Volume 1 Número 1
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Volume 1 Número 1
ISSN 1808-9909 Volume 1, Número 1, 2005 PLANT CELL CULTURE & MICROPROPAGATION Cultura de Células & Micropropagação de Plantas Publicação Científica da Associação Brasileira de Cultura de Tecidos de Plantas Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, MG, v. 1, n. 1, p. 1-52, 2005 A revista Plant Cell Culture & Micropropagation , editada semestralmente pela Editora da Universidade Federal de Lavras (Editora UFLA), publica artigos científicos da área de cultura de tecidos de plantas por membros da comunidade científica nacional e internacional. Com uma tiragem de 600 exemplares é distribuída aos membros da ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CULTURA DE TECIDOS DE PLANTAS (ABCTP) em dia com a anuidade. Para se associar à ABCTP consulte o site: <www.abctp.ufla.br> PERMUTA A revista Plant Cell Culture & Micropropagation deseja fazer permuta com revistas de áreas afins. ABCTP Universidade Federal de Lavras - Departamento de Biologia Setor de Fisiologia Vegetal - Caixa Postal: 3037 - Lavras MG - CEP 37200-000 FICHA CATALOGRÁFICA Plant Cell Culture & Micropropagation = Cultura de Células & Micropropagação de Plantas. v. 1, n. 1 (jan./jun. 2005)- . Lavras : Ed. UFLA, 2005v. il. Semestral (junho e dezembro). Publicação Científica da Associação Brasileira de Cultura de Tecidos de Plantas (ABCTP). ISSN 1808-9909 1. Cultura de Tecidos de Plantas. I. Associação Brasileira de Cultura de Tecidos de Plantas. II. Universidade Federal de Lavras. Departamento de Biologia. Setor de Fisiologia Vegetal. CDD (22ª ed.) 580.72405 INDEXADO por: AGRIS AGROBASE DIRETORIA Presidente Renato Paiva UFLA Secretário Moacir Pasqual UFLA Secretário Adjunto Antônio Carlos Torres EMBRAPA Hortaliças Tesoureiro Guilherme Augusto Canella Gomes Benger do Brasil COMISSÃO EDITORIAL EDITOR CHEFE Renato Paiva UFLA CONSELHO EDITORIAL Antônio Carlos Torres EMBRAPA Hortaliças Moacir Pasqual UFLA Renato Paiva UFLA BIBLIOGRAFIA Márcio Barbosa de Assis - UNILAVRAS NOMENCLATURA CIENTÍFICA Manuel Losada Gavilanes UFLA EDITORAÇÃO Christyane Aparecida Caetano Editora UFLA Alézia Conceição Modesto Ribeiro Editora UFLA Luciana Carvalho Costa Editora UFLA Cristiano Martinotto UFLA Izonel Custódio de Carvalho Júnior UFLA SECRETARIA Cristiano Martinotto UFLA EDITORES ASSOCIADOS Enio Luiz Pedrotti - UFSC Francisco de Assis Paiva Campos - UFC Gilberto Barbante Kerbauy - USP João Batista Teixeira - EMBRAPA Recursos Genéticos e Biotecnologia José Antônio Peters - UFPEL Kasumitsu Matsumoto- EMBRAPA Recursos Genéticos e Biotecnologia Lilia Gomes Willadino - UFRPE Linda Styer Caldas - UNB Luciana Ribas - UFPR Magdi Ahmed Ibrahim Aloufa - UFRN Marguerite Germaine Ghislaine Quoirin- UFPR Miguel Pedro Guerra - UFSC Miklos Gábor Fári Universidade de Debrecen Ungria Otto Jesu Crocomo ESALQ - USP Renato de Oliveira Resende - UNB Schuyler Korban Universidade de Illinois - Estados Unidos Silvio Lopes Teixeira - UENF Terezinha Rangel Camara UFRPE Wagner Aparecido Vendrame Universidade da Flórida Estados Unidos Wagner Campos Otoni UFV CONSULTORIA CIENTÍFICA (Vol. 1, n.1) Andréa Almeida Carneiro EMBRAPA Milho e Sorgo Antônio Carlos Torres EMBRAPA Hortaliças Enio Luiz Pedrotti - UFSC Jeferson Luiz Dallabona Dombroski - UFMT João Batista Teixeira EMBRAPA Recursos Genéticos e Biotecnologia Leonardo Ferreira Dutra EMBRAPA Florestas Lilia Gomes Willadino - UFRPE Luiz Antônio Biasi - UFPR Marcelo Murad Magalhães - UFLA Terezinha Rangel Câmara - UFRPE Wagner Campos Otoni - UFV Produção e renda bruta de rúcula ( Eruca sativa Mill.)... 1 ISSN 1808-9909 Plant Cell Culture & Micropropagation CONTEÚDO Propagação do murici (Byrsonima verbascifolia) por cultivo in vitro de embriões. Propagation of murici (Byrsonima verbascifolia) through in vitro embryo culture. Ana Hortência Fonsêca Castro, Amauri Alves de Alvarenga, Renato Paiva, Guilherme Augusto Canella Gomes........................................................................................................................................................... 1 Polpa de banana e vitaminas do meio MS no cultivo in vitro de orquídea. Banana s flesh and MS media vitamins on in vitro culture of orchid. Enoque Fernandes da Silva, Moacir Pasqual, Patrícia Duarte de Oliveira Paiva, Adriano Bortolotti da Silva, Denismar Alves Nogueira .................................................................................................................. 8 Bioassay for detection of glyphosate or kanamycin resistance in lettuce plants (Lactuca sativa L.). Bioensaio para a detecção de resistência ao glifosato ou kanamicina em alface (Lactuca sativa L.). Antonio Carlos Torres, Warley Marcos Nascimento, Sonia Alessandra Vasconcelos de Paiva, Fernando Antonio Souza de Aragão, Daniel James Cantliffe....................................................................................... 13 Propagação de Coffea arabica c.v. acaiá cerrado por meio do cultivo in vitro de embriões. Propagation of Coffea arabica c.v. acaiá cerrado through in vitro embryo culture. Cíntia Guimarães dos Santos, Renato Paiva, Patrícia Duarte de Oliveira Paiva, José Raniere Ferreira de Santana, André Barretto Pereira.................................................................................................................... 19 Desinfestação com paraformaldeído no cultivo in vitro de Limonium platyphyllum Lincz. Desinfection with paraformaldeyde on in vitro culture of Limonium platyphyllum Lincz. Claudimar Sidnei Fior, César Gois Prestes, Lia Rosane Rodrigues.............................................................. 24 Concentracão de KNO3 e NH4NO3 no crescimento in vitro de plântulas de orquídea. Concentration of KNO3 and NH4NO3 on in vitro growth of orchid plantlets. Aparecida Gomes de Araujo, Moacir Pasqual, Vantuil Antônio Rodrigues, Adriano Bortolotti da Silva, Gustavo Araújo Soares................................................................................................................................. 31 Regulation of somatic embryogenesis in Feijoa sellowiana Berg. and the technology of synthetic seeds. Regulação de embriogênese somática em Feijoa sellowiana Berg. e tecnologia de sementes sintéticas. Lirio Luiz Dal Vesco, Antônio Carlos Torres, Rubens Onofre Nodari, Miguel Pedro Guerra.................... 37 Orientação do explante , bap e meio de cultura na multiplicação in vitro dos porta-enxertos de prunus Okinawa e Mr. S 1/8 . Explant orientation, bap and culture media on the in vitro multiplication of the Okinawa and Mr. S 1/8 prunus rootstocks. Anderson da Costa Chaves, Márcia Wulff Schuch, José Carlos Fachinello................................................. 47 Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, MG, v. 1, n. 1, p. 1-52, 2005 Ciênc. agrotec., Lavras, v. 29, n. 4, p. xx-xx, jul./ago., 2005 PROPAGAÇÃO DO doMURICI (Byrsonima POR Propagação murici (Byrsonima verbascifolia)verbascifolia) por cultivo... CULTIVO IN VITRO DE EMBRIÕES 1 PROPAGATION OF MURICI (Byrsonima verbascifolia) THROUGH IN VITRO EMBRYO CULTURE ANA HORTÊNCIA FONSÊCA CASTRO1, AMAURI ALVES DE ALVARENGA2, RENATO PAIVA3, GUILHERME AUGUSTO CANELLA GOMES4 1 Doutora em Fisiologia Vegetal. Professora Centro Universitário de Lavras (UNILAVRAS) Lavras, MG 37200-000. Doutor Professor Departamento de Biologia Setor de Fisiologia Vegetal Universidade Federal de Lavras/UFLA. 3 PhD. Professor Departamento de Biologia Setor de Fisiologia Vegetal/UFLA. 4 Doutor em Fitotecnia. Pesquisador Kimberlit Agrociências Rodovia Assis Chatoubriant, Km144,5 [email protected] 2 RESUMO O murici (Byrsonima verbascifolia Rich. ex A. Juss.) é uma espécie medicinal e frutífera, amplamente distribuída no cerrado brasileiro, com desenvolvimento lento e baixa porcentagem de germinação de sementes, em condições naturais. Com esse trabalho, objetivou-se estabelecer metodologia para a propagação desta espécie, por meio do cultivo in vitro de embriões. Frutos foram coletados, desinfestados com NaOCl 2%, por 10 min e seus embriões obtidos removendo-se o endocarpo e o tegumento. A seguir foram submetidos a duas condições experimentais: (1), embriões inoculados em meio MS, acrescido de cinco concentrações de sacarose (0, 15, 30, 45 e 60 g.L-1); (2), embriões submetidos a quatro concentrações de sais no meio MS (0, 25, 50 e 100%), suplementados com 3% de sacarose. Os meios foram solidificados com 7 g.L-1 de ágar e o pH foi ajustado para 5,7 ± 0,1. Após inoculação, foram mantidos em sala de crescimento, a 27 ± 1 oC, fotoperíodo de 16 horas e densidade de fluxo de fótons fotossinteticamente ativos de 25 µ mol.m-2.s-1. Empregou-se delineamento inteiramente casualizado, com cinco repetições, constituídas de dez tubos cada. Pela análise dos resultados, verificou-se que a utilização de meio MS com 100% de sua concentração de sais, suplementado com 30 g.L-1 de sacarose, proporcionou alto percentual germinativo dos embriões e plântulas com maior acúmulo de massa seca. A aclimatização dessa espécie foi possível, a partir de plântulas com idade entre 6 a 8 semanas e 3 a 4 pares de folhas desenvolvidas,tornando-se aptas para o cultivo em casa de vegetação, após 120 dias. Termos para indexação: Byrsonima verbascifolia, planta medicinal, Cerrado. ABSTRACT The murici (Byrsonima verbascifolia Rich. Ex A. Juss.) is a medicinal and fruit species, widely distributed in the Brazilian Cerrado, that presents a slow development and low germination in natural conditions. The objective of the present work was to establish a methodology of propagation for this species, through in vitro cultivation of embryos. The embryos were obtained by removing the endocarp and seed coat and after that they were disinfected during 10 minutes with 2% NaOCl. After disinfection, the embryos were submitted to the following experimental conditions: (1) inoculated in MS medium, supplemented with five concentrations of sucrose (0, 15, 30, 45, and 60 g L-1); (2) inoculated in MS medium with the following salt concentrations (0, 25, 50, and 100%) and supplemented with 30 g L-1 sucrose. The medium was solidified with 7 g L-1 agar and the pH was adjusted to 5.7 ± 0.1. After the inoculation the embryos were maintained in a growing room, at 27 ± 1 oC, for a 16 hour photoperiod and irradiance of 25 µ mol.m-2.s-1 It was used a complete block design, with five replications with 10 testing tubes each. The results indicated that the MS medium with 100% salt concentration, supplemented with 30 g.L-1 sucrose increased the percentage of embryo germination and seedlings dry matter weight. Seedlings between six and eight weeks of age and 3 to 4 pairs of leaves were acclimatized, and turned capable for greenhouse cultivation with 120 days of age. Index terms: Byrsonima verbascifolia, medicinal plant, Brazilian Cerrado. INTRODUÇÃO O cerrado brasileiro constitui-se em uma fonte natural de recursos biológicos, com inúmeras espécies de elevado valor medicinal, incluindo o murici (Byrsonima verbascifolia Rich. ex A. Juss.) (RODRIGUES & CARVALHO, 2001). Almeida et al. (1998) relatam que processos patológicos como inflamações e queimaduras podem ser tratadas mediante a utilização de extratos obtidos, principalmente, da casca dessa espécie, ricos em tanino, um princípio ativo adstringente. A utilização indiscriminada de espécies medicinais tem ocasionado uma redução considerável na densidade (Recebido em 29 de julho de 2003 e aprovado em 13 de abril de 2004) Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, MG, v. 1, n. 1, p. 1-7, 2005 2 CASTRO, A. H. F. et al. populacional de algumas dessas plantas, em áreas onde elas ocorrem naturalmente, sendo importante o desenvolvimento de protocolos que viabilizem a produção de mudas em escala comercial (NADEEM et al., 2000). O murici produz frutos do tipo drupa, e sua propagação se faz por via sexuada, entretanto as sementes apresentam baixa percentagem de germinação e desenvolvimento lento das plantas, obtidas em condições de campo, não ultrapassando 1,5m aos 2 anos de idade (BARROSO, 1991; LORENZI, 1998). A dificuldade de propagação é causada, principalmente, pela presença de um endocarpo esclerificado que envolve o embrião e que atua como uma barreira mecânica, dificultando a protusão da radícula e, conseqüentemente, a emergência da plântula (ALMEIDA et al., 1998). Atualmente, o cultivo de embriões in vitro tem-se mostrado como uma alternativa economicamente viável, para a propagação de várias espécies de interesse econômico (MALIRO & KWAPATA, 2000; MELO, 2000; NADEEM et al., 2000; OLIVEIRA, 2001). Segundo Oliveira (2001), o cultivo de embriões reduz o tempo para a obtenção de um novo indivíduo, permite boa uniformidade e alto percentual de germinação, além de evitar a destruição das plantas matrizes. Outras vantagens são a multiplicação rápida do material selecionado e a antecipação da época de plantio. Um dos aspectos mais importantes da cultura de embriões é a seleção correta do meio nutritivo, que estimule o seu desenvolvimento, devendo ser adaptado para cada espécie (GEORGE, 1996; OLIVEIRA, 2001). Maliro & Kwapata (2000) relatam que o meio mais freqüentemente utilizado é o MS (MURASHIGE & SKOOG, 1962), cuja concentração de nutrientes é, geralmente, elevada e, em função disso, muitas modificações têm sido estudadas com o objetivo de reduzir os níveis dos nutrientes, permitindo assim maior adaptação de cultivos in vitro (SAMARTIN, 1989). De acordo com George (1996), em geral, o desenvolvimento de embriões maturos in vitro ocorre em meios nutritivos simples, compostos de sais minerais, vitaminas e açúcares. A exigência em sacarose é variável em função do estádio de maturação dos embriões e, segundo Hu & Ferreira (1990), os embriões excisados maduros ou quase maduros são autotróficos, ou seja, são capazes de germinar em meio simples, sem suprimento adicional de sacarose. Normalmente, plantas provenientes do cultivo in vitro necessitam de um período de aclimatização, antes de serem transferidas para condições de campo. Para George (1996), esse processo se faz necessário, porque o ambiente in vitro normalmente afeta a morfogênese das plantas, que se apresentam mais frágeis pelo fato de terem sido cultivadas em condições de baixa irradiância e alta umidade relativa. A transferência de plântulas, das condições assépticas e heterotróficas, típica da cultura de tecidos, para o ambiente externo deve ser realizada de forma gradativa e cuidadosa, para evitar sua morte (GOMES, 1999). Neste trabalho, teve-se como objetivo testar o efeito da sacarose e de concentrações de sais do meio MS no cultivo de embriões in vitro de murici, bem como a aclimatização das plântulas obtidas, visando ao enriquecimento populacional da espécie, por meio da produção comercial de mudas. MATERIAL E MÉTODOS Obtenção das sementes e teste de viabilidade: Frutos maduros de murici foram coletados entre os meses de janeiro e março de 2001, em área de formação campestre com fisionomia de Cerrado sensu stricto, localizada no município de Ijaci, sul do Estado de Minas Gerais. Após o processamento dos frutos, o endocarpo foi tratado com solução de Benomyl a 2% e armazenados em sacos plásticos em câmara fria, a 4 oC, no escuro. Para o teste de viabilidade, 30 sementes foram submetidas ao teste do tetrazólio (NADEEM et al., 2000), imediatamente após a coleta (tempo zero) e após armazenamento por 6 e 12 meses. O padrão de coloração em diferentes regiões da semente foi analisado. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, MG, v. 1, n. 1, p. 1-7, 2005 Propagação do murici (Byrsonima verbascifolia) por cultivo... Condução do experimento: Os endocarpos foram desinfestados com hipoclorito de sódio comercial, a 2%, por 10 minutos e lavados em água destilada esterelizada. A seguir, os embriões foram extraídos, removendo-se cuidadosamente o endocarpo e os tegumentos, com auxílio de martelo e bisturi, respectivamente. Embriões excisados foram submetidos a dois experimentos distintos. No primeiro, foram inoculados em meio contendo sais minerais MS (MURASHIGE & SKOOG, 1962), suplementado com 0, 15, 30, 45 e 60 g.L-1 de sacarose. No segundo experimento, os embriões foram inoculados em meio de cultura, acrescidos de diferentes concentrações de sais (0, 25, 50 e 100%), suplementados com 30 g.L-1 de sacarose. Nos dois experimentos, os meios foram solidificados com 7 g.L-1 de ágar e o pH ajustado para 5,7 ± 0,1, antes da autoclavagem, a 120 oC e 1,5 atm, por 20 min. Após inoculação, os embriões foram transferidos para a sala de crescimento com temperatura de 27 1 oC, fotoperíodo de 16 horas e densidade de fluxo de fótons fotossinteticamente ativos de 25 µ mol.m-2.s-1. Após 15 dias de inoculação, avaliaram-se a porcentagem de oxidação e a contaminação do meio e dos explantes e, aos 30 dias, a porcentagem de germinação dos embriões e a massa seca das plântulas formadas. A germinação foi avaliada adotando-se critérios fisiológicos, considerando-se germinados todos os embriões com protusão de radícula. Para ambos os experimentos empregou-se o delineamento experimental inteiramente casualizado, e cada experimento foi constituído de 5 repetições, empregandose para cada parcela experimental, 10 tubos de ensaio, sendo inoculado um embrião por tubo. A porcentagem de germinação e a massa seca total foram submetidos ao estudo de regressão, seguindo modelos matemáticos próprios ao delineamento inteiramente casualizado e analisados estatisticamente utilizando-se o Sistema de Análise de Variância para Dados Balanceados (FERREIRA, 2000). Aclimatização das plântulas obtidas in vitro: Para o processo de aclimatização, adotou-se como referência a 3 metodologia proposta por Gomes et al. (2003). Foram submetidas ao processo de aclimatização, plântulas com 6 a 8 semanas de idade e com 3 a 4 pares de folhas desenvolvidas. RESULTADOS E DISCUSSÃO Viabilidade: Pelo teste de viabilidade, verificou-se que, em média, 85% das sementes recentemente coletadas eram viáveis e que o armazenamento dessas sementes por um período de 12 meses não influenciou na sua viabilidade (p>0,05) (dados não mostrados). Condições de cultivo: As condições de assepsia e a remoção dos endocarpos e tegumentos foram satisfatórias para a obtenção de embriões, como fonte de explante para o cultivo in vitro. Não se verificou qualquer indício de escurecimento no explante no meio de cultura, indicativo do desenvolvimento de processos oxidativos, comuns no cultivo in vitro de espécies lenhosas. O percentual de contaminação foi desprezível, demonstrando não ser necessária a desinfestação direta da superfície externa da semente e do embrião e indicando que os embriões se desenvolvem em condições assépticas, devido à presença do endocarpo esclerificado, desde que intacto, que atua como uma barreira, dificultando a penetração de patógenos. Baixos índices de contaminações in vitro também foram relatados por Andreoli (1986), utilizando embriões como fonte de explante, já que são produzidos em ambientes estéreis. A remoção do tegumento contribuiu para o sucesso obtido na propagação in vitro dessa espécie. Em ensaios preliminares, verificou-se que os embriões desprovidos de tegumento germinaram em 7 dias, apresentando no 12o dia após a inoculação, plântulas mais desenvolvidas e com o seu segundo par de folhas em expansão. Embriões com tegumento germinaram em 12 dias, com o segundo par de folhas formado somente aos 20 dias após inoculação (dados não mostrados). Resultados semelhantes foram descritos por Maliro & Kwapata (2000), em Uapaca kirkiana Mull. Arg., uma espécie frutífera tropical da África Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, MG, v. 1, n. 1, p. 1-7, 2005 CASTRO, A. H. F. et al. Germinação (%) do Sul, onde a remoção do tegumento aumentou a percentagem de germinação de 55% para 78%, além de favorecer o desenvolvimento das plântulas formadas. Efeito da sacarose: As concentrações de sacarose, adicionadas ao meio de cultura, influenciaram a porcentagem de germinação e a matéria seca total das plântulas formadas (Figuras 1 e 2). Maiores porcentagens de germinação foram observadas quando foram empregadas concentrações de sacarose inferiores a 60 g.L-1, independentemente da concentração de sacarose acrescida ao meio (Figura 1). A partir da concentração 30 g.L-1 houve queda, não significativa, na porcentagem de germinação, da ordem de 8,9%. Essa redução mostrou-se mais acentuada, da ordem de aproximadamente 30%, quando a concentração de sacarose foi elevada de 45 para 60 g.L-1. Com esses resultados, verificou-se que no murici, provavelmente, o processo de germinação ocorre devido às reservas nutricionais dos cotilédones, independentemente do fornecimento externo de nutrientes, fato esse concordante com relatos de Melo (2000), para guarirobeira. Os menores percentuais de germinação foram observados quando se adicionaram 60 g.L-1 de sacarose ao meio, possivelmente devido a uma redução do potencial osmótico do meio de cultura, o que restringe, consideravelmente, a disponibilidade de água para o embrião, fundamental no início do processo de germinação. 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 y = 76,6 + 1,14x -0,0244x 2 R2 = 0,97 0 15 30 45 60 75 Sacarose (g.L-1) FIGURA 1 Porcentagem de germinação in vitro de embriões de murici, submetidos a diferentes concentrações de sacarose no meio de cultura. UFLA. Lavras, MG, 2001. 