raquet geometria bola
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Mentes brilhantes Ginástica natural especial softwares 170 líderes empresariais do setor Até o FBI e a Swatt as soluções em ti que ajudam em um inédito brainstorm aderiram à modalidade você a gerenciar sua academia atitude - rgp editora FitnessBusiness mar/abr 2010 no 46 publicação especial Fitness business latin america mar/abr 2010 nº 46 Balança equilibrada Empresas que investem em qualidade de vida para seus funcionários aumentam índices de lucratividade Johnny G: aos quatros anos, ele ganhou sua primeira bike. Décadas depois, tornou-se 2010 |oFITNESS BUSINESS 1 o pai do spinning, modalidade que reúne milhares de praticantesMAR/ABR em todo planeta 2 Fitness Business | MAR/ABR 2010 Sumário 36 CAPA Investir em qualidade de vida para os colaboradores pode aumentar a lucratividade. Grandes empresas já perceberam isso e revelam como conseguiram equilibrar essa relação 52 10 E mais: marketing entrevista Johnny G: o criador do spinning vem ao Brasil lançar sua mais nova modalidade de treinamento físico 08 Termômetro 14 Especial os insights de 170 líderes empresariais em um inédito brainstorm IHRSA 2010 16 Eventos 20 anos de Fitness Brasil 26 Caso de Sucesso 22 32 Mercado & Tendências Novos designs 34 Inovação 40 Mercado & Tendências gestão A importância da pesquisa para a criação de serviços diferenciados 38 Flávio Bueno Franchising 42 Gestão/RH 56 equipamentos & cia Especial softwares: as soluções que te ajudam a tomar conta dos negócios A hora e a vez da especialização 46 Mercado & Tendências Ginástica Natural 50 Políticas Públicas 58 Artigo Editorial O grande guarda-chuva S em dúvida, o bem-estar tornou-se um “big business”. Debaixo desse imenso e consistente guarda-chuva, hospedam-se os mais variados modelos de negócios que lançam mão do estilo de vida wellness para inovar em seus respectivos nichos. O mais excitante é que, somente de uma década para cá, as grandes empresas, sempre consideradas vanguardistas, começaram a perceber que investir em políticas de incentivo à qualidade de vida pode, sim, resultar diretamente em incremento da produtividade e dos índices de lucratividade. Isso nos dá a animadora perspectiva do potencial de crescimento da espinha dorsal do bem-estar, não apenas relacionado à expansão dos programas de saúde corporativa aplicados nas organizações, mas também a frentes de trabalho que se abrem para os educadores físicos, profissionais do marketing e de gestão, todos eles chamados a colaborar com o cenário. Assim como já temos a sustentabilidade arraigada na linha transversal de atuação de muitas empresas, o wellness vai, aos poucos, ocupando seu espaço. A reportagem de capa ilustra bem esse movimento, ao trazer executivos brasileiros do primeiro escalão de multinacionais, como IBM e Volvo, reforçando a importância de investimentos cada vez mais contundentes nas ações voltadas para seu público interno quando o assunto é qualidade de vida. Visão compartilhada por outros experts com os quais conversamos na 29ª edição da Annual IHRSA International Convention & Trade Show, em San Diego (EUA). No mais importante evento mundial do setor, bebemos diretamente na fonte e também mostramos que o Brasil está disposto a matar a sede de muita gente. A inédita eleição de um latino-americano, brasileiro, para compor o board da mais renomada entidade do trade nos próximos quatro anos retrata o salto em altura que demos, assim como fez Fabiana Mürer recentemente, em um meeting indoor. Inserimos de vez o Brasil no topo do pódio, ou melhor, nas principais rodas de negócios em um papel de referência que ninguém mais ousa questionar, o que é fruto também de uma composição entre nossa vocação natural para a qualidade de vida e uma política macroeconômica tão bem empreendida e consolidada pelo governo e seus parceiros. Os desdobramentos de tudo isso poderão ser conferidos de perto agora, na 20ª edição da Fitness Brasil, em Santos, que funcionará como uma espécie de termômetro do setor e promete quebrar todos os recordes quanto ao número de participantes e volume de negócios fechados. Mais de 80 mil pessoas devem transitar por lá. Por aqui, nós antecipamos algumas das novidades que estarão na feira: entrevistas com Johnny G, o pai do spinning, Álvaro Romano, o precursor da ginástica natural, e muitos outros assuntos. A Fitness Business está imperdível! Boa leitura! Waldyr Soares Presidente do Instituto Fitness Brasil 6 Fitness Business | MAR/ABR 2010 FitnessBusiness LATIN AMERICA Conselho Editorial Presidente Fitness Brasil: Waldyr Soares CEO e Presidente da IHRSA: Joe Moore Fitness Brasil Contato: Gustavo de Almeida [email protected] IHRSA Contato: Jacqueline Antunes [email protected] Projeto Editorial e Redação Rua Sud Menucci, 154 – Vila Mariana CEP: 04017-080 – São Paulo – SP – Brasil Tel./Fax: (11)5080-9100 Diretora de redação: Leila Gasparindo – MTB 23.449 [email protected] Editora-chefe: Helen Garcia – MTB 28.969 [email protected] Editor: Adriano Zanni – MTB 34.799 [email protected] Colaboradores: Bartira Betini, Fernando Stella, Francisco Arruda, Juliana Lanzuolo, Patrícia Rodrigues, Simone Bernardes e Vides Júnior Projeto gráfico e diagramação: Arthur Siqueira Revisão: Gisele C. Batista Rego EDITORA Editoração, Comercialização e Distribuição de Publicações em Geral Rua Brigadeiro Galvão, 34, sala 3 - Barra Funda São Paulo / SP - CEP.: 01151-000 Diretor comercial Romeu Gomes Paião Júnior [email protected] Financeiro e administrativo Vivian Ingrid Ignácio [email protected] Assistente administrativo Evandro Batista [email protected] Assistente editorial João Paulo Reis [email protected] Assinaturas e relacionamento Renata Moreira [email protected] Para assinar e/ou anunciar: Fone: (11) 3662-4387 [email protected] Impressão: Intergraf A Fitness Business Latin America é uma publicação bimestral da Fitness Brasil e IHRSA. É editada pela Trama Comunicação que não se responsabiliza por informações, conceitos ou opiniões emitidos em artigos assinados, bem como pelo teor dos anúncios publicitários. A tiragem desta edição, de 10 mil exemplares, é comprovada pela BDO Trevisan. Parceiros Oficiais MAR/ABR 2010 | FITNESS BUSINESS 7 termometro_ painel do leitor Estou montando uma academia de musculação para a melhor idade. Gostaria de saber como posso selecionar os aparelhos ideais e mais adequados para este público? Roberto Peixoto de Araújo Vitória - ES Procure aparelhos que ofereçam controle de amplitude e carga durante a execução. O mais indicado é que você procure equipamentos que reúnam segurança, conforto, facilidade de uso e funcionalidade. Foque naqueles modelos que proporcionarão autonomia para andar, subir escadas, carregar sacolas e crianças, levantar-se de cadeiras e da cama e arrumar a casa. *Colaboração: Cleiton de Castro, pósgraduado em Fisiologia do Treinamento Personalizado pela Unifesp/EPM e atua como consultor e professor na área de educação física, vendas e atendimento fitness. Você também pode participar desta seção! Mande suas dúvidas para o e-mail [email protected] erramos Na edição 45 da Fitness Business (jan/fev), na editoria Eventos, matéria “Calendário 2010”, na página 53, cometemos um equívoco sobre à data de realização da 10a edição da Fitness Brasil Norte-Nordeste. O evento, na verdade, está agendado para ocorrer de 15 a 17 de outubro, em Salvador (BA), e não no mês de setembro como havia sido divulgado. 8 Fitness Business | MAR/ABR 2010 sobe e desce Expansão internacional A Track&Field, marca de moda esportiva, inaugurou sua primeira loja fora do Brasil. O empreendimento está localizado em Manhattan, em Nova York, nos Estados Unidos. O prédio, que possui 85 m², foi projetado pelo arquiteto brasileiro Arthur Casas e tem como principal característica a disposição das peças em cápsulas que servem como embalagens ecologicamente corretas, produzidas à base de plástico natural. Feito inédito O presidente da Cia Athletica, Richard Bilton, foi eleito diretor do Conselho Superior de Administração da IHRSA (International Health Racquet & Sports Club Association). É a primeira vez que um brasileiro se torna membro do board da instituição. Richard Bilton, que participava como Special Advisor America Latina, deve ficar no cargo nos próximos 4 anos. Diversão em primeiro lugar Psicólogos da Universidade de Leeds, na Grã-Bretanha, descobriram que os adolescentes preferem praticar exercícios que lhes trazem diversão em vez de benefícios para a saúde. Ao todo, 128 adolescentes receberam mensagens de textos diariamente por duas semanas. Uma parte deles recebeu mensagens ressaltando os tradicionais benefícios da atividade física para a saúde, enquanto a outra parte recebeu textos com apelo mais emocional. Entre os jovens do primeiro grupo, o aumento no nível de atividade física foi de meia hora por semana. Já no segundo grupo, esse aumento foi de duas horas. Obesidade é aliada da depressão Pessoas obesas são mais propensas a desenvolver depressão, do mesmo modo que as depressivas apresentam mais chances de tornarem-se obesas. É o que aponta o estudo divulgado por especialistas do Centro Médico da Universidade de Leiden, na Holanda. A pesquisa, que ouviu mais de 58 mil pessoas, revelou que a obesidade aumenta em 55% o risco de depressão em pessoas anteriormente não depressivas. Por outro lado, a depressão aumenta em 58% o risco de pessoas com peso normal se tornarem obesas. MAR/ABR 2010 | FITNESS BUSINESS 9 Entrevista Johnny G O reinventor das pedaladas Ele ganhou sua primeira bicicleta aos quatro anos. Apaixonou-se pelo presente, porém sequer tinha a dimensão de que o objeto de desejo da infância iria ajudá-lo a construir carreira. Johnny G, o pai do spinning, fala sobre empreendedorismo e inovação na indústria do bem-estar Por adriano zanni q uase todo menino brasileiro apaixona-se por futebol ao ganhar sua primeira bola. Com esse sul-africano, a história foi um pouco diferente. Aos quatros anos, Jonathan Goldberg receberia uma bicicleta como presente. Era seu objeto de desejo. Mal sabia que, anos mais tarde, ela se tornaria também sua inseparável companheira e iria ajudá-lo a construir uma brilhante carreira como empreendedor e a faturar alguns milhões de dólares. Discriminado pelos colegas por ser um menino disléxico, Jonathan percebeu que a bike poderia ajudá-lo a vencer limites. Pedalava como ninguém. Ao viajar para os Estados Unidos, aos 24 anos, foi assaltado no terceiro dia de sua estada. Perdeu tudo o que tinha: dinheiro e documentos. Nunca mais voltou para a África do Sul. De um turista encantado com o verão californiano, tornou-se um morador das ruas de Venice Beach. Mas sempre pensava que se sobrevivesse a tudo, poderia enfrentar qualquer adversidade no futuro. O primeiro emprego foi numa academia em Los Angeles onde estabeleceu relações com alguns profissionais do setor. Em 1987, chegava a hora de 10 Fitness Business | MAR/ABR 2010 realizar um grande sonho: voltar a pedalar e participar de uma prova de ciclismo, a Race Across America. Não conseguiu terminar. Frustrado, pensou em uma maneira de aprimorar seu condicionamento físico. Elaborou um programa de exercícios cardiovasculares, usando monitor cardíaco. Voltou a treinar na estrada e inscreveu-se para a prova de 1989. Como havia chegado o inverno, para não se afastar de casa, criou na garagem uma bicicleta estacionária, com a mesma geometria de sua bike. Reproduziu alguns exemplares e convidou os amigos para treinarem com ele, ao som de muito rock. Era o pontapé inicial, ou melhor, a pedalada que levaria à criação do spinning, modalidade de aula difundida mundialmente. Hoje, o obstinado Johnny G, como é conhecido, dedica-se à difusão do Programa KRANKcycling, sua mais recente invenção e que promete contaminar o universo dos mais de 10 milhões de praticantes do ciclismo indoor no planeta. O amante das bicicletas estará na 20ª edição da Fitness Brasil Internacional, em Santos, e conversou conosco durante uma viagem de negócios à Turquia e ao Oriente Médio. Divulgação Passados tantos anos da criação do spinning, como você analisa a prática do ciclismo indoor nas academias? Todos os relatórios que tenho dos proprietários de grandes clubes de saúde e de academias é que esta atividade tem crescido e ainda está se expandindo. Estima-se que 10 milhões de pessoas participem diariamente de atividades ligadas ao ciclismo indoor. Eu o vejo como um elemento importante na indústria fitness, tanto que os empreendimentos passaram agora a oferecer a bicicleta de ciclismo