Scania R 440 EGR Euro 5 testado em Portugal

Transcrição

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FROTA
Veículos Utilitários
ANO XIII NÚMERO 81 BIMESTRAL DEZEMBRO 2008
Entrevista a Henrique Nogueira da Auto-Sueco
Reportagem sobre Transporte de Animais Vivos
Scania R 440 EGR Euro 5
testado em Portugal
Este suplemento faz parte integrante da revista CARGO - Transportes & Logística e não pode ser vendido separadamente
FROTA
Editorial
Ano novo, vida nova
Sumário
Breves .................................................................
4
Entrevista
Henrique Nogueira, Auto-Sueco ........................... 10
Lançamentos
Novos Volvo FM e FH
estreiam-se em Portugal ......................................
Novo Magnum 500
mostra a sua raça .......................................................
Scania R 440 EGR Euro 5 testado em Portugal ....
Dacia aposta nos comerciais ligeiros ....................
12
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Reportagem
Transporte de animais vivos:
Operadores profissionais ganham peso ............... 20
Actualidade
Renault aposta na formação
em condução económica ......................................
Comportamento do consumidor automóvel
é muito volátil ........................................................
Renault Trucks debate uso de grandes
camiões nas áreas urbanas ...................................
Vendas de Novembro não reagem
ao aumento da carga fiscal que aí vem ................
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Competição
Dakar 2009: Elisabete Jacinto aposta na vitória ... 30
Breves ................................................................. 32
Notícias UE .......................................................... 34
A União Europeia (UE) apresentou este mês um plano de ataque à
crise económica que prevê apoios
a vários sectores da indústria europeia. Ao todo, há um bolo de
cerca de 200 mil milhões de euros,
o que corresponde a 1,5% do PIB
da UE. A parte mais substancial
deste pacote (à volta de 80%) será
da responsabilidade de cada país,
mas Bruxelas, por si, vai avançar
um conjunto de medidas destinadas
a acelerar a execução dos projectos
prioritários inscritos na Rede Transeuropeia de Transportes (RTE-T).
Entre elas, a disponibilização, até
finais de Março, de um envelope
com cerca de 500 milhões de euros
para as RTE-T. A Comissão decidiu
também que alguns projectos poderão beneficiar, excepcionalmente,
de 100% de pré-financiamento em
2009.
São boas notícias para o sector.
Havendo verbas para investimento,
poderá surgir mais rapidamente a
tão ansiada recuperação; haverá
menos camiões no parque, sem trabalho e o rendimento dos que vivem
da “roda” será menos afectado. É a
esta expectativa que teremos que
nos agarrar neste final de um desolador 2008, um panorama que não
queremos que se repita no ano que
vamos agora iniciar. E, para isso,
todas as medidas de reanimação da
economia são benvindas.
O director
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Dezembro 2008
Dezembro 2008
3
Breves
Extra
FROTA
Renault Trucks
aposta nos
estudantes...
A Renault Trucks aposta na promoção
de ligações entre a empresa e escolas
secundárias e universidades. Nesse
sentido a marca acaba de anunciar a reorganização do “Campus Management”
para continuar a garantir que o tempo que
os estudantes dispendem na empresa é
benéfico para ambas as partes.
O ”Campus Management” pretende
desenvolver vínculos entre a Renault
Trucks e as instituições de ensino a fim
“de elevar o perfil da empresa e diversificar as suas relações” e inclui, entre
outros, estágios, voluntariado corporativo
internacional, formação teórico-prática e,
por vezes, parcerias com organizações
governamentais.
Além disso, a marca procura colaboradores em feiras para estudantes.
Para promover a diversidade, a Renault Trucks tenta ainda apoiar jovens em
áreas e escolas mais desfavorecidas. n
Gasóleo já está
abaixo de um euro
No passado dia 15 deste mês de Dezembro a Galp desceu o preço do gasóleo
em 2,6 cêntimos, passando o litro a custar
menos de um euro, tal como na BP.
O preço de referência do gasóleo nos
postos da Galp passa para 0,998 euros
o litro.
Também à meia-noite de hoje a BP
baixou o gasóleo em dois cêntimos para
0,999 euros o litro e o do Ultimate Diesel
para 1,075 euros. A última vez que a BP
teve o gasóleo a menos de um euro foi em
05 Fevereiro de 2007.
Na Repsol, o gasóleo está actualmente
a 1,038 euros.
Desde a liberalização do mercado
dos combustíveis, em Janeiro de 2004,
os preços do gasóleo mantiveram-se
consecutivamente abaixo de um euro até
Agosto de 2005
A partir daí os preços estiveram sempre acima de um euro, com excepção de
breves períodos em Dezembro e Janeiro
de 2005 e Fevereiro de 2007, referem
dados da Direcção-Geral de Energia e
Geologia. n
Volvo vai entregar camiões híbridos
em França e Inglaterra
Volvo Trucks lança
versão online
da revista “Traço contínuo”
A Volvo Trucks acaba de lançar a versão online da “Traço Contínuo”, a
revista dedicada aos seus clientes.
A versão impressa chega a 2.5 milhões de leitores em 28 países europeus, e é agora complementada por uma versão web.
Em www.volvotrucks.co.pt/tracocontinuo pode encontrar um arquivo
dos artigos, um conteúdo web único, com a web TV editados em edições
anteriores e uma avançada função de busca que ajuda a encontrar o que
procura de mais interessante. n
Scania aposta na formação
dos jovens
A Scania aposta
na formação dos mais
jovens. A sua Industrial
Senior High School
recebe todos os anos
48 alunos. Ao longo de
três anos, as disciplinas
teóricas são combinadas
com trabalhos práticos
na oficina.
Os estudantes são
contratados pela Scania
desde o primeiro dia.
Muitos optam por ir mais
longe para uma posição
dentro da empresa depois de ter completado
o ensino, enquanto outras optam por continuar seus estudos numa
faculdade ou universidade.
Sobre a escola, os alunos destacam as amizades, os bons professores, os grandes desafios e a garantia de emprego. n
4
Dezembro 2008
A Volvo Trucks irá entregar quatro
camiões do lixo com motor híbrido
à Veolia Propreté, uma das maiores
empresas de tratamento de lixo do
mundo. No próximo Outono, os quatro
carros híbridos vão começar a operar
em França e Inglaterra.
"É particularmente gratificante que
a Veolia Propreté, uma empresa internacional, reconhecida pela sua dedicação ao desenvolvimento verde, queira
estar entre as primeiras a aproveitar
os benefícios da tecnologia híbrida",
afirma Claes Nilsson, presidente da
divisão europeia da Volvo Trucks.
Os quatro camiões baseiam-se
no modelo FE da marca e o que os
distingue dos camiões de lixo comuns
é o seu accionamento: os da Volvo
incluem motores diesel e eléctrico e
estes podem ser usados em conjunto
com o outro ou separados.
Desde Abril deste ano, vários híbridos Volvo Trucks têm sido testados no terreno e a tecnologia está a aproximar-se
da fase de comercialização. A produção em série deverá arrancar no próximo ano. n
Michelin lança novo
pneu para pesados
O Michelin Energy X SaverGreen é
o novo pneu da Michelin para veículos
pesados, o qual, segundo a marca, “oferece às frotas de camiões performances
melhoradas, pois permite poupar 500
litros de combustível por ano por viatura
e, simultaneamente, aumentar a vida útil
do pneu”.
Além disso, o novo pneu também reduz
as emissões de gás de efeito estufa em
cerca de 2,5 toneladas durante o primeiro
ciclo de vida do pneu conseguindo aumentar
a segurança graças a uma melhoria de 7%
na capacidade de aderência.
O pneu X Energy SaverGreen beneficia
da carcaça anti-aquecimento Energy Flex,
um pacote de tecnologias inovadoras para
pneus de camião. Além disso, incorpora mais
inovações, como a arquitectura InfiniCoil,
que ajuda a aumentar a capacidade de carga
e a duração, e as lamelas “onda dupla”, que
aumentam a aderência, o que faz com que o
pneu proporcione um nível de performances
em três áreas vitais que seria impossível de
atingir no mesmo pneu utilizando tecnologias
normais. n
Dezembro 2008
Camiões de Natal
da MAN a circular
nas estradas Alemãs
Dois camiões MAN TGX especialmente decorados
para o Natal, estão já a circular nas estradas alemãs e
irão visitar Aldeias Criança SOS, e creches, oferecendo
presentes aos mais novos. Além disso, até à Noite de
Natal, os dois pesados também passarão por mercados
natalícios e pelas fábricas e parceiros da MAN.
Os semi-reboques de 16-metros estão iluminados e
percorrerão todo o país, passando por Salzgitter, Dresden,
Plauen, Dortmund, Nuremberga, Augsburg, Stuttgart,
Munique, Regensburg e Garmisch. n
5
Breves
Extra
FROTA
FROTA
Soma entrega
primeiro veículo
utilitário
Daimler adquire 10%
da russa Kamaz
Luís Simões optimiza segurança da informação
A Daimler AG estabeleceu no passado dia 12 de
Dezembro uma parceria estratégica com o fabricante de
camiões russo Kamaz, a Corporação Estatal Russian Technologies, a empresa de investimento Troika Dialog e a
CIS (Commonwealth of Independent States). Em conjunto,
as partes envolvidas desenvolverão projectos e transferências tecnológicas. Do acordo faz parte a aquisição de
10% da Kamaz por parte da Daimler, na qual em Dezembro a empresa investiu 250 milhões de dólares. Em 2102,
será feito mais um pagamento, de 50 milhões de dólares,
em função do desempenho da Kamaz.
Com esta aquisição, a Daimler passa a ter assento
no Concelho de Administração do fabricante russo, além
de outros direitos. Entre as vantagens desta parceria
está o apoio nas vendas e serviços da Mitsubishi Fuso,
podendo-se também vir a considerar projectos envolvendo
autocarros Mercedes-Benz.
Para Andreas Renschler, membro do Conselho de Administração da Daimler responsável pela Daimler Trucks,
o acordo “permitiu dar o primeiro passo para criar uma
esperada parceria de longa duração na qual as duas empresas podem partilhar o seu desenvolvimento, produção
e experiência de vendas.
“O envolvimento estratégico da Daimler reforça a Kamaz e torna a nossa empresa internacionalmente competitiva”, afirmou Sergei Kogogin, Director-Geral da Kamaz.
A expansão na Rússia é parte da Estratégia Global de
Excelência da Daimler Trucks. n
Em Dezembro a SOMA entregou o primeiro veículo
utilitário eléctrico em Portugal.
O contemplado foi o Restaurante Mauritânia em Matosinhos, que fez uma aposta forte neste equipamento,
de forma a colmatar os problemas que tem de enfrentar
no seu dia a dia (circular e estacionar naquela cidade) e
rentabilizar as entregas porta-a-porta a baixo custo.
Recentemente a Soma ganhou a distribuição exclusiva em Portugal da marca GOUPIL. n
Iveco Campagnola marcou presença
no Salão de Bolonha 2008
O novo Iveco Campagnola esteve presente no Salão de Bolonha. Após uma ausência de vários anos dos grandes certames mundiais, o Campagnola deu à Iveco a
oportunidade perfeita para sair do tradicional envolvimento da marca no sector comercial e industrial e marcar presença na maior feira automóvel de Itália com uma forte
afluência de público particularmente jovem, revela a marca em comunicado.
