Carta Enigmática - Base Integradora da TV Escola

Transcrição

Carta Enigmática - Base Integradora da TV Escola
Carta Enigmática
CONSULTORAS
Patrícia Corsino e Hélen A. Queiroz
SINOPSE geral
da série
C
hico, 6 anos, adora passar as tardes na
estamparia de fundo de quintal do seu avô. Nela, Vô
Manu construiu um “Portal” por onde o menino viaja pelo
mundo da fantasia. Ocride, o papagaio tagarela do avô,
é o grande companheiro de Chico na Ilha dos Jurubebas,
uma civilização formada por seres que são uma mistura de
dois bichos. Na ilha eles se transformam em personagens
animados e encontram a menina Anabela. O lugar é
fascinante, tem um vulcão que expele letras, frutas como
a “mangalarancia” e seres que adoram cantar. Ozo, o
monstro, quer expulsar os Jurubebas desse paraíso. Mas,
Chico, Ocride e Anabela adoram aventuras e são bem
mais espertos do que Ozo imaginava...
1
sinopse do episódio
n
a Ilha dos Jurubebas, Chico precisa decifrar
uma carta enigmática enviada pelo Sábio Bido e
descobre, ao decifrar a mensagem com a ajuda do
avô Manu, que o sábio está em perigo. O episódio
evidencia a função comunicativa da carta e o esforço
do menino em ler a mensagem e compreender sua
importância.
PALAVRAS-CHAVE
C
arta enigmática; função comunicativa
do gênero carta; desenhos e letras; escrita
espontânea; ouvir e contar histórias oralmente;
narrativas; contos.
2
PRINCIPAIS
CONCEITOS A SEREM
TRABALHADOS
Q
uando as crianças estão no momento de descoberta
e reconhecimento das letras é importante que sejam desafiadas a
estabelecer diferenças entre desenhos e letras, e relacionar fala à
escrita, letra e som. Uma das atividades para brincar com essas relações
é a carta enigmática: uma mensagem cifrada, em que há algumas letras
e símbolos misturados e que para decifrá-la é necessário substituir os
símbolos por letras e descobrir a mensagem. Para contribuir com
a decifração da carta, que deverá ser curta e contextualizada com
algo que faça parte do universo cotidiano da turma, não se esqueça
de fazer uma legenda com as letras correspondentes aos símbolos
usados na mensagem.
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Carta Enigmática
Ao retornar da aventura do primeiro episódio, Chico, como um
bom ouvinte e alguém que está em processo de alfabetização, sente o
desejo de registrar (da sua maneira) a história contada pelo sábio. O
menino, sem dominar a escrita, entende que a história ouvida pode ser
registrada por escrito e também com desenhos. Muitas crianças, como
Chico, arriscam escrever antes de ter todos os conhecimentos da
escrita convencional. Nesta escrita espontânea, as crianças se colocam
num lugar ativo de produção textual e evidenciam os conhecimentos
que já têm sobre a língua escrita.
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Propor situações em que as crianças possam escrever
espontaneamente é uma forma de estabelecerem várias relações: a
função do texto no contexto enunciativo, sua organização no espaço
do papel, o tema ou assunto que será ali registrado e a forma como
se dará o registro, as relações entre fala e escrita etc. Nesta atividade
as crianças são chamadas a pensar sobre o que e como se escreve e,
sobretudo, se colocam no lugar de escritoras.
E. M. Aprígio T. Matos - Palmas/TO
Biblioteca - Alunos em atividade de leitura
Outro tema abordado no
episódio são as histórias. Você
deve contar e ler histórias
para as crianças diariamente.
Contá-las de diferentes formas,
com diferentes recursos. Ler
histórias, principalmente, em
livros de literatura infantil
(reparem: são coisas distintas!).
Participar de narrativas orais e
ser leitor ouvinte é fundamental
para as crianças estabelecerem inúmeras relações.
