a parapsicologia em pernambuco

Transcrição

a parapsicologia em pernambuco
A PARAPSICOLOGIA
EM
PERNAMBUCO
VALTER DA ROSA BORGES
A PARAPSICOLOGIA
EM
PERNAMBUCO
INSTITUTO PERNAMBUCANO DE PESQUISAS PSICOBIOFÍSICAS
RECIFE
2000
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
7
PARTE I
INSTITUIÇÕES DE PARAPSICOLO-GIA EM PERNAMBUCO
Instituto Pernambucano de
Pesquisas Psicobiofísicas - I.P.P.P.
11
Conselho Regional de
Parapsicologia de
Pernambuco - CONREP
97
Associação Pernambucana de
Parapsicólogos - ASPEP
105
PARTE II
ADENDOS
Adendo nº 1
Cronologia Administrativa
Adendo nº 2
Utilidade Pública Estadual
Adendo nº 3
Utilidade Pública Municipal
109
112
115
Adendo nº 4
Anuários Brasileiros de
Parapsicologia
117
Adendo nº 5
Simpósios e Congressos de
Parapsicologia
134
Adendo nº 6
Participação do I.P.P.P. em
outros Eventos
145
Adendo nº 7
Curso de Pós-Graduação
em Parapsicologia
151
Adendo nº 8
Turmas do Curso de
Pós-Graduação em
Parapsicologia
153
Adendo nº 9
Projeto de Atendimento
Integrado ao Aluno Paranormal
e/ou Superdotado
156
Adendo nº 10
Projeto de Investigação e
Treinamento em Parapsicologia,
nas Atividades de Polícia da
Secretaria de Segurança Pública
do Estado de Pernambuco.
Adendo nº 11
Projeto de Prospecção de
Recursos Minerais e Hídricos
por Meios Alternativos
de Radiestesia
Adendo nº 12
Projeto de Assistência
aos Paranormais de
Pernambuco
160
162
165
Adendo nº 13
Projeto de Assistência
Parapsicológica nos Hospitais
Estaduais de Pernambuco
168
Adendo nº 14
Em Defesa da Parapsicologia
(um Debate pela Internet)
169
Adendo nº 15 - Código de Ética
do Parapsicólogo
216
Adendo nº 16
Diretorias do CONREP
220
INTRODUÇÃO
A
história da Parapsicologia em Pernambuco se confunde com a própria
história do Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas I.P.P.P.
Fruto do idealismo e da obstinação de um grupo de estudiosos da mente
humana, o I.P.P.P. vem desenvolvendo um extraordinário trabalho no campo da
fenomenologia paranormal, colocando Pernambuco como um dos mais importantes
polos do estudo e a da investigação parapsicológica brasileira.
Nos seus primeiros dez anos de vida, o Instituto lutou pela sua sobrevivência,
pois então era - e continua sendo - a única instituição do gênero no Nordeste do país.
Foram anos de abnegado idealismo, de férrea obstinação e de inabalável confiança no
êxito do empreendimento, apesar das enormes dificuldades financeiras para a
manutenção da sociedade, como ainda hoje acontece.
Atualmente, o I.P.P.P. é a maior e mais bem organizada instituição de
Parapsicologia do Brasil, conhecida e respeitada, não só nacionalmente, mas
internacionalmente.
Porém, a história da Parapsicologia em Pernambuco ficaria incompleta, se dela
não constasse também a presença do Conselho Regional de Parapsicologia CONREP -, de Pernambuco e da Associação Pernambucana de Parapsicólogos ASPEP -, como órgãos disciplinadores e de defesa da classe em nosso Estado.
O livro foi baseado em documentos da instituição como também em subsídios
mnemônicos pessoais e de outros companheiros do I.P.P.P. que participaram e ainda
participam intensamente de sua história. Ele está dividido em duas partes: a primeira,
consiste num relato dos fatos mais importantes da Parapsicologia em Pernambuco,
organizados em assuntos e sem preocupação cronológica; e a segunda, é constituída
de adendos, onde estes fatos são descritos minuciosamente, permitindo ao leitor um
aprofundamento maior nos assuntos de sua preferência.
Toda riqueza de uma instituição se alicerça nos fatos que ela gerou e na
preservação destes fatos como conteúdos da entidade histórica em que ela se
transformou. O I.P.P.P. faz parte da paisagem científica e cultural de Pernambuco,
não só por tudo o que fez, mas pelo que continua fazendo e pelo que, por certo, ainda
fará em benefício do Estado.
Por todas essas razões, escrevi o presente livro, como celebração e testemunho
dos vinte e sete anos de Parapsicologia em Pernambuco, completados no dia 1º de
janeiro de 2000, e também como marco e estímulo para o prosseguimento dessa luta
que une e reúne gerações de parapsicólogos idealistas, sempre afanosamente
empenhados na busca da compreensão, cada vez mais profunda, do psiquismo
humano.
Valter da Rosa Borges
PARTE I
INSTITUIÇÕES DE PARAPSICOLOGIA EM
PERNAMBUCO
INSTITUTO
PERNAMBUCANO
PSICOBIOFÍSICAS - I.P.P.P.
DE
PESQUISAS
Fundação
N
o final do ano de 1972, reuni um grupo de estudiosos dos fenômenos
paranormais e apresentei a ideia de fundar, no Recife, uma instituição
que estudasse e pesquisasse aqueles fenômenos sob uma óptica
estritamente científica. Por entender que o vocábulo psicobiofísica, criado por Hernani
Guimarães Andrade, fundador do Instituto Brasileiro de Pesquisas Psicobiofísicas I.B.P.P. - era semanticamente mais abrangente do que a palavra parapsicologia, sugeri
o nome Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas - I.P.P.P. - para designar
a nascente instituição, o que foi, de imediato, aceito pelo grupo fundador. Ficou, de
logo, esclarecido que essa designação não importava em qualquer subordinação ao
Instituto fundado e dirigido por Hernani Guimarães Andrade.
Por minha sugestão, escolheu-se o dia 1º de janeiro de 1973 como a data
simbólica da fundação do I.P.P.P., por significar o ideal de confraternização universal
de todos os povos.
Embora fundado em 1973, o Instituto só adquiriu personalidade jurídica no ano
seguinte, conforme consta do Livro A, no 27, no de Ordem 2073, de 23.12.1974, no 1o
Cartório de Títulos e Documentos da Capital.
Assinaram a ata de fundação Valter Rodrigues da Rosa Borges, Aécio Campello
de Souza, Amílcar Dória Matos, Walter Wanderley Barros, Humberto Costa
Vasconcelos, João de Vasconcelos Sobrinho, Sebastião Ramalho da Silva, José Nilton
dos Santos, José Macedo de Arruda e Enoch Burgos.
Por uma questão de justiça, quero aqui registrar o empenho de Ney Prieto
Peres, pernambucano, radicado há décadas em São Paulo, para que se concretizasse a
idéia da criação do I.P.P.P. Ele esteve conosco nos primeiros encontros para a
fundação da instituição, mas, infelizmente, não pôde estar presente por ocasião da
assinatura da ata de constituição da sociedade, deixando, assim, de ser, formalmente,
considerado um dos seus fundadores, o que não nos impede, no entanto, de,
moralmente, reconhecê-lo como tal.
Dos sócios fundadores, já faleceram João de Vasconcelos Sobrinho, Sebastião
Ramalho da Silva, José Macedo de Arruda, conhecido, mais tarde, como “Irmão
Macedo”, e Enoch Burgos.
Alguns dos fundadores, em 1974. Da esquerda para a direita: Sebastião Ramalho da Silva, Humberto
Costa Vasconcelos, Aécio Campello de Souza, José Nilton dos Santos, Valter da Rosa Borges, Enoch
Burgos e José Macedo de Arruda.
Outros não permaneceram no Instituto pelas mais diversas razões: José Nilton
dos Santos e Humberto Costa Vasconcelos preferiram seguir seu ideário espírita.
Amílcar Dória Matos escolheu o que o destino lhe traçara desde a sua adolescência – a
literatura. Walter Barros dedicou-se ao magistério em Psicologia. E Aécio Campello de
Souza, após uma permanência de muitos anos, afastou-se por motivos de ordem
pessoal.
Sedes e sócios
Nos primeiros três anos de vida, o I.P.P.P. ocupou uma das salas do Centro
Espírita Caminhando para Jesus, na rua Dr. Machado, 168, bairro de Campo Grande,
Recife, onde realizou reuniões de estudos e experiências.
Em 1975, a grande cheia que assolou, quase em sua totalidade, a cidade do
Recife, alcançou o Centro Espírita e destruiu toda a documentação da instituição, o
que contribuiu para que, no ano seguinte, ela alugasse as salas 46/47 do Edifício
Concórdia, na rua da Concórdia, 372, bairro de São José, onde ali permaneceu até o
ano de 1991. Foi nessa sede que a primeira geração de parapsicólogos pernambucanos
iniciou uma árdua luta para a consolidação do I.P.P.P. que, ainda hoje, é a única
instituição de Parapsicologia no Nordeste. Aos fundadores se juntaram os primeiros
sócios efetivos, entre eles Clóvis Cabral de Souza e sua esposa Ivanice Cabral (1974)
Avelino Fernandes Vieira, João Alves de Andrade e Edson Duarte de Souza (1975),
Fídias Teles de Carvalho, Maria José Pontes, Selma da Rosa Borges e Ivo Cyro Caruso
(1976), Geraldo Fonseca Lima (1977), Aderbal Pacheco e Aurora Christina Dornellas
Câmara (1981), Maria do Carmo Guedes Andrade e Célia Regina Carvalho de Medeiros
(1982), Ronaldo Dantas Lins Filgueira e José Renato Barros Silva (1983), Jalmir Freire
Brelaz de Castro, Maury Ribeiro da Silva, Maurício Tavares Jácome e sua esposa
Antônia Santos Jácome (1985), Luiz Carlos Oliveira Diniz (1987), Júlia Soares da Silva,
Luiz César Leite, (1986) Márcia da Rosa Borges, Terezinha Acioli Lins de Lima,
Erivam Félix Vieira, Guaracy Lyra da Fonseca e Rosa Bezerra da Silva (1989) e Maria
da Salete Rêgo Barros Melo (1990).
O trabalho desenvolvido pelo Instituto motivou o Vereador Rubem Gamboa a
conseguir que a Câmara Municipal do Recife aprovasse, em 5 de novembro de 1986, o
seu Requerimento nº 1.914/86, no qual solicitava se fizesse “uma indicação ao Sr.
Prefeito Jarbas Vasconcelos, no sentido de ser autorizada a cessão de um imóvel
pertencente ao Município, para utilização do Instituto Pernambucano de Pesquisas
Psicobiofísicas - IPPP, instalando a sua sede”. O resultado foi nulo, mas valeu a
intenção.
Em 199l, o I.P.P.P. se transferiu para a Rua da União, 557, conjunto 402, 4o
andar, Edifício Leite Maia, no bairro da Boa Vista. Nessa sede, novos parapsicólogos
passaram a integrar a instituição: José Roberto de Melo, Isa Wanessa Rocha Lima, e
Silvino Alves da Silva Neto.
Em 1994, o Instituto mudou o endereço para a rua Dom Pedro Henrique, 221, 2o
andar, bairro de Santo Amaro. Nesse local, a equipe de parapsicólogos aumentou com
o ingresso de José Fernando Pereira da Silva, Lígia Gomes Monteiro, Maria Idalina
Correia Umbelino, Amaro Geraldo de Barros, João Evangelista Lemos e Evaldo Alves
Pereira. E começaram as comemorações do Dia do Parapsicólogo e de lançamentos de
livros dos associados.
Em 1996, o Instituto fixou a sua sede na Rua 7 de Setembro, 318/601, Ed.
Amaragi, bairro da Boa Vista, onde se desenvolveram os trabalhos para a realização de
uma das maiores façanhas do I.P.P.P. - o I Congresso Internacional e Brasileiro de
Parapsicologia, acontecimento inédito, no gênero, no país.
E, em 1998, o I.P.P.P. alugou uma casa espaçosa na Avenida 17 de Agosto, 1778,
bairro de Casa Forte, onde atualmente se encontra, transformando-se num centro
cultural onde se realizam os mais diversos eventos do gênero. Ali se associaram ao
Instituto Sara Riwka Erlich, Célia Cabral da Costa Arruda e Pacífico Silva de Andrade.
Nem todos os que participaram do I.P.P.P. continuaram nele e somente alguns
dos que concluíram seu Curso de Pós-Graduação em Parapsicologia ingressaram na
instituição. Outros se afastaram para se dedicarem exclusivamente às suas áreas
profissionais.
Como um dos objetivos maiores do I.P.P.P. é o de conseguir a sua sede própria,
eu e Maury Ribeiro da Silva em diversas ocasiões, a partir de 1986, movimentamo-nos,
politicamente, visando atingir essa meta, pesquisando a disponibilidade de algum
imóvel público para cessão, em regime de comodato, ao Instituto.
No dia 4 de maio de 1988, fiz a primeira tentativa oficial nesse sentido, enviando
ofício ao Prefeito do Recife Jarbas Vasconcelos (então Governador do Estado),
solicitando um imóvel em comodato para o I.P.P.P.
Nova tentativa foi feita no dia 2 de setembro de 1992, quando requeri ao então
Governador Joaquim Francisco de Freitas Cavalcanti o comodato imobiliário do 8º
andar, do Edifício do IPSEP, na Rua do Sol, 143.
Infelizmente, por motivos diversos, os pleitos não foram atendidos.
Em 1996, entrei na Internet e, de logo, criei um site para o Instituto
http://www.elogica.com.br/users/vrb/parapsico-logia, sob o título Parapsicologia
em Pernambuco, com o propósito de divulgar as suas atividades no Brasil e no
Exterior. Em 1999, o I.P.P.P. passou a ter seu domínio próprio:
http://www.parapsicologia.org.br. e seu site estreou oficialmente em 1º de dezembro.
Administração
Desde sua fundação até agora, o I.P.P.P. teve 14 Diretorias (vide Adendo nº 1) e
suas eleições sempre se realizaram por aclamação.
Durante este período, o Instituto foi dirigido por três presidentes:
Valter da Rosa Borges – de 1973 a 1980 e de 1983 a 1994;
Aécio Campello de Souza – de 1981 a 1982;
Ronaldo Dantas Lins Filgueira – de 1995 até agora.
Aécio Campello de Souza (1973 a 1980) e Ivo Cyro Caruso (1981 a 1990) foram os
que, por mais tempo, dirigiram o Departamento Científico.
Em 1994, com a aprovação dos novos Estatutos, o I.P.P.P. mudou a sua
estrutura administrativa, a fim de melhor atender as suas finalidades, em Assembleia
Geral Extraordinária, realizada no dia 3 de setembro, em sua sede, na Rua Dom Pedro
Henrique, no 221 , 2o andar, bairro de Santo Amaro, Recife. Com a reforma estatutária,
criou-se o Conselho Diretor que, à exceção da Assembleia Geral, passou a ser o órgão
de maior hierarquia do I.P.P.P., do qual faz parte, como membro nato, o Presidente da
Diretoria.
O I.P.P.P. na TV
No dia 7 de outubro de 1973, no horário das 18;30 às 19 horas, iniciei a produção
e apresentação na TV Universitária Canal 11, da Universidade Federal de Pernambuco,
do primeiro programa de Parapsicologia, no Brasil, intitulado "A Ciência do Espírito".
O êxito do empreendimento levou o Diretor daquela TV, Dr. Francisco Dario Mendes
Rocha (hoje Desembargador do Tribunal de Justiça de Pernambuco) a remeter ofício
(184/74, de 18.12.74) aos Diretores do I.P.P.P. nos seguintes termos:
Senhores Diretores:
Estamos, pelo presente, apresentando a V.Sas. as nossas congratulações pelo
êxito do programa “A CIÊNCIA DO ESPÍRITO”, produzido e apresentado pelo
Presidente deste Instituto, Dr. Valter da Rosa Borges, promotor público da Capital.
O curso de Parapsicologia, que vem sendo ministrado no aludido programa,
tem alcançado um alto índice de conteúdo cultural e pedagógico, o que o situa entre os
melhores, na faixa educativa, da televisão de nosso Estado.
Esperando continuar contando com os auspícios desse Instituto, na produção
de cursos regulares de Parapsicologia, nesta Televisão, aproveitamos o ensejo para
apresentar a V.Sas. os nossos protestos de estima e elevada consideração.
Atenciosamente,
Francisco Dario M. da Rocha
Diretor
Nesse mesmo ano, a revista Estudos Psíquicos de Portugal divulgou uma nota
elogiosa sobre o referido programa.
Em 1974, substituí o programa “A Ciência do Espírito” pelo Curso Básico de
Parapsicologia, na TV Universitária Canal 11, com a duração de 60 minutos.
Para dar maior divulgação às atividades do I.P.P.P. passei a realizar, em 1981,
debates sobre temas de Parapsicologia no programa “O Grande Júri”, que produzi e
apresentei de 1968 a 1981, contando com a participação valiosa dos companheiros Ivo
Cyro Caruso, Enoch Burgos, Aécio Campello de Souza, Aderbal Pacheco e Geraldo
Fonseca Lima.
