ESPÍRITO DE INICIATIVA

Transcrição

ESPÍRITO DE INICIATIVA
ESPÍRITO DE
INICIATIVA
A CHAVE QUE LIGA
EMPREENDEDORISMO,
VOLUNTARIADO E
SAÚDE FINANCEIRA
a revista da caixa
CAIXA GERAL
DE DE P ÓSI TOS
NO ARRISCAR
ESTÁ O GANHO
FRANCISCO BANHA,
GONÇALO REGALADO E
JOÃO GARCIA DA FONSECA EM
ENTREVISTA EXCLUSIVA
N . o 1 3 | o u tu b ro d e 2 0 1 3 | A n o I V
O XISTO E A
SERRA
À DESCOBERTA DA LOUSÃ E DAS
MÁGICAS ALDEIAS DE PEDRA
DESCUBRA TUDO
O QUE A CAIXA TEM
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CONTINENTE E ILHAS
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TRIMESTRAL
CLIENTE MAIS
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Poderá, por exemplo, pagar menos 167,08 € num crédito de 12.000 € a 180 meses. É somar vantagens em poupanças, em
financiamentos, em seguros, na gestão do dia-a-dia e em todas as voltas da vida.
Para ser Cliente Mais basta receber o ordenado ou pensão na Caixa, ter Caixadirecta, Cartão de Débito e de Crédito.
* TAEG de 4,2% calculada com base numa TAN de 3,598% (Euribor 3M + 3,375%), em outubro de 2013, para um crédito de 12.000 €,
com prazo total de 180 meses (24 meses de utilização + 36 meses de diferimento + 120 meses de reembolso) e garantia de fiança.
Exemplo para cliente com rendimento domiciliado, serviço Caixadirecta, cartão de crédito e cartão de débito ou débito diferido.
Prestação na fase de utilização: 40,39 €. Prestação na fase de reembolso: 122,37€. MTIC: 17.195,44€” .
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editorial
e
Fazer a diferença
a revista da caixa
Diretor Francisco Viana
Editores Luís Inácio e Pedro Guilherme Lopes
Arte e projeto Rui Garcia e Rui Guerra
Colaboradores Ana Rita Lúcio, Helena
Estevens, Leonor Sousa Bastos, Paula Lacerda
Tavares (texto); FG + SG, Filipe Pombo, João
Cupertino, Miguel Manso e Gualter Fatia, com
agências Corbis, Getty Images e iStockphoto
(fotos); Marta Monteiro (ilustração);
Dulce Paiva (revisão)
Secretariado Teresa Pinto
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Editora Medipress - Sociedade Jornalística
e Editorial, Lda.
NPC 501 919 023 Capital Social: €74 748,90;
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Impressão Lisgráfica - Impressão e Artes
Gráficas, S. A.
Distribuição Gratuita (a revista Cx tem preço
de capa, mantendo-se, no entanto, o seu
caráter de oferta)
Propriedade
Caixa Geral de Depósitos
Av. João XXI, 63, 1000-300 Lisboa
Periodicidade Trimestral
(Edição n.º 13, outubro/dezembro 2013)
Depósito Legal 314166/10
Registo ERC 125938
Tiragem 72 000 exemplares
Correio do leitor [email protected]
A VIDA É FEITA DE DECISÕES, todos o sabemos, mas há
decisões mais importantes do que outras. E algumas
são autênticos desafios de vida, envolvendo coragem e
motivação para assumir responsabilidades e, por vezes,
enfrentar um futuro do qual a incerteza faz parte. A isto
chamamos «espírito de iniciativa».
É, precisamente, este espírito de iniciativa que, ao
longo dos anos, a Caixa Geral de Depósitos tem procurado
incentivar, colocando-se ao lado dos portugueses e dos
seus projetos, seja em Portugal ou nos quatro cantos do
mundo. Um espírito empreendedor, voluntarioso e sagaz,
que desejamos ver cada vez mais enraizado no nosso
País, promovendo, assim, a saúde financeira e o futuro
sustentável.
Está, assim, apresentado o tema maior desta edição da
Cx que, agora, chega até si. Um tema que juntou à mesa
Francisco Banha, da Federação Nacional de Associações
de Business Angels, João Garcia da Fonseca, que em 2008
lançou a sua própria start-up, e Gonçalo Regalado, diretor
do programa comunitário Juventude em Acção. Tentámos
perceber como estas temáticas se relacionam, como o tal
espírito empreendedor e voluntarioso dos jovens de hoje
pode ajudar na aquisição de competências para os líderes e
empresários de amanhã.
As páginas que se seguem, aliás, estão repletas de
exemplos desse espírito de iniciativa, numa linha em tudo
semelhante ao que é hábito na Cx. É o caso de Manuel
Tarré, que, hoje, lidera um império chamado Gelpeixe; é o
caso de Joana Barros, que deixou o conforto do laboratório
para transformar a ciência em filme. Mas é, também, o da
Associação PAR, apostada em dar respostas sociais e em
apoiar os jovens, ou de Rui e Rita Anastácio, que saíram do
conforto da sua Casa dos Matos para lançarem o inovador
Cooking & Nature Emotional Hotel. E, já agora, da
Culturgest, que promove, há 20 anos, a cultura no nosso
País e serve de berço a novos talentos.
Esta é, pois, uma edição dedicada àqueles que fazem
e querem fazer a diferença, àqueles detentores desse tal
espírito de iniciativa e empreendedor. O mesmo que, há
137 anos, faz da Caixa o Banco dos portugueses e o parceiro
de confiança que faz e ajuda a fazer a diferença. E a dar a
volta ao País.
FRANCISCO VIANA
ESTA É, POIS, UMA
EDIÇÃO DEDICADA
ÀQUELES
QUE FAZEM E
QUEREM FAZER
A DIFERENÇA,
ÀQUELES
DETENTORES
DESSE TAL
ESPÍRITO DE
INICIATIVA E
EMPREENDEDOR
CONHEÇA A APP
Esta revista está escrita nos termos do novo acordo ortográfico
A Cx é uma publicação da Divisão Customer
Publishing da Impresa Publishing,
sob licença da Caixa Geral de Depósitos
As emissões de gases com efeito de estufa
associadas à produção desta publicação foram
compensadas no âmbito da estratégia da CGD
para as alterações climáticas.
As características dos produtos e serviços apresentados nesta edição remetem
para o mês constante na capa. Confirme a atualidade das mesmas em www.cgd.pt
ou numa Agência da Caixa.
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
3
i
interior
06 Pormenor
Notícias breves
DESTAQUES
PESSOAS
10 Histórias de sucesso
Manuel Tarré
12 Talento
Conheça Paulo Henrique Durão
e Joana Barros
ESTILO
16 Design & arquitetura
O arranque da EXD’13 e uma
entrevista a José Esparza, um
dos curadores da Trienal de
Arquitectura de Lisboa
20 Automóveis
Citroen DS5, um luxo híbrido
22 Culto + Soluções
Há muitas vantagens em ser
Cliente da Caixa, incluindo em
produtos selecionados
24 Gourmet + Prazeres
A Casa Gallega, o Refúgio D’el
Rey e uma tentação fria de
castanha
39 Observatório A opinião
de Gonçalo Amorim
DESTINOS
52 Fugas
32 Investir no futuro
Da dinamização do tecido empresarial ao estímulo da multiplicação de valor
social, poderá o cruzamento entre empreendedorismo e voluntariado
conduzir-nos a um futuro mais sustentável e à criação de oportunidades
para todos? E como potenciá-lo junto das gerações mais novas?
Páteo do Morgado
Como divertir-se sem gastar
dinheiro; Projeto C
60 Saúde
A importância de uma boa
alimentação
61 Educação
O que importa colocar num
curriculum vitae?
64 Sustentabilidade
À descoberta da Associação
PAR e das bicicletas dos CTT
CULTURA
67 Livros & Discos
68 A ligação da CGD à música
72 Agenda
73 Vintage
Assim nascia a Caixa
74 Fecho Notícias CGD
4
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
26 Entrevista
Francisco Banha, João Garcia da
Fonseca e Gonçalo Regalado dão-nos
uma verdadeira lição empreendedora.
40Viagem
Aldeias que nos transportam para
uma outra dimensão, entre o nevoeiro
e o cantar dos veados. Um mundo
imaginário tornado realidade, nas
Aldeias do Xisto.
48Fugas
Chama-se Cooking & Nature
Emotional Hotel e desafia-nos
os sentimentos, um local onde os
pormenores fazem toda a diferença.
54 Institucional
As Soluções de Poupança
Automática, o Serviço Cliente Mais
e muita oferta de produtos e
serviços da CGD, a pensar em si
62 Sustentabilidade
O lançamento da segunda
edição do VolunTeam, projeto
que faz a solidariedade
e o empreendedorismo
germinar nas escolas
portuguesas.
70 Cultura
Os 20 anos da Culturgest, sempre a
promover a cultura nacional.
Foto: D.R.
VIVER
58 Finanças
SOLUÇÕES DE POUPANÇA AUTOMÁTICA
POUPE AUTOMATICAMENTE.
ATÉ QUANDO ESTÁ
A NAMORAR.
A Caixa tem consciência de que há muitos Portugueses que sentem que não conseguem poupar. Por isso criou as Soluções de
Poupança Automática, onde poupar não só é possível como automático. Por exemplo, pode usar a App Caixadirecta e aumentar as
suas poupanças com um simples toque no botão de Poupança Imediata. Ou simplesmente utilizar os cartões da Caixa e, através dos
programas de Cash-Back ou Arredondamento, todos os clientes, de todas as idades, vão poder poupar no seu dia-a-dia.
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e saiba como desfrutar dos melhores momentos da sua vida.
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Informe-se na Caixa
p
pormenor
FOI VOCÊ QUE PEDIU UM GRAFOLITA?
Grafolita é o nome de um tipo de letra (type design,
de Rui Abreu, especificamente para a marca) e é,
também, o nome de mais um belo exemplo de
criatividade lusitana. Na Grafolita Notebooks, o
papel, a tinta e a cor são rei e rainhas, gerindo
um reino feito de cadernos de vários tamanhos e
feitios, criados totalmente à mão e impressos em
tipografia tradicional. Destinados a todos os que
gostam de escrever, desenhar e guardar com todo o
carinho, estes cadernos são produzidos um a um,
com atenção a todos os detalhes. Os clássicos e as
novidades estão em grafolita.com.
PROTEGER
OS PÉS
DOS MIÚDOS
E de uma fábrica norte-americana de calçado militar
sai a mais recente novidade em
moda infantil. Com o outono à
porta e porque o sol não dura
sempre, estas originais Butler
Overboots, extremamente
flexíveis, surgem com três
números marcados na sola, pelo
facto de poderem ser calçadas,
por exemplo, por cima de ténis.
Assim, garantidamente, as
crianças chegam com os pés
secos à escola e prontas para
a aula de ginástica (o pior será
quando saltarem nas poças...).
SINTRA
Serra elétrica
Já é possível serpentear entre Monserrate e o Palácio da Pena
em veículos livres de qualquer emissão de carbono,
criados de forma a respeitarem a Natureza
CAFÉS E BICICLETAS
No renovado Mercado Bom Sucesso,
no Porto, encontramos uma concept
store de ciclismo urbano, que reúne
três valências: loja, café e oficina.
Chama-se Urban Cicle Café, é gerida
por um médico anestesista e por uma
arquiteta e, como está bom de ver,
aqui as bicicletas são rainhas, mesmo
que a visite para tomar brunch!
6
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
a parques de sintra inaugurou uma nova
forma de passear pelos Parques da Pena e
de Monserrate: carrinhos elétricos, livres de
qualquer emissão carbónica, que funcionam
em sistema hop on – hop off. Isso permite
que, consoante o tempo que tenham, os
visitantes possam sair do veículo nos pontos
mais emblemáticos e voltar a entrar em
qualquer uma das outras paragens existentes.
Uma excelente medida, não só em termos
ambientais, mas também tendo em conta a
abertura de várias novas atrações, casos do
Jardim e Chalet da Condessa d’Edla, da Feteira
da Rainha e da Abegoaria da Pena, na Pena, e
do Jardim do México e do Roseiral, no Parque
de Monserrate. Na Pena, o suplemento para
utilização do veículo é de três euros, percorre
cerca de 2,5 km e tem paragens em dez locais.
Em Monserrate, o bilhete tem um custo de
dois euros, com o veículo a percorrer 1,5 km e
a incluir paragens em seis locais. Funciona das
10 às 19 horas.
DESPORTO
Maratona a pedal
o início de outubro ganhou
redobrado interesse: se a
realização da Meia Maratona
já era motivo para milhares
de pessoas saírem de casa,
o anúncio da Maratona
Bike ampliou o impacto do
primeiro fim de semana
do mês. Organizado pelo
Maratona Clube de Portugal e
apadrinhado pelo ciclista Rui
Costa, o evento uniu Cascais e
Lisboa (Parque das Nações)
em duas rodas e contou, este
ano, com uma maratona,
uma meia-maratona e um
contrarrelógio por equipas.
Dado o sucesso da iniciativa,
está previsto que, já no
próximo ano, exista um
contrarrelógio individual, que
deverá trazer até ao nosso
País grandes nomes
do ciclismo mundial.
OS SKATES DO NOSSO
CONTENTAMENTO
quem nasceu na década de 70 e cresceu na década de
80 assistiu à estreia do filme Trashin e à febre do skate. Esse
gostinho do passado pode ser recuperado, numa versão
mais de passeio do que de competição, com os skates Milf
(milfskateboards.com). Esta marca portuguesa resulta do
trabalho do designer Diogo Frias e da Camila Móveis, que
se apresentam nesta parceria como SkateBoard Tailors,
apostando num produto que se destina tanto ao sexo
masculino como ao feminino. A aparência retro é o suficiente
para apelar a skaters entre os 35 e os 50 anos, desejosos por
experimentar um Bullock, um Vergara ou um Longoria.
Quer partilhar apontamentos?
intitula-se grabmark e é uma plataforma criada pela Faculdade
de Engenharia da Universidade do Porto com o objetivo de permitir
aos estudantes portugueses terem uma rede onde seja possível
partilharem conteúdos (incluindo os apontamentos que fazem falta
para o teste seguinte). Há, igualmente, espaço para fóruns, comentários
e partilha de fotos nesta rede, criada há cerca de um ano e que pode ser
descoberta em http://s.grabmark.com.
Fotos: D.R.
DESIGN BEM TEMPERADO
A Mendes Gonçalves é uma empresa 100 por cento portuguesa,
localizada na Golegã, especialista em produzir todo o tipo de
temperos e já distinguida como empresa inovadora (pela Rede
COTEC) e uma das melhores para trabalhar em Portugal.
Uma das suas marcas é a Paladin, a primeira marca de temperos
a certificar os seus produtos com o selo «Portugal Sou Eu»
que se destaca pela irreverência das embalagens e dos slogans
utilizados. «Tão ninja assim, só pode ser Paladim» pode ler-se
nos molhos de soja, «Com tomates assim, só pode ser Paladim»,
exclama o ketchup, sem esquecer o nome com que foi batizado
o piripiri: «Sacana». E diz que «é picante sem ofensa, é tradição
bem apurada, este Sacana faz bem a diferença, sem entrar pela
asneirada».
PROFESSORA
E SUPER-HEROÍNA
do paquistão chega-nos uma série de animação
tremendamente original. Em Burka Avenger,
a protagonista é Jiya, uma professora primária cujo
alter ego é nada mais nada menos do que uma
super-heroína vestida de burka (nada inocente, num país
onde a percentagem de mulheres com mais de 15 anos que
consegue ler e escrever ronda os 40,3 por cento). Como
qualquer «vingador» que se preze, ela luta pela paz e pela
justiça, mas acrescenta um terceiro objetivo: a educação.
Armada com livros e canetas («se queres ser bem-sucedido, torna as canetas e os livros os teus melhores
amigos», diz ela) e ajudada por três amiguinhos e uma cabra
de estimação, fará frente a um político corrupto que, em
parceria com um mágico, pretende acabar com as escolas.
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
7
p
a Caixa ao pormenor
NEU
CGD nas universidades
Durante os meses de setembro e outubro, a Caixa
deu as boas-vindas aos jovens recém-entrados no ensino superior
à semelhança dos anos anteriores, a
Caixa levou a cabo a Campanha Nova Época
Universitária (NEU), numa iniciativa já na
19.ª edição e que passou por mais de 100
instituições de ensino superior. Os números
falam por si: 410 colaboradores envolvidos,
250 postos de atendimento para um total de
40 mil potenciais estudantes.
Esta é uma aposta que remonta a
1994, ano do primeiro acordo firmado,
no caso, com a Universidade do Minho, e
que faz da CGD pioneira em Portugal no
estabelecimento de parcerias com as escolas
de ensino superior. Uma aposta ganha e que
reflete o imenso carinho e dedicação que
merecem estes jovens cheios de sonhos e
ambições.
É para ajudá-los a concretizar esses
mesmos sonhos e ambições que a Caixa
realiza toda uma preparação, ao longo
do ano, de modo a aferir as melhorias a
implementar nos mais diferentes níveis.
E foi assim que, durante esta Campanha,
a Caixa ofereceu aos novos universitários
a oportunidade de aderirem a um pacote
de produtos financeiros essenciais,
especificamente desenhados para a gestão
do seu dia a dia (ver coluna Pacote Caixa
IU). Tudo num único momento, no próprio
estabelecimento de ensino, com toda a
simplicidade e a custo zero.
Trata-se de uma aposta que reflete a
ideia sempre presente na Caixa de que o
valor acrescentado aos Clientes, à sociedade
académica e civil são, também, contributos
para o crescimento de Portugal. Uma
clara aposta alicerçada em valores de
modernidade, inovação, espírito de parceria
e apoio àqueles que são o futuro do País.
E é esta dedicação que mantém a CGD
como líder na preferência destes alunos,
em Portugal, com uma quota de 63 por
cento e um total de mais de 800 mil alunos
universitários desde 1994 até hoje.
PACOTE CAIXA IU
Para premiar o sucesso
dos novos universitários,
a Caixa preparou um
pacote de produtos
financeiros específicos
para responder às suas
necessidades, incluindo:
> Cartão multifunções
Caixa IU, que integra a identificação
da escola com a vertente bancária
opcional e totalmente gratuito,
conferindo, ainda, descontos em mais
de 160 parceiros nacionais;
> Conta à ordem sem despesas
de manutenção para titulares dos
cartões Caixa IU ou Caixa Académica
Estudante;
> Cartão de Estudante Internacional
Caixa ISIC, aceite como cartão de
descontos em mais de 120 países
e que pode tornar-se um cartão de
crédito 1 por opção do Cliente;
> Conta Caixapoupança Superior,
uma conta de poupança para
universitários, titulares do Caixa IU,
ISIC ou Caixa Académica Estudante,
para incentivar a pequena poupança,
com reforços a partir de um euro,
sem montantes mínimos de abertura
e com bónus de taxa pela adesão a
certos produtos;
> Serviço de home banking
Caixadirecta, para acesso
permanente, por telefone, mobile,
internet ou via app, que permite a
realização de operações a preço mais
baixo;
> Caixadirecta IU, um serviço
de atendimento personalizado
à distância, exclusivo para os
estudantes, assegurado por uma
equipa acessível 24 horas por dia,
todos os dias do ano, através do
número azul 808 212 213. Saiba mais
numa Agência da CGD.
(1) TAEG de 19,3%, para um montante de 1500
euros, com reembolso a 12 meses, à TAN de 17,90%.
A CAIXA LIGA DE VOLTA
O site da Caixa dispõe, agora, de um serviço de call-back, permitindo pedir apoio ou manifestar interesse na subscrição de um
produto. Para o efeito, estão disponíveis dois novos botões no menu lateral de algumas páginas, como a da Campanha Cliente Mais
(ver pág. 57): «Quero ser contactado» e «Quero subscrever». Em resposta, será contactado, de forma gratuita, por um assistente da
Caixa, que o ajudará no esclarecimento de dúvidas, sendo também possível subscrever alguns produtos. Esta é mais uma marca da
inovação dos serviços da Caixa e da sua atenção face aos seus Clientes, num serviço igualmente disponível a não Clientes.
8
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
P O U PA N ÇA
Uma volta na poupança
dos jovens
Na Caixa, o futuro dos jovens tem rodas para andar.
E, além das soluções à medida, há bicicletas para aqueles que mais pouparem
quaisquer que sejam os
planos dos jovens para o
presente e para o futuro, a
Caixa está ao seu lado para
ajudar a realizá-los. Seja
aquele computador novo, um
telemóvel de última geração
ou para assistir ao concerto da
banda preferida, na Caixa os
jovens encontram as soluções
necessárias para dar a volta
às poupanças e conseguir o
dinheiro que precisam para
pôr todos os planos a andar.
E, entre 15 de outubro de 2013 e 15
de janeiro de 2014, os 50 Clientes que
tiverem maior variação positiva de saldo
numa conta CaixaProjecto ainda ganham
uma bicicleta, numa campanha válida
tanto para os atuais como para novos
subscritores da conta CaixaProjecto.
Também os primeiros 50 Clientes que,
no período da campanha, associem aos
seus cartões LOL Júnior ou LOL a função
poupança serão premiados com um iPod.
CaixaProjecto
Uma conta poupança até aos 25 anos,
que se adequa aos projetos dos jovens
CARTÕES LOL
Na Caixa, há
cartões que
ensinam a poupar
e onde a permanência das economias é
automaticamente premiada, podendo ser
reforçada a qualquer momento a partir de
um euro (ver caixa).
Cartões Pré-pagos
LOL Júnior e LOL
Permitem gerir a mesada e ajudam
a poupar através das transferências
automáticas para a CaixaProjecto do saldo
mensal não utilizado (ver coluna).
Para mais informações, dirija-se
a qualquer Agência da Caixa ou veja em
www.cgd.pt.
Caixa Projecto
Uma conta destinada aos Clientes até aos 25 anos, inclusive, ou menores quando abertas
através dos seus representantes legais, disponível para subscrição em Agência.
Depósito
Prazo
Taxa anual
nominal
bruta (TANB)
Pagamento
de juros
Montantes
de subscrição
Mobilização
antecipada
Conta
CaixaProjecto
181 dias
Com renovação
automática, por
igual período, até
ao limite dos 25
anos do titular
Mínima de
0,600%
Máxima de
0,950%
Semestral
e capitalizados
Mínimo:
10 euros
Máximo:
não aplicável
Possível,
total ou parcial,
com perda
dos juros corridos
Sabia que a Caixa ajuda a gerir a mesada
dos jovens, transferindo para a poupança o
montante não utilizado durante o mês?
É isso que acontece com os cartões LOL.
O LOL Júnior (10-15 anos) e o LOL
(15-18 anos) são cartões pré-pagos,
que funcionam com base num valor
previamente carregado, que pode ser
pontual ou agendado.
O nível de segurança na utilização é
muito elevado, já que todas as operações
requerem o número de identificação
pessoal e os gastos são limitados ao saldo
existente.
No caso do LOL Júnior, existe, mesmo,
um limite diário de utilização, atualmente
de 50 euros, conferindo, ainda, maior
proteção e controlo dos gastos.
A vertente didática destes cartões
é, também, um fator muito importante,
já que é o jovem que gere e se
responsabiliza pelo dinheiro, avaliando
as opções de compra de acordo com
o saldo de que dispõe.
E essa gestão passa também pela
poupança. Esta opção funciona
de um modo muito simples: no final
de cada mês, o que sobrar no saldo
do cartão é guardado e, sempre que
atinja um euro ou mais, é transferido,
automaticamente, para a conta de
poupança CaixaProjecto, onde fica
a render juros.
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
9
h
histórias de sucesso
M A N U E L TA R R É
Sonhos frios que
aquecem a alma
Apaixonado pela vida e pela profissão, Manuel Tarré
é apologista de que devemos ensinar os filhos a pescar,
ao invés de lhes darmos o peixe
Por Pedro Guilherme Lopes Fotografia João Cupertino
ACREDITA QUE NADA NA VIDA se faz sem disciplina e sem trabalho e que são as relações
humanas que fazem a diferença ao nível pessoal e profissional. Num percurso repleto de
«estórias» para contar, o líder da Gelpeixe assume-se como exemplo de um estado de espírito
onde não há espaço para descrença e onde os portugueses devem assumir a sua capacidade em
fazer tão bem ou melhor do que os outros.
Cx: É quase impossível não iniciar a nossa
conversa pegando em algo que defende: que,
quando se aperta a mão, não é necessário
assinar um contrato? Isso é mesmo possível nos
dias de hoje?
Manuel Tarré: (sorriso) Quando, de olhos
nos olhos, se fecha um negócio, sobre as suas
condições nada mais haverá a falar, aceitando-se o risco inerente, ganhar ou perder. A
nossa palavra é algo sagrado e que, ao longo
da nossa vida, faz toda a diferença. Mas, há
situações que temos de passar a compromissos
escritos e, nestes casos, devemos fazê-lo de
forma sucinta, evitando contratos de múltiplas
folhas, onde tudo se pretende segurar.
Cx: Depreendo que tem tido a sorte de lidar
com pessoas que pensam da mesma forma…
MT: Não vou dizer que tenha tido sorte, pois
essa, por norma, dá muito trabalho. Prefiro
dizer que a experiência tem mostrado ser mais
compensador ter ao nosso lado – ou no nosso
mundo de negócios – aqueles que abraçam
projetos semelhantes, sendo, sem duvida, mais
adepto de compromissos celebrados com um
aperto de mão, de olhos nos olhos.
Cx: Hoje, fala-se muito em empreendedorismo,
até como uma saída para a crise, mas o seu
percurso é um exemplo de que essa é uma
palavra que, ao contrário do que se possa
pensar, não foi inventada nos nossos dias.
MT: Empreendedores são pessoas capazes
de criar, de ver desafios com uma adrenalina
10
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
com a qual conseguem conviver e que os
alimenta nos sonhos de construir. Ora, este
perfil tem com ele «o arriscar, o sentir que,
se tal projeto não funcionar e falhar, pode-se
ficar pior, no impacto da qualidade de vida
pessoal e familiar». Esta capacidade de perder
nem todos a temos, pois a maioria das pessoas
acomoda-se a um tipo de vida e quer melhorála sem assumir o risco, quer não investindo
dinheiro seu num projeto, quer não investindo
em si, num ganho de conhecimento que possa
ser reconhecido e valorizado, por quem o
possa contratar. No entanto, podemos sempre
avaliar todas as variantes para tomar a decisão
certa de mudança mas, se não tivermos «a
tal sorte connosco», podemos não conseguir.
Empreendedor é quem arrisca, eu tenho tido
a felicidade de sonhar e de ver concretizados
sonhos, mesmo para além deles.
Cx: Nesse assumir do risco e nessa postura de
estar preparado para perder, qual o peso que
tem a proximidade da família?
MT: A família é, sem duvida, uma parte
fundamental da vida, devendo, nestes casos
de decisões de risco, ter um conhecimento
adequado, mas não demasiado, sob pena de
os deixarmos preocupados e sem entenderem
os porquês dessas decisões que nos animam.
A Gelpeixe é uma empresa familiar. O pai
Tarré, com os seus 85, continua a vir todos os
dias à empresa, onde o meu irmão, a minha
filha e eu partilhamos o dia a dia, cientes
que trabalhar em família só acrescenta um
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VIDA PREENCHIDA
Em contracorrente.
Tendo crescido atrás do balcão
da loja dos pais, em Loures, o
negócio atravessou-se cedo
no caminho de Manuel Tarré.
Terminado o curso, bateu a várias
portas, mas, tal como hoje, não
havia emprego. Um dia, pensou
que era possível algo mais. «O
meu pai tinha começado a vender
arcas congeladoras, um conceito
totalmente novo, mas decidimos
arriscar», explica, recordando
que, na altura, não sabia distinguir
um carapau de uma sardinha.
Empenhado, Manuel Tarré
tirou a carta de pesados para
poder conduzir os camiões
que transportavam o peixe.
Carregava-o, sozinho, em Aveiro
e em Matosinhos, e regressava
a Loures para o descarregar.
Novo desafio chegou com a
internacionalização. Primeiro
Las Palmas, depois África do Sul,
naquele que seria o verdadeiro
clique para o sucesso da Gelpeixe.
elemento novo à equação: temos de manter
o bom senso para não ultrapassarmos
determinados limites.
Cx: Esse cariz familiar explica a proximidade
e a preocupação com os trabalhadores?
MT: Nos últimos quatro anos, ganhámos,
por duas vezes, o prémio de melhor empresa
para trabalhar em Portugal, algo ainda mais
relevante quando falamos do setor industrial.
Este ganhar é sinónimo de que tratamos bem
as pessoas; é ganhar porque partilhamos
com elas. Esse é o galardão, esse é o prémio
que – enquanto empresa, e eu, enquanto
empresário – podemos almejar. Criar uma
empresa do zero e ser reconhecido como
a melhor empresa para trabalhar é algo
fantástico. É a prova de que podemos ter uma
consciência social de partilha e continuar a
gerar lucro, a crescer e a ter credibilidade no
mercado.
