O Jornal de Coruche
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o seu banco em Coruche Director: Abel Matos Santos – Ano 1 • Número 10 • 1 de Fevereiro de 2007 – Mensal – Tiragem: 5 000 exemplares – Preço: € 1 – Registo ERC 124937 – ISSN 1646-4222 Coruche Festeja Obras e Desporto telefs. 243 617 502 243 617 544 Destaques Portugal e o Oriente, passado, presente e futuro. Páginas 11 e 13 Na Rota das Freguesias, em entrevista com Francisco Godinho. Páginas 36 e 37 Referendo ao aborto 11 de Fevereiro de 2007 Oferta nesta edição, suplemento de Tauromaquia com Paco Ojeda na Torrinha-Coruche mais Separata dedicada ao Major Luíz Alberto de Oliveira Mais uma iniciativa do Jornal de Coruche João César das Neves, fala-nos sobre a pena capital. Páginas 8 e 9 Sandokan de Salgari, a aventura portuguesa dos sete mares. Página 22 Os artigos assinados são da inteira responsabilidade dos seus autores. PREÇOS BAIXOS * QUALIDADE * ACOLHIMENTO O Seu Supermercado e Posto de Abastecimento de Combustíveis CORUCHE Rua Açude da Agolada – 2100-027 CORUCHE LAVAGENS AUTO * SELF-SERVICE SUPERCORUCHE – Supermercados SA. Telef. 243 617 810 • Fax 243 617 712 2 O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 10 • Fevereiro de 2007 EDITORIAL O País discute… e depois? sta edição do Jornal de Coruche sai em plena campanha eleitoral para o referendo ao aborto do dia 11 de Fevereiro. Infelizmente, esta discussão tem trazido para a praça pública os piores argumentos de ambas as partes e colocado o país numa quase “guerra civil” entre os apoiantes do Sim e os irredutíveis do Não. Claro que trazer para a praça pública tema tão sensível e íntimo, que toca todos sem excepção (a favor ou contra) só pode dividir as pessoas em vez de as motivar para aquilo que penso ser o fundamental nesta E questão e que não oiço falar muito aos movimentos cívicos e ao Governo. Falo-vos do Planeamento Familiar e da Educação para a Saúde Sexual, e, do apoio social aos mais desfavorecidos com vista à prevenção das gravidezes indesejadas e da tomada de consciência sobre a maternidade, com forte importância junto dos adolescentes, através das escolas e das organizações de juventude. Compreendendo a importância fundamental desta medidas, o psiquiatra Daniel Sampaio que tem feito um trabalho quase hercúleo para conseguir estruturar e im- plementar a educação sexual nas escolas contemplando estas vertentes, tem sido confrontado com grupos de pressão minoritários que se opõem a estas medidas, chamando a si o exclusivo da educação sexual dos seus filhos. É de salientar que a escola tem um papel complementar em relação à família e que neste momento a Educação Sexual e a Educação para a Saúde devem fazer parte do projecto educativo da escola. A despenalização do aborto, que aqui se joga, não vem resolver nenhuma destas carências e apenas virá adequar a lei à realidade do nos- so país, já que ela não era cumprida. Eventualmente, os vãos de escada e os locais sem condições onde se praticam actualmente em Portugal interrupções de gravidez, tenderão a desaparecer e florescerá um negócio privado que pratique em segurança em conjunto com o Serviço Nacional de Saúde as intervenções que forem solicitadas pela mulher, deixando estas de se deslocarem a Espanha, como agora fazem. A questão é que independentemente da despenalização, ou da liberalização como alguns dizem, se não se investir fortemente no Pla- neamento Familiar e na Educação Sexual e para a Saúde, o que poderemos vir a ter é um método contraceptivo até às dez semanas que se chama interrupção voluntária da gravidez, pondo em causa o direito à vida e vulgarizando um acto que tão fortemente penaliza a mulher, física e emocionalmente. Ao longo do nosso Jornal, encontrarão várias reflexões, artigos e opiniões, a favor e contra, que dão a conhecer as mais diversas razões, para que se possa sentir mais informado e decidir em consciência no voto referendário do dia 11. Jornal de Coruche passou a dispor da colaboração do projecto “Alameda Digital”, um espaço de liberdade informativa na Internet, que o seu responsável Eng.º José Luís Andrade, nos permite ter a partir de agora os textos de personalidade de relevo da vida nacional, sendo o primeiro a escrever nesta rubrica o prestigiado Economista e Professor Universitário João César das Neves. O nosso muito obrigado pelo vosso apoio que reconhece o nosso projecto editorial. Temos também a secção taurina, o desporto, os artigos de fundo e de opinião, e as habituais noticias que dão a conhecer a nossa realidade, destacando aqui a entrevista ao presidente da Freguesia da Branca, as inaugurações do Parque do Vale e da entrada norte da vila, a realidade do Centro de Reabilitação Integrada de Coruche, a visita de deputados ao Observatório da Cortiça, e a preocupação do município com a mobilidade urbana para todos com a atribuição da bandeira de prata da mobilidade. Destaque para a conferência a realizar no dia 3 de Março no Auditório do Museu Municipal, iniciativa do Jornal de Coruche, sobre “A importância de CORUCHE EM PORTUGAL – Coruchenses importantes na História da nossa Pátria”, que contará com a presença de duas personalidades de excelência, o Dr. Jorge Rangel, presidente da Sociedade Histórica da Independência de Portugal, com fortes ligações a Macau onde foi membro do governo e várias vezes condecorado pela sua dedicação à pátria, e, o genealogista e investigador histórico João Alarcão Carvalho Branco, membro de várias organizações cientificas da área e autor de vasta obra sobre a nossa história, que nos darão a conhecer uma realidade que nos surpreenderá a todos! A entrada é livre e aberta à desejável participação de todos. Por último, referir a importância da Separata desta edição, inteiramente dedicada ao nosso Major Luís Alberto de Oliveira, com o objectivo de elucidar todos sobre a sua genialidade e a importância da sua obra para o desenvolvimento de Coruche, com vista à reposição da sua estátua na nossa terra, que se alcançará através da assinatura das folhas de subscrição disponíveis por todos o concelho nos locais assinalados e onde se vende o jornal. Desejo-vos uma agradável leitura e um bom mês para todos. O Fundador, Proprietário e Director: Abel Matos Santos CP: TE 463 ([email protected]) Redacção: Av. 5 de Outubro, 357-3.º B. 1600-036 Lisboa Rua de Salvaterra de Magos, 95. 2100-198 Coruche • Fax: 243 675 693 Editor: ProCoruche – NIPC: 507700376 Registo na ERC n.º 124937 Depósito Legal: 242379/06 ISSN: 1646-4222 Tiragem: 5000 exemplares Periodicidade: Mensal Coordenação, Paginação e Grafismo: Manuel Gomes Pinto Assistente: Patrícia Tadeia Agenda e Notícias: [email protected] Redactor Principal: João Carlos Louro (CP 7599) Assistente Redacção: Patrícia Leal Assinaturas e Publicidade: Isabel Pinto, Carlos Tadeia e Conceição Louro ([email protected]) • Tlm: 91 300 86 58 e 96 600 12 93 Contabilidade: Manuel Alves dos Santos Impressão: Empresa do Diário do Minho, Lda, Braga. Distribuição e cobranças: Carlos Tadeia • Tlm: 93 632 22 90 Colaboraram neste número: Abel Matos Santos, Ana Picoito, António Gil Malta, Carlota Barros Alarcão, Domingos da Costa Xavier, João Alarcão, João César das Neves, João Sobral Barros, João Carlos Louro, João Costa Pereira, Joaquim Mesquita, José Caeiro, Jorge Maurício, Jorge Rangel, Luís Martins, Mariazinha Alarcão de Macedo, Manuel Alves dos Santos, Manuel João Barbosa, Miguel Mattos Chaves, Osvaldo Ferreira, Patrícia Leal, Pedro Vargas, Rita Telles Branco, Telma Caixeirinho, Vitório Rosário Cardoso, Búzios, Cáritas Coruche, EB1 Coruche, GI-CMC, GI-Verdes, GI-PCP, GI-CDS, Paróquia CCH, Gov. Civil Santarém, Nersant, ANF, SRUCP. Fotografias: Abel Matos Santos, Carlota Barros Alarcão, Henrique Lima, João Carlos Louro, João Costa Pereira, Joaquim Mesquita, Manuel Pinto, Patrícia Leal, Pedro Vargas, Vitório Rosário Cardoso, Casa do Ribatejo, CMC, GCS, Nersant, SHIP, SRUCP. Membro da Cartoon: Pedro Nascimento Web: Henrique Lima www.ojornaldecoruche.com A bem de Coruche! ____ Abel Matos Santos Director I NF ORM AÇÃO Informamos todos os nossos leitores, assinantes e anunciantes, que para efeitos de assinaturas, contratação de publicidade ou quaisquer outros assuntos, só representam o Jornal de Coruche as pessoas constantes da ficha técnica de acordo com os cargos e áreas de actuação respectivas. A Direcção O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 10 • Fevereiro de 2007 Conferência Coruche e Portugal Coruchenses importantes na História Distribuição de Combustíveis e Lubrificantes • Gasóleo Agrícola, Rodoviário e de Aquecimento • Entregamos ao Domicílio qualquer quantidade em qualquer ponto do País (com viaturas próprias) Distribuidor Oficial Fornecemos tanques aéreos e subterrâneos para combustíveis CONTACTOS / INFORMAÇÕES Tel. 263 851 201 • Fax 263 851 204 • [email protected] MÁRIO GODINHO DISTRIBUIDOR Telf. 243 650 807/8 • Fax 243 650 809 Praça da República • 2100-321 Couço • Coruche LEAL & CATITA, LDA. Vendas e Assistência Semi-Novos Peugeot 307 SW 1.6 HDI 5p (Diesel) Opel Astra Enjoy 1.3 CDTI 5p (Diesel) Opel Corsa Silver + 1.2 16V 5p Renault Megane Break 1.5 DCI 5p (Diesel) Audi A4 2.0 TDI Sport 140CV (Diesel) Seat Ibiza 1.2 12V C/AC 5p Opel Corsa Enjoy 1.2 16V 5p Opel Zafira 2.0 DTI 7L 5p (Diesel) Opel Corsa 1.3 CDTI 5p (Diesel) VW Polo 1.2 12v C/AC 5p Ford Focus STW 1.8 TDCI 5p (Diesel) 2006 2006 2006 2005 2005 2005 2005 2005 2005 2004 2004 Retomas BMW 320 D Touring 150 CV 5p (Diesel) Mercedes C-220 CDI STW 5p (Diesel) Mercedes E-220 STW Eleg. Renault Clio 1.2 16V 5p BMW 320D 4p (Diesel) Skoda Fabia 1.4 16v Break 5p Opel Corsa 1.7 DTI 5p (Diesel) Opel Astra Caravan 1.7 DTI 5p (Diesel) Peugeot 206 1.1 XT C/AC 3P 2003 2003 2002 2002 2001 2001 2001 2001 2001 Comerciais Opel Corsa 1.3 CDTI Van Peugeot Partner Reforce 1.9 D Van Opel Corsa 1.7 DI Van Peugeot 206 1.9 D van C/AC 2005 2005 2002 2001 Stand 1: Rua do Cemitério Stand 2: R. Maria Emília Jordão Oficinas: Rua do Cemitério Santo Antonino Coruche Tel. 243 675 020 Fax 243 617 163 [email protected] www.lealecatita.com Créditos de 24 a 84 Meses No seguimento da sua política cultural e de dinamização da nossa terra, o Jornal de Coruche leva a efeito, com o habitual apoio da autarquia, uma conferência com Jorge Rangel e João Alarcão sobre os nossos ilustres Coruchenses e a sua importância no todo nacional ao longo da nossa história, bem como sobre o papel de Portugal no mundo e os desafios para o futuro. A moderar e a apresentar estarão o Presidente do Município, Dionísio Mendes e o Director do Jornal de Coruche, Abel Matos Santos. A não perder, no dia 3 de Março no auditório do Museu Municipal de Coruche pelas 17.30h. A entrada é livre. 3 4 O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 10 • Fevereiro de 2007 REFLEXÕES Aborto Este termo tão badalado, comentado, bem tratado, mal tratado e com um significado prático de uma subtileza e de uma actualidade bem visíveis, sendo embora tema de longas barbas brancas, tal a sua história e prática. Mas não sendo aqui necessária qualquer referência material à sua prática e aos seus custos, assuntos para os quais não tenho o mínimo de preparação, é preciso deixar algum apontamento, do que neste caso é mais importante, ou seja, problemas e consequências do acto, a nível do comportamento da mulher e não só. É evidente que ser mulher é, à partida, ter a faculdade de gerar vida, colocando entre nós mais um ser que terá o seu percurso, como todos os seres vivos: nascer, viver e morrer. Logo não é de ânimo leve que uma mulher irá interromper uma gravidez, desfazer-se de alguma coisa que é dela e que o seu instinto de mãe tentará preservar a todo o custo. Isto será o que uma mãe faz e pensa, quando pretende ter um filho, que um dia possa ser a luz dos seus olhos e a felicidade do seu lar, casamento, ou outro. Mas é do aborto, extrema- José Manuel Caeiro mente complexo e de consequências por vezes muito traumáticas, que se quer falar. Assim dada a sua complexidade, não se poderá equacioná-lo como se de um totobola se tratasse, colocando-se uma cruz na casa desejada. Defendem uns a legalização do aborto e outros, como é salutar em democracia, pretendem a não legalização do mesmo. Como é evidente quer uns, quer outros têm razão! E não terá este tema semelhanças com a Eutanásia, noutras circunstâncias e em situações bem mais cruéis e de sofrimento atroz? Está ou não Adriano Moreira, Paulo Portas e José Ribeiro e Castro juntos pelo Não ao aborto O histórico do CDS, Prof. Adriano Moreira, o ex-presidente do partido popular Paulo Portas e José Ribeiro e Castro, actual presidente, assinaram um documento pelo direito à vida que defendo o voto Não no referendo do dia 11 de Fevereiro. O texto com o nome “Nenhuma Vida é Demais” aponta diversas razões para votar no Não, afirmando que a proposta do governo é “uma proposta sem equilíbrio, nem moderação” visto “tratar-se de acabar com todas e quaisquer excepções até às 10 semanas”. Acrescentam ainda que “o Estado não deve emitir sinais errados à sociedade civil, traindo os imperativos da solidariedade social, desleixando as políticas familiares e fraquejando na acção social directa nas situações de maior vulnerabilidade”. vota Sim ao aborto A Comissão Concelhia de Coruche do PCP, em comunicado, apela à participação no referendo sobre a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, e a que votem SIM à questão que é colocada. Para os comunistas votar SIM é; – Contribuir para acabar com o flagelo do aborto clandestino, que é a principal causa de morte materna em Portugal, e que significa graves danos para a saúde física e psíquica das mulheres que se vêm obrigadas a recorrer à interrupção voluntária da gravidez. – Contribuir para acabar com processos, julgamentos e humilhações públicas das mulheres que, por razões económicas e sociais, são empurradas para o aborto clandestino. – Promover a saúde e dignidade das mulheres, para que estas, recorrendo ao aborto, não estejam sujeitas aos graves danos físicos e psíquicos com elevados custos para a saúde pública e materna resultantes do aborto clandestino. – Assumir a maternidade e paternidade como uma decisão livre, consciente e responsável e ter direito de optar, para que essa opção seja efectivamente um último recurso, e esteja acessível de igual modo a todas as mulheres. – Dizer a este governo e à maioria PS na Assembleia da República que é urgente mudar esta lei sem mais demoras, sem que haja lugar a mais expedientes para adiar a resolução deste problema social. – Um voto de exigência da possibilidade de cada ser humano dar e receber o direito a uma vida digna e feliz, independentemente do seu sexo, idade, raça, credo religioso ou opção política. ___ uma vida em jogo? Se está, há que ter muito cuidado com o que se quer fazer. Admitindo-se cientificamente que apenas a partir de determinada altura o feto é vida então os defensores desta versão terão também razão, não havendo nenhuma vida em jogo. Poder-se-á aceitar a interrupção em casos de violação da mulher ou eventualmente por se verificar que o ser que se está a gerar poderá ser um deficiente profundo (muito embora quem o gere o ame muito) Há uma situação de aborto que qualquer pessoa verificará ser condenável, que é, torná-lo, de algum modo, o remediar de situações de falha de protecção sexual no acto. Despenalizar o aborto e fazer com que o mesmo tenha condições dignas para a mulher o poder praticar, muito bem, mas ao decidir-se o sim ou não deverá ser em consciência e não com influências de A ou B, uma vez que não estamos em presença de decisões políticas, mas sim de assuntos de grande gravidade, que tocam fundo no ser humano. Quando se legislar sobre o caso há que ter muito cuidado, pois são necessárias pinças, dada a sua fragilidade. CÂMARA MUNICIPAL DE CORUCHE EDITAL Alvará de Loteamento com Obras de Urbanização nº 01/2007 Processo de Loteamento nº 22/2001 Nos termos do disposto pelo nº 2 do Artigo 78º do Decreto-Lei nº 555/99 de 16 de Dezembro, com a redacção dada pelo Decreto-Lei nº 177/2001 de 4 de Junho, torna-se público que esta Câmara Municipal emitiu em 19 de Janeiro de 2007, o Alvará de Loteamento com Obras de Urbanização nº 01/2007, em nome de JOÃO FRANCISCO VIVEIROS DO AMARAL, NIF 127 208 348, residente em Rua do Navio, Capelas, 9545-140 Capelas, através do qual foi Licenciado o Loteamento bem como as respectivas obras de urbanização do prédio localizado em Fazendas das Figueiras, Freguesia da Branca, descrito na Conservatória do Registo Predial de Coruche sob o nº 554/20061023, inscrito na respectiva matriz sob o Artigo 130 BA. A operação de loteamento apresenta as seguintes características: Área abrangido pelo Plano Director Municipal Descrição da área a lotear: 39.750m2 Área total do loteamento: 17.282,16 Número de Lotes: 14 Área dos lotes: 14.245,50m2 Área da parcela restante 22 467,84m2 Finalidade: 14 Lotes para Habitação Para constar se publica o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares públicos habituais. O Presidente da Câmara (Dionísio Simão Mendes, Dr.) Coruche, 22 de Janeiro de 2007. O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 10 • 5 Fevereiro de 2007 EM DIRECTO Referendo 2007 Patrícia Leal * – Um voto em consciência Com a proximidade do segundo referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez, é imperativo que as pessoas se informem e reflictam sobre este tema tão polémico para que, em consciência, decidam no próximo dia 11 de Fevereiro. Este tem sido um assunto na ordem do dia dos políticos nacionais, bem como de todo o tipo de organizações não governamentais e autónomas que, através de campanhas e apelos, muita tinta têm feito correr na imprensa portuguesa, confundindo ainda mais os eleitores. Muito se tem debatido sobre o aborto, mas nem sempre com a devida imparcialidade e importância que qualquer um dos votos merece. Desta forma, uma abordagem aos dois lados da questão impõe-se para que ninguém vote sem a devida e real consciência do que está a fazer. Desde há cerca de 20 anos que o tema “interrupção voluntária da gravidez” tem vindo a ser uma luta constante por parte de alguns partidos políticos, intervindo com o objectivo de acabar com o aborto clandestino e com toda a recriminação da mulher que, em alguns casos, chega a ser julgada e condenada. No primeiro e único referendo sobre o aborto, em 28 de Junho de 1998, o não conquistou 50% dos votos contra 48,3% do sim. Esta vitória foi alcançada nas ilhas e zona a norte do Tejo, com excepção do distrito de Coimbra. Com esta vitória, nada se alterou no panorama nacional, continuando muitas mulheres a sujeitarem-se a todos os perigos resultantes do aborto clandestino, com prejuízo para a sua saúde física e mental. Aliás, segundo um estudo da Associação para o Planeamento Familiar, no último ano, uma em cada três mulheres em idade fértil que fizeram uma interrupção da gravidez tiveram de recorrer aos serviços de urgência para a completarem. O nosso país, lado a lado com a Irlanda, Malta e Polónia, é um dos poucos países europeus que mantém a penalização do aborto, contrariando as recomendações por parte de organizações internacionais como o Comité das Nações Unidas para a eliminação das discriminações contra as mulheres que, em 2002, revelou inquietação em relação aos abortos clandestinos que, além de um impacto fortemente negativo para a saúde física e mental da mulher, afecta igualmente a sua dignidade. A actual lei do aborto, estipula, nos artigos 140º, 141º e 142º do Código Penal que, em Portugal, até às doze semanas é possível abortar dentro dos parâmetros de risco de vida ou lesão grave para a mulher, perigo para a sua saúde física ou mental, e em caso de violação ou outro crime sexual. Os outros itens referem-se à malformação do feto e, neste caso, a interrupção da gravidez pode ser feita até às dezasseis semanas. A partir deste prazo, a lei estipula que só em caso de perigo de vida ou lesão irreversível do corpo ou da mente da mulher é que a gravidez pode ser interrompida. Factores económicos, sociais e afectivos não estão previstos no Código Penal dado que são considerados evitáveis através da educação sexual e planeamento familiar. Assim sendo, a proposta da nova lei visa erradicar o aborto clandestino do país, disponibilizando os meios técnicos e de higiene necessários, bem como profissionais qualificados. A primeira grande discussão pública do tema aborto ocorreu depois de aprovada a pergunta “Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras dez semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?”. Esta questão, além de complexa é bastante vaga, pode suscitar dúvidas no eleitor em relação ao que é que exactamente lhe estão a perguntar. Seria bem mais fácil compreender se a pergunta fosse, simplesmente, “Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez?”, e o resto dos pormenores viria mais tarde, consoante a “sentença” ditada pela consulta pública. A questão, no entanto, nunca foi o voto a favor ou contra o aborto pois não é isso que está em causa. A preocupação dos partidários do sim ao aborto sempre foi erradicar a clandestinidade deste método e, principalmente, acabar com a “caça ás bruxas” feita ás mulheres através do Código Penal nacional, pois a maior penalização que uma mulher pode ter é abortar, pois isso já faz com que ela se julgue a si mesma. O grande debate gerado em torno do referendo é a questão da despenalização ser entendida pela mulher como uma liberalização geral do aborto, passando este a ser mais um método contraceptivo. Este tem sido o grande argumento da campanha do não ao aborto. Contudo, será correcto duvidar da capacidade intelectual e moral da mulher em reflectir, de forma responsável e consciente, sobre uma das decisões mais difíceis da sua vida, como é a continuação de uma gravidez? Será que é correcto impormos os nossos princípios através do Estado e, particularmente, do Código Penal? Permanecer na clandestinidade é a maior forma de liberalizar o aborto, provocando perigosas e graves consequências em termos de saúde. Os argumentos ao voto negativo no próximo dia 11 são compreensíveis. Prendem-se com o receio de que a despenalização não acabe com o aborto clandestino e, ao contrário, a defesa da privacidade de cada um, as limitações dos serviços de saúde e a falta de informação resultem no aumento da sua actividade ilegal. A campanha do não ao aborto tem abordado, por diversas vezes os Direitos do Homem estabelecidos em 1948, entre os quais o direito à vida. A pergunta que se coloca muitas vezes é “em que momento adquirimos em clínicas clandestinas, defendendo que esta deve poder decidir de acordo com a sua consciência. Por esta razão apela-se a que as pessoas votem na opção e não na continuidade porque as mulheres que têm por princípios não abortar, nunca o irão fazer. aquilo que nos torna humanos e que nos dá o direito a viver?”. Embora não sendo ainda visível, o feto no momento em que é concebido, já é uma vida, dado que no ovo estão a cor dos olhos e da pele, o coração e o cérebro. Defende-se, assim, que em vez de matar um ser humano, devia-se sim pensar em formas de contornar os anos de burocracia pelos quais as famílias passam na altura de adoptar uma criança. Este é um dos aspectos defendido por muitos médicos que estão completamente contra a despenalização da interrupção voluntária da gravidez e que não irão colaborar na realização de abortos, caso o referendo seja aprovado, invocando objecção de consciência. Além disto, os médicos têm de ter sempre em mente o código deontológico da profissão e este, no nº 2 do art. 47º atesta que “constituem falta deontológica grave, quer a prática do aborto, quer a prática da eutanásia”. Por outro lado, a campanha do sim ao aborto tem como objectivo a mudança do panorama nacional ao nível das ilegalidades e injustiças cometidas pelas e contra as mulheres. Os defensores da despenalização crêem que alguma coisa deve ser feita num país onde a mulher tem de chegar ao desespero de pôr em risco a sua vida e saúde No entanto, se não houver uma mudança, as que o quiserem fazer, vão continuar a recorrer à clandestinidade porque ela existe, e pratica-se todos os dias à margem da lei e sem quaisquer condições de segurança médica. Para confirmar este facto, basta olhar para os dados do último ano, durante o qual deram entrada nas urgências das unidades médicas cerca de 5600 mulheres com complicações graves resultantes da prática clandestina do aborto. Agora cabe-nos a nós, cidadãos interessados, pesar na balança os prós e os contras e decidir conscientemente se devemos mudar e aceitar que todos tenham direito a decidir sem recriminações nem julgamentos, não pactuando com o aborto clandestino, ou defender o direito fundamental à vida. Uma coisa é certa, o aborto pratica-se e vai continuar a praticar-se. Esta é uma preocupação de várias instâncias internacionais. Será que o direito à vida não é ter o direito a ser desejado, a ser tratado como um ser humano, que ama e é amado, que tem pão para comer e cama para dormir? Cabe-nos a todos decidir o futuro. ____ * Jornalista 6 O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 10 • Fevereiro de 2007 OPINIÃO Pelo Sim e pelo Não Está perto, o dia em que Portugal e os portugueses vão decidir em consciência, que direcção vamos tomar na nossa sociedade no que diz respeito ao mais elementar e importante direito consagrado ao ser humano... o direito à vida. No dia 11 de Fevereiro, vamos decidir se queremos despenalizar o aborto livre até às dez semanas! É isso que está verdadeiramente em causa, aceitarmos ou não o aborto livre até às 10 semanas, porque uma mulher quer... por mais nada! Será legítimo abrir essa porta? Não é preciso que a mulher tenha sofrido uma violação, nem que o seu bebé seja mal formado, nem que a sua saúde física ou psíquica esteja ameaçada, nem tão pouco que o seu filho por nascer não seja saudável. Todas essas situações já estão previstas na Lei e já permitem que se aborte muito para além das dez semanas! A única coisa que é preciso é que seja sua vontade não o deixar nascer, assim como deve ter sido sua, a opção de o fazer! Motivos para tomar essa atitude devem com certeza existir, foi um erro fazê-lo, não estava à espera de ficar grávida, vai agora trocar de emprego e não dá jeito ficar amarrada a uma gravidez não planeada, etc., etc. Mas a única solução para emendar esse seu erro é tirar o direito à vida daquele ser minúsculo que já vive dentro dela? Essa é a pior das soluções porque é mau para quem faz, a mulher, e é o fim para quem ainda nem se pode defender e pedir o direito à vida. Estão provados os malefícios do aborto para a mulher, tanto a nível psicológico como físico, quer seja feito numa clínica espanhola, quer seja feito em casa! É sempre uma violência contra natura, para a mente e para o corpo da mulher. Deixa marcas profundas e é uma falsa solução. E para o feto, bebé, filho, o que lhe quiserem chamar, do que é que se trata? Às dez semanas só os pulmões ainda não estão formados, de resto está lá tudo o que essa pessoa pequenina será quando tiver 80 anos (se o deixarem). Até as impressões digitais serão as mesmas, únicas e irrepetíveis. Só está a faltar a nutrição e o desenvolvimento... crescer e nascer! E para isso é um ser dependente da mulher/mãe que o transporta no ventre! Precisa dela para sobreviver, assim como precisará nos primeiros anos de vida. Afinal se ela o abandonar no berço sem o alimentar também morrerá. E ela pode ter muitos motivos para o fazer, para o abandonar... já tem mais filhos, não tem tempo para ele, tem que ir trabalhar, passear, não tem meios para o ter ou pura e simplesmente não o quer!! Foi um erro!! E então?!?! Não são motivos fortes para Duas mortes em quinze dias! Correia de Campos, diz que esperar 6 horas por apoio médico adequado é normal Foi assim que o Ministro da Saúde, Correia de Campos, respondeu às críticas dos deputados na assembleia da república no passado dia 18 de Janeiro, por causa da morte de um cidadão português em Odemira. Este homem de meia idade, foi atropelado e uma sequência de acontecimentos e de desarticulações e ineficiências do INEM, levaram a que este homem só chegasse ao Hospital de Santa Maria em Lisboa, único sitio para ser assistido devidamente pelas lesões sofridas no acidente, mais de 6 horas depois. Naturalmente que se exigia um inquérito para perceber o que correu mal e se poder corrigir, mas o polémico e autoritário ministro respondeu aos deputados da Nação, que “isso seria demagógico, quando as pessoas agiram bem e nada havia de errado”. Parabéns Sr. Ministro, depois da piada de mau gosto sobre “enforcamentos” que citou em cerimónia pública oficial, esta posição deixa bem claro para onde a Saúde pode caminhar em Portugal. Como se não bastasse, dias depois morre mais um português na mesma área geográfica, e, pelos mesmos motivos, a demora na assistência médica adequada. À hora de fecho deste jornal, o ministro reforçou em mais viaturas e meios o Alentejo, reconhecendo implicitamente que existia uma manifesta falha nos meios de socorro. O Jornal de Coruche solidariza-se com a família do falecido e lamenta que no nosso país ainda possam acontecer estas situações que nos envergonham a todos! o abandonar à própria sorte? Mas nesse caso já a condenávamos, e com que veemência! A diferença desse “abandono” mede-se em centímetros, quilogramas, dias, semanas ou meses. Sem lhe conhecermos o rosto e até aos seis gramas de peso, seis centímetros e dez semanas, se a mulher/mãe optar, ele pode deixar de existir e nunca chegar a nascer! Vai parar ao lixo de uma clínica espanhola ou não, que a lei apoia e o Estado, com o dinheiro de todos nós, até paga!!! Por estes e outros motivos (há tantos), pense muito bem quando lhe pedirem para decidir. É de si que depende o rumo das gerações futuras! É o seu voto que vai ou não contribuir para uma sociedade cada vez com mais vítimas desses abortos. Com o seu apoio, ou não, vamos ajudar governos a demitirem-se das suas reais responsabilidades no combate eficaz a este flagelo que é o aborto clan- destino! Esse, vai continuar, por vergonha de se assumir que, apesar de não ter daqueles motivos já previstos na lei, a mulher não quer, pura e simplesmente, ser mãe! O aborto vai aumentar com a liberalização, tal como aconteceu em todos os países que seguiram esse caminho e o aborto clandestino vai continuar a existir! As mulheres que o fazem vão continuar sem ser punidas (em 30 anos nenhuma foi presa) mas vão continuar a ser vítimas dessa má escolha. E o feto, bebé ou futuro homem é que vai depender do seu “não” para poder viver! Por isso, no dia 11 pense bem, para decidir melhor ainda, em consciência, sabendo, no futuro, assumir plenamente as consequências deste seu voto. Pelo sim ou pelo não, pense bem e vá votar! ____ Rita Teles Branco Está disponível a em Portugal a primeira vacina para a Prevenção do Cancro do Colo do Útero O CANCRO DO COLO DO ÚTERO é a segunda causa mais comum de morte por cancro nas mulheres jovens na Europa. Em Portugal verifica-se a maior incidência de cancro do colo do útero entre os restantes países da União Euro- peia, cerca de 17 casos por cada 100 mil habitantes, com 958 novos casos por ano. Todas as mulheres entre os 9 e os 26 anos devem equacionar a vacinação. Para isso deve falar com o Pediatra da sua filha ou com o seu Ginecologista para saber como se vacinar. Rede de Cuidados Continuados chega ao Distrito Os ministérios da Saúde e Solidariedade Social fizeram-se representar na assinatura dos acordos com as Misericórdias de Tomar e Entroncamento, para a recentemente fundada Rede de Cuidados Continuados Integrados. Estas instituições são as primeiras no Distrito de Santarém a integrar a mencionada rede. A Misericórdia de Coruche está também a preparar a sua entrada nesta importante rede de apoio. O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 10 • 7 Fevereiro de 2007 VIVER COM SAÚDE (Parte II) A Dor – do desconforto à tortura A PERCEPÇÃO DA DOR Dos diversos sentidos que o organismo humano utiliza, a percepção sensitiva da Dor possui três propriedades únicas importantes. Primeiro, ainda que as fibras nervosas do corpo enviem sinais da zona lesionada, as células receptoras da Dor são diferentes das de outros sistemas perceptivos, como a visão que podem transmitir apeFARMÁCIAS DE SERVIÇO Q 1 C 4 B 5 C 6 D 7 A 8 B S 2 D 9 16 23 C B A S 3 10 17 24 A D C B S T Q 11 A 12 B 13 C 14 D 15 A 18 D 19 A 20 B 21 C 22 D CONDIÇÕES QUE PROMOVEM A DOR • Condições físicas Extensão da lesão Níveis de actividade desadequados • Condições emocionais Ansiedade ou preocupações Tensão Depressão • Condições mentais Focalização na dor Sentir-se maçado – pouco envolvimento nas actividades da vida CONDIÇÕES QUE CONTRARIAM A DOR • Condições físicas Medicação Contra-estimulação (ex: massagens ou calor) • Condições emocionais Positivismo (ex: alegria ou optimismo) Relaxação Descanso • Condições mentais Concentração intensa ou distracção Envolvimento ou interesse em actividades da vida COMPORTAMENTOS CARACTERÍSTICOS DA DOR • Expressões audíveis/faciais de angustia como quando as pessoas cerram os dentes, gemem, se lamentam ou fazem caretas. • Marcha ou postura distorcida como deslocar-se de uma forma defensiva e resguardada, pausas na marcha, segurar a zona dolorosa ou exercer fricção sobre ela. • Afectos negativos como estar irritado ou hiperreactivo • Actividades de evitamento como deitar-se várias vezes por dia, ficar em casa e faltar ao emprego ou diminuir actividades motoras e enérgicas. 