Ciências Sociais e Aplicadas

Transcrição

Ciências Sociais e Aplicadas
CIÊNCIAS
SOCIAIS &
APLICADAS
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CIÊNCIAS
SOCIAIS APLICADAS
265 APRENDENDO A APRENDER : O PET PROMOVENDO O
CONHECIMENTO
266 CINE-PET: UNIVERSIDADE, LAZER E CIDADANIA
267 PENSANDO A PRODUÇÃO CULTURAL NO CURSO DE
BACHARELADO EM PRODUÇÃO E POLÍTICA CULTURAL
NA UNIPAMPA EM JAGUARÃO RS.
268 OFICINA DE FOTOGRAFIA: UM NOVO OLHAR ATRAVÉS
DAS IMAGENS
269 METODOLOGIA PARTICIPATIVA:
CAPACITAÇÃO PET - CONSCIÊNCIA E
AUTONOMIA NO CAMINHAR NA
UNIVERSIDADE
270 MÉTODOS DE ESTIMAÇÃO DE MATRIZ INSUMO
PRODUTO
271 O TRABALHO DO GRUPO PET SERVIÇO
SOCIAL DO GROTE - GRUPO DE OFICINAS
TEMÁTICAS: ESPAÇO DE REFLEXÃO E
CONSTRUÇÃO
272 "MULHERES FORTES E UNIDAS POR UMA QUALIDADE
DE VIDA MELHOR": UM OLHAR DE GÊNERO SOBRE O
ASSENTAMENTO RURAL DE ARACATI- TOUROS/ RN
1240
273 DISSEMINANDO CONHECIMENTOS SOBRE A PROFISSÃO
E O CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
274 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL ESTREITANDO
OS LAÇOS COM A GRADUAÇÃO: O CASO DOS GRUPOS DE
APROFUNDAMENTO ACADÊMICO
275 SIMPÓSIO DE ADMINISTRAÇÃO POLÍTICA: NOVOS (?)
CENÁRIOS PARA A FORMAÇÃO DO ADMINISTRADOR
276 EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA EM CIÊNCIAS ECONÔMICAS
277 CINE-PET: A EXPERIÊNCIA DO GRUPO PET ECONOMIA
UESB
278 PROJETOS DE EXTENSÃO DO PET COMUNICAÇÃO
SOCIAL UFSM
279 BLOG DO PET CIÊNCIA E ECONOMIA
280 PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO E INTEGRAÇÃO DE
IMIGRANTES HAITIANOS NA CIDADE DE MANAUS
281 ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO ENTRE OS DESAFIOS
DA TRANSDISCIPLINARIDADE: O CASO PET CISA DA
UFSM
282 TROTE SOLIDÁRIO: OS INCOMODADOS QUE MUDEM O
MUNDO
283 O CINEMA E O PET
1241
284 A FORMAÇÃO INSTITUCIONAL DE RORAIMA
285 A CONTRIBUIÇÃO DA MENTORIA NO
DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DE JOVENS DE
ESCOLAS PÚBLICAS .
286 A LEITURA COMO ELEMENTO DE POLITIZAR,
PENSAR E INTERVIR NA BIBLIOTECONOMIA:
UMA EXPERIÊNCIA NO PET BIBLIOTECONOMIA
287 IMPORTÂNCIA DO APROFUNDAMENTO TEÓRICO
DENTRO DO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIALPET: RELATOS SOBRE O GRUPO DE ESTUDOS ÉTICA E
DIREITOS HUMANOS DO PET...
288 BRASIL, POLÍTICA E CIDADANIA
289 O TRIPÉ ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO:
UMA EXPERIÊNCIA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL
EM SERVIÇO SOCIAL
290 CULTIVANDO ALEGRIAS
291 BIBLIOTECA DIGITAL DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
DA UFCG
292 IMPACTOS DA COPA DO MUNDO FIFA - 2014.
293 SARAU DO PET NO INSTITUTO TRÊS RIOS DA UFRRJ.
294 INICIAÇÃO À TUTORIA: UM RELATO DE
EXPERIÊNCIA ENTRES COM OS BOLSISTAS DO PET DE
SERVIÇO SOCIAL DA UECE E OS ALUNOS RECÉM-
1242
INGRESSOS NO CURSO.
295 O CONHECIMENTO POPULAR EM EVENTOS
METEOROLÓGICOS NA QUARTA COLÔNIA – RS:
VALORIZAÇÃO DA HISTÓRIA E DA MEMÓRIA DOS DITOS
E RITUAIS RELACIONADOS AO TEMP
296 BIBLIOTECA ESCOLAR E EXTENSÃO
UNIVERSITÁRIA: UMA PROPOSTA PEDAGÓGICA DO
PET BIBLIOTECONOMIA
297 GÊNERO E PODER: HOMENS E MULHERES NO
CONTEMPORÂNEO
298 MARATONA CULTURAL: APROFUNDANDO SABERES
299 INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO -COMO TEMA NA
TUTORIA EM ADMINISTRAÇÃO: UM ESTUDO NO
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL DE
ADMINISTRAÇÃO DA UFV
300 SÍNTESES GRÁFICAS DO PET ARQUITETURA:
TRANSFORMANDO IDEIAS EM IMAGENS
301 UMA CASA PARA UMA ECOVILA: ESTUDO E
PROPOSIÇÃO
302 “FACES DO ENVELHECIMENTO. COMO É O
ENVELHECER EM VIÇOSA”
303 POPULARIZAÇÃO DA CIÊNCIA COMO
MEDIADORA DAS RELAÇÕES DE CONSUMO DA
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TECNOLOGIA DOS TRANGÊNICOS
304 A UM PASSO DO MERCADO DE TRABALHO
305 COMPET: MAPA DO EMPREGO
306 PELA HUMANIZAÇÃO DO PARTO: NASCIMENTO NÃO
PODE SER SINÔNIMO DE DOR E DE SOFRIMENTO
307 SEMANA DO "POR QUE FAZER DIREITO?":
COMPARTILHAMENTO DE EXPERIÊNCIAS E REFLEXÕES
CONJUNTAS
1244
Aprendendo a Aprender: o PET promovendo o conhecimento
ALCÂNTARA, Nelson1; PEREIRA, Rafael¹; MEIRELES, Daniela¹, QUINTÃO, Sarah¹;
VILAS BOAS, Luiz Henrique de Barros2.
Escola Estadual Afonso Pena3, Escola Estadual Professor Antônio Domingues Chaves³,
Escola Estadual Deputado Domingos de Figueiredo³.
Introdução
O Aprendendo a Aprender é um projeto de extensão que iniciou suas atividades no ano
de 2012. Ele constitui um cursinho pré-vestibular que visa ajudar os alunos do ensino médio
da rede pública a ingressarem no ensino superior. No ano de 2012 o projeto atendia apenas a
Escola Estadual Deputado Domingos de Figueiredo. As aulas aconteciam na própria escola,
com uma turma de 75 alunos. Visando melhorar a infraestrutura para os alunos, expandir as
vagas, e criar uma identidade maior para o projeto, no ano de 2013 ele começou a realizado na
UNIFAL Campus Varginha. Isto permitiu a ampliação da atuação do projeto, que passou a
atender mais uma escola, Escola Estadual Professor Antônio Domingues Chaves, aumentando
o número de vagas para 120. O ambiente da universidade aumentou a motivação dos alunos,
pois eles passaram a viver durante o cursinho o que mais tarde seria a realização de seu sonho,
estar em uma universidade.
O projeto começou o ano letivo de 2014 ampliando seu atendimento para mais uma
escola, Escola Estadual Afonso Pena, mantendo 120 vagas. Além disso, este ano contamos
com algumas inovações, como a carteirinha de estudante do projeto, que oferece descontos
em alguns estabelecimentos comerciais para os estudantes, e o Aprendendo a Aprender para
Pais, onde são ministrados cursos de curta duração para os pais, sobre diversos temas, como
finanças pessoais e direitos do consumidor. O seu valor vem sendo reconhecido, e ele foi
mencionado na cerimônia de comemoração de cinco anos do Campus Varginha como um dos
projetos mais importantes da universidade.
1
Autores alunos e petianos do PET-BICE, da Universidade Federal de Alfenas.
2
Tutor do PET-BICE, da Universidade Federal de Alfenas.
3
Escolas estaduais que oferecem o ensino médio no munícipio de Varginha, e participam do projeto.
1245
Objetivos
O projeto busca suprir as lacunas deixadas pelo ensino público brasileiro nos alunos
do ensino médio, auxiliando-os em sua entrada no ensino superior. Os alunos ao cursarem o
Aprendendo a Aprender estarão em melhores condições de competirem por uma vaga nos
vestibulares. O foco do projeto é preparar os alunos para a realização da prova do ENEM,
tendo em vista que com o SISU e o PROUNI este se tornou o “grande vestibular”, dando
oportunidade aos alunos de concorrerem a vagas em universidades públicas e privadas. Com o
ingresso dos alunos no ensino superior, estes terão melhores oportunidades de ascender social,
econômica e culturalmente. E em segundo plano, o projeto incluindo os pais, potencializa a
redução do índice de evasão quando aproxima estes de seus filhos ampliando o seu
conhecimento sobre as atividades desenvolvidas no projeto aumentando seu interesse e
reconhecendo a seriedade e a sua importância e, em um segundo momento, visa capacitar os
pais dos alunos com cursos diversos, de forma a torna-los melhores cidadãos.
Metodologia
O projeto pauta-se na pedagogia da autonomia de Paulo Freire4, que busca a
construção do conhecimento entre aluno e professor, eliminando a barreira existente entre
estas duas esferas, buscando atingir o conhecimento em equipe, onde cada um pode
contribuir. Não existem alunos e professores, apenas pessoas que buscam o conhecimento em
conjunto. O processo de ensinar constitui-se inseparável do processo de aprender, ensinar é
aprender com o outro e suas experiências, levando sempre o respeito pelos conhecimentos já
adquiridos dos alunos. “Não há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos
apesar das diferenças os conotam, não se reduzem à condição de objeto, de um do outro.”
(FREIRE, 1996, p. 23). O combustível para toda essa relação é a curiosidade, que deve ser
cultivada entre os alunos colocando-os no processo de descoberta de novos conhecimentos, o
professor também deve estar sempre se atualizado em constante pesquisa, reforçando e
renovando seu conhecimento.
4
Para uma melhor compreensão da pedagogia da autonomia ver: FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia:
saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.
1246
As aulas são ministradas aos sábados no período das 8:00 horas da manhã às 17:00
horas da tarde, e ocorrem reuniões semanais entre os professores e as comissões
administrativas com a duração de uma hora. A carga horária anual do projeto compreende a
200 horas. O projeto é estruturado em quatro comissões administrativas: a docente, a de
registros, a de finanças e a de infraestrutura. A comissão docente tem 22 membros e a ela cabe
ministrar as aulas das disciplinas e auxiliar os alunos em suas dúvidas. A comissão de registro
conta com três membros e é responsável pela parte burocrática do projeto: organizando as
matrículas dos alunos, seus termos de compromisso e contabilizar suas presenças. A comissão
de finanças possui três membros e suas competências são: buscar patrocínios com instituições
públicas e privadas para o projeto. A comissão de infraestrutura é constituída por três
membros que devem cuidar dos materiais didáticos para os professores, levando os materiais
para fotocopia nas escolas parceiras e organizar a estruturação dos simulados. A coordenação
geral do projeto fica a cargo de quatro petianos: Daniela Arantes Meireles, Nelson Ricardo
Alcântara, Rafael Fernandes Pereira e Sarah Machado Quintão. O projeto conta com uma
pedagoga, Taiane Meira, que auxilia todos os professores.
O projeto conta com 32 participantes, sendo 22 professores, que ministram as
seguintes disciplinas: Matemática, Português, Redação, Literatura, História, Geografia, Física
Química, Biologia, Atualidades, Filosofia, Inglês e Espanhol. Todos os participantes do
projeto são voluntários e alunos da UNIFAL Campus Varginha, sendo cinco deles petianos. O
projeto atende a três escolas de Varginha, sendo elas: Escola Estadual Deputado Domingos de
Figueiredo, Escola Estadual Professor Antônio Domingues Chaves e Escola Estadual Afonso
Pena. Além das aulas, outras atividades são realizadas com os alunos, como a cerimonia de
abertura, um simulado nos moldes do ENEM e uma gincana de revisão uma semana antes da
prova do ENEM.
O Aprendendo a Aprender para pais ocorre mensalmente, e são ministrados cursos
com quatro horas de duração no auditório da universidade. Esses cursos abordam vários temas
e são ministrados por professores do projeto, alunos da universidade e convidados.
Resultados e discussão
O projeto em seus três anos de existência obteve ótimos resultados, vários alunos
ingressaram no ensino superior, em universidades públicas e privadas. Em 2012, o projeto
atendia apenas uma escola estadual de Varginha/MG, iniciando as suas atividades com uma
turma de 75 alunos. Desses, 23 alunos, até o momento, ingressaram no ensino superior:
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- 6 aprovados na UNIFAL-MG – BICE;
- 1 aprovado na UNIFEI – Fisioterapia;
- 1 aprovado na UFLA – Ciências da Computação;
- 3 aprovados no CEFET-MG;
- 12 aprovados nas universidades particulares da região.
Em 2013 o projeto atendeu a três escolas e contava com 120 alunos. Desses
destacamos5:
- 2 aprovados na UNIFAL-MG – Letras;
- 1 aprovado UNIFAL-MG – BICE;
- 3 aprovados nas universidades particulares da região;
- 1 aprovado no PRONATEC.
O PET Ciência e Economia vem atuando com um importante ator na formação
intelectual destes alunos do ensino médio. O cursinho pré-vestibular como os números acima
demonstram tem auxiliado a entrada dos alunos no ensino superior. Mais do que aulas,
durante o Aprendendo a Aprender os alunos são conscientizados da importância de continuar
seus estudos após o ensino médio, e do poder transformador que a educação pode exercer
sobre suas vidas. Um ex-aluno do projeto gravou um vídeo6 dando um depoimento da
importância do projeto para sua, para mostrar para os novos alunos como o projeto pode fazer
a diferença. Com a inclusão do Aprendendo a Aprender para Pais, o projeto busca trazer a
família do aluno para a universidade, como forma de melhor incentivá-lo e melhorar seu
rendimento. Os pais também vêm mudando sua visão sobre o ensino superior, pois durante os
cursos são incentivados a retomar seus estudos.
Os benefícios não se restringem apenas aos alunos, segundo relatos de professores o
projeto foi muito importante para enriquecer sua vida acadêmica. Os professores são
instigados a realizarem pesquisas e estudar para ministrar as aulas. Muitos afirmam que
5
Poucos alunos manifestaram-se a respeito de seus resultados nos vestibulares em 2013, porém com certeza o
índice de aprovação é maior do que o que contabilizamos.
6
Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=Y4t3EoP3FwQ>. Acesso em: 19 jul. 2014.
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tinham problemas para se comunicar em público, e o projeto ajudou-os a sanar este problema.
Segundo eles a timidez foi embora e hoje falar em público não é mais problema. Não ficam
mais nervosos ao ministrar aulas ou apresentar trabalhos nas salas, e acreditam que esta
oportunidade irá auxilia-los futuramente em momentos de comunicação do público e em
entrevistas de emprego. Muitos professores tinham dúvidas sobre seu futuro profissional, se
iriam para o mercado de trabalho ou continuariam a carreira acadêmica. Eles afirmam que o
Aprendendo a Aprender foi essencial para ajuda-los a tomar essa decisão, sendo que diversos
professores após participar do projeto decidiram seguir a carreira acadêmica. Portanto este
projeto do PET Ciência e Economia vem agindo de forma efetiva ao transformar a realidade
dos seus participantes.
Conclusão
Devido ao atual contexto da educação brasileira o projeto Aprendendo a Aprender se
mostra de suma importancia para a comunidade, pois busca auxiliar os alunos da rede pública
a ingressarem no ensino superior. Como a maioria dos alunos não tem condições de cursarem
um cursinho privado, o Aprendendo a Aprender ajuda-os a se preparar melhor para
concorrerem a uma vaga na universidade, pública ou privada. Mais do que isso são
conscientizados da importância da educação. Os professores também são beneficiados, pois
consideram o projeto como uma importante forma de enriquecimento acadêmico. Ao
trabalhar pela melhoria na educação o projeto luta ambito regional contra um dos maiores
problemas estruturais do país, a defasagem da educação pública.
Referências
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1996.
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CINE-PET: UNIVERSIDADE, LAZER E CIDADANIA
ÁREA: CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
André Machado Costa¹; Ruben Darío F. García¹; Bruno C. Alves Marcelino¹; Louise Pereira
Franco¹; Marcela P. Hernandes¹; Miriel Bilhalva¹; Juliana Porto Machado¹; Thaís Corrêa da F.
Silveira¹; Leandro Vieira Amorim¹; Fernanda Limão Brites¹; Magno da Costa Paim¹; Faris
Cruz da Rosa¹; Alan Dutra de Melo².
Bolsista PET Produção e Política Cultural, 5º semestre Bacharelado em Produção e Política
Cultural¹;
Tutor PET Produção e Política Cultural, 5º semestre Bacharelado em Produção e Política
Cultural - UNIPAMPA, Doutorando em Memória Social e Patrimônio Cultural - UFPel².
Introdução
A Universidade Federal do Pampa (Unipampa) foi criada em 2008 como parte de uma
política do Governo Federal com vistas a desenvolver econômica e culturalmente as regiões
da fronteira e da campanha no estado do Rio Grande do Sul. Conta
com 10 campi
distribuídos entre os municípios de Bagé, São Gabriel, Caçapava do Sul, Santana do
Livramento, São Borja, Uruguaiana, Alegrete, Dom Pedrito, Jaguarão, e Itaqui. Jaguarão é
uma pequena cidade com uma população de 27.942 habitantes (censo do IBGE, 2010) e faz
fronteira com a cidade uruguaia de Rio Branco que, de acordo com o censo de 2011, possui
14.604 habitantes. O PET sobre “Economia, Sociedade e Cultura” é vinculado ao bacharelado
em Produção e Política Cultural da Unipampa - Campus Jaguarão e começou suas atividades
em 2013. Numa primeira etapa esteve direcionado às atividades de ensino, logo depois, como
subsídio ao projeto de extensão, decidiu trabalhar com a comunidade do bairro Cerro da
Pólvora que é adjacente à nossa instituição. Pretende, entre outros objetivos, conhecer a
importância que as atividades de lazer e cultura possuem para seus moradores e compreender
os efeitos que o Centro de Interpretação do Pampa (C.I.P.) hoje em obras está tendo na
percepção destas pessoas e de que modo ele os afetará as relações entre a comunidade e a
universidade após a sua conclusão. O centro conforme segue explicação será um potente
equipamento cultural.
...será um espaço destinado às mais diversas manifestações culturais, congregando
pesquisadores e público em geral no conhecimento sobre o modo de ser e viver no
pampa. O local escolhido para seu funcionamento são as ruínas e cercanias de uma
antiga enfermaria militar do exército brasileiro, no denominado “Cerro da Pólvora”,
na cidade de Jaguarão/RS, sendo o imóvel tombado pelo Instituto do Patrimônio
1250
Histórico e Artístico Nacional - IPHAN. Abrigará salas de exposições com conteúdo
multimídia, salas de pesquisa, auditório subterrâneo, espaço de convivência e
anfiteatro a céu aberto, além de prédio de apoio técnico e administrativo (Unipampa,
2014).
O Centro de Interpretação do Pampa será o primeiro equipamento museológico da
Universidade Federal do Pampa e está sendo executado em uma Ruína existente denominada
como “Enfermaria Militar” e deve abordar o bioma pampa em sua múltiplas dimensões. A
localização do Centro está em um bairro bastante empobrecido da cidade e próximo da
universidade e esta foi uma das razões para escolher este território para a atuação do grupo.
Objetivos
O grupo PET Produção e Política Cultural (PET PPC) iniciou no mês setembro de
2013 o projeto intitulado CINE PET. O objetivo deste é promover a aproximação entre a
Universidade Federal do Pampa (Unipampa) e o Bairro periférico Cerro da Pólvora, próximo
ao Campus Jaguarão. As atividades são divulgadas nas escolas de ensino fundamental I e II,
Marechal Castelo Branco e Marcílio Dias, localizadas no citado bairro e na Vila Kennedy,
sede do nosso Campus. Compreendemos a necessidade deste projeto a partir de uma pesquisa
de campo realizada entre os moradores da comunidade que apontaram a falta de ações
culturais especialmente para as crianças. Levando em conta que o grupo PET PPC iniciou
suas atividades e busca materializar o direito ao lazer para o público infantil.
Metodologia
Durante cada exibição visamos aumentar a fruição das crianças tentando reproduzir
um clima que mais se pareça ao de uma sala de cinema, distribuindo entre os espectadores
porções de pipoca e suco. Tais atividades são realizadas na sala de vídeo da Universidade
aproveitando a estrutura já existente pelo campus. Cada sessão é registrada por meio de
fotografias e lista de presenças que compõe a própria memória do grupo estando à disposição
em suporte digital também para garantir a publicidade dos atos do grupo utilizando rede
social e o blog do projeto. Os filmes são escolhidos, debatidos e aprovados pelos integrantes
do grupo PET, juntamente com o tutor. O critério para a escolha é que os filmes sejam de
classificação livre e recomendada para toda a família e outro critério é buscar uma
comunicação eficiente com o público infantil e neste sentido a maior parte dos filmes foi de
animação. São aceitas sugestões do público tendo cuidado com o conteúdo que possa ser
1251
sugerido e a decisão final após sugestões fica a cargo do grupo. A divulgação das sessões é
realizada nos dois dias antecedentes a cada sessão através de panfletagem nas já citadas
escolas de ensino fundamental I e II, Marechal Castelo Branco e Marcílio Dias, e entre os
moradores do bairro Cerro da Pólvora. Uma das edições foi voltada para o público
universitário com o filme Marighella. No mês de março deste ano de 2014 o projeto retomou
seu funcionamento, contando com a parceria no empréstimo de vídeos da Locadora que está
no bairro em questão e ao saber da iniciativa ficou à disposição do grupo, trata-se da “FOX
Filmes”. A periodicidade prevista é mensal mas também depende do restante das atividades
planejadas para o grupo PET e ainda deve levar em conta as férias e o recesso nas escolas e na
Universidade.
Resultados e discussão
Ao todo foram realizadas 6 sessões, 4 delas direcionadas ao público infantil e a quinta
e última destinada aos jovens e adultos, com motivo da data que lembrou os 50 anos do golpe
militar de abril de 1964, ocasião em que exibimos o documentário “Marighella”, dirigido por
Sílvio Tendler. Segue a lista dos filmes exibidos:
I Sessão – Filme “Rio” – 5 de Outubro de 2013.
II Sessão – Filme “Valente” – 9 de Novembro de 2013.
III Sessão – “Hotel Transilvânia” – 16 de Novembro de 2013.
IV Sessão – “Os Fantasmas de Scrooge” – 7 de Dezembro de 2013.
V Sessão -Cine PET - 50 anos do Golpe Militar - 31 de março de 2014.
VI Sessão – Cine PET – Wall-E – 07 de junho de 2014.
Podemos afirmar que nessa primeira etapa do trabalho visávamos familiarizar as
crianças com a instituição universitária e os conteúdos dos filmes apresentados não colocaram
a ênfase no seu carácter pedagógico ou nos valores éticos dos mesmos e assim procuramos
cativar o público tendo em vista que existia uma hipótese inicial que o público poderia não
comparecer às sessões na universidade. Com o andamento do projeto e agora conhecendo
melhor o público será necessário aprofundar o processo de curadoria das obras exibidas.
Houve grande adesão da comunidade durante as exibições e contaram com média de
40 pessoas. A participação do público infantil que frequentou as sessões muitas vezes
acompanhado pelos seus pais ou amigos e parentes da mesma faixa etária superou as
expectativas do nosso grupo. O grupo após o termino das atividades realiza uma avaliação
quantitativa e qualitativa, levando em conta o número de público frequentador, bem como a
1252
opinião dos participantes em cada sessão, por meio de uma roda de conversa com todos os
membros do grupo PET. A fim de divulgar e documentar as atividades, as fotografias de cada
sessão são postadas no blog do grupo, acompanhando a sinopse do filme apresentado bem
como as informações para a próxima atividade.
Conclusão
De acordo com Freire (1981) a cidadania se constrói através da existência das pessoas
“no mundo e com o mundo”, ou seja, numa relação dialética, consciente e não alienada. E no
projeto em questão esta comunicação está sendo realizada através da cultura de formar que se
possa refletir e materializar a construção da cidadania plena através da extensão universitária
utilizando a exibição de filmes para o público infantil. Assim através desta comunidade
popular urbana denominada Cerro da Pólvora em Jaguarão estamos apontando para a
importância do direito ao lazer e a cultura. Cabe destacar que Jaguarão não possui sala de
cinema e logo a criação de um CINE-PET nas dependências da universidade é uma forma de
criar uma experiência nova que não está acessível no quotidiano da comunidade e da cidade e
no sentido da formação em Produção Cultural é uma experiência relevante pois envolve o
cinema e o público infantil.
Referências
ARANTES, Antônio Augusto; O que é cultura popular. 14.ed. São Paulo: Brasiliense, 2012.
FREIRE, Paulo; Ação cultural para a liberdade. 5. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981.
MIRANDA, Célio R. Turino de. Na Trilha de Macunaíma. Dissertação. Departamento de
História. Campinas: UNICAMP, 2004.
SANTOS, Boaventura de Souza. A universidade do século XXI. São Paulo: Cortez, 2005.
SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. 23.ed. São Paulo:
Cortez, 2007.
PET Produção e Política Cultural: Blog. http://petproducaopoliticacultural.blogspot.com.br/>
Acessado em: 21/06/2014.
PET Produção e Política Cultural: Página em rede social: facebook.
https://pt-br.facebook.com/ppcpet Acessado em: 23/06/2014.
UNIPAMPA. Centro de Interpretação do Pampa. acesso em 21/06/2014 disponível em
http://porteiras.r.unipampa.edu.br/portais/cip/apresentacao/
1253
PENSANDO A PRODUÇÃO CULTURAL NO CURSO DE PRODUÇÃO E POLÍTICA
CULTURAL NO CURSO DE BACHARELADO EM PRODUÇÃO E POLÍTICA
CULTURAL NA UNIPAMPA EM JAGUARÃO-RS
ÁREA: CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
André Machado Costa¹; Ruben Darío F. García¹; Bruno C. Alves Marcelino¹;Louise Pereira
Franco¹;Marcela P. Hernandes¹; Miriel Bilhalva¹; Juliana Porto Machado¹; Thaís Corrêa da F.
Silveira¹; Leandro Vieira Amorim¹; Fernanda Limão Brites¹; Magno da Costa Paim¹; Faris
Cruz da Rosa¹; Alan Dutra de Melo².
Bolsista PET Produção e Política Cultural, 5º semestre Bacharelado em Produção e Política
Cultural¹;
Tutor PET Produção e Política Cultural, 5º semestre Bacharelado em Produção e Política
Cultural - UNIPAMPA, Doutorando em Memória Social e Patrimônio Cultural - UFPel².
Introdução
O Grupo PET Produção e Política Cultural ligado ao curso bacharelado emProdução e
Política Cultural da Universidade Federal do Pampa em Jaguarão, cidade localizada no Rio
Grande do sul e possui 28.482 habitantes segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística ( IBGE).O município de Jaguarão está na fronteira com o Uruguay ao lado cidade
de Rio Branco no Uruguai. O grupo PET aprovou o seu projeto em 2012 e iniciou suas
atividades em 2013 e foi selecionado como grupo de curso vinculado ao trabalho com
comunidades populares urbanas. Logo o grupo atua com um bairro periférico
denominadoCerro da Pólvora, situado entre a universidade e o um projeto em construção de
um espaço expositivo nominado como Centro de Interpretação do Pampa (C.I.P). O C.I.P.
será o primeiro equipamento museológico da Universidade Federal do Pampa.E neste
contexto ingressou o grupo ao perceber a importância de inserir a comunidade em atividades
promovidas pela universidade de forma dialogada, portanto, através do PET é possível
conhecer melhor a população local estreitando os laços com a instituição e cabe citar
(Severino, 2010) conforme segue “A identificação dos problemas que digam respeito à
comunidade próxima, de modo que os resultados das investigações possam se traduzir em
contribuições para a mesma, o que vai se realizar através das atividades de extensão”.
1254
Assim o projeto de extensão chamado de “Pensando a Produção Cultural” foi criado
com o intuito de ampliar a discussão sobre o campo profissional na área da Produção Cultural.
O objetivo do projeto é criar interação da comunidade acadêmica,artística e ainda
comgestores culturais que venham a contribuir com o debate através de aporte teórico ou
vinculado à sua experiência profissional. Atualmente existem diversas definições para o
produtor cultural, pois existem alguns mais focados na gestão e outros que trabalham com
oagenciamento de talentos artísticos e ainda denominados produtores sociais que atuam
através da militância cultural. Logo como um dos objetivos do PETé a sua integração com o
seu curso de graduação potencializando as atividades este projeto elencado como em
consonância com os princípios da Educação Tutorial.
Objetivos
O objetivo do projeto de extensão “Pensando a Produção Cultural” busca fomentar o
debate sobre a constituição do campo profissional na área da formação do curso de graduação
através de encontros onde são apresentadas experiências na área acadêmica relacionando o
ambiente acadêmico com prática profissional envolvendo diversas áreas de base cultural,
artística e social envolvendo os temas em questão. E como grande parte da formação e difusão
da cultura ocorre fora do meio acadêmico é fundamental fomentar este debate através de um
projeto de extensão universitária..
Metodologia
O projeto envolveu planejamento dentro do grupo PET e após o aceite pelos
convidados foi realizada a divulgação através de cartaz e também nas redes sociais através do
endereço do grupo: https://www.facebook.com/ppcpet?fref=nf . Foram executados quatro
encontros denominados Pensando a Produção Cultural.
O primeiro Pensando a Produção Cultural aconteceu no dia 27 de Setembro de 2013
no Clube Social 24 de Agosto em Jaguarão e os palestrante foram foram Cristina Duran
jornalista e assessora de imprensa do Itaú Cultural e Amâncio Chiodi artista plástico e
fotógrafo, ambos trabalham em São Paulo. O evento foi integrado a programação na semana
nacional dos museus e cabe esclarecer que o clube 24 de Agosto é tombado pelo Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Rio Grande do Sul como referência da cultura
negra.
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A segunda edição do evento foi integrada à primeira edição da Feira do Livro
Alternativa de Literatura e Arte da cidade de Jaguarão denominada como FALA. O evento
foi realizado no dia 28 de novembro de 2013 na biblioteca pública municipal e tomou como
tema a Produção Editorial participaram como palestrantes os professores do curso de Letras
Hab. Espanhol da Unipampa: Dra. Ana Boéssio destacou a importância da literatura e do
pensar na formação de leitores e após Dr. Luis Fernando Marozo e o Me. Sandro Mendes
discorreram sobre a editoração no Brasil.
O terceiro “Pensando a Produção Cultural” foi realizado no dia 29 de março de 2014
no auditório da Universidade Federal do Pampa em Jaguarão. O encontro ocorreu durante a
semana da Diversidade Sexual realizada pelo Instituto Conexão Sócio Cultural. Dentre os
palestrantes que compuseram a mesa de debate estavam o discente e presidente do instituto
responsável pelo evento Bruno Cesar Marcelino e o coordenador do curso de Produção e
Política Cultural e Tutor do PET-PPC Me. Alan Dutra de Melo. E os convidados foram Célio
Golin como presidente e representante do Grupo Nuances (Porto Alegre) que atua em defesa
dos direitos dos grupos sociais estigmatizados em virtude da sua orientação sexual e Cristiano
Cunha representando o Grupo URSUL (Ursos do Sul) que é atualmente uma forma
associativa que visa também minimizar o preconceito social à partir de uma postura
afirmativa contra o preconceito. O centro da atividade foi planejado para discutir a
organização de eventos LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais), mas durante o
debate a discussão tomou um rumo diferente visto que os convidados apontaram que o desafio
maior hoje está no reconhecimento social e na promoção de direitos e não no entendimento da
questão à partir do olhar para um nicho do mercado. E neste sentido o evento foi positivo para
melhor compreensão do tema.
A quarta edição do Pensando a Produção Cultural foi realizada novamente no Clube
24 de Agosto no dia 14 de junho de 2014 e debateu a temática dos “Pontos de Cultura” visto
que recentemente o Clube 24 foi contemplado para a implantação de um ponto de cultura
através de edital do promovido pelo governo do Estado do RS através da Secretaria de Cultura
e o tema também permeia a formação do produtor cultural. A mediadora do evento foi a
secretária adjunta de cultura da cidade, Me. Andréa Gama e os convidados vieram de Porto
Alegre, Pelotas e Arroio Grande, respectivamente dos Pontos de Cultura: Trocando Ideias,
Clube Fica Ahí e Clube Guaraní. Na ocasião as representantes da entidades explicaram como
funciona os seus pontos de cultura e quais são os desafios desde a inscrição em um edital e
após passando pela execução e prestação de contas.
1256
Resultados e discussão
Podemos perceber que o projeto desenvolvido está atendendo a comunidade externa e
acadêmica da universidade (alunos e professores) e assim estamos cumprindo com o previsto
no projeto. Até o momento consideramos a atividade relevante e exitosa pois normalmente
existe um público considerável em cada edição com a participação em média de 30 pessoas
por evento e os debates são ricos para pensarmos nos desafios que envolvem a produção
cultural em suas diversas matizes culturais, artísticas e sociais. Desta forma o projeto está
desvelando os percursos da produção cultural através do olhar dos profissionais e ativistas
culturais e ainda estreita os laços da universidade com a comunidade. Por fim ainda trabalha
em consonância com os princípios da educação tutorial pois a atividade está ligada a
melhorias no curso de graduação aportando a promoção de uma atividade crítica e reflexiva
em contato direto com os sujeitos que estão inseridos no mercado laboral e frente às
demandas sociais contemporâneas.
Conclusão
Tal como aponta (LUCKESI, 1991) é necessário criarmos uma universidade aberta e
para tal ela deve ser pensada e experimentada de forma que a metodologia esteja ancorada na
realidade e no mesmo caminho (SANTOS, 2010) também descreve a necessidade de uma
universidade mais ancorada nos conhecimento existente na sociedade constituindo a
denominada ecologia dos saberes. Neste sentido o projeto de extensão Pensando a Produção
Cultural até o momento está atingindo o objetivo de pensar sobre a formação do campo na
área da produção cultural.
Referências
IBGE. Disponível em: http://www.cidades.ibge.gov.br acessado em: 20de maio de 2014
LUCKESI, Cipriano Carlos.(et. Al.). Fazer Universidade: Uma Proposta Metodológica.
6Ed. São Paulo: Cortez, 1991.
SANTOS, Boaventura de Sousa. A Universidade No Século XXI: Para uma reforma
democrática e emancipatória da Universidade. 3 ed. São Paulo: Cortez, 2010.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. 23 ed. São
Paulo:Cortez, 2007.
1257
Oficina de fotografia: Um novo olhar através das imagens.
Juliana Barros1, Dianesson Silva1, Gildete Bezerra1, Iury Melo1, Mariana Rodrigues1, Marilha
Neves 1, Adanne Farias1, Ana Paula Nascimento1, Islene Santos1, Edmara Melo1, Maria
Rafaela Rocha1, Alexandre Oliveira2.
1*
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - email: [email protected],
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - email: [email protected],
1*
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - email: [email protected],
1*
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - email: [email protected],
1*
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - email: [email protected],
1*
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - email: [email protected],
1*
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - email: [email protected],
1*
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - email: [email protected],
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - email: [email protected],
1*
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - email: [email protected],
1*
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - email: [email protected],
2*
TUTOR PET - CONEXÕES DE SABERES - email: [email protected]
1*
Introdução
Diante das aceleradas mudanças na sociedade de informação é necessário ter flexibilidade
para a descoberta de formas diferentes de realizar o trabalho científico, incorporando as novas
tecnologias desenvolvidas no mundo virtual, em especial, os recursos digitais e audiovisuais.
(STEREN DOS SANTOS, 2009). De acordo com Kossoy (2001), destaca a importância da
fotografia para diversas áreas do conhecimento. “(...) trata-se da fotografia como instrumento
de pesquisa, prestando-se à descoberta, análise e interpretação da vida histórica”. Sendo
assim, a atividade desenvolvida proporcionou aos estudantes adquirir habilidades técnicas
fotográficas, a fim de utilizá-las nas pesquisas acadêmicas realizadas pelos mesmos.
Como defende Tachibana (2004) as atividades e experiências vivenciadas fora da sala de aula
trazem inúmeros benefícios ao universitário, tais como maior segurança, autoestima, valores
altruísticos, criatividade, empreendedorismo e aprofundamento em áreas específicas da
atuação profissional. Contudo, é de grande relevância instigar o envolvimento dos discentes
em atividades dinâmicas que contribuam para a ampliação do conhecimento em diferentes
áreas. Com isso, a oficina possibilitou um aprimoramento das competências acadêmicas no
âmbito da pesquisa através da fotografia.
O presente estudo teve como objetivo proporcionar aos acadêmicos do curso de Engenharia
de Pesca e Turismo, um conhecimento ampliado no manuseio de equipamentos fotográficos,
1258
bem como o aprimoramento de habilidades nesta área e a utilização destes recursos para a
produção de trabalhos acadêmicos.
Objetivos
A oficina teve como objetivo fornecer elementos teóricos e práticos para a compreensão das mídias
tecnológicas fotográficas para acadêmicos dos cursos de Engenharia de Pesca e Turismo da Unidade
de Ensino Penedo/UFAL.
Metodologia
A oficina de fotografia ocorreu na Universidade Federal de Alagoas, Campus Arapiraca - Unidade de
Ensino Penedo e na parte histórica da cidade de Penedo. As aulas foram ministradas pelo Grupo Pet e
uma fotógrafa profissional, integrante do grupo. Participaram da oficina quinze alunos.
As aulas foram divididas em quatro encontros sendo, duas teóricas e duas práticas, totalizando uma
carga horária de 8 horas. Para a realização das aulas teóricas foram disponibilizados recursos de áudio
visuais, no formato Power Point, enquanto que para as aulas práticas foram utilizadas câmeras
fotográficas digitais das marcas Fujifilm e Sony. As aulas práticas foram realizadas em pontos
históricos da cidade. Os estudantes percorreram a pé uma rota pré-definida, partido da Unidade de
Ensino Penedo, seguindo em direção ao bairro Colina do Oiteiro. Os alunos, munidos de câmeras
fotográficas, foram orientados quanto à configuração dos equipamentos no que se refere ao diafragma,
obturador e ISO para o controle da luz que incide na captura da imagem, além de noções sobre
enquadramentos das imagens, a partir da teoria dos três pontos e iluminação ambiental (luz solar, luz
artificial e flash). Os alunos registraram formas, cores, linha, texturas e perspectivas. Ao final das
aulas os alunos irão expor as fotografias para que sejam avaliadas pelo público e também inseri-las em
seus trabalhos acadêmicos.
Resultados e discussão
Segundo ACHUTTI (1997) “a fotografia permite ver aquilo que não se tem tempo de ver,
porque ela fixa o instante”. Como fruto da oficina de fotografia os discentes participantes da
mesma adquiriram habilidades para manusear os aparelhos fotográficos com precisão,
administrando e captando de maneira satisfatória o momento eternizado pela fotografia.
1259
De acordo com Gomes (1996) apud Santos e Santos (2007, p. 5) “A imagem fotográfica, ao
registrar a experiência, pode provocar novas percepções, produzir a subjetividade inerente ao
ato de olhar do contemplador e ao mesmo tempo imortalizar o fato e o espaço captados (...)”.
O curso oferece conhecimentos básicos na área da fotografia, visando o melhor manuseio dos
equipamentos para melhor captação das imagens, com isso, durante as aulas teóricas foram
fornecidas as seguintes informações: Introdução à fotografia, história da fotografia analógica
e fotografia digital.
Ao longo da oficina tornou-se possível o aprimoramento do olhar dos alunos provocando
novas percepções decorrentes da Composição quanto a noções de beleza; valorização do
objeto e paisagem, plasticidade, criando sensações infinitas e de volume, dentro da figura
criando uma sensação de ritmo de movimento, que faz com que a composição seja muito mais
agradável de ser vista. Sendo assim, quatro dos vintes participantes da oficina puderam
inscrever alguns dos registros fotográficos gerados ao longo da oficina no 3º Salão de
Fotografias da Fundação Pierre Chalita, realizado na cidade de Maceió/AL.
Conclusão
A fotografia se processa como uma arte de captura de momentos específicos para uma
eternidade de tempo, remetendo assim diversas lembranças e memórias de determinados
espaços, pessoas e ocasiões individuais e coletivas. A realização da oficina de Fotografia
possibilitou aos acadêmicos dos cursos de Engenharia de Pesca e Turismo o despertar para
um olhar diferenciado sobre mídias tecnológicas e sua possível utilização em seu dia-a-dia.
Referências
ACHUTTI, L.E.R.; Fotoetnografia: Um estudo de antropologia visual sobre cotidiano, lixo e
trabalho. Porto Alegre, Tomo Editorial, 1997, CXXVp - 93p.
KOSSOY, B.; Fotografia e história. 2ed. São Paulo: Ateliê Editorial.
SANTOS J.; A. P; SANTOS, A. C. Arte e turismo: a fotografia como ferramenta de trabalho
do turismólogo contemporâneo. 3ª Revista Eletrônica Aboré Publicação da Escola Superior de
Artes e Turismo, 2007.
TACHIBANA, M.; PAVANI, R.; BARIANI, I. C.; Participação em eventos científicos e
formação do universitário. PSICO, Porto Alegre: v. 35, n. 1, p. 89-96, jan./jun., 2004.
1260
METODOLOGIA PARTICIPATIVA: CAPACITAÇÃO PET - CONSCIÊNCIA E
AUTONOMIA NO CAMINHAR NA UNIVERSIDADE
NASCIMENTO, Natercia França do1 ; DORNELAS, Cassia Queline2; OLIVEIRA, Karla Roberta S. de3;
FILHO, Eronaldo Soares Silva4 ; MARQUES, Polyana Fernandes 5; LEITÃO,
Agda Iasmym de Melo,6; SILVA, Suely Marilene da,7; MARCELINO ,Wanderson de Santana.8; SILVA,
Luciana Maria da,9; CIRNE,Alex Júlio da Silva,10 ; VASCONCELOS, Ana Lucia F. de Souza ,11.
Introdução
Este artigo tem por objetivo relatar uma experiência, realizada de forma coletiva pelo
grupo PET Conexões da UFPE, como pré-teste para buscar melhorias de metodologia na
construção e execução do projeto de extensão alinhado às necessidades dos usuários. Buscouse identificar a percepção dos discentes quanto sua consciência sobre os direitos de
permanência com qualidade na educação superior. O direito à educação encontra-se previsto
na Constituição Federal de 1988 no art. 6°. “São direitos sociais a educação, a saúde, [...], na
forma desta Constituição” (BRASIL, 2003).
A universidade pública está firmada em princípios éticos de responsabilidade social,
proporcionando por meio do processo educativo a formação de sujeitos situados no tempo e
no espaço e, portanto, a formação do ser histórico capaz de se comprometer socialmente.
Segundo Freire (1979, p.16), “a primeira condição para que um ser possa assumir um ato
comprometido está em ser capaz de agir e refletir”. Nesse sentido, a academia tem a função de
potencializar a ação e a reflexão em vista de um compromisso social, e assim o faz por via do
1
Graduanda de Serviço Social, Bolsista Pet Conexões Gestão Política-Pedagógica, Centro de Ciências Sociais
Aplicadas, Universidade Federal de Pernambuco.
2
Graduanda de Ciências Contábeis, Bolsista Pet Conexões Gestão Política-Pedagógica, Centro de Ciências
Sociais Aplicadas, Universidade Federal de Pernambuco.
3
Graduanda de Pedagogia, Bolsista Pet Conexões Gestão Política- Pedagógico Centro de Educação,
Universidade Federal de Pernambuco.
4
Graduando de Ciências Contábeis, Bolsista Pet Conexões Gestão Política-Pedagógica, Centro de Ciências
Sociais Aplicadas, Universidade Federal de Pernambuco.
5
Graduanda de Serviço Social, Bolsista Pet Conexões Gestão Política-Pedagógica, Centro de Ciências Sociais
Aplicadas, Universidade Federal de Pernambuco
6
Graduanda de Serviço Social, Bolsista Pet Conexões Gestão Política-Pedagógica Centro de Ciências Sociais
Aplicadas, Universidade Federal de Pernambuco.
7
Graduanda de Ciências Sociais, Bolsista Pet Conexões Gestão Política-Pedagógica, Centro de Filosofia e
Ciências Humanas, Universidade Federal de Pernambuco.
8
Graduando de Administração, Bolsista Pet Conexões Gestão Política-Pedagógica Centro de Ciências Sociais
Aplicadas, Universidade Federal de Pernambuco.
9
Graduanda de Serviço Social, Bolsista Pet Conexões Gestão Política-Pedagógica Centro de Ciências Sociais
Aplicadas, Universidade Federal de Pernambuco.
10
Graduando de Comunicação Social, Bolsista Pet Conexões Gestão Política-Pedagógica, Centro de Artes e
Comunicação, Universidade.
11
Professora, Doutora do Departamento de Ciências Contábeis, Tutora do Pet Conexões Gestão PolíticaPedagógica, Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Federal de Pernambuco.
1261
ensino, pesquisa e extensão, tendo como característica principal a interdependência positiva
entre eles.
A permanência na universidade exige um percurso que não é constituído de forma
simples, devido a determinantes sociais, econômicos e políticos enfrentados muitas vezes no
silêncio do estudante, sendo refletidos na evasão e retenção. Na busca de minimizar alguns
desses fatores, o PET Conexões de Saberes, tem como proposta de intervenção buscar e
acolher o estudante na entrada do curso, dando a ele possibilidades de um caminhar coletivo,
onde sua permanência ou “sobrevivência” dentro da universidade se torne mais digna.
O Grupo tem por objetivo “promover a formação ampla e de qualidade acadêmica aos
alunos de graduação envolvidos direta ou indiretamente no programa, estimulando a fixação
de valores que reforcem a cidadania e a consciência social de todos os participantes e a
melhoria dos cursos de graduação” (BRASIL, 2006a, p.7). A filosofia tutorial parte do
princípio de que a formação acadêmica necessita ampliar seus currículos através de troca de
experiências em atuação coletiva dos saberes, conduzindo a uma diversificação de atividades
acadêmicas que contribua para a educação integral dos estudantes.
Esta caminhada quando dialogada e compartilhada pelos conhecimentos, pode ampliar
horizontes, estimulando a refletir de uma forma emancipatória e influenciando na
implementação de uma cultura democrática, de dentro para fora dos muros invisíveis das
universidades, provocando a participação de todos através de uma relação diferenciada dos
alunos entre si, gestores entre os alunos com práticas colaborativos e participação intencional
para que esta participação política envolva a possibilidade de influenciar de forma efetiva as
políticas locais, regionais, nacionais.
