raquet geometria bola

Transcrição

raquet geometria bola
Mentes brilhantes
Ginástica natural
especial softwares
170 líderes empresariais do setor
Até o FBI e a Swatt
as soluções em ti que ajudam
em um inédito brainstorm
aderiram à modalidade
você a gerenciar sua academia
atitude - rgp editora
FitnessBusiness
mar/abr 2010 no 46
publicação especial
Fitness business latin america
mar/abr
2010
nº 46
Balança
equilibrada
Empresas que investem em qualidade de vida para seus funcionários aumentam índices de lucratividade
Johnny G: aos quatros anos, ele ganhou sua primeira bike. Décadas depois, tornou-se
2010 |oFITNESS
BUSINESS 1
o pai do spinning, modalidade que reúne milhares de praticantesMAR/ABR
em todo
planeta
2 Fitness Business | MAR/ABR 2010
Sumário
36
CAPA
Investir em qualidade de vida para os
colaboradores pode aumentar a lucratividade.
Grandes empresas já perceberam isso e revelam
como conseguiram equilibrar essa relação
52
10
E mais:
marketing
entrevista
Johnny G: o criador do
spinning vem ao Brasil lançar
sua mais nova modalidade de
treinamento físico
08 Termômetro
14 Especial
os insights de
170 líderes
empresariais
em um inédito
brainstorm
IHRSA 2010
16 Eventos
20 anos de Fitness Brasil
26 Caso de Sucesso
22
32 Mercado & Tendências
Novos designs
34 Inovação
40 Mercado & Tendências
gestão
A importância da pesquisa para a
criação de serviços diferenciados
38
Flávio Bueno
Franchising
42 Gestão/RH
56
equipamentos & cia
Especial softwares:
as soluções que te ajudam
a tomar conta dos negócios
A hora e a vez da
especialização
46 Mercado & Tendências
Ginástica Natural
50 Políticas Públicas
58 Artigo
Editorial
O grande guarda-chuva
S
em dúvida, o bem-estar tornou-se um “big business”. Debaixo desse imenso e consistente guarda-chuva, hospedam-se os mais variados modelos
de negócios que lançam mão do estilo de vida wellness para inovar em
seus respectivos nichos. O mais excitante é que, somente de uma década para cá,
as grandes empresas, sempre consideradas vanguardistas, começaram a perceber que investir em políticas de incentivo à qualidade de vida pode, sim, resultar
diretamente em incremento da produtividade e dos índices de lucratividade.
Isso nos dá a animadora perspectiva do potencial de crescimento da espinha
dorsal do bem-estar, não apenas relacionado à expansão dos programas de saúde
corporativa aplicados nas organizações, mas também a frentes de trabalho que
se abrem para os educadores físicos, profissionais do marketing e de gestão,
todos eles chamados a colaborar com o cenário.
Assim como já temos a sustentabilidade arraigada na linha transversal de
atuação de muitas empresas, o wellness vai, aos poucos, ocupando seu espaço. A
reportagem de capa ilustra bem esse movimento, ao trazer executivos brasileiros
do primeiro escalão de multinacionais, como IBM e Volvo, reforçando a importância de investimentos cada vez mais contundentes nas ações voltadas para seu
público interno quando o assunto é qualidade de vida.
Visão compartilhada por outros experts com os quais conversamos na
29ª edição da Annual IHRSA International Convention & Trade Show, em San
Diego (EUA). No mais importante evento mundial do setor, bebemos diretamente na fonte e também mostramos que o Brasil está disposto a matar
a sede de muita gente. A inédita eleição de um latino-americano, brasileiro,
para compor o board da mais renomada entidade do trade nos próximos quatro anos retrata o salto em altura que demos, assim como fez Fabiana Mürer
recentemente, em um meeting indoor.
Inserimos de vez o Brasil no topo do pódio, ou melhor, nas principais rodas de negócios em um papel de referência que ninguém mais ousa questionar, o que é fruto também de uma composição entre nossa vocação natural
para a qualidade de vida e uma política macroeconômica tão bem empreendida e consolidada pelo governo e seus parceiros.
Os desdobramentos de tudo isso poderão ser conferidos de perto agora,
na 20ª edição da Fitness Brasil, em Santos, que funcionará como uma espécie
de termômetro do setor e promete quebrar todos os recordes quanto ao número de participantes e volume de negócios fechados. Mais de 80 mil pessoas
devem transitar por lá.
Por aqui, nós antecipamos algumas das novidades que estarão na feira: entrevistas com Johnny G, o pai do spinning, Álvaro Romano, o precursor da ginástica natural, e muitos outros assuntos. A Fitness Business está imperdível!
Boa leitura!
Waldyr Soares
Presidente do Instituto Fitness Brasil
6 Fitness Business | MAR/ABR 2010
FitnessBusiness
LATIN AMERICA
Conselho Editorial
Presidente Fitness Brasil: Waldyr Soares
CEO e Presidente da IHRSA: Joe Moore
Fitness Brasil Contato:
Gustavo de Almeida
[email protected]
IHRSA Contato:
Jacqueline Antunes
[email protected]
Projeto Editorial e Redação
Rua Sud Menucci, 154 – Vila Mariana
CEP: 04017-080 – São Paulo – SP – Brasil
Tel./Fax: (11)5080-9100
Diretora de redação:
Leila Gasparindo – MTB 23.449
[email protected]
Editora-chefe:
Helen Garcia – MTB 28.969
[email protected]
Editor:
Adriano Zanni – MTB 34.799
[email protected]
Colaboradores:
Bartira Betini, Fernando Stella, Francisco Arruda,
Juliana Lanzuolo, Patrícia Rodrigues, Simone Bernardes
e Vides Júnior
Projeto gráfico e diagramação:
Arthur Siqueira
Revisão:
Gisele C. Batista Rego
EDITORA
Editoração, Comercialização e Distribuição de
Publicações em Geral
Rua Brigadeiro Galvão, 34, sala 3 - Barra Funda
São Paulo / SP - CEP.: 01151-000
Diretor comercial
Romeu Gomes Paião Júnior
[email protected]
Financeiro e administrativo
Vivian Ingrid Ignácio
[email protected]
Assistente administrativo
Evandro Batista
[email protected]
Assistente editorial
João Paulo Reis
[email protected]
Assinaturas e relacionamento
Renata Moreira
[email protected]
Para assinar e/ou anunciar:
Fone: (11) 3662-4387
[email protected]
Impressão:
Intergraf
A Fitness Business Latin America é uma publicação bimestral da Fitness Brasil e IHRSA. É editada pela Trama
Comunicação que não se responsabiliza por informações, conceitos ou opiniões emitidos em artigos assinados, bem como pelo teor dos anúncios publicitários. A
tiragem desta edição, de 10 mil exemplares, é comprovada pela BDO Trevisan.
Parceiros Oficiais
MAR/ABR 2010 | FITNESS BUSINESS
7
termometro_
painel do leitor
Estou montando uma academia
de musculação para a melhor
idade. Gostaria de saber como
posso selecionar os aparelhos
ideais e mais adequados para
este público?
Roberto Peixoto de Araújo
Vitória - ES
Procure aparelhos que ofereçam
controle de amplitude e carga durante a
execução. O mais indicado é que você
procure equipamentos que reúnam
segurança, conforto, facilidade de uso e
funcionalidade. Foque naqueles modelos
que proporcionarão autonomia para
andar, subir escadas, carregar sacolas
e crianças, levantar-se de cadeiras e da
cama e arrumar a casa.
*Colaboração: Cleiton de Castro, pósgraduado em Fisiologia do Treinamento
Personalizado pela Unifesp/EPM e
atua como consultor e professor na
área de educação física, vendas e
atendimento fitness.
Você também pode participar desta seção!
Mande suas dúvidas para o e-mail
[email protected]
erramos
Na edição 45 da Fitness Business
(jan/fev), na editoria Eventos, matéria
“Calendário 2010”, na página 53,
cometemos um equívoco sobre à data
de realização da 10a edição da Fitness
Brasil Norte-Nordeste. O evento, na
verdade, está agendado para ocorrer
de 15 a 17 de outubro, em Salvador
(BA), e não no mês de setembro como
havia sido divulgado.
8 Fitness Business | MAR/ABR 2010
sobe e desce
Expansão internacional
A Track&Field, marca de moda esportiva, inaugurou sua primeira loja fora do Brasil.
O empreendimento está localizado em Manhattan, em Nova York, nos Estados Unidos.
O prédio, que possui 85 m², foi projetado pelo arquiteto brasileiro Arthur Casas e tem
como principal característica a disposição das peças em cápsulas que servem como
embalagens ecologicamente corretas, produzidas à base de plástico natural.
Feito inédito
O presidente da Cia Athletica, Richard Bilton,
foi eleito diretor do Conselho Superior de Administração
da IHRSA (International Health Racquet &
Sports Club Association). É a primeira vez que
um brasileiro se torna membro do board da
instituição. Richard Bilton, que participava como
Special Advisor America Latina, deve ficar no
cargo nos próximos 4 anos.
Diversão em primeiro lugar
Psicólogos da Universidade de Leeds, na Grã-Bretanha, descobriram que os adolescentes
preferem praticar exercícios que lhes trazem diversão em vez de benefícios para a saúde.
Ao todo, 128 adolescentes receberam mensagens de textos diariamente por duas
semanas. Uma parte deles recebeu mensagens ressaltando os tradicionais benefícios
da atividade física para a saúde, enquanto a outra parte recebeu textos com apelo mais
emocional. Entre os jovens do primeiro grupo, o aumento no nível de atividade física foi de
meia hora por semana. Já no segundo grupo, esse aumento foi de duas horas.
Obesidade é aliada da depressão
Pessoas obesas são mais propensas a desenvolver depressão, do mesmo modo que as
depressivas apresentam mais chances de tornarem-se obesas. É o que aponta o estudo
divulgado por especialistas do Centro Médico da Universidade de Leiden, na Holanda.
A pesquisa, que ouviu mais de 58 mil pessoas, revelou que a obesidade aumenta em
55% o risco de depressão em pessoas anteriormente não depressivas. Por outro lado, a
depressão aumenta em 58% o risco de pessoas com peso normal se tornarem obesas.
MAR/ABR 2010 | FITNESS BUSINESS
9
Entrevista
Johnny G
O reinventor
das pedaladas
Ele ganhou sua primeira bicicleta aos quatro anos. Apaixonou-se pelo presente,
porém sequer tinha a dimensão de que o objeto de desejo da infância iria ajudá-lo
a construir carreira. Johnny G, o pai do spinning, fala sobre empreendedorismo e
inovação na indústria do bem-estar
Por adriano zanni
q
uase todo menino brasileiro apaixona-se por futebol ao ganhar sua
primeira bola. Com esse sul-africano, a história foi um pouco diferente. Aos
quatros anos, Jonathan Goldberg receberia
uma bicicleta como presente. Era seu objeto de desejo. Mal sabia que, anos mais tarde, ela se tornaria também sua inseparável
companheira e iria ajudá-lo a construir uma
brilhante carreira como empreendedor e a
faturar alguns milhões de dólares.
Discriminado pelos colegas por ser um
menino disléxico, Jonathan percebeu que
a bike poderia ajudá-lo a vencer limites. Pedalava como ninguém. Ao viajar para os Estados Unidos, aos 24 anos, foi assaltado no
terceiro dia de sua estada. Perdeu tudo o que
tinha: dinheiro e documentos. Nunca mais
voltou para a África do Sul.
De um turista encantado com o verão californiano, tornou-se um morador das ruas
de Venice Beach. Mas sempre pensava que
se sobrevivesse a tudo, poderia enfrentar
qualquer adversidade no futuro. O primeiro
emprego foi numa academia em Los Angeles
onde estabeleceu relações com alguns profissionais do setor. Em 1987, chegava a hora de
10 Fitness Business | MAR/ABR 2010
realizar um grande sonho: voltar a pedalar e
participar de uma prova de ciclismo, a Race
Across America. Não conseguiu terminar.
Frustrado, pensou em uma maneira de
aprimorar seu condicionamento físico. Elaborou um programa de exercícios cardiovasculares, usando monitor cardíaco. Voltou a
treinar na estrada e inscreveu-se para a prova de 1989. Como havia chegado o inverno,
para não se afastar de casa, criou na garagem uma bicicleta estacionária, com a mesma geometria de sua bike. Reproduziu alguns exemplares e convidou os amigos para
treinarem com ele, ao som de muito rock.
Era o pontapé inicial, ou melhor, a pedalada
que levaria à criação do spinning, modalidade de aula difundida mundialmente.
Hoje, o obstinado Johnny G, como é
conhecido, dedica-se à difusão do Programa KRANKcycling, sua mais recente invenção e que promete contaminar o universo
dos mais de 10 milhões de praticantes do
ciclismo indoor no planeta. O amante das
bicicletas estará na 20ª edição da Fitness
Brasil Internacional, em Santos, e conversou conosco durante uma viagem de negócios à Turquia e ao Oriente Médio.
Divulgação
Passados tantos anos da criação do spinning,
como você analisa a prática do ciclismo indoor
nas academias?
