Peregrino
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Peregrino das Letras IMPRESSO Informação, Cultura e Livre Expressão DISTRIBUIÇÃO DIRIGIDA www.jperegrino.com.br SP41- -Ano VIII - Nº- 96 - abril/2008 Ribeirão Ribeirão Preto - SP - Preto Ano IV -- Nº Setembro/2003 R$ 1,00 “Trabalho em grupo não significa glória individual, mas respeito mútuo.” – Vince Lombardi Um mundo de porcarias? Leio no jornal, um relato de um empresário brasileiro que fez uma visita à China: um empregado básico de lá, trabalha 9 horas ao dia, com uma folga mensal. Se usar maquinário, o custo é de 80 % menos que no Brasil. O salário é de 230 dólares ao mês, no total. Com o dólar a 1.7, daria R$ 391,00. Como gosto de lidar com ferramentas, às vezes costumo comprar algumas que são importadas. Por isso pago um preço elevado por alguns itens, de acordo com o modelo. No exercício de comparação obviamente levando em consideração a diversidade existente, me deparei com um fato interessante. Um acessório de ferramenta que eu buscava comprar numa loja estava no preço de R$30,00. Mas a vendedora me ofereceu uma caixa que tinha cinqüenta itens da mesma linha por cinqüenta reais. Página 5 Estas la birdo Korvo, la saûaca saûaca. La nigra birdo prikantata de Edgar Allan Poe en poemo, tradukita de Fernando Pessoa (“...kaj îi tiu stranga kaj malhela birdo ridetigis mian amarecon...”), estas tradicie konsiderata kiel de malbona aöguro. Ekde nun, ûi estas memorenda ankaö pro sia sagaceco. Página 10 Livros Dominando as técnicas de ensino Tratado de Medicina Floral Windows Vista Página 11 Peregrino das Letras 2 Ribeirão Preto - SP - abril/2008 Informação, Cultura e Livre Expressão Editorial Cecília Meireles contou que ao chegar pela primeira vez em Ouro Preto com o propósito de descrever as comemorações da Semana Santa, viu-se tomada pelas personagens da Inconfidência. Viu-se arrebatada para uma época que não era a sua, mas que lhe falava ao coração, e saiu acompanhada pelo traidor Joaquim Silvério, pelo mártir Tiradentes, pelo poeta Cláudio Manoel e por tantos outros que fizeram parte da grandiosa estória de Ouro Preto, no ano de 1789. Cecília sentiu-se impelida a escrever, então, o Romanceiro da Inconfidência, obra notável. Não apenas pelo domínio da métrica, não pela linguagem apurada, por si só características da poeta, mas pela carga emocional que carrega. Quando lemos, diante de nós desfilam as emoções humanas com tudo que têm de belo e de terrível. A inveja, o despeito, a loucura, o idealismo, a ingenuidade. E é o vinte e hum de abril, que surge sinistro: “Ó meio-dia confuso, ó vinte-e-um de abril sinistro, que intrigas de ouro e sonho houve em tua formação.” E é a revelação de que o ouro corrompe e destrói: “Que a sede do ouro é sem cura, e, por ela subjugados, os homens matam-se e morrem, ficam mortos, mas não fartos.” E há o momento de falar de Tiradentes e do traidor Joaquim Silvério: “Cavalga nas nuvens. Por outros padece. Agarra-se ao vento... nos ares se perde... E um negro demônio seus passos conhece: fareja-lhe o sonho e em sombra persegue, o audaz, o valente, o animoso Alferes” E chega o momento de e apontar a ambição, a injustiça e a covardia: “Ambição gera injustiça. Injustiça, covardia. Dos heróis martirizados, nunca se esquece a agonia, por horror ao sofrimento, ao valor se renuncia.” E para temer o futuro já que aquele tempo é feito de tanta iniqüidade: “Que tempos medonhos chegam, depois de tão dura prova? Quem vai saber do futuro, o que se aprova ou reprova? De que alma é que vai ser feita essa humanidade nova.” E para participar junto com os Inconfidentes, cujas existências incitam a mudanças, incitam a lutar por tempos melhores contra a injustiça e em busca da liberdade: “Atrás de portas fechadas, à luz de velas acesas, entre sigilo e espionagem, acontece a Inconfidência. E diz o Vigário ao Poeta: “Escreva-me aquela letra, do versinho de Virgílio... E dá-lhe o papel e a pena. E diz o Poeta ao Vigário, com dramática prudência: “Tenha meus dedos cortados, antes que tal verso escrevam...” LIBERDADE AINDA QUE TARDE, ouve-se em redor da mesa. E a bandeira já está viva, e sobe, na noite imensa. E seus tristes inventores já são réus - pois se atreveram a falar em Liberdade (que ninguém sabe o que seja). Mariza Helena Ribeiro Facci Ruiz [email protected] Peregrino das Letras Informação Cultura e Livre Expressão José Roberto Ruiz (16) 3621 9225 / 9992 3408 e-mail: [email protected] Cursos – Oficinas Palestras – Workshops Perfil do Leitor do Peregrino das Letras Capa Sexo Masculino: 35,1% Feminino: 64,9% Instrução Primeiro Grau: 1,5% Segundo Grau: 15,3% Superior: 80,2 Não informado: 3% 4 – Workshop de Constelação Sistêmica – Jaboticabal / SP Informações: (16) 3202 3998 / 9708 0692. 5 - Grupo de Estudos Pathwork Ribeirão Preto / SP - Informações: (16) 3621 8407 / 3621 9225 / 9992 3408. 5 – Workshop de Constelação Sistêmica – Ribeirão Preto / SP Informações: (16) 3021 5490 / 9994 7224 / 3931 6140 / 9994 5605. 5 - Curso de Automassagem – Ribeirão Preto / SP – Informações: (16) 3966 6819 / 9209 1525. 5 e 6 - Curso de Massagem Ayurvédica – Ribeirão Preto / SP – Informações: (16) 3024 0108. 6 – Workshop de Constelação Sistêmica – Franca / SP Informações: (16) 8134 9026. 6 – Curso de Reiki Nível I – Ribeirão Preto / SP – Informações: (16) 3931 5226 / 9962 1976. 7 – Curso Sahaja Yoga – Ribeirão Preto /SP – Informações: (16) 3024 0108. 11, 12 e 13 – Workshop de Constelação Sistêmica – Mococa / SP - Informações: (19) 3656 1683 / 9283 7256. 12 – Portões Abertos – Escola Waldorf – Ribeirão Preto /SP – Informações: (16) 3916 4157. 12 – Palestra: Os benefícios para a saúde da alimentação vegetariana – Ribeirão Preto / SP – Informações: (16) 3019 0885. 13 – Curso de Reiki Nível II – Ribeirão Preto / SP – Informações: (16) 3931 5226 / 9962 1976. 19 e 20 – Curso de Bonecas – Ribeirão Preto / SP – Informações: (16) 3916 4157. 25 e 26 - Workshop - Recuperando o Poder Pessoal – Módulo II – Ribeirão Preto / SP – Informações: (16) 8137 1165 / 9962 5178 / 9706 4545. Faixa Etária 0 – 19: 6,5% 20 a 39: 30,2% 40 a 59: 46,9% 60 a 79: 13,7% 80 e acima: 0,4% Não informada: 2,3% Classe Social A: 27,9% B: 38,9% C: 9,9% Não informada: 23,3% ENCARTE Com uma tiragem de 3.000 exemplares, o Jornal Peregrino das Letras oferece a opção de encarte de materiais impressos. O impresso é de responsabilidade do anunciante. Para maiores informações: (16) 3621 9225 / 9992 3408. As idéias emitidas em artigos, matérias ou anúncios publicitários, são responsabilidades de seus autores e, não são expressão oficial do Peregrino das Letras, salvo indicação explícita neste sentido. É expressamente proibida a reprodução parcial ou total desta publicação sem a prévia autorização. Imagem capa: Bonecas de Evelyn Scheven e Joel C. de Almeida Contatos Peregrino das Letras Direção José Roberto Ruiz - MTb 36.952 [email protected] Redatora Mariza Helena R. Facci Ruiz [email protected] WebDesign Francisco Guilherme R. Ruiz [email protected] Endereço para correspondência: Av. Guilhermina Cunha Coelho, 350 A6 - Ribeirão Preto SP / Brasil / 14021-520 Telefones (16) 3621 9225 / 9992 3408 Site www.jperegrino.com.br e-mail: [email protected] Fotolito e Impressão Fullgraphics Gráfica e Editora - (16) 3211 5500 Ribeirão Preto - SP - abril/2008 Peregrino das Letras Informação, Cultura e Livre Expressão Declaração Universal dos Direitos dos Animais 01 - Todos os animais têm o mesmo direito à vida. 02 - Todos os animais têm direito ao respeito e à proteção. 03 - Nenhum animal deve ser maltratado. 04 - Todos os animais selvagens têm o direito de viver livres. 05 - O animal que o homem escolher para companheiro não deve ser nunca ser abandonado. 06 - Nenhum animal deve ser usado em experiências que lhe causem dor. 07 - Todo ato que põe em risco a vida de um animal é um crime contra a vida. 08 - A poluição e a destruição do meio ambiente são consideradas crimes contra os animais. 