Objetivos
O PET Conexões de Saberes “Gestão Política Pedagógica”, tem como um dos
objetivos promover capacitações em várias áreas, que visem atender de forma significativa
aos discentes, permitindo uma cultura democrática de socialização dos saberes, provocando a
participação de todos através de uma relação diferenciada, com práticas colaborativas e
participação intencional, para que esta participação tenha a possibilidade de influenciar de
forma satisfatória a vida pessoal e acadêmica do estudante.
Metodologia
A presente pesquisa tem como base os princípios metodológicos da pesquisa-ação
definida por Thiollent (1988, p. 14):
1262
Tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em
estreita associação com uma ação ou com a resolução ode um problema
coletivo no qual os pesquisadores e os participantes representativos da
situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou
participativo.
Tais princípios relacionam-se com a proposta teórica, que está articulada com a
exigência de conhecimento a ser produzido em função dos problemas encontrados nas ações.
Tivemos como estratégia metodológica o processo participativo de ofertar no Centro de
Ciências Sociais Aplicadas (CCSA), a partir do plantão de uma semana sobre pesquisa na
plataforma CAPES, com a participação de todos os componentes do grupo. A metodologia
participativa é uma estratégia de fortalecimento do grupo, com os discentes, o que possibilita
à emancipação dos indivíduos, que para Gohn (2010), depende dos “níveis de consciência do
indivíduo, da sensibilidade diante dos problemas”.
A pesquisa tem caráter exploratório e descritivo que segundo Lakatos e Marconi
(2010, p. 206) corresponde a uma técnica que “permite a descrição sistemática, objetiva e
quantitativa do conteúdo da comunicação”. Foi utilizado como instrumento de coleta de dados
um questionário estruturado com objetivo de mapeamento, nas coordenações dos cursos do
CCSA./UFPE, para quantificar o público-alvo escolhido, matriculado no 1° e 2° período. A
fim de inferir sobre seus conhecimentos sobre plataforma CAPES, foi aplicado um
questionário estruturado contendo as dimensões: a) acesso a internet, dificuldade de encontrar
materiais bibliográficos para realizar seus trabalhos acadêmicos, b) conhecimento sobre seu
direito de acessar plataformas que são pagas pela UFPE, c) se ele sabe o que é um Periódico,
d) se ele tem conhecimento de cursos ofertados pelas bibliotecas da UFPE sobre a plataforma
do Periódico CAPES, e) se ele sabe que pode ter acesso direto em sua residência de forma
gratuita do periódico. Estes dados estão no momento de tabulação.
Este levantamento servirá como instrumento de gestão na elaboração dos conteúdos
das capacitações durante o ano letivo.
Resultados e discussão
No período de 13 a 17 de Janeiro de 2014, foi realizado o pré-teste com capacitação no
periódico CAPES, em um dos laboratórios de informática/CCSA, com o objetivo de permitir
que os discentes tivessem a oportunidade de aprender como navegar nesta plataforma online.
Durante o processo de ensino, foi aplicado o questionário com 07 perguntas fechadas.
O público-alvo participante, do pré-teste, totalizou em 15 estudantes. Uma primeira avaliação
do grupo quanto à quantidade atendida, foi diagnosticado que alguns dos fatores foi o tempo
1263
de divulgação, a forma de divulgação e a data que coincidia com a semana de provas. Assim,
considera-se que é um dado relevante a ser considerado.
Os alunos que participaram das capacitações, durante a semana das 13h às 14h nos
intervalos dos turnos, apresentou os seguintes resultados: 14 tinham acesso a internet, e 1
respondeu que em parte; 3 Responderam que tem dificuldades de encontrar materiais
bibliográficos para realizar os trabalhos acadêmicos, 2 que não tinham e 10 que em parte
encontravam dificuldades para encontrar os materiais; A terceira indagação foi a respeito do
conhecimento que eles tinham sobre o direito de utilizar os computadores dos laboratórios da
universidade, as resposta foram que, 4 tinham este conhecimento, 8 não tinham e 3 tinham em
partes; Sobre o periódico, 9 sabiam do que se tratava, 5 não sabiam e 1 pessoa respondeu que
sabia em partes do que se tratava.
Dos 15 alunos que responderam os questionamentos, 1 conhecia o periódico CAPES,
13 não conhecia,1 afirmou que em partes; Quando perguntado sobre o curso ofertado pela
biblioteca sobre a plataforma CAPES, os 15 participantes responderam que não tinham esse
conhecimento; E por fim, foi questionado a ciência de cada um, sobre seu direito de acessar a
plataforma do periódico CAPES diretamente de suas residências ,1 respondeu ter este
conhecimento, 13 que não possuem este conhecimento, e 1 que em parte tem o conhecimento
de acessar de sua residência.
A partir do pré-teste, buscamos ampliar o público-alvo para os alunos do 1º e 2º
período dos cursos do CCSA. A atividade realizada de forma coletiva e participativa do grupo
PET foi o mapeamento nos 8 (oitos) cursos, onde foi possível observar quantos alunos
encontram-se matriculados, sendo 1053 no primeiro e segundo período .Segue o quantitativo
de alunos matriculados por turno: Ciências Administrativas-manhã/100-noite/100;Ciências
Atuariais-tarde/27; Ciências Contábeis-tarde/120-noite/120;Ciências Econômicas-manhã/60tarde/60);Hotelaria-manhã/71-tarde/88;Secretariado-noite/120;Serviço
Social-manhã/59-
tarde/61;Turismo-tarde/32-noite/35.
No momento atual, estamos com capacitação prevista para o mês de julho com
professores de estatística, para ensinarem a tabular dados no Excel e elaborar gráficos de
comunicação dos dados. Assim, realizaremos a tabulação dos dados da pesquisa com
aprendizado adquirido.
Conclusão
A experiência da capacitação para o grupo proporcionou sistematizar de que forma
poderíamos realizar uma metodologia participativa, percebendo diante disso, que é necessária
1264
a realização de diversas etapas para que seja possível a efetivação deste Projeto de ensino no
Grupo PET.
Dessa forma, a capacitação ora desenvolvida com os participantes do PET
Conexões/UFPE e os discentes, constitui-se em abrir espaços de aprendizagem para que os
mesmos possam se desenvolver em seus processos de formação e aprimoramento desses
saberes, e para os petianos de serem multiplicadores do conhecimento.
Diante disso, a partir da sistematização dos dados coletados, espera-se contribuir para
elaboração de novas capacitações com conteúdos efetivos, e desenvolvimento de trabalhos
participativos cooperativos entre os membros do grupo Pet, desenvolvendo a capacidade de
trabalho em equipe bem como, de nossas habilidades sociais.
Referências
BRASIL. República Federativa da república do Brasil. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em:15/05/2014.
DELORS, Jacques et al. Os quatro pilares da educação. In: DELORS, Jacques et al
(Coord.). Educação um tesouro a descobrir. Relatório para a UNESCO da Comissão
Internacional sobre Educação para o século XXI. São Paulo: Cortez. 1998. p. 89-102.
FREIRE, Paulo. Extensão ou Comunicação. 13. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2006.
GOHN, Maria da Glória. Educação não formal e o educador social: atuação no
desenvolvimento de projetos sociais. São Paulo: Editora Cortez, 2010.
LAKATOS, Eva M.; MARCONI, Marina A. Metodologia Científica. São Paulo: Atlas
S.A.,2010, p.47.
SANTOS, Helio. A busca de um caminho para o Brasil: a trilha do circulo vicioso. São
Paulo: Editora Senac, 2001.
1265
1266
1267
1268
1269
1270
O TRABALHO DO GRUPO PET SERVIÇO SOCIAL NO GROTE – GRUPO
DE OFICINAS TEMÁTICAS:
ESPAÇO DE REFLEXÃO E CONSTRUÇÃO
SGARBI, Gabrielle Stéphany Nascimento¹; ANASTÁCIO, Luciana Pires Sales¹;
CUNHA,
1
Milena Santos¹; SILVA, Monique Nogueira¹; VENÂNCIO, Rafaella Rodrigues¹; CARDOSO,
Tatiane Oliveira¹; OLIVEIRA, Cirlene Aparecida Hilário da Silva².
Introdução
O grupo PETSS – Programa de Educação Tutorial em Serviço Social da UNESP Franca, desenvolve o Projeto GROTE – Grupo de Oficinas Temáticas, como uma das frentes
de extensão universitária do grupo, articulada ao tripé-universitário: ensino, pesquisa e
extensão. Os integrantes do grupo realizam oficinas quinzenalmente contando com a
participação de estudantes de três salas de aula (5º ano) de uma escola municipal localizada na
cidade de Franca. O trabalho é desenvolvido numa perspectiva de horizontalidade, sendo que
nas oficinas são discutidos temas do dia a dia dos estudantes, tais como o cotidiano, organização
social/sociedade/movimentos sociais, conjuntura/estrutura/violência, educação/perspectivas
para o futuro profissional, dentre outros temas.
É importante evidenciarmos que no cotidiano familiar e escolar dos estudantes existem
muitas limitações e possibilidades; abordando estes diversos temas nas oficinas, os integrantes
do grupo conseguem se aproximar gradativamente dos estudantes criando os vínculos
necessários para se estabelecer uma relação de confiança, podendo assim trabalhar situações
que são vivenciadas no cotidiano desses estudantes. Esta aproximação tem trazido
contribuições relevantes para a formação dos integrantes do grupo (discentes do curso de
Serviço Social) e dos estudantes, como aproximação da realidade social concreta, maior contato
com as expressões artísticas e fortalecimento do grupo.
Objetivos
Graduanda em Serviço Social da Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho” – Faculdade de
Ciências Humanas e Sociais, Campus de Franca. Membro do grupo PET- Serviço Social/UNESP.
² Tutora do PET- Serviço Social da UNESP - Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Campus de Franca.
1
1271
O objetivo da extensão é viabilizar discussões a respeito de assuntos de interesse dos
estudantes, levantados no decorrer das oficinas e pertinentes à sua realidade social.
Proporcionar espaços mais amplos de discussão que ultrapassem o ambiente escolar, com
atividades que busquem a integração e participação dos estudantes, levando-os a reflexões que
comumente não são realizadas com essas crianças. Utilizando a arte, a imaginação e
criatividade dos estudantes serão trabalhadas, no sentido de fazê-los expressar de diversas
maneiras suas opiniões, sentimentos e escolhas.
O objetivo da pesquisa no GROTE, alicerçada no Serviço Social na área da educação, é
estudar, investigar o ambiente escolar e suas demandas, visto que esse é um campo de trabalho
ainda pouco ocupado por assistentes sociais. Além disso, a perspectiva artística como
possibilidade de atuação profissional merece ser explorada mais a fundo, pois encerra um
grande potencial libertador. Assim, busca-se estudar a arte com instrumental de trabalho do
assistente social em sua atuação.
Metodologia
Concomitante à prática de extensão universitária, realiza-se a pesquisa científica e as
atividades de estudo que visam dar subsídios para a efetivação qualitativa das oficinas, tendo
como objetivo estudar as formas de utilização da arte no Serviço Social.
A pesquisa tem como fundamentação o conceito de Pesquisa-Ação de Michel Thiollent.
Esse método concilia a pesquisa e a prática, em que uma subsidia a outra e vice versa. Ou seja,
a pesquisa dá subsídios à prática da extensão, onde conheceremos a realidade e proporemos
assuntos a serem estudados. Da mesma forma, a extensão fornece elementos para a pesquisa.
Um desses primeiros elementos é a arte, que é o instrumental utilizado, e que demanda estudo
para a sua efetivação através da realização das oficinas.
Resultados e Discussão
O contato com a escola, ambiente com expressiva herança conservadora, e com os
estudantes, crianças na faixa etária de 10 anos, se torna rico pelas diversas particularidades
existentes. Através das oficinas realizadas é esperada a participação e engajamento dos
estudantes às atividades propostas. A criação e a discussão são os elementos através dos quais
busca-se resgatar nas crianças, deixando-os livre para se expressarem da maneira que
desejarem, sem repressões. Uma parte dos resultados será alcançada somente a longo prazo,
1272
porque nas oficinas trabalhamos com temas próprios do cotidiano, o que implica em um
processo de captação, entendimento e possíveis transformações, o que não acontece no plano
do imediato.
Considerações finais
As atividades propostas pelo grupo nesta atividade de extensão e pesquisa estão
nucleadas numa proposta de permanente reflexão, o que leva a concepção de processo; daí o
motivo de não ter uma ação conclusiva e finalizadora. Concebendo estudante como sujeito,
protagonista da sua história, compreendemos que este indivíduo é pertencente à uma classe
social, vive num dada conjuntura que permeia o seu cotidiano; também sofre as conseqüências
da correlação de forças existentes na dinâmica de uma escola, e vivencia as mazelas da questão
social, que rebatem na sua vida. Dessa forma, as ações desenvolvidas pelo Grupo PET Serviço
Social pretendem se constituir como um espaço de reflexão, de busca de alternativas de ação,
para o enfrentamento dessa realidade, em que um dos princípios é justamente a troca de saberes
e conhecimento.
Referências Bibliográficas
BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho DE 1990. Estatuto da Criança e do Adolescente.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm>. Acesso em: 16 jun.
2013.
CONCEIÇÃO, D. G. O Serviço Social e prática pedagógica: a arte como instrumento
de intervenção social. Serviço Social em Revista, LONDRINA, v. 12, n. 2, p. 51-67, JAN/JUN
2010.
FISCHER, E. A necessidade da arte. 9. ed. São Paulo: Ltc, 1987.
FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.
NARCIZO, E. Manifestações artístico-culturais e Serviço Social: “como a sensação do
brilho de repente a gente brilhará”. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel em Serviço
Social) – Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, UNESP: Franca, 2006.
THIOLLENT, M. Metodologia da Pesquisa-Ação. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1986.
1273
MULHERES FORTES POR UMA QUALIDADE DE VIDA MELHOR
Elaynne Albino da silvai
Tutora do PET- Irene Alves de Paivaii
Área: Ciências Sociais Aplicadas
Palavras chave: Assentamento rural; relações de gênero; participação política.
Introdução
O presente trabalho faz referência à experiência de extensão realizada com as mulheres no
Assentamento Aracati – Touros/ RN. Durante nossas atividades de pesquisa e extensão
surgiu a desafio de trabalhar o processo de organização das mulheres como uma demanda das
assentadas que então cobravam atividades que abordassem temáticas sobre os direitos das
empregadas domésticas, violência doméstica, direitos dos idosos e das crianças, bem como
que abordassem o entendimento da importância da participação ativa das mulheres enquanto
sujeitos políticos e reprodutores das relações sociais dentro e fora do núcleo familiar. Nesse
contexto, surgiu o projeto de extensão “Mulheres Unidas por Uma Qualidade de Vida
Melhor”, que foi realizado durante o segundo semestre do ano de 2013.
Objetivos
O objetivo geral do projeto foi proporcionar as condições para que as assentadas de Aracati
criassem um grupo de mulheres com participação ativa nas decisões para melhoria da
comunidade. Além de possibilitar um espaço de reflexão sobre o papel das mulheres dentro
do assentamento e da própria família; discutir o significado de sua organização e atuação
política enquanto assentadas; trabalhar a autoestima e autoconfiança dessas mulheres levandoas a encontrar formas de enfrentamento da sua atual condição de submissão visando estimular
a autonomia e sentimento de pertencimento a um grupo.
Metodologia
As atividades foram realizadas na escola do assentamento a cada quinze dias, ao todo foram
realizados seis encontros com as assentadas. Fizemos reuniões que priorizavam rodas de
conversa e dinâmicas de grupo, em que as mulheres pudessem falar o que as inquietavam,
1274
como se percebiam e qual lugar elas ocupavam no assentamento. Usamos o máximo de
recursos lúdicos que tínhamos disponibilidade, como equipamentos de mídia, confecção de
materiais didáticos que facilitassem as reflexões e leituras das participantes sobre os temas em
questão. Dentro desse processo uma das atividades que chamou atenção das mulheres foi o
“dia de beleza”, em que oferecemos uma oficina dedicada à renovação da autoestima por
meio da imagem, contamos com serviços de manicure, pedicure e cabelereiro, momento em
que envolveu as mulheres e bolsitas e ao final realizamos fotografias para registrar o novo
visual. Essa atividade visava incentivá-las a melhorar a autoestima delas. Outra atividade que
realizamos e que teve bastante êxito foi a montagem de um quebra - cabeça que tinha a
imagem de mulheres executando diversas atividades. Cada uma das assentadas pegou apenas
quatro partes e tiveram que montar sem olhar as peças da outras, elas deveriam se ajudar até
completar a montagem. Essa atividade foi pensada a fim de mostrá-las o quanto é importante
se reconhecer como parte de um grupo e trabalhar em coletividade em busca de um objetivo.
Resultados e Discussão
Com o passar dos encontros notamos que as mulheres foram mostrando mais sua voz,
pudemos escutar como elas se enxergavam enquanto mulheres assentadas. Escutar suas
histórias e de suas famílias, seus desejos e inquietações. Nesse contexto, durante as reuniões
com frequência as assentadas nos relatavam a importância que era dada para suas atividades
junto aos homens na época da ocupação. No entanto, percebemos que no cotidiano da vida no
assentamento os papeis do feminino e masculino são bastante demarcados. Ou seja, depois de
assentadas parece que se passa por um processo de regressão em termos de visibilidade do
papel desempenhado pelas mulheres, é possível notar um afastamento dessas assentadas
inclusive dos espaços decisórios da comunidade. Segundo García (2004) durante a época do
acampamento normalmente há uma parceria entre homens e mulheres nas atividades do
roçado e nas atividades da barraca, inclusive as mulheres participam dos enfrentamentos
armados junto aos homens, ambos se reconhecem como sujeitos iguais de resistência. Para
compreender esse processo, utilizamos a categoria gênero que remete a relação de poder, ou
seja, é uma categoria de análise baseada na relação entre o que a sociedade compreende
enquanto feminino e masculino, que são ao mesmo tempo opostos e complementares. Desta
forma, as relações de gênero são as responsáveis pela divisão desigual do poder entre os
sujeitos sociais de acordo com seu sexo (CAMURÇA e GOUVEIA, 2004). Durante o mesmo
período em que realizamos esse projeto de extensão também foi realizada uma pesquisa de
campo em que aplicamos um questionário com 27 perguntas fechadas e 3 perguntas abertas
1275
com uma amostra de cinco assentadas(os), sendo 4 mulheres e um homem, para saber dentre
outras questões, se as desigualdades de gênero eram uma realidade nesse assentamento como
em tantos outros. As perguntas focavam nas esferas de decisão no núcleo familiar.
Verificamos assim, que ainda é muito forte a noção de patriarcado nesse assentamento.
Percebemos em diversas falas a ideia de que às mulheres cabem as atividades da esfera
privada: cuidar dos filhos, da casa e do lote, e aos homens cabe às atividades da esfera
pública: ir ao roçado, ao boteco, ao futebol e estabelecer as relações de negócios com os
compradores dos produtos (GARCÍA, 2004). Ou seja, as mulheres são as responsáveis pela
esfera reprodutiva e os homens pela esfera produtiva, portanto as atividades destes útimos são
mais valorizadas e reconhecidas do que as das mulheres. Na atualidade, pode-se perceber pela
infinidade de trabalhos disponíveis nas Ciências Humanas e sociais sobre a temática das
desigualdades de gênero, que essa realidade se repete com mais força na zona rural. Algumas
autoras como Fernandes (2009), García (2004) e Souza (2001), fazem análises aprofundadas
dessas questões em diferentes assentamentos rurais em diversas partes do país, nos levando a
compreensão de que tais desigualdades de gênero ainda são imensamente presentes no
cotidiano das mulheres trabalhadoras rurais que muitas vezes por não terem consciência de
que estão sendo descriminadas ainda reproduzem tal desigualdade como se fosse algo
“natural”, essas mulheres perdem assim, a possibilidade de participação nas decisões do
assentamento que tem influência direta na vida delas. Tivemos através desses encontros certa
dificuldade em realizar algumas atividades devido à baixa escolaridade dessas mulheres,
grande parte delas não sabia ler e escrever. As assentadas nos relataram que na comunidade
havia tempos atrás, um projeto chamado “Mulheres Mil”, projeto que tinha como foco a
alfabetização de mulheres jovens e adultas, no entanto apesar de algumas sentirem falta
desses projetos, constatamos que o mesmo não funcionou na comunidade porque o público
alvo não comparecia aos encontros.
Conclusão
Ao final do nosso projeto podemos constatar as dificuldades colocadas no processo de
participação, especialmente no que se refere atuação das mulheres. Foram várias as tentativas
delas se organizarem em grupos ou na associação, mas os desafios postos são diversos: a
cultura política da não participação; a condição feminina do cuidado da casa e do em torno,
deixando para os homens a tarefa de participar das decisões; a autoestima e a descrença nas
atividades coletivas. Apesar de não termos realizado todas as atividades que planejamos,
constatamos avanços no que se refere à capacidade de refletir e criticar a realidade vivida, por
1276
parte de algumas mulheres. E é claro, a experiência de trabalhar em um assentamento foi
extremamente válida, podemos assim destacar três aspectos que tal experiência trouxe de
positivo para minha formação como acadêmica e cidadã. Em primeiro lugar a vivência com a
comunidade do meio rural foi para nós inovadora por reforçar mais uma vez a noção de
respeito às diversidades do nosso povo, o que levou a compreensão de que não estamos ali só
para ensinar, mas também para aprender. Outro aspecto importante que o PET fez atentar foi
o quanto o assistente social precisa se utilizar do método pedagógico junto às comunidades
populares a fim de ensinar, esclarecer e viabilizar direitos para os sujeitos. O terceiro aspecto
que acredito importante ressaltar é o quanto o planejamento participativo junto à comunidade
é primordial, pois ninguém melhor do que os assentados para compreender as demandas da
comunidade. Dessa forma, aprendemos que ouvir as demandas e construir o planejamento
junto à comunidade é essencial.
Referências
FERNANDES, I.L.C. A Realidade das Mulheres Rurais na Luta Pela Reforma Agrária:
Ação X Anonimato. Revista Brasileira de Agroecologia. p. 3-10, Ceará, 2009.
GARCÍA, M. F. A Luta pela Terra Sob Enfoque de Gênero: Os Lugares da Diferença no
Pontal do Paranapanema. Tese de Doutorado em Geografia, Universidade Estadual Paulista
Julio de Mesquita Filho – UNESP. São Paulo 2004.
CAMURÇA, S; GOUVEIA, T.O Que é Gênero? Cadernos SOS Corpo - Instituto Feminista
para a Democracia, v1, 4ª ed. Recife, 2004.
SOUZA, J.M. Retratos do Cotidiano: As mulheres do Assentamento Rural Santa Vitória.
Tese de Mestrado em Ciências Sociais, Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal,
2001.
i
Graduanda do curso de Serviço Social pela UFRN e bolsista do PET Conexões- Comunidade Campo.
E-mail: [email protected]
ii
Professora adjunta da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e tutora do PET Conexões- Comunidade
Campo. E-mail: [email protected]
1277
Disseminando Conhecimentos sobre a Profissão e o Curso de Administração
Francisco Demontiez Dias Junior¹; Ívyna Lavínia de O. Rufino¹; Manoela Costa Policarpo¹;
Jocelly Raissa de A. Silva¹; Elmano Pontes Cavalcanti².
¹Alunos bolsistas do PET de Administração da Universidade Federal de Campina Grande
²Tutor do PET de Administração da Universidade Federal de Campina Grande
Introdução
A ausência de iniciativas para levar conhecimentos necessários sobre as profissões e os cursos
superiores aos alunos do ensino médio contribui para a evasão no ensino superior, isso é o que
afirmam Biazus (2004), Xenos (2002), Brasil (1996), Andriola (2003), Pacheco (2008) e
Gomes (1998). Problemas como esse da evasão requerem providências, pois resulta em
prejuízo para os alunos, para as suas famílias e para as instituições de ensino, ou seja, é um
problema de graves repercussões sociais. Segundo depoimento de dirigentes dos colégios do
segundo grau de Campina Grande, afora raríssimas exceções, as Instituições de Ensino
Superior são omissas quanto a esse tipo de iniciativa e os contatos que existem, na maioria
das vezes, são resultantes de suas próprias iniciativas. Eles complementam afirmando que
empreendem muitos esforços e a percepção que fica é que os professores das instituições de
ensino agem como se estivessem fazendo um favor, o que termina resultando em uma
situação muito desgastante. Em relação a isso, vale ressaltar que esse tipo de iniciativa nos
colégios públicos é praticamente inexistente e com isso, os alunos dessas escolas ficam
seriamente prejudicados quanto a escolha por qual caminho seguir após a conclusão do ensino
médio. Com isso em mente, percebeu-se uma grande oportunidade de desenvolver uma
atividade que pudesse beneficiar a comunidade externa e ao mesmo tempo trazer
conhecimentos enriquecedores para os alunos membros da equipe. Assim, surgiu o projeto:
“Promoção da profissão e do Curso de Administração da UFCG”. Essa atividade, além de
extensão, ainda foi um pouco de ensino e de pesquisa, na medida em que, para proporcionar
os conhecimentos aos alunos do segundo grau, requereu algumas iniciativas nesse sentido por
parte dos alunos membros do projeto. Pode-se perceber assim, a indissociabilidade destes três
grandes pilares. A relevância deste trabalho é consequência de constatações de vários estudos,
como os citados acima, que verificaram a falta de conhecimento profissional como um dos
motivos que contribuem para o grave problema da evasão. Portanto, como pretendeu dar
alguma contribuição para a solução desse problema, essa atividade se justificou.
1278
Objetivos
Proporcionar conhecimentos sobre a profissão e sobre o Curso de Administração da
Universidade Federal de Campina Grande aos alunos do último ano do ensino médio,
proporcionando os fundamentos necessários para uma escolha consciente no ato da opção por
um curso superior.
Metodologia
A atividade transcorreu de acordo com dois focos básicos de atuação, sendo um interno e o
outro externo. No foco interno buscou-se o desenvolvimento de competências diretamente
ligadas aos petianos envolvidos, assim como os trabalhos de pesquisa e desenvolvimento da
apresentação. Já o foco externo foi relacionado com a atividade de extensão propriamente
dita. O público alvo foi à comunidade externa, tendo como primeira prioridade os alunos do
último ano do ensino médio. No entanto, foi permitida a participação de qualquer outro aluno
ou não aluno que demonstrasse interesse em participar da atividade. A operacionalização
ocorreu por meio de palestras, demonstrações, depoimentos e espaço para diálogos sobre a
profissão e o Curso de Administração. Houve também uma grande adesão por parte de vários
colégios da região de Campina Grande. Como a ação já vem sendo desenvolvida há seis anos,
inicialmente foi feita uma revisão e atualização do material de apoio. Logo em seguida foram
iniciados os contatos com os colégios. No primeiro momento foram explicados detalhes do
projeto e do seu funcionamento, tendo como preocupação sensibilizar os dirigentes para a
realização das atividades e, iniciando em seguida o processo de visita e agendamento. A
operacionalização contou com a utilização de recursos audiovisuais, que além de contribuir
para o dinamismo das apresentações, também serviu de incentivo para aumentar o interesse.
Como forma de criar estímulo para despertar o desejo de participação de outros colégios,
assim como de outros alunos, o material foi divulgado em web site. Com o foco de atuação
interno foram desenvolvidas atividades no sentido de criar uma reflexão nos alunos sobre os
impactos que tal atividade de extensão pode trazer para a comunidade envolvida. Além da
busca pelo aprimoramento da atividade e até o surgimento de mais ideias para outros
problemas relacionados à extensão. Dessa forma, foram beneficiados os alunos das seguintes
instituições: Escola Estadual Severino Cabral, Escola Estadual Dr. Hortêncio de Sousa
Ribeiro, Colégio Panorama, Escola Estadual Professor Anésio Leão, Escola Estadual José
Miguel Leão, Escola Estadual Monsenhor José Borges de Carvalho, Colégio Petrônio e a
1279
Escola Estadual Nenzinha Cunha Lima. Destes colégios, seis são públicos e dois privados. A
exceção de apenas um, nenhum dos demais colégios tinha nada que se relacionasse com os
propósitos das atividades propostas, o que os deixam na total dependência de iniciativas como
essa. Talvez por isso, a receptividade, tanto dos dirigentes, quanto dos alunos foi a melhor
possível, sempre incentivando a continuidade dessas atividades. Verificou-se o interesse e
entusiasmo dos dirigentes, professores e alunos dos colégios elegidos, assim como entre
outros alunos do Curso de Administração, desejosos em levar a operacionalização desse
projeto para suas cidades. Ao final de cada evento, em cada colégio, foram aplicados
questionários onde os alunos tiveram a oportunidade de expressar livremente as suas opiniões
sobre a realização da atividade. Ao todo foram beneficiados 616 alunos, destes, 595
responderam os questionários.
Resultados e discussão
Como reflexo de uma atividade que foi concebida, projetada e operacionalizada em conjunto
com as necessidades dos colégios, o resultado foi de uma avaliação excelente. Com a
aplicação dos questionários, as atividades foram avaliadas entre boa e excelente por
aproximadamente 91,9% dos respondentes. Os beneficiados foram bastante receptivos,
expressando espontaneamente elogios referentes às palestras e ao conhecimento explicitado
através destas. Dentre os comentários verificados, alguns dos participantes assim se
manifestaram: “Ótima, apresentação e um bom diálogo”, “Foi muito boa à atividade, deu para
entender claramente como é o Curso de Administração”, “Bem, antes da palestra já tinha me
decidido pelo Curso de Administração e agora me interessei mais ainda, e o fato de ter a área
de matemática isso não me intimida já que gosto de calcular”, “Ótima apresentação, bem,
explicativa e que envolve muitas outras áreas de administração”. Essas observações sugerem
que os objetivos foram atingidos de forma plena. Um interessante detalhe explorado foram
perguntas sobre especialização em administração. Estas costumam aparecer entre os alunos
graduados em outros cursos após algum tempo no exercício de suas profissões. Este ponto foi
abordado e, ao que parece, muito bem assimilado pelos participantes. Um dos alunos
beneficiados assim se expressou “Eu acho que o curso de administração é essencial para
outras áreas de formação”. Apesar da relevância, atividades como essa são carentes no
ambiente acadêmico. Esta pode servir de inspiração e exemplo para iniciativas em outros
cursos. A importância de iniciativas como essa pode ser evidenciada por comentários como
este “Muito massa, chama a galera do curso de desenho industrial, pois tenho dúvida sobre
1280
esse curso”. Assim, é possível afirmar que os resultados esperados foram alcançados. Vale
ainda ressaltar dois grandes benefícios que foram prestados por essa atividade: o primeiro
para os alunos do ensino médio (foco externo), que tiveram suas dúvidas esclarecidas e
receberam informações acerca de possíveis carreiras que possam escolher; o segundo
benefício foi para a graduação (foco interno), que necessita de atividades como esta visando
combater à evasão, oferecendo esclarecimentos sobre o curso para os alunos antes mesmo de
estes ingressarem na IES e optarem por essa carreira.
Conclusão
Percebendo a enorme carência dos alunos da região de Campina Grande referente a
orientações sobre cursos universitários, e frente às altas taxas de evasão nos cursos superiores,
fez-se indispensável o desenvolvimento de uma atividade que pudesse contribuir na busca
pela solução desse problema. Sendo assim o projeto realizado pelo PET Administração é de
suma importância para toda a comunidade envolvida, pois contribui não só para levar os
conhecimentos da profissão e do Curso de Administração, mas principalmente para a
orientação vocacional de vários jovens que, sem esta atividade, não teriam outra fonte de
informação direta para a escolha do curso superior. O projeto foi concebido de forma a
proporcionar a indissociabilidade entre extensão, ensino e pesquisa, o que resultou em uma
rica experiência para complementar a formação acadêmica dos estudantes membros do
projeto. Por outro lado, na medida em que prestou um relevante serviço para a comunidade,
exerceu um importante papel social para esses jovens que serão o futuro da nação.
Referências
ANDRIOLA, Wagner Bandeira. Evasão Discente na Universidade Federal do Ceará (UFC):
proposta para identificar causas e implantar um Serviço de Orientação e Informação (SOI). In
Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação. Rio de Janeiro, v. 11, n. 40: 332-347,
jul./dez. 2003.
BIAZUS, Cleber Augusto. Sistema de fatores que influenciam o aluno a evadir-se dos cursos
de graduação na UFSM e na UFSC: um estudo no curso de Ciências Contábeis. Tese.
(Doutorado em Engenharia de Produção UFSC). Florianópolis, 2004.
BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria da Educação Superior-SESu. Diplomação,
retenção e evasão nos cursos de graduação em Instituições do Ensino Superior Públicas.
1281
Relatório da Comissão Especial de Estudos sobre evasão nas universidades federais públicas
brasileiras, ANDIFES/ABRUEM/SESu/MEC, 1996.
GOMES, A.A. Evasão e evadidos: O discurso dos ex-alunos sobre evasão escolar nos cursos
de licenciatura. Tese de Doutorado em Educação, Faculdade de Filosofia e Ciências de
Marília, UNESP, 1998.
KOTLER, P.; FOX, K.F.A. Marketing Estratégico para Instituições Educacionais. São Paulo:
Atlas, 1994.
PACHECO, A.S.V.; et al. Evasão: Análise da Realidade do Curso de Graduação em
Administração a Distância da Universidade Federal de Santa Catarina. In: Encontro Nacional
dos Programas de Pós Graduação em Administração. Conferência, Rio de Janeiro, 2008.
XENOS, M.; PIERRAKEASA, C.; PINTELASB, P. A survey on student dropout rates and
dropout causes concerning the students in the Course of Informatics of the Hellenic Open
University. Computers & Education. v.39, p.361–377. 2002.
1282
Programa de Educação Tutorial estreitando os laços com a graduação: o caso dos
Grupos de Aprofundamento Acadêmico
Autor(es)Laércio de Barros Silva¹; Nathállya Etyenne Figueira Silva¹; Carlos César de
Oliveira Lacerda¹; Lizandra Kelly Araújo Santana¹; Angélica Catarine Araújo Mota¹;
Syndylla Jully Pereira Rêgo¹; Camilla Chaves Frasão¹; Renato Augusto Alves da Silva¹;
Melline Éneas da Silva¹; TutorGeraldo Medeiros Júnior².
¹ Alunos do curso de Bacharelado em Administração e Bolsista do PET – Administração –
UEPB; ²Professor da Universidade Estadual da Paraíba e tutor do PET – Administração UEPB
Introdução
O Programa de Educação Tutorial nasce na década de 50 a partir de uma experiência
proposta por Claudio de Moura Castro na Faculdade de Ciências Econômicas (FACE) da
Universidade Federal de Minas Gerais UFMG (DESSEN, 1995). Ao tornar-se diretor da
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) decidiu expandir tal
experiência para outras Universidades.
O PET tem por objetivo proporcionar uma formação global do aluno bolsista, não
apenas com o compromisso de formar profissionais, mas de também formar cidadãos com
capacidade proativa de modificar realidades. O objetivo do PET não se restringe apenas a
contribuição da formação dos bolsistas, conforme está destacado a seguir: “[...] procurando
atender mais plenamente ás necessidades do próprio curso de graduação e/ou ampliar e
aprofundar os objetivos e os conteúdos programáticos que integram sua grade curricular.
Espera-se assim proporcionar a melhoria da qualidade acadêmica dos cursos de graduação
[...]” (MOB, 2006, p. 4) destarte, percebe-se o compromisso assumido pelo grupo em
desenvolver atividades extracurriculares a fim de preencher as lacunas da graduação.
Além de atentar para a importância da formação de seus bolsistas o PET –
Administração – UEPB demonstra ter forte preocupação em atender as demandas do curso
que não são comtempladas pela grade curricular. “As atividades extracurriculares que compõe
o Programa têm como objetivo garantir aos alunos do curso oportunidades de vivenciar
experiências não presentes em estruturas curriculares convencionais, visando sua formação
global e favorecendo a sua formação acadêmica [...]” (Manual de Orientações Básicas - MOB,
2006, p. 4) é nesta proposta que o referido grupo alicerça sua atividade, foco do presente
estudo.
1283
Objetivos
O objetivo deste trabalho é apresentar de forma clara uma das ações do PET – Administração
– UEPB, denominada de Grupos de Aprofundamento Acadêmico, para promover a
aproximação com os demais alunos da graduação e assim cumprir o compromisso assumido
pelo grupo em valorizar a graduação e fortalecer o curso o qual está vinculado.
Metodologia
O caminho metodológico percorrido para tal atividade foi dividido em algumas etapas: 1ª A
atividade foi planejada e desenvolvida de forma colaborativa a partir de consenso entre os
integrantes do grupo, que é uma característica do Programa, proporcionar ambientes de
aprendizagem coletiva por meio de atividades colaborativas a partir do planejamento e
execução de atividades; 2ª uma vez aprovada a atividade, o grupo é mobilizado para seu
planejamento e execução, nesta fase a atividade foi nomeada por Grupo de Aprofundamento
Acadêmico. Como já identificados em diversos estudos anteriores o PET tem a missão de
formar profissionais de excelência para o mercado de trabalho como para a pós-graduação,
conforme Dessen:
“O PET é integrado por grupos tutoriais de aprendizagem e busca propiciar aos
alunos, sob orientação de um professor tutor, condições para realização de atividades
extra-curriculares que favoreçam a sua formação acadêmica tanto para a integração
no mercado profissional como para o desenvolvimento de estudos em programas de
pós-graduações” (1995, p. 11)
Neste sentido, o caso do presente grupo é alinhado a proposta do Grupo e seus integrantes
concluintes visam dar inicio a estudos de pós-graduação. No inicio de 2014 o grupo em seu
planejamento definiu a criação de espaços dedicados aos estudos para a pós-graduação,
criando assim o Grupo de Aprofundamento Acadêmico, as temáticas dos grupos foram
alinhadas as linhas de pesquisa do principal Programa de Pós-Graduação em Administração
foco das seleções pretendidas. O programa referido é o de pós-graduação em administração da
UFPB, o fato justifica-se pela inexistência de pós-graduação em Administração na UEPB. As
linhas selecionadas foram: Aprendizagem e Competência; Informação e Mercado, com ênfase
em finanças e Trabalho, Estado e Sociedade. As três áreas de atuação do Grupo de
Aprofundamento Acadêmico têm reuniões semanais. E são organizadas pelos próprios alunos
do PET. Os encontros objetivam debater textos selecionados pelos alunos, através de consulta
ao web site do PPGA. Toda isto corresponde a etapa número dois, referente ao planejamento.
1284
A 3ª etapa diz respeito às reuniões de fato, terminado o planejamento a execução da atividade
se inicia obedecendo a um cronograma. As reuniões ocorrem em horários “livres”, ou seja,
horários opostos as aulas para viabilizar a participação dos alunos da graduação de forma
geral. A proposta é de discutir as leituras, propiciando a troca de experiências entre os
participantes tornando possível um ambiente de aprendizagem coletiva.
Os conteúdos trabalhados durante as reuniões foram:
- Aprendizagem eCompetências
• Aprendizagem individual/organizacional;
• Competências Gerenciais ou Coletivas;
• Aprendizagem e Competências em Setores Específicos;
• Sistema de Aprendizagem em Ação para o Ensino em Administração;
- Estado, Trabalho e Sociedade
• Relações de Trabalho e Desigualdade;
• Informalidade;
• Formação e Inserção Profissional;
• Profissões e Ocupações;
• Trabalho e Subjetividade;
• Prazer e Sofrimento;
• Minorias e Trabalho;
• Gerações, Trabalho e Trajetórias Profissionais;
• Estado e Gestão Pública;
• Políticas Sociais;
• Políticas Públicas;
• Gestão Social;
• Gestão do Terceiro Setor;
• Desenvolvimento Regional e Local;
- Finanças
1285
• Anomalias no Mercado de Capitais;
• Custo e Estrutura de Capital;
• Efeito Liquidez na Precificação de Ativos;
• Governança Corporativa;
• Modelos de Precificação de Ativos;
• Modelos de Volatilidade;
• ValueRelevance.
Resultados e discussão
Os resultados alcançados com a atividade são preliminares, pois trata-se de uma atividade
implantada a partir do primeiro semestre de 2014, porém já pode-se avaliar a experiência
como positiva, a proposta da atividade como seu próprio nome diz era realizar um
aprofundamento acadêmico de temas estratégicos para os membros concluintes do grupo, e
também propiciar aos demais alunos da graduação um ambiente de geração de conhecimento
extra, contribuindo de forma complementar com a formação dos demais alunos, apresentando
novos conteúdos, algumas vezes nem vistos em sala de aula (caso dos alunos dos períodos
iniciais do curso) e também servindo de espaço para melhoria contínua das discursos vistas
em aulas.
A atividade proposta pelo grupo superou os resultados esperados, uma vez que ajudou os
demais alunos da graduação a entenderem de forma mais clara e efetiva o que é o próprio
Programa de Educação Tutorial. A aproximação com a graduação foi o resultado mais
gratificante, pois o feedback recebido foi bastante positivo.
A atividade é condizente com as atividades propostas pelo MOB, em relações aos objetivos
específicos do programa, o Grupo de Aprofundamento acadêmico se encaixa no item B dos
objetivos específicos do MOB que são:
b) Estimular a melhoria do ensino de graduação por meio:

do desenvolvimento de novas práticas e experiências pedagógicas no âmbito do curso;

do desenvolvimento de ações que procurem integrar o ensino, pesquisa e extensão;

da atuação dos bolsistas como agentes multiplicadores, disseminando novas idéias e
práticas entre o conjunto dos alunos do curso;

do desenvolvimento de atividades que promovam o contato dos bolsistas e demais
alunos do curso com a realidade social em que o grupo/curso/ou IES estejam
1286
inseridos, estimulando o desenvolvimento de uma consciência do papel do
aluno/curso/IES perante a sociedade.
Conclusão
A partir da atividade desenvolvida é possível destacar a real importância de se manter uma
boa relação com o curso de graduação ao qual o grupo PET está vinculado, o Programa de
Educação Tutorial é uma espécie de atividade bastante peculiar pelo seu caráter de
indissociabilidade entre o Ensino, Pesquisa e Extensão, este é o diferencial do programa, esta
sua característica lhe distingue de qualquer uma outra atividade acadêmica extracurricular.
Reforça-se o ambiente de aprendizagem coletiva tanto em nível de grupo, quanto em nível de
graduação, uma vez que o espaço do Grupo de Aprofundamento Acadêmico se caracterizou
como sendo um ótimo lugar de troca de experiências e de compartilhamento de conhecimento
entre as duas faces envolvidas, tanto para o bolsista que ensina e aprende quanto para o aluno
do curso que despertar para uma vida acadêmica ativa e dinâmica, passando a vivenciar de
forma mais completa a experiência acadêmica.
Referências
DESSEN, Maria Auxiliadora. O Programa Especial de Treinamento –
PET: evolução e perspectivas futuras. Didática. São Paulo, n. 30, 1995.
Programa de Educação Tutorial. Manual de orientações básicas – PET/2006. Disponível
em: Seção Documentos. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/> Acesso em 22 mai 2014.
1287
Simpósio de Administração Política: Novos (?) Cenários Para a Formação do
Administrador
Nathállya Etyenne Figueira Silva¹; Laércio de Barros Silva¹; Melline Enéas da Silva¹,
Lizandra Kelly de Araújo Santana¹, Carlos César de Oliveira Lacerda¹, Renato Augusto da
Silva Alves¹; Syndylla Jully Pereira Rêgo¹, Angélica Catarine da Mota Araújo¹; Camila
Chaves Frasão¹; Geraldo Medeiros Junior².
Bolsistas do PET – Administração - UEPB¹ Professor da Universidade Estadual da Paraíba e
Tutor do PET – Administração - UEPB²
Introdução
Diante do contexto em que se encontram os cursos de bacharelado em Administração no
Brasil, surgem indagações a respeito do tipo de profissional que está se formando atualmente,
além de inquietações acerca do real papel do administrador como profissional que lidera e
busca mudanças para a sociedade e para as organizações. De acordo com Guerra (2001) o
grande desafio é formar administradores que atuem como agentes transformadores, capazes
de se ajustarem às novas demandas da ciência e da tecnologia. Nesse sentido, o grupo PET
ADMINISTRAÇÃO da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) se propôs a realizar um
evento para discutir essas questões a cerca da formação do administrador e dos cursos de
administração, tal evento teve como o titulo: Simpósio de Administração Política: Novos (?)
Cenários Para a Formação do Administrador. O evento foi realizado nos dias 09 e 10 de
dezembro de 2013 e contou com a presença dos palestrantes Paulo Emilio Mattos Martins,
professor Dr. da Universidade Federal Fluminense - UFF e Elizabeth Matos Ribeiro,
professora Dra. da Universidade Federal da Bahia – UFBA.
Objetivos
O principal objetivo do evento foi estimular a discussão referente à formação do
administrador nos dias atuais a partir de uma percepção critica, tomando como ponto de
partida a visão funcionalista e mecanizada que se instalou nos cursos de administração.
Assim, o evento propôs discutir sobre os novos cenários para a formação do administrador.
Isto porque o curso de administração passou a ser visto como um curso onde as pessoas se
preocupam mais com a execução das atividades, ao invés de repensarem as formas de gestão,
não só de empresas, mas gestão da sociedade como um todo. Usando dessa forma como
aspecto indagador, a Administração Política que tem como ocupação principal a organização
1288
e gestão do trabalho humano em sua relação com a natureza e consigo mesmo, com o intuito
de libertá-lo num maior grau relativo possível (SANTOS et al, 2009). Outro objetivo do
evento foi inquietar os estudantes a perceberem a administração política como uma forma de
atuar na sociedade e de gerir de maneira social, não objetivando apenas o lado econômico e
mecanizado de realizar as atividades. É necessário que os estudantes sintam a necessidade de
sair da “zona de conforto” e busquem aprofundamento, para assim serem bons gestores,
pensantes e que conseguem resolver problemas na sua base, para assim conseguir atingir
objetivos maiores.
Metodologia
O evento Simpósio de Administração Política: Novos (?) Cenários Para a Formação do
Administrador, foi realizado pelo PET ADMINISTRAÇÃO da UEPB, tendo como local o
auditório II da Central de Aulas, prédio situado no Campus I da instituição. O evento ocorreu
durante os dias 09 e 10 de dezembro de 2013. No dia 09 houve uma palestra ministrada pelo
professor doutor Paulo Emilio Mattos Martins da Universidade Federal Fluminense (UFF),
com o título Evolução do pensamento administrativo. Logo após teceu-se um debate, quando
aconteceram interações entre o palestrante e a plateia. No dia 10 a palestra foi ministrada pela
professora doutora Elizabeth Matos Ribeiro da Universidade Federal da Bahia (UFBA) com o
tema Bases teórico metodológicas da administração política. A exemplo do que aconteceu no
dia anterior, ocorreu em seguida debate sobre o tema.
