21 de Junho.pmd - Diocese de Beja
Transcrição
21 de Junho.pmd - Diocese de Beja
21 de Junho de 2012 21 Junho 2012 SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ Diretor: ALBERTO GERALDES BATISTA Ano LXXXIV – N.º 4160 D. Albino Mamede Cleto Gratidão e Bondade António Vitalino, Bispo de Beja A Igreja em Portugal acaba de perder mais um bispo, que, embora já emérito de Coimbra desde há cerca de um ano, foi um luzeiro de bondade e amor à Igreja e ao povo. Como bispo de Beja quero nesta breve nota manifestar a minha gratidão a este irmão bispo, que me acompanhou nos meus primeiros anos de episcopado, como bispo auxiliar do Patriarcado de Lisboa, tendo ido depois para Coimbra e eu, poucos meses mais tarde, para Beja, mas que sempre manifestou grande proximidade à minha pessoa e ao Alentejo. Diz-se mesmo que era um dos bispos sugeridos para suceder a D. Manuel Falcão à frente da diocese, até porque tinha sido seu aluno no seminário dos Olivais e colega de muitos padres da nossa diocese, que, ao tempo, faziam o curso de teologia em Lisboa. Quis Deus e a Igreja que ele fosse para Coimbra, em 1998, como bispo coadjutor de D. João Alves, assumindo a diocese como bispo residencial em 2001, até à resignação por limite de idade canónica em 2011. Entregando o pastoreio da diocese ao seu sucessor, D. Virgílio, retirou-se para a sua terra natal, Manteigas, na serra da Estrela, que ele amava, mas onde pouco parava, dado que era muito solicitado para ajudar os seus colegas em muitos serviços pastorais, quer na diocese da Guarda, quer em Coimbra, entre os emigrantes e em Beja. Nunca se negava a ajudar os colegas e as pessoas mais simples e humildes. Era um bispo muito humano e próximo das pessoas. Página 5 Dados biográficos Natural da freguesia de São Pedro em Manteigas, na Diocese da Guarda, onde nasceu a 3 de março de 1935, D. Albino Cleto frequentou o seminário do Patriarcado de Lisboa, diocese onde foi ordenado presbítero a 15 de agosto de 1959. Frequentou a Universidade Clássica de Lisboa, onde obteve, na faculdade de Letras, a licenciatura em Românicas e foi professor ocasional, na Universidade Católica de Lisboa, de Línguas e Literatura. No exercício do seu ministério presbiteral, na diocese de Lisboa, fez parte da equipa formadora do Seminário de Almada como perfeito de estudos e Vice-Reitor; presidiu à comissão administrativa do Santuário de Cristo Rei; Um caminho novo com fronteiras alargadas Página 3 foi pároco da Estrela e membro da Comissão Diocesana de Arte Sacra do Patriarcado. A 6 de dezembro de 1982 foi nomeado bispo auxiliar do Patriarcado de Lisboa, com o título de Elvira, pelo Papa João Paulo II, tendo sido ordenado a 22 de janeiro de 1983, no Mosteiro dos Jerónimos. A Santa Sé nomeou-o Bispo Coadjutor de Coimbra no dia 29 de Outubro de 1997, tendo tomado posse no dia 11 de Janeiro de 1998. D. Albino Cleto foi também presidente da Comissão Episcopal dos Bens Culturais da Igreja e vogal da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais. O prelado desempenhou vários cargos na Conferência Episcopal Portuguesa, onde foi secretário e Seis mil euros/ anuais... por estudante Página 3 porta-voz, presidente das Comissões Episcopais de Liturgia e Educação Cristã e coordenador das Comemorações dos Cinco Séculos e Encontro de Culturas. Actualmente fazia parte da Comissão Episcopal para a Liturgia e a Espiritualidade. D. Albino faleceu no dia 16, no Hospital Universitário de Coimbra. O seu corpo esteve em câmara ardente, no dia 17, na Sé Nova, onde o actual bispo, D. Virgílio Antunes, presidiu a uma concelebração eucarística com a presença de algumas dezenas de bispos e sacerdotes e uma grande multidão de fiéis. O funeral realizou-se no dia 18 para Manteigas, tendo presidido às cerimónias fúnebres o bispo da Guarda, D. Manuel Felício. Sábado, 23 de Junho Ópera na Basílica Real de Castro Verde Página 4 Autorizado pelos C.T.T. a circular em invólucro de plástico fechado. Autorização N.º D.E. DE00192009SNC/GSCCS PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS 2350-999 TORRES NOVAS TAXA PAGA Preço 0,50 € c/ IVA In memoriam A nossa homenagem a um grande bispo, apóstolo infatigável da Igreja em Portugal A morte inesperada de D. Albino foi particularmente sentida pela comunidade cristã de Beja que teve o singular privilégio de o ver e ouvir, de 4 a 7 de Junho, no Tríduo e na Festa do Corpo de Deus, na igreja de Santa Maria. D. Albino deixou em todos uma imagem inolvidável de homem de Deus, que, nas suas palavras simples, profundas e esclarecedoras, transmitia a fé sincera e profunda e a vasta cultura que eram timbre da sua rica personalidade. Jamais esqueceremos o que de bom e belo nos disse sobre Deus, a Igreja, os Sacramentos, a Eternidade, a comunhão com Cristo e com os outros, bem como o seu estilo coloquial de expôr as verdades do Evangelho, que se escutavam com prazer e iam direitas ao coração. A mensagem cristã que nos explicitou, como Mestre da Palavra, e o seu testemunho de vida, de Sacerdote e de Bispo, de acção missionária profícua e de profunda espiritualidade, são, para todos nós, um precioso legado e um incentivo forte a vivermos a sério a nossa vocação cristã. Por tudo o que disse e fez na sua vida, pela sua pregação apostólica e pelo seu exemplo edificante de fé, nos dias em que esteve connosco, em Beja, muito obrigado, Senhor D. Albino. Até um dia, até ao Céu, onde já está certamente a interceder pela Igreja em Portugal e por todos nós. D. Albino era amigo de longa data do director do nosso “Notícias de Beja”, jornal que lia sempre com muito interesse e de que fazia grande publicidade. Foi essa amizade e o grande apreço que tínhamos pela sua pessoa, pela sua cultura, pelo seu infatigável labor pastoral e missionário que nos levou a bater-lhe à porta, em Setembro de 2011, num encontro, em Fátima, para que viesse pregar em Beja, na Festa do Corpo de Deus, promovida pela nossa paróquia de Santa Maria. Misteriosos os desígnios de Deus. Foi a última intervenção pastoral, em público, de D. Albino. Com profunda saudade, aqui lhe deixamos uma palavra muito sentida de louvor e gratidão, por tudo o que nos ensinou com o seu exemplo de vida e com a sua doutrinação, nos dias 4, 5, 6 e 7 de Junho, na cidade de Beja e na igreja de Santa Maria. Em derradeiro preito de homenagem, registamos algumas frases emocionadas, repassadas de fé, que nos dirigiu, no termo da Procissão do Corpo de Deus, na janela da igreja do Salvador: “Senhor, não pretendo fazer agora um discurso longo e bonito sobre Ti, mas apenas falar-Te, com muita fé, com muito amor, a Ti, presente nesta Hóstia branca, no Santíssimo Sacramento e dizer-Te, em meu nome e em nome desta comunidade cristã de Beja, que acreditamos que estais connosco nos caminhos da vida, todos os dias, até ao fim dos tempos, que estais vivo, à nossa espera, nos sacrários das nossas igrejas. Cristãos de Beja, ide à igreja visitar o Senhor, desabafar com Ele, pedirlhe ajuda para os vossos problemas dar-lhe graças por todos os bens que Ele vos concede. Que esta extraordinária manifestação pública de fé tenha consequências nas vossas vidas. Que o Senhor vos acompanhe sempre e vos conduza até à Pátria Eterna”. Padre Alberto Batista, Pároco de Santa Maria e director do “Notícias de Beja” RELIGIÃO 2 – Notícias de Beja 21 de Junho de 2012 Presidente da República condecora religiosa dominicana que apoia mulheres deficientes A Irmã Ana Maria de Sousa Vieira, que foi condecorada no dia 10 de Junho pelo presidente da República, espera que a distinção contribua para divulgar o trabalho da instituição de apoio a mulheres deficientes que dirige há 39 anos. A religiosa dominicana pretende que a Ordem do Mérito, no grau de Comendador, traga «visibilidade e credibilidade» à Associação Nossa Senhora Consoladora dos Aflitos, instalada no Convento dos Cardais, em Lisboa. A instituição, que remonta a 1843, começou por ser um asilo para invisuais mas há três décadas alargou a assistência a pessoas com deficiências motoras e mentais não profundas, acolhendo atualmente 38 mulheres, tendo a mais idosa quase 90 anos. «Se não estivessem aqui, estariam Registado É sempre interessante escrever sobre temas malditos, ocultados pela nossa imprensa, alegadamente aberta e plural. Este é o maldito dos malditos. Em tempos tão diversos e heterodoxos, é estranho constatar a total ausência de alguém central na cultura ocidental há milénios. A nossa época, que multiplica as personagens e faz regressar velhas lendas e figuras clássicas, nunca fala do