo, no caso da reprodução, a oliveira silvestre
se reproduz por polinização enquanto a da oliveira domesticada por
propagação vegetativa, ainda que possa reproduzir por polinização.
“A oliveira-brava reproduz-se por polinização cruzada (autoincompatibilidade) e por semente sendo os seus frutos são
geralmente mais pequenos do que as da oliveira. Já a oliveira
domesticada reproduz-se apenas por propagação vegetativa
podendo reverter ao estado selvagem se for propagada por
semente (Zohary and Hopf, 2000).” (Arqueociências, Oliveira (Olea
europaea L.)19
Esta é uma característica surpreendente, se deixada à sua
própria conta, para se reproduzir por polinização cruzada,
instrumento através do qual o pólen de uma flor é levado a outra da
mesma árvores por agentes naturais como o vento, os insetos, os
pássaros ou mesmo o homem, a oliveira pode retornar ao seu
estado selvagem, e os avanços alcançados em séculos de
melhoramento genético não alcançarem a árvore descendente.
Noutras palavras, a oliveira se converterá de novo em
zambujeiro tal como seus antepassados das gerações anteriores.
Uma vez mais a metáfora das duas oliveiras revela-se de uma
grandeza sem par, uma grandeza que por certo Adonay esperava
que seu povo viesse a explorar mais tarde para entender o método
como ele o tem guiado ao longo dos séculos. Sob seus cuidados
Israel produziu as melhores árvores e os melhores frutos.
19
Fonte: Bolog Arqueociências: Oliveira (Olea europaea L.), artigo publicado por Hugo Oliveira, SEGUNDA-FEIRA, 21 DE
MARÇO DE 2011, 21:47 . Pàgina visitada em 20 de Fevereiro de 2012.
http://arqueociencias.blogspot.com/2011/03/oliveira-olea-europaea-l.html
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Contudo, quando parte de seu Olival foi privado dos intensos
cuidados do Olivicultor Celestial (endurecido como afirma Shaul) ele
retornou ao estado anterior ao chamado e reverteu-se a zambujeiro.
Dito de outra maneira, Israel tornou-se gentio. Outro fator
interessante é que os estudiosos da botânica concluíram que a
oliveira foi domesticada justamente em Israel, e que foi a partir do
Oriente Médio, possivelmente por fenícios que ela se espalhou pela
região do Mediterrâneo onde seus maiores cultivares. O artigo
citado anteriormente é revelador.
“Os primeiros vestígios arqueobotânicos de oliveira
remontam a sítios Calcolíticos em Israel e no Jordão (curiosamente
fora do limite actual de presença de oliveira-brava), mas só na
Idade do Bronze esta especie aparece em Creta e na Grécia (Zohary
and Hopf, 2000). O cultivo de oliveira e a produção de azeite terão
sido introduzidos na Península Ibérica apenas no 1º milénio BCE,
provavelmente pelos Fenícios (Sallares, 2007). Os primeiros
vestígios de azeitona e produção de azeite na Península Ibérica
surgem em níveis Fenícios de Cerro de Villar, Málaga, e Castillo de
Doña Blanca, perto de Cadiz (Buxó, 2008).” (Arqueociências, Oliveira
(Olea europaea L.)20
Foi ali, no solo sagrado de Israel, que o zambujeiro foi
“domado” por primeira vez e convertido em oliveira, e foi a partir
dali que a oliveira ganhou o mundo, apaixonou os povos e o serviu
com suas azeitonas e com seu azeite. Isso é simplesmente fantástico.
A oliveira é uma planta israelense, nada mais apropriado como
símbolo nacional de Israel. Isso explica por que Adonay a empregou
como metáfora para representar seu povo, tanto mais que como o
homem, a oliveira tem 23 pares de cromossomos 2x=46 como
revelou a análise da maioria das amostras de árvores cultivadas. 21
20
Fonte: Blog Arqueociências: Oliveira (Olea europaea L.), artigo publicado por Hugo Oliveira, SEGUNDA-FEIRA, 21 DE
MARÇO DE 2011, 21:47 . Pàgina visitada em 20 de Fevereiro de 2012.
http://arqueociencias.blogspot.com/2011/03/oliveira-olea-europaea-l.html
Fonte: Polyploidy in the Olive Complex (Olea europaea): Evidence from Flow Cytometry and Nuclear Microsatellite Analyses
Poliploidia no Complexo Olive (Olea europaea):Evidências de Citometria de Fluxo e Análise de microssatélites nucleares. Annals
of Botany 101: 25–30, 2008, G . B ES NAR D , C . GARCIA - VERDU G O, R . RUBIO DE CASAS, U. A. TREIE, N. GALLA
and P. VARGAS. Department of Ecology and Evolution, Biophore, University of Lausanne, 1015 Lausanne, Switzerland, Royal
Botanic Garden of Madrid, CSIC, Plaza de Murillo 2, 28014 Madrid, Spain, 3 Departamento de Biologı´a Vegetal 1, UCM, Jose´
Antonio Novais 2, 28040 Madrid, Spain and 4 University of Fribourg, Chemin du Muse´e 10, 1700 Fribourg, Switzerland. Pagina
visitada em 21 de fevereiro de 2012. http://aob.oxfordjournals.org/content/101/1/25.full.pdf
21
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Bom, agora já sabemos que o zambujeiro tem um caule menos
lenhoso, que não obstante ele é mais rústico e resistente, que suas
folhas e frutos são menores, que ele se reproduz por polinização
enquanto a oliveira se reproduz por propagação vegetativa
resultante do enraizamento de suas estacas. Que ele deu origem à
oliveira, que essa foi desenvolvida em Israel. Que como o homem a
planta oliveira divide seus milhares de genes em 23 pares de
cromossomas, como se através dessa conformação quisesse dizer:
“Projetei essa árvore para representar todos os homens,
especialmente a meu povo”. Que a oliveira é uma melhora do
zambujeiro, e que se ela vir a se reproduzir por polinização reverterá
à condição de seu antepassado comum, o zambujeiro.
Bem, são estas diferenças que Shaul tinha em mente quando
falou do gentio como sendo o zambujeiro enxertado na boa oliveira
para se alimentar de sua raiz e de sua seiva. Voltando a questão do
enxerto, porém, recorde-se que a Boa Oliveira na qual Israel se
transformou pelo poder da graça soberana sempre esteve aberta ao
enxerto de ramos provindos do zambujeiro gentio. Este sim é um
enxerto contrário à natureza das coisas, já que o agricultor, quando
enxerta faz da oliveira a árvore doadora e do tronco cepado e
destituído de galhos do zambujeiro a árvore receptora para que
assim ele possa melhorar a qualidade de seus frutos.
No entanto, considerando-se as limitações da metáfora, sabese que Adonay muitas vezes, especialmente na formação de Israel
enxertou os gentios em seu povo eleito. Este enxerto se deu
principalmente através das mulheres que emprestaram seu DNA
mitocondrial à formação da nação, somando-o e o diversificando.
Israelitas cuja influência é indiscutível formação de Israel casaram
com mulheres estrangeiras
As duas mulheres de Moshe eram estrangeiras, uma a semita
Tseforah descendente de Madian, filho de Avraham e a outra uma
Kushita, uma negra da Etiópia, descendente de Chan, cujo nome não
nos é revelado. Yehudáh, o patriarca de todos os judeus se casou
primeiro com a cananita Suah e depois com Tamar.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Salmon, descendente de Yehudáh, se casou com Rachav
(Raabe), uma mulher de Yerichó, a cidade maldita dos cananeus da
região. Do casamento de Salmon com Rachav nasceu-lhes Boaz que
também se cassou com Ruth, uma jovem moabita viúva de outro
judeu. Desse casamento misto nasceu Oved, pai de Yshay e avô de
David. Apenas seguindo a linhagem real do Maschiach nos
apercebemos que até David três mulheres gentias são enxertadas na
oliveira. Davi se casou com várias esposas, a mais famosa foi
Batsheva, viúva de Uriah, um gentio convertido ao judaísmo que
David matou pela espada dos filisteus. Bem, ela era israelita, foi mãe
de Shlomo, que teve centenas de esposas, mas nenhuma tão
importante como Naamah, uma amonita com quem gerou a
Rechavam outro ancestral a figura na genealogia de Yeshua.
Deixando a linhagem real vamos a Yosef cujo casamento
muito nos interessa o pai de Efraim e Menashe de quem descendem
a maior parte dos filhos das tribos perdidas de Israel se casou com
Asenath, uma egípcia, e, portanto, também ela descendente de
Cham, ainda que alguns rabinos afirmem ser ela em parte
descendente de Israel. 22 Como já vimos no caso de Uriah, o Hiti,
homens gentios, convertidos à fé de Israel podiam da mesma forma
se casar com mulheres israelitas trazendo o DNA das nações para
Israel. Tudo isso confirma o fato de que a figura do enxerto era
originalmente mais aplicável aos gentios (zambujeiro) na oliveira do
que da oliveira (Israel) nos gentios. Nesse caso, estamos falando de
relações familiares. Nos dias de Shaul a metáfora do enxerto se
referia primeiro à fé. Isso não devia ser uma novidade de todo, pois
como se vê no caso de Dináh, seus irmãos Shimeon e Levy exigiram
a conversão do jovem que a havia estuprado antes de consentir no
casamento. Assim, os gentios contribuíram na formação de Israel.
22
O Rabi Eliezer Bem Hircano (80-118), discípulo do grande Rabi Yochanan ben Zakai, a quem se atribui a obra ‫יברד רזעילא‬
‫ יקרפ‬capítulos de Rabi Eliezar, uma midrash do livro de Bereishit (Gênesis) afirma que Asenat era sobrinha de Yosef, filha do
estupro de sua irmã
Diná, a filha de Leah que enviuvou por ação de seus irmãos que mataram seu esposo Shelem, que
num ato de reparação havia se circuncidado com Sheken, seu povo, que pertencia a conjunto de tribos Cananeas. Bem a
personagem de Dinah é repleta de lendas nas midrashim. Nachmanides (1194-1270) afirma que ela se casou com seu irmão
Shimeon para esconder a vergonha de ser desonrada, mas que jamais tiveram relações sexuais. A Torah parece apontar o fato
de que Shimeon adotou o filho de sua irmã, talvez numa medida de reparação por ter-lhe matado o pai, tanto que na divisão das
terras ele teria herdado a partir de Shimeon. Outra tradição diz que Diná se casou com o profeta Yob. Mas se confirmado o fato,
ainda assim, Yosef ter-se-ia casado com uma mulher descendente de um cananeu com uma israelita. No entanto, não há
evidências plausíveis de que Asenat, filha de um sacerdote egípcio e pagão fosse sobrinha de Yosef.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Há, pois uma dinâmica
dupla no enxerto. Aquela
oliveira contra a qual a ira
de Elohim se levanta
arrancando seus galhos é
enxertada no zambujeiro
para que este possa a
partir daí produzir galhos
de uma nova extirpe,
galhos nos quais circula o
DNA bendito representado
na metáfora pela seiva da
oliveira. Mas quando essa
oliveira está de pé, são os
gentios que são nela
enxertados.
Bem, inicialmente era isso o
que deveria acontecer. Os gentios
se aproximariam de Israel, seriam
iluminados por ele, se uniriam a
ele, e seriam enxertados nele. De
fato, a Torah proibia relações
familiares
com
gentios
não
convertidos anteriormente. Bom,
isso a Torah revelava na forma de
mandamentos. Na forma de
profecia porém, havia uma outra
realidade oculta. Quando Yakov,
abençoou seus netos, filhos de um
israelita
com
uma
egípcia,
profetizou que essa mesma prática,
a da mistura de sua semente com
povos não semitas e com gentios
em geral se perpetuaria a tal ponto
que pondo as mãos sobre o neto
mais novo disse: “Efraim será a
plenitude
dos
gentios.”
Bereishit/Hn 48:18.
Isso veio a ocorrer por que
Israel denominado “
zait
raanan (oliveira florescente)
yefe peri (peciosa por seu desejável
Empelt d'olivera (Olea europaea) Enxerto
de Oliveira. Autor: Chixoy Wikimedia
fruto), caiu em apostasia. Em
Commons – Wikipedia.
http://es.wikipedia.org/wiki/Archivo:Empelt_d%2
consequência disso Adonay, à voz
7olivera.JPG
dum grande tumulto, acendeu fogo
nela,” e por causa disso “se
quebraram os seus ramos.” Yah
que plantou a Oliveira de Israel determinou sobre ela a calamidade
por que ela lhe havia provocado à ira. (Yirmiahú/Jr 11:16-17.
Estamos agora sim, diante de um dos maiores mistérios para a igreja
cristã que imagina que os galhos foram simplesmente arrancados
para depois de extirpados secar ao sol do abandono.
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49
Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Para o cumprimento das promessas feitas não foi assim que
aconteceu. O que Adonay vai fazer a partir do momento em que
arranca galhos de Israel por ocasião da invasão assíria que leva a
Casa de Efraim ao exílio no ano 720 AEC e galhos de Judá por
ocasião da invasão babilônia e destruição de Yerushalaim no ano
587 AEC é simplesmente maravilhoso. Estes filhos de Israel e Judá,
mas principalmente de Israel que perdem sua identidade e sua fé
entre as nações para onde foram levados, foram como galhos
arrancados da oliveira para serem implantados no zambujeiro. Há,
pois uma dinâmica dupla no enxerto. Aquela oliveira contra a qual a
ira de Elohim se levanta arrancando seus galhos é enxertada no
zambujeiro para que este possa a partir daí produzir galhos de uma
nova extirpe, galhos nos quais circula o DNA bendito representado
na metáfora pela seiva da oliveira. Mas quando essa oliveira está de
pé, são os gentios que são nela enxertados.
Logo, um processo de duplo enxertio vai se ampliar a partir
desse momento. Por esse processo, as varas arrancadas de Israel são
transplantadas para as nações e enxertadas no zambujeiro. Por
outro lado, pelo convívio com os judeus não poucos gentios se
convertem ao judaísmo e são enxertados em Israel. Isso aconteceu
em larga escala na Pérsia no período do rei Achaverosh e da rainha
Ester ou Hadassa, quando além do triunfo dos judeus “entre os
vários povos do reino muitos se tornaram judeus, pois agora
estavam com medo deles.” Ester 8:17.
Isso só foi possível por que a Casa de Judá não havia perdido
suas raízes e havia aprendido através do jejum e da oração que o
Elohim capaz de castigá-los e deixá-los sem saída ante os inimigos
quando pecam é também capaz e poderoso para quebrar os
ferrolhos e abrir as portas diante deles e mostrar que está do seu
lado quando são fiéis. Mas o corte dos ramos de Israel foi muito,
além disso. Do outro lado, no cativeiro da Assíria que caiu ante o
avanço de babilônios e persas cem anos depois de destruir
Shomeron, capital do reino de Israel e de levar seu povo ao cativeiro
depois de grande matança, os filhos de Israel partiram para todas as
terras a fim de tentar reconstruir sua unidade nacional, mas fracassaram.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Terminaram sendo absorvidos pelos povos, unidos a eles,
configurados a eles como as varas arrancadas de uma oliveira que
são transplantadas para um tronco de zambujeiro que lhes serve de
cavalo. Assim, o mundo gentio foi representado pelo zambujeiro ou
oliveira brava, aquela que até então não tinha sido melhorada, que
não era receptáculo das promessas, que estava sem esperança e
sem Elohim no mundo pode produzir em sua copa uma nova estirpe
de ramos, ramos que não lhe eram naturais, ramos da oliveira que se
alimentavam de sua seiva para poder crescer e se multiplicar.
Aqui é importante lembrar que não se trata do corte da
oliveira que é Israel, nem da perda de todos os seus galhos. Num
enxerto a árvore doadora fornece galhos enquanto a receptora é
destituída deles, pelo menos na área do enxerto. Dessa forma a
oliveira de Israel, partida então em duas casas, duas entidades
separadas se transformou pelo enxertio, em galhos a crescer sobre
uma oliveira silvestre.
Esse é o processo através do qual Adonay retira da queda de
parte do “Velho Israel,” aquilo que lhes foi o supremo mal, o erguer
de um “Novo Israel” extraindo então o sumo bem. O processo
ocorre da mesma forma como a partir do ataque da peçonha mortal
da serpente, um organismo consegue desenvolver os anticorpos que
lhe neutralizam o mal.
Assim, pelo mal da apostasia e queda de Israel Adonay
prepara o erguimento das nações que são pelo enxerto
configuradas a Israel e passam a fazer parte dele. Os gentios são,
pois tão devedores a Israel quando ele fielmente cumpre seu dever,
portando-se como o sal da terra, como a luz do mundo, como o
azeite que unge o mundo, mas também quando ele cai e fica
prostrado. Aliás, até agora, o mundo foi muito mais beneficiado pela
queda, pela apostasia, pelo arrancar dos ramos da oliveira do que
pela sua recuperação cujo cumprimento ainda é futuro. Na metáfora
de Shaul Israel é como uma oliveira desbastada de seus galhos,
desprovida de grande parte de seus ramos para que através dele um
bosque inteiro de zambujeiros pudessem transformar sua copa.
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51
Dois Ungidos Abençoa m a Terra
E assim, se esta árvore beneficia o bosque quando é
enfraquecida e podada, quando seus galhos são extirpados, quanto
mais quando estes depois de crescerem nos zambujeiros são
reimplantados em sua verdadeira árvore.
“Porque, se o fato de terem sido eles rejeitados trouxe
reconciliação ao mundo, que será o seu restabelecimento,
senão vida dentre os mortos?” Romanos 11:15.
Desta forma foi a boa oliveira desbastada de muitos de seus
galhos para que estes crescessem no zambujeiro, produzissem então
outros ramos, multidões deles para finalmente na hora do
reimplante vê-los retornar gloriosamente à sua árvore materna. Por
essa razão, gentio nenhum jamais deveria se jactar contra Israel.
Todo o plano salvífico ronda em seu torno.
“E se alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo zambujeiro,
foste enxertado no lugar deles e feito participante da raiz e da seiva da
oliveira, não te glories contra os ramos; e, se contra eles te gloriares, não
és tu que sustentas a raiz, mas a raiz a ti. Dirás então: Os ramos foram
quebrados, para que eu fosse enxertado. Está bem; pela sua
incredulidade foram quebrados, e tu pela tua fé estás firme. Não te
ensoberbeças, mas teme; porque, se Elohim não poupou os ramos
naturais, não te poupará a ti.” Romanos 11:17-21.
Todavia, é bom lembrar que quando essa oliveira está de pé,
ou seja, onde quer que judeus ou israelitas (as duas casas de Israel)
mantenham sua fidelidade à Torah e aos pactos e confiam
plenamente na graça para serem salvos são os gentios que são nela
enxertados, já que a árvore, a oliveira jamais foi arrancada. Seu
tronco retorcido pelos séculos continua vivo e forte, pronto para
receber tanto os que vêm (gentios) como os que retornam (E isso
todos devem ter cuidadosamente em conta para que um gentio
quando alcança a plenitude da fé não se encha de orgulho e
soberba. Isso foi tornado claro por Shaul. Não era incomum em seu
tempo, como não é hoje gentios se orgulharem contra os judeus e
mais ainda contra os efraimitas em geral, lançando-lhes em rosto a
sua pregressa apostasia e decadência.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Esquecem os crentes, tanto os gentios como os que se julgam
como tais que foi justamente através dessa queda que lhes veio a
redenção. Por isso Shaul lembra aos autênticos gentios que não
portam a semente de Avraham através de Ytzchak, que não devem
jamais se gloriar contra os ramos naturais. Devem recordar que se
eles, ramos naturais, foram cortados para que gentios fossem
enxertados, ramos enxertados podem ser quebrados com facilidade
ainda maior se não temerem. Além disso, devem lembrar que o
reenxerto é não apenas possível, mas tem estado a acontecer desde
os dias dos apóstolos razão pela qual Yakov (Tiago) escreveu sua
epístola às 12 tribos dispersas.
Mas convém registrar que o galho de uma oliveira enxertado
em zambujeiro, se alimentando da seiva do zambujeiro, vivendo do
solo do zambujeiro, ainda que se assemelhe à oliveira ainda é um
zambujeiro. Isso explica por que os israelitas ao chegarem aos
gentios em vez de produzirem neles o efeito que os judeus
produziram nos dias de Ester, convertendo-os à fé judaica
produziram o efeito contrário converteram-se eles em gentios. O
enxerto é uma metáfora que aplica os princípios de botânica para
falar do que ocorre com Israel. Ele na verdade se misturará com os
povos, absorverá seus valores, se esquecerá completamente da
Torah e se multiplicará entre os povos que lhe servirão de
“hospedeiro”, se converterá a eles, beberá da seiva de sua
religiosidade, de sua negativa espiritualidade e idolatria. Assim ele se
distanciará de Adonay como se não fosse Israel, como se não
pertencesse à raça eleita como se não tivesse sido posto como a luz
do mundo.
“
Efraym ba`amim hu yitebolal. (Efraim
está misturado com os povos; Efraim é um bolo que não foi virado.
Akolu zarim Kochu vehu ló yadá
(Estrangeiros lhe devoram a força, e ele não o sabe); também as cãs
se espalham sobre ele, e não o sabe. E a soberba de Israel testifica
contra ele; todavia, não voltam para YHWH seu Elohim, nem o
buscam em tudo isso. Pois Efraim é como uma pomba, insensata,
sem entendimento; invocam o Egito, vão para a Assíria.””
Hoshea/Os 7:8-12.
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53
Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Ele está posto entre as nações como um bolo que não foi
virado. Ele pode até pretender adorar ao Criador, mas não o faz da
forma correta, mas de acordo com os costumes dos povos que lhe
arrancam a sua força sem que ele o saiba. Até ser tocado pela graça
Efraim é como um portador da Síndrome de Alzheimer que
envelhece piorando, mas sem se dar por conta de sua senilidade se
sente como um jovem. Bem essa é a situação dele até ao momento
do despertar. Note que por três vezes o Eterno fala por meio de
Hoshea que ele não tem entendimento. Exatamente como já vimos
antes. Sobre ele veio um espírito de entorpecimento, olhos para não
ver, ouvidos para não ouvir. Nessa situação deveria ele permanecer
entre os povos.
“Israel foi devorado; agora está entre as nações como um
vaso em que ninguém tem prazer.” Hoshea 8:7.
Se em sua terra, a terra da retidão a Casa de Israel, liderada
desde Shomeron (Samaria) pela tribo de Efraim, não foi fiel a
Adonay, mas caiu em apostasia e se tornou merecedora do castigo
que nunca mais a permitiu voltar quando mais fora de Israel e
destituída de sua soberania. Longe da terra da santidade e da Torah,
vivendo entre os povos que não conhecem a justiça de Elohim as
chances de fidelidade de Israel só diminuíram. Se separado das
nações, plantado em sua terra, tendo por pais pessoas que temeram
ao Eterno, e por ensinadores os profetas da verdade e da justiça,
Israel se desviou, junto aos gentios ele não daria melhores frutos.
Desde logo, o objetivo de Adonay, como está sendo tratado
aqui não foi que Efraim imediatamente brilhasse em fidelidade entre
os gentios para onde foi levado. Isso o tornaria visível, notável e
odioso aos olhos das nações que os massacrariam vezes sem conta
assim como ocorreu com seu irmão Yehudáh. Num paradigma
complexo para ser entendido facilmente Adonay permitiu que
Efraim mascarasse sua identidade a fim de poder sobreviver e
crescer entre os gentios para assim fazê-los coerdeiros das
promessas dadas a Avraham. Assim Adonay se ocultou na ira e
queda de seu povo, para revelar sua graça no dia da sua exaltação.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Outra sorte coube à
Casa de Yehudá. Ela não
podia cair por muito
tempo, não podia se
ocultar e nem perder sua
identidade
por
que
Yeshua tinha que nascer
numa Casa de Yehudáh
identificável, perseverante
e carregada de sacerdotes
fiéis oficiando no Templo,
sábios interpretes das
Escrituras e de profetas e
profetizas capazes de
testificar que ele era o
Maschiach.
