Frecuencia Latinoamérica

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Frecuencia Latinoamérica
Frecuencia
COMUNICAÇÃO SEM FIO NA AMÉRICA LATINA
Ano 9 - Nº 65 - Abril 2005
Edição em PORTUGUÊS
Latinoamérica
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Melhores
OPERADORAS
2005
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1
28/3/2005, 10:41
Frecuencia
Latinoamérica
EDITORIAL
Nº 65 Abril 2005
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F
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FRECUENCIA LATINOAMÉRICA circula dez vezes no ano e é
distribuída às empresas e executivos do mercado de
telecomunicações sem fio.
Assinatura anual: Latinoamérica, EUA e Canadá: US$ 35.
Europa e Ásia: 60 Euros. Brasil R$ 50.
Direitos Reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta
publicação sem prévia autorização da direção. As opiniões contidas
na revista Frecuencia Latinoamérica refletem a posição dos autores e
não necessariamente a da ITP Editorial.
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oi com uma indisfarçável ponta de orgulho que a equipe
editorial da FRECUENCIA LATINOAMÉRICA concluiu a
Quarta Edição Anual do TOP TEN OPERATORS. O resultado, que o leitor poderá conferir nessa edição, comprova: bons
ventos sopram em nossa direção. As 10 melhores operadoras foram selecionadas através do voto direto de um seleto time de
especialistas, mas não deve em função da metodologia aplicada,
ser apontado como um ranking oficial. O resultado expressa a
avaliação e o conhecimento dos analistas, que nos honraram com
a participação no Conselho Consultivo.
Motivos não faltam para comemorarmos. Em 2004, a recuperação econômica do Brasil e da Argentina influenciou o faturamento global dos fornecedores de terminais móveis. As vendas na
América do Sul cresceram mais de 80%, índice muito acima da
média mundial. O Chile mantém a liderança folgada na área. Na
região andina, Equador e Colômbia se consolidam.
No Peru, para evitar um possível monopólio, o Governo instigou a concorrência e licitou uma quarta banda. Até mesmo nos
países em crise política, como Bolívia e Venezuela, os serviços
móveis superaram as dificuldades. Na América Central, os investimentos em novas tecnologias e serviços só fazem ampliar a penetração da telefonia celular.
É verdade que ainda temos muito por fazer. O predomínio
dos sistemas pré-pagos determina uma verdadeira ginástica
por parte das operadoras na busca pelo retorno financeiro.
Nessa jornada, muitas vezes, o assinante paga a conta e sofre
com uma qualidade de serviço aquém da expectativa. Os contratempos, no entanto, não são razões para deixarmos de nos
orgulhar. Ao contrário. Até porque fortes emoções não vão faltar ao longo desse ano.
Nessa edição, a equipe editorial da FRECUENCIA LATINOAMÉRICA retratou ainda dois assuntos: o eterno conflito relativo
à remuneração pela interconexão de rede e a possível adesão
dos países andinos ao Tratado de Livre Comércio, proposto pelos Estados Unidos. Temas polêmicos que, certamente, voltarão
a estar nas páginas da nossa revista. Até a próxima!
Equipe editorial
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ÍNDICE
NOTÍCIAS
NOTÍCIAS
CAPA
6
AMÉRICA LATINA
Desenvolvedores de aplicativos móveis traçam estratégias
para ampliar a receita de dados nos sistemas pré-pagos
8
COLÔMBIA
Novo presidente da Colômbia Móvil/OLA cria unidade
de negócios voltada para o segmento empresarial
10
MÉXICO
Maria Teresa Prieto é reeleita para a presidência da Câmara
Nacional da Indústria Eletroeletrônica do País (Canieti)
12
CDMA
Principais players debatem a evolução do uso da tecnologia
na AL. Evento, que acontece no Rio de Janeiro, Brasil,
reúne os maiores especialistas da área
PERFIL
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Em entrevista exclusiva à FRECUENCIA
LATINOAMÉRICA, o secretário-Executivo
da Comissão Interamericana de
Telecomunicações (CITEL), Clóvis
Baptista, reconhece que, apesar da
liberalização do mercado, a
competição no serviço local ainda é
incipiente. Para o executivo, a única
maneira de reverter o cenário de operadoras dominantes na
região é a evolução para o uso das novas tecnologias sem
fio. Baptista também se posiciona em relação a uma
possível regulamentação do serviço IP
PÁGINA
TOP TEN
14
OPERATORS
Nunca tantas transformações foram capazes de
redesenhar o cenário da comunicação móvel na
região. A quarta Edição Anual do TOP TEN OPERATORS
constata o impacto da telefonia celular em todos os
países do continente latino-americano. Também adianta
que as mudanças estão longe de terminar. Há muito por vir e,
principalmente, por fazer em prol do consumidor. Qualidade de
Serviços, Inovação Tecnológica, Serviços Corporativos, Produtos de
Dados e Rentabilidade foram os quesitos escolhidos pela FRECUENCIA
LATINOAMÉRICA para a definição das 10 operadoras que mais se
destacam. A escolha foi feita a partir da avaliação de um seleto time
de analistas especializados na comunicação móvel na América Latina
MERCADO
30
Ausência de competição nos serviços locais, adoção de
políticas de inclusão digital e adequação legal aos serviços
convergentes são desafios a serem enfrentados pelas
autoridades ligadas ao setor de telecomunicações na AL
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Quem tem razão? Adesão dos países andinos ao
Tratado de Livre Comércio agita os bastidores da área
CASE STUDY
OPINIÃO
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Ex-gerente geral da OSIPTEL, órgão regulador do Peru,
Liliana Ruiz, diz que a adesão dos países andinos ao
Tratado de Livre Comércio com os Estados Unidos não reprime
o direito soberano de cada País andino requerer licenças,
concessões ou qualquer outra habilitação de serviços
PRÓXIMA EDIÇÃO
Operadoras, fabricantes, provedores e desenvolvedores de
serviços ligados à tecnologia promovem de 18 a 20 de abril,
um encontro latino-americano para debater os rumos do
CDMA e a evolução para a Terceira Geração
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Uma das três maiores instituições
financeiras da América Latina,
o Banco do Brasil sela uma parceria
com a operadora Vivo com o intuito
de transformar o celular num
substituto dos cartões bancários
ESPECIAL ANUAL BANDA LARGA SEM FIO
CONFERÊNCIA CDMA AMÉRICA LATINA
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FRECUENCIA LATINOAMÉRICA faz um balanço do mercado de banda
larga sem fio na região. As principais tecnologias em utilização,
expansão de mercado, expectativa de crescimento, tendências futuras e
o desenvolvimento das ações em Wi-Fi e WiMAX na AL são temas de
destaque. As polêmicas em torno da regulamentação e padronização de
equipamentos também estão presentes nessa reportagem especial
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NOTÍCIAS
NOTICIAS
Qualidade de serviços
Em busca da rentabilidade, as operadoras criam
estratégias para atrair o maior número possível de
desenvolvedores. Na região, como o serviço pré-pago
é dominante, O MERCADO DE CRIAÇÃO DE
APLICATIVOS MÓVEIS AINDA É INCIPIENTE
Fabiola V. González
Cidade do México
Agregar valor aos produtos ofertados
aos consumidores. Essa é a máxima adotada pelas operadoras de telefonia móvel no mundo. Na região, o quadro não
é diferente. E uma série de desenvolvedores começa a conquistar a confiança
das teles, mas com o produto pré-pago
dominante, as aplicações disponíveis
ainda são incipientes.
"É necessário que todos os interes-
sados em
fomentar o
mercado de
transações móveis tenham em mente o papel do produto pré-pago na AL. Esse segmento é
a oportunidade de negócio", frisa
Rodrigo Miranda, diretor Geral da unidade mexicana da MCentric, empresa
espanhola especializada no desenvolvimento de serviços de valor agregado
com foco na América Latina.
Atualmente, ressalta Miranda, já é
possível acessar informações de um ERP
pelo celular, mas ainda
há uma resistência cultural por
parte das corporações. O alto custo
dos terminais para a implementação
dessas aplicações também é considerado um entrave para o negócio nas teles
latino-americanas. Ainda assim, afirma
o diretor da MCentric, o mercado cresce. Um exemplo é o contrato assinado
entre a provedora de aplicativos e a Telefônica Móviles do México. Os assinantes da operadora podem contratar um
serviço no qual a partir do celular poderão acessar e-mails, agendas e dados
disponibilizados nas Intranets.
Sem concorrentes
Cabo de guerra
O mexicano Carlos Slim
Helú é o dono do dinheiro.
Pesquisa da Forbes revela
que a fortuna do magnata
passou de US$ 13,9 bilhões
para US$ 23,8 bilhões. Aos
65 anos, o dono da Telmex/
América Móvil, se tornou o
quarto homem mais rico do mundo. Também é o
primeiro latino-americano a ocupar uma posição no
top ten mundial. Em 2003, Slim ocupava a 17ª posição no ranking mundial. A ascensão, explica a Forbes,
aconteceu em função da valorização das ações da
América Móvil, que aumentaram 76%, em 2004. O
concorrente venezuelano Gustavo Cisneros ocupa a
distante 94ª posição no ranking, com uma fortuna
estimada em cinco bilhões de dólares.
Numa prova de que não existe consenso entre as autoridades
da área de telecom no País, o Ministério das Comunicações anunciou a edição por parte do Governo de um decreto que irá viabilizar
o desenvolvimento dos programas de inclusão digital financiados
com recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) sem, no entanto, criar um serviço público, modelo defendido pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
A medida foi oficializada pelo secretário-Executivo do Ministério, Paulo Lustosa. Ele adiantou que o decreto determinará as normas necessárias para viabilizar o financiamento das duas modalidades desenhadas para agilizar a adoção dos projetos de inclusão
digital: forma direta (através das concessionárias de telecomunicações) ou indireta, por meio de convênios com Estados e municípios.
O secretário-Executivo do Ministério assegurou que a alternativa
sofreu uma análise jurídica. Não foi constatado nenhum conflito legal
com relação à medida na Lei do Fust nem na Lei Geral de Telecomunicações. Atualmente o fundo reúne recursos de R$ 3,4 bilhões, a
maior parte contigenciada para os cofres da área econômica.
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NOTÍCIAS
Ex-Telcel assume Movida
Talktelecom investe
R$ 20 milhões
Especializada na oferta de soluções de infra-estrutura de
contact centers para operadoras móveis e fixas, a empresa
norte-americana estrutura uma operação na região através
da abertura escritórios na Argentina, Chile, Colômbia, México, Peru, Venezuela e Brasil. O reconhecimento de voz é uma
das maiores apostas da Talktelecom.
O diretor comercial da empresa, André Merçon, admite que o
uso da tecnologia ainda esbarra na resistência cultural do latinoamericano interagir com uma máquina, mas o momento é o de
investir na disseminação das soluções. "Os portais de voz, principalmente nas operações móveis não evoluíram por uso de
ferramentas erradas e de estratégias confusas", destaca o executivo.
Nos Estados Unidos, por exemplo, uma grande usuária da
tecnologia da Talktelecom é a companhia aérea American Airlines.
Através da solução, o cliente da empresa interage com a máquina a partir de um menu de opções. A plataforma do Talk ePBX /
IP é composta por sete módulos: PABX, URA (Unidade de Resposta
Audível), discador automático, correio de voz, DAC (Distribuidor Automático de Chamadas), conferência e VoIP.
Enrique J. Garcia, ex-presidente da Telcel Bellsouth,
assumiu a presidência da Movida Comunicações, primeira
operadora a oferecer serviços MVNO (Mobile Virtual Network
Operators), no qual a carrier não possui uma infra-estrutura
própria. Ela compra minutos das teles estabelecidas e depois
os revende no varejo. Os planos da Organização Cisneros,
dona da carrier, são ambiciosas. A intenção é atender aos 40
milhões de hispânicos que vivem nos Estados Unidos.
