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Filipinas
Aspectos Geográficos
A República das Filipinas é um vasto arquipélago da Insulíndia de 7.107 ilhas, com 300.076 km² de
área, delimitado pelo Mar das Filipinas a leste, Mar das Celebes e Mar de Sulu a sul e Mar da China
Meridional a oeste. O Estreito de Luzon, a norte, separa as Filipinas de Taiwan, o Estreito de Balabac, a
sudoeste, é uma das fronteiras marítimas com a Malásia, e há também fronteira marítima com a Indonésia,
a sul. Também Palau se situa nas imediações, para sueste. As ilhas costumam ser divididas em três grupos:
Luzon, a norte, Visayas, no centro e Mindanao, no Sul. A capital do país, Manila, fica em Luzon, sendo sua
maior ilha. O clima é subtropical influenciado pelos ventos, que trazem chuvas abundantes de abril a
novembro. A temperatura média anual ronda os 26,5 °C. Os filipinos costumam falar de três estações: a
estação quente, ou verão, que dura de Março a Maio, a estação chuvosa entre Junho e Novembro e a
estação fria, de Dezembro a Fevereiro.
A maior parte das acidentadas ilhas é originalmente coberta por florestas, quase 20% do território
por florestas úmidas. Entre as espécies que mais se destacam estão a figueira-de-bengala, a seringueira e
as palmeiras. Outras plantas típicas são o bambu, a caneleira, o craveiro e as orquídeas. A origem das ilhas
é vulcânica. O ponto mais elevado é o monte Apo em Mindanao, com 2.954 m. Muitos dos vulcões do país,
como o Pinatubo, estão ativos. O país está também integrado na região de tufões do Pacífico ocidental e é
atingido por uma média de 19 tufões por ano. As ilhas são cortadas por grandes rios, vários deles
navegáveis. Em Luzon, destacam-se o Grande de Cagayan e o Pequeno; em Mindanao, os principais são o
Grande de Mindanao e o Agusan.
Com 98,4 milhões de habitantes, as Filipinas são a sétima nação mais populosa da Ásia e
apresentam uma alta densidade demográfica. Ao contrário dos demais países da Ásia, as Filipinas são um
país majoritariamente cristão (89,4%). Uma fatia razoável da população professa o islamismo (6,4%),
introduzido no país em 1380 por imigrantes malaios. Embora a maioria dos filipinos habitem zonas
urbanas, a população rural reside em áreas de difícil acesso. A região metropolitana de Manila, é muito
populosa com mais de 11 milhões de habitantes. Infelizmente, as favelas dominam muitas das cidades
filipinas e há pessoas que vivem até em aterros sanitários, sobrevivendo com a exploração do lixo. 96% da
população é constituída de malaios, mas há minorias de chineses (2%) e ocidentais (2%). A maioria da
população adulta é alfabetizada e a nação tem se modernizado gradualmente. Apesar disso, ainda há
muita pobreza. O país produz diversos produtos para exportação, mas a maioria dos trabalhadores se
dedica à agricultura. Os idiomas oficiais são o inglês e o filipino. Este último é baseado no tagalo, de
origem malaia
As Filipinas estão organizadas numa hierarquia de unidades de governo local, em que a província é
a unidade primária. As províncias subdividem-se em cidades e municípios que, por sua vez, se compõem de
“barangays”, que são as menores unidades de governo. As províncias encontram-se agrupadas em 17
regiões administrativas, onde os diversos ministérios estabelecem escritórios regionais, mas não têm um
governo local separado, com exceção da Região Autônoma Muçulmana de Mindanau (Autonomous
Region in Muslim Mindanao ou ARMM) e Cordillera.
Aspectos Econômicos
A agricultura filipina produz arroz, milho, mandioca, batata, frutas tropicais, cana-de-açúcar, tabaco
e coco-da-baía. A pecuária inclui a criação de búfalos, bois, cabras, porcos, cavalos e aves. A pesca
marítima fornece anchova, atum, caranguejo, lula, camarão e esponja.