diabo. Ao longo da história não houve dúvidas sobre a existência e influência do pai da mentira (Jo 8, 44), tentador (Mt 4, 3), inimigo de toda a justiça (Act 13, 10), ameaçando-nos com as suas malícias e aquele seu lugar maldito - a Geena de fogo (Mt 4, 22), o inferno (Lc 10, 15) - onde podíamos cair. Hoje esses assuntos são totalmente omissos, meras figuras de retórica ou cenas de pantomima. A razão não pode vir de vivermos em tempos secularizados, pela simples razão que não vivemos nesses tempos. Não só os crentes permanecem a esmagadora maioria da população, mas o actual pluralismo fez renascer múltiplas formas de culto e espiritualidade. Além disso, a falta de referências a Satanás não se verifica apenas entre os ateus, mas também nos devotos. Homilias, orações, livros e discussões teológicas desenvolvem-se quase sem referências às forças do mal e seu poder, antes tão populares. No meio de enorme diversidade de temas e abordagens de uma época turbulenta, Lúcifer parece ausente até das igrejas. O secularismo actual signi- na rua», assinala a responsável, que define a associação como uma «casa de fim de linha» onde se procura «criar um conceito e prática de família» que privilegia o «desenvolvimento psíquico», a «integração na sociedade» e, em síntese, a «qualidade de vida». A comparticipação da Segurança Social é insuficiente, mas a instituição conta com donativos de empresas e particulares, além de atividades extraordinárias de recolha de fundos, como é o caso de um jantar solidário que vai realizarse a 24 de junho, estando também prevista a criação de uma associação de amigos. Além da comunidade religiosa composta por mais quatro Irmãs, a religiosa dirige 17 colaboradores pagos que asseguram a assistência ininterrupta a mulheres com defi- ciência a partir dos 18 anos e, em casos excecionais, menores de idade. A condecoração no Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas foi inesperada porque, segundo a responsável, a associação «não trabalha para ser recompensada»: «O que fazemos é porque o coração manda e porque as pessoas precisam». Por isso, acrescentou, «a comunidade religiosa continuará a fazer exatamente o que tem feito até agora, com o mesmo espírito, devoção e entrega». A responsável lembra o testemunho de uma das 38 mulheres, redigido dias antes de se saber da distinção presidencial: «Esta casa devia ser condecorada porque chegamos aqui sem nada e dão-nos tudo». A Ordem do Mérito destina-se a «galardoar atos ou serviços meritórios praticados no exercício de quaisquer funções, públicas ou privadas, que revelem abnegação em favor da coletividade», explica o site da Presidência da República. Entre as personalidades condecoradas pelo presidente da República incluiram-se a pintora Emília Nadal, o historiador José Hermano Saraiva e o sociólogo António Barreto. Coisas do demo fica, afinal, crença firme em Deus com recusa de Satanás. É curioso perceber porquê. A razão liga-se ao axioma mais central e indiscutível da nossa cultura. Somos o tempo da liberdade, humanismo, técnica e poder sobre a natureza. Ora nada destrói mais esses valores que saber-nos sujeitos a influências maléficas, que turvam as nossas escolhas, distorcem a nossa humanidade, pervertem as nossas obras e podem dominar a nossa vida. Se existem tentações demoníacas, lá se vão os sonhos de tolerância, humanismo, liberdade. Caímos no real. O ser humano, que se acha radicalmente autónomo e soberano, ainda tolera com diplomacia um deus longínquo, mas nunca se considerará sujeito ao demónio. Paradoxalmente é também o tempo actual que mais manifesta a evidência do diabo e onde a presença palpável do inferno se tornou mais visível e patente. Os telejornais trazem às nossas salas mais cenas de horror e maldade que alguma vez a humanidade assistiu, e a cada passo vemos personalidades descritas como encarnação do mal absoluto. Mas é na ficção que essa presença surge esmagadora. Argumentistas de cinema e televisão espremem os miolos para criar os vilões mais funestos, com especial predilecção pela malícia em estado puro. Só assim se explica a obsessão cinematográfica pelos psicopatas, vampiros, extraterrestres, fanáticos e outros seres irredutivelmente cruéis sem elemento redentor. Numa palavra, demónios. Por outro lado a contínua descrição romanceada de estados desesperados e irrecuperáveis, da droga à escravatura e à demência, só pode ser tomada como nostalgia do inferno. Nenhuma criança das eras bárbaras viu tanta mortandade, violação e desumanidade como as nossas nos media. Assim o demónio, nunca sob o próprio nome, está hoje mais presente que em tempos antigos. Por todo o lado, menos na nossa consciência, onde persiste a ilusão da independência. Isso dá-lhe mais poder. "Há dois erros, iguais e opostos, em que a nossa raça pode incorrer quando de demónios se trata. Um é descrer da sua existência. O outro é crer nela e sentir por eles um interesse excessivo e doentio. A eles, ambos os erros lhes são agradáveis e acolhem com idêntico prazer o materialista e o mago" (C. S. Lewis, 1942, The Screwtape Letters, prefácio). A evidência que esta aparente ausência é coisa do demo não custa a compreender, pois ela tem terríveis efeitos morais. De facto, não havendo Belzebu, os horrores indizíveis que vemos só podem ser culpa do próximo, a quem portanto agredimos justificadamente. Se o diabo não existe, "o inferno são os outros" (J. P. Sartre, 1944, Huis-clos). João César das Neves, Professor universitário “Diário de Notícias”, 18.06.2012 Solenidade do Nascimento de S. João Batista Ano B 24 de Junho de 2012 I Leitura Is 49, 1-6 Na Missa da Vigília,lê-se a vocação de Jeremias para melhor entendermos a de João Baptista. Hoje, é Isaías que recorda a sua própria vocação, em linguagem cheia de grandeza, que mostra como são grandes os destinos para que Deus orienta aqueles que escolhe e envia, como o foram, de maneira única, os de João Baptista. As palavras desta leitura realizamse depois plenamente no Messias, mas podem também definir, na devida proporção, a missão do percursor, daquele que veio precisamente abrir o caminho aso Messias no meio dos homens. Leitura do Livro de Isaías Terras de Além-Mar, escutai-me; povos de longe, prestai atenção. O Senhor chamou-me desde o ventre materno, disse o meu nome desde o seio de minha mãe. Fez da minha boca uma espada afiada, abrigou-me à sombra da sua mão. Tornou-me semelhante a uma seta aguda, guardou-me na sua aljava. E disse-me: “Tu és o meu servo, Israel, por quem manifestarei a minha glória”. E eu dizia: “cansei-me inutilmente, em vão e por nada gastei as minhas forças”. Mas o meu direito está no Senhor e a minha recompensa está no meu Deus. E agora o Senhor falou-me, Ele que me formou desde o seio materno, para fazer de mim o seu servo, a fim de Lhe restaurar as tribos de Jacob e reconduzir os sobreviventes de Israel. Eu tenho merecimento aos olhos do Senhor e Deus é a minha força. Ele disse-me então: “Não basta que sejas meu servo, para restaurares as tribos de Jacob e reconduzires os sobreviventes de Israel. Farei de ti a luz das nações, para que a minha salvação chegue até aos confins da terra”. Salmo Responsarial Salmo 138 (139) Refrão: Eu Vos dou graças, Senhor, porque maravilhosamente me criastes II Leitura Actos 13, 22-26 Esta leitura, tirada de um discurso de São Paulo aos judeus, vai apresentar João Baptista em determinado momento da história da salvação.Ele é mais um elo, o último, de uma longa cadeia onde se tem vindo a realizar o desígnio de Deus de salvar os homens através da sua própria história, a história dos homens onde Deus esteve sempre presente. Leitura dos Actos dos Apóstolos Naqueles dias, Paulo falou desde modo: “Deus concedeu aos filhos de Israel David como rei, de quem deu este testemunho: “Encontrei David, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que fará sempre a minha vontade”. Da sua descendência, como prometera, Deus fez nascer Jesus, o Salvador de Israel. João tinha proclamado, antes da sua vinda, um baptismo de penitência a todo o povo de Israel. Prestes a terminar a sua carreira, João dizia “Eu não sou quem julgais; mas depois de mim, vai chegar Alguém, a quem eu não sou digno de desatar as sandálias dos seus pés”. Irmãos, descendentes de Abraão e todos vós que temeis a Deus: a nós é que foi dirigida esta palavra de salvação. Evangelho Lc 1, 57-66.80 O nascimento de São João Baptista foi um grande momento da história da salvação, que só alguns, a princípio, souberam reconhecer. Daí a surpresa diante do nome que os pais lhe iam pôr: “João” que significa: “o Senhor concede graça”. Mas, uma vez reconhecida essa graça, solta-se a língua de Zacarias, seu pai, que estava mudo desde o anúncio do nascimento daquele filho que o Anjo lhe trouxe e de que ele duvidara. Os vizinhos iam-se enchendo de temor diante do que reconheciam ser acção sobrenatural; e todos se interrogavam sobre o futuro daquele menino! Assim se iam abrindo os caminhos à fé, que vê onde o olhar não chega. Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas Naquele tempo, chegou a altura de Isabel ser mãe e deu à luz um filho. Os seus vizinhos e parentes souberam que o Senhor lhe tinha feito tão grande benefício e congratularam-se com ela. Oito dias depois, vieram circuncidar o menino e queriam dar-lhe o nome do pai, Zacarias. Mas a mãe interveio e disse: “Não, Ele vai chamar-se João”. Disseram-lhe: “Não há ninguém da tua família que tenha esse nome”. Perguntaram então ao pai, por meio de sinais, como queria que o menino o chamasse. O pai pediu uma tábua e escreveu: “O seu nome é João”. Todos ficaram admirados. Imediatamente se lhe abriu a boca e se lhe soltou a língua e começou a falar, bendizendo a Deus. Todos os vizinhos se encheram de temor e por toda a região montanhosa da Judeia se divulgaram estes factos. Quantos os ouviam contar guardavam-nos em seu coração e diziam: “Quem virá a ser este menino?”. Na verdade, a mão do Senhor estava com ele. O menino ia crescendo e o seu espírito fortalecia-se. E foi habitar no deserto até ao dia em que se manifestou a Israel. OPINIÃO 21 de Junho de 2012 Notícias de Beja – 3 Um caminho novo com fronteiras alargadas No mesmo dia (21-11-1964), Paulo VI promulgou a Constituição sobre a Igreja e os decretos sobre o Ecumenismo e as Igrejas Orientais Católicas. O problema do ecumenismo vinha de longe e acompanhou as preocupações do Concílio, desde a sua preparação. João XXIII declarara que o Concílio tinha também como finalidade descobrir e abrir caminhos de unidade entre as diversas confissões cristãs. O Cisma do Oriente (séc. XI) marca a primeira rutura com a Igreja de Roma. Depois foi a Reforma com a cisão dos luteranos (séc. XVI) e dos anglicanos (séc. XVI). Tudo isto eram como que espinhos dolorosos no corpo eclesial. As preocupações de unidade, volvidos séculos, passaram a viver-se, inicialmente, por iniciativa dos anglicanos, traduzida em oração pela unidade, a que outras Igreja se associaram no Oitavário de Oração pela Unidade dos cristãos, de 18 a 25 de janeiro. Com o Concílio deu-se a possibilidade de um diálogo teológico, nem sempre fácil, mas sereno. Teólogos de grande prestígio, como o padre Congar, vinham-se já dedicando, à data do Concílio, a esta difícil mas urgente tarefa de se procurarem caminhos aptos e de entendimento para a união dos crentes em Jesus Cristo. João XXIII, numa decisão ao seu jeito, convidou, inesperadamente, observadores para as sessões conciliares, membros de diversas confissões cristãs. O facto não agradou a alguns setores da Igreja Católica, como, já antes, não agradaram iniciativas de outras tradições religiosas. Esta inovação continuou nos sínodos episcopais que se seguiram ao Concílio, com uma evolução significativa: os que começaram por ser “Observadores”, pouco mais tarde já foram ditos “Irmãos”. O progresso feito de há cinquenta anos para cá era impensável para muita gente. De facto, vários caminhos se abriram e se enfrentaram, corajosamente, muitos problemas difíceis. O decreto conciliar, então promulgado, foi, em muitos aspetos, inovador. Nele estão marcados pontos de partida, como a acei- tação mútua de que há uma única Igreja de Jesus Cristo, e esta deve expressar a sua comunhão na unidade. Não se trata de uma conversão à Igreja Católica, mas de uma conversão de todos, de modo a chegar-se, mutuamente, ao respeito, ao diálogo, à aceitação de tradições válidas, a um esforço de purificação e de aproximação. O Concílio sublinha ainda o valor da oração. Só o Espírito é verdadeiro obreiro da unidade e da formação ecuménica que leva ao conhecimento das diferenças pela vontade de escutar, aprender e receber, como dom de Deus, o que de cada lado pode enriquecer a fé comum. O tema do Ecumenismo, a partir de então, nunca mais deixou de merecer a atenção especial dos Papas. Paulo VI criou um dicastério romano dedicado à união dos cristãos, a fim de fomentar a unidade nas suas diversas vertentes; constituíram-se grupos de teólogos das diferentes tradições para aprofundar temas doutrinários e clarificar problemas históricos; realizam-se, agora, ações em comum, como publicação da Bíblia Ecuménica e encontros europeus sobre variados temas; publicou-se o Diretório Ecuménico… João Paulo II, num gesto corajoso e profético, pediu que se aprofundasse o sentido do Primado do Papa, Bispo de Roma, pois não queria que uma interpretação histó- rica parcelar deste Primado pudesse dificultar a unidade desejada. O caminho continua com escolhos, mas a relação fraterna é crescente. Recordo, com emoção, como o arcebispo de Upsala, na Suécia, primeira figura da hierarquia religiosa luterana no país, recebeu, em sua casa e na sua catedral, os bispos do Conselho das Conferências Episcopais da Europa, de cujo grupo fiz parte. Conviveu, rezou, partilhou connosco a preocupação das suas comunidades, tocadas pela secularização e acomodadas, no seu bem-estar, a um cristianismo fácil e sem horizontes. O encontro decorreu numa casa da Igreja luterana, onde não faltou uma sala apta para a celebração eucarística. O Concílio, no decreto referido, exorta, por fim, os fiéis a que, reconhecendo os sinais dos tempos, participem com solicitude do trabalho ecuménico. Sabemos bem, que nas comunidades católicas, debeladas que foram as desconfianças e juízos negativos, resta muito caminho para andar, a que não é estranha a pouca cultura que confunde Igreja e seitas, estas que nada querem com o ecumenismo a sério, que luta pelo encontro de todos os batizados na única Igreja de Cristo. António Marcelino, Bispo emérito de Aveiro Seis mil euros/anuais... por estudante Em 2010/11, cada estudante do ensino superior custou, anualmente, cerca de seis mil euros. Atendendo aos dados revelados por um estudo universitário, divulgado, por estes dias, podemos inferir que cada estudante do ensino superior (universitário ou de outro grau académico com idênticas exigências... ao nível teórico) custou ao Estado três mil e seiscentos euros... num universo de mais de trinta mil utentes/clientes desta fase de instrução... comparticipando, por seu truno, o setor privado (estudantes e famílias) com mais de sessenta por cento dos custos. Diante destes números como que temos refletir sobre vários aspetos subjacentes à questão e de nos perguntarmos sem receio sobre outros problemas mais profundos: = Ao vermos o esforço e o sacrifício de tantas famílias para que os seus filhos e outros parentes possam usufruir de maior capacidade de instrução, perguntamos: - Os nossos estudantes sabem aproveitar, devidamente, este esforço das suas famílias e mesmo dos contribuintes em geral? = Quando vemos muitos dos nossos estudantes a gastarem muitas das suas energias mais em festas e em divertimentos do que nos estudos, perguntamos: - Com certos forrobodós – semanas académicas e queimas das fitas, recepções ao caloiro e rituais de final de curso – poderemos levar a sério quem prepara o seu futuro com tais comportamentos? = Quando vemos uma maior promoção de atividades extracurriculares do que a atenção dada aos estudos, como que inquirimos: - Certos adereços (pretensamente) estudantis – como tunas e até torneios desportivos, seja qual for a modalidade – servem de cobertura ou de distração para quem estuda? = Perscrutando mais ou menos como funcionam certos mecanismos estudantis, temos de ser minimamente sérios no trato dos gastos de cada estudante e, por isso, perguntamos: - Quando vemos crescer mais a copofonia entre os mais novos do que a propensão para o estudo, qual será a futuro das gerações agora cambaleando sob efeitos etílicos? = Com tantos interesses em jogo à volta da classe estudantil, sobretudo, no âmbito de ensino superior, como que ousamos perguntar: - Quem faz a gestão – órgãos diretivos e projetos de valorização em classe, categoria e formação – destes ingredientes não estará a explorar as fragilidades dos ‘estudantes’ em vez de os concentrar na sua valorização mínima e suficiente? *** Precisamos de ter ideias claras, distintas e razoáveis para que não nos andemos a enganar uns aos