Osorio: sem mudanças
O novo presidente da Colombia Móvel/OLA, León Darío
Osorio Martínez, assegurou que não planeja fazer nenhuma
alteração na estratégia de atuação da tele no País. A única
medida nova é a criação da vice-Presidência de Mercado,
sem um titular ainda nomeado, que terá a função de
estabelecer as novas práticas de vendas da carrier. A
nomeação do executivo foi endossada pelos Presidentes da
Empresa de Telecomunicações de Bogotá (ETB), Rafael Orduz,
e Juan Felipe Gavíria, da Empresa Pública de Medellín.
SALDO POSITIVO
• Os investimentos estrangeiros CRESCERAM 44% NA REGIÃO EM 2004, ULTRAPASSANDO OS
US$ 56,4 BILHÕES, informa a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal)
• O BRASIL RECEBEU US$ 18,165 BILHÕES
E LIDEROU O RANKING DE INVESTIMENTOS.
O México ficou em segundo lugar com US$ 16,6
bilhões. Na terceira posição ficou o Chile com US$
7,6 bilhões. No ranking da Cepal estiveram ainda
Colômbia - US$ 2,35 bilhões, Trinidad e Tobago US$ 1,8 bi, Peru com US$ 1,39 bi, Equador,
US$ 1,2 bi e Venezuela com US$ 1,14 bi
BRASIL
MÉXICO
CHILE
COLOMBIA
TRINIDAD Y TOBAGO
PERÚ
ECUADOR
VENEZUELA
• O resultado revela UM INCREMENTO DE APORTES NA ARGENTINA – US$ 1 bilhão – MAS O NÍVEL
DE PARTICIPAÇÃO ESTRANGEIRA NO PAÍS É UM DOS MAIS BAIXOS DOS ÚLTIMOS 15 ANOS
• OS PAÍSES QUE MAIS INVESTIRAM NA AL FORAM OS ESTADOS UNIDOS, COM 21,8%
DE PARTICIPAÇÃO, Espanha, com 16,3% e a Holanda, com 10,5%
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CASE STUDY
CRÉDITO
de confiança
Parceria entre Banco do Brasil e Vivo
promete TRANSFORMAR O CELULAR NUM
SUBSTITUTO DOS CARTÕES BANCÁRIOS
VANGUARDA
Fazer do celular o substituto ideal dos cartões de débito e crédito. Esse é, hoje, o serviço que demanda maior
atenção dos desenvolvedores do Banco do Brasil. A intenção da instituição é lançar o produto comercialmente ainda no segundo semestre desse ano. Através dele, o
correntista poderá validar uma transação comercial – seja
ela tradicional ou via Web - através de uma ligação celular.
Uma das possibilidades, exemplifica o vice-Presidente de Tecnologia do Banco do Brasil, Cerqueira César,
é o correntista ir a um posto de gasolina para encher o
tanque do carro. A proposta é que o cliente
disponibilize o número do celular para o
frentista, que fará a comunicação com o ban-
Luiz Queiroz
co da transação comercial. Em tempo real, há
Brasília
Tempo é subjetivo. Na área da
tecnologia avançada a afirmação
é ainda mais apropriada. Em 2003,
as instituições financeiras acreditaram na possibilidade de inovar a oferta de serviços através da telefonia celular. Só que o resultado não agradou.
As redes se mostraram inadequadas
e a velocidade de transmissão de dados decepcionou. Pouco mais de dois
anos depois, o cenário se apresenta
absolutamente diferente. As redes
móveis atuais são capazes de oferecer velocidades médias de transmissão de dados superiores,
inclusive, às das redes fixas tradicionais.
Com a evolução da infra-estrutura celular, o Banco
do Brasil – maior instituição financeira do País e da
América Latina, que obteve um lucro de R$ 3 bilhões,
em 2004 – decidiu retomar os investimentos na área
móvel e com uma boa pitada de ousadia. A proposta é
transformar o celular num substituto para os cartões
de crédito e débito.
Tanto é assim que a instituição fechou um acordo
comercial com a Vivo, para garantir a oferta de serviços
semelhantes aos disponíveis nos caixas eletrônicos ou
no Internet banking nos celulares da operadora. O vicePresidente de Tecnologia do Banco do Brasil, José Luiz
Cerqueira César , informa, no entanto, que o processo
acontecerá de forma gradual.
Os terminais móveis vão realizar transações que não
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a confirmação da instituição junto ao cliente
da intenção de compra.
Caso a resposta seja positiva, bastará digitar
uma senha para confirmar a transação comercial.
“Essas etapas acontecem em segundos”, explica
o executivo de TI. Cerqueira César não teme o uso
da mobilidade. Segundo ele, as infra-estruturas móveis estão cada vez mais capacitadas e seguras.
exijam comprovantes ou recebimento de valores. “É
preciso uma melhor adequação das aplicações e do
processo. Tudo é muito inovador”, destaca o executivo. Mas os clientes do BB poderão, por exemplo, realizar
pagamentos, fazer aplicações financeiras e transferências de valores para outras contas correntes.
A maior parte das operações online da instituição
acontece nos caixas eletrônicos (55%) e no Internet
Banking (30%). O diferencial, adverte o executivo, está
na curva de crescimento do número de clientes contratantes de serviços pelo celular. Hoje, essa taxa já está em
3% ao mês. “A velocidade é muito maior do que a apresentada durante o período de lançamento do Internet
Banking”, sinaliza Cerqueira César.
Atualmente, o BB possui duas linhas de serviços
disponíveis na plataforma móvel. A primeira oferece
notificações e o envio de informações para clientes.
Já a segunda, é o mobile banking efetivo, ou seja,
permite ao correntista da instituição transferir todas
as operações feitas pela Internet tradicional para o
terminal móvel celular.
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NOTÍCIAS
Prova de fogo
Quarta edição do CDMA Latin América Regional
Conference DEBATE O FUTURO DA TECNOLOGIA
Ana Paula Lobo
São Paulo
De 18 a 20 de abril, fabricantes de equipamentos, provedores de conteúdo, desenvolvedores de aplicativos, operadoras e agências reguladoras discutem o presente e o
futuro da tecnologia CDMA na América Latina. O evento,
que acontecerá no Rio de Janeiro, Brasil, terá como temas
principais o acesso universal à telecomunicação, banda larga e a expectativa de receita por parte das teles a partir da
oferta de serviços avançados de voz, dados e imagens com
o uso da tecnologia CDMA.
O ambiente latino-americano não se mostra favorável
ao CDMA. No Brasil, maior mercado da região, o GSM já
contabiliza cinco milhões de assinantes a mais. Nos demais
países, o quadro não é diferente. As operadoras integrantes da holding mexicana América Móvil, por exemplo, migraram suas infra-estruturas para o GSM.
Unificadas em toda a região sob a marca MoviStar - com
exceção da brasileira Vivo, que tem a Portugal Telecom com
50% do controle acionário – as teles dirigidas pela espanhola Telefônica Móviles ainda não têm uma definição estratégica com relação à migração ou não do CDMA para o
GSM, principalmente na Argentina e no Chile.
Numa tentativa de reverter o panorama, os defensores
do CDMA aproveitam a quarta edição da Conferência Latino-Americana para apresentar, por meio de exemplos práticos de gigantes usuárias, as vantagens do uso da tecnologia.
O evento contará com a participação dos principais executivos da China Unicom e das norte-americanas Verizon e Sprint.
Outro tema que promete esquentar os debates, desta
vez com os órgãos reguladores, será o uso do CDMA 450
MHz como principal tecnologia para a oferta de serviços
de última geração de telecomunicações em áreas remotas e ainda não cobertas pelas operadoras tradicionais.
Projetos piloto foram realizados em vários países, mas
ainda não há uma definição oficial com relação à liberação ou não da freqüência.
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ATUALIDADE
• A tecnologia CDMA encerrou
2004 com 240 milhões de
assinantes, sendo 147 milhões
usuários da Terceira Geração
• Na América Latina, o CDMA
somou 42 milhões de assinantes.
Na Ásia, a tecnologia é adotada
por mais de 105 milhões de
consumidores. Já nos Estados
Unidos são 92 milhões de usuários
e o CDMA detém 47% do market
share da telefonia móvel
• Em 2008, o CDMA deverá somar
mais de 370 milhões de
assinantes, sendo que mais
de 89% dessa base serão
usuários dos serviços mais
avançados da Terceira Geração
Fonte: Yankee Group
Brew x Java
O embate dos mundos CDMA e GSM desembarcou no modelo
de negócio considerado de maior rentabilidade para as operadoras: o desenvolvimento e a transmissão de aplicativos móveis. O
mundo CDMA afia as garras na defesa do Brew, tecnologia criada
há pouco mais de quatro anos pela Qualcomm.
A mais recente novidade anunciada pela fabricante é o suporte
a desenvolvedores e distribuidores BREW para a criação de jogos
de comunicação móvel em 3D otimizados para os chipsets MSM™
(Mobile Station Modem™, modem de estação móvel) e Enhanced
Multimedia Platform (plataforma de multimídia avançada) adequados à Terceira Geração – seja ela WCDMA ou CDMA2000.
Já o mundo GSM incorporou o ambiente Java. "O Java é um
elemento crítico para estimular a adoção de serviços de dados
móveis nas teles que estão investindo no mundo baseado em
GSM/GPRS/EDGE", destacou o presidente da 3G Americas, Chris
Pearson, em informe distribuído à comunidade.
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PATROCINADOR
CAPA
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Ana Paula Lobo, Clara Persand e Fabíola González
São Paulo, Miami e México
efinir o amanhã na indústria da telefonia móvel celular é uma dura tarefa delegada aos especialistas.
Negócios não páram de ser fechados. Na disputa pela
hegemonia, as operadoras ampliam a oferta dos serviços.
A venda de terminais celulares explodiu. Foram tantos os
aparelhos comercializados que, pela primeira vez, a
América do Sul influenciou na performance financeira
mundial do setor, mesmo com o predomínio absoluto dos
serviços pré-pagos, mais adequados à realidade econômica e social do assinante da região.
Pesquisa do Gartner revelou que, em 2004, a América do
Sul registrou um incremento superior a 80% nas vendas, marca histórica, mas capaz ainda de ser superada, uma vez que os
maiores mercados da área – Brasil, México e Argentina – ainda têm
demandas a serem atendidas. E não são apenas os “grandes” que
aparecem. Os demais países da comunidade latino-americana, entre
eles, o Equador e a Colômbia, também sinalizam excelentes performances.
Neste cenário singular, FRECUENCIA LATINOAMÉRICA apresenta
a quarta edição anual do TOP TEN OPERATORS, uma seleção não-oficial
das operadoras móveis que mais se desTOP TEN OPERATORS*
tacam na região. A partir de critérios como
qualidade de serviço, inovação tecnológica, ser• BELLSOUTH COLOMBIA (MOVISTAR)
viços corporativos, serviços de dados e rentabi• ENTEL PCS CHILE (GRUPO ALMENDRAL)
lidade, um seleto time de analistas da região aceitou a missão de apontar os 10 destaques na ope• MOVILNET VENEZUELA (CANTV)
ração móvel celular da América Latina.
Participaram do conselho consultivo o ana• NEXTEL ARGENTINA
lista principal para a América Latina do Yankee
• NEXTEL MÉXICO
Group, Wally Swain, Marc Einstein, analista da
Pyramid Research para os países andinos,
• PERSONAL ARGENTINA
Vanessa Larez, analista da Pyramid Research
para a América Central, Alex Zago, analista da
• TELCEL MÉXICO
Frost &Sullivan Brasil, Sol Elliot, analista da Frost
• TELEMIG CELULAR (BRASIL)
&Sullivan Argentina e Ernesto Piedras, diretor
Geral da consultoria mexicana Competitive
• TELEFÓNICA MÓVILES GUATEMALA
Intelligence Unit. O TOP TEN OPERATORS contou
(MOVISTAR)
ainda com a participação especial de Federico
• VIVO (BRASIL)
Amprimo, consultor da IDC Peru, que analisou o momento do mercado móvel no País.