Todos os relatórios que tenho dos proprietários de grandes clubes de saúde e de academias
é que esta atividade tem crescido e ainda está
se expandindo. Estima-se que 10 milhões de
pessoas participem diariamente de atividades
ligadas ao ciclismo indoor. Eu o vejo como um
elemento importante na indústria fitness, tanto
que os empreendimentos passaram agora a oferecer a bicicleta de ciclismo indoor também na
sala de musculação, e não mais apenas nas salas
de exercícios em grupo.
Atualmente, você concentra seus esforços na difusão do KRANKcycling. Quais as
inovações contidas no programa e no aparelho que lhe dá vida?
O KRANKcycle é um dos equipamentos mais
diversificados e abrangentes na indústria fitness.
O que o torna único são os braços krank independentes. Isto faz que um lado seja independente
do outro e ajuda a desenvolver a coordenação do
exercício, com muita variedade, deixando a prática
divertida, excitante. O exercício rotacional para os
membros superiores dá ao usuário a possibilidade
de fortalecer o treinamento e o condicionamento
cardiovascular. A fusão de treinamento usando o
KRANKcycle por 20 minutos e a bicicleta indoor é
a maneira mais completa de conseguir bom condicionamento físico, perder peso e manter-se saudável. É o equipamento ideal para diminuir lesões,
para mulheres grávidas e pessoas idosas. Para os
obesos, ajuda a tirar a pressão das pernas e permite a eles conseguirem um grande rendimento com
vistas à perda de peso. O assento do KRANKcycle
é removível para permitir que alguém em uma
cadeira de rodas suba nele e consiga se exercitar.
Uma coisa que eu nunca sonhei ser possível.
Como surgiu o projeto?
Ele foi criado após observar um hand-cycle
feito à mão, em 2002, em um evento de spinning
que organizei. Uma jovem de 14 anos pedalava
perto de mim. Eu perguntei a ela se podia testar sua engenhoca. Fiquei admirado e vi que um
dia isso poderia ser uma máquina dos sonhos se
ela passasse por um processo de reengenharia
com braços krank independentes. Levei o estudo
adiante e deu certo.
MAR/ABR 2010 | FITNESS BUSINESS
11
Divulgação
Entrevista Johnny G
Ao lado de sua mais nova “engenhoca”, o KRANKcycle, Johnny G aposta na expansão do mercado fitness brasileiro
Você é um grande empreendedor da indústria do bem-estar.
Qual a estratégia de negócios para
difundir uma nova modalidade?
Eu busco parcerias e uno forças
com empresas que são expoentes na
indústria de fabricação de equipamentos esportivos, como a Johnson Health
Tech. Porém, a máquina não pode ser
desvinculada do treinamento de qualidade. O programa oferecido dá vida à
peça de metal. Em nível prático, investi pesado, por exemplo, na elaboração
do KRANKcycle, usando meus próprios
recursos, criando 220 protótipos e 60
instalações de teste pelos Estados Unidos. Eu fiz testes por dois anos consecutivos, antes de partir em busca de um
parceiro adequado. Outro elementochave para o sucesso é ter um reconhecimento de marca consolidado.
O cenário fitness é um meio em
constante processo de atualização.
Em sua opinião, qual o passo a passo que um empresário do setor deve
seguir quando deseja implementar
uma ideia no mercado?
Todos possuem suas próprias ideias
12 Fitness Business | MAR/ABR 2010
e opiniões. Há muitas maneiras de levar
isso adiante. Mas a maioria das fórmulas de sucesso é parecida. A longevidade é algo em evidência nos dias atuais.
É com esse conceito que queremos trabalhar. O produto deve ter um valor e
um sentimento forte por trás, alguma
coisa que leve você a tornar-se dedicado e apaixonado por aquilo. Se você
tiver experiência, uma boa filosofia e
um método que funcione, isso pode
ser um bom começo. O único obstáculo
seja talvez que você precisa ter força e
coragem suficientes para transformar
a vida de um ser humano que passará
a lidar com seu produto ou serviço, ao
mesmo tempo em que isso possa significar para o empresário começar algo do
zero. Mas é preciso arriscar para ver o
próximo passo.
Quais as tendências predominantes na atividade física realizada dentro das academias?
Após viajar para a Alemanha, Turquia, Itália, Espanha, Reino Unido e Holanda, observei que a principal tendência nas academias é o chamado fitness
express. São vinte minutos de exercícios
rápidos e intensos. Há
um movimento crescente
no qual as academias e os
personal trainers estão levando seus clientes a estas atividades nas quais você não
tem de estar em uma sala de
exercícios em grupo. Fusão
e treinamento de circuito
estão no auge dentro desse
conceito. Embora muitos
defendam que se exercitar
sozinho represente um tédio, além de haver inúmeras
possibilidades de falhas nos
treinamentos, a indústria do
bem-estar está criando fórmulas para promover maior
rendimento aos cidadãos
que não querem esperar pelas práticas em grupo.
O Brasil é hoje o segundo
mercado mundial em número de
academias e praticantes de atividades físicas. Que paralelos o senhor pode traçar entre a realidade brasileira e aquela vivenciada
no exterior?
O mercado fitness no Brasil é incrível. Desde o meu primeiro contato
com as academias do País, 11 anos
atrás, pude conferir o enorme potencial de mercado que vocês possuem.
Logo de cara, nós fizemos o primeiro
ride, “Alcançando as Estrelas”, com minha equipe em um heliponto em São
Paulo – o primeiro evento dessa natureza no mundo – e também no topo de
uma montanha em Niterói (RJ). Uma
lembrança ímpar em todos esses anos.
É um dos poucos países em que os
treinadores precisam ter um diploma
universitário para poderem atuar. Isso
deve ser exemplo para todos. Eu tenho sonhado com o Brasil desde 2004.
Estou muito animado e ansioso pelos
momentos incríveis que certamente
terei em Santos (SP). E vou me programar para surfar em Maresias, no litoral norte.
MAR/ABR
JAN/FEV 2010 | FITNESS BUSINESS
13
29th Annual IHRSA International Convention & Trade Show
fotos: The photo group
especial
Brasil é destaque
na 29ª edição da IHRSA
Fórum latino-americano
sobre políticas salariais
e legislação trabalhista
ligadas ao bem-estar
movimentou o maior
evento mundial do setor,
apresentando discussões
aos proprietários e gestores
de academias, trazidas por
debatedores brasileiros e de
países vizinhos
Por Adriano Zanni
com colaboração de Jacqueline Antunes
14 Fitness Business | MAR/ABR 2010
t
ão afinada quanto a guitarra de
Joe Moore, empunhada durante um dos eventos que integraram a 29ª edição da Annual IHRSA International Convention & Trade Show, em
San Diego (EUA), foi a participação de
representantes brasileiros da indústria
de fitness e bem-estar no maior evento
mundial de negócios, do setor que teve
seu encerramento no dia 13 de março.
Proprietários de academias, diretores, gerentes, consultores, líderes empresariais e educadores físicos foram
à Califórnia para conhecer de perto as
principais tendências, ligadas tanto em
termos de equipamentos e programas
de aula, como em relação às práticas
bem-sucedidas de gestão. Destaque
para o “Fórum Latino-Americano: indicadores, políticas salariais e legislação
trabalhista”, patrocinado pela Fitness
Brasil e que integrou oficialmente a
programação da feira.
Guillermo Vélez, diretor editorial
da revista Mercado Fitness e a advogada
brasileira Joana Doin exibiram um panorama do cenário fitness na América
Latina focado nas questões trabalhistas e salariais e apresentaram soluções
adotadas em alguns países que poderiam ser transpostas para outros. Mais
de 120 latino-americanos, entre CEOs,
diretores e gerentes de academias, bem
como empresas de equipamentos estavam na plateia, além de convidados do
mundo todo.
Evento contou com a participação de representantes de 77 países, entre eles, um grupo de brasileiros proprietários de academias em Minas Gerais (foto à direita)
“Benchmarking” necessário
Um grupo de nove proprietários de
academias em Minas Gerais, apoiado
pelo Sebrae-MG, realizou visitas técnicas a academias de San Diego e Los
Angeles, além de participar da convenção e trade show. Os empresários,
provenientes de cidades como Uberlândia, Patos de Minas, Patrocínio e
Araxá, mostraram-se satisfeitos com o
benchmarking e empolgados em implementar algumas filosofias de negócios
em suas academias, adaptando-as à realidade brasileira.
“O evento ocorreu com muita
energia e entusiasmo, como era de
se esperar. O Brasil, definitivamente, é a bola da vez no setor. Prova
disso é a eleição de Richard Bilton,
diretor da Companhia Athletica,
como diretor do Conselho Superior
de Administração da IHRSA. Ele deverá permanecer no cargo por quatro
anos e isso abre mais um canal para
o estreitamento de laços com a entidade e outros países”, opina Waldyr
Soares, presidente da Fitness Brasil
e homenageado pela organização do
evento em solenidade especial.
CEO da IHRSA, durante o encerramento da 29ª edição do evento.
Outros temas como licença para o
uso de música nas academias, certificações profissionais e iniciativas de
promoção da saúde também integraram a lista dos assuntos mais debatidos durante encontro entre federações
e associações da indústria fitness/
wellness de 22 países.
Moore, que era integrante de uma
banda de rock quando jovem, surpreendeu os participantes quando subiu ao
palco, tocando guitarra, ao vivo. Acompanhado pelo Conselho de Administração
da própria entidade, entoou a canção “O
mundo está se exercitando com a IHRSA”,
de autoria própria. Arrancou aplausos da
galera em um instante que pode não entrar para o cenário da música mundial,
mas certamente ficará registrado como
um dos melhores momentos da feira.
“Gostaria de estender meu profundo agradecimento a todos os participantes de 77 países, expositores, patrocinadores e palestrantes. O evento
confirmou nosso compromisso com o
crescimento da indústria global, focando nos fundamentos que permitirão o
sucesso”, disse Joe Moore, presidente e
O evento terminou em grande estilo com uma recepção a bordo do navio
San Diego Harbor Excursions pelo Oceano
Pacífico, com vista do mar para toda a
cidade. Ano que vem tem mais: 30 anos
de convenção e trade show, entre 16 e 19
de março, em São Francisco, Califórnia
(EUA). See you!
MAR/ABR 2010 | FITNESS BUSINESS
15
eventos
20 anos: Fitness Brasil Internacional
E o fitness reinventou
sua própria roda...
... tornou-se bem-estar, consolidou-se como
um “big business” e profissionalizou-se para
a era do conhecimento. Maior feira do
setor da América Latina completa 20 anos
com o desafio de democratizar o acesso à
informação sobre qualidade de vida
Por adriano zanni
16 Fitness Business | MAR/ABR 2010
i
magine-se no final da década de 1980. O
Brasil realizava as chamadas “Diretas Já”.
Figueiredo preparava a transição do regime militar para a nova democracia, conclamada
pelo povo. Em 88, a nova Constituição Federal
era promulgada. Os parlamentares voltavam a
falar sobre direitos humanos e liberdade de expressão. Um ano mais tarde, seria derrubado o
Muro de Berlim. Não havia o Iphone de Steve
Jobs, nem o Google, sequer as pessoas tinham
e-mail. Tudo se resolvia por telefone ou fax.
MAR/ABR 2010 | FITNESS BUSINESS
17
eventos
20 anos: Fitness Brasil Internacional
há 20 anos,
tudo beirava o
amadorismo.
Falava-se apenas
na aeróbica de
competição e
no pessoal da
‘maromba’
waldyr soares,
fitness brasil
Mais que nostálgico, o cenário ilustra o maremoto sócio-político-econômico pelo qual o mundo atravessou em
apenas duas décadas. Naquele momento, os negócios possuíam filosofias diferentes de caminhar: eram estanques em
seus segmentos e priorizavam o boicote
no repasse de informações, uma vez que
os canais de divulgação estavam concentrados nas mãos de poucos grupos.
Vinte anos mais tarde, o mundo pulveriza informações; tornou-se cruelmente dinâmico, principalmente para quem
ainda vive preso a este passado. Surgiram
os big business, grandes conglomerados
de negócios que integram os mais variados nichos. Quando a Fitness Brasil, mais
importante evento do setor da América
Latina, deu o pontapé inicial em suas
atividades, em meados de 1990, poucos
eram os visionários que apostavam na
indústria do bem-estar como agente catalisador de investimentos.
“Tudo beirava o amadorismo. Falava-se apenas na aeróbica de competição
e no pessoal da ‘maromba’. No Brasil,
por exemplo, não havia sequer uma
entidade com experiência na organização de eventos na área. A única exceção
era uma iniciativa em Poços de Caldas
(MG) que costumava reunir educadores físicos, jovens, com o objetivo mais
de confraternização do que de aperfeiçoamento. Foi quando realizamos um
1ª fitness brasil
18 Fitness Business | MAR/ABR 2010
benchmarking e decidimos profissionalizar o setor”, conta Waldyr Soares, presidente do Instituto Fitness Brasil e um
dos precursores do movimento.