No certame estiveram expostas duas unidades do modelo pintadas com as cores de lançamento (marfim e verde seco)
colocadas em posições extremas reproduzindo as manobras típicas do todo-o-terreno puro e duro. Paralelamente, pôde
ver-se um filme que mostra a agilidade do Campagnola em diversas situações.
Posteriormente, o Campagnola será figura de destaque nas principais estâncias de inverno dos Alpes italianos, “afinal
de contas, o seu ambiente natural”. n
6
Dezembro
Julho2007
2008
Junho
A Luís Simões implementou um projecto de auditoria de informação da CESCE SI, empresa do Grupo
SAI. O grupo pretendia melhorar a segurança da informação e garantir a continuidade do fluxo de informação
das operações vitais à sua actividade.
“A auditoria de segurança conduzida pela CESCE
SI, permitiu-nos ter uma ‘foto’ exaustiva da segurança
dos Sistemas de Informação a vários níveis e, como
resultado final, criar uma estratégia para o fortalecimento da segurança a curto, médio e longo prazo. No
futuro, o objectivo é continuar a auditar a organização,
de modo a aumentar a maturidade da empresa na
área da segurança da informação, uma das maiores
preocupações da Luís Simões.”, afirmou Paulo Alves,
director de Procurement e Auditoria de Sistemas de
Informação da Luís Simões.
A execução dos serviços baseou-se em metodologias como o Open Source Security Testing Methodology do
Institute for Security and Open Methodologies; o National
Institute of Standards and Technology (NIST); a ISO 27002
e boas práticas de segurança desenvolvidas e adaptadas
pela equipa de Hacking Ético, baseadas na experiência dos
projectos já realizados e nas necessidades específicas de
cada projecto. n
Compradores de veículos
mudam de marca
quando estão insatisfeitos
Ford abandona
posição maioritária
na Mazda
Os consumidores mudariam de marca ou distribuidor de veículos se as
suas necessidades não fossem satisfeitas; a economia dos combustíveis
é tão importante para os consumidores como a segurança; a confiança na
internet para obter informações de pré-venda e mesmo adquirir produtos tem
vindo a aumentar: as conclusões são apontados pelo estudo Cars Online
08/09, da Capgemini, um dos principais fornecedores do mundo em serviços
de Consultoria, Tecnologia e Outsourcing.
Envolvendo mais de 3 mil consumidores de oito países (Brasil, China,
França, Alemanha, Índia, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos), o estudo
constatou que existem diferenças entre os mercados mais maduros e em
desenvolvimento e também entre os mercados emergentes (Brasil, Rússia,
Índia e China). Por exemplo, quanto mais sofisticado é o mercado, menores
são os níveis de satisfação dos clientes.
“O nosso estudo Cars Online clarifica como a indústria automóvel tem
mudado na última década”, afirma Nick Gill, Capgemini Automotive Leader.
“Podemos esperar mudanças igualmente significativas na indústria durante
os próximos anos, à medida que a adopção da tecnologia por parte do consumidor continua a aumentar rapidamente. Os fabricantes e vendedores não
podem ignorar as oportunidades de crescimento apresentadas pela Internet
como canal de venda directa, que pode informar os clientes sobre quais os
veículos que satisfazem as suas necessidades, tais como os veículos mais
verdes. Os fabricantes também devem procurar superar as necessidades de
cada país e mercado emergente para maximizar o crescimento nessas áreas,
o que é de particular importância à medida que as vendas nos mercados mais
maduros começam a estagnar”, refere. n
A Mazda Motor Corporation (Mazda) anunciou que a empresa e vários
dos seus parceiros de negócios vão
adquirir parte das acções que a Ford
Motor Company (Ford) tem no grupo
através de uma operação em bolsa.
Consequentemente, a Ford abandona
a sua posição maioritária de 33,4 por
cento das acções, reduzindo a sua presença no capital para 13 por cento.
As duas empresas irão continuar
a colaborar. “Continuaremos a nossa
parceria estratégica através de ‘joint
ventures’ com a Ford, mantendo a partilha de plataformas e motorizações”,
refere Hisakazu Imaki, presidente e
CEO da Mazda. “Este acordo permitiu
à Ford aumentar o capital disponível
para financiar novos projectos, possibilitando ao mesmo tempo que a Mazda
e a Ford continuem esta bem sucedida
parceria estratégica no interesse de
ambas as companhias”, afirma Alan
Mulally, presidente e CEO do fabricante americano. n
Dezembro 2008
7
Breves
Extra
FROTA
FROTA
Governo vai investir 28,8 milhões de
euros na fábrica da Renault de Cacia
clientes, através da
função Investigação
& Desenvolvimento, e
permitindo confirmar a
C.A.C.I.A. como único
fornecedor de árvores
de equilibragem para
a Aliança Renault
Nissan e um dos
fornecedores de componentes mecânicos
para a nova gama de
caixas de velocidades e motores do Grupo”.
Este apoio permitirá a criação de 100 postos de trabalho e em 2013, ano do termo da vigência do contrato,
prevê-se alcançar um volume de vendas de cerca de 2606
milhões de euros e um valor acrescentado de aproximadamente 447 milhões de euros, em valores acumulados
desde o ano de 2004. n
Foi já publicada em Diário da República a aprovação
do contrato de investimento de 28,8 milhões de euros na
fábrica Renault de Cacia, a celebrar entre o Estado Português, representado pela Agência para o Investimento
e Comércio Externo de Portugal, a Renault, S. A. S., a
Renault Portugal, S. A., e a C.A.C.I.A. - Companhia Aveirense de Componentes para a Indústria Automóvel, S. A.
A decisão tinha sido tomada em Outubro, pelo Conselho
de Ministros. Na Resolução do Conselho de Ministros n.º
184/2008, de 25 de Novembro pode ler-se que este investimento tem “especial interesse para a economia nacional
e reúne as condições necessárias à admissão ao regime
contratual e à concessão de incentivos financeiros e fiscais
previstos para grandes projectos de investimento”.
O investimento será dirigido à produção de caixas de
velocidades, bombas de óleo e árvores de equilibragem,
entre outros componentes mecânicos, e “insere-se na
estratégia de diversificação de produtos com liderança
de custos, pretendendo acrescentar valor aos seus
IMA Ibérica cria
rede “Oficinas de
Confiança” em Portugal
A empresa de assistência em viagem IMA
Ibérica acaba de anunciar a criação de uma
rede de “Oficinas de Confiança”. Para isso,
a filial ibérica do Grupo IMA - Inter Mutuelles
Assistance, analisou centros de reparação
automóvel no nosso país e seleccionou os
melhores tanto ao nível técnico como de
apoio aos clientes. São já 15 as oficinas que
cumprem os requisitos necessários, nomeadamente ao nível de equipamento técnico,
formação dos trabalhadores, respeito pelas
normas de segurança ou do conforto proporcionado aos clientes durante o período de
espera na oficina.
Segundo Michel Domingos, Delegado
da IMA Ibérica Assistência em Portugal, “as
pessoas são a principal preocupação da IMA
Ibérica Assistência e, através das ‘Oficinas de
Confiança’, pretendemos garantir um serviço
qualitativo de referência em Portugal, que nos
ajude a reduzir ao máximo o desconforto que
supõem as situações de acidente ou avaria.
Actuar em colaboração com os melhores centros de reparação automóvel melhora também
os nossos serviços de assistência e aumenta
a confiança que depositam em nós os nossos
assegurados”. n
Marcação europeia
de pneus mais completa
a partir de 2012…
A partir de 2012, a marcação europeia de pneus deverá aumentar a informação sobre segurança, eficiência de combustível e nível
de ruído dos pneus. A iniciativa foi apresentada numa Directiva da
Comissão Europeia e especifica os critérios para desempenho em
travagem, resistência ao rolamento e ruído de rolamento. Caso a
Directiva venha a ser aprovada, a partir de Outubro de 2012 todos
pneus de veículos novos, bem como os pneus para venda no mercado de substituição, deverão apresentar uma marcação padrão.
A marcação contém uma especificação concreta com base em
sete classes (A – G) para a resistência ao rolamento (em kg por cada
1000 kg de carga sobre a roda) e para o desempenho em travagem,
bem como informação exacta sobre o nível de ruído gerado durante
o rolamento [em dB (A)].
O Instituto Fraunhofer foi incumbido pela Comissão Europeia da
realização de um estudo abrangente, investigando a implementação
da directiva de marcação da eficiência energética nos 27 EstadosMembros, bem como na Suíça e na Noruega.
A ETRMA, organização europeia dos produtores de pneus e
borracha, também foi ouvida na discussão acerca dos critérios relevantes para a marcação europeia de pneus e a sua classificação,
tendo solicitado que a marcação não fosse concebida unicamente
com base no critério de resistência ao rolamento. n
TomTom
lança Solução
de Planeamento
de Rotas online
… e Continental congratula-se
com as medidas
A TomTom apresentou recentemente uma nova solução de planeamento de rotas, disponível através do site http://routes.tomtom.
com. Trata-se de uma ferramenta online gratuita que permite que os
utilizadores pré-planeiem a sua rota e tenham acesso a tempos de
chegada mais precisos antes de iniciarem a sua viagem. Em breve
estará também disponível em português.
O sistema oferece percursos porta-a-porta, com base em informação armazenada e em tempo real dos fluxos de trânsito ao longo de
todo o dia através da tecnologia HD Traffic (pese embora esta só vá ser
integrada em países como a França, Holanda, Suíça e Reino Unidos,
enquanto nos restantes será usado o serviço de trânsito original da
TomTom). Integra informação de trânsito, utilizando ainda cerca de 500
mil milhões de dados das estradas de todo o mundo, medidos através
da tecnologia IQ Routes. Adicionalmente, as correcções de mapas via
Map Share são regularmente actualizadas para que os utilizadores
tenham sempre acesso à informação mais, recente.
“O lançamento da tecnologia de Planeamento de Rotas Online vem
optimizar a oferta da TomTom em soluções de navegação inovadoras
em diferentes plataformas,” refere Harold Goddijn, CEO da empresa.
Aquando do fecho desta edição, a nova Solução de Planeamento
de Rotas Online da TomTom encontrava-se em teste (programa de
testes BETA) estando apenas disponível para um grupo restrito de
utilizadores. Consoante o sucesso e feedback do programa BETA,
a TomTom avança que a solução será gradualmente disponibilizada
em todo o mundo. n
A Continental AG congratula esta iniciativa, mas chama a atenção
para questões como inspecções inconsistentes e medidas sancionatórias.
“Gostaríamos de chamar a atenção para as questões problemáticas que se esperam durante a implementação nos 27 países da União
Europeia. Isto inclui, particularmente, a questão dos mecanismos de
sanções que podem ser utilizados para mobilizar os fabricantes - bem
como os importadores de pneus asiáticos de baixo custo - no sentido
de uma implementação diligente. Porém, a proposta para colocar a
marcação directamente nos nossos produtos não engloba todos os
aspectos da questão, uma vez que a maioria dos compradores de
pneus não os vê até estarem montados no veículo”, afirmou o Dr. Alan
Hippe, vice-presidente da Continental AG, que encabeça o Grupo
Rubber onde é responsável pela divisão de Pneus para Veículos de
Passageiros.
