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ESCOLHA NACIONAl
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ESCOLHA NACIONAL
Sardinha e peixe-espada preto
Sabores do mar
à nossa mesa
A sardinha e o peixe-espada preto são indissociáveis da nossa gastronomia. Nas lojas Continente encontra
estas duas espécies com a qualidade e frescura que são chancela do Clube de Produtores Continente.
Sardinha
O peixe que os portugueses adoram
A sardinha é um dos petiscos mais emblemáticos das
nossas festas populares, pois é normalmente a partir de
Junho que começa a ficar no seu melhor, gorda e carnuda.
Com um sabor e um cheiro irresistíveis, a sardinha assada
é um dos pratos mais consumidos durante todo o verão.
É rica em ácidos gordos polinsaturados do tipo ómega 3,
que são essenciais para o bom funcionamento do cérebro
e de todos os órgãos sensoriais, têm efeitos benéficos para
as artérias e coração e ajudam a baixar os triglicéridos e o
“mau colesterol” no sangue, contribuindo assim para a prevenção das doenças cardiovasculares. A sardinha das peixarias das lojas Continente é proveniente de diversas lotas
nacionais, de norte a sul do país. Entre elas estão as lotas de
Matosinhos, Aveiro, Figueira da Foz, Nazaré, Peniche, Sesimbra, Sines e Portimão, onde é comprada e acondicionada pelos responsáveis de compras do Continente, de forma
a chegar com toda a frescura e qualidade às lojas.
Na lota de Matosinhos
Na lota de Matosinhos, uma das mais importantes na venda da
sardinha, o Continente é representado por Mário Machado, que
realiza as compras na lota já há mais de dez anos. A sua longa
experiência permite-lhe saber quais são as embarcações que
trabalham melhor o produto e reconhecer a sardinha de melhor
qualidade, analisando o brilho da sua pele, as suas escamas, os
seus olhos salientes e transparentes, as suas guelras vermelhas
e o seu tamanho. Após a compra, a sardinha é transportada em
cabazes para o seu armazém e acondicionada em caixas de esferovite com gelo, para a manter na sua máxima frescura. Com
a ajuda permanente de uma equipa de cinco pessoas, no verão o
seu quadro de pessoal tem de ser reforçado devido ao aumento
do consumo de sardinha.
No porto de Sines
A pesca de sardinha no porto de Sines é uma atividade com
muitos séculos de existência. Os romanos que passaram pela
costa alentejana deixaram ali vestígios arqueológicos comprovativos da sua atividade piscatória. Podem encontrar-se
tanques de salga escavados na rocha, onde os romanos salgavam as sardinhas que depois enviavam para Roma por via
marítima. Estes marcos arqueológicos encontram-se junto ao
Castelo de Sines e na Ilha do Pessegueiro, a 17 quilómetros do
porto de Sines. A pesca da sardinha alimentou durante décadas o mercado de consumo direto e uma indústria conserveira
pujante, nomeadamente nas décadas de 50, 60 e 70 do século
passado. Após o 25 de Abril de 1974, deixou de existir defeso
(ou paragem biológica) para a sardinha em todos os portos a
sul da Figueira da Foz, tendo esta medida contribuído para
a diminuição dos stocks da espécie ao longo dos anos. Com
vista à recuperação dos stocks de sardinha, foi decretado para
2012 um período de paragem biológica a nível nacional, que
no porto de Sines decorreu de 1 de Março a 15 de Abril. Nesse
período, os pescadores de Sines ficaram interditos de capturar
sardinhas. Sendo um porto importante na pesca deste peixe, o
Continente garante a sua presença junto de dois comissionistas, João Aveiro e o seu irmão Idaleciano Aveiro, que compram
diariamente as sardinhas para as lojas Continente. Segundo
o Sr. João Aveiro, “temos bons pescadores aqui em Sines que
tratam do pescado de um modo exemplar, permitindo-nos ter
acesso a uma sardinha de qualidade acima da média”. Estes
dois compradores já adquirem peixe para as lojas Continente
há mais de uma década. “Ao longo de todos estes anos, tanto
eu como o meu irmão Idaleciano temos procurado pautar o
nosso trabalho no sentido de levar às lojas Continente a melhor sardinha do nosso porto”.
