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Transcrição

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Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia
Fe ve re iro 2011
ShareHim
Alegria de Falar sobre Jesus
14
Vislumbres do
Sudão
22
Compartilhando os
Dons de Deus
26
Inimigo
Disfarçado
Fe ve re iro 2011
A
IGREJA
EM
AÇÃO
Editorial ............................ 3
Notícias do Mundo
3 Notícias & Imagens
Visão Mundial
8 A Sólida Palavra de Deus em
um Mundo Caótico
SAÚDE
NO
MUNDO
Vacinas que
Salvam Vidas .................. 11
A R T I G O
D E
ShareHim
C A P A
Por Bill Knott .............................................................................. 16
Por Allan R. Handysides e
Peter N. Landless
BÍBLICAS
Em todo o mundo, membros de igreja estão se unindo
aos pastores para falar do evangelho.
PERGUNTAS
DEVOCIONAL
Por Ángel Manuel Rodríguez
Qual é a Vontade de Deus para a Sua Vida?
Inimigo
Disfarçado ...................... 26
Por Obed Onyiego Soire .............................................................. 12
Pode Deus nos usar? Sim, de diferentes maneiras,
mais do que imaginamos.
VIDA
ADVENTISTA
Vislumbres do Sudão Por Llewellyn Juby .......................... 14
ESTUDO
BÍBLICO
O Conselheiro
Divino .............................. 27
Por Mark Finley
Como a Adra está melhorando a qualidade de vida de um país.
ESPÍRITO
DE
PROFECIA
Missionários para Hoje Por Ellen G. White...................... 21
Não precisamos ir ao mundo todo, nem mesmo
ao outro lado da cidade.
CRENÇAS
FUNDAMENTAIS
Compartilhando os Dons de Deus
INTERCÂMBIO
MUNDIAL
29 Cartas
30 Lugar de Oração
31 Intercâmbio de Ideias
O Lugar das
Pessoas ............................. 32
Por Philip Rodionoff .................................................................... 22
Permita que Deus use seus talentos para glória dEle.
HERANÇA
ADVENTISTA
Sofrendo por Ele Por Yevgeny Zaitsev ................................. 24
Os desafios de guardar o sábado em um regime repressivo.
Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald
Publishing Association. Copyright (c) 2005. Vol. 7, nº 2, Fevereiro de 2011.
2
Adventist World | Fevereiro 2011
Tradução: Sonete Magalhães Costa
www.portuguese.adventistworld.org
A Igreja em Ação
EDITORIAL
Consequências
Não Intencionais
N
em tudo aconteceu como esperávamos com esta revista, mas não
poderíamos estar mais satisfeitos!
Quando a Adventist World foi lançada, em setembro de
2005, estava disponível em apenas dois idiomas (inglês e
coreano), e somente na versão impressa. Cinco anos e meio
mais tarde, é impressa 1,5 milhão de cópias em oito idiomas
e os leitores podem acessar a edição on-line da revista em
treze idiomas, incluindo árabe, romeno e urdu (visite www.
adventistworld.org e selecione o menu de idiomas).
Esta revista foi planejada para atender primariamente as
necessidades dos membros da igreja, não o público em geral.
Porém, chegam até nós muitas histórias que confirmam a
efetividade da Adventist World como ferramenta de testemunho para compartilhar as verdades da Palavra de Deus.
Planejamos essa revista para que se concentrasse em histórias
e notícias que ajudassem a unificar e a nutrir um movimento
global de grande e rápido crescimento, mas milhares de
pessoas estão ansiosas para olhar sobre os ombros de seus
vizinhos adventistas e satisfazer uma curiosidade saudável
sobre a igreja remanescente de Deus.
A esta altura, o número de pessoas que se uniram à Igreja
Adventista do Sétimo Dia como resultado do ministério desta
revista certamente está na ordem das centenas, talvez milhares.
Um fiel membro da África conta que mais de sessenta pessoas
foram batizadas como resultado das cópias da Adventist World
distribuídas por ele. Um de nossos artigos de capa, “Convencido
por Um Pedaço de Papel” (junho de 2010), relatou a história
de dezenas de pessoas que aceitaram a fé adventista após
encontrar apenas duas páginas dessa revista na beira de uma
estrada na região rural. A cada semana lemos cartas de homens
e mulheres de outras denominações que pedem informação
sobre como conseguir um exemplar. Por enquanto, tudo o que
podemos responder é: “Continuem pedindo aos adventistas
que vocês conhecem para doarem suas revistas.”
Este, na realidade, é um plano muito bom: quando você
acabar de ler o seu exemplar desta revista, doe para outra
pessoa. Melhor ainda: diga-lhe quais artigos mais o impressionaram e mais tarde procure essa pessoa para conversar
sobre a revista.
Essa é uma maneira simples de amar o seu semelhante e
que certamente pode ser usada por Jesus para chamar aqueles
que pertencem a Ele.
– Bill Knott
■ “O período que passei no Camboja
foi uma experiência especial para mim”,
relata Catrin Hoffmann, que participou
de um projeto de auxílio ao desenvolvimento de quatro semanas de duração
no ano de 2003. O projeto foi patrocinado pelo Colégio Adventista Marienhöhe quando Catrin ainda estudava
lá. Em 2005, Hoffman passou no teste
preparatório (Abitur) para o colégio
Marienhöhe, e posteriormente, de setembro de 2007 a setembro de 2008, foi
professora voluntária em uma escola no
Camboja que mantém parceria com sua
universidade.
Hoffman compartilha o seguinte
a respeito de sua experiência: “Fiquei
impressionada especialmente com a
amizade e a gratidão das pessoas. Por
meio deles, conheci uma cultura completamente diferente. Ensinar as crianças
e cuidar delas foi de grande ajuda não
somente para elas, mas para mim,
porque aprendi muito. Tenho mantido
contato com as crianças desde que parti,
e sempre me empolgo quando me
falam sobre seus planos de realizar algo
de bom para os seus conterrâneos.
O Camboja passou a ser uma parte
importante de minha vida.”
D I V I S Ã O
No Camboja, Estudantes
Adventistas da Alemanha
Fazem a Diferença
E U R O - A F R I C A N A
NOTÍCIAS DO MUNDO
NO TRABALHO: Alunos da Academia
Adventista Marienhöehe trabalhando
no projeto de reforma de uma escola
no Camboja, financiada pelos alunos
adventistas.
Fevereiro 2011 | Adventist World
3
A Igreja em Ação
4
Adventist World | Fevereiro 2011
N A
M I S S I O N Á R I O
C A M P O
D O
C O R T E S I A
O envolvimento da escola com a
nação do sudeste asiático teve início
no ano de 2001, quando um grupo do
Colégio Adventista Marienhöhe foi ao
Camboja pela primeira vez para ajudar
em um projeto de auxílio ao desenvolvimento. Foram construídas cerca de
40 instalações sanitárias em um campo
de refugiados localizado próximo à
escola parceira.
Nos anos seguintes, foram construídos mais orfanatos e salas de aula,
cavados esgotos, reconstruído um
dispensário danificado por cupins e
instalado um gerador a diesel a fim de
produzir eletricidade. Atualmente, 120
órfãos, que vivem em cinco casas, recebem roupas e carinho. Esse auxílio tem
sido de valor inestimável para o povo
cambojano, que já passou por muitas
dificuldades. A assistência provê cura
física e emocional para as crianças, além
de prevenir que morem nas ruas.
Alunos do Colégio Adventista
Marienhöhe colaboram com a população local. As amizades feitas muitas
vezes duram anos. Os estudantes
aprendem a ver o mundo de uma perspectiva diferente. Eles apreendem que
os valores daquelas crianças são muito
distintos dos valores das crianças da
Europa. Eles se conscientizam do luxo
em que vivem; e a abertura, amizade
e companheirismo com as crianças
acabam valendo muito mais do que
dinheiro e vida abastada.
Está crescendo o número de
alunos que se formam no Colégio
Adventista Marienhöhe e que querem
ser voluntários no projeto de auxílio ao
desenvolvimento da escola com parceria
no Camboja. Em setembro de 2010, os
alunos do colégio organizaram várias
atividades para arrecadar fundos a fim
de construir dormitórios para professores e voluntários que trabalham na
escola no Camboja.
– Reportagem de Karl Strassner, Divisão
Euro-Africana
M O N G Ó L I A
NOTÍCIAS DO
MUNDO
JORNADA DESAFIADORA: Os componentes do grupo musical mongol
Os Descendentes posam em frente a um veículo alugado, que quebrou 10
vezes durante uma viagem de 1.200 quilômetros para um lugar em que fariam
uma apresentação. Os cantores adventistas se apresentam com frequência
em reuniões de evangelismo realizadas pela igreja na região.
Mongólia: Os Descendentes, Grupo
Musical Adventista, Passa por
Dificuldades para Levar a Mensagem
■ Um grupo musical da Mongólia
apoia o evangelismo e a Igreja Adventista
do Sétimo Dia cresce no país, após ter
sido estabelecida há menos de 20 anos.
O grupo formado por sete componentes, chamado Os Descendentes, faz
concertos e oferece aulas durante a série
evangelística de cinco dias, realizada nos
locais em que os missionários adventistas
chegaram recentemente. Devido às limitações financeiras da igreja no Campo
Missionário na Mongólia, formado por
1.600 membros, o grupo é patrocinado
por doações particulares. “Os jovens
mongóis gostam do grupo. Não há muitas opções de música ao vivo”, afirmou
Paul Kotanko, diretor de operações da
Igreja Adventista na Mongólia.
Apesar de Os Descendentes ser uma
novidade para a igreja na Mongólia
este ano, o conceito não é novo na
região – esse grupo musical tem como
modelo o grupo Anjos Dourados, um
grupo musical de apoio ao evangelismo
patrocinado pela igreja na região do
Pacífico-Norte Asiático, com sede em
Ilsan, Goyang, Coreia do Sul.
A igreja na Mongólia, pertencente a
essa região administrativa da igreja, está
crescendo rapidamente. Administradores
da igreja consideram a possibilidade de
comprar um terreno para um centro de
treinamento de jovens e tentam registrar a escola no governo, fazendo dela a
primeira escola adventista no país.
O cristianismo é relativamente novo
na Mongólia. O fim do governo socialista
em 1990 abriu o país à prática da religião
– cerca da metade da população é budista, e mais de um quarto é ateísta. Crenças
xamanistas são também muito difundidas.
Os primeiros missionários adventistas na
Mongólia chegaram em 1992.
Embora a Igreja Adventista esteja
crescendo no país, há apenas 22
congregações estabelecidas. O grupo
Os Descendentes pode exaurir os
seus recursos e não ter mais reuniões
evangelísticas para se apresentar.
O grupo, no entanto, tem ajudado
no crescimento da igreja, assim como
contribuído para os programas culturais
e de saúde da igreja. Durante as reuniões
de evangelismo com uma semana de
duração, aulas sobre saúde são ministradas por um dos componentes do grupo
que é estudante de medicina. Da mesma
forma, a ex-diretora infantil da Missão
na Mongólia dá aulas para crianças.
No palco, o grupo canta uma mescla
de músicas de composição local, músicas
japonesas e também religiosas. Eles cantam em inglês, coreano, japonês e mongol.
S U L- A M E R I C A N A
Igreja Adventista do Sétimo Dia no Peru.
Florián explicou que a lei também
proíbe qualquer “ação ou omissão” discriminatória contra uma pessoa por razão de sua crença religiosa e reconhece
o pluralismo religioso, assegurando que
todas as crenças desfrutem dos mesmos
“direitos, obrigações e benefícios”.
Representantes da Igreja Adventista
têm trabalhado em favor de maior proteção à liberdade religiosa no Peru por mais
de uma década, promovendo encontros
com oficiais do governo e representantes
denominacionais de todo o país.
D I V I S Ã O
PERU: Nova Lei Protege
Liberdade Religiosa
■ Membros do congresso peruano
recentemente votaram a aprovação de
uma lei que garante liberdade religiosa
para todos os cidadãos, o que já era
reconhecido pela constituição desse
país sul-americano. A aprovação da
lei ocorreu um ano após o encontro
de 40 mil peruanos na capital do país,
Lima, em um festival de apoio à
liberdade religiosa.
A nova lei garante o livre exercício
religioso público e privado, excetuando
casos em que tal expressão infrinja a
liberdade ou direitos fundamentais
alheios, e em que a ordem ou o bem-estar
público sejam ameaçados.
“A lei protege as convicções
religiosas de estudantes e exige que
instituições estaduais de ensino a
respeite, garantindo que a prática de
fé do estudante não afete suas notas
escolares”, explicou Edgardo Muguerza
Florián, responsável por Relações
Públicas e Liberdade Religiosa para a
PA R L
D A
C O R T E S I A
DEBATE LEGISLATIVO:
Legisladores peruanos durante as
fases preliminares de elaboração
da lei que visa garantir o
pluralismo religioso no país.
F O T O :
“Até certo ponto, é uma novidade
ouvir um grupo cantando em outra
língua aqui”, relata Kotanko. “Os visitantes ficam impressionados. Muitos
mongóis costumavam falar coreano
devido à proximidade do país com a
Coreia do Norte.”
O grupo faz apresentações perto de
casa, na capital Ulaanbaatar, e também
viajam por até dois dias para se apresentar. No mês passado, o veículo que
haviam alugado quebrou 10 vezes numa
viagem de 1.200 quilômetros para a
cidade de Gobi Altai. “O resultado,
no entanto, foi maior união e muitas
lembranças da nossa viagem missionária”, afirma o diretor do grupo, Kang
HaShik. Mais de 400 pessoas assistiram
o concerto.
– Reportagem de Ansel Oliver, diretor
assistente de notícias, Associação Geral
dos Adventistas do Sétimo Dia.
“Estamos muito satisfeitos em ver
que o nosso trabalho pode ter influenciado de alguma maneira a aprovação
desta lei histórica”, declarou John Graz,
diretor do Departamento de Relações
Públicas e Liberdade Religiosa da Associação Geral.
Graz acrescentou que a legislação é
uma prova dos esforços de todos os
defensores da liberdade religiosa no Peru.
O movimento de liberdade religiosa
no país vem de longa data, e tem feito
da proteção contínua dessa liberdade
um investimento importante.
– Rede Adventista de Notícia
TANZÂNIA: Projeto da Adra no Reino
Unido Apoia Comunidade Albina
■ A Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (Adra)
do Reino Unido está apoiando e
treinando a comunidade albina da
Tanzânia, a qual enfrenta falta de
FORMANDOS DA MAIOR TURMA DO SEMINÁRIO TEOLÓGICO DO BRASIL:
A maior turma de formandos de todos os tempos do Seminário Adventista
Latino-Americano de Teologia – 138 Mestres em Teologia – reuniu-se do lado de
fora da igreja do campus no dia 31 de julho antes da cerimônia de colação de
grau. Entre eles, dois eram pastores de congregações adventistas na Angola,
África, e outros sete receberam seus diplomas de doutorado. A Divisão
Sul-Americana da Igreja Adventista do Sétimo Dia é uma das regiões de maior
crescimento na igreja mundial, e a necessidade de obreiros treinados é grande.