outros, fazendo de conta que tudo está bem, mesmo que clamando pela tendência para a gratuidade do ensino superior. Diz o povo e com razão que aquilo que é gratuito pode não ser de boa qualidade. Deste modo não podemos valorizar aquilo que valor não tem nem endeusar quem pouco ou nada vale. Precisamos de fazer reverter em favor comum o esforço de que os nossos jovens tenham qualidade na sua formação e na capacitação em serem ainda melhores no exercício das suas profisssões. Não podemos é continuar a pactuar com incompetências nem com gente que pouco mais não sabe do que prolongar, por tempo indeterminado, a adolescência à custa dos sacrifícios alheios. Urge, por isso varrer das escolas de ensino superior quem não estuda e ajudar quem, por seu turno, quer crescer na sua valorização cultural, servindo os outros. Com efeito, mais do que um custo o estudo é um investimento, seja qual for o curso ou a escola. Assim consigamos criar condições para promover os melhores e relegar para a berma quem não presta, porque explora os familiares e até os contribuintes!... Faça-se a seleção, já e depressa! António Sílvio Couto Uma recordação elucidativa Ainda estudante, regressava de Roma a Portugal. Fiz caminho pela Suíça. A paragem em Genebra permitia-me visitar a catedral de S. Francisco de Sales. Cheguei e vi que era agora uma igreja protestante. A lei canónica impedia-me de entrar; a vontade de conhecer empurrava-me para dentro. E ali estava eu, como o tolo na ponte, perplexo sobre o que fazer. Decidi entrar. Mas só fiquei tranquilo quando me confessei da minha desobediência… Estávamos em 1957. Não se sonhava ainda, com o concílio ecuménico, anunciado, inesperadamente, em 1959… Era assim. Os protestantes eram inimigos. A história tinha-os conspurcado. Nada de relações que pudessem contagiar… Em casos como aquele em que me vi envolvido, se podia perceber o garrote interior, e como não era o Evangelho e “a liberdade com que Cristo nos libertou” que comandavam a vida. Nem das pessoas, nem das instituições. Do lado dos não católicos também não faltavam ataques frequentes. Em todos os lados mandavam os preconceitos e os sentimentos desvirtuados…Em nome da mesma fé e com a Bíblia na mão… A. M. Parcerias Público-Privadas À medida que o tempo passa os prejuizos com as parecerias públicoprivadas (PPP) continuam a aumentar. Este instrumento, se bem utilizado, é, naturalmente, um bom modelo de investimento. O diabo está, como costuma dizer-se, nos detalhes. E estes não são de somenos. Hoje já sabemos que o custo com as PPP rodoviárias deverá chegar aos 530 milhões de euros no final do ano, mais 10% do que se previa. Uma derrapagem que deverá disparar para os mil milhões de euros em 2014, com o início do pagamento das sete subconcessões lançadas em 2010. A questão que se coloca é, tendo havido já uma auditoria do Tribunal de Contas com os resultados que se conhecem, estando em curso mais duas cujas conclusões, elas não hãode divergir muito da primeira, isto é, que a forma como o Estado negociou com os privados estes investimentos foi, no minímo, duvidosa do ponto de vista da salvaguarda dos seus interesses - o que é que falta para que o Governo desencadeie o inevitável processo de renegociação? Por outro lado, não é compreensível que um Estado se posicione face aos privados, num patamar em que, com a negociação das PPP, se hipoteca não só o presente como o futuro, uma vez que, de acordo com todos os estudos conhecidos, só em 2029 é que as parcerias rodoviárias deixarão de dar prejuízo. PATRIMÓNIO 4 – Notícias de Beja PEDRA ANGULAR 21 de Junho de 2012 PÁGINA DO DEPARTAMENTO DO PATRIMÓNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO DA DIOCESE DE BEJA Ópera na Basílica Real de Castro Verde Oratória dedicada a D. Maria I com estreia mundial no Alentejo No dia 23 de Junho, pelas 21h30, o Festival Terras Sem Sombra encerra o seu ciclo de seis concertos na Basílica Real de Castro Verde, belo monumento do tempo de D. João V, famoso pelas excelentes condições acústicas. A estreia moderna, a nível mundial, de “La Betulia Liberata”, escrita ao redor de 1773 pelo grande compositor e violinista italiano Gaetano Pugnani, será interpretada pela Orquestra Sinfónica Portuguesa, sob a direcção do maestro Donato Renzetti, considerado um dos principais directores de orquestra da actualidade. A partitura da oratória, em dois actos, para solista, coro e orquestra, até agora adormecida na Biblioteca do Palácio Nacional da Ajuda, foi recuperada por iniciativa do Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, entidade organizadora do Festival Terras Sem Sombra. José António Falcão, director-geral do projecto, sublinha que “esta estreia põe em evidência o esforço feito pelo Festival para recuperar o nosso património musicológico, neste caso um manuscrito precioso do antigo Palácio Real; está em causa o resgate de uma parte muito significativa da nossa história e da própria cultura europeia.” O último concerto do Terras sem Sombra em 2012 reveste-se de elevadas expectativas, já que esta estreia mundial leva a palco algumas das melhores figuras no panorama vocal não só ibérico, mas também europeu: Raquel Alão (soprano), Carmen Romeu (soprano), Mikeldi Atxalandabaso (tenor), Marifé Nogales (mezzosoprano), Mário João Alves (tenor) e Luís Rodrigues (barítono). Um elevado nível artístico concebido por Paolo Pinamonti, director artístico do Festival, que escolheu o reputado maestro Donatto Renzitti para um concerto de excepcional virtuosismo, seguido já com atenção pela crítica internacional. A Castro Verde virão, de resto, alguns dos especialistas mundiais no campo operático, interessados em conhecer esta “première”. Compositor da corte de Turim, Gaetano Pugnani (1731-1798) cedo começou a demonstrar os seus dotes artísticos, quando logo aos 10 anos de idade, era já segundo violino da orquestra do Teatro Régio de Turim. Desenvolveu uma carreira muito assinalável como Soprano Carmen Romeu compositor e intérprete solista internacional, interpretando os seus próprios concertos; foi ainda director de orquestra no King’s Theatre, em Londres, onde estreou a sua primeira ópera. Contemporâneo de Mozart, embora um pouco mais velho, gozou da estima deste e de outros grandes compositores da época, sendo muito conhecido e muito apreciado nos meios musicais. Esta fama perdurou intacta até aos nossos dias, o que faz dele uma referência da ópera barroca. A oratória “La Betulia liberata” é dedicada à rainha D. Maria I. Para escrevê-la, Pugnani recorreu a um célebre libretto de Pietro Metastasio, encomendado pelo imperador Carlos VI e inspirado na história de Judite, a heroína de Betúlia, que consta do Livro de Judite, um dos livros históricos do Antigo Testamento, escrito no séc. II a. C. Tratase de um argumento que, ao longo dos séculos, devido ao dramatismo da sua narrativa, inspirou inúmeros artistas, tanto na vertente musical e dramática como no domínio da escultura e da pintura, tecendo uma crítica à tirania das grandes sobre as pequenas potências e enaltecendo a coragem dos patriotas que se mantêm fiéis aos valores do humanismo. Será em ambiente de estreia festiva, pois, que Castro Verde fecha, com chave de ouro, a oitava edição do Terras Sem Sombra. Uma iniciativa que, como assinala José António Falcão, em jeito de balanço, “foi acolhida com um entusiasmo transbordante por parte da comunidade, que se estende às actividades direccionadas para o conhecimento do património histórico-cultural, da paisagem e dos recursos locais, sem esquecer a conservação da biodiversidade. O triângulo músicapatrimónio-biodiversidade revelouse uma aposta em cheio no alvo pretendido: a dinamização do mundo rural e dos centros históricos no Alentejo.” Paolo Pinamonti, entretanto, já está a ultimar o programa de mais uma edição do Festival, que terá como novidade, entre outras, um reajuste da sua geografia, de modo a poder contemplar novas localidades do nosso território. Donato Renzetti: um maestro de renome internacional Natural de Torino di Sangro (centro de Itália), é um dos mais importantes maestros da actualidade, a nível mundial. Já ganhou inúmeros prémios em importantes concursos internacionais, com realce para o “Diapason d’Argento”, em 1975, o Premio G. Marinuzzi, de San Remo, em 1976, o Premio Ottorino Respighi, da Academia Chigiana de Siena, em 1976, a Medalha de Bronzen no 1.