indoor também na sala de musculação, e não mais apenas nas salas de exercícios em grupo. Atualmente, você concentra seus esforços na difusão do KRANKcycling. Quais as inovações contidas no programa e no aparelho que lhe dá vida? O KRANKcycle é um dos equipamentos mais diversificados e abrangentes na indústria fitness. O que o torna único são os braços krank independentes. Isto faz que um lado seja independente do outro e ajuda a desenvolver a coordenação do exercício, com muita variedade, deixando a prática divertida, excitante. O exercício rotacional para os membros superiores dá ao usuário a possibilidade de fortalecer o treinamento e o condicionamento cardiovascular. A fusão de treinamento usando o KRANKcycle por 20 minutos e a bicicleta indoor é a maneira mais completa de conseguir bom condicionamento físico, perder peso e manter-se saudável. É o equipamento ideal para diminuir lesões, para mulheres grávidas e pessoas idosas. Para os obesos, ajuda a tirar a pressão das pernas e permite a eles conseguirem um grande rendimento com vistas à perda de peso. O assento do KRANKcycle é removível para permitir que alguém em uma cadeira de rodas suba nele e consiga se exercitar. Uma coisa que eu nunca sonhei ser possível. Como surgiu o projeto? Ele foi criado após observar um hand-cycle feito à mão, em 2002, em um evento de spinning que organizei. Uma jovem de 14 anos pedalava perto de mim. Eu perguntei a ela se podia testar sua engenhoca. Fiquei admirado e vi que um dia isso poderia ser uma máquina dos sonhos se ela passasse por um processo de reengenharia com braços krank independentes. Levei o estudo adiante e deu certo. MAR/ABR 2010 | FITNESS BUSINESS 11 Divulgação Entrevista Johnny G Ao lado de sua mais nova “engenhoca”, o KRANKcycle, Johnny G aposta na expansão do mercado fitness brasileiro Você é um grande empreendedor da indústria do bem-estar. Qual a estratégia de negócios para difundir uma nova modalidade? Eu busco parcerias e uno forças com empresas que são expoentes na indústria de fabricação de equipamentos esportivos, como a Johnson Health Tech. Porém, a máquina não pode ser desvinculada do treinamento de qualidade. O programa oferecido dá vida à peça de metal. Em nível prático, investi pesado, por exemplo, na elaboração do KRANKcycle, usando meus próprios recursos, criando 220 protótipos e 60 instalações de teste pelos Estados Unidos. Eu fiz testes por dois anos consecutivos, antes de partir em busca de um parceiro adequado. Outro elementochave para o sucesso é ter um reconhecimento de marca consolidado. O cenário fitness é um meio em constante processo de atualização. Em sua opinião, qual o passo a passo que um empresário do setor deve seguir quando deseja implementar uma ideia no mercado? Todos possuem suas próprias ideias 12 Fitness Business | MAR/ABR 2010 e opiniões. Há muitas maneiras de levar isso adiante. Mas a maioria das fórmulas de sucesso é parecida. A longevidade é algo em evidência nos dias atuais. É com esse conceito que queremos trabalhar. O produto deve ter um valor e um sentimento forte por trás, alguma coisa que leve você a tornar-se dedicado e apaixonado por aquilo. Se você tiver experiência, uma boa filosofia e um método que funcione, isso pode ser um bom começo. O único obstáculo seja talvez que você precisa ter força e coragem suficientes para transformar a vida de um ser humano que passará a lidar com seu produto ou serviço, ao mesmo tempo em que isso possa significar para o empresário começar algo do zero. Mas é preciso arriscar para ver o próximo passo. Quais as tendências predominantes na atividade física realizada dentro das academias? Após viajar para a Alemanha, Turquia, Itália, Espanha, Reino Unido e Holanda, observei que a principal tendência nas academias é o chamado fitness express. São vinte minutos de exercícios rápidos e intensos. Há um movimento crescente no qual as academias e os personal trainers estão levando seus clientes a estas atividades nas quais você não tem de estar em uma sala de exercícios em grupo. Fusão e treinamento de circuito estão no auge dentro desse conceito. Embora muitos defendam que se exercitar sozinho represente um tédio, além de haver inúmeras possibilidades de falhas nos treinamentos, a indústria do bem-estar está criando fórmulas para promover maior rendimento aos cidadãos que não querem esperar pelas práticas em grupo. O Brasil é hoje o segundo mercado mundial em número de academias e praticantes de atividades físicas. Que paralelos o senhor pode traçar entre a realidade brasileira e aquela vivenciada no exterior? O mercado fitness no Brasil é incrível. Desde o meu primeiro contato com as academias do País, 11 anos atrás, pude conferir o enorme potencial de mercado que vocês possuem. Logo de cara, nós fizemos o primeiro ride, “Alcançando as Estrelas”, com minha equipe em um heliponto em São Paulo – o primeiro evento dessa natureza no mundo – e também no topo de uma montanha em Niterói (RJ). Uma lembrança ímpar em todos esses anos. É um dos poucos países em que os treinadores precisam ter um diploma universitário para poderem atuar. Isso deve ser exemplo para todos. Eu tenho sonhado com o Brasil desde 2004. Estou muito animado e ansioso pelos momentos incríveis que certamente terei em Santos (SP). E vou me programar para surfar em Maresias, no litoral norte. MAR/ABR JAN/FEV 2010 | FITNESS BUSINESS 13 29th Annual IHRSA International Convention & Trade Show fotos: The photo group especial Brasil é destaque na 29ª edição da IHRSA Fórum latino-americano sobre políticas salariais e legislação trabalhista ligadas ao bem-estar movimentou o maior evento mundial do setor, apresentando discussões aos proprietários e gestores de academias, trazidas por debatedores brasileiros e de países vizinhos Por Adriano Zanni com colaboração de Jacqueline Antunes 14 Fitness Business | MAR/ABR 2010 t ão afinada quanto a guitarra de Joe Moore, empunhada durante um dos eventos que integraram a 29ª edição da Annual IHRSA International Convention & Trade Show, em San Diego (EUA), foi a participação de representantes brasileiros da indústria de fitness e bem-estar no maior evento mundial de negócios, do setor que teve seu encerramento no dia 13 de março. Proprietários de academias, diretores, gerentes, consultores, líderes empresariais e educadores físicos foram à Califórnia para conhecer de perto as principais tendências, ligadas tanto em termos de equipamentos e programas de aula, como em relação às práticas bem-sucedidas de gestão. Destaque para o “Fórum Latino-Americano: indicadores, políticas salariais e legislação trabalhista”, patrocinado pela Fitness Brasil e que integrou oficialmente a programação da feira. Guillermo Vélez, diretor editorial da revista Mercado Fitness e a advogada brasileira Joana Doin exibiram um panorama do cenário fitness na América Latina focado nas questões trabalhistas e salariais e apresentaram soluções adotadas em alguns países que poderiam ser transpostas para outros. Mais de 120 latino-americanos, entre CEOs, diretores e gerentes de academias, bem como empresas de equipamentos estavam na plateia, além de convidados do mundo todo. Evento contou com a participação de representantes de 77 países, entre eles, um grupo de brasileiros proprietários de academias em Minas Gerais (foto à direita) “Benchmarking” necessário Um grupo de nove proprietários de academias em Minas Gerais, apoiado pelo Sebrae-MG, realizou visitas técnicas a academias de San Diego e Los Angeles, além de participar da convenção e trade show. Os empresários, provenientes de cidades como Uberlândia, Patos de Minas, Patrocínio e Araxá, mostraram-se satisfeitos com o benchmarking e empolgados em implementar algumas filosofias de negócios em suas academias, adaptando-as à realidade brasileira. “O evento ocorreu com muita energia e entusiasmo, como era de se esperar. O Brasil, definitivamente, é a bola da vez no setor. Prova disso é a eleição de Richard Bilton, diretor da Companhia Athletica, como diretor do Conselho Superior de Administração da IHRSA. Ele deverá permanecer no cargo por quatro anos e isso abre mais um canal para o estreitamento de laços com a entidade e outros países”, opina Waldyr Soares, presidente da Fitness Brasil e homenageado pela organização do evento em solenidade especial. CEO da IHRSA, durante o encerramento da 29ª edição do evento. Outros temas como licença para o uso de música nas academias, certificações profissionais e iniciativas de promoção da saúde também integraram a lista dos assuntos mais debatidos durante encontro entre federações e associações da indústria fitness/ wellness de 22 países. Moore, que era integrante de uma banda de rock quando jovem, surpreendeu os participantes quando subiu ao palco, tocando guitarra, ao vivo. Acompanhado pelo Conselho de Administração da própria entidade, entoou a canção “O mundo está se exercitando com a IHRSA”, de autoria própria. Arrancou aplausos da galera em um instante que pode não entrar para o cenário da música mundial, mas certamente ficará registrado como um dos melhores momentos da feira. “Gostaria de estender meu profundo agradecimento a todos os participantes de 77 países, expositores, patrocinadores e palestrantes. O evento confirmou nosso compromisso com o crescimento da indústria global, focando nos fundamentos que permitirão o sucesso”, disse Joe Moore, presidente e O evento terminou em grande estilo com uma recepção a bordo do navio San Diego Harbor Excursions pelo Oceano Pacífico, com vista do mar para toda a cidade. Ano que vem tem mais: 30 anos de convenção e trade show, entre 16 e 19 de março, em São Francisco, Califórnia (EUA). See you! MAR/ABR 2010 | FITNESS BUSINESS 15 eventos 20 anos: Fitness Brasil Internacional E o fitness reinventou sua própria roda... ... tornou-se bem-estar, consolidou-se como um “big business” e profissionalizou-se para a era do conhecimento. Maior feira do setor da América Latina completa 20 anos com o desafio de democratizar o acesso à informação sobre qualidade de vida Por adriano zanni 16 Fitness Business | MAR/ABR 2010 i magine-se no final da década de 1980. O Brasil realizava as chamadas “Diretas Já”. Figueiredo preparava a transição do regime militar para a nova democracia, conclamada pelo povo. Em 88, a nova Constituição Federal era promulgada. Os parlamentares voltavam a falar sobre direitos humanos e liberdade de expressão. Um ano mais tarde, seria derrubado o Muro de Berlim. Não havia o Iphone de Steve Jobs, nem o Google, sequer as pessoas tinham e-mail. Tudo se resolvia por telefone ou fax. MAR/ABR 2010 | FITNESS BUSINESS 17 eventos 20 anos: Fitness Brasil Internacional há 20 anos, tudo beirava o amadorismo. Falava-se apenas na aeróbica de competição e no pessoal da ‘maromba’ waldyr soares, fitness brasil Mais que nostálgico, o cenário ilustra o maremoto sócio-político-econômico pelo qual o mundo atravessou em apenas duas décadas. Naquele momento, os negócios possuíam filosofias diferentes de caminhar: eram estanques em seus segmentos e priorizavam o boicote no repasse de informações, uma vez que os canais de divulgação estavam concentrados nas mãos de poucos grupos. Vinte anos mais tarde, o mundo pulveriza informações; tornou-se cruelmente dinâmico, principalmente para quem ainda vive preso a este passado. Surgiram os big business, grandes conglomerados de negócios que integram os mais variados nichos. Quando a Fitness Brasil, mais importante evento do setor da América Latina, deu o pontapé inicial em suas atividades, em meados de 1990, poucos eram os visionários que apostavam na indústria do bem-estar como agente catalisador de investimentos. “Tudo beirava o amadorismo. Falava-se apenas na aeróbica de competição e no pessoal da ‘maromba’. No Brasil, por exemplo, não havia sequer uma entidade com experiência na organização de eventos na área. A única exceção era uma iniciativa em Poços de Caldas (MG) que costumava reunir educadores físicos, jovens, com o objetivo mais de confraternização do que de aperfeiçoamento. Foi quando realizamos um 1ª fitness brasil 18 Fitness Business | MAR/ABR 2010 benchmarking e decidimos profissionalizar o setor”, conta Waldyr Soares, presidente do Instituto Fitness Brasil e um dos precursores do movimento. O empresário lembra que, na primeira edição do evento, havia apenas 320 inscritos, sendo que os investimentos chegaram a modestos R$ 10 mil, boa parte deles para a aquisição da chancela de um evento norte-americano de sucesso, o Idea-USA, que apresentava em sua fórmula um viés técnico e já era amplamente difundido. “Lançamos a Fitness Brasil em parceria com a Universidade de São Paulo (USP). Na segunda edição, constatamos a necessidade de mudar de local, pois era preciso concentrar os profissionais em uma cidade que respirasse qualidade de vida. Foi quando fizemos um acordo com o Sesc e com a Prefeitura Municipal de Santos. O município reunia condições para abrigar a feira e uma imagem em saúde pública que precisava ser mudada. Sendo assim, era bom para ambas as partes. No segundo ano, já eram 850 participantes”, lembra Soares. Em 2010, são esperadas cerca de 80 mil pessoas para os quatro dias de evento, que se estende de 29 de abril a 2 de maio, no Mendes Convention Center, no Sesc, na Universidade Metropolitana de Santos (Unimes) e na Academia Unique. 