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ESCOLHA NACIONAl 12 continentemagazine 08_Clube dos produtores.indd 12 12/10/18 16:42 ESCOLHA NACIONAL Sardinha e peixe-espada preto Sabores do mar à nossa mesa A sardinha e o peixe-espada preto são indissociáveis da nossa gastronomia. Nas lojas Continente encontra estas duas espécies com a qualidade e frescura que são chancela do Clube de Produtores Continente. Sardinha O peixe que os portugueses adoram A sardinha é um dos petiscos mais emblemáticos das nossas festas populares, pois é normalmente a partir de Junho que começa a ficar no seu melhor, gorda e carnuda. Com um sabor e um cheiro irresistíveis, a sardinha assada é um dos pratos mais consumidos durante todo o verão. É rica em ácidos gordos polinsaturados do tipo ómega 3, que são essenciais para o bom funcionamento do cérebro e de todos os órgãos sensoriais, têm efeitos benéficos para as artérias e coração e ajudam a baixar os triglicéridos e o “mau colesterol” no sangue, contribuindo assim para a prevenção das doenças cardiovasculares. A sardinha das peixarias das lojas Continente é proveniente de diversas lotas nacionais, de norte a sul do país. Entre elas estão as lotas de Matosinhos, Aveiro, Figueira da Foz, Nazaré, Peniche, Sesimbra, Sines e Portimão, onde é comprada e acondicionada pelos responsáveis de compras do Continente, de forma a chegar com toda a frescura e qualidade às lojas. Na lota de Matosinhos Na lota de Matosinhos, uma das mais importantes na venda da sardinha, o Continente é representado por Mário Machado, que realiza as compras na lota já há mais de dez anos. A sua longa experiência permite-lhe saber quais são as embarcações que trabalham melhor o produto e reconhecer a sardinha de melhor qualidade, analisando o brilho da sua pele, as suas escamas, os seus olhos salientes e transparentes, as suas guelras vermelhas e o seu tamanho. Após a compra, a sardinha é transportada em cabazes para o seu armazém e acondicionada em caixas de esferovite com gelo, para a manter na sua máxima frescura. Com a ajuda permanente de uma equipa de cinco pessoas, no verão o seu quadro de pessoal tem de ser reforçado devido ao aumento do consumo de sardinha. No porto de Sines A pesca de sardinha no porto de Sines é uma atividade com muitos séculos de existência. Os romanos que passaram pela costa alentejana deixaram ali vestígios arqueológicos comprovativos da sua atividade piscatória. Podem encontrar-se tanques de salga escavados na rocha, onde os romanos salgavam as sardinhas que depois enviavam para Roma por via marítima. Estes marcos arqueológicos encontram-se junto ao Castelo de Sines e na Ilha do Pessegueiro, a 17 quilómetros do porto de Sines. A pesca da sardinha alimentou durante décadas o mercado de consumo direto e uma indústria conserveira pujante, nomeadamente nas décadas de 50, 60 e 70 do século passado. Após o 25 de Abril de 1974, deixou de existir defeso (ou paragem biológica) para a sardinha em todos os portos a sul da Figueira da Foz, tendo esta medida contribuído para a diminuição dos stocks da espécie ao longo dos anos. Com vista à recuperação dos stocks de sardinha, foi decretado para 2012 um período de paragem biológica a nível nacional, que no porto de Sines decorreu de 1 de Março a 15 de Abril. Nesse período, os pescadores de Sines ficaram interditos de capturar sardinhas. Sendo um porto importante na pesca deste peixe, o Continente garante a sua presença junto de dois comissionistas, João Aveiro e o seu irmão Idaleciano Aveiro, que compram diariamente as sardinhas para as lojas Continente. Segundo o Sr. João Aveiro, “temos bons pescadores aqui em Sines que tratam do pescado de um modo exemplar, permitindo-nos ter acesso a uma sardinha de qualidade acima da média”. Estes dois compradores já adquirem peixe para as lojas Continente há mais de uma década. “Ao longo de todos estes anos, tanto eu como o meu irmão Idaleciano temos