Por agora, porém,
basta que recordemos
que o enxerto das ramas
da oliveira que é Israel na
copa dos zambujeiros que
são os povos gentios tem
um objetivo claro, criar
duas oliveiras que estejam
entre as nações para
elevá-las, para melhorálas e para fazer com que o
mundo se volte para
Adonay não como um
povo Israel, mas como
muitos israelitas de todas
nações, tribos e línguas.
A Oliveira Símbolo da
Herança Judaica de Portugal
e do Brasil
O fruto da oliveira (Olea
Europeia) chamado de azeitona
em português e aceituna em
espanhol, indica o quanto
devemos à presença judaica na
Península Ibérica já que
zait é
a palavra hebraica para oliveira
(Gn 8:11) de onde se extraia o
precioso
shemen zait ou
azeite de oliva.
Imagem: Olive fruit in pelitköy, Turkey. Autor Ollios. Fonte:
Wikimedia Commons – Wikipedia.
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Zeytin_hasat.JPG
Entre estes povos está o Brasil. O fruto da oliveira (Olea
Europeia) chamado de azeitona em português e aceituna em
espanhol, indica o quanto devemos à presença judaica na Península
Ibérica já que
zait é a palavra hebraica para oliveira (Gn 8:11) de
onde se extraia o precioso
shemen zait ou azeite de oliva.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Bem se existe um lugar onde estes ramos, estão sendo
preparados para o reenxerto esse lugar é o Brasil. Ainda que nesse
caso, talvez mais de Judá do que mesmo de Israel. Aqui, vivem
milhões de descendentes de judeus que perderam suas origens,
ignoram suas raízes e desconhecem a fé de seus pais. Isso está
patente não apenas quando folheamos uma lista telefônica e
descobrimos que os Oliveira são o terceiro sobrenome mais
numeroso do Brasil configurado 1,363 milhão de vezes nas listas
eletrônicas representando uma população de 8,925 milhões de
pessoas.
Hoje se sabe que Oliveira é um nome judaico sefardita,
indicador do tempo em que boa parte dos portugueses seguia a
religião judaica. Isso está patente também quando chamamos o óleo
da oliveira de azeite, uma palavra incorporada a nossa língua pelos
judeus, no tempo em que chegaram a Península Ibérica a 2700 anos.
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56
Dois Ungidos Abençoa m a Terra
A Árvore da Vida Do Éden ao Santuário
Quando o homem caiu dois querubins foram colocados ao
oriente do
gan éden e para
le`shemor et
derech etz há`chayiym (para guardar o caminho da árvore da vida),
impedindo assim que ele ou sua mulher comessem de seu fruto e
se tornassem perpétuos pecadores. (Bereishit 3:24). Uma inversão de
atitude se fez necessária. Antes da queda o caminho de acesso para
todas as árvores, inclusive para a que era chamada de
etz há`daat tov v`rá (árvore do conhecimento do bem e do mal),
estava aberto. Nada impedia que o homem participasse de qualquer
dos frutos do éden, a não ser a submissão a ordem para não comer
do fruto proibido.
Diferentemente do Éden onde dois querubins
impediam o caminho da árvore da vida, no santuário,
dois querubins de madeira de oliveira apontavam o
caminho para ela.
Adão e Eva Expulsos do Éden. Gustav Dore.
Domínio Público - Wikimedia Commons.
Réplica del Arca de la Alianza, realizada por la empresa Hasbro
Wikimedia Commons 3.0 – Wikipedia – Autor: Lancastermerrin88
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Agora, porém, o homem transgressor já não podia mais comer
do fruto que poderia ter lhe trazido vida eterna. Dois querubins
postados à entrada do Éden impediam que o homem chegasse até à
fonte da vida. Uma vez transgredida a Torah em seu princípio básico
a vida eterna já não pode ser obtida por meios físicos. Ela precisa ser
alcançada de forma espiritual. A alma tinha de ser vivificada antes do
corpo. Quando Israel saiu do Egito porém, o Eterno, a fonte da vida
decidiu habitar pela sua presença entre os filhos de Israel e ordenou:
ve`asú li mikedah (e me farão um santuário)
vê`shakanetiy betocham (e eu habitarei no meio deles). Shemot/Ex
25:8.
No interior desse santuário, num local chamado de kadesh há
kadeshim, (santo dos santos) estaria a arca da aliança, testemunha
do pacto feito entre o Eterno e seu povo Israel e sobre essa mesma
arca um propiciatório de ouro batido de 1,31 metros por 78
centímetros. Postados sobre esse propiciatório deveriam estar dois
querubins também de ouro, com seus rostos voltados um para o
outro, porém inclinados em direção ao propiciatório.
“Igualmente farás um propiciatório, de ouro puro; o seu
comprimento será de dois côvados e meio, e a sua largura de um
côvado e meio.
vê`asitá shenaim keruvim zahar
(Farás também dois querubins de ouro); de ouro batido os farás, nas
duas extremidades do propiciatório. Farás um querubim numa
extremidade e o outro querubim na outra extremidade; de uma só
peça com o propiciatório fareis os querubins nas duas extremidades
dele. Os querubins estenderão as suas asas por cima do propiciatório,
cobrindo-o com as asas, tendo as faces voltadas um para o outro; as
faces dos querubins estarão voltadas para o propiciatório.” Shemot/Ex
25:17-20.
Dali, de cima do propiciatório, e entre os dois querubins
postados sobre eles Yah Tsebaot, o Eterno dos Exércitos faria ouvir a
sua voz e falaria a Israel por meio de Moshe Rabeinu, o mediador do
Velho Pacto, e que, no entanto prevalece até que o novo seja
instituído, já não por meio de Moshe, mas por meio de Yeshua o
Moshia, o Salvador de Israel.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
“E ali virei a ti, e de cima do propiciatório, do meio dos dois
querubins que estão sobre a arca do testemunho, falarei contigo a
respeito de tudo o que eu te ordenar no tocante aos filhos de
Israel.” Shemot/Ex 1:22.
Estes dois querubins estariam no Mikdesh (santuário), mas sua
missão agora seria outra, eles não estariam ali para barrar o caminho
em direção à vida, mas pelo contrário para apontar o caminho para
a vida que o homem alcança pela fé em Elohim e por meio da
propiciação do sangue do Maschiach. Este sangue é claramente
representado no sacrifício das inocentes vítimas que entregavam sua
vida para que Israel não morresse em seus pecados.
A pequena arca23 foi mais
tarde levada pelos sacerdotes
com toda a honra e seguia em
alegre procissão desde a
cidade da David para o Beit há
Mikdesh, o Santo Templo
construído por Shlomo há
Melech para honrar a
YHWH Elohim Yisrael ase et
ha`shamayim v`et ha`aretz (o
Eterno Elohim de Israel que fez
o céus e a terra). 2Cr 2:12, 5:27.24
O lugar que abrigou a arca não era, porém um quase imenso
vazio onde um pequeno objeto de 1,3 metros cúbicos desaparecia
num salão 860 vezes maior onde nada mais se via.
A arca construída nos dias de Moshe tinha 1,31 metros de comprimento, 1,31 metros de altura e 0,78
m de largura, foi o único objeto que Shlomo conduziu do pequeno santuário em que repousava desde os
dias de Moshe Rabeinu e que tinha 4,57 m de largura, 4,57 m de altura e 13,72 m de comprimento para
o Templo que tinha 36,68 m de comprimento, 10,48 m de largura e 10,48 m de altura. Esta arca repousou
no santo dos santos.
23
Imagem: Israel Entra na Terra Prometida. Autor: The Providence Lithograph Company, 1896-1913. Wikimedia
Commons – Wikipedia http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Israel_Enters_the_Promised_Land.jpg?uselang=pt
24
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
O santo dos santos edificado por Shlomo era não apenas
muito maior e mais glorioso que o Mishkan erigido no deserto,
apesar da beleza do primeiro tabernáculo, ele encerrava lições ainda
mais grandiosas, entre elas a enigmática presença da madeira da
oliveira numa obra artísitica impressionante.
Para que o O
kodesh ha`kedoshim (santo dos
25
santos) não fosse um imenso vazio, por cima da arca, olhando em
direção ao santo lugar Shlomo fez entalhar em madeira de oliveira
dois enormes querubins. Cada querubim possuía duas asas medindo
de 2,61 cada uma, que abertas davam um comprimento alar de 5,24
metros e eram abertas tocando uma delas a parede e a outra a asa
de seu companheiro.
“No oráculo fez dois querubins de
atsei shemen
(madeira de oliveira), cada um com dez côvados de altura. Uma asa
de um querubim era de cinco côvados, e a outra de cinco côvados;
dez côvados havia desde a extremidade de uma das suas asas até a
extremidade da outra. Assim era também o outro querubim; ambos
os querubins eram da mesma medida e do mesmo talho. Um
querubim tinha dez côvados de altura, e assim também o outro. E
pôs os querubins na parte mais interior da casa. As asas dos
querubins se estendiam de maneira que a asa de um tocava numa
parede, e a do outro na outra parede, e as suas asas no meio da
casa tocavam uma na outra. Também cobriu de ouro os querubins.”
Melachim Alef 6:23-28.
Adonay ordenou que dois querubins feitos de madeira de
oliveira estivessem no santuário justamente para representar a Casa
de Israel algo que hoje a Igreja Cristã não consegue perceber nem
mesmo quando lê Romanos 11, que é lido numa premissa romana e
não raro anti-semita em que a metáfora da oliveira é interpretada de
acordo com a agenda romana da Teologia da Substituição na qual a
oliveira deixa de ser Israel e passa ser a Igreja Cristã.
25
O
kodesh ha`kedoshim (santo dos santos) era um salão perfeitamente quadrado com 20 côvados
de comprimento (10,48 metros), 20 de largura e 20 de altura com uma área total de 109,83m² e 1.151m³. (2 Cr 3:8
1Rs 6:20). Cada 1 dos 549,15m² de área da parede e do teto foi revestido com uma lâmina de ouro de 2 mm
(37,148 kg), e no total foram empregados 600 talentos ou 20,4 toneladas.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Da mesma forma a raiz deixa de ser os patriarcas e profetas e
passa a ser Yeshua. O tronco que é Yeshua passa a ser o sistema
eclesiástico. A seiva deixa de ser a Torah e o culto dos profetas, de
Yeshua e dos enviados e passa a ser a “fé” no sentido de mera
crença e confiança. Isso lhes permite supor que a Igreja substituiu a
Israel, que o chamado irrevogável aos patriarcas e à sua semente
está anulado, que a comunhão com o Criador exige um sistema
organizacional e religioso em vez de comunhão com Yeshua, que a
lei foi substituída pela graça e que a fé se alimenta apenas de
promessas e não também de fidelidade. O resultado disso é uma
igreja que ignora sua raiz nos patriarcas, o papel irrevogável de
Israel na história e na eternidade, a salvação somente pelos méritos
do Maschiach, o valor da obediência que santifica a alma e a
perpetuidade da Torah. Mas o mais funesto de tudo é entender que
o Santo de Israel para poder salvar os gentios decidiu quebrar os
ramos judeus.
Ora, antes de mais nada Shaul nem ao menos insinua que a
oliveira que é Israel tenha sido cortada. Ele nem mesmo diz que os
ramos foram quebrados para que os gentios fossem enxertados,
mas que se alguns ramos foram quebrados por sua incredulidade
para que o zambujeiro fosse enxertado, o gentio, que é a oliveira
brava deveria estar agradecido, e deveria temer para que não
sofresse igual sorte. Mas por outro lado ele deixa claro que a Casa
de Israel não foi definitivamente cortada, mas cortada
temporariamente para que por meio desse corte o mundo pudesse
ser redimido. Ele lembra que “se a sua rejeição (de Israel) é a
reconciliação do mundo, qual será a sua admissão, senão a vida
dentre os mortos?” Romanos 11:15. Quando ele põe na boca do
não judeu as palavras: “dirás pois alguns ramos foram quebrados
para que eu fosse enxertado,” deseja mostrar claramente, ao
contrário do que a interpretação romanista faz supor que não foi a
copa da oliveira que foi cortada com todos os seus ramos, mas
apenas alguns dos ramos, e que não é Israel que é enxertado numa
igreja gentílica, mas pelo contrário, os gentios são enxertados em
Israel para participarem igualmente de seus mais elevados deveres e
privilégios.
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61
Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Pois foi para afastar o ufanismo de uma igreja substituta de
Israel que Shaul então lembra que se alguns galhos de seu povo,
sendo ramos naturais, descendentes dos patriarcas herdeiros das
promessas foram cortados por sua incredulidade, quanto mais serão
cortados os gentios.
Só que nesse caso há uma desvantagem. O gentio não
pertence a oliveira, seus galhos não tem onde reenxertar. Mas
mesmo nesse momento ele lembra que se o enxerto do zambujeiro
na oliveira é possível, apesar de ser contra a natureza da árvore
receptora, quanto mais possível é o reenxerto dos ramos israelitas
cortados da boa árvore.
Afastada a incredulidade dos israelitas dispersos arrancados de
suas raízes o poderoso Elohim os faz retornar a sua árvore mãe com
muito mais facilidade que faz um gentio retornar.
“Considera, pois a bondade e a severidade de Elohim:
para com os que caíram, severidade; para contigo, a bondade
de Elohim, se permaneceres nessa bondade; do contrário
também tu serás cortado. E ainda eles, se não permanecerem
na incredulidade, serão enxertados; porque poderoso é Elohim
para os enxertar novamente.” Romanos 11:18-23.
Lamentavelmente, em seu retorno, muitos dos crentes
perderam de vista esses fatos. E isso deu lugar as políticas
antissemitas e antijudaicas. A doutrina católica sufocou o Yeshua
Yehudy (judeu) para em seu lugar fazer brilhar o Jesus gentio, um
ser sem respeito pela Torah, sem reverência para com os profetas e
sem apreço pela cidade santa. Isso tudo contribuiu para que a
esmagadora maioria dos judeus se recusasse sequer a considerar a
hipótese do Messias se Jesus em cujo nome eram eles perseguidos,
explorados, ultrajados, torturados e mortos. 26
O fato de que cristãos perseguissem a judeus em nome de Jesus, e os forçassem a abraçar uma fé imposta sob
a ameaça da espada ou fogueira, longe de aproximar os judeus de Yeshua contribuiu para que essa pessoa
chamada de Jesus em nome da qual era torturados e mortos fosse vista como um impostor, e não como um
Messias verdadeiro e defensor dos judeus. Como poderia ser o Messias se seus seguidores não eram judeus e se
em seu nome a terra santa era oprimida nas cruzadas em vez de libertada?
26
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Claro que não se pode transformar os judeus nas eternas
ovelhas sendo levadas mudas ao matadouro. Houve momentos
cruciais, em que os judeus, ainda nãoi resignados com sua sorte se
lançaram contra os gentios que os acolheram com fúria selvagem. 27
Esses ataques fizeram com que a comunidade primeiro gentílica e
completamente pagã e mais tarde cristã perpetuasse as histórias
desses ataques e o conceito do judeu como inimigo. Naturalmente,
fosse a política de Roma respeitosa para com o povo que lhe deu
Yeshua e para com a palavra do próprio Yeshua, essas más
lembranças teriam sido sufocadas. 28
No entanto, essa separação entre judeus e cristãos também foi
parte da providência, para que o mundo conhecesse a graça através
de Efraim e Lei através de Judáh. Fundidos os dois povos ou teria
prevalecido a proclamação da Torah ou da graça como ocorreu de
fato com cada um deles. Assim, preservou-se Yeshua e Moshe. Este
é o grande mistério da redenção de Israel e dos gentios. Por meio
de seu endurecimento, Israel fora banido em grande parte da boa
terra, antes mesmo da vinda de Maschiach, e depois excluído dos
favores de ter a presença física do Templo. Assim, se transformaram
num grande templo espiritual entre os gentios para que no tempo
da restauração de todas as coisas pudessem ser a sua referência.
27
As causas do distanciamento, da perseguição e mesmo do ódio ancestral de certos setores do império
romano contra os judeus não são apenas de natureza política ou de causa espiritual como ingenuamente
afirma o judaísmo messiânico e como nos quer fazer crer a comunidade judaica tradicional. Como
veremos em nosso livro da mesma série titulado O Judaísmo houve momentos em que os judeus
esqueceram-se da hospitalidade dos povos que os acolheram por séculos e se levantaram em cruel fúria
contra eles. Nos primeiros dois séculos duas revoltas judaicas lideradas por fanáticos judeus no Egito e
na Grécia resultaram no massacre de pelo menos 250 mil gentios. Estas revoltas, conquanto fossem de
uma minoria, lamentavelmente lançaram a semente da desconfiança em relação a todos os judeus.
Quando essas cessaram, sufocadas a ferro e fogo pelo exército romano, e finalmente todos os judeus se
conformaram com seu cruel destino e se submeteram ao domínio gentílico as raízes de amargura
medravam já por toda a parte. Dali para frente, numa atitude injustificada toda a comunidade judaica
passou a ser considerada como um povo cruel e desumano. A crença em Yeshua deveria ter levado à
cura dessas dolorosas feridas por parte dos não judeus, mas infelizmente foi usada por antissemitas
oportunistas para lançar ódio contra os irmãos de Yeshua acusando-os injustamente de deicídio. Isso foi
lamentável e injustificável desde o ponto de vista moral.
28
Crentes em Yeshua não poderiam jamais se comportar como fanáticos. Se alguém ensinou a não usar
de violência esse foi Yeshua. Um perseguidor, por mais que se abrigue debaixo do nome de “cristão” se é
que esse nome é correto, já que cristo fazia referência inicialmente aos sacerdotes pagãos, na verdade
nunca creu em Yeshua e jamais foi tocado por seu amor e por seu espírito.
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63
Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Esse endurecimento de parte de Israel e de parte de Judá nem
foi total e nem permanente. Isso é não atingiu as duas casas na sua
completude e nem foi irremissível de sorte que ainda hoje se espera
a recuperação total tanto do Israel judaico como do Israel efraimita
espalhado entre as nações. Isso deveria ser claro para todos os
gentios, quando a plenitude dos gentios chegue, toda a nação
israelita será salva.
“Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério (para
que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em
parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado; e
assim todo o Israel será salvo, como está escrito: Virá de Sião o
Libertador, e desviará de Jacó as impiedades.” Romanos 9:25:26.
Sim, o Eterno endureceu a Israel, para que pelo seu
endurecimento a ira viesse sobre eles na forma de um longo exílio
que os levasse em grande parte a esquecer sua terra, seus pactos e
seus mandamentos o que aconteceu sobretudo com Efraim, para
que dessa maneira os gentios pudessem ser abençoados. Recorde
que Shaul fala da entrada da plenitude dos gentios, do Melo há
Goim profetizado por Yakov para os descendentes de Efraim. A
plenitude dos gentios não é outra coisa senão a multiplicação da
semente de Israel entre os gentios graças justamente aos ramos
quebrados do Israel natural transportados para o meio dos gentios
principalmente através do cativeiro assírio como demonstramos em
detalhes no nosso artigo Multiplique-se Como Peixes no Meio da
Terra da série Em Busca das Tribos Perdidas de Israel. Esses
ramos arrancados ou quebrados do israelismo ou judaísmo foram
enxertados nos gentios. Dessa forma, através do casamento tanto
das mulheres como dos homens de Israel surgiu uma nova estirpe
de israelitas de todas as cores, de todas as raças e de todas as etnias
da terra. Estes filhos e filhas híbridos dos sem promessa com os
filhos da promessa feita aos patriarcas e matriarcas naturalmente
inseridos no escopo da raça eleita serão supernaturalmente
restaurados à sua origem. É isso que explica a grande busca pelas
raízes israelitas entre tatos povos como estamos tratando na série
supra citada: Em Busca das Tribos Perdidas de Israel.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Olhar da Igreja Sobre Israel – Visão Desfocada
Lamentavelmente
a
visão que a maior parte da
Igreja lança hoje sobre Israel
através
da
Bíblia
se
caracteriza pela ingenuidade
de uma criança que tem um
potente binóculo em suas
mãos, mas não sabe regular
suas lentes para obter uma
visão
perfeita
de
seu
objetivo. O resultado disso é
que em vez de uma imagem
perfeita sobre os propósitos
gloriosos de Adonay em
relação a seu povo eleito se
tem uma imagem desfocada
da realidade e que privilegia
todos os males que se fala
contra a nação eleita em
detrimento de todos os bens
que são proferidos em seu
favor. Quando se encontra
uma profecia que fala de um
desastre, da ira de Adonay
prestes a se desatar sobre
Israel o texto é aplicado ao
Israel natural, da carne, aos
descendentes biológicos de
Avraham, Ytzchak e Yakov,
jamais à igreja cristã.
A visão que a maior parte da
Igreja lança hoje sobre Israel
através da Bíblia se
caracteriza pela ingenuidade
de uma criança que tem um
potente binóculo em suas
mãos, mas não sabe regular
suas lentes para obter uma
visão perfeita de seu
objetivo.
Menina com binóculos por Julie Gentry,
Public Domain Pictures.net
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65
Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Por outro lado, quando a profecia aponta a restauração de
Israel, o retorno de Yerushalaim ao favor de Adonay e dos filhos de
Israel à sua terra, a linha comum de interpretação é: “Já que Adonay
está irado com o Israel da carne essa profecia tem de se aplicar ao
Israel espiritual composto por judeus e gentios, mas muito mais por
gentios do que por judeus.” Isso pode ser visto tomando-se
praticamente qualquer livro, capítulo ou verso da Bíblia, quase
invariavelmente as ameaças são para o Velho Israel, o Israel da
Carne e as promessas são para o Novo Israel, o Israel do Espírito.
Tome-se, por exemplo, o livro do profeta Hoshea (Oséias) capítulo 2.
A quem se aplicaria essa declaração: Contendei com vossa
mãe, contendei, porque ela não é minha mulher, e eu não sou seu
marido,” (Hoshea/Os 2:1) senão ao Israel da carne? Contudo
prossigamos a nossa leitura e vamos nos deparar com outra
afirmação diametralmente oposta. Aquela Israel com a qual Adonay
manda seus filhos contenderem alegando que ela não é mais a sua
esposa, aquela que fora exortada a desviar “as suas prostituições da
sua vista e os seus adultérios de entre os seus seios,” (Hoshea/Os
2:2) é a mesma a quem o Eterno declara que a levará ao deserto,
falará ao coração, a fará cantar como nos dias de sua mocidade, e
como resultado arrancará dela a declaração: “Tus és meu marido”
como bem se lê aqui.
“Portanto, eis que eu a atrairei, e a levarei para o deserto, e
lhe falarei ao coração. E lhe darei as suas vinhas dali, e o vale de
Acor, por porta de esperança; e ali cantará, como nos dias de sua
mocidade, e como no dia em que subiu da terra do Egito. E naquele
dia, diz Yah, tu me chamarás: Meu marido; e não mais me
chamarás: Meu senhor.” Hoshea/Os 2:14-16
No entanto, a maioria dos crentes, não consegue ver aqui o
mesmo Israel que foi despedido pelo Eterno para que não mais
fosse seu até que afastasse os adultérios e prostituições espirituais
de sua vida para depois retornar. Para eles nesse caso, a promessa
diz respeito a um moderno Israel, chamado de Igreja, que lhe teria
substituído.
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66
Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Como se chegou a essa
conclusão? A resposta é
simples, os crentes perderam
o sentido de Elohim como
Aba.
De modo quase
universal
os
cristãos
conseguem conciliar um
Elohim justo que não pode
passar o pecado por alto
com
um
Elohim
misericordioso e capaz de
perdoar o pecador.
Conseguem
ver
a
justiça e a misericórdia se
beijando maravilhosamente
no Calvário, enquanto a sua
ira cai sobre Yeshua, o
substituto e portador de
pecados,
mas
não
conseguem ver esse mesmo
princípio aplicado a Israel.
