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LANÇAMENTO: FIAT TORO A marca italiana apresenta uma nova categoria de veículo, o SUP (Sport Utility Pick-up) combinação de sedan, SUV e picape. Quanta mistura... Farol Alto Seu Consultor Automotivo de Novos e Usados Número 42 | Ano 4 www.100porcentomotor.com.br DOSE DUPLA GLE 400 COUPÉ s ena Ap 5,00 R$ As novas apostas da Mercedes-Benz para o prestigiado mercado de SUVs GLC 250 4MATIC PREPARAÇÃO: RANGER KING RANCH Nos EUA, as picapes Ford contam com uma versão especial, reproduzida no Brasil sob encomenda AVALIAÇÃO: HONDA CIVIC Si Como anda o esportivo japonês que é sonho de consumo NO ELEVADOR üPeças de alta durabilidade também necessitam manutenção üCheck-up preventivo é melhor caminho para economia üDefeitos crônicos que ninguém assume, mas existem üDefeitos intrigantes e colocados: casos difíceis de diagnosticar LANÇAMENTO: AUDI Q7 Nova geração do SUV grande vem com motor V6 de 333 cv e tecnologias além da imaginação Avaliação “A Certeza de ir mais longe” Lubrificação e tratamento com PTFE Lubrificante spray com PTFE ta -m Montagem de motores Po r C an al et a al as Tr ilh os Fe ch ad ur a M C ap ô aç an et a D ob r ad iç a AGBA spray Adicionar ao óleo para tratamento de motores LL-50 - Redutor de atrito; - Cria película autolubrificante de PTFE na zona de atrito; - Inibe a carbonização; - Elimina a partida a seca, reduzindo desgastes e travamentos; - Melhora o desempenho do motor, com maior potência final; - Reduz o consumo de combustível, através da redução no atrito. Após a limpeza com Heavy Flushing Oil, a aplicação de LL-50 junto ao óleo novo cria um ambiente antiaderente na zona de atrito, dificultando a fixação e acúmulo do verniz na zona de atrito. LL-50 deixa o motor mais suave e com reação rápida, traduzindo em melhor desempenho e rodar macio e econômico. 30 Avaliação Limpeza localizada Limpeza Química Limpeza de Piche AutoCleaning Spray Limpeza do Corpo de Borboleta Limpeza e descarbonização Fuel Cleaner Válvulas Bico injetor Catalisador Sensor Limpeza interna do circuito do óleo Heavy Flushing Oil Antes Depois 31 Índice SUMÁRIO PREPARAÇÃO 8 Ford Ranger King Ranch: irada e trucada, é feita sob encomenda 10 Passat GTS Pointer 1988: com 195 cv, é o bicho! AGENDA AUTOMOTIVA 8 FORD RANGER LANÇAMENTOS 11 Audi Q7: Nova geração do SUV chega por R$ 399.990 12 MB GLC e GLE Coupé: os dois novos SUV alemães 14 Fiat Toro: FAC estreia novo segmento de carros: SUP AVALIAÇÃO 18 Hyundai HB20 Premium: o Programação 2016 12 MERCEDES-BENZ GLE-COUPÉ 14 FIAT TORO como economizar com o carro 23 Alexandre Morikawa: defeito de fabricação causa transtornos 24 Claudio Cobeio: defeito crônico da Audi Q5 25 Francisco Carlos de Oliveira: o Renault e a válvula estabilizadora 4 17 de maio 14 de junho Simpósio de Eficiência Energética: Emissões e Combustíveis Milenium Centro de Convenções HORA DA REVISÃO 20 Válvula termostática: saiba NO ELEVADOR 22 Adilson Abachioni: dicas de 28 de abril Seminário de Propulsões Alternativas UNIP Bacelar Seminário de Segurança Veicular e Eletroeletrônica Milenium Centro de Convenções destaque é a central multimídia 19 Honda Civic Si: esportivo aspirado, algo quase em extinção por que ela existe 21 Vacuômetro: ferramenta indispensável no diagnóstico do motor Reserve sua agenda! 14 de junho 19 HONDA CIVIC Si 26 Julio de Souza: para o carro dos sonhos não virar pesadelo 27 Júlio Mansi: a troca do filtro ecológico dos Peugeot e Citroën 28 Luis Carlos Bailone: fluido da direção hidráulica troca, sim 29 Marcos de Castro: dicas de como evitar queima dos módulos 30 Sergio Torigoe: o intrigante caso do Hyundai Santa Fe V6 X Prêmio AEA de Meio Ambiente Milenium Centro de Convenções 18 de agosto Seminário de Manufatura UNIP Bacelar 5 e 6 de setembro XXIV Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva – SIMEA Centro de Convenções Rebouças 18 de outubro IX Simpósio Internacional de Lubrificantes, Aditivos e Fluidos Milenium Centro de Convenções Índice Editorial EDITORIAL EXPEDIENTE Comercial: Jéssica Monesi [email protected] Redação: Editor: Alexandre Akashi (MTB: 30.349) [email protected] Editor técnico: José Carlos Finardi [email protected] Consultores Automotivos: Adilson Abachioni - Auto Astral Mecânica Alexandre Morikawa - Automecânica Morikawa Claudio Cobeio - CobeioCar Diego Tartalho - Somoto Francisco Carlos - Stilo Motores Julio Mansi - Pneus Belém Julio de Souza - Souza Car Luis Carlos Bailone - Luizinho Reparações Automotivas Marcos de Castro - Mecânica De Castro Sergio Torigoe - Centro de Diagnóstico Torigoe Valter Tartalho - Somoto A revista Farol Alto - 100% Motor é um produto de AleAkashi Comunicação e Canal 100% Motor. É distribuído em bancas de jornais, oficinas mecânicas parceiras e por correios, via assinatura. Os artigos assinados são de responsabilidade dos respectivos autores, e não expressam, necessariamente, a opinião dos editores da publicação. É proibida a reprodução parcial ou integral sem prévia autorização, por escrito. FALE CONOSCO [email protected] [email protected] Tel.: (11) 2925-7107 Carro no Brasil: pague 2 e leve 1 A pesar de as vendas de carros zero km estarem cerca de 30% menores do que no ano passado, o mercado automotivo não está totalmente parado. Com medo de assumir um carnê com prestações à perder de vista, o consumidor tem buscado auxílio nas oficinas mecânicas, para deixar o carro usado em condições boas o bastante, até que a tempestade passe. Isso não significa, no entanto, que as oficinas estão ganhando rios de dinheiro, pois a crise chegou a elas também. Diferentemente dos bons tempos, em que o dono do carro mal olhava para o valor da conta, hoje presta atenção em tudo, e não faz nada além do extremamente necessário. Se der para adiar, adia. Já do lado das montadoras, uma das armas que lhes restam para tentar amenizar a queda de vendas são os novos produtos, como os lançamentos que destacamos nesta edição: Mercedes-Benz GLC e GLE Coupé, Audi Q7 e principalmente o Fiat Toro, que foi idealizado anos atrás, quando todos ainda estavam com sorrisos de orelha a orelha. Trata-se de um carro de nicho, que tinha tudo para ser um sucesso, mas chegou com menos festa. Conta, claro, com mais conteúdo e tecnologia, e logicamente, preço compatível, sugerindo que não é para a grande massa, que hoje sofre para pagar o carnê adquirido há três anos e que ainda restam mais quatro para pagar. A verdade é que carro no Brasil nunca foi um produto para classes C e D. Têm preço de aquisição elevado e alto custo de manutenção, a começar pelo combustível, que nem sempre é confiável, e impostos, que sempre são cobrados independente do estado do veículo. No entanto, o carro próprio é um sonho de consumo, e quanto mais caro, maior o status. Deve ser por isso que brasileiro gosta de pagar caro pelo automóvel. É um comportamento que o consumidor estrangeiro não entende. Porém, de certa forma, o preço do carro no Brasil não é assim tão caro. Estudo apresentado pela Anfavea no início do mês indica que o carro mais barato produzido no País, o Fiat Palio Fire Economy 1.0 2p custa apenas 7.326 dólares, ou R$ 28.360, usando a taxa média de dezembro/2015 onde 1 dólar valia R$ 3,87. Desse valor, 37,2% são impostos diretos (para veículos 1.0. Para 1.0 a 2.0, sobe para 41,2% e acima de 2.0, para 43,7%), e existem ainda os impostos embutidos, que as empresas pagam ao comprar insumos necessários para a produção mas que não geram créditos, como material de escritório, alimentos etc. “Com tudo isso o brasileiro paga dois, mas só leva um”, afirmou o presidente da Anfavea, Luiz Moan Yabiku Junior. E ainda assim querem o retorno de mais uma taxa, a CPMF, com forma de tentar resolver o rombo nos cofres públicos causado por má administração do próprio governo. Mais imposto para reduzir ainda mais o poder de compra do consumidor e agravar ainda mais a crise. Boa leitura, Os editores Alexandre Akashi e José Carlos Finardi 5 Pit Stop | Montadoras Fotos: Divulagação Toyota lança SW4 2016 Modelo ganha identidade própria e novos motores diesel 2.8l e V6 4.0l O interior ficou mais refinado Ficou maior e ganhou identidade própria modelo 2016 do Toyota SW4 quebra o parentesco com a picape Hilux, renega o nome e ganha identidade própria como SUV. Com isso, recebe linhas independentes, visual mais moderno, novo conjunto de motor e câmbio e interior mais refinado. A montador vai comercializar o modelo em apenas uma versão de acaba- mento, com opções de cinco e sete lugares com motor diesel quatro-cilindros 2.8l de 177 cv de potência a 3.400 rpm, e torque máximo de 45,9 kgfm, entre 1.600 e 2.400 rpm 45,9 kgfm, e sete lugares com motor gasolina, um V6 de 4.0l, com 238 cv de potência a 5.200 rpm e torque de 38,3 kgfm de torque, a 3.800 rpm., todos com câmbio automático de seis velocidades. Os preços começam em R$ 205.000 (V6 com 7 lugares), R$ 220.000 (diesel com 5 lugares) e R$ 225.000 (diesel com 7 lugares). Em relação à geração atual, a SW4 2016 é 9 cm mais longa (comprimento total de 4.795 mm), 1,5 cm mais larga (largura total de 1.855 mm) e 1,5 cm mais baixa (altura de 1.835 mm), encurtando em 0,5 cm a distância entre-eixos (2.745 mm). O Farol Alto 100% Motor Audi RS3 no Brasil BMW renova X1 C A om carroceria Sportback, o compacto esportivo chega para coroa a família A3. Conta com motor TFSI de cinco-cilindros, de 367 cv de potência e torque máximo de 465 Nm entre 1.625 rpm e 5.550 rpm, acoplado à transmissão de dupla embreagem automatizada S tronic, com sete velocidaDivulagação des e tração integral. O resultado é aceleração de 1 a 100 km/h em 4,3 segundos e velocidade máxima de 250 km/h, limitada eletronicamente. Vai de 0 a 100 km/h em 4,3 s e custa R$ 290.990 Preço: R$ 290.990. Farol Alto 100% Motor Divulagação briga dos SUVs compactos premium ficou mais acirrada com o modelo 2016 do BMW X1, que segundo a montadora está 53 Versão sDrive20i tem tração dianteira mm mais alta, 23 mm mais larga e mais potente (R$ 166.950) e sDrive20i X-Line (o motor 2.0 turbo rende até 231 (R$ 179.950). Todos com câmbio cv a 5.000 rpm na versão xDri- automático de oito marchas. A ve25i Sport (R$ 