Resultados e discussão
Diante dos temas propostos, e mediante o objetivo do evento de estimular a discussão
referente à formação do administrador nos dias atuais, a primeira palestra retratou toda a
questão da administração desde a sua chegada no Brasil até a atualidade. De acordo com
Martins et al (1997) “Até 1930, a preocupação com a administração do país foi determinada
pelos interesses de elites regionais, de acordo com o modelo agrário-exportador.” Assim, os
interesses individuais e empresariais eram priorizados, enquanto o setor público era
marginalizado. Para o autor a partir da necessidade de conduzir o país para um novo modelo
econômico, começa-se a pensar na racionalização da administração pública brasileira. Com
essas mudanças, surgiu a necessidade de administradores pensantes no global, de forma que o
grande desafio destes é o desenvolvimento de relações de trabalho igualitárias, onde o
colaborador participa das decisões e resultados, assim como os proprietários (MARTINS et al
,1997). A segunda palestra retratou as questões teórico-metodológicas da administração
1289
política, desde o seu surgimento até seu método de aplicação. Assim, diante dessa proposta de
atuação do administrador na sociedade, deixando de lado a visão mecanicista e funcionalista,
a administração politica sugere um processo decisório do que fazer e de como fazer, a mesma
busca a viabilização dos meios necessários para a construção do projeto da nação ou da
organização e posteriormente a sua implantação, realizando assim a gestão das relações
(SANTOS et al, 2009). Percebe-se uma nova forma de gestão, na qual o que se propõe e a
priorização do todo, diferente do que acontecia antigamente.
Conclusão
Conclui-se sobre a importância de repensar sobre a real função do administrador e de como
sua formação tem ocorrido no Brasil. Assim a visão funcionalista e mecanizada seja
desmontada e que os próprios cursos oferecidos busquem estimular as discussões entre os
estudantes, para que estes se aprofundem no tema e encontrem melhorias. Só dessa maneira é
que será possível formar profissionais que pensem de maneira sistêmica e que sejam capazes
de compreender o todo e não apenas as partes. O PET Administração tem realizado eventos
tratando do tema: Administração Politica, visando inserir no campo de visão dos estudantes
outra forma de atuação nas suas atividades profissionais, estimulando a responsabilidade
social e buscando uma forma de gestão diferenciada, que sirva tanto para empresas como para
o setor público. Além disso, o PET conta com o Grupo de Aprofundamento Acadêmico, onde
busca incitar a leitura e discutir temas de Administração que muitas vezes não são visto em
sala de aula e que geram debate entre os participantes a fim de estimular o pensamento crítico.
Referências
GUERRA, Elaine Linhares de Assis. O Ensino Superior de Administração no Brasil: desafios
do novo milênio. In: ENANGRAD, 12. 2001. São Paulo. Anais 2001. Disponível em:
<http://www.angrad.com/artigos_xii_enangrad.asp>. Acesso em: 22 mai. 14.
MARTINS, Paulo Emílio Matos et al. Repensando a Formação do Administrador Brasileiro.
In: Archétypon, Rio de Janeiro, Ano 5, N. 15, set/dez 1997, p. 11-30.
SANTOS, Reginaldo Souza et al. Bases teórico-metodológicas da administração política.
RAP - Rio de Janeiro 43(4): 919-41 JUL./Ago. 2009.
1290
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA EM CIÊNCIAS ECONÔMICAS
André Benjamin Pereira Azevedo¹; Ane Sthaffany Farias Alencar¹; Édivo de Almeida oliveira¹;
Faíque Ribeiro Lima¹; Hugo Clapton Nogueira¹; Hugo Márcio Vieira de Almeida Andrade¹; Iago
Fernandes Botelho e Silva¹; Kamile Araújo Ferreira¹; Karen de Oliveira Campos¹; Marcos Santos de
Oliveira Júnior¹; Paloma Silva Almeida¹; Thaís Amaral Santos¹; Gildásio Santana Júnior²
¹Bolsista do PET Economia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB)
²Tutor do PET Economia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB)
Introdução
A Extensão é a parte responsável pela troca mútua de experiências entre a sociedade e a
comunidade acadêmica. Oferece oportunidades aos estudantes de observação prática do
estudo teórico realizado na atividade de ensino, possibilitando o aprimoramento do ensino e
da pesquisa. O que se observa, no entanto, é que comumente as Instituições negligenciam esse
importante componente da formação acadêmica. Este trabalho tem por objetivo demonstrar,
de maneira panorâmica, a extensão universitária em Ciências Econômicas. O catálogo das
atividades de extensão em economia foi elaborado tendo como base uma divisão das
modalidades extensionistas e servirá para uma futura implementação de projetos de extensão
pelo Programa de Ensino Tutorial de Ciências Econômicas da Uesb.
Objetivos
Este trabalho tem por objetivo caracterizar a extensão universitária como um todo, partindo da
análise de sua fundamentação legal, didática e histórica, para alcançar a compreensão de seu
funcionamento e catalogar algumas atividades já realizadas na área de Ciências Econômicas.
Metodologia
Para alcançar os objetivos propostos o trabalho lançou mão de revisão bibliográfica e análise
documental.
Resultados e discussão
A universidade tem como objetivo disseminar conhecimento e formar profissionais
conscientes de suas responsabilidades enquanto cidadãos das mais diversas áreas. Para tanto,
estrutura-se no tripé ensino, pesquisa e extensão. Este tripé é essencialmente baseado no
princípio da indissociabilidade que está presente na noção de ensino de qualidade e garantido
na Constituição Federal Brasileira de 1988.
1291
Especificamente, a extensão deve exercer a função social aproximando a comunidade
acadêmica da sociedade e vice-versa, através da troca de conhecimentos entre ambas, e
fomentando, além das técnicas e da formação profissional, o reconhecimento da ética, da
cidadania e da importância de manter as relações entre si. Essa troca de conhecimentos entre
comunidade e universidade é reforçada pelo do educador Paulo Freire (2006), quando
expressa a preocupação em considerar as pessoas da comunidade como agentes
transformadores da sociedade e não meramente “coisas”.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de 1996 enumera o escopo da
educação superior, determinando em seu artigo 43, inciso VII, a participação da população na
promoção da extensão universitária: “promover a extensão, aberta à participação da
população, visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da
pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição”.·.
Modalidades de Extensão
A prática de extensão está dividida dentro de suas temáticas (áreas de conhecimento), em
algumas modalidades que irão nortear o processo da extensão universitária. Essas
modalidades podem facilmente ser compreendidas como a forma que a prática irá tomar para
ser realizada. As modalidades de extensão podem ser divididas em seis grandes grupos:
Cursos, Eventos, Prestação de Serviços, ações comunitárias, ações voluntárias, publicações e
outros produtos acadêmicos.
Exemplos de extensão na área de ciências econômicas
Alguns projetos de extensão na área de economia aplicados por outras comunidades foram
selecionados, a fim de exemplificar as modalidades de extensão. As atividades estão
organizadas de acordo com suas modalidades.
1) Economia Doméstica (UNIVILLE): O objetivo do projeto é conciliar a educação teórica
dos alunos de graduação da UNIVILLE com a prática nas comunidades, apresentando
instrumentos de Economia Doméstica e sua utilização no dia-a-dia, com o intuito de
possibilitar a otimização dos recursos financeiros das famílias. Modalidade: Curso de
Capacitação / Prestação de Serviços
2) Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares: Formação e Desenvolvimento de
Cooperativas Populares como Instrumento de Geração de Emprego e Renda (UFPA);
1292
Economia Solidária na Extensão em Educação Popular (UNIMEP): Dar apoio à criação e o
desenvolvimento de cooperativas, promovendo sua inserção no mercado. Buscam alternativas
de inclusão dos trabalhadores excluídos do acesso à produção social. Modalidade: Prestação
de Serviços / Ação Comunitária
3) Semana do Economista: (Unimontes e UESB): objetiva incentivar a discussão de temas
relacionados ao desenvolvimento regional. Modalidade: Evento
4) ADECON Consultoria Empresarial (UEM), Assessoria em Negócio (Unisuam) e
Consultoria Júnior de Economia (FGV): Presta consultorias na área de Gestão Estratégica e
utiliza em sua metodologia ferramentas modernas e avançadas com base no instituto norteamericano PMI – Project Manager Institute (Instituto de Gerenciamento de Projetos) para
gerenciar os projetos internos e externos realizados na empresa. Todas as consultorias são
acompanhadas qualitativamente por um Gerente de Projetos, o que permite a empresa atingir
índices altos de satisfação de clientes, que atualmente possui 100%. Modalidade: Prestação de
Serviços
5) Projeto de Extensão do MST (PET Economia da UFPR): articulação do PET com o
Movimento dos Trabalhadores Sem Terra através do projeto de extensão. No projeto, os
integrantes do PET e demais graduandos buscam se aproximarem do MST, com o intuito de
conhecer as diretrizes do movimento, seu mecanismo de funcionamento, as questões políticas
e econômicas envolvidas na luta pela reforma agrária, além de compreender o funcionamento
prático das cooperativas.
6) Minicurso de Política Econômica: do "Economês" para o Português (PET Economia da
UFES): Pretende proporcionar fundamentos básicos de política econômica a um público não
familiarizado com a ciência Econômica. O minicurso almeja oferecer elementos para
desenvolver a capacidade de se posicionar criticamente em relação ao modo como os temas
econômicos são normalmente tratados e difundidos pelos meios de comunicação.
Modalidade: Curso
7) Teatro do Oprimido (PET Economia da UFES): O objetivo da atividade é proporcionar aos
ouvintes uma visão de conjunto das informações e notícias, relacionadas à economia e à
política, e desmistificar a temática do desemprego. Modalidade: Exibição de Eventos
Artísticos
8) Minicurso de Finanças Pessoais (PET Economia UFPE)
1293
9) Divulgação do Curso de Economia nas Escolas (PET Economia UFT): o grupo elaborou
uma cartilha contendo informação sobre a profissão do economista, perfil do profissional,
área de atuação, economistas famosos, informação sobre o curso entre outras informações. A
cartilha é distribuída no último ano do ensino médio nas principais escolas da cidade e nos
cursos pré-vestibulares com objetivo de aumentar a concorrência para entrada no curso.
10) Projeto de Extensão: Taquari em Foco (PET Economia UFT); Realizar um diagnóstico na
comunidade do Setor Taquari, Palmas-TO, de modo a captar a percepção dos moradores em
relação à oferta e qualidade dos serviços públicos, bem como verificar as demandas
comunitárias por ações que envolvam o Poder Público. Modalidade: Prestação de Serviços
11) Educação do Consumidor (PET Economia UFV): objetiva estimular a mudança no
comportamento e valores do futuro consumidor, ou seja, as crianças, e em algumas situações
do mais atuante consumidor do âmbito familiar. Modalidade: Cursos / Prestação de Serviços.
12) Pensamento Econômico: gênese, atualidade e interdisciplinaridade (Economia – UESB).
Busca proporcionar espaços de discussão entre professores, estudantes e a comunidade em
geral de temas relativos a gênese do pensamento econômico, sua atualidade e questões de
outras disciplinas. Modalidade: evento.
Conclusão
A extensão possui um papel vital na consolidação do objetivo da universidade de manter
relações de mútuo aprendizado entre o espaço acadêmico e a comunidade. Mas ao longo
desse processo existem desafios e deficiências a serem superados.
De acordo com a Política Nacional de Extensão Universitária do Fórum de Pró-reitores de
Extensão das Instituições de Educação Superior Públicas Brasileiras (FORPROEX) existe um
elenco de desafios, que em síntese compreendem as necessidades de ampliar a validade
institucional das universidades públicas, de forma que se tornem mais transparentes, exerçam
sua missão frente às mudanças da educação.
Um dos desafios para que isso ocorra é garantir a dimensão acadêmica da extensão para além
das ações voltadas à prestação de serviços. Ainda segundo o FORPROEX, o financiamento é
um dos principais problemas enfrentados pela extensão universitária, é necessário que haja
um aumento nos recursos quantitativos juntamente com uma maior estabilidade, transparência
1294
e solidez quanto à continuidade de projetos e programas, superando assim o caráter eventual
do financiamento e podendo, dessa forma, se ter um melhor uso deste. Objetivando alcançar
esse aperfeiçoamento é importante definir, ainda, o papel dos editais, dos planos plurianuais e
dos orçamentos autônomos das universidades públicas, no que tange políticas de
financiamento da extensão universitária.
O problema do financiamento está ligado a outra deficiência - os métodos de avaliação, estes
devem ser melhorados ao se montar um sistema de abrangência nacional de monitoramento e
avaliação que possua interligação e parceria com órgãos e instituições de caráter nacional. A
deficiência nos meios de avaliação prejudica a focalização e o direcionamento dos recursos.
Apesar de nos últimos 15 anos, ter se verificado uma maior valorização do processo de
extensão universitária, frente aos outros dois componentes básicos do tripé que compõem o
ensino superior, pesquisa e extensão, é possível perceber ao realizar-se o levantamento
histórico da extensão, que a mesma sempre esteve em um patamar de menor “glamour” entre
as outras duas funções da universidade.
Referências
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da Republica Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado
Federal.
BRASIL, “LEI n.o 9394, de 20.12.96, Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional”, in
Diário da União, ano CXXXIV, n. 248, 23.12.96.
FREIRE, P. Extensão ou Comunicação. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 13a edição, 2006.
Faculdade Fundação Mococa. Manual de Extensão. Disponível em: <http://www.fafem.com.br/extens
%E3o/manual.pdf>. Acesso em 15 de maio de 2013.
FLORIANO, J. Projeto de Extensão – Economia Doméstica. http://www.oeconomista.com.br/projetode-extensao-%E2%80%93-economia-domestica/. Acesso em 16 de maio de 2013.
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários da
Universidade. http://www2.uesb.br/proreitorias/proex/. Acesso em 14 de maio de 2013.
Universidade Federal do Pará. Projeto de Extensão: Incubadora Tecnológica de cooperativas populares
como
instrumentos
de
geração
de
emprego
e
renda.
Disponível
em
<http://www.ufpa.br/cursoeconomia/extensao/projincubadora_final.htm>. Acesso em 16 de maio de
2013.
Rede Nacional de Extensão. Disponível em <http://www.renex.org.br/documentos/Colecao-ExtensaoUniversitaria/03-Avaliacao-Nacional-da-Extensao/Avaliacao-Extensao.pdf>. Acesso em 27 de junho
de 2013.
1295
CINE-PET: A EXPERIÊNCIA DO GRUPO PET-ECONOMIA/UESB
André Benjamin Pereira Azevedo¹; Ane Sthaffany Farias Alencar¹; Édivo de Almeida
oliveira¹; Faíque Ribeiro Lima¹; Hugo Clapton Nogueira¹; Hugo Márcio Vieira de Almeida
Andrade¹; Iago Fernandes Botelho¹; Kamile Araújo Ferreira¹; Karen de Oliveira Campos¹;
Marcos Santos de Oliveira Júnior¹; Paloma Silva Almeida¹; Thaís Amaral Santos¹.
Gildásio Santana Júnior ²
¹ Bolsista do PET Economia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB).
² Tutor do PET Economia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB).
Introdução
Dada as transformações da sociedade, o processo educacional experimenta
modificações substanciais. Cada vez mais, a escola deixa de ser o único local de
aprendizagem e o professor não é o detentor exclusivo do saber. Tal situação, remete ao
processo de ensino-aprendizagem a lançar mão de estratégias variadas para alcançar os seus
objetivos. Nessa perspectiva, o cinema constitui-se como uma grande oportunidade e parceiro
da busca da informação e do conhecimento (KLAMMER et al, 2006).
A evolução histórica do cinema nos dá indícios da natureza e fascínio do homem em
buscar expressar-se através de representações de imagens, seja com relatos da vida mundana
ou eventos da natureza, existe uma complexa relação do homem com a imagem, que ainda
carece explicação. A profusão de imagens transmitidas pelo cinema, além do estímulo aos
sentidos, produz alegorias que conectam os homens de diferentes formas ao mundo, essas
visões geram de forma natural de alimento para o enriquecimento do conhecimento, da
cultura e da reflexão (ANACIREMA, 2008).
1296
Neste sentido, a linguagem fílmica nos oportuniza apreender questões relativas a
cultura geral e aspectos relacionados às ciências econômicas, por intermédio de narrativas e
histórias que facilitam o processo de ensino-aprendizagem. Logo, o Cine-PET Economia da
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) busca uma maior eficácia no processo
de ensino aprendizagem, utilizando sistematicamente o cinema para discutir as questões
gerais e temas específicos relacionados às Ciências econômicas.
Objetivos
O CinePET tem como objetivos promover um espaço de discussão e reflexão sobre
assuntos referentes à Economia e outros temas de relevância social, entre todos os
participantes, a partir de exibições de filmes e documentários, valorizando o cinema, a arte
como ferramenta de ensino-aprendizagem.
Metodologia
As sessões de cinema são realizadas mensalmente, tendo como público-alvo os
petianos, os demais discentes do curso de Ciências Econômicas e da comunidade acadêmica
em geral. A seleção do filme é feita por votação do grupo, enquetes no site e nas redes sociais
ou por indicação da audiência. Ao fim de cada sessão é distribuído aos presentes um
questionário sobre o filme ou documentário exibido. Por fim, é realizado uma sessão de
debates coordenada por um professor convidado ou por um petiano. Ademais, durante a
semana acadêmica, a atividade é integrada na programação do evento, constituindo-se uma
ferramenta educacional correlacionada à temática do evento.
Resultados e discussão
O CinePET tem sido uma ferramenta utilizada pelo PET-Economia da UESB para
promoção da aprendizagem interdisciplinar tanto dos petianos quanto dos demais estudantes
1297
do curso de Ciências Econômicas da UESB, bem como tem atraído docentes discentes de
outras áreas que se interessam pelos materiais selecionados para exibição.
Deste modo, vale ressaltar que cabe ao PET desenvolver atividades de ensino,
pesquisa e extensão, viabilizando o tripé acadêmico, no qual, em diversos momentos, não
consegue ser contemplado no ensino de graduação das Instituições de ensino Superior (IES).
Assim sendo, a atividade do Cine-PET possibilita outros métodos de promover a
absorção do conhecimento, complementando o ensino tradicional em sala de aula. Ademais, a
aprendizagem através do uso do cinema e das discussões posteriores às exibições contribui
para a consolidação da formação crítica, pelo fato de promover debates acerca do tema
exibido. Pois, educação é uma ferramenta vital para a transformação da sociedade, tanto pelo
ponto de vista de sanar as necessidades da sociedade capitalista quanto pelo ponto de vista da
formação de indivíduos que almejam uma sociedade melhor.
A educação não deve apenas ser vista como formadora de mão de obra para o
mercado. Pois, é função do processo educacional formar indivíduos atentos aos problemas
sociais e capazes de solucionar os gargalos que assolam, sobretudo, as comunidades mais
carentes.
Conclusão
O CINEPET, já consolidado como atividade fixa do grupo PET Economia UESB,
demonstra os resultados esperados, suscitando um debate interdisciplinar e enriquecedor.
A atividade está sendo acolhida e elogiada por todos os bolsistas do PET, os quais
reconhecem sua relevância na sua formação acadêmica, profissional e cidadã. Tendo em vista
que os conteúdos dos filmes e documentários, em sua maioria, carregam consigo um caráter
social e provocador de reflexões.
Referências
ANACIREMA, V. Cinema e Educação: Primeiros Passos. Projeto Janela de Cinema
Itinerante. Vitória da Conquista, 2008.
1298
GUSMÃO, S. Milena. Cinema e transformações sociais: uma breve contextualização.
Projeto Janela de Cinema Itinerante. Vitória da Conquista, 2008.
KHOURI, M. Imagem, Conhecimento e comunicação. Projeto Janela de Cinema
Itinerante. Vitória da Conquista, 2008.
KLAMMER, Celso Rogério. Cinema e Educação: Possibilidades, Limites e Contradições.
Disponível
em:
<http://www.fae.ufmg.br/setimaarte/images/pdf/cinema-e-educac3a7c3a3o-
possibilidades-limites-e-contradic3a7c3b5es.pdf>. Acesso em 02 jun 2014.
1299
Projetos de extensão do PET Comunicação Social UFSM
Andriele Moro, Annelena da Luz, Desireè Ribas, Dhienifer Souza, Elisa Sartori, Gabriele de
Souza, Julia Schapowal, Laís Fardin, Mateus Karling, Paola Piacini, Rafael Winch e Raquel
Pedrotti1
Juliana Petermann2
Introdução
O Programa de Educação Tutorial da Comunicação Social da Universidade Federal de
Santa Maria (PETCOM UFSM) possui dois projetos de extensão: O Programa Volver e o
Programa Ecolândia. Este artigo irá explicar as funções desses projetos e que ações estão
ocorrendo atualmente nesses. Além disso, este artigo procura destacar a importância da
extensão, tanto para o desenvolvimento dos acadêmicos envolvidos, quanto para a população
que recebe as ações do projeto. Neste sentido, enfatizamos a atuação do grupo PETCOM na
tríplice ensino-pesquisa-extensão, cumprindo com um dos princípios da educação tutorial.
O Volver – Programa de ex-alunos da Universidade Federal de Santa Maria é uma
ação institucional que foi criada em 2002, sendo uma iniciativa do Gabinete do Reitor. O
programa Volver visa manter o relacionamento entre a Universidade e seus egressos, sendo
baseado pelos princípios da fraternidade, responsabilidade e cidadania. Ainda, o projeto
mantém contato frequente com egressos que possuem acesso ao site e a página do programa
na rede social Facebook. O Projeto é realizado pelos bolsistas do PET Comunicação Social
dos cursos de Relações Públicas e Publicidade e Propaganda e coordenado pela Professora do
curso de Comunicação Social Elisangela Mortari e pela tutora Juliana Petermann.
O modelo atual do Volver é constituído por três atividades fixas e principais:
Concurso de Crônicas; o Programa de Televisão e o Programa de Rádio Volver – Volver a los
diecisiete. Além disso, o Volver também realiza campanhas que fomentam o engajamento por
parte dos egressos, para manter os vínculos com a UFSM.
O programa de Rádio Volver a los diecisiete é um programa que convida egressos da
UFSM para uma espécie de conversação descontraída, ou seja, um bate papo. Nessa conversa
os egressos relatam momentos, vivências e fatos que marcaram suas trajetórias acadêmicas. O
programa tem como temática, proporcionar aos ouvintes momentos de nostalgia e de maior
1
Acadêmicos de Comunicação Social da Universidade Federal de Santa Maria e bolsistas do Programa de
Educação Tutorial da Comunicação Social da UFSM.
2
Professora do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal de Santa Maria e tutora do
Programa de Educação Tutorial da Comunicação Social da UFSM.
1300
conhecimento histórico sobre acontecimentos passados dentro do campus da UFSM e na
cidade de Santa Maria, durante a época descrita pelo egresso entrevistado.
Para a divulgação do programa, suas ações e estratégias, viu-se necessário outros
meios, além do off-line, de peças gráficas, por exemplo; e mesmo on-line, como o site do
Volver no provedor da UFSM. A alternativa que se optou foi então a criação de uma Fan Page
no Facebook, rede social de conexões e interações entre atores sociais (RECUERO, 2012),
que consiste num perfil corporativo que pode gerar conteúdo a ser recepcionado pelo público
de quatro maneiras, principalmente: 1. Curtidas da página; 2. Curtidas das publicações; 3.
Comentários feitos nas publicações; e 4. Compartilhamento das publicações. Acontece que a
Fan-Page do Volver foi criada em 2012, sem nenhuma estratégia pré-concebida a não ser
divulgar as ações do seu projeto de extensão, além do fato de que ao longo do tempo ela foi
sendo abandonada – cada vez contando com menos publicações e monitoramento. Mesmo
assim ela chegou ao número de 1290 curtidas.
Já o Ecolândia é um radiojornal, criado em 2006, veiculado semanalmente pela Rádio
Comunitária Caraí FM, localizada no Bairro Urlândia, e que abrange a região sul da cidade de
Santa Maria, Rio Grande do Sul. Com uma hora de duração, o programa é transmitido ao
vivo, todas as sextas-feiras, das 18h às 19h. A produção e apresentação ficam por conta dos
petianos e dos acadêmicos do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM). Assim como o Volver, o Ecolândia é um projeto de extensão universitária do
Programa de Educação Tutorial do curso de Comunicação Social (PETCOM) da UFSM.
Durante o programa, as Notícias cumprem o papel de informar o ouvinte sobre os
principais acontecimentos da região. A preferência é por notícias que tenham relevância direta
na comunidade. Já as Dicas Culturais, trazem eventos distintos, como peças de teatro e
concertos musicais, que sejam acessíveis ao público, em relação à distância e a custos. Ainda,
são divulgadas informações sobre vagas de emprego, instruções para os prazos de inscrição de
concursos públicos e campanhas de vacinação. Há também a Previsão do Tempo, que traz as
tendências do clima da cidade para os próximos dias. O Ecolândia ainda conta com um
diálogo ao vivo, referente a assuntos variados, que tenham relevância social.
Objetivos
O programa de Rádio Volver e sua página no Facebook têm como objetivos fortalecer
o vínculo entre os egressos e a Universidade, efetivar uma comunicação a partir de
curiosidades, informação e entretenimento para os egressos e o público interno da
Universidade.
1301
Já o Ecolândia visa produzir conteúdos que sejam relevantes para a comunidade da
região sul de Santa Maria. A abordagem das temáticas tratadas também é pensada de forma
crítica e reflexiva. Enquanto projeto de extensão, o programa propõe-se a aplicar os
conhecimentos adquiridos na universidade para além de seu campus, atingindo uma esfera
especifica da população.
Metodologia
A Universidade Federal de Santa Maria como instituição deve conhecer e cuidar do
relacionamento com os seus públicos, o Programa Volver e suas ações, como o Programa de
Rádio e sua página no Facebook, ajudam a desenvolver essas ações que são fundamentais
para a imagem de uma organização.
Essa ideia é baseada nos estudos da comunicação organizacional que, segundo
KUNSCH (2009) é um conjunto de variáveis que afetam as organizações, visto que as
relações humanas são peças fundamentais para o desenvolvimento da organização.
Para a autora, Comunicação Organizacional é a disciplina que estuda como se
processa o fenômeno comunicacional dentro das organizações (...). Ela analisa o sistema, o
funcionamento e o processo de comunicação entre a organização e seus diversos públicos.
(KUNSCH, 2009, pag. 55).
No que se refere às teorias que fundamentam o programa Ecolândia, destacam-se o
Jornalismo Público, Popular, Comunitário e Ambiental. A junção dessas perspectivas teóricas
exige que sejam feitas abordagens claras e mais simples dos assuntos, seguindo a lógica da
linguagem radiofônica. O Ecolândia tenta aproximar a população do espaço onde ela vive,
pondo em prática a teoria citada anteriormente, preservando uma identidade local. O slogan
“O mundo onde a gente vive” traduz a proposta do programa, além de incorporar
características do radiojornalismo e da comunicação comunitária.
É pertinente destacar as características de extensão universitária tanto no projeto
Volver, quanto no Ecolândia. Podemos enxergar a extensão como:
Processo educativo, cultural e científico que articula o Ensino e a Pesquisa de forma
indissociável e viabiliza a relação transformadora entre a universidade e a sociedade (...). Além
de instrumentalizadora deste processo dialético de teoria/prática, a extensão é um trabalho
interdisciplinar que favorece a visão integrada do social. (FÓRUM DE PRÓ-REITORES DE
EXTENSÃO DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS BRASILEIRAS, 1990,
Resultados e discussão
1302
p. 52).
Como o programa de rádio Volver ainda não foi ao ar pela rádio Universidade, não há
nenhum resultado alcançado ou mensurado. Porém, com a inserção do programa visa-se
melhorar o retorno e interação com o público egresso da UFSM.
No dia após a primeira postagem da Campanha de volta da Fan-Page do Volver
obteve-se o número de mais cem curtidas na página, número esse que atualmente chega a
mais de 1400 no total. Observou-se também que ao longo das postagens os atores da rede
voltaram a frequentá-la para curtir, compartilhar e comentar suas publicações, mesmo que
num primeiro momento de forma tímida. Não foi feita ainda nenhuma análise detalhada das
estatísticas obtidas, se não a que já é oferecida pelo software de administração do Facebook, a
qual inclusive mostra já os resultados positivos obtidos através das estratégias adotadas.
Semanalmente, nas reuniões de pauta do Ecolândia, o membro responsável pela
função Ombudsman avalia o último programa que foi ao ar. É uma forma de atentar para
falhas técnicas de produção ou até mesmo de abordagem. Cabe destacar que, após as
pesquisas e da observação da recepção do público, a divulgação do projeto nas redes sociais
se intensificou. A página do Ecolândia no Facebook está sendo mais utilizada, com
publicações sobre o tema da semana e chamadas para as postagens no blog do programa.
Conclusão
Pode-se entender que o trabalho realizado no Programa Volver melhora a relação entre
os egressos a UFSM, proporcionando maior comunicação organizacional da instituição,
possibilitando um ciclo de conexão e aprendizagem entre o público externo e interno.
A interação realizada no Programa de Rádio Volver trabalha com um efeito a longo
prazo, já que o público interno logo se tornará o público egresso, possibilitando, assim que
esses futuros egressos já entrem em contato com o programa mais cedo, tornando-os mais
interessado em participar.
Podemos constatar que um instrumento como a Fan-Page do Volver no Facebook é de
suma importância para a comunicação de uma empresa ou instituição, como a UFSM, seja
para ela própria ou seus programas, como o Volver.
E, por último, podemos dizer que, nos últimos meses, no Programa Ecolândica
constata-se uma significante evolução no que diz respeito ao envolvimento da equipe com a
comunidade-alvo do projeto.
1303
Referências
KUNSCH, Margarida M. Krohling. Comunicação organizacional: histórico, fundamentos e
processos. Volume 1. São Paulo. Saraiva, 2009.
FÓRUM DE PRÓ-REITORES DE EXTENSÃO DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS
BRASILEIRAS. Disponível em: <http://www.renex.org.br/documentos>. Acesso em
junho de 2014.
RECUERO, Raquel. A rede é a mensagem: Efeitos da Difusão de Informações nos Sites de
Rede Social. In: VIZER, Eduardo. (Org). Lo que Mcluhan no previó. Buenos Aires: Editorial
La Crujía. 2012.
1304
Resumo BLOG DO PET Ciência e Economia
GUILEN, Aline1; MARUYAMA, Aline1; MEIRELLES, Daniela1; BATTAHIN, Janaína1; OLIVEIRA, Josiane1; GONÇALVES,
Larissa1, GEBIN; Luiz Gustavo 1; LASMAR, Marcos Paulo1; ALCÂNTARA; Nelson1; PORTES, Pablo1; PEREIRA, Rafael1; FABRI,
Renan1; QUINTÃO, Sarah1; VILAS BOAS, Luiz Henrique de Barros2;
¹ ²Universidade Federal de Alfenas – Campus Varginha
Introdução
O presente resumo tem como objetivo descrever a experiência da criação e
manutenção do Blog PET- BICE, bem como de sua contribuição para a efetivação das
ações do grupo PET assim como de sua característica como ferramenta potencial para a
formação e atuação da comunidade acadêmica à qual se direciona. A atividade do Blog
teve suas ações iniciadas em maio de 2011. O projeto busca desde seu início ser um meio
de comunicação para divulgar as atividades e ações do PET do Bacharelado
Interdisciplinar em Ciência e Economia e também as atividades do Bacharelado e suas e
respectivas áreas de formação específica. Hoje o Blog do PET-BICE contém as seguintes
páginas: “Quem somos”, que mostra uma breve explicação sobre o programa PET e lista
os alunos participantes; “PET em Ação”, que é uma página dedicada à divulgação das
atividades promovidas pelo grupo PET; páginas do “BICE”, “Economia”, “Administração
Pública” e “Atuariais”, onde os alunos podem entender um pouco mais sobre este novo
formato de curso de graduação, são postadas as notícias e informações relacionadas a cada
curso, material didático como artigos científicos entre outras informações relevantes;
“Eventos”, onde são divulgados os próximos eventos culturais e acadêmicos da
universidade e da comunidade; “Humor”, página onde são postadas charges e piadas,
principalmente relacionadas aos cursos da área do BICE; “Destaque Acadêmico” página
destinada a mostrar os discentes e docentes dos cursos da UNIFAL campus Varginha, que
alcançaram lugares de destaques no meio acadêmico, profissional ou prêmios da UNIFAL
e principalmente do campus Varginha; e “Participe do Blog”, área do blog destinada aos
alunos, que podem enviar suas postagens (sugestões, reclamações, elogios e críticas).
O projeto traz benefícios ao curso estabelecendo uma forma de comunicação
acessível, passível de atualização constante, na qual tanto materiais acadêmicos quanto os
de caráter extracurriculares e lúdicos são divulgados. Assim para a comunidade acadêmica
se caracteriza como uma ferramenta potencial tanto para a comunicação de eventos e ações
da Universidade como um meio de mudança de comportamento quando motiva os
1305
discentes a uma participação mais efetiva nestas atividades. Para os petianos o blog é uma
atividade que estimula suas habilidades de comunicação, além da formação profissional e
humana, quando caracteriza a necessidade de adequação dos conteúdos levando em
consideração tanto aspectos técnico-científicos quanto sociais e éticos.
Metodologia
O blog é composto por postagens periódicas, com publicações de notícias
relacionadas aos cursos e áreas afins aos propostos pelo Instituto de Ciências Sociais
Aplicadas da Universidade Federal de Alfenas, campus Varginha, bem como das
atividades correntes do PET BICE. Há divulgação de eventos acadêmicos, resultados de
editais e demais assuntos relacionados. As notícias e novidades publicadas são divulgadas
primeiramente nas páginas da Universidade nas redes sociais, com intuito de prover a um
grande número de pessoas. As notícias são retiradas de fontes seguras, sendo estas
caracterizadas principalmente por fontes de referência/relevância científica, principalmente
quando relacionadas a informações técnicas, caracterizadas também como resultados de
pesquisas realizados na própria Universidade, assim como as demais informações postadas
no Blog antes de sua publicação, são avaliadas por docentes e discentes do grupo quanto a
sua relevância, coerência com a proposta e temas sugeridos, assim como aspectos morais e
éticos que envolvem o seu conteúdo. Todos os petianos interagem no envio de postagens,
estas passando primeiro por votação.
De forma complementar, resultados de editais inerentes à comunidade acadêmica
são postados no BLOG visando aumentar os acessos e consequentemente, aumentando o
potencial e alcance desta ferramenta de comunicação no que se refere ao acesso às demais
informações publicadas.
Resultados e discussão
A princípio, a forma de avaliação do projeto Blog do PET-BICE acontece através da
contagem do número de acessos a página. A análise do número de acessos ao blog abrange
o período desde sua criação (maio de 2011) até agosto de 2013. De acordo com os dados é
possível observar que no ano de 2011, o blog registrou 2.504 acessos. Em 2012, o número
de acessos cresceu consideravelmente alcançando a marca de 14.646, ou seja, quase cinco
vezes ao número registrado no ano de 2011. Neste mesmo ano foi registrada a maior marca
1306
mensal no mês de dezembro, quando o blog alcançou 3.772 visualizações. No ano de 2013,
o número de acessos somou 12.997 visualizações. Já o ano de 2014 obteve 6.080
visualizações até o mês de abril com destaque para o mês de janeiro que atingiu 2.655
visualizações e para o mês de março que atingiu 2.238 visualizações, o segundo e o
terceiro maior record do Blog. Com base em tais dados, verifica-se que o número de
acessos ao blog tem crescido ao longo dos anos. Tal fato reforça a importância desta
ferramenta de comunicação e que os esforços de divulgação do blog e postagem de notícias
relacionadas às áreas relacionadas ao Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Economia
têm contribuído para aumentar o interesse da comunidade acadêmica pelo Blog do PET.
Considerando-se uma avaliação qualitativa percebe-se que o Blog tem atuado de forma
complementar no estímulo à comunidade acadêmica a participar de forma mais efetiva dos
eventos divulgados, sendo estes tanto de organização do grupo PET BICE relativos às
atividades do planejamento anual do PET quanto de eventos generalizados organizados
pela Universidade. Nesse sentido a percepção é que o Blog vem atuando de maneira
positiva no que se refere a um de seus objetivos que é de desenvolver atividades e ações
junto à comunidade acadêmica que fomentem a formação discente. Assim tem atuado de
forma pró-ativa nesse sentido, estimulando a participação efetiva em atividades da
Universidade que contribuam para a formação pessoal, técnica e profissional destes
discentes assim como, diante dos conteúdos técnicos publicados vem estimulando o maior
debate ou, ao menos, a conscientização sobre temas de relevância e que necessitam de um
maior aprofundamento e diálogo junto à comunidade.
Ressalta-se, no entanto, a necessidade de um maior aprofundamento e análise com
relação a esta função exercida pelo Blog, assim como, o levantamento de dados que
confirmem a efetividade desta ação, proposta esta a ser trabalhada futuramente pelo Grupo
PET BICE mediante pesquisa de cunho qualitativo e quantitativo que evidencie de forma
mais clara a efetividade do projeto BLOG do PET BICE.
Mesmo assim, os resultados atuais de acesso ao Blog, bem como, indiretamente, da
participação efetiva da comunidade acadêmica tanto na manutenção das informações do
Blog assim como nas atividades nele divulgadas reforçam, em parte, a efetividade e o
potencial deste canal de comunicação dentro da universidade. Neste sentido, o blog tem
cumprido de maneira eficiente o objetivo de fornecer informações de interesse do público
alvo, aproximando assim a comunidade acadêmica das atividades desenvolvidas pelo PETBICE e pela universidade.
1307
Referências
Disponível em: <http://petvarginha.wordpress.com/>. Acesso em: 28 ago. 2013, 16:30:15.
1308
Processo de socialização e integração de imigrantes Haitianos na cidade de Manaus
Hérica Andrade Levy, Helysson Pinheiro Gomes e Danna Chrissye Lima Dantas¹; Tutor:
Maria da Glória Vitório Guimarães².
¹PET-ADM/Universidade Federal do Amazonas ²PET-ADM/Universidade Federal do
Amazonas
Introdução
Deve-se observar que o processo de imigração possibilita novas descobertas,
encontros e desdobramentos, por conseguinte torna-se crucial avaliar a percepção dos
imigrantes haitianos acerca do ambiente de trabalho e do processo de socialização na cidade
de Manaus. “A aculturação pode ser entendida como o processo pelo qual o membro de um
grupo de um background cultural se adapta à cultura de um grupo diferente (TUNG, 1998).
Dessa forma, quando se fala em socialização e integração de imigrantes haitianos, faz-se
necessário compreender certas questões: o Haiti foi marcado por uma série de governos
ditatoriais e golpes, a população haitiana vivencia uma guerra civil e muitos problemas
socioeconômicos. Atualmente sua economia se encontra desequilibrada, sem perspectivas de
retorno ao crescimento, sendo o país mais pobre da América, com 45,2% da população
analfabeta e a expectativa de vida é de apenas 60,9 anos. Sua renda per capita é
extremamente baixa, aproximadamente 60% da população é subnutrida e mais da metade
vive abaixo da linha de pobreza e seu Índice de Desenvolvimento Humano é de 0,404.
Ademais, em 2010, ocorreu um terremoto de proporções catastróficas, com magnitude
sísmica 7,0
na escala
Richter
[USGS,
2010]. O
Comitê
Internacional
da
Cruz
Vermelha estima que cerca de três milhões de pessoas foram afetadas, ressalta-se que o
terremoto causou grandes danos a Porto Príncipe, Jacmel e outros locais da região, milhares
de edifícios foram destruídos ou gravemente danificados.
Objetivos
Este estudo tem por objetivo conhecer aspectos do processo de integração de
imigrantes haitianos, a partir da análise de determinados pontos do cotidiano de trabalho e da
vida diária na cidade de Manaus.
1309
Metodologia
As naturezas dos conhecimentos se distinguem pelo grau de sistematização, de
exatidão nelas registradas, neste estudo se trabalhou com uma pesquisa quantitativa, de cunho
descritivo, que tem por base um questionário auto-administrado com 40 assertivas, o qual foi
aplicado no local de trabalho dos respondentes. Foram participantes vinte e cinco imigrantes
haitianos homens, legalmente registrados pelo governo brasileiro, trabalhadores de uma
empresa de injeção plástica do Distrito Industrial de Manaus, residentes em Manaus entre
janeiro de 2011 a janeiro de 2013. A análise dos dados foi realizada por meio do software
SPSS, que permite desenvolver cálculos e aplicações de processos sofisticados com eficiência
e rapidez, tais como testes de correlação, contagens de frequência, ordenação de dados,
reorganização da informação, além de servir como um mecanismo de entrada de dados.
Resultados e discussão
O Amazonas é o Estado que mais empregou cidadãos haitianos no Brasil, segundo
dados do Conselho Nacional de Imigração do Ministério do Trabalho (CNIg), como também,
das 920 vagas oferecidas em todo o Brasil para os imigrantes haitianos, 55% destas vagas
foram criadas no Amazonas, ademais, na cidade de Manaus existe um Polo Industrial
pulsante, onde a maioria das empresas encontram-se certificadas pela ISO 9001 e ABNT
14001. Os resultados obtidos mostraram que: 95% dos respondentes recebem vale transporte;
27% afirmaram ser atendidos por um plano de saúde; 36% afirmaram terem assistência
odontológica e todos os entrevistados apontaram receber alimentação na empresa; porém os
respondentes indicaram que não existe creche na empresa e não recebem assistência por terem
crianças entre 0 e 3 anos. Quando questionados sobre treinamento e ações de
desenvolvimento, 41% dos participantes asseguraram que raramente participam de
treinamento.
“Geralmente o ajustamento cultural pode ser definido como o grau de conforto
psicológico com vários aspectos do país hospedeiro (BLACK, 1990). Concernente a isto, 73%
se sentem seguros em relação ao emprego atual e todos os entrevistados consideram o Brasil
um bom lugar para trabalhar e percebem a empresa atual melhor do que o seus trabalhos
anteriores, em adição, 86% dos respondentes afirmaram ter atualmente uma renda mensal
superior a que possuía no Haiti. Além disso, 68% dos haitianos consideram Manaus um bom
lugar para viver e trabalhar, bem como, 71% dos imigrantes informou que estão adaptados e
1310
vieram para o Brasil na busca de sobreviver e ajudar a sua família, também percebeu-se que o
polo de abertura à mudança correlacionou-se positivamente com os aspectos de adaptação
geral e à interação na comunidade, e não apresentou correlação com a adaptação ao trabalho.
Conclusão
Os resultados permitem apontar que os participantes mostram-se adaptados e
consideram o Brasil um bom lugar para morar e trabalhar, bem como indicam que as
condições físicas de trabalho no Brasil são melhores que no Haiti, quanto aos apoios
recebidos foi verificado que o apoio governamental é praticamente inexistente, sendo as
igrejas católicas apontadas como formas de apoio mais eficientes.
Referências
BLACK, J. S. The relationship of personal characteristics with the adjustment of Japanese
expatriate managers. Management International Review. Wiesbaden-Alemanha, v. 30, n. 2,
p. 119-134, 2. trim. 1990.
CARVALHO, Antônio; SERAFIM, Oziléia. Administração de Recursos Humanos, v. 2.
SãoPaulo:Pioneira, 2010.
COHEN, Allan R & FINK, L. Stephen Effective. Comportamento Organizacional:
Conceitos e estudos de Caso. 7a. edição. Rio de janeiro: Ed. Campus, 2003.
MASI, Domenico de. O futuro do trabalho: fadiga e ócio na sociedade pós-industrial. 4
ed. Rio de Janeiro: José Olympio; Brasília, Ed. da UnB, 2010.
ROBBINS, Stephen P. Fundamentos do Comportamento Organizacional. 7 ed, São
Paulo: Prentice Hall, 2013.
PEREIRA, Neuri; PIMENTEL, Ricardo; KATO, Heitor. Expatriação e estratégia
internacional: o papel da família como fator de equilíbrio na adaptação do expatriado.
Revista Administração Contemporânea, Curitiba. Vol. 9, n. 4, Out./Dec. 2005
1311
THOMAZ, Diana Zacca. Migração haitiana para o Brasil pós-terremoto: indefinição
normativa e implicações políticas. Revista Primeiros Estudos, São Paulo, n. 4, p. 131-143,
2013.
TUNG, R. L. American Expatriates Abroad: from Neophytes to Cosmopolitans, Journal of
World Business. Greenwhich-EUA, v. 33, n. 2, p. 125-144, summer 1998.
VALLER FILHO, Wladimir. O Brasil e a Crise Haitiana: a cooperação técnica como
instrumento de solidariedade e de ação diplomática. Brasília: FUNAG, 2007.
BRASIL. Ministério Público Federal. Ação Civil Pública Refugiados Haitianos. Disponível
em: <http://www.prac.mpf.gov.br/atos-do-mpf/acp/acphaitianos/view>. Acesso em 27 de
março de 2014.
USGS.
Magnitude
7.0
–
HAITI
REGION.
Disponível
em:
<http://earthquake.usgs.gov/earthquakes/eqinthenews/2010/us2010rja6/> Acesso em 20 de
março de 2014.
1312
Ensino, Pesquisa e Extensão entre os desafios da transdisciplinaridade: o caso PET
CiSA da UFSM
SANTOS, Caroline dos1, CORREA, Luiza Betat, MACHIAVELLI, Marina,
RECK, Daffine Natalina, PIETCZAK, Cristina, SANTOS, Dhylan Keillor
Queiroz dos, FARIAS, Suélen Carvalho de, PAZ, Thaís Terezinha, ROSA,
Stefani Haiski da, MELLO, Andressa Spencer de, PEREZ, Raphaela
Pontelli, REBELLATO, Julia Zielke2; FOSSÁ, Maria Ivete Trevisan3; PET
Ciências Sociais Aplicadas da UFSM4
Introdução
Os integrantes do grupo PET Ciências Sociais Aplicadas são graduandos dos
Cursos de Meteorologia, História e Produção Editorial que assumem o desafio em
participar de um grupo que confere possibilidades de crescimento pessoal, acadêmico e
profissional, compartilhando conhecimentos de diferentes áreas do saber. O Programa
de Educação Tutorial vem se aliando a outros programas como o Conexão de Saberes,
ambos de iniciativa governamental, numa tentativa de que a instituição pública e
gratuita possa interferir no cerne das contradições e dos conflitos que reconhece no seu
entorno, realizando ações que beneficiem os acadêmicos, os cursos, as instituições e as
comunidades para além dos limites físicos do campus.
Assim, o PET assume novos contornos perante a política de ações afirmativas e
democratização do acesso ao ensino superior que vem sendo vivenciadas pelas
universidades públicas brasileiras, para na medida do possível realizar intervenções no
processo histórico Nesse contexto surge o grupo PET Ciências Sociais Aplicadas, que
na busca por uma visão transdisciplinar reúne estudantes de três cursos diferentes
(Produção Editorial, História e Meteorologia) procurando na e pela convivência de
posições diferenciadas e perspectivas múltiplas uma preparação acadêmica voltada para
o enfrentamento das dificuldades colocadas pela experiência da vida em sociedade.
Objetivos
Este trabalho tem por objetivo relatar as experiências do grupo PET CiSA a partir
da perspectiva das bases que sustentam o Programa de Educação Tutorial perpassando
os novos paradigmas desenvolvidos a partir da aproximação deste com o Programa
Conexão de Saberes, assim como apresentar de que modo esse jovem grupo desenvolve
1
Autora e Apresentadora
Autores
3
Tutora PET Ciências Sociais Aplicadas da UFSM
4
Filiação – PET CISA UFSM
2
1313
suas atividades e elos com a comunidade e entre os cursos dos quais os integrantes do
grupo fazem parte.