25 C 26 D 27 A 28 B A - ALMEIDA Rua da Misericórdia, 16 2100-134 Coruche Tel. 243 617 068 C - HIGIENE Rua da Misericórdia, 11 2100-134 Coruche Tel. 243 675 070 – OLIVEIRA Rua do Comércio, 72 2100-330 Couço Tel. 243 650 297 B - FRAZÃO Rua Direita, 64 2100-167 Coruche Tel. 243 660 099 D - MISERICÓRDIA Largo S. Pedro, 4 2100-111 Coruche Tel. 243 610 370 – S. JOSÉ Rua Júlio Dinis, Nº 3 - B 2100-405 Lamarosa Tel. 243 724 062 As farmácias do Couço e Lamarosa estão sempre de serviço, por serem as únicas. Dr.ª Conceição Dr. Mendonça MÉDICOS Albina Gonçalves Médica de Clínica Geral Tel. 243 675 977 Tlm. 936 264 300 Rua de Santarém, 75-1.º 2100-226 CORUCHE Clínica Médica Sorraia – CORUCHE Duarte Nuno Cadavez Médico Especialista Ortopedia e Fracturas Marcações pelo Tel. 243 617 591 Rua da Calçadinha, 7 – CORUCHE TÉCNICAS DE COMBATE À DOR Medicamentos Cirurgia Centro de Saúde de Coruche Urgência - SAP - 24 horas/dia Estrada da Lamarosa 2100-042 Coruche Telef: 243 610 500 Fax: 243 617 431 Extensão de Saúde Couço Rua Sacadura Cabral 2100-345 Couço 243 669 080 - 243 650 109 Biscaínho - 243 689 129 Lamarosa - 243 724 113 ARRENDAM-SE ARRECADAÇÕES ALUGO T2 junto ao Centro de Saúde Contacto Tel. 243 617 888 Contacto 919 549 763 966 830 670 Dr.ª Fernanda Silva Nunes Francisco Marchã MÉDICA DENTISTA HOMEOPATA NATUROLOGISTA OFERECEMOS A COMPOSIÇÃO DO SEU Tel. 243 660 060 St.º Antonino – Estrada Lamarosa, Lote 9, Loja F • Coruche ANÚNCIO Tlm. 966 588 060 Tlm. 96 600 12 93 Rua Bombeiros Municipais, N.º 1 – 1.º Dt.º • 2100-178 CORUCHE Consultas Fisioterapia Massagens Relaxação e Biofeedback Psicoterapia Hipnose Acupunctura Exercício Escala Visual de Analogia pior Dor possível A FISIOLOGIA DA DOR Para a descrever, utilizaremos a reacção do corpo à lesão de tecido, como um corte ou queimadura. O estímulo nocivo provoca instantaneamente uma actividade química no local lesionado, libertando-se as chamadas substâncias algogénicas, que existem nos tecidos, incluindo químicos como a serotonina, histamina ou bradiquinina. Estas substâncias promovem a actividade do sistema imunitário, provocando inflamação na zona afectada e activando as terminações das fibras nervosas desse local, assinalando a lesão. Este tipo de informação é transmitido por neurónios aferentes do Sistema Nervoso Periférico à Espinal Medula, que a transporta ao cérebro. As terminações nervosas dos aferentes da zona lesionada que respondem à Dor, são denominados nociceptores. Estas fibras podem ser encontradas por todo o corpo, na pele, vasos sanguíneos, tecido subcutâneo, músculo, articulações e outras estruturas. Quando activados, estes órgãos terminais, como outros receptores, geram impulsos que são transmitidos ao Sistema Nervoso Central. Assim, podemos considerar três factores envolvidos na promoção ou não da Dor: A quantidade de actividade nas fibras nervosas terminais, a quantidade de actividade noutras fibras periféricas e a informação que descende do cérebro. Existem então, condições que promovem ou contrariam a Dor e comportamentos típicos de quem se encontra numa situação de desconforto doloroso (vide quadros anexos). A ciência e a técnica oferecem hoje aos pacientes com Dor um vasto leque de intervenções e abordagens, o importante é que seja feita por pessoal especializado. Fonte ANF FEVEREIRO 2007 D nas luz. Não há células especificas no corpo que transmitam apenas Dor. Segundo, o corpo percepciona Dor em resposta a diversos tipos de estímulos nocivos, como pressão física, lacerações e frio ou calor intensos. Terceiro, a percepção da Dor inclui quase sempre um forte componente emocional. Deste modo, a percepção da Dor, envolve um complexo intercâmbio de processos fisiológicos e psicológicos. sem Dor A DOR CRÓNICA depende basicamente de dois factores: (1) Se a situação que a causa é benigna ou maligna e se vai piorando e (2) se o desconforto existe continuamente ou ocorre em episódios intensos e frequentes. Assim, podemos considerar três tipos de Dor crónica: 1 - DC Recorrente – de causa benigna, sendo caracterizada por repetidos e intensos episódios de queixas dolorosas, separados por períodos sem dor (ex.: dores de tensão muscular e de cabeça). 2 - DC benigna intratável – refere-se ao desconforto que está tipicamente presente em todos os momentos, com diferentes níveis de intensidade, não estando relacionada com uma causa maligna (ex.: dores ao fundo das costas). 3 - DC progressiva – caracterizada por um desconforto contínuo, é associada com uma causa maligna, tornando-se cada vez mais intensa enquanto a situação que a despoleta se agrava (ex.: artrite reumatóide e cancro). Dr. Abel Matos Santos * Escala Visual de Analogia da Dor Assinale uma cruz na linha, para mostrar a intensidade da sua Dor. Pode experimentar várias vezes por dia ou semanas, entre actividades e terapêuticas e verificar se a sua Dor se mantém constante ou se altera. A Dor é a queixa mais comum na prática clínica, causa grande sofrimento, invade a vida das pessoas, reduz a sua capacidade de trabalho e de se relacionarem social e emocionalmente, levando os doentes a queixarem-se e a procurarem ajuda médica sem hesitação. * Assistente de Saúde Especialista Serviço de Psiquiatria do Hospital de Santa Maria, Lisboa Mestre em Psicologia da Saúde Hospital Distrital de Santarém Av. Bernardo Santareno 2005-177 Santarém Tel: 243 300 200 Fax: 243 370 220 www.hds.min-saude.pt Mail: [email protected] Tel: 243 300 860 243 300 861 Linha Azul Tel: 243 370 578 SUGESTÕES DE LEITURA Autor: José Rodrigues dos Santos 8 O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 10 • Fevereiro de 2007 ALAMEDA DIGITAL Pena de morte Nos disputados problemas da vida, a pena de morte está actualmente entre os mais pacíficos em Portugal. Trata-se de um tema em que não há grande controvérsia, com a generalidade das opiniões a defender a sua abolição. Esta constatação serve para mostrar como os juízos globais sobre uma sociedade devem sempre ser matizados. Muito se luta hoje entre nós em defesa do direito à vida contra agressões graves, do aborto à clonagem e à eutanásia. No entanto em outras frentes, como a guerra e a pena de morte, a nossa época assinala avanços notáveis que civilizações anteriores dificilmente igualaram. O papa João Paulo II registou precisamente este ponto na sua encíclica Evangelium Vitae (EV): “Entre os sinais de esperança, há que incluir ainda o crescimento, em muitos estratos da opinião pública, de uma nova sensibilidade cada vez mais contrária à guerra como instrumento de solução dos conflitos entre os povos, e sempre mais inclinada à busca de instrumentos eficazes, mas «não violentos», para bloquear o agressor armado. No mesmo horizonte, se coloca igualmente a aversão cada vez mais difusa na opinião pública à pena de morte — mesmo vista só como instrumento de «legítima defesa» social —, tendo em consideração as possibilidades que uma sociedade moderna dispõe para reprimir eficazmente o crime, de forma que, enquanto torna inofensivo aquele que o cometeu, não lhe tira definitivamente a possibilidade de se redimir.” (EV 27) Evolução de atitudes A abolição da pena de morte constitui uma das lutas pelos direitos humanos mais importantes. Mas ela é herdeira de um processo anterior que defendia uma “execução mais humana”. No Império Português, as Misericórdias tiveram secularmente um papel decisivo nesta dinâmica. Foi mesmo instituído o costume de que, “se a corda da forca rebentasse e o paciente caísse ainda vivo, abatia-se sobre o seu corpo a bandeira da Santa Casa, o que lhe concedia o perdão e a liberdade (...) E consta que, como era a irmandade que fornecia as cordas da forca, por vezes, e talvez com intuito de corrigir eventuais erros judiciais, fornecia-as passadas por água forte, o que fazia com que elas rebentassem facilmente” (Fonseca, C.D da (1996) “História e Actualidade das Misericórdias”, Ed. Inquérito, p.62). Também a invenção do Dr. Joseph-Ignace Guillotin (1738-1814), que haveria de adquirir contornos sinistros pelo seu uso revolucionário, tinha como propósito defender os direitos do acusado. A guilhotina, com a sua morte rápida e limpa, constituía um avanço muito importante face às anteriores execuções. No campo das ideias, coube ao marquês Cesare Beccaria (1738-1794) na sua obra Dei Delitti e Delle Pene (1764), uma das obras mais influentes simultaneamente de direito penal e teoria do crime, tentar demonstrar a injustiça e ineficácia da pena de morte. Destes primórdios nasceu um movimento abolicionista que viria a ter os seus frutos. Nesse processo Portugal teria, como se sabe, um lugar de destaque. Entre nós a pena de morte para os crimes políticos foi abolida pelo artigo 16º do Acto Adicional à Carta Constitucional, sancionado em 5 de Julho de 1852. A reforma prisional e penal de 1 de Julho de 1867 aboliu-a para os crimes civis. Foi assim o primeiro estado europeu a abolir a pena de morte (em 1849 a efémera República Romana e em 1863 a Venezuela já a tinham abolido para todos os crimes). Mantevese então apenas para o Exército e Marinha em caso de guerra, sendo definitivamente abolida pelo artigo 25º nº2 da Constituição de 1976, que afirmou “Em caso algum haverá pena de morte”. Mas logo a partir de 1846 a pena deixou de ser apli- cada, sendo sempre comutada, com excepção de uma execução durante o conflito de 1914-18. No mundo, a abolição da pena de morte tem seguido uma trajectória fortemente favorável. Em 1984 o número de países que na prática a tinham abolido era de 64, tendo subido nos vinte anos seguintes para quase o dobro, sendo de 117 em 2004 (a fonte deste dados é um dos sites mais informativos sobre o tema:) O debate americano Apesar deste quadro geral de consenso, o debate acerca da moralidade da pena de morte está ainda muito vivo, sobretudo nos Estados Unidos. Execuções capitais nos EUA 1940-1949 1289 1950-1959 715 1960-1976 191 1976-1979 3 1980-1989 117 1990-1999 478 2000-2006 459 Fonte: www.deathpenaltyinfo.org/ A pena capital está aceite em 38 dos 50 estados, bem como pelo governo federal e as forças armadas. Registou-se, como se pode ver no quadro junto, um movimento de flutuação, quer na opinião pública quer no número de execuções nos EUA. Após a segunda guerra mundial houve um repúdio crescente por essa forma de execução. O Supremo Tribunal levou mesmo à suspensão de execuções entre 1973 e 1976. Mas a partir de 17 de Janeiro de 1977 as execuções foram retomadas, tendo sofrido uma trajectória crescente. Apesar disso, a polémica e contestação é muito forte. No entanto, o apoio generalizado que a opinião pública dá a esse castigo é esmagador. O mais baixo nível de opinião a favor da pena de morte foi registado em 1966 numa consulta da Gallup poll que deu apenas 42%. Actualmente, o apoio à pena de morte nos casos de assassínio é de 65% (ver http://www.angus-reid.com/polls/index.cfm/fuseaction/viewItem/itemID/12409). A posição da Igreja A posição da Igreja acerca da pena de morte ficará mais clara na secção seguinte. Mas as ideias básicas são fáceis de definir. O ponto de partida é, hoje como antes, aquele que o próprio Deus formulou a Moisés: «Não matarás» (Ex 20, 13; 23, 7; Dt 5, 17). Perante o carácter taxativo deste mandamento, os casos de pena de morte tinham de se incluir no único caso de morte voluntária que aquela afirmação permite: a legítima defesa, em que a morte do agressor cumpre ela mesmo o mandamento, ao evitar a morte do agredido. Jesus Cristo, quando comenta este mandamento, alarga muito o seu âmbito: “Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não matarás. Aquele que matar terá de responder em juízo. Eu, porém, digo-vos: Quem se irritar contra o seu irmão será réu perante o tribunal; quem lhe chamar ‘imbecil’ será réu diante do Conselho; e quem lhe chamar ‘louco’ será réu da Geena do fogo.” (Mt 5, 21-22). A Igreja vive há dois mil anos com esta missão e em cada tempo anuncia a Salvação com as formas adequadas a essa cultura. Foi assim, aliás, que Deus procedeu com o seu povo, afastando-o progressiva e delicadamente dos seus hábitos viciosos. Por isso, a Lei do Amor teve de concorrer com muitas situações em que muitas atrocidades eram comuns. O Direito Judaico, tal como o Direito Romano e Grego, tornaram comuns as condenações à morte. A Bíblia regista várias execuções. Em todos os tempos, no entanto, a pena de morte estava reservada para os casos excepcionais. Aliás, no centro do mistério cristão está a execução capital mais famosa da História. Em todas as paredes cristãs e no peito de muitos encontra-se o símbolo da sua fé que perpetua a memória daquela pena capital que nos salvou a todos. Deve dizer-se, já agora, que a execução de Jesus Cristo violou as regras romanas da execução, João César das Neves * sobretudo pela flagelação ser anterior à condenação à morte. O Direito Canónico da Igreja sempre proibiu aos clérigos o derramamento de sangue. Por isso as execuções nunca foram feitas pela Igreja, mas pelos poderes civis. S. Tomás de Aquino disse: “A Igreja não inflige a morte corporal, mas em lugar dela inflige a excomunhão.” (Suma Teológica II-II 99, 4, 1). No século XIII, S. Tomás de Aquino dizia: “Os castigos desta vida são mais medicinais do que retributivos. A retribuição está reservada ao Juízo divino, que é pronunciado “de acordo com a verdade” (Rm 2, 2) contra os pecadores. Por isso, de acordo com o juízo da vida presente, a pena capital é infligida, não em todos os pecados mortais, mas só naqueles que gerem um dano irreparável, ou que contenham alguma horrível deformidade.” (Suma Teológica II-II 66, 6, 2). Estas constatações têm mais interesse histórico do que real. Mas na última formulação que a Igreja Católica fez da sua doutrina sobre o tema houve, curiosamente, uma grande polémica. A polémica do Catecismo Em 1992 foi publicado uma das obras mais influentes da actualidade, o Catecismo da Igreja Católica (CIC). Anunciado pelo concílio Vaticano II, foi o resultado de um longo e complexo processo de redacção e constitui um documento precioso e imprescindível para conhecer as posições doutrinais e morais da Igreja de Jesus Cristo. Ora “poucos textos do Catecismo originaram mais interesse e debate que os Números 2266 e 2267 que tratam da pena de morte, e isto logo desde o começo do projecto do Catecismo”, como afirmou um dos seus redactores mais influentes, o cardeal de Viena Christoph Schönborn. Aliás, nestes pontos se registou “a única correcção substancial” do Catecismo (op. cit.). Quando em 1992 foi publicada a versão francesa do Catecismo, esses dois números diziam o seguinte: “Preservar o bem comum da sociedade pode exigir que se coloque o agressor em estado de não poder fazer mal. A este título, > continua na página seguinte O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 10 • João César das Neves * > continuação da página anterior Pena de morte reconheceu-se aos detentores da autoridade pública o direito e a obrigação de castigar com penas proporcionadas à gravidade do delito, incluindo a pena de morte em casos de extrema gravidade, se outros processos não bastarem. Por motivos análogos, foi confiado às autoridades legítimas o direito de repelir pelas armas os agressores da cidade. As penas têm como primeiro efeito o de compensar a desordem introduzida pela falta. Quando a pena é voluntariamente aceite pelo culpado, tem um valor de expiação. A pena tem como efeito, além disso, preservar a ordem pública e a segurança das pessoas. Finalmente, tem também valor medicinal, posto que deve, na medida do possível, contribuir para a emenda do culpado. A doutrina tradicional da Igreja sempre se exprimiu e exprime tendo em conta as condições reais do bem comum e dos meios efectivos de salvaguardar a ordem pública e a segurança das pessoas. Na medida em que outros processos, que não a pena de morte e as operações militares, bastarem para defender as vidas humanas contra o agressor e para proteger a paz pública, tão processos não sangrentos devem preferir-se, por serem proporcionados e mais conformes com o fim em vista e a dignidade humana.” (CIC 2266-2267, versão 1992). Na natural polémica mediática à volta da obra, uma ênfase desmesurada foi concedida a este trecho. Dos muitos comentadores que se erigiram em juízes da doutrina cristã, uma grande parte via nesta posição umas das provas da iniquidade e obsolescência da Igreja. Mas também dentro da Igreja muitas sensibilidades se sentiram perturbadas com esta formulação da doutrina tradicional. Entretanto a reflexão sobre este tema teve um avanço muito significativo com a publicação, a 25 de Março de 1995, da já citada encíclica Evangeliuum Vitae do papa João Paulo II. Nessa magnífica elaboração sobre os temas da vida, o papa tinha isto a dizer acerca da pena de morte: “Nesta linha, coloca-se o problema da pena de morte, à volta do qual se regista, tanto na Igreja como na sociedade, a tendência crescente para pedir uma aplicação muito limitada, ou melhor, a total abolição da mesma. O problema há-de ser enquadrado na perspectiva de uma justiça penal, que seja cada vez mais conforme com a dignidade do homem e portanto, em última análise, com o desígnio de Deus para o homem e a sociedade. Na verdade, a pena, que a sociedade inflige, tem «como primeiro efeito o de compensar a desordem introduzida pela falta». A autoridade pública deve fazer justiça pela violação dos direitos pessoais e sociais, impondo ao réu uma adequada expiação do crime como condição para ser readmitido no exercício da própria liberdade. Deste modo, a autoridade há-de procurar alcançar o objectivo de defender a ordem pública e a segurança das pessoas, não deixando, contudo, de oferecer estímulo e ajuda ao próprio réu para se corrigir e redimir. Claro está que, para bem conseguir todos estes fins, a medida e a qualidade da pena hão-de ser atentamente ponderadas e decididas, não se devendo chegar à medida extrema da execução do réu senão em casos de absoluta necessidade, ou seja, quando a defesa da sociedade não fosse possível de outro modo. Mas, hoje, graças à organização cada vez mais adequada da instituição penal, esses casos são já muito raros, se não mesmo praticamente inexistentes.” (EV 56). A 8 de Setembro de 1997 foi finalmente publicada a versão latina do Catecismo, que ficou definida como a editio typica. Os redactores, como estava previsto, aproveitaram essa oportunidade para corrigir alguns pequenos detalhes da versão inicial. A “única correcção substancial”, como foi dito, deu-se precisamente nos números 2266 e 2267, para incorporar as reflexões então feitas e, inclusivamente uma citação directa da Evangelium Vitae. O texto actual desses dois parágrafos é o seguinte: “O esforço do Estado em reprimir a difusão de comportamentos que lesam os direitos humanos e as regras fundamentais da convivência civil, corresponde a uma exigência de preservar o bem comum. É direito e dever da autoridade pública legítima infligir penas proporcionadas à gravidade do delito. A pena tem como primeiro objectivo reparar a desordem introduzida pela 9 Fevereiro de 2007 culpa. Quando esta pena é voluntariamente aceite pelo culpado, adquire valor de expiação. A pena tem ainda como objectivo, para além da defesa da ordem pública e da protecção da segurança das pessoas, uma finalidade medicinal, posto que deve, na medida do possível, contribuir para a emenda do culpado. A doutrina tradicional da Igreja, desde que não haja a mínima dúvida acerca da identidade e da responsabilidade de culpado, não exclui o recurso à pena de morte, se for esta a única solução possível para defender eficazmente vidas humanas de um injusto agressor. Contudo, se processos não sangrentos bastarem para defender as vidas humanas e proteger do agressor a segurança das pessoas, a autoridade deve servir-se somente desses processos, porquanto correspondem melhor às condições concretas do bem comum e são mais consentâneos com a dignidade da pessoa humana. Na verdade, nos nossos dias, devido às possibilidades de que dispõem os Estados para reprimir eficazmente o crime, tornando inofensivo quem o comete, sem com isto lhe retirar definitivamente a possibilidade de se redimir, os casos em que se torna absolutamente necessário suprimir o réu, “são já muito raros, se não mesmo praticamente inexistentes.” (CIC 2266-2267, versão 1997). Esta é a posição que, perante o mundo que nos rodeia, um cristão deve defender. A pena de morte é ainda teoricamente admissível mas na prática deve ser repudiada. A sua admissão é apenas “se for esta a única solução possível para defender eficazmente vidas humanas de um injusto agressor”. Podem conceber-se casos extremos em que a prisão de um malfeitor não seja suficiente para defender a sociedade de perigos gravíssimos. Nesse caso a sua morte pode revelar-se necessária. No entanto, estas situações hipotéticas não se verificam actualmente. Elas, “devido às possibilidades de que dispõem os Estados para reprimir eficazmente o crime (…) são já muito raros, se não mesmo praticamente inexistentes”. ____ * Professor de Economia da Univ. Católica Portuguesa Posto de combustível deve ser removido A autarquia de Coruche vai notificar a gasolineira Galp para que seja rapidamente removido o posto de combustível que se encontra desactivado há cinco anos, na rua 5 de Outubro. Além disso a Câmara vai reclamar que sejam selados os depósitos de combustível que se encontram vazios, na mesma bomba, em pleno centro da vila. Para Dionísio Mendes, presidente da autarquia, o posto não permite a regularização do passeio, prejudicando assim a circulação dos peões. Paços do Concelho vai ser remodelado O projecto de execução da remodelação do edifício dos paços do concelho de Coruche vai ficar a cargo da empresa Ripórtico. A empresa, que ganhou o concurso público, vai receber 35 mil euros pelo serviço, que deve completar até 2010. Em causa está o elevado grau de degradação do edifício dos paços do concelho, na Praça da Liberdade, bem como poder, com a remodelação, garantir mais segurança, acessibilidade e funcionalidade dos serviços aos munícipes. Antes de ser autarquia, o espaço já foi uma prisão, um tribunal, ou registo civil. OURIVESARIA E RELOJOARIA Amândio Cecílio & C.a Lda. Agente das conceituadas marcas de Relógios OMEGA * TISSOT * ORIENT * CASIO SWATC * TIMEX E OUTRAS Possuímos máquinas de gravar alianças e chapas para automóveis e motorizadas Taças para desporto * Serviço em Prata * Lembranças para Bebé Vendemos Valores Selados Executamos consertos Telef.: 243 675 817 Rua de Santarém – 2100-225 Coruche ANIMAIS, SEMENTES, RAÇÕES E ACESSÓRIOS Telef. 243 619 467 • Tlm. 933 375 078 Estrada da Lamarosa (Limoeiro) 2100-018 Bairro da Areia • Coruche AGRIGARDEN Agricultura e Sistemas de Rega,Lda. (Mantendo a mesma Gerência do Armazém da Lavoura) Rações • Produtos Fitofarmacêuticos • Adubos Sementes Redes de Vedação e Postes Tratados • Equipamentos para Rega e Canalizações • Produtos e Equipamentos para Tratamento e Manutenção de Piscinas Telef/Fax: 243 675 862 – Móvel: 962 939 710 E-mail: [email protected] Rua de Olivença S/N – 2100-151 CORUCHE 10 O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 10 • Fevereiro de 2007 AMBIENTE Lixeiras domésticas É muito recorrente ainda no nosso concelho a prática das lixeiras. Trata-se de uma modalidade de dar vazão aos resíduos utilizada desde há muitas décadas. Outrora inexistentes nos moldes em que hoje são vistos, os contentores do lixo eram uma pequena porção face aos números actuais. Daí as pessoas recorrerem à prática de lixeiras e consequentemente à queima das mesmas. Actualmente, é uma prática que não faz sentido devido ao elevado número de contentores geograficamente bem distribuídos pelos aglomerados habitacionais, mesmo em zonas marcadamente rurais. A evolução em prol de um ambiente mais promissor levou inclusivé à colocação dos denominados “ecopontos”, até mesmo nos meios rurais. Pois bem, se outrora se podia admitir a existência deste tipo de lixeiras domésticas, devido à falta de equipamentos para o efeito e por uma falta de informação notória relativamente aos efeitos nefastos que daí advêm, hoje em dia é uma prática que terá de acabar. Por razões muito óbvias: Primeira: A combustão levada a cabo nestas lixeiras eleva para a atmosfera índices de CO2 (dióxido de carbono) completamente desnecessários; se pensarmos nas milhares de lixeiras dispersas por este país… Segunda: A combustão de determinados resíduos como os plásticos permite uma emissão de gases igualmente nefastos para a atmosfera; Terceira: A contaminação e consequente deterioração do solo; o solo forma-se a uma taxa de 0,3 a 1,5 mzm/ano. À escala humana é um recurso Uma instituição ao serviço da diferença O “sonho” de constituição do CRIC – Centro de Reabilitação e Integração de Coruche, começou a nascer nos finais da década de 70, quando alguns pais de crianças e jovens portadores de deficiência e alguns técnicos de Educação Especial sentiram a necessidade de criar uma associação sem fins lucrativos de apoio à problemática da deficiência no concelho de Coruche. Desta forma, a associação CRIC foi declarada Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) em 1997, e abriu o seu Centro de Actividades Ocupacionais (CAO) no dia 1 de Abril de 1999, tendo, actualmente, acordos de cooperação com a Segurança Social para 35 utentes, mas realizando apoio a mais 9 utentes, por serem enormes as necessidades das pessoas que solicitam os serviços da instituição. Através da valência CAO pretende-se facultar a estes utentes a possibilidade de integração social e a promoção de um equilíbrio psicológico e emocional, mediante o desempenho de actividades ocupacionais, lúdicas e terapêuticas que visam fundamentalmente assegurar a qualidade de vida, o desenvolvimento e manutenção de competências, bem como a estimulação dos interesses e gostos pessoais. Sempre que possível, far-se-á o encaminhamento dos utentes para programas de integração sócio-profissional que incluem o acompanhamento na pós-colocação. A intervenção técnico-pedagógica com os participantes realiza-se através de várias áreas que compõem o programa de actividades do CAO, atendendo ao modo particular de reagir dos indivíduos e ás consequentes metas e objectivos planeados para cada um. Assim, são desenvolvidas as seguintes actividades: expressão plástica, natação terapêutica, hipoterapia, actividade motora adaptada, expressão musical, teatro e dança, actividades de vida diária, carpintaria e horticultura. Para além destas actividades a equipa técnica realiza apoio psicológico, triagem e encaminhamento de casos do foro psiquiátrico, bem como a reinserção social e profissional dos mesmos. A associação CRIC realiza Actividades Ocupacionais no Domicílio a utentes que devido às suas limitações físicas e comportamentais ou porque este tipo de apoio é considerado mais adequado, não podem frequentar as instalações do CAO. Quanto a projectos futuros, a associação pretende construir um novo Centro de Actividades Ocupacionais e um Lar Residencial – A Casa dos Olheiros – para pessoas portadoras de deficiência, no âmbito do PRODESCOOP – Programa de Desenvolvimento Cooperativo (aguarda aprovação), tendo para esse efeito celebrado dois contratos de comodato com a Câmara de Coruche para cedência de terreno. ____ Ricardo Jorge Silva Director Técnico do CRIC não renovável; Quarta: Talvez seja a consequência mais grave destas lixeiras e prende-se com a contaminação dos lençóis freáticos. Com a precipitação, a água da chuva, ao misturar-se com os resíduos depositados na lixeira, fica contaminada (chamadas “águas lixiviantes”) – o so- Dr. Jorge Maurício * lo recebe esta água contaminada, que irá infiltrar-se, descendo facilmente pela influência da gravidade por fendas que atinjam a superfície e penetra por canais biológicos e macroporos mais lentamente. Esta descerá até um lençol freático suportado por um estrato de material impermeável. Nos últimos anos procede-se, cada vez mais, à exploração destes lençóis através dos denominados “furos” utilizados também para cozinhar alimentos e mesmo para beber. E o mais caricato da questão…são os próprios donos dos “furos” que os poluem com as suas “lixeiras domésticas.” O que podemos fazer? É muito simples. Todos os que conhecem estas questões procurem informar quem não tem acesso a estes conhecimentos. Vamos procurar acabar com estas lixeiras que em nada abonam a favor do ambiente que pretendemos preservar. E é tão fácil pôr o lixo no lixo! ____ * Geógrafo Centro de Reabilitação e Integração de Coruche O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 10 • Fevereiro de 2007 11 CRÓNICAS DO ORIENTE Portugal visto pelos “Portugueses” do Oriente Vitório Rosário Cardoso * – Luso-Descendentes na Ásia, a ponte viva da cooperação (Parte II) Num momento em que os mais altos órgãos estatais, o Presidente da República e o Governo estiveram recentemente de visita aos dois gigantes asiáticos, a Índia e a República Popular da China, para o reforço de laços políticos e económicos, seria também pertinente recordarmos a riquíssima região do Sudeste Asiático. Em termos estratégicos, a nível económico e cultural, esta região que conta com mais de 10 países, constitui um bloco de oportunidades de economias emergentes e altamente desenvolvidas e a proximidade cultural com Portugal é a chave que permite abrir portas para aproveitarmos todas as potencialidades deste mundo global a Oriente –– No seguimento da primeira parte do artigo «Portugal visto pelos “Portugueses” do Oriente», debrucemo-nos sobre a análise da presença do capital cultural e económico das Comunidades Portuguesas e de Luso-Descendentes estabelecidas na região do Sudeste Asiático, que é composto pelas regiões da Insulíndia e da antiga Indochina, ambas com fortes marcas da presença portuguesa, foquemonos em primeiro lugar a primeira região, a do Arquipélago Malaio. De algumas viagens realizadas a Malaca, este antigo bastião de Afonso de Albuquerque é de longe muito impressionante. Esta antiga possessão do Império Português do Oriente, que veio a dar o nome ao estreito que regista um dos maiores fluxos marítimos que liga o Índico ao Pacífico, foi conquistada por Afonso de Albuquerque em 1511 em que destronou o sultão malaio, súbdito e vassalo do Imperador da China, e que posteriormente tal situação veio a complicar a chegada da primeira embaixada portuguesa e europeia de Tomé Pires à China e no seu encontro com o Imperador Wu-tsung. Não obstante, através do uso de maestras estratégias militares por Afonso de Albuquerque, hoje em dia, os governantes locais recordam este sonante e inesquecível nome com elevado respeito e consideração real, digno de verdadeiros exemplos de feitos corajosos, heróicos e imbuído de códigos guerreiros. Quanto à população luso-descendente, guardam ainda em crioulo português de Malaca, em “Papiá Kristang” ou “Falar Cristão”, lendas e histórias de amor entre portugueses e os locais. Recordando uma das histórias, durante o cerco de Malaca pelos holandeses em 1641, uma jovem malaia, enamorada por um oficial português, conseguiu sob perigo de vida, infiltrar-se nas linhas inimigas dos holandeses e trazer à parte portuguesa informações importantes que viriam a permitir à guarnição portuguesa fazer uma retirada em segurança. tuguês, mandado construir pela população local, apesar de singelo, chega a comover qualquer bom português. No museu, coleccionam-se, trajes tradicionais portugueses, fotografias das paisagens lusas, rótulos de marcas de cerveja portuguesas, garrafas, retrato do NRP Escola Sagres, pequenas lembranças que turistas portugueses por lá deixam, de entre autocolantes, bandeiras nacionais, desde a azul e branca à verde rubra, e ainda memórias do Bairro de Luso-Descendentes. DA HISTÓRIA ÀS OPORTUNIDADES COMERCIAIS “Malacca, Melaka ou Malaca”, um dia que já foi portuguesa, holandesa, japonesa, britânica e hoje malaia, os seus luso-descendentes permanecem orgulhosos do seu passado apesar das humildes origens sociais na sua maioria descendentes de pescadores e que se foram tornando assessores do governo ou empresários de sucesso, mas sem hesitações sempre afirmando-se como Portugueses. São portanto nestas importantes ligações à sociedade civil local que Portugal – Estado e Privados – deve actuar, apoiando-os no ensino da Língua Portuguesa, no desenvolvimento de parcerias empresariais, sobretudo na indústria naval, sectores do turismo, energéticos, construção civil, electromecânica, têxteis ou calçado. As exportações portuguesas que se têm pautado em produtos da indústria corticeira, farmacêutica, química, moldes entre outros produtos agrícolas e alimentares, as exportações nacionais poderão ser ainda mais arrojadas e apostar nos sectores das tecnologias de informação e comunicação e produtos inovadores que incorporem valor acrescentado. BAIRRO PORTUGUÊS DE MALACA De uma conversa mantida com o “senhor Pedro” – dono de um restaurante, no Bairro Portu- guês de Malaca, o “Lisboa” – em Patuá, “dialecto” português de Macau, com grandes semelhanças com o crioulo de Malaca, ou de Damão, ou da Guiné ou Cabo-Verde – interpelei-o, “vôs papiá Kristang?” (vós falais cristão), respondeu-me indignado, “no, iou papiá portuguis” (não, eu falo português). Neste diálogo, continuei, “vôs mercê sã portuguis?” (vós sois português), replicou, “Si, iou papiá portuguis, iou sã portuguis” (sim, falo português, sou português), num tom um pouco PARTICULARIDADES DOS LUSO-DESCENDENTES NA INSULÍNDIA O Bairro Português tem uma organização e estruturas parapolíticas próprias e consultivas do Estado de Malaca, cujo assessor do Ministro do Estado de Malaca, Dato Ali Rustam, é um jovem luso-descendente. As gentes do “Bairro” têm naturalmente fisionomias diferentes de um lisboeta, o que é lógico, mas para não perderem a identidade e o pouco sangue luso que lhes restam a correr nas veias, preferem casarem-se dentro da comunidade e principalmente em casos em que os obrigam à conversão ao islamismo. Os lusodescendentes na Ásia são quase que na totalidade Católicos Apostólicos Romanos, um dos principais marcos ou pré-requisitos para poderem atestar o seu portuguesismo e patriotismo. SINGAPURA DA TRADIÇÃO FAMILIAR PORTUGUESA ofendido por duvidar do seu patriotismo e amor a Portugal. Sendo descendente de português, com este pequeno exemplo, estas comunidade ao auto proclamarem-se portuguesas, não por quanto a Pátria os possa dar, mas pelo genuíno orgulho do Portugal grande no mundo herdado pelos egrégios avós e que acreditam que os há-de guiar de novo à vitória. Ainda no Bairro Português de Malaca, existe um pequeno museu por- Um dos actuais Tigres Asiáticos, que bem que sobreviveu à crise financeira de 1998, crise essa que atingiu forte muitos outros países do Sudeste-asiático está na senda da expansão da “Família Portuguesa” pela Insulíndia. Muitas das ligações familiares luso-descendentes na população singapuriana, são produto do fluxo migratório que > continua na página 13 12 O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 10 • Fevereiro de 2007 Coruche aprova Plano Municipal Contra Incêndios A Comissão Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios aprovou no dia 15 de Janeiro, o documento que dá as principais directrizes para uma preservação eficiente da floresta do concelho de Coruche. Os incêndios florestais constituem a principal ameaça associada à floresta portuguesa. Segundo o Plano Regional de Ordenamento Florestal do Ribatejo (PROF), os cenários elaborados no âmbito dos estudos de base para o Plano Nacional de Alterações Climáticas dão indicações claras quanto ao aumento das condições favoráveis à ocorrência de grandes incêndios. O objectivo é, então, definir uma estratégia de sensibilização da população, com objectivo de diminuir o número de ocorrências. O Município de Coruche apresenta uma elevada taxa de arborização, por isso, é fundamental salvaguardar os espaços florestais, uma vez que, estes, além de constituírem uma fonte de rendimento importante pelo valor monetário, permitem ainda a realização de actividades de lazer dentro dos seus espaços. O Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI) de Coruche, tem a duração de cinco anos e resulta do trabalho desenvolvido pela Comissão Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios, através do Gabinete Técnico Floresta. Em causa esta a articulação de todos os meios e organismos com responsabilidades na Defesa da Floresta Contra Incêndios (DFCI) e propor acções que permitam garan- tir a segurança de pessoas e bens, proteger e conservar os espaços florestais e minimizar a incidência dos incêndios no Santa Casa da Misericórdia de Coruche ANÚNCIO ARRENDAMENTO DE TERRAS A Santa Casa da Misericórdia de Coruche, disponibiliza para arrendamento pelo período de 7 anos (2007-2013) as seguintes parcelas de regadio: 1. Lote 9100007 – zona da Courela da Cruz do Perímetro de Emparcelamento das Courelas do Campo de Coruche, com a área total de 11,3 ha. Esta parcela é de solo de máxima produtividade, encontra-se nivelada e beneficiada pela Obra de Rega do Vale do Sorraia. 