º Concurso E. Ansermet, de Genève, em 1978; e em 1980 foi eleito, por unanimidade, vencedor do X Concurso Guido Cantelli, no Teatro alla Scala, de Milão. Dirigiu algumas das orquestras mais importantes da cena musical: London Sinfonietta, London Philharmonic, Philharmonia de Londres, English Chamber Orchestra, Deutsches Symphonie-Orchester Berlin, Orquestra Nacional Hún- Maestro Donato Renzetti gara, Orquestra Filarmónica de Tóquio, Filarmónica de Buenos Aires, Orchestra della Scala di Milano, Orchestra dell’Accademia di Santa Cecilia di Roma, Dallas Symphony, BRT Philharmonic Orchestra de Bruxelas, Orchestre National du Capitole de Toulouse, Orchestre National du Capitol de Toulouse, Orchestre National de Lille, Orchestre National de Lyon, Zeeland Symphony, Orchestra della RAI (Milão, Turim, Roma), Orchestra Scarlatti di Napoli e Orchestra Sinfonica de Bilbau. Tem sido convidado a actuar nos principais teatros líricos do mundo: Opéra de Paris, Covent Garden de Londres, Grand Théâtre de Genève, Staatsoper de Munique, Capitol de Toulouse, Carnegie Hall e Metropolitan de Nova Iorque, Lyric Opera de Chicago, Opera de Dallas, San Francisco Opera, Teatro Colón de Buenos Aires, Teatro Bunka de Tóquio, Teatro Megaron de Atenas, Teatro alla Scala de Milão e todos os grandes teatros italianos. É presença assídua, como maestro convidado, nos festivais de Glyndebourne, e Spoleto, e Pesaro e Verdi, de Parma. Em 1987, dirigiu a prima assoluta da ópera Aida, de Verdi, em Luxor, com o Coro e a Orquestra da Arena de Verona. De 1982 a 1987, foi Maestro Principal da Opera dell’Orchestra Internazionale Italiana; de 1987 a 1992, Maestro Principal da Orquestra Regionale Toscana; de 1993 a 2001, Maestro Principal da Orchestra Stabile di Bergamo; de 2004 a 2007, Maestro Convidado Principal da Orquestra Sinfónica Portuguesa. Em 2007, foi nomeado Director Artístico e Maestro Principal da Orchestra Filarmonica Marchigiana. Gravou para a Philips, Frequenz, Fonit Cetra, Nova Era e Dynamic CD obras de Mozart, Tchaikovsky, Simone Mayer e Ouverture raras e inéditas de Schubert e Cherubini; no campo operátic, são famosas as suas gravações de Attila, de Verdi, Il Signor Bruschino e La Cambiale di Matrimonio, de Rossini, e La Favorite, de Donizetti; os DVD de La fille du régiment, de Donizetti, no Teatro alla Scala, La Cenerentola, de Rossini, no Festival di Glyndebourne; La Gioconda, do mesmo autor, na Arena di Verona, L’Italiana in Algeri no Festival di Pesaro. Manfred, de Schumann, gravado com a Orquestra e o Coro do Teatro alla Scala, recebeu o XIX Premio della Critica Discografica Italiana. Desde 1987, é professor da disciplina de Direcção de Orquestra no Curso de Alta Especialização da Accademia Musicale Pescarese, descobrindo novas gerações de talentos, como Massimo Zanetti, Gianandrea Noseda, Daniele Agiman, Pietro Mianiti, Stefano Miceli, Michele Mariotti, Denise Fedeli, Dario Lucantoni, Massimiliano Caldi ou AntoninoManuli. O Collegio dei Ragionieri de Lanciano in Abruzzo outorgou-lhe o Premio Frentano d’Oro pelos méritos artísticos em Itália e no estrangeiro em 2002. A prestigiada Associazione Amici della Lirica dell’Opera Festival di Pesaro fez-lhe entrega do Premio Rossini d’Oro 2006. Em 2009, recebeu o XXVI Premio Luigi Illica e o Premio Carloni de Barattelli dell’Aquila. DIOCESE 21 de Junho de 2012 Notícias de Beja – 5 D. Albino Mamede Cleto Gratidão e Bondade 1. Gratidão a D. Albino A Igreja em Portugal acaba de perder mais um bispo, que, embora já emérito de Coimbra desde há cerca de um ano, foi um luzeiro de bondade e amor à Igreja e ao povo. Como bispo de Beja quero nesta breve nota manifestar a minha gratidão a este irmão bispo, que me acompanhou nos meus primeiros anos de episcopado, como bispo auxiliar do Patriarcado de Lisboa, tendo ido depois para Coimbra e eu, poucos meses mais tarde, para Beja, mas que sempre manifestou grande proximidade à minha pessoa e ao Alentejo. Diz-se mesmo que era um dos bispos sugeridos para suceder a D. Manuel Falcão à frente da diocese, até porque tinha sido seu aluno no seminário dos Olivais e colega de muitos padres da nossa diocese, que, ao tempo, faziam o curso de teologia em Lisboa. Quis Deus e a Igreja que ele fosse para Coimbra, em 1998, como bispo coadjutor de D. João Alves, assumindo a diocese como bispo residencial em 2001, até à resignação por limite de idade canónica em 2011. Entregando o pastoreio da diocese ao seu sucessor, D. Virgílio, retirouse para a sua terra natal, Manteigas, na serra da Estrela, que ele amava, mas onde pouco parava, dado que era muito solicitado para ajudar os seus colegas em muitos serviços pastorais, quer na diocese da Guarda, quer em Coimbra, entre os emigrantes e em Beja. Nunca se negava a ajudar os colegas e as pessoas mais simples e humildes. Era um bispo muito humano e próximo das pessoas. casa episcopal e percorreu as ruas de Beja, rezou, pregou, confessou e até melhorou um pouco da tosse. Nas pregações despertou-nos para o dom da fé e cativou-nos pelo modo dialogante como expunha e propunha a Palavra de Deus. Foi uma testemunha fecunda de diálogo com a presença real de Jesus na Eucaristia e com os seus ouvintes. Frequentemente reafirmava o quanto devia a D. Manuel Falcão e como nutria uma profunda admiração pela sua pessoa. Isto mesmo eu referi no agradecimento final, depois da procissão do Corpo de Deus, em que aludi à santidade de D. Manuel. D. Albino confirmou isso mesmo e disse-me que poderia atestá-lo. Quis Deus juntá-los no mesmo ano na eternidade. Em ambos perdi dois grandes amigos e mestres. Que Deus os recompense no gozo e na alegria do seu Senhor, a quem serviram e se entregaram durante a vida na terra. Neste ano a diocese de Beja beneficiou imenso dos seus dons de pastor e guia. Primeiro, orientando o retiro do clero, em Março, na Quinta da Beira, conseguindo captar a atenção de todos os participantes. Por último, poucos Bênção do Lar D. José do Patrocínio Dias, em Beja No passado dia 15 de Junho procedeuse à bênção do Lar D. José do Patrocínio Dias, no Patronato de Santo António. Foi com muita alegria que depois do Pontificial da Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, o Bispo de Beja, D. António Vitalino, fez uma caminhada até ao Patronato onde presidiu à bênção. Estiveram presentes as Irmãs Oblatas, os colaboradores da Instituição e o conselho fiscal. O Patronato conta agora com mais uma valência, estrutura residencial para idosos. Este equipamento dispõe de 30 quartos com WC, 20 individuais e 10 duplos com capacidade para 40 utentes, área de serviços e lazer, um ótimo espaço de jardinagem e uma bela vista para a torre de menagem e para Nossa Senhora da Guadalupe, no altinho de Serpa. Esta obra teve como Arquiteto e coordenador do projeto, Bartolomeu Costa Cabral, homem altamente experiente e longo currículo em arquitetura. A construtora foi a Vidal Pereira & Gomes que teve como Diretor de obra o Eng.º Nelson Saramago, que com muita responsabilidade, profissionalismo e inteligência ergueu o bonito edifício que nasceu na cerca do antigo Convento de Santo António. A HPengenharia foi a empresa que assumiu a fiscalização da construção, com os Eng.ºs Henrique Abreu e Rui Santos, demonstrando grande sentido de responsabilidade e competência. As Irmãs Oblatas agradecem a toda esta equipa pelo excelente trabalho. Irmã Maria do Céu, Superiora Geral dias antes de morrer, esteve em Beja, orientando o tríduo e a festa do Corpo de Deus. Apesar de estar um pouco apanhado dos brônquios e ter sido aconselhado a repousar e a cuidar-se, não quis faltar ao seu compromisso com Beja. Ficou na 2. A suma doação da bondade D. Virgílio, bispo de Coimbra, afirmou de D. Albino que deixou um rasto de bondade e de proximidade, sobretudo junto dos mais pequenos. O seu lema episcopal, adotado quando foi nomeado bispo auxiliar de Lisboa, em 6 de Dezembro de 1982, dizia isso mesmo: “há mais alegria em dar que em receber”, citando uma expressão que S. Paulo atribui a Jesus (Act 20, 35). Esta maneira de encarar a vida toca o cerne da mensagem evangélica e da vida de Jesus. Este ideal cristão fazia parte do modo de educar dos nossos pais. Em tempos de pobreza os nossos pais ensinaram-nos a partilhar. Muitas vezes davam aos filhos pequenos a esmola para entregar ao pobre que batia à porta e convidavam quem chegava ou passava para comer do que havia. É servido? Era uma pergunta frequente de quem merendava à sombra de uma árvore, durante os trabalhos dos campos, a quem passava no caminho. E muitas vezes se insistia, para que a pessoa não tivesse vergonha de aceitar. Este testemunho passou para os mais novos. De D. Manuel Falcão ouvi muitas vezes