199.950), e 193 novidade é a e tração dianteira cv nas versões sDrive20i GP nos sDrive20i. Farol Alto 100% Motor Recall de airbag Pós-vendas em 208 ganha Honda Fit/City alta na Chery série especial A história dos recall de airbags parece não ter fim. Agora a Honda chama os proprietários de Fit e City produzidos entre 2012 e 2014 para substituição gratuita do insuflador do airbag do motorista, que pode projetar fragmentos metálicos quando acionado. Agendamento pelo site www.honda. com.br/recall/autos ou no 0800-701-3432, de segunda a sexta-feira, das 08h às 20h. Farol Alto 100% Motor 6 A Chery Brasil comemora o índice de 97% de peças disponíveis em estoque para a rede concessionária. Segundo o gerente de Peças, Altair Melo, os prazos de entrega variam até 48 horas úteis após o faturamento, em qualquer loja do país (casos urgentes em até 24 horas). Recentemente a marca deu início a estratégia mais agressiva de marketing e anunciou o Celer a R$ 34.990. Farol Alto 100% Motor Batizado de 208 InConcert, o modelo conta com a produção de apenas 500 unidades, e se diferencia por um novo conjunto de quatro alto-falantes de 35 W de potência. O preço é de R$ 55.490 na versão Allure manual (1.5l Flex) e R$ 59.590 na Allure com transmissão automática (1.6l FlexStart). Vem com central multimídia com tela de LCD sensível ao toque de 7 polegadas e GPS. Farol Alto 100% Motor Autopeças| Pit Stop Magneti Marelli e Bosch Fotos: Divulagação equipam Fiat Toro Dois dos principais sistemistas presentes no País enchem nova picape de tecnologia, do motor ao painel de instrumentos A Para-choques e faróis são Magneti Marelli Já a Magneti Marelli fornece todo sistema de suspensão e amortecedor, de iluminação, pedaleiras, tanque de combustível, sistema de injeção de combustível flex, módulo de injeção (ECU), quadros de instrumentos, sistema de exaustão, painel, o console central e os painéis das portas, além de para-choques dianteiro e traseiro. Destaque para a ECU Família 10, que segundo a empresa realiza a leitura dos dados dos diversos sensores presentes no veículo com mais rapidez e precisão, o que confere ao varro Assim como os quadros de instrumentos melhor dirigibilidade, economia de combustível e redução de emissões., assim como o novo coletor de admissão com geometria de dutos variáveis. Os quadros de instrumentos digitais são outro destaque. Com 3,5” (Freedom) ou 7” (Volcano), contam com sistema de navegação e sistema de estacionamento semiautomático, que informa as ações que o motorista deve fazer numa manobra de estacionamento. Monroe faz 100 anos Velas aquecedoras NGK nova picape da Fiat, Toro, conta com diversos componentes fornecidos por dois dos principais sistemistas presentes no Brasil: Magneti Marelli e Bosch. Este último é responsável pelo sistema de injeção de alta pressão Common Rail (1.600 bar), que tem capacidade de até oito injeções por ciclo de combustão. Batizada de MultiJet, esta característica permite, segundo a Bosch, calibrar a injeção de combustível para se obter o máximo em eficiência energética. Motor flex S ob o tema “Conduzindo a Inovação e Qualidade desde 1916”, a fabricante de amortecedores Monroe celebra este ano o centenário da empresa com um amplo calendário de programas, pro- moções e atividades especiais para clientes, fornecedores e colaboradores. Com 30% do mercado nacional de reposição, equipa automóveis das principais montadoras instaladas no Brasil. Segundo o preDivulagação sidente no Brasil, Guillermo Minuzzi a história da Monroe é marcada por incontáveis inovações e contribuições para a evolução tecnológica da indúsEmpresa produz amortecedores e conta com 30% do mercado de reposição no Brasil tria automotiva Farol Alto 100% Motor Farol Alto 100% Motor A Divulagação NGK disponibiliza no mercado de reposição cinco novas aplicações de velas aquecedoras para motores diesel, importadas do Ja- Produto atende modelos Fiat, Hyundai, Kia, Mercedes-Benz e Nissan pão. Os componentes atendem a veículos da Fiat nente proporciona partidas rá(Ducato 2.8, 1998 a 2000), Hyun- pidas e suaves, menor emissão dai (HR 2.5 desde 2013), Kia de poluentes, economia de com(Sorento 2.5, 2004 a 2009), Mer- bustível e maior durabilidade. As novas aplicações podem cedes-Benz (320 CDI motor OM 642.940)e Nissan (Frontier 2.5 ser encontradas no site www. ngkntk.com.br, acessando Li- YD25DDTI - desde 08/2008). Segundo a NGK, o compo- nha Automotiva. Farol Alto 100% Motor 7 Avaliação Preparação | Ford Ranger King Ranch Fotos: Alexandre Akashi Com chassis estendido, picape ficou com 6 m de comprimento Tapetes ganharam logotipos King Ranch bordados Bancos foram customizados, com costura branca e logotipo King Ranch à brasileira Para quem gosta de picape mas quer algo um pouco mais bruto, customizador desenvolve kit que tornar a Ranger em versão apreciada por caubóis americanos O José Carlos Finardi Editor técnico [email protected] 8 s amantes de picapes grandes são totalmente ignorados pelas montadoras que estão no Brasil. Nos Estados Unidos, a Ford conta com uma versão batizada de King Ranch para os principais modelos disponíveis, da F-150 até a grandalhona F-450, e foi justamente esta a inspiração que o construtor de Hot Rods Donizete Costalonga, de São Bernardo do Campo (SP), usou montar a Ranger King Ranch das fotos. “Estou fazendo uma replica de um Ford 32 customizado e o cliente pediu um carro especial para puxá-lo. Como é uma revenda Ford, busquei inspiração nas King Ranch que vi quando estive lá”, comenta Costalonga. As picapes King Ranch nasceram em 2001, como uma série especial da F-150, nos EUA; uma homenagem da Ford a uma das maiores fazendas do mundo, a King Ranch, localizada no sul do Texas. Em 2003, virou versão de série da linha de pica- Ford Ranger King Ranch | Preparação Avaliação Acima, o motor original da picape, um turbodiesel de cinco-cilindros 3.2l, que desenvolve 200 cv e 47,9 kgfm de torque Acima, o interior: painel origina e bancos personalizados; ao lado, a picape vista de traseira com rodado duplo: 2,40 m de largura Ficha técnica Ford Ranger King Ranch 3.2 Diesel Motor: dianteiro, longitudinal, diesel, turbocompressor, common rail, 3.2l, cinco-cilindros, 20V, DOHC, 3.198 cm³, 200 cv a 3.000 rpm, 47,9 Kgfm a 1.750 rpm Câmbio: automático 6 marchas marchas Direção: com assistência hidraulica Tração: integral Suspensão: dianteira: independente, braços sobrepostos; traseira, eixo rígido Freios: dianteiros a disco ventilados e tambor na traseira Rodas e pneus: liga leve, 255/70 R16 Dimensões: comprimento, 6.000 mm; largura, 2.400 mm, altura 1.848 mm; entre-eixos, 3.870 mm, peso, n/d caçamba, n/d; tanque de combustível, 80 l Desempenho: velocidade máxima, n/d; aceleração 0 a 100 km/h: n/d Consumo (Km/l): – n/d Assinatura do customizador no chassis Rodas importadas, da versão norte-americana Os logotipos King Ranch e do customizador pes, da F-150 até a F-450, e também da SUV Expedition. Costalonga explica que para produzir a versão brasileira da King Ranch foi utilizado um Ford Ranger 3.2 TD Limited CD 4x4 como base, porém com chassis aumentado em 65 cm. “Como sempre precisamos de mais espaço, estendi a caçamba e no final a picape ficou com 6 metros de comprimento”, afirma o construtor. Como consequência, o entre-eixos também cresceu, para 3,87m. Para dar mais agressividade ao modelo, e deixar a King Rang mais próxima da versão F-450 americana, Costalonga desenvolveu um sistema de rodagem dupla. “Importamos as rodas dos Estados Unidos, e para não precisar trocar o eixo traseiro desenvolvi uma flange para acoplar as rodas externas juntamente com a roda interna”, explica. Porém, o novo duplo rodado necessitou de um paralamas mais proeminentes para acomodar as rodas. A solução encontrada foi produzí-los artesanalmente, à mão. “Depois de pronto, o carro ficou com largura total de 2,4m”, comenta Costalonga. A original tem 1,85m. Ranger em uma verdadeira King Ranch. “Também trouxe dos Estados Unidos emblemas e calotas iguais às Super Duty americanas, as lanternas, os apliques e o símbolo”, afirma Costalonga. Por dentro, o customizador caprichou nos detalhes, ao substituir os bancos originais por outros customizados com costura branca e o logo King Ranch, além de aplicar o logo nos tapetes. “Vamos apresentar a Ranger King Ranch na inauguração de uma concessionária Ford de São Bernardo do Campo, e aproveitar para lançar o kit comercialmente, para o consumidor que tiver interesse em ter uma picape maior e mais chamativa”, afirma o construtor. Interior Além de mexer no design externo, Costalonga todo cuidado para tornar a Farol Alto 100% Motor 9 Avaliação Preparação | Passat Pointer GTS Ficha técnica Volkswagen Passat GTS Pointer 1988 Sergio Performance Motor: dianteiro, longitudinal, gasolina, quatro-cilindros, 2.1l, 8V, SOHC, 2.070 cm³, 195,7 cv, 23,5 mkgf Câmbio: manual de cinco velocidades Direção: mecânica, sem assistência Tração: dianteira Suspensão: independente tipo McPherson na dianteira e eixo rigido na traseira Freios: dianteiros a disco ventilados e tambor na traseira Rodas e pneus: liga leve, 195/40 R16 Dimensões: comprimento, 4.262 mm; largura, 1.600 mm, altura 1.355 mm; entre-eixos, 2.470 mm, peso, n/d porta-malas, 362 l; tanque de combustível, 60 l Desempenho: velocidade máxima, n/d aceleração 0 a 100 km/h: n/d Consumo: n/d Fotos: Divulagação O Passat GTS Pointer é um ícone dos anos 1980 Ao lado, o corpo multiborboleta, o comando de válvulas 310, injeção Fulltech no painel e as rodas de tala 8” importadas Sonho imobilizado A José Carlos Finardi Editor técnico [email protected] 10 pós 1 ano e meio montado o carro dos sonhos, milhares de reais investidos com compra de peças especiais, pintura, rodas, pneus etc. Dá a partida, e o motor roda quadrado, sem força, morre a toda hora. Foi assim que o preparador Sérgio Pires, da Sérgio Performance, recebeu o Passat GTS Pointer na oficina. “Fazia dois anos que o proprietário estava com o carro mas não o usava, porque não tinha como dirigir”, comenta. Segundo Pires, o defeito era na calibração do motor. “Quem montou o carro inicialmente fez a calibração pelo sensor MAP, mas por conta do comando