* Em ordem alfabética
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Nunca tantas transformações foram capazes de redesenhar o
cenário da comunicação móvel na região. Na quarta edição anual
do TOP TEN OPERATORS, FRECUENCIA LATINOMAÉRICA constata que
AS MUDANÇAS ESTÃO LONGE DE TERMINAR. HÁ MUITO AINDA POR
VIR E, PRINCIPALMENTE, POR FAZER EM PROL DO CONSUMIDOR
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METODOLOGIA
QUALIDADE DE SERVIÇOS,
INOVAÇÃO TECNOLÓGICA,
SERVIÇOS CORPORATIVOS,
PRODUTOS DE DADOS E
RENTABILIDADE foram os
quesitos escolhidos pela
FRECUENCIA LATINOAMÉRICA
para definir a eleição das 10
operadoras que mais se
destacam na região
de seleção
SERVIÇOS CORPORTATIVOS
• NEXTEL ARGENTINA
• NEXTEL MÉXICO
SERVIÇOS DE DADOS
• MOVILNET (CANTV) VENEZUELA
• VIVO (BRASIL)
QUALIDADE DE SERVIÇOS
N
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esta quarta edição Anual do TOP TEN OPERATORS, o
conselho editorial da FRECUENCIA LATINOAMÉRICA e
o time de especialistas convidados para participar da iniciativa estabeleceram, de comum acordo, readequar os
critérios adotados para a votação e definição das 10 melhores da região. As mudanças ocorreram em função da
própria evolução da tecnologia. Novas redes ampliaram a
gama de serviços e produtos ofertados aos consumidores.
Foi acordado que as duas operadoras mais votadas,
em cada um dos critérios pré-definidos para a seleção
dos analistas - qualidade de serviços, inovação tecnológica, serviços corporativos, produtos de dados e rentabilidade – seriam as escolhidas para formarem o time das
10 melhores da América Latina.
Como FRECUENCIA LATINOAMÉRICA não realizou
um ranking oficial, em função das metodologias aplicadas, as relações das 10 melhores e das operadoras destacadas em cada critério estão apresentadas em ordem alfabética. A intenção é a de assegurar aos leitores a isenção
do trabalho realizado pelos especialistas integrantes do
Conselho Consultivo e pela equipe editorial da revista.
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• ENTEL PCS (GRUPO ALMENDRAL) CHILE
• TELCEL MÉXICO
INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
• TELEFÔNICA MÓVILES (MOVISTAR)
GUATEMALA
• VIVO
RENTABILIDADE
• NEXTEL MÉXICO
• TELEMIG CELULAR (BRASIL)
Obs: resultado obtido a partir da consolidação dos votos dos
analistas de mercado participantes do Conselho Consultivo da
quarta edição do TOP TEN OPERATORS
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Dentro da metodologia traçada pela FRECUENCIA
LATINOAMÉRICA foi acertado que, no caso de uma operadora terminar sendo selecionada em mais de um critério, a tele imediatamente melhor votada no quesito no
qual essa operadora já escolhida despontasse pela segunda vez, seria pré-selecionada para ocupar uma das posições do quadro TOP TEN. Para confirmar a participação,
essa operadora pré-selecionada teria ainda que estar presente na lista de votação do critério qualidade de serviço
– escolhido para ser o item desempate, em função de
estar relacionado com o atendimento ao assinante.
A modelagem de desempate se mostrou absolutamente necessária. Duas operadoras – Vivo e Nextel
México – foram escolhidas mais de uma vez pelos
analistas. A brasileira Vivo ficou entre as duas mais
votadas nas categorias Inovação Tecnológica e Servi-
ços de Dados. Já a mexicana Nextel despontou nos
itens Serviços Corporativos e Rentabilidade. Na linha adotada para a apuração dos votos, a Vivo foi
selecionada no item Inovação Tecnológica e a Nextel,
no quesito Serviços Corporativos.
Diante desse resultado, as operadoras imediatamente
melhor votadas nos quesitos serviços de dados e rentabilidade, nos quais a Vivo e a Nextel México foram escolhidas, passaram a disputar as duas vagas restantes no
TOP TEN OPERATORS. As operadoras passaram ainda
pelo crivo do quesito desempate – o critério qualidade
de serviço – para serem, enfim, alçadas ao quadro das
10 melhores. Nos parâmetros da metodologia, as teles
BellSouth Colômbia e Personal Argentina foram as que
apresentaram melhor performance. Tanto é assim que
estão na lista do TOP TEN OPERATORS.
CONSIDERAÇÕES
• O trabalho realizado pela FRECUENCIA LATINOA-
da adoção dessas normas, as operadoras BellSouth Co-
MÉRICA não tem o objetivo de apresentar um ranking,
lômbia e Personal Argentina –foram as selecionadas para
mas, sim, relacionar os 10 destaques na telefonia
complementarem o TOP TEN OPERATORS
móvel celular na região, conforme a avaliação do time
de analistas convidados para integrarem o Conselho
• A votação em curso no website da FRECUENCIA
(www.frecuenciaonline.com) não foi levada em conside-
Consultivo do TOP TEN
ração para a elaboração do TOP TEN. O resultado da enquete
• O resultado final apurado foi obtido a partir da conso-
será divulgado no próprio website ao final desse mês
lidação dos votos dados pelos especialistas, respeitando
os critérios estabelecidos pelo conselho editorial da
• A grande movimentação no mercado de telefonia mó-
FRECUENCIA LATINOAMÉRICA: serviços corporativos,
vel celular na região determinou a criação de uma regra
serviços de dados, qualidade de serviço, inovação tecno-
específica. Foi decidido que todas as operadoras envol-
lógica e rentabilidade
vidas em processo de aquisição – BellSouth, Entel PCS
Chile, Movilnet Venezuela e Telemig Celular (Brasil) –
• As duas operadoras mais votadas em cada critério indi-
poderiam constar da seleção, uma vez que mantêm ope-
cado pelo conselho editorial foram automaticamente
rações normais de atendimento ao cliente
incluídas no TOP TEN
• Durante a apuração do TOP TEN OPERATORS, a Tele• Como ocorreu a eleição de uma mesma operadora em
fônica Móviles oficializou a integração das operações da
mais de um quesito – Vivo e Nextel México – o conselho
BellSouth. Ao longo desse mês de abril, todas as opera-
editorial estabeleceu que o critério para complementar a
doras do grupo na AL – com exceção da Vivo (Brasil), que
lista do TOP TEN OPERATORS seria o de apontar as ope-
tem também a Portugal Telecom como acionista (50%)-
radoras imediatamente selecionadas nos itens qualidade
vão atuar sob a marca MoviStar. Como o anúncio ocor-
de serviço e inovação tecnológica pelos especialistas
reu após a entrega dos votos do time de especialista, o
conselho editorial da FRECUENCIA LATINOAMÉRICA
• O quesito qualidade de serviço foi o escolhido pelo
sustentou a decisão de incluir as operações BellSouth
conselho editorial para ser o critério desempate. A partir
no processo de seleção dos 10 destaques
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FRECUENCIA Latinoamérica
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PATROCINADOR
CAPA
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SERVIÇOS CORPORATIVOS
Topo da PIRÂMIDE
NEXTEL ARGENTINA e NEXTEL MÉXICO
sobressaem junto ao segmento empresarial
De longe os maiores responsáveis pela rentabilidade
financeira alcançada ao longo dos últimos tempos, os
usuários corporativos não atingem a casa dos dois dígitos em termos de representatividade numérica na carteira de clientes das teles móveis. Por quê? Para os analistas convidados a fazer parte do Conselho Consultivo
do TOP TEN OPERATORS, a resposta pode estar num
erro estratégico cometido no início das atividades. Na
época, as teles preferiram adequar os produtos desenhados para atrair o público convencional às demandas
das corporações. Não foi formulado um plano especial.
“Foi talvez o grande erro das operadoras. Elas
priorizaram a quantidade, e de uma certa forma, desprezaram a qualidade do perfil empresarial.Agora são
obrigadas a correr atrás”, avalia Wally Swain, principal
analista do Yankee Group para a América Latina. Coincidência ou não, nos votos apurados no time de especialistas do TOP TEN OPERATORS, a única operadora que
centrou todos os seus esforços no mercado empresarial
despontou como favorita absoluta.
As subsidiárias da Nextel Holdings no Argentina e no
México foram as mais votadas no quesito serviços corporativos para formarem o TOP TEN. A analista da Frost &
Sullivan da Argentina, Sol Elliot, avalia que o maior êxito
da Nextel é o de criar serviços focados na demanda das
empresas. Em 2004, destaca a especialista, a operadora
lançou um produto representativo dessa tese: o Conexão
Direta Internacional, que permitiu aos assinantes da
carrier se conectarem de forma simples e via rádio, com
outros assinantes da tele localizados nas filiais da região:
Brasil, México, Peru e Estados Unidos,além é claro, da
própria Argentina. A adesão dos consumidores foi grande. A operadora conquistou uma performance ainda melhor na parte de rentabilidade por usuário. A média de
consumo por assinante ficou em torno dos US$ 40.
SERVIÇOS DE DADOS
Última
GERAÇÃO
Usuárias da tecnologia CDMA 1x e EV-DO,
MOVILNET, da Venezuela, e VIVO, do Brasil,
são os destaques na área de aplicativos móveis
Nesta batalha, o GSM perdeu. As duas operadoras
mais votadas pelos especialistas no quesito serviços
de dados são as que mais investiram na evolução das
infra-estruturas CDMA na América Latina. A Movilnet,
da Venezuela, e a Vivo, do Brasil, apostam na força da
última geração CDMA – o EV-DO, que permite a transmissão de dados numa velocidade média de 400 Kbps
- para conquistar os consumidores mais exigentes e
interessados em contratar serviços, considerados já
de Terceira Geração.
É verdade que a capacidade EV-DO das duas operadoras ainda é pequena, mas tanto a Vivo quanto a
Movilnet não poupam recursos para evoluir a infra-es-
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FRECUENCIA Latinoamérica
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trutura CDMA, especialmente nas grandes cidades onde
atuam. Atualmente as teles têm suas redes baseadas na
tecnologia CDMA 1x, que permite uma transmissão de
dados a uma velocidade de 144 Kbps.
O analista responsável pelos Países Andinos na
Pyramid Research, Marc Einstein, destaca o trabalho
realizado pela Movilnet para impedir a disparada da
rival Telcel, da Telefônica Móviles, na liderança de mercado. A Venezuela, no final de 2004, contava com pouco
mais de sete milhões de assinantes na telefonia celular.
A Movilnet somou 2,7 milhões e foi à luta: anunciou a
intenção de comprar a Digitel, subsidiária da Telecom
Itália, por US$ 450 milhões.
O negócio ainda está em processo de avaliação pelos órgãos reguladores, mas caso seja aprovado levará
pelo menos 1,3 milhão de novos assinantes à carteira
da operadora. Na avaliação dos especialistas, ao apostarem numa infra-estrutura de última geração e reforçarem o portfólio de aplicativos móveis, Movilnet e Vivo
se preparam para disputar com a Nextel, a preferência
do usuário corporativo.
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PATROCINADOR
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INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
Antenas LIGADAS
TELEFÔNICA MÓVILES GUATEMALA e
VIVO BRASIL brilham no quesito Tecnologia
Tamanho não é documento. Essa é a mensagem passada pelos especialistas do conselho consultivo do TOP
TEN OPERATORS na avaliação do critério Inovação Tecnológica. As duas operadoras selecionadas – Telefônica
Móviles Guatemala e Vivo Brasil – têm portes absolutamente distintos, mas foram apontadas como as mais criativas no uso das inovações tecnológicas.
Recém-superada a fase de integração com a BellSouth,
a Telefônica Móviles Guatemala soma pouco mais de 750
mil assinantes. O diretor Geral da consultoria mexicana
Competitive Intelligence, Ernesto Piedras, ressalta a coragem da carrier em apostar na evolução do CDMA.