O empresário lembra que, na primeira edição do evento, havia apenas
320 inscritos, sendo que os investimentos chegaram a modestos R$ 10 mil, boa
parte deles para a aquisição da chancela
de um evento norte-americano de sucesso, o Idea-USA, que apresentava em
sua fórmula um viés técnico e já era amplamente difundido.
“Lançamos a Fitness Brasil em parceria com a Universidade de São Paulo
(USP). Na segunda edição, constatamos
a necessidade de mudar de local, pois
era preciso concentrar os profissionais
em uma cidade que respirasse qualidade
de vida. Foi quando fizemos um acordo
com o Sesc e com a Prefeitura Municipal
de Santos. O município reunia condições para abrigar a feira e uma imagem
em saúde pública que precisava ser mudada. Sendo assim, era bom para ambas
as partes. No segundo ano, já eram 850
participantes”, lembra Soares.
Em 2010, são esperadas cerca de 80
mil pessoas para os quatro dias de evento, que se estende de 29 de abril a 2 de
maio, no Mendes Convention Center, no
Sesc, na Universidade Metropolitana de
Santos (Unimes) e na Academia Unique.
5ª fitness brasil
O guarda-chuva
Waldyr Soares explica ainda que a
Fitness Brasil foi um dos acontecimentos mais importantes para o mercado de
educação profissional e para a indústria
brasileira. A estrutura de negócios oferecida pela feira e a grade de programação
ditam tendências. “Definitivamente, o
Brasil passou a criar a moda do cenário. O mundo está voltado para cá. O
professor de educação física mudou seu
comportamento e seu grau de conhecimento. O foco agora é a democratização
do acesso à informação que proporcione
qualidade de vida à imensa parcela da
população que ainda está à margem desse processo todo”, salienta.
Mônica Yukie Kuwahara, economista e professora da Universidade
Presbiteriana Mackenzie, concorda
com Soares e diz que o aumento da
longevidade da população brasileira
está associado intimamente ao incremento da renda, à maior oferta de
serviços, inclusive com o aumento de
especialidades na área de saúde direcionadas às pessoas da chamada “terceira idade” e às populações especiais,
o que abre possibilidades.
Para a coordenadora do Núcleo de
Pesquisas em Qualidade de Vida, a
preocupação com o bem-estar é mais
que o acesso a bens e serviços. “É, segundo a definição do Nobel em Econo-
10ª fitness brasil
mia, Amartya Sen, a possibilidade e as
condições efetivas de poder escolher
e ser feliz. Nesse caminho, terapias
alternativas, alimentos diferenciados,
serviços especializados, academias
para atividades esportivas são exemplos de novos negócios que têm apresentado uma oferta cada vez maior.
Mas, na maior parte dos casos, atendem a um público consumidor abastado que ainda é minoria no País. Isso
dá ideia do potencial que existe pela
frente”, acrescenta.
320
foi o número de
inscritos na
1ª edição da fitness
brasil. um ano mais
tarde, já eram
850
participantes
O guarda-chuva abre-se ainda mais
quando se pensa no marketing de causa que tem levado grandes empresas
a associarem suas marcas ao conceito
wellness. “As organizações são constituídas por pessoas, compram de outras empresas que são gerenciadas por
pessoas e vendem produtos e serviços
para pessoas. E seres humanos querem
e precisam de realização, precisam ser
felizes. É um passo importante encarar o sucesso de uma empresa ou
de um trabalhador a partir de outros
parâmetros que não apenas seu resultado em termos de produtos. Pode ser
que essa seja mesmo uma nova onda”,
completa Mônica.
Minha praia é aqui
Quem frequenta essa enseada,
desde os tempos do longboard, também se revela otimista com as pers-
15ª fitness brasil
MAR/ABR 2010 | FITNESS BUSINESS
19
20 anos: Fitness Brasil Internacional
val luna
eventos
Em 2009, evento contou com mais de 60 mil visitantes. Uma das atrações do trade show foram os estúdios de Pilates
pectivas apresentadas. Para Mauro
Guiselini, do Instituto Runner, presença constante na Fitness Brasil desde
as primeiras edições do evento, o próprio interesse dos alunos de educação
física, que foi se modificando, contribuiu para o insight de novas demandas
de mercado e para evolução das modalidades de exercícios rumo ao yoga,
Pilates e, mais recentemente, treinamento funcional.
“Criamos a chamada aldeia global
do bem-estar. Nunca imaginamos chegar a este nível. Todos se comunicando
a uma velocidade incrível e isso proporcionando o intercâmbio de ideias
inovadoras”, ratifica a colega de profissão Mônica Tagliari, uma das renomadas profissionais escaladas para a 20ª
edição da Fitness Brasil.
Inélia Garcia, diretora do The Pilates Studio Brasil, há 17 anos presente
na feira, projeta que a próxima década
20 Fitness Business | MAR/ABR 2010
revelará um crescimento espantoso das
atividades que integram corpo, mente
e espírito. “Será uma abordagem relacional importante nos rumos das tendências que estão por vir. Do auge da
aeróbica para hoje, foi um salto sem
precedentes nesse sentido”, diz a precursora do método Pilates no País.
Para Mônica Marques, diretora técnica e sócia-proprietária da Companhia
Athletica, o segmento de academias encontra-se consolidado e o conhecimento do setor já é produzido e reproduzido nas universidades brasileiras, em
convenções de grande porte e em meios
eletrônicos, telepresenciais e on-line.
“O nosso desafio é, claramente, conquistar o devido reconhecimento como
promotores de saúde profilática junto à
população e aos setores médicos e governamentais, oferecendo ao mercado
aulas e programas cada vez mais individualizados e focados nos resultados
almejados pelo cliente”, dispara.
“Se formos comparar à realidade
dos Estados Unidos, onde temos o
maior número de academias, podemos
dizer que os norte-americanos têm a
indústria nas mãos, mas não têm o
wellness em seu DNA. Eles detêm tecnologia, mas o brasileiro tem o motivacional, a criatividade. Ainda mais
agora, em um período pós-crise, em
que a indústria está tentando se reerguer, todos estão buscando soluções
criativas. E nós somos a cara, a alma
e os músculos desse setor”, comemora
Waldyr Soares.
Informe-se
20ª Fitness Brasil Internacional
De 29 de abril a 2 de maio
Mendes Convention Center
Santos - São Paulo
Inscrições: www.fitnessbrasil.com.br
MAR/ABR 2010 | FITNESS BUSINESS
21
gestão
Como oferecer serviços diferenciados
O tempero
de que o
cliente gosta
shutterstock
Antes de inovar, aplique
pesquisas e analise a
rotina dos consumidores.
Capte suas necessidades e
desejos. Esses recursos ajudam
a fidelizar o público e garantem o
sucesso de seu negócio
Por Juliana Lanzuolo
e
m um mercado equalizado em
técnicas de venda, equipamentos, alta tecnologia e muita
informação e que, aparentemente,
atende a todos os gostos, trilhar um
caminho novo e acertar em cheio, no
alvo, parece desafiador. Das pequenas empresas aos grandes empreendimentos, todos procuram atender
às necessidades básicas do cliente,
que exige, entre outras coisas, localização acessível, bons profissionais
e ótima estrutura.
Para Gilberto Cavicchioli, professor de Marketing de Serviços e
Gestão de Pessoas da área de PósGraduação da Escola Superior de
Propaganda e Marketing (ESPM),
22 Fitness Business | MAR/ABR 2010
a implementação de recursos tecnológicos é importante, pois o público do setor fitness quer conforto e
luxo, mas o empresário deve voltar
uma atenção especial ao atendimento e relacionamento com o cliente, o
que ele mesmo define como um dos
pilares de sustentação do marketing
de serviços.
“O que diferencia hoje é o ambiente, as sensações que o usuário pode
vivenciar dentro ele. Os cinco sentidos também compõem a arquitetura
do negócio. O projeto deve ir além
do visual para considerar também o
cheiro, os sons que ele vai ouvir e o
tipo de serviço único, ímpar, que ele
vai receber”, acrescenta Patrícia Tota-
ro, arquiteta responsável pelo projeto
da Club Unique, em Brasília (DF).
Eleita pela imprensa estrangeira
como uma das academias que possui
o design mais diferenciado do mundo,
o empreendimento atende três públicos específicos: gestantes, crianças e
recém-nascidos por meio do Projeto
Bebê, que contempla aulas de música,
arte e psicomotricidade.
O Kid’s Club, outro diferencial do
negócio, garante total privacidade às
crianças, com recepção e acesso exclusivos que os separam da convivência com
os adultos, além das salas com temática
infantil e funcionários especializados.
“Nosso ponto de partida foi a segurança. Mas, ao reservar um lugar cativo aos pequenos alunos, com vestiário
particular para meninos e meninas,
cuidamos também da saúde íntima,
higiene, além de preservar a identidade deles, pois evitamos que tenham
contato com determinados assuntos e
situações que lhes sejam inconvenientes”, conta Diogo Salim, proprietário
da Unique Family Fitness Club.
Ele conta que 70% de seus clientes
não gostam de academias e associam
o lugar a ambientes abafados e apertados. Por isso, essas são algumas das
iniciativas que fortalecem a marca que
se autointitula a “academia da família”.
Humanize as novidades
A relevância no quesito prestação
de serviços deixou de estabelecer tantos vínculos com o maquinário, com as
questões burocráticas, para atender a
vontade do cliente. “A palavra design foi
substituída por ser humano. O ideal,
então, é investigar as necessidades e
gilberto cavicchioli, da escola superior de propaganda e marketing (espm), aponta algumas atitudes que
esbarram diretamente no atendimento e influenciam na qualidade de serviços prestados:
shutterstock
Situação
Proposta
Quando as faltas à academia forem
frequentes
Mantenha os cadastros atualizados e
disponibilize uma lista de presença para
que o cliente seja avisado. Ele vai gostar
de saber que a academia está atenta a ele
Durante a consulta que atesta
condicionamento físico
Esta consulta já é uma prestação de
serviço. O avaliador lida com timidez,
obesidade, entre outras particularidades
do aluno. Aqui vale um treinamento em
gestão de pessoas para que o profissional
adeque seu atendimento ao perfil em
questão
Planos muito rígidos
Oferecer flexibilidade de horários em
função do perfil do aluno
Local asseado
Atenção com higiene, segurança e
treinamento de pessoas. “Vejo empresas
muito sofisticadas que pecam no
atendimento à recepção. A linguagem
e a forma como o funcionário conduz o
cliente fazem toda a diferença.”
MAR/ABR 2010 | FITNESS BUSINESS
23
gestão
Como oferecer serviços diferenciados
shutterst
ock
desejos dos alunos. Trata-se
de projeto de serviço, mas ligado ao ser humano”, explica
Tennyson Pinheiro, diretor
da Live Work, referência
em design de serviços no
mundo, agora com sede
no Brasil.
Segundo consultores, o empresário
deve partir do princípio de que o cliente
vai reservar algumas horas de seu
dia para malhar,
mas também vê a academia como um espaço de convivência,
networking e lazer. “Não adianta gastar
com equipamentos e ações sem que o
público reconheça aquilo como valor
agregado. Toda benfeitoria no estabelecimento deve ter o aluno como coautor
da ideia. Esta é uma grande jogada que
contribui para o processo de fidelização”, orienta Gilberto Cavicchioli.
24 Fitness Business | MAR/ABR 2010
que ambiente ele quer
estar ao praticar atividade
física? São essas proposições que devem
importar ao empresário antes mesmo de
dar início ao projeto. Pois o grande acerto
é o estudo de público”, exalta Patrícia.
Cavicchioli chama atenção ainda
para as pesquisas de opinião e não
descarta sua importância; porém,
recomenda que elas não sejam muito
extensas e cansativas. “Nem sempre
o cliente sabe o que quer, então, solte
periodicamente um questionário
que não deve ter mais que cinco
perguntas e inclua possíveis serviços e
ideias novas para que ele eleja a mais
adequada”, sugere.
“Procuramos entender o status de
como está e para onde o cliente precisa
ir. É importante capacitar o empresário
primeiro para que ele compreenda a importância de inovar e depois como fazer
para inovar. Não é apenas um processo
consultivo de demonstrar ações ideais,
mas você realmente envolve esse empresário no processo de construção de
valor para que ele consiga, ao final, propor soluções junto até com seu cliente”,
completa Tennyson.
Dinheiro em caixa ou a lealdade?
No entanto, a questão financeira
ainda tira o sono dos empresários do
setor. Muitos ainda traçam estratégias
focadas no balanço de fechamento,
pensam sobre como diminuir os custos
e se rentabilizar. Patrícia e Tennyson, no
entanto, ressalvam que o foco de sucesso
no cenário do bem-estar é alinhar sua
marca ao perfil do cliente. “Quem é o
seu aluno? Quanto ele quer gastar? Em
Uma pesquisa feita com mais de 4
mil praticantes de atividade física concluiu que o processo de lealdade do aluno de uma academia tem início a partir
de 8 ou 9 meses de relacionamento com
a marca. “As ideias têm de nascer do
cliente; a gente testa a viabilidade técnica e econômica. Mas elas partem essencialmente do estudo do comportamento
e da relação desse cliente com o mercado”, diz Tennyson.