2. Várzea do Monte da Barca, com a área total de 47,3 ha. Esta parcela é de solo de máxima produtividade, encontra-se beneficiada pela Obra de Rega do Vale do Sorraia, tem instalado um pivot que rega 33,7 ha, em bom estado de conservação, com 7 anos de idade, que tem acesso a água própria (açude do Monte da Barca) e/ou da Obra de Rega, cuja manutenção e conservação será encargo do arrendatário. 3. Mouchão das Catrinas, com a área total de 21,4 ha. Esta parcela é de solo de máxima produtividade, contígua à parcela anteriormente descrita, encontra-se beneficiada pela Obra de Rega do Vale do Sorraia. As propostas devem ser realizadas individualmente por parcela, admitindo-se propostas por grupo de parcelas. Na sede da Santa Casa podem ser solicitadas as respectivas plantas de localização, assim como visita ao local. município e na região. Este Plano é complementado anualmente com um Plano Operacional Municipal (POM), que em conjunto servirá para operacionalizar as metas, objectivos e acções propostas. O comandante do Bombeiros Municipais de Coruche mostrou-se satisfeito com a aprovação do Plano: “É mais um instrumento que nos ajuda a preservar a floresta e a segurança das pessoas”. Rafael Rodrigues lembrou ainda o esforço que tem sido feito nos últimos verões para minimizar a área ardida: “Tem existido uma óptima colaboração e articulação entre todos; bombeiros, associação de produtores florestais e população. Entendo que este plano poderá funcionar como um manual para uma ainda maior cooperação no futuro.” ____ contra o fecho das urgências em Coruche e Benavente O deputado Bernardino Soares, do Partido Comunista, interpelou o Governo sobre a sua intenção de encerrar as urgências médicas (SAP) em Coruche e em Benavente. Para o deputado comunista “o SAP de Benavente constitui uma estrutura indispensável e a única alternativa para centenas de doentes sem médico de família”, referindo ainda que só em Benavente “há mais de 5 mil pessoas sem médico de família”. Em relação ao SAP de Coruche, refere que “responde a uma inegável centralidade importante em situações de emergência”. Rua 5 de Outubro 2100-127 Coruche Em relação à proposta de construção de um Serviço de Urgência Básico (SUB) no Biscainho, Soares garante que “a solução não resolve o problema fundamental da proximidade do atendimento (…) não tendo em conta os dados demográficos, nem o peso relativo das freguesias atingidas pela opção”. Desta forma, o Ministério da Saúde foi questionado sobre se ponderou as consequências, quais os fundamentos para a decisão, qual o impacto no acesso aos cuidados de saúde e qual a opinião das autarquias e dos seus habitantes sobre esta opção. AMS Tel. 243 617 744/5 Fax 243 617 747 Tm. 917 074 345 A Santa Casa da Misericórdia reserva-se o direito sobre a escolha da melhor proposta, que devem ser entregues em carta fechada até às 16:00 h do próximo dia 15 de Fevereiro de 2007, na sede da Santa Casa, sita no Largo de S. Pedro nº 4, 2100111 Coruche. A Mesa Administrativa Comida para fora e Frango no Churrasco O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 10 • Fevereiro de 2007 13 A Ásia que ainda se lembra de Portugal Cavaco na Índia, Sócrates na China Há pouco mais de 30 anos que Portugal forçou um corte radical nas suas relações trans-oceânicas, voltando costas à sua história e património onde “o sol nunca se punha”. Os governantes desde então fizeram apenas vingar uma das duas linhas mestras do conceito estratégico de interesse nacional, a da ligação à Europa, votando o País ao isolamento do “orgulhosamente sós” na Europa numa era de desenvolvimento global. Hoje, com o passar do tempo, veio a dar-se razão que para esta Nação à beira-mar plantada aproveitar as sinergias vindas da globalização que iniciámos, é urgente retomarmos as rotas comerciais americanas, africanas e asiáticas. CRÓNICAS DO ORIENTE > continuação da página 11 surgiu entre a Malásia e a Singapura. Actualmente, contamos com luso-descendentes que são políticos no sistema peculiar do regime da Cidade-Estado de Singapura, altas patentes (generais inclusive) das Forças Armadas Singapurianas, e empresários. Uma vez que no Oriente, o pragmatismo reina, as tradições e valores como a honra, as castas, a descendência, as relações interpessoais também são muito importantes. Portugal para os singapurianos, constitui também um espaço estratégico, pois também vive das relações alémmar, por isso que uma das principais empresas de gestão de portos de Singapura, a “Singapore Port Authority” é quem administra o Porto de Sines, apercebendo-se desde cedo da importância geoestratégica do Mar Português. Uma das principais catedrais em Singapura, ostenta ainda as armas reais portuguesas, tal como o culto Mariano que foi difundido a partir de Macau, é praticado de entre a comunidade Católica local. (continua no próximo número) ____ * correspondente em Portugal do Jornal Tribuna de Macau Estaremos atrasados na corrida aos mercados emergentes a Oriente? ___ Portugal, aparentemente com a visita do Chefe de Estado à Índia e do Chefe do Governo à República Popular da China com particular interesse destes “gigantes económicos” asiáticos está a dar sinais de vitalidade, vontade e de esperança em não querer perder o comboio dos grandes negócios internacionais. Num momento em que as grandes potências mundiais estão famigeradas de recursos energéticos e naturais e o comércio livre é a chave dos países em vias de desenvolvimento para quebrarem o ciclo de pobreza, Portugal tornou-se para estas na natural pedra angular da cooperação e de entendimento entre os povos há muito ligados. É neste contexto que Portugal deve-se envolver activamente nesta cooperação e não desperdiçar as grandes oportunidades que vão surgindo. Tanto para a Índia, como para a China, Portugal é o parceiro estratégico para a cooperação económica e comercial com os Países de Língua Portuguesa que se estendem do Brasil a África passando por Timor, sem nos olvidarmos do factor cultural que nos une, deve ser igualmente desenvolvido para fazer fluir o bom relacionamento. Actualmente, é notório que a recuperação económica portuguesa tem exigido ao tecido empresarial e à população em geral um grande esforço e sacrifício. Sabemos também que a retoma será gradual, segundo os mais recentes indicadores económicos, fornecidos pelo Banco de Portugal, prevê-se para este ano um crescimento do PIB ligeiramente acima do intervalo de 0,4 a 0,9 %, com a inflação (Índice Harmonizado de Preços no Consumidor) na orla dos dois pontos percentuais e as exportações para a Ásia apenas significam 3,2 % e a soma do mercado africano lusófono perfazem os 13 pontos percentuais ao invés das importações que se revêem em 4,6 % para o Oriente e no total para a antiga África portuguesa 18,3 %. Uma vez esgotada a exploração do mercado energético do Oriente Próximo, pela hegemonia norte-americana, os novos colossos económicos viram-se para África e América Latina, principalmente para Angola devido aos recursos energéticos fósseis e Moçambique à produção eléctrica hidráulica de Cahora Bassa ou o Brasil dos recursos energéticos renováveis. O desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação, a corrida à indústria aeroespacial ou a produção de itens necessários ao bem estar das populações das nações envolvidas, da transformação dos recursos naturais disponíveis são outros dos pontos caros marcados nas agendas da cooperação. Podemos assim concluir que para estes mercados, até pelas novas oportunidades surgidas, há espaço para que Portugal supere os indicadores mencionados, se rapidamente e em força as empresas portuguesas apostarem e estiverem mais atentas a estes espaços mercantis e que consigam introduzir nos seus produtos a inovação, tecnologia ou outro valor acrescentado. Dentro das actividades económicas tradicionais portuguesas, como a produção vinícola, a indústria do calçado, dos têxteis, produtos alimentares, passando pelo sector da construção civil entre outras são aquelas que devem ir mais além, pois ainda há muito a vestir, a alimentar, a construir. Segundo as orientações da Agência para a Cooperação e Desenvolvimento Comercial das Nações Unidas, a UNCTAD, a chamada cooperação Sul-Sul, será a privilegiada e Portugal que vai assumir a Presidência da União Europeia no segundo semestre do corrente ano, deve ser um parceiro de cooperação e exemplo a dar à União Europeia no seguimento desta política de acção, aproveitando os mercados emergentes do Sudeste-Asiático, Ásia-Pacífico e África. Ainda vamos a tempo! Vitorio Rosário Cardoso 14 O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 10 • Fevereiro de 2007 Requalificação Urbana da Entrada Norte da Vila e Parque do Vale no Bairro da Areia Inaugurações em Coruche Carlos Silva, Arquitecto da obra e Dionísio Mendes, presidente da autarquia descerram a placa indentificativa No passado dia 27 de Janeiro, o executivo socialista da Câmara de Coruche, liderado por Dionísio Mendes, realizou as cerimónias de inauguração da requalificação urbana da entrada norte da Vila e Parque do Vale no Bairro da Areia. O prin- cipal objectivo das obras foi o de dar melhores condições para as pessoas que vivem em Santo Antonino e no Bairro da Areia. Segundo Dionísio Mendes, “pretende-se acrescentar qualidade de vida para as pessoas que vivem nestas zonas, porque ordenamos o trânsito rodoviário e existe melhor facilidade de circulação para os peões. No Bairro da Areia, o que se trata, é de um Parque Urbano com as características próprias desses Parques, com zona de estacionamento, zona desportiva, parque infantil, zona de lazer com mesas e bancos onde as pessoas Parque infantil, um dos equipamentos do Parque do Vale o seu banco em Coruche telefs. 243 617 502 - 243 617 544 - 243 617 592 • fax 243 617 196 DELEGAÇÃO NO BISCAÍNHO telefs. 243 689 333 - 243 689 369 • fax 243 689 380 O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 10 • 15 Fevereiro de 2007 Requalificação Urbana da Entrada Norte da Vila e Parque do Vale no Bairro da Areia podem passar parte do seu tempo”, adiantou o autarca. O custo total da obra da zona norte da Vila, zona dos supermercados, rondou os 320 mil euros com a comparticipação de Fundos Comunitários, e, a obra do Parque do Vale no Bairro da Areia rondou os 170 mil euros, além da aquisição do terreno no valor de 100 mil Euros. Entretanto, a entrada Norte da Vila, vai ter continuidade na requalificação até ao Castelo. Desde a rotunda dos supermercados até à zona do Castelo, esta via será “tratada” com passeios, lancis, esgotos pluviais, regularização dos esgotos domésticos, e criação de bolsas de estacionamento. Segundo o edil de Coruche, “pretende-se fazer a ligação do arruamento com o Estádio Municipal, Piscinas Muni- cipais e Avenida Salgueiro Maia. Além de organizar o trânsito com a estrada da Lamarosa, zona dos semáforos, e fazer o mesmo no cruzamento junto ao Castelo, avenida do Castelo e curvas do Castelo. Toda a zona do largo da Avenida Salgueiro Maia e as Piscinas Municipais, criando uma boa área de estacionamento e espaço para três edifícios de habitação. Preten- demos o crescimento urbano de Santo Antonino, zona de excelência, com a totalidade de infra-estruturas e de equipamentos públicos”, adiantou o edil. A Câmara pretende aproveitar os Fundos Comunitários, “da melhor maneira, porque são uma mais valia para qualquer Câmara que pretende investir e fazer infra-estruturas. Se conseguir-mos 65 a 70% de financia- mento, a nossa contra partida é relativamente baixa e permitenos fazer muito mais obras. Se tivermos de pagar por inteiro as obras, naturalmente, faremos obras, mas menos obras. Como temos boa saúde financeira, permite-nos aproveitar ao máximo todos os Fundos Comunitários, candidatarmos todas as obras, e não deixar nada por fazer. Este é o quarto Quadro Comunitário, no anterior mandato aproveitamos parte do terceiro Quadro Comunitário. Recordo que, começou em 1999 e veio até 2006, e estamos na Câmara desde 2002. Vamos começar a entregar candidaturas e a fazer obras, porque temos projectos concluídos e outros estamos a realizá-los”, salientou o presidente da autarquia. ____ João Louro A nova entrada norte de Coruche Os espaços públicos adjacentes à estrada nacional 114 (Vale Mansos/Santo Antonino), apresentavam-se degradados, inseguros e esteticamente pouco atraentes, agora a realidade é outra, e, finalmente existe segurança no local, principalmente na relação entre o trânsito automóvel e a circulação pedonal. A requalificação urbana vai continuar em Santo Antonino, na via pública que liga a nova rotunda e o cruzamento do Castelo. Parque do Vale • 40 lugares de estacionamento automóvel, dos quais dois são para deficientes e cinco para veículos de maiores dimensões (até 3500 kg). • Áreas de recreio equipadas com mobiliário urbano e ensombradas por árvores, vocacionadas para as necessidades lúdicas de todas as classes etárias, motivo pelo qual estão instalados, não só os tradicionais equipamentos de recreio destinados aos mais novos, mas também um equipamento concebido para os utentes de idade mais avançada, que funcionará como um “ginásio” ao ar livre, na tentativa de promover a interacção entre as mais diversas gerações. • Recinto Polidesportivo com relva sintética pronta para receber as mais diversas actividades. • Iluminação e mobiliário urbano estão instalados diferentes tipologias de bancos, papeleiras e bebedouros, bem como de projectores instalados em colunas metálicas, cuja colocação visa reforçar o carácter funcional dos diferentes espaços, por forma a garantir a segurança e o elevado interesse daquele equipamento em todos os períodos do dia. Cartas ao Director Exmo. Sr. Director de “O Jornal de Coruche” Sou natural de Coruche e leitora do Jornal que dirige, desde o seu primeiro número e quero fazer-me assinante porque considero que tem, não só mantido o interesse inicial, como até aumentado a sua qualidade, pelo que lhe expresso as minhas felicitações. De facto, Coruche merece (e os Coruchenses também) um jornal com boa apresentação, com temas interessantes, com divulgação de noticias da terra e realização dos seus eventos e um jornal que defenda os seus interesses e o seu património, mantendo a isenção e a qualidade como se tem vindo a fazer. Por isso, repito, muitos parabéns e o meu Obrigada. Estive uns meses sem me deslocar a Coruche e fi-lo agora, mais prolongadamente, no fim-de-semana passado tendo constatado, infelizmente, que o emparedamento do nosso Sorraia era, de facto, uma realidade. Tinha prometido a mim própria que não opinaria antes da obra terminada porque fui um pouco contestatária com a anterior grande obra de recuperação do Rossio e que hoje considero ter resultado muito bem e valorizado a nossa vila já o tendo dito ao Sr. Presidente da Câmara. Tinha-o prometido, de facto, mas não resisto a expressar a minha tristeza pelo que me parece um tremendo disparate: o esconder dos “passantes” um dos melhores “trunfos” da nossa Vila que é o seu rio. Dizem-me que ficará bonito aquele muro, que irá haver um passeio pedonal elevado, que o “Muro do Escondimento” ficará “apenas” com 80cm de altura, que os pedestres poderão desfrutar da sua vista desse passeio, etc., etc. mas então e quem passa de automóvel e não siga o caminho das Pontes ou não vá à esplanada do Castelo? Ficarão seguramente, sem saber que Coruche dispõe de um belo Rio e mais, sem apreciar, as Obras, por certo dispendiosas que em nome da sua valorização agora são realizadas. Que pena se assim for! A ser assim, Coruche será das terras que conheço bafejadas com a sorte de disporem, de um rio como o seu, a primeira e talvez a única que o esconderá dos passantes e, pior ainda, a tirará àqueles conterrâneos que já não podem passear a pé mas poderiam deslocar-se ainda à Avenida e espreitar o seu Sorraia que agora, como que envergonhado, se esconde deles! Fiquei triste, muito triste e ainda um bocadinho incrédula porque considero que a Câmara e o seu Presidente têm gerido com inteligência e interesse a nossa terra e o seu Património, e, a ser verdade que o argumento para a demasiada altura daquele Muro é o das “cheias” nas zonas baixas da Vila, não percebo como é que o muro o vai resolver, uma vez que elas inundam muito antes do rio saltar o seu anterior leito. Claro que falo totalmente como leiga nestas matérias e, certamente esta questão foi considerada e resolvida por quem sabe, mas, mesmo assim, arrisco afirmar que se tivessem sido consultados, os moradores dessas zonas teriam preferido arriscar e continuar a poder ver o seu Rio das suas janelas ou portas, do que terem pela frente aquele Muro que lhes rouba a sua vista. De resto, ao passar pela Avenida (que sempre imaginei ao iniciar-se a Obra ser ela própria valorizada criandose novos espaços com esplanadas, à semelhança de outras terras ribeirinhas), ouvi muitas vozes referindo-se ao Muro conotando-o com outro de recente e triste memória,o que me levou a pensar nesta eterna faceta dos Coruchenses de falar muito e intervir pouco. Porquê, se realmente, viram crescer demasiado aquele muro não se fez um movimento que o impedisse? Será que não haveria outra alternativa? É que apenas me lembro de ver no seu Jornal uma leve referência do Sr. Arquitecto Ribeiro Telles e pelo adiantado da obra penso que nada se poderá fazer. Ou será que ainda, desperdiçando embora, alguns gastos já realizados, se poderá tirar alguma altura, uma vez que mesmo os 80cm de que ouvi falar me parecem excessivos até para os pedestres que, eventualmente, possam beneficiar daquele passeio? Enfim, resta-me aguardar para ver a obra final e esperar que a beleza exterior da parede seja tal que nos faça esquecer a verdadeira beleza do correr das águas do nosso Rio, ao que parece, no futuro sempre com água corrente. Os meus votos sinceros de muito sucesso na Direcção de “O Jornal de Coruche” e os melhores cumprimentos. Maria do Castelo Santos 16 O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 10 • Fevereiro Irmãs Robalo na rota do sucesso desportivo não existia nos Corujas. Após o ano de adaptação, têm andado nos lugares cimeiros ao nível nacional. Contam com um título de campeãs nacionais em trampolim sincronizado, vários títulos nacionais em trampolim individual e duplo mini trampolim. A Andreia no ano passado, foi campeã nacional em duplo mini trampolim e ganhou a taça da Federação Portuguesa de Trampolim e Desportos Acrobáticos em duplo mini trampolim. A Ana Estela ficou em quarto lugar, no trampolim individual e têm representado a Selecção Nacional com frequência. São atletas de bom nível e poderão obter sucesso em termos futuros”, salientou o técnico das gémeas Robalo. ____ João Louro Andreia e Ana Estela Robalo, irmãs gémeas, são duas atletas que residem na Fajarda, concelho de Coruche, mas representam a Associação Desportiva Salvaterrense, como ginastas na categoria trampolim individual, sincronizado e duplo mini trampolim. Representam a colectividade do concelho vizinho, acerca de quatro anos e são várias as representações na selecção Nacional na modalidade, com exce- lentes classificações a nível individual e colectivo. Segundo o professor Hélder Silva, “têm obtido óptimos resultados no duplo mini trampolim e no trampolim individual, embora sejam ginastas muito diferentes. O primeiro ano foi de adaptação, porque vinham da ginástica geral em Coruche, e optaram por se especializarem em trampolins e rumaram a Salvaterra de Magos, uma vez que a modalidade de 2007 Ondas de calor matam em Portugal O grupo parlamentar de “Os Verdes”, questionou o Ministério da Saúde sobre o número de óbitos provocados por ondas de calor nos últimos anos. O fenómeno das alterações climáticas não é novo e Portugal sofre as consequências do aumento de temperatura. Só entre Maio e Setembro de 2006, foram registadas no país cinco ondas de calor. Um acontecimento semelhante, de maior intensidade mas de menor duração, ocor- reu no ano de 2003. Nessa altura, as estatísticas apontaram para 1950 mortes directamente relacionadas com o aumento das temperaturas. Segundo “Os Verdes”, a Direcção-Geral da Saúde tem estudos que indicam o número de vítimas do último ano, mas ainda não os divulgou. O grupo questiona qual o número de mortes associadas às vagas de calor em 2006, bem como as medidas tomadas para evitar estes óbitos. Serralharia e Caixilharia de Ferro e Alumínio Tel. e Fax. 243 678 807 Carlos - Tlm. 963 936 555 João - Tlm. 962 758 239 Rua António Ferreira Roquete • 2100-503 Fajarda Todo o dia… todos os dias consigo www.radiosorraia.com Ambiente Nova descarga poluente no Rio Alviela O Rio Alviela voltou, no dia 11 de Janeiro, a ser alvo de mais uma descarga poluente, denunciada pelas populações e autarcas ribeirinhos. Este curso de água é emblemático pelas piores razões possíveis na história da poluição e dos atentados ambientais no país. De acordo com “Os Verdes”, o “Governo continua a não assumir a sua quota parte de responsabilidade como se viu durante a discussão e votação do último Orçamento de Estado para 2007, em que o PS (e o PSD) chumbaram propostas para a realização de obras fundamentais para as populações que vivem nas margens do Rio Alviela e há tantos anos são penalizadas com um grave passivo ambiental”. Pelo facto da ETAR de Alcanena (que continua a ser uma das grandes fontes poluidoras do rio) nunca ter sido concluída pelo Estado quando foi entregue à Associação de Utilizadores (AUSTRA), para além de padecer de outros problemas de funcionamento, continua a cair sobre o Governo, a responsabilidade de participar activamente na resolução deste problema. Em causa está o investimento de “verbas para a recuperação do sistema de tratamento de águas residuais e industriais (essencialmente provenientes do sector dos curtumes)”. Contudo, apesar das muitas, recorrentes e regulares queixas apresentadas, parece que o Rio Alviela continua a ser um problema “eternamente adiado”. Entretanto, o Governador-Civil do Distrito de Santarém, Paulo Fonseca, informou que estão a ser diligenciados todos os esforços para apuramento de responsabilidades pela descar- ga. Os serviços da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDRLVT) e da GNR efectuaram recolha de amostras nas Ribeiras de Amiais e do Carvalho (afluentes do Alviela), avaliadas como potenciais focos poluidores, e têm realizado a monitorização diária dos níveis de poluição do rio. Segundo o Governo Civil, esta nova descarga foi consequência de avaria no posto de transformação da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcanena, agravada pela ocorrência de um incêndio que obrigou à paragem do arejamento do tratamento biológico por mais cerca de 12 horas. Reconhecendo a gravidade do problema em torno da poluição do Rio Alviela, o Governador Civil encontra-se em permanente acompanhamento da situação e em contacto com as entidades responsáveis. ____ O Jornal de Coruche Alterações climáticas – ministro reconhece falha O reconhecimento do Ministro do Ambiente, Nunes Correia, de que Portugal deverá falhar o cumprimento do Protocolo de Quioto, no sentido de diminuir as suas emissões de CO2, é também o reconhecimento implícito daquilo que “Os Verdes” têm vindo a repetir, de que falhou a política de transportes deste Governo “Os Verdes” relembram que o sector dos transportes é que tem maior quota de responsabilidade na emissão de CO2, uma política que se pretenderia pró-activa em defesa dos transportes públicos. “Os Verdes” esperam que o Ministro vá mais longe neste reconhecimento (que não podia deixar de ser feito, visto que os dados estão em cima da mesa) e se empenhe, no quadro das acções do Governo, na defesa de uma política de transportes colectivos que represente uma verdadeira alternativa para a mobilidade dos cidadãos. “Os Verdes” relembram que as tarifas dos transportes públicos aumentaram recentemente, o que não vai, de modo algum, antes pelo contrário, incentivar as populações ao uso dos transportes colectivos. “Os Verdes” salientam ainda que, no quadro do QREN, o valor do investimento previsto para o sector dos transportes será quase todo absorvido pelo TGV e pelo aeroporto da OTA, o que significa que serão parcos os investimentos noutras áreas, sendo certo que, nestas condições, as emissões de CO2 vão continuar a aumentar. • Ano 1 - Número 10 aniversário dos amadores de Tomar e à prestação em geral de todos os grupos de forcados desde os mais antigos e prestigiados aos mais recentes ou modestos. No tocante ao toureio a pé destaque para a importante faena de José Luís Gonçalves na corrida de encerramento do Campo Pequeno, a alternativa de Mário Miguel, primeiro matador açoriano e primeiro com duas alternativas de profissional do toureio, cavaleiro e matador. A passagem por cá de figuras como Ponce, Juli, Gallo, Castella ou Ivan Garcia, nos novilheiros, deposita-se actualmente fortes ilusões em António João Ferreira e Nuno Casquinha pelos importantes triunfos alcançados alem fronteiras. No campo ganadeiro o nosso destaque vai inteirinho para a ganadaria de Veiga Teixeira, pelos triunfos e troféus alcançados, pela excelente regularidade dos curros lidados e um considerável numero de toiros bravos, no verdadeiro conceito de bravura, e não de menos mansos, refira-se como importância vital. No tocante a empresas o destaque vai para Rui Bento 17 Fevereiro de 2007 Contra o novo Estatuto da Carreira Docente O Partido Ecologista “Os Verdes” respeita, mas lamenta, a decisão do Sr. Presidente da República de promulgar o diploma do Governo que consagra o novo Estatuto da Carreira Docente Em causa está, segundo os Verdes, não apenas um flagrante ataque aos direitos e à dignidade profissional da função docente, perpetrado durante um vergo- nhoso processo extremamente mal conduzido pelo Ministério da Educação que a tudo recorreu para viciar a discussão e inviabilizar a negociação com os representantes dos trabalhadores, mas principalmente o mais vigoroso ataque à escola pública e democrática desde há muitos anos. No entender de “Os Verdes”, o facto de existirem inclusivamente pareceres que apontam para eventuais inconstitucionalidades do diploma, deveriam justificar outra postura pela parte do Sr. Presidente da República, que assim aparece, mais uma vez, ao lado do Governo em relação a um dos piores diplomas que mais negativamente irá marcar esta legislatura. As lamentáveis declarações do Ministro da Economia, na China É verdadeiramente inacreditável que o Ministro da Economia, Manuel Pinho, tenha afirmado na China, onde se deslocou integrado em visita oficial, que Portugal é apetecível em termos de investimento estrangeiro devido aos baixos salários pagos aos trabalhadores. É inaceitável que um Ministro, em nome do Governo português, e, com as enormes responsabilidades que tem, se vanglo- Programa de Toiros da RVS A temporada 2006 em Portugal teve em Luís Rouxinol o seu grande triunfador com uma regularidade de excepção e um total de 12 troféus conquistados, onde também Vítor Ribeiro primou por uma temporada de triunfo, e, Ana Batista se consolidou mais uma vez como primeira figura somando corridas e triunfos. Sónia Matias este ano trocou a quantidade pela qualidade e somou importantes triunfos, destaque também para nomes como o renovado José Manuel Duarte, agora apoderado pelo maior taurino da Raia, António Morgado, António Maria Brito Paes, Duarte Pinto, Marcos Tenório, Francisco Palha, Ana Rita e Joana Andrade, e, ainda amadores como Paulo D’Azambuja, Tomás Pinto, Tiago Carreiras e Isabel Ramos, a última convidada em estúdio do ultimo programa, a quem já denominam de princesa das arenas. No campo da forcadagem destaque para a temporada do grupo de Coruche, comandados de Amorim Ribeiro Lopes. que realizaram uma excelente temporada, em ano da comemoração dos seus 35 anos de existência. Demos destaque também ao • rie dos baixos salários que os portugueses recebem e demonstre que esses baixos salários são um instrumento que o Governo está a usar também para promover potenciais investimentos externos. Esta declaração do Ministro da Economia deve ser entendida como uma ofensa aos trabalhadores portugueses. Esta declaração de Manuel Pinho é ainda bem demonstrativa de como o Governo português insiste em ficar na cauda da Europa no que diz respeito à dignidade dos nossos trabalhadores e de como, ao invés de promover e propagandear a qualificação da mão de obra portuguesa, propagandeia e promove o seu baixo custo. Chegado a Portugal o Sr. Ministro precisa de ser confrontado no Parlamento com esta indecente afirmação. Os Verdes – Nota de Encerramento do ano 2006 Vasquez como gestor taurino do Campo Pequeno, a empresa “Toirolindo” e “Montemor é Praça Cheia” pelos atractivos carteis montados levando a esgotar o aforo das suas praças. “Toiros e Tauromaquia” pelas feiras de Vila Franca de Xira e Alcochete, a empresa “Luso Toiros” apenas não conseguiu bons resultados no Montijo e causou alguma polémica com a corrida da RTP Norte, de resto conseguiu atingir bons resultados quer artísticos quer de bi- lheteira, e, a “Toptoiros” deixou decair um pouco o nível da feira da Moita em relação ao ano anterior. De negativo apenas deixo uma reflexão a quem de direito sobre o facto de nas nossas festas, em Honra de Nossa Senhora do Castelo, se ter realizado apenas um único espectáculo taurino, uma excelente corrida é certo, mas muito pouco para uma terra aficionada por excelência como é Coruche, baluarte importante de percursos e gen- (Parte II) tes da história da tauromaquia. Tudo isto e muito mais foi o espólio do nosso trabalho, por isso vamos hibernar com a consciência tranquila de missão cumprida. Despeço-me de todos com um forte abraço e para o ano contamos voltar ao convívio de todos vós, se porventura os responsáveis desta casa assim o entenderem! Joaquim Mesquita (último Programa “Tauromaquia” realizado a 7 de Novembro de 2006) Abertura da Escola de Toureio de Coruche Os Mestres António e Manuel Cipriano (Badajoz) abrem a sua Escola de Toureio de Coruche no Sábado dia 3 de Fevereiro de 2007, na Praça de Toiros Sorraiana de Coruche, prevendo-se a afluência de muitos candidatos a toureiros, e, também de bandarilheiros no activo que querem melhorar os seus conhecimentos e capacidades para a arte da brega. No Próximo número, reportagem alargada com entrevista aos irmãos Badajoz. 