de válvula utilizado, muito alto, o motor não gera vácuo suficiente em marcha-lenta”, explica Pires. A solução foi fazer a calibração pelo TPS (sensor de posição do corpo de borboleta). “Com isso conseguimos uma curva linear Depois de investir tempo e dinheiro, Passat GTS Pointer rodava quadrado por calibração; resolvido virou uma fera de 195 cv que permite boa dirigibilidade e não afoga na lenta nem dá falta na alta”, diz Pires. Fabricação O Passat GTS Pointer 1988 passou por alterações mecânicas profundas. O bloco é original mas retrabalhado para receber pistões Iasa 85,3mm, bielas especiais, bronzinas importadas, e comando de válvulas 330º, que demandou retabalho no alongamento das válvulas do cabeçote. “Por conta do levante acentuado, ocorria o fechamento entre elos das molas de admissão e escape”, afirma Pires. O carburador foi substituído por um sistema de injeção eletronica programável Full Tech, corpo multi-borboleta e no final, o motor ficou com 2.078 cm³ de cilindrada, potência máxima de 195,7 cv e torque máximo de 23,5 kgfm. O original conta com 1.8l, 99 cv e 14,9 kgfm. Para ajudar no resfriamento do motor, foi instalada uma bomba de óleo com maior vazão, assim como um radiador de óleo. O aumento de cilindrada, potência e torque exigiu um novo sistema de exaustão, com escapamento de maior vazão. Assim foi equipado com escapamento de inox produzido sob medida de 4x2x1, com três abafadores, também de inox. Os freios também receberam atualização. Na dianteira disco ventilado duplo de 284 mm e pinça de pistão único Power Brake, e na traseira, foi adaptado tambor de saveiro. As rodas são de 16 polegadas de diâmetro por 8 de tala, produzidas especialmente nos Estados Unidos, com o desenho idêntico às das rodas originas, porém mais largas. Os pneus são 195/40 R16. Na suspensão, molas de Santana e amortecedores Koni, batente especiais. A bateria saiu do cofre do motor para o porta-malas. Farol Alto 100% Motor Audi Q7 | Lançamento Fotos: Divulagação Lanternas traseiras são de leds Na estrada, carro fica até 30 mm mais baixo Interior é confortável e tecnológico Painel é digital e customizável Inclusive com as informações do GPS Off road premium D Alexandre Akashi aleakashi@ jornalfarolalto. com.br Linha de saída de ar ficou estranha e feia Porta-mala é gigante no modelo 5 lugares O motor V6 TFSI rende 333 cv Ficha técnica Audi Q7 Ambition Motor: dianteiro, longitudinal, gasolina, V6, 3.0l, 24V, DOHC, turbo, injeção direta e indireta, 2.995 cm³, 333 cv a 5.500 rpm, 44,9 Kgfm a 2.900 rpm Câmbio: automático de oito velocidades Direção: assistência elétrica progressiva variável Suspensão: independente nas quatro rodas, tipo Multilink, com molas helicoidais, amortecedores a gás (opcional: bolsa de ar ativa) e barra de torção Freios: dianteiros e traseiros a disco ventilados, com ABS, EBD, ESP Rodas e pneus: liga leve, 285/45 R20 Dimensões: comprimento, 5.052 mm; largura, 1.968 mm; altura, 1.741 mm; entre-eixos, 2.994 mm, peso, 1.970 kg porta-malas, 890 l; tanque de combustível, 85 l Desempenho: velocidade máxima, 250 km/h; aceleração 0 a 100 km/h: 6,1 s Consumo PBEV INMETRO: urbano - 6,7 Km/l; rodoviário - 7,9 Km/l Suspensão a ar ativa e eixo traseiro dinâmico são destaques no SUV, porém são opcionais; faltaram tecnologias básicas como ACC e Park Assist ez anos após ser apresentada ao mundo, o SUV Q7, da Audi, é totalmente repaginado, apesar de externamente manter o aspecto grandalhão e desengonçado de carro anabolizado. Os destaques do modelo 2016 são o menor peso (ficou 325 kg mais leve), adoção de novo motor (agora V6 TFSI de 333 cv) e incremento tecnológico como itens opcionais. Mesmo com dólar a R$ 4,00 (alguns dias mais, outros menos), o preço inicial é de R$ 399.990 e está disponível em uma única versão, Ambition, com diversos opcionais, como o Pacote Tecnológico (eixo traseiro dinâmico, night vision e farol full LED), por R$ 32.000, Pacote Side Assist (Audi Side Assist, Pre Sense Traseiro, Exit Warning e Assistente de Tráfego Reverso), por R$ 7.500, terceira fileira de bancos, por R$ 20.000 e suspensão adaptativa a ar, por R$ 30.000. Completo sai por R$ 489.490 (sem pintura metálica). Pelo valor, era de se esperar mais. Isso porque o modelo apresentado deixou de fora duas tecnologias que a Audi tem prontas e deveriam vir de série em qualquer modelo com preço superior a R$ 300.000: piloto automático adaptativo e sistema de estacionamento automático com câmera de ré. São tecnologias que ajudam a vender, muito mais do que as apresentadas como novidade no modelo, como o eixo traseiro dinâmico e a suspensão adaptativa a ar, com regulagem de +60 mm a -55 mm (mais detalhes no site www. jornalfarolalto.com.br) Em movimento O motor V6 de dupla injeção é o mesmo que equipa o sedan A6 e mostrou ser suficiente para impulsionar o grandalhão Q7. Na estrada, ganha impulso com facilidade, apesar dos 1.970 kg de peso, e a suspensão ativa reduz um pouco o centro de gravidade o que ajuda a manter a estabilidade, mesmo com a altura típica dos SUVs. O eixo traseiro também influencia na estabilidade do veículo, deixando-o mais firme ao atacar as curvas. Sensores de presença laterais auxiliam ao indicar veículos em pontos cegos, mas com um retrovisor gigantesco este é um dispositivo quase dispensável. O teste drive oferecido pela Audi contou com longo trecho em estrada de terra, pela trilha que leva à Pedra Grande, em Atibaia. Uma boa oportunidade para testar a suspensão ativa em modo Off Road, porém como a estrada estava em boas condições, grande parte foi feita em velocidade acima de 30 km/h. Apesar disso, o Q7 mostrou ser valente. Claro que toda a tecnologia empregada aliada à tração 4x4 permanente o torna ideal para quem sai do escritório na cidade e vai para a fazenda, no Mato Grosso. Mas, definitivamente, não é um carro para fazer trilhas. Farol Alto 100% Motor 11 Lançamento | Mercedes-Benz GLC 250 4MATIC e GLE 400 4MATIC Coupé Fotos: Alexandre Akashi Os novos modelos GLC (esq.) e GLE Coupé, com tração 4x4 integral e preço a partir de R$ 222.900 e R$ 415.900, respectivamente Na onda dos fora de estrada O Alexandre Akashi aleakashi@ jornalfarolalto. com.br 12 s endinheirados fãs de SUVs contam agora com duas novas opções, as Mercedes-Benz GLC e GLE Coupé. A primeira chega em duas versões, com preços de R$ 222.900 (GLC 250 4MATIC) e R$ 264.900 (GLC 250 4MATIC SPORT). Em comum, contam com motor quatro-cilindros turbo de 211 cv, câmbio automático 9G-TRONIC de nove marchas e tração integral permanente 4MATIC, além de uma série de comodidades, típicas dos veículos da marca. O modelo substitui a antiga GLK, sendo que a letra C faz referência à família Classe C em conforto e sofisticação. Assim, o GLE Coupé possui conteúdo similar aos modelos da família E de veículos Mercedes-Benz. As mudanças no GLC foram radicais, tanto por fora quanto por Claro que não enfrentam trilhas, mas para atingir todos os gostos, SUVs ganham tração integral e design mais arrojado dentro. A silhueta ficou mais arredondada, moderna, com entre-eixos 118 mm maior em relação ao modelo anterior e porta-malas mais espaçoso, com acréscimo de 80 litros à capacidade de carga. O carro, porém, ficou cerca de 80 kg mais leve, graças ao uso de ligas de metais mais leves como alumínio e aços de alta e ultra-alta resistência (-50 kg) e transmissão com carcaça de magnésio (-12 kg). Por dentro, o painel acompanhou a evolução do Classe C, ficou mais bonito e requintado. Curiosamente ficou melhor do que o do GLE Coupé, que ainda possui elementos do modelo antigo, como o sistema de áudio cheio de botões alfanuméricos que parecem o teclado de telefone antigo. A única peça que não se encaixou bem no console foi a tela de LCD central que mais parece um tablet adaptado ao painel, tal como ocorre no compacto Classe A. Um sistema de tela escamoteável deixaria o design mais limpo e agradável ao interior. Já a versão Sport conta com uma série de equipamentos opcionais que pela diferença de preço compensa muito. Em destaque, rodas de aro 19”, pacote AMG interior e exterior, que deixam o visual mais esportivo, assistente de estacionamento automático, ajuste do banco elétrico com memória, teto solar panorâmico, sistema de navegação com acesso à internet, faróis full led, chave por presença e porta-malas com acionamento elétrico, que permite programar altura da abertura. GLE Coupé Por R$ 415.900 é possível guardar Mercedes-Benz GLC 250 4MATIC e GLE 400 4MATIC Coupé | Lançamento Painel da GLC, mais digital Destaque para o design do GLE Coupé, para concorrer diretamente com BMW X6 Já do GLE Coupé é mais esportivo Interior da GLC é mais sofisticado, e conta com apoio de pernas ajustáveis; o GLE Coupé ainda precisa de atualização na garagem o novo Mercedes-Benz GLE 400 4MATIC Coupé, que conta com motor V6 3.0 biturbo com injeção direta de 333 cv de potência e 480 Nm de torque máximo, acoplado à transmissão automática de 9 velocidades, capaz de acelerar os 2.180 kg do carro da imobilidade a 100 km/h em apenas 5,9 segundos e atingir velocidade máxima (limitada eletronicamente) de 247 km/h. São bons números, mas o que chama atenção no carro é o estilo, inspirado na rival BMW, pioneira entre as marcas alemãs a misturar silhueta de coupé à grandiosidade dos SUVs, e criar assim um crossover que é oito ou oitenta, há os que amam e também os que odeiam, ambos pelo mesmo motivo: é impossível passar desapercebido a bordo de um carro assim. O índice de tecnologia é alto; pelo preço e status que a marca oferece, não podia ser diferente. Destaque para os sistemas de suspensão pneumática com altura ajustável e de ajuste de condução, com cinco modos: Individual, Comfort, Slippery, Sport e Sport+, que mudam completamente o comportamento dinâmico do veículo. O modelo vem com rodas enormes, de 21 polegadas, calçadas com pneus mais largos na traseira, 315/40 R21, e na dianteira 275/45 R21. E, para os consumidores um pouco mais exigentes, há a versão Night, que custa R$ 10.000 a mais e conta com a barra da grade do radiador e as carenagens dos espelhos externos em preto com alto brilho. Ao volante O comportamento dinâmico do GLC 250 é