As histórias são simultaneamente espelho para elas se
verem - se reconhecerem, se
diferenciarem dos personagens
e situações - e janelas que se
abrem ao novo, que extrapolam o conhecido e imediato, que
provocam e convocam a imaginação e a criação.
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Sempre depois de contar ou de ler uma história cabe conversar,
dialogar com as crianças sobre os sentidos produzidos, colocar pontos
de vista em discussão, fazer pensar para além do que está posto
na superfície do texto. Ser ouvinte de histórias desperta também
o desejo de ser narrador, de se colocar no lugar, de falar de algo
que viu ou que viveu, de inventar histórias. As narrativas orais das
crianças e também as leituras de memória a partir do texto ouvido e
com apoio das imagens dos livros são atividades básicas numa escola
que quer formar leitores e produtores de textos. A organização que a
oralidade, em atividades como essas impõe às crianças, as colocando
num lugar ativo de produção, é a base para qualquer produção escrita.
Precisam, portanto, ser pensadas cotidianamente nos anos iniciais do
Ensino Fundamental.
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E. M. Pro a da Biblioteca ador
Coorden
6
Cabe a você, professor(a), apresentar um amplo repertório de
histórias infantis e favorecer a interpretação das crianças com diferentes
linguagens: desenhos, dramatizações, narração oral e também a escrita
(inicialmente, você como escriba do texto ditado pelas crianças). A
imaginação e a criação têm como base o vivido e conhecido. Criamos
algo novo a partir do que temos. Portanto, o processo criativo se
sustenta nas experiências vividas e nos desafios de ir além delas.
Solicitar às crianças que façam registros da história contada ou lida
é uma boa estratégia para estimular o desenvolvimento da leitura e
da escrita. Inicialmente, elas usam desenhos e letras soltas, mas com o
processo de apropriação da escrita, os textos escritos vão se ampliando.
E. M. Palmira L. Carvalho - Belém
/PA
Projeto “Textos da Cidade”
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~
SUGESTAÃO DE
ATIVIDADES
H
á, no portal das crianças,
um jogo que é uma carta enigmática
que pode ser uma atividade proposta
ao grupo. Mas você também pode
planejar atividades fazendo cartas
enigmáticas para a turma decifrar.
Você pode criar situações em sala
em que a carta enigmática seja
importante para resolver alguma
questão, enviar algum recado. Quanto
mais lúdica e contextualizada for a
situação inventada por você, mais
interessante será para as crianças em
fase de alfabetização. Sugerimos que
esta atividade seja feita em duplas de
crianças ou em pequenos grupos em
situação de jogo, como, por exemplo,
encontrar um “tesouro” escondido,
descobrir o segredo da bruxa, etc.
O desafio será: reescrever a
mensagem, usando a legenda como
referência. Assim, a dupla poderá
formadas com a substituição dos
símbolos pelas letras correspondentes.
Nesse processo de interação, com
a sua ajuda, professor(a), as duplas
poderão descobrir o que está escrito
na mensagem e resolver a situação que
você propôs. Com o passar do tempo,
as cartas enigmáticas podem ficar mais
complexas.
Jogo “Carta Enigmática”
fazer suposições sobre as palavras
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O importante é que as cartas enigmáticas possam ter uma função
comunicativa e, simultaneamente, estimular às crianças a ler a mensagem, a
partir das descobertas das palavras que foram compostas com as letras.
Outra atividade que o episódio sugere é a leitura de textos literários. Esta
leitura precisa ser diária. Estude previamente o livro que vai ler para a turma.
Escolha para leitura livros que você tenha gostado da história ou dos poemas.
Pense previamente em perguntas que possam ser feitas para além do que está
explicitado no texto. Ler implica numa ação complexa, muito além de decifração
e reconhecimento do que está explícito no texto. Compreender significa dar
uma resposta ao que o texto propõe ou suscita; o que implica em estabelecer
relações das mais diversas (perceber o que está subentendido, situar o contexto
enunciativo, relacionar com experiências e situações, fazer inferências e
deduções). Faça perguntas que abram às interpretações, estimule as crianças a
emitirem opiniões, coloque pontos de vistas diferentes em debate, favoreça as
reflexões.