Fevereiro 2011 | Adventist World
5
A Igreja em Ação
NOTÍCIAS DO MUNDO
escolas, escassez de empregos e segregação na região.
Lançado em dezembro de 2010,
o Projeto de Apoio e Capacitação da
Sociedade Albina da Tanzânia trabalhará por dois anos com a comunidade
albina, fornecendo de sua sede em Dar
es Saalan, uma série de treinamentos,
advocacia e administração. O projeto
é a sequência de outros projetos da
Adra na Tanzânia, que inclui a doação
de produtos de proteção solar, receitas
médicas para óculos e ajuda nos custos
com escola para os estudantes albinos.
Os administradores da Adra esperam
que o projeto dê continuidade no
auxílio às necessidades educacionais e
médicas da comunidade albina.
A discriminação a albinos tem aumentado em toda África subsaariana. O
estigma social, a vulnerabilidade física
e a sensibilidade visual em presença da
luz contribuem para que os aproximadamente 150 mil albinos na Tanzânia
seja o grupo mais pobre do país.
“Regularmente os albinos enfrentam o
ridículo, isolamento e agressões físicas;
parte de seus corpos são muito valiosas
no mercado negro para ser usadas em
bruxarias”, explicam os administradores
da Adra.
“A comunidade em geral ainda
não compreendeu que somos todos
iguais, sendo apenas o pigmento da pele
diferente”, disse Zulfa, uma adolescente
da comunidade albina da Tanzânia aos
diretores da Adra. “Temos as mesmas
necessidades. Somos todos humanos.”
Parte desse projeto é a necessidade
de voluntários para a formação de grupos de advogados que viajem a lugares
estratégicos na Tanzânia para conscientização sobre a comunidade albina, por
meio de palestras nas escolas e igrejas.
Por meio de canções, dramas, histórias
e palestras, o grupo procurará educar
o público sobre o albinismo e aumentar
o apoio à comunidade albina.
6
Adventist World | Fevereiro 2011
Nas Filipinas,
conversões
à Igreja Adventista
podem inibir
casamentos
Pastores, congregações, conversos;
estilo de vida adventista traz esperança
Por Ansel Oliver, diretor associado de notícias da
Associação Geral, escreve de Lambuling, T’boli, Filipinas
A
s meninas se casam e têm filhos cedo em T’boli, Cotabato do Sul,
Filipinas. Os líderes da Igreja Adventista do Sétimo Dia daqui
esperam que, para algumas, esse costume mude em uma geração.
A esperança deles resulta do que tem acontecido por dois anos:
vários pastores de outras denominações protestantes, das aldeias agrícolas dos altiplanos, se converteram à Igreja Adventista. Os membros
que os acompanharam podem ter acesso às escolas da denominação se
conseguirem patrocinadores. “Logo, as famílias da região poderão enviar
suas filhas de 12 e 13 anos de idade para a escola, em vez de casarem-se
precocemente”, afirmam os líderes adventistas.
Apesar dos recursos limitados, a Igreja Adventista na região sul de
Mindanau está tentando dar mais apoio às novas congregações adventistas. Por todo o território da Missão Adventista do Sul do Mindanau, um
número significativo de 45 pastores já se converteu nos últimos anos através do trabalho de missionários adventistas e obreiros bíblicos da região,
assim como ex-colegas de classe e ex-professores que se converteram desde
então. A maioria diz que as doutrinas da igreja, como a observância do
sábado e a ênfase na vida saudável, os convenceram a fazer a mudança.
“Muitos membros de suas congregações anteriores se converteram
juntamente com seus pastores – em alguns casos, quase todos; em outros, a metade da congregação. Outros mais podem ainda se converter,
dependendo de como veem as intenções de sua nova denominação”,
afirmam os líderes da Igreja Adventista.
“Alguns mudaram imediatamente, alguns levaram mais tempo e
outros esperam para ver se terão benefícios ou se os missionários estão
querendo tirar vantagem deles”, descreve Romulo Tuballes, diretor de
comunicação da Missão do Sul do Mindanao, uma região de aproximadamente 60 mil membros. “ Outros grupos religiosos já passaram pela
região de T’boli fazendo promessas de apoio que nunca cumpriram. Mas
não fazemos promessas ilusórias.”
infantis
Da esquerda em sentido
horário: MUDANÇA DE
ESTILO DE VIDA: Meninas
da região montanhosa de
T’boli, Filipinas, geralmente
se casam com 12 a 14 anos de idade e logo
começam a ter filhos. Líderes adventistas esperam
que membros recém-convertidos estimulem as
filhas a estudar, em vez de casarem precocemente.
REFORMA: A igreja de Lambuling era uma
congregação pentecostal até se tornar adventista
por influência do seu pastor recém-convertido.
A maioria das igrejas das encostas rurais da região
de T’boli tem paredes feitas de palha de bambu.
PASTOR OCUPADO: William Galagnara supervisiona
25 igrejas na região do Lago Sebu. Ele é um dos 45
pastores evangélicos que se tornaram adventistas
nos últimos anos.
A N S E L
O L I V E R
Os líderes, no entanto, já informaram às congregações daqui
sobre a proposta de criar uma escola bíblica para pregadores
leigos, a qual pretendem iniciar no próximo mês. Os líderes,
contudo, comunicaram aos moradores que isso ocorrerá apenas
se um patrocinador for encontrado no início deste ano.
A maior parte dos pastores e membros planta milho. A denominação não quer criar dependência, mas Tuballes explica
que ele também espera ajudar os novos pastores e membros de
forma mais prática, como pelo fornecimento de ferramentas
básicas para o plantio.
“A esperança deles pode ser fortalecida por saber que
alguém se importa com eles”, Tuballes afirmou em uma caminhada de 20 minutos descendo uma íngreme e estreita trilha
de chão batido ao voltar para seu carro na estrada principal.
Ele tinha acabado de visitar, pela terceira vez, uma igreja com
telhado de palha desde que seus 30 membros se tornaram
adventistas em setembro do ano passado.
A tendência de pastores aceitarem a fé adventista é algo
que também pode ser encontrado nas redondezas do Lago
Sebu, a aproximadamente 32 quilômetros de distância. Um dia
antes, vários pastores recém-convertidos à Igreja Adventista
encontraram-se para receber treinamento ministerial em uma
igreja local. Um dos pastores era Arvin Dulay, que fundou 62
congregações para o movimento de implantação de igrejas
“One Way Outreach”.
Dulay, de 35 anos de idade, disse que seus amigos se
surpreenderam quando ele se tornou adventista e lhe perguntaram a razão disso. Ele explicou que encontrou mais verdade
bíblica na Igreja Adventista após ter sido visitado por um
missionário e, posteriormente, ter estudado a Bíblia com um
membro leigo da região. Tal como ele, outros cinco pastores
tornaram-se adventistas.
Elizar L. Abas, ex-pastor de outra denominação, se tornou
adventista em agosto. Durante vinte anos, ele havia lido livros
escritos pela cofundadora da Igreja Adventista, Ellen White, sobre
saúde e vida familiar. Ele é um dos vários novos pastores adventistas que trabalham na província vizinha de Cotabato do Norte.
O presidente da missão, Roger Caderma, estabeleceu a
meta de pelo menos um batismo por mês para cada um dos
46 pastores que trabalham para a missão. O aumento mais
significativo de membros recentemente, no entanto, é resultado
de trabalho feito anteriormente, quando membros de outras
congregações seguiram seu pastor e também aceitaram a fé
adventista. “É incrível, mas aqui estamos fazendo batismos por
igreja, não só individualmente”, declara Caderma.
Os filhos de muitos dos novos membros possivelmente
logo poderão frequentar o colégio de Matutum View, na
cidade de Tupi. O colégio interno recebeu o nome de uma
montanha vizinha, que pode ser vista nos campos de abacaxi
e palmeiras. Centenas de alunos de cinco tribos frequentam
a escola, e quase metade deles recebe uma ajuda significativa
para custear seus estudos, trabalhando como bolsistas.
Fevereiro 2011 | Adventist World
7
A Igreja em Ação
VISÃO MUNDIAL
I
magine 1.200 quilômetros de
estantes. A Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos é a
maior biblioteca do mundo, com
aproximadamente 145 milhões de itens
distribuídos nos 1.200 quilômetros de
A
da Bíblia, Deus nos alcança e comunica
Seu desejo de nos salvar. “Toda a
Escritura é inspirada por Deus”
(2Tm 3:16).* Foi Deus quem inspirou
os autores bíblicos. Eles, por sua vez,
escreveram em linguagem humana.
bíblicos foram movidos pelo Espírito
Santo, muito tempo atrás, para escrever
(veja 2Pe 1:21). E o mesmo Espírito
que outrora inspirou a Bíblia deve estar
conosco hoje, ao lê-la. Se o Espírito
Santo não iluminar nossa mente, não
alavr
Sólida
P
de
em um
Deus
Mundo Caó
Por Ted N.C. Wilson
A credibilidade da Bíblia
estantes. As coleções são constituídas de
mais de 33 milhões de livros. Ao passo
que muitos dos livros são de grande
influência, nenhum se compara com
a Bíblia. Esse é um livro que tem sido
amado e odiado. Ao longo da história
humana, contra persistentes ataques, ele
tem sido miraculosamente preservado.
Embora a Bíblia tenha sido de grande influência no pensamento político
e cultural, sua singularidade está
relacionada à sua origem e conteúdo.
Esse livro é a revelação divina. Através
Ted N. C. Wilson é
presidente mundial da
Igreja Adventista do
Sétimo Dia.
8
Adventist World | Fevereiro 2011
A Bíblia não é uma coleção de “fábulas
engenhosamente inventadas” (2Pe 1:16).
O cumprimento de muitas profecias demonstra que podemos confiar na Bíblia
e confirma a segurança que podemos
ter de que as Escrituras são a revelação
infalível da vontade de Deus. Apesar das
tentativas para destruí-la, a Bíblia foi
preservada com incrível exatidão.
Questão de Autoridade
Talvez a razão principal para muitos
não aceitarem a Bíblia como a Palavra
inspirada por Deus seja porque não
querem aceitar sua autoridade na vida
pessoal. As Escrituras têm autoridade
divina porque é por meio delas que
Deus fala pelo Espírito Santo. Deus foi
e ainda está envolvido ativamente na
transmissão de Sua Palavra. Os autores
podemos compreender a Bíblia, e nem
mesmo reconhecê-la como a vontade
expressa de Deus.
Aceitar que Deus sempre Se
comunicou e continua Se comunicando
ativamente por meio da Sua Palavra
confere autoridade à Bíblia. Ela passa a
ser a palavra final em todas as questões
de crença e forma de viver. Não podemos
permitir que forças científicas e socioculturais ditem o significado da Bíblia.
As seguintes palavras do apóstolo Paulo
são tão relevantes hoje como quando as
escreveu aos cristãos de Roma há quase
2 mil anos: “Não se amoldem ao padrão
deste mundo, mas transformem-se pela
renovação da sua mente, para que sejam
capazes de experimentar e comprovar
a boa, agradável e perfeita vontade de
Deus” (Rm 12:2).
Alguns, ainda que aceitem a Bíblia
como a Palavra de Deus, questionam
se toda a Bíblia é inspirada por Deus.
Seguindo critérios diversos, eles alegam
que algumas partes da Bíblia não são
inspiradas, ou não tão inspiradas como
J
O
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F
K
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/A
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tico
outras. Em muitos círculos cristãos,
essa maneira de entender a Bíblia tem
diminuído sua autoridade ao mínimo
ou a anulado por completo. Na verdade,
a comunicação de Deus com os seres
humanos tem em grande parte sido
emudecida. Para analisar a Bíblia,
precisamos mais do que ferramentas e
métodos aplicados à literatura comum.
Ela é superior a qualquer sabedoria e
literatura humanas. É a norma pela qual
todas as outras ideias e métodos devem
ser testados. Em vez de julgar a Bíblia,
tudo deve ser julgado por ela, pois é o
padrão de caráter e teste de toda prática
e pensamento (veja 1Co 2:15; 2 Co 10:5).
Nós, adventistas do sétimo dia,
aceitamos a Bíblia como fundamento
para todas as nossas crenças, e vemos
em suas páginas nossa identidade e
missão profética singular. Devemos
resistir às formas sutis, como também
às não tão sutis, com as quais o inimigo
busca nos distanciar da Bíblia e da
compreensão clara de que o que Deus
disse é verdadeiro. Devemos tomar toda
a Bíblia como autoridade final. Como
podemos crer que Cristo é o Redentor
se duvidamos que Ele é o Criador? Ou
como podemos acreditar nas declarações bíblicas sobre uma segunda vinda
literal se duvidamos do relato bíblico da
Criação em seis dias como sendo literal?
Precisamos enfrentar nossos desafios
cotidianos com a mesma confiança
inabalável que Jesus demonstrou na
Palavra quando enfrentou o tentador
(veja Mt 4:4-10). Ellen G. White adverte:
“Cumpre-nos ser cuidadosos para que
não interpretemos mal as Escrituras. Os
claros ensinos da Palavra de Deus não
devem ser tão espiritualizados que a
realidade se perca de vista. Não forcem
o sentido de sentenças bíblicas no
esforço de produzir qualquer coisa de
singular a fim de comprazer a fantasia.
Tomem as Escrituras como declararam”
(Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 170).
Fevereiro 2011 | Adventist World
9
A Igreja em Ação
VISÃO MUNDIAL
Teoria na Prática
Aceitar a autoridade bíblica envolve
muito mais do que simplesmente crer
que a Bíblia é verdadeira. A Palavra de
Deus é o ponto de contato entre nós e
nosso Criador. Da mesma forma que
não podemos ter um relacionamento
de amor com alguém na teoria, não
podemos aceitar a autoridade da Bíblia
leem, ensinam e pregam-na sem medo
ou favoritismo, e sobre aqueles que
permitem, individualmente e como
grupo, que a vida seja moldada por suas
verdades claras e convincentes. Um dos
objetivos fundamentais dos escritos de
Ellen White é estimular o estudo mais
fervoroso da Bíblia. Ela escreveu: “A
Bíblia é dirigida a todos – a toda classe
Mesmo em meio às
incertezas deste mundo,
podemos descansar
com absoluta confiança
na imutável Palavra
de Deus.
na teoria e não na prática. Ao vermos
que a autoridade de Deus é baseada no
amor e na verdade, isso deve estimular
em nós uma resposta de amor, fé e
obediência voluntária.
