o bairro do jardim da saude - Museu da Cidade de São Paulo

Transcrição

o bairro do jardim da saude - Museu da Cidade de São Paulo
hist6ria dos bairros de sao paulo
o bairro
do jardim da saude
aleina ferreira jorge
prefeitura municipal - secretaria de educacao e cultura
departamento de cultu ra.
o
BAIRRO
DO ]ARDIM DA SAU OE
Alcina Ferreir a Jorge
escreveu
SER lE
HI ST6 RIA DOS
BAIRROS
DE SAO PAULO -
V
Te rcei ro pre rr uc do II Concurso
Munici!Ja l de Hist 6rias dos Bairros
de S30 Pa ulo, pr cm cvld c pe le Depa rta me nto de Cult ur a de s ecreterte
de Ed ucal;ao c Cult ura da Prefeitur a
do Munic ipio de Sao Pa ulo, c c ute rgado pe la Com issao Julga dor a assim
constit uidil: Prof. Dr . Ernest o Lome,
Dr. Jose Pedro Leite Cordeiro e
Jor nalista Fe rna ndo Goes.
Longe, da scrra, vern a brisa amcna cantar em seus
telhad os, na copa des urvoredos, nos jardi ns sorr identes
de flares e arbustos, no cabelo das mulhere s e das cria ncas . Vern a brisa acariciar, cantando, as palmas dos
pinhcirais, dos clprc stcs, que sc crgucm aq ui c acola .
Vern sussurrar cotsas cstranhas. contar histories dista ntcs,
que falam do mar.
Ela vern pcrfumada com 0 toq ue misterioso das montanhas e da s scrras por ondc passa. Vern carrcga dinha
de aro mas ao romper 0 matagal, atravcssando vales e
planlcics, dcvassando intimidade de chclrosos galhos e
ninbos tao q uentes. A brtsa vern e val crescendo e va i
Sf:' alongando em sua cami nhada. Lembra uma dcusn
erran te em busca de urn pouso, uma alfombra agradav cl
e bela, ondc possa n50 apcnas adormcccr, mas ai nda
sonhar!
A brisa que vcm da scrra tern mil olhos escond idos,
que scntcm c adivin ham , e, ondulando nos cspacos, pairando aq ui, pai rando acola, brincando ora nas nuvcns,
ora nas copas mals altus, vern chegando ao cncontro sonhado da paisagc m linda. Dcscansa, cntao, da grande
camlnhada c, ab rindo todos os scus sentidos , se rccria em
sombras e mil sercs, scntlndo, aqul ncste balr ro, 0 panorama ideal par a se cxpa ndtr , canrar e vlver.
~ 0 Jardim da Saudc, 0 bairro mais formoso e saudavcl de Sao Paulo. O ndc as pa lavras do pacta - 0 ceu
o
BAIRRO DO
J A RDI ~ t
DA SAO DE
7
e mais
az ul - to rnam-se expressivas c reais; ondc as
cstrelas, nas noit cs Iulguran tcs, par eeem dcscjar um coloquia urdcntc com os homc ns, a nsiando dcsccr de scus
alta res c, pisando a c hao das criaturas, Ihcs clhar nos
olhos, conhecer-lhes os sembla nrcs, ouvir suas histori es c
com clas fica r. As estre las aqui cnviam mcnsagcns no
seu br ilho. Iazcnd o senti r que 0 abis mo ent re dais mun dos
sc dilu i inexplicavelmcntc. De seu cter co rnundo Hilac
vern converser com etas e vern ouv l-las. Uma cscada de
ourc povoa as cspacos. 0 vazio aparente dcixa de cxistlr,
c pelos degraus de filigrana elas descc m. Sao for mosos
sercs. e com elas subimos, tra nsfigurados c ctereos.
As cstrelas brilha m mals aqu i, lsto e verdade. Sao
mai s betas, lcmbram a r nagia dos contos das mil c uma
noitc s.
Nfio foi scm ra zilo que sc cscolhe u 0 no me de Ja rdim. £ de fate, urn gra nde, urn irncnso e fo rmoso jnrdim.
Ruas Jar gas se abrcm em scu corpo, c sao anerlas e vcias
cond uzindo a sua selva, a seu sangue. Ru as envoltas e
abracadas nas fllciras da s a rvorcs que d;10 urn cun ho caractcristicamc ntc rcsldcncla l a Sstc bal rro.
A prese nce das a rvorcs cmbclcza tudo. Poe um SOf riso verde de ale nto e espe ra nca. £ fator de enriquccimento, tranquilidadc. maeiez. O lhando-as .tcm -sc a jmpressiio scgura de que ja nao sc es ta so. Ha no vulto da
arvorc 0 convitc amigo ao acon chego da sombra, ao cumprimcnto do ramo que sc c urva no bcijo du brisa c parcc c
sor rtr c pa rccc ca ntar urn bom -dia car inhoso. urn ola
cheio de a mor.
Omam cntand o as vias destc bairro. as arvorcs constitucm mot ive de grande belcza. edam niio apc nas urn
a rnbicn tc melb e r, mais puro, mas urn mun do chcio de paz
c suav e graca.
Vulro s qu crld os que cnchcm nossos olhos de indcfenivcl alegria, no verdo r des folhas. Bcnditas scntlnclas
de nossa paisagcm, vultos am igas c silenciosos, que nos
aco mpa nharn em nossas cmococs mais bclas e profundas.
8
o IlAIHnO DO JAIu>m D A SAUDE
Par estc motive, aqu i no Jardim da Sande lui mais
colortdo . H:i sem prc como recepcao Iestiva 0 gorjcar
des passaros na copa do arvo rcdo, nos arbustos dos jardins, nos tclhados quictos c cismarentos. que cspiam as
ruas absortos a sonha r.
Aq ui cxlste muslca. Pausas de harmonia e enlevo em
nossos desesperos. Muiras vezcs busco silcnclar as proprios pensamcntos para captar em toda plenitude cssa
deliciosa exprcssao da natureza que se funde em scus rnaIrizes mais dive rsos. No perfume dos seus ou no arrulhar
das aves. No colo rido das borboletas e no can to Incspcrado da s clgarras. Na folhin ha que 0 vente lcvou num
assomo de paixflo e no arfar da propria ter ra.
Ha alguns anos, nfi o tantos, pa is elc e ainda mu ito
jovem, urn botiio junto a out ros bairros, nilu up rcscntava
uma figura assim t50 gra ciosa, tao civilizada. Suas TOU pagcns nno cram tao alinhadas como 0 sao agora e ale
luxucsas. Era difc rente sua belza. Ma is ngrcstc, r nais
rude, mals selvagem.
A populacno porcm aumentava. A cx pansao demografica era urn Iatu. Dessc modo. sentindo a importancia
do instantc, 0 Jardim da Saude foi adquirido, em d uas
eta pas. sob a forma de duas glcbas.
De muito pcrto se fazia scntir a prcscnca do progrcsso, da cvolucao. Aq uclas terras iam ser rcvoluclonadas pclo homcm , C 0 que de uma ceria mane ira era
inforr ne, ia scr lap idado pcla tecnica do n-ais modcm o
urbanismo c da mais avancada arq uitet ura.
Nao multo d istan tc se ouvia 0 gn to do progresso, 0
pulsar do co racfto da cid ade qu e cstava cresce ndo e
cxigia cada vcz mais para atcnder as rcclamos de seu
povo. Sao Pau lo crcscia e trabalhava inccssant cmcnt c,
como agora c ant es. Era a cot mela q ue utr afa olh a res,
que cha mav a brace s, qu e conquistava homcn s c todas
as paries, de norte a sui.
A cidadc com scus r ufdos, com sues cha mincs lanca ndo gases e Ium aca. com sua filoso fia matcrlalista c
cr uel, com a tome de interesses grosselros e VIS a lhc
o
B:\IR RO IX) J:\RIlI \ 1 IH. SAODE
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penetrare m as cntranhas, a m uitos entristecia e dcsgaradav a. No meio do barul ho, des api tos cstr idcntes de buzinas. de ruidos de vcfculos rodando em todas as dlrccocs,
nee se perccbc a vida. Dcixa-sc de vivcr. H d cmb rutcclmcnto e dcscspero.
No cntanto, mui tos moram bern no cen tro , obrigades tnlvcz po r clrcunstancias alheias a vontadc. Penso
po rcm q ue todos son ham com urn poueo de pocsia. um
pcdacln ho de ceu que lhcs fale mais pc rto, urn pcd aco
de terra, urn a arvorc, urn arbusto plantado no jardim...
Para dcter minadas pessoas isto c importa ntissimo . £
uma ncccssldadc. Precisam de algo difcrcntc e buscam
lugares mc nos contamlnados pelos ruldos , pelos gigantcs
de cimen to ar mada, pelas fabr icas e oficinas, afasta dos
do bulicio, rccantos ap razfvcis e sosscgados para construir
suas casas conde possam encontrar, alem do conforto
interne , a bcleza da paisagc m. 0 homcm sc rcfaz cntiio
c sc rccncontra.
Foi por ccr to cssa ncccssldadc que trouxe inumcras
cr latu ras pa ra estc bal rro. Chcgara m aqui os primciros
moradorcs atrafdos pclas oportunldadcs das vcnd as, em
bases van tajosas, a ca rgo da Co mpanhla de Terr enos Jardim da Saudc, orga nizada em abril de 1938 e dcsfc ita em
1953, subs tltufda cntao pela Gcrat Socicdade Im obilla rta.
nome que ate hoje conserva. Eram rcsponsavcls po r essa
cmp resa os scnborcs dr. Paulo de Al meida Ba rbosa, Oscar
Rodrigues c Horacio de Mclo. A presence desscs nomcs
na rcfcrida socicd ade, mu ito cont rtbulu pa ra que as tra nsacocs tivcsscm gra nde e franca rcccptividadc .
Assim surgiu no ccnario da nossa fabulosa cidadc,
os primciros movimentos de urn bairro que iria scr grande.
Rcporta ndo-sc pois ;\ sua or igem, podcmos dize r que
o Ja rdim da Saudc principiou na histor ia de duas imcnsa s
glcbas, de setcc cnt os mil metros quadrados (700 .000
m" ) cada uma, pcrfazcndo urn total de urn milhfio c quatrocent os mil metros quadrados (1.400.000 m"). H 6.. umn
divisa ma rca nte ent re cssas duas glebas, mostra ndo c1ara10
o naruuo
DO J AHDI' I D;\ SAODE
ment e suas poSI\ OCS. £ a rua Marc os Fernandes, que se
const itui tal qual uma fron teira.
A primeira glcba, que cha marcmos n.v I, pcr tcncia
aos senhores O sca r Rodr igues e Horacia de Mc!o. q ue a
adqu iriram em 192 1, objeti vnndo arrua-la c lotca-lu. Lacahzava-sc na s proximidades do Bosque da Saudc, cntno
parque Iranqu eado ao publico c de prop ricdade da Cia.
Antartica Pauli sta . Quando se deu 0 lorcarnento e arruamento do Bosque, pela firma Rczend c & Cia., eujo s responsavcis cram os scnhorcs dr. Nelson Ottoni de Rczcndc
c dr. Mario OUoni de Rczcndc, inauguro u-se uma linha
de bon dcs - 0 de n.v 30 - Bosque da Saudc - , nas
proximidades dos terrenos, onde em br eve nasceria 0 Jardim da Saude. A inau gura cao dessa linha se deu no ano
de 1925.
Os pianos dos proprictdrtos da primeira glcba tiveram que ser adiados, em virtudc da intc rfcrencia de avcnturclros, que, atravcs de t itulos inadequados ou Ialsos,
criaram obstaculos aquclas provldenclas. A atitudc energica tomada imcd iatamente pclos prop ricnirios, eoroouse de exito, nfio obsta nte 0 tempo qu e isto lcvou . Pesteriormente tudo sc tornou mals facil. 0 Jardim da Saude
sair ia dos sonhos c do esboco , qu e perdurava m na mente
de homens cxperim cntados c de visao, c nao tardari a em
scr marav ilhosa rcalidade.
E m 19 38, 0 scnhor dr. Pau lo de Al meida Ba rbosa
propos, como ja foi dito , aos scnho res Oscar Rodr igues
c Horacia de Mclo , a organl zacao de uma socicdadc imobiliar ia, com 0 fito cspcci fico de arr ua r e lotear toda cssa
zona. E foi 0 qu e aeonteceu de modo aus picioso.
Alguns anos rnais tard e, em 194 3, 0 mesmo dr. Paul o
de Almeida Barbosa mals a s scnborcs Diogo de T oledo
Lara e A ntonio de Toledo La ra Filho , concrcrizaram a
comp rn de outr a grande area. tambcm de sctcccn tcs mil
met ros quad rad os ( 700 .000 1Il ~) . nas proxlmldades da prirneira gleba, como uma contin uacao. urn prolongamento
mesmo da prim eira. E na scgunda gleba foi adquirida
de urn funciomino aposentado da Prcfcitu ra Municipal de
o BAlimo 00 JAI\I)I\I DA SAQDE
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Sao Paulo, 0 scnhor J or io Bap tista de Campos Aguirra ,
da firma Agu irra & Cia., c irmfio do bispo de Braganca,
naq uela epoca. Havia ncssa area uma na sccntc dcnominada "Da Lagc", cxplorada durante mutio tempo pclo sr.
Agu irra. 0 nome historico dessa nascen tc e T abatlnga.
Essa glcba cons titul pols a scgunda aqulsicao, e 0
con junto de arnbns nos ofercce a area do ba irro Ja rdi m
da Sa udc em sua toralldadc.
o que lcvou 0 dr. Pa ulo de Almeida Barbosa a etctivar cssa segunda compr a, foi por ccrto 0 sucesso encontr ado na primeira aqulsicao. Alem do mais a bclcza do
lugar 0 cncan tou c pe de da r largas it sua natureza art fstiea e inventive, uma ou tra face do homem de ncgccios.
Pede vcr diantc de scus olhos urn mundo de ruas c
avcnid as, jard ins, arvorcs, florcs cnfcitando colo ndas vivcnd as. c nessa s casas scmblantcs alegrcs c fclizes!
E possfvcl a gentc pcnsar na cmocao do jovcm d r.
Paulo presidindo a crlacao, ao nascirncnto de urn bairro,
q ue havcrla de see grande c significative dcntro de Sao
Paulo . Dcvc haver sor rldo dentro de scus son hos. A nteviu a ventura que cstarla pu r ali csparramada. Vaticino u
aruanhas riso nhos.
A Urea conv lda va a pla nos cstupcndos. Dada a sua
posicao, plancjou-sc ccrca-la de todos os req uisites e cxigencias, prcprios de um bairro rcsldcnctal. T udo dcveria
scr fcito nos moldcs mais modcm os, para que 0 Jardim
da Saudc vicssc a scr uru ba iera modele, tendo como
cxcmplo os plancjamcntos cxccutados pela Cia. Cit y.
Co m p recisao e min ucias a planta do futu ro Jardim
foi dclineada. Er guia -se no papel, a travcs de mir iadcs de
linhas c truce s, a corpo de urn bairro, que faria histo na .
o cngcnhclro cncarrcgado de tarcfa tao magna. embora csttvessc atelto a esses services, em contacro assfduo
com soberbas areas, dc lxou-se cativar lncondtcionalme nte
pelas glcbas a que deveria outorgar uma estrutura. Irmanou-sc, pa r ccrto, com a bclcza do local, c dcu-lhcs ncssc
trabalho, sua alma intcira. Essa, a razao de ruas tao per feitas, largas, como a dizcr boas-vlndas, num abracc
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o
BAIRRO DO
JARDI ~I
DA SAODF.
imenso, num sorriso vasto. Ai cstao as pracas, slntesc de
bcleza c grace- Como anista, no plano mental, antecipouse a realidade.
Da imagc m ao pa pcl , a ta rcfa nf io foi urd ua . Teccram-se as dctalhcs, as minimos arranjos. 0 nome do
dr. Jorge Macedo Vieira, renom ado em nossa arquitetura
c urban ismo, foi a autor de tao sobcrba e proffcua obra.
Seu nome figurara , para todo 0 sempre , ria historia destc
bairro.
Ju nto a sstc tr aba lho que nao foi a pcnas cansativo
c diffcil, mas houv c por eerto 0 seu lado agradave l e
rlsonho, a de crlar alga formoso e ut il, eneontrou a dr .
Jorge Macedo Vieira, na pessoa dos scnhorcs dr. Altai r
de A ndrade Martins, dr. Alexandre Jacowski, cngc nhciros, e sr. Rafael Mozctic, preciosos aux iliares q ue lhe
dcram cfctiva colaboracao nns obras do Jardim da Saudc.
o primeiro abriu c construlu a pr imciro poco artcsiano no J ardim da Sande, alem de lnumcras casas. 0
poco em questao podc scr vlr durante largo te mpo ur n
numcro razoavcl de rcsldenclas, ou scja scsscnta c duas
(6 2) casas . 0 segundo, de origem russa, foi urn clemente
de grande valor e ajuda nos trabalhos de arq uitct ura e
engenharia rcfercntc aos services de cons trucao do bai rro.
o tercelro final mente, isto C, 0 sr. M ozcitc, tambcm mostrou -sc incan savel nas obras. Tornou-se uma figura multo
popular, morando ate hojc ncstc ba irro c cuidando ainda
dessc mcsmo ramo de trabalho.
Scm a colaboracao desscs homcns as primciros passos nao scrtam dados. Forarn elcs, de uma eer ta mancira,
a ala vanea propulsora, as preeiosos dcdos que moldaram
a massa c lhes der am as caracterfsticas felcoes. Sob a
orlcntacao desse s magos tria surgir 0 Jardim dn Sau dc
q ue n50 ta rdaria a ser urn gigante!
As ruas fora m dados numcros . Venderam-se as primeiros lotes, construfram- sc as primeiras casas.
Urn velho sonho , para muitos, comcc ava a sc rcalizar . Num aprazfvel reca nto , cram os fclizardos. Usuo DAmno DO JARDl-'1 OA SAUDE
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Iruir iam da paisagem seu maximo e natural eneanto,
ainda quase virgem. Embora tomados de cmocao dia ntc do
agradavcl e do bclo, nile dcsco nhcciam 0 dcsconforto que
tcria m que cn frentar ainda dura nte algum tempo . Nao
havia luz nas ru as, agua ca nallzada nso existia, nem eondlU;50. Nenhuma farmaci a perto ou um medico. Nesse
scntido, nada.
o bairro n50 possufa nada de concreto em materia
de facilidades locals de vivencia. Apenas a bclcza da paisagem, a qualldade das tertas, altas, planas, secas, a Irescu ra do seu ar. Todos elcs, porem, pressentiram a transformacao quc sc daria dcn tro de poueos nnos, e Iaria deste
bairro um colosso. An tevira m a metamorfose, a visao de
um futuro que n50 estaria dista nte e muito prometia.