Utilidade pública
No dia 12 de junho de 1985, o Deputado Harlan Gadelha apresentou à
Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco o Projeto nº 653/85, (vide Adendo
nº 2) com o fim de ser declarado de utilidade pública o Instituto Pernambucano de
Pesquisas Psicobiofísicas. Na justificativa do projeto, alegou que o Instituto “vem
promovendo diversos cursos de Parapsicologia, conferências, palestras, debates e
simpósios, contando, em alguns casos, com o apoio da Universidade Católica de
Pernambuco, fazendo-se ainda representar em congressos nacionais, realizados em
várias partes do Brasil, com destaque para os II e III Congressos Nacionais de
Parapsicologia e Psicotrônica, no Rio de Janeiro, em 1979 e 1982”. E ressalta que o
I.P.P.P. foi considerado pelo parapsicólogo Karl Goldstein, como uma das três
melhores sociedades de Parapsicologia no Brasil.
O Projeto foi aprovado e se transformou na Lei Estadual nº 9714, de 3 de
outubro de 1985.
Nesse mesmo ano, no dia 8 de maio, o Vereador Aristófanes de Andrade,
apresentou à Câmara Municipal do Recife, o Projeto de Lei nº 42/85, (vide Adendo nº
2) para que o I.P.P.P. fosse declarado de utilidade pública. Na justificativa ao Projeto,
esclareceu que o I.P.P.P. vem realizando Cursos de Parapsicologia na sua sede e na
Universidade Católica de Pernambuco, como também promovendo Simpósios de
Parapsicologia, tendo sido considerado uma das três melhores instituições do gênero
no país. Informou, ainda, que o Instituto vem fazendo publicações de livros, apostilas
e boletins e que, com recursos próprios, já iniciou a instalação de seu laboratório.
Aprovado pela Câmara Municipal do Recife, em 27 de dezembro de 1985, o
Projeto se transformou na Lei nº 14.840, de 14 de janeiro de 1986.
Palestras, debates, mesas-redondas
Os primeiros eventos do I.P.P.P. foram os Seminários Permanentes de
Parapsicologia, realizados de 1974 a 1978 no Centro Espírita Caminhando para Jesus e,
posteriormente, no auditório do Centro de Saúde Lessa de Andrade, na Estrada dos
Remédios, bairro de Afogados. Eram encontros assistemáticos, verdadeiros "balões de
ensaio" para levar ao público leigo o conhecimento da Parapsicologia, assim como da
existência do Instituto. Fiquei encarregado de realizar palestras nestes Seminários, das
quais somente duas foram formalmente registradas: a primeira, no dia 7 de maio de
1978, no Colégio Torres, na Avenida João de Barros, na Boa Vista, sob o polêmico tema
"A Parapsicologia e suas possíveis relações com o Espiritismo"; e a segunda, no
auditório do Departamento de Estradas de Rodagem - DER -, no bairro do Pina, no
dia 6 de junho do mesmo ano.
Em 1982, se iniciou, no I.P.P.P., uma série de palestras, debates e mesasredondas, franqueadas ao público, todas as segundas-feiras, no horário das 20 às 22
horas, versando sobre temas ligados à Ciência em geral, à Parapsicologia, à Filosofia e
à Religião. E, às quintas-feiras, a partir também das 20 horas, os associados se
dedicaram a estudos especializados, em sessão privativa, com a finalidade de
aprofundar e aprimorar os conhecimentos sobre Parapsicologia e ciências afins, assim
como de planejar pesquisas e de idealizar novos instrumentos e técnicas de
experimentação. Além dos grupos de estudo, foram realizadas sessões experimentais
para a melhor compreensão da fenomenologia paranormal.
As reuniões públicas começaram no dia 3 de setembro de 1982 e terminaram no
dia 22 de setembro de 1986. Eram abordados temas, não só de Parapsicologia, mas de
outras áreas do conhecimento, com palestras a cargo dos sócios do I.P.P.P. como
também de convidados especiais. Vide Adendo nº 3.
De 27 a 29 de janeiro de 1986, o I.P.P.P. realizou, no Clube Internacional do
Recife, um Ciclo de Palestras sobre Parapsicologia e Psicologia Transpessoal, tendo
como conferencistas Valter da Rosa Borges, Ivo Cyro Caruso e Geraldo Leite.
Naquele mesmo ano, criei, no Instituto, o Seminário dos Múltiplos Saberes SMS -, um fórum de debate permanente em todos os campos do conhecimento
humano. Esse Seminário contou com a participação das figuras mais importantes da
intelectualidade pernambucana e, por ser aberto ao público, suas sessões eram
bastante concorridas.
As seis primeiras reuniões do SMS, dirigidas inicialmente por Aderbal Pacheco,
Diretor do Departamento Cultural, e secretariadas por Aurora Christina Dornellas
Câmara aconteceram no Auditório Alfredo Oliveira, do Teatro Valdemar de Oliveira. A
primeira dessas reuniões se realizou no dia 3 de novembro de 1986 com a minha
palestra intitulada "Experiências Psíquicas na Morte Iminente". A partir da sétima
reunião, o SMS passou a reunir-se na sede do I.P.P.P. na rua da Concórdia. Entre os
palestrantes convidados podemos destacar o botânico Geraldo Mariz, o médico e ator
Reinaldo de Oliveira, o médico e historiador Ruy dos Santos Pereira, a advogada
Bernadete Pedrosa, o físico nuclear Attílio Dall'Olio, o antropólogo e sociólogo
Roberto Motta, o médico João Beltrão Neto, o engenheiro Ney Prieto Peres, o escritor
e poeta Fernando Monteiro, o médico Waldênio Porto, o médico João Martins de
Almeida Campos, o financista Sílvio Amorim Silva, e a parapsicóloga Bárbara Ivanova.
Também realizaram palestras no SMR Ivo Cyro Caruso, Ronaldo Dantas Lins
Filgueira, Jalmir Brelaz de Castro e José Renato Barros Silva. A partir de junho de 1990,
as sessões do Seminário passaram a ser descontínuas e esporádicas em razão do
aumento das atividades pedagógicas do I.P.P.P. A mais recente sessão do SMS ocorreu
em 18 de dezembro de 1999 com a palestra de Terezinha Acioli Lins, sob o título
"Literatura: sabor do cotidiano e interdisciplinaridade parapsicológica."
Na edição de 12 de janeiro de 1992, do Diário de Pernambuco, o jornalista
Manoel Barbosa, na seção Ciência & Tecnologia, destacou o Seminário dos Múltiplos
Saberes como um valioso veículo de diálogo interdisciplinar entre pessoas das mais
diversas áreas do conhecimento humano, não só no campo da ciência, mas também da
filosofia, da religião e das artes. No seu artigo intitulado Múltiplos Saberes, disse o
jornalista:
“Grupos e pessoas estão trabalhando no Recife na disseminação de um novo
tipo de saber. É um movimento não institucionalizado. Nem sequer tem consciência
de que é um movimento ou uma corrente de pensamento. Caracteriza-o uma abertura
incondicional e desmedida, sem limites; não há proselitismos, doutrinações,
personalismos. Todo esforço enquadra-se no que a pensadora norte-americana Evelyn
Ferguson chama de “conspiração de Aquarius”; uma gigantesca corrente transcultural,
transnacional, anarco/espiritualista e holística e onde cada pessoa (independente de
idade, ideologia ou crença) contribui à sua maneira e de forma natural sem ter a menor
consciência de estar participando de uma revolução conceitual.
Um dos núcleos onde esse novo tipo de saber informal , mas real, vai ser
exposto de forma mais sistemática é o Seminário dos Múltiplos Saberes. É uma ideia
do parapsicólogo Valter Rosa Borges, criador e presidente do Instituto Pernambucano
de Pesquisas Psicobiofísicas. Ele teve esse pensamento ao constatar uma brecha no
ensino acadêmico que, entregue aos seus próprios problemas estruturais, não tem tido
fôlego para abarcar a ampla variedade de novos conceitos derivados dos
desdobramentos de pesquisas em várias áreas.
“É uma ideia que, agora, estamos consolidando” revela Valter. Seu propósito é
promover palestras e cursos com especialistas e estudiosos de diversos campos. Está
pretendendo, por exemplo, desencadear o processo em fevereiro, programando, entre
outras, palestras com o professor Attilio Dall’Olio sobre o tema “Física e Sociedade” e
o médico Fernando Antônio que vai abordar “Morte - Uma Nova Abordagem
Médica”.
Por “múltiplos saberes”, Rosa Borges entende o conhecimento não
especializado, empírico e fundamentado nas novas realidades da sociedade. Isso o
ensino formal não tem explorado em função de suas limitações e filosofia. Nos
seminários, os palestrantes serão pessoas integradas ao saber acadêmico, porém com
uma visão mais eclética - holística. E esses especialistas, que têm muitas vezes
inibições na cátedra, amarrados aos enquadramentos curriculares, poderão soltar-se e
dar um curso mais livre às suas ilações, embora sem derivar para especulações
exóticas.
Participa ainda do projeto o parapsicólogo Ivo Caruso, também do Instituto.
Assim como Valter Rosa Borges, ele tem se esforçado para depurar a pesquisa do
paranormal de todo conteúdo mágico, mesmo sem deixar de estudar a magia como
fenômeno psicossocial.
Entendo que esse movimento pode ser a partida para eventos de grande
envergadura. Pernambuco tem compensado sua fragilidade econômica com uma
atividade intelectual muito rica, a ponto de se impor, por esse aspecto, nacional e
internacionalmente. Nas vésperas do Terceiro Milênio e no contexto de uma nova
conjuntura, com a mudança de paradigmas em praticamente todas áreas - na
ética/comportamental, inclusive -, estão rompendo-se as barreiras das disciplinas
científicas e do conhecimento, impondo-se um saber mais abrangente e fortemente
interdependente. E o Estado não deve ficar à margem dessa aventura da informação.
Pernambuco já pagou muito caro pelo acervo da cultura dos bacharéis. Os
tempos são outros, qualitativamente diferentes. O conhecimento tende a ser o produto
de maior valor, tomando o lugar do brasão acadêmico formal. Reunir as cabeças mais
afinadas com os novos tempos e, a partir delas, gerar correntes de pensamento
identificadas com o mundo de amanhã, certamente terá reflexos positivos na formação
da massa crítica indispensável a uma sociedade moderna.
O Seminário dos Múltiplos Saberes tem uma credencial toda especial: é uma
iniciativa particular, forjada pelos mais salutares propósitos e impulsionada pela
dinâmica do ideal. Como respaldo, há o currículo dos que estão à frente do
empreendimento."
Comentários sobre o I.P.P.P.
Em 1985, o trabalho do Instituto foi reconhecido fora do Estado, quando, na
Folha Espírita do mês de janeiro, Karl W. Goldstein, (pseudônimo de Hernani
Guimarães Andrade) em artigo intitulado “As Sociedades de Pesquisa Psíquica”,
considerou o I.P.P.P. como uma das melhores instituições de Parapsicologia no Brasil.
No ano seguinte, a Câmara Municipal do Recife aprovou o Requerimento no
263, de 25.03.86, do Vereador Mauro Ferreira Lima, consignando voto de
congratulações pelos relevantes serviços prestados pelo I.P.P.P., no campo da
investigação científica dos fenômenos paranormais, ao Estado de Pernambuco. E a
Assembleia Legislativa de Pernambuco aprovou o Requerimento no 2.909, de 11.04.86
do Deputado Ribeiro Godoy e o Requerimento no 2.960, do Deputado Hugo Martins,
consignando votos de congratulações pelos relevantes serviços prestados ao Estado
pelo I.P.P.P.
Como a única instituição de Parapsicologia no Nordeste brasileiro e uma das
mais importantes e antigas do país, as décadas do I.P.P.P. não passaram
despercebidas.
Na sua edição de 24 de dezembro de 1982, o Diário de Pernambuco publicou
matéria sobre o 10o aniversário do I.P.P.P. a comemorar-se no dia 1o de dezembro de
1983. E, em 1993, a Assembleia Legislativa de Pernambuco aprovou o Requerimento nº
6.006, de 15.09.93, do Deputado Geraldo Barbosa, consignando voto de congratulação
pela passagem dos vinte anos de fundação do Instituto Pernambucano de Pesquisas
Psicobiofísicas - I.P.P.P. -.
Em 1992, a Revista Brasileira de Parapsicologia, no seu primeiro número,
publicou a História do I.P.P.P. e assim se expressou no seu Editorial:
“Na seção Nossa História, o Instituto Pernambucano de Pesquisas
Psicobiofísicas conta seus avanços e desafios. O Instituto Pernambucano de Pesquisas
Psicobiofísicas - I.P.P.P. - foi convidado a contar sua história em primeiro lugar tendo
em vista ser um dos grupos mais antigos que atuam no campo no país, o que lhe dá o
caráter de pioneirismo. Em segundo lugar pelo reconhecimento de que é um grupo
que realmente funciona. As críticas que por ventura tenhamos em relação a certos
pressupostos desse instituto são insignificantes frente à grandiosidade das verdadeiras
conquistas em elevar a Parapsicologia ao nível que merece neste país. Assim, o convite
se expressa como homenagem e carinho aos integrantes do Instituto Pernambucano
de Pesquisas Psicobiofísicas - I.P.P.P. -.”
Wellington Zangari e Fátima Regina Machado, no seu livro Conversando sobre
Parapsicologia, publicado pelas Edições Paulina, publicaram a seguinte nota:
Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas (IPPP), em Recife.
Mantém um curso próprio em nível de pós-graduação (especialização). Já realizaram
vários simpósios e congressos, além de pesquisas na área. O IPPP tem se esforçado
legalmente pelo reconhecimento da profissão de “Parapsicólogo”. Conquistou a
aprovação do “dia do Parapsicólogo”, 29 de julho. Alguns de seus membros têm
publicações na área. O I.P.P.P. mantém uma abordagem científica em suas
atividades”.
Em 1998, na Revista Argentina de Psicología Paranormal, vol. 9, Número 1 (33),
de janeiro deste ano, o parapsicólogo argentino Alejandro Parra, Diretor da Revista, no
seu artigo “Comentarios, Breves Notas sobre la Parapsicologia en Brasil”, assim
escreveu:
“Escribiendo estas breves lineas me interesaría destacar «highlights» de la
actividad parapsicológica en Brasil revisando aquel los estudios que -a mi entenderresultan sumamente atractivos debido a sus implicaciones para la sociología de lo
paranormal. En el futuro los parapsicólogos brasileros necesitarán escribir un libro (o
una serie de articulos) que introduzca al lector al desarrollo de la parapsicología en
Brasil, su historia, sus principales características, y sus aportes al conocimiento
científico general de la naturaleza de psi. Este libro aún busca un autor. Sin embargo,
aunque estas notas no pretender valorar criticamente estas actividades, podrán de
todos modos resultar útiles para aquel interesado en visitar Brasil y conocer muchos de
los grupos que dedican tiempo y esfuerzo a este campo, enfatizando el resultado de
uno de los encuentros parapsicológicos que yo tuve ocasión de participar, celebrado
durante los días 31 de Octubre al 2 de Noviembre de 1997 en la ciudad de Recife, en el
estado de Pemambuco, al nordeste de Brasil. Por ello, y en parte en agradecimiento a
toda la gentileza expresada por el grupo organizador, el Instituto Pernambucano de
Pesquisas Psicobiofisicas (IPPP) coordinado por el veterano parapsicólogo nordestino
Valter da Rosa Borges, me obliga a escribir este breve artículo respecto al trabajo de
los parapsicólogos de habla-portuguesa de aquella región.”
Após fazer um estudo minucioso das atividades parapsicológicas no Brasil,
destacando pessoas e instituições, Parra teceu as seguintes considerações sobre o
I.P.P.P.:
“El Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofisicas fundado en 1973 por
Valter da Rosa Borges, se ha convertido en un centro de actividad nacido en el
nordeste del Brasil. Borges y Caruso (1986), y Borges (1992) han señalado la
importancia de construcciones teóricas para una interpretación del fenómeno psi, y
han estimulado a sus colaboradores ha seguir esta línea (Barros, 1996: Lins Filgueira,
1996; Pacheco; 1997; Rosa Borges, 1995: Silva,1996). Este grupo ha logrado
reconocimiento de parte de los legisladores del estado. Ronaldo Lins Filgueira quien
actualmente ocupa su presidencia, ha desempeñado convenios y projectos tales como
asesoramiento parapsicológico a la policía y a los servicios de seguridad del estado,
asesoramiento radiestésico al Ministerio de Recursos Minerales e Hidrologia, y
asistencia en salud a los hospitales Pernambucanos. El IPPP ofrece un programa de
educación en parapsicología y há celebrado a la fecha quince congresos de
parapsicología. Sus miembros han publicado más de una decena de monografias y
libros, incluyendo el Anuario Brasileiro de Parapsicologia (No. I, 1996 y No.2, 1997)
que puede considerarse la publicación oficial del IPPP De este grupo, se destacan al
menos tres investigadores quienes han desarrollado una productiva actividad. Isa
Wanessa Rocha ha estudiado los mecanismos psicológicos de defensa como hipótesis
de actividad poltergeist (Rocha, 1994, 1997), Jalmir Brelaz há diseñado una encuesta de
fenómenos psi sobre estudiantes brasileros (Brelaz, 1996, 1997) y se ha preocupado por
comparar sus resultados con los resultados de otros autores, y Erivam Félix Vieira ha
elaborado una tesis relacionando factores culturales y casos espontáneos de ESP
(Vieira, 1997).”
Cuadernos de Parapsicología, em seu nº 4, Ano 32, de dezembro de 1999, sob o
tema "Aporte a la Segunda Reunión Iberoamericana para la Promoción y Realización
de Investigaciones Científicas en Parapsicología" publicou artigos de Geraldo Sarti e
Naum Kreiman, que opinaram a respeito das atividades parapsicológicas,
notadamente no Brasil e na Argentina.