“Estamos muito satisfeitos pelo facto de a Comissão Europeia ter
considerado a solicitação da ETRMA, combinando a resistência ao
rolamento e a aderência em piso molhado na sua proposta de directiva.
Caso contrário, a directiva iria favorecer especialmente os produtores
de pneus asiáticos de baixo custo,em virtude do nível de desenvolvimento da aderência em piso molhado destes pneus estar cerca de
20 anos atrasado em relação aos produtos premium dos fabricantes
europeus”, explicou o Hans-Joachim Nikolin, membro da direcção
da Continental e responsável pela divisão de Pneus para Veículos
Médios e Pesados, e representante dos interesses da Continental na
ETRMA. n
8
Dezembro
2008
Junho 2007
Dezembro 2008
9
1 - Indicador de desgaste
2 - Marca registada
3 - Tipo de escultura
4 - Largura de secção do pneu ( em mm)
5 - Tubeless = Pneu sem câmara
6 - Índice de capacidade de carga do pneu para eixo
duplo, (152 = 3,550 Kgs)
7 - Código de velocidade M = 130 km/h
8 - Série do pneu (H/s = 0,80)
9 - Estrutura Radial
10 - Marca do fabricante
11 - Diâmetro interior correspondente ao da jante
(22,5 polegadas)
Inosat lança
“Car Locator”
A Inosat acaba de anunciar o lançamento
do “Car Locator”, um sistema de localização
GPS concebido para viaturas. Uma das suas
inovações é o “Escudo de Segurança Automático”, que cria uma zona de segurança à
volta de uma viatura sempre que esta é estacionada. Se o carro sair dessa mesma zona
sem a ignição ligada, o utilizador recebe um
alerta no seu telemóvel.
Depois, é possível a imobilização remota
do seu carro, via computador, telemóvel ou
PDA com acesso à internet. Outra novidade
é que o sistema não tem qualquer mensalidade.
A marca lançou ainda um sistema para
localizar crianças, o “Child Locator”. n
FROTA
Entrevista
Henrique Nogueira, Auto-Sueco:
“Queremos manter liderança
em termos de satisfação
do cliente e imagem”
Por: João Cerqueira
Henrique Nogueira, director da Unidade de Negócios de Camiões e Autocarros
e gerente da Auto Sueco, concedeu uma entrevista à FROTA, aquando da
apresentação das novas gamas Volvo FH, FH16 e FM11, que teve lugar no
Queimódromo do Porto, onde revelou que os novos equipamentos estão a ser muito
apreciados pelos clientes. Criada em 1949, a Auto Sueco tem hoje uma carteira
de mais de três mil clientes, direccionando a sua aposta em matéria de produtos
Volvo para a segurança, conforto e economia combustível, e marcando presença
crescente a nível internacional em África, América do Norte e do Sul, e também na
vizinha Espanha.
Frota: A Auto Sueco está a lançar agora em Portugal os novos Volvo FH, FH16 e FM11. O que é que
salienta estes novos equipamentos?
Henrique Nogueira: Estes novos equipamentos da
Volvo encontram-se muito avançados tecnicamente para
melhorar as condições de condução e de segurança. Estão também orientados para que possam ser obtidos bons
níveis de consumo que respondam às necessidades da
rentabilidade das frotas. A gama FH apresenta igualmente
um conjunto de inovações do ponto de vista da segurança,
prevendo, no fundo, tudo aquilo que hoje em dia preocupa
as autoridades, nomeadamente a diminuição do número
de acidentes e uma maior segurança na condução.
A segurança tem constituído desde longa data uma
das principais preocupações da Volvo no desenvolvimento de produto. Essa filosofia é para continuar?
Sem dúvida!... Esperamos continuar a estar na vanguarda no desenvolvimento técnico nessa matéria, e
responder positivamente àquilo que são as preocupações
do cidadão comum e dos operadores de transporte.
Neste momento já foram entregues algumas unidades destas novas gamas? Qual está a ser reacção
10
dos clientes Volvo em Portugal a estes novos equipamentos?
Ainda estamos no início, mas a reacção dos clientes
está a ser muito boa. Os motores que equipam as novas
gamas apresentam dos melhores consumos de combustível na indústria dos transportes.
E em relação a este evento de apresentação dos
novos produtos, quais são as expectativas?
A adesão tem sido muitíssimo grande. A afluência de
clientes tem sido muito elevada. Tivemos aqui num jantar
cerca de noventa clientes. Temos tido dias com cem clientes. Tivemos dois dias com grande afluência de clientes
da região de Lisboa. Ao todo irão passar por aqui neste
evento da Auto Sueco mais de seiscentos clientes, dos
mais diversos sectores do transporte, construção e obras
públicas, distribuição, autarquias, recolha do lixo, etc. A
adesão a esta iniciativa tem sido de norte a sul do país.
Estamos muito satisfeitos. Os clientes têm manifestado
interesse pelos novos equipamentos. Não é fácil trazer
clientes do Algarve e da região de Lisboa durante a semana, mas temo-lo conseguido. Tem sido uma surpresa
pela positiva. A nossa parceria encontra-se alicerçada
Dezembro 2008
"Há alguma retracção a nível do
mercado. Alguns clientes têm
feito adiamentos de encomendas, mas é muito difícil fazer uma
previsão relativamente a 2009."
"A Auto Sueco Brasil está a ser
um sucesso. Estamos a crescer
bastante. O Brasil nesta altura
está numa fase boa. Em Angola
a nossa actividade apresenta
igualmente níveis de crescimento
muito interessantes."
em muitos anos de experiência, e apraz-nos muito que
continue a haver um grande envolvimento do sector em
relação à nossa marca e à empresa.
Já é possível fazer uma leitura da forma como o
mercado de pesados se vai comportar em 2009?
Nesta altura estamos numa fase menos boa do ponto
de vista económico. Há alguma retracção a nível do mercado. Alguns clientes têm feito adiamentos de encomendas, mas é muito difícil fazer uma previsão relativamente
a 2009. Ainda há muitas incertezas. No entanto, existem
perspectivas de que possa ocorrer uma quebra acentuada.
Tivemos nestes dois últimos anos, 2007 e 2008, um elevado números de matrículas. A procura foi muito intensa
neste período, e é provável que a quebra que se vai verificar seja também muito acentuada, sobretudo comparativamente com este período. Se nós compararmos com
2006 e 2005, a quebra não será tão acentuada. Estamos
perante uma questão de confiança e de expectativas dos
diversos operadores económicos, e já é visível uma redução da actividade económica.
A Auto Sueco é uma das empresas portuguesas
que tem desenvolvido com assinalável sucesso um
processo sustentado de internacionalização. Qual é
Dezembro 2008
o balanço deste processo?
O Grupo Auto Sueco tem crescido muito nestes últimos
anos. Recentemente implantámo-nos também no Brasil,
onde estamos a trabalhar com a Volvo em alguns Estados.
A Auto Sueco Brasil está a ser um sucesso. Estamos a
crescer bastante. O Brasil nesta altura está numa fase
boa. Em Angola a nossa actividade apresenta igualmente
níveis de crescimento muito interessantes. Temos conseguido aumentar o volume de negócios em Angola todos os
anos. Estamos também a desenvolver a área das máquinas industriais naquele país africano. Temos o negócio da
maquinaria nos EUA através da Auto Sueco Coimbra. Tem
sido um sucesso. Em Espanha também. Enfim, o Grupo
tem vindo a crescer imenso nos últimos anos.
O que é que representa actualmente em termos de
volume de negócios e de unidades vendidas a actividade internacional do Grupo Auto Sueco?
Posso assegurar que em termos de volume de negócios a actividade internacional já é bastante superior à
nacional, e em termos de volume de unidades também.
Estamos a falar de Brasil, EUA, África, Espanha, alguns
destes mercados têm o produto interno bruto a crescer a
dois dígitos. No que diz respeito aos veículos propriamente
ditos, tanto em África como no Brasil temos apostado nas
gamas Volvo equipadas com motores Euro 3, que têm sido
objecto de enorme aceitação em mercados emergentes.
E em Portugal?
Continuamos fortes no mercado, e mantemos o objectivo de consolidar uma posição de liderança em termos
de satisfação do cliente e de imagem. Os inquéritos que
temos vindo a fazer demonstram isso mesmo. Em termos
de imagem continuamos a ser a marca de referência no
país. Vamos desenvolver outras parcerias. São estas as
nossas principais apostas. n
11
Lançamentos
FROTA
Novos Volvo FM e FH
estreiam-se em Portugal
Amplo habitáculo do novo FM 390 (em baixo)
e interior da cabina do FH16 Globetrotter (à direita)
A
Auto Sueco apresentou as novas gamas pesadas Volvo FH
e Volvo FM aos transportadores nacionais, entre 31 de Outubro
e 8 de Novembro, numa acção de
grande envergadura realizada na
cidade do Porto, onde acolheu cerca
de 670 convidados, provenientes de
todo o país, em representação de
cerca de 400 empresas transportadoras, dos mais diversos segmentos
de transporte.
Neste evento, para além da possibilidade do contacto físico com as
novas “máquinas” e dum “cheirinho”
de condução em circuito fechado,
foi possível conhecer também toda
a oferta comercial e após-venda
dos camiões Volvo. Uma exposição
estática, um conjunto de equipamentos multimédia interactivos, várias
apresentações técnicas e diversas
Neste evento foi possível conhecer também toda a oferta comercial e após-venda dos camiões Volvo
actividades de lazer, onde não faltou sequer um pequeno passeio de
helicóptero para os mais sortudos,
integraram de igual forma mais uma
acção com o selo de qualidade Volvo. As novidades so- Novas cabinas mais amplas
bre o produto propriamente dito foram apresentadas em ganham novos espaços de arrumação
auditório, onde se encontravam também patentes os três
novos modelos FM11, FH e FH16. O sistema de gestão
Entre as principais novidades das novas cabinas dos
de frotas Dynafleet, desenvolvido pela Volvo, foi outra das modelos FM e FH destaca-se a sua maior altura e espaço
“vedetas” exibidas aos clientes da marca.
para movimentação no interior, graças a um novo design
e enquadramento dos compartimentos porta-objectos
instalados por cima do assento do motorista. Também
os espaços de arrumação por baixo da cama são agora
maiores e mais acessíveis. A marca sueca concebeu uma
nova cama com encosto regulável. O tablier foi completamente redesenhado de modo a proporcionar aos motorisA Volvo acolheu cerca de 670
tas ainda mais espaço de arrumação. As novas cabinas
convidados, provenientes de
apresentam igualmente um novo banco de passageiro
todo o país, em representação
com rotação, a possibilidade de instalar um monitor LCD
de cerca de 400 empresas
(opcional), um sistema interior de iluminação inovador,
transportadoras
que inclui um regulador de intensidade que possibilita
ajustar a intensidade da luz às diversas necessidades do
motorista. Assinala-se ainda que o volante e apoios de
braços do motorista são agora em pele, os instrumentos
12
Dezembro 2008
O sistema de gestão
de frotas Dynafleet,
desenvolvido pela Volvo, foi
outra das “vedetas” exibidas
aos clientes da marca
encontram-se completamente visíveis, incluindo o manómetro de AdBlue, existem novas alavancas de velocidades
para I-Shift e Powertronic com um melhor punho e nova
posição para maior conforto de condução, as portas são
deslizantes para abertura e fecho fácil, e o habitáculo
dispõe duma bolsa em rede na parte lateral da consola
central. Para além disso, a cama inferior é rebatível com
secção central mais larga para maior conforto e flexibilidade, ou por opção pode ser encomendada
com encosto de ajuste reclinável. O banco
do passageiro apresenta uma rotação
de 90° e inclinação até 15°. A nível de
exteriores a cabina da gama FM recebeu
um pequeno restyling, patente nos novos
grupos ópticos e nas novas palas de sol,
para além do alargamento da gama com
uma nova versão de cabina Globetrotter
LXL, concebida de forma a oferecer ainda
mais espaço e conforto. Comparada com
a cabina existente do Volvo FM Globetrotter, apresenta mais 150 mm em altura.