18 O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 10 • Fevereiro de 2007 A UNIÃO EUROPEIA Inserção de Portugal no Mundo (parte III) do pós-guerra aos nossos dias Dr. Miguel Mattos Chaves * – A posição portuguesa face às Comunidades Originais (CECA, CEE, CEEA) (continuação do número anterior) Em 1967 com nova vaga de pedidos, coube outra vez à França o papel de, desta vez, rejeitar a reabertura de negociações para o alargamento das Comunidades com todos os candidatos, embora o seu alvo continuasse a ser a Inglaterra, como já se viu. Desta vez o motivo oficial foi a recente desvalorização da Libra, e portanto não se considerar oportuna a abertura do processo de adesão. Por trás destas argumentações técnicas estava contudo o facto de a França ver a Inglaterra como um braço dos EUA na Europa, o que colidia frontalmente com o desejo de De Gaulle de ver a França liderar o projecto europeu sem sombras. O General De Gaulle abandonou a Presidência da França em 28 de Abril de 1969, na sequência de um referendo em que pedia mais poderes para o cargo de Presidente da França, o que lhe foi negado pelos resultados. Tirando todas as consequências políticas do resultado do referendo o Presidente que tinha unido os franceses, abandonou as suas funções demitindo-se e retirando-se da cena política, para a sua residência em Colombey-lesdeux-Eglises. Sucedeu-lhe no cargo Georges Pompidou que solicita uma cimeira de Chefes de Estado e do Governo, aos seis, a qual se veio a realizar em Haia em 1 e 2 de Dezembro de 1969, cuja agenda foi marcada pela discussão do dossiê referente à eventual adesão do Reino Unido às Comunidades e com a apresentação, pelo novo Presidente da França, do que ficou conhecido na formulação de Pompidou como as políticas de Aprofundamento, Acabamento e Alargamento. Apenas em 9 de Junho de 1970, foi decidido pelo Conselho, mandatar a Comissão europeia para abrir negociações exploratórias com os países da EFTA, nomeadamente com Áustria, a Finlândia, Suécia e Suíça que não tinham apresentado ainda qualquer solicitação de abertura de negociações ou pedido de adesão, a Irlanda que já tinha apresentado o seu pedido de adesão em 1961, reiterado em 1967, e com Portugal que já tinha apresentado em 1962 um pedido de abertura de negociações com a Comunidade Económica Europeia. No mês seguinte teve lugar o reatamento das negociações entre a Comissão e o governo de Londres. A Dinamarca e a Inglaterra acabariam por aderir em 1973, e outros parceiros da EFTA como a Áustria, a Noruega e a Suécia acabaram por aderir no início da década de 1990. Portugal não abandonou as suas pretensões e após a decisão do Conselho de Haia, de Dezembro de 1969, de dar um mandato à Comissão europeia para negociar com os países da EFTA, reiniciou as negociações entregando um memorando ao Presidente da Comissão da CEE, em 28 de Maio de 1970, no qual o governo português manifestava o desejo de entrar em negociações, com o objectivo de estabelecer os laços que verificassem adequados aos interesses das duas partes. Os contactos exploratórios tiveram lugar em 24 de Novembro de 1970, sendo a delegação portuguesa chefiada pelo então Ministro dos Negócios Estrangeiros Dr. Rui Patrício que fez uma exposição ao Conselho que foi muito bem recebida. As negociações enquanto tal, foram conduzidas pelo Embaixador Dr. Teixeira Guerra e desenrolaram-se entre 1971 e 1972. Este processo, desenvolvido já em pleno governo do Prof. Marcelo Caetano, levaria à assinatura de um acordo comercial em 22 de Julho de 1972, entre as Comunidades e Portugal. Este acordo continha uma clausula evolutiva que permitia a Portugal pedir uma associação mais profunda, à Comunidade Económica Europeia, à medida que a sua evolução o aconselhasse, e fosse julgado conveniente pelas partes. É justo referir os nomes das pessoas que integraram a equipa, a convite do então Presidente do Conselho de Ministros, que preparou estas negociações e que acompanhou o seu desenvolvimento. Era constituída por personalidades de alta capacidade como o Embaixador Teixeira Guerra, Embaixador Calvet de Magalhães, Dr. Silva Lopes, Engº Carlos Lourenço, Dr. Álvaro Ramos Pereira, Drª Raquel Ferreira, Engº João Cravinho, Drª Isabel Magalhães Colaço, Dr. Joaquim Mexia, Dr. Alberto Regueira, Engº Torres Campos e o Embaixador Luís Góis Figueira, que permitiram que Portugal chegasse ao referido acordo com a, então, Comunidade Económica Europeia. Este acordo permitia um desarmamento das barreiras à entrada de produtos e serviços, da comunidade, que se podia prolongar até 1980 ou 1985, podendo Portugal aplicar restrições quantitativas até essa data e contingentar a importação de automóveis. Os direitos aduaneiros, com fins fiscais, deveriam progressivamente ser substituídos por impostos directos. Os produtos agrícolas beneficiariam também de um regime especial de desarmamento. Na prática isto significava que Portugal podia ir renegociando as condições do acordo, à medida que ia evoluindo, e que teria um período de cerca de 8 anos para beneficiar de algumas protecções. Na sequência deste acordo e ao abrigo desta cláusula, depois de uma reunião entre Portugal e a Comunida- * Gestor de Empresas e Doutorando em Estudos Europeus pela Universidade Católica de, no Luxemburgo, em Outubro de 1973, o Conselho da CEE ofereceu a Portugal uma ajuda excepcional de urgência. Posteriormente, no ano de 1976, a pedido de Portugal, o Conselho decidiu autorizar a Comissão a iniciar negociações ao abrigo da cláusula evolutiva do Acordo de 1972, com vista ao alargamento do seu domínio de aplicação. Tais negociações permitiram a conclusão, nesse mesmo ano, de um Protocolo Adicional ao Acordo de 1972, e de um Protocolo Financeiro através do qual a Comunidade Económica Europeia se dispunha a prestar ajuda ao nosso país, que atravessava graves dificuldades, derivadas da crise do 11 de Março. A evolução deste processo levou, em 1980, o Embaixador Dr. António de Siqueira Freire a estabelecer as seguintes questões encadeadas: – «Teríamos podido alcançar os termos em que assinámos a Acordo de 1972 com a CEE, senão estivéssemos na EFTA? Teríamos podido pedir já a adesão como membro de pleno direito às Comunidades se não tivéssemos adquirido a imagem e a longa experiência de integração europeia adquiridas na EFTA e na vivência do Acordo Portugal – CEE de 1972?». Em próximos artigos descrever-se-ão mais posições de Portugal face à Europa. Sorteio de Natal “Faça compras perto de casa e ganhe prémios” Numa iniciativa da Câmara Municipal de Coruche e da Associação de Comerciantes do Concelho de Coruche com a colaboração das Juntas de Freguesia, realizou-se o sorteio da 3.ª edição da Campanha “Faça compras perto de casa e ganhe prémios”. Para António José Rosa, representante da Associação de Comerciantes, “o balanço foi positivo, foi a terceira edição, é um êxito consolidado. As pessoas continuam a aderir muito bem, e estamos a pensar na próxima edição onde poderemos melhorar a campanha, nomeadamente com prémios mais aliciantes. Estamos a trabalhar neste aspecto com a Câmara e penso que vamos conseguir dar outra inovação a esta iniciativa”, salientou. O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 10 • 19 Fevereiro de 2007 OPINIÃO A escolha da maior figura portuguesa de sempre O programa da RTP “Os grandes portugueses”, apresentado por Maria Elisa, que vai eleger a maior figura nacional de todos os tempos, tem suscitado interesse e alguma celeuma em torno da “grande figura nacional”. Os dez grandes portugueses mais votados (no programa) foram, por ordem alfabética, D. Afonso Henriques, primeiro Rei de Portugal; Álvaro Cunhal, político; António de Oliveira Salazar, político; Aristides de Sousa Mendes, diplomata; Fernando Pessoa, poeta; Infante D. Henrique, estadista; D. João II, rei; Camões, poeta; Marquês de Pombal, estadista; Vasco da Gama, navegador. Alguns jornais aproveitaram o repto e também elegeram o “maior” português de sempre. Os cronistas do “Diário de Notícias” optaram, por exemplo, na edição de 13 de Janeiro, pelo autor d’Os Lusíadas, Luís Vaz de Camões. As razões e os critérios de eleição são os mais diversos. Há quem avalie uma figura nacional pelo seu contributo para a História do país, outros elegem consoante o contributo na área cultural, política ou desportiva... Cabe a cada um fazê-lo como entender. Dou por mim a entrar neste debate e a pensar qual é, ou deve ser, o meu eleito e qual a justificação para essa escolha. Devo dar primazia ao feito de alguém que arriscou a vida a defender o país ou à individualidade que, com a sua arte, seja ela qual for, divulgou o nome de Portugal aos quatro cantos do mundo? Ou se, por outro lado, uso critérios mais pessoais e elejo o professor de português que, com o seu rigor e autoridade, marcou (para sempre) o meu percurso escolar e pessoal? Ou então nomeio (em jeito de homenagem) o Coronel Mourão que, com a sua generosidade finan- ciou a escola primária da minha aldeia (Ervidel), um acto de boa vontade que marcou, indiscutivelmente o percurso de vida de todos os que nela estudaram e estudam? Ou simplesmente sigo o coração (e as preferências pessoais) e elejo a grande figura que brilhou no meu clube de futebol (onde já existe uma estátua em sua homenagem, erguida na “Catedral”), ou o autor do meu poema preferido ou ainda, o toureiro que mais me emocionou e emociona cada vez que entra numa arena?… Decisão difícil esta… eleger uma, apenas uma, é quase tão difícil como acertar no número do euromilhões. Parece uma comparação um pouco desapropriada mas não é. Se tiver em consideração a História de Portugal, muito rica em todas as áreas, cheia de personalidades que, ao longo dos séculos, deixaram a(s) sua(s) marca(s) (que são do agrado de uns e do desagrado de outros mas que são uma realidade) que ainda hoje perduram, esta comparação tem algum sentido, pois a dificuldade é muito grande e a “concorrência” [entre os grandes portugueses] ainda é maior. Da mesma forma que acertar nos números mágicos é um feito quase impossível o que não impede milhares e milhares de pessoas de “competirem” para o alcançar. São as pessoas e os seus actos que fazem um país, a sua Telma Leal Caixeirinho * História. Da minha parte, ainda não encontrei resposta. Talvez um dia… E, voltando aos dez finalistas do programa da RTP, até serem divulgados os resultados finais da votação, aceitam-se apostas para qual o vencedor de entre as dez grandes figuras nacionais. E você, qual O GRANDE PORTUGUÊS que elege? ____ * Lic. em Sociologia Os dez grandes portugueses mais votados (no programa) NOTARIADO PORTUGUÊS CARTÓRIO NOTARIAL DE CORUCHE – CERTIFICO, para efeitos de publicação que, por escritura de Justificação lavrada no dia vinte e quatro de Janeiro de 2007, neste Cartório, de folhas cinquenta e sete a folhas cinquenta e oito verso do livro de notas para escrituras diversas número quinhentos e quarenta e cinco-D. MANUEL PIRES, cont. 116 931 345 e mulher JOAQUINA ROSALINA AURÉLIO, cont. 116 931 353, casados sob o regime da comunhão geral de bens, naturais, ele da freguesia de Alcaravela, concelho do Sardoal, ela da freguesia e concelho de Coruche, residentes na Rua dos Fidalgos, no lugar e freguesia da Branca, concelho de Coruche, DECLARAM que, são donos, com exclusão de outrem, do seguinte prédio, na freguesia da Branca, concelho de Coruche: PRÉDIO URBANO, sito Rua dos Fidalgos, Branca, composto por uma casa de habitação de rés-do-chão, com quatro divisões, com a superfície coberta de setenta e um vírgula cinquenta e dois metros quadrados e logradouro com a área de dois mil e três virgula quarenta e oito metros quadrados, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 341, com o valor patrimonial de € 14 110,00, a confrontar de Norte com Virgílio Felício Rodrigues, de Sul com Leocínio Custódio Veríssimo, de Nascente com Alberto Ramalho e de Poente com Domingos Lopes, ao qual atribuem para este acto valor igual ao valor patrimonial ou seja catorze mil cento e dez euros. – Que este prédio não se encontra descrito na Conservatória do Registo Predial do concelho de Coruche e está inscrito na matriz em nome do justificante marido. – Que justificam, porém, aquele seu direito de propriedade nos termos seguintes: – O prédio ora justificado veio à sua posse ainda como terreno urbano, por doação meramente verbal feita por seus pais e sogros, respectivamente Silvério Pires e mulher Virgínia Maria, que foram casados entre si sob o regime da comunhão geral de bens e residentes no mencionado lugar da Branca, no ano de mil novecentos e sessenta, sem, no entanto, terem celebrado a competente escritura pública. – Desde aquela data, porém, entraram na posse do imóvel construindo nele a sua casa de morada da família, posse que exerceram em nome próprio até hoje, sem qualquer interrupção, à vista de toda a gente e sem oposição de quem quer que fosse, suportando todos os encargos a ele respeitantes, designadamente os de natureza fiscal e actuando em tudo o mais sobre ele em correspondência perfeita com o exercício do direito de propriedade. – Exercendo essa posse por mais de vinte anos, sem interrupção e com a consciência de estarem a agir como verdadeiros donos do prédio, o que confere a tal posse a natureza de pública, pacífica e contínua, fundamentado assim a aquisição do respectivo direito de propriedade por usucapião, o que, pela natureza, impede a demonstração documental do seu direito e a primeira inscrição , que se pretende, no registo predial. – Tal posse em nome próprio, pública, pacífica e contínua conduziu à aquisição do imóvel por usucapião, que ora invocam. ESTÁ CONFORME. Cartório Notarial de Coruche, vinte e quatro de Janeiro de dois mil e sete. O Escriturário Superior (Assinatura ilegível) Fonte: www.rtp.pt/wportal/sites/tv/grandesportugueses/ 20 O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 10 • Fevereiro de 2007 Teorias do Poder Marítimo – Aplicação ao Caso Português O MAR e PORTUGAL (parte V) – Passado da relação de Portugal com o Mar Portugal sempre teve um relacionamento europeu. A graduação deste relacionamento e a importância que os diversos decisores políticos atribuíram às suas vertentes atlântica, africana e europeia, através dos diversos tempos, é que foram diferentes. Qualquer destas vertentes sempre fez parte da nossa cultura e da nossa história e foram, e são, elementos importantes na formação continuada, e consolidação, da nossa identidade nacional. É que, de uma clara opção Atlântica e Africana, – (motivada pelo geobloqueamento terrestre de Portugal, pela Espanha, e pela existência da barreira pirenaica) – dos regimes da Monarquia, da 1ª República (1910/1926) e da 2ª República (1926/1974), (pelos motivos atrás expostos e por motivos do relacionamento com os territórios do ultramar) se passou, na 3ª República – (1974...) a dar mais importância à vertente continental europeia. Este facto foi, e é realmente, uma novidade em termos das prioridades da Política Externa de Portugal, desde os tempos do Rei D. João I. Isto é, na Monarquia e nas 1ª e 2ª Repúblicas, Portugal tendo um relacionamento normal com a Europa, não lhe atribuiu o estatuto de prioridade. A prioridade era Atlântica e Africana. Na 3ª República, Portugal ficou praticamente “colado” ao Continente e só no início do século XXI recomeçou, embora timidamente, a tratar da diversificação das suas dependências, ou alianças, nomeadamente com os EUA e os Palops. Portugal deve sentir-se muito à vontade no Sistema Internacional. Tem uma história invejável de contactos com países do mundo inteiro e por isso deve recapturar parte, e em moldes diferentes, da sua vocação atlân- Pu b. OFERECEMOS A COMPOSIÇÃO GRÁFICA DO SEU ANÚNCIO [email protected] Tlm: 96 600 12 93 tica e africana de forma a não ficar espartilhado no seu caminho de progresso. Citando o Prof. Políbio Valente de Almeida: “Ao longo da História, Portugal enfrentou desafios implacáveis que pareciam excessivos para a sua dimensão. Teve que enfrentar a Espanha e fez-se respeitar; teve que enfrentar o mar desconhecido e transformou-o num instrumento de ligação entre os homens. Teve que enfrentar a pobreza material e usou-a para o engrandecimento moral; aconteceu-lhe conviver com outras raças e crescem Brasis; foi marginalizado pela Europa e, no entanto, a sua estratégia foi decisiva para o aparecimento de um novo equilíbrio mundial. A perda recente de algumas funções históricas seculares e a mudança brusca de dimensão física obrigaram-no a reconciliar-se com o presente e a assumir-se como um pequeno estado que, pelo reforço dos seus valores espirituais e pelo sentido que for capaz de dar à sua responsabilidade ecuménica, poderá vir a posicionar-se entre as médias potências”. (1) Portugal está hoje inserido na União Europeia(2). É uma evidência e uma necessidade estratégica do nosso país. Somos um dos países que a integram actualmente. Seremos um dos vinte e sete, ou trinta, que a integrarão futuramente. ERVANÁRIA CENTRO DIETÉTICO Tlm. 966 588 060 Est. da Lamarosa, Lote 9 - Lj H - Stº Antonino • Coruche Rua de Olivença - C. C. Horta da Nora, Lj 17C • Coruche Rua Dr. Bombarda, 51 • Couço Não sendo territorialmente, e populacionalmente, dos maiores países do Continente, não somos dos mais pequenos. Na Europa temos países mais pequenos que nós: Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Suíça, para dar só alguns exemplos de países localizados no centro do Continente. Populacionalmente, estamos com os de média dimensão. Economicamente, estamos atrasados face aos nossos parceiros mais desenvolvidos, mas, ainda assim, somos mais desenvolvidos do que alguns dos que entraram ou estão para entrar, na organização denominada de União Europeia. Mas é bom recordar que quando alguns dizem que estamos atrasados fazem-no por comparação, apenas e só, com os países mais ricos desta região do planeta. É bom não esquecer que se fizermos a comparação entre Portugal e a totalidade do Sistema Internacional de Estados Soberanos, que conta com cerca de 200 Estados, então podemos afirmar, (e as estatísticas internacionais assim o afirmam), que Portugal está no Clube dos Países mais ricos do Mundo. Tecnologicamente, estaremos na média da Europa alargada. No aspecto educacional e de preparação dos recursos humanos temos muito por fazer. Neste aspecto, por causa da falta de objectivos claros e por falta de organização e métodos. Em termos de influência política, tudo depende da capacidade dos nossos governantes, em particular, e das elites, em geral. Porque, ao nível da política pura, o que tem sido evidenciado é, antes de mais, a necessidade de um pequeno Estado(3), como Portugal, “afrouxar os modelos tradicionais de interdependência, muito formais e rígidos, e estabelecer o maior número possível de ligações informais com o maior número possível de Estados potencialmente colaboradores”.(4) As ligações informais são menos onerosas que as formais e podem ser um bom ponto de partida para aprofundamentos formais posteriores que conduzam à formalização sustentada das relações. Mas o que deveríamos colocar na primeira linha de pensamento é a questão de como, quando e de que forma nos poderemos tornar relevantes no sistema internacional. O eixo geográfico, político e económico da comunidade europeia está a deslocar-se para o Leste europeu. Por haver mais seres humanos aí a residir. Por haver maior proximidade e facilidade de deslocação e comunicação entre um número alargado de pessoas. Por o “coração económico e político” aí se situar. Donde, temos de encontrar formas de não nos deixarmos afundar em pessimismos e derrotismos e ver como poderemos ter um papel na actual e futura construção europeia e no Mundo em geral. O Mundo já não é eurocêntrico e existem várias possibilidades de expansão da projecção de Portugal em várias zonas do planeta. Não obstante a nossa actual ligação à Europa Continental importa não esquecer, como lembra o Prof. Borges de Macedo, que Portugal não pode aderir a nenhuma solução externa exclusiva, (opção continental ou marítima) dado que ambas as situações são de considerar, até porque, o interesse dos países do centro europeu pelo seu extremo ocidental ou o seu abandono se pode verificar. Portugal tem que reunir, na sua composição nacional, a permanente capacidade de escolher, em cada momento, em qual se deve apoi- MÓVEIS SORRAIA Grandes Salões de Exposição Tel. 243 617 552 Bairro da Areia, 122 – 2100-018 Coruche O Jornal de Coruche O Mar e Portugal ar, tem que manter ambas as opções em aberto. Erros sempre foram cometidos pelos Estados e continuarão a sê-los. É próprio do ser humano. E é ao ser humano que compete governar o Estado, entidade abstracta representativa da Nação, por delegação desta. O que interessa é, sobretudo para um país pequeno, cometer cada vez menos erros. A utilização das rotas marítimas e a livre fruição dos acessos marítimos desempenharam, e devem desempenhar, num país tão ligado ao mar como Portugal, um papel relevante. Esse papel evoluiu ao longo dos tempos. Nos séculos XV e XVI, Portugal, como já se referiu, foi a primeira potência marítima da Europa e do Mundo. Criou rotas marítimas oceânicas e sobre elas estabeleceu o primeiro império marítimo de dimensão mundial.(5). Foi a “superpotência” da época. Até 1974, e apesar de ter deixado de ser uma potência marítima, as rotas oceânicas sempre tiveram uma importância estratégica para Portugal por quatro razões: 1 - Primeira: garantiam as ligações económicas e militares com o ultramar português; 2 - Segunda: garantiam-nos a liberdade do comércio marítimo como alternativa ao comércio por terra, mais caro e passível de ser controlado pela Espanha; 3 - Terceira: garantiam-nos a possibilidade de socorro militar por parte de um aliado; 4 - Quarta: davam-nos a possibilidade de retirar por mar o Poder Político, e parte do Poder Militar, em caso de invasão terrestre, obtendo deste modo uma profundidade estratégica que a configuração do território continental europeu não possui. 5 - E por fim, Portugal desde o século XVII até à Segunda Guerra Mundial teve como aliado a nação que se tornou na principal potência marítima, a partir do século XVIII(6): a GrãBretanha. Destas condições estratégicas mudou de configuração parcial a quarta. A primeira mudou de cambiante. Mas esta, a primeira, permanece como possibilidade de ligação privilegiada com os países de língua oficial portuguesa, se o soubermos fazer, com evidentes benefícios económicos, financeiros e também culturais e políticos. Quanto aos outros factores, acima apontados, eles permanecem verdadeiros. Evidentemente que em tempo de paz no território europeu, alguns destes factores tendem a ser desvalorizados. Mas podemos afirmar que temos garantida a paz eterna? ____ Miguel Mattos Chaves Gestor de Empresas e Doutorando em Estudos Europeus pela Universidade Católica ____ (1) In Almeida, Políbio Valente de Op. Cit. pp. 372-373 (2) Chaves, Miguel de Mattos – Portugal e a Construção Europeia – ed. Sete Caminhos – Lisboa 2005 (3) Pequeno Estado – esta noção refere-se sobretudo às dimensões do território, da população e dos recursos. CF – por exemplo: Carvalho, Joaquim de – apontamentos da cadeira de Sistema Internacional, Políbio Valente de Almeida – do Poder do Pequeno Estado, Moreira, Adriano – Ciência Política e do mesmo autor – Teoria das Relações Internacionais. (4) In Almeida, Políbio Valente de Op. Cit. pp. 358 (5) In Martins, François – Apontamentos de Geopolítica e Geoestratégia, Bloco VI, Lisboa, Universidade Lusíada, 1999, pp. 147 (6) Modelsky, George – Long Cicles in World Politics – ed. Macmillan Press – 1987 – os cinco ciclos do Poder Mundial desde 1494 até à actualidade ____ Especialista CITROËN Vendas e Assistência Técnica Tel. e Fax 243 679 447 Rua do Couço, 25 • 2100-169 Coruche • Ano 1 - Número 10 • 21 Fevereiro de 2007 Recém-criada Bandeira da Assembleia da República Segundo a resolução da Assembleia da República aprovada a 14 de Dezembro, a bandeira é “de prata, tendo ao centro esfera armilar de ouro e, brocante sobre ela, o escudo das armas nacionais, com bordadura de verde”. A mesma resolução determina que a bandeira esteja erguida “no período da sessão legislativa e nos dias de funcionamento parlamentar junto à bandeira nacional”. Um galhardete “de modelo semelhante à bandeira” deverá ser utilizado na frente da viatura “ao serviço do presidente da Assembleia da República ou do vice-presidente que legalmente o substitua”. O primeiro içar da bandeira da Assembleia da República, foi no passado dia 3 de Janeiro pelas 9,30h, e foi antecedido de honras militares na escadaria exterior do Palácio de São Bento. Projectos Sociais em Discussão Governador Civil de Santarém e Directora da Segurança Social reúnem O Governador Civil do Distrito de Santarém reuniu ontem com a Directora do Centro Distrital de Segurança Social (CDSS) de Santarém. Este encontro teve como principais objectivos o planeamento e organização de actividades conjuntas e a divulgação de alguns dos projectos governamentais em matéria de Segurança Social. Paulo Fonseca e Anabela Rato irão dar continuidade à iniciativa Tempo de Solidariedade, que teve início em 2005. Nas últimas segundas-feiras de cada mês, até ao final do ano, os dois responsáveis visitarão diversas Instituições Particulares de Solidariedade Social do Distrito, numa tentativa de conhecer as suas potencialidades e ambições e de tomar contacto com uma realidade considerada alheia à sociedade em geral. A importância destas visitas passa pela sensibilização da população para os problemas afectos aos excluídos e aos mais carenciados; em suma, aos que, por diversas razões, não conseguem ser independentes no alcance de uma qualidade de vida digna. Foi igualmente feito um balanço do trabalho produzido em 2006 no âmbito do Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais (PARES), onde foi realçado o apoio a 15 instituições do Distrito de Santarém foram, em 2006, contempladas com uma comparticipação total de 5.321.184 euros, distribuídos pelas valências de lar de idosos (3.299.695 euros), creches (1.546.667 euros), centros de dia (425.408 euros) e serviços de apoio domiciliário (49.414 euros). Estes investimentos no sector social no Distrito representam o alargamento dos apoios a 731 novos utentes, com principal incidência nas creches, que abrangerão 323 crianças. Ao nível dos lares de idosos, prevêse a criação de 203 vagas, enquanto os centros de dia e os serviços de apoio domiciliário contarão com 125 e 80 novos utentes, respectivamente. Em valores absolutos, o investimento público por cada novo utente é de 7.279 euros. Para 2007, o período de apresentação de candidaturas para o PARES II teve início no passado dia 18 de Ja- neiro, terminando o seu prazo de entrega a 22 de Fevereiro próximo. Para Paulo Fonseca e Anabela Rato, trata-se de um grande passo no desenvolvimento das estruturas sociais do Distrito. Outro tema abordado na reunião entre o Governador Civil e a Directora do CDSS foi o Complemento Social para Idosos, para o qual já se encontram igualmente abertas as candidaturas, devendo todos os interessados dirigir-se aos serviços locais da Segurança Social. Para puderem usufruir deste benefício, os utentes terão de ter idade igual ou superior a 70 anos e auferir um rendimento mensal inferior a 300 euros. Importa referir que, em 2007, a aplicação desta medida para a idade de 70 anos representou um relevante ganho social, medido pela antecipação deste pagamento, previsto apenas para 2008, permitindo o seu alargamento social e etário. Este resultado foi possível devido à evidência do excelente desempenho na gestão financeira dos valores atribuídos para 2006. 22 O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 10 • Fevereiro de 2007 SALGARI, SANDOKAN, E A AVENTURA PORTUGUESA DOS 7 MARES EMÍLIO SALGARI, criador do mítico Sandokan, o herói da minha e de muitas outras infâncias, foi sem dúvida um dos mais profícuos autores de livros de aventuras. A vastidão da sua obra é imensa, sobretudo se atendermos à diversidade de regiões geográficas em que as diferentes acções vão decorrer. Nenhuma região do globo deixou de ser por ele escolhida como cenário de rocambolescos episódios vividos por aventureiros de excepção, de entre eles ressaltando, para os leitores portugueses a figura admirável de Gastão de Sequeira, nome com que o orgulho nacional, à época por sua vez, deram azo a uma maior mobilização para congressos, encontros literários, ou exposições bibliográficas, que inúmeras universidades e grandes bibliotecas italianas realizam. A incansável actividade de diversos estudiosos, literatos, bibliófilos ou docentes universitários não se limitou à publicação de ensaios sobre Salgari e a sua obra, desdobrando-se também em incontáveis artigos vindos a público em publicações periódicas de grande circulação. Corine d’Ângelo com o seu site www.emiliosalgari.it, Vittorio Sarti, com as suas bibliografia Salgariana, editada por Malavasi em 1990, e Nuova Biblio- desenhadores Alberto della Vale, Pierino Gamba, Gennaro Amatto e outros grandes colaboradores das editoras Donath, de Génova, Bemporad, de Florença, etc, na concepção e realização das capas e ilustrações interiores das primeiras edições dos livros de Salgari. À beleza estética destas capas podemos nós atribuir, aliás, uma parte não irrelevante da atracção e consequente êxito que os livros despertaram no grande público. O que justificou que os desenhos de Della Valle, Gamba ou d’Amato, fossem mantidos inalteráveis, ou apenas ligeiramente modificados, nas edições de Saturnino Calleja, em sua vida com grande orgulho. A turbulência marítima que nunca enfrentou manteve-se, contudo, sempre a fervilhar no seu espírito, levando-o a produzir a vasta obra de romances de aventuras que conhecemos e que só encontra paralelo em Júlio Verne. Durante os 49 anos que viveu produziu 87 romances, 11 dos quais sob pseudónimo, e um sem número de contos. Sem contar com os que teria deixado incompletos e que vieram a ser publicados sob o seu nome e em conjunto com os nomes de seus filhos Omar e Nadir, ou com o do seu continuador Luigi Motta. Este último fenómeno da proliferação de obras incomple- Contrariando o sucedido com estas publicações apócrifas, uma outra importante parcela da obra de Salgari foi inicialmente dada á estampa sem o seu nome, e a coberto de designações tão diferentes como Capitano Gido Altieri, E. Bertolini, G. Landucci, um abstracto Romero, ou um rocambolesco L’Ammiragliador. Este fenómeno de desdobramento, de quase avatares de Shiva, terceira divindade da trimutri indiana a que Salgari tantas vezes se referiu, ou dos diferentes heterónimos em que Fernando Pessoa se dividiu para as sua experimentações literárias, teve no caso de Salgari razões mais telúricas. Deveu-se a uma tão positivamente acentuado, ainda que com algum desrespeito pelos direitos de autor, havia crismado o personagem português, irmão do Tigre da Malásia, que Salgari criara como Yanez de Gomera. Os livros de Salgari foram traduzidos do italiano para quase todas as línguas do mundo. Romances, novelas e contos foram vertidos para banda desenhada e passados ao cinema para séries televisisvas ou longas metragens de sucesso. Com a chegada da cibernética o entusiasmo não abrandou. O fenómeno não secundarizou Salgari e a sua obra. Antes pelo contrário, o entusiasmo dos cibernautas gerou edições e edições on line, sites, e fóruns, que, grafia Salgariana, editada por Sérgio Pignatore, em 1994; Felice Pozzo, com várias obras, entre as quais, Emílio Salgari e d’intorni, ou ainda em 2006 com L’Offizcina Segretta di Emílio Salgari; Conrado Farina, Lívio Belli, Cláudio Gallo e, entre nós, A.J Ferreira, com as 3 edições do seu Diccionário de novelas e contos de Emílio Salgari, são apenas alguns dos autores que deram grande contributo para os estudos salgarianos. Sem esquecer, numa vertente mais estritamente biográfica, “Mio padre Emílio Salgari”, do filho do romancista, Omar Salgari, ou, numa prespectiva estética, “L’Occhio delle Tigri” de Paolla Pallottino, em que aprofundadamente são estudados os Espanha, de Tallandier, e Hachette, em França, ou da Editora Romano Torres, em Portugal. tas ou acrescentadas não escapou à análise criteriosa dos conhecedores da sua obra que na sua maior parte os consideram e designam como falsos. Um pouco pela falta de genuinidade e alterações marcantes ao seu estilo literário, mas, sobretudo, por terem conseguido provar documentalmente quem foram os seus verdadeiros autores. O que não impediu que os editores estrangeiros que detinham os direitos de autor nos respectivos países os publicassem como genuínos. O que, aliás, já havia sucedido em Itália, após a sua morte. mais do que necessária fuga à tirania dos editores. É que, amarrado ao cumprimento dos espartanos contratos com que os editores italianos lhe estabeleciam pagamentos para uma rigorosa cadência produtiva, e assoberbado pelas preocupações de desafogo económico familiar que o