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MODA RIO
R E V I S TA
Publicação exclusiva dos associados Moda Rio - SINDIROUPAS / Ano IX - N.º 46
Sensualidade e tecnologia
em milhões de peças
geram empregos formais e
informais, num segmento
cuja falta de qualificação
profissional neutraliza
expansão
EDITORIAL •
Nos últimos 15 anos
Há quase 15 anos a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan)
despertou para as necessidades do setor industrial de transformação
e criatividade, do segmento moda, até então despercebido pelos
governos e instituições. Como conselheiro e presidente do Moda Rio
há 18 anos, atuei ativamente nesse processo. Desde o ano 2000, sou
testemunha e cúmplice do empenho institucional na reestruturação
da moda fluminense e tenho plena convicção de que ainda há muito
a fazer, assim como existe a necessidade de proteger o que foi
construído até aqui.
Orgulho-me de ter trabalhado junto ao Fórum da Moda da Firjan
na viabilização do Fashion Rio e da Feira de Negócios, que teve sua
primeira edição em 2001, em parceria com o governo do Estado,
SEBRAE e sob a produção da Dupla Assessoria (leia-se Eloysa Simão).
Para encurtar a história e reforçar que toda conquista necessita de
manutenção, não posso deixar de lembrar que, depois de os parceiros
realizadores da semana de moda terem cortado relações por um
período longo e custoso, foi necessário intervir para que retomassem
os trabalhos em parceria – uma reivindicação do empresariado
e das instituições que os representam, como o Moda Rio. Agora,
chegou o momento de resgatar o Fórum da Moda para fortalecer
os movimentos e promover mais mudanças. O próximo passo deve
ser na direção de mais apoio aos micro e pequenos empresários,
principalmente depois de a Firjan ter retomado o segundo semestre
com necessidade e vontade de renovar, sob o comando de Eduardo
Eugênio.
Para tanto, estou certo de que poderemos contar com o apoio da
presidência para atender aos apelos do empresariado. Até agora, sob
o comando de Eduardo Eugênio, a Federação tem atuado de boa
vontade com o setor. Agora, com mais um mandato pela frente,
terá a oportunidade de ampliar os trabalhos e satisfazer os anseios
de nossa classe. Não é por menos que a Revista Moda Rio traz,
nessa edição, uma pequena homenagem às investidas da Federação,
colocando-as em evidência. Lembro que se fez necessário ressaltar
sempre que o sistema Firjan foi e é a principal instituição de fomento
do setor de moda fluminense e seu comprometimento tem sido de
suma importância para o crescimento sustentável da moda criativa
fluminense.
A exemplo, além do já citado Fashion Rio e da Feira de Negócios,
a Firjan instituiu o Senai Moda, que vem, por meio das investidas
destinadas ao desenvolvimento dos polos, compartilhando
informação, prestando consultorias, reestruturando e apoiando
pequenas e micro empresas em todo estado, principalmente os
Arranjos Produtivos Locais (APLs). Um dos polos mais beneficiados
com a atuação da Firjan tem sido o de moda íntima de Nova Friburgo.
Recentemente, na Fevest, a Federação inaugurou um centro de
capacitação e formação de mão de obra e incentivo à criatividade,
para a Região. Aqui se ergue mais uma das supostas reivindicações
que virão pela frente. Iniciativa como essa é necessária na capital,
onde a cadeia produtiva carece de mão de obra. Esse problema
novamente é retomado na matéria de capa, que ilustra a força da
moda íntima e denuncia a necessidade de mais investimento para as
empresas crescerem.
Outra aposta de sucesso da Firjan é o projeto “Missão da Moda”,
em que empresários e membros de sindicatos participam de viagens
internacionais orientadas. Essa ação é outro assunto dessa edição
que, se discutido com quem já embarcou na comitiva, pode ganhar
mais qualidade. Trata-se de mais uma sugestão do empresariado, que
sempre tem muito a acrescentar.
Boa leitura.
VICTOR MISQUEY
PRESIDENTE DO MODA RIO SINDIROUPAS
E MEMBRO CONSELHEIRO DA FIRJAN
REVISTA MODA RIO SINDIROUPAS – 45 ANOS COSTURANDO O FUTURO
Avenida Treze de Maio, 13 sala 1707 - Rio de Janeiro-RJ - CEP: 20.003-900
Victor Antônio Misquey - Presidente
Nelson Caram Assemany - Vice-Presidente
José Pires dos Santos - Segundo Vice-Presidente
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Carla Baggio de Carvalho - Segunda Secretária
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modario-rj.com.br - Impressão: Gráfica J. Di Giórgio & CIA LTDA - Tiragem: 3.000 exemplares
GIRO SENAI •
Vitrine selfridges em Londres
Alto verão e inverno com poucas novidades
e muitas opções
De início de agosto ao meado de setembro (12), a equipe do
Giro SENAI Moda Design percorreu cerca de 10 polos de
moda levando informações preciosas sobre macrotendências
e comportamento, para um público eclético que vai de
confeccionistas e pequenos empresários de marcas a blogueiras,
estudantes e profissionais de desenvolvimento, entre outros.
Com um mercado cada vez mais segmentado, as opções são
múltiplas e as novidades difíceis de identificar.
vitrines, e aos polos culturais de Berlim, Paris e Londres. Carol
Fernandes e Milena Rodrigues protagonizaram a maior parte da
mostra da pesquisa. As palestras do Giro Senai são um resumo
do Dossiê Digital - Perfil Moda Alto Verão e Inverno 2014 -, que
contém os pontos fortes do Inverno 2014, como as cores, as
De acordo com Carol Fernandes, uma das pesquisadoras e
palestrantes mais aguardadas no evento de abertura, na sede da
Firjan, no Rio, as informações divulgadas servem, principalmente,
para que pequenos e micro empresários criem suas coleções
alinhadas às tendências da moda mundial e que as ajustem se for
necessário.
Vitrine chloe
vitrine manoush - BORDADO E RENDA
ANALISTA DE MODA Carol Fernandes
Manter-se informado, confirmando a cada oportunidade as
tendências, reduz a probabilidade de erros e permite ajustes
rápidos”, diz, ressaltando que o diferencial pode estar no
olhar crítico, perceptivo e conhecedor. Como em todas as
palestras que ministra, chamou o público à reflexão, analisou
campanhas publicitárias alinhadas com o que acontece no mundo
e apontou os movimentos e burburinhos contemporâneos que
transitam nas artes, na música e nas ruas das grandes metrópoles
internacionais. Estiveram presentes cerca de 120 espectadores.