Geraldo Sarti assim se expressou:
"En Brasil, debido a las extremas dificultades en invertir en investigaciones de
punta, porque el riesgo de no obtener éxito es muy grande y la osadía y la creación
cientificas son casi nulas, el investigador se detiene más en la teoría y menos en el
experimento. A pesar de eso, poseemos cuatro centros de excelencia en
experimentación parapsicológica, que son:
En Paraná, la Facultad de Ciencias Biopsiquicas, bajo la coardinación de Carlos
Alberto Tinoco y de Octavio Melquíades Ulysséa, con especial atención hacia la
memoria extra-cerebral.
En São Paulo, el Instituto Brasileiro de Pesquisas Psicobiofísicas, IBPP, con la
dirección de Hernani Guimarães Andrade, que se ocupa del poltergeist y la memoria
extra-cerebral, y más recientemente, el Interpsi, de Wellington Zangari,
particulannente dirigido hacia el control y la producción de la visión remota y del
Ganzfeld.
La grabación de voces ha sido, en los últimos años, la principal actividad
desarrollada por el Instituto de Parapsicología de Rio de Janeiro, IPRJ, con Mário
Amaral Machado, con vasta historia en investigaciones de campo y RSPK (Uri Geller,
Rosalino, Thomas Green Morton y Antônio Alves Ferreira).
Por otra parte, Pernambuco concentra varias actividades experimentales,
constituyendo actualmente el principal núcleo de investigaciones de laboratorio y de
campo. El Instituto Penambucano de Pesquisas Psicobiofísicas - IPPP - sostiene
desde hace tiempo un curso de posgrado en Parapsicología, formando profesionales y
cientificos muy calificados en el área. El IPPP está dirigido por Ronaldo Dantas Lins y
cuenta con la orientación estratégica de Valter da Rosa Borges.
Concordamos plenamente en crear una escuela iberoamericana en
investigación experimental y, en ese caso, sugerimos al IPPP como modelo de
referencia, aunque desconocemos si existen en iberoamérica otros con los mismos
fines."
Por sua vez, Naun Kreiman, na sua proposta para uma bibliografia básica para
a investigação experimental, asseverou:
"En la Argentina, podemos citar las obras de Naum Kreiman: "Curso de
Parapsicología", el "Manual de Procedimientos Experimentales y Estadísticos en
Parapsicología, y por ahora el primer tomo de "Investigaciones Experimentales en
Parapsicología". Estos libros unidos a los propuestos por los colegas brasileños,
podrían constituir ya un buen respaldo bibliográfico, como por ejemplo: "Psicons", del
Dr. G.S. Sarti, "O Tempo e a Mente" del Dr. Horta Santos, "Parapsicologia e Ciência"
del Dr. Carlos Alberto Tinôco, "Manual de Parapsicologia" del Dr. Valter Da Rosa
Borges. Y en Ingles podríamos mencionar solo dos libros el ''An Introduction to
Parapsychology", de H.J. Irwin, por su clara metodología, y el del Dr. Dean Radin
''The Concious Universe'' por la actualidad de algunos temas y sus aportes
estadisticos."
O paranormal na Constituição de Pernambuco
A Constituição do Estado de Pernambuco, promulgada em 5 de outubro de
1989, no seu Art. 174, determinou que o Estado e os Municípios, diretamente ou através
do auxílio de entidades privadas, prestassem assistência social ao superdotado e ao
paranormal. O reconhecimento da importância social do paranormal na Carta Magna
estadual resultou da emenda do Deputado Geraldo Barbosa, assessorado por Maury
Ribeiro da Silva, como consequência do trabalho realizado pelo I.P.P.P. no campo da
paranormalidade, em Pernambuco.
Dia Nacional do Parapsicólogo
Em 24 de julho de 1993, o I.P.P.P., por minha sugestão, criou o Dia Nacional do
Parapsicólogo em 29 de julho, com fundamento na data da realização do I Congresso
Internacional de Parapsicologia, em Utrecht, na Holanda, de 29 de julho a 4 de agosto
de 1953, no qual foi adotado oficialmente o nome de Parapsicologia para a nova
ciência. A proposta do I.P.P.P. foi aprovada pelas Federação Brasileira de
Parapsicologia - FEBRAP - na pessoa de seu Presidente Geraldo dos Santos Sarti. A
partir daí e, infalivelmente, todos os anos, o Instituto, o Conselho Regional de
Parapsicologia – CONREP – e a Associação Pernambucana dos Parapsicólogos –
ASPEP – vêm comemorando festivamente o Dia Nacional do Parapsicólogo. E, com o
propósito de ampliar o alcance dessa data, a Comissão Organizadora do I Congresso
Internacional e Brasileiro de Parapsicologia, realizado no Recife em 1997, procurou
transformá-lo em Dia Internacional do Parapsicólogo, como um dos itens da Carta do
Recife, ficando a questão a ser decidida, após um demorado fórum de discussão entre
as principais instituições de Parapsicologia do mundo.
Em 12 de agosto deste ano, o Deputado Estadual José Siqueira apresentou, na
Assembleia Legislativa de Pernambuco, o Requerimento no 2.420, para constar da Ata
dos trabalhos legislativos um voto de aplauso aos parapsicólogos pernambucanos pela
passagem de seu dia.
E, no dia 6 de outubro, o I.P.P.P. recebeu da Universidade de São Francisco, de
Itatiba, São Paulo, o seguinte ofício:
Ao I.P.P.P. – Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas
Prezados Senhores:
A Universidade de São Francisco de Assis, na pessoa de seu diretor Frei Konrad
Lindmeier, Campus Itatiba, vem parabenizar e apresentar suas congratulações pela
instituição do “DIA DO PARAPSICÓLOGO”, comemorado no dia 29 de Julho.
É com grande alegria que passaremos a comemorar a grande data que
homenageia o parapsicólogo.
Aproveitamos a oportunidade, para reiterarmos nossos protestos de alta estima
e consideração.
Atenciosamente
Frei Konrad Lindmeier
Diretor – Fac. De Ciências Humanas
Parapsicólogos do I.P.P.P. em instituições internacionais
Desde 1995, vinte e três parapsicólogos do I.P.P.P., Valter da Rosa Borges, Ivo
Cyro Caruso, Ronaldo Dantas Lins Filgueira, Jalmir Freire Brelaz de Castro, Erivam
Félix Vieira, Terezinha Acioli Lins de Lima, Maria da Salete Rego Barros de Melo, Isa
Wanessa Rocha Lima, José Moreira, Mônica Alecrim e Guaracy Lyra da Fonseca,
Silvino Alves da Silva Neto, José Eldon Barros de Alencar, Amaro Geraldo de Barros,
Rosa Maria Bezerra da Silva, Maria Idalina Correia Umbelino, Fernando Antônio
Domingos Lins, Lígia Gomes Monteiro, Érico Iglésias Cavalcanti Melo, Luiz César
Leite, José Roberto de Melo, José Fernando Pereira da Silva e Inácio Roberto de
Queiroz foram aceitos como membros da Parapsychological Association - P.A. Destes,
quatro são full member (membro pleno) daquela prestigiada instituição: Valter da
Rosa Borges, Ivo Cyro Caruso, Ronaldo Dantas Lins Filgueira e Jalmir Freire Brelaz
de Castro. Pernambuco é o Estado brasileiro com maior número de parapsicólogos na
mais importante instituição de Parapsicologia do mundo.
Valter da Rosa Borges, Ronaldo Dantas, Ivo Cyro Caruso, Erivam Félix Vieira e
Terezinha Acioli Lins de Lima também são membros da Associación Ibero-Americana
de Parapsicologia – AIPA.
Apoio a outras instituições
Na sua filosofia de ajudar instituições científicas e culturais, o I.P.P.P. cedeu as
suas instalações para as reuniões da Academia Pernambucana de Ciências, durante o
período de 1981 a 1996. Da Academia, fundada por mim, fazem parte também os
parapsicólogos Ivo Cyro Caruso, Walter Wanderley Barros, Ronaldo Dantas Lins
Filgueira, Jalmir Brelaz de Castro, Geraldo Machado Fonseca Lima, Luiz Carlos de
Oliveira Diniz, Erivam Félix Vieira, Érico Iglésias de Melo, Guaracy Lyra da Fonseca,
José Roberto de Melo, Fernando Antônio Domingos Lins e Silvino Alves da Silva Neto.
O I.P.P.P. também cedeu as suas instalações para as reuniões da recém-criada
Sociedade Internacional de Transcendentologia, que eu fundei, por ocasião do I
Seminário Internacional de Pesquisas Psíquicas e Transcendentais, realizado, no Mar
Hotel, no período de 17 e 18 de abril de 1999. Dela fazem parte, também como
fundadores, os parapsicólogos Ronaldo Dantas Lins Filgueira, Jalmir Brelaz de Castro,
Terezinha Acioli Lins de Lima, José Renato Barros Silva, Maria Idalina Correia
Umbelino, José Fernando Pereira da Silva, Guaracy Lyra da Fonseca, Sara Riwka
Erlich, Maria da Salete Rego Barros de Melo, Erivam Félix Vieira, José Roberto de
Melo e Pacífico Silva de Andrade.
O I.P.P.P. atualmente vem dando apoio à realização de projetos culturais,
sociais e de capacitação técnica para jovens de comunidades pouco assistidas da
Região Metropolitana do Recife - RMR.
Em 1999, apoiou a realização do curso "Cuidador de Idosos" - projeto de
qualificação de jovens, desenvolvido pela Associação dos Moradores do Bairro da
Encruzilhada - AMBE - e financiado pelo programa Comunidade Solidária.
Em seguida, apoiou o projeto "Tocando a Vida na Arte", que consiste em um
programa de capacitação na área de música para crianças e adolescentes, proposto
pelo Centro de Desenvolvimento Social e Formação Humana - CEDESFH -, e que
contou com a participação efetiva da violinista Clarisse Amazonas.
O I.P.P.P. e o movimento espírita
O I.P.P.P., desde a sua fundação, procurou manter um relacionamento
amistoso com as instituições religiosas, principalmente com o Espiritismo, dada a
confusão existente a respeito dos fenômenos paranormais e mediúnicos o que
resultava em prejuízo para o desenvolvimento da Parapsicologia em nosso Estado.
De 1973 a 1975, José Nilton Santos, então 2º Secretário, manteve
correspondência com as instituições, jornais, revistas e editoras espíritas, não só do
Brasil, mas também da Argentina, Porto Rico e Venezuela, e ainda com os médiuns
Francisco Cândido Xavier e Divaldo Pereira Franco, dando notícias sobre as atividades
do Instituto. Estabeleceu contato com a "Revista Psíquica", de Portugal e com
"Cuadernos de Parapsicologia", da Argentina, cujo diretor, até hoje, é Naun Kreiman.
Enviou correspondência para a Society for Psychical Research, a American Society for
Psychical Research e a Psychical Research Foundation, entre outras instituições de
Parapsicologia dos Estados Unidos e da Europa.
Em 6 de janeiro de 1974, o Instituto realizou uma reunião conjunta com as
lideranças espíritas de Pernambuco no auditório do SESI, no Ed. Limoeiro, na rua
Marquês do Recife, 154, bairro de Santo Antônio, a fim de se promover uma campanha
de esclarecimento sobre a fenomenologia paranormal no âmbito de suas instituições,
visando precipuamente estabelecer as diferenças entre Parapsicologia e Espiritismo.
Valter da Rosa Borges discursa no encontro com as lideranças espíritas de Pernambuco. À esquerda,
Caetano Coimbra, representante da Comissão Estadual de Espiritismo e Enoch Burgos, e à direita,
Aécio Campello de Souza e Humberto Vasconcelos.
A partir desse mês, realizei uma série de visitas aos centros espíritas do Grande
Recife para avaliar a possibilidade de realizar pesquisas parapsicológicas com os seus
médiuns. A receptividade à proposta não foi animadora, apesar do apoio de Federação
Espírita Pernambucana e da Comissão Estadual de Espiritismo. No dia 6 de julho, o
I.P.P.P. realizou, no Centro Espírita Caminhando para Jesus, o I Curso de Estudos
Paranormais, direcionado às instituições espíritas de Pernambuco.
Mário Ferreira, no seu livro Espiritismo e Parapsicologia, publicou uma nota de
José Nilton dos Santos, noticiando o fato.
Em 1985, como conferencista oficial, pronunciei uma palestra sobre
Parapsicologia e Espiritismo, no I Ciclo de Palestras, sob o título Espiritismo e
Universidade em Debate, promovido pela Pró-Reitoria de Extensão da Universidade
Federal de Alagoas e pela Federação Espírita do Estado de Alagoas, realizado no
período de 1 a 27 de junho, naquela Universidade, em Maceió. Ao expor a explicação
da Parapsicologia para os fenômenos de psicopictografia, senti a frieza e a decepção
do auditório, constituído na sua quase totalidade de espíritas. E o clima ficou mais
tenso, quando, logo após a palestra, uma médium psicopictógrafa, que começava a se
destacar no Espiritismo de Alagoas, manifestou sua dúvida a respeito da intervenção
dos Espíritos em sua atividade mediúnica.
Neste mesmo ano, participei do I Simpósio Brasileiro de Parapsicologia,
Medicina e Espiritismo, promovido pela Associação Médico-Espírita de São Paulo e
realizado em São Paulo, em 26 de outubro, com a apresentação de duas teses: a) O
Universo dos Fenômenos Paranormais b) Demarcação das Áreas Paranormal e
Mediúnica: seus Aspectos nas Religiões e na Medicina.
Logo na minha chegada, fui notificado por Maria Júlia Pietro Peres que as teses
não tinham sido bem recebidas pela cúpula espírita do Simpósio. Portanto, eu deveria
preparar-me para enfrentar uma forte oposição e sustentar uma acirrada polêmica.
Qual não foi minha surpresa, quando, ao término da leitura das teses, recebi o
inesperado apoio dos espíritas presentes. Entre as mais representativas figuras do
Espiritismo brasileiro participavam do Simpósio o Dr. Hernani Guimarães Andrade e o
escritor Hermínio Miranda. Creio ter sido uma atitude de cortesia dos espíritas, pois
nunca mais fui convidado a participar dos Simpósios posteriores.
Em 28 de fevereiro 1988, em entrevista concedida ao Jornal do Commercio,
sobre Parapsicologia e Espiritismo, enfatizei a impossibilidade de o I.P.P.P. fazer
investigações de fenômenos paranormais nos centros espíritas do Recife.
Há, porém, uma exceção. O “Lar de Ita”, centro de Umbanda dirigido por “Pai
Eli” vem colaborando, desde muitos anos, com o I.P.P.P., permitindo, sem qualquer
tipo de restrição, a investigação de fenômenos psíquicos que ocorrem naquela
instituição.
A nossa posição, estritamente científica, mereceu o reconhecimento da Revista
Brasileira de Parapsicologia, que, em seu segundo número, Verão-l993, publicou artigo
do psicólogo e parapsicólogo Wellington Zangari, intitulado Por que Paranormal?, no
qual o articulista assevera que Valter da Rosa Borges, ao contrário do Pe. Oscar
Quevedo e de Hernani Guimarães Andrade, “mantém a posição científica dos
fenômenos parapsicológicos” e, por isso, en-contra-se “mais próximo da
Parapsicologia Internacional que aqueles últimos”.
Em 5 de abril de 1993, o Governador de Pernambuco, Dr. Joaquim Francisco de
Freitas Cavalcanti, a respeito da homenagem prestada ao I.P.P.P. pela Revista
Brasileira de Parapsicologia, dirigiu-me a seguinte carta:
Prezado Walter Rosa Borges
Com algum atraso, estou registrando e agradecendo o recebimento de sua carta
e do primeiro número da Revista Brasileira de Parapsicologia. Registro, também, com
a satisfação, o destaque dado na Revista ao Instituto Pernambucano de Pesquisas
Psicobiofísicas.
Ratifico nossas conversas anteriores, com respeito ao interesse que tenho a
respeito dos estudos científicos da fenomenologia paranormal. A partir desse interesse,
proponho-me a analisar com toda a simpatia os projetos que a equipe do I.P.P.P. está
desenvolvendo para que o Estado dê pleno cumprimento ao preceituado no art. 144 da
nossa Constituição.
Parabenizo-o pela sua atividade ligada ao estudo da ciência, da filosofia e da
religião.
Cordialmente,
Joaquim Francisco
O I.P.P.P. e a Imprensa
A imprensa pernambucana, principalmente nos primeiros anos de existência do
I.P.P.P. sempre deu divulgação às suas atividades. Várias vezes fui entrevistado pelo
Jornal do Commercio e Diário de Pernambuco a respeito dos fenômenos paranormais
e das pesquisas do nosso Instituto. Também pelo Jornal Universitário, da
Universidade Federal de Pernambuco, onde àquela época era professor de Sociologia,
e pela revista Reclamo.
O jornal Tecnologia em Pernambuco, em quatro de suas edições, dedicou
ampla matéria sobre as atividades do Instituto.
Em 1983, o Jornal Universitário, na sua edição de maio/junho, entrevistou-me
sobre as aplicações práticas da paranormalidade.
Nessa entrevista, ressaltei que a Parapsicologia vem-se firmando como uma
ciência autônoma e interdisciplinar e já não pode ser assimilada pela Psicologia ou por
outra qualquer ciência, mas, ao contrário, ela procura valer-se dos subsídios das
demais ciências para investigar, em maior profundidade, a complexidade da
fenomenologia paranormal.
Afirmei que o parapsicólogo, por força dessa interdisciplinaridade, deve ser
dotado de sólida cultura geral para movimentar-se, com segurança, no estudo e na
pesquisa dos fenômenos paranormais.