histórias parecidas dos seus pais e familiares, embora a casa de família fosse abastada e no centro urbano de Lisboa. Isso impregnou a sua personalidade e por isso afirmava que preferia ajudar a quem pedisse, embora por vezes enganado, do que recusar ajuda por duvidar da necessidade. Nesta mesma escola aprendeu D. Albino. É destas testemunhas e destas atitudes que o nosso mundo precisa, para se criar um novo tipo de sociedade, porque feita de homens e mulheres próximas, solidárias, amigas de partilhar e atentas aos mais pobres. A estas se aplica o dito do juiz evangélico: vem, bendito do meu Pai, gozar para sempre da felicidade que te estava preparada, porque eu tive fome, sede, estava nu ou preso, era forasteiro ou peregrino e me ajudaste... Estes dois bispos eram desta têmpera e as dioceses que eles serviram devem-lhes eterna gratidão. † António Vitalino, Bispo de Beja Peregrinação Diocesena do Movimento da Mensagem de Fátima Uma peregrinação Diocesana do M.M.F. foi realizada no passado sábado, dia 16, cumprindo assim o que estava programado como actividade para o presente ano pastoral. Com um ritmo trienal, foi desta vez o Santuário de Nossa Senhora do Carmo em Moura o escolhido para os mensageiros viverem o espírito e o sentido da “peregrinação”como caminhada para o Santuário por excelência que é o próprio Deus. Uma concentração na Igreja de S. João Baptista foi o ponto de partida para pôr em marcha mais de 150 mensageiros vindos de vários Secretariados Paroquiais da nossa Diocese que, em cortejo e acompanhados pelo Assistente Diocesano, exibindo os muito estandartes num efeito estético surpreendente e cantando com entusiasmo , fizeram um percurso no centro da cidade em direcção à Igreja do Carmo. O emblemático cântico “Nossa Senhora do Carmo” ecoou no Santuário e foi o primeiro sinal do encontro com a “Mãe Santíssima”, Ela própria Santuário de seu Filho Jesus a acolher os seus filhos. O assistente proferiu uma saudação a Nossa Senhora e a seguir cele- brou a Eucaristia com uma assembleia numerosa. Por feliz coincidência, fazia-se memória do Imaculado Coração da Virgem Santa Maria, núcleo e devoção central na Mensagem de Fátima. Gerou-se assim uma verdadeira simbiose entre as duas realidades – Fátima e Carmo - que estão aliás presentes na última aparição de N Srª na Cova da Iria. Ocasião propícia para o historiador José Chaparro falar da história do Convento do Carmo de Moura e da sua importância religiosa sublinhando a figura de S. Nuno que ali esteve e onde se inspirou para a sua decisão de se fazer frade carmelita. O assistente falou do Escapulário de Nª Srª do Carmo e do seu significado e de seguida procedeu à imposição deste símbolo e meio de devoção e consagração a Nª Srª a 150 men- sageiros que assim ficaram agregados ao espírito carmelita. Um almoço partilhado no Centro Paroquial de Moura permitiu um convívio alegre de todos os participantes. Após a refeição a Igreja Matriz de S. João recebeu de novo os mensageiros para a reza do Rosário que culminou este dia de peregrinação. Da responsabilidade do Secretariado Diocesano, esta acção pastoral foi prontamente assumida na sua parte logística pelo Secretariado Paroquial de Moura e o apoio do Pároco, tornando possível a sua realização. Reinou a devoção e a alegria nesta peregrinação do M .M.F. que proporcionou aos mensageiros o enriquecimento do espírito da Mensagem da Senhora de Fátima. Padre Mário Capa DIOCESE 6 – Notícias de Beja Animação Missionária Ser Visitador é viver a Missão Na Missão Popular há vários agentes: O pároco, a equipa responsável, os animadores das comunidades, os donos das casas, a equipa missionária e um sem número de pessoas que, dia a dia, vai pondo em prática o mandamento do Mestre: “Como Eu vos fiz, fazei vós também” (Jo 13, 14). Entre as muitas acções da Missão, há a destacar a visita aos doentes, sozinhos e fragilizados. Nesta tarefa, além dos missionários, há pessoas que os acompanham neste serviço. Após a Missão, com outras pessoas, propõem-se continuar este trabalho, importante e necessário, nas comunidades, formando um grupo de visitadores de doentes. É uma riqueza e um desafio, é ir ao encontro e ser próximo daqueles que esperam uma palavra, um sorriso, uma presença amiga. Ser visitador é viver, no concreto, a Missão, pois a caridade é um dever para quem procura pôr em prática o mandamento novo: “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”, com todas as suas consequências, aceitando os outros como irmãos e vendo naqueles que sofrem a imagem do próprio Cristo. É que “não há maior prova de amor do que dar a vida”, ou seja, estar ao serviço gratuito e desinteressado dos outros. Tende confiança O plano pastoral para 2012-2013 para a nossa Diocese, e que está a ser estudado pelos Conselhos Pastoral e Presbiteral, tem como lema: “Tende confiança!” Entre as várias linhas de acção podemos encontrar estas: “Criar e formar grupos sócio caritativos em todas as Paróquias, atentos aos pobres, doentes, sozinhos e fragilizados, seguindo a dinâmica evangélica e missionária”; “Intensificar a ligação da Palavra de Deus e das comunidades celebrantes com os pobres, os doentes, os idosos, os sozinhos e fragilizados, tornando-os presentes na oração comunitária e enviando a partir dela os serviços que deles se ocupam: ministros extraordinários da comunhão, grupos sócio caritativos, grupos de visitadores de doentes e movimentos”. Além de outras formas de viver e testemunhar a fé, estas linhas de acção são um autêntico desafio e um caminho a percorrer. Quem se dedica ao próximo, sem exigir quaisquer contrapartidas, procura ainda ser fermento de uma acção social e caritativa que se compromete com a justiça e as suas mediações, no sentido da não resignação com o ‘status quo’, mas investindo nas alterações estruturais positivas, sem deixar de apelar à compaixão, à generosidade e à gratuitidade, tendo o amor como alicerce seguro. O visitador vive e alimenta-se numa comunidade paroquial. Dedicar-se ao próximo, procurar a realização pessoal passa, essencialmente, pela partilha de gestos de fé. Ser Visitador, uma Missão Ir ao encontro, ser próximo, estar disponível e ter alma de voluntário é, pois, indispensável à vida, porque possibilita a interiorização das contingências humanas; contribui para evitar maiores desigualdades; dá sentido à vida e co-responsabiliza. Pode ser ainda, um meio eficaz para a transformação da sociedade, na medida em que derruba barreiras de estatutos sociais e outros; humaniza relações; tem como referência um modelo diferente de sociedade e esforça-se por tomar iniciativas pioneiras. Esta acção missionária, no espírito da caridade cristã, pertence à natureza e exprime irrenunciavelmente a própria essência da Igreja (Deus Caritas est, nº 22). “Os cristãos estão conscientes de que o serviço fraterno constitui, ao lado do anúncio do Evangelho e da celebração da fé, uma dimensão fundamental da vivência em Cristo. Por isso, as dimensões para este serviço são: Proximidade: o cristão assume um ‘coração que vê’ e aproxima-se de cada pessoa necessitada; Universalidade: vive-se na catolicidade da Igreja a atenção global às situações que não conhecem fronteiras; Radicalidade: o modo de actuar do cristão passa por ir às raízes, ou seja, às causas das diversas situações; Gradualidade: saber usar as capacidades para adequar as excelentes soluções às possibilidades existentes, sem renunciar às etapas que abram caminho a novo futuro” (Pastoral da Saúde). A criatividade do amor aplicará, em cada circunstância, os apelos de Jesus: “Como Eu vos fiz, fazei vós também” (Jo 13, 14). Quebrar rotinas, afastar obstáculos, envolver novos elementos, convocar à volta de vias simples e eficazes do bem será serviço à cultura da dádiva. Envio de Grupo de Visitadores Desde Setembro passado que um Grupo de pessoas de Santiago do Cacém, se congregou, com um objectivo: visitar os doentes, fragilizados e sozinhos. Durante os últimos meses fizeram uma preparação cuidada para esta missão. No passado sábado, na Eucaristia vespertina, os 28 Visitadores de Doentes, foram enviados em missão. Após o encontro com a Palavra e o Pão da Vida, partiram ao encontro de Cristo, presente nos irmãos: “Tudo aquilo que fizestes ao mais pequeno dos meus irmãos, a mim o fizestes!” (Mt 25, 40) Até Outubro, os visitadores, no terreno, farão o porta a porta, irão ao encontro, procurarão tornar presente e visível a acção da Comunidade. Passado esse tempo, fazendo um balanço do trabalho realizado, continuarão a formação