“Ao migrar para CDMA 1xRTT, a Telefónica
Guatemala provou disposição para brigar pelos assi-
nantes com a rival América Móvil, usuária da tecnologia GSM. Também ampliou a possibilidade de serviços
no País”, destaca Piedras. Ao final de 2004, a Guatemala
possuía pouco mais de 2,5 milhões de assinantes. Em
2005, a concorrência deverá trazer um incremento de
40% no número de assinantes.
Com quase 27 milhões de assinantes, sendo mais de
19 milhões já na rede CDMA, a Vivo conseguiu um fato
inédito: é a única representante latino-americana a figurar entre as 10 maiores operadoras mundiais de telefonia celular. Alex Zago, analista da Frost& Sullivan do
Brasil, diz que o posicionamento em prol da inovação foi
uma estratégia de defesa muito bem articulada, diante
da maior presença das concorrentes GSM no País.
“Ao lançar produtos de última geração como os
aplicativos de localização e o Vivo Avisa e o Vivo Agenda,
a tele prova aos assinantes GSM que a tecnologia CDMA
é capaz de oferecer os mesmos produtos”, complementa
o analista brasileiro. A Vivo, mesmo que ainda de uma
forma experimental, é a operadora brasileira mais focada
nos projetos ligados às tecnologias Wi-Fi e WiMAX.
RENTABILIDADE
Lucro
CERTO
Na busca pela almejada lucratividade,
NEXTEL MÉXICO e TELEMIG CELULAR, do
Brasil, viram exemplos a serem seguidos
O resultado apurado a partir dos votos dos especialistas do Conselho Consultivo nesse critério pode até
surpreender. Especialmente em função da votação recebida pela Telemig Celular, operadora brasileira com
pouco mais de 2,77 milhões de assinantes e com presença no Estado de Minas Gerais.
Só que essa “pequena notável” está sendo disputada a peso de ouro pelas titãs Telefónica e América Móvil,
através da Vivo e da Claro. Por quê? A resposta é simples. A Telemig Celular, em 2004, obteve um lucro líquido de R$ 159,6 milhões e um EBITDA de R$ 478,9
milhões, com margem de 45,2%, a maior entre todas as
operadoras em atuação no Brasil.
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O resultado é considerado excepcional, até porque a
Telemig Celular é controlada pelo Banco Opportunity, envolvido numa série de questões legais no Brasil e nos Estados Unidos em função das ações praticadas no mercado
de telecom. Até o fechamento dessa edição, a venda da
operadora permanecia suspensa. Apesar dos problemas
judiciais, a Telemig Celular não pára. A empresa mantém
os planos de crescer 7% em 2005. Também quer aumentar o ARPU (receita média por usuário) aos patamares de
2003, quando ele ficou em R$ 35,00, um dos mais altos
do País. Em 2004, esse índice caiu para R$ 32,30.
A presença da Nextel México no critério rentabilidade
foi quase uma unanimidade entre os analistas do Conselho
Consultivo. A operadora, focada no mercado corporativo,
registra o maior ARPU do País e, agora, estabelece novas
diretrizes para crescer junto às micro, pequenas e médias
empresas (Leia matéria “Caldeirão de Emoções” nas páginas 22 e 23). Um dos maiores segredos da operadora, de
acordo com os analistas, é cativar o assinante. Tanto é assim
que o índice de churn – troca de operadoras – na Nextel é
o menor registrado no mercado.
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QUALIDADE DE SERVIÇO
À flor da PELE
ENTEL PCS CHILE e TELCEL MÉXICO
premiadas pelas políticas de
atendimento ao assinante
Crescer e manter a satisfação do assinante. Tarefas
obrigatórias das operadoras, infelizmente não cumpridas pela grande maioria. Atualmente a qualidade do
atendimento é um dos pontos mais sensíveis da oferta
do serviço de telefonia móvel celular na América Latina.
Os assinantes podem ter perfis diferentes, sotaques
distintos, mas as queixas são idênticas: falta de atenção
da operadora após a aquisição do terminal, contas enviadas com valores errados, demora no prazo de reparos
dos aparelhos e promoções não cumpridas. Em todos os
países, as empresas de telefonia lideram o ranking de
reclamações junto aos órgãos reguladores e entidades
de Defesa do Consumidor.
“
CONCILIAR A ESTRATÉGIA DE
CRESCIMENTO COM AS MELHORES
PRÁTICAS DE RELACIONAMENTO
COM O ASSINANTE É LIÇÃO DE CASA
AINDA NÃO APRENDIDA PELAS
OPERADORAS DA REGIÃO
Por terem tentado encontrar as melhores práticas para
se relacionar com os assinantes, as operadoras Entel PCS
Chile e Telcel México foram as eleitas pelos especialistas do
TOP TEN OPERATORS como as de melhor desempenho
no critério qualidade de serviço. As duas operadoras, destacam os analistas, se não conseguiram realizar todos os
pleitos, ao menos tentaram não criar diferenças no atendimento dos clientes de maior e menor poder aquisitivo.
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Razões de orgulho não faltam para Entel PCS e Telcel
México, mas observam os analistas, as operadoras precisam ficar atentas. Qualquer deslize será fatal num momento de competição tão acirrada. Mesmo sendo grandes consumidores dos sistemas pré-pagos, de menor
rentabilidade para as operadoras, os assinantes da telefonia móvel celular na América Latina são exigentes e
reclamam os seus direitos. “Recursos que seriam considerados como acessórios para aparelhos de pontas, como
as telas coloridas, foram rapidamente migrados para os
terminais de preços baixos. E não haverá como ser diferente. O usuário descobriu a tecnologia”, observa Marc
Einstein, analista da Pyramid Research.
SINAL DE ALERTA
No Brasil, por exemplo, a qualidade de serviço chegou num ponto considerado crítico. Em pouco mais de
dois anos, a base de assinantes pulou de 35 milhões
para mais de 65 milhões. Nunca se consumiu tanta
telefonia celular como agora, mas o volume de queixas
também aumentou em progressão geométrica. Num período de 12 meses, as reclamações no call center da
Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) ultrapassaram a casa dos 40%. Com tantos usuários insatisfeitos, o órgão regulador brasileiro decidiu tornar público um ranking mensal com a relação das piores operadoras em atividade no País.
Na Argentina, onde o mercado móvel apresentou
resultados expressivos no ano passado, as operadoras
de telecomunicações também fizeram feio. No ranking
das piores prestadoras de serviços do País, elas brigaram pelos primeiros lugares. Cansada das reclamações
dos usuários, a Subsecretaria da Defesa do Consumidor
recorreu à Justiça para pedir o fim da publicidade enganosa realizada por parte das operadoras. O pior é que
nenhuma das teles móveis escapa das reclamações: CTI
Móvil, Telefónica/Unifon, Movicom (BellSouth) e
Personal se revezam no ranking das queixas.
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PATROCINADOR
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Caldeirão de
EMOÇÕES
Num ambiente de forte
concorrência, OS PRINCIPAIS
JOGADORES DO MERCADO
MEXICANO DEFINEM SUAS
TÁTICAS para conquistar a
preferência do usuário
Fabíola González
Cidade do México
E
m ebulição. Assim se pode definir o status atual do mercado móvel no País. Decepcionado com a falta de competição
na telefonia fixa, o assinante recorre aos serviços móveis
para suprir as necessidades de comunicação. Não á toa o
segmento de telefonia celular registrou, conforme dados
divulgados pela empresa de pesquisa Seleta, um crescimento de 39% na receita em dólares em 2004.
A “guerra” entre os principais jogadores – Telcel, Telefônica, Nextel, Unefon e Iusacell – está declarada. No
embate, as três primeiras reúnem vantagens que as colocam como principais candidatas às maiores fatias desse
bolo tão cobiçado. FRECUENCIA LATINOAMÉRICA aproveita o TOP TEN OPERATORS para revelar a visão estratégica dos principais jogadores mexicanos em 2005.
NEXTEL: À CAÇA DE
CLIENTES RENTÁVEIS
Por meio de planos tarifários ilimitados no consumo
de tempo conectado à rede telefônica e de uma nova e
simplificada oferta tarifária, que traz vantagens nas chamadas de longa distância e no recebimento de chamadas, a Nextel mantém a estratégia de focar a atenção no
cliente de maior poder aquisitivo. O modelo se mostra
vencedor. Em 2004, a companhia ampliou em 30% o
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valor pago pelos clientes. Até o momento, a empresa
registra no México um ARPU (receita média por assinante) de US$ 77, o maior da AL.
O diretor de Marketing da Nextel México, Victor
Tiburcio, revela à FRECUENCIA LATINOAMÉRICA que o
churn – troca de operadoras – caiu de 2,1%, em 2003,
para 1,8%, no final de 2004. “É a nossa maior prova do
nível de satisfação dos usuários”, comemora o executivo.
Este ano, um dos planos prioritários da empresa é
reforçar a cobertura no território mexicano. “O Canadá
também está prestes a ser liberado (para nossos clientes), o que significa que conectaremos mais 15 milhões de
empresários com um único clique no telefone”, antecipa
Tiburcio. O desafio maior da provedora é o de crescer
junto ao mercado de pequenas e médias empresas (SMB).
“Estamos buscando os meios para gerenciar de
forma mais eficiente o risco de crédito, mantendo as
métricas de rentabilidade no patamar mais alto possível”, comenta Tiburcio. Para reforçar essa linha de
atuação, a provedora deflagrou uma iniciativa histórica: montou uma rede de canais de vendas para
atender ao SMB e também ao mercado residencial.
Neste último, admite o diretor de Marketing, a expectativa é conquistar os usuários descontentes com
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o padrão de qualidade dos serviços prestados pelos concorrentes
da telefonia fixa e móvel.
QUEM É QUEM
POSICIONAMENTO
TELCEL:
LIDERANÇA ISOLADA
FATURAMENTO 2004
Dos 28,8 milhões de usuários
da Telcel (operadora da América
INVESTIMENTO
Móvil, controlada pelo magnata
PARA 2005
Carlos Slim, da Telmex), mais de
MODALIDADES
27 milhões são clientes do sistema
REDES
pré-pago. Essa característica pode
explicar o porquê de a empresa não
SERVIÇOS DE DADOS
alcançar os níveis de ARPU da
Nextel (totalmente posicionada no
modelo pós-pago), apesar de ser a
Informação fornecida
pelas empresas, com
líder no mercado. Mas dentro do
dados do final de 2004
nicho pré-pago, a Telcel registra um
ARPU altamente competitivo.
Com 15 anos de atuação, a Telcel lidera o segmento
com ampla vantagem, mas não está satisfeita: a meta é
ampliar ainda mais a distância em relação ao concorrente mais próximo, a Telefónica Móviles, subsidiária da Telefónica de España. “Embora alguns até considerem que
o mercado mexicano esteja saturado, na verdade estamos
diante de um nicho que não está engessado. O trabalho
em desenvolvimento é para aumentar nossa participação de mercado” comenta Patricia Ramírez, gerente de
Comunicação Corporativa da Telcel.
Atualmente a Telcel conta com a maior cobertura
no País: a infra-estrutura GSM cobre 660 cidades, onde
vivem 73% dos mexicanos. A meta da operadora do
magnata Slim é expandir ainda mais os pontos de presença, para concluir 2005, com 85% de cobertura nacional. Para efeito de comparação, a rede TDMA da empresa alcança uma cobertura de 89% da população.
Este ano, dos US$ dois bilhões a serem investidos
pela América Móvil, US$ 700 milhões serão destinados
à Telcel, que aplicará os recursos principalmente na
infra-estrutura, aumentando a cobertura e a capacidade das redes.“Dos nossos 28,8 milhões de usuários,
cerca de 11,2 milhões já passaram para GSM. Queremos acelerar o processo de migração”, complementa a
executiva de Comunicação Corporativa da Telcel.
Os serviços de dados não estão fora dos projetos.