5ª fitness brasil O guarda-chuva Waldyr Soares explica ainda que a Fitness Brasil foi um dos acontecimentos mais importantes para o mercado de educação profissional e para a indústria brasileira. A estrutura de negócios oferecida pela feira e a grade de programação ditam tendências. “Definitivamente, o Brasil passou a criar a moda do cenário. O mundo está voltado para cá. O professor de educação física mudou seu comportamento e seu grau de conhecimento. O foco agora é a democratização do acesso à informação que proporcione qualidade de vida à imensa parcela da população que ainda está à margem desse processo todo”, salienta. Mônica Yukie Kuwahara, economista e professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie, concorda com Soares e diz que o aumento da longevidade da população brasileira está associado intimamente ao incremento da renda, à maior oferta de serviços, inclusive com o aumento de especialidades na área de saúde direcionadas às pessoas da chamada “terceira idade” e às populações especiais, o que abre possibilidades. Para a coordenadora do Núcleo de Pesquisas em Qualidade de Vida, a preocupação com o bem-estar é mais que o acesso a bens e serviços. “É, segundo a definição do Nobel em Econo- 10ª fitness brasil mia, Amartya Sen, a possibilidade e as condições efetivas de poder escolher e ser feliz. Nesse caminho, terapias alternativas, alimentos diferenciados, serviços especializados, academias para atividades esportivas são exemplos de novos negócios que têm apresentado uma oferta cada vez maior. Mas, na maior parte dos casos, atendem a um público consumidor abastado que ainda é minoria no País. Isso dá ideia do potencial que existe pela frente”, acrescenta. 320 foi o número de inscritos na 1ª edição da fitness brasil. um ano mais tarde, já eram 850 participantes O guarda-chuva abre-se ainda mais quando se pensa no marketing de causa que tem levado grandes empresas a associarem suas marcas ao conceito wellness. “As organizações são constituídas por pessoas, compram de outras empresas que são gerenciadas por pessoas e vendem produtos e serviços para pessoas. E seres humanos querem e precisam de realização, precisam ser felizes. É um passo importante encarar o sucesso de uma empresa ou de um trabalhador a partir de outros parâmetros que não apenas seu resultado em termos de produtos. Pode ser que essa seja mesmo uma nova onda”, completa Mônica. Minha praia é aqui Quem frequenta essa enseada, desde os tempos do longboard, também se revela otimista com as pers- 15ª fitness brasil MAR/ABR 2010 | FITNESS BUSINESS 19 20 anos: Fitness Brasil Internacional val luna eventos Em 2009, evento contou com mais de 60 mil visitantes. Uma das atrações do trade show foram os estúdios de Pilates pectivas apresentadas. Para Mauro Guiselini, do Instituto Runner, presença constante na Fitness Brasil desde as primeiras edições do evento, o próprio interesse dos alunos de educação física, que foi se modificando, contribuiu para o insight de novas demandas de mercado e para evolução das modalidades de exercícios rumo ao yoga, Pilates e, mais recentemente, treinamento funcional. “Criamos a chamada aldeia global do bem-estar. Nunca imaginamos chegar a este nível. Todos se comunicando a uma velocidade incrível e isso proporcionando o intercâmbio de ideias inovadoras”, ratifica a colega de profissão Mônica Tagliari, uma das renomadas profissionais escaladas para a 20ª edição da Fitness Brasil. Inélia Garcia, diretora do The Pilates Studio Brasil, há 17 anos presente na feira, projeta que a próxima década 20 Fitness Business | MAR/ABR 2010 revelará um crescimento espantoso das atividades que integram corpo, mente e espírito. “Será uma abordagem relacional importante nos rumos das tendências que estão por vir. Do auge da aeróbica para hoje, foi um salto sem precedentes nesse sentido”, diz a precursora do método Pilates no País. Para Mônica Marques, diretora técnica e sócia-proprietária da Companhia Athletica, o segmento de academias encontra-se consolidado e o conhecimento do setor já é produzido e reproduzido nas universidades brasileiras, em convenções de grande porte e em meios eletrônicos, telepresenciais e on-line. “O nosso desafio é, claramente, conquistar o devido reconhecimento como promotores de saúde profilática junto à população e aos setores médicos e governamentais, oferecendo ao mercado aulas e programas cada vez mais individualizados e focados nos resultados almejados pelo cliente”, dispara. “Se formos comparar à realidade dos Estados Unidos, onde temos o maior número de academias, podemos dizer que os norte-americanos têm a indústria nas mãos, mas não têm o wellness em seu DNA. Eles detêm tecnologia, mas o brasileiro tem o motivacional, a criatividade. Ainda mais agora, em um período pós-crise, em que a indústria está tentando se reerguer, todos estão buscando soluções criativas. E nós somos a cara, a alma e os músculos desse setor”, comemora Waldyr Soares. Informe-se 20ª Fitness Brasil Internacional De 29 de abril a 2 de maio Mendes Convention Center Santos - São Paulo Inscrições: www.fitnessbrasil.com.br MAR/ABR 2010 | FITNESS BUSINESS 21 gestão Como oferecer serviços diferenciados O tempero de que o cliente gosta shutterstock Antes de inovar, aplique pesquisas e analise a rotina dos consumidores. Capte suas necessidades e desejos. Esses recursos ajudam a fidelizar o público e garantem o sucesso de seu negócio Por Juliana Lanzuolo e m um mercado equalizado em técnicas de venda, equipamentos, alta tecnologia e muita informação e que, aparentemente, atende a todos os gostos, trilhar um caminho novo e acertar em cheio, no alvo, parece desafiador. Das pequenas empresas aos grandes empreendimentos, todos procuram atender às necessidades básicas do cliente, que exige, entre outras coisas, localização acessível, bons profissionais e ótima estrutura. Para Gilberto Cavicchioli, professor de Marketing de Serviços e Gestão de Pessoas da área de PósGraduação da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), 22 Fitness Business | MAR/ABR 2010 a implementação de recursos tecnológicos é importante, pois o público do setor fitness quer conforto e luxo, mas o empresário deve voltar uma atenção especial ao atendimento e relacionamento com o cliente, o que ele mesmo define como um dos pilares de sustentação do marketing de serviços. “O que diferencia hoje é o ambiente, as sensações que o usuário pode vivenciar dentro ele. Os cinco sentidos também compõem a arquitetura do negócio. O projeto deve ir além do visual para considerar também o cheiro, os sons que ele vai ouvir e o tipo de serviço único, ímpar, que ele vai receber”, acrescenta Patrícia Tota- ro, arquiteta responsável pelo projeto da Club Unique, em Brasília (DF). Eleita pela imprensa estrangeira como uma das academias que possui o design mais diferenciado do mundo, o empreendimento atende três públicos específicos: gestantes, crianças e recém-nascidos por meio do Projeto Bebê, que contempla aulas de música, arte e psicomotricidade. O Kid’s Club, outro diferencial do negócio, garante total privacidade às crianças, com recepção e acesso exclusivos que os separam da convivência com os adultos, além das salas com temática infantil e funcionários especializados. “Nosso ponto de partida foi a segurança. Mas, ao reservar um lugar cativo aos pequenos alunos, com vestiário particular para meninos e meninas, cuidamos também da saúde íntima, higiene, além de preservar a identidade deles, pois evitamos que tenham contato com determinados assuntos e situações que lhes sejam inconvenientes”, conta Diogo Salim, proprietário da Unique Family Fitness Club. Ele conta que 70% de seus clientes não gostam de academias e associam o lugar a ambientes abafados e apertados. Por isso, essas são algumas das iniciativas que fortalecem a marca que se autointitula a “academia da família”. Humanize as novidades A relevância no quesito prestação de serviços deixou de estabelecer tantos vínculos com o maquinário, com as questões burocráticas, para atender a vontade do cliente. “A palavra design foi substituída por ser humano. O ideal, então, é investigar as necessidades e gilberto cavicchioli, da escola superior de propaganda e marketing (espm), aponta algumas atitudes que esbarram diretamente no atendimento e influenciam na qualidade de serviços prestados: shutterstock Situação Proposta Quando as faltas à academia forem frequentes Mantenha os cadastros atualizados e disponibilize uma lista de presença para que o cliente seja avisado. Ele vai gostar de saber que a academia está atenta a ele Durante a consulta que atesta condicionamento físico Esta consulta já é uma prestação de serviço. O avaliador lida com timidez, obesidade, entre outras particularidades do aluno. Aqui vale um treinamento em gestão de pessoas para que o profissional adeque seu atendimento ao perfil em questão Planos muito rígidos Oferecer flexibilidade de horários em função do perfil do aluno Local asseado Atenção com higiene, segurança e treinamento de pessoas. “Vejo empresas muito sofisticadas que pecam no atendimento à recepção. A linguagem e a forma como o funcionário conduz o cliente fazem toda a diferença.” MAR/ABR 2010 | FITNESS BUSINESS 23 gestão Como oferecer serviços diferenciados shutterst ock desejos dos alunos. Trata-se de projeto de serviço, mas ligado ao ser humano”, explica Tennyson Pinheiro, diretor da Live Work, referência em design de serviços no mundo, agora com sede no Brasil. Segundo consultores, o empresário deve partir do princípio de que o cliente vai reservar algumas horas de seu dia para malhar, mas também vê a academia como um espaço de convivência, networking e lazer. “Não adianta gastar com equipamentos e ações sem que o público reconheça aquilo como valor agregado. Toda benfeitoria no estabelecimento deve ter o aluno como coautor da ideia. Esta é uma grande jogada que contribui para o processo de fidelização”, orienta Gilberto Cavicchioli. 24 Fitness Business | MAR/ABR 2010 que ambiente ele quer estar ao praticar atividade física? São essas proposições que devem importar ao empresário antes mesmo de dar início ao projeto. Pois o grande acerto é o estudo de público”, exalta Patrícia. Cavicchioli chama atenção ainda para as pesquisas de opinião e não descarta sua importância; porém, recomenda que elas não sejam muito extensas e cansativas. “Nem sempre o cliente sabe o que quer, então, solte periodicamente um questionário que não deve ter mais que cinco perguntas e inclua possíveis serviços e ideias novas para que ele eleja a mais adequada”, sugere. “Procuramos entender o status de como está e para onde o cliente precisa ir. É importante capacitar o empresário primeiro para que ele compreenda a importância de inovar e depois como fazer para inovar. Não é apenas um processo consultivo de demonstrar ações ideais, mas você realmente envolve esse empresário no processo de construção de valor para que ele consiga, ao final, propor soluções junto até com seu cliente”, completa Tennyson. Dinheiro em caixa ou a lealdade? No entanto, a questão financeira ainda tira o sono dos empresários do setor. Muitos ainda traçam estratégias focadas no balanço de fechamento, pensam sobre como diminuir os custos e se rentabilizar. Patrícia e Tennyson, no entanto, ressalvam que o foco de sucesso no cenário do bem-estar é alinhar sua marca ao perfil do cliente. “Quem é o seu aluno? Quanto ele quer gastar? Em Uma pesquisa feita com mais de 4 mil praticantes de atividade física concluiu que o processo de lealdade do aluno de uma academia tem início a partir de 8 ou 9 meses de relacionamento com a marca. “As ideias têm de nascer do cliente; a gente testa a viabilidade técnica e econômica. Mas elas partem essencialmente do estudo do comportamento e da relação desse cliente com o mercado”, diz Tennyson. MAR/ABR 2010 | FITNESS BUSINESS 25 caso de sucesso Flávio Bueno A ocasião faz o inventor Aos 16 anos, considerava-se obeso. Foi quando pintou o interesse em melhorar a autoestima por meio da prática de exercícios. Gostou tanto, que foi cursar Educação Física. Ainda como estagiário, deparou-se com a necessidade de alguns alunos em controlar suas séries de musculação. Incorporou de vez o Professor Pardal e criou uma engenhoca que vem conquistando o mercado. De lá para cá, não parou mais. “Sou obcecado por empreender”, assim se autodefine Flávio Bueno, 28 anos, o inventor do Personal Counter Por adriano zanni Patinho Feio Sou o caçula de uma família com três irmãos. Nasci em Porto Alegre (RS), onde me formei em Educação Física. O interesse pela área esportiva surgiu na adolescência. Era obeso e cheguei a pesar 110 kg e tinha 1,75 m de altura. Isso aos 16 anos. Eu era muito ansioso e descontava tudo na alimentação. Nunca me importei em ter um corpo perfeito ou com a qualidade de vida. Mas chegou uma hora em que resolvi me cuidar. Meu pai me matriculou no jiu-jítsu, uma vez que precisava deixar o sedentarismo de lado. Depois de anos de treinamento, perdi 45 kg, juntamente com o trabalho de musculação e reeducação alimentar. O esporte canalizou minha ansiedade e me fez descobrir o caminho profissional. 