RIGOROSO
TRABALHADOR
CONFIANTE
LUTADOR
EMPREENDEDOR
Cx: É essa a base do sucesso?
MT: É essa a base. Quando partilhamos,
quando damos mais do que aquilo que nos
é exigido… Não me canso de referir que
temos seguros de saúde de 25 mil euros
por pessoa, para todos os que têm mais de
três anos de casa, além dum amplo pacote
de regalias. As pessoas têm de sentir que
estamos aqui para ajudá-las, apesar de
sermos rigorosos e exigentes.
Cx: Essa forma de gestão tem permitido à
Gelpeixe continuar a crescer, mesmo em
tempos conturbados como os que vivemos.
Que conselho daria para que o País
conseguisse, também ele, ultrapassar este
momento com sucesso?
MT: Sabe, é complicado acreditar no futuro
quando as pessoas recebem, diariamente,
a imagem de um País à deriva e sem
referências. Mas, mesmo nesse quadro, há
muitos empresários que têm vontade de
crescer e que lutam diariamente. Há muita
gente que nasceu para gerar riqueza para
o País, para dar trabalho aos outros, para
os entusiasmar, mas se lhes cortam as asas
e não os deixam voar… Há milhares de
pessoas capazes de dar a volta a este País!
Têm é de lhes dar os meios...
Cx: Saber gerir a Marca «Portugal»,
portanto…
MT: Vivemos num País onde tudo o que não
é nosso é visto como sendo melhor e onde
nos esquecemos que slogans como «compre
o que é nosso» deviam ser um dever moral.
Devemos começar por ter envolvimento com
quem nos está mais próximo e ir alargando
essa circunferência até aos limites do País.
Quando o País deixa de ser capaz de nos dar
o que precisamos, então podemos pensar
em ir ao estrangeiro comprar. Mas, até esse
momento, devemos dar preferência ao que
é nosso.
Cx: Neste cenário, como encara a ideia de
recuperar a ligação ao mar, tornando-o numa
arma económica?
MT: Nós nunca perdemos essa ligação ao
mar… Poderemos, sem dúvida, melhorá-la, através dum cuidado extra no turismo
que podemos oferecer, mesmo através da
gastronomia rica em peixe, afirmando que
temos o «melhor peixe do mundo». Dar maior
notoriedade aos nosso portos, tornando-os
mais competitivos; solicitar dos diversos
departamentos de Estado melhor e mais ágil
ligação no avaliar do que podemos todos fazer
com «o mar». E, por ultimo, conseguir, com
arte, engenho e objetividade, retirar riqueza
para todos, nem que seja para o tempo dos
nossos netos, do possível alargamento das
águas territoriais e do que elas representam.
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
11
t
talento
PAU LO H E N R I Q U E D U R ÃO
O construtor de sonhos
Talhado para o mundo em berço de pedra, o português
que a Wallpaper elegeu como um dos 20 jovens arquitetos
mais promissores, em 2013, entrega-se ao precioso ofício de joalharia
dos espaços onde os sonhos fazem casa
Por Ana Rita Lúcio Fotografia Filipe Pombo
CADA FRASE é meticulosamente calibrada e burilada, sílaba a sílaba, até se encastrar na
próxima, como quem lima arestas num discurso pontuado por silêncios lapidares e risos
apurados. Na corrente de ideias que se vai compondo ao longo de mais de uma hora de
entrevista, Paulo Henrique Durão parece emprestar ao manejo das palavras a mesma destreza
com que procura moldar os ambientes, tirando máximo proveito de cada peça.
«Gosto de imaginar a arquitetura como um
minucioso exercício de joalharia, transposto
para a macroescala do espaço habitado»,
aponta, enquanto não resiste a ir adornando
a conversa com os esquissos que a caneta
imprime, solta, num dos muitos moleskines que
jamais o abandonam. Mais do que o desenho,
é, porém, o sentido de obra feita (ou por
fazer, mas já lá iremos) que lhe dá sustento.
Afinal, sempre gostou de «construir coisas»,
preferindo vestir a pele do «arquiteto enquanto
construtor», tal qual Paul Valéry o esboçou em
Eupalinos ou o Arquiteto: «Como aquele que
sabe como é que se trabalham as matérias,
como é que se tira partido do veio de uma
madeira ou do encaixe das pedras.»
Ávido de lhes aprender o entalhe, as pedras
haveriam de se encaixar no caminho que
cedo o afastou da Marinha Grande natal.
Guardou-as todas na memória de Porto de
Mós, precisamente no «sítio das pedras»,
precioso alicerce da infância. Gravado de
forma indelével, ainda hoje não esquece o
anfiteatro natural de Fórnea, sulcado no
rosto calcário das serras de Aire e Candeeiros,
joia a coroar, a 150 metros de altura, «a
paisagem extraordinariamente agreste que é,
simultaneamente nesse facto de ser inóspita,
extraordinariamente bela».
Ainda na época de todas as quimeras, o
destino de Paulo começou a traçar-se em
linha reta, sem pontos de fuga aparentes.
Ser arquiteto foi «a decisão sempre tomada»
e o plano que deu cobertura à tão cobiçada
12
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
«margem para poder construir sonhos». Os
dele, mas sobretudo os dos outros, ou não fosse
a arquitetura, como o nosso protagonista a
entende, uma realidade talhada pela dimensão
humana, à medida das pessoas que a habitam.
À revelia dos caprichos do tempo, esta
capacidade de projetar nas quatro paredes
de uma casa o lugar mais íntimo do outro
encheu o olho da prestigiada revista britânica
Wallpaper, que viu em Paulo Henrique
Durão um dos 20 jovens arquitetos mais
promissores, a nível internacional, em 2013.
Prestes a completar 34 anos, a mão que rege
o ateliê Phyd Arquitectura – e a equipa que
ESCOLHEU
ARQUITETURA, QUE LHE
DAVA «MARGEM PARA
CONSTRUIR SONHOS»
reúne «uns tipos fantásticos, muito melhores
arquitetos do que eu», sublinha – agarra
a distinção como uma «surpresa» e um
«incentivo». Entre os projetos não construídos,
que davam para povoar uma cidade alojada
algures nos servidores da empresa, «e a meia
dúzia de coisas já feitas», «nem sempre é fácil
continuar a achar que o caminho que estamos
a trilhar tem um quê de correto e, no fundo,
esta distinção incentiva-nos a continuar,
paulatinamente, um caminho qualquer».
Print
MÃOS À OBRA
Ou como de um aparente
entrave o arquiteto fez uma
trave-mestra da sua carreira.
Ainda antes de se deixar
fotografar empoleirado na Casa
de Pedrógão, a primeira por si
assinada, já Paulo Henrique
Durão nos tinha rabiscado
um esboço do projeto que tira
partido da envolvente natural
da região. Formado pela
Universidade Lusíada de Lisboa
e pela Escola Técnica Superior
de Arquitetura de Madrid, onde
já deu aulas, está habituado
a não entregar nas mãos
do destino aquilo que pode
resolver com as suas. Foi assim
que aconteceu quando, depois
de ter sido rejeitado por dois
ateliês, resolveu avançar para a
arquitetura, em espaço próprio,
com o Phyd Arquitectura,
em 2007.
Seja em Pedrógão, Liteiros (ambos em
Torres Novas) ou Moreira (na Maia) – as três
casas que mereceram o destaque da Wallpaper
–, em Angola, Moçambique, no México ou em
qualquer outra porção do globo, o ponto de
partida é o mesmo. «Reinventar uma pequena
parte do mundo», rompendo «um pedacinho»
com o que já se fez no passado, sem abandonar
«a identidade» do ateliê.
Do «perigosíssimo» que é falar do que
ainda falta construir, Paulo, para quem
«arriscar» continua a ser «fundamental»,
não hesita em debruçar-se sobre a vontade
de erguer um museu ou uma casa de artes,
embora duvide que o atual contexto o permita.
«Gostava de construir uma torre. Para lhe dar
um chavão», atalha de sorriso provocador.
Aproveitamo-la, enfim, para espreitar, além
do arquiteto, o homem que gosta de se revelar
entre amigos – «aquele lugar-comum tão
agradável» –, de se ocultar no escuro de uma
sala de cinema ou de ficar «sossegado», à
conversa. Arquitetando cada frase, como se de
um edifício se tratasse.
Protocolo com a Ordem dos Arquitectos
A Caixa tem um protocolo com a Ordem dos
Arquitectos (OA), do qual resulta um conjunto
de vantagens para os seus membros. Em
causa estão benefícios em produtos e serviços
financeiros, assim como descontos de bilheteira
na Culturgest, entre outras vantagens. Com
este protocolo, a Caixa posiciona-se como
parceiro privilegiado desta classe profissional,
assegurando a presença em certames nacionais
realizados pela OA, tal como em outras iniciativas
ou projetos de interesse comum e canais de
comunicação privilegiados com os 20 mil
membros da Ordem.
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
13
t
talento
Print
JOANA BARROS
Ciência clara
Carregando a curiosidade nos genes e o gosto pelas artes junto ao peito,
esta investigadora em Genética Molecular colocou a divulgação científica
em primeiro plano. Com o documentário A História de um Erro, a agora realizadora prova
que a experiência vai no caminho certo
As paredes do laboratório, onde a ciência
avança cautelosa, «passo a passo», não
bastaram, no entanto, para pôr freio ao grande
sonho de Joana. O tal que ficou do tempo de
ser pequena: «queria que o meu trabalho fosse
descobrir, saber mais, sobre coisas diferentes».
Com a investigação em stand-by, a mão
habilodosa puxou para a ilustração científica,
mas a formação necessária fez com que a ideia
não saísse do papel. A outra mão combativa
ergueu-se pela política da ciência, tendo até
ponderado concorrer à União Europeia para
travar a luta de «informar o processo político».
Regressada a Portugal, chegou-lhe, porém, ao
ouvido a notícia da Associação Viver a Ciência
(VAC), um embrião acabado de formar. Daí
para cá, Joana tomou em braços a divulgação
científica, «misturando-a com a cultura»,
numa experiência que quer «mover a ciência
para outros locais» e agitar consciências.
Voltando a pedir boleia aos porquês, a
coordenadora da VAC, hoje com 38 anos,
viajou até ao caderno Profissão: Cientista –
Retratos de uma Geração em Trânsito, onde
recuperou o percurso de 14 jovens cientistas
portugueses. A paragem seguinte deu-se no
livro Vidas a Descobrir - Mulheres Cientistas do
Mundo Lusófono, onde a ciência surge liberta
de amarras, quer de género, quer de lugar. Às
«mulheres extraordinárias» que encontrou
em quatro continentes, foi colher uma lição
«simples», não simplista. «Lembro-me de uma
frase do Ratatui [filme da Disney]: ‘Nem toda
a gente pode ser um bom cozinheiro, mas um
bom cozinheiro por estar em qualquer lado’.
E é exatamente isso: nem toda a gente dá um
bom cientista, mas um bom cientista pode
estar em qualquer lado», sentencia, com o
entusiasmo que a voz não tolhe.
O pretexto sobra para tornarmos a
mergulhar no azul dos olhos de Joana, rasos
da predileção pela cultura visual: «fotografia,
ilustração, desenho». A lista continua,
mas é hora de pôr o cinema em grande
plano, agora que o papel de realizadora de
documentários de ciência lhe serve como
nenhum outro. Com A História de um Erro,
estreado no festival Curtas de Vila do Conde,
a narrativa leva-nos através dos progressos
que se foram fazendo no conhecimento sobre
a paramiloidose, a «doença dos pezinhos»,
descoberta por um português, e que em
«nenhum outro lugar do mundo está tão
concentrada como na região da Póvoa do
Varzim», explica Joana Barros. «Não é uma
história só de ciência, porque esta ciência
e os seus avanços têm um valor adicional
pela repercussão que tiveram nas vidas das
pessoas», remata. Ou não procurasse no
porquê das coisas, sempre, uma resposta.
Escusado seria INDAGAR o que dizem os olhos de Joana, uma vertigem azul marejando
ao sabor da inesgotável sede de «saber mais sobre qualquer assunto», a que não fica imune
quem dela se abeira. O mais certo é que a resposta se ensaiasse em jeito de pergunta, defeito
congénito de quem nasceu «curiosa» e cresceu às cavalitas dos pontos de interrogação que
saltavam do livro O Porquê das Coisas, devorado com a fome nunca saciada da descoberta.
O caminho levou-a do Porto, dos seus 20 anos,
até Londres, metrópole tornada segunda casa.
Primeiro no Kings College e, mais tarde, no
Institute of Cancer Research, onde se doutorou
em Biologia Celular. Focada no estudo dos
mecanismos que regulam o crescimento das
células, a investigadora escolheu a área que lhe
pesava no sangue. «Queria trabalhar em cancro,
porque o meu pai biológico morreu com
cancro, quando era muito pequena», recorda,
enquanto nos faz um esboço despojado da
doença, «uma célula que perdeu o controlo de
crescimento e que já não aceita travões».
14
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
Para aproximar a ciência das
pessoas, Joana Barros não
conhece fronteiras.
Mostrar que a ciência é
património de todos é o
que leva Joana Barros a
eleger temas «centrais por
cá», como aconteceu com
o documentário sobre a
paramiloidose. Ricardo Jorge,
paladino da Saúde Pública, em
Portugal, ou a erradicação da
malária, no nosso País, podem
estar na calha, mas o foco
deve alargar-se à realidade
lusófona. A origem do povo e
da biodiversidade de São Tomé
e Príncipe, por exemplo, é uma
das histórias que a realizadora
quer devolver à comunidade.
Por Ana Rita Lúcio Fotografia Bruno Barbosa
Virada a página da infância que a veia artística
de Joana não se cansou de ilustrar – «se eu
pudesse ter um super poder, era o de desenhar
tudo», há de confessar, divertida –, no 9.º
ano, a abertura de um novo capítulo escolar
inscreveu-a na área de Economia. O teste
valeu-lhe para ter a certeza de que, a partir de
então, todas as suas dúvidas se virariam para
as Ciências. À medida que o interesse pela
Biologia se ia «sedimentando», a hipótese de
seguir Medicina colocou-se. No tira-teimas
das candidaturas ao ensino superior, contudo,
um acidente de percurso conduziu-a a um
inusitado destino: Medicina Dentária. Mal
suspeitava a futura cientista que o «azar»
ainda haveria de lhe roubar um sorriso. É que,
ao terceiro ano de um curso que não deixou
saudades, foi a vez de Joana se deparar com
a paixão que, sem o adivinhar, lhe parecia
gravada no ADN. «Ao descobrir a Genética
Molecular, soube que era por ali que queria ir.»
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d
design & arquitetura
E X P E R I M E N TA D E S I G N
Mostra de criatividade sem limites
Considerado um dos melhores eventos na Europa na área do design, arquitetura e criatividade
e um dos primeiros a colocar Lisboa no circuito dos grandes acontecimentos culturais mundiais,
a Bienal EXD’13 «No Borders» mostra-se, já a partir de novembro, sem limites fronteiriços
A BIENAL EXD’13 está de regresso a Lisboa
para a sua 8.ª edição já no dia 7 de novembro
(e até 22 de dezembro), com novidades ao
nível da programação, um formato inovador
e uma estratégia internacional ousada. Guta
Moura Guedes, diretora da Bienal, define os
contornos da edição deste ano: «‘No Borders’
aborda a forma como o design, a cultura e a
criatividade podem quebrar fronteiras a um
mundo, por vezes, demasiado complexo e
pouco eficiente. Propõe-se, também, redefinir
a noção de colaboração, de networking, de
protagonismo e poder, criando redes de
debate e conceitos inovadores. Lisboa será o
ponto de partida deste diálogo, cujo ponto
alto é a Semana Inaugural, de 7 a 10 de
novembro. As ideias desenvolvidas na edição
deste ano terão continuidade em 2014, na
cidade de São Paulo.»
Lançados a meta e o mote desta Bienal,
uma das novidades deste ano – e que dá
início a um modelo diferenciador dos
anteriores – consiste na ligação de duas
cidades, dois países e duas bienais que se
complementam. Com efeito, a ligação ao
Brasil vai resultar, em agosto do próximo
ano, na extenção desta EXD’13 com o evento
EXD’14, na cidade de São Paulo.
Na capital portuguesa, a EXD’13 propõe
um programa intensivo de exposições, open
talks, workshops, conferências e intervenções
urbanas em vários locais. Este ano, Belém
é palco de mais uma novidade da EXD’13,
já que as intervenções urbanas que aqui
têm lugar olham para esta zona da cidade
de uma forma criativa e nela desenvolvem
um conceito integrador de design estratégico
sustentável. O conjunto de intervenções
urbanas em Belém integra os projetos Pelo
Tejo vai-se para o Mundo, com a requalificação
da passagem subterrânea pedonal que liga
a Praça do Império ao Tejo e ao Padrão dos
Descobrimentos. Belém engloba, ainda, o
16
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
projeto Jardim Botânico Tropical, que responde
a questões como a sinalética, o equipamento
urbano, a reformulação e a requalificação dos
espaços edificados deste jardim. Também no
Chiado vão surgir vários acontecimentos no
âmbito da Bienal, tais como eventos e projetos
tangenciais.
O tema «No Borders», escolhido para
esta EXD’13, centra-se na deteção e análise
de todo um território transdisciplinar e
metanacional em revisitação, em relação ao
qual o design tem um papel fundamental.
Outra das novidades a assinalar que visa
explorar o tema «No Borders» e os eventos
constantes da Bienal é o lançamento da
«EXD MAG», um projeto interativo para iPad
que realmente leva a experiência da Bienal
além fronteiras, numa rede de distribuição
de cobertura mundial. Todos os eventos da
EXD’13 são revelados nesta publicação digital
para iPad, disponível para downnload no
Quiosque e na App Store da Apple.
Exposições em novo formato
Nas novidades programáticas, a EXD’13
altera a sua relação com as exposições, como
com a Identity e a Unmapping the World, que
terão contornos diferentes em Lisboa e,
depois, em São Paulo. A primeira, Identity,
possui uma componente work-in-progress
CGD PATROCIONADORA
EXCLUSIVA DO EVENTO
OPEN TALKS
Iniciativa visa encorajar o debate
e o pensamento crítico
e consiste numa reflexão sobre os eventos
culturais e de design, a construção da sua
identidade e perfil, reunindo em Lisboa
cidades como Londres, Bruxelas, Viena, Belo
Horizonte, Moscovo, Istambul e Mumbai.
Esta exposição está patente ao público no
Convento da Trindade, além de integrar uma
sessão de debates no MUDE.
Já a exposição Unmapping the World,
com a parceria do Instituto de Investigação
Científica Tropical, lança um olhar sobre as
práticas reativas na realização de mapas e as
formas poéticas da antropologia. A mostra
decorre no Palácio dos Condes da Calheta,
no topo do Jardim Botânico Tropical, em
Lisboa.
Com a parceria do Mosteiro dos Jerónimos
e, por conseguinte, no Claustro do Convento,
acontece Metamorphosis, uma exposição
que conta com a parceria da Corticeira
Amorim e que explora utilizações inovadoras
e criativas da cortiça pela visão de nomes
incontornáveis, como Alejandro Aravena,
Álvaro Siza, Amanda Lavete, Eduardo Souto
Moura, Jacques Herzog, entre outros.
Por fim, a quarta exposição, intitulada
Asterisms, explora uma nova forma
expositiva e um diferente modelo de
disponibilização de conteúdos, centrado no
vídeo, na imagem, no som e na projeção.
O Planetário Calouste Gulbenkian acolhe
esta iniciativa, inserida num projeto que vai,
também, desenvolver uma rede internacional
com planetários de vários pontos do mundo.
Conferências de Lisboa
As Conferências de Lisboa, debates e fóruns
acontecem no auditório do novo Museu
dos Coches e voltam a juntar especialistas
e intervenientes do panorama internacional
do design e das disciplinas a que se reporta
a Bienal. Dirigidas a um público alargado,
destinam-se a potenciar o interesse em torno
do tema «No Borders» e das disciplinas de
projeto, através do contributo de figuras
cimeiras da criatividade e da cultura
contemporâneas. No total, realizam-se três
sessões, com um leque de conferencistas
que promete animar as tardes da Semana
Inaugural.
Neste contexto, é apresentado o evento
O Futuro do Futuro, concebido pela
ExperimentaDesign, em formato de simpósio
e coproduzido com o Festival IN, centrado
sobre o tema da economia criativa falada
em português. O seu lançamento irá ocorrer
durante a Bienal, envolvendo Portugal,
Brasil, Angola e Moçambique, seguido por
uma segunda edição no âmbito da EXD’14.
Projetos especiais
Na vertente de Projetos Especiais, a EXD’13
inaugurou a 1 de outubro o seu primeiro
evento, intitulado From Here to Somewhere.
Trata-se de uma exposição que resulta da
parceria com o Programa de Indústrias
Culturais e Criativas da ANA – Aeroportos
de Portugal, Ver, Ouvir e Degustar, com o
tema «Alimentação e Mobilidade». Esta
mostra de objetos desenhados para o
transporte, a conservação e o consumo de
produtos alimentares tem lugar na Praça
Central do Terminal 1, do Aeroporto de
Lisboa.
As Open Talks vão animar as
manhãs da Semana Inaugural da
Bienal, que decorre de 7 a 10 de
novembro, sendo a Caixa Geral de
Depósitos a patrocinadora exclusiva
desta iniciativa. A edição deste ano
conta com a participação de Kieram
Long (diretor do Departamento de
Arquitetura e Design do Victoria
& Albert Museum de Londres) e,
também, de Meteo Kries (diretor
do Vitra Design Museum), que vão
mobilizar a comunidade criativa
em dinâmicas de discussão e
exploração conceptual mais
arrojadas. O formato das Open Talks,
lançado em 2005, mantém-se: um
moderador orienta o diálogo entre
três criadores, convidados e vários
agents provocateurs, numa discussão
aberta e plural, onde os membros
da audiência são convidados a
intervir. Esta proposta aborda
questões da atualidade cultural, a
partir de diferentes perspetivas, em
que se estreitam os laços entre o
público mais jovem e as principais
disciplinas, configuradoras da
contemporaneidade, tais como a
arquitetura, o design industrial, o
urbanismo e o design de comunicação.
As Open Talks destinam-se a públicos
específicos: estudantes, jovens
criadores, críticos e opinion makers.
Por se tratar de um evento de grande
interesse, aconselha-se a não perder!
Convento da Trindade
Situado, este ano, no Convento
da Trindade, o Lounging Space continua
a ser o principal interface da Bienal
com o grande público e, também, com
a comunicação social que aflui a Lisboa para
a sua cobertura. Este espaço serve como
ponto de encontro, centro de informação,
bar lounge e press centre, além de acolher
uma das principais exposições da Bienal.
E é, igualmente, aqui que o público em
geral pode recolher materiais informativos,
bem como adquirir publicações e objetos
de merchandising.
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
17
d
design & arquitetura
TRIENAL 2013
Por uma cidade mais inclusiva
José Esparza, um dos curadores da Trienal de Arquitectura de Lisboa, iniciativa apoiada pela CGD,
fala do projeto Fórum Novos Públicos e da importância de uma arquitetura mais virada para as pessoas, abrindo-lhes
as portas do espaço público, numa época de grandes mudanças
por Pedro Guilherme Lopes
COM VISTA para a Praça da Figueira, local
escolhido para receber o Fórum Novos
Públicos, José Esparza revela-nos a sua
vontade de tornar os portugueses mais
próximos da sua capital, descobrindo o que
desejam para o presente e futuro de Lisboa.
Cx: O que mais o entusiasmou no convite
para ser um dos curadores da Trienal de
Arquitectura de Lisboa?
José Esparza: Desde logo, a possibilidade
de desenvolver uma ideia de raiz, algo
que considerei um desafio aliciante. Mas,
provavelmente, o que teve mais impacto
na minha decisão de aceitar o convite foi
a possibilidade de ter acesso à cultura
portuguesa e a oportunidade de pensar a
cidade de Lisboa em termos de arquitetura,
enquadrando-a numa conjuntura em que a
Europa tem oportunidade de alterar o seu
rumo.
Cx: Nesse papel de um dos curadores,
qual é para si a importância da realização
de uma Trienal de Arquitectura, em Portugal?
JE: Na fase que atravessamos, em que a
arquitetura, seja na sua vertente de design,
seja ao nível da construção, é profundamente
afetada pela situação financeira, acredito ser
fundamental o fomentar de eventos como
este, que nos permitem pensar, discutir
e experimentar novos formatos e novos
caminhos.
Cx: O José tem sido curador em vários
projetos, em vários locais do mundo. Se
compararmos com o povo da América Latina
ou com o que se passa em Nova Iorque,
por exemplo, como é que sente que o povo
português se relaciona com a arquitetura e
com a participação no espaço público?
JE: É sempre um desafio trabalhar no
espaço público, pois, independentemente
18
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
do local do mundo onde trabalhemos,
sabemos que estamos a trabalhar com
matéria imprevisível. É fundamental
conhecer e compreender o contexto em
que trabalhamos, para conseguirmos
cativar uma audiência, passar a mensagem
e atingir o nosso objetivo. Isso não muda,
independentemente do local onde estejamos
a trabalhar.
Cx: Como podemos definir o Fórum Novos
Públicos e quais os seus principais objetivos?
A IDEIA É CONSEGUIR
VER A DIVERSIDADE
DA CIDADE NUMA
ÚNICA PLATAFORMA
JE: O grande objetivo do Fórum Novos
Públicos é promover novas dinâmicas num
ponto específico de Lisboa. E será neste
local que tentaremos mostrar como
é possível, através da utilização ativa
do espaço púbico, criar uma plataforma
onde nasça uma nova forma de olhar
e de compreender a cidade.
Cx: Como surgiu a ideia de associar o teatro
a esta iniciativa?
JE: No teatro, quando estamos em palco,
somos convidados a ser outra pessoa sem
termos a preocupação de sermos julgados
por isso. Em minha opinião, vivemos um
momento em que vão surgindo várias novas
ideias de como viver as nossas cidades e o
que precisamos é de um ponto de encontro
onde possamos articular, livremente, estas
ideias e aquilo que desejamos.
Cx: O Palco Cívico é um instrumento
que dá oportunidade a quem se queira fazer
ouvir. Isso significa que qualquer pessoa pode
intervir? Em que moldes terão lugar essas
intervenções?
JE: O ponto chave deste projeto é que
ele apenas estará completo quando as
pessoas que se encontram ao redor da
Praça da Figueira se sentirem confortáveis
para utilizarem o Palco Cívico. A ideia é
conseguir ver a diversidade da cidade numa
única plataforma e conseguir transmitir a
ideia de uma cidade inclusiva.
Cx: Em sua opinião, de que forma
é que a cidadania se relaciona com
a arquitetura?
JE: Acredito que, neste momento, a prática
da arquitetura, mais do que incidir no aspeto
financeiro, deve apontar às pessoas e ao seu
envolvimento na criação de uma cidade
melhor e mais inclusiva.
Print
FÓRUM NOVOS PÚBLICOS
Mais do que uma exposição, uma demonstração teatral
cívica
Ao longo do tempo, a História tem-nos mostrado que
as ações individuais ganham mais relevância quando
levadas a cabo juntamente com um coletivo. O mesmo
será dizer que públicos diversificados a trabalhar em
conjunto, em direção a objetivos comuns, são mais
significativos do que aqueles que procuram realizar
desejos individuais.
É, precisamente, neste contexto que surge o
Fórum Novos Públicos. Apresentando-se como um
programa público experimental, aposta numa série
de Atos de Discurso, Atos Corporais, Atos Urbanos
e a apresentação pública de uma peça de teatro
original – todos encenados na Praça da Figueira,
no centro de Lisboa – para explorar o conceito de
espaço cívico como um local ativo de intercâmbio,
onde singularidades individuais podem ser expressas
em uníssono. À medida que Portugal e muitos outros
países experienciam uma importante revitalização
da participação cívica e pelo facto de, atualmente, o
discurso político ser o mais audível pelo grande público,
o Fórum Novos Públicos oferece um cenário ideal para
colocar em ação um discurso que pode criar espaços
cívicos mais diversos, inclusivos e vibrantes.
No centro de todas as atividades estará o Palco Cívico,
projetado por Frida Escobedo (MX), que permanecerá
na Praça da Figueira durante toda a duração do
programa, recebendo todos os atos e convidando a
participações improvisadas por qualquer pessoa com
interesse em envolver-se na vida da cidade. Dessa
forma, até 31 de outubro, o Palco Cívico do Fórum
Novos Públicos transforma-se num instrumento que dá
oportunidade a quem se queira fazer ouvir.