Ao longo desse ano, a operadora investirá na ampliação da infra-estrutura EDGE, disponível em 10 cidawww.frecuenciaonline.com
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TELCEL
TELEFÔNICA MÓVILES
NEXTEL
Líder atual no mercado
geral, sobretudo graças
à sua participação no
nicho de pré-pago
Segue melhorando sua
condição de segunda
operadora de telefonia
móvel do país
Possui a melhor
participação do mercado
no segmento de pós-pago
Não disponível
730 milhões de euros
US$ 775,9 milhões
US$ 700 milhões
US$ 1,5 bilhão
(entre 2003 e 2006)
Não disponível
Pré-pago e pós-pago
Pré-pago e pós-pago
Pós-pago
TDMA e GSM
CDMA e GSM
iDEN e GSM
•
•
Datum, para o
mercado corporativo
IDEAS TELCEL, para o
mercado de massa
•
•
•
•
•
•
•
•
Conexão Direta
Acesso à rede telefônica
Nextel Online, serviços de
dados e Internet sem fio
iLocator, serviço de
localização
des do País. Apesar de reconhecer que o investimento
na área será mais cauteloso, a Telcel estima encerrar
2005, habilitando o EDGE em mais 20 cidades.
TELEFÓNICA MÓVILES:
NA CORRIDA PELO PÓS-PAGO
O estágio atingido pela subsidiária mexicana da operadora espanhola é razão suficiente para preocupar a
arqui-rival América Móvil, controladora da Telcel. A base
de clientes da Telefónica Móviles aumentou significativamente nos últimos anos. Mais do que isso: apresentou
uma elevação constante de ARPU, que já chega a apenas
20 pesos mexicanos (cerca de cinco reais) de diferença
do contabilizado pela Telcel, líder absoluta do mercado.
Juan Antonio Azcárraga, diretor de Comunicação e Relações Institucionais da Telefónica Móviles México, ressalta a
importância de mostrar a evolução ocorrida no nicho dos
celulares pós-pagos, também conhecidos como “de contrato”. “O quarto trimestre de 2004 é o segundo trimestre
consecutivo em que obtemos ganhos líquidos positivos. Este
grupo de usuários cresceu 25%”, comemora o executivo.
Assim como a Telcel, a Telefónica trabalha na expansão da rede GSM, que oferece cobertura em 248 cidades
do México, e desponta como o maior fator de aumento de
clientes da empresa. Segundo Azcárraga, em dezembro
de 2004, o percentual do cliente pós-pago em relação ao
conjunto de assinantes aumentou 72%. Em setembro
passado, essa participação no total atingiu 58%.
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Mensagem empresarial
Fatura online
Módulo de acesso
GSM EDGE
Contato direto
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PATROCINADOR
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Estilo de VIDA
Adaptação ao ritmo e ao gosto do assinante são tarefas delegadas às
operadoras da América Central e Caribe. Na área, assim como nos demais
países da região, há um DOMÍNIO ABSOLUTO DOS PRODUTOS PRÉ-PAGOS.
ENTRETANTO HÁ QUEM APOSTE SUAS FICHAS NO CONSUMIDOR MAIS EXIGENTE
Clara Persand
Miami
A
ceitar a realidade e estruturar produtos conforme a vontade do usuário, que elegeu o serviço pré-pago como o melhor meio de possuir acesso à telefonia móvel celular. Mas
também estreitar os laços com o cliente disposto a consumir produtos de última geração. Essas são as máximas de
sobrevivência das operadoras da América Central e Caribe.
Como nos demais países da AL, as campanhas de
captação de novos assinantes se baseiam na incorporação do estilo, do gosto e das preferências dos consumidores. A salvadorenha Digicel, por exemplo, reconheceu
a força dos números – 96% dos assinantes têm celulares
“
O PREDOMÍNIO DOS SISTEMAS
PRÉ-PAGOS NÃO SIGNIFICA UMA
ESTRATÉGIA ÚNICA DE ATUAÇÃO PELAS
OPERADORAS. A DIVERSIDADE DE
PÚBLICO-ALVO É UMA REALIDADE
pré-pagos - e desde o início das operações desenhou
produtos adequados a esse perfil de consumidor.
Uma das inovações da tele, destaca a diretora da
área de Relações Públicas e Publicidade da operadora,
Raquel de Ávila, foi instituir a cobrança das ligações por
segundos, e não por minutos, como a grande maioria
das operadoras faz. O modelo, explica a executiva, permite ao usuário utilizar o saldo excedente dos cartões
pré-pagos após a data de vencimento.
Ciente da força do pré-pago, a Digicel – que opera
uma rede GSM na banda 900 MHz – é conservadora nos
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FRECUENCIA Latinoamérica
24
planos de investimentos e admite que foca a expansão
dos produtos em duas áreas: voz e SMS. A operadora
enxerga os serviços de dados ainda numa fase muito
embrionária, mas admite que o sucesso das mensagens
de textos, especialmente junto aos jovens, impulsiona e
fortalece ainda mais a marca da tele no País.
RUMO OPOSTO
Nem todas as teles optam por focar as ações no assinante de menor poder aquisitivo. Esse é o caso da
Centennial, operadora da República Dominicana, usuária
da tecnologia CDMA 1X. Com a maior parte dos clientes
concentrada no regime pré-pago, a tele decidiu investir em
novos serviços e no uso de tecnologias de ponta para
fidelizar e ampliar a base de assinantes pós-pagos. A estratégia adotada foi a de permitir a esse cliente, mais exigente,
a opção de escolher múltiplos serviços de valor agregado.
O mercado corporativo ganha especial atenção, revela
o diretor de Desenvolvimento de Produtos da Centennial,
Mitsuteru Nishio. Ele diz que há uma série de promoções
envolvendo a oferta conjunta de terminais e de minutos de
voz e dados. “Essa sinergia permite a comunicação integrada entre os empregados destas empresas, com tarifa zero
ou preços muitos especiais”, complementa.
Nessa linha de atuação adotar o que há de mais moderno na tecnologia é uma obrigação na Centennial. A empresa
foi a primeira no País a implementar um hotspot Wi-Fi e já
formula planos para implementar o WiMAX, tão logo os equipamentos sejam disponibilizados pelos fornecedores no mercado. Também estuda a evolução, num médio prazo, da atual rede CDMA 1X para EV-DO, que assegura maior velocidade na transmissão de dados através do terminal celular.
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PATROCINADOR
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O poder da
SUPERAÇÃO
Mesmo enfrentando as mais
diferentes adversidades, o continente
latino-americano mantém a capacidade
de surpreender. NO MERCADO DE
TELEFONIA MÓVEL, O ANO DE 2004 FOI
PARA FICAR REGISTRADO NA MEMÓRIA
Ana Paula Lobo
São Paulo
Q
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uando se fala da América Latina, logo vêm à tona as famosas instabilidades políticas, econômicas e sociais. Seria
mentir dizer que elas não existem. Entretanto a região
sempre reage e revela uma força incomum. Brasil e Argentina nunca venderam tanto celulares, como em 2004.
A Colômbia despontou como o quarto mercado na AL. A
marca é histórica no segmento móvel.
Os olhos do mundo se voltaram, mais uma vez, para
o consumidor latino-americano. Entretanto, ao longo da
apuração do TOP TEN OPERATORS, os analistas convidados pela equipe editorial não deixaram de revelar preocupação com o excesso de quantidade, em detrimento
da qualidade. Também demonstraram receio com a hipótese de uma provável concentração de poder nas mãos
de poucos, mas poderosos jogadores. Os especialistas,
no entanto, ressaltam um fator significativo. Independentemente das suas preferências políticas, os governos
se mostram preocupados em preservar a competição.
Diante de tantas transformações, o cenário atual da
comunicação móvel, embora já bastante modificado, promete ganhar um novo redesenho ao longo de 2005.
FRECUENCIA LATINOAMÉRICA apresenta um diagnóstico do que está por vir.
FRECUENCIA Latinoamérica
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BRASIL
Os números nacionais na telefonia móvel desafiam as previsões dos próprios fornecedores. Após a explosão registrada no
último trimestre do ano passado, a maioria afirmou que haveria
uma queda natural nas vendas. Só que os dados da Agência
Brasileira de Telecomunicações comprovam o contrário. Em fevereiro, o País acrescentou 813 mil usuários no serviço móvel,
um salto de 41% em relação ao mesmo período em 2004. A base
de assinantes chegou a 67,41 milhões. Nesse ritmo, o Brasil terá
pelo menos mais 12 milhões de assinantes até o final desse ano.
Os dados são surpreendentes Após uma bataGSM
lha sangrenta no período
36,85%
de Natal, as operadoras
sossegaram. Elas guarTDMA
dam as armas para o pró33,33% CDMA
ximo round: o dia das Mães.
A quantidade de celulares
29,43%
AMPS
vendidos impacta positi(Analógico)
vamente na economia na0,39%
* Dados Anatel/fev/05
cional, mas também amplia a preocupação com os níveis de qualidade de serviços.
No caso da Vivo, por exemplo, uma das eleitas para o TOP TEN
OPERATORS, o grande calcanhar de Aquiles é a clonagem dos aparelhos – o uso do terminal por outra pessoa através da captura dos
sinais. Os assinantes reclamam das contas erradas e da demora
em se adotar uma solução efetiva para solucionar a falha. Por sua
vez, as operadoras GSM apregoam que a clonagem está fora da lista
de preocupações dos seus clientes, mas também estão no meio da
avalanche das reclamações. A maior parte questiona o tratamento
oferecido através das centrais de atendimento – considerado lento
e ineficaz, na maioria das vezes. Questionadas, as operadoras
optam pelo silêncio e preferem não se pronunciar. A Anatel está
decidida a diminuir o índice e se mostra disposta a aplicar sanções
pesadas às operadoras ao longo desse ano.
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PATROCINADOR
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ARGENTINA
PERU
Depois de amargar uma das piores crises da história, o País apresentou uma performance destacada ao longo de 2004. A economia cresceu,
o consumo também. Na área de telefonia celular, a disputa entre os titãs
mexicanos e espanhóis promete rounds interessantes ao longo desse
ano. O mercado de comunicação móvel fechou o ano de 2004 com cerca
de 14 milhões de assinantes. Para
esse ano, se não houver nenhum
Personal
contratempo, a expectativa de cresArgentina
cimento supera a casa dos 50%.
29,9%
MoviStar
Posições políticas defendidas
(soma dos usuários
pelo Governo Kirchner – entre elas
Movicom e Unifon)
CTI
a estatização de empresas
42,4% (América Móvil)
27,7%
privatizadas em outras gestões –
preocupam os investidores, mesmo com os executivos da área de
telecomunicações assegurando que não haverá qualquer mudança na
área. Ao contrário. Para incentivar ainda mais a disputa, o Governo está
facilitando a criação de uma nova empresa de telefonia – a Comarcoop,
administrada por um conjunto de cooperativas de trabalhadores.
A intenção do Governo é acirrar a concorrência, ao mesmo tempo, que
induz a oferta de serviços de comunicações em áreas carentes. Na corrida
pelo assinante, a Personal Argentina, do grupo Telecom Itália, promete não
se tornar uma coadjuvante de luxo na disputa entre CTI Móvil e MoviStar
(Movicom e Unifon). A operadora programou uma série de lançamentos de
produtos e aposta na infra-estrutura GPRS/EDGE para manter os clientes.
CHILE
Exceção à regra na região, pois um em cada dois chilenos possui um
celular, a penetração do serviço móvel no País – que contabilizava 9,5 milhões
de usuários – registra índices semelhantes aos dos países do chamado primeiro mundo. Ainda assim, 2005 não é um ano de calmaria. A Superintendência de
Telecomunicações (Subtel), órgão regulador chileno, decidiu intervir em questões pra lá de polêmicas, entre elas o preço da tarifa de interconexão de rede.