específica, com a colaboração e presença da Cáritas, para melhor poderem servir. P. Agostinho Sousa 21 de Junho de 2012 Conhecendo a Milícia de Cristo No último dia 15 de junho, Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, em Solene Concelebração Eucarística na Sé de Beja, presidida pelo Exmo Revmo Dom António Vitalino, os Religiosos Milicianos renovaram a profissão de viver os Conselhos Evangélicos, de pobreza, obediência e castidade segundo a Constituição do Instituto Milícia de Cristo. Pe. Reuber, já tem seis anos de profissão dos Votos e o Frei Adriano, como ainda é juniorista, renovou por mais um ano os Compromissos de viver os mesmos conselhos. O Capítulo IV de sua Constituição diz: “Por causa do compromisso com a causa do Reino do Pai, Jesus, na força do seu Espírito, fez a seus discípulos duras exigências: corte de todas as ligações humanas – o discípulo deve deixar pai, mãe, mulher, filhos e irmãos (cf. Mt 19, 27-29; Lc 9, 59-62; 14,26)... no Instituto da Milícia de Cristo, a consagração a Deus se faz por meio de Votos (Cf. Código de Direito Canónico 731, § 2), renovados anualmente na Festividade do Sagrado Coração de Jesus; e a vida fraterna se vive em comunidade (cf. Código de Direito Canónico 598, §2 e 607, §2)... Pela força da Constituição, é competente para receber os Votos o Superior Geral ou o seu delegado. Pelo menos dois profes- sos sirvam de testemunhas. E se redija a Ata da Profissão, assinada pelo professo, pelo Superior Geral ou o seu delegado e pelas testemunhas” Constituição artigos 27 – 30. No caso, a profissão definitiva (Votos) é precedida de um período de profissão dos Compromissos de viverem os mesmos Conselhos Evangélicos. Esta renovação simboliza também a renovação do compromisso dos Milicianos de Cristo com a Diocese de Beja, de servir esta Igreja local, “vivendo o Carisma do Acolhimento, expressando nosso serviço prioritariamente: a) Assumindo Paróquias, tendo a mesma atitude de Monsenhor Alonso... b) Mantendo centros de espiritualidade para acolher sacerdotes e religiosos... c) Acolhendo, numa atitude fraterna, sacerdotes diocesanos doentes e idosos... d) Colocando-se disponível aos sacerdotes diocesanos , principalmente aos que exercem ministério em áreas rurais, substituindo-os em período de estudo ou férias e e) Erigindo obras afins ao Carisma do Instituto (Cf. Diretório, art. 4). Que seja o Sagrado Coração de Jesus seja para todos nós, fonte de vida, santidade e misericórdia! Pe. Reuber Côgo Daltio, MC Festa Joanina nas Paróquias Milicianas O mês de junho é caracterizado pela realização de várias festas populares na região do Alentejo. Mastros e feiras, bailes e exposições, alcôncoras e sardinhas animam os festejos que circulam religiosamente em torno de Santo António, São João e São Pedro. Nas Fornalhas-Velhas, cujo padroeiro é Santo António, celebrouse um tríduo festivo, com missas, adoração, terço, sob orientação dos Religiosos Milicianos e do Pe. Dariuzs Jan Pestka, da Paróquia de Alvalade. Em Colos, o Lar Santo António celebrou seu padroeiro com missa e almoço festivo com os idosos. A Freguesia de Colos celebra o São João (22 a 24 de junho) com a tradicional Feira de Exposição de Artesanato e produtos regionais. No domingo, a missa solene da Natividade de São João Batista será na Igreja Paroquial às 11h30. Venha participar conosco! Padre Reuber SOCIEDADE 21 de Junho de 2012 Promovida pela Paróquia de Santiago Maior Mastro de S. João, no recinto do Castelo de Beja a favor das obras de restauro da Sé. Sábado, 23 de Junho, às 21 horas Contamos consigo! Cartas ao Diretor Recordando os tempos do Seminário Já sou octogenário. Quando ingressei no Seminário, em Outubro de 1947, apenas com a idade de 11 anos, éramos, no primeiro ano, apenas 27 alunos. Destes, apenas chegaram ao sacerdócio, os Padres Afonso Prata, o Padrte Alcides Rocha Ferreira e o cónego Gaudêncio, ambos já falecidos. Já não fazem parte dos viventes, o Abílio Vilaça Delgado e o Joaquim Guerra Campos. Se a memória não me atraiçoa, apenas, o José Travassos, que foi professor no Instituto Polítécnico da Covilhã, ainda se mantém com boa saúde, no Fundão. O Vice-reitor era, nessa altura, o austero Monsenhor Francisco Torrão, que teve a bondade de me passar o certificado de habilitações, para efeitos de cargos públicos, equivalente ao antigo 7.º ano do Curso Geral dos Liceus. Tive, há dias, conhecimento da morte do padre Joaquim Fatela, um bom amigo, cuja obra é de todos conhecida. Ainda há dois anos, juntamente com o antigo colega Manuel Ferreira de Almeida, o visitei no Lar de Ferreira do Alentejo. Paz à sua boa alma. Que Deus se lembre de mim quando chegar a hora de ser chamado à Casa do Pai. Reinaldo Amador, Laranjeiro, Junho 2012 Milagres de Deus e Mistérios do Homem à Luz da Ciência Este livro de 512 páginas oferece uma abordagem geral, científica (Ciências de Observação, Filosofia e Teologia), sobre o conjunto dos fenómenos misteriosos, envolvendo tanto aquelas coisas que acontecem na pessoa quanto as que acontecem ao seu redor, no ambiente em que vive. São fenómenos pouco frequentes; alguns deles, assombrosos. Estamos a referir-nos a realidades como: “casas assombradas”, objectos que se movem, luzes que aparecem, vozes e pisadas no meio da noite, vidros que se quebram, imagens que choram, visões de almas fantasmas, feitiços, curandeiros, pessoas que são operadas por espíritos, astrologia, horóscopos, psicografia, hipnose, viagem astral; pessoas que adivinham o pensamento, que se comunicam com outras à distância, que falam línguas desconhecidas, que se levantam e se movem no ar, que sonham coisas e elas acontecem... Além disso, o livro tenta desmistificar questões sumamente importantes, sobre as quais carregamos imensas dúvidas, tais como: morte, ressurreição, reencarnação, purgatório, inferno, juízo final, tentações Notícias de Beja – 7 SERAFIM DA SILVA JERÓNIMO & FILHOS, LDA Sinos Órgãos Clássicos Viscount | Rodgers | Roland Relógios de Torre Lampadários Electrónicos de Madeira e Metal Máquinas de contagem de Dinheiro do demónio, salvação eterna, milagres, aparições de Nossa Senhora e outras diversas realidades profundamente interessantes. Se desejar encomendar esta obra única, pode fazer os seus pedidos através de [email protected] ou pelo telefone 219 488 870. Também pode pedir para o Sr. António Feliciano dos Santos (Tel. 269 085 525; Telm: 936 889 567 / 918 959 489) ou diretamente do autor (Telm. 964 286 456). O preço é 17.50 euros. É um livro interessantíssimo que se recomenda a toda a família e a todas as famílias. Fabricantes e distribuidores em exclusividade para Portugal e Espanha Rua Cidade do Porto - Ferreiros - 4705-084 Braga Telefone 253 605 770 | Fax 253 605 779 www.jeronimobraga.com.pt | [email protected] Café SNACK-BAR BEIA Rua dos Açoutados, 47 (junto aos Correios) Reabriu com nova gerência Servem-se refeições Leia, assine e divulgue “Notícias de Beja” o jornal da Diocese A paróquia de S. João Baptista convida todas as crianças e adolescentes, seus pais e familiares para o encerramento das actividades do Ano Catequético, integrado nas festas do padroeiro. Dr. Rui Miguel Conduto CARDIOLOGISTA CONSULTAS: Sábados Rua Heróis Dadra, 5 - Beja – Telef. 284 327 175 Marcações das 17 às 19.30 h., pelo Telef. 284 322 973/914 874 486 Quartas-Feiras Cardio Luxor Avenida da República, 101, 2.º A-C-D Lisboa - Tel.: 217 993 338 21 Junho P r o p r i e dade da D i o c e s e d e B e j a Contribuinte Nº 501 182 446 Director: Alberto Geraldes Batista Redacção e Administração: Rua Abel Viana, 2 - Apartado 95 - 7800-440 Beja Telef. 284 322 268 / Fax: 284 322 386 E-mail: [email protected] http://www.diocese-beja.pt Assinatura 27 Euros anuais c/IVA NIB 001000003641821000130 Composição e Impressão: Gráfica Almondina - Torres Novas Tel. 249 830 130 - Zona Industrial - Torres Novas 2012 Registo N.º 102 028 Depósito Legal N.