A gama pesada FM passa a disponibilizar um novo motor de 11 litros que
desenvolve ordens de potência de 390 e
430 cv, respectivamente. O novo motor
D11 é cerca de 140 kg mais leve do que
o Volvo D13 que equipa as duas gamas
pesadas da marca. A Volvo pretende
com este seu novo bloco atrair clientes
do segmento de transporte em cisternas
e granel, encontrando-se disponível para
as versões de tractor 4x2 e 6x2. Segundo
a marca, o D11 combina uma linha motriz
Dezembro 2008
mais potente, elevado conforto para o motorista e capacidade de carga ideal. O novo motor foi idealizado para
operar com a transmissão manual de comando automático
I-Shift.
Reforço da segurança nos Volvo FH
Na gama pesada FH, um veículo de eleição para as
operações de longo curso, a Volvo introduziu um vasto
conjunto de dispositivos de segurança opcionais, nomeadamente o detector de sonolência, um sensor de ângulo
morto, o sensor de chuva, o sistema de ajuste direccional,
duas versões distintas do sistema de controlo electrónico
de estabilidade ESP, um dos quais compatível com as
várias combinações modulares utilizadas nos megacamiões, e Cruise Control Adaptativo. A partir de agora o ESP
passa a equipar também os camiões de tracção 6x2 com
reboque. n
A gama pesada FM passa a disponibilizar um novo motor de 11
litros que desenvolve ordens de potência de 390 e 430 cv
13
Lançamentos
FROTA
Novo Magnum 500
mostra a sua raça
A nível do interior do habitáculo, tanto a versão de cabina Classic
como a Multipass ganham novos espaços de arrumação
Classic é disponibilizada como opcional, com suspensão no
assento de condutor e uma cama fixa. O interior da cabina
ultrapassa agora os 2 metros, o que permite que os condutores circulem de pé no seu interior.
A Renault Trucks
completa a quinta
operação de
renovação da gama
pesada Magnum
Acento tónico na segurança
A
FROTA teve oportunidade de ensaiar em Portugal,
no dia 24 de Novembro, o novo Renault Magnum,
equipado com o bloco DXi13 Euro 5, produzido em
Lyon, na sua versão mais potente de 500 cv. Trata-se
de um motor de 12,8 litros de cilindrada, 4 válvulas por
cilindro, injecção electrónica de alta pressão por injector
bomba de última geração a 2000 bares, e uma relação
máxima de binário de 2450 Nm entre as 1050 e as 1400
rpm. Associado ao sistema SCR para tratamento de gases de escape e a um depósito de 125 litros de AdBlue, a
marca francesa garante uma redução média de consumo
na ordem dos 5% em relação à anterior gama de motores.
O Magnum, lançado em 1991,
continua ainda hoje a ser
um dos mais carismáticos
camiões de longo curso
14
Este bloco encontra-se igualmente disponível com uma
motorização de 460 cv.
Entre as principais novidades introduzidas na nova
cabina, destaca-se no exterior o conjunto de cromados,
LEDs, viseira de série integrando as luzes de gabarito,
degrau de acesso ao pára-brisas, grelha com bi-tonalidade
e um pára-choques tripartido. A nova cabina ganhou mais
20 cm em altura, o que lhe permitiu prescindir dos deflectores, uma vez que agora esta se encontra praticamente
ao nível do semi-reboque.
A nível do interior do habitáculo, tanto a versão de cabina
Classic como a Multipass ganham novos espaços de arrumação, chegando a primeira a um volume total de 1103,3
litros, e a segunda aos 868,7 litros. Uma iluminação interior
modulável, um colchão de molas mais espesso de 3 zonas,
um novo rádio com CD, bluetooht, mp3, e ligação USB, são
algumas das principais novidades que marcam presença
num habitáculo cada vez mais amplo e funcional. A cabina
de série Multipass pode ser equipada com assento de acompanhante giratório, para um motorista, ou com assento de
acompanhante fixo para dois motoristas, enquanto a cabina
Dezembro 2008
Em matéria de segurança o novo Magnum apresenta
travões de disco à frente e atrás, sistema EBS Basic +
com novas funcionalidades, nomeadamente um sistema
de alerta em caso de perca de mais de 40% da eficácia de
travagem. O travão motor Optibrake+ garante performances de ralentização na ordem dos 300 KW. Programa electrónico de estabilidade ESP, um dispositivo que contribui
para estabilizar a trajectória do veículo, tanto em situações
de sobreviragem como de subviragem, controlando a roda
dianteira no primeiro caso e a roda traseira no segundo e
assegurando, de igual modo, a função anti-capotamento
do conjunto articulado.
A gama integra também o Intarder, o ralentizador
hidráulico Voith R115, travões de disco, sistema EBS,
sistema gestão electrónica de ar APM, e suspensões parabólicas à frente ou pneumáticas de série nos tractores
de grande volume com comando electrónico ECS.
Para além da versão de caixa automatizada Optidriver
de segunda geração, que neste momento, apesar de se
tratar dum opcional, já é a que tem mais procura, a marca
francesa disponibiliza também no novo Magnum duas
caixas mecânicas de 16 velocidades: a ZF 16 S 181 OD
e a ZF 16 S 221 DD.
O Magnum beneficia igualmente duma arquitectura
electrónica descentralizada baseada no sistema BUSCAN J 1939, onde cada componente do veículo, como
a motorização, o sistema de travagem, a suspensão, os
Dezembro 2008
circuitos de ar, etc., são controlados de forma independente, embora estejam ligados entre si. Estas especificidades garantem uma arquitectura totalmente electrónica
e modular, uma combinação de BUS de comunicação,
melhorias substanciais ao nível da pré-cablagem, um novo
quadrante e um novo sistema anti-arranque de série.
Com o novo Magnum a marca francesa lança também
o Optifuel Solutions, uma gama de ferramentas e serviços
destinados a optimizar o consumo de combustível. O novo
pacote de ferramentas integra o Optifuel Technology,
associado à nova caixa de velocidades automatizada
Optidriver + e à nova gama de motores DXi com sistema
SCR; o Optifuel Infomax, um instrumento de medição e
análise dos dados de gestão do veículo, bastante útil para
ajudar os condutores a conjugar economia com eficácia
de condução; e o Optifuel Training, um programa de formação sobre condução económica destinado a motoristas
e formadores.
O Magnum, lançado em 1991, continua ainda hoje a
ser um dos mais carismáticos camiões de longo curso,
justificando plenamente a aposta da Renault Trucks que
completa assim a quinta operação de renovação nesta
sua gama pesada. n
15
Lançamentos
FROTA
Scania R 440 EGR Euro 5
testado em Portugal
A maior novidade da R 440 Euro 5 é o seu novo motor de 13 litros
de 440 cv, que recorre à tecnologia EGR sem necessidade de aditivos
precisa da combustão com injecções múltiplas, enquanto um
novo sistema de recirculação de gases de escape reduz as
temperaturas de combustão, diminuindo as emissões NOx
em duas etapas, num circuito patenteado de refrigeração. Um
turbo-compressor de geometria variável, por sua vez, controla
a quantidade correcta dos gases de escape.
Um inovador sistema de injecção
totalmente electrónico
A
imprensa especializada nacional testou o novo camião
Scania de longo curso R 440 LA4x2 MNA, integrando
a nova família de motores EGR Euro 5 desenvolvida
pela marca sueca, montado numa cabine de tecto sobreelevado CR 19 Topline. No interior do habitáculo do Scania
R pontua um novo painel de instrumentos combinado, que
a marca disponibiliza em três versões distintas (Básico,
Colorido e Colorido Plus); há mais 25% de espaço de arrumações graças a novos compartimentos e à remodelação
dos existentes; uma nova disposição da cama principal que
recebeu também um novo colchão de redobrado conforto, e
ainda uma nova cama superior com um colchão mais espesso - estas foram algumas das novidades que encontrámos a
bordo deste Scania R.
16
Mas a maior novidade da R 440 Euro 5 é o seu novo
motor de 13 litros de 440 cv, que recorre à tecnologia EGR
sem necessidade de aditivos, cujo binário (2 300 Nm), supera
o do anterior bloco de 480 cv Euro 4 (2 250 Nm). Na prática,
isto é o mesmo que dizer que temos mais camião mesmo
com menos 40 cv de potência máxima. Os princípios tecnológicos desenvolvidos pela Scania, que lhe permitiram chegar
ao Euro 5 sem aditivos e sem problemas de aquecimento
do motor, são muito engenhosos e, até agora, a MAN foi a
única marca a seguir as pegadas dos suecos.
A nova gama de motores de cilindros em linha Scania
integra o sistema de injecção tipo common-rail XPI, que reduz
as partículas recorrendo a pressões de injecção extremamente
elevadas. O common rail garante igualmente uma regulação
Dezembro 2008
O inovador sistema de injecção da Scania tipo commonrail XPI é o principal responsável por uma substancial redução do volume de partículas.
O XPI é um sistema de injecção totalmente electrónico,
onde as altas pressões de injecção se encontram disponíveis a qualquer momento, independentemente do regime
motor. A bomba de baixa pressão aspira o combustível do
depósito através de um conjunto de filtros combustíveis e de
um separador de água.
Através da mediação de um dispositivo venturi, a água e
o combustível são reenviados ao depósito. A bomba de baixa
pressão utiliza uma válvula de dosificação de combustível
de entrada na bomba de alta pressão. A pressão é regulada
pela quantidade de combustível admitida por esta válvula,
e situa-se entre os 500 e os 2 400 bares. Trata-se de uma
válvula controlada electronicamente pelo sistema de gestão
do motor. A acumulação de pressão excessiva é evitada por
uma válvula mecânica de descarga rápida.
De forma absolutamente inovadora, o EGR da Scania
consiste num método que permite afinar o processo de combustão, evitando à partida a formação excessiva de óxidos
de nitrogénio. Com o EGR, parte dos gases de escape são
Dezembro 2008
refrigerados e reintegrados na câmara de combustão.
Sabe-se que uma combustão a frio se traduz em menor
formação de NOx. Os gases de escape contribuem igualmente para a criação de um teor de dióxido de carbono mais
elevado na câmara de combustão, o que significa, por sua
vez, que a densidade de oxigénio é mais baixa.
Este engenhoso sistema tem por efeito abrandar um pouco o ritmo de combustão, originando uma redução adicional
da temperatura de combustão. É o chamado trabalho perfeito
para resultados que estão à vista.