Simplesmente não podem se
aperceber
que
Yeshua,
apesar de morto por forças à
serviço do Império Romano
sob acusação de “lesa
majestade” a pedido de parte
da comunidade judaica ainda
assim foi ressuscitado para
“dar a Israel arrependimento
e remissão de pecado,” (Atos
5:31) e que se Israel não for
levado ao arrependimento e
à salvação todas as profecias
sucumbem e com elas o
próprio Elohim.
Uma Hermenêutica
Contraditória!
Quando Adonay fala iradamente
contra Yerushalaim para a
destruir, para a desarraigar e para
a despovoar, o texto é aplicado
diretamente à capital de Israel e
os pregadores exclamam: ”Vejam
o que aconteceu com a cidade
rebelde.” Por outro lado, quando
Adonay fala benignamente a
favor dela para a reconstruir,
arraigar e povoar, os mesmos
pregadores dizem: “Vejam que
promessa maravilhosa é feita à
amada igreja.”
The Siege and Destruction of Jerusalem by the Romans,
1850,David Roberts (1796–1864), Wikimedia Commons
Dominio Publico,
Igreja na costa por Petr Kratochvil, Public Domain
Pictures.,
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67
Dois Ungidos Abençoa m a Terra
A doutrina da Igreja moderna é: Israel foi substituído pela igreja.
Cada desgraça proferida contra ele no passado, ou se cumpriu ou se
cumprirá no tempo presente, e cada promessa feita a ele, se há de
cumprir sim, mas não no Israel da carne e sim no Israel Espiritual. Isso
explica por que todas as ameaças contra Israel são potencializadas e
tomadas literalmente enquanto todas as promessas são minimizadas e
tomadas alegoricamente como se não se referissem a Israel. Logo,
quando Adonay fala iradamente contra Yerushalaim para a destruir, para
a desarraigar e para a despovoar, o texto é aplicado diretamente à capital
de Israel e os pregadores exclamam:
”Vejam o que aconteceu com a cidade rebelde.” Por outro
lado, quando Adonay fala benignamente a favor dela para a
reconstruir, arraigar e povoar, os mesmos pregadores dizem: “Vejam
que promessa maravilhosa é feita à amada igreja.” Tudo isso
expressa de maneira lamentável o quanto os crentes perderam a
noção de identidade. Os males são para Israel, os bens são para a
Igreja.
No entanto, bastaria que cada crente se colocasse no lugar de
um pai tão capaz de punir severamente a seu filho que lhe
desobedece como de amá-lo e perdoá-lo incondicionalmente e o
paradoxo estaria resolvido. Bastaria ouvir o que o próprio Adonai
tem a dizer.
“Naquele tempo, diz Yah, serei o Elohim de todas as famílias
de Israel, e elas serão o meu povo. Porque haverá um dia em que
gritarão os vigias sobre o monte de Efraim: Levantai-vos, e subamos
a Tzion, a Yah nosso Elohim. Porque assim diz Yah: Cantai sobre
Yakov com alegria, e exultai por causa do chefe das nações;
proclamai, cantai louvores, e dizei: Salva, Yah, ao teu povo, o
restante de Israel. Eis que os trarei da terra do norte, e os
congregarei das extremidades da terra; entre os quais haverá cegos
e aleijados, grávidas e as de parto juntamente; em grande
congregação voltarão para aqui. Virão com choro, e com súplicas
os levarei; guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho direito, no
qual não tropeçarão, porque sou um pai para Israel, e Efraim é o
meu primogênito.” Yirmiahú/Jr 31:1, 6-9
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68
Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Ai está uma promessa feita à rebelde Israel. Trata-se de uma
promessa incondicional por meio da qual é assegurado que um dia
os vigias de Efraim despertariam e gritariam subamos a Tzion, um
dia em que se clamaria pela salvação do resto de Israel, um dia em
que Adonay os tomaria da distância de sua diáspora e os levaria de
volta para sua terra. A razão? Ele é um pai para Israel e Efraim o seu
primogênito.
Evidentemente que a visão desfocada da igreja sobre Israel
parte da incompreensão do fato de que a nação não foi escolhida
por suas virtudes, mas pela graça, não foi escolhida pelas suas
promessas, mas pelo juramento que Adonay havia feito aos
patriarcas. e a sua fidelidade e disposição de guardar sua aliança a
fim de que as nações saibam o que realmente é amar.
“Não vos teve Yah afeição, nem vos escolheu porque fôsseis
mais numerosos do que qualquer povo, pois éreis o menor de
todos os povos, mas porque Yah vos amava e, para guardar o
juramento que fizera a vossos pais, Yah vos tirou com mão
poderosa e vos resgatou da casa da servidão, do poder de Faraó,
rei do Egito. Saberás, pois, que Yah, teu Elohim, é Elohim, o ELohim
fiel, que guarda a aliança e a misericórdia até mil gerações aos que
o amam e cumprem os seus mandamentos.” Devarim/Dt 7:7-9.
Ora, a Igreja de Roma se deixou dominar tão completamente
pelo espírito antissemita que vendeu à cristandade o conceito
equivocado de que Israel foi rejeitado por sua dureza e impenitência
e por isso substituído por ela. Nada poderia ser mais errado do que
isso, primeiro por que Roma não obteve jamais qualquer mérito
sobre Israel no que tange às obras, ao amor para com os
semelhantes ou à pureza de seu sacerdócio. Basta olhar para seus
altares ainda hoje contaminados pelos ídolos das nações, para os
impiedosos crimes de sangue cometidos durante o negro período
da inquisição ou para os rumorosos escândalos provocados pelos
crimes sexuais contra milhares de crianças por parte de centenas de
sacerdotes. Isso tudo prova que no quesito méritos Roma pode se
igualar a Israel nas suas maiores apostasias, mas nunca superá-lo.
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69
Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Infelizmente, ainda hoje, considerável parte da igreja
protestante continua a dar eco ao pensamento de Roma
apregoando que Israel foi rejeitado pela sua dura cerviz. Isso não faz
nenhum sentido, pois Israel foi escolhido apesar de sua dura cerviz.
Isso Moshe lhes anunciou no mesmo dia em que Israel iria iniciar a
campanha de libertação da terra prometida aos patriarcas e que
havia caído em mãos dos pagãos.
“Ouve, ó Israel: hoje tu vais passar o Jordão para entrares
para desapossares nações maiores e mais fortes do que tu, cidades
grandes e muradas até o céu; um povo grande e alto, filhos dos
anaquins, que tu conhecestes, e dos quais tens ouvido dizer: Quem
poderá resistir aos filhos de Anaque? Sabe, pois, hoje que Yah teu
ELohim é o que passa adiante de ti como um fogo consumidor; ele
os destruirá, e os subjugará diante de ti; e tu os lançarás fora, e
cedo os desfarás, como Yah te prometeu. Depois que Yah teu
ELohim os tiver lançado fora de diante de ti, não digas no teu
coração: por causa da minha justiça é que o Senhor me introduziu
nesta terra para a possuir. Porque pela iniqüidade destas nações é
que Yah as lança fora de diante de ti. Não é por causa da tua
justiça, nem pela retidão do teu coração que entras a possuir a sua
terra, mas pela iniqüidade destas nações Yah teu Elohim as lança
fora de diante de ti, e para confirmar a palavra que Yah teu Elohim
jurou a teus pais, Avraham, Ytzchak e Yakov.” Devarim/Dt 9:1-5.
Israel foi ensinado pela Palavra que o motivo deles entrarem
para tomarem posse da terra que pela eleição de Adonay tornou-se
a terra da justiça e da santidade não era a bondade deles, mas a
maldade dos povos que a possuíam. Moshe os fez lembrar que eles
estavam tomando a terra, não por serem justos, pois eram duros e
rebeldes provocadores da ira de Adonay desde quando saíram do
Egito até aquela data.
”Sabe, pois, que não é por causa da tua justiça que Yah teu
Elohim te dá esta boa terra para a possuíres, pois tu és povo de
dura cerviz”. Lembra-te, e não te esqueças, de como provocaste à
ira Yah teu Elohim no deserto; desde o dia em que saístes da terra
do Egito, até que chegaste a este lugar, foste rebelde contra Yah.
Devarim/Dt 9:6-7.
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70
Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Portanto nada poderia ser mais errado do que supor que um
povo que não foi escolhido por seus méritos ou por sua justiça
tenha sido rejeitado por seus deméritos, isso é por causa dos seus
pecados. Na sua intercessão diante de Yah como sabemos Moshe
não pode contar com nada mais que a misericórdia resultante da
escolha deles como filhos dos patriarcas. Seu apelo final foi que eles
eram seu povo e sua herança, os filhos dos patriarcas que o serviram
e por isso, somente por isso, deveriam sobreviver à ira e serem
amados e perdoados.
“Tendes sido rebeldes contra Yah desde o dia em que vos
conheci. Assim me prostrei perante o Senhor; quarenta dias e
quarenta noites estive prostrado, porquanto Yah ameaçara destruirvos. Orei a Yah, dizendo: Yah Adonay, não destruas o teu povo, a
tua herança, que resgataste com a tua grandeza, que tiraste do
Egito com mão forte. Lembra-te dos teus servos, Avraham, Ytzchak
e Yakov; não atentes para a dureza deste povo, nem para a sua
iniqüidade, nem para o seu pecado; para que o povo da terra de
onde nos tiraste não diga: Porquanto Yah não pôde introduzi-los
na terra que lhes prometera, passou a odiá-los, e os tirou para os
matar no deserto. Todavia são eles o teu povo, a sua herança, que
tiraste com a sua grande força e com o teu braço estendido.”
Devarim/Dt 9:6-7.
Chega a ser uma ofensa à graça que se revelou ainda mais
abundantemente através de Yeshua do que através de Moshe
Rabeinu, supor que hoje “no tempo da graça”, o Messias manifeste
menos compaixão por Israel do que aquela que Moshe manifestou
ao interceder durante quarenta dias para que Israel não fosse
destruído por sua rebelião. Tudo o que sabemos é que Yeshua não
foi enviado para socorrer a anjos, mas para socorrer a semente de
Avraham.
“Porque, indubitavelmente, ele não socorre a anjos, mas
socorre à descendência de Avraham. Razão porquê convinha que
em tudo fosse feito semelhante aos irmãos, para tornar-se ArquiSacerdote misericordioso e fiel nas questões relacionadas a Deus,
para fazer propiciação pelos pecados do povo.” Ivrim/Hb 2:16
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Ora,
deveria
ser
suficientemente claro que
se a nação israelita não foi
escolhida por sua bondade
também não pode ter sido
ou vir a ser rejeitada por
causa de sua maldade.
Verdade é que os
pecados de Israel, e
principalmente os da casa
de Efraim foram tão
numerosos que Elohim não
os julgou mais com direito
à sua terra até ao dia de
hoje, ainda que por conta
desse “bendito castigo” a
semente
de
Avraham
chegou as nações para que
os galhos da boa oliveira
fossem
enxertados
no
zambujeiro bravo.
A Natureza: Testemunha do
Pacto de Elohim com os
descendentes de Israel!
As ondas agitadas do oceano que
fazem bramir a sua voz lembram
que a linhagem de Israel não pode e
não será rejeitada nem por todo o
mal que já fez ou virá a fazer.
Quebra da onda por Andrew Schmidt,
Public Domain Pictures.net
Ainda assim, mesmo quando Adonay ergue sua voz para
destruir Israel a sua misericórdia sempre sufoca essa voz e o faz
expressar seu amor e garantir que eles saíram de Israel por um
caminho e voltarão por muitos outros. O coração de amor cala a voz
do Eterno e faz com que seus juízos contra Israel incluam tudo,
menos a rejeição à sua linhagem.
“Não é Efraim para mim um filho precioso, criança das
minhas delícias? Porque depois que falo contra ele, ainda me
lembro dele solicitamente; por isso se comovem por ele as minhas
entranhas; deveras me compadecerei dele, diz Yah. Levanta para ti
sinais, faze para ti altos marcos, aplica o teu coração à vereda, ao
caminho por onde andaste; volta, pois, ó virgem de Israel, regressa
a estas tuas cidades.” Yirmiahu 31:20-21.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Os pecados de Israel, a violação da aliança, a transgressão
deliberada e aberta da Torah, a rejeição dos profetas, a resistência a
Yeshua e todos os demais pecados que se possam juntar contra
Israel ainda são em si mesmos insuficientes para anular o pacto de
Adonay com seu povo. Eu me dirijo agora a tos os meus irmãos
adventistas, que reiteradamente apontam para o céu e logo para a
terra como provas e testemunhas de que a Torah ainda vigora, já
que Yeshua disse: “Até que o céu e a terra passem nem um, yud ou
traço se omitirá da Torah sem que tudo se cumpra.” Matytyahu/Mt
5:19. Me dirijo a eles para recordar que o sol e a terra não são
apenas testemunhas da vigência da Torah, mas também do pacto
eterno e incondicional entre Adonay e seu povo Israel. Me dirijo
enfim a todos os crentes que olham o céu de uma noite de lua cheia
pontilhado de estrelas, para brilho do sol do amanhecer e para as
ondas agitadas do oceano que fazem bramir a sua voz lembram que
a linhagem de Israel não pode e não será rejeitada nem por todo o
mal que já fez ou virá a fazer.
“Assim diz Yah, que dá o sol para luz do dia, e a ordem
estabelecida da lua e das estrelas para luz da noite, que agita o
mar, de modo que bramem as suas ondas; Yah Tsabaot é o seu
nome: Se esta ordem estabelecida falhar diante de mim, diz Yah,
deixará também a linhagem de Israel de ser uma nação diante de
mim para sempre. Assim diz Yah: Se puderem ser medidos os céus
lá em cima, e sondados os fundamentos da terra cá em baixo,
também eu rejeitarei toda a linhagem de Israel, por tudo quanto
eles têm feito, diz Yah.” Yirmiahú 31:35-37.
Não entendendo, porém que Aba Yah (Pai Eterno) tanto
levanta sua vara para castigar Israel como abaixa sua mão para o
abraçar, via de regra a igreja aplica essas promessas a si própria
caindo numa contradição enorme pois ela é aplicável apenas e tão
somente aos filhos dos que foram dispersos, aos peregrinos da
dispersão, aos Bnei Israel e Bnei Anusim, os filhos extraviados da
Casa de Efraim e da Casa de Judá. A Igreja Cristã tradicional, um
universo que vai do Luteranismo ao adventismo, sendo adepta da
teologia da substituição não vê problemas em aplicar as ameaças ao
Israel da carne e as promessas ao “Israel do Espírito.”
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
“Quanto as boas novas, eles na
verdade, são inimigos por causa de
vós; mas, quanto à eleição, amados
por causa dos pais, porque os dons e
a vocação de Elohim são
irrevogáveis” Romanos 11:28-29.
[De Rouwdagen] De treurdagen, Michele Ahin, 1884,
Wikimedia, Domínio Público.
Isso se dá por que
muitos crentes se sentem
o Israel moderno não por
terem sido inseridos em
Israel por abraçar a sua fé,
mas por que substituíram
a Israel. Um erro do qual
a duras penas se salvam
algumas das grandes
igrejas evangélicas como
as Assembleias de Deus,
que aceitam a teologia
da
substituição
com
reservas. Israel estaria
temporariamente fora do
propósito,
mas
não
permanentemente.
Além, disso cabe aos irmãos assembleianos que bastante
fizeram para que o retorno dos judeus à Israel seja visto como
cumprimento de parte das profecias que falam desse regresso o
mérito de entenderem que mesmo sem ter aceitado a Yeshua os
judeus podem ser salvos. Isso os tem levado junto a outros
ministérios cristãos, principalmente pentecostais a orar por Israel
quando sentem que o país está em perigo. Um mérito nada
desprezível posto que está escrito que serão abençoados os que
abençoarem a semente de Avraham. Por outro lado crer que um
judeu possa ser salvo sem crer em Yeshua cocorda plenamente com
o que Shaul diz: “Quanto às boas novas, eles na verdade, são
inimigos por causa de vós; mas, quanto à eleição, amados por causa
dos pais, porque os dons e a vocação de Elohim são
irrevogáveis” Romanos 11:28-29. Já tenho ouvido que uma coisa é
Elohim amar Israel e outra coisa é salvar. De acordo com essa visão,
Adonay ama os judeus inimigos do evangelho, mas mesmo
amando-os os mandará para o inferno. Shaul sequer pensou
semelhante astúcia, pois antes de dizer que são amados por causa
dos pais disse: “E assim todo o Israel será salvo, como está escrito.”
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
A Contraditória Teologia da Substituição
Definindo a Teologia da
Substituição.
A teologia da substituição consiste
na crença de que desde a morte de
Yeshua como ensina a Igreja
Católica, ou desde o apedrejamento
de Estevão como ensina a Igreja
Adventista, Adonay substituiu o
“Israel da carne” pela Igreja, o
“Israel do Espírito”.
A Igreja Ortodoxa por Larisa Larisa
http://www.publicdomainpictures.net/
A teologia da
substituição consiste na
crença de que desde a
morte de Yeshua como
ensina a Igreja Católica,
ou desde a morte de
Estevão como ensina a
Igreja Adventista, Yah
substituiu o “Israel da
carne” pela Igreja, o
“Israel do Espírito”.
Este novo Israel
toma o lugar do antigo
Israel, vive sob um novo
pacto, cujas obrigações
da parte de Elohim é
salvá-lo e da parte dele
viver apenas as leis do
espírito contidas no
novo
pacto
cujas
obrigações variam de
grupo para grupo.
Bem, essa doutrina domina o cenário religioso católico, copta,
ortodoxo, reformado e protestante. A questão maior surge quando
se tem de definir quais são as características desse Israel moderno
formado por uma igreja que não se sente descendente de Israel,
mas não se sente um não Israel.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Normalmente os adeptos da teologia da substituição, cuja
grande mãe é a Igreja de Roma acreditam que as promessas feitas
ao Israel natural foram todas cancelas e direcionadas para o “Israel
do Espírito.” Para todos os adeptos dessa doutrina estamos vivendo
uma nova aliança, não baseada na letra da lei, mas na renovação do
espírito. Evidentemente todos ignoram que as Escrituras afirmam
que a Nova Aliança será feita com a Casa de Israel e com a Casa de
Judá e que os termos dessa nova aliança incluem a mudança do
coração de todo o povo de Israel e o escrever dela em suas mentes
para que estes obedeçam à Torah.
“Eis que dias vêm, diz Yah, em que farei uma aliança nova
com a casa de Israel e com a casa de Yehudáh. Não conforme a
aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão,
para os tirar da terra do Egito; porque eles invalidaram a minha
aliança apesar de eu os haver desposado, diz Yah.Mas esta é a
aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz Yah:
Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu
serei o seu Elohim e eles serão o meu povo. Yirmiahú/Jr 31:31-33
Portanto, deveria ser claro que a promessa da nova aliança
poderá até incluir gentios convertidos ao judaísmo, já que a Torah
não estabelece diferença alguma entre o natural da terra e o guer
(prosélito) a partir do momento em que se converte e se submete à
Torah, mas ela não diz respeito aos gentios, por mais piedosos que
sejam. Além do mais, a salvação nem de Israel e nem dos gentios
jamais dependeu dessa aliança. Apesar disso, a maioria dos crentes
está convencida de que vivem na nova aliança, isso apesar de cada
grupo cristão ter a sua lista de “mandamentos renovados”. 29
Um irmão católico da nova aliança não se importa de beijar os ídolos e se prostrar diante deles no que discordam
todos os irmãos evangélicos. Um irmão luterano da nova aliança não liga se está comendo o porco ou o próprio
sangue do porco, isso para escândalo dos novos protestantes, especialmente os pentecostais. Um irmão metodista
da nova aliança santifica o domingo para o senhor enquanto um irmão batista do sétimo dia da nova aliança acha
que só se pode santificar o shabat. Um irmão pentecostal Deus é Amor da nova aliança acredita firmemente que
raspar bigode é mandamento, um irmão assembleiano da nova aliança acha que isso não tem nada a ver. Um irmão
testemunha de Jeová da nova aliança acredita que a trindade é uma doutrina pagã e que o espírito santo é uma
força, um irmão presbiteriano da nova aliança acha que eles estão em trevas e apostasia. Uma irmã da
congregação cristã no Brasil da nova aliança acha que sua oração sem véu desrespeita ao Senhor, uma irmã
mórmon da Nova aliança acha que isso é desnecessário. Um irmão episcopal da nova aliança acha que se pode
comer de tudo, um irmão adventista da nova aliança acha que só pode comer carnes limpas. Um irmão do judaísmo
messiânico da nova aliança acredita que tem de guardar o shabat e as festas enquanto outros crentes acham que
isso é coisa do passado. Um irmão adventista da promessa da nova aliança acha que pode comer carnes limpas e
29
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
A enorme diferença em relação aos mandamentos que cada
um deseja cumprir prova ou que Adonay só fez a nova aliança com
um destes grupos ou o que é mais lógico que não fez com nenhum
deles, o que é mais lógico. Nesse caso estaríamos todos esperando
o momento em que pensaremos, falaremos e faremos as novas
coisas junto com a Casa de Israel e com a Casa de Judá que são os
verdadeiros destinatários da profecia e os contratantes legítimos do
novo pacto com Adonay.
Afinal então quais são os sinais distintivos desse moderno
Israel vivendo na moderna aliança? É muito importante que os
crentes, especialmente os líderes pensem nas implicações dessa
pergunta por que nesse momento os próprios adeptos da teologia
da substituição entram em controvérsia, mesmo sobre questões tão
essenciais como os rituais e símbolos da própria conversão ao
Messias e a forma de o servir.
As igrejas reformadas (Anglicanos, luteranos, presbiterianos),
acreditam que não só Israel foi substituído pela igreja, a circuncisão
foi substituída pelo batismo e o pessach foi substituído pela ceia,
mas também o shabat foi substituído pelo domingo. Um exemplo
disso pode ser visto no Pequeno Catecismo Kalleyano da Igreja
Puritana Reformada no seu Comentário Sobre o Quarto
Mandamento.
“O Domingo é o Dia do Senhor, o Sabbath Cristão,
honrado pelos Apóstolos e por nosso Senhor e, como tal, o
Domingo é o dia de descanso da alma do Cristão, um dia
separado para dedicação especial ao Senhor, o substituto mais
perfeito do Sábado Judaico e o herdeiro justo da ordenança do
Quarto Mandamento.”30
tem de procurar falar línguas, um irmão adventista reformista da nova aliança acha que os tempos se renovaram e
que não deve comer carne e nem precisa falar línguas. Um irmão da Igreja de Deus Iternacional da Nova aliança diz
que o dizimo foi abolido com todo o resto da lei enquanto a maioria das igrejas cristãs diz que o dízimo faz parte da
nova aliança.
Fonte: Blog da Igreja Puritana Reformada, Jardim Clonal. Página Visitada em 15 de Fevereiro de 2012.
http://www.igrejakalleyana.org/
30
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77
Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Esta é uma visão da qual as testemunhas de Jeová discordam
parcialmente, pois para eles o shabat simplesmente cessou, não
sendo substituído por nada mais que o próprio Yeshua. Os grupos
sabatistas diferem completamente já que acreditam que o shabat é
uma aliança eterna dada a Israel e que, portanto deve estar presente
no “Israel Espiritual”, tanto como esteve no “Israel Carnal”. Para os
sabatistas, o shabat é um símbolo da redenção, da salvação trazida
por Yeshua.
Obviamente os sabatistas discordam que outros estatutos e
alianças eternas dadas a Israel permaneçam inalteradas. Eles
concordam com os reformados que a circuncisão é eterna, mas foi
substituída pelo batismo. Isso gera mais uma crise de identidade e
mesmo de coerência. Se a circuncisão era ministrada ao oitavo dia
por que os sabatistas como as igrejas de rito batista em geral
imitariam os judeus batizando apenas os adultos? Alem do mais, se
a circuncisão era apenas masculina, e o batismo a substitui por que
ele teria de ser ministrado em homens e mulheres? Hoje a igreja
cristã ignora sistematicamente o fato de que cada filho de Israel
estava amarrado a seu povo de forma permanente por 613
mandamentos. Estes, apesar de parecerem muitos são muito menos
que as leis que regem qualquer país hoje. O Brasil com mais de 60
mil leis tem pelo menos cem leis para cada um dos 613
mandamentos da Torah. 31
31
Em princípio, quando o cristão houve dizer que os israelitas tinham de cumprir 613 mandamentos e que todos eles estão de
pé isso tende a causar um impacto tão negativo como descarregar uma pá carregadeira de 613 quilos de cascalho numa carroça.