~
DURAÇÃC, AO
DAS ATIVIDADES
SUGERIDAS
A
pós a turma assistir ao episódio você pode propor a
decifração de uma carta enigmática em duplas, atividade que pode
durar cerca de meia hora ou um pouco mais. Uma vez decifrada a
carta, é importante que seja lida e compreendida. Mas, o trabalho
de produção e leitura de cartas enigmáticas pode se inserir em
projetos mais amplos.
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~
AVALIAÇÃC, AO
A
avalição nos anos iniciais é processual e contínua e tem
como finalidade conhecer as crianças para melhor desafiá-las no seu
processo de alfabetização/letramento. No caso da leitura da carta
enigmática, a avaliação deverá ser feita durante o processo de decifrar
a mensagem da carta. A observação das crianças é fundamental para
perceber as que estão com mais dificuldade em estabelecer relações
fonema e grafema.
Circulando entre as crianças, será possível ajudá-las a estabelecer
tais relações, solicitando que consultem as fichas dos nomes (qual
ficha pode ajudar a pensar nesta letra/palavra?). Ao final da atividade,
cada grupo deve ler a carta para o outro. É mais um momento de
avaliar a leitura das crianças. A avaliação é também um indicador para
você pensar em outras situações pedagógicas decorrentes desta.
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~
SUGESTÃAO~ DE
AMPLIACOÇ
, ÔES
A
lgumas coleções que fizeram parte dos livros didáticos distribuídos
no âmbito do Plano Nacional do Livro Didático-PNLD têm cartas enigmáticas
para serem lidas pelas crianças. Procure no livro da sua turma e aproveite
para integrar as atividades. Aproveite também o jogo do portal.
Vale ressaltar que ter fichas com os nomes das crianças da turma é
um recurso fundamental para o trabalho do primeiro ano. Inicialmente as
fichas devem ser escritas em letra de imprensa maiúscula e de tamanho
de fácil visualização. É importante que todas as crianças reconheçam o
seu próprio nome e o dos colegas. Muitas brincadeiras podem ser feitas
com as fichas dos nomes. A cada dia, no momento da chamada, você pode
levar um jogo diferente. Adaptar jogos conhecidos, tais como: “Chicotinho
Queimado”, “Lenço Atrás”. “Preguicinha” (tapar o nome da ficha com um
papel e ir deslizando o papel devagar para ir aparecendo aos poucos as letras
do nome) pode ser uma estratégia. É fazendo comparações, identificando
e relacionando letras nos nomes e em outras palavras significativas que
as crianças vão estabelecendo relações. Não se preocupe inicialmente em
escrever as fichas com a letra manuscrita ou cursiva. As crianças terão
muito tempo para aprendê-la. Não é necessário apresentar mais uma
dificuldade no inicio do processo de alfabetização/letramento.
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SUGESTÃOES DE LEITURA
Chico, Anabela e Ocride na choupana do
Sábio Bido.
BAJARD, Élie. Da escuta de textos à leitura. São Paulo: Cortez, 2007.
MACIEL, Francisca Izabel Pereira, BAPTISTA, Mônica Correia e MONTEIRO, Sara Mourão (orgs.). A criança de seis anos, a linguagem escrita e o Ensino Fundamental de
nove anos. Belo Horizonte: UFMG/FaE/CEALE, 2009.
portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12624%3Aensinofundamental&Itemid=1152
Revista Sede de Ler. PROALE- UFF, Volumes 1, 2 e 3 http://www.proale.uff.br/images/
stories/sede%20de%20ler%203%20tela.pdf
SMOLKA, Ana Luiza. A criança na fase inicial da leitura. Campinas, São Paulo: Cortez,
2008.
12
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