Elevados níveis de equipamento
O Scania R 440 que testámos integrava também uma
panóplia de sistemas de ajuda à condução. Estamos a
referir-nos à caixa de velocidades de gestão automatizada
Opticruise, ao Retarder, aos travões de disco controlados
electronicamente, ao ESP, ao sistema de monitorização da
pressão dos pneus, ao avisador de saída de faixa de rodagem, ao Cruise Controle Adaptativo (ACC), ao travão de escape automático, ao EBS, aos travões de disco. A cereja no
topo do bolo é o computador de bordo para gestão de frotas
Scania Interactor 500, uma plataforma aberta com sistema
operativo Windows, que inclui agora navegação adaptada
para os camiões que circulam na Alemanha, Reino Unido,
França e Benelux. A Scania garante que a partir do próximo
ano já vai ser possível descarregar os dados do tacógrafo
digital com o Interactor.
A Scania já tem também disponível no mercado nacional
o Scania R 480 EGR Euro 5, que utiliza o mesmo bloco de
13 litros, e que tivemos oportunidade de testar em Abril deste
ano. n
17
Lançamentos
FROTA
Por: Raquel Sales
Dacia aposta nos
comerciais ligeiros
A nível do interior do habitáculo, tanto a versão de cabina Classic
como a Multipass ganham novos espaços de arrumação
A
Dacia lançou em Novembro no mercado europeu
a Dacia Logan Van e a Dacia Logan pick-up para
assim entrar no segmento dos comerciais ligeiros,
pretendendo continuar a apostar na competitividade através do preço.
Diz a marca que estes dois veículos se destinam a
empresários por conta própria, comerciantes e lojistas
que procurem um comercial simples e prático, sendo que
a pick-up pode ser também para clientes privados que
queiram uma viatura para actividades de lazer.
Os dois veículos assentam na engenharia da Renault
e herdam toda a simplicidade e robustez que caracterizam
esta marca.
Especificações
A gama de comerciais da marca está equipada com os
motores 1.4 MPI 75 (disponível apenas na van) 1.6 MPI
90, ambos a gasolina, e as unidades diesel dCi70 e dCi85.
18
O motor 1.4 é de 79 cv (55kw) e o motor 1.6 desenvolve 90
cv (64 kW), tendo ambos uma fácil manutenção. A caixa
de cinco velocidades é manual.
A Van tem uma elevada capacidade de transporte
(carga útil de 800 kg e volume total de 2.5 metros cúbicos).
Já a pick-up oferece área para 800 kg de carga útil e um
espaço de armazenamento de quase 300 litros por trás
dos lugares na cabina.
A segurança, quer activa quer passiva, não foi esquecida: os travões foram redimensionados, (discos de travão à
frente e tambores de 9 polegadas na traseira, com ambos
os modelos a incluir ABS Bosch 8.1 com EBD), e dispõem
de airbag para o condutor (de origem) e para o passageiro
(em opção).
Os dois comerciais da marca estão preparados para
circular em todos os tipos de estrada.
Ao adquirir uma destas viaturas pode contar com uma
garantia de 3 anos ou 100.000 km.
Dezembro 2008
Preocupações ambientais
Algumas das versões dos dois comerciais têm a assinatura Dacia eco2, por emitirem até 140g/km de Co2,
serem produzidos numa fábrica com a certificação ISO
14001 e conterem 5% de plástico reciclado. Além disso,
95% do peso das viaturas é recuperável no seu fim de
vida.
Os dois modelos têm mais de 80% de partes comuns,
o que possibilita reduções de custo-tempo na sua produção. São fabricados exclusivamente na fábrica de Pitesti,
na Roménia. 90% das peças da van podem também ser
encontradas no Logan MCV.
A Dacia vendeu mais de 12.000 van e 3600 pick-up
desde o seu lançamento. Na Roménia os dois modelos
lideram os seus respectivos segmentos.
Sucesso na Roménia
Investimentos da Dacia na produção
Nos mercados romeno e búlgaro, a van está já disponível desde Fevereiro de 2007 e a pick-up desde Março
do corrente ano. Na Turquia ambos foram postos à venda
em Julho.
Dezembro 2008
Os dois comerciais da
marca estão preparados
para circular em todos os
tipos de estrada
O investimento industrial comum ao Logan MCV e à
Van Logan totaliza 110 milhões de euros.
Perto de 51 milhões de euros foram aplicados no desenvolvimento e na produção da pick-up. n
19
Reportagem
FROTA
Transporte de animais vivos
Operadores profissionais
ganham peso
O transporte de animais vivos tem vindo a tornar-se, nos últimos anos, um dos segmentos da actividade transportadora mais complexos, obedecendo desde o início de
2007, em Portugal, a um conjunto de novas normas consideradas demasiado rígidas
pelos operadores, mas que a União Europeia sublinha serem essenciais para salvaguardar o bem estar dos animais durante o transporte. Na Europa, de acordo com as
estimativas apresentadas pela indústria do sector, são transportados por dia quase
1 milhão de animais, e isto sem contar com as aves de capoeira. O comércio transfronteiriço corresponde, segundo o Eurostat, a cerca de 20 milhões de animais por
ano (excluindo aves de capoeira). Apenas 5,5% dos animais são comercializados a
nível transfronteiriço.
No ano passado em Portugal,
segundo o relatório anual de
Segurança Alimentar e Sanidade
Animal do Ministério da
Agricultura, foram detectados
282 casos de irregularidades
no transporte de animais para
consumo humano
A
FROTA conseguiu apurar
que apesar da contestação
inicial, que em Espanha foi
ainda mais forte, os transportadores
portugueses adaptaram-se relativamente bem às novas disposições
regulamentares, e estas já estão a
contribuir para o desenvolvimento
de empresas especializadas de
transporte público nesta actividade
específica.
O Parlamento Europeu tem sido
uns dos principais instigadores políticos no sentido de pressionar a
obtenção de condições condignas
no transporte de animais vivos, o
que como se sabe nem sempre
acontece, e a prova disso é que só
o ano passado em Portugal, segundo o relatório anual de Segurança
Alimentar e Sanidade Animal do
Ministério da Agricultura, foram
detectados 282 casos de irregularidades no transporte de animais
para consumo humano.
Com a introdução do Regulamento (CE) n.º 1/2005,
do Conselho, de 22 de Dezembro de 2004, procedeu-se
a uma reformulação total das regras em matéria de bem
estar dos animais durante a operação de transporte. Na
prática foram regulamentadas as responsabilidades de
20
todos os agentes envolvidos, reforçadas as medidas de
fiscalização e adoptadas um conjunto de normas mais
rigorosas tanto para os veículos como para as viagens
de longo curso.
Este regulamento foi transposto para o direito interno
com a publicação do Decreto-Lei n.º 73/2006, aplicável
Dezembro 2008
aos transportadores portugueses a partir de 5 de Janeiro
de 2007, nos transportes nacional e internacional, incluindo aqueles que são efectuados a uma distância inferior
a 50 km - desde que para fins comerciais. O mesmo
regulamento impõe desde 5 de Janeiro de 2008, que os
motoristas e os tratadores têm de obter um certificado de
aptidão para o transporte de animais vivos, emitido pelo
IMTT após frequência com aproveitamento dum curso de
formação que incide sobretudo no bem estar dos animais
durante o transporte. A CAP encontra-se acreditada para
esta formação.
Para todos os trajectos de mais de 65 quilómetros os
transportadores passaram a ser obrigados a possuir uma
autorização. Para as viagens de longo curso de mais de
8 horas os referidos certificados de aptidão profissional,
certificados de aprovação dos meios de transporte a utilizar, informações sobre os processos de rastreio e registo
dos movimentos dos veículos e respectivos planos de
emergência. No caso de viagens de longo curso através
de vários Estados, os transportadores devem também
elaborar um diário de viagem.
Quanto à duração das viagens o regulamento prevê
Dezembro 2008
períodos diferentes consoante os tipos de animais: animais não desmamados, ou seja, que recebem ainda uma
alimentação láctea (9 horas de viagem, em seguida 1
hora de repouso para abeberamento e depois 9 horas de
viagem), suínos (24 horas de viagem, quando possam ter
sempre água à disposição), equídeos (24 horas de viagem
com abeberamento de 8 em 8 horas), bovinos, ovinos e
caprinos (14 horas de viagem, em seguida 1 hora de repouso para abeberamento e depois 14 horas de viagem).
As sequências anteriormente referidas podem repetir-se
se os animais forem descarregados, alimentados, abeberados e deixados em repouso durante, pelo menos, 24
horas num posto de controlo acreditado.
Depois de amplo debate manteve-se a anterior legislação no domínio das densidades de carga de animais,
tendo ficado definido que deverá ser apresentada uma
proposta nesta matéria, o mais tardar, quatro anos depois
da entrada em vigor deste regulamento.
GPS e controlo de temperatura
obrigatórios nos camiões
Ao nível dos veículos de transporte, desde 1 de Janeiro
de 2007 que os camiões novos são obrigados a possuir
um sistema de navegação por satélite. A partir de 1 de
Janeiro de 2009, esta obrigatoriedade estende-se a todos
os veículos pesados utilizados no transporte de animais
vivos. O GPS regista sempre que a plataforma de carga é
Para todos os trajectos de
mais de 65 quilómetros os
transportadores passaram
a ser obrigados a possuir
uma autorização
21
Reportagem
FROTA
No nosso país, apesar do
transporte de animais vivos
continuar a ser efectuado
maioritariamente por agricultores e comerciantes, os
transportadores profissionais
têm vindo a ganhar quota rapidamente neste segmento
Desde 1 de Janeiro de 2007
que os camiões novos são
obrigados a possuir um sistema
de navegação por satélite. A
partir de 1 de Janeiro de 2009,
esta obrigatoriedade estendese a todos os veículos pesados
utilizados no transporte de
animais vivos.
aberta. Para além do mais, o regulamento determina
também equipamento de melhor qualidade nos veículos
de transporte, o que inclui, designadamente, a regulação
da temperatura (ventilação mecânica, registo da temperatura, sistema de alerta na cabina do condutor), uma
vez que os animais têm de viajar a temperaturas entre
os 0º e os 35º, e garantir a possibilidade permanente de
abeberamento.
Muitas empresas utilizam também painéis móveis nas
carroçaria que o motorista pode abrir ou fechar mesmo
com o camião em andamento, em função das necessidades dos animais. Apesar de não ser obrigatório o controlo
dos níveis de humidade a bordo das plataformas de carga,
muitos transportadores têm adquirido equipamentos com
vaporizadores de água, accionados a partir da cabina,
uma vez que uma coisa são as temperaturas registadas
pelos termómetros e outra é a sensação térmica que os
animais têm quando são transportados em dias de muito
calor. Este dispositivo tem-se revelado de enorme utilidade
nas operações de transporte de suínos no Alentejo, sendo
também hábito, antes de iniciar a viagem, os operadores
cobrirem os compartimentos com serradura.
Como o acesso a muitas quintas para carregamento
de animais é feito por caminhos de
terra, é cada vez mais frequente
que os camiões afectos a esta
actividade venham com eixos e
suspensões reforçados montados
de fábrica.
Transportadores consideram
legislação demasiado exigente
No nosso país, apesar do transporte de animais vivos
continuar a ser efectuado maioritariamente por agricultores e comerciantes, os transportadores profissionais têm
vindo a ganhar quota rapidamente neste segmento. Por
um lado, a crescente complexidade operacional desta
actividade e, por outro, os requisitos técnicos ao nível dos
equipamentos de transporte, forçaram nos últimos anos
um enorme grau de profissionalização nestes transportes,
até mesmo porque, tendencialmente, estão apenas a conseguir sobreviver as empresas com alguma dimensão.
Entre as principais dificuldades criadas pelo novo regulamento, os transportadores referem que, em média, cada
transporte implica cerca de 48 horas de trabalho administrativo. Paralelamente, é extremamente difícil controlar o
excesso de peso, matéria em que as autoridades fiscalizadoras são muito rigorosas: «o que nos obriga depois
de carregar o camião a ir pesá-lo, e muitas vezes mesmo
fazendo uma estimativa, como o peso dos animais varia
muito em função da época do ano, alimentação, etc, é
frequente sermos obrigados a adiar o transporte de alguns
desses animais para não infringir a lei».
Em média, cada
transporte implica
cerca de 48 horas de
trabalho administrativo
Ainda segundo os operadores, a combinação da
nova legislação de tempos de condução e repouso e de
transporte de animais vivos dificulta imenso o transporte
internacional, e está a ter mesmo reflexos ao nível das
actividades de importação e exportação, sobretudo no
chamado transporte de longa distância, penalizando mais
uma vez, sobretudo, os chamados países periféricos. E
como já não é possível que os animais descansem nas
próprias viaturas, uma vez que o regulamento obriga a que
estes tenham de ser retirados durante as viagens para os
chamados postos de controlo acreditados, consideram
falsos os números apontados pela Associação Nacional de
Intervenção no Mundo Animal, que referiu recentemente
que «todos os anos, cerca de três milhões de animais de
criação são transportados em viagens de longa duração
por toda a Europa, chegando muitas a decorrer durante 90
horas». Para além disso existe um risco muito elevado de
contágio de doenças nestes postos de controlo. Queixamse ainda de que o cumprimento cabal de todas as normas
obriga a que os animais permaneçam mais tempo do que
o necessário a bordo dos camiões, e de que a obrigação
de lavar e desinfectar os camiões após cada operação
de descarga de animais nos matadouros é exagerada,
até porque em muitos destes o equipamento disponível
reduz-se a uma mangueira. n
O que o transportador não deve fazer:
«Como o peso
dos animais varia
muito em função
da época do ano,
alimentação, etc,
é frequente sermos obrigados a
adiar o transporte
de alguns desses
animais para não
infringir a lei»
• Transportar animais que não se apresentem aptos para
a viagem;
• Bater, pontapear ou aplicar pressões em partes sensíveis dos animais;
• Suspender animais por meios mecânicos;
• Levantar, arrastar ou manusear os animais de forma a
provocar dor ou sofrimento;
• Utilizar aguilhões ou outros instrumentos pontiagudos;
• Utilizar choques eléctricos em animais;
22
Dezembro 2008
Dezembro 2008
• Carregar animais incompatíveis no mesmo compartimento;
• Sobrelotar o veículo;
• Travar, acelerar ou curvar bruscamente quando tal
possa ser evitado;
• Deixar os animais sem acompanhamento no veículo
durante longos períodos;
• Permitir que pessoal sem formação ou experiência
proceda à carga, transporte ou descarga de animais.
23
Actualidade
FROTA
Renault aposta na formação
em condução económica
A
Renault Trucks España-Portugal
promoveu a realização no nosso
país duma acção denominada
jornadas Optifuel Training, desenvolvida
num camião-escola Magnum adaptado
para sete lugares, destinada aos motoristas de várias empresas transportadoras
das regiões de Lisboa e do Porto. tratouse de um curso prático de condução
económica, com o auxílio da ferramenta
Pack Optifuel Infomax, que permite extrair
os dados de condução para um portátil e
efectuar a análise de todos os seus parâmetros, revelando assim os aspectos
de condução dos motoristas que devem
ser melhorados, de modo a optimizar a
poupança combustível.
O responsável em Portugal pelo Optifuel Training da Renault, Vítor Pinheiro,
explica que «os principais objectivos desta
formação com componente prática passam pela mudança
de atitude do condutor, que tem a oportunidade de alterar
os seus vícios de condução». Segundo este especialista
em formação de condução, «também é muito importante
que o motorista conheça bem a cartografia do motor que
conduz; deve respeitar a zona verde do conta rotações,
rentabilizar a energia produzida pelo motor, praticar uma
condução proactiva e não reactiva e não abusar nem do
acelerador nem do travão».
Vítor Pinheiro revela ainda que «no início senti alguma
resistência por parte dos motoristas que frequentaram esta
«os principais objectivos desta
formação com componente
prática passam pela mudança de
atitude do condutor, que tem a
oportunidade de alterar os seus
vícios de condução»
24
Renault Trucks España-Portugal proporcionou aos motoristas de várias
empresas transportadoras clientes um curso prático de condução económica
acção. Estavam muito cépticos em relação ao que lhes
poderíamos ensinar sobre a sua profissão, mas face à
análise do Optifuel Infomax, que lhes mostrou aquilo que
não deveriam fazer, e à obtenção de melhores resultados
em termos de consumos, da segunda vez que pegaram no
camião seguindo esses conselhos, na esmagadora maioria dos casos, conseguiram compreender que é sempre
possível economizar mais combustível».
«É muito importante que o
motorista conheça bem a
cartografia do motor que conduz,
deve respeitar a zona verde do
conta rotações, rentabilizar a
energia produzida pelo motor,
praticar uma condução proactiva
e não reactiva e não abusar nem
do acelerador nem do travão»
de acidentes. Racionalizar o uso do veículo passa por aplicar o conhecimento teórico ao prático, aproveitar a inércia
para mover o camião, escolher sempre a relação de caixa
mais indicada para cada situação, manter uma velocidade
constante, imobilizar o veículo quando a isso for obrigado
e aumentar o rendimento do motor.
Convém que os motoristas tenham consciência que o
calor dissipado através do sistema de refrigeração absorve
cerca de 15% da energia fornecida pelo combustível, os
gases de escape arrastam consigo para a atmosfera 30%
da energia produzida pelo camião, o movimento mecânico dos diferentes componentes em contacto uns com os
outros consomem 15% da energia do combustível, sendo
que da totalidade da energia proporcionada pelo combustível apenas 40% é enviada para a transmissão e somente
30% chega às rodas.
A Renault aconselha igualmente os condutores profissionais a terem sempre os olhos postos no conta rotações
e na estrada, as mãos no volante e na caixa de velocidades, a cabeça atenta e com o sentido na antecipação e
o pé suavemente sobre o acelerador e sobre o travão,
quando necessário. Os motoristas devem também colocar
o mais rápido possível o veículo na sua velocidade de
ponta e manter a última relação da caixa o máximo tempo
possível. No curto espaço de um minuto são tomadas mais
de 100 decisões e cada uma delas pode ser um ponto
chave na vida de um condutor.
Na jornada Optifuel onde participou a imprensa especializada, que integrou um ensaio de cerca de 300 Km
(Castanheira do Ribatejo/Évora/Castanheira do Ribatejo),
foram registados resultados muito positivos em termos da
melhoria de práticas de condução, com médias de consumo combustível entre os 32 e os 33 litros aos 100 km. Segundo a Renault, no ano de 2008 o peso dos combustíveis
nos custos de exploração (equipamentos de transporte)
deverá cifrar-se nos 40%, os custos de renovação de camiões 25%, manutenção e reparações 21%, renovação
de semi-reboques 8%, e pneumáticos 6%. n
Outra vantagem da
condução económica e
defensiva traduz-se numa
efectiva redução das
emissões; os transportes
são responsáveis por 39%
das emissões de gases com
efeito de estufa
Condução económica
também é amiga do meio ambiente
Outro aspecto extremamente importante nesta acção
prende-se com a necessidade de diminuir o volume de
emissões poluentes para o meio ambiente.
Segundo a Renault Trucks, que pretende introduzir a
noção de eco-consumo, os transportes são responsáveis
por 39% das emissões de gases com efeito de estufa, daí
que as vantagens da condução económica e defensiva se
traduzam numa efectiva redução das emissões de dióxido
e monóxido de carbono, hidrocarbonetos, óxidos de hidrogénio, partículas e níveis de ruído, poupança de energia,
poupança económica para as empresas transportadoras,
redução dos custos de manutenção, e redução dos riscos
Dezembro 2008
Dezembro 2008
25
Actualidade
FROTA
Estudo Cars Online 08/09, da Capgemini
Comportamento
do consumidor automóvel
é muito volátil
Por: Raquel Sales
O
s consumidores mudariam de marca ou distribuidor
de veículos se as suas necessidades não fossem
satisfeitas; a economia dos combustíveis é tão
importante para os consumidores como a segurança e
a confiança; há cada vez mais pessoas que confiam na
internet para obter informações de pré-venda ou mesmo
para adquirir produtos. As conclusões são apontados pelo
estudo Cars Online 08/09, da Capgemini, um dos principais fornecedores do mundo em serviços de Consultoria,
Tecnologia e Outsourcing.
De acordo com o documento, a “satisfação dos clientes diminuiu nos últimos anos: apenas dois terços dos
inquiridos a nível mundial (cerca de 66%) afirmaram estar
satisfeitos com o processo de compra do seu veículo, uma
grande diminuição em comparação com as respostas de
há dez anos atrás, quando essa cifra chegou aos 80%”.
Atendendo às alterações constantes sentidas no sector e
à tal facilidade de mudança de marca ou distribuidor em
caso de insatisfação, os fabricantes e distribuidores automóveis devem responder a essa dinâmica para manter
as suas vantagens competitivas. A aposta na investigação
em novas áreas de crescimento é uma opção.
Um outro ponto apontado pelo questionário é que a
compra de veículos ecológicos tem aumentado: 36% dos
inquiridos afirmam ter um veículo com eficiência de combustíveis ou combustível alternativo (28% acima do ano
anterior) e metade diz que está a planear a compra de um
veículo dessa categoria. Ainda assim, os clientes não estão preparados para pagar para se tornarem ecológicos.
Envolvendo mais de 3 mil consumidores de oito países (Brasil, China, França, Alemanha, Índia, Rússia,
Reino Unido e Estados Unidos), o estudo constatou que
existem diferenças entre os mercados mais maduros e
em desenvolvimento e também entre os mercados emergentes (nações BRIC - Brasil, Rússia, Índia e China). Por
exemplo, quanto mais sofisticado é o mercado, menores
são os níveis de satisfação dos clientes.
“O nosso estudo Cars Online clarifica como a indústria
automóvel tem mudado na última década”, afirma Nick Gill,
Capgemini Automotive Leader. “Podemos esperar mu-
26
danças igualmente significativas na indústria durante os
próximos anos, à medida que a adopção da tecnologia por
parte do consumidor continua a aumentar rapidamente.
Os fabricantes e vendedores não podem ignorar as
oportunidades de crescimento apresentadas pela Internet como canal de venda directa, que pode informar os
clientes sobre quais os veículos que satisfazem as suas
necessidades, tais como os veículos mais verdes.
Os fabricantes também devem procurar superar as
necessidades de cada país e mercado emergente para
maximizar o crescimento nessas áreas, o que é de particular importância à medida que as vendas nos mercados
mais maduros começam a estagnar”, refere.
Ete estudo pode ser consultado com mais detalhe em
www.capgemini.com/carsonline. n
Dezembro 2008
Renault Trucks debate
uso de grandes camiões
nas áreas urbanas
Por: Raquel Sales
A
Renault Trucks iniciou um debate com
os transportadores, os representantes
locais e investigadores sobre o uso de
grandes camiões nas áreas urbanas.