Metodologia
O programa é formado por grupos tutoriais de aprendizagem, que sob a
orientação de um tutor, propicia condições para a realização de atividades
extracurriculares, que complementam a formação do graduando. Essas atividades que
compõem o Programa de Educação Tutorial têm como objetivo garantir aos acadêmicos
dos mais variados cursos, oportunidades de vivenciar experiências as quais são um
complemento às disciplinas convencionais, buscando sua inserção no mercado
profissional como sujeito ativo, reflexivo, crítico e dotado de uma formação global
ampla e cidadã.
As conexões entre ensino, pesquisa e extensão ocorrem por iniciativa tanto dos
tutores quanto dos tutorados e ambos devem manter-se atentos à realidade externa,
sendo hábeis para observar as demandas comunitárias e a relação entre necessidades
individuais e problemas de caráter coletivo, assim como ambos são responsáveis pelos
resultados. Assim, o estimulo à aprendizagem ativa dos membros do PET CISA,
acontece através da vivência, permuta de experiências, discussões, reflexões e
habilidades para a resolução de problemas. Além disso, o pensamento crítico é
incentivado, contrastando com uma educação tradicional baseada em memorização
passiva de fatos e informações, oportunizando a autonomia dos alunos e a
independência em relação à administração de suas necessidades de aprendizagem.
Resultados e discussão
Ao longo desses três anos do grupo PET CiSA, diversas temáticas já nortearam
suas atividades. Nos primeiros anos, em 2011 e 2012, os temas geradores foram as
rádios comunitárias e a participação popular; o meio ambiente e a meteorologia; o que é
popular e urbano; e por fim, a mídia e a mobilização social. No ano de 2013, os temas
que nortearam as discussões foram a mobilização social e a cidadania, e nesse ano de
2014, o tema que tem conduzido as atividades do PET CiSA são as comunidades
populares urbanas. No planejamento anual são inseridas atividades de diferentes tipos,
sendo elas as sessões de estudo, a exibição de documentários, o encontro com
profissionais, os relatos de experiências, os temas da atualidade, os laboratórios de
pesquisa, as oficinas, os grupos de pesquisa, as parcerias entre graduação e pós-
1314
graduação, a vinculação de projetos de pesquisas e extensão a disciplinas curriculares,
proposição de experiências metodológicas e bibliográficas renovadas, participação dos
petianos em atividades coletivas e colegiadas.
As leituras que são trazidas para debate no grupo servem para dar conta de um
tema gerador definido pelos petianos. Já o relato de experiência é uma atividade
desenvolvida pelo grupo que visa dar voz àqueles que não possuem. No ano de 2013, o
PET CiSA trouxe para dentro da universidade representantes dos movimentos sociais
com o objetivo de inserir os petianos à realidade local, aproximando as discussões dos
textos sobre mobilização social, às vivências dos movimentos sociais estudados e ainda
promover um diálogo entre os movimentos sociais e a academia. Além dos relatos de
experiência, o PET CiSA também promove a discussão de temas da atualidade como os
cinquenta anos do golpe civil-militar no Brasil, a copa do mundo e os megaeventos, as
manifestações populares no Brasil, a ditadura da beleza, entre outros. Com a inclusão de
temas da atualidade na pauta do dia, o grupo põe em discussão temas em destaque no
cenário sócio político local, regional, brasileiro ou mundial. Dessa forma, não se discute
especificamente o avanço da meteorologia ou os desafios que o mercado editorial
enfrenta, por exemplo, mas debates e discussões são conduzidos de forma
interdisciplinar, desenvolvendo o espírito crítico e a reflexão em equipe.
A questão da interdisciplinaridade, para Severino (1998), é pensada sempre
como um processo integrador, articulado e orgânico, de tal modo que, se pesem as
diferenças de formas, de meios e para que as atividades desenvolvidas possam convergir
ao mesmo fim. Pode-se aproximar essa ideia tomando, por exemplo, os relatos de
experiências (já citados anteriormente) promovidos pelo grupo PET CiSA, atividades
essas de caráter interdisciplinar, que contemplam uma formação ampla e humanizada.
Tenta-se conciliar o grupo numa nova perspectiva de educação, no contexto da
universidade que não se isola (ou que não deveria se isolar) dos problemas sociais. “A
transdisciplinaridade é vista aqui como uma síntese articuladora de tantos elementos
cognitivos e valorativos de uma realidade extremamente complexa, dada numa
experiência igualmente marcada pela complexidade” (SEVERINO, 1998, p. 45).
Outra atividade realizada pelo grupo são os encontros com profissionais, que
trazem para o âmbito do PET CiSA, professores e profissionais dos três cursos e das
mais diversas áreas. No ano de 2013, foram recebidos os professores dos cursos de
História, Meteorologia e Produção Editorial, que trouxeram ao grupo seus projetos de
pesquisa, de ensino e de extensão, além da aproximação com outras áreas de atuação
1315
como, por exemplo, do curso de Letras, quando uma professora desse curso ministrou a
oficina sobre Análise do Discurso. Ainda no início do primeiro semestre de 2014, duas
profissionais de Relações Públicas se integraram ao PET para discutirem sobre gestão
de eventos e patrocínios. Tal iniciativa foi motivada pelo fato de que esse ano a UFSM
irá sediar o XIX ENAPET, evento que está sendo construído por toda a comunidade
petiana dessa universidade. Essas são algumas das atividades que o grupo PET CiSA
vem desenvolvendo e que não somente envolvem os cursos de graduação que compõem
o grupo, mas também abarcam outras áreas do conhecimento como Administração,
Relações Públicas, Educação, Sociologia, Antropologia, Ciência Política, indo assim
além do proposto e além do imposto, com o objetivo de construir a
transdisciplinaridade.
O processo educativo e seus fundamentos epistemológicos e axiológicos
baseiam-se em uma multidisciplinaridade, em uma pluridisciplinaridade. É que, dadas
as nossas condições e a complexidade da prática, precisamos de múltiplos enfoques
mediatizados pelas abordagens das várias ciências particulares; mas não se trata apenas
de uma justaposição de múltiplos saberes: é preciso chegar à unidade na qual o todo se
reconstitui como uma síntese que, nessa unidade, é maior do que a soma das partes. Por
isso, precisa ser também prática transdisciplinar (FAZENDA, 1998, p.43).
Alunos do curso de História diante de pesquisas do curso de Produção Editorial,
alunos do curso de Produção Editorial diante de pesquisas do curso de Meteorologia,
petianos oriundos de três diferentes áreas do conhecimento, unindo forças diante de uma
extensão universitária. Quem iria imaginar que isso aconteceria? Certamente é uma
proposta desafiadora e o PET CiSA tem aceitado enfrentar tamanho desafio.
Conclusão
Deste modo, observou-se que o Programa de Educação Tutorial passou por várias
etapas, até a consolidação da imagem e dos propósitos que hoje vivenciamos e
externamos. Ou seja, consolidando a imagem de um programa que visa à formação
global do graduando, instruindo-o a consciência crítica e a noção de totalidade da
comunidade e da sociedade em que está inserido. Essa educação foi potencializada a
partir da sua aproximação com o Programa Conexão de Saberes, programa que visa
proporcionar, aos indivíduos de origem populares e em situação de vulnerabilidade, o
acesso e permanência na universidade. Assim, a conjugação dos dois programas,
propiciou um diálogo da universidade com as comunidades populares, além de
1316
contribuir para a inclusão social e as intervenções nas comunidades de origem destes
estudantes. Outro ponto fundamental para se pensar o PET é a associação com a
transdisciplinaridade, como é o caso do PET CiSA, que trabalha com a construção de
um conhecimento coletivo, através de suas atividades, englobando uma visão
diferenciada entre os três campos do saber.
Ademais, vê-se o PET Ciências Sociais Aplicadas como um espaço de trabalho
em que a transdisciplinaridade, articulada à essência dos programas de educação tutorial
e conexão de saberes, promove o desenvolvimento de atividades, tais como o ensino, a
pesquisa e a extensão, forma indivíduos com pensamento plural, não fechado e focado
apenas na sua área de formação com visões unívocas ou unilaterais, mas sobretudo
cidadãos que transpõem a realidade da universidade, a partir das aclamações das
demandas sociais vivenciadas.
Então, acreditando que o conhecimento não deve ser colocado em caixas fechadas
e isoladas, apostamos na abertura das fronteiras que separam áreas científicas para
dialogarem e juntas buscarem soluções entre diferentes posições de modo que a
renovação de ideias permita a clareza quanto a métodos adequados para a produção de
conhecimentos com capacidade de dar conta as demandas da realidade, em sua
constante transformação.
Referências
FAZENDA, Ivani C. A. A aquisição de uma formação interdisciplinar de professores.
FAZENDA, Ivani C. A. In: Didática e interdisciplinaridade. Campinas: SP: Papirus,
1998. (Coleção Práxis)
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Ministério
da
Educação.
Disponível
em:
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1870350X2006000400004 >. Acesso em: 14/05/2014.
MEC.
Programa
PET
Conexões
de
Saberes
–
NOVO.
[201-]
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&id=17446&Itemid=817.
Acesso em 18/05/2014.
MORIN, Edgar. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. Rio
de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010.
SEVERINO, Antônio J. O conhecimento pedagógico e a interdisciplinaridade: O saber
como intencionalização da prática. FAZENDA, Ivani C. A. In: Didática e
interdisciplinaridade. Campinas: SP: Papirus, 1998. (Coleção Práxis)
Site CENAPET. Marcos Danhoni: Desafios e entraves enfrentados pela Cenapet.
VETOR
Revista
PET
UFRJ.
Disponível
em:
<http://revistavetor.blogspot.com.br/2010/05/marcos-danhoni-desafios-e-entraves.html>
Acesso em: 14/05/14.
1317
Trote solidário: gincana educativa como método para recepção de calouros
Aline Torino Borges¹; Danyllo Denner de Almeida Costa¹; Jeferson Carlos de Oliveira Silva
¹; Lázaro Macedo Machado¹; Onésio Francisco da Silva Neto¹; Priscila Pereira Cavalcanti¹;
Márcio José de Santana².
¹ Graduando do Curso de Engenharia Agronômica do Instituto Federal do Triângulo Mineiro
Campus Uberaba membro do PET – Agronomia ITTM
² Tutor do PET-Agronomia IFTM
Introdução
O trote universitário é considerado como um “ritual de passagem” da vida estudantil para a
universidade e, na maioria das vezes, é conhecido por ser repleto de atos de zombaria,
violência e humilhação.
No Brasil, os trotes apareceram mais tarde em relação aos países europeus. As brincadeiras
tiveram os seus primeiros registros após a chegada da Família Real, em 1808, época em que
surgiram as universidades no país (UNIVERSITÁRIO, 2010).
Durante a Idade Média, na Europa, ações violentas como queimar as roupas e raspar os
cabelos eram uma maneira de evitar a transmissão de doenças. Entretanto, estes atos não
configuravam o mesmo intuito no Brasil. Segundo STRAZZI, (2014) em 1831, ocorreu a
primeira morte ocasionada pelo trote, tendo como vítima o estudante Francisco Cunha e
Menese da Faculdade de Direito do Recife. A partir de então são muitas as histórias trágicas
ligadas a trotes violentos praticados nas universidades brasileiras, a ponto de jovens
desistirem do ingresso na universidade.
Alguns exemplos recentes desses atos são: o caso do calouro de medicina Edson Tsung Chi
Hsueh, da Universidade de São Paulo, que morreu afogado durante a realização de um trote
em 1999; um aluno da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro que também morreu
afogado em 2009; em 2010, estudantes da Unicastelo, em Fernandópolis, foram obrigados a
fumar, tirar as roupas íntimas, pedir dinheiro em semáforos e a beber álcool combustível;
como também, em 2010, na Escola Superior de Propaganda e Marketing, também em São
Paulo, um estudante foi agredido e teve ossos do nariz e do rosto quebrados (STRAZZI,
2014).
1318
Em contraposição a estes trotes violentos, os trotes educativos foram a resposta para manter a
tradição de recepção aos calouros sem atos de violência. Segundo Universitário (2010), a
partir de 2000, as brincadeiras educativas ganharam espaço nas principais universidades
brasileiras.
Tendo em vista esta ação social, os integrantes PET – Engenharia Agronômica, do Instituto
Federal do Triângulo Mineiro-Campus Uberaba, buscaram soluções alternativas para
desenvolver o trote solidário como forma de recepção dos calouros. Com isso, em 2011 e
2012 iniciaram com plantio de árvores em toda Instituição. Mas foi a partir de 2013 que teve
início a Gincana Educativa, que propôs evidenciar e conscientizar sobre a importância do
trote solidário, a interação dos calouros na Instituição como um todo e possibilitar o contato
com algumas áreas do curso de Engenharia Agronômica.
Objetivos
O objetivo deste trabalho é evidenciar e propor uma nova forma de recepção aos estudantes
calouros do curso de Engenharia Agronômica com os integrantes do grupo PET para conhecer
as atividades desenvolvidas pelo programa tutorial e conscientizar sobre a importância do
trote solidário. Além de apresentar aos calouros a estrutura e os setores da Instituição,
promover o contato com os professores, auxiliar na interação entre os próprios calouros e
também conhecer as áreas de abrangência do curso.
Metodologia
Esta atividade foi organizada pelos próprios petianos juntamente com o apoio da coordenação
do curso e ocorreu no final de março de 2014. Baseou-se em uma gincana de cunho educativo
representada por uma sequência de provas com pontuações específicas sendo que os calouros
foram divididos em duas equipes indicadas com cores diferentes de bandana de punho (verde
e laranja).
Primeiramente, houve uma apresentação aos calouros em sala de aula pelo tutor do PET
Engenharia Agronômica, cuja o qual abordou uma visão sobre a importância do curso de
Engenharia Agronômica; sobre a dinâmica de funcionamento do Instituto e seus pontos
peculiares em relação à outras instituições; apresentou-se também as atividades que o grupo
PET desenvolve nos âmbitos de ensino, pesquisa e extensão, além das apresentações pessoais
1319
de cada petiano (nome, período e área de pesquisa) e depoimentos sobre a oportunidade e
benefícios de participar do programa.
Logo em seguida, conduziu-se os calouros para o setor de Solos da Instituição onde realizouse a primeira prova no valor de cinco pontos que consistiu na coleta de solo com trado
holandês nas profundidades de 0-10 cm, 10-20 cm, 20-30 cm e 30-40 cm. Era necessário
colocar as amostras em saquinhos de plástico e identifica-los com caneta de retroprojetor
conforme profundidade coletada, para isto foram selecionados três participantes de cada
equipe. O grupo vencedor seria o que fizesse em menor tempo.
Ainda no mesmo setor, a segunda prova foi um ‘quiz’ e contou com a participação de todos
calouros das equipes, onde fez-se uma série de perguntas básicas relacionadas a área de
Agronomia e as disciplinas do curso, contemplando perguntas de “verdadeiro ou falso” e de
múltipla escolha. Foram 10 questões elaboradas pelos petianos e quando o grau de dificuldade
era maior havia prendas à serem cumpridas para a equipe que respondesse errado. As prendas
foram: “Corrida de Carrinho-de-Mão”, pulverização de 15 litros de água com pulverizador
costal em percurso pré-determinado com obstáculos e também coleta de cinco minhocas no
minhocário. A equipe que acertasse mais questões teria 10 pontos.
A terceira prova foi realizada no setor de Viveiricultura e era necessário fazer a semeadura em
bandeja de isopor em menor tempo. Para isto, utilizou-se substrato, sementes peletizadas de
alface (Lactuca sativa), marcador de furos e cronômetro, participaram dois calouros de cada
equipe. O grupo vencedor da prova teria 15 pontos somados ao placar.
Em seguida, no setor de Horticultura, cinco calouros de cada equipe tiveram que capinar uma
área, levantar um canteiro e incorporar esterco no mesmo, o grupo vencedor seria o que
fizesse o canteiro melhor elaborado em cinco minutos e teria 30 pontos. A limpeza da área foi
realizada com enxada, posteriormente levantou-se o canteiro com auxílio de enxada e
enxadão, e para delinear a área de 3 m² foram utilizadas estacas. O esterco estava localizado
em uma porção distante da área do canteiro, para coletá-lo utilizou-se pá e carrinho-de-mão, e
para incorporação e nivelamento do terreno fez-se uso do rastelo. O tempo foi marcado com
auxílio de cronômetro.
A quinta e última prova constituiu-se em colheita de três espécies frutíferas no setor de
Fruticultura do Instituto e foi realizada em três momentos: colher aproximadamente três
quilos de goiaba (Psidium guajava) sendo que, a equipe deveria conseguir um valor mais
próximo do peso estipulado; em seguida, comer maior número de uvaia (Eugenia uvalha); e
por fim, coleta mais rapidamente de um fruto do coqueiro (Cocos nucifera). Cada momento
valeu um ponto e a equipe que acumulasse mais pontos ganharia a prova que valeria um total
1320
de 40 pontos. Todos os calouros das equipes participaram e para realizar a prova foram
necessários baldes, balança e cronômetro.
Ao final da gincana, a equipe que somasse mais pontos seria a vencedora. Todos os calouros
participantes uma premiação simbólica da Instituição.
Resultados e discussão
A equipe laranja acumulou o maior número de pontos ao decorrer das atividades, no entanto
os principais resultados foram conseguidos na interação entre os envolvidos e no
conhecimento adquirido pelos calouros, tanto dos assuntos técnicos (tarefas práticas
realizadas) quanto dos temas teóricos, objeto de estudo durante o curso de engenharia
agronômica (abordados principalmente durante a atividade do quiz). Essa afirmação se
justifica em entrevistas que foram realizadas com os calouros, nas quais foram observadas
opiniões como: “achei muito importante o apoio que o grupo PET nos deu, pois mostrou que
todos estão interessados em receber bem os ingressantes no curso”, “acho que o PET realizou
um bom trabalho com os alunos ingressantes, porque gerou uma maior integração e
acrescentou em conhecimento com as tarefas realizadas. A gincana foi uma forma boa de
mostrar o que iremos aprender durante o curso e foi uma forma de trote solidário” e “achei
interessante a recepção, as brincadeiras, o entrosamento maior inclusive entre a própria classe
e o conhecimento de tudo o que será o curso”.
As atividades práticas se mostraram muito eficientes e, da mesma forma, os calouros se
apresentaram eficientes em realizá-las. Isso se justifica no interesse dos mesmos pela
realização das tarefas, pois uma das opiniões observadas através das entrevistas, conforme já
citado anteriormente, foi a importância em se conhecer melhor, antecipadamente, sobre
algumas atividades que são realizadas apenas em períodos mais avançados do curso de
engenharia agronômica.
Em pesquisa sobre a atividade da qual os alunos mais gostaram, a maioria respondeu que
todas foram ótimas, portanto não saberiam classificá-las, no entanto alguns deram destaque as
atividades realizadas no setor de olericultura, colocando em segundo plano as tarefas no setor
de fruticultura, o que funcionou como uma crítica sobre os pontos negativos que podem ser
melhorados.
Conclusão
1321
Fica evidente que o aprendizado recíproco entre alunos de vários períodos do curso de
Engenharia Agronômica do IFTM, ou seja, com os alunos calouros por meio de gincanas,
brincadeiras, práticas e essencialmente pelo diálogo livre e aberto entre eles, evidencia a
importância de atividades educativas. Os novos alunos demonstraram interesse, curiosidade
sobre o curso e empolgação pelos alunos formandos presentes e os alunos de outros períodos
fizeram observação pessoal da evolução em que se encontram, praticando a humildade em
repassar o que sabe. Assim, formando um cidadão consciente da sua carreira e que a possam
defender depois de formado, utilizando um conhecimento lógico concreto e produtivo entre os
alunos.
Com isso, foi possível perceber a importância dessa atividade, de recepção dos calouros, para
ocorrer a interação entre os alunos e destacar que é possível fazer o trote de forma educativa e
sem violência.
Referências
STRAZZI, A. P. Trote universitário- Responsabilidade dos agressores. 2014. Disponível
em: http://alestrazzi.jusbrasil.com.br/artigos/112788683/trote-universitario-responsabilidadedos-agressores. Acesso em: 16 mai. 2014.
UNIVERSITÁRIO.
História
do
trote.
2010.
Disponível
http://www.universitario.com.br/noticias/n.php?i=9712. Acesso em: 16 mai. 2014
1322
em:
O Cinema e o PET
Petianos: André Freitas, Andrieli B. Gomes, Bruna Peixer, Camila B. Xavier, Caroline de S.
Antunes, Helen A. Hatem, Letícia P. Della, Ruth G. Zanini, Thuane Oliveira;
Tutor: Simone Sampaio Sobral
Introdução
O Programa de Educação Tutorial de Serviço Social é um programa institucional
vinculado ao Ministério da Educação, que realiza atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão.
De acordo com a principal finalidade do PET de “promover a formação ampla dos estudantes
em nível de graduação, incentivando o aluno a desenvolver um controle consciente e voluntário
do seu processo formativo, ou seja, a construção da autonomia do aluno” aliado a “construção
e formação é um processo onde se dá atenção explícita às diversas dimensões da formação do
estudante: apropriação de conhecimento científico e/ou tecnológico de alto nível acadêmico,
desenvolvimento da autonomia, estabelecimento de compromissos epistemológicos, éticos e
sociais que estejam presentes na sua ação como aluno e na sua futura atuação
profissional.”(MEC, 2014)
O Programa de Educação Tutorial (PET) se constitui como uma experiência inovadora
no campo do processo formativo, pois, enquanto grupo de aprendizagem, busca ser um espaço
coletivo e autônomo em que o conhecimento é resultado da ação consciente de seus integrantes
visando a construção político-acadêmica de práticas democráticas e partícipes da elevação da
qualidade do ensino superior brasileiro.
Muitos são os desafios para o alcance desses objetivos. Desse modo, a organização do
grupo do PET Serviço Social (PETSSo)/UFSC se dá horizontalmente, em que o diálogo é
relação determinante na definição das alternativas de ação em que cada um tornasse consciente
e responsável pelas deliberações e encaminhamentos a serem realizados. As atividades do grupo
são planejadas e desenvolvidas coletivamente, cabendo sua execução para cada Comissão
interna. As Comissões são definidas e integradas de forma equânime. O PETSSo se organiza
através das seguintes comissões: Comunicação, Secretaria, Recepção aos Calouros e Seleção
de Novos Petianos, Grupo de Estudo, Minicurso, Viagem de Estudo, Seminário e o CinePET
Debate.
O Projeto “CinePET Debate” articula dois preciosos caminhos para o aprimoramento
intelectual e conhecimento crítico da realidade: a arte e o diálogo.
1323
Dessa forma, o espaço do CinePET colabora no processo de construção de uma nova
forma de aprendizagem, mediado por recurso audiovisual.O projeto engloba atividades de
exibição gratuita de filmes (documentário, longa ou curta metragem) , incluindo produções
nacionais e internacionais. A proposta é divulgar filmes que apresentem uma atualidade, isto é,
sejam capazes de promover uma reflexão que remeta ao presente, a realidade vivida e apresente
reflexões que mobilizem a necessária formulação de opinião crítica para enfrentá-la. Esta
reflexão critica é estimulada pela própria natureza do longa ou curta-metragem, animada por
aspectos suscitados pelo debatedor e pelo conjunto dos participantes.
Objetivos
O CinePet propícia através linguagem cinematográfica, criar um espaço de
ensinoaprendiz sobre questões culturais, aspectos históricos de realidade brasileira e mundial
de forma crítica à medida que é determinante a escolha dos filmes escolhidos e do debate. Além
disso, torna-se um espaço de integração acadêmica, bem como, interação com a comunidade
externa.
Contribuindo para a formulação de novas estratégias de desenvolvimento e
modernização do ensino superior, o CinePet Debate agrega um espaço rico de produção de
conhecimento extra a sala de aula através da exibição de filmes que apresentam aspectos
culturais, históricos, políticos e sociais necessários à formação em Serviço Social. A exibição
do filme ocorre na Universidade, no Miniauditório de Serviço Social, no Centro Sócio
Econômico/UFSC, que tem capacidade para …. participantes. Ele ocorre, mensalmente, na
última sexta-feira, às 14h00. A sua divulgação se dá através de cartazes confeccionados pelos
integrantes do PETSSo, pelo facebook do PETSSo, pela página de divulgação de atividades
culturais da UFSC e, também, pelo envio de convite à todos os acadêmicos do curso de Serviço
Social através do fórum da graduação. Além desses, são enviados convites especiais a grupos
que desenvolvem atividades, diretamente, envolvidas ao tema que será discutido.
A escolha do filme é relacionada ao tema definido como articulador das ações presentes
no planejamento anual do PETSSo. Como importante contribuidor ao debate, tem-se a figura
do
debatedor que, geralmente, é um professor(a) que apresente engajamento ou dominação teórica
sobre o tema, que vem a contribuir para fomentar elementos que possam enriquecer a reflexão dos
participantes, esclarecer dúvidas e estimular o diálogo entre os participantes.
1324
Resultados e discussão
Partindo do pressuposto que o cinema tem uma função estratégica e pedagógica na
sociedade de contribuir na politização dos indivíduos, a intenção é permitir um enriquecimento
cultural em que cada um se constitua como formador de opinião e cidadão consciente no
enfrentamento dos problemas sociais da realidade. Através de um recurso como o Cinema, que
proporciona uma maior aproximação e interação com aspectos da realidade, há a discussão
sobre distintos aspectos presentes no cotidiano de modo a desnaturalizá-los, recuperando a
historicidade e o entendimento das relações sociais determinantes da organização da vida social.
Esta reflexão, como afirma Paulo Freire, só é possível quando o homem faz um debate
sobre ele próprio e o meio, porque este processo não é uma busca solitária, fadada a um ter mais
e ser menos. Esta reflexão, sobre si mesmo e de se colocar numa determinada realidade, é a
busca constante de ser mais, de se descobrir como um ser inacabado, que está em constante
busca. (FREIRE, 2003)
Neste sentido, o CinePet Debate não apenas exibe filmes, mas realiza um processo de
educação em conjunto ao abordar questões relevantes ao processo formativo crítico, retirandoas de leituras preconceituosas e conservadoras, contribuindo para a desconstrução de práticas
alienantes. Não obstante, o cinema, potencializado pelo diálogo, permite que cada um, na
interação com os outros, se constitua não como mero espectador ou receptáculo, mas agente de
sua própria formação. Entende-se como pertinente, então, ressaltar a importância desses espaços
de reflexão e debate, que em muito contribuem para alargar o processo formativo.
Conclusão
Pode-se dizer que, nesse aspecto, os filmes oportunizados pelas atividades do CinePET
Debate são uma prática social tão importante, do ponto de vista da formação cultural e
educacional dos acadêmicos e demais participantes, quanto a leitura de obras literárias,
filosóficas, sociológicas e tantas mais.
Dentro do contexto da utilização do cinema como veículo e ferramenta de ensinar, temos
a oportunidade de enfocar aspectos históricos, literários e cinematográficos, de forma separada
e/ou em conjunto que permitem uma confluência entre ficção e realidade, a fim de construir e
desconstruir os preconceitos em cima uma dada realidade.
O debatedor e convidado do CinePET Debate instigam o diálogo e o trabalho com os
temas transversais do filme, os quais constituem uma possibilidade do saber, da memória, do
raciocínio, da imaginação, e da estética entre outros. Ou seja, de integração dos saberes.
1325
Quanto às estratégias para a formação diferenciada e qualificada dos estudantes incluem
o estímulo ao espírito crítico, a atuação profissional pautada pela cidadania e pela função social
da educação superior bem como o estímulo da formação de profissionais e docentes de elevada
qualificação técnica, científica, tecnológica e acadêmica.
Por fim, ao longo dos 20 anos de desenvolvimento da atividade “CinePET Debate”,
proporcionou-se a exibição de mais de 60 filmes para toda a comunidade acadêmica e
interessados, com temáticas (historicidade, cultura visual, mídia e propaganda, censura e
controle de informação, universidade, memória, acesso a arquivos, cultura independente,
movimento sociais, violência e juventude, saúde, relações de gênero e família, história, ciência
e religião) voltadas para uma perspectiva crítica de diferentes realidades que contribuem para o
desafio e construção do sujeito como transformador ativo de sua realidade.
Referências
BERNARDET, Jean-Claude. O que é o cinema. São Paulo: Brasiliense, 2000.
FREIRE, Paulo. Educação e mudança. Rio de Janeiro: Ed. Paz e Terra. 12ª edição. 2003
MINISTÉRIO
DA EDUCAÇÃO. Manual de orientações - PET. Disponível
em:
<.http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12228&Itemid=
48 6?>. Acesso em: 30 de julho de 2014
1326
A formação institucional de Roraima
CARVALHO, L.J. M¹; SILVA, M.S1; RESPLANDES, L. F. S1.
¹Universidade Feral de Roraima-UFRR; [email protected] ;²Universidade Rural da
Amazônia-UFRA; [email protected];Universidade Federal de Roraima-UFRR;
[email protected]
Introdução
O processo de formação institucional e de desenvolvimento do Estado de Roraima foi
norteado com a chegada das instituições que tiveram um papel importante nesse processo
histórico. Foram as instituições que estabeleceram as normas e minimizaram as incertezas nas
transações das relações econômicas em Roraima. Embora ainda prevaleça a questão fundiária,
determinante nas transações econômicas, como um gargalo a ser resolvido, mesmo diante do
repasse das terras ao governo federal em 2010 para o governo do estado. Por último foram
apresentadas as perspectivas do desenvolvimento e a realidade das instituições de Roraima a
partir dos elementos sistematizados, das reflexões e análises.
Em linhas gerais, Roraima integrou uma estratégia do Estado brasileiro para preservar
o território nacional das ocupações externas. Portanto, os agentes, as organizações e o próprio
Estado foram os protagonistas dessa história que tem na dimensão político institucional do
desenvolvimento o eixo norteador do estudo.
A história das instituições de Roraima foi analisada a partir do entendimento contido
no referencial teórico de Douglass North.
Objetivos
Essa teoria tem na história um elemento determinante no processo gerador do
desenvolvimento. O estudo tem o recorte temporal a partir do ano de 1937, embora o marco
inicial histórico tenha sido no século XVIII (OLIVEIRA, 2003). A escolha desse recorte de
tempo e espaço (SANTOS, 2000) foi necessária porque evidencia a primeira instituição
estabelecida pelo governo central para Roraima no século XX, época em que o local ainda era
denominado de Rio Branco. O período final compreenderá os dias atuais. A escolha deste
recorte temporal justifica-se pela oportunidade em se traçar a trajetória histórica das
instituições do estado.
Assim, a história das instituições de Roraima começa pela Constituição de 1937
no governo do presidente Getúlio Vargas. Ali já estava contida a perspectiva da criação dos
1327
Territórios Federais (SILVA, 2007). A Contextualização política da época refletia, entre os
diversos problemas, a II Guerra Mundial e o Estado Novo (SANTOS,2004). O presidente
Vargas em seus dois mandatos (1930-1945 e 1951-1954) assumiu uma postura de fortalecer
as funções do governo central (MAGALHÃES, 2008). Para tanto, concebeu, enquanto
estratégia, o planejamento com vistas ao fortalecimento do desenvolvimento e da integração
nacional visando estabelecer a imagem de um “Estado Forte” (BRITO, 2001; OLIVEIRA,
2003).
Esta perspectiva desenvolvimentista trazia no seu bojo o desejo da integração nacional
e compreendia o desafio da ocupação da Amazônia. Segundo Magalhães (2008) o contexto da
região revelava um vazio, poucos habitantes, ausência de saneamento, de crédito, de
transporte e da organização do trabalho. No final da década de 1940, o ciclo explorador e
exportador da borracha já havia chegado ao seu final na região, restando, portanto, um
conjunto de problemas das mais diversas matrizes.
A solução encontrada pelo governo Vargas foi promover o desenvolvimento e a
integração nacional por meio da institucionalização dos Territórios Federais. Assim e ainda
sob os efeitos da Constituição de 1937, o Território Federal do Rio Branco foi criado por
meio do Decreto Presidencial nº 5.812 de 1943 (OLIVEIRA 2003; SANTOS 2004 e
MAGALHÃES 2008). Boa Vista, foi a primeira capital do embrião do estado. A capital do
Território Federal do Rio Branco foi desmembrada do município de Moura do vizinho estado
do Amazonas (MAGALHÃES, 2008). Refletindo sobre esse fenômeno, à luz da teoria de
North, constata-se que a primeira instituição estabelecida para o Território Federal do Rio
Branco foi o decreto que o criou.
Assim, na esteira do processo histórico das instituições de Roraima, a segunda
instituição a ser constituída foi à criação do município de Caracaraí em 1955. A “cidade
porto” como ficou conhecida era o entreposto das embarcações que vinham de Manaus para
Boa Vista do Rio Branco. As embarcações traziam mantimentos, ferramentas e mercadorias
em geral para os poucos comerciantes, fazendeiros e habitantes da época. A via de acesso,
portanto para o Território do Rio Branco era a fluvial, como a maioria das localidades
amazônicas (BRITO, 2001).
Os aspectos sociais, econômicas e políticos do local eram seminais. Do ponto de vista
da população, a predominância eram dos nativos, os índios e poucos não índios, entre esses
haviam fazendeiros, poucos comerciantes e trabalhadores da igreja católica. A principal
atividade produtiva, heranças dos séculos passados, era a pecuária e o garimpo de ouro e
1328
diamante (OLIVEIRA, 2003). A organização política, ou seja, de representantes da sociedade
inexistia, a exceção ficava por conta da figura do governador, nomeado pelo poder central.
Metodologia
As informações coletadas neste trabalho foram de cunho bibliográfico é de consulta
nas bases de dados dos Governos Estadual, Federal, Municipal, Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), Tesouro Nacional, Ministérios das Cidades é demais
autarquias envolvidas na pesquisa.
Para consolidação dos dados foi utilizada a teoria
neoinstitucionalista por possibilitar a comparação do desempenho entre os municípios, as
mesorregiões, os estados e as regiões. Nela estão inseridos os termos chaves instituições,
organizações, path dependence, mudança institucional, arranjo institucional e desempenho
econômico; todos contribuem para as análises do contexto escolhido.
Em Roraima, os registros das questões relacionadas às mudanças institucionais
apontam para duas formas determinantes na vida sócios econômicas, política, cultural e
ambiental do local. A primeira delas se deu por meio da assinatura do Decreto presidencial de
Getúlio Vargas em 1943, quando criou o então Território Federal do Rio Branco. A segunda
decorreu com a promulgação da Constituição de 1988 quando Roraima passou de Território
Federal para Estado da Federação, cujo efeito imediato foi à autonomia político-econômica e
administrativa. Assim, a década de 1990 foi o período em que foram criadas as condições
institucionais para implantação dos três poderes constituídos: executivo, legislativo e
judiciário. No intervalo dessas sete décadas, consideradas a partir de 1940 até os dias atuais,
outras mudanças institucionais ocorreram. Elas também tiveram papel importante na trajetória
do desenvolvimento de Roraima.
Resultados e discussão
O estado é a Unidade da Federação com o menor número de municípios
institucionalizados do país. Esse dado é fruto das políticas de ocupação promovidas pelos
militares. O argumento defendido por Oliveira (2003) relaciona às lógicas empreendidas pelo
poder local, representado pelas suas elites, articuladas como o poder central, que propunham a
ocupação dos espaços das fronteiras amazônicas a qualquer custo, sem reconhecer o direito
dos índios e as condições de assentamentos dos migrantes. Portanto, os problemas originados
desse modelo de ocupação revelam dois lados de uma mesma moeda: o primeiro de que a
1329
questão da terra teve origem na sua ocupação e o segundo, relaciona-se à constituição do
capital social, constituído a partir das diversas ondas migratórias.
Outra reflexão do quadro refere-se ao Amapá e Rondônia, estados que foram
Territórios Federais ao mesmo tempo em que Roraima. Ambos dispõem de números maiores
de municípios institucionalizados. |
Conclusão
Ao que tudo indica à história das instituições de Roraima, postulou-se em: a história
das instituições retratada num período de 75 anos evidenciou o papel preponderante do Estado
Brasileiro na condução e implementação de um conjunto de leis, decretos, portarias e Planos
de Desenvolvimento formais por meio de seus legisladores e gestores. Esses representantes
tinham sua origem nas regiões sul e nordeste do país, o que caracterizou o tom da colonização
deixado em Roraima. Não se detectou em nenhum momento da historiografia roraimense a
participação política dos nativos (MAGALHÃES, 2008).
Referências
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coordenação e autonomia. São Paulo em Perspectiva. 2004.
FREY, K. Governança pública e sustentabilidade ambiental no campo. Disponível em:
http://r1.ufrrj.br/esa/art/201010-261-287.pdf.. Acesso em: 02 dez. 2013.
FREY, K. Políticas Pública: um debate conceitual e reflexões referentes à prática da análise
da política pública no Brasil. Planejamento e Política, nº 21. Disponível em:
http://www.ipea.gov.br/ppp/index.php/PPP/article/view/89/158. Acesso em: 06 dez. 2013.
GOLÇAVES, A. O conceito de governança. Anais XIV CONPEDI 1992. Disponível
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vol. 12, mai-junho. Santos. 2011.
1330
IPEA. Marcos Regulatórios no Brasil: incentivos ao investimento e governança. Rio de
Janeiro, IPEA, 2008. Lucia Helena Salvado e Reinaldo Seroa da Motta.
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RORAIMA (Estado). Secretaria do Planejamento Indústria e Comércio. In: _____. Plano de
Desenvolvimento Sustentável 2012-2015: Plano Plurianual. Volume I, II, III Roraima, 2012.
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SANTOS, C. Capital social e capital humano: subordinação ou independência? Uma
análise a partir do estudo de caso dos conselhos municipais de Macaé e Resende. Dissertação
de mestrado da Universidade Federal Fluminense. Niterói. 2006.
SOARES, L. T. Os custos sociais do ajuste neoliberal na América Latina. 2ª Ed. Cortez,
São Paulo, 2002.
SOUZA, C. Democratização, federalismo e gasto social no Brasil: tendências recentes.
XXIV Encontro anual da Associação Nacional de Pós Graduação em Ciência Social
(ANPOCS). Petrópolis, 1999.
VIOTTI, E. B. A economia e o Estado capitalista, São Paulo, Cortez. 1986.
1331
A Contribuição da Mentoria no desenvolvimento profissional de jovens de escolas
públicas.
1
Karina Almeida Silva Lopes; 2Adriana Maria da Silva; 3Monica Mª Barbosa Gueiros
Graduanda do curso de Administração, Bolsista PET Conexões de Saberes –UFPE
Graduanda do curso de Secretariado, Bolsista PET Conexões de Saberes – UFPE
3
Tutora do Programa de Educação Tutorial – PET Conexões de Saberes.
1
2
Introdução
O presente trabalho visa refletir sobre o impacto do projeto mentor aprendiz na vida e na
inserção profissional de jovens de origem popular urbana de escolas públicas situadas em
Camaragibe-PE. Mentor Aprendiz é um projeto do PET-ADM da Universidade Federal de
Pernambuco que busca trabalhar com a teoria da mentoria. Entende-se, neste estudo, que as
atividades desse projeto que articula e desenvolve suas ações baseada na troca de experiências
entre um mentor (alguém mais experiente) e o mentorado (alguém menos experiente), podem
fomentar o crescimento profissional e psicossocial dos jovens da referida localidade, sendo
eles um agente de transformação social. A troca de experiências oportunizada pelo projeto
traz benefícios tanto para os alunos do ensino médio e as escolas onde se desenvolvem as
atividades de capacitação, quanto para os estudantes de graduação da universidade que
participam do programa.
Objetivos
O objetivo do projeto mentor aprendiz é promover o desenvolvimento profissional de alunos
de escolas públicas situados na cidade de Camaragibe-PE, através das relações de mentoria
que devem ser estabelecidas entre alunos de graduação da Universidade, mediante a
orientação de um tutor, e alunos do ensino médio de algumas escolas públicas selecionadas
para participar do projeto. Durante a pesquisa, surgiram perguntas como: Até que ponto a
escola pública prepara o aluno para a universidade? Os alunos têm como objetivo entrar na
universidade? Como eles se preparam para alcançar este objetivo? Quais as dificuldades que
eles encontram para conseguir ingressar no ensino superior? Entende-se que um programa de
mentoria formal desenvolvido nas respectivas escolas públicas pode contribuir para alavancar
1332
a formação profissional desses jovens das últimas séries do ensino médio e ajuda-los a superar
estas barreiras existentes entre eles e o ensino superior.
Metodologia
Para o presente trabalho foram selecionadas quatro escolas públicas estaduais, localizadas na
área urbana da cidade de Camaragibe-PE conforme os seguintes critérios: ofertar o Ensino
Médio, ser de fácil acesso e obter uma boa avaliação no ENEM (Exame Nacional do Ensino
Médio). A primeira fase da pesquisa foi elaborar dois questionários semiestruturados. Foram
entrevistados os diretores das escolas, em seguida foi aplicado um questionário aos alunos,
para a coleta de dados sobre suas condições socioeconômicas e dificuldades para ingressar no
mercado de trabalho. Os questionários aplicados trouxeram elementos que contribuíram para
uma análise sobre o acesso de jovens de origem popular nas universidades públicas. Para
participar os alunos deveriam estar matriculados no segundo ou terceiro ano do ensino médio
e ter um bom rendimento escolar. Na fase seguinte foram realizadas oficinas de integração
entre (mentor e mentorado) e oferecidas algumas capacitações para esses jovens a partir da
identificação das suas principais dificuldades de inserção profissional no mercado de trabalho
local. Acredita-se neste estudo que o fornecimento de informações aos mentorados,
relacionadas a carreiras e temas afins faz com que eles tenham o interesse em abraçar as
oportunidades vigentes no mercado de trabalho e alcançar os seus objetivos profissionais.
Resultados e discussão
Desde a implantação do projeto Pet com esses jovens alunos do ensino médio, constatou-se
um maior interesse na busca de qualificação profissional. Além disso, foi identificado através
de conversas informais e levantamento de dados socioeconomicos, culturais e aspectos do
mercado no local que, a principal dificuldade desse público jovem ao terminar o ensino médio
é a falta de qualificação profissional. Diante disso, eles acabam entrando no mercado sem
nenhuma preparação,ocupando cargos com salários mais baixos o que não proporciona uma
boa qualidade de vida, ficam sem tempo para estudar e ter uma continuação no ensino
superior. Espera-se como resultado no final da pesquisa a inclusão destes jovens no mercado
de trabalho, assim como o desenvolvimento profissional deles através do ingresso nas
universidades públicas, nos cursos profissionalizantes, nos cursos técnicos, entre outros.
1333
Espera-se causar um impacto benéfico na vida destes adolescentes, fazendo com que eles
tenham um futuro melhor na sociedade, através da educação e do trabalho.
Conclusão
A enorme desigualdade de acesso ao ensino superior entre alunos de escolas públicas e alunos
de escolas privadas estimula a criação de estrategias para fazer com que ambos tenham a
mesma oportunidade no ingresso as universidade. Com isso pode-se constituir relações de
mentoria por um determinado tempo que podem influenciar sua vida inteira, inclusive na
parte acadêmica, esse estudo visa abrir portas para futuras investigações sobre as relações de
mentoria principalmente nas escolas públicas, podendo fornecer subsídios para novos
programas relacionados ao desenvolvimento de estudos e pesquisas que possam ajudar ainda
mais no desenvolvimento profissional do maior número de jovens.
Referências
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Boston, EUA: University Press of America, 1988.
OLIVEIRA, D. A. Educação e justiça Social: Enfrentando Desafios Para uma
Inclusão Democrática. Conferencia proferida na 65° Reunião anual da SBPC. Recife - PE, em
24 de Julho de 2013.
SHEA, Gordon F. Mentoring: Como desenvolver o comportamento bem sucedido do
mentor. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2001.
MARCONI, M.A, LAKATOS, E.M: Técnicas de pesquisas: Planejamento e execução de
pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisa, elaboração, análise e interpretação de dados.
São Paulo: Atlas, 2011.
1334
A LEITURA COMO ELEMENTO DE POLITIZAR, PENSAR E INTERVIR NA
BIBLIOTECONOMIA: uma experiência no PET Biblioteconomia
Maria Mary Ferreira¹ Sarah Caroline Ferreira Menezes², Lia Margarida Coelho Ferreira²,
Larissa Silva Cordeiro², Eliel Silva Cardozo², Thalyta de Carvalho Cordeiro², Natalia dos
Santos Barbosa², Paulo Roberto da Silva Nascimento², Alyne Nazareth Silva de Matos²,
Thiago França Batalha².
¹ Professora adjunta do Curso de Biblioteconomia da UFMA. Doutora em Sociologia
UNESP/FCLAr. Tutora do Programa de Educação Tutorial - PET Biblioteconomia/ UFMA.
² Graduandos do Curso de Biblioteconomia da UFMA, Bolsistas do PET/Biblioteconomia.
Introdução
A leitura abre caminhos para pensar, refletir, discutir, discordar, expor e escrever sobre temas,
problemas e preocupações que se descortinam nos cotidianos das cidades, das pessoas. Por ser
considerado um processo que não se estabelece de forma passiva, mas sim como um canal de
interação entre texto e leitor, a leitura pode ser compreendida como elemento civilizatório na
medida em que aproxima as pessoas, conclamando-as para o diálogo, através da oferta de
“provisões, palavras e mais palavras, instigações, sentidos novos e cambiantes promovendo
interação” (MARIA, 2009, p.65).
Ao proporcionar o acesso ao conhecimento e à cultura, o livro e a leitura oportunizam a
formação de cidadãos na medida em que a informação e o conhecimento passam a iluminar as
mentes e, consequentemente, as decisões. Além disso, a leitura proporciona à sociedade
prazeres, saberes, reflexões e ações. É importante ressaltar que a leitura deve ser estimulada
desde os primeiros anos na escola para que os alunos possam chegar à fase adulta dominando
os signos linguísticos e compreendendo seu sentido. Quando os alunos são incentivados a ler,
seu senso crítico é desenvolvido e sua comunicação melhora. Embora isso seja fato, a maioria
dos alunos adentra nas universidades sem o hábito saudável da leitura, fato observado no
Curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) a exemplo de
outros cursos dessa Universidade.
Essa realidade levou o Programa de Educação Tutorial (PET) do curso de Biblioteconomia a
pensar um programa de leitura que pudesse elevar o nível de conhecimentos dos alunos,
visando a formação do pensamento crítico e buscando politizar a prática pedagógica dos
alunos no Curso. Por compreender que o incentivo à leitura deve ser permanente, uma vez que
contribui para que o aluno se transforme e nesse processo transforma a realidade, o programa
de leitura foi planejado visando formação reflexiva, dos alunos buscando transformá-los em
sujeitos.
1335
Assim, a proposta desta comunicação é relatar o programa de leitura desenvolvido pelo grupo
PET/Biblioteconomia da UFMA e apresentar alguns resultados apontados pelos petianos e expetianos sobre como esse programa de leitura contribuiu para sua formação política e
pedagógica.
Objetivos
A leitura se constitui em uma das ferramentas mais importantes na formação de um indivíduo.
Essa prática deveria iniciar-se nos primeiros anos de vida; porém, como mencionado, os
jovens chegam à universidade sem o domínio da leitura e com claras dificuldades de
interpretação. Por esta razão, o PET/ Biblioteconomia tem priorizado em seus planejamentos
um programa de leitura objetivando possibilitar o aprofundamento de conhecimentos sobre
autores no campo da biblioteconomia e ciência da Informação bem como de autores clássicos
da literatura brasileira e estrangeira.
Metodologia
Na metodologia são descritos os passos da atividade de ensino e/ou pesquisa, explica como
será desenvolvida a atividade, descreve qual o ponto de partida: o que pretende demonstrar,
afirmar, a partir de que visões, análises e interpretações. (FERREIRA, 2012). Ela nos permite
estudar os métodos e apontar os procedimentos que devemos seguir na construção de
conhecimentos científicos.
Ao construir um programa de leitura para o grupo PET/Biblioteconomia, como canal para
estimular o senso crítico, politizar as ações do grupo e estimular o debate e intervenção de
temas diversos e de interesse para o curso, buscamos contemplar através de leituras
acadêmicas e literárias formas de atingir os objetivos propostos. Desse modo, foram
selecionados um conjunto de livros e autores nacionais e estrangeiros no campo da Ciência da
Informação, Biblioteconomia e Literatura, assim como filmes com conteúdos relacionados a
informação e/ou áreas afins como estratégias para suscitar o debate entre os campos.
Após escolherem os textos e livros que desejam ler e trabalhar no decorrer do ano, os alunos
são orientados a elaborar fichamentos dos mesmos, orientados a partir de um seminário
pedagógico apresentado pela tutora sobre técnicas de leitura e escrita. Os alunos são
estimulados a ler resenhas dos livros e filmes para se inteirarem dos conteúdos e, a partir dos
comentários, terem maior clareza dos temas abordados. Após essa etapa, apresentam seus
textos e livros ao grupo que comenta, discute, critica e reflete sobre o que ouviu. A tutora
1336
destaca pontos relevantes, orienta o que deve ser mais evidenciado nas apresentações e sugere
pontos para melhorar.
Os textos e livros são apresentados posteriormente em sala de aula como atividade do PET em
atividades das disciplinas curriculares. Nesta etapa, os professores são contatados para saber o
interesse em receber a apresentação em forma de seminário. Tanto os textos teóricos quanto
os textos em língua estrangeira são definidas de acordo com as pesquisa do grupo como forma
de aprofundar o tema no campo em que cada petiano está integrado.
Resultados e discussão
No processo de leitura, segundo Jouvre (2002, p.63), “o leitor é levado a completar o texto em
quatro esferas essenciais: a verossimilhança, a sequência das ações, a lógica simbólica e o
significado geral da obra”. A partir desse processo, o leitor irá, de forma gradativa, construir
uma visão crítica de mundo e, assim, será capaz de intervir de forma mais positiva na
realidade em que vive.
É certo que através da leitura o homem interage com o meio, troca experiências, e torna-se
conhecedor do que se passa ao seu redor, para, dessa forma, promover as transformações que
sua consciência crítica irá determinar a partir de então. Para Medeiros (2007, p.88) "os
objetivos básicos da leitura são a assimilação, a busca do conhecimento e a preparação
intelectual para posicionamentos críticos diante da realidade circundante". Por esta razão,
formar leitores é imprescindível para vida em sociedade, pois o ser individual será o
responsável pela socialização do conhecimento e dos resultados atribuídos por este através da
conversação com o autor e paralelamente consigo mesmo.
Cada tipo de leitura tem sua função que reflete no desenvolvimento do leitor. Assim, a
frequência ou o hábito de ler proporciona benefícios extraordinários. Estudos implicam que,
por exemplo, a leitura informacional é tida como uma das mais utilizadas. A importância da
leitura também reflete no mundo acadêmico, pois a mesma contribui de forma significativa no
desenvolvimento científico.
A biblioteca, bem como o fazer dos bibliotecários, está diretamente relacionado com a
atividade de ler, pois através da atividade permanente de leitura este profissional se aproxima
do seu público, interagindo, indicando leituras e sugerindo textos que pode facilitar a vida dos
usuários. A leitura permite o acompanhamento sobre os livros editados, recém-lançados,
clássicos entre outros. Possibilita a interpretação de textos, livros, ampliando o nível de
compreensão e extensão dos conteúdos facilitando a integração do leitor com o autor e com o
texto. Desse modo, construir e formar leitores deve ser parte de qualquer projeto de educação
tutorial considerando que:
1337
A construção do hábito de leitura no estudante inicia-se pelo uso do livro para o
atendimento de interesses internos, pessoais, segue-se pela conscientização de sua
importância no desenvolvimento do papel profissional e social dos sujeitos atingindo
então, uma posição sólida entre as hierarquias de hábitos. (OLIVEIRA, 2010, p. 10)
Portanto, a leitura estimula o desenvolvimento pela qual organiza o raciocínio para o
entendimento dos textos bem como, a partir dessas leituras, novas perspectivas poderão
contribuir para o desenvolvimento político, educacional, cientifico e econômico da sociedade.
A partir deste contexto, o PET Biblioteconomia vem desenvolvendo desde 2011 um amplo
programa de leitura com o objetivo de qualificar a ação dos petianos e desenvolver o senso
crítico e gosto estético do grupo. No quadro abaixo uma pequena amostra das leituras
discutidos pelo grupo no ano de 2013 e 2014.
LEITURAS CURRICULARES E LITERÁRIAS
Leituras trabalhadas em 2012
Leituras trabalhadas em 2013
BROOKS, Geraldine. As memórias do livro: romance
sobre o manuscrito de Sarajevo. São Paulo: Ediouro, 2008.
CARROLL, Lewis. As aventuras de Alice no país das
maravilhas: através do espelho e o que Alice encontrou por
lá. Tradução Maria Luiza. De A. Borges. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar, 2009.
GILBERT, Elizabeth. Comer, rezar e amar. Tradução
Fernanda Abreu. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009. 474 p.
MAQUIÁVEL, Nicolau. O príncipe. São Paulo:
Martin.Claret- Bb, 1998. 144 p.
ECO, Umberto. O nome da rosa. Rio de Janeiro: Record,
2009. 574 p.
DORIA, Palmério. Honoráveis bandidos: um retrato do
Brasil na era Sarney. São Paulo: Geração Editora, 2009.
207 p.
NORTON, Cristina. O Guardião de livros. São Paulo: Leya,
2010. 317p.
AUSTEN, Jane. Razão e sensibilidade. ed.2. São Paulo:
Companhia das Letras, 2012. 304p.
ASSIS, Machado. Dom Casmurro. São Paulo: Nobel,
2009. 436 p.
GOMES, Laurentino. 1808: como uma rainha louca, um
príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram
Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil.
2.ed. São Paulo: Planeta do Brasil, 2007. 367 p.
MOREIRA, Neiva. O pilão da madrugada: um
depoimento a José Louzeiro. 2.ed. São Paulo: SECMA,
2007. 436 p.
WILDE, Oscar. O retrato de Dorian Gray. Tradução e
Adaptação Clarice Lispector. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006.
MOTELLO, Josué. Os Tambores de São Luís: romance. 5.
ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1917. 487p.
SANTOS, Boaventura de Sousa. A universidade do Século
XXI. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2012.
GREGO, John. Introdução: o que é epistemologia. In:
GREGO, John; SOSA, Ernest. (Org.).Compendio de
Epistemologia. Tradução de Alessandra Fernandes e Rogério
Bettoni. São Paulo: Loyola, 2008. p.13-61.
SILVA, Alda Lima da. A auto imagem do profissional
bibliotecário na sociedade contemporânea. v.1. Bahia:
UFBA, 2009. 114 p.
SILVA, Diana Rocha da; CASTRO, César Augusto.
Recomeço de uma história: percurso histórico e a recriação
da Biblioteca Pública do Maranhão na Primeira República.
São Luís: Ed UEMA, 2012.127p.
LÒPEZ, Valentino Morales. Metodología em la
Bibliotecología. Buenos Aires. Alfagrama, 2005.123p.
Fontes: Planejamento Pet/Biblioteconomia UFMA, 2012/2013
Conclusão
A leitura é fator essencial para a formação de cidadãos conhecedores e aptos a escolhas
necessárias na sociedade. Sendo assim, o PET/Biblioteconomia fundamento no princípio que
rege os grupos PET conforme determinação do Ministério de Educação de “contribuir para a
elevação da qualidade da formação acadêmica dos alunos de graduação; estimular o espírito
crítico, bem como a atuação profissional pautada pela cidadania e pela função social da
educação” construiu um programa de leitura como parte do planejamento desenvolvido pelo
1338
grupo por considerar que a leitura é imprescindível na formação cidadã. Ao questionar sobre
como a leitura vem contribuindo com o processo de formação enquanto petianos e enquanto
cidadãos os petianos enfatizaram que a leitura permite a apropriação do leitor com o texto e
lhes possibilitaram construir novos sentidos sobre a realidade ao tempo em que lhes permitiu
influenciar e intervir de forma mais qualificada nos espaço de sala de aula. Para o petiano
Janailton Lopes “as leituras acadêmicas tem contribuído para compreender determinadas
temas técnicos da área, ajudou a melhorar o meu vocabulário e me permitiu ampliar meus
conhecimentos acerca do sentido de universidade” (LOPES, 2014); As leituras literárias me
ajudaram a externar uma compreensão política da realidade e ter mais discernimento sobre
temas presentes no contexto da sociedade (CARDOZO, 2014). “As leituras realizadas me
permitiu compreender a dimensão e contexto de cada obra refletindo sobre realidades que até
então desconhecia. Um exemplo foi a leitura de Dom Casmurro que me permitiu analisar o
conservadorismo e tradicionalista da sociedade brasileira da época que de certa forma
permanece nos dias atuais” (VIANA, 2014)
Pelos depoimentos colhidos observa-se que o trabalho desenvolvido tem apresentado
resultados positivos na medida em que o grupo ter interferido mais frequentemente nas salas
de aulas, tem melhorado a produção de textos; e as apresentações dos seminários tem sido
mais reflexivas, favorecendo grandes debates entre o grupo.
Referências
BRASIL. Ministério da Educação. PORTARIA Nº 976, DE 27 DE JULHO DE 2010. Diário
Oficial da União. n. 12, Seção 1, 31 out. 2010.
CARDOZO, Eliel. Entrevista sobre a importância da leitura na vida dos petianos. Entrevista
realizada por Mary Ferreira. São Luís, 2014.
FERREIRA, Mary. Horizontes para pensar um problema de pesquisa. São Luís:
Departamento de Biblioteconomia, 2012. 15p.
JOUVE, Vicent. A Leitura. Tradução de Brigitte Hervot. São Paulo: UNESP, 2002.161p.
LOPES, Janailton. Entrevista sobre a importância da leitura na vida dos petianos. Entrevista
realizada por Mary Ferreira. São Luís, 2014.
MARIA, Luiza de. O clube do livro: ser leitor – que diferença faz?. São Paulo: Globo, 2009.
331p.
OLIVEIRA, Maria Helena Mourão Alves de. Funções da leitura para estudantes de graduação.
Campinas, [2010?]. Pontifícia Universidade Católica de Campinas, 11p. Disponível em:<
www.scielo.br/pdf/pic/v1n1/v1n1a09.pdf>. Acesso em: 17 maio. 2014.
VIANA, Joyce. Entrevista sobre a importância da leitura na vida dos petianos. Entrevista
realizada por Mary Ferreira. São Luís, 2014.
1339
Importância do aprofundamento teórico dentro do Programa de Educação
Tutorial-PET: Relatos sobre o grupo de estudos Ética e Direitos Humanos do PET de
Serviço Social (PETSS) da Universidade Estadual do Ceará (UECE)
¹AMARAL, Priscila Greyce do, ¹ELOY, Halana Rodrigues Freire, ¹MIRANDA, Juliana
Isaias, ¹NASCIMENTO, Edvânia Custódio do, ¹PATRICIO, Carlos Marcelo Silva, ¹SILVA,
Antonio Israel Carlos, ¹SILVA, Flávia Gonçalves da, ²FROTA, Maria Helena de Paula.
¹ Bolsista do PET de Serviço Social da Universidade Estadual do Ceará – email: [email protected]
²Tutora do PET- Serviço Social da Universidade Estadual do Ceará- email: [email protected]
Introdução
No contexto das adversidades políticas, econômicas e sociais da contemporaneidade, a ética
retoma o espaço de discussão, porém cercada por diversos valores embutidos no horizonte
neoliberal, que proclama a defesa incessante do individualismo, do egoísmo e a quebra dos
espaços e das decisões coletivas. Abordar o lugar da ética como espaço das decisões coletivas
é o percurso que o grupo de estudos realizado pelo PETSS da UECE pretendeu traçar, pois se
compreende que somente sob a defesa incessante de valores como autonomia, liberdade,
justiça social, democracia e cidadania se pode garantir um outro projeto societário, que
garanta que os direitos humanos sejam respeitados e defendidos.
Objetivos
Pretendeu-se, através de uma abordagem teórico-metodológica, situar o debate sobre os
elementos que constituem a ética, visando um aprofundamento teórico acerca da temática, a
fim de o utilizarmos na realização de um minicurso, na XVIII semana universitária da UECE
do ano de 2013, e como um dos subsídios teóricos para a realização das oficinas do projeto de
extensão que no presente ano estava em curso, projeto esse intitulado “Entre Juventudes:
Olhares de Cidadania e Participação na Comunidade do Lagamar”.
Metodologia
O grupo de estudos teve como aporte teórico o Código de Ética do Serviço Social. O referido
grupo ocorria semanalmente, às sextas-feiras, no horário de 14:30h às 16:30h. Em cada
semana dois bolsistas eram selecionados para socializar um determinado capítulo e debater
em conjunto com o grupo.
1340
Resultados e discussão
O grupo de estudos se mostrou bastante importante, pois, por meio dele, o grupo do PETSS
pode aprofundar a discussão acerca da temática ética e de todas as outras decorrentes da
mesma, como os direitos humanos, o racismo, a política, dentre outros. O grupo de estudos
também se mostrou fundamental para o desenvolvimento das oficinas no projeto de extensão,
assim como para a metodologia e suporte teórico das mesmas. É importante ressaltarmos que,
dentro de um programa que visa a indissociabilidade do tripé universitário- ensino, pesquisa e
extensão-, a realização de atividades que auxiliem na interlocução entre os eixos é
fundamental para que o Programa de Educação Tutorial alcance o seu objetivo. Assim, após a
realização de vários grupos de estudos no decorrer da existência do PET Serviço Social da
UECE, chegamos ao resultado de que a realização do mesmo é de suma relevância para o
Programa.
Conclusão
O PETSS considera o grupo de estudos uma atividade fundamental para o Programa de
Educação Tutorial, o incluindo todos os anos no planejamento, no eixo ensino. A referida
atividade, a qual tem sua temática escolhida coletivamente de acordo com o que o grupo julga
ser necessário ser aprofundado teoricamente naquele ano, tem geralmente sua temática
atrelada à temática a ser trabalhada na extensão. Assim, o grupo de estudos se configura para
o PETSS como uma atividade essencial para o Programa lograr êxitos em seus objetivos e
para o aumento do suporte teórico do grupo, assim como, para o amadurecimento de seus
participantes.
Referências
BARROCO, Maria Lúcia Silva; TERRA, Sylvia Helena e Conselho Federal de Serviço Social
(Organizador). Código de Ética do/a Assistente Social comentado. São Paulo: Cortez, 2012.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.
GROPPO. Luis Antonio. Juventude: ensaios sobre sociologia e história das juventudes
modernas. Rio de Janeiro: DIFEL, 2000.
1341
Brasil, Política e Cidadania
Autor(es)¹: César Augusto Cardilho, Danielle C. Stern, Emmanuel Pinto Monteiro, Enzo Hion
Ieda, Guilherme José Rodrigues Rezende, José Patrício Morais de Almeida, Juliane de Aguiar
Silva, Laís Novais Farias e Tatiane Akemi de Farias
Tutor²: Ana Claudia N. Capella
¹ ²Afiliações
Introdução
A tese de Montesquieu (1979) sobre a tripartição de poder é justificada pela tentativa de se
evitar a superioridade absoluta, a supremacia do detentor do poder, o que possibilitaria abusos
e extravagâncias ilimitadas. Assim, a teoria dos "freios e contrapesos" estabelece o equilíbrio
entre os poderes independentes e harmônicos entre si.
O Brasil apresenta uma organização política baseada nos Poderes Legislativo, Executivo e
Judiciário, cada qual com uma estrutura complexa e independente e com próprias atribuições,
sendo que cada um limita e controla a ação dos demais. Entretanto, sempre existiu um quarto
agente político neste arcabouço, dificilmente notado ao longo da história, a partir do qual se
sustenta e legitima o tripé descrito acima., É, no entanto, reconhecido mais como uma figura
passiva devido a sua pouca participação e intromissão no sistema, que é a Sociedade.
O que transforma esta figura de sociedade passiva em ativa é a participação e
acompanhamento dos cidadãos nas atividades do Estado: seja pela busca de informações
referentes à maneira como o dinheiro público é gasto, seja acompanhando a prestação de
contas das despesas públicas e denunciando aos órgãos competentes as suspeitas de
irregularidades. Esses são exemplos de participação dentro de um regime democrático. Desde
a consolidação da democracia no Brasil, especialmente após a constituição de 1988,
aumentou-se o exercício da cidadania com a ampliação dos mecanismos de controle e
transparência dos três Poderes. Este processo se dá com a criação de mecanismos de
participação da população em ouvidorias, conselhos e no orçamento participativo.
Nesse sentido o Projeto Brasil, Política e Cidadania busca construir um espaço de interação,
entre jovens do Ensino Médio e os alunos do Pet Administração Pública, que incentiva
discussão sobre a estrutura política do país, a importancia do voto em uma democracia e o
poder da cidadania aproximando a comunidade jovem da universidade.
Objetivos
Este projeto tem como objetivo levar a discussão sobre a organização política do Brasil para
alunos do ensino médio da rede pública de ensino, de forma a estimular o interesse
1342
e a participação desses alunos nos assuntos referentes ao Estado e ao governo. Também tem
como objetivo apresentar a organização política do Brasil através do debate sobre o papel e as
atribuições dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
O público-alvo do projeto são os alunos do 3º ano do ensino médio da Escola Estadual ‘Victor
Lacorte’, em Araraquara, esses estudantes estão próximos de ingressar no ensino superior e,
dessa forma, o projeto englobou outros dois temas : o acesso ao ensino superior e questões
relacionadas à escolha profissional. Essa inserção se pautou na observação, que durante as
discussões realizadas muitos estudantes não tinham perspectivas de ingressar no ensino
superior e estavam sem informações suficientes quanto às oportunidades existentes. Tal ação
visa estimular o ingresso desses estudantes no ensino superior e apresentar a possibilidade de
cursarem uma universidade pública, gratuita e de qualidade.
O projeto buscou, portanto, apresentar aos estudantes noções básicas sobre política e meios de
participação, para despertar o interesse por aspectos políticos e de exercício da cidadania.
Paralelamente, o projeto buscou motivar os estudantes a ingressar num curso superior,
sabendo do grande abismo ainda existente entre as escolas públicas e o ensino superior no
contexto brasileiro atual.
Metodologia
Para realização deste projeto de extensão foi adotada a seguinte metodologia: pesquisa
bibliográfica, organização e sistematização do material e apresentação , na Escola Victor
Lacorte, da rede de Ensino Estadual Público da cidade de Araraquara, para os alunos do 3°ano
do Ensino Médio. O material produzido foi publicado sob a forma de uma Cartilha, que
abordou os seguintes temas: Vestibular, Teste vocacional, Sistema Político Brasileiro,
Participação e Transparência. Para cada tema foram realizadas duas aulas expositivas, na qual
cada uma tinha cerca de 40 a 50 minutos.
Resultados e discussão
Os resultados alcançados foram satisfatórios. Os estudantes participaram ativamente da
atividade, levantando questões e debatendo sobre os temas propostos pelo grupo. Com o
decorrer das atividades, pudemos constatar que nos momentos em que tratamos
especificamente sobre as questões referentes ao vestibular, ocorreu uma maior adesão,
interesse e motivação devido ao interesse da grande maioria dos estudantes em ingressar num
curso superior, como objetivo posterior ao termino do ensino médio. Além disso, constatou-se
a ausência de noções elementares sobre os temas da política brasileira, especificamente sobre
a organização do estado, sobretudo no na esfera municipal e os mecanismos de participação
social.
1343
Conclusão
Este projeto tem sido muito bem avaliado pela direção do Colégio Victor Lacorte, nos últimos
dois anos em que este foi aplicado. O tema “vestibular” foi uma demanda da escola e contou
com boa avaliação dos alunos, que passaram a considerar a continuidade de seus estudos após
a conclusão do ensino médio. A partir da experiência acumulada com a aplicação contínua do
Projeto Brasil , verifica-se a deficiência na formação dos egressos do ensino médio nos
assuntos referentes à organização política brasileira, principalmente no que tange a
organização da administração pública municipal e os mecanismos de participação e controle
social. E considerando o supracitado, atesta-se a relevância e importância na formação cidadã
dos alunos que participam do projeto.
Referências
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF:
Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. 292 p.
MONTESQUIEU, Charles-louis de Secondat. O Espírito das Leis. 4. ed. São Paulo: Martins
Fontes, 2005. 851 p. Apresentação: Renato Janine Ribeiro. Tradução: Cristina Murachco.
WEFFORT, Francisco C. (Org.). Os Clássicos da Política. 13. ed. São Paulo: Editora Ática,
2000. 287 p. (Fundamentos).
GARCIA, Helio Carlos; GARAVELLO, Tito Marcio. Geografia geral : ensino médio. 1.ed.
São Paulo: Scipione, 2000. 422 p. Guia do Estudante, Guia de Profissões. Disponível em:
<http://guiadoestudante.abril.com.br/profissoes/ > Acesso em 3 de junho de 2104. Unesp,
Curso
Unificado
do
Campus
de
Araraquara.
Disponível
em:
<http://www.fclar.unesp.br/#!/departamentos/ciencias-da-educacao/projetos-deextensao/projeto-cuca---curso-unificado-do-campus-de-araraquara/ > Acesso em 3 de junho
de 2104.
1344
O TRIPÉ ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO: UMA EXPERIÊNCIA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL EM
SERVIÇO SOCIAL
Autores¹: Bruna Alves Gazeta¹; Angélica Borges de Sousa Pessoni Capel¹; CarolinaNishimura
Bueno Castelo Branco¹; Caroline Lopes Boareto¹; Chu Hsien Jung¹; Érica Takei Hasimoto¹;
Gabrielle Stéphany Nascimento Sgarbi¹; Katrine Pacheco¹; Letícia Barbosa Steingreber¹;
Luciana Pires Sales Anastácio¹; Marlu Barcaroli¹; Milane Aparecida Machado¹; Milena Santos
Cunha¹; Monique Nogueira Silva¹; Natália Ribeiro Demartini¹; Rafaella Rodrigues Venâncio¹;
Tatiane Oliveira Cardoso¹;Suzana Batista de Andrade¹; Tutor²: Prof.ª Dr.ª Cirlene Aparecida
Hilário da Silva Oliveira².
Introdução.
O grupo PETSS – Programa de Educação Tutorial em Serviço Social da UNESP –
Universidade Estadual Paulista – Campus de Franca possui como enceto ampla formação
acadêmico-profissional, proporcionando aos seus integrantes uma capacitação mais
aprofundada em sua área de atuação, refletindo consequentemente num trabalho de qualidade e
de compromisso junto à comunidade, beneficiada através das diferentes ações desenvolvidas.
O grupo PETSS, orientado pelo princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e
extensão, tem dois objetivos centrais: (1) buscar a qualificação profissional dos discentes do
curso de graduação em Serviço Social, sobretudo dos integrantes do grupo, baseada nos
princípios ético-políticos e nos fundamentos-teóricos da profissão; (2) desenvolver um conjunto
de atividades direcionadas tanto para a comunidade acadêmica, bem como para a comunidade
civil, atentando para a realidade social que a circunda e suas necessidades. A partir de tais
objetivos e baseado numa metodologia de trabalho participativa, o Grupo PET Serviço Social
organizou sua atividade de extensão em três projetos com atuações em segmentos diferentes,
pautada numa abordagem interdisciplinar. Com o intuito de fortalecimento da proposta de
extensão e num esforço de maior articulação do tripé, o grupo também possui em cada extensão
um projeto de pesquisa, cujo um dos objetivos é justamente subsidiar as diferentes ações de
cada extensão, mediante maior conhecimento da realidade pesquisada.
Os projetos de extensões desenvolvidos pelo grupo possuem como foco a reflexão,
discussão e propostas voltadas para as necessidades das comunidades que são beneficiadas com
os trabalhos realizados. O GROTE - Grupo de Oficinas Temáticas é uma extensão que discute
1345
temas comuns à realidade concreta com crianças de uma escola pública estadual do município
de Franca, cujo trabalho é embasado na arte como instrumental para a educação e reflexão da
realidade. O Projeto de Análise Socioeconômica é outra extensão que tem parceria há 15 anos
com o Cursinho Popular da Unesp-Franca, cuja proposta é viabilizar a inserção de estudantes
com um perfil de cursinho popular a participar deste. O Projeto (Re)inventando a velhice é a
terceira extensão do grupo, sendo realizada juntamente com usuários idosos institucionalizados
no município de Franca-SP, contando exclusivamente com uma parceria institucional – Lar São
Vicente de Paulo-Franca/SP; o trabalho se dá com reuniões socioeducativas com o intuito de
valorizar os idosos institucionalizados e resgatar a individualidade de cada um.
A pesquisa realizada pelo grupo PETSS é norteada por cada extensão, ou seja, cada
extensão realiza uma pesquisa e tem uma área de atuação específica. O GROTE tem a arte como
instrumental e a sua extensão através de suas oficinas, tendo no método Paulo Freire uma de
suas referências, uma vez que o referido projeto tem como objetivo estudar as diversas formas
de utilização da arte no Serviço Social, contribuindo para uma educação emancipatória. Para a
análise socioeconômica a pesquisa tem como foco estabelecer o perfil do candidato que procura
o cursinho popular da Unesp-Franca e assim subsidiar a direção do cursinho para atender cada
vez mais essa referida população. E a pesquisa com o trabalho com os idosos institucionalizados
está voltada para investigar a demanda reprimida de idosos do Lar São Vicente de Paulo de
Franca/SP no ano de 2014, com intuito de fornecer elementos que auxiliem na efetivação de
políticas públicas para idosos.
O conjunto de atividades desenvolvidas e que contempla o ensino, a pesquisa e a
extensão, se desdobra em diferentes ações, tais como eventos, estudos, fóruns de
discussão, encontros, ciclos de palestra, mostra de pesquisa, a fim de proporcionar uma
complementação à formação acadêmica e também uma reflexão alicerçada no pensamento
crítico, não somente do grupo, mas também de toda comunidade, seja ela acadêmica ou civil, a
fim de proporcionar espaços para expor opiniões, sentimentos, conhecimentos, experiências e
propor debates.
Objetivos.
O grupo PETSS tem por objetivo viabilizar e proporcionar através de suas diferentes
atividades propostas de melhoria da realidade social junto às pessoas com as quais desenvolve
seu conjunto de ações profissionais, respeitando a ética e alicerçado nos fundamentos teóricometodológicos do Serviço Social.
1346
O objetivo da extensão do GROTE é viabilizar discussões a respeito de assuntos de
interesse dos estudantes, levantados no decorrer das oficinas e pertinentes à sua realidade social.
Propiciar espaços mais amplos de discussão que ultrapassem o ambiente escolar, com atividades
que busquem a integração e participação dos estudantes, levando-os a reflexões que comumente
não são feitas com essas crianças. Utilizando a arte, a imaginação e criatividade dos estudantes
serão trabalhadas, no sentido de fazê-los expressar de diversas maneiras suas opiniões,
sentimentos e escolhas.
O objetivo da pesquisa no Serviço Social do GROTE é estudar, investigar o ambiente
escolar e suas demandas, visto que esse é um campo de trabalho ainda pouco ocupado por
assistentes sociais.
A análise socioeconômica tem como objetivo realizar uma análise socioeconômica de
qualidade para que dessa forma atenda verdadeiramente o intuito de um cursinho popular,
utilizamos o referencial teórico marxista que orienta o Serviço Social, para intervir na realidade
e conhece-la. A fim de propiciar ao um candidato com um perfil de cursinho popular, que o
mesmo consiga ser inserido em um cursinho popular. Assim na atual conjuntura, onde o número
de candidatos que buscam o cursinho popular da UNESP é relativamente maior que as vagas
oferecidas, explicitando claramente a precarização da educação no Brasil, é que se torna
fundamental possibilitar o acesso de estudantes em consonância com o perfil de um cursinho
popular.
O objetivo da pesquisa é analisar e estudar o perfil dos estudantes ingressantes no
cursinho, com intuito de compreender suas configurações no período de 2010 e 2014.
Aproximar da realidade dos estudantes para assim atender suas demandas e necessidades.
Oportunizar melhorias na formação profissional dos estudantes de Serviço Social através dos
estudos, debates e utilização de instrumental inerente ao exercício da profissão. A pesquisa,
busca a compreensão dessa realidade a partir dos estudantes ingressantes do cursinho da
UNESP – Franca.
O Projeto de Extensão desenvolvido no Lar São Vicente de Paulo tem por objetivo
compreender os aspectos relevantes da institucionalização dos idosos analisando processo de
envelhecimento, o desenvolvimento e as debilidades de cada idoso. E por fim, analisar o
significado do trabalho profissional do Assistente Social no âmbito institucional, focando
especificamente o processo de envelhecimento. Neste enfoque, a pesquisa realizada neste
projeto tem como objetivos específicos (1) conhecer os motivos que levam a solicitação de
vagas em instituição de longa permanência e (2) evidenciar a necessidade de serviços/espaços
de atendimento especializado para a população idosa e suas respectivas famílias.
1347
Metodologia
Todas as extensões e pesquisam tem sua própria metodologia, baseada na pesquisa
qualitativa. O foco principal é a extensão como base para a pesquisa, ou seja, a realidade social
que fornece elementos para a a investigação social, para a realização da pesquisa. A arte; a
análise socioeconômica, compreendida como um instrumental do Serviço Social; e a dimensão
socioeducativa, um dos métodos utilizados na intervenção profissional do assistente social,
compõem o eixo temático, em que estão nucleadas as diferentes atividades do grupo PET
Serviço Social, compreendendo-se a especificidade de cada projeto de extensão e pesquisa.
Resultados.
Com as atividades elaboradas, estima-se que a contribuição na formação dos petianos
seja satisfatória no sentido de desenvolver suas habilidades comunicativas e criativas as quais
corroboram para uma atuação profissional de qualidade sempre interligando a teoria à prática
(práxis). Bem como o convívio com o trabalho interdisciplinar o qual enriquece a formação e a
visão da realidade ontológica do ser em sua complexidade, proporcionando momentos amplos
de aprendizado. Contribuição para formação profissional interligando teoria e pesquisa
cientifica da realidade encontrada, visando a compreensão da conjuntura da realidade social,
cultural e econômico constatando as desigualdades sociais. Aprimorar as habilidades de
pesquisa cientifica, instrumental de atuação profissional, trabalho interdisciplinar a fim de ter
resultados propositivos aos desdobramentos encontrados na pesquisa.
Conclusão.
O grupo PETSSS se compromete com o conjunto de suas atividades, sejam elas na
extensão, em ciclo de palestras, oficinas, cinesPET, encontros, fóruns de discussão, saraus,
estudos ampliados, rodas de conversas e entre outros, que proporcionam ao grupo, graduandos,
professores, profissionais e comunidade civil um espaço que contribui para a elevação da
qualidade da formação acadêmica, desenvolvimento e um olhar para além do acadêmico,
buscando analisar a complexidade da sociedade em que estamos inseridos de modo que
possamos contribuir para a busca de uma sociedade mais igualitária em defesa da equidade
socioeconômica, étnico-racial e de gênero. Um compromisso ético-politico e voltada para o
atendimento das necessidades da comunidade define a atuação do grupo PETSS da UNESP,
Campus de Franca, numa abordagem crítica, com metodologia participativa, fundamentada no
1348
diálogo, respeito e construção coletiva, num trabalho de apoio, acompanhamento e avaliação
de acordo com a educação tutorial.
Referências.
BRANDÃO, Rita de Cássia Camargo. O Serviço
reinstrumentalização necessária. UNESP: Franca, 2006. Tese.
Social
no
Brasil:
a
CONCEIÇÃO, D. G. O Serviço Social e prática pedagógica: a arte como instrumento
de intervenção social. Serviço Social em Revista, LONDRINA, v. 12, n. 2, p. 51-67, JAN/JUN
2010.
ESTATUTO DO IDOSO: Lei Nº 10.741, de 1 de outubro de 2003 – Universidade
Estadual Paulista – Unesp – Unati/Franca.
FÁVERO, Eunice Teresinha. O estudo social: fundamentos e particularidades de sua
construção na área judiciária. In: CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL. O estudo
social em perícias, laudos e pareceres técnicos: contribuição ao debate no Judiciário,
Penitenciário e na Previdência Social. São Paulo: Cortez, 2003.
FISCHER, E. A necessidade da arte. 9. ed. São Paulo: Ltc, 1987.
FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.
OLIVEIRA, Cirlene Aparecida Hilário da Silva; ELIAS, Wiataiana de Freitas. A
dimensão sócio-educativa do Serviço Social: elementos para análise. Serviço Social &
Realidade, Franca, 14(1): 41-62, 2005.
NARCIZO, E. Manifestações artístico-culturais e Serviço Social: “como a sensação do
brilho de repente a gente brilhará”. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel em Serviço
Social) – Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, UNESP: Franca, 2006.
SARMENTO, Helder B.M. Instrumentos e técnicas em Serviço Social: elementos para
uma rediscussão. PUC: São Paulo, 1994. Dissertação.
TIPIFICAÇÃO NACIONAL DE SERVIÇOS SOCIOASSISTENCIAIS: Texto de
Resolução nº 109, de 11 de novembro de 2009. Publicada no Diário Oficial da União em 25 de
novembro de 2009.
1349
Cultivando Alegrias
Autor(es)¹; Jackeline Dall Agnol, Andréia Balotin Fioreli, Andressa Radtke Baungratz,
Dickson Nazário, Rafael Biancalana, Renata Negri, Suelen Maria Einsfeld. Tutor². Douglas
Sampaio Henrique. ¹ ²Afiliações. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Dois
Vizinhos – PR. Programa de Educação Tutorial. (PET – Zootecnia).
Introdução
“O direito da criança e do adolescente à convivência familiar e comunitária foi incluído na
Constituição Federal como dever da família, da sociedade e do Estado. Essa estatura
constitucional ensejou a edição e a ampla reformulação das politicas de atendimento de
assistência à criança e ao adolescente. A família é referência de afeto, proteção e cuidado,
onde as crianças constroem seus primeiros vínculos afetivos, experimentam emoções,
desenvolvem a autonomia. Para Winnicott, psicanalista infantil, citado no Plano Nacional de
Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e
Comunitária – PNCFC, destacava que um ambiente familiar afetivo e continente as
necessidades da criança e, mais tarde do adolescente, constitui a base para o desenvolvimento
saudável ao longo de todo o ciclo vital. Tanto a imposição do limite, da autoridade e da
realidade, quanto o cuidado e afetividade são fundamentais para a constituição da
subjetividade e do desenvolvimento das habilidades necessárias à vida em comunidade.”
“Nesse contexto impôs reformulação e reordenação dos serviços de acolhimento, na forma
como eram e ainda são executados no país, para ajustá-los à necessidade de garantir o direito
á convivência familiar e comunitária.” (Plano Nacional de Promoção e Defesa do Direito de
Crianças e Adolescentes á Convivência Familiar. p. 30.)
Dentre as modalidades dos abrigos disponíveis no Brasil, destaca-se a Casa – Lar
(Orientações
Técnicas:
Serviços
de
Acolhimento
para
Crianças
e
Adolescentes
CNAS/CONANDA/MDS. Brasília, 2009, p. 63/64). “O acolhimento institucional poderá
constituir-se também sob a modalidade Casa - Lar, que é oferecido em unidade residencial, na
qual pelo menos uma pessoa ou casal trabalha como educador/cuidador residente – em uma
casa que não é a sua – prestando cuidados a um grupo de até 10 crianças e/ou adolescentes.
Esse tipo de serviço visa estimular o desenvolvimento de relações mais próximas do ambiente
1350
familiar promover hábitos e atitudes de autonomia e de interação social com as pessoas da
comunidade. Os serviços de acolhimento institucional e familiar prestados por 2.754
entidades de acolhimento, sendo 2.598 de acolhimento institucional e 156 de acolhimento
familiar (dados iniciais fornecidos pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à
Fome, posteriormente, atualizados pelo Ministério Público), e que, em sua totalidade,
atendem hoje mais de 30.000 crianças e adolescentes. Em número de casas-lares, a Região Sul
é seguida, em ordem decrescente, pelas Regiões Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte,
com percentuais, em março de 2013, respectivamente, de 34%, 11%, 8% e 2%. Dentre os
Estados da Região Sul, destaca-se o Paraná, que encabeça a lista de entes federativos com o
maior número de entidades de acolhimento institucional tipo casa- lar, com 169 entidades,
num universo de 511 entidades inspecionadas em todo o país. O Paraná responde,
isoladamente, por 33% do total de casas-lares em atuação no país”. (Acolhimento
Institucional no Paraná – Desvendando a realidade. CEDCA-PR/SETP/IASP. 2007 p. 13 e
15).
Neste sentido, o município de Dois Vizinhos mantem atualmente um abrigo para crianças e
jovens que por algum motivo não podem contar com suas famílias, a Casa Lar. Apesar de
todo cuidado e carinho oferecido aos menores que vivem nesta instituição, não é viável para a
prefeitura conseguir atividades de recreação para os integrantes da instituição durante os fins
de semana.
Objetivos
Proporcionar e desenvolver atividades culturais e recreativas para os jovens e as crianças da
Instituição Casa Lar de Dois Vizinhos-PR.
Fixar valores que reforcem a cidadania e a consciência social dos integrantes do grupo PET
Zootecnia e dos colaboradores do projeto.
Desenvolver a criatividade dos integrantes da Casa Lar, dos petianos e dos colaboradores.
Metodologia
1351
As atividades são realizadas nas dependências da Instituição Casa lar de Dois Vizinhos,
quinzenalmente (sempre nos fins de semana). A psicóloga do Departamento de Educação
(DEPED) da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) campus Dois Vizinhos
(UTFPR-DV) auxilia na avaliação das atividades desenvolvidas pelos petianos em conjunto
com outros colaboradores. A coordenadora da Casa Lar de Dois Vizinhos e as “mães sociais”
são consultadas acerca do conteúdo das atividades, para evitar que as mesmas causem algum
constrangimento às crianças. As atividades desenvolvidas até o momento foram: encenação
com a utilização do Teatro de Fantoche, em que os petianos elaboraram a peça a ser encenada,
bem como a confecção dos bonecos de fantoche; pinturas relacionadas aos acontecimentos do
cotidiano e a eventos esportivos como Copa do
Mundo; confecção de máscaras
carnavalescas, nesta atividade também foi feito um breve histórico sobre a cultura e os
costumes da Festa de Carnaval no Brasil e em outros países; trabalhos com massa de modelar
em que as crianças moldaram vários tipos de animais.
O objetivo do PET-Zootecnia é dar continuidade a este tipo de trabalho com a Casa Lar nos
próximos anos.
Resultados e discussão
Os resultados a serem descritos referem-se apenas a observações superficiais do
comportamento individual dos participantes das atividades, sem qualquer tipo de tratamento
estatístico. Constatou-se que atividades de recreação e encenação foram as mais aceitas,
independente da faixa etária do participante, como por exemplo, o Teatro de Fantoche.
Atividade de fantoche remonta aos tempos ancestrais e tem executado um papel significativo
na história das civilizações. Ele está especialmente ligado aos primitivos cultos animistas, os
quais consideram que tudo no Universo é portador de alma e, por extensão, de sentimentos,
desejos e até mesmo de inteligência. Assim, determinados objetos eram considerados
sagrados, entre eles as máscaras e os fantoches. Esta atividade pode ser desenvolvida com
crianças e adolescentes de faixa etária acima de dois anos.
Segundo a opinião das “mães sociais” e dos petianos que participaram de atividades
relacionadas a confecção de máscaras carnavalescas e de pintura, os internos da Casa Lar com
idade igual ou superior a 12 anos mostraram-se relutantes em participar deste tipo de
atividade durante o início, mas tiveram seu interesse despertado durante o decorrer da mesma
e ao final todos participaram.
1352
“A pintura estimula a criança no seu aprimoramento da coordenação motora e na criatividade
para expressar sua imaginação. Através de atividades com tinta podemos proporcionar à
criança novas experiências e possibilidades de desenvolver seu prazer artístico a partir dos
materiais utilizados. “Se dermos às crianças a mesma liberdade no processo artístico que
damos em suas brincadeiras, as crianças chegarão a excelência no aprimoramento do processo
criativo.” (HOLM, 2005, p. 9)
Atividades com massinha de modelar auxiliam no
desenvolvimento da percepção tridimensional, e a orientação espacial. A confecção de figuras
com a “massinha” propicia às crianças e adolescentes uma forma de lazer e ainda liberta os
movimentos, desenvolvendo a percepção, importante fator na formação da personalidade. A
modelagem é um dos meios de preparação para a expressão do pensamento, porque o
movimento das mãos, dos dedos, pouco a pouco, se submete aos impulsos íntimos e estes, ao
processo ideativo ( SANTOS, 2000, p.12).
Com a finalização de cada atividade, torna - se perceptível aos olhos dos participantes das
atividades a satisfação e a alegria expressa nas faces, a sociabilidade dos mesmos é mais
saudável a cada atividade. A interação no decorrer de atividades que envolvem todos os
integrantes com os petianos denota –se o estimulo ao desenvolvimento da solidariedade. O
destaque das habilidades artísticas das crianças e adolescentes quando desenvolvem pinturas,
elaboram máscaras e o contexto envolvido, tornando a instituição um local mais harmônico e
feliz para seus integrantes locais.
O mesmo é esperado para todos os participantes do projeto (petianos e colaboradores) que
além dos atributos discutidos acima também irão ampliar sua consciência social e humana. E
poderão contribuir com a formação de crianças e jovens que por sua situação de vida
encontram-se muitas vezes fragilizados emocionalmente e precisam de auxílio para melhorar
sua integração com outros indivíduos e aumentar sua autoconfiança na sociedade que estão
inseridos.
Conclusão
As atividades desenvolvidas contribuem para o desenvolvimento cognitivo da criança,
trabalhando sua motricidade fina e ampla, sua ludicidade e também suas noções de
lateralidade e coordenação motora. Além disso, elas estimulam a formação intelectual, ética e
cidadã dos internos da Casa Lar e de todos os envolvidos, petianos e colaboradores
1353
Referências
Conselho Nacional do Ministério Público. Relatório da Infância e Juventude – Resolução
nº71/2011: Um olhar mais atento aos serviços de acolhimento de crianças e adolescentes no
País. Brasília: Conselho Nacional do Ministério Público, 2013.108 p. il. Disponível em
http://www.cnmp.mp.br/portal/images/stories/Destaques/Publicacoes/Res_71_VOLUME_1_
WEB_.PDF. Acesso em 12 de maio de 2014.
HOLM, Anna Marie. Fazer e Pensar Arte. Tradução: Ana Angélica Albano Du
Moreira. São Paulo: Museu de Arte Moderna de São Paulo, 2005.
LAZZARINI, Valtenir. Acolhimento Institucional no Paraná – Desvendando a realidade.
CEDCA-PR/SETP/IASP.
(coord)
2007,
p.
13
e
15.
Disponível
em
<http://www.cedeps.com.br/wp-content/uploads/2009/06/desvendandorealidade.pdf>. Acesso
em 10 de maio de 2014.
Orientações
Técnicas:
Serviços
de
Acolhimento
para
Crianças
e
Adolescentes
CNAS/CONANDA/MDS.Brasília,2009,p.63/64.Disponível
em
http://www.mds.gov.br/assistenciasocial/secretaria-nacionalde-assistencia-social
snas/cadernos/ orientacoes-tecnicas-servicos-de-acolhimento-para-criancas-e-adolescentestipo-de-publicacao-caderno/ 68-orientacoes-tecnicas-servicosde-alcolhimento.pdf/download.
Acesso em 12 de maio de 2014.
SANTOS, P.S.M. Brinquedoteca: A criança, o adulto e o lúdico. Petrópolis – RJ: Vozes,
2000.
NETO, C.A. F. Motricidade e jogo na infância. Rio de Janeiro: Sprint, 2001.
HOLM, Anna Marie. Fazer e Pensar Arte. Tradução: Ana Angélica Albano Du
Moreira. São Paulo: Museu de Arte Moderna de São Paulo, 2005.
1354
Biblioteca Digital do Curso de Administração da UFCG
E SILVA, André Igor Rocha¹; DANTAS, Beatriz Cavalcante¹; ALVES, Jardel Augusto
Gomes Rodrigues¹; MORAIS, Renata da Silva¹; CAVALCANTI, Elmano Pontes².
¹Aluno Bolsista do PET Administração da Universidade Federal de Campina Grande
²Professor Tutor do PET Administração da Universidade Federal de Campina Grande
Introdução
A produção científica e o armazenamento daquilo que é produzido é um hábito muito antigo e
que pode ter sido uma prática presente no cotidiano das pessoas desde a invenção da escrita.
Organizar informações produzidas, ordenação e catalogação, são funções presentes desde as
primeiras bibliotecas convencionais e que perduram até os dias atuais.
Acentuando-se no final do século passado, a inserção de novas ferramentas e o melhor uso de
tecnologias como browsers e a internet, servem como importante meio para disseminação e
divulgação de diversos tipos de conhecimentos, nos mais diversificados campos de estudo.
Em decorrência desse avanço, a biblioteca digital passou a ser amplamente utilizada no
armazenamento de informações em diversos suportes, favorecendo a recuperação, a difusão e
o acesso ao conhecimento produzido e registrado (BOTTARI; DA SILVA, 2011).
Diante do supracitado avanço das tecnologias, do surgimento de novas ferramentas que
podem ser utilizadas como facilitadoras para o processo de ensino e aprendizagem, bem como
em observância ao que está na Lei nº 12.527, de 18 de Novembro de 2011, que regulamenta o
acesso à informações públicas e o dever que órgãos e entidades públicas como as Instituições
de Ensino Superior possuem de divulgar um rol mínimo de informações na internet (CAPES,
2014), é possível identificar como falho o não uso dessas ferramentas, já que se deixa de
disponibilizar acesso rápido e prático ao material necessário para um melhor aproveitamento
do ensino. Assim sendo, a digitalização de materiais bibliográficos cada vez mais substitui as
bibliotecas tradicionais, sem entretanto desconsiderar a relevante importância destas.
Além disso, inúmeros benefícios decorrem do uso de uma biblioteca digital: o material em um
formato não tangível não se sujeita à eventuais deteriorações com o passar do tempo; são
facilmente transferidos e consultados; quase não ocupam espaço; e possuem custos quase que
irrisórios para manutenção. Isso se demonstra ao observar casos em que iniciativas desse tipo
foram adotadas, como o da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade de São
Paulo (USP), que está ativa há mais de 10 anos. Atualmente, o acervo da USP conta com mais
de 40.000 arquivos disponíveis entre Teses, Dissertações e demais documentos (USP, 2014).
A relevância de uma biblioteca digital também pode ser observada quando se consideram os
possíveis beneficiados. Além de proporcionar ao pesquisador grande facilidade em suas
1355
pesquisas, oferecendo maior conforto, comodidade e agilidade no processo, oferece-se aos
produtores e coprodutores desses arquivos disponibilizados online maior visibilidade de seus
trabalhos, já que estes estarão amplamente acessíveis através da internet. Desse modo, como
este trabalho se refere à esse tipo de atividade, é relevante e assim e se justifica.
Objetivos
Esta atividade possui como objetivo principal a implantação, alimentação e atualização de um
banco de dados bibliográfico, que além de armazenar e catalogar dados já digitalizados,
também será responsável pela transformação de materiais tangíveis e ditos como
convencionais em arquivos eletrônicos.
Afirma-se que mesmo fazendo uso de ferramentas tecnológicas, o conceito, bem como o
objetivo central do tipo de biblioteca eletrônica não se difere totalmente das bibliotecas
convencionais, cita-se sobre as bibliotecas digitais:
Um modelo transformativo em larga escala, uma organização centrada no usuário,
movendo-se de forma integrada entre os seus componentes. Entretanto, o objetivo
maior da biblioteca digital é consistente com aquele da biblioteca convencional, isto
é, organizar, distribuir e preservar os recursos informacionais. (CHOI;
RASMUSSEN, 2006, p. 01 apud DA CUNHA, 2008, p. 08).
Desta forma, entre os objetivos específicos da Biblioteca Digital está a disponibilização de
informações de maneira mais cômoda e acessível à comunidade acadêmica e ao público de
maneira geral, de modo que, os materiais digitalizados possam contribuir como auxílio em
pesquisas futuras e no desenvolvimento do processo de formação em nível de graduação ou
mais além.
Metodologia
Desde o princípio a Atividade foi operacionalizada em dois momentos: o primeiro envolveu
toda a construção da base de dados e o segundo a disponibilização desses dados em um
sistema específico para atualização e compartilhamento desses documentos.
O material básico produzido no âmbito do Curso de Administração por seus integrantes, tais
como monografias de conclusão de curso, artigos, apostilas, apresentações em slides,
apontamentos de sala de aula ou outros textos, foram ou ainda estão sendo incluídos no banco
de dados da Biblioteca Digital. Em relação a isso, é relevante considerar que o acervo de uma
biblioteca necessita estar em processo de atualização permanente, até por que se assim não
for, ficará desatualizada.
1356
Para ter acesso às informações e material inicial, foi feita uma solicitação juntamente à
Coordenação do Curso de Administração e a Coordenação de Estágio Supervisionado, que
disponibilizaram acesso ao acervo de monografias de conclusão de curso dos graduandos.
Com estes arquivos em mãos, iniciou-se em 2012 o processo de digitalização, gravação e
catalogação dos documentos, que perdurou durante todo ano de 2013 e continua como uma
atividade de atualização permanente com o propósito de manter a Biblioteca Digital sempre
atualizada.
Resultados e discussão
É válido ressaltar o papel de apoio dessa atividade para o processo de formação em nível de
graduação, tendo em vista que não se limita apenas em disponibilizar material para consulta
bibliográfica, mas, proporcionar esse material de maneira mais rápida, a custo mínimo para o
aluno pesquisador quase que sem perca de tempo. Além destes, essa atividade ainda
proporciona outros benefícios de importantes repercussões para o pesquisador, a exemplo do
das opções variadas de consulta e recuperação.
Até o momento, teve-se acesso à 384 arquivos de monografias de conclusão de curso. Entre
esses arquivos, a Biblioteca Digital conta com uma base de dados de 307 arquivos
disponibilizados e digitalizados de modo integral, o que corresponde à 79,95% do material
que foi possível ter acesso. O percentual restante (20,05%) é composto de monografias que
foram repassadas de maneira incompleta, fragmentada, ou em alguns casos específicos, os
concluintes disponibilizaram apenas os resumos de seus materiais.
O número alcançado é bastante significativo, já que quando a digitalização do material
começou, foram encontradas muitas dificuldades. Os arquivos de monografias mais antigas
eram ainda entregues apenas em papel, o que obrigava a digitalização manual de cada
monografia de conclusão de curso. Posteriormente, com o acesso à esses arquivos por meio de
CD’s esse trabalho foi mais simplificado, entretanto dificuldades ainda acontecem, já que nem
sempre os arquivos são corretamente gravados pelos alunos nas mídias disponibilizadas.
Para se ter uma ideia da relevância dessa ação e da base de dados construída gradativamente,
sem o acesso à esses arquivos os alunos não conseguem sequer saber se existe uma
monografia ou trabalho acadêmico sobre tal assunto que lhe interesse, e quando sabem que
existe, encontram dificuldades ou até mesmo não conseguem ter acesso a tal material.
Para a efetiva concretização e disponibilização do material já em acervo e com o objetivo de
acelerar o acesso a este conteúdo, assim como o consequente benefício ao público-alvo da
ação, está em processo de viabilização e conclusão da oferta desse material através da
internet, de modo que a comunidade acadêmica e o público em geral que se interesse por tais
informações já sejam beneficiados com a biblioteca digital.
1357
Conclusão
É inegável a importância do fácil acesso às informações advindas das produções científicas
dentro do âmbito das universidades. A sociedade necessita desse conteúdo, logo, a
disseminação dessas informações se faz cada vez mais necessária e deve ser feita de forma
mais rápida, prática e, sempre que possível, sem a incidência de custos para os usuáriios. A
disponibilização desses recursos de forma digital é um grande passo para a colaboração dessa
disseminação do conhecimento.
Dessa maneira, evidencia-se então, que a implantação de uma biblioteca digital é um
excelente uso das novas ferramentas tecnológicas disponíveis atualmente, de modo que se
facilite a transmissão de informação e, consequentemente, majore a produção de novos
conhecimentos, com melhor qualidade e eficácia.
Logo, essa nova ferramenta tem como intuito principal auxiliar o processo de formação em
nível de graduação dos estudantes de Administração da UFCG e quem mais possa se
interessar. Em síntese, a proposta da Ação Biblioteca Digital é a de oferecer uma maneira
bastante eficaz de disseminação de novos conhecimentos produzidos e com isso possa prestar
um relevante papel social, na medida em que atenda não apenas a comunidade acadêmica,
mas, esteja disponível para a sociedade como um todo.
Agradecimentos
Os autores agradecem o apoio recebido do MEC/SESu/DIFES.
Referências
BOTTARI, C. T. R.; SILVA, N. C. Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ:
Desafios e Oportunidades. Informação & Informação, Londrina, v. 16, n.1, p. 88-101, 2011.
Disponível em: <http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/informacao/article/view/7091/0>.
Acesso em: 28 de mai. 2014.
BRASIL. Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011. Regula o acesso a informações e dá
outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 18 de nov. 2011. Disponível em:
1358
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12527.htm>. Acesso em:
30 de mai. 2014.
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Sobre a Lei de Acesso à
Informação.
Brasília,
2014.
Disponível
<http://www.capes.gov.br/acessoainformacao/sobre-a-lei-de-acesso-a-informacao>.
em:
Acesso
em: 29 de mai. 2014.
DA CUNHA, Murilo Bastos; Das bibliotecas convencionais às digitais: diferenças e
convergências. Perspectivas em Ciência da Informação, Belo Horizonte v. 13, n.1, p. 2-17,
2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/pci/v13n1/v13n1a02.pdf>. Acesso em: 28 de
mai. 2014.
Universidade de São Paulo. A Biblioteca Digital de Tese e Dissertações. São Paulo, 2014.
Disponível
em:
<http://www.teses.usp.br/index.php?option=com_content&view=article&id=49&Itemid=64&
lang=pt-br>. Acesso em: 29 de mai. 2014.
1359
IMPACTOS DA COPA DO MUNDO FIFA - 2014.
Aline da Costa Lourenço1, Ana Paula de Jesus1, Ana Paula Ferreira Santos da Costa1, Ana
Paula Vieira Quintino1, Andriele Magioli da Silva1, Angélica de Oliveira Soares1, Cinthia
Rodrigues de Oliveira1, Clarisse da Silva Guimarães1, Gabriella do Nascimento Pinheiro1,
Luama Rodrigues da Costa Nunes1, Malu Medeiros Cortasio1, Maria Emilia Loth Machado1,
Monique Beatriz da Silva Lassarot1, Pedro de Medeiros Lemos1, Presley Vasconcellos
Amaral1, Talita Silva de Oliveira1 Daniela Samira da Cruz Barros1 e Fabiola de Sampaio
Rodrigues Grazinoli Garrido2
¹ Integrante do PET Conexões de Saberes Para uma Formação Integradora e Cidadã no
Campus de Três Rios, UFRRJ.
² Tutora do PET Conexões de Saberes Para uma Formação Integradora e Cidadã no Campus
de Três Rios, DCMA, Instituto Três Rios, UFRRJ.
Introdução
O presente trabalho explicita e relaciona os movimentos socioeconômicos que ocorreram no
Brasil ao evento esportivo FIFA. Os impactos que determinadas atrações geram na sociedade
influenciam direta e indiretamente não somente na economia da região, mas também em outras
áreas como a sociedade e o meio ambiente. A Copa do Mundo 2014 é um exemplo importante
para ilustrar os impactos causados no Brasil, apontando os benefícios e malefícios da recepção
de um evento internacional. De modo geral, o que vem sendo mostrado é que a preocupação
prioritária do governo, que arca com 98% dos gastos da Copa, tem sido direcionada para a
imagem do Brasil internacionalmente. Isso impacta pelo contrassenso da carência de serviços,
contra os padrões exigidos por um evento particular, cujas dimensões são comerciais.
Objetivos
O trabalho pretendeu analisar os efeitos gerais de se sediar a Copa do Mundo FIFA de Futebol,
dentro da conjuntura e estrutura brasileira sob a ótica social, ambiental, jurídica e econômica, a
fim de apresentar problemas e possíveis soluções que serão vivenciados durante a realização de
um evento de grande porte.
1360
Metodologia
Integrando as áreas contidas do Grupo PET “Conexões de Saberes Para uma Formação
Integradora e Cidadã no Campus de Três Rios”, foi feita uma coletanea de notícias veiculadas
na imprensa sobre o evento. A amostragem incluiu sites dos jornais O Globo e Jornal do Brasil
Online. Buscou-se demonstrar os efeitos de curto e longo prazo de forma empírica e concreta,
juntamente com pesquisas relacionadas aos conhecimentos ambientais, jurídicos, econômicos
e sociais. Foram utilizadas como fontes de informações sites de pesquisas, portal da
transparência, artigos jornalísticos e artigos correspondentes às áreas de estudos dos petianos.
Foi conduzida uma pesquisa analítico-descritiva.
Resultados e discussão
No âmbito econômico, claramente observa-se um benefício destinado a uma parte específica e
bem alicerçada da população. No entanto, uma parcela considerada fraca economicamente não
compartilha a realidade vivida em torno desses eventos. Além do contexto econômico, vale
ressaltar que eventos de grande importância requerem uma estrutura adequada e uma
preocupação para se elaborar estratégias sustentáveis que envolvem a segurança alimentar, a
dinâmica de captação e destinação de resíduos e planos de segurança e transportes. De fato,
toda movimentação a favor da infraestrutura, da adequação dos serviços, pode apontar o quanto
carente de planejamentos e ações esteve o Rio de Janeiro até o presente momento.
Neste sentido, percebe-se que uma economia precisa de estímulos e de investimentos para que
seja aquecida. Vale assim ressaltar que a produção de um evento, qualquer que tenha sido sua
origem ou objetivo, alterará diversas variáveis do cotidiano socioeconômico. Primeiramente, o
mercado de trabalho que, indiretamente, é um setor bem exemplificativo e de que precisa de
total relevância nesta análise.
"O Rio vai continuar puxando o emprego por causa da Copa do Mundo,
das Olimpíadas e do Rock in Rio. A cidade teve seu melhor desempenho
por causa dos setores de serviços e comércio." LUPI, Carlos. (2010)
A declaração do ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, que cita exemplos de atrações
em uma entrevista concedida ao Jornal do Brasil Online, versa sobre a movimentação no setor
de empregos. A mão de obra empregada torna-se necessária desde a projeção do evento,
passando pelas atividades administrativas e burocráticas até o encerramento e enfim, a limpeza
1361
e reestruturação do local. Entretanto, percebe-se que os direitos trabalhistas não estão sendo
garantidos, visto que os trabalhadores não possuem condições adequadas para exercer sua
função e a fiscalização é incipiente. Inclusive, muitos trabalhadores morreram ou se feriram em
acidentes nas obras. Dessa forma, os direitos dos trabalhadores estão sendo violados, o que fere
a Constituição Federal, a qual expressa esse princípio em seu Art.6º.
Sob a ótica macroeconômica, ocorrerá um aumento na demanda por trabalho vindo das firmas
organizadoras (ou até mesmo pelo Estado, nos casos de Eventos Estatais). Porém, há
preocupações maiores, que são os impactos negativos de longo prazo relacionados aos recursos
para a manutenção das construções após o evento.
Acima de tudo, houve impactos sociais gerados pelo fluxo material, e por discussões que
culminaram nas manifestações de junho/julho, questionando-se o Estado em seu poder sobre a
transformação dos espaços urbanos (FERREIRA et al., 2014). Os danos sociais às cidades que
sediam eventos são eminentes, dentre eles, criminalidade, ausência de policiamento, expulsão
de moradores de suas casas das áreas próximas aos eventos e nos caminhos das vias construídas,
exploração influenciada pelo turismo sexual e tráfico de pessoas, o qual tomará proporção maior
devido à realização do evento. Torna-se evidente, portanto, a violação dos Direitos Humanos,
os quais são assegurados constitucionalmente. As reflexões da população acerca desses
aspectos culminaram em uma série de manifestações em várias regiões do país, que, em sua
totalidade, está articulada por conta das redes sociais (BARBOSA, 2013 e FERREIRA et al.,
2014).
Além de danos sociais, o evento causará danos ambientais. No entanto, o art. 225, assegura que
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,
impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”(Art. 225)
Perante isto, a preservação do ambiente deveria ter sido levada em pauta nas decisões tomadas
pelo Governo, referentes às construções de projetos sustentáveis que se associam ao evento. Ao
se analisar todas as informações disponíveis, foi possível deduzir que, em relação aos impactos
ambientais, a grande preocupação está relacionada à água destinada às construções de grande
porte, a parte sanitária dos hotéis e a estrutura incipiente no tocante à coleta de resíduos. O Rio
de Janeiro, por exemplo, tem uma experiência anual com megaeventos com o porte do
Carnaval, com 5 milhões de pessoas em uma semana; ou no caso do Réveillon, com 2 milhões
1362
de pessoas em um dia (BARTHOLOMEU e SILVA, 2013). Por outro lado, os autores
apontaram que o número de materiais recicláveis tende a aumentar no decurso dos eventos, o
que se torna uma oportunidade de trabalho para catadores e demanda de criação de cooperativas
de trabalhadores.
Conclusão
É possível se considerar que um evento traz grandes transtornos para a dinâmica dos setores
urbanos sem planejamento. Por isso, é necessário ponderar se realmente o Brasil deveria desviar
seus recursos que poderiam ser empreendidos em obras públicas de primeira necessidade para
o financiamento de um evento passageiro. Por outro lado, é importante pensar nas soluções para
as questões que permanecerão após o fim da Copa FIFA, tais como os resíduos gerados, a mão
de obra vacante e as dívidas assumidas pelos governantes.
É necessário que a realização de um evento tenha a finalidade de beneficiar todos, englobando
a população, o meio ambiente e o Estado Nacional. Principalmente, é preciso, a partir dessa
experiência, gerar conhecimento e um plano diretor que fundamentem as decisões políticas no
futuro acerca do comprometimento com tais eventos.
Referências
BARRETTO, Luiz Eduardo, et al; Turismo no Brasil em 2011 em 2014 sem margem e Corte.
Ministério do Turismo. Brasil, Volume 2010, p38-115.
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REIVINDICAÇÕES DE DIREITOS. A Barriguda: Revista Científica, Local de publicação
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Grande
-
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n.º
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Disponível
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sólidos: os megaeventos em perspectiva. Anais do 14 Encuentro de Geógrafos de America
Latina. P. 1-4, 2013
1363
Copa de 2014 vai impulsionar Economia. Disponível em:
<http://www.dgabc.com.br/News/5965227/copa-de-2014-vai-impulsionar-economia.aspx>.
Acesso 28/04/2013 às 22:25h
FERREIRA, E., SOUZA, G., FERNANDES, J., SILVA, M. A Cidade por Trás da Máscara:
Reflexões Acerca do Espaço Urbano Brasileiro e das Recentes Manifestações Sociais a
partir do Filme V de Vingança. História, Natureza e Espaço - Revista Eletrônica do Grupo de
Pesquisa NIESBF, Local de publicação Lima - Perú, 2, jan. 2014. Disponível em:
<https://www.e-publicacoes.uerj.br/ojs/index.php/niesbf/article/view/8775/7151>. Acesso em:
31 Mai. 2014
PORTO, Lucas Porciuncula, et al; Brasil. Copa do Mundo 2014: Análise dos Impactos
Ambientais, Econômicos e Sociais. Revista Eletrônica do Curso de Direito – UFSM.
1364
Sarau do PET no Instituto Três Rios da UFRRJ.
Luama Rodrigues da Costa Nunes¹; Daniela Samira da Cruz Barros1 e Fabiola de Sampaio
Rodrigues Grazinoli Garrido2
.
¹ Integrante do PET Conexões de Saberes Para uma Formação Integradora e Cidadã no
Campus de Três Rios, UFRRJ.
² Tutora do PET Conexões de Saberes Para uma Formação Integradora e Cidadã no Campus
de Três Rios, DCMA, Instituto Três Rios, UFRRJ.
Introdução
O Instituto Três Rios - ITR é o décimo primeiro instituto da Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ, contando com a oferta de quatro cursos de bacharelado,
sendo eles Administração, Direito, Ciências Econômicas e Gestão Ambiental.
Recentemente o ITR ganhou novas instalações e com o passar do tempo tem
transformado a cidade de Três Rios, que está localizada no centro-sul fluminense, em um polo
universitário de referência da região.
Acontece que o fato de o Instituto ser novo e, recentemente, estar recebendo alunos
dos mais variados cantos do país devido ao SISU, tem-se a necessidade de buscar formas de
integração da universidade com o meio social no qual ela se encontra inserida e integrar a
própria comunidade acadêmica entre si por meio de atividades, como o Sarau do PET, que
ultrapassem as paredes das salas de aula.
O “Sarau do PET” foi uma iniciativa dos integrantes do PET “Conexões de Saberes
Para uma Formação Integradora e Cidadã no Campus Três Rios” e teve a sua primeira edição
em 17/11/2011. O evento contou com apresentações literárias, musicais e teatrais dos petianos
e demais alunos do ITR e a partir daí conquistou a empatia da comunidade acadêmica,
passando a integrar o calendário de eventos do campus.
A grande marca do “Sarau do PET” é a espontaneidade das apresentações, na medida
em que o espaço universitário fica aberto para as mais diversas manifestações culturais de
alunos, professores e do público em geral.
Objetivos
1365
Conforme foi dito, os objetivos do Sarau giram em torno da possibilidade de
integração acadêmica e social através da arte. O projeto “Sarau do PET” visa proporcionar um
espaço para manifestações culturais, promovendo a cultura e a arte no ambiente universitário.
Busca-se com isso fornecer um momento de descontração para comunidade acadêmica,
possibilitando espaço para que todos possam mostrar seu talento artístico.
Em síntese, o sarau tornou-se um forte mecanismo de troca de conhecimento através
da integração e recreação no Campus Três Rios.
Metodologia
Primeiramente, os integrantes do grupo PET Conexões realizaram a escolha do tema e
discutiram a melhor forma para sua abordagem. Posteriormente, através da divisão de tarefas,
os petianos se empenharam na ampla divulgação do evento nas salas de aula e através das
redes sociais, assim como na ornamentação do espaço e montagem da programação.
Em todas as edições do Sarau do PET o público podia fazer inscrições de
apresentações espontâneas na hora do evento, que eram imediatamente encaixadas na
programação oficial.
Resultados e discussão
O primeiro sarau contou com um tímido número de pessoas, na ocasião aconteceram
apresentações musicais, teatrais e literárias por alunos do PET e da universidade.
A segunda edição se deu no mesmo formato da anterior.
Já o III Sarau sofreu algumas mudanças com relação aos demais. Dessa vez, foi
escolhido o tema “cordel” para ser abordado durante as apresentações e contou-se com a
participação de alunos do ensino médio de escolas públicas, que contribuíram com o evento
lendo poesias e textos de autores brasileiros. Fizeram-se presentes 229 pessoas.
Na sua última edição, que aconteceu em 13 de fevereiro deste ano, o sucesso do Sarau
do PET foi repetido com o público de mais de 150 pessoas.
Conclusão
Sendo o Instituto Três Rios recente, e além disso, abrigo para quatro cursos tão
diferentes entre si, uma iniciativa como a realizada pelo grupo PET Conexões é necessária, de
1366
modo a promover amplamente a integração entre essa comunidade acadêmica e até mesmo a
comunidade que a cerca fora da Universidade.
Além disso, o acesso aos mais diversos tipos de manifestação de cultura é importante e
sempre incentivado durante os eventos, visto que uma Universidade não se mantém apenas
com base em conhecimento acadêmico.
Portanto, é possível dizer, com base em todos os dados levantados e aqui descritos,
que a iniciativa foi e continua sendo um sucesso.
Referências
História
do
Instituto
Três
Rios.
Disponível
<http://www.itr.ufrrj.br/portal/instituto/historia/>. Acesso em: 23/05/2014.
1367
em:
INICIAÇÃO À TUTORIA: um relato de experiência entres com os bolsistas do PET de
Serviço Social da UECE e os alunos recém-ingressos no Curso.
¹AMARAL, Priscila Greyce do, ¹ELOY, Halana Rodrigues Freire, ¹MIRANDA, Juliana
Isaias, ¹NASCIMENTO, Edvânia Custódio do, ¹SILVA, Antonio Israel Carlos, ¹SILVA,
Flávia Gonçalves da, ²FROTA, Maria Helena de Paula. ¹ Bolsista do PET de Serviço Social
da Universidade Estadual do Ceará – email: [email protected]
²Tutora do PET- Serviço Social da Universidade Estadual do Ceará- email:
[email protected]
Introdução
A Iniciação à Tutoria é uma atividade permanente do eixo ensino que visa promover uma
integração dos bolsistas do PET de Serviço Social com os estudantes ingressos neste curso.
Desta forma, tal atividade caracteriza-se como uma orientação aos estudantes ingressos, uma
vez que os mesmos não estão habituados com a dinâmica da Universidade.
A tutoria é uma orientação e um elemento inerente ao processo educativo, fazendo parte da
dinâmica do Programa de Educação Tutorial-PET, portanto essa atividade é essencial à
formação dos bolsistas enquanto tutores e dos estudantes enquanto tutorados, promovendo
trocas de conhecimento e experiências. Pretende-se apresentar, no presente trabalho, um breve
relato das experiências vivenciadas na atividade de Iniciação à Tutoria no ano de 2013, bem
como seus avanços e desafios.
Objetivos
Esta atividade tem como objetivos o desenvolvimento da autonomia dos estudantes de forma
que estes possam obter um melhor desempenho em suas atividades acadêmicas, reduzindo,
assim, a evasão dos estudantes, além de integrá-los às atividades e à dinâmica do curso. Por
fim, tem-se por objetivo também a apresentação dos instrumentos teórico, político e
normativo que norteiam a intervenção profissional dos/as assistentes sociais, que são: o
Código de Ética, a Lei de Regulamentação da Profissão e as Diretrizes Curriculares da
Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social- ABEPSS.
Metodologia
1368
A atividade foi realizada no primeiro semestre durante os meses de abril, maio, junho e no
segundo semestre em agosto, setembro e outubro do ano de 2013, ambos em regime
quinzenal. Em cada semestre ocorreram quatro momentos, onde houveram rodas de conversas
ministradas pelos bolsistas, os quais eram planejados anteriormente em reuniões
administrativas em que estavam presentes bolsistas e tutora. As temáticas trabalhadas nos
encontros foram: Universidade, Formação Profissional, Diretrizes Curriculares, Projeto
Político-Pedagógico do Curso e Organização Política da categoria. No último encontro de
cada semestre, houve a aplicação de um instrumental de avaliação qualitativa aos
participantes da atividade.
Resultados e discussão
Esta atividade, por ser permanente, já havia ocorrido em anos anteriores, porém como uma
metodologia diferente, onde cada bolsista ficava responsável por tutorar uma determinada
quantidade de alunos. Contudo, essa dinâmica não obteve êxito devido aos muitos
desencontros entre bolsistas e tutorados e à falta de uniformidade e planejamento conjunto,
onde cada bolsista promovia encontros com temas e metodologias diferenciadas, ocasionando
uma fragmentação da atividade. Dessa forma, no ano de 2013, pensou-se nessa metodologia
de forma diferenciada, buscandose um planejamento e execução conjunto entre os bolsistas e
uma maior interação entre estudantes do turno diurno e noturno do Curso. As temáticas
desenvolvidas em cada momento foram pensadas levando-se em conta o fato dos estudantes
recém-ingressos estarem tendo o seu primeiro contato com o espaço acadêmico, assim como
os instrumentais que norteiam a formação profissional em Serviço Social. A Iniciação à
Tutoria mostrou-se como uma atividade pertinente à graduação do curso de Serviço Social por
ser um espaço de recepção, acolhida e de socialização de informações e experiências vividas
pelos bolsistas e participantes, como também se caracterizou como um espaço de
esclarecimento de dúvidas inicias apresentadas pelos recém-ingressos.
Conclusão
Pode-se observar, a partir da tabulação dos instrumentais de avaliação respondidos pelos
participantes, no último encontro, que os principais pontos positivos foram a transmissão de
conhecimentos de forma compreensível e organizada, o que os situou no novo espaço da
1369
Universidade. Destacaram ainda que, a partir dos encontros, puderam desenvolver um olhar
diferenciado sobre a Universidade que se encontra inserida dentro um contexto, social,
político e econômico. Além dos pontos elencados, relataram ainda que abordagem dos temas
foi esclarecedora para um conhecimento prévio da atuação profissional.
Os pontos negativos mencionados foram em relação à metodologia de alguns encontros que
foram considerados cansativos e à quantidade insuficiente de encontros para a quantidade de
informações dadas. Dessa forma, eles sugeriram que nos próximos encontros houvesse mais
dinâmicas, sejam mais constantes (maior quantidade) para que se pudesse abranger mais
temas, repassando as informações mais detalhadamente. Para os bolsistas, a Iniciação à
Tutoria foi uma atividade que proporcionou o alcance dos objetivos propostos pelo PET,
conforme o explicitado na portaria nº976 que regulamenta o PET, como o desenvolvimento
de atividades acadêmicas em padrões de qualidade e excelência, mediante grupos de
aprendizagem tutorial de natureza coletiva e interdisciplinar, a contribuição para a elevação da
qualidade da formação acadêmica dos alunos de graduação, o estímulo à formação de
profissionais de elevada qualificação técnica, científica, tecnológica e acadêmica, o estímulo
do espírito crítico, bem como a atuação profissional pautada pela cidadania e pela função
social da educação superior, além da introdução novas práticas pedagógicas na graduação e a
contribuir para a consolidação e difusão da educação tutoria como prática de formação na
graduação.
Percebe-se que a proposta dessa atividade se reflete positivamente tanto para os alunos
recémingressos quanto para os bolsistas, conforme os resultados obtidos e ressaltados ao
longo do presente trabalho. Dessa forma, a tutoria é algo essencial na formação e vida
acadêmica dos sujeitos envolvidos.
Referências
BARROCO, Maria Lúcia Silva; TERRA, Sylvia Helena e Conselho Federal de Serviço Social
(Organizador). Código de Ética do/a Assistente Social comentado. São Paulo: Cortez, 2012.
BRASIL. Lei n. 8.662, de 7 de junho de 1993. Dispõe sobre a profissão de Assistente Social e
dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 7 jun. 1993. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8662.htm>. Acesso em: 13 mar. 2013. ______.
1370
Lei n. 11.180, de 23 de setembro de 2005. Institui o Projeto Escola de Fábrica, autoriza a
concessão de bolsas de permanência a estudantes beneficiários do Programa Universidade
para todos - PROUNI, institui o Programa de Educação Tutorial - PET, altera a lei nº 5.537,
de 21 de novembro de 1968, e a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo
decreto-lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e dá outras providências. Diário Oficial da União,
Brasília, 23 set. 2005. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/L11180.htm>. Acesso em: 13
mar. 2013.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Portaria nº 976, de 27 de julho de 2010. Dispõe sobre o
Programa de Educação Tutorial – PET. Diário Oficial da União, Brasília, 31 out. 2013. .
1371
O conhecimento popular em eventos meteorológicos na Quarta Colônia – RS:
valorização da história e da memória dos ditos e rituais relacionados ao tempo
RECK, Daffine Natalina1, CORREA, Luiza Betat, MACHIAVELLI,
Marina, PAZ, Thaís Terezinha, ROSA, Stefani Haiski da, MELLO,
Andressa Spencer de2, FOSSÁ, Maria Ivete Trevisan3; PET Ciências Sociais
Aplicadas da UFSM4
Introdução
O presente trabalho tem por finalidade apresentar a pesquisa desenvolvida pelo
Programa de Educação Tutorial Ciências Sociais Aplicadas (PET CiSA) da
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). A pesquisa em questão estudou o
conhecimento
popular
associado a
eventos
meteorológicos
(chuvas,
ventos,
tempestades, secas, inundações) conhecido, praticado e transmitido pelos habitantes da
Quarta Colônia de Imigração no Rio Grande do Sul.
A Quarta Colônia se constitui no quarto núcleo colonial de imigração italiana do
RS, dando continuidade ao povoamento das regiões serranas, de Caxias do Sul,
Garibaldi e Bento Gonçalves. Com a incorporação de Agudo e Restinga Seca, de
colonização alemã, pela proximidade cultural e territorial, a terminologia se resume em
“Quarta Colônia”.
O patrimônio natural e cultural, os costumes, as tradições, os saberes e fazeres dos
antigos colonizadores são as referências para o pertencimento. A construção da
identidade territorial da Quarta Colônia se processa em espaços de fricção interétnica,
estando imersa em relações de poder que dirigem a narrativa de forma hegemônica.
(VENDRUSCOLO, 2009). Os territórios são caracterizados pelo seu tecido social,
relações sociais, culturais, políticas e econômicas, que dinamizam seu espaço,
valorizando seus saberes, tradições e história do local. Eles se diferem de acordo com
suas características materiais e imateriais, seus recursos biofísicos ou humanos, relações
sociais, modos de produção e sua cultura.
Para que a observação da atmosfera tenha certa contribuição com as relações do
tempo e do clima, busca-se estabelecer uma sequência habitual das condições da
atmosfera de uma determinada região em um dado intervalo do ano, em um período
contínuo de observação. Assim, por meio da percepção empírica acumulada ao longo
1
Autora e Apresentadora
Autores.
3
Tutora PET Ciências Sociais Aplicadas da UFSM
4
Filiação – PET CISA UFSM
2
1372
de várias gerações, muitas comunidades criam mecanismos para prever o tempo para o
dia seguinte e para as próximas estações.
O conhecimento popular da região estudada é parte de um patrimônio cultural, de
atribuição de significados e sentidos. É por meio dele que valores, experiências,
tradições, bem como sua transmissão, são valorizados e entendidos como fundamentais
para a construção da cidadania e da identidade, além da formação de vínculos culturais
entre a população. A partir desta situação delineia-se o desenvolvimento deste trabalho,
compreendendo que, não somente as técnicas científicas fazem parte das atribuições da
previsão de tempo e sua previsão, mas também, as condições estabelecidas a partir do
conhecimento proveniente do povo, formado a partir da observação cotidiana.
Desta forma, tanto o conhecimento científico quanto o conhecimento popular são
relevantes e importantes, conforme Lakatos e Marconi (1992, p. 15) ao afirmar que o
conhecimento popular não se distingue do conhecimento científico nem pela veracidade
nem pela natureza do objeto conhecido: o que os diferencia é a forma, o modo ou o
método e os instrumentos do “conhecer”.
Neste estudo buscou-se aporte em conceitos fundamentais para a compreensão do
conhecimento popular, de sua transmissão, bem como da gama de significados que
carrega consigo. Assim, utilizou-se o conceito de comunicação popular defendido por
Luiz Ramiro Beltrán (1981), que trabalha a comunicação de forma horizontal,
possibilitando um processo de retroalimentação, no qual o receptor pode interagir com o
emissor, proporcionando um processo de diálogo autêntico. O autor, então, compreende
a Comunicação Popular como um “[...] processo de interação social democrático
baseado no intercâmbio de símbolos mediante os quais os seres humanos compartilham
voluntariamente suas experiências sobre condições de acesso livre e igualitário, diálogo
e participação” (BELTRÁN, 1981, p.65).
Outro conceito que fundamentou nosso estudo é o de mito, pois entendemos que
crenças e ritos não pertencem apenas às sociedades tradicionais, mas que a sociedade
contemporânea também é permeada por estes elementos. Dessa forma, Mircea Eliade
(2006) elabora uma definição ampla de mito, na qual ultrapassa a concepção do mito
como fábula, ficção ou mentira, entendendo-o como era percebido pelas sociedades
arcaicas, ou seja, como uma história verdadeira com caráter sagrado. De forma
complementar a essa linha de pensamento, Raphael Patai (1972, p.13) acredita que mito
é um instrumento sagrado que valida leis, costumes, crenças, rituais e instituições,
assumindo a forma de histórias verdadeiras acerca do sobrenatural, seres divinos ou
1373
heróis. Assim, os mitos são histórias dramáticas que autorizam a continuação de
instituições e crenças ou aprovam alterações nestes, podem validar, autorizar e criar
novos costumes.
Objetivos
Realizar um estudo dos ditos, mitos e rituais populares em eventos meteorológicos
na Quarta Região de Colonização-RS, buscando identificar os mais utilizados pela
população. Procurou-se também compreender como se dá o processo de apreensão e
transmissão do conhecimento popular frente aos eventos meteorológicos; reconhecer a
importância do conhecimento popular na construção da memória coletiva; fortalecer a
identidade e autoestima da população estudada a partir do resgate da memória coletiva.
Metodologia
O grupo5 partiu da realização de entrevistas múltiplas e abertas em escala
geracional, buscando compreender quais são os ditos e rituais populares mais utilizados
pelos habitantes da Quarta Colônia e como se difundem ao longo das gerações. As
entrevistas foram realizadas com 50 pessoas, de todas as idades, desde crianças até
idosos, residentes tanto do meio urbano como do meio rural.
Para investigação dos dados técnicos utilizou-se a história oral, cuja utilidade de
suas fontes para o historiador repousa em suas habilidades de preservar o passado e nas
muitas mudanças forjadas pela memória. Estas modificações revelam o esforço dos
narradores em buscar sentido no passado e dar forma às suas vidas, colocando a
entrevista e a narração em seu contexto histórico e dando valor aos entrevistados, no
caso, os habitantes da Quarta Colônia (PORTELLI, 1997). Utilizou-se também a análise
textual, comparando os testemunhos colhidos e buscando especificidades, bem como
lendo as entrelinhas e obtendo conclusões. Esta metodologia objetivou uma
aproximação entre a Universidade, através do grupo de petianos, com a comunidade
popular em questão e a consequente devolução do conhecimento a essa população.
Resultados e discussão
5
O grupo no momento desta pesquisa era formado pelos acadêmicos: Amanda Rehbein, Andressa
Spencer de Mello, Camila Nunes da Rosa, Daffine Natalina Reck, Henrique Denis Lucas, Laiz Regina
Battisti, Letícia de Oliveira dos Santos, Luíza Betat Corrêa, Marina Machiavelli, Stefani Haiski da Rosa,
Thaís Terezinha Paz e Tiago Fenzke.
1374
A prática da leitura dos sinais da natureza, em especial ao que tange às chuvas, é
amplamente disseminada na Quarta Colônia de Imigração e envolve mecanismos que
englobam desde sinais referentes a animais, a natureza ou a sintomas fisiológicos. Esse
conhecimento popular acerca dos eventos meteorológicos advém da observação
contínua de elementos da natureza e da oralidade herdada dos antepassados. Neste
sentido a pesquisa buscou, através da coleta dos ditos e ritos populares, a valoração e
preservação dos saberes tradicionais sobre o tempo.
Uma vasta gama de rezas, simpatias e benzeduras permeiam o imaginário dos
habitantes da região estudada, e são passados de geração para geração. Essa transmissão
que se dá através da oralidade no grupo familiar, sofre algumas perdas ao longo do
tempo e também incorporações. Notamos que, apesar do contato com as modernas
previsões meteorológicas, os entrevistados permanecem a confiar nos saberes
tradicionais. Mesmo a geração mais nova demonstrou ter uma bagagem significativa de
informações acerca do tema, além de demonstrar apreço pelas formas tradicionais de
interação com a natureza.
Através dos rituais o ser humano procura por meio de uma ligação com o
transumano (sagrado), construir soluções e explicações para suas dificuldades cotidianas
(ELIADE, 2006). Assim, pode-se dizer que ao realizar rituais como queimar ramos
santos, acender velas bentas, rezar, os indivíduos aproximam-se de Deus e santos (no
caso de católicos) buscando neles subsídios para enfrentar os eventos meteorológicos, já
que estes ultrapassam a capacidade humana.
É perceptível com a análise das entrevistas realizadas que essas práticas
ritualísticas coletadas são tidas como verdadeiras, exercendo influências sobre suas
vidas. Como afirma Patai (1972) o mito e o ritual constituem uma ponte dupla entre
homem e Deus, aproximando-os. Dessa forma, o mito tem o poder de atrair, fascinar e
influenciar e tem a função de explicar o inexplicável, simbolismos, elementos sagrados,
origens, a criação de algo, o destino das almas após a morte e, inclusive, os eventos
meteorológicos.
Conclusão
Após a realização da pesquisa na região da Quarta Colônia de Imigração podemos
concluir que os ditos, mitos e rituais populares têm muito a contribuir no conhecimento
dos eventos meteorológicos ocorridos neste local. Além de a pesquisa fazer um resgate
da vivência e dos valores simbólicos que as populações trazem consigo, pudemos,
1375
através do conhecimento popular e valorização dos ditos e rituais da Quarta Colônia,
contribuir para o processo de formação da memória e autoestima dessa população.
A leitura da paisagem de forma direta, mediante a utilização dos ditos populares,
possibilita a aquisição de habilidades para a leitura e interpretação dos distintos tipos de
tempo que podem interferir na vida das pessoas, seja na opção de vestimenta apropriada
ou deixar o guarda-chuva de prontidão e, principalmente, para garantir ao agricultor
certa segurança em relação a sua plantação. Os agricultores precisam, muitas vezes,
fazer o plantio no início de um período de chuvas, porque as sementes precisam de água
para germinar, também a previsão de enchentes, de geadas ou de falta de chuvas pode
evitar prejuízos. Os habitantes da região estudada possuem saberes, pelos quais se
regulam para apreciação do tempo futuro, são antigas observações meteorológicas que o
tempo consagrou e que várias gerações verificaram a exatidão. Pode a ciência moderna
não acreditar nessa crença, mas a verdade é que em geral são tomados como exatos e
verdadeiros para quem os cultiva.
Referências
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BELTRÁN, Luiz Ramiro. Adeus a Aristóteles: comunicação horizontal. Comunicação
& Sociedade. São Bernardo do Campo, IMS, ano III, nº 6, set. 1981.
DIAS, Guilherme; SOARES, André Luis Ramos. Educação Patrimonial e Educação
Popular: Um viés possível. In: Educação Patrimonial Teoria e Prática. Santa Maria:
Editora da UFSM, 2007.
ELIADE, Mircea. Mito e Realidade. São Paulo: Perspectiva, 2006.
FERNANDES, Florestan (Org.). Comunidade e sociedade. São Paulo: Nacional, 1973.
v.1. p.96-116.
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Revista do Decanato de Extensão da Universidade de Brasília. Brasília - DF, v. 1, n.
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PATAI, Raphael. O mito e o homem moderno. São Paulo: Cultrix, 1972.
PEREIRA, L. H. M. Comunicação Popular para Além do Bem e do Mal. BOCC.
Biblioteca On-line de Ciências da Comunicação, v. 1, p. 1-16, 2004.
1376
BIBLIOTECA ESCOLAR E EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: uma proposta
pedagógica do PET Biblioteconomia
Autor(es): Hellen Dayane Ferreira Araújo¹, Janailton Lopes Sousa¹, Joyce Mirella dos Anjos
Viana¹; Tutora: Maria Mary Ferreira².
¹Graduandos do Curso de Biblioteconomia da UFMA, Bolsistas do PET/Biblioteconomia
² Professora adjunta do Curso de Biblioteconomia da UFMA. Doutora em sociologia UNESP/FCLAr.
Tutora do Programa de Educação Tutorial - PET Biblioteconomia/ UFMA
Introdução
A universidade desempenha um importante papel quando responde aos estímulos
apresentados pela sociedade, a retroalimentação apresentada entre esses dois espaços
proporciona o desenvolvimento de novas pesquisas e técnicas de ensino que respondam aos
fenômenos emergentes em determinadas sociedades. Dentre as funções basilares
desempenhadas pela universidade, a extensão se caracteriza como uma das maiores
expressões de compromisso da Universidade com a sociedade, é compreendida como o
diálogo que a Universidade mantém com a sociedade, e a importância da prática desse
compromisso, recebendo as demandas desta e conferindo-lhes um tratamento acadêmico
como resposta. (GOERGEN, 2006) afirma que, compromisso social não pode ser interpretado
somente sob o aspecto operacional sistêmico, mas deve ter em vista, também, o contexto
social mais amplo que envolve tanto a instituição de uma sociedade mais justa e igualitária,
quanto a realização integral do ser humano como indivíduo e cidadão.
O conhecimento produzido a partir dos anseios da sociedade não é propriedade
exclusiva da Universidade, nem está necessariamente pronto e acabado. Por meio das
questões que surgem das atividades próprias de ensino, pesquisa e extensão, novas respostas
são oferecidas. É, portanto, através da extensão que a Universidade efetiva sua ação
pedagógica na medida em que responde as expectativas da sociedade, sejam essas atividades
desenvolvidas individualmente quanto coletivamente, essa dinâmica impõe um ininterrupto
diálogo entre a Universidade e os demais agentes sociais. Com o Programa de Educação
Tutorial a realidade não é diferente, e visualizando esse panorama, encontra-se o PET/
Biblioteconomia, que trabalha não somente para o desenvolvimento da ciência, mas também
para atender as necessidades da sociedade, notadamente no campo da informação, levando a
1377
ciência através dos projetos de extensões desenvolvidos. Este também está assentado no
mesmo tripé filosófico das Universidades.
Deste modo, o PET/Biblioteconomia desenvolverá em 2014 o projeto de extensão
revitalização da biblioteca da escolar Marco Antônio Martins da Cruz, do Centro de Ensino
Profª Dayse Galvão, situada na Vila Embratel em São Luis-MA, que contará com a
participação de docentes e discentes do Curso de Biblioteconomia para execução do projeto
que contará com a orientação da Tutora do PET/Biblioteconomia - a Profª. Drª. Maria Mary
Ferreira.
Objetivos
Desenvolver um conjunto de ações em parceria com a escola Centro de Ensino
Professora Dayse Galvão, que está localizada no bairro da Vila Embratel em São Luis – MA,
com um intuito de revitalizar a biblioteca, e proporcionar aos alunos um lugar onde possam
estudar e encontrar o gosto pela leitura. Transformando a biblioteca em um laboratório das
práticas sociais e profissionais dos petianos e discentes do curso de Biblioteconomia,
promovendo a extensão como instrumento necessário à formação universitária.
Metodologia
Nos primeiros momentos do projeto, serão realizadas reuniões com o corpo
docente e pedagógico da escola, com objetivo de encontrar as melhores saídas para a
revitalização da biblioteca escolar. É necessário que se faça um estudo da comunidade e das
necessidades que devem ser supridas na vida dos estudantes. Com todos os dados necessários
em mãos, a biblioteca será organizada e serão implantadas ações com a finalidade de atrair os
alunos para este espaço. No segundo momento, será realizado um diagnóstico organizacional
da biblioteca para avaliar as condições de uso do local e do acervo, esta etapa consiste
também em verificar as condições do ambiente, o histórico da biblioteca, informando quando
surgiu e todas as suas características, a missão da biblioteca e o organograma. Analisando o
espaço físico, mobiliário e equipamentos, sua localização, características (ruído, temperatura,
umidade, iluminação, rede elétrica e hidráulica, assentos para usuários, estantes, armários para
1378
o acervo, para os usuários e para os funcionários). Observando estado físico, estética,
funcionalidade, dimensões e acessibilidade.
Posteriormente, discutiremos sobre a importância dos recursos humanos e sobre a
o papel do bibliotecário, os produtos e serviços oferecidos pela biblioteca com professores e
gestores da escola. Concluídas essas etapas, lançaremos uma proposta sobre a política de
acervo (formação, desenvolvimento, organização) de acordo com os conhecimentos
biblioteconômicos, inclusive à luz das Diretrizes da IFLA/UNESCO para Bibliotecas
Escolares, que define os parâmetros necessários para criação e avaliação desse tipo de
biblioteca. Simultaneamente, executaremos o processamento técnico da coleção com os
padrões de Catalogação como o AACR2, de Classificação - como CDD, CDU, Cutter e de
Indexação.
Resultados e discussão
Neste projeto, almejamos a reinauguração da biblioteca, que tem feito falta aos
alunos na construção do seu ser pesquisador e leitor. As ações do projeto visam ainda a
integração das atividades pedagógicas com as atividades da biblioteca, de forma a exercer
parceria entre os funcionários da biblioteca com a direção da escola e demais professores.
Esperamos que a biblioteca passe a ser participante ativa na formação estudantil dos alunos,
sendo complementar à sala de aula e um apoio pedagógico aos professores, suprindo as
necessidades informacionais de seus usuários e tornando-se uma importante fomentadora do
desenvolvimento crítico de estudantes e professores.
Conclusão
O trabalho extensionista desenvolvido pelo PET/Biblioteconomia proporcionará
uma resposta aos estímulos da sociedade, como incentivo à prática da leitura, a formação
crítica/reflexiva dos estudantes como fator de inclusão social e prática da cidadania para o
desenvolvimento qualitativo da sociedade. Moro e Estabel (2011) destacam que a biblioteca
escolar é o centro de mediação entre a vida e a leitura que propicia um espaço de
aprendizagem onde o ser humano deve buscar espontaneamente e aprender com prazer. É
nesse espaço que se constroem sujeitos capazes de refletir sobre os fenômenos da sociedade e
que forma opinião crítica, contribuindo para o bem estar individual e coletivo.
1379
Referências
IFLA. Diretrizes da IFLA/UNESCO para Bibliotecas Escolares. Tradução: Maria José
Vitorino Vila Franca de Xira, 2006. Disponível em:< http://www.ifla.org/files/assets/schoollibraries-resource-centers/publications/school-library-guidelines/school-library-guidelinespt.pdf >. Acesso em: 22 Mai 2014.