09 - Os direitos dos animais devem ser defendidos por lei. 10 - O homem deve ser educado desde a infância para observar, respeitar e compreender os animais. Preâmbulo: Considerando que todo o animal possui direitos; Considerando que o desconhecimento e o desprezo desses direitos têm levado e continuam a levar o homem a cometer crimes contra os animais e contra a natureza; Considerando que o reconhecimento pela espécie humana do direito à existência das outras espécies animais constitui o fundamento da coexistência das outras espécies no mundo; Considerando que os genocídios são perpetrados pelo homem e há o perigo de continuar a perpetrar outros; Considerando que o respeito dos homens pelos animais está ligado ao respeito dos homens pelo seu semelhante; Considerando que a educação deve ensinar desde a infância a observar, a compreender, a respeitar e a amar os animais. Proclama-se o seguinte: Artigo 1º - Todos os animais nascem iguais perante a vida e têm os mesmos direitos à existência. Artigo 2º - 1. Todo o animal tem o direito a ser respeitado; 2. O homem, como espécie animal, não pode exterminar os outros animais ou explorá-los violando esse direito; tem o dever de pôr os seus conhecimentos a serviço dos animais; 3. Todo o animal tem o direito à atenção, aos cuidados e à proteção do homem. Artigo 3º - 1. Nenhum animal será submetido nem a maus tratos nem a atos cruéis; 2. Se for necessário matar um animal, ele deve de ser morto instantaneamente, sem dor e de modo a não provocar-lhe angústia. Artigo 4º - 1. Todo o animal pertencente a uma espécie selvagem tem o direito de viver livre no seu próprio ambiente natural, terrestre, aéreo ou aquático e tem o direito de se reproduzir; 2. Toda a privação de liberdade, mesmo que tenha fins educativos, é contrária a este direito. Artigo 5º - 1. Todo o animal pertencente a uma espécie que viva tradicionalmente no meio ambiente do homem tem o direito de viver e de crescer no ritmo e nas condições de vida e de liberdade que são próprias da sua espécie; 2. Toda a modificação deste ritmo ou destas condições que forem impostas pelo homem com fins mercantis é contrária a este direito. Artigo 6º - 1. Todo o animal que o homem escolheu para seu companheiro tem direito a uma duração de vida conforme a sua longevidade natural; 2. O abandono de um animal é um ato cruel e degradante. Artigo 7º - Todo o animal de trabalho tem direito a uma limitação razoável de duração e de intensidade de trabalho, a uma alimentação reparadora e ao repouso. Artigo 8º - 1. A experimentação animal que implique sofrimento físico ou psicológico é incompatível com os direitos do animal, quer se trate de uma experiência médica, científica, comercial ou qualquer que seja a forma de experimentação; 2. As técnicas de substituição devem de ser utilizadas e desenvolvidas. Artigo 9º - Quando o animal é criado para alimentação, ele deve de ser alimentado, alojado, transportado e morto sem que disso resulte para ele nem ansiedade nem dor. Artigo 10º - 1. Nenhum animal deve de ser explorado para divertimento do homem. 2. As exibições de animais e os espetáculos que utilizem animais são incompatíveis com a dignidade do animal. Artigo 11º - Todo o ato que implique a morte de um animal sem necessidade é um biocídio, isto é um crime contra a vida. Artigo 12º - 1. Todo o ato que implique a morte de grande número de animais selvagens é um genocídio, isto é, um crime contra a espécie; 2. A poluição e a destruição do ambiente natural conduzem ao genocídio. Artigo 13º - 1. O animal morto deve de ser tratado com respeito; 2. As cenas de violência de que os animais são vítimas devem de ser interditas no cinema e na televisão, salvo se elas tiverem por fim demonstrar um atentado aos direitos do animal. Artigo 14º - 1. Os organismos de proteção e de salvaguarda dos animais devem estar representados a nível governamental; 2. Os direitos do animal devem ser defendidos pela lei como os direitos do homem. Dr. Mussi A. de Lacerda Médico Veterinário - CRMVSP 3065 Arca de Noé Centro Médico Veterinário www.arcadenoehv.com.br 3 Peregrino das Letras 4 Informação, Cultura e Livre Expressão Verbos novos e horríveis... Recuperando o Poder Pessoal O Despertar das Habilidades do Inconsciente Profundo Módulo II Pré-requisito ter feito o Modulo I. Dia: 25 e 26 de abril. Horários: sexta-feira das 19h às 22h e sábado das 9h às 18h. Rompendo Vínculos do Passado - Módulo III Muitas vezes nos perguntamos por que tal coisa não se realiza? Porque estou aprisionada a tal sentimento ou a tal pessoa? Porque tenho medo de tal situação? Porque meu corpo não responde a tal estimulo? O que está por trás disso tudo? Dentre os fatores que contribuem para estes comportamentos estão os nossos vínculos com o passado que são mantidos através de cordões energéticos. Estes cordões foram criados no momento em que um trauma forte aconteceu entre duas pessoas, por ex: pais e filhos, namorados, amantes, patrão e empregado, abusador e abusada, etc. Eles se mantêm através da alimentação da energia sugada do outro e vice-versa. Na maioria das vezes, os fatos geradores dos cordões ficam esquecidos no subconsciente e mantidos afastados pela força do acontecido. Mais informações com: Ana – (16) 8137 1165 ou e-mail: [email protected] Evanih – (16) 9962 5178 ou e-mail: [email protected] Debora – (16) 9706 4545 ou e-mail: [email protected] Ricardo Freire Não, por favor, nem tente me disponibilizar alguma coisa, que eu não quero. Não aceito nada que pessoas, empresas ou organizações me disponibilizem. É uma questão de princípios. Se você me oferecer, me der, me vender, me emprestar, talvez eu venha a topar. Até mesmo se você tornar disponível, quem sabe, eu aceite. Mas, se você insistir em disponibilizar, nada feito. Caso você esteja contando comigo para operacionalizar algo, vou dizendo desde de já: pode ir tirando seu cavalinho da chuva. Eu não operacionalizo nada para ninguém, nem compactuo com quem operacionalize. Se você quiser, eu monto, eu realizo, eu aplico, eu ponho em operação. Se você pedir com jeitinho, eu até implemento, mas operacionalizar, jamais. O quê? Você quer que eu agilize isso para você? Lamento, mas eu não sei agilizar nada. Nunca agilizei. Está lá no meu currículo: faço tudo, menos agilizar. Precisando, eu apresso, eu priorizo, eu ponho na frente, eu “dou um gás”. Mas agilizar, desculpe, não posso, acho que matei essa aula. Outro dia mesmo queriam reinicializar meu computador. Só por cima do meu cadáver virtual. Prefiro comprar um computador novo a reinicializar o antigo. Até porque eu desconfio que o problema não seja assim tão grave. Em vez de reinicializar, talvez seja o caso de simplesmente reiniciar, e pronto. Por falar nisso, é bom que você saiba que eu parei de utilizar. Assim, sem mais nem menos. Eu sei, é uma atitude um tanto radical da minha parte, mas eu não utilizo mais nada. Tenho consciência de que, a cada dia que passa, mais e mais pessoas estão utilizando, mas eu parei. Não utilizo mais. Agora só uso. E recomendo. Se você soubesse como é mais elegante, também deixaria de utilizar e passaria a usar. Sim, estou me associando à campanha nacional contra os verbos que acabam em “ilizar”. Se nada for feito, daqui a pouco eles serão mais numerosos do que os terminados simplesmente em “ar”. Todos os dias, os maus tradutores de livros de marketing e administração disponibilizam mais e mais termos infelizes, que imediatamente são operacionalizados pela mídia, reinicializando palavras que já existiam e eram perfeitamente claras e eufônicas. A doença está tão disseminada que muitos verbos honestos, com currículo de ótimos serviços prestados, estão a ponto de cair em desgraça entre pessoas de ouvidos sensíveis. Depois que você fica alérgico a disponibilizar, como vai admitir, digamos, “viabilizar”? É triste demorar tanto tempo para a gente se dar conta de que “desincompatibilizar” sempre foi