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
19
a
automóveis
CITROËN DS5 2.0 HDI HYBRID4
Luxo à francesa
O terceiro elemento da série DS é um familiar
híbrido topo de gama, com uma estética convincente
e surpreendentes soluções tecnológicas
Por Luís Inácio
ESTÃO MUITO MUDADOS, os Citroën. Nos
últimos anos, a marca reinventou-se a todos
os níveis. A revolução estética é, sem dúvida,
a face mais visível dessa mudança. O DS5 é
a terceira proposta da Citroën no âmbito de
um conceito que recupera a designação DS
dos míticos automóveis do construtor francês,
propondo uma linha estética (e não só) que
claramente se diferencia das suas restantes
propostas. E é, precisamente, pelo design que
começa por encantar. Com um dos perfis mais
ousados de toda a oferta Citroën – fortemente
HYBRID4 COM
QUATRO MODOS
O DS5 estreou na Citroën
a tecnologia amiga do
ambiente do Grupo PSA.
O sistema tem quatro modos
de funcionamento:
Auto. É sempre acionado
automaticamente com o
arranque e otimiza o consumo.
ZEV (Zero Emission
Vehicle). A velocidades
abaixo dos 60 km/h recorre
apenas ao motor elétrico.
4WD. As rodas da frente
são movidas apenas
pelo motor térmico e as rodas
de trás somente pelo motor
elétrico.
Sport. Para condução
desportiva, mude
o cursor para este
modo e o motor
elétrico complementa
o térmico.
1.
2.
inspirado no protótipo C-SportLounge que
o construtor revelou no Salão de Frankfurt
em 2005 –, o DS5 tem grande presença e não
deixa ninguém indiferente à sua passagem.
O habitáculo, espaçoso, convida a desfrutar do
conforto em longas viagens e o seu arrojado
desenho é uma perfeita continuação do
exterior. O toque dos materiais e a qualidade
de construção fazem deste automóvel um
requintado topo de gama e a generosa
mala, com 465 litros, aproxima este DS5 de
características dignas de uma station.
Concentrado de tecnologia
Embora o design seja o principal responsável
por virar cabeças, este DS5 destaca-se ainda
pelo nível de tecnologia. Desde logo, pelo
sistema Hybrid4 (ver caixa), que associa as
performances do bloco HDi com 200 cv à
eficácia da propulsão elétrica, reclamando
consumos comedidos e emissões na casa dos
99 g/km. Mas há muito mais para descobrir
no DS5. São muitos os pormenores e,
num automóvel com um elevado nível de
equipamento, são essas e outras soluções que
permitem tirar partido não só de um grande
prazer de condução, mas também de uma
luxuosa vida a bordo.
Fundada em 1918, nos Estados
Unidos, a Hertz é, atualmente,
a maior empresa de aluguer de
automóveis do mundo, presente
em mais de 150 países, com um
total superior a 8100 estações de
aluguer.
Em Portugal desde 1959, a Hertz
dispõe de 65 estações de aluguer
em território nacional, com uma
frota de mais de 6000 viaturas de
diferentes segmentos, incluindo
minibus e motociclos.
Os titulares de alguns cartões da
CGD têm acesso aos seguintes
descontos:
> Até 40% sobre a tarifa pública
em vigor em Portugal – acesso a
tarifas especiais com redução;
> 10% sobre as tarifas Hertz
Affordable EUA & Canadá, pré-pagas e não pré-pagas;
> 10% sobre a tarifa pública
disponível em vigor em Angola;
> 10% nas tarifas Hertz Affordable
não pré-paga na Austrália,
Extremo Oriente, América Latina
e África do Sul;
> 10% sobre a melhor tarifa de
retalho disponível publicada, onde
tais descontos sejam permitidos
por lei na Europa.
Saiba quais os cartões que
dão acesso a estes descontos
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reserve já o seu automóvel em
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3.
Fotos: D.R.
4.
TOPO O nível de conforto é elevado,
assim como os materiais
e a montagem
20
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
c
culto
DL0069
São para te ver melhor
RADIOMIR BLACK SEAL
TRUNK BACKPACK
Viajante com estilo
A forma faz lembrar ligeiramente
o modelo Sirocco, mas esta
interpretação da Louis Vuitton para
o próximo outono-inverno masculino
é completamente nova, tratando-se
de uma fusão de uma mochila (elas
regressam em força nesta estação)
com um baú desenhado para ser
transportado às costas. Muito original.
Um clássico renovado
A Officine Panerai recupera o modelo mítico Radiomir com
o novo Black Seal Cerâmica, juntando tradição e inovação,
através de um processo de alta tecnologia de pressão
isostática. A caixa do mostrador em cerâmica e o movimento
mecânico de corda manual são a cereja no topo do bolo.
Disponível na Anselmo 1910, onde os detentores de cartões
da CGD têm 10 por cento de desconto. Saiba quais em
www.vantagenscaixa.pt.
Não falta charme a este modelo
da Diesel, que é uma recordação
feminina dos anos 60 para este
outono-inverno. A nova coleção
de sol e graduados da Diesel inclui
várias referências não só ao estilo
vintage, mas também diversos
elementos coloridos e em denim.
Tudo com um look divertido e
muito próprio. Para marcar a
diferença.
PLAYBAR
Para ouvir com estilo
Da Sonos, um sistema com nove colunas numa
barra que otimiza o som dos monitores LCD HD,
conseguindo, apesar do seu formato, rivalizar, em
qualidade, com sistemas mais avançados de cinema
em casa. Pode ser controlada à distância, através de
uma app específica para Android, iPhone e iPad.
ESPECIALLY ESCADA ELIXIR
IN-EI
Rosa paixão
A ver a luz
Escada adicionou à linha de
fragrâncias Especially Escada Elixir.
Concebida a partir de notas de
coração de rosa da Turquia, é uma
apaixonante, misteriosa e, acima
de tudo, intensa eau de parfum. O
desenho do frasco responde a um
equilíbrio entre moderno e clássico,
enquanto a tampa tira partido do
icónico logótipo da marca.
Uma escultura em forma de candeeiro. Foi com este
objetivo em mente que Issey Miyake desenvolveu, para a
Artemide, uma coleção exclusiva de candeeiros, que não
só recorre à económica (e amiga do ambiente) tecnologia
LED, mas também a materiais reciclados. Os titulares de
cartões da CGD têm 15 por cento de desconto sobre o PVP
recomendado, até 30/11/2013, em www.loja.inexistencia.
com, apresentando o código «12721302748».
Não acumulável com outras promoções.
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22
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
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sapateiro e pequenos serviços de costura, sem
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os que necessitam de
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dias, entre as 8 e as 24 horas. Os titulares dos
cartões da CGD dispõem de 15 por cento de
desconto em todos os serviços, não acumulável
com outras promoções e/ou descontos. Saiba
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LARDOCELAR
Embeleze a sua vida
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e do mundo. Para tal, tem parcerias em 141
países, através da Interflora, uma das maiores
associações mundiais na entrega de flores, com
mais de 56 mil associados.
Na Flores.pt, poderá escolher o seu ramo,
entre mais de cinquenta variedades de flores,
conforme a ocasião e com opções para todas as
idades e gostos. Além disso, poderá incluir uma
mensagem ou recorrer às sugestões, assim como
deliciosos chocolates ou peluches.
A empresa dispõe de um serviço de entrega
rápida na Grande Lisboa, até às 20 horas,
durante a semana, e até às 19 horas nos
sábados, domingos e feriados. Já para o resto
do País, as entregas variam consoante o dia da
semana e o local, podendo recorrer para mais
informações ao número 213 872 454 ou ao
e-mail flores@flores.pt. Para o estrangeiro, as
entregas ocorrem no próprio dia, se efetuadas
até às 13 horas durante a semana, e no dia
seguinte se depois disso. Já para entregas ao
sábado, os pedidos devem ser efetuados no
dia anterior, não sendo possíveis entregas ao
domingo.
A Flores.pt concede 10 por cento de desconto
aos Clientes da Caixa, através do código
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PARA MENTES CRIATIVAS
A Escola de Artes Vera Santos Silva presta serviços de educação
curricular e extra-curricular, visando o desenvolvimento ao
longo da vida. Aplicam-se metodologias proativas, inovadoras
e rigorosas, procurando formar pessoas auto-confiantes,
disciplinadas, capazes de enfrentar desafios e de concretizar sonhos. Sempre respeitando a
individualidade e o ritmo de cada um. O atelier tem as suas origens na implementação de apoio
às artes para iniciados e artistas de todas as idades, disponibilizando, ainda, apoio escolar e
explicações a todos os níveis de ensino: básico, secundário e superior. Os titulares de cartões da
CGD têm acesso a 10 por cento de desconto no valor das mensalidades, regime de trânsito livre
e cartão, bem como 50 por cento no valor da joia de inscrição. Saiba quais os cartões que dão
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Cx
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23
g
gourmet
AQUI D’EL REY
A nobreza de uma estação
renovada que se tornou
central na linha do Vouga.
CASA GALLEGA
Galaico-português
Tangendo distante, sem fugir ao compasso do encontro
sonoro entre pratos, talheres e brindes fartos, quase
jurávamos poder escutar o eco medieval trovadoresco,
servido com violas, liras e flautas, a acompanhar uma
refeição que chega a ser lírica, de tão saborosa. Mas
ainda que não sejam cantigas de amigo ou de amor
a embalar-nos na visita à casa que – no coração de
Paço de Arcos – se diz galega, mantendo-se também
portuguesa, não deixa de ser de profundo afeto a
história que ali se canta. O mote é dado pela paixão
entre Marina Alonso – filha de Antonio Alonso
Martinez, imigrante galego, em Lisboa, que fora
proprietário de um famoso restaurante na linha de
Cascais – e Fernando Matos que, no início dos anos
90, deu frutos nesta Casa Gallega. Num casamento
gastronómico contemporâneo, onde se juntam as
tradições galega (basca também) e portuguesa, tal como
na antiga língua que fazia a delícia dos trovadores, a
união faz a força em pratos como a paelha valenciana
(disponível apenas por encomenda), famosa por
conquistar paladares aquém e além-fronteiras. Numa
corte de sabores onde o peixe e o marisco reinam
(imperdíveis a sopa de peixe, com e sem marisco,
a pescada frita à basca ou o arroz de lavagante com
amêijoas), as boas carnes, como o bife tártaro ou a
perdiz desfiada em vinagre balsâmico, também sabem
puxar dos galões.
CONTACTOS
Morada
Avenida Patrão Joaquim Lopes, 7 C,
Paço de Arcos
Telefone
214 432 400
Site
www.casagalega.pt
Horário
Das 12h15 às 15h30 e das 19h30 às 22h30.
Encerra ao domingo.
Preço médio
€ 35
O silvo das composições
que, quatro vezes ao dia,
rasam o limiar da porta,
rasgando caminho no vale
sinuoso que lhes cai aos pés,
dá lugar ao apito de tachos
e panelas, tornados força
motriz de um restaurante
que já foi estação de
comboios. Chegados ao
agora apeadeiro de Ul,
em Oliveira de Azeméis, à
boleia do Vouguinha, pela
linha herdeira do nome e do
encanto do rio, espera-nos
não o chefe da estação, mas
um verdadeiro mestre-sala. António Nunes, ele
que trocou as voltas ao
destino decadente do
antigo edifício, para ali fazer
erguer, em 2005, um dos
mais nobres representantes
da gastronomia regional.
Fazendo jus à história
da Linha do Vouga que a
monarquia inaugurou, a
joia da coroa é o tradicional
pão de Ul, pronto a prestar
vassalagem culinária à vitela
assada à D. Manuel I ou ao
bacalhau à D’El Rey.
REFÚGIO D’EL REY
Morada
Rua Domingues Oliveira Fontes,
238, Oliveira de Azeméis
Telefone
256 686 134
Site
www.refugiodelrey.pt
Horário
Das 12 às 15 horas e das
19 horas às 22h30.
Preço médio
€20
24
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
p
prazeres
ENCOSTAS DE
ALQUEVA 2011
Dedicado aos prazeres
da carne.
Frias e boas
Há um certo romantismo à volta
do homem das castanhas e não há
ritual igualável ao do cartucho que
se vai esvaziando pela rua. Apesar
de tudo, as castanhas são um fruto
delicioso e que se presta a multiplas
combinações, acrescentando
riqueza e profundidade quer a doces
ou a salgados. Para quem, como eu,
tem uma paixão por castanhas, esta
receita torna-se completamente
irresistível. E não é apenas pelo
facto de a sua execução ser de uma
extrema simplicidade. É, também,
porque resulta numa textura
cremosa e num sabor genuíno, onde
só sobra espaço para um molho de
chocolate quente.
a delícia de...
C R E M E F R I O D E C A S TA N H A C O M
M O L H O D E C H O C O L AT E Q U E N T E
Leonor de
Sousa Bastos
Doce outono
PARA 4 A 6 PESSOAS:
> 500 g de castanhas
descascadas e peladas
> 750 ml de leite m.g.
> 1 pitada de sal
> 1 colher de chá de
essência de baunilha
> 125 g de manteiga
amolecida
> 125 g de açúcar em pó
Molho de chocolate:
> 150 g de chocolate de
culinária 70 % de cacau
> 40 g de manteiga
amolecida
Para o creme:
Num tacho, colocar o leite, as castanhas e uma pitada de sal e levar ao
lume até ferver.
Deixar ferver lentamente, durante cerca de 30 minutos, ou até que as
castanhas estejam completamente cozidas, mexendo regularmente.
Retirar o tacho do lume.
Verter a mistura num passe-vite, colocado sobre uma taça, e passar até
obter um puré.
Cobrir o puré com película aderente e deixar arrefecer
completamente.
Noutra taça, bater a manteiga com o açúcar e a baunilha até que esteja
um preparado cremoso e esbranquiçado.
Adicionar o puré de castanhas e bater a velocidade baixa até que fique
uma mistura homogénea.
Verter a mistura numa taça e levar ao frigorífico durante a noite ou até
que esteja completamente firme.
Para o molho de chocolate quente:
Cortar finamente o chocolate e colocar numa taça juntamente com a
manteiga.
Derreter no micro-ondas, a potência baixa e com pequenos intervalos
de calor, ou em banho-maria.
Servir o creme frio, regado com o molho de chocolate quente.
A Cooperativa Agrícola de
Granja foi fundada em 1951,
como produtora de azeite.
Mais tarde, dedicou-se
também ao vinho. A
sua área de influência,
na margem esquerda
do Guadiana, é uma das
zonas mais preservadas
da paisagem alentejana.
Mantém tradições
agrícolas e culturais
difíceis de encontrar
noutras paragens. Em
termos vitícolas, uma das
originalidades locais é a
existência de algumas
vinhas não enxertadas.
Os vinhos das suas uvas,
principalmente as da casta
Moreto, são agradáveis e
diferentes e mostram boa
capacidade de evoluir com
o tempo. O Encostas de
Alqueva tinto 2011 inclui,
além desta, o Aragonês
e a Trincadeira. A
fermentação decorreu em
ânforas de dez toneladas,
para dar origem a um
vinho equilibrado e fresco,
volumoso e de final longo
com notas frutadas. No
nariz, salientam-se os
frutos vermelhos bem
maduros, especiarias,
tabaco e alfarroba. É um
vinho para os prazeres da
carne.
José Miguel Dentinho
Um tinto
alentejano
equilibrado
e fresco, que
é uma boa
companhia
para pratos
de carne
Cx
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25
e
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entrevista
Cx
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G O N Ç A LO R E G A L A D O
FRANCISCO BANHA
JOÃO GARCIA DA FONSECA
Lição empreendedora
Porque o futuro do País se escreve pela mão de quem cedo
aprendeu a tomar iniciativa, o diretor do Programa Juventude em Acção,
o presidente da Direção da Federação Nacional de Associações de Business Angels
e o CEO da start-up Biosurfit defendem que o saber que cria valor deve incutir-se
desde os primeiros anos de escola
Por Ana Rita Lúcio
É UMA entrevista em jeito de aula, que começa com noções de
Biologia – havemos de aprender que é preciso cultivar os ecossistemas
empreendedores. Salta, depois, para a Geografia – discorre-se sobre as
condições, em solo europeu, para que uma nova mentalidade criadora
de oportunidades grasse. E não se desvia da Economia – discutem-se as bases de capital financeiro e humano que é preciso amealhar
para que o País volte à senda do crescimento. Francisco Banha, da
Federação Nacional de Associações de Business Angels, dá-nos conta
da cartilha de quem investe. Da parte de quem arrisca, escutamos
João Garcia da Fonseca, que, em 2008, lançou a sua própria start-up,
prestando-se a revolucionar o atual sistema de diagnóstico médico,
com uma tecnologia inovadora de análises ao sangue. E o horizonte
de futuro, espreitamo-lo com Gonçalo Regalado, diretor do programa
comunitário Juventude em Acção. Em uníssono, a matéria resume-se,
porém, numa ideia: é o conhecimento que permite criar valor.
Cx: Nunca o empreendedorismo foi tão falado como hoje, nem a ideia
de avançar com novos negócios uma possibilidade ponderada por
tantos. Mas estamos a conseguir passar do discurso à prática?
Francisco Banha (FB): Tem havido uma evolução bastante
interessante nos últimos anos, mas, mais importante do que
os programas e as ideias políticas, é a transmissão de uma
mentalidade que tenha presente a tomada de iniciativa. E se, de
facto, temos criado algumas condições naquilo que designamos
por ecossistema empreendedor, nomeadamente promovendo a
criação de uma cultura empreendedora no País, ainda há quem
não tenha compreendido que a cultura empreendedora faz parte
de um sistema: não basta ter atores, não basta promover iniciativas
pontuais, elas têm de estar interligadas e articuladas. Na minha
opinião, ainda há muito trabalho a fazer a esse nível. Falávamos,
antes da entrevista, da transmissão da cultura empreendedora desde
tenra idade. A mudança das mentalidades deve-se fazer o mais cedo
possível, na escola: se nós queremos que os nossos jovens venham
a criar negócios, mais tarde, temos de lhes ensinar primeiro como é
que isso se faz.
Cx: A existir essa lacuna na transmissão de uma atitude
empreendedora desde tenra idade e visto que o Programa Juventude
em Acção é uma plataforma de impulso ao empreendedorismo jovem,
como é que se pode ultrapassar esse obstáculo?
Gonçalo Regalado (GR): Não estou em desacordo com aquilo
que o Francisco aponta, mas considero que, não só no País,
como na Comissão Europeia (CE), há vontade de dar um novo
enquadramento aos temas do passado. Nomeadamente com o
programa Erasmus +, que entra em vigor em 2014, passando a
conciliar a educação formal, do ponto de vista académico, com
a educação não formal, onde estão contempladas as questões do
voluntariado, da mobilidade, do desporto e do emprego. Isto
permitir-nos-á ter maior eficácia na resposta às necessidades dos
jovens portugueses e dos jovens europeus, como um todo, na atual
conjuntura. O trabalho que tem de ser feito é o de capacitar as
pessoas, dando-lhes oportunidade de formação, de treino, de arriscar
e de falhar. Aquilo que se pede ao setor privado é que possa criar
oportunidades; aquilo que se pede ao setor público é que seja um
agilizador e um catalisador dessas oportunidades. E é a articulação
entre setor público, privado e terceiro setor da economia social que
pode permitir que o País deixe de estar na cauda da Europa em
muitos indicadores.
Cx: Falando de oportunidades e da necessidade de articulação,
existem mecanismos que permitam fazer a ponte entre a academia
e o mundo empresarial para quem esteja a desenvolver projetos de
investigação numa universidade ou a terminar um curso?
João Garcia da Fonseca (JGF): Voltando um pouco atrás, é uma
pena que ainda não haja um enfoque no ensino dos jovens para
a importância do empreendedorismo. Temos de mostrar aos
jovens que a sua aprendizagem é fundamental para trazer valor
acrescentado ao País, promovendo uma mudança de mentalidades,
para que não tenham medo de arriscar e tenham a noção da
conversão de uma ideia num produto que, depois, alguém queira
comprar. Não temos de inventar a roda, mas temos de mudar esta
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
27
e
entrevista
maneira de ver o mundo, porque, culturalmente, ainda estamos
muito presos ao medo de falhar. Por outro lado, há que fazer também
upgrade nas empresas. O futuro não são as empresas de mão de obra
intensiva; não há alternativa para o País a não ser fazermos produtos
de valor acrescentado e isso não passa só por criar empresas novas,
mas por converter os outputs das empresas que temos em produtos
de maior valor acrescentado. Depois, há, também, o facto de o País
ter mudado muito em matéria de ciência. Temos milhares de pessoas
com uma formação científica de topo, a nível mundial, o que nos falta
é convertermos esse know-how científico em produtos. O País precisa,
não de um grande caso de sucesso, mas de uma massa crítica de
empresas que traga essa mudança. Quando me pergunta se existem
mecanismos para que quem esteja na academia tenha esta perceção
do empreendedorismo, há que salientar que o País também não é
uniforme a esse nível, mas há muito bons exemplos.
Cx: Essa mudança que se tem feito sentir nos últimos anos prende-se,
também, com a conjuntura que o País atravessa. É preciso superarmos
a caricatura do empreendedorismo como um maná para resolver a
crise, para pensá-lo como um mecanismo para um desenvolvimento
mais sustentado?
FB: Quem cria valor hoje é quem tem o conhecimento para aproveitar
as oportunidades que a economia potencia. Ainda assim, menos de
cinco por cento dos jovens, dentro da União Europeia (UE), tem
acesso a programas de empreendedorismo em idade escolar. Há
estudos que demonstram que os jovens, em idade escolar, que tenham
acesso a este tipo de programas têm uma taxa de probabilidade
de criação de empresas quatro a cinco vezes superior aos que não
passaram por esta formação. E mesmo aqueles que não criam
empresas têm uma taxa de empregabilidade muito superior. Tendo
presente estas necessidades do mundo atual, não podemos, de maneira
nenhuma, encarar o tema do empreendedorismo como uma solução
para todos os males da sociedade em que vivemos e, nomeadamente,
para o problema da crise que nos tem assolado nos últimos cinco
anos. O João, há pouco, tocou na ferida: nós temos ilhas de excelência,
em todos os níveis. Temos infraestruturas de suporte à inovação e
ao empreendedorismo, desde aceleradoras de empresas, parques
tecnológicos, incubadoras, fundos de capital de risco disponíveis, mas
tudo isso é desconhecido da generalidade da sociedade portuguesa.
Falámos nas universidades... Uma das questões mais importantes que
temos de colocar, hoje, no seio das universidades é a possibilidade
de os alunos desenvolverem os seus próprios negócios ainda antes de
terminarem a licenciatura. Temos de criar condições aos nossos jovens
para que eles se sintam apoiados, de modo a que aqueles que queiram
lançar uma empresa o possam fazer. Neste modelo organizacional,
o futuro das sociedades não depende das grandes empresas, mas da
competitividade dos nossos ecossistemas empreendedores. E Portugal
tem todas as condições para gerar vários ecossistemas, de base local,
que potenciem, de forma permanente, o aparecimento de uma nova
geração capaz de vencer à escala global.
GR: Temos de encontrar um novo modelo, muito menos formal –
sem descontar na necessidade de formação dos nossos jovens –, que
obrigue os jovens a sair da sua zona de conforto, que lhes permita ter
um conjunto de experiências. Seja por intercâmbios internacionais,
28
Cx
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«TEMOS DE MOSTRAR
AOS JOVENS QUE A SUA
APRENDIZAGEM TRAZ VALOR
ACRESCENTADO AO PAÍS»
João Garcia da Fonseca
seja por participação em projetos de estágios empresariais, seja pela
sua exposição às diferentes profissões e ao mercado de trabalho,
seja também pelo fortalecimento do ensino profissional. Quanto às
empresas, o País tem a capacidade de ter, em áreas concretas, clusters
de excelência a nível internacional. Seja na área das tecnologias,
na área da saúde, na área do turismo... O que acontece é que há
uma desarticulação das entidades. As universidades não falam
com as empresas, as empresas sentem dificuldades no acesso às
universidades, e não há uma ligação dos jovens ao mercado de
trabalho. Enquanto não conseguirmos juntar o meio científico e a
produção de conhecimento com o meio empresarial e a produção
de riqueza e de valor acrescentado, e ligá-los ainda a quem tenha
capacidade de desenvolver as suas ideias e participar nestes projetos
empreendedores, este caminho tem de continuar a ser feito.
Cx: Há abertura, por parte da sociedade e, nomeadamente, dos
potenciais empregadores, para reconhecer a importância da educação
não formal no currículo dos jovens?
GR: Esse é um dos principais objetivos da CE. É que, enquanto a
educação formal, que hoje conhecemos, é claramente mensurada,
as outras componentes da aprendizagem em ambiente não formal
têm também agora um instrumento de reconhecimento, que é o
Youthpass, complementar ao Europass, onde está o tradicional
currículo. Esse instrumento acreditado pela CE é aceite em várias
empresas, como um meio de reconhecimento e validação de
experiências, em ambiente não formal. Mas é preciso fazer mais.
Por exemplo, os jovens portugueses que vão para países europeus,
através do programa Erasmus, deviam ser patrocinados por
empresas portuguesas. Patrociná-los não é pagar-lhes, porque esse
é um trabalho que o Programa Juventude em Acção já faz, mas é
acompanhá-los, permitir que esses jovens cheguem a outros países
com a bandeira portuguesa, mas também com a bandeira de uma
empresa. O mesmo deve ser feito com os jovens que recebemos.
Cx: Indo para o terreno, um empreendedor em potência, que esteja a
ponderar avançar com a sua ideia de negócio, sabe onde está o capital
e como pode atraí-lo?
JGF: Há uma série de possíveis fontes de financiamento, desde os
business angels a fundos privados e públicos de capital de risco,
embora talvez não seja fácil perceber à primeira vista onde é
que estão esses fundos. O que falta é criarmos catalisadores que
permitam que os promotores de novos projetos consigam analisar
os projetos do ponto de vista crítico e melhorá-los, de modo a que
muitos deles possam vir a ser uma realidade, em termos de negócios,
e outros não, sem que isso tenha de representar necessariamente um
falhanço. Um projeto que seja submetido e que não vá para a frente
trará, seguramente, uma aprendizagem aos promotores, para que
depois, numa segunda, terceira ou quarta oportunidade, venham a
criar um projeto novo. E isso também faz parte desta mudança de
mentalidade de que falávamos.
Cx: Ser inovador é uma condição imprescindível para atrair
os investidores?
FB: Para convencer o investidor, qualquer que ele seja, o mais
importante são os empreendedores em si. É preciso saber como
é que se chega ao cliente-alvo. E, para fazer isso, é preciso ter
capacitação empresarial. E o problema que se coloca, ainda hoje, é
que quem começa e vem ter connosco, em busca de investimento,
não conhece o ecossistema empreendedor. A diferença entre
investirmos ou não investirmos depende, muitas vezes, desse
conhecimento. Os business angels têm também um papel importante
a esse nível, que não se mede no número de projetos financiados:
a capacidade de triagem. Há que reconhecer o impacto que se
gera quando os atores do mercado acreditam na capacidade de
quem empreende. Foi o caso da PME Investimentos [sociedade
de capital de risco], que, entre 2004 e 2006, fez 56 investimentos
em start-ups que ninguém conhecia. Como, mais tarde, o trabalho
desenvolvido pela Caixa Capital e, nomeadamente, pelo programa
Caixa Empreender Mais, que possibilitou que alguns desses
investimentos anteriormente feitos por outro ator pudessem
beneficiar de novas rondas de financiamento, para ajudar a passar
mais uma série de barreiras. Temos de permitir que projetos como
o do João avancem, até porque o conhecimento que ele tem pode
ser inspirador para quem esteja agora a começar. O poder da
comunicação é brutal. Para termos uma ideia, neste momento,
muito por força do trabalho da Caixa Capital, existem 51 empresas
de business angels. E esses business angels, nos últimos dois anos e
meio, fizeram 119 investimentos em 88 start-ups com menos de três
anos, num montante global de 14,9 milhões de euros. Quem é que
conhece esses investimentos? Como é que um empreendedor, que
queira começar hoje, sabe onde é que está uma base de dados com
esses projetos? Que características tinham os projetos? Que áreas de
atividade? Quais os montantes envolvidos? Por cada investimento
que os business angels fizessem, se houvesse uma divulgação ao
mercado, talvez se pudesse gerar um efeito galvanizador de muitos.
Cx: O que vale mais na relação com um business angel: o
investimento ou o acompanhamento do negócio, a abertura de portas,
a rede de contactos?
JGF: Numa boa parte dos casos, os promotores de novos negócios
não têm muita experiência empresarial, portanto essa relação é
fundamental para se ganharem também as ferramentas para análise
e para decisão. Quando lançamos um projeto, é normal que haja
uma dose grande de otimismo, a roçar o irrealismo. Quando um
investidor investe num projeto, fá-lo porque acredita que ele pode
fazer a diferença, que pode dar retorno, mas também porque acredita
nas pessoas. No meu caso concreto, quando olho agora para trás,
vejo que tinha uma dose de irrealismo muito grande. O Francisco
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
29
e
entrevista
Banha conheceu o projeto da Biosurfit ainda antes de termos
arrancado e, na altura, pensávamos que, em quatro anos, já
estaríamos a vender os nossos testes de diagnóstico médico. E não
foi por falta de esforço da nossa equipa que não o concretizámos.
Foi porque, de facto, o desafio é grande – e se não fosse grande, já
estava feito, muito provavelmente. Portanto, o relacionamento com
os investidores e a forma como todos crescemos nessa aprendizagem
– quer os promotores, quer os investidores, que, hoje em dia, têm
muito mais know-how, em algumas áreas – são muito importantes.
Se conseguirmos que quem tem o capital consiga perceber que, por
vezes, os projetos podem demorar mais tempo e se os investimentos
não forem só dimensionados de acordo com o que é definido
originalmente, isso pode também ajudar. Noutros países, é boa prática
reservar uma parte dos fundos de capital de risco a investimentos
subsequentes nos projetos, sob pena de, em muitos casos, eles
poderem perder-se por essa falta de segundas rondas de investimento.
Cx: O ecossistema também é favorável para quem investe, ou é
necessário criar condições para atrair mais investidores?
FB: Hoje, é extremamente aliciante para os business angels poderem
desenvolver atividade em Portugal, porque o País tem gente
com muito talento, tem excelentes infraestruturas de suporte à
inovação e ao empreendedorismo, tem fundos de capital de risco
disponíveis... Neste momento, quando falo dos 51 grupos de business
angels, refiro-me a investidores que beneficiaram de um fundo de
coinvestimento lançado, em 2009, com fundos comunitários. Para
um montante total de 42 milhões de euros, que constitui o citado
fundo, 28 milhões de euros são verbas comunitárias, 12,5 milhões
são dos business angels e 1,5 milhões da Caixa Capital. Naturalmente
que quem queira ser business angel agora, não vai poder alavancar
o capital que tem disponível para investir com fundos como
aqueles de que nós, neste momento, estamos a beneficiar. Por isso,
recomendamos – e, inclusivamente, há uma autorização legislativa
no Orçamento do Estado de 2013 que vai nesse sentido – que os
business angels que invistam em start-ups com menos de três anos
possam deduzir 20 por cento dos investimentos realizados nessas
empresas em sede de IRS, até ao máximo de 50 mil euros. Numa fase
em que se comunica que é preciso investimento estrangeiro direto
em Portugal, creio que é também importante podermos beneficiar
do investimento daqueles que conhecem o mercado português e que
acreditam no seu País.
Cx: O Gonçalo falava, há pouco, de alguns setores estratégicos
para investimento. Quais são esses setores com maior potencial de
crescimento que podem atrair investidores, tanto a nível nacional
como a nível internacional?
GR: Falo, nomeadamente, dos polos de competitividade associados
à antiga indústria tradicional portuguesa que se modernizou – na
área do calçado, na área das tecnologias, na área da saúde, na área
automóvel, na área dos moldes, etc. Acredito que o programa
Erasmus +, do ponto de vista dos jovens, vai permitir também abrir
oportunidades a este nível, porque traz a questão profissional para
dentro da equação. O novo programa Erasmus + será desenhado
com três grandes ações. Estamos a falar num valor, para a Europa,
30
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
«O PAÍS TEM A CAPACIDADE DE
TER, EM ÁREAS CONCRETAS,
CLUSTERS DE EXCELÊNCIA A
NÍVEL INTERNACIONAL»
Gonçalo Regalado
na casa dos 1500 milhões de euros, em que cerca de mil milhões
de euros serão destinados à mobilidade para a aprendizagem, seja
em termos de intercâmbios, de serviço voluntário europeu, de
partilha de experiências ou até numa perspetiva virtual. A segunda
ação passará pelas parcerias estratégicas para a inovação e para
a partilha de boas práticas, com cerca de 440 a 450 milhões de
euros alocados. E, depois, há a questão das reformas políticas,
que terá cerca de 70 a 75 milhões de euros e que trará uma nova
dimensão à participação cívica e à cidadania ativa dos jovens. Essas
três ações complementadas só se podem traduzir numa expressão,
que é a expressão da oportunidade. Há um mar de oportunidades,
o Programa Erasmus + será um mar de oportunidades. É preciso
construir as caravelas, é preciso que ensinemos os nossos jovens a
serem navegadores. E, depois, uma palavra de esperança, que julgo
colocar toda a gente à mesma mesa e encontrar o melhor modelo
para gerar oportunidades para o País.
«PARA CONVENCER
QUALQUER INVESTIDOR, O
MAIS IMPORTANTE SÃO OS
EMPREENDEDORES EM SI»
Francisco Banha
fundamental. Em primeiro lugar, ela prende-se com a certificação das
competências adquiridas em ambiente não formal, que permitirão
aos jovens que o seu tempo, a sua dedicação e o seu trabalho possam
ser, efetivamente, certificados e reconhecidos. Depois, o processo que
temos levado a cabo é um processo de democratização: em 2013,
vamos abranger 16 mil jovens, quatro vezes mais do que no ano
passado. Paralelamente, há que ter em conta a componente social,
porque não podemos esquecer a realidade do País. Efetivamente,
estamos a abranger, hoje, sete vezes mais jovens com menos
oportunidades do que aquilo que acontecia no início do programa,
em 2012. Portanto, há indústrias, há economia, há empresas, há
boas universidades... Há programas comunitários que podem ajudar
a fazer a mediação, há jovens ansiosos e com a necessidade de
encontrar uma oportunidade, uma solução para a sua vida. É preciso
Cx: Numa altura em que o País atinge níveis de desemprego – e,
nomeadamente, níveis de desemprego jovem – recorde, esta mudança
para uma cidadania mais proativa e para o empreendedorismo como
um catalisador de oportunidades dá resposta a este problema?
GR: O País não pode dar-se ao luxo de ter um conjunto enorme
de pessoas sem ocupação. A CE dá também aqui um sinal. Foram
aprovados seis mil milhões de euros num programa que se chama
Youth Guarantee – Garantia Jovem, em português – , que não
permitirá que nenhum jovem, na Europa, esteja mais do que quatro
meses sem uma ocupação, seja essa ocupação formativa, profissional,
de estágio ou um programa de voluntariado. Aquilo que temos de
executar, em Portugal, é uma solução política que permita aos jovens
poderem retribuir ao seu País aquilo que receberam, do ponto de
vista da sua formação. Para uma pessoa que tem a responsabilidade
que eu tenho, não há indicador mais preocupante, mais duro, do
que aquilo que são os fatores de emigração jovem. Porque são
um sinal de que os jovens deixaram de acreditar no País, de que
procuraram outras soluções porque o País também não lhes deu
oportunidades e de que não estão criadas condições, como houve
no passado, para que eles possam voltar ao seu País e isso, para nós,
é muito preocupante. Se me perguntar se o programa Erasmus +
traz para os jovens um conjunto de oportunidades que lhes permita
ter experiência internacional, «ganhar» Europa e «ganhar» mundo,
ter formação em vários contextos, formais e não formais, ser mais
empreendedores, desenvolver competências melhores do que aquelas
que foram desenvolvidas até hoje, com certeza. Se me perguntar se
chega? Não chega. O que nós podemos fazer é encontrar soluções
de facilitação, sermos catalisadores, sermos um elemento proativo na
comunicação das diferentes necessidades.
FB: Fazemos esta mesa-redonda no dia [16 de setembro] em que
mais de um milhão de jovens vai iniciar, com grande expectativa,
o seu ano escolar, e penso que estamos a perder, mais uma vez,
a oportunidade de os decisores poderem estar presentes e de
transmitirem um conforto positivo a esses jovens, para que eles
pensem que são eles que têm de criar o seu futuro, e não é o Estado
que o vai criar por eles. E só podem criar esse futuro se realmente
tiverem as competências-chave para aproveitarem as oportunidades
e ultrapassarem as dificuldades com que se irão deparar, ao longo da
sua vida. Relativamente às oportunidades que se colocam, em termos
de áreas de negócio, à medida que a população mundial cresce para
nove mil milhões de seres humanos, elas situam-se, sobretudo,
nas áreas das ciências alimentares, das biomedicinas e mesmo nas
tecnologias verdes. Projetos nessas áreas certamente merecerão o
interesse dos investidores. Não podemos, também, deixar de estar
associados às oportunidades que aparecem no mundo digital. Por
tudo isto, se nós temos em Portugal, neste momento, jovens talentos
até bastante reconhecidos à escala global, boas infraestruturas de
suporte à inovação e ao empreendedorismo e dinheiro disponível
para investir, porque não hão de aparecer aqui os projetos? Essa
mensagem de esperança de que o Gonçalo falou é algo que compete
a todos nós.
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
31
h
32
história de capa
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
I N I C I AT I VA
Investir
no futuro
Para vencer o desafio do crescimento
e da competitividade, há que passar o testemunho
de uma cultura assente na tomada de iniciativa que sirva
de motor à criação de oportunidades para todos. Da dinamização do tecido
empresarial que gera riqueza e emprego ao estímulo da multiplicação
de valor do ponto de vista social, o cruzamento entre empreendedorismo
e voluntariado pode conduzir-nos a um futuro mais sustentável?
Por Ana Rita Lúcio
interrogação pode surgir a quem articula, pela primeira vez,
na mesma frase, os conceitos de empreendedorismo e de
voluntariado. Enquanto um aponta para a capacidade de conceber
negócios que, por sua vez, atuem como fontes de riqueza e de
crescimento económico, tendemos a encarar o outro como avesso
a qualquer criação de valor que não sejam os ganhos que traz para
as pessoas e as instituições beneficiadas. Contudo, ainda que a ação voluntária
não seja uma atividade com fins lucrativos e o empreendedorismo não se mova,
em última instância, por motivos filantrópicos é muito mais aquilo que une estas
duas realidades do que aquilo que as separa.
O primeiro ponto de encontro entre estes dois vetores é, garantidamente,
o motor que dá impulso a ambos. Afinal, quer para lançar e fazer vingar o
seu próprio negócio, quer para emprestar as suas capacidades, em prol do
bem-estar de outros, é necessário «sair da zona de conforto», como enfatizam
Francisco Banha, presidente da Direção da Federação Nacional de Associações
de Business Angels, e Gonçalo Regalado, diretor do Programa Juventude em
Acção. Se empreender é tomar iniciativa empresarial, arriscando contribuir para
o relançamento da economia nacional, gerando postos de trabalho e encontrando
soluções para os novos desafios, ser voluntário é adotar a mesma atitude de
cidadania ativa e interventiva, focada no atingir de determinados objetivos
e na resolução de problemas que se coloquem à sociedade, em determinado
momento.
A
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
33
h
história de capa
Valor que se acrescenta
Lado a lado com os benefícios que o voluntariado desencadeia junto de cada
causa ou instituição, em particular, ou na sociedade como um todo, há que
salientar que as mais-valias que este ato acarreta podem ir muito além do
bem altruísta. Ainda que não estejam envolvidas quaisquer contrapartidas
remuneratórias – sublinhe-se, aliás, que só assim pode ser entendido, na medida
em que não seja utilizado como alternativa a uma atividade remunerada –, o
trabalho voluntário pode ter retorno efetivo para quem nele investe o seu tempo
e as suas competências.
Antes de mais, para lá de outras regalias de segurança social e laboral, a
qualquer voluntário está garantido o acesso a formação inicial e contínua, de
modo a que possa manter-se sempre atualizado na área em que exerce funções.
Somados a esses direitos consagrados, há, no entanto, que ter em conta o valor
que a própria experiência do voluntariado acrescenta a quem a põe em prática.
Em qualquer idade, mas sobretudo para as camadas mais jovens, que
atravessam uma fase decisiva na sua formação, o voluntariado pode funcionar
como um catalisador da «mentalidade empreendedora». Francisco Banha,
Gonçalo Regalado e João Garcia da Fonseca, CEO da start-up Biosurfit, são
unânimes em elegê-lo como uma alavanca fundamental para o desenvolvimento
sustentável do País e para competitividade da economia portuguesa, inserida
num contexto europeu e global cada vez mais exigente. Daí que todos ressalvem
a importância das escolas passarem a abranger este tipo de formação e de se
criarem meios para reconhecer e validar estas experiências no enriquecimento
dos currículos, o que já é feito através do documento Youth Pass, complementar
ao tradicional Euro Pass.
Porque os jovens portugueses «têm de ter uma preparação diferente
para poderem vencer na atual conjuntura», como defende o presidente da
Direção da Federação Nacional de Associações de Business Angels, é essencial
desenvolverem, paralelamente ao seu preparo académico e profissional, aquilo
que são as suas «soft skills», esclarece, por sua vez, o responsável do Programa
Juventude em Acção. Uma expressão que se traduz em competências no âmbito
comportamental e de interação com os outros e que engloba capacidades de
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
Print
CAIXA JOVEM
EMPREENDEDOR
Para os jovens que pretendem
desenvolver o seu próprio negócio.
A LINHA Caixa Jovem Empreendedor
destina-se a jovens até aos 40 anos ou
sociedades recentemente constituídas ou
em processo de constituição, cujo capital
seja maioritariamente detido por jovens até
essa idade. Visa financiar a aquisição de
equipamentos e/ou outras componentes
de investimento, necessários à criação,
expansão ou modernização de pequenos
negócios.
Disponível até 50 mil euros, com limite de 80
por cento do investimento total, esta solução
está disponível em duas modalidades: para
criação de novas empresas, com prazo até
72 meses (seis anos), e para a modernização
e expansão de empresas, com prazo até 60
meses (cinco anos).
Tudo a uma taxa de juro atrativa, em função
da análise do risco de crédito, contando,
ainda, com uma redução de 50 por cento das
comissões de estudo e de contratação.
Para esclarecimentos adicionais, ligue o
808 21 22 13, disponível 24 horas por dia, ou
visite uma Agência da Caixa.
comunicação, de liderança, de trabalho em equipa, de gestão de tempo e de
resolução de problemas de forma criativa. E que melhor forma de o conseguir do
que apostando no voluntariado?
Resposta empreendedora
Recorrendo «à rede de partilha de conhecimento» acumulado na experiência,
muitas vezes apreendida em ambientes não formais, como lhe chama Francisco
Banha, torna-se evidente que voluntários e empreendedores, na maioria dos
casos, são feitos da mesma «massa». Desde logo, porque têm em comum a
paixão por aquilo que fazem, entregando-se de corpo e alma à defesa de uma
causa, sem se deixarem travar pelos obstáculos que sempre vão surgindo pelo
caminho.
Apesar desse espírito resoluto de quem demonstra ter iniciativa, ambos devem
ser, ainda assim, edificadores de pontes entre as diversas partes envolvidas nos
projetos em que participam: tanto erguer o seu próprio negócio como tomar
partido numa causa voluntária requerem que se criem e consolidem de laços de
relação e entendimento com os outros. Essa capacidade de gerar empatia com
o ambiente que lhes é próximo faz, também, com que os voluntários consigam
identificar mais facilmente os desafios que se colocam ao seu redor, procurando
dar-lhes resposta. Uma vantagem clara para qualquer empreendedor, uma vez que
young volunteam Já na
segunda edição, o programa
da Caixa (ver pág. 62 e 63)
tem promovido a cultura do
voluntariado junto das escolas
secundárias, sensibilizando
os jovens para uma
melhor consciência social
e preparando-os para os
desafios do futuro (à esq.)
empreendedorismo
Numa conjuntura em que o
desemprego jovem se revela
um flagelo que urge combater,
a solução de cada vez mais
portugueses parece estar na
criação de novos e inovadores
negócios
Cx
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35
h
história de capa
voluntários Os desafios
lançados pela CGD têm tido
resposta massiva por parte
dos funcionários e seus
familiares
inovação A ciência, a
inovação e a criatividade
fazem a diferenciação face à
concorrência do mercado
saúde financeira O sucesso
empresarial pode passar
também pela criação de
parcerias, em cooperação
com outras entidades
o seu propósito consiste em reconhecer oportunidades
para desenvolver produtos ou serviços que venham
preencher determinadas necessidades ou lacunas.
Apesar disso, o caminho do voluntariado continua-se
a trilhar paulatinamente, em Portugal. Dados recolhidos
pelo European Value Survey, em 2008, apontavam para
uma taxa de participação da população portuguesa em
ações de voluntariado a rondar os 14 por cento, enquanto,
já em 2012, um estudo levado a cabo pelo Conselho
Nacional para a Promoção do Voluntariado situava esta
cifra entre os 18 e os 20 por cento. Não menos importante
é constatar o reforço que esta atividade solidária traz
para a produção de valor. Os números dão conta disso
mesmo. Segundo dados coligidos pelo Instituto Nacional
de Estatística (INE), relativos a 2012, estima-se que o
trabalho voluntário tenha atingido cerca de 1 por cento do
Produto Interno Bruto (PIB).
Tendo ainda como referência o emprego total gerado
no que toca à economia social, em 2010, o mesmo estudo
situa o trabalho voluntário neste setor em 40 por cento
do total desenvolvido, confirmando o quão crucial é este
recurso para as instituições. Um saldo positivo que se
desdobra, consequentemente, num efeito multiplicador.
Afinal, por cada euro investido em ações de voluntariado,
verifica-se um retorno económico de cinco a oito euros,
de acordo com estimativas da Comissão Europeia.
Quando o que está em causa é o valor acrescentado
do voluntariado, de resto, e já que se fala de
empreendedorismo, importa não retirar da equação as
O Caixaworks Empreender é um cartão de crédito para micro e pequenas empresas, que permite financiar as necessidades de tesouraria, a taxas
de juro muito competitivas(1), o que o torna um produto diferenciador e inovador para os pequenos negócios. Este cartão constitui-se como um limite de
crédito agregador das responsabilidades de curto prazo das novas empresas, com menos de dois anos de atividade, que cumpram um dos critérios:
- Até 50 empregados, em qualquer setor de atividade, exceto construção e imobiliário;
- Apresentação de business-plan com break-even até ao terceiro ano, inclusive;
- Empresas de base tecnológica, científica e/ou com patentes registadas no INPI.
1 TAE de 15,2% (com garantia real) ou 17,7% (com garantia pessoal), calculadas com base na média mensal da Euribor a 6M (base 360) + spread de,
respetivamente, 5,5% ou 8%, para um montante de 1500 euros com reembolso a 12 meses. Taxas Euribor atualizadas em 01/01 e 01/07 de cada ano.
36
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
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LINHAS MICROINVEST
E INVEST +
Soluções adequadas para um novo
impulso profissional
DUAS LINHAS que visam promover a criação de
empresas, mediante o acesso ao crédito bancário
em condições favoráveis por parte de jovens
ou desempregados. Com um prazo alargado
(84 meses, com 24 de carência), estas linhas
permitem:
Linha Microinvest – financiamentos até 20 mil
euros por operação, com garantia de Sociedades
de Garantia Mútua (SGM) de 100%;
Linha Invest + – financiamento de operações
de crédito entre os 20 mil e os 100 mil euros,
que beneficia de uma garantia SGM de
75%. O financiamento está limitado a 95%
do investimento global, não podendo este
ultrapassar os 100 mil euros, nem os 50 mil euros
por posto de trabalho a tempo inteiro criado.
Destinatários:
· Desempregados involuntários, inscritos no
máximo há nove meses, ou independentemente
do motivo da inscrição se há mais de nove meses;
· Jovens à procura do primeiro emprego, ou seja,
pessoas entre os 18 e os 35 anos, que nunca
desenvolveram uma atividade profissional ou,
tendo desenvolvido, que a sua duração, seguida
ou interpolada, não tenha ultrapassado os 12
meses;
· Pessoas que nunca tenham exercido atividade
profissional por conta de outrem ou por conta
própria;
· Trabalhadores independentes cujo rendimento
médio mensal, com base nos meses em que teve
atividade no último ano, seja inferior à retribuição
mínima mensal garantida.
Conheças todas as condições de acesso destas
linhas protocoladas entre a CGD, o Instituto de
Emprego e Formação Profissional, a SGM e a
Sociedade de Investimento em www.cgd.pt ou
numa Agência da Caixa.
mais-valias alcançadas do ponto de vista empresarial. Isto porque o estímulo à
prática do voluntariado, no âmbito das políticas de responsabilidade social das
organizações, acarreta benefícios que ultrapassam, em larga medida, o contributo
para o bem-estar da comunidade ou o mero reforço da imagem corporativa.
Em primeira instância, quem está à frente das empresas deve ter em
consideração que o lucro e a responsabilidade social não são mutuamente
exclusivos. Vivemos uma era em que os canais de comunicação entre os
consumidores e as companhias se expandem continuamente e, da parte de quem
compra, é cada vez mais valorizada a informação sobre
os produtos e serviços aos quais se adere, bem como
sobre as marcas que por eles são responsáveis. Por isso,
saber que se está a lidar com uma empresa que mantém
uma postura socialmente ativa e sustentável é um fator
diferenciador para muitos.
Fomentar programas de apoio ao voluntariado junto
dos recursos humanos das empresas pode ser também um
Cx
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h
história de capa
BUILDING GLOBAL
INNOVATORS
Uma iniciativa para mentes
inovadoras e arrojadas
fator de motivação, com ganhos que se podem repercutir na produtividade, mas os
mecanismos aos quais as diferentes organizações podem recorrer não se esgotam
em iniciativas filantrópicas ou solidárias. Fazer a diferença pode passar pelo apoio
ao florescimento de negócios paralelos, que promovam o emprego ou encontrem
resposta para desafios de sustentabilidade social ou ambiental prementes, seja dentro
de um mesmo grupo empresarial ou através de parcerias com outras entidades.
Arriscar, inovando
Numa conjuntura nacional em que o desemprego ronda os 17 por cento e, em
particular, o desemprego jovem se situa, segundo o Eurostat, em 36,8 por cento, o
empreendedorismo social pode ser, ao mesmo tempo, uma plataforma de resolução
de problemas sociais e uma rampa de lançamento de negócios sustentáveis. Como
avança a Carta de Cascais, um manifesto lançado no I Congresso Internacional
sobre A Economia Social nos Desafios do século XXI, em junho deste ano, «as mais de
55 mil entidades do setor representam 5,5 por cento do emprego remunerado e
2,8 por cento do Valor Acrescentado Bruto (VAB) nacional.
Para ultrapassar estes e outros desafios, investindo no futuro do País, a solução
de cada vez mais portugueses parece estar na criação de novos negócios (ver
pág. 34, em Caixa Jovem Empreendedor, e no Print da pág. 37). De acordo com
um estudo da consultora Informa D&B, até junho de 2013, foram constituídas,
em Portugal, 20 mil novas empresas, mais 17,8 por cento do que em período
homólogo de 2012, sendo que, pela primeira vez desde 2009, o número
de insolvências também caiu. De modo a garantirem a diferenciação face à
concorrência, tornando-se mais atrativas para o mercado e para os investidores,
uma aposta vencedora pode recair sobre os vetores da ciência, da inovação e da
criatividade. Segundo o Eurostat, Portugal está hoje em quarto lugar no ranking de
países mais inovadores da UE 27, com mais de 60 por cento das empresas a terem
produzido ou utilizado produtos e processos inovadores, entre 2008 e 2012.
Voltando ao enraizar da «mentalidade empreendedor», João Garcia da
Fonseca, que em 2008 foi distinguido com o Prémio Jovem Empreendedor do
Ano, ressalva ainda que a inovação pode ir além da base tecnológica. «Acredito
que o empreendedorismo se faz com inovação, no sentido de responder a uma
necessidade que não está satisfeita», acrescenta. Sempre de olhos postos no futuro
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Cx
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Relação com o
consumidor Saber
que se está a lidar com
um produto criado
por uma empresa que
mantém uma postura
socialmente ativa e
sustentável é um fator
diferenciador para
muitos consumidores,
que se revela valor
acrescentado para a
marca
O Building Global Innovators
é um concurso de
empreendedorismo de base
tecnológica com alcance global,
promovido pelo IUL-ISCTE em
parceria com o MIT Portugal.
Apoiado pela CGD e a Caixa
Capital, o seu principal objetivo
passa por acompanhar projetos
inovadores com alto potencial
tecnológico, particularmente
na etapa de concretização do
negócio.
Já na quarta edição, o concurso
destina-se a start-ups e spin-offs universitárias com menos
de cinco anos e com volume
anual inferior a 2,5 milhões de
euros.
São igualmente aceites
candidaturas de indivíduos,
Politécnicos, Universidades ou
de outras entidades dedicadas
a projetos empresariais de
forte valor tecnológico, com
enfoque em mercado globais
e de qualquer proveniência
geográfica. Ao longo de vários
meses, os projetos aceites
integram um programa com
mais de 500 horas de formação
específica e várias iniciativas de
aconselhamento.
O apoio a este projeto responde
aos objetivos estratégicos
do Grupo Caixa ao nível do
envolvimento com setores
chave da economia nacional,
como a tecnologia e a inovação.
O apoio consiste na presença,
como mentores das empresas,
dos quadros da Caixa Capital e
no seu investimento nas quatro
start-ups mais promissoras,
que pode ascender até um
milhão de euros por edição
do concurso, sendo que a sua
continuidade confirma o êxito
das edições anteriores.
o
observatório
GONÇALO
Amorim
As palavras «Empreendedorismo»
e «Empreendedor» nunca estiveram
tão em voga como agora. Desengane-se aquele
que julgar que se trata de um fenómeno português.
É global.
SE RECUARMOS três ou quatro anos, o panorama era bastante
diferente. Tão diferente que parece ter sido numa década diferente
da que vivemos. Há quatro anos, quando se falava de start-ups, os
investidores queixavam-se tipicamente do dealflow e da falta de
qualidade dos projectos. Há quatro anos, por sua vez, os promotores
de start-ups queixavam-se de falta de acesso a capital, a redes de
conhecimento, smart-money, entre outros.
Hoje, vive-se uma realidade praticamente explosiva do nosso
ecossistema de empreendedorismo e inovação. Várias organizações
que, há quatro anos, nem sequer existiam contribuíram de forma
dramática, muitas vezes com recursos extraordinariamente parcos.
A montante, as universidades formaram Gabinetes de Apoio
à protecção da Propriedade Industrial (PI) e capacitaram-se,
criaram regulamentos de gestão de
PI. As reitorias criaram redes de
conhecimento e partilha de resultados
da transferência de tecnologia
(UTEN). No financiamento à ciência
e tecnologia, várias Secretarias
de Estado (Ensino, Ciência e
Empreendedorismo, etc.) uniram-se numa estratégia conjunta de
maximização de recursos. Fundiram-se vários operadores de capital
de risco (CR) públicos num único
chapéu (Portugal Ventures).
Ainda mais a montante, a
Fundação para a Ciência e Tecnologia
deu continuidade a um longo
caminho de capacitação e acumulação de conhecimento, com várias
parcerias internacionais com centros de investigação de topo (p.e.:
Fraunhofer, Harvard) e várias universidades líder na valorização do
conhecimento (MIT, CMU). De entre as inúmeras aceleradoras e
programas, destaca-se o Building Global Innovators®, como o de
maior intensidade tecnológica, a Fábrica de Startups, especializando-se na metodologia de optimização de modelos de negócio do Alex
Osterwalder para «lean start-ups». Surgiram várias incubadoras
promovidas por autarquias, das quais se destacam a StartUp Lisboa e,
mais recentemente, a Labs Lisboa, entre muitas outras de norte a sul
do País. A Startup Pirates e a Beta-i organizaram, também, inúmeros
DIRETOR DO PROGRAMA BUILDING GLOBAL INNOVATORS
(WWW.MITPORTUGAL-BGI.ORG)
eventos de promoção do empreendedorismo para digital start-ups.
Portugal acordou para uma nova realidade global,
extraordinariamente competitiva, onde só os melhores sobrevivem.
Uma realidade desafiante, mas impelida de possibilidades futuras.
O período que vivemos, apesar de muito desafiante económica,
financeira e socialmente, apenas se pode comparar à realidade
vivida na época de Vasco da Gama, na qual fomos impelidos a
descobrir novos mundos graças ao avanço tecnológico que tínhamos,
nomeadamente nas áreas naval e de navegação.
Portugal investe hoje cerca de 1,5 por cento do Produto Interno
Bruto (PIB) em investigação científica, que compara com 0,3 por
cento nos primórdios dos anos 80. Tal investimento permitiu, nos
últimos anos, entre muitos outros aspectos, a criação de centenas de
empresas baseadas em conhecimento diferenciado.
Mas nem tudo são rosas. Como poderá um jovem empreendedor
maximizar o sucesso a partir de um pequeno País com um
ecossistema ainda frágil como o português? Como escalar a nível
global uma solução?
Foi com esta premissa que, em Março de 2010, o ISCTE-IUL –
em conjunto com a Caixa Capital – lançou uma iniciativa com uma
envergadura nunca antes tentada em
Portugal: fazer o maior programa
de capacitação para promotores de
empresas de base tecnológica. Ao final
de vários anos de duras negociações,
nasce o Building Global Innovators,
alicerçado no programa MIT Portugal.