A equipe do Senai Moda repetiu as visitas às feiras, às ruas e suas
vitrine topshop Londres - matelasse
blazer com estampa
REVISTA MODA RIO JULHO | AGOSTO | 2013
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GIRO SENAI •
quando colorido, surge sobre o fundo claro. “Vimos pouquíssima
estamparia com fundo escuro”, completa.
No meio tribal, a renda surge em looks mais góticos. Telas
sobrepostas vêm com mais potência e o franjado étnico perdura.
Casacos e saias trazem os detalhes iluminados. Estampas
aparecem localizadas nas laterais das calças. Mas, atenção para
a maciez dos tecidos. Todos os palestrantes atentaram para
Camisaria e jeans macio na Vitrine selfridges em Londres
vitrine valentino
estampas, as formas e os materiais observados nos segmentos
feminino, masculino, infantil, fitness, lingerie e acessório. Há,
ainda, a confirmação do alto verão 2014. O material é vendido
pela instituição, em DVD, pelo valor de R$150.
Das feiras, na percepção de Carol, Berlim é a cidade que está
cada vez mais surpreendente. Londres vem se destacando para
pesquisa de rua. Ela ressalta: “Paris está perdendo fôlego”. Mas
criticou a feira alemã Bread & Butter, destacando a irreverência
da mostra da Bright, que se torna cada vez mais alternativa,
múltipla e democrática.
Milena Cariello, analista de moda
Milena Rodrigues Cariello abriu o evento destacando as cores
que continuam em alta e listou o branco, o areia, laranja, menta,
vermelho, azul e verde - que iniciou tímido no verão e deslancha
no inverno. As estampas aparecem fortes e a Pop Art se destaca.
O tema Bicho virou o novo básico, mas mudou de público. Saiu
do sensual e passou para o sofisticado e casual, com permanência
marcante dos felinos.
A temática militar se reafirma em mais uma edição das coleções
de alto verão e leva o camuflado para o inverno. O clássico
listrado quase saiu de cena. Aparece em barras largas, na diagonal
e horizontal e com nuances entre o PB ou junto com estamparia
floral. O PB persiste no quadriculado, cresce com o floral, que,
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o conforto, principalmente no jeans. “O jeans é um grande
destaque para 2014, com modelagem Slim Fit, tecnologia e muita
maciez no tecido, principalmente na camisaria”, completa.
Ganharam evidência as maxi regata, as blusinhas e shorts curtos,
e a nova transparência com estampas. Saias mimolet e godê e as
longas com pinçados. Os vestidos exibem estampas localizadas. O
destaque vai para as estampas de caveiras mexicanas sorridentes,
da cultura asteca.
Carol Fernandes dedicou-se à “Macro Tendência”: “Dediquem
atenção para criar algo autêntico, com a cara da marca de
vocês. As marcas lá de fora estão mudando. As pessoas querem
conteúdo, conforto e qualidade”, disse, retomando o discurso
que há tempos vem praticando, o da “desconstrução teórica”.
“Temos que refletir, questionar, não permitir a manipulação,
como disse o Papa”, lembrou. E emendou o discurso abordando a
tendência dos contrários, entre o sagrado e o profano, presentes
em conceitos antigos e contemporâneos, também influenciados
pelo “clero”.
A pesquisadora analisou as campanhas publicitárias do “The
Economist”, sob o slogan “where do you stand?”. Mostrou a
chanceler alemã, Angela Dorothea Merkel, caricaturada como
anjo e demônio. Falou da Diesel, que está reinventando o sagrado,
e retornou às mensagens
do Papa, pelo mundo, na
busca de renovar a imagem
do sagrado e debatendo
assuntos
“profanos”,
abordando temas polêmicos,
ainda considerados tabus
na sociedade. “O momento
é de emitir mensagem de
otimismo, conforto”, ressalta.
E tudo isso aparece na hora
de desenvolver um produto
ou oferecer um serviço. “O
desafio também é fazer do
ordinário o extraordinário”,
disse,
acrescentando
que
vivemos em um momento em
que novas formas de gênero
surgem com um mundo aberto
às diferenças e à liberdade,
David Bowie EM EXPOSIÇÃO
NO VICTORIA END ALBERT MUSEUN
em busca de felicidade.
GIRO SENAI •
Aproveitou para apresentar um vídeo sobre a imagem
estereotipada e banalizada da mulher em anúncios, onde os
“papéis” femininos são protagonizados por homens. (ver em
Notas e Retalhos).
Resgatando os signos do surrealismo e do anarquismo na moda,
a palestrante congratulou a chegada da década de 90 com
mais força ao mundo fashion contemporâneo. Apontou, como
exemplo, a primeira exposição internacional sobre o astro David
Bowie - que aconteceu no Victoria and Albert Museum, de março
a agosto -, como vitrine de um homem que não tolera mesmices,
inspirando grandes artistas e estilistas de sua época.
Carol dedicou, novamente, fôlego à Economia do Amor, onde
a felicidade é o combustível. As marcas continuam valorizando
a mensagem da felicidade, que vai para além de vestir peças da
grife. São empresários oferecendo experiências reais de prazer e
de cumplicidade ao cliente. As ideias abraçam a comunidade, têm
como proposta fortalecer a imagem de ser bacana, de criar laços
de amizade e de valorizar as boas ações. O prazer tem que estar
aliado ao trabalho e aos trabalhadores e consumidores.
Da Plateia
Sempre presente no
Giro Senai Moda, a
empresária Cristina
Dahier afirmou que
muito do que ouviu
e viu nas palestras
já havia pesquisado
e
encontrado
na internet, mas
ressaltou
que
sempre há novidades
e
inspiração,
principalmente
quando
há
reflexão
sobre
comportamento e
valores. Ela conta
que há muito tempo
optou por investir
na
“glocalização”,
s e g u i n d o
motivações do Giro
Senai. Ela e a amiga
Thatiana
Amorim
aliam necessidades
e realidades locais
com
tendências
globais.
Buscam
inspirações
que
valorizam
seu
entorno e lançam
mão de promover
avesso
eventos com marcas
regionais
amigas
para atrair e compartilhar os clientes e, ainda, envolver todos
em uma ação, seja de lazer e consumo ou de consumo com
responsabilidade social.