Os primeiros reformadores protestantes criam que todos deveriam ter o
privilégio de ler e estudar a Bíblia por
si próprios. Lutero, Wycliffe e outros
estavam dispostos a pôr a vida em risco
a fim de traduzir a Bíblia para idiomas
que as pessoas pudessem entender.
Eles compreendiam que, para a Bíblia
ter algum efeito, não seria suficiente
apenas ouvir a respeito dela, mas
seria necessário de fato estudá-la. O
poder prometido em suas páginas será
concedido somente sobre aqueles que
10
Adventist World | Fevereiro 2011
da sociedade, àqueles de todas regiões
e épocas. O dever de toda pessoa inteligente é pesquisar as Escrituras” (Signs of
the Times, 20 de agosto de 1894).
Uma Âncora Segura
Nosso mundo é marcado pela
instabilidade. As catástrofes naturais
aumentam em frequência e intensidade.
Há muita confusão na política resultante de economias mundiais que não se
recuperaram como esperado. O crime
se alastra para todos os lados. Os valores
da sociedade e da família estão se
desintegrando. A forma como lidamos
com tudo isso está relacionada à nossa
qualidade de vida, satisfação pessoal e
também com nosso destino eterno.
Quando tomamos a Bíblia como
uma mensagem que possui autoridade
e que vem de Deus, recebemos uma
fonte de estabilização que dá sentido
à nossa vida. Vemos, então, que Deus
participa não somente do governo
do Universo, mas também do nosso
cotidiano. Ao desviarmos nosso olhar
do caos e contradições da vida que
nos cercam e fixarmos os olhos na
Palavra de Deus, compreendemos a nós
mesmos e ao nosso destino glorioso. Na
Bíblia, encontramos segurança em saber
que nosso valor vem de nossa criação e
redenção por Cristo.
A Palavra de Deus é essencial para a
igreja e sua proclamação ao mundo. E o
mais importante é que ela é fundamental
para a minha vida. Minha crença em
um Deus pessoal é formada pela minha
compreensão do maravilhoso amor
que Ele tem por nós. Posso confiar que
Deus fará exatamente o que diz em Sua
Palavra escrita. Posso contar com isso
e acreditar.
É uma grande benção saber que,
mesmo em meio às incertezas deste
mundo, podemos descansar com absoluta confiança na imutável Palavra de
Deus. A leitura da Bíblia, sob a direção e
inspiração do Espírito Santo, nos reavivará e reformará. Que nos submetamos,
como povo de Deus, individualmente
e como grupo, à autoridade do “autor
e consumador da nossa fé” (Hb 12:2)!
Assumamos o compromisso de ler a Sua
Palavra diariamente. Ao fazermos isso,
descobriremos um novo poder para
nossa vida espiritual que nos revitalizará
e nos capacitará para proclamarmos com
entusiasmo as boas-novas de que o caos,
a incerteza, o medo e a dor não continuarão para sempre. Logo Jesus voltará.
Logo haverá um “novo Céu e uma nova
Terra” (Ap 21:1) onde “não haverá mais
morte, nem tristeza, nem choro, nem
dor” (v. 4). Que bênção é podermos
confiar completamente em uma leitura
clara da Palavra de Deus!
* Todos os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão
Internacional.
S A Ú D E
N O
M U N D O
Vacinas que
Salvam Vıdas
Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless
Tenho a impressão de que os médicos
sempre recomendam as novas vacinas
que aparecem no mercado. Em minha
opinião, elas não são tão necessárias
quanto os médicos dizem. Qual é a
sua opinião?
A
s doenças são terríveis. Elas
existem em tantas formas quanto
os patógenos (causadores
de doenças). Órgãos e tecidos
do corpo podem ser afetados por elas.
Algumas doenças permanecem misteriosas;
Muito, porém, já mudou. Os
antibióticos já combatem as infecções
bacterianas, o saneamento evita a disseminação indiscriminada das doenças e o
uso das vacinas tem reduzido o número
de vítimas das doenças viróticas. Muitas
pessoas, como as que se recusam a lavar
as mãos após usar o banheiro, podem
colocar em risco a própria saúde, porém,
mais ainda a dos outros quando se
recusam a ser imunizadas. É imprudente
garantir que a imunização é a solução
para tudo, mas deve-se levar em conta
Na África, por décadas, a
diarreia severa foi a maior
causa de morte infantil.
outras já são bem compreendidas,
porém, mal administradas. Felizmente,
o sistema imunológico desenvolvido em
nossa fisiologia funciona muito bem.
Como quase todas as coisas, entretanto,
ele é imperfeito diante dos agentes
causadores das doenças. Enquanto
o câncer, a doença autoimune e os
processos degenerativos ainda são mal
controlados, as doenças infecciosas são
mais bem administradas. Há poucas
décadas, os agentes infecciosos matavam
muito mais pessoas do que atualmente.
Pessoas com mais de 60 anos devem se
lembrar do horror da pólio, a miséria do
sarampo, o pavor da disenteria, a ameaça
da meningite e dos bebês com defeitos
físicos causados pela rubéola.
D A N I E L
W A H L E N
que certas vacinas reduzem em até 60%
o risco da doença em pessoas idosas.
Um exemplo de tal proteção é
encontrado na vacina humana contra
rotavírus. Na África, por décadas, a
diarreia severa foi a maior causa de
morte infantil. Foi uma das maiores
causas de morte de bebês alimentados
por mamadeira, com 90% de chance
de morrer antes de completar um ano.
Entretanto, mesmo os bebês amamentados pela mãe morriam em proporções
muito maiores do que no Reino Unido
e restante da Europa. Em muitos casos,
a causa era um vírus chamado rotavírus. Uma vacina contra esse vírus
foi recentemente testada no Maláui e
África do Sul. Cerca de 5 mil infantes
foram divididos em três grupos. A um
grupo foi aplicado um placebo; nos
outros dois grupos foi aplicada a vacina
contra o rotavírus em doses variadas.
A diarreia severa acometeu 4,9% do
grupo, contra apenas 1,9% dos infantes
imunizados.
Há certa preocupação em relação
aos efeitos colaterais das vacinas.
Eles aconteceram em 9,7% do grupo
vacinado, mas também em 11,5% do
grupo que recebeu o placebo. Isso
quer dizer que os chamados efeitos
“colaterais” atribuídos à vacina, são,
muitas vezes, apenas uma coincidência,
pois a porcentagem foi maior no grupo
não vacinado.* Os 60% de redução de
doenças mostrado nesse estudo, quando
multiplicados pelos milhares de crianças acometidas de diarreia relacionada
ao rotavírus, significam milhares de
crianças salvas do sofrimento e possivelmente da morte pela doença.
Como promotores da saúde, esse
estudo merece nossa atenção.
*Informação estatística extraída de Shabir A. Madhi e outros,
“Effect of Human Rotavirus Vaccine on Severe Diarrhea in
African Infants”, New England Journal of Medicine 362:289-298;
NEJM.org, 28 de janeiro de 2010.
Allan R. Handysides, M.B.,
Ch.B., FRCPC, FRCSC, FACOG,
é diretor do Ministério da Saúde
da Associação Geral.
Peter N. Landless, M.B., B.Ch.,
M.Med., F.C.P.(SA), F.A.C.C., é
diretor executivo do ICPA e
diretor associado do Ministério
da Saúde da Associação Geral.
Fevereiro 2011 | Adventist World
11
D E V O C I O N A L
N
os últimos meses, mais do que nunca, tenho
lidado com a questão da vontade de Deus para
minha vida. Há duas razões para isso. A primeira
é que estou em um momento decisivo em minha
carreira profissional. Não sei se é da vontade de Deus que eu
continue trabalhando no local em que vivo atualmente ou
se devo seguir em frente. E se for da vontade de Deus que eu
me mude daqui, aonde será que Ele quer que eu vá? Devo
trabalhar em outro lugar ou voltar a estudar? A segunda razão
é que uma amizade bastante próxima que valorizei por muito
tempo (e que me parecia ser a vontade de Deus para minha
vida) desmoronou. Isso me deixou confuso em relação a
todas as vezes em que tinha tanta certeza de que era a vontade
de Deus manter essa amizade. Isso lhe soa familiar?
Qual é a
Vontade deDeus
Vıda?
para a Sua
Por
Obed Onyiego Soire
Conhecendo a Vontade de Deus
Iniciando a Busca
Sou como qualquer cristão que deseja fazer a vontade
de Deus – que, segundo Paulo, é “boa, agradável e perfeita”
(Rm 12:2).* Em seu livro The Mystery of God’s Will [O
Mistério da Vontade de Deus], Charles Swindoll menciona
que “em nossos momentos de maior reflexão e maturidade,
queremos fazer a vontade de Deus”.1 Portanto, para mim,
a questão não tem sido se quero ou não fazer a vontade de
Deus, e sim como identificá-la com absoluta certeza.
Esse pode ser um assunto muito amplo e assustador. Com
perguntas parecidas com as minhas, muitos estão interessados
em saber a vontade de Deus ao escolherem sua profissão.
Outros suplicam pela vontade de Deus ao planejar o casamento
e escolher um(a) companheiro(a) para a vida. Quero enfatizar,
no entanto, como os cristãos entendem a vontade de Deus para
a vida em termos mais amplos. O que é necessário realmente
para que isso aconteça? Para que fique bem claro, este artigo
não responderá a todas as suas perguntas relacionadas à
busca da vontade de Deus. Afinal de contas, nem tudo tem
uma resposta simples.
A Bíblia tem muito a dizer sobre a questão de como
entender a vontade de Deus para nossa vida. Neste artigo
quero ressaltar a perspectiva que Romanos 12 traz à
discussão. Embora não se trate de uma discussão exaustiva
(ou sistemática), é um bom ponto de partida.
Por meio de Romanos 12, compreendi ser necessário ter
uma experiência de conversão genuína contínua antes que
possamos começar a entender a vontade de Deus. Tal conversão deve acontecer ao utilizarmos por completo os dons que
Deus nos deu para o ministério.
Romanos 12, em especial os dois primeiros versículos, é
um capítulo bastante conhecido por muitos. Paulo dá duas
dicas importantes sobre como descobrir a vontade de Deus. Ele
começa fazendo um convite a seus leitores: “Portanto, irmãos,
rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em
sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional
de vocês” (v. 1). Você já pensou no que Paulo queria dizer
aqui? Ao ler o resto do capítulo, você perceberá que Paulo está
falando sobre o uso de dons e talentos dados a nós por Deus.
12
Adventist World | Fevereiro 2011
F O T O S :
L O M A
L I N D A
U N I V E R S I T Y
E
U N I O N
C O L L E G E
fose de lagarta a borboleta adulta, nossa mente precisa passar por uma mudança semelhante. Isso acontece
ao utilizarmos nossos dons e talentos no serviço de
Deus. É bastante difícil imaginar um crescimento cristão equilibrado sem usar os dons para Deus.
Na carta aos Efésios, ao se referir ao assunto do uso dos
dons espirituais com relação ao crescimento espiritual, Paulo
buscou enfatizar esse fato ao escrever: “E Ele designou alguns
para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas,
e outros para pastores e mestres [...] até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e
cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de
Cristo” (Ef 4:11-13).
Em resumo, a vontade de Deus é revelada àqueles que
estão crescendo espiritualmente em Cristo por meio do uso
de seus dons espirituais. Compreensão espiritual acontece ao
agirmos. A ação produz o crescimento espiritual que é necessário para esclarecimentos espirituais.
Vivendo de Verdade
Nos versículos 5 a 8, ele exorta a igreja a aceitar a diversidade de dons concedidos e a usá-los com amor. Ele escreve:
“Temos diferentes dons, de acordo com a graça que nos foi
dada [...] use-o[s] na proporção da sua fé” (v. 6).
Portanto, enquanto esperamos descobrir a vontade de Deus
para nossa vida, devemos continuar usando nossos talentos e
dons para Sua glória e a fim de avançar o Seu reino. A vontade
de Deus não é revelada àqueles que apenas sentam e esperam.
Pelo contrário, é revelada àqueles que estão ativos no ministério
e usando os dons que Deus lhes deu. Swindoll reitera isso e
sugere que “seguir a vontade de Deus requer fé e ação”2. Ellen
White também enfatiza esse princípio importante ao afirmar
que “a atividade penetra por toda a criação, e a fim de que
cumpramos a nossa missão devemos também ser ativos” 3.
Em segundo lugar, assim que estivermos totalmente comprometidos com Seu serviço, é por meio desse comprometimento que experimentaremos a conversão contínua através
da transformação de nossa mente. Paulo continua dizendo:
“Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformemse pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de
experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade
de Deus” (v. 2).
A frase “para que sejam capazes de experimentar e comprovar” indica uma condição que deve ser cumprida a fim de
que algo mais aconteça. A palavra grega utilizada por Paulo
para “transformem-se” é metamorphoo, da qual se origina a
palavra “metamorfose”. Esse termo implica uma mudança
fundamental. Não uma superficial, mas a que afeta a pessoa
por completo. Segundo Paulo, quando mudamos, somos
capazes de experimentar e comprovar a vontade de Deus.
Da mesma forma que uma borboleta passa pela metamor-
Eu me lembro de um programa da Hope Channel chamado Really Living (Vivendo de Verdade). O programa estava
apresentando um casal que, naquela época, trabalhava em um
país africano como médico-missionário. Não recordo todos
os detalhes da história deles, mas algo que realmente não
esqueci foi o fato de eles terem se encontrado lá ainda solteiros, respondendo a um chamado de Deus para a vida. Não
somente responderam ao chamado de Deus, como também
encontraram um cônjuge compatível no processo. Mesmo
que tenham tido diferenças culturais (ela era da Europa, e ele,
dos Estados Unidos), com certeza tinham muito em comum
pelo simples fato de que ambos compartilhavam interesses
mútuos e um chamado divino semelhante. Essa certamente
não é a experiência de todo cristão, mas pode servir como
exemplo de pessoas que encontram a vontade de Deus enquanto
utilizam seus dons.
Ao buscar conhecer a vontade de Deus, há uma pergunta
que você precisa fazer de acordo com Romanos 12: você está
crescendo em Cristo pela utilização completa dos dons que Deus
lhe concedeu enquanto busca Sua vontade para a vida?
* Todos os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional.
1
2
3
Charles R. Swindoll, The Mystery of God’s Will (Nashville: Thomas Nelson, 1999), p. 56.
Ibidem, p. 57.
Ellen G. White, Educação, p. 214.
Obed Onyiego Soire, nascido no Quênia,
ao escrever este artigo trabalhava como
professor de inglês no Japão. Atualmente,
trabalha como pastor de jovens voluntário na
IASD de Coffs Harbour, na Austrália.
Fevereiro 2011 | Adventist World
13
V I D A
A D V E N T I S T A
N
ão podia acreditar no que eu
estava lendo! Por que o Sudão?