E enfatizei que a Parapsicologia poderá desenvolver a sua própria tecnologia - a
tecnologia psi -, mediante a utilização das aptidões paranormais, para finalidades
pragmáticas.
Além de mim, Ivo Caruso também participou de debates sobre assuntos
parapsicológicos principalmente nas emissoras de rádio.
A revista Planeta, no seu nº 118, de julho de 1982, publicou a seguinte nota sobre
o I.P.P.P., enviada por Ivo Cyro Caruso, então Secretário do Instituto:
“O IPPP – Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas – foi fundado
em janeiro de 1973. Trata-se de uma instituição de estudos e pesquisas sem fins
lucrativos. É associado ao IBPP – Instituto Brasileiro de Pesquisas Psicobiofísicas.
Mantêm palestras mensais, cursos de parapsicologia, cursos de meditação, grupos de
estudo PG (psi-gama e) e PK (psi-kapa). Dispõe de uma série de instrumentos
manufaturados por seus próprios associados, tais como máquina kirlian, detetores de
onda alfa, detetor de pontos de acupuntura, aurometer, pêndulos radiestésicos,
pirâmides, etc. Os interessados poderão adquirir no IPPP apostilas de sua publicação,
desenhos e esquemas de instrumentos, por solicitação através do correio ou
diretamente visitando-nos nas terças, quartas, quintas e sábados, das 9h às 11h. Ivo C.
Caruso, Rua da Concórdia, 372, salas 46/47, Recife, PE, 50000.”
Como resultado dessa nota, recebemos centenas de cartas, de vários Estados do
Brasil, solicitando o envio de apostilas e cópias dos esquemas dos instrumentos
relacionados na publicação. Foi um trabalho extra e árduo para o operoso Secretário do
I.P.P.P., Ivo Caruso.
No dia 23 de outubro de 1987, o jornalista Waldomiro Arruda, na sua coluna
Retrato Falado, do Jornal do Commercio, escreveu um artigo sobre as atividades do
Instituto. O jornal O Semeador, de São Paulo, na sua edição de janeiro de 1989,
publicou palestra proferida por Mário Amaral Machado, por ocasião do IV Simpósio de
Parapsicologia, Medicina e Espiritismo e sob o título “Parapsicologia no Brasil:
Organismos, Trabalhos e Linhas Características”, onde o palestrante fez referências às
atividades do I.P.P.P. Em 22 de maio, o Jornal do Commercio transcreveu um artigo
de Luísa Meireles, de Lisboa, a qual destacou as atividades do Instituto no campo das
investigações parapsicológicas.
E a Folha de Pernambuco, de 7 de janeiro de 1990, publicou uma página inteira
sobre as pesquisas do I.P.P.P.
A partir de 1994, Ronaldo Dantas Lins, Jalmir Brelaz Freire, Isa Wanessa Rocha
Lima e Terezinha Acioli Lins começaram a participar de entrevistas e debates no rádio
e na televisão, aumentando, assim, o contingente de parapsicólogos na mídia de
Pernambuco.
O Boletin Informativo AIPA, da Associación Iberoamericana de Parapsicología,
de dezembro de 1997, inaugurando uma coluna intitulada Perfiles, para colher
depoimentos de parapsicólogos, escolheu-me para ser o primeiro entrevistado. A
entrevista foi a seguinte:
AIPA -Como se iniciou no campo da parapsicologia?
VRB - Iniciei-me no campo da Parapsicologia em 1953, (tinha então19 anos de idade),
após a leitura da obra psicografada de Francisco Cândido Xavier, intitulada “Parnaso
do Além Túmulo”, reunindo poesias inéditas, atribuídas aos espíritos de poetas
brasileiros e portugueses falecidos e das mais diversas escolas literárias.
Como estava, naquela época, bastante familiarizado com a literatura lusobrasileira, pude fazer a leitura de maneira crítica, o que resultou num tremendo
impacto que modificou o curso da minha vida, levando-me a abandonar a carreira
literária , onde já me iniciara com a publicação de um livro de poesias, intitulado “Os
Brinquedos” (Recife, 1953) e me dedicar inteiramente à Parapsicologia, a fim de
investigar o extraordinário potencial da mente humana.
AIPA - Quais são suas principais áreas de interesse?
VRB - Tudo no campo da Parapsicologia me interessa e fascina. Mesmo assim, posso
admitir que os fenômenos de personificação subjetiva (mais conhecidos como
personalidade secundária), inclusive memória extracerebral, experiências fora do corpo
e personificação objetiva (ou materialização) são aqueles que me prendem mais a
atenção. Embora tenha investigado vários casos de “poltergeist”, lidei, durante muitos
anos, com fenômenos de personificação subjetiva e personificação objetiva e, em certa
ocasião, pude examinar detalhadamente e, em boas condições experimentais, uma
mão materializada.
Além do ensino e da pesquisa em Parapsicologia, dedico-me também à questão
da epistemologia e da reflexão filosófica da fenomenologia paranormal, aprofundando
as suas relações interdisciplinares com as demais ciências.
AIPA - Quais são os principais problemas que você tem encontrado no curso de sua
carreira de parapsicólogo?
VRB - Em primeiro lugar, o problema econômico. Todas as nossas atividades no
campo da Parapsicologia são financiadas por contribuições dos membros do Instituto
Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas o que nos impede de manter um
laboratório próprio devidamente equipado para a investigação, rigorosamente
controlada, dos fenômenos paranormais.
Em segundo lugar, a confusão que ainda existe em boa parte da população
brasileira, a respeito da Parapsicologia, confundindo-a com o Espiritismo e, com isso,
prejudicando, enormemente, o seu acesso ao ambiente universitário.
E, finalmente, a dificuldade de realizar a investigação dos casos espontâneos,
pois, as pessoas envolvidas numa experiência paranormal, geralmente, procuram os
centros espíritas e as igrejas para a solução desse problema.
AIPA - Quais têm sido suas maiores satisfações derivadas de sua atividade na
parapsicologia?
VRB - Principalmente a satisfação de constatar que o homem é muito mais do que
aquilo que ele imagina ser e dotado de aptidões que poderão ajudá-lo a construir o seu
próprio destino. Compreendi que a Parapsicologia é uma ciência de vanguarda,
porque estuda o homem na sua globalidade, interagindo consigo mesmo, com os seus
semelhantes e com todos os demais seres vivos e agindo, ainda, sobre o mundo
exterior, tomando, cada vez mais, consciência de sua singularidade como a expressão
mais avançada da própria natureza.
Mais do que qualquer outra ciência, a Parapsicologia é o elo de ligação com a
Filosofia e a Religião, ensejando um diálogo interdisciplinar capaz de ampliar, cada
vez mais, o nosso conhecimento sobre a realidade e, consequentemente, um
relacionamento mais adequado com os seus múltiplos aspectos.
AIPA - Como vê o futuro da parapsicologia?
VRB - O futuro da Parapsicologia depende, principalmente, dos próprios
parapsicólogos. Do trabalho que possa ser feito no sentido de dotá-la dos meios
necessários ao seu crescimento como ciência, do aperfeiçoamento de suas técnicas de
pesquisa e de sua metodologia e de sua precisão conceitual. A Parapsicologia é um
campo vastíssimo de manifestações fenomenológicas de alta complexidade e isto exige
do parapsicólogo um conhecimento geral bem estruturado, não só no campo das
ciências naturais, como também das ciências humanas. É necessário que certos
parapsicólogos reconheçam que a Parapsicologia já chegou a um estágio do qual não
há mais volta e que todo esforço de reduzi-la a um campo especial de outra ciência
constitui um atentado a sua autonomia, obstaculizando o seu progresso.
AIPA - Qual é sua visão atual da Parapsicologia na América Latina?
VRB - A Parapsicologia, na América Latina, está em ascensão, mas precisa criar o seu
próprio Mercosul. Urge criar uma espécie de mercado de atividades integradas,
visando o desenvolvimento harmônico da Parapsicologia nos países que mantêm
afinidades culturais e lingüísticas, preservando, naturalmente, as peculiaridades
regionais. A criação da Associação Iberoamericana de Parapsicologia foi um
gigantesco passo dado nessa direção. Por isso, é preciso agendar um calendário de
eventos anuais, com a realização de congressos que possam reunir parapsicólogos
iberoamericanos para uma permuta de informações e experiências, na discussão de
problemas comuns no campo da investigação parapsicológica. A Internet poderá ser
um veículo extraordinário para um permanente contato entre os parapsicólogos
iberoamericanos como também a permuta entre si de suas publicações em livros e
revistas especializadas.
Agora, já conhecido internacionalmente, o I.P.P.P. teve as suas atividades
divulgadas no Boletin Informativo AIPA, da Asociación Iberoamericana de
Parapsicología, nas edições de 1998 e 1999.
Produção científica.
O I.P.P.P. iniciou a sua fase de produção científica com o lançamento do meu
livro Introdução ao Paranormal, no dia 29 de julho de 1976, às 20h, no auditório da TV
Universitária Canal 11, do Núcleo de Televisão e Rádio da Universidade Federal de
Pernambuco.
O Reitor da Universidade Federal de Pernambuco, Prof. Paulo Maciel, que
presidiu a solenidade, pronunciou o seguinte discurso:
“Considero o lançamento do livro de Valter da Rosa Borges um acontecimento
de alta expressão universitária.
Para nós, ele não é só Universidade em formação, como é um parauniversitário, por ser um dos esteios desta TV, como ainda antecipa, para
Pernambuco, o primeiro lançamento de um livro didático sobre disciplina tão
importante.
Aborda, realmente, não apenas a fenomenologia parapsicológica, como
também a condição do paranormal. Este é um objeto importantíssimo para o momento
presente, não só para o novo humanismo, que não nos parece ser só antropocêntrico,
mas universal, no bom sentido do termo como para novas contribuições da ciência,
que desvenda caminhos nunca dantes navegados.
O esforço de Valter é elogiável, sob todos os aspectos, porque, sozinho,
enfrentou um tema árduo, numa bibliografia difícil, e se dispôs a colaborar com nós
outros para possibilitar os curiosos, como eu e muitos outros, deste tema, encontre,
nos seus esquemas racionais, bem pensados e bem explicados, facilidades que ele não
teve e que ele graciosamente, fraternalmente, quer estender a todos nós.”
Discurso do Reitor Paulo Maciel. Do seu lado esquerdo, o autor e, do lado direito, o Prof. Lourival Vila
Nova.
Além do reitor da UFPE, Prof. Paulo Maciel, participaram da solenidade o Dr.
Waldemir de Oliveira Lins, Procurador Geral de Justiça; o Dr. Martiniano Lins,
Presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco; o Prof. Lourival Vilanova, um dos
maiores juristas brasileiros; o Dr. Francisco Dário Mendes Rocha, Diretor da TV
Universitária Canal 11, da UFPE; o filósofo Prof. José Xavier Pessoa de Moraes, o
exegeta Pe. Nércio Rodrigues, o escritor Amílcar Dória Matos e outras personalidades
do mundo cultural de Pernambuco.
A repercussão do livro foi das melhores, tanto assim que, mediante ofício,
datado de 1º de abril de 1977 e assinado por Janet M.Biggs, a Library of Congress
Office, Brazil, solicitou-me o envio do Introdução ao Paranormal à sede da Biblioteca
em Washington.
O escritor Amílcar Dória Matos (hoje membro da Academia Pernambucana de
Letras) escreveu no Jornal da Cidade, na sua edição de 14 a 20 de setembro de 1976,
sob o título “Uma Lição de Normalidade”, o seguinte artigo:
“Livros como Introdução ao Paranormal, de Valter da Rosa Borges (edição do
Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas), deixam a gente pensando em
muita coisa. Será que ainda engatinhamos no caminho do entendimento da nossa
verdadeira dimensão, ignorantes dos segredos da nossa mente e, ao que tudo indica,
do nosso espírito imortal? Será que andamos muito convencidos da nossa
individualidade, do nosso discernimento, da nossa cultura e sabedoria, quando na
verdade deveríamos concluir, como Pound, que não passamos de pretensiosos
ignorantes?
O Autor nos conduz didaticamente, sem alardes nem pressas, pelas sinuosidades
de um mundo novo que, até há pouco tempo, era objeto de remoque e zombaria, mas
que começa a atrair a atenção dos cientistas do mundo inteiro, em especial dos
estudiosos da natureza humana - o da Paranormalidade. O homem parece estar
sempre em guarda contra os segredos escondidos dentro de si mesmo, julgando e
agindo na conformidade dos seus sentidos, dos seus “consagrados” sentidos. Então
sempre houve uma propensão a atribuir a “artes do demônio”, fenômenos que, à luz
da inteligência, deveriam estar sendo, há muito, pesquisados com a mesma seriedade
com que se estudaram e se estudam, por exemplo, as dores de dentes. Sucede que os
dentes não fogem à percepção sensorial, enquanto certos “fluidos”, “energias” ou
mesmo ostensivas manifestações escapam à suposta racionalidade. E isso é
profundamente humilhante para o homem.
Mas, de tanto se repetirem, os fenômenos se impõem. E vêm bater a nossa porta
com a força de uma nova mensagem, despertando-nos de superstições e temores.
Como estamos num século em que se pretende fazer desabar a multidão de tabus que
já não fazem sentido, as pessoas “sérias” começam a abrir a porta. Os muitos
princípios filosóficos, científicos e/ou religiosos, até há pouco olhados de esguelha,
passam a ser melhor analisados, com exaltação ou repúdio, total ou parcial, o que é
bom para esses próprios movimentos ou seitas, nos quais também se escondem
extremismos e ortodoxias nefastas. O Espiritismo e a Teosofia, para citar apenas dois
exemplos, são objeto de melhor atenção. Retornamos ao Oriente, quais novos Marcos
Pólos, pelas mãos do Budismo, do Taoísmo, do Zen—ao estudo do qual o admirável
Thomas Merton, monge trapista, destinou valiosas páginas antes de encantar-se em
Bangcoc. Até que a Parapsicologia virou moda, talvez nem sempre separando bem os
campos ocupados por uma multidão heterogênea de ramos científicos, seitas
religiosas, artes circenses, fanatismos e fetiches.
É num momento assim que o livro de Valter da Rosa Borges nos introduz ao
Paranormal, com a paciência de mestre de aldeia que tem a cultura dos frequentadores
das metrópoles do saber. Como quem pisa muito de leve em chão de tapete, Valter
caminha anos a frente com firmeza e vigor nas linhas, entrelinhas, meandros e
labirintos de sua obra, tão carinhosa e meticulosamente construída. Donde enfatizar
sua preocupação eminentemente didática, “com o propósito de orientar os
interessados no território da fenomenologia paranormal , valendo-nos. algumas vezes,
de esquemas pessoais, fruto de nossa experiência de mais de vinte anos no trato de tais
problemas”.
Essas experiências, como nós as conhecemos... Às vezes de longe, às vezes de
perto, às vezes plenamente “por dentro”, vimos acompanhando as passadas desse
ainda jovem pesquisador, que deposita ante os nossos olhos e a nossa consciência um
trabalho pioneiro. Pioneiro, em vários sentidos. Não consta haver, no campo da
Paranormalidade, um ABC que nos propicie uma apresentação ampla e, ao mesmo
passo, acessível. Tampouco não consta existir obra de fôlego como essa, em que a
preocupação primeira do Autor, longe de ser com ele mesmo e suas idéias, é sobretudo
com o leitor e suas perplexidades. Cuidamos também não existir no mercado livreiro
trabalho que verse temas tão escorregadios, tão aptos a ferir melindres de conversos,
convictos e sábios, sem que ao cabo se ergam barricadas heréticas e gritos de revolta.
Valter vai caminhando tranqüilo, equilibrado, inabalável por esses tortuosos caminhos.
Porque seu compromisso é com a verdade. E não se pergunte o que é a verdade ou
onde ela se esconde—os fatos ou os pseudofatos tecem a teia de sua estrutura, embora
só a vejam os que têm olhos de ver.
Qual tupiniquim Krishnamurti, Valter não se assume rótulos. Seu livro é uma
introdução, didática, relativamente simples, deve ter suas falhas por ser humano
(humaníssimo) como o Autor, deve deixar descontentes alguns iniciados, que foram
nele porventura procurar revolucionárias novidades. Mas cumpre sua finalidade.
Porque é o próprio Valter Rosa Borges quem diz: O importante é prosseguir.”
O autor na noite de autógrafos, tendo ao lado sua esposa, Selma da Rosa Borges.
Em setembro de 1977, o Boletín del Circulo de Estudios Progreso Espírita, de
Buenos Aires, Argentina, publicou o seguinte artigo assinado por Natalio Ceccarini:
“Realmente un excelente trabajo es el libro entregado por el Prof. Da Rosa Borges.
Escrito con una claridad poco acostumbrada en obras de esta naturaleza, ofrece a todo
estudioso del maravilloso mundo de lo paranormal, los elementos necesaríos y la
información acabada y puesta al día, para habilitarlo e introducirlo en tan rico campo
de experimentación.
De modo didáctico -como cabe aun buen profesor - enseña sobre los diversos
fenómenos que conforman la dimensión paranormal, en sus fases espirítica y
parapsicológica.
Una extensa y bien seleccionada bibliografía refuerza cada uno de los acápites en
que esta dividida la obra, como los cinco capítulos están debidamente ensamblados,
rematando com el último que trata de las hipótesis elaboradas para explicar los
fundamentales hechos que en presente, vertebran toda una disciplina científica
paranormal.
Es de señalar entre la bibliografía utilizada, se encuentran casi la totalidad de los
autores e investigadores espiritistas, y no, como ocurre con la mayoría de las obras de
Parapsicología, Psicobiofísica, y Psicología Supranormal, en que se omiten
deliberadamente a tales autores, evitando al máximo, toda referencia al fenomenismo
espírita.