0,2 Matéria Seca Total (g)(g) Matéria Seca Total 4 0,15 0,1 y = 0,0151 + 0,0083x - 0,0001x2 R2 = 0,98 0,05 0 0 15 30 45 60 75 -1 -1) Sacarose(g.L (g.L Sacarose ) FIGURA 2 Matéria seca total de plântulas de murici submetidas a diferentes concentrações de sacarose no meio de cultura. UFLA:Lavras, MG, 2001. Em relação ao crescimento da plântula, tomandose por base a matéria seca total, observou-se um aumento dessa variável, até a concentração de 30 g.L-1 de sacarose no meio de cultura, com incrementos de 80% e 70% na massa seca, quando as concentrações foram aumentadas de 0 para 15 g.L-1 e de 15 para 30 g.L-1, respectivamente (Figura 2). A partir desse valor, verificaram-se decréscimos de 11,76% e 53,33% na matéria seca total, quando as concentrações aumentaram de 30 para 45 g.L-1 e 45 para 60 g.L -1 , respectivamente. Praticamente não houve crescimento dos embriões na ausência de sacarose e que esse foi limitado, quando se empregaram concentrações de 15 e 60 g.L-1. Por esses resultados, verificou-se a importância da adição de sacarose em concentrações equilibradas ao meio de cultivo, de maneira que permita o processo respiratório e, conseqüentemente, o crescimento das plântulas, sem interferir, contudo, no potencial osmótico do meio de cultura. Resultados semelhantes foram obtidos por Oliveira (2001), com plântulas de oliveira, oriundas de embriões cultivados in vitro, em meios com diferentes concentrações de sacarose. Para Hoffmann (1999), a matéria seca é constituída, principalmente, de carboidratos insolúveis presentes na parede celular (celulose, hemicelulose e lignina), na qual a maior disponibilidade de carboidratos facilmente assimiláveis, como a sacarose, permite aumento em sua síntese. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, MG, v. 1, n. 1, p. 1-7, 2005 Germinação(%) (%) Germinação Efeito dos níveis de sais do meio MS: Verificou-se que a matéria seca total foi influenciada pelas diferentes proporções de sais no meio MS, não sendo observado, porém, qualquer efeito na porcentagem de germinação dos embriões (Figuras 3 e 4). Altos percentuais de germinação foram alcançados, independentemente dos níveis de sais presentes nos meios empregados (Figura 3). Apesar de a porcentagem de germinação em meio completo (100%) não ser significativa estatisticamente, nota-se que, na prática, a utilização desse meio pode ser uma alternativa mais vantajosa, quando se objetiva a produção de mudas em larga escala, pois favorece a germinação de 10% de embriões a mais que o meio com metade da concentração dos sais. Analisando-se a figura 4, verifica-se um acúmulo linear de massa seca em relação às plântulas formadas, relacionado à presença de maiores concentrações de sais no meio. Oliveira (2001) sugere que o meio MS completo permite à planta uma maior eficiência na utilização da sacarose presente no meio de cultivo, a qual, por sua vez, otimiza a absorção dos minerais disponíveis. O acúmulo de massa seca pelas plântulas foi 79,61% superior em meio MS completo, em relação àquele apresentado por plântulas cultivadas em meio com ausência de sais. 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 y = 80,382 - 0,1196x + 0,0025x 2 R2 = 0,99 0 25 50 75 100 Sais Saisdo domeio meioMS MS(%) (%) FIGURA 3 Porcentagens de germinação de embriões cultivados in vitro, sob diferentes concentrações de sais no meio MS. UFLA. Lavras, MG, 2001. Matéria (g)(g) MatériaSeca SecaTotal Total Propagação do murici (Byrsonima verbascifolia) por cultivo... 5 0,3 0,25 0,2 0,15 0,1 y = 0,038 + 0,002x R2 = 0,99 0,05 0 0 25 50 75 100 Sais Sais do do meio meio MS (%) (%) FIGURA 4 Matéria seca total de plântulas de murici submetidas a diferentes proporções de sais no meio MS. UFLA. Lavras, MG, 2001. Comparando-se o acúmulo de matéria seca entre os diferentes níveis do meio MS, verifica-se que maiores incrementos de massa seca foram observados entre os níveis 0% e 25%, responsáveis por um aumento de 54,35% na massa seca total, ao passo que menores elevações puderam ser verificadas entre os níveis 50% e 100%, as quais são da ordem de 26,98% e 38,83%, respectivamente. Em função dos resultados, plântulas de murici são exigentes em termos de nutrientes para o seu desenvolvimento e, aumento na produção de massa seca, pode ser observado mesmo quando com o tratamento utilizado, são disponibilizadas baixas concentrações de sais, desde que a concentração de sacarose no meio seja favorável para absorção desses nutrientes. Embora o murici seja uma espécie exigente em termos nutricionais, em vários trabalhos relata-se que esse comportamento varia de espécie para espécie. Em estudos realizados, a partir do cultivo in vitro de oliveira, verificaram-se efeitos lineares significativos sobre a massa seca das plântulas produzidas, em decorrência da variação na concentração de sais do meio MS (OLIVEIRA, 2001). Por outro lado, Paiva (1998) relata que o desenvolvimento de plântulas de estrelícia, obtidas a partir do cultivo de embriões in vitro, não foi influenciado pelas diferentes condições do meio MS empregado, mas sim pelos diferentes estádios de desenvolvimento dos embriões. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, MG, v. 1, n. 1, p. 1-7, 2005 6 CASTRO, A. H. F. et al. Aclimatização das plântulas obtidas a partir do cultivo de embriões in vitro: Pelos estudos, observou-se que 30 dias após o início do processo de aclimatização, as plântulas de murici apresentavam o seu número inicial de folhas duplicado e sistema radicular desenvolvido. Aos 60 dias de aclimatização, observou-se que as folhas apresentavam-se brilhantes, recobertas por ceras epicuticulares e com o aparato fotossintético funcional, observações essas coincidentes com a remoção do último sombrite (dados não mostrados). Segundo Pattnaik et al. ANDREOLI, C. Cultura de embrião. In: SIMPÓSIO DE CULTURA DE TECIDOS VEGETAIS, 1., 1985, Brasília, DF. Anais... Brasília, DF: ABCTP/EMBRAPA, 1986. p. 25-28. (1996), essas características são fundamentais para a FERREIRA, D. F. Análises estatísticas por meio do Sisvar para Windows versão 4.0. In: REUNIÃO ANUAL DA REGIÃO BRASILEIRA DA SOCIEDADE INTERNACIONAL DE BIOMETRIA, 45., 2000, São Carlos. Anais... São Carlos: UFSCar/SIB, 2000. p. 255258. sobrevivência da plântula no ambiente ex vitro. O período de 15 dias, para que as plantas passem para uma condição autotrófica, também é sugerido por Ziv (1995). A porcentagem de sobrevivência das plântulas após o transplantio para as sacolas plásticas foi de 90%. Porcentagens de sobrevivência semelhantes também foram observadas por Pattnaik et al. (1996), durante a aclimatização de plântulas de Morus acidosa Griff. e Morus australis Poir.. Em moreira (Maclura tinctoria D. Don ex Stend.), Gomes (1999) verificou uma porcentagem de 97% de sobrevivência das plântulas e Deshpande et al. (1998) obtiveram 100% de sobrevivência após aclimatização de Ficus religiosa L. CONCLUSÕES O armazenamento das sementes por 12 meses não afetou sua viabilidade. O uso de meio MS com 100% de sua concentração de sais, suplementado com 30 g.L -1 de sacarose, proporcionou alto percentual germinativo dos embriões e plântulas com maior acúmulo de massa seca. A aclimatização dessa espécie é possível, a partir de plântulas com seis a oito semanas de idade e com três a BARROSO, G. M. Sistemática de angiospermas do Brasil. Viçosa: UFV, 1991. v. 2, 377 p. DESHPANDE, S. R.; JOSEKUTTY, P. C. PRATHAPASENAN. 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IN VITRO DE ORQUÍDEA1 BANANA S FLESH AND MS MEDIA VITAMINS ON IN VITRO CULTURE OF ORCHID ENOQUE FERNANDES DA SILVA2, MOACIR PASQUAL3, PATRÍCIA DUARTE DE OLIVEIRA PAIVA4, ADRIANO BORTOLOTTI DA SILVA5, DENISMAR ALVES NOGUEIRA6 1 Parte da Dissertação de Mestrado de Enoque Fernandes da Silva, 2003 Universidade Federal de Lavras/UFLA. Professor da Escola Agrotécnica Federal de Colorado do Oeste - RO. 3 Professor do Departamento de Agricultura da UFLA Caixa Postal 3037 37.200-000 Lavras, MG. 4 Professora do Departamento de Agricultura da UFLA. 5 Doutorando do Curso de Fitotecnia da UFLA. 6 Doutorando do Curso de Estatística e Experimentação Agropecuária DEX/UFLA. 2 RESUMO Os gêneros Cattleya, Laelia e Brassavola, de ocorrência natural no Brasil, são muito procurados no mundo inteiro como plantas ornamentais, criando a necessidade de se desenvolverem técnicas de propagação para atender ao mercado e contribuir com a reposição de espécies ameaçadas de extinção, além de valor comercial. Objetivou-se otimizar um protocolo de micropropagação no estádio de subcultivo da orquídea (Brassocattleya Pastoral x Laeliocattleya Amber Glow), oriunda da germinação in vitro. Plântulas com tamanho médio de 1-1,5 cm foram inoculadas em meio de cultura com concentrações de polpa madura de banana cv. nanica (0, 25, 50, 75 e 100 g L-1) combinadas com concentrações de vitaminas do meio MS (0%, 50%, 100% e 200 %) incorporadas ao meio Knudson. Após três meses de cultivo, verificou-se que as vitaminas do meio MS não promoveram efeito significativo. A polpa de banana na concentração de 75g L-1 promoveu a formação de maior número de brotos e na concentração de 100 g L-1, maior comprimento médio do sistema radicular e maior peso da matéria fresca da plântula. Termos para indexação: Cattleya, Laelia, Brassavola, micropropagação, meio de cultura, Orquidaceae. ABSTRACT The genera Cattleya, Laelia and Brassavola occur naturally in Brazil and are world wide used as ornamental plants which creates a demand for the development of propagations techniques that will attend the market needs and also contribute to the replacement of endangered species. The main purpose of this work was to optimize the micropropagation protocol for the orchid (Brassiocattleya Pastoral x Laeliocattleya Amber Glow) obtained from in vitro germination. Plantlets with average size of 1-1.5cm were inoculated in Knudson culture medium containing different concentrations (0, 25, 50, 75 and 100 g L-1) of ripe banana s (Musa chinensis cv. nanica) flesh in combination with different concentrations of the MS media vitamins (0%, 50%, 100% and 200%). After three months of cultivation, no differences were observed with the use of MS medium vitamins. While the use of 75 g L-1 banana flesh promoted the formation of the highest number of shoots, the highest root average length and dry matter weight were observed with the use of 100 g L-1. Index terms: Cattleya; Laelia; Brassavola; micropropagation; culture media, Orquidaceae. INTRODUÇÃO As orquídeas são conhecidas não só pela sua importância ornamental, mas também industrial, em função da extração de essência de baunilha do gênero Vanilla (JOLY, 1977). Ocorrem em quase todas as regiões da Terra, com exceção dos pólos e desertos (SUTTLEWORTH, 1997), sendo mais freqüentes e exuberantes nos trópicos (HOEHNE, 1942). Entre esses se localiza o Brasil, portador de um invejável banco de germoplasma dessas plantas, tornando-se também responsável pela sua preservação. O elevado número de espécies e híbridos tropicais possibilita variadas formas e cores de flores, exploradas comercialmente em todo mundo. Os gêneros Cattleya, Laelia e Brassavola, de ocorrência natural no Brasil (PAULA & SILVA, 2001), são bastante populares e atingem altos preços no mercado interno e externo, procurados por colecionadores, orquidófilos, decoradores de ambiente e cidadãos comuns. Essa atração exercida pelas orquídeas motiva também freqüentes coletas de mudas pelos denominados mateiros, visando à comercialização, constituindo ainda hoje, uma (Recebido em 08 de julho de 2003 e aprovado em 28 de abril de 2004) Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, MG, v. 1, n. 1, p. 8-12, 2005 Polpa de banana e vitaminas do meio... ameaça de extinção para algumas espécies. A exótica beleza das orquídeas tropicais atraiu a coleta predatória entre os séculos XVI e XX. (ALZUGARAY & ALZUGARAY, 1993). No século XX surgiu a consciência ecológica de se preservar a biodiversidade do planeta, sem abrir mão do direito de usufruir da beleza exibida pela natureza. Para equacionar essa dicotomia de interesses, buscaram-se novas técnicas que atendessem eficazmente a demanda por orquídeas. Foi nesse contexto que o professor Lewis Knudson, em 1922, criou o cultivo assimbiótico, no qual, quase 100% das sementes de orquídeas germinam, sobrevivem e crescem rapidamente (CAMPOS, 2000), em comparação com o método natural em que 2% a 3 % das sementes germinam por simbiose com os fungos Micorriza, além de apresentarem desenvolvimento lento. Assim, a micropropagação de orquídea poderá atender aos desejos de estética e beleza do homem, salvaguardando, ao mesmo tempo, a biodiversidade do planeta. A micropropagação baseia-se na totipotencialidade das células e deve ser entendida como reprodução assexuada. Entretanto, também é usada como artifício para germinar sementes de difícil propagação pelos métodos convencionais (PASQUAL et al., 1998) como é o caso das orquídeas. O crescimento e a morfogenia de plântulas micropropagadas podem ser melhorados com a adição de vitaminas ao meio de cultura. Nos vegetais, essas substâncias são requeridas pelas células como catalisadores metabólicos (GEORGE, 1993). A adição de compostos orgânicos complexos, como a polpa de banana, pode suplementar o teor de vitaminas, aminoácidos e reguladores de crescimento ao meio de cultura (GEORGE, 1993). Os aditivos orgânicos complexos são preparações obtidas de produtos naturais, de composição indefinida, mas que atendem ao propósito de enriquecimento do meio de cultura. Os aditivos orgânicos complexos podem ser adicionados ao meio visando à melhor resposta no padrão 9 de crescimento (TORRES et al., 2001). Alguns cultivadores homogeneízam a polpa da banana com seus meios, tornando-os mais escuros, enquanto outros simplesmente submergem fatias de banana nos frascos contendo o meio. A polpa de banana pode ser preparada a partir de frutos verdes ou maduros, promovendo diferentes efeitos no cultivo in vitro, dependendo da cultivar e da quantidade de polpa utilizada (TORRES et al., 2001). Com relação à polpa de fruto verde, é provável que durante autoclavagem já ocorra adsorção do tanino existente pelo carvão ativado incorporado ao meio. Os fatores que mais freqüentemente determinam o sucesso da cultura de tecidos vegetais são a origem do explante e o meio nutritivo onde são cultivados (PASQUAL et al., 1997). Vários meios de cultura têm sido testados e um meio específico é identificado pela composição de sais minerais, enquanto as vitaminas, os reguladores de crescimento e outros suplementos orgânicos variam na concentração. A escolha do meio depende da espécie em questão e do propósito da cultura (meristema, organogênese, embriogênese somática, cultivo ou subcultivo de explantes, etc.). No cultivo e subcultivo de plântulas do gênero Cattleya, George et al. (1997) sugerem o meio Knudson ou Reinert e Mohr. Segundo Arditti & Ernst (1993), o meio de propagação para Cattleya, Laelia, Laeliocattleya e Brassocattleya pode ser o mesmo. Villalobos et al. (1994) sugerem o meio Vacin & Went para Cattleya, Encyclia e Oncidium, suplementado com 25% de água de coco. Objetivou-se neste trabalho, testar variações no meio de cultura in vitro para o estádio de subcultivo da orquídea Brassiocattleya Pastoral x Laeliocattleya Amber Glow. MATERIAL E MÉTODOS Plântulas do híbrido intergenérico de orquídea Brassiocattleya Pastoral X Laeliocattleya Amber Glow, com 1-1,5cm, foram submetidas à uniformização em meio Knudson (GEORGE et al., 1987) durante três meses. Após esse período, em cada frasco de 250 mL contendo Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, MG, v. 1, n. 1, p. 8-12, 2005 10 SILVA, E. F. da et al. aproximadamente 50 mL de meio, foram colocadas quatro RESULTADOS E DISCUSSÃO Não houve efeito significativo nas variáveis avaliadas para as concentrações de vitamina do meio MS como suplemento ao meio Knudson. As concentrações de polpa de banana incorporadas ao meio Knudson influenciaram o desenvolvimento da orquídea BC Pastoral x LC Amber Glow de maneira significativa. Observa-se na Figura 1 que o maior número de brotos ocorreu quando se adicionaram 75 g L-1 de polpa de banana ao meio de cultura. Um aumento na concentração de polpa de banana correspondeu a um aumento no comprimento médio do sistema radicular (Figura 2) e a matéria fresca da plântula (Figura 3). Número deBrotos Brotos Número de 2 1,5 1 y = 1,5051 0,5 - 0,0233x + 0,001094x2 - 0,000008778x3 2 R = 0,92 0 0 25 50 -1 Polpa de banana (g L ) 75 100 -1 Polpa de banana (g L ) FIGURA 1 Número de brotos em plântulas de orquídea Brassiocattleya Pastoral X Laeliocattleya Amber Glow cultivadas em meio Knudson suplementado com diferentes concentrações de polpa de banana. Comp. Médio do Sist. Radicular (cm) Comp. Médio do Sist. Radicular (cm) plântulas, sob condições assépticas em câmara de fluxo laminar. O meio foi solidificado com 4% de ágar, o pH ajustado para 5,8, antes do processo de autoclavagem a 1210C, 1 atm, por 20 minutos. No meio de cultura foram acrescidas as combinações 0, 25, 50, 75 e 100 g.L-1 de polpa de banana nanica madura e 0%, 50%, 100% e 200 % de vitaminas do meio MS (MURASHIGE & SKOOG, 1962) em relação à composição original, num fatorial 5X4. A polpa de banana foi liquidificada e peneirada antes de ser adicionada ao meio de cultura. Todos os tratamentos foram efetuados antes do processo de autoclavagem. Utilizouse o delineamento experimental inteiramente casualizado com 4 plântulas por parcela e 4 repetições, totalizando 16 plântulas por tratamento. O experimento foi conduzido em sala de crescimento com temperatura de 26 ± 10C e fotoperíodo de 16 horas de luz, com intensidade luminosa de 35 µ mol m-2 s-1. A avaliação do experimento foi efetivada três meses após a instalação, analisandose as variáveis número de brotos, número de folhas, altura da plântula, número de raízes, comprimento médio do sistema radicular e matéria fresca da plântula. A análise estatística do experimento foi feita utilizando o sistema SAS INSTITUTE (2003). Os dados foram analisados por meio de regressão polinomial. 2,5 7 6 5 4 3 2 y = 2,1854 + 0,036615x 2 R = 0,99 1 0 0 25 50 -1 Polpa de banana (g L ) 75 100 Polpa de banana (g L-1) FIGURA 2 Comprimento médio do sistema radicular em plântulas de orquídea Brassiocattleya Pastoral X Laeliocattleya Amber Glow cultivadas em meio Knudson suplementado com diferentes concentrações de polpa de banana. Para concentrações de polpa de banana até 75 g L-1, o número de brotos aumentou de 1,4 (tratamento sem as vitaminas da polpa de banana) para 2,2 por explante, sendo esse o intervalo em que se obteve o maior ganho para número de brotos, provavelmente porque as concentrações de reguladores de crescimento ou outros elementos existentes na composição da polpa de banana estimularam a multiplicação in vitro da plântula. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, MG, v. 1, n. 1, p. 8-12, 2005 Polpa de banana e vitaminas do meio... Peso (g) PesoMatéria MatériaFresca Frescada daPlântula Plântula(g) 1,4 1,2 1 0,8 0,6 Y = 0,393486 + 0,008686x 2 R = 0,88 0,4 0,2 0 0 25 50 75 100 -1 Polpa banana (g(g LL ) -1) Polpa dedebanana FIGURA 3 Matéria fresca em plântulas de orquídea Brassiocattleya Pastoral X Laeliocattleya Amber Glow cultivadas em meio Knudson suplementado com diferentes concentrações de polpa de banana. 11 principalmente por aumento no comprimento médio do sistema radicular. George (1993) afirma que a polpa de banana pode suplementar e promover o aumento da matéria fresca da plântula. É provável que em concentrações superiores ao intervalo estudado, poderia acarretar maior o crescimento da parte aérea da plântula, dentro de certos limites. Várias questões ainda devem ser respondidas em relação ao acréscimo de polpa de banana ao meio de cultura, a utilização de diferentes cultivares de banana ou graus de amadurecimento para seu emprego, demandando maiores pesquisas. CONCLUSÃO O emprego da polpa de banana nanica madura ao meio de cultura é viável para a multiplicação e crescimento -1 Após a concentração de 75 g L , observa-se um efeito negativo da polpa de banana, que passou a inibir a formação de brotos. George (1993) sugere que a adição de compostos orgânicos complexos como polpa de banana pode suplementar o teor de vitaminas, aminoácidos e reguladores de crescimento do meio de cultura. É provável que a riqueza em nutrientes, aminoácidos, vitaminas e reguladores de crescimento, naturalmente existentes na polpa de banana, tenham uma absorção preferencial em relação às vitaminas do meio MS. Arditti & Ernst (1993) confirmaram que a adição de polpa de banana aumenta o número de brotos no cultivo de plântula de orquídea in vitro. Torres et al. (2001) afirmam que a adição de polpa de banana promove diferentes efeitos no cultivo in vitro, tais como espessamento do sistema radicular, desenvolvimento da parte aérea, emissão de brotos adventícios. Como a influência no comprimento médio do sistema radicular foi direta, pode-se inferir que o efeito estimulante da polpa de banana no crescimento das raízes continuaria para concentrações superiores a 100 g.L-1. As concentrações de polpa de banana incorporadas ao meio Knudson influenciaram significativamente a matéria fresca da plântula, in vitro da orquídea BC Pastoral x LC Amber Glow. AGRADECIMENTOS À Escola Agrotécnica Federal de Colorado do Oeste Rondônia, pela liberação para o mestrado. À UFLA, especialmente ao Departamento de Agricultura, pela oportunidade de realização do mestrado. À CAPES, pela concessão da bolsa. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALZUGARAY, D.; ALZUGARAY, C. (Eds.). Como cultivar orquídeas. Rio de Janeiro: Três Livros e Fascículos, 1983. 34 p. ARDITTI, J.; ERNST, R. Micropropagation of orchids. New York: J. Wiley, 1993. 