MAR/ABR 2010 | FITNESS BUSINESS
25
caso de
sucesso
Flávio Bueno
A ocasião
faz o inventor
Aos 16 anos, considerava-se obeso. Foi quando pintou o interesse em melhorar
a autoestima por meio da prática de exercícios. Gostou tanto, que foi cursar
Educação Física. Ainda como estagiário, deparou-se com a necessidade de alguns
alunos em controlar suas séries de musculação. Incorporou de vez o Professor
Pardal e criou uma engenhoca que vem conquistando o mercado. De lá para
cá, não parou mais. “Sou obcecado por empreender”, assim se autodefine Flávio
Bueno, 28 anos, o inventor do Personal Counter
Por adriano zanni
Patinho Feio
Sou o caçula de uma família com
três irmãos. Nasci em Porto Alegre (RS),
onde me formei em Educação Física.
O interesse pela área esportiva surgiu
na adolescência. Era obeso e cheguei a
pesar 110 kg e tinha 1,75 m de altura.
Isso aos 16 anos. Eu era muito ansioso e
descontava tudo na alimentação. Nunca
me importei em ter um corpo perfeito
ou com a qualidade de vida. Mas chegou
uma hora em que resolvi me cuidar. Meu
pai me matriculou no jiu-jítsu, uma vez
que precisava deixar o sedentarismo de
lado. Depois de anos de treinamento,
perdi 45 kg, juntamente com o trabalho
de musculação e reeducação alimentar.
O esporte canalizou minha ansiedade e
me fez descobrir o caminho profissional.
26 Fitness Business | MAR/ABR 2010
Não à inércia
Quando cheguei à universidade, não me acomodei.
Sempre me interessei
em criar coisas, mesmo porque eu não
queria ser apenas
mais um professor de
academia. Queria me
sentir melhor remunerado. A faculdade não nos
prepara para sermos empreendedores. Acho esse um
grande equívoco. Somente onde
estudei, são 4 mil alunos de Educação Física, ou seja, há um mercado em saturação e precisamos encontrar soluções que
desafoguem isso. Esse cenário despertou
minha vocação empreendedora.
Divulgação
Divulgação
Eu observava que os alunos se atrapalhavam na contagem das séries de exercícios e não esperavam o tempo necessário
entre um aparelho e outro. Então, pensei:
preciso inventar algo para auxiliar este
usuário. Foi quando decidi vender minha
parte no negócio por R$ 25 mil para colocar dinheiro nos projetos. Investi tudo
nas pesquisas que resultariam no lançamento do Personal Counter.
Professor Pardal
Enquanto ainda era estagiário, montei
um estúdio para dar aulas como personal
trainer juntamente com um sócio. Trabalhava muito, mas as contas do mês não
fechavam. Meu salário na época girava em
torno de R$ 1.500. Morava com meus pais
ainda, mas queria sair de casa e não tinha
condições. Como sou apaixonado pelo que
faço, comecei a pensar em invenções que
agregassem valor a minha área de atuação
e pudessem me abrir caminhos.
Além dos croquis
Como não tinha conhecimento algum na área de tecnologia, aliei-me a
um técnico em eletrônica, amigo de
infância. Foram quatro anos desde a
concepção da ideia até a venda da primeira unidade. Foram mais de R$ 100
mil no desenvolvimento do projeto,
quatro vezes o que havia planejado. O
primeiro lote fabricado tinha apenas
mil aparelhos. Depois disso, cheguei a
produzir mais 5 mil unidades. Agora,
estou procurando parcerias para fabricá-lo em grande escala e partir rumo
ao mercado internacional. Fui procurado por grandes portais de vendas no
Brasil, mas ainda não consigo atender
a demanda que eles querem.
Senso de paternidade
Minha empresa existe há seis
anos, mas ainda engatinha. A produção do aparelho é toda terceirizada. O custo para fabricação é de R$
40. O produto sai por R$ 149 para o
consumidor final. O lucro com este
segundo lote de 5 mil unidades foi
de cerca de R$ 60 mil, mas isso não
cobre ainda os investimentos que fiz.
A patente do aparelho é minha. Já expus o produto na Alemanha, em uma
feira do setor. Quiseram comprar minha ideia, mas me ofereceram muito
pouco. Nada além de 20 mil euros.
Recusei na hora. O Personal Counter é
como um filho para mim. Vê-lo aplicado em uma academia é muito gratificante. Agora, estudo a viabilidade
de produzir uma versão como relógio
de pulso. A pessoa poderá se deslocar
na academia sem precisar do aparelho
instalado nos equipamentos. Vou levar adiante o rótulo de Professor Pardal que, aliás, nunca me incomodou.
Cheguei a inventar um aparelho celular que recarregava a energia solar.
Mas não foi para frente por dificuldades de negociação.
Receita de bolo
Acho que todo inventor deve ser um
pouquinho obcecado. Tem de ralar mesmo, estudar, se ausentar de compromissos pessoais. Se fosse para começar de
novo, talvez faria um pouco diferente.
Ouviria menos algumas pessoas e desenvolveria meu projeto mais por minhas próprias pernas, porém com um
plano de negócios sólido, apoiado em
alguma incubadora. O que posso dizer é
que inovar sempre vale a pena, mas requer perseverança e paciência.
MAR/ABR 2010 | FITNESS BUSINESS
27
28 Fitness Business | MAR/ABR 2010
MAR/ABR 2010 | FITNESS BUSINESS
29
Jukari Fit to Fly
Divulgação
inovação
O circo dentro
da academia
n
unca foi segredo para ninguém: a
atividade circense, além de lúdica, roporciona condicionamento
físico invejável e melhor postura a seus
praticantes. No entanto, o que pouca gente
vislumbrava, sobretudo no cenário fitness,
era a abertura de novas frentes de negócios
capazes de reunir a experiência de trapezistas, malabaristas e outros profissionais
do picadeiro e os conceitos de qualidade de
vida difundidos pelos educadores físicos.
Vislumbrava! Pois a Reebok Sports Club
acaba de trazer com exclusividade para o
Brasil uma novidade em seu pacote de aulas, direcionada especialmente para o público feminino e que promete ser o trampolim,
ou melhor, o trapézio que irá alavancar novas alunas em busca de experiências únicas.
Não se assuste se, ao transitar pelas dependências da unidade da Vila Olímpia, na
zona sul de São Paulo, observar um grupo
de alunas “voando” de lá para cá por intermédio de estruturas fixadas no teto. A
30 Fitness Business | MAR/ABR 2010
Reebok Sports Club estabelece parceria
com Cirque du Soleil e oferece nova
modalidade de aulas para mulheres, que
tem como base os movimentos do trapézio
Por patrícia rodrigues
Jukari Fit to Fly é a mais recente aposta da
rede de academias e possibilita um treinamento funcional trabalhado em um ângulo
de 360 graus. Com um treino lúdico, o método usa a própria força para sair do chão
e retornar ao mesmo ponto, tonificando os
músculos do corpo inteiro e, principalmente, desenvolvendo a consciência corporal.
A aula foi desenvolvida pela Reebok
International em parceria com o Cirque du
Soleil, outro nome de peso em matéria de
originalidade e qualidade. No começo de
2008, as duas marcas reuniram-se com um
único objetivo: tornar o exercício divertido e atraente aos olhos das consumidoras.
Após oito meses de estudos e testes rigorosos, a Jukari Fit to Fly estava pronta. Os investimentos para adequação da sala de aula
na unidade da Vila Olímpia, treinamentos
dos professores e material para lançamento
da nova modalidade somaram R$ 420 mil.
“Nós temos uma grande tradição na
área do esporte feminino e o Cirque du
Soleil é mundialmente conhecido por sua
criatividade e inovação. Juntos, a combinação de um DNA único, criou esta
preciosa parceria que vai mudar a forma
como as mulheres encaram a atividade
física”, diz José Otávio Marfará, sócioproprietário da Reebok Sports Club.
Como funciona
Baseada nas performances do show
Cirque du Soleil, a sala de aula da Reebok
Sports Club foi devidamente equipada
com o Flyset, equipamento único na indústria fitness que permite a combinação
da dança no trapézio e o condicionamento em suspensão. Com dois cabos suspensos, barra e leg straps, utiliza o peso
do corpo do aluno contra a gravidade. A
nova aula tem 60 minutos. O aquecimento de cinco a sete minutos é um ensaio
dos principais movimentos e alongamentos. A parte principal conta com 40 minutos de atividade cardiovascular e exercícios de força, onde a aluna tem a sensação
de voar no trapézio.
A RÁDIOACADEMIA cria para sua
academia uma programação
musical inteligente, que muda e
acompanha o perfil do seu público e
suas variações no decorrer do dia,
proporcionando um ambiente ainda
mais agradável, contagiante e
dinâmico o ano todo.
POWER VISION
Para turbinar ainda mais a sua RÁDIOACADEMIA,
você conta com o Power Vision, que integra seu
sistema de som com as TVs da sua academia,
transformando sua rádio em um poderoso
sistema de comunicação e entretenimento
audiovisual, trazendo mais resultados às suas
ações de fidelização e marketing.
Proporcione maior interatividade entre os alunos e entre a
própria academia, tornando-a um lazer diário e indispensável
na vida do seu aluno!
Tel: 11 5572-7716 - [email protected] - www.listenx.com.br
JAN/FEV 2010 | FITNESS BUSINESS
31
mercado &
tendências Novos designs
O design que chega
às telinhas de TV
Divulgação
Divulgação
Fabricante de equipamentos
investe em projetos diferenciados
para atrair consumidores e
conquista novas parcerias que
contribuem para divulgação da
marca em âmbito nacional
Por Simone Bernardes
n
ão se assuste se, ao ligar a tevê,
no horário da novela das oito,
visualizar uma esteira ou uma
bike da Profitness na academia onde
Carlos e Betina – personagens vividos
pelos atores Carlos Casagrande e Letícia
Spiller, na atual novela das oito – se exercitam regularmente. A fabricante com
sede em Ribeirão Preto (SP), interior de
São Paulo, cedeu equipamentos por comodato para comporem a cenografia de
algumas novelas da Rede Globo.
A estratégia é a de aumentar a visibilidade dos aparelhos de ginástica
com design dife re nc i ad o
e, com isso,
despertar
olhares de potenciais consumidores.
A exposição pode
ser
considerada
também fruto do
32 Fitness Business | MAR/ABR 2010
reposicionamento de
mercado empreendido pela fabricante há três anos, quando
os gestores da empresa decidiram mudar
estratégias de negócio com base em pesquisas que apontavam as reais necessidades de seus clientes.
A busca por parceiros e fornecedores
foi outro passo determinante para essa
mudança de cultura, juntamente com o
envolvimento dos funcionários, cada um
em sua especialidade. Hoje, nada é produzido sem um forte apelo ao design, tudo
para atender a academias de alto padrão.
“Como o formato da academia ideal
já está consolidado pelo próprio mercado, decidimos que deveríamos produzir
uma linha completa de equipamentos
que estivesse totalmente dentro desse
conceito, porém com preços atrativos,
inovações inteligentes e que criassem
soluções definitivas com valor agregado. Nesse processo de criação, nenhuma
ideia, por mais absurda que fosse, chegou a ser descartada. O trabalho se deu
intensamente no debate e na viabilização dos recursos necessários, e o
resultado foi para lá de satisfatório”, diz Roberto Abdala,
CEO da Profitness.
Na onda de oferecer equipamentos com linhas mais contemporâneas
e arrojadas, a Profitness lançou uma
enxurrada de aparelhos no mercado:
primeiramente, veio a esteira Wega e,
na sequência, a Bike Nooxi, o complemento da linha de cardio – com bikes
ergométricas, elípticos e a nova esteira
Sirius, a linha de musculação Origym e
o sistema de ajustes Jet Set, para regulagem automática de estofamentos em
bikes e máquinas de musculação. “Para
2010, pretendemos continuar investindo em pesquisa e desenvolvimento.
Novos produtos também serão lançados”, afirma Abdala.
MAR/ABR 2010 | FITNESS BUSINESS
33
FuteBio
Futebol impulsiona
Divulgação
inovação
surgimento de modalidades
A paixão pelo esporte mais popular do planeta e a proximidade com a Copa do Mundo levam grande
rede de academias a oferecer inusitado programa de aulas na expectativa de atrair novos alunos
Por francisco arruda
d
efinitivamente, as academias entraram mesmo na onda do bemestar e cada vez mais têm procurado oferecer a seus usuários atividades
lúdicas que, além de proporcionar experiências únicas, ajudam a manter corpo e
mente em perfeito equilíbrio.
Para os amantes do futebol, aqueles
que não dispensam “bater uma bolinha”
aos fins de semana com os colegas do trabalho, uma grande rede de academias de
São Paulo lançou, em fevereiro, nova modalidade que promete atrair a atenção até
mesmo dos mais sedentários.
A proximidade com a Copa do Mundo,
na África do Sul, foi o que mais inspirou
a Bio Ritmo a incorporar chutes, cabeceios, matadas, dribles e passes às técnicas modernas de condicionamento físico.
O novo programa de aulas foi batizado
34 Fitness Business | MAR/ABR 2010
como FuteBio e pode-se dizer que foi criado “a quatro pés”.