Nomcarci a seguir os primlros compradorcs de terrenos da Saudc: senhorcs 1050 Anto nio Martinez Lopez,
Ad riano dc Mou ra, Va ldomiro Lcao Salgado, Cesarino
Ouclroz Fiuza, Joiio Hentz de Almeid a, Sinesio Cama rgo
Duar te, Rafael Mozc tlc, Salvador Buffoni, Vicente Ponetc, Allen Jackson, Isldoro Tomazini, Ana Sampa io, Manoel de F reitas Martins, Eduardo de Almeida Prado Filho ,
Jofio Salvador Cilento, 1050 Pinto de Faria, Eu genio 10aquim Go ncalves, Mozart Firmcza, Diogo Jose Valcja,
Antonio Menezes F ilho e Afonso Comunale.
A gleba imensa de sctcccntos mil metro s quadrados
(7 00. 000 m'') iniciais e depois acrcscida de ma is seteccntos mil metros q uadrados (700.000 m''} , num total
de um milh fio c quatrocentos mil metros quadrados
(1 .400.000 m'") magnlftcamcntc colocada, sob 0 ponto
de vista toprograflco, despertava de imedtato a arenceo.
Os lotes aprcscntavam uma are a de dez (t o) metros
de frentc por trinta ( 30 ) de fundo, a que era urn tama nho
mals do que esplendido para se erguer a easa dos acalentados sonhos.
o novo bairro os rccepcionava num assomo de incontida alegria. Algo muito born estava nasccndo . Entre
os muitos bairros de 550 Paulo, mais um iniciava, atraves
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o
BAIRHO DO
JAHDI ~l
DA SA"ODE
das mcdldas progrcssistas da Cia. de Te rrenos da Saude,
scu desabroc har, parti ndo para urn crescimento imprcssionam e.
Ha trinta anos aproximadamente, isla e, em 1939, 0
Jardim da Saudc, dentra da comunidade paulista, na quaIidade de bairr o, na sceu.
As pr imeiras vendas fora m fcitas em moldcs bern
accssivcis. Estc fato contribui u para atrair a atencao de
inumcras pessoas interessadas em adquirir imo vcis. 0
preco de cada lote era em media sctc contos e duzentos
mil reis ( 7 :200$000 ) , pagos em cento e vlntc (120) prestacocs de scsscnta mil reis (60$000 ). 0 conjunto de casa
c terrene cstava na base de vintc a trlnta comes.
As van tagcns estava m a superficle e surg lram cla ras,
scm manchas. Nao titubeara m os Intercssados, e verificaram "in loco" aquilo que sc lhcs oferceia.
Ao con tacto vivo e dircto com 0 local, todos sc
tomava m de amorcs, e ta nto isto e vcrda de, que a malone
que adqu iriu terrenos e ergueu suas casas continuou a rcsidir ncstc bairro.
As primciras const rucoes foram de barro, pois era
rnais facil e barato. Com 0 tempo cssas casas fora m remodcladas, c hojc e preciso vcr para erer. As ruas mostram
mimosas co nstrucoes, que alem do co nfor to que pa rcccm
ofcrcccr, constit ucrn fato rcs de embe lezamento e valorlzacao.
Sao poucas as casas de aspeeto h umilde, pa is 0 que
se ve par toda a parte, oeste bairro, sao casas de condil;aO muito at ual, bern pi ntada s, conscrvad lsslmas. Ha um
culdado da maio rla, em p rcscrvar da acao do tempo suas
casas, para que clas sejam urn fator de beleza, de omamento, no conjunto. Isso is bam, agra da vel aos olhos,
prova de que os negoclos devem andar bern, alem de
expressa r 0 amor pelas coisas sclldas e duradouras.
Em 4 de maio de 1943, a prcfeito sanclonava urn
dispositive legal dando nomcs a varies ruas do Jardim
da Saude. Ei-Io, na integra:
o
HAIRRO DO JARDIM DA SAODE
15
DECRETO- LEI 1\.0 206, DE 4 DE MAIO DE 1943
Dispoc sohrc oficializariiv e
denominacao de vias fJllh/ica l",
o
Prcfcito Municipal de S, Paulo, na conformldad c
do dis posto no art. do dccrcto-lei n.v 1.202 , de 8 de abrl l
de 1939, e nos tc rmos da Rcsolucao n.? 3, de 19.t3, do
Departamento Administrative do Estado, decreta:
Art. 1.0 - Ficam aceitas e dcclaradas cnrregucs ao
transite pub lico, nos termos da lcgislacao em vigor, as
ruas , avenida e pracas abcrtas em terrenos "Jardim da
Saude", de propricdadc da Companhia de Terrenos da
Saude, situed os na 24. 8 zona (Saudc) . cujos lcitos j a
fora m doados ac Municipio de S. Paulo, por cscritura
publ ica lavrada em 30 de junho de 19.t I na s notas do
5.0 T a bcliao da Ca pital.
Ar t. 2.0 - As ruas, avenida e prncas mcnclonad as
nc artlgo anterior, constantes da respective planta rubricada pclo Prcfclto, tcrfio as scgulntcs dcnominacccs:
PRA CA JOAO ROD RIG UES " I", "17" e " 30" ;
sltuuda entre as ruas
PRA CA BRAS GOX"CA LVES - a praca situada entre
a avcnida Bosque da Saude e ru a "5 ";
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o
B:\IRRO 00 j:\,RlJI.\1 D:\ SAQDE
RUA F RA NCI SCO Dl AS - a rua "5", que comcca no
entroncamento das ruas "4 " e termina na rua " 2 1";
RUA FELIPE CARDOSO - a rua " 6" , qu e comc ca no
entroneame nto das ruas "4" e termina na pra ca formada pela rua "27" ;
RUA TIUCUE - a rua "1", prolon gamento da via particular de igual n.v ( 0 .° ), qu e com eca no limite do
terrene e term ina na ru a "II " ;
RUA MA RCOS FERNANDES - a rua " 8" qu e comeca
na di visa do terrene c termina oa estrada do Curslno :
RUA AN DRE MENDES - a ru a " 9" , qu e comcca na
rua "5" c tc rr ulna na rua "8 ";
RU A FRANCISCO MALDONA DO - a run " 10", qu e
comeca oa r ua "5 " e termina na rua " 14" ;
RUA CAPlTAO GUi LHER..\1E POM PEU a rua
" I I" e " I I -A", q ue com eca na rua " 6" c termina
na rua " 8" ;
RUA MARTIM PERES - a rua " 12", qu e comcca na
rua "5" e te rmina oa r ua "8";
RUA GIL FER:-:ANDES - a rua " 13" que comcca na
rua "5" c termin a na rua "8" ;
RVA DIOGO FREIR E - a rua " 14", que comcca na
rua "2" e termina na rua " 8";
RUA FRAX"C;A J UNIOR - a rua " 16" , que com cca na
rua "5 " e tcrmina na rua " 19" ;
RUA J UVENAL GALEN a - a run "2 1", que co meca
na praca Jose Rod rigues c term ina na rua "5";
AVE NIDA BOSQ UE DA SAODE - a rua "2", por scr
prolongamcnto da via de igua l nome, oficializada ,
que comeca na rua "A" e termina na Estrada do
Cursino.
o
M IRRO 00
JA RDI~I
D:\ SAC'DE
17
Art. 3.° - Os lotes c const rucocs nas ruas ora oficializadas Hearn sujeltos as exigencies do disposto no art.
775, do ato n.? 663, de 10 de agcsto de 1940.
A rt. 4.° - Bstc dccrcto-lci cntr ara em vigor na data
de sua publicacao, rcvogadas as disposicocs em contrarto.
Prefeitura Municipal de Sao Paulo, 4 de maio de
1943, 390° da rcndacso de Sao Paulo.
o Prefcito,
FRANCISCO PR ESTE S MAl A
o
Dlretor substit ute do Depart amento
do Expcdientc e do Pessoal,
Paulo T eixeira Nogueira
o
Dirctor do Depar tamento de Obras
Publlcas,
l OGO Florence de Ulluia C intra.
Asslm, grada tivamcntc, as numcros foram caindo e
se tornaram co isas passadas. Haviam scrvldo urn momento para dcsignar csta 0 11 aqucla via.
Nada diziam. E ram frios, cram vazios, sem pocsia
alguma. As ruas nao tinham ainda alcancado uma dcfinida pcrsonalldadc. Estavam uniformizadas dentro de
uma dctcrmi nada ordem numerica que pa rccia nada dizer.
Dcveriam liberta r-se urn dia dessa igualdade, e sob a
egidc ou a luz de um nome, revcstircm-se de uma nova
vida, para dar maior enfase ao bairro de que faziam parte
como membros esse nciais .
E os nom cs foram trazidos c 0 batis mo acontccc u.
Um a um desaparcccram os numcros . Eram a sombra de um passado. As primciras paglnas, talvez, de uma
hist6ria.
Ao sc incrementarcm as vendas de terrenos, como 0
apa rccimcnto de novos moradorcs, formando urn nucleo
18
o
BAIRRO DO
JARDl~1
D A SAODE
cada vez mais populoso, c frcntc as ncccssldadcs qu e
ainda cxlstiarn, tais como falta de luz nas rua s, calcamcnto, conducao, entre as mais prcmcntes, scm possibilidade urn solucion amc nto mais ni pido, scntlram os intcrcssados a urgencia de uma tomada de posicao. Perceberam que , sc delxasscm as eoisas como estava m, nada
de concreto iriam conscguir, pais as rcalizacoes nao cairiam gratu ita mente des ceus. Pr ecisavam se uni r, c jun.
tos lutar pelos interesses do bai rro.
Resolveram, entao, formar uma socicdadc, que ,
unindo todos as moradores, au a maioria, tivessc as precisas energies para tratar com exit o as problemas do
bairro, que dcsaflavam a paciencia dos homens.
Em boa hora isto foi pcnsado. No dcscjo de alcanca rcm urn poueo rnais de confOrto, no amor a ter ra , na
expectative de progresso, tados esscs son hos agucaram-lhcs
a men te. E stavam ccrtos nessa idcia. Unidos, sob urn
mcsmo idea l e proposito ; acolhidos no mesmo pcnsamento, ca minhariam a partir de entfto, proc ura ndo trad uzir,
em fatos concrctos, em rcafidadcs palpaveis, 0 que houvera cxistido apcnas no plano das tcorias e das ideias.
Ir iam luta r juntos e isto e que importava, pais tcdas
as mclhorias que nccesslrava 0 balrro viriam atendcr aos
rcclamos nuo ape nas de uns poucos, mas de tod os.
Sabernos que as energies inte riores das crtaturas
ficam mais potentes quando alim cn tadas par outras que
vibrem no mesmo gra u de firmeza e dirccao.
Q uando as men tes se unem e os coracocs se irmanam, as poss ibilidades de conqulsta, desde qu e justas c
altr ufsticas, sc multiplicam. 0 cami nho da vitoria sc
aprcssa em surgir nos passos des homcns.
Nesse momento riscou-se no horizonte as linhas marcantes e promissoras de urn grande arnanhecer !
E stava lancada a scmente. Accndcra-sc a cham a
ideal que deve ria arder pa ra todo 0 sempre, guiando todo
a processo evolutivo do bairr o. Alguern cstar ta multo
pcrto de todos . Era a ba ndeira onde dcvcria m sc aeo nchegar para dccidir as destines do Jardim da Saudc .
o BAIRRO DO
JAnDI~1
DA SAODE
19
Nasceu assim a Socicdadc Amigos do Jardim da
Saudc, predesti nada a ter uma atuacao firme, vigorosa,
nas provldsncias necessarlas, Inadlaveis algumas.
A eta da prlmelra reunlao com esse fim precipuo e
da tada de 26 de abril de 1945 , e ap rcscnta alguns Hens
que abordam as providencias iniciais que precisavam ser
toma das, dcstacando-se: }. O) a const rucao de mur etas nos
terrenos vazlos; 2.° ) cimcntar as calcadas, dclxando uma
faixa de 1/ 3 para ajardinamen to; 3.°) oficia r a Cia. Telefonica Brasileira, tratando da concessao de linhas para 0
bairro ; 4.° ) oftciar a Light, solicitando melhorias no service de tra nsportes, e iluminacao nos cruzamentos de ruas
e esquinas ; 5.°) oflciar a Guarda-Noturna, solicitan do 0
policiamcnto do bairro.
Cada pedido, cada sugestao , trazia urn debate. E
asslm tudo que 0 bairro ca recia para tornar melhor e mais
confortavcl a vida dos rnoradores, obrlgatorlamente vinha
a baila.
Q uando se dcu a primcira rcunieo, em abri l de 1945,
uma rclacao de assinaturas foi aposta no Iivro de ata s. 0
primciro nome dcssa !ista e 0 do sr. Mario Peixoto, cujo
cscritcrio imobiliario, talvez urn dos mais antigos do
bairro, ainda exlste, funcionando a avenida Cursino.
Logo depois nota m-sc os scgulntes nomes: Angelo
Salvia, Walter Ramos, Vicente Ponclo, Luiz Augusto de
Gouve ia, Miguel Casslano, Izidoro T omazini, Jose Fabi
c mais dois names ilegfveis.
o primciro impulse, no sentldo de se consegu ir as
mais variados bcneffcios para 0 bair ro, fora dado. As rcunicks de mora do res continuaram . reallzando-se semanalmen te, havendo a maior receptividade entre os mesmos,
que nao se fizeram de rogados e procuraram dar todo 0
apoio de q ue a soclcdade precisava para se manter e
crescer.
Os prob lemas cram traaidos e fartamcnte estudados,
dellncando-sc as camlnbos mais rapidos para chcgar a
soIUl;UO final.
20
o BAm RO DO
JA RDl ~1
DA SAODE
Formavam-sc comissoes e subcomissocs, cncarregadas de se entenderem pcssoalm ente com as autoridadcs a
que cstavam afctos este ou aquelc pro blema, de qu em
dcpcndia csta ou aqucla prov idencia. Dcssc modo muita
coisa sa lida se alcancou, e os moradorcs mais arredios,
os rnais incredulos c dista ntes, fora m sc aproximando do
nuclc o de Iutadorcs, para ofcrcccr adcsa o e auxili o.
As primeiras reunloes se realizavam it rua Diogo
Freire, 549. Dcpois passaram a ser feltas ncssa mesma
rua n.v 333 (f undos} , local gentilmentc ccdido pelo seu
proprictario, 0 sr. Luiz Augus to de Gouveia, vice-presldcnte na epoca , da socledade. Este fato e mencionado
no livro de atas 0 .° I. em rcunifio de 11 de agosto de 1945.
Logo apes a reSO!U9aO de sc fundar a socledade, foi
cstudado 0 nome que the seria dado. Ap rcscntaram-se
tres sugcstocs: La) Sociedade Mclhoramcntos Jardirn da
Saudc: 2.a) Socicdadc Amigos do Jardim da Saude; 3. n )
Sociedade Amigos do Bosqu e.
Submetidas it aprcclacao, cscolhcu-sc 0 segundo, que
ate hojc pcrdura c que c rcalmcntc 0 que mais de per to
fala ao bai rro. Isto se deu dura nte a reuniao do dia 5
de ma io de 1945, e ncssa mesma ocasiao cscolhcu-sc a
primeira diretor ia da Sociedade Amigos do Jardim da
Saude, assim const ltufda: presidcntc: capitiio Octavian o
Cas tro de Freitas; vice-prcsidcnte: Walter Ramos; 1.0 sccretario: Angelo Salvia; 2 .° sccrctarl o; Mario Peixoto ; \. 0
tcsourelr o: Izidoro T omazini; 2.° tesoureiro: Joao Salvador Cilento; conselh ciros: Vicente Poncio, Anto nio Luiz
Goncalves. Allen Ja ckson, Ccsarino O uclroz Piuza, Delfino de Ab reu , Luiz A ugusto de Gouveia.
Escolhidos os mcmbros, foram os rncsmos cmpossados em 12 de maio de 1945, e passa ram cntao a reger
os dest ines da sociedade nos lntcresscs dos moradores do
bairro e tudo que dlzcssc rcspcito, sob qualqucr ponto de
vista, ao Jardlm da Saudc.
Os prlmclros esta tudos da nova socicda dc foram
ap rovad os em reunlao de 19 de maio de 1945. Mais
o
DAlRRO DO
JARDI ~l
DA SAUDE
21
ta rde, gra datlv ame ntc fora m modificados a tim de mais
ctctlvamcntc oricntar a soclcdadc.
Constatou-sc, em novembro de 1945. a insc ncgo de
ccnto e doze (112) socios, 0 que, para inicio, era um
otimo sinal.
Nesses cnco ntros scm anais, em que a diretoria se rcunta, muit us dccisocs foram tomadas, abrindo as primei ros
contactos para 0 atinglrnento das coisas rnais urgentes.
Urn dos pro blemas que cra intensa mente debatido no
lnfcto, era 0 da falta de luz nas ruas. 0 sr. Mario Peixoto tornou-se urn pa ladino nessa qucstao. Pa ra cvitar
que 0 bairro imcrgisse nas trevas. dando margcm a assaltos c aco ntecimcntos dcsag radav eis, pais 0 policiam cnto
era escasso, q uase nfio cxistia, pcd ia que os morado rcs
ma ntivcsscm accssas as lampadas nos terraces de suas
casas, no perfodo noturno. Nao existia m uita proximidade
entre as residencies. A lgumas sc cncontravam bern separadas; assim, uma luzinha aqui, outra accra, ja auxi liava
c trazia urn pouco de claridadc, favorccendo a propr ietarlo e ourros que cra m obrigados a transltar
noite,
mui tas vezcs em horas bern altus .
Mais ta rde dclibcrou-sc 0 usa de plafonicr, cuja aquisicao e instalacao eorreriam par conta dos intcrcssados.
o que era tambem cons tantcmcntc dcbatido era a
obtencao de urn local onde se pudesse ergucr a sede propr ia dn socic dadc. Inumcras gcstocs foram fcitas junto
a Cia. de Terrenos da Saudc, ncssc scntl do, scm sc Iograr
urn rcs ultado positive .
Na reunifio do dia 26 de janeiro de 1946 foi eomunieado a aquisicao, pelo presidcntc, de urn imovel, com
10 metros de frcntc par quarcntc de fundo, situa do na
quad ra 5, lore n." 29. para scr crguida ali , num futuro
proxi mo, a sedc da Soclcdadc Amigos do Jar dim da Saudc.
Com vistas para 0 qu e se dcstinava a a rea, 0 dr. Paulo
Barbosa de A lmeida, prcsidcntc da Cia . de Terrenos da
Suudc, fae ilitou essa vcnda . As prcs tacocs scr iam na base
de trezentos c scsscnta e dois c ruzeiros ( S362,00 -
a
vl'l h m )
22
o
BAIHRO DO
J ARDI ~f
DA S..\ODE
Constituiu lsso motivo de grande jubilo, scm duvida.
Irlam continuer lutando com 0 objetivo de incrcmentar ao
maximo todas as providencias para construcao da sede.
A par de outras necessidades inadiaveis, cssa conq ulsta
continuaria scmpre em paula.
Os socios participavam tambem das reu niocs e
muitas vszcs em grande numcro. Traziam propostas, reclarnacoes, pedidos, sugestoes. Os problemas mais series
eram discutidos assim entre todos. E podcmos citar como
as mais graves, as relatives a conducao, coleta de lixo,
calcamcnto, telefones, agencia do corrcio, que niio exlstia,
ficando a Jardim da Saudc, em materia de correspondencia postal, desligado do resto da cidade.