muito similar ao do sedan Classe C, uma vez que divide o mesmo motor. Porém o câmbio de nove velocidades faz diferença, e como a troca de marchas é bem suave (em baixas rotações), quase não se percebe a velocidade aumentar. Porém, ao pisar fundo no acelerador, as trocas de marchas acontecem momentos antes do corte de injeção, e por falta de uma calibração mais fina, sente-se um tranco forte a cada mudança, principalmente nas três primeiras marchas. Algo que pode (e deve) ser ajustado pela marca, urgentemente. A posição de dirigir é um pouco mais elevada do que um sedan, porém conta com bons níveis de ajustes de banco e volante. Destaque para o ajuste de apoio da perna, com comando elétrico. Já o GLE 400 Coupé é bem divertido, e mesmo com mais de duas toneladas, arranca forte e dá uma boa sensação ao pisar fundo no acelerador, principalmente com o sistema de condução em Sport+, que reduz a altura do veículo e deixa o pedal da direita mais arisco. Ao contrário do GLC, as marchas são trocadas suavemente em qualquer condição de pilotagem, sem trancos. Apesar de receber conforto interno semelhante ao Classe E, em relação ao GLC pareceu mais simples. Os bancos por exemplo, não tem ajuste do apoio de perna. Algo para a marca repensar. Farol Alto 100% Motor Ficha técnica Mercedes-Benz GLC 250 4MATIC Motor: dianteiro, longitudinal, gasolina, quatro cilindros, 2.0l, 16V, turbo, injeção direta, 1.991 cm³, 211 cv a 5.500 rpm, 350 Nm entre 1.200-4.000 rpm Câmbio: automático 9GTRONIC - 9 velocidades Tração: integral permanente 4MATIC Direção: assistência elétrica progressiva variável Suspensão: independente nas quatro rodas, braços sobrepostos Freios: disco ventilados na dianteira e traseira, com ABS, EBD, ESP Rodas e pneus: liga leve, 235/60 R18 (235/55 R19 - versão SPORT) Dimensões: comprimento, 4.656 mm; largura, 1.890 mm; altura, 1.644 mm; entre-eixos, 2.873 mm, peso, 1.735 kg, porta-malas, 550 a 1.600 l; tanque de combustível, 66 l Desempenho: velocidade máxima, 222 km/h; aceleração 0 a 100 km/h: 7,3 s Consumo PBEV - INMETRO: n/d Mercedes-Benz GLE 400 4MATIC COUPÉ Motor: dianteiro, longitudinal, gasolina, V6, 3.0l, 24V, turbo, injeção direta, 2.996 cm³, 333 cv a 5.250 rpm, 480 Nm entre 1.600-4.000 rpm Câmbio: automático 9GTRONIC - 9 velocidades Tração: integral permanente 4MATIC Direção: assistência elétrica progressiva variável Suspensão: independente nas quatro rodas, com triângulos superpostos na dianteira e braços sobrepostos na traseira, ambos com mola pneumática e altura ajustável Freios: disco ventilados na dianteira e traseira, com ABS, EBD, ESP Rodas e pneus: liga leve, 275/45 R21 na frente e 315/40 R21 atrás Dimensões: comprimento, 4.900 mm; largura, 2.129 mm; altura, 1.731 mm; entre-eixos, 2.915 mm, peso, 2.180 kg, porta-malas, 650 a 1.720 l; tanque de combustível, 93 l Desempenho: velocidade máxima, 247 km/h; aceleração 0 a 100 km/h: 5,9 s Consumo PBEV - INMETRO: n/d 13 Lançamento | Fiat Toro Divulagação Disponível em duas versões, com motor flex ou diesel, custa a partir de R$ 76.500 (Freedom Flex) Beleza de caçamba M Alexandre Akashi aleakashi@ jornalfarolalto. com.br 14 Com dirigibilidade de sedan, conforto de SUV e capacidade de carga de picape, o SUP (Sport Utility Pick-up) da FCA inventa moda e pode até agradar ais bonito ao vivo do que nas fotos, o Toro é a nova picape média-compacta da FCA (Fiat Chrysler Automobile), que desde o segundo semestre do ano passado faz aparições frequentes nas redes sociais e finalmente é apresentada oficialmente ao público com duas opções de motores: 1.8 E.torQ Evo Flex 16V (potência máxima de 135/139 cv a 5.750 rpm - gasolina/etanol -, e torque máximo de 18,8/19,3 kgfm a 3.750 rpm - gasolina/etanol) e Turbodiesel 2.0l 16V (potência máxima de 170 cv a 3.750 rpm, e torque máximo de 35,7 kgfm a 1.750 rpm). O Toro Flex conta com uma única versão, Freedom (R$ 76.500), de tração dianteira, e equipado de série com câmbio automático de seis velocidades (da fabricante japonesa Aisin), piloto automático com controlador de velocidade, computador de bordo, quadro de instrumentos personalizável de 3,5 polegadas em TFT, controle eletrônico de estabilidade (ESC), auxiliar de partida em rampas (Hill Holder) e rádio com comando no volante. Além disso conta com volante com regulagem de altura e profundidade, banco do motorista com regulagem de altura, abertura elétrica do bocal de abastecimento, ar-condicionado, direção elétrica, fixação Isofix para cadeira infantil, vidros e travas elétricas e sensor de estacionamento traseiro. Segundo executivos da montadora, esta versão deve ser responsável por 35% das vendas totais do modelo. Diesel Já com motor diesel, a FCA caprichou na variedade. Também na versão Freedom, conta com câmbio manual de seis velocidades e duas opções de tração: 4x2 (dianteira), por R$ 93.900, e 4x4 com reduzida, por R$ 101.900. Segundo a FCA, o Freedom 2.0 diesel 4x2 vem com rodas de aço de 16” e protetor de cárter, enquanto o 4x4 vem ainda com controle automático em descidas (Hill Descent Control), retrovisores externos elétricos com memória, brake light, alarme e iluminação de caçamba. O xodó da turma é o modelo topo de linha, Volcano, que conta com câmbio automático ZF de nove marchas e tração 4x4, além de itens como ar-condicionado dual zone, rodas de liga leve de 17”, câmera de ré, central multimídia Uconnect Touch NAV de 5”, quadro de instrumentos com display em TFT de 7” colorido, faróis de neblina cornering Fiat Toro | Lançamento è Divulagação è Banco traseiro com descansa braço Câmera de ré é série na Volcano Interior da versão Volcano é mais bem equipado (que acompanham as curvas), faróis principais com DRL (LEDs de segurança diurnos), entre outros. Ao volante As imagens dizem quase tudo da aparência do carro. A frente tem faróis diurnos de leds muito peculiares e logo abaixo um conjunto óptico meio desproporcional que tanto podem agradar quanto desagradar. Se ao invés de faróis diurnos houvesse uma luz mais forte que dispensassem os faróis convencionais, talvez seria mais interessante. Mas, como isso custa muito dinheiro, esta solução é o que tem para hoje. A traseira também é bastante agradável, com a inédita tampa bipartida que abre em duas partes e lanternas em leds bem trabalhadas e de formato harmonioso com o conjunto. No geral, o carro é bonito, e talvez, um tanto o quanto bonito demais para uma picape. Se fosse um SUV, seria matador. Mas, é um SUP (ah! esses marketeiros...) E como anda? Anda bem, è Um dos destaques da picape é a tampa da caçamba com duas portas, assim como o extensor de caçamba ... que a aumenta em 405 litros Design da traseira é elegante e combina com a dianteira muito bem, tanto na versão diesel quanto flex, graças ao trabalho de engenharia realizado para dar ao Toro dirigibilidade e conforto de sedan, ou de uma picape leve derivada de automóvel, porém com uma caçamba de tamanho razoável sobre o eixo traseiro. O segredo foi a adoção da suspensão multilink atrás, com três braços, e um sistema de mola com carga variável, obtida pelo distanciamento progressivo dos elos, além da perfeita calibragem de cargas dos amortecedores e batentes de borracha. Nesse quesito, o carro é show. Mas, de certa forma, nenhum dos dois motores ajudam muito, apesar de não serem ruins. O diesel é muito áspero e ruidoso, tal como o Jeep Renegade, com quem compartilha o conjunto powertrain (motor e câmbio automático de nove marchas ZF). Faz barulho e treme excessivamente, o que indica a necessidade de coxins um pouco mais robustos ou de um retrabalho nos componentes internos para abran- dar a trepidação no habitáculo. O câmbio ZF de nove velocidades é demais também, tanto que o carro parte de segunda marcha e somente a 120 km/h engata a nona. São engrenagens que raramente serão utilizadas, a não ser que o Toro seja usado para trabalho pesado entre off road e via expressa. Mas bonito do jeito que é, improvável. Já o motor flex foi levemente aperfeiçoado com a adoção de componentes com regulagem variável: coletor de admissão, bomba de óleo e eixo de comando. Tudo para ganhar torque, potência e economia. Mas, com um Toro de 1.619 kg, os 139 cv e 19,3 kgfm ainda não foram suficientes. Se ao menos tivessem optado pelo 2.4 do Freemont... O câmbio Aisin de seis velocidades, automático, cumpre bem o papel, está bem escalonado e faz trocas de marchas suaves. Este é o melhor conjunto para quem precisa de uma picape urbana e quer chegar bonito na festa, com a galera na caçamba. Farol Alto 100% Motor Ficha técnica Fiat Toro Freedom Flex Motor: dianteiro, transversal, flex (gasolina/ etanol), quatro cilindros, 1.8l, 16V, SOHC, 1.747 cm³, 135/139 cv a 5.750 rpm (g/e), 18,9/19,3 Kgfm a 3.750 rpm Câmbio: automático de seis velocidades Tração: dianteira Direção: assistência elétrica progressiva variável Suspensão: independente nas quatro rodas, tipo MacPherson na dianteira e Multilink na traseira, com molas helicoidais (progressiva à carga na traseira), amortecedores a gás e barra de torção Freios: dianteiros a disco ventilados (305 mm), e traseiros a tambor (254 mm), com ESP e Hill Holder Rodas e pneus: aço (liga leve opcional), 215/65 R16 Dimensões: comprimento, 4.915 mm; largura, 1.844 mm; altura, 1.680 mm; entre-eixos, 2.990 mm, peso, 1.619 kg, caçamba, 820 l (650 kg); tanque de combustível, 60 l Desempenho: velocidade máxima, 172/175 km/h (g/e); aceleração 0 a 100 km/h: 12,8/12,2 s (g/e) Consumo PBEV - INMETRO: urbano - 8,3/5,8 Km/l (g/e); rodoviário - 10,5/7,4 Km/l (g/e) Fiat Toro 2.0 Diesel Freedom 4x2 e 4x4, e Volcano Motor: dianteiro, transversal, diesel, quatro cilindros, 2.0l, 16V, DOHC, 1.956 cm³, 170 cv a 3.750 rpm, 35,7 Kgfm a 1.750 rpm Câmbio: manual de seis velocidades (Freedom) ou automática de nove velocidades (Volcano) Tração: dianteira (Freedom 4x2) ou 4x4 (Freedom 4x4 e Volcano) Direção: assistência elétrica progressiva variável Suspensão: independente nas quatro rodas, tipo MacPherson na dianteira e Multilink na traseira, com molas helicoidais (progressiva à carga na traseira), amortecedores a gás e barra de torção Freios: dianteiros a disco ventilados (305 mm), e traseiros a