êxito comercial dos seus livros continuava sem lhe trazer, Emílio Salgari, quebrava episodicamente essas amarras contratuais, publicando noutras casas editoras, e sob os tais pseudónimos, obras de igual sucesso que lhe garantiam uns quantos proventos mais. DO ADRIÁTICO AO ESTREITO DE MALACA Emílio Salgari nasceu em Verona em 21.8.1862, vindo a pôr termo á vida, com um dramático Hara-Kiri, em Torino, a 25.4.1911. Ao contrário do que os seus conhecimentos náuticos e geográficos deixariam prever a sua experiência marítima resumiuse a uma navegação pelo Adriático em 1880 e a uma matrícula no Instituto Náutico P. Sarti. Ficou-lhe, no entanto, o título de Capitano, que ostentaria toda a AVATARES DE SHIVA E HETERÓNIMOS DE PESSOA ____ João Alarcão Director do Jornal de Mondim suplemento Tauromaquia E, Olivença, aí está! Como é por demais sabido, presunção e água benta, cada um usa a que quer. E, assim inicio, porque me recordo que a pedido do meu saudoso amigo, senhor Júlio Gabirra, nos idos de noventa, tendo eu a co-autoria de um programa de televisão na RTP 2, “Tauromaquia”, de boa memória, resolvi dar para o peditório, isto é, acreditar no projecto de dois jovens cheios de ideias, José Cotiño e Joaquim Rodriguez, e promover a sua ampla divulgação. A verdade é que, da corrida inicial de tal projecto, já quase não há memória, e dos tempos em que os figurões (Espartaco incluído…) aproveitavam para “partir” os trajes novos, até à actual pequena mas digníssima feira taurina, muito decorreu e tudo se consolidou. Tempos houve em que a única rapaziada da escrita taurina que se deslocava a Olivença falava português, e hoje, transformadas as datas em referência de início de temporada, quase não há lugar para o “Portugal”, dado que os figurões da informação taurina já se não dispensam comparecer, sendo que até em corridas em que como este ano reaparece uma figura mediática, como é o caso de Ortega Cano, agora viúvo da Jurado e por assim ser viúvo de Espanha, toda a gente que se dedica à denominada imprensa “rosa” julga estar por cima de tudo e todos e quase não sobra espaço para o taurino. Sinal da época… Contudo, III Suplemento de O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 10 • 1 de Fevereiro de 2007 Olivença, na sua condição de “última” Praça de Espanha e “primeira” de Portugal, continua a concitar até ao exagero o interesse da “aficíon” portuguesa, estando eu em crer que se vivo fosse o saudoso Adelino da Pena também ele para lá organizaria excursões. É por assim ser, que nos sentimos na obrigação de divulgar o que já se sabe sobre os cartéis que é suposto lá ocorram, pese a ausência de confirmação oficial e definitiva. Diz-se que, no dia 3 de Março pela tarde farão o “Passeillo”, “El Juli”, Sebastián Castella e provavelmente Miguel Angel Perera, no dia 4 pela manhã, cruzarão o “Albero”, “Morante de la Puebla”, Alejandro Talavante e Cavelano, e que pela tarde do mesmo dia reaparecerá Ortega Cano, na companhia de Enrique Ponce e António Ferrera. Para qualquer das corridas ainda não se conhecem as ganadarias, o que não impede que se façam projectos de viagem para fruir de corridas, que como é óbvio se esperam e querem boas. ____ Domingos da Costa Xavier Vergonha toureira e, elogio do pundonor…! Diz-se, e como dizia o Saraiva Mendes, diz-se tanta coisa que alguma será verdade, que a carne dos toureiros é diferente da carne das outras pessoas. No que reporta à carne, passe o que passe, quase que é verdade, dado que os avanços da medicina, permitem que se veja um toureiro do momento a tourear aqui e ali, depois que os facultativos clínicos de serviço lhe tenham atestado uma cornada gorda (ou de “tabaco”) com vinte e tantos centímetros de efracção e vários trajectos. Não raro sabemos que A ou B se apresentou, e pondo “a carne no assador” triunfou, aqui ou ali, com os pontos frescos da vítima cornada, o que evidencia um querer que se não evidencia em outras profissões bem pagas, verbi gratia, ou futebolistas. Quando toca aos ossos é diferente (e, nisso estou desgraçadamente formado…) bastando que se reflicta o que ocorreu com José Miguel Arroyo “Joselito” numa das suas últimas temporadas no activo, retido quase por inteiro ao longo da mesma, por lesão óssea, e, importantes são também as sequelas para futuro, que o digam os nossos queridos “irmãos Badajoz”, que apesar de retirados, é agora que andam a pagar “facturas” dos azares ocorridos no activo e em plena juventude. É todo este conjunto de circunstâncias que nos leva a valorizar em extremo a postura do jovencíssimo Sebastian Castella. Ainda “un crio” já tem o corpo cozido a cornadas, tão só porque para chegar a ser figurita que já é, sempre se colocou no sítio em que as cornadas e os triunfos acontecem, dado que como um dia afirmou Belmonte, quando toureia se esquece que tem corpo. Mas, ora bem, o esquecer-se que tem corpo jamais o inibe de não ter dores, e, aqui é que bate o ponto, como se diz na gíria popular. Castella, quando os meninos da sua idade somente se preocupam com o gozo, no dia 29 de Dezembro em Cali (Colômbia), afirmou-se como um dos mais tesos toureiros do momento. Citando em início de faena para um dos seus característicos passes cambiados pelas costas, é enganchado logo abaixo do joelho e trombicado com violência pelo toiro após a voltareta. Como consequência, costelas partidas, um em três partes, com roçar pela pleura (e Deus não quis que com perfuração do pulmão…) e com toda a certeza dores horrorosas, que suportou por longos, longos, longos, dez minutos, cumprindo a faena e > continuação da página 1 À Procura de Novos Toureiros bém aos espectadores que assistiram a esta aula prática de toureio dirigida pelos padrinhos do concurso. Todos os candidatos desta tarde ficaram apurados para a fase seguinte, e para as diversas tentas a realizar até à grande final no dia 20 de Fevereiro, onde irão ser seleccionados por fases até apurar os candidatos que chegarão à final. A primeira das tentas realizou-se na ganadaria de Hrds. de Conde Cabral a 10 de Janeiro, a segunda no dia 12, na ganadaria de Hrds. de Cunhal Patrício, prosseguindo no dia seguinte na ganadaria de Sommer D’Andrade. Após este ciclo de tentas o júri procedeu a uma nova selecção dos candidatos. Na decisão do júri pesou, para além da atitude de cada candidato no tentadero durante as lides, a postura pessoal que cada um deles adoptou desde o inicio do concurso. Passaram a esta fase seguinte 15 jovens: Dinis Coruche, Francisco Correia, “Paco Velasques”, Gonçalo Montóia, Inês Ruivo, Inês Coelho, Joana Prates, Joaquim Ribeiro “Cuqui”, Luís Cochicho, Manuel Dias Gomes, Pedro Caldeira, Pedro Brito Sousa, Rui Esteves “Serranito”, Sérgio Santos “Lobo dos Santos” e Wilson Maçarico “Chamaco”. A 19 e 20 de Janeiro realizaram-se mais duas tentas, desta vez no palco do funcional tentadero da herdade do Borralho, e, teve Rui Bento a dupla responsabilidade de ganadeiro e júri. Na semana seguinte foram novamente tornados públicos os nomes dos 10 elementos apurados para uma fase de maior responsabilidade e compromisso, onde a disputa ao lugar no passeillo de 20 de Fevereiro ganha já contornos de mais entrega, valor e sobretudo muita ambição. Dinis Coruche, Francisco Correia, Francisco Lopes “Paco Velasques”, Gonçalo Montóia, Joana Prates, Luís Cochicho, Manuel Dias Gomes, Rui Esteves “Serranito”, Sergio Santos “Lobo dos Santos” e Wilson Maçarico “Chamaco”, são os espólio dos dez melhores que prosseguiram em mais algumas tentas. No dia 30 e 31 de Janeiro na ganadaria do Eng.º António Silva e herdade da Torrinha, de Mestre David Ribeiro Telles e a 2 de Fevereiro na ganadaria de Vila Galé sai- ram Francsico Lopes “Paco Velasques” (Golegã), Gonçalo Montóia (Santarém), Joana Prates (Moita do Ribatejo), Luís Cochicho (Vila Viçosa), Manuel Dias Gomes (Lisboa) e Wilson “Chamaco" (Alenquer)”, os seis ilusionados jovens que vão disputar os troféus na novilhada final a 20 de Fevereiro no Campo Pequeno. Mas o melhor dos troféus reservados ao grande triunfador é a sua presença numa novilhada em Agosto, já trajando de luces naquele mesmo albero, além de ter já garantido outros postos em novilhadas a realizar por empresas aderentes à iniciativa, assim como o seu debute em Espanha nalgumas novilhadas sem picadores, e com presença já assegurada em praças como Saragoça ou S. estoqueando o toiro, afirmando à posteriori, que o fez tão só porque quer ser “o melhor toureiro do mundo”. Tenho dificuldades em aceitar este tipo de qualificativos por óbvio, mas se como reza o portuguesíssimo ditado “querer é poder”, o francês já evidenciou o que quer e o que pode, situando-se em plano de exemplo, possuidor de um valor seguro e sereno, que no passado se reconheceu a Diego Puerta ou ao nosso sempre estimado conterrâneo José Simões, que me não canso de referir como o toureiro da minha rua. São raros os toureiros que são capazes de dar provas de tanta umbria, respeito pelo público e vontade de triunfar, e por assim ser, Sebastian Castella, merece todo o respeito do mundo, e notem que quem o afirma e subscreve, é tão só um aficionado que amante que é do toureio da arte, não consegue entender o tourear como uma briga. Tenho dito! Domingos da Costa Xavier Sebastian. No dia da grande final o triunfador irá receber um traje de luces, oferta de Rui Bento Vasquez, um capote e uma muleta oferecidos pelo matador de toiros José Luís Gonçalves e o autor do melhor quite irá receber um capote de brega oferecido pelo Real Clube Tauromáquico Português. O Jornal de Coruche congratula-se por algumas das ganadarias aderentes pertencerem a Coruche e expressa os seus votos de importantes triunfos aos participantes nesta feliz ideia da SRUCP de reeditar o concurso que há 25 anos catapultou os jovens de então para o escalafon maior, preparando-se agora para lançar novos valores no mundo da tauromaquia. Joaquim Mesquita IV Suplemento de O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 10 • 1 de Fevereiro de 2007 suplemento Tauromaquia Torrinha recebe Paco Ojeda Rui Fernandes triunfa > continuação da página 1 toureou de antologia. Recortes de uma finura de encanto a lembrar seu Pai. Joãozinho, toureiro de inspiração que não esquece a arte de monta da Torrinha. Veio a pé para “provar pêlo”, mais pertito do que é hábito. E então não é que Joãozinho, com a “muleta em mano” deu nota de um “Quinta Grande” colheita especial! Apeteceu-nos gritar um olé… Manuel começou, provando o toureio apeado. Foi uma curta meia dúzia de passes. Ali havia arte para encantar. Templado com o capote, a gosto, como os Toureiros. A cavalo, depois, exibiu o classicismo que todos lhe reconhecem. Cuidando terrenos, incentivando montadas “novas” à voz de Mestre David Ribeiro Telles e com o apoio incondicional de João e António, seus Tios que cuidam da “camada jovem” com carinho. Se possível for imaginar a Universidade do Toureiro total, o que ocorreu na Torrinha neste 1 de Fevereiro do ano de 2007 é, sem dúvidas, a imagem perfeita. Catedrático do Toureiro a pé: Paço Ojeda. Catedrático do Toureiro a Cavalo: David Ribeiro Telles. João Ribeiro Telles e António Ribeiro Telles, Mestres, com lugar assente na tauromaquia. Manuel Ribeiro Telles Bastos e João Ribeiro Telles (Filho) os continuadores de uma Dinas- Ciclo de Cinema Francisco Rocha Decorre em Vila Franca de Xira, o Ciclo de Cinema Taurino de homenagem ao cineasta Francisco Rocha, até ao dia 17 de Março de 2007. O Ciclo de Cinema, organizado por um grupo de aficionados, com a colaboração do Clu- be Taurino Vilafranquense, iniciou-se com a intervenção do jornalista João Mascarenhas, grande amigo de Francisco Rocha, que narrou uma série de interessantes episódios passados pelos dois na busca de muitas das imagens que hoje fazem parte da História da Tauromaquia portuguesa. Frisou que esta era uma homenagem há muito merecida por aquele a quem apelidou de grande amante da Festa e da sua Terra. Luís Capucha, Presidente do Clube Taurino Vilafranquense, referiu acima de tudo a importância do trabalho do homenageado, em que revivemos algumas lembranças e dos grandes momentos que Vila Franca deu à festa dos toiros. Na cerimónia de abertura, o ilustre aficionado José Amador falou do interesse da obra daquele que se sente vilafranquense genuíno apesar de ter nascido em Setúbal, realçando também o notável papel do toiro, do campo e das tradições taurinas na alma e Portugalidade de Vila Franca de Xira. Francisco Rocha referiu-se ainda à simpática manifestação, agradecendo à organização o cuidado depositado em todos os feitos. Emocionado e com a sala de pé, depois de se ter declarado um apaixonado pelo Tejo pela Lezíria e pelos toiros, recebeu uma calorosa ovação daqueles que tantas e tantas vezes se deliciaram com as suas reportagens. e debuta em Medelín Rui Fernandes, no dia 20 de Janeiro, somou um triunfo em terras colombianas. Depois de ter cortado 2 orelhas em Cali, 3 em Manizales, o português cortou a primeira orelha da feira de Medelín. Lidaram-se 8 toiros de D. Carlos Barbero, para Rui Fernandes e os matadores Sebástian Vargas, Cristóbal Pardo e Manuel Libardo. Com cerca de 9 mil pessoas na bonita Praça de La Macarena, Rui Fernandes esteve muito bem nas bandarilhas e desta vez certeiro com os rojões de morte. Cortou uma orelha no primeiro e no segundo o presi- LISBOA R. das Necessidades, 18-20 Tel. 213 958 304/5 Fax 213 958 306 Tlm. 917 505 313 Encerra ao Domingo dente não lhe concedeu a orelha. Foi fortemente aplaudido. Rui Fernandes debutará no México no próximo dia 11 de Fevereiro na Monumental Praça de Toiros da Cidade de Mérida (Yucatan). Estão anunciados toiros da ganadaria de Golondrinas para Rui Fernandes, Gastón Santos, o matador francês Juan Bautista e o matador mexicano Alfredo Ríos “El Conde”. Toureará no México ainda a 18 de Fevereiro em Matamoros (Tamaulipas), a 24 em Mazatlán (Sinaloa) e a 25 em Apam (Hidalgo). CORUCHE Cruzamento de Coruche Tel. 243 618 319 Encerra à Segunda-feira E s pe c i a li d a d e C a r n e n a B r a s a Não pode ser vendido separadamente. Director: Abel Matos Santos • Registo ERC 124937 suplemento Tauromaquia Coordenação de Domingos da Costa Xavier Este suplemento é parte de O Jornal de Coruche nº 10 de 1 de Fevereiro de 2007 Torrinha recebe Paco Ojeda João Costa Pereira – Toureio e arte numa tarde de Inverno Na Universidade do toureio a cavalo, montou cátedra uma figura do toureio a pé. A Torrinha recebeu Paco Ojeda. Ali esteve para tourear novilhas de tenta e derramar o seu saber e a sua arte naquela mítica na “arena” do tentadero Sorraiano. Algo “pesado” nos seus cinquenta e alguns anos, mas cuidando-se como se fosse tourear a Sevilha. Ao almoço, escolheu comer frugalmente, avançando que toureiro tem que se preparar do mesmo modo, tanto para tourear um “Toiro de Sevilha” ou uma vaca de tenta. Impressionou aos mais atentos os seus exercícios de “aquecimento “. Era um jovem toureiro que ali estava. Ao abrir o capote para lancear “ao vento” sentiu-se o perfume toureiro que por ali se derramou. Era outra coisa. À mente vieram as faenas de antologia que tivemos a sorte de ver ao Homem/Toureiro que ali estava a escassos metros de nós. As vacas saíram a investir. Aliás outra coisa não seria de esperar dum cuidado de anos na selecção na divisa JR. Na tarde, caindo para o anoitecer, ouvia-se João Ribeiro Telles “comandando” a tenta… É difícil descrever o ambiente vivido. Absorvia-se cada passe, cada movimento do “maestro” de Sã Luca de Barrameda. Toureiro feito a ferro e fogo. Impondo-se já “tardio”, ninguém nele acreditou até ao dia. O dia em que brilhou, deixou arte e encanto toureio em cada uma das tardes em que jogou frente a toiros toiros. Os que lhe “lambiam” a “telleguilha” onde os pitons encostavam suavemente perante a qui- etude de um Homem/Toureiro. A Universidade da Torrinha recebia lição. Lição toureira de um Toureiro. Mas, depois, veio o encanto dos Toureiros da Casa. António abriu…Senhor Toureiro, Mestre, Profundo, de arte e saber assimilados desde o berço. Encantou, Recreouse, montou cátedra também. Os juniores actuaram a seguir, Joãozinho Ribeiro Telles, > continua na página 4 À Procura de Novos Toureiros O concurso “À Procura de Novos Toureiros”, uma feliz iniciativa da SRUCP, gerida taurinamente pelo matador Rui Bento Vasquez, que também ele há 25 anos atrás foi um dos brilhantes vencedores de idêntica iniciativa. À época, a praça capitalina era gerida por Manuel Jorge dos Santos, filho do matador e grande empresário taurino que foi Manuel dos Santos, que marcou presença nas bancadas do Campo Pequeno para assistir ao dia da aula pratica com reses. Rui Bento Vasquez e José Luís Gonçalves, dois dos vencedores desse concurso apadrinham agora o da nova geração formando o júri conjuntamente com Maurício do Vale e em cada tenta realizada o ganadeiro anfitrião desempenha idên- ticas funções. O início teve lugar no primeiro fim-de-semana do novo ano, 6 e 7 de Janeiro. No sábado, dia 6, apresentaram-se 49 jovens à aula de toureio de salão, primeiro teste com a ilusão de serem apurados para o dia seguinte onde iriam ser novamente avaliados numa aula prática com reses. No domingo, 7 de Janeiro, os 28 candidatos seleccionados: Alexandre Mira, André Rocha, Augusto Espiga, Cláudio Miguel, David Ferreira, Dinis Coruche, Duarte Palha, Erica Rebelo, Francisco Costa Freire Correia, Francisco Lopes “Paco Velásquez”, Gonçalo Montóia, Inês Ruivo, Inês Coelho, Joana Prates, João Miguel Ribeiro “Cuqui”, Luís Cochicho, Luís Ricardo, Manuel Dais Gomes, Marcelo Ribeiro, Joaquim Mesquita Miguel da Cruz, Miguel Murtinho, Pedro Caldeira, Pedro Brito Sousa, Rui Esteves “Serranito”, Sérgio Santos “Lobo dos Santos”, Tiago André, Júlio Antunes e Wilson Maçarico “Chamaco”, enfrentaram reses de São Torcato que no geral saíram a dar bom jogo e a assim proporcionarem uma excelente tarde aos debutantes no Campo Pequeno como tam- II Suplemento de O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 10 • 1 de Fevereiro de 2007 suplemento Tauromaquia Amadeo S OBRE T OIR OS Amadeo em à portuguesa, que pese embora eu carregar sangue euro-afro-asiático, nascido que sou em Coruche, aos pés da santa (e o seu afilhado…), muito orgulho tenho na minha portugalidade; fui dos que suportou, estóico, duas horas e meia de fila na Gulbenkian, para gozar e beber a pintura de Amadeo de Souza Cardoso, cotejado com alguns dos seus pares. Grato, que desde já saúde o excelente trabalho de Helena Freitas, curadora que após ano e meio de trabalho soube concretizar esta belíssima exposição, de sucesso jamais visto na galeria de exposições temporárias da fundação, ao ponto de que pela primeira vez em tantos anos, tenham tido aberta a porta dia e noite no último fim-desemana (13 e 14 de Janeiro), com bichas de quatro horas de espera, o que é obra, e sobretudo inusual, neste país em que políticos e “média” teimam em nos estupidificar, no melhor estilo dos poderes medievais em que era norma dificultar a instrução e a cultura para que o mando se não contestasse, e mesmo entre os que assumiam alguma visibilidade (nomeadamente económica) era bom que respeitassem a regra em vigor, de que necessário era dividir para reinar; que se atente na quase ausência de investigação jornalística séria na imprensa, na pobreza de espírito das televisões em horário nobre, e na “opinião” domesticada, controlada e educada com que os “plurais” comentadores do costume nos brindam. “Felizmente” como diria o saudoso Sttau Monteiro, “há luar”, que escasso é o sol! Ficou provado, à evidência, que a grande cultura (a este respeito, que aqui reafirme que, cultura, na pureza do conceito, é a adaptação do homem ao meio natural circundante, como muito bem me ensinou o jurista e sobretudo poeta Gabriel Mariano, quando em Coruche tive a sobeja honra de ser seu aluno). Em Portugal ainda não morreu, bastando tão só que a deixem respirar, para que grite que existe. Cá por mim, restaurei, quiçá, o meu orgulho de português, ao B – Diálogo de vanguardas constatar que um homem luso, em curta vida, conseguiu, tão só, ser o verdadeiro precursor de todos os caminhos da arte actual, ao ponto de que me permita afirmar, sem complexos, sem pudor, e creio que conscientemente, que se tivesse vivido os mesmos anos que Picasso, seria tal- do “Avant la corrida” (em verdade, um tesouro reencontrado…), ao mesmo tempo que uma das chamadas visitas guiadas. Um grupo, e para mim nestas circunstâncias os grupos são sempre duvidosos, que fruir arte é um acto meramente individual, escutava uma menina bo- de que as “guias” mais não faziam que papaguear as suas instruções (se assim não foi, desde já sinceras desculpas…), continuando a agradecer-lhe penhoradamente o ter trazido para nosso prazer a obra, também lhe agradeço, que de futuro, não mintam sobra a mesma. Convic- vez maior que o genial malaguenho, e, note-se que estabeleço a comparação com o pintor que pessoalmente mais admiro, até pela sua profunda “afición” e pelo respeito que carreou para a Festa de Toiros ao tê-la como tema de muitas das suas obras. Ora, é precisamente a afición, que a propósito desta exposição, me faz vir a terreiro. Já louvei, e continuo a louvar, que o trabalho foi notável, a curadora da mesma, mas por reconhecer o seu extraordinário trabalho, é a ela que tenho que cobrar os despautérios. Depois do “sacrifício” de esperar para entrar na exposição, de a admirar quadro a quadro demoradamente, de constatar (feliz…) que a coisa táurica não foi indiferente a tal pintor (um dos quadros, explicitamente documenta a forma como ele viu a praça de toiros de San Sebastian, sendo que até nele inseriu visivelmente na composição a palavra “toros”, o que a identificação em legenda do quadro mencionava…), eis que me tocou chegar perto ao tão celebra- nitinha (valha-nos ao menos isso…!) a debitar parvoíces sobre a tela, e juro solenemente que tive de me conter (pois já estou velho…) para evitar uma bronca. Onde Amadeo esgalhou picadores a caminho da praça a criatura via guerreiros a cavalo e o quadro, de facto do nosso orgulho porque ao mundo taurino reporta, foi pela cachopa entendido, como transposição do agrado pelo medievalismo e seus valores, que em outras obras o pintor explanou. Basta…!!! Helena fez o mais difícil; achou o quadro, investigou o seu percurso, soube até que foi uma das obras vedeta do quase mítico “Armory Show”e documentou tal facto, deu-nos conta do proprietário que tantos anos gozou a obra, e, convenceu o mundo da arte, que de facto tinha (e é verdade…) encontrado e recuperado uma obra fundamental do de Amarante. Tal facto, estimável e inegável valor, não lhe dá contudo o direito de em nome do politicamente correcto, adulterar a filosofia temática da obra, e, crente to do que escrevo, até me disponho a esclarecer a senhora sobre a simbologia táurica expressa (do leque na mão de uma figura feminina em suposta bancada, às “monteras” explícitas, ao grupo de aficionados exibindo chapéu à “mazantini”, ao toureiro de capote pelas costas – em época em que a peça era traste e ainda “vestio”, ao homem de lenço andaluz atado à cabeça, então atributo dos “monosábios” que a garra viria a substituir, ao trem de cavalos em que os toureiros exibindo as suas vestes típicas da função se fazem à moda antiga transportar para a praça, etc, etc, que o quadro tematicamente é de invulgar riqueza. Tudo o que supra digo, está lá, objectivamente, basta querer (e saber…) ver, Muito grato me foi o constatar tudo isto, até porque a riqueza de pormenores do quadro demonstra à exaustão que só pode ter sido pintado por alguém de facto bom observador e iniciado; constatar que uma das maiores figuras da pintura do século XX, para além de Dr. Domingos da Costa Xavier * antecipar todas as técnicas e estéticas que outros vieram a seguir, também deixou expressa a sua condição de aficionado, deixa-me feliz. Que me venham com a treta, face à sua condição de nortenho de que no norte a “afición” se não equivale ao sul, dado que nos seus tempos de menino, funcionavam no Porto três praças de toiros (que o tempo deixou cair), uma outra e Espinho (a que a democracia destruiu o miolo…), outra na Póvoa do Varzim (que, felizmente, a democracia restaurou…) e outra em Viana do Castelo (que o portuguesíssimo sentir da família Pereira, até ao momento, preservou…). Mais não fora pela arte patente nas duas obras referidas (mas há mais, não faltam pormenores de cor e desenho, em muitas outras obras que o seu enorme talento esgalhou…), Amadeo de Souza Cardoso assumiu-se como aficionado. Gostar de toiros nunca foi e não é crime, e, não queiram portanto agora escamotear tal evidência, antes sim, considerar o facto como verdadeiramente inserido na sua matriz intelectual profunda. Em verdade, não somos obrigados a saber de tudo, e creio que sabendo muito de arte (sendo bom que se não esqueça que as tauromaquias são arte tão efémera que sequer o seu autor as pode possuir, como um dia postulou e muito bem o saudoso Álvaro Guerra), visto que a assim não ser a exposição não tinha sido possível, faltou na interpretação das duas obras referidas o encarecimento da sua valia taurina, o que é triste, dado que apesar da sua universalidade Amadeo fez questão de proclamar a sua portugalidade, quiçá o seu iberismo, mas sobretudo o seu amor à festa de toiros. É triste, e, não o digo ressábiado, digo-o com muita pena. Um português de primeira, aqui e no mundo que soube deixar constância da sua condição de taurino, é para mim motivo de orgulho profundo, e, disso quero dar fé, por gosto e por dever. Amadeo, aficionado, sempre! ____ Médico Veterinário e Escriba Taurino O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 10 • 27 Fevereiro de 2007 Mobilidade para Todos, uma prioridade! Coruche recebeu a Bandeira de Prata da Mobilidade A loja dos seus filhos! Tel. 243 677 049 Rua de S. Pedro, n.º 13 – 2100-164 Coruche ROSADO & CATITA Montagens de Alumínios, Lda. Alumínios • Estores • Vidros • Gradeamentos • Banheiras Mosquiteiros • Portões • Automatismos ORÇAMENTOS GRÁTIS Contacte e visite-nos em: Travessa dos Agoladas – Vale Mansos 2100-037 Coruche Tel. 243 679 161 Tlms. 938 526 652 • 939 064 534 O Município de Coruche, recebeu a Bandeira de Prata da Rede Nacional de Cidades e Vilas com Mobilidade para Todos, resultado das intervenções efectuadas nos últimos dois anos. Coruche aderiu em Abril de 2004 à Rede Nacional Obras já executadas > As obras executadas dizem fundamentalmente respeito a instalação de grelhas nas caldeiras das árvores, reimplantação de sinalização e equipamento, regularização do pavimento da rua de Santarém e execução de rampas de acesso a passadeiras. Obras a executar OFICINA DE ALUMÍNIO Marquises, Divisórias para Escritórios, Persianas, Estores de todos os tipos • Portões Basculantes para Garagens PEDRO MANUEL VILELAS Tels.: Casa - 243 619 547 Oficina - 243 679 053 Tlm. 917 305 762 • Rua do Alto do Marau – Foros do Paúl 2100-039 Coruche > Continuidade na colocação de sinalização rodoviária com postes em bandeira, nos locais em que a dimensão do passeio o justifique, pequenas intervenções de correcção da acessibilidade, sempre que o passeio existente tenha dimensão adequada, elaboração de caderno de normas de procedimento para execução de trabalhos e projectos, execução de projectos de reordenamento urbano e execução de obra, pequenas intervenções de correcção da acessibilidade e continuação dos trabalhos na Rua 5 de Outubro. de Cidades e Vilas com Mobilidade para Todos. Na sequência da adesão à Rede, foi assinado um protocolo com a APPLA (Associação Portuguesa de Planeadores do Território), no sentido de integrar a mobilidade e a acessibilidade como um vector fundamental nas intervenções no espaço público e nos projectos a executar. Segundo Dionísio Mendes, presidente da Câmara, “a acessibilidade e a mobilidade são factores fundamentais no desenvolvimento do homem como ser humano, pelo que, devem ser objecto de garantia de respeito pela igualdade de direitos e condições. A Autarquia irá executar novos projectos, no sentido de integrar a mobilidade e a acessibilidade como um vector fundamental. O objectivo, é atingir a Bandeira de Ouro nos próximos tempos. Quero destacar, o trabalho e empenho dos técnicos e vereador do pelouro nesta área”, salientou o autarca. Pedro Ribeiro da Silva, presidente da Associação Portu- • • • • • • • guesa de Planeadores do Território, referiu “estou muito satisfeito com o trabalho da Câmara de Coruche, em prol da Mobilidade para Todos. O Município de Coruche, aderiu em Abril de 2004 à Rede Nacional de Cidades e Vilas com Mobilidade para Todos. Realizou diversas intervenções no espaço público e nos projectos a executar. Relativamente ao perímetro urbano da Vila de Coruche, foi demarcada uma área de intervenção na qual a Associação executou levantamento, diagnóstico e relatório de intervenção”. Depilação Tratamento facial SPA Electrocoagulação Laser Limpeza de pele Pigmento a todo o corpo João Louro Largo Terreiro do Brito 2100-118 Coruche Tel. 243 675 402 28 O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 10 • Fevereiro de 2007 PENSAMENTOS O Optimista: Ingenuidade ou esperança? 8h:12m:06s: Cândido, uma personagem literária de Voltaire respondia a todos os males que lhe aconteciam com a frase “mesmo assim este é o melhor dos mundos possíveis”. Obrigado a deixar a sua amada, o seu reino, o seu país, passando fome, sofrendo os mais terríveis males e vendo a agonia alheia, tudo solucionava defendendo que, apesar de tudo, o mundo, tal como é, não podia ser melhor. Pois bem. Este mês decidi converter-me à causa de Cân-dido e esquecendo todos os pessimismos com que vos tenho presenteado, eis-me rejuvenes-cido. Viver é fixe! Os problemas do homem têm solução, senão vejamos: Problema 1) Buraco do ozono: Não se preocupem quando ficarmos alagados em água. É da maneira que poupamos dinheiro em idas à praia e à piscina. Basta chegar à varanda, confirmar que não há ondas e mergulhar. Raios ultra-violeta? Qual quê. Bronze todo o ano. 2) Fome no mundo: Fome? Ah! Isso é invenção dos telejornais e das seguradoras. 3) Excedente populacional: Pois, antigamente a culpa era da falta de televisão e hoje? Hoje é porque, quer dizer... pois, digamos que... olha é preciso é que nos demos todos bem. Escultura na Bienal de Arte de Veneza 2006, denominada “O Riso” 4) Escassez dos recursos naturais: Quando acabarem, já cá não estamos, não se preocupem. Entretanto, os cientistas resolvem. 5) A morte: Pois, quanto a isso, quer dizer, da maneira que isto está, Deus deve estar a chegar para levar a malta, o Apocalyptico não é? Hã? Isso é o filme do Mel Gibson? Ah pois o Apocalypse! 6) A guerra e a ameaça nuclear: No fundo, no fundo, lá Prisioneiro do Linhó apanhado em Coruche A GNR deteve em Coruche um homem que se tinha evadido do Estabelecimento Prisional do Linhó, Sintra, em Junho de 2003, durante uma saída precária. A detenção foi realizada pelo Núcleo de Investigação Criminal e a Equi- bem no fundo, eles são todos amigos. 7) O terrorismo: Desde que não subam o preço do molho de rosas de 1 para 2 euros. 8) Epidemias: É a maldita da comida de plástico. Há que regressar às açordas e aos cozidos. Esses “hamburgues” só fazem é mal. 9) Crise Económica: Qual crise? Tem é que haver rendimento mínimo. 10) Deus e a religião: Epá, pelo sim pelo não, acredita-se, para o caso de ser verdade, ninguém nos pode apontar o dedo. Ah, sinto-me bem. E não é que o mundo é mesmo belo? Que alívio, porquê dramatizar? Qual ética, qual moral, a natureza humana é íntegra, e os acidentes da história, pois, não passaram disso mesmo, de acidentes. Pol Pot, Mao Tsé Tsung, Hitler, Estaline, Hussein, Bush, lá no fundo não devem ser más pessoas, mas também se nunca tivessem existido, teriam sido melhores ainda. Sinto-me tão leve que a única preocupação que tenho é saber quantas telenovelas com os mesmos actores em diferentes papéis tem a TVI (Tantos Vermes Indiferentes). Ontem, antes de me deitar dizia a mim próprio, “Em pleno século XXI continuamos com as mesmas questões dos homens primitivos: Como alimentar to- Luis António Martins * da a gente? Quais os mais aptos para a caça? Qual dos ri-tuais é o mais adequado (para eles: o desenhar de figuras ou o gritar o mais alto possível e ou-tras coisas mais, para nós o ca-tólico, o islâmico, budista, protestante, hindu...)?”. Enquanto eles instintizavam a realidade, nós hoje, racionamo-la. Conclusões? Chegámos às mesmas... Mas hoje, acordei romantizado, pensei que, se aguentámos até aqui, porque é que não havemos de aguentar até além? E sorri, quando ouvi o despertador (em substituição da típica palmada no aparelho que uiva sem parar). Era um novo dia e estava reconciliado com os homens. Escrevi este texto antes que ficasse preso no trânsito e mudasse de ideias, mas deixei umas últimas linhas para completar quando, no final do dia chegasse a casa. Isto na esperança (ou na ingenuidade?) de não mudar de opinião. 