Prevenção de Desastres - Laboratório de Hidrologia

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Prevenção de Desastres - Laboratório de Hidrologia
Prevenção de Desastres Naturais através dA EDUCAÇÃO
AMBIENTAL COM ÊNFASE NA CIÊNCIA HIDROLÓGICA
Fabiane Andressa Tasca, Roberto Fabris Goerl** & Masato Kobiyama***
Resumo: Todos os anos, os meios de comunicação relatam a ocorrência de diversos desastres naturais no mundo.
No Brasil, a maior parte destes desastres está associada à falta ou excesso de água. Dessa maneira, a hidrologia é uma
das principais ciências envolvidas na prevenção de desastres naturais. Neste contexto, o Laboratório de Hidrologia
da Universidade Federal de Santa Catarina iniciou o projeto de extensão “Aprender Hidrologia para a Prevenção de
Desastres Naturais”, cujo objetivo é, através da educação ambiental, repassar os conhecimentos sobre hidrologia e
desastres naturais para que as comunidades estejam preparadas para agirem quando ocorrer um desastre. Até a presente
data foram realizados 16 cursos. Além disso, foram elaborados materiais didáticos que são gratuitamente disponibilizados
para os participantes. Durante a realização dos cursos notou-se que os participantes possuíam pouco conhecimento
sobre prevenção de desastres e hidrologia. Entretanto, após o curso, a totalidade das pessoas afirmou estar apta para
agir de forma efetiva diante de um desastre. Vale destacar que os participantes do curso agem como multiplicadores,
repassando o conhecimento adquirido a outrem e contribuindo, assim, no surgimento de comunidades mais preparadas
para reduzir os danos e prejuízos provocados pelos desastres naturais.
Palavras-chave: Educação Ambiental. Desastres Hidrológicos. Extensão Universitária.
INTRODUÇÃO
Aristóteles, já em 323 a.C, via o homem como parte da natureza, que era dotada de uma finalidade. Essa
finalidade consistia que cada coisa que pertencia a ela deveria realizar o seu potencial; como uma semente que
se transforma em árvore, o ser humano deveria buscar realizar-se plenamente em sua vida e em suas atividades.
Graduanda do Curso de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Santa Catarina, Caixa Postal 476, Florianópolis – SC, Brasil, CEP 88040-900. Email: [email protected]
Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Paraná, Caixa Postal 19001, Curitiba,
CEP 81531-990. Email: [email protected]
**
Bolsista do CNPq, Professor Associado II Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Santa
Catarina, Caixa Postal 476, Florianópolis-SC, Brasil, CEP 88040-900, Email: [email protected]
***
O processo de realização do próprio potencial, no caso dos objetos naturais, está inscrito em sua própria natureza
e dadas as condições adequadas isso ocorre. No caso do ser humano, isso dependerá das decisões corretas que
este tomar, daí, para Aristóteles, a importância da ética, enquanto racionalidade prática que nos leva a tomar as
decisões corretas e a avaliar o que nos traz a felicidade, que não deve ser confundida com prazeres, levando uma
vida virtuosa (MARCONDES, 2006). Na era atual, a natureza deixa de ser sujeito para ser objeto, contrariando
Aristóteles, já que o homem separou-se dela e mantém relações de oposição e dominação.
Vive-se em paisagens cada vez mais povoadas, é comum áreas naturais transformarem-se em áreas urbanas
cortadas por rodovias ou linhas de transmissão ou, ainda, deparar-se frente edificações em vertentes inclinadas,
em solos instáveis, em leitos de cheia, etc. Todos os empreendimentos voltados para a vida do homem, que valoriza o aumento de riqueza em detrimento da conservação dos recursos naturais, sobrepõem-se aos espaços e arranjos antes formados pelos elementos naturais, interferindo, de maneira contundente, nas relações e dinâmicas
antes estabelecidas (SUGUIO, 2008). Não há motivos para que os fenômenos que regem os ambientes naturais
da superfície terrestre obedeçam às leis ou pensamentos do homem. Esses fenômenos seguem leis naturais físicas
e as conseqüências indesejáveis da ação humana podem ser destruidoras, tanto para a natureza, tanto para o homem, como ocorre com freqüência.
Observa-se constantemente nos jornais tanto do Brasil quanto do mundo notícias de desastres naturais
com centenas de vítimas e milhares de casas destruídas, trazendo inúmeros danos e prejuízos e mostrando ao
homem sua impotência diante das forças da natureza. Essa verdade tão simples e essencial passa, muitas vezes,
despercebida pelos homens, especialmente aqueles que têm o poder e a responsabilidade de conduzir o futuro
do nosso planeta.