Tal como em 1497, para grandes
males, grandes remédios: a Caixa
Capital assume o compromisso de
Award Partner, com a atribuição de
um prémio financeiro até um milhão
de euros por edição.
O que permitiu este prémio
mudar então em menos de quatro
anos? Colocou Portugal no mapa
mundi da inovação, foram criadas centenas de ligações a investidores
internacionais, foram investidos por investidores nacionais cerca de
16 milhões de euros, em cerca de 25 novas empresas, e criados mais
de 150 postos de trabalho altamente qualificados.
Acima de tudo, foram lançadas as bases para voos muito
mais altos: os vários operadores de CR reconhecem o saudável e
competitivo dealflow que se vive hoje, que lhes permitirá investir
com maior segurança, criar valor e, eventualmente, desinvestir, de
preferência internacionalmente, acumulando riqueza e know-how.
* Por opção do autor, este texto não segue as regras do novo acordo ortográfico
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viagem
A L D E I A S
D O
X I S T O
Pedra sobre pedra
Estradas de terra batida que percorrem a serra.
Aldeias feitas de casas de xisto, que nos transportam para uma outra dimensão,
entre o nevoeiro e o cantar dos veados. Um mundo imaginário tornado realidade
ou a melhor forma de receber o outono com um sorriso nos lábios
Por Pedro Guilherme Lopes Fotografia Pedro Sampayo Ribeiro
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v
viagem
inamizar o turismo da Região Centro através dos recursos naturais
e humanos existentes nas aldeias, melhorando a qualidade de vida
das populações locais e promovendo as atividades económicas e
os produtos tradicionais. Este foi o ponto de partida para o projeto
Aldeias do Xisto, conduzido pela Associação de Desenvolvimento
Pinus Verde, e que, ao longo dos últimos anos, tem trabalhado
na recuperação de 27 aldeias erguidas nessa pedra, distribuídas pelas serras da
Lousã, Açor e Gardunha, e envoltas num cenário irresistivelmente bucólico,
quase mágico.
Saindo de Lisboa, apontamos Oleiros como primeira paragem. Sede de
concelho, acolhe com simplicidade e simpatia a nossa pausa para esticar as
pernas. No posto de turismo, depois de obtermos várias informações sobre a
região e as Aldeias do Xisto, somos convidados a provar um delicioso bolo-rei feito de medronho (há muito mais para fazer com este fruto, além de
aguardente), a que se segue um almoço onde temos a primeira prova de que
por estas bandas não há doses pequenas. Espreitamos a belíssima Igreja Matriz e
rumamos a Álvaro, a primeira das Aldeias do Xisto que visitamos e cujo nome se
deve, provavelmente, ao nome de um criado que ficou encarregue de governar
quando o seu senhor foi para a guerra. A verdade é que o fidalgo nunca mais
voltou, ao contrário de nós, que ficámos com vontade de regressar a esta aldeia
soalheira, eventualmente numa altura em que possamos experimentar a praia
fluvial.
Os dias agora são mais curtos e o sol já ameaça esconder-se, por isso
continuamos a ziguezaguear a serra rumo ao destino eleito para passarmos a
noite: Janeiro de Cima, situada nas margens do Zêzere, rio de onde saíram as
pedras usadas para calcetar as ruas. Ainda não é hora de jantar, mas a temperatura
já indicia que o verão é uma saudade gravada na pele ainda bronzeada. Aqui
não há multibancos, mas há a tremenda simpatia com que D. Lídia nos recebe
na aquecida Casa de Janeiro. E, mesmo ao lado, um restaurante chamado Fiado,
que mistura sabores tradicionais (como, por exemplo, o maranho) com uma
decoração e atendimento que, por certo, o tornariam num dos restaurantes da
moda se estivéssemos em Lisboa (ainda para mais, servindo doses que não nos
fazem perguntar a razão pela qual há tanto branco do prato à mostra).
D
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panorâmica O verde da serra da Lousã,
perto do final do dia
conforto O Melia Boutique Hotel (em cima
e na página ao lado) convida a uma estada
inesquecível, onde nem falta a cozinha de
autor (última foto, ao lado)
lousã A Igreja Matriz, à noite
biológico O projeto Planta do Xisto
«prendeu» um lisboeta aos encantos
da serra
ideia inicial era apenas comprovar a fama
do restaurante Pascoal de Fajão e, quanto
a isso, ficámos rendidos com o bacalhau à
juiz, o javali no forno e as tigeladas, mas
acabámos por descobrir uma aldeia quase
perfeita, cheia de recantos acolhedores
e de gatos a dormitar ao sol. Ficou a promessa de
regressar, depois de sabermos que quem nos aconchegou
o estômago também tem uma casa cheia de quartos
quentinhos, prontos a alugar. E os pequenos-almoços?
«Bem, são feitos pela mesma família, portanto…»,
respondem-nos com um sorriso que não deixa margem
para dúvidas.
A vila de Góis é encantadora e abre-nos a porta a
quatro aldeias: Comareira, Aigra Nova, Aigra Velha e Pena.
Integradas numa estrada panorâmica que as ligará ao
Trevim, o ponto mais alto da serra da Lousã, são garantia
de fascinantes histórias, onde os lobos obrigavam a cortar
as ruas e a ligar, interiormente, as casas entre si, e são
ponto estratégico para conhecer o Parque Florestal da
Oitava e a Ribeira da Pena, por exemplo.
É já com a noite posta que chegamos ao Quintal de
Além do Ribeiro, uma casa de turismo em espaço rural
que será o nosso porto de abrigo enquanto explorarmos
as Aldeias do Xisto existentes na serra da Lousã. É com
esse objetivo que acordamos cedo. Enquanto tomamos o
pequeno-almoço, a D. Maria José, que nos fez realmente
sentir em casa, diz-nos que «o São Pedro resolveu pregar
uma partida». Depois de dias de intenso sol, o céu
está toldado e cai uma chuvinha que se confunde com
humidade, mas a verdade é que não nos lembramos de
um dia em que tenhamos gostado tanto de vê-la cair.
A explicação para o que acima se disse é simples:
A
cordados pelo som da porta, aberta por quem vem deixar
o pequeno-almoço na sala de baixo, recebemos os bons-dias
do sino da igreja e pelo roncar do motor de um pequeno trator.
O sol convida a um curto passeio, com passagem obrigatória pela
Casa das Tecedeiras, e confirma-se que este projeto
está realmente a transformar as Aldeias do Xisto em locais
onde apetece ficar.
Acontece que a viagem não para e prometemos a nós mesmos não deixar de
percorrer cerca de três dezenas de quilómetros extra para podermos descobrir
o Piódão. Não faz parte da rede das Aldeias do Xisto, é verdade, antes da rota de
Aldeias Históricas de Portugal, mas o seu casario em xisto, disposto em cascata,
é um espetáculo que vale o caminho sinuoso que nos conduz a esta aldeia
perdida na serra do Açor. Depois de visitada a Igreja Matriz e o Núcleo
Museológico, olhamos para o plano traçado e damo-nos conta de que são,
ainda, algumas dezenas de quilómetros que nos separam da Lousã. Um caminho
que se faz quase sem se dar conta, com a beleza da paisagem a sobrepor-se às
várias curvas, e com uma paragem para mais tarde recordar na belíssima aldeia
de Fajão.
A
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v
viagem
a neblina dá uma aura quase mágica a estas aldeias de pedra. Há todo um
imaginário que nos fala de um mundo encantado, onde há reis, princesas e
dragões, e, ao chegar a Cerdeira, a primeira das Aldeias que visitamos, somos
tentados a acreditar nisso. Ao atravessarmos a ponte que faz a curva, envoltos
em vegetação com tons que vão do verde ao avermelhado, passando pelo
castanho, quase julgamos ter entrado numa dimensão paralela, onde poderiam
viver os hobits criados por Tolkien. Não há hobits, mas há uma alemã chamada
Kirsten, que por aqui ficou a trabalhar a madeira, e o António, que deixou o
Conservatório para aqui se instalar e cultivar os mais variados tipos de plantas,
entretanto embaladas em saquinhos com a marca Planta do Xisto.
assando por Candal, a estrada de terra batida, ladeada por
castanheiros e uma vegetação em mudança do verde para os
alaranjados da época, leva-nos até Talasnal. É nessa aldeia que fica
o afamado restaurante Ti Lena, que só abre de sexta a domingo e
cuja mesa deve ser sempre reservada, e a Lojinha do Talasnico, onde
encontramos os deliciosos talasnicos (uma especialidade feita com
mel, castanhas e amêndoas) e vários licores de beber e chorar por mais. Mas
como íamos conduzir…
P
Segue-se Casal Novo e Chiqueiro, antes de
chegarmos a Gondramaz, aldeia de onde saíram as
mundialmente famosas estátuas (bonecas) em pedra
esculpidas pela mão de Carlos Rodrigues. Fantástica
na cor da pedra que a sustenta, das ruas às casas, tem
no Pátio do Xisto referência para quem quer comer ou
ficar e reserva uma surpresa aos mais aventureiros: o
Penedo dos Corvos. Para lá chegar, é necessário tomar
o trilho pedestre que se inicia quando as casas da aldeia
acabam e que nos convida a mergulhar na vegetação
luxuriante. O cantar dos veados, que escutamos
enquanto fazemos tentativas frustradas para conseguir
ver os seus autores, dá a este percurso um cariz ainda
mais incrível. E, quando «voltamos à superfície»,
somos surpreendidos por um enorme bloco de pedra
que parece flutuar e que nos oferece panorâmicas
que se cravam na memória. Neste mundo fantástico,
construído com pedra sobre pedra, não poderia haver
melhor forma de terminar o dia.
A NEBLINA QUE SE VISLUMBRA CONFERE
UMA AURA QUASE MÁGICA A ESTAS
ALDEIAS DE PEDRA
castelo Perdido por entre o verde, um dos
símbolos da Lousã (à esq.)
surpreendente Com o regresso do outono,
as quedas de água ganham destaque
cerdeira Uma aldeia que parece saída
de um filme (em cima, ao lado)
pormenores As surpresas reservadas pela
Natureza são uma constante ao longo da
viagem
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viagem
Guia de viagem
IR
À descoberta
de um mundo mágico
A Caixa, em parceria com a
Tagus, deixa-lhe duas propostas
para um fim de semana
inesquecível, na serra da Lousã.
Estada no Tryp Colina do Castelo
4*, em Castelo Branco, com visita
à aldeia Foz do Cobrão.
O programa inclui:
> Estada de uma noite em quarto
duplo standard;
> Pequeno-almoço;
> Jantar buffet no restaurante do
hotel (bebidas da casa incluídas);
> Acesso à piscina interior
aquecida, jacuzzi, sauna e banho
turco;
> Visita à Aldeia do Xisto da
Foz do Cobrão, visita ao Museu
de Tecelagem e atividade de
prospeção de ouro nas margens
do rio Ocreza.
Nota: A duração da atividade e
visita é de 90 minutos e carece
de marcação prévia. O transporte
do hotel para o local da atividade
é da responsabilidade do Cliente.
Preço:
57 euros por pessoa, em quarto
duplo.
Estada no Palácio da Lousã
Boutique Hotel de 4*, na Lousã,
com passeio de jipe nas Aldeias
do Xisto.
O programa inclui:
> Cocktail de boas-vindas à
chegada;
> Estada de duas noites em
quarto duplo standard;
> Pequeno-almoço;
> Oferta no quarto;
> Um almoço buffet;
> Lanche para duas pessoas
durante o passeio de jipe;
> 10% de desconto no restaurante
do hotel;
> Passeio de jipe nas Aldeias do
Xisto, com duração de quatro
horas, pelo seguinte percurso:
Neveiros Reais de Santo António
(onde se fazia a produção de
gelo para a corte, no século
XVIII), Aigra Nova, Aigra Velha
(tradições do xisto, Núcleo
Vivo das Aldeias do Xisto de
Góis) e passagem pela zona de
observação de veados e Talasnal.
Preço:
161 euros por pessoa, em quarto
duplo.
Notas gerais: Os programas
são válidos para estadas até
20 de dezembro de 2013 e os
preços não incluem taxa de
serviço, despesas de caráter
pessoal e quaisquer serviços não
mencionados como incluídos;
Preços especiais para Clientes
da CGD, não cumulativos com
quaisquer acordos, protocolos ou
campanhas em vigor;
Programas sujeitos a reserva
prévia e disponibilidade, não
sendo acumuláveis com outras
ofertas; as ofertas podem ser
canceladas a qualquer momento.
Após ler o artigo, fica o desafio: faça
o percurso ao contrário. Rumando a
Coimbra, está a menos de meia hora
da Lousã. Só precisará de mapa ao
chegar à primeira aldeia do xisto.
FICAR
Casa de Janeiro
Fica em Janeiro de Cima e tem seis
quartos duplos e um individual. Para
famílias, existe a Casa da Pedra
Rolada. (www.casadejaneiro.com)
Quintal de Além do Ribeiro
Acolhedora casa setecentista, na
serra da Lousã.
(www.quintal-turismorural.web.pt)
Meliá Boutique Hotel Lousã (*)
Abrigado num edifício setecentista
classificado Património Histórico de
Interesse Público, o antigo Palácio
dos Salazares é hoje um clássico
boutique hotel, que o convida a
perder-se nos seus detalhes.
(http://palaciodalousa.artehhotels.com)
Boutique Hotel Rural Quinta
da Geia (*)
Situado na Aldeia das Dez, beneficia
de extraordinária vista panorâmica.
(www.quintadageia.com)
Pátio do Xisto
Na aldeia de Gondramaz, permite
experienciar o dia a dia de uma
aldeia. (www.patiodoxisto.pt)
Casa Princesa Peralta
Indicada para grupos de amigos ou
família. Fica na aldeia de Talasnal.
(www.casaprincesaperalta.com)
o ensopado de borrego e as tigeladas
são obrigatórios.
Ti Lena
Situa-se em Talasnal e é conhecido
pelo cabrito à moda da casa
(por encomenda).
Casa Velha
Na Lousã, é famoso pelo bacalhau
à Narcisa, a chanfana, os rojões à
minhota, o cabrito e as pataniscas.
O Burgo
De visita obrigatória, para provar
o cozido na broa, o bacalhau com
migas ou o javali com castanhas.
FAZER
Uma das facetas mais curiosas
das Aldeias do Xisto é a sua relação
com os desportos de aventura.
Prova disso é o UltraTrail,
ou o Campeonato de Carrinhos de
Rolamentos (setembro e novembro).
Além disso, a Adriventura (*)
proporciona momentos animados na
zona das Aldeias do Xisto e não só.
Veja em www.adriventura.com.
Mas há muito mais, como festivais de
jazz e de fado, caças fotográficas aos
veados ou um projeto intitulado Água
Musa, onde vários artesãos exploram
tradições locais.
( )
* Benefícios para titulares
de cartões da CGD. Saiba quais
os cartões e todas as vantagens
em cada um dos parceiros
em www.vantagenscaixa.pt.
COMER
Informação na Net
O Fiado
Experimente o maranho ou as
sugestões que dão um toque
contemporâneo aos pratos da
região. Em Janeiro de Cima.
Pascoal de Fajão
Refeições memoráveis, neste espaço
em Fajão. O bacalhau, o cabrito à juiz,
Sites que não deve deixar de consultar:
> www.aldeiasdoxisto.pt;
> http://escape.expresso.sapo.
pt/boa-vida/roteiros/praiasfluvias-mergulhar-nas-aldeiasxisto-17539758;
> https://www.facebook.com/pages/
Aldeias-do-Xisto/
prepare-se para ir para fora... cá dentro.
O CARTÃO CAIXADRIVE (1) é o parceiro ideal para as suas viagens, permitindo beneficiar de descontos sempre que abastece o automóvel
nas estações de serviço da Repsol. Usufrua de descontos de 3%, num máximo de 20 euros mensais, nas compras e abastecimentos
efetuados com o Caixadrive nas estações de serviço da Repsol em Portugal. Se efetuar compras de valor superior a 250 euros (por cada
ciclo de extrato), fora das estações de serviço da Repsol, beneficiará de um desconto suplementar de mais 3% sobre todas as compras e
abastecimentos efetuados nas estações de serviço da Repsol (com limite de três euros mensais). Os abastecimentos pagos com este cartão
estão isentos da comissão de abastecimento de combustível. Estes descontos dos cartões Caixadrive são cumulativos com outros em vigor (ex. desconto Caixadrive +
de fim de semana + de cartão de sócio do S. L. Benfica). Com uma gestão eficaz dos vários descontos, os titulares do Caixadrive poderão usufruir dos melhores preços do
mercado. Além disso, os titulares do Caixadrive beneficiam de um pacote de seguros e de vantagens em parceiros associados ao cartão.
(1) TAEG de 22,6%, para um montante de 1500 euros, com reembolso a 12 meses, à TAN de 20,50%.
Ilustração: Marta Monteiro
Cx
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fugas
C O O K I N G & N AT U R E – E M O T I O N A L H O T E L
Comer, caminhar
e amar
Se já é bom descobrir um hotel capaz
de nos surpreender, depararmo-nos com um que nos
desafia os sentimentos e onde os pormenores fazem toda a diferença
é fantástico. Fica numa aldeia portuguesa, com certeza, e promete satisfazer
os desejos dos mais curiosos e apaixonados pela vida
Por Pedro Guilherme Lopes
N
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a rev i s ta d a ca i xa
faceta gastronómica é,
efetivamente, a pedra de
toque deste Cooking &
Nature. Ao contrário do
que estamos habituados, o
restaurante é substituído
por uma cozinha onde os hóspedes são
convidados a dar largas aos seus dotes
culinários (ou a aprender com quem sabe).
No fundo, aqui, aos jantares, apenas se
come o que se cozinha (existe uma carta
com refeições leves, para o almoço). São as
chamadas cooking lessons, feitas com base
em menus previamente disponibilizados
(elaborados pelo chef Nuno Barros, com
base em produtos locais) e escolhidos pelos
Clientes, que, consoante o seu estado de
espírito, passam a ocupar os dois espaços
destinados aos prazeres gastronómicos: a
zona lovers, mais romântica e intimista, e a
zona friends, pensada para grupos maiores.
«Cria-se um espírito muito divertido», conta
Rui. «Já tivemos cinco nacionalidades, em
simultâneo, a cozinhar. Estar na cozinha
são momentos de partilha e de convívio que
acabam por aproximar as pessoas. Esse é um
dos méritos deste conceito.»
É, também, na cozinha deste Emotional
Hotel que são celebrados alguns dias e datas
A
especiais, que se realizam workshops, como o
de cozinha medieval, ou que se experiencia
o programa «cozinheiros improváveis»,
altura em que são convidadas pessoas que,
não sendo chefes, têm jeito para cozinhar
e que se disponibilizam a partilhar os seus
dotes. «Nesse dia, o menu é segredo e
vem toda a gente ao mesmo tempo para a
cozinha», revela o proprietário, para quem
«a cozinha acaba por ser um pretexto para as
pessoas se conhecerem e uma oportunidade
para cruzarmos culturas».
espaços O Cooking & Nature
é feito de pormenores
natureza O edifício, de linhas
modernas, está devidamente
inserido na paisagem
vista A sensação de acordar virado
para o verde da serra
banho A decoração marca a
diferença em todos os espaços
quartos Não há dois iguais, todos
têm uma personalidade própria
cooking Os Clientes são convidados
a mostrar os seus dotes culinários
cosy Ambiente tranquilo, sofisticado
Fotos: D.R.
ão é de agora que a Aldeia de
Alvados faz parte do mapa
de destinos obrigatórios para
escapadelas turísticas. Mas,
se a unidade de turismo de
natureza Casa dos Matos já
era uma referência, a abertura deste Cooking
& Nature – Emotional Hotel confirmou que
no centro do País há muitas e boas ideias, há
vontade de fazer e de surpreender e, como
afirma Rui Anastácio, um dos responsáveis
por este Emotional Hotel, existe «uma
dose de loucura», por apostar em algo tão
arrojado numa altura em que os contornos
financeiros do País aconselham, no fundo,
a apertar o cinto.
Nesta nova aventura, Rui e Rita
procuraram, acima de tudo, criar uma oferta
completamente diferenciada, algo que fosse
especial, onde os pormenores fizessem toda
a diferença. «Penso que conseguimos isso»,
afirma o proprietário. «Temos tido boa
adesão e um feedback muito positivo,
algo que era uma verdadeira incógnita.
O principal risco deste conceito cooking
era saber qual ia ser a reação das pessoas,
mas mesmo as que se mostram ‘desconfiadas’
ao início acabam por ficar rendidas
ao conceito.»
Cx
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f
fugas
as o projeto não se
assume, apenas, como
cooking. O nature
também está no nome e
isso nota-se assim que
chegamos. Em pleno
coração do Parque Natural das Serras de
Aire e Candeeiros e sob a batuta da arquiteta
Ana Correia (que já havia sido responsável
pela Casa dos Matos), este é um hotel que
procura estar em íntima relação com o meio
envolvente. Respeitando todas as pré-existências, foi o edifício que se adaptou ao
olival que ali existia. A utilização de cortiça e
de madeira, bem como a utilização de luzes
LED e o aproveitamento da água das chuvas,
reforçam esse sentimento de respeito pelo
meio envolvente e esse convite a descobri-lo.
Entre caminhadas, passeios de burro, a
cavalo ou de bicicleta, escalada ou visitas a
grutas poucos exploradas, o que não faltam
são propostas para fazer da natureza uma
aliada durante a sua estadia. Em finalização
estão seis percursos pedestres que podem
ser carregados em GPS, estando, igualmente,
em desenvolvimento um programa de sete
dias que levará as pessoas a descobrirem
vários pormenores da região, com jantares a
condizer com o que foi visto. «Vamos visitar
queijarias, vamos visitar produtores de mel e
as salinas de Rio Maior, vamos ver as fábricas
de conservas de Peniche, comprar peixe
fresco à Nazaré, visitar adegas e fazer provas
de vinho, redescobrir lagares de azeite e, no
final do dia, faz-se uma espécie de resumo
do que se viu e experimentou através da
ementa do jantar», explica Rui Anastácio.
O mais curioso é que tudo isto pode ser
realizado na companhia de crianças, com
o Cooking & Nature – Emotional Hotel a
assumir-se como um hotel «kids friendly».
M
descanso O local ideal para relaxar
em comunhão com a natureza
nadar A piscina exterior convida
ao mergulho
mesa Faça o favor de se sentar
lareira No inverno, este é o ponto
central das conversas, com bar
self-service
savana? Cada objeto tem uma
leitura diferente
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a rev i s ta d a ca i xa
Guia de viagem
Como ir
Pela A1, vindo de sul, saia na
portagem de Torres Novas e, de
seguida, na saída para Alcanena,
siga a direção de Minde. Pela A23,
vindo do interior, saia antes das
portagens da A1, na saída para
Alcanena; Siga a direção de Minde.
Pela A1, vindo de norte, saia na
portagem de Fátima. Siga opção
rotunda Sul e, a partir daí, tome a
direção de Minde; Em Minde, siga
a direção de Mira de Aire. Cinco
quilómetros depois de Mira de Aire,
vire à esquerda e desça até à aldeia
de Alvados. Siga as placas
Cooking & Nature.
Ficar
Fotos: D.R.
«As crianças fazem parte do nosso mundo
e nós temos de enquadrá-las», afirma o
proprietário. «Como é que fizemos isso?
Primeiro, temos espaços para elas, como
uma sala própria e como a piscina para
crianças. Depois, temos forma de permitir
a sua participação nas diversas atividades
propostas e temos quatro quartos family,
permitindo duas camas extra, e um deles
permite, inclusivamente, três camas extra,
o que é algo raro.»
endo este um hotel muito
especial, é também normal que
seja procurado para assinalar
a passagem de datas especiais.
Por isso, os restantes oito
quartos foram pensados para
hospedar lovers & friends. E é precisamente
S
aqui que ganha ainda maior destaque a
designação «emotional hotel», pois cada um
desses quartos dedicados foi batizado com
uma diferente emoção (ou com um diferente
estado de espírito, se preferir):
«Simplicidade – Meditação», «Futuro –
Destino», «Exotismo – Sensualidade»,
«Luxúria – Paixão», «Aconchego –
Protecção», «Curiosidade – Surpresa»,
«Saudade – Melancolia», «Aventura –
Descoberta», «Alegria – Divertimento»,
«Passado – Nostalgia», «Magia – Fantasia»,
«Romance– Glamour». Cada quarto foi
dotado de uma personalidade muito
própria, convidando-nos a embarcar
em doze diferentes viagens, repletas de
pormenores e de sentimentos, onde o
mais difícil será escolher em qual deles
pretendemos ficar.
Eleito Hotel Revelação pelos
prémios Boa Cama Boa Mesa,
atribuídos pelo Expresso, o
Cooking & Nature Emotional
Hotel é um desafio aos sentidos
e oferece incontáveis propostas
para ocupar os dias. Desde logo,
esquecer o ritmo do dia a dia,
aproveitando para relaxar na
piscina exterior ou nas piscina
interiores, parte integrante dos
Banhos d’Aires. Abertos de
outubro a maio, incluem um
conjunto de banhos interiores
que bebem inspiração nos
banhos árabes e nas termas
romanas, incluindo, ainda, sala de
relaxamento e sala de massagem.
Cá fora, são várias as caminhadas
pensadas para descobrir o
Parque Natural das Serras de
Aire e Candeeiros e, à noite, é
obrigatório experimentar uma das
cooking lessons. Os fantásticos
quartos são a sobremesa perfeita
para um hotel surpreendente.
cookinghotel.com
(Preços entre 135 e 159 euros/
noite)
Vantagens
O Cooking & Nature - Emotional
Hotel oferece 10 por cento de
desconto no alojamento aos titulares
de cartões da CGD, além de um
welcome drink. Saiba quais os
cartões em www.vantagenscaixa.pt
f
fugas
PAT E O D O M O R G A D O
A arte de bem receber
Nesta Casa Branca, também somos recebidos com mordomias
presidenciais: o conforto e a simpatia que só
uma casa de família pode oferecer
Por Luís Inácio Fotografia Filipe Pombo
CASTRO TORRES recebe-nos com um
grande sorriso. Os visitantes são sempre
recebidos assim, mas hoje, particularmente,
há mais motivos para sorrir. O seu vinho,
Pateo do Morgado 2009, acaba de regressar
de Bordéus com uma medalha de ouro no
Challenge International du Vin e este não cabe
em si de contente. A unidade de turismo de
habitação e o vinho acabam por estar ligados
não só pela designação, mas, também, pelo
espírito empreendedor do seu proprietário.
Ao negócio da vinha, acrescentou-se o
necessário para transformá-lo numa base para
partir à descoberta do Alentejo, incluindo,
obviamente, os vinhos (os hóspedes são
convidados a conhecer a adega e a fazerem
provas aos vinhos ali produzidos).
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Cx
a re v i s ta d a c a i xa
Esta antiga casa de família, agora adaptada
para turismo, tem 13 quartos destinados aos
visitantes. A ideia surgiu com a reforma do
casal. Castro Torres e a mulher já faziam a
sua vida entre Lisboa e o Alentejo quando
decidiram, há 13 anos, recuperar esta casa
e abrir as portas. Uma empreitada que não
se adivinhava nada fácil, tendo em conta o
estado da casa, mas para a qual contribuiu
grandemente o empenho dos filhos do
casal, arquitetos, ajudando a minorar as
preocupações dos proprietários e encontrando
soluções que permitiram a abertura do
espaço em 2007. Aproveitando a presença
dos jornalistas, Castro Torres não quer deixar
passar a oportunidade de agradecer às diversas
entidades que lhe permitiram erigir o sonho:
«A Câmara Municipal de Sousel, o ITP, o
IPPAR, o Ministério da Economia, através do
programa Prime, e, claro, a Caixa Geral de
Depósitos, que financiou o projeto.»
Encantadora, a casa do Pateo do Morgado
divide-se em três pisos, cada um deles com
quartos reservados ao turismo e espaços
públicos dedicados, com uma decoração
bem adaptada ao caráter regional que esta
apresenta. Às mobílias, que já se encontravam
na casa e que foram, na sua grande maioria,
recuperadas, juntaram-se outras peças,
adquiridas em antiquários – e até à CP, onde
fachada Um edifício com
arquitetura de evocação
setecentista
amplo Pormenor do salão
situado no segundo piso
conforto Ambiente cosy
grande O maior quarto,
no terceiro andar da casa
recuperação Uma das casas de
banho comuns, com pormenores
herdados da casa antiga
jogos Snooker para entreter
Guia de viagem
Como Ir
A partir da A2, seguir a direção de
Montemor-o-Novo pela A6. Tomar o
caminho da N4 para Arraiolos e no Vimieiro
seguir as indicações para a Casa Branca.
Aqui chegado, existem placas específicas do
turismo de habitação. O Pateo do Morgado
fica no número 8 da R. Miguel Bombarda.
pateodomorgado.pt
Castro Torres, engenheiro de formação,
trabalhou vários anos – e que respondessem
a, pelo menos, duas premissas: deviam ser
confortáveis e, obviamente, com uma estética
que permitisse inseri-las naturalmente num
espaço que, sempre que possível, tirou
partido dos materiais existentes. Ao nível do
segundo andar, num amplo mas acolhedor
salão, destacam-se madeiras exóticas que a
recuperação revelou.
Os quartos – todos equipados com casas
de banho privativas (muitas delas adotando
soluções muito originais), ar condicionado
e televisores – são muito confortáveis,
assemelhando-se aos quartos de hóspedes que
tradicionalmente encontramos numa casa de
família. É assim, em família, que o casal gosta
de receber os seus visitantes. «Temos contactos
ótimos. As pessoas vêm para conviver, estão
aqui como se estivessem em sua casa e é
precisamente esse ponto que destacam quando
partem», refere Beatriz Castro Torres. A
simpatia do casal é, de facto, um dos pontos
fortes do Pateo, mas não o único. A localização
da casa convida a uma temporada tranquila e
não faltam espaços (com a piscina à cabeça)
para nos sentarmos a apreciar um bom livro,
numa revitalizante jornada. E o Pateo do
Morgado também oferece uma ampla sala
de jogos e uma outra de fitness. A resposta a
grupos maiores é possível graças à existência
de uma sala de conferências.
O premiado Pateo do Morgado 2009 é uma
boa desculpa para nos sentarmos mais alguns
minutos à mesa antes do nosso regresso
a Lisboa. A conversa corre descontraída.
Prometemos voltar ainda no próximo ano
para acompanhar a vindima sem o pretexto
do trabalho, extraindo, tranquilamente, todas
as sensações de uma estada com o tempo por
nossa conta.
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i
institucional
IMOBILIÁRIO
CGD no SIL 2013
A Caixa foi, uma vez mais, a patrocinadora oficial do maior evento
do setor imobiliário no nosso País.
A 16.A EDIÇÃO DO SIL – Salão Imobiliário
de Portugal decorreu de 9 a 13 de outubro,
em simultâneo com a Intercasa Concept,
na FIL Parque das Nações, onde a CGD
surgiu em destaque enquanto patrocinador
oficial. Com cerca de 150 expositores
e mais de 55 mil visitantes previstos, o
SIL é, desde 1998, ponto de encontro
obrigatório para investidores, empresários,
técnicos, organismos públicos e potenciais
compradores.
Com um stand atrativo e associado
às conferências e leilões, o Grupo Caixa
patrocinou ainda em exclusivo os Prémios
SIL, reforçando um apoio já histórico a esta
iniciativa. A isto, acrescentou-se uma oferta
abrangente de imóveis do Grupo ou de
parceiros por si financiados, além de serviços
imobiliários e financeiros diversos, incluindo
o acesso a condições vantajosas de acesso ao
crédito imobiliário.
No decorrer do SIL, foram lançadas pela
Caixa duas campanhas, uma na vertente do
arrendamento e outra dirigida à aquisição de
imóveis do Grupo:
1. Até 31 de dezembro de 2013, a Caixa
oferece as primeiras três rendas nos
contratos de arrendamento envolvendo
os imóveis do Grupo que constem de
uma carteira pré-selecionada, disponível
e convenientemente referenciados no site
www.caixaimobiliario.pt. Essa carteira
inclui frações habitacionais e empresariais
e abrange todos os contratos firmados até
à data indicada, desde que concretizados
ao valor de referência da renda mensal
assinalado no site.
2. Até 31 de março de 2014, na aquisição de
imóveis residenciais e empresariais do Grupo
e desde que a escritura se concretize até
aquela data, a Caixa oferece cinco por cento
de desconto sobre o preço de referência
Saiba mais em www.caixaimobiliário.pt, através do 707 24 24 30 ou numa Agência da Caixa.
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Cx
a re v i s ta d a c a i xa
assinalado no site www.caixaimobilario.pt,
bem como todos os encargos e comissões
relacionados com o processo de compra,
incluindo: Imposto Municipal sobre
Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT),
Imposto de Selo (escritura e financiamento),
comissões de Estudo e de Avaliação,
preparação de minuta, Serviço Casa Pronta
(certidão on-line do registo predial e despesas
com o serviço-hipoteca e financiamento). O
Grupo Caixa coloca, ainda, à disposição dos
seus Clientes condições de financiamento
vantajosas para a aquisição dos imóveis.
Para ambas as campanhas, as ofertas são
extensivas a um vasto conjunto de imóveis,
incluindo apartamentos, moradias, lojas,
escritórios, armazéns e edifícios comerciais e
industriais.
P O U PA N ÇA
Fácil, cómodo
e automático
São dez as Soluções de Poupança Automática que o ajudam
a desfrutar dos melhores momentos da sua vida
A CAIXA criou as Soluções de Poupança
Automática para ajudar os portugueses
a poupar, de forma fácil, cómoda e
automática. Com estas soluções, poupará
automaticamente até quando estiver a
brincar, a rir ou a namorar. Para começar,
basta receber os rendimentos mensais
na Caixa e…
Subscrever uma conta de poupança,
a partir de dez euros. De seguida, selecione
as soluções que mais o ajudam a poupar
com comodidade.
Facilitadores de Poupança
Agendar transferências – Crie um plano
de transferências da conta à ordem para a
de poupança, a partir de dez euros e com a
periodicidade que lhe convier. Pode alterar
ou cancelar a qualquer altura.
Reforços das contas poupança – Assegure
a continuidade da poupança com um dos
depósitos a prazo que, no vencimento,
transferem automaticamente o capital
e os juros para a conta de poupança.
Arredondar as compras – Arredonde
o respetivo valor com uma das três opções
disponíveis, transferindo para a poupança
a diferença entre o valor das compras
e o arredondado.
Poupar a mesada – Os cartões LOL e LOL
Júnior ajudam a gerir as despesas correntes dos
mais novos, transferindo, no final do mês, o
montante não gasto para a conta CaixaProjecto,
a partir de um euro (ver pág. 9).
Geradores de Poupança
Caixa Aforro Poupe Mais – Com um prazo
de cinco anos, esta conta permite realizar
entregas a qualquer altura, beneficiando de
um spread semestral crescente (TANB de
Euribor 6M + 1%, no primeiro semestre,
até Euribor 6M + 2%, no último).
Cartões de crédito com cash-back –
Disponível em alguns cartões, devolve uma
percentagem para a sua poupança do que
gastou em compras com o cartão de crédito.
Serviço Caixa Família – Associe as contas de
poupança de vários familiares para que todos
possam receber automaticamente mais juros,
mantendo a privacidade da informação de
cada conta e a sua titularidade. Podem aderir
o cônjuge do titular da primeira conta,
descendentes até 4.o grau, colaterais ou seus
descendentes até 4.o grau e ascendentes
até 2.o grau, incluindo por afinidade.
Podem aderir duas contas de poupança no
mínimo, desde que não tituladas apenas por
cônjuges, sendo a primeira titulada por um
maior de 18 anos.
Serviço Gestão Automática de Tesouraria
– Otimize a liquidez através da transferência
automática para uma conta de poupança
do excedente da conta à ordem e vice-versa. Para Clientes Caixazul, Residentes
no Estrangeiro e Empresas.
NOVIDADE – Solução para poupar
de imediato
Poupança Imediata – Serviço inovador
disponível na App Caixadirecta para tablet
e smartphone, que permite transferir um
montante definido pelo Cliente, a todo
o momento, da conta à ordem para a de
poupança. Apenas com um toque.
Conheça em detalhe estas soluções numa
Agência da Caixa ou em www.cgd.pt, onde
pode simular os benefícios destas soluções
na Calculadora da Poupança, também
disponível na App para tablet e smartphone.
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55
i
institucional
CAIXA PME LÍDER
E EXCELÊNCIA
A Caixa está a ajudar a economia a dar a volta
e não é por acaso que 65 por cento das
empresas PME Líder 2012 são Clientes
da CGD1.
A Caixa apoia as empresas com vocação de
líder, aquelas empresas que querem continuar
a crescer e a ser competitivas. Com a oferta
Caixa PME Líder e Excelência, as empresas
portuguesas têm acesso a um conjunto de
soluções de gestão corrente, financiamento
de curto prazo e apoio à exportação,
em condições muito especiais…
Em novas operações de crédito2:
> Redução de spread até 175 p.b. para crédito
até 12 meses a empresas exportadoras;
> Redução da comissão de estudo no crédito
C O N TAC T L E S S
É pagar e andar!
O serviço netcaixa oferece-lhe agora maior agilidade
e comodidade, sobretudo nos pagamentos de baixo valor
OS NOVOS TERMINAIS do serviço
netcaixa dispõem de tecnologia
contactless, permitindo o pagamento
de transações até 20 euros apenas com
a aproximação do cartão. Inovador,
simples, rápido e sem necessidade de
digitar o PIN.
Esta operação é possível
com qualquer cartão contactless,
identificado pelo símbolo
ao lado. E a Caixa conta já com
um milhão de cartões emitidos com
a tecnologia contactless, com os quais
poderá obter as seguintes vantagens:
Para as empresas:
> Preçário diferenciado nas transações
até 20 euros;
> Redução das filas de espera,
dada a rapidez e a simplicidade no
pagamento;
> Redução do numerário em caixa,
dado que a aceitação de transações
de baixo valor reduz a necessidade de
«trocos»;
> Favorece a imagem do
56
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a re v i s ta d a c a i xa
estabelecimento, através da
inovação e do dinamismo nos
sistemas de pagamento associados à
funcionalidade contactless.
Para os seus Clientes:
> Rapidez e simplicidade, dada a
fácil aproximação ao terminal para
pagamento, sem ser necessário digitar
o PIN;
> Comodidade e conveniência, pois
não é necessário ter numerário na
carteira, nem ficar na fila a aguardar o
troco;
> Meio de pagamento seguro, ao
permitir apenas compras até 20
euros sem PIN, com limite de quatro
transações ou montante global até 60
euros em operações contactless.
Adira até 31 de março de 2014 e
beneficie de um preçário diferenciado
para transações de baixo valor.
Saiba mais em www.cgd.pt, numa
Agência ou Gabinete da Caixa ou
através da linha de apoio ao Cliente
netcaixa (707 29 70 70).
ao investimento e nas operações de leasing,
durante o primeiro ano.
Na remuneração de aplicações
financeiras:
> Remuneração indexada à Euribor dos
recursos excedentários na conta de gestão
automática de tesouraria;
> Depósitos a prazo on-line com prazos e
taxas diferenciadas.
Em serviços:
> Redução na mensalidade e na tarifa de
serviço de Cliente nos TPA netcaixa;
> Descontos nos seguros para empresas.
Condições de acesso:
> Ter estatuto PME Líder ou PME Excelência
atribuído;
> Possuir um mínimo de quatro produtos da
Caixa, sendo obrigatório um plafond multiusos
ou o cartão Caixaworks;
> Ter uma quota de crédito na Caixa de, pelo
menos, 25 por cento;
> Ter um volume de negócios mínimo de 100
mil euros ou recursos, a prazo ou à ordem, de
valor igual ou superior a 10 mil euros.
Informe-se em qualquer Agência, Gabinete
Caixa Empresas, em www.cgd.pt/empresas
ou ligue 707 24 24 77, das 8 às 22 horas,
todos os dias do ano.
(1)
Fonte: IAPMEI e CGD, segundo dados de dezembro
de 2012.
(2)
TAE de 5,117%, calculada com base na TAN de 4,123%
(Euribor a 3 meses + spread 3,90%) em outubro de 2013,
para uma empresa PME Líder exportadora que cumpra
os critérios de acesso aos benefícios da Oferta PME Líder.
Exemplo de um limite em conta-corrente no valor de 100 mil
euros, pelo prazo de um ano renovável, colateralizado por
garantia real, com juros pagos trimestral e postecipadamente.
Inclui juros, comissão de estudo, de contratação e de
acompanhamento e gestão.
CLIENTE MAIS
Dê a volta com a Caixa
Ser Cliente Mais é dar sempre a volta,
com mais vantagens e benefícios
ATÉ PARA NASCER TEMOS de dar a volta. E
assim é sempre que acreditamos que podemos
somar algo, em todas as fases da vida. Quando
queremos aprender mais, quando queremos
descobrir mais ou queremos estar mais seguros.
No fundo, quando precisamos de mais.
Foi por isso que a Caixa assumiu um
compromisso com os portugueses, o de ajudar
a dar a volta ao País, colocando-se ao lado das
empresas e das famílias, dos estudantes e dos
empreendedores, para que cada um possa
também dar a volta às dificuldades. E acreditar
num País melhor e num futuro mais risonho.
Para tal, a Caixa coloca à disposição mais
vantagens e mais benefícios para os Clientes
com relacionamento global centralizado na
CGD. E isso significa receber o ordenado ou
a pensão na Caixa, ter o serviço Caixadirecta,
cartão de débito e de crédito. Eis tudo o
necessário para ser um Cliente Mais e usufruir
de vantagens, muitas vantagens, entre elas:
Receber o ordenado
Enquanto Cliente Mais e em virtude de receber
o seu ordenado, pensão ou outro rendimento
regular na Caixa, não paga comissão de
manutenção da conta à ordem, poupando
busca dos seus sonhos e objetivos profissionais.
Sendo Cliente Mais, terá acesso a uma redução
de 0,125 por cento na taxa de juro, poupando
167,08 euros num empréstimo de 12 mil
euros, a 180 meses, com uma TAEG
de 4,3 por cento.
até 62,40 euros anuais (exemplo de poupança
anual para Clientes com saldos médios
trimestrais inferiores a 1500 euros). Além disso,
pode antecipar o ordenado, sem juros até 250
euros durante sete dias.1
Crediformação
Com o Crediformação2, a Caixa ajuda-o a
investir na sua formação e no seu futuro, na
Caixa Família
Associe as suas poupanças às da sua família
através deste serviço e, por exemplo, para
um conjunto de três contas Caixapoupança
no total de 50 mil euros, irá beneficiar de
mais 118,88 euros no primeiro ano (ver
quadro). Podem beneficiar da melhor
remuneração no Caixa Família os Clientes
que receberem ordenado ou pensão superior
a 500 euros ou, em alternativa, forem
detentores de um dos seguintes cartões: ON,
Caixa Activa, Caixa Woman, Caixazul, Caixa
ISIC ou MTV.
Estas são apenas algumas das vantagens
para os Clientes Mais. Saiba tudo numa
Agência da Caixa ou em www.cgd.pt
e some vantagens em poupanças, em
financiamentos, em seguros e na gestão do
dia a dia em todas as voltas da vida.
POUPANÇA COM O SERVIÇO CAIXA FAMÍLIA (EXEMPLO NO PRIMEIRO ANO)
Montante
TANB
Imposto
Juros líquidos
(semestre)
Juros líquidos
(1.o ano)
Caixa Família Base
50 000 €
1,115%(3)
28,000%
[1] 201,78 €
[3] = [1] × 2
403,56 €
Caixa Família Mais
50 000 €
2,100%(4)
28,000%
[2] 380,10 €
[4] = [2] x 2
760,20 €
Poupança adicional com o Caixa Família Mais
Poupança adicional com o Caixa Família Mais dividida pelos três Clientes
[5] = [4] - [3]
356,64 €
[6] = [5] ÷ 3
118,88 €
1. Caixaordenado: TAEG 12,6%, para uma utilização de crédito de 1500 euros pelo prazo de três meses, à TAN de 11,45%. Contratado separadamente.
2. TAEG de 4,3% calculada com base numa TAN de 3,723% (Euribor 3M + 3,500%), em outubro de 2013, para um crédito de 12 mil euros com prazo total de 180 meses (24 meses
de utilização + 36 meses de diferimento + 120 meses de reembolso) e garantia de fiança. Prestação na fase de utilização: 41,73 euros. Prestação na fase de reembolso: 123,13
euros. MTIC: 17.362,52 euros.
3. Valor corresponde a 20% da média da Euribor a 6 meses acrescido de 1,05%.
4. Taxa fixa.
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finanças
SALDO POSITIVO
Como divertir-se
sem gastar dinheiro
Saiba como fintar a austeridade e continuar
a fazer as atividades de lazer que mais gosta
COM UM POUCO de criatividade,
poderá fazer o que mais gosta sem gastos
significativos. O segredo é estar a par
das novidades e, para isso, a Internet é
fundamental. Subscreva as newsletters de
sites de atividades gratuitas, pois encontrará
algo a seu gosto e a custo zero. Eis algumas
sugestões:
1. Museus virtuais – Alguns dos melhores
museus nacionais e internacionais
disponibilizam esta ferramenta nos seus
sites, de forma gratuita. Não terá o mesmo
efeito do que ver as obras «ao vivo e a
cores», mas será enriquecedor e ficará com
uma ideia do que o espera numa futura
visita física.
Ao nível nacional, pode experimentar
a visita virtual, por exemplo, do Museu
Grão Vasco, do Museu Nacional de Arte
Antiga, do Museu Nacional de Soares
dos Reis ou do Museu Nacional do Azulejo.
Também o Palácio Nacional da Ajuda,
o Palácio Nacional de Mafra, Palácio
Nacional de Queluz e o Palácio Nacional
de Sintra dispõem desta possibilidade.
Ao nível internacional, experimente o
MoMA – The Museum of Modern Art,
o Palácio de Versailles ou o Tate Modern
Museum.
2. Atividades em família – Além das idas
à praia e dos piqueniques, explore as muitas
atividades culturais gratuitas que acontecem
pelo País. Se não sabe onde procurar,
a página Estrelas e Ouriços é um ótimo
ponto de partida. Este guia reúne ideias
de atividades em família e tem uma secção
de atividades com desconto e gratuitas.
3. Exercício – Há uma panóplia de
alternativas bem mais entusiasmantes do que
estar fechado num ginásio: dar uma corrida
à beira-mar ou praticar exercício físico num
agradável jardim são alguns exemplos. No
entanto, se precisa de motivação extra,
que tal aproveitar os últimos dias de verão
para conhecer melhor Portugal através de
caminhadas? Além de saudável, preenche
o seu tempo de forma lúdica, faz novas
amizades e conhece novos lugares. Eis três
sites de grupos de caminhadas gratuitas:
caminharemportugal.com,
amigosdotrilho.com e solasrotas.blogspot.pt.
4. Cultura – Se não dispensa uma ida
ao teatro, cinema ou workshops, terá de
conhecer o site Vou Sair, que todas as
semanas publica as «borlas» nas cidades de
Lisboa e Porto. Outra sugestão é o blogue
Cultura de Borla, que não se cinge a estas
duas cidades.
5. Leitura on-line – Existem inúmeros sites
que disponibilizam downloads gratuitos das
obras em português. Experimente o portal
brasileiro Livros Online Domínio Público,
onde encontrará várias obras, desde a
Divina Comédia, de Dante Alighieri, às de
Fernando Pessoa. Tenha em atenção que as
estrangeiras estão traduzidas em português
do Brasil.
Se pretende ler gratuitamente obras
integrais, sejam literárias, de história, de
arquitetura ou de música, a Biblioteca
Digital Camões é, também, uma ótima
solução, permitindo download. E, para os
mais pequenos, existe a Biblioteca de Livros
Digitais, que reúne vários títulos infantis
da responsabilidade do Plano Nacional de
Leitura. Apesar de não permitir o download,
poderá ler no ecrã do dispositivo escolhido
para aceder ao site.
Saiba mais sobre finanças pessoais em
www.saldopositivo.cgd.pt, o site de literacia
financeira da Caixa.
ARREDONDE COM O SEU CARTÃO
Ao efetuar compras com os cartões de débito ou de crédito da Caixa (exceto Made By), pode beneficiar do mecanismo de arredondamento da Caixa, revertendo um determinado
montante, automaticamente, para uma conta de poupança, PPR ou fundo de pensões, conforme o cartão utilizado. É muito simples, basta pedir em qualquer Agência da Caixa ou
no serviço Caixadirecta telefone para associar um dos três programas de arredondamento à escolha a um cartão da Caixa elegível. Saiba mais em www.cgd.pt.
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Cx
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Foto: Paul Bradbury
f
PROJETO C
C de consumidor
Conhecer o consumidor nacional e o seu comportamento
para identificar necessidades e quaisas soluções mais adequadas. É este
o objetivo do Projeto C, que conta com a CGD como parceira
Por Helena Estevens
Foto: Chan Pak Kei
FRUTO DE UMA ASSOCIAÇÃO
estabelecida, em 2009, pela ROI – Return
on Ideas, a IPSOS-APEME – Área de
Planeamento e Estudos de Mercado e a
Augustos Mateus & Associados, o Projeto
C – The Consumer Intelligence Lab tem
como objetivo o conhecimento, a análise
e a avaliação do comportamento do
consumidor português e das suas tendências
de mudança.
«A CGD foi o primeiro Cliente a aderir
ao Projeto C, cuja filosofia era muito
simples», explica Rui Dias Alves, CEO
da ROI. «A ideia passava por criar
uma comunidade de empresas não
concorrenciais, disponíveis para partilhar
o investimento e o conhecimento na
investigação sobre o consumidor. Queríamos
ter um banco e a nossa convicção foi que a
Instituição que melhor nos levaria a perceber
a realidade portuguesa e mais beneficiaria
de perceber o seu conjunto seria – pelas
características que tem – a CGD e, portanto,
na altura, fomos desafiá-la.»
Esta parceria da Caixa com o Projeto
C, iniciada em 2010, permite-lhe não só a
participação numa comunidade de empresas
multisetorial, como a identificação de novas
necessidades das populações, possibilitando
uma atuação comercial mais próxima e
orientada para a satisfação das expectativas
dos Clientes. «Há, em toda esta lógica, uma
partilha de experiências que permite ao
conjunto das entidades não concorrentes
irem compreendendo muito melhor o
consumidor, não apenas naquilo que é
estrito na sua categoria ou na sua indústria,
mas uma visão holística que pode permitir
ter, depois, um conjunto de externalidades
e de insights benéficos para os Clientes»,
esclarece o CEO da ROI. Até agora,
o balanço da parceria com a CGD não
poderia ser melhor: «É muito positivo
porque, se tem havido Empresa onde as
sessões durante todo o ano e as discussões
em cima do conteúdo genérico para aquilo
que são as especificidades da empresa têm
sido ricas tem sido na Caixa. Pela amplitude,
pelo facto de conseguirem congregar
diferentes áreas da Empresa, pela própria
dinâmica. Temos também envolvidas
agências de comunicação para que a
comunicação seja credível e próxima
da realidade», frisa Rui dias Alves.
Desafios lançados à Caixa
Este ano, o desafio do Projeto C, no que
se refere à Caixa, gira em torno da família
como nova entidade económica e da relação
mais séria que é hoje estabelecida com o
dinheiro, fruto do empobrecimento real do
País e das famílias portuguesas. O que está
em jogo, no fundo, é saber como preparar
o futuro em busca da sustentabilidade
perdida, através de uma nova psicologia
do dinheiro (familiarismo, conhecimento e
materialidade).
Pretende-se compreender, por exemplo,
que decisões são tomadas em conjunto, qual
a lógica de compra em escala que lhe está
inerente ou como surgem os bons negócios,
que bens são adquiridos e, depois, fruídos
de forma alargada entre os vários membros
da família. Mas também os mecanismos de
entreajuda desenvolvidos, caso dos avós que
se mobilizam para cuidar dos netos e, em
muitos casos, a pagar-lhes a educação, etc.
No que respeita à situação económica
e à quebra do poder de compra dos
consumidores, é importante analisar a nova
relação com dinheiro e o valor que lhe é
atribuído. Daí a necessidade de conhecer
melhor os vários perfis de relação e gestão
do dinheiro, para para que também as
marcas possam ir ao encontro dos desejos
dos Clientes, até porque são as alturas em
que o dinheiro escasseia as mais propícias ao
desenvolvimento de ideias, de relações e de
conteúdos assentes noutros valores.
Nos objetivos definidos para este ano,
encontra-se, igualmente, a análise da relação
dos consumidores com os diferentes pontos
de venda e os vários conceitos de retalho,
bem como a noção de value for money.
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59
saúde
NUTRIÇÃO
Dê nota cinco,
a si e ao seu filho
«É de pequenino que se torce o pepino», já diz
o provérbio popular, por isso, neste regresso às aulas,
incuta na sua família hábitos saudáveis
Por Rita Calha (dietista clínica)
NO INÍCIO DO ANO ESCOLAR, é urgente
e emergente que se estabeleçam regras
e rotinas que levem a criança e os pais
a adotarem estilos de vida e hábitos
alimentares mais saudáveis, potenciando
o rendimento escolar.
Todas as crianças devem ter o direito
a uma alimentação equilibrada, serem
fisicamente ativas e saudáveis. Contudo,
a realidade atual leva-nos para um
paradigma bastante distinto. Nos dias
de hoje, confrontamo-nos com um aumento
do sedentarismo infantil e com uma menor
diversificação alimentar. É crucial que
a obesidade infantil deixe de ser considerada
pela Organização Mundial de Saúde (OMS)
como a epidemia crescente do século
XXI. Para tal, adotemos medidas, desde
«pequeninos», para manter o peso dos
nossos futuros adultos saudável.
O exemplo vem de cima
Enquanto pai, cabe a si instituir a disciplina
alimentar em casa, algo fundamental para
que o dia comece cheio de energia. Dê nota
cinco, a si e ao seu filho, priorizando
e elegendo cinco regras para o seu dia
a dia:
1. Acorde o cérebro Institua o pequeno-almoço diariamente e sempre em casa.
Procure criar este hábito em família e
verá que todos vão trabalhar com maior
capacidade de concentração, energia e boa
disposição matinal. A investigação científica
tem demonstrado que crianças que iniciam
o seu dia com uma refeição equilibrada
apresentam melhores resultados escolares
e menos problemas de falta de atenção,
hiperatividade e agressividade;
2. Revitalize o corpo Pequenas refeições
nutritivas e equilibradas preparadas em casa
são, sem dúvida, uma excelente opção. No
intervalo da manhã, uma dose individual de
leite, um iogurte, uma peça de fruta ou uma
fatia de pão de mistura com queijo é ideal e
suficiente;
3. Conviva com o refeitório Informe-se
junto da escola sobre o funcionamento
do refeitório. À hora do almoço, uma
refeição nutricionalmente equilibrada
e variada é regra de ouro: sempre sopa,
legumes/saladas variadas, alternância entre
carne e peixe, fritos e/ou guisados só uma
ou duas vezes por semana, a inclusão
de leguminosas (feijão, grão, ervilhas) é
fundamental e a fruta deve ser a sobremesa
mais frequente. Optar pela ida ao refeitório,
mesmo que seja menos apelativo, é sempre
melhor escolha do que os snacks do bar
da escola e até do seu trabalho (merendas,
croissants, folhados, salgados, refrigerantes,
bolos de pastelaria, batatas fritas de pacote,
entre outros). Tem o direito e o dever de
exigir uma alimentação saudável e, quando
tal não se verifica, de alertar os responsáveis
para esta necessidade. Use o direito
à reclamação!
4. Equilibre a saúde O equilíbrio não
passa só pela dieta! Hidrate-se ao longo do
dia! Criar rotinas diárias de consumo de
líquidos (água, tisanas e infusões) poderá
ser uma excelente solução para si e para o
seu filho. E seja ativo! Diversos trabalhos
científicos têm demonstrado que as crianças
mais ativas apresentam melhores resultados
académicos. Incentive o seu filho a praticar
atividade física, no mínimo, três vezes por
semana;
5. Durma bem A quantidade não é
tudo. Certifique-se que o seu filho descansa
tranquilamente e dorme um número de
horas suficiente por noite, ajustado à sua
faixa etária, nunca inferior a oito horas. Um
sono reparador é fundamental para o sucesso
escolar, por isso, uma hora antes de se deitar,
crie um ambiente tranquilo e sem grandes
excitações! Deitar cedo e cedo erguer...
O Cartão de crédito HPP Saúde (1) permite a identificação dos Clientes nas unidades HPP Saúde, proporcionando-lhes condições especiais nestas
unidades, nomeadamente descontos até 20% e a possibilidade de fracionarem os pagamentos com taxas de juro diferenciadas (2).
Conheça todas as vantagens que este cartão lhe proporciona na área da saúde em www.cgd.pt.
(1)
TAEG de 24,2% para um montante de 1500 euros, com reembolso a 12 meses, à TAN de 19,00%.
(2)
TAEG de 11,6% na modalidade de pagamentos fracionados, para um montante de 1500 euros, com reembolso a 12 meses, à TAN de 9,0%, prestação mensal
de 131,63 euros e um montante total imputado ao consumidor de 1590,58 euros.
60
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
Foto: iStockPhoto
s
educação
Print
P R E PA R A R O C U R R Í C U LO
CV: o melhor cartão de visita
Mais do que um mero pró-forma, um bom currículo
pode ser a chave para abrir portas no mercado de trabalho.