682 p. CAMPOS, D. M. Orquídeas: manual prático de reprodução. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura, 2000. 128 p. GEORGE, E. F. (Ed.). 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BIOENSAIO PARA A DETECÇÃO DE RESISTÊNCIA AO GLIFOSATO OU KANAMICINA EM ALFACE (Lactuca sativa L.) ANTONIO CARLOS TORRES1, WARLEY MARCOS NASCIMENTO1, SONIA ALESSANDRA VASCONCELOS DE PAIVA2, FERNANDO ANTONIO SOUZA DE ARAGÃO3, DANIEL JAMES CANTLIFFE4 1 PhD, Embrapa Hortaliças P. O. Box 218 Brasília, DF 70.359-970 Brazil. Bolsista CNPq, Embrapa Hortaliças P. O. Box 218 Brasília, DF 70.359-970 Brazil. 3 MS, Embrapa Hortaliças P. O. Box 218 Brasília, DF 70.359-970 Brazil. 4 PhD, Horticultural Sciences Department University of Florida Institute of Food and Agricultural Sciences Box 110690 Gainesville, FL 32611-0690 USA. 2 ABSTRACT Transgenic plants of lettuce South Bay (Lactuca sativa L.) (tolerant to herbicide glyphosate and to kanamycin) were produced by using Agrobacterium tumefaciens (Erwin F. Smith and CO Towsend) mediated transformation A biotest was developed using aseptically grown seedlings in medium with glyphosate or kanamycin. Root diferentiation and growth (both tap roots and secondary roots) were observed in the transgenic seedlings while, in the non-transgenic seedlings they were inhibited. This assay provided an effective and inexpensive biotest for large scale detection of putative transgenic lettuce tolerant to either glyphosate or kanamycin in an early stage of plant development in segregating population. In addition, this biotest can be used in germplasm screening toward discover of glyphosate tolerance genes in plants. Index terms: Lactuca sativa, biotest, transgenic selection, GMO, transgenic test. RESUMO Plantas transgênicas de alface South Bay (Lactuca sativa L.) (tolerantes ao herbicida glifosato e canamicina) foram produzidas usando transformação genética mediada por Agrobacterium tumefaciens (Erwin F Smith and CO Towsend). Um bioteste foi desenvolvido usando plântulas germinadas em condições assépticas em meio contendo glifosato ou canamicina. A diferenciação e crescimento das raízes (primárias e secundárias) foram observadas em plântulas transgênicas, ao passo que nas plântulas não transgênicas esses processos foram inibidos. Esse teste fornece um efetivo e econômico bioensaio para detecção, em larga escala, de populações segregantes de plantas potencialmente transgênicas de alface tolerantes ao glifosato e canamicina nos estádios iniciais do desenvolvimento da planta. Em adição, esse bioensaio pode ser empregado na avaliação de germoplasma visando à prospecção de genes de tolerância ao herbicida glifosato em plantas. Termos para indexação: Lactura sativa, bioteste, seleção transgênica, OGM, teste transgênico. P.O. INTRODUCTION Glyphosate is a systemic and non-selective herbicide used to control weeds in several crop plants. Glyphosate interferes with aromatic acid biosynthesis by inhibiting the activity of 5-enolpyruvylshikimate-3phosphate synthase (EPSPS), a key enzyme of the shikimate pathway (AMRHEIN et al., 1980; BRADSHAW et al., 1997; FRANZ et al., 1996; JOHN, 1997; SINGH & SHANER, 1998). Kanamycin is an aminoglycoside antibiotic produced by Streptomyces kanamyceticus (WINDHOLZ et al., 1983) and interferes with protein synthesis by binding to the 30S ribosomal subunit, which causes misreading of genetic code (ELLSWORTH et al., 1998). Glyphosate and kanamycin are generally used as selectable markers in genetically modified organisms (GMO). The identification of transgenes is necessary in breeding programs and in selection of homozygous lines. In general, GMO identification tests are performed by DNA analysis. In this article we described an effective and inexpensive biotest useful for detection of putative transgenic lettuce seedlings expressing resistant to either glyphosate or kanamycin. MATERIALS AND METHODS Transgenic plants of lettuce (Lactuca sativa L.) South Bay (tolerant to herbicide glyphosate and kanamycin) were produced by using Agrobacterium (Recebido em 15 de julho de 2003 e aprovado em 10 de maio de 2004) Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, MG, v. 1, n. 1, p. 13-18, 2005 14 TORRES, A. C. et al. tumefaciens mediated transformation (TORRES et al., 1999). Transgenic and the correspondent non transgenic seeds of South Bay lettuce were disinfested by immerging in 0.5 % sodium hypochlorite solution, for 20 min. The seeds were then rinsed with autoclaved distilled water and aseptically germinated in medium containing MS salts (MURASHIGE & SKOOG, 1962), 0.2% Phytagel and glyphosate (0; 50; 100 or 200µ M) (Assay 1). For kanamycin tolerance, the seeds were germinated in medium containing 0; 50 or 100 mg.l-1 of this antibiotic (Assay 2). Kanamycin was cold-sterilized by membrane filtration before added to autoclaved media during cooling process. Glyphosate media were autoclaved. The pH of all media was adjusted to 5.7. The cultures were grown at 27°C, 16hour photoperiod at a light intensity of 62 µ mol.m-2.s-1. Seed germination, tap root length and number of secondary roots were evaluated at 13 days. The experiment was arranged as a randomized complete design in a fatorial (4x2 for glyphosate and 3x2 for kanamycin) with ten replications per treatment. The media were dispensed into 25x150 mm test tubes at the rate of 20 ml per tube. Each replication consisted of a single test-tube with two seeds in each. The tubes were capped with natural kaputs (polypropylene closures). The percent of seed germination was recorded. A t test was performed initially to compare transgenic and non-transgenic seedlings for the different parameters. Regression analysis was also performed to evaluate genotypes at different concentrations of glyphosate and kanamycin. It was considered significant P values bellow 0.05. Data analysis were performed using MSTATC guide for personal computers (Version 2.10, Michigan State University, MI). RESULTS AND DISCUSSION Germination as well as all parameters evaluated were not significantly different between transgenic and non-transgenic seedlings growing in MS salts medium free of either glyphosate or kanamycin (Table 1). Th us tran sfo rma tion did n ot a dve rse ly a ffe ct germination and root development. Germination was not affected in both transgenic and non-transgenic s e e d s a t d if f e r e n t g lyp h o s a te a nd k a n a myc in concentrations (Table 2). For transgenic seeds, root growth and development was also not affected by glyphosate and kanamycin. However, glyphosate and kanamycin affected root growth and development in non-transgenic seeds (P < 0.0001 for all) (Table 2). T h e g lyp h o s a te a n d k a n a my c in e f f e c ts o n germination and root development are discussed separately. TABLE 1 Average of germination (Germ), tap root length (TRL) and number of secondary roots (NSR) between two seed lots of transgenic and non-transgenic lettuce South Bay incubated in MS salt medium. Genotype Assay 1 Assay 2 Germ (%) TRL (mm) NSR Germ (%) TRL (mm) NSR Transgenic 85.00 46.75 7.50 85.00 32.00 7.61 Non-transgenic 91.25 47.60 7.55 85.67 37.50 8.75 P value* 0.38 0.83 0.94 0.71 0.13 0.39 * P values from t test. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, MG, v. 1, n. 1, p. 13-18, 2005 Bioassay for detection of glyphosate or kanamycin... 15 TABLE 2 P values from analysis of variance for testing regression significance between two seed lots of transgenic and non-transgenic lettuce South Bay incubated in MS salt medium. Assay 1 Assay 2 Genotype Germ TRL NSR Germ TRL NSR Transgenic 0.497 0.172 0.416 0.267 0.281 0.332 Non-transgenic 0.182 <0.001 <0.001 0.146 <0.001 <0.001 Germ: germination; TRL: tap root length; NSR: number of secondary roots. y = -0.04x + 44.23 40 30 20 Transgenic 10 y = -0.18x + 33.82 Non-transgenic 0 0 50 100 150 FIGURE 2 Regression analysis for tap root growth in 13-day-old lettuce seedlings (transgenic and nontransgenic) growing in media containing MS salts and glyphosate. 8 50 25 y = -0.01x + 6.96 Number of secondary roots y = -0.03x + 88.00 75 200 Glyphosate concentration (µM) y = 0.07x + 85.00 100 Germination (%) 50 Tap root length (mm) Effect of ghyphosate on germination and in root growth: Germination was normal and no significant differences were observed in different glyphosate concentrations in both genotypes (Table 2, Figure 1). These results are in agreement with those of Nascimento et al. (2000) and Torres et al. (2003),where the percent of germination of transgenic and non-transgenic Glycine max (L.) Merril seeds were not affected by glyphosate up 200 µ M. Measurements of tap root length and the number of secondary root formed were employed to evaluate root development. These parameters estimate the ability of the root system to develop in a particular substrate and can show how root growth might affects meristematic activity (LYNCH, 1995). Regression analysis for tap root growth and number of secondary root (Table 2; Figures 2, 3) showed interaction between glyphosate concentration and genotype. 6 4 2 Transgenic Transgenic y = -0.03x + 5.59 Non-transgenic Non-transgenic 0 0 0 50 100 150 200 0 50 100 Glyphosate concentration (µM) 150 200 Glyphosate concentration (µM) FIGURE 1 Percent of seed germination of lettuce (transgenic and non-transgenic) incubated in media containing MS salts and glyphosate. FIGURE 3 Number of secondary roots in 13-day-old lettuce seedlings (transgenic and non-transgenic) growing in media containing MS salts and glyphosate. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, MG, v. 1, n. 1, p. 13-18, 2005 16 TORRES, A. C. et al. In non-transgenic seedlings glyphosate inhibited root growth and the final length of tap roots decreased in glyphosate concentration ranging from 50 to 200 µ M (Figure 2). Inhibited secondary root formation was observed in medium with glyphosate (Figure 3). At 30 days secondary root development was poor (Figure 4 A). Glyphosate has been reported to inhibit root growth in Glycine max seedlings (NASCIMENTO et al., 2000; TORRES et al., 2003). Also Torres et al. (1999), showed repression of morphogenetic events in lettuce explants by glyphosate using in vitro leaf disc assay. These authors observed an inhibition of callus growth in non-transgenic Lactuca sativa leaf discs in glyphosate medium. In contrast, leaf discs from transgenic plants grew on glyphosate medium up to 800µ M. As evident in Figure 4 B, transgenic seedlings grew normally in medium containing glyphosate up to 200 µ M. A Effect of Kanamycin on germination and in root growth: Similar to the addition of glyphosate, germination of transgenic and non-transgenic seeds was not affected by an exogenous supply of kanamycin (Table 2, Figure 5). After 13 days kanamycin inhibited tap root growth (Figure 6) and secondary root formation (Figure 7) of non-transgenic seedlings. Kanamycin has been used as selective marker for transformant selection of several plant species (JIN et al., 2000; KO et al., 1998; TORRES et al., 1993, 2000). Kanamycin has been established as having an inhibitory effect in morphogenetic processes on in vitro culture of susceptible explants. At 30 days, tap root growth and secondary root development was poor in non-transgenic seedlings (Figure 8 A). In contrast, transgenic seedlings grew normally in medium with kanamycin; both, the length of tap root and secondary root formation were not inhibited in medium with kanamycin up to 100 mg.l-1 (Figure 8 B). B FIGURE 4 Non-transgenic (A) and transgenic (B) seedlings of lettuce, 30 days old, growing in media containing MS salts, 0.2 % Phytagel and glyphosate 0, 50, 100, 200 M (from left to right). Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, MG, v. 1, n. 1, p. 13-18, 2005 Bioassay for detection of glyphosate or kanamycin... 100 y = -0.10x + 100.00 35 y = 0.15x + 77.50 28 17 y = 0.04x + 30.06 Tap root length (mm) Gemination (%) 75 50 Transgenic 25 Non-transgenic 21 14 Non-transgenic 7 Transgenic y = -0.28x + 32.42 0 0 50 100 Kanamicin concentration (mg.l-1) 0 0 50 100 Kanamycin concentration (mg.l-1) FIGURE 5 Percent of seed germination of lettuce (transgenic and non-transgenic) incubated in media containing MS salts and kanamycin. FIGURE 6 Tap root growth of lettuce seedlings (transgenic and non-transgenic) growing in media containing MS salts and kanamycin 8 Number of secondary roots y = -0.01x + 7.91 6 4 2 Transgenic Non-transgenic y = -0.09x + 7.29 0 0 50 Kanamycin concentration (mg.l-1) 100 FIGURE 7 Number of secondary roots of lettuce seedlings (transgenic and non-transgenic) growing in media containing MS salts and kanamycin. A B FIGURE 8 Non-transgenic (A) and transgenic (B) seedlings of lettuce, 30 days old growing in media containing MS salts, 0.2 % Phytagel and kanamycin 0, 50 and 100 mg.l-1 (from left to right). Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, MG, v. 1, n. 1, p. 13-18, 2005 18 TORRES, A. C. et al. CONCLUSIONS The in vitro biotest described here based in root growth is a rapid effective, inexpensive procedure for selection of putative transformed seedlings of lettuce in relation to glyphosate and/or kanamycin tolerance. LYNCH, J. Root architecture and plant productivity. Plant Physiology, Washington, v. 109, p. 7-13, 1995. MURASHIGE, T.; SKOOG, F. A revised medium for rapid growth and bioassays with tobacco tissue cultures. Physiology Plant, Minneapolis, v. 15, p. 473497, 1962. ACKNOWLEDGMENTS REFERENCES NASCIMENTO, W. M.; TORRES, A. C.; FERREIRA, A. T.; PAIVA, S. A. V. Bioensaio para detecção de plantas transgênicas de soja tolerantes ao herbicida glifosato. In: SEMINÁRIO PANAMERICANO DE SEMILLAS, 17., 2000, Punta de Este, Uruguay. Resumos... Punta de Este: INIA, 2000. p. 102. AMRHEIN, N.; DEUS, B.; GEHRKE, P.; STEINRUCKEN, H. C. The site of inhibition of the shikimate pathway by glyphosate. Plant Physiology, Washington, v. 65, p. 830834, 1980. SINGH, B. K.; SHANER, D. L. Rapid determination of glyphosate injury to plants and identification of glyphosate-resistant plants. Weed Technology, Champaign, v. 12, p. 527-530, 1998. BRADSHAW, L. D.; PADGETTE, S. R.; KIMBALL, S. L.; WELLS, B. H. Perspectives on glyphosate resistance. 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ACAIÁ CERRADO THROUGH IN VITRO EMBRYO CULTURE CÍNTIA GUIMARÃES DOS SANTOS2, RENATO PAIVA3, PATRÍCIA DUARTE DE OLIVEIRA PAIVA4, JOSÉ RANIERE FERREIRA DE SANTANA5, ANDRÉ BARRETTO PEREIRA6 1 Parte da Dissertação apresentada à Universidade Federal de Lavras/UFLA, pela primeira autora, para obtenção do grau de Mestre em Fisiologia Vegetal. 2 Mestrado em Fisiologia Vegetal Departamento de Biologia Setor de Fisiologia Vegetal/UFLA Caixa Postal 3037 37.200-000 Lavras, MG [email protected] 3 Professor Adjunto, PhD, Departamento de Biologia/UFLA. 4 Professor Adjunto, Drª, Departamento de Agricultura /UFLA. 5 Professor, Dr., Universidade Estadual de Feira de Santana /UEFS. 6 Pesquisador, Dr, CEPLAC. RESUMO Objetivou-se neste trabalho o desenvolvimento de um protocolo para obtenção in vitro de plântulas de Coffea arabica L. c.v. Acaiá Cerrado, a partir de embriões zigóticos. Os embriões foram extraídos de frutos coletados no estádio verde-cana e inoculados em meio MS solidificado com 7 g L-1 de ágar, pH 5,8; suplementado com 30 g L-1 de sacarose e diferentes concentrações de BAP (0; 3; 6; 9 e 12 mg L-1). Para o enraizamento das brotações obtidas, essas foram inoculadas em meio MS acrescido de AIB (0; 2; 4; e 6 mg L-1). Para aclimatização e enraizamento ex vitro, plântulas e brotações, respectivamente, obtidas a partir da germinação in vitro de embriões foram transferidas para caixa de gerbox, contendo vermiculita umedecida, e mantidas sob temperatura constante em sombrite 70%, 50% e 30%, respectivamente, os quais foram trocados em intervalos de sete dias. Os sacos plásticos foram gradualmente abertos para redução da umidade. O uso de 12 mg L-1 BAP proporcionou maior comprimento das brotações obtidas in vitro. A aplicação de 4 e 6 mg L -1 AIB promoveu 100% de enraizamento in vitro de brotações. O maior número de raízes/brotação (3) foi obtido na presença de 6 mg L -1 de AIB. O enraizamento ex vitro de brotações não se apresentou como uma alternativa viável de propagação nas condições deste trabalho. Foi verificado 80% de sobrevivência das plântulas após a aclimatização. Termos para indexação: Micropropagação, cultura de embriões, enraizamento, aclimatização, cafeeiro, Coffea arabica. ABSTRACT The objective of the present work was to develop a protocol for the in vitro propagation of Coffea arabica L. c.v. Acaiá Cerrado from zygotic embryos. Embryos were collected from fruits in the green sugarcane developmental stage and inoculated in MS medium solidified with 7 mg L-1 agar, pH 5.8, supplemented with 30 mg l-1 sucrose and different concentrations of BAP (0, 3, 6, 9, and 12 mg L-1). For roof induction, the obtained shoots were inoculated in MS medium containing the following concentrations of IBA (0, 2, 4, and 6 mg L-1). For acclimatization and ex vitro rooting, plantlets and shoots were transferred to portable trays containing moistened vermiculite, and maintained under constant humidity under 70, 50 and 30% mesh screen, respectively, in intervals of 7 days each. The use of 12 mg L -1 BAP provided larger shoot length. The application of 4 or 6 mg L -1 IBA promoted 100% of shoots rooting. The largest number of roots/shoot (3) was obtained in the presence of 9 mg L-1 IBA. Ex vitro shoot rooting showed not to be a viable alternative of propagation. The use of 70, 50 and 30% mesh screen, respectively, for a period of 7 days each promoted 80% of plantlet survival during acclimatization. Index terms: Micropropagation, embryo culture, rooting, acclimatization, coffee plant, Coffea arabica. INTRODUÇÃO A forma mais utilizada de propagação do cafeeiro (Coffea arabica L.) é por meio de sementes. No entanto, a perda do poder germinativo das sementes dessa espécie dificulta seu armazenamento e, conseqüentemente, a preservação de estoques genéticos por longos períodos. Diante do exposto, torna-se relevante a busca de alternativas de propagação que propiciem a produção de mudas. A cultura in vitro de embriões, por exemplo, possibilita o crescimento e o desenvolvimento do embrião zigótico, independentemente da sua idade, tamanho e estádio de desenvolvimento (HU & FERREIRA, 1998). (Recebido em 07 de julho de 2003 e aprovado em 14 de maio de 2004) Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, MG, v. 1, n. 1, p. 19-23, 2005 20 SANTOS, C. G. dos et al. As brotações oriundas da germinação in vitro de embriões podem ser utilizadas como explante, e a formação de raízes adventícias nessas brotações permite o posterior transplantio das plântulas para condições ex vitro. Teve-se como objetivo neste trabalho a obtenção de plântulas de Coffea arabica c.v. Acaiá Cerrado por meio da germinação in vitro de embriões zigóticos e a aclimatização das plântulas produzidas. MATERIAL E MÉTODOS Efeito da citocinina BAP no desenvolvimento de brotações em embriões cultivados in vitro: Frutos no estádio verde-cana , coletados de plantas adultas de Coffea arabica c.v. Acaiá Cerrado cultivados no campo experimental do setor de Cafeicultura da Universidade Federal de Lavras foram utilizados como fonte de embriões. Após a coleta, os frutos foram desinfestados em câmara de fluxo laminar por meio da imersão em hipoclorito de sódio (2% i.a.) durante 30 min e em seguida lavados em água destilada e autoclavada. Os frutos foram transferidos para placas de Petri esterilizadas, contendo papel de filtro, as quais sofreram cortes para a excisão dos embriões. Após excisados, os embriões foram imersos em solução de ácido ascórbico (300 mg L-1) por 5 min e, em seguida, inoculados em tubos de ensaio contendo 15 ml de meio MS (MURASHIGE & SKOOG, 1962), acrescido de 30 mg l-1 de sacarose, solidificado com 0,7% de ágar e suplementado com diferentes concentrações de BAP (0; 3; 6; 9 e 12 mg L-1). O pH do meio foi ajustado em 5,8 e o meio de cultura foi autoclavado a 121ºC por 15 minutos. Logo após a inoculação, os embriões foram transferidos para sala de crescimento a 27 ± 2ºC e mantidos na intensidade luminosa de 13 µ mol s-1 m-2 durante 30 dias, quando se avaliaram o comprimento das brotações e o número de folhas formadas. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado com 10 repetições por tratamento, sendo cada repetição constituída por três embriões. As análises estatísticas foram realizadas através de regressão polinomial. Efeito da auxina AIB no enraizamento in vitro das brotações obtidas da germinação in vitro de embriões: Brotações, oriundas da cultura de embriões (90 dias de cultivo in vitro), foram inoculadas em meio MS suplementado com 30 mg L-1 de sacarose, 0,65% ágar e acrescido de diferentes concentrações de AIB (0, 2, 4 e 6 mg L-1). O pH do meio de cultura foi ajustado para 5,8 e o meio foi autoclavado por 20 minutos a 120ºC. Inoculouse, em câmara de fluxo laminar, uma brotação em cada tubo. Posteriormente, as brotações foram mantidas em sala de crescimento, a 25±1ºC, fotoperíodo de 16 h e intensidade luminosa de 13 µ mol.s-1m-2, durante 30 dias, quando foram avaliados a porcentagem de enraizamento, o número médio de raízes por brotação e o comprimento médio das raízes. O delineamento estatístico foi o inteiramente casualizado, com 10 repetições por tratamento, e cada repetição, composta por uma brotação. A análise estatística foi realizada por regressão polinomial. Aclimatização e enraizamento ex vitro: As plântulas para aclimatização e as brotações para o enraizamento in vitro obtidas da germinação in vitro de embriões, após 90 dias de cultivo foram transferidas para caixa tipo gerbox contendo vermiculita. Após a transferência, as plântulas e as brotações foram envolvidas por sacos plásticos transparentes e mantidas em sala de crescimento sob temperatura controlada de 25±1ºC e sob sombrite 70% (14 µ mol.s-1.m-2) por 7 dias. Para proporcionar um aumento gradual da intensidade luminosa, esse sombrite foi substituído por sombrite 50% (25 µ mol.s -1.m-2) e, posteriormente, para 30% (75 µ mol.s-1.m-2) e, sem sombrite, em intervalos de 7 dias. Durante esse período, a cobertura plástica foi parcialmente aberta para redução gradual da umidade. Após 7 dias das plântulas sem sombrite (total de 35 dias), a cobertura plástica e o sombrite foram retirados, quando, então, foram avaliados o percentual de plântulas aclimatizadas e brotações enraizadas. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, MG, v. 1, n. 1, p. 19-23, 2005 Propagação de Coffea arabica c. v. acaiá cerrado... 21 Efeito da citocinina BAP no desenvolvimento de brotações em embriões cultivados in vitro:Na presença de concentrações de BAP inferiores a 9 mg L-1 o comprimento médio das brotações de Coffea arabica c.v. Acaiá Cerrado foi de 1,1cm, semelhante ao controle (Figura 1). Vários autores atribuem o sucesso da cultura de embriões à formação adequada da parte aérea cujo comprimento deve ser igual ou superior a um centímetro (COLONNA, 1972; KRASNYANSKI et al., 1992; RAGHURAMULU, 1989; SONDAHL et al., 1984). Neste estudo, a utilização de 12 mg L-1 de BAP proporcionou a formação de brotações com comprimento médio de 1,2 cm. Por esses resultados, verifica-se que o uso de BAP promove o crescimento de brotações in vitro, cujo tamanho favorece a sobrevivência da plântula. Pelo número de folhas por brotação, não se observou diferença significativa entre os tratamentos, 30 dias após a inoculação dos embriões no meio de cultura, sendo de duas folhas/brotação. Efeito da auxina AIB no enraizamento in vitro das brotações obtidas da germinação in vitro de embriões: Na Comprimento brotações (cm) ausência de AIB, não foi observado enraizamento das brotações (Figura 2). BAP (mg L-1) FIGURA 1 Comprimento médio de brotações de Coffea arabica c.v. Acaiá Cerrado, após 30 dias do cultivo in vitro de embriões zigóticos, inoculados em diferentes concentrações de BAP. Enraizamento (%) RESULTADOS E DISCUSSÃO AIB (mg L-1) FIGURA 2 Percentual de enraizamento de brotação de Coffea arabica c.v. Acaiá Cerrado, após 30 dias do cultivo in vitro de brotações, em função da concentração de AIB. No entanto, o uso de 2 mg L-1 de AIB, proporcionou 83% de enraizamento. Os tratamentos com 4 ou 6 mg L-1 de AIB proporcionaram 100% de enraizamento. Esse resultado está de acordo com George (1996). Segundo esse autor, o uso de auxina em algumas espécies acelera consideravelmente o processo de enraizamento e, além disso, pode causar aumento no número de raízes formadas. O tratamento com auxinas em plântulas cultivadas in vitro de Coffea arabica c.v. Acaiá Cerrado favorece o número de raízes formadas (Figura 3). Observou-se um aumento no número de raízes com o aumento na concentração de AIB. O uso de 6 mg L-1 proporcionou um aumento de 95% no número de raízes formadas, em relação ao controle. Entretanto, George (1996) relata que concentrações elevadas podem também induzir a formação de calos. Neste trabalho, não se verificou a formação de calos nas brotações da cultivar Acaiá Cerrado inoculadas em meio de cultura acrescido de AIB. Na presença de AIB, independentemente das concentrações adicionadas ao meio de cultura, não se observaram diferenças significativas no comprimento de raízes, cuja média foi de 0,36 cm. Esses resultados foram semelhantes ao relatado por Harbage et al. (1993), em que a presença de auxina, principalmente em altas concentrações, favoreceu o crescimento in vitro de raízes de macieira (Malus domestica Baumg.). Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, MG, v. 1, n. 1, p. 19-23, 2005 Número de raízes 22 SANTOS, C. G. dos et al. Y = 0,1667 + 0,5417X R2 = 0,95 AIB (mg L-1) FIGURA 3 Número de raízes em brotação de Coffea arabica c.v. Acaiá Cerrado, após 30 dias do cultivo in vitro de brotações, em função da concentração de AIB. Aclimatização e enraizamento ex vitro: As plântulas obtidas in vitro apresentaram 80% de sobrevivência após a aclimatização. O controle ambiental, mediante o uso de sombrite 70%, 50%, 30%, respectivamente, por período de sete dias cada, a manutenção da temperatura e redução gradual da umidade no local de aclimatização, favoreceram o crescimento e o desenvolvimento das plântulas. Esses resultados estão de acordo com o proposto por Brassard et al. (1996) e Dunstan & Turner (1984), os quais afirmam que o sucesso da aclimatização é O maior número de raízes/brotação (3) foi obtido na presença de 6 mg. L-1 de AIB. O enraizamento ex vitro de brotações não se apresentou como uma alternativa viável de propagação nas condições experimentados neste trabalho. Verificaram-se 80% de sobrevivência das plântulas após a aclimatização. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASSARD, N.; BRISSETTE, L.; LORD, D.; LALIBETÉ, S. Elongation, rooting and acclimatization of micropropagated shoots from mature material of hybrid lard. Plant Cell Tissue and Organ Culture, Dordrechet, v. 44, p. 37-44, 1996. COLONNA, J. P. Contribution a letude de la culture in vitro d embryos de cafeiers: Action de la cafeina. Thé Café, Cação, Paris, v. 16, p. 193-203, 1972. DUNSTAN, D. I.; TURNER, K. E. The acclimatization of micropropagated plants. In: VASIL, I. K. (Ed.). Cell culture and somatic cell genetics of plants-laboratory procedures and their applications. Orlando: Academic, 1984. v. 1, p. 123-129. atribuído à superação dos problemas decorridos do processo de enraizamento (in vitro ou ex vitro) que variam com a espécie estudada e ainda ao controle das GEORGE, E. F. Plant propagation by tissue culture: the technology. 2. ed. Edington: Exegetics, 1996. 361 p. condições de temperatura e umidade a que as plântulas são inicialmente submetidas. Com relação ao enraizamento ex vitro, observou-se apenas 30% de enraizamento em brotações oriundas da cultura de embriões após 90 dias de cultivo in vitro. Pelos resultados obtidos, verifica-se que o enraizamento ex vitro, nas condições deste trabalho, não foi uma alternativa viável para sua propagação em escala comercial. HARBAGE, J. F.; STIMART, D. P.; EVERT, R. F. Anatomy of adventitious root formation in microcuttings of Malus dosmestica Borkh. Gala . Journal of the American Society for Horticultural Science, Alexandria, v. 118, n. 5, p. 680688, 1993. CONCLUSÕES HU, C. Y.; FERREIRA, A. G. Cultura de embriões. In: CENTRO BRASILEIRO ARGENTINO DE BIOTECNOLOGIA. Cultura de tecidos e transformação genética de plantas. Brasília: EMBRAPA-SPI/ EMBRAPA-CNPH, 1998. v. 1, p. 261-297. O uso de 12 mg L-1 BAP proporcionou maior comprimento das brotações obtidas A aplicação de 4 e 6 mg L-1 AIB promoveu 100% de enraizamento in vitro de brotações. KRASNYANSKI, S.; POLGÁR, Z.; NÉMETH, G.; MENENZEL, L. Plant regeneration for callus and protoplast of Helianthus giganteus L. Plant Cell Reports, Berlin, v. 11, p. 7-10, 1992. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, MG, v. 1, n. 1, p. 19-23, 2005 Propagação de Coffea arabica c. v. acaiá cerrado... MURASHIGE, T.; SKOOG, F. A revised medium for rapid growth and bioassays with tobacco tissue cultures. Physiologia Plantarum, Copenhagen, v. 15, p. 473-479, 1962. RAGHURAMULU, Y. Anther and endosperm culture of Coffee. Journal of Research, Cambridge, v. 19, n. 2, p. 71-81, 1989. 23 SONDAHL, M. R.; NAKAMURA, T.; MEDINA FILHO, H. P.; CARVALHO, A.; FAZUOLI, L. C.; COSTA, W. R. Coffee. In: AMMYRATO; MCMILLEN (Eds.). Handbook of plant cell culture. New York: P.V., 1984. p. 564-590. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, MG, v. 1, n. 1, p. 19-23, 2005 24 DESINFESTAÇÃO COM PARAFORMALDEÍDO NO CULTIVO FIOR, C. S. et al. IN VITRO DE Limonium platyphyllum Lincz. DESINFECTION WITH PARAFORMALDEYDE ON IN VITRO CULTURE OF Limonium platyphyllum Lincz. CLAUDIMAR SIDNEI FIOR1, CÉSAR GOIS PRESTES2, LIA ROSANE RODRIGUES3 1 Engenheiro Agrônomo, Laboratório de Cultura de Tecidos Jardim Botânico Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul 90690-000 Porto Alegre, RS [email protected] 2 Acadêmico do Curso de Agronomia e bolsista do Departamento de Horticultura e Silvicultura Faculdade de Agronomia Universidade Federal do Rio Grande do Sul/UFRGS. 3 Doutora em Ciências pelo Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular do Departamento de Genética Instituto de Biociências/UFRGS. RESUMO O paraformaldeído (H-CHO)n (PF) é um polímero sólido do formaldeído, empregado para esterilização de ambientes e instrumentos cirúrgicos. Neste trabalho, a desinfestação de tecidos de Limonium platyphyllum Lincz. com PF foi testada como alternativa à técnica mais comum que emprega etanol 70% e NaOCl, procedimento padrão (PP) na maioria dos laboratórios. O trabalho foi executado em quatro etapas nas quais foram avaliados: 1. o potencial do PF como agente de desinfestação para discos foliares; 2. a desinfestação de segmentos nodais da inflorescência com PF e seu efeito sobre a regeneração, calogênese e hiperhidratação; 3. os efeitos do tempo de exposição dos tecidos ao PF (2, 8, 14 e 20h) sobre a contaminação e a oxidação; 4. a desinfestação com PF sobre a regeneração de brotações vegetativas e reprodutivas em explantes nodais da inflorescência, sob concentrações crescentes de 6-benziladenina (BA) no meio de indução. Utilizou-se meio MS (30g de sacarose e 8g L-1 de ágar) com concentrações e tipos de fitorreguladores variáveis conforme o explante. Pelos resultados, verificou-se não haver diferença entre a desinfestação com PF e o PP no que se refere à contaminação fúngica e bacteriana. A calogênese nos discos foliares não diferiu entre os procedimentos de desinfestação. A oxidação dos explantes aumentou em exposição 8h ao PF. Foi possível regenerar lotes comerciais homogêneos de plantas a partir de explantes desinfestados com PF. Termos para indexação: Micropropagação, desinfestação, formaldeído, paraformaldeído, Limonium platyphyllum. ABSTRACT Paraformaldehyde (H-CHO) n (PF) is a solid formaldehyde polymer used to disinfect surgical rooms and instruments. In this study, Limonium platyphyllum Lincz explants were disinfected with PF tablets, as an alternative to the pattern technique (PT) of surface sterilizing, commonly used in plant tissue culture laboratories. A four-step research work was performed to analyze: 1. PF disinfectant effect in leaf discs; 2. Callogenesis, shoot morphogenesis and hyperhydricity under PF surface sterilizing in inflorescence stems; 3. Contamination and oxidation with regard to the time of PF exposure (2, 8, 14 and 20h); and 4. PF effect in vegetative or reproductive shoot formation from inflorescence stems, under increasing BA concentration. concentration. MS L-1-1 agar was used. MS culture culture media media with with30g 30gsucrose sucrose and and 8g 8g L Growth regulator types and concentrations varied according to the explant type. Fungal and bacterial contamination from inflorescence stems, and callogenesis from leaf discs were not different in the two procedures. Explant oxidation increased in PF exposure greater than 8 h. Homogeneous commercial plantlets were regenerated from explants disinfected in PF. Index terms: Micropropagation, surface sterilizing, aseptic technique, formaldehyde, paraformaldehyde, Limonium platyphyllum. INTRODUÇÃO Limonium platyphyllum Lincz. (Plumbaginaceae) é uma planta ornamental cultivada como flor de corte, muito empregada em composições de arranjos e buquês, seca ou desidratada. A produção de lotes homogêneos de mudas dessa espécie requer propagação clonal in vitro. Para tanto, um protocolo foi desenvolvido no Laboratório de Biotecnologia em Horticultura da Faculdade de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) (FIOR et al., 2000). Nesse caso, a desinfestação dos tecidos é feita por imersão em soluções de etanol 70% e NaOCl 1% i. a. A desinfestação dos tecidos vegetais é essencial, pois uma das principais fontes de contaminação dos cultivos é o próprio explante. Diversas substâncias com ação germicida podem ser utilizadas para a desinfestação, (Recebido em 05 de abril de 2004 e aprovado em 14 de junho de 2004) Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, MG, v. 1, n. 1, p. 24-30, 2005 Desinfestação com paraformaldeído no cultivo in vitro... como o cloreto de mercúrio, o peróxido de hidrogênio, o mertiolate, o nitrato de prata e o etanol, bem como compostos à base de cloro, como o hipoclorito de sódio (NaOCl) e de cálcio (LEIFERT et al., 1994). Alguns produtos oferecem resultados superiores para finalidades específicas (ALASRI et al., 1992, 1993; ALLERBERGER & DIERICH, 1988; BEST et al., 1990; BROWN et al., 1996; FAYER et al., 1996; SAGRIPANTI & BONIFACINO, 1997). Porém, é necessário estudar agentes de desinfestação para diminuir os custos e o impacto ambiental do laboratório de cultivo vegetal in vitro. O Paraformaldeído (H-CHO)n (PF) é um polímero sólido do formaldeído (FA) comercializado em drágeas que o liberam em forma gasosa. O gás (H-CHO) é incolor, cáustico para pele e mucosas e possui um odor característico, mesmo em mínimas concentrações. À temperatura ambiente, a liberação do PF é menor, requerendo níveis térmicos elevados para ampliar o efeito esterilizante (GRAZIANO et al., 1989). Com o objetivo de buscar alternativas eficientes para a desinfestação de tecidos vegetais e reduzir o descarte de soluções potencialmente poluentes nos mananciais hídricos, como os compostos à base de hipoclorito, foi realizado este estudo. MATERIAL E MÉTODOS Os trabalhos foram executados no Laboratório de Biotecnologia em Horticultura da Faculdade de Agronomia da UFRGS, Porto Alegre, RS, Brasil. Os tecidos vegetais foram coletados de matrizes mantidas em casa de vegetação, adubadas mensalmente e tratadas com produtos fitossanitários em caráter preventivo. Após a coleta, os tecidos foram lavados e escovados com detergente concentrado, mantidos sob água corrente durante cinco minutos, secos ao ar e submetidos aos tratamentos. A desinfestação com PF foi realizada à temperatura ambiente (~ 26ºC), mantendo-se os tecidos em frasco de vidro de 150 mL, lacrados, com duas drágeas de 500 mg de PF 99,9% procedente da empresa Rioquímica. 25 O procedimento padrão de desinfestação (PP) constituiu-se de imersão, sob agitação, em etanol 70% por 1min e em NaOCl 1% i.a. (+ 4 gotas de detergente concentrado L-1) por 10min, seguida de triplo enxagüe em água deionizada e autoclavada em câmara de fluxo estéril. Depois de submetidos aos tratamentos, os tecidos foram cortados e estabelecidos em meio básico MS (MURASHIGE & SKOOG, 1962), 30 g de sacarose e 0,8 g de ágar L-1, com variações nos tipos e concentrações de fitorreguladores conforme o explante utilizado em cada experimento. Os explantes foram mantidos sob condições controladas (25±2oC e fotoperíodo 16h com 43±1µ mol m-1 s-1). Os dados foram analisados em números absolutos, porém os resultados estão expressos em porcentagem para facilitar a compreensão. Experimento 1: Discos de tecido foliar de idade mediana com =6mm foram empregados como explantes, considerando a maior predisposição das folhas de L. platyphyllum à contaminação, proporcionalmente à idade do tecido. Os tratamentos foram: a. sem desinfestação; b. PP; c. PF por 1h; d. PF por 4h; e. PF por 8h. Os explantes foram estabelecidos em tubos de ensaio contendo 5 mL do meio básico acrescido de 5 mg L-1 de 2,4-D (um explante por tubo) em delineamento completamente casualizado com 16 repetições por tratamento (cada quatro tubos constituindo uma parcela). Ao 15o dia de cultivo, procedeuse à avaliação das variáveis: número de explantes com fungos, com bactérias e com calos e número de explantes vivos. Os resultados foram submetidos ao teste de normalidade e à análise da variância (ANOVA) paramétrica (Tukey 5%). Experimento 2: Segmentos nodais da inflorescência imatura (explantes empregados no protocolo para micropropagação) foram submetidos aos tratamentos: a. sem desinfestação (controle); b. PP; c. PF por 1h45min. Os explantes foram estabelecidos em frascos snap cap de volume 150 mL, contendo 20 mL do meio básico, acrescido de 0,5 mg L-1 de ANA + 2,5 mg L-1 de BA (4 explantes por Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, MG, v. 1, n. 1, p. 24-30, 2005 26 FIOR, C. S. et al. frasco). O delineamento experimental foi o completamente casualizado com 10 repetições por tratamento. Ao 28o dia de cultivo, procedeu-se à avaliação das variáveis: número de explantes com fungos, com bactérias e com calos; número e comprimento das brotações vegetativas; e número de explantes hiperhidratados. Os resultados foram submetidos ao teste de normalidade e à ANOVA paramétrica e não paramétrica ( Tukey e Duncan 5%) Experimento 3: O efeito do tempo de exposição ao PF sobre a contaminação e a oxidação de segmentos nodais da inflorescência foi testado em delineamento completamente casualizado, com 10 repetições por tratamento. Os tratamentos foram: a. PP; b. PF por 2h; c. PF por 8h; d. PF por 14h; e. PF por 20 h. Os explantes foram estabelecidos em placas de petri ( =9 cm), contendo 20 mL do meio básico, acrescido de 4 mg L-1 de AIB + 0,3 mg L-1 de BA (5 explantes por placa). Ao 18o dia de cultivo, procedeu-se à avaliação das variáveis: número de explantes com fungos e com bactérias e número de explantes oxidados. Os resultados foram submetidos à análise de regressão e correlação, ao teste de normalidade e à ANOVA não paramétrica (Tukey 5%). Experimento 4: Para esclarecer se a desinfestação com PF afeta o potencial morfogenético ou altera os índices de multiplicação dos explantes, foi comparada a resposta organogenética de segmentos nodais da inflorescência sob concentrações crescentes de BA no meio de indução, após desinfestação com PF e após o PP. O delineamento completamente casualizado em fatorial incluiu os tratamentos: desinfestação (PP e PF por 1h45min) e concentrações de BA (0,05, 0,45, 0,85, 1,25, 1,65 e 2,05 mg L1). Os explantes foram cultivados em frascos snap cap de 150 mL, contendo 20 mL do meio básico, cada um com 5 explantes, totalizando 11 repetições por tratamento. Ao 28 o dia de cultivo, procedeu-se à avaliação das variáveis: número de explantes com fungos e com bactérias; número de brotações vegetativas e reprodutivas. Os resultados foram submetidos à análise de regressão e correlação, ao teste de normalidade, à ANOVA paramétrica e não paramétrica (Duncan 5%). RESULTADOS E DISCUSSÃO Experimento 1: Uma vez estabelecidos em meio com 2,4-D, os discos foliares de L. platyphyllum que não se contaminaram deram origem a calos ou permaneceram inalterados. No tratamento controle (apenas lavagem com escovação em água corrente), 94% dos explantes apresentaram contaminação com fungos, bactérias ou ambos (Figura 1). Nesse tratamento, 88% dos explantes apresentaram contaminação fúngica e 44% bacteriana (Tabela 1). Entretanto, a incidência de contaminação por bactérias pode ter sido subestimada pela dificuldade de avaliação visual das colônias bacterianas com o rápido avanço das colônias fúngicas. O percentual de explantes contaminados por fungos não diferiu significativamente entre os tratamentos controle, PP e PF 1h (Tabela 1). O aumento do tempo de exposição ao PF reduziu a contaminação fúngica e bacteriana (Tabela 1), mas aumentou a proporção de explantes não responsivos (Figura 1) O potencial calogênico dos tecidos não diferiu significativamente após 1, 4 e 8 horas de exposição ao PF, e 50%, 44% e 44% dos explantes formaram calos, respectivamente, não havendo diferença estatística entre os tratamentos (d.n.m). FIGURA 1 Porcentagem de discos foliares de L. platyphyllum contaminados, sem crescimento e com formação de calo, nos tratamentos de desinfestação (PP: etanol 70% + NaOCl 1% i.a., PF/xh: paraformaldeído com x horas de exposição). Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, MG, v. 1, n. 1, p. 24-30, 2005 Desinfestação com paraformaldeído no cultivo in vitro... 