Os professores Humberto Talarico e
Rodrigo Silva, fanáticos confessos pelo esporte, pensaram em oferecer aos alunos,
das mais variadas idades, uma modalidade
sem contraindicações e ideal para quem deseja queimar calorias.
“Nosso objetivo foi criar algo alegre,
pois futebol é isso. Pensamos em juntar
esses elementos do esporte e fazer um programa que estivesse ao alcance de todo tipo
de usuário. Desde aqueles que estão iniciando na prática de exercícios até os mais veteranos”, afirma Talarico.
Do ponto de vista do condicionamento
físico, o FuteBio é capaz de queimar até 650
calorias em uma aula com 60 minutos de duração. Por outro lado, na perspectiva dos ne-
gócios, deve mesmo “engordar” o contingente de alunos da rede paulistana, tornando-se
um catalisador de novos consumidores.
“Gerenciamento das aulas em grupo é
prioridade em nosso dia a dia e temos como
filosofia inovar em todos os sentidos. Novidades deixam o aluno satisfeito. Aluno
satisfeito fala bem de sua marca. Esta propaganda espontânea é algo muito importante. Mas o crescimento da clientela é resultado de um conjunto de ações efetuadas
no momento certo e na forma correta”, salienta Silvia de Féo, diretora de Marketing
da Bio Ritmo.
A executiva ainda destaca a ampliação das oportunidades de cross marketing
e ações promocionais como outros
grandes benefícios advindos do lançamento de novas modalidades com essas
características.
JAN/FEV 2010 | FITNESS BUSINESS
35
CAPA
O bem-estar que gera lucratividade
Investir
em qualidade
de vida dá
resultado
Empresas enterram antigo
pensamento, o de que o
funcionário precisa “apenas”
trabalhar, e apostam em ações
para promoção do bem-estar e
saúde. Os dois lados ganham
Por Fernando Stella
36 Fitness Business | MAR/ABR 2010
a
tenção, empresário! Qual profissional você prefere em sua
instituição? Aquele que chega no
horário combinado, faz seu trabalho e volta para casa ou aquele que realiza todas as
suas obrigações com satisfação, demonstra orgulho em fazer parte de sua empresa
e ainda traz resultados positivos?
Certamente, sua resposta será a segunda opção. Se isso ocorreu, é bem provável que esteja praticando alguma atividade em prol da qualidade de vida deste
profissional. Se não, mexa-se. Inúmeras
pesquisas confirmam: um colaborador feliz e com autoestima elevada será produtivo, valorizará as atividades que desempenha e promoverá crescimento.
Exagero? Nada disso. Organizações
dos mais diversos setores da economia
têm priorizado cada vez mais o bem-estar
de seu público interno. E elas não param
de crescer no mercado. Veja o caso da Volvo. Para assegurar a boa saúde dos colabo-
radores, a multinacional sueca, fabricante
de chassis de ônibus, caminhões, motores
e cabines, oferece equipe médica com diferentes especialistas, em tempo integral,
além de um excelente plano de saúde e
odontológico, auxílio de 70% na compra
de medicamentos, óculos de grau e lentes
de contato, e programas de combate ao tabagismo e ao estresse.
Não bastasse isso, estimula seus
funcionários a participarem de alguma
atividade física, sejam simples caminhadas, grupos de corridas, sejam aulas de
natação. “Temos um número reduzido de
absenteísmo graças ao programa Volvo
de Qualidade de Vida. Nosso estímulo
aos exercícios físicos também diminuiu
a quantidade de pessoas sedentárias.
Outro detalhe que chama atenção é a
queda na quantidade de tabagistas. Oito
anos atrás, representava 12%. Hoje, está
em apenas 6%, bem inferior à média de
Curitiba [17%], onde está localizada uma
de nossas unidades”, comemora Sergio
Lazarini, médico do trabalho da Volvo e
envolvido diretamente com a qualidade
de vida dos colaboradores.
Internamente, o programa comprovou ser eficiente. A pesquisa de clima organizacional da Volvo, feita por um instituto independente, mostrou em 2009 um
índice de satisfação do empregado de 93%
no Brasil, um dos maiores de todas as unidades do grupo no mundo e bem superior
à média global (86%). A aceitação explica em parte o excelente desempenho da
unidade nacional na temporada passada,
93%
foi o índice médio
de satisfação dos
colaboradores
apontado em pesquisa
de clima organizacional
feita pela Volvo brasil
em 2009
MAR/ABR 2010 | FITNESS BUSINESS
37
CAPA
O bem-estar que gera lucratividade
quando registrou faturamento de R$ 3,2
bilhões, uma das três maiores receitas em
toda a sua história.
A Volvo, aliás, retrata um novo panorama do mundo corporativo. As empresas
estão deixando de lado aquela velha fórmula de que o mais importante é a produtividade de seu funcionário. A qualidade
de vida deste profissional se tornou item
indispensável na política das organizações. Por isso, não vêm poupando investimentos em ações de bem-estar.
Para se ter ideia, um estudo feito
com 27 organizações contempladas
com o Prêmio Nacional de Qualidade de
Vida, concedido pela Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV), no
período de 1996 a 2007, concluiu que
72% das organizações avaliadas tiveram diminuição do turnover no período
posterior à implementação do programa e 40% alcançaram a diminuição do
absenteísmo. “Resultados são obtidos,
principalmente, por meio de pessoas.
Funcionários preparados e felizes produzem mais e melhor. E essa é uma relação indissociável. Nos periódicos que
avaliam o desempenho das empresas,
é difícil encontrar uma organização que
tenha bons resultados e que não tenha
foco em sua gente”, destaca o especialista em treinamento e desenvolvimento
humano Nelson Bittencourt.
Entre janeiro e agosto de 2009, de acordo com o Ministério da Previdência Social,
aproximadamente 233 mil pessoas se afastaram do trabalho por período igual ou superior a 15 dias em decorrência de doenças.
Entre elas, quase 10 mil estavam relacionadas a transtornos mentais e comportamentais. Outras 5 mil, a transtornos de humor
(afetivos), enquanto mais de 3 mil eram decorrentes de episódios depressivos.
O Hospital Israelita Albert Einstein
vem fazendo sua parte. Seu programa,
criado em 2000, tem como meta principal disponibilizar atividades que motivem
funcionários e seus familiares. A ação atinge todas as esferas. De orientação sobre a
importância de check-up preventivo a convênios com academias de ginástica e aulas
de yoga.
DIVULGAÇÃO
As atividades vão muito além de
simples ginásticas laborais. Algumas
empresas nos Estados Unidos, por
exemplo, oferecem até bônus salariais
para cumprimento de metas de saúde.
São incentivos em dinheiro para que
o funcionário se mantenha saudável.
Toda essa estratégia dá certo. Pesquisas
apontam que a implementação de programas de qualidade de vida nas empresas diminui os índices de turnover (rota-
tividade de pessoal), reduz os índices de
acidentes no trabalho, os custos com assistência médica, entre outros. Isso sem
contar que geram uma melhor imagem
da empresa no mercado em função de
sua cultura de qualidade de vida como
diferencial competitivo.
Quem circula pela Volvo costuma ver, com certa frequência, colaboradores da empresa exercitando-se em grupo nas pistas de corrida e caminhada...
38 Fitness Business | MAR/ABR 2010
divulgação
... ou mesmo nas salas de musculação e ginástica com atividades programadas para todas as faixas etárias
A IBM segue a mesma linha. Entre outros detalhes, um programa ajuda os funcionários a largar o cigarro e a perder peso,
além de incentivar os hábitos saudáveis
para os filhos dos colaboradores. No primeiro semestre do ano passado, a empresa
chegou a divulgar que economizou cerca de
US$ 100 milhões em três anos de programa, como resultado de aumento de produtividade e economia com seguro de saúde.
“A empresa precisa cuidar e preservar
seu maior ativo, que são os funcionários, sua saúde e sua tranquilidade em
relação a seus familiares, garantindo que
estejam bem cuidados. Nossa premissa é
compartilhar este cuidado e prover um
atendimento de qualidade, atuando preventivamente. Funcionários ativos e um
bom clima organizacional são fundamentais para o sucesso. O reconhecimento de
mercado quanto aos benefícios agrega
competitividade, além de ser um fator de
retenção”, cita Sylvia Cozer, gerente de
saúde da IBM Brasil.
Retorno assegurado
Recentemente, a tradicional revista Fortune comprovou, mais uma vez,
a tese de que investir em qualidade
de vida dos colaboradores dá resultado. No ano passado, a SAS liderou
o ranking da lista intitulada “100 best
companies to work for“ (100 melhores
empresas para se trabalhar).
O título não foi por acaso. Trata-se de
uma das maiores empresas privadas de
softwares do mundo com forte atuação
no bem-estar de seus mais de 10 mil funcionários espalhados em 52 países. Seu
campus localizado em Cary, na Carolina
do Norte (EUA), dá uma noção desse comprometimento. A começar por sua jornada de trabalho. Dificilmente, ultrapassa às
35 horas semanais. Os profissionais têm
direito a uma série de benefícios, como
academia de ginástica, piscina semiolímpica, campo de golfe, futebol, sauna e ginásio coberto com quadras. Detalhe: sem
desembolsar um centavo sequer.
No próprio campus, há uma clínica hospitalar instalada que oferece
exames e tratamentos gratuitos. Sabe
qual o resultado dessas e de outras
ações voltadas à qualidade de vida dos
profissionais? A média de faltas dos
empregados é baixa (2,5 dias por ano).
E mais: 98% dos colaboradores declaram gostar de divulgar que trabalham
na companhia.
As planilhas comprovam que a
estratégia deu certo. Em 2008, por
exemplo, alcançou um faturamento
de US$ 2,1 bilhões no ano passado.
Detalhe: jamais deu prejuízo em mais
de três décadas de existência. “O pertencimento é uma necessidade humana. Se tenho orgulho do que faço
e me sinto parte dele, quase que por
decorrência a imagem que multiplico
para os clientes da empresa é extremamente positiva”, completa o especialista em desenvolvimento humano
Nelson Bittencourt.
MAR/ABR 2010 | FITNESS BUSINESS
39
mercado &
tendências Franchising
Franquia americana inaugura
academia no Brasil
Fitness Together deve abrir sete
unidades em São Paulo ainda neste
ano e pretende expandir negócios
para outros quatro estados
brasileiros. Até 2015, a rede deseja
ter 60 academias em todo o país
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Por patrícia rodrigues
S
ão Paulo foi a cidade escolhida no Brasil para receber a
primeira unidade da rede de
franquias norte-americana Fitness
Together. Duzentos e setenta mil
reais foi o valor investido pelos sócios Renata Cavalieri, Newton Cavalieri e Cassiano Ximenes para abrir as
portas da academia inaugurada em
fevereiro, nos Jardins, área nobre da
capital paulista.
“O mercado brasileiro está em plena expansão, porque as pessoas tendem a introduzir os exercícios físicos
em sua rotina e procuram por serviços cada vez mais personalizados
para isso. Apenas 4% da população
estão nas academias, por isso ainda
40 Fitness Business | MAR/ABR 2010
temos um grande público a conquistar”, analisa Renata. Até o final do
ano, outras sete academias devem começar a funcionar em São Paulo.
De acordo com Newton Cavalieri, a
intenção do grupo é expandir os negócios também para outras cidades paulistas e outros estados. “Já notamos o
potencial de municípios paulistas como
Campinas, Sorocaba e São Carlos. Também estamos analisando a possibilidade de abrir academias nos estados do
Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco e no Distrito Federal.”
O empresário calcula que, em até
cinco anos, 60 unidades estarão em
funcionamento em todo o Brasil. Os
investimentos em cada academia giram em torno de R$ 260 mil, com o
payback (taxa de retorno) estimado
entre 12 e 24 meses.
Atendimento-padrão
Fazer que os alunos se comprometam com sua saúde por meio da atividade física e, consequentemente, com
a academia é o princípio que norteia os
negócios da Fitness Together. Antes de
entrar em funcionamento, os proprietários e funcionários de cada unidade
passam por um treinamento que envolve desde dicas para a decoração do ambiente até instruções de bom relacionamento com o cliente.
“Tratar todos de maneira uniformizada é a receita de sucesso desse modelo
de negócio que estabelece a relação de
um treinador para cada aluno. A interação da equipe com esse conceito é fundamental”, conclui Renata.
A rede Fitness Together pertence ao
grupo FT Franchise Corporation, empresa
com sede em Denver, no Colorado, Estados Unidos, considerada uma das maiores
do mundo no que diz respeito a serviços
de bem-estar e a qualidade de vida, com
mais de 700 unidades espalhadas por cinco países: Estados Unidos, Canadá, Costa
Rica, Irlanda e Israel.
Relevante como seu negócio.
Apenas
A revista Fitness Business é a principal fonte de informações e notícias sobre
o mercado de fitness e wellness. Com periodicidade bimestral, traz reportagens
sobre tendências nacionais e internacionais, práticas de gestão, inovação, valor
de produtos, serviços e soluções, cases de sucesso e muito mais.