Por sua vez, o quadro de operadoras ganhou um novo desenho. A Telecom
Itália disse adeus. Vendeu o controle acionário da ex-líder do ranking Entel PCS
para a chilena Almendral. A operadora tem 35% de participação no mercado,
inovou na oferta de serviços de ponta em EDGE e é uma das TOP TEN OPERATORS.
A MoviStar, empresa resultante da fusão das operações Telefônica/
BellSouth “roubou” o primeiro lugar ao somar 48% do market share. A dúvida
é saber como a gigante espanhola irá lidar com a questão das infra-estruturas
rivais – GSM e CDMA. A posição da titã ainda não está transparente com
relação aos investimentos na área. Com tanta movimentação, a briga pelo
assinante promete ser boa. Até porque o mercado a ser conquistado é o de
maior poder aquisitivo. Os serviços de valor agregado vão fazer a diferença.
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As arestas políticas do Poder Executivo com a holding Telefônica
agitam o cenário. O Peru foi o último país da região a altorizar a fusão
Telefônica Móviles/BellSouth. A “briga” foi ainda mais longe. Preocupado com um possível predomínio absoluto da gigante espanhola – caso a
unificação ocorra a Telefônica terá o controle de mais de 80% do segmento celular – o Governo decidiu licitar, em tempo recorde, uma quarta
banda de telefonia móvel. Foi a deixa necessária para marcar a entrada
da América Móvil no País.
E a titã mexicana, através da subsidiária Sercotel, não se fez de rogada. Foi
a única operadora a apresentar uma proposta. Ela investiu US$ 21,1 milhões
para assegurar, por 20 anos, o direito de prestar serviços celulares para os
peruanos. Os planos são audaciosos. Em dois anos, planeja estar presente nas
principais cidades peruanas. Em participação especial no TOP TEN OPERATORS,
o analista da IDC, Federico Amprimo, acredita que a concorrência servirá para
definir o futuro da TIM. A controladora italiana declarou manter interesse
apenas nos mercados do Brasil e da Argentina, mas não colocou, pelo menos
até o fechamento desta edição, a operação no País à venda.
BOLÍVIA, COLÔMBIA, URUGUAI e VENEZUELA
A Colômbia assumiu a quarta posição no ranking da região. No total, o País
soma 11,3 milhões de assinantes e uma grande expectativa de crescimento. A
Comcel (América Móvil) lidera o mercado com 6,2 milhões de usuários. A
MoviStar (Telefónica) vem atrás com 3,6 milhões. A caçula Colômbia
Móvil/OLA soma 1,4 milhão. A briga pelo assinante é grande. A MoviStar
assegurou a manutenção dos investimentos na infra-estrutura CDMA para
reforçar a oferta de serviços de valor agregado. Por sua vez, a Comcel
decidiu baixar os preços dos terminais e dos minutos dos sistemas prépagos. Política adotada também pela Colômbia Móvil/OLA.
Os ares saudáveis da concorrência também circulam no Uruguai. A estatal
Ancel, líder de mercado, foi obrigada a se mexer, assim como, a MoviStar
(Movicom). A América Móvil está chegando e quer 50% do mercado. Venezuela
e Bolívia são os países que enfrentam as maiores instabilidades, mas surpreendem. Na Venezuela, o mercado aguarda a decisão do Governo de aprovar ou
não a compra da Digitel, ex-TIM, pela Cantv, já proprietária da Movilnet,
uma das operadoras TOP TEN OPERATORS. Se a interferência do Governo
Chávez é maior na telefonia fixa, na operação móvel, há uma postura em
prol da competição. O venezuelano é um grande consumidor de inovações.
O País ocupa a segunda posição no ranking mundial no mercado de SMS.
A Bolívia traduz a importância da comunicação móvel na AL. No auge de
uma crise política, a telefonia celular é o setor que registra maior crescimento. O market share é dominado pela Entel – 67% – ainda sob controle da TIM,
apesar dos fortes rumores de venda. O restante é dividido pelas Telecel, de
Millicom, Viva GSM, de Nuevatel e Cotas Móvil, a primeira operadora a atuar
na região no modelo MVNO (telefonia móvel virtual).
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TECNOLOGIA
Para todo o SEMPRE
CIENTISTAS TENTAM CRIAR ANTÍDOTOS QUE
POSSAM PROTEGER O USUÁRIO da ação cada
vez mais predadora dos hackers e, ao mesmo
tempo, assegurar às operadoras a rentabilidade
almejada com os serviços de dados móveis
Deixou claro que a convivência com os predadores
será uma rotina para os usuários de todas as classes sociais. “Não são apenas os mais ricos que sofrem. Hoje qualquer terminal pré-pago está apto a transmitir e receber
mensagens de textos. Eles são alvos potenciais de ataques”, esclarece. Medidas preventivas, entretanto, podem
ser adotadas pelas operadoras.
Ana Paula Lobo
Garay lembra que existem recursos não
São Paulo
utilizados nas atuais infra-estruturas capaAté o final deste semestre, o Bell Labs,
zes de, ao serem habilitados, dar maior proum dos mais tradicionais institutos de pesteção às redes e aos assinantes. Os vírus preoquisas do mundo tecnológico, finalizará o
cupam (leia box “Sem trégua”), mas são os
desenvolvimento de uma solução anti-spam
spams – envio de mensagens indesejadas atra– mensagens enviadas de forma indesejada
vés dos serviços SMS (mensagens curtas de
– com recursos reforçados de segurança,
texto) e MMS (mensagens com multimídia) –
entre eles a criptografia, para uma operadoa maior dor-de-cabeça do mercado.
JUAN
GARAY,
PhD
em
Ciência
da
ra móvel norte-americana. A intenção é torEstudo divulgado pela entidade WireComputação e integrante da
nar a solução comercial até o final de 2005. equipe responsável pelos
less Services Corporation (WSC) revela que,
A informação é do PhD em Ciência da estudos ligados à segurança
ao longo desse ano, 43% de todas as menComputação e integrante da equipe respon- móvel do Bell Labs
sagens de texto enviadas por celulares nos
sável pelos estudos ligados à segurança móvel do Bell Labs,
EUA podem ser classificadas como spam. Em 2004, a
Juan Garay. Em março, o especialista realizou uma série de
média ficou em 18%. A entidade estima que o alto índipalestras na América Latina sobre a incorporação dos rece é determinado por dois fatores: o conhecimento rácursos de criptografia nas soluções de proteção às invasões
pido dos spammers da tecnologia Wireless e a falta de
na comunicação móvel. Em entrevista exclusiva à Frecuencia
agilidade das operadoras em estabelecer estratégias
Latinoamérica, o cientista não criou falsas expectativas.
de proteção às redes e aos assinantes.
Milhares de usuários, principalmente
de pragas capazes de imobilizar es-
nos mercados mais avançados como Es-
ses produtos assume a preferência
Há pouco mais de um ano os vírus eram
tados Unidos e Japão, já passaram pelo
dos hackers.
apontados como ameaças irrelevantes no
inferno de terem os aparelhos infectados
Em março a finlandesa F-Secure
mundo da telefonia celular. O tempo pro-
por pragas capazes de apagar agendas,
identificou o primeiro vírus celular ca-
vou o erro da teoria. À medida que os dis-
substituir ícones, realizar chamadas
paz de se propagar através de mensa-
positivos móveis conquistam espaço – há
indesejadas e até mesmo desconectar o
gens contendo fotos, música ou vídeo.
mais aparelhos celulares ativados do que
terminal da rede da operadora.
A empresa de segurança revelou que a
SEM TRÉGUA
linhas fixas no mundo – os vírus deixaram
O mais grave da situação é a falta
praga, batizada de Commwarrior, teria
de ser um tormento apenas para os usuá-
de esperança dos especialistas da área
um efeito ainda pior: ela seria capaz
rios dos PCs tradicionais. Eles afiaram
de segurança em relação ao futuro. Com
de se auto-enviar para todos os núme-
as garras e atacam cada vez mais os as-
o mundo cada vez mais dependente dos
ros de celulares encontrados na agen-
sinantes da comunicação móvel.
dispositivos móveis, o desenvolvimento
da do terminal infectado.
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MERCADO
Continente
DIVIDIDO
Autoridades da área de
telecomunicações se reúnem para
DISCUTIR OS DESAFIOS DO SETOR NA AL
André Silveira
cretários de Comunicações da
Argentina, Mário Guillermo
Ausência de competição nos serviços locais, embaMoreno, Christian Nicolai
te entre Agências reguladoras e operadoras dominanOrellana, do Chile, e o gerente
tes, desenvolvimento de mercado interno, adoção de
Geral da Osiptel, Agência Reguladora do Peru, Jaime
políticas mais eficientes de inclusão digital e adequação legal aos serviços convergentes são temas que liCárdenas Tovar.
deram os debates dos governantes da região em relaDiante da diversidade dos
ção à área de telecomunicações. A grande questão é
interesses políticos, econômicos
que – apesar de o cenário ser semelhante em todos os
e comerciais, pensar numa união conPaíses - não há uniformidade nas ações.
tinental é um sonho ainda distante. A questão é que os
Essa foi uma das conclusões da Conferência Interproblemas gerenciados no dia-a-dia são idênticos. Na
área de telecomunicações, os males são rigorosamente
nacional “Perspectivas das Telecomunicações nas Améiguais. Cada País sofre com a falta de competição, com
ricas e Europa”, realizada em Brasília, capital do Brasil,
no início de março. O evento reuniu as principais autoos embates diários com as operadoras dominantes e
ridades da área na América Latina. Entre eles, os Secom a ausência de políticas práticas de fomento econômico e de inclusão digital.
Foto: Victor Soares
A missão atual dos governantes é encontrar as melhores respostas para a área,
mas o esforço ainda é isolado. Cada um enxerga a própria fronteira e se omite em
relação às dificuldades dos
outros. Estimular a concorrência, por exemplo, é um
dos grandes desafios. Em todos os países da região a
competição na telefonia, prinDa esquerda para a direita: CHRISTIAN NICOLAI ORELLANA, Subsecretário de Comunicações, Chile; MARIO GUILLERMOS MORENO, Secretário
cipalmente na área fixa, é
de Comuicações, Argentina; JORGE BITTAR, deputado federal (PT-RJ); e JAIME CÁRDENAS TOVAR, gerente geral da Osiptel, Peru
incipiente. A questão se agraBrasília
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va com a iminente realidade de duopólios na operação
celular, uma das poucas do setor a garantir uma concorrência mais salutar para o consumidor.
O secretário de Comunicações da Argentina,
Mário Guillermo Moreno, por exemplo, admitiu que a falta de competição na telefonia local
é um dos problemas críticos do País. Ele salientou que as operadoras dominantes lucram
muito mais com a cobrança do uso das redes
do que com a prestação do serviço de telecomunicações. “Os concorrentes são obrigados a
pagar muito caro pelo uso da infra-estrutura. A
prestação de serviço ao assinante foi relegada a
um segundo plano”, criticou Moreno.
SEGUNDO PLANO
O custo da interconexão de redes, aliás, tem sido
um dilema sem fim para os órgãos reguladores. Em
todos os países, incluindo o Brasil, as operadoras fixas
e móveis não conseguem “falar” a mesma língua e a
intervenção governamental se faz necessária em defesa dos direitos dos consumidores. No Chile e no Peru,
apesar dos cenários diferentes, a telefonia fixa também é um entrave grave na evolução do setor.
O subsecretário de Comunicações do Chile,
Christian Nicolai Orellana, pontuou o contraste entre o
uso da telefonia fixa e móvel no País. Enquanto na primeira, a taxa de penetração é de apenas 21%; na segunda, onde há uma forte concorrência, um em cada
dois chilenos possui um terminal celular. Orellana admitiu que a receita obtida com o uso da infra-estrutura
instalada é um dos fatores cruciais para o baixo índice
de adoção registrado na prestação do serviço fixo.