Depois de ter trabalhado por
nove anos como diretor nacional da
Adra (Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais) na
Mongólia, estava sendo transferido para
o Sudão.
Meus anos na Mongólia haviam passado muito rápido, tinha me acostumado e estava satisfeito com os invernos
longos e frios e os verões curtos e frescos. Então, apesar da temperatura gélida
daquele dia, comecei a suar ao ler: “Ao
refletirmos cuidadosamente e orarmos
a respeito, acreditamos que o Sudão
será compatível com suas habilidades.”
Será que não sabiam que eu era só
um velho fazendeiro? Queriam que eu
administrasse 640 empregados! Haveria
quase 100 veículos para cuidar! E a
temperatura poderia subir até 50°C,
quando eu estava acostumado que
descesse a -50°C. Finalmente, porém,
lembrei que com Deus tudo é possível,
confiei que Ele me guiaria e aceitei,
então, a transferência para o Sudão.
Primeiras Impressões
Minha esposa Renee e eu chegamos
a Khartoum, capital do Sudão, temerosos
e inseguros. Mas logo nos adaptamos à
nossa nova casa, e hoje em dia, a cada
manhã bem cedo, acordamos com o
belo chamado muçulmano à oração que
ecoa das mesquitas locais. Esses chamados à oração no decorrer do dia nos
lembram nossa necessidade de graça ao
servirmos a Deus no Sudão – o maior
país africano, uma terra de desertos,
guerras e altas temperaturas.
O Início do Trabalho
Darfur é constituída de três províncias da fronteira oeste do Sudão. A Adra
trabalha em Darfur Ocidental, cuja
capital é Geneina. Essa é a província de
menor estabilidade na fronteira com
o Chade.
Em minha primeira viagem ao escritório local da Adra, notei vários sinais de
14
Adventist World | Fevereiro 2011
Vıslumbres
do
udão
S
Por Llewellyn Juby
O ponto de vista de um diretor
nacional da Adra
guerra, como, por exemplo, os uniformes
militares de camuflagem vestidos pelos
soldados posicionados nos arredores da
pista de pouso do aeroporto. O escritório
local da Adra é protegido por muros
altos com arame e vidro quebrado
cimentado no topo. O portão de metal
é mantido fechado o tempo inteiro.
Guardas estão sempre de plantão.
O programa da Adra no Darfur
envolve o auxílio às comunidades
rurais para resolução de problemas
relacionados à saúde, alimento, água e
saneamento. A fim de cavar poços, uma
sonda de perfuração carregada em um
caminhão é acoplada a um compressor
carregado em outro caminhão. As brocas,
tubulações e outros equipamentos são
carregados em um terceiro veículo.
Nós também nos envolvemos com
a perfuração e restauração de poços em
que deslocados internos residem em
moradias temporárias. A Adra faz então
o treinamento dos administradores
F O T O S
E N V I A D A S
P O R
J O H N T O R R E S
( A D R A )
comunitários dos poços para que façam
a manutenção. Que satisfação sentimos
a cada poço que é concluído! A água é
de fato vida nesse ambiente tão árido.
Lutando contra a Violência
Roubos de carros fazem parte do
dia a dia, e a Adra no Sudão não passa
ilesa. Um caminhão que transportava
um compressor foi roubado e só foi
encontrado vários meses depois – sem
o motor. O compressor estava lá, afinal
estava soldado à carroceria do caminhão. Numa outra ocasião, o motorista
do jipe defrontou-se com um grupo de
homens carregados com fuzis AK-47
que roubaram o veículo. Os militares
foram chamados. Eles encontraram o
jipe e o recuperaram – em meio a um
tiroteio – na fronteira com o Chade.
Infelizmente, o jipe foi novamente roubado e nunca mais foi encontrado. Muitas vezes esses caminhões roubados são
transformados em carros de combate.
À noite, no pequeno complexo da
Adra, trabalhadores se reúnem para
jantar no simples abrigo com telhado
coberto de palha. Às vezes, podem-se
ouvir tiros na vizinhança, sinal de mais
violência acontecendo. Nessas horas de
apreensão, encontramos imenso conforto na história de Eliseu, que orou para
que os olhos de seu servo fossem abertos
a fim de que visse o exército do Senhor
nos montes que os cercavam. À pergunta
de seu servo, “O que faremos?”, Eliseu
respondeu : “Não tenha medo. Aqueles
que estão conosco são mais numerosos
do que eles” (2Rs 6:15, 16, NVI).
Plantio no Deserto do Saara
A tribo Hawawir, de 30 mil pessoas,
conhecida por poucos, vive na região
árida do Saara no estado do norte do
Sudão em Um Jawasir, e foi afetada pela
seca de 1980. A maioria dos poços das
tribos secou e muitos dos criadores de
animais perderam seus rebanhos. O
governo apresentou à Adra a situação
desoladora desses criadores. Com o
auxílio da Adra da Noruega e a Agência
Norueguesa de Cooperação para o
Desenvolvimento (Norad), a Adra do
Sudão perfurou os primeiros quatro
poços. Mais doze – perfurados em um
grande lençol freático – já foram feitos
desde então.
O processo de desertificação durante
os anos da seca dizimou a vegetação
rasteira indígena do deserto que circunda o local onde mora a tribo Hawawir
ao longo do Mugaddam Wadi (um
leito fluvial seco). Essa região tem uma
média pluviométrica anual de 45 milímetros. As noites são frias (-5°C), mas
no verão os dias são insuportavelmente
quentes (48°C). As areias se movem,
assopradas pelos ventos do deserto em
uma área seca e estéril onde o projeto
é realizado. Mas, com 16 poços bombeando água para 336 hectares de solo
irrigado, uma transformação incrível
tem acontecido. Sendo que os campos
agora estão irrigados, plantações de
trigo, fava, feno-grego, cebola e quiabo
estão crescendo.
Recentemente, visitei o local do
projeto, situado a 200 quilômetros ao
norte de Khartoum, a fim de ver as
transformações trazidas por ele. Há
dezoito anos, me disseram, os criadores
de animais se aproximavam de um
veículo novo da Adra e o tocavam admirados. Hoje, não mais tímidos como
no passado, esses criadores inspecionam
motores, consertam poços e soldam
suas próprias ferramentas. Logo mais,
assim que o novo projeto hidrelétrico
do governo for concluído no rio Nilo,
um transformador será instalado a fim
de disponibilizar energia elétrica das
linhas de alta tensão para o uso de bombas d’água para irrigação. Isso reduzirá
os gastos significativamente, de manter
os 16 motores a diesel que atualmente
fazem funcionar as imensas bombas.
Projetos Sem Fim
A cada projeto iniciado pela Adra,
um conjunto de outras intervenções
se faz necessário. A educação é fundamental para as crianças que vivem nas
remotas dunas de areia, o que levou
a Adra a instituir uma escola. Como
tradição, as meninas se casam bastante
cedo e somente os meninos vão à escola.
Felizmente, essa visão aos poucos tem
mudado, e um maior número de meninas tem frequentado a escola. Outros
programas que foram criados são o de
alfabetização e educação de adultos,
que acompanham o ensino de gestão de
pequenos negócios. Complementando
esses, há os cursos de saúde e higiene
e o fórum para mulheres, em que
assuntos referentes à qualidade de vida
podem ser discutidos. A Adra também
faz campanhas contra a prática nociva
da mutilação genital feminina e não
incentiva o casamento precoce.
Uma História de Sucesso
Conheci Ali em uma de minhas visitas ao projeto. Ele havia iniciado o plantio na área, mas depois de alguns meses,
desanimou e desistiu. Começou então
a cuidar de cabras e camelos. Certo dia,
Alex, o gerente do projeto da Adra, foi
visitá-lo e percebeu que ele havia comprado dois sacos de alfafa dos fazendeiros de irrigação para alimentar seus
animais. Quando Alex explicou para
Ali o quanto ele poderia economizar se
plantasse sua própria alfafa, Ali decidiu
voltar ao projeto com Alex e iniciar o
plantio. Há pouco tempo, conversando
com Ali, perguntei-lhe se, depois de uns
poucos anos bem-sucedidos no cultivo
de suas próprias plantações, ele estava
ali pra ficar. Ele respondeu: “Mesmo se
você me oferecer um rebanho inteiro
de animais, nunca vou abandonar meu
lote irrigado.”
No Salmo 78:19, há a seguinte
pergunta: “Poderá Deus preparar uma
mesa no deserto?” (NVI). A resposta
vem no verso seguinte: “Ele feriu a
rocha, a água brotou e jorrou em torrentes” (v. 20, NVI).
Llewellyn Juby é o diretor nacional da
Adra no Sudão.
Fevereiro 2011 | Adventist World
15
A R T I G O D E C A PA
ShareHim
Por Bill Knott
Alegria de Falar
sobre Jesus
Não é o que damos, mas sim o que
compartilhamos, pois o presente sem o
doador é sem valor.
M
ais de um quarto de século antes que a jovem Igreja
Adventista do Sétimo Dia mandasse seu primeiro
missionário oficial em 1874, o poeta norte-americano
James Russell Lowell divulgou uma ética missionária que logo se
tornou parte do que constituía o testemunho e evangelismo adventistas: “Não é o que damos, mas sim o que compartilhamos…”.
Dez anos antes de John N. Andrews e seus filhos adolescentes
partirem da cidade de Boston, no estado do Massachusetts
(EUA), para lançar uma revista adventista na Europa, Hannah
More, uma missionária leiga que havia conhecido o adventismo
por leituras, deu início a congregações de guardadores do
sábado na costa oeste africana.1 Um ano mais tarde, um ex-padre
católico, Michael Czechowski, conseguiu patrocínio e viajou
para o norte da Itália, pregando nas aldeias valdenses próximas
à fronteira com a Suíça, assim como em Turim, Milão, Bérgamo
e Veneza. Seus esforços incansáveis, apesar de não oficiais,
resultaram nos primeiros adventistas do sétimo dia batizados
no continente europeu, e influenciou de forma direta na
formação das primeiras congregações adventistas na Suíça –
as quais receberam Andrews em sua chegada, anos mais tarde.2
A história do testemunho e missão adventistas nunca
será completa se nada for dito além da história dos obreiros
e funcionários oficialmente contratados para pregar as três
mensagens angélicas de Apocalipse 14:6-12. O sucesso do
evangelismo adventista não pode ser mensurado apenas pelo
16
Adventist World | Fevereiro 2011
EM CONTATO: A visitação é uma das atividades
que Ralph e Sharon Adriance, da Virgínia,
EUA, realizam com voluntários do
programa ShareHim.
tamanho das
ofertas anuais e nem
mesmo pelas doações de sacrifício.
Não é o fato de enviarmos pessoas talentosas
para contar a história de Jesus que nos torna cristãos, mas
é o evangelho impresso em nossa conversação diária que
mostra o quanto as boas-novas influenciaram a nossa vida.
Não se trata somente do que damos a Jesus, mas o que mais
convence um coração aberto a considerar Seus ensinos é o
que compartilhamos a Seu respeito.
“Cada membro deve ser um conduto através do qual Deus
possa comunicar ao mundo os tesouros de Sua graça, as insondáveis riquezas de Cristo”, escreveu Ellen White há exatamente
um século. “Não há nada que o Salvador deseje tanto como
agentes que representem ao mundo Seu Espírito e Seu caráter.
Nada existe que o mundo necessite mais do que a manifestação
do amor do Salvador através da humanidade.”3 O testemunho é
o impulso de todo coração transformado, mesmo que a língua
não seja treinada e que as palavras sejam a princípio hesitantes.
“Por muito tempo e em muitos lugares, a missão da Igreja
Adventista tem sido ligada aos que são oficialmente empregados e profissionalmente preparados para tal trabalho”, declara
Robert Folkenbertg, diretor do Projeto ShareHim [Compartilhe
Jesus], um dos maiores ministérios evangelísticos internacionais
realizado pelos adventistas do sétimo dia. “Como povo, aprendemos a canalizar nossos esforços em eventos que parecem
ser completamente seguros, embora os resultados de colheita
não sejam o que Deus espera para os últimos dias. Avaliamos o
sucesso pelos padrões costumeiros – frequência, batismos – em
lugar de avaliar a missão pelos critérios de Deus: pela consistência e continuidade dos nossos esforços como indivíduos.”
Folkenberg, com 70 anos, energicamente gesticula com
os braços ao descrever o trabalho com o qual ainda está envolvido, com a idade em que muitos dos líderes que serviram
a igreja por vários anos já se aposentaram. Ex-presidente da
Associação Geral (1990-1999), Folkenberg lançou em 2000
o Projeto ShareHim, então conhecido como Evangelismo
Global, como uma forma de aumentar significativamente o
envolvimento leigo nas iniciativas evangelísticas da igreja.
JUNTAS: Irma
Jenkins e
Debbie Bonds
fazem amigos
no programa de
perda de peso,
na Virgínia, EUA.
Conhecido por sua personalidade extrovertida e carismática,
e por sua voz potente, Folkenberg liderou a igreja num dos
períodos de maior crescimento em sua história de 148 anos.
O número total de membros no mundo era 6,2 milhões
quando Folkenberg foi eleito presidente da igreja mundial em
julho de 1990, e já estava acima de 10,2 milhões quando ele
saiu do cargo em fevereiro de 1999 – um aumento de mais de
67%. Esse recorde impressionante pode ter sido satisfatório
para outros líderes, mas não para Folkenberg.
“O ato de fazer discípulos – que Jesus afirmou ser a nossa
missão primária – não é completado até que esses discípulos
estejam fazendo outros discípulos”, Folkenberg declara,
pensativo. “Adicionar mais pessoas à igreja só tem valor se
os homens e mulheres que já fazem parte da igreja forem
edificados para ser discípulos que compartilham Jesus em
suas relações diárias – e, assim, fazendo novos discípulos.
Enquanto estivermos produzindo novos conversos que creem
que sair e testemunhar para os outros é trabalho do pastor ou
do evangelista, não avançaremos muito em nossa missão.”
Ao descrever o crescente ministério multinacional ShareHim
como um vasto “laboratório”, Folkenberg espontaneamente
reconhece que tem aprendido muito sobre testemunho e
missão desde que deixou o mais alto posto de liderança da
denominação, há mais de uma década.
“A aprendizagem de como motivar e capacitar membros
leigos a fim de construir relacionamentos eficazes e de ganhar
almas, levou um tempo”, afirma, com pesar no sorriso. “Posso
garantir que não foi uma revelação instantânea. Minhas
hipóteses sobre algumas coisas estavam totalmente erradas.
Presumi que, se pegássemos um membro leigo da América do
Norte, Europa Ocidental ou Austrália, e oferecêssemos a
maravilhosa experiência de realizarem um evangelismo na África
ou América Central, eles retornariam a seus países de origem
e realizariam tudo o que lhes foi ensinado. Mas não é isso o
que acontece: em muitos lugares, após terem tido a experiência
transformadora de pregar para pessoas famintas pelo evangelho, eles retornam para uma igreja completamente diferente à
do lugar que acabaram de visitar. E a chama que lhes incendiava a alma enquanto pregavam, aos poucos vai se apagando.”