GOERGEN, P. Universidade e compromisso social. In:_____: RISTOFF, D.; SEVEGNANI,
P. (Orgs.). Universidade e compromisso social. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2006. 244 p.
MORO, E. L. da S.; ESTABEL, L. B. Bibliotecas Escolares: uma trajetória de luta, de paixão
e de construção da cidadania. In:_____: MORO, E. L. da S. et al. (Orgs.) Biblioteca Escolar:
Presente. Porto Alegre: Evanagraf , 2011. 232p
1380
Gênero e poder: homens e mulheres no contemporâneo
Autor(es)¹: BASÍLIO,D.S.NASCIMENTO, D. C. SOUZA GOMES, N.A.N; LIMA, R. T;
BOMFIM A. S.;SILVA T.P;C.F;RAMOS.S.B; FARINELLI,M.RTutor².
1
Discentes do curso de Serviço Social da Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM e
extensionistas do PET- Programa de Educação Tutorial Serviço Social - Conexões de Saberes.
² Docente do curso de Serviço Social da Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM e tutora do
PET- Programa de Educação Tutorial Serviço Social - Conexões de Saberes.
Introdução
No decorrer do século XIX, a mulher brasileira encontrava-se em situação de extrema
repressão e submissão, tendo sua imagem e função atrelada aos afazeres domésticos e aos
desejos conjugais. Em contrapartida, os homens dessa época eram considerados os chefes das
famílias, que sempre determinavam o veredicto final de qualquer decisão a ser tomada.
Nesse contexto, os trabalhos tradicionalmente ocupados por mulheres eram
impregnados por um duplo problema: algumas vezes a empurravam para a reclusão da vida
privada, como no caso das costureiras, bordadeiras, doceiras, haja vista que essa modalidade de
atividade laborativa não contribuía para romper com estigma de inferioridade das mesmas. A
outra ocupação era de mulher pública, profissão exercida pelas prostitutas, que sofriam todos
os tipos de preconceito.
Devido às questões supraditas, as mulheres esgotadas dessa condição de submissão e
repressão, passaram a se organizar gradativamente em prol da luta pela igualdade de gênero.
Em vista disso, estudiosos apontam que movimento feminista iniciou-se suas atividades em
1848 na convenção dos direitos da mulher em Nova Iorque, sendo impulsionado pelas
revoluções intercorridas, entre elas, a Revolução Francesa, considerada o berço do feminismo,
porque seus ideários de igualdade, liberdade e fraternidade sensibilizaram e estimularam a
mobilização das mulheres frente à busca pelo reconhecimento de suas cidadanias.
No Brasil, não foi diferente, com o decorrer dos anos, as mulheres extenuadas pelas
diversas repressões começaram a unir forças, se mobilizando em torno da luta pela igualdade
de direitos, demonstrada na ampliação dos direitos civis, políticos e sociais.( CONSTITUIÇÃO
FEDERAL DE 1988). No entanto, ainda permeiam diversas formas de desigualdades entre os
sexos na contemporaneidade, tornando necessária a reflexão em face da relação homem-mulher,
bem como a subalternização histórica da mulher frente à figura masculina.
1381
Para tanto, o PET Serviço Social- Conexões de Saberes da UFTM, por meio do
Programa MovimentARTE propôs a discussão sobre a relação de gênero: “O Olho da Mulher”
(Gioconda Belli) compreendida em três momentos/oficinas: Papo Consciente intitulada de
“Gênero e poder: homens e mulheres no contemporâneo”, visando uma troca de saberes acerca
dos limites e possibilidades da categoria gênero e as relações de poder estabelecidas na
sociedade contemporânea; PolitiARTE, em que foi proporcionado aos participantes reflexões
sobre a representação social dos papéis homem e mulher no contexto sociohistórico- cultural a
partir do fortalecimento do capitalismo. E o SemeARTE cuja proposta é realizar uma oficina,
em que os participantes possam através da arte expressar suas opiniões, construção de
conhecimento a partir dos debates realizados.
Objetivos
Estudar sobre a construção da relação de gênero, direitos , diversidade de gênero, movimento
feminista e outros temas relacionados a mulher, enquanto um dos seguimentos oprimidos e
reprimidos da nossa sociedade; compartilhar e ampliar o debate com a comunidade acadêmica.
Metodologia
Os participantes do Grupo PET Serviço Social- Conexões de Saberes, após a escolha do
tema Mulher como foco das discussões das oficinas, realizaram levantamento bibliográfico e
em seguida optaram por estudar e debater alguns textos que enfatizavam a mulher no cenário
contemporâneo, como forma de fundamentar as ações a serem realizadas. Em seguida,
organizaram as oficinas, delimitando: objetivos, convidados, participantes, formas de
mobilização e realização. Assim após planejamento, a divulgação foi realizada por meio de
folders, panfletos, rede social e comunicação oral à comunidade acadêmica.
Dessa forma, a primeira oficina: Gênero e poder: homens e mulheres no contemporâneo foi
desenvolvida nas instalações da Universidade Federal do Triangulo Mineiro – UFTM, tendo a
participação de cinquenta pessoas da comunidade interna e externa, contando com a mediação
do professor doutor do Curso de Psicologia da UFTM, Rafael de Tilo que fomenta estudos
voltados para violência, sexualidade e gênero.
Após a realização da oficina, foi realizada uma avaliação das atividades desenvolvidas,
como forma de analisar se os objetivos almejados foram alcançados e qual o impacto do projeto
no cotidiano das pessoas que participaram dos encontros. Isso permitirá a efetividade do mesmo
e a continuidade das próximas oficinas do Programa do Moviment’Arte.
1382
Resultados e discussão
O Papo Consciente foi contemplado com uma abordagem atualizada, no que tange ao
pensamento e formação do palestrante, isso possibilitou a interação do público presente. Os
participantes debateram, esclareceram dúvidas, resultando em discussões, propostas críticas
acerca do tema em diversas perspectivas e aguçando o embate de questões colocadas também
pela mídia.
A contribuição dos ouvintes engajados nos cursos de Ciências exatas, Humanas, Ciências
Sociais e da Natureza e comunidade externa, fomentou a importância da troca de
conhecimentos, experiência, desmistificações de mitos afirmando a importância da discussão
da questão de gênero.
Apesar de ser um tema relevante na atual conjuntura, ainda percebe-se uma lacuna entre a
universidade e a comunidade, nos instigando a planejar outros encontros como este, não apenas
no espaço acadêmico, no intuito de promover uma ruptura ideológica imposta socialmente e
culturalmente desde os primórdios e que ainda deixa traços significativos impregnados de
preconceitos.
Projetos como este, contribuem para o desvelamento de pensamentos extremamente
machistas, que resultam em violência nas suas diversas roupagens, ao mesmo tempo, tais
discussões, acabam sendo veiculo de informação e orientação das pessoas no seu cotidiano.
Conclusão
Diante das reflexões realizadas, entende- se que é a partir destes espaços democráticos
de discussão, outros caminhos e pensamentos serão construídos possibilitando a elucidação dos
determinantes sócio históricos, políticos e culturais presentes na categoria gênero.
Espaços desta natureza contribuem para o fortalecimento da cidadania, na construção
de pessoas informadas, críticas, acerca da realidade social contemporânea. É fundamental
construir e fomentar ambientes de debates de temáticas relevantes com a intenção central de
contribuir com a formação de sujeitos livres, críticos, democráticos e participativos.
Referências
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. A educação como cultura. Campinas: Mercado das Letras,
2002.
MÉSZÁROS, István. A necessidade do controle social; [tradução Mário Duayer]. In: István
Mészáros. A crise estrutural do capital. São Paulo: Ensaio, 1987.
SOUZA, Herbert De. Como se faz análise de conjuntura. 22. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2002
1383
Maratona Cultural: aprofundando saberes
Autor(es)¹: GOMES, N.A.N; LIMA, R. T; BOMFIM A. S.;SILVA
T.P;BASÍLIO,D.S.NASCIMENTO, D. C. SOUZA, C.F;RAMOS.S.B;
FARINELLI,M.RTutor².
1
Discentes do curso de Serviço Social da Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM e
extensionistas do PET- Programa de Educação Tutorial Serviço Social - Conexões de Saberes.
² Docente do curso de Serviço Social da Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM e tutora do
PET- Programa de Educação Tutorial Serviço Social - Conexões de Saberes.
Introdução:
O presente trabalho discute a importância da Maratona Cultural, uma das atividades
realizada pelo Pet- Serviço Social da Universidade Federal do Triângulo Mineiro – UFTM.
São momentos em que adentramos na leitura e discussão crítica e reflexiva sobre os
determinantes histórico-políticos que influenciaram e influenciam a atual conjuntura
sociopolítica e cultural da sociedade. Após a realização do I Encontro Cultural dos PET’s,
verificou-se por meio das discussões realizadas durante a mesa redonda intitulada 'Cultura em
seu sentido mais amplo' a necessidade de criar espaços de debates e materialização da cultura
no ambiente acadêmico da Universidade Federal do Triângulo Mineiro. Visando contemplar
as necessidades de formação política, criou-se o programa 'Moviment'Arte', que abrange três
projetos: Papo Consciente, Politic'Arte e Seme'Arte, projetos que envolvem o processo de
discussão, formação e encaminhamento. Etapas estas importantes para a materialização da
cultura, que segundo Gramsci compreende “A esfera da cultura, enquanto espaço de
desenvolvimento da consciência crítica do ser social, que o torna capaz de intervir na
realidade, […].” (SIMIONATTO, 2014, online).
Foi a partir deste programa que o grupo de extensionistas e a tutora iniciaram o Projeto, com o
propósito de ampliar discussões relevantes também para os demais estudantes da
Universidade Federal do Triângulo Mineiro.
Objetivos
Discutir temas contemporâneos relacionados com futuros programas, projetos a serem
elaborados e executados pelo grupo.
Metodologia
A Maratona Cultural é realizada pelos discentes que compõem o Programa de Educação
Tutorial – Pet Serviço Social Conexões de Saberes. Inicialmente, é escolhido um tema
gerador pelo grupo baseado nos programas e projetos; realiza-se levantamento bibliográfico e
1384
em seguida as obras em debate são escolhidas pelos extensionistas. As discussões são
desenvolvidas durante aproximadamente duas semanas com quatro horas de estudos por dia e
utilizando de rodas de conversas, projeção de documentários. Cada participante explana de
forma dialogada seus estudos que posteriormente são debatidos pelos demais presentes. São
convidados para este momento: extensionistas de outros PETs, representantes do Centro
Acadêmico, docentes e outros discentes que se interessam em participam desta atividade.
Resultados e discussão
As quatro Maratonas Culturais realizadas ao longo de um ano possibilitam aporte teóricometodológico aos petianos para a construção e realização dos programas e projetos
desenvolvidos. As discussões sobre arte, cultura, movimentos sociais, questão social e
educação sob os pilares da teoria social crítica foram sugeridas pelos extensionistas devido à
necessidade de uma formação política que contribua com uma leitura crítica da realidade que
consiga romper com a ideologia dominante de cunho liberal. Tais discussões possibilitam
uma aproximação com temas contemporâneos mais abrangentes que a academia, por vezes, se
distancia, refletindo a crise enfrentada pelo ensino superior brasileiro de apenas formar
profissionais para atender o mercado de trabalho e não para compreender e refletir sobre o
processo histórico do desenvolvimento da sociedade.
As discussões se pautaram na cultura e sociedade no contexto brasileiro, tendo como
subtemas a educação em relação à cultura e a arte, sua contribuição e difusão nas instituições
educacionais. Brandão (2002) aponta em seus estudos as formas de cultura como a erudita,
cultura hegemônica da classe dominante, que é imposta ao povo como forma de controle e a
cultura popular, que na maioria das vezes é vista como folclore desconsiderando o sujeito
social, sua história, costumes, hábitos, as relações sociais e a educação. Esta questão central
envolveu os participantes nas reflexões sobre como se efetiva a cultura no meio universitário:
a comunidade universitária tem liberdade de criação?; como se dá a construção de
identidades? Como se relaciona a arte e a ciência? Como se dá a conexão de culturas entre a
universidade e a comunidade?
Adentrou-se também na educação e nos movimentos sociais com subtemas relacionados às
expressões da questão social, na atual conjuntura. Ficou evidenciado que as lutas pelos
direitos e por uma sociedade mais justa, realizadas na contemporaneidade se baseiam no
pensamento de pessoas como Marx, Lukács, Mészáros que traz a atividade humana como auto
realizadora, e militantes como Ernesto Che Guevara. O guevarismo inspira muitos
movimentos sociais atuais, como o Movimento Sem Terra – MST – que luta pela reforma
1385
agrária. Alem disso, estudos sobre a trajetória histórica e política do movimento Zapatista, a
reforça sanitária, a criança e adolescente, entre outros.
A participação foi de aproximadamente 15 pessoas e os resultados foram significativos uma
vez que os presentes puderam (re) construir conceitos, ampliar conhecimentos e apreender
como se faz leitura da realidade além do aparente. Os debates estabelecidos foram de muito
respeito a ideologia e ao momento de amadurecimento intelectual de cada participante.
Conclusão
A Maratona Cultural é um momento muito esperado pelos extensionistas, cuja participação é
intensa, uma vez que possibilita a integração entre os discentes, de forma a promover a troca
de saberes, a construção coletiva de espaços de discussão, que contribuem para uma postura
crítica-reflexiva das dimensões político-econômico-cultural e social. Acredita-se que as
próximas maratonas terá a participação de um número maior de estudante, cujo tema será a
relação de gênero com foco na mulher.
Referências
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. A educação como cultura. Campinas: Mercado das Letras,
2002.
COUTINHO, Carlos Nelson, 1943- Cultura e sociedade no Brasil: ensaios sobre idéias e
formas.4. ed.São Paulo: Expressão Popular, 2011..
LOWY, Michael. O pensamento de Che Guevara. 2. ed. São Paulo: Expressão Popular,
2012.
PASTORINI, Alejandra. A categoria “questão social” em debate. 2. ed. São Paulo: Cortez,
2007.
SIMIONATO, Ivete. Classes subalternas, lutas de classe e hegemonia: uma abordagem
gramsciana. Rev. Katál. Florianópolis v. 12 n. 1 p. 41-49 jan./jun. 2009. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/rk/v12n1/06.pdf. Acesso em: 12 jan.2014
1386
Inovação e Empreendedorismo-Como tema na Tutoria em Administração: um estudo no
Programa de Educação Tutorial de Administração da Universidade Federal de Viçosa
Maria Júlia Clemente Vecchi, Brendow de Oliveira Fraga, Letícia Alves Andrade, Bruna
Alves Almeida, Raphael Araújo Dutra, Felipe Rodrigues Cruz, Humberto Rodrigues Martins,
Pamela M. Martins de Oliveira, Bruno Rodrigues Lima Madeira, Emanuelle dos Reis Costa,
Fernando Castro, Samuel Teixeira Lopes, Brenda Rodrigues Galvão, João Carlos Oliveira
Mota; Rodrigo Gava¹.
¹ Tutor; Departamento de Administração e Contabilidade da Universidade Federal de Viçosa
(DAD-UFV)
Introdução
O cenário contemporâneo que permeia e orienta a formação de alunos em vários cursos no
ambiente universitário brasileiro, versa, dentre outros assuntos, sobre empreendedorismo,
geração de valor e inovação. Neste sentido, os estudantes se veem diante da necessidade de
compreender estas demandas para, ao se capasitarem, se adaptarem e intervirem sobre as
pernanentes mudanças sociais e mercadológicas que têm marcado a sociedade atual. Diante da
realidade do empreendedorismo no Brasil, notabiliza-se a relevância deste tema, dadas as
políticas que incentivam essa prática, o potencial empreendor da economia nacional e a
realidade local de observação deste estudo que reflete o empreendedorismo como força motriz
para a geração de divisas, emprego e renda. Ademais, um conceito complementar, cuja
importância se torna crescente, é a inovação, compreendida como a inserção de novos
atributos a produtos, processos, ou métodos já existentes, ou a elaboração de novos produtos
ou processos de produção: (OCDE, 2005). Assim, e identificando as necessidades de um
debate analítico sobre as perspectivas e aplicações conceituais : desses dois temas, o
Programa de Educação Tutorial de Administração da Universidade Federal de Viçosa
identificou a oportunidade de promover um seminário a toda a comunidade acadêmica
abordando o tema ‘‘Inovação e empreendedorismo em foco’’, objetivando viabilizar reflexões
sobre a temática, identificar oportunidades na área e, sobretudo, desenvolver nos participantes
uma conscientização acerca de empreendedorismo e inovação nos âmbitos público e privado.
Objetivos
1387
Esta iniciativa tem o objetivo geral de disseminar, em um evento acadêmico, aspectos teóricos
que esclareçam e instruam os agentes envolvidos sobre as reais aplicações, limitações e
possibilidades de atuação do empreendedorismo e da inovação. Paralelamente, espera-se
promover discussões sobre a magnitude do tema e construir, de modo dialógico,
apontamentos conceituais que consigam descrever e abordar a realidade empírica do
empreendedorismo e inovação nacionais. Soma-se a intenção de se promover uma reflexão
com profissionais da área sobre as limitações e restrições das práticas profissionais dessas
áreas abordadas, no contexto do mercado contemporâneo.
Metodologia
O evento constitui um projeto integrado do PET/ADM/UFV, sistematizado sob a seguinte
metodologia: os membros do programa foram instruídos com carga teórica de materiais que
versassem sobre a temática do evento, e, nesta perspectiva internalizaram os saberes que
permeariam a etapa aberta ao público. Capacitados para conduzir as atividades do seminário,
os petianos se articularam para reunir profissionais nos campos do empreendedorismo e da
inovação para palestrarem sobre a proposta temática do evento. Adicionalmente, o PET/ADM
também providenciou a infraestrutura junto à administração superior da universidade e
assumiu a organização da recepção dos participantes.
Resultados e discussão
O evento fora planejado para realizar-se no dia 13 de junho de 2014 e espera um público de
120 participantes. Por se tratar de um evento direcionado a comunidade acadêmica, em todos
os seus cursos de graduação, espera-se um evento plural, articulado sob os mais diversos
pontos de vista e capaz de integrar experiências multidimensionais para a construção
dialógica dos conceitos inerentes ao empreendedorismo e à inovação.
Conclusão
Pela relevância de se compreender a dinâmica envolvida nos conceitos de empreendedorismo
e inovação, considera-se que eventos desta magnitude sejam elementares para contribuir com
o surgimento de profissionais empreendedores e inovadores, mais instruídos e preparados
1388
para as dinâmicas do cenário econômico brasileiro no que tange a acesso a recursos, execução
e administração de parcerias, bem como articulações de vantagens competitivas e
diferenciação.
Referências:
DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo. Elsevier Brasil, 2008.
ORGANIZAÇÃO PARA COOPERAÇÃO ECONÔMICA E DESENVOLVIMENTO –
OCDE. Manual de Oslo: Proposta de Diretrizes para Coleta e Interpretação de Dados sobre
Inovação Tecnológica. Finep, 2005.
1389
SÍNTESES GRÁFICAS DO PET ARQUITETURA: TRANSFORMANDO
IDEIAS EM IMAGENS
1
Gabriela PÊSSOA, 1Maria MACHADO, 1Tuanne CARVALHO, 1Poliana OLIVEIRA,
1
Hedhyliana MELO, 1Paula RANGEL, 1Louise BERTO, 1Alexandra FREITAS, 1Julia LYRA,
1
Vinicius NASCIMENTO, 1Vinicius MELO, 1Álvaro MORAIS, 1Mayara PAULA; 2 Roseline
Vanessa de Oliveira MACHADO
1
Discentes da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Alagoas (UFAL).
Bolsistas do Programa de Educação Tutorial.
2
Docente da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
Líder do Grupo de Pesquisa Estudos da Paisagem e tutora do Programa de Educação Tutorial.
Introdução
Inserido na dinâmica dos cursos de graduação o Programa de Educação Tutorial proporciona
diversificadas experiências no âmbito da pesquisa, do ensino e da extensão na formação
acadêmica. Com o intuito de promover a integração entre docentes e discentes na Instituição
de Ensino, o Programa prioriza o exercício e aperfeiçoamento de atividades coletivas
realizadas durante o ano letivo. A margem de completar seus dezenove anos de existência o
PET Arquitetura se conforma como um núcleo de estímulos a criações audiovisuais, as quais
requerem conhecimento e aprendizados de áreas extrínsecas à grade curricular do Curso de
Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Alagoas. Assim, este trabalho versa
sobre as práticas criativas, relativas a design gráfico, desenvolvidas pelo PET Arquitetura
destacando os principais desafios e realizações do grupo.
Objetivos
Registro do cotidiano coletivo, este trabalho tem como objetivo explanar sobre práticas
criativas acerca de composições gráficas desenvolvidas pelo PET Arquitetura ao longo dos
últimos anos. No curso de graduação ao qual o grupo está vinculado muitas produções visuais
requerem materiais e técnicas relacionadas ao design gráfico para serem elaboradas, isso faz
com que os exercícios realizados no grupo deem um suporte às atividades dentro da
graduação. Assim, este trabalho tem o intuito de fazer uma revisão dos procedimentos e
1390
produtos elaborados pelo PET Arquitetura, a fim reconhecer as contribuições das práticas
cotidianas para o aperfeiçoamento das habilidades estético-visuais dos integrantes.
Metodologia
Este trabalho é de natureza qualitativa e teve como ponto precursor indagações coletivas
acerca da importância das experiências realizadas no PET Arquitetura para a formação dos
petianos. A metodologia deste trabalho consistiu na revisão dos procedimentos e principais
produções gráficas elaboradas pelo grupo nos últimos cinco anos; e revisão bibliográfica
acerca de temas referentes à composição gráfica como: equilíbrio das formas, tipologias,
teoria das cores, fundamentos acerca de grid e simetria. Por conseguinte, foram feitas
discussões acerca do material e impressões colhidas que culminaram nas considerações finais.
Resultados e discussão
O PET Arquitetura se conforma como um núcleo de estímulos a criações audiovisuais e vem
desenvolvendo ao longo dos anos diversos produtos como logomarcas, banners, layouts,
vídeos, murais e editoriais gráficos, destinados não só à impressão, mas também à circulação
em mídias virtuais. Entre as principais produções do grupo pode-se mencionar a elaboração
de todo material gráfico para a Semana de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal
de Alagoas, assim como a diagramação da Revista Ímpeto e do Caderno do PET Arquitetura.
No último ano o grupo também produziu o vídeo comemorativo dos 40 Anos da Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo da UFAL e desenvolveu o material de divulgação dos 25 Anos do
PET UFAL.
Decorrente a grande demanda de atividades voltadas a trabalhos de composição visual, fez-se
necessária à formação de uma comissão dirigida à área de criação, na qual alguns integrantes
participam por cerca de seis meses, a fim de haver uma rotatividade entre as demais
comissões do grupo, o que possibilita a troca de experiências entre os petianos de diferentes
níveis de aprendizado. Para aprimorar as habilidades do grupo são desenvolvidas atividades
como seminários, minicursos e palestras, além das reuniões semanais e discussões com a
tutora do grupo acerca das produções.
1391
A atuação do grupo nessa área mostra-se válida e reconhecida, propiciando o surgimento de
atividades vinculadas com outros grupos da Instituição de Ensino, inclusive outros grupos
PET em forma de convites para execução de marcas, vídeos e minicursos. O desenvolvimento
de composições estético-visuais gera resultados satisfatórios e discussões que engrandecem a
proposta das atividades. A criação de uma equipe voltada para tal área, também se dá como
um resultado de atividades que demonstraram sucesso e apontaram como relevantes no fazer
cotidiano do PET Arquitetura.
Conclusão
A produção de atividades estético-visuais no PET Arquitetura estimula a capacitação interna
do grupo em composição gráfica, assim como, o exercício da criatividade, compreensão e
utilização de programas computacionais. As atividades também proporcionam uma interação
com outros grupos PET e com demais setores da Instituição de Ensino, fortalecendo o
intercâmbio de experiências e conhecimentos. As práticas cotidianas do PET Arquitetura
promovem ainda o exercício mental da construção de conceitos e a síntese de ideias, o que
possibilita o crescimento qualitativo na formação pessoal e acadêmica de todos os integrantes
do grupo.
Referências
BARROS, Lilian Ried Miller. A cor no processo criativo: um estudo sobre a Bauhaus e a
teoria de Goethe. São Paulo: Ed. Senac, 2006.
BOURDIEU, Pierre. As regras da arte. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
PALLASMAA, Juhani. Os Olhos da Pele. Bookman, 2006.
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO DA UFAL.
Maceió, Janeiro de 2006.
1392
SAMARA, Timothy. Elementos do design: guia de estilo gráfico. Tradução Edson
Furmankiewkiewicz – Porto Alegre: Bookman, 2010.
TONDREAU, Beth. Criar Grids: 100 fundamentos de layout. Tradução Luciano Cardinali
– São Paulo: Editora Blucher, 2009.
1393
UMA CASA PARA UMA ECOVILA: ESTUDO E PROPOSIÇÃO
1
Hedhyliana MELO, 1Julia LYRA, 1Vinicius NASCIMENTO, 1Paula RANGEL, 1Alexandra
FREITAS, 1Poliana OLIVEIRA, 1Tuanne CARVALHO, 1Louise BERTO, 1Vinicius MELO,
1
Gabriela PÊSSOA, 1Maria MACHADO, 1Álvaro MORAIS, 1Mayara PAULA; 2 Roseline
Vanessa de Oliveira MACHADO
1
Discentes da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Alagoas (UFAL).
Bolsistas do Programa de Educação Tutorial.
2
Docente da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
Líder do Grupo de Pesquisa Estudos da Paisagem e tutora do Programa de Educação Tutorial.
Introdução
Nos últimos 30 anos, a produção arquitetônica tem sido repensada no intuito de evitar
desperdícios, tanto no que diz respeito aos resíduos do nosso dia a dia, quanto dos recursos
necessários para edificar o espaço habitado. Nesse sentido, surge um modelo de assentamento
sustentável, cuja apropriação do sítio fundamenta-se, dentre outras ações em produção local e
orgânica de alimentos, no uso de sistemas de energias renováveis, economia solidária,
cooperativismo e uso de material de baixo impacto ambiental. Nessa perspectiva, o exercício
de investigação foca as condições de uma Ecovila, situada a 2km da praia de Riacho Doce,
Maceió- AL, onde priorizamos identificar os anseios de seus futuros moradores e o tipo de
Ecovila a que se destinará a área estudo. “A área de estudo pode ser considerada, pois, uma
abstração relativamente ao espaço da cidade; ela serve para definir melhor um determinado
fenômeno” (ROSSI, 2001, p.63).
Foi investigado, portanto, o interesse dos investidores nesse tipo de moradia. Segundo Duarte,
o endereço representa nossos desejos, comunica e exibe signos exteriores de status, ou seja, “o
endereço é o que permite facultar ao outro o acesso a um lugar que compõe parte da nossa
identidade” (DUARTE, 2013, p.65). A oportunidade de acompanhar o processo de sua
implantação e registrar os modos de organização vernacular do local consiste, também, em
uma experiência particular para os estudantes de arquitetura, por se tratar de uma iniciativa
pioneira dentro dos limites urbanos da cidade e que se encontra fora do circuito
mercadológico.
1394
Objetivos
O objetivo principal deste trabalho é aprofundar conhecimentos acerca dos temas referentes à
Ecovilas, arquitetura vernacular, modos de construção sustentáveis e energeticamente
eficientes, exercitando a produção da paisagem local através da prática de projetar sob uma
perspectiva ecológica, cujo desafio está em compatibilizar os anseios particulares dos futuros
moradores (21 investidores) com a ideia de viver sustentavelmente em comunidade.
Além disso, essa investigação pretende apresentar dados que possam subsidiar trabalhos de
divulgação da produção arquitetônica contemporânea local e de futuras ações urbanísticas,
servindo como registro do processo e das ambições destes.
Metodologia
A partir do contato com os proprietários e da visita in loco, o estudo foi motivado, com a
intensão de propor uma residência que otimize o desejo de seus moradores vinculado ao
conceito de uma Ecovila. Três etapas nortearam a construção deste trabalho.
A primeira teve por finalidade conhecer a área onde esta implantada a Ecovila. O
reconhecimento do lugar se deu através de visita técnica, levantamento de campo e conversas
com investidores. A apreensão da área-estudo foi documentada através de registros
audiovisuais (fotos e vídeos).
Em paralelo construímos a segunda etapa, marcada pela revisão bibliográfica dos seguintes
temas: sustentabilidade cultural, permacultura, soluções bioclimáticas, eficiência energética,
estratégias de composição arquitetônica que visam à eficácia construtiva e a utilização de
material de baixo impacto na construção. Esta etapa serviu como base para o entendimento
dos temas norteadores e construção do nosso próprio conceito de Ecovila, possibilitando a
compreensão seus elementos e funcionamento de maneira aprofundada.
Na terceira etapa, elaboramos uma entrevista para os futuros moradores, onde foram
verificadas suas necessidades. A partir dos dados obtidos, foram elaborados gráficos que
apontaram estes anseios e possibilitaram a comparação dos diferentes pontos de vistas
apresentados, relacionando-os. A transcrição, a sistematização e a análise desses dados
subsidiaram a produção da residência modelo para a mesma.
1395
Resultados e discussão
Até o dado momento, analisando as entrevistas e o embate entre elas, observou-se que,
mesmo que haja certa concordância relativa à procura por uma melhor qualidade de vida, as
ideias acerca do espaço do abrigo destoam basicamente no que se refere ao programa
arquitetônico e, por extensão, à área de construção. Tal situação indica que a proposta de uma
residência para a Ecovila tenderá para a flexibilidade espacial, com recintos articulados de
maneira a favorecer a adaptação de usos sem comprometer os aspectos de executabilidade e
habitabilidade, tão pouco os recursos projetuais vinculados à experiência de viver em um
ambiente comunitariamente sustentável. É notório que a concepção de Ecovila segundo os
moradores destoa, em pontos específicos, da ideia apresentada por seu próprio construtor, o
que poderia vir a causar certo impasse no que se refere à construção da mesma. A
compreensão do programa desejado e elaboração do projeto se darão, portanto, por intermédio
de uma análise específica da idealização desta Ecovila, tanto do ponto de vista de seus
inquilinos como de seu futuro criador.
Conclusão
O trabalho de propor uma tipologia de abrigo para um grupo de pessoas se colocou como um
desafio a enfrentar, na medida em que tem sido preciso conciliar diversas formas de pensar
sobre o habitar em comunidade. Além disso, o aprofundamento em temas referentes a
moradias sustentáveis e energeticamente eficientes acresce ao petiano novas formas de pensar
e edificar uma arquitetura vernacular. Essa experiência tem sido estimulante por representar
uma oportunidade de ampliar discussões acerca da arquitetura e da cidade para além daquelas
focadas no projeto pedagógico do curso e do PET, atuando como um vetor de conhecimento,
também contribui para o enriquecimento da formação dos graduandos através da divulgação
entre seus colegas acerca das atividades desenvolvidas no Programa.
Referências
BARKI, José. O Aprendizado do Fazer. In: Leituras em Teoria da Arquitetura. Vol. I –
Coleção.
1396
DUARTE, Cristiane Rose; VILLANOVA, Roselyne de. Novos olhares sobre o lugar:
ferramentas e metodologias, da arquitetura à antropologia. Rio de Janeiro: FAPERJ,
2013.
LAWSON, Bryan. Como os arquitetos e designers pensam. São Paulo, Oficina de Textos,
2011.
ROSSI, Aldo. Arquitetura da cidade. São Paulo: Wms Martins Fontes, 2001.
SILVA, Elvan. A forma e a fórmula. Cultura, ideologia e projeto da arquitetura da
Renascença. Porto Alegre: Sagra, 1991.
VENTURI, R. Complexidade e contradição em arquitetura. 2.ed. São Paulo: Martins
Fontes, 2004.
1397
‘
“FACES DO ENVELHECIMENTO. COMO É O ENVELHECER EM VIÇOSA”.¹
GOMES, Simone Martins²; PAULA, Mirian Silva de²; OLIVEIRA, Taise Aparecida²;
CONCEIÇÃO, Leydiane Ribeiro²; FONSECA, Camila Carla²; FORTES, Taís Ribeiro²;
LIMA, Luanne Aparecida Vilela²; MACHADO, Aparecida de Paula²; OLIVEIRA, Mariana de
Paula²; PAES, Luana Fernandes Silva²; PAIVA, Danielle Batista Moreira da Silva²;
PEREIRA, Glauciane Aparecida²; RODRIGUES, Eduarda da Costa²; SILVA, Jardel Fellipe de
Lima²; SILVA, Raquel Maria²; MAFRA, TAVARES, Simone Caldas³.
Introdução
A redução acelerada das taxas de mortalidade e natalidade da população brasileira refletiu na
transição demográfica da população brasileira idosa nos últimos censos. De acordo com o
censo de 2010, as pessoas com 60 anos ou mais representam 10,8% da população. A projeção
de que essa população aumentará entre 1950 e 2025, quinze vezes, enquanto nas demais
idades este crescimento será de cinco vezes no mesmo período.
Este fato revela a importância de se estudar o processo de envelhecimento no Brasil para que
sejam estruturadas políticas públicas eficazes e voltadas para o aprimoramento no cuidado
com o idoso, bem como de serviços comunitários, para amparar com eficiência este novo
perfil populacional. Desse modo, o trabalho buscou compreender o projeto de vida para o
“envelhecer em Viçosa”, considerando os entrevistados da pesquisa, gerando como produto o
livro: “Faces do Envelhecimento. Como é envelhecer em Viçosa”. O interesse em realizar o
estudo foi o fato de que, mudanças significativas estão acontecendo com os dados
demográficos do Brasil com o aumento da população idosa, tais como: redução do número de
nascimento; maior inserção da mulher no mercado de trabalho; maior dependência das
famílias da renda dos idosos; dificuldade de acesso ao mercado de trabalho pelo público mais
jovem. Neste sentido torna-se necessário estudos que compreendam a importância das
políticas públicas no amparo a este estrato populacional, em específico as políticas municipais
em Viçosa- MG, na perspectiva de ampliar o acesso desta população ao bem-estar social e
qualidade de vida.
¹ Estudo aprovado pelo parecer nº 426.848 de 08/10/2013 do Comitê de Ética em Pesquisa com seres humanos.
² Bolsistas do FNDE na modalidade PET-Economia Doméstica – Universidade Federal de Viçosa, MG.
³ Professora Associada do Departamento de Economia Doméstica e bolsista do FNDE na modalidade tutora do
PET Economia Doméstica, Universidade Federal de Viçosa, MG. E-mail: [email protected].
1398
Objetivos
- Conhecer o projeto de vida para o “envelhecer em Viçosa”, considerando os entrevistados da
pesquisa;
- Descrever a partir do olhar dos entrevistados, como é o envelhecer em Viçosa;
- Compreender o processo de troca intergeracional no município, na perspectiva de facilitar o
processo de valorização do idoso no âmbito social;
- Estruturar e lançar o livro “Faces do Envelhecimento. Como é envelhecer em Viçosa”,
organizado na forma de fotos e depoimentos com os participantes do projeto. Utilizando como
referência o livro “Faces of Aging” produzido pelo Sealy Center on Aging da University of
Texas Medical Branch, Centro colaborador da WHO/PAHO para o estudo do envelhecimento
nos EUA.
Metodologia
O estudo envolveu ensino, pesquisa e extensão, pois foi utilizado diferentes métodos, com
abordagem qualitativa de caráter exploratório e descritivo, utilizando como técnica de coleta
de dados o método de “projeto de vida” a partir da entrevista semiestruturada. Para a etapa de
extensão o registro fotográfico buscou revelar o contexto analisado, qual seja, o
envelhecimento em Viçosa, evidenciando através das fotos e depoimentos, a trajetória de vida
dos entrevistados. Para a etapa do ensino; palestras foram desenvolvidas, junto com as
crianças e pré-adolescentes de escola estadual do referido município. As atividades lúdicas
realizadas na aula de artes da escola selecionada para o estudo, buscou discutir a respeito da
importância do idoso em nossa sociedade, como é o idoso que eu convivo e o que ele pensa
do envelhecimento, utilizando para tanto o desenho e a produção de texto. Usou-se a seguinte
situação para a produção do texto: “A família do Smilinguido está com uma decisão
importante a ser tomada, se o idoso, no caso seus avós, iriam ou não morar com a família, e
como estes iriam agir”. A partir da problemática apresentada foi pedido que os alunos
apontassem o que achavam sobre o fato, e como agiriam se acontecesse em suas respectivas
famílias, e se a situação já fosse vivenciada por eles, que eles contassem tal experiência.
A população estudada foi formada por idosos cadastrados e frequentadores de grupos de
convivência de Viçosa, MG, denominados “Clube da Vovó” e PMTI (Programa Municipal da
Terceira Idade). Nestes grupos os idosos se reúnem diariamente e semanalmente para realizar
atividades de lazer e auxílio à sociedade. A amostra foi constituída pelos idosos mais
frequentes nas atividades oferecidas pelos grupos mencionados anteriormente.
1399
Utilizou-se para a coleta de dados as entrevistas, que foram transcritas, sem efetivar a
interpretação do seu conteúdo. Pois como prevê a metodologia de projeto de vida interessa
apresentar ao leitor o que foi ou está sendo importante na vida do idoso(a) entrevistado(a) a
partir da escolha de Viçosa para vivenciar sua velhice.
Para a coleta de dados junto as crianças utilizou-se da produção de texto, como mencionado
anteriormente, que também foram transcritos e analisados a partir do método de análise de
conteúdo. Identificou-se nos mesmos as variáveis mais citadas/expressadas para explicar o
cotidiano do convívio com a pessoa idosa, na perspectiva de compreender as trocas
intergeracionais.
Tais dados foram utilizados para a estruturação do livro, “Trocas intergeracionais. Como a
criança em Viçosa percebe seu idoso”, que após concluído será realizado o lançamento do
mesmo na Escola parceira do estudo.
Resultados e discussão
A pesquisa de campo está em processo de conclusão. Esta foi iniciada em março de 2014 com
previsão de término em agosto do referido do ano. Dos entrevistados no PMTI pode-se
perceber que, a maioria considera que a existência de Programas Para a Terceira Idade no
município são um estimulador para envelhecer em Viçosa. Dentre as falas recorrentes sobre
tal aspecto destacamos as abaixo apresentadas:
“[..] sou uma pessoa mais ou menos sozinha assim não tenho muita gente
para conversar comigo, então eu escolhi divertir com as colegas, com as
pessoas [...]” (Idoso 1).
“[..] aconteceu, agora eu arrependi de não ter entrado antes sabe é muito bom
mesmo e ajuda muito a gente melhora tudo, corpo, cabeça, mente, tudo e
gosto muito daqui por isso eu vou continuar porque eu quero continuar no
projeto [..] (Idoso 2).
Outro aspecto evidenciado durante as falas foi que, apesar da maioria dos idosos não ter
nascido em Viçosa, estes optam pelo envelhecimento nesta cidade. Tal fato pode ser
observado nas falas abaixo:
“[..] eu tô muito bem sabe, tô na terceira idade aqui, então eu melhorei
muito, sabe eu tô assim, uma menina de 15 anos de tão feliz , vivendo agora,
1400
vivendo agora, isso mesmo, eu acho que tá bom demais envelhecer aqui em
Viçosa. […]” (Idoso 3).
“[...] me casei fiquei morando aqui e eu gosto daqui e quero envelhecer aqui,
aqui estão minhas filhas né, meu marido, duas netas que eu já tenho. Eu
gosto muito de Viçosa [...]” (Idoso 4).
Diante disso até o presente momento, o trabalho mostra-se de total relevância para o poder
público local, no que se refere a planejar e gestar as políticas públicas municipais para
incentivar e proporcionar aos idosos um envelhecimento mais tranquilo e feliz.
Com a análise da produção de textos dos alunos da Escola Estadual, na perspectiva de se
compreender o processo das trocas intergeracionais, percebeu-se que em sua maioria os
alunos entendem o processo de envelhecimento como algo complicado e trabalhoso e que os
avós são “queridos” apenas pelo que oferecem pequenos mimos e benefícios que oferecem
durante o convívio cotidiano, tais como: as refeições que preparam; as histórias que contam;
de louças que lavam; dos presentes oferecidos. Falam um pouco do gostar e do respeito
também, mas em sua maioria reclamam da falta de privacidade, da mudança na rotina da
família, dos problemas com os remédios, quando o assunto é a convivência com os avós no
cotidiano. Como pode ser percebido nos trechos destacados dos textos produzidos:
“[...] ele tem muitas histórias antigas ele faz coisas prá gente [...]” (Criança 1) .
“[...] se meu avô viesse não poderíamos fazer barulho o jantar seria mais cedo e
teríamos que dormir mais cedo, coisa que eu não ia gostar.” (Criança 2).
“[...] conviver com idosos é muito bom porque se precisarmos de ajuda eles nos
ajuda.” (Criança 3).
Percebe-se então a necessidade da conscientização do que é conviver com um idoso, bem
como o respeito e paciência que deve existir por parte das crianças em relação aos idosos,
para que esta troca gere bem-estar social e aprendizado entre gerações, além dos benefícios
que os avós trazem aos seus netos.
Conclusão
Os estudos sobre o envelhecimento são essenciais para que o Brasil se prepare para o desafio
do desenvolvimento das sociedades no terceiro milênio. No entanto, compreender qual (is) é
(são) o (s) projeto (s) de vida para estes indivíduos torna-se essencial para saber como lidar
1401
com este desafio de renovação social. Este estudo se colocou como inovador, pois permitiu
conhecer qual foi o projeto de vida dos entrevistados, no que se refere à decisão de envelhecer
em Viçosa, bem como permitiu perceber a ausência de planos, mas as circunstâncias da vida
como definidor de onde envelhecer. Assim como identificou a ausência de trocas entre as
gerações. Tal fato reforça o “abismo” social que se constrói entre jovens e velhos, abismo esse
que reforça o preconceito em relação a este segmento populacional. Tais impressões trazidas
pelo estudo poderão contribuir para o desenho de políticas públicas locais que viabilizem o
enfrentamento do desafio de se envelhecer com dignidade social.
Referências
CARBONI, R.M.; REPPETTO, M.A. (2007), “Uma reflexão sobre a assistência à saúde do
idoso no Brasil”. Revista Eletrônica de Enfermagem, Vol. 9, No. 1, pp. 251-260. Disponível
em: <http://www.fen.ufg.br/revista/v9/n1/v9n1a20.htm>. Acesso em: 21 setembro 2010.
CREUTZBERG, M.; GONÇALVES, L. H. T.; SOBOTTKA, E. A.; SANTOS, B. R. L. A
comunicação entre família e a Instituição de Longa Permanência para Idosos. Revista
Brasileira de Geriatria e Gerontologia, 10 (2): 1-5. 2007.
HORVATH JÚNIOR, M. Salário-maternidade. São Paulo: Quartier Latin, 2004.
LEAL, M. C. C.; MARQUES, A. P. O; MARINO, J. G.; AUSTREGÉSILO, S. C.; MELO, H.
M. A. Perfil de instituições asilares no município do recife, PE, Brasil. Revista Brasileira de
Geriatria e Gerontologia, 9 (3): 1-7. 2006.
LEITE, M. T.; HILDEBRANDT, L. M.; SANTOS, A. M.. Maus-tratos a idosos no domicílio:
concepção de familiares. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, 11 (2): 1-19.
2008.
PASINATO, M. T.; CAMARANO, A. A.; MACHADO, L. Idosos vítimas de maus-tratos
domésticos: Estudo exploratório das informações levantadas nos serviços de denúncia. IN:
IPEA, Texto para Discussão, 1200, Rio de Janeiro. 2006.
WONG, R.; JAMES, E.; COX, A. Living arrangements and standards of elderly men and
women. IN: Wong, R.; James, E.; Cox, A. (Eds.). The gender impact of social security
reform. (pp.19-31). Chicago: Chicago Press. 2008.
1402
POPULARIZAÇÃO DA CIÊNCIA COMO MEDIADORA DAS RELAÇÕES DE
CONSUMO DA TECNOLOGIA DOS TRANGÊNICOS: A percepção dos estudantes de
ensino médio em escola pública, Viçosa- MG ¹
PAULA, Mirian Silva de²; GOMES, Simone Martins²; RODRIGUES, OLIVEIRA, Taise
Aparecida²; Eduarda da Costa²; PAES, Luana Fernandes Silva²; RODRIGUES, Eduarda da
Costa²; MACHADO, Aparecida de Paula²; FONSECA, Camila Carla²; PAIVA, Danielle
Batista Moreira da Silva²; PEREIRA, Glauciane Aparecida²; SILVA, Jardel Fellipe de Lima²;
CONCEIÇÃO, Leydiane Ribeiro²; LIMA, Luanne Aparecida Vilela²; OLIVEIRA, Mariana de
Paula²; SILVA, Raquel Mari²; FORTES, Taís Ribeiro²; MAFRA, Simone Caldas Tavares³;
SILVEIRA, Janine Fernanda da4.
Introdução
Na contemporaneidade tem-se vivenciado uma sociedade onde os produtos atingem a
população de maneira instantânea e constante. Para que o consumidor se sinta preparado
diante desse volume de informações é necessário conhecimento e orientação.
A informação pode promover o bem-estar social e capacitar para o consumo. Por isso torna-se
necessário que o conhecimento chegue ao consumidor para a sua tomada de decisão, e isso
atinge os produtos transgênicos. Hoje discute-se muito os Transgênicos, ou OGM’s
(organismos geneticamente modificados), que estão presentes na alimentação, vestuário,
medicamentos, entre outros. No entanto pouca informação chega ao consumidor, por isso fazse necessário a popularização deste conhecimento.
Os transgênicos têm ocupado espaço no cotidiano das pessoas, principalmente por meio da
alimentação. As prateleiras de supermercados estão recheadas de alimentos advindos da
transgenia. Muitas das vezes torna-se a única opção do consumidor que frequentemente não
sabe o que está comprando, por isso a importância desse estudo.
_________________________________________
¹ Estudo desenvolvido a partir da parceria do PET Economia Doméstica com o INCTIPP, de forma a
desenvolver a meta de “Divulgação da Ciência” do referido instituto.
² Bolsistas do FNDE na modalidade PET-Economia Doméstica – Universidade Federal de Viçosa, MG.
³
Professora Associada do DED/UFV, tutora do Programa de Ed. Tutorial em Economia Doméstica. E-mail:
[email protected]
4
Bolsista de IC do CNPq junto ao Instituto Nacional de Tecnologia Interação Planta Praga (INCTIPP).
1403
Nesta perspectiva o estudo objetivou analisar o conhecimento prévio que as pessoas têm a
respeito deste tema, verificar se a informação está sendo direcionada de forma correta, e
quando não existe, incentivar a busca da mesma. Por isso o trabalho foi realizado em
ambiente escolar, pois acreditamos que através dos alunos a informação chegue de forma
mais efetiva as famílias e por consequência à comunidade local.
Objetivos
Divulgar a informação a respeito dos transgênicos para a população, através dos alunos da
ESEDRAT Viçosa, MG. E de forma específica: conhecer o aprendizado prévio dos alunos a
respeito dos OGM’s; divulgar informações da aplicação dos transgênicos em áreas diferentes
do cotidiano individual e familiar; e auxiliar na elaboração de feiras e projetos, destinados ao
tema: transgênicos.