Com entusiasmo e talvez ate com descspsro lutaram
slcs pclos problemas do transporte. Nao dlspunham de
mcios ncnhuns para sc locomovcrcm, do bairro a cidade.
Normalmentc, iarn a pc ao ponto onde sc localiza a Igreja
Santa Terezinha, do Bosque da Saudc, e ai tomavam 0
bonde, que os levava ate 0 largo Santa Gcncrosa. Dal
para a cidade apanhavam uma segunda conduceo. Nao
havia uma do balrro diretamente a cidade. Esse era um
assunto pode-se dizer dominante e durante muito tempo
dcsafiou a paciencia e a boa vontade dos moradores.
o grupo que safa ao trabalho pcla manhf e tinha
q ue enfrentar logo nas primeiras horas esse problema, era
quase scmpre a mcsmo. Os mcsmos rnoradorcs, os mesmos lutadores, reunldos ou lsolados, hi iam, rumo as ofictnas, as cscolas, as redacoes, aos cscrltorios, etc.
Levavarn na alma, talvcz a irreprimivel angustia do
sacrlffclo cotidlano, meselado a esperance de q ue cssa
luta scria amenlzada em breve e tudo se simplificaria.
A luta fora iniciada; dcsanimos, nada de concreto
poderiam trazer. E, assim, dias upos dias, In estavam
sles, enfrentando a po, nos dias secas c q uentes, ou cntfio
Iazcndo malabarismos sobre a lama, nos dlas chuvosos.
Era de fato dcsafiadora a situacao, mas vcnccrlam, era
apcnas uma qucstao de tempera c de tempo.
o
BAIRRO DO JARDlM D A SAQDE
23
Co ma -nos 0 sr. Joao H. de Almeida, urn dos antigos
moradores do ba irro, e qu e rnuito trabalhou em prol de
seu progrcsso e suas melho rias, quando preside nte da Socledadc A migos do Bairro atraves de magnificos artigos
publicado no jomal Sao Paulo Zona-SuI, que no perfodo
da guerra, 0 pcrcurso da cidade ao Jardirn da Saude era
Ieito po r mu itos a pe.
Vemos pois que 0 transporte foi urn problema serfssimo e nao foi Iacilmente solucionado, muito pelo eontrario, levou tempo para cncontrar aq uelcs necessaries
melos para se resolver favoravelmente.
a sr. Luiz A ugusto de Go uveia, qu e na dirccao da
Sociedadc mostrou-sc urn prcsidcnt c trabalhador e de fibra, amigo do balrro e de scus mc radc rcs, sen tia na propria ca rne esse pro blema e sc irmanou com todos para
obter um rcsulrado positive . Dcssc modo, atra vcs da Cia.
de Terrenos da Saudc, foram adquiridos cinco unibus da
marc a " Studebaker", estabelece ndo-se uma linha com
ponto inicial no Jardim e fin al na Praca da Arvore, donominada entno, primeira sccao.
Para gerente dessa sociedade de transportc foi nomeado 0 mcs mo sr. Luiz Augusto de Gouveia. Apesar do
dinamismo dessc homem. a eompanhia de unibus, dcpois
de funcionar alguns meses, veio a Ialencia.
A alegria durara poueo. A cspcrenca alimcntada
du ran te ta nto tempo esvaia-sc rcpcminamcntc, dclxa ndo
agora uma angust ia muito ma ior. Mas os home ns possuiam uma vonlade inqucbrantavcl, urn dcscjo de veneer
enormc. Assim, aproveitararn-se da oportunidadc, cxcrceram prcssao sob rc 0 general presidcnte da enta o
e. M.T.C. Havia pro paganda eleitoral cspalhada no bairro
a favo r do can didate Pa ulo Te ixeira de Ca margo, que 0
referido general rccomcndava. a ultimate foi fcito atraves do sr . Lu iz A ugusto de Go uveia. a u a C. M.T .e.
pori a uma linha de onibus no bai rro, imcd iatamcnte, au
o sr. Pa ulo T eixeira de Ca margo nao ter ia as prcferencias
do eleitorado local.
24
o
B:\IRRO DO
J " RI>I~I
D:\. S:\O DE
Diant e dessc Iato. dit adc mais pclo dcscspero, os
r noradores do Ja rdim da Saud e vira m coroado s de exito
os velhos son hos de possu irem den tro do buirrc uma linha
de Onibu s. 0 ponte final era no lar go Guanabara.
Nesse sentido tude ficou melhor. 0 sofr imento da..
gra ndes caminhadas parccia que chcgara ao seu termino.
Ma s as lutas continua ram. H aviam ainda mui tas
coisas a sere m obtidas e realizadas. A Socicdade Am igos
alcancaria ainda uma sene de conquistas, em beneficio do
bairro. E continuou de fato lutando, lutando muito.
A construcao da nova scde era uma consta nte. Foi
pcdido it Cia. de T er renos da Saud c 0 projeto para cssa
obra, a rraves de offclo conforme ata da reuni i io do dia
l O de abri l de 1946. 0 a tcndirncuto dsssc pcdido nao se
fCz cspcra r. 0 de. Paulo Barbosa de Almeida. Supcrlntcndcntc daqucla sccicdadc de imoveis, a uto nzou 0 de.
Altair A ndrade Martins a executar 0 tra balho.
A cons trucao ir ia ser rnodcsta , conforme dcscjos da
Sociedade Ami gos. VOla sala de 7 x 4, W.C ., cobcn ura
da parte rcstamc, tudo orcado em vinte mil cruzeiros
(velhos) .
o dia dezcssctc de abril de 19.4 8, cons tiruiu-sc
em uma da ta ausplciosa pa ra a Sociedadc Amigos do
Bairro do Jar dim da Saudc. l nau gura va- sc a nova scde.
rua Fran cisco Dias, 289, e lnstata va-se no bairro 0 posto
policlal.
.
a
A sessa o abriu-sc as 22 horas , com a prcscnca de
gra nde mimcro de moradores. havendo nessa ocaslao uma
Assembleia Geral qu ando sc clegcr ia urn novo corpo diretor, sendo escolhid o pa ra prcsidcntc, mai s uma vez, 0
sr. Lu iz Augusto de Gouveia.
Estlver am prcscntcs. dando maior solcntdadc ao ato,
lnum cras pcrsonalldadcs polftlcas c adm inistrativa s, entre
as quais as scn horcs rcprcscnta ntes do Prcfcito da Ca pital, do Sccrct ano da Scguranca Publica, vcrcadc rcs, os
dlrctores da Cia . de T errenos da Saud c, srs. Honl clo de
Melo , de. Paulo de Alm eida Barbosa e exma. scnho ra .
Dando uma Icstiva nota, cstava m prcsentcs a corporacao
o BAIRRO DO j.-\Imnl DA SAOD E
mus ical da G uarda Civil, cntidadcs jo rnal fsticas representa das at raves de inumc ros rcportcrcs, fotogra fos, etc. Previamcnte sc fizcra urn convite aos moradorcs para que
co mparcccsscm, dando com essa presenp maior brilho
rcuniao. 0 que sc viu, confor mc relata em ata, Ioi a
scdc totalmentc lotada. Scntia-sc no coracao de todos
umu alcgrta imcnsa , pois a conquista da scdc niio era alga
particular ou individual, mas pcr tcncia a tcd os as mora dares . E ra do ba irro cnflm. do q uerido J a rdi rn da Sande.
Ess a conqulsta dizia bern de per to aos anseios de
muitos associados, pois at raves do L ivro de O uro, Instituido pela Socicdadc, as donatives para construcao da
scdc foram de gra nde c insoflsmavcl valia . Os tres primciros pagamen tos, nas importancias de Cr $ 4 .000, Cr$
3,50 0,00 c CrS 2.500 ( velhos ) , tivcram cssa origem, 0
que foi, scm duvida alguma, altamentc animador. Sentia-se urn c1ima de grande entuslasmo , de cspcc tativa eonstr utiva. em tomo da Socidcdadc Amigos. Por isso cla vcnceu, pois Ioi eredora, dcsdc 0 inlcio, da confianca c cstima
dos mo rado rcs do Jardim.
Na rcun lao seguin te, isto e, 2 1 de a bril, em scssa o
cxtraordinaria, foi dada posse aos novos di retorcs da
socicdadc.
Voltando- sc os olhos ao passado, vamos ima glnando
a luta que inu mc ras criaturas enfrcntaram, sobretudo as
primciras que ergueram sua s casas por esscs lades. Pedesc imaginar 0 valor imcnso de suas conquistas dcntro do
bair ro.
Vcjo-as . Estou a ve-las , na caminhada cotidiana.
Transfcrindo sonhos, adiando cspcrancas, mas imbuidos
scmprc de lima inabalavc l fe, de uma invcnclvcl conIianca.
Vcjo-as, em varies mome ntos. Em busca da cond ucfio, prob lema inicialm cntc tao arduo, tao horrivcl. Diarlamcntc cngolindo as distancias atravcs dos passos agcis
ou cansados . Sao contando historias ao tempo. Vao tecendo no cspaco a invisivcl tear, ondc as emocoes sao
dou rados fios, arman do rcdcs embala doras. Sonha m,
a
26
o RAmnO DO
J AHDI ~I
DA SAODE
vao c ve rn. Chegam c ja tern q ue ir ernbo ra . Ma s
0
sonho ardc em suas pupilas c 0 corac ao sc rcgala c sc
a lime nta fart o ncssa ch ama . E gra nde a lut a, mas cxistc
uma rcafldadc, que 0 tempo, nem suas do res, irao ultr apasser. E a casa que foi erguida . 0 lar construfdo com
ta nto arnor , ondc cada piso, cada lasq uinha de pcdra.
cada flor, manifestant alguma coisa ale m, significa tivos c
marcantcs.
Niio importa ma goa r os pes, tortura r as pcm as,
pcnsam elcs, ou scntir os olhos fatlgados que avanca m
Iixos numa so dtrccao. Na retina lcvam 0 r iso da companheira a ma da, 0 rctrato das criancas, urn poueo daquclc
mu ndo gue torn a a vida mats bela c mats d igna. Foi
por ccrto cssa ma ra vlthosa rtbra q ue impulsion ou 0 J ar dim da Saudc para urn cstagio ead a vcz rnnis alto. Foi
o idea l que ard ia na alm a de scus r noradores, daquelcs
que se dist ingulra m na luta pelas melhorias do balr ro, que
sc mustraram incanstiveis ucsse service e qu e torna ram
verd ade iros lfdcrcs, e q ue tivcra m, prin cipalmcntc naqucles tempos, 0 apoio macico dos residcntcs.
A Soeicdade A migos do J ardlrn da Saudc tcve uma
influsncia dee isiva no progrcsso do bairro. Isto
incgavel. N o instantc em q ue se Iancaram suas bases, dcsdc
o mom en to em q ue as primciras providcnctas sc concrctizaram, 0 bairro niio mats percecu c nin gucm ma is falo u
em vgo. A partir dessc instantc hav ia alg ue r n pa ra
cscuta r um ped ido, anotar uma dccis ao, um a pro videncia. etc. Tude era fcito em conj unto, dcsdc 0 plano das
ideia s. Da i 0 succsso tncvl tavcl, po is unlram-sc as a lma s
nos rncsmos son hos, c 0 q ue fora bruxolcantc luz, to rnou-sc podcrosa chama, nuclco de cncrgia e fcrc a.
A prcscnca dcssa entidadc foi ultamcn tc beneflca c
podc-sc dizcr, scm rncdo de crrar, que todos os mclh oramentes fo ram conscgutdos atravds de sua vigorosa c
c
consclcn tc atuacrio.
Todas as dirctorias, a rncu vcr, fora m labortosa s,
ativas .
o
RAlHBO DO
J A B DI ~I
D A SADD E
27
Houve, por ceria, aquclas que sobrcssafram-sc, a presentando urn acervo maior de conquista. Isto por em niio
empa na 0 brilho de ncnh uma, pois atraves de scus represcntantcs, que sc csforcara m ao maximo , em quasc sua
totalidade, cad a um procurou dar de sl 0 melhor. Nem
scmprc as cir cunstancla s foram favoravcis, c cc rto, impcrando po rem, aci ma de tude, 0 amor ao bairro, 0 desejo de scrvir .
Obscrva-sc ern sua scde atual, conscgulda arraves
de inccssan tes lutas, no coracao do J a rdim. urn retra to
a oleo, de um cx-dirctor, a sr. Luiz A ugusto de Gouveia,
com uma pcqucnlna placa em que sc Ie as scgulntcs dizercs: "Os coracocs bern formados oferecern ao ba talha dor do Jardim de Saudc - Luiz Augusto de Gouveia
- 4-9- 1948".
Existc tambcm urn outro retrato, em tamanho menor, do deputado Scala mundre Sobr inha, que foi urn
gra nde amigo da Soclcdade e seu colaborador.
A scdc co nta prcscntcmcntc com um saliio de forma
rctangula r, ondc sc realizam as reunifies da dirctorla c
ondc se programam as fcstividadcs; uma pcq ucna sala
ondc csta instalada a sccrctarla da soclcdadc, com annarios, mesa C 0 balcfio do tclcfonc; uma outra sale pcq ucna, gabincrcs de toilctc, e nos fundos, na parte ruais
baixa do tcrrcno, crgucu-sc a copa-cozlnha, ondc existcm
alguns pc rtences prcprios, entre as quais fogfl o, gcladclra,
crc., conde o zclador e sua cspasa fazem suas rcfcicocs.
A Socicdadc Amigos do Jardim, como ja se dlssc,
c urn fator positive no progrcsso do balrro. SCllS trab aIhos ter n side mareantes em varies sctorcs, c as fru tos
inumcros podcmos ver nas mclhorias que 0 bai rro grada tiva mcntc Ioi a prcscntando ale 0 momenta atual.
As reuntocs realizam-sc duas vezcs por mcs, e gcralmente as segunda s-feiras .
A frcntc da atual dirc toria cncontram-sc: prcsidcntc:
dr. Manoel da R ocha Miranda Filho ; vicc-prcsidentc :
Homcro de Cillo; 1.0 sccrerario ; Jairo Rogero ; 2 .° sccrcttiric: Hcnrtquc Frank ; \.0 tcsourclro : A velino Pereira
28
o
BAIR RO DO JARDI~ I DA SAOD E
dos Santos; 2.° tcsourciro : Tarcilio de Campos; consclhciros: Dlat cclo dos Santos, Buristhc ncs F erreira Costa
c Antonio Oristan io.
o atual presldcntc fci rcclcito, pcla scgunda vez, na
ultima clcicao. Dos dlrigcntcs que tern ocupado esse
luger, acredlto que e urn des mais jovcns.
Natural de Santa Catarina, da cidadc de S. Francisco do SuI, 0 dr. Manoel da Rucha Miranda Filho, fez
seus cstudos prclimina res em S. Paulo, oadc tambcm veto
a cursar a Fac uldadc de Dircito da Un iversidade de Sao
Paulo, diplomando- sc bacharel em ciencias [urldicas c
socials, no ana dc 1959.
T ern sc mostra do muito dinamico c trabalh ador, na
prcsidencia da S. A . J. S., c aprcscnta urn acervo de rcaIizacoes a favor do bair ro, mostrendo em conjunto 0 que
fez, juntarncntc com scus cornpanhciros de diretoria,
dcsdc a anterior gestae ate a presente.
Dctalhadamente passo a cnuncla-las:
Asfalto, sargctas e gulas, para as ruas Marcos Fernandes, Tu iucuc, Pcrihebui, Marques de Herval,
An dre Mendes , Africa, Pierre Curie c calcamcnto das
areas comuns, entraves que cram para a contin uacao
do plano de asfalto ( vide cruzame nto das ruas Andre
Mendes com Felipe Cardoso; F elipe Cardoso com
Diogo Freire c Capltao Gu ilhenn e Pompeo com Marcos Fernandes). Asfalto das ruas Felipe Cardoso
( trecho final) c Diogo Freire (trecho final). Conscrvaceo (tapa-buracos) para todas as ruas do bairro;
Urbanizaceo de todas as pracas do bai rro, notadamente as de nomes: Bras Goncalves ( projcto jei aprovado c Iimpcza proviso ria executada ), Aqulles, Capitao Guilhcrme Pompeo e Frei Miguel Lanzani ;
Limpcza e arbo rizacao do cantciro central da avo
Cursino, com a colocacao de pastilhas "mapa de
Sao Pau lo", e cxtens ao do cantelro central ate a pra<;a
o
HAlRRO DO
JARDI ~I
DA SAODE
29
F rci Migue l Lan zani, a fim de facilltar a travcssia de
pcdestres em frente a Igreja ;
Iluminacao da passagcm (pontilhao) da praca Bras
G oncalves, com lampada a mercuric, por cont a c
risco da Soclcdadc Am lgos, mantida accsu tcdas as
noires;
E xtcnsao cia redc de aguas c esg6105, notadamcntc
para a periferia do balrro;
Rcfo rma do G rupo Eseolar Ra ul Fonseca c Gtnas!o
Estadua l R ubens do Amaral;
Rcforma do Parque In fantil c funcionamcn to da Bibliotcca da Saudc;
Cons trucllo, na rua do Boquclrao com avo Nossa
Senho ra da Sande, do magnifico c modcmfssimo predie das Escolas Agrupadas de Vila Brasilina ;
Poticiamcnto pcrmancntc e osten sive da area bancuria da avo Cursino;
Parqu e I nfantil na pra<;:a junto a rua Ca pitao Guilhcrme Pompeo ; Iluminacao das avcnidas C urslno c
Antonio Carlos da Fonseca;
Rcalizacno, an ualmc ntc, de fcstividadcs no bai rro,
comcmo rando 0 anivc rsario da Socicdade c 1.0 de
maio, com gincana, provas csportivas, desfilc de
Bscolas de Samba. fanfarras, bandas e com rcaliza<;ao de provas lnfantfs, congracando todos os moradores do bairro;
Tcl cfones publicos para 0 bairro, (foram sclicitados
otto: alguns j a instalados ) .
Conforme a discr tminacao anterior, com urn numero grande de beneffcios a favor do bairro, conscguidos
pclas duas ultl mas dirctortas, csta c a que antcccdeu ,
am bas soh a prcside ncia do dr . Manoel da Rocha Miranda F ilho, podemos conclu lr que tcm side bern succ30
o
HAIRRO DO J AROIM DA SAODE
dida sua gestae junto aos podcrcs publlcos c estes tern sc
most rado sensfvcls frcn tc
ncccssldadcs do Jardirn da
Sande.
As Socicdadcs representatives de balr ros terri merecido do atua l governo do Est adc de Sao Paulo aq ucla
atcncao de que lui multo carcciam das aut orldadcs co nstltuldas, pols cssas cntldadcs podcrao slgnlficar muito
para a cvolucao de um local, contribulndo dessc modo
pa ra 0 progrcsso de tod a uma cldadc.