26 Fitness Business | MAR/ABR 2010 Não à inércia Quando cheguei à universidade, não me acomodei. Sempre me interessei em criar coisas, mesmo porque eu não queria ser apenas mais um professor de academia. Queria me sentir melhor remunerado. A faculdade não nos prepara para sermos empreendedores. Acho esse um grande equívoco. Somente onde estudei, são 4 mil alunos de Educação Física, ou seja, há um mercado em saturação e precisamos encontrar soluções que desafoguem isso. Esse cenário despertou minha vocação empreendedora. Divulgação Divulgação Eu observava que os alunos se atrapalhavam na contagem das séries de exercícios e não esperavam o tempo necessário entre um aparelho e outro. Então, pensei: preciso inventar algo para auxiliar este usuário. Foi quando decidi vender minha parte no negócio por R$ 25 mil para colocar dinheiro nos projetos. Investi tudo nas pesquisas que resultariam no lançamento do Personal Counter. Professor Pardal Enquanto ainda era estagiário, montei um estúdio para dar aulas como personal trainer juntamente com um sócio. Trabalhava muito, mas as contas do mês não fechavam. Meu salário na época girava em torno de R$ 1.500. Morava com meus pais ainda, mas queria sair de casa e não tinha condições. Como sou apaixonado pelo que faço, comecei a pensar em invenções que agregassem valor a minha área de atuação e pudessem me abrir caminhos. Além dos croquis Como não tinha conhecimento algum na área de tecnologia, aliei-me a um técnico em eletrônica, amigo de infância. Foram quatro anos desde a concepção da ideia até a venda da primeira unidade. Foram mais de R$ 100 mil no desenvolvimento do projeto, quatro vezes o que havia planejado. O primeiro lote fabricado tinha apenas mil aparelhos. Depois disso, cheguei a produzir mais 5 mil unidades. Agora, estou procurando parcerias para fabricá-lo em grande escala e partir rumo ao mercado internacional. Fui procurado por grandes portais de vendas no Brasil, mas ainda não consigo atender a demanda que eles querem. Senso de paternidade Minha empresa existe há seis anos, mas ainda engatinha. A produção do aparelho é toda terceirizada. O custo para fabricação é de R$ 40. O produto sai por R$ 149 para o consumidor final. O lucro com este segundo lote de 5 mil unidades foi de cerca de R$ 60 mil, mas isso não cobre ainda os investimentos que fiz. A patente do aparelho é minha. Já expus o produto na Alemanha, em uma feira do setor. Quiseram comprar minha ideia, mas me ofereceram muito pouco. Nada além de 20 mil euros. Recusei na hora. O Personal Counter é como um filho para mim. Vê-lo aplicado em uma academia é muito gratificante. Agora, estudo a viabilidade de produzir uma versão como relógio de pulso. A pessoa poderá se deslocar na academia sem precisar do aparelho instalado nos equipamentos. Vou levar adiante o rótulo de Professor Pardal que, aliás, nunca me incomodou. Cheguei a inventar um aparelho celular que recarregava a energia solar. Mas não foi para frente por dificuldades de negociação. Receita de bolo Acho que todo inventor deve ser um pouquinho obcecado. Tem de ralar mesmo, estudar, se ausentar de compromissos pessoais. Se fosse para começar de novo, talvez faria um pouco diferente. Ouviria menos algumas pessoas e desenvolveria meu projeto mais por minhas próprias pernas, porém com um plano de negócios sólido, apoiado em alguma incubadora. O que posso dizer é que inovar sempre vale a pena, mas requer perseverança e paciência. MAR/ABR 2010 | FITNESS BUSINESS 27 28 Fitness Business | MAR/ABR 2010 MAR/ABR 2010 | FITNESS BUSINESS 29 Jukari Fit to Fly Divulgação inovação O circo dentro da academia n unca foi segredo para ninguém: a atividade circense, além de lúdica, roporciona condicionamento físico invejável e melhor postura a seus praticantes. No entanto, o que pouca gente vislumbrava, sobretudo no cenário fitness, era a abertura de novas frentes de negócios capazes de reunir a experiência de trapezistas, malabaristas e outros profissionais do picadeiro e os conceitos de qualidade de vida difundidos pelos educadores físicos. Vislumbrava! Pois a Reebok Sports Club acaba de trazer com exclusividade para o Brasil uma novidade em seu pacote de aulas, direcionada especialmente para o público feminino e que promete ser o trampolim, ou melhor, o trapézio que irá alavancar novas alunas em busca de experiências únicas. Não se assuste se, ao transitar pelas dependências da unidade da Vila Olímpia, na zona sul de São Paulo, observar um grupo de alunas “voando” de lá para cá por intermédio de estruturas fixadas no teto. A 30 Fitness Business | MAR/ABR 2010 Reebok Sports Club estabelece parceria com Cirque du Soleil e oferece nova modalidade de aulas para mulheres, que tem como base os movimentos do trapézio Por patrícia rodrigues Jukari Fit to Fly é a mais recente aposta da rede de academias e possibilita um treinamento funcional trabalhado em um ângulo de 360 graus. Com um treino lúdico, o método usa a própria força para sair do chão e retornar ao mesmo ponto, tonificando os músculos do corpo inteiro e, principalmente, desenvolvendo a consciência corporal. A aula foi desenvolvida pela Reebok International em parceria com o Cirque du Soleil, outro nome de peso em matéria de originalidade e qualidade. No começo de 2008, as duas marcas reuniram-se com um único objetivo: tornar o exercício divertido e atraente aos olhos das consumidoras. Após oito meses de estudos e testes rigorosos, a Jukari Fit to Fly estava pronta. Os investimentos para adequação da sala de aula na unidade da Vila Olímpia, treinamentos dos professores e material para lançamento da nova modalidade somaram R$ 420 mil. “Nós temos uma grande tradição na área do esporte feminino e o Cirque du Soleil é mundialmente conhecido por sua criatividade e inovação. Juntos, a combinação de um DNA único, criou esta preciosa parceria que vai mudar a forma como as mulheres encaram a atividade física”, diz José Otávio Marfará, sócioproprietário da Reebok Sports Club. Como funciona Baseada nas performances do show Cirque du Soleil, a sala de aula da Reebok Sports Club foi devidamente equipada com o Flyset, equipamento único na indústria fitness que permite a combinação da dança no trapézio e o condicionamento em suspensão. Com dois cabos suspensos, barra e leg straps, utiliza o peso do corpo do aluno contra a gravidade. A nova aula tem 60 minutos. O aquecimento de cinco a sete minutos é um ensaio dos principais movimentos e alongamentos. A parte principal conta com 40 minutos de atividade cardiovascular e exercícios de força, onde a aluna tem a sensação de voar no trapézio. A RÁDIOACADEMIA cria para sua academia uma programação musical inteligente, que muda e acompanha o perfil do seu público e suas variações no decorrer do dia, proporcionando um ambiente ainda mais agradável, contagiante e dinâmico o ano todo. POWER VISION Para turbinar ainda mais a sua RÁDIOACADEMIA, você conta com o Power Vision, que integra seu sistema de som com as TVs da sua academia, transformando sua rádio em um poderoso sistema de comunicação e entretenimento audiovisual, trazendo mais resultados às suas ações de fidelização e marketing. Proporcione maior interatividade entre os alunos e entre a própria academia, tornando-a um lazer diário e indispensável na vida do seu aluno! Tel: 11 5572-7716 - [email protected] - www.listenx.com.br JAN/FEV 2010 | FITNESS BUSINESS 31 mercado & tendências Novos designs O design que chega às telinhas de TV Divulgação Divulgação Fabricante de equipamentos investe em projetos diferenciados para atrair consumidores e conquista novas parcerias que contribuem para divulgação da marca em âmbito nacional Por Simone Bernardes n ão se assuste se, ao ligar a tevê, no horário da novela das oito, visualizar uma esteira ou uma bike da Profitness na academia onde Carlos e Betina – personagens vividos pelos atores Carlos Casagrande e Letícia Spiller, na atual novela das oito – se exercitam regularmente. A fabricante com sede em Ribeirão Preto (SP), interior de São Paulo, cedeu equipamentos por comodato para comporem a cenografia de algumas novelas da Rede Globo. A estratégia é a de aumentar a visibilidade dos aparelhos de ginástica com design dife re nc i ad o e, com isso, despertar olhares de potenciais consumidores. A exposição pode ser considerada também fruto do 32 Fitness Business | MAR/ABR 2010 reposicionamento de mercado empreendido pela fabricante há três anos, quando os gestores da empresa decidiram mudar estratégias de negócio com base em pesquisas que apontavam as reais necessidades de seus clientes. A busca por parceiros e fornecedores foi outro passo determinante para essa mudança de cultura, juntamente com o envolvimento dos funcionários, cada um em sua especialidade. Hoje, nada é produzido sem um forte apelo ao design, tudo para atender a academias de alto padrão. “Como o formato da academia ideal já está consolidado pelo próprio mercado, decidimos que deveríamos produzir uma linha completa de equipamentos que estivesse totalmente dentro desse conceito, porém com preços atrativos, inovações inteligentes e que criassem soluções definitivas com valor agregado. Nesse processo de criação, nenhuma ideia, por mais absurda que fosse, chegou a ser descartada. O trabalho se deu intensamente no debate e na viabilização dos recursos necessários, e o resultado foi para lá de satisfatório”, diz Roberto Abdala, CEO da Profitness. Na onda de oferecer equipamentos com linhas mais contemporâneas e arrojadas, a Profitness lançou uma enxurrada de aparelhos no mercado: primeiramente, veio a esteira Wega e, na sequência, a Bike Nooxi, o complemento da linha de cardio – com bikes ergométricas, elípticos e a nova esteira Sirius, a linha de musculação Origym e o sistema de ajustes Jet Set, para regulagem automática de estofamentos em bikes e máquinas de musculação. “Para 2010, pretendemos continuar investindo em pesquisa e desenvolvimento. Novos produtos também serão lançados”, afirma Abdala. MAR/ABR 2010 | FITNESS BUSINESS 33 FuteBio Futebol impulsiona Divulgação inovação surgimento de modalidades A paixão pelo esporte mais popular do planeta e a proximidade com a Copa do Mundo levam grande rede de academias a oferecer inusitado programa de aulas na expectativa de atrair novos alunos Por francisco arruda d efinitivamente, as academias entraram mesmo na onda do bemestar e cada vez mais têm procurado oferecer a seus usuários atividades lúdicas que, além de proporcionar experiências únicas, ajudam a manter corpo e mente em perfeito equilíbrio. Para os amantes do futebol, aqueles que não dispensam “bater uma bolinha” aos fins de semana com os colegas do trabalho, uma grande rede de academias de São Paulo lançou, em fevereiro, nova modalidade que promete atrair a atenção até mesmo dos mais sedentários. A proximidade com a Copa do Mundo, na África do Sul, foi o que mais inspirou a Bio Ritmo a incorporar chutes, cabeceios, matadas, dribles e passes às técnicas modernas de condicionamento físico. O novo programa de aulas foi batizado 34 Fitness Business | MAR/ABR 2010 como FuteBio e pode-se dizer que foi criado “a quatro pés”. Os professores Humberto Talarico