“No sábado (4 de agosto) promovemos o primeiro Chá
Beneficente, na Casa Verde (em São Francisco, Niterói) com
queima de coleção. A verba angariada com a venda dos convites
foi revertida para uma casa que cuida de meninas em situação de
risco. Elas estiveram presentes ao evento”, conta Cristina Dahier,
da Cotton de Fadas, acrescentando que há outros eventos que
promove ou participa na localidade, sempre. (Ver em Notas e
Retalhos)
Inverno
Para a estação do frio, o avesso do avesso vem valorizado para
2014. Desde as costuras aos maxi avessos em mangas e bainhas
contrárias. Texturas e plastificados se reafirmam, com muitos
tecidos trabalhados em sua superfície. Tweed com bordados,
couro em detalhes e acabamento. O veludo e o mix de matériasprimas também foram apostas, porém, mais tímidas que as
telas inspiradas na moda esportiva. Os Metalizados, as rendas
recortadas inspiradas em modelagens e os tecidos que lembram
novamente os pijamas nas ruas continuarão em evidência. Os
moletons circulam estampados. Aparecem muitas obras de arte
nas estampas, ou melhor, estampas artísticas pintam o cenário.
Os espirais, em 3D, abusam do espaço conquistado. Os bordados
ou imitações aparecem bastante. Surge como tendência forte a
referência às porcelanas chinesas. Carol confirmou as porcelanas
milenares na passarela de Valentino. O olho felino e o de pavão
(principalmente) estão mais evidentes e os insetos estão sob o
comando das borboletas.
Os camuflados encerram
a lista dos mais presentes,
cuja referência máxima é
a moda esportiva, com o
trabalho de estilistas como
Stella Nina McCartney.
Destaque
para
a
modelagem
masculina
nas
peças
femininas.
Aparecem também laços
e amarrados que simulam
um abraço, com tiras
largas.
As
jardineiras
chegam com força e as
calças continuam com a
bainha subindo (cropped).
Segundo Carol, os anos
90 ganham fazendo mais
barulho e servem de
inspiração. A dica da
palestrante é uma espiada
em Frances Cobain, filha
do vocalista e guitarrista
do Nirvana, Kurt Cobain
e da atriz e vocalista do
Hole, Courtney Love.
estampa pavão
Então, para fechar, a
atenção deve ser redobrada para não confundir o grunge com o
punk. Para tanto, a palestrante sugeriu, ainda, dar uma olhadinha
nos “minimalistas” para entender melhor essa história. Na
sequência de sugestões, divulgou um aplicativo para quem gosta
de montar looks e experimentar tendências vistas nos últimos
desfiles e nas ruas, o figr.com.
A cartela de inverno traz o pastel com ar envelhecido e cru;
cinza, creme e rosa e suas nuances; amarelo esverdeado, laranja
fechado e o vermelho que vem com bastante força; o azul variado
e principalmente o acentuado, seguido do verde e do dourado.
Masculino
O blazer traz mais ousadia. Oferece cortes diversos e brinca com
o tema militar. Vem camuflado, com folhagens, assim como os
moletons, que abusam das estampas, que aparecem em outras
peças e exibem animais e flores. Mas nem todo homem adere, por
isso, todo cuidado
é pouco. Haverá
muita referência
aos skatistas e
ao hip-hop, com
peças
bastante
confortáveis.
Aparece bastante
uma mistura de
estilo e temas e
o destaque vai
para a t-shirt com
a estamparia de
sublimação.
Segundo Milena, o
jeans traz cada vez
mais peças macias,
gostosas de tocar e vestir. “Todas as lojas apresentavam, em
suas coleções, camisas jeans.
blazer com estampa / modelagens
classicas do vovô
Brenda Tostes estreou no Giro, apresentando o infantil que
retorna após solicitação do público, assim como “acessórios”,
que novamente ficaram sob a apresentação da Carol.
REVISTA MODA RIO JULHO | AGOSTO | 2013
5
Senai Friburgo •
Polo de Friburgo
ganha centro
de formação e
capacitação
O presidente do Sistema FIRJAN, Eduardo
Eugenio Gouvêa Vieira, inaugurou, na Fevest, o
“SENAI Espaço da Moda de Nova Friburgo”, o
único local destinado a atender de forma integrada
às necessidades do segmento de moda íntima no
Estado do Rio de Janeiro. Ele funcionará na antiga
fábrica de rendas Arp, num espaço com mais de 2
mil m², próximo ao Centro.
sala de AULA
A investida promoverá, além da formação e
capacitação de mão de obra, exposições, palestras,
workshops, oficinas, cursos, consultorias e apoio
a compradores. Nas salas de aulas, os alunos
poderão aprender corte e costura, estilismo,
modelagem, entre outras técnicas da profissão.
A previsão é de que sejam formados pelo menos
600 profissionais por ano. O espaço vai contar
com amplas salas, auditório, biblioteca, acervo de
materiais e um setor para encontros do conselho
de moda e sindicatos.
A cidade ganhou, ainda, outro atrativo: o ponto de
ônibus em frente ao novo point friburguense foi
“(re)vestido” pelas rendas e lingeries que tornaram
a cidade um dos principais polos de moda íntima
do Brasil, sob a criação de Brenda Tostes, estilista
da FIRJAN. A inspiração é internacional e o ponto
de ônibus virou obra de arte, totalmente estilizado.
6
sala de costura
PRINCIPAL •
Do espetáculo
da moda íntima
ao drama da falta
de mão de obra
“O Primeiro Sutiã a Gente Nunca Esquece”
Protagonizou Washington Olivetto, em 1987
No mês de agosto, o município de Nova Friburgo,
na Região Serrana, ultrapassou os 40 graus, na 23ª
Feira de Moda Íntima, Praia, Fitness e MatériaPrima, ao contar com 102 expositores, quase nove
mil visitantes e um faturamento de R$45 milhões
- cinco milhões a mais que em 2012. Segundo os
organizadores, o evento terminou com 100% do
espaço vendido, para a próxima edição. Esse é o
segmento do setor que mais cresce no país, apesar
da falta de mão de obra que insiste em neutralizar
a expansão das indústrias de maior porte, como
DeMillus e Duloren.
Com a intenção de entrar na intimidade da moda
íntima do estado do Rio, a equipe da Revista Moda
Rio subiu a serra para conhecer mais de perto
a Fevest e seus expositores. Depois percorreu
algumas grandes marcas instaladas no Rio e
Grande Rio, associadas do Moda Rio, para
entender o que mudou nos últimos 20 anos, qual
a dinâmica hoje de mercado, quais as principais
barreiras e como se dá a concorrência entre
tantas empresas do mesmo segmento, entre
outros detalhes. Em resumo, a falta de mão de
obra e a informalidade são os maiores obstáculos
dos grandes e a tecnologia e deficiência na
engenharia de produção parecem ser o que torna
os micro e pequenos menos produtivos.
Polo de Moda Íntima
DeMillus
Na Região Serrana, o polo de Moda Íntima reúne
1.340 confecções, aproximadamente, e emprega
cerca de 12 mil pessoas de maneira formal e oito mil
na informalidade – fato que lamenta o presidente do
Sindvest, Marcelo Porto. A produção anual alcança
cerca 114 milhões de peças, sendo 91% lingerie. De
acordo com o empresário e sindicalista Marcelo, essa
quantidade representa 25% da produção nacional.