A capacidade de prever, controlar ou mitigar os efeitos dos desastres naturais faz parte da cultura de variadas civilizações ao longo da história, conforme relata Antoine et al. (2008), que citam a China, a Índia, a
Mesopotâmia e o Egito como países que construíam diques contra as inundações. Ensinamento este que persiste
na modernidade, com o reforço do conhecimento científico aliado as várias disciplinas inter-relacionadas com
esse tema. Nesse contexto, a Educação Ambiental surge no Brasil como ação emergencial para reverter o quadro
de deterioração ambiental através de práticas que orientem a nossa relação com o meio, buscando um convívio
saudável e sustentável entre a sociedade e natureza.
O Brasil é um país de território extenso, populoso e sujeito a uma variedade de desastres naturais, principalmente os hidrológicos, conforme será demonstrado neste documento. Por falta de previsões, as ações das
autoridades acontecem tardiamente, ou seja, só remediam os danos já causados pelos desastres naturais, por não
preveni-los e mitigá-los antes da sua ocorrência, o que demonstra que o Brasil trabalha com a gestão de crise, ao
invés da gestão de risco. Segundo Mendiondo (2005), a cada US$ 1,00 investido na prevenção reduz US$ 25,00
investidos em obras de reconstrução pós evento.
Conforme a UNESCO (2007), a hidrologia é uma das principais ciências envolvidas no estudo e prevenção de desastres naturais. Para conviver com eles é fundamental entender cada fenômeno, conceituando-o
e verificando quais as medidas preventivas que devem ser realizadas antes, durante e depois de sua ocorrência.
Assim, com o objetivo de conscientizar a população, investir na prevenção, popularizar a ciência e fortalecer
as comunidades, surgiu o projeto de extensão universitária “Aprender Hidrologia para Prevenção de Desastres
Naturais”. Reduzir as perdas implica definir planos para conscientizar as pessoas de modo a minimizar os riscos
das catástrofes naturais.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Desastres Naturais Relacionados com a Hidrologia
Hidrologia, segundo Chow (1964), é a ciência que trata da água na Terra, sua ocorrência, circulação e distribuição, suas propriedades físicas e químicas e sua reação com o meio ambiente, incluindo sua relação com as
formas vivas. Os estados da água existentes na natureza mantêm relação de mútuo intercâmbio através do ciclo
hidrológico, constituindo-se de um recurso natural insubstituível ao ser humano e às outras formas de vida. A
conscientização sobre a preciosidade deste recurso natural, entretanto, é incipiente, especialmente no Brasil, que
por ser rico neste recurso muitas vezes o trata como inesgotável.
O relacionamento entre o homem e a água é bastante inadequado, atingindo muitas vezes a situação de
insustentabilidade. Essa relação não se refere somente ao uso cotidiano da água pelo homem, na verdade a maioria dos desastres naturais está relacionada direta ou indiretamente à mudança climática que, por sua vez, possui
vínculo inalienável com a água (SUGUIO, 2008).
Esses distúrbios entre o homem e a água (meio ambiente) constituem-se em uma preocupação mundial,
tanto que a ONU (1992) declarou a década de 90 como a Década Internacional de Redução de Desastres Naturais
(DIRDN). Fato seguido pela União Internacional das Ciências Geológicas (IUGS), que representa cerca de 250
mil geocientistas de 117 países, que através da UNESCO proclamou um Ano Internacional do Planeta Terra 20072009 com o subtítulo “Ciências da Terra para a Sociedade”. Para a proclamação de anos internacionais os assuntos
devem ser “preocupação prioritária de direitos políticos, sociais, econômicos, culturais, humanitários ou humanos”,
envolvendo “todos os países (ou a maioria deles), independentemente do sistema econômico e social”, e deve “contribuir para o desenvolvimento da cooperação internacional na resolução de problemas globais”, com ênfase nos
temas que afetam os países em desenvolvimento. Os propósitos salientam a relação entre a humanidade e o planeta
e demonstram a importância que os geocientistas têm no surgimento de um futuro equilibrado e sustentável.
Segundo o Fórum Mundial da Água (2006), no ano de 2025, metade da população mundial viverá em regiões
que apresentam riscos por estarem em áreas sujeitas a tempestades e outros fenômenos climáticos extremos. O Fórum
relatou, ainda, que o número de eventos relacionados com a água triplicou desde a década de 70, somando 71% de
todas as mortes causadas por desastres naturais, fato confirmado pela WWAP (2006), que traçou a tendência global
dos desastres de 1960 a 2004 e concluiu que a maior ocorrência de desastres está associada às inundações.