e Rodrigo Silva, fanáticos confessos pelo esporte, pensaram em oferecer aos alunos, das mais variadas idades, uma modalidade sem contraindicações e ideal para quem deseja queimar calorias. “Nosso objetivo foi criar algo alegre, pois futebol é isso. Pensamos em juntar esses elementos do esporte e fazer um programa que estivesse ao alcance de todo tipo de usuário. Desde aqueles que estão iniciando na prática de exercícios até os mais veteranos”, afirma Talarico. Do ponto de vista do condicionamento físico, o FuteBio é capaz de queimar até 650 calorias em uma aula com 60 minutos de duração. Por outro lado, na perspectiva dos ne- gócios, deve mesmo “engordar” o contingente de alunos da rede paulistana, tornando-se um catalisador de novos consumidores. “Gerenciamento das aulas em grupo é prioridade em nosso dia a dia e temos como filosofia inovar em todos os sentidos. Novidades deixam o aluno satisfeito. Aluno satisfeito fala bem de sua marca. Esta propaganda espontânea é algo muito importante. Mas o crescimento da clientela é resultado de um conjunto de ações efetuadas no momento certo e na forma correta”, salienta Silvia de Féo, diretora de Marketing da Bio Ritmo. A executiva ainda destaca a ampliação das oportunidades de cross marketing e ações promocionais como outros grandes benefícios advindos do lançamento de novas modalidades com essas características. JAN/FEV 2010 | FITNESS BUSINESS 35 CAPA O bem-estar que gera lucratividade Investir em qualidade de vida dá resultado Empresas enterram antigo pensamento, o de que o funcionário precisa “apenas” trabalhar, e apostam em ações para promoção do bem-estar e saúde. Os dois lados ganham Por Fernando Stella 36 Fitness Business | MAR/ABR 2010 a tenção, empresário! Qual profissional você prefere em sua instituição? Aquele que chega no horário combinado, faz seu trabalho e volta para casa ou aquele que realiza todas as suas obrigações com satisfação, demonstra orgulho em fazer parte de sua empresa e ainda traz resultados positivos? Certamente, sua resposta será a segunda opção. Se isso ocorreu, é bem provável que esteja praticando alguma atividade em prol da qualidade de vida deste profissional. Se não, mexa-se. Inúmeras pesquisas confirmam: um colaborador feliz e com autoestima elevada será produtivo, valorizará as atividades que desempenha e promoverá crescimento. Exagero? Nada disso. Organizações dos mais diversos setores da economia têm priorizado cada vez mais o bem-estar de seu público interno. E elas não param de crescer no mercado. Veja o caso da Volvo. Para assegurar a boa saúde dos colabo- radores, a multinacional sueca, fabricante de chassis de ônibus, caminhões, motores e cabines, oferece equipe médica com diferentes especialistas, em tempo integral, além de um excelente plano de saúde e odontológico, auxílio de 70% na compra de medicamentos, óculos de grau e lentes de contato, e programas de combate ao tabagismo e ao estresse. Não bastasse isso, estimula seus funcionários a participarem de alguma atividade física, sejam simples caminhadas, grupos de corridas, sejam aulas de natação. “Temos um número reduzido de absenteísmo graças ao programa Volvo de Qualidade de Vida. Nosso estímulo aos exercícios físicos também diminuiu a quantidade de pessoas sedentárias. Outro detalhe que chama atenção é a queda na quantidade de tabagistas. Oito anos atrás, representava 12%. Hoje, está em apenas 6%, bem inferior à média de Curitiba [17%], onde está localizada uma de nossas unidades”, comemora Sergio Lazarini, médico do trabalho da Volvo e envolvido diretamente com a qualidade de vida dos colaboradores. Internamente, o programa comprovou ser eficiente. A pesquisa de clima organizacional da Volvo, feita por um instituto independente, mostrou em 2009 um índice de satisfação do empregado de 93% no Brasil, um dos maiores de todas as unidades do grupo no mundo e bem superior à média global (86%). A aceitação explica em parte o excelente desempenho da unidade nacional na temporada passada, 93% foi o índice médio de satisfação dos colaboradores apontado em pesquisa de clima organizacional feita pela Volvo brasil em 2009 MAR/ABR 2010 | FITNESS BUSINESS 37 CAPA O bem-estar que gera lucratividade quando registrou faturamento de R$ 3,2 bilhões, uma das três maiores receitas em toda a sua história. A Volvo, aliás, retrata um novo panorama do mundo corporativo. As empresas estão deixando de lado aquela velha fórmula de que o mais importante é a produtividade de seu funcionário. A qualidade de vida deste profissional se tornou item indispensável na política das organizações. Por isso, não vêm poupando investimentos em ações de bem-estar. Para se ter ideia, um estudo feito com 27 organizações contempladas com o Prêmio Nacional de Qualidade de Vida, concedido pela Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV), no período de 1996 a 2007, concluiu que 72% das organizações avaliadas tiveram diminuição do turnover no período posterior à implementação do programa e 40% alcançaram a diminuição do absenteísmo. “Resultados são obtidos, principalmente, por meio de pessoas. Funcionários preparados e felizes produzem mais e melhor. E essa é uma relação indissociável. Nos periódicos que avaliam o desempenho das empresas, é difícil encontrar uma organização que tenha bons resultados e que não tenha foco em sua gente”, destaca o especialista em treinamento e desenvolvimento humano Nelson Bittencourt. Entre janeiro e agosto de 2009, de acordo com o Ministério da Previdência Social, aproximadamente 233 mil pessoas se afastaram do trabalho por período igual ou superior a 15 dias em decorrência de doenças. Entre elas, quase 10 mil estavam relacionadas a transtornos mentais e comportamentais. Outras 5 mil, a transtornos de humor (afetivos), enquanto mais de 3 mil eram decorrentes de episódios depressivos. O Hospital Israelita Albert Einstein vem fazendo sua parte. Seu programa, criado em 2000, tem como meta principal disponibilizar atividades que motivem funcionários e seus familiares. A ação atinge todas as esferas. De orientação sobre a importância de check-up preventivo a convênios com academias de ginástica e aulas de yoga. DIVULGAÇÃO As atividades vão muito além de simples ginásticas laborais. Algumas empresas nos Estados Unidos, por exemplo, oferecem até bônus salariais para cumprimento de metas de saúde. São incentivos em dinheiro para que o funcionário se mantenha saudável. Toda essa estratégia dá certo. Pesquisas apontam que a implementação de programas de qualidade de vida nas empresas diminui os índices de turnover (rota- tividade de pessoal), reduz os índices de acidentes no trabalho, os custos com assistência médica, entre outros. Isso sem contar que geram uma melhor imagem da empresa no mercado em função de sua cultura de qualidade de vida como diferencial competitivo. Quem circula pela Volvo costuma ver, com certa frequência, colaboradores da empresa exercitando-se em grupo nas pistas de corrida e caminhada... 38 Fitness Business | MAR/ABR 2010 divulgação ... ou mesmo nas salas de musculação e ginástica com atividades programadas para todas as faixas etárias A IBM segue a mesma linha. Entre outros detalhes, um programa ajuda os funcionários a largar o cigarro e a perder peso, além de incentivar os hábitos saudáveis para os filhos dos colaboradores. No primeiro semestre do ano passado, a empresa chegou a divulgar que economizou cerca de US$ 100 milhões em três anos de programa, como resultado de aumento de produtividade e economia com seguro de saúde. “A empresa precisa cuidar e preservar seu maior ativo, que são os funcionários, sua saúde e sua tranquilidade em relação a seus familiares, garantindo que estejam bem cuidados. Nossa premissa é compartilhar este cuidado e prover um atendimento de qualidade, atuando preventivamente. Funcionários ativos e um bom clima organizacional são fundamentais para o sucesso. O reconhecimento de mercado quanto aos benefícios agrega competitividade, além de ser um fator de retenção”, cita Sylvia Cozer, gerente de saúde da IBM Brasil. Retorno assegurado Recentemente, a tradicional revista Fortune comprovou, mais uma vez, a tese de que investir em qualidade de vida dos colaboradores dá resultado. No ano passado, a SAS liderou o ranking da lista intitulada “100 best companies to work for“ (100 melhores empresas para se trabalhar). O título não foi por acaso. Trata-se de uma das maiores empresas privadas de softwares do mundo com forte atuação no bem-estar de seus mais de 10 mil funcionários espalhados em 52 países. Seu campus localizado em Cary, na Carolina do Norte (EUA), dá uma noção desse comprometimento. A começar por sua jornada de trabalho. Dificilmente, ultrapassa às 35 horas semanais. Os profissionais têm direito a uma série de benefícios, como academia de ginástica, piscina semiolímpica, campo de golfe, futebol, sauna e ginásio coberto com quadras. Detalhe: sem desembolsar um centavo sequer. No próprio campus, há uma clínica hospitalar instalada que oferece exames e tratamentos gratuitos. Sabe qual o resultado dessas e de outras ações voltadas à qualidade de vida dos profissionais? A média de faltas dos empregados é baixa (2,5 dias por ano). E mais: 98% dos colaboradores declaram gostar de divulgar que trabalham na companhia. As planilhas comprovam que a estratégia deu certo. Em 2008, por exemplo, alcançou um faturamento de US$ 2,1 bilhões no ano passado. Detalhe: jamais deu prejuízo em mais de três décadas de existência. “O pertencimento é uma necessidade humana. Se tenho orgulho do que faço e me sinto parte dele, quase que por decorrência a imagem que multiplico para os clientes da empresa é extremamente positiva”, completa o especialista em desenvolvimento humano Nelson Bittencourt. MAR/ABR 2010 | FITNESS BUSINESS 39 mercado & tendências Franchising Franquia americana inaugura academia no Brasil Fitness Together deve abrir sete unidades em São Paulo ainda neste ano e pretende expandir negócios para outros quatro estados brasileiros. Até 2015, a rede deseja ter 60 academias em todo o país FOTOS: DIVULGAÇÃO Por patrícia rodrigues S ão Paulo foi a cidade escolhida no Brasil para receber a primeira unidade da rede de franquias norte-americana Fitness Together. Duzentos e setenta mil reais foi o valor investido pelos sócios Renata Cavalieri, Newton Cavalieri e Cassiano Ximenes para abrir as portas da academia inaugurada em fevereiro, nos Jardins, área nobre da capital paulista. “O mercado brasileiro está em plena expansão, porque as pessoas tendem a introduzir os exercícios físicos em sua rotina e procuram por serviços cada vez mais personalizados para isso. Apenas 4% da população estão nas academias, por isso ainda 40 Fitness Business | MAR/ABR 2010 temos um grande público a conquistar”, analisa Renata. Até o final do ano, outras sete academias devem começar a funcionar em São Paulo. De acordo com Newton Cavalieri, a intenção do grupo é expandir os negócios também para outras cidades paulistas e outros estados. “Já notamos o potencial de municípios paulistas como Campinas, Sorocaba e São Carlos. Também estamos analisando a possibilidade de abrir academias nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco e no Distrito Federal.” O empresário calcula que, em até cinco anos, 60 unidades estarão em funcionamento em todo o Brasil. Os investimentos em cada academia giram em torno de R$ 260 mil, com o payback (taxa de retorno) estimado entre 12 e 24 meses. Atendimento-padrão Fazer que os alunos se comprometam com sua saúde por meio da atividade física e, consequentemente, com a academia é o princípio que norteia os negócios da Fitness Together. Antes de entrar em funcionamento, os proprietários e funcionários de cada unidade passam por um treinamento que envolve desde dicas para a decoração do ambiente até instruções de bom relacionamento com o cliente. “Tratar todos de maneira uniformizada é a receita de sucesso desse modelo de negócio que estabelece a relação de um treinador para cada aluno. A interação da equipe com esse conceito é fundamental”, conclui Renata. A rede Fitness Together pertence ao grupo FT Franchise Corporation, empresa com sede em Denver, no Colorado, Estados Unidos, considerada uma das maiores do mundo no que diz respeito a serviços de bem-estar e a qualidade de vida, com mais de 700 unidades espalhadas por cinco países: Estados Unidos, Canadá, Costa Rica, Irlanda e Israel. Relevante como seu negócio. Apenas A revista Fitness Business é a principal fonte de informações e notícias sobre o mercado de