No entanto é preciso que se diga que estes 613 mandamentos nem era todos de uma mesma natureza e nem eram impostos a
todas as pessoas de Israel. Destes 613 mandamentos 39% (241 mitzvot) eram ordenanças ou mandamentos positivos e 61%
(365 mitzvot) eram proibições ou mandamentos negativos. È importante ressaltar que 36 dos 613 mandamentos diziam respeito
somente aos levitas sacerdotes e sumo sacerdotes como a ordenança de criar cidades para os levitas, do sacerdote comer carne
no santuário, a proibição de casar com uma mulher que não fosse virgem ou viúva do sacerdote ou de tocar em mortos que era
válida somente para o sacerdote. Havia além disso 3 mandamentos proibitivos exclusivos para o rei que não podiam ter muitas
mulheres, cavalos e escolta pessoal. Havia 27 mandamentos ligados a proibições sexuais como o homossexualismo, a
bestialidade ou a proibição do incesto, mesmo quando o parentesco era apenas legal e não biológico. Assim, um homem não
podia se casar com a filha da esposa viúva ou divorciada, ou o sogro com sua nora, mesmo viúva ou divorciada. Dezenas de
outros mandamentos diziam respeito ao direito conjugal, à posse de escravos, à venda de propriedades, à herança de
propriedades, à indenização roubos, por perdas e danos mesmo causados por um animal, ao perdão das dívidas, à posse de
penhor de um pobre. Com relação à alimentação havia cinco mandamentos positivos, como permitir ao empregado comer das
colheitas ou ingerir pão sem fermento durante o pessach e 61 mandamentos negativos como a proibição de comer sangue de
qualquer animal ou carne de porco, coelho, urubu ou pintado em qualquer época ou de comer pão fermentado durante os 7 dias
da festa do pão sem fermento. Seis mandamentos só podiam ser cumpridos em Yerushalaim como por exemplo comer as
primícias e dezenas deles só podiam ser cumpridos em Ertez Yisrael como a execução de criminosos, a transferência de
propriedades. Para uma lista completa dos 613 mandamentos recorra à Wikipedia Enciclopédia Livre em 613 Mandamentos.
http://pt.wikipedia.org/wiki/613_mandamentos
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78
Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Além disso, muitas destas leis aplicavam-se apenas à terra de
Israel ou aos sacerdotes. Bem, assim era Israel, um povo repleto de
leis sábias e justas dadas por Adonay e cheio de compromissos, não
só com o Eterno, mas com o próximo. Por exemplo, um homem não
podia entrar no campo de outro e lhe roubar uma ovelha para
comer com seus amigos sem mais tarde ter de indenizá-lo com
outras quatro ovelhas. A Torah ensinava que o pecado era
perdoado, mas o transgressor tinha de fazer reparação do dano. A
Torah também ensinava ao homem como prestar serviço exclusivo
ao Criador, adorando-o da maneira requerida por ele, nos dias por
ele determinados, e não do seu próprio jeito e no dia que bem
quisesse.
Assim era Israel. Ele era ensinado que para ser abençoado
precisava obedecer a Palavra de Adonay. Isso os crentes também
entendem e o tema é muito pregado na atualidade.
Paradoxalmente, porém a igreja hoje se sente gentílica, mas quer as
bênçãos prometidas a Israel. Isso cria um dilema. As bênçãos estão
prometidas na Torah que Igreja acredita firmemente que foi abolida
e que não está mais em vigor. Isso cria uma contradição, pois a
Torah contém uma benção para cada um de seus mandamentos.
“E será que, se ouvires a voz de Yah teu Elohim, tendo
cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu hoje te
ordeno, Yah teu Elohim te exaltará sobre todas as nações da terra. E
todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, quando ouvires a
voz de Yah teu Elohim; Bendito serás na cidade, e bendito serás no
campo. Bendito o fruto do teu ventre, e o fruto da tua terra, e o
fruto dos teus animais; e as crias das tuas vacas e das tuas ovelhas.
Bendito o teu cesto e a tua amassadeira. Bendito serás ao entrares,
e bendito serás ao saíres.” Devarim 28:1-5.
No entanto, a Igreja ideou um meio para que a Torah tenha
sido abolida apenas em suas ordenanças, não em suas bênçãos.
Evidentemente que na atualidade os pastores e líderes na sua
maioria ignoram que essa não é uma ideologia deles, é uma herança
da igreja de Roma, uma herança que só agora, no tempo da
restauração começa a ser investigada.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
É preciso entender a
dinâmica de Roma e suas
dificuldades. Ela desejava ser
vista como o povo eleito,
mas os romanos eram um
povo sem profetas e sem
profecia, um povo do qual
Yeshua não escolheu nem
um dos doze apóstolos e um
povo promessas. Cada vez
que
alguma
promessa
aparecia nas escrituras ela se
referia a Israel. Roma não
tinha saída, desejava tomar
carona na crescente força do
judaísmo messiânico e na
mensagem
dos
profetas
judeus que não lhe diziam
respeito. Para isso, ela
precisava afirmar que todas
as palavras dos profetas se
cumpriram em Yeshua e que
as que se referiam a Israel se
cumpriam metaforicamente
através dela.
Yeshua disse: “Não cuideis que
vim destruir a lei ou os
profetas: não vim ab-rogar,
mas cumprir...
Qualquer, pois, que violar um destes
mandamentos, por menor que seja,
e assim ensinar aos homens, será
chamado o menor no reino dos céus;
aquele, porém, que os cumprir e
ensinar será chamado grande no
reino dos céus.”
Torah and jad - exhibits in Big Synagogue Museum,
Wlodawa - Poland. Wikipedia – Creative Commons
3.0. http://en.wikipedia.org/wiki/File:Torah_and_jad.jpg
A partir daí os pais latinos da igreja viam a cidade de Elohim
não mais como Jerusalém e o povo de Elohim apenas entre os que
se submetiam ao Bispo de Roma elevado ao máximo poder não
pelos crentes em Yeshua, mas por Constantino. Assim, a Igreja
Latina que viria a se chamar de Igreja Católica precisava declarar a
palavra da Torah e dos profetas abolida por que suas palavras
diziam respeito a Israel e não a ela a Yerushalaim a cidade santa, e
não a Roma a cidade da perversidade. Logo, é bom que se diga que
esse processo de considerar a Torah abolida e ao mesmo tempo se
recorrer a ela é na maior parte das vezes inconsciente e resultado de
uma herança maldita da qual agora Adonay nos liberta.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Onde quer que o conjunto de premissas romanas sejam
investigados considerando-se apenas o que está nos profetas e nos
escritos apostólicos estas desmoronam diante do poder da Palavra,
principalmente o engano maior, o de que Yeshua aboliu a Torah e
concedeu a igreja poderes para criar novas leis ante as quais o
próprio céu se inclina admirado e submisso. Poderia haver blasfêmia
maior? Onde ela é investigada cuidadosamente é rejeitada por que
não suporta a prova das palavras do maior de todos os profetas,
Yeshua, o homem a quem temos por modelo e que declarou:
“Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim
ab-rogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o
céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem
que tudo seja cumprido.Qualquer, pois, que violar um destes
mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens,
será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os
cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus.”
Matytyahú/Mt 5:17.
Em parte a igreja vem cumprindo, exatamente o que Yeshua
diz, isso pelo menos em relação a alguns preceitos. Um exemplo
disso é o mandamento que ordena dizimar. A igreja entende que
uma vez que a prosperidade e a proteção sobre os bens materiais e
os investimentos estão relacionados à mitzvah (mandamento) da
devolução do maaser (dízimo), ela o vem ensinando com sucesso,
apesar de jamais ser mencionado como obrigação dentro do Novo
Testamento. O Entendimento nesse caso, é que se o dízimo era
fonte de bênçãos para Israel não é necessário que ele seja de novo
ordenado aos gentios no Novo Testamento, e que por isso basta ler
o “Velho Testamento”.
Ora, não há nada errado em desejar ser abençoado, em ler as
bênçãos decorrentes da obediência no púlpito, mas mencionar as
bênçãos decorrentes sem apresentar as condições é no mínimo
contraditório. Os crentes precisam estar informados que Adonay
tem bênçãos reservadas para os seus eleitos. Precisam ficar sabendo
que se querem ser abençoados em tudo precisam obedecer o que
Yah ordena a Israel.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Por outro lado é importante que o povo se aperceba que a
prosperidade financeira e material não é sempre um sinal de benção
e favor especial de Elohim. Logo o simples enriquecimento não
prova de forma alguma que a pessoa bateu às portas da religião
certa, ou que está a enriquecer por que é um bom dizimista. Fatores
como capacidade de gerar riquezas e sabedoria na sua
administração são uma benção natural, que resultam da graça
ordinária e não são sinal algum da ação da graça salvadora.
Um exemplo disso é o que ocorre com os países nórdicos na
Europa e com o Japão na Ásia. A Finlândia com uma renda per capta
de 44,5 mil dólares é 60% ateísta, agnóstica ou não religiosa; na
Noruega com 84,4 mil dólares de renda 72% são ateus, na
Dinamarca com uma renda de 67 mil dólares os incrédulos rondam
os 80% e na Suécia que tem uma renda de 48 mil dólares o número
de ateus é de 85%. Uma situação semelhante ocorre com o Japão, a
terceira economia do mundo com uma renda per capta de 45,8 mil
dólares e uma taxa de ateísmo e agnosticismo da ordem dos 65% e
apenas 3% de crentes no Elohim de Israel.
Nosso país, onde 95% acredita na Bíblia e no Elohim de Israel e
com apenas 3% de ateus possui uma renda per capta de apenas
12,4 mil dólares. Estes fatores deveriam nos despertar para o fato de
que enriquecimento embora possa ser sinal de um favor especial de
Elohim, é uma benção ordinária que pode vir sobre qualquer pessoa
diligente e trabalhadora que não desperdiça sua renda e que tenha
trabalho certo, a aposentadoria ideal ou o negócio vantajoso.
É preciso que se entenda que as bênçãos materiais decorrem
da graça ordinária de Elohim que “faz nascer o seu sol sobre maus e
bons, e faz chover sobre justos e injustos.” Matytyahú/Mt 5:45. Além
do mais, deveria se ensinar que O rico e o pobre se encontram; a
todos Yah os fez. Provérbios 22:2. Assim, um crente pobre não se
sentiria “amaldiçoado”, excluído das bênçãos e não cairia na trampa
do capitalismo evangélico que embala as igrejas da prosperidade
para a riqueza muito mais evidente de seus pastores, pastoras,
apóstolos e apóstolas do que do próprio povo.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Isso os guardaria da convicção equivocada de que o crente
tem de ser necessariamente rico, e que enriquecerá se “profetizar a
benção”, se “tomar posse das promessas” e se ouvir seu bispo, seu
apóstolo ou seu paipóstolo dizer: “Eu decreto a benção sobre a sua
vida,” isso depois de um envelope engordado com dízimos, ofertas e
voto. O método é duplamente questionável por que sugere que a
pobreza vem de Satan como também por que a motivação para
doar deixa de ser o desejo de semear a mensagem, de abençoar os
demais, de fazer com que a proclamação do perdão, da paz e da
reconciliação alcance o mundo, coisa que motivava os crentes do
passado, e ainda motiva os crentes esclarecidos e passa a ser apenas
a motivação egoísta de dar para receber, de dizimar para ter o
direito de “encostar deus na parede”.
Não negamos o direito de um crente de pedir bênçãos
ordinárias ao Criador. Ainda estamos na carne e precisamos pagar o
aluguel, comprar o carro para ir à igreja, por a comida à mesa,
adquirir a casa própria, pagar os estudos dos filhos. Se ele abençoa
não só os pagãos que não o conhecem como os descrentes, até os
que negam sua existência, por certo pode abençoar também a nós,
e o fará se procuramos ser fiéis a ele em tudo, não apenas em
preencher o talão de cheque mensalmente para a tesoureira da
congregação ou passarmos o cartão de crédito depois de um apelo
a dar para receber do tipo: “Você decide agora, pelo tamanho de
sua oferta o tamanho da benção que deseja para si mesmo.”
O crente busca as bênçãos materiais por que sabe que através
dela pode abençoar espiritualmente o mundo, no entanto, as
bênçãos que mais o encantam são as bênçãos espirituais, aquelas
que não se medem pelo valor do cheque especial, pelo ano e
modelo do carro próprio pelos metros quadrados do apartamento
ou pelo bairro de residência. Infelizmente são estas as “bênçãos”
mais que exibidas na atualidade, as que servem de vitrine para os
spots publicitários que atraem multidões aos templos neopentecostais atraídos pela promessa da riqueza rápida, da saída da
miséria para a classe média numa vertiginosa velocidade. Uma
proposta que se revela enganadora para a maioria.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Por último é preciso que
se leve em conta que o dízimo
é um mandamento da Torah,
cuja observância foi imposta
somente aos israelitas e que
ele não foi prescrito como jugo
para os gentios como prova
Atos 15 quando se decidiu o
que seria pregado como
obrigatório aos filhos das
nações. Claro que um gentio
pode dizimar, já que o próprio
Avraham
dizimou
quando
ainda era gentio, mas isso está
lá na Torah. Bom, eu acho
sinceramente
que
Adonay
colocou um anzol que fisgou
os crentes à Torah sem que
eles se dessem por conta.
Isso é muito curioso, a
igreja que não concebe a
guarda do shabat, a celebração
das festas, a circuncisão ou a
comida kasher por que nada
disso está ordenado aos
gentios em Atos 15 é a mesma
igreja que batiza, que ministra
a ceia e que dizima, coisas que
não estão ordenadas como
jugo inicial a nenhum gentio.
Dizimando pelo prazer altruísta da
doação ou mesmo pelo simples
desejo egoísta de receber a igreja já
foi fisgada para obedecer a Torah,
ultrapassando a marca dos
mandamentos impostos aos gentios
em Atos 15, e se judaizando no bom
sentido da palavra, só que ainda
não se apercebeu disso.
Ganhar dinheiro por Petr Kratochvil
http://www.publicdomainpictures.net/viewimage.php?image=3820&picture=ganhar-dinheiro&large=1
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Torah_and_jad.jpg
Dizimando pelo prazer altruísta da doação ou mesmo pelo
simples desejo egoísta de receber a igreja já foi fisgada para
obedecer a Torah, ultrapassando a marca dos mandamentos
impostos aos gentios em Atos 15, e se judaizando no bom sentido
da palavra, só que ainda não se apercebeu disso.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Nesse caso, prevaleceu o bom censo de que um gentio não
deve passar a vida inteira apenas abstendo-se do sangue, da
prostituição, da idolatria e das carnes sufocadas. O entendimento é
de que um dia ele vai aprender a servir a Adonay mais intensamente,
e então conduzido a uma obediência mais efetiva. Que ele deve ser
levado a se comprometer com uma nova vida imergindo em água,
que ele deve participar dos símbolos da redenção através da ceia,
que ele deve se comprometer com a manutenção financeira dos
pastores que lhe ministram a palavra, da congregação que lhe
abriga nos dias de culto e dos programas evangelísticos da igreja.
Vemos aqui que a mesma igreja que recua horrorizada quando
lê a advertência de um profeta contra os filhos de Israel que comem
porco, alegando que a Torah e os profetas duraram até Yochanan
(João) recorre vezes sem conta ao chamado do profeta Malachy para
que os judeus devolvam seus dízimos e façam prova de Adonay
nessa questão. Bem isso é uma bendita contradição. Não posso
deixar de reconhecer a mão de Adonay empregando isso para nos
despertar a ir mais fundo na Palavra e a questionarmos sobre a
validade de nossas crenças arraigadas. Afinal, se a lei e os profetas
duraram até Yochanan como crê a maior parte da igreja, então um
sermão baseado em Malachy 3 exortando o povo a ser fiel no
dízimo estaria mais que defasado. Talvez aqui, meus leitores,
especialmente os amados pastores, pastoras e evangelistas se
apercebam o quanto fomos induzidos a erro, e quanto entendemos
mal a palavra que declara simplesmente que a lei e os profetas
foram se completaram até Yochanan.
Sei que alguns não verão necessidade alguma de mudança. Se
sua igreja gasta um milhão de reais por dia com programas
televisivos a manutenção de templos e pastores o método de
exortar crentes a praticarem este único preceito da lei de Moshe
talvez você pense, se tudo está dando tão certo por que mudar
agora e por mais coisas sobre os ombros do povo? Bom, eu lhes
apresentarei o motivo. É hora de inverter esse processo estranho em
que a política dominante parece ser: “É benção estou dentro, é
compromisso estou fora!”
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Não se pode simplesmente dizer que a Torah foi abolida nos
mandamentos que não nos interessam e que ela permanece
inalterada naqueles que nos despertam a atenção ou envolvem
nossos interesses. É tempo de contrastar o que até então se
aprendeu e ensinou com a palavra e eliminar os resultados
contraditórios da interpretação tradicional.
Oro em meu coração para que ao ler essa matéria meus
irmãos pastores e pastoras se apercebem que a igreja precisa se
livrar destes erros de muitas gerações, da maldição hereditária de
ver a Torah como uma coisa má da qual se pode retirar alguma coisa
boa. Oro para que vocês possam dessa maneira conduzir as ovelhas
em direção aos pastos verdes da verdade tal como contida nas
Escrituras hebraicas no seu todo, e não apenas na sua parte como
até aqui tem sido feito.
Sim, por que até aqui onde quer que a Torah prometa benção
para o ofertante, especialmente a benção da prosperidade financeira
e material tão desejada por todos, ela é lida até a exaustão. Por
outro lado, quando o livro de deuteronômio não está prometendo
nada, apenas chamando à obediência ou prometendo castigo ela é
passada por alto como sua mensagem não se aplicasse mais aos
dias de hoje ou pior como se suas ordenanças foram abolidas.
Desde logo não há nada de errado que a igreja tenha ido à lei
de Moshe e ao profeta malachy a fim de estimular seus membros a
serem fiéis dizimistas. O errado é usar a palavra para provar que “a
Lei e os Profetas duraram até João”, cada vez que um mandamento
não interessante seja citado. De fato não seria possível alcançar
tanto êxito a menos que alguns pastores ávidos de enorme ganho
não tivessem aprendido a usar a Torah, lamentavelmente aqui só
por conveniência. Me refiro aqui especialmente ao emprego da
pregação com fins básicos de estimular os crentes a serem bons
ofertantes, bons votantes e bom dizimistas sob a premissa de que se
assim o fizerem serão prósperos num desvio claro da doutrina da
prosperidade contida na Torah que ia muito além da riqueza e de
mandamentos financeiros.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Ouvindo-se alguns cultos neopentecostais hoje têm-se a
impressão de que a prosperidade prometida envolvia apenas
cavalos egípcios que transportavam famílias bem estruturadas em
carruagens com lanternas de ouro, varais incrustados de prata,
perfumes importados da índia e sedas provindas da China, e tudo
isso por conta dos dízimos, das primícias e dos votos no altar.
Ora a prosperidade mencionada na Torah envolvia muito mais
que farta colheita, celeiros abarrotados, destruição dos devoradores
das colheitas, afastamento das feras que matavam o gado, dos
germes que azedavam as frutas secas e dos demônios do ódio, do
ciúme ou do coração endurecido. Todas estas dádivas estavam sim
ao alcance do povo, mas ela envolvia também o bem-estar
espiritual, a certeza do perdão e da reconciliação do pecador com o
Criador ofendido e a alegria imensa de festejar diante de Adonay
uma vez a cada sete dias nas suas próprias casas e três vezes por
ano em torno do santuário, primeiro onde ele estivesse e mais tarde
em Yerushalaim.
“Três vezes no ano, todo homem entre ti aparecerá perante o
Yah teu Elohim, o Elohim de Israel. Porque lançarei fora as nações
de diante de ti e alargarei o teu território; ninguém cobiçará a tua
terra quando subires para comparecer na presença de Yah teu
Elohim, três vezes no ano.” Shemot/Ex 34:23-24.
De nada serviria se o povo tivesse uma farta colheita, ovelhas
nascendo em partos gêmeos e triplos, vinho e azeite nos armazéns e
carneiros gordos sobre as brasas se Israel não fosse protegido de
seus inimigos e estes pilhassem seus celeiros, transportassem seu
gado e roubassem suas virgens e seus filhos. Israel não precisava
apenas de prosperidade, mas também de proteção permanente,
como o tempo revelou. E para isso eles precisavam ser fiéis não
apenas dedicando a dízima de sua renda, mas também parte de seu
tempo a Adonay indo ao santuário e confiando que a providência
guardaria suas terras com tudo o que tinham três vezes por ano
para passarem pelo menos 15 dias anuais festejando. Enquanto eles
fizeram isso experimentaram a verdadeira alegria que é a de servir.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Mais dos que isso nesses dias eles descobriam que a
prosperidade deles era diferente da de qualquer povo, era uma
prosperidade na santidade, na conformação com o querer de
Adonay. A prosperidade que lhes foi oferecida dizia respeito não
apenas ao corpo, mas também à alma e ao espírito. Logo, é de se
comemorar que a Igreja manifeste hoje tanto zelo em ensinar os
crentes a serem ofertantes, votantes e dizimistas fieis e que tenha
ensinando o povo que tudo o que tem vem de Adonay e que ele
precisa ser reconhecido em cada real que recebem por que se não
fosse ele não haveria saúde para trabalhar ou salário para sustentar
a sua família e promover a sua prosperidade.
Mas também é de se lamentar, que quase ninguém pense na
alegria de estar diante de Adonay, celebrando suas festas sob a
promessa de que todos os bens restantes, os 90% serão protegidos
por ele. Mais do que isso, é de lamentar que não se ensine ao povo
quão magnífico é festejar a Adonay do jeito dele, nos dias dele, não
do nosso jeito, com costelas de leitão assadas e em dias que ele
jamais ordenou e que nem lhe subiram ao coração.
As promessas de prosperidade foram feitas sob a condição de
obediência a cada mandamento que pudesse santificar e elevar o
corpo, a alma e o espírito de seu povo (1 Tessalonicenses 5:23) Logo,
o problema de Efraimitas, anusitas e mesmo gentios fieis reunidos
nas igrejas cristãos obviamente não é buscar as bênçãos prometidas
a Israel. Isso eles tem o pleno direito de fazer quando até os
cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa de seus
donos. O problema é que a igreja, por desconhecimento do pleno
propósito de Adonay no que diz respeito ao enxerto dos gentios em
Israel para se alimentar da seiva da oliveira é a busca a plenitude da
benção na lacunosidade da obediência. Chegou o tempo meus
amados de deixarmos de ser como o empreiteiro que regateia na
hora de fazer o serviço, mas aumenta o preço na hora da entrega da
empreitada. Não é mais hora de atuar como o vendedor de doces
que oferece apenas as guloseimas que caíram no gosto popular. Ele
por certo precisa fazer uma pesquisa de marketing consultando o
gosto dos clientes para prosperar.
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Nossa prosperidade, porém não deve ser buscada primeiro no
mercado consumidor da fé, mas antes diante daquele que nos
contratou como mensageiros, o Senhor dos Exércitos que por certo
ficaria mais agradado se fôssemos capazes de anunciar mais aos
gentios do que as bênçãos decorrentes do dízimo. Isso é
especialmente verdade nas igrejas neopentecostais, que são as que
mais crescem no presente momento, as quais parecem um atacado
em campanha de liquidação onde se proclama a benção em
superpromoção do tipo “leve mais por muito menos,” ou obedeça
menos e receba as mesmas bênçãos.