Iniciado em 2005, o ministério ShareHim procurou
concentrar seus esforços na remoção dos obstáculos – e
Aluno
Introvertido
Transforma
Vıdas
POR GINA WAHLEN
Um dia, durante seu
penúltimo ano na escola de
ensino médio na Collegeadale
Academy (Tennessee, EUA),
Ethan White tomou uma
decisão que mudou sua
vida. O grupo jovem da igreja
de Collegeadale estava
planejando uma viagem missionária a Cuba e Ethan ouviu uma voz
dizendo: “Você precisa participar dessa viagem missionária.”
“Eu estava com medo”, lembra-se Ethan. “Não sou o tipo de
pessoa que gosta de estar em evidência, mas algo chamou minha
atenção nessa viagem.”
Ethan se inscreveu na equipe de apoio, porém, mais tarde, pediu
para substituir um dos oradores que não pôde ir.
“No início eu estava muito nervoso, questionando por que havia
aceitado o convite”, conta. “Eu sabia que não tinha nenhuma
experiência como orador, mas decidi que, mesmo com medo, o
Senhor estava me guiando, e por isso aceitei.”
Ao estudar os sermões oferecidos pelo projeto ShareHim, e ao lhe
assegurarem de que teria um tradutor, Ethan sentiu-se mais à vontade
para apresentar uma série de 19 sermões. Sua autoconfiança crescia
a cada noite enquanto via a mudança na vida das pessoas.
Ethan relata: “Algo que realmente me impressionou foi ver que
o rosto das pessoas revelava o grande conflito entre o bem e o mal
em ação. Era muito interessante saber que se está sendo usado pelo
Espírito Santo para influenciar pessoas para a eternidade. A maior
recompensa é ver essas pessoas vindo à frente, em lágrimas.”
Ethan participa de séries evangelísticas desde aquela primeira
viagem a Cuba, em 2006. Ele foi outras três vezes a Cuba, uma para o
Equador e atuou em duas séries evangelísticas nos Estados Unidos.
“Aquela primeira viagem missionária a Cuba mudou o rumo da minha
vida”, afirma Ethan. “Fui atingido
pelo ‘vírus’ do evangelismo, pois,
definitivamente, é isso que quero
fazer pelo resto de minha vida.”
Ethan está em seu primeiro ano do curso de teologia,
com ênfase em arqueologia, na Southern Adventist
University, em Collegedale,
Tennessee, Estados Unidos.
Acima: PRIMEIRA VEZ: Ethan White, 16, pregando em Cuba.
Direita: AMIGOS: Ethan sorri para um novo amigo.
Fevereiro 2011 | Adventist World
17
A R T I G O D E C A PA
justificativas – que por vezes impedem que os leigos se
envolvam com os esforços evangelísticos da igreja. Em
primeiro lugar, o ShareHim parte do princípio de criar entre
os membros uma compreensão de evangelismo como um
“laboratório” – um desejo de tentar novos métodos e
abordagens, ao mesmo tempo que se procura o que funciona
melhor para compartilhar o evangelho em locais específicos.
Em segundo lugar, o ministério provê uma vasta gama de
recursos próprios para leigos – vídeos devocionais, seminários
de treinamento, texto de sermões na íntegra, apresentações
de PowerPoint, gráficos contextualizados, calendários
de planejamento – tudo disponível na página da internet
www.sharehim.org. Ainda nessa página, os membros leigos
e pastores podem se inscrever para participar de uma
campanha evangelística “local” ou “internacional” e baixar
um catálogo completo de 70 páginas, que possui recursos,
ideias e oportunidades para o ministério, histórias inspiradoras
do projeto e vídeos de treinamento.
Um terceiro elemento muito importante no modelo de
ministério do ShareHim é a transferência da responsabilidade
e coordenação do evangelismo, indo dos maiores para os
menores, na hierarquia administrativa da igreja – de preferência
para a congregação local. No modelo do projeto ShareHim,
o pastor local e o grupo ministerial são os que tomam as
POR GINA WAHLEN
Compulsão por
Falar de Jesus
Aos oito anos, após assistir o filme Os
Dez Mandamentos, com Charlton Heston,
Vanessa perguntou ao seu pai: “Por que
nós adoramos imagens se os mandamentos de Deus dizem claramente para não
fazermos isso?” Depois de uma pausa,
o pai respondeu que talvez precisassem
encontrar “a religião verdadeira descrita
na Bíblia”. Assim, Vanessa começou os
vinte anos de busca.
Nascida numa família católica, Vanessa,
quando tinha apenas 2 anos de idade, sua
irmã mais velha, de 3 anos, e a mais nova,
que era apenas um bebê, foram abandonadas pela mãe. Seu pai, um oficial da
marinha dos Estados Unidos, servia em
Okinawa, Japão. Depois que a mãe as deixou, as meninas cresceram com seu pai e
três madrastas diferentes, no Havaí, onde
Vanessa frequentava escolas públicas e
onde, mais tarde, casou-se com Ronald
Taylor, seu “namoradinho” do ensino médio.
Ao refletir sobre sua jornada espiritual,
Vanessa descreve os vinte anos de busca
“em várias denominações religiosas,
18
Adventist World | Fevereiro 2011
antes de, finalmente, encontrar a verdade
que procurava havia tantos anos”.
Interessada nas profecias bíblicas,
Vanessa estava orando por ajuda para
compreender os mistérios ali contidos,
quando chegou um folheto pelo correio,
convidando-a para um seminário sobre
profecias apresentado por Leo Schreven.
“Foi a resposta às minhas orações”,
lembra-se Vanessa.
Após comparecer na primeira noite,
Vanessa convidou seu esposo para acompanhá-la. “Logo compreendemos que o
que estávamos aprendendo vinha direto da
Bíblia. Descobrimos que Jesus logo voltará
e aprendemos sobre o sábado. Concluímos
que a Igreja Adventista do Sétimo Dia segue
estritamente a Bíblia.” Vanessa e Ron decidiram batizar-se juntos no dia 16 de abril de
1998. Durante os próximos seis anos, eles
continuaram crescendo na fé e, em 2004,
compreenderam que Deus os estava
chamando para um ministério especial.
A família (que agora era composta por
três crianças pequenas) vendeu tudo e se
De cima para baixo: SHAREHIM: Em
Andhra Pradesh, Índia. A FAMÍLIA:
Ron e Vanessa Taylor com seus filhos
Brandon, 15, Briana, 17 e Bethania, 9.
decisões e realizam o que é necessário, não os coordenadores
de evangelismo em nível da associação, união ou divisão da
igreja. As congregações locais são estimuladas a autorizar e
delegar poder a seus grupos evangelísticos que planejem e
coloquem em prática um sistema contínuo de evangelismo
vivo, deixando aos cuidados da comissão da igreja local
apenas as decisões financeiras. “Pedimos para os líderes da
associação e coordenadores de evangelismo para não despejarem um monte de dinheiro nas iniciativas e projetos locais”,
Folkenberg adverte com um sorriso. “Por favor, não destrua o
evangelismo ao tentar pagar por ele!”
“Estamos tentando, também, redefinir o que o adventista
em geral pensa ser uma oportunidade para evangelizar”, afirma
Jeremiah Weeks, diretor associado do projeto ShareHim. “Se
construir o reino de Deus significa aumentar o corpo da igreja ao
falarmos espontaneamente de Jesus em nossos relacionamentos diários, devemos, então, considerar esses relacionamentos
como oportunidades de evangelizar. Tomar refeições com seus
vizinhos, trabalhar em projetos comunitários, ou até mesmo
praticar um esporte juntos, pode ser o início de um relacionamento com um não adventista, colocando-os no círculo de
influência da igreja remanescente de Deus. ShareHim ensina a
centenas de leigos, todos os anos, como se concentrar em
experiências duradouras e de efeito a longo prazo com
MEMBROS LOCAIS: Vanessa com os membros da família que ajudaram nas
reuniões da igreja local, na República Dominicana.
mudou para Michigan, onde Ron estudou
no Seminário Teológico Adventista do
Sétimo Dia, na Universidade Andrews.
Enquanto frequentava uma Igreja Adventista
Felipo-Americana da vizinhança, Vanessa
ouviu sobre o projeto ShareHim. “Depois
de experimentar vinte anos de busca
antes de finalmente ouvir sobre a verdade
do povo de Deus, eu queria muito compartilhar Jesus e ser parte da comissão
evangélica”, descreve ela.
Logo Vanessa foi convidada para
participar da equipe de oradores entre
os alunos da Univerdade Andrews que
estava indo para o Zimbábue. “Eu sabia
que era diferente dos outros. Senti-me
tão incapaz, tendo apenas alguns anos
de faculdade. Descobri, então, que isso
não tinha a ver comigo, mas com Jesus
e como Ele me salvara. Eu queria contar
essa história para os outros.”
Desde a primeira viagem para Zimbábue
em 2005, Vanessa já participou de seis
programas ShareHim, desde apresentar
seminários em Benin, República Dominicana
e Índia a trabalhar em missões médicas
e na Escola Cristã de Férias em Fiji. Além
disso, Vanessa descobriu que o fato de
participar em programas internacionais
deu-lhe coragem para evangelizar no
seu estado natal, Hawai, dirigindo várias
campanhas e incentivando outros a
participar do programa ShareHim.
Vanessa admite que enfrentou períodos
de desânimo, especialmente quando foi
censurada pelos que não concordavam
com sua participação nos evangelismos
internacionais. “Meu pai disse que nós
[Ron e Vanessa] devíamos empregar
nosso dinheiro em outra coisa e até
alguém de nossa igreja disse que isso era
um desperdício de tempo e dinheiro.”
Vanessa, entretanto, continua avançando com determinação, contando aos
outros como Jesus dirigiu sua vida e sobre
as boas-novas do Seu breve retorno. Ela
declara: “Essas experiências afetaram
tremendamente minha vida espiritual. Eu
sei que posso alcançar outros simplesmente pelo meu amor por falar de Jesus,
por guardar Seus mandamentos em
meu coração e por ir aonde quer que Ele
conduza minha vida de fé nEle.”
Durante os cinco anos de envolvimento,
Vanessa tem apreciado o apoio oferecido
pelo ShareHim, fornecendo os sermões
e outros materiais, além do incentivo
oferecido pela equipe de apoio em cada
local, ajudando os palestrantes a interagir
com as pessoas.
Para os que estão considerando
participar de um programa evangelístico,
Vanessa é direta: “Vá e viva as Escrituras.
Siga o desejo do seu coração de falar do
amor de Jesus. Ore e peça a Sua ajuda.
Você possui uma mensagem especial que
alguém está esperando para ouvir e crer.
Não tenha medo; se alguém como eu pode
realizar esse trabalho, você também pode.”
Fevereiro 2011 | Adventist World
19
A R T I G O D E C A PA
aqueles que não são membros da igreja, permitindo que a fé brote naturalmente e sem pressa.
Quando os membros da igreja se encontram,
semanalmente, na escola sabatina ou em pequenos grupos, para conversar sobre como estão
desenvolvendo seus relacionamentos com aqueles
que não são membros da igreja, começam a utilizar as ferramentas de planejamento oferecidas pelo
ShareHim a fim de marcar “eventos de colheita”
específicos no calendário da igreja – e assim convidar seus novos amigos para participar.
“É assim que o reino de Deus cresce – quando
homens e mulheres leigos compreendem que a
tarefa é deles, quando possuem as ferramentas;
quando são treinados e quando se encontram com
frequência com outros membros para falar sobre como Deus
tem abençoado seus esforços”, explica Weeks. “ShareHim
tem muito a ver com a desmistificação do processo de fazer
discípulos. Jesus não nos chamou para realizar uma tarefa
que requer grande habilidade e técnica. Ele nos conclamou a
utilizar os nossos relacionamentos a fim de convidar outros
homens e mulheres a aceitá-Lo como Senhor.”
Muitas instituições da igreja têm cooperado com o projeto
ShareHim oferecendo motivação, treinamento e recursos para
os leigos que se envolvem nesse trabalho. Nos seus primeiros
dez anos de existência, ShareHim motivou milhares de
leigos adventistas a realizar campanhas de pequeno e médio
porte em seu país natal e internacionalmente. Trinta e
cinco associações dos Estados Unidos têm acordos formais
com o ShareHim, assim como associações da Itália, Alemanha,
Canadá, Áustria, Dinamarca e Honduras. Um total de 771
campanhas evangelísticas “de colheita” foram organizadas
internacionalmente pelo ShareHim durante o ano de 2010;
outras 629 já estão planejadas para este ano. A seguir, a relação
dos países em que serão realizadas as campanhas internacionais de 2011: Índia, Filipinas, Cuba, El Salvador, Colômbia,
Nicarágua, Costa Rica, Madagascar, República Dominicana,
Malásia, Honduras, República Democrática do Congo,
Maláui, Quênia, Indonésia, Zâmbia e Zimbábue.
De 2001 a 2010, foram realizadas mais de 2.200 campanhas
por estudantes de ensino superior, patrocinados em parceria
pelo ministério de rádio Quiet Hour (Hora Tranquila), que
contaram com a participação de milhares de jovens, professores
e funcionários de universidades adventistas da América do
Norte, Europa e Pacífico Sul.
“Jesus não nos chama para realizarmos apenas as tarefas
fáceis, ou para aquelas que podem sempre ser realizadas com
perfeição”, completa Weeks. “Mas Ele promete que, pelo
poder do Espírito Santo, até nossos esforços modestos para
partilhar as boas-novas sobre Ele nos trarão alegria duradoura
e levarão milhões de pessoas ao Seu reino.”
1
Stephen Haskell, “How the Message Went to África”, Advent Review and Sabbath Herald, 3 de
março de 1921.
2
Adriel Chilson, “No Permission Needed”, Adventist Review, 14 de maio de 1998.
3
Ellen White, Atos dos Apóstolos, p. 600.
20
Adventist World | Fevereiro 2011
Esquerda: Steve e
Regina Boyce.
Acima: Jonathan
Gregg.
Membros
Revigorados
POR GINA WAHLEN
O pastor James Volpe está muito feliz com o impacto que o programa
ShareHim (Compartilhe Jesus) está exercendo sobre as três igrejas que
sob sua responsabilidade na Virgínia, E.U.A. Ele explica que o incentivo
para participar desse programa revigorou os membros da sua igreja.
“Nosso maior desafio é que os pastores da comunidade dizem
para o povo não estudar a Bíblia com os adventistas do sétimo dia,
e por isso a frequência é um desafio”, explica. “O lado positivo,
entretanto, é que os membros da nossa igreja, que participaram das
reuniões, passaram a apreciar mais a nossa mensagem e tornaram-se
ainda mais envolvidos com o evangelismo na comunidade.”