Dedique-lhe a atenção que gostaria de captar no potencial empregador
Texto Ana Rita Lúcio
Ilustração: Fanatic Studio
HÁ QUEM O CONHEÇA pelas iniciais. Outros
preferem tratá-lo com pompa latina. E não
falta quem dele fale em bom português. Mas,
quer lhe chamemos «CV», «curriculum vitae»
ou, simplesmente, «currículo», todos nos
referimos ao mesmo: ao documento onde se
coligem os dados biográficos, académicos,
formativos e laborais que permitem traçar o
perfil profissional de alguém.
Desengane-se se pensar que o CV é um
mero pró-forma. Sobretudo para quem está
ativamente à procura de emprego, um bom
currículo é um cartão de visita que pode
fazer a diferença na altura de alcançar a tão
ambicionada nova posição. Se estiver bem
escrito e tiver sido construído de modo
a valorizar as suas competências, pode
distingui-lo das demais candidaturas e, quem
sabe, valer um convite para uma entrevista.
Para captar a atenção do recrutador e
causar boa impressão, há, no entanto, que ter
especial atenção no momento de o elaborar
ou atualizar. Conheça algumas regras de ouro,
das quais nenhum currículo – e nenhum
profissional – deve prescindir:
Concisão
Ser pragmático e sucinto é indispensável,
sobretudo se quiser que quem esteja a
fazer a triagem das candidaturas leia o que
está no CV. O segredo está em distinguir o
essencial do acessório: coloque as informações
relevantes, que destaquem os seus pontos
fortes, e exclua todas as que sejam irrelevantes
ou que não se adequem ao emprego em
questão. Por exemplo, pode não ser pertinente
referir que trabalhou numa loja de roupa, se
se estiver a propor a um emprego na área da
informática. Tente não exceder as duas folhas.
Organização
Para facilitar a leitura, divida o currículo
em secções, como dados pessoais, formação
e
O QUE ESCREVER?
Independentemente do
emprego a que se candidata,
existem informações de que
não deve prescindir.
Em matéria de dados pessoais,
indique o seu nome completo,
data de nascimento, morada,
número de telefone, e-mail,
nacionalidade, estado civil
e carta de condução (caso
tenha), podendo juntar uma
fotografia sóbria e profissional.
Quanto ao percurso académico,
coloque o tipo de formação e
a data de conclusão – pode,
também, especificar a média
final, se esta lhe for favorável. O
diploma mais alto é, por norma,
o mais importante e tenha
ainda em conta que formações
adicionais só devem ser
mencionadas se forem
pertinentes para o emprego em
questão. Além da experiência
profissional, faça alusão às
suas competências linguísticas
e informáticas.
académica e profissional, experiência
profissional, atividades extraprofissionais
e observações (caso existam). Evite frases
longas, deixe espaços em branco entre as
frases e entre as diferentes secções e formate
o texto: pode optar por alinhar o texto à
esquerda, destacar a informação por pontos
e sublinhar ou colocar a bold os aspetos mais
importantes. Sempre sem exagerar.
Criatividade
Este é um dos aspetos que o podem
diferenciar face à concorrência. Pode optar
por apresentar o seu currículo de uma forma
original (os currículos digitais estão hoje muito
em voga, existindo ainda outras opções), mas
nunca prescinda de ser eficaz. Tenha, também,
em conta se a vaga a que concorre se adequa a
formatos de CV mais arrojados.
Experiência
Valorize as suas competências. Ao indicar
as empresas em que trabalhou, que funções
desempenhou e durante quanto tempo,
descreva, brevemente, as responsabilidades e
tarefas executadas, dando exemplos concretos
do que efetivamente sabe fazer. Caso não
tenha ainda experiência profissional, dê mais
relevo à formação académica e a trabalhos
temporários ou estágios cuja experiência
adquirida seja pertinente.
Apresentação
Envie sempre uma impressão original do
currículo e certifique-se de que não tem
manchas, dobras, vincos ou riscos. Se optar
por um currículo em formato digital, envie-o
primeiro a uma pessoa de confiança, para
que confirme se está tudo operacional. Erros
gramaticais ou de construção frásica são
absolutamente proibidos: faça uma revisão do
documento antes de o remeter para alguém e
recorra ao dicionário, se necessário.
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
61
s
sustentabilidade
YOU NG VOLU N T E AM
Semente voluntária
No rescaldo de uma primeira edição que fez a solidariedade
e o empreendedorismo germinar nas escolas portuguesas,
o Young VolunTeam prepara-se para um regresso às aulas de olhos postos no futuro
Texto Ana Rita Lúcio
UMA VEZ ENRAIZADA nos jovens, a
vontade de dar mais ao mundo dará frutos
por toda a vida. Disso nos dá conta Carmen
Machado, na flor dos seus quase 18 anos,
ela que fez parte da equipa que, no ano
letivo passado, levou a Escola Secundária
com 3.º Ciclo D. Manuel I (ESDMI), de
Beja, a sagrar-se uma das cinco vencedoras
da primeira edição do Programa Young
VolunTeam. «Uma vez voluntário, para
sempre voluntário», assegura-nos a aluna
que, em conjunto com outros três finalistas
do 12.º ano, ajudou a lançar, pela primeira
vez, a semente do voluntariado no seio da
sua comunidade escolar.
Maria Portugal Ramôa, que também
vestiu a camisola de voluntária na mesma
escola, não poderia estar mais de acordo.
«Com certeza que vou continuar a fazer
62
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
voluntariado», garante-nos, agora que ela e
os colegas, terminado o ensino secundário,
já se encarregaram de «passar o testemunho»
aos alunos que vão dar continuidade ao
projeto ESDMI Solidária no novo ano letivo.
Lado a lado com a Escola Secundária com
3.o Ciclo D. Manuel I, entre as vencedoras
contam-se, ainda, a Escola Secundária de
Cantanhede, a Escola Secundária D. Filipa
de Lencastre, de Lisboa, a Escola Secundária
Emídio Navarro, de Viseu, e a Escola
Secundária Gabriel Pereira, de Évora.
Feito o rescaldo do ano de estreia, a
iniciativa promovida pela Caixa Geral de
Depósitos, em parceria com a Entrajuda e
a Sair da Casca, foi um sucesso. Contando,
também, com o apoio do Ministério da
Educação e Ciência, o objetivo passava
por incrementar o espírito voluntário,
Embaixadores por um mundo melhor
Na prática, este programa visa fazer dos
estudantes embaixadores de uma nova
consciência social, com a incumbência de
criar e implementar projetos de voluntariado
sustentáveis a longo prazo e que causem
impacto, não só no seu espaço escolar,
mas também nas escolas do ensino básico
do seu agrupamento e na comunidade
envolvente. Além disso, vive, igualmente,
dos «exemplos inspiradores de cidadania e
empreendedorismo» dos alunos envolvidos.
Assim o considerou José de Matos,
presidente da Comissão Executiva da CGD,
na sessão de encerramento da edição piloto,
congratulando-se pela ação de cada um
destes jovens.
O arranque desta segunda edição
concretiza o compromisso, assumido pela
Caixa, em continuar a apoiar esta iniciativa.
Um reconhecimento do trabalho de todos os
alunos e professores envolvidos na primeira
edição, assim como do papel fulcral do
voluntariado para a criação de valor para
o futuro e para o próprio desenvolvimento
Fotos: D.R.
empreendedor, combativo, inclusivo, social
e civicamente ativo dos jovens portugueses,
grassando dentro de cada comunidade
educativa, algo que foi amplamente
alcançado.
Uma simples análise aos números basta
para comprovar que o Young VolunTeam
passou no teste com todo o mérito. Dos
101 alunos representantes do ensino
secundário, oriundos de 25 escolas, que
mobilizaram 576 colegas no ano anterior,
a fasquia mais do que duplica para o ano
letivo de 2013/2014. A lição do voluntariado
prepara-se para chegar aos 1200 alunos
representantes do mesmo grau de ensino,
num total de cem escolas, a nível nacional.
Print
VOLUNTÁRIOS CRIATIVOS
Na edição piloto do programa Young
VolunTeam, os alunos que vestiram a camisola
ESDMI Solidária primaram pela originalidade
com que deram as mãos (e as patas) pelo
voluntariado
Foi a primeira vez que a prática do
voluntariado jovem entrou na Escola
Secundária com 3.o Ciclo D. Manuel I (ESDMI),
de Beja, mas o sucesso do projeto ESDMI
Solidária mostra que a lição Young VolunTeam
ficou bem estudada. A equipa de quatro
alunos, orientados por uma professora,
destaca as sessões de formação em matéria
de voluntariado junto dos alunos do primeiro e
segundo ciclo, que tiveram «uma participação
bastante ativa», segundo Maria Portugal
Râmoa.
No entanto, foi a iniciativa Dar a Pata que fez
com que sobressaíssem pela criatividade
e originalidade do seu projeto. Através
desta, ajudaram «a instituição Cantinho
dos Animais, de Beja, que acolhe e trata de
cães e gatos abandonados, dando-lhes a
oportunidade de terem um novo lar», explica
Carmen Machado. Esses predicados foram
reconhecidos na sessão de encerramento da
primeira edição do Young VolunTeam, valendo
à equipa a oportunidade de ingressar num
campo de voluntariado internacional.
vencedores: Professora Ana Castro; Ricardo
Passarinho; Carmen Machado; Beatriz Leal;
Maria Portugal (da esquerda para a direita)
cerimónia José de Matos, presidente da Comissão
Executiva da CGD, marcou presença na sessão de
encerramento da primeira edição do Young VolunTeam
CARTÃO MTV
Ganha uma pasta para portátil
das competências dos jovens. Afinal, as
ações de voluntariado são cada vez mais
consideradas uma mais-valia por parte de
potenciais empregadores, no processo de
seleção de candidatos, e podem, inclusive,
vir a ser reconhecidas no âmbito do sistema
de Reconhecimento, Validação e Certificação
de Competências.
Os protagonistas confirmam-no. No
caso do projeto da ESDMI (ver caixa
Voluntários Criativos), segundo Carmen
Machado, pesou a motivação de «poder
ajudar e desempenhar um papel ativo na
nossa cidade e o facto de desenvolvermos
as nossas capacidades de organização,
cidadania e empreendedorismo». Isto
somado à «vontade de divulgar a prática
do voluntariado junto da comunidade
escolar e civil, com o objetivo de mostrar a
importância que os voluntários e os seus atos
têm na sociedade».
Fazendo a diferença na vida das pessoas
e instituições de solidariedade social
beneficiadas com as ações de voluntariado,
Maria Portugal Ramôa acredita que a
experiência Young VolunTeam pode
também fazer a diferença em matéria
de formação. Além de «despertar os
jovens a serem cidadãos mais ativos», a
estudante ressalva que esta participação
«fez com que desenvolvêssemos o nosso
lado empreendedor e descobríssemos
que somos capazes de dar corpo a um
projeto, ferramentas que poderão ajudar,
futuramente, no nosso percurso académico e
profissional».
O cartão MTV é ideal para os
que não perdem um concerto
e sonham estar frente a frente
com a banda favorita. Com
este cartão, os Clientes podem
ir a festas e a concertos, assim
como a eventos da MTV, onde
podem conhecer as maiores
estrelas da música, tendo,
ainda, acesso a descontos
em cinema, música, cultura e
muito mais.
Disponível para maiores de 15
anos, na versão de débito, o
Cartão MTV permite efetuar
pagamentos, levantamentos,
compras e outras operações
no serviço Caixautomática,
na rede multibanco e em
estabelecimentos identificados
com o símbolo VISA, em
Portugal e no estrangeiro.
Já o cartão de crédito MTV(1)
está disponível a partir dos
18 anos e permite adquirir
bens e serviços a crédito, em
estabelecimentos da rede
Visa. Além disso, é possível
efetuar levantamentos a
crédito (cash advance) nos
caixas automáticos e balcões
de agências bancárias
identificadas com o símbolo
Visa, em Portugal e no
estrangeiro.
E as primeiras mil novas
adesões ao cartão de crédito
ou de débito MTV, entre 12
de junho e o final de 2013,
dão direito a uma pasta para
portátil. Mais informações
em www.cgd.pt,
em www.cartaomtv.com
ou numa Agência da Caixa.
(1)
TAEG de 18,7%, para um
montante de 1.500 euros, com
reembolso a 12 meses, à TAN
de 17,50%.
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a re v i s ta d a c a i xa
63
s
sustentabilidade
AS S O C I AÇ ÃO PA R
Por uma sociedade
mais solidária e inclusiva
Acompanhando as necessidades e preocupações dos jovens
há quase vinte anos, esta organização sem fins lucrativos que começou
dando especial atenção à prevenção de comportamentos de risco, abraça,
hoje, temáticas relacionadas com educação e formação, cidadania global,
cidadania europeia, o respeito pela diferença ou a interculturalidade
Por Pedro Guilherme Lopes
ESTAMOS EM 1994, ano em que se dá a
fundação da Associação Juvenil Jovem a
Jovem, que começou por ser um programa
adaptado de Inglaterra pelo Projecto Vida
(Instituição Interministerial para a Prevenção
de Drogas). Funcionava com jovens
mediadores (facilitadores) de outros jovens
para a reflexão das problemáticas da juventude,
nomeadamente sobre a droga, sexualidade,
assertividade, DST. «Eram constituídos
grupos de 50 jovens, com seis facilitadores,
apoiados por preletores especialistas (médicos,
psicólogos, etc…), que participavam num
curso de cinco dias em regime de internato»,
recorda Rui Godinho, fundador da associação.
O curso era constituído por uma dinâmica
que intercalava discussões em pequenos
grupos, preleções e discussões em grupos mais
alargados, jogos, debates, guitarradas e noites
em branco de grande partilha emocional.
Os primeiros quatro cursos foram de âmbito
nacional, para o qual foram selecionados
jovens de associações ou instituições de
todo o País. De entre os participantes, os
que demonstrassem mais capacidades
eram convidados a fazerem um curso de
facilitadores, que permitia replicar mais cursos
jovem-a-jovem. «Ao fim de algum tempo,
sentimos necessidade de nos constituirmos
como uma associação juvenil, de forma a
alargar a nossa intervenção para além da
realização dos cursos», completa.
Tanto feito e tanto por fazer
Estavam lançadas as bases para o nascimento
da Associação PAR – Respostas Sociais, algo
que viria a acontecer em 2007. Nesse ano, é
lançado um projeto piloto que viria a resultar
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a re v i s ta d a c a i xa
no Projeto Salto, o qual consistiu no treino de
competências para a autonomia no contexto
de colónias de férias, com 41 crianças e jovens
do Centro de Acolhimento de Emergência
da Casa da Alameda, em Lisboa. «Ao longo
deste tempo, conseguimos crescer e adaptar a
nossa área de intervenção às novas realidades,
mantendo, sempre, metodologias que
estiveram na base da nossa formação, como é
Print
IJOBS - INCUBADORA JUVENIL
Financiado pela Caixa, no âmbito da sua política de responsabilidade social, este
é um projeto que visa ajudar a colocar em prática ideias empreendedoras.
O objetivo foi claro: criar sinergias entre jovens empreendedores da Alta de
Lisboa e jovens empreendedores do ensino superior não residentes na Alta de
Lisboa, entre os 18 e os 35 anos, e dotá-los de conhecimentos, competências
e atitudes empreendedoras que lhes permitam desenvolver negócios que
dinamizem o bairro acima referido. Sendo o emprego uma das áreas sociais onde
a Associação PAR sente que é necessário intervir, «o iJobs conseguiu juntar
jovens com ideias empreendedoras, mas que ainda não sabiam como as colocar
em prática, com jovens habituados ao desenvolvimento de novos negócios
por fazerem parte de clubes de empreendedorismo de diversas faculdades»,
explica Joana Branco. E, depois de uma formação residencial e de outra ligada
a competências técnicas, já começaram a aparecer os primeiros resultados.
«Ainda não temos nenhum negócio formalizado, mas existem projetos com
valor que estão no bom caminho. O Alta Bike, por exemplo, está em fase de
finalização e vai compreender um ponto de venda de bicicletas, além de promover
atividades lúdicas relacionadas com o transporte de duas rodas e uma oficina
para o conserto das mesmas. A banda CLK está, também, a trilhar o caminho da
profissionalização, uma vez que os jovens começam a perceber que a música que
fazem pode ser uma fonte de rendimentos. E a revitalização da Associação de
Moradores do Bairro João Amaral tem, igualmente, dado frutos do ponto de vista
da intervenção comunitária», completa a presidente da PAR.
ISTO É PAR
O Projeto Salto assinalou, em 2007, o início da Associação PAR, mas o trabalho começou
mais de uma década antes, em 1994. Aqui estão os diversos projetos desde então.
Projeto: Na Europa
Eu Conto
Área: Educação
e Formação
Duração: 2009-2010
Descrição: Na Europa EU Conto promoveu,
no Algarve, a Cidadania Europeia Ativa junto
de líderes juvenis e jovens, entre os 15 e
os 25 anos, de diferentes nacionalidades.
Estiveram envolvidos cerca de cem jovens.
Foto: Brooke Auchincloss
Projeto: Agência ODM
Área: Educação e Formação
Duração: 2008-2011
Descrição: O projeto
consistiu na criação de uma
rede de jovens, os agentes ODM, que, através
da sua ação local, procuraram contribuir
para a redução global da pobreza extrema
e para o cumprimento dos Objetivos de
Desenvolvimento do Milénio (ODM).
o caso da educação não formal e da educação
entre pares», explica Joana Branco, presidente
da PAR. «Inicialmente, batíamo-nos,
maioritariamente, com questões relacionadas
com a prevenção de comportamentos de
risco. Hoje em dia, ganham força as questões
relativas à educação e formação, cidadania
global, cidadania europeia, o respeito pela
diferença ou a interculturalidade. Isto porque
o jovem de hoje é um jovem diferente e as
suas preocupações são outras. Passados 20
anos, queremos ter novas respostas nas várias
dimensões da vida de um jovem e temos
novos desafios pela frente.» A presidente
da PAR revela que existem novos projetos
na calha, na área do desenvolvimento e
da intervenção comunitária, para os quais
«aguardamos pelos recursos necessários para
se tornarem realidade. Vamos também lançar,
no início do próximo ano, duas formações
internacionais no âmbito do programa
Grundtvig, para as quais já temos mais de
150 pré-inscritos, provenientes de mais
de 20 países europeus. Isto sem esquecer
o nosso investimento na área da educação
e cooperação para o desenvolvimento e as
propostas de combate ao desemprego»,
sublinha Joana Branco.
Projeto: ODM Campus
Challenge (OCC)
Área: Educação e Formação
Duração: 2010-2011
Descrição: O OCC foi um
desafio lançado aos jovens universitários,
entre os 18 e os 30 anos, e agentes ODM
motivados para agir em defesa dos
Objetivos de Desenvolvimento do Milénio.
Participaram 50 equipas, num total de 250
estudantes.
Projeto: Programa
Formar *
Área: Educação
e Formação
Duração: 2009-2010
Descrição: O programa deu formação,
em diferentes áreas, aos dirigentes das
associações inscritas no Registo Nacional
de Associações Juvenis, com o intuito de os
capacitar para uma execução mais eficaz e
consciente das suas atividades e diferentes
projetos.
Projeto: Intolerant? Me?
Área: Educação
e Formação
Duração: 2007-2011
Descrição: O projeto aliou
música a um programa
de formação sobre diálogo intercultural
e, durante cinco anos, sensibilizou
sobretudo os jovens para os desafios da
interculturalidade num mundo global.
Projetos: Participolix, Atitudes
e Espaça-te
Área: Intervenção Comunitária
Duração: 2006-2008
Descrição: Os projetos,
desenvolvidos no Vale de Alcântara,
Lisboa, destinaram-se a jovens entre
os 11 e os 18 anos. Os workshops e
atividades realizados em contexto escolar
promoveram a cidadania ativa e a inserção
socioprofissional.
Projeto: Liga-te
Área: Intervenção
Comunitária
Duração: 2010-2012
Descrição: Com o objetivo de prevenir
comportamentos de risco e promover
estilos de vida saudáveis, o projeto
contribuiu para a integração sociocultural de
jovens de Benavente e de Samora Correia,
com idades entre os 15 e os 18 anos.
Projeto: Programa Jovem
a Jovem
Área: Saúde
Duração: 1994-Presente
Descrição: O programa
tem contribuído
para a prevenção de
comportamentos de risco (consumos de
substâncias psicoativas e sexualidade)
e promoção da cidadania ativa junto de
milhares de jovens. Realiza-se durante
cinco dias, em contexto residencial.
Projeto: Salto
Área: Saúde
Duração: 2007-Presente
Descrição: O projeto Salto
e, mais tarde, o Salto
Saúde visam estimular o desenvolvimento
social e pessoal de crianças acolhidas em
instituições. Nesse sentido, são trabalhadas
competências para a autonomia e
promovidos estilos de vida saudáveis.
* Programa da responsabilidade do IPDJ
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a re v i s ta d a c a i xa
65
sustentabilidade
D I S T R I B U I Ç ÃO E CO LÓ G I C A
Correio verde
Os CTT introduziram 122 bicicletas na sua rede, a maioria
PELO PLANETA
Números que contam.
assistida eletricamente, o que permite aumentar a comodidade
> Entre 1997 e 1998,
dos carteiros e preservar o ambiente, diminuindo a pegada carbónica
foi realizada uma auditoria
energética a toda a frota
dos CTT, da qual resultou
um plano de redução
energética;
> Em 2000, foram utilizadas
duas viaturas ligeiras de
tração elétrica na distribuição
postal do centro histórico de
Évora. No ano seguinte, a ação
estendeu-se a Aveiro;
> Em 2004, foi desenvolvido
um estudo de viabilidade
económica e operacional dos
combustíveis alternativos na
frota CTT e foram testados
dez veículos movidos a gás
natural em Lisboa e em Braga;
> Em 2008, foram
disponibilizados modelos
híbridos para veículos de
utilização permanente;
> Já este ano, os CTT
encomendaram 150 bicicletas
(122 para distribuição e as
restantes como reserva),
distribuídas de norte a sul
do país: Aveiro (10), Beja (7),
Coimbra (9), Évora (4), Faro
(8), Leiria (15), Lisboa (18),
Portalegre (4), Porto (13),
Santarém (15) e Setúbal (5).
Texto Pedro Guilherme Lopes
O INTERESSE DOS CTT em
promover a utilização de viaturas
elétricas e, por isso, amigas do
ambiente na distribuição do
correio não é de hoje, sendo
várias as cidades que servem de
palco à utilização de veículos
que permitem distribuir o
correio sem poluir. Face a essa
política, a empresa assumiu
compromissos ambiciosos, a
cumprir até 2020.
Agora, às duas viaturas
elétricas ligeiras de distribuição,
às cinco scooters elétricas e
às nove viaturas híbridas, os
Correios de Portugal, pioneiros
na utilização experimental de
viaturas elétricas, acrescentaram
122 bicicletas, na sua maioria
eletricamente assistidas. Este
é um investimento que veio
tornar possível que igual número
de carteiros passasse a fazer a
distribuição diária de correio
usando este meio de transporte
ecológico, prevendo-se que, em
conjunto, estas 122 bicicletas
percorram, diariamente, uma
média de 1400 km. Tal distância,
que quase equivale a uma Volta
a Portugal em Bicicleta por dia,
poderá permitir aos CTT pouparem cerca de
50 toneladas de CO2 por ano, aumentando,
ainda, a eficiência na distribuição de correio
e o conforto e segurança dos carteiros.
Além da redução dos gases emitidos para
um décimo e da quase total abolição do
ruído, os CTT preveem que o tempo do
giro diminua bastante nas situações em que
a bicicleta assistida eletricamente substitua
o giro a pé, desde logo por permitir abolir
os abastecimentos durante o percurso.
66
Print
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
Nota, ainda, que, sempre que o giro feito
em motociclo seja substituído pelo giro
em bicicleta, se esteja a contribuir para o
descongestionamento do espaço viário.
Após concurso público, estas novas
bicicletas foram produzidas em Águeda,
pela Órbita, e foram concebidas
propositadamente para os CTT, seguindo as
especificações fornecidas pela empresa. Isso
explica a introdução de acessórios como, por
exemplo, um sistema de «descanso» e travão
de parque, os pneus antifuro e os faróis
LED. E, tendo em conta que estas bicicletas
estão espalhadas um pouco por todo o País,
o fabricante criou uma rede de assistência a
nível nacional.
Uma excelente medida e um excelente
exemplo, como que a pedir que escrevamos
cada vez mais, e que permite aos CTT
reforçarem a sua posição como o sexto
operador postal do mundo com melhor
desempenho carbónico.
Foto: D.R.
f
c
cultura
1. O BARÃO
Sveva Casati Modignani
Porto Editora
Sveva Casati Modignani
revela-nos os meandros
de uma sociedade em
que os velhos paradigmas
sociais entram em confronto
com uma classe disposta
a tudo para ascender
ao poder, criando um
mosaico de personagens
vibrantes.
(€ 14,94 na Wook on-line)
1
2. A VERDADE SOBRE
O CASO HARRY
QUEBERT
3. MORTE EM
PEMBERLEY
as escolhas de...
P. D. James
Joël Dicker
Sena-Lino
Porto Editora
Alfaguara
Verão de 1975. Nola
Kellergan desaparece
misteriosamente numa
pequena vila costeira. Este
é o ponto de partida para
um thriller exemplar, que,
aos poucos, se torna num
fenómeno de vendas.
P. D. James combina as suas
duas paixões: a literatura
policial e a obra Orgulho e
Preconceito. Pegando nas
personagens desta, oferece-nos um livro que se
enquadra na linha dos grandes
romances de mistério sobre
a aristocracia inglesa.
(€ 19,80 na Wook on-line)
(€ 14,94 na Wook on-line)
3
2
Pedro
Escritor
4
As escolhas do autor
do novíssimo despaís,
romance sobre o fim de
Portugal em 2023.
SUGIRO BACH, pela
Freitagsakademie, no
ambiente de sons em
que foram compostos
os Concertos
Brandenburgueses; ou o
novo álbum dos Vampire
Weekend. Para ler, Mentiras
& Diamantes, de Rentes de
Carvalho, prosa montanhosa
e límpida, e A Causa das
Coisas, de Miguel Esteves
Cardoso, o melhor livro de
crónicas dos últimos 30 anos.
Na sétima arte, Un Homme
qui dort (1974), de Bernard
Queysanne e Georges Perec.
4. VIDA & SOMBRA
Nuno de Figueiredo
Casa das Letras
Dois amigos sonham
com o futuro. O narrador
quer ser escritor e Carlos
Santiago sonha com a
ação. O trágico e misterioso
desaparecimento de
Santiago é o mote para
este romance.
6
8
5
(€13,41 na Wook on-line)
Fotos: Alexandre Bordalo; Marco Möller (Pedro Sena-Lino)
7
8. POESIA PARA
TODO O ANO
7. BODY MUSIC
6. VERVE REMIXED:
THE FIRST LADIES
5. O AMANTE BILINGUE
AlunaGeorge
Luísa Ducla Soares
Universal Music
Vários
Dom Quixote
Porto Editora
Universal Music
Através dos mais
reconhecidos poetas do
passado e contemporâneos,
procura estimular o prazer
de ler e o gosto pela poesia e
pela língua portuguesa.
Como o título indica, o disco
atira ao corpo, mas primeiro
conquista a mente, com
uma pop estilizada a piscar o
olho aos anos 90, onde cabe
R&B, eletrónica, house e até
bass music.
A Verve continua a recuperar
clássicos pela mão de
alguns dos principais DJ da
atualidade, como Toro Y Moi,
Pretty Lights ou Miike Snow.
Música a saber a sunset!
Vencedora do Prémio Ateneo
de Sevilha, conta-nos a história
de Joan Marés. Enquanto toca
acordeão nas Ramblas, para
sobreviver, encarna um novo
papel para atingir um objetivo:
recuperar a ex-mulher.
(€ 13,41 na Wook on-line)
(€ 13,90 na FNAC on-line)
(€ 17,90 na FNAC on-line)
(€ 14,31 na Wook on-line)
Juan Marsé
Já conhece o novo parceiro do Vantagens Caixa?
A Livraria Almedina preparou uma seleção temática de livros com 15 por cento de desconto. Em outubro, a História Contemporânea estará em destaque e, no mês de novembro, pode
encontrar uma seleção dos grandes clássicos da literatura. Saiba mais em www.pmelink.pt/vantagenscaixa
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
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c
cultura
A C G D N O S F E S T I VA I S
Música para todos
A CGD renovou o seu apoio à música
este verão, apostando forte em diversos eventos.
O último dos quais foi o Caixa Alfama
NAS NOITES de 20 e 21 de setembro,
o bairro lisboeta de Alfama encheu-se de
gente num dos maiores eventos que a capital
já viu especificamente dedicados ao fado.
O público, de todas as idades, compareceu
em peso, respondendo positivamente à
primeira edição do Caixa Alfama – Aqui
Mora o Fado, um inovador festival que não
podia ter melhor estreia.
