viviane dos santos nunes

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viviane dos santos nunes
UNIVERSIDADE FEEVALE
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS
CURSO DE DESIGN
CRISTIANE NUNES DRESSLER
RAFAEL DEON
SÍNTESE RE-PROJETO DE LIXEIRAS PARA ESCRITÓRIO: UM ESTUDO COZA.
Novo Hamburgo
2011
CRISTIANE NUNES DRESSLER
RAFAEL DEON
SÍNTESE RE-PROJETO DE LIXEIRAS PARA ESCRITÓRIO: UM ESTUDO COZA.
Professora: Ms. DAIANA STAUDT
Novo Hamburgo
2011
RESUMO
Nos últimos tempos, presencia-se uma necessidade muito elevada de
empresas e instituições que, de alguma maneira ou outra, buscam formas de se
inserirem dentro do grupo de empresas “verdes”, empresa que buscam se adequar,
ou melhor, incorporar de forma geral ou em aspectos e detalhes pequenos em seu
cotidiano questões ambientais e sociais como o uso de material de escritório
reciclado, a própria reciclagem de resíduos, etc. Sustentabilidade está na moda, não
há como uma empresa fechar os olhos para um assunto tão comentado e importante
nos dias atuais. Este trabalho visa o desenvolvimento de estudos de re-projeto de
lixeiras para escritórios, através de analises visando a melhoria estética e funcional
de lixeiras para ambientes profissionais, tornando o produto atrativo e harmônico
para o uso e que vise a sustentabilidade. O objetivo central foi analisar a partir da
lixeira Romeu e Julieta, da empresa Coza, um produto do qual atribuía
sustentabilidade, reciclagem, design moderno e inovador, tornando um produto “com
consciência ambiental” para atrair olhares aquela empresa que estão se inserindo
dentro do conceito ser sustentável, praticar a sustentabilidade.
A partir destes
objetivos, foi projetado uma lixeira que se insere dentro deste conceito. Para isso,
foram realizados coletas de dados, estudos e analises, identificando e aprimorando
os conceitos para um novo projeto de lixeira em ambientes profissionais. A partir das
coletas de dados e pesquisa de campo, realizada através de questionários, foi
possível atingir esses objetivos e re-projetar uma lixeira que possa ser usada como
mais um meio de introduzir e instigar o uso consciente da coleta seletiva e a
importância da reciclagem para que isso ocorra. As informações coletadas indicam
que as pessoas entendem desta importância, mas se não há uma regra, um meio ou
uma forma de realizá-la, não as fazem. Assim, a introdução de uma lixeira que
atenda estas necessidades, com design e custo beneficio é uma forma de
estabelecer metas, objetivos e novos ideais dentro das empresas, trazendo não
somente satisfação para a empresa, mas como para o próprio usuário.
Palavras-chave: Sustentabilidade; Design; Reciclagem; Lixo; Conscientização
SUMÁRIO
RESUMO................................................................................................................... 2
SUMÁRIO ................................................................................................................. 3
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 5
1 PROBLEMATIZAÇÃO ........................................................................................... 7
1.1 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA ..................................................................... 7
1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 8
1.3 OBJETIVOS ..................................................................................................... 8
1.3.1 Objetivos Gerais ...................................................................................... 8
1.3.2 Objetivos Específicos ............................................................................. 8
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 10
2.1 LIXO................................................................................................................. 10
2.1.1 Classificações E Tipos De Lixo.............................................................. 12
2.1.2 Reciclagem, Coleta Seletiva E Regulamentação Do Lixo .................... 16
2.1.3 Tipos de Reciclagem ............................................................................... 27
2.2 SUSTENTABILIDADE ..................................................................................... 31
2.2.1 Design Sustentável ................................................................................. 32
2.3 LIXEIRAS......................................................................................................... 33
2.3.1 Lixeira e o Mercado ................................................................................. 34
2.4 COZA ............................................................................................................... 36
3 METODOLOGIA E CRONOGRAMA ..................................................................... 38
4 ANÁLISES ............................................................................................................. 39
4.1 ANÁLISE DIACRÔNICA DA LIXEIRA E IDENTIDADE VISUAL COZA ........... 39
4.1.1 Assinatura Visual Coza ........................................................................... 40
4.2 ANÁLISE SINCRÔNICA .................................................................................. 42
4.3 ANÁLISE ESTRUTURAL E TÉCNICA ............................................................. 43
4.4 ANÁLISE FUNCIONAL .................................................................................... 44
4.5 ANÁLISE MORFOLÓGICA .............................................................................. 46
4.6 ANÁLISE ERGONÔMICA ................................................................................ 47
4.6.1 Análise da Tarefa ..................................................................................... 48
4.6.2 Análise do Produto ................................................................................. 49
4.7 ANÁLISE DE ESTILO ...................................................................................... 51
4
4.8.1 Influências Socioculturais ...................................................................... 52
4.8 ANÁLISE AMBIENTAL .................................................................................... 52
4.8.1 Reciclagem de PP ................................................................................... 53
4.9 ANÁLISE MERCADOLÓGICA ......................................................................... 54
4.9.1 Análise de PDV – Lojas Físicas.............................................................. 56
4.9.1 Análise de PDV – Lojas Vituais .............................................................. 59
4.9.1 Público-Alvo ............................................................................................ 60
4.9.2 Análise da Identidade Visual da Marca e Embalagem ......................... 61
4.2 APLICAÇÃO DE QUESTIONÁRIO .................................................................. 62
5.1 SÍNTESE DO PROBLEMA .............................................................................. 69
5.2 CHECKLIST DO BRIEFING ............................................................................ 71
5.3 REQUISITOS E RESTRIÇÕES ....................................................................... 72
6 PROPOSTA ........................................................................................................... 74
6.1 CONCEITO E LINGUAGEM VISUAL .............................................................. 74
6.2 GERAÇAO DE ESTUDOS............................................................................... 78
6.3 MATERIAIS E TECNOLOGIAS ....................................................................... 81
6.3.1 PP – POLIPROPILENO ................................................................................... 82
6.4 SOLUÇAO ....................................................................................................... 83
6.4.1 Detalhamento Técnico Lixeira Triplex ................................................... 84
6.4.2 Comunicação e Embalagem do Produto ............................................... 86
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 89
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 91
ANEXOS ................................................................................................................... 93
5
INTRODUÇÃO
A preocupação ambiental é um assunto mundialmente comentado já algum
tempo, porém ainda não alcançou seus objetivos como um todo que é a utilização
dos meios naturais, utilizando fontes renováveis com consciência, reciclando
resíduos que possam suprir a necessidade do uso de fontes naturais e finitas
suprindo as necessidades da sociedade moderna, sem comprometer com o futuro
das novas gerações.
Sustentabilidade é um tema cada vez mais abordado dentro de empresas e
na própria sociedade. São ações e atividades que auxiliam para suprir as
necessidades atuais da sociedade moderna, sem comprometer o futuro daqueles
que ainda virão.
Esta
visão
de
sustentabilidade
vem
ganhando
forças
no
cenário
coorporativo. Muitas empresas estão cada vez mais preocupadas com o com
questões ambientais, tanto por incentivo de órgãos governamentais, quanto por uma
Para PELTIER (2009, p.12), “não é mais tempo de se perguntar o que é
preciso fazer, é preciso agir de modo sustentável. Devemos nos comprometer com o
bom caminho, evitando cometer os mesmos erros e reinventando o que já foi feito.”
Para tal, a maioria das empresas, não possuem lixeira individual de
reciclagem para seus funcionários. Em muitas das empresas, as lixeiras de coleta
seletiva são de uso coletivo, e estão alocadas em alguns pontos da empresa. Porém
o lixo descartado individualmente é alocado em apenas um compartimento, e este
quando recolhido, possui a mistura de materiais secos e orgânicos. Uma vez que os
materiais secos são contaminados por material orgânico, já não há como reciclar o
material.
Como auxiliar num detalhe que apara alguns seja simples, mas que no
processo final de reciclagem fará uma grande diferença?
Isso se tornou um fator decisivo para a escolha do projeto, que é um redesign de lixeiras para escritório, utilizando compartimentos que atendam as
necessidades da separação de lixo dentro das corporações, de uso individual.
O objetivo deste trabalho é desenvolver estudos através de análises visando
a melhoria estética e funcional de lixeiras para ambientes profissionais, tornando um
produto atrativo e harmônico para o uso e sustentável.
6
No decorrer dos estudos, o trabalho abordará a aplicação de metodologias,
do Método de Munari, além de estudos de caso, aplicação de questionários e
demais ferramentas de criatividade. Durante o embasamento teórico, será descrito
um breve histórico do lixo, seus tipos e classificações, normas além de conceitos
como sustentabilidade. Em contrapartida, a aplicação do das metodologias analisará
a evolução do produto no mercado, similares, analises estruturais e funcionais, estilo
e mercadológicas, entre demais análises que compreenderão estudos de requisitos
e restrições. Estes por fim, darão o pontapé inicial para a geração de conceitos e
estudos para a elaboração deste projeto. Por fim, será feito o projeto renderizado,
com estudos e propostas de aplicação.
As análises das informações contidas neste trabalho serão contempladas no
na conclusão, apresentando o aprendizado obtido no projeto, as dificuldades
encontradas, a satisfação do trabalho cumprido e as metas alcançadas.
1 PROBLEMATIZAÇÃO
A sustentabilidade é um tema muito discutido atualmente e muitas empresas
estão adotando essa nova postura frente aos problemas sociais e ambientais. O
uso consciente da reciclagem é a proposta de um novo design1 para lixeiras de
escritório onde, em grande parte das mesmas, seus funcionários possuem lixeira
individual sem fazer uso da reciclagem dos resíduos, o que é extremamente
importante para uma empresa que busca, além de seus propósitos finais, a
sustentabilidade.
Segundo Kaminski (2000, p.2), “O produto final deve ser a resposta ou a
solução a uma necessidade, individual ou coletiva, que pode ser satisfeita pelos
recursos humanos, tecnológicos e econômicos disponíveis naquele instante.” A
busca pela melhoria de um produto é a chave de respostas para satisfação do
cliente final, ou seja, do usuário direto do produto, porém para isso são necessários
estudos e análises de dados referentes ao produto, para que se possam alcançar os
objetivos propostos.
1.1 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA
O uso de lixeiras em escritórios é utilizado de forma individual, em seu local
de trabalho. Porém, o lixo empresarial se dá através do descarte de papeis, plásticos
e material orgânico, sendo que a maioria dos lixos não possui compartimentos
específicos para cada material.
De acordo com D‟Almeida (1995, p. 29), o lixo comercial é “aquele originado
nos diversos estabelecimentos comerciais e de serviços [...]. O lixo destes locais tem
grande quantidade de papel, plástico, embalagens diversos [...].”
Gerado pelo terceiro setor, o lixo comercial nada mais é, além dos resíduos
de higiene dos funcionários, papel, plástico e embalagens e sobras de alimento.
Contudo, o tipo de lixeira que é alocado estes resíduos não possui a devida
8
separação de lixo para coleta seletiva em escritórios e uma futura reciclagem, uma
vez que quase todos os materiais descartados possam ser re-utilizados.
Portanto, a problemática deste trabalho é re-projetar lixeiras para escritório
de modo sustentável, e com design moderno, visando a reciclagem dos resíduos,
colaborando com a coleta seletiva, destinado à empresas que querem e estão
adotando uma nova postura frente aos problemas ambientais e sociais.
1.2 JUSTIFICATIVA
Melhorar a função prática e estética de lixeiras para escritórios, instigando o
uso consciente de reciclagem e de transformação do ambiente em que vivemos.
1.3 OBJETIVOS
1.3.1 Objetivos Gerais
Desenvolver estudos através de análises visando a melhoria estética e
funcional de lixeiras para ambientes profissionais, tornando um produto atrativo e
harmônico para o uso e sustentável.
1.3.2 Objetivos Específicos
Este trabalho tem como objetivos específicos:
 Coletar dados acerca do público de profissionais de diversas áreas;
 Analisar produtos do segmento voltados para ambientes profissionais;
 Aprimorar a funcionalidade da lixeira para vários tipos de coletas;
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 Aplicar novo conceito estético para o produto;
 Re-projetar, a partir de estudos, nova proposta de produto sustentável
para utilização em escritórios.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Para que se possa ter uma efetividade na análise dos dados coletados na
pesquisa, no que tange ao envolvimento com o problema, é preciso que se tenha a
base teórica para comprovação dos fatos. Assim, detalham-se as teorias e conceitos
que evidenciam a importância da sustentabilidade e do eco design para a criação de
produtos que possam inserir valores como a conscientização ambiental dentro do
ambiente profissional, transformando esses valores e ideias em ideais, propondo a
melhoria de uso e pensamento do ser humano.
2.1 LIXO
Desde os tempos primórdios, os homens vêem descartando aquilo que não
o serve mais, aquilo que considera inútil, sem uso, que foi considerado “lixo”.
Segundo Marques e Cruz (2007), o lixo nada mais é do que “aquilo que se joga fora,
que não presta resultantes de atividades domésticas, comerciais, industriais e
hospitalares”.
Segundo o dicionário Michaellis, lixo significa:
Aquilo que se varre para tornar limpa a sua casa, rua, jardim, etc...; restos
de cozinha e refugos de toda espécie, como latas vazias e embalagens de
mantimentos que ocorrem em uma casa; imundície, sujidade, escória,
detrito, entulho, porcaria.
A palavra „lixo‟ é vem do latim lix, o que significa “cinza”, que teria surgido
numa época bem antiga, onde a maioria dos resíduos era de cozinhas e estes eram
formados por restos de lenhas carbonizadas em fornos e fogões. (Isto é,
setembro/1995).
Na antiguidade, o homem nômade depositava seus lixos – que eram apenas
seus dejetos e restos de alimentos – e o tempo encarregava-se de decompor e dar
uma finalidade a ele. Com o passar dos tempos, o homem deixou de ser nômade,
aos poucos foram surgindo as primeiras civilizações e com isso os primeiros
artefatos e materiais que reproduzissem o conforto para estes povos como vasilhas,
lanças, roupas e demais objetos. A caça e o plantio tornaram-se tarefas diárias e o
lixo produzido começou a crescer e ser mais variado, ou seja, além de dejetos e
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restos de comida, o lixo também se constituía de restos dos próprios materiais
produzidos para o seu conforto.
Segundo Peltier (2009), o surgimento dos primeiros depósitos de lixo deu-se
na Antiguidade greco-romana. Resíduos eram depositados fora da cidade de Atenas
e em Roma foram criadas fossas para depósitos destes resíduos.
Com o passar dos anos, a população mundial foi aumentando, as pequenas
aldeias tornaram-se cidades e muitas delas hoje, grandes centros urbanos. Em
1184, segundo Peltier (2009), o lixo em Paris era tão grande que Filipe Augusto
ordenou a pavimentação de ruas e a criação de fossas e canais para o escoamento
deste lixo.
Na Idade Média, o lixo era acumulado nas ruas e vielas, proliferando o
surgimento de ratos, baratas e demais microorganismos. Naquela época, o lixo foi
considerado um proliferador de doenças, entre ela, a Peste Negra. Não havia
nenhuma forma de coleta de lixo e muito menos saneamento básico. Mesmo assim,
o homem passou a criar e produzir cada vez mais, e com a Revolução Industrial, a
produção de bens de consumo foi impulsionada e o lixo produzido também foi
aumentando e tornou-se hoje, o que podemos considerar um problema mundial. O
que fazer com o lixo produzido? Como descartá-lo?
Infelizmente, somente a partir metade do século XX, a humanidade passou a
preocupar-se com o meio ambiente. Temas como camada de Ozônio, aquecimento
global e poluição dos meios naturais tornaram-se uma preocupação vital para a
humanidade e eram discutidos em fóruns e congressos. A Eco-92, realizada na
cidade do Rio de Janeiro, foi um marco para acender ainda mais discussões sobre o
os resíduos e a poluição ambiental (Marques e Cruz, 2007).
Para Vilhena (2000), a população mundial, que hoje tem mais de 6 milhões
de habitantes, gera em torno de 30 bilhões de toneladas de resíduos por ano, tendo
os Estados Unidos o maior produtor de lixo mundial.
Hoje, a mídia busca seduzir o consumidor a comprar cada vez mais, com
isso consumimos ainda mais e produzimos toneladas de lixo.
Para Vilhena (2000, p.8):
O acelerado processo de urbanização, aliado ao consumo crescente de
produtos menos duráveis, e/ ou descartáveis, provocou sensível aumento
do volume e diversificação do lixo gerado e sua concentração espacial.
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As indústrias, para satisfazer esta sedução e compulsão dos consumidores,
investem ainda mais em produtos descartáveis, que possam ser jogados fora logo
após o uso, aumentando ainda mais o lixo em nosso ambiente. As maiorias destes
produtos descartáveis são plásticos, como garrafas, sacolas e copos. Produzidos de
matéria prima natural e finita – o petróleo -, este lixo demora anos para decompor na
natureza, tornando-se um dos principais pesadelos da humanidade.
Contudo, a população mundial vem, cada vez mais pensando em uma forma
de melhorar a qualidade de vida e o meio ambiente que me vivemos.
Ainda para Vilhena (2000), uma grande preocupação é encontrar soluções
seguras para sanar os problemas decorrentes da geração desenfreada de lixo em
grandes quantidades. A população mundial consome uma grande parte dos recursos
naturais como água, energia e alimentos, além de matéria prima e geram uma
quantidade muito grande de lixo que precisam ser alocados de maneira segura e
sustentável. Por isso, o surgimento da separação do lixo, saneamento básico, coleta
seletiva e principalmente a reciclagem destes materiais descartados foi um pequeno
passo, mas significativamente grande para tentar amenizar este problema que o
mundo vem sofrendo com a produção de lixo.
2.1.1 Classificações E Tipos De Lixo
Há uma variedade muito grande de tipos de lixo comparada com aqueles
tipos descartados na era nômade. Cada tipo de lixo possui uma estimativa de vida e
decomposição, além de alguns serem utilizado para a reciclagem. Segundo Vilhena
(2000), o lixo produzido são restos de atividades humanas, sobras, material
descartado, indesejável. Estão apresentados em sólidos, semi-sólido e semi-liquido.
O lixo pode ser classificado por sua natureza (seco ou molhado), pela sua
composição (orgânico ou inorgânico) ou pelo seu grau de riscos. Para Grippi (2001),
esta classificação é obtida na NBR-10004 Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT), que divide o lixo pelo seu grau de risco: perigosos (Classe I), não
inertes (Classe II) e inertes (Classe III), conforme tabela abaixo:
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CLASSIFICAÇÃO
CARACTERÍSTICA
Classe I (perigosos)
Apresentam riscos ã saúde pública ou ao meio ambiente.
Possui uma ou mais propriedades (inflamabilidade,
corrosividade, reatividade, toxidade e patogenicidade).
Classe II (Não-
Podem ter propriedades como combustabilidade,
inertes)
biodegradabilidade ou solubilidade, porém não se adequal
como classe I ou III.
Classe III (Inertes)
Não tem constituinte algum solubilizado em concentração
superior ao padrão de potabilidade de águas.
Tabela 1: Classificação do lixo Norma NBR-10004
Uma forma importante é a classificação quanto à origem do lixo: comercial,
doméstica, industrial, limpeza pública e hospitalar. Para alguns autores, a
classificação inclui ainda, serviços de saúde, portos, aeroportos, rodoviários,
ferroviários, agrícolas e de entulhos. Ainda podemos citar lixo nuclear, lixo eletrônico
e lixo tecnológico.
Vamos classificar apenas os mais citados que são o comercial, doméstico,
industrial, hospitalar e limpeza pública, segundo a tabela abaixo, uma vez que os
demais se aplicam dentro destes padrões.
Tipo de Lixo
Características
Comercial
Originado de estabelecimentos do terceiro setor como
escritórios, supermercados, lojas, bares, etc. Os lixos
encontrados têm volume de papel, plástico, embalagens, e
resíduos de asseio dos funcionários e restos de alimentos.
Doméstico
Lixo residencial, constituído por restos de alimentos, produtos
deteriorados, jornais/ revistas, garrafas, embalagens, papel
higiênico, fraldas, etc.
Industrial
Originado pela indústria, contém cinzas, óleos, resíduos de
matéria-prima, plásticos, papeis, madeiras, borracha, vidro,
etc.
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Hospitalar
Gerado por hospitais e clínicas médicas, contém resíduos
sépticos, podendo conter agentes patogênicos2 (seringas,
gases, bandagens, etc.), além de resíduos assépticos3.
Considerado material perigoso, deve ter um tratamento
diferenciado, desde a coleta até a sua deposição final.
Limpeza Pública
Composto por folhas em geral, galhos de árvores, papéis,
plásticos, entulhos de construção, terras, animais mortos,
madeiras e móveis danificados.
Tabela 2: Classificação dos Tipos de Lixo
Para este trabalho, abordaremos somente a classificação por origem de
descarte, considerando apenas o lixo comercial.
O lixo hoje, tanto industrial, comercial, domésticos e demais tipos, são
coletados e descartados de três formas, citadas abaixo:
 Lixão – depósito feito em áreas extensas, a céu aberto, sem nenhum
tipo de tratamento do solo. Nesta situação, o solo fica em contato
diretamente com o lixo, exposto a degradação, causando um grande
cheiro, contaminando o solo, podendo contaminar os lençóis freáticos.
Além disso, por causa do cheiro, através diversos animais como aves,
roedores, insetos e animais domésticos, correndo o risco de
transmitirem doenças aos seres humanos, principalmente aqueles
que se sustentam a margem do lixão, como os catadores de lixo.
 Aterro Sanitário – grande região de terras que estão de acordo com
requisitos técnicos de engenharias e normas operacionais que limitam
os resíduos em pequenas áreas sendo cobertos com terra. Estas
áreas sofrem um processo de impermeabilização antes da utilização
como depósito de lixo, possuindo um sistema de drenagem de
chorume para p tratamentos, remoção e queima de gases produzidos
pelos resíduos. A partir do momento em que o limite do aterro for
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atingido, esta área é coberta por terra e encerrado o processo de
depósito, sendo utilizado para o plantio de vegetais e raízes curtas.
 Incineração – queima do lixo em altas temperaturas (800 a 1.000º C).
Este tipo de meio de descarte de lixo é vantajoso, pois além de
reduzir o espaço para a utilização de aterros, a energia térmica
produzida pela queimas destes resíduos através do vapor, produz
energia elétrica. Este processo gera detritos sólidos e gases que não
são poluentes e somente sua emissão gasosa deve ser tratada. O
único problema é que o custo deste tipo de descarte de lixo é
altamente caro, sendo utilizado somente para incineração de lixo
hospitalar.
Além disso, o tempo que leva para os resíduos se decomporem depende
muito do tipo de material que é feito. Na tabela abaixo, poderá ser visto o tempo
médio de decomposição de alguns resíduos.
Resíduo
Tempo Médio para Decomposição
Papel
3 a 6 meses
Chicletes
5 anos
Alumínio
200 a 500 anos
Vidros
4.000 anos
Tecidos
100 a 400 anos
Plástico
450 anos
Borracha/ Pneu
tempo indeterminado
Nylon
mais de 30 anos
Madeira pintada
13 anos
Filtro de cigarros
5 anos
Fralda descartável
600 anos
Garrafas PET
Indefinido
Palitos de fósforo
6 meses
CD´s
450 anos
Couro
30 anos
Tabela 3: Tempo de Decomposição De Resíduos
Fonte: Fonte: Núcleo de Estudos em Meio Ambiente (NUCLEAM)-UEPG
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Existem ainda, pessoas que trabalham catando material para reciclagem nos
lixões, pois lá, o lixo fica a céu aberto. Estas pessoas são identificadas como
catadores de lixo. São pessoas de classe média baixíssima, que vendem os
materiais juntados do lixo para o seu próprio sustento e de sua família. Para Vilhena
(2000), o exercício deste trabalho representa uma opção de vida.
Vilhena (2000, p.84) ainda cita:
Há anos, a reciclagem é sustentada no Brasil, assim como em outros países
em desenvolvimento, pela catação informal de papeis e outros materiais
achados nas ruas e nos lixões. Estima-se hoje no Brasil a atuação de cerca
de 200 mil catadores de rua responsáveis pela coleta de vários tipos de
materiais. (apud CEMPRE, 1999).
Por isso, a questão de separação de lixo é importante desde o inicio do
processo, dentro de uma empresa, numa residência, em ambientes públicos e
qualquer outro lugar que em que as pessoas gerem lixo. Para Grippi (2001),
devemos gerenciar o lixo desde sua geração, seleção até o seu descarte. é
importante pensarmos de maneira consciente, sabendo utilizar os produtos de
maneira correta, levando sempre em consideração como este produto será
descartado no nosso ambiente em que vivemos. Isso se dá através da
conscientização e da importância da reciclagem em nossas vidas, através da
separação do lixo, da coleta seletiva, e do descarte correto desses resíduos no meio
em que vivemos.
2.1.2 Reciclagem, Coleta Seletiva E Regulamentação Do Lixo
O termo reciclagem já vem sendo utilizado há muitos anos. Para Hare
(2002), a reciclagem não é uma nova idéia. No passado, durante anos roupas e
objetos usados eram revendidos em bazares e lojas de caridade.
Hare (2002, p. 5) conclui:
Reciclar significa reaproveitar o lixo. Isso pode ser feito reutilizando total ou
parcialmente, o material usado na fabricação de produtos. [...] jogar fora,
pura e simplesmente as coisas que não usamos mais não só polui o meio
ambiente como desperdiça as preciosas matérias primas da Terra. A
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reciclagem está sendo vista como importante solução para esses
problemas.
Grippi (2001, p. 4) define ainda:
Reciclagem é o resultado de uma série de atividades através das quais
materiais que se tornariam lixo, ou estão no lixo, são desviados, sendo
coletados, separados e processados para serem utilizados como matériaprima na manufatura de outros bens, feitos anteriormente apenas com
matéria-prima virgem.
Segundo o autor, os benefícios da reciclagem são inúmeros. Como:
 Diminuição da quantidade de lixo a ser aterrado;
 Preservação dos recursos naturais;
 Economia proporcional de energia‟
 Diminuição da poluição ambiental;
 Geração de empregos, diretos e indiretos.
Podemos citar ainda:
 Diminuição das áreas ocupadas pelos aterros sanitários;
 Valorização dos produtos descartados;
 Conscientização da importância da preservação do meio ambiente;
 Diminuição do impacto causado pelo homem;
Contudo, a reciclagem não pode ser encarada como uma solução para o
problema do acúmulo de lixo produzido pelo homem. A separação dos materiais é
importante para que se possa obter um processo de reciclagem correto. Não se
pode misturar o lixo seco com o molhado, papeis e plásticos com restos de material
orgânico. Este papel de separação pode ser feito no momento do descarte dos
resíduos. Lá dentro do escritório, da indústria, da cozinha, do lixo público. Este
processo auxilia ainda mais os catadores formais e informais e é uma maneira de
colaborar com o meio ambiente.
Grippi (2001) menciona a importância da separação feita na fonte (gerador/
população), com a posterior coleta seletiva feita pela prefeitura municipal e envio aos
locais de triagem ou usinas. O primeiro passo se dá através da participação da
população geradora e a segunda envolve a gestão governamental. Porém, sem a
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atuação participativa de todos, não há como melhorarmos este problema que é um
agravante no nosso século.
Segundo Vilhena (2000, p. 81), a coleta seletiva de lixo é um sistema de
recolhimento de materiais recicláveis, tais como papéis, plásticos, vidros, metais e
„orgânicos‟, previamente separados na fonte geradora.
O autor cita ainda quatro tipos de coleta seletiva, sendo:
 Porta-a-porta – assemelha-se ao processo clássico de coleta de lixo.
 Postos de entrega – coletas seletivas em PEV (Postos de Entrega
Voluntária) são postos fixos que cada pessoa pode levar o material
separado.
 Postos de troca – são postos de troca do material reciclado por algum
beneficio (alimento, vale-transporte, descontos, etc)
 Catadores – são as pessoas de baixa renda que saem as ruas catando
materiais que possam ser reciclados. Além disso, trabalham em
postos de triagem ou lixões.
A coleta seletiva normalmente exige a construção de galpões de triagem 4
(Vilhena, apud CEMPRE, 1999), onde os materiais são depositados, separados,
prensados ou picados enfardados ou embalados para venda novamente como
matéria-prima.
As vantagens da coleta seletiva também são muitas, podendo citar:
 Proporciona qualidade dos materiais recuperados;
 Estimula a cidadania;
 Permite a colaboração mútua de população, catadores, empresas e
órgãos governamentais para conscientização
 Reduz o volume de lixo e beneficia a todos com novos recursos
reciclagem e repasse ao toda a população.
Porém, ainda há alguns aspectos a serem considerados:
 Necessita a colaboração de todas as pessoas;
19
 Necessita um centro de triagem para que a separação seja realizada
com sucesso e os benefícios sejam repassados à comunidade.
Segundo Peltier (2009), a partir do séc. XIII surgiram as primeiras
regulamentações para controlar a falta de higiene entre a população em Paris. O
autor expõe que os habitantes daquela época tinham o dever de limpar o espaço
frente a suas residências uma vez por semana. Todos os bairros foram cavados
poços, que eram conhecidos como trous punais, ou seja, buracos fédidos. Porém, os
habitantes daquela época se opunham e não cumpriam com seu dever, e em 1347 a
situação se agravou com o surgimento da pandemia da peste negra, causada pela
falta de higiene e proliferação de vermes e bactérias provindas do lixo.
Hoje em dia, para que tudo isso ocorra de forma correta para que tenhamos
boas condições de higiene, foram criadas normas e leis que regulamentam o lixo,
bem como sua coleta, coleta seletiva e reciclagem. Abaixo, citamos algumas destas
leis:
Leis Federais
- Projeto de Lei do Senado no 354, de 1989 (no 203, de 1991, na Câmara dos
Deputados): Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos e dá outras
providências.
- Lei Federal Nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007: Estabelece diretrizes nacionais
para o saneamento básico; altera as Leis nos 6.766, de 19 de dezembro de 1979,
8.036, de 11 de maio de 1990, 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de
fevereiro de 1995; revoga a Lei no 6.528, de 11 de maio de 1978; e dá outras
providências.
- Decreto Federal 5.940 de 25 de outubro de 2006: Institui a separação dos
resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e entidades da administração pública
federal direta e indireta, na fonte geradora, e a sua destinação às associações e
cooperativas dos catadores de materiais recicláveis.
- CBO - Classificação Brasileira de Ocupações: Catador de Material Reciclável é
profissão reconhecida pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Abaixo algumas leis de alguns estados:
20
Rio de Janeiro – Leis Estaduais
- Lei nº 3369 de 07 de janeiro de 2000: Estabelece normas para a destinação final
de garrafas plásticas e dá outras providências.
- Decreto nº 31.819, de 09 de setembro de 2002: Regulamenta a Lei nº 3369 de 07
de janeiro de 2000, que estabelece normas para a destinação final de garrafas
plásticas.
- Decreto Estadual 40.645 de 08 de março de 2007: Institui a separação dos
resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e entidades da administração pública
estadual direta e indireta, na fonte geradora, e a sua destinação às associações e
cooperativas dos catadores de materiais recicláveis.
- Lei Estadual Nº 3755 (Laprovita), de 07 de janeiro de 2002: Autoriza o Poder
Executivo
a
financiar
a
formação
de
cooperativas.
- Lei nº 4191, de 30 de setembro 2003: Dispõe sobre a Política Estadual de
Resíduos Sólidos e dá Outras Providências. Princípios, procedimentos, normas e
critérios
referentes
à
geração,
acondicionamento,
armazenamento,
coleta,
transporte, tratamento e destinação final dos resíduos sólidos no Estado do Rio de
Janeiro, visando controle da poluição, da contaminação e a minimização de seus
impactos
ambientais.
Rio de Janeiro – Leis Municipais
- Decreto nº 30624: Institui a separação dos materiais recicláveis descartados pela
administração pública municipal na fonte geradora e a sua destinação às
associações e cooperativas dos catadores de materiais recicláveis, e dá outras
providências.
- Lei Municipal Nº 3273, de 06 de setembro de 2001: Dispõe sobre a Gestão do
Sistema
de
Limpeza
Urbana
no
Município
do
Rio
de
Janeiro
Regulamentada em 22 de abril de 2002.
- Decreto Municipal de Duque de Caxias Nº 5.623, de 19 de junho de 2009:
Institui a separação dos resíduos sólidos recicláveis descartados pelos órgãos e
entidades da Administração Pública Municipal Direta e Indireta, na fonte geradora, e
a sua destinação às associações e cooperativas dos catadores de materiais
recicláveis, e dá outras providências.
21
São Paulo
- Lei Nº 12.528, de 02 de janeiro de 2007: Obriga a implantação do processo de
coleta seletiva de lixo em “shopping centers” e outros estabelecimentos que
especifica, do Estado de São Paulo.
- Lei Municipal de Diadema nº 2.336, de 22 de junho de 2004: Institui o Sistema
para gestão sustentável de resíduos sólidos do município de Diadema e dá outras
providências.
Paraná
-
Lei
Estadual
nº
12493,
de
22
de
Janeiro
de
1999:
Estabelece princípios, procedimentos, normas e critérios referentes a geração,
acondicionamento, armazenamento, coleta, transporte, tratamento e destinação final
dos resíduos sólidos no Estado do Paraná, visando controle da poluição, da
contaminação e a minimização de seus impactos ambientais e adota outras
providências.
Recentemente, no último ano de seu governo, o agora ex-presidente Sr. Luiz
Inácio Lula da Silva regulamentou a “Lei do Lixo”, em 23 de dezembro de 2010,
conhecida a Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS - sancionada em agosto
de 2010 pelo presidente Lula, sob numeração Lei nº 12.305 -.
Esta lei estabelece que a Gestão Integrada de Resíduos, onde o material
descartado pela sociedade e todos os atores envolvidos são regulamentados com
base no sistema de responsabilidade compartilhada.
Foi ainda determinado a
criação do SINIR (Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos
Sólidos) que fará a coleta, sistematização e disponibilização de dados e estatísticos
relativos aos serviços.
Esta lei também gerou incentivos tributários e em 31/10/2010, a Lei Federal
n.º 12.375 incentivam com créditos presumido do Imposto sobre Produtos
Industrializados – IPI, até 31/12/2014, aos estabelecimentos industriais que usarem
resíduos sólidos recicláveis como matéria prima na fabricação de seus produtos ou
em processos intermediários na cadeia produtiva, desde que adquiridos diretamente
de cooperativas de catadores de materiais recicláveis.
22
Já para a normatização de coleta seletiva, segundo o Conselho Nacional do
Meio Ambiente (Conama), através da Resolução Nº 275/01 foi criado um sistema de
identificação visual das lixeiras para facilitar a coleta seletiva e a separação efetiva
dos materiais:
De acordo com a RESOLUÇÃO nº 275 de 25 de abril de 2001:
O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA, no uso das
atribuições que lhe conferem a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, e tendo em
vista o disposto na Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, e no Decreto nº 3.179,
de 21 de setembro de 1999, e:
Considerando que a reciclagem de resíduos deve ser incentivada, facilitada
e expandida no país, para reduzir o consumo de matérias-primas, recursos naturais
não-renováveis, energia e água;
Considerando a necessidade de reduzir o crescente impacto ambiental
associado à extração, geração, beneficiamento, transporte, tratamento e destinação
final de matérias-primas, provocando o aumento de lixões e aterros sanitários;
Considerando que as campanhas de educação ambiental, providas de um
sistema de identificação de fácil visualização, de validade nacional e inspirada em
formas de codificação já adotada internacionalmente, sejam essenciais para
efetivarem a coleta seletiva de resíduos, viabilizando a reciclagem de materiais,
RESOLVE:
Artigo 1º- Estabelecer o código de cores para os diferentes tipos de
resíduos, a ser adotado na identificação de coletores e transportadores, bem como
nas campanhas informativas para a coleta seletiva.
Artigo 2º - Os programas de coleta seletiva, criados e mantidos no âmbito de
órgãos da administração pública federal, estadual e municipal, direta e indireta, e
entidades paraestatais, devem seguir o padrão de cores estabelecido em Anexo.
§1º - Fica recomendada a adoção de referido código de cores para
programas de coleta seletiva estabelecidos pela iniciativa privada, cooperativas,
escolas,
igrejas,
organizações
não-governamentais
e
demais
entidades
interessadas.
§2º - As entidades constantes no caput deste artigo terão o prazo de até
doze meses para se adaptarem aos termos desta Resolução.
23
Artigo 3º - As inscrições com os nomes dos resíduos e instruções adicionais,
quanto à segregação ou quanto ao tipo de material, não serão objeto de
padronização, porém recomenda-se a adoção das cores preta ou branca, de acordo
a necessidade de contraste com a cor base.
Artigo 4º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
Este documento foi assinado pelo presidente, Sr. José Sarney Filho.
De acordo com o documento citado acima, foram estipulados padrões de
cores para a coleta e separação do lixo conforme tabela abaixo:
PADRÃO DE
MATERIAL RECICLADO
CORES
AZUL
Papel/papelão
VERMELHO
Plástico
VERDE
Vidro
AMARELO
Metal
PRETO
Madeira
LARANJA
Resíduos perigosos
BRANCO
Resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde
ROXO
Resíduos radioativos
MARROM
Resíduos orgânicos
CINZA
Resíduo geral não reciclável ou misturado, ou contaminado
não passível de separação
Tabela 4: Padrões de Cores Normatizado por Lei
Na figura abaixo, podemos visualizar melhor este padrão, sabendo que as
cores não precisam necessariamente, nos casos de lixos internos, de uso domestico
escritório e locais públicos fechados, ser totalmente pigmentados com a cor
correspondente. Pode-se apenas atribuir a cor no nome e em algum detalhe que
fique visível e perceptível ao usuário. Em vias abertas, esse padrão é necessário
para que o usuário possa identificar logo as lixeiras de coleta seletiva.
24
Figura 1: Padrões de Cores para Coleta Seletiva
Fonte: http://www.lixo.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=137&Itemid=146
De acordo com o tipo de material, podemos ter casos que não se pode fazer
reciclagem, isso depende dos materiais utilizados no processo de fabricação do
produto. Após o processo de coleta seletiva, devemos pensar na reciclagem destes
materiais, porém nem todos os resíduos poder ser reciclados como papel com
alumínio, embalagem de salgadinhos, etc.
Além da padronização das cores, foram criadas simbologias de identificação
de materiais, instigando uma mudança no comportamento da sociedade em si para
questões como ser sustentável, reciclagem, renovação entre outros atributos, o setor
produtivo tomou iniciativa em criar contribuições mecânicas, auxiliando na
normatização em relação os produtos, uma vez que nem todas as pessoas têm
conhecimento do material e seu meio de descarte.
Para Preussler (2006), “o objetivo da rotulagem ambiental é promover a
melhoria da Qualidade Ambiental de produtos e processos mediante a mobilização
das forças de mercado pela conscientização de consumidores e produtores.”
25
A ISO (Organização Internacional para Padronização) criou uma rotulagem
ambiental de produtos, e no Brasil, os padrões de normatizações são conferidos a
ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Segundo a autora, a série ISO
sobre rotulagem ambiental, possui três tipos (Tipo I, II e II) de declarações
ambientais. Estas normas servem para estabelecer critérios na estrutura do projeto
que sejam validos tecnicamente para que os programas existentes possam ser
avaliados. Abaixo, os três tipos de normas ambientais criadas pela ISO., segundo
Preussler (2006, p.3):

Rotulagem tipo I – NBR ISO 14024: Programa Selo VerdeEstabelece os princípios e procedimentos para o desenvolvimento de
programas de rotulagem ambiental, incluindo a seleção, critérios
ambientais e características funcionais dos produtos, e para avaliar e
demonstrar sua conformidade. Também estabelece os procedimentos
de certificação para a concessão do rótulo.

Rotulagem Tipo II – NBR ISO 14021: Auto-declarações ambientaisEspecifica os requisitos para auto-declarações ambientais, incluindo
textos, símbolos e gráficos, no que se refere aos produtos. Termos
selecionados em declarações ambientais e fornece qualificações para
seu uso. Descreve uma metodologia de avaliação e verificação geral
para auto-declarações ambientais e métodos específicos de avaliação
e verificação para as declarações selecionadas
Figura 2: Símbolo de Identificaçao de Produtos Recicláveis
Fonte: Fonte: CEMPRE. A Rotulagem Ambiental e o Consumidor no Mercado Brasileiro de
Embalagens (2006).
26

Rotulagem Tipo III – ISO 14025: Inclui avaliação do ciclo de vida Ainda está sendo elaborada no âmbito da ISO. Tem alto grau de
complexidade devido á inclusão da ferramenta Avaliação do Ciclo de
Vida. Existe um longo caminho para que este tipo de rotulagem ganhe
o mercado.
Abaixo, os símbolos mais comuns que vem ganhando destaque no mercado
brasileiro:
Figura 3: Simbologia de algumas embalagens
Fonte: CEMPRE. A Rotulagem Ambiental e o Consumidor no Mercado Brasileiro de
Embalagens (2006).
Os materiais plásticos são mais diversificados, pois possuem propriedades
diferentes uns dos outros, por isso, para resíduos plásticos, as simbologias mais
utilizadas seguem a norma NBR 13230 da ABNT, conforme figura abaixo:
27
Figura 4: Simbologia dos Materiais Plásticos
Fonte: CEMPRE. A Rotulagem Ambiental e o Consumidor no Mercado Brasileiro de
Embalagens (2006).
No Brasil, o assunto está sendo bem aceito e a tendência é que cada vez
mais possamos encontrar produtos de acordo com a auto-declarações ambientais,
pois a indústria sente a necessidade de simplificar e fazer o consumidor
compreender estas normas, de maneira que precisa e de fácil entendimento.
2.1.3 Tipos de Reciclagem
Para Grippi (2001), existem no Brasil, três tipos de reciclagem. A reciclagem
por compostagem (reciclagem de matéria orgânica), a reciclagem de materiais
(papel, plástico, vidro e metal) e a destruição por incineração.
Compostagem – processo biológico de decomposição de matéria orgânica
contida em restos de origem animal ou vegetal. O resultado final deste processo é
um composto orgânico que pode ser utilizado no solo (adubo).
Reciclagem de materiais (papel, plástico, vidro e metal) - nem todos os
materiais desta categoria podem ser reciclados.
28
A tabela abaixo informa os materiais que podem e os que não podem ser
reciclados:
Reciclável
Não Reciclável
Observações
Folhas e aparas de
papel
Adesivos
Jornais
Etiquetas
Revistas
Fita Crepe
Caixas
Papel carbono
Devem estar secos, limpos
Papelão
Fotografias
(sem gordura, restos de
PAPEL
Formulários de
comida, graxa), de preferência
computador
Papel toalha
não amassados. As caixas de
Cartolinas
Papel higiênico
papelão devem estar
Cartões
Papéis engordurados desmontadas por uma questão
Envelopes
Metalizados
de otimização do espaço no
Rascunhos escritos
Parafinados
armazenamento.
Fotocópias
Plastificados
Folhetos
Papel de fax
Impressos em geral
Tetra Pak
Latas de alumínio
Clipes
PLÁSTICO METAL
Latas de aço: óleo,
sardinha,
Grampos
molho de tomate.
Esponja de aço
Devem estar limpos e, se
Latas de tinta ou
possível, reduzidos a um
Ferragens
veneno
menor volume (amassados)
Canos
Latas de combustível
Esquadrias
Pilhas
Arame
Baterias
Tampas
Cabo de panela
Isopor tem reciclagem em
Potes de alimentos
Tomadas
algumas localidades. Potes e
PET
Adesivos
frascos limpos e sem resíduos
29
Garrafas de água
para evitar animais
mineral
Espuma
transmissores de doenças
Recipientes de
Teclados de
próximo ao local de
Limpeza
computador
armazenamento .
Higiene
Acrílicos
PVC
Sacos plásticos
Brinquedos
Baldes
Potes de vidro
Planos
Copos
Espelhos
Garrafas
Lâmpadas
Embalagens de molho Cerâmicas
Frascos de vidro
Porcelanas
Cristal
Devem estar limpos e sem
resíduos. Podem estar inteiros
ou quebrados. Se quebrados
devem ser embalados em
papel grosso (jornal ou craft).
VIDRO
Ampolas de
medicamentos
Tabela 5: Tabela de Produtos Recicláveis
Reciclagem de papel – o papel é composto por fibras de celulose. Segundo
Vilhena (2000), o papel foi inventado no ano de 105 a.C, pelo chinês T`sai Lun,
formada por moldes planos e porosos a partir das fibras de vegetais. Hoje, o
principio da fabricação do papel ainda é o mesmo, utiliza-se ainda as fibras vegetais.
No Brasil, cerca de 80% do total de pasta celulósica produzida vem da
madeira, sendo os outros 20% obtidos de outras fontes de matéria-prima. Existem
vários tipos de papeis, sendo eles utilizados para diversas finalidades como
desenho, cartões, embalagens, etc.
A reciclagem do papel se dá através de aparas de papel geradas durante o
processo de fabricações de materiais produzidos de papel, além de artefatos
gerados pré ou pós-consumo.
Reciclagem de Plásticos – os plásticos são produzidos através de resinas
sintéticas, conhecidas como polímeros, derivados do petróleo, matéria esta de fonte
30
não renovável e natural. É o material que mais contribui para a poluição do
ecossistema, devido ao fato de sua resistência a biodegradação.
Segundo Grippi (2001, p. 37),
[...] embora represente somente 4 a 7% em massa, os plásticos ocupam de
15 a 20% do volume do lixo [...] quando o lixo é depositado nos lixões, o
problema principal relacionado ao material plástico é a sua queima indevida
e sem controle, o que acaba causando poluição do ar [...]. Quando a
disposição é feita em aterros, os plásticos dificultam a compactação e
prejudicam a decomposição dos materiais biologicamente degradáveis, pois
criam camadas impermeáveis que afetam as trocas de liquidos e gases no
interior do aterro.
Para o plástico, segundo Vilhena (2000), sua reciclagem se dá através de
três classificações:
I.
Primária ou pré-consumo – recuperação dos resíduos feitos pela
própria indústria transformadora. É comum transformar restos de
plásticos em grânulos para que se aproveite em outro produto.
II.
Secundária ou pós-consumo – conversão dos resíduos plásticos de
produtos descartados no lixo.
III.
Terciária – é a conversão de resíduos de plásticos em produtos
químicos e combustíveis. Os materiais plásticos são transformados
em matérias-primas que originarão novamente resinas virgens ou
outras substâncias como o bicombustível.
Reciclagem de vidros – material obtido pela fusão de compostos
inorgânicos a altas temperaturas e resfriamento da massa até um estado rígido, tem
como principal componente a sílica. O vidro é considerado material 100% reciclado,
sendo que para cada tonelada de caco de vidro limpo, uma nova tonelada de vidro é
feita, além de disso, deixam de serem gastos 1,2 toneladas de matérias-primas
virgens. Outra grande vantagem é que com o uso de caco de vidro, a nova produção
de vidro tem economia de energia, além de ser reciclado infinitas vezes.
Reciclagem de metais – os metais são classificados em ferrosos e não
ferrosos. Os ferrosos nada mais são do que ferro e aço e dos não ferrosos
abrangem alumínio, cobre, chumbo, níquel e zinco. Os metais sucateados tem
grande valor na indústria metalúrgica, pois corresponde a cerca de 50% da produção
de chumbo e 20% da produção de aço. Para a reciclagem de metal, sua vantagem
31
se dá na diminuição de despesas na fase de redução de minério e metal. Embora os
metais não ferrosos tiverem seu valor de maior interesse, pelo seu custo, é muito
grande a procura de sucatas de aço e ferro.
Uma das principais reciclagens de metais que encontramos nos lixões são
as latas de alumínio utilizadas pela indústria de bebidas. No Brasil, segundo Vilhena
(2000), estima se que 700 mil toneladas de aço estanhado, cromado ou sem
revestimento para a fabricação de 7 bilhões de latas de alumínio.
Incineração – tecnologia térmica existente queima resíduos a uma
temperatura acima de 900c, em mistura com uma quantidade de ar e durante um
tempo determinado. Os compostos orgânicos ao reduzidos a seus constituintes
minerais, principalmente o dióxido e carbono gasoso e vapor de água e cinzas. A
grande desvantagem deste processo é o seu alto custo.
2.2 SUSTENTABILIDADE
Para PELTIER (2009, p.12), “não é mais tempo de se perguntar o que é
preciso fazer, é preciso agir de modo sustentável. Devemos nos comprometer com o
bom caminho, evitando cometer os mesmos erros e reinventando o que já foi feito.”
Sustentabilidade é um tema cada vez mais abordado dentro de empresas e
na própria sociedade. São ações e atividades que auxiliam para suprir as
necessidades atuais da sociedade moderna, sem comprometer o futuro daqueles
que ainda virão.
Ser sustentável está diretamente ligado com o desenvolvimento social,
econômico e material sem que o homem interfira de modo privativo no meio
ambiente. Para isso, um dos objetivos é usar os recursos naturais de forma
inteligente para que eles se mantenham no futuro. Seguindo estes parâmetros, a
humanidade pode garantir o desenvolvimento sustentável.
Segundo Mazini (2005, p. 27):
[...], referimo-nos às condições sistêmicas segundo os quais, em nível
regional e planetário, as atividades humanas não devem interferir nos ciclos
naturais em que se baseia tudo o que a resiliencia do planeta permite e, ao
mesmo tempo, não devem empobrecer seu capital natural, que será
transmitido a gerações futuras.
32
Para o autor, a sustentabilidade emerge num ponto fundamental: a
sustentabilidade ambiental é um objetivo a ser atingido e não, como muitas vezes é
entendida, uma direção a ser seguida. O que o autor expõe é a maneira em que
encaramos a sustentabilidade. Algumas pessoas e empresas encaram a
sustentabilidade como alguns itens que devemos cuidar, mas vai muito alem disso.
Devemos cuidar verdadeiramente de nossos recursos e fontes naturais, baseando
em fontes renováveis e ter o cuidado e consciência de uso dos recursos nãorenováveis.
Devemos agir de modo a passar esse conhecimento para cada individuo,
seja no trabalho, em casa ou com amigos. Hoje, o sistema de produção e consumo
é cada vez maior. Queremos mais, não pensamos que isso pode acarretar o futuro
de gerações. Reciclar? Algo tão simples e fácil de fazer. Para que?
Hoje, mesmo em atividades como extração de madeira, minério, agricultura
em larga escala, sabemos que a aplicação de práticas sustentáveis é importante
tanto economicamente como ambientalmente.
Hoje, este pensamento ainda cerca a maioria das pessoas e empresas.
Porém isso vem mudando consideravelmente. Ideias de projetos dentro das
empresas, que atendam aos parâmetros de sustentabilidade vem ganhando força.
Explorar e extrair com eficiência e garantia de recuperação de áreas afetadas pela
ação do homem, é marco que faltava par que a prática da sustentabilidade seja
aplicada em grandes empresas.
E neste caminho promissor, acabe ao designer tomar frente e auxiliar nesta
conscientização e nestes conceitos. Quem gera o produto deve preocupar-se com
todo o ciclo de vida, desde a matéria prima até o seu descarte e introduzir conceitos
de design sustentável, sustentabilidade e renovação dentro de seus projetos,
instigando o uso dos mesmos pela sociedade para que esta consiga assimilar o
quão isso é importante para o nosso meio de vida.
2.2.1 Design Sustentável
Para Peltier (2009), design sustentável é a grande colaboração do designer
nos processo de criação de embalagens. O que podemos avaliar desta afirmação é
33
que não somente o designer de embalagens está envolvido em um design mais
sustentável, mas qualquer designer deve ter isso como um fato, um objetivo a ser
seguido em seus projetos.
Deve-se analisar todas as possíveis maneiras de transformar um material
natural em mais um resíduo para descarte. será preciso? Há outros maneirais
alternativos? A busca incessante pelo alternativo, pelo reciclável deve ser infinita.
Transformar resíduos em produtos é a chave do sucesso para um mundo mais
sustentável. Introduzi-las no mercado, levando em consideração custos e
disposições de venda para os consumidores é, senão, o prêmio final, por todo um
conceito atribuído a alternativas renováveis e sustentáveis.
Design sustentável abrange ferramentas e conceitos, que visam encontrar
soluções para produtos voltados para a sustentabilidade do meio em que vivemos.
Este assunto não é o mais novo, mas ainda está longe de ter seus objetivos
alcançados. Por isso o papel do designer frente a este assunto é muito importante,
pois alem de renovar, re-projetar um novo conceito, ele introduz o tema e difunde
dentro de empresas, famílias, amigos através da sua criação, da sua pesquisa.
2.3 LIXEIRAS
De acordo com o Dicionário Michaelis, lixeira significa: lixeira2 li.xei.ra2sf
(lixo+eira2) 1 Depósito de lixo. 2 Montão de lixo.
A lixeira ou balde de lixo é um depósito provisório de lixo. Comum em
centros urbanos, residências, indústrias e todo o local onde há acúmulo de resíduos.
O bom uso da lixeira faz com que não haja proliferação de animais transmissores de
doenças, além de auxiliar na limpeza e cuidados com o ambiente em que vivemos.
As lixeiras urbanas são uma preocupação dos órgãos públicos, bem como a
coleta do lixo, coleta seletiva e reciclagem. Porém, toda a população deve estar
consciente da importância do bom uso das lixeiras.
De acordo com Peltier (2009), o surgimento das primeiras leixeiras deu-se
por volta do final do séc. XIX, quando o prefeito da Seine, promulga uma resolução
que obriga proprietários de imóveis deixarem nos imóveis recipientes coletivos para
os inquilinos e que estes deveriam possuir tampa, para o deposito de resíduos
34
domésticos, dando o surgimento das lixeiras, ou poubelle, que é agregada ao
suplemento do Grande Dicionário Universal do Sec. XIX.
Conforme o autor menciona, foi deliberado ainda que o lixo orgânico seria
separado dos demais, porém uma boa parte da população não havia aceitado muito
bem esta nova lei. Alguns anos mais tarde, foram criados os primeiros centros de
triagem na França, onde catadores recolhiam o material como latas, papeis,
plásticos e materiais para triagem, deixando somente resíduos orgânicos para uso
como adubo. Somente depois de alguns anos, a difusão das lixeiras tomou
proporções mundiais e hoje são encontrados em diversos segmentos como casas,
industriais, vias públicas e escritórios. Um dos modelos muito conhecidos de lixeiras
eram os latões americanos, que ficaram eternizados em desenhos como MandaChuva e hoje podemos encontrar como objetos decorativos vintage.
No Brasil, a utilização de latas e tambores foi trocada por sacos plásticos,
em 1970. A terceirização de serviços de limpeza pública também contribuiu para a
evolução dos meios de uso e sistemas de coleta de lixo.
2.3.1 Lixeira e o Mercado
Atualmente encontramos uma variedade de lixeiras entre domésticas,
públicas, de escritórios, hospitalares, de entulho, entre outros. Há uma gama muito
grande de lixeira que variam entre suspensas, de chão, de pia, além de lixeira para
banheiros, cozinhas, escritórios, coleta seletiva, indústrias, etc.
No mercado encontramos todas as variedades, tipos, cores e destinações.
São vendidas em mercados, lojas de departamentos, atacados, lojas populares
como lojas de R$ 1,99, lojas especializadas em produtos para comercio e indústria,
terceirizados e sites de compra das próprias marcas e de lojas de departamentos
com venda pela internet.

Lixeiras para uso doméstico – encontradas em supermercados,
lojas populares e de departamentos, alem de sites especializados.
Variam de acordo com o tamanho, material e destinação. As lixeiras
podem ser de plástico, material reciclado como papel e também de
35
aço inox, podem ter pedal, basculante, pressão ou tampa, todas
possuem tampa. Lixeiras de cozinha de chão geralmente variam seu
volume entre 10 a 40 litros, ou até mais, dependendo do lugar e do
que será destinado. As lixeiras de pia, geralmente são utilizadas para
alimentos orgânicos, mas isso varia de acordo com cada usuário,
variam entre 3 a 5 litros. Já as lixeiras de banheiro variam entre 5 e 10
litros. As lixeiras de cozinha de chão já podem ser encontradas com
divisão de lixo coletivo, porém o custo delas é sempre superior ao de
uma lixeira comum.

Lixeira de uso em escritórios – encontrados em supermercados,
lojas de departamentos e terceirizados, sites especializados e
principalmente em lojas especializadas em produtos para comercio e
indústria. O material com que são feitas as lixeiras são feitas de
plástico, papel reciclado, aço inox, madeira e acrílico. Estas lixeiras
geralmente não possuem tampa e algumas delas encontramos
divisões
para
separação
coletiva,
porém
o
pensamento
de
sustentabilidade dentro de corporações mediante a busca por preço
faz com que ainda não se tenha um volume esperado de vendas e
uso as mesmas.
Há algumas delas mais sofisticadas, possuindo tampas,
compartimento para triturar papel, CDs, amassar latas entre outros.
Há também algumas lixeiras criadas para ler código de barras de
embalagens e abrir o compartimento correto para o descarte, mas o
custo delas frente ao custo x benefício buscado pela maioria das
empresas, não atrai a compra.

Lixeiras de coleta seletiva – encontramos no mercado lixeira que
variam entre 20 e 240 litros. São lixeiras coloridas de acordo com as
normas que regulamentam a coleta seletiva de lixo, geralmente de
plásticos PP. Elas possuem tampa, ou compartimento com abertura.
Algumas possuem rodas para facilitar o manuseio, outras podem ser
suspensas para uso em vias publicas.
36

Lixeiras hospitalares – são lixeiras de plástico PP que variam o
volume entre 10 a 240 litros, são de cor branca, de acordo com as
normas e possuem tampa. Estas lixeiras devem ser identificadas o
tipo de material descartado.

Lixeiras de entulho – conhecidas como caçambas, este tipo de
lixeira serve para recolher entulhos de obras, podas de arvores e
resíduos em grande quantidade que podem ser levados diretamente
para aterros e lixões. São feiras de ferro.

Lixeiras industriais – variam o tamanho, podem ser de plástico PP
ou metal. Conhecidas também como container são feitas para
armazenar uma quantidade grande de lixo.
2.4 COZA
Fundada em 1983, por Rudy Luiz Zatti, na cidade de Caxias do Sul, Rio
Grande do Sul, a Coza iniciou com o projeto de saca-rolhas com mecanismo de
extração de rolhas, abridores de garrafas e kits para bar. No ano de 1987, as
mulheres da família Zatti assumiram a empresa, após o falecimento de seu
fundador. Assumiram a empresa a esposa, Sra. Vera Zatti e sua filha mais velha, a
designer Cristina Zatti.
A partir deste momento, a empresa tomou novos rumos, entrando mais
afundo no segmento de U.D, especialmente em produtos para cozinha. Foi em
busca do design diferenciado que a empresa agregou qualidade, modernidade e
design para seus produtos, trabalhando com o polipropileno e o acrílico, material
plástico que ganhou novas formas, cores e novo conceito no dia-a-dia a mulher
brasileira.
Na década de 90, a Coza lançou produtos para o uso em lava-louças e
microondas – produtos febris daquela época – inserindo ainda tons translúcidos,
texturas leves e cores especiais, alavancando as vendas da marca. Logo após este
estouro de inovações, a Coza aderiu ao mercado com o estilo `Summer plastics`,
com louças coloridas de plástico. Vendo e analisando o mercado, a designer Cristina
37
Zatti estendeu o mercado de UD da Coza para escritórios, banheiro e demais áreas
da casa trazendo um novo conceito estético e decorativo.
Pioneira e líder em design de homeware em plástico no Brasil, a Coza vem
arrematando mais importantes prêmios nacionais e internacionais, como o Museu da
Casa Brasileira, IDEA/Brasil, o MACEF, de Milão e o IF Design, da Alemanha. Com
suas linhas multifuncionais, a marca renova constantemente nas formas, cores e
materiais. Atualmente, já são mais de 200 produtos nas linhas Mesa, Sobre a Pia,
Organização, Decoração, Lumi, Banho, Bios, Organic, Retrô, Office, Mesa Mix e
Baby.
Hoje, com sede de fábrica em Caxias do Sul e escritório em Porto Alegre, a
Coza é administrado por um conselho de sócias-diretoras – as irmãs Daniela,
Cristina e Manuela Zatti, além de ter um Bureau de Design, gerenciado pela Cristina
e vários escritórios contratados, espelhados pelas capitais mais importantes de
design.
Destaca-se no mercado por uma estratégia competitiva diferenciada, focada
no relacionamento com clientes, parceiros e fornecedores a partir de valores
culturais da organização como proximidade e confiabilidade. A empresa está em
constante mudança, sempre buscando novidades, inovações e proporcionando uma
ligação muito forte entre a marca e seus consumidores. Essas mudanças dão-se por
uma abrangência e pelo fortalecimento no mercado, com o uso de tecnologias,
pesquisa e inovações para um setor que busca qualidade, praticidade e design.
38
3 METODOLOGIA E CRONOGRAMA
O presente trabalho utilizará de métodos de pesquisa aplicada, de forma
quantitativa e exploratória, além de pesquisa bibliográfica e documental, tais como
estudo de casos, análises de artigos e materiais documentados, levantamentos de
dados através de pesquisa de campo utilizando questionários.
Quanto ao cronograma realizado para o projeto realizou-se o trabalho entre
Abril e Junho de 2011, conforme tabela abaixo.
Tabela 6: Cronograma de Atividades do Projeto
39
4 ANÁLISES
As análises servem para comparar parâmetros entre o produto e seus
concorrentes. Nela, serão analisados e deliberados pontos positivos e negativos do
produto e seus concorrentes, para que numa nova etapa, estes tornem-se os
requisitos essenciais e/ou restrições importantes para o desenvolvimento do projeto,
traçando um caminho mais conciso e de alcance dos objetivos do projeto.
4.1 ANÁLISE DIACRÔNICA DA LIXEIRA E IDENTIDADE VISUAL COZA
A partir da industrialização na Revolução Industrial, consumo desenfreado
de produtos e com o crescimento populacional, a utilização da lixeira, após o seu
surgimento na França, tornou-se importante na vida moderna. O aumento da
comercialização de produtos fez do acumulo de lixo uma agravante para a
proliferação de doenças e falta de higiene da população do mundo.
As primeiras lixeiras surgiram no Brasil em meados da década de 50 e a
partir dos anos 70 o Brasil começou a separar o lixo através da coleta seletiva. Esta
veio com o objetivo de separar os resíduos urbanos e solucionar problemas de
acumulo de lixo, reintegrando os mesmos no ciclo industrial e trazendo vantagens
ambientais e econômicas para o país.
Estas lixeiras eram feitas de madeira e a partir de 1970, começaram a ser
trocadas por lixeiras de latão de alumínio e mais tarde, mesmo com a
industrialização do polipropileno, em 1954, somente na década de 80, estas lixeira
foram trocadas pelas fabricadas em PP. Esta troca deu-se devido a melhor higiene
que o produto trazia, podendo ser molhado, limpado e não sofrer nenhuma ação do
tempo. Na década de 90, surgiram as lixeiras e aço inox, e a partir deste momento
as lixeiras só evoluíram, podendo ser trituradoras de papel, CDs e amassar latas de
alumínio. Abaixo podemos ver a evolução das lixeiras.
40
Figura 5: Análise Diacrônica do Produto
4.1.1 Assinatura Visual Coza
Não foi encontrada nenhuma informação a respeito de re-design ou
modificações no logo da coza. O histórico da empresa não possui a evolução da
identidade visual da empresa e seu próprio histórico é descrito sucintamente.
Em relação ao produto, possui apenas etiqueta adesiva contendo com o
nome do produto, identidade visual da empresa e descrição do desenvolvimento do
produto em parceria de alunos da Universidade do Vale do Rios dos Sinos
(Unisinos) e Politécnico de Milão, com a seguinte descrição:
Uma declaração de amor ao planeta. O planeta é a nossa casa. Foi
pensando nisso que nasceu o projeto Romeu e Julieta, A idéia,
desenvolvida para a Coza por um grupo de alunos da Escola de Design da
Unisinos, em parceria com a Politécnica de Milão, deu origem a um produto
apaixonante. Romeu e Julieta são lixeiras que podem ser integradas para
você separar o lixo seco do lixo orgânico, dando um final feliz para as
sobras do dia-a-dia. [...].
41
Abaixo, observa-se o Tag utilizado na divulgação da Lixeira Romeu e Julieta
(Figura 5) e das Identidades Visuais da Coza (Figura 6).
Figura 6: Tag da Lixeira Romeu e Julieta
Fonte: 1www.coza.com.br
Figura 7: Identidade Visual Coza
Fonte: www.coza.com.br
42
4.2 ANÁLISE SINCRÔNICA
A Coza é uma empresa que busca conceitos através do design de seus
produtos. Por ela ser uma das maiores indústrias de seu segmento, foi analisado os
seus concorrentes diretos que mantém o design como diferencial em seus produtos.
Para Baxter (2000), a análise dos concorrentes é feita para monitorar as
empresas concorrentes, analisando o sucesso e fracassos de seus produtos e assim
poder direcionar o projeto por um caminho mais seguro.
Seus concorrentes diretos são Ordene Sanremo, OU Martiplast e Viel.

Ordene Sanremo – formas simples, seu produto para escritório é a
lixeira papeleiro, que não possui tampa e nem separação de lixo.
Feita polipropileno por meio de injeção. Seu único diferencial é
possuir alças para manuseio, porém por não ter abertura reta, não é
prática para a alocação de sacola plástica. Cores neutras.

OU Martiplast – formas simples, porém não tradicionais, é um
produto de escritório com tampa e abertura através de botão de
pressão através de contato com a mão. A tampa permanece aberta
com o tempo de uso e só se fecha manualmente. Seu formato e tipo
de abertura permitem o uso de sacolas plásticas. Cores neutras e
coloridas. Fabricadas por meio de injeção é feita de polipropileno.

Viel – seu produto para escritórios não possui tampa, porém possui
sistema de aro que facilita encaixe da sacola plástica. Feita de
polipropileno e fabricado por meio de injeção, encontram-se em cores
neutras.
Na tabela abaixo, encontram-se informações sobre o produto Coza e seus
concorrentes.
43
Tabela 7: Análise do Produto X Concorrentes
4.3 ANÁLISE ESTRUTURAL E TÉCNICA
A lixeira da Romeu e Julieta da empresa Coza possui nove peças, todas
elas feitas de PP, por sistema de injeção. Por ser feita de PP, é um produto 100%
reciclável, possuindo maior tempo de vida útil. Pode ser lavado, suas peças são de
fácil encaixe e desmontagem.
O processo de fabricação ocorre após o material ser fluidificado por
aquecimento e injetado em molde, sofrendo grande pressão e resfriamento para
tornar o material rígido. Seu sistema de junção é através de encaixe, ficção e
deformação por prensagem.
Suas formas são simples, orgânicas e arredondadas, trazendo na percepção
do usuário, um produto moderno e harmônico, além de trazer associações e higiene,
limpeza e brinquedo (pelo sistema de encaixe).
44
Figura 8: Desenho Técnico do Produto
Fonte: 2www.coza.com.br
4.4 ANÁLISE FUNCIONAL
Durante a análise do produto foram contatados que o corpo do produto
possui a função primária, podendo este ser usado para a mesma finalidade sem a
interferência das demais peças. Porém, perde suas finalidades essenciais que é a
separação do lixo. As demais peças possuem função secundária, mas de
importância para a finalidade do produto é o encaixe da alça, sem esta peça o
produto perde a característica de separação dos resíduos, pois é ela que encaixa
uma lixeira auxiliar ao corpo da lixeira atual. Conforme a figura abaixo, identificamos
as funções primárias e secundárias do produto.
Figura 9: Funções Primárias e Secundárias do Produto
45
Analisando cada componente da lixeira Romeu e Julieta, foram contatados
os seguintes dados:
1. Aba Giratória da Tampa: A aba giratória, cobre a parte da tampa, onde há a
passagem para a colocação do lixo. Sendo ela giratória para não expor o conteúdo
da lixeira.
2. Haste de Sustentação: A haste de sustentação, além de dar sustentação à aba
giratória, dá o eixo necessário para a aba permanecer cobrindo o conteúdo do lixo.
3. Abertura da Tampa: A abertura da tampa é passagem do lixo para o corpo da
lixeira, onde a aba giratória é fixada através da haste de sustentação.
4. Tampa: A tampa é a parte da lixeira que encaixa no corpo da lixeira e cobre a
maior parte do lixo exposto.
5. Área de Encaixe da Tampa: A área de encaixe da tampa é a parte da tampa que
encaixa no corpo da lixeira sem que a tampa deslise ou caia conforme o
deslocamento da lixeira.
6. Alça: A alça fixada no corpo da lixeira tem com função a sustentação do mesmo
na hora do despejo do conteúdo. A alça fica guardada dentro da lixeira, repousada
dentro do corpo da lixeira.
7. Encaixe da Alça: O encaixe da alça fixa a alça ao corpo da lixeira, dando a ela a
facilidade de manuseio na hora de levantá-la ou abaixá-la.
8. Suporte de Alça: O suporte de alça serve como repouso para a alça, para a
mesma não ficar solta dentro da lixeira, dando assim uma segurança maior com
menos riscos de danificação tanto para a alça quanto para o corpo da lixeira.
9. Encaixe do Suporte de Alça: O encaixe do suporte de alça fixa o suporte
deixando-o fixo na lateral do corpo da lixeira.
10. Corpo da Lixeira: O corpo da lixeira serve para o depósito dos resíduos
descartados, o lixo.
As peças analisadas são todas feitas de material PP, sendo resistentes a
impactos e pressão.
46
Figura 10: Visualização 'Explodida' do Produto
4.5 ANÁLISE MORFOLÓGICA
A análise morfológica do produto foi observada o uso de formas cilíndricas,
arredondadas. Seu corte representa a meia lua, base lisa, com tampa de encaixe e
abertura basculante. As alças facilitam o carregamento do produto e podem servir
como prendedor para a sacola plástica.
O tamanho do produto analisado pode ser encontrado de 5 litros e 20 litros,
sendo o produto de 20 litros utilizado em escritórios. Possui 30x 30x 35 cm, com
superfície áspera e opaca. Fabricada em PP, que é um material de baixo custo,
possui resistência a químicos e solventes. Além disso, o material é de fácil
moldagem e coloração, com boa resistência ao uso e estabilidade térmica.
Está representada em cores branca com preto, branca e verde, branca e
laranja, utilizando as cores da Gestalt. Sua representação está em um casal, Romeu
47
e Julieta, representa a união de opostos, do lixo seco e do orgânico. Esta lixeira tem
proposta mais limpa, simples e harmônica. Pode ser encaixada até 4 peças, sendo
utilizada para tipos de lixos diferentes. A imagem abaixo resume a análise
morfológica.
Figura 11: Análise Morfológica do Produto
4.6 ANÁLISE ERGONÔMICA
Nesta analise vamos apontar alguns problemas encontrados no produto em
questão, analisando tanto o produto em si quanto as tarefas dos sujeitos envolvidos
e as ações que ele demanda tendo assim uma maior compreensão de toda
mecânica estrutural e corporal que influencia diretamente na ergonomia final do
produto.
48
4.6.1 Análise da Tarefa
Primeiramente é essencial verificar a tarefa necessária na utilização, tendo
em vista que a lixeira pode ser usada em diversos lugares fizemos uma pesquisa
para entender melhor as conseqüências e danos que esta ação pode nos causar.
Figura 12: Análise da Tarefa
Foi verificado na tarefa acima (Figura 11), que existem alguns pontos de
tensão excessiva como, por exemplo, na região próxima dos ombros, constata-se
também uma discrepância em relação aos lados que o individuo abaixa ao fazer o
movimento, levando assim a um movimento semi-rotatório que agrava mais ainda a
tensão.
Fica evidente que o processo tem diversos problemas ergonômicos, porém a
pouca freqüência, velocidade de execução e a ausência de repetições estressantes
fazem com que o movimento não seja considerado danoso ao usuário. Nesse
contexto, entendemos a necessidade de um sistema de abertura de fácil acesso,
pois o sistema atual pode manter o usuário muito tempo em posição critica e
aumentar esporadicamente a quantidade de tempo total que o individuo vai
permanecer em uma posição critica.
A altura também é um ponto chave no processo, pois o movimento se torna
menos estressante à medida que a altura do produto aumenta, se o produto for
49
muito baixo isso poda acarretar posições cada vez mais criticas levando a uma
possível fadiga e até lesão.
4.6.2 Análise do Produto
Para facilitar a compreensão dividimos esta analise em pontos positivos e
negativos encontrados.
Pontos Positivos:

Estrutura: A estrutura do produto com formas arredondadas e sua
confecção em peça inteira facilita a pega da lixeira ajudando em sua
locomoção e manutenção. Isso torna o produto viável para locomoção
mesmo estando totalmente carregado sem a utilização das alças que
compõe o produto.

Visual: As formas elípticas e a escolha de apenas duas cores na sua
concepção dão uma suavidade ao produto, que mesmo quando
usado de forma combinada como sugerido pelo fabricante mantém
sua leveza e simplicidade visual dando uma boa ergonomia neste
aspecto.

Alças: As alças ajudam na locomoção da lixeira e também pode servir
para prender sacos plásticos em seu interior agregando uma função
dupla, sua pega é adequado à mão com isso o usuário tem uma boa
firmeza para depositar os dejetos.

Material: O polipropileno material utilizado na lixeira é altamente
recomendado para este tipo de produto devido a sua alta resistência a
impacto e fácil moldagem, é de fácil limpeza e pode ser lavado sem
problemas facilitando a limpeza e manutenção do material assim
como sua manipulação. Ainda é valido lembrar que o polipropileno
pode ser atacado por alguns produtos de limpeza e que esta é uma
informação necessária ao usuário.
50
Figura 13: Análise do Produto
Pontos Negativos:

Tampa: O sistema de basculante agregado ao produto é de fácil
acesso e utilização, porém limita drasticamente a quantidade e
tamanho dos dejetos capazes de serem armazenados pelo contentor
e até mesmo pode acarretar algum tipo de problema caso seja
necessária a introdução das mãos no interior do produto. Se caso isso
ocorrer, será necessária a retirada da tampa principal para um
processo mais efetivo.
Figura 14: Análise do Produto
51
4.7 ANÁLISE DE ESTILO
O estilo de produtos da empresa Coza é o diferencial em design associados
ao bom gosto, qualidade, inovação e identidade forte.
A figura abaixo se pode
observar o Moodboard de análise de estilo, que faz a leitura visual do estilo da lixeira
Romeu e Julieta. Linhas orgânicas, simples, cores entre neutras e fortes,
preocupação com a sustentabilidade, eco design, para uso em ambientes
coorporativos, valorização do pensar sustentável, da reciclagem e do meio
ambiente. Para uso em ambientes modernos, harmônicos e para pessoas com
atitude, convicções.
Figura 15: Moodboard de Análise de Estilo
52
4.8.1 Influências Socioculturais
As influencias sociais que a empresa transmite são muitas. Atualmente, é
detentora de diversos prêmios nacionais e internacionais como, como o Museu da
Casa Brasileira, IDEA/Brasil, o MACEF, de Milão e o IF Design, da Alemanha. Além
de estar presente em diversas feiras de produtos para a área, a Coza vem cada vez
mais divulgando e instigando o uso de seus produtos voltados ao publico que gosta
de praticidade, modernidade, inovação ligadas a um design arrojado e jovial. A figura
abaixo ilustra as influencias da marca x produto x consumidor final.
Figura 16: Moodboard de Influencias Socioculturais
4.8 ANÁLISE AMBIENTAL
O PP, material utilizado no produto é 100% reciclável. Este material é
importante, pois se utilizarmos materiais não recicláveis, sofreremos os ter impactos
na natureza com o seu descarte, aumentando ainda mais a poluição ambiental.
53
4.8.1 Reciclagem de PP
Os processos de reciclagem mecânica são mais comuns. Estes constituem
em moagem, derretimento, corte e granulação de resíduos plásticos. Inicialmente, as
peças plásticas devem ser selecionadas em tipos iguais de materiais antes do início
efetivo do processo. O plástico selecionado é derretido e moldado em uma nova
forma ou cortado em pequenos grânulos (chamados de granulados) que serão
posteriormente utilizados como matéria-prima para praticamente qualquer finalidade,
nos quais é excluído hospitalar e alimentar.
Na reciclagem de plásticos, deve-se observar que ao derreter polímeros
diferentes, estes não se misturam facilmente. Portanto, é necessário que sejam de
um mesmo material para que o processo de mistura seja homogêneo. Plásticos
diferentes, portanto, tendem a não se misturar, mas em muitos compostos pode-se
usar um agente compatibilizante.
Misturadores recentes realizam a mistura de plásticos colocada em tonéis
que giram com alta velocidade, o que gera calor pela fricção das partes de plásticos,
fazendo com que as partes de plástico homogeneízem-se independente de sua
natureza. Trata-se de uma importante nova tecnologia, que vem reduzindo custos e
processos da reciclagem.
Na tabela abaixo, analisaremos alguns aspectos ambientais importantes na
confecção do produto e que devem ser levados em consideração.
Questões
Respostas
Utilização de pouca matéria-
Sim, o produto utiliza pouca matéria rima em sua
prima?
confecção o corpo do produto onde reside a maior
parte do material em si as laterais da lixeira são
finas assim como todo o resto do produto
diminuindo drasticamente a quantidade de matéria
prima utilizada e devido a natureza do material
mesmo assim mantendo a qualidade e segurança
necessárias ao produto
54
Uso de contaminantes como
Sim, no processo de coloração são adicionados
acabamentos ou união?
contaminantes que dificultam um pouco a
reciclagem do produto, porem ainda assim
tornando-a viável.
Materiais recicláveis?
Sim, o Polipropileno utilizado na confecção da
lixeira é totalmente reciclável.
Fácil separação dos
Os componentes são facilmente separados e
componentes?
desencaixados facilitando a desmontagem do
produto.
Utilização de poucos
O produto conta apenas com três componentes
componentes
tampa (com uma “subtampa”), alça e corpo tendo
em um mesmo produto?
assim o mínimo de componentes para sua
utilização.
Uso de materiais reciclados?
Não temos confirmação do uso de matérias
reciclados em sua produção, porem devido aos
seus componentes é uma possibilidade totalmente
viável.
Uso de materiais compatíveis
A lixeira é feita inteiramente de polipropileno.
entre si?
Tabela 8: Análise de Aspectos Ambientais
4.9 ANÁLISE MERCADOLÓGICA
Na análise mercadológica, foram levantadas informações referentes ao
Ponto de Venda (PDV) dos produtos. Para Magalhães (2004, p.124), “[...] Ponto-de-
55
venda é um segmento de Design que se utiliza das habitações da comunicação
visual e do Desenvolvimento de Produto em iguais proporções.”
Além disso, o autor menciona que a fundamentação do PDV é impulsionar o
desejo de compra do consumidor. Magalhães (2004) ainda ressalva que,
“proporcionar-lhe uma experiência de compra capaz de envolvê-lo e levá-lo a
identificar e valorizar a marca é o diferencial de um bom projeto de PDV.”
Durante a execução deste projeto, foi constatado que os PDV`S de produtos
da Coza e das três marcas concorrentes diferem somente de venda por telefone
(Ordene Sanremo) e sites da marca (Coza e Viel), os demais os pontos de venda
são distribuídos entre supermercados, hipermercados, lojas de departamento, lojas
populares e virtuais.
Em relação a sua embalagem, nenhum produto possui uma embalagem
específica, todos possuem rótulo com identificação e a Coza ainda menciona na
parte interna da tampa basculante a importância da reciclagem para nosso meio
ambiente, porém é feita do próprio material e cor, e não é perceptível para o
consumidor. O volume entre os produtos variam conforme as dimensões e os preços
variam entre R$ 19,90 e R$ 59,90. Dentre todos os analisados, a Coza é
considerado líder no mercado seguido da Ordene Sanremo, que é forte concorrente
dos produtos do segmento.
Na tabela abaixo, veremos resumidamente as analises realizadas.
Tabela 9: Análise do Produto X Concorrentes - PDV`s
56
4.9.1 Análise de PDV – Lojas Físicas
A disposição nos PDV`s físicos são feitas em prateleiras, com identificação e
identidade visual da marca, juntamente com os concorrentes. Em supermercados e
hipermercados, o corredor é distribuído os produtos pela forma de uso, alem de
serem empilhados.
Foram constatados, através da análise realizada os seguintes pontos
negativos:

Produtos com má exposição;

Não há identificação da marca em nas prateleiras e corredores;

Não há nenhuma outra forma de divulgação do produto além das
prateleiras.

Produtos misturados;

Não possui embalagem;

Não possui Tag especial do produto
As figuras abaixo demonstram a disposição do produtos em um
Hipermercado, e lojas populares.
Figura 17: Disposição do Produto em Lojas Populares
57
Figura 18: Disposição do Produto em Lojas Populares
Figura 19: Disposição do Produto em Hipermercado
58
Figura 20: Disposição do Produto em Hipermercado
Figura 21: Disposição do Produto em Hipermercado
59
4.9.1 Análise de PDV – Lojas Vituais
Já nas lojas virtuais, os produtos são distribuídos como U.D (Utilidades
Domésticas), Lixeiras ou Escritório. Tirando a venda pelo próprio site da empresa, os
demais não mostram a identidade visual da marca, além de não possuírem
informações técnicas do produto padronizadas. Dentre as analises realizadas, os
seguintes pontos negativos foram levantados:

Produtos com pouca informação ou informações diferentes com cada
site;

Nem todos os sites possuem desenho técnico do produto;

Em sites de vendas, não há identificação da marca por meio de
identidade visual.

Abaixo, pode-se observar a disposição dos produtos nas lojas virtuais.
Figura 22: Disposiçao em Lojas Virtuais - www.coza.com.br
60
Figura 23: Disposiçao do Produto em Lojas Virtuais - www.submarino.com.br
4.9.1 Público-Alvo
O público-alvo que este projeto visa atingir, primeiramente é o setor de
compras das empresas que buscam o pensar consciente e sustentável, sempre
aliado ao custo do produto. Pode-se concluir que o público final, os colaboradores de
cada empresa, são pessoas que trabalham em escritórios dos mais variados
segmentos e aqueles que buscam agregar ao seu dia-a-dia, questões ambientais
como reciclagem. São pessoas do mundo todo, independente de gênero e idade e
grau de escolaridade, porém interessadas em adotar praticas ambientais. Pessoas
que se preocupam com o ambiente corporativo, tanto de higiene como de bem estar
e respeito.
Tem como hábitos a preocupação com o descarte de seus materiais de
trabalho como papel, plástico e material orgânico. Gostam de trabalhar em um
ambiente limpo, agradável e harmônio. Zelam pela organização do ambiente e
aceitam novas idéias, novos conceitos e regras com facilidade.
O produto é vendido para todo o Brasil e mercado internacional, contudo,
como há muitas diversidades sociais e políticas, o produto deve ser neutro, de fácil
entendimento e custo benefício para compras pelos setores responsáveis. É
comprado pelas empresas quando necessário.
61
4.9.2 Análise da Identidade Visual da Marca e Embalagem
A identidade visual da empresa Coza é de forma simples e limpa, com letras
sem serifa, quinas acentuadas e a letra “C” estilizada, sendo maior que as outras,
remetendo ao crescimento, criação e centralização de idéias novas. O formato das
fontes remete ao aero dinamismo, a modernidade. Sua fonte te preenchimento bold
e fontes irregulares.
O verde remete ao remete vigor, juventude e calma e a identidade visual
representa energia, esperança e perseverança, traduzindo segurança e satisfação.
Simboliza vida nova, energia, crescimento e saúde, porém usada em excesso,
determina orgulho, superioridade.
Em relação à embalagem, o produto não possui nenhuma embalagem
especial para armazenar o produto. Ele dispõe apenas de uma etiqueta. Abaixo,
podemos observar a identidade visual da Coza.
Figura 24: Identidade Visual Coza
62
4.2 APLICAÇÃO DE QUESTIONÁRIO
A aplicação do questionário foi realizada em pessoas direcionadas ao
público-alvo. Foram questionados 20 indivíduos sobre a importância de coleta
seletiva no ambiente de trabalho, cores para a harmonia da lixeira no ambiente de
trabalho, tamanho e volume da lixeira, bem como perguntas relacionadas ao uso
consciente.
O questionário foi impresso disponibilizado as pessoas, dando-lhe a elas
tempo suficiente para a realização do preenchimento do mesmo. De maneira geral,
foram questionados homens e mulheres, dentre eles 60% homens e 40% mulheres.
Dos entrevistados, 40% trabalham em empresas de grande porte, 20% trabalham
em empresas de médio porte e 40% em empresas de pequeno porte. Além disso,
observou-se que a maioria dos entrevistados está cursando o ensino superior
incompleto e 20% concluiu o ensino médio.
Grafico 1: Caracteristicas amostra quanto ao sexo (homens e mulheres)
63
Grafico 2: Caracteristicas Amostra quanto ao vínculo empregatício
Grafico 3: Característica da amostra quanto a formação acadêmica
Observando o andamento do questionário, quando perguntados da
importância da classificação dos resíduos dentro do ambiente de trabalho, e foi
observado que 60% da amostra joga papel, 25% plástico e 15% material orgânico.
Isso faz com que seja planejada uma lixeira com dimensões diferentes para cada
resíduo. A figura abaixo, demonstra estes percentuais.
64
Figura 25: Amostra de material descartado no ambiente de trabalho
Figura 26: Amostra de resíduos jogados no lixo.
Em relação a coleta seletiva de lixo, 80% dos entrevistados acham
importante a reciclagem de lixo no ambiente profissional, isso demonstra o interesse
e conhecimento das pessoas em relação a sustentabilidade e consciência ambiental.
Figura 27: amostra de classificação do produto no ambiente profissional
Ainda em relação a coleta seletiva, foi questionado se o uso de uma lixeira
individual dentro do ambiente profissional seria interessante e se o mesmo usaria.
Da amostra gerada, 90% dos entrevistados usariam, com certeza e 10% afirmaram
que mesmo tendo uma lixeira seletiva, talvez não a usasse. Já na amostra seguinte,
a mesma quantidade de amostras afirmam que sim, eles auxiliariam na separação
do lixo em suas empresas, e 10% o faria somente se fosse obrigatório.
65
Figura 28: amostra de ralação ao uso
Figura 29: amostra de participação na coleta seletiva
Em relaçao ao projeto, a amostra mostrou-se interessada (55%) em ter
lixeira com separaçao para 3 tipos de resíduos (os mais usados) e que prefere ao
menos o lixo organico com tampa, pos demais sem tampa. Esta análise reforça a
questão de praticidade do usuário com o produto, pois num ambiente de trabalho, é
comum o agito e a cobrança. O dia-a-dia corrido exige que os materiais e utilitários
esteja a mostra, facilitando o uso. Uma lixeira com tampa, em três compartimentos
pode acarretar no desuso do produto ou no tempo de uso do mesmo.
Figura 30: amostra de interesse no uso do produto com tampa
66
Em relação ao entendimento que os usuários têm de uso do produto, 80%
acharam que o produto é adequado e atenderia ao seu dia-a-dia. Já na figura
posterior, foi avaliado o impacto que este produto pode acarretar, por ser diferente
no mercado e 90% dos entrevistados acharam o produto interessante para o uso.
Figura 31: amostra de adequação do produto
Figura 32: amostra de impressão dos usuários sobre o produto
Em reação a cor de uso, foram perguntados se preferissem cores, seriam
neutras, fortes, coloridas ou outras. 70% preferem cores neutras, 15% preferem
fortes, 10% coloridas e apenas 5% preferem outras cores.
67
Figura 33: amostra de preferência de cores
Com relação ao volume, foi analisado o tamanho do produto e 100% dos
usuários acham que ele teve ter em torno de 20 litros.
Figura 34: amostra de medidas volumétricas
A última questão tratada demonstra que algumas pessoas preferem o uso
das cores normatizadas no produto, foi de apenas 20% em relação aquelas que
preferem ou apenas de indicação escrita que foi de 75%.
Figura 35: Amostra de relação de cores e escrita
68
Em conclusão ao questionário aplicado, verificou-se a importância do seu
uso para verificar a adaptação e colocação do produto no mercado. Por fim, serão
levados em consideração os dados levantados e aplicados no desenvolvimento do
produto proposto, levando em consideração o uso de cores neutras, produto com
tampa apenas para material orgânico, tamanho de 20 litros e demais analises feitas
através
da
aplição
de
questionário.
69
5 SÍNTESE E DIRETRIZES PROJETUAIS
Para Prodanov (2003, p. 27), “após a coleta de dados, o pesquisador dispõe
das informações necessárias para realizar a conclusão do seu trabalho.” Acrescenta
ainda que antes da conclusão propriamente dita seja necessário agrupar os dados
sintetizando-os para que sejam ordenados de forma lógica e possam dar respostas
desejadas de forma clara e objetiva.
Desta forma, a análise e interpretação das informações que foram coletadas,
serão enumeradas, correlacionado com o embasamento teórico já descrito. Após
esta etapa, será elaborada uma listagem contendo todos os requisitos para o projeto
e suas restrições para a geração de estudos e proposta final do projeto, finalizandoo e fazendo cumprir os objetivos deste projeto.
5.1 SÍNTESE DO PROBLEMA
Durante a coleta e análise dos dados levantados, foram listadas possíveis
soluções para o projeto, bem como algumas restrições atribuídas ao produto para
que se possa dar inicio ao processo de conceito e criatividade.

Problemas Funcionais – foi encontrada como aspectos negativos a
basculante pequena, sem fixação, difícil acesso para manuseio das
alças. Quando se tem lixo orgânico, mas alças podem ficar sujas e
esta contaminar as mãos. Para os aspectos positivos, devemos incluir
a facilidade no manuseio e transporte, não deixa o lixo exposto, fácil
limpeza e possui a separação para lixo quando integrada a outra
lixeira.

Problemas Estruturais e Técnicos – para os aspectos negativos
não tem fixação e encaixe ruim quando integradas. Como aspectos
positivos, podemos citar a estrutura pouco vedada e q quantidade de
peças baixa para sua fabricação.

Problemas Morfológicos – para os aspectos negativos a basculante
é pequena para uma mão média brasileira. Já nos aspectos positivos,
70
seu tamanho pode variar em 5 litros ou 20 litros. Suas cores estão
dentro da Gestalt, o conceito de separação de lixo também é
importante.

Problemas de Identidade Visual – para os pontos negativos, os
materiais de divulgação não seguem os padrões e cores. Nos
aspectos positivos temos a facial leitura da identidade visual da
marca.

Problemas de Ergonomia – os aspectos negativos da ergonomia
seria a basculante pequena demais para mãos grandes, além de ter
problema de postura para o usuário, caso necessitasse estar de pé e
usar a lixeira. Os positivos são suas formas arredondadas, que
facilitam a pega e as alças auxiliam no transporte.

Problemas de Meio Ambiente – é 100% PP, poucos agentes
contaminantes e poucas peças são pontos positivos do produto.

Problemas de Mercado – os aspectos negativos encontrados foram
os preços, que não correspondem aos PDV`s, e estes ainda possui
venda do produto irregular, sem disposição e identidade visual da
marca. Os aspectos positivos encontrados foram às vendas no
mercado nacional e internacional, além do produto ser encontrados
em lojas de departamento, sites, lojas populares e hipermercados.

Problema de Estilo – para os aspectos positivos encontramos as
formas simples, arredondadas, estilo retro. Seu único problema foi
não possuir um padrão definido de modelo.
A figura abaixo representa o Mapa Mental elaborado para sintetizar as
informações de maneira prática e direta.
71
Figura 36: Mapa Mental
5.2 CHECKLIST DO BRIEFING
Foram considerados como itens fundamentais a serem considerados no
projeto:

Um produto que atende a necessidade do cliente de forma a contribuir
para a conscientização da importância da reciclagem;

Produto que atenda a ergonomia, facilitando o uso e otimizando
processos, sem prejudicar a saúde do individuo;

Manter as formas mais arredondadas originais da Coza, porém
mantendo formas mais modernas no produto.

Cores neutras para o uso harmônico e tamanho em torno de 20 litros.

Não utilizar de contato do usuário com a lixeira;
72

Desenvolver melhorias para o PVD do produto e identidade visual;
5.3 REQUISITOS E RESTRIÇÕES
Depois de realizada as análises, e considerando o levantamento dos
aspetos positivos e negativos do produto e seus concorrentes, foram levantados os
seguintes requisitos quem complementarão para o projeto em vista:

Projetar um padrão definido de modelo com cor única e neutra;

Ter fixação entre as lixeiras;

Desenvolver tampa basculante para mãos com percentil 95;

Melhorar o acesso à alça;

Reduzir custo final para vendas nos PDV‟s;

Criar material de divulgação que siga uma unidade com a identidade;

Visual da marca em cores e formas;

Desenvolver a produção com polipropileno reciclado para maior
redução do impacto ambiental;
Em relações as restrições encontradas, citamos:

Ser agradável esteticamente;

Manter o conceito de lixeiras únicas e separadas que se unem com
encaixe;

Manter estrutura totalmente vedada;

Desenvolver material com poucas peças integradas;

Permanecer com a mesma idéia de espaço a ser projetada;

Ser um produto de fácil transporte e limpeza;
73

Permanecer com vendas em sites, mercados e lojas de departamento
e populares;

Manter conceitos de produção em 100% polipropileno;

Usar agentes não contaminantes em sua estrutura física;
74
6 PROPOSTA
A proposta deste projeto surgiu da necessidade de se ter uma lixeira que
possua compartimentos para reciclagem, baixo custo, design moderno e com
compartimento para o lixo orgânico, resíduos este que, além de propagar mau
cheiro, em contato com qualquer outro material como papel e plástico, fazem com
que estes produtos não possam ser reciclados, principalmente o papel.
Além disso, questões ambientais estão sendo cada vez mais discutidas no
mundo coorporativo e este projeto torna-se um meio de introduzir ainda mais estas
questões e levá-las ao cotidiano, ao dia-a-dia de da sociedade como um todo.
6.1 CONCEITO E LINGUAGEM VISUAL
Foram desenvolvidas várias ferramentas para que chegar aos primeiros
traços do produto. Conceitos gerados a partir da percepção dos atributos funcionais,
estruturais, da forma, mercadológicos, ergonômicos e de estilo do produto foram
gerados através de nuvem conceitual, moodboard e tabela de valores.
Geração de Tabela de Valores dos quais apontam o quanto o produto vai ter
um determinado conceito ou não. Para este projeto, foram considerados a
determinação de valores do produto e da identidade visual do produto.
Nas tabelas abaixo, encontram-se as determinações de valores do produto e
identidade visual:
FEMININO
BARATO
ALEGRE
INFANTIL
INDIVIDUAL
SIMPLES
DOMESTICO
FIXO
FRAGIL
RECICLAVEL
DETERMNAÇAO DE VALORES DO PRODUTO
MUITO POUCO NEUTRO POUCO MUITO
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
MASCULINO
CARO
SÉRIO
ADULTO
COLETIVO
COMPLEXO
COMERCIAL
PORTÁTIL
ROBUSTO
NAO RECICLAVEL
75
MODERNO
HARMONICO
ESPAÇOSA
FEMININO
SIMPLES
ALEGRE
INFANTIL
DOMESTICO
FIXO
MODERNO
HARMONICO
ESPAÇOSA
X
X
X
DETERMINAÇAO DE VALORES DA IDENTIDADE VISUAL
MUITO POUCO NEUTRO POUCO MUITO
x
x
x
x
x
x
x
x
x
CLASSICA
CARREGADO
COMPACTA
MASCULINO
ARROJADA
SÉRIO
ADULTO
COMERCIAL
MUTANTE
CLASSICA
CARREGADO
COMPACTA
Tabela 10: Determinaçao de Valores do Produto e da Identidade Visual
Geração de Nuvem Conceitual – palavras- chaves que designam, remetem e
transmitem o conceito do produto. Quanto mais destaque encontra-se a palavra,
maior a atribuição a ela. A figura baixo está representada a Nuvem Conceitual do
projeto.
Figura 37: Nuvem Conceitual
Para os painéis visuais, ou moodboard, foram criadas a partir de imagens
que remetam ao conceito do produto, interligados as palavras-chaves da nuvem
76
conceitual e tabela de valores. A figura abaixo representa o conceito de reciclável,
sério, alegre, moderno, uso adulto, individual.
Figura 38: Moodboard de Conceito do Produto
O moodboard que traduz a Forma, a estrutura do produto transmite a
ideologia de uso de formas arredondadas, modernas, arrojadas harmônicas e sérias.
Abaixo podemos verificar as imagens relacionadas a Forma.
Figura 39: Moodboard da Foma do Produto
77
Questões como meio ambientes coleta seletiva, sustentabilidade e
reciclagem fazem com o que o uso de materiais se remeta a estas palavras, estes
requisitos. A figura abaixo define em imagens este conceito.
Figura 40: Moodboard de Material do Produto
Finalizando os painéis visuais, temos o moodboard de cores. E através das
analises e questionários, ficou definido a neutralidade das cores do produto. Abaixo,
a figura representa tons neutros, com imagens variadas.
Figura 41: Moodboard de Cores do Produto
78
6.2 GERAÇAO DE ESTUDOS
Para a geração de estudos, foi utilizado o método de brainstorming, onde o
grupo reuniu-se a cada um colocou suas idéias através das analises já realizadas,
foram acrescidas o uso de caixa morfológica, colocando vários conceitos de cores,
materiais, formas, entre elas formas orgânicas e texturas para transformação de
estudos alternativos, diferentes entre si.
As figuras abaixo demonstram as rafes, sketches do projeto.
Figura 42: Estudo de Projeto
Figura 43: Estudo de Projeto
79
Figura 44: Estudo de Projeto
Figura 45: Estudos do projeto
A partir dos estudos propostos, foi avaliada a melhor proposta que
compreendem todas as analises de dados levantados, analisados e listados dentro
da matriz de avaliação listada abaixo. Nela, foram listados todos os aspectos
positivos e negativos de cada proposta para que se tenha a melhor escolha do
produto final.
80
Figura 46: Matriz de Avaliação
A figura abaixo compreende a proposta escolhida, sendo nomeada de
Lixeira Triplex.
Desenvolvida a partir da forma do produto, a lixeira traz o nome de TRIPLEX
que em latim quer dizer número multiplicativo – triplo, três vezes, conjunto de três. A
cor verde que lembra a questão do meio ambiente, da conscientização da
reciclagem, o triangulo que também remete a simbologia recicle e ao mesmo tempo
o produto desenvolvido. Formas simples que remetem os valores essenciais ao que
o produto representa.
81
Figura 47: Projeto Proposto
6.3 MATERIAIS E TECNOLOGIAS
O plástico vem conquistando cada vez mais espaços nas indústrias,
principalmente nas de embalagens. Mas muitos produtos são feitos desse material
que possui uma variedade grande entre elas Poliestileno (PE) utilizado em sacos, o
Polipropileno (PP), utilizado em bandejas, o Policroleto de Vinila (PVC) dos filmes, o
Poliestireno Tereftalato (PET), das garrafas de refrigerante, Poliestireno (PS) dos
iogurtes, e o Poliestireno Expandido (PES) do isopor. Porém, cada um possui
propriedades diferentes, dificultado sua reciclagem, pois a separação seria muito
demorada.
Segundo Peltier (2009, p. 62), “depois da Segunda Guerra Mundial, a
escalada da indústria do plástico acompanhou o desenvolvimento do consumo
moderno, que foi inaugurado através de supermercados e hipermercados”. O autor
menciona ainda que no ponto de vista do Marketing, o plástico ganhou espaço por
seu potencial de criação por suas cores e formas que poderiam ser feitas.
82
O material proposto para uso neste projeto será o polipropileno (PP),
material este já usado para lixeiras, pois possui custo baixo e ótimas características
de transformação.
6.3.1 PP – Polipropileno
Para o desenvolvimento do projeto será utilizado o PP, polímero de
resistência moderada, baixa densidade, bom equilibro entre propriedades térmicas,
químicas e elétricas. Porém, será utilizado o polímero Arboform®. Segundo Dapper
(2010):
é Polímero natural a base de lignina (proveniente da celulose) que se
comporta como termoplástico durante o processo de injeção. Material
reciclável (LIMA, 2006) e biodegradável (BRITEZ; NOGUEIRA, 2006),
aproveita a lignina, subproduto resultado da transformação da madeira em
celulose, que até então era incinerado, para aplicação e transformação em
diversos produtos até então feitos em polímeros petroquímicos (BARROSO,
2006).
É um material atóxico, permite fácil pigmentação e impressão. Possui menor
resistência ao impacto, porém maior resistência térmica e resistência a flexão. Seus
aspectos negativos são pouca rigidez, resistência ao riscamento e estabilidade
dimensional.
O processo de fabricação deste material destinado a produção da lixeira se
dá através de injeção e reação. Segundo Lesko (2004, p. 173) “é um processo onde
ocorre a combinação de misturas de resina e catalisador que reagem quimicamente
na cavidade de um molde”. Podem ainda ser por sopro, extrusão de laminados. Este
material, após ser fabricado, necessita de pintura e necessitam calor para colagem.
A produção por injeção, além de ser excelente, pois tem como se produzir
muitas peças/dia, é um processo barato, porém o investimento em equipamentos
para esta produção é alto. Contudo, apensar disso, a produção de materiais
provenientes de PP compensa pelo baixo custo do material no mercado e por ele ser
um material reciclável.
83
6.4 SOLUÇAO
Diante das analises feitas, e de todo o processo que proporcionou o projeto,
a lixeira foi projetada originou-se através da aplicação de idéias que envolvessem
produtos de escritórios. Para o projeto final, a lixeira foi desenvolvida a partir de
estudos de arquivos de escritórios. Seu formato evidencia esta forma e se torna um
produto `camaleão, pois ele adapta ao ambiente como um móveis propriamente dito.
Abaixo, veremos o produto renderizado.
Figura 48: Rendering LIxeira Triplex
Figura 49: Rendering da versão explodida do produto
84
6.4.1 Detalhamento Técnico Lixeira Triplex
Para o detalhamento técnico foram feitas as seguintes análises:
Estudo da Morfologia: Forma de retângulo triangular, com corpo e tampa
plásticas em polipropileno. Possui uma aparência em forma de „arquivo‟ para
encenar junto a decoração do ambiente de trabalho. Deve atrair principalmente
profissionais que trabalhem em escritório e passam a maior parte de seu dia
sentados a mesa trabalhando, sem muito tempo para sair para lanchar e geralmente
lanchem trabalhando, por isso a possibilidade de nicho para lixo orgânico. Também
sendo esse, um público preocupado com o meio ambiente.
Estudo da Funcionalidade: Possui tampa na partição do lixo orgânico,
evitando assim expansão de mau cheiro. O sistema de abertura abre-fecha através
de um botão, que permanecerá aberto durante todo o período de uso, sendo
fechada manualmente.
As demais partições, do papel/ lixo seco e do plástico não terão tampa para
vedar odor, pois sendo lixo seco, não existe a necessidade. As abas das aberturas
permitem que o saco de lixo, que deve ser colocado dentro do contentor, fique
escondidos e bem presos.
Estudo dos Processos de Fabricação: Injeção.
Estudos de materiais: Arboform® - Compósito de plástico e elementos
orgânicos (PP (polipropileno), linho, cânhamo, sisal e lignina) / PP.
Estudo das Dimensões do Produto: de acordo com o que foi levantado no
questionário, os maiores descartes de materiais são papeis, seguido dos plásticos e
após o material orgânico. Por isso, o desenvolvimento do projeto se deu na
elaboração de três compartimentos de volumes diferentes. Para o compartimento de
lixo orgânico, foram propostos 4 litros de volume, pois analisando lixeiras de pia de
cozinha, possui 4 litros de volume. Já o de papel, foi analisada algumas lixeira no
mercado, denominadas lixeiras papeleiros, que tem em média 10 litros de volume.
Como na análise do questionário, os usuários acharam o volume de 20 litros um
tamanho bom, então o volume do plástico ficou em 6 litros, totalizando os 20 litros da
lixeira. Em relação ao tamanho, o produto final compreenderá 50 cm altura x 55 cm
comprimento e 25 cm de altura.
85
Figura 50: Desenho Técnico do Produto
Padrão tipográfico: Todo projeto, fora a identidade visual, envolve a
tipologia da família Arial. Foi escolhida essa fonte, pois seus tipos são mais
adequados para leitura na identificação dos lixos orgânicos, papel e plástico no
produto e na informação de sua comunicação visual.
Padrão cromático: A cor beje-claro (pantone 14-1108) foi escolhida para
harmonizar com o ambiente sóbrio e sério de um escritório, combinando com os
móveis. Além desta cor padrão, foram analisadas possíveis alternativas para uso do
produto. As cores que identificam o processo de separação de lixo não foram
atribuídas ao projeto, pois além de encarecerem o custo de fabricação do produto,
identificamos, através de pesquisa, que muitos indivíduos têm dificuldade para
relacionar os símbolos e cores empregados nos contentores de separação de lixo.
Figura 51: Proposta de Pantone
86
6.4.2 Comunicação e Embalagem do Produto
Segundo Magalhaes (2004), o PDV é desenvolvido com foco em comunicar
com eficiência e muita objetividade. Todos os elementos devem ser explorados em
busca da atenção do consumidor. O autor que explicar que a comunicação e
embalagem do produto é importante para a venda do produto no PVD, pois é ela
quem instiga o usuário ao desejo da compra. A harmonia das formas e materiais,
bem como o conjunto de informações e formas de disposição da marca transforma o
PVD de lojas virtuais e locais em estratégias de marketing para a empresa.
Foram usados os seguintes pantones na embalagem e na comunicação
visual do produto.
PANTONE
CMYK
Pantone 378 C
70 - 40 - 100 - 0
Pantone 377 C
40 - 0 - 100 - 0
Pantone 374 C
20 - 0 - 60 - 0
Para o desenvolvimento da embalagem do produto, foram criadas os
seguintes materiais:
TAGS - Papel reciclado foi escolhido para confecção dos TAGS que serão
presos por uma fitinha do mesmo material do saco plástico e telado feito de
polipropileno.
87
Figura 52: Embalagem do Produto
Mesmo que não alcancemos redução no custo final x material virgem, pois o
papel reciclado é mais caro que o virgem, para o mercado corporativo, além de o
papel reciclado ter apelo ecológico, a ideia de passar informações sobre uma lixeira
de separação de lixo em uma tag confeccionada com papel reciclado, certamente
contará muitos pontos visualmente.
A Lixeira Triplex leva ao seu escritório
o comprometimento da preservação
do nosso meio ambiente.
Com três divisória, a lixeira fortalece
a consciência da separação de lixo.
Modo de usar
Separe o lixo orgânico na gaveta com tampa
e papel e demais lixos secos nas
outras duas gavetas.
Nosso meio ambiente agradece.
Uma nova visão
de ser sustentável
Figura 53: Tag do produto
Tamanho do tag 11 x 15cm papel kraft, frente e verso 3 x 1 cor em cor
especial pantone, e faca de corte com cantos arredondados.
88
PDV: PDV especial feito em cartolina resistente. Lugar para 6 lixeiras. É um
tipo de PDV temporário, pode-se colocar em qualquer ambiente da loja.
Figura 54: PDV temporário
Cinta Adesiva
Cinta para adesivar prateleira. Detalhe colado enfatiza o conceito “reciclar,
separação de lixo, transformar”.
Figura 55: cinta adesiva para painéis
Alem deste material, foi desenvolvido o manual de Identidade Visual da
marca (Anexo) e a cartilha de reciclagem, que acompanha o produto (Anexo) e
questionário (anexo).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O foco deste trabalho foi o direcionamento para a importância e
conscientização da reciclagem do lixo em empresas, auxiliando a fortalecendo este
comprometimento mútuo, instigando o uso consciente e as formas que podemos
fazer para preservar o meio em que vivemos dentro e fora do ambiente de trabalho.
No entanto, o fator determinante para a eficácia deste projeto foi a utilização de
ferramentas metodológicas, que contribuíram como diferencial para uma estratégia
de mercado atingindo assim, o objetivo geral relacionado ao desenvolvimento de um
produto atrativo, com design e atribuído a questões de sustentabilidade de modo a
evidenciar a importância deste tema dentro do ambiente coorporativo.
Os resultados obtidos na pesquisa de campo comprovam a idéia que há
uma preocupação por parte das pessoas entrevistadas em relação a coleta seletiva
e reciclagem dos materiais descartados durante a rotina de trabalho - uma vez que
grande parte destes materiais são recicláveis, porém não possuem um meio de
descarte alternativo – foi bem abrangente, e a idéia de se ter uma lixeira com
divisões para esta separação, foi bem aceita pelos mesmos.
Nosso objetivo, através destas considerações, torna-se ainda mais
importante, pois a lixeira Triplex pode ser considerada mais uma ferramenta de
sustentabilidade, onde seu uso correto traz benefícios tanto para a empresa, quanto
para cada pessoa que se preocupa com o nosso meio de vida. Junto a esta
ideologia, está o pensar consciente, base de muitas empresas sólidas no mercado
globalizado, assunto este cada vez mais difundido em grandes corporações. Há
muito ainda o que fazer para conscientizar todos os meios coorporativos e também
as pessoas de uma maneira geral, mas para isso todos os responsáveis dentro das
empresas e seus subordinados devem estar integrados e preparados para estes
desafios. O caminho para um ambiente sustentável, para a conscientização por
parte de todos ainda está longe de atingir os 100%. Reciclar e pensar consciente
para que tornarmos o planeta um mundo cada vez mais verde, cada vez mais limpo
e sem a degradação do homem ainda é um fator que devemos nos preocupar, não
somente para nós, mas para o futuro daqueles que ainda virão a usufruir do legado
que deixamos.
90
No que nos referimos aos benefícios gerados deste trabalho, como impacto
para a sociedade em geral, se deve ao tema ser muito discutido e estar cada vez
mais dentro de pautas corporativas. Desta maneira, a difusão deste produto, de
certa forma, torna-o um meio de colaboração mútua mais acessível e com maior
aceitação por parte daqueles que o utilizarão.
Contudo, existiram pequenas dificuldades deparadas durante este projeto,
como um histórico mais abrangente do produto, tanto do produto em si, como da
própria lixeira Romeu e Julieta da Indústria Coza. Historicamente falando, a
televisão, e outros produtos ganharam mais destaques entre os historiadores,
porém, por mais simples que seja uma lixeira, a importância dela frente à situação
em que nos encontramos hoje, a torna um produto tão mais importante no âmbito de
preservação quanto o uso de outros produtos que foram destaques em sua criação.
O confronto dos referenciais teóricos, com a pesquisa de campo e a análise
de mercado é a conexão entre pensamentos focados em um ambiente sustentável e
a busca pela melhoria e qualidade de vida. O projeto da lixeira Triplex, será um
desafio para trabalhos futuros de implementação e para empresas que queiram
fazer dela, um produto concreto.
O que se tem claro, por meio do confronto de referenciais teóricos com o
estudo de caso, é a coerência de pensamentos focados em processos enxutos,
entre as afirmações dos autores e a aplicação das ferramentas do STP, através do
MFV.
Este fica como desafio para trabalhos futuros, de explorar as oportunidades
geradas com o uso da ferramenta, não somente para fins de estudo, mas para
implementação.
Por fim, este trabalho trouxe satisfação, crescimento e conhecimento, que
serão multiplicadas para todos aqueles que tiverem a trajetória de um pensamento
consciente, sustentável e renovável. Este assunto, não cabe somente ao projeto
realizado, mas também ao diálogo, ao conjunto de idéias e uso diário em qualquer
ambiente em que se encontram, trazendo uma nova percepção frente a um
problema tão importante quanto o troca simultânea de informações feita hoje através
de correio eletrônicos, internet e outros meios.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Hamburgo, RS: Feevale, 2003.
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Trabalho Científico: Métodos e Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Acadêmico. 1
ed. Novo Hamburgo: Feevale. 2009, 288p.
KAMINSKI, Paulo Carlos. Desenvolvendo produtos com planejamento,
criatividade e qualidade.1 ed. Rio de Janeiro: LTC. 2000, 132p.
GRIPPI, Sidney; Lixo, Reciclagem e sua História: guia para as prefeituras
brasileiras. 1 ed. Rio de Janeiro: Interciência. 2001, 134p.
VILHENA, André; D‟ALMEIDA, Maria Luiza Otero Lixo Municipal: manual de
gerenciamento integrado - 2. ed., São Paulo: IPT/CEMPRE, 2000, 370p.
HARE, Tony. Reciclagem. [15. ed.] São Paulo, SP: Melhoramentos. 2002, 32 p.
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1ed. São Paulo: Editora Senac São Paulo. 2009.
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http://www.portalsaofrancisco.com.br. Acessado em 11 de junho de 2011.
92
LESKO, J. Design Industrial: materiais e processos de fabricação. Tradução
Wilson Kindlein Júnior, Clovis Belbute Peres. São Paulo: Edgard Blücher. 2004,
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MANZINI, E.; VEZZOLI, C. O Desenvolvimento de Produtos Sustentáveis. 1. Ed.
2. reimp. São Paulo: Editora Edusp. 2008, 366p.
PREUSSLER , Maria Fernanda. Rotulagem Ambiental – Um Estudo Sobre NR'S
Disponivel em < www.advancesincleanerproduction.net/.../
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http://www.portalsaofrancisco.com.br. Acessado em 11 de junho de 2011.
DAPPER, Silvia Trein Heimfarth
O Cognitivismo E O Design De Produtos Como Possíveis Soluções Para A
Sustentabilidade: proposta de metodologia para o desenvolvimento de produtos
ecossustentáveis. TCC Graduação. Feevale, 2010.
Coza. disponível em http://www.coza.com.br/produtos/lixeiras/lixeira-romeu-e-julieta20l Acessado em 20 de junho de 2011
Lixo através da história. Pesquisa aborda percepção sobre os resíduos desde a
Idade Média. PESQUISA. A. Peste. Também chamada peste negra. Disponivel em:
www.fiocruz.br/ccs/media/pag%2040-41%20-%20lixo.pdf – acessado em 23 de
junho de 2011.
93
ANEXOS
UNIVERSIDADE FEEVALE
INSTITUTO DE CIENCIAS EXATAS E TECNOLOGICAS
DESIGN DE PRODUTO
1. Data do preenchimento do questionário: 10/05/2011
1.1. Sexo: Masc. ( ) Fem. ( )
1.2. Idade: ( ) até 20 anos
1.3. Estado civil: Solteiro( )
( ) entre 21 à 30 anos
( ) entre 31 e 40 anos
Casado( ) Separado/ Divorciado( )
( ) acima de 41 anos
Viúvo( )
2. Escolaridade:
Fundamental ( ) completo ( ) incompleto ( )
Médio ( ) completo ( ) incompleto ( )
Universitário: ( ) completo ( ) incompleto ( )
Qual curso ? Administração
Pós-Graduação: _______________________ Especialização em: _______________________
Mestrado ( ) Doutorado ( )
3. Profissão: ___________________________
3.1. Porte da empresa: ( ) pequeno
( ) médio
( ) grande
( ) não sei
3.2. Função ou Cargo Atual que exerce:
QUESTIONÁRIO
A partir do seu ambiente de trabalho, dos teus conhecimentos e da idéia de uma proposta de projeto
de lixeira para escritórios com separação de material residual entre papel, plástico e material
orgânico, responda as questões abaixo:
1. Como você classifica o produto lixeira com relação à coleta seletiva em ambientes de
escritório?
94
( ) é importante para a empresa e conscientizarão das pessoas.
( ) é relevante, para mim não faria diferença.
( ) não acho importante para a empresa.
2. Em relação ao uso da lixeira seletiva no seu ambiente de trabalho você:
( ) se tivesse usaria, com certeza.
( ) mesmo tendo, talvez não usaria como deveria.
( ) não usaria, continuaria colocando todo o lixo em um único compartimento
3. Quais os resíduos mais joga fora, dentro do seu ambiente de trabalho?
( ) Papel
( ) Plástico
( ) Orgânico
( ) Outros. Quais? _____________________________________________________
4. O produto tem condições de atender a especificação de coleta seletiva proposta? A solução
indicada é suficiente para abranger toda operação de separação de lixo?
( ) sim, acho adequado e atende ao dia a dia.
( ) sim, porém não atende ao meu dia a dia.
( ) não, não acho adequado e não atende ao meu dia a dia.
( ) indiferente.
5. Você participaria da proposta de separar os lixos em sua lixeira de escritório?
( ) sim, com certeza, mesmo não sendo obrigatório, gostaria de ajudar na separação e reciclagem
do lixo.
( ) se fosse obrigatório, com certeza o faria, se não, não o faria.
( ) não, não acho importante.
6. Qual a impressão causada pelo diferencial da lixeira e sua funcionalidade?
( ) muito interessante, acredito que é importante ter uma.
( ) não gostei, não gostaria de te-la onde trabalho.
( ) indiferente.
7. Você prefere uma lixeira para material orgânico, papel e plástico com tampa?
( ) sim, para todas
( ) Indiferente
( ) Nenhuma com tampa
( ) apenas lixo orgânico com tampa
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8. Qual cor de lixeira consideras mais adequada para o ambiente de trabalho?
( ) cores neutras
( ) cores fortes
( ) colorido
( ) Outro (s). Qual (is)? _________________________________________
9. O produto possui 20 litros. Na sua opinião estas medidas são adequadas ao seu espaço de
trabalho?
( ) sim
( ) não
( ) para mim é indiferente.
10. Em relação as cores que normatizam a reciclagem: marrom para materiais orgânicos, azul
para papeis e vermelho para plástico. Você gostaria que estas cores estivesses presentes na
lixeira ou prefere indicação escrita?
( ) sim, prefiro uso de cores.
( ) não, prefiro o uso de escrita.
( ) indiferente.
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Cartilha de Reciclagem
Para compreendermos a reciclagem, é importante "reciclarmos" o conceito
que temos de lixo, deixando de enxergá-lo como uma coisa suja e inútil em sua
totalidade.
Reciclagem
Um dos maiores problemas sociais atualmente é a produção exagerada de lixo. Isso ocorre
devido o aumento da populacional, ao consumo de produtos e a falta de estratégias
preventivas.
Por que reciclar é importante? Para que possamos diminuir a quantidade de lixo
produzido. Mas não é porque um material é reciclado, que devemos aumentar o seu
consumo. Apesar da reciclagem não ser a solução total para o problema do lixo, ela ajuda a
amenizar as conseqüências.
O que é Reciclar?
A reciclagem é o reaproveitamento de materiais beneficiados como matéria-prima para um
novo produto. Muitos materiais podem ser reciclados e os exemplos mais comuns são o
papel, o vidro, o metal e o plástico. As maiores vantagens da reciclagem são a minimização
da utilização de fontes naturais, muitas vezes não renováveis e a minimização da
quantidade de resíduos que necessita de tratamento final, como aterramento, ou
incineração. A coleta seletiva é uma das mais importantes formas de reciclar, não misturar
materiais recicláveis com o restante do lixo. Ela pode ser feita por qualquer cidadão ou
organizada em comunidade, como condomínios, empresas, escolas e clubes.
Entenda o ECOPONTO – local onde são depositados os materiais reutilizáveis. Este
trabalho pode ser organizado por uma só pessoa , ou mesmo por grandes grupos , como
nas escolas ou no trabalho. Para entender a separar seus materiais conheça melhor as
cores:
Azul - papel
Vermelho - plástico
Marrom - resíduos orgânicos
Verde - vidro
Amarelo - matérias em geral
A matéria orgânica é encaminhada para a compostagem, que é outra forma de reciclagem e
consiste na decomposição biológica, gerando o composto que pode ser utilizado como
adubo na agricultura.
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