um palavrão. Precisamos reparabilizar nessas palavras que o pessoal inventabiliza só para complicabilizar. Caso contrário, daqui a pouco nossos filhos vão pensabilizar que o certo é ficar se expressabilizando dessa maneira. Já posso até ouvir as reclamações: “Você não vai me impedibilizar de falabilizar do jeito que eu bem quilibiliser”. Problema seu. Inclua-me fora dessa. Facilitador – Cyro Leãoo Iniciado por Mestres Xamãs, há mais de 30 anos, vem desenvolvendo sua própria forma de trabalho, integrando amorosamente os conhecimentos para possibilitar o desabrochar de uma nova dinâmica de vida no Ser Humano. Tem formação em Psicologia, Terapia Floral e Master em PNL e aperfeiçoamento em diversas outras técnicas, tais como: Terapia Holográfica na Linha do Tempo; Hipnoterapia Ericksoniana; Massagem Ayurvédica. É membro da URI – Iniciativa das Religiões Unidas e do ConPaz – Conselho Parlamentar pela Cultura da Paz, e desenvolve trabalho de cultura de paz entre os povos e religiões. Ministra palestras, vivências e workshops no Brasil e Exterior bem como trabalha como Terapeuta Transpessoal, Corporal e Vibracional. Visite o site: www.xamaurbano.com.br VAGAS LIMITADAS Ribeirão Preto - SP - abril/2008 Estragão (Artemisia dracunculus) Esta planta aromática tem origem no Sul da Rússia e Mongólia. Seu nome “dracunculus” derivou do grego drakontion, que significa “serpentária”, isso ocorreu devido à crença de que se tratava de um excelente remédio contra picadas de serpentes. A partir do século XVI, o estragão passou a ser usado também na alimentação, espalhando-se pela cozinha da Europa Ocidental. Porém foi na França que alcançou sua maior notoriedade, sendo considerado o “pai dos condimentos”, marcando presença em diversas culinárias. Tem aroma picante e sabor doce fresco. Juntamente com a cebolinha-francesa, o cerefólio e a salsa, o estragão compõe o condimento francês chamado de ervas finas. Pode ser utilizado em molhos, aves, peixes, omeletes, cogumelos e picles. Combina muito bem com sopas, queijos, cogumelos e tomates. Suas folhas frescas podem aromatizar manteigas e sopas. Faz parte de molhos clássicos franceses, como o béarnaise, molho tártaro e vinagres. É indicado para pessoas em dieta com restrição de sal. Devido ao seu aroma intenso, deve ser usado com cautela, pois se espalha com rapidez nos preparados culinários. As folhas secas perdem seu aroma e adquirem um sabor semelhante ao do louro. Saúde: O estragão ajuda a estimular o apetite e a digestão. É indicado para eliminar gases intestinais e vermes. Tem propriedades diuréticas. Outros idiomas: tarragon (inglês), estragón (espanhol), dragoncello (italiano), estragon (francês), estragon (alemão). Dica: Papillotes de frutas frescas com estragão 2 colheres (sopa) de açúcar suco de 2 laranjas raspas de casca de laranja 2 colheres (chá) de estragão picado 4 colheres (sopa) de licor de aniz (opcional) 2 nectarinas picadas em cubinhos 4 fatias de abacaxi 2 carambolas cortadas em fatias finas 1 kiwi picado em cubinhos 8 morangos cortados em rodelas 1 banana picada em cubos 4 folhas de papel-manteiga Pré-aqueça o forno à temperatura de 200ºC. Em uma tigela, misture o açúcar, o suco de laranja, as raspas de laranja, o estragão e o licor. Corte quatro quadrados de papel-manteiga com 30 cm de lado. Arrume o quadrado sobre o prato. Coloque a fatia de abacaxi e distribua as frutas sobre ele e regue com a mistura de suco. Feche o papel prendendo bem as bordas. Coloque numa assadeira e leve ao forno pré-aquecido até que o papel estufe e escureça. OBS.: coloque o papillote fechado no prato e abra somente na hora de servir, para que os seus convidados sintam e apreciem a liberação do aroma. Susana Maria Emm Pinto Engª. Agrônoma Recanto das Ervas Tel.: (16) 3021 7022 / 9188 2217 www.chacararecantodaservas.com.br Peregrino das Letras Ribeirão Preto - SP - abril/2008 5 Informação, Cultura e Livre Expressão ANTROPOSOFIANDO Um mundo de porcarias? eio no jornal, um relato de um empresário brasileiro que fez uma visita à China: um empregado básico de lá, trabalha 9 horas ao dia, com uma folga mensal. Se usar maquinário, o custo é de 80 % menos que no Brasil. O salário é de 230 dólares ao mês, no total. Com o dólar a 1.7, daria R$ 391,00. Como gosto de lidar com ferramentas, às vezes costumo comprar algumas que são importadas. Por isso pago um preço elevado por alguns itens, de acordo com o modelo. No exercício de comparação obviamente levando em consideração a diversidade existente, me deparei com um fato interessante. Um acessório de ferramenta que eu buscava comprar numa loja estava no preço de R$30,00. Mas a vendedora me ofereceu uma caixa que tinha cinqüenta itens da mesma linha por cinqüenta reais. A desproporção do valor me acendeu a curiosidade de saber a origem da caixinha: claro! Ela era de origem chinesa. Na posição de consumidor veio aquela cócega da “melhor compra”: porque pagar trinta (ou outro valor qualquer) por uma peça, quando posso comprar muitas outras pela mesma quantia? A reflexão me fez parar o desejo. A China é uma potência econômica e militar. Ela se diz comunista: essa retórica importa? Em realidade ela exerce um totalitarismo capitalista e pelo primeiro parágrafo desse texto, de difícil concorrência global. Através de um sistema que remunera tão pouco, infere-se uma política de estado que se utiliza de mão de obra escravagista, só que moderna. Vários milhões de chineses, uma quantidade imensa de seres humanos trabalhando sob uma carga de trabalho pesada, recebendo o mínimo para sua sobrevivência. Se alguém sucumbe a essa pressão é substituído, numa máquina de gerar e consumir gente. Não era assim com os escravos índios e negros no Brasil? A eles era dado um mínimo de sobrevivência. Usando escravos, obviamente se tem um menor custo de produção. Portanto menor preço final. Essa lógica financeira torna a China, teoricamente, imbatível na abrangência de um mercado sem fronteiras. Ainda mais que na minha experiência – e de outros - do que eu comprei de produto “Made in China”, observei que são genericamente de má qualidade. Isso significa o uso de matéria-prima de má qualidade, que diminui ainda mais o custo dos produtos... Portanto, quando se compra um produto chinês indo pela lógica do baixo preço, estamos financiando o trabalho escravo - assim como o consumidor de drogas financia o traficante. Também, redundando e indo um pouco além, se financia a má qualidade. Vamos um pouco mais longe e leiamos como está sendo tratado o meio ambiente lá do outro lado do mundo. A destruição ambiental é enorme. A doença do câncer aumenta sua incidência na população chinesa, ano após ano. Se o planeta sofre do outro lado, é certo que há repercussões a todos os outros pontos do mundo. Pois a Terra é um organismo vivo, está tudo interligado. Não é à toa então que há pouco se revelou o uso de tintas tóxicas na estrutura de brinquedos importados da China, caso de alguns acessórios da boneca Barbie. O pensamento que move o ato que um consumidor tem de obter algo com o menor preço – um empresário age da mesma forma quando quer obsessivamente diminuir custos – leva há várias situações. Rudolf Steiner expôs uma delas, bastante interessante quando divulgou a obra da Antroposofia: quando se pretende comprar algo, deve-se perguntar intimamente, se aquele produto ou serviço tem um preço que significa que alguém tenha o seu trabalho explorado. Isso antes de fazer a compra. Sabemos o quanto isso é pouco praticado. Em nosso dia-adia a força de aquisição do menor preço (ou custo), impulsiona os mega-negócios do oferecimento de muitas coisas baseadas na quantidade. Fruto da Revolução Industrial que trouxe a produção em massa. Segundo me disseram recentemente, Marx disse que a quantidade é uma qualidade. Não sei se ele disse isso, aliás, não me interessa saber se é verdade, mas alguém um dia pensou esse absurdo, pois nós praticamos esse comportamento