No caben sino felicitaciones para el Dr Walter Da Rosa Borges por este
interesante, científico, y didáctico libro que nos ofrece, y esperar encuentre editor para
su versión al castellano. De no ser, queda privado el mundo hispano-parlante de un
valioso aporte en el estudio y comprensión de ese mundo extrafísico, que pone en
evidencia la naturaleza profunda del ser y las potencialidades de que dispone para la
provocación de hechos, que sólo son explicables ya, más allá de los sentidos materiales
y de los límites de todo tiempo y espacio.
Oportuno y notable el libro que sinceramente, recomendamos.”
O Prof. Luciano Marinho, com o título do próprio livro Introdução ao
Paranormal, escreveu, no Diário de Pernambuco, no dia 30 de maio de 1978, o seguinte
artigo:
“Há indagações, especialmente de natureza filosófica, entre as de religião e
ciência, que an- gustiam o espírito humano. São questionamentos que se multiplicam
através dos tempos e das culturas, nas variações mais díspares do pensamento. Os
sentidos metafísico e cosmológico já se interpenetram, se relacionam e se completam.
Há, por outro lado, múltiplas respostas. São progressivas, não obstante, as
dúvidas do ho-mem, na medida em que novas hipóteses são formuladas. A solução de
problemas acarreta novos problemas.
As perspectivas do conhecimento não são mais codificadas com facilidade.
Uma ciência qualquer não pode ser estudada em toda sua extensão, a não ser
subdividida em especialidades. A especialidade da especialidade se impõe haja vista o
ecle-tismo científico ser uma ilusão. Diz-se, a priori, que isto é mau. Maritain advertiu
dos perigos da especialização absoluta. A formação filosófica, reli-giosa, científica,
artística, lingüística, na sua integridade, é boa e vital. Não é mais possível, todavia. A
conseqüência mais imediata disso é que o homem se despersonaliza. O “eu” se afoga
em um “nós” amórfico, se não apocalíptico.
O ecletismo é gerador de ambivalências.
Acompanho com interesse o estudo e o trabalho, a pesquisa e a reflexão de
quem se dedica sistematicamente a uma tarefa específica. Esta ex-clusividade pertence
a uma minoria. A procura de grandes respostas estabelece a dimensão e a
programação de trabalhos exaustivos, em oposição àquilo que Antônio Houaiss
designara - a propósito de certos estudos literários - “ensaísmo circunstancial”.
Um desses pesquisadores mais sérios e honestos revelou-se o Dr. Valter da
Rosa Borges, ao escrever o livro “Introdução ao Paranormal”, editado pelo Instituto
Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas.
Uma vez que se trata de uma obra científica, a isenção de propósitos
doutrinários vem sublinhar o valor do livro. A ciência - e a Parapsicologia é uma
ciência - objetiva dos fatos experimentais , laborterápicos, mecanicistas, sob condições
preformuladas. As intenções doutrinárias, se houvesse, evidenciariam o proselitismo
natural das filosofias religiosas. Dr. Valter Rosa Borges organizou, didaticamente, um
grande número de fenômenos paranormais. Esse didaticismo admirável, em obras de
cunho não-pedagógico, traduz uma formação filosófica e científica do mais alto grau.
Não há que obstar haja um embasamento complementar religioso: conotações
teosóficas, kardequianas, e assim por diante.
Dir-se-á que a Parapsicologia não é ciência nem mesmo uma subdivisão das
ciências psicanalíticas - e estas já estão contestadas pela Antipsiquiatria, há algum
tempo. O ineditismo estrutural da obra justifica alguma omissão ou algum excesso.
Um outro aspecto válido é a bibliografia em que se vêem, dentre tantas, obras
de Jung e Huxley. Importante é a documentação, no relato dos casos, se bem que um
ou outro não venha a induzir tanta veracidade, pelo menos científica. O Dr. Valter
Rosa Borges conseguiu simplificar toda uma nomenclatura, ainda controvertida e
difusa, usando de uma clareza e concisão raríssimas em obras congêneres.
A metodologia empregada pelo Dr. Valter Rosa Borges me parece
surpreendente, no plano dos estudos parapsicológicos, nos quais se tem fir-mado
como um dos grandes pioneiros e introdutores no panorama cultural brasileiro.
Acho, porém, que o sumário do livro devesse ter sido mais amplo, subdivididos
os itens para identificação de determinados assuntos, numa espécie de índex
remissivo. Do ponto de vista contextual, faço algumas sumárias restrições. A admissão,
p.ex., de que o inconsciente é “uma instância superior ao consciente”. A praticidade
do consciente deve prevalecer sobre a potencialidade do inconsciente. Ou não?
Mas, sistematizando uma temática bastante complexa, o Dr. Valter Rosa
Borges teoriza a partir dos conceitos, natureza e classificação dos fenômenos
paranormais: a fenomenologia de Psi-gama, de Psi-kapa, de Criptomnésia,
desenvolvendo do cap. V em diante as “Hipóteses”, em que aborda o problema não só
expositivamente, mas também criticamente.
Há muito ainda para se dizer.”
Em 1982, o I.P.P.P. publicou duas apostilas: Curso Básico de Parapsicologia, de
minha autoria e Parapsicologia Experimental, de Ivo Cyro Caruso.
Em 1985, editou o primeiro número do Boletim do I.P.P.P.
Os autores Valter da Rosa Borges e Ivo Cyro Caruso na tarde de autógrafos, e observados por Sebastião
Ramalho da Silva, à esquerda, e Braz Tétis, à direita, Presidente da Federação Espírita de Pernambuco.
No ano seguinte, no dia 26 de setembro, eu e Ivo Cyro Caruso fizemos o
lançamento do nosso livro Parapsicologia: um Novo Modelo (e outras Teses), na
Galeria Metropolitana Aloísio Magalhães, na rua da Aurora, bairro da Boa Vista.
Em 24 de setembro de 1992, no Espaço Pasárgada, à rua da União, bairro da
Boa Vista, lancei o livro Manual de Parapsicologia, com o propósito de servir de
referencial pedagógico para o Curso de Pós-Graduação em Parapsicologia, iniciado
pelo I.P.P.P. em 1988. A publicação foi estimulada pelo então Governador do Estado,
Dr. Joaquim Francisco de Freitas Cavalcanti, que sempre demonstrou um grande
interesse pelo assunto. Tanto assim que se fez representar na solenidade de
lançamento.
Ana Cláudia e Rosa Bezerra da Silva juntamente com o autor
O Diário de Pernambuco, de 18 de março de 1993, além de publicar matéria
sobre as atividades do I.P.P.P. no campo das pesquisas e do ensino, deu ênfase
especial ao livro Manual de Parapsicologia. Meses depois, o jornalista Marcus Prado,
na edição do Diário de Pernambuco de 12 de outubro de 1993, colocou-o como um dos
livros pernambucanos de destaque.
A partir de 1994, outros parapsicólogos do I.P.P.P. começaram a publicar seus
livros, aumentando a produção científica do Instituto.
José Roberto de Melo, em 16 de junho de 1994, na sede do Sport Club do Recife,
fez o lançamento do livro A Paranormalidade do Cotidiano..
Em 1996, unindo sua vocação de escritor a de parapsicólogo, publicou, pela
Edições Bagaço, o livro Parafuso, o Gato Telepata, dando uma visão acessível ao
público leigo, sob forma de ficção, daquele fenômeno paranormal.
Em julho de 1994, Erivam Félix Vieira lançou o livro A Feitiçaria: Aspectos
Psigâmicos de um Problema Social, na sede do I.P.P.P. à rua Dom Pedro Henrique, e,
no dia 31 de outubro de 1997, antes da abertura do I Congresso Internacional e
Brasileiro de Parapsicologia, no Mar Hotel, em Boa Viagem, fez o lançamento do livro
Paranormalidade e Cultura: Uma Perspectiva Histórico-Social.
No prefácio ao seu último livro, assinalei que Erivam "coligiu criteriosamente
relatos informais de pessoas residentes em Pernambuco, nas cidades do Recife, Vitória
de Santo Antão e Palmares, a respeito de suas experiências paranormais" em pesquisa
realizada entre os anos de 1992 a 1996. Ele reuniu l05 casos, dos quais selecionou 21,
para submetê-los a uma análise crítica mais acurada, utilizando fichas, fotografias,
revistas, jornais e gravações, além de estabelecer contato com as pessoas diretamente
ligadas aos relatos. Também realizou, no I.P.P.P., experiências controladas com a
paranormal Ana Cláudia de Albuquerque, de 27 anos de idade, e aluna do Curso de
Letras da Universidade Católica de Pernambuco.
Erivam Félix Vieira autografando seu livro de estréia para os irmãos e parapsicólogos Rober-to e
Severino Vasconcelos, na sede do I.P.P.P.
E teci o seguinte comentário:
"O trabalho desenvolvido por Erivam Félix Vieira e descrito no presente livro se
destaca pela objetividade dos relatos, pela linguagem direta e desataviada, pela
metodologia utilizada e, principalmente, pelos comentários tecidos sobre cada caso
examinado, o que, de logo, revela a sua vocação de pesquisador, ajudada, por certo,
por sua experiência de sociólogo em trabalho de campo junto às comunidades
interioranas.
Conquanto faça, inicialmente, menção às experiências parapsicológicas do
passado, como uma espécie de introito ilustrativo, Erivam Félix Vieira se atém, com
exclusividade, aos casos ocorridos em nossa terra, colhendo o relato vivo das pessoas
que direta ou indiretamente participaram destas experiências. A sua atitude reflete a
postura correta do pesquisador engajado com o que acontece com a sua gente,
participando de suas experiências e cotejando-as com aquelas relatadas por outros
pesquisadores de países diferentes e culturas diversas. Daí o valor intrínseco do seu
trabalho, valorizando o material empírico nativo e abrasileirando a pesquisa
parapsicológica nacional. Poucos, no Brasil, assim o fizeram e entre estes podemos
citar Hernani Guimarães Andrade, cuja obra respeitável o situa como um dos melhores
pesquisadores brasileiros no campo da investigação do complexo fenômeno da
memória extracerebral.
A minha sólida esperança é que livros como este de Erivam Félix Vieira
constituam o início de uma nova mentalidade na Parapsicologia brasileira, voltada
preferentemente para a prospecção sistemática da riqueza psíquica nacional, na
descoberta e valorização das pessoas dotadas destas aptidões paranormais."
Isa Wanessa Rocha Lima fez o lançamento do livro A Interpretação do
Poltergeist como Mecanismo de Defesa Paranormal , na Livro 7, em 26 de novembro
de 1994. E em novembro de 1996, relançou o livro, em versão inglesa, no I Encuentro
Iberoamericano de Parapsicología, realizado em Buenos Aires, Argentina.
Isa Wanessa autografando seu livro, lançado na Livro 7.
Na apresentação do livro de Isa Wanessa, anotei a sua orientação humanista,
mas também cartesiana no trato do fenômeno estudado. O núcleo do seu trabalho se
apóia nos subsídios de renomados psiquistas "visando uma harmonização conceitual
do mecanismo de defesa aplicado à inteligibilidade do poltergeist." Daí, a ênfase da
autora no elemento catártico do fenômeno e o caráter polimorfo de sua manifestação.
E conclui que Isa Wanessa "é uma das gratas revelações, no campo do ensino e
da pesquisa dos fenômenos paranormais, hoje integrando a equipe do Instituto
Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas."
Ronaldo Dantas Lins Filgueira publicou Curas por Meios Paranormais:
Realidade ou Fantasia? cujo lançamento ocorreu no dia 17 de junho de 1995, no Centro
de Convenções do Anhembi, em São Paulo e, um mês depois, em 28 de julho, na sede
do I.P.P.P., na rua Dom Pedro Henrique.
Na apresentação que fiz do livro, salientei que Ronaldo, "de maneira didática e
objetiva, numa linguagem clara e concisa, tratou o tema com profundidade,
embasando as suas conclusões a partir de um elenco de premissas rigorosamente
científicas."
Preliminarmente, ele apresentou um minucioso estudo conceitual e fático da
problemática saúde-doença e esclareceu os fundamentos da hipnose e da estrutura do
sistema nervoso, para, em seguida, debruçar-se sobre os mecanismos das doenças de
origem psíquica e sua consequente cura também por meios psíquicos.
Como contribuição pessoal, postulou a existência de duas novas funções
psíquicas: a função pi e a função tau, argumentando que esta inibe a atividade efetora
paranormal não permitindo a continuidade do "link" entre a mente e o mundo
exterior, num tipo de atividade específica denominada de psicocinese. Assim,
enquanto as pessoas ditas normais apresentam uma permanente ativação da função
tau, as pessoas dotadas de aptidão paranormal se caracterizam pela intermitência
desta função, resultando na manifestação de fenômenos de psi-kapa.
Ronaldo Dantas Lins Filgueira, na manhã de autógrafos, na sede do I.P.P.P, à rua Dom Pedro
Henrique. Da esquerda para a direita, Maria do Carmo Guedes e Maria Betânia de Melo Dantas Lins,
esposa de Ronaldo.
Em 11 de novembro de 1995, na sede do I.P.P.P., na rua Dom Pedro Henrique,
Terezinha de Acioli Lins de Lima lançou o livro Precognição: Incidência Maior
Através do Sonho - Uma Abordagem Empírica.
No prefácio ao livro de Terezinha Acioli Lins de Lima, o depoimento de três
parapsicólogos.
Disse Ivo Cyro Caruso:
"A professora Terezinha desenvolve o tema de maneira encadeada, através de
uma linguagem correta, demonstrando o seu domínio didático, muito agradável de
notar-se em escritores que prezam a língua e, por isso mesmo, prende o leitor, quer
seja leigo, quer seja da área de estudos dos fenômenos paranormais. As suas críticas
são sutilmente apresentadas nos confrontos temáticos e demarcam pontos que
merecem contínuas conjecturas."
De minha parte, asseverei que Terezinha Acioli Lins enfrentou o difícil tema da
precognição com competência e profundidade e, por isso, é uma obra de valor
inquestionável, passando a ser uma leitura obrigatório para os especialistas.
Finalmente, Ronaldo Dantas Lins ressaltou que "de maneira didática e
objetiva, a autora analisa casos de precognição, estabelecendo suas conexões a
conteúdos oníricos, na busca de uma compreensão cada vez mais aprofundada dos
mecanismos deflagradores dos fenômenos paranormais."
A minha filha, Márcia da Rosa Borges fez o lançamento do livro Personificação:
Uma Forma de Expressão do Fenômeno Paranormal, em 28 de fevereiro de 1996, na
sede do I.P.P.P., na rua Dom Pedro Henrique.
Ronaldo Dantas Lins, no seu prefácio, assinalou que Márcia da Rosa Borges,
de forma didática e pormenorizada, abordou a problemática das personificações com o
instrumental da Psicologia e da Parapsicologia, enfatizando as características
fundamentais e sua diferenciação da personificação patológica. E assinalou:
"Num primeiro instante, discute as conceituações em torno da personalidade
buscando, através de uma abordagem geral, traçar um panorama de sua estrutura e
dinâmica interna.
Num segundo momento, analisa a personificação sob a ótica da Parapsicologia,
estudando os fatores que parecem estar envolvidos no processo."
Márcia Rosa Borges, no lançamento de seu livro, na sede do I.P.P.P, à rua Dom Pedro Henrique. Ao
lado esquerdo, Ronaldo Dantas Lins Filgueira e Valter da Rosa Borges, e ao lado direito, Selma Rosa
Borges, Ivo Cyro Caruso e Terezinha Acioli Lins de Lima.
Também na sede do I.P.P.P., à rua Dom Pedro Henrique, ocorreu o
lançamento do livro de Maria da Salete Rêgo Barros de Melo - Interações MenteOrganismos-Ambiente, no dia 27 de julho de 1996, com base nas pesquisas que
realizou com Mônica Regina Alecrim Melo.
No prefácio ao livro de Maria da Salete Rêgo Barros Melo, ressaltei o seu
excelente relacionamento com a paranormal Mônica Alecrim, o que constituiu um dos
fatores decisivos no êxito dos experimentos. Ela sumariou as suas experiências
pessoais com a pesquisada e colheu informações de outras pessoas que com ela se
relacionaram paranormalmente, preservando, porém, o sigilo sobre suas identidades. E
- o que é mais importante - anotou os fatores facilitadores e inibidores das
manifestações paranormais de Mônica Alecrim, traçando ainda o seu perfil
psicológico.
A maior emoção experimentada por Salete ocorreu em 19 de agosto de 1994, no
I.P.P.P., na Rua Dom Pedro Henrique, quando, na condição de emissora telepática,
constatou que Mônica Alecrim, por duas vezes consecutivas, acertou todas as cartas do
baralho Zener.
Maria da Salete, autografando seu livro, lançado na sede do I.P.P.P, à rua Dom Pedro Henrique. Ao
lado, Márcia da Rosa Borges.
Silvino Alves da Silva Neto com o livro Paranormalidade & Doença Mental - O
Fenômeno Paranormal como Causa e Sintoma de Distúrbios Psíquicos iniciou a sua
produção parapsicológica. O lançamento ocorreu no dia 25 de outubro de 1996, na
Biblioteca Pública do Estado. Anteriormente, em 1989, ele havia estreado, na vida
literária, com um romance de cunho filosófico, intitulado O Eremita.