R$ 89,90
por ano
Uma publicação indispensável para gestores de academias, empresas fabricantes,
distribuidores, revendedores e provedores de serviços e soluções para o
segmento. Essencial para quem quer ter sucesso no mundo dos negócios.
Assine já: (11) 3662-4387 • [email protected]
MAR/ABR 2010 | FITNESS BUSINESS
41
A hora e a vez da especialização
s
sto
cu
me
rca
do
gestão/RH
ética
este triângulo chamado
especialização
Educadores físicos buscam
complementar formação em áreas
diversificadas para atender novas
demandas que só crescem dentro
das academias. Quanto custa manter
essa estrutura de negócios?
Por Vides Júnior
42 Fitness Business | MAR/ABR 2010
n
ão é de hoje que as academias perderam aquele status reducionista de centros de aperfeiçoamento estético e corporal. Se antes o público era formado por homens e mulheres delineados,
com corpos vigorosos, hoje a procura por academias também parte de
pessoas portadoras de necessidades físicas específicas, que encontram
nos exercícios um caminho saudável para a reabilitação corporal.
O perfil do aluno, se não mudou, ficou mais diversificado. Em alguns casos, exigindo da academia um conhecimento diferenciado para
o atendimento desse consumidor que traz novas e enriquecedoras experiências. Tal mudança atua em todos os níveis e atinge os profissionais de educação física que, diante do desafio, acabam procurando novos horizontes de conhecimento, a fim de melhor atender seus alunos.
Algumas academias já começam a
oferecer serviços de apoio para populações especiais. Segundo Tavicco Moscatello, diretor pedagógico da Fitness
Brasil, boa parte desse público está relacionada a doenças crônico-degenerativas, além de problemas do coração e outras doenças hereditárias. “É importante
que haja uma interface entre a educação
física e a saúde para que não haja lacunas
no atendimento a essa configuração de
aluno”, defende.
Essa tendência afeta também a gestão das academias. Muitas vezes, são necessárias mudanças na estrutura física
e é a contratação de equipes especiais,
com fisioterapeuta, ortopedista, nutricionista e cardiologista, o que pode onerar a folha de pagamento no fim do mês.
Cabe ao gestor desenvolver uma visão multidisciplinar para composição de
sua equipe de trabalho, considerando
aspectos de macronegócio, uma vez que,
ao lidar com públicos diferenciados, passará a ter contato com outras demandas.
“Nesse sentido, o mercado de trabalho
está mais exigente e o profissional qualificado para atender públicos diversos
tem mais reconhecimento”, explica
Elaine Saad, vice-presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos
(ABRH). “O gestor de RH deve, portanto, estar preparado para acompanhar
essa evolução”, complementa.
Mais um nicho de negócio
É assim que deve ser compreendida
essa tendência, segundo Moscatello. A
academia que se firmar como promovedora de atendimento especializado para
populações de alunos com necessidades
específicas não deve se rotular como tal,
mas sim trabalhar sua comunicação institucional como um empreendimento
capaz de abrigar os variados e exigentes
públicos. O consultor ainda esclarece
que tais serviços especializados têm,
geralmente, um custo maior para o aluno em função da própria valorização do
profissional que os desempenha. “Isso é
algo que precisa ser muito bem esclarecido e agregar valor à imagem da academia”, enfatiza.
Não é só o crescimento do número
de pessoas portadoras de males que induz à especialização do profissional de
fitness. Em setembro de 2009, o Instituto Brasileiro Geografia de Estatística
(IBGE) divulgou dados sobre o envelhecimento da população brasileira. Com
mais acesso ao sistema de saúde e medicamentos que promovem a longevidade, cresceu o número de idosos, que
hoje são aproximadamente 21 milhões
em todo o País. Um público que também demanda cuidados especiais e que,
JAN/FEV 2010 | FITNESS BUSINESS
43
gestão/RH
A hora e a vez da especialização
21
milhões
É o número
de brasileiros
acima de 60 anos,
segundo o IBGE.
Um público que
necessita de
cuidados especiais
portanto, exige um sistema de gestão e a
composição de quadro de colaboradores
que estejam preparados para recebê-lo.
Os dois lados da moeda
A grande maioria das academias
administra programas específicos para
pessoas saudáveis, sem nenhum tipo de
necessidade específica. A mudança desse perfil não é obrigatória, salientam
os consultores entrevistados. Não são
todas as academias que terão de se adequar ao atendimento dos públicos com
problemas de saúde. Algumas delas terão um sistema de gestão que englobe
profissionais e público diferenciado,
mas outras vão continuar focadas na
estética corporal.
Para quem pretende passar a lidar
com o novo tipo de demanda que surge,
é bom seguir algumas regras fundamentais. O maior desafio para os gestores parece mesmo ser a adequação aos
custos que um profissional com formação especializada representa no plano
de carreiras e salários da empresa.
Como são poucas as academias que
investem na especialização de seus atuais
professores no sentido de direcioná-los
também para o atendimento desse tipo
de público, a maioria dos profissionais
especializados ainda prefere atuar como
personal trainer, complementando o trei-
44 Fitness Business | MAR/ABR 2010
namento do aluno com necessidades. É
o que revela o professor Robson Batista.
Isso gera um gargalo no mercado.
Quando era professor em uma
academia, Batista percebeu que cerca de 60% dos alunos tinham algum
problema de ordem médica e buscavam orientação além do que a academia podia oferecer. Especializou-se
em fisioterapia e começou a atender
alunos individualmente. “Hoje, consigo avançar até o tratamento da
lesão, recolocando a pessoa em sua
capacidade de movimentar-se com
funcionalidade. A mobilidade completa para prática de exercícios físicos deve ser orientada apenas por
um especialista com grande conhecimento. Geralmente, as academias
não têm esse profissional”, explica.
Para Batista, continua valendo a tradicional fórmula: academia + personal
trainer = completa gestão do programa
de exercícios físicos. Segundo ele, muitas unidades já oferecem algum tipo de
treinamento específico e outras têm
até mesmo salas VIP com aparelhos e
profissionais capacitados para atender
a essa demanda. “O número de usuários com problemas de saúde e que se
enquadram nas especializações oferecidas para atendimento é crescente. Isso
também exige da academia um bom
modelo de gestão do conhecimento,
pois profissionais precisam trabalhar
de maneira integrada.”
Caça ao tesouro
A procura de profissionais de educação física por cursos de especialização
médica tem aumentado nos últimos
anos, segundo o professor Milton Nunes, da Faculdade de Educação Física da
Universidade de São Paulo (USP). “Notamos uma procura maior por especializações em cardiopatia e fisioterapia.
E ela não é apenas de profissionais de
educação física que querem se especializar, mas também de profissionais da
área médica que estão migrando para o
campo esportivo”, destaca.
De acordo com Nunes, nos cursos que ministra, já teve contato com
gestores de empreendimento que decidiram buscar a especialização para
compreender melhor a área da saúde
e, assim, elaborar uma estratégia mais
sólida para seus negócios. A ideia é que
as universidades ofereçam mais cursos
e programas de apoio para academias
de pequeno porte, para que estas também possam desenvolver programas
de atendimento a essas populações. “A
medicina esportiva já é uma realidade.
A tendência é que haja uma busca maior
pelo profissional especialista. Com a diversidade de situações que exigem um
atendimento especial, o desafio não é
apenas do professor, mas também do
gestor”, avalia Nunes.
Sem ética? Nem pensar!
Especialização. Como lidar com ela
quando dois campos – educação
física e medicina – se misturam?
Segundo Mauro Guiselini, diretor
do Instituto Runner, a palavra mágica para a boa manutenção dessa
convivência é a ética. “A índole e
competência de cada um devem
ser aplicadas com transparência.
Assim como não dá para confiar
numa clínica clandestina que oferece tratamentos suspeitos, não é
possível confiar em uma academia
que ofereça tratamento médico”,
adverte Guiselini.
O professor especializado exige um
modelo de gestão que compreenda
o foco do negócio com a mesma
perspectiva. “A saída, portanto, é
estabelecer diretrizes sobre cada
área de atuação. O gestor deve
não só conhecer o negócio, mas
também a ética que o envolve. Com
a pluralidade de situações, teremos
campo para todos os profissionais.
Mas o gestor tem de estar preparado para isso”, conclui Guiselini.
MAR/ABR 2010 | FITNESS BUSINESS
45
mercado &
tendências Ginástica Natural
Ginástica do bem-estar
cresce nas academias
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Na transposição do fitness
para o conceito wellness, ela
tem aumentado seu número
de adeptos. Estima-se que,
no mundo todo, sejam 30 mil
praticantes diários. Além do
condicionamento físico, a
ginástica natural proporciona
equilíbrio e ainda abre novas
frentes de trabalho
Por Adriano Zanni
n
o início, ela era vista como a “ginástica dos bichos”. Todos queriam aprender os exercícios que
simulavam os movimentos de animais
como o macaco, o tigre, o sapo, a cobra
e a aranha. Despertou a atenção ao propor uma nova metodologia de atividades
longe dos aparelhos de musculação ou das
anilhas e barras de peso. O princípio parecia simples: utilizar a própria estrutura e
o peso do corpo para obter melhor condicionamento físico e de maneira saudável.
Aos poucos, ganhou adeptos e provou que seria mais do que uma técnica
para complementar treinamentos de lutadores de artes marciais ou boxeadores
ao proporcionar equilíbrio e bem-estar.
Hoje, estima-se que sejam mais de 30 mil
46 Fitness Business | MAR/ABR 2010
praticantes diários de ginástica natural em
todo o planeta. A adesão de pessoas de todas as idades tem aberto novas frentes de
trabalho para os educadores físicos.
Radicado em San Diego, na Califórnia, Álvaro Romano é o precursor do
método e um dos maiores nomes da ginástica natural no mundo. A inspiração
para criá-la veio em função do jiu-jítsu
que começou a praticar em meados de
1977, na academia da família Gracie.
Sua intenção era implementar o condicionamento e a concentração.
Ainda quando ministrava aulas ao ar
livre como personal trainer, conheceu o
yoga que, por sua vez, o levou ao kempo,
outra modalidade de ginástica amparada
em movimentos de animais e em um trabalho de expressão corporal. “Comecei a
me dedicar ao estudo desses movimentos
e a elaborar um novo programa de treinamento. Passava quatro ou cinco horas do
dia fazendo isso. Algum tempo depois, já
com o nome de ginástica natural, fui incorporando os exercícios ao ar livre que
era acostumado a ministrar para meus
alunos e aperfeiçoei o método”, conta.
Há 33 anos como educador físico,
Romano avalia que a modalidade ganhou força no mercado quando da transformação da busca pela forma física considerada ideal para o da qualidade de
vida e bem-estar. Segundo o consultor,
palestrante convidado da 20ª edição da
Fitness Brasil Internacional, as academias
atentaram que é preciso investir na formação do profissional de maneira diversificada para que este agregue conhecimentos que possam ajudar a lidar com
as chamadas populações especiais.
“A ginástica natural, por exemplo,
pode gerar muitos novos negócios e o
custo é bem menor que o de obter grandes aparelhagens e estruturas. Aqui,
nos Estados Unidos, o conceito é mais
difundido. É com esta ideia que vim
para cá. Hoje, realizo treinamento para
agentes do FBI e da Swatt e tenho formado instrutores para atuar em outros
países como Japão, Canadá, México,
Portugal e Itália”, conta Romano, que
deverá formar 300 novos professores
do método em 2010.
Nos Estados
Unidos, o
ticket médio de
uma sessão de
ginástica natural
nas academias
gira em torno
de US$ 150
O ticket médio referente a uma sessão de ginástica natural em solo norteamericano, que dura aproximadamente
uma hora, varia de US$ 100 a US$ 150.
Atualmente, Romano dedica-se apenas a
atividades de consultoria e treinamentos.
Juntamente com um grupo de professores, estuda a implementação, para este
ano, de uma academia voltada exclusivamente à modalidade, em San Diego.
O voo da águia: Álvaro Romano, um dos precursores do método, radicou-se em San Diego (EUA) e passou a trabalhar com a formação de novos professores
MAR/ABR 2010 | FITNESS BUSINESS
47
mercado &
tendências Ginástica Natural
“Este mercado não vai parar de crescer
porque, a cada dia, mais pessoas buscam
o equilíbrio físico, mental e espiritual.
Para quem pensa em oferecer a modalidade como um diferencial para os alunos,
sugiro buscar primeiramente certificação
reconhecida no mercado e trabalhar o
marketing da atividade em cima do fato
de que a ginástica natural não possui uma
rotina de aulas, que é um fator muito importante para os novos usuários. Estes
alunos iniciantes precisam estar motivados e entenderem que o método pode
queimar muitas calorias, tornear músculos e ainda mudar estilos de vida, além do
aspecto lúdico que desenvolve durante as
sessões”, complementa.
Pasteurização X personalização
Shih Chieh Chan Júnior é um dos discípulos de Romano em terras brasileiras.
O professor do método diz que não há um
levantamento preciso sobre o número de
praticantes de ginástica natural no País,
nem mesmo sobre o volume de academias que oferecem aulas. Ele acredita na
difusão da atividade, mas avalia que pode
haver uma perda de espaço em função dos
pacotes de “aulas prontas” que muitas academias optam por oferecer em substituição a atividades mais personalizadas.
sor não terá grandes problemas para
captar novos alunos, fazer publicidade de suas aulas e lidar com outros
encargos”, diz Chan Júnior.