todos os dias. Essa ação enviesada acarreta a situação em que fica difícil consumir qualidade de fato. Recente pesquisa realizada no Brasil mostra que o consumidor brasileiro pouco está buscando qualidade. A maioria quer preço baixo. Qualidade está em segundo lugar, e em terceiro o bom atendimento. É um impulso do maior poder de compras das classes C e D, e achatamento da classe média da população brasileira. Trágico. Na loja que citei acima, as ferramentas estão sendo substituídas pelas de procedência chinesa. Muitas marcas de qualidade estão desaparecendo ou (continua na página 8) Quem somos? Somos um grupo de profissionais multidisciplinares da área médico / terapêutica, que possui como orientação comum a antroposofia. Numa das reuniões do grupo nasceu a idéia de iniciarmos este caderno, o antroposofiando, onde pretendemos divulgar noções básicas sobre os princípios antroposóficos, e também exprimir idéias a respeito de acontecimentos do nosso dia-a-dia. Gostaríamos também de interagir com os leitores ouvindo suas opiniões ou esclarecendo possíveis dúvidas. O grupo é formado por: Annelvira Gabarra, terapeuta artística; Dra. Beatriz Ferriolli, fonoaudióloga; Elisabeth Martha Tesheiner, musicoterapeuta; Dr. Júlio José Cunha, médico; Marina Fernandes Calache, pedagoga curativa; Dr. Paulo Neves Junior, médico; Dra. Zélia Beatriz Ligório da Fonseca, médica; Lilian de Almeida P. B. Sá, pedagoga e psicopedagoga; e, a Escola Waldorf de Ribeirão Preto. 6 Peregrino ANTROPOSOFIANDO das Letras Informação, Cultura e Livre Expressão A Prática Pedagógica Waldorf s Escolas Waldorf trabalham com base na pedagogia antroposófica de Rudolf Steiner. Nela, cada criança é vista e respeitada como uma individualidade, com talentos, capacidades e objetivos de vida a serem desvendados. Observar e desenvolver esses talentos e capacidades é a meta da escola. O esforço pedagógico busca fazer com que a criança vivencie as mais diversas situações, com todos os seus sentidos, para então chegar à reflexão e ao conhecimento. Também é meta da escola, despertar a sensibilidade artística e espiritual do aluno. Na Educação Infantil são desenvolvidas atividades onde as crianças podem conviver com a natureza. O ambiente das salas de aula propicia a expansão da fantasia e o trabalho do professor visa estimular a criatividade da criança e a prontidão para a aprendizagem. Para o Ensino Fundamental, a pedagogia é a arte de educar. Nesse período o mais importante na educação é o ser humano aprendendo a arte de viver. Todas as atividades trazem embutido o elemento artístico e através desse elemento procura-se desenvolver o conhecimento que atuará no pensar do aluno de forma geral, estimulando seu amor ao próximo e respeito pela natureza. O conteúdo de cada ano é adequado à idade dos alunos. O currículo proporciona ao aluno uma visão ampla das matérias, além de possibilitar a aquisição de conhecimentos gerais e preparar o jovem para o exercício da cidadania. Aulas regulares de música, euritmia, atividades artísticas e trabalhos manuais fazem parte do currículo. Estas atividades culminam com a encenação de uma peça de teatro a toda a comunidade escolar. Esse trabalho oferece a oportunidade de aplicar todos os conhecimentos adquiridos nas diversas áreas. No Ensino Médio, a proposta pedagógica visa proporcionar ao jovem uma formação integral, desenvolvendo nele um pensar objetivo, uma concepção verdadeira do mundo, que o prepare para a vida. Além das matérias do currículo oficial, dá-se grande ênfase às atividades artísticas e musicais, bem como às matérias que integram o aluno no mundo moderno – informática e tecnologia. Esses trabalhos já apontam para uma especialização que pode abrir caminhos para uma futura atividade profissional. Em todos os anos são realizadas viagens de aprofundamento de estudo e no 12º ano (3ª série do Ensino Médio), os alunos apresentam seu “trabalho anual”. O ensino acontece em “épocas” quando durante 3 ou 4 semanas, nas duas primeiras horas do dia escolar, uma matéria converte-se em tema principal e, em torno deste, desenvolvem-se os conteúdos da matéria com o apoio do total das disciplinas curriculares, segundo o princípio de unidade formativa transdisciplinar. Concluído esse período, outra matéria passa a ocupar o papel principal e assim sucessivamente. As demais matérias da grade curricular estão articuladas de forma a garantir a complementaridade da aula em época. Nas escolas Waldorf o Ensino Fundamental tem a duração de 9 anos e durante oito anos cada classe tem um Professor de Classe responsável. Ele leciona determinadas matérias e acompanha o desenvolvimento da criança ao longo desses anos. No final do ano, o aluno recebe um boletim descritivo completo, detalhando os vários aspectos do desenvolvimento individual na vida escolar. No 9º ano do Ensino Fundamental e do 10° ao 12º ano (1ª à 3ª série do Ensino Médio), este acompanhamento é feito por um Professor Tutor, em colaboração com os professores das várias matérias. O aluno do Ensino Médio, além do boletim descritivo, é avaliado através de provas, trabalhos individuais e de uma avaliação semestral que traz um panorama completo do seu aproveitamento. As atividades sociais fazem das escolas Waldorf muito mais do que uma escola. Isso pode ser demonstrado pela seqüência de um típico dia escolar que começa antes das 8h e só termina às 22 horas. Durante todo o dia algo acontece. De manhã, aulas de época, línguas, artes, trabalhos manuais e outras atividades. À noite, a escola toma vida novamente, com palestras públicas, atividades pedagógicas e artísticas, concertos e apresentações que estimulam a integração de pais, convidados e professores. As festas semestrais, a festa de Micael, o bazar, as atividades do tempo de Natal, bem como as viagens de classe fazem da Escola um importante centro de convivência. Fonte: WebSite da Escola Cambará - São Vicente-SP (www.escolacambara.org.br) Ribeirão Preto - SP - abril/2008 CURSO DE BONECAS CONSTRUIR E PERSONALIZAR SUA PRÓPRIA BONECA É UMA EXPERIÊNCIA DIVERTIDA! Bonecas de Evelyn Scheven e Joel Carlos de Almeida, confeccionadas de forma artesanal, com a utilização de materiais naturais nobres, tais como malha e tecidos de puro algodão, feltro de lã, enchimento e cabelos de lã. Orientada na Pedagogia Waldorf, leva em conta o valor pedagógico da boneca, procurando atender a necessidade da criança em cada faixa etária. Como cada boneca é feita manualmente e seu rosto pintado a mão, ganha um aspecto individual e único. O curso será realizado na Escola Waldorf João Guimarães Rosa nos dias 19 e 20 de abril de 2008. Informações na secretaria com Elis ou Bia (telefone 16 39164157). O significado oculto do Perdão - Sergei O. Prokofieff Este foi o livro escolhido para leitura, pelo grupo que se reúne terças-feiras às 19h45min, na Escola Waldorf João Guimarães Rosa, de Ribeirão Preto (Rua Virgínia de Francesco Santilli,81 - City Ribeirão). Escrito por Sergei O. Prokofieff que nasceu em 1954 em Moscou, onde estudou Belas Artes e Pintura na Escola Moscovita de Artes. Este ainda muito jovem principiou o estudo da obra de Rudolf Steiner o que o inspirou a atuar como escritor e conferencista internacional dedicando-se a desenvolver o caminho cristão do conhecimento esotérico. Atualmente é membro da diretoria da Sociedade Antroposófica Universal, em Dornach, Suíça. Você está convidado a participar, mas caso não possa vir, junte-se a nós em pensamento. Reserve suas noites de terçafeira para ler esse livro, aí mesmo na sua casa. Se várias mentes e corações se juntam numa mesma idéia, essa pode tomar forma. Vamos liberar nossas forças para melhorar o mundo, o mundo clama por perdão, o mundo clama por amor. Editora Antroposófica - www.antroposofica.com.br “Não se deve perguntar quais são os conhecimentos e as faculdades de que o Homem precisa no contexto social vigente, mas antes quais são as capacidades latentes