Das florestas, extrai-se madeira. As principais riquezas minerais são ouro, prata, cobre, carvão,
níquel e sal. A indústria se destaca nos ramos petrolífero, alimentício, têxtil, mecânico, eletrônico, do
vestuário, do tabaco e de móveis, entre outros. A eletricidade é gerada em usinas termelétricas,
geotérmicas e hidrelétricas.
O país faz parte do tratado internacional chamado APEC (Asia-Pacific Economic Cooperation), um
bloco econômico que tem por objetivo transformar o Pacífico numa área de livre comércio e que engloba
economias asiáticas, americanas e da Oceania. É considerada um país em desenvolvimento. Seu PIB é de
US$ 250,3 bilhões. A economia do país sofreu com a crise asiática de 1998. A elevada dívida pública
(equivalente a 77% do PIB) mina os esforços de diversificação da economia.
Aspectos Históricos
Muitos historiadores acreditam que as Filipinas foram colonizadas no paleolítico, quando um povo
asiático atravessou por meio de embarcações de madeira o caminho que leva à região. A primeira grande
corrente migratória chegou a essa região através do sul. Acredita-se que esses imigrantes eram de origem
indonésio-caucasiana, possuindo um grau de civilização mais adiantado que as tribos nativas.
Posteriormente ocorreram mais duas grandes correntes migratórias. Entre os séculos XI e XII, mercadores –
predominantemente chineses – povoam a região. Cada nova corrente sucessivamente impediu os
habitantes originais a procurarem terra ao norte.
A corrente migratória seguinte, cujo apogeu foi no
século XIV, veio do reino Madjapahit, reino hindu do leste de Java (de 1293-1500), foi o último dos grandes
impérios hindus do arquipélago da malásia e um dos maiores estados da história da Indonésia. Junto a esta
migração veio os primeiros praticantes da religião muçulmana.
Fernão de Magalhães, um navegador português a serviço do Rei de Espanha, descobriu as ilhas no
século XVI, as ilhas são conquistadas e depois é fundada uma colônia espanhola com o nome Filipinas em
homenagem ao rei Filipe II. O catolicismo torna-se religião oficial. Os espanhóis estabeleceram sua capital
em Manila a partir de 1571, garantindo seu domínio por mais de 300 anos.
O herói nacional das Filipinas, o linguista, escritor, artista, médico e cientista Dr. José Rizal iniciou
um movimento de reforma. Ao mesmo tempo, uma sociedade secreta chamada Katipunan, chefiada por
Andrés Bonifácio, começou a revolução, dando aos espanhóis a desculpa que precisavam executar o Dr.
Rizal, que se encontrava em exílio em Dapitan, Mindanao (sul do país). Ele foi trazido a Manila para
julgamento e condenado à morte, embora não se tenha prova de sua participação na revolta.
Sua morte, porém, estimulou ainda mais essa revolução. A luta anticolonial começa no fim do
século XIX. Os nacionalistas, liderados por Emilio Aguinaldo, provocam uma rebelião em 1896. Dois anos
depois, a Espanha, derrotada em guerra contra os Estados Unidos (EUA), cede as Filipinas. A independência
é declarada em 1898, mas há forte presença norte-americana no país. Os nacionalistas recomeçam a luta
contra a ocupação estrangeira e são esmagados por tropas norte-americanas. Uma Constituição ratificada
em 1935 dá às Filipinas autonomia interna. Durante a II Guerra Mundial, o Japão invade o país, que é
depois reocupado pelos EUA. A independência é conquistada formalmente apenas em julho de 1946.
Manuel Roxas, aliado dos militares norte-americanos, ocupa a Presidência.
Os EUA mantêm bases militares no país. No pós-guerra, o governo enfrenta um movimento
rebelde, liderado por comunistas, que dura até 1953. O presidente Ferdinand Marcos, eleito em 1965 e
reeleito em 1969, enfrenta sucessivos protestos da esquerda. Os manifestantes acusam o governo de,
entre outras coisas, fraudar eleições e envolver as Filipinas na Guerra do Vietnã. Em 1972, Marcos passa a
governar como ditador e decreta a prisão de vários opositores. Sua mulher, Imelda, adquire crescente
influência sobre o regime, marcado pela corrupção.