No início do mês de Dezembro, por ocasião da feira Pollutec, que decorreu em Lyon,
França, Stefano Chmielewski, presidente da
Renault Trucks, presidiu a uma mesa redonda de debate com vários agentes envolvidos
no transporte urbano mercadorias. Segundo
a marca, no encontro reconheceu-se que
os camiões têm um papel essencial na vida
urbana e que, em vez de se esperar por “milagres” irrealistas ou ideias pré-concebidas,
deve avançar-se rapidamente com uma
solução prática. “Adoptar camiões maiores
para uso em áreas urbanas - um desafio ou
Para a entrega nas cidades, veículos de média tonelagem (12 a 26 toneladas)
podem funcionar com gás natural ou usar uma solução híbrida
uma solução eficiente para o nosso meio
ambiente?” Esta foi a questão debatida por
Jean-Claude Desseigne, vice-presidente
da Autoridade de Lyon, François Bertreau,
presidente do Conselho do Grupo Norbert Dentressan- Renault preocupada com o ambiente
gle, Yves Crozet, director do Laboratório de Economia apresenta soluções
Para a entrega nas cidades, veículos de média tonelados Transportes, e Stefano Chmielewski, presidente da
gem (12 a 26 toneladas) podem funcionar com gás natural
Renault Trucks.
ou usar uma solução híbrida combinando um motor de
combustão interna e um motor eléctrico. O teste SITA que a
Reorganização do sistema de entregas
Com base na premissa de que os camiões são para o Renault Trucks está actualmente a realizar com um veículo
transporte de mercadorias e os autocarros para o transpor- de recolha de resíduos Renault Premium Hybrys Tech na
te público, os participantes neste debate reiteraram o lugar área de Lyon suscita esperanças de reduzir as emissões
dos camiões nas cidades. As autoridades locais são então de CO2 em cerca de 30%. Na Pollutec a empresa apreconfrontadas com o desafio de dar aos pesados o espaço sentou uma outra solução: o conceptual Maxity alimentado
adequado, reorganizando a logística das entregas. De electricamente e óptimo para entregas em centros urbanos
acordo com a Renault Trucks, é necessário encontrar for- inacessíveis a pesados de média tonelagem.
mas de optimizar fluxos que, em vez de serem prejudiciais
para o ambiente, sejam particularmente favoráveis num Autoridades locais com papel importante
A Renault Trucks reconhece o direito que as autoridacontexto urbano. Um exemplo seria o recurso a camiões
de tonelagem média, em lugar de doze pequenos comer- des locais têm para tomar medidas no controlo da mobiciais ligeiros, o que reduziria a área de solo ocupada, a lidade dos bens. A autarquia de Lyon está a trabalhar em
parceria com a comunidade empresarial e juntos formaram
poluição sonora e as emissões de CO2.
Para o fabricante automóvel, com estas medidas os uma joint-venture do cluster Lyon Urban Truck and Bus, a
transportadores seriam capazes de oferecer aos seus qual se dedica a produtos e sistemas de transporte públiclientes os ganhos de tempo e de custos. “É uma questão co num ambiente urbano, possibilitando a realização de
de colocar o caminhão certo no lugar certo”, defende a testes experimentais e servindo como laboratório para os
camiões do futuro. n
marca.
Dezembro 2008
27
FROTA
Actualidade
Vendas de Novembro
não reagem ao aumento
da carga fiscal que aí vem
Por: Raquel Sales
D
urante o ano de 2008 o
sector automóvel tem
vindo a sentir, e bem, a
crise. O mês de Novembro não
foi excepção. Neste período,
no total foram vendidos em
Portugal 20.333 veículos, o
que significou uma diminuição
de 8,4% face a igual período do
ano anterior.
Os pesados registaram
uma queda muito elevada,
tendo sido vendidos apenas
418 veículos, isto é, menos
46,4%. Ainda assim, os pesados de mercadorias registaram
uma diminuição das vendas de
47,9%, enquanto no caso dos
de passageiros esse decréscimo é de 29,3%. A DAF foi a
marca que mais veículos pesados de mercadorias comercializou, 104, embora as suas
vendas tenham descido 35,6%.
Seguem-se a Volvo, que vendeu 61 e decresceu 28,2%, e
a Iveco, que conseguiu vender
47 unidades e baixou 28,2%.
A DAF foi a marca que mais veículos pesados de mercadorias comercializou, no total104
Já no caso dos pesados de
passageiros, destacam-se a
MAN, a Mercedes e a Iveco,
todas com 9 unidades, mas
Para a ACAP, que divulga os resultados, esta evolução
ainda assim com variações diferentes. Apenas a Iveco
obteve um crescimento: 28,6%. Já a MAN decresceu 25%, do mercado contraria, de certo modo, as expectativas do
sector, já que era esperada alguma animação do mercado
enquanto a Mercedes regrediu 30,8%.
Houve também uma diminuição no comércio dos nos meses finais do ano, atendendo ao elevado aumento
veículos ligeiros com 19.915 unidades vendidas, o que da carga fiscal em 2009”.
significou uma quebra de 7,0% relativamente ao mês
homólogo do ano anterior. Neste grupo, o resultado das Vendas acumuladas dos 11 meses
vendas de comerciais foi ainda mais desastroso: foram com crescimento apenas dos pesados de passageiros
De Janeiro a Novembro, foram vendidas no total
comercializados apenas 4549 veículos, o que traduz
perdas de 17,4%. Nos comerciais ligeiros as três marcas 247.767 viaturas, o que contribuiu para que as vendas do
que se destacaram foram a Peugeot, a Fiat e a Renault. A sector diminuíssem 2,8%.
Neste espaço de tempo, o segmento dos pesados
primeira vendeu 575 viaturas, crescendo 2,7%; a segunda
comercializou 553 viaturas, melhorando assim 40,7%, a desceu apenas 0,4%, com um total de 5867 viaturas comercializadas. Mas, existem claras diferenças entre os
terceira com 535 unidades deslizou 29,1%.
28
Dezembro 2008
pesados de passageiros, com um crescimento de 5,6%,
e de mercadorias, cujas vendas decresceram 1,1%. Ao
nível dos passageiros venderam-se 714 viaturas. A Iveco
e a MAN comercializaram 140 viaturas cada. No entanto,
a primeira cresceu 72,8%, mas a segunda piorou em cer-
Para a ACAP, que divulga os
resultados, esta evolução do
mercado, de certo modo, contraria
as expectativas do sector, já que
era esperada alguma animação do
mercado nos meses finais do ano,
atendendo ao elevado aumento da
carga fiscal em 2009”
ca de 37,8%. Segue-se a Mercedes, que comercializou
125 unidades e melhorou 54,3%. Já no que aos pesados
de mercadorias diz respeito, a Renault, a Volvo e DAF
surgem no pódio das vendas, com 918 unidades, 829 e
708, respectivamente. Com estes resultados a Renault
conseguiu melhorar as suas vendas em 19,1% e a Volvo
em 23%. Já as vendas da DAF pioraram 18,6%.
As vendas de ligeiros diminuiram 2,8%, com 241.900
viaturas comercializadas, 49.690 das quais comerciais
ligeiros, segmento que registou então uma diminuição
de vendas de 20,4%, com a Renault, a Opel e Citröen a
ocuparem os lugares cimeiros. A Renault registou um decréscimo de 25%, com 7164 viaturas. A Opel contabilizou
perdas de 18,4%, com 6783 veículos. Já a Citröen vendeu
5540 comerciais ligeiros, averbando uma diminuição de
12,9%. n
Governo vai apoiar o sector,
mas de fora fica o comércio
O Governo anunciou o mês passado um plano de apoio
ao sector automóvel no valor de 900 milhões de euros. Além
disso, a indústria automóvel vai contar com uma linha de
crédito de 200 milhões de euros para apoio às exportações.
O plano entrará em vigor já em 2009, conta com verbas do
orçamento nacional e de Bruxelas e inclui 70 milhões de euros para qualificação de 10 mil trabalhadores do sector. De
fora ficaram as empresas ligadas ao comércio e as oficinas.
Dezembro 2008
“O plano acordado entre o Governo e os fabricantes de
automóveis e componentes visa apoiar as insuficiências
financeiras a empresas, a par do ajustamento do perfil
industrial e tecnológico do sector e de um incentivo à procura”, explicou o primeiro-ministro, José Sócrates.
O plano foi lançado para salvar a indústria nacional
ligada ao sector automóvel, que representa 15% das exportações nacionais e emprega 50 mil pessoas.
29
Dakar 2009
Elisabete Jacinto
aposta na vitória
E
lisabete Jacinto aceitou mais uma vez o desafio
de participar no Dakar, a prova rainha do todo-oterreno, que desta vez tem lugar no continente
americano.
Por altura das pré-verificações, no Havre, França,
Elisabete Jacinto destacava a evolução “seja no plano
técnico como no da condução”. Assim, quanto a objectivos, nesta décima participação a piloto ambiciona
ficar entre os três primeiros da sua classe (menos de
10.000 cm cúbicos). “Gostava muito, mas não sei se
estou à altura”, revelou Elisabete à FROTA, por ocasião da partida simbólica para o rali. “O orçamento é
limitado. O facto de estar aqui com dois camiões [um
dos quais de assistência] já é um progresso”, explica.
Ainda assim, a portuguesa reconhece que não será
fácil porque existem muitas diferenças em relação ao
modelo anterior, como o factor temperatura, a chuva, a
amplitude térmica e o próprio terreno, tudo novidades
que Elisabete não conhece. “São muitas coisas que
nos atormentam o espírito”, contou a piloto, assegurando no entanto que quer a máquina, quer a equipa estão
“cada vez melhores”. O camião, segundo o mecânico
Marco Cochinho, está bem preparado: “Trocámos tudo.
Evoluímos as molas. É tudo novo: suspensão, apoios
do motor…”.
O Team Oleoban MAN Portugal, com o número 522,
é composto pela piloto, por Álvaro Velhinho (co-piloto) e
por Marco Cochinho (mecânico). Nos 6.000 km da prova
a equipa poderá demonstrar todo o seu potencial, bem
como do MAN M2000 de 10 toneladas.
Se o leitor tem o bichinho destas coisas do TT no
deserto, marque na sua agenda o acompanhamento
do rali Dakar Argentina – Chile, cuja partida será no
dia 3 de Janeiro. Toda a prova em http://www.dakar.
com. n
Foto: Sérgio
Competição
FROTA
Elisabete
homenageia África
com exposição
Nos camiões estarão envolvidos também os
portugueses Carlos Manuel de Jesus Gonçalves,
Marco Moreiras e José de Campos Martin.
Nas equipas a competir em carro irão marcar presença Filipe Palmeiro e Ricardo Leal dos
Santos, Francisco Inocêncio, Paulo Fiúza, Nuno
Pedro Inocêncio, Jaime Santos, Adélio Machado,
Francisco Pita, Martine Campos Ferreira e José
Manuel Teixeira Marques.
A participar em moto estarão Hélder Rodrigues,
Paulo Gonçalves, Luís Ferreira, João Rosa, Pedro
Bianchi Prata e Pedro Oliveira.
O Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa, acolhe
a exposição “Elisabete Jacinto: Dez anos de desafios
em África”.