Na apresentação que fiz do livro de Silvino Alves da Silva Neto asseverei que o
autor, com base na hipótese de que fenômenos paranormais podem também ser causa
de doenças mentais, enriqueceu seu trabalho com referências histórias e descrição de
casos pertinentes à explicação parapsicológica, advertindo sobre a necessidade de
ampliação do conceito de patologia psíquica, o que resultará na necessidade de
conhecimento da Parapsicologia por parte dos profissionais de saúde mental.
Silvino enfatizou a eficácia de terapias alternativas, praticadas em ambiente
religioso e a utilização de recursos parapsicológicos como procedimento alternativo da
terapia tradicional, como também a inclusão obrigatória da cadeira de Parapsicologia
nos cursos de graduação em Medicina e Psicologia.
O autor fez a análise dos casos apresentados, ressaltando a influência da
experiência paranormal nos fenômenos psíquicos. O livro, disse eu, "além de primar
pela síntese, objetividade e profundidade, estabelece um vínculo operacional entre a
Parapsicologia, a Psicologia e a Psiquiatria, constituindo-se, assim, em leitura
obrigatória para todos os estudiosos e pesquisadores do psiquismo humano."
No dia 31 de outubro de 1997, antes da abertura do I Congresso Internacional e
Brasileiro de Parapsicologia, no Mar Hotel, em Boa Viagem, Aderbal Pacheco fez o
lançamento do livro Percepção Extra-Sensorial.
Os livros A Paranormalidade no Cotidiano, de José Roberto de Melo, A
Feitiçaria: Aspectos Psigâmicos de um Problema Social, de Erivam Félix Vieira, A
Interpretação do Poltergeist como Mecanismo de Defesa Paranormal, de Isa Wanessa
Rocha Lima, Precognição: Incidência Maior Através do Sonho - Uma Abordagem
Empírica, de Terezinha de Acioli Lins de Lima, Personificação: Uma Forma de
Expressão do Fenômeno Paranormal, de Márcia da Rosa Borges, Interações MenteOrganismos-Ambiente, de Maria da Salete Rêgo Barros de Melo e Paranormalidade &
Doença Mental - O Fenômeno Paranormal como Causa e Sintoma de Distúrbios
Psíquicos, de Silvino Alves da Silva Neto resultaram de teses com as quais os autores
foram aprovados no Curso de Pós-Graduação em Parapsicologia do I.P.P.P.
A partir de 1995, o I.P.P.P. começou a editar os Anais de seus Simpósios
Pernambucanos de Parapsicologia.
E, em 1996, pioneiramente, passou a publicar o Anuário Brasileiro de
Parapsicologia, com a finalidade de divulgar a produção científica dos parapsicólogos
brasileiros e de outros países.
O Anuário teve excelente repercussão no Brasil e na Argentina, merecendo
análise extensa de seu conteúdo pelos parapsicólogos Wellington Zangari, Alejandro
Parra e Naun Kreimer. Transcrevi, no Adendo nº 5, os trabalhos publicados nos
Anuários e as análise que lhes foram feitas por aqueles parapsicólogos.
Em l978, escrevi artigos sobre Parapsicologia para o Jornal do Commercio, em
1979, para o Jornal da Cidade, em 1980, para o Jornal Universitário, da Universidade
Federal de Pernambuco, e, em 1993, para o jornal Tecnologia em Pernambuco.
Com a realização do I Congresso Internacional e Brasileiro de Parapsicologia,
os membros do I.P.P.P. passaram a ser conhecidos em outros países. O Jornal de
Parapsicologia, de Portugal, de setembro de 1997 (Ano V, nº 41) publicou artigo de
Ronaldo Dantas Lins Filgueira, intitulado A Fotogênese sob o Ponto de Vista da
Teoria Quântica. E Jalmir Freire Brelaz de Castro teve dois trabalhos publicados em
periódicos estrangeiros: o primeiro, no Jornal de Parapsicologia, de Portugal, de
outubro de 1997 (Ano V, nº 42) e intitulado Pesquisa de Experiências fora do Corpo
com Estudantes Universitários no Brasil e o segundo na Revista Argentina de
Psicología Paranormal, vol. 9, Número 1 (33), de janeiro de 1998, sob o título
Experiencias fuera del Cuerpo: una Encuesta sobre Estudiantes Universitarios en
Brasil.
Testes e pesquisas
Prospecção psi
No ano de 1981, concebi um experimento de sondagem do inconsciente, a que
dei o nome de prospecção psi, com o intuito de liberar o poder criativo da mente
humana. Para isso, utilizando de um processo sugestivo, procurava situar o psiquismo
da pessoa pesquisada em situações tempo-espaciais preestabelecidas, seja no passado
ou no futuro, estimulando-a a improvisar soluções à guisa de exercício de sua
capacidade criativa. Nos processos de retrocognição e precognição experimental, ela
era induzida a regredir ou a progredir no tempo em busca de civilizações passadas ou
futuras.
Em outra modalidade desse experimento, o pesquisado era induzido a se
deslocar psiquicamente para dimensões imaginárias, realizando “viagens” de inspeção
em outros mundos físicos ou extrafísicos.
As pessoas submetidas à experimentação não demonstraram, no entanto, uma
capacidade criativa acima do seu desempenho intelectual consciente.
Em 6 de maio de 1981, entrevistado pelo Diário de Pernambuco sobre as
pesquisas do I.P.P.P., fiz um relato desse experimento e observei:
“Nas nossas experiências de sondagem do inconsciente, freqüentemente nos
deparamos com manifestações bem elaboradas de personalidades secundárias, as
quais, em certos ambientes religiosos e desavisados, seriam catalogadas como
“espíritos”. A mente humana é tão fértil que, em circunstâncias especiais, é capaz de
criar réplicas psíquicas de si mesma e elaborar “romances subliminares”,
principalmente quando a personalidade vigílica é inidônea
adequadamente, o material disponível de suas forças criadoras”.
para
utilizar,
Reforço do sinal telepático
Esse experimento tinha por finalidade melhorar o sinal telepático pela
colaboração de duas ou mais pessoas, junto ao telepata emissor, na transmissão de
cada uma das cartas Zener.
No final de uma série de experiências, era confrontada a média obtida pelo
receptor no teste Zener comum com a média obtida por ele no experimento com
reforço grupal.
As experiências realizadas foram, porém, de pouca significação.
Psi-gestalt
Nesse experimento, criado por mim, em 1979, o experimentador distribuía as 25
cartas do baralho Zener num quadro de 5 colunas, contendo cada qual 5 cartas, ou
mesmo numa só coluna, vertical ou horizontal. Em seguida, o pesquisado procurava
adivinhar, de uma só vez, todas as cartas assim distribuídas. Os testes realizados com
essa nova técnica, usando-se a telepatia ou a clarividência, revelaram que os seus
resultados, quanto ao índice estatístico, em nada diferiam daqueles esperados pelo
método Zener tradicional.
A diferença básica entre a Psi-Gestalt e o método Zener tradicional é que,
neste, as cartas são lançadas sucessivamente e, naquele, as cartas são enviadas
simultaneamente ao pesquisado, seja numa experiência de telepatia seja de
clarividência.
Outra diferença é que nos testes de Psi-Gestalt não há que se falar em cartaalvo, eliminando-se, por conseguinte, a possibilidade do efeito de deslocamento.
A vantagem da Psi-Gestalt é a sua rapidez, pois muitos testes podem ser feitos
num menor espaço de tempo, sem fatigar demais o pesquisado, diminuindo a
incidência do efeito de declínio.
As primeiras experiências com esse novo teste demonstraram que a Psi-Gestalt
é mais atrativa e lúdica do que o teste Zener tradicional, mantendo, assim, por tempo
maior, a motivação dos pesquisados pela pesquisa.
Psi-gestalt em carta preferida
Trata-se de uma variação do experimento Psi-Gestalt, sendo que, nesse teste, o
pesquisado, após declarar sua figura preferida, procura indicar onde se encontram as
cinco cartas que a contêm no meio das demais.
Teste de seleção de padrões psíquicos semelhantes
Idealizei esse experimento para selecionar pessoas que apresentavam tendência
de escolhas coincidentes ou padrões psíquicos semelhantes.
Os participantes, isoladamente, desenhavam os signos Zener, formando 5
colunas com 5 cartas cada uma, ou apenas uma coluna vertical ou horizontal. Em
seguida, os testes eram recolhidos a fim de se averiguar as coincidências na
distribuição dos signos nas colunas entre os participantes.
A repetição dos testes determinava quais as pessoas que entre si apresentavam
maior número de coincidências.
Os resultados do experimento foram bastante animadores.
Telepatia cruzada
Parti da pressuposição de que as pessoas podem influenciar-se reciprocamente
numa experiência telepática. Concebi, por isso, um experimento no qual duas pessoas,
em salas separadas e sem qualquer possibilidade de comunicação física entre elas,
tentam, não só perceber o que a outra está sentindo, mas também transmitir-lhe as
suas sensações e pensamentos. Tudo isso era devidamente anotado por ambas. A
experiência tinha a duração máxima de quinze minutos e, ao seu término, as
anotações eram cotejadas entre si a fim de se detectar as suas convergências.
Infelizmente, a experiência não foi satisfatoriamente utilizada.
Telessomatização experimental
Nesse experimento, a pessoa escolhida pelo pesquisador procurava sentir o que
se passava, física e/ou psiquicamente, com uma outra, a qual, durante toda a experiência, permanecia em silêncio, sem negar ou afirmar nada do que estava sendo
dito a seu respeito. Ela era orientada no sentido de procurar se sentir como se fosse
aquela outra pessoa, a fim de aprofundar o seu grau de envolvimento no processo de
telessomatização. Os resultados não foram animadores.
Teste de transmissão telérgica
O experimento tinha por objetivo averiguar se uma pessoa que se dizia dotada
de poderes psíquicos curativos era capaz de transmitir sua telergia para uma moeda,
utilizando-se para isso os recursos da kirliangrafia. Os voluntários que se julgavam
com essa aptidão não tiveram qualquer êxito na experiência. Os registros
kirliangráficos não apresentaram qualquer modificação na aura da moeda após cada
tentativa.
Teste da cadeira vazia
Inventei esse teste em 1981, como uma adaptação de um experimento
originariamente qualitativo, inventado pelo Dr. Eugene Osty, para um modelo
quantitativo-estatístico-matemático.
O experimento consiste em substituir as cinco cartas do baralho Zener por
cinco pessoas, as quais, aleatoriamente, sentar-se-ão numa determinada cadeira.
Cada pessoa corresponde a uma carta e se senta na cadeira à medida que sua
carta é retirada do baralho. Cada experiência, portanto, consta de 25 tentativas.
Sempre que possível, os participantes do experimento deverão ser conhecidos
do pesquisado e este, previamente, indicará com qual daqueles parece afinar-se
melhor.
O pesquisado fica em outro aposento, à porta fechada, convencionando-se um
sinal, preferentemente luminoso, para que ele tome conhecimento de que a cadeira já
se encontra ocupada por uma das cinco pessoas. Também através de sinal luminoso,
ele comunica ao experimentador que já escreveu, no papel do teste, o nome da pessoa
que imagina estar sentada na cadeira.
Nesse teste, não há preocupação de se estabelecer distinção entre telepatia e
clarividência, admitindo-se a possibilidade de convergência dos dois fenômenos.
A sua grande vantagem consiste na substituição de símbolos, emocionalmente
inertes, por pessoas, o que, possivelmente, aumentará o índice de acertos do
pesquisado. Assim, em vez de uma só pessoa - o pesquisado - envolvida no
experimento, haverá também a participação emocional das outras que, aleatoriamente,
sentar-se-ão na cadeira. Cada uma, por certo, "torce" para que o pesquisado acerte,
quando ela estiver sentada na cadeira.
As experiências até agora realizadas demonstram que o teste da cadeira vazia
apresenta melhores resultados do que aqueles obtidos com o baralho Zener.
Um novo baralho
Em 30 de setembro de 1989, Ronaldo Dantas Lins Filgueira reformulou o
baralho Zener, utilizado em experimento de psi-gama com os paranormais, baseado
no desvio topológico efetuado pelo psiquismo e propôs o uso do baralho I.P.P.P. em
que as figuras quadrado e estrela do referido baralho Zener foram substituídas pela
interrogação e pelo símbolo do infinito. Este novo baralho vem sendo utilizado,
conjuntamente com as cartas Zener, nos nossos experimentos.
Por ocasião do VII Simpósio Pernambucano de Parapsicologia, Ronaldo as-sim
fundamentou a sua crítica ao baralho Zener:
“Supondo que os fenômenos de psi-gama ocorrem como homeomorfismo entre
espaços topológicos, figuras topologicamente idênticas poderiam ser percebidas como
a mesma figura, resultando em erro na avaliação estatística.
As cinco figuras Zener são apenas topologicamente três: o círculo é idêntico ao
quadrado e a cruz é idêntica à estrela. Assim, experimentos considerados como de
baixo índice de acertos poderão ter, na realidade, um alto índice de êxitos.
Para evitar este erro, propomos um baralho constituído por figuras
topologicamente distintas, como, por exemplo, on-da, cruz, coroa circular (círculo),
interrogação e o símbolo do infinito ou o número oito.”
Instrumental do I.P.P.P.
Em 1976, sob a direção de Aécio Campello de Souza foi montada uma máquina
kirlian, pelo então estudante de Física, Ivanilson Luiz da Silva, de conformidade com
o esquema elétrico que foi gentilmente enviado ao I.P.P.P. por Hernani Guimarães
Andrade dois anos antes.
Conquanto despertasse inicialmente o interesse dos parapsicólogos, de logo se
observou que a kirliangrafia era de reduzida e questionável aplicação na investigação
dos fenômenos paranormais. Durante algum tempo, tentamos observar se uma moeda
kirliangrafada, por não ser suscetível de qualquer influência psicológica, apresentava a
mínima alteração de sua aura sob a ação psíquica das pessoas que participavam do
experimento. Os resultados, por serem nulos, ensejou o encerramento da investigação.
A máquina Kirlian foi matéria jornalística do Jornal do Commercio, que, na sua
edição de 15 de agosto de 1976, publicou uma reportagem sobre as experiências
realizadas com ela no I.P.P.P.
Em entrevista ao Jornal Universitário, da Universidade Federal de Pernambuco,
em sua edição de abril/maio de 1976, relatei estas experiências de kirliangrafia e,
aproveitando a oportunidade, ressaltei que a pesquisa ideal seria aquela realizada com
médiuns “zero quilômetro”, ou seja, aqueles que nunca passaram por centro espírita e
terreiro de Umbanda e desprovidos, portanto, de condicionamentos religiosos no
exercício dessa aptidão.
Em 1978, o filósofo Huberto Rohden fez uma visita ao I.P.P.P. e examinou as
fotos kirlian, porém não mostrou interesse pelo experimento nem teceu comentários
sobre o assunto. Rohden, anteriormente, havia proferido palestras sob o tema “A Velha
e a Nova Humanidade”, de 10 a 12 de julho, no Recife, numa promoção da Associação
de Imprensa de Pernambuco, das quais participei como debatedor, juntamente com
Attílio Dall’Olio, Orlando Parahym, Pessoa de Morais e Vasconcelos Sobrinho.
A moda da máquina kirlian atraiu muitas pessoas ao Instituto, ansiosas em
participar de experimentos e fazer kirliangrafias. Umas queriam conhecer a sua aura e
outras diziam ver auras. Aécio Campello de Souza e Ivo Cyro Caruso informavam aos
interessados sobre o mecanismo da máquina Kirlian, com a finalidade de desmistificar
o seu verdadeiro alcance. Por outro lado, os vedores de aura eram convidados a
examinar conjuntamente uma determinada pessoa, permanecendo calados até o
término da experiência, quando então descreviam, por escrito, as suas percepções.
Como era de se esperar, as suas observações quase nunca coincidiam, demonstrando
que tudo não passava de uma
experiência subjetiva.
Logo que se tornou membro do I.P.P.P., em 1978, Ivo Cyro Caruso montou um
modesto laboratório, constituído de uma aparelhagem simples e alguns dispositivos
eletrônicos, entre os quais pêndulos de diversos modelos, "dual-rod", bússolas,
baralhos Zener, dados, psicômetro (25 tubos contendo cada um metal e uma esfera de
madeira como testemunho do metal contido no tubo, sendo 5 metais diferentes
distribuídos aleatoriamente), pirâmides de mármore e de vidro, ímãs fortes etc.
Valter da Rosa Borges fazendo demonstração do dado eletrônico em entrevista prestada ao Diário de
Pernambuco.
Em 1981, Ivo Caruso elaborou esquemas de aparelhos de pesquisa e, sob sua
orientação, foram montados dispositivos eletrônicos, tais como metrônomos,
eletroscópio à válvula, eletroscópio transistorizado, detector de ondas alfa (faixa de 10 a
11 Hz de operação), detector acupontos (pontos de acupuntura), dado eletrônico,
sequencial aleatório de 1 a 6 (tipo painel), detector de campo eletromagnético,
medidor de resistência de pele (que é utilizado em experimentos com plantas), gerador
de ruído branco, gerador de barras (a acoplar a TV para acompanhar variações da
resistência da pele etc.)
De 1983 a 1990, Ivo Caruso, então Diretor do Departamento Científico,
elaborou, neste período, várias minutas de testes estatísticos e procedimentos
experimentais. Já em 1981, ele havia esquematizado aparelhos de pesquisa para o
I.P.P.P. e montou alguns deles com a colaboração de José Renato Barros, Assessor
daquele Departamento.
Todo esse material se encontra minuciosamente descrito no "Manual do
I.P.P.P."
Atualmente, o Instituto se desfez da quase totalidade daqueles equipamentos e
está tentando angariar recursos para a instalação de um laboratório moderno e com
aparelhagem compatível com as suas necessidades de pesquisa.