Ele informa que há pouco tempo atrás o município
respondia por 14% das exportações, mas com o
cenário de recessão internacional, esse percentual
caiu para algo perto de 8%. “Mas já começa a se
recuperar”, relata Marcelo, acrescentando que,
“mesmo depois das tragédias das enchentes de 2011,
o crescimento acumulado no setor, nos últimos anos,
é de 45%”, apesar de assumir o descrédito que tem
nos números estatísticos. Marcelo atribui o sucesso
da Região à união dos empresários e ao forte apoio
que o setor vem recebendo, como investimentos
do Banco Internacional de Reconstrução e
Desenvolvimento (BIRD), numa parceria com a
Firjan, que liberou R$ 400 milhões para o polo, entre
outras ajudas institucionais e governamentais.
REVISTA MODA RIO JULHO | AGOSTO | 2013
7
PRINCIPAL •
Fevest
De Chelles
8
Pele Nuda foi outra marca premiada, da empresária
Andréa Luiza Barbosa. Sua aposta esse ano foi
acrescentar o sutiã cropped e a lingerie plus size
em seu mix. De acordo com Andréa, o momento
é de comemoração também pelo crescimento da
empresa, que em um ano expandiu em 30%. Ela
passou de 240 mil peças produzidas em 2011 para
400 mil no ano passado e garante continuar no
ritmo, mantendo hoje 30 empregados formalmente
legalizados na linha de produção. Para Andréa,
o segredo está na mão de obra capacitada e bem
amparada pela empresa, que proporciona benefícios
e bem estar no local de trabalho. As gigantes do
segmento lingerie concordam com a empresária,
mas a política de benefícios já não é atração na
metrópole.
Foto Erika Castro
Foto Erika Castro
“Na semana em que aconteceu a Fevest, o Sistema
Firjan inaugurou, próximo ao centro da cidade,
o Senai Espaço da Moda (ver pág. 06). É um
investimento voltado para a formação e capacitação
de mão de obra local, com auxílio aos empresários
para inovação. No espaço pretende-se formar 600
profissionais, por ano”, informa Marcelo Porto. Nos
dois dias de desfiles da Fevest, ficaram confirmadas
as tendências para a próxima estação 2014, como o
abuso da renda e das cores fortes e tecidos inteligentes
(sem novidades). A sensualidade, o conforto e a
praticidade continuam sendo o carro chefe das
marcas. Os tecidos inteligentes, principalmente os
térmicos e os anticelulite, ganharam mais espaço. A
criatividade e a qualidade estão sendo estimuladas e
foram premiadas pelo SEBRAE. A moda masculina
chamou a atenção com inovações em cuecas
grafitadas e com bojo (inspiração antiga, vinda do
Renascimento). O primeiro Prêmio “Destaque da
Moda” foi para a marca Lalie Lalou, das irmãs Ana
Amélia e Ana Luiza Rabello.
Pele Nuda
PRINCIPAL •
As Gigantes
O crescimento é o objetivo obrigatório
de todos. A DeMillus é uma marca gigante
do mercado. Ela possui cerca de 500
produtos, com a intenção de satisfazer
todas as necessidades da mulher, assim
como garantir sua fidelidade, com linhas
infantis e para adulto. Somente na linha de
lingerie são 44 milhões de peças por ano.
“A meta de expansão para os próximos
dez anos é continuar o crescimento na
casa dos 20%, mantendo os mesmos
níveis de atendimento e qualidade,” revela
Nelson Cuptchik, diretor administrativo.
Hoje, com todas as mudanças que o
mercado impõe, o crescimento tornouse algo inevitável. Se as empresas não
expandirem, estarão fadadas à falência.
Nelson explica que há 20 anos as coisas
aconteciam com mais lentidão. As
fábricas mantinham estoques grandes.
Hoje não. Elas investem mais em criação
- que também se tornou mais dinâmica
e agregadora essencial de valores. Os
produtos mudam com muita rapidez. O
empresário lembra que, na contramão
dessa agilidade, estão as peças de
lingeries que ficaram muito mais
complexas, com mais integração de
acessórios, rendas e bordados. Esse
fato aumentou bem mais o tempo de
fabricação. Então, isso demanda mão
de obra altamente qualificada e uma
engenharia de produção moderna
para dar conta do recado.
Nelson Cuptchik, da DeMillus
A DeMillus treina seus colaboradores
desde a admissão. Ao todo, o grupo tem
cerca de seis mil funcionários, dos quais
3.200 trabalham na confecção. “Temos,
além das empresas no Rio de Janeiro,
duas na Paraíba, onde somam cerca de mil
empregados. A capacitação é contínua. E
temos pouca rotatividade. Isto se deve
a alguns benefícios como produtividade,
cesta básica e plano de saúde, dentre
outros. Mas sempre há necessidade de
mais mão de obra”, acrescenta.
DeMillus
REVISTA MODA RIO JULHO | AGOSTO | 2013
9
PRINCIPAL •
A falta constante de mão de obra, mesmo para ainda ser qualificada, é o maior
obstáculo na Duloren, para o crescimento da empresa. Roni Argalji, diretor dessa
outra “gigante” do estado do Rio, conta que além de todos os benefícios bastante
atrativos e investimentos para fazer do ambiente de trabalho um local agradável,
enfrenta constante dificuldade para completar o quadro de costureiras. “Hoje preciso
de 50. Nunca consigo preencher essas vagas. Produzimos cerca de 11 milhões de
lingeries por ano, com cerca de 1.500 profissionais”, relata.
Ao que tudo indica, a capacitação é estratégia inevitável e será
sempre um desafio para o setor, até mesmo por conta das
transformações que as novas tecnologias provocam, de maquinário
ao surgimento de novos tecidos. Para o empresariado, governo
e instituições, que existem para apoiar e fomentar a indústria,
deveriam atuar com mais seriedade para ajudar a resolver ou
minimizar o problema, criando outros espaços como o recéminaugurado em Nova Friburgo.
Segundo Victor Misquey, a reivindicação já foi apresentada
às instituições que apoiam o setor e o assunto, que é antigo,
será retomado. “Vou procurar novamente o SEBRAE, a Firjan
e o Senai Cetiqt essa semana ainda, para ver o que é possível
fazer”, promete, reconhecendo que não há necessidade apenas
de formar mão de obra, mas também de promover capacitação,
devido às novas exigências.
Novos valores
Atualmente, as peças íntimas assumem cada vez mais funções
e estão mais sofisticadas. Estão voltadas também para a saúde
e a estética, como contenção de seios e proteção da coluna,
contra celulite, bactérias e alergias, suor, odor... E por aí vai, tudo
oferecendo conforto e praticidade.