Em 1983, o líder oposicionista Benigno Aquino volta do exílio e é assassinado no aeroporto de
Manila. O crime une a oposição, e o regime perde o apoio dos EUA. Marcos é declarado vencedor nas
eleições de 1986, mas a oposição denuncia fraude e proclama a vitória de Corazón Aquino, viúva do
político assassinado. Manifestações provocam a queda de Marcos e sua fuga do país. Corazón Aquino
assume a Presidência.
Em 1996, o governo assina acordo com a Frente Moro de Libertação Nacional (FMLN) para pôr fim
à rebelião separatista em Mindanao, ilha de maioria islâmica. O total de mortos no conflito na região sul do
país, iniciado em 1972, ultrapassa 120 mil. Os combates, no entanto, prosseguem sob a liderança do outro
grupo, a Frente Moro Islâmica da Libertação (FMIL).
Em 1991 o ex-ator de cinema e vice-presidente Joseph Estrada é eleito presidente. Em 2000,
Estrada é acusado de receber suborno para tolerar o jogo clandestino no país. Os partidos de oposição
lançam campanha por seu impeachment, com o apoio da vice-presidente, Gloria Macapagal Arroyo. Em
novembro, a Casa dos Representantes aprova o impeachment e remete a questão ao Senado.
Século XXI (Atualidades)
Grandes manifestações de protesto ocorrem em 2001, depois que o Senado adia a votação do
impeachment. Estrada deixa o palácio do governo sem renunciar formalmente, e a Corte Suprema declara
o cargo vago. Gloria Arroyo assume a Presidência.
Em 2004, Arroyo reelege-se com apenas 3,5% dos votos à frente do oposicionista Fernando Poe Jr.,
da Coalizão dos Filipinos Unidos, que alega fraude na eleição. A oposição ao governo cresce em 2005,
quando a presidente e sua família são acusadas de corrupção. O marido de Arroyo, José Miguel, deixa o
país. Oito ministros pedem demissão, em protesto contra a presidente, em julho desse ano.
Em 2006, a presidente declara estado de emergência durante uma semana, depois que o Exército
alega ter descoberto o plano de um golpe contra o governo. Apesar da medida, 15 mil pessoas fazem
manifestações em Manila. O país vive uma onda de assassinatos de militantes de esquerda, líderes
sindicais, jornalistas e advogados. Ainda em 2006, a organização de direitos humanos filipina, Karapatan,
afirma que houve 601 execuções extrajudiciais desde o início do governo de Arroyo, que nega
envolvimento nas mortes. A pena de morte, reintroduzida em 2003, é abolida.
Em 2006, o tufão Durian deixa um rastro de mais de mil mortos e 250 mil casas destruidas nas
Filipinas. Em junho de 2008, o tufão Fengshen causa inundações, afunda navios e mata pelo menos 498
pessoas.
A coalizão governista Todos Juntos Alcançarão Mais (Team) obtém a maioria das cadeiras
disputadas na eleição de 2007. O pleito é marcado por tumultos e a morte de 126 pessoas. No mesmo ano,
o ex-presidente Joseph Estrada é condenado à prisão perpétua, acusado de ter desviado mais de 80
milhões de dólares do Estado, que, no entanto, o livra da cadeia por ele já viver em prisão domiciliar e ter
aberto mão de se candidatar novamente.
Em maio de 2008, o governo anuncia uma série de providências a fim de conter o impacto da alta
do preço do arroz, o principal alimento do país. Além de subsidiar o produto para famílias pobres, o
governe lança um pacote de investimentos em sistemas de irrigação para atingir é auto-suficiência até
2010.
O filho de Benigno e Corazón Aquino, Benigno “Noynoy” Aquino, do Partido Liberal (LP), vence as
eleições presidenciais em 2010.
Fatos Recentes
Arroyo é presa em novembro de 2011, sob suspeita de fraude eleitoral. Em julho de 2012, ela é
solta sob fiança, mas é novamente detida em outubro, acusada de desvio de fundos. Um ano depois, ela
enfrenta uma segunda ação por desvio de recursos.