Terapia de Vidas Passadas (TVP)
Em 1984, começou a ser analisada no Instituto a terapia de vidas passadas,
trazida ao Brasil por Ney Prieto Peres e sua esposa, Maria Júlia Prieto Peres. O que se
objetivava era investigar até que ponto esta terapia regressiva facilitaria a criatividade
psi, mesmo como procedimento compensatório de problemas existenciais. Os
resultados iniciais, porém, não foram suficientes para motivar a continuidade da
investigação.
Transcomunicação Instrumental (TCI)
As primeiras experiências de transcomunicação instrumental aconteceram em
1975, em uma das salas do Centro Espírita Caminhando para Jesus. Faziam parte do
grupo experimental Valter da Rosa Borges, Aécio Campello de Souza, João Alves de
Andrade e José Aurélio Farias. Os resultados obtidos foram insatisfatórios e as
experiências duraram apenas alguns meses.
Em 1992, uma nova pesquisa em transcomunicação instrumental se iniciou na
sede do I.P.P.P., na rua da União, mas os resultados também não foram animadores.
Enquanto ainda estávamos investigando o fenômeno, o Diário de Pernambuco, de 12
de julho de 1992, na sua seção “Ciência & Tecnologia”, me entrevistou a respeito do
assunto. Infelizmente, nada tive, de concreto, a relatar a não ser que as nossas
tentativas ainda não haviam trazido resultados positivos. Finalmente, resolvemos
suspender, temporariamente, as experiências.
Experiências e vivências
Aderbal Pacheco e Geraldo Fonseca Lima, durante algum tempo, utilizaram a
hipnose como facilitador do fenômeno psi.
Geraldo entusiasmou-se com a terapia de vidas passadas e passou a dedicar-se
a essa técnica psicoterápica em seu próprio consultório, como o faz até hoje.
Aderbal dirigiu sessões experimentais de “chanelling” e sempre demonstrou
grande habilidade em lidar com as personificações subjetivas. Essas reuniões, que se
estenderam de agosto de 1981 a fevereiro de 1983, eram muito concorridas e delas
participavam, além de mim e de Aderbal, Ivo Cyro Caruso, Geraldo Fonseca Lima,
Selma da Rosa Borges, Márcia da Rosa Borges, Miguel Spinelli, Fernando Guilherme
da Silva, Avelino Fernandes Vieira, Fernanda Vieira da Cunha Guimarães, Arismar
Lobo, Mônica Alecrim Melo, Vânia Alecrim Melo, Maria Amélia Marcos Reis, Maria
Franco Muniz da Rocha, Aurora Christina Dornellas Câmara, João Gomes de Freitas,
Oscar Thomé Pinto Neto e João Andrade.
Fiquei responsável pelas reuniões de “relax”, as quais eram muito concorridas
pelo bem-estar que proporcionava aos companheiros do Instituto. Certa ocasião,
Selma Rosa Borges, estando muito cansada, aprofundou o “relax” e, de repente, viu-se
fora do corpo, num determinado ângulo da sala, onde percebeu, embora a luz estivesse
apagada, não só o seu corpo físico estendido no chão alcatifado, mas também o das
outras pessoas em idêntica posição. O susto da experiência foi tão grande que ela
desistiu de continuar participando das reuniões.
Ivo Caruso realizava sessões de meditação, utilizando também um aparelho de
sua fabricação para servir de indutor, o qual, pelas suas características sonoras, foi
denominado afetuosamente de “galinha choca”.
Os dispositivos “carusianos” eram vistos, algumas vezes, com certo temor e
desconfiança pelos voluntários que se submetiam aos experimentos. Apesar disto,
ninguém jamais se queixou de ter sofrido algum tipo de incômodo.
Discutiu-se e pesquisou-se a chamada “energia da forma”, utilizando-se dos
mais diversos tipos de pirâmide.
Foram também realizados diversos testes de radiestesia, principalmente com a
colaboração do Dr. Alberto Reitler, experiente psicômetra, que apresentou ao Instituto,
como fruto de vários anos de pesquisa, o mapa radiestésico do Estado de Pernambuco.
Ele tinha, anteriormente, feito uma exposição de seu trabalho à SUDENE, mas não se
deu qualquer atenção ao projeto.
Alguns dos primeiros pesquisadores do I.P.P.P., na sede da rua da Concórdia. À frente, sentados, da
esquerda para a direita, Aécio Campello de Souza e Maurício Tavares Jácome. Atrás, em pé, da esquerda
para a direita, Ronaldo Dantas Lins, Valter da Rosa Borges, Ivo Cyro Caruso e Luiz César Leite.
No ano em que Uri Geller apareceu na televisão brasileira, um dos nossos
colaboradores, Carlos Fernando Vilanova, filho do grande jurista pernambucano Prof.
Lourival Vilanova, levou ao Instituto a sua ex-noiva que também apresentava aquele
tipo de fenômeno. Solicitei-lhe tentar demonstrar naquela ocasião a sua aptidão psi e
lhe entreguei uma cópia da chave de um armário. Sem se fazer de rogada, ela começou
a alisar suavemente a chave, enquanto conversava conosco e, gradualmente, a chave
foi-se entortando até chegar a um ângulo de 45º. Estávamos defronte da primeira Uri
Geller "feminina" de Pernambuco.
Pesquisas com paranormais
Muitas foram as pessoas que procuraram (e ainda procuram) o I.P.P.P.,
alegando ser dotadas de aptidões paranormais. A quase totalidade apresentava um
quadro psicológico bem evidente de distúrbios emocionais. Outras, com visível intuito
de autopromoção. E, finalmente, uma pequena parcela revelava uma sintomatologia
sugestivamente paranormal.
A título de exemplo, relacionei a-baixo algumas das pessoas pesquisadas pelo
I.P.P.P.
“Pai Eli”
Em 1975, conheci, no Centro Espírita Caminhando para Jesus, o médium
umbandista Manoel Rabelo Pereira, mais conhecido por “Eli” (hoje, “Pai Eli” e
"Imperador do Candomblé do Brasil”). De logo, fizemos uma sólida amizade que
perdura até hoje. “Eli” foi o primeiro agente psi pesquisado pelo I.P.P.P. e por mim
orientado em relação a sua paranormalidade. Na época, ele já havia fundado, em 1974,
a sua própria instituição, o “Lar de Ita”, no bairro de Vasco da Gama, no Recife,
atualmente um dos maiores, senão o maior, dos terreiros de Umbanda no Brasil.
Sempre solícito e de mente aberta, “Eli” jamais criou qualquer obstáculo para a
investigação de suas atividades paranormais assim como a de seus médiuns. Tanto
assim que, em 1977, começou a encaminhá-los ao Instituto para serem investigados.
Um extraordinário caso de cura, por meio paranormal, aconteceu em 1978,
quando Amílcar Dória Matos me pediu que intercedesse, junto a “Eli”, para ajudar um
seu amigo chamado Geraldo Monteiro, já desenganado pelos médicos, sem
diagnóstico preciso, sofrendo terríveis dores de cabeça que quase não o deixavam
dormir e se alimentar, além de apresentar um trismo facial. Levei Amílcar e Geraldo à
presença de “Eli” que, de pronto, iniciou o trabalho de cura, o qual levou
aproximadamente uma semana, culminando com uma sessão de Umbanda, realizada
à noite, na praia de Boa Viagem. Dias após essa sessão, Geraldo Monteiro ficou
completamente livre de seus males, voltando à vida normal, como acontece até hoje.
Inspirado por esse feito de “Ely”, Amílcar Dória Matos escreveu um conto intitulado
“Pomba-Gira”, e depois outros contos com a mesma temática, destacando-se, entre
eles, o denominado “Transfusão”.
Em 1982, “Eli” participou de um Curso Básico de Parapsicologia no I.P.P.P.
para melhor conhecer a fenomenologia paranormal.
“Eli” se apresentou, para fazer demonstrações de sua aptidões paranormais,
nos I e XI Simpósios Pernambucanos de Parapsicologia, e, algumas vezes, em nossos
Cursos Básicos de Parapsicologia. O seu centro de Umbanda tem sido uma espécie de
laboratório para o Instituto. Para lá, são encaminhados nossos alunos do Curso de PósGraduação em Parapsicologia, com a finalidade de presenciar as manifestações
mediúnicas, conversar com os médiuns e observar, na prática, esses fenômenos
psíquicos. Muitas vezes eu e Ivo Caruso estivemos no “Lar de Ita” para participar de
comemorações, realizar pesquisas com os médiuns indicados por “Eli”, num clima
extremamente favorável a esse tipo de trabalho.
Por ocasião da primeira vinda de Stanley Krippner ao Recife, providenciei a
aproximação de “Eli” com aquele parapsicólogo. O encontro ocorreu no Hotel Casa
Grande e Senzala, em 14 de novembro de 1990, onde “Eli” fez demonstrações de seu
talento psi. Nesta mesma noite, levei Stanley Krippner e o grupo que o acompanhava
até o “Lar de Ita” para presenciar os trabalhos ali desenvolvidos. Krippner se
interessou bastante pelas atividades de "Eli" e, até hoje, todas as vezes que vem ao
Recife, faz questão de levar pessoas de seu grupo para conhecer o “Lar de Ita” e
assistir aos trabalhos mediúnicos.
"Pai Eli" se apresentando no I Simpósio Pernambucano de Parapsicologia.
Em setembro de 1995, a convite de Krippner, “Eli” participou, na Universidade
Federal da Califórnia, do XI Congresso Internacional de Shamanismo, ali
permanecendo por vinte seis dias, fazendo atendimentos e realizando uma vivência
que intitulou de “bio-ossain”.
A telepatia de “Eli” é, operacionalmente, melhor quando se manifesta sob
forma de personificação subjetiva, principalmente a que é conhecida por “Tovar”.
“Irmão Macedo”
Em 1978, José Macedo de Arruda, então Vice-Presidente do I.P.P.P., descobriu,
nas nossas reuniões experimentais, sua paranormalidade de cura e, seguindo a
orientação decorrente de uma experiência espiritual, fundou, em 14 de setembro desse
mesmo ano, a sua própria instituição, o “Templo da Meditação” para exercer suas
aptidões psíquicas. Passou, então, a se chamar “Irmão Macedo”, e viajou, a convite,
para os Estados Unidos, onde foi pesquisado pelo parapsicólogo Jefrey Mishlove.
Também, a convite, fez apresentação de sua paranormalidade na Europa.
Pierre Weil, no seu livro “A Revolução Silenciosa” (Pensamento, São Paulo,
1991) faz a seguinte referência ao “Irmão Macedo”:
“Também com poderes excepcionais de cura pelas mãos, o Irmão Macedo,
como é conhecido, é um ex-comerciante de Recife que gostava de uísque escocês e de
ternos elegantes. Ele me procurou por intermédio de uma amiga comum e queria
conhecer-me.
Contou-me toda a sua história, mais especialmente como aos 49 anos ele
descobriu que tinha o dom de curar pessoas. Uma jovem paralítica, na sua presença,
entrou em estado de transe e curou-se completamente. Surpreso, ele tentou isso de
novo com outros doentes e descobriu que realmente ele possuía um poder excepcional.
Desde então ele se consagra à cura dentro de um "templo de meditação" que
ele mesmo montou, com a colaboração de algumas pessoas de nível universitário. Ele
me mostrou uma farta documentação, incluindo sistematicamente declarações
registradas em cartório de ex-doentes curados.
Eu tenho em meu poder alguns documentos que atestam curas inclusive de
tumores. Por exemplo, do Departamento de Medicina Nuclear de Brevard Hospital,
nos Estados Unidos, atestando uma melhora significativa e totalmente surpreendente
de um tumor no pélvis e desaparecimento total de tumor canceroso da bexiga, no caso
de um homem de 73 anos que tinha sido operado de um tumor canceroso da próstata
(prostatectomia retropúbica radical).
Os biofísicos russos fizeram questão de deixar a seguinte declaração escrita no
seu caso:
"Me, Andrew Berejine, and me, Constation Goubarev, confirm that we can feel
Mr. Jose Macedo de Arruda emitting energy which can control the fisiology and mental
situation in human beings.
Assinado: Berejine e Goubarev.
URSS Moscou region Cupavna. The Research Institute for biological testing of
senicals. 7/7/1979".
Eu tenho em meu poder uma fotocopia desse documento bastante importante
por se tratar de pesquisadores da Academia de Ciências Soviética.
Pessoalmente submeti-me a uma experiência para verificar essa sua força
energética sobre mim mesmo. Senti realmente uma forte atração, como se o meu corpo
estivesse puxado por um magneto, quando ele irradiou energia nas minhas costas.
Posso afirmar que não se trata de hipnose. Aliás, ninguém nunca conseguiu me
hipnotizar. Ele deu um nome a essa energia: a telergia.”
No mês de novembro de 1993, entrevistado pelo jornal Tecnologia em
Pernambuco, “Irmão Macedo” sugeriu a celebração de um convênio entre a
Universidade Federal de Pernambuco e o I.P.P.P. para a investigação dos paranormais
de nosso Estado.
Valter da Rosa Borges, apresentando o "Irmão Macedo", no I Simpósio Pernambucano de
Parapsicologia, realizado na Universidade Católica de Pernambuco.
O “Irmão Macedo”, apesar de sua intensa atividade de curas psíquicas,
viajando continuamente para o Exterior, continuou mantendo contato com o Instituto
e participou do I Simpósio Pernambucano de Parapsicologia, do VI Simpósio
Pernambucano de Parapsicologia e do XI Simpósio Pernambucano de Parapsicologia,
fazendo demonstrações de seu talento psíquico.
Várias vezes visitei o “Templo da Meditação” para observar os trabalhos do
“Irmão Macedo”, sempre entusiasta e solícito no atendimento dos seus pacientes.
Naquelas oportunidades, mostrava-me, com uma euforia contagiante, depoimentos de
pessoas, no Brasil e no Exterior, que se diziam curadas de seus males, depois que
foram atendidas por ele pessoalmente ou à distância.
Inesperadamente, em 1996, ele faleceu vítima de um ataque cardíaco
fulminante.
Arismar Lobo
Em 1979, a equipe do I.P.P.P. começou a investigar o jovem Arismar Lobo, cujo
desempenho em testes com baralho Zener foi considerado positivo. Ele era
extremamente motivado para realizar aqueles testes e, em algumas ocasiões, o
experimento se realizava por telefone, geralmente à noite, e sempre com resultados
acima do nível do acaso.
Mônica Alecrim
Conheci Mônica Regina Alecrim de Melo, quando ela participou, como aluna
de Psicologia, do Curso de Introdução à Parapsicologia que, em 1979, ministrei na
Universidade Católica de Pernambuco – UNICAP.
De 1982 a 1983, Mônica Alecrim (hoje parapsicóloga e membro da
Parapsychological Association) foi pesquisada no Instituto e, em mais de 200 testes
com baralho Zener, se constatou seu expressivo índice de acertos em telepatia e
clarividência.
Mônica se apresentou no I Congresso Nordestino de Parapsicologia e III
Simpósio Pernambucano de Parapsicologia, realizados no auditório da Universidade
Católica de Pernambuco, de 11 a 13 de outubro de 1985, para demonstrar sua aptidão
psi e o fato foi noticiado pelo Diário de Pernambuco em sua edição de 13 de outubro.
O seu desempenho psi em telepatia impressionou vivamente as pessoas que
participaram das experiências com ela.
Durante vinte e dois meses (março de 1994 a dezembro de 1995), Maria da
Salete Rêgo Barros Melo realizou pesquisas com Mônica Alecrim, as quais serviram
como fundamento para a sua tese Interações Mente-Organismos-Ambiente.
Mônica Alecrim, à direita, por ocasião da transmissão de cargo da presidência do I.P.P.P. de Valter da
Rosa Borges a Ronaldo Dantas Lins Filgueira. Logo atrás, Ivo Cyro Caruso e Aderbal Pacheco. Local:
sede do Instituto na rua Dom Pedro Henrique.
Entre os fenômenos acontecidos ao longo daquela pesquisa, um deles merece
destaque especial: em 19 de agosto de 1994, na sede do I.P.P.P., na rua Dom Pedro
Henrique, Maria da Salete, realizando testes com Mônica Alecrim, utilizando o baralho
Zener, constatou, por duas vezes consecutivas, o acerto de todas as 25 cartas.
Anteriormente, quando testada por Rosa Maria Bezerra da Silva, Mônica
Alecrim acertou 23 cartas do baralho Zener.
Edson Queiroz
Em 1982, o médium espírita Edson Queiroz, acompanhado do então Presidente
da Federação Espírita de Pernambuco, Holmes Vicenzi, compareceu a minha
residência para solicitar que o I.P.P.P. investigasse as curas do “Dr. Fritz”.
Inicialmente lhe sugeri que fizesse um Curso Básico de Parapsicologia no
Instituto, como de fato aconteceu.
Nos dias 19 e 21 de junho desse mesmo ano, reuniram-se, na sede da Federação
Espírita de Pernambuco, na Avenida João de Barros, bairro do Espinheiro, os diretores
do I.P.P.P. e daquela instituição espírita, contando ainda com a participação do
parapsicólogo Pedro McGregor, radicado nos Estados Unidos, e na ocasião foi
concluído um acordo para a investigação do médium Edson Queiroz, quando estivesse
agindo sob a influência do Espírito “Dr. Fritz”. Dias depois, uma nova reunião sobre o
mesmo assunto se realizou na sede do I.P.P.P.
Finalmente, na condição de Diretor Científico do I.P.P.P., designei Geraldo
Fonseca Lima, médico-cirurgião, para dirigir e coordenar as pesquisas das curas do
“Dr. Fritz”, na conformidade do roteiro metodológico científico proposto pelo I.P.P.P.