que podem ser acordadas no ser humano. Torna-se assim possível insuflar essa ordem social de novas forças, provenientes das gerações jovens. O dever tornar-se-á aquilo que esses jovens plenamente realizados serão capazes de criar. Assim nunca as novas gerações submeterse-ão àquilo que a ordem social vigente quiser fazer delas.” - Rudolf Steiner Ribeirão Preto - SP - abril/2008 ...a maior rede de ensino em crescimento no planeta A primeira Escola Waldorf surgiu em 1919, na Alemanha, sob a orientação de Rudolf Steiner, filósofo, cientista e artista austríaco, fundador da Antroposofia. Foi criada a pedido de Emil Molt, industrial, para atender os filhos dos funcionários e operários de sua fábrica. Foi uma experiência de sucesso e, hoje, as escolas Waldorf formam a maior rede de ensino em crescimento no planeta: estão nos cinco continentes e, embora tenham sido criadas na Alemanha, buscam incentivar e incorporar a cultura do país em que se encontram. As Escolas Waldorf são filiadas à Federação das Escolas Waldorf no Brasil, que foi fundada em São Paulo em 1998 e tem a missão de congregar e representar as escolas que se dedicam à aplicação da Pedagogia Waldorf. Atualmente existem 16 escolas espalhadas pelo país. Além da capital, há escolas em Capão Bonito, Botucatu, Bauru, Ribeirão Preto, Avaré e Poá e nos estados de Minas Gerais, Ceará, Santa Catarina, Mato Grosso e Rio de Janeiro. Peregrino das Letras Informação, Cultura e Livre Expressão ANTROPOSOFIANDO 7 IMAGINAÇÃO E CONCRETO A IMAGINAÇÃO - Nas escolas Waldorf, a imaginação natural da criança é estimulada e trabalhada no sentido de favorecer o seu desabrochar intelectual no futuro. Dentro da educação infantil, utilizamos os contos de fadas para promover esse estímulo nas crianças e, à medida que as elas vão amadurecendo, o eixo desloca-se do imaginário para o real. Nas escolas Waldorf não existe uma distinção entre estudo, fantasia e imaginação; ao ouvir e participar dos contos de fadas, a criança tem a oportunidade de desenvolver a motricidade, a fantasia e a imaginação, importantes na estruturação do pensar racional e criativo. A escola é vista pela criança como algo lúdico e fascinante. A sala de aula é chamada de “castelo” e é povoada por elementos que ativam a imaginação infantil, onde a fantasia desabrocha muito mais facilmente do que se ela estivesse apenas assistindo à televisão. O CONCRETO - Quando se trata do concreto, as escolas Waldorf levam a sério o “fazer”. A criança realmente produz objetos concretos e observa o resultado de seu esforço criativo. É comum, nas escolas Waldorf, encontrar as crianças ajudando a preparar pães, cuidar de hortas, construir brinquedos e objetos, entre outras atividades. Dessa forma, a criança acostuma-se a ver o mundo também pelo “outro lado”, isto é, pelo lado de quem gera os objetos e não somente pelo lado de quem os consome. Com isso, a escola Waldorf oferece subsídios para que o aluno se torne um cidadão, sujeito de sua própria realidade, fator de criação e modificação do mundo que o cerca. Não permite que ele venha a ser um mero observador e consumidor, em potencial, de objetos e idéias prontas, resultado final da massificação cultural. Participando da preparação dos alimentos, as crianças descobrem um universo desconhecido para elas - de onde vem, quem plantou aquele alimento, entre outros, e passam a dar mais valor a esse ato, alimentando-se melhor. A alimentação é, também, outro diferencial dentro da Pedagogia Waldorf. Há um cuidado todo especial quanto ao que é oferecido para as crianças, sendo comum a todas elas, uma alimentação bastante natural e saudável. Fonte: WebSite da Escola Waldorf Alternativa - Guarujá-SP (www.jardimalternativa.com.br) 8 ANTROPOSOFIANDO Peregrino das Letras Ribeirão Preto - SP - abril/2008 Informação, Cultura e Livre Expressão (continuação da página 5) certamente desaparecerão. Daí apesar de alguma resistência presente em muitos de nós configurase o aspecto de que se é obrigado a consumir algo, pois são retiradas as alternativas. Com certeza alguém pode objetar que nem todos podem consumir qualidade, afinal de contas, por pura necessidade só podem consumir preço. Faz sentido, mas pode ser uma meia verdade (ou “meia mentira”), em muitas situações. E nem devemos confundir qualidade com artigos de luxo. Estes aqui têm mais a oferecer a aura de status, de consumo de símbolo. Contudo vejo que pessoas que poderiam pagar mais por algo de qualidade, em realidade economizam comprando preço baixo, para direcionar a sua economia para adquirir produtos supérfluos. Exemplo de classe média: uma família que consome leite de caixinha em vez de consumir leite fresco. Exemplo de classe baixa: você entra na casa daquela família de baixa renda, a casa se encontra em mau estado, mas encontra uma televisão de última geração. Esse é o nosso meio ambiente social que faz grudar problemas semelhantes. A alimentação convencional se comparada há de 20 anos é variada, relativamente barata, freqüentemente saborosa artificialmente e o que temos não é falta de comida, mas excesso. A epidemia de obesidade é o fenômeno aos olhos de todos. Mas já tendo abordado a questão alimentar anteriormente aqui no Peregrino, não é difícil constatar que os alimentos de hoje, são um lixo nutricional. Vejamos nesse caso, exemplificando, uma fruta. A manga amadurece na época do nosso verão. Mas alguns produtores rurais a produzem no meio do ano, sob estímulos artificiais. Caso da região de Petrolina, com fruticultura irrigada com águas do solapado rio São Francisco (arena de destruição ambiental). Esse aumento de produção resulta em uma fruta chocha, insípida, sem graça. Através dessa linha de pensamento também, quem compra manga no meio do ano está ajudando a destruir esse rio estupendo. A ainda exceção, o resgate do bom senso, vem através dos alimentos orgânicos e seu intuito de respeitar a sazonalidade agrícola. No serviço de saúde indo para outra esfera comparativa, a situação é a mesma. Na saúde privada, o atendimento médico deixa muito a desejar. Na saúde pública, o SUS, é a mesma coisa. Cada qual com suas mazelas parecidas ou não, que refletem a socialização da medicina num baixo patamar (quem quiser pesquisar como está a vida dos profissionais da saúde, fique a vontade). É interessante nessa história, sair da inexistência de algo, ou seja, a inexistência de um serviço de saúde “à mão”, até 1950, à existência de um serviço de saúde ruim, quer você pague diretamente ou através de impostos. As ações ligadas à produção em massa sejam em produtos diversos ou em serviços que lutam por preços baixos baseados na quantidade exclui a singularidade, o atendimento individual, o acolhimento das questões distintas, um baque enorme na qualidade. Tudo que é de massa é homogeneizado, padronizado, “pasteurizado”, impedindo o que é de caráter individual que é o que contempla qualitativamente as necessidades que são específicas. O que é de massa tende em nossos dias a ser um lixo, uma porcaria. Produtos que são porcarias. Serviços porcarias. Porcarias de atendimento. Porcarias para todo o lado. Igualmente estamos virando lixo? Dr. Paulo Neves Júnior Clínica Médica e Reumatologia Antroposóficas. Consultor Biográfico Tel.: (16) 3421 6323 A MEDICINA NA BIOGRAFIA DE RUDOLF STEINER De: Peter Selg (Médico no Institut für angewandte Erkenntnistheorie und medizinische Methodologie) Traduzido por: Bruno Callegaro (Médico) A medicina antroposófica é um dos frutos dos cinco últimos anos de trabalho de Rudolf Steiner. No dia 21 de março de 1920 teve início o primeiro curso para médicos; no dia 30 de março de 1925 Rudolf Steiner faleceu com a idade de 64 anos, após ter trabalhado até o último momento com Ita Wegman no manuscrito de seu livro médico (Elementos fundamentais para uma ampliação da arte de curar). Tudo surgiu nesses cinco anos de 1920 a 1925: 85 conferências médicas, um livro, centenas de pacientes