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GSexo Entre e fique vontade à V amos, Paula, pelas regras ninguém importuna mulher. Se você quiser fica só observando, quietinha, tomando um drinque. Ou não”. Esse é meu amigo Daniel tentando me convencer a acompanhá-lo numa das famosas sex parties Killing Kittens – KK para os íntimos –, clube fechado de adultos que promove festas eróticas mensais que viraram hype em Londres. Trocando em miúdos, são orgias g 100 GLAMOUR FOTO: CARTER SMITH/ ART + COMMERCE A orgia chique do filme De Olhos Bem Fechados é realidade nas sex parties Killing Kittens, que reúnem gente linda, rica e famosa e viraram programa quente entre os londrinos. A editora Paula Merlo diz que não foi – e que as informações que você lê a seguir são meramente fruto de seu apurado faro jornalístico. Mas se arrependimento matasse... 102 GLAMOUR muda a cada edição – o convidado só fica sabendo onde será três dias antes, por carta ou e-mail. E o mais importante: deve-se viver pela regra do KK – assim como em Clube da Luta (1999) e De Olhos Bem Fechados (1999), a mais importante delas é que não se fala sobre o KK. Lia Ford* é um desses membros que jamais falaram sobre o KK. Até hoje. Casada há 22 anos com o seu primeiro namorado, há sete Lia sentiu uma curiosidade louca de saber como era transar com outros homens. Propôs ao marido irem juntos a uma casa de swing, e lá ficaram sabendo desse clube de sexo para a elite. “Mesmo depois de tantas festas, ainda me lembro da primeira vez no KK. Estava supernervosa. Vesti um tubinho preto Dolce & Gabbana, mas, caso quisesse tirar a roupa, tinha por baixo uma lingerie ultrassexy de renda. Chegamos ao local, uma mansão em Chelsea, bairro residencial nobre de Londres, e fiquei surpresa: seguranças discretos e hostesses que pareciam top models recebiam mulheres e homens deslumbrantes. Todos usavam máscaras venezianas. Parecia um baile de gala sofisticado”, lembra. “Mas bastou pisar na casa para começar o jogo de sedução. A tensão sexual entre os convidados era enorme, e qualquer conversinha ao pé do ouvido poderia virar uma aventura deliciosa. Tanto que muitos iam para a pista dançar e logo seguiam para a cama enorme, que fica em outro ambiente, sobre a qual alguns casais transavam sem E, sim, eventualmente fazer sexo divino”, conta vergonha enquanto outros apenas observavam.” Emma, explicando que o nome Killing Kittens Para Lia, o KK é programa mensal obrigatório. origina-se de um mito popular. “Diz a lenda que E como o hábito caliente, afetou a relação do cada vez que uma mulher se masturba, Deus casal? “É claro que ver meu marido babar diante sacrifica um gatinho.” Argh, ainda bem que é mito. de mulheres fabulosas seminuas já me deixou Se na primeira festa que Emma organizou insegura. Mas entendi que, por mais atraentes que apenas 40 pessoas foram convidadas, hoje cada elas fossem, ele não evento tem em média entre estava procurando outro 150 e 250 pessoas, sendo relacionamento, e sim que 60% são mulheres. Conheça a nova linha de lingerie e sex toys da alguém interessante As festas são regadas a inglesa Blue Bella, em parceria com o Killing para curtirmos juntos”, Kittens (para usar solo ou nas festas!). À venda no champanhe e é obrigatória explica. “Hoje meu site www.killingkittens.com, com entrega no Brasil a entrada com máscaras. Lá casamento é ainda mais dentro, tira quem quer (a forte porque confio no máscara e a roupa). Tudo meu taco, também ouço para preservar a identidade elogios dos homens e dos frequentadores – sabenão me comparo com -se que alguns membros da Sexy chic: meia-calça outras mulheres. Em família real são habitués; arrastão vez de ficar com ciúmes, e que os atores britânicos com costura peço ao meu marido Jason Statham, que atuou em vintage, £ 8 para me contar suas Porcos e Diamantes (2000) fantasias, dizer o que , e Rhys Ifans, ex-namorado ele adoraria que eu de Sienna Miller, gostam fizesse com outro ou de circular livres, leves, o que ele gostaria que soltos e sem máscara. Incremente eu o visse fazendo.” A coisa cresceu tanto (sem a massagem com o óleo Homens sozinhos não trocadilho, juro) que o KK Glow Oil, £ 10 entram nas festas do tem duas novidades quentes KK. Ali quem manda este mês. A primeira é que são as mulheres: elas o site www.killingkittens.com ditam ou quebram as passa a vender lingeries e sex regras. E só elas podem toys (muito bem-vindos nas se aproximar deles. festas, diga-se) em parceria Parece peça de design mas é um “Quando criei o Killing com a inglesa Blue Bella. vibrador. O Lelo é Kittens, os clubes de A segunda: as orgias discreto, potente sexo eram comandados exclusivas cruzam o Atlântico e silencioso, £ 69 por homens e, por isso, e chegam aos Estados era tudo pensado para Unidos, mais precisamente eles. As mulheres se a Miami. Ou seja, a sentiam péssimas. Desde brincadeira para maiores está o início a ideia foi um ainda mais perto do Brasil. Incorpore a lugar heterossexual Dessa vez acho que não dominatrix onde mulheres bacanas escapo. Agora é me inscrever, com este pudessem curtir a noite, torcer para ser aceita e... chicote de cetim, £ 18 relaxar e se divertir. relaxar e gozar! G SÓ PARA MAIORES FOTOS: DIVULGAÇÃO de elite das quais só membros desse clube seleto participam. Ser aceito não é nada fácil. Você basicamente precisa ser lindo, rico, ter um emprego legal e ser bem relacionado. E é aqui que está o molho da história: só gente assim frequenta as tais festas, que não por acaso se tornaram um dos programas mais quentes da cidade. Já tinha ouvido falar (o KK existe desde 2005), mas de repente o bacanal de bacanas começou a me perseguir. Uma amiga já tinha ido e falava maravilhas a respeito. O Daniel vivia me chamando. Fiquei obcecada também. Terminei não indo – além de ficar um pouco receosa (sei lá o que veria!) voltei ao Brasil logo depois, para trabalhar aqui na Glamour! Mas a obsessão virou matéria. E a reportagem foi a melhor desculpa que encontrei para ir mais a fundo nessa história. O primeiro passo foi marcar uma entrevista por telefone com a dona da festa, Emma Sayle, 33 anos, idealizadora do KK e amiga de ninguém menos que Kate Middleton. Emma nunca havia falado com a imprensa brasileira e me explicou como tornar-se sócio. “Não basta ser bonito e ter o corpo em dia. Para conseguir um membership leva-se em conta a idade (só são aceitos maiores de 21 anos), a profissão e a conta bancária. Quanto mais gorda, melhor. É obrigatório que os candidatos sejam interessantes e quentes”, conta. Passado no crivo do sex club, ainda é necessário pagar até £ 500 pela entrada de cada festa, cujo local * O nome foi trocado para preservar a privacidade (e o casamento) da entrevistada As festas são regadas a champanhe e todos usam máscaras. A tensão sexual é imensa, e qualquer conversinha ao pé do ouvido na pista de dança pode se transformar em sexo explícito GLAMOUR 103