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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM FETOS E RECÉM-NASCIDOS PORTADORES DE ESPINHA BÍFIDA: UMA REVISÃO DE LITERATURA. Orientador:Grayce Alencar Alburquerque¹. Autor:Gleyciane Leandro Silveira ². Co-autor(S):Francisca Elba Pereira de Souza ², Ruth Brito²,JaksânioTavares Leite², Zélia Rafaela de Souza Vieira². Nobre de Introdução Para Santos e Pereira (2007)os defeitos do tubo neural são malformações que ocorrem na fase inicial do desenvolvimento fetal, entre a terceira e a quinta semana de gestação, envolvendo a estrutura primitiva que dará origem ao cérebro e à medula espinhal. Dentre estas a Anencefalia e a espinha bífida respondem por cerca de 90% de todos os casos de defeitos do tubo neural,os 10% dos casos restantes consistem principalmente em encefalocele. Frey eHauser(2003) relatam que o tubo neural se converte em medula espinhal e cérebro entre os dias 18º a 26º dia da gestação, período no qual muitas mulheres desconhecem ainda seu estado gravídico. É importante que a mulher em idade fértil tenha acesso a uma quantidade adequada de ácido fólico pelo menos um mês antes de engravidar. Contudo, como a gravidez nem sempre é planejada, justificam-se medidas de mais largo alcance, como a fortificação dealimentos com este micronutriente. Segundo Werner (1994), muitas crianças com espinha bífida são incapacitadas da cintura para baixo. Apesar da deficiência, é importante que elas aprendam a desenvolver o corpo, amente, e as habilidades sociais ao máximo. Certas órteses podem ser empregadas para oauxílio de suas habilidades, favorecendo uma menor defasagem da evolução das fases dodesenvolvimento em comparação com crianças não comprometidas. Dependendo do nívelda lesão, apresenta complicações em vários sistemas do organismo e dificuldades para lidarcom a vida social, já que muitas dessas crianças apresentam uma capacidade intelectualpreservada. Hockenberry; Winkelstein (2006) cita que a espinha bífida é classificada em espinha bífida oculta em espinha bífida cística, sendo as duas formas principais a meningocele e a mielomeningocele. A mais comumente observada é a mielomeningocele, na qual há uma protusão cística contendo tecido nervoso exposto não coberto por pele. Segundo a Organização mundial da Saúde (OMS, 2003) as malformações congênitas, como a espinha bífida, são uma condição crônica, pois seus portadores têm a necessidadede cuidado profissional prolongado e continuado. A OMS aindadefine condições crônicas como problemasde saúde de naturezas diversas, que necessitam certos cuidadospermanentes e exigem alta demanda aos pacientes, às famíliase, principalmente, ao sistema de saúde. Desta forma, levando-se em consideração a importância de prevenção e tratamento precoce de complicações frente à Espinha Bífida, este estudo objetivou identificar na literatura, quais os tratamentos realizados pelos profissionais de enfermagem para tal patologia. 1-Mestre em Saúde Coletiva pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFEST). 2-Acadêmica (o) do 7º semestre de Enfermagem da Faculdade de Juazeiro do Norte (FJN). Metodologia O presente estudo trata-se de um estudo bibliográfico de caráter exploratório e de revisão, realizado no segundo semestre do ano de 2013, durante os meses de agosto a setembro do referido ano.A coleta foi realizada a partir de bases de dados, Scielo (Scientific Eletronic Library Online), Lilacs (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), em artigos publicados nos últimos 10 anos sobre o assunto, com resultado total de 12 artigos encontrados, o critério de inclusão foi à utilização de estudos realizados com assuntospertinentes ao tema abordado. Resultados e Discussão O principal tratamento padrão para a correção da espinha bífida é a intervenção cirúrgica neonatal, no entanto a cirurgia não tem se mostrado eficiente no sentido de evitar-se as sequelas neurológicas,embora atualmentetenha desenvolvido técnicas para melhorar a aplicação e a redução de intercorrênciasdecorrentedo ato cirúrgico (SBRAGIA, 2010). Desde o início dos anos 60 a presença da mielomeningocele tem sido tratada como umasituação de risco de vida, e o fechamento da bolsa atualmente são feito dentro das primeiras24 a 48 horas de vida. O objetivo dessa cirurgia é substituir o tecido nervoso dentro docanal vertebral, cobrir o defeito vertebral, e obter um fechamento da bolsa impermeável àágua. Esse manejo precoce tem diminuído a possibilidade de infecção e lesão adicional damedula neural exposta (Umphred, 1995). De acordo com Bruneret al., (1999) a cirurgia para correção intra-utero é preconizada não somente com a finalidade de se reduzir as sequelas decorrentes da hidrocefalia, mas diminuir as complicações em uma esfera geral, no que diz respeito as resposta do sistema nervoso central. Os mesmos autores ainda afirmam que a correção intra-utero oferece a probabilidade de reduzir o quantitativo de hidrocefalias decorrente da malformação e a melhora da função motora dos membros inferiores. O fechamento do orifício passa por duas etapas, que correspondem ao fechamento do sistema nervoso central a dura mater. e posteriormente os tecidos sobrejacentes, esta é a sequencia em que é feita a correção da malformação congênita. Porem há a diferenciação do fechamentoprimário ou secundário levando-se