tratados sob a égide de Steiner, os medicamentos, as terapias, os impulsos científicos, três clínicas (na Suíça, na Alemanha e na Holanda) — e um laboratório farmacêutico. Toda a medicina antroposófica remonta a Rudolf Steiner e sua obra – embora ele tenha desenvolvido pontos de vista metodológicos bem importantes, que deveriam ajudar cada um dos médicos para uma atividade cognitiva e profissional própria; embora ele se recusasse a administrar, ele próprio, medicamentos e sempre enfatizasse a importância da responsabilidade do médico. É questionável se desde 1925 houve uma continuação substancial do desenvolvimento ou uma perda paulatina do nível original – seguramente junto a uma extensiva disseminação. É indubitável, de conhecimento geral e, no entanto, raramente tematizado o fato de Rudolf Steiner ter possibilitado tudo in personam. Seria óbvio, portanto, também para a medicina antroposófica, indagar: quem é Rudolf Steiner? Mas a resposta está longe de ser encontrada – o desenvolvimento da ciência espiritual antroposófica após a virada do século [XX], e também da nova medicina, é e permanece um sagrado mistério. Rudolf Steiner no consultório dos médicos: um iniciado que compreendia o destino, reconhecia doenças e formulava novas terapias a partir de todos os reinos naturais da Terra e das artes humanas. Novo, surpreendente, chocante para um ambiente que não estava preparado para tal. (continua em nossa próxima edição) Peregrino das Letras Ribeirão Preto - SP - abril/2008 Informação, Cultura e Livre Expressão Momento de Reflexão Onde há Luz, há o Amor e há a Cura. A Luz dissipa as trevas, que por sua vez surgiram pelo desamor, que trouxe a dor. Lembra daquele velho ditado: “Aprende-se pelo amor ou pela dor”? O Amor cura pela Luz que lhe é própria, e aniquila todo o sofrimento. Tudo volta a se equilibrar. Somos feitos de Luz, somos feitos de Amor, somos seres com o propósito maior de sermos saudáveis. Porque então adoecemos? A doença acontece quando precisamos “acordar” em alguma questão de nossas vidas. Somos convidados a rever nossos conceitos e nossas atitudes, sejam de ordem pessoal ou para com o próximo. O organismo se desequilibra quando aprendemos alguma coisa e não conseguimos aplicar, ou seja, experienciar o aprendizado. Saber é diferente de conhecer. Sabedoria é aplicar na prática o que aprendemos. O ser imortal que habita nosso corpo suplica para que cresçamos; pois crescer é preciso, então ele se manifesta. O Reiki é assim: a Compaixão de Deus na nossa incompreensão dos fatos. O Reiki traz a Luz, o Amor e a Cura. Conheça o Reiki. Divulgue o Reiki. Inês Telma Terapeuta Holística Tels.: (16) 3630 2236 / 9782 4150 www.inestelma.com João Guimarães Rosa e o Esperanto “Vários idiomas, muitos, já dominava na juventude. Quando estudante de Medicina, trabalhou na Estatística, em Belo Horizonte. Seu chefe, Dr. Teixeira de Freitas, precisando de uma pessoa para cuidar da correspondência em esperanto, chamou o jovem funcionário, já poliglota, e sugeriu que aprendesse a língua de Zamenhof. Seria o esperantista de serviço. Joãozito matriculou-se num curso e em vinte e sete dias recebeu o diploma, por já reter sabido e compreendido os conhecimentos todos do novo idioma. Escrevia e falava corretamente”. (“Joãozito – Infância de João Guimarães Rosa”, de Vicente Guimarães, José Olimpio Editora, 1972) Transcrição Passar fita para DVD Guardamos registros que fizemos dos momentos simples, alegres, importantes, ou não, mas que o tempo por si só os valoriza. A cada fita assistida identificamos nosso momento, valores, posição, relações e principalmente como estamos em relação ao tempo em que vivemos. A tecnologia também faz seu movimento (e rápido) e nossas fitas tão modernas quanto usadas, hoje quase não encontram equipamentos para serem utilizadas. Estão guardadas, encaixotadas, quase esquecidas. À medida que vemos nossos amigos reviverem o crescimento dos filhos nos DVDs, fazendo encontros familiares, nos contagiamos e tiramos dos armários o que parecia ser grande estorvo. Quando esta transcrição ou digitalização, como é chamada, de fitas antigas para DVD é feita com carinho, trocamos grandes caixas de armários por pequenas peças que passam a ocupar lugar de destaque em nossa sala de TV. São pequenos estojos de DVDs com as fotos dos assuntos registrados substituindo aquelas etiquetas em que não cabiam nossas letras, são cores que identificam o tema da gravação substituindo nosso tempo lendo, ou passando a fita para frente ou para trás até acharmos àquelas determinadas imagens substituídas por faixas que facilitam nossa navegação dando-nos o conforto de assistirmos só ao que é de interesse no momento. Essas pequenas peças propiciam grandes momentos em família. Onde os jovens visualizam o cuidado em que foram criados, os mais maduros as oportunidades que tiveram, as escolhas que fizeram, as viagens, os encontros e, sobretudo as pessoas que se foram... Aquele material que estava guardado passa a ser revisto, discutido e lembrado. Quantas vezes surpreendemo-nos com nossos jovens assistindo a suas imagens?! Ou perguntam mais sobre sua infância, ou melhor ainda, contam suas impressões daqueles momentos. Que delícia! Bastou uma atitude de renovação, oferecer um espaço adequado e temos condição de diálogo e confraternização. Que bom! Que bom que mais e mais famílias celebram seus momentos de união. A Torres Comunicação transforma suas fitas em DVD com ética, divisões de assuntos, carinho na embalagem para que seus DVDs fiquem bonitos e práticos dando-lhe facilidade de navegação e recordação. Torres Comunicação (16) 3629 5286 [email protected] 9 CURSOS, OFICINAS, PALESTRAS, WORKSHOPS Página 2 Agenda Completa em nosso site www.jperegrino.com.br Peregrino das Letras 10 Ribeirão Preto - SP - abril/2008 Informação, Cultura e Livre Expressão Com gosto de brigadeiro Fiquei algum tempo sem escrever, preparando minha viagem aos Estados Unidos, com o objetivo de ajudar minha filha que ia ter seu primeiro bebê. Ansiedade, medo de esquecer alguma coisa, medo do frio que estava lá..., atender minha clientela, deixar as coisas organizadas por aqui, já que meu marido iria depois e ao mesmo tempo muita alegria, pois encontraria pessoas que amo, e depois iríamos (eu e meu marido) para o Havaí, onde estão meu filho e minha nora. Não preciso dizer da felicidade em ter a neta Sofia em meus braços. E lá, para ser eficiente, tive que seguir rigorosamente o horário do Brasil, com 3 horas a mais. Escrevo hoje, para falar da minha felicidade quando cheguei no Havaí, abri meu notebook e lá estava um e-mail da Manuela, minha filha: Date: Thu, 14 Feb 2008 18:02:12 +0000 Não vou chorar, não vou chorar... ..., mas me deu uma vontade enorme de falar com você..., acho que fiquei mal acostumada com você aqui e estar sempre falando o que estou fazendo e também perguntando o que fazer..., hahaha Já tirei as coisas da secadora, dobrei e guardei..., tudo direitinho com os lençóis tão arrumadinhos que você organizou para mim. MUUUITO OBRIGADA!!! Já comecei outra máquina de lavar. Também já arrumei o restante das mamadeiras. Meu quarto está tudo em ordem e o banheiro do Howard também. Como vou fazer sem você aqui para me ajudar??? Pronto..., agora comecei a chorar tudo de novo..., tenho que parar..., já, já a Sofia vai acordar doidona para comer. Já liguei no Brasileiro e pedi comida para Sam..., pedi uma sopa de caldo verde para mim. OBRIGADA POR TUDO!!! por me fazer usar a cinta!!! por me ajudar a emagrecer!!! por dar esse amor tão intenso para a Sofia!!! por me amar tanto e ter tanta paciência!!! por amar tanto o Howard e deixá-lo feliz todos os dias as 6 da matina!!! por ficar acordada até tarde para eu poder sair!!! por despertar tão cedo para eu poder dormir!!! por topar tudo..., vai e volta para Hamptons..., empacota daqui, arruma de cá, abre e fecha, sobe e desce, etc..., hahaha!!! por me ensinar a cuidar da minha