Em boa hora a Prcfcitura M unicipal eriou as Administracocs Reg ionais, que acompanhando de rnals perto a
cvoluca o c os proble mas de urn bair ro, pudcssem aprcsentar as oport unas solucocs, sob 0 critcr io de dcp ar tamentos cspccializados da Municipalidadc, c dcs cnvolvcndo mats permancntcmcntc, junto aos moradores, uma
a tuacao m nis viva. Dcssc modo, con tamos nos aq ui com
duas rcglonais multo aruantcs, a de Vila Maria na, diriglda pclo dr. Jose Rubens Macedo, c do I piranga sob a
oricn tacao do d r. Raphael M. Lomonaco. A primclra
localiza-sc em Vila Clementine, na rua Pedro de T oledo,
csquina com Rubem Berta, a outra csta scdiada na prac a
Mon umcnto, csq uina da rua Ta bo r. A presence desscs
crgaos, nos problemas des bairros, sob varlos scntidos,
tcm sido altamente bcncfica.
Gradativamcntc vamos pcrccbcndo 0 luga r ao sol que
as o rganlzacocs de bairro cstao con scgulndo junto aos
podcrcs publtcos. 0 Plcnar lo, congrcgando mcnsalm entc
as diretor ias cxccutivas da Socicdadcs Am igos de Bairro ,
e uma dc monstracgo puje nte do crcsc lmcnto e significado
desscs or gaos na vida de urn mu nicipio. A Sccicdadc
Amigos do Jardim da Sande e talvcz uma das mais
ant igas, com vintc c quatro anos complctos de cxistencia!
D cn tro da nossa comunidadc do J a rdim da Sande,
a Sccicdadc Amigos ter n sc co nstit ufdo em lima force,
cujo cxcmplo csta marcantcmcntc cscrlto em scus anais ,
pcla cond uta de home ns dignos c fcrvorosos c que junto
aos bcneficios alcancados em favor do batrro, dcixaram
para scmprc inscritos os scus nomcs. A elcs Rossa gra-
as
o aamno DO JAHDHI DA SAODE
31
tidao ctcrna, e 0 nosso dcse]o sincere de que cssa luz
que urn dia sc accndcu possa sc projctar em todo s as
instantcs em nossos passos, em nossa vida !
Na Avcnida Cu rsino, que at ravcssa, q ual caudaloso
c movirnentado rio, a planalto do Ja rdim da Saudc , em
urn ponto mais ou mcnos clcvado, foi crgutda uma peq uena I greja.
No lnfcio cxistia ali apenas a gra nde area vazia.
Como 0 Jugar era alto, dominando prop rlcrnente a rcgiao,
nno era dificil dlvi sar rncntalm cntc ali a vulto de urn
tcmplo.
Os moradores, em di vcrsas ocasiocs, manifesta ram 0
dcscjo de alcan car esse objet ivo po r r ncio da Socicdadc
Amigos.
Durante 0 pcrlodo em que ainda na o cxistia uma
Igrcja aqui no Jardim, os cncargos catolicos partiam da
Igreja Santa Terezinha, do Bosq ue da Saude, cujos padres '
vinha m pcrto dlcamente ministrar 0 sacri flcio da missa, a
que era fcito ao ar livre. Na o du ra u, porcm , muit o tempo esse cstado de coisas, pais 0 nucleo rcsldcncia l crcscia
e tornav am-se impcriosas as razocs qu e objctivavam 0
ergu iment o de uma Igreja ou CapcIa.
Atcndendo nfio apenas as reclamos dos moradores,
mas a particular apelo feito ncssc sen tido por D. Paulo
Rolim Loureiro, 0 scnhor supcrintcn dcntc da Cia. de T erreno s da Saudc, dr. Paulo de Almeid a Barbosa c 0 sr,
Diogo de T oledo Lara, doaram a Curia Mctrop olitana de
Sao P aulo, uma area de 1.440 met ros quad rados, corrcs pondente a tres lotes .
o terrene se conscguira. Era prcciso iniciar a trabalho de const r ucao. Rcunira m-se alguns moradores e
resolveram tomar uma providencia custeand o as obras
primeiras da Igreja , e que foi terminada em 195 7 par Frei
Miguel Lanzani, cons iderado portanto a seu fundador .
F rei Migue l Lanzanl tern uma hist6ria e qu e esta
unidade a historia destc bairro.
Scu nome para as moradores do Jardim e lncsqucclvel, principalmente para as criaturas religiosas. A praca
32
o BAIRRO DO JARDI:\I DA SAu DE
que abr iga a mod csta Igreja do bairro tern 0 nom e de seu
qu erido fundado r.
uma hom cnagem singcla, mas imensamentc leal.
Natural da luilia, ondc nasccu a 14 de marco de
1905, filbo de Carl o e T ereza Canziani, recebeu na pia
ba tismal 0 nome de T ulia. Fez seus cstudos primdrios
e mais tard e form ou-sc em ciencias corudbcis. Arranjou
cntao urn cmprego no "Nuevo Banco Italiano" , de Milao.
Em contacto co m 0 mundo, no tr ato assiduo com as
criaturas, foi sentindo 0 jovem contador urn cstranho descjo de ab strair-sc de tud o isso c dedicar-sc a outro tipo
de vida. A existencla aprcscntou-sc-lhc rcpcntinamcntc
sob urn outre prisma. de muito maior prolundidadc. Ao
tlpo de service a que descjava dcdicar-se, s6 a carrcira
mistica podcri a sntisfaze-lo. Nfio era uma fuga, como
talvcz muitos pudcsscm pcnsar. Nee era 0 mcdo do
mundo, com suas maldadcs, com scus problemas , com
scus monstros. Er a algo difcrentc. Uma evanacao ma is
real do hom em, da vida, do s problemas humanos, surgira
de man cira nitidu em sua alma e inundav a todo 0 seu
scr. 0 ap elo intimo de sua natureza era por dcm als intenso. Nao poderia ignora-lo, mas multo pelo contrario
precisava conhece-lo de perto e Ihe dar a arcncac que
rcqu eria. Essa voz interior sugeria 0 total dcsprcnd imento da personalida dc. numa doacao compl cta a Deus e
ao Seu service .
Duran te algum tempo 0 jovem T ulio medit ou nesse
problema. c qu ando nfio mais teve duvidas , comunicou a
scus progenltorcs sua dccisao. Nada 0 poderia demover,
estava ccrto do cami nho que mais lhe conviria . Assi m
cntrou no seminarlo . Fez 0 estagio correspondentc, sentindo que a chama primeira continuava a arder, em sua
alma, com uma pujancn cada vcz maier. Em dczcnovc
de outubro de 19 30 . apos a novicia do, profcssou os votos.
Completou os cursos de filosofia e teologia em Bolouha ,
t: finalmente em 1935 ord cnou-se saccrdote.
Adotou entao 0 nome rcligloso, pclo qual no mundo
dos homen s torn ou-se conhecido.
e.
o
HAIRRO 00
j.-\RDI~I
DA SAQDE
33
Um ano apes, em 1936, vclo para a Brasil, com
F rci Domingos Acc rb i c os irmaos coadj utorcs Gu ala
Fe rrari e Simao Dorvi. F oi 0 primeiro grupo de mlssionarios dominicanos da prov incia Utriusquc Lom bardiai,
que vcio para fundar rnissfio no Brasil. Aq ui ja exisitiam
padres domlnlc anos Iranccscs; iralianos porem ainda nilo
haviam cstado. Dessc modo, com Fre i Miguel Lanza ni
cssa missao dominicanu iniciava scus primeiros passos,
scus primeiros trabalhos em solo bras ilciro.
Dirigiu-se, de infcio, para Golas, em scguida para
Santa Cruz do Rio Pardo, no interior de Sao Paulo.
Nessa cidade foi
prtmciro paroco d omi nicano. In um cras vezes foi indicado superior des domi nicanos no Brasil.
Escrevcu urn livro intitula do "Rosar io mcditado na Sagrada Bscritura", publicado em 1954.
Vindo para Sao Paulo em 1957, rcccbc u a pa roqula
do Jardim da Sande para cuid nr da pa rte esplrltual de
suas criaturas. Rcccbcu-a com car inho c arnor e promctcu-sc, dcsdc 0 infcio, de fazer tude q ue lhc ditava scu
coracao de discfpulo fervoroso.
Chcga ram pois os dominicanos no Jard im da Saud e.
Vieram nas suas vcstcs bra ncas, qual alvaccntos mantas
de manhas lao claras, que anu neiam scmpre urn dia prospero, cheio de promlssor as horas c alcgrcs instantes.
Enquanto niio sc conclul ram as ob ras da Igrcja, a
que deu urn grande impulso, Frci Miguel Lanzan i oflciava
missn c outros mlstcrcs da fe, em uma garagcm de urna
casa situada na rua Ouislsana, ondc passara a rcsidir com
os padres do minicanos auxitiares .
Foi incansavcl. Nao so terminou as obras de consI ru ~ 5 0 do temple, mas ft ndou a Sociedadc Bcncliccntc
Sagrada Fam ilia. c adquiriu. por seu intcrm cdio, mais oito
cu dez lotcs para rcalizar out ras obras que se faziam
ncccssarlas, entre as quais 0 prcdio rcsidcncial des
padres.
A scmente estava lancada. 0 solo pare cia fertil. E
diantc delcs urn mundo de rcalizacocs sc dclineava .
°
34
o
BAIRRO DO JARDI:\I DA SAODE
o calor da terra que as recebia era tocantc. Sentiam elcs em derredor 0 esplendor da natureza, a for mesura de um lugar que a mao do homcm tamara urn recanto prc nhe dessa formosura e dcssa aelgria asse ntcs
na paz .
Com o colaboradorcs, Frci Miguel Lanzan i eneontrou
em F rci Celso Pereira , Frei Agostinho Appiani, F rei Jose
Lorenzett i, Fr ei Vitori no Cor tinovis, rcligiosos atlvos e
otimas crialuras .
Procuraram os dornlnicanos, muito Irabal hadores,
cstar prcscntcs no movimento evolutivo do balrro. Scmclhante aos facultativos que auscultam os organlsmos, tentando dcscob rir as ca usas do ma l, assim clcs tambcm procurava m sc aninhar no coracao dos mo radorcs pa ra conhcccrcm bern de perto scus prob lemas, suas angustia s e
levaram no momcnto justo c no objct ivo pcrfcito 0 con solo, 0 batsamo cspcrados.
A presence des dominicanos, tendo a frcn tc Frci
Miguel Lanzani, trouxc ao ba irro do Jardim da Saudc
uma nota tocante de alcgrla, paz e fclicidade. A todos
enviavam a mensa gem espiritual estrulu rada na forca da
fe, e molda da no exemplo. Procuravam talvez viver 0
prccelto nu rncro um da religiao crista: Amai -vos uns aos
outros ...
Nfio tardou que sc atrafsscm pa ra as ob ras misslonartas da Igreja c da Sociedade Bcncflcentc, os olhares
des paroquianos. F rei Miguel Lanzani e seus au xlliarcs
nao cra m apenas os do mlntcanos, mas cra m os obrclros do
Senhor c do povo. Foru m tao solieitos, tao carlnh osos,
tao chcios dcssa vontadc de ajudar c servir, qu e ern br eve
cr iarar n urn circ ulo Imcnso de amigos e admiradorcs.
Dclinearam-sc as primciras providencias de ordcm
assistcnclal, mo ral, religiosa. Tran sformaram a casa de
Deus, no encontro amigo com os homc ns, todos , indisti ntamcntc.
o tempo foi passa ndo. 0 ba irro crcscia a olhos
vistos. Plantada no Alto da colina a Igrcja pa recia erguerse para a alto num murm urio de precc e de bencaos. 0
o BAIIIlm DO ]AIIDI.\l DA SAODE
35
seu vulto modesto. quase humilde, dcstacava-sc na estrada, e parecia guardar nas suas paredcs cla ras. urn con vite ao recolhi mento c a paz,
As coisas parc ciam csta r se co mplctando. A pa requia aumentava e cresciam igualm ente as tar cfas des
pad res. Aumentav am dia a dia as pedidos de aj uda; as
necessitados a serem atendidos, os casas urgentcs, soco rro
medico, uma opcrncao cirurgica, urn int cmamcnto, cscolas, roupas, 0 dinheiro para atgucm pagar uma conta inadiavel, alimcntos, roupas, etc. T udo isso sem Ialarmos no
console cspiritual qu e muitos encon tra m junto a cssas
criaturas.
No cntan to alguma coisa trlste cstava par a acontccc r.
A fat al idade csprcitava... Iria sur prccn dcr algucm multo
qu erido, uma vida muito preciosa.
Mats unidos ao espfrito, vivendo uma vida interior
multo mais intense, dcsprcndldos e dcsapc gados de s bens
da terr a. nac temiam as domlnlcanos, como nao temem.
creio eu , a morte, a rnaioria do s padre s, pai s sabem,
melhor do que ninguem, que cIa cami nh a ao lado, no
arfar rncsmo do proprio coracao. Nfic a temcm, por
certo, pol s no desfalccimento dos tacos Ifsicos, 0 espirlto
se liberia. retom a a sua verdadeira pdtria, ao seio do
Pa i. Mas, tao po ueo desprezam a vida. pois e justamente
nela que se colhcm os frutos e qu e se lancam as sementes
para um novo plantio. melhor, mais bclo, ma is perfelto!
o qu e era sombra saiu das lrevas... v eto aqui,
no mundo dos homen s, escrevcr com sanguc e lagrimas
uma paglna tr istc.
Ex trcmamcme e obreiro, muito ativo e din amico, Frci
Miguel Lan zani sc ocupava em todas as horus do dla dos
mais diverso s efazcrcs. Havia scmpr c colsas a serem
sol ucionadas na cldad c, nos lugarcs mais distantcs. Havia
scmprc 0 fato r tempo , zomband o da an sicdudc do homern.
Havia pressa, muita pressa, a exigiiidadc das horas a exlgir uma dcdicacac scm treguas.
Para se locomov cr com mais prontidao conseguiu He
uma lambrcta. Fazia dela sua companh eira Inscparavel.
3C
o B:\lRRO 00
JAnDl~1
IH. S.-\ODE
Como limitava as distnacias, como vencia leguas! Levava-lhc a todos os cantos, subindo e descendo ruas abarrancadas ou fngremes. Er a perigoso tal veiculo, embora
as maos de Frci Miguel Jcsscm agcis e firmcs c no scu
coracsc houvessc sempre urn canto de alegria.
Todos q ue 0 conhcccram, talvcz guarder » dentco dos
olhos 0 vulto do padre sabre a lambrcta, erguendo as
ruiios num gesto amigo de aducs, enquanto 0 scu scmblantc se abria num sorriso born, feliz, scm manchas.
Guiand o a sua lambreta, procurava desconhcccr 0
pengo. Nao por ignorancia ou cspirito de aventura, mas
considcrando apenas 0 service, as obras que sc tinham
iniciado, aquelas q ue seriam conclufdas. Tlnha prcssa,
talvcz ansicdade em chegar a esse ou aquele resultado.
Havia nele, chegamos a pensar, 0 conhecimento subjctivo,
inconsciente, do fim q ue cstava proximo, da jornada de
seus passos que abruptamente iria silenciar.
Q ual pasaro que nile da treguas as suas asas, Frei
Miguel Lanzani foi surpreendido, em pleno trabalho, pela
fatalidade. Guiando a lambrcta de que tanto sc alcgrava,
tombou sob as rodas monstruosas de urn c nibus, que implcdosamcntc 0 esmagaram.
A notfcla de sua morte enlutou 0 Jardim da Saudc.
Todo 0 bair ro pcrdcra, nfio apenas 0 Iundado r da parequia, 0 irmao maior do grupo, mas 0 incsquccivcl
amigo . . .
Partlra scm sc dcspcdir, scm dizer adeus. Breve foi
sua pcrmanencia entre os moradores do bairro. Multo
breve. Chegado em 1957, quatro anos ape s, em 196 1,
desa parecla.
Fo re-se. Mas a Igreja ai estava. As obras, em sua
maloria, bern encaminhadas . Umas rcalizadas, outras promissoramcntc iniciadas sob a signo da flgura batalhadora
de Frei Miguel Lanzani.
Em homenagem muito justa, foi dado a seu nome
a pra.;:a onde se edificou a Igreja, e q ue ele tanto arnou.
Sua Iembranca crguc-sc da pocira dos anos, no scgredo
dos tempos. Frei Miguel Lanzani nao Ioi crnbora. Con-
o
BAIRRO DO JARDI:\ l DA SAODE
37
tinua aqui . acornpan band o ainda 0 movimcnto dos Iicis,
o trab alho da paroq uia. protegido pelas sornbras sutis de
um mundo dlfcrcnrc . Em noires altus, de luz multo clara,
o uco-o ccnversa r com os anjos nos ja rdins q ulctos e adormecldos. ou dizcr histories junto as criancinha s qu c sonham em seus bcrcos .
. E foi naturalm cn tc 0 infhrxo dcssa presence csplrltual do grande do minicano que nile pcrmitiu que a vida
na parcquia pa rassc ou sofressc uma pausa scqucr. As
ncccssidadcs prcclsavam scr utcndidas. 0 trabalho iniciado
cxlgia cc ntinuid adc.
Foi nomeado para dirigi r os trabal hos c os desti nes
da Igrcja Sagrada Familia. assim denominada pelo seu
funda dor , 0 dominica no Frci Ce1so Pereira, que mostr ouse digno succssor de sell insigne mestre . Dell a paroquia
sua colaboracao cfetiva e ma rcantc. assistindo a comunidade naquilo qu e c1a carecia . Nessa tar cta co ntava com
a ajud a scnsfvel des padres auxiliares, rcsidcntcs, em
numcro de cinco.
Apes urn pcrfodo proffcuo. de multa ativldadc, Fr ei
Celso Pereira afa sto u-se da ca pital, com destino a outros
Estados , rcalizando, segundo consta, no sctor cspir itual c
social, impo rtuntcs obras.
Nomeo u-sc cmao 0 sucessor de Frei Cclso, que foi
Frei Humb erto Pereira. hoje vigario regional des varies
conventos da Iundacao italian a. nascid o em Santa C ruz
do Rio Pardo, c rcsldcntc da paroquia do bairro.
Como dir igentc cspirituul da lgrcja da Scgruda Familia, Fr ci H umb crto nao dcstustr ou em nada a oh ra a q ue
deu ininterrupta assis tencia. de scus an tcccssores. Niio
perrnanccu porem muito tempo, e logo dcixava vago 0
scu lugar, encaminhando-sc a outros rnistcrcs da rcligiao
e da fe, que pcdiam a sua prcscnca.
Subiu entao ao rcfcrido po sto 0 dominicano que 0
Jardim da Saudc. na qu ase totalidadc, con hcce - Fr ei
Marcos de Camargo, na tural de Golas, ondc. na Igreja de
Sao J udas Tadc u, era paroco. B ell' 0 at ual rcsponsavcl
38
o DAIR RO DO JAlml:-.f D;\ SAODE
pela Igrcja Sagrada Familia e da Socieda de Benefieente
do mesmo nome.
Pcla sua facilidadc de pcnctracao em quasc todos os
ambicntcs, Frei Marcos Camargo tornou-se muito em
breve uma figura conheclda . pop ula r e muito qu crida,
recomcn dando-o aos nossos olhos. sua Ihaneza de trato ,
sua dclicadcza, sua comprccnsao. Seguindo talvez 0 cxemplo do fundad or da paroq uia. e uma criatura infatigavel.
Dcdlca-sc a mil empresas, aos mais divcrsos afaze res.
Procura cstar em todos os movimentos de progresso, de
melhorias, tirando do instantc que passa 0 scu slgniifcudo,
tcda a sua profundidadc.
Como scus colaboradorcs atuais, Frei Marcos Camargo conta com os seguintcs dominicanos, qu e rcsidem
na moradia jun to a Igre]a : Frcl Estevao Nunes. Frei Fra ncisco PcssUIO. F rci Mar cos Sassatelfl, Frei Candido O ueiroz c Frei Vitorin o Conl novls, os qua is tern se mostrado
a al tura da grand e obra iniciada no Jnrdim da Saudc , por
Frcl Miguel Lanzani.
Nota-se uma coisa ncssa Igreja. a s jovens scntcm-se
atraldos por cia. Em gcral a mocidadc da a nota alcgrc
e vibrant e de sua presence. n50 ape nas no comparccimenlo aos cultos mas nas salas de expcd iente da casa dos
padres. a s mocos daqui. etas au elcs. nao prcsc lndcm
da Igreja, mas co nslderam- na urn prolongamcntc 1.1 0 lar,
dos amigos, dos cstudos. Istc c born. Oudc csni a juvcntud e csta a vida. csui a amor c tudo q ue e bela.
A Igreja Sagrada Familia tern rcalizado obrns sociais de grande rclcve ncia dcntro do balrro. Auxiliarn,
com assiste ncla pcr man ente. urn nu mcro gra nde de famflias pc brcs, numa base de scssenta. Atraves de curso para
macs, rcuniram inumcras scnhoras scm recursos, dcscjesus de tcrcm uma oricnta cao ma is sabin e segura nos
services e providencias de uma casa. Assim ministraramse cnsinnm cntos sob rc ccstura. bo rdado, cozinha c higienc. a s resultad os fora m ot imos, com indices de ap ra-vcitamcmo alentado res.
o
1M.limo 00 JAHDl\1 VA SAOIlE
39
· 0 c1ubc das maes , como e chamado esse encontro
de senhoras, de modo geral humildes, que desejam se aperfeicoar ou se iniciar nas prendas domcstica s,
orientado
por pessoas abn cgada s. donas de casas rcstdcntcs no ba irro.
particip an tes das at ividades sociais da par6q uia, dando
assim algo de si mesmas em favor des rnenos Iavorecldos.
A Igreja cuid a tambem da altabetizacao de adultos
em seu programa de melhorar cada vez mais 0 homem.
o analfabctismo e indesejavel. Nao sc com preendc
mais sua exlstencia ou pcr manencia na era que csta mos .
quando 0 hornem alcancou a lua , qua ndo grandcs e rnaruvilhosas dcscobcrtas comccam a surgir nos campos das
ciencias, quando a eriatura inicia 0 sell pro prio descobrimente, aehando em si mesma inauditas enc rgias, facu ldades incn veis, de que jamais houvcra sonhado, porqlle
jamais nelas acreditara. 0 analfabetismo e pois um mal
q ue na medida do poss fvel deve ser cne rgicamcn te comba tido.
A li, junto a Igrcja Sagrada Famflia, muito s cnconrrnram essa luz que Ihcs ab riu ur n novo cam inho atraves
da alfabetlzaca o. E urn grande tra balho da Igreja, qu e
mereee todos os louvores.
No seu programa assisteneial a Igreja dis tr ibui vivcrcs aos neccssitados, Iamflias desa mparadas. criatu ras
dcsajustad as, em descspero. Atraves da c rganizacao
"Caritas" intcmacional, cnco ntra um grande apoio em sun
campan ha social.
Com referend a a qualqu cr outro auxfllc a pa roq uia
da Sagrada Familia nao rcccbe de nenhum modo, mas sc
Iossc ajudada pcla s autoridades ccrtamente a scu progra ma, sob varies angulos, se ampliaria, aumcntando 0
mimcrc de bc ncffcios e des bencflclados.
As dcspcsas da Igrc]a, a manutcncao dos services, c
fcita pclos moradorcs c colaboradores cxpon tancos c
umigos e rceursos prcp rios da paroq uia. Par isso a Igreju
do Jardim da Sande c ainda hu milde, pcquc nina, cmbo ra
gua rde em si, em toda sua singcleza, urn encanto todo
especial, uma sutil beleza. Pode talvez pareccr urn con-
e
40
o
IH IR RO »0 JARIlt \1 DA SA"ODf:
tr aste diante dos suntuosos predios e Iuxuosa s casa s que
se erguem pelos arrcdores e rncsmo ao pe da pr6pria
casa de Deus.
Mcsmo assim, na sua nudez, no seu aparcntc abandono, a Igreja do meu bairro espalha uma suave c toca nte nota de simplicidade c graca. Rodcam-na arvorcs,
e no fundo uma cspccic de horta que faz parte da casa
dos padres.
Sua prcsenca, no centro mesmo do J ardim da Saadc,
e urn ma rco de alerta . Fala da presence de uma f6ro;a
malor, procurando despcrtar a s homens a uma luz mais
alta.
Parccc apontar 0 camin ho das cstrelas, atraves sua
terre, tentan do mostrar a todos que e prcciso, acima de
tudo, encon trar a Deus, pois tude 0 mais vlra, como
acrescimo .
a s contomos da pequena Igreja assinalados na paisagem convidam a oracao, ao silencio. E q uando morre
o dia e 0 ceu tinge-so de urn colorl do mais dcnso, cia
pa rccc um vulto atc nto, aeompa nhando as pcssoas que
passarn, ouvind o os que suspir am e ehoram, auscultando
o coracao da terra, nas passa das cansadas dos homcns. E,
qu ando tudo e cscuridso, as luzes pon teiam aqui c acola,
a Igreja parece abr ir seus lrnensos braces ou portentosas
asas ocultas, chamando a prccc derradeira, na bcnc ao
prc limina r ao descanso prcclcso.
No ceu as cstrelas travam um duclo de bclcza, de
csplcndor. Parccem dizer, curvadas sab re 0 mundo "so u a r nais bela " - . E at raldas pcla docura das prcccs
que subiram ao ar, fazem urn nicho de luz ccrcando a
temple.
E vern a madrugada. Surgem as primciros alborcs.
As nuvcns rosca mente colorid as parecem arm inhos lcvcmente cncandccidos empoando as faces do ccu. E as
horas cam inham. Sao alfgcros passaros que cor lam nossos
instantcs, dlminuindo-os, tomando-os exiguos para ce nter
todos os nossos sonhos e espc rancas . Quando a manha
esta em sua plenitude e val iniciar urn novo compass o,
o
UAIHRO DO JARDI M DA SA'ODE
41
caminhando para urn complete dcspcrtar, ouve-se cntao 0
canto do passarc de bronze, adorrnecido na torre da
lgrcja.
o sino mclodl osam entc cspalha sels ba dala das no din
que comccou.
1':: dificil expresser em palevras a bclcza do sino a
ea nta r, dcspertando 0 bairro para urn novo dia. E: algo
assim tao suave c tao formoso, que e precise ouvir, pa ra
que esse cncantamcnto nos pcnetrc.
o sino tocand o rcssoa pela campi na. atravessa os
us, pcnctra nos jardins, vibra na corola das florcs. na
cabeleira das arvorcs. Acaricia 0 pelo do cachorro lulu
que fica pcnsativo. magnetizado pcla mus lca tao doee que
chegou.
A mclodia sc cspalha. Vai criando corpo c val crescendo, como se formasse urn sol de raios luminosos c
multicorcs. Arma-sc no infinite cmbaladora rcde. Nela
dcita-sc nossa alma, captando 0 scgredo das notas, a
belcza profunda do canta r do sino, na quietude matinal
do bai rro.
B 0 convitc pa ra a vida, e quem dcspcrtn para a vida
no seu mais alto scntido. no seu real significado, dcspcna
pa ra Deus.
Ouando 0 sino sc aquicta c volta a sonhar em sua
torre, 0 ceo de suas batidas luminosarnentc pcrdura.
o bairro comcca a dcspe rtar. As ruas ate cntao sosscgadas, q uasc adcrmccldas, vlio scndo invadidas pclos
vultos dos moradorcs. pclas criancas. pclos cstudantes.
VOla nova vida comcca a cxisur. Vol novo rotclro
scgucm os homens em suns caminhadas.
Tudo e bela aqui no Jardim da Saudc. 0 seu amanhecer, a cadencia do dia q ue vai cnvelhcccndo nas ho rns
a va ncadas, a tar de quase triste que c nvolvc 0 bair ro num
ma nto cinzcnto-azul de tenuc vcu. A noitc q ue chcga
e se apodcra dos cspacos, num rcinudo de luzes c csplcndor. Fica -sc artista incspe radarncrne, comagiados pcla
poesla que cxistc aqui em tudo.
42
o BAIRRO DO j.o\lmm DA SA(rD E
a silencio da noitc e substltu fdo pelo val-c-vcm do s
morad ore s, nos mais diversos ob jctivos. As Ieir as livres,
os mercados, onde, em abundancia, sc cncontra de tud o.
o movlmcnto va i aume nta ndo, 0 bai rro despert ou po r
complete. T odos parecem se rnovlmenta r. As janclas das
casas se abrern. Chegam os passa ros cnriqucccn do os
espacos. Parccbc-sc pclos scus eantos que sao felizes aq ui .
Gostam de can tar nos telhados, nos muros, nos jardins.
Os passa ros gorgeia m, espalha m mustca, alcgria . Teccm
uma orla de luz no caminho do s hom cns.
Cria ncas rindo, d izem colsas, solta m papagalos, van
brincar de pegador nas ruas. Meninas de blciclctas passam, lindas em seus vestidin hos alcgrcs, nas suas fitas
colorl das.
Comcca assim uma ctapa nova na vida do mcu
bairro, em ca da di a que nascc.
Existem atualmente aqu i varies imobilia rias. A mais
antiga, pcnso, e a do Sf. Mar io Peixoto. O utras foram
surgindo com a emancipacao local, com 0 progresso e expansao de seu comercio, com a co nstrucao vertiginosa de
casas de alto nivel, nfio so em bc1eza como em conf6 rto
c Iuxo.
Algo que de imediato cha ma a atcncao do vlsltan tc
e 0 ta man ho do terrene ondc foram crg utdas inumeras
casas . Sao areas grandcs, quase tcdas, eom uma frente
no minimo de dez metros, com aprcciavel fundo, em tcr rcnos pianos. Nota-se cntao que cssas cas as sao antigas,
embora conscrvadtssimas c ate Iormosas . Con stituc m
futor de encanto e bcleza. Ol hand o-as tem-sc a imprcssao de que clas nos sornem, nos convidam a entrar, nos
enviam cu mpri mentos na gr a~a de suas llnhas, no rc ndado de suas grades, na pintura agradavcl c pcrfcit a, no
verde do jardim ondc brotam dcsdc pcquc ninas violetas
c jasmins pcrfumados, at e os gracioscs girassois .
Nos loteamentos atuais diflcilmentc vamos cncontrar
are as assim. E quando tudo ja csta praticamcnte Ieito,
pode-sc dizer que incxistem terrenos avulsos para construca o de casas, com esse tamanho, ap rescn tando dimeno RAm BO DO
J A lmI ~t
DA SAODE
43
sees lao vasras. Q uando a gcntc encontra, 0 prcco e uma
fabu la . ..
Raciona-sc hojc, ao ma xun o, em materia de terr eno,
principalmcntc quando sc trat a de constr uir para vend er.
Aqui. como em qualquer out ro bairro. as casas constru fda s pos tas a venda estao em areas cxfguas. pcquenfssimas.
Mesmo assim, surgem de maneira surprecndc nte, Ilndo s
sobrados, de cncantador aspecto c sugestiva visao. Urn
grupo ussim foi construido hi pouc o na rua Francisco
Dias. c rapidamcnte, antes do termina da s obras, foram
totalm cntc vendidos. Apresentam uma arquitctudo modc ma, de Iinhas ousadas e atracntcs.
o ba irro do J ardim da Saudc e muito procurado,
primciramente podemos dizer pcl a sua localizac do, e
dcpc is pclo fato r bcleza. Alem do mais lui de tudo c
para todos, em mate ria de cscolas, comerclo, tra ns-
pones, etc.
Uma coisa q ue logo sc nota C 0 numcro de japoucscs que aqui rcsidem e trabalha m. Essa presenca se
faz scnt ir com mais evidencia na zona comercia l do
Ja rdim da Saudc, que estu cspalhada por tod o 0 pcrcurso
da Avcnida Cursino, principalmcntc no trccho em qu e
atravessa estc bai rro .
Os japoncscs, em sua maiori u, deram-se bern aqul
no Jardim. Os primciros a chcgar Ioram scnsibilizados
pela bclcza local, pelas condlcocs ma teriai s, pelo descmbaraco q ue sc cncontra em qualquer dirccilc c mcsmo
nos rotciros para fora de scus limitcs.
Dcram-sc bern por ccrto c foram conta ndo historias lindas a outros pat rlclos. a ou tros Irmaos q ue sc
encheram de desejos e cu riosidades.
E foram ehega ndo. Trazendo seus sonh os. suas
bagagcns. uma vontadc louea de trabalhar, ajuda ndo
essa terra tao boa, e tao grande, que e s. Pa ulo, q ue e
o Brasil!
E assim, foram se rcunindo como uma imensa familia. Encont raram, com o semprc, em cada compa nheiro de trabalho, no irmao brasilciro, a voz amlga,
44
o BAIImO DO
JAR DI ~I
DA SAODE
cornpreensiva. leal. E ergueram seus lares, construlram
o comercio, fizcram 0 scu mundo.
o japones sc amb icntou dcmais no Br asil, em tod os
os sentidos. E cssa ambic ntacao foi tao pcnctran rc, tao
profund a, que venccu tabus e supc rou prcconceltos.
Hoje, jovens de familias japonesas casarn-se com mocos
brasileiros e vice-versa. Pcrccbemos que a miX;a japonesa e mu ito elegante e bela. Nota-se nas mu lheres dessa
raca extrema docilidade com referend a ao homcm. dentrc do casamento.
Scntem -se pcrfcltam ente a vontade, e parecem muito
felizcs, de aparencia sauda vcl c alegrcs. I negavclmente
sao mu lto ativo s c sc entregam a suas tarcfus em grupos
numcrosos, as vezcs. membros de uma rncsma familia.
Co mo par excmplo podcm os citar os prospcros comereiantes Irmaos Ka te, cstabclectdos com urn Super-M er.
cado, rnuito bern sortldo, de produtos sclcclonados c
artlgos de prlmeirfsslma ordcm. Exi stc no buirro urn
outro cstabelecimc nto congenere, e que foi 0 prim ciro a
scr construfdo por aqui. Dcnomina -sc Supe r-Mercado
Jardim da Saude e csui crguklo em area bem maior, ap rcsenta ndo inumcros boxes, cxplorados por varies comerciantcs, dos mais divcrsos gencros. Oua se todos elcs, exectuando-se a banea de ca rncs e de laticfnios, Irtos, enlatados e frut as secas, pcrte ncem aos ja ponescs. 0 Supe rMercado Jardim da Saade foi con strujdo ha uns cinco
anos mais ou menos. A preferencia dos moradorcs se divide. Ha os qu e apreeiam mais a modalid ade enscjada
pelos Irmaos Kate, ma is at ual, mats rapid a talvcz. As
donas de casa cscolhcm dir ct amcnt c os produtos dcscjades, pagando no final, junto a caixa, 0 total de suas
compras. No ou tre mcrcado as frcgueses solicita m 0 que
ncccssitam at ravcs dos balcocs c nao tern assim urn accsso
mais direto e pcssoal com as pr odutos cxposlos. No
cntanto, ambos tern urn movimcnto intense , que nos sabados che ga a scr dcsusado. Perman cccm abcrtos diariamente, de man ha al e 0 comeco da noit e, de 19 as 20
o
BAIRRO 00 j.o\RDI:\I IH SACDE
-i5
horas. A mbos procuram satisfazer 0 capricho de paladar,
dos mais divcrsos gostos dos mo radores do Jardlm.
Enfim, os japoneses que aqu i resldcm c trabalham,
formam conosco uma comunidade familiar. Aqui eles
rem suas cscolas. seus clubcs. sua Igre]a. entre elas urn
temple budista de singular apa rencia, na Aven ida Cursino.
com uma fachada cscurcclda sob a capa de uma pintura
preta. Ha ncssa Igreja um sino muito grande rcpousando
na parte frontal da rnesrna. numa face lateral, em uma
cspccle de nicho.
A lgumas vezes pudc prcseneiar vida no tem ple .
pois em gcral csta fechado, com urn ar grave, tacit umo,
distan tc. As reunifies no temple, em sua maio riu. acoIhem gra nde numcro de [apouescs com SUiIS famllias,
quasc todo s, pcnso. rcsldc ntcs no bair ro.
voltando nc vamcntc ao assunto do comc rcio do
bairro, de qnatq ucr cspc cic, pois c vanadlsslmo. cxistc
de tude aqui, gencros alime ntfcios, baza rcs. mcrcca rias,
estudlos fc togrdflcos, qultandas. ta rmacias, lojus de videos e quadros. joalhc rias, Iab ricas de movcis. pa nificadoras c confcitarias. edegas. casas de aves e avos. com
matadouro. accugues. uma chu rrascarla. casas de pccas
de carros e pncus. enfim cltariamos todo urn mundo.
medida que a lcmbranca nos ocorrc. da visao do bairro
nesse sentido. E na sua ma ioria a comercio em geral
csta nas maos des irmilcs orientals, fazendo-nos pcnsar
em urn pcdaco de Toq ulo. Nos balcocs des casas comerdais, succssivamcn tc, encon tra mos 0 vulto do japones ou
japonesa, vcndc ndo os mats vari ados a rtlgos com a incont undfvel classe de gcntilcza e atc ncao que nos brindam .
Sao dclicadissimos.
Existem mui tos sa locs de belcza cspalhadcs aqu i no
Ja rdim da Saudc . E qua sc todos elcs s50 di rigidos por
scnhoras au rnocas ja ponesas. c tern uma cllcntcla gra nde
de pcsso as do bai rro. Esse movimenlo e maier ao se
ap roxima r os fins de semana. Nas ocaslocs de festas,
natal, fim de a na, ca maval. pdscoa, etc. alg umas cubclci-
a
o B:\IRRO DO J,.\IUml IH sxom:
rciras fazem urn plantliu a partir de cinco horas da manha
e mesmo asslm nem scmprc dao conta.
Aparentemenrc acho que eles sao japonescs pclos
traces, po r hcrcdit aricdadc. mas acredito q ue a ma ioria,
au quasc todos elcs, principalmenre os mais jovcns, com
algumas excecocs. sao brasilelros, nascidos nesta maravilhosa terra, qu e indistintamente a tod os rcccbc, dando
cxemplo vivo, no concerto das nacocs, de urn puja nte sentimento de fratern idade e a mor.
Exis tem aq ui onmas casas de come rcio. As loja s
principalme nte, de artigos vnriados . desdc a sacola q uase
inslgniflcante ate 0 "chcmislcr", sao muito bo nltin has. Em
todas clas cxlbcm-sc essas dtminutas graces. miniaturas
cnca ntadoras, de origem ou inspiracao japonesa, qu e imedlntamcntc nos rcportnm ao pa is do sol nasccntc, das ccrejeiras em f1o r, das gucixas de TOsto tao bra nco, tao alva
como urn raio de luar .
Ha casas de discos, Iloricultu ras. casas de bisccito s.
postos de gasolina. garagc ns espccial izadas em lavagens
c ab rigo.
o que se ve muito. em pcrcurso pcqucno. sao os
cscrito nos imobilia rios. como ja foi dito. A com panhia de
lmoveis "Dourado". e urn dos rnais recentes. A proli feracao dessas empresas evidcncia talvez poss ibilidades de
se realizarem aq ui fertil campo de tran sacoes .
Tudo aqui parece f1 orescer, vibrar, apresentando
uma evolucao indisfarci vel. urn progresso indi..cutfvel.
Existem dois estabelcclmentos bancdrios para atendcr as necessldades do ba irro.
Os terrenos que cxistc m aqu i sao proc ura d lsslm os,
mas devido a cxigencia qu e perdu ra desde 0 inicio das
primeiras vendas, graces a visfio do dr. Paulo de Almeida
Barbosa, de nno sc con strulrcm industries au casas de
comcrcio em areas rcsldcnciais, aprcscntam um prcco e1cvade, posslvelmcntc rnais alto do que 0 sao as imovcis em
lugares em qu e nfio se faz cssa saluta r distincfic.
As ruas at ualmc ntc cstao em sua qu ase totalidad e
asfaltadas . Sao largas, amplas. Ted as elas sao arbori-
o
B:\IRRO DO
J..\RI>I"I D:\ S:\ODE
47
zadas, tranqtlilas, embora a zona comerclal e aqu elas vias
que sao itineraries de onlbus, ap resentam urn movime nto
mais intcnso. Esscncialmentc, pore m, a Jardim da Saudc
e urn bairro gostos o, calma , sauve, oudc, numa da diva
da natureza c no milagre da engen ha rla c da tecnica,
vive-se melhor e mals feliz.
Com refere nda ao campo da mcdicina a nume ro de
medicos de origem niponica predomi na ta mbem. 0 mcsmo sc pode falar dos dentistas. Os consultorios cst ao
espal had os em varies angulos . Muitos delcs sao diplo mados por nossas un iversidades, e sc nao sao patrfcios,
sao naturalizados, 0 que da no mesmo.
Q uando falo desse modo me cxpressando atraves da
palavra japones ou nlponico faco- o apenas no
sentido de mostrar uma faceta do Jardim da Saude, que
6 muito viva c salicntc para se nao conhece-l a, e tambem
para rnostrar uma caracterfstlca do ba lrro, pais vcrdadeiramcnte somas todos irmaos e vivemos a sombr a de uma
s6 ba ndeir a, qu e nao s6 aponta a beleza azul dos no ssos
ceus, 0 verdor de nossos campos, ma s fala sobretudo do
mais profundo c verdadeiro eto qu e deve unlr tod os os
sercs - a frate rnidade, 0 rcspelto mut uo, 0 amor!
Dispoe 0 Jardim da Saude de urn Parque I nfantil
bclissimo, numa area aproximada de 9 .000 metros qu adrados, situando-se na pr aca Jofio Rodri gues.
Apresenta uma constr ucao bern moderna, adapt ada
aos niveis mais atuais da educacao infantil c adolescente ,
e foi fundado ha 14 anos, mais ou menos.
Presentemente se eneon tra em rcformas, pintura e
novas depe ndenclas, 0 que denota a grande preocupacao
que as autoridades munici pais cst ao dedicendo a crlanca,
procurando ofcreccr-lhc urn ambientc nfio s6 cspacoso,
agradavel, mas onde possa expandir-sc c cxprcss ar-se
completame ntc.
o local onde se localiza 0 Parque Infanti l do Jardim
da San de e muito bern situado e foi muitissimo bern escoIhido. A area 6 belissima, contfgua a Biblioteca Mu nicipal do ba lrro .
48
o
BAIR RO DO
JARDl~1
DA SAODE
Abriga um nume ro aproxirnado de 300 crlancas
mat riculadas, de 3 anos comple tes ate 11 anos e mcto.
As criaucas pcrmanccem no Parquc no pcriodo integra l
de 7 hor as e 30 min ute s da rnanhii ate 17 hor as, ou em
d uas ctapas, das 7,30 ho ras as 12,30 c das 12.30 as
17 horas .
A pos as doze anos, 0 cducando passa a Ircq bcn tar
os centres juvcnis notu rnos do Pa rq uc.
Pa ra scrcm matriculadas. as crlancas dcvcm ap re·
sen tar atestado medico, ab rcugrafla, certld eo de nasctmento c atcsrado de vacinas.
Alcm de urn a mbientc que pa rccc scr mui to agradavcl c sadio, guia ndo-se pcla amplitude da scde e do
loca l, c dos miriades de vciculos de cxp rcssao q ue a
cr ianca cncontra, no Pa rqu c I nfan til do J a rdim da Snudc
cia e, sob 0 porno de vista altmcntar, tarn bcrn, muhlsslmo
culdada .
Co nfor me dado s fornccidos pcla professora dna.
Lea Marzagac Bringhs, dlretora do Pa rq uc Infa ntil, as
cr iancas rccebcm altm cntacao com plete, que abrangc urn
almoco bern sub sta ncloso e dais lunches ( lclte, chocola te,
pao, ba nana-mel, avcla , doccs, etc.).
A assistencia medica, num ambicnte assim, n50 podcria faltar, e ela sc distribui. em vanas espccialida dcs
a tim de podcr cstar a alt ura de sua missao, ate ndendo
cases q ue possam surgi r, cxig indo uma atcncno mats
acu rada . As sim, cxistc m 0 pcdiatra, 0 psic6logo, oftalmolog ista, 0 cirurghto, 0 dcntista.
R clativa mcntc aos familla res do cducando, 0 Pa rq ue
Infa ntil, at raves de seu post o de puer icult ura, da a asststencia dcvida.
Inumcras miles q ue trabalham. aq ui rcsidcntcs, dcixam as cnancas cntrcgucs it oricntacao c guarda do parq ue
infantil do bair ro, pais sa bem q ue ali, co m seguranca,
nada lhc falt ara. Teriio 0 complemento do lar.
Ale nt da rcsponsabiltdadc das cducadoras, as criancas dispocrn de uma seric de vcfculos a u lnstr umcntos
atravcs des quais podcm dar vazao as suas vcrdadetras
o
BAIHRO DO
JARDI ~t
DA SAODE
49
naturczas, dcsabrochan do c lnccntivando faculdadas a rtisticas, criativas, que , de outra forma, pcrmancceria m, a pagadas au num cstdgio amorfo.
As criancas dividem-sc, com 0 fim de serc m mais
cficientemente aprovciradcs os scus dotes, em tres nivels:
pequctlos
de 3 a
4 anos.
medias
de 5 a
7 a nus.
grandcs
-
de 8 a 12 anos.
o
program a cducacional e dcsenvolvldo na for ma
de Unidade de Trabalh o, alcancando dcntro da rccrcacao
orientada as variado s sctores de cstudo.
Programas do Parque Infa ntil do Jardim da Saudc,
confo rmc dados que me for am fornecidos, muito gcntilmen te pela digna diretora dcssa entidade.
5.1. Unidade de Trabalho
I Plancjamcnto.
Justificanva.
O bjctivos.
a ) de aspecto formativ e.
b ) de aspccto informative .
II Lancamento {Motivacfio }.
III Desenvolvimento.
1. At ivida des que abran gcm as ar eas de lingua
patrta, ma tcmatica . cstcdos socia is e clencias :
palestr as
cstcrias
core falado
50
o BAlH lt O DO JABm.'o1 D A SAUD E
roses intclc ctivos
emrcvistas
convcrsacao
lcitura incidental
dramatlzacao
tca tro
cinema
bi bliot cca
excursocs
expo corpora l (m imica )
coordcnacao motora
orlcntacno cspaclal, Iatcr alldadc
pcrccpcao c discriminacao visual
pcrccpcao c discr lrninacrio a uditlva
memoria visual
complcmcnto de figuras m utiladas
2. A ries plasticas
ativldadcs cspo ntan eas e cna doras
desenho
modcla gcm
plntur a (varies tipos e tecnicas )
cartazcs em gru po
recortcs
dobradura
rcpieag cm
o
BAIHHO DO JAHDL\I VA SAODE
5t
colagcm
diorama
armacccs em cartolina
3. Aries domesticas e industriais
made ira
estamparla
couro
decoracao de cbjetos
trancagcm
cncadc macao
metals
culinaria
pcquenos consertos
c1etricidade
horticultura
bo rdado c costura
4 . Area de saade
A tividade de rotina
higiene (atividade de retina )
vacinacocs
banhos
campanhas
curati ves
5. Educacaa Flsica
atividadcs natura ls
52
o
B:\IRRO DO j .... um.\l IH. SAODE
( ma rchas, corridas, saltos, etc .)
cx.: simples pa ra coordenacao moto ra
roses moto res
jogos valor postural
roses scnsoriais
rogos intclcctuais
iniciacao csportlva
cxercicio para rccupcracao
cd ucacao ffsica dramatizada
cd ucaca o flsica gcncralizada
natacao
Educacao Musical
orfcfio
cantos rccrcatl vos
audicao de discos
ba ndin ha ritmica
cxc rcicios rttmtcos
da ncas e musicas Iolclc ricas
brinqucdos canta dos
rnusicas ensinad as
codas cantadas
hlnos enslnados
IV -
o
nuuuo
Cu tminancia (festas, solenidadcs, cxposicocs,
visitas de macs, ctc.}.
DO JARDnl D A SADDE
53
V
VI
Material aud io visual empregado.
Avaliacao de cq uipc.
A meu vcr, 0 Pa rq ue I nfantil do bairro e excclen te.
Um dos mclhores de Sao Pa ulo. Um vcrdadctro parafso
para a pctizada.
Co nclulr-sc isso e otirno , pois sao justiflcados todos
as cuidados, prcocu pacoes que sc dcdiqu em as criancas.
Em verda de, elas sao, como os jove ns, os csteios da patria, de urn amanhfi, que devemos dcsejar sc]a mclhor do
que hoje.
A rccrcacao bern dirigida, mescla da
minlstracao
de conhccimentos, de modo adcquado, prepara aquelc s
allccrccs solid os na alma, na mente infan til. Uma infa ncia cercada de coisas alegres c boas, C meio camin ho
and ado para se alca ncar, mais tarde , no m undo, 0 verdadeiro lugar, e a prop ria felicidade .
Tudo que sc Iizcr it crianca, em materia de cducacao,
de asststencia em todos os niveis, nunca sera demais.
A mtssao do educador , em min ha oplntao, csta
acima de qu alquer outr a, e superior rncsmc ao trabal ho
genial de um gra nde artiste . Nao cxistc tarefa que Ihc
sobrepu]c em impor tan cla a u grav idadc .
o ar tista trab atha na ma teria, cujo circ ulo vibratorlo
de existencia ainda e lento, limitado. As conseq uencias
de sua obra tem urn dctcrminado alcancc. A crianca,
m ulto ao contrario, t ras em sl 0 mlstcrlo e a profund idade da propria vida . Sua alma podc ra ser lim instrumenta vibra nte, chcio de receptividadc . A crianca corresp onde de modo maravilhoso cos cst lmulos q ue the sao
cnviados, mor mcntc os cons trutlvos c positive s.
Sob esse pnsma, no amb ito de scu Pa rq uc l nfa ntil,
o Ja rdim da Saudc csta de parabens. Eo cstiin tguatmcntc
as autorldadcs que crgucram esse cdif icio no passadc, c
aquclas que the diio 0 apoio no presente. A todos aquelcs,
enfim, que de uma mancira ou outra, lutaram para a
cxiste ncia dessc Parquc no bairro.
a
54
o
DAIRRO DO
J AHDI~I
DA SA(T DE
Pereorrendo as amplas instalacocs, embor a esteja
em reforma, fiquei devcras encantada . Ja vira anteriormente outras entidadcs similarcs, e nee pod ia imaglnar
que houvesse em meu ba irro uma assim tao comp leta,
pareeendo-me altamonte eficaz em seus objetivos. E cheguei a pensar : assim e muito gostoso scr cr tanca. com urn
camp o imcns o para sc vivcr bcm e intcligcntcmcntc.
o problema infantil e mu ito scri o. Ncm scmpre os
pais, nem sem prc os professorcs, podcm ou sabem dar a
ssses pequc ninos as meios mats certos e capazcs para dtssolver a cortina dcnsa que, tal uma serpcntc, se enleia no
ser, mina ndo-lhc as focos csptrituais de cncrgia. subtralndo-Ihe a luz, a alcgr ia, a paz. E ssa cortina que sc vai formando inicialmente de fora para den tr o, at e sc instala r
deflnlt ivamc ntc no amago da er iatura. Dcpois virao as
lmagcns dcfeituosas das coisas q ue nos rodeiam , das pessoas e do proprio mundo.
E m mcu parecer, aeho quc a cducacao de uma
crianca, os cuidados que rcq ucr, dcvcm sc iniciar nos primeir os con tactos com 0 mundo, c nilo estaremos cxagcrando se fixarmos esse lnstante no me mento do prlmelro
chore infa ntil. T odos os govcrnos, as autoridades constltufda s dcvcriam outorgar ao problema da crianca a r naxima atencao, os supremos desvelos.
E 0 proprio rnundo que sc csta crlando, na forma<;ao dos condutorcs do amanha, aquelcs que lrao tomar
as redcas do univcrso e eonduzi-lo ao seu real destine a u
cntao leva-lo a fim inominavcl. E sc nao for com uma
ideia tao vast a ou urn pcns amcnto tao arnplo, pcnscmos
nas cria ncas simplesmente como se res huma nos, cnndida tos na turals a fclicidadc e alegria .
Ja disse algue m qu e a cultu ra c adiantamento de
urn Povc sc avalia m pclos cu idad os e dcsvelos que d irigem aos pequcninos.
A or icntacao nega tive nega a crianca urn dcsabrochar complete. I mpossibifira-lhc de antigir com naturalida de 0 sazo namento de suas qu alidades e vlrtudcs . Interccpta-lhc 0 passo, fa-la estagnar. Mais tarde, ao despertar
o
BAIRRO DO J ARDI M DA SAODE
55
do estranho torpor. sera tar de demals. Scmi r-sc-a por
certo tao dista ntc daqullo que realmcntc dcver ta scr. Essa
expenencia lhc acompa nha ra todos os passos. Sabcrnos
disso , po r nos mesmos ou pelo excmplo de outros.
Atualmcnt e, scguindo 0 caminho de parses evoluid os.
o Brasil. e pr incipalmente S. Paulo. tern procurado sc
ma nter na vanguarda. nos c uidados
infancia.
A oricntacao da crianca com amor c paciencia
podem opc rar cois as ma ra vilhosas . No Parquc Infantil do
bai rro , sabcmos que a crianca ap rcnd c br inca ndo, divertindo-se. A rccrcacao na vida infantil c lndlspe nsavel,
pois essas cponunidades enscjam ao espirito infan til os
meios de sc cn nqucccrcm interlormcnte.
No Parquc Infan til do Jardim da Saudc cxistc rccrcacfio em tod os os scnt idos . Po r falta de brinquedo as
crlancas ntto dcix urno de apre nder. D a mbien te que se
prepara para clns, sob multiples aspectos, c agr nda biHssimo.
As depcndencias do Par que s5.o cxcclcntcs. Diria ate ,
extraordinanas. E pod em ser asslm dtscnrninadas: salao
de festas. de [ogos, quadras, salas de musica. diretoria,
refeitor io, cozinha , almoxarifado, pa lco, plscina c campos para jogos var iados.
o Par qu e agora esta tranqiiilo. sllcnclosc de vozcs
infantis. Suas purcdcs , scus espacos. scus br inquc dos parecem ado rmccidos.
No cntanto. quando 0 tempo cbcga r. clas viri io em
bandos. T ao alcgres c r isonbas como pessa ros fclizcs. E
salt itarao de tod os os lades. cantando c batcndo palma s.
Co rrcrno em bu sca des brinqucdos prcdilctcs. dcscjos de
ruatar num so lnstantc a sa udadc de tanto tempo.. . A
boncca de tranca do urada cstara por pcrto. a massinh a
tao gostosa para Inzer lim mundo, bichiuhos, casin has, etc.
O utras ira n pclos campos, brtncnr de corrcr, rcsvavand o pelo cscorrcgador, subindo na gangorra e cntrcga ndo-se aq ucla scnsucao de voo quando csra na balance.
Hojc tudo csta calma. As cr iancus cstfio longc.
T alvez sonhcm com 0 instante do retorno .. ,
a
56
o
BAIRRO DO J..\ I\I)I:\I D.\. SAODE
As pa rcdcs que guardam a intimid adc do rise c brinca deiras dos pc tizcs, Iala m-me , em est ran ha Iinguagcm ,
de urn mundo cncantado . . .
•
o Pa rq uc l nfantil do mcu bairro csta sob a jurisdicao
mais alta da Prcfcitur a Mu nicipal de Sao Pa ulo, atualmente com 0 di nttmico c j ovem engenheiro de. Pa ulo
Salim Maluf a frente.
Pela natureza de seus objc rlvos, 0 Pa rqu c I nfantil
subordlna-sc di retam entc ao Departamento de Ed ucacao
c R ccrcio , da Sccrcrarla de Bducacao e C ultura do Municipio.
T an to a cducacao infantil, de criancas de 3 ate 1I
anos c mcio, como dos maiorcs, de 12 anos em dia nte,
que freq uentam os ccntros juvenis, que funclonam 11 ncitc ,
acredito que 0 Pa rq uc l nfa ntil tem ati ngido plen amcnt c
suas mct as cd ucacionais, fazendo a crian ca mais feliz e
mals cia rnesma. A presenr;a dessc Parq ue Infantil veio
cmbclcz a r mais e tornar melhor ainda 0 me u ba irro - 0
J a rdi m da Sau del
Vamos agora conhcccr urn centro de eseoteiros, tambern destc bai era .
E ntre as orga nizacocs de finalidadc educative, cxis tc
aqui, fato que e mu insslmo anlmador, urn Centro de Escotciros dcnomtnado "Centro T uiucuc''. F ica situado num
Iugar bclfssimo, rodcado de pinhciros e ma ravilhosas arvorcs, a cu]a sombr a live uma vontadc louca de scntar,
nao apenas para pcnsar, para mcd ita r, mas pr incipal mentc
pa ra son ha r.