22h:36m:59s: Só gostava de saber quem se apoderou do meu computado e escreveu es-tas barbaidades. P.S. Gritava Eça de Queirós: O mundo é um vale de lágrimas em que nos divertimos bastante. D´acordo. Mas há mais lágrimas ou divertimentos? ____ * Lic. em Filosofia Foros de Salvaterra tem novo executivo – Maria Rosa Nunes preside ao novo executivo pa de Intervenção de Coruche. O homem deslocava-se numa viatura e estava acompanhado por outros quatro indivíduos, suspeitos da prática de alguns roubos. ____ Ladrão de ouro preso em Coruche Um homem de 35 anos foi preso por suspeitas de roubo de ouro numa residência em Coruche. O indivíduo foi detido a 15 de Janeiro por agentes do Núcleo de Investigação Criminal da GNR de Coruche, depois de a proprietária da casa o ter reconhecido. Durante o roubo o homem levou algumas peças em ouro que não fo- ram recuperadas e que foram avaliadas em cerca de 500 euros. Depois de ter sido presente ao Tribunal, o indivíduo, com cadastro por furto e tráfico de droga, recolheu ao Estabelecimento Prisional das Caldas da Rainha onde aguarda julgamento. ____ Realizou-se no dia 26 de Janeiro, a Assembleia de Freguesia de Foros de Salvaterra, que confirmou o novo executivo da Junta de Freguesia, devido à trágica morte do anterior presidente. Assim, o novo elenco do executivo é composto por Maria Rosa Anica Nunes (Presidente), Fernando Patrício Vidigal (Secretário) e José Luís Braga Viana (Tesoureiro). O Jornal de Coruche um testemunho, entre as 10h15m e as 10h35m caíram dispersos alguns flocos de neve. Houve alguns momentos, em que o fenómeno era um pouco mais visível. Recorde-se que, o Concelho de Coruche, não assistia á queda de neve há 23 anos. Apenas há registo de queda de neve, no carnaval de 1983 cerca de 30 minutos, em 1956, no Inverno de 1945/1946 e no dia 1 de Janeiro de 1937. JCL ABRANTES Nova extensão de saúde Abrantes passa a ter uma nova Extensão de Saúde em São Miguel do Rio Torto, localizada num edifício con- Ano 1 - Número 10 • 29 Fevereiro de 2007 REFLEXÕES Queda de neve perto de Coruche Há precisamente um ano, (29 de Janeiro de 2006), os Coruchenses assistiram à queda de neve, o que não acontecia há mais de 23 anos. Durante a manhã de domingo, (28 de Janeiro de 2007), aguaceiros de neve caíram em alguns pontos perto da Vila de Coruche. Eram visíveis “farrapos” de neve, perto de Coruche, que derreteram ao chegar ao chão. A situação foi originada pela passagem de uma “massa polar muito fria”. Segundo • tíguo à Junta de Freguesia, permitindo um apoio médico e de enfermagem mais eficaz e próximo daquelas populações. Referendo ao aborto João Costa Pereira O aborto, as consciências, os alhos e os bugalhos... O referendo ao “aborto” visa saber o que pensam os votantes sobre o assunto colocado. Ou seja, que os votantes se pronunciem sobre uma matéria muito sensível do foro íntimo de cada um, das suas convicções religiosas e ou morais. Qualquer votante independentemente da sua convicção partidária, mais ou menos militante, pode votar em sentido contrário à “doutrina” oficial do partido da sua simpatia/militância. Isto, claro está, se predominar nesta matéria uma TOTAL LIBERDADE de pensamento e de acção. O melindre da decisão do voto de cada um vai cair, em última instância, nas consequências positivas ou negativas para um feto, uma mulher, um casal ou uma família. Cremos que é um ultraje à inteligência dos Portugueses ser autorizada qualquer tipo de campanha eleitoral, patrocinada por partidos políticos. Cada um que se propuser a votar deve fazê-lo em consciência. Se lá vai INFLUENCIADO pela campanha política do “sim” ou do “não”, então vale mais estar quietinho em casa. O seu voto vai ser um engano, para si próprio e para a sociedade. Em cima de tudo isto vem agora o PS “chantagear politicamente” os seus Presidentes de Câmara e os Vereadores mais importantes do partido, a envolverem-se denodadamente na campanha pelo “sim”. Argumento; para os líderes do PS esta é uma votação cujo resultado é contra ou a favor do PS. A mistura “explosiva” de alhos com bugalhos ou o medo da perda de influência política por parte do PS? ____ REFLEXÕES JS de Coruche debate o aborto Faltam apenas alguns dias para o referendo ao aborto, que se realiza a 11 de Fevereiro. Em Coruche, o assunto movimenta diferentes opiniões, tal como aconteceu no passado dia 21 de Janeiro, quando a Juventude Socialista de Coruche, organizou uma sessão/coló- quio, sobre a questão do referendo ao aborto. Estiveram presentes individualidades e movimentos que apresentaram as suas razões a favor do “sim”. A sessão decorreu no auditório do Museu Municipal de Coruche. JSD de Coruche já tem um blogue A Juventude Socialista Democrática (JSD) de Coruche tem, desde o dia 8 de Janeiro, um blogue. O site está à disposição da população, paa que cada um dos interessados possa dar a sua opinião ou sugestão. Para aceder ao blogue, basta que se dirija à seguinte morada: www.socialdemocracia-coruche.blogspot.com. Serviço de Passaportes com novo horário O Governador Civil do Distrito de Santarém, Paulo Fonseca, informa que os Serviços de Concessão de Passaporte têm, a partir de hoje, um novo horário de atendimento ao público, passando a funcionar das 9h às 16h30, sem interrupção à hora de almoço. A razão fundamental para dizer não ao aborto livre António Gil Malta O DOM MARAVILHOSO DA VIDA A vida não é uma simples propriedade nossa. É um dom, é algo que recebemos e cuja essência nos escapa e nos supera. É uma transcendência. Apesar da gestação ser um prodígio que só o ventre materno pode acolher, a mulher não é absolutamente dona da nova vida de que é portadora. Não só porque não é a única progenitora, mas também porque as características do novo ser humano não foram fixadas e escolhidas pelos pais. Há algo de divino em cada embrião que se desenvolve no útero de cada mãe. O que pode ou não pode cada mulher grávida escolher? Amar ou não amar a criança que traz dentro de si. Mas se a vida é dom e, por isso mesmo, é mistério, também é responsabilidade, como escreveu João Paulo II. Todo o acto livre é ao mesmo tempo um acto que implica responsabilidade. E as opções que nós fazemos é que são de facto propriedade nossa. Mesmo que no meio de muitas condicionantes. Que contudo não apagam a nossa autoridade. Fazer um aborto mesmo por razões sociais ou económicas é agir contra o sentido transcendente da vida, eliminar o que ela tem de maravilhoso, negar a possibilidade de um novo sorriso vir ao mundo: quem sabe, de uma esperança e consolo para os que sofrem, de um novo talento para as letras, as artes ou as ciências ou de uma boa alma que irradie caridade. Porque as soluções aparentemente mais cómodas não são necessariamente as melhores. Com a justificação do aborto mesmo apenas até às dez semanas (limite que levanta muitas interrogações, até porque a ciência assinala cada vez mais perto do momento da concepção a formação de órgãos vitais, como, por exemplo, o coração), não se renovam os valores, não se transforma a sociedade, não se torna o mundo melhor. Apenas se introduzem falsos remendos, perpetuando as contradições do viver do nosso tempo. O que está mal é o nosso egoísmo, a incapacidade de amar verdadeiramente o outro, elegendo-o como um fim e não como um meio. Se descobrirmos nas preocupações, graças, nos obstáculos, estímulos, e no outro, eu, saberemos reconhecer no incógnito mas prodigioso feto, a majestade da inocência e o fascínio de quem está mais perto da fonte originária do Ser. ____ 30 O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 10 • Fevereiro NOTÍCIAS DO DISTRITO SANTARÉM Governo Civil acolhe apresentação do Torneio do Vale do Tejo Foi apresentado, no passado dia 15 de Janeiro no Governo Civil de Santarém, o Torneio Internacional de Futebol do Vale do Tejo 2007, organizado pela Associação de Futebol de Santarém (AFS). Em conferência de imprensa, os vários responsáveis presentes reconheceram a importância do evento, que vai já na sua sétima edição. O Governador Civil de Santarém considerou o Torneio como “um pilar fundamental para construir a visibilidade da região” e defendeu a adopção de uma perspectiva colectiva como um dos factores de sucesso da iniciativa. Esta deve ser uma “organização que possa envolver todo o distrito (…) para percebermos que com uma visão excessivamente doméstica não chegamos a lado nenhum”, afirmou. Por isso mesmo, a edição de este ano apresenta-se com uma inovação. A presença de selecções estrangeiras vai ser aproveitada para a realização de eventos paralelos à competição: “Procurámos que não fosse um torneio de futebol puro e simples (…), através do envolvimento das embaixadas dos países que participam, que vão organizar um conjunto de eventos que vão ajudar à promoção internacional do distrito nas suas diversas vertentes”, explicou Paulo Fonseca. de 2007 Para o Governador Civil, este tipo de iniciativas deve ser apoiado pelo poder político e, por isso, o “casamento entre o Governo Civil e a AFS está para vingar num futuro próximo”, manifestando a sua disponibilidade total. Paulo Fonseca anunciou ainda a apresentação para breve da segunda edição da Volta ao Distrito de Santarém em Bicicleta. Aproveitando para fazer a divulgação do Torneio Internacional de Sub-16, dos jogos de futsal entre Portugal e Israel e da homenagem a José Torres (antigo jogador de futebol do Benfica natural de Torres Novas), o Presidente da Associação de Futebol de Santarém falou da organização do Torneio, “um dos nossos filhos queridos”. Segundo Rui Manhoso, este evento, pelos resultados positivos que tem obtido ao longo dos anos, dignifica o distrito e o país, sendo agora o principal objectivo a sua promoção internacional. “Continuando a contar com o apoio do Governador Civil, podemos fazer aqui um intercâmbio que poderá ter o pontapé de saída no Torneio e ter continuidade durante o ano”, reiterou. Todos os jogos do Torneio realizar-se-ão às 17horas, situação lamentada pelo responsável da AFS, mas Rui Manhoso pretende contrariar este facto: “Iremos lutar para que os campos tenham público, nem que para isso a Associação tenha de assumir mais algumas das responsabilidades desta organização”. Da Direcção da Federação Portuguesa de Futebol chegaram rasgos elogios à AFS: “Tem feito das tripas coração para manter este Torneio de pé”, sublinhou José Cavaco. Também o seleccionador nacional de sub-21 reconheceu o estatuto nacional do evento como uma aposta positiva. Para José Couceiro, esta será uma oportunidade para a preparação da sua equipa para o Campeonato Europeu da categoria, mas não só: “Queremos vencer o Torneio Internacional do Vale do Tejo”, assumiu. Em representação das Câmaras Municipais que aderiram, Manuel Jorge Valamatos, da autarquia de Abrantes, manifestou disponibilidade para aumentar a internacionalização do Torneio e agradeceu o apoio do Governador Civil para uma maior projecção da iniciativa. A sétima edição do Torneio Internacional do Vale do Tejo realiza-se de 5 a 9 de Fevereiro, nos Estádios Municipais de Abrantes, Alcanena, Cartaxo e Rio Maior e conta com a participação das selecções nacionais da Eslovénia, da Estónia e da República Checa. ____ GI-GCS Governador Civil recebe crianças e ouve cantar as janeiras O Governador-Civil de Santarém recebeu um grupo de crianças que lhe foi cantar as Janeiras. Num momento de grande animação, houve perguntas de ambas as partes. Paulo Fonseca recebeu as crianças do Clube de Aventuras de Santarém da Associação para o Desenvolvimento Social e Comunitário de Santarém, que lhe cantaram as Janeiras e aproveitaram para pedir novas instalações. O actual edifício foi cedido pela autarquia escalabitana e já não apresentam as condições necessárias, explicaram as responsáveis pelo Clube. Antes de mostrar o Salão Nobre do Governo Civil, Paulo Fonseca distribuiu lembranças e colocou algumas questões sobre o funcionamento da instituição. As cerca de 25 crianças mostraram grande entretenimento e divertiram-se com a presença dos jornalistas. CULT promoveu Seminário sobre Ensino e Qualificação No âmbito da elaboração da Agenda XXI da Lezíria do Tejo, a CULT levou a efeito um Seminário, subordinado ao tema “Ensino e Qualificação”, que teve lugar no passado dia 12 de Janeiro em Santarém, moderado e dinamizado por Maria Emília Sande de Lemos, membro do Conselho Nacional de Educação. O segundo Seminário, foi sobre “Acessibilidades, Transporte e Logística”, e realizou-se no dia 17 de Janeiro, tendo o terceiro Seminário, sobre o tema “Ambiente e Património Natural”, sido realizado no dia 30 de Janeiro. Ana Leão deixa a Nersant A jornalista Ana Leão, responsável pela comunicação externa da Nersant – Núcleo Empresarial da Região de Santarém, deixa o seu trabalho após três anos de intenso e excelente trabalho na divulgação das actividades e noticias daquele organismo. Pelas suas qualidades pessoais e profissionais, o Jornal de Coruche não quer deixar de manifestar o seu apreço pelo nosso relacionamento de 9 meses (a existência do nosso jornal) e desejar-lhe as maiores felicidades no seu novo desafio profissional. O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 10 • 31 Fevereiro de 2007 NOTÍCIAS DO DISTRITO SANTARÉM TOMAR Dez municípios de Santarém com Sistema de Gestão da Qualidade Charola do Convento de Cristo vai ser restaurada Chegou ao fim, para dez municípios do distrito de Santarém, o projecto formativo integrado no programa FORAL, uma iniciativa de formação direccionada para as autarquias, no sentido de implementar um Sistema de Gestão da Qualidade nos serviços Licenciamento de Obras Particulares.Alcanena, Almeirim, Alpiarça, Azambuja, Chamusca, Constância, Coruche, Ferreira do Zêzere, Rio Maior e Santarém são as autarquias que terminaram um processo de cerca de dois anos, desencadeado pela Nersant. Através do programa de formação, os municípios afirmam ter registado melhorias significativas ao nível da sistematização de procedimentos e envolvimento dos colaboradores no cumprimento de prazos e objectivos, o que tem permitido agilizar processos e incrementar o grau de satisfação dos munícipes, no que diz respeito à divisão de Licenciamento de Obras Particulares. Neste sentido, os municípios que participaram no FORAL admitem estender, a médio prazo, este processo a outros departamentos. OURÉM Nersant divulgou projectos Arrancou no dia 18 de Janeiro o ciclo de seminários que a Nersant efectuou com o objectivo de apresentar alguns projectos a desenvolver pela Associação em 2007, no âmbito da Formação Profissional e das Novas Tecnologias. A primeira sessão teve lugar no Centro de Negócios de Ourém e contou com a presença de treze empresários. No âmbito da Formação Profissional foram apresentados os Projectos Formação Acção, InovEmpresa/InovJovem e o Programa Formação Valtejo. Na área das Novas Tecnologias, o destaque foi para o lançamento da Incubadora Electrónica. Trata-se de um portal destinado a disponibilizar dados relativos a incentivos para as empresas do distrito de Santarém e ferramentas financeiras de suporte à actividade das empresas. O portal será também um instrumento de Gestão para empresas em actividade. O Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR) e a CIMPOR – Cimentos de Portugal, assinaram um protocolo para a conservação e restauro do património móvel e integrado da Charola do Convento de Cristo, em Tomar. O evento, presidido pela Ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, teve lugar na referida Charola e contou com a presença do Governador Civil, Paulo Fonseca e os signatários do IPPAR e da CIMPOR. A Charola, primitiva igreja templária do castelo, data da fundação do Convento e teve como modelo a mesquita de Omar em Jerusalém, constituindo um exemplo da atitude dos Templários perante outras culturas e crenças. É caracterizada pela busca do saber e assimilação dos conhecimentos de outras religiões, culturas e civilizações. É um monumento ímpar na nossa herança patrimonial, não apenas pela inusitada planta octogonal, mas também pelas campanhas artísticas que enriqueceram, ao longo dos séculos, o seu interior. Conscientes da necessidade da protecção, valorização e manutenção deste património, o IPPAR e a CIMPOR assinam o protocolo para a conservação e restauro do património móvel e integrado na Charola do Convento de Cristo. A CIMPOR é mecenas exclusivo para a recuperação, conservação e restauro do monumento, representando o maior montante obtido pelo IPPAR ao abrigo da lei do mecenato cultural. A sua participação financeira permitirá devolver a este legado artístico e cultural único, situado num dos espaço nacionais mais visitados e de meios representatividade, a dignidade de que é credor, ao possibilitar a conclusão de um processo iniciado em 1988, com fases e campanhas sucessivas de restauro. A Direcção do IPPAR louva o empenho e o crescente inter- esse dos investimentos privados no património histórico português, representativos da responsabilidade social que o sector privado vem assumindo ao longo dos últimos 20 anos e que em muito contribuem para a criação de riqueza nacional. O Governo Civil de Santarém considera este evento como um importante passo na valorização de um dos principais bens patrimoniais do distrito, símbolo da história e da cultura regionais. CARTAXO III Feira de Stocks Produtos a Preços Baixos TORRES NOVAS Rotary International promoveu Fórum Cidadania, Ética e Desenvolvimento Económico Sustentável em debate O Auditório da Nersant acolheu, no passado dia 18 de Janeiro, o fórum “Cidadania, Ética e Desenvolvimento Económico Sustentável”, o primeiro integrado num ciclo dedicado ao Desenvolvimento Sustentável e que está a ser dinamizado pelo Rotary International. António Fonseca Ferreira, Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo foi o orador convidado da sessão de ontem que contou ainda com as presenças de Pe- dro Ferreira, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Torres Novas, e do Presidente da Nersant, José Eduardo Carvalho. Ética e Cidadania, Educação, Desenvolvimento de Competências e a Inovação para a Sustentabilidade foram alguns dos temas discutidos durante Fórum. Os restantes dois fóruns integrados neste Ciclo realizamse em Lisboa, no dia 15 de Fevereiro e em Sesimbra, a 21 de Março, sessões estas abertas a todos os interessados. ____ O Cartaxo recebe, entre os dias 2 e 4 de Fevereiro, a terceira edição da Feira de Stocks. Um certame que se tem revelado um verdadeiro sucesso tanto em termos de adesão de empresas participantes, como de visitantes. A Feira de Stocks funciona como uma excelente oportu- nidade para as empresas, sobretudo comerciais, poderem escoar os seus stocks e restos de colecção. Quem fica a ganhar é o consumidor que, assim, adquire produtos a preços bastante mais baixos do que os praticados no mercado. A 3.ª Feira de Stocks decorre no Pavilhão Municipal de Expo- sições do Cartaxo e conta com expositores nas áreas do calçado, vestuário, têxteis e acessórios moda, entre outros. Paralelamente irá também decorrer a Feira do Livro Barato, a primeira que se realiza no concelho do Cartaxo. O evento conta com o apoio da autaraquia e as entradas são gratuitas. 32 O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 10 • Fevereiro de 2007 TRADIÇÃO Manuel João Barbosa* Esta notícia é cortesia do “Jornal Folclore”, ao qual agradecemos Travestir o folclore – Não há rapazes… Na falta de elementos masculinos, os grupos estão a travestir raparigas para acudir à falta de rapazes. Afinal, as danças entre mulheres foram um rotineiro costume popular nos bailaricos de outros tempos, mas parece ser ainda um tabu dentro de algum movimento folclórico. Estranha-se o hábito e a postura não é, hoje ainda, entendida por muitos folcloristas (ou para-folcloristas). O costume está vivo na memória de muitos, não sendo necessário recuar muitas décadas para trazermos isso à lembrança. Por que não retratar o tão vulgarizado hábito popular no trabalho dos grupos folclóricos, ao invés de criarem máscaras que ridicularizam a actividade folclórica? A sua representação é valorizada e o singular quadro etnográfico, tão usual nos divertimentos populares de outrora, exalta-se. A mensagem tarda e muitas naus continuam à deriva, à espera de uma “bússola” que lhes dê a orientação necessária para uma chegada a bom porto. O Jornal de Notícias relatava um destes dias que o Rancho Folclórico de Nogueira, do concelho de Lousada, lutava com a escassez de rapazes para integrar o seu “corpo de baile”. Enquanto isso, as raparigas à espera de ingressar no grupo estão em lista de espera. “Uma crise difícil de resolver”, ajuizou o jornalista. O presidente do rancho, esse, aflige-se com tantas moças à sua volta. E até já censurou as “cunhas” que as moçoilas lhe metem para lhes arranjar um par! “Mas não lhes posso valer”, vai adiantando o dirigente, afirmando peremptoriamente: “Não quero mulheres, mas homens, sem eles não se dança o vira nem o malhão”, assegura. Prevendo maiores dificuldades no futuro, os “preparados” responsáveis pelo agrupamento de Nogueira arriscam a “formação” entre os bebés da aldeia: “O pequeno Nuno, que fez 14 meses, é o elemento mais recente, já mexe o corpito e já sabe erguer os braços ao toque do violão. Esperamos que não se canse”, dizem entusiasmados os cooperantes do grupo. A solução para resolver a carência masculina no elenco do grupo já passou algumas vezes por iluminadas fantasias: “Já houve necessidade de vestir a minha filha como se fosse um rapaz, pelo menos duas vezes. Certa altura tivemos uma saída para um festival no Estoril, um rapaz faltou e a minha filha vestiu-se de homem. E olhe, ninguém deu fé”, desabafava para o repórter a mãe de uma bailadora. Eloquente. Como diz o velho adágio popular, “Quem não tem cão caça com um gato”. “O Rancho, fundado em Julho de 1983, pertence à Federação de Folclore Português”, adianta o jornalista. Pelo que se lê no trabalho do JN, a noção daquilo que deve constituir representação do folclore, está completamente arredada do projecto de Nogueira. Porventura não saberão os seus responsáveis e demais dilectos colaboradores que as mulheres sempre dançaram umas com as outras? Porque não retratam então esse costume tão usual entre o povo no seu grupo? E o vira e o malhão não se dançaram sem homens, como afirmam? A regra, pecando pelo rigor, pede que essas modas sejam então reproduzidas no rancho com os poucos rapazes que tem. Não fantasiem as airosas raparigas de “Maneis” ou “Josés”. Um bom trabalho de retratação tradicional tem valor igual com uma ou duas vintenas de participantes como o terá com apenas uma dezena. Com efeito, um bailarico de outros tempos não deixa- va de se fazer porque não havia no terreiro pares suficientes para a função. Não sendo de estranhar que tão exemplar desempenho folclórico se acoite no regaço da Federação do Folclore Português, que estatutariamente obriga ao rigor na representação dos seus membros, afligirá uma continuada falta de informação e formação, que continua a flagelar o movimento folclórico, com graves repercussões no seio do organismo de Arcozelo. Lembremos as promessas feitas em 2001, garantindo então que, após um período de aperfeiçoamento dos grupos membros (dois anos), em favor de uma completa obediência estatutária (rigor na representação) “todos os grupos federados teriam de oferecer qualidade a partir 2004”. Que credibilidade pode assim oferecer o “carimbo” de “grupo federado” com exemplos como aqueles que se desenham em Nogueira? Algum desencanto já se passeia pelos corredores da instituição, como pelos canais técnicos nacionais. Vozes bramam de insatisfação e descontentamento. E de desilusão. Um exigido estado de graça há muito se finou. Está morto, com declaração de óbito passada. Todos sabemos que não havia bailarico de aldeia que não tivesse abertura com as mulhe- res, dançando entre si. Só depois os homens se abeiravam dos pares femininos e pediam consentimento para dançar. Em muitos casos, as moças mais desengraçadas ficavam “condenadas” a nunca ter um rapaz pretendente a dançar. Bertino Coelho Martins, etno-musicólogo e estudioso da cultura popular, debruçando-se sobre participação das mulheres nos bailes, refere num dos seus trabalhos, há muito editado: “Ao aprofundarmos as memórias das gentes simples do nosso País, lá encontramos, num lugar bem destacado – junto das mulheres – as suas expressões cantadas e dançadas nos bailes das aldeias, com o par do sexo oposto ou com outras mulheres, enquanto os homens não se aproximavam”. São variadas as expressões populares relativamente ao pedido dirigido a duas raparigas que formavam um par num bailarico de aldeia, feito por dois rapazes, variando naturalmente de terra para terra. “Separar”, “apartar”, “desapartar”, “partir o par” e outras. Há mesmo histórias pitorescas que marcavam a característica popular de determinadas terras, quando às moças convidadas não convinham os interessados bailadores. A renúncia era feita algumas vezes de modo grotesco e mesmo desprezível. Na Glória do Ribatejo, localidade com tão singulares particularidades culturais, a função era um “balho”, e a recusa de dançar chamava-se “cabaça”. Nesta circunstância, o interessado bailador ouvia dizer: “Na balho”. Aqui, como em quase todo o Ribatejo (e eventualmente não só) as moçoilas em plena adolescência não dançavam com os rapazes, porque se arriscavam a ficarem namoradeiras na boca do povo da terra. Por isso sempre dançavam umas com as outras. Ainda nos bailes da Glória do Ribatejo, entre 30 ou 40 pares de dançadores, sempre mais de metade eram constituídos só por mulheres, segundo Rita Pote, responsável pelo projecto do Rancho Folclórico da Casa do Povo local. Em Coruche, os candidatos bailadores diziam perante o par de dançadoras: “Querem apartar?”. Lá para os lados de Monsanto, na Beira Baixa, dois rapazes dirigiam-se ao par de raparigas e, com um ligeiro toque de mão no ombro da moça, atirava a frase “Dá cá licença”. Depois de apartadas, cada um ficava com a rapariga pretendida, diz quem sabe: Joaquim Fonseca, responsável pelas Adufeiras de Monsanto. Em Marinhais, no concelho de Salvaterra de Magos, a moça desinteressada no par pretendente a dançar logo disparava: “na dunço”. Curiosa não deixa de ser também a forma como as raparigas em Amiais (norte do concelho de Santarém) negavam o convite do rapaz: “Tenho gajo”. Também curiosa não deixa de ser a forma como se organizavam os bailes em Covas, Argas, Dem e Cerquido, terras da Serra d’Arga e fraldas circundantes, no Alto Minho. O “filho” da terra, José Brito, responsável técnico do Grupo Besclore (Lisboa), conta-nos como eram os bailaricos na sua região: “Na Serra d’Arga e fraldas da Serra d’Arga os bailes ou serões eram sempre realizados de uma forma muito singela mas deveras organizada. Por norma, os rapazes saíam ao terreiro e colocar-se-iam em roda, em serrinha, ou em quadra e as mulheres sairiam à vez ao dançador. Não se podia saltar um homem, isto é, por onde a primeira mulher começasse a formar, as outras teriam de ir, homem a homem sucessivamente fechando a roda ou serrinha. Claro que havia sempre mulheres que não iam a terreiro e que poderiam pegar em moças (irmãs, sobrinhas, primas), mais pequenas e dançariam umas com as outras. Nesta situação teriam que dois homens ir apartá-las para dançar. Presenciei isso ainda este Verão num baile em Santo Aginha”, afirma José Brito. Na região norte do Ribatejo o trabalho de pesquisa de Hugo Leitão, do Rancho de Linhaceira (Tomar), mostra que o termo mais usual era “as meninas querem apartar?”. E adianta: “As raparigas olhavam primeiro a cara dos rapazes e aceite a proposta separavam-se e aceitavam o seu par. O costume dava origem a brincadeiras quando as raparigas não queriam aceitar os pares. À pergunta ‘as meninas querem trocar?’ elas apenas trocavam de posição uma entre outra e continuavam, deixando os pretendentes à dança com uma nega ou uma ‘cabaça’”. ____ * Director do Jornal Folclore O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 10 • 33 Fevereiro de 2007 Visita ao sector da produção e da transformação da cortiça começou em Coruche Deputados da Nação conhecem Observatório do Sobreiro e da Cortiça A Subcomissão Parlamentar de Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, através do grupo de trabalho “Defender o Montado, Valorizar a Fileira da Cortiça”, iniciou no passado Domingo em Coruche a visita ça, para o futuro. Para António Amorim o Observatório é uma mais valia para a fileira, o homem forte do Grupo Amorim e presidente da APCOR dá os parabéns à autarquia. No entanto diz também mundiais, com uma produção muito superior à francesa e italiana”, disse Dionísio Mendes apontando este caso como exemplo da postura mais agressiva dos agentes espanhóis ligados ao sector. da retenção dos factores de produção que constituem a sua base económica”, realça Mendes que lembra ainda a mu- dança de cenários dos últimos anos “os investimentos recentes desvanecem a con- É uma rede que pretende juntar entidades públicas e privadas ligadas à fileira da cortiça, de Portugal, Espanha, França e Itália, principais países produtores. Havendo ainda a intenção de desenvolver esforços de coo- O que é o Observatório do Sobreiro e da Cortiça? Assistência com alguns dos deputados presentes que vai fazer ao sector da produção e transformação da cortiça, durante três dias. O auditório José Labaredas, do Museu Municipal de Coruche acolheu os deputados para uma reunião de trabalho com Dionísio Mendes, presidente da autarquia local, Miguel Teles Branco, presidente da Associação de Produtores Florestais de Coruche, António Amorim presidente da APCOR, João Santos Pereira, professor catedrático no ISA e Salomé Rafael, Vice-presidente do Nersant. Dionísio Mendes começou por apresentar pormenorizadamente aos deputados o projecto do Observatório do Sobreiro e da Cortiça, um projecto de dimensão e interesse nacional, que a autarquia quer iniciar já este ano. Coruche afirma-se cada vez mais como a Capital Mundial da Cortiça, para além do Observatório, os números não enganam: 50.900 Hectares de montado de sobro, 8.400 toneladas de produção média anual de cortiça e 4,7, sim, 4,7 milhões de rolhas por dia. Depois da apresentação do Observatório, a opinião generalizada de todos os participantes foi de que é urgente potenciar e estimular o sector e que para isso é fundamental uma aposta na investigação e tecnologia. É aqui que o Observatório do Sobreiro e da Cortiça é apontado como um importante pólo de dinamização da fileira da corti- que é tempo de começar a trabalhar no “recheio” do projecto “o hardware é excelente, o projecto do edifício onde se vai instalar o Observatório é muito bom, mas penso que a partir de agora é de extrema importância pensar e trabalhar o software, ou seja, o que se vai fazer lá dentro”. O presidente da Câmara alertou ainda os deputados para a importância de saber defender a cortiça nacional, num contexto cada vez mais globalizado, lembrando o quanto já foi feito pelos vizinhos espanhóis nessa matéria. Lembrou mesmo o episódio que viveu na Catalunha no passado mês de Outubro, onde participou numa reunião preparatória para a constituição de uma Rede Europeia de Regiões Corticeiras. O autarca conta que nessa reunião só estavam presentes três municípios portugueses, e que quando se aperceberam, já os espanhóis se preparavam para votar favoravelmente uma proposta de direcção para a tal Rede Europeia, que colocava a Espanha com três representantes enquanto Portugal ficaria apenas com um, ao nível de França e Itália. “É claro que travámos o processo e aquela proposta foi abortada, exigimos que a representação nacional fosse no mínimo igual à espanhola, pois somos os maiores produtores Trata-se de um projecto que pretende, entre muitos outros objectivos, defender e incentivar a cultura do sobreiro; apoiar projectos de investigação destinados a aprofundar o conhecimento dos problemas bem como das virtudes dos sobreiros e ao desenvolvimento e melhoramento das utilizações industriais da cortiça; defender e proteger as manchas florestais suberícolas; criação de um laboratório para apoio aos estudos científicos sobre o sobreiro e a cortiça; a promoção de eventos relacionados com a fileira da cortiça. Paralelamente ao observatório do sobreiro e da cortiça, a autarquia de Coruche pretende, ainda, criar um centro educativo ambiental e um parque temático, onde as actividades a desenvolver giram em torno do sobreiro e da cortiça. A fileira da cortiça tem uma enorme importância no contexto local da área deste município, no entanto, pela dinâmica económica e social que representa no âmbito nacional e pela sua relevância a nível internacional, é nosso entendimento que este sector de actividade merece uma atenção cuidada e que é preciso intervir numa perspectiva de grande envolvência de empresas e entidades e de grande abrangência na forma e nas áreas de acção. Nesta linha de orientação, esta autarquia entende ser plenamente justificável a concretização efectiva de um objectivo estratégico: a criação em Coruche do Observatório do Sobreiro e da Cortiça. Para o presidente do Município de Coruche, “a região possui vantagens competitivas que se baseiam em factores de produção e de proximidade. Esta característica intrínseca proporciona-nos algumas vantagens concorrenciais face a outras regiões, não apenas no plano das trocas comerciais mas, também, no plano da atracção e Miguel Teles Branco, António Amorim, Salomé Rafael, Prof. João Pereira e Dionísio Mendes tradição que existia no concelho de Coruche. Era um dos Concelhos do País com a maior área de produção de cortiça e onde não existia uma única fábrica para a sua transformação. Nos últimos dez anos construíram-se três fábricas de cortiça e estão a surgir outras iniciativas que vão transformar o Concelho de Coruche num grande centro produtor de rolhas de cortiça. Nos últimos quatro anos foram criados mais de 150 novos postos de trabalho no sector…”. O que é a Rede Europeia de Regiões Corticeiras? peração com países do Magreb, como Marrocos, Tunísia e Argélia, onde existe também alguma produção. Um dos principais objectivos desta estrutura é promover o sector corticeiro e obter financiamentos conjuntos da União Europeia, para potenciar ainda mais as características singulares da matéria-prima cortiça. Nesta lógica de afirmação nacional e internacional de Coruche, no contexto corticeiro, destaca-se a participação da Câmara Municipal de Coruche na Comissão que vai concretizar a Rede Europeia de Regiões Corticeiras. GI-CMC 34 O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 10 • Fevereiro de 2007 ECONOMIA A “minha” taxa de inflação O título que escolhi para este artigo pode não parecer estranho para muitos dos leitores, contudo, os leitores mais familiarizados com os termos económicos facilmente detectam o abuso da expressão: a “minha” taxa de inflação. A inflação é igual para todos os agentes económicos, embora essa taxa afecte mais uns, que outros. Diz-se que existe inflação quando estamos perante uma subida generalizada e persistente do preço dos bens e serviços de uma economia. Mas então, porquê este título? Pois bem, um destes dias em conversa de café com amigos falávamos dos aumentos anunciados para o início do novo ano. Comentávamos inclusivamente que os 2,1% de taxa de inflação prevista no orçamento do Estado para 2007 era um valor muito baixo e que dificilmente se iria verificar no final do ano. Eis que alguém comenta “pois é, e o pior é que a minha taxa de inflação é muito superior àquela que o governo anunciou!” A risada foi geral. Pelo que já foi dito, esta afirmação não está correcta, mas tem a sua razão. A ideia de que a inflação não é igual para todos é muito comum. Normalmente temos tendência a comparar os preços dos bens e serviços que consumimos com maior regularidade. É essa percepção que temos do indicador económico “inflação”. É normal que quando verificamos que os bens e serviços de primeira necessidade como os alimentares, transporte, educação entre outros, sobem acima do valor esperado para a inflação, temos tendência em considerar que a “nossa” taxa de inflação é superior à anunciada. A subida de apenas alguns bens e ser-viços não significa necessariamente que a taxa de inflação esteja a subir. Para calcular a taxa de inflação é utilizado um índice de preços no consumidor (IPC), que mais não é que a comparação, todos os meses, dos preços de um “cabaz” de bens e serviços. Até 2002, ano em que entraram em circulação as moedas e notas de euros, o cabaz utilizado em Portugal para medir o IPC comportava cerca de 700 bens e serviços. Após a entrada em circulação do euro começou-se a utilizar um cabaz que contém cerca de 100 bens e serviços. Este cabaz comporta menos bens e serviços que o anterior mas possui bens e serviços idênticos a todos os países da zona euro. Passou-se então a denominar de índice harmonizado de preços no con- Lezíria em Rede A candidatura do projecto “Lezíria em Rede – 1.