fitness e wellness. Com periodicidade bimestral, traz reportagens sobre tendências nacionais e internacionais, práticas de gestão, inovação, valor de produtos, serviços e soluções, cases de sucesso e muito mais. R$ 89,90 por ano Uma publicação indispensável para gestores de academias, empresas fabricantes, distribuidores, revendedores e provedores de serviços e soluções para o segmento. Essencial para quem quer ter sucesso no mundo dos negócios. Assine já: (11) 3662-4387 • [email protected] MAR/ABR 2010 | FITNESS BUSINESS 41 A hora e a vez da especialização s sto cu me rca do gestão/RH ética este triângulo chamado especialização Educadores físicos buscam complementar formação em áreas diversificadas para atender novas demandas que só crescem dentro das academias. Quanto custa manter essa estrutura de negócios? Por Vides Júnior 42 Fitness Business | MAR/ABR 2010 n ão é de hoje que as academias perderam aquele status reducionista de centros de aperfeiçoamento estético e corporal. Se antes o público era formado por homens e mulheres delineados, com corpos vigorosos, hoje a procura por academias também parte de pessoas portadoras de necessidades físicas específicas, que encontram nos exercícios um caminho saudável para a reabilitação corporal. O perfil do aluno, se não mudou, ficou mais diversificado. Em alguns casos, exigindo da academia um conhecimento diferenciado para o atendimento desse consumidor que traz novas e enriquecedoras experiências. Tal mudança atua em todos os níveis e atinge os profissionais de educação física que, diante do desafio, acabam procurando novos horizontes de conhecimento, a fim de melhor atender seus alunos. Algumas academias já começam a oferecer serviços de apoio para populações especiais. Segundo Tavicco Moscatello, diretor pedagógico da Fitness Brasil, boa parte desse público está relacionada a doenças crônico-degenerativas, além de problemas do coração e outras doenças hereditárias. “É importante que haja uma interface entre a educação física e a saúde para que não haja lacunas no atendimento a essa configuração de aluno”, defende. Essa tendência afeta também a gestão das academias. Muitas vezes, são necessárias mudanças na estrutura física e é a contratação de equipes especiais, com fisioterapeuta, ortopedista, nutricionista e cardiologista, o que pode onerar a folha de pagamento no fim do mês. Cabe ao gestor desenvolver uma visão multidisciplinar para composição de sua equipe de trabalho, considerando aspectos de macronegócio, uma vez que, ao lidar com públicos diferenciados, passará a ter contato com outras demandas. “Nesse sentido, o mercado de trabalho está mais exigente e o profissional qualificado para atender públicos diversos tem mais reconhecimento”, explica Elaine Saad, vice-presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH). “O gestor de RH deve, portanto, estar preparado para acompanhar essa evolução”, complementa. Mais um nicho de negócio É assim que deve ser compreendida essa tendência, segundo Moscatello. A academia que se firmar como promovedora de atendimento especializado para populações de alunos com necessidades específicas não deve se rotular como tal, mas sim trabalhar sua comunicação institucional como um empreendimento capaz de abrigar os variados e exigentes públicos. O consultor ainda esclarece que tais serviços especializados têm, geralmente, um custo maior para o aluno em função da própria valorização do profissional que os desempenha. “Isso é algo que precisa ser muito bem esclarecido e agregar valor à imagem da academia”, enfatiza. Não é só o crescimento do número de pessoas portadoras de males que induz à especialização do profissional de fitness. Em setembro de 2009, o Instituto Brasileiro Geografia de Estatística (IBGE) divulgou dados sobre o envelhecimento da população brasileira. Com mais acesso ao sistema de saúde e medicamentos que promovem a longevidade, cresceu o número de idosos, que hoje são aproximadamente 21 milhões em todo o País. Um público que também demanda cuidados especiais e que, JAN/FEV 2010 | FITNESS BUSINESS 43 gestão/RH A hora e a vez da especialização 21 milhões É o número de brasileiros acima de 60 anos, segundo o IBGE. Um público que necessita de cuidados especiais portanto, exige um sistema de gestão e a composição de quadro de colaboradores que estejam preparados para recebê-lo. Os dois lados da moeda A grande maioria das academias administra programas específicos para pessoas saudáveis, sem nenhum tipo de necessidade específica. A mudança desse perfil não é obrigatória, salientam os consultores entrevistados. Não são todas as academias que terão de se adequar ao atendimento dos públicos com problemas de saúde. Algumas delas terão um sistema de gestão que englobe profissionais e público diferenciado, mas outras vão continuar focadas na estética corporal. Para quem pretende passar a lidar com o novo tipo de demanda que surge, é bom seguir algumas regras fundamentais. O maior desafio para os gestores parece mesmo ser a adequação aos custos que um profissional com formação especializada representa no plano de carreiras e salários da empresa. Como são poucas as academias que investem na especialização de seus atuais professores no sentido de direcioná-los também para o atendimento desse tipo de público, a maioria dos profissionais especializados ainda prefere atuar como personal trainer, complementando o trei- 44 Fitness Business | MAR/ABR 2010 namento do aluno com necessidades. É o que revela o professor Robson Batista. Isso gera um gargalo no mercado. Quando era professor em uma academia, Batista percebeu que cerca de 60% dos alunos tinham algum problema de ordem médica e buscavam orientação além do que a academia podia oferecer. Especializou-se em fisioterapia e começou a atender alunos individualmente. “Hoje, consigo avançar até o tratamento da lesão, recolocando a pessoa em sua capacidade de movimentar-se com funcionalidade. A mobilidade completa para prática de exercícios físicos deve ser orientada apenas por um especialista com grande conhecimento. Geralmente, as academias não têm esse profissional”, explica. Para Batista, continua valendo a tradicional fórmula: academia + personal trainer = completa gestão do programa de exercícios físicos. Segundo ele, muitas unidades já oferecem algum tipo de treinamento específico e outras têm até mesmo salas VIP com aparelhos e profissionais capacitados para atender a essa demanda. “O número de usuários com problemas de saúde e que se enquadram nas especializações oferecidas para atendimento é crescente. Isso também exige da academia um bom modelo de gestão do conhecimento, pois profissionais precisam trabalhar de maneira integrada.” Caça ao tesouro A procura de profissionais de educação física por cursos de especialização médica tem aumentado nos últimos anos, segundo o professor Milton Nunes, da Faculdade de Educação Física da Universidade de São Paulo (USP). “Notamos uma procura maior por especializações em cardiopatia e fisioterapia. E ela não é apenas de profissionais de educação física que querem se especializar, mas também de profissionais da área médica que estão migrando para o campo esportivo”, destaca. De acordo com Nunes, nos cursos que ministra, já teve contato com gestores de empreendimento que decidiram buscar a especialização para compreender melhor a área da saúde e, assim, elaborar uma estratégia mais sólida para seus negócios. A ideia é que as universidades ofereçam mais cursos e programas de apoio para academias de pequeno porte, para que estas também possam desenvolver programas de atendimento a essas populações. “A medicina esportiva já é uma realidade. A tendência é que haja uma busca maior pelo profissional especialista. Com a diversidade de situações que exigem um atendimento especial, o desafio não é apenas do professor, mas também do gestor”, avalia Nunes. Sem ética? Nem pensar! Especialização. Como lidar com ela quando dois campos – educação física e medicina – se misturam? Segundo Mauro Guiselini, diretor do Instituto Runner, a palavra mágica para a boa manutenção dessa convivência é a ética. “A índole e competência de cada um devem ser aplicadas com transparência. Assim como não dá para confiar numa clínica clandestina que oferece tratamentos suspeitos, não é possível confiar em uma academia que ofereça tratamento médico”, adverte Guiselini. O professor especializado exige um modelo de gestão que compreenda o foco do negócio com a mesma perspectiva. “A saída, portanto, é estabelecer diretrizes sobre cada área de atuação. O gestor deve não só conhecer o negócio, mas também a ética que o envolve. Com a pluralidade de situações, teremos campo para todos os profissionais. Mas o gestor tem de estar preparado para isso”, conclui Guiselini. MAR/ABR 2010 | FITNESS BUSINESS 45 mercado & tendências Ginástica Natural Ginástica do bem-estar cresce nas academias FOTOS: DIVULGAÇÃO Na transposição do fitness para o conceito wellness, ela tem aumentado seu número de adeptos. Estima-se que, no mundo todo, sejam 30 mil praticantes diários. Além do condicionamento físico, a ginástica natural proporciona equilíbrio e ainda abre novas frentes de trabalho Por Adriano Zanni n o início, ela era vista como a “ginástica dos bichos”. Todos queriam aprender os exercícios que simulavam os movimentos de animais como o macaco, o tigre, o sapo, a cobra e a aranha. Despertou a atenção ao propor uma nova metodologia de atividades longe dos aparelhos de musculação ou das anilhas e barras de peso. O princípio parecia simples: utilizar a própria estrutura e o peso do corpo para obter melhor condicionamento físico e de maneira saudável. Aos poucos, ganhou adeptos e provou que seria mais do que uma técnica para complementar treinamentos de lutadores de artes marciais ou boxeadores ao proporcionar equilíbrio e bem-estar. Hoje, estima-se que sejam mais de 30 mil 46 Fitness Business | MAR/ABR 2010 praticantes diários de ginástica natural em todo o planeta. A adesão de pessoas de todas as idades tem aberto novas frentes de trabalho para os educadores físicos. Radicado em San Diego, na Califórnia, Álvaro Romano é o precursor do método e um dos maiores nomes da ginástica natural no mundo. A inspiração para criá-la veio em função do jiu-jítsu que começou a praticar em meados de 1977, na academia da família Gracie. Sua intenção era implementar o condicionamento e a concentração. Ainda quando ministrava aulas ao ar livre como personal trainer, conheceu o yoga que, por sua vez, o levou ao kempo, outra modalidade de ginástica amparada em movimentos de animais e em um trabalho de expressão corporal. “Comecei a me dedicar ao estudo desses movimentos e a elaborar um novo programa de treinamento. Passava quatro ou cinco horas do dia fazendo isso. Algum tempo depois, já com o nome de ginástica natural, fui incorporando os exercícios ao ar livre que era acostumado a ministrar para meus alunos e aperfeiçoei o método”, conta. Há 33 anos como educador físico, Romano avalia que a modalidade ganhou força no mercado quando da transformação da busca pela forma física considerada ideal para o da qualidade de vida e bem-estar. Segundo o consultor, palestrante convidado da 20ª edição da Fitness Brasil Internacional, as academias atentaram que é preciso investir na formação do profissional de maneira diversificada para que este agregue conhecimentos que possam ajudar a lidar com as chamadas populações especiais. “A ginástica natural, por exemplo, pode gerar muitos novos negócios e o custo é bem menor que o de obter grandes aparelhagens e estruturas. Aqui, nos Estados Unidos, o conceito é mais difundido. É com esta ideia que vim para cá. Hoje, realizo treinamento para agentes do FBI e da Swatt e tenho formado instrutores para atuar em outros países como Japão, Canadá, México, Portugal e Itália”, conta Romano, que deverá formar 300 novos professores do método em 2010. Nos Estados Unidos, o ticket médio de uma sessão de ginástica natural nas academias gira em torno de US$ 150 O ticket médio referente a uma sessão de ginástica natural em solo norteamericano, que dura aproximadamente uma hora, varia de US$ 100 a US$ 150. Atualmente, Romano dedica-se apenas a atividades de consultoria e treinamentos. Juntamente com um grupo de professores, estuda a implementação, para este ano, de uma academia voltada exclusivamente à modalidade, em San Diego. O voo da águia: Álvaro Romano, um dos precursores do método, radicou-se em San Diego (EUA) e passou a trabalhar com a formação de novos professores MAR/ABR 