Os passaros can tavam . fazcndo fcsta nos galhos, saltltando daqui, sal tita ndo dali.
Ncsse tran qiiilo sitio ergucu-sc uma construcao de
madeira , de forma rcta ngul ar, cuja pin tum lembra 0 colorida das matas, a alcgria dos campos, de que as cscotciros tanto apreciam. Conforme ur na plaea qu e sc
cncima, 11 entrada, a gentc conclui, pclos dizeres, que
deve ser urn ponto de rcuntao dos escoteiros do Ce ntro
T ulucuc, no bairro do Jard lm da Saudc, e que csta sob a
dlr ccgo do comissarlo do Distrlt o da Saudc (2 1°) , 0
o HAm RO DO
J AHDI ~ 1
I>A SAUDE
57
multo dtnamico sr. Ma rl in Oska r Mu ller , residcntc a
avcn ida Bosque da Saudc.
A finalid ade da orga nizacao des csco tciros, ningucm
ignora,
dcspe rtar be rn cedo, no hornern, a consciencia
do deve r, 0 a mor ao proxi mo c aq uelas mar avllhosas qualldadcs que abrem caminhos
criatura no scntldo de sua
rcattzac no c fclicid adc.
Existem milhares e milhares de cent res de cscotciros cspalhados po r todo a mundo , enriquecendo a juvcntude, discip linando a at uacao do homem frcntc a scus
semel hantes, no ob jctivo de scr essa vivencia cada vcz
mals perfeita, cada vcz mais alta.
A semcntc que Robert Steph enson Smyth Baden
Powell, brllhantc oficial do exercito brita mco plantou,
aproximad amc ntc em 1908, organlzando a movimcnto
pa ra a for macao de corpos de cscotclrcs, deu os melha res
c rnais pro dtgos fru tos.
Scntindo de perto ssscs resultados c 0 gra nde valor
que se podia tirar a favor da cducacao dos mcninos, todos
os pafses do mu ndo passaram a ad oui-lo.
A presence de um Ce ntro de Bscoteiros em urn
hai rro e urn sinal com plcta mcnte positiv e em sua cvolu cso, indicc ta mbe m altame nte rccomcndavcl de seu progresso.
o Centro T uiucuc, situado a rua, ou melhor a prace
Joflo Rodri gues, 130, tcm a sua historia, logica mcn tc, c
you conta-la para que todos possam conhccc r mais de
perto essa entldadc, e possa quere-la muito c adn ura-la.
pais e, scm favor ncnhum, nuclco de ap rcndlzado de rea l
valor.
At raves de um rclato rlo da tilografo, que 0 Sf. Muller
houve par bern me cm prestar, tomci ciencia da crlacao c
dcscnvolvml cnt o dessc Ce nt ro.
No diu 1.° de maio de 1954 , urn gru po de garotos do bairro procurou 0 Sf. A veline Ribeiro, a ntigo
rcstdenre, cx-di rcto r em varlas gcstocs da Socicdadc
A migos do Ja rdim da Saudc, solicltando-lhe as ajudassc
a organizar urn qua dro de futcbol .
c
a
58
o
UAIIHlO DO
J A RDI ~ t
DA SAUDE
Diante dos mcnlnos q ue the pcdia m tal coisa. ' prescrutando 0 scmblan tc de cada urn, olhando-os nos olhos
vivos, no sorriso travesso, nas maos lnqulctas, passou -lhc
pela ment e, por certo, uma lembranca remota de sua
inffincia .
Vi u-sc menin o tambern, dcscjoso de participa r de urn
clubc, de unir-sc a outros garotos c crier alguma coisa
agradavcl, util, que enchesse suas horas.
Ali estavam eles, ta mbcm como no passado . T inham
o olha r ansioso, como sc temesse m a negativa que pod ia
vir, ficando assim sem resposta 0 sonho de seus coracocs .
Mas os garotos haviam cscolhido bern, po is 0 Sf.
Avelino pareeia sen tir, de ma ncira intcnsa, 0 prob lema dos
garotos. Se 0 haviam clcgido pa ra tal fim nao iria dccepdona-los. Pclo contrario, foi ale m. Ajudou os garotos
naq uilo que dcscjavam - um qu adro de futebol. Era
pouco, e fez lsso com sarlsfacno . Deu-Ihcs, cntrc tan to,
como dadiva maior , lim nuclco de cscot eiros, ondc a garotada iria, dcsde 0 inlcio, rer uma nocno de rcsponsabllidadc, de valor, aprovcitando os instantcs rnaruvilhosos
que a vida no s outorga para dividi-Ia entre 0 service honroso e as dlvcrsocs agradavcis, em con tac to com a
na tureza.
Ess a ideia ent usiasmo u 0 sr. Avclino R ibeiro. Sentia -sc, elc mesmo, quasc urn mcnin o, na cspcctarlva de
alcan car 0 sell objctivo. Sua alcgria dcvc haver side mu lto
grande, imcnsa, qu ando, rcsolv ido a esse passe), conv icto
da rcccptividadc entre as menin os do bairro, dir iglu uma
carta a U.E.B. ( Unl ao dos Escoteiros do Bra sil) - RcgHio de Sao Pa ulo, solicitando a imprcscindiv cl co te-
nzacno.
A rcsposta niio tardou, c trouxc a ordcm cspcrada.
Centro de Escotciros Tuiucurc ccmccou a cxistir, tendo
11 Ircntc 0 chcfc Aveline, c cons tituldo de out ros clcmentes, em numcro de onze: Ublrajara, Sevilla ( posterio rmcntc chcfc Sevilla), Jose Roberto Dupont Ferreira,
Jose Miranda, Chtquinho, Zezinho, Joiio Ronch csi, Jorge,
Bcncdlto c Jose Maria .
o
o HAmRO DO
JARDI~f
DA SAn DE
Sf)
A garagcm da rcsidencla do chcfe Aveline sena 0
local provisorio da scdc. onde os garotos passa ram a sc
rcunir.
Os Estat utos da Unifio, que vigoravam ncssa epocn,
cx rgram
uma Comisno E xecutive a fim de dar ao grupo
o cu nho indispcnsavcl de Associacao c pudcssc. dessc
modo. fun cionar.
De aco rdo com esse dispositive, formou-se a pn·
mcira dirctc ria . cujos mem bros forum cmpossados nos
rcspcctivos ca rgos ;
Virgilio Martins Ribeiro. prcsldente
G ermano de Barros Era rdt, sccrc ta r io
Angelo Salvia. tcsou rciro.
Passaram-sc varies mcscs. 0 Cen tro contl nuava
firmc. progra mando atividadcs, e funcio nando na garagem
da moradia do sr. Aveline R ibeiro.
No enta nto etc crcscia. Aumcntava 0 numcro des
mcninos. 0 movimcnto cxigia um local maier. ondc as
atividndcs des cscotclros pudcsscm SCI" progrumadas, estudadas. CIC., co m rnais amp litude c libcrdade.
Fize ram-sc gcstocs junto :\ di rcrcna da Sociedade
Amigos, a q ual hou vc por bem dcferir 0 pcdido Ieito,
ab rindo as pones de sua sedc e conccdendc ao Centro
autorizacao para ali faze r us rcuniocs. nos dlas apropriados.
Esse acomcclmcnt o rc pcrc utiu Iavorav clmcnrc 11 0
cs pfrlto de todo 0 grupo. A Socicdadc A nugos do Bairr o
dava sua cotaboracao. incent ivando aqueles garotos c
jovcns a prosscgui r em suus Iutas c objctivos altruistas.
Scnti ram no gesto da Socicdadc uma cxprcssac de
cstima e de rcspcl to acs a nseios do grupo.
De mem ento. como medida tran slto ria. lsso fora
oti mo. c enquan to nnda ern cont rdrio succdiu, o Centr o
(los Escotciros ia rcalizand o a s sc us encontros, naq ucla
scdc.
De qualquer modo 0 saldo das conquistas era otimo .
Era urn pnmclro passo. Ou tros n50 dcmorariam a scr
dados.
00
o
IH lItHO IX)
JARDI ~1
DA SAODE
o grupo contava com alguns lobinhos e ja iniciava
uma alcateia .
Nessa ocasiao. na scgunda glcba do Jardim da Saudc,
de proprtcdadc da Goral Socicda dc de T err enos do Jardim da Sau dc, rea lizavam os cscotciros suas rcunioes de
campo.
Co m 0 fim de alcancar mcdidas mais solidas c duradouras, 0 incansavcl chcfc Aveline cnvidou esforcos junto
ao de. Pa ulo de Al meida Barbosa, urn dos dlrctorcs da
Gcral, a rim de que fossc ccdido, a titulo prcca rto, 0 usa
de urn imovcl que sc dizia pcrtcnccr a Cia . das Agu ias
da Sande, mas sc encontrava compleramentc a ba ndonado,
scm nenhuma utilldadc.
N i io Ioi bern succdt do. Apcsar de sua imcnsn esperanca, de seu podcr persuasiv e, e convic to de que abonava ca usa justa e nob rc, rcccbcu catcgorica c forma l
negative.
Niio csmorcccu porcm. Convcnccra-sc de que a luta
nfio cstava acabada c haviam out ros cami nhos, ondc encontrar a concretizacao des planes . Afinal de contas era
um cscotct ro !
Bat cu a outra pori a. Procurou 0 dirctor gcra l dos
parq ues infantis de Silo Paulo. Con tou-lhe toda historia
do grup o, o son ho dos meninos, a lmportancia do nucleo
para tavorcccr os garotos, os jovens, eontribuindo decidida mcntc no progrcsso e na clcvacfio do bair ro. FalouIhe de sua odisseia , de suas lutas, de sua invencivel fc.
Bmbor u fat igad o pelos ultimos insucessos, e dado 0
tempo que sc ia passando, scm solucao, 0 chefe Avel ine
tinha marcado nos Iabios urn sorrls o, urn sorris o grande
de fclicidadc c alcgria. Ti nha conscie ncia de que lutava
po r algo bom e justo e cssa percepcao lhe outorgava uma
indiscutivcl forca. que sc fez mostrar na sua pcrslstencla,
na sua quase tcirnos ia frente aos ob staculos que surglam.
o sr. J . Silva Azevedo, conh ccido pclos amigos c
Intimos, de Joca, sc pront ificou a ajuda-lo. Foi enca minhado um oficio ao Convenio Escolar, pcdindo sc construfsse para 0 grup o de Bscotci ros Tu iucue, em proprios
o
BAIRRO D O
J AR D I ~ I
DA SAOOE
61
da Muntclpalldadc, urn galpao de madeira, no Ja rdim da
Saudc , identico aq ueles que se construfam cntao para funeionamento das escolas municip als.
E 0 tempo corrla. E nao vinha m as rcalizacocs concretas com referenda a concessso do imovcl para a scdc
dcfinitiva no bairro, a favor do centro. Co rr iam vclozcs
as horas, proeurando ardilosamente que as cspc rancas sc
dcs pctalasscm, c 0 homcrn, convcnctdo da inutilida de de
scus passos, parassc de sonbar.
o tempo se alongava . Mu daram-sc as roupagens da
terra na chcgada das estacoes e no rastro de dias formosos ou tris tcs, de instantcs de luz ou tcmpcstadcs,
aquelas providenclas pareciam ha ver pa rade. 0 proccsso
rcfercnte ao assunto do galpao, ja possu indo a planta,
fora engavetado!
o chcfe A velino porcm niio sc aco modava e nfio sc
dcsll udla . Sua vontadc de veneer sobrepunha-se a cada
cntravc, e contlnuava para a fren te, con victo de que 0
succsso scrla 0 resultado. Ern qualqucr instantc iria encont ra-lo, face a face. E ra 0 agcntc pcrfcito para as empresas dittceis, cxtrcmamcntc vivo.
Nao pcrdia urn movime nto, urn passo. Sabia, em
todo esse tempo, ondc 0 processo estava, como c porque.
Nao podia, dircta, pcssoalmcnte fazcr uma intcrvcncao
nos a utos. Aguardava porem, atc nto, buscando amiude,
cont actos c notfcias, diplomaticamente.
Passaram-sc assim quase cinco anos. Ncssc interim,
a Convsnio mudou a sua direcao rnais de uma vez. 0
processo, nas tr amitacoes q ue tlvcra, fora sc avolu mando
de papeis e mais papeis. Por ondc passava levava algo
mais, como sc todos dcscjasscm pcr manccer em suas folhas,
fazcndo parte de sua historia ...
Mas, la csrava 0 chefe Aveline, aguardando instante
prcclso, a oportunidade esperada.
Em J 955 , uma ba ndeirante procurava urn mi clco
de esco leiros para 0 scu primo Artur ingressar como lobinho. Cecilia, a filha do sr. Aveline, lcvou-a a seu pa i.
Em companhia deles vieram tambem os pais do A rt ur,
62
o BAIImO DO
JAR Dl~1
DA SAODE
que Coram nomcadcs, dada a natural simpatia que nutriam
pclo movimento, consc lhciros do grupo. Postcrtormcntc.
o pal do garoto, dr . Claudio Badra, tornou-sc prcsidcntc.
Ficou assim Cormada a scgunda diretoria:
Eng.v dr. Claudio Badra - presidcnte
Alvaro Tavares - secrcrario
Angelo Salvia
- tcsoureiro
A presence do dr . Claudio Badra Coi mu itissimo benelica para os propositos do Centro T uiucue, visando a
sede propria, lsto por que esse engcnhciro, com largo
circulo de amigos nos divcrsos sctorcs da Prcfcitura Mu nicipal de Sao Pa ulo. nao rega teou csforcos a rim de trazer para 0 Ce ntro T uiucuc, aq ucla sonhada conquista.
Seria 0 continuador do chcfc Aveline, q ue dcixara a partir
de cntao cssa incumbencia , certo de qu e 0 rcfcrido cngcnhciro tcr ia 0 mcsmo cntusiasmo e 0 mcsmo dcscjo de
veneer.
Enquanto a solucnc nfio vlnha c tudo pcrmuncclu na
mesma, foi ccdido a titulo de cmprestimo 0 uso das dependencies do Parq uc ln fantil do bairro, que ncssa ocasiao, nao sc sabcm cs motives, estava complctamente
abandonado.
o comportamento do grupo de csco rciros do Ce ntro
Tuiucue Ioi lao no tavcl - isto e comum ent re eles que a Prefeitura convenceu-se de que ali cstavam cxcelentes guardiacs tic scu patrirnonio pois alem tic afusta rem
os maus elementos, mantinham tudo na ma is perfe ita
ordem, com as depcndenclas no maior asseio, em condi,ocs de serem usadas a qualquer momento.
Em noverubro tic 1958, con for me consta do livro da
Tropa, os cscote iros trabalh aram para adquirir tijolos,
para construcao da scdc, a qual, com alegria gera l, a Prefcitura iniciou . Nessa ocaslao, fez-so prescntc 0 sr. dr .
Bgbcrto Maria da Luz, cntao prcsidentc da U.E.B. , Rcglao
dc S. Paulo.
Em 1957 fol clclra para 0 perfodo de 1958 - 1959,
a scguin te Diretoria Execu tive, que assim sc Cormou :
o
DAIRRO DO
JARDI ~I
IH. S.\UD E
63
Bng.v Claudio Bad ra -
prcsldcntc
O tlllo B. Maia Fernandes Angelo Salvia -
sccrcrario
tcsourcl ro
Postcrionnentc, em 1960, clcgeu-sc lima nova d iretoria, cujos cargos foram assim dist ribuidos:
Martin Oska r Mu ller E ulo Baron cclf -
prcsidcntc
sccretarto
Durval Gomes da Costa -
tcsourciro
A atual dirctoria ten do II Ircntc 0 dinamico Martin
Oskar Muller, como tern side praxc, pclo ideal que sc
accndc na a lma de todos os que se filiam a r novimc ntos
dcssa ordem, tern dado 0 melhor de si atraves de seus rcprcscntan tcs, para alcancar as resultados mais POSltIVOS,
a favor do Ce ntro T uiucue, pondo em Ulll nfvcl be m
alto scus objctivos.
A presence dessc grupo no bair ro do Jard im da Sande
valoriza nossos mcninos c nossos joven s, po is 0 q ue UIIl
ce nt ro de cscotci ros faz resu me-so em cxpressa r na pe rsonalidadc a q ue cxistc de mclho r no indivfd uo, faze ndo-o
um a cclula positive na vida de rclacocs.
Urn grupo de cscotciros dcvc obngntoriamcntc possuir entre scus com ponentcs, mcninos de 7 a I I anos,
que sao as lobinhos: de II a 15, os cscotci ros: de 16 a 18
seniors, c dessa idade ate 22 anos, pionciros.
o ruimero besico para sc forma r urn grupo csni no
conj unto de 11 eleme ntos.
Como soc aconteccr co m rodos elcs, vao a umentando
progrcssivamcntc, dando o rigem ass im a ou tros grupos, a
o utros mo vimcntos.
o nome T uiuc uc podc nos pa reccr cstranho c de
pronuncia dificil, m as e hem sugcstivo c csta mu lto unida
as coisas nossas, a nossa hlstorla. Essa palavra lcmbra
um luga r on de sc travara m sangrcntas batalhas na guerra
do Pa ragua i.
04
o BAIHHO DO
J An DI ~ l
DA SAODE
A tualmcntc, a Centro Tuiucuc , que c urn pat rtmonio
de valor fm pa r no bairro do J ardlm da Sande, tem os
scns quadros completes, e ja se pre para para dar nascimento a outre grupo. levando assim, indcfenid amcnte,
para cada vcz mais longe, 0 ideal de Baden-Powell, e
multo alia 0 nome des cscotciros de nossa terra!
Urn outre fato muito expressivo e que dcmo nstra a
pujanca do Jardim da Saude, a sua ansia de progrcsso,
e a prcscn<;:a de um jorual que 0 rcprcscnta na comunidade de bairros de nossa cidadc.
Esse jornal c de criacao rccc nte. Nasceu da ideia de
urn jovem idcallsta, que reside aqui no bai rro c sonha
em Iaze-lo au transforrna-lo em uma comunidadc lidcr.
o homem tern suas ideias e as vezes os sonhos sao
tantos e tao intensos que a criatu ra prccisarla sc dividir
ou crcsccr em multiples faces pa ra viver de pcrto todos
des. Entfio imagine, idcaliza, cria, e ncssc proccsso alcanca muitas vszcs, 0 caminho, a solucao.
o jornal do bairro talvez tcnha sldo asslm na alma
de Jairo Rogero, que foi 0 scu idcalizadcr. Um vciculo
que fossc, como incansavcl passa ro, a todos os cantos
lcvando uma mcnsagem intcligcntc, levando esclarccirncntos, lcvando amizadc, comprcensao. Um jornal que Iossc
urn cia, que unindo os lugarcs untssc os scus homcns.
Qual ccntclha pcrtu rbadora, qlle 0 pcrscgula e ao
rncsmo tempo 0 iluminava, J airo rcsolveu concrctizar a
seu sonho. Fez uma pcsquiza prcliminar. Auscu ttou moradores. Ouviu as mais diversos parecercs. Uns contra,
out ros a favor. Havia os pcss trnlstas que cspantavam
com a ideia: - "Um jornal? Voce csta louco, rapaz.
Ja exislem tantos, para q ue rnais um? Quem ira lcr?"
Mas havia os cntustastas: - "Otlmo. Urn jornal e
ctimo. Lcvani a lugarcs distantcs c aos proprios moradorcs
a nossa historia, os nossos sonhos, c atraira para suas
paginas a hlstcrla de outros bairros, scus pcdidos, sugcstoes, protcstos. Havera luga r para todos, Mia e asslm?"
Jairo dell cntao 0 ultimo passo. Fundou 0 jor nal.
Dcnominou-o: - J a rdim da Saudc em Revista. pais em
() BAIHH(} DO
jxumxr
IJA SAOUE
05
ultima analise era isto realmente 0 q ue iria significar,
embora desd e 0 inlclo fosse uma tribuna da Zona SuI,
sobrct udo os que rnais proxlmos cstao, c rnais unid os pareeem eom ungar conosco.
Saiu 0 pnmciro nu mero em outubro de 1968. Nessa
primcira cdicao houve uma cnquctc entre os moradorcs,
proeurando 0 pc nsamcnto de todos sab re 0 jornal, sabre
o bairro e pcdi ndo sugcstocs.
M uitos se manifestaram . De um modo gcral a idcin
encontrou uma acol hida favoravcl. 0 Jardi m da Saude
em R evista, ganhava 0 \. 0 "round". Ir ia continuar.
E , de fat e, para prova-lo, ai cstao oito numcros,
dcsde que nasceu, pois e, men sal. Nfio houve interr upcocs, nem dcsanlmos.
Ja csta no oitavo numcro e coisa signif icative e rnaravllhosa, au mcntou as tiragcns. B distr jbu ido gratultamente entre os bairros: J ardtm da Saudc, Vila Morais,
Vila Brasilina, Parque Bristol, Bosque da Saudc, Jardim
Prcvldencla, Preca da Arvorc, Vila Ma riana, Jaba quara ,
Vila G umcrcindo, Alt o do Ipiranga e Sacoma.
Esse ja m ul csta fazcndo uma promocao m uito positiva do bairro, alent de scr urn vciculo ahcrto a todos os
outros bairros da slmpanca Zo na-Sul de nossa cldadc.
A presenta lnte rcssa ntcs e suges tlvas pub ficacoes em que
se percebe a prcsenca de nossa mocid ade , rcsponsavel,
atu ante , dando a sua nota mats accntuad a.
Sua diretoria esta assim co nstit ufda: Dircro res presiden tcs: Jairo Rogero e Cyro de Castro ; di rcto r respon savel: Mario P alluzi; redator: Jair o Rogero ; F otografo :
Miguel A . Trocolli.
o propr lctar lo do jomal rncnciona co c rambcm um
dos idcalizadores de uma out ra ernpresa - a Bscudcria
Jasa . Pode-se notar por at, o di.iamismo desse jov. m, q ue
procura dar de si 0 melhor, clcvando 0 nome do Jardim
da Saude, sob va ries aspecros .
A Esc udc ria Jasa, confo rmc ele r nesrno conta, nasce u
do sonho de um grupo de [ovens destc ba irr o. Esta sit uada na Avenida Curs ino e conta atualmcntc com 150
GG
o BAIIUlO DO
JAnDI ~ 1
DA SAuDE
associados, que parccc rcprcscntar a totalidadc do s jovcns
aqu i rcsidcntes.
Suas finalidadcs s50 filantropic as c al trulstica, absolutamcntc lscntas de qualqucr objctivo ou inte resse religloso, politico ou Iinancciro.
En tre suas carnpanhas, podcrnos eitar as scgulntcs:
ag~sa lho
para os favelados.
remedie s para
0
Hospital do Fogo Sclvagcm.
doacdo de sa ngue para
blico.
0
Hosp ital do Scrvidor P U-
excursao pa ra cidadcs turisticas, em colaboracuo com
a Sccrctana de Turlsmo do Estado de S. Pa ulo.
pa rticipacao em duas gincanas automobllfstlcas
canals 7 e 5.
planc jamcnto c rcalizacr io de duas gincanas automobilfsticas no Jardim da Sande, por ocasifto do anlvcrsario da Socicdade Am igos do Bairro .
rcalizaciio de bailcs c rcuniocs.
as lntciatlvas em geral sao tomadas em colaboraca o
com a Socicdadc A migos .
A rnocidadc do bairro, como podcmo s observar, ofcrecc um cspe raculo unlma dor c tocantc. Seus movlmentos tern aquelcs principal objc tivo de unl-los. c coug rcgando as idcais criar alguma coisa agradavcl e util, para
a comunidade em gcral.
Estc tra balho fica riu incompleto sc n50 sc fala ssc
nada scbrc a bibliotcca municipal q ue cxistc neste bairro .
Bsta localizada nas proximidades do Parque I nfantil
e tem-se a imprcssao que ambas as construcoes sc complct a m num prolongamento mutuo.
Localiza-se na pra~a Joilc Rodrigues, ern um lugar
csplendldo, em que suas linhas sc sobrcssacm em tod os
os scntld os.
o ucmno DO
JA HDl ~l
DA SAuDE
67
o cd ificio aprcscnta uma arquitctura modc m a, c foi
iniciado na ad ministru cao do Exmo. Prefeito Franci sco
Prestes Maia . tendo como Sccretario de Ed ucacao e C ullu ra, Sf. Ca rlos de Andrade Rizzini, c foi concluldo na
adm lnistracao do Exmo. Prefeito Jose Vicente de Faria
Lima, como Sccretario de Bducacao c C ultu re, 0 professor Valerio Giuli.
!'ao sc pcrcebc multo movi mcnto em suas dcpcndencias. No cntanto, com a atual gestae do Exmo. Prcfcito
dr. Pa ulo S. Mal uf, tcmos fe que essa bibliotcca, qu e
constitui justo motive de org ulho, possa scr cnnquccida
em scu acervo, c asslrn at cnd er a fome de conhccimc ntos
de nosso povo, da vontad c de sabe r, de Imsia de cultura
que os cst udantcs, as adultos, velhos a u jovcns, moradores
au n110 destc bairro, tern.
De qualqucr modo cia e urn po nto alt o de referenda
no J ardim da Sa udcl
Com referenda ao s transpor tes, q ue nlic podiam de
forma alguma ser omiridos, somas criatu ras felizes agora.
Ta lvez para rcco mpc nsar das agruras pessadas, hoje a s
moradorcs do Jard im da Saadc dispocm de du as linha s
de on ibus, maravilhosas, com po nto final dcntro do
bair ro.
Um a delas e da v tacao Util - Vila Mariana / Barra
Funda e " ice-versa , c nfio exagera riamos se dlssesse mos
que e Icnomcnal.
Muitos carros trabalhando incessa ntcmcnte. Nao se
espera alem de 1 minuto , quando muito, um desscs onibus, pri ncipalmcnt c daqu i para a cidadc.
A Dutra linha e da vlacao Ipiranga, qu e sc subdividiu em dais roteiros par melhor servir 0 balr ro. Urn
deles (: fcito pela indicacfio Alto do Ipiranga - Jardi m
da Saudc, que faz sell itincra rio pcla A vcnida D. Pedro,
com ponto final na Clovis Bcvilaqua . 0 out ro faz 0 percurso maior pela Es trada do Verguclro, Domingos de
Morais, Ltbcrd adc e finaliza na praca Joao Mendes.
Os moradorcs ninda podem se utilizar dos vciculos
da Empresa Bristol, da C. M.T.C., que transitam pela
68
o
SAIRRO DO
J .-\RDI~1
DA SAODE
Avenida Cur siuo e A venida Bosq ue da Saudc, com dest ina
cidade.
Todas cssas crnpresas possuem carros oti mos, q uasc
novos. motoristas habcis c rcsponsevcis .
T razcm ao s morado rcs do ba trro, segura nca, conforto, c aqucla ccrtcza de que cstao pron tos a scrvir,
sempre, no cngrandccimcnt o do bairro c da patria!
Podcrfamos citar ainda, para colorir um pouco mais
o prcscnt e tr ab alh o, urn faro q ue achamos sing ular dcntro
de nossa com unida de .
E a presen<;a de uma Bscola de Samba, como Associac ao, com sell prcsldc ntc cleito, di reto ria constltulda e
com scus cstatutos .
Sua criacao e rccentc.
Q uand o dos fcstcjos promovidos pcla Socicdadc
Amigos de Dairro, cia tern cstado prcscn tc, dando uma
nota alcgre e cxprcssiva.
A cadencla do samba espalha-se pa r todo 0 balr ro,
invade 0 coracao de todos, e q ua ndo as dcsfilcs acon tccem, as ruas ficam rcpcntinamcntc chcias, todos querem
vcr c prcscnciar a passagcm da Bscola, com scus passistas,
as porta-ban deiras , aquelcs elementos enfim que procura m
cspalhar 0 maior cntuslasmo possfvcl atraves da cxubcrfl ncia do est ill), da originalidadc da fa ntasia, e mu ltas
vezcs do proprio tipo ffsico. A gcnte pc rccbc q ue clcs
edoram 0 samba. que slcs vivcm o samba, c quc rcm traze-lo para nos em tod a a sua bcleza c gra<;a . Ficam compcncrrados vivcndo 0 sa mba nu m dcsf'ilc da Escola. Talvel por isso r ncsmo etas cresccm, Iazcm succsso, ma rcam
epoca.
A Escola de Sam ba aq ui do Ja rdim da Saudc C muito
organizad a. Uma das fan tasias que pudc obse rver, sc niio
me falha a memor ia , parcccu- mc de cow-boys . T odos
Iguais . bem a rru mados. Estava, scm duvida alguma , uma
bclcza! Ale m do muis 0 repicar do batuque, daquclas
notas mais Irisa ntcs c mais qucn tcs do sa mba , contaglava
as passan tcs, as obscrvadorcs. Scntla-sc q ue urn vcndaval
de entusiasrno, na orgia da muslca, no calor das not as
a
o BAnHtO DO
J A RIlI ~ 1
DA SAu DE
chcga ra. possuindo todo mundo, mcsmo os mai s distantcs
e indifcrcntcs.
Q uando cla passa ha urn cspctaculo de bclcza c gra~ a .
scu presidente
co nhccid o pclo nome de Va dinho. E uma pessoa m uito popular e cstimada .
Reside rua F ra ncisco Gomes da Silva Prado , n.v 44,
no Jardlm da Saudc.
Conclui ndo, podcmos dlzer que em todos os scto rcs,
o Ja rdi m da Saude sc rcnova c crcsce.
D.O .C. - Dcscnvolvimcnto c O rganlzacao de Com unldadc, e urn movimcnto universal; lnstalou um Departa mento rnuito at ivo, ~l rua Ca ramuru. nas proximldades da Praca da Ar vorc, com a supcrvlsao da Sccrcta ria
da Sande do Estado de Sao Paulo.
Esse depar tamento c diretamente oric ntado pclo dinam lsmo e simpatia de uma eriat ura laboriosa, incansavel, cujos scntlmcntos sc cntrosaram magnlficamente com
aqu elcs prccomzados pcto D.O .C. , dcs dc sua crlacao. A
nota fundamental
fratcm idadc, auxilio mu tu o, service,
com prccnsflo e alegria!
Essa criat ura e rnuito eonheeida - dn a. Ana Ca rmem - , pais assldu arnentc c soliclt ada para mil eoisas,
para mil cmpresas, movimenta ndo ao rcdor de si, qual
uma colmcia, genre de boa von tadc c trabalhadcl ra, que
ap rccla dar de si urn poueo em favor de seu proximo.
A li no D.O. C. , urn mundo de oportunidades para scrvir, para ofcrcccr uma ajuda, indica r um caminho .
Com a prcscnca do D.O.C. ninguern pereee, pois 0
uuxilio scmprc vern, de urn modo au de outro, basta a
pessoa que 0 proeura dcruonsuar tnmbcm vontadc de auxiliar, colaborando com ell'S. E quando a genre 0 qucr, h<i
um m undo de coisas que se podcm fazcr, insigniflcun tcs
as vezcs . Isto nfio import a porem, 0 que tern valor c a
dis pos icno de levar cssa aj uda e concrcttza-la.
o D.O.C. pois e urn anco rado uro. Dcscansc, am igo,
se elc csta pa r perto. A luz que voce pro eura, a duv ida
que dcscja saner, a lntormacao q ue talvez cstc]a hi. Nc m
o
c
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e
70
o
HAIRII O DO
J t\ H IJI ~l
DA SAUD Y.
scmpre os resultados Iinais partem do D.O.C.. mas de
qualquer modo, em sua rnalori a. e 0 int cnn cdiario.
E uma celula din amica na felicidade des poYOS, e
atraves de scus rcp rcscn tan tcs, cria urn circulo de colaborado res notavcis. Iomcntaudo a uniao c 0 progrcsso .
Em 1965 ho uvc urn Scminario do Mo vimcnto de
Dcscnvolvlm cnto C organizacao de comunid ••de do subdistrito da Saude.
Ba scan d o-sc em sua s linhas. com algumas modi fica ;;6es, podemos conclulr:
Sob a ponto de vista religiose ha prcdo mlnancla da
religiao catcllca. com a lgrcja rnatriz localizada no centro
do bai rro , com a frcq uencia media de 2.500 pcssous aos
domingos.
A colonia japoncsa is a que csta I1U vanguarda rclativamcntc no nu mcro de sells rc prcscnt antcs dcntro do
seu temple budist a,
bairro, c por isso podc construir
site it Avenida Cursluo, havcnd o urn outre a run I or io de
Santa Maria.
o Centro Espirita - Obreiros do Scnho r, realiza
scsszcs e reuniocs diaries, com pregacocs de Iundo moral. Esta situado a rua Francisco Dias. n.v 740.
£Sse Centro promove tambem ca mpan has da Irate rnidade, distribuindo vlvcrcs c generos alime nticios entce
as necessltados.
Com referend a ao scto r de comunlcacao social, 0
bai rro do J anli m da Saudc conta com dois rad ios amadores, funcionando urn delcs it rua Capit ao Guilherme
Pompcu e 0 ou tre it rua Ita uba, n.? 350, scndo pruprictarlo desrc ultimo, a sra. Lea Marzagao Bchings.
No aspccto cduca clona l e cultural existent a Gindsio
Notum o, no prcdlo do Grupe Bscolar " Ra ul Fonseca" , 2
grupos cscolarcs, urn no centro do bairro, II run Felipe
Cardoso, com 10 classes c tres pcrfodos. O utro na divisa
com 0 J ard im Prcvidencia : Escolas Agrupadas Mun id pais, na pr aca Jodo Rodrigues, syn .v.
Exist ent ainda cscolas panicularcs, em numcro aproximado de quatrc a u cinco; Externato Sant a T crcsinha,
°
o
BAlRRO IX) JARDI\I IlA SA(1DE
71
a rua
O uisissana. 46, com cursos de Jar dim de l nfancia
ale admissdo; Extemato N. S. da Gloria, a rua Gil Fernandes, com os mcsmos cursos.
Existem ainda a Escola Japo nesa com uma media
de 300 alunos; Cursos de Admissao ao Ginasio. Madureza, linguas. datilografia, etc.
Hoi tambem a Escola Profissional de Co rte e Cos tura,
a avenida Cursino.
o balrro tcm uma populacao mais ou mcnos ap roximad a de 9 .360 habitant es, sendo 2.975 crla ncas de 0 a
14 ano s, calculo est imative basead o no lcvantamcnto de
1% de casas.
Pod emos mencionar a existencia de tr es fclras llvrcs.
A principal delas se realiza ao s domin gos c Iocattza-sc
pa r uma boa parte da cxtcnsno da rua Francisco Dias c
urn pcq ucno trccho da avenida Cursino.
As out ras du as na praca Frei Miguel Lan zani c rua
l tauba, as quintas-feiras.
Localizarn-sc todas clas em luga res accssfveis no publico e satisfazcm totalmcnte os morado res do bair ro c
ad jacencies.
A arte r ia principal e a Aven ida Cursino. com 2 kms.
de cxtcnsao aproximadarnente den tro do bairro.
o rracado das ruas e regular, como bai rro reside ncial.
A redc de iluminacao dom iciliar abrangc toda a
pa ne habitada do balrro.
H oi tres nasccntes em tres cantos ext remes do ba irro,
em ar eas rcscr vadas pa ra ja rdins.
o bairro do Jar dim da Sa udc, pa ra qu em 0 con hcce.
como eu, para qu em aqui res ide hii qua sc del enos, como
eu, pa ra q uem ap rcndcu a ou vir 0 scu ca nto. a scntlr 0
pal pila r de sua vida, a conhecc r os scgrcdos de sua bclcza,
csta acima de qualq uer ou tro.
Exist iriio rnuitos, qu e talv cz objctem sob rc a minha
cscolha c as minhas opinloes.
Dcsdc q ue resid e aqui fiquci do pri mciro mom enta
sensibilizada com a grace e 0 sorrlso com qu e me rece-
;2
o
B:\IRRO 00
J .-\ROI~I
1)..\. S:\(jDE
beu. Parccia ate que elc me aguardava ha multo, que me
csperava e que sonhava cornigo.
Ha alguns anos procurando casa par esscs lados.
cornpletamente dcsconbccidos para mim, dcsci de urn
onibus, em Irente a praca Braz Goncalves.
Dlante do espctaculo das arvores, que aquela hora
pareciarn sussurar uma cancao tristonha, sob urn ceu
como jamais vira em outre local, tao limpido, tao azul,
Hio pcrto, fiquci de pronto cnamorada.
Passou ele a tcr urn significado imenso em todos os
mcus instantcs, em todas as minhas horas!
o
BAIRRO DO
J..' ROI M 0 .-\ SA1)D E
13
Esta oh m foi composta c tenumou-se sua
impressiiu Il O me' de abnl <i,> mil 1l0VCcentes c sctcnta nas O fil-inas d" Artcs
Gn\fica Bisordi S.1\., scndo Prcfc-ito do
~ I\ln i(·ipio de Sao Paulo o Dr. Paulo Salim
Maluf c Sccrctiirio de Educa~'ii() c C\11turn o Sr. 1'<11110 Zingg, Dircl or do Dc-partaurcnto de Cultura 0 Dr. Itahunudo de Mell('Z,' , c Chl ·f., (10 Arrjllivo llist6ri,·() () Prof.
E,lu<l nl lJ de- J. :\1. to Nascinu-nto C C'lIl1
As sis\(~ nei a
T "c nica do Sr . Jos,; do, Santos.
Ill((ogra cla <I s" ric de tllol\ografias intituladns Hi sl<\ria ,los Hairros tic Si,o Pa ul o,
rscolhklas em concurso publico c p re-
mindas ]w!o Departame-n to de Cuhurn
,la Sccrctuna de Edncnciio c Cultura da
Prcfcituru do :\hmidpio d e Silo Paulo.
Edi ~'iI{) do Departament o de Culturn d a
Sccrctar!a de Edn ca~ii() c Cul tur a d a Pro-
fctturn do ;"hmidpio (k
S~o
Paulo - Hl70.

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