º 1961/83 Editado em Portugal Tiragem 3.000 ÚLTIMA PÁGINA 21 de Junho de 2012 Morte de D. Albino Cleto, bispo emérito de Coimbra, aos 77 anos, surpreendeu Igreja Deste Mundo e do Outro A sua última actividade pastoral foi em Beja na Festa do Corpo de Deus Vale a pena lutar Nunca lhe tremeram as pernas, senão no dia em que foi chamado pelo cardeal D. António Ribeiro e informado de que seria nomeado bispo auxiliar de Lisboa. D. Albino Cleto tinha então 47 anos e já era padre havia 23. Quase duas décadas depois assumiu a diocese de Coimbra, com a resignação de D. João Alves, e nela ficou até à sua própria resignação, no ano passado. No dia 15 sentiu-se mal “acometido de doença súbita”, informa a diocese - e deu entrada nos Hospitais da Universidade de Coimbra, onde acabou por morrer. Tinha 77 anos e o seu desaparecimento apanhou quase todos de surpresa. “Ainda entrou pelo próprio pé” no hospital, conta o padre António Jesus Ramos, diretor do jornal da diocese de Coimbra e amigo do prelado. Embora já se encontrasse “um pouco doente”, diz Jesus Ramos, a notícia surpreendeu colegas e amigos. “Estive com ele há um mês e pareceia-me de perfeita saúde”, conta o padre Manuel Morujão, porta-voz da Conferência Episcopal, cargo que D. Albino Cleto também ocupou. E recorda o bispo emérito como “notável pároco da Basílica da Estrela, em Lisboa, uma pessoa de mente aberta e muito próximo das pessoas, muito convivial”. O bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes, sublinha também a “proximidade” e “disponibili- dade” do seu antecessor para leigos e sacerdotes. “A morte inesperada de D. Albino Mamede Cleto é uma perda significativa para a Igreja portuguesa”, lamenta Guilherme d’Oliveira Martins, presidente do Tribunal de Contas, que conhecia o antigo bispo desde os anos 60 do século passado. “Era um homem de serviço, de horizontes abertos e fiel ao espírito do Concílio Vaticano II. A sua inteligência, humanismo e cultura ficam na memória de todos”, escreveu numa nota enviada à agência Lusa a título pessoal. D. Albino Cleto nasceu a 3 de março de 1935 na freguesia de São Pedro em Manteigas. Desde pequeno que queria ser padre e foi ordenado aos 24 anos. Em entrevista à Agência Ecclesia, quando preparava a sua despedida da diocese de Coimbra, contou que já existia “boateira” de que iria ser nomeado bispo, quando foi chamado por D. António Ribeiro. “Nunca me tremeram as pernas, senão naquele dia que me sentei junto do cardeal Ribeiro. Pôs-se a rir e disse-me: “Você está a tremer. Tenho a dizer-lhe: está escolhido para ser bispo auxiliar de Lisboa.” Em 1998 transitou para Coimbra, onde começou a exercer funções de bispo coadjutor, sucedendo depois a D. João Alves. Há cerca de um ano, depois de completar os 75, foi substituído por D. Virgílio Antunes. A BBC deu a conhecer a sua história. E resumo-a aqui pois pode ajudar outras pessoas neste tempo de crise. A vida de Kalpana Saroj, uma executiva bem-sucedida e premiada, tem elementos que parecem saídos de um filme de Hollywood, com a superação de obstáculos até chegar a um final feliz. Nascida numa baixa casta da Índia, Saroj foi vítima de bullying na escola, forçada a se casar aos 12 anos, maltratada no casamento e viu-se e desejou-se para conseguir deixar o marido que não escolhera. O retorno de Saroj à sua aldeia natal foi visto como um fracasso pelos vizinhos. Para escapar da pressão social, ela focou suas energias em tentar obter um emprego e aprender a costurar. Isso foi um ponto de viragem na sua vida. "Decidi que ia viver a minha vida e fazer algo grandioso." Aos 16 anos, ela mudou-se para Mumbai e foi morar na casa de um tio, para trabalhar como alfaiate. Começou recebendo um dólar por mês para operar máquinas de costura industriais. Foi recebendo seu salário aos poucos, mas, quando ela percebeu que o dinheiro seria insuficiente para pagar um tratamento de saúde para sua irmã doente, descobriu que precisava de se lançar noutras coisas. Tomou um empréstimo do governo e abriu um empreendimento no sector de móveis. Fazendo jornadas de trabalho de 16 horas diárias – hábito que mantém até hoje –, acabou conquistando admiração no mundo empresarial. Mais tarde foi convidada a assumir o comando de uma empresa de produção de metais, Kamani Tubes, que estava fortemente endividada. Reestruturou-a e a Kamani Tubes é hoje uma empresa multimilionária, que emprega pessoas de diferentes castas. E a pobre menina é agora uma senhora respeitada e invejada por muitos, graças à sua capacidade de dar a volta por cima. verifica no ensino secundário. Mas, contas feitas, apenas 12% da população possui o ensino superior completo, 13% o secundário, o que contrasta com os 19% da população sem qualquer nível de ensino. Esta é a geração mais preparada intelectualmente para colocar Portugal entre as nações mais prósperas. Infelizmente o seu futuro é ainda uma grande incógnita pois o país não pode sequer dar emprego a uma parte substancial destes jovens. As condições de habitabilidade também melhoraram substancialmente na última década, mas ainda há quase dois por cento de alojamentos sem casa de banho. Depois vêm os dados mais negativos. Em 30 anos Portugal perdeu um milhão de crianças (até aos 14 anos). Os mais jovens, até aos 14 anos de idade, são apenas 15% da população residente em Portugal. A redução dos filhos é assustadora e bem visível na diminuição das famílias com quatro e com cinco ou mais pessoas: passaram de 15,4% em 1991 para 6,5% este ano. De acordo com o INE, há "um duplo envelhecimento dos portugueses", por um lado pelo aumento da população idosa, e por outro pela redução da população jovem, especialmente nas regiões do Alentejo e Centro. Na última década houve um agravamento do índice de dependência total, que passou de 48 para 52, o que significa que por cada 100 pessoas em idade activa existem 52 dependentes. Hoje, 19% dos portugueses têm 65 ou mais anos de idade. Qualquer dia não há gente suficiente para descontar para pagar as suas pensões. E a crise vai ainda agravar mais estes dados negativos. ...sobre a ambição Um homem não é infeliz porque tem ambições, mas porque elas o devoram. Montesquieu Ventura Pinho Censos 2011 Os dados que já se conhecem do recenseamento dos portugueses em 2011 não nos trazem apenas notícias tristes. Entre 2001 e 2011 quase duplicou o número de pessoas que passou a ter curso superior – são agora cerca de 1,2 milhões. Esta tendência também se Nunca é tarde demais para ser aquilo que sempre se desejou ser. George Eliot Quem não sente a ânsia de ser mais, não chegará a ser nada. Miguel Unamuno Lei de Murphy “Se há duas ou mais formas de fazer alguma coisa e uma das formas resultar em catástrofe, então alguém a fará.” Variantes: 1. Um atalho é sempre a distância mais longa entre dois pontos. 2. Não é tão fácil quanto parece, nem tão difícil quanto a explicação do manual. 3. Quando um trabalho é mal feito, qualquer tentativa de melhorá-lo piora. 4. Se você deita fora alguma coisa que tem há muito tempo, vai precisar dela logo, logo. 5. A única falta que o juiz de futebol apita com absoluta certeza é aquela em que ele está absolutamente errado. 6. Assim que tiver esgotado todas as suas possibilidades e confessado o seu fracasso, haverá uma solução simples e óbvia, claramente visível a qualquer outro idiota. 7. A ferramenta que cai no chão sempre rola para o canto mais inacessível do aposento. 8. Ninguém nunca está ouvindo, até você cometer um erro. 9. Oitenta por cento do exame final será baseado na única aula que você perdeu ou no único livro que você não leu. 10. As porcas que sobram de um trabalho nunca se encaixam nos parafusos que também sobraram. Bom humor No aeroporto O avião está para levantar voo e a hospedeira recomenda: - Senhores passageiros, é favor apertarem os cintos. Ouve-se uma voz ao fundo: - Como é que eu faço? Trago suspensórios... * Nas limpezas A empregada põe-se em cima de uma cadeira para limpar o relógio da sala. Diz-lhe a patroa: - Podia pôr um jornal em cima da cadeira. - Não é preciso. Eu chego lá assim. * Nas férias Um turista vagabundo visita a serra da Estrela. Dirige-se a uma estalagem típica chamada S. Jorge e o Dragão. Toca à campainha e atende-o uma mulher de mau génio, feia e rude: - Que quer você daqui? Não recebemos mendigos. - Perdão... A senhora é a dona da casa?... - Sim, e depois? - É que eu queria falar com São Jorge. A.B.
Documentos relacionados
(formato pdf) da Edição nº 4092 de 13.01.2011
16 de Janeiro de 2011 Deus no Seu amor pelos homens, foi-Se-lhes manifestando progressivamente, ao longo dos séculos, para lhes descobrir quem Ele era e quais os desígnios da Sua vontade. Essa reve...
Leia mais(formato pdf) da Edição nº 4118 de 21.07.2011
24 de Julho de 2011 A forma de rezar, de maneira agradável, ao Senhor desde sempre preocupou o homem. Fazer-se ouvir junto de Deus e ser atendido é a grande aspiração do homem que reza. Uma espécie...
Leia maisJornal 1 de Dezembro.pmd
Jesus aplicou a Si próprio parte desta leitura (Lc 4, 16-20). Nela se define, de algum modo, a sua missão no meio de nós. Por isso, justamente neste Domingo do meio do Advento, tradicionalmente dia...
Leia mais