Metodologia
O estudo foi realizado no município de Viçosa, localizado na Zona da Mata mineira, que
possuía em 2013 uma população estimada de 76.147 habitantes (IBGE/Cidades, 2013), e uma
população flutuante de aproximadamente 20 mil pessoas (PREFEITURA, 2012). A população
do estudo foi a Escola Estadual “Doutor Raimundo Alves Torres” (ESEDRAT). A
mencionada escola foi eleita para este estudo, pois estuda a temática transgenia dentro do
conteúdo da disciplina Geografia. Teve como amostra do estudo alunos do terceiro ano do
ensino médio no ano de 2013 e do primeiro ano, no ano de 2014, para que haja possibilidade
de continuidade do estudo na referida escola.
No ano de 2013 utilizou-se o método de qualificativos associados, como proposta
metodológica para desenvolvimento do estudo. O método é uma técnica experimental de
análise das associações espontâneas de ideias, onde se questiona a uma população o que se
objetiva conhecer e depois se agrupam os qualificativos referentes ao aspecto elegido, no caso
do estudo buscou-se conhecer as informações prévias dos alunos à respeito de OGM’s.
(SCHMIDT, 1974 apud MAFRA et al. 2013).
No ano de 2014 foi realizada uma atividade de produção de texto junto aos alunos do terceiro
ano a partir de reportagem divulgada na página de “Notícias da UFV”, sobre planta
transgênica resistente à seca desenvolvida pelo INCTIPP. O texto deveria abordar a opinião
do estudante sobre a tecnologia e como ela poderia afetar positiva e negativamente o
cotidiano dos mesmos. Tal atividade objetivou a estruturação da “Série Divulgação da
1404
Ciência” como meio de popularizar o conhecimento científico produzido pelo referido
Instituto.
Resultados e Discussão
A pesquisa teve como foco inicial identificar o conhecimento presente entre os estudantes a
respeito da transgenia, para posteriormente trabalhar os conceitos referentes a este assunto.
Para a participação na pesquisa em 2013 foram entregues 170 cartas de livre consentimento,
destas 51 retornaram ao pesquisador. As atividades foram desenvolvidas antes durante e
depois de dois importantes eventos do calendário escolar, quais sejam, a “Mostra de
Conhecimento” da Faculdade de Viçosa, MG e Feira de Ciências da ESEDRAT. Para
desenvolver as atividades realizou-se encontros envolvendo a discussão de temas relacionados
à aplicação da transgenia em diversas áreas, saúde, vestuário e alimentação, sendo base para
auxiliar na compreensão e desenvolvimento dos trabalhos. Das áreas estudadas as que mais
surtiram interesse nos alunos foi alimentação e saúde, por isso organizou-se dois grupos
diferentes de trabalho, para realização da exposição dos resultados nos eventos. Os demais
resultados do trabalho foram divulgados e discutidos nos encontros, exposição de filmes,
mostra de notícias de jornal ou internet, no mural da escola.
Durante o desenvolvimento dos encontros e atividades resultantes dos mesmos, foi possível
notar as deficiências dos alunos no que se refere a percepção do que vem a ser “transgênicos”,
assim como foi observado nos estudos de Pedrancini et al. (2008):
“Os alunos não compreenderam o significado de geneticamente
modificado.
Suas
ideias
reproduzem
informações
confusas,
fragmentadas, que não se aproximam do conceito. Pairam, isto sim,
sobre informações veiculadas pelos meios de comunicação de massa
ou até por discussões realizadas na escola, com o objetivo de levar os
alunos a emitir opiniões sobre um assunto polêmico sem que tenham
conhecimentos com os quais possam pensar sobre os fenômenos. Por
isso, prevalecem ideias alternativas como: Pode-se fazer um
transgênico pela mistura de uma planta mais resistente com outra.
Tipo enxertia,”(PEDRANCINI et al 2008. p.138).
Amorim (1997) apud Pedrancini et al. (2008), destacam a dificuldade dos professores, por
outro lado a compreenderem assuntos relacionados a novas tecnologias como transgênicos,
1405
dificultando o diálogo com o aluno, e consequentemente a compreensão dos mesmos sobre tal
tecnologia.
No decorrer das conversas com os alunos, foi percebido também que mesmo com a
informação fornecida a eles, não compreendiam o que seriam os OGM’s, tendo dificuldades
para responder de forma clara. Alguns dos aspectos que podem explicar esse fato é a carência
da escola em trabalhar este tipo de assunto, afirma Giordan e Vecchi (1996) apud Pedrancini
et al.(2008)
ao falar
que as “ [...] escolas não podem se limitar aos conhecimentos
enciclopédicos, e sim trabalhar em resolução de problemas e entendimentos sobre assuntos da
atualidade”.
Mesmo ocorrendo estas dificuldades, os estudantes demonstraram interesse em aprofundar o
assunto proposto. Ao final da primeira fase do projeto foi possível atingir o objetivo do
estudo. O que é necessário a partir de agora é envolver mais os alunos, para disseminar a
informação a uma maior parte da comunidade de Viçosa.
No segundo momento do projeto, ou seja, no ano de 2014, outra atividade foi realizada
excepcionalmente com os terceiros anos, que foi a produção de texto. Tal produção buscou
saber a opinião dos adolescentes a respeito dos transgênicos por intermédio de uma matéria
atual sobre a pesquisa na área feita por pesquisadora do INCTIPP. Por meio dos relatos em
formato de redação foi produzido um livro denominado “Série Divulgação da Ciência”, que
será publicado no segundo semestre de 2014, e que está em processo de diagramação. Este
livro será divulgado para a sociedade viçosense através da ESEDRAT, e demais INCT’s do
estado de MG. Acreditamos que isso fortalecerá as ações do PET-ED e o do INCTIPP na sua
meta de divulgação da ciência.
A proposta para continuidade do estudo é, para os próximos meses trabalhar
tecnologias/pesquisas desenvolvidas por outros pesquisadores vinculados ao INCTIPP, para
que outros alunos de outras escolas de Viçosa possam ter a oportunidade de descrever suas
impressões sobre os OGM’s e as implicações positivas e negativas destes no cotidiano
individual e familiar dos usuários finais.
Conclusão
O conhecimento é importante para oferecer aos indivíduos ferramentas necessárias a análise
das situações diversas do cotidiano, em relação aos OGM’s. As metodologias usadas foram
essenciais para fazer com que o conhecimento fosse percebido pelos participantes, assim
como estes puderam descrever os benefícios e os malefícios percebidos a partir do acesso aos
1406
mesmos. Portanto é necessário o empenho na popularização da ciência para que, os usuários
deste conhecimento científico possam estar cientes das implicações das biotecnologias em seu
cotidiano, para que sejam capazes de escolher entre o uso ou não.
Referências
IBGE Cidades. Viçosa. Disponível em:
<http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=317130&search=minasgerais|vicosa|infograficos:-informacoes-completas> Acesso em 04 de jun. de 2014.
MAFRA, Simone Caldas Tavares; FORTES, Taís Ribeiro ; SILVA, Danielle Batista Moreira
da et al. USAR OU NÃO USAR TRANSGÊNICOS. EIS A QUESTÃO. A educação para o
consumo de alimentos transgênicos: A informação como mediadora da relação de consumo
no âmbito familiar. o caso da “escola estadual Dr. Raimundo Alves Torres”, VIÇOSA-MG.
XVIII ENCONTRO NACIONAL DOS GRUPOS PET – ENAPET – RECIFE – PE. 2013.
PEDRANCINI, Vanessa Daiana; NUNES, Maria Júlia Corazza; GALUCH, Maria Terezinha
Bellanda. SABER CIENTÍFICO E CONHECIMENTO ESPONTÂNEO: Opiniões de
Alunos do Ensino Médio Sobre Transgênicos. Ciência & Educação, v. 14, n. 1, p. 135-146,
2008.
1407
A UM PASSO DO MERCADO DE TRABALHO
QUEIROZ, Timóteo Ramos1, ALEVATO, Igor Leles², DESTASSI, Dimitria Fernanda²,
FIALHO, Lucas Aranha², FRUHLING, Lucas Aparecido Martins², MARCÓRIO, Wilcer
André2, OLIVEIRA, Charles Angelo², OLIVEIRA, Thábata Carrion Mendes de², YAMADA,
Liria Yukari².
1
Tutor do Programa PET-Empreendedorismo 2 Bolsitas do Programa PET-Empreendedorismo
INTRODUÇÃO
Segundo Chiavenato (2004) o mercado de trabalho é composto pelas ofertas de
oportunidades de trabalho das diversas organizações. Dessa forma, para Chiavenato (2004),
toda organização, quando oferta uma oportunidade de trabalho passa a constituir o mercado
de trabalho.
O mercado de trabalho é dinâmico e sofre contínuas mudanças (CHIAVENATO,
2004). É por esse motivo que é de suma importância conhecer o mercado de trabalho da área
na qual se pretende atuar.
Na perspectiva de Sachuk e Cocito (2005), os responsáveis pelo curso de
Administração, precisam se atentar para a necessidade da integração dos alunos no mercado
de trabalho mesmo antes destes concluírem o curso, para que estes possam competir com
outros profissionais de forma mais equitativa. Mercado de trabalho esse, que para Sachuk e
Cocito (2005) está cada vez mais exigente e implacável, pois se espera que o administrador
tenha agregado inúmeras habilidades à sua formação. O evento “A Um Passo do Mercado de
Trabalho”, organizado por membros do PET-Empreendedorismo, oferece palestras com
profissionais renomados da área de recursos humanos acerca de assuntos relacionados ao
mercado de trabalho, além de contar com uma mesa redonda com a presença de ex-alunos do
curso de Administração da Unesp, câmpus de Tupã, que falam sobre processos seletivos e
compartilham suas experiências profissionais.
OBJETIVO GERAL E OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Oferecer aos discentes do curso de Administração da Unesp, Câmpus de Tupã, um
panorama da situação atual do mercado de trabalho.
Compõem os objetivos específicos desse trabalho os seguintes pontos:

Propiciar aos discentes conhecimentos a respeito de processos seletivos.
1408

Instigar os alunos a descobrirem qual o seu perfil profissional.

Apresentar conteúdos extraclasses na área de recursos humanos para aumentar a
bagagem intelectual dos graduandos.
METODOLOGIA
O evento “A Um Passo do Mercado de Trabalho” acontece anualmente, e é
organizado pelos membros do PET-Empreendedorismo, em parceria com a coordenação do
curso de graduação em Administração da Unesp de Tupã.
A atividade se baseia em palestras ministradas por profissionais da área de recursos
humanos, que abordam temas referentes ao mercado de trabalho, principalmente, na área de
gestão. Durante o evento ocorrem também mesas redondas, onde ex-alunos do câmpus são
convidados para falarem sobre suas experiências ao terminarem a graduação e ingressarem no
mercado de trabalho, por meio de programas de estágio ou trainne.
Para a realização do evento, os palestrantes são selecionados previamente pelos
organizadores, que fazem contato com os mesmos através de e-mail e/ou telefone. Por se
tratar, normalmente, de pessoas com um grande número de compromissos, tais contatos
devem ser realizados com antecedência, para que o profissional possa se programar. O mesmo
se aplica para os ex-alunos, pois apesar da mesa redonda ocorrer no mesmo dia em que
apresentam seus relatórios de estágio no campus, eles já se encontram trabalhando, e,
normalmente, em outras cidades, por esse motivo, torna-se necessário um contato prévio por
parte dos organizadores.
As despesas dos palestrantes em relação à viagem, estadia e alimentação são custeadas
com recursos próprios do PET-Empreendedorismo e com recursos da Pró-reitoria de
graduação (Prograd) e Pró-reitoria de extensão universitária (PROEX).
O evento tem duração de 3 a 5 dias e ocorre nos períodos vespertino e noturno, é
totalmente gratuito e conta com um coffee break para a integração entre os participantes dos
encontros. As inscrições são realizadas online pelo site do Programa de Educação Tutorial da
Unesp de Tupã, e são abertas para toda a universidade, onde alunos, colaboradores e docentes
são convidados a participarem.
1409
RESULTADOS E DISCUSSÕES
É imprescindível tratar já na graduação sobre o futuro profissional, seja na área
privada, pública, acadêmica ou social, pois, desde modo, os estudantes se familiarizam com a
realidade fora da universidade e buscam autoconhecimento, em outras palavras, é necessário
que os mesmos reflitam sobre qual o melhor rumo a seguir. O evento “A Um Passo do
Mercado de Trabalho” proporciona este benefício aos futuros administradores da Unesp de
Tupã, além de permitir-lhes o contato direto com profissionais renomados em suas áreas, o
que possibilita novos conhecimentos e o aumento de networking.
A adesão da universidade ao evento é evidente e positiva, ocorrem trocas informações,
tirada de dúvidas e troca de experiências. Além disso, os encontros são dinâmicos e
enriquecem o curso de Administração da Unesp, Campus de Tupã.
CONCLUSÃO
A universidade deve oferecer aos estudantes a oportunidade de ir além dos conteúdos
ministrados em sala de aula, seja por meio de visitas técnicas, cursos extracurriculares e,
principalmente, por meio de eventos como o “A Um Passo do Mercado de Trabalho”, que
oferece aos discentes um vasto leque de conhecimentos transmitidos por profissionais de
determinada área, que no caso do evento citado, é recursos humanos.
Qualquer projeto neste sentido é extremamente válido e deve ocorrer com mais
frequência em instituições de ensino superior, o PET-Empreendedorismo procura sempre
trabalhar com atividades no eixo de extensão que propiciem aos alunos do campus de Tupã
um maior desenvolvimento intelectual e profissional, além claro, de desenvolver algumas
habilidades nos integrantes do grupo no que tange aspectos como trabalho em equipe,
persuasão, organização e comprometimento, que são vitais para a realização deste evento.
REFERÊNCIAS
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: e o novo papel dos recursos humanos nas
organizações. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
SACHUK, M. I.; COCITO, F. C. O mercado de trabalho dos executivos e as habilidades
exigidas para exercer esta profissão. Caderno de Administração, Maringá, v. 13, n. 2, p. 1534, jul./dez. 2005.
1410
COMPET: Mapa do emprego
QUEIROZ, Timóteo Ramos1, ALEVATO, Igor Leles², DESTASSI, Dimitria Fernanda²,
FIALHO, Lucas Aranha², FRUHLING, Lucas Aparecido Martins², MARCÓRIO, Wilcer
André2, OLIVEIRA, Charles Angelo², OLIVEIRA, Thábata Carrion Mendes de², YAMADA,
Liria Yukari².
1
Tutor do Programa PET-Empreendedorismo 2 Bolsitas do Programa PET-Empreendedorismo
Introdução
O COMPET foi uma ação planejada pelo Programa PET-Empreendedorismo, ligado
ao Curso de Administração da Unesp, Câmpus de Tupã/SP, com o intuito de desenvolver
aptidões empreendedoras e foi elaborada uma série de tarefas baseados no mundo corporativo.
O propósito maior da ação era o estímulo e avaliação das seguintes habilidades: habilidades
em vendas, negociação, apresentação, liderança, trabalho em equipe e organização.
O primeiro desafio do COMPET, desenvolvido no ano de 2014, foi o de mapear e
classificar as melhores cidades e melhores empresas para se trabalhar no Brasil. Além disso,
configurava-se como meta que o maior número de pessoas possíveis para assistissem a
apresentação do resultado do desafio, materializado na forma de apresentação presencial e
divulgado on-line por mídias sociais.
Objetivos
O propósito do ComPET foi desenvolver as habilidades empreendedores dos membros
do grupo PET-Empreendedorismo, afim de estimular uma competição que gere uma
cooperação (coopetition) entre os membros do grupo PET- Empreendedorismo.
Metodologia
O primeiro desafio ComPET seguiu um formato semelhante ao do programa ‘O
Aprendiz®’ (reality show que simula situações do mundo corporativo), quando os membros
do grupo definiram em reuniões qual seriam as regras aplicadas e os critérios para a formação
das equipes. Dois petianos foram escolhidos para atuarem como conselheiros, definindo junto
ao tutor qual seria o primeiro desafio e acompanhando as atividades semanalmente.
Após definir qual o primeiro desafio, foram formadas duas equipes, com três
participantes cada. Os seis petianos que atuaram como membros das equipes apresentaram
seus currículos aos conselheiros para a criação de um ranking com a pontuação obtida de
1411
acordo com as habilidades apresentadas por cada um e os dois primeiros colocados do ranking
foram nomeados líderes, os quais tiveram a vantagem de escolher os outros dois integrantes
para suas respectivas equipes.
O tema do primeiro desafio foi escolhido pelos conselheiros e pelo tutor, como base
em necessidades de membros do grupo PET e alunos de graduação do curso de Administração
que estão próximos de ingressar no mercado de trabalho.
Após a escolha do tema, foram elaboradas quatro etapas, sendo elas: elaborar um
mapa do emprego com as cidades geradoras de oportunidades qualificadas, elaborar um
ranking com as melhores empresas para trabalhar, gravar um momento interativo com um
headhunter e a apresentar todo material coletado nas etapas anteriores. As equipes podiam
escolher um docente do curso de Administração para atuar como conselheiro, orientando e
colaborando com as estratégias adotadas.
O prazo para conclusão do desafio foi de um mês, sendo encerrado com a
apresentação. Aberta ao público, a apresentação contou com o feedback dos processos e a
divulgação da equipe vencedora. O critério de avaliação do desafio foi como cada equipe
utilizou os eixos ensino, pesquisa e extensão para a execução das etapas exigidas.
Resultados e discussão
Para execução das duas primeiras etapas, os grupos realizaram pesquisas com base
em revistas e conteúdos digitais, porém as fontes utilizadas pelas equipes foram diferentes,
resultando em uma abordagem do conteúdo pouco semelhantes. Assim, foi possível notar
evidentemente os pontos de vista que os grupos de cada equipe obtiveram.
Na segunda etapa, os desafiados tiveram que entrar em contato com os profissionais de
cidades e empresas diferentes, solicitando depoimentos em que eles demonstrassem suas
respectivas opiniões a respeito da qualidade de vida oferecida pelos municípios e os
benefícios oferecidos pelas organizações. Uma das equipes apresentou depoimentos, em texto,
dos profissionais que atuam no setor privado e público, respondendo perguntas elaboradas
pelo grupo de: quais motivos levaram a atuar em tais setores, tais empresas e tais cidades. A
outra equipe adotou a estratégia de registrar depoimentos de ex-alunos inseridos no mercado
de trabalho, devido a proximidade e facilidade de contato, possibilitando aos discentes uma
troca de experiências com pessoas que vivenciaram situações semelhantes. A terceira etapa
exigiu das equipes a gravação de um momento interativo entre um headhunter, discentes e
docentes da Unesp Câmpus de Tupã. Porém, ambas as equipes só conseguiram depoimentos
de profissionais da área, devido ao curto intervalo de tempo entre a execução das etapas e a
1412
apresentação final. Os depoimentos, um gravado em vídeo e outro em áudio, apresentavam
dicas e descreviam algumas características do atual cenário do mercado de trabalho.
Ao final da apresentação, houve um Feedback em que foram avaliadas as estratégias
das equipes e o desempenho individual de cada desafiado durante as etapas. E o grupo que
melhor conseguiu aplicar as três principais vertentes utilizadas no programa, pesquisa, ensino
e extensão foram considerados vencedor.
Conclusão
Foi possível concluir, após o primeiro ComPET, que o desafio possibilitou avaliar a
criatividade/inovação e a capacidade de persuasão dos participantes, além de permitir que a
temática proposta fosse pesquisada e apresentada com pontos de vista diferentes.
Embora em situação de disputa por resultados, posteriormente ao evento, concluiu-se
que tal formato possibilitou um processo de coopetition, definido como uma ação cooperativa
entre os atores, mesmo que em situação de concorrência (TSAI, 2002; LUO, SLOTEGRAAF,
PAN, 2006).
A apresentação permitiu concluir que o evento foi aceito por uma boa parte dos
discentes da Unesp Câmpus de Tupã, demonstrando a viabilidade de realizar a segunda edição
do evento, aberto somente aos alunos que esteve no dia da apresentação final participarem.
Referências
LUO, X.; SLOTEGRAAF, R.J.; PAN, X. Cross-functional "coopetition": the simultaneous
role of cooperation and competition within firms. Journal of Marketing, v.70, n.2, pp.67-80,
Apr., 2006.
TSAI, W. Social structure of “coopetition” within a multiunit organization: coordination,
competition, and intraorganizational knowledge sharing. Organization Science, v.13, n.2,
pp. 179–190, march–april 2002.
1413
Pela humanização do parto: nascimento não pode ser sinônimo de dor e de sofrimento
Autor (es/as)1: Flora Yurie Souza Hasse, Bernardo Ferigolo da Cruz Silva, Carlos Mota Gottschalk, Daíse
de Felippe, Eller Aguiar Souza Araujo, Felipe Gomes Müzel, Gabriel Sales Câmara, Gabriela Silveira
Bueno dos Santos, Gabriela de Oliveira Leal, Júlia Campos Leite, Lia Freitas Lima, Luisa Cassula
Piasentini, Marina Roveri Prado, Maurício Buosi Lemes, Paula Carmona Pedroso, Pietra Daneluzzi
Quinelato, Saulo Simon Borges e Vinicius Guida Veneroso; Tutora2: Fabiana Cristina Severi.
Introdução
O presente projeto se encontra dentro de um contexto nacional recente, de mobilização social
das mulheres e entidades civis de apoio à saúde da mulher, em que a assistência ao parto é
questionada em termos de humanização. Atualmente, o número de mulheres que optam pela
cirurgia cesariana em vez do parto normal no Brasil é muito alto. De acordo com o Ministério
da Saúde (2010), em 2008, no município de Ribeirão Preto – SP, sede do PET-Direitos,
registrou-se uma taxa de 58,1% de partos cesáreos, enquanto a OMS (Organização Mundial
da Saúde) recomenda que o número de cirurgias não exceda 15%, devendo-se optar pela via
cirúrgica apenas nos casos em que exista uma situação real em que ela seja fundamental para
preservação da saúde materna e/ou fetal (OMS, 1996).
O maior problema, no entanto, é que não se trata de uma escolha natural: as mulheres são,
quase sempre, persuadidas a optar por uma cesárea, ora pelo médico, ora pela mídia, mas
frequentemente com justificativas que não guardam respaldo em dados científicos. Associado
ao número excessivo de cesárias, cresce o número de queixas das mulheres com relação à
ocorrência de violência obstétrica (REDE PARTO DO PRINCÍPIO, 2012).
Algumas situações, por exemplo, que envolvem violência obstétrica são a proibição de deixar
a parturiente assumir a posição que lhe pareça mais confortável na hora do parto, a recusa em
permitir que ela se alimente durante o trabalho de parto, a aplicação intravenosa de ocitocina
para aceleração do trabalho de parto e a episiotomia - o corte entre o ânus e a vagina para
supostamente facilitar a saída do bebê (REDE PARTO DO PRINCÍPIO, 2012).
1
Os (as) autores (as) são integrantes do PET-Direitos e graduandos (as) do curso de Direito da Faculdade de
Direito de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FDRP/USP), Instituição de Ensino Superior (IES) na
qual o grupo se insere.
2
A tutora do PET-Direitos é docente da FDRP/USP sendo responsável pelas disciplinas de Teoria Geral do
Estado, Direito Constitucional e Direitos Humanos, além de realizar atividades de pesquisa e de extensão ligadas
à assessoria jurídica popular.
1414
Tudo isso faz com que o momento do nascimento, que deveria ser sublime e único na vida de
uma mulher, seja marcado não por boas lembranças, mas por dor e sofrimento. Há vários
relatos entre os grupos e movimentos sociais de mulheres que passaram por situações
degradantes e humilhantes em hospitais públicos e privados de todo o país nos momentos préparto, parto e pós-parto.
A pauta principal dos movimentos sociais que têm lutado neste campo tem sido a modificação
do sistema de saúde brasileiro (público ou privado) no sentido da humanização do parto.
Objetivos
O presente trabalho busca apresentar alguns dos resultados obtidos pelo PET-Direitos, no
âmbito das Promotoras Legais Populares (PLP's), em torno da temática de violência obstétrica
e do trabalho de educação popular em direitos das mulheres.
A atividade desenvolvida no PET-Direitos da FDRP/USP no formato do curso de PLP’s
pretende possibilitar a convivência e a troca de saberes entre estudantes e mulheres para: a)
potencializar o papel dessas mulheres como lideres comunitárias na defesa dos direitos
humanos das mulheres; b) propiciar a reflexão crítica sobre os conhecimentos tratados dentro
do ambiente acadêmico e c) preparar as estudantes e os estudantes envolvidos para um futuro
exercício profissional mais sensível às temáticas de gênero.
Os projetos de PLP’s, existentes há quase duas décadas em vários grupos de SAJU’s (Serviço
de Assessoria Jurídica Universitária), foram inspirados em experiências gestadas pelas
entidades União de Mulheres, de São Paulo, e Themis Assessoria Jurídica e Estudos de
Gênero, do Rio Grande do Sul, propondo-se a “ser um espaço para as mulheres que, no debate
acerca de suas realidades e das divisões feitas na sociedade a partir da categoria de gênero, se
descobrem como sujeitos de um direito capazes de refletir as suas demandas por libertação.”
(SOUSA JR et al, 2011, p. 17). A proposta principal das PLP’s consiste na realização de
oficinas com vistas à formação de determinado grupo de mulheres como agentes sociais
capazes de multiplicar os saberes e experiências produzidos ali, levando-os para outros
contextos, e de atuar em espaços públicos como defensoras dos direitos das mulheres. De
acordo com Bonetti, Fonseca, Pasini (1996), o curso é voltado para formação de lideranças
comunitárias feministas, tendo como objetivo oferecer conhecimentos básicos de direito,
capacitar mulheres para a defesa de seus direitos e, ainda, fazer com que tais conhecimentos
se multipliquem na comunidade em que vivem.
Especificamente no tocante à temática de violência obstétrica, os objetivos do grupo são o de
difundir o conteúdo da humanização do parto e o de contribuir com a divulgação de dados
sobre a violência obstétrica no Brasil dentro da comunidade acadêmica e da população local
1415
como um todo, articulando-se, para tanto, com movimentos locais de mulheres. Busca-se
também a construção de saberes para, em um momento posterior, utilizá-los no processo de
elaboração de um curso de PLP’s em Ribeirão Preto. O PET-Direitos entende que é
fundamental, para que sejam evitadas situações de violência obstétrica, o acesso a
informações e a conscientização popular, permitindo-se, assim, o empoderamento da mulher e
a retomada do protagonismo no próprio parto.
Metodologia
A partir do cenário apresentado na introdução, o PET-Direitos da FDRP/USP, em seu eixo de
trabalho denominado “Promotoras Legais Populares” (PLP’s), propôs-se a uma parceria com
outro projeto da instituição, o "Direito e Cinema", que visa propiciar o debate crítico e
aprofundamento sobre temas pertinentes a direito, filosofia, ética, política e história a partir de
discussões semanais de filmes, com sessões abertas ao público em geral. Dessa parceria,
resultou a exibição do documentário "O Renascimento do Parto", de Érica de Paula e direção
de Eduardo Chauvet, seguida de debate.
Para contribuir com o enriquecimento da discussão, foi convidada Heloísa de Oliveira
Salgado, mestre e doutoranda pela Faculdade de Saúde Pública da USP, no Departamento de
Saúde Materno-Infantil (2012), sob orientação da Profa. Dra. Carmen Simone Diniz.
Para garantir que o evento se firmasse num modelo de ensino baseado nas premissas teóricas
de educação popular, a proposta foi que a dinâmica se desenvolvesse em rodas de conversa.
Nestas, o posicionamento físico dos participantes permite que todos (as) consigam ver e ser
vistos, sem distinção entre educador (a) e educando (a). Ou seja, busca-se romper com o
modelo tradicional de educação.
A data e o horário definidos para a realização do evento foram pensados para que a maior
quantidade de pessoas pudesse comparecer.
Tendo em vista que a estrutura curricular nos dois primeiros anos de graduação da FDRP/USP
é exageradamente carregada, preenchendo os períodos da manhã e da tarde unicamente com
aulas expositivas, decidiu-se realizar o evento no período da noite. A data escolhida foi o dia
06 de maio de 2014, tendo a exibição do documentário se iniciado às 19h e o debate, por volta
das 20h30min, visto que o vídeo tem, aproximadamente, 90 minutos.
Resultados e discussão
A transmissão atingiu grande parte das questões concernentes à violência obstétrica e
demonstra a necessidade de se conferir urgentemente maior atenção à assistência ao parto no
Brasil.
1416
O evento contou com a presença de cerca de 15 pessoas, entre as quais estudantes de Direito,
de Ciências Farmacêuticas e de Medicina. No debate, foram discutidas questões como o alto
índice de cirurgias cesarianas e suas possíveis causas (dentre estas, foram identificadas
principalmente a falta de informação relativa aos riscos e benefícios de cada tipo de parto, a
comodidade para o médico referente à realização de uma cirurgia e o interesse financeiro de
hospitais e planos de saúde nesse tipo de parto); a patologização da mulher gestante e do
nascimento e o alto número de intervenções mesmo em partos vaginais.
Chegou-se à conclusão de que um dos principais fatores dos quais decorre o alto índice de
intervenções, em sua maioria desnecessárias, é a necessidade de controle sobre o corpo da
mulher, resquício de uma sociedade patriarcal que já teve seu apogeu mas ainda não deixou
de existir.
Devido ao espaço físico utilizado para a exibição do documentário, o anfiteatro da
FDRP/USP, não houve exatamente uma roda para o desenvolvimento do debate. Após a
exibição do vídeo, o público tentou o máximo possível adotar o esquema de um círculo, o que
não foi totalmente possível devido ao fato de as cadeiras serem fixas.
As questões suscitadas durante o debate servirão de base para o processo de construção de um
curso de PLP's em Ribeirão Preto.
O evento também foi importante para estreitar relações com ativistas do parto humanizado da
cidade, uma vez que Heloísa de Oliveira Salgado, a convidada para o debate, é uma das
ativistas locais.
Conclusão
Como se procurou demonstrar, a discussão que enfrenta questões envolvendo os direitos
humanos das mulheres vem sendo realizada pelo PET-Direitos, no interior da Instituição de
Ensino Superior (IES), a fim de qualificar o debate acadêmico e de promover a ampla difusão
de informações pertinentes ao tema.
Contou-se com um bom número de participantes, em sua maioria de outros cursos, mas o
público poderia ter sido maior. As próximas atividades do grupo serão mais bem pensadas a
partir dos problemas encontrados nesse evento e da busca pelo alcance de um público maior e
mais diversificado.
Para o próximo semestre, o objetivo é o de, por meio de nova parceria com o “Direito e
Cinema” e com membros de movimentos sociais locais, promover a exibição de outros
documentários e/ou filmes que abordem a temática, como o premiado “Violência Obstétrica: a
voz das brasileiras”, do diretor Armando Rapchan, disponível no Youtube.
1417
Referências
BALOGH, Giovanna. Mulheres denunciam violência obstétrica; saiba se você foi vítima.
Folha de S. Paulo, um jornal a serviço do Brasil. 12 de março de 2014. Disponível em:
<http://maternar.blogfolha.uol.com.br/2014/03/12/mulheres-denunciam-violencia-obstetricasaiba-se-voce-foi-vitima/> Acesso em 13 de jun. de 2014.
BONETTI, A.; FONSECA, C.; PASINI, E. Novas formas de liderança: um olhar
antropológico sobre o Projeto Themis - Promotoras Legais Populares, Porto Alegre, 1996.
Relatório de Pesquisa. Disponível em: < www.themis.org.br> Acesso em 13 de jun. de 2014.
FREIRE, Paulo. Extensão ou comunicação? Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Caderno de Informações de Saúde: Informações Gerais
(2010). Disponível em: <http://tabnet.datasus.gov.br/tabdata/cadernos/cadernosmap.htm>
Acesso em 13 de jun. de 2014.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Assistência ao parto normal: um guia prático.
Genebra: 1996.
PAULA, Érica de; CHAUVET, Eduardo. O Renascimento do Parto. Direção: Eduardo
Chauvet. Disponível em: <http://www.orenascimentodoparto.com.br/#/category/all> Acesso
em 13 de jun. de 2014.
REDE PARTO DO PRINCÍPIO - Mulheres em Rede pela Maternidade Ativa. Violência
Obstétrica: "Parirás com Dor". Dossiê elaborado pela Rede Parto do Princípio para a CPMI
da
Violência
Contra
as
Mulheres
(2012).
Disponível
em:
<http://www.senado.gov.br/comissoes/documentos/SSCEPI/DOC%20VCM%20367.pdf> Acesso
em 13 de jun. de 2014.
SALGADO, Heloísa de Oliveira. A experiência da cesárea indesejada: perspectivas das
mulheres sobre decisões e suas implicações no parto e nascimento. Dissertação (Mestrado em
Saúde Pública). São Paulo. Faculdade de Saúde Pública da USP, 2012.
SILVA, Rosalina Carvalho da. Metodologias participativas para trabalhos de promoção
de saúde e cidadania. São Paulo: Vetor, 2002.
SOUSA JUNIOR et. al. (org). Introdução crítica ao direito das mulheres. Brasília: CEAD,
FUB, 2011.
ZORZAM, Bianca; SENA, Ligia Moreiras; FRANZON, Ana Carolina; BRUM, Kalu e
RAPCHAN, Armando. Violência Obstétrica: a voz das brasileiras. Direção: Armando
Rapchan. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=eg0uvonF25M> Acesso em
13 de jun. de 2014.
1418
Semana do "Por que fazer Direito?": compartilhamento de experiências e reflexões
conjuntas
Autor (es/as)1: Maurício Buosi Lemes, Bernardo Ferigolo da Cruz Silva, Carlos Mota Gottschalk,
Daíse de Felippe, Eller Aguiar Souza Araujo, Felipe Gomes Müzel, Flora Yurie Souza Hasse, Gabriel
Sales Câmara, Gabriela Silveira Bueno dos Santos, Gabriela de Oliveira Leal, Júlia Campos Leite, Lia
Freitas Lima, Luisa Cassula Piasentini, Marina Roveri Prado, Paula Carmona Pedroso, Pietra
Daneluzzi Quinelato, Saulo Simon Borges e Vinicius Guida Veneroso; Tutora2: Fabiana Cristina
Severi.
Introdução
O PET-Direitos, instalado na Faculdade de Direito de Ribeirão Preto da Universidade de São
Paulo (FDRP/USP) em abril de 2013, tem como objetivo geral concentrar e fortalecer as ações de
formação interdisciplinar e crítica no curso de Direito da instituição, afirmando-se no contexto do
repertório de experiências das Assessorias Jurídicas Universitárias Populares (AJUP’s), por meio
do desenvolvimento de ações de educação popular junto a comunidades periféricas. Também
pretende ser eixo articulador do debate e da produção de análises sobre políticas afirmativas,
equidade de gênero e de inclusão social nos cursos jurídicos públicos. As atividades aqui
propostas foram pensadas a partir das experiências em extensão realizadas pelo Núcleo de
Assessoria Jurídica Popular (NAJURP) da FDRP/USP, no qual o PET-Direitos se insere, e dos
desafios da FDRP/USP para garantir a democratização do acesso ao curso. Nessa perspectiva, o
PET-Direitos projeta-se como espaço de criação de novas metodologias de ensino, de apoio à
aprendizagem e de monitoramento e avaliação tanto das políticas promovidas pela USP para a
democratização do acesso ao curso de Direito, quanto do desenvolvimento dos objetivos do
Projeto Político Pedagógico da FDRP/USP. Nesse sentido, os trabalhos têm como enfoque: a) a
realização do curso de formação 'Promotoras Legais Populares' entre mulheres sobre temas de
direitos humanos das mulheres, economia solidária e empoderamento feminino e b) criação do
'Observatório de Educação Jurídica' para monitoramento e produção de reflexões sobre a
democratização do ensino público superior em Direito. O projeto está fundamentado nas
perspectivas teóricas críticas do Direito e em metodologias participativas de trabalho com grupos
sociais.
1
Os (as) autores (as) são integrantes do PET-Direitos e graduandos (as) do curso de Direito da Faculdade de
Direito de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FDRP/USP), Instituição de Ensino Superior (IES) na
qual o grupo se insere.
2
A tutora do PET-Direitos é docente da FDRP/USP sendo responsável pelas disciplinas de Teoria Geral do
Estado, Direito Constitucional e Direitos Humanos, além de realizar atividades de pesquisa e de extensão ligadas
à assessoria jurídica popular.
1419
Nesse primeiro ano de existência, a atuação do PET-Direitos, na ênfase de trabalho do
‘Observatório de Educação Jurídica’, voltou-se para o acompanhamento e monitoramento do
processo de revisão e de reformulação do Projeto Político-Pedagógico da Instituição de Ensino
Superior (IES), atualmente em curso. Essa prática insere-se num contexto maior de reflexões
coletivas que o grupo vem realizando acerca das características do ensino jurídico tradicional
brasileiro e da necessidade de experiências inovadoras em ensino, pesquisa e extensão capazes de
engendrar um perfil de formação crítico e sensível às demandas e questões sociais
contemporâneas.
Assim, com o propósito de apoiar e fomentar o debate institucional, o PET-Direitos iniciou um
ciclo de estudos sobre a legislação que disciplina os cursos jurídicos no Brasil. Além disso,
contribuiu com a elaboração de questionários de avaliação do curso, aplicados em outubro de
2013, e com a construção do relatório de diagnóstico de graduação desenvolvido a partir das
respostas de docentes, discentes e servidores não docentes a esses questionários.
Nesse cenário, a Semana do “Por que Fazer Direito?” foi concebida e planejada de acordo com os
objetivos descritos a seguir.
Objetivos
O evento foi pensado e programado com o propósito geral de aproximar os (as) calouros (as),
recém-ingressos (as) na FDRP/USP, do debate institucional referente ao ensino jurídico e à
revisão e reformulação do Projeto Político-Pedagógico e das atividades de assessoria jurídica
popular e de educação popular em direitos humanos, nos moldes propostos pelo pedagogo Paulo
Freire. Além disso, foi uma forma de apresentar o PET-Direitos, juntamente com o NAJURP e
suas frentes de trabalho.
A programação foi pensada a fim de trazer diversificadas maneiras de reflexão coletiva, a
exemplo de textos, documentários, rodas de conversa e de perguntas.
Os principais objetivos da Semana do “Por que fazer Direito?” foram: (a) fomentar debates e
questionamentos acerca do real significado da assessoria jurídica popular e de outros temas
relacionados à educação popular em direitos humanos, procurando identificar os potenciais
impactos dessas práticas no perfil do bacharel em Direito a ser formado pela FDRP/USP e (b)
atrair novos (as) estudantes para o âmbito de atuação do NAJURP, além de divulgar, de certa
forma, o teor das atividades realizadas pelo grupo, tendo em vista a necessidade de experiências
inovadoras em ensino, pesquisa e extensão capazes de engendrar um perfil de formação crítico e
sensível às demandas coletivas e às questões sociais contemporâneas.
Metodologia
Como já mencionado, o PET-Direitos tem como marco teórico as análises críticas do pedagogo
Paulo Freire que defendem a disseminação do conhecimento pelas próprias experiências dos
1420
sujeitos (FREIRE, 1988). A postura vertical estabelecida dentro dos ambientes universitários
tradicionais não combina com a educação popular, pois, utilizando uma expressão do próprio
autor, o "sistema bancário" de educação parte do pressuposto de que quem ensina detém todo o
saber enquanto os (as) educandos (as) não têm qualquer conhecimento, mas estão prontos para
recebê-lo. Opondo-se a esse modelo, o sistema horizontal preza pela troca de conhecimento entre
educador (a) e educandos (as) (FREIRE, 1988).
Para garantir que o evento se firmasse num modelo de ensino baseado nessas premissas teóricas, a
dinâmica se desenvolveu em rodas de conversa. Nestas, o posicionamento físico dos participantes
permite que todos (as) consigam ver e ser vistos, sem distinção entre educador (a) e educando (a).
Ou seja, busca-se romper com o modelo tradicional de educação. Além disso, para descontrair o
ambiente da faculdade e deixar os participantes mais confortáveis a contribuir com o debate,
foram colocadas almofadas coloridas junto ao círculo de cadeiras.
O período (de 10 a 13 de março) foi definido para que houvesse certo lapso temporal entre o
evento e os primeiros dias de aula, evitando, assim, a concorrência com diversas atividades de
outras instituições da faculdade, já que os (as) calouros (as) encontram uma grande quantidade de
convites nos primeiros dias da nova vida universitária. Além do mais, o fato de haver quase um
mês para preparação, a partir do início do ano letivo, propiciou maior tempo de organização e de
divulgação do evento, o que se mostrou bastante oportuno.
Tendo em vista que a grade curricular nos dois primeiros anos do curso de Direito da FDRP/USP
é exageradamente carregada, preenchendo os períodos da manhã e da tarde unicamente com aulas
expositivas, decidiu-se realizar o evento no período da noite e desenvolver o debate a partir de
diversificados instrumentos, como a fala de um profissional da área, a exibição de um
documentário, a facilitação de texto (com leitura prévia) e a troca de experiências com outro
grupo PET do campus da USP de Ribeirão Preto (PET Química) e com outros membros do
NAJURP.
Quanto à divisão interna de tarefas, os membros do PET-Direitos distribuíram as atribuições
concernentes à organização e logística da Semana do “Por que fazer Direito?” de acordo com a
afinidade dos discentes integrantes do grupo com os temas propostos. Foi formada uma Comissão
responsável por organizar a semana e, no interior dessa Comissão, dois alunos comprometeram-se
especificamente com a agenda de cada dia da semana, devendo escolher o tema a ser discutido,
conduzir os debates e as atividades propostas.
Resultados e discussão
Propiciar um debate que sensibilize a comunidade acadêmica às questões de direitos humanos e
de assessoria jurídica popular é sempre enriquecedor. Contamos com a participação de cerca de
40 (quarenta) estudantes da faculdade, especialmente dos novos ingressantes, que puderam, na
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ocasião, ter seu primeiro contato com os temas trabalhados e estudos realizados pelo PET-Direitos
e pelo NAJURP. Os resultados práticos dessa atividade não podem ser colhidos de imediato; tratase da abertura de uma oportunidade de discussão, à qual se seguirão outras e cujos frutos poderão
se manifestar no exercício das atividades regulares dos (as) alunos (as), nas atitudes de seu
cotidiano e, posteriormente, no exercício de sua profissão enquanto juristas.
Eis um breve relato de cada dia de atividade:
10 de março: contou-se com a presença do Promotor de Justiça Marcelo Goulart, então Diretor da
Escola Superior do Ministério Público do Estado de São Paulo, que expôs um pouco sobre o
pensamento crítico acerca do Estado em Antonio Gramsci e a função política do Ministério
Público, especialmente pós-Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Após suas
explanações, abriu-se espaço para perguntas, oportunidade em que ele pôde narrar a respeito da
significativa atuação do Ministério Público Estadual em defesa dos direitos humanos na região de
Ribeirão Preto - SP. Alguns dos contextos de violação a direitos humanos relatados foram: as
queimadas de cana de açúcar na região, totalmente prejudiciais ao meio ambiente e à saúde da
comunidade; a presença de crianças e adolescentes em condições degradantes de trabalho nas
lavouras de cana de açúcar; o transporte de trabalhadores (as) rurais em caminhões com condições
extremamente precárias de locomoção; a estrutura fundiária de distribuição de terras
profundamente desigual e descumpridora de sua função social, com a consequente realização de
Reforma Agrária em Ribeirão Preto, conhecida nacionalmente como polo do agronegócio etc. A
presença do promotor permitiu, também, um maior aproveitamento aos membros do
PET/NAJURP, os quais puderam debater formas mais efetivas de atuação nas demandas coletivas
enfrentadas pelo grupo.
11 de março: assistiu-se ao documentário "Leva", das diretoras Juliana Vicente e Luiza Marques e
produção da Preta Porte Filmes e Canal Futura, que trata das problemáticas de direito à moradia e
ocupação de imóveis abandonados no centro da cidade de São Paulo. Finalizada a exibição, houve
uma roda de conversas sobre os temas abordados no vídeo.
12 de março: leitura e discussão do Capítulo 4 ("Acesso à Informação, Participação e
Representação Populares") do dossiê “Megaeventos e Violação de Direitos Humanos no Brasil”,
produzido pela Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa, que está disponível na
internet, tendo sido o link de acesso publicado na página do evento no Facebook dias antes. A
discussão foi ampla, ultrapassando o tema proposto (acesso à informação).
13 de março: espaço reservado para perguntas dos participantes e para apresentação dos grupos
envolvidos com os trabalhos de assessoria jurídica popular e de educação popular em direitos
humanos. Foi feita uma explicação sobre os fundamentos filosófico-pedagógicos do Programa de
Educação Tutorial (PET) pelos integrantes do PET Química que compareceram ao evento, além
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de uma contextualização do PET-Direitos dentro do NAJURP. Posteriormente, foram ouvidas as
dúvidas dos participantes.
Em todos os dias houve a circulação de uma lista de presença para registro dos participantes e
emissão de certificados. No último dia foi feita uma avaliação por parte dos presentes em que
puderam colocar em um papel, sem identificação, críticas, sugestões, pontos positivos e negativos,
além de comentários sobre o evento como um todo.
Os próprios petianos puderam extrair grande aprendizado através do planejamento e realização
dessa atividade. Foi uma oportunidade para o grupo aperfeiçoar a distribuição de tarefas, a
organização e o comprometimento internos, o trabalho em equipe, a reflexão teórica e crítica
acerca das problemáticas debatidas e a execução de métodos inovadores de ensino, visto que toda
a logística e a programação da Semana do “Por que fazer Direito?” foram pensadas pelo grupo.
Assim, criou-se a possibilidade não apenas de o PET-Direitos participar dos debates e das
discussões, como também de atuar na estruturação do evento.
Conclusão
Como se procurou demonstrar, a discussão que problematiza, no interior da IES, o ensino jurídico
tradicional à luz das experiências inovadoras em assessoria jurídica popular e educação popular
em direitos humanos vem sendo realizada pelo PET-Direitos a fim de qualificar o debate
acadêmico que permeia a revisão e a reformulação do Projeto Político Pedagógico do curso.
Nesse sentido, a Semana do “Por que Fazer Direito?” cumpriu a missão de ser um primeiro
contato com os (as) novos (as) integrantes do corpo discente, através de interações horizontais e
participativas.
Esse primeiro contato é fundamental para o início de um processo de formação crítico-reflexiva e
sensível às demandas de direitos humanos por parte dos futuros juristas, do que se pode inferir
que o evento foi relevante na atual conjuntura institucional.
Contou-se com um bom número de participantes, em sua maioria calouros (as), mas o público
poderia ter sido maior.
As próximas atividades do grupo serão mais bem pensadas a partir dos problemas enfrentados
nesse evento e das críticas e sugestões relatadas pelos (as) próprios (as) participantes.
Referências
FREIRE, Paulo. Extensão ou comunicação? Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.
SILVA, Rosalina Carvalho da. Metodologias Participativas para Trabalhos de Promoção de
Saúde e Cidadania. São Paulo: Vetor, 2002.
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