Descobertas na França
“É mais fácil entrar em uma sala e
dar uma aula pronta do que treinar,
se dedicar e entender realmente os
movimentos da ginástica natural. Tenho trabalhado muito com crianças
na educação física escolar, pessoas da
terceira idade, atletas de luta e de futebol, como os goleiros. São os principais públicos hoje”, detalha.
A estrutura montada em uma academia de São Paulo onde Chan Júnior
ministra aulas pode ser considerada
modesta: sala com espelhos nas paredes e um tatame. Como os exercícios
trabalham extensamente a questão
postural, torna-se fundamental que o
indivíduo se observe durante a realização da ginástica, procurando corrigir movimentos equivocados, explica
o professor.
“É muito importante a divulgação do método para que as pessoas
se informem corretamente e percam
visões equivocadas a seu respeito. As
oportunidades de trabalho surgem
naturalmente para os profissionais
e creio que as melhores sejam hoje
aquelas atreladas às academias, pois,
em um primeiro momento, o profes-
48 Fitness Business | MAR/ABR 2010
Nas incursões de Álvaro Romano em
bibliotecas parisienses, quando decidiu buscar outros conhecimentos,
ele descobriu que a atividade vinha
ao encontro de conceitos e fundamentos do método natural criados
por Hérbet, no século XIX. Por meio
de estudos sobre as civilizações primitivas, o pesquisador observou que
a vida em contato com a natureza
propiciava ao homem condições
físicas perfeitas em virtude do grau
de resistência adquirido a partir das
atividades praticadas ao ar livre.
“A tecnologia afastou o homem da
natureza. Isso influenciou a atividade
física. O prazer proporcionado pelas
atividades lúdicas foi substituído por
uma busca frenética de um corpo em
que a hipertrofia muscular é o que
importa”, critica.
Uma aula de ginástica natural dura
uma hora. Um movimento se conecta
com o outro sem repetições. Utilizando muito alongamento e flexibilidade, com exercícios variados,
lentos, ligeiros e suaves, o praticante
desenvolve resistência e também
ritmo e consciência do movimento
realizado. Não existe imobilização
de um segmento do corpo enquanto os outros trabalham. Como são
obrigados a associar pensamento e
ação, não há lugar para dispersão, o
que exige muita atenção e resulta em
concentração.
MAR/ABR 2010 | FITNESS BUSINESS
49
políticas
públicas
DIVULGAÇÃO
carlos oliveira / prefeitura do recife
Ponta Grossa (PR)
Reciclagem em
estrutura dá origem a
academia popular
Ponta Grossa transforma
antigo ginásio municipal
em um complexo de
aparelhos para prática
de musculação e oferece
atividades físicas gratuitas
para a comunidade
Por Bartira Betini
n
em sempre alta tecnologia e
um grande orçamento são os
únicos elementos necessários
para colocar em prática uma boa ideia
quando o assunto é qualidade de vida.
A experiência bem-sucedida, nesse
sentido, vem de uma academia de ginástica localizada em Ponta Grossa
(PR), cidade com 300 mil habitantes, a
100 km de Curitiba.
Reunindo equipamentos novos e
usados que estavam encostados em
uma sala, o ginásio de esportes da cidade e três professores de educação
física, a Secretaria Municipal de Es-
50 Fitness Business | MAR/ABR 2010
portes deu início, em janeiro, a um projeto inovador batizado como Academia
Popular, que já conta com mais de 100
alunos, de 18 a 65 anos idade. O piloto havia sido implementado em 2009 e
funcionou durante dois meses. A adesão da comunidade foi em massa.
“Era uma reivindicação antiga que
foi colocada em prática anos atrás, mas
logo foi abandonada. Por isso, alguns
equipamentos velhos ainda estavam em
nosso depósito. Além de outros novos
comprados pela última gestão e nunca
usados. Então, resolvemos criar uma
nova academia, reformando e pintando
A academia fica localizada próximo
ao centro da cidade e em local de fácil
acesso. A estudante Maria Rousiele da
Silva, de 28 anos, abraçou prontamente a ideia, pois prestará concurso para
a Polícia Militar e utiliza o espaço para
melhorar sua forma física e a resistência muscular. “Eu não teria condições
de pagar uma academia particular, então, para mim, o projeto faz toda a diferença porque, além de gostar de praticar exercícios, estou em um momento
que preciso estar bem fisicamente para
garantir meu futuro profissional.”
Hoje, a academia funciona ainda
apenas nos períodos matutino e vespertino, com intervalo para o almoço.
Atividades noturnas, apenas às terças e
quintas. “São os horários de maior procura, mas se houver demanda, vamos
ampliá-los e aumentar o número de
professores para atendimento à população”, completa Martins.
Segundo o secretário, há intenção
de aumentar o número de aparelhos e
reformar os já existentes. “Mas, para
isso, estamos reorganizando o orçamento. Queremos entregar para a nova
administração municipal, em 2012,
uma academia em pleno vapor e com
um estudo detalhado sobre quanto esse
projeto melhorou a qualidade de vida
das pessoas. Acredito que mostrando
quanto é positivo e necessário, o projeto não será descontinuado numa próxima gestão.”
uma avaliação física. “Não tão detalhada como um teste ergométrico, mas eficiente para podermos traçar um treino
e enquadrar esse aluno em uma série de
exercícios para que ele possa alcançar
seu objetivo, seja emagrecer, ganhar
massa muscular seja condicionamento
físico”, conta o coordenador Fernando
Pereira Pinto.
O profissional completa: “A prática que oferecemos adota uma concepção de educação para a conscientização, compartilhando conhecimentos
e proporcionando condições para um
melhor nível de qualidade de vida
dos participantes.”
Outro projeto
O investimento em esporte parece
ser característica marcante do município. O Projeto “Movimenta Ponta
Grossa”, por exemplo, funciona desde o
ano passado com a intenção de oferecer uma assistência para quem pratica
exercícios ao ar livre de modo a evitar
excessos que possam trazer prejuízos à
saúde e uma frustração quanto aos resultados esperados.
inaugurada
em janeiro,
a academia
popular
academia já
conta com 150
alunos
Uma novidade da iniciativa para
2010 é acolher os corredores que já
possuem algum condicionamento físico e que podem melhorar o rendimento
pessoal a partir de uma orientação mais
adequada. “O atleta precisa de aquecimento e um trabalho de alongamento
muscular, evitando contusões, além de
dosar o exercício, o que acaba refletindo nos resultados obtidos nas provas.
É uma forma também de apoiarmos a
formação de competidores por aqui”,
salienta Fernando Pereira Pinto.
DIVULGAÇÃO
o ginásio de esportes para esse fim. Foi
feita também a manutenção dos equipamentos antigos por funcionários da prefeitura. Isso otimizou os custos”, conta
Marcelo Martins, secretário Municipal
de Esportes de Ponta Grossa.
O funcionamento da Academia Popular é similar ao de uma convencional. Para poder treinar, o aluno precisa
apresentar um atestado médico e fazer
MAR/ABR 2010 | FITNESS BUSINESS
51
marketing
O que pensam os líderes de mercado?
Cocriação:
o cérebro do futuro
Workshops reúnem mais de
170 líderes e consultores
de mercado para discussão
das tendências na indústria
do bem-estar. Os “insights”
trazidos à tona sugerem
mudança de postura e melhor
gestão do conhecimento
Por Adriano Zanni
52 Fitness Business | MAR/ABR 2010
d
urante aproximadamente 13 meses, dezenas de profissionais do
wellness foram convidados a participar de quatro workshops colaborativos, nos quais cada um poderia intercambiar experiências e
discutir tendências do setor. O objetivo era sistematizar ideias e evidenciar
insights nas mentes oxigenadas dos principais líderes, gestores e consultores.
O ponto alto do processo de cocriação ocorreu em outubro de 2009,
durante a 10ª edição da IHRSA Fitness Brasil, em São Paulo (SP), maior
encontro de negócios do bem-estar na América Latina e que movimentou
mais de R$ 40 milhões.
A iniciativa, batizada como Fitness XP Group, surgiu em função de um
consenso entre os empresários de todo o Brasil de que é preciso fazer algo a
respeito das baixas taxas de fidelidade de clientes no segmento, sendo que
muitos deles já reconheciam que isso só poderia ser feito por meio da diferenciação no
relacionamento com esse consumidor e da
elevação do valor percebido da marca.
Para Ivan de Marco, um dos membros
do board do grupo de estudos, muitas das
campanhas de retenção praticadas atualmente são planejadas em cima de estratégias não sustentáveis de captação de clientes. “Sem levar em consideração como os
clientes se relacionam com a marca e com
a categoria, o que colabora em médio prazo ainda mais para a extinção de negócios,
baixa fidelização e desvalorização de marcas na indústria. Com o propósito de colaborar para a mudança desse cenário, fizemos uma parceria com a Microsoft para
levarmos adiante o trabalho do grupo. A
experiência funcionou”, destaca.
A compilação dos trabalhos foi finalizada em fevereiro de 2010 e abrangeu duas
categorias: Propostas de Transformação
(subdivida em “Espaços e Sensações na
Academia” e “Atendimento e Prestação
do Serviço”) e Postura & Comportamento. Dentre os profissionais que trouxeram
contribuições, nomes consagrados em diversas áreas como o pesquisador Stephen
Covey e o atleta, e também proprietário de
uma rede de academias especializada em
lutas, Rickson Gracie.
No tocante a questões que envolvem
postura e comportamento, o principal
debate ocorreu quanto à necessidade de
estudo e implementação de ferramentas que consigam analisar com maior
profundidade as reais demandas dos
clientes e como sistematizar tais informações em um banco de dados capaz
de realizar a gestão do conhecimento
adquirido, de modo que isso não fique
estanque apenas na cabeça do proprietário do negócio.
Outro ponto levantado foi sobre como
perceber sinais sutis dados pelo consumidor e arriscar nas mudanças pretendidas
dentro do modelo de gestão proposto. O
design de novos serviços e atitudes com
base nos relatos da equipe de trabalho e dos
clientes, valorizando os bate-papos e todos
os pontos de vista, mesmo que informais,
foram outros aspectos comentados.
Metodologia diferenciada
Para promover melhor engajamento
de todos os líderes empresariais convidados a fazer parte do grupo de discussões,
o board do Fitness XP Group decidiu recorrer a livros e filmes que trazem discussões
pertinentes à área. “Isso surgiu quando
percebemos a importância de ouvir e considerar percepções diferentes da nossa.
Foi até meio óbvio, porque já vínhamos
informalmente discutindo sobre alguns
livros que todos tinham lido. Publicamos,
no ano passado, uma lista com as dez prin-
MAR/ABR 2010 | FITNESS BUSINESS
53
O que pensam os líderes de mercado?
cipais referências bibliográficas. Depois de
definidos os livros, pensamos em criar um
formato de workshop que pudesse maximizar a interação e onde nós, do board,
nos posicionássemos como meros facilitadores da atividade”, destaca De Marco.
O consultor ainda enfatiza que é preciso quebrar paradigmas na área, até mesmo
com relação à metodologia de trabalho do
grupo para que os resultados continuem a
ser produtivos. “Nem sempre é necessário
que haja gurus nos dizendo o que e como
fazer as coisas. Esse tipo de relação hierárquica com o conhecimento nos parece
insuficiente e criadora de dependência.
Parafraseando Tim Gallwey,
acreditamos que, por meio dos
workshops, estamos ajudando
pessoas a aprender ao invés
de ensinar algo a elas. Provavelmente, essa seja a primeira
contribuição notável do XP
Group. Sempre nos surpreendemos com algumas coisas que
são escritas ou ditas por alguns
dos presentes”, complementa.
divulgação
marketing
Diversidade: líderes empresariais de norte a sul do País contribuíram com ideias
Alerta ligado
Pesquisa recente sobre membros de
academias de ginástica revelam que a localização conveniente é a razão número
alguns “insights”
As ideias listadas abaixo foram extraídas de brainstorm que envolveu todos os participantes do Fitness XP Group, sem alteração de seu conteúdo. Elas representam apenas
uma amostra do que pensam os principais líderes do setor e foram categorizadas pelos
membros do board.
Categoria: propostas de
transformação
- Absorver realidades que não são suas
- Premiar as metas atingidas pelo aluno
Espaços e sensações na academia
- Child care
-Aroma nos ambientes
-Comportamento sustentável
-Secador de roupas nos vestiários,
chapinha
- Ambientes com nomes metafóricos
- Design como forma de se diferenciar
estruturalmente
- Criar espaço para o “recreio” das crianças
- Espaço para treinamento funcional
- Música de acordo com os ambientes
- Uniforme dos professores inovador
- Espaço para happy hour
- Flexibilidade de horário
Categoria: postura &
comportamento
- Ler sinais sutis
- Qual é o propósito de sua academia?
- Acreditar na mudança
- Design nos serviços e nas atitudes
- Empatia para experimentar o novo
- Seja fonte de inspiração
- Valorizar todos os pontos de vista
- Uma série de bate-papo! Pratique novos
relacionamentos
- Conhecer o cliente – banco de dados com
informações
- O cliente/aluno deve ser e se sentir parte
importante da academia
- Descobrir os desejos dos alunos
- Ser confidente
Atendimento e prestação do serviço
- Apresentar a história da academia
- No fun, no gain!
- Eventos sociais
- Momentos de lazer e descontração entre os
funcionários
- Massagem 24 horas
- Oferecer semana-cortesia
- Atendimento diferenciado para o executivo
- O lúdico pode trazer excelentes resultados
- Serviço de baby sitter
- Irreverência e simpatia no atendimento
- Desenvolver programas para a família do
cliente
54 Fitness Business | MAR/ABR 2010
Cronograma de oficinas para 2010
28/04 “Comportamento humano”
04/06 Livro: O lado oculto
26/08 “Andragogia X Treinamento”
27/10 Livro: O ponto da virada +
10 temas do ano de 2011
Saiba mais em: www.fitnessxpgroup.com.br
um pela qual as pessoas escolhem onde
malhar e que somente 1% dos clientes escolhe a academia porque confia na marca. Então, a pergunta que se faz é: se as
pessoas estão escolhendo uma academia
simplesmente porque ela está convenientemente localizada, o que fará que elas
troquem assim que outro negócio abrir
mais perto de suas casas?
Tennyson Pinheiro, diretor da
Live|Work, consultoria responsável por
projetar experiências para marcas como
Sony, Virgin e Johnson & Johnson, comenta ainda que o mercado de academias
deve urgentemente parar com o foco nas
melhorias funcionais e começar a investir
em compreender o cliente e como o mesmo
relaciona o fitness com seus hábitos de viver e trabalhar. “O segredo para se promover uma boa experiência está em realizar
um estudo detalhado, de comportamento
e performance, dos pontos de contato existentes entre esses clientes e a marca da
academia; esses momentos de interação
são inúmeros e a maioria deles passa despercebida pela gestão estratégica.”
“Somente 30% dos membros descrevem que sua academia é muito diferente
das outras nessa pesquisa. É preciso construir uma marca relevante e isso significa
mais do que um logotipo e uma estrutura
imponente. É a experiência que entregamos aos clientes nas interações com ele, sejam diretas, sejam indiretas, que nos torna
únicos e relevantes”, acredita.
TRAINING
FITNESS BEM-ESTAR PERSONAL
SAÚDE
MUSCULAÇÃO
EVOLUÇÃO
A maior feira de produtos
e serviços do mercado de
fitness e bem-estar
MUSCULAÇÃO PERSONAL TRAINING
STEP
PILATES
HIDROGINÁSTICA
BEM-ESTAR
SAÚDE
MUSCULAÇÃO
PERSONAL TRAINING
NUTRIÇÃO
GINÁSTICA
BIOMECÂNICA
NATAÇÃO
WELLNESS
A Expo Fitness Brasil traz ainda
produtos e serviços exclusivos da
marca Fitness Brasil e muitas opções
de entretenimento. Confira!
HIDROGINÁSTICA
FITNESS
NATAÇÃO
FISIOTERAPIA
SAÚDE
ESPORTES
PERSONAL TRAINING
FISIOTERAPIA
TREINAMENTO FUNCIONAL
WELLNESS
GINÁSTICA NATAÇÃO
FITNESS
FLEXIBILIDADE
TREINAMENTO FUNCIONAL
TREINAMENTO FUNCIONAL ESPORTES
BEM-ESTAR
AVALIAÇÃO FÍSICA
CORRIDA
CORRIDA
BIOMECÂNICA
TREINAMENTO FUNCIONAL
WELLNESS
AVALIAÇÃO FÍSICA
BEM-ESTAR
FITNESS
PILATES FLEXIBILIDADE
HIDROGINÁSTICA
STEP
NUTRIÇÃO
CONSTANTE
Durante a 20ª Fitness Brasil
Internacional estará aberta ao público
a maior feira de fitness, saúde e
bem-estar da América Latina.
São centenas de produtos e serviços
para profissionais e adeptos do estilo
de vida saudável em geral:
Artigos esportivos
Acessórios
Avaliação física
Equipamentos
Fitness e beach wear
Laboratórios
Livrarias
Programas para academias
Pilates
Saúde
Som e vídeo
Suplementos nutricionais
Softwares
Turismo
Alimentação saudável
Ensino à distância
FISIOTERAPIA
Expo Fitness Brasil
HIDROGINÁSTICA
2 9 d e a b r i l a 2 d e m a i o d e 2 0 1 0 _ M e n d e s Co n ve n t i o n Ce n te r _ S a n t o s , S P
84 cursos com as maiores tendências e os professores que são referência no mercado
Johnny G, a estrela internacional do spinning com uma novidade inédita: o Krankcycling®
Encontro Nacional de Biomecânica: curso especial com grandes nomes
Ginástica natural e lutas: a volta de Álvaro Romano
Atualize-se. Informações e inscrições: (11) 5095 2699 • www.fitnessbrasil.com.br
MARCAS OFICIAIS
Marca Esportiva
Equipamento
Anti-inflamatório
A PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO
BIOFENAC. Diclofenaco dietilamônio. MS - 1.0573.0140. BIOFENAC aerosol é indicado
no tratamento local de inflamações de origem traumática dos tendões, ligamentos,
músculos e articulações. BIOFENAC É UM MEDICAMENTO. SEU USO PODE TRAZER
RISCOS. PROCURE O MÉDICO E O FARMACÊUTICO. LEIA A BULA.
Pilates
Apoio
Bebida Esportiva
Tecido
Realização
MAR/ABR 2010 | FITNESS BUSINESS
55
equipamentos & cia_
Softwares
Muito além
da gestão
Por Simone Bernardes
As novas tecnologias remodelaram o jeito de fazer negócio de
empresas dos mais variados ramos. Com as academias não foi
diferente. A criação e o desenvolvimento de softwares específicos
para a gestão de empreendimentos do bem-estar mostram que, de fato,
o mercado evoluiu.
De acordo com Dênis Martins Ferreira, CEO da CompuBusiness e
profissional certificado internacionalmente pela Microsoft em estratégias
competitivas de tecnologia para empresas de pequeno e médio porte,
softwares focados exclusivamente em otimizar processos de gestão tenderão
a ficar obsoletos a partir de agora. “É necessário implementar soluções que
ampliem a relação do aluno com a academia. Esses
clientes buscam por comodidade, transparência
e personalização nos serviços que optam
por consumir”, enfatiza.
Ainda segundo o consultor, as
cinco principais características
de um bom software são
a inovação, a flexibilidade
quanto ao manuseio das
informações, a tecnologia,
o suporte e soluções e,
por último, a otimização
dos dados. A Fitness
Business foi conferir junto às
empresas que oferecem tais
sistemas de gestão integrados
quais as principais novidades
que podem facilitar o dia a dia
do empresário!
56 Fitness Business | MAR/ABR 2010
shutterstock
Softwares integrados oferecem diversas soluções para academias
que buscam aprimorar o relacionamento com seus clientes
Inovação
Flexibilidade
Tecnologia
Suporte e
soluções
Otimização
Preço
Onde encontrar
Evo
Fitsystem
Vison
Kaolin Fitness
O programa é todo virtual
e pode ser acessado de
qualquer lugar do mundo
por meio da internet
Módulo para Retenção de
Alunos, Telemarketing e
de Fichas de Exercícios e
Avaliação Física
Possui a Funfit, rede social
própria que integra e
disponibiliza informações
sobre atividades, treino e a
avaliação física do aluno
Display LCD de 7’’,
identificador biométrico,
som de saudações, espaço
para publicidade
O programa possui
uma interface prática e
autodidata
Desenvolve melhorias
sugeridas pelas academias
sem custo adicional
Todo processo e
desenvolvimento do
software são acompanhados
pelo servidor operacional
O programa posta no Twitter
e Facebook dados sobre
horário de aulas, promoções
e pesquisas relevantes
Os alunos recebem via e-mail
o histórico de avaliações
físicas
Canal de relacionamentos
com clientes via e-mail e SMS
Possui um ícone de suporte
por e-mail com prazo de
24 horas para a solução do
problema ou chat on-line
com técnicos
Suporte via telefone, msn,
Skype, Voip, Web e Visitas
presenciais
Visitas, atendimento
telefônico e on-line, via chat
e/ou assistência remota
Visitas e atendimento on-line
e telefônico
Na mesma tela do software,
você pode visualizar todos
os controles de todas as
unidades da franquia ou
filiais apenas com um clique
Informações e dados
integrados
Integra informações sobre a
bolsa de valores, dados do
negócio, como caixa do dia,
número de alunos ativos
e inativos e quantidade de
acessos
A catraca funciona como o
servidor do programa
De R$ 350 a 950 (mensal)
De R$ 130 a 400 (mensal)
Entrada de R$ 299,00
+ R$ 99 (mensal)
R$ 600 (mensal)
www.w12.com.br
www.fitsystem.com.br
www.ifitness.com.br
www.ltstec.com.br
MAR/ABR 2010 | FITNESS BUSINESS
57
wilson magão pmsbc
Artigo
José Luis Ferrarezi
Onde está
o verdadeiro legado?
A
“
Taça do Mundo é nossa, com brasileiro não há quem possa.” Quem não se
lembra da música, composta no finalzinho da década de 1950 e que se tornou famosa
quando o Brasil conquistou, na Suécia, pela primeira vez, a Copa do Mundo de Futebol?
Anos depois, em pleno século 21, não só a
taça é nossa – e por cinco vezes – como também seremos os “donos” de dois importantes
eventos que se aproximam: a Copa de 2014 e as
Olimpíadas de 2016. Tudo maravilhoso, se não
fosse o fato de que, em meio à excitação de setores de nossa economia diante das perspectivas
de negócios que se abrem e do que isso irá produzir, sobretudo na infraestrutura, perguntome se alguém não se esqueceu talvez do mais
importante da festa!
58 Fitness Business | MAR/ABR 2010
O esporte voltado à saúde e qualidade
de vida impacta diretamente na redução dos
atendimentos feitos pelo setor de saúde, o
que resulta em economia para as iniciativas
pública e privada.
Para deixarmos o legado do esporte como
ferramenta de inclusão, não tenho dúvidas em
afirmar que o setor privado tem de trabalhar
em parceria com os municípios que, por sua vez,
atuam como grandes fomentadores, já que estão
mais próximos do cidadão, conhecem sua realidade e agem diretamente segundo seus anseios.
É importante discutirmos, ainda em tempo,
como deixaremos para a população uma cultura de qualidade de vida, de lazer, de saúde e de
formação de atletas. Como deixaremos para o
cidadão a imagem do esporte como forma de
inclusão e convívio social.
O setor público deve ser visto como um
grande mercado para investimentos e com
perspectivas de retornos substanciais. Não
falo somente de patrocínio esportivo, falo do
desenvolvimento de projetos que possam levar
a cultura do esporte aos cidadãos, que despertem em muitos pais o desejo de incentivar os
filhos à prática esportiva em todos os níveis.
Falo ainda sobre os grandes investimentos
para as classes D e E, as bases da pirâmide,
onde temos milhões de consumidores que são
de extrema importância, fazendo emergir novos nichos de negócios e um capitalismo verdadeiramente inclusivo.
É nesse exato ponto que temos de apostar
em mais de uma força para realizar esses grandes eventos com resultados sólidos. É conhecido
que o orçamento do esporte em qualquer esfera
da administração pública é ínfimo se comparado
ao de outras pastas, como a saúde e a educação.
Para se ter uma ideia, o governo federal disponibiliza 0,02% de seu orçamento, o estado de São
Dessa forma, devemos nos reunir, para
encontrar caminhos e propor um maior envolvimento de todas as esferas em busca
daquilo que será, sim, o verdadeiro legado
produzido pelo esporte em competições de
alto nível técnico e com tamanha visibilidade:
mais brasileiros cuidando da saúde e preocupados com o bem-estar.
Sim, estamos deixando de raciocinar que o
maior legado para o Brasil não serão somente
os trens, aeroportos, hotéis, ginásios esportivos
e outras tantas obras a serem implementadas.
Nosso mais importante legado tem de ser outro:
o esportivo, o verdadeiro motivo para que todas
essas outras esferas se mobilizem.
José Luis Ferrarezi é
secretário de Esporte e
Lazer de São Bernardo
do Campo. Presidente
do Conselho Curador
da Fundação Criança
de São Bernardo do
Campo, é formado em
Educação Física pela
Universidade de Mogi
das Cruzes, Pedagogia
e Administração
Escolar pela Faculdade
São Bernardo, além
de pós-graduado
em psicopedagogia.
E-mail: gsesp@
saobernardo.sp.gov.br
Paulo 0,1% e municípios como São Bernardo do
Campo, na região do ABC paulista, 0,8%. Pouco,
para aquilo que uma política de esporte bemestruturada pode agregar ao cidadão.
MAR/ABR 2010 | FITNESS BUSINESS
59
60 Fitness Business | MAR/ABR 2010

Documentos relacionados