procurado pautar o nosso trabalho no sentido de levar às lojas Continente a melhor sardinha do nosso porto”. continentemagazine 13 08_Clube dos produtores.indd 13 12/10/18 16:42 ESCOLHA NACIONAL A pesca do peixe-espada preto no arquipélago da Madeira remonta ao século XIX, sendo também realizada nos Açores e em algumas zonas de Portugal Continental, com destaque para Sesimbra. Peixe-espada preto Uma “dádiva” do oceano Atlântico O peixe-espada preto é um peixe selvagem, de corpo alongado, pele preta acobreada, com um focinho longo e fortes dentes afiados. Na fase juvenil, faz uma migração vertical, aproximando-se da superfície da água à noite e vivendo em profundidade durante o dia. Na fase adulta, vive a grandes profundidades e não se aproxima da superfície da água. De carne branca e delicada, pode ser encontrado nas lojas Continente fresco ou congelado. A pesca do peixe-espada preto no arquipélago da Madeira remonta ao século XIX, sendo também realizada nos Açores e em algumas zonas de Portugal Continental, com destaque para Sesimbra. O peixe-espada preto que se encontra à venda nas lojas Continente é capturado de uma forma artesanal e tradicional, utilizando a técnica do palangre (um tipo de pesca à linha). Esta é uma forma de pesca altamente sustentável, requisito para todas as embarcações que trabalham com o Continente. ArtesanalPesca É uma associação de produtores de pesca de Sesimbra, membro do Clube de Produtores Continente. Foi formada em 1986, com o objetivo de valorizar os produtos do mar capturados pelos pescadores do concelho. Com 18 barcos associados e 300 pescadores que se dedicam à pesca do peixe-espada preto, representa mais de 95 por cento das capturas desta espécie nas nossas águas continentais. Tal como o Continente, esta associação valoriza as espécies capturadas de uma forma artesanal e sustentável. Caismar É uma das embarcações associadas da ArtesanalPesca que se dedica à pesca do peixe-espada preto. O armador desta embarcação é o Sr. Paulo Gaulo, que compra pei- xe para as lojas Continente na lota de Sesimbra, e que há cerca de oito anos decidiu adquirir uma embarcação. “Desde os 12 anos que acompanhava os meus pais na lota de Sesimbra e o meu grande sonho era um dia ter um barco, sonho esse que consegui concretizar com a compra do Caismar”, diz Paulo Gaulo. Para que uma embarcação tenha bons resultados na pesca tem de ter um bom Mestre. O Sr. João Cabral, de 45 anos, é o Mestre da Caismar e já anda no mar desde os seus 14 anos. “Eram outros tempos, as condições atuais são muito melhores”, afirma o Mestre, ressalvando que apenas uma coisa não mudou: “A fúria do mar. Essa, quando vem, é a mesma de antigamente”. A semana de trabalho do Mestre João Cabral e da sua tripulação começa ao domingo, com a saída de Sesimbra pelas 22.00, regressando cerca de 30 horas depois. “Saio de Sesimbra à noite e para chegar ao pesqueiro, que fica a 48 milhas do porto de Peniche, demoro cerca de sete horas. Quando lá chegamos, temos de retirar o pescado das artes de pesca, que no caso do peixe-espada preto é o palangre de profundidade”. Este processo demora cerca de 12 horas. Recolhido todo o peixe, é necessário acondicioná-lo e adicionar-lhe gelo para que mantenha todas as características de frescura e chegue às lojas Continente com a máxima qualidade. Antes do regresso, “há que lançar novo aparelho ao mar - com cerca de nove mil anzóis - que foi previamente preparado em terra por dez homens e que na terça-feira seguinte vou recolher”. Por fim, o regresso a terra e a tarefa seguinte: descarregar e acondicionar o peixe-espada em dornas com gelo e transportá-lo para as instalações da ArtesanalPesca ou diretamente para o Centro de Distribuição de Pescado do Continente, em Santarém, onde chega com a máxima frescura. 14 continentemagazine 08_Clube dos produtores.indd 14 12/10/18 16:42 ESCOLHA NACIONAL continentemagazine 15 08_Clube dos produtores.indd 15 12/10/18 16:42