em consideração o diâmetro do orifício, sendo que se for pequeno, o fechamento primário é escolhido. Já para os defeitos maiores o fechamento primário cirúrgico pode ser impossível ou ate trazer complicações no pós-operatório. De acordo com a literatura para este caso, o fechamento das camadas não meníngeas deve ser feita por meio de enxertos locais no recém-nascido (PINTO et al., 2007). Hockenberry e Wilson (2011) descreve que ao nascimento, a enfermagem realiza um exame para avaliar a higidez dos cistos membranosos. Durante o transporte do recém-nascido para a enfermaria, todos os esforços são feitos para prevenir o traumatismo da cobertura de proteção, além de realizar avaliação de rotina, o mesmo é avaliado ao nível de comprometimento. Observando-se o movimento das extremidades ou a resposta cutânea, principalmente o reflexo anal, se tem pistas sobre o grau de comprometimento motor ou sensitivo, sendo importante observar o comportamento do lactente, juntamente com os estímulos, uma vez que as movimentações das extremidades podem ser induzidas em resposta a atividade do reflexo medular que não tem conexão com os centros superiores. Tamez e Silva (2010) ressaltam que durante o tratamento no pré e pós-cirúrgico a enfermagem tem papel importante em algumas ações sendo elas: proteger a lesão com compressas ou gaze esterilizada, umedecidas com soro fisiológico a 0,9% morno; cobrir com plástico transparente e estéril, trocar gaze a cada duas horas usando técnica asséptica, evitando assim contaminação, perda de líquido e calor, proteger a lesão contra futuras rupturas, posicionando o recém-nascido de tal forma que não pressione a lesão, dando preferência a posição ventral, e para isso é necessário o uso de compressa circulando a lesão, protegendo a membrana e evitando ruptura com perda de líquido cefalorraquidiano, bem como prevenir o contato com fezes e urina. Ainda cabe a enfermagem administrar antibióticos de acordo com a prescrição médica com objetivo de prevenir ou até mesmo tratar possíveis infecções, após o fechamento da lesão, observar os curativos, drenagens e sinais flogísticos de infecções localizada e geral, a cada duas horas, através de avaliação física e coleta de sinais vitais. Também fazem parte dos cuidados ofertados pela enfermagem repassar para os pais de recém-nascidos portadores de Espinha bífida como dar-se a continuidade dessas terapêuticas já que os cuidados pós-cirúrgicos são necessários em seus domicílios para com o cliente, os país são encorajados a lidar com as condições existentes aos bebês. Conclusão Mediante a realização do presente estudo observou-se a necessidade referente ao cuidado ao feto e a criança portadora de espinha bífida exigindo assim da família não somente a readaptação no cotidiano familiar, mastambém o aprendizado de cuidados como: cateterismo vesical,administração de medicamentos de uso continuo, prevençãode lesões de pele, uso de órtoses, dentre outros. Os planejamentos de longo prazo com os pais e o apoio dos pais e do recémnascido começam no hospital e continuam durante toda infância e até mesmo no início da vida adulta, mesmo sabendo que a expectativa de vida de crianças com espinha bífida, estende-se até a vida adulta; portanto esse atendimento deverá envolver metas de longo prazo e planos para uma função ideal no cliente adulto. Neste sentindo os profissionais de enfermagem irão atuar efetivamente não só sobre os cuidados, mas sim diretamente na qualidade de vida desta criança, pois, são ações devidamente planejadas para intervir de forma benéfica na recuperação cirúrgica e na continuidade do tratamento ofertado a essa demanda, esclarecendo mitos e dúvidas acerca do mesmo. Referências BRUNER, J. P.; TULIPAN, N.; PASCHALL, R. L et al. Fetal surgery for myelomeningoceleand theincidence of shunt-dependent hydrocephalus.JAMA, 282:1819-1825,1999. FREY, L.; HAUSER,W.A; Epidemiology of neural tube defects.Epilepsia; 44 Suppl 3:4-13, 2003. GAIVA, M.A.M.; NEVES, A.Q.; SIQUEIRA, F.M.G.; O cuidado da criança com Espinha bífida pela família no domicílio; Esc Anna Nery RevEnfermout-dez;Cap.4; Pag. 717-25,2009. HOCKENBERRY, M.J.; WINKELSTEIN, W.;WONG- Fundamentos de enfermagem pediátrica. Tradução de Danielle Corbett. 7ª ed. Rio de Janeiro (RJ);Elsevier; 2006. HOCKENBERRY, M.J.; WINKELSTEIN, W.;WONG- Fundamentos de enfermagem pediátrica. Tradução de Maria Inês Corrêa Nascimento et al; 8ª ed.; Rio de Janeiro(RJ); Ed. Elsevier,2011. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS); Relatório Mundial: Cuidados inovadores para as condições crônicas: componentes estruturais para ação; Brasília (DF); 2003. PINTO, R. D. A.; COLLARES, M. V. M.; OLIVEIRA, A. C. P.; PORTINHO, C. P.; VIARO, M. S.; KAISER, J. M.; CHEDID, M. Tratamento cirúrgico de meningomielocele no período neonatal. Arquivo Catarinenses de Medicina – Vol. 36 (suppl) 01, 2007. SANTOS,L.M.P.; PEREIRA, M.Z.;Efeito da fortificação com ácido fólico naredução dos defeitos do tubo neural;Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 23(1):17-24, jan, 2007. SBRAGIA, L.; Tratamento das malformações fetais intraútero. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. Cap.32; Pag. 47-54, 2010. TAMEZ, R.N.; SILVA, M.J.P.; Enfermagem na UTI neonatal: Assistência ao recémnascido de Alto Risco; Ed. 4ª; ed. 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