“A importância de África mantém-se e pela minha parte estou a trabalhar num projecto que pretende ser uma homenagem ao continente que, ao
longo de dez anos, me proporcionou momentos tão
ricos e inesquecíveis”, revelou a piloto portuguesa.
Até ao dia 15 de Fevereiro pode visitar esta exposição.
30
Dezembro 2008
Portugueses
que participam
na prova
Dezembro 2008
31
Breves
FROTA
Declaração electrónica TIR
obrigatória antes de entrada
ou saída de espaço
comunitário
Já a partir de 1 de Janeiro próximo, os transportadores
rodoviários titulares de Cadernetas TIR têm de enviar uma
declaração electrónica TIR prévia aos postos alfandegários, antes de penetrar ou sair de território comunitário.
A obrigatoriedade decorre das novas exigências regulamentares comunitárias, e têm por objectivo facilitar a vida
aos operadores.
Adivinhando dificuldades aos seus associados, a IRU
desenvolveu uma aplicação Web denominada TIR-EPD
- gratuita -, que permite aos titulares de Cadernetas TIR
o envio de declarações electrónicas de forma simples
e standardizada. Para a sua obtenção, os titulares das
cadernetas TIR deverão contactar a sua associação (a
ANTRAM no caso português), podendo utilizar, posteriormente, o endereço electrónico www.nctstir.org. para o
envio da declaração electrónica prévia.
Numa primeira fase, a aplicação TIR-EPD só é obrigatória para os serviços alfandegários de saída da UE na
Colapso da GM
e Chrysler pode arrastar
a economia dos EUA
para o abismo
Estónia, Hungria, Polónia, República Checa e Eslováquia;
e de entrada na Estónia, Hungria, Polónia e Eslováquia.
Quando esta edição entra em gráfica, mantêm-se as negociações com vários Estados membros e não membros
da UE, nomeadamente a Finlândia, Federação Russa,
Bielorrússia, Turquia e Ucrânia, para assegurar a interconectividade do sistema. n
Legislação: Novos
retrovisores
em veículos
de mais de 3500 kg
Bruxelas publica módulo
para monitorizar projectos
na área dos transportes
Bruxelas acaba de publicar o módulo TENtec iReport, parte do sistema
de informação TENtec cujo objectivo principal é a criação de uma base
de dados central e um portal que possibilite a monitorização de todos os
projectos TEN-T e relacionados (por exemplo, fundos de coesão), cenários
de futuros modelos de transporte e comunicação bi-direcional entre os Estados-membros e a Comissão Europeia (método aberto de coordenação).
O modulo iReport permite a submissão electrónica de dados para a
elaboração do relatório 2009. Este módulo iReport cria um arquivo com um
relatório encriptado de implementação e um único número de referência,
que funciona como uma chave de segurança. Este número de referência é
obrigatório para cada submissão. O arquivo assim obtido deve ser enviado
em "attach" por e-mail para [email protected]. n
32
A partir de 1 de
Abril de 2009 passam a ser obrigatórios, em todos os veículos pesados
de mercadorias de peso superior a 3
500 kgs, novos espelhos retrovisores
de grande angular e proximidade no
lado do passageiro.
Esta medida obriga os veículos
matriculados entre 1 de Janeiro de
2000 e 27 de Julho de 2008, que não
estejam homologados em conformidade com a Directiva 2003/97/CE.
Os novos espelhos terão que ter a
respectiva certificação ITV. n
Dezembro 2008
Os Estados Unidos da América arriscam-se a
resvalar para uma recessão ainda mais profunda,
caso a General Motors (GM) ou a Chrysler entreguem os pedidos de falência.
"Já estamos numa recessão mais profunda no
meu estado, à semelhança do que acontece na
maioria dos 50 estados", disse à CBS o senador
democrata do Ohio, Sherrod Brown. "E isto [a falência das fabricantes] iria afundar-nos mais nos
problemas económicos, para um buraco do qual
levaria muito, muito tempo para sairmos."
Depois de o Congresso e a Casa Branca terem
dado 'luz verde' ao plano de 14 mil milhões de dólares que poderia travar o colapso financeiro das
três principais fabricantes General Motors, Ford e
Chrysler, o Senado rejeitou-o.
O colapso do sector automóvel norte-americano causaria cortes na produção e encerramento de
fábricas, colocando em causa mais de 2,2 milhões
de empregos directos e indirectos e 65 mil milhões
de dólares anuais em salários. Além disso, lançaria
outro balde de água fria para os consumidores.
Para Dennis Virag, presidente do Automotive
Consulting Group, a falência da Geberal Motors
ou da Chrysler "seria o começo de uma cascata
de falências. A economia estaria num caos dentro
de semanas", alertou.
A Administração Bush, incluindo os responsáveis do Tesouro e o chefe de gabinete da casa
Branca, estiveram em conversações este fim-desemana com executivos do sector automóvel e
líderes dos sindicatos para analisar uma forma de
prestar um apoio de emergência à General Motors
e Chrysler e estimar durante quanto irá durar o
dinheiro das duas fabricantes.
A General Motors e a Chrysler disseram que
corriam o risco de ficar sem dinheiro nas próximas
semanas. Já a Ford referiu ter dinheiro suficiente
para sobreviver durante 2009, mas pediu ao Congresso uma linha de crédito no caso de deterioração das condições financeiras. n
Dezembro 2008
Tendência de queda
do preço do petróleo
deverá manter-se em 2009
A Agência Internacional de Energia (AIE), que representa
28 países, anunciou que a procura global de petróleo vai
contrair este ano, pela primeira vez desde 1983, e reviu em
baixa a sua previsão para 2009. Em 2008, o consumo global
vai reduzir-se em 200 mil barris diários, ou 0,2%, de acordo
com o relatório mensal da AIE. A quebra na procura está
concentrada nos países desenvolvidos da Organização para
a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), onde
o consumo de petróleo recuará 3,3%. Para 2009, a AIE afirma
que o crescimento previsto da procura poderá deixar de existir
se a recessão se agravar. Os preços do petróleo já perderam
mais de 100 dólares por barril desde o máximo histórico alcançado em Julho com os EUA, a Europa e o Japão a entrarem
na primeira recessão simultânea desde a Segunda Guerra.
Os ministros da Organização dos Países Exportadores de
Petróleo (OPEP), responsáveis por mais de 40% do abastecimento mundial, já avisaram que o cartel deverá decidir
cortes de produção. “Tornou-se evidente há meses que a
procura na OCDE está a levar uma querbra significativa com
o abrandamento das economias”, disse à Bloomberg David
Fyfe, chefe da divisão petróleo da AIE. “Em resposta, a OPEP
vai provavelmente cortar a produção”.
O consumo global de petróleo deverá crescer em 400
mil barris diários, ou 0,5%, em 2009, atingindo 86,3 milhões
de barris diários. Apesar de ter reduzido em 300 mil barris
diários a sua previsão de consumo nos países desenvolvidos
em 2009, a AIE ainda prevê um crescimento de 2,9% nos
países não OCDE. Na China, deverá mesmo atingir 3,7%.
“Há alguns sinais de que a procura nos países não OCDE
se está a aguentar”, disse Fyfe. Contudo, o relatório da AIE
diz que “se nos estamos a encaminhar para uma recessão
global e prolongada, o aumento de 0,5% na procura mundial
de petróleo que prevemos neste momento poderá não se
materializar”. n
3333
FROTA
FROTA
Notícias
Acordo político para 10% de
renováveis nos transportes até 2020
A presidência francesa fez passar uma ambiciosa proposta de directiva sobre energias renováveis que inclui também vários objectivos em matéria de biocombustíveis. Esta
proposta prevê a incorporação de energias renováveis no
consumo até 2020 (no sector dos transportes o valor acordado mínimo para a incorporação de energias renováveis
é de 10% valor que sobe para 20% nos restantes veículos).
Os biocombustíveis de segunda geração, produzidos a
partir de dejectos, de resíduos ou de biomassa celulósica
e linho-celulósica não alimentares serão duplicados para
um valor mínimo de 10%. A emissão de gases com efeito
de estufa terá de ser reduzida num mínimo de 50% em
instalações industriais e comerciais. n
Eurovinheta
em “banho-maria”
França e Holanda aprovam
ecotaxas para camiões
O último Conselho de ministros europeus de transportes, realizado a 8 e 9 de Dezembro, não tomou qualquer
decisão sobre a proposta de revisão da directiva Eurovinheta apresentado pela Comissão Europeia no passado
mês de Julho. Embora o Conselho garanta que os trabalhos estão a avançar, parece não haver acordo em pontos
como a base jurídica da proposta, o seu campo de aplicação, a determinação dos chamados custos externos, em
particular os que dizem respeito aos congestionamentos
rodoviários, a afectação de taxas e os métodos de cálculo
dos custos externos. Para já, o Conselho garante que
os trabalhos irão prosseguir no decurso da presidência
Checa, a qual tem início no próximo mês de Janeiro. O
Parlamento Europeu deverá pronunciar-se sobre esta
matéria em Março de 2009. n
Mesmo sem haver uma decisão definitiva por parte
das instâncias da União Europeia relativamente à revisão
da directiva 1999/62/CE, o parlamento francês acaba de
aprovar uma ecotaxa para camiões, com data prevista de
entrada em vigor em 2011, aplicada na rede de estradas
e auto-estradas francesas não concessionadas, e nas
vias municipais susceptíveis de congestionamentos de
tráfego. Os cofres do fisco gaulês esperam arrecadar
qualquer coisa como 1,5 biliões de euros anuais com esta
medida. Outro país que já decidiu avançar com este tipo
de taxa quilométrica foi a Holanda, tendo o governo de
Haia apresentado já uma proposta nesse sentido. Só falta
mesmo definir a data de entrada em vigor desta medida,
que poderá ser em 2011 ou 2012. n
Autónomos fora
da directiva sobre
tempos de condução
e repouso
A proposta de directiva da Comissão Europeia, que modifica a directiva
2002/15/CE sobre os tempos de condução e repouso dos trabalhadores móveis afectos ao transporte rodoviário, vai
mesmo manter de fora os autónomos,
que irão continuar a não vão ser sujeitos
às mesmas regras que os restantes
transportadores. Bruxelas considera
que não se justifica a inclusão dos
transportadores autónomos na proposta
de directiva analisando os efeitos na
segurança rodoviária, as condições de
concorrência, a estrutura da profissão e
as condições sociais. A proposta integra
igualmente uma nova definição mais
ampla da figura do condutor móvel. n
Barroso promete 500 milhões
para RTE-T em 2009
Durão Barroso apresentou recentemente um plano de ataque à crise
económica europeia que contém um conjunto de medidas destinadas a
acelerar a execução dos projectos prioritários inscritos na Rede Transeuropeia de Transportes (RTE-T). Para o presidente da Comissão Europeia
não há tempo a perder, estimando Bruxelas avançar até finais de
Março com cerca de 500 milhões
de euros para as RTE-T. A Comissão refere mesmo que alguns
projectos poderão beneficiar,
excepcionalmente, de 100% de
pré-financiamento em 2009. Também o Banco de Investimento
Europeu deverá dar uma ajuda
ao plano Barroso, aumentando
substancialmente o financiamento destinado a infra-estruturas nos
próximos anos. n
3434
Dezembro 2008
Dezembro 2008
35
FROTA
36
Dezembro 2008

Scania R 440 EGR Euro 5 testado em Portugal

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