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ESCOLHA NACIONAL
A pesca do peixe-espada preto no arquipélago
da Madeira remonta ao século XIX, sendo também
realizada nos Açores e em algumas zonas de
Portugal Continental, com destaque para Sesimbra.
Peixe-espada preto
Uma “dádiva” do oceano Atlântico
O peixe-espada preto é um peixe selvagem, de corpo alongado, pele preta acobreada, com um focinho longo e fortes
dentes afiados. Na fase juvenil, faz uma migração vertical,
aproximando-se da superfície da água à noite e vivendo em
profundidade durante o dia. Na fase adulta, vive a grandes
profundidades e não se aproxima da superfície da água. De
carne branca e delicada, pode ser encontrado nas lojas Continente fresco ou congelado. A pesca do peixe-espada preto
no arquipélago da Madeira remonta ao século XIX, sendo
também realizada nos Açores e em algumas zonas de Portugal Continental, com destaque para Sesimbra. O peixe-espada preto que se encontra à venda nas lojas Continente é
capturado de uma forma artesanal e tradicional, utilizando
a técnica do palangre (um tipo de pesca à linha). Esta é uma
forma de pesca altamente sustentável, requisito para todas
as embarcações que trabalham com o Continente.
ArtesanalPesca
É uma associação de produtores de pesca de Sesimbra,
membro do Clube de Produtores Continente. Foi formada
em 1986, com o objetivo de valorizar os produtos do mar
capturados pelos pescadores do concelho. Com 18 barcos
associados e 300 pescadores que se dedicam à pesca do
peixe-espada preto, representa mais de 95 por cento das
capturas desta espécie nas nossas águas continentais. Tal
como o Continente, esta associação valoriza as espécies
capturadas de uma forma artesanal e sustentável.
Caismar
É uma das embarcações associadas da ArtesanalPesca
que se dedica à pesca do peixe-espada preto. O armador
desta embarcação é o Sr. Paulo Gaulo, que compra pei-
xe para as lojas Continente na lota de Sesimbra, e que
há cerca de oito anos decidiu adquirir uma embarcação.
“Desde os 12 anos que acompanhava os meus pais na
lota de Sesimbra e o meu grande sonho era um dia ter
um barco, sonho esse que consegui concretizar com a
compra do Caismar”, diz Paulo Gaulo. Para que uma embarcação tenha bons resultados na pesca tem de ter um
bom Mestre. O Sr. João Cabral, de 45 anos, é o Mestre da
Caismar e já anda no mar desde os seus 14 anos. “Eram
outros tempos, as condições atuais são muito melhores”,
afirma o Mestre, ressalvando que apenas uma coisa não
mudou: “A fúria do mar. Essa, quando vem, é a mesma
de antigamente”. A semana de trabalho do Mestre João
Cabral e da sua tripulação começa ao domingo, com a
saída de Sesimbra pelas 22.00, regressando cerca de 30
horas depois. “Saio de Sesimbra à noite e para chegar
ao pesqueiro, que fica a 48 milhas do porto de Peniche,
demoro cerca de sete horas. Quando lá chegamos, temos de retirar o pescado das artes de pesca, que no caso
do peixe-espada preto é o palangre de profundidade”. Este
processo demora cerca de 12 horas. Recolhido todo o peixe, é necessário acondicioná-lo e adicionar-lhe gelo para
que mantenha todas as características de frescura e chegue às lojas Continente com a máxima qualidade. Antes
do regresso, “há que lançar novo aparelho ao mar - com
cerca de nove mil anzóis - que foi previamente preparado
em terra por dez homens e que na terça-feira seguinte vou
recolher”. Por fim, o regresso a terra e a tarefa seguinte:
descarregar e acondicionar o peixe-espada em dornas
com gelo e transportá-lo para as instalações da ArtesanalPesca ou diretamente para o Centro de Distribuição
de Pescado do Continente, em Santarém, onde chega com
a máxima frescura.
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