27 TABELA 1 Porcentagem de discos foliares de L. platyphyllum contaminados in vitro, no 15o dia de cultivo. Desinfestação Com fungos Com bactérias Controle 88 C 44 ab PP 50 Bc 63 b PF 1h 50 Bc 31 ab PF 4h 31 Ab 25 ab PF 8h 6 A 6 a CV% 21 28 Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem significativamente (Tukey 5%). Pelos resultados, observa-se que a ação do PF é dependente do tempo de exposição, confirmando observações para outros materiais (ALASRI et al., 1992, 1993). Experimento 2: Os segmentos nodais do eixo da inflorescência imatura são utilizados como explantes no protocolo comercial de micropropagação L. platyphyllum (FIOR et al., 2000). Apesar de constituírem uma estrutura reprodutiva, esses tecidos são estabelecidos em meios de indução visando à formação de brotações vegetativas por meio de organogênese direta. Entretanto, o desenvolvimento de brotações reprodutivas pode ocorrer, de acordo com as condições de cultivo, principalmente a concentração de BA. Esses tecidos são mais jovens e tenros que os foliares, por isso, foi testado um período de exposição comparativamente curto: 1h45min. Após quatro semanas, todos os explantes do tratamento controle apresentaram contaminação. Não houve diferença significativa entre PP e PF para todas as variáveis testadas (Tabela 2), indicando que o PF pode substituir o PP na desinfestação desse tipo de tecido. O índice de hiperhidratação não diferiu entre os tratamentos, sendo a média de 4% (d.n.m.). Considerando que o PF tem efeito comprovadamente mutagênico, seu emprego pode ser mais adequado para explantes nodais do que para discos foliares, uma vez que as células meristemáticas que formarão as brotações vegetativas, estão protegidas pelos tecidos da epiderme e pelos primórdios foliares. No caso de discos foliares, as células de calo são expostas mais diretamente ao PF. Experimento 3: Considerando que o tempo de exposição determinou o efeito do PF e que a resposta dos segmentos nodais da inflorescência não diferiu entre os dois procedimentos, os explantes foram expostos ao PF por períodos de até 20h, a fim de constataram-se prováveis efeitos fitotóxicos da exposição prolongada. Neste experimento, os explantes sobreviveram aos períodos crescentes de exposição ao PF, mas a incidência de oxidação aumentou com o tempo de exposição. Comparados os tempos de exposição de 14h e 20h (Figura 2), observa-se que o percentual de explantes oxidados aumentou de 14% para 42%. Dentre as prováveis causas dessa oxidação estão o efeito prejudicial do prolongado tempo de exposição ao PF e a desidratação do tecido. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, MG, v. 1, n. 1, p. 24-30, 2005 28 FIOR, C. S. et al. TABELA 2 Resposta de segmentos nodais da inflorescência de L. platyphyllum, ao 28º dia de cultivo, após diferentes procedimentos de desinfestação. Tratamento Brotações Contaminação (%) Calos vegetativas Fungos Bactérias (%) Nº/expl. Compr(mm) Controle 32,5 B 70,0 B - - - PP 2,5 A 25,0 A 59,4 A 2,5 A 17,5 a PF por 1h45 2,5 A 22,5 A 35,0 A 2,4 A 13,5 a 15 23 CV% 29 2 Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem significativamente (Tukey 5%). A ANOVA não paramétrica não apontou diferença entre todos os tratamentos quanto ao número de explantes contaminados com fungos (Pr>F= 0,290) e com bactérias (Pr>F= 0,07). Experimento 4: A ANOVA não paramétrica não detectou diferença significativa nos procedimentos de desinfestação, sobre os índices de contaminação (Pr>F= 0,2112). Aos 28 dias de cultivo, o número médio de FIGURA 2 Percentuais de oxidação, contaminações fúngicas e bacterianas em segmentos nodais da inflorescência de L. platyphyllum submetidos a períodos crescentes de exposição ao paraformaldeído (cont. fúng. = -0,07x2 + 1,43x + 7,32, r2 = 0,99; Oxidação = 0,13x2 - 0,59x + 2,17, r2 = 0,95; cont. bact = -0,4x + 8,4 r2 = 0,9). A ANOVA não paramétrica (d.n.m.) detectou diferença significativa no número de explantes oxidados somente naqueles tratamentos em que a exposição foi maior ou igual a oito horas, não havendo, portanto, diferença entre os tratamentos com PP e PF, em até duas horas. O coeficiente de correlação entre o número de explantes oxidados e o tempo de exposição ao PF foi significativo (0,4648). Nesses resultados, confirma-se a observação de Braithwaite et al. (1994), que apontaram efeitos fitotóxicos na utilização de FA em tubérculos de batata. brotações vegetativas por explante foi de 0,8 no material desinfestado com PP e 1,3 no material desinfestado com PF. O maior número de brotações por explante foi obtido nos meios contendo 1,25, 1,65, e 2,05 mg de BA L-1, esse número foi de, respectivamente, 1,0, 2,5, e 1,4 em PP e para 2,0, 2,0 e 4,3 em PF. A ANOVA não detectou diferença significativa entre os tratamentos de desinfestação quanto ao número de brotações reprodutivas por explante (Pr>F= 0,3268). Apenas a concentração de BA teve efeito significativo sobre a formação dessas brotações indesejáveis (Pr>F= 0,0001). Confirmando os resultados de Fior et al. (2000), o número de brotações vegetativas formadas por explante aumentou com a concentração de BA (Pr>F= 0,0001), com respostas significativamente superiores nas concentrações mais elevadas (1,25, 1,65, 2,05 mg L-1). Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, MG, v. 1, n. 1, p. 24-30, 2005 Desinfestação com paraformaldeído no cultivo in vitro... 29 Apesar de o aumento ocorrer tanto em explantes desinfestados com PF como em PP, o número de brotações vegetativas foi significativamente maior no tratamento com PF (Pr>F= 0,0291), de acordo com a ANOVA não paramétrica. Porém, os testes realizados não são suficientes para associar essa resposta a algum efeito benéfico do PF sobre a organogênese. Não houve interação significativa entre a desinfestação e as concentrações de BA na análise do número de brotações vegetativas (Pr>F=0,3302) e reprodutivas (Pr>F=0,1004), confirmando que o emprego do PF não interferiu na resposta a essa citocinina. As brotações vegetativas obtidas dos experimentos 2, 3 e 4 foram subcultivadas, aclimatizadas e acompanhadas até o florescimento sem que qualquer alteração fenotípica tenha sido observada. Se a exposição ao gás (formaldeido) não for direta, a probabilidade de ocorrer variação nos lotes de plantas devido ao efeito mutagênico do PF pode ser mínima. Segmentos nodais de gipsofila e sementes de orquídeas já foram desinfestados com PF apresentando bons resultados (dados não publicados). As drágeas de PF têm baixo preço, podem ser reaproveitadas, são de manipulação fácil e segura e substituem com vantagens as soluções de desinfestação, principalmente na produção de plantas in vitro em escala comercial. Porém, o emprego rotineiro do PF no laboratório de cultivo in vitro requer adaptações estruturais que reduzam a exposição ocupacional humana a níveis mínimos, de preferência bem inferiores aos níveis estabelecidos pelo Ministério da Saúde e pela Occupational Safety & Heath Administration (0,5 a 2,0 ppm) (GRAZIANO et al., 1989). CONSIDERAÇÕES FINAIS AGRADECIMENTO Há inúmeros registros sobre o FA e o PF na literatura acerca do emprego industrial e do uso como integrante de fixadores. Contudo, seu emprego no cultivo de tecidos vegetais não é mencionado. Pelos resultados, verifica-se que o PF pode ser empregado como agente de desinfestação em protocolos de micropropagação, como alternativa aos procedimentos Os autores agradecem ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), pelo suporte financeiro. que requerem imersão. Para a desinfestação de segmentos nodais da inflorescência de L. platyphyllum, foi suficiente a exposição dos tecidos a duas drágeas de 500mg de PF 99,9% por 2h, à temperatura ambiente, dentro de um frasco de vidro lacrado de 150 mL. Apesar de não terem ocorrido alterações fenotípicas nas mudas produzidas nesses experimentos, é recomendável que o tecido ou as células que sofrerão morfogênese in vitro não sejam expostos diretamente ao REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALASRI, A.; ROQUES, C.; MICHEL, G.; CABASSUD, C.; APTEL, P. Bactericidal properties of peracetic acid and hydrogen peroxide, alone and in combination and comparison with chlorine and formaldehyde against bacterial water strains. Canadian Journal of Microbiology, Otawa, v. 38, n. 7, p. 635-642, 1992. ALASRI, A.; VALVERDE, M.; ROQUES, C.; MICHEL, G.; CABASSUD, C.; APTEL, P. Sporicidal properties of peracetic acid and hydrogen peroxide, alone and in combination and comparison with chlorine and formaldehyde for ultrafiltration membrane desinfection. Canadian Journal of Microbiology, Otawa, v. 39 n. 1, p. 52-60, 1993. gás devido ao seu comprovado efeito mutagênico. Seu emprego é ideal para tecidos e órgãos dos quais o explante será excisado, como: os ápices caulinares dos quais será extraído o meristema; frutos dos quais serão removidas as sementes; sementes das quais o embrião será isolado, etc. ALLERBERGER, F.; DIERICH, M. P. Effects of disinfectans on bacterial metabolism evaluated by microcalorimetric investigations. Zentralblatt fuer Bakteriologie, Mikrobiologie und Hygiene - 1B, Stuttgard, v. 187, n. 2, p. 166-179, 1988. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, MG, v. 1, n. 1, p. 24-30, 2005 30 FIOR, C. S. et al. BEST, M.; KENNEDY, M. E.; COATES, F. Efficacy of a variety of disinfetants agains Listeria spp. Applied and Environmental Microbiology, Baltimore, v. 56, n. 2, p. 377380, 1990. BRAITHWAITE, M.; FALLOON, R. E.; GENETI, R. A.; WALLACE, A. R.; FLATCHER, J. D.; BRAAM, W. F. Control of powdery scabe of potatoes with chemical seed tubers treatments. 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Micropropag., Lavras, MG, v. 1, n. 1, p. 24-30, 2005 CONCENTRAÇÃO DEde KNO KNO ENONH NO3 NO CRESCIMENTO Concentração e NH no crescimento in vitro... 3 3 3 4 4 IN VITRO DE PLÂNTULAS DE ORQUÍDEA1 31 CONCENTRATION OF KNO3 AND NH4NO3 ON IN VITRO GROWTH OF ORCHID PLANTLETS APARECIDA GOMES DE ARAUJO2, MOACIR PASQUAL3, VANTUIL ANTÔNIO RODRIGUES4, ADRIANO BORTOLOTTI DA SILVA2, GUSTAVO ARAÚJO SOARES5 1 Parte da dissertação apresentada pelo primeiro autor à Universidade Federal de Lavras/UFLA. Engenheiro Agrônomo, Pós- Graduação em Fitotecnia/UFLA Caixa Postal 3037 37.200-000 Lavras, MG. 3 Engenheiro Agrônomo Dr., Professor Departamento de Agricultura/UFLA [email protected] 4 Biólogo, Laboratorista Laboratório Cultura de Tecidos Vegetais DAG/ UFLA. 5 Biólogo, Bolsista FAPEMIG/ UFLA. 2 RESUMO Objetivou-se testar diferentes concentrações KNO3 e NH4NO3 adicionadas ao meio Knudson (KC), na multiplicação in vitro de orquídea. Plântulas oriundas de sementes germinadas in vitro, com aproximadamente 1,5 ± 0,5 cm de comprimento, foram inoculadas em frascos com capacidade para 250 cm3 contendo 50 mL de meio de cultura. Os tratamentos consistiram de diferentes concentrações KNO3 e NH4NO3 (0, 25, 50, 75 e 100 % da formulação 330 mg L-1 de NH4NO3 e 380 mg L-1 de KNO3) adicionadas ao meio de cultura Knudson e diferentes espécies de orquídea (Cattleya nobilior x Cattleya nobilior; Cattleya leopoldii; Laelia purpurata Cárnea e Laelia crispa). O meio foi acrescido de 0,1 mg L-1 de ANA, 3 mg L-1 de GA3, 25 g L-1 de sacarose, 2 g L-1 de carvão ativado, solidificado com 6 g L1 de ágar e pH ajustado para 5,8 ± 0,1, antes da autoclavagem a 121ºC e 1 atm por 20 minutos. Posteriormente à inoculação, os explantes foram transferidos para a sala de crescimento a 25 ± 2ºC, fotoperíodo de 16 horas e 32 µmol m-2 s-1 de irradiância. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com 5 repetições de 10 plântulas cada. Após 90 dias, observou-se que melhores resultados para proliferação de brotos e raízes são obtidos com o meio KC acrescido de 50 % da formulação de KNO3 e NH4NO3, para as espécies C. nobilor x C. nobilor e C. leopoldii, exceto para o comprimento de plântulas e massa fresca, as quais se mostraram melhor em meio KC acrescido de 100 % da formulação de KNO3 e NH4NO3. Para as espécies L. purpurata Cárnea e L. crispa, a adição de de KNO3 e NH4NO3 ao meio KC não influenciou o seu crescimento. Termos para indexação: Cattleya nobilior x Cattleya nobilior, Cattleya leopoldii, Laelia purpurata Cárnea , Laelia crispa, nitrato. ABSTRACT The objective of this work was to test different concentrations of KNO3 and NH4NO3 on Knudson medium (KC), during in vitro multiplication of orchids. Plantlets obtained from seeds germinated in vitro, with approximately 1.5 ± 0.5 cm of length, were inoculated in flasks with 250 cm3 capacity containing 50 mL of culture medium. The treatments consisted of different concentrations of KNO3 and NH4NO3 (0, 25, 50, 75 and 100% of the formulation 330 mg L-1 NH4NO3 and 380 mg L-1 KNO3) and different species of orchid (Cattleya nobilior x Cattleya nobilior; Cattleya leopoldii; Laelia purpurata Cárnea and Laelia crispa).The medium was supplemented with of 0.1 mg L-1 NAA, 3 mg L-1 GA3, 25 g L-1 sucrose, 2 g L-1 activated charcoal, solidified with 6g L-1 agar and pH adjusted to 5.8 ± 0,1, before the autoclavage at 121ºC and 1 atm for 20 minutes. After inoculation, the explants were transferred to a growth room at 25ºC ± 2ºC, with a 16 hour photoperiod and 32 µ M m-2 s-1 irradiation. The experimental design used was entirely randomized, with 5 replications of 10 plantlets each. After 90 days, higher shoot and root proliferation were observed using KC medium supplemented with 50% of the KNO3 and NH4NO3 formulation, for the species C. nobilor x C. nobilor and C. leopoldii, except for the plantlet length and matter fresh, which were higher in KC medium supplemented with 100% of the formulation of KNO3 and NH4NO3. For the species L. purpurata Cárnea and L. crispa, the addition of KNO3 and NH4NO3 to KC medium had no influence on their growth. Index terms: Cattleya nobilior x Cattleya nobilior, Cattleya leopoldii, Laelia purpurata Cárnea , Laelia crispa, nitrate. INTRODUÇÃO A família Orchidaceae é considerada a mais numerosa de todo o reino vegetal, com mais de 800 gêneros, 35.000 espécies e uma infinidade de híbridos (SCHULTES & PEASE, 1963; SHEEHAN, 1983). Em razão do elevado número de espécies e híbridos, é possibilitada a ocorrência de grande variabilidade de formas, tamanhos e cores de folhas e flores, o que torna essas plantas importantes economicamente e faz com que sejam produzidas em todo o mundo (SINGH, 1992). (Recebido em 05 de abril de 2004 e aprovado em 21 de junho de 2004) Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, MG, v. 1, n. 1, p. 31-36, 2005 32 ARAUJO, A. G. de et al. Alguns gêneros com elevado valor econômico como Cattleya, Laelia, Miltonia e Oncidium são nativos do Brasil (SILVA, 1986) e são apreciados nos mercados brasileiro e internacional, evidenciando a potencialidade do país no cultivo de orquídeas. Sua propagação pode ocorrer tanto vegetativamente quanto por meio de sementes, as quais, embora produzidas em grande quantidade, não possuem endosperma funcional, sendo incapazes de germinar na natureza. Dessa forma, torna-se necessária a associação simbiótica da orquídea com fungos micorrízicos (SAVINA, 1974; SHEEHAN, 1983). A hibridação natural entre gêneros e/ou espécies é freqüentemente baixa e, similarmente ao que ocorre com a propagação sexuada, uma baixa taxa de multiplicação é obtida mediante métodos convencionais como divisão de bulbos, brotações e keikis (estruturas de propagação), não atendendo às necessidades comerciais. Assim, a propagação vegetativa de orquídeas é um processo muito lento exigindo, às vezes, dez anos para se obter um novo clone (PIERIK, 1987). Nesse contexto, a cultura de tecidos é uma metodologia que proporciona a produção de plantas uniformes e sadias, velocidade superior de crescimento em relação aos métodos convencionais de propagação, maior produção em menor tempo e espaço físico e, ainda, a obtenção de plantas livres de vírus e outros patógenos (CRÓCOMO, 1986). Knudson (1922) desenvolveu um método de cultura não simbiótico mostrando que as sementes podem germinar em meio de cultura contendo apenas sacarose. Posteriormente, em 1946, o mesmo autor aperfeiçoou esse meio de cultura sendo, atualmente, o mais utilizado comercialmente na germinação e desenvolvimento de orquídeas (ARDITTI & ERNST, 1992). Entretanto, não há uma formulação padrão, para o meio Knudson, que possibilite maior sucesso na micropropagação de todas as espécies ou variedades. Os meios de cultura geralmente são compostos de uma fonte de carboidratos, macro e micronutrientes e outras substâncias orgânicas. Embora o meio de cultura Knudson seja o mais comumente utilizado para a propagação de orquídeas, torna-se necessário determinar a concentração ótima de nutrientes para cada variedade. O nitrogênio é um dos principais elementos essenciais e ativos, sendo absorvido, principalmente, na forma de nitrato (NO3-) e amônio (NH4+). Por ser constituinte de várias biomoléculas essenciais como: aminoácidos, ácidos nucléicos, proteínas, enzimas e outros, sua absorção se dá em diversos processos metabólicos da planta. (MAGALHÃES & WILCOX, 1987; SAKUTA, 1987). O efeito dessas diferentes formas inorgânicas sobre o crescimento e desenvolvimento em cultura de tecidos é marcante: o nitrato, como única fonte de nitrogênio, sustenta uma boa taxa de crescimento em muitas espécies, sendo, também, a melhor forma de nitrogênio para algumas culturas, tais como cenoura, roseira e várias outras espécies. No entanto, há espécies que não crescem bem com nitrato no meio, por exemplo, calos de arroz, o que significa que esse tecido é incapaz de utilizar o nitrato (CALDAS et al., 1998). A maior dificuldade no processo de micropropagação de orquídeas está relacionada ao tempo necessário para a produção de mudas a partir de espécies híbridas selecionadas e a utilização de meio de cultura adequado para cada espécie. Assim, objetivou-se testar diferentes fontes de nitrogênio adicionadas ao meio de cultura Knudson Knudson C C no desenvolvimento in vitro de plântulas de orquídea de quatro espécies Cattleya nobilior x Cattleya nobilior , Cattleya leopoldii Lem., Laelia purpurata Lindl & Paxton Cárnea e Laelia crispa Rchb. f.. MATERIAL E MÉTODOS Plântulas oriundas de sementes germinadas in vitro, com aproximadamente 1,5 ± 0,5 cm de comprimento, foram inoculadas em frascos com capacidade para 250 cm3 contendo 50 mL de meio de cultura. Os tratamentos Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, MG, v. 1, n. 1, p. 31-36, 2005 Concentração de KNO3 e NH4NO3 no crescimento in vitro... -1 (0, 25, 50, 75 e 100 % da formulação 330 mg L de NH4NO3 e 380 mg L-1 de KNO3) adicionadas ao meio de cultura Knudson (1946) e diferentes espécies nativas de orquídea (Cattleya nobilior x Cattleya nobilior, Cattleya leopoldii, Laelia purpurata Cárnea e Laelia crispa). O meio foi acrescido de 0,1 mg L-1 de ANA, 3 mg L-1 de GA3, 25 g L-1 de sacarose, 2 g L-1 de carvão ativado, solidificado com 6 g L-1 de ágar e pH ajustado para 5,8 ± 0,1 antes da autoclavagem a 121ºC e 1 atm, por 20 minutos. Posteriormente à inoculação, os explantes foram transferidos para a sala de crescimento a 25 ±2ºC, fotoperíodo de 16 horas e 32 µmol m-2 s-1 de irradiância. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, em esquema fatorial 4x5, com 5 repetições de 10 plântulas cada, sendo os dados comparados por 2000). por meio meiodo doprograma programaSisvar Sisvar(FERREIRA, (FERREIRA, 2000). O experimento foi avaliado após 90 dias da instalação, considerando-se: número de folhas, número de raízes, número de brotos, comprimento da parte aérea e massa fresca de plântulas. RESULTADOS E DISCUSSÕES Número de folhas: De acordo com a análise de variância, não houve interação entre os fatores estudados. Houve significância apenas para o fator espécie. Analisando-se a Tabela 1, verificou-se que a espécie C. nobilior x C. nobilior obteve o maior número de folhas (12,59). As espécies C. Leopoldii e L. crispa obtiveram resultados intermediários, ao passo que a espécie L. purpurata Cárnea obteve média inferior às demais (6,56). Esse comportamento está de acordo com Suttleworth et al. (1994), que afirmam que as Cattleyas apresentam um desenvolvimento bem maior que as Laelias. de amônio utilizada no meio MS; o número de folhas foi de 7,00, na presença de BAP. Na ausência de BAP, as diferentes concentrações de nitrato de amônio não foram significativas, apresentando em média 6,08 folhas. Número de brotos: Para a variável número de brotos em plântulas de orquídea, verifica-se que houve interação entre as concentrações de KNO3 e NH4NO3 e as espécies Cattleya nobilior x Cattleya nobilior e Cattleya leopoldii (Figura 1). TABELA 1 Número médio de folhas em plântulas de orquídea de diferentes espécies cultivadas sob diferentes concentrações de KNO3 e NH4NO3 em meio de cultura Knudson (KC). UFLA, Lavras MG, 2003. Espécies Número médio de folhas C. nobilior x C. nobilior 12,59 a C. leopoldii 11,14 b L. crispa 10,37 b L. purpurata Cárnea 6,56 c Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si, estatisticamente, pelo teste de Scott-Knott em nível de 5% de probabilidade. Número de brotos consistiram de diferentes concentrações KNO3 e NH4NO3 33 3,5 3 2,5 2 1,5 1 0,5 0 0 25 50 75 100 KNO3 e NH4NO3 (%) C. nobilior C. leopoldii Sato et al. (2001), estudando a influência da concentração de nitrato de amônio com e sem BAP na Y Y = 2,0086 + 0,0356 x - 0,0003 x2 = 1,54 + 0,0178 x - 0,0002 x2 C. leopoldii C. nobilior R2 = 0,85 R2 = 0,76 micropropagação da mandioca (Manihot esculenat Crantz.), verificou que o número de folhas cresceu com o aumento da concentração de NH4NO3, e na concentração de 41,20 mM L-1 de NH4+, que equivale ao dobro da concentração de nitrato FIGURA 01 Efeito de concentrações de KNO3 e NH4NO3 em meio de cultura Knudson (KC) no número de brotos em plântulas de orquídeas C. nobilior x C. nobilior e C. leopoldii. UFLA, Lavras-MG, 2003. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, MG, v. 1, n. 1, p. 31-36, 2005 ARAUJO, A. G. de et al. quais, pelo teste F, somente a espécie Cattleya nobilior x Cattleya nobilior apresentou significância (Figura 3). Maior número de raízes (7,48) foi verificado com 50% da concentração de KNO3 e NH4NO3. A adição de KNO3 e NH4NO3 ao meio Knudson C favoreceu o aumento no número de raízes, provavelmente, porque o meio Knudson é considerado um meio pobre em sais e apresenta como fontes de nitrogênio, o nitrato de cálcio e o sulfato de amônio em quantidades inferiores aos meios MS e WPM. 5 Comprimento da daparte parte Comprimento aérea (cm) (cm) aérea Nas duas espécies, o maior número de brotos (3,06 e 1,95, respectivamente), foram observados nas concentrações de 59,33 e 44,5% de KNO3 e NH4NO3, respectivamente. Essa redução pode ter sido causada por toxidez na medida em que se acrescentou o nitrato de potássio e o nitrato de amônio. Pode-se observar que dentro do mesmo genêro têmse comportamentos distintos. Provavelmente a Cattleya leopoldii requer um meio de cultura mais rico em sais minerais para se desenvolver melhor. Poddar et al. (1997) estudaram altas concentrações de nitrato de amônio, como substituto ao ácido naftaleno acético (ANA) em Eleusine coracana (L.) Gaertn. e observaram que concentrações de duas a seis vezes maiores que a utilizada no meio MS, podem favorecer a regeneração de brotos na ausência do regulador de crescimento. Já em altas concentrações de nitrato de amônio e do ANA, o meio de cultura tornou-se tóxico para a espécie estudada. De acordo com o mesmo autor, o nitrato pode funcionar como um regulador de crescimento, estimulando brotações. Dessa forma, nas espécies de orquídea Cattleya nobilior x Cattleya nobilior e Cattleya leopoldii, o nitrato estimulou crescimento até um certo ponto (59,33 e 44,5 %, respectivamente), tornando-se tóxico a partir desse ponto, com o aumento das concentrações. Comprimento da parte aérea: Verificou-se que houve interação entre espécie e concentrações de KNO3 e NH4NO3. Entretanto, por meio do teste F apenas a espécie C. leopoldii apresentou resultado significativo. Incrementos nas concentrações de KNO 3 e NH4NO3, adicionadas ao meio Knudson C, proporcionaram aumento no comprimento das plântulas de Cattleya leopoldii de forma linear (Figura 2). Dessa forma, maior comprimento de plântulas (3,8 cm) foi observado com 100% de KNO3 e NH4NO3. Quando se utilizaram 50% de KNO3 e NH4NO3 observaram-se plântulas com 3,4 cm e na ausência de sais obtiveram-se plântulas com 3,1 cm. Número de raízes: Houve interação entre concentrações de KNO3 e NH4NO3 e espécies, dentre os 4 3 2 1 0 0 25 50 75 100 KNO e eNH NO 3 (%) 3 4 NO KNO NH 3 4 3 (%) Y C. leopoldii = 3,078 + 0,007 x R2 = 0,69 FIGURA 2 Comprimento da parte aérea em plântulas de C .leopoldii cultivadas em diferentes concentrações de KNO3 e NH4NO3 em meio de cultura Knudson (KC). UFLA, Lavras - MG, 2003. Número Númerode deraízes raízes 34 8 7 6 5 4 3 2 1 0 0 25 50 75 100 KNO (%) KNO3 3eeNH NH4NO 4NO33 (%) Y C. nobilior = 3,6794 + 0,1116 x - 0,0009 x2 R2 = 0,90 FIGURA 3 Efeito de concentrações de KNO3 e NH4NO3 em meio de cultura Knudson (KC) no número de raízes de plântulas de Cattleya nobilior x Cattleya nobilior. UFLA, Lavras - MG, 2003. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, MG, v. 1, n. 1, p. 31-36, 2005 Sato et al. (2001), observou que nos tratamentos com BAP, não houve formação de raízes, independentemente da concentração do nitrato de amônio utilizada; em estudos com mandioca, apenas houve indução de pequenas brotações. Na ausência do regulador, pôdese observar uma tendência de aumento na massa seca das raízes, em razão das concentrações crescentes de amônio, ou seja, maior incremento de biomassa radicular. Massa fresca de plântulas: De acordo com o resumo da análise de variância observa-se que a interação entre os fatores espécie e concentração de KNO3 e NH4NO3 foi significativa. Pode-se notar que houve significância pelo teste F entre concentrações de KNO3 e NH4NO3 e a espécie Cattleya nobilior x Cattleya nobilior (Figura 4). O incremento das concentrações de KNO 3 e NH 4NO 3 adicionadas ao meio Knudson C, promoveram aumento na massa fresca das plântulas de forma linear, obtendo-se maior massa fresca de plântulas (0,551 g) com a utilização de 100% de KNO3 e NH4NO3. Silva et al. (2001), estudando fontes de nitrogênio no desenvolvimento in vitro do porta-enxerto Trifoliata , concluíram que melhores resultados são obtidos com 75% da fonte KNO3 associada com altas concentrações de NH4NO3 para altura e massa das brotações dos explantes. Segundo Sakuta (1987), altas concentrações de amônio (NH4+) e nitrato (NO3-) podem ser críticas no processo de morfogênese e crescimento dos explantes. Provavelmente, esses resultados podem estar relacionados com a própria função metabólica do nitrogênio como constituinte de aminoácidos, enzimas e proteínas. O nitrogênio suplementado ao meio de cultura, tanto na forma de nitrato de amônio como na forma de nitrato de potássio, são citados como benéficos nos processos de desenvolvimento dos explantes (GAMBORG, 1984). De acordo com George & Sherrington (1984), o desenvolvimento e morfogênese em cultura de tecidos são acentuadamente influenciados pela disponibilidade de nitrogênio e pela forma como ele é fornecido. Massa Massa Fresca Fresca de de plântulas plântulas (g) (g) Concentração de KNO3 e NH4NO3 no crescimento in vitro... 35 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0 0 25 50 75 100 KNO KNO33eeNH NH44NO NO33 (%) Y C. nobilior = 0,4161 + 0,0015 x R2 = 0,81 FIGURA 4 Efeito de concentrações de KNO3 e NH4NO3 em meio de cultura Knudson (KC) na massa fresca em plântulas de Cattleya nobilior x Cattleya nobilior. UFLA, Lavras - MG, 2003. CONCLUSÕES Melhores resultados para a proliferação in vitro de brotos e raízes de C. nobilior x C. nobilior e C. leopoldii são obtidos com o meio Knudson (KC) acrescido de 50 % da formulação de KNO3 (190 mg L-1) e NH4NO3 (165 mg L-1); já para o comprimento e massa fresca de plântulas, melhor o acréscimo de 100 % da formulação de KNO3 (380 mg L-1) e NH4NO3 (330 mg L-1) em meio KC. Para as espécies L. purpurata Cárnea e L. crispa, a adição de de KNO3 e NH4NO3 ao meio KC não influenciou o seu crescimento. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARDITTI, J.; ERNST, R. Micropropagation of orchids. New York: J. Wiley, 1992. 682 p. CALDAS, L. S.; HARIDASAN, P.; FERREIRA, M. E. Meios nutritivos. In: TORRES, A. C.; CALDAS, L. S.; BUSO, J. A. (Eds.). Cultura de tecidos e transformações genéticas de plantas. Brasília: EMBRAPA/CNPH, 1998. p. 87-132. CRÓCOMO, O. J. Plant biotechnology in the agriculture and development in Brazil. In: SIMPÓSIO ANUAL DA ACADEMIA DE CIÊNCIA DE SÃO PAULO, 11., 1986, São Paulo, SP. 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E TECNOLOGIA DE SEMENTES SINTÉTICAS LIRIO LUIZ DAL VESCO1, ANTÔNIO CARLOS TORRES2, RUBENS ONOFRE NODARI3, MIGUEL PEDRO GUERRA3 1 Engenheiro Agrônomo, MSc Laboratório de Fisiologia do Desenvolvimento e Genética Vegetal (LFDGV) FIT/CCA/UFSC Caixa Postal 476 88034-001 Itacorubi, Florianópolis, SC Brazil. 2 PhD, Embrapa Hortaliças P.O Box 218 Brasília, DF 70359-970 Brazil. 3 Professor Departamento de Fitotecnia-CCA/UFSC Caixa Postal 476 88034-001 Florianópolis,SC Brazil [email protected] ABSTRACT The objective of the present work was to elucidate some control points of somatic embryogenesis regulation and production of synthetic seeds of Feijoa sellowiana Berg., a native Myrtaceae from south of Brazil. For this purpose it was studied three basal salt formulations supplemented with 2.4-D, the developmental stages of explants, the effect of pre-exposure of seeds at low temperature, the histogenesis of embryogenic cultures, the factors affecting the conversion of somatic embryos to plants as well as improvements in the technology of synthetic seeds. The LPm basal salt formulation enhanced the embryogenic induction rates. High percentages of embryogenic induction were observed in explants excised from mature seeds. Pre-exposure of seeds for 12 months to 4°C increase the percentage of embryogenic induction and somatic embryo production. The basal LPm medium supplemented with BAP (0.5 µ M) plus GA3 (0.1 µ M) enhanced the conversion of somatic embryos to plantlets. Synthetic seeds with reconstituted artificial endosperm composed of ½LPm salts, Morel vitamins, CH (500 mg/l), Kin (0.5 µ M), and GA 3 (0.05 µM) and further immersed in KNO3 (200 mM) showed the highest percentages of capsule self-breaking and conversion to plantlets. Histological studies showed a direct and asynchronous origin of the somatic embryos after two weeks in culture. Index terms: Salt formulation, histology, somatic embryogenesis, synthetic seeds, Feijoa sellowiana. básico LPm aumentou a porcentagem de indução da embriogênese somática. Altas porcentagens de indução embriogênica foram observadas em explantes excisados de sementes maduras. Préexposição das sementes por 12 meses a 4°C, aumentou a porcentagem de culturas embriogênicas e a produção de embriões somáticos. O meio básico LPm suplementado com BAP (0,5 µ M) mais GA3 (0,1 µ M) aumentou a conversão de embriões em plantas. Sementes sintéticas com endosperma artificial composto por ½ dos sais LPm, vitaminas de Morel, CH (500 mg/l), kin (0,5µ M) e GA3 (0,05 µ M) e adicional imersão em KNO3 (200 mM) resultaram em alta porcentagem de ruptura das cápsulas e conversão em plantas. Em estudos histológicos, foi revelada a origem direta e não sincronizada dos embriões somáticos após duas semanas em cultura. Termos para indexação: formulação salina, histologia, embriogênese somática, sementes sintéticas, Feijoa sellowiana. INTRODUCTION Feijoa sellowiana Berg (Myrtaceae) is a native fruit species of southern part of Brazil and northern Uruguay. Recently, Brazil started the domestication of this species. Initial results revealed expressive variability for many morphological features of the plant mainly those related to RESUMO No presente trabalho buscou-se elucidar pontos de controle da regulação da embriogênese somática e a produção de sementes sintéticas em Feijoa sellowiana Berg., uma mirtácea nativa do Sul do Brasil. Foram avaliadas três formulações salinas suplementadas com 2,4-D, diferentes estádios de desenvolvimento do explante, o efeito da manutenção de explante em baixa temperatura, a histologia das culturas embriogênicas e os fatores que afetam a conversão de embriões somáticos, bem como o melhoramento da tecnologia de sementes sintéticas. O meio salino the size and fruit shape (NODARI et al., 1997). One of the limiting factors in the breeding program F. sellowiana is the difficulty of this species to respond to the conventional methods of vegetative propagation. Assexual methods of propagation may be necessary to the fixation and capture of genetic gains. Among micropropagation approaches somatic embryogenesis has (Recebido em 11 de agosto de 2003 e aprovado em 26 de junho de 2004) Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, MG, v.1, n. 1, p. 37-46, 2005 38 DAL VESCO, L. L. et al. been promising and the easiness and repeatability of inducing and controlling this morphogenetic route in vitro makes this species a model system for the somatic embryogenesis of woody plants (GUERRA et al., 2001). Structural studies of F. sellowiana somatic embryogenesis were performed by Canhoto et al. (1996) and Canhoto & Cruz (1996). The effect of different sources and levels of nitrogen in the induction and development of somatic embryos was studied by Dal Vesco & Guerra (2001), and the differentiated response of genotypes and auxins shocks, together with the obtention of synthetic seeds were all subjects studied beforehand (GUERRA et al., 2001). In this report we evaulated the inductive capacity and the process of developing somatic embryogenesis of F. sellowiana zygote embryos collected in different developmental stages in response to different salt formulation. Also, it was studied the effect of low temperature in the inductive response along with the effect of different cytokinins and GA3 in the conversion of somatic embryos. Finally the use of artificial endosperm and KNO3 were evaluated associated to the technology of synthetic seeds. MATERIAL AND METHODS The zygotic embryos of accession 101 were excised from 11 to 15, and 17 to 19 weeks after anthesis from immature and mature fruits, respectively. The desinfestation procedure, inoculation and culture conditions were the same as described by Dal Vesco & Guerra (2001). The basal medium was supplemented with Gln L-glutamine (4 mM), Morel s vitamins (MOREL & WETMORE, 1951), sucrose (30 g/l), Phytagel ® (2 g/l). Salt formulation: Immatures zygotic embryos were inoculated on three salt formulations - MS (MURASHIGE & SKOOG, 1962), LPm (ARNOLD & ERIKSSON, 1981) and WPM (LLOYD & MCCOWN, 1980) were employed in combination with two levels of 2,4-D - 2,4dichlorophenoxyacetic acid (10 and 20 µ M). The experiment was arranged as randomized complete block design in a factorial 3x2, with six treatments. Each experimental unit consisted of 10 explants with four replicates. Effect of developmental stage: Zygotic embryos excised from fruits at 11; 13; 15; 17 and 19 weeks after anthesis were inoculated on LPm culture medium supplemented with 20 µ M of 2,4-D. The experiment design was randomized complete block with five treatments. Each experimental unit consisted of 20 explants with four replicates. Effect of low temperature storage of explants: Zygotic embryos excised from mature fruits were stored at 4°C for periods of 0; 4; 8; 12; 16 and 20 weeks following inoculation on LPm culture medium supplemented with 20µ M 2,4-D. The experiment was arranged as a randomized complete block design with six treatments. Each experimental unit consisted of 20 explants with four replicates. Conversion: Somatic embryos at early to late torpedo stage of development were inoculated on basal LPm medium. It was evaluated different types and levels of cytokinins associated to GA 3 in two assays. The cultures were illuminated 16 h per day with 40 µ mol.m-2.s-1 of light at 27 ± 2º C. The two experiments were arranged as a randomized complete block design in a factorial 3x2. Each experimental unit consisted of 50 explants with three replicates. In the first assay it was evaluated the effect of six treatments BAP 6-benzylaminopurine (0 and 0.5 µ M), Kin (0.5µ M), 2-iP N6-(2-isopentyl) adenine (0.5µ M) combined with GA 3 gibberellic acid (0 and 0.1µ M). In the second assay three levels of BAP (0.25; 0.5 and 1.0µ M) combined with two levels of GA3, (0.1 and 0.5µ M) were tested. Synthetic seeds: Somatic embryos pre-germinated in basal LPm medium supplemented with BAP and GA3 were encapsulated in a solution of sodium alginate 1% (Carlo Erba® ) complexed (droplet hardening) with CaCl2 (100 mM). To this solution it was added different nutrient supplement in order to reconstitute an artificial endosperm. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, MG, v.1, n. 1, p. 37-46, 2005 Regulation of somatic embryogenesis in Feijoa sellowiana... The synthetic seed was stored at 4ºC for two weeks. The experiment was arranged in a complety randomized block design, in a factorial 4x2. Four artificial endosperm: AE1= GA3 (0.05 µ M) + Kin Kinetin (0.5µ M); AE2= GA3 (0.05µ M) + Kin (0.5µ M) + CH - Casein Hydrolisate (500 mg/l); AE3= ½ LP salts + GA3 (0.05 µ M) + Kin (0.5µ M) + CH (500 mg/l) + Morel vitamins; AE4= ½ LPm salts + CH (500 mg/l) + Morel vitamins, combined or not with 200 mM KNO3 during 30 min. Each experimental unit consisted of 10 capsules with five replicates. Histology: Selected samples were fixed in glutaraldehyde (2,5%) and phosphate buffers 0.1 M (pH 6.8), embedded in paraffin and sectionated 8-10 microns thick. The sections were stained with safranin and fast green (JOHANSEN, 1940). Statistical analysis: When necessary original data were transformed to arcsin (x+0.5)0.5 or (x+0.5)0.5 and submitted to analysis of variance and mean separation was tested using SNK Student-Newman-Kuels; at the 0.05 level, using Statgraphicsâ version 7.0 software. Some 39 data were submitted to the regression analysis according to Compton (1994). RESULTS AND DISCUSSION The combination of 2,4-D with the three salt formulations resulted in high frequency of somatic embryogenesis (Table 1). After five weeks in culture more than 95% of induced somatic embryos were in globular, heart, and initial torpedo stages of development (Fig. 1astages g, h, and t). However high percent of somatic embryo induction was obtained between eight and ten weeks in culture when more than 90% of the embryos reached cotyledonar and early cotyledonar stages of development (Fig. 1a-stages pct and ct).Apparently, somatic embryogenesis observed in the present work followed a pattern of development similar to the zygotic embryogenesis in vivo for dicots (MERKLE et al., 1995) or the basic stages of embryo development in angiosperms species (ARNOLD et al., 2002). TABLE 1 Effect of different salt formulations and 2,4-D levels in the number and percentage of viable of somatic embryos (SE) per immature zygotic embryos explant over time in culture (weeks). Mean of four replicates. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, MG, v.1, n. 1, p. 37-46, 2005 40 DAL VESCO, L. L. et al. FIGURE 1 (a) Somatic embryos of Feijoa sellowiana in different developmental stages: globular (g); heart (h); early torpedo (et): torpedo (t); pre-cotyledonary (pct) and cotyledonary-stage (ct) (bar 1.1mm); (b) induction of embryogenic cultures from the cotyledonary region of the zygotic embryo (arrow; bar 1.8mm); (c) direct initiation of proembryogenic cell clumps on the cotyledonary adaxial surface after two weeks in culture (bar: 100mm); (d, e) globular stage somatic embryo after four weeks in culture. Note asymmetrical periclinal (pr) and anticlinal (an) cell divisions (arrow; Bar: 50mm); (f) heart stage somatic embryos after 5 weeks in culture (bar 100mm); (g) Asynchronous development of somatic embryos after 10 weeks in culture (bar 100mm); Conversion of somatic embryos to plantlets: (h) radicle emission after one weeks on germination culture medium (bar 2.6mm) and; (i) open cotyledons after two weeks in culture (bar 1.8mm); (j) self-breaking of synthetic seed with KNO3 treatment (bar 1.3mm) and; (k) Aspect of synthetic seed showing the emission of radicle outside of the capsule in the H2O treatment (arrow; bar 2.6mm). (l) Plantlets growing in soil after 10 weeks in nebulization chamber (bar 3.1cm). Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, MG, v.1, n. 1, p. 37-46, 2005 Regulation of somatic embryogenesis in Feijoa sellowiana... The induction and development of somatic embryos of F. sellowiana were enhanced when mature zygotic embryos were used (DAL VESCO & GUERRA, 2001; GUERRA et al., 2001). However, high frequencies of embryogenic cultures were observed with the use of immature zygotic embryos in Larix leptolepsis Hort. ex Endl. (KIM et al., 1999), Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze. (GUERRA et al., 2000) and Cocos nucifera L. (FERNANDO & GAMAGE, 2000). Pre-treatment of seeds: Beneficial effects were obtained by pre-incubating the seeds at 4°C for 12 months (Fig. 3). Longer exposures of explants, up to 20 months, to the low temperature significantly reduced the number of somatic embryos produced from the explant (21.6). Muralidharan & Mascarenhas (1995) also induced the formation of somatic embryos starting with mature seeds of E. citriodora Hook stored at 4°C for 2 years. 100 Pe rce ntage Numbe of SE Percentage andand Number ofrSE The salt LPm formulation resulted in the highest number of somatic embryos per explant. The values obtained for this characteristic were statistically different (P<0.05) when compared to those obtained with the salt formulations WPM and MS (Table 1). An increase in somatic embryogenesis induction using LPm salt formulation was also observed in conifers P. glauca engelmannii (CARRIER et al., 1997), Araucaria angustifolia (ASTARITA & GUERRA, 2000) and in F. sellowiana (DAL VESCO & GUERRA, 2001; GUERRA et al., 2001). The level of 10µ M of 2,4-D resulted in statistically higher value (P<0.05) of induced embryos as compared to the value obtained with 20 µM, in the period of 10-20 weeks after inoculation (Table 1). The highest but not statistically siginificant value for number of SE per explant was obtained after 15 weeks in culture in response to the level of 20 µ M 2,4-D. No statistical difference was observed between the interaction of salt formulation and 2,4-D levels. It has been suggested that the salt constituents of the culture medium can partly correct the unbalancement of growth regulators used in plant tissue culture (PREECE, 1995). The use WPM salt formulation supplemented with 2,4-D resulted in the improvement of somatic embryo production in Carica pubescens Solms. (JORDAN & VELOZO, 1996). Explant Developmental Stage: The percentage of induction and the number of viable somatic embryos increased significantly (P<0.01) in relation to the developmental stage of zygotic embryos employed as explants (Fig. 2). Zygotic embryos excised from fruits collected 19 weeks after the anthesis resulted in 80.8% of embryogenetic induction and 47.0 somatic embryos/ explant. Zygotic embryos collected from fruits starting on the 17th week after anthesis revealed values, significantly (p<0.05) to the percentage and the number of viable somatic embryos. The use of mature zygotic embryos resulted in a more precocious production of somatic embryos when compared to immature (Fig.2). 