tambor (295 mm), com ESP e Hill Holder Rodas e pneus: aço (liga leve opcional), 225/70 R17 (Freedom) liga leve, 225/65 R17 (Volcano) Dimensões: comprimento, 4.915 mm; largura, 1.844 mm; altura, 1.680 mm; entre-eixos, 2.990 mm, peso, 1.779/1.788/1.871 kg, (4x2/4x4/Volcano) caçamba, 820 l (1000 kg); tanque de combustível, 60 l Desempenho: velocidade máxima, 190/188 km/h (4x2/4x4 e Volcano); aceleração 0 a 100 km/h: 9,5s (Freedom), 10s (Volcano) Consumo PBEV - INMETRO: n/d 15 agora na www.jornalfarolalto.com.br e no yo Para anunciar: 11.2925-7107 contato@ jornalfarolalto. com.br A revista Farol Alto - 100% Motor é uma publicação especializada do setor automotivo voltada ao dono do carro à venda em bancas de jornais e oficinas parceiras. Acesse nosso site e confira os pontos de distribuição 30 /100porcentomotortv /jornalfarolalto /100porcentomotor as bancas www.100porcentomotor.com.br outube O Farol Alto e o Canal 100% Motor uniram forças para trazer mais informação sobre o universo das quatro rodas, direto das mãos de quem mais entende de veículos: os reparadores automotivos Nas bancas (revista) ou na internet (videos), Farol Alto - 100% Motor é Seu Consultor Automotivo para novos ou usados Assine a revista e receba em casa. Mais informações: www.jornalfarolalto.com.br 31 Avaliação | Hyundai HB20 Premium Fotos: divulagação Nova grade na frente Atrás, nova lanterna Couro Dark Brown Destaque do modelo avaliado era o espelhamento do celular na central multimídia Painel conta com aviso de manutenção Espelhamento complicado Ficha técnica Hyundai HB20 1.6 Premium Automático Motor: dianteiro, flex, quatro-cilindros, 1.6l, 16V, DOHC, 1.591 cm³, 128/122 cv a 6.000 rpm (etanol/gasolina), 16,5/16 mkgf a 5.000/4.500 rpm (e/g) Câmbio: automático de seis velocidades Direção: assistência hidráulica Tração: dianteira Suspensão: independente tipo McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira Freios: dianteiros a disco ventilados e tambor na traseira Rodas e pneus: liga leve, 185/60 R15 Dimensões: comprimento, 3920 mm; largura, 1680 mm, altura 1470 mm; entre-eixos, 2.500 mm, peso, 1071 kg porta-malas, 300 l; tanque de combustível, 50 l Desempenho: velocidade máxima, 190/186 km/h (e/g); aceleração 0 a 100 km/h: 10,6 s (e) Consumo PBEV INMETRO: cidade: 8,1/11,6 km/l (e/g) estrada: 9,9 13,8 km/l (e/g) 18 C om o dólar a R$ 4, reclamar do preço dos carros produzidos no Brasil ficou mais difícil. Mas, você compraria um Hyundai HB20 1.6 automático por US$ 16.621,25? Parece até barato, não? Pois é este o preço da versão mais cara do modelo a venda no País, segundo o site da montadora. Em reais, com a cotação fictícia de R$ 4 por dólar, o preço final é de R$ 66.485. Uma barganha, não? Por uma semana avaliamos o modelo topo de linha, com todos os recursos e tecnologias disponíveis, como câmbio automático de seis velocidades, blueMedia® e banco de couro em marrom escuro. Existe um modismo no setor automotivo por bancos marrom escuro. Juntamente com o carro recebemos um smartphone Samsung Galaxy A7, parceria da montadora com a fabricante de gadgets, uma vez que o modelo conta com sistema multimidia que permite o espelha- Tecnologia de espelhamento da tela do smartphone ainda precisa ser melhorada, mas o carro como um todo ainda é boa opção mento da tela do telefone, via wi-fi na tela LCD do carro. E aqui começa uma novelinha... Tecnologia Dois dias depois de testar carro e o smartphone decidimos que era hora de espelhar a tela do celular na central multimídia do carro. Seguimos os passos conforme indicava na central, ligamos o roteador wi-fi do Galaxy e a central o reconheceu. Apertamos Ok, mas logo em seguida a mensagem: aparelho não reconhecido. Tentamos mais uma vez, uma outra, mais uma, e depois de da décima, desistimos. Quem pode nos ajudar? O manual do proprietário, claro. Só que não! Na seção do multimídia, nenhuma informação. Inacreditável. Toca o telefone e nosso tempo para desvendar o mistério acaba. Mas, horas depois, voltamos para tentar fazer o bicho funcionar. Dessa vez, perguntamos ao pai dos burros moderno: Google. Sem nenhuma resposta direta, começamos a fuçar o que já havia sido falado do carro e sistema em outras mídias. E numa matéria reveladora, lá estava a solução: era preciso baixar um programa no smartphone, chamado Car Link, que faz a ponte entre o celular e a central multimídia. Tudo passou a funcionar, porém algumas situações não agradaram, pois enquanto se está conectado, não dá para ouvir rádio, a não ser via aplicativo, o que resulta em consumo de dados. Assim, era necessário escolher entre ouvir notícias no rádio ou usar o Waze ou Google Maps, porém é possível ouvir músicas previamente gravadas no smartphone juntamente com o navegador GPS. Quanto ao carro, o câmbio de seis marchas fez diferença em relação ao de quatro. Ficou mais econômico e mais esperto. De resto, é o mesmo e bom HB 20 de sempre. Farol Alto 100% Motor Honda Civic Si | Avaliação Fotos: Alexandre Akashi Esportivo aspirado é algo em extinção, mas o Civic Si resiste Vermelho no painel: esportividade Silhueta coupé com aerofólio traseiro Motor 2.4 de 206 cv e rodas aro 18 polegadas Esportivo de verdade L ançado no Brasil no final de 2014, o Honda Civic Si deixou de lado a silhueta de sedan para se tornar um genuíno coupé esportivo de duas portas, com visual agressivo e intimidador. Para completar o conjunto motor-transmissão é formado por um 2.4 litros aspirado, de 206 cv de potência a 7.000 rpm e torque máximo de 23,9 kgfm a 4.400 rpm, e câmbio manual de seis velocidades. Apesar de o motor ser maior e mais potente do que a versão anterior, que contava com um 2.0 litros aspirado de 192 cv, a aceleração do atual é mais suave e progressiva, diferentemente do 2.0 que dava um pico de torque aos 6.000 rpm, e dava sensação de mais potência. Mesmo assim, o Civic Si é um carro referência para quem gosta de dirigir. Em relação ao anterior, ganhou embreagem mais macia, o que o torna mais agradável dirigir no trânsito intenso. . Agora com carroceria coupé, o Civic Si volta a cena, porém com preço de R$ 129.000 é preciso gostar muito do modelo e marca Conforto Internamente, o Civic Si chama atenção pela simplicidade. O painel conta com luz de fundo, e mesmo com uma tela de LCD de 5 polegadas, há poucas informações sobre o desempenho do carro. O destaque fica com o medidor de potência, que informa o percentual utilizado, e o indicador do momento ideal para a troca de marchas. A medida que a rotação sobe, um conjunto de seis leds acendem em sequência, quatro amarelas e duas vermelhas. O único porém do modelo é a posição do extintor de incêndio, na parte da frente do assoalho do passageiro, o que impede esticar as pernas confortavelmente. Outra chatice é entrar e sair do banco traseiro, pois não há uma alavanca própria para isso e é preciso dobrar o encosto do banco da frente pelo mesmo sistema de ajuste de inclinação, e sempre que isso ocorre, ao voltar é preciso reajustá-lo. Ao volante O Civic Si é o tipo do carro fácil de se apaixonar, e de usar no dia a dia. A posição de dirigir é típica de esportivo, mas o banco do motorista conta com ajuste de altura, o que é bom para manobrar, apesar de o modelo contar com câmera de ré. A aceleração é plena, mas o torque e a potência vem aos poucos, de forma crescente e contínua, e com relação de marchas curtas, em poucos segundos se está em terceira. O câmbio é suave e preciso, um convite para acelerar forte. Bem balanceado, o carro possui excelente dirigibilidade, contorna curvas com facilidade. É diversão pura e como não há muitos instrumentos para distrair, o foco é no enorme conta-giros central e o indicador de troca de marchas. Apenas alguns segundos separam o primeiro led vermelho do segundo, e a perda do momento ideal provoca um tranco do corte de injeção. Farol Alto 100% Motor Ficha técnica Honda Civic Si Motor: dianteiro, transversal, gasolina, quatro cilindros, 2.4l, 16V, DOHC, 2.354 cm³, 206 cv a 7.000 rpm, 23,9 Kgfm a 4.400 rpm Câmbio: manual de seis velocidades Tração: dianteira Direção: assistência elétrica progressiva variável Suspensão: independente nas quatro rodas, tipo MacPherson na dianteira e Multilink na traseira, com molas helicoidais, amortecedores a gás e barra de torção Freios: dianteiros a disco ventilados e sólidos na traseira, com ABS, EBD, ESP, ASR e Hill Holder Rodas e pneus: liga leve, 225/40 R18 Dimensões: comprimento, 4.550 mm; largura, 1.755 mm; altura, 1.415 mm; entre-eixos, 2.620 mm, peso, 1.359 kg, porta-malas, 330 l; tanque de combustível, 50 l Desempenho: velocidade máxima, 231 km/h; aceleração 0 a 100 km/h: 7,9 s Consumo PBEV - INMETRO: cidade: 8,3 km/l; estrada: 11,6 km/l 19 Avaliação Hora da revisão Ventoinha nervosa Tem gente que reclama do número de vezes que o dispositivo aciona durante o trajeto e para tentar minimizar, retira a válvula termostática. Isso é um grande erro Fotos: Divulagação A válvula termostática (foto menor) serve para controlar a temperatura do motor; na fase fria permanece fechada para o motor aquecer mais rápido D José Carlos Finardi Editor técnico [email protected] 20 iversas vezes quanto tive oficina, atendi motoristas reclamando que a ventoinha ficava ligada direto, enquanto circulava por vias urbanas. Queriam saber se era algum defeito do carro e se tinha como resolver esse problema, pois era incômodo e desconfortável. Ocorre, porém, que a maioria dos motores foi projetado para funcionar assim. A explicação é simples: a temperatura ideal de trabalho dos motores é de aproximadamente 105º C, e para manter essa temperatura o mais tempo possível, o sistema de arrefecimento entra em ação de forma constante, o que implica no acionamento da ventoinha. A grande maioria dos clientes se contentava com essa explicação, porém alguns outros não. E tempos depois voltavam com uma nova reclamação: consumo excessivo. O discurso era sempre o mesmo: depois que o mecânico resolveu o “defeito” da ventoinha, o carro começou a gastar demais. Depois de efetuar alguns testes, descobria o problema. Para diminuir a quantidade de vezes que a ventoinha ligava, era retirada a válvala termostática, e