O empresário Roni Argalji (Duloren) critica a falta de mão
de obra e as “fabriquetas”
“Sempre tivemos uma linha médica voltada para o pós-cirúrgico e faixas maternais.
As linhas mais sensuais e sofisticadas são aquelas que levam mais rendas e bordados.
Em termos tecnológicos as que recebem lavagem bacteriológica (um diferencial com
relação à produção de empresas de menor porte). E mais recentemente, o uso do fio
Emana (da Rhodia), que ajuda no combate à celulite.
E também trabalhamos com cintas emborrachadas que auxiliam na postura, bem
como modeladores, entre outras peças. A procura por estes produtos voltados para
a saúde cresce muito. No momento, estão no patamar de 10%. Os produtos são
muito bem aceitos, porém, é um mercado mais restrito. Dificilmente eles vão chegar
perto dos modelos de lingerie mais sensuais”, especula Nelson Cuptchik.
Para Roni Argalji, essas novas peças, por mais funções que tenham, pouco competem
com as que possuem o apelo à sensualidade, que é o que ainda provoca a consumidora.
Mas, segundo a responsável pelo marketing da marca, Denise Areal, a linha funcional
ganha cada vez mais espaço. “A linha básica era o carro chefe da empresa. Hoje a
linha voltada para as funções corretivas é a que mais cresce. Nossa produção gira em
torno de 35% de lingerie básica, 35% das funcionais e 30% dirigida para sofisticação”,
explica. E Roni acrescenta: “O importante é que todas carregam o DNA Duloren,
que é a produção da matéria prima de altíssima qualidade, e a criação e o valor
à sensualidade. Nosso setor de tecelagem possui as máquinas mais modernas do
mercado, adquiridas na Alemanha, Itália e Suíça”, gaba-se, orgulhoso.
Despreocupado com a concorrência, confessa se incomodar apenas com o que
classificou como “fabriquetas”, aquelas confecções que operam na clandestinidade, e
mesmo com um produto com menos qualidade, interferem
na estabilização do valor, na hora da venda.
dulorem
“Mas não brigo pelo valor barato, porque meu público é a
classe A e B, mas as marcas locais acabam incomodando”,
afirma.
A competição legal acirrada no mercado nacional parece
não ser uma pedra no meio do caminho de muitos
empresários. Para Nelson Cuptchik “pode-se dizer até
que são todos parceiros”, disse, batendo também no
principal e desleal problema: “A grande concorrente
nossa é a enorme quantidade de empresas informais que,
embora produzam seus produtos com menor qualidade,
conseguem obter um preço menor. Este valor reduzido é
devido ao não pagamento de tributos ao não cumprimento
das leis trabalhistas”, alfineta, enquanto aguarda uma
verdadeira reforma tributária e trabalhista e ações que
promovam a geração de mão de obra com competência.
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Pelle Nuda - Top Preto | (Foto Erika Castro)
BONS NEGÓCIOS •
BOLSA DE BONS NEGÓCIOS
MODARIO - SINDROUPAS
01
03
04
COMPRA
E VENDA
OFERTAS DE SERVIÇOs
EM FACÇÃO
BOLSA DE EMPREGO
7526 – ATENÇÃO – Empresa tem
interesse na compra de saldos de tecidos,
retalhos, aviamentos e roupas com
pequenos defeitos etc. Pagamento à vista.
7744 – Confecção feminina - fabricamos
blazers, Spencer, calças, bermudas e
saias. Faccionamos os mesmos produtos,
desenvolvemos modelos exclusivos
mediante certa quantidade de peças.
7881 – RECEPCIONISTA – Residente
em São João de Meriti gostariam de uma
oportunidade.
7830 – ATENÇÃO – VENDEM-SE Ponta de estoque, blusas, conjuntos,
calças etc. (sem defeitos).
7863 – ATENÇÃO – VENDEM-SE –
Confecção em Olaria vende máquinas
retas, overloque e colaret, seminovas.
A Jan & Loreto, fábrica de roupas
femininas
especializada
em
alfaiataria está à venda. Com 33
anos no mercado e conhecida
pela qualidade de seus tecidos
e roupas, a empresa possui um
maquinário completo e moderno.
Serão passadas adiante máquinas
de fusionar entretela, máquinas
comuns, de costura reta,
overlocks, de corte e passadoria
moderna a vapor. A empresa fica
em Inhaúma. Interessados devem
entrar em contato por meio dos
telefones 2270-6883 e 25602777, ou pelo e-mail janloreto@
terra.com.br
7798 – Indústria do ramo têxtil oferece
serviço de estamparia. Somos equipados
com o que há de mais moderno, desde a
relação dos quadros até a produção em
máquina de carrossel automatizada ou
através de mesas corridas.
7887 – Empresa deseja pegar serviços
de sunga e biquíni (lycra), blusa (malha),
tudo em alta e média qualidade.
Oferta de Peças
para Facção
7609 – T-shirts em meia-malha e baby
look em ribana.
7444 – Camisa, blazer, Spencer e calça,
todos em tecido misto.
7445 – T-shirt ½ malha, casaco
em moletom e microfibra, shorts e
bermudão em microfibra e bermudão em
brim em alta qualidade.
7724 – Calças, blazer e saia em jeans
tudo em alta qualidade.
7866 – Roupas para ginástica e sungas em
alta qualidade
7867 – Casacos, calça e bermuda em
microfibra.
7882 – ESTÁGIOS NA ÁREA DE
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO –
Residente no Cachambi, está cursando o
8º período.
7883 – RECEPCIONISTA – Residente
em Bonsucesso, cursos de informática:
XP, Word 2000, Power point 2000,
Excel 2000 e internet.
7884 – AUX. DE SECRETARIA Residente na Vila da Penha, gostaria de
uma oportunidade.
7885 – ESTILISTA - Residente no Lins de
Vasconcelos, com experiência.
7901 – Empresa deseja pegar serviços:
T-shirt
malha,
regata,
camisetas
promocionais, baby look e casaco em
moletom.
7886 – MECÃNICO DE MÁQUINA
DE COSTURA – Residente em Duque
de Caxias, experiência em máquina
de costura, especialmente camisaria
feminina e masculina.
7908 – Empresas deseja pegar serviços
do vestuário feminino
7888 – SERVIÇOS GERAIS - Residente
em Anchieta.
7917 – Empresas deseja pegar serviços
peças básicas de jeans
7889 – AUX. ADMINISTRATIVO/
RECEPCIONISTA – Residente em Brás
de Pina.
04
BOLSA DE EMPREGO
02
cONTINUAÇÃO
7643 – AMPLIADOR DE MODELAGEM
– Residente em Ramos, tem curso de
audaces.
7801 – GERENTE INDUSTRIAL –
Residente no Rocha, com experiência.
7831 – GERENTE DE PCP – Residente
em Campo Grande, com experiência.
7552 – CORTADOR AMPLICADOR –
Candidato residente em São João Meriti
com experiência em corte a 20 anos,
oferece seus serviços.
7855 – AUX. CRÉDITO E COBRANÇA/
AUX. ADMINISTRATIVO – Residente na
Pavuna.
7874 – RECEPCIONISTA – Residente em
Olaria.
7876 – MODELISTA – Residente em
Campo Grande, habilidade em modelagem
feminina em geral.
7890 – SERVIÇOS GERAIS – Residente
em Miguel Couto.
7891 – CORTADOR/RISCADOR –
Residente em São João de Meriti, com
25 anos de experiência em todo tipo de
tecidos, podendo exercer também como
encarregado de corte e ampliador.
7892 – AUX.ADMINISTRATIVO
Residente no Estácio.
-
7893 – SERVIÇOS GERAIS – Residente
na Lapa.
7894 – MODELISTA – Residente na
Pavuna, com 20 anos de experiência
no ramo de linha feminina, podendo
trabalhar com free lancer.
INTERESSADOS TRATAR COM
EDNEIA LOBO
PELO TEL. (021) 2240.7737
mais anúncios em
WWW.MODARIO-RJ.COM.BR
REVISTA MODA RIO JULHO | AGOSTO | 2013
11
MKT FASHION •
Pés no chão
e cabeça nas
nuvens
www.fashionmkt.com
Sapatos da SCHUTZ
O consumidor contemporâneo
deseja estar com a autoestima
sempre rumo às nuvens, vestindo
conforto, estilo e satisfação.
Nada mais justo para o público
feminino do que encontrar esses
elementos reunidos na moda
íntima e em uma das maiores
paixões da mulher: sapatos.
ARTESANATO ALERJ •
A Loungerie lançou recentemente sua coleção “Caroline” para o
próximo verão. Inspirada na princesa de Mônaco, as peças falam
em romance e apostam no conforto sexy. O cetim e a renda se
unem numa coleção feita para sonhar e sentir-se segura e feliz. A
marca, que lançou o soutien perfeito, aquele que realça e garante
conforto para todo tipo de curvas,
Bordadeiras e
artesãs ainda
existem
Mais de 50 municípios fluminenses
participaram do 1º Concurso Estadual
de Bordados, promovido pela Secretaria
de Desenvolvimento Econômico, com
objetivo de estimular e divulgar a prática.
As peças ficaram expostas no Salão
Nobre da Alerj durante todo o mês de
agosto.
Os expositores são, em grande parte,
autônomos
ou
empreendedores
individuais. Alguns fazem parte de
Subsecretária de Desenvolvimento
Econômico, Dulce Ângela Procópio
12
agora aposta na suavidade e doçura do
toque acetinado nas calcinhas, caleçons
e tops. Há no total cerca de 120
combinações de tamanhos e modelos,
sem contar a variedade de cores e tecidos.
O diferencial está no investimento em
tecidos inteligentes.
LOUNGERIE - Charme
da renda
caleçons
Volume com
conforto
associações. Segundo a subsecretária, Dulce
Ângela Procópio, são muitos os estilistas e
marcas que já utilizam essa mão de obra em
suas coleções.
“A secretaria coordena o Programa de
Artesanato e mantém um cadastro individual
dos artesãos e artesãs, e apoia eventos no
setor, como a feira do Lavradio, no Centro
do Rio, que acontece no primeiro sábado
de cada mês. O Programa de Artesanato
mantém cinco barracas para os artesãos, de
todo estado, para que comercializem suas
peças”, conta.
A intenção de Dulce Ângela é que o Concurso
de Bordados aconteça a cada dois anos. Ela
informa que, para entrar em contato como
o Programa de Artesanato, basta ligar para
(21) 2332-4900 e 2332-4902.
Serviço
Cidade: Barra de Piraí
ARTESÃ : Ana Lucia Moura Gomes
Contato: [email protected]
------------------------------------------------------------------------------Cidade: Campos dos Goytacazes
ARTESÃ : Rita de Cássia Gama Pereira dos Santos
Contato: [email protected]
------------------------------------------------------------------------------Cidade: Cantagalo
ARTESÃ : Ercilene Aguiar da Silva Oliveira
Contato: [email protected]
------------------------------------------------------------------------------Cidade: Cordeiro
ARTESÃ : Waldeia Alves Bento
Contato: [email protected]
------------------------------------------------------------------------------Cidade: Comendador Levy GaspariaN
ARTESÃ : Flavia da Silva Martins
Contato: [email protected]
------------------------------------------------------------------------------Cidade: Itaperuna
ARTESÃ : Ivete Vieira Pacheco
Contato: [email protected]
------------------------------------------------------------------------------Cidade: Cidade: Nilópolis
Artesã : Janete Oliveira Miguel
Contato: [email protected]
Para os pés, a celebração no lançamento
da coleção da Schutz, que reuniu
meninas cheias de estilo que traduzem
perfeitamente a atitude da marca para sua
campanha Verão 2014.
Entre as escolhidas estão Dora Buarque de
Holanda, Maria Frering, embaixadora da
Dior no Brasil, mais as it girls Lala Rudge,
Thassia Naves, Deborah Falci, Pietra
Bertolazzi, entre outras. A blogueira it girl
Lala Rudge fez debut como top model por
um dia e arrasou. As moças encararam as
lentes com personalidade e atitude, sob a
mira dos clics de Zee Nunes. A direção
foi de Giovanni Bianco, styling de Renata
Correa e o quesito beleza assinado por
Henrique Martins.
Cidade: Paraíba do Sul
ARTESÃ :Fátima Regina Alves de Carvalho
Contato: fatimareginabordados@yahoo.
com.br
-------------------------------------------------------------------------Cidade: Porciúncula
ARTESÃ :Eponina Sanches de Almeida
Contato: [email protected]
-------------------------------------------------------------------------Cidade: Porciúncula
ARTESÃ : Marlene Ricardo da Silva
Contato: bernadete-borchio00@hotmail.
com
-------------------------------------------------------------------------Cidade: Resende
ARTESÃ : Teresa Cristina da Cunha R. Ritton
Contato: [email protected]
-------------------------------------------------------------------------Cidade: Rio das Ostras
ARTESÃ : Clara Fontana Simon
Contato: [email protected]
-------------------------------------------------------------------------Cidade: Rio de Janeiro
ARTESÃ : Doralice Ferraz Firme
Contato: [email protected]
-------------------------------------------------------------------------Cidade: Três Rios
Artesã : Ieda Campos
Contato: [email protected]
Bordados, Alessandra Coelho
Notas e Retalhos •
Obsession
for women
Reflexão - Mulheres
estereotipadas na moda
Sarah Zelinski, Kayla Hatzel e Dylan
Lambi-Raine, alunas do curso de
Estudos de Gênero da Universidade de
Saskatchewan, no Canadá, produziram
o vídeo ‘Representations of gender
in advertising’, no qual homens
desempenham o papel estereotipado da
mulher, em anúncios reais. O trabalho
ainda apresenta estatísticas relativas à
violência de gênero
no Canadá e relaciona
os números com a
representação
da
mulher nas campanhas
publicitárias. Assista
por meio do QR Code.
Bengala de ouro
Como exemplo de criatividade local
(nacional), Carol Fernandes apresentou
no Giro Senai Moda a “start-up” Smile
Flame, cujo princípio é levar prazer e
diversão de forma criativa onde seja
necessário. Recentemente a Smile levou
25 skatistas e mais de 250 pessoas
para o maior asilo de Porto Alegre e
promoveu um campeonato de skate,
em um encontro entre jovens e idosos.
“De olho no que acontece no mundo,
é importante também
estar atento ao que
acontece aqui por
perto. Ações como
essa merecem uma
parceria”, disse Carol.
Assista por meio do
QR Code
Leste Fluminense
Representantes do governo estadual, da
Firjan e empresários andam se reunindo
para regularizar o Arranjo Produtivo
Local (APL), a fim de fortalecer o grupo
nas negociações, nas interlocuções em
eventos e na hora de conseguir linha de
crédito. “Se nos tornarmos mais fortes,
as instituições que promovem eventos
darão mais atenção às nossas demandas,
coisa que eles não fazem”, comentou
uma empresária do segmento moda, que
preferiu não se identificar.
II Circuito do APL Moda Carioca
Acontece entre os dias 4 e 6 de outubro,
no bairro Imperial de São Cristóvão, o
II Circuito Moda Carioca - um evento
de varejo a preços de fábrica, reunindo
moda, gastronomia e cultura. Cerca de
50 expositores dividirão os 2.500 m² do
Museu Conde de Linhares. O objetivo
desta edição é estimular e expandir os
negócios locais e do setor de moda, que
movimenta R$ 892 milhões anualmente,
segundo dados da Fundação Getúlio
Glocalização com Chá
Beneficente
As empresárias Cristina Daher (Cotton
de Fadas) e Thatiana Amorim (Patuá)
há muito aderiram à glocalização
(adaptar tendências globais às realidades
locais). No primeiro sábado de agosto,
promoveram o I Chá Beneficente
da Moda, na Casa Verde, em São
Francisco, Niterói. A ideia reuniu 10
empresários (vestuário, acessórios,
biju e gastronomia). Peças das coleções
anteriores foram vendidas por até 70%
do valor. O convite foi vendido a R$
Cristina Daher Isabele Garcia e
Thatiana Amorim
Ana Paula Gomes e Adriana Jordan,
da AAposta
Vargas (FGV). A primeira edição,
também realizada em São Cristóvão,
contou com a participação de nove mil
pessoas e movimentou R$ 700 mil reais.
Além de fazer negócios, os empresários
poderão participar de palestras. A
realização é da AAposta Eventos
Comunicação Marketing, com apoio do
SEBRAE. Mais informações no site www.
circuitomodacarioca.com.br ou por meio
do telefone (21) 2486-3249.
10 e o montante arrecadado foi doado
à Casa de Apoio para Adolescentes,
de São Gonçalo, que necessita de
doações, apesar de ser administrada pelo
município. O espaço tem capacidade para
20 jovens, de até 18 anos. A assistente
Social Isabele Garcia levou para o chá
algumas meninas, que nunca haviam
participado de um evento de moda. Há
3 anos, a dupla articula, ainda, o “Casa
Verde – Gastronomia, Moda e Arte”,
reunindo empresários e marcas do
polo criativo de Niterói. O evento vem
crescendo e busca apoio da prefeitura,
SEBRAE e Firjan, na intenção de dar
visibilidade e fortalecer a economia local.
REVISTA MODA RIO JULHO | AGOSTO | 2013
13
o cara fasihon •
Bolsa para homens
Se você pesquisa tendências e acompanha desfiles de moda
masculina, já deve ter percebido o aumento da quantidade de
bolsas nas maiores grifes do mundo, seja em Londres, Milão, Paris
ou aqui nas nossas semanas de moda. Falar de bolsa para homem
não é novidade, e por mais que ainda seja um “tabu”, muitos já
aceitam como alternativa mais moderna e estilosa, substituindo
a surrada mochila e a velha pasta tipo executivo. A relação entre
a bolsa e o homem vem crescendo nas duas últimas décadas no
mercado e a indústria vem aprimorando e lançando novidades a
cada estação.
Assim como para as mulheres, as novas bolsas masculinas também
vêm em diversos modelos, como a Carteiro – mais tradicional, com
origem entre os séculos XVII e XVIII –, em formato mais retangular
e alça longa, normalmente usada na transversal; a Clutch, que nada
mais é do que uma carteira um pouco maior do que a normal,
onde você pode levar documentos, smartphone, tablet e a própria
carteira; temos também a Tote Bag, uma bolsa que possui alça,
mais usada à mão, porém também
pode ser carregada no ombro; a
Murse que é uma das mais estilosas
e faz muito sucesso no mundo
dos fashionistas, e também pode
ser usada na mão ou no ombro. E
por fim, uma novidade no universo
das bolsas masculinas, que notei
no último desfile da Burberry, a
bolsa-envelope, uma espécie de
carteira um pouco maior – sendo
talvez uma variação da Clutch –
e nessa versão da marca inglesa
é semelhante a um envelope de
couro para ser carregado à mão.
Esse acessório vem forte para as
próximas estações. Apareceu em
muitas passarelas de Paris, Berlim
e Londres.
Murse - Herchcovitch
As grifes europeias são referências
em bolsas masculinas, como
Louis Vuitton e Burberry, ambas
sempre trazem novidades, e para
os homens, com bolsas das mais
tradicionais às mais estilosas,
tanto nas estampas quanto no
modelo. No Brasil, os estilistas
estão começando a investir mais
Murse Louuis Vuitton (Large)
em bolsas para homem. No último
Fashion Rio, por exemplo, vimos R. Groove com um modelo
clutch e Herchcovitch com sua murse. Já em São Paulo, não se
viu bolsa masculina no aclamado SPFW, mas vale mencionar o
maravilhoso trabalho do estilista Danilo Costa que desfilou na
Casa de Criadores para o verão 2014, onde apresentou dois
modelos de bolsa carteiro com a tendência animal print.
O homem talvez tenha percebido a necessidade e o charme de usar
a bolsa – deixando a velha pasta executiva e a mochila esportiva
um pouco no armário – pois com a quantidade de gadgets que
carrega hoje em dia, ela é uma grande aliada, com um toque de
sofisticação. E, consequentemente, as grandes marcas estão de
olho nesse consumidor e procuram cada vez mais investir nesse
acessório de luxo para homens.
O Cara Fashion
www.ocarafashion.com
Fabiano Gomes
Clutch - R. Groove
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Missão •
Empresários viajam em “missão de moda”
A missão é observar gente nas ruas,
vitrines de lojas, a História em centros
culturais e participar de feiras de moda
do eixo Berlim, Paris e Londres. O mais
importante é perceber as tendências, o
comportamento e vivenciar o burburinho
fervoroso das tribos. Essa é a Missão
da Moda - ação que leva, anualmente,
pequenos empresários para fazer um
circuito pela Europa. Dessa vez, as visitas
aconteceram no mês de julho em Paris e
Londres, com pequenos grupos do Rio,
Blumenau, Fortaleza e Pernambuco.
Dentre as feiras visitadas, estiveram
as parisienses Mode City, mais voltada
para segmento íntimo e fitness, e Next
Prêt-à-Porter Paris e Fatex, com foco
no feminino, masculino e acessórios. Em
Londres, o destaque foi para os centros
culturais e as ruas.
Numa parceria entre o Sistema Firjan e
a Confederação da Indústria, os guias da
equipe que são pesquisadores e analistas
de moda, motivam os empresários a
buscarem informações de tendência nas
feiras, nas ruas e nos principais centros
comerciais da Europa. “Viram que nas
vitrines das lojas o produto ainda não
é comercial, mas mostra tendências
e conceitos da estação”. A gente não
quer que só percebam as tendências.
Queremos que eles entendam o
processo para usar no desenvolvimento
de seus produtos, explica Carol
Fernandes, da equipe do Senai Moda
da Firjan, um dos poucos modelos do
sistema “S” no Brasil, de fomento à
moda.
A vantagem de os empresários viajarem
nessa caravana é o know how da equipe,
que já dispõe de um roteiro com indicações
de onde circular, mais a expertise das
pesquisadoras que facilitam o entendimento
do objeto observado.
O grupo visitou duas exposições importantes.
Uma na Fondation Cartier, em Paris, e outra
no Victoria and Albert Museum, em Londres.
O destaque foi para o cenário de moda das
décadas de 80 e 90, no museu londrino,
com cenas noturnas fortes, propostas de
diferentes estilistas, os novos românticos,
os góticos, a tribo do rock e as pessoas que
frequentavam espaços cuja moda era ser
criativo. Carol conta que “as pessoas iam
para a Escola de Moda e confeccionavam
suas roupas para saírem à noite. O governo
de Margareth Thatcher, na época, percebeu
que a moda poderia valorizar a imagem do
país e fortalecer a economia. Então vimos o
surgimento dos grandes estilistas ingleses.
Esse movimento foi importante, pois
alavancou outros segmentos da economia”.
O Museu Victoria apresentou a primeira
mostra “David Bowie Is”, anos 90. A
exposição evidencia a influência do astro
no setor da música e da moda, e no
comportamento da época e no meio artístico
de vanguarda.
“Na feira de Paris, foi possível ver muita
matéria prima para os segmentos de moda
íntima, praia e fitness, num evento que
tratava da mão de obra e tipos de serviços
oferecidos às marcas. A maioria das empresas
era da Índia. Tudo muito segmentado. Um
faz somente casaco com enchimento, outro
lingerie”, lembra Carol Fernandes.
Entre o final de maio e início de junho,
aconteceu a Missão Sindical. Quinze
empresários que fazem parte de instituições
em todo o estado viajaram para a Turquia.
Essa investida foi mais técnica, voltada
para a indústria de transformação.
Estiveram em escolas de moda, em
grandes confecções, espaços de venda e
entidades fomentadoras do setor, como
a TUSKON, uma federação turca da
indústria de moda.
Jandira Barone, que faz parte da diretoria
de um dos mais fortes sindicatos do
estado, o Moda Rio, conta que a viagem
para a Turquia foi bastante produtiva
e que a tendência da ação é se tornar
cada vez mais profissional, conforme a
experiência adquirida.
“Visitamos muitas empresas. A agenda foi
bem rica e corrida. Estávamos exatamente
onde aconteceram os protestos, na praça
Taksim, em Istambul, tivemos que mudar
de hotel e alterar a agenda. Conhecemos
universidades e tivemos uma reunião na
TUSKON, uma federação responsável
pelas exportações, bem parecida com a
nossa FIRJAN. Percebi ali que precisamos
nos preparar melhor para esse tipo de
encontro. Mas valeu a pena. Trouxe
algumas experiências para implantar
aqui. Os empresários lá têm muito
incentivo do governo para produzir
e por isso não acham que a China seja
uma ameaça. Se consideram muito
superiores em qualidade e em logística.
E são. Eles importam nossa moda praia
e íntima, mas não conseguem expandir
as negociações com o Brasil por causa
das taxas cobradas, segundo eles. O
representante da TUSKON disse que
conhece bem o nosso país e afirmou que
a moda do Rio tem muito diferencial, em
relação a São Paulo, por exemplo. Foi
muito produtivo”, encerra a empresária,
depois de informar que estiveram
acompanhados de Carol Fernandes e Ana
Torres, do Senai Moda e tecer elogios.
REVISTA MODA RIO JULHO | AGOSTO | 2013
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* Ligações gratuitas de telefone fixo no estado do Rio. ** Custo de ligação local.
NOME DESTA SEÇÃO •
Para o setor da moda fazer bonito nas passarelas do Brasil e do mundo, o Sistema FIRJAN apoia eventos como
o Fashion Rio, oferece diversas consultorias, cursos de qualificação e ainda conta com o SENAI Moda Design,
o centro de inteligência em moda e design do Sistema FIRJAN. Mas para o setor da moda se desenvolver
cada vez mais, é fundamental a sua participação. Por isso, o Sistema FIRJAN conta com o Movimento Sindical
FIRJAN, que aproxima a sua empresa do seu sindicato patronal e oferece uma gama de serviços e vantagens
exclusivas. Filie-se ao seu sindicato patronal e contribua para que o setor da moda fique cada vez mais forte.
Conheça os benefícios de se associar ao Movimento Sindical FIRJAN:
[email protected] | 0800 0231 231* | 4002 0231**
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