Maffra e Mazzola (2007) demonstram através de pesquisas realizadas pelo IBGE, em 2002 e publicadas
em 2005, sobre a incidência de desastres naturais no Brasil, que os maiores desastres relacionam-se a inundações,
escorregamentos e erosão. Processos fortemente associados à degradação de áreas frágeis, potencializada pelo desmatamento e ocupação irregular. Também os eventos extremos de precipitações pluviométricas de alta intensidade em curto período de tempo ou de baixa intensidade por longos períodos podem causar grandes inundações,
enxurradas e escorregamentos de terra.
A Figura 1 mostra a freqüência anual das cinco principais categorias de desastres naturais no período de
1950 a 2008, com base no Emergency Disaster Data Base (EM-DAT) do Centre for Research on the Epidemiology
of Disasters (CRED). Todas apresentaram aumento em sua freqüência, a dos desastres hidrológicos, no entanto,
cresceram abruptamente.
Figura 1 – Ocorrências de Desastres Naturais no Mundo no Período 1950-2008.
Fonte: Kobiyama et al. (2009).
Para a realidade do Brasil, em função de suas condições geoambientais e socioculturais, os principais perigos naturais recorrentes estão associados a fenômenos hidrológicos e climáticos, conforme se observa na Figura
2, desenvolvida com base nos dados do EM-DAT (2009).
Figura 2 – Ocorrência dos principais desastres naturais no Brasil entre 1900 e 2009.
Entre 1999 e 2008 ocorreram, no Brasil, pelo menos 49 grandes episódios de secas, inundações, deslizamentos de terra, totalizando 5,2 milhões de pessoas atingidas, 1.168 óbitos e um prejuízo econômico de US$ 3,5
bilhões (EM-DAT, 2009). No mundo em 2008, houve 25 milhões de refugiados ambientais, segundo avaliação
da Conferência Internacional Environment, Forced Migration and Social Vulnerability (EFMSV) realizada pela
Universidade das Nações Unidas, na Alemanha. Os especialistas da conferência estimaram que até 2050 serão
200 milhões de refugiados ambientais, deslocados de seus lares pela degradação ambiental, desertificação ou desastres naturais, número que a UNESCO (2008) acredita chegar a 700 milhões já em 2030. A conferência visava
discutir formas de apoiar e proteger estes refugiados, já que as fugas estão associadas ao tráfico de pessoas e aos
conflitos armados regionais por recursos hídricos naturais, ou seja, direta ou indiretamente relacionados com a
água, ou pela falta dela.
Como o mencionado, o crescimento de desastres naturais relacionados com a hidrologia é crescente no Brasil e no mundo, a falta ou o excesso da água causa desequilíbrio no meio ambiente, que é refletido na economia
e sociedade. Para gerenciar desastres naturais a hidrologia é de grande importância, pois, além de demonstrar os
mecanismos desencadeadores desses desastres, traz também a percepção dos fenômenos hidrológicos vivenciados
diariamente, demonstra também a importância e grandiosidade da água e do convívio integrado com a natureza.
Educação Ambiental e o Papel da Universidade
Buscar a compreensão sobre os principais problemas ambientais de um território requer reconhecer as
informações adequadas que respondam sobre o fenômeno em questão. De acordo com Antoine et al. (2008), a
gestão de riscos é uma prática inerente ao surgimento do homem na Terra. Mesmo que inconscientemente, comunidades primitivas modificavam o ambiente para adaptá-lo às suas necessidades e de evitar danos e prejuízos
causados por fenômenos naturais.
Por popularizar a ética ambiental, Albert Schweitzer foi agraciado com o Prêmio Nobel da Paz em 1954.
Em 1962, o livro Primavera Silenciosa era lançado pela bióloga Rachel Carson e tornara-se um clássico na história do movimento ambiental mundial. Sua grande repercussão deu-se ao fato do livro chamar a atenção e atrair
inquietações a respeito do uso indiscriminado e excessivo dos produtos químicos sobre os recursos ambientais.
Esses dois fatos alertaram o mundo sobre seu estilo de vida e desenvolvimento, deu-se, assim, início a conscientização ambiental; o que fez a ONU gerar 10 anos após o livro de Carson, a Declaração sobre o Ambiente Humano, onde priorizou o desenvolvimento da Educação Ambiental no mundo. No mesmo ano, o termo “Desenvolvimento Sustentável” foi mencionado pela primeira vez na Conferência de Estocolmo, e estabelecido em 1987,
no Relatório Brundtland, conhecido também como “Nosso Futuro Comum”. O conceito, que tomou força na
década de 90, reflete a preocupação de que as gerações do presente atendam suas necessidades sem comprometer
a possibilidade de que as gerações futuras satisfaçam as suas.
Embora a preocupação não seja tão recente, predomina na cultura brasileira, ainda, o pensamento de
que a educação ambiental tem como objetivo sensibilizar as crianças e os jovens - as futuras gerações - para
o despertar da consciência ecológica, um resultado sempre postado no futuro, visando a formação de novos
cidadãos. A compreensão da problemática ambiental e a importância da aquisição de novos comportamentos
e atitudes requerem ações para o tempo presente, junto aos usuários contemporâneos dos recursos naturais.
Inserida neste contexto de transformação, a educação ambiental tornou-se uma poderosa ferramenta de conscientização da sociedade com relação à necessidade crescente de se abandonar antigos hábitos e costumes
enraizados numa cultura de desperdício das riquezas naturais, decorrente da idéia equívoca de que a natureza
seja uma fonte inesgotável de recursos. Faz-se necessário trabalhar a educação e percepção ambiental das pessoas sobre os riscos de desastres, que auxiliem a formação do senso crítico e análise das situações diárias que
envolvem risco à população. Dentro deste pensamento, Brügger (1994) enfatiza a necessidade de que toda a
educação deveria ser associada ao ambiente, pois a “educação ambiental” não pode ser encarada como uma
modalidade da educação tradicional.
O papel da ciência e tecnologia merece ser destacado já que a ciência fornece às pessoas meios para entender o mundo e seu papel nele. A Educação Ambiental deve fornecer uma compreensão científica do que seja
sustentabilidade, junto com a compreensão dos valores, princípios e estilos de vida que conduzirão ao processo
de transição para o desenvolvimento sustentável. A ciência deve ser considerada de uma maneira ampla, de
modo que inclua as ciências sociais, as ciências naturais, além das abordagens tradicionais de aprendizagem e
compreensão e a ciência formal. A tecnologia proporciona às pessoas as ferramentas necessárias para que sejam
capazes de mudar sua situação graças à aprendizagem de suas aplicações (UNESCO, 2005). Ainda neste contexto, Beer et al. (2008) destacaram o papel dos geocientistas na tomada de decisões técnicas e sociais relacionadas
à sustentabilidade. Isto significa, dentre outros: Integrar o conhecimento e a compreensão de todas as disciplinas
científicas relevantes de forma a permitir que a sociedade examine a sustentabilidade e os riscos das políticas e
planos propostos.
Nas palavras de Escalona (2005):
Muitas vezes tenho me perguntado quantos membros da comunidade acadêmica conhecem a mina de
ouro que é um campus, pela quantidade de informação valiosa que possui esperando para ser explorada
e mostrada à coletividade.
Neste sentido, complementa Carneiro (2004) ao afirmar que para que a universidade concretize seu sentido e atinja sua finalidade é preciso que o produto do fazer acadêmico torne-se acessível à sociedade. Amadori
(1998) e Porto (2003) afirmam que o conceito de conhecimento é o de um bem público cuja missão é com o
compromisso social.
Neste contexto, reitera-se a necessidade de que as universidades assumam funções sociais de ensino e pesquisa, sem esperar subsídios legais adicionais. A universidade constitui-se de um manancial público de conhecimentos e informações de relevância extrema, que devem ser compartilhados com toda a sociedade visando uma
consolidação da cultura científica ao se contribuir para a formação e inclusão social dos cidadãos (Sebastián,
2006). Assim, os projetos de extensão universitária se constituem de uma prática acadêmica essencial, pois po-
dem promover práticas integradas entre várias áreas do conhecimento, favorecendo a multidisciplinaridade e potencializando, através do contato de vários indivíduos, o desenvolvimento de uma consciência cidadã. Formamse, assim, sujeitos capacitados de mudança, capazes de se colocarem no mundo com uma postura mais ativa e
crítica. A extensão trabalha no sentido de transformação social, com uma participação consciente da população.
Um típico exemplo desse fato no Brasil é o caso dos deslizamentos e enchentes: várias pessoas não enxergam a
relação entre os prejuízos sociais e financeiros causados pelas enchentes e a necessidade de se obedecer ao plano
municipal ou Lei de Uso e Ocupação do Solo.
Complementam assim, Moura e Silva (2008) ao afirmarem que medidas preventivas, com o fim de evitar
que fenômenos naturais resultem em desastres, relacionam-se a estudos e pesquisas científicas dos fenômenos.
Requerem suporte em redes de monitoramento para acompanhar o desenvolvimento e a evolução dos eventos,
e em sistemas de advertência preventiva nas áreas sujeitas a eles. Aliam-se com regulamentos e normas técnicas
dispostos em instrumentos legais e jurídicos, particularmente: leis de zoneamento que considerem a posição
geográfica e a vulnerabilidade do solo; códigos de obras que assegurem condições nas edificações para suportar
os efeitos dos fenômenos naturais; assim como são imprescindíveis políticas de moradia e programas educativos
sistemáticos, que instruam acerca dos efeitos dos desastres e as atitudes básicas de prevenção e socorro.
A educação ambiental, dentro das atividades de extensão propostas pela universidade, deve contribuir
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para a cultura da sustentabilidade, agregando as práticas sociais para a compreensão dos problemas ambientais
necessários à compreensão da vida e da relação humano-sociedade-natureza. A ciência demonstra-se, assim, de
grande importância no desenvolvimento de conhecimentos a partir de estudos, experimentos e observações para
a compreensão dos mecanismos que formam um desastre natural e como este provocará impactos. Através destes
conhecimentos podem-se desenvolver medidas preventivas e mitigatórias frente aos desastres e reduzir ao máximo seus impactos. O papel da universidade mostra-se de extrema relevância, pois enfoca a otimização de esforços
e dá maior ênfase à prevenção nas comunidades, verificando o que deve ser realizado antes, durante e depois da
ocorrência dos desastres naturais.
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Projeto de Extensão Universitária: Aprender Hidrologia
Para Prevenção de Desastres Naturais
Ásia, 2004, o mais forte terremoto em 4 décadas desencadeou ondas gigantes que atingiram pelo menos 8
países. Os tsunamis deixaram um saldo de mais de 165 mil mortos, além de 5 milhões de pessoas desamparadas
(EM-DAT, 2009). O número de mortos poderia ser maior senão fosse o alerta dado por uma garota inglesa de
10 anos de idade. Duas semanas antes do desastre, Tilly Smith aprendeu na aula de geografia como diagnosticar
o mar antes da chegada de um tsunami. No dia 26 de dezembro de 2004, ao observar o recuo do mar e recordar
o que aprendera, a menina avisou o perigo aos seus pais, que agiram eficientemente para alertar diversas pessoas
que estavam na praia. Assim, Tilly salvou aproximadamente 100 pessoas em uma praia na Tailândia e demonstrou-nos uma importante lição: A ciência é útil para prevenção de desastres naturais.
Para minimizar os prejuízos causados pelos desastres naturais, Lamontagne (2002) destacou a importância
da popularização da ciência. Como os desastres naturais no Brasil ocorrem principalmente devido à dinâmica da
água, acredita-se que a hidrologia possui uma contribuição imensurável a esse assunto.
Esses fatos incentivaram o Laboratório de Hidrologia (LabHidro), pertencente ao Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a usar o conhecimento adquirido para contribuir na mitigação dos desastres hidrológicos e, assim, iniciou o projeto de extensão universitária
“Aprender Hidrologia para Prevenção de Desastres Naturais”, oficialmente em 2006.
Conforme Herrmann et al. (2007), o estado de Santa Catarina é severamente castigado pelas adversidades
atmosféricas caracterizadas pelos elevados totais pluviométricos, pelos prolongados meses de estiagem e pelas
tempestades severas que freqüentemente geram vendavais, granizos, tornados e marés de tempestades. O estado
está constantemente na mídia quando se trata de desastres naturais, principalmente em relação à tragédia de
2008, que vitimou 135 pessoas segundo a Defesa Civil de SC (2008). Fato este que despertou a conscientização
da população e está diretamente relacionado ao aumento da procura pelo curso “Aprender Hidrologia para Prevenção de Desastres Naturais” pelos municípios.
Objetivos
• Preparar as comunidades para minimizar os efeitos dos impactos ambientais;
• Produzir materiais didáticos gratuitos para o entendimento e a aplicação da hidrologia pelas comunidades para prevenção de desastres naturais;
• Realizar cursos, encontros e seminários gratuitos juntos a prefeituras, escolas, associações e comunidade, a fim de conscientização.
MATERIAIS E MÉTODOS
O projeto de extensão, em questão, visa a valorização e o ensino de hidrologia para a conscientização da
população quanto aos riscos e danos acarretados pelos desastres hidrológicos, levando o conhecimento adquirido
e desenvolvido pela universidade à comunidade. Para isso o Laboratório de Hidrologia produziu materiais didáticos para distribuição gratuita às comunidades e demais instituições públicas e de ensino. O livro “Prevenção de
Desastres Naturais: Conceitos Básicos” e a apostila “Aprender Hidrologia para Prevenção de Desastres Naturais”
(KOBIYAMA et al., 2006a, 2006b) foram produzidos para este fim e estão disponíveis na íntegra no site do
respectivo laboratório (www.labhidro.ufsc.br). Ademais, com o objetivo de contextualizar e interligar a temática
dos desastres com a extensão universitária foi criado um vídeo que leva o nome do projeto: “Aprender Hidrologia
para Aprender Desastres Naturais” e publicado na internet (http://www.youtube.com/watch?v=-3T__W3v-2c).
O projeto teve seu início oficial em 2006, através do Workshop de Prevenção de Desastres Relacionados a
Sedimento para a comunidade acadêmica, e teve continuidade, desde então, através de cursos de capacitação intitu-
lados “Hidrologia para Prevenção de Desastres naturais” (Tabela 1) para comunidades internas e externas à universidade. As apresentações usadas em cada curso foram sempre disponibilizadas aos participantes do mesmo.
Tabela 1 – Relação dos cursos de capacitação realizados
Município
Período
Duração
Público participante
Rio Negrinho, SC
19/10/06
4 horas
Professores da rede pública
Rio Negrinho, SC
20/10/06
4 horas
Professores da rede pública
Tubarão, SC
7 a 9/03/07
16 horas
Profissionais da área* e estudantes
Itaiópolis, SC
3 a 11/08/07
40 horas
Professores da rede pública
Rio do Sul, SC
27 e 28/09/07
12 horas
Profissionais da área* e ONGs
Florianópolis, SC
23 a 25/10/07
12 horas
Estudantes (V ENEEAmb*)
Rio Negrinho, SC
19 e 20/05/08
8 horas
Profissionais da área* e estudantes
Gaspar, SC
21/05/08
3 horas
Profissionais da prefeitura
Campinas, SP
14/07/08
4 horas
Crianças (16ª SBPC* Jovem)
Belo Horizonte, MG
02/08/08
8 horas
Geomorfólogos (SINAGEO*)
Florianópolis, SC
16/08/08
8 horas
Moradores locais e estudantes
Florianópolis, SC
28 a 30/10/08
9 horas
Estudantes (SEMESAM*)
São José, SC
31/03 a 08/04/09
16 horas
Profissionais da prefeitura
Viçosa, MG
28 a 31/07/09
16 horas
Estudantes (VI ENEEAmb)
Florianópolis, SC
22 e 23/10/09
8 horas
Estudantes (SEPEX*)
Lages, SC
13/11/2009
4 horas
Estudantes (I SAEA*)
* Engenheiros, agrônomos, defesa civil, corpo de bombeiros, polícia militar. ENEEAmb – Encontro Nacional de Estudantes
de Engenharia Ambiental; SBPC – Sociedade Brasileira Para o Progresso da Ciência; SINAGEO – Simpósio Nacional de
Geomorfologia; SEMESAM – Seminário de Engenharia Sanitária e Ambiental; SEPEX – Semana de Ensino, Pesquisa e
Extensão; SAEA – Semana Acadêmica de Engenharia Ambiental.
Em 2009 houve um aumento na procura de palestras e seminários (Tabela 2), motivado pelas tragédias de
2008 como já foi citado, reafirmando o importante papel que o estudo hidrológico tem na gestão ambiental.
Todos os palestrantes e colaboradores do presente projeto são professores, alunos de graduação e pós-graduação de diversos cursos da universidade e realizam diversas pesquisas científicas relacionadas à hidrologia e aos
desastres naturais, o que facilita a execução do projeto. Além disso, o grupo mencionado possui vários projetos
de pesquisa em execução em municípios distintos no estado de SC, financiado no contexto de CT-Hidro. Existe,
portanto, um mecanismo de deslocamento dos participantes do projeto de extensão para municípios aonde se
tem estudos em andamento ou próximos a estes, não havendo assim custos adicionais para os interessados no
curso de extensão, o que traz grande viabilidade ao projeto, o que não impede, entretanto, de ser replicado em
qualquer estado brasileiro, como já ocorre.
Pesquisadores do Laboratório de Hidrologia, por meio do projeto emergencial da Defesa Civil estadual
com o Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres (CEPED) da Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC), realizaram vistorias nas áreas atingidas pelos desastres naturais em 2008 e elaboraram relatórios técnicos para o CEPED no que concerne à assistência à população atingida. Essas experiências tornaram os
cursos e palestras mais interessantes e atraentes, já que os palestrantes podem contar o que vivenciaram e aprenderam, através de fotos e vídeos, relacionando os desastres naturais com a hidrologia.
Tabela 2 – Palestras e Seminários realizados em 2009.
Município
Período
Público participante
São José, SC
02/06/09
Funcionários Públicos
Brusque, SC
03/06/09
Comunidade em Geral
São Bento do Sul, SC
05/06/09
Comunidade
Viçosa, MG
30/07 e 31/07/09
Estudantes (VI ENEEAmb)
Montevidéu,Uruguai
09/10/09
Estudantes (X Congreso
Iberoamericano de Extensión
Universitaria)
Presidente Prudente, SP
23/10/09
Estudantes (V EAUPP)
Porto Alegre, RS
26/10- 30/10/09
Ministério Público
Lages, SC
13/11/09
Estudantes (I SAEA)
Santa Maria, RS
27/11/09
Estudantes (XXVII SEURS)
Blumenau, SC
01/11/09
Estudantes e Comunidade (OASIS SC)
RESULTADOS
Antes e após a realização dos cursos de capacitação usualmente aplica-se questionários a cada participante,
o que possibilita que expressem sua opinião quanto ao conteúdo, qualidade e organização dos eventos, fazendo
críticas e sugestões. Faz-se, também, perguntas acerca do conteúdo a ser abordado no curso, com o intuito de
verificar o conhecimento dos participantes previamente ao curso, comparando-se com as respostas dadas pelos
mesmos após o curso, para a mesma pergunta, para averiguar se a resposta permanece constante. Ressalta-se que
entre os municípios há obviamente diferenças físicas e culturais, o que gera características diferentes dos desastres
naturais, o que exige cursos mais específicos para determinados municípios, além do material e apresentações
preparados dependente do público participante. A seguir abordar-se-á os resultados obtidos.
A avaliação geral de todos os cursos permite dizer que a maioria dos participantes, antes do curso, afirmava
ter conhecimento sobre hidrologia e seus conceitos. Após o curso, no entanto, muitos passaram a afirmar que
não tinham conhecimento prévio sobre o assunto (Figura 3). Isto demonstra que algum conteúdo foi inserido no
saber de cada participante, agregando ou corrigindo informações anteriormente conhecidas por eles. O mesmo
fato foi observado nas demais perguntas, como na definição de Desastres Naturais (Figura 4), percebe-se vagueza
e muitos equívocos nas respostas dos participantes do curso ao descreverem em poucas palavras o que compreendiam sobre o assunto.
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A análise das respostas descritivas mostra também a clara influência da profissão de cada participante.
Engenheiros e estudantes de engenharias apresentaram respostas mais técnicas sobre os assuntos abordados no
curso (hidrologia, medição de chuva, medição de vazão de rio e desastres naturais) enquanto os profissionais
ou estudantes de outras ciências (geografia, química, etc.) deram respostas descrevendo a ciência mais pura. Os
membros da Defesa Civil e da comunidade responderam o questionário descrevendo o lado mais prático dos
assuntos abordados.
Figura 3 – Definição de Hidrologia.
Figura 4 – Definição de Desastres Naturais.
O questionário era composto de outras perguntas, como definições sobre medições de chuva, vazão, dentre
outras. Conforme esperado, todas as respostas demonstraram que os participantes não dominavam o assunto
como acreditavam previamente ao curso.
No início dos cursos, 43% dos participantes afirmaram que não sabiam como se prevenir contra os
desastres naturais, fato que aprenderam durante o evento, e 79% dos participantes conseguiram identificar algum tipo de desastre natural que ocorre com certa freqüência na cidade que residem. Esse resultado
torna-se bem evidente na atividade final do curso, que consiste em realizar uma dinâmica em grupo na
qual se simula um fenômeno natural capaz de resultar em um desastre. Os grupos são divididos em órgãos
governamentais, não governamentais e individuais (que simulam a sociedade, o cidadão). Todos os participantes conseguiram desenvolver medidas antes (prevenção e preparação), durante (resposta) e depois
(reconstrução) do evento, onde põem em prática todo o conteúdo do curso. Se essa simulação fosse real, o
que é perfeitamente passível de acontecer, todos os participantes demonstraram-se aptos para enfrentar e
minimizar os desastres naturais.
Os cursos foram benquistos pelos participantes, cuja maioria avaliou o curso como ótimo (Figura 5).
Praticamente a totalidade dos participantes dos cursos comprometeu-se a desenvolver ações ou atividades na
comunidade com o ensinamento adquirido no curso de extensão.
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Figura 5 – Avaliação Geral do Curso.
Como resultado final não se pode afirmar que haverá uma diminuição no número de desastres naturais ou
que determinado participante do curso não irá construir sua casa em área de risco (o que se espera que não, já
que foi alertado da problemática); pode-se, contudo, afirmar que a sociedade torna-se mais fortalecida e preparada para reduzir os efeitos ao saber como agir diante de desastres naturais, objetivo permanente do projeto de
extensão “Aprender Hidrologia para Prevenção de Desastres Naturais”.
Pontos de Melhoria
Observando as avaliações feitas pelos participantes, consideraram-se os seguintes itens de relevância:
• Aumentar o número de horas do curso; fato que depende da organização que solicita o evento, mas esta
é uma das principais sugestões que o projeto recebe do público;
• Elaborar mais materiais didáticos para diferentes públicos (estudantes, profissionais, crianças, etc.); usando uma linguagem específica para cada um (meta para os próximos anos);
• Aumentar a freqüência da realização dos cursos, através de uma divulgação maior por parte do Laboratório de Hidrologia (meta para os próximos anos);
• Expandir e difundir o projeto para outros estados brasileiros.
CONCLUSÕES
À medida que o homem ocupa espaços, os padrões do ecossistema vão se alterando, criam-se novos mecanismos e novos condicionantes oriundos das forças da natureza. Cada nova alteração apresenta uma determinada
vulnerabilidade à ação humana, devido às características e funções dos componentes que cada espaço é composto. Esses componentes, como o clima, as características e propriedades dos terrenos são elementos do sistema
que não podem ser facilmente alterados pelo homem. O uso impróprio dos recursos naturais, o desmatamento
e a ocupação de áreas com maior suscetibilidade natural são, no Brasil, os principais fatores que potencializam a
ocorrência de desastres naturais.
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A água, objeto principal aqui tratado, vai manter seu ciclo, mas as alterações no território; que antes não
haviam, podem originar um desastre natural devido o contato com o homem. Para que se possa compreender a
gravidade desses problemas e desenvolver valores e atitudes de respeito ao meio ambiente, faz-se necessário que,
antes de tudo, saibam-se quais as qualidades desse ambiente, dessa natureza que se quer proteger, afinal as pessoas
defendem aquilo que amam e valorizam. A solução que tange a prevenção de desastres é mais efetiva quando
existe um conjunto de medidas aplicadas e principalmente, quando o homem adquire o conhecimento sobre
esses fenômenos, aprendendo a lidar com eles. As respostas definitivas às questões ambientais requerem análise
do meio ambiente em suas múltiplas relações, o que se consegue através da educação ambiental associada às demais ciências, de modo a desenvolver não apenas a consciência ecológica no âmbito individual, mas também o
exercício da cidadania.
Uma comunidade consciente dos riscos que sofre diante de um desastre natural está mais bem preparada
tanto para evitar ou minimizar a ocorrência de impactos como para agir diante desses eventos extremos e, em sua
maioria, inevitáveis. A resposta da comunidade determinará o grau do impacto causado pelo desastre natural, e,
para que ela esteja preparada, é necessário que o conhecimento desenvolvido chegue as suas mãos. Sendo uma
ferramenta de prevenção de baixo custo e alta eficiência, a conscientização da comunidade é a melhor maneira
de protegê-la dos desastres naturais, através do monitoramento e modelagem hidrológica, por exemplo, que têm
papel muito importante no planejamento de uso e manejo do solo.
A realização dos cursos de capacitação “Aprender Hidrologia para Prevenção de Desastres Naturais” é totalmente gratuita, para qualquer comunidade interessada, trazendo-lhe o conhecimento hidrológico e satisfação
à equipe, que fica imensamente feliz em poder ser útil ao contribuir para mais uma comunidade consciente sobre
os riscos dos desastres naturais. O curso certamente contribui para o aumento da eficiência das medidas preventivas contra esses desastres, além de popularizar a hidrologia. Neste contexto, enfatiza-se o importante papel
da comunidade, que se torna agente multiplicador do conhecimento e ajuda para que esta prática, o projeto de
extensão “Aprender Hidrologia para Prevenção de Desastres Naturais, esteja continuamente em expansão.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem aos membros do Laboratório de Hidrologia da UFSC pelo apoio na realização dos
cursos de extensão.
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