Reunindo as atuações de 40 fadistas –
entre eles nomes como os de Cuca Roseta,
Camané e António Zambujo – em dez palcos
e em apenas dois dias, o festival foi o mais
recente exemplo de apoio da CGD à música
portuguesa, um investimento que já faz parte
da história do Banco. E é, obviamente, com
especial carinho que a Caixa aposta no fado,
Património Oral e Imaterial da Humanidade
da UNESCO e, sem dúvida, uma das
grandes marcas do País no estrangeiro.
O público do festival Caixa Alfama
revelou-se bastante eclético, refletindo a
aposta transversal da CGD face à música,
procurando abranger todos os portugueses
independentemente de gostos e géneros. O
nome da Caixa surgiu assim, naturalmente,
associado às edições 2013 do Super Bock
Super Rock (SBSR), do MEO Sudoeste e do
EDP Cooljazz, à semelhança do que havia
acontecido em anos anteriores.
Nos dois primeiros, que registaram a
visita de milhares de jovens, a CGD esteve
presente com a Marca Caixa IU (ver caixa,
na pág. 69), dirigida a universitários,
tendo atribuído várias entradas, quer
em passatempos na página da Marca no
facebook (www.facebook.com/CaixaIU),
quer numa iniciativa associada à subscrição
de uma solução de poupança jovem.
A presença da Caixa nos dois festivais
68
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
Camané
Gisela João
Raquel Tavares
António Zambujo
MÚSICA, MAESTRO
O Projeto Orquestras liga a Caixa
a algumas das melhores
orquestras nacionais.
O APOIO DA CAIXA
À MÚSICA É,
ATUALMENTE, UMA DAS
FACES MAIS VISÍVEIS
DA SUA POLÍTICA DE
RESPONSABILIDADE
SOCIAL
Fotos: D.R.
traduziu-se ainda na existência de um stand,
onde decorreram muitos passatempos e
animações, incluindo a oferta de estadias no
Hostel Caixa IU. Instalado nos respetivos
parques de campismo, este Hostel permitiu
uma forma diferente e mais confortável para
os jovens Clientes da Caixa pernoitarem nos
festivais.
Já no EDP Cooljazz, um evento com
outro conceito, direcionado para um público
totalmente diferente, a Caixa marcou
presença com a Marca Caixazul, tendo
também oferecido 250 bilhetes no âmbito
da subscrição de uma solução de depósitos
a prazo.
Para a história destes festivais de verão
ficaram momentos altos como o DJ set de
Avicii, no MEO Sudoeste, as atuações dos
Arctic Monkeys ou dos Queen of the Stone
Age, no SBSR, e a estreia de John Legend em
Portugal, no EDP Cooljazz.
A importância do apoio
Numa conferência de imprensa de antevisão
do Super Bock Super Rock, Luís Montez –
fundador da Música no Coração, produtora
responsável por estes festivais apoiados pela
Caixa – avançou aquele que considerava
ser um dos principais motivos da aposta
das marcas nos festivais: «Aqui há contacto
direto com as marcas, é impossível fazer
zapping.»
Esse é um dos pressupostos da Caixa
Geral de Depósitos, ao apostar em
eventos como estes, que tanto dizem aos
portugueses, a quem gosta de música
e, também, aos artistas nacionais. Estar
presente nas grandes iniciativas culturais,
neste caso ligadas à música, não só em
eventos ditos mais eruditos, como a música
de orquestra (ver caixa), mas também
naqueles considerados mais massificados e
com grande visibilidade nos meses do verão.
Neste contexto, o apoio da CGD à música
extravasa em muito os limites dos recintos
dos festivais, chegando, inclusive, aos eventos
académicos, com a presença nas Queimas
das Fitas de Évora, Coimbra e Porto, na
Semana do Enterro de Aveiro, na Semana
Académica de Lisboa e na Semana do Enterro
da Gata no Minho. Além disso, a Caixa apoia,
regularmente, concertos de artistas nacionais
no estrangeiro, dedicando especial atenção às
comunidades portuguesas.
Efetivamente, o apoio da Caixa Geral de
Depósitos à música tem sido uma constante,
tornando-se, assim, uma das faces mais
visíveis da sua política de responsabilidade
social. Recentemente, numa entrevista
exclusiva à Cx, Luís Montez ilustrava este
facto, destacando a importância da CGD
no festival Caixa Alfama. «Felizmente que
a Caixa acreditou no projeto e tenho a
convicção de que vamos lá estar [N.R.: em
Alfama], pelo menos, dez anos juntos.»
Sendo o fado um ícone da cultura nacional,
pode bem ser que se concretize.
O apoio da Caixa através do Projeto
Orquestras (ver Cx 11) abrange as
Orquestras do Norte, do Centro,
Clássica do Sul (OCS) e a Orquestra
Metropolitana de Lisboa. Um
envolvimento que permite não só
levar a música clássica a públicos
que tradicionalmente não teriam
acesso a este estilo, mas também o
desenvolvimento de várias iniciativas,
entre as quais concursos destinados
a revelar novos valores e outros
eventos vocacionados para os mais
jovens. Nota para a OCS, fundada já
em setembro e herdeira da Orquestra
do Algarve, até então também
parte do Projeto Orquestras. A nova
instituição pretende alargar a sua área
geográfica de atividade sempre com
uma programação diversificada e de
qualidade.
CAIXA IU
Destinada aos
estudantes do ensino
superior, a Marca
Caixa IU agrega todo
o valor que a Caixa
tem para este público, incorporando
um leque de benefícios e atributos de
interesse específico:
› Protocolos de cooperação com as
escolas;
› Produtos e serviços inovadores ou
exclusivos;
› Canais próprios de contacto e de
acompanhamento (ex: Portal Caixa IU, em
www.caixaiu.pt, ou página no facebook,
em www.facebook.com/caixaiu);
› Custos adequados a uma fase da vida
ainda sem rendimentos relevantes;
› Processos simplificados de adesão a
produtos e serviços;
› Participação ativa em eventos
académicos.
Tudo para uma gestão mais fácil do dia a
dia e para a concretização das ambições
académicas de cada estudante.
Mais informações em qualquer Agência
da Caixa ou do Caixadirecta IU, através
do número 808 212 213, 24 horas por
dia, todos os dias do ano.
c
cultura
C U LT U R G E S T
Um aniversário entre amigos
A Fundação CGD – Culturgest comemorou duas décadas de vida,
evocando, simbolicamente, o seu início
FOI DE FORMA SIMPLES, mas festiva, que
se comemoraram os 20 anos da Culturgest
durante este mês de outubro. A ocasião serviu
para reunir amigos e homenagear o percurso
da Fundação, num conjunto de iniciativas
que decorreram durante dois fins de semana.
Para trás fica todo um universo de
propostas que, ao longo de duas décadas,
foram passando não só pelos espaços da
Culturgest, em Lisboa e no Porto, mas
também por muitos outros, através, por
exemplo, das várias exposições itinerantes da
Coleção da Caixa Geral de Depósitos.
Além de artistas nacionais e internacionais,
das mais diferentes proveniências e géneros,
a história da Culturgest conta ainda com a
colaboração de diversas entidades. São o caso
da Gulbenkian, da Fundação de Serralves
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Cx
a rev i s ta d a ca i xa
ou de várias universidades, entre muitos
outros exemplos com quem a Fundação foi
estabelecendo importantes parcerias.
Resumir 20 anos de atividade seria
sempre uma tarefa ingrata e redutora, mas,
neste caso, torna-se obrigatório mencionar
também o Serviço Educativo ou as inúmeras
conferências que marcam regularmente o seu
programa, promovendo o debate em torno de
temas atuais.
E, já que falamos de iniciativas marcantes,
há que referir ainda o PANOS – Palcos Novos
Palavras Novas, um projeto da Culturgest
que alia o teatro escolar e juvenil às novas
dramaturgias. Inspirado no programa
Connections, do National Theatre de
Londres, a iniciativa vai já na oitava edição,
apresentando novas peças todos os anos,
escritas propositadamente para serem
representadas por grupos escolares ou de
teatro juvenil.
São, pois, muitas e boas razões para
comemorar, e assim se fez.
As comemorações
Para honrar a sua história, nada mais
oportuno do que convidar aqueles com
quem a Culturgest tem mantido uma relação
mais constante. Foi isso que aconteceu,
discretamente, durante todo este ano.
As comemorações mais formais tiveram
lugar nos últimos fins de semana, em dois
momentos distintos. Entre os dias 4 e 6
de outubro, os visitantes puderam assistir
a um conjunto de espetáculos de entrada
gratuita, incluindo performances coreográficas,
instalações/performance, dança, teatro e
música. Tudo sem roteiro obrigatório e
culminando com um convívio na cafetaria
da Culturgest, onde o público pôde interagir
com artistas e organizadores.
A título de exemplo, assinala-se um
trabalho em progresso de Vera Mantero,
intitulado Mais Pra Menos Que Pra Mais, e
um outro de Jacinto Lucas Pires e de Tiago
Rodrigues (Mundo Perfeito), cuja versão final
será apresentada em 2014. Além disso, o
programa deste primeiro fim de semana
incluiu um leque de curtas peças musicais de
compositores portugueses, entre as quais se
regista a estreia de uma encomenda a Andreia
Pinto-Correia.
O segundo momento teve lugar a 11 e
12 de outubro, precisamente na passagem
da data em que se celebram os 20 anos da
Fundação. De forma simbólica, o programa
revisitou o arranque das atividades da
Culturgest com a realização de um concerto e
a inauguração de uma exposição.
O primeiro foi, sem dúvida, um dos
momentos maiores das comemorações e
ficará na memória de todos. Falamos do
Concerto de Aniversário que teve lugar
nesses dois dias, no primeiro apenas para
convidados, enquanto no segundo foi aberto
ao público. Conciliando o barroco com o
contemporâneo, o concerto dividiu-se em
duas partes. Na inicial, ouviu-se Música
para os Fogos de Artifício Reais, de Georg
Friedrich Haendel, composto em 1749 para
ser tocado no Green Park, em comemoração
do fim da Guerra da Sucessão Austríaca.
Seguiu-se o belíssimo Concerto n.º 1 para
Instrumentos de Teclas, de Johann Sebastian
Bach, interpretado excelentemente ao piano
por Pedro Burmester.
A segunda parte do concerto apresentou
uma obra encomendada a António Pinho
Vargas, compositor e músico com quem
A importância de um
«aniversário redondo»
Miguel
Lobo Antunes
Administrador da
É um costume social comemorar os chamados
Fundação CGD - Culturgest
«aniversários redondos». Não sei porquê, damos-lhe uma importância muito maior do que todos os outros aniversários. Embora em todos
assinalemos a passagem do tempo e o desejo de permanência para além dessa passagem.
Por isso resolvemos comemorar os 20 anos da Culturgest. Como agradecimento a todos os
que nos ajudaram a ser quem somos: a nossa Instituidora, muitas Estruturas da Caixa e muitos
dos seus colaboradores, os artistas, o público, a comunicação social, as instituições culturais e
muitos outros. Para além, evidentemente, das entidades oficiais (nunca soube a origem desta
expressão), que representam o País.
Os tempos estão difíceis. Não é a altura, nem teríamos os meios, para grandes manifestações.
Num primeiro fim de semana alargado, de 4 a 6 de outubro, com entrada livre, apresentámos,
espalhados por diversos dos nossos espaços, um conjunto de pequenos espetáculos,
performances, curtos recitais de música, fragmentos ou esboços do que virão a ser espetáculos,
em áreas artísticas que ao longo do tempo têm feito a nossa vida.
No dia 11, em que completámos os 20 anos de atividade, replicámos a fórmula usada no dia 11 de
outubro de 1993: um concerto de música clássica e a abertura de uma grande exposição com a
Coleção da Caixa. O concerto, nesse dia, como em 1993, foi só para convidados. Mas no dia 12 foi
para toda a gente que quis vir e coube no nosso auditório. A entrada também não foi paga.
O concerto incluiu, na primeira parte, duas obras-primas da música barroca, a Música para os
Fogos de Artifício Reais, de Haendel, e o Concerto n.º 1 para Instrumentos de Teclas, de J. S. Bach,
interpretado ao piano por Pedro Burmester. Para a segunda parte convidámos António Pinho
Vargas a compor um Magnificat. Um hino de agradecimento e louvor, cujo significado vai para
além do seu sentido religioso. Longa vida à Culturgest!
a Culturgest tem uma estreita ligação há
muitos anos. Trata-se de um Magnificat para
coro e orquestra, num palco partilhado
pelo Coro Gulbenkian e pela Orquestra
Metropolitana de Lisboa, sob a direção do
maestro Cesário Costa, também ele presença
frequente nos programas da Culturgest.
Quanto à exposição, as galerias de Lisboa
e do Porto da Fundação recebem até 12
de janeiro a Coleção da Caixa Geral de
Depósitos, numa iniciativa inaugurada no
último dia das comemorações. Iniciada nos
anos 60, esta coleção conta com mais de
1700 peças, não só de artistas portugueses,
mas também de brasileiros e africanos de
expressão portuguesa, utilizando os mais
variados meios.
Acompanhando um período que remonta
até ao século XIX, a Coleção da CGD reflete
um já longo histórico de apoio às artes e à
cultura nacional por parte da CGD, neste caso
no âmbito da preservação e divulgação do
património artístico coletivo. Esta exposição,
em particular, afirma-se como uma viagem
através dos núcleos mais representativos da
Coleção e contou com uma visita guiada
pelo curador Bruno Marchand no dia da sua
inauguração, algo que se repetirá a 14 de
dezembro.
Foi, portanto, uma comemoração cheia de
vida e de amigos, onde não faltaram alguns
dos mais reconhecidos artistas e entidades
culturais nacionais, a lembrar aquele 11 de
outubro de 1993. Parabéns, Culturgest!
Os cartões da Caixa dão descontos na Culturgest
Ser Cliente da Caixa dá acesso a um universo de vantagens, que pode descobrir em www.vantagenscaixa.pt. Entre elas, incluem-se
descontos na Fundação CGD – Culturgest para detentores de alguns cartões da Caixa:
› 40 por cento de desconto na aquisição de até dois bilhetes por espetáculo aos titulares dos cartões ITIC (1), ISIC (2), Caixa IU e Caixa Activa (3);
› 30 por cento de desconto na aquisição de até dois bilhetes por espetáculo aos titulares dos cartões Caixa Gold (4), Caixa Woman (5),
Visabeira Exclusive (6) e Caixadrive (7).
› Os titulares dos cartões Caixa IU, ITIC (1) e ISIC (2) beneficiam, ainda, de 40 por cento de descontos em exposições.
(1)
TAEG de 22,1%/TAN de 18,50%; (2) TAEG de 19,3%/TAN de 17,90%; (3) (crédito) TAEG de 22,2%/TAN de 20,75%; (5) (crédito) TAEG
de 23,8%/TAN de 24,00%; (6) TAEG de 23,3%/TAN de 22,30%; (7) TAEG de 22,6%/TAN de 20,50%; todos para um montante
de 1500 euros, com reembolso a 12 meses.
(4)
TAEG de 24,2%, para um montante de 2500 euros, com reembolso a 12 meses, à TAN de 19,75%.
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a rev i s ta d a ca i xa
71
agenda
CINEMA
Cinanima
11 a 17.11
Espinho + Fundação CGD –
Culturgest, Lisboa
O Cinanima – Festival Internacional
de Cinema de Animação é o mais
importante festival de cinema de
animação português. Realiza-se
em Espinho, desde 1976, tendo
este ano a sua 37.ª edição, o que o
torna um dos mais antigos festivais
deste tipo de cinema em todo o
mundo. À semelhança do que vem
acontecendo há anos, a Culturgest
tem o prazer de se associar ao
Cinanima, projetando uma seleção
de filmes premiados feita pela
organização do Festival.
Tem lugar a 8 de dezembro.
MÚSICA
Tropa Macaca
08.11
Fundação CGD – Culturgest, Porto
Tropa Macaca são André Abel e
Joana da Conceição, banda sediada
em Lisboa que trabalha no campo
da composição contemporânea
eletrónica. Com cerca de seis anos
de parceria criativa e atividade
pública, editaram a sua música
em selos fundamentais do
underground europeu e norte-americano, como a Qbico e a
Siltbreeze, tendo o mais recente
Ectoplasma sido lançado na nova-iorquina Software, de Daniel
Lopatin (Oneohtrix Point Never).
Depois de, no início deste
ano, terem levado a cabo uma
extensa digressão europeia,
CINEMA
Doclisboa 2013
24.10 a 03.11
Fundação CGD – Culturgest, Lisboa
O Doclisboa representa um lugar
de convívio, debate e pensamento
vivo, um espaço de proximidade
e partilha entre o cinema e
o público. As competições
Internacional, Portuguesa e
Investigações apresentam
uma seleção dos filmes mais
relevantes do último ano. A
secção Riscos, comissariada por
Augusto M. Seabra, debruça um
olhar sobre o cruzamento entre
o documentário e a ficção; Heart
Beat explora a relação entre
o cinema, a música e as artes
performativas. Verdes Anos
foca-se em autores ainda em
formação, num apelo à reflexão
sobre o ensino do documentário,
e Cinema de Urgência procura
ver o cinema como ação direta,
em contraposição aos media
tradicionais. Alain Cavalier
é o realizador em foco, com
uma retrospetiva integral
inteiramente dedicada ao seu
trabalho, enquanto Moving Stills –
Photography, Photographers and
Documentary Film apresenta um
conjunto de obras que explora a
ligação entre cinema e fotografia.
O Doclisboa assinala os 40 anos
do golpe de Estado que derrubou
o governo da Unidade Popular
de Salvador Allende, no Chile,
com o foco: 1973-2013. O Golpe
Militar no Chile: 40 Anos Depois.
Este ano, é inaugurada a secção
Doc Alliance, composta por
filmes selecionados pelos mais
relevantes festivais de cinema
documental da Europa.
esta apresentação foi feita
especificamente para o espaço da
Culturgest, sendo a sua primeira
data no Porto, em 2013.
Jazzores
09 e 10.11
Teatro Micaelense, Ponta Delgada
CONDIÇÕES PARA CLIENTES DA CGD
40% DE DESCONTO NA AQUISIÇÃO
DE ATÉ 2 BILHETES POR ESPETÁCULO
AOS TITULARES DOS CARTÕES CAIXA
ITIC, ISIC, CAIXA IU E CAIXA ACTIVA.
30% DE DESCONTO NA AQUISIÇÃO
DE ATÉ 2 BILHETES POR ESPETÁCULO
AOS TITULARES DOS CARTÕES CAIXA
GOLD, CAIXA WOMAN, VISABEIRA
EXCLUSIVE E CAIXADRIVE.
72
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
O festival Jazzores está de
regresso a Ponta Delgada. No dia 9,
sobe ao palco Ursula Opens, uma
das mais conceituadas artistas
mundiais, nomeada para três
Grammy Awards e regularmente
convidada para atuar ao lado de
orquestras como a de Nova Iorque,
Los Angeles, Boston ou Berlim,
entre outras. Neste espetáculo,
a sua atuação incidirá sobre o
compositor norte-americano
Elliott Carter. No dia seguinte, é
a vez de Maya Homburger (em
violino barroco) e Barry Guy
(em contrabaixo), fundadores da
editora Maya Recordings. Barry
Guy é, inclusivamente, uma das
maiores referências do jazz à
escala mundial, tendo fundado a
London Jazz Composers Orchestra
e a Barry Guy New Orchestra.
TEATRO
Intimidade de Ranters
Theatre
29.11 a 01.12
Fundação CGD – Culturgest, Lisboa
Depois de ter passado pela
Culturgest com Holiday (peça
para dois atores e uma piscina
insuflável), o Ranters Theatre
prolonga com este espetáculo
uma investigação sobre a conversa
(banal, bizarra ou confessional).
Baseado em encontros reais
com desconhecidos numa rua de
Melbourne, Intimacy fornece uma
visão poderosa e complexa de
como interações simples podem
gerar conhecimento humano
de uma enorme profundidade.
Quanto de nós mesmos estamos
preparados para mostrar? Porque
é que, por vezes, é mais fácil
ser honesto com um perfeito
desconhecido do que com alguém
que conhecemos? Será isto, de
facto, honestidade ou apenas mais
uma representação?
Fotos: D.R.
a
vintage
v
O INÍCIO DE TUDO
Assim nascia a Caixa
A história da transição de valores do Depósito Público
para a Caixa Geral de Depósitos
Por Gabinete de Património Histórico da CGD
Foto: João Cupertino
As alterações mais significativas no Depósito
Público deram-se em 1837, com a criação da Junta
do Crédito Público, sendo o primeiro extinto em
1870. Surgia, então, o problema de como gerir
os destinos financeiros e a própria dívida, agora
assegurada pela Junta do Crédito Público.
registados
a 10 de abril
Efemérides que marcam,
também, o dia de
aniversário da Caixa
Geral de Depósitos.
Apesar da atividade bancária em
Portugal ser, na época, já uma realidade,
só no primeiro quartel do século XIX é
que começaram a proliferar instituições
bancárias pelo País. Até aí, não existia
qualquer referência a um banco do Estado,
com exceção de algumas diretrizes de 1757,
sobre aplicações de fundos na Companhia
Geral do Grão Pará e Maranhão.
O Depósito Público foi criado em
simultâneo com as companhias
monopolistas acima referidas. Este não
era, propriamente, um banco; estava
vocacionado para a receção de depósitos
obrigatórios, sendo, porém, já possível
guardar nele depósitos voluntários: dinheiro
líquido, ouro e prata lavrada ou pedras preciosas.
Por não ser um banco, os valores eram apenas
depositados, sem aplicação ou juros.
FACTOS
Estima-se que, em 837, o
cometa Hailey tenha feito
a passagem mais aproximada
da Terra, até hoje.
1.
Em 1821, é decretada
a abolição dos privilégios
da nobreza, em Portugal.
2.
Nasce, em 1847, Joseph
Pulitzer, jornalista e
editor norte-americano, de
origem húngara, criador dos
prémios de jornalismo e artes.
3.
Junta do deposito publico de Lisboa, em 30 de
Dezembro de 1876; Da Junta do deposito publico
do Porto, em 28 de Fevereiro do anno corrente; Das
diversas arcas ou cofres dos orphãos, por todo o mez
da installação para as respectivas comarcas; Dos
depositarios geraes e de quaesquer outros dos juízos,
desde a installação nas comarcas respectivas até 30 de
Junho próximo findo.
Em 1912, o navio Titanic
zarpa para a sua viagem
inaugural, que haveria de
terminar tragicamente, quatro
dias depois.
4.
O revolucionário
mexicano Emiliano Zapata
é assassinado, em 1919.
5.
As tropas aliadas libertam,
em 1945, o campo de
concentração de Buchenwald,
na Alemanha.
6.
A ideia de um banco público germinava há
muito, de modo a aproveitar as poupanças e
aplicá-las no financiamento do Estado. A CGD
surge, assim, em 1876, por decreto de 10 de
abril, de início administrada pela Junta do Crédito
Público, visando, sobretudo, receber os depósitos
obrigatórios, voluntários e provisórios.
Da Junta do Depósito Público de Lisboa e Porto,
foram entregues à Junta do Crédito Público,
como administradora da CGD, todos os livros,
documentos e outros objetos existentes na sua
repartição. Acompanhavam os objetos, livros e
demais valores, balanços e inventários e relações
adjuntas de todos os espécimes existentes
nas repartições e arquivo destas juntas. Tudo
devidamente documentado em mapas de registo
como aquele que aqui vemos.
Tornava-se, pois, necessário transferir os
valores das antigas congéneres. O artigo 95.º do
Regulamento Provisório de 6 de dezembro de
1876 previa uma instalação gradual dos serviços
da nova Caixa e a transição dos antigos depósitos,
dispersos por várias entidades, para a mesma:Da
A partir de aqui, a nova instituição estava pronta
para continuar a aplicar os fundos provenientes
dos depósitos e a alimentar as despesas públicas,
tendo apenas de se precaver das garantias
necessárias e com as regras de gestão de uma
instituição bancária.
As tropas da NATO
lançam o primeiro ataque
na Bósnia-Herzegovina,
em 1994.
Em 1947, um movimento
liderado pelo almirante
Mendes Cabeçadas faz uma
tentativa frustrada de derrubar
a ditadura portuguesa.
7.
Os Beatles anunciam a
sua separação, em 1970.
8.
9.
O Presidente da Polónia
Lech Kaczynski morre
num desastre de avião,
em 2010.
10.
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73
f
fecho
MILES & MORE
Viajar ficou mais fácil
Além de meio de pagamento de grande conveniência,
estes cartões oferecem milhas e benefícios a quem viaja
frequentemente de avião
emitido em parceria com a lufthansa
e o programa de passageiro frequente Miles
& More, os cartões de crédito Miles & More
Gold1 e Miles & More Classic2 são aceites
em Portugal e no estrangeiro, permitindo
acumular milhas. Estas podem ser trocadas
por viagens de avião na Lufthansa ou
em qualquer companhia aérea membro
do consórcio Star Alliance, como a TAP
Portugal.
As milhas acumuladas são válidas por
um período ilimitado, caso tenha aderido
ao cartão há, pelo menos, três meses e se
efetuar uma operação geradora de milhas
(compra) por mês com o cartão Miles &
More da Caixa.
Além disso, estes cartões permitem-lhe:
> Definir a modalidade de pagamento do
saldo em dívida;
> Aceder a uma linha de crédito suplementar
(1)
(2)
(3)
Um micro-site para
si que vive lá fora
para o pagamento fracionado3 de compras
de maior montante, libertando o limite de
crédito do seu cartão;
> Reduzir 50 por cento nas anuidades dos
cartões do cônjuge e dos filhos até aos 24
anos;
> Aceder a descontos, serviços e a um
completo pacote de seguros, com coberturas
específicas para deslocações e viagens.
Para mais informações, visite uma
Agência da Caixa ou veja em www.cgd.pt.
TAEG de 24,2% para um montante de 8750 euros em compras, com reembolso a 12 meses, à TAN de 22,50%.
TAEG de 24,1%, para um montante de 4000 euros em compras, com reembolso a 12 meses, à TAN de 22,50%.
TAEG de 18,8% na modalidade de pagamentos fracionados, para um montante de 1500 euros, com reembolso a 12 meses,
à TAN de 15,0%, prestação mensal de 135,39 euros e MTIC de 1643,12 euros.
CGD ao lado dos portugueses no estrangeiro
Durante este verão, a Caixa dedicou especial
atenção aos portugueses a residir no
estrangeiro, procurando fortalecer os laços
e proporcionar um pouco de calor e alegria
durante a sua passagem por Portugal. Foi,
assim, em ambiente de afeto e proximidade
que decorreram diversas festas e convívios,
nomeadamente na Quinta do Carvalho, em
74
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
Viana do Castelo, no Castelo de Belmonte
e na Quinta do Terreiro da Luta, perto da
cidade do Funchal, na Madeira.
Além disso e à semelhança de anos
anteriores, a Caixa manteve a sua ação de
acolhimento na fronteira de Vilar Formoso,
por onde passaram milhares de emigrantes
no primeiro fim de semana de agosto, com
direito a brindes e lembranças. Não muito
longe, no Sabugal, a Caixa associou-se
à 1.a edição do Festival Caixa Emigrante,
proporcionando a muitos portugueses a
oportunidade de assistir a um espetáculo de
Tony Carreira. Esta foi uma forma de reforçar
a ligação com um conjunto de Clientes muito
especial, que vive e celebra Portugal mesmo
à distância, sem esquecer as suas origens e
respetivos laços afetivos.
Muitos portugueses têm familiares
ou amigos a viver noutro país. Alguns,
eventualmente, estarão até de férias
em Portugal, pelo que deixamos
a pergunta: será que conhece o
micro-site dedicado aos residentes
no estrangeiro da Caixa Geral de
Depósitos?
Se não conhece, saiba que se trata de
um portal onde encontrará assuntos
de interesse específico, que ajudá-lo-ão a planear e a gerir a sua
vida no estrangeiro. Sem esquecer
as soluções de financiamento, de
poupança e de seguros que a Caixa
coloca à disposição de quem está
longe, mas com Portugal sempre no
seu coração.
Além disso, o micro-site conta com
uma série de secções de informação,
a começar pela sempre útil página
das perguntas frequentes, onde
encontrará muitos esclarecimentos
essenciais a quem vive, pensa
viver ou tem família a residir no
estrangeiro. A isto, junta-se uma
página de notícias que deixam estes
portugueses mais próximos do seu
País, uma agenda de eventos no
estrangeiro com o cunho da CGD e
entrevistas com casos de sucesso
nacionais a residir fora do nosso País.
O acesso ao Caixadirecta
internacional e a lista e respetivos
contactos dos Escritórios de
Representação e Sucursais da CGD
são outras das muitas ferramentas
disponíveis.
Descubra este micro-site e todas as
soluções que ele oferece em
http://residentesnoestrangeiro.cgd.pt.
NETCAIXA CONTACTLESS
É PAGAR E ANDAR.
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