2010 | FITNESS BUSINESS 47 mercado & tendências Ginástica Natural “Este mercado não vai parar de crescer porque, a cada dia, mais pessoas buscam o equilíbrio físico, mental e espiritual. Para quem pensa em oferecer a modalidade como um diferencial para os alunos, sugiro buscar primeiramente certificação reconhecida no mercado e trabalhar o marketing da atividade em cima do fato de que a ginástica natural não possui uma rotina de aulas, que é um fator muito importante para os novos usuários. Estes alunos iniciantes precisam estar motivados e entenderem que o método pode queimar muitas calorias, tornear músculos e ainda mudar estilos de vida, além do aspecto lúdico que desenvolve durante as sessões”, complementa. Pasteurização X personalização Shih Chieh Chan Júnior é um dos discípulos de Romano em terras brasileiras. O professor do método diz que não há um levantamento preciso sobre o número de praticantes de ginástica natural no País, nem mesmo sobre o volume de academias que oferecem aulas. Ele acredita na difusão da atividade, mas avalia que pode haver uma perda de espaço em função dos pacotes de “aulas prontas” que muitas academias optam por oferecer em substituição a atividades mais personalizadas. sor não terá grandes problemas para captar novos alunos, fazer publicidade de suas aulas e lidar com outros encargos”, diz Chan Júnior. Descobertas na França “É mais fácil entrar em uma sala e dar uma aula pronta do que treinar, se dedicar e entender realmente os movimentos da ginástica natural. Tenho trabalhado muito com crianças na educação física escolar, pessoas da terceira idade, atletas de luta e de futebol, como os goleiros. São os principais públicos hoje”, detalha. A estrutura montada em uma academia de São Paulo onde Chan Júnior ministra aulas pode ser considerada modesta: sala com espelhos nas paredes e um tatame. Como os exercícios trabalham extensamente a questão postural, torna-se fundamental que o indivíduo se observe durante a realização da ginástica, procurando corrigir movimentos equivocados, explica o professor. “É muito importante a divulgação do método para que as pessoas se informem corretamente e percam visões equivocadas a seu respeito. As oportunidades de trabalho surgem naturalmente para os profissionais e creio que as melhores sejam hoje aquelas atreladas às academias, pois, em um primeiro momento, o profes- 48 Fitness Business | MAR/ABR 2010 Nas incursões de Álvaro Romano em bibliotecas parisienses, quando decidiu buscar outros conhecimentos, ele descobriu que a atividade vinha ao encontro de conceitos e fundamentos do método natural criados por Hérbet, no século XIX. Por meio de estudos sobre as civilizações primitivas, o pesquisador observou que a vida em contato com a natureza propiciava ao homem condições físicas perfeitas em virtude do grau de resistência adquirido a partir das atividades praticadas ao ar livre. “A tecnologia afastou o homem da natureza. Isso influenciou a atividade física. O prazer proporcionado pelas atividades lúdicas foi substituído por uma busca frenética de um corpo em que a hipertrofia muscular é o que importa”, critica. Uma aula de ginástica natural dura uma hora. Um movimento se conecta com o outro sem repetições. Utilizando muito alongamento e flexibilidade, com exercícios variados, lentos, ligeiros e suaves, o praticante desenvolve resistência e também ritmo e consciência do movimento realizado. Não existe imobilização de um segmento do corpo enquanto os outros trabalham. Como são obrigados a associar pensamento e ação, não há lugar para dispersão, o que exige muita atenção e resulta em concentração. MAR/ABR 2010 | FITNESS BUSINESS 49 políticas públicas DIVULGAÇÃO carlos oliveira / prefeitura do recife Ponta Grossa (PR) Reciclagem em estrutura dá origem a academia popular Ponta Grossa transforma antigo ginásio municipal em um complexo de aparelhos para prática de musculação e oferece atividades físicas gratuitas para a comunidade Por Bartira Betini n em sempre alta tecnologia e um grande orçamento são os únicos elementos necessários para colocar em prática uma boa ideia quando o assunto é qualidade de vida. A experiência bem-sucedida, nesse sentido, vem de uma academia de ginástica localizada em Ponta Grossa (PR), cidade com 300 mil habitantes, a 100 km de Curitiba. Reunindo equipamentos novos e usados que estavam encostados em uma sala, o ginásio de esportes da cidade e três professores de educação física, a Secretaria Municipal de Es- 50 Fitness Business | MAR/ABR 2010 portes deu início, em janeiro, a um projeto inovador batizado como Academia Popular, que já conta com mais de 100 alunos, de 18 a 65 anos idade. O piloto havia sido implementado em 2009 e funcionou durante dois meses. A adesão da comunidade foi em massa. “Era uma reivindicação antiga que foi colocada em prática anos atrás, mas logo foi abandonada. Por isso, alguns equipamentos velhos ainda estavam em nosso depósito. Além de outros novos comprados pela última gestão e nunca usados. Então, resolvemos criar uma nova academia, reformando e pintando A academia fica localizada próximo ao centro da cidade e em local de fácil acesso. A estudante Maria Rousiele da Silva, de 28 anos, abraçou prontamente a ideia, pois prestará concurso para a Polícia Militar e utiliza o espaço para melhorar sua forma física e a resistência muscular. “Eu não teria condições de pagar uma academia particular, então, para mim, o projeto faz toda a diferença porque, além de gostar de praticar exercícios, estou em um momento que preciso estar bem fisicamente para garantir meu futuro profissional.” Hoje, a academia funciona ainda apenas nos períodos matutino e vespertino, com intervalo para o almoço. Atividades noturnas, apenas às terças e quintas. “São os horários de maior procura, mas se houver demanda, vamos ampliá-los e aumentar o número de professores para atendimento à população”, completa Martins. Segundo o secretário, há intenção de aumentar o número de aparelhos e reformar os já existentes. “Mas, para isso, estamos reorganizando o orçamento. Queremos entregar para a nova administração municipal, em 2012, uma academia em pleno vapor e com um estudo detalhado sobre quanto esse projeto melhorou a qualidade de vida das pessoas. Acredito que mostrando quanto é positivo e necessário, o projeto não será descontinuado numa próxima gestão.” uma avaliação física. “Não tão detalhada como um teste ergométrico, mas eficiente para podermos traçar um treino e enquadrar esse aluno em uma série de exercícios para que ele possa alcançar seu objetivo, seja emagrecer, ganhar massa muscular seja condicionamento físico”, conta o coordenador Fernando Pereira Pinto. O profissional completa: “A prática que oferecemos adota uma concepção de educação para a conscientização, compartilhando conhecimentos e proporcionando condições para um melhor nível de qualidade de vida dos participantes.” Outro projeto O investimento em esporte parece ser característica marcante do município. O Projeto “Movimenta Ponta Grossa”, por exemplo, funciona desde o ano passado com a intenção de oferecer uma assistência para quem pratica exercícios ao ar livre de modo a evitar excessos que possam trazer prejuízos à saúde e uma frustração quanto aos resultados esperados. inaugurada em janeiro, a academia popular academia já conta com 150 alunos Uma novidade da iniciativa para 2010 é acolher os corredores que já possuem algum condicionamento físico e que podem melhorar o rendimento pessoal a partir de uma orientação mais adequada. “O atleta precisa de aquecimento e um trabalho de alongamento muscular, evitando contusões, além de dosar o exercício, o que acaba refletindo nos resultados obtidos nas provas. É uma forma também de apoiarmos a formação de competidores por aqui”, salienta Fernando Pereira Pinto. DIVULGAÇÃO o ginásio de esportes para esse fim. Foi feita também a manutenção dos equipamentos antigos por funcionários da prefeitura. Isso otimizou os custos”, conta Marcelo Martins, secretário Municipal de Esportes de Ponta Grossa. O funcionamento da Academia Popular é similar ao de uma convencional. Para poder treinar, o aluno precisa apresentar um atestado médico e fazer MAR/ABR 2010 | FITNESS BUSINESS 51 marketing O que pensam os líderes de mercado? Cocriação: o cérebro do futuro Workshops reúnem mais de 170 líderes e consultores de mercado para discussão das tendências na indústria do bem-estar. Os “insights” trazidos à tona sugerem mudança de postura e melhor gestão do conhecimento Por Adriano Zanni 52 Fitness Business | MAR/ABR 2010 d urante aproximadamente 13 meses, dezenas de profissionais do wellness foram convidados a participar de quatro workshops colaborativos, nos quais cada um poderia intercambiar experiências e discutir tendências do setor. O objetivo era sistematizar ideias e evidenciar insights nas mentes oxigenadas dos principais líderes, gestores e consultores. O ponto alto do processo de cocriação ocorreu em outubro de 2009, durante a 10ª edição da IHRSA Fitness Brasil, em São Paulo (SP), maior encontro de negócios do bem-estar na América Latina e que movimentou mais de R$ 40 milhões. A iniciativa, batizada como Fitness XP Group, surgiu em função de um consenso entre os empresários de todo o Brasil de que é preciso fazer algo a respeito das baixas taxas de fidelidade de clientes no segmento, sendo que muitos deles já reconheciam que isso só poderia ser feito por meio da diferenciação no relacionamento com esse consumidor e da elevação do valor percebido da marca. Para Ivan de Marco, um dos membros do board do grupo de estudos, muitas das campanhas de retenção praticadas atualmente são planejadas em cima de estratégias não sustentáveis de captação de clientes. “Sem levar em consideração como os clientes se relacionam com a marca e com a categoria, o que colabora em médio prazo ainda mais para a extinção de negócios, baixa fidelização e desvalorização de marcas na indústria. Com o propósito de colaborar para a mudança desse cenário, fizemos uma parceria com a Microsoft para levarmos adiante o trabalho do grupo. A experiência funcionou”, destaca. A compilação dos trabalhos foi finalizada em fevereiro de 2010 e abrangeu duas categorias: Propostas de Transformação (subdivida em “Espaços e Sensações na Academia” e “Atendimento e Prestação do Serviço”) e Postura & Comportamento. Dentre os profissionais que trouxeram contribuições, nomes consagrados em diversas áreas como o pesquisador Stephen Covey e o atleta, e também proprietário de uma rede de academias especializada em lutas, Rickson Gracie. No tocante a questões que envolvem postura e comportamento, o principal debate ocorreu quanto à necessidade de estudo e implementação de ferramentas que consigam analisar com maior profundidade as reais demandas dos clientes e como sistematizar tais informações em um banco de dados capaz de realizar a gestão do conhecimento adquirido, de modo que isso não fique estanque apenas na cabeça do proprietário do negócio. Outro ponto levantado foi sobre como perceber sinais sutis dados pelo consumidor e arriscar nas mudanças pretendidas dentro do modelo de gestão proposto. O design de novos serviços e atitudes com base nos relatos da equipe de trabalho e dos clientes, valorizando os bate-papos e todos os pontos de vista, mesmo que informais, foram outros aspectos comentados. Metodologia diferenciada Para promover melhor engajamento de todos os líderes empresariais convidados a fazer parte do grupo de discussões, o board do Fitness XP Group decidiu recorrer a livros e filmes que trazem discussões pertinentes à área. “Isso surgiu quando percebemos a importância de ouvir e considerar percepções diferentes da nossa. Foi até meio óbvio, porque já vínhamos informalmente discutindo sobre alguns livros que todos tinham lido. Publicamos, no ano passado, uma lista com as dez prin- MAR/ABR 2010 | FITNESS BUSINESS 53 O que pensam os líderes de mercado? cipais referências bibliográficas. Depois de definidos os livros, pensamos em criar um formato de workshop que pudesse maximizar a interação e onde nós, do board, nos posicionássemos como meros facilitadores da atividade”, destaca De Marco. O consultor ainda enfatiza que é preciso quebrar paradigmas na área, até mesmo com relação à metodologia de trabalho do grupo para que os resultados continuem a ser produtivos. “Nem sempre é necessário que haja gurus nos dizendo o que e como fazer as coisas. Esse tipo de relação hierárquica com o conhecimento nos parece insuficiente e criadora de dependência. Parafraseando