ª fase”, promovido pela CULT, foi aprovada pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região de Lisboa e Vale do Tejo. Esta decisão foi tomada na reunião do dia 31 de Janeiro, da Unidade de Gestão do Eixo II do Programa Operacional da Região de Lisboa e Vale do Tejo. O projecto contempla a interligação dos edifícios camarários dos Municípios da Lezíria do Tejo, com recurso a tecnologias de fibra-óptica, nuns casos, e tecnologias wireless, noutros casos. Além das ligações, será também efectuado um investimento muito significativo ao nível dos equipamentos de comunicações, quer de voz, quer de dados. Um dos objectivos principais do projecto é a obtenção de poupanças nas comunicações, através da utilização de tecnologia VOIP (Voice Over Internet Protocol), garantindo a convergência entre as redes de comunicações de voz e de dados. O montante total de investimento é de 1.933.378 €. A CULT – Comunidade Urbana da Lezíria do Tejo é constituída pelos Municípios de Almeirim, Alpiarça, Azambuja, Benavente, Cartaxo, Chamusca, Coruche, Golegã, Rio Maior, Salvaterra de Magos e Santarém. sumidor (IHPC). Assim, só existe inflação se, por comparação, se verificar, em média, um aumento do preço do referido cabaz de compras. Voltando à expressão da conversa de café, a sua justificação racional encontra-se numa outra questão que também tem uma abordagem económica. A estrutura de consumo. Engel (1877) demonstrou que o aumento do rendimento provoca uma modificação na estrutura do consumo. Este estudo, pela sua importância, ficou conhecido pela Lei de Engel. No seu trabalho identificou 3 categorias de bens: os bens inferiores, cujo consumo desce à medida que aumenta o rendimento; os bens normais, cujo consumo aumenta à medida que o rendimento aumenta, mas proporcionalmente menos e, os bens superiores, cujo consumo aumenta mais que proporcionalmente à subida do rendimento. A estrutura do consumo varia conforme a composição do agregado familiar: quanto mais numerosa for a família, maior é o peso das despesas de consumo para a alimentação. A idade dos elementos que compõem cada agregado familiar constitui também um factor que influencia a estrutura de consumo: uma família com uma média de idades elevada tem tendência a A TAXA DE INFLAÇÃO EM 2006 SITUOU-SE NOS 3,1% Segundo o Instituto Nacio-nal de Estatística (INE) em 2006, o Índice de Preços no Consumidor (IPC) registou uma taxa de variação média de 3,1%, valor superior em 0,8 pontos percentuais face a Dezembro de 2005. O Índice Harmonizado (com os restan-tes países da União Europeia) de Preços no Consumidor (IHPC) registou em 2006 um aumento de 3,0% face ao ano anterior. A taxa de inflação reduz o poder de compra dos agentes económicos. Suponha que em Janeiro de 2006 o seu salário era 500 euros. Imagine que o seu aumento foi de 1,5%, o que representa um aumento de 7,5 euros ficando então com um salário nominal de 507,5 euros. Como a taxa de inflação média durante o ano de 2006 foi de 3,1%, o seu salário real, aquele que representa a quantidade de bens e serviços que efectivamente consegue comprar, foi de 492 euros. ARRAGEST Gabinete de Contabilidade e Gestão Escritório: Telef./Fax: 243 617 501 Telem.: 966 288 506 Rua de Diu, n.º 9 – 2100-144 CORUCHE Osvaldo Santos Ferreira * privilegiar as despesas da alimentação, saúde e habitação, em detrimento das despesas com o lazer e transporte. A localização da habitação do agregado familiar influencia também a respectiva estrutura de consumo. As famílias urbanas gastam mais nas despesas com lazer e transportes que as famílias rurais. Resumindo, Engel demonstrou que o peso da alimentação nas despesas totais de uma família decresce sempre que o rendimento aumenta. É precisamente aqui que reside o pensamento racional começado no café. Uma família que não tenha um rendimento disponível muito elevado, vai gastar a maior parte desse rendimento na aquisição de bens e serviços de primeira necessidade. Se, como verificamos no início deste ano, os aumentos são precisamente nesses bens, por exemplo no pão, é infelizmente natural que as famílias com menores rendimentos notem mais esses aumentos. E é precisamente por esse motivo que têm tendência a julgar uma inflação superior à inflação real. _____ * Economista Serviços de Informática, Unipessoal, Lda. Computadores • Software José J. Roque Assistência técnica: Estrada da Lamarosa Gabinete Técnico de Arquitectura e Engenharia (frente ao centro de saúde) Gabinete: Av. Luís de Camões, Lt. 3, R/c - Esq. • 2100-102 Coruche Tel. e Fax. 243 679 394 • Telem. 919 731 153 Residência: Rua da Moagem • 2100-507 Fajarda Tel. 243 678 130 Tel. 93 610 11 69 E-mail: [email protected] Apartado 78 2104-909 Coruche O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 10 • I Grande Gala de Patinagem Artística do Distrito de Santarém José Manuel Caeiro * 35 Fevereiro de 2007 I Gala de Patinagem Artística 13 de Janeiro de 2007 Organização de “Os Corujas” e da Ass. de Patinagem do Ribatejo Pavilhão Desportivo Municipal – Coruche 20 Anos 1986-2006 No passado dia 13 de Janeiro realizou-se no Pavilhão Municipal, em Coruche, uma Gala de Patinagem Artística, organizada conjuntamente pela Associação de Patinagem do Ribatejo e pelos Corujas – Ginásio Clube de Coruche. Esta é a primeira que a nível distrital se efectuou e o nosso Clube e a nossa Vila tiveram o privilégio de serem pioneiros neste tipo de evento, uma vez que a partir daqui outras galas se irão organizar “Embora resida no Entroncamento, é com muita vontade que venho a Coruche, desde há quatro anos duas vezes por semana, treinar as atletas.” “É motivo de orgulho receber a primeira Gala de Patinagem do distrito.” “Tenho o apoio dos dirigentes do Clube e pais das atletas.” “Estamos satisfeitos com a presença de cerca de 500 pessoas na assistência.” M.ª Joaquina Jesus - Treinadora Luís Marques - Presidente A Equipa de Patinagem Artística dos Corujas “É uma forma de divulgar a modalidade e dar a conhecer os Corujas.” noutros locais do Distrito. Para uma organização desta envergadura, que colocou em pista cerca de 200 atletas e que se pautou pelo sucesso, uma vez que o Pavilhão encheu e os comentários ouvidos foram muito favoráveis, muito contribuíram todos os envolvidos, desde os representantes da Associação, a Direcção do Clube, os Pais das nossas atletas que em massa apoiaram o evento bem como as entidades que se associaram no apoio e na divulgação do evento. Com tantas boas vontades envolvidas a festa só poderia ter sido o que foi. Um sucesso! Esperemos que mais e mais atletas de todas as idades nos procurem para podermos fazer mais para eles e por eles. Deixando um pouco este tom mais entusiasmado, passo a referir que estiveram presentes representantes dos seguintes Clubes: Clube Desportivo de Torres Novas, Associação Cultural e Recreativa de Santa Cita, Clube e Natação de Rio Maior, Hóquei Clube “Os Tigres de Almeirim, União de Futebol do Entroncamento, Hóquei Clube de Santarém, Sporting Clube de Tomar, Juventude Ouriense e “Os Corujas” – Ginásio Clube de Coruche. A nossa equipa foi composta pelas seguintes atletas: na CarolinaCoutinho, Ana Isabel Rita, Ana Lúcia, Ana Ríta Pereira, Bárbara Ribeiro, Beatríz Matilde, Carolina Pires, Catarina Rosado, Clara Mesquita, Inês Ferrão, Joana Dionísio, Laurine Mesquita, Maria Filipa Oliveira, Sara Balcão, Sara Dionísio, Sofia Ruivo, Teresa Rita e Vanessa Tadeia. De referir aqui, porque é de elementar justiça, que se a nossa secção de Patinagem Artística tem hoje a pujança que tem, isso deve-se à competência técnica da treinadora D. Joaquina de Deus (Quina) e também ao seu grande empenho pessoal e ainda aos responsáveis pela Secção. Valeu a pena o esforço feito por todos, uma vez que quando se tem êxito e tinha que o ser, estamos todos de parabéns. Bem Hajam! ____ * Dirigente Desportivo Fotos de João Carlos Louro 36 O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 10 • Fevereiro de 2007 NA ROTA DAS FREGUESIAS A Freguesia da Branca em entrevista a Francisco Guilherme Godinho, Presidente da Junta Francisco Godinho, actual presidente da Junta de freguesia da Branca, está a completar o 4º mandato. Foi eleito como independente nas listas da CDU e durante os quatro mandatos obteve sempre a maioria absoluta. Foi abordado e contactado por outras forças políticas, mas por uma questão de ética, manteve a tradição e lealdade à CDU. O autarca mostra-se preocupado com a população idosa da freguesia e adiantou que é necessária a revisão do PDM para fixar os jovens. O saneamento básico e o abastecimento de água são necessidades prementes, além da conservação de estradas e arruamentos. Francisco Godinho afirmou que, não faz sentido as localidades de Malhada Alta e São Torcato estarem englobadas na freguesia de Coruche, porque ficam mais próximas da freguesia da Branca. ___ JC – Que balanço faz dos mandatos, como presidente da Junta de Freguesia da Branca? FG – Sem dúvida, que faço um balanço positivo. A prova é que fui eleito pela população ao longo de quatro mandatos e sempre com maioria absoluta. Ainda há muito por fazer na freguesia, mas como sou ambicioso e exigente tento sempre dar o máximo em prol da população. Estou a completar treze anos como presidente de Junta e muitas vezes é difícil conciliar a minha vida particular com a de Presidente de Junta. JC – Como surgiu a hipótese de abraçar a vida de autarca? FG – Devido à minha vida profissional estava longe de vir para a política autárquica. Há treze anos fui convidado por forças partidárias, mas acabei por aceitar o convite da CDU. Foi a única força política que meteu as cartas na mesa e aceitou as minhas condições. Sabe que um autarca ao dar a cara, tem de ter o respeito da população e vice-versa. E, sem dúvida, a CDU deu-me condições e garantias até ao momento, daí manter a tradição apesar de convites doutras forças partidárias, o que muito me orgulha. JC – A Cultura e Desporto são importantes na freguesia? FG – Sem dúvida! Repare, neste momento a Juventude União Figueirense é o embaixador do próprio concelho no futebol distrital. Uma colectividade da freguesia que merecia outro tipo de apoio e atenção por parte dos eleitos na Câmara. A Junta dentro das suas limitações, tem dado o apoio previsto. Repare, há muito tempo que se fala em piso sintético no campo de jogos, mas até ao momento é uma miragem. Sou sócio do Figueirense e tenho alguma tristeza, quando vejo os atletas a praticar desporto num pelado. Em relação a outras colectividades, felizmente vão mexendo e fazendo pela vida, apesar da crise no associativismo. O Rancho Folclórico da Branca, é uma colectividade que continua activa e representa de forma ímpar a freguesia. De norte a sul do País, levam o nome da freguesia da Branca. Existe o Centro Social, junto à sede da Junta, que é usufruído por várias colectividades e pela população, mas o espaço em frente é da Paróquia e deveria ter outra imagem, deveria existir uma requalificação. Na freguesia, continuamos a manter as tradicionais festas anuais, cujo modelo é agora assegurado pelas colectividades. JC – A divisão administrativa do território está bem elaborada? FG – Tenho dificuldade em responder, veja este exemplo, as localidades da Malhada Alta e São Torcato pertencem à freguesia de Coruche, mas na realidade estão mais próximas da freguesia da Branca. Não faz sentido. No ano passado cheguei a transportar alunos da Malhada Alta e São Torcato e diziam-me “você é o nosso presidente?”. Tive de responder que não, porque pertencem à freguesia de Coruche. Pela minha parte, até recebia de braços abertos a população destas localidades se a divisão do território fosse uma realidade. Dou-lhe outro exemplo, as Fazendas das Latadas, que pertence ao Montijo. As pessoas trabalham na Branca, fazem a sua vida na Branca, e estão desmotivadas em pertencer ao Montijo. Realmente, não faz sentido, porque estão muito próximas da freguesia da Branca. JC – O saneamento básico e abastecimento de água está completo na freguesia ou existem lacunas? FG – Na parte do abastecimento de água ainda não estamos nos cem por cento, e em relação ao saneamento básico é de facto uma preocupação. Faz falta uma ETAR, porque as pessoas se queixam constantemente. Somos a freguesia onde o saneamento básico não passa do papel, sendo urgente resolver a situação. Temos 117 Kms de estradas de terra batida, muito dispersas e com muitas linhas de água. Com um Inverno rigoroso, como o actual, a DESCRITIVO DA FREGUESIA Desde muito antes da criação da freguesia em 1984 que eram desenvolvidos os maiores esforços nesse sentido, pois já em meados do século XX existia aqui um núcleo populacional muito importante. A povoação de Branca terá evoluído do trato aforado e da sesmaria, sendo os seus foros do final do século XIX. A sua população inicial cresceu rapidamente, dando origem a um denso aglomerado na época em que o modelo de povoamento seguido era junto de uma estrada e nas proximidades de uma locanda comercial, com carácter de hospedaria. Um dos muitos motivos de interesse desta freguesia centra-se na Herdade das Figueiras e sua capela. Em 1949, Gustavo Matos Sequeira incluiu-a no Inventário Artístico de Portugal: “Casa e propriedade rústica, na charneca de Coruche, pertenceu ao Sr. D. Jorge Machado Castelo Branco (Figueira). Centro de um aglomerado característico, dando o tipo dos núcleos de habitação regional. Junto à casa de lavoura está uma ermida dedicada a Santa Maria”. Orago: Nossa Senhora da Conceição Actividades económicas: Agricultura, indústria e exploração de madeiras e fábricas de cogumelos Património cultural e edificado: Capela da Branca, Herdade das Figueiras: Capela e Casas Senhoriais Gastronomia: Cozido à portuguesa, ensopado de borrego e arroz doce www.cm-coruche.pt Igreja de Nossa Senhora da Conceição, padroeira da Branca O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 10 • 37 Fevereiro de 2007 Edifício da Junta de Freguesia da Branca situação torna-se lamentável e não damos conta do recado, apesar de todas as máquinas em serviço. Em relação a estradas com alcatrão, na freguesia são poucas as que têm esse privilégio. Temos apenas 7 Kms de estradas alcatroadas, numa área de 117 Kms, pelo que é mais fácil divulgar as estradas alcatroadas. JC – A freguesia tem uma população bastante idosa, é uma preocupação da sua parte, criar boas condições no futuro? FG – Realmente, somos uma freguesia com uma população envelhecida. Veja por exemplo, em termos de transporte para Coruche, onde as pessoas se deslocam para consulta médica. Existe apenas um autocarro da Ribatejana que sai às 7 da manhã e chega à noite. As pessoas idosas, não têm dinheiro para gastar em táxi, daí terem dificuldades nos transportes, tornando-se muito complicado. Deveriam existir diversos horários de transportes públicos, já fizemos sentir este problema à empresa Ribatejana, mas não obtivemos resposta. Em relação ao apoio aos idosos, que é a nossa prioridade, sem dúvida que existem problemas complicados na freguesia. É necessário um Centro de Dia ou um Lar de Idosos com outras dimensões e com maior capacidade de resposta. JC – Em relação à estrada nacional 251, o cenário de degradação mantem-se!? FG – Triste e lamentável esse cenário da Estrada Nacional 251. Temos este “cancro” a atravessar a freguesia da Branca,que deveria ser resolvido pelas Estradas de Portugal. Não há memória, existe falta de bom senso e respeito pelas populações por Escola primária da Branca C / Alvará • • • • Electricidade Geral Electrodomésticos Ar Condicionado e Frio Industrial Sistemas de Bombagem e Regas Tel. 243 606 146 – 243 606 261 • Fax 243 605 017 Tlm. 937 266 568 Rua Principal – 2100-607 Branca CCH parte dessa entidade. Uma ligação prioritária como esta, não pode ter este cenário, apesar das tomadas de posição dos autarcas do Concelho e da população que sofremos na pele este dilema. Mas, até ao momento os responsáveis fizerem ouvidos surdos e não resolvem o problema da estrada que se arrasta há anos. JC – O actual PDM está a penalizar a freguesia? FG – Sem dúvida. É urgente a revisão do Plano Director Municipal para fixar os jovens na freguesia. Repare, face ao actual PDM, os jovens querem construir habitação, mas como alguns terrenos pertencem à Reserva Agrícola Nacional não podem construir. Daí, terem de procurar outras localidades para construírem as suas habitações. Veja, a freguesia da Branca é constituída por foros, os herdeiros dividem esses foros em partes iguais, mas num ou em dois lotes de terreno não podem construir habitação. Este é o grande problema na freguesia, é necessário a revisão do PDM, para cativar os jovens a fixarem-se na freguesia. Repare, a freguesia da Branca tinha muita procura por parte de Lisboetas, mas quando se confrontaram com o PDM, foram adquirir terrenos noutras freguesias. ____ Entrevista de João Carlos Louro JUNTA DE FREGUESIA DE BRANCA A Junta de Freguesia da Branca apoia a Cultura e o Desporto. Largo da Liberdade 2100-607 BRANCA Telefone: 243 606 116 – Fax: 243 606 117 E-mail: [email protected] Horário de funcionamento Todos os dias úteis, das 09:00 às 12:30 horas e das 14:00 às 17:30 horas 38 O Jornal de Coruche CINEMA Passados 60 anos do fatídico dia (28 de Agosto de 1947) da morte de Manuel Rodriguez Sanchez “Manolete”, chega às salas de cinema, ao longo deste ano, o filme sobre a sua vida, intitulado “Manolete”. Realizado por Menno Meyjes, “Manolete” tem como protagonista Adrien Brody (vence- • Ano 1 - Número 10 • Fevereiro de 2007 Manolete dor do Óscar de melhor actor pela interpretação em “O pianista”) que encarna o matador de touros, e conta com a participação de Penélope Cruz como Lupe Sino, o amor proibido de Manolete. É em torno desse amor “quase proibido” que se baseia o filme. Lupe Sino nunca fora aceite nem pela família do Assine a Subscrição Pública Disponível nos locais assinalados e no site www.ojornaldecoruche.com www.ojornaldecoruche.com toureiro (sobretudo pela mãe, Doña Angustias) nem pelos aficionados e seus seguidores. Vivia-se numa Espanha pósguerra civil e, naturalmente, as marcas dessa época faziam-se ainda sentir pelo que, dentro das Praças de Touros, não era diferente. Aqueles que apoiavam o regime de Franco eram os apoiantes de Manolete. Eram os ricos e ocupavam os melhores lugares nas Praças enquanto que os republicanos, os pobres, se limitavam aos lugares piores. Ora, Lupe, além de ser actriz e cantora (presença assídua do bar Chicote, local onde se conheceram, e considerada “una chica Chicote”) era republicana. Divergências que não permitiram que Doña Angustias aceitasse que o seu filho vivesse em pleno esse amor. Excepção feita quando o toureiro fazia a temporada pelas arenas sul-americanas. No filme assiste-se aos últimos sete anos da vida do matador e recorda-se, inevitavelmente, o dia 28 de Agosto de 1947. O dia em que, na praça de Linares com dez mil aficionados, Manolete, vestindo o seu traje de luces rosa, foi colhido por “Islero”, o quinto toiro da tarde, um Miúra com 495 quilos. Um gesto mais demorado numa faena perfeita, até então, fez com que “Islero” lhe perfurasse a coxa direita, um rasgo de 20 centímetros e que, consequentemente, lhe tirasse a vida, já no hospital. A preparação para encarnar o matador de touros levou Brody a aprender algumas técnicas do toureio e aplicá-las tourean- do vacas. O actor contou com a ajuda de vários toureiros espanhóis, sobretudo de Espartaco e dos irmãos Rivera Ordóñez. Tão importante como aprender a utilizar o capote ou a vestir o traje de luces foi essencial que, segundo a opinião de Espartaco, Brody entendesse a vida dos toureiros, as emoções, as preocupações, os rituais vividos antes, durante e após uma actuação. E, sobretudo, como enfrentar o medo. O actor parece ter passado com distinção neste exame uma vez que a sua performance é brilhante. Outro facto importante de registar é a parecença física entre o actor e Manolete que é, por demais, evidente. Acresce ainda um olhar entristecido que é natural em ambos, uma mais valia que torna ainda mais credível o excelente desempenho do actor. Um filme a não perder! Telma Leal Caixeirinho Monte da Barca – Apartado 122 2104-909 CORUCHE Telef. 243 610 600 Fax 243 610 602 O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 10 • 39 Fevereiro de 2007 ARTE E CULTURA A arte da falcoaria em livro Uma obra de indiscutível interesse cultural “A Arte da caça de Altenaria”, escrita por um grande caçador do século XVII, Diogo Fernandes Ferreira, ficou indissociavelmente ligada a Coruche, não só através do contributo que até agora tem sido dado pelos praticantes desta modalidade, entre os quais se contam tantos coruchenses, como também porque a edição da obra, se ficou a dever bastante aos apoios conseguidos em Coruche e Salvaterra de Magos por Alfredo Gonçalves Ferreira e José Carlos Correia, membros activos da Associação Portuguesa de Falcoaria. A cerimónia de lançamento desta obra, cuja edição contou com um elucidativo prefácio da Dr.ª Natália Correia Guedes, antiga Secretária de Estado da Cultura, decorreu no Palácio da Ajuda, onde muitos dos falcoeiros portugueses conviveram com curiosos e apreciadores do belíssimo espectáculo que a prática desta modalidade proporciona, sustentando no braço os magníficos falcões com que habitualmente caçam e que com cada um deles forma uma dupla singular. Mas o que é a Altaneria? É uma antiquíssima forma de caçar a céu aberto com auxílio de aves de rapina, e que conheceu ao longo dos tempos diferente intensidade de práticas e praticantes. Distinguindo-se duma outra forma de caçar, a Montaria, esta, como o nome indica, praticada nos montes e bosques onde “as feras” se escondiam, e que se praticava sobretudo com o auxílio de cães, como ainda hoje acontece. Os que estudaram e historiaram este costume cinegético da Altaneria, ou da Falcoaria como tantas vezes é chamada, consideram-no, e nós concordamos com a justiça da opinião, uma Arte. Uma arte que requer um sem número de qualidades do caçador, melhor diríamos da dupla de caçadores: do Homem e da ave que treina e educa para esta finalidade venatória. Assim, a captura, criação e ensino de aves de rapina não as retira da natureza, à qual trazem o equilíbrio que se conhece. Antes permite que estas continuem a contribuir para o equilíbrio natural do meio ambiente proporcionando ao caçador-homem, um espectáculo de grande beleza. Sabe-se que já antes da fundação da nacionalidade era praticada na Península Ibérica, conhecendo-se tratados deste costume escritos nos séculos VIII e IX por caçadores árabes, grandes praticantes desta caça, como o foram Ghatrif ou Moamim. Sabe-se de vários portugueses escreveram mais tarde sobre o mesmo tema, mas apenas um “Livro da Falcoaria”, escrito cerca de 1380 por Pero Menino, caçador do nosso Rei D. Fernando I, chegou até nós. Logo traduzido nesse mesmo ano para castelhano por Pedro Lopez de Ayala, vem a constituir a essência do que Diogo Fernandes Ferreira, caçador de Dom António, Prior do Crato, vem a desenvolver na sua “Arte da Caça da Altenaria” que se torna, como no início dissemos um clássico deste antigo costume cinegético. A recente edição, parte daquela que em 1899 o geó- grafo e cientista, Dr. Luciano Cordeiro deu à estampa integrada na Biblioteca de Clássicos Portugueses, mas que há muito se encontrava esgotada. Com a grafia do seu texto actualizada, a edição que agora surgiu foi enriquecida com ilustrações do “falcoeiro- João Alarcão Carvalho Branco * -artista” Carlos Crespo, algumas das quais aqui reproduzimos. O motivo do seu lançamento deveu-se à constatação, internacionalmente reconhecida de que esta obra, inicialmente publicada há 400 anos reunia ensinamentos que permaneciam absolutamente actuais. Ensinamentos que aliás, em boa hora, Nuno Sepúlveda Veloso, o decano português dos falcoeiros do século XX, soube transmitir a um grupo de jovens que estiveram na génese da formação da Associação Portuguesa de Falcoaria. A aquisição do edifício do Séc. XVII onde esteve sediada a antiga Falcoaria Real de Salvaterra de Magos, cuja reutilização se tenta impulsionar, a Exposição “Falcoaria Real” realizada em 1989 no Museu Nacional dos Coches, demonstrando a sobrevivência de antigas peças significativas desta velhíssima prática peninsular, a constituição da Associação Portuguesa de Falcoaria, em 1991, e, em 1997, a organização da Falcoaria Real de Alter do Chão, no âmbito da Coudelaria de Alter, foram passos certos para evitar o desaparecimento desta Arte venatório, contribuindo, assim, para o enriquecimento consciente do nosso Património Histórico e Cultural Português. Está por isso de parabéns a Associação Portuguesa de Falcoaria, sendo compreensível que, de entre os seus membros, destaquemos o Dr. Alfredo Gonçalves Ferreira (na foto com o seu filho) e os coruchenses que com ele contribuíram para que o conhecimento deste Livro se não perdesse. ____ * Historiador Fracasso das “Águas do Ribatejo” é culpa de Santarém O fracasso do projecto “Águas do Ribatejo”, uma iniciativa de vários municípios que devia garantir o saneamento e fornecimento de água aos concelhos da região, deve-se, segundo a distrital de Santarém do Bloco de Esquerda, à Câmara de Santarém. “Falta de coerência, solidariedade e responsabilidade” são algumas das acusações feitas pelo BE ao PSD e à CDU por terem recusado entrar no projecto multimunicipal, inserido na Comuni- dade Urbana da Lezíria do Tejo (CULT). Segundo o BE a decisão da autarquia prejudica mesmo a população de toda a região, que assim assistirão a sucessivos atrasos na “resolução dos graves problemas de abastecimento de água e saneamento básico”. Em consequência, o projecto perdeu viabilidade económica, já que estava prevista a constituição de uma empresa com maioria de capital das autarquias e que iria gerir to- dos os investimentos nesta matéria. A autarquia, que optou por não participar na nova empresa, e em Dezembro, justificou a decisão com a “precariedade financeira” que “herdou” dos executivos socialistas anteriores. 40 O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 10 • Fevereiro de 2007 PEQUENO REPÓRTER Escola Básica n.º 1 de Coruche foi ao Teatro No dia 19 de Janeiro os cerca de 300 alunos da Escola Básica n.º 1 de Coruche foram ao Teatro assistir à peça “O Principezinho”, um espectáculo de Filipe La Féria baseado no livro de Antoine de Saint Exupéry. As crianças juntaram-se todos no Parque do Sorraia às 8h 20m, foram todas identificadas e seguiram nos 6 autocarros para o Teatro Politeama. Mas como a fome apertou pararam na área de serviço da Ponte Vasco da Gama para um breve lanche. Os autocarros pararam no Rossio e as crianças seguiram até ao Teatro onde assistiram à peça protagonizada por Hugo Rendas no papel de aviador e Martim Penedo no papel de Principezinho. Esta é a história do menino que vivia num asteróide, com os seus vulcões em miniatura, tinha uma linda rosa vermelha e usava um longo cachecol a flutuar ao vento. Um dia ele resolveu viajar e visitou a Terra onde encontrou um grande amigo, que depois contou a história desse menino. Todas as crianças gostaram do espectáculo e no final voltaram todos ao seu Planeta – Coruche. Mas, para brincar e almoçar voltaram a parar no Planeta da Galp e fizeram um grande piquenique, chegaram ao nosso Planeta à hora marcada, cansados, felizes, e, … todos! ____ As jornalistas da E.B. 1 Coruche 1 Mª Ribeiro Telles, Mª Rosário Teixeira, Sara Rafael, Francisca Salvador, Joana Santos, Francisca Mª Teixeira, Ana Cristina Silva, Filipa Carvalho Resultados Obtidos em Janeiro Natação 7 de Janeiro / Coruche – Jornadas de Hidroginástica Decorreram no período da manhã as “Jornadas de Hidroginástica”. Esta foi a primeira vez que a Escola de Natação Búzios (ENB) participou numa competição desta natureza, com uma coreografia de 10 elementos que embelezou este festival. De notar a pouca adesão das outras Escolas do nosso distrito, pois para além da nossa escola apenas participou a Escola de Natação de Salvaterra de Magos. 7 de Janeiro / Coruche – Festival de Inverno Escolas Destinado a atletas não federados, esta competição foi um sucesso pois a ENB foi pelo terceiro ano consecutivo a escola com mais participantes. Para além da forte adesão que permite “Competição para Todos”, também de referir a boa qualidade técnica dos nossos atletas. Digno de referência foi a distinção atribuída pela Associação de Natação do Distrito de Santarém (ANDS) à ENB pela sua colaboração na realização destes festivais. 12 a 14 de Janeiro / Tomar Campeonato Regional de Categorias de Inverno O grande momento desta primeira fase da época foram os “Campeonatos Regionais de Categorias de Inverno”, onde a BÚZIOS – Coruche participou com 8 atletas. Tendo conseguido 17 medalhas, 3 de ouro, 5 de prata e 9 de bronze. Os medalhados foram Carina Pedro (6), João Pedro (6), João Carlos (3) e Adriana Lopes (2). Destacamos ainda o resultado de João Pedro aos 100m Livres na categoria de Infantil com um resultado de 1’00’56, tornando-se Campeão Regional e conseguindo tempos para os Campeonatos Nacionais a realizar em Faro no mês de Julho, juntando-se desta forma a João Carlos que também já tinha marcado presença nesta competição nos 100m Bruços. 20 de Janeiro / Samora Correia – IX festival SFUS No dia 20 de Janeiro decorreu em Samora Correia o IX festival da SFUS, onde a BÚZIOS – Coruche participou com 8 dos seus atletas mais jovens. O principal objectivo desta competição era conseguir tempos para os Regionais de Verão, o que Tatiana Simões (100m Mariposa, 100m Bruços e 100m Livres), Mário Amorim (100m Mariposa e 100m Livres) e Francisco Silva (100m Bruços) conseguiram. 21 de Janeiro / Abrantes – 2ª Etapa do Circuito Cadetes Decorreu em Abrantes a 2ª Prova do Circuito de Cadetes, onde a BÚZIOS – Coruche se fez representar por 9 atletas, sendo 3 estreantes (Ana Monteiro, Liliana Henriques e Pedro Formigo). Relativamente aos restantes elementos da equipa destacamos a evolução compe- titiva dos nossos atletas comparativamente com a primeira competição em Ourém. Triatlo A época desportiva de Triatlo iniciou-se em Dezembro, este ano com 10 elementos, sendo alguns estreantes. A equipa irá realizar 5 treinos semanais (2 de água, 2 de corrida e 1 de bicicleta), com o objectivo de participar no maior número possível de provas. Natação Sincronizada Os grupos foram definidos e os esquemas estão a ser elaborados e trabalhados com o objectivo de participar nas demonstrações que se aproximam. Pólo Aquático A BÚZIOS – Coruche está a participar na organização do Campeonato Distrital de Pólo Aquático, que se deverá iniciar em Maio de 2007. ____ O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 10 • 41 Fevereiro de 2007 LAMAROSA Casa do Benfica de Santarém XIII Prova de Vinhos Com 3 Campeões de Portugal da zona centro A Junta de Freguesia de São José da Lamarosa organizou no passado dia 20 de Janeiro, no Centro Social da Freguesia de S. José da Lamarosa, uma magnifica prova de vinhos que contou com inúmeras participantes, tendo sido uma tarde de são convívio sob o olhar atento de Baco. Excelente iniciativa da Junta da Lamarosa e do seu Presidente. No passado dia 21 de Janeiro de 2007 realizou-se em Coimbra o Campeonato da Zona Centro de Esperanças e o Campeonato da Zona Centro de Juvenis II. Nos Juvenis II, Vasco Veloso obteve o 3.