com isso o líquido refrigerante passava direto entre o motor e radiador, resfriando o motor com maior frequência. Sem a válvula termostática, o motor demora mais para aquecer. Na fase fria, o sistema de injeção tem como estratégia aumentar em 15% (média) o tempo de injeção e atrasar a ignição para melhorar a performance, justamente para chegar a temperatura ideal de trabalho. Normalmente, na fase fria, a válvula termostática se mantém fechada para que o motor atinja mais rápido a temperatura ideal de trabalho. À medida que aquece, aproximadamente aos 100ª C, a válvula abre gradativamente, e libera a circulação da água no radiador. Ao rodar em estrada, com fluxo de ar constante, a válvula fecha para reter a temperatura ideal do bloco e cabeçote. Sem ela, o motor trabalha sempre frio, com temperatura entre 15º a 20º C, o que o sistema de injeção traduz como fase fria, e aumenta o tempo de injeção chegando a afogar o veículo. Nestas condições, além de aumentar o consumo, está danificando catalisador e sonda lambda, e também prejudicando os anéis do motor, que se desgastam mais quando se dirige em alta rotação em um bloco frio. Este é, portanto, um defeito colocado, e é difícil de detectar, mas existe uma forma simples de saber se o carro tem ou não válvula termostática: Com o motor frio, dar a partida e monitorar as mangueiras superior e inferior do radiador. Se ambas aquecerem simultaneamente, é certeza de que o carro está sem válvula termostática, ou o componente está com defeito, travado aberto. Em condição normal, uma se mantém fria, enquanto a outra vai aquecer. Quando a ventoinha acionar, ambas mangueiras devem estar aquecidas. Farol Alto 100% Motor Avaliação Hora da revisão Diagnóstico sem eletrônica Existe um aparelho muito simples e barato que informa como está o motor do carro por dentro: o vacuômetro. Conheça mais sobre essa ferramenta Fotos: Divulagação O vacuômetro é um equipamento de baixo custo e altamente confiável no diagnóstico de motor; é usado também como econômetro como no Uno V José Carlos Finardi Editor técnico [email protected] ocê sabe diagnosticar o estado do motor do seu carro? A maioria não faz nem ideia. Outros, um pouco mais entendidos, buscarão ajuda da tecnologia, e irão atrás de um scanner eletrônico de alto custo. Já os especialistas utilizam um equipamento simples, que custa em média R$ 100 e oferece bom nível de precisão: o vacuômetro. O equipamento deve ser instalado em uma tomada de vácuo no coletor de admissão, de preferência na saída do cânister, pois é uma mangueira que dificilmente estará obstruída devido à constância do fluxo de ar que circula por ela. Após instalado, dar a partida no motor e manter em marcha lenta. Com a temperatura ideal de trabalho, após o primeiro funcionamento da ventoinha, medir o vácuo do motor. A faixa ideal é de 19 a 20 kpa. Se estiver abaixo disso, pode ser que haja um desses defeitos: 1. Carbonização nas válvulas - que gera vazamento pois elas não fecham direito devido ao acúmulo de carvão entre a válvula e o guia; 2. Válvulas presas - necessário intervenção mecânica; 3. Correia dentada fora de ponto; ou 4. Distribuidor atrasado. Se a medição resultar em uma oscilação contínua e acentuada do ponteiro, pode ser válvula torta (por atropelamento de válvula) ou biela torta resultante de calço hidráulico. Solução Para saber qual desses problemas é o que ocorre no veículo, o correto é abrir o motor, retirar o cabeçote e verificar os componentes internos. Porém, como a grande maioria dos casos é de carbonização nas válvulas e abrir o motor é muito dispendioso, a recomendação é começar a solução por uma descabonização simples, com uso de produtos químicos de qualidade. Feito a descarbonização, refazer a medição e observar o resultado. Se ainda assim o valor ficar abaixo de 19 kpa, uma intervenção mecânica é necessária, e pode ser feita na sequência que apresentamos neste artigo. Econômetro O vacuômetro tem ainda a funcionalidade de medir a faixa de torque e indicar o melhor aproveitamento do motor. A precisão é tanta que até as montadoras utilizam este equipamento para indicar ao motorista a faixa mais econômica de trabalho do motor. Exemplo disso são os Fiat Economy que possuem no painel um enorme econômetro, que quanto mais fundo o motorista aperta o pé no acelerador, mais alto vai o ponteiro, e maior é o consumo. Farol Alto 100% Motor 21 No elevador | Manutenção preventiva Avaliação Dicas de economia com o carro Em tempos de crise, a busca pelo combustível mais barato aumenta, mas nem sempre gastar menos na hora de encher o tanto significa um bom negócio Arquivo Farol Alto/Alexandre Akashi Adilson Abachioni, Auto Astral Mecânica Av. dos Pequis, 320 Jd. Vl. Formosa (11) 2916-0599 Gasolina com índice de etanol muito acima do especificado por lei causa aumento de consumo e prejuízos ao motorista O atual cenário econômico do País é totalmente desfavorável para a grande maioria dos brasileiros, cheio de incertezas e aumentos de preços, tarifas e impostos. A alimentação está mais cara, o transporte público, a conta de luz, água e também os combustíveis. Aqui na oficina temos notado que o consumidor está mais atento ao valor do combustível, e tentando a todo custo reduzir gastos, mas neste exercício, tem trocado os pés pelas mãos e realizado mau negócio. O consumidor precisa ficar esperto com combustível muito barato, porque na maioria das vezes trata-se de produtos fora de especificação que no final das contas dão mais prejuízo do que economia. O combustível barato quase sempre é aditivado com substâncias nocivas para o motor do carro, seja ele a gasolina, etanol, flex ou diesel. É como comer algo com raticida. Vai sustentar e dar alívio à sensa- 22 ção de fome, mas logo em seguida fará mal, a ponto de precisar ir ao hospital e tomar remédios. Com o carro, a mesma coisa. Após abastecido com combustível de qualidade duvidosa (normalmente os muito mais baratos do que a média de mercado), ele vai andar e funcionar, mas com o tempo vai perder potência, performance, desempenho e ficar mais gastão. Na pior das hipóteses, vai parar de funcionar. E quando essas situações acontecem, não tem jeito. É preciso parar para medicar o carro: limpar o sistema de injeção, trocar velas e cabos de ignição, filtros, sensores etc., pois o combustível ruim pode afetar diversos componentes do motor. Ocorre, porém, que o orçamento está apertado para todos, mas quem tem carro precisa ficar atento para essas situações, e ir além: se programar para as revisões preventivas, que são a melhor forma de economizar dinhei- ro. Como assim? Simples. Recomendamos aos nossos clientes uma revisão no sistema de suspensão a cada 10.000 km (aproximadamente uma vez por ano para quem roda na média do brasileiro, que é cerca de 1.000 km/mês). Nesta revisão, fazemos avaliação dos amortecedores, das molas, dos componentes de direção (coxins, bieletas, bandejas, pivôs, terminais axiais, coitas, homocinética), balanceamento, alinhamento e rodízio dos pneus. Realizar esse tipo de serviço significa certificar-se de que os pneus estão gastando por igual, assim serão utilizados na totalidade da vida útil. Evitá-lo pode significar a perda prematura de um pneu ou mais, e com isso um gasto inesperado na troca de um componente que é pelo menos duas vezes mais caro do que a revisão. Assim, prevenir é o melhor negócio. Ainda mais nesse período de vacas magras. Farol Alto 100% Motor Qualidade | NoAvaliação elevador Uma furada de radiador Falha no sistema de qualidade do fabricante de autopeça compromete totalmente o serviço da oficina, que durante dias bateu cabeça para encontrar o defeito Fotos: Alexandre Morikawa Alexandre Morikawa Automecânica e Elétrica Morikawa R. São Paulo de Oliveira, 877 Jd. Cumbica, Guarulhos (11) 2481-3819 MOR kawa O bocal da mangueira estava com o fundo lacrado, durante o processo de produção, esqueceram de fazer o furo E ste é mais um caso surpreendente de defeito de fabricação de componente automotivo. Dessa vez o problema foi com um radiador produzido pela Delphi, que deu muito trabalho e, no final, era algo que jamais esperaríamos encontrar em uma peça de uma marca tão conhecida. O cliente entrou na oficina com problema que aquecimento no motor. O carro era um Chevrolet Astra e estava com o radiador furado. Serviço fácil e rápido: basta trocar por um novo e pronto. Quem dera. Trocamos o radiador e fomos testar o carro. Continuava super aquecendo. Será que tinha mais algum defeito além do radiador? Essa era a única alternativa, uma vez que tiramos a peça defeituosa e colocamos outra no lugar, nova, tirada da caixa. Suspeitamos da válvula termostática que podia ter quebrado fechada, e por isso não permitia a circulação da água no sistema de arrefecimento. Instalamos uma peça nova e testamos o veículo novamente. O problema persistia. Fomos eliminando as possibilidades, não era possível algo assim. Verificamos o sensor de temperatura, e nada. Estava funcionando perfeitamente. Passamos a desconfiar da bomba d’água, a retiramos para examiná-la e também estava em ordem. Todo o sistema de arrefecimento estava em conformidade, mas o problema continuava a nos desafiar de uma forma que nunca havia presenciado. Parecia coisa de outro mundo. Em um momento de desespero, retiramos o cabeçote e mandamos para retífica, trocamos junta do cabeçote e deixamos tudo certinho, porém ao testar o veículo o defeito ainda estava lá. O motor superaquecia e nada fazia ele resfriar. Foi nesse momento que decidimos retirar o radiador, como última tentativa de encontrar algo errado. E foi ai que tivemos a maior surpresa de nossas vidas: o encaixe da mangueira de entrada do líquido de arrefecimento que vem do motor estava obstruído. No processo de fabricação, houve algum problema e esqueceram de recortar a parte interna do tubo. Assim, o líquido que saía quente do motor não chegava a entrar no radiador, e o carro fervia. Este é o tipo de defeito de fabricação para o qual ninguém está preparado, pois é algo quase impensável de acontecer. E é de difícil detecção pois o recorte fica escondido, só com um exame mais atento descobrimos o