filha!!! por me ensinar a cuidar da minha casa!!! por ter ido às Divas Latinas comigo!!! hahaha por dividir os almoços comigo!!! por ser tão fácil de lidar!!! por ser tão maravilhosa!!! por ter me aceitado vir como sua filha nessa encarnação!!! por me dar tanta, mas taaannnta força SEMPRE!!! por me ajudar a ser mais organizada!!! por estar sempre me lembrando o que tenho que fazer!!! por nossos encontros nas madrugadas!!! Isso é o que vou sentir mais falta... do seu rosto lindo e calmo vindo nos encontrar na madrugada...vixe...comecei a chorar de novo!!! chega... não consigo mais escrever... tenho que me controlar... a Sofia já, já vai acordar... já esta passando de 3 horas e meia!!! TE AMO TE AMO TE AMO TE AMO TE AMO!!! VOCÊ É A MELHOR MÃE DO MUNDO E EU TE AMO MAIS QUE O MUNDO!!! OBRIGADA POR SER MINHA MÃE!!! QUERO SER IGUAL A VOCE!!!!!VOU TENTAR!!! PROMETO!!! Beijos! Manu Ps. tem muito mais para agradecer, mas não posso agora... tenho que me recompor!!! CONTINUANDO Sofia acordou e mamou... já arrotou... já troquei fraldinha e agora ela esta dormindo no Moisés... minha vontade foi de ficar com ela no colo...mas estou tentando agir responsavelmente... hahaha. Já estou na terceira máquina de lavar... Já tomei a sopa... Mas agora você não está aqui para tomar a vaca preta comigo... então não vou tomar... porque não quero chorar mais! depois eu tomo... quando eu estiver mais forte... Ah! Já coloquei o refil no negócio de fraldas da Sofia, tá? Por aqui... por enquanto... está tudo em ordem... hahaha beijos 1000! te amo muuuito! Howard já ligou 10 vezes... hahaha (SJTP!!!) beijos para Ka, Lu e Pilha. Quando li o e-mail, tive a mesma reação que meu netinho Vitor tem quando come um “brigadeiro”! Angela Borelli Astrologia Karmica (16) 3421 4277 / 3021 1727 www.lernu.net lernu! é um portal multilíngüe cujo objetivo é ajudar o internauta a informar-se e aprender esperanto de uma maneira fácil e gratuita. Estas la birdo Medio - Konservado Korvo, la saûaca. saûaca La nigra birdo prikantata de Edgar Allan Poe en poemo, tradukita de Fernando Pessoa (“...kaj îi tiu stranga kaj malhela birdo ridetigis mian amarecon...”), estas tradicie konsiderata kiel de malbona aöguro. Ekde nun, ûi estas memorenda ankaö pro sia sagaceco. Scientistoj observis ke la korvojn de Nov-Kaledonia insulo, en Pacifiko, fabrikas “ilojn” por îasi - t.e. ïiras kaj purigas branîojn por fosi la teron serîante insektojn. En laboratorio, scientistoj jam estis observita, ke la korvoj kurbigis dratojn por havigi al si manûaëojn. Oni ne sciis îu ili faris la samon en la naturo. Esploristoj de la Universitato Oksfordo, en Anglio, eltrovis la novan lertecon instalante malgrandegajn videokameraojn, de 13 gramoj, sur iliaj vostaj plumoj. La studo estis publikigita en la revuo Science. Fonto: Revista da Semana. Edição 7, Ano 1, nº 7 – página 20. Editora Abril – 15/10/2.007 – el Brazilo www.revistadasemana.com.br Noto: Se vi trovas eraron(ojn) en îi tiu paûo bonvolu atentigi nin. Ni dankos vin. Sugestoj ankaö estos bonvenaj. Tradukis Reviziis: Esperanten: José Roberto Ruiz Antônio Carlos Rodrigues Prado www.edukado.net Site dedicado ao ensino de Esperanto, direcionado aos professores de Esperanto, com material didático, como exercícios, idéias pedagógicas e, o uso prático do Esperanto. Ribeirão Preto - SP - abril/2008 Peregrino das Letras Informação, Cultura e Livre Expressão Tratado de Medicina Floral – Maria Cristina Nogueira Godinho dos Santos Esta obra pode ser considerada uma ferramenta de consulta terapêutica séria e de grande valor. Aborda os sistemas de Florais de Bach, Minas, Austrália e Saint Germain mostrando a linguagem do corpo. Dividida em três partes principais: corpo físico e sua linguagem; corpo emocional, mental e espiritual; e a última, que traz além da descrição de 348 essências dos sistemas de florais apresentados, 13 fitoessências, 44 fitoflorais, gel de flores, argila medicinal e óleos florais. A autora descreve também mais de 500 patologias encontradas no ser humano com seus significados clínicos e simbólicos, por meio da linguagem corporal. Grupo Editorial Madras Tel.: (11) 6959 1127 – Fax: (11) 6959 3090 www.madras.com.br Windows Vista – João Carlos N. G. Manzano, André Luiz N. G. Manzano Esta obra faz parte da Série Estudo Dirigido (Coleção P. D.) e tem por objetivo principal servir de material de apoio ao ensino das disciplinas relacionadas às áreas de computação, desenvolvendo a tecnologia da informação. Deseja-se fornecer um conteúdo programático de aula que seja útil ao aluno e também ao professor. Procurou-se fazer um trabalho que não fosse muito extenso e pudesse ser usado em sua totalidade, principalmente dentro do período letivo, sem com isso tomar um tempo demasiado do leitor/aluno. Obra com linguagem agradável e de fácil leitura, dosando a utilização de termos técnicos e de conceitos. Editora Érica Ltda. Tel.: (11) 2295 3066 – Fax: (11) 6197 4060 www.editoraerica.com.br Dominando as técnicas de ensino - Joseph Lowman Este livro objetiva ajudar o professor universitário a usar suas técnicas preferidas de preleção/discussão mais eficientemente. A ênfase está em ensiná-lo a falar bem perante os grupos de estudantes, promover relacionamentos motivadores com os alunos e enriquecer as aulas pelo uso freqüente - mas não exclusivo de métodos alternativos. Procura explicar as diferenças na aprendizagem do aluno como resultado de suas qualidades, do professor, do seu ensino e da organização do curso. Editora Atlas Tel.: (16) 3977 6070 www.editoraatlas.com.br DVD - Mandalas – Adriana Leonel Símbolos ancestrais que representam o universo significam centro ou círculo, com dinâmica relação entre homem, cosmos, e a energia divina. Possuem um campo energético muito grande, uma alquimia de símbolos. Utilizada para harmonizar ambientes, melhorar captação de energias, e elevar a consciência e a concentração. “mandala para mim é ‘algo’ sagrado onde meu culto é a arte, a elevação é a alma, o maior exercício é das mãos, e o maior prazer é o poder (exercê-la) transformar um projeto visual...” – Alen Mandalas. Ateliê Adriana Leonel Tel.: (16) 3011 6206. Peregrino da Letras Informação, Cultura e Livre Expressão (16) 3621 9225 / 9992 3408 11 Peregrino das Letras www.jperegrino.com.br Informação, Cultura e Livre Expressão Sem culpa Não gosto dessa palavra. Acho-a forte demais, prepotente e implacável. Soa como um veredicto do qual não podemos escapar. Se somos culpados, transgredimos de alguma forma, fomos negligentes, imprudentes, cometemos crimes. O problema é que ao apontarem suas falhas e delitos e ao falar de culpa, as pessoas parecem afastar de si toda esperança. Talvez seja, e tendo a achar que é, porque ao falar de culpa não podemos deixar de pensar em Adão e Eva, expulsos do paraíso, afastados do Jardim das Delícias - o Éden, por terem provado do fruto do conhecimento. Dois culpados principais se apresentam nesse cenário bíblico: a Serpente e Eva. Verdade que há o co-participante, Adão, mas, coitado, ele foi tentado: um culpado sujeito a uma pena menor. Assim, de repente, a humanidade tem seu destino decretado: sofrerás dores e padecerás de vergonhas. Não há aqui espaço para negociação, não há espaço para compaixão. Expulso e chega. Jamais retornar ao Éden onde se postaram naquele momento e, para sempre os Querubins guardiões do prazer. E lá se vão as delícias gozosas do Paraíso. Instala-se o pecado palavra cuja associação pode ser feita com peccõ, do latim, cujo significado é tropeçar, dar um passo em falso. Sim, todos tropeçamos, todos damos passos em falso no decorrer de nossas vidas. E isto não significa que não possamos levantar, mudar através da constatação de que podemos fazer melhor. Mas não é o que o drama de Adão e Eva nos apresenta. O que me chama atenção nessa estória é a ausência de responsabilidade dos personagens por seus próprios atos, ausência de comprometimento, incapacidade de se afastarem do papel de vítimas. É o não tomar posse dos próprios atos. Essa culpa que se instala em Adão e Eva é deletéria. Não possibilita crescimento e sim, dependência, medo, vergonha. Essa culpa retrata ação sem responsabilidade. Eva prova do fruto da árvore proibida, não por própria escolha, mas por que foi tentada pela Serpente, símbolo do mal. Adão, nem sabia de nada, é incitado pela mulher, fadada a tornar-se símbolo de dissimulação e de traição pelo transcorrer dos séculos. Dois irresponsáveis, culpados e condenados eternamente a viver no sofrimento. Pois é, na era da modernidade esse mito bíblico ainda se acende em nós já que somos produto da civilização Judaico Cristã. Se dirigirmos nosso olhar para outras civilizações e para outras mitologias, verificaremos que os mesmos motivos se repetem, porém, com finais diferentes. Há uma grande árvore, também símbolo do conhecimento e da imortalidade sob a qual se coloca Sidarta à espera de ser despertado para a luz. Há a Serpente enorme, que o protege de uma terrível tempestade, com sua enorme cabeça, servindo como um guarda-chuva. As árvores segundo várias tradições possuem um espírito que nos incita ao autoconhecimento. Quando os Ents, pastores de árvores, que cuidam das florestas, personagens do livro “O Senhor dos Anéis”, resolvem participar do conflito entre as forças o bem e do mal, eles trazem conhecimento, pois são os seres mais antigos da Ribeirão Preto - SP - abril/2008 Significar o corpo Terra-Média. O bem e o mal transitam por outras tradições religiosas como partes do mesmo todo. Há possibilidade de escolha. E, se há escolha, seremos responsáveis por ela. Teremos que lutar com o monstro guardião da árvore que detém o segredo da imortalidade, ou se quisermos chamar assim, o de nossa essência imortal. O homem nessas mitologias deve passar por provas, pois a vida é um eterno submeter-se a provas. A cada uma delas, superada, ele se torna o senhor dele mesmo. Encara o mundo dos opostos onde foi colocado e aprende a vencer suas limitações. É auxiliado pela natureza e pela divindade e seu temor não é o de um filho que deverá sofrer castigo por suas faltas, mas o do Homem, imagem e semelhança de seu criador. A culpa não pode ajudar no processo de individuação. Ela traz medo da punição, insegurança sobre real valor; dúvida sobre desejos; vergonha de ser feliz. Ela incentiva o ser caído, a não retornar à sua condição de ser espiritual. Ela o incita a estabelecer julgamentos falsos sobre si mesmo. E, certamente, o torna infeliz. Edward Bach em sua procura abençoada por essências retiradas das flores, que minorassem o sofrimento emocional nas pessoas, descobriu em 1935, em Sotwell, que da flor do Pinheiro poderia ser preparado um floral para colocar em harmonia aqueles que se sentissem culpados não só pelos seus erros, mas também pelos erros dos outros. Interessante é notar que uma das simbologias do pinheiro é a da representação de homens que souberam conservar intactos seus pensamentos apesar das críticas que os cercavam. Outra aponta para o renascimento e ressurreição. Mais uma vez é a árvore que nos socorre com seu sopro curativo, afastando-nos da dor da culpa e do abandono e nos acolhendo em seus braços. Mariza Helena Ribeiro Facci Ruiz Terapeuta Corporal e Practitioner em Florais de Bach Tel.: (16) 3621 8407 / 3621 9225 [email protected] Nos diz Morris Berman, filósofo britânico no seu espetacular livro, O Reencantamento do Mundo, que da mesma forma como tratamos a natureza tratamos o nosso corpo. Em que pese um bom número de pessoas que atualmente procuram reencontrar o caminho da natureza, seja na forma como se alimentam, seja na militância ecológica, o fato é que aqueles que comandam a política planetária (por nós eleitos) ainda não se colocaram realmente em uma postura de reconhecer o quanto somos um com o entorno, com o que chamamos de mundo natural. Regra geral, a natureza é tratada como uma fonte de lucro. Seu valor está vinculado ao conceito de lucratividade. Sendo que lucratividade é o veículo do poder. Assim também o corpo, constantemente tratado, como um terreno por nós habitado e sobre o qual e do qual auferiremos nosso quinhão de poder. Se belo, usar-se-á para atrair, seduzir e conquistar, se não, apenas como mero veículo de outros dons. Há uma objetivação do corpo, um utilitarismo. Aqui esquecemos que somos corpo. A dinâmica relação corpo/mente (como, aliás, sugere o nome do presente periódico), é a expressão deste todo neste mundo, é a realização da nossa integridade existencial. Somos, portanto, uma interação única entre instâncias aparentemente díspares, porém, absolutamente imbricadas. Somos mito, e existência cotidiana, somos alma/corpo, somos divindade/animalidade. Nesses diversos ‘somos’, não há uma parte nobre e outra plebéia. Foi Platão quem comentou que o verdadeiro médico será sempre um educador. Será que é possível que alguém possa cuidar do si enfermo sem estabelecer uma relação educativa com este si mesmo? Todo doente pergunta ‘por que?’. “Porque minha barriga inchou?” indagou-me uma jovem depois de haver comido alimentos estragados. Minha resposta será sempre educação. Da boa ou da péssima, dependendo do que digo, ou das perguntas que devolvo. Cabe a mim trazer à consciência da jovem em questão, a noção já adivinhada por ela que há uma relação entre o que se ingere e o que gera como resposta o corpo que são partes de um mesmo processo. Os fatos não são obra do acaso, mas serão produtos da necessidade, frutos da semeadura. Cabe questionar (trazer o por que, como hoje fazem os bons educadores) das atitudes. Cabe introduzir uma reflexão sobre o ‘por que’ esquecemos de que somos corpo (no mínimo, também). A grande beleza do fato de participarmos da raça humana é que somos grandes. Nossa grandeza regula no fato de que somos uma amplidão de possibilidades, mais do que coisas prontas. Nós estamos construindo todo o tempo do mesmo jeito como as mulheres rendeiras fazem a renda com seus bilros. As parcas da velha mitologia grega, deusas que teciam o destino dos seres na Terra, não estão fora de nós. São nós. Cada nó desta trama que é a nossa vida é dado por nós. Aqui a grandeza que vemos no mito (e as mitologias são ricas dessa grandiosidade que nos atrai a ponto de tratarmos de reproduzi-las em neomitologias cinematográficas com toda a tecnologia das guerras interestelares de séculos vindouros) se introduz nessa coisa maravilhosamente pequena que é a nossa vida cotidiana, lugar sagrado e base de toda a realização pessoal. Comer, ver, conhecer, trabalhar, tatear, escutar, degustar, o simples habitual de todos os dias, o que nós somos e que é o local, o tear onde fiamos nossos destinos. Saber ler essa tapeçaria é um dom. Não um dom outorgado por uma divindade lá fora. Sim construído todos os dias se o queremos no ato de observar e buscar entender. A doença é uma oportunidade ímpar. Doença é o tipo da coisa que nunca é azar. Nunca é acaso. Busquemos seu significado e ali estará, escondido por trás dos sintomas. Como perguntava Edward Bach: “O que é que você esconde atrás desse sintoma?”. Muitos instrumentos existem para descobrir significados. Pesquisa intelectual, meditação, reflexão, ausculta de mitos, estudos bioquímicos. Usemos o que temos, o que conseguimos em nossas vidas, com essa mente maravilhosa, com esse corpo cheio de sentido. Todo o enorme cabedal das tradições são uma fonte perene e maravilhosa, muito próxima do sentido profundo e selvagem que somos. Também os avanços da ciência (física, psicologia, sociologia) nos trazem soluções inusitadas. Penso que se atentamos para esta significância que é o corpo, a criatividade de nossa relação com a vida será multiplicada. O resultado disso pode ser (acredito que seja) a Saúde Plena. *Médico Naturista Vale do Capão - Chapada Diamantina Jornal Corpo Mente – Feira de Santana – setembro 2002
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