º lugar e Leonardo Ricardo obteve o título de Campeão da Zona Centro. No Escalão Esperanças, Paulo Brandão obteve o 3.º Lugar e Nuno Gaivoto e Duarte Duarte alcançaram o título de Campeões da Zona Centro. Também participaram nesta prova os atletas João Veloso e Ana Martinho. Durante a prova, os atletas receberam orientação técnica de Carlos Ricardo e Joaquim Nogueira. Todos os atletas da Casa do Benfica de Santarém conseguiram o apuramento para os Campeonatos Nacionais de Esperanças e Juvenis II que se realizarão nos dias 3 de Fevereiro e 3 de Março respectivamente. Pedro Vargas Fados na Casa do Ribatejo Judo Nacional de novo em Santarém No passado dia 25 de Janeiro pelas 20 horas, a Casa do Ribatejo em Lisboa, recebeu de novo juntos, para ouvir o (Casimiro Melancia e guitarristas), com boa comida regional, vinhos Ribatejanos e a apresentação do projecto Rotas do Tejo. No passado dia 21 de Janeiro realizou-se em Santarém a segunda jornada da Liga de Portugal em Judo. Tal como na primeira jornada, esta prova contou com a presença de alguns dos mais aclamados clubes do país e com a equipa da cidade, a Casa do Benfica de Santarém. Esta jornada pontuou para a fase final, onde se encontrarão as 8 melhores equipas nacionais da modalidade. Os responsáveis da SportsEvents, departamento organizativo da Associação de Judo do Distrito de Santarém (AJDS) manifestaram o seu agradecimento à Câmara Municipal de Santarém, à Casa do Benfica de Santarém e a todos os patrocinadores que possibilitaram a realização na nossa cidade deste evento de elevado relevo nacional. Com o apoio de todos, Santarém irá continuar a ser uma referência na organização de eventos desta modalidade que cada vez tem mais adeptos no nosso País. Pedro Vargas Mini-Mercado de Angélica Coelho Neves Gomes Açorda de Sável TEMOS OS MELHORES PRODUTOS AOS MELHORES PREÇOS Tel. 243 619 506 Rua Riba Falcão Bairro da Areia 2100-018 CORUCHE Ingredientes 1 sável de 1 kg, 6 dentes de alho, pimenta, coentros, sumo de limão, fatias de pão duro, farinha e sal Preparação Churrasqueira Tlms. 939 586 398 969 548 260 Estrada Nacional 114 – Santana do Mato Informamos os nossos estimados clientes que encerramos para obras durante o mês de Janeiro Desejamos um Bom Ano de 2007 • Amanha-se e corta-se o sável em postas muito finas, deixando a posta da cabeça com dois dedos travessos além dela e a posta do rabo, ambas para a confecção da açorda. As postas finas do meio arrepiam-se com sal, salpicam-se com sumo de limão e guardam-se. Cozem-se num tacho as postas da cabeça e do rabo, com algum sal (pouco) juntamente com as ovas, se forem de sável. Se não as houver, podem utilizar-se também ovas de bacalhau, neste caso cozendo-se à parte. • Depois de cozido o peixe, desfia-se com cuidado, por forma a retirar-lhe todas as espinhas, guarda-se, retira-se o véu às ovas que, caso sejam de bacalhau se esfarelam, se de sável partem-se aos bocadinhos pequenos juntando-as ao peixe. Num tacho, deita-se um bom fundo de azeite e picam-se-lhe para dentro, finamente, os dentes de alho. • Entretanto, escaldaram-se com água da cozedura do peixe, a ferver, as fatias de pão caseiro duro que se deixaram a escorrer do excesso de água. Quando o azeite começar a ferver com os alhos, sem os deixar alourar, deita-se-lhe o pão para dentro e deixa-se ferver até o desfazer completamente. Vai-se mexendo até obter uma massa homogénea e não muito líquida. • Quando atingir a consistência desejada retira-se do lume e, nesse momento, juntam-se-lhe os coentros cortados miúdos e misturam-se muito bem na açorda. Sacodem-se as postas para fritar do excesso de sal que, porventura, apresentem, envolvem-se em farinha e fregem-se em bom azeite. A açorda, enfeitada por cima com um raminho de coentros picados. Serve-se em travessa, rodeada pelas postas fritas. in “Coruche à Mesa e outros Manjares”, por José Labaredas 42 O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 10 • Fevereiro de 2007 Cáritas Paroquial de Coruche Apoiar Gabinete de Aconselhamento Parental ornamo-nos pais quando o nosso filho nasce; tornamo-nos avós quando, por sua vez, esse filho se torna pai. Contudo, não basta simplesmente dizer “já sou avô/avó!”. Para se tornarem verdadeiros avós, devem aprender, dia após dia, a assumir esse novo papel. Como ninguém nasce ensinado, e porque não existem formações nem manuais de instrução para preparar avós, importa que cada um desenvolva a sua forma pessoal de o ser. Aprender a ser avô/avó começa desde muito cedo: quando ainda somos netos dos nossos próprios avós; quando, mais tarde, ao sermos pais e nos encontramos entre a geração neto e a geração avós, avaliamos as suas relações e interiorizamos modos de estar e de agir. Quando nasce o primeiro neto, inicia-se a aprendizagem diária e gradual do papel de avós. T CONTRIBUTO DOS AVÓS PARA OS NETOS Os avós podem ter uma influência valiosa sobre o neto em diferentes aspectos: Historiadores Familiares – Os avós são os testemunhos vivos da história da família. Sendo a geração mais velha, estão em melhor posição para a transmitir aos mais novos. Através dos avós a criança percebe donde vem e quem a precedeu. Conhecer a sua história, situar as suas origens, contribui para que a criança se conheça a si própria, permitindo-lhe identificar o seu lugar na família. Descobre também os pais: quem eram na sua juventude, do que gostavam, o que faziam, e o que realizaram. Os avós permitem que os netos compreendam que os seus pais também já foram pequenos, e que ser criança é uma fase da vida que mais tarde dará lugar à geração adulta. Transmissores de Valores e Conhecimentos – Os avós revelam-se como pilares dos valores fundamentais a transmitir, valores esses que resistem ao tempo, e que eles tentam conservar: a importância da família, do respeito pelo outro, do amor, das coisas simples, da natureza. Os avós são para as crianças uma fonte de conhecimentos. Os Avós nos dias de hoje Ensinam, explicam, e interessam-se pelas dúvidas dos netos. Confidentes – Em muitos casos, os avós são, para o neto, confidentes discretos e disponíveis, prontos a ouvir tudo ou quase tudo. As suas reacções são frequentemente menos acesas do que as dos pais, o que demonstra a sua capacidade para aceitar os problemas. A intimidade especial entre os avós e o neto constrói-se a partir do respeito pelos segredos que lhes são contados. Atenciosos – O mais belo presente que os avós podem oferecer ao neto é a sua atenção. Reservar tempo para brincar, conversar, passear, estar com a criança, constitui um presente valioso. Dar-lhe tempo é dar-lhe amor. Junto dos avós, a criança sente-se uma pessoa independente das demais, interessante e importante, visto que estes se importam pelo que diz, pelo que faz, e por tudo o que lhe diz respeito, mesmo quando comete disparates, ou mesmo se não faz tudo de forma perfeita. Disponíveis – As crianças gostam que escutemos as suas histórias e as suas aventuras: por vezes, os adultos revelamse incapazes de o fazer. Apressados ou pouco atentos, muitas vezes limitam-se a colocar questões vazias:, como “A escola foi boa?” e “Recebeste muitos presentes no Natal?”. Ou, então, interrompem a criança quando diz algo incorrecto, correndo o risco de lhe retirar o prazer de contar. Os avós muitas vezes são melhores ouvintes. Geralmente, têm mais tempo para ouvir, não corrigem constantemente a criança, nem a repreendem quando está a confabular uma história que parece ser mentira. Neste aspecto, os avós são como que uns pais sem censura nem rigidez de regras. Este amor incondicional dos avós e este lugar privilegiado que ocupam nos seus corações fazem com que a criança desenvolva a auto-estima, o que contribui para que cresça íntegra e tenha orgulho em si própria. Oásis de Segurança e Estabilidade – No contexto social actual, em que as estruturas familiares se tornam mais frágeis, as famílias se desfazem e se reconstroem sobre novas bases, no tempo das famílias recompostas, os avós são chamados a desempenhar um novo papel muito importante: o da estabilidade. Nos momentos de crise familiar (doenças, divórcio, dificuldades financeiras), desempenham um papel activo, oferecendo um precioso apoio afectivo e/ou financeiro. Nestas circunstâncias, podem revelarse fundamentais para o equilíbrio e para a felicidade da criança e permitem reduzir o stress. A criança compreenderá que, independentemente do que aconteça na família, pode sempre contar com os avós. ENVOLVIMENTO DOS AVÓS NAS DECISÕES PARENTAIS Nos primeiros anos de vida da criança, a interacção e os contactos entre avós e neto passa-se, na maioria das vezes, na presença dos pais. A primeira e, talvez, a maior dificuldade na relação entre os avós e os pais do seu neto, é o envolvimento dos avós nas decisões parentais relativas à educação da criança e aos seus hábitos de vida. Por entre as atitudes dos avós que criam conflitos com os pais, incluem-se: comentários traiçoeiros, cheios de subentendidos – “Não ganha peso e está pálido, não está?” (subentende-se: tem de estar doente, não tomam bem conta dele); “Fiz-lhe uma sopa óptima, devorou-a completamente” (subentenda-se: eu sei alimentá-lo melhor). opiniões mais directas e intrusivas – “Deixa-lo brincar com o computador? Isso não é bom para os olhos dele”; “Ele escolhe as suas próprias roupas? Vai acabar por pensar que é o rei da família e vai fazer o que quiser de vocês”. É difícil resistir à tentação de dizer aos pais o que fazer e como agir com as crianças. É o legado da geração que precede querer sempre que a que segue beneficie da experiência acumulada, mesmo sem lhe pedir nada. Para os pais, os avós não devem tornar-se treinadores do papel parental, mas antes um amparo nesta nova tarefa, com o seu encorajamento e apoio infalível. Os avós devem evitar exibir-se como especialistas que têm resposta para tudo. Têm um valor incalculável se conseguirem não emitir juízos de valor quer sobre o desempenho dos seus filhos enquanto pais, quer sobre o comportamento dos seus netos. IMPORTANTE Numa geração à procura de valores a transmitir aos seus filhos, os pais farão bem em virarse para os valores culturais, étnicos e religiosos dos seus próprios pais. Os avós podem ir mais atrás com rituais, tradições e histórias do seu passado. Eles devem aproveitar todas as oportunidades para partilhar recordações com os seus netos. Além disso, uma refeição todos os domingos; umas férias juntos; um passeio pelo campo; uma simples visita; ou até uma história sobre o passado da família se transforma numa recordação estimada – e num laço de harmonia entre gerações. NÃO SE ESQUEÇA! A relação entre avós e netos é, de certa forma, um encontro entre o passado e o futuro, e essa relação é vantajosa para ambas as partes. O envolvimento é, hoje mais do que nunca, necessário. Cabe aos pais, a responsabilidade de definir os limites da acção dos avós junto dos netos, através do diálogo sincero. Se quiser falar connosco, contacte-nos: Cáritas Paroquial de Coruche Apoiar – Gabinete de Aconselhamento Parental Travessa do Forno n.º 16-18, 2100-210 Coruche Telefs: 243 679 387 / 934 010 534 O atendimento é realizado às segundas-feiras à tarde Equipa Técnica: Isabel Miranda (Psicóloga Clínica/Coordenadora) Mauro Pereira (Psicólogo Clínico/Psicoterapeuta) Nuno Figueiredo (Psicólogo Clínico) Gonçalo Arromba (Técnico de Psicologia Clínica) Noémia Campos (Assistente Social) Não perca na próxima edição o tema: Gravidez e Maternidade na Adolescência JOAQUIM MANUEL GAFANIZ Negociante de Lenhas, Cortiça e Carvão Tels. 243 676 205 / 243 677 135 Tlm. 917 334 517 MALHADA ALTA • 2100 CORUCHE O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 10 • 43 Fevereiro de 2007 EDUCAR AGORA Fazer as próprias máscaras Já pensaram nas máscaras que se costumam arranjar na altura do Carnaval? Costumam pedir ajuda á vossa mãe? E à vossa educadora? Olhem, eu lembrei-me de lhes dar algumas ideias que vocês podem, facilmente, realizar.da próxima vez que quiserem brincar ao Carnaval. Podem juntar-se com vários amigos, prepararem as vossas próprias máscaras e depois trocá-las uns com os outros. E, assim, durante os dias de Carnaval podem andar com várias máscaras diferentes. Aqui vão alguns exemplos: do que enrolam de maneira a formar uma saia, por exemplo amarela. Em cima dela agrafam-lhe papel doutra cor, que pode ser verde, recortado aos bicos. Era uma vez. . . O SORRISO DAS CRIANÇAS Outra máscara possível é a de Sininho ou de Peter Pan Esta é fácil. É só arranjar uns collants e uma tea shirt brancas e fazer umas asas de papel celofane ás cores para prender nas costas. A Índia Para fazer a Índia, arranjam uma fita encarnada, ou verde, ou amarela. A seguir vão descobrir algumas penas e pintam-nas ás cores. Depois, vão buscar um agrafador e prendem as penas á fita para a usarem na cabeça. Para dar com a fita da cabeça, arranjam papel plissa- Depois põem uma almofada escondida na barriga para parecerem gordos e umas correias ou cordas a fazer de suspensórios. E vestem umas calças grandes e uns sapatos também grandes. A roda da boca pintam um bocado de branco com um risco preto á volta.E põem duas rodelas encarnadas nas bochechas. 0Mariazinha A.C.B. Macedo * Outra ainda é a de palhaço Pedem aos pais ou avós um Chapéu velho e um casaco que lhes fique muito grande. Arranjam um bocado de cartolina e fazem um chapéu, pondo--lhe uma bola pequena em cima e agrafando-lhe por dentro lã cor de laranja a fingir de cabelos. Na cartolina do chapéu podem-lhe colar papéis pequenos ás cores para ficar mais animado. É verdade, e arranjem uma meia de cada cor por fora das calças para ficarem uns palhaços ainda mais trapalhões, valeu? Vão ver que assim se divertem uns aos outros seja no Carnaval seja em festas de anos. Apostador do Euromilhões não reclama o prémio Para colaborar nesta rubrica envie, por e-mail ([email protected]) ou via CTT, as imagens ou situações que deseje ver publicadas. Em plena montra da Livraria Maia, Agente 1600513 em Coruche, continua exposta uma fotocópia de um boletim registado e com prémio. O feliz contemplado ainda não deu sinal e o prazo de reclamação do prémio termina no dia 15 de Fevereiro. O boletim é relativo à semana 46/2006 e tem o número 82108254512 no valor de 3.385,55 euros. Sempre que falamos sobre Educar vem-nos à ideia a forma de conseguirmos crianças equilibradas e felizes. Nem sempre é fácil a nossa tarefa, mas o esforço é constante! E nunca é demais reflectir sobre esses objectivos. E porque ainda estamos próximos duma quadra muito especial para todas as crianças, a do Carnaval, vale a pena falarmos um pouco mais sobre a Alegria! O Carnaval tem para mim factores importantíssimos: O Sonho, a Magia, a Imaginação, os jogos de Faz de Conta (fazer por um dia de bailarinas, de palhaços, de príncipes, e todo um mundo de sonho e disfarce), as partidas, e, sobretudo, a atmosfera de alegria e divertimento que acompanha toda esta quadra. Pelo menos durante dois ou três dias, nós esquecemos um pouco os problemas do dia a dia, as responsabilidades, que por vezes, roubando-nos a alegria, pesam tanto nas nossas vidas. E tentamos, também nós adultos, encontrar a alegria e felicidade que tanto desejamos. Pois queridos pais, pensem que as nossas crianças têm uma alegria que por vezes é tão grande, tão grande, que para nós quase se torna difícil de assimilar. Quantas vezes nós os mandamos parar porque nos cansamos com a sua actividades e alegrias ruidosas. Já repararam nos olhos das crianças quando estão a olhar para os palhaços? Para as partidas que eles fazem? Para as suas magias? A alegria aparece nas suas carinhas espantadas e as expressões, são difíceis de traduzir… Pois queridos pais, pensem um pouco que a Alegria é um dos maiores bens que temos e que é nossa obrigação preservá--la nas nossas crianças. Nada vale mais na nossa vida do que ver um sorriso de criança. E…, como dizia um padre nosso amigo, um Santo Alegre é sempre um Alegre Santo. Nunca deixemos, portanto, nunca, morrer a alegria nas nossas crianças. Envie os desenhos e textos dos seus filhos para: Rua de Salvaterra de Magos, 95 2100-198 Coruche Fax: 243 675 693 [email protected] 44 O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 10 Movimento reclama novas tecnologias O movimento cívico e-coruche sugeriu a implementação de um pólo tecnológico no concelho, “com alta tecnologia, empresas e ensino politécnico”. Em causa está, segundo o representante do movimento, António Pinheiro da Costa, a necessidade de fixar os mais jovens. O responsável afirmou que não existe qualquer “formação na área das novas tecnologias, e que por isso muitos jovens são obrigados a sair do concelho. Coruche é um concelho que ainda se caracteriza por ter uma reduzida sensibilização e adopção das novas tecno- de 2007 CRIB quer aumentar lar residencial logias, uma manifesta insuficiência de percursos escolares e saídas profissionais nestas áreas, uma reduzida formação de quadros verdadeiramente qualificados e um fraco investimento”, lê-se numa carta aberta enviada pelo movimento. A localização do concelho e as acessibilidades do mesmo foram duas das razões que levaram o movimento cívico a reagir. O objectivo é tornar o concelho mais atractivo e aumentar a competitividade, “a qualificação das pessoas, qualidade dos serviços, o acesso rápido e a gestão da informação”. Avé Maria Pai Nosso • Fevereiro O Centro de Recuperação Infantil de Benavente (CRIB) apresentou um projecto de construção de um lar residencial, junto às actuais instalações na Vila das Areias, num terreno cedido pela autarquia. “É um projecto destinado a quem não tem família ou vive em situação de carência”, adiantou o presidente do CRIB, António Fernandes. O lar terá 24 camas e destinar-se-á a servir o sul do distrito de Santarém que actualmente não possui este tipo de equipamento destinado a apoiar pessoas com deficiência. Actualmente, o CRIB recebe 53 utentes dos concelhos de Benavente, Salvaterra de Magos e Vila Franca de Xira. Mas, a ser construído o novo espaço, também pode receber residentes no concelho de Coruche. A Direcção espera que o projecto, orçado em 500 mil euros, seja inscrito no Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais (Pares). Agência Funerária Jacinto, Lda. Funerais, Trasladações e Cremações para todo o País e Estrangeiro. • Trata de Toda a Documentação • Artigos Religiosos ARTUR ANTÓNIO SANTOS OLIVEIRA FALECEU Pai, nora, netos e bisneta cumprem o doloroso dever de participar o falecimento do seu ente querido, ocorrido em Cascais, no dia 28 de Novembro de 2006. Na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vêm por este meio agradecer a todos os que os acompanharam na sua dor, durante o velório, no funeral para o cemitério da Guia em Cascais e também na missa do 7.º dia. Para todos vai o nosso profundo reconhecimento. Faleceu no passado dia 28 de Novembro, em Cascais, o Senhor Artur António Santos Oliveira. Por lapso, no número anterior, referimos o seu falecimento em Setembro quando este ocorreu em Novembro. Era filho do nosso estimado assinante Senhor José Roberto de Oliveira, a quem o “O Jornal de Coruche” apresenta condolências e desculpas pelo lapso, bem como à Ex.ma família. Chamadas a qualquer hora para o Telef.: 243 679 618 Telemóvel 917 284 692 • Fax 243 617 340 Agência Residência Rua dos Bombeiros Municipais, 28 r/c 2100-179 Coruche Rua José Maria Rebocho - Lote 1 Santo António – 2100-042 Coruche AGÊNCIA FUNERÁRIA SEBASTIÃO, LDA. De: Sebastião Júlio Pereira • Temos os melhores e mais sofisticados auto-fúnebres • Pessoal especializado e credenciado • Florista privada Informações da Paróquia de Coruche Janeiro de 2007 • BAPTISMOS • Igreja do Castelo Dia 20 - Diogo Miguel Alves Peseiro Dia 20 - Judite Sofia Alves Dia 15 Dia 16 Dia 19 Dia 20 - • FALECIMENTOS • Dia 1 - Cesaltina Rosa, 79 anos Dia 1 - Florindo Manuel, 78 anos Dia 2 - Francisca Maria, 97 anos e Inácio José Nunes, 73 anos Dia 3 - Manuel Dias Filipe, 53 anos Dia 8 - António Joaquim, 78 anos e Fernanda Maria Henriques Ferreira, 74 anos Dia 10 - João de Matos Matias, 74 anos e António José, 87 anos e Mariana Perpétua, 92 anos Dia 11 - José Romão da Costa, 57 anos e António Manuel Simões Patrício, 69 anos Dia 12 - Guilhermina Henriqueta, 84 anos Dia 13 - António João Emídio, 85 anos Dia 14 - Custódio Casimiro, 87 anos e Dia 22 Dia 23 - Dia 24 Dia 25 - Dia 26 Dia 27 - Dia 29 Dia 30 Dia 31 - Prazeres Perpétua Marques, 77 José João Páscoa da Costa, 53 Maria Augusta Pintor, 96 anos João Bernardino, 76 anos Ermelinda Maria Oliveira Ruivo João, 60 anos e Custódia Maria, 88 anos José Júlio Dinis, 77 anos Custódia Santos, 84 anos e Emília da Conceição Gonçalves, 75 anos António Bento, 82 anos e Perpétua Pereira Teles, 91 anos António Matias (Rocha), 80 anos e Mariana Maria Gastão, 71 anos Manuel Sérgio Vicente, 87 anos Maria Antónia Santos Silvestre, 75 anos e Joaquim Eusébio Branco, 76 anos Francisco Branco Fernandes, 78 António João Cabecinhas, 85 José Carvalho, 83 anos Informação das agências funerárias de Coruche Serviço 24 horas Telefones 243 617 067 e 243 678 318 Telemóveis 938 446 494 e 919 769 058 Funerais, Cremações, Trasladações e Artigos Religiosos Tratamos toda a documentação, para o país e estrangeiro, Agência Funerária de Coruche, Lda. de Firmino & Irmão Agência / Residência Largo João Felício, n.º 27 e 27-A (Frente ao Jardim) Armazém em: Biscaínho (Junto ao café Girassol) Serviço Permanente Chamadas a Qualquer Hora Todo o tipo de campas em mármore e granito, cabeceiras, jarras e fotografias esmaltadas e coloridas Telefone: 243 610 180 Telemóveis: 935 543 141 939 755 557 Trasladações • Funerais para qualquer partedo país e estrangeiro • Trata de toda a documentação e dos respectivos subsídios das Caixas de Previdência e Casa do Povo. Flores Naturais e Artificiais O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 10 • Fevereiro de 2007 Reportagem fotográfica de Henrique Lima Pinto Um olhar sobre o Lisboa-Dakar, na zona especial 4, classificativa da Comporta a 6 de Janeira de 2007. o seu banco em Coruche telefs. 243 617 502 - 243 617 544 - 243 617 592 • fax 243 617 196 DELEGAÇÃO NO BISCAÍNHO telefs. 243 689 333 - 243 689 369 • fax 243 689 380 45 46 O Jornal de Coruche • Ano 1 - Número 10 • Fevereiro de 2007 DESPORTO Dakar, Ténis e Futebol João Sobral Barros * Este ano Desportivo foi iniciado pela sempre espectacular prova do Rali Lisboa-Dakar. É um privilégio poder receber uma prova desta importância no nosso país. Seguida por espectadores de todo o mundo, o Dakar também não é indiferente aos portugueses como atestam as cerca de 400 mil pessoas que estiveram presentes na primeira etapa, o que não só demonstra a paixão que o povo tem pelos desportos motorizados, e o Dakar em particular, como também, e é sempre importante, deu uma excelente imagem do nosso país. Para esta realidade muito contribuiu a empresa “João Lagos Sports”, que pela mão do seu líder, João Lagos, conseguiu “trazer” esta prova para ser iniciada em Portugal. É mais um sinal de competência daquele que é a meu ver o maior empreendedor a nível desportivo do país. Quanto à prova em si mesma, o destaque dos portugueses vai naturalmente para Hélder Rodrigues nas motos e Carlos Sousa nos carros. Hélder Rodrigues, um jovem de 28 anos, conseguiu a sua melhor prestação ficando no 5.º lugar da geral depois de vencer 2 etapas. Carlos Sousa, que para muita gente ficou aquém das expectativas, terminou num honroso 7.º posto. Fez quanto a mim na realidade uma boa prova atendendo ao facto de ser piloto não-oficial da Wolkswagen. Venceu etapas e andou quase sempre ao mesmo ritmo que o piloto oficial, Carlos Sainz. Vamos ver se para o ano temos mais portugueses nos lugares cimeiros o que seria sinal de que estaríamos a progredir nos desportos motorizados. Também em Janeiro decorreu o Open da Austrália em ténis. É certo que esta prova não é tão familiar para os portugueses como é o Dakar, no entanto não será de mais louvar o feito que Roger Federer alcançou. Aquele que é muito possivelmente o melhor jogador de todos os tempos, venceu este torneio sem perder qualquer set, o que é absolutamente fabuloso tendo em conta o nível de competitividade deste desporto. É um jogador que tem arrasado a concorrência neste três últimos anos à custa não só de um excepcional ta- lento, como também de um enorme profissionalismo aliado a uma maneira humilde de estar na vida. Ele é sem dúvida alguma um exemplo a seguir para todos os jovens que praticam desporto em todo o mundo. No futebol, primeiro jogo do ano, primeira surpresa. Um sensacional Atlético a fazer lembrar os bons velhos tempos, vence no Dragão o FC Porto por 1-0 e qualifica-se para a próxima ronda da Taça de Portugal. O clube de Alcântara aproveitou-se de um Porto adormecido e convencido de que as camisolas venciam jogos. O Porto jogou mal e perdeu por culpa própria, e Atlético viveu um dos momentos mais marcantes da vida do clube. Mas de facto, o mês de Janeiro foi claramente nefasto para o FC Porto em termos desportivos. Após ter sido afastado da Taça, foi derrotado na última jornada em Leiria, frente ao União local e viu os seus mais directos opositores aproximarem-se. Vida nova no Campeonato? Será que a equipa passa por uma crise? No artigo que escrevi no passado mês, referi CARTOON que o campeonato estava longe de ser resolvido porque todas as equipas passam por um abaixamento de forma. Penso ser isso mesmo que se passa na equipa portista, um abaixamento de forma que poderá ser acentuado pela ausência de Quaresma nos próximos dois jogos e de Pepe no próximo jogo. É tempo de os rivais da segunda circular, Benfica e Sporting aproveitarem. O Benfica perfila-se como o mais sério candidato a ameaçar o domínio do Porto. O clube da luz está forte. Com um sistema de jogo perfeitamente identificado pelos jogadores, a equipa encontra-se muito confiante. Está muito mais consistente na defesa e bastante mais pragmático na frente. Venceu os últimos 6 jogos que disputou entre campeonato e Taça e recentemente ultrapassou o Sporting na tabela classificativa. É uma equipa com margem de progressão e com capacidade para fazer frente ao Porto. Chegaram entretanto dois reforços na reabertura de mercado em Janeiro. Foram eles Derlei e David Luiz. Derlei dispensa apresentações, é um jogado polivalente e poderá se uma alternativa válida ao constantemente lesionado Miccoli. David Luiz, é um jovem de 19 anos quem veio substituir a vaga deixada por Ricardo Rocha, contratado pelo Tottenham. O jovem que irá ser o terceiro central da equipa, foi uma aposta arriscada por parte da equipa técnica do Benfica já que é um jogador com pouca experiência e com poucas provas dadas. O caso do Sporting é diferente. Também não passa por uma boa fase. Parece uma equipa sem soluções, tem um conjunto de jogadores de qualidade que jogam sempre mas não tem alternativas à altura, por isso, Paulo Bento tem muita dificuldade em fazer uma gestão do grupo, tão importante para uma equipa que quer lutar pelo título. Empatou os dois últimos jogos e não só não aproveitou o deslize do Porto, como viu ser ultrapassado pelo seu maior rival, o Benfica. Ainda para mais não contratou nenhum reforço para o que resta de temporada. O clube passa por uma débil condição financeira que não permite loucuras, mas a equipa necessitava de um ou dois reforços para equilibrar o plantel. Vamos ver se a equipa não sofrerá com isso Este é portanto um mês muito importante na definição das respectivas épocas de cada equipa. O Porto joga na Liga dos Campeões frente ao milionário Chelsea, e terá de confirmar a sua vantagem na Liga sob pena de desmoralizar. O Benfica joga na Taça UEFA frente ao Dínamo de Bucareste numa prova que em tem legítimas aspirações em chegar à final. No campeonato carrega uma pressão terrível de não poder falhar, sob pena de ver o Dragão fugir na luta pelo campeonato. O caso do Sporting é muito similar ao do Benfica, ou seja, tem pouca margem para falhar, mas será que os “putos” têm “estaleca” para aguentar a pressão? Vamos ver… Um abraço! ____ Comentador de Desporto Estacionamento para deficientes nas piscinas O parque de estacionamento que se encontra nas imediações das piscinas municipais de Coruche vai ter quatro lugares de estacionamento para pessoas com deficiência. Dois lugares serão junto à entrada principal do recinto e os outros dois junto ao restaurante. ____ O Jornal de Coruche Lançamento do livro “O que nos dizem as casas”, de Carlos Janeiro O livro que agora vem a público, numa edição do Museu Municipal de Coruche, permite, a quem nem sempre se debruça sobre estes temas, ter um ponto de partida para se questionar, ou mesmo inquietar, sobre temas que parecem ser do senso comum, como casas, arquitectura e paisagem construída, adicionando-lhe uma amplitude técnica, filosófica e artística, sem perder de vista a realidade do meio onde vivemos – Coruche. Integrado na colecção Trajectos da História, terá o seu lançamento no dia 10 de Feve- Ano 1 - Número 10 S ITIOS COM • 47 Fevereiro de 2007 H ISTÓRIA Estação Arqueológica do Cabeço do Pé d'Erra Na Freguesia da Erra Nesta estação foram encontrados vestígios que confirmam a fixação das populações desde o período Paleolítico. Foram encontrados, ainda, objectos que datam do período Calcolítico, cerca de 3000 anos antes de Cristo. Alguns desses objectos, segundo parecer especializado, situam-se entre 2800 e 1500 a.c. Presume-se que neste local existiu um aglomerado populacional da época e que os seus habitantes viviam da pastorícia e da agricultura. reiro, pelas 16 horas, no Museu Municipal de Coruche. A não perder! Esta Estação Arqueológica encontra-se de momento fechada ao público e os estudos estão suspensos. Antas do Peso Na Freguesia do Couço JCL A Tasca Restaurante – Cervejaria – Marisqueira ESPECIALIDADES: Cozinha Tradicional • Carnes Nacionais • Peixes Frescos Doces Regionais • Mariscos Frescos Rua 5 de Outubro (edifício Mercado Municipal) 2100 Coruche Telef.: 243 618 748 [email protected] Ocorrências Finais de 2006 Em 2006, foram vigiados durante todo o ano as Piscinas Municipais de Coruche, de Santarém (Sacapeito) e o Complexo Aquático de Santarém e de Janeiro a Setembro as Piscinas Municipais de Almeirim. Durante a Época Balnear, além dos já referidos, também foram vigiadas as Praias Fluviais de Coruche (Agolada e Monte da Barca). • Registaram-se em 2006, 1039 Ocorrências Totais, 61 Ocorrências Graves, 27 Salvamentos (Incluídos nas ocorrências Graves) e 0 Acidentes Mortais. Comparativamente ao ano de 2005, registou-se uma subida das ocorrências totais, mas uma descida de 40%, nas ocorrências graves e nos salvamentos aquáticos realizados. ____ Assine o Jornal de Coruche Tlm 91 300 86 58 www.ojornaldecoruche.com A cerca de 45 km da vila de Coruche, no extremo sul do concelho, encontram-se as Antas do Peso, datáveis, grosso modo, dos períodos Neolítico e Calcolítico. ____ Fonte: www.cm-coruche.pt Recebemos da Direcção do Grémio – Clube Artístico Comercial Coruchense, a seguinte carta que a Associação para o estudo e defesa do Património cultural e natural de Coruche lhes enviou, com pedido de publicação. Centenário do Grémio Exmo Sr. Presidente da Direcção do Clube Artístico Comercial Coruchense Rua de Santarém 2100-228 Coruche Não queremos deixar extinguir o presente ano, sem vir dizer-lhes quanto, para nós, é agradável podermos registar o facto de a vossa colecAssociação Para tividade ter completado100 anos de existência. o Estudo e Defesa Fundado em 1 de Maio de 1906, o Clube Artístico Comercial do Património Coruchense atravessou um século pleno de perturbações sociais e, certamente, a sua longevidade foi conseguida graças a muito esforço e Cultural e Natural espírito de resistência, que merecem a nossa admiração. do Concelho de Num momento, em que o movimento associativo, no nosso país e Coruche no nosso concelho, enfrenta certas dificuldades, consideramos grato, para todos nós que, a partir deste ano, possamos contar com duas associações centenárias, no Centro Histórico da Vila de Coruche, de onde, esperamo, nunca sejam obrigadas a sair. Queremos cumprimentar todos os vossos associados, nas pessoas dos órgãos sociais, e desejar ao “Velho Grémio” vida longa e cheia de realizações, que preencham saudável e culturalmente a vida de todos os seus elementos, como contributo valioso, para o progresso da comunidade, a que todos pertencemos. Neste ano de centenário, queremos, ainda, manifestar-lhes a nossa solidariedade associativa, na certeza de que todas as associações precisam de estar mais próximas, conhecer-se melhor, sentir-se solidárias. Com os melhores cumprimentos O Presidente da Direcção António da Silva Teles
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