Steve e Regina Boyce, que foram batizados pelo pastor Volpe
há apenas dois anos, apresentaram uma série de três semanas do
ShareHim em sua comunidade e já estão ansiosos para realizar
outra série evangelística em sua região. Atualmente, dão estudos
bíblicos, preparando as pessoas para as próximas conferências.
Jonathan Gregg, outro membro da igreja, era um aluno muito
popular do último ano do ensino médio quando decidiu participar
da série ShareHim em uma das salas de aula da escola que
frequenta. Como é muito ativo nos esportes, em atividades
acadêmicas e na música, Jonathan convidou seus amigos para as
reuniões das quais também foi o orador, alternando com o pastor
Volpe nas dezesseis noites de reunião. Jonathan fez excelentes
palestras e ficou muito feliz de haver realizado a série em sua
escola. Após se formar no ensino médio, ele foi fazer faculdade
no Hampden-Sydney College, em Virgínia, uma escola onde o
tema é “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.”
“Sempre que nos dispomos a compartilhar a mensagem,
somos abençoados espiritualmente”, declara o pastor Volpe.
Para os que estão pensando em participar do ShareHim, ele
diz: “Participe! Precisamos fazer o que for possível, enquanto
é possível, quando for possível, onde ainda é possível.”
E S P Í R I T O
O trabalho dedicado resultará em bons
resultados. Aqueles a quem Cristo conectou a Si mesmo, trabalharão, como
Ele trabalhou, diligente e perseverantemente, quanto lhes for possível, para
salvar vidas que perecem ao seu redor.
A Igreja que Trabalha, Cresce
A igreja que trabalha sempre será
uma igreja em crescimento. Sempre
D E
P R O F E C I A
a fim de que sejam usados para levar a
verdade aos seus semelhantes.
Em vez de nossos ministros trabalharem entre as igrejas, Deus deseja
que trabalhemos em outros países e
que nosso trabalho missionário seja
por tanto terreno quanto for possível
ocupar, indo a todas as direções
formando novos grupos. Enquanto
os membros da igreja dependerem do
Missionários
para
Hoje
Por Ellen G. White
A
tarefa de anunciar a verdade
presente pode ser grandemente propagada pelo
esforço pessoal. Como
filhos de Deus, nenhum de nós está
dispensado de tomar parte na grande
obra de Cristo, na salvação de nossos
semelhantes. Todos os homens e
mulheres que são cristãos no mais
amplo sentido da palavra devem trabalhar na seara do Senhor.
Deus trabalha por meio de nossos
esforços. Por nossa negligência e egoísmo, podemos obstruir o caminho para
os pecadores. Não devemos nos distanciar de nossos semelhantes, mas nos
aproximar; a vida deles é tão preciosa
quanto a nossa.
Necessita-se de missionários para
Deus; homens e mulheres de fé que
não se esquivam das responsabilidades.
D A N I E L
J .
W A H L E N
P H O T O G R A P H Y
encontrará estímulo e ânimo ao tentar
ajudar outros, e ao agir assim, será fortalecida e encorajada. Satanás procura
manter os membros do povo de Deus
em estado de inatividade para que não
realizem sua parte na propagação
da verdade e assim, ao final, sejam
pesados na balança e achados em falta.
Somos responsáveis perante
Deus pela vida daqueles com os quais
entramos em contato e, quanto
mais próxima nossa conexão com
nossos semelhantes, maior nossa
responsabilidade.
Toda oportunidade deve ser
aproveitada para levar a verdade a
outras nações. Isso demandará considerável custo, mas as despesas nunca
devem prejudicar o desempenho do
trabalho. O Senhor tem dado aos seres
humanos recursos para tal propósito,
trabalho dos missionários estrangeiros
para fortalecer e animar sua fé, não
se tornarão fortes por si mesmos.
Devem ser instruídos de que serão
fortalecidos na proporção de seus
esforços. Quanto mais de perto forem
seguidos os planos para o trabalho
missionário do Novo Testamento, mais
bem-sucedidos serão.
Este artigo foi publicado originalmente
como “Ye Shall Be Witnesses Unto Me”
(Sereis Minhas testemunhas) na edição
de junho de 1899 de The Advance,
periódico impresso na Nova Zelândia.
Os adventistas do sétimo dia creem que
Ellen G. White (1827-1915) exerceu o dom
de profecia bíblico durante mais de 70
anos de ministério público.
Fevereiro 2011 | Adventist World
21
C R E N Ç A S
F U N D A M E N T A I S
NÚMERO 21
Compartilhando
os
ons
Ddedeus
Qual foi o melhor presente que você já recebeu?
Quando eu tinha dez anos de idade, fiquei muito feliz
quando meus pais compraram um saxofone para mim.
Todos os dias, eu esperava ansiosamente a hora de tocá-lo.
Logo, porém, descobri que há presentes mais importantes,
como por exemplo, o tempo, os relacionamentos e o
amor. Mais tarde, descobri ainda que é mais gratificante
dar do que receber, princípio que o próprio Jesus ensinou
(At 20:35).
A Bíblia nos ensina que Deus fez todas as coisas e que
tudo Lhe pertence: “Do Senhor é a terra e tudo o que nela
existe, o mundo e os que nele vivem” (Sl 24:1).1 O impressionante é que Ele colocou sobre nós a responsabilidade de
cuidar do mundo (veja Gn 1:27, 28; 2:15). Deus pediu que
fôssemos mordomos ou administradores de Sua propriedade.
Nos tempos bíblicos, um mordomo administrava as posses
de seu senhor. José, por exemplo, administrava a propriedade
de Potifar (Gn 39). Deus, entretanto, é diferente dos senhores
terrestres; Ele compartilha Suas posses conosco, pois somos
parte de Sua família (veja 1Jo 3:1).
Muitos associam o termo “mordomia” a dízimos e ofertas.
Essa, porém, é apenas uma pequena parte do seu significado.
Mordomia é viver a plenitude do estilo de vida bíblico.
Philip Rodionoff é médico e possui mestrado
em religião pela Universidade Andrews. Ele
dirige seminários sobre evidências da fé cristã
e mora em Gold Coast, Austrália.
22
Adventist World | Fevereiro 2011
Por
Philip Rodionoff
Jesus chama a todos os Seus seguidores a amar a Deus de
todo coração, alma, força e entendimento (Lc 10:27). Quando
consideramos o que Deus fez por nós, queremos retribuir
Seu amor servindo-O com tudo o que temos, inclusive nosso
tempo, talentos e recursos.
Aplicando o Princípio da Mordomia
O princípio da mordomia está relacionado a muitos
aspectos de nosso chamado e propósito em Jesus Cristo. A
seguir estão algumas áreas:
1. Tempo: Deus quer que consideremos nossas prioridades.
Isso inclui nosso tempo. A vida, facilmente, pode tornar-se
uma série de distrações. Como podemos garantir que nossa
vida faz diferença no mundo e que não está sendo gasta com
coisas triviais e sem importância?
Os cristãos são motivados a dedicar tempo com as
prioridades e oportunidades de Deus:
“Tenham cuidado com a maneira como vocês vivem; que
não seja como insensatos, mas como sábios, aproveitando ao
máximo cada oportunidade, porque os dias são maus. Portanto,
não sejam insensatos, mas procurem compreender qual é a
vontade do Senhor” (Ef 5: 15-17; veja também Cl 4:5.)
2. Talentos, Habilidades e Inteligência: Cada indivíduo
possui talentos e habilidades. Cada cristão recebeu pelo menos
um dom espiritual (1Co 12:7). Como explica Pedro: “Cada
um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons
despenseiros da multiforme graça de Deus” (1Pe 4:11).
Deus é honrado quando usamos nossa mente para Seus propósitos (Dn 1:17-20). A inteligência não deve ser desperdiçada.
Ao contrário: é um dom que deve ser desenvolvido segundo o
potencial dado por Deus, para servi-Lo e glorificá-Lo.
Mordomia é viver a plenitude do estilo
de vida bíblico.
3. Dinheiro (Incluindo Dízimos e Ofertas): Deus provê os
meios para vivermos. Como gratidão, devolvemos a Ele nossos
dízimos e ofertas. Malaquias 3:10 diz: “‘Tragam o dízimo
todo ao depósito do templo, para que haja alimento em
Minha casa. Ponham-Me à prova’, diz o Senhor dos Exércitos,
‘e vejam se não vou abrir as comportas dos céus e derramar
sobre vocês tantas bênçãos que nem terão onde guardá-las.’”
Minha esposa e eu temos uns amigos que, recentemente,
passaram por um período muito difícil. Foi uma luta decidir
se continuariam devolvendo o dízimo ou se deveriam esperar
que sua situação financeira melhorasse. Então pensaram:
“Será que cremos que Deus cuida de nós?” Finalmente,
decidiram confiar em Deus. Ele supriu suas necessidades;
às vezes, de modo inesperado, mas sempre supriu. Jesus
prometeu em Mateus 6:33: “Busquem, pois, em primeiro
lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes
serão acrescentadas.”
No início da igreja cristã os membros cuidavam dos
necessitados de sua comunidade (At 4:32-35). Nós, também,
somos convidados a doar com alegria: “Cada um dê conforme
determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação,
pois Deus ama quem dá com alegria” (2 Co 9:7).
4. Nosso Corpo: As Escrituras afirmam claramente que
nosso corpo é importante e que devemos cuidar dele: “Acaso
não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo
que habita em vocês, que lhes foi dado por Deus, e que vocês
não são de si mesmos? Vocês foram comprados por alto
preço. Portanto, glorifiquem a Deus com o corpo de vocês”
(1 Co 6:19, 20).
Os bons mordomos não apenas se abstêm de substâncias
nocivas, como também procuram manter o corpo em
excelente forma física. Se praticarmos hábitos saudáveis, os
benefícios irão além da saúde física. Devido à estreita ligação
entre corpo e mente, a saúde física impactará nossa clareza de
pensamentos e, finalmente, nossa conexão com Deus.
5. Recursos da Terra: Deus declarou que o que Ele criara
era “muito bom” (Gn 1:31). Ele também deu à humanidade
a responsabilidade de cuidar do meio ambiente (Gen. 1:28;
2:15). O fato de que o pecado maculou a criação e desejarmos
novo Céu e nova Terra (Ap 21:1) não significa que devemos
negligenciar nosso planeta. Do mesmo modo como Deus nos
ama e criou o mundo para nosso deleite, devemos amar e
cuidar de toda a criação de Deus.
6. Evangelho: O dever de anunciar o evangelho foi dado
a cada um de nós. Foi confiado a nós o trabalho de fazer
discípulos, de batizar e ensinar (Mt 28:18-20). Esse é um
privilégio especial. O apóstolo Paulo explica “que todos nos
considerem como servos de Cristo e encarregados dos
mistérios de Deus.O que se requer destes encarregados é que
sejam fiéis” (1Co 4:1, 2). A nós foi dado o privilégio de
levarmos ao mundo as boas-novas.
Tudo para Jesus
Deus, em última análise, é dono de todas as coisas e,
mesmo assim, Ele nos provê com abundância de dons. Em
Seu plano, esses dons não devem ser usados de maneira
egoísta, mas usados para servir a outros. Em resposta a tudo
o que Deus fez e faz por nós, devemos agradecer-Lhe de todo
coração e aguardar ansiosamente pelo dia em que poderemos
agradecer-Lhe face a face.
*Todos os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional.
Mordomia Cristã
Somos despenseiros de Deus, responsáveis a Ele pelo uso apropriado do tempo
e das oportunidades, das capacidades e
posses, e das bênçãos da Terra e seus
recursos, que Ele colocou sob o nosso
cuidado. Reconhecemos o direito de
propriedade da parte de Deus por meio de
fiel serviço a Ele e a nossos semelhantes,
e devolvendo os dízimos e dando ofertas
para a proclamação de Seu evangelho
e para a manutenção e o crescimento de
Sua igreja. A mordomia é que Deus nos
concede para desenvolvimento no amor e
para vitória sobre o egoísmo e a cobiça.
O mordomo se regozija nas bênçãos
que advêm aos outros como resultado de
sua fidelidade. (Gn 1:26-28; 2:15; 1Cr 29:14;
Ag 1:3-11; Ml 3:8-12; 1Co 9:9-14; Mt 23:23;
2Co 8:1-15; Rm 15:26, 27.) – Crenças
Fundamentais dos Adventistas do Sétimo
Dia, nº 21
Fevereiro 2011 | Adventist World
23
H E R A N Ç A
A D V E N T I S T A
M
eu avô, Stepan Zaitsev,
trabalhou como pastor de
uma Igreja Adventista do
Sétimo Dia durante os tempos difíceis do
regime soviético. Em 1937, juntamente
com milhares de pessoas, ele foi
condenado como “inimigo do povo”,
sob o famoso artigo 58 de Stálin, do
Código Penal Russo.
Meu avô sobreviveu às atrocidades
do Gulag, a agência governamental que
administrava os campos de trabalho
forçado. Minha avó e seus quatro filhos
por pouco não morreram. Meus pais
me contavam a respeito de como, na
primavera, minha avó subia os montes
tentando encontrar grama nova para
ela e seus filhos comerem, já que
estavam quase morrendo de fome e
sofriam de subnutrição e com falta
de vitaminas.
por
ele
“Sendo leal a Deus”
Por
Yevgeny
Zaitsev
Um Breve Degelo
No dia 5 de março de 1953, Stálin
morreu. Com sua morte, o período de
repressão, falsas acusações e campos de
concentração desapareceram gradualmente. Os anos seguintes à morte de
Stálin são conhecidos como “degelo”,
porque em muitas áreas da vida
soviética, em especial na cultura e na
religião, parece ter havido um aquecimento. A confissão de fé era permitida,
assim como fazer cultos sem nenhuma
restrição. Isso fortaleceu a esperança
de muitos cristãos de que o passado
terrível nunca mais voltaria a acontecer.
Esquerda: Stepan Zaitsev enquanto
exilado soviético. Acima: Stepan Zaitsev
(primeira fila, segundo da esquerda para
direita), com membros da família e
amigos, tirada logo após ter sido exilado.
Perseguição Novamente
No entanto, essa revitalização deu
início a uma nova campanha antirreligiosa, a qual até o final da década de
1950 já havia expandido e se organizado.
A campanha alcançou o seu clímax
nos últimos cinco anos da liderança de
Khrushchev, de 1959 a 1964. Segundo
pesquisadores, a campanha antirreligiosa
de Khrushchev foi tão violenta que somente as perseguições de Stálin nos anos
de 1930 foram piores em comparação.
Durante a campanha antirreligiosa,
muitas igrejas foram fechadas, e muitos
padres e pastores foram presos. Foi
24
Adventist World | Fevereiro 2011
nessa situação difícil que a fé do meu
avô foi mais uma vez posta à prova.
No final dos anos 50, Stepan Zaitsev
e sua família viviam numa pequena
cidade chamada Zyryanovsk, no leste
do Cazaquistão. Meu avô era muito
respeitado pelas pessoas da cidade.
O jornal local o descrevia como um
homem honesto e altruísta, um traba-
lhador incansável, com “mãos de ouro”
e que compartilhava sua experiência
mecânica com os jovens.
No entanto, ao se iniciar a nova
campanha contra a religião, a atitude em
relação ao meu avô mudou drasticamente.
No mesmo jornal local, outro artigo
surgiu em que ele era descaradamente
zombado e caluniado. A estação de rádio
F O T O S :
C O R T E S I A
D O
A U T O R
anunciou que as pessoas da cidade
estavam solicitando que Zaitsev fosse
exilado de Zyryanovsk e julgado perante
um tribunal público. Cerca de 300
pessoas compareceram ao julgamento.
Quando Stepan Zaitsev foi levado à
audiência, os juízes se reuniram com ele em
uma sala separada, cumprimentaram-no
educadamente e o aconselharam a negar
o “narcótico religioso”, prometendo,
assim, encerrar o caso e libertá-lo.
“Você poderia ter tido uma carreira,
porque é uma pessoa influente”, disseram. “Você deveria viver como todas as
pessoas vivem, mas, ao contrário, acredita
em um tipo de Deus. Você destrói assim
a sua vida e a de sua família. Caia na real
antes que seja tarde demais: negue sua fé
em Deus publicamente. Vamos acreditar
em você e lhe pôr em liberdade.”
Meu avô olhou para eles calmamente,
atento a seu discurso perspicaz. Ao final,
ele disse uma só coisa: “Façam o que
tinham planejado fazer. Não percam seu
tempo. Nunca negarei meu Deus.”
Stepan Zaitsev foi levado perante
a corte e o procurador deu início a
seu discurso. Ele acusou falsamente
meu avô de ter destruído a família
soviética com seus ensinamentos, de ter
propagado preconceitos religiosos, de
ter corrompido a juventude, de nunca
ter trabalhado e de viver como parasita
enganando as pessoas e dependendo
delas financeiramente. O procurador
declarou que meu avô já tinha recebido
várias condenações anteriores. Durante
o discurso, gritos de indignação (“Não
há lugar para pessoas assim na União
Soviética! Temos que fuzilá-los!”)
podiam ser ouvidos de pessoas especialmente escolhidas que provavelmente
sequer conheciam Stepan Zaitsev.
Após a tempestade de falsas acusações,
calúnias e mentiras, seguidas pelos gritos
hostis do público presente, finalmente foi
dada ao acusado a oportunidade de falar.
Fé, o Seu Único Crime
“Trabalho desde os doze anos de
idade”, meu avô começou a falar, “e
trabalho até o dia de hoje. Até pouco
tempo atrás, os jornais diziam que Zaitsev
tinha ‘mãos de ouro’, que passava sua
experiência a seus aprendizes, que era
amigável, cortês e um bom exemplo. Então,
por que estou diante de vocês hoje como
um criminoso? Que mal fiz eu e a quem?
“Não é verdade que minha condenação é por eu ser um cristão? Sim, sou um
cristão: creio em Deus, o Criador do Céu
e da Terra, e no Salvador Jesus Cristo,
que deu Sua vida por mim e por meus
pecados. Eu reconheço a santidade da lei
moral divina, expressa nos Dez Mandamentos, e busco viver guardando-os.
“Vocês afirmaram que já fui
sentenciado anteriormente. Sim, fui
sentenciado pela minha fé. Estive na
prisão por dez anos, e após isso, estive
dois anos exilado. Hoje estou diante
da sua presença e meu único crime é
minha fé. Estou preparado para sofrer
por minha fé mais uma vez, mas não
negarei meu Criador e Salvador.”
Houve silêncio no recinto por
alguns instantes. As pessoas estavam
atônitas com a resposta do réu. Contudo, esse silêncio temporário não durou
muito. Acusações, gritos e ameaças
começaram novamente.
Após uma breve reunião, a corte
anunciou seu veredito: cinco anos de
exílio da região do leste do Cazaquistão.
Exilado, mas Não Esquecido
Um novo período de tristeza e problemas teve início na vida de meu avô e
de toda a sua família. Após vários meses
em diversas prisões, meu avô foi levado
para uma vila distante chamada NovoNikolaevka, na região de Ubaganskaya,
norte do Cazaquistão. Lá, no dia 8 de
abril de 1960, ele foi registrado como
colonizador exilado.
Quando o presidente da fazenda
coletiva local descobriu a razão para a
condenação de Stepan Zaitsev, ele
reclamou: “Não precisamos de um
fanático, um folgado; ele só vai atrapalhar.”
Com o passar do tempo, no entanto,
ele mudou de ideia por completo e se
convenceu de que caso sua fazenda fosse
feita de “folgados” como esse, logo estaria
em primeiro lugar em toda a região.
Recentemente, fui visitar o local em
que meu avô esteve exilado. O vilarejo
tinha mudado desde então, o que tornou
difícil para mim a tarefa de identificar
onde tinha sido sua moradia. Quase
todos os colonizadores exilados nesse
território tão longínquo tinham saído
dali muitos anos antes. Tentei perguntar
aos moradores do vilarejo se tinham
ouvido falar de Stepan Zaitsev. Não é de
admirar que ninguém ouvira, considerando que já havia passado quase duas
gerações desde então. Por fim, consegui
encontrar um casal de idosos que se
lembrava da família Zaitsev e me contou
uma história interessante.
Essas pessoas eram jovens quando
foram deportadas, mas ainda se
lembravam de certa noite em que, não
conhecendo ninguém, estavam prestes
a morrer de fome, quando minha avó
trouxe para eles um pão caseiro recémassado. Esse ato de bondade e compaixão – demonstrado em uma situação na
qual todos só pensavam em si mesmos
ao buscar a sobrevivência em condições
tão desumanas – permaneceu para
sempre na memória deles.
O senhor idoso me mostrou o local
em que estivera a casa dos meus avós
exilados. Não havia montes pelos quais se
orientar, mas o homem apontou o local
exato, indo em direção a um álamo.
Era final do outono e as folhas já
tinham caído. “Aqui, no local da moradia
deles, a árvore cresceu”, disse o senhor idoso.
Essa árvore é talvez o melhor memorial
àqueles que deixaram uma parte da
vida nas remotas estepes. A cada ano,
renova sua folhagem, mostrando o poder
indestrutível da vida e a coragem daqueles
que defenderam seus princípios e fé em
quaisquer circunstâncias da vida.
Yevgeny Vladimirovich
Zaitsev é reitor da
Faculdade de Ciências
Humanas e Economia da
Universidade Adventista de Zaoksky,
localizada em Zaoksky, Rússia. Ele é
médico e doutor em Teologia. Ele e sua
esposa, Valentina, têm três filhos adultos.
Fevereiro 2011 | Adventist World
25
P E R G U N TA S B Í B L I C A S
A
palavra “anticristo” vem de um termo grego formado pertence exclusivamente a Deus. Ele questionou e atacou
o caráter de Deus para justificar suas ações. Ele foi expulso
pela preposição anti (“contra”, “no lugar de”) e do
do Céu e, após a queda de Adão e Eva, fez deste planeta sua
substantivo christos (“Cristo, “o Ungido”). Anticristo
é, em primeiro lugar, alguém que pretende usurpar a posição base de operações.
Daniel se referiu ao anticristo usando símbolos que
de Jesus, apropriando-se ilegalmente de Suas funções. Essa
representam um poder histórico que, após a queda do
palavra também pode significar os sistemas usados por essa
Império Romano, uniu a igreja ao Estado, mudou a lei de
pessoa para trabalhar implícita e explicitamente “contra”
Deus (Dn 7:25) e usurpou a atividade sacerdotal de Cristo
Cristo. Esse título revela as duas características essenciais do
anticristo: ele engana ao ocupar o lugar de Cristo e oprime ou (Dn 8:11). Isso descreve claramente o espírito e trabalho
do anticristo na história.
persegue o povo de Deus em
seu conflito contra Cristo.
3. Aparições Pessoais
do Anticristo: O Novo Tes1. O Uso do Termo: O
título “o anticristo” (em grego,
tamento prediz a apostasia
ho antichristos) é encontrado
dentro da igreja cristã
(2Ts 2:3, 4) e a considera
no Novo Testamento apenas
nas cartas de João. Primeiro,
como a manifestação do espírito do anticristo. De acordo
de acordo com João, o espírito
com o livro do Apocalipse,
do anticristo está em atividade através dos falsos mestres
a apostasia alcançará
(1Jo 2:18, 22), o que mostra
dimensões universais e será
que o anticristo agiria dentro
acompanhada pela vinda
P E R G U N TA :
do anticristo em pessoa.
do cristianismo. O próprio
Quem é o anticristo?
O Apocalipse declara que
título pressupõe que estamos
lidando com a corrupção da
será formada uma coalizão
mundial sob a liderança das
fé cristã. O anticristo é contra
forças do mal (Ap 16:13, 14),
a verdade revelada em Jesus,
Por
acompanhada de milagres
substituindo-a com sua próÁngel Manuel
pria compreensão de Jesus
e sinais que alcançará seu
Rodríguez
(1Jo 2:22; 2Jo 7).
clímax com a vinda
do anticristo, descrito por
Segundo, a vinda do anticristo foi prevista nos ensinos
João como produzindo
apostólicos. João escreveu:
“grandes sinais, de maneira
“Como ouvistes que vem o anticristo...” (1Jo 2:18). Os cristãos que até fogo faz descer do céu à terra, à vista dos homens”
(Ap 13:13; cf. 1Rs 18:20-39). Paulo escreveu que “será, de
foram alertados sobre essa importante ameaça ao seu
fato, revelado [parousia] o iníquo”, usando o mesmo termo
compromisso com Jesus.
que empregou quando referiu-se à “manifestação [parousia]”
Terceiro, o anticristo poderia se manifestar por meio
de sistemas ou instrumentos humanos: “também agora
de Cristo (2Ts 2:8, 9). O anticristo tentará imitar a segunda
muitos se têm feito anticristos” (1Jo 2:18). Esses indivíduos
vinda de Cristo.
não são “o anticristo” propriamente dito, mas eles têm o
Essa aparição poderosa do anticristo enganará os
“espírito do anticristo”, ou seja, possuem as mesmas intenhabitantes da Terra. Eles irão adorar Satanás (o anticristo)
ções. Eles são instrumento dele (1Jo 4:3). São a expressão
e os sistemas político-religiosos que o apoiam (Ap 13:4). O
histórica do anticristo dentro da igreja e, como tal,
anticristo iniciará uma guerra para exterminar o povo de
Deus (v. 15-17), mas este encontrará segurança no Senhor
poderiam ser descritos como manifestações do “anticristo”
(1Jo 2:22; 2Jo 7).
(Ap 17:6), e não em armamentos humanos. Sua missão é
2. O Anticristo Original: O indivíduo a quem João chama proclamar o evangelho eterno de salvação e desmascarar o
anticristo (Ap 14:6-12). Finalmente Cristo vai libertar Seu
de “anticristo” é mencionado em outros textos bíblicos.
povo e destruir o anticristo.
Originalmente ele era um ser celestial que se rebelou contra
Deus e iniciou um conflito cósmico (Ez 28:14-16; Ap 12:7).
Certamente ele era um poder antiDeus, portanto o
anticristo que pretendia ser “semelhante ao Altíssimo”
Ángel Manuel Rodríguez é diretor do Instituto de Pesquisa
(Is 14:14). Seu objetivo final era ocupar a posição que
Bíblica da Associação Geral.
Inimigo
Disfarçado
26
Adventist World | Fevereiro 2011
E S T U D O
B Í B L I C O
O
Conselheiro Divino
Por Mark Finley
Neste mês, iniciaremos uma série de sete lições em que estudaremos a natureza, o papel
e a função do Espírito Santo. As lições foram preparadas para oferecer melhor compreensão
sobre como cooperar com o dom divino para viver uma vida plena e cristocêntrica.
O recebimento do Espírito Santo é uma das verdades bíblicas menos compreendidas. Se
quisermos viver uma vida cristã vitoriosa, é absolutamente essencial que tenhamos uma clara
visão do ministério do Espírito Santo na vida de todo cristão. Não podemos vencer o inimigo
por nós mesmos; só venceremos as tentações de Satanás pelo poder do Espírito Santo.
1.
Circule, nos textos abaixo, os nomes das Pessoas da Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo).
“Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito
Santo” (Mt 28:19).*
“A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vocês”
(2Co 13:14).
“Da mesma forma o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, pois não sabemos como orar, mas o próprio
Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E Aquele que sonda os corações conhece a intenção do
Espírito, porque o Espírito intercede pelos santos de acordo com a vontade de Deus” (Rm 8:26, 27).
Após ler essas três passagens, o que você conclui sobre o Espírito Santo?
(
) Ele é uma energia ou influência inferior ao Pai e ao Filho.
(
) Ele é uma Pessoa da Trindade, junto com o Pai e o Filho.
2.
Quem Jesus diz ser o Espírito Santo?
“E Eu pedirei ao Pai, e Ele lhes dará outro Conselheiro para estar com vocês para sempre” (Jo 14:16).
“Mas o Conselheiro, o Espírito Santo, que o Pai enviará em Meu nome, lhes ensinará todas as coisas e lhes
fará lembrar tudo o que Eu lhes disse” (v. 26).
O Espírito Santo é chamado por Jesus de
.
A palavra “Conselheiro” (ou “Consolador”, na versão Almeida Revista e Atualizada) no
idioma original do Novo Testamento é parakletos. Essa é uma palavra rica de significado:
significa aquele que permanece ao lado. Ela era usada para descrever o amigo que
defende o acusado no tribunal; alguém que está sempre presente.
3.
Quem é o Espírito Santo em relação a Jesus?
“E Eu pedirei ao Pai, e Ele lhes dará outro Conselheiro para estar com vocês para sempre, o Espírito da
verdade” (Jo 14:16, 17).
O
é o Representante pessoal de Jesus.
O Espírito Santo é o “Espírito de Cristo”. Ele é o embaixador de Jesus. Embora Jesus e o
Espírito Santo sejam duas Pessoas distintas na Trindade, são um em propósito e eternos
em natureza.
Fevereiro 2011 | Adventist World
27
4.
Por que Jesus prometeu enviar o Espírito Santo?
“Quando vier o Conselheiro, que Eu enviarei a vocês da parte do Pai, o Espírito da verdade que provém do
Pai, Ele testemunhará a Meu respeito” (Jo 15:26).
O propósito do Espírito Santo é
a respeito de Jesus.
5.
Quais são as três coisas de que o Espírito Santo nos convencerá se nosso coração
estiver aberto à Sua voz?
“Quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo” (Jo 16:8).
O Espírito Santo convencerá o mundo do
, da
e do
.
Todos nós já sentimos o poder do Espírito Santo. Às vezes, quando não estávamos vivendo
em harmonia com a vontade de Deus, o Espírito Santo convenceu nosso coração. Sentimos
Sua influência para fazermos o que é certo e fomos impressionados com a realidade de
que um dia o pecado será condenado e eliminado para sempre.
6.
Que outro nome deu Jesus ao Espírito Santo?
“O Espírito da verdade. O mundo não pode recebê-Lo, porque não O vê nem O conhece. Mas vocês O
conhecem, pois Ele vive com vocês e estará em vocês” (Jo 14:17).
“Mas quando o Espírito da verdade vier, Ele os guiará a toda a verdade. Não falará de Si mesmo; falará
apenas o que ouvir, e lhes anunciará o que está por vir” (Jo 16:13).
O Espírito Santo é chamado de Espírito da
.
Em sua opinião, por que Jesus deu esse título especial ao Espírito Santo?
7.
Qual a relação entre o Espírito Santo e Jesus?
“Não falará de Si mesmo [...]. Ele Me glorificará, porque receberá do que é Meu e o tornará conhecido a
vocês” (Jo 16:13, 14).
O Espírito Santo
Jesus.
O trabalho do Espírito Santo não é glorificar a Si mesmo, mas a Jesus. Sua tarefa também não
é glorificar-nos, mas ao Salvador. Quando estamos cheios do Espírito Santo, o maior desejo
de nossa vida é glorificar a Jesus em tudo o que fazemos e ser mais semelhantes a Ele.
Você gostaria de abrir seu coração ao Espírito Santo para que Ele o torne mais semelhante
a Jesus? Por que não baixar sua cabeça, agora, e orar por maior unção do Espírito Santo?
* Todos os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional.
No próximo mês, no segundo capítulo
desta série, veremos
“O Mestre Divino”.
CORREÇÃO: No Estudo Bíblico, “A Oração Persistente”(dezembro de 2010),
afirmamos incorretamente que Jacó nunca mais viu seu pai Isaque. O engano foi
nosso, não do autor, e pedimos desculpas. – Os Editores
28
Adventist World | Fevereiro 2011
Intercâmbio Mundial
C A R TA S
Vendo mais Claramente
O que já era bom está muito melhor e
alcança o objetivo! Ultimamente, tenho
apreciado muito a Adventist World.
Fui muito abençoado com o artigo
“Vamos Conversar?”, de Ángel Manuel
Rodríguez (outubro de 2010), que
abordou a questão “A Bíblia apoia ou
não a ordenação de mulheres ao
ministério pastoral?”
A resposta de Rodríguez expandiu
minha visão não apenas desse assunto,
mas também em como abordar outras
questões sobre as quais não encontramos respostas claras na Bíblia. Realmente, devemos orar pela capacidade
de abordar assuntos como esse, com
espírito de serviço em relação à igreja.
Rubinet Muller
Willemstad, Curaçao
Achei o artigo “Vamos Conversar?” um
pouco evasivo. No editorial “Comunhão
Incendiária”, Bill Knott disse: “Unam-se.”
Mas vi uma atitude diferente na seção
de Perguntas Bíblicas. Se perguntassem
sobre minha opinião (e ninguém
perguntou), eu simplesmente diria
que a verdadeira pergunta é: “Quem
enviarei?” E lá estão os que respondem:
“Aqui estamos. Envia-nos!”
Edwin L. Christiansen
Shelton, Washington,
Estados Unidos
Poder da Palavra
Agradeço à Adventist World por publicar mensagens escritas por escritores
inspiradores. Essas mensagens me
levam para mais perto de Deus.
Mencionarei apenas algumas: “O Que
Esta revista transforma a vida
das pessoas que a leem.
– Francis Okello, Uganda Union.
Nós Fizemos?”
(dezembro
de 2009), de
Thurman
C. Petty, e
“A Batalha
Continua!
Compreendendo o Grande Conflito”, de
Alberto R. Timm (maio de 2010). Que
o nome de Deus seja louvado!
Esta revista transforma a vida das
pessoas que a leem. Tenho um pedido:
como estou me mudando para uma
área não penetrada em Uganda,
muitas pessoas se interessarão por um
curso bíblico.
Francis Okello
Uganda Union Mission
Voltando aos Artigos de
Edições Anteriores
Apreciei ler o artigo de Ella Simmons,
“Almejando o Melhor” (julho de 2009).
A verdadeira educação ensina a melhor
utilização das habilidades, abrangendo
todo o círculo de deveres para consigo
mesmo, para com a humanidade e para
com Deus.
Temos obrigações para conosco
mesmos, física, mental e espiritualmente. Nosso estilo de vida contribui
com saúde e longevidade. Enquanto
nutrimos nosso corpo com uma dieta
nutritiva, alimentamos nossa mente
com a Palavra de Deus para fortalecer
nossa vida espiritual. Temos uma vasta
obrigação para com a humanidade, e
precisamos salvar mais pessoas nestes
últimos dias.
A educação
adventista é
centrada na
lei de Deus,
e o alvo do
aluno deveria
ser agradar
ao Criador,
seja qual for
o curso ou
disciplina que esteja cursando. A educação é um processo para toda a vida que
encaminha para a verdadeira fonte de
conhecimento e vida.
Lawrence Tesoro
Pasay City, Manila, Filipinas
Obrigado pelo artigo “Conheça o Meu
Pai”, de Clinton Wahlen (março de
2009). Cresci em uma família pobre,
sem meus pais, e ainda não sei quão
bom ou ruim é ter os pais. Sempre
choro quando penso em minha situação. Diariamente enfrento os desafios
de ser responsável por uma família. O
fato de pertencer a uma família pobre e
de não ter ninguém com quem dividir
minhas tristezas me faz confiar no Pai
dos órfãos. É para Ele que entrego todas
as minhas necessidades. Isso me ajudou
a depender dEle. Eu sei que Deus é
meu Pai.
Asa Oluoch Abaga
Kisumu, Quênia
Fevereiro 2011 | Adventist World
29
Intercâmbio Mundial
C A R TA S
“Quatro
Lições da Casa
do Oleiro”,
de Keisha
McKenzie
(novembro de
2008), tocou o
meu coração
e me levou
às lágrimas.
Foi um resumo do evangelho. Meus
melhores votos à autora. Que o Senhor
abençoe a todos vocês ao continuarem
ministrando para o Seu rebanho!
Halton McNeil Chanza
Lilongwe, Maláwi
Inspirados e Fortalecidos
pela Leitura
Obrigado pela revista que permite nos
unirmos na guerra contra o mal. A
Deus seja toda a glória!
Felix Chaka
Harare, Zimbábwe
Muito obrigada pelas últimas duas
revistas Adventist World. Aprendi muito
com elas. Tenho 85 anos de idade e me
arrependo de não ter aprendido mais
enquanto era jovem.
Desejo que esta revista seja lida por
todos, não apenas pelos adventistas.
Que Deus abençoe o trabalho que estão
realizando!
Elvira Seemann
Cooranbong, New South Wales,
Austrália
Sou um dos milhares de leitores
desta revista. Aprecio muito a Adventist
World, assim como outros membros da
igreja. Apreciamos a edificação espiritual e gostamos da informação sobre a
igreja mundial. Que o bom Deus
abençoe a vocês e ao seu ministério!
David Muhindo Kavusa
República Democrática do Congo
Cartas para o Editor – Envie para: [email protected]
As cartas devem ser escritas com clareza e ao ponto, com
250 palavras no máximo. Lembre-se de incluir o nome do artigo,
data da publicação e número da página em seu comentário.
Inclua, também, seu nome, cidade, estado e país de onde você
está escrevendo. Por questão de espaço, as cartas serão
resumidas. Cartas mais recentes têm maior chance de ser
publicadas. Nem todas, porém, serão divulgadas.
LUGAR DE ORAÇÃO
Orem por minha vida espiritual. Preciso
de uma bolsa de estudos para teologia
e estou passando por uma fase difícil
em minha vida. Espero um milagre de
Cristo. Peço que os leitores da Adventist
World orem por mim.
Asa, Quênia
Peço oração por um amigo que está no
vale da indecisão. Por favor, orem para
que Deus faça o que for necessário para
salvar e abençoar essa pessoa, como
Jesus deseja fazer.
Caryn, Estados Unidos
Muito obrigada pelas orações de vocês.
Enviei um pedido de oração no dia 6 de
novembro. Eu estava desempregada e
precisava de uma bolsa de estudos para
cursar o mestrado. Nós servimos a um
30
Adventist World | Fevereiro 2011
Deus vivo. Já estou cursando o mestrado. Deus é muito real e responde a todo
aquele que pede.
Rebeccah, Bélgica
Fui chamado para ser o pastor e diretor
de uma escola. Para mim, essa responsabilidade é muito grande. Necessito do
poder do Espírito Santo.
Ngaih, Myanmar
Muito obrigado por suas orações por
meu irmão e meu amigo. Posso ver o
progresso na vida espiritual deles.
Por favor, incluam em suas orações
outro amigo que está passando por uma
crise em seu casamento. Orem para
que ele resolva seus problemas com
a esposa.
Diovel, Tailândia
Meu irmão faleceu recentemente.
Estamos muito tristes com essa perda
em nossa família, mas confiamos no
Senhor. Orem por meu pai, pois ele está
muito triste; e por meu irmão, para que
entregue a vida a Jesus.
Eddy, México
Pedidos de oração e agradecimentos (gratidão por resposta à
oração). Sua participação deve ser concisa e de, no máximo,
75 palavras. As mensagens enviadas para esta seção serão
editadas por uma questão de espaço. Embora oremos por todos
os pedidos nos cultos com nossa equipe durante a semana, nem
todos serão publicados. Por favor, inclua no seu pedido, seu nome
e o país onde vive. Outras maneiras de enviar o seu material:
envie fax para 00XX1(301) 680-6638, ou carta para: Intercâmbio
Mundial, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring,
Maryland 20904-6600 EUA.
“Eis que cedo venho…”
INTERCÂMBIO DE IDEIAS
Nossa missão é exaltar a Jesus Cristo, unindo os
adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só
crença, missão, estilo de vida e esperança.
Novo
Nascimento
Leitora compartilha poema baseado em Isaías 61:10.
Dá-me teu coração, suplicou o Salvador,
E eu disse: “Sim.”
Disse “Sim” sem pensar no custo,
Sem saber
Que era no coração que guardava
Todos os meus tesouros –
As coisas só minhas,
como tempo e ouro,
ganhos com minhas mãos,
meus direitos,
todos os meus dons,
talentos
e grandes habilidades,
e tudo o mais que estimava.
Coisas, que para outros, aparentavam ser boas
e afagavam meu ego
e me davam prestígio
e honra
e louvor
e posição
e justificativa.
Ao perceber isso, agarrei uma folha de figueira
Para que os outros não vissem.
Mas eis que
Ele me deu, não uma folha murcha,
Mas o seu lindo manto –
Tecido no tear celestial
Sem um fio tecido por mim.
E é nesse presente que permaneço,
Perfeito –
Seu manto de salvação!
– Kathryn Barnett Elting,
Yountville, Califórnia, Estados Unidos
Editor
Adventist World é uma publicação internacional da
Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela Associação
Geral e pela Divisão do Pacífico Norte-Asiático.
Editor Administrativo
Bill Knott
Editor Associado
Claude Richli
Gerente Internacional de Publicação
Chun, Pyung Duk
Comissão Editorial
Ted N. C. Wilson, presidente; Benjamin D. Schoun,
vice-presidente; Bill Knott, secretário; Lisa Beardsley;
Daniel R. Jackson; Robert Lemon; Geoffrey Mbwana;
G. T. Ng; Daisy Orion; Juan Prestol; Michael Ryan;
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acessor legal.
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Lee, Jairyong, presidente; Akeri Suzuki;
Kenneth Osborn; Guimo Sung; Chun, Pyung Duk
Editor-Chefe
Bill Knott
Editores em Silver Spring, Maryland, EUA
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V E R A
R E I S
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Jackson, Geoffrey Mbwana, Armando Miranda, Pardon
K. Mwansa, Michael L. Ryan, Blasious M. Ruguri,
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Gulfan Jr., Erton Köhler, Jairyong Lee, Israel Leito,
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Vertallier, Gilbert Wari, Bertil A. Wiklander.
Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados
voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser
enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD 209046600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638
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Adventist World é uma revista mensal editada
simultaneamente na Coreia do Sul, Brasil, Argentina,
Indonésia, Austrália, Alemanha, Áustria e nos
Estados Unidos.
Vol. 7, No. 2
Fevereiro 2011 | Adventist World
31
O Lugar das
PESS
Q U E
L U G A R
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AS
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PARTICIPE CONOSCO
Necessitamos de participação nas seguintes categorias:
FRASES ADVENTISTAS (profundas ou espontâneas)
VIDA ADVENTISTA (anedotas curtas, especialmente
sobre adultos)
JOTAS E TILS (dicas relacionadas à igreja)
Por favor, envie sua colaboração para The People’s
Place, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike,
Silver Spring, MD 20904-6600, United States. Fax:
301-680-6638. E-mail: [email protected]. Por
favor, inclua número de telefone e e-mail. O material
enviado não será devolvido.
E N V I A D O
CONHEÇA SEU
VIZINHO
No dia 20 de novembro de
2010, ao ser batizada, Dina
Mikve se tornou membro da
Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Dina pertence a uma família
judaica tradicional europeia e
em 2001 começou a frequentar a
comunidade judaico-adventista
(World Jewish-Adventist
Friendship Center). Embora
more bem próximo a outra
FRASE
DO
P O R
A I R E E N
C A N A L S
sinagoga, um dia ela viu um
cartaz que anunciava as atividades
de nossa comunidade e
decidiu comparecer. Há vários
anos Dina já faz parte de nossa
família da Beth Bnei Tzion
(nome de nossa comunidade),
mas, para nós, sua decisão de se
unir a nós enche de alegria nosso
coração. Bem-vinda, Dina!
– Foto e informações enviadas pelo
pastor David Barzola, Buenos Aires,
Argentina
MÊS
“Deus é a fonte da vida, da luz e da
alegria no Universo.”
– Odireleng Motlogelwa, membro de igreja em Botswana, agosto de 2010.
RESP O S TA : Em Guimba, Nova Ecija, Filipinas, alguns membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia de Cawayan
Bugtong, numa “pose de salto” após o culto de pôr do sol. Os membros dessa igreja preferem realizar os cultos de
pôr do sol nos campos de plantação de arroz para desfrutar da natureza, uma das criações de Deus.

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