Em 2012 aumenta a disputa com o governo chinês no Mar do Sul da China, com vários incidentes
entre barcos dos dois países. Em julho, o governo filipino abre licitação para exploração de gás em três
campos na região, sob protestos da China. Em janeiro de 2013, as Filipinas abrem ação em um tribunal de
arbitragem da ONU para resolver a disputa, mas a China retira-se do processo em dezembro. Em setembro,
Aquino renomeia a área que reivindica como o Mar do Oeste Filipino.
Em maio de 2012, a Guarda Costeira filipina mata um pescador em um ataque a um barco de
Taiwan em águas que os dois países reivindicam. Em resposta, Taiwan impõe uma série de sanções ao país,
só suspensas em agosto, depois de o governo filipino propor ação por homicídio contra oito guardas que
participaram da ação.
Tufão Haiyan: Os tufões Bopha e Washi deixam centenas de mortos e desabrigados no sul do país
em 2011 e 2012. Em novembro de 2013, o tufão Haiyan provoca grande devastação. Com ventos de 315
km/h, o Haiyan é o mais forte tufão já registrado no país. Até o início de dezembro, o governo registra 5,7
mil mortes e 96 mil pessoas desalojadas. Os prejuízos são estimados em mais de 700 milhões de dólares.
Em janeiro de 2014, o governo chinês passa a exigir autorização prévia para navios pesqueiros em
área do Mar do Sul da China, provocando fortes críticas das Filipinas. Em fevereiro, um navio chinês dispara
canhões de água contra pescadores que se aproximavam da área em disputa. No mês seguinte, o governo
filipino apresenta evidências ao tribunal de arbitragem da ONU para tentar provar seus direitos em relação
à região.
MINDANAO
Em março de 2014, o presidente Aquino e os líderes da Frente Moro Islâmica de Libertação (FMIL)
assinam um histórico acordo de paz, que pode encerrar mais de quatro décadas de conflito na região
autônoma de Minadanao.
Terrorismo
O grupo extremista muçulmano Abu Sayyaf é a maior preocupação dos Estados Unidos nas
Filipinas desde 2001, Com o início da guerra ao terrorismo. Acusado de manter vínculos com a AI Qaeda,
do saudita Osama bin Laden, o Abu Sayyaf diz ter como objetivo a criação de um Estado muçulmano
independente no país. Observadores definem como suas atividades principais o sequestro e a extorsão. Em
2004, 17 membros do Abu Sayyaf são condenados à morte. Prosseguem enfrentamentos e, em 2006, cerca
de 5 soldados são enviados à ilha de Jolo para reforçar o combate, que deixa dezenas de mortos. Militares
dos EUA também permanecem na ilha, com o objetivo de capturar o dirigente do Abu Sayyaf, Khadafi
Janjal, morto em 2006. Os americanos pretendiam ainda capturar os principais suspeitos dos atentados
contra uma casa noturna em Bali, na Indonésia, que deixou 202 mortos em 2002. O ataque é atribuído a
outra rede terrorista, o Jemaah Islamiah, cujo centro de operações ficaria na Indonésia. Em 2007, uma
bomba explode na Casa dos Representantes, matando quatro pessoas, entre elas o deputado Wahab
Akbar, ex-membro do Abu Sayyaf que passou a apoiar o governo. O grupo é acusado de realizar o
atentado. Em 2008, o governo congela a comissão de paz com a Frente Moro Islâmica de Libertação
(FMIL) que negociava a autonomia da região de Mindanao, e os conflitos se intensificam, matando cerca de
300 pessoas. Em outubro, a Suprema Corte do país diz que as negociações com os rebeldes são ilegais.
COMPILAÇÃO FEITA A PARTIR DE:
- Almanaque Abril 2014, 40ª ed. São Paulo: Ed. Abril, 2014.
- ARRUDA e PILETTI. Toda a História, 4ª ed. São Paulo: Ática, 1996.
- Atlas National Geografic, livro 08: Ásia II. São Paulo: Ed. Abril, 2008.
- http://www.girafamania.com.br
- http://www.infoescola.com
- http://www.portasabertas.org.br
- http://www.wikipedia.org

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