problema, que foi solucionado de forma bastante simples: recortamos a parte interna do tubo e abrimos passagem para o líquido entrar no radiador. Ficamos com o prejuízo das horas de trabalho perdido e lamentamos a falta de atenção dos sistemas de qualidade do fabricante, que jamais deveria permitir que algo assim chegasse ao consumidor. Farol Alto 100% Motor 23 No elevador | Defeitos crônicos Avaliação A folga do EA888 Desenvolvido pela Volkswagen, motor é comum em diversos modelos da marca (Jetta, Passat, Fusca, Golf) assim como da Audi (A3, A4, A5, Q3 e Q5) Fotos: Alexandre Akashi Claudio Cobeio, Cobeio Car R.Américo Brasiliense, 1208 Chácara Sto.Antônio (11) 5181-8447 Defeito é causado por falha no esticador da corrente de transmissão (em detalhe), que perde a tensão e permite folga E xiste uma premissa no universo da reparação automotiva que nem sempre levamos à sério, mas quando envolve carros com elevado conteúdo tecnológico, é sempre ter bom senso. Assim, antes de sair desmontando o motor ou qualquer outro componente, estude bem o diagnóstico do defeito, pois nem sempre é o que parece ser. No final do ano passado, recebi aqui na oficina um Audi Q5 2.0 TFSI com aproximadamente 80.000 km, blindado, de um cliente que possui outros carros mas este sempre fez as revisões em concessionária. Pois bem, chegou na oficina reclamando da luz de injeção acesa e perda da marcha-à-ré. A marcha engatava mas o carro não desenvolvia potência. À primeira vista, era problema de câmbio. O scanner indicou um único defeito: sensor de rotação e comando de válvula sem comunicação. Opa! isso não tem nada a ver 24 com câmbio. Com ajuda de um osciloscópio, confirmamos que algo estava errado no sistema de distribuição de força, que neste modelo é feito por corrente, e não correia de borracha. Consultamos colegas e especialistas, e fomos atrás de mais informações e descobrimos que este motor (EA 888) possui um defeito crônico no esticador da corrente, muito comum de aparecer aos 80.000 km nos veículos Audi e Volkswagen fabricados entre 2008 e 2010. O esticador foi desenvolvido de forma equivocada, e com o passar do tempo, com o desgaste da corrente, possibilita folga na corrente, suficiente para, nos piores casos, a perda total da sincronia do motor, com atropelamento de válvulas e perda dos pistões. Existem casos relatados em diversos idiomas desse defeito. A partir de 2011, a montadora sanou este defeito com a mudan- ça no projeto do esticador da corrente, que não permite mais este tipo de folga, mesmo se houver algum tipo de desgaste na corrente. Além disso, as novas correntes aparentam ser bem mais robustas do que as anteriores. Estratégia O fato de a luz de injeção acender no painel e o carro ficar sem marcha-à-ré é uma estratégia do veículo para obrigar o motorista a levar o carro para uma oficina e verificar o que está errado. O defeito nada tem a ver com câmbio. Infelizmente no Brasil o conserto desse tipo de defeito é caro e não sai por menos de R$ 15.000. Um carro desses custa quase R$ 100.000, menos da metade do preço de uma zero km, porém os custos de manutenção são elevados e por isso o consumidor deve ficar atento antes de fechar negócio ao comprar um usado, pois a alegria pode acabar em pesadelo. Farol Alto 100% Motor Defeitos crônicos | NoAvaliação elevador Válvula frouxa Muitos motoristas de Renault Sandero e Logan tem levado susto ao pisar no freio e não encontrar nada. Defeito na válvula equalizadora faz fluido vazar e requer atenção Fotos: Alexandre Akashi Francisco Carlos de Oliveira Stilo Motores Rua Mariquinha Viana, 700, Mandaqui (11) 2977-1124 A válvula equalizadora fica perto do estepe Sem fluido de freio, o pedal fica bobo E ste já é o terceiro caso este ano, e todos com o mesmo modelo de veículo: Renault Sandero. Dessa vez é um Steway 1.6, 2014, com apenas 41.467 km rodados. E o pior é que já ouvi relatos de casos com carros com menos de 20.000 km com o mesmo defeito: vazamento na válvula equalizadora do freio. A válvula equalizadora do freio serve para regular a pressão hidráulica entre as rodas dianteiras e traseiras, e participa ativamente do processo de frenagem do veículo, pois estabilizam o carro no momento da desaceleração. Ao acionar o freio, o peso do veículo tende a se transferir para a dianteira, e com isso a traseira fica muito mais leve. É nesse momento que a válvula entra em cena, equalizando o sistema de modo que o freio traseiro tenha uma menor participação na frenagem, evitando assim o travamento das rodas traseiras e a perda da esta- Defeito é comum nos modelos Renault Sandero (foto) e Logan bilidade do veículo. O principal defeito que pode apresentar é vazamento e quando isso ocorre, o risco de o motorista ficar sem freios é grande pois em questão de horas todo o fluido de freio é esgotado, e como o sistema é hidráulico, sem fluido o carro não para. O problema é crônico, pois há casos de consumidores que trocaram mais de duas vezes a válvula e a peça continuou a dar defeito. E o pior: não existe manutenção preventiva para esse tipo de componente. Uma vez que começou a vazar, pode trocar por um novo, o quanto antes. É importante os proprietários de Sandero e Logan, uma vez que dividem o componente na linha de montagem, pedir para o mecânico de confiança verificar o estado da válvula sempre que realizar a revisão do carro. Com o carro no elevador, é só abrir o guarda pó e checar se está seco. Se houver umidade, é porque está começando a vazar e neste caso a recomendação é de troca imediata, porque esse é um defeito traiçoeiro. Normalmente quando a válvula se rompe, ela derrama todo o fluido do freio. Assim, é sempre aconselhável prestar atenção no chão da garagem antes de sair com o carro. A peça fica localizada na parte traseira, perto do estepe. Assim, se perceber uma poça de liquido viscoso no chão, verifique se há fluido no reservatório antes de sair. Nossa recomendação é que se troque a peça por outra, genuína ou original. Existem empresas que fazem o reparo e também peças mais baratas, importadas, porém como se trata de um item de segurança, não aconselhamos correr riscos. E lembre-se de trocar o fluido de freio sempre que tiver de substituir a válvula, e não esquecer de tirar o óleo velho das rodas. Farol Alto 100% Motor 25 No elevador | Manutenção preventiva Avaliação Para o sonho não virar pesadelo Muitos importados usados custam pouco, bem menos do que um popular zero km, mas é preciso atenção e cuidados para evitar prejuízos e dores de cabeça Fotos: Julio de Souza Júlio de Souza SouzaCar Rua Baquiá, 520, Carrão (11) 2295-7662 Um Audi A4 V6 2000 custa menos de R$ 20.000, mas manutenções como troca de correia e bomba d’água são caras T odo sonho é válido, inclusive a compra daquele carro que desde criança pede ao Papai Noel, Coelhinho da Páscoa e outros símbolos mágicos para trazer e guardar na garagem. Muita gente passa anos economizando para ostentar uma ou outra marca de luxo, e um dia a oportunidade bate à porta. Aquele carrão do tempo de infância hoje custa menos de 10% de um zero km, e é justamente o valor que tem na poupança. Agora sim. Esse tipo de história nós, que temos oficina mecânica, ouvimos toda semana, principalmente quando apresentamos o orçamento do conserto do sonho de consumo, que depois de alguns meses virou dor de cabeça e um tremendo pesadelo. Por isso, sempre alertamos: cuidado com as ofertas tentadoras das marcas premium de segunda mão. Normalmente, um carro zero km se compra pela empolgação, 26 pela emoção, pelo prazer de ser o primeiro a dirigir aquele veículo. Mas, um carro usado deve ser comprado pela razão, por um motivo certo, uma finalidade. Hoje em dia existem diversas oportunidades de perder dinheiro com carros usados. Um exemplo é um Audi A4 V6 30V, 2000, que custa R$ 21.700 (Fipe), mas na atual situação se encontra por menos de R$ 17.000. É um excelente carro, tem um belo motor, roda muito bem, mas quando dá algum defeito, haja dinheiro. O interessante é que os itens de manutenção básica dele não custam um valor absurdo, pelo contrário, tem preço até que similar a um carro compacto 1.4 ou 1.6 moderno, como troca de óleo e filtros, pastilhas e discos de freios etc. E, além disso, o trabalho para realizar esses serviços mais simples também não são complicados, assim o custo de mão de obra é baixo. O problema é quando o defeito ocorre em algum componente mais específico, como o A4. Com aproximadamente 130.000 km, precisou de uma bomba d’água nova. Algo normal em uma peça como esta. E quando abrimos, descobrimos que a correia dentada era original de fábrica ainda, e precisava ser substituída. Até que durou bastante. O cliente optou em usar peças não originais, mais baratas, mas de marcas confiáveis, porém mesmo assim esta pequena intervenção custou quase R$ 3.000, quase 20% do valor pago pelo carro. Assim lembre-se: para o sonho não virar pesadelo, certifique-se de ter uma reserva ao comprar um carro desses. Bem conservado, tem excelente durabilidade e poderá trazer muitas alegrias, mas se não cuidar direito, o preço cobrado depois em uma eventual manutenção corretiva é alto. Pense bem antes de fechar negócio. Farol Alto 100% Motor Manutenção Preventiva | NoAvaliação elevador Economia suja: filtro de óleo O elemento filtrante ecológico presente em veículos como os franceses Citroën C3 e Peugeot 207 deve ser substituído a cada troca de óleo para evitar entupimento Fotos: Divulagação Julio Mansi Pneus Belém Dgp Overhaulin R. Herval, 72 – Belenzinho (11) 2693-9274 pneusdgp@gmail. com Não trocar o filtro pode prejudicar a lubrificação do motor, pois a vazão diminui; há até risco de o motor fundir E ste é um assunto que apesar de ser um tanto comum ainda gera dúvidas entre os motoristas: a importância da troca do óleo lubrificante do motor. Não vou repetir, no entanto, o que todos falam a respeito, mas abordar erros que vejo com muita frequência aqui na oficina, em especial quem tem carros das marcas francesas Citroën e Peugeot, com filtro ecológico.O recado é, portanto, especialmente para proprietários de Citroën C3 e Peugeot 207, com motor 1.4l ou 1.6l. Filtro de óleo ecológico é