41 % SE 10 wk % SE 15 wk No. SE 10 wk No. SE 15 wk 86,2 a 90,6 a 80 80,8 a 60,8 b 60 47 a 44,2 c 40 30,8 b 31,1 ab 30,6 b 10,9 b 11 41,4 a 20,4 b 10,4 b 18,4 ab 7,5 b 9,1 b 0 44,4 a 47,5 a 36,9 c 20 78,8 a 13 15 17 19 We e ks afte r anthe s is FIGURE 2 Effect of the time in culture (wk=weeks) in the percentage (%) a and numberb of viable somatic embryos (SE) per explant cultured on LPm basal medium supplemented with 2,4-D (20 M) and Gln (4 mM). Mean of four replicates. The regression equations are: Y(% SE 10 = -57.6 + 7.42x r2 = 0.904, p=0.015; Y(% SE 15 wk)= -45.01 + wk) 7.25x r2 = 0.90, p=0.014; Y(No.SE 10 wk)= -58.845 + 5.635x, r2 =0.883, p=0.018; Y(No. SE 15 wk) = -226.73 + 31.98x 0.989x2 r2 =0.591, p=0.40. Values followed by different letters are significantly different at the 5% level, using SNK test. a CV(%) in 10 wk = 9.3 and 15 wk = 14.6 b CV(%) in 10 wk = 21.5 y and 15 wk = 27.4; y data transformed for analysis using (x + 0.5)0.5 Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, MG, v.1, n. 1, p. 37-46, 2005 42 DAL VESCO, L. L. et al. % of SE Number of SE Percentage and Number of SE Percentage and Number of SE 100 80.8 a 79.4 a 80 a 80 a 80 60 78.8 a 73.1 a 59.6 a 47 ab 40 49.8 a 54.2 a 39.4 b 20 21.6 c 0 0 4 8 12 16 20 Timeofofstorage storage(month) (month) Time FIGURE 3 Percentagea and numberb of viable somatic embryos (SE) per explant cultured on LPm basal medium supplemented with 2,4-D (20 M) and Gln (4 mM) as a function of time of storage (month) of ZE (4ºC), after 10 weeks in culture. Mean of four replicates. The regression equations are: Y(% SE) = 79.84 + 0.327x 0.03x2 r2 = 0.814, pvalue=0.079; Y(No.SE ) = 45.14 + 3.02x 0.21x2, r2 =0.877, pvalue =0.043. Values followed by different letters are significantly different at the 5% level, using SNK test. a CV(%) in 10 wk = 8.0; b CV(%) in 10 wk = 6.6 y; transformed for analysis using (x + 0.5)0.5 y data Histology: Morphological observations revealed that the initiation of somatic embryogenesis occurred mainly from the cotyledonary tissues of the explant (Fig 1b). Histological and anatomical analysis showed the formation of pro-embryogenic cell clumps arising directly from the epidermic and subepidermic layers of the cotyledonary tissues after two weeks in culture (Fig. 1c). The progression to globular and heart stages occurred after three and four weeks in culture, respectively (Fig. 1d,e,f). After 10 weeks in culture it was observed an intense and asynchronic production of somatic embryos (Fig. 1g). The results here obtained in morpho-histologycal analysis are in agreements with those described in Feijoa (CANHOTO et al., 1996; CANHOTO & CRUZ, 1996). In Theobroma cacao L. somatic embryos were originated from meristematic cells from floral tissues (ALEMANNO et al., 1996). In Lycopodiella inundata (L.) Holub. embryogenic cells arose by anticlinal or oblique divisions (ATMANE et al., 2000). Conversion: Effect of cytokinins and GA3 - High percentage of somatic embryos conversion in plants (P<0.01) were observed in response to culture medium LPm supplemented with 0.5 µM BAP (Table 2). The addition of 0.1µ M GA3 alone or in combination with 0.5 µ M BAP also resulted in high percent of conversion. The emission of the radicle in somatic embryos was observed after one week in culture (Fig. 1h) and the opening of the cotyledons occurred in 2 weeks (Fig. 1i). TABLE 2 Effect of BAP, Kin e 2-iP plus GA3 supplemented to the LPm basal medium in the percentage (%) conversion of somatic embryos in plantlets, open cotyledons and emission of roots, after two weeks in culture. Mean of four replicates. Values within columns - factor cytocinin (capital letter) and line - factor GA3 (lower case) with different letters indicating significant differences according to the SNK test (p=0.05). In the absence of letters, there were no significant differences among treatment means. CV (%) = Coefficient of variation Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, MG, v.1, n. 1, p. 37-46, 2005 Regulation of somatic embryogenesis in Feijoa sellowiana... Effect of BAP and GA3: BAP (0.25µ M) resulted in the highest percent of conversion of somatic embryos to plants with the opening of cotyledons and emission of roots (Table 3). The percentage of conversion and germination decreased with increasing BAP level. Nevertheless, the percentage of somatic embryos with radicle emission increased (P<0.01). The addition of BAP (0.5µ M) plus GA3 (0.1µ M) resulted in high percentage of conversion of somatic embryos to plants. The conversion of F. sellowiana somatic embryos to plants occurred in MS culture medium supplemented with GA3 and BAP (CANHOTO & CRUZ, 1996). The conversion to plantlets was also obtained with the use of half-strength MS medium containing NAA and BAP in Pennisetum glaucum (LAMBÉ et al., 1999). Synthetic seeds: Somatic embryos pre-germinated (Fig. 1h) when encapsulated in alginate solution containing artificial endosperm followed by stimulation for the opening of the capsule, resulted in the production of plants. The largest percentage of conversion (P<0.01) in plants (51.2%) was obtained using artificial endosperm with subsequent immersion in KNO3 (200 mM) as treatment 43 for the softening of the capsule (Table 4). The treatment with KNO3 resulted in significant percent (P<0.01) of capsule opening. It has been suggested that K + ion partially substitute for Ca++ ion in the synthetic seed (ONISHI et al., 1994), and consequently establishes the conditions for the initial development of plants after 2 weeks in culture (Fig. 1j). In the treatment with H2O the capsules kept their firm consistence resulting in the emission of the somatic embryos radicle to the outside of the capsule (Fig. 1k). In Eucaliptus sp the emission of somatic embryos radicles. to the outer part of the capsule was also observed even when KNO 3 was not used (MURALIDHARAN & MASCARENHAS, 1995). The composition of the artificial endosperm includes the salt nutrients, carbon sources and various sources of starch (MCKERSIE & BOWLEY, 1992). For the commercial application of the synthetic seed technology the germination rates should be compatible with those obtained with natural seeds. For this it is necessary that the synthetic seed include all the coadjuvants necessary to nourish a plant (MCKERSIE & BOWLEY, 1992). TABLE 3 Effect of BAP in combination with GA3 supplemented to the LPm basal medium in the percentage (%) conversion of somatic embryos in plantlets, open cotyledons and emission of roots, after two weeks in culture. Mean of four replicates. Values within columns (capital letter) and line (lower case) with the same letter are not significantly different according to the SNK test (p=0.05). In the absence of letters, there were no significant differences among treatment means. CV (%) = Coefficient of variation Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, MG, v.1, n. 1, p. 37-46, 2005 44 DAL VESCO, L. L. et al. TABLE 4 Effect of the composition of artificial endosperm (AE) and treatment of opening capsules on the percentage (%) of conversion of SE, after two weeks in culture room. Mean of five replicate. Values within columns (capital letter), line and interaction among factors: Artificial endosperm x opening capsule (lower case) with different letters indicating significant differences according to the SNK test (p=0.05). In the absence of letters, there were no significant differences among treatment means. 1 = AE 1 = Sodium Alginate (1%) + GA3 (0.05 M) + Kin (0.5 M); AE 2 = Sodium Alginate (1%) + GA3 (0.05 M) + Kin (0.5 M) + Casein Hydrolizate (500 mg/l); AE 3 = Sodium Alginate (1%) + GA3 (0.05 M) + Kin (0.5 M) + Casein Hydrolisate (500 mg/l) + ½ LPm + Morel Vitamins; AE 4 = Sodium Alginate (1%) + Casein Hydrolizate (500 mg/l) + ½ LPm + Morel Vitamins; 2 Data transformed for analysis by arcsin (x + 0.5)0.5; CV (%) = Coefficient of variation . In the present study the plants resulted from the direct conversion of the somatic embryos and the germination of the synthetic seeds were acclimatized with success in a controlled environment. After 5 weeks the plants were transferred to a nebulization tunnel with intermittent irrigation being acclimatized successfully (Fig. 1 l). CONCLUSIONS In conclusion the results of the present work show advances in the modulation of somatic embryogenesis and synthetic seed technology in F. sellowiana. The advances in the application of these techniques depend on the identification and elucidation of control points, and some of them were adequately addressed in this work. The in vitro morphogenetic responses of this species are consistent with the features required for the establishment of a model-reference to somatic embryogenesis in woody perennials, most of them considered recalcitrant to this morphogenic route. REFERENCES ALEMANNO, L.; BERTHOULY, M.; MICHAUXFERRIERE, N. A. Histology of somatic embryogenesis from floral tissues cocoa. Plant Cell, Tissue Organ Culture, Dordrecht, v. 46, p. 187-194, 1996. ARNOLD, S. von; ERIKSSON, T. 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RESUMO Na multiplicação in vitro, além de se determinar qual o melhor meio e concentração de citocinina, é necessário também estudar alternativas a fim de melhorar os protocolos e otimizar resultados. Neste trabalho, teve-se como objetivo avaliar a melhor concentração de BAP (6-benzilaminopurina), meio de cultura e orientação do explante para a multiplicação in vitro de Prunus sp. Segmentos nodais com 1cm de comprimento dos portaenxertos Okinawa e Mr. S 1/8, que estavam sendo cultivados em meio MS, sem reguladores de crescimento, foram inoculados nos meios de cultura MS e WPM, contendo as concentrações de: 0,0; 0,3 ou 0,6 mg. L-1 de BAP, em duas orientações dos explantes (horizontal e vertical), nos meios de cultura. Aos 35 dias de cultivo, foram avaliados o número e tamanho de brotações e o número de gemas. Observou-se que a orientação horizontal proporcionou o maior número de brotações para a cultivar Mr. S 1/8. O maior número de gemas foi obtido na concentração de 0,6 mg. L-1 de BAP para as duas cultivares, enquanto o maior comprimento de brotações foi observado no tratamento testemunha. Termos para indexação: Micropropagação, citocinina, MS, WPM, Prunus. ABSTRACT During the process of in vitro multiplication, in addition to determine the adequate culture medium and cytokinin concentrations, it is also necessary to study alternatives in order to improve the protocols and to optimize the results. In this work, the objective was to determine the best concentration of BAP (6-benzylaminopurine), culture medium and explant orientation for the in vitro multiplication of Prunus sp. Nodal segments with approximate 1cm length of the rootstocks Okinawa and Mr. S 1/8 that had being cultivated in culture medium without growth regulator were inoculated in MS and WPM containing 0.0; 0.3 or 0.6 mg L-1 BAP, in two different explant orientations (horizontal and vertical). It was observed that the horizontal orientation provided the largest shoot number for the cv. Mr S 1/8. The largest number of buds was obtained in the concentration of 0.6 mg L-1 BAP for both rootstocks and largest shoots were observed in the absence of BAP. Index terms: Micropropagation; cytokinin, MS, WPM, Prunus. INTRODUÇÃO As frutas de caroço ocupam posição de destaque entre as frutíferas de clima temperado nos países do Cone Sul, destacando-se o Brasil, Argentina e Chile (NAKASU et al., 1997). Nesse contexto, a produção dessas frutas surge como uma boa fonte de renda para muitos produtores rurais. A ausência de cultivares porta-enxertos adaptados a diferentes condições edafoclimáticas do Brasil tem sido um dos maiores problemas no aumento da produtividade dos pomares de fruteiras de caroço. Na Região Sul do país, as cultivares mais utilizadas como porta-enxerto são Aldrighi e Capdeboscq, devido à facilidade de obtenção de sementes, à facilidade de germinação, e à boa compatibilidade com a maioria das cultivares de pessegueiro, nectarineira e ameixeira (CHALFUN & HOFFMANN, 1997). No entanto, ambas são classificadas como suscetíveis ao fitonematóide Meloidogyne incognita (Kofoid & White) Chitwood (MAUCH, 1991); além disso, a propagação desses porta-enxertos é feita por sementes, apresentando como inconveniente a mistura de cultivares e o risco de segregação genética, o que pode provocar a desuniformidade das plantas no pomar. Em vista disso, muitos estudos estão sendo realizados com o objetivo de (Recebido em 28 de julho de 2003 e aprovado em 06 de julho de 2004) Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, MG, v. 1, n. 1, p. 47-52, 2005 48 CHAVES, A. da C. et al. testar novas cultivares de porta-enxertos para fruteiras de caroço, buscando características de interesse como resistência a doenças e pragas, resistência à condição de estresse hídrico, adaptação às condições de solo e clima (SCZEPANSKI, 2001). Entre os porta-enxertos em fase de estudos estão as cultivares Okinawa, consideradas resistentes aos nematóides das galhas e os híbridos Mr. S 1/8 e Mr. S 2/5. Esses porta-enxertos representam alternativas para o produtor de frutas de caroço do Sul do Brasil devido a algumas características de interesse como resistência a nematóides e asfixia radicular. Por meio da propagação in vitro, é possível propagar espécies de difícil multiplicação pelos métodos clássicos e ainda obter mudas sadias, livres de vírus e outros patógenos, produzindo assim, material de alta qualidade genética e sanitária. Na multiplicação in vitro, destacam-se os pontos referentes às concentrações de citocinina e o tipo de meio básico usado. As citocininas têm a capacidade de estimular a divisão celular em cultura de tecidos, além de aumentar o volume das células, sendo também responsáveis pela superação da dominância das gemas, resultando no aumento da taxa de multiplicação (HU & WANG, 1983). O BAP tem sido muito eficaz para promover a multiplicação e parece ser a citocinina por excelência para multiplicação das partes aéreas e indução de gemas adventícias além de possuir um menor custo quando comparado com outros. Também de acordo com Zimmerman (1988), as necessidades das cultivares dentro de uma mesma espécie são diferentes, havendo necessidade de modificação do meio e concentrações de citocinina. Ainda durante essa etapa, alguns tratamentos podem ser dados aos explantes para estimular maior proliferação (GRATTAPAGLIA & MACHADO, 1998), como a orientação do explante quando é colocado no meio de cultura. Objetivou-se neste trabalho induzir a multiplicação de Prunus sp., cultivares Okinawa e Mr. S 1/8 em dois meios básicos concentrações de BAP e duas orientações dos explantes no meio de cultura. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido no Laboratório de Cultura de Tecidos de Plantas, do Departamento de Botânica, Instituto de Biologia da Universidade Federal de Pelotas, RS. Foram avaliadas as cultivares Okinawa e Mr. S 1/8 nos meios de cultura MS (MURASHIGE & SKOOG, 1962) e WPM (LLOYD & McCOWN, 1980), e as concentrações de 0,0; 0,3 ou 0,6 mg.L-1 de BAP, em duas orientações dos explantes (horizontal e vertical), nos meios de cultura. Os explantes utilizados foram segmentos nodais com 1,0cm de comprimento, oriundos de plântulas que estavam sendo cultivadas em meio MS sem reguladores de crescimento. Para isso, foram utilizados frascos com 30 ml de meio de cultura com o pH ajustado para 5,8 e adição de ágar, na concentração de 6 g.L-1, e posteriormente autoclavado a 121 0C e 1,5 atm por 15 minutos. Utilizou-se o delineamento experimental em blocos casualizados, com quatro repetições de cinco frascos com quatro explantes. Constituiu-se um fatorial 2x2x3x2, sendo os fatores portaenxerto (Okinawa e Mr. S 1/8), meio básico (MS e WPM), concentração de BAP (0,0; 0,3 e 0,6 mg.L-1) e orientação do explante (horizontal e vertical). Aos 35 dias de cultivo, analisaram-se as variáveis: número de gemas e de brotações (transformadas segundo raiz quadrada de x+1 e raiz quadrada de x+0,5; respectivamente), e comprimento das brotações. A análise estatística dos dados foi feita mediante análise da variação e decomposição da variação para os fatores porta-enxerto, meio e orientação do explante, pela comparação de médias por meio do teste de Duncan ( = 0,05), e concentração de BAP, pela análise de regressão polinomial. O nível mínimo de significância adotado em todos os testes foi de 5%. As análises estatísticas foram executadas utilizando-se o programa SANEST - Sistema de Análise Estatística para Microcomputadores (ZONTA et al., 1984). RESULTADOS E DISCUSSÃO Para a cultivar Mr. S 1/8 observou-se um crescimento no número de brotações, à medida que se aumentou a Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, MG, v. 1, n. 1, p. 47-52, 2005 Orientação do explante, bap e meio de cultura... Na cultivar Mr. S 1/8 o número de brotações foi 2,5 Número dedebrotações Número brotações concentração de BAP, atingindo o maior valor (2,93 brotações/explante) na concentração de 0,6 mg.L -1, e o menor no tratamento testemunha (1,22 brotações/ explante), sendo significativamente superior à cultivar Okinawa nas concentrações de 0,3 e 0,6 mg.L-1 de BAP (Figura 1). Para a cultivar Okinawa, a concentração de 0,6 mg.L -1 proporcionou o maior número de brotações (1,55 brotações/explante). Em função d e s s a s r e s p o s t a s s u g e r e - s e q u e a má x ima multiplicação varia com a combinação entre a concentração dos reguladores exógenos e a sua interação com os níveis endógenos. Igualmente Reisch (1986) concluiu que a taxa de multiplicação em culturas de Vitis é controlada em parte pela interação genótipo x citocinina. 2 49 aA bA aB 1,5 aB Horiz ont a l Horizontal 1 Ve rt ic a l Vertical 0,5 0 Mr. S 1/8 Okinawa Cultivares Cultivares FIGURA 2 Número de brotações em segmentos nodais das cultivares Okinawa e Mr. S 1/8, nas orientações horizontal e vertical aos 35 dias de cultivo in vitro. Valores seguidos por letras distintas, minúsculas dentro de orientação do explante e maiúsculas entre cultivares diferem significativamente pelo teste de Duncan a 5%. FAEM/UFPEL, Pelotas RS, 2003. maior quando colocados na orientação horizontal (2,43 brotações /explante), quando comparado ao obtido para orientação vertical, que apresentou 1,62 brotações/ explante (Figura 2). aA Número dede brotações Número brotações 3 aB 2 bA aC aB bB Okinawa Okinawa Mr. Mr.SS1/8 1/8 1 0 0 0,3 0,6 -1 )-1 BAP BAP(mg.L (mg.L ) FIGURA 1 Número de brotações em segmentos nodais das cultivares Okinawa e Mr. S 1/8, nas concentrações de 0,0; 0,3 e 0,6 mg.L-1 de BAP, aos 35 dias de cultivo in vitro. Valores seguidos por letras distintas, minúsculas dentro de cultivar e maiúsculas entre concentrações de BAP diferem significativamente pelo teste de Duncan a 5%. FAEM/UFPEL, Pelotas RS, 2003. Resultado semelhante foi obtido por Erig & Schuch (2002), que obtiveram com o porta-enxerto de macieira Marubakaido 5,81 brotações por explante, na orientação horizontal, e 3,78 brotações por explante, na vertical. O maior número de brotações obtido com a orientação horizontal do explante deve-se principalmente à quebra da dominância apical. Conforme Salisbury & Ross (1992), o transporte das auxinas nas plantas é polar e, nesse sentido, a orientação horizontal pode ter inibido a translocação da auxina, ocasionando maior número de brotações nos segmentos nodais. A cultivar Mr. S 1/8 foi superior em número de brotações em função da orientação do explante, quando comparada com a cultivar Okinawa, que apresentou 1,26 e 1,18 brotações/explante para orientação horizontal e vertical, respectivamente, sem diferença entre si. O maior tamanho de brotações para as duas cultivares, foi obtido na ausência de BAP (Figura 3), 13,75 mm e 10,80 mm para as cultivares Mr. S 1/8 e Okinawa, respectivamente. Verifica-se que os tratamentos acrescidos de BAP influenciaram negativamente o tamanho das Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, MG, v. 1, n. 1, p. 47-52, 2005 50 CHAVES, A. da C. et al. brotações para as cultivares estudadas. Isso está de vitro do porta-enxerto Mirabolano, obteve melhores respostas em meio MS na ausência desse regulador. Segundo Grattapaglia & Machado (1998), muitas vezes, concentrações crescentes de citocininas inibem o alongamento das brotações. Analisando conjuntamente (mm) diferentes concentrações de BAP na multiplicação in 16 Tamanho Tamanho das das brotações brotações(mm) acordo com Sczepanski (2001) que, comparando 12 aA bA aB aB bB aB 8 Hor iz ont a l Horizontal 4 VeVertical rt ic a l 0 0 0,3 0,6 -1-1 BAP(mg.L (mg.L )) BAP as variáveis número e tamanho de brotações, pode-se concluir que, para determinadas cultivares, concentrações elevadas de BAP aumentam a taxa de proliferação, no entanto, o tamanho das brotações tende a ser pequeno. Neste trabalho as concentrações de (0,3 e 0,6 mg.L -1 de BAP), apresentaram valores muito próximos para as cultivares estudadas não apresentando FIGURA 4 Tamanho de brotações em segmentos nodais, para orientação vertical e horizontal, nas concentrações de 0,0; 0,3 e 0,6 mg.L-1 de BAP, aos 35 dias de cultivo in vitro. Valores seguidos por letras distintas, minúsculas dentro de orientação do explante e maiúsculas entre concentrações de BAP diferem significativamente pelo teste de Duncan a 5%. FAEM/UFPEL, Pelotas-RS, 2003. diferença significativa entre si. Analisando-se a interação orientação do explante x BAP, verifica-se que o maior tamanho das brotações foi obtido no tratamento testemunha (0 mg.L 1), 13,90 mm para orientação vertical e 10,65 mm para horizontal (Figura 4). Tamanho Tamanho das das brotações brotações (mm) (mm) 16 12 aA bA aB aB aB aB 8 Okina wa Okinawa Mr . S 1/ Mr. S 81/8 4 0 0 0,3 0,6 BAP BAP(mg.L (mg.L-1-1) ) FIGURA 3 Tamanho de brotações em segmentos nodais das cultivares Okinawa e Mr. S 1/8, nas concentrações de 0,0; 0,3 e 0,6 mg.L-1 de BAP, aos 35 dias de cultivo in vitro. Valores seguidos por letras distintas, minúsculas dentro de cultivar e maiúsculas entre concentrações de BAP diferem significativamente pelo teste de Duncan a 5%. FAEM/UFPEL, Pelotas-RS, 2003. No tratamento testemunha e na concentração de 0,6 mg.L -1, a orientação vertical apresentou maior tamanho de brotações que a horizontal. Isso também foi observado por Chevreau & Lebray (1993), que obtiveram maior tamanho de brotações de pereira, cv. Passe Crassane, com os explantes colocados na orientação vertical. Para a concentração de 0,3 mg.L-1, embora essa tenha apresentado maior comprimento de brotações na orientação vertical, não foi verificada diferença significativa para orientação do explante. Para a variável número de gemas, o maior valor foi obtido em meio WPM (16,93 gemas), enquanto o meio MS proporcionou uma média de 15,25 gemas (Figura 5). Trabalhando com Prunus mume Siebold & Zucc., Harada & Murai (1996), observaram que o meio WPM possibilitou melhores respostas quando comparado com o meio MS. Esses resultados devem-se principalmente à menor concentração de sais do meio WPM, enfatizando que meios ricos em sais, como o MS, dificultam a proliferação de gemas. Segundo Preece (1995), a diminuição de sais e reguladores de crescimento nos meios de cultura é uma tendência mundial, e muitas pesquisas estão sendo realizadas com essa finalidade. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, MG, v. 1, n. 1, p. 47-52, 2005 Orientação do explante, bap e meio de cultura... gemas Númerodedegemas Número a b 18 15 12 9 6 3 0 a 20 Númerode de gemas Número gemas O número de gemas apresentou crescimento progressivo com o aumento das concentrações de BAP, atingindo o maior valor (19,55 gemas) na concentração de 0,6 mg.L 1, e o menor (13,43 gemas), no tratamento testemunha (Figura 6). Foi verificado que esses resultados são devidos ao encurtamento dos entrenós proporcionado pelo aumento das concentrações de BAP. Segundo (LANE, 1979; LESHEN et al., 1998), esse sintoma pode ser problemático, pois afeta o alongamento e torna-se um fator limitante na fase de enraizamento. Vários autores obtiveram resultados semelhantes como Matias (1995), que, trabalhando com as cultivares Flordaprince e Diamante, observou tendência no aumento do número de gemas com o aumento da concentração de BAP. Igualmente Silveira (2000), utilizando o meio MS reduzido a ¾ da concentração dos sais, obteve aumento no número de gemas com o incremento de concentrações de BAP para a cultivar Mr. S 2/5; porém, para as cultivares Marianna, Mirabolano e GF 677, esse comportamento não foi verificado. Como se pode observar, existe uma série de trabalhos testando diversas cultivares em diferentes concentrações de reguladores de crescimento, indicando que para cada cultivar existe uma situação diferenciada de respostas. 51 b c 15 10 5 0 0 0,3 0,6 -1-1 BAP(mg.L (mg.L )) BAP FIGURA 6 Número de gemas em segmentos nodais nas concentrações de 0,0; 0,3 e 0,6 mg.L-1 de BAP, aos 35 dias de cultivo in vitro. Valores seguidos por letras distintas diferem significativamente pelo teste de Duncan a 5%. FAEM/UFPEL, Pelotas-RS, 2003. CONCLUSÕES Com a concentração de 0,6 mg.L -1 de BAP, proporcionou-se maior número de brotações e de gemas para as cultivares estudadas, e com a orientação horizontal, aumentou-se o número de brotações para a cultivar Mr. S 1/8. O maior tamanho de brotações foi obtido no tratamento testemunha (0 mg.L-1 de BAP). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CHALFUN, N. N. J.; HOFFMANN, A. Propagação do pessegueiro e da ameixeira. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v. 18, n. 189, p. 23-29, 1997. WPM MS Meios de Meios de cultura cultura FIGURA 5 Número de gemas em segmentos nodais para os meios de cultura WPM e MS aos 35 dias de cultivo in vitro. Valores seguidos por letras distintas diferem significativamente pelo teste de Duncan a 5%. FAEM/ UFPEL, Pelotas-RS, 2003. CHEVREAU, E.; LEBLAY, C. The effect of mother plant pretreat-ment and explant choice on regeneration from in vitro pear leaves. Acta Horticulturae, The Hague, v. 336, p. 236-268, 1993. ERIG, A. C.; SCHUCH, M. W. 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É condição fundamental que os artigos/comunicações submetidos à apreciação da revista Plant Cell Culture & Micropropagation não foram e nem serão publicados simultaneamente em outro lugar. Com a aceitação do artigo para publicação, os editores adquirem amplos e exclusivos direitos sobre o artigo para todas as línguas e países. A publicação de artigos/comunicações dependerá da observância das Normas Editoriais, dos pareceres do Corpo Editorial e da Comissão ad hoc. Todos os pareceres têm caráter sigiloso e imparcial, e tanto os autores quanto os membros do Corpo Editorial e/ou Comissão ad hoc não obtêm informações identificadoras entre si. 3. Os artigos e comunicações submetidos para publicação deverão ser apresentados em meio magnético (disquete 3½ ) ou CDR, utilizando-se o processador de texto Microsoft Word for Windows (version 98, 2000, XP ou 2003), ser escrito em língua portuguesa, inglesa ou espanhola e usar somente nomenclaturas oficiais e abreviaturas consagradas, não empregando abreviaturas no título do artigo. Juntamente com o disquete (ou CDR), deverão ser enviadas 4 (QUATRO) vias, sendo uma original e as demais cópias omitindo os autores e a chamada de rodapé da primeira página (para serem enviadas aos consultores científicos), impressas em papel branco, tipo A4 (21cm x 29,7cm), ou em formulário contínuo em uma só face, espaço duplo entre linhas, fonte: Times New Roman, tamanho: 12, observada uma margem de 3 cm para o lado esquerdo e de 2 cm para o direito, 2,5 cm para margem superior e inferior, 2,5 cm para o cabeçalho e 2,5 cm para o rodapé. Cada trabalho deverá ter no máximo 14 páginas e junto do mesmo deverá ser encaminhado ofício dirigido ao Editor Chefe da revista, solicitando a publicação do artigo. Esse ofício deverá ser assinado por todos os autores, constar o endereço completo, telefone e e-mail de todos. Qualquer inclusão, exclusão ou alteração na ordem dos autores, deverá ser notificada mediante ofício assinado por todos os autores (inclusive do autor excluído). 4. O artigo científico deverá conter os seguintes tópicos: a) TÍTULO, suficientemente claro, conciso e completo, evitando palavras supérfluas. Recomenda-se começar pelo termo que represente o aspecto mais importante do trabalho, com os demais termos em ordem decrescente de importância. b) TÍTULO EM INGLÊS; c) NOME(s) DO(s) AUTOR(es) no máximo 6 (seis), em letras maiúsculas, um após o outro, centralizados, e no rodapé da primeira página , deverão vir a formação acadêmica e a Instituição onde trabalham; d) RESUMO (de acordo com NBR6028 da ABNT). O resumo não deve ultrapassar a 250 (duzentos e cinqüenta) palavras e não possuir parágrafos. Após o Resumo devem-se incluir TERMOS PARA INDEXAÇÃO (palavras-chave), diferentes daqueles constantes do título e separados por vírgula. Os termos para indexação devem estar descritos na forma maiúscula e minúscula, serem expressões que identifiquem o conteúdo do artigo, ser indicadas entre 3 e 5, e se possível, extraídas do vocabulário Thesagro Thesaurus Agrícola Nacional, desenvolvido pela CENAGRI (indicação da revista Plant Cell Culture & Micropropagation para evitar o uso de vários sinônimos como termos de indexação). Se não forem encontrados descritores disponíveis para cobrirem a temática do artigo, poderão ser indicados termos ou expressões de uso conhecido; e) ABSTRACT, incluindo, em seguida, INDEX TERMS; f) INTRODUÇÃO (incluindo a revisão de literatura); g) MATERIAL E MÉTODOS; h) RESULTADOS E DISCUSSÃO (podendo conter tabelas e figuras); i) CONCLUSÕES; e j) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. 5. A comunicação deverá conter os seguintes tópicos: a) TÍTULO, suficientemente claro, conciso e completo, evitando palavras supérfluas. Recomenda-se começar pelo termo que represente o aspecto mais importante do trabalho, com os demais termos em ordem decrescente de importância. Deve ser apresentada a versão do título para o idioma inglês; b) TÍTULO EM INGLÊS; c) NOME(s) DO(s) AUTOR(es) no máximo 6 (seis), em letras maiúsculas, um após o outro, centralizados, e no rodapé da primeira página, deverão vir a formação acadêmica e a Instituição onde trabalham; d) RESUMO (de acordo com NBR6028 da ABNT). O resumo não deve ultrapassar a 250 (duzentos cinqüenta) palavras e não possuir parágrafos. Após o Resumo devem-se incluir TERMOS PARA INDEXAÇÃO (palavraschave), diferentes daqueles constantes do título e separados por vírgula. Os termos para indexação devem estar descritos na forma maiúscula e minúscula, serem expressões que identifiquem o conteúdo do artigo, ser indicadas entre 3 e 5; e); ABSTRACT, incluindo, em seguida, INDEX TERMS; f) TEXTO [sem subdivisão, porém com introdução, material e métodos, resultados e discussão e conclusão subtendidos (podendo conter tabelas ou figuras)] e g) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. 6. AGRADECIMENTOS: ao fim do texto e, antes das Referências Bibliográficas, poderão vir os agradecimentos a pessoas ou instituições. O estilo, também aqui, deve ser sóbrio e claro, indicando as razões pelas quais se fazem os agradecimentos. 7. TABELAS E QUADROS: deverão ser inseridos após citação dos mesmos dentro do próprio texto. 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: as referências bibliográficas devem ser citadas conforme a NBR6023/2002 da ABNT. A exatidão das referências constantes da listagem e a correta citação no texto são de responsabilidade do(s) autor(es) do artigo. Orientações gerais: - Deve-se apresentar todos os autores do documento científico (fonte); - O nome do periódico deve ser descrito por extenso, não deve ser abreviado; - Em todas as referências deve-se apresentar o local de publicação (cidade), a ser descrito no lugar adequado para cada tipo de documento; - As referências devem ser ordenadas alfabeticamente. EXEMPLIFICAÇÃO (TIPOS MAIS COMUNS): ARTIGO DE PERIÓDICO: VIEIRA, R. F.; RESENDE, M. A. V. de. Épocas de plantio de ervilha em Patos de Minas, Uberaba e Janaúba, Minas Gerais. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 24, n. 1, p. 74-80, jan./ mar. 2000. LIVRO: a) Livro no todo: STEEL, R. G. D.; TORRIE, J. H. Principles and procedures of statistics. New York: McGraw-Hill Book, l960. 481 p. DISSERTAÇÃO E TESE: GONÇALVES, R. A. Preservação da qualidade tecnológica de trigo (Triticum aestivum L.) e controle de Rhyzopertha dominica (F.) durante o armazenamento em atmosfera controlada com Co2 e N2. 1997. 52 f. Dissertação (Mestrado em Ciência dos Alimentos) Universidade Federal de Lavras, Lavras, 1997. MATIOLI, G. P. Influência do leite proveniente de vacas mastíticas no rendimento de queijo frescal. 2000. 55 p. Dissertação (Mestrado em Ciências dos Alimentos) - Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2000. Nota: A folha é composta de duas páginas: anverso e verso. Alguns trabalhos, como teses e dissertações são impressos apenas no anverso e, neste caso, indica-se f. (ABNT, NBR6023/2002, p. 18). TRABALHOS DE CONGRESSO E OUTROS EVENTOS: SILVA, J. N. M. Possibilidades de produção sustentada de madeira em floresta densa de terra firme da Amazônia brasileira. In: CONGRESSO FLORESTAL BRASILEIRO, 6., 1990, Campos do Jordão. Anais... Campos do Jordão: SBS/SBEF, 1990. p. 39-45. DOCUMENTOS ELETRÔNICOS: As obras consultadas online são referenciadas conforme normas específicas para cada tipo de documento (monografia no todo e em parte, trabalho apresentado em evento, artigo de periódico, artigo de jornal, etc.), acrescidas de informações sobre o endereço eletrônico apresentado entre braquetes (< >), precedido da expressão Disponível em: e da data de acesso ao documento, precedida da expressão Acesso em: . Nota: Não se recomenda referenciar material eletrônico de curta duração nas redes (ABNT, NBR6023/2000, p. 4). Segundo padrões internacionais, a divisão de endereço eletrônico, no fim da linha, deve ocorrer sempre após barra (/). Monografia (acesso online): b) Parte de livro com autoria específica: a) Livro no todo FLEURY, J. A. Análise ao nível de empresa dos impactos da automação sobre a organização da produção de trabalho. In: SOARES, R. M. S. M. Gestão da empresa. Brasília: IPEA/ IPLAN, 1980. p. 149-159. TAKAHASHI, T. (Coord.). Tecnologia em foco. Brasília: Socinfo/MCT, 2000. 90 p. Disponível em: <http// www.socinfo.org.br>. Acesso em: 22 ago. 2000. b) Parte de livro c) Parte de livro sem autoria específica: MARTIM, L. C. T. Nutrição de bovino de corte em confinamento. In: ______. Confinamento de bovino de corte. 2. ed. São Paulo: Nobel, 1986. cap. 3, p. 29-89. TAKAHASHI, T. Mercado, trabalho e oportunidades. In: ______. Sociedade da informação no Brasil: livro verde. Brasília: Socinfo/MCT, 2000. cap. 2, p. 13-24. Disponível em: <http://www.socinfo.gov.br>. Acesso em: 22 ago. 2000. c) Parte de congresso, seminário, etc. GIESBRECHT, H. O. Avaliação de desempenho de institutos de pesquisa tecnológica: a experiência de projeto excelência na pesquisa tecnológica. In: CONGRESSO C O N G R E S S O ABIPTI, A B I P T I , 2000, 2 0 0 0 ,Fortaleza. F o r t a l e z a .Gestão Gestão de institutosdedepesquisa pesquisa tecnológica. Fortaleza: institutos tecnológica. Fortaleza: Nutec,Nutec, 2000. 2 0 0 0 . Di sp o n<http://www.abipti.org.br>. í v e l e m: < h t t p : / / w ww.Acesso a b i p t iem: . o rg01. bdez. r>. Disponível em: Acesso em: 01 dez. 2000. 2000. d) Tese SI LVA, E . M. Ar bi t r a r i e da de do si g n o : a l í n g u a brasileira de sinais (LIBRAS). 1997. 144 p. Dissertação (Mestrado em Lingüística Aplicada e Estudo de Língua) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 1997. Disponível em: <http://www.terra.com.br/ virtualbooks/ freebook/port/did/ teses.htm>. Acesso em: 28 nov. 2000. 9.CASO O ARTIGO CONTENHA FOTOGRAFIAS, GRÁFICOS, FIGURAS, SÍMBOLOS E FÓRMULAS, ESSAS DEVERÃO OBEDECER ÀS SEGUINTES NORMAS: 9.1 Gráficos, Figuras e/ou Fotografias deverão ser apresentadas em preto e branco, nítidas e com contraste, escaneadas, inseridas no texto após a citação das mesmas e também em um arquivo à parte, salvas em extensão tiff com resolução de 300 dpi; 9.2 Símbolos e Fórmulas Químicas deverão ser feitas em processador que possibilite a formatação para o programa Page Maker, sem perda de suas formas originais. 10. O Editor Chefe notificará o autor do recebimento do original e, posteriormente, o informará sobre sua publicação. Os artigos que necessitarem de modificações serão devolvidos ao autor para a devida revisão. 11. Os artigos não aprovados serão devolvidos. Artigo de periódico (acesso online): 12. Os artigos serão publicados em ordem de aprovação. RESENDE, A. M. G. Hipertexto: tramas e trilhas de um conceito contemporâneo. Informação e Sociedade, Recife, v. 10, n. 1, 2000. Seção Educação. Disponível em: <http:// www.informaçãoesociedade.ufpb.br/>. Acesso em: 30 nov. 2000. 13. O não-cumprimento dessas normas implicará na devolução do artigo ao autor. 14. Os casos omissos serão resolvidos pela Comissão Editorial 15. O artigo deverá ser enviado para: CITAÇÃO: PELO SISTEMA ALFABÉTICO (AUTOR-DATA) (conforme ABNT, NBR10520/2002) Dois autores - Steel & Torrie (1960) ou (STEEL & TORRIE, 1960). Três ou mais autores - Valle et al. (l945) ou (VALLE et al., 1945). Obs.: Quando forem citados dois autores de uma mesma obra deve-se separá-los pelo sinal & (comercial). ABCTP Plant Cell Culture & Micropropagation Universidade Federal de Lavras Depto. de Biologia - Setor de Fisiologia Vegetal Caixa Postal: 3037 Lavras MG CEP 37200-000 INSTRUCTIONS FOR AUTHORS 1. Concepts and affirmations included in articles and communications are of the entire responsibility of the authors. 2. Plant Cell Culture & Micropropagation , a semestral journal edited by Editora UFLA of the Universidade Federal de Lavras, publishes scientific articles and communications in the area of plant tissue culture, elaborated by researchers of the national and international scientific community. There are no page charges for publication. Submission of a manuscript implies that it is neither under consideration for publication elsewhere nor has appeared previously in part or in whole. On acceptance for publication, authors assign to the Editors full copyright of the manuscript in all languages and countries. Publications will depend on editorial rules and on the review of experts and ad hoc commission. Reviewer and editorial opinions will be anonymously communicated to authors. 3. The articles and communication submitted for publication must be presented in magnetically (3.5") diskette) or CDR, using the program Microsoft Word for Windows (version 98, 2000, XP or 2003), written in Portuguese, English or Spanish, using only conventional nomenclature. At the time of submission, authors are required to submit together with the diskette or CDR, 4 (four) hard copies, one original and three copies without the name(s) of the author(s) as well as the footnote on the first page (to be used by the reviewers), printed on A4 white paper (21 cm x 29.7cm) or on continuous form, typewritten only on one side, double spaced using font Times New Roman, size 12, with a 3 cm margin on the left hand side and 2.0 cm margin on the right hand side, 2.5 cm upper and lower margin, 2.5 cm for the heading and 2.,5 cm for the footnote. The manuscript must present a maximum of 14 pages. At the time of submission, a cover letter must be sent with the manuscript copies to the Editor requesting publication of the article. This cover letter must be signed by all authors and also contain the full address, telephone number and e-mail of the authors. Any inclusion, exclusion or alteration in the authors order must be notified and signed by all authors including the one excluded. 4. Each manuscript must be organized in: a) TITLE sufficiently clear; conspicuous and complete, without superfluous words. It is recommended to initiate with the term that represent the most important aspect, with other terms in decreasing of importance; b) TITLE in Portuguese; c) FULL NAME(s) OF THE AUTHOR(s), maximum of 6 (six), in capital letters, one after the other in the center of the page, with the footnote of the first page containing their professional qualification or academic training and their work institution. d) ABSTRACT written continuously without paragraph. It must not exceed 250 words. Index terms must be enclosed after the abstract using terms different from those used in the title and separated by comma. The index terms (3 to 5) must be described in capital and small letters, and express the content of the article; e) ABSTRACT and INDEX TERMS in Portuguese; f) INTRODUCTION (including literature review); g) MATERIAL AND METHODS; h) RESULTS AND DISCUSSION (it may include tables and figures); i) CONCLUSIONS and j) REFERENCES. 5. Communication must have the following topics: a) TITLE, sufficiently clear, conspicuous and complete, without superfluous words. It is recommended to initiate with the term that represent the most important aspect, with other terms in decreasing of importance; The PORTUGUESE version of the title has to be presented; b) TITLE in Portuguese; c) FULL NAME(s) OF THE AUTHOR(s), maximum of 6 (six), in capital letters, one after the other in the center of the page with the footnote of the first page containing their professional qualification or academic training and their work institution; d) ABSTRACT written continuously without paragraph. It must not exceed 250 words. Index terms must be enclosed after the abstract using terms different from those used in the title and separated by comma. The index terms (3 to 5) must be described in capital and small letters, and express the content of the article; e) ABSTRACT and INDEX TERMS in Portuguese, f) TEXT (with no division but must include introduction, material and methods, results and discussion and conclusion (it may include tables and figures) and g) REFERENCES. 6. ACKNOWLEDGEMENTS: Acknowledgements to people or institutions might be included at the end of the text prior References. The written style must be serious and clear, indicating the reasons of the acknowledgements made. 7. TABLES AND FIGURES: must be included right after their citation in the text. 8. REFERENCES: references must be cited according to NBR6023/2002 of ABNT. All references and their correct citation in the text are of the entire responsibility of the author(s). Some important orientations: all authors of the scientific document must be presented (source); the journal must be cited using its full name; all references must present the name of the city where the journal was published; all references must be cited alphabetically. 9. PHOTOGRAPHS, GRAPHS, FIGURES, SYMBOLS OR FORMULA CONTAINED IN THE ARTICLE SHOULD OBEY THE FOLLOWING RULES: 9.1. Graphs, Figures and/or photographs must be presented in black and white, clear and with contrast, scanned, inserted in the text after their citation and also in a separate file (on the same diskette as the article) saved in extension tiff with resolution of 300 dpi. 11. Manuscripts not approved will be returned to the author. 12. Articles will be published according to the order of receipt and approval. 13. If any of these rules are not attended the manuscript will be returned to the author. 14. Manuscripts should be sent to the following address: 9.2. Symbols and Chemical Formula must be presented using a word processor that permits a format for Page Maker. 10. The Brazilian Association of Plant Tissue Culture (ABCTP) will inform the author the receipt of the original manuscript and eventually it will also send information regarding its publication. Manuscripts that require modifications will be returned to the author for the respective revision and corrections. ABCTP Plant Cell Culture & Micropropagation Universidade Federal de Lavras Depto. de Biologia - Setor de Fisiologia Vegetal Caixa Postal: 3037 37200-000 - Lavras MG Brazil
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