De fato algumas lideranças se aplicaram mais ao estudo do
marketing evangelístico que dita o que deve ser dito, oferecido e
imposto para atrair as massas e levá-las a contribuir massivamente
com a obra do que à palavra que determina que se proclame todo o
conselho de Elohim. A razão parece óbvia, se as pessoas forem
levadas a imaginarem que a igreja é uma espécie de “Porta da
Esperança” que se abre através de generosas contribuições, como se
os dízimos e ofertas fossem uma nova forma de indulgencia que
arranca pessoas do limbo da pobreza e do purgatório da miséria da
Cidade de Deus e os leva para paraíso dos Jardins do Morumbi.
Lamentavelmente há uma certeza em relação a estes métodos
que não raro empobrecem fiéis que doam tudo a uma organização
depois que um impostor apelidado de Pastor ou Bispo lhes garantiu
de que o Criador abençoa com tudo àqueles que tudo arriscam. A
certeza única no caso é que se a pobreza delas não acabar pelo
menos a Igreja do Poder Global exibirá uma invejável saúde
financeira. Não estou falando de todos os ministros, Elohim me
guarde de desferir tal juízo contra aqueles que o servem de toda a
sua alma de todo o seu entendimento e de todas as suas forças.
Tampouco estou falando de todos os ministérios, posto que
muitas igrejas evangélicas se organizaram com um propósito:
Anunciar o evangelho ao mundo, anunciar que Elohim reina e que
ele é soberano, que salva o pecador por graça, que o redime por sua
justiça e que o santifica pela sua palavra.
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O que aqui falo se dirige especialmente aos ministérios
mediáticos que enriquecem muito mais do que supõem seus
membros e cuja única missão é amealhar fortunas em nome de uma
prosperidade que resulta sim do trabalho abençoado, mas que
dispensa fogueiras santas, madrugadas de oração em montes, votos
de tudo o que se tem para “a obra de Deus” que consome milhões
de dólares por dia em espaços na televisão e que faz seus dirigentes
terem uma vida principesca graças ao estímulo às massas de recém
encamisados e calçados desse país.
Claro que estou falando àqueles cujo coração Elohim está
tocando em direção à restauração e à santidade. Estou certo de que
há milhares de pastores e milhões de ovelhas nesse país que amam
a Adonay de todo o seu coração e que nunca foram além do ponto
a que chegaram por que nunca foram conduzidos a sentir essa
necessidade. Os “marqueteiros do evangelho” podem continuar do
mesmo jeito que estão, guiados por suas pesquisas que por certo já
lhes indicaram que pode ser mais fácil fazer um crente abrir o bolso
do que mudar hábitos alimentares 32 e mais fácil fazer-lhes consagrar
10% da renda mensal do que santificar 14% do tempo. 33 Mas
aqueles a quem Adonay confiou um rebanho cujas ovelhas devem
ser nutridas mais que tosquiadas saberão que chegou a hora de dar
mais passos, e de levá-las para os pastos mais verdes.
Protestantes e até mesmo membros de igrejas reformadas se contém diante do sangue sugerindo a seus
membros que degolem os animais ou se certifiquem de que sua carne não contém sangue. No que se refere às
bebidas alcoólicas a maioria esmagadora dos ministérios protestantes proclama total abstinência do álcool. Logo a
igreja julga questões ligadas tanto à comidas como a bebidas, indo mesmo além de Atos 15 que proíbe aos gentios
apenas a ingestão de sangue e derivados contidos na carne ou fora dela. No entanto, paradoxalmente, quando a
questão envolve distinção entre alimentos puros e impuros ela fica aquém. Pode nesse caso alegar que aos gentios
não se impõe restrição alimentar maior que a de sangue, de animais sufocados e por extensão de animais
sacrificados a ídolos. No entanto, nem mesmo aos israelitas Adonay jamais proibiu a ingestão do vinho (hb yayn) ou
da cerveja (hb shekar) quanto mais aos gentios. Apesar disso a igreja exerce seu juízo contra o vinho que Yeshua
não só bebeu como abençoou e multiplicou durante o casamento em Chaná, e abençoa o porco sobre o qual ele
lançou os shidim (demônios).
32
A Torah ordena aos filhos de Israel que descansem, santifiquem e guardem o sétimo dia da semana, o shabat,
por aliança perpétua em todas as suas gerações. Isso quer dizer que um israelita deveria santificar não apenas a
sua renda, o que incluía não só os dízimos (10%) mas também as primícias (2,5% em média), mas também o seu
tempo numa proporção semanal de 14,28%. Verdade é que o shabat foi dado como mandamento somente aos
filhos de Israel, pelo que um gentio não deve ser forçado a guardá-lo, mas da mesma forma o dízimo foi dado para
os filhos de Israel, e se alegarmos que o dízimo já era dado por Avraham, quando não havia nem Israelitas, nem
judeus e nem levitas, também se deveria alegar que a circuncisão pré-existe a Israel. O que a cristandade fez, com
raras exceções foi ir ao armazém da Torah e escolher, dos mandamentos dados aos israelitas uma parte para
observar em detrimento da outra. Ora, na Torah há muito mais que a benção do dízimo, há outras 612 bênçãos.
33
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90
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Aqui é hora de
indagar: Não deveria a
Igreja
pelo
menos
convidar os crentes a um
compromisso com outros
mandamentos já que ela
teve
a
coragem
de
ultrapassar o limite magro
das quatro leis iniciais
impostas aos gentios que
se voltam para Elohim? O
que está por trás dessa
indisposição de avançar
além
das
“bênçãos
financeiras” e falar das
bênçãos espirituais, das
bênçãos alimentares e por
que não das bênçãos que
se revelam nos tempos
apontados por Adonay
para que o sirvamos nos
dias que ele mais nos
serve? Se a questão for
apenas
falta
de
conhecimento não temos
nenhuma obra mais a
fazer que esclarecer a
nossos irmãos. Eis a nossa
missão.
Um convidado altruísta não
vai à festa pelas guloseimas
postas à mesa, mas pela
alegria que dará ao seu
anfitrião. Assim, ainda que no
início, muitos prestem a
Adonay apenas um serviço
motivado por medo aos
castigos, espera-se que logo
depois o façam por interesse
nas bênçãos e finalmente por
puro amor. E este o tipo de
serviço que Adonay espera dos
seus.
Mesa de jantar por Petr Kratochvil
http://www.publicdomainpictures.net/viewimage.php?image=1653&picture=mesa-de-jantar
No entanto, ainda creio que muitas lideranças cristãs não
conduzem seus membros para mais perto da Torah, para a
santificação alimentar e a santificação dos tempos apontados por
Adonay justamente por que acham que a Torah foi abolida. Isso nos
leva de volta ao tema de nosso título e às contradições da teologia
da substituição.
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91
Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Ora é tempo de nos apercebermos que ninguém pode ser
dizimista sob a suposição de uma Torah abolida, ninguém pode
imergir em água sob a suposição de que as leis cerimoniais
acabaram, ninguém pode proibir sangue sob a conclusão de que as
leis alimentares cessaram. Contudo, acredito que o aquilo que está
faltando aos ministérios sérios de evangelização não é a vontade se
servir a Adonay em tudo, mas o conhecimento de causa para que
esse serviço se torne mais intenso.
Chegou o tempo para que a Igreja Cristã use a Torah não
apenas para promover aqueles mandamentos que lhe são vitais à
sobrevivência e manutenção de suas estruturas financeiras enquanto
os mandamentos “não lucrativos” são mantidos longe de um povo
que doutra sorte faria melhor. Este povo se descobrisse o valor
intrinsecamente bom de cada um dos 613 mandamentos da Torah
buscaria servir a Yah, senão por amor a ele, pelo menos por amor as
mesmas bênçãos que os move a dizimar. Ainda que o motivo real
que induz ao serviço dos súditos do Reino não é amor às
recompensas, que é mero resultado, mas amor ao Rei.
Um convidado altruísta não vai à festa pelas guloseimas postas
à mesa, mas pela alegria que dará ao seu anfitrião. Ainda que no
início, muitos prestem a Adonay apenas um serviço motivado por
medo aos castigos, espera-se que logo depois o façam por interesse
nas bênçãos e finalmente por puro amor. E este o tipo de serviço
que Adonay espera dos seus. É minha convicção de que mesmo
aqueles que acreditam sinceramente que são gentios, e que por isso
são livres de obedecer ou não a certas obrigações seriam capazes de
ir muito mais fundo na Torah se descobrissem que ela é um canal de
bênçãos. Isso quando o crente a cumpre na certeza da salvação
graciosa e eterna dada aos eleitos apenas por graça.
Devo aqui advertir que buscar a salvação pela guarda da Lei,
seja do dízimo, seja do shabat, seja do batismo, seja da ceia, é uma
heresia que não queremos promover e que abominamos no fundo
de nossa alma por serem uma forma explícita de negar a graça de
Elohim e a suficiência dos méritos de Yeshua.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Deploramos a ação daqueles que ensinam que um crente não
é salvo apenas pelos méritos de Yeshua, por crer nele em qualquer
lugar, numa igreja ou fora dela, mas que precisa de se filiar a “igreja
verdadeira,” ou ao ministério com “linhagem apostólica” e coisas tais
ensinadas pelo velho senhor de Roma e que contaminaram os
crentes desesperados em busca de uma identidade, quando a
deveriam buscar em Israel.
Yeshua disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida.”
(Yochanan/Jo 14:6. Não há verdade além de Yeshua ou fora dele.
Não há grupos credenciados por Elohim para ministrarem a salvação
a ninguém. Yeshua nos ensinou a ir a ele, não a grupos, igrejas,
seitas e religiões. E ele foi bem claro ao dizer que todo aquele que
vai ale de maneira alguma será lançado fora. (Yochanan/Jo 6:37).
Por isso rejeite as insinuações daqueles que promovendo o
retorno à primitiva fé promovam também a exaltação de seus
grupos. Tendo crido em Yeshua para a sua salvação você não
precisa de mais nada do que aprofundar a sua fé e crer também na
sua declaração de que ele não veio abolir a Torah.
Bem, isso é importante que se diga, por que grupos há que se
levantam agora restaurando a verdade do shabat, das festas, da
imersão em nome de Yeshua e outras coisas sob a premissa
equivocada de que são a igreja organizada por Yeshua e que
ultrapassou incólumes os séculos no deserto.
Se o tivessem feito não estariam celebrando as festas a 80
anos ou a muito menos tempo ainda. Há casos chocantes, como o
do ministério de restauração que mais tempo dispõe na mídia
brasileira, com programas na TV e tudo, que está celebrando as
festas a sete anos apenas, e ainda assim apregoa uma idade
duplamente milenar.
Nesse caso, reconhecemos o mérito da restauração, e que
Adonay não nos permita ignorar isso, mas lamentamos tal
pretensão.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Infelizmente são estes mesmos grupos pró-judaicos nas suas
praticas, mas filo-romanistas em sua fé, justamente os que dizem
“fora de nossa igreja ninguém se salva” os que menos transmitem a
certeza da salvação a seus fieis que até hoje não sabem a diferença
entre a graça que salva e as obras que santificam, entre o dom do
perdão e o galardão da obediência.
Nossa promoção da obediência visa agradar aquele que já nos
salvou e que não tomará nossa salvação de volta, pois ela é um dom
e não um empréstimo.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
As Pretensões de um “Israel Espiritual”
Diante das 36 Keritot
Dezenas de igrejas afirmam ser o Israel moderno, e, no entanto, transgridem
mandamentos que resultam na separação espiritual de Israel.
A
Torah contém
613
mandamentos,
destes
248
são
ordenanças e 365 são
proibições.
No
meio
dessas 365 proibições
uma para cada dia do
ano, existem 36 que
chamam sua atenção
pelos resultados de sua
transgressão.
Apesar de tantos grupos cristãos
se considerarem o Novo Israel é
muito raro que ostentem os
sinais característicos de Israel, e
o mais certo é que eles se
considerassem apenas gentios
salvos por graça, mas nunca um
Israel espiritual descaracterizado
dos símbolos essências ao povo
exclusivo de Adonai, talvez o
principal deles a circuncisão.
A penalidade para
cada uma delas é a karet,
a exclusão pura e simples
do transgressor do meio
do povo eleito. O assunto
é objeto de intenso
estudo na Mishnah que
dedica um tratado inteiro
a ele, o ‫ ירכתות‬que em
seis capítulos aborda os
Gerer Rebbe Rabbi Yakov Alter Shlit'aWikipedia – Creative
Commons 3.0. autor: VatsnewsDominio público
pecados que resultam na
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Torah_and_jad.jpg
eliminação de indivíduos
como parte de Israel com
a perda de todos os seus
privilégios como filho de Avraham, Ytzchak e Yakov.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Bom, é fundamental que aqueles que desejam se considerar o
Israel Moderno, o Israel Espiritual, o Novo Israel, conheçam quais
são as causas de keritot, para que façam jus à suas pretensões, caso
contrário, afinal não se pode ser israelita por mera conveniência.
A transgressão destes mandamentos que incluem perversões
sexuais, sacrilégio, violação de restrições alimentares válidas para
ocasiões especiais e profanação de dias santos é a luz da Torah
causa suficiente para que um pecador contumaz não seja mais visto
como parte do Israel. Infelizmente, porém, apesar de tantos grupos
cristãos se considerarem o Novo Israel é muito raro que ostentem os
sinais característicos de Israel, e o mais certo é que eles se
considerassem apenas gentios salvos por graça, mas nunca um Israel
espiritual descaracterizado dos símbolos essências ao povo exclusivo
de Adonai, talvez o principal deles a circuncisão.
Dezenas de igrejas disputam entre si e contra todas as outras
o título de exclusividade, de serem a unida igreja reconhecida pelo
céu na face da terra. Esse exclusivismo poder ser classificado em
extremo, forte, médio ou moderado conforme o grupo cristão
visualizado.
Nossos irmãos católicos e integrantes das dezenas de
ministérios saídos da Igreja de Deus do Sétimo Dia de Denver nos
Estados Unidos, inclusive a Congregação Israelita da Nova Aliança
partilham um exclusivismo forte, se identificam como a “igreja
fundada por Jesus”, que atravessou os séculos detendo a chave dos
céus e fora da qual ninguém se salva. Mórmons e testemunhas de
Jeová estão para o exclusivismo médio, quem rejeita sua mensagem
se perde, mas quem nunca a ouviu tem chance no mundo espiritual
ou vindouro.
Esta mesma posição, que a do um exclusivismo médio das
testemunhas de Jeová é partilhado por dezenas de ministérios e
congregações oriundas da grande dispersão da Igreja de Deus
Universal iniciada após a morte de Herbert Armstrong (1892-1986).
Para elas, as herdeiras da IDU são a igreja que Adonay reconhece.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Se trata aqui de uma espécie de exclusivismo compartido pela
mesma ideologia. Segundo estes grupos quem não ouviu sua
mensagem ou a verdade dos séculos restaurada por eles, não pode
ser condenado na ignorância. Estas pessoas serão ressuscitadas e
evangelizadas durante o reino milenar com fortes chances de vir a
ser salvo num mundo quase perfeito onde Satán já não poderá mais
enganar as nações, e só depois julgado.
Nossos irmãos adventistas do sétimo dia, adventistas
reformistas, cristãos no Brasil e integrantes do Tabernáculo da Fé
mantém um exclusivismo moderado, a salvação não depende de
suas igrejas, qualquer crente sincero pode se salvar onde ele estiver,
mas somente suas igrejas tem a verdade, toda a verdade para esse
tempo.
No entanto, a perspectiva adventista, ainda que de
exclusivismo moderado inclui uma esperança escatológica segundo
a qual todos os verdadeiros crentes que estão nas outras igrejas
finalmente as terão de abandonar para juntar-se a eles, ou
perecerem sob o impacto de sete terríveis pragas que precederão à
volta do Messias e o aniquilamento de todos os não adventistas
vivos.
Os adventistas da promessa estão entre os grupos que podem
ser classificados como exclusivistas moderados. Eles têm toda a
verdade, e portanto se consideram a melhor igreja que há, mas nada
impede que outros grupos adotem a mesma verdade e sejam
reconhecidos por Elohim. A igreja, qualquer que seja ela será
reconhecida se abraçar a verdade, e os sinceros, noutros grupos são
visitados pelo poder de Elohim, recebem os dons espirituais e são
salvos na luz que têm. É a forma menos daninha de exclusivismo.
Em comum, exclusivistas fortes, médios e moderados
partilham uma convicção. A Igreja vive hoje sob um novo pacto, um
pacto onde alguns mandamentos são pertinentes e necessários e
outros impertinentes e dispensáveis. Esse é o grande problema da
igreja hoje.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Ela se considera um Novo Israel, um Israel sem Torah ou pelo
menos sem grande parte dela. Este novo Israel toma o lugar do
antigo Israel, vive sob um novo pacto, cujas obrigações da parte de
Elohim é salvá-lo e da parte dele viver apenas as leis do espírito
contidas num novo pacto cujas obrigações variam de grupo para
grupo, mas que via de regra ignoram as causar para keritot. 34
No entanto, apesar de tantos grupos cristãos se considerarem
o Novo Israel é muito rato que ostentem os sinais característicos de
Israel, e o mais certo é que eles se considerassem apenas gentios
salvos por graça, gentios espirituais, mas nunca um Israel espiritual
descaracterizado dos símbolos essências ao povo exclusivo de
Adonai, um deles a circuncisão.
Esse “Novo Israel” chega por vezes a se ufanar
orgulhosamente sobre o Velho Israel, sobre suas leis e
mandamentos, supondo que eles eram maus por que tinham muitas
leis, quando na verdade “a Torah é santa, o mandamento é santo,
justo é bom.” Romanos 7:12. O que eles esquecem nesse caso é que
parte de Israel, (alguns de seus ramos), perdeu a sua posição não
por que eles tivessem uma lei má, mas por que sendo maus não
observaram a uma lei boa. Bem, e se Adonay retirou parte de Israel
de sua presença justamente por que era desobediente não iria
acrescentar um “Novo Israel” igualmente desobediente para lhe
tomar o lugar. Não faz nenhum sentido que você se proclame parte
do povo de Adonay a menos que nutra pelo menos respeito,
admiração e desejo de vir a cumprir pelo menos os mandamentos
sem os quais é impossível manter tal pretensão, aqueles cuja
transgressão resultam em karet, ou corte da comunidade de Israel.
O sentido exato de karet, cujo plural é keritot (Eliminação ou extirpações) não nos é dado na Torah, pelo que este
vem sendo debatido há séculos. No geral existem regras para que alguém seja considerado Kerat ou cortado da
comunidade de Israel e, por conseguinte não seja parte do povo de Elohim. O pecado tem de ter sido realizado por
um adulto ou responsável diante da Torah, tem de ter sido cometido conscientemente e não ser sucedido por
arrependimento, e na visão de muitos trata-se de pecados secretamente acariciados. É importante considerar que
em pecado de ignorância, como o de quem se case com uma irmã sem o saber como ocorreu com os irmãos
Alexander e Michele, cujo caso emocionou o Brasil por ter sido levado ao ar na TV pelo Programa do Ratinho em
16/1/2011, o keritat não se configuraria, pois os irmãos foram vítimas de um pai irresponsável. Nesse caso, bastaria
a reparação. Houve o pecado, mas sua penalidade é suspensiva. Há quatro opiniões sobre o sentido de keritot, 1) o
indivíduo é punido com a separação presente da comunidade de Israel, 2) com a morte prematura sempre antes dos
50 anos, 3) com a morte sem filhos 4) com a perda do olam rabá ou mundo vindouro.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Aqui é importante recordar que uma coisa é se declarar parte
do povo eleito por ter se vinculado a ele pela fé buscando ostentar
as marcas físicas, espirituais e comportamentais desse povo e outra,
bem diferente é pretender ser israelita e não obstante rejeitar os
símbolos judaicos. Não estamos aqui questionando o direito da
Assembleias de Deus, da Universal do Reino de Deus, da
Internacional da Graça de Deus ou das Igrejas Batistas de se
proclamarem parte do povo de Elohim.
Quando você recebe a Yeshua pela fé as barreiras são
derrubadas e você como crente é aproximado da fé para se
alimentar da seiva, e pode dizer, estou unido ao povo de Adonay,
sou parte dele pela graça, estou enxertado na boa oliveira apesar de
meu passado como zambujeiro. Não questionamos aqui esses
grupos, por que eles respeitam as profecias que dizem respeito a
Israel mesmo não entendendo a questão das duas casas, do retorno
de Efraim e suas dez tribos e da restauração dos anusim. Estas
organizações cristãs tem estabelecido uma nítida diferença entre
Israel e a igreja cristã gentílica. Esta diferença deve terminar, mas por
agora eles tem o mérito de não se declararem Israel ou a única
igreja sem ao menos atentar para as causas de keritot ou separação
do povo escolhido e se assegurarem de que as estão observando.
Além disso, sabemos muito bem que Adonay dispôs as coisas
de tal modo que efraimitas (cristãos da tribos perdidas) e anusitas
(cristãos descendentes de judeus da inquisição), se sintam gentios
até ao momento da restauração. Os crentes estão portanto, em
degraus distintos de sua escada em direção à plenitude da fé.
Ora na caminhada para se tornar um israelita existem sim
degraus que se pode notar na Torah e nos profetas. Ninguém se
voltava para o Elohim de Israel e virava israelita. Biblicamente
falando podemos dizer que primeiro o individuo era um goy
(gentio) que nada sabia de Elohim, de seu povo e de sua Torah. O
segundo estágio era quando um goy (gentio) vinha trabalhar em
Israel e deixava de lado seus deuses por que a idolatria era proibida
na terra santa, mas não assumia nenhum compromisso.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
No terceiro estágio ele abraçava o Elohim de Israel, se
submetia as leis básicas ou as leis noéticas, que eram sete e passava
a ser um guer toshav, um gentio adorador. No terceiro estágio este
gentio adorador podia fazer progresso e chegar a ser um benei
nekar, um filho do estrangeiro que fixava residência em Israel por
que era um estudioso admirador da Torah e praticante das leis do
guer, quando então passava a ser guer tsadik (o prosélito justo).
Finalmente quando isso já não lhe bastava, então ele fazia a
circuncisão comia do Cordeiro do Pessach e se tornava como o
natural da terra, um israelita por adoção, um gentio enxertado. No
entanto, ele só era um israelita quando completava esse percurso.
Se ele pecava deliberadamente e sem arrependimento em qualquer
um dos 36 pecados que resultam em banimento da comunidade de
Israel, Adonay voltava a considerá-lo como um gentio, ainda que
exteriormente ele parecesse um israelita por que conservava suas
abominações em segredo.
Há de se notar que muitas das transgressões mencionadas na
Torah como causa de keritot são pecados que as pessoas vis
cometem no segredo de sua intimidade. Olhe, por exemplo, os
casos de infames de pais que abusam sexualmente de suas filhas e
as vezes dos próprios filhos. Na maior parte dos casos estes crimes
só são revelados muito tempo mais tarde, quando a vítima rompe o
silêncio e desaba em lágrimas diante de um sacerdote, de um pastor
ou de um psicólogo.
Mesmo pecados mais simples, que jamais seriam obejto de
condenação judicial ou cultural, como por exemplo a relação sexual
do marido com a sua esposa, que alguns pastores de costas viradas
para a Torah dizem não conhecer qualquer tipo de limite. A Torah
proíbe aos israelitas o sexo durante a Nidah ou separação menstrual.
Um pecado como a relação sexual durante a nidah (separaçã),
e que é causa de keritot para um israelita, se não houvesse
arrependimento, poderia ser praticado anos a fio sem que marido
ou mulher o revelasse.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Hoje desconhecendo toda essa dinâmica do processo de
conversão, as igrejas se declaram um Israel Moderno, não obstante a
isso deploram o uso dos símbolos necessários a o titilo que
pretendem, o que se assemelha ao estrangeiro que quer se tornar
cidadão americano sem jurar a bandeira dos Estados Unidos e sem
cantar seu hino nacional.
Assim, lamentavelmente, embora nenhuma igreja cristã quebre
em seu conjunto as 36 causas de separação do povo eleito, é bom
recordar que uma única transgressão era suficiente para que um
israelita passasse como gentio diante de Adonay, e mesmo que não
perdesse o direito ao mundo vindouro, não entraria nele como
israelita, a menos que se arrependesse.
Claro que para que haja arrependimento tem de haver
consciência de culpa. Infelizmente a igreja cristã raramente tem essa
consciência por que ignora o conjunto dos deveres necessários à sua
pretensão, isso me refiro quando ela se considera espiritualmente
israelita.
Podemos nos alegrar com o fato de que via de regra a igreja
cristã, inclusive a romana, criou dispositivos e leis que impedem a
prática de uma série de keritot. No que diz respeito À sexualidade
Roma cumpre 93% das proibições da Torah que resultariam em
separação do indivíduo de seu povo e dos privilégios de Israelita.
Excetuando-se as regras criadas pela própria igreja como
negar o direito ao casamento para seus clérigos padres e freiras, aos
ligados por “parentesco espiritual35 e aos divorciados legitimamente,
pode-se dizer que até mesmo a Igreja de Roma evita pelo menos
quinze das práticas sexuais que resultam em karet ou separação do
povo de Elohim.
O Direito Canônico impedia o casamento entre os chamados “parentes espirituais”, uma invenção absurda da
Igreja jamais configurada das escrituras. Segundo esse dispositivo o padrinho de batismo não podia casar com sua
afiliada, já que espiritualmente esta passava a ser uma “filha” deste. O mesmo se referia também à madrinha, que
não podia casar com seu “filho espiritual.” Tais casamentos, exigiam dispensa de parentesco. O atual Código de
Direito Canônico não menciona mais o “Parentesco espiritual”, supondo-se com isso ab-rogado.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Estas práticas são: relação sexual com a mãe, com a mulher do
pai, com a nora, com macho, com animal (por parte do homem ou
da mulher), com a enteada, com qualquer mulher casada, com a
irmã, com a meia irmã, com a tia (paterna ou materna), com a
cunhada ou cunhado e com a tia por afinidade. Essa aversão a
práticas de aberração sexual (homossexualismo e bestialidade), de
incesto (entre consanguíneos) e de parentesco legal (esposos dos
tios, enteados e cunhados) é seguida pelas igrejas evangélicas no
geral.
No que diz respeito à 16ª causa de karet ou eliminação do
meio do povo, a relação sexual durante o período menstrual, Roma
é omissa no que é seguida pela cristandade no ocidente que
considera as leis rituais passadas de moda, e poucos líderes cristãos
se atrevem a denunciar a prática como pecado especialmente numa
época em que tudo é permitido em nome do desejo e do prazer, e
onde as quatro paredes parecem sancionar tudo, conquanto que os
parceiros sejam casados. Felizmente, na maioria dos casos os casais
tendem a evitar as relações sexuais durante o período de nidah ou
separação, não por recomendação das suas igrejas, mas pelo ensino
da própria natureza.
Pode-se dizer ainda que Roma e com ela todas as igrejas
cristãs não praticam sacrifícios de crianças e não endossam a
idolatria, e que, portanto não são culpados nem da 17º e nem da
18º Karet.
Já o mesmo não se pode dizer da 19ª karet que é a que
condena o idólatra a estar separado de Elohim, um erro em que
Roma incorre diretamente ao promover um vergonhoso culto às
imagens e o mundo cristão de forma indireta ao atribuir a Elohim
personalidades múltiplas, ainda que nesse caso, o façam
inocentemente tanto nossos irmãos católicos que perderam o
sentido do que é idolatria como nossos irmãos evangélicos que
perderam o sentido do que é unicidade. Há uma inocência por trás
do culto e da fé católica e evangélica que em certo sentido foi
delimitada pelo próprio Criador até ao tempo da restauração.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Mas essa prática, se não houvesse outras já seria por si
suficiente para demonstrar que a Igreja de Roma, jamais foi e ainda
é não o povo de Adonay. Aliás, possivelmente a Igreja de Roma,
com sua aversão à verdade bíblica que condena a veneração às
imagens e seu amor à idolatria nunca será o que se propõe, a única
igreja de Elohim sobre a face da terra e muito menos aquela fora da
qual ninguém se salva.
Ao tropeçar na idolatria, sem vergonha ou arrependimento a
Igreja de Roma testifica em alto e bom som que ela não é condutora
do povo escolhido.
Quanto à 20ª causa de karet, que é abominável comunicação
com os mortos mediante o uso da mediunidade essa prática da qual
a cristandade não pode ser acusada e da qual estão isentos católicos
e evangélicos é uma falta quase exclusiva dos kardecistas.
No que diz respeito à 21ª causa de karet que é a profanação
do shabat sabe-se que nela incorrem milhares de igrejas cristãs e
dela são inocentes apenas algumas centenas de igrejas sabatistas.
Já as causas de karet que vão da 22º à 28ª, bem como as que
vão da 32ª à 34ª não costumam acontecer na atualidade tanto por
que não há templo como também por que a igreja cristã criou seus
próprios rituais, altares e incensos. No entanto, no Peru, uma
organização religiosa sabatista e que celebras as festas,
ASSOCIAÇÃOEVANGÉLICA DA MISSÃO “ISRAELITA DO NOVO
PACTO UNIVERSAL. O Grupo que clama ter pelo menos 60 mil
membros na América do Sul, principalmente no Perú, criou seu
sacerdócio, seu templo e seu altar de sacrifícios nas proximidades de
Lima. Curiosamente ela que pratica as festas bíblicas estando isenta
das punições da separação ou karet ligadas a estas transgressões
viola abertamente as disposições relativas ao Templo, supondo uma
substituição de Yerushalaim pela cidade de Lima numa aberração
maior do que a substituição por Roma que pelo menos não se
atreveu a construir um santuário às margens do Tibre. A queda de
Efraim e tal que quando anda para a frente ainda se desvia.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Já a 29ª causa de karet, que é comer pão fermentado durante
o Pessach; a 30ª que é comer no dia da expiação, a 31ª que envolve
o trabalhar no dia da expiação e a 35 que envolve o transgredir a lei
da ordenança Pessach (páscoa) são transgressões que impendem
sobre católicos, evangélicos e sabatistas em geral, à exceção dos de
algumas dezenas de pequenas e médias organizações derivadas da
Igreja de Deus Universal de Herbert Armstrong, bem como de
alguns grupos ligados ao Judaísmo Messiânico e ao Movimento do
Nome Sagrado.
Mesmo as pretensiosa s Igrejas de Deus sabatistas que ao lado
das dominguistas e de Roma se consideram o único povo de Elohim
fora do qual não há salvação incorrem na transgressão deliberada,
sistemática e contumaz dessas keritot e portanto, no que diz
respeito às organizações nunca foram e ainda não são as legítimas
condutoras do povo santo.
Por ultimo a transgressão da ordenança perpétua da
circuncisão, dada ao povo que descende de Avraham, que é o 36º
motivo para o kerat ou banimento do meio do povo de Israel é
endêmica entre os cristãos, a exceção dos cerca da Igreja Copta (16
milhões de membros), da Igreja Ortodoxa da Etiópia (45 milhões de
membros) e da Igreja Ortodoxa da Eritréia (2,5 milhões de
membros).
Em resumo se pode dizer que milagrosamente a Casa de Israel
espalhada entre as nações, quando vista em seu conjunto vem
cumprindo parcialmente a Torah e em todo o lado pode ser ver o
cuidado em nãop praticar todos aqueles trinta e seis pecados que
resultam em keritot, no entanto, visto isoladamente, grupo por
grupo, o cumprimento de todas as mitzvot muito raramente pode
ser encontrado.
Haja visto que mesmo as igrejas ortodoxas egípcias e etíopes
que mantiveram a circuncisão ao longo dos séculos tem sido
negligentes ou completamente omissas noutros deveres igualmente
causadores de separação do transgressor de seu povo.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Disso resulta a constatação de que apesar das reivindicações
de diferentes grupos cristãos que se apresentam como a única e
salvadora igreja que atravessou os séculos ou pelo menos como a
Igreja Restaurada do último tempo, vale o velho ditado popular
português de que “é mais a fama do que o proveito.”
Isso é tão sério, que apesar de o shabat ser um sinal entre
Elohim e seu povo nem mesmo os guardiões do shabat tem motivos
para comemorar sua condição de único povo de Elohim, pelo menos
não pelo mérito de sua obediência. Através da Torah Elohim
determina que sejam cortados ou afastados de seu povo todos
aqueles que trabalhem ou comam durante o Yom Kippur ou dia da
expiação, isso por estatuto perpétuo, o que vale também para
qualquer pessoa que coma pão fermentado durante o período
imediato ao pessach (Sete dias) uma ordenança que a maioria dos
sabatistas nem mesmo conhece.
Por outro lado, os mais de 100.000 crentes herdeiros da
Grande Dispersão da Igreja de Deus Universal de Herbert Armstrong
tem a seu favor o mérito de terem cumprido essas ordenanças,
reunindo quase todas as características próprias de Israel e assim
fazendo jus, pelo menos em parte à sua pretensão de serem
efraimitas (descendentes das tribos perdidas de Israel) ou gentios
convertidos a Israel, e povo exclusivo de Elohim. Infelizmente, porém
é preciso que se aponte o fato de que essas organizações seguindo
a visão do Velho Caudilho consideram a brit miláh (aliança da
circuncisão) abolida ou pelo menos substituída pela imersão.
Assim, como a Torah determina o kerat ou eliminação de seu
povo, daqueles que não fazem a brit miláh (aliança da circuncisão),
nem as herdeiras do movimento de Herbert Armstrong preenchem
todas as condições. Logo faria muito bem se as organizações e
grupos que pretendem ser o único povo de Adonay conhecessem
bem as keritot a fim de adequar sua prática às suas pretensões.
Conhecidas estas regras haveria menos ufanismo vazio e mais
santidade por parte daqueles que pretendem a exclusividade como
povo de Elohim.
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Afirmar por outro lado que Adonay recebe os gentios por
graça, sem que se lhes imponha o pleno jugo da Torah e nem o
julgamento em função das keritot, deve eliminar por outro lado
todo o orgulho dos crentes gentios, efraimitas e anusitas e levá-los a
dizer que são salvos e que isso lhes basta. Além disso, se é verdade
que Adonay salva os gentios por graça, passando por alto seus
pecados, também deve ser verdade que ele pode e passará por alto
as transgressões de Israel.
Graça por graça, se ele pode abraçar os gentios sem a
observância da Torah, não tendo prometido nada a seus
antepassados ou patriarcas e nem tendo conhecido seus profetas,
muito mais pode abraçar os filhos daqueles a quem prometeu que
amaria e protegeria sua descendência para todo o sempre. O que a
Torah diz não é que os gentios são o povo de Adonay, mas que são
abençoados com seu povo, que devem se alegrar com ele e que são
convocados a se unir a ele como os profetas falaram inspiradamente
como foi apresentado por Shaul.
“Digo, pois, que o Maschiach foi constituído ministro da
circuncisão, em prol da verdade de Elohim, para confirmar as
promessas feitas aos nossos pais; para que os gentios
glorifiquem a Elohim por causa da sua misericórdia, como está
escrito: Por isso, eu te glorificarei entre os gentios e cantarei
louvores ao teu nome. E também diz: Alegrai-vos, ó gentios,
com o seu povo. E ainda: Louvai a Yah, vós todos os gentios, e
todos os povos o louvem. Também Yeshayahú diz: Haverá a
raiz de Yshay, aquele que se levanta para governar os gentios;
nele os gentios esperarão.” Romanos 15:8-12.
Ou seja, o que acontece com os crentes hoje é uma crise de
identidade. São como o menino que fugiu de casa numa noite fria e
escura, imaginando-se adulto e dono de seu destino, mas era tão
pequeno que não conseguia apertar o botão do semáforo para
parar o trânsito e cruzar a rua. Falta a percepção aos crentes de que
Adonay tem um povo a 3500 anos, que esse povo é Israel, e que um
gentio pode se salvar sem pertencer a esse povo ou unido a ele.
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Mas um gentio não pode e não deve jamais pretender ser esse
povo separado dele e muito menos hostil a ele, transgredindo
deliberada e conscientemente as ordenanças mais básicas sem as
quais essa pretensão não é apenas vazia, mas reveladora de
ignorância e arrogância.
Além disso a Igreja Cristã precisa definir que tipo de lei ela vai
ter como referência a fim de poder definir consequentemente que
mandamentos ela vai cumprir. A igreja cristã, precisa se definir
rapidamente. Ou ela é Israel e vive como Israel, banindo de seu meio
todas as doutrinas, costumes e práticas pagãs herdades de Roma e
de suas antecessoras e sucessoras e em seu lugar coloca os
mandamentos, costumes e práticas ordenadas por Elohim a Israel ou
ela é gentílica, se depura do mal, mas fica onde está, confiante na
graça e vivendo a Torah dada aos gentios. Ela não pode ser gentílica
no comportamento e israelita na identidade.
Ora, o povo de Elohim não é um mero título. Ele está amarrado
a Adonay por alianças, por preceitos e por deveres. De nada vale
que alguém acredite firmemente que pertence ao povo eleito se não
estiver disposto à caminhar na restauração. De nada vale clamar
orgulhosamente nas ruas, nas praças, na rádio, na TV ou no Jornal:
“Somos a Igreja de Deus organizada por Jesus no ano 34 da nossa
era.”
Gostaria de confortar a todos os meus amados irmãos no
Senhor Yeshua há Maschiach, inclusive os católicos, com a
declaração de que a maioria dos crentes são de fato descendentes
de Avraham, herdeiros segundo a promessa. Eles precisam saber
que não são parte do povo de Elohim pelo mérito inexistente na
doutrina das suas igrejas e nem pela pretensão com que ela se
apresenta, mas por que Yeshua, que veio somente as ovelhas
perdidas de Israel os chamou pela soberana graça do Pai e os
chamou por que são parte de seu povo, por que portam a semente
de Avraham. Ou seja,mesmo transgredindo ignorantemente a Torah
eles ainda são povo como está escrito: ”Chamarei meu povo ao que
não era meu povo.” Romanos 925.
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107
Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Um Teste Para Definir se uma Igreja ou Organização Preenche os Requisitos
Mínimos Para Pretender se o Povo de Exclusivo de Elohim
As 36 Causas de Keritot (eliminações) de Entre o Povo Santo
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
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27
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29
30
31
32
33
34
35
36
Relação sexual do filho com a sua mãe.
Relação sexual com a com a mulher do pai.
Relação sexual do sogro com sua nora.
Relação sexual do homem com outro macho.
Relação sexual do homem com qualquer animal.
Relação sexual da mulher com qualquer animal.
Relação sexual com uma mulher e sua filha.
Relação sexual com uma mulher casada.
Relação sexual com a irmã.
Relação sexual com a meia irmã.
Relação sexual com a tia paterna (irmã do pai).
Relação sexual com a tia materna (irmã da mãe).
Relação sexual com a cunhada (irmã de sua mulher).36
Relação sexual com o irmão da mulher. (cunhado) .
Relação sexual com a irmã da mulher do pai. (tia por afinidade)
Relação sexual com a mulher durante o período menstrual
Praticar sacrifício de uma criança a Molok.
Cometer blasfêmia contra o Criador.
Praticar da idolatria
Comunicação com os mortos através de médium.
Profanar o shabat.
Comer comida do sacrifício quando se está ritualmente impuro.
Entrar no templo em estado de impureza ritual.
Comer a gordura dos sacrifícios.
Comer o sangue dos sacrifícios.
Comer o resto dos sacrifícios
Trucidar sacrifícios fora do Templo.
Oferecer sacrifícios fora do Templo.
Comer pão fermentado durante o Pessach (páscoa).
Comer no dia da expiação;
Trabalhar no dia da expiação
Misturar os ingredientes do azeite exclusivo para o Templo.
Preparar o azeite exclusivo paro Templo.
Ungir-se com o óleo exclusivo para o Templo.
Transgredir a lei da ordenança Pessach (páscoa).37
Transgredir a lei da ordenança da circuncisão.
36
A torah não proíbe a relação sexual com a cunhada, esposa do irmão, caso ela se torne viúva e não tenha filhos por causa da
lei do levirato que determina ao irmão gerar filhos da cunhada para seu irmão. Esta ordenança independe dos gostos, desejos ou
estado civil, apesar de ser preferencialmente cumprida pelo irmão solteiro. Se um irmão se nega a cumprir a lei do levirato a
cunhada pode humilhá-lo publicamente. No entanto, se um homem se divorcia de sua mulher, seu irmão, casado ou solteiro não
pode se casar dom ela sob nenhuma hipótese. Esse foi o pecado de Herodes. (Marcos 6:18-19); Por outro lado um homem não
pode casar com a cunhada, irmã de sua esposa a não ser que a sua mulher morra. Outra restrição permanente diz respeito à
mulher do pai, que mesmo viúva não pode se casar com o enteado.
37
As ordenanças do Pessach incluem o consumo do cordeiro, do pão sem fermento e das ervas amargas e a abstinência do
fermento (chametz). No entanto, o cordeiro de Pessach como sacrifício só pode ser comido em Yerushalaim (a maioria acredita
que apenas com o templo de pé). Restam pra quem mora longe da cidade santa as obrigações de comer Maror (erva amarga) no
primeiro dia da festa dos pães sem fermento, se abster do de chametz (fermentados de cereais) por sete dias e consumir Matzot
(pães sem fermento) por sete dias. O consumo do cordeiro sacrifical exigia ainda a brit milah (aliança da circuncisão).
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108
Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Esta semente pode ter se esquecido das alianças e pactos
eternos, pode ter transgredido mandamentos perpétuos sob a ilusão
de que foram abolidos, mas o Pai Eterno que tudo vê e que se
comprometeu a ser Elohim da semente de Abraham vela por eles.
Em suma, são seu povo por herança não por filiação às igrejas.
Ao concluir o presente capítulo, não seja o fato de que alguém
entenda que a maioria esmagadora dos crentes não são parte do
povo de Elohim, gostaria de recordar o que atrás já foi mencionado,
a saber, que a keritot só se aplica ao caso de alguém conhecer o
mandamento e o violar voluntariamente. Em são juízo não posso
dizer isso dos crentes hoje. A maioria deles supõe sinceramente que
grande parte das keritot foi abolida, que elas já não servem mais
para definir quem é o povo de Elohim, e por isso mesmo não dão
importância alguma e elas. De forma geral, os cristãos, por mais
sinceros que sejam, estão sendo conduzidos por lideranças
espirituais que desconhecem em grande parte os propósitos de
Elohim, a santidade de seus mandamentos e a natureza do povo
eleito. Estas criaram conceitos subjetivos para se identificar como
povo santo enquanto ignoram a verdadeira santidade.
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109
Dois Ungidos Abençoa m a Terra
O Mistério das Duas Oliveiras ao lado da
Menorah
Como a Boa Oliveira se dividiu em duas, foi tirada da sua terra,
multiplicou seus ramos entre os gentios e abençoou o mundo.
Há pouco mais de 25
séculos, isto é, por volta do
ano 520 AEC, dezoito anos
depois do retorno dos
judeus para a terra de seus
pais Adonay chamou a
,
mais
conhecido
Zacarias
em
hebraico
Zecharyah
Ben
Ido
(Zacarias filho de Ido) para
iniciar
seu
ministério
profético para
Casa de
Yehudáh.
Era um momento
crítico, a Casa de Israel e
suas dez tribos havia sido
levada ao exílio duzentos
anos antes (720 AEC) para
não
mais
voltar.
A
irmandade entre as duas
casas havia cessado, e
parecia que nunca mais
voltaria e da casa de
Yehudá, também exilada,
só 2% tinham retornado.
Adonay mostrou a Zecharyah que
Israel, a oliveira cortada, em vez de
sumir e perder-se no bosque dos
zambujeiros que são as nações
estaria de pé, produzindo frutos
que resultariam no melhor azeite
que acenderia as sete lâmpadas da
Menorah, símbolo da presença dos
sete espíritos de Adonay entre os
homens.
Opposite the main entrance of the Knesset is this chandelier
made by Benno Elkan. It is 5 meters high and 4 meters broad
and shows 29 reliefs of Jewish, Author: Effi Schweizer
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Knesset_Benno_Elk
an.jpeg
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110
Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Assim, o reino de David, antes considerado uma oliveira
formosa estava dividido, enfraquecido e arruinado, aparentemente
nunca mais se reergueria e conseguira ser no máximo uma pequena
província persa, com algumas dezenas de milhares onde outrora
florescera um reino rico e poderoso que ameaçara todo o Oriente
Médio. Parecia que Israel, a menina dos olhos de Elohim havia sido
abandonada e que as duas casas de Israel haviam sido condenadas
por seus muitos pecados primeiro a se dividir contra si mesma,
depois a cair ante seus inimigos externos e finamente sumir como
pingos d água entre o caudaloso rio das nações.
A oliveira parecia decepada para não mais tornar a brotar e
para que seus preciosos frutos nunca mais produzissem o azeite
dourado que ilumina o santuário, unge os homens e dá tempero e
sabor às suas comidas. Mas como vemos no escrito do profeta, isso
era apenas o que parecia que ia acontecer, não a verdade dos fatos.
“Ora o anjo que falava comigo voltou, e me despertou, como a um
homem que é despertado do seu sono; e me perguntou: Que vês?
Respondi: Olho, e eis um castiçal todo de ouro, e um vaso de azeite em
cima, com sete lâmpadas, e há sete canudos que se unem às lâmpadas
que estão em cima dele; e junto a ele há duas oliveiras, uma à direita do
vaso de azeite, e outra à sua esquerda. Então perguntei ao anjo que
falava comigo: Meu senhor, que é isso? Respondeu-me o anjo que falava
comigo, e me disse: Não sabes tu o que isso é? E eu disse: Não, meu
senhor. ... pois estes sete se alegrarão, vendo o prumo na mão de
Zorobavel. São estes os sete olhos do Senhor, que discorrem por toda a
terra. Falei mais, e lhe perguntei: Que são estas duas oliveiras à direita e à
esquerda do castiçal? Segunda vez falei-lhe, perguntando: Que são
aqueles dois ramos de oliveira, que estão junto aos dois tubos de ouro, e
que vertem de si azeite dourado? Ele me respondeu, dizendo: Não sabes
o que é isso? E eu disse: Não, meu senhor. Então ele disse: Estes são os
dois ungidos, que assistem junto ao Senhor de toda a terra.” Zecaryah/Zc
4.
Ao profeta a visão parecia por demais intrigante. Como todo o
judeu ele sabia que a oliveira é o símbolo de Israel, como
contemporâneo da época do exílio ele sabia que essa oliveira estava
podada, desbastada de seus ramos.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Assim como os
crentes hoje no máximo
conseguem ver apenas
Judá e os judeus como a
preciosa oliveira a ocupar
o seu lugar de destaque
entre as nações. O
profeta
não
estava
preparado para entender
o símbolo representado
pelas duas oliveiras.
Assim como os crentes hoje
no máximo conseguem ver
apenas Judá e os judeus
como a preciosa oliveira a
ocupar o seu lugar de
destaque entre as nações. O
profeta não estava
preparado para entender
Israel representado através
de duas oliveiras por cujo
meio o mundo será
iluminado.
Ele olha e olha para
os lados da menorah e vê
não uma árvore, mas
duas
delas
vertendo
azeite. Então ele ficou
como um homem que
sonha. Não sabe o que
lhe está sendo mostrado
e por isso indaga: “Que
são aqueles dois ramos
de oliveira, que estão
junto aos dois tubos de
ouro, e que vertem de si
azeite dourado? Ele me
Olea europaea, by (RNBC): Bela Vista, Lisboa, Portugal. Olea
europaea Fonte: Wikipedia:
respondeu, dizendo: Não
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Olea_europaea_subsp_eu
ropaeaOliveTree.jpg
sabes o que é isso? E eu
disse: Não, meu senhor.
Então ele disse: Estes são os dois ungidos, que assistem junto a Yah
de toda a terra.”
Adonay mostra a Zecharyah que Israel, a oliveira cortada, em
vez de sumir e perder-se no bosque dos zambujeiros se
transformaria em duas árvores e produziria os frutos que resultariam
no melhor azeite e que estas duas árvores representavam os dois
servos de Adonay que assistem ante sua presença.
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112
Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Estes fatos estão implícitos na visão do profeta Zecharyah
quando ele vê um castiçal de ouro que parece representar a justiça,
um vaso de azeite que representa a graça, o poder e a unção da
ruach, as sete lâmpadas que representam a plenitude da luz que
deve incidir sobre todas as nações e homens da terra.
Este óleo que flui por canais diferentes são os sete olhos do
Altíssimo que cuidam de sua obra em todo o mundo e que nunca
dependeu apenas de Yehudáh. Logo nada deveria nos surpreender
tanto como as duas oliveiras que o profeta vê uma à direita e outra à
esquerda. Estas duas oliveiras que estão separadas à muito tempo
devem voltar a se entrelaçar para se tornarem uma só árvore e
quando isso acontecer o mundo será renovado. Quis o Altíssimo que
o povo de Israel permanecesse em dois extremos desde 920 AM
quando as duas casas se separaram. Mas em todo os casos sempre
se deve lembrar que Israel e Judá são os dois povos que o Eterno
ungiu para erguer a Terra.
Deveria ser claro para qualquer estudioso que a Casa de Israel
não substitui a Judá, não lhe toma o lugar, apenas rompe sua
irmandade com ele de acordo com o propósito soberano de Elohim
até que ambos voltem a se reconciliar de novo sob a mediação de
Yeshua, o Maschiach (Ungido) e Moshia (Salvador) de Israel. As duas
casas são, pois instrumentos paralelos do Eterno através dos quais
ele termina por enriquecer as nações.
Não é, pois sem causa que o profeta Zecharyah surpreso, vê
duas oliveiras em torno da menorah quando estava preparado para
ver uma só. Da mesma maneira cristãos e judeus conseguem ver
apenas um Israel, quando na verdade deveriam considerar o fato de
que existem duas casas de Israel que de forma misteriosa e pelos
interesses mais diversos, e nem por isso menos providenciais, tem
estado separadas, e no entanto, aquilo que foi a sua maior fraqueza
revelou-se a maior força das nações. E por meio destas duas casas,
os dois ungidos de Adonay, e mais ainda por meio dos ramos da
oliveira enxertados no zambujeiro que o mundo vem sendo
arrancado das negras trevas do paganismo e levado a crescente luz.
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113
Dois Ungidos Abençoa m a Terra
No entanto, quando se enxerta a oliveira no zambujeiro e se
faz dele o cavalo para montar a boa oliveira é justamente para que a
resistência de seu tronco possa suportar a boa planta e protegê-la
contra as intempéries. Foi justamente isso o que ocorreu. A casa de
Efraim e suas dez tribos, perdidas sob o tronco do zambujeiro,
parecida com o zambujeiro, configurada a ele em seus costumes, fé
e prática passou desapercebida e pode crescer, crescer e crescer
para que através da pregação do evangelho ela pudesse retornar
numerosa como um grande olival.
E se o Olivicultor de Israel o enxertou no Zambujeiro (as
nações), não é por que ele estava à espera de milagres, mas por que
ele produziria estes milagres. Bem, o primeiro milagre é a
multiplicação de galhos a partir dos ramos da oliveira enxertados no
zambujeiro. Diferentes na espécie, mas iguais na família, a oliveira
israelita e o zambujeiro gentio foram enxertados pelo Olivicultor
Celestial que não estava a espera de um segundo milagre, mas no
comando do segundo milagre que é retomar estes muitos galhos
que se desenvolveram sob as copas do zambujeiro que são as
nações, cortá-los de sua árvore hospedeira e trazê-los de volta,
multiplicados e prontos para voltar à árvore mãe. Pela miscigenação
Israel se fundiu aos povos a quem o Eterno nada prometera. Dessa
forma pessoas de todos os povos podem participar das promessas
firmes e incondicionais feitas a Avraham.
Dessa fusão surgiram os gentios israelitas. Claro que pela
natureza a fusão entre Israelitas e gentios jamais produzirá nada de
bom. Como já vimos anteriormente, a Oliveira tende a reverter para
seu estado de zambujeiro quando ocasionalmente um de seus
frutos germina no solo. O agricultor tem de ter sempre o cuidado de
produzir novas oliveiras a partir das estacas arrancadas da árvore
doadora. A natureza nos ensina que o enxerto de Israel nos gentios
precisa de um milagre para dar certo. (Romanos 11:24) Esse milagre
ocorreu em larga escala no primeiro século quando dentre os
gentios centenas de milhares fizeram teshuvah antes da apostasia
trazida por Roma, e essa apostasia veio por que o tempo da
plenitude ainda não havia chegado.
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114
Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Esse momento difícil que hora vivemos, quando Efraym (a
Igreja) ainda se sente substituta, rejeita e por vezes ignora Judá e
quando Judá olha com desdém os esforços de Efraym por voltar à
Torah como se não fosse seu irmão foi simbolizado no ato de
Zecharyah quando ele toma a segunda vara que está em sua mão e
a quebra, para demonstrar que as duas casas estariam separadas por
séculos.
“Então quebrei a minha segunda vara União, para romper a
irmandade entre Judá e Israel.” Zecariah 11:12.
Este simbolismo das varas na mão do profeta representando
as duas casas será empregado também pelo profeta Ezequiel, mas
com um componente adicional, o retorno da irmandade, da unidade
e do amor entre as duas casas para que se tornem de novo uma só e
nunca mais sejam duas casas. Breve, tomara que seja em nossos
dias, e nos dias de toda a grande Casa de Israel, parte do Talmud e
das obras de Lutero estarão relegadas à lixeira da história. O Talmud
por que despreza os gentios, onde milhões incontáveis de filhos de
Efraym e as obras de Lutero onde os judeus são aborrecidos.
“Tu, pois, ó filho do homem, toma um pedaço de madeira, e
escreve nele: Por Yehudáh e pelos filhos de Israel, seus
companheiros. E toma outro pedaço de madeira, e escreve nele: Por
Yosef, vara de Efraim, e por toda a casa de Israel, seus
companheiros. E ajunta um ao outro, para que se unam, e se
tornem uma só vara na tua mão. E quando te falarem os filhos do
teu povo, dizendo: Porventura não nos declararás o que significam
estas coisas? Tu lhes dirás: Assim diz o Yah Elohim: Eis que eu
tomarei a vara de José que esteve na mão de Efraim, e a das tribos
de Israel, suas companheiras, e as ajuntarei à vara de Yehudáh, e
farei delas uma só vara, e elas se farão uma só na minha mão.”
Ychezkiel/Ez 37:16-19.
A luz de tudo isso devemos nos retrair de dizer que Efraym
substituiu a Judá no reino, ou melhor, na proclamação do mesmo.
Efraym, através de Yeshua é isso sim reconciliado com Israel e
reenxertado na boa oliveira para que possa produzir os mais
abundantes e saborosos frutos.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Se o cristianismo transformou as nações foi graças ao que
aprendeu dos judeus, principalmente de Yeshua e seus talmidim. Se
os judeus encontram hoje um mundo melhor, mais acolhedor e
respeitoso para com eles isso se deve a Efraym que teve a coragem
de dizer não aos desmandos do Papado, e de criar um novo
conceito de governo baseado na democracia e na liberdade de
expressão e credo. Efraim deve sua vida a Israel (Judeus) e o Estado
de Israel deve sua existência a Efraym representado nos cristãos dos
Estados Unidos.
Ambos se apoiam mutuamente, dividem suas cargas, sofrem
juntos e se protegem diante dos seus inimigos, principalmente dos
seus irmãos, filhos de Ismael que incendiaram o mundo inteiro com
a doutrina de que Israel tem te ser destruído e com ele seus aliados
cristãos. Não apenas isso, mas essas duas nações de Israel dividem
uma mesma história sagrada, e se apoiam num texto comum, o
Tanach no qual o destino de ambos está traçado a milênios.
Reconheçam ou ignorem a existência uma da outra a verdade é que
as duas oliveiras santificam o mundo. Definitivamente uma não pode
subsistir sem a outra. É graças ao zelo dos judeus religiosos em
manter a circuncisão de seus filhos, a guarda do shabat, a
celebração das festas, o uso do hebraico nas suas liturgias, o comer
kashrut e o amor por Yerushalaim que Efraim quando regressa para
a casa do pai encontra um referencial para o culto, para adoração e
para o aprendizado da Torah de Moshe.
Por outro lado é graças à fidelidade de Efraim no que foi
seguida pelos anusim ao evangelho e a crença firme de que somos
redimidos por Yeshua, que ele é o Servo Sofredor que os judeus
quando são despertados à graça podem encetar seus estudos na
busca do verdadeiro Maschiach que não é o que virá, mas o que
voltará para Tzion e para Yerushalaim. Todavia, é importante evitar o
vislumbramento de uma repentina reconciliação entre judeus,
anusim e efraimitas. Na parábola do Filho Pródigo, o filho mais novo
volta para a casa do Pai, mas o irmão mais velho, mesmo sabendo
que ele é seu irmão não o recebe alegremente. A festa é do pai para
o filho que regressa, é um encontro entre pai e filho apenas.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Logo, não é propósito do Pai que haja uma repentina vontade
dos judeus de receberem os milhões de anusitas, efraimitas, falash
mura e tantos outros que querem voltar ao judaísmo, mas crentes
em Yeshua. A estes, a única porta entre aberta oferecida é a da cada
vez mais difícil conversão. Em seu orgulho os rabinos que declaram
judeu um ateu que zomba de toda a palavra de Adonay se negam a
aceitar um crente em toda a Torah apenas por que crê em Yeshua. 38
No entanto, mesmo esse endurecimento de Judá contra Efraim
e contra os anusim que torna um processo de conversão quase
intransponível especialmente para os mais pobres, faz parte do
desígnio de Adonay. Ele não nos quer misturando as coisas e
imaginando a sandice de que Yehudah voltará para Adonay sem
imenso sofrimento, sem a destruição do Estado Laico de Israel, sem
a tomada de Yerushalaim, sem milhares e milhares de mortos antes
que eles clamem a Adonay e este acorra em seu auxílio. Além do
mais só a tolice, o desconhecimento das Escrituras, a vaidade pode
induzir pessoas a correrem atrás de certificados de Guiyur quando
nosso único e necessário certificado é a certeza dada na palavra de
que quando Israel voltar será achado por Adonay.
Apesar de tudo isso, apesar das azedas relações espirituais
entre os dois irmãos, estes já se abraçaram vezes sem conta, pelo
menos politicamente falando, é claro. mesmo sem se reconhecerem
mutuamente como irmãos, Efraim e Judá deram as mãos um ao
outro como Judá e seus irmãos cumprimentaram a Yosef (José) no
Egito. Cada vez que um homem como Barack Obama, na qualidade
de Presidente dos Estados Unidos estende as mãos ao Presidente
de Israel como o fez a Shimon Peres é como se os dois irmãos Judá
e José voltassem a se encontrar sem se reconhecerem mutuamente.
O judaísmo tradicional não emprega a expressão teshuvá em relação aos gentios, posto que esse conceito na
visão judaica envolve apenas o reforno de um judeu não praticante à fé de seus antepassados quando ele então é
chamado de um de ‫ לעב הבושת‬baal teshuváh e se for mulher ‫ תלעב הבושת‬ba`alat teshuváh e no plural os que
retornam são chamados de ‫ ילעב הבושת‬baali teshuvah (retornados ao Senhor). Teoricamente isso pode incluir
várias gerações, mas não prática não é o que acontece já que cada vez é mais difícil fazer retorno ou mesmo
conversão formal ao judaísmo. Em 2000 o rabino Haredi (ortodoxo), Avraham Sherman pôs em xeque 40.000
conversões. E recentemente ficou decidido que um tribunal rabínico pode anular conversões realizadas a anos,
mesmo diante de uma corte rabínica reconhecida, o que enche de percalços os caminhos daqueles que em vaidosa
concepção buscam uma conversão formal ao judaísmo.
38
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117
Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Cada vez que um homem como Barack Obama, na
qualidade de Presidente dos Estados Unidos estende as
mãos ao Presidente de Israel como o fez a Shimon Peres é
como se os dois irmãos Judá e José voltassem a se
encontrar sem se reconhecerem mutuamente.
President Barack Obama accueille le président israélien Shimon Peres dans le bureau ovale mardi 5 mai
2009. A droite, le vice-président Joe Biden. Photo officielle de la Maison Blanche par Pete Souza.
Presidente Barack Obama dá às boas vindas ao Presidente israelense Shimon Peres no salão Oval. A
direita o Vice Presidente Joe Biden. Foto oficial da visita por Pate Sousa. 5 de Maio de 2009, 14:02:59,
The Official White House Photostream, Wikimedia Commons 2.0
Além do mais, foi graças a uma intensa campanha dos crentes
evangélicos americanos, campanha veiculada através da Rádio e do
jornal com publicidade paga principalmente pelos crentes
pentecostais que a opinião pública norte-americana mudou de uma
posição de neutralidade e mesmo de hostilidade em relação à
comunidade judaica e ao sonho de um estado judaico em Israel para
uma posição favorável que resultou numa mudança primeiro do
congresso e depois da Casa Branca, uma mudança que levou os
Estados Unidos da América a ser a primeira nação reconhecer Israel.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Uma vez mais Elohim estava dizendo: Eu mandei Efraim para
as nações para torná-lo poderoso como Yosef no Egito para que na
hora da gueuláh (redenção) ele pudesse ajudar a seu orgulhoso e
envaidecido irmão. Sim, Israel deve sua existência como nação aos
Estados Unidos que o apoiaram e aos crentes, principalmente
pentecostais, mas também tradicionais que deram as mãos aos
rabinos e aos integrantes da Agência Judaica para tornar a
campanha pró-israel exitosa.
De lá para cá a América tem entregado mais ajuda externa,
tanto financeira como militar a Israel do que a qualquer outro país
na terra. Efraim que herdou os bens espirituais dos judeus, a Bíblia
com a qual pode descobrir que Elohim ainda ama seu povo e o
Maschiach que o salvou, devolve na forma de ajuda material sem a
qual Israel nãoi teria sobrevivido nem à Guerra de Independência a
benção que o ergueu acima de todos os povos.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Buscando os Méritos de Efraim
Há uma tendência natural nos seres humanos quando mudam de
credo que é abominar sua antiga fé e por vezes até mesmo seus antigos
irmãos tornando-se inaptos para contemplar qualquer benefício que a
igreja ou grupo a que estiveram filiados tenha proporcionado a eles. E o
velho costume denunciado no provérbio da sabedoria popular: “Não
cuspa no prato que comeu.”
Certo que por vezes
nada de bom pode ser
apontado na nossa antiga
religião 39 , mas isso
raramente acontece no
Brasil, um país de maioria
cristã, onde todas as
igrejas proclamam pelo
menos uma verdade, a
Bíblia contém a palavra
perfeita de Adonay. Logo,
se não houver mais
nenhum mérito, antes de
tecer uma batelada de
críticas a esse ou aquele
sistema doutrinário devem
os proponentes procurar
localizar as coisas boas
que cada grupo fez. Esse
método
evitará
o
fanatismo que cria uma
barreira de preconceitos
onde
poderia
ser
estendida uma ponte.
Ignorar o bem que a igreja cristã
tem feito e como tem beneficiado
às nações, apesar de seus muitos
erros, é ignorar que Adonay
ungiu Efraim e Manassés para
abençoarem o mundo.
Illustration by Owen Jones from "The History of Joseph
and His Brethren" (Day & Son, 1869). Owen Jones,
Wikipedia, Domínio público.
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Jacob_with_Ephraim_and_Manasseh.J
PG
Um pagão que fazia sacrifícios aos demônios por certo só pode atribuir um mérito a seu passado: o de conhecer
o mal para manter-se bem longe dele.
39
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120
Dois Ungidos Abençoa m a Terra
É realmente lamentável quando um professor, não tendo
estudado na escola de Yeshua, se esquece que o Maschiach, antes
de dizer à mulher samaritana que eles adoravam na ignorância, e
que os judeus sabiam o que adoravam por que a salvação vinha
deles pediu água a ela, demonstrando que apesar das diferenças
estava disposto a beber a água do poço de Yakov, causa de orgulho
nacional para os efraimitas de Shomeron. Antes de dizer a ela que
depois de cinco matrimônios legais ela agora estava amaziada com
um homem que não era dela Yeshua ganhou sua confiança.
Pessoas há que não sabem ensinar sem preceder seu ensino pela
crítica, iniciando dessa maneira a caminhada pelo caminho errado. Em
resultado disso criam uma antipatia na forma como anunciam sua
nova crença que em vez de atrair separam, e ferem em vez de sarar.
Pessoas há que não parecem ter aprendido absolutamente nada de
Yeshua quando o assunto é relacionamento com outras pessoas
pelo simples fato de que não pertencem a seu clube religioso. Se
essas pessoas não são suas aliadas, então são suas inimigas, devem
ser desclassificadas, desmoralizadas e reduzidas ao silêncio sem que
nada de bom possa ser identificado nelas.
Os discípulos de Yeshua pensavam assim. Yeshua era seu
mestre, qualquer aluno que o quisesse seguir poderia fazê-lo, mas
tinha de se juntar ao clube, estivesse ou não pronto para isso, ou
então, não poderia defendê-lo, usar seu nome, ser reconhecido pelo
seu ou ter poder sobre o maligno. Estavam equivocados. Numa de
suas caminhadas encontraram um homem que não era parte da
escola rabínica de Yeshua, não era seu talmid, ou seja, não aprendia
com ele, mas sabia o suficiente sobre ele para usar seu nome e
expulsar demônios. O que eles fizeram? Mandaram que ele
silenciasse. Eles eram demasiado denominacionalistas, exclusivsitas,
e egoístas espiritualmente falando para dividir Yeshua com outros
grupos. Yeshua é nosso, só nosso pensavam eles. Quando contentes
pela “boa ação” de silenciar “os hereges” que não eram do grupo
contaram a Yeshua descobriram que ele não só não apoiava essa
atitude como também que lhes ensinou que a partir dali as coisas se
dividiriam assim: Quem não estivesse contra Yeshua seria a favor.
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121
Dois Ungidos Abençoa m a Terra
“E Yochanan lhe respondeu, dizendo: Mestre, vimos um que
em teu nome expulsava demônios, o qual não nos segue; e nós lho
proibimos, porque não nos segue. Yeshua, porém, disse: Não lho
proibais; porque ninguém há que faça milagre em meu nome e
possa logo falar mal de mim. Porque quem não é contra nós, é por
nós.” Marcos 9:38-40
Que ataque direto na linha de cintura dos boxeadores da fé,
aqueles que esperam sempre a oportunidade para nocautear os que
não estão do seu lado, que não vestem a sua camiseta, que não
integram o seu “clubezinho de fé exclusivo e dono de toda a
verdade”. Ninguém é inimigo de Yeshua por que não faz parte do
meu “ministério verdadeiro”, da minha “igreja com linhagem
apostólica,” da minha “única e verdadeira igreja.” Todas estas
ufanistas designações deveriam ser postas de lado.
Alguém é inimigo dele quando fala mal dele, quando declara
que ele não é o Maschiach, quando diz que seu sangue não foi
derramado para salvar seu povo, quando afirma que ele é um
impostor. E bem, aquele homem não fazia isso, falava tão bem de
Yeshua, que mesmo não frequentando as reuniões dos discípulos
ainda se atrevia a expulsar demônios em seu nome. Então ele não
fazia parte da tropa de elite de Yeshua, mas tampouco era da milícia
inimiga, ele não era um deles, mas era por eles.
Bem é isso, exatamente isso que quero dizer nesse momento.
Sinto que os restauradores precisam entender isso. Yeshua fundou
uma escola de ensino, não fundou uma religião, nem mesmo uma
igreja, por que essa foi fundada por Moshe Rabeinú para que ele a
salvasse. Estevão lembra que Moshe “esteve entre a congregação
(igreja) no deserto, com o anjo que lhe falava no monte Sinai, e com
nossos pais, o qual recebeu as palavras de vida para no-las dar.“
Atos 7:38. Yeshua não veio pois fundar uma igreja, mas salvar uma
igreja. Que igreja era essa? Lemos que depois da sua morte Elohim o
ressuscitou para que redimisse a Israel. ”Elohim com a sua destra o
elevou a Príncipe e Salvador, para dar a Israel o arrependimento e a
remissão dos pecados.” Atos 5:31
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122
Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Nosso objetivo nesse trabalho é justamente evitar o
desenvolvimento de uma teologia disparatada e farisaica onde
alguém sobe no tamancos de suas “verdades inabaláveis” para
denunciar tão asperamente os crentes de outras denominações
como bodes e as organizações como antro de corrupção espiritual
como se nada de bom pudesse ser notado nelas.
E o que digo aqui é tão verdade em relação a uma igreja
católica como em relação a uma igreja neopentecostal, a uma
mórmon, a uma igreja batista ou ás testemunhas de Jeová. Antes de
mais nada é preciso que sejamos guiados pelo espírito de
Maschiach, que sendo judeu declarou em relação a seus irmãos
israelitas naquele momento separados do aprisco de Judá: “Tenho
outras ovelhas que não são desse aprisco: “Ainda tenho outras
ovelhas que não são deste aprisco; também me convém agregar
estas, e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um
Pastor.” Yochana/Jo 10:16.
Aqueles que afirmam que o rebanho está tão completo que
eles constituem o povo de Elohim, como se estivessem na unha do
capeta não sabem o que creem e muito menos o que falam. O
próprio Adonay, quando fizer soar o chamado para Efraim dirá: “Sai
dela povo meu, para que não incorras nas suas pragas e não sejas
participante dos seus pecados.” Apocalipse 18:4. Sim, o povo do
Senhor ainda não está reunido, mas já está constituído, e este povo
não se chama católico, luterano, calvinista, batista, metodista,
adventista mórmon ou pentecostal. Estes podem ser o nomes dos
lugares onde as ovelhas se encontram para descansar de suas obras
se é que ouvem dizer que são salvas pela graça, são lugares onde se
reúnem para aquecerem das intempéries da vida espiritual, onde se
abrigam em busca de proteção dos raios inflamados do maligno e
dos lobos que rosnam ameaçadores, mas não são o nome de seu
aprisco. Sim, o povo de Adonay tem um nome, e para ele que
Adonay estenderá o seu favor até que esteja todo reunido na sua
terra. “E trarei do cativeiro meu povo Israel, e eles reedificarão as
cidades assoladas, e nelas habitarão, e plantarão vinhas, e beberão o
seu vinho, e farão pomares, e lhes comerão o fruto.”
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123
Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Bem ai está o nome desta nação. Adonay a chama de “o meu
povo Israel,” e isso é tão verdade nos profetas como na brit
chadashá ou Novo Testamento. Shaul ao escrever aos gálatas
lembrando que nem a circuncisão trazia méritos para a salvação e
nem a incircuncisão declarou: “E a todos quantos andarem conforme
esta regra, paz e misericórdia sobre eles e sobre o Israel de Elohim.”
Gálatas 6:16 Ora, é claro que existe a kahal elohim, ou como os
cristãos dizem antes de entenderam a importância de restaurar a
linguagem kashrut “a igreja de Deus”, mas essa Kahal Elohim não é
nome, assim como “Esposa de Baruch” não é o nome de minha
mulher, mas Helenita. Da mesma forma, Adonay tem um povo que
ainda está em Bavil ou Babilônia, e que se chama Israel. E é esse
povo, numeroso como a areia do mar, disperso entre as nações que
o Maschiach veio chamar como ele mesmo nos informou.
Há dois mil anos, durante a única viagem dele à terras
estrangeiras que se tem notícia, Yeshua, o pastor das ovelhas disse à
pobre mulher siro-fenícia que clamava em desespero pela libertação
de sua filha endemoniada: “Eu não fui enviado senão às ovelhas
perdidas da casa de Israel.”Mtytyahu/Mt 15:24. Ao mesmo tempo
disse: “Ide antes às ovelhas perdidas da Casa de Israel.”
De lá para cá, aparentemente como por encanto de alguns
pregadores, pelo menos é assim que os judeus tradicionais pensam,
um terço da humanidade passou a reconhecer os patriarcas e
profetas do judaísmo como homens autenticamente chamados por
Elohim. Passaram na ver na Bíblia e no conjunto de seus escritos a
fonte atrás da qual se oculta a perfeita vontade de Elohim. Esse foi
um processo lento, mas inexorável por meio do qual a luz dos
profetas chegou ao mundo. Primeiro alguns gentios, logo dezenas,
depois milhares e dezenas de milhares e finalmente milhares de
milhões se encantaram com a mensagem do nazareno, com as boas
novas de salvação pregadas por ele. Num milagre jamais sonhado,
aquilo para o que Israel foi chamado, ser luz para os gentios, veio a
se cumprir maravilhosamente. Só que estes gentios não eram e não
são nada mais a nada menos que as outras ovelhas, as ovelhas
perdidas da casa de Israel, tão perdidas que parecem gentios.
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124
Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Efraim foi reunido no
primeiro século, mas tal e
qual estava profetizado caiu
em apostasia.
A kehilah messiânica, antes
judaica em sua fé e
yerosolomitana no seu coração,
por que era para lá que os
crentes se voltavam durante
cada oração tornou-se romana
em sua alma.
PD Image 2: The Cathedra Petri and the interiors of Peter's
Basilica, Rome
http://public-domain-images.blogspot.com/2010/11/chair-ofsaint-peter-cathedra-petri.html
Efraim foi reunido
no primeiro século, mas
tal
e
qual
estava
profetizado
caiu
em
apostasia.
Já
Shaul
advertia que depois da
sua partida entrariam no
meio do rebanho lobos
devoradores que não
poupariam o rebanho.
Como parte da grande
apostasia
a
kehilah
messiânica, antes judaica
em
sua
fé
e
yerosolomitana em seu
coração, por que era para
lá que os crentes se
voltavam durante cada
oração tornou-se romana
em sua alma. Afastados
os judeus piedosos do
comando da kehilah logo
após
a
destruição
completa da cidade santa
por Adriano no ano 133,
e divididas as lideranças
entre patriarcas latinos,
gregos, egípcios e assírios
nem sempre santificados
pela
verdade,
as
comportas da apostasia
se abriram sufocando
rapidamente quase todo
os vestígio da fé religião
judaica, a religião do
próprio
Yeshua
há
Maschiach.
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125
Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Cumpria-se a previsão de Shaul, a ele comunicada por
profética visão:
“Porque eu sei isto que, depois da minha partida, entrarão no
meio de vós lobos cruéis, que não pouparão ao rebanho; E que de
entre vós mesmos se levantarão homens que falarão coisas
perversas, para atraírem os discípulos após si.” Atos 28:29-30.
Sim, aqueles que dizem que a igreja atravessou incólume pelo
deserto das perseguições romanistas, indiferentes à grande
apostasia constantiniana decretada a partir do famigerado Concílio
de Nicéia não sabem o que estão falando. Ignorantes da graça que
salva a Israel apesar de seus deméritos, por que doutra sorte a graça
já não seria graça, estas pessoas confundem o fato de Yeshua dizer
que as portas do Sheol (perdição) não prevalecerão sobre sua
kehilah que é Israel com a conclusão de que o povo não cairia em
apostasia.
Sim, Efraim voltou a cair, não tanto como no passado perdido
completamente e sem a palavra dos profetas, mas não foi
abandonado, e continua a ser resgatado. Olhando para os lados,
quando criticamos os erros de Efraim espelhados em suas diferentes
corporações nem por isso deixamos de reconhecer que a boa e
poderosa mão de Adonay não o abandonou. Mesmo hoje esse
milagre em grande parte está acontecendo e precisamos reconhecer
os méritos de cada grupo onde a ruach há kodesh operou como o
azeite da oliveira a arder na pessoa de seus eleitos israelitas.
Talvez os crentes mais radicais, especialmente aqueles que
estão caminhando numa plataforma mais elevada de serviço diante
do Pai tendo rejeitado os conceitos romanos sobre a divindade, e
seu neopaganismo se perguntem: Onde está essa luz para que a
vejamos? Minha resposta a estes amados irmãos é que a luz se
derramou por toda a parte. Onde quer que a Bíblia seja impressa,
vendida e aberta por mãos de um católico ali há vestígios de luz.
Onde quer que os homens se voltem dos ídolos para uma adoração
espiritual nas igrejas reformadas os raios da luz brilharam.
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126
Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Onde quer que os mandamentos mais básicos como
abstinência da idolatria, do sangue e da prostituição sejam
cumpridos a ruach operou. Onde que o shabat, única das festas
bíblicas que precede ao surgimento de Israel seja santificado Elohim
está chamando estrangeiros à aliança. Onde quer que alguém faça
diferença entre a costela de carneiro assada e a costeleta de porco
Adonay está operando para chamar seus filhos à santidade da alma.
Verdade é que por agora grossos véus de erro ainda impedem
a passagem plena da luz emanada da palavra dos profetas, e isso,
ninguém que se volta para a restauração ousa negar, no entanto, foi
graças a este retorno, ainda que limitado das ovelhas perdidas de
Israel que o mundo não é um lugar nefasto como aquele que
recebeu os primeiros crentes judeus messiânicos a vinte séculos.
Os povos que estavam em trevas viram uma grande luz, uma
luz que nem os erros mais espessos e abomináveis emanados das
margens do Tibre, de Roma e sua pretenciosa organização
conseguiram ofuscar completamente. Já não se sacrificam crianças
aos ídolos, já não se matam gladiadores nas arenas, já não se
queimam hereges nas praças, e em muitos lugares, milhões de
crentes já não rezam aos ídolos que a Igreja Romana sumida em
grossa apostasia consagrou para enganar as almas e mantê-las com
um pé no paganismo e outro no judaísmo.
Isso pode ser notado até mesmo na mais apóstata das
organizações cristãs, a Igreja de Roma surgida em 321 DEC que por
séculos desrespeitou os direitos humanos, empobreceu, encarcerou,
torturou e queimou “hereges” principalmente os acusados de
judaísmo e protestantismo. Foi graças a Igreja de Roma, que alega
ter 1 bilhão de seguidores que o avanço do islã foi detido na Europa
permitindo que à época das grandes descobertas fosse o
cristianismo e não o islamismo a chegar ao novo mundo. Isso pode
parecer pouco para nós que vivemos em liberdade, onde os
muçulmanos se medem em dezenas de milhares conformados com
sua insignificante minoria, mas não é, e que o digam os cristãos do
Líbano, do Irã, do Egito e outras terras oprimidas pelo islã.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
O
avanço
do
catolicismo romano e grego
sobre a Europa Ocidental e
O avanço do catolicismo
Oriental
com
a
romano e grego sobre a Europa
despaganização parcial dos
Ocidental e Oriental com a
povos onde exerceu domínio
despaganização parcial dos
foi muito mais salutar que o
povos onde exerceu domínio
avanço
do
islamismo
foi muito mais salutar que o
avanço do islamismo ocorrido
ocorrido na África, no
na África, no Oriente Médio e
Oriente Médio e na Ásia.
na Ásia.
Recorde que apesar de seus
muitos erros, a Igreja de
Roma promove ao lado de
seu enorme panteão de
semideusas e semideuses os
profetas de Israel enquanto o
islamismo eliminou os ídolos
mas promoveu profetas cuja
única relação com os da
Bíblia é seu nome arabizado
Baptism in Russian Orthodox Church
(St.Petersburg, 2005), autor: Mossir, Dominio
já que seus caracteres nada
Público, Wikipedia.
tem a ver com os profetas da
Bíblia, e suas profecias só são
cridas quando supostamente
podem ser empregadas a favor de Muhamad.
O islamismo é uma religião absolutamente antijudaica e
anticristã, um perigo que ronda as nossas portas, e que foi
esconjurado por Roma. Aqui, Adonay que usa os meios que quer,
usou o mal menor (catolicismo) para barrar o mal maior (islamismo)
ao passo que fez Roma confessar que a Bíblia contém a verdade.
Acompanhando o desenvolvimento da igreja cristã no
ocidente não se pode ignorar a contribuição das igrejas reformadas.
Lutero, Calvino e Zuinglio dispararam uma seta direta ao coração de
Roma e de sua deslavada promoção da idolatria neopagã que leva
os homens a adorar as obras de suas mãos, coisa que Yah abomina.
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128
Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Trataremos esse tema oportunamente numa mensagem ao
povo de Elohim que ainda congrega sob o pálio de Roma. Com
aquela mesma Bíblia que Roma dizia ser a Palavra de Adonay, Bíblia
que ocultava do povo para que suas heresias hediondas não fossem
descobertas os reformadores clamaram em alto e bom som que não
somos salvos por obras, mas por graça, graça livre, soberana e
predestinadora exatamente como as Escrituras proclamam.
Assim, reconhecemos o esforço das diversas igrejas de
confissão luteranas com seus 90 milhões de adeptos, sendo 1 milhão
deles no Brasil que ajudaram o povo cristão a abandonar a crença
romana de que Maria é mediadora entre Elohim e os homens, um
engano facilmente demonstrável.
Como ignorar o papel das mais de 200 igrejas de confissão
reformada inspiradas em João Calvino e João Knox e seus 84
milhões de cristãos, (1 milhão no Brasil) que são ensinados a confiar
somente na graça para a sua salvação lançando às traças a salvação
pelas obras, os ídolos e santinhos da Sé de Roma e a mediação dos
santos.
Mesmo sendo um catolicismo pouco melhorado, não
ignoramos o papel das Igrejas Anglicanas que com 80 milhões de
membros das diversas igrejas reformadas, inclusive os evangélicos
episcopais do Brasil que prestaram um enorme serviço levando às
escrituras principalmente aos povos da África, Ásia e Oceania.
Graças ao conceito de que a Bíblia tem a verdade a Reforma
do século XVI pode surgir dentro de Roma com o célebre protesto
das 96 teses de Lutero ocorrido em 1517, no que logo foi seguido
por Ziunglio e por Calvino. Foi o primeiro passo de uma judaização
crescente, dentro de um cristianismo até então envolto em espessas
trevas de paganismo e idolatria sem limites. Roma deixou der ser a
senhora da vida e da morte de todos os crentes. A reforma
protestante, não só baniu os ídolos, a confissão auricular, como
também abominável pratica romana da venda do perdão e da
oração aos santos defunto em busca de benção e perdão.
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129
Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Coube
também
à
Reforma
aproximar
uma
igreja
tão
distante
do
Mas se o batismo nas águas
judaísmo pelo menos um
era judaico, por que não
porquinho de sua fonte. Foi a
avançar na judaização?
Reforma que introduziu a
Pensando nisso os batistas
criaram em 1616 a Mill Yard
ceia com pão e vinho para
Seventh Day Baptist Church, o
todo o povo. Isso fazia
primeiro caso comprovado de
lembrar,
ainda
que
uma a igreja a guardar o
vagamente o kidush judaico.
shabat no Ocidente depois de
Também a Reforma baniu o
séculos de antijudaísmo.
asqueroso celibato, nada
judaico e todo pagão. O
celibato, cujos vergonhosos
resultados se estampam de
maneira irretorquível nos
rumorosos escândalos de
pedofilia que empobrecem a
sé de Roma devido as
indenizações bilionárias às
vítimas cuja pureza infantil foi
conspurcada pelas mãos
daqueles
em
quem
confiavam como pastores de
tão superior qualidade que
Batismo no Rio Jordão, Creative Commons 2,5
haviam renunciado ao sexo
Wikipedia.
para sempre, quando na
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Jordan_river_baptism_cue.jpg
verdade não é a renúncia ao
sexo, mas ao casamento que
santifica ao sexo. Seguindo nessa trilha, ainda nos alvores da
Reforma vieram os menonitas, os “reformadores radicais”, hoje
estimados em 1,6 milhões. Os menonitas, assim chamados por causa
de seu principal mentor o holandês Meno Simons foram também
chamados de anabatistas por que ensinavam que o batismo tem de
preceder à conversão, que o pedobatismo (batismo de crianças) era
nulo e que os crentes precisavam se batizar de novo. Estava aberto o
caminho para a revisão sobre o que era o batismo.
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130
Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Graças a eles no início de 1609 surgiram os batistas, hoje
presentes em todos os países do mundo e com cerca de 100
milhões de adeptos nas diversas convenções através do globo e
pelo menos 1,6 milhões de membros no Brasil. Coube aos batistas
restaurarem a forma judaica de converter alguém, isto é, por meio
da imersão completa na água. Por primeira vez, depois de mais de
1.000 anos de apostasia romanista, a Igreja e a Sinagoga se
pareciam numa coisa, a presença do tanque batismal. Naturalmente,
nossos irmãos batistas sofreram muitas perseguições, os crentes
imaginavam que a igreja nãoprecisava imitar os judeus. Mas se o
batismo nas águas era judaico, por que não avançar na judaização?
Pensando nisso os batistas criaram em 1616 a Mill Yard
Seventh Day Baptist Church, o primeiro caso comprovado de uma a
igreja a guardar o shabat no Ocidente depois de séculos de
antijudaísmo. Hoje, as diversas convenções batistas do sétimo dia
congregam cerca de 75 mil membros, 4 mil deles no Brasil.
Lamentamos que os mórmons surgidos em 1823 tenham ido além
dos profetas da Bíblia e que tenham se desviado de sua simplicidade
e se distraído às fábulas sobre como os israelitas teriam chegado à
América para abordar o tema das tribos perdidas.
Mas ainda assim reconhecemos o mérito deles em promover o
debate em torno da presença israelita entre as civilizações précolombianas da América como ninguém mais o fez, já que existem
mais de 14,3 milhões de mórmons filiados a dezenas de
organizações mórmons e mais de 1,1 milhão deles no Brasil. A isto
soma-se a aversão à idolatria e o cumprimento das leis noéticas,
poder ser pouco, mas é um começo sobre o qual Adonay fará seu
edifico crescer quando chegar a hora.40
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias é o 4º movimento cristão mais importante dos Estados
Unidos depois dos católicos, batistas, e metodistas com 5,974 milhões de membros. No total a Igreja de Jesus
Cristo dos Santos dos Últimos Dias contabiliza 14 milhões de membros, e outros 300 mil estão ligados a igrejas
dissidentes do mormonismo. As principais dissidências atuais são: A Comunidade de Cristo com 250 mil membros,
a Igreja de Cristo "com a mensagem de Elias" com 12.5 mil membros, os Apostólicos Irmãos Unidos com 10 mil
membros, a Igreja Reorganizada de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias com 10 mil membros, a Igreja
fundamentalista dos Santos dos Últimos Dias com 8 mil membros, a Conferência de Elderes da Restauração com
7 mil membros, a Igreja de Cristo (Lot Temple) com 5 mil membros, Igreja dos Últimos Dias de Cristo com 2 mil
membros, a Remanescente Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias com 1,8 mil membros, o Centenial
Park com 1,5 mil membros, a Igreja do Primogênito da Plenitude dos Tempos com 1 mil membros, a Casa de Arão
40
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131
Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Deve-se registrar que entre os mórmons surgiu logo no
começo, em 1830 um grupo guardador do shabat que sobrevive até
hoje a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos últimos Dias (Strangite),
ainda que sua membresia seja pequena, em torno de 300 crentes.
De todas as formas, através dos mórmons, diversos grupos
indígenas americanos vieram a escutar por primeira vez que podem
ser descendentes das tribos perdidas. Logo, apesar de não
concordarmos com o método empregado para suscitar o estudo
sobre a origem dos povos americanos cremos que Adonay vai
empregar a boa disposição dos mórmons descendentes de nativos
americanos na hora do retorno de Efraim para a Casa do Pai.
Merece destaque pela ousadia na restauração a Igreja
Adventista do Sétimo dia com 17,214 milhões (1,211 milhão no
Brasil) e a Igreja de Deus do Sétimo Dia com 300 mil membros
(cerca de 5 mil no Brasil). Os dois grupos, então unidos, começaram
juntos a guardar o shabat em 1846 por influência de uma irmã
procedente dos batistas do sétimo dia. Claro que essa parte da
história é admitida pelos adventistas e negada pela Igreja de Deus.
Divergência sobre o nome a ser adotado dividiu o pequeno
corpo de adventistas observadores do shabat em 1860, quando a
maioria em votação decidiu que dali para a frente se identificariam
como adventistas do sétimo dia. Os demais passaram se identificar
como Igreja de Deus do Sétimo Dia.
Os dois grupos dotaram outras práticas judaicas além do
batismo e do shabat que os batistas do sétimo dia já usavam. A
mesa foi judaizada com a adoção da comida kasher. A ceia foi mais
judaizada do que entre os crentes batistas com a adoção do pão
sem fermento durante as celebrações, ainda que se consideração
para o dia adequado do Pessach. Inicialmente ambos os grupos
eram não trinitários, embora hoje a Igreja Adventista seja trinitariana
convicta, uma mudança muito a lamentar.
com 0,9 mil membros, a Igreja Fundamentalista de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias com 0,7 mil membros.
Em comum os grupos mantém a sua crença em Josef Smith como profeta, mas discordam quanto à sucessão
profética.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Hoje também diversos segmentos da Igreja de Deus do Sétimo
que sofreu cerca de 300 divisões, e mais de 150 sobrevivem, já
aceitam a doutrina da trindade, embora haja forte controvérsia
envolvendo alguns dos mais poderosos ministérios. Sobre a o tema
da trindade consulte nosso artigo Os Pioneiros do Adventismo e a
Doutrina da Trindade, que em breve será editado.
Mas foi a Iglesia ni Cristo com 9 milhões de membros nascida
nas Filipinas em 1914, as Testemunhas de Jeová com 7,6 milhões de
membros nascida em 1874 nos Estados Unidos, Igreja de Deus
Internacional com 2 milhões de membros nascida em 1980 as que
mais tiveram êxito em pregar que existe apenas um único Rei e
Criador do universo, restaurando exitosamente a um nível cristão o
conceito de Adonay Echad dado pelo Shemá, a mais importante
oração judaica.
A Igreja de Deus dos Santos em Cristo, grupo sabatista
fundado em 1896 nos Estados Unidos por William Saunders Crowdy,
reputado como profeta foi a primeira a dizer aos negros americanos
que eles eram os legítimos judeus, e que deviam guardar o shabat
por que era um sinal para Israel. As diversas dissidências do grupo,
desconhecidas no Brasil, somam uns 30 mil membros, erram por
certo na identificação das tribos perdidas, já que estas incluem os
negros, mas não excluem brancos, indígenas e asiáticos.
Como esquecer nossos 130 milhões de irmãos pentecostais
surgidos em 1902. Estes apesar de seu culto ruidoso e por vezes
mais emotivo do que racional foram usado por Elohim para
despertar o povo a estudar o pacto eterno de Adonay com Israel
proclamando que ele não acabou, que Israel ainda é a menina dos
olhos de Elohim e que ele voltará plenamente ao favor de Adonay.
Não se deve esquecer que o próprio Fox Parham, fundador do
pentecostalismo moderno era adepto do israelismo britânico. No
Brasil, o mérito pela proclamação da verdade com relação à futura
restauração de Israel ainda que sob a visão bem discutível da
doutrina da substituição e do arrebatamento prévio coube aos
nossos irmãos pentecostais.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Foram nossos irmãos
pentecostais que abriram os
olhos de muitos crentes de que
Israel ainda é e sempre será o
povo eleito e amado. Eles se
aperceberam daquilo que a
velha teologia não conseguia
ver, as profecias em relação a
Israel são literais e não
figuradas.
Foram nossos irmãos
pentecostais que abriram os
olhos de muitos crentes de que
Israel ainda é e sempre será o
povo eleito e amado. Eles se
aperceberam daquilo que a
velha teologia não conseguia
ver, as profecias em relação a
Israel são literais e não
figuradas.
Surgido em 1930 no seio
da Igreja de Deus do Sétimo
Dia, que o rejeitou,
o
Movimento do Nome Sagrado
proclamou a restauração do
nome de Adonay e de seu filho
Yeshua em detrimento dos
nomes gentilicos levou Efraim
para mais perto de suas raízes
(Igreja Pentecostal) Inside Hillsong Church, Matt
e hoje, pelo menos 50.000
Malone, Sidney, Austrália Wikimedia Commons – Uso
LIvre. http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Hillsong01.JPG
crentes nos Estados Unidos e
milhares de outros noutros
países preferem chamar o
Messias pelo seu verdadeiro nome em vez de o chamarem por
nomes criados pela igreja de Roma.
Emergida da mesma Igreja de Deus do Sétimo Dia, a Igreja de
Deus da Rádio nascida em 1934 e cujo nome foi mudado para Igreja
de Deus Universal em 1968 foi um poderoso instrumento em dar
voz e eco ao israelismo britânico. A doutrina procura decifrar a
origem dos diferentes povos e ensina que os Estados Unidos e a
Inglaterra descendem de Efraim e Menashe. O grupo operou em
conformidade com essa fé de que a maioria de seus membros eram
israelitas retonando. Herbert Armstrong foi diversas vezes a Israel
onde se avistou com presidentes e premiês e sua organização
mantinha creches e escolas para crianças pobres no país.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Através de seu ministério dezenas de milhares foram levados
a abraçar além do shabat e da comida kasher também as festas
perpétuas de Adonay trazendo para o seio da cristandade um
debate há muito esquecido se as festas são tão perpetuas como o
shabat por que não celebrá-las?
Presentemente dezenas de grupos derivados da Igreja de Deus
Universal, com destaque para a Igreja Cristã de Deus, para a Igreja
de Deus Unida, para a Igreja de Deus Vivente e para a Igreja de Deus
Filadélfia congregam em torno de 100 mil crentes que celebram
regularmente todas as festas da Torah, constituindo-se vanguarda
da restauração entre os grupos cristãos.
O leitor notará que não enfatizei aspectos negativos do caráter
dos líderes e fundadores desses grupos, nem mesmo daqueles que
tiveram a liderança de pessoas que se rotularam profetas ou
apóstolos e da mesma forma não mencionei os erros doutrinários
que esses grupos podem estar sustentando por que o que tive em
mente foi destacar o que eles fizeram de bom. Destacar os erros,
apontar as coisas negativas é sempre mais fácil do que ver o que foi
feito de bom e principalmente do que esperar que se chegue a fazer
algo positivo por parte de grupos tão heterogêneos como os que
foram mostrados. Assim, vemos que apesar dos erros da Casa de
Efraim, de uma forma ou outra ela vem sofrendo alterações para
bem, e o orgulho de algumas igrejas em certo sentido é o eco da
busca de uma verdadeira identidade perdida a mais de 27 séculos.
Todos esses grupos juntos ajudam a preparar os ramos para o
reenxerto.
Mesmo o movimento neopentecostal, com suas dezenas de
milhões de membros no mundo e pelo menos 10 milhões no Brasil
deu o seu contributo para a restauração. Apesar de voltado muito
mais para o reino agora, para a prosperidade sem limite comprada
no “Mercado da Benção”, o neopentecostalismo vem contribuindo
não só em arrancar as pessoas do catolicismo, mas para levá-las par
amais perto da Bíblia, o que não deixa de ser também um passo
para mais perto do judaísmo.
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Dois Ungidos Abençoa m a Terra
Parte dos neopentecostais, como a IURD do Bispo Macedo
terminaram promovendo uma empatia tão grande por Israel a ponto
de transmitirem cultos ao vivo realizados nos lugares santos. Assim
o povo vem despertando para o fato de que o lugar onde os
patriarcas e profetas e Yeshua e seus discípulos andaram ainda é
terra da promessa.
Registre-se ainda que ao crescer rapidamente na África,
mesmo sob um expediente censurável ainda os movimentos
neopentecostais estão cumprindo um papel magnífico ao conter o
avanço do islamismo em países como Moçambique, Zimbábue e
Guiné Bissau. Dessa forma, este povo que hoje passa a crer na Bíblia
está sendo preparado para maiores reformas na hora do reencontro
de Efraim.
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