aquele que se troca somente o elemento filtrante, diferentemente dos filtros blindados convencionais que vem com uma estrutura metálica externa. Deveriam ser mais baratos, mas nem sempre é assim que funciona o mercado. A boa notícia é que o componente tem ficado mais barato com o passar do tempo. Houve épocas em que custava mais de R$ 50, mas agora paga-se no máximo R$ 30, dependendo da marca e da loja, e é por isso que recomendamos a substituição sempre que for trocar o óleo lubrificante do motor. Sintomas Deixar de substituir o elemento filtrante juntamente da troca do óleo lubrificante do motor é como lavar a louça, deixar a pia suja e a torneira aberta. Uma hora vai transbordar, pois o ralo cheio de sujeira não consegue dar vazão suficiente para a água escoar. No motor do carro o que pode ocorrer é a falta de lubrificação devido ao entupimento do filtro, que pode saturar. E sem lubrificação, o motor sobreaquece e pode até fundir. Já tivemos diversos casos assim aqui na oficina. Acostumado com outros veículos, o cliente fazia a troca do elemento filtrante a cada duas trocas de óleo, porém no C3 essa prática acabou custando muito mais caro do que os R$ 30 economizados em um filtro novo. Ocorre ainda que o sintoma de falta de lubrificação é bem parecido com defeito da bomba de óleo, o que pode levar o mecânico a realizar um diagnóstico errado. Também já tivemos casos de motoristas que chegaram à nossa oficina reclamando que estavam com sobreaquecimento do motor, trocou a bomba de óleo mas o defeito persistia. Assim, este é um daqueles itens que não vale a pena a economia, mesmo que o procedimento em outros veículos seja diferente. Correr o risco de perder o motor por causa de um componente de R$ 30 é quase um absurdo, mas acontece e há como se prevenir. Farol Alto 100% Motor 27 No elevador | Manutenção preventiva Avaliação Óleo ‘lifetime’ não é eterno Tudo tem uma vida útil, inclusive os fluidos que dizem durar tanto tempo quanto o veículo, como os de algumas direções hidráulicas Fotos: Luis Carlos Bailone Luis Carlos Bailone Luizinho Reparações Automotivas Av. Cel. Sezefredo Fagundes, 2789, Jardim Tremembé (11) 2203-1627 No frasco da esquerda, o óleo saturado, preto; à direita, o óleo novo. Abaixo a bomba da direção, travada H á quem diga que o óleo da direção hidráulica é ‘lifetime’, ou seja, dura o mesmo tempo da vida útil do carro, e não requer nenhum tipo de manutenção ou substituição, somente reabastecimento em caso de vazamento ou evaporação, porém nem sempre isso é regra. Tanto que alguns fabricantes de direção hidráulica recomendam a manutenção a cada 50.000 km, com troca do óleo, por precaução, para evitar problemas mais graves com o conjunto, principalmente a bomba. Relatamos a seguir um caso ocorrido na oficina, de um Volkswsagen Fox 1.0, 2008, com 145.440 km, que o cliente reclamava de direção dura. já fazia algum tempo. Nossa primeira providência foi substituir o óleo da direção. Como o sistema não possui um ponto para esvaziamento, tal como o óleo motor, a única forma de trocar o fluido da direção 28 hidráulica é pela mangueira de retorno para o reservatório, e o procedimento correto demanda a alimentação com óleo novo ao mesmo tempo que o velho é retirado, para o sistema não ficar seco pois todo processo é feito com o motor ligado. Notamos imediatamente que a cor do óleo estava muito mais escura do que o normal. Segundo o proprietário do veículo, desde que o carro foi adquirido nunca foi feita nenhum tipo de manutenção no sistema, que até então funcionou perfeitamente. Após algum tempo, a cor do óleo que saia era bem próxima do fluido novo, indicando que a troca estava completa. Dica: para retirar todo o óleo das cavidades do sistema hidráulico, deve-se movimentar o volante de um lado para o outro, com as rodas da frente erguidas. Foi interessante notar a cor do óleo que saiu do sistema. Estava muito, mas muito escuro, e isso acabou prejudicando a bomba da direção, que acabou travando e não pressurizava o sistema com força o suficiente para deixar o volante mais leve. Assim, a solução para o problema foi a troca da bomba da direção hidráulica, que infelizmente ficou comprometida pela falta de manutenção no sistema (troca do fluido, que no veículo é o ATF Dexron III). De qualquer maneira, não é possível condenar o componente, que funcionou muito bem por mais de 145.000 km, porém se o proprietário tivesse realizado a troca do óleo pelo menos uma vez neste período, talvez não teria de desembolsar mais de R$ 850 neste serviço corretivo. Assim, recomendamos a todos os nossos clientes e amigos a verificação anual do sistema e a troca do óleo a cada 50.000 km, preventivamente. Farol Alto 100% Motor Defeitos colocados | NoAvaliação elevador Riscos desnecessários Chupeta mal feita e/ou descuido na instalação de acessórios elétricos são as principais causas de defeitos colocados nos veículos modernos A Marcos de Castro Mecânica De Castro Av. Cons. Moreira de Barros, 625, Santana (11) 2950-0990 tualmente, um dos maiores fornecedores de serviços para as oficinas de reparo automotivo são os instaladores de acessórios. Há os que trabalham muito bem, estudam bastante para não fazer besteira no carro, mas existem aqueles que não tem o mesmo cuidado, e normalmente são os que cobram menos da metade do preço da concorrência. Isso ocorre no nosso setor também, e quase sempre são responsáveis por colocar defeitos onde não havia nada de errado. E cabe aos outros encontrar o problema, e ao cliente, lamentar. Foi o que ocorreu com um Chevrolet Captiva Sport 2.4 2010/2011, com 73.449 km que atendemos recentemente. O dono do carro reclamava da luz de ABS acesa e defeito no indicador de marcha do painel, que demorava para informar a marcha engatada, e enquanto o carro estava na oficina, o câmbio automático simplesmente parou de funcionar. Fizemos o diagnóstico com scanner, que informou erro no sensor das rodas dos lados dianteiro esquerdo e traseiro direito, porém ao realizar teste com os sensores, descobrimos que estavam em perfeitas condições, mas o módulo do sistema de ABS enviada sinal errado para o sensor. Fotos: Marcos de Castro O Chevrolet Captiva Sport na oficina: luz do ABS acesa e câmbio travado Scanner indicava sensor de roda; teste mostrou que defeito era no módulo O problema era, então, o módulo, que sofreu algum tipo de avaria elétrica e precisou ser trocado. Já em relação às marchas, o defeito também era no módulo da transmissão automática, que queimou e precisou ser trocado. Ao avaliar o carro com mais rigor, descobrimos uma série de gambiarras sob o painel, com fios desencapados. Recentemente, havia sido instalado uma série de acessórios elétricos no veículo, com sensor de ré e kit multimídia. Não podemos dizer com certeza de que isso foi responsável pelos defeitos, uma vez que este tipo de veículo é sujeito à queima de módulos até mesmo por uma chupeta mal feita. Diferentemente de carros mais simples, ao fazer a chupeta na Captiva, deve-se se certificar que o carro doador de energia está com o motor desligado ao dar a partida, pois do contrário o pico de corrente é muito alto e pode queimar diversos módulos como ocorreu neste caso. No final das contas, o preço pago foi alto: mais de R$ 4.500 pelos módulos e mão de obra. Farol Alto 100% Motor 29 No elevador | Defeitos intrigantes Avaliação Muito barulho por quase nada Após receber diagnóstico correto para ruído alto e estranho no motor, conserto ficou barato em relação ao orçamento inicial de R$ 14.000 Fotos: Alexandre Akashi Sergio Torigoe Centro de Diagnóstico Automotivo Torigoe Rua Serra de Botucatú, 2724 (11) 2097-8440 O Santa Fé chegou com barulho no motor Defeito era o tensionador da corrente do comando de válvulas localizada no lado oposto da correia sincronizadora A o chegar na oficina, o Hunday Santa Fé V6 2.7 AWG 2009 fazia um barulho enorme on motor, rajava forte, parecia que estava tudo batendo por dentro. Com pouco mais de 92.000 km, isso era muito estranho. Antes de vir à oficina, porém, o dono do carro consultou uma concessionária, que lamentou a informar que seria necessário fazer o motor inteiro, e que o conserto não ficaria por menos de R$ 14.000, valor absurdo ao considerar que o carro vale R$ 48.422, segundo tabela Fipe. A luz de injeção do motor estava acesa no painel e ao realizar o diagnóstico com scanner, a informação era de problema na sonda lambda. Como a sonda estava em ordem, e ela não poderia ser a causa do barulho no motor, fomos em busca de uma solução e assim passamos a investigar o que poderia causar 30 erro de queima grande o suficiente para causar tamanho barulho e ser acusado pelo sensor de oxigênio. Com ajuda de uma vareta, passamos a escutar o barulho do motor, tal como era feito antigamente, para tentar detectar a origem. Ao passo que chegávamos próximo do lado oposto da correia dentada, o barulho se intensificava. Decidimos então abrir a tampa do comando de válvulas e encontramos o problema. Esse motor V6 da Kia/ Hyundai recebeu o nome de Mu, e é uma variante da família de motores Delta de 2.7 litros, cuja maior diferença é a inclusão do comando de válvulas variáveis (CVVT). O mecanismo do CVVT contém uma corrente, que também movimenta o segundo comando de válvulas, e esta corrente conta com um tensionador, para manter todo o sistema em sincronia. É um sistema um tanto o quanto complexo, uma vez que o sincronismo principal do motor é feito por correia de borracha, na outra extremidade do motor. O barulho era causado pelo tensionador, que por algum motivo perdeu a força e afrouxou a corrente do segundo comando de válvulas e variador de fase. E, por ser um V6, este motor possui quatro comandos de válvulas, duas correntes, dois variadores e dois tensionadores, e ambos estavam ruins. Ao não conseguir manter a corrente esticada, o variador de fase não funcionava direito e a queima do combustível era irregular, o que acionou o alerta no sensor de oxigênio. Encomendamos um par de tensionadores na concessionária, por R$ 900 cada, e com um valor bem menor dos R$ 14.000 estimados na concessionária resolvemos o defeito do veículo. Farol Alto 100% Motor