Tim Gallwey, acreditamos que, por meio dos workshops, estamos ajudando pessoas a aprender ao invés de ensinar algo a elas. Provavelmente, essa seja a primeira contribuição notável do XP Group. Sempre nos surpreendemos com algumas coisas que são escritas ou ditas por alguns dos presentes”, complementa. divulgação marketing Diversidade: líderes empresariais de norte a sul do País contribuíram com ideias Alerta ligado Pesquisa recente sobre membros de academias de ginástica revelam que a localização conveniente é a razão número alguns “insights” As ideias listadas abaixo foram extraídas de brainstorm que envolveu todos os participantes do Fitness XP Group, sem alteração de seu conteúdo. Elas representam apenas uma amostra do que pensam os principais líderes do setor e foram categorizadas pelos membros do board. Categoria: propostas de transformação - Absorver realidades que não são suas - Premiar as metas atingidas pelo aluno Espaços e sensações na academia - Child care -Aroma nos ambientes -Comportamento sustentável -Secador de roupas nos vestiários, chapinha - Ambientes com nomes metafóricos - Design como forma de se diferenciar estruturalmente - Criar espaço para o “recreio” das crianças - Espaço para treinamento funcional - Música de acordo com os ambientes - Uniforme dos professores inovador - Espaço para happy hour - Flexibilidade de horário Categoria: postura & comportamento - Ler sinais sutis - Qual é o propósito de sua academia? - Acreditar na mudança - Design nos serviços e nas atitudes - Empatia para experimentar o novo - Seja fonte de inspiração - Valorizar todos os pontos de vista - Uma série de bate-papo! Pratique novos relacionamentos - Conhecer o cliente – banco de dados com informações - O cliente/aluno deve ser e se sentir parte importante da academia - Descobrir os desejos dos alunos - Ser confidente Atendimento e prestação do serviço - Apresentar a história da academia - No fun, no gain! - Eventos sociais - Momentos de lazer e descontração entre os funcionários - Massagem 24 horas - Oferecer semana-cortesia - Atendimento diferenciado para o executivo - O lúdico pode trazer excelentes resultados - Serviço de baby sitter - Irreverência e simpatia no atendimento - Desenvolver programas para a família do cliente 54 Fitness Business | MAR/ABR 2010 Cronograma de oficinas para 2010 28/04 “Comportamento humano” 04/06 Livro: O lado oculto 26/08 “Andragogia X Treinamento” 27/10 Livro: O ponto da virada + 10 temas do ano de 2011 Saiba mais em: www.fitnessxpgroup.com.br um pela qual as pessoas escolhem onde malhar e que somente 1% dos clientes escolhe a academia porque confia na marca. Então, a pergunta que se faz é: se as pessoas estão escolhendo uma academia simplesmente porque ela está convenientemente localizada, o que fará que elas troquem assim que outro negócio abrir mais perto de suas casas? Tennyson Pinheiro, diretor da Live|Work, consultoria responsável por projetar experiências para marcas como Sony, Virgin e Johnson & Johnson, comenta ainda que o mercado de academias deve urgentemente parar com o foco nas melhorias funcionais e começar a investir em compreender o cliente e como o mesmo relaciona o fitness com seus hábitos de viver e trabalhar. “O segredo para se promover uma boa experiência está em realizar um estudo detalhado, de comportamento e performance, dos pontos de contato existentes entre esses clientes e a marca da academia; esses momentos de interação são inúmeros e a maioria deles passa despercebida pela gestão estratégica.” “Somente 30% dos membros descrevem que sua academia é muito diferente das outras nessa pesquisa. É preciso construir uma marca relevante e isso significa mais do que um logotipo e uma estrutura imponente. É a experiência que entregamos aos clientes nas interações com ele, sejam diretas, sejam indiretas, que nos torna únicos e relevantes”, acredita. TRAINING FITNESS BEM-ESTAR PERSONAL SAÚDE MUSCULAÇÃO EVOLUÇÃO A maior feira de produtos e serviços do mercado de fitness e bem-estar MUSCULAÇÃO PERSONAL TRAINING STEP PILATES HIDROGINÁSTICA BEM-ESTAR SAÚDE MUSCULAÇÃO PERSONAL TRAINING NUTRIÇÃO GINÁSTICA BIOMECÂNICA NATAÇÃO WELLNESS A Expo Fitness Brasil traz ainda produtos e serviços exclusivos da marca Fitness Brasil e muitas opções de entretenimento. Confira! HIDROGINÁSTICA FITNESS NATAÇÃO FISIOTERAPIA SAÚDE ESPORTES PERSONAL TRAINING FISIOTERAPIA TREINAMENTO FUNCIONAL WELLNESS GINÁSTICA NATAÇÃO FITNESS FLEXIBILIDADE TREINAMENTO FUNCIONAL TREINAMENTO FUNCIONAL ESPORTES BEM-ESTAR AVALIAÇÃO FÍSICA CORRIDA CORRIDA BIOMECÂNICA TREINAMENTO FUNCIONAL WELLNESS AVALIAÇÃO FÍSICA BEM-ESTAR FITNESS PILATES FLEXIBILIDADE HIDROGINÁSTICA STEP NUTRIÇÃO CONSTANTE Durante a 20ª Fitness Brasil Internacional estará aberta ao público a maior feira de fitness, saúde e bem-estar da América Latina. São centenas de produtos e serviços para profissionais e adeptos do estilo de vida saudável em geral: Artigos esportivos Acessórios Avaliação física Equipamentos Fitness e beach wear Laboratórios Livrarias Programas para academias Pilates Saúde Som e vídeo Suplementos nutricionais Softwares Turismo Alimentação saudável Ensino à distância FISIOTERAPIA Expo Fitness Brasil HIDROGINÁSTICA 2 9 d e a b r i l a 2 d e m a i o d e 2 0 1 0 _ M e n d e s Co n ve n t i o n Ce n te r _ S a n t o s , S P 84 cursos com as maiores tendências e os professores que são referência no mercado Johnny G, a estrela internacional do spinning com uma novidade inédita: o Krankcycling® Encontro Nacional de Biomecânica: curso especial com grandes nomes Ginástica natural e lutas: a volta de Álvaro Romano Atualize-se. Informações e inscrições: (11) 5095 2699 • www.fitnessbrasil.com.br MARCAS OFICIAIS Marca Esportiva Equipamento Anti-inflamatório A PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO BIOFENAC. 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De acordo com Dênis Martins Ferreira, CEO da CompuBusiness e profissional certificado internacionalmente pela Microsoft em estratégias competitivas de tecnologia para empresas de pequeno e médio porte, softwares focados exclusivamente em otimizar processos de gestão tenderão a ficar obsoletos a partir de agora. “É necessário implementar soluções que ampliem a relação do aluno com a academia. Esses clientes buscam por comodidade, transparência e personalização nos serviços que optam por consumir”, enfatiza. Ainda segundo o consultor, as cinco principais características de um bom software são a inovação, a flexibilidade quanto ao manuseio das informações, a tecnologia, o suporte e soluções e, por último, a otimização dos dados. A Fitness Business foi conferir junto às empresas que oferecem tais sistemas de gestão integrados quais as principais novidades que podem facilitar o dia a dia do empresário! 56 Fitness Business | MAR/ABR 2010 shutterstock Softwares integrados oferecem diversas soluções para academias que buscam aprimorar o relacionamento com seus clientes Inovação Flexibilidade Tecnologia Suporte e soluções Otimização Preço Onde encontrar Evo Fitsystem Vison Kaolin Fitness O programa é todo virtual e pode ser acessado de qualquer lugar do mundo por meio da internet Módulo para Retenção de Alunos, Telemarketing e de Fichas de Exercícios e Avaliação Física Possui a Funfit, rede social própria que integra e disponibiliza informações sobre atividades, treino e a avaliação física do aluno Display LCD de 7’’, identificador biométrico, som de saudações, espaço para publicidade O programa possui uma interface prática e autodidata Desenvolve melhorias sugeridas pelas academias sem custo adicional Todo processo e desenvolvimento do software são acompanhados pelo servidor operacional O programa posta no Twitter e Facebook dados sobre horário de aulas, promoções e pesquisas relevantes Os alunos recebem via e-mail o histórico de avaliações físicas Canal de relacionamentos com clientes via e-mail e SMS Possui um ícone de suporte por e-mail com prazo de 24 horas para a solução do problema ou chat on-line com técnicos Suporte via telefone, msn, Skype, Voip, Web e Visitas presenciais Visitas, atendimento telefônico e on-line, via chat e/ou assistência remota Visitas e atendimento on-line e telefônico Na mesma tela do software, você pode visualizar todos os controles de todas as unidades da franquia ou filiais apenas com um clique Informações e dados integrados Integra informações sobre a bolsa de valores, dados do negócio, como caixa do dia, número de alunos ativos e inativos e quantidade de acessos A catraca funciona como o servidor do programa De R$ 350 a 950 (mensal) De R$ 130 a 400 (mensal) Entrada de R$ 299,00 + R$ 99 (mensal) R$ 600 (mensal) www.w12.com.br www.fitsystem.com.br www.ifitness.com.br www.ltstec.com.br MAR/ABR 2010 | FITNESS BUSINESS 57 wilson magão pmsbc Artigo José Luis Ferrarezi Onde está o verdadeiro legado? A “ Taça do Mundo é nossa, com brasileiro não há quem possa.” Quem não se lembra da música, composta no finalzinho da década de 1950 e que se tornou famosa quando o Brasil conquistou, na Suécia, pela primeira vez, a Copa do Mundo de Futebol? Anos depois, em pleno século 21, não só a taça é nossa – e por cinco vezes – como também seremos os “donos” de dois importantes eventos que se aproximam: a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Tudo maravilhoso, se não fosse o fato de que, em meio à excitação de setores de nossa economia diante das perspectivas de negócios que se abrem e do que isso irá produzir, sobretudo na infraestrutura, perguntome se alguém não se esqueceu talvez do mais importante da festa! 58 Fitness Business | MAR/ABR 2010 O esporte voltado à saúde e qualidade de vida impacta diretamente na redução dos atendimentos feitos pelo setor de saúde, o que resulta em economia para as iniciativas pública e privada. Para deixarmos o legado do esporte como ferramenta de inclusão, não tenho dúvidas em afirmar que o setor privado tem de trabalhar em parceria com os municípios que, por sua vez, atuam como grandes fomentadores, já que estão mais próximos do cidadão, conhecem sua realidade e agem diretamente segundo seus anseios. É importante discutirmos, ainda em tempo, como deixaremos para a população uma cultura de qualidade de vida, de lazer, de saúde e de formação de atletas. Como deixaremos para o cidadão a imagem do esporte como forma de inclusão e convívio social. O setor público deve ser visto como um grande mercado para investimentos e com perspectivas de retornos substanciais. Não falo somente de patrocínio esportivo, falo do desenvolvimento de projetos que possam levar a cultura do esporte aos cidadãos, que despertem em muitos pais o desejo de incentivar os filhos à prática esportiva em todos os níveis. Falo ainda sobre os grandes investimentos para as classes D e E, as bases da pirâmide, onde temos milhões de consumidores que são de extrema importância, fazendo emergir novos nichos de negócios e um capitalismo verdadeiramente inclusivo. É nesse exato ponto que temos de apostar em mais de uma força para realizar esses grandes eventos com resultados sólidos. É conhecido que o orçamento do esporte em qualquer esfera da administração pública é ínfimo se comparado ao de outras pastas, como a saúde e a educação. Para se ter uma ideia, o governo federal disponibiliza 0,02% de seu orçamento, o estado de São Dessa forma, devemos nos reunir, para encontrar caminhos e propor um maior envolvimento de todas as esferas em busca daquilo que será, sim, o verdadeiro legado produzido pelo esporte em competições de alto nível técnico e com tamanha visibilidade: mais brasileiros cuidando da saúde e preocupados com o bem-estar. Sim, estamos deixando de raciocinar que o maior legado para o Brasil não serão somente os trens, aeroportos, hotéis, ginásios esportivos e outras tantas obras a serem implementadas. Nosso mais importante legado tem de ser outro: o esportivo, o verdadeiro motivo para que todas essas outras esferas se mobilizem. José Luis Ferrarezi é secretário de Esporte e Lazer de São Bernardo do Campo. Presidente do Conselho Curador da Fundação Criança de São Bernardo do Campo, é formado em Educação Física pela Universidade de Mogi das Cruzes, Pedagogia e Administração Escolar pela Faculdade São Bernardo, além de pós-graduado em psicopedagogia. E-mail: gsesp@ saobernardo.sp.gov.br Paulo 0,1% e municípios como São Bernardo do Campo, na região do ABC paulista, 0,8%. Pouco, para aquilo que uma política de esporte bemestruturada pode agregar ao cidadão. MAR/ABR 2010 | FITNESS BUSINESS 59 60 Fitness Business | MAR/ABR 2010