Exatamente por isso, salientou o executivo, uma
das principais preocupações do Governo é o de incrementar a adoção de políticas ligadas às obrigações nas
áreas de inclusão digital. A intenção é gerar programas que determinem metas de inclusão de serviços
de telefonia e de Internet em áreas mais carentes no
Chile. Hoje, o País possui uma base de internautas
estimada em quatro milhões.
O gerente Geral da Osiptel – órgão regulador do
Peru - Jaime Cárdenas Tovar, admite que apesar das
medidas efetivadas pelo Governo, a competição na
telefonia fixa no País ainda fica muito aquém do esperado pelo assinante. Em 2001, veio a medida mais
drástica: a Agência incluiu um fator de produtividawww.frecuenciaonline.com
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de para as operadoras no processo de cálculo das
tarifas. Entretanto, ainda assim, frisou Tovar, a disputa não ganhou novas cores. Os dominantes permaneceram à frente do negócio.
Já na telefonia móvel, a concorrência estava mais
acirrada. A Telefónica Móviles detinha 51,9% do
mercado, a Telecom Itália respondia com 26,9%, a
BellSouth, agora da Telefónica, com 16,6% e a Nextel
com 4,6% dos assinantes. Com a autorização da aquisição da BellSouth pela Telefónica Móviles, a gigante espanhola passou a controlar 68,5% do setor, o
que incentivou o Governo a licitar uma nova faixa. A
intenção foi facilitar a entrada do principal concorrente espanhol – a mexicana América Móvil – no
País. “A disputa tem que continuar sendo saudável.
Monopólios são ruins em todas as hipóteses”, destacou o executivo peruano.
TOMADA DE DECISÃO
Mais do que incentivar e criar novas regras de estimulo à competição nos serviços tradicionais, os responsáveis pela execução das
políticas do setor nos países sabem que estão diante de uma revolução tecnológica. A oferta de produtos convergentes determina uma
reviravolta no modelo adotado até agora. Uma das questões mais
polêmicas é a regulamentação ou não do uso da plataforma IP.
O subsecretário de Comunicações do Chile, Christian Orellana,
destacou que é obrigação do Estado enfrentar o futuro levando
em conta aspectos significativos, entre eles, processos tarifários
transparentes, remuneração adequada do uso das redes, neutralidade tecnológica e especificação de serviços de forma a beneficiar o consumidor.
Já o gerente Geral da Osiptel, Jaime Cárdenas Tovar, adiantou
que a flexibilização da regulamentação é uma das prioridades
máximas da agenda do setor para os próximos meses. Destaque
também para os serviços convergentes.“Trabalhamos alinhados
com as tendências mundiais. Fenômenos como a convergência e o
desenvolvimento de novas tecnologias, entre elas, a Terceira Geração da telefonia móvel e o WiMAX estão na nossa pauta de
discussões”, complementou Tovar.
O executivo da Agência reguladora antecipou que, ainda em 2005,
a intenção do governo peruano é tirar proveito da convergência tecnológica para estabelecer medidas capazes de estimular a presença
de prestadores de serviços em áreas ainda carentes de produtos
básicos como a oferta de voz e de Internet em banda larga.
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SOBERANIA
MERCADO
Brasil e Argentina podem deixar de lado a tradicional rivalidade e unir forças contra a maior presença
Pleito das operadoras norteamericanas de INCLUIR A TELEFONIA
CELULAR NAS REGRAS DO TRATADO DE
LIVRE COMÉRCIO negociado pelos EUA
com a comunidade andina
PROVOCA CONFLITOS
DE INTERESSE
RAZÃO
São Paulo
Ao reivindicarem à Secretaria do Representante Comercial dos EUA (USTR), equivalente ao Ministério do Comércio Exterior, a
inclusão da telefonia celular no acordo do Tratado de Livre Comércio, as operadoras norteamericanas AT&T, MCI, Sprint e NII Holdings
colocaram o setor, até então fora de qualquer
pauta de discussão, no centro das atenções.
Na Colômbia, País onde as conversas estão mais adiantadas, a proposta divide o mercado. Em tese, a inclusão da telefonia celular permitiria a
atuação das operadoras norte-americanas naquele mercado e também abriria a porta dos EUA às teles dos países
integrantes do TLC. Empresa especializada na oferta de
serviços de trunking, a Avantel é uma das principais defensoras da proposta feita pelas teles norte-americanas.
O presidente da operadora, Carlos Mariño, não esconde as razões que levam a tele a defender a postura
norte-americana: combate ao predomínio espanhol e
mexicano na oferta dos serviços. “É impressionante que
países menores do que o nosso tenham uma concorrência
mais saudável na área da telefonia”, destaca o executivo.
Sergio Regueros, presidente da Telefônica Móviles
Colômbia, principal fornecedora de serviços móveis celulares no País a partir da incorporação das operações
32
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FRECUENCIA Latinoamérica
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sigam convencer a comunidade andina a aderir ao Tratado de Livre Comércio. Isso porque os dois países seriam os maiores prejudicados com a queda de barreiras
comerciais entre os países integrantes do TLC. Os tradicionais rivais da AL são, hoje, os maiores defensores
?
Quem tem
Ana Paula Lobo
norte-americana na região, caso os Estados Unidos con-
da manutenção de uma indústria local.
O Brasil é o maior pólo de produção local de Tele-
comunicações e Informática da região, mas a Argentina, recém-saída da grave crise econômica, já anun-
ciou a defesa da indústria de telecomunicações local
como uma das prioridades do governo Kirchner.
O secretário de Comunicações argentino, Mario
Guillermo Moreno, é um dos defensores da necessidade de o
País reconstruir seu complexo industrial. Para isso, o governo fomenta uma série de ações políticas para incentivar a
pesquisa e o desenvolvimento. Na visão do secretário, é
preciso consertar os erros do passado. Na década de 90, a
Argentina abandonou os esforços em prol de sua indústria.
Hoje, afirma Moreno, os especialistas argentinos
atuam mais como revendedores de produtos
de outros países do que como produtores
de equipamentos. "Produzir insumos locais e valorizar os especialistas da região
é obrigação continental", instigou o secretário de Comunicações da Argentina,
durante participação na Conferência
Internacional "Perspectivas das Telecomunicações nas Américas e Europa", realizada
em Brasília, capital do Brasil, no início de março.
(Leia matéria “Continente Dividido” nas páginas 30 e 31)
da BellSouth, discorda. O executivo afirma não haver
nenhuma necessidade de incluir a telefonia celular nas
regras do TLC porque o segmento é competitivo e possui regras definidas pelas autoridades em prol da concorrência. Oficialmente, o governo da Colômbia ainda
não se pronunciou a respeito da questão.
O principal foro público e privado para a discussão dos
assuntos que envolvem o setor, a Comissão Interamericana
de Telecomunicações - Citel - não participa das negociações
referentes aos acordos bilaterais, informa o secretário-Executivo da entidade, Clóvis Baptista. Ele diz que a organização se colocou à disposição dos países da região para mediar
as discussões referentes à Área de Livre Comércio das Américas, mas até o momento nenhuma ajuda foi solicitada. (Com colaboração de André Silveira, de Brasília)
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Território
DEMARCADO
Nokia aposta em multimídia e antecipa as
ESTRATÉGIAS PARA CONSOLIDAR LIDERANÇA DE MERCADO
Clara Persand
que apagar as anteriores. “Com
este telefone multimídia, atenAtender, com qualidade e produtos específicos, os
demos a uma fatia de 10% da MAURIZIO ANGELONE, vice-presidente
diversos perfis de consumidores. Esse é o grande objepopulação latino-americana”, senior de operações de mercado e clientes
da Nokia América Latina
tivo da Nokia para a América Latina em 2005. A fabricomplementa Wibe Wagemans,
cante deixou claro que planeja consolidar presença em
diretor de mercado Multimídia para a AL.
todas as classes – das de menor poder aquisitivo – C e D
Já com relação aos telefones voltados para as clas– as camadas de maior potencial de compra e de troca
ses C e D, o vice-presidente sênior de Operações de
de telefones – A e B. Para essa última, adianta o diretor
Mercado e Clientes da Nokia para a região, Maurizio
Global de multimídia e imagem da Nokia, Mika Setala, a
Angelone, adianta que a fabricante traçou como direempresa aposta no design arrojado e na qualidade das
triz a fabricação de aparelhos moldados às necessidacâmeras fotográficas embutidas nos terminais.
des das operadoras. A intenção, explica o executivo, é
“Os usuários gostam cada vez mais
produzir terminais de custos menode distribuir fotos e imprimi-las de forres, mas capazes de suportar a oferma fácil”, destaca o executivo. Para atenta de serviços de forma a não sacrifider esse público, a fabricante lançará,
car a rentabilidade das teles.
até o final desse ano, três novos modeServiços para atender essa nova
los - 9500, 9300 e 6822. Pesquisas
unidade de negócios começam a ser
apontam que 75% das imagens impresdisponibilizados. Os primeiros a serem
sas atualmente no mundo provêm de
criados foram o Airfield, que consiste
celulares com câmera. Ainda na área
na distribuição aérea de cartões préde multimídia, antecipa Setala, uma das
pagos; e o Mobile Customer Care, inmaiores apostas da fabricante é o proformação de atendimento ao cliente,
duto, batizado de Nokia Lifeblog.
previamente embutido no telefone.
Essa prática permite ao usuário receSOB MEDIDA
ber atendimento virtual em tempo real.
Trata-se de um diário digital ins“Acreditamos na nossa capacidade de
talado no telefone móvel e no com- MIKA SETALA, diretor global de
estabelecer laços mais produtivos com
putador, capaz de registrar as fotos multimídia e imagens da Nokia
as teles. Criar serviços é uma maneira
captadas e armazená-las em ordem cronológica, de
de ganhar mercado”, estabelece Angelone. A colombiaforma que o usuário pode guardar suas fotos no PC e
na Comcel, subsidiária da América Móvil, é a primeira
ter espaço no celular para fazer mais fotos, sem ter
usuária dos produtos na região.
Miami
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FRECUENCIA Latinoamérica
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CASE STUDY
CRÉDITO
de confiança
Parceria entre Banco do Brasil e Vivo
promete TRANSFORMAR O CELULAR NUM
SUBSTITUTO DOS CARTÕES BANCÁRIOS
VANGUARDA
Fazer do celular o substituto ideal dos cartões de débito e crédito. Esse é, hoje, o serviço que demanda maior
atenção dos desenvolvedores do Banco do Brasil. A intenção da instituição é lançar o produto comercialmente ainda no segundo semestre desse ano. Através dele, o
correntista poderá validar uma transação comercial – seja
ela tradicional ou via Web - através de uma ligação celular.
Uma das possibilidades, exemplifica o vice-Presidente de Tecnologia do Banco do Brasil, Cerqueira César,
é o correntista ir a um posto de gasolina para encher o
tanque do carro. A proposta é que o cliente
disponibilize o número do celular para o
frentista, que fará a comunicação com o ban-
Luiz Queiroz
co da transação comercial. Em tempo real, há
Brasília
Tempo é subjetivo. Na área da
tecnologia avançada a afirmação
é ainda mais apropriada. Em 2003,
as instituições financeiras acreditaram na possibilidade de inovar a oferta de serviços através da telefonia celular. Só que o resultado não agradou.
As redes se mostraram inadequadas
e a velocidade de transmissão de dados decepcionou. Pouco mais de dois
anos depois, o cenário se apresenta
absolutamente diferente. As redes
móveis atuais são capazes de oferecer velocidades médias de transmissão de dados superiores,
inclusive, às das redes fixas tradicionais.
Com a evolução da infra-estrutura celular, o Banco
do Brasil – maior instituição financeira do País e da
América Latina, que obteve um lucro de R$ 3 bilhões,
em 2004 – decidiu retomar os investimentos na área
móvel e com uma boa pitada de ousadia. A proposta é
transformar o celular num substituto para os cartões
de crédito e débito.
Tanto é assim que a instituição fechou um acordo
comercial com a Vivo, para garantir a oferta de serviços
semelhantes aos disponíveis nos caixas eletrônicos ou
no Internet banking nos celulares da operadora. O vicePresidente de Tecnologia do Banco do Brasil, José Luiz
Cerqueira César , informa, no entanto, que o processo
acontecerá de forma gradual.