A Federação Espírita Pernambucana, porém, não concordou com o projeto de
investigação científica, alegando que ao “Dr. Fritz” caberia a orientação da pesquisa.
O I.P.P.P. não acatou a posição da Federação Espírita de Pernambuco e, no dia 27 de
setembro, Ivo Cyro Caruso, então Secretário do I.P.P.P., comunicou, por ofício, ao
Presidente da Federação, Holmes Vicenzi, o cancelamento da investigação da
paranormalidade de Edson Queiroz, por determinação do Diretor do Departamento
Científico.
No ano seguinte, iniciou-se uma polêmica pública entre o I.P.P.P. e a
Federação Espírita de Pernambuco sobre o médium Edson Queiroz. O Diário de
Pernambuco, nas suas edições de 13, 14, 17, 24, 26 e 28 de abril e de 12 de maio deu
ampla divulgação ao debate, envolvendo o Presidente da FEP e o Diretor do
Departamento Científico do I.P.P.P.
A polêmica jornalística desenvolveu-se na seguinte ordem cronológica.
No dia 13 de abril de 1983, o Diário de Pernambuco me entrevistou sobre "as
cirurgias mediúnicas realizadas pelo médico e médium Edson Queiroz, que diz
incorporar o espírito de um médico alemão, o famoso “Dr. Fritz”.
Declarei que o I.P.P.P. não tinha condições de atestar a validade das “curas
mediúnicas” de Edson Queiroz, porque a Federação Espírita Pernambucana não
aceitou que se fizesse uma investigação científica dos fenômenos apresentados pelo
referido médium. Esclareci que fora a própria Federação que solicitara do Instituto a
prestação de assistência científica na investigação das potencialidades do médium
Edson Queiroz. E informei:
“Após vários contatos realizados na sede do I.P.P.P. e da FEP, onde se
discutiram amplamente os detalhes dessa assistência científica, apresentamos o nosso
modelo de pesquisa a ser adotado por ocasião da investigação dos fenômenos.
Infelizmente, a FEP não concordou com o modelo apresentado, o que nos levou a
cancelar o referido acordo.”
Disse ainda:
“Havíamos criado uma comissão médica para, sob orientação do nosso
companheiro, médico-cirurgião Geraldo Machado Fonseca Lima, investigar e
acompanhar os casos de cura realizados pelo Dr. Edson Queiroz. Com esse
procedimento poderíamos averiguar, em cada caso concreto, a realidade ou não da
cura paranormal.”
A comissão médica criada pelo Instituto estaria encarregada de acompanhar os
casos novos, exigindo, inicialmente, o diagnóstico de cada paciente, para constatar se
se tratava de enfermidade orgânica ou, simplesmente, de mera manifestação
psicossomática.
Em seguida, o paciente seria submetido a tratamento espiritual, findo o qual
seria reexaminado pela comissão médica do I.P.P.P. para se averiguar se houve
regressão da enfermidade ou mesmo a sua cura completa.
Finalmente, conclui:
“Infelizmente, ficamos impossibilitados de pesquisar o médium Edson Queiroz
com os padrões de pesquisa científica, o que nos leva a não opinar sobre o mérito das
curas que vem realizando, conforme o amplo noticiário da imprensa local e nacional.”
Em 14 de abril de 1983, o Diário de Pernambuco promoveu a polêmica,
publicando a seguinte matéria
“O sr. Holmes Vicenzi, presidente da Federação Espírita Pernambucana, não
concorda com as declarações do sr. Valter da Rosa Borges, presidente do Instituto
Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas, publicadas ontem no Diário de
Pernambuco.
Eis sua opinião, na íntegra:
"Como diretor da Federação Espírita Pernambucana e tendo tomado
conhecimento de certos pronunciamentos partidos do IPPP com referência a um
impedimento de verificações sobre o fenômeno espírita que vem ocorrendo em nossa
entidade, desejamos esclarecer que:
1o) As portas da Federação Espírita Pernambucana estão e estarão sempre abertas para
verificações, fotografias, filmagens e outros meios de comprovação e pesquisa.
2o) Todavia, os fenômenos espíritas de cirurgias não podem ficar à mercê do modelo
científico convencional no que diz respeito a pesquisa paranormal dos efeitos fluídicos
espirituais oriundos e manipulados pelos espíritos pois a ciência cética e materialista
não dispõe de recursos para atestar os processos usados pelos desencarnados, por
enquanto.
3o) A apresentação de enfermos portadores de males incuráveis e em avançado estado
de enfermidade não podem servir de teste de curas por parte dos espíritos.
Exemplo: 20 casos de câncer escolhidos a dedo em grau elevado como propôs o IPPP,
somente um número bem reduzido poderia apresentar resultados positivos o que não
serviria de base em face da grande disparidade de índice de cura.
4o) A pesquisa que o IPPP iniciou não foi concluída porque os pesquisadores não se
submeteram às normas recomendadas pelo trabalho religioso, científico-espírita.
Mesmo entendendo as naturais dúvidas cartesianas de algumas pessoas. À luz das
pessoas leigas as informações auferidas confundiriam a opinião pública, sem nenhum
resultado para o esclarecimento concreto.
5o) Há bem poucos dias o dr. Hernani Guimarães Andrade (presidente do Instituto de
Pesquisas Psi- cobiofísicas de São Paulo) respeitado em todo o mundo, na sede da
Federação Espírita de São Paulo, participou, pesquisou e testificou confirmando as
atividades extra-psíquicas desenvolvidas pela Federação Espírita Pernambucana e foi
de tal forma a repercussão desse trabalho que ele, com todo respeito que desfruta
internacionalmente, se propôs a fazer o prefácio de um livro científico que dentro de
algumas semanas será distribuído aos quatro cantos deste país.
Há inclusive solicitação de equipe de cientistas norte-americanos para
converter o livro à língua inglesa. (Documentação que irá reforçar o trabalho
cinematográfico que esta equipe fez em dezembro último com a equipe do Dr. Fritz
em Pernambuco).”
Estabelecido o debate, o Diário de Pernambuco, na sua edição de 15 de abril de
1983, publicou a minha contestação à Federação Espírita Pernambucana.
“O presidente do Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas,
professor Valter Rosa Borges, contestou ontem, as declarações do presidente da
Federação Espírita de Pernambuco, sr. Holmes Vicenzi, discordando do teor de uma
entrevista sua concedida ao DIÁRIO DE PERNAMBUCO e publicada anteontem, a
respeito do fenômeno espírita do médico e médium Edson Queiroz. Na íntegra a
contestação de Rosa Borges:
"Infelizmente, o sr. Holmes Vicenzi não leu, com a devida atenção, o que
declaramos no Diário de Pernambuco, em sua edição do dia 13 deste mês.
Não afirmamos e nem negamos a autenticidade das curas paranormais
atribuídas ao médico-médium Edson Queiroz. Apenas esclarecemos que ficamos
impossibilitados de pesquisar esses fenômenos porque a Federação Espírita
Pernambucana não permitiu a utilização da metodologia científica nas investigações
das curas paranormais.
Na condição de crente fervoroso, o sr. Holmes Vicenzi fez algumas afirmativas
que estão a merecer reparo.
Em primeiro lugar, queremos informar ao presidente da Federação Espírita
Pernambucana que o Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas jamais se
pronunciou sobre a frustrada pesquisa com o médium Edson Queiroz.
Em segundo lugar, desejaríamos que o sr. Holmes Vicenzi apontasse, na
proposta de pesquisa do nosso Instituto, a exigência de investigar "enfermos
portadores de males incuráveis e em avançado estado de enfermidade", por exemplo
"20 casos de câncer escolhidos a dedo em grau elevado".
Em terceiro lugar, era de uma evidência meridiana que a equipe do I.P.P.P. não
se submeteria, em hipótese alguma "às normas recomendadas pelo trabalho religioso
científico-espírita". Aliás, ficaríamos imensamente gratos, se o sr. Holmes Vicenzi nos
indicasse, na codificação kardecista, o procedimento metodológico dessa pesquisa.
Em quarto lugar, também estimaríamos que o presidente da F.E.P. nos
demonstrasse a existência de um modelo científico não convencional. Se o Espiritismo
é uma ciência, tem de utilizar a metodologia científica. E, se o Espiritismo não
emprega o método científico, então ele não é uma ciência. Ora se Allan Kardec, como
cientista, diz ter provado a ação dos espíritos nos fenômenos paranormais, é porque,
ao contrário do que pensa o sr. Holmes Vicenzi, os eventos dessa natureza podem ser
investigados pela "ciência cética e materialista".
Não nos adianta a Federação Espírita Pernambucana abrir as suas portas, se
continuar no firme propósito de cercear a investigação científica, submetendo-a a
tutela de "orientações espirituais". O melhor, até o momento, é preservar a distância
que nos separa, num clima de respeito e franca cordialidade".
No dia 17 de abril de 1983, fui entrevistado pelo jornalista Jones Melo, do Diário
de Pernambuco, sobre o problema da mediunidade e, após tecer esclarecimentos sobre
aquele fenômeno, asseverei:
“Por isso, é sempre recomendável que o médium fique sob a orientação e o
controle de pesquisadores experimentados, a salvo de leigos e de místicos, os quais,
por seu despreparo científico - e também fanatismo religioso - poderão ocasionar-lhe
sérios prejuízos físicos e psicológicos.
É de suma importância, ainda, esclarecer o médium a respeito da natureza de
sua faculdade paranormal, evitando ou combatendo as naturais manifestações do seu
narcisismo, decorrente da falsa ideia de que ele é um ser privilegiado. A partir do
momento em que o médium é afetado pela doença do “estrelismo”, torna-se refratário
a qualquer tipo de investigação científica dos seus poderes, com o receio, consciente
ou inconsciente, de comprometer o seu status mediúnico.”
No dia 24 de abril, o Diário de Pernambuco, no visível propósito de acirrar a
polêmica, voltou a entrevistar-me, na condição de parapsicólogo e de promotor de
justiça, sobre a natureza das curas mediúnicas e as consequências jurídicas das
cirurgias praticadas por Edson Queiroz.
Em dado momento da entrevista, o jornalista me fez a seguinte pergunta;
“Responda-me, não como parapsicólogo, mas como promotor público: pelo
nosso Código Penal, o médium cirurgião que causar lesões físicas em seus pacientes é
passível de punição?”
E respondi:
“É evidente. Mesmo que o médium seja médico, ele age, ainda que em estado
alterado de consciência, na condição de médico. Ou, em outras palavras: ele não deixa
de ser médico, quando pratica uma ação médica, mesmo que não esteja consciente do
que faz. A medicina não está obrigada a aceitar a ação de um espírito “incorporado”
num médico, agindo no seu lugar e com o seu consentimento. O Código Penal não
cogita da responsabilidade penal do espírito. E a própria parapsicologia ainda encara o
problema da sobrevivência pessoal como respeitável hipótese de trabalho.
Logo, se o médium médico age inconscientemente, porque acredita estar sob o
controle de um espírito, a sua fé particular não modifica a perspectiva médica e
jurídica da questão. A sua ação inconsciente permitida se configura como negligência
e imprudência. Portanto, se ocasionar lesão corporal ou mesmo a morte de um
paciente, responderá por crime culposo.”
Nova pergunta do jornalista:
“- Então, esse é um óbice irremovível da cura paranormal?”
Resposta: Sob a modalidade de cirurgia - e também de prescrição
medicamentosa -, sim. Com isso, não me estou opondo à atividade dos médiuns
cirurgiões, mas alertando-os sobre os possíveis erros que possam cometer e das
consequências que deles resultarão à luz do Código Penal. Assim, para preservar-se da
possibilidade de erro, deve o médium ser supervisionado por um médico que, em
última instância, decidirá acerca do tratamento espiritual recomendado pelo espírito
“incorporado”, por mais respeitável que seja o nome do médico do Além. Se o médico
da Terra, por qualquer motivo de ordem pessoal, concordar com o seu colega do Além,
estará, sozinho, assumindo a responsabilidade do tratamento indicado.
Há modalidades, porém, de ação paranormal curativa que não contrariam as
normas penais e nem as regras terapêuticas, sem a mínima possibilidade de risco para
as pessoas enfermas. E os resultados são, não raro, mais surpreendentes do que os da
cirurgia paranormal.
Trata-se, contudo, de uma questão que, afinal, depende da consciência e da
conveniência de cada médium em particular.”
No Diário de Pernambuco, edição de 26 de abril de 1983, o presidente da
Federação Espírita de Pernambuco voltou de novo ao ataque:
“O promotor Walter Rosa Borges, que, em nome da ciência materialista, vem
sistematicamente fazendo oposição e reprimindo o trabalho dos paranormais no
Recife, inclusive formulando entrevistas que ele mesmo elabora, prestando um aberto
desserviço ao estudo e pesquisa dos fenômenos, foi convidado, tanto pelo Templo da
Meditação como pela Federação Espírita Pernambucana, para conhecer como se faz
uma pesquisa e ver de perto os fenômenos da “telergia” e das “operações
mediúnicas”.
O Instituto de Pesquisas Psicobiofísicas, um ilustre desconhecido que está se
beneficiando da paranormalidade para sobreviver, terá, daqui por diante, todo acesso,
para que possa aprender um pouco do que seja fenomenologia paranormal.
Já é tempo não apenas de respeitar a mediunidade, mas de enxergar o benefício
que a população carente recebe das pessoas portadoras de recursos extra-sensoriais.
Toda vez que um fenômeno ocorre no Recife, o sr. Walter Rosa Borges põe seu nariz
como se fosse a única autoridade científica para definir o que é e o que não é
paranormalidade.
Vamos ver, agora, se publicamente convidado ele tem coragem de avaliar os
fenômenos e encontre um caminho, um roteiro certo, e não apenas tentar esvaziar
aquilo que pessoas de renome como Hernani Guimarães Andrade, da Associação
Brasileira de Parapsicologia, atestam como de real sentido científico e de comprovada
veracidade.”
O repto não poderia ficar sem resposta e, assim, enviei minha contestação ao
Diário de Pernambuco, que a publicou na sua edição de 28 de abril.
"Lemos, com surpresa, as declarações prestadas ao Diário de Pernambuco, em
sua edição de 26 de abril, pelo presidente da Federação Espírita Pernambucana, a
respeito da nossa pessoa e do Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas.
Custa-nos acreditar que certas afirmativas levianas e indelicadas sejam atribuídas ao
sr. Holmes Vicenzi, cuja integridade e espiritualismo sempre admiramos.
Diz o presidente da FEP que vimos "sistematicamente fazendo oposição e
reprimindo o trabalho dos paranormais do Recife" e, assim, "prestando um aberto
desserviço ao estudo e pesquisa dos fenômenos". A gratuidade dessa assertiva
dispensa provas, pois é público e notório, ao menos no Recife, o trabalho que durante
muitos anos estamos desenvolvendo pela divulgação da Parapsicologia em nosso
Estado, principalmente através de cursos e conferências, alguns dos quais na
Universidade Católica de Pernambuco.
Por outro lado, se se advertir alguém de um perigo real ou mesmo possível é
causar-lhe inibição, parece-nos preferível ocasionar-lhe esse discutível transtorno do
que vê-lo, desinibidamente, precipitar-se ao abismo.
Acontece, porém, que, às vezes, por motivos nebulosos, pessoas e instituições
preferem adotar a filosofia de avestruz, ignorando, deliberadamente, os aspectos
desfavoráveis de determinado problema.
Esclarecer não é fazer oposição ou repressão ao "trabalho dos paranormais do
Recife" e até gostaríamos de saber quais os médiuns prejudicados por pretensos atos
de opressão. Aliás, é a primeira vez que somos informados de que esclarecimento é
sinônimo de repressão. Na verdade, esclarecer é fazer oposição ao obscurantismo, seja
qual for a sua natureza.
Afirma o presidente da F.E.P. que o Instituto Pernambucano de Pesquisas
Psicobiofísicas é um "ilustre desconhecido que está se beneficiando da
paranormalidade para sobreviver". No entanto, foi a FEP - e isso um homem íntegro,
como o sr. Holmes Vicenzi, não poderá negar - que procurou o "ilustre desconhecido"
I.P.P.P., solicitando-lhe assistência científica para o caso Edson Queiroz-Dr. Fritz. E,
como já esclarecemos em declarações anteriores, a pesquisa se frustrou, porque a FEP
não permitiu que a equipe do I.P.P.P. investigasse cientificamente o fenômeno, mas,
sim, segundo as conveniências de "orientações espirituais".
O I.P.P.P. é membro fundador da Federação Brasileira de Parapsicologia e seu
representante oficial no Estado de Pernambuco. Participou do II e III Congressos
Nacionais de Parapsicologia e Psicotrônica realizados, respectivamente, em 1979 e
1982, no Rio de Janeiro, sob o patrocínio da Associação Brasileira de Parapsicologia. E
promove, também, cursos de Parapsicologia e matérias afins, em sua sede provisória, à
Rua da Concórdia, 372, sala 47, endereço que o sr. Holmes Vicenzi conhece muito
bem, porque ali esteve, por duas vezes, com outros membros da diretoria da FEP com
o propósito de discutir as bases de um acordo científico para a pesquisa do seu
médium Edson Queiroz. Nós é que desconhecemos porque o sr. Holmes Vicenzi
afirma que o I.P.P.P. é um "ilustre desconhecido", pois seria uma insensatez confiar a
uma instituição desconhecida a responsabilidade de uma pesquisa científica de tal
envergadura. Diz, ainda, o presidente da FEP que "cada vez que um fenