aspectos de cartografia temática com apoio de

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aspectos de cartografia temática com apoio de
ASPECTOS DE CARTOGRAFIA TEMÁTICA COM APOIO DE IMAGENS DE SATÉLITES
THEOS E WORLDVIEW
Gilberto Pessanha Ribeiro1,2 , Ubiratan de Souza Dias Junior2 , Marcelo Francisco Moraes3
1
Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ; 2 Universidade Federal Fluminense – UFF; 3 Globalgeo Geotecnologias
INTRODUÇÃO
O mapeamento de uso da Terra e cobertura vegetal nos municípios de Caraguatatuba e Ubatuba
(SP), na escala 1/10.000, encontra-se em desenvolvimento, atividade financiada parcialmente pela
FAPERJ e FAPESP, liderado pelo Departamento de Engenharia Cartográfica da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro (UERJ), e apoiado pelo Instituto Geológico da Secretaria de Meio
Ambiente do Estado de São Paulo (IG/SP). Tal mapeamento digital, auxiliado por imagens do
sistema orbital THEOS (Thailand Earth Observation Satellite) e suas bandas pancromática (2 m de
resolução espacial) e multiespectrais (15 m), para a época de 2011, tem revelado passos
avançados de áreas caracterizadas por ocupação humana, especialmente nas planícies costeiras.
O mapeamento em curso pôde observar também remanescentes de áreas de vegetação de
Floresta Atlântica e de remanescente de mangue nesse litoral. As atividades turísticas e de
serviços
crescem nesses municípios, acompanhados de forte explosão imobiliária, alterando de forma bem
expressiva o arranjo da configuração espacial das feições e ambientes costeiros naturais, já
impactados há décadas. Desta forma concentraram-se esforços a partir dos documentos
cartográficos gerados, de interpretar e entender parte dos processos de ocupação, na perspectiva
também de Cartografia Social. Ao mesmo tempo este artigo dedica-se a apresentar e disparar
discussões com mapas e cartas geradas a partir de Imagens do sistema orbital WorldView-2 de
zonas litorâneas nos estados do Rio de Janeiro e de Pernambuco, como estudos de caso, também
com foco nas áreas de assentamentos humanos.
METODOLOGIA
Os mapas e cartas-imagem foram produzidos por meio dos sistemas computacionais SPRING,
GlobalMapper e PCI Geomatica, com processamentos envolvendo edição vetorial, correções
geométricas, realce/contraste, georreferenciamento, segmentação e classificação supervisionada
por crescimento de regiões. O arcabouço metodológico de parte importante do mapeamento
digital é ilustrado na Figura 1 a seguir.
Figuras 9 e 10– Carta-imagem e
mapa de uso da Terra da praia do
Frade, Angra dos Reis (RJ).
Figuras 11 e 12– Carta-imagem e
mapa de uso da Terra da praia do
Saco, Mangaratiba (RJ).
A seguir são apresentadas cartas-imagem produzidas no sistema GlobalMapper a partir
de imagens do sistema orbital WorldView-2, indicativas de zonas litorâneas de Cabo Frio (RJ) e
Porto de Galinhas (PE), onde também se aplicam projetos urbanos apoiados por essas
geotecnologias, no sentido de ordenamento territorial. Trata-se de áreas com comprovada
explosão imobiliária e supervalorização de espaços públicos para atividades de turismo.
Em todos os casos aqui trazidos para a discussão recomendam-se estudos e pesquisas
centradas em extração de feições e objetos das imagens, como tarefa primordial para
quantificar os zoneamentos urbanos e ambientais. Projetos sociais envolvendo realocação
(fluxos e processos) associada a movimentações populacionais devem ter apoio na
configuração espacial dos arranjos atuais que se estabeleceram, hoje sem um ordenamento.
Desafios em projetos desse tipo se instalam, e cabe ao uso de geotecnologias proporcionarem
segurança em métricas nas várias escalas de análise. Iniciativa da UERJ promove estudos com
foco em aspectos sociais, em parceria com profissional dessa área, no sentido de concentrar
esforços úteis, produtivos e consistentes em direcionar e reorientar projetos urbanos.
Figura 1 –Diagrama do arcabouço metodológico.
O desenvolvimento de um SIG institucional costeiro é projetado e previsto, e seu escopo está
ilustrado na Figura 2 (fases e etapas).
Figuras 13– Carta-imagem de trecho do canal
de Itajuru, Cabo Frio (RJ).
Figuras 14– Litoral de Porto de Galinhas (PE).
COMENTÁRIOS E CONCLUSÕES
Figura 2– Diagrama de fases e etapas de implementação do SIG costeiro.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A seguir são apresentados mapas e cartas gerados a partir de imagens dos
sistemas orbitais THEOS e WorldView. Os produtos foram passíveis de interpretação e
classificação supervisionada no software ENVI e ArcGIS 10, dando origem aos resultados e
conclusões acerca dos ambientes costeiros que foram imageados, bem como as características
que os individualizam.
Figuras 5 e 6– Carta-imagem e mapa de uso da
Terra da praia Grande, Ubatuba (SP).
Figuras 3 e 4– Carta-imagem e mapa de uso da
Terra da praia do Indaia, Caraguatatuba (SP).
Figuras 7 e 8– Carta-imagem e mapa de uso da
Terra da praia do Jabaquara, Paraty (RJ).
Aspectos do potencial de uso de imagens THEOS e WorldView-2 apresentados aqui de forma
sucinta, permitiram alertar e sinalizar sobre a possibilidade efetiva de investimentos em
mapeamento digital profissional em atendimento às demandas urbanas em zonas costeiras. Fez-se
notório que esses mapeamentos com a utilização das imagens THEOS na escala 1/10.000, apenas
indicaram padrões de uso da Terra e cobertura vegetal, entretanto, revelaram áreas estratégicas de
ação onde se instalam crises sociais e ambientais. De forma semelhante, nos casos de Cabo FrioRJ e Porto de Galinhas-PE, as imagens WorldView-2, com resolução espacial submétrica e sua
gama de bandas multiespectrais, trouxeram novidades em mapeamento de zona marinha adjacente
à costa, por exemplo, quando há corais presentes em
arrecifes. A dinâmica da ocupação da planície costeira se da de forma diferente a partir do cenário
ao qual ela está exposta. No caso de Ubatuba e Caraguatatuba, tem-se diferentes explosões
populacionais de ocupação na costa, evidenciado pela ocupação: (a) Elitista ; (b) População
Desassistida; (c) População Local. A partir de um determinado perfil encontrado, pode-se dialogar a
questão do uso da Terra frente à ocupação e à intervenção ao microclima costeiro. Em Ubatuba a
especulação imobiliária é muito evidente, tem-se a dos condomínios residenciais que se
apropriaram territorialmente de praias, assim como os belos prédios da praia Grande. Em
Caraguatatuba tem-se um cenário diferente, caracterizado por população periférica mais próxima à
costa (Praia do Canal, por exemplo) e a população pescadora. Observou-se também na investida de
trabalho de campo realizada em janeiro de 2013 uma série de empresas de manutenção de barcos
a fim de atender às demandas da classe elitista lá instalada há décadas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GELELETE, G. J. A. Classificação digital de uso da terra e cobertura vegetal de zona
costeira em Araruama (RJ) a partir de imagens sensoriais, Projeto de Graduação, Engenharia
Cartográfica (UERJ), 2008.
RIBEIRO, G. P.; DIAS JUNIOR, U. S. Ilhas fluviais e lacustres: aspectos de sua formação e
geomorfológicos, Capítulo de livro (no prelo), 2013.
RIBEIRO, G. P.; DIAS JUNIOR, U. S. Cartografia temática e social no Bonfim, Petrópolis (RJ),
X Encontro de Pesquisadores do Parque Nacional da Serra dos Órgãos (PARNASO), 2012.
RIBEIRO, G. P. Tecnologias digitais de geoprocessamento no suporte à análise espaço
temporal em ambiente costeiro, Tese de doutorado,
Programa de Pós-Graduação em Geografia, UFF, 2005.

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