Os terminais móveis vão realizar transações que não
34
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FRECUENCIA Latinoamérica
34
a confirmação da instituição junto ao cliente
da intenção de compra.
Caso a resposta seja positiva, bastará digitar
uma senha para confirmar a transação comercial.
“Essas etapas acontecem em segundos”, explica
o executivo de TI. Cerqueira César não teme o uso
da mobilidade. Segundo ele, as infra-estruturas móveis estão cada vez mais capacitadas e seguras.
exijam comprovantes ou recebimento de valores. “É
preciso uma melhor adequação das aplicações e do
processo. Tudo é muito inovador”, destaca o executivo. Mas os clientes do BB poderão, por exemplo, realizar
pagamentos, fazer aplicações financeiras e transferências de valores para outras contas correntes.
A maior parte das operações online da instituição
acontece nos caixas eletrônicos (55%) e no Internet
Banking (30%). O diferencial, adverte o executivo, está
na curva de crescimento do número de clientes contratantes de serviços pelo celular. Hoje, essa taxa já está em
3% ao mês. “A velocidade é muito maior do que a apresentada durante o período de lançamento do Internet
Banking”, sinaliza Cerqueira César.
Atualmente, o BB possui duas linhas de serviços
disponíveis na plataforma móvel. A primeira oferece
notificações e o envio de informações para clientes.
Já a segunda, é o mobile banking efetivo, ou seja,
permite ao correntista da instituição transferir todas
as operações feitas pela Internet tradicional para o
terminal móvel celular.
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PERFIL
Esforço
Regional
Integrante da Organização dos Estados
Americanos (OEA), a Comissão Interamericana
de Telecomunicações (Citel) é o principal foro
público e privado para a discussão dos assuntos
que envolvem o setor de telecomunicações
nas Américas. EM ENTREVISTA EXCLUSIVA À
FRECUENCIA LATINOAMÉRICA, O SECRETÁRIOEXECUTIVO DA CITEL, CLÓVIS BAPTISTA, ADMITE
QUE A DESESTATIZAÇÃO DAS OPERADORAS NÃO
TROUXE A COMPETIÇÃO DESEJADA PELO
CONSUMIDOR. ELE TAMBÉM ADIANTA A POSIÇÃO DO
ORGANISMO EM RELAÇÃO ÀS NOVAS TECNOLOGIAS
André Silveira
Brasília
O mercado de telecomunicações na AL vive um momento de
mudanças. O domínio espanhol e mexicano é claro. Como o
senhor avalia o desempenho do setor na região?
Na América Latina houve um processo de privatização
das empresas de governo. O mercado foi liberalizado, porém
é preciso reconhecer que a competição no serviço local ainda
é incipiente. Os marcos regulatórios criados foram desenhados para incentivar a concorrência, mas, na prática, não é
isso que percebemos. A realidade é igual em qualquer País do
continente: existe um operador forte e tentativas intensas
de novos entrantes para conquistar algum tipo de espaço.
Talvez com a evolução das tecnologias, especialmente às sem
fio, esse processo possa vir a ser revertido e a competição na
última milha aconteça de fato.
Muitas autoridades defendem a regulamentação das novas
tecnologias, em especial do Wi-Fi e do WiMAX. Como o senhor vê esse movimento?
A regulamentação técnica de qualquer Agência reguladora
contempla duas condições fundamentais: primeiro é a regulamentação do uso do espectro radioelétrico. Mesmo para as bandas livres - as não licenciadas pelo Governo – existem certos
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parâmetros operacionais para impedir o prejuízo dos usuários das
bandas licenciadas, especialmente no que se refere aos limites de
potência irradiada. Outro aspecto
muito importante é a certificação
e homologação de equipamentos e
antenas. No caso das bandas livres
é fundamental operar com equiCLÓVIS BAPTISTA
pamentos certificados. É a única
secretário-Executivo
maneira de evitar interferência no
da Citel
sistema licenciado. A homologação
dos produtos também é essencial. Somente através dela é possível identificar os equipamentos que estão à venda no mercado. É uma proteção ao direito do consumidor.
“
Hoje, na América Latina, essa questão de certificação e homologação já está definida?
Posso responder que há muito por fazer. Temos na Citel
um grupo de trabalho desenvolvendo um processo capaz de
uniformizar os requisitos para a certificação de produtos de
forma semelhante em todos os mercados da região. É uma
tarefa delicada, mas que está em curso. Ao mesmo tempo,
desenvolvemos o Acordo de Reconhecimento Mútuo para a
Avaliação da Conformidade, que permite aos países exportadores de equipamentos colocarem seus produtos de forma
mais rápida em outros mercados.
O IP conquista o mundo. A discussão sobre a questão regulatória em torno da tecnologia é grande. Operadoras tradicionais reclamam da invasão de entrantes e as Agências aguardam para definir uma posição oficial. Os serviços de voz sobre
IP são passíveis de regulamentação?
Em nenhum lugar do mundo existe uma regulamentação
sobre o serviço de voz sobre IP. O assunto é polêmico e divide
opiniões. Há correntes favoráveis a uma regulamentação,
mesmo que branda, por analogia à existente no Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC). Em contrapartida, há outras
correntes que preconizam a total desregulamentação na prestação desse serviço. No caso da Citel, o tema está em discussão
num grupo de trabalho. Estamos trabalhando na confecção de
um relatório para indicar as tendências futuras. Pessoalmente, creio que a utilização de VoIP é inevitável. Caminhamos
para a era dos grandes dutos digitais nos quais a voz deixa de
ser o negócio-chave. Ela passa a ser tão somente mais uma
aplicação disponível na gama de produtos possíveis nas plataformas IP de alta velocidade.
Abril 2005
www.frecuenciaonline.com
8/4/2005, 19:21
EVENTOS
ANUNCIANTES
COMPANHIA
WEBSITE
PÁGINA
Loral Skynet
www.loralskynet.com
Tekelec
www.tekelec.com
Página 5
Siemens Mobile
www.siemensmobile.com
Página 7
Ericsson
www.ericsson.com
Página 9
Carlson Wireless
www.carlsonwireless.com
Página 13
Evistel
www.evistel.com
Página 21
ITU Americas 2005
www.itu.int/americas2005/
Página 25
Informa
www.telecomsaccess.com/brazil
Página 29
IBC
www.ibc.com.br
Página 35
Axalto
www.axalto.com
Capa 3
Convergys
www.convergys.com
Capa 4
Capa 2
ABRIL
XVII Reunión Iberoamericana
de Tráfico Internacional AHCIET
Punta Cana, República Dominicana
Billing Summit &
Revenue Assurance Caribbean
Abril 14-15
San Juan, Porto Rico
CDMA Latin America Regional Conference
Abril 18-20
Rio de Janeiro, Brasil
Revolución Móvil 2005
Buenos Aires, Argentina
Cono Sur Telecom Summit
Abril 28-29
Santiago, Chile
MAIO
V Foro de Regulación
Cartagena de Indias, Colombia
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10 th Annual ICT Americas Conference
Miami, EUA
Telecoms Access Brazil
Maio 18-19
Rio de Janeiro, Brasil
JUNHO
Mobile Messaging Americas 2005
Junho 1-2
Miami, EUA
GSM Argentina
Junho 3-4
Buenos Aires, Argentina
Supercomm 2005
Junho 6-9
Chicago, EUA
Networks Solutions Forum
Junho 6-9
Buenos Aires, Argentina
V Encontro Cidades Digitais
Junho 9-11
Florianópolis, Brasil
Capacity USA 2005
Junho 14-15
New York, EUA
GSM Brasil
Junho 23-24
Rio de Janeiro, Brasil
Convención Global Anual de WCA
Junho, 28 - Julho, 1
Washington, EUA
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OPINIÃO
Soberania em debate
SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES RECEBEM
ATENÇÃO ESPECIAL NO PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO
da adesão dos países andinos ao Tratado de
Livre Comércio, proposto pelos Estados Unidos
Por Liliana Ruiz de Alonso
so e o uso das redes públicas, a transparência na atribuição e no uso do espectro
radioelétrico e na outorga de licenças para
Os países andinos - Equador, Colômautorizar a prestação de serviços.
bia e Peru - se encontram em pleno proAs idéias expostas acima são em grancesso de negociação de adesão ou não ao
de parte compartilhadas pelos Estados
Tratado de Livre Comércio (TLC), proandinos, entre eles Peru e Bolívia, que há
posto pelos Estados Unidos. O tema é
anos liberalizaram a área de telecomunibastante polêmico. Mas o que exatamencações e demonstram o firme interesse de
te está sendo negociado na área de telefomentar a expansão do setor por meio da
comunicações? Como os serviços nesse
concorrência de mercado. A adequação
segmento são essenciais para fomentar
das políticas de outros países ao Tratado
negócios e facilitar o comércio de bens e
significaria mudanças em favor da liO certo é que o TLC não reprime o direito
beralização e, prinsoberano de cada País requerer licenças,
cipalmente, da maconcessões ou qualquer outro título
nutenção de um rede habilitação para prestar
gulador independente e da transserviços de telecomunicações
parência na interem seus territórios. Tão pouco
venção regulatória
torna legais atividades
nestes mercados.
atualmente ilegais, como o
Mas há quem
bypass de tráfego por
duvide dos propósitos do acordo. As
pseudo-operadores
empresas estabeleserviços através das fronteiras dos divercidas na área andina manifestaram insos países, seu tratamento mereceu a
quietude em relação a uma possível concriação de uma mesa de negociação escorrência norte-americana, que não prepecífica entre as partes envolvidas.
cisaria investir na região para fazer parOs Estados Unidos, seguindo as meste do mercado. O certo é que o TLC não
mas pautas dos acordos firmados com paíreprime o direito soberano de cada país
ses da América Central e com Chile, defenrequerer licenças, concessões ou qualquer
dem a inclusão do setor no TLC com o intuioutro título de habilitação para prestar
to de incrementar a concorrência. À mesa
serviços de telecomunicações em seus terpara discussões estão temas como maior
ritórios. Tão pouco torna legais atividatransparência no manejo regulatório, acesdes atualmente ilegais, como o bypass de
Peru
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FRECUENCIA Latinoamérica
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tráfego por pseudo-operadores, sem autorização para prestar esses serviços. Está
nas mãos de cada País continuar usando
os direitos soberanos para regular seus
mercados e continuar a promover investimentos em seu território.
Outro ponto que merece destaque é
que, com este acordo, os países andinos
estariam se comprometendo a não regular,
normatizar, estabelecer controles ou topos
tarifários aos novos serviços que se possam
oferecer graças à inovação tecnológica, utilizando as redes de telecomunicações, e que
se distinguem dos serviços básicos de voz.
Algo que na região se conhece como serviços de valor agregado, mas que no jargão
norte-americano se denomina serviços de
informação, porque incorporam a geração,
transformação e utilização da informação
através de redes de telecomunicações.
A proposta norte-americana acredita
que a concorrência, ao oferecer esses novos serviços, discipline os mercados e faça
com que os provedores ofereçam tarifas
justas e boa qualidade ao usuário. Desta
maneira, evita-se também que uma intervenção estatal inadequada ou carente de
informações necessárias possa vir a limitar a inovação tecnológica futura. Para os
que defendem uma visão pró-regulatória,
poderia parecer uma renúncia à soberania nacional. Entretanto, o certo é que, na
região andina, este tipo de serviço já não
está mais sujeito atualmente à regulação
significativa na maioria dos casos, e o que
se estaria alcançando seria melhor
previsibilidade em seu tratamento.
Liliana Ruiz de Alonso,
é negociadora do Peru em Telecomunicações,
presidente da ALTERNA Consultores e
ex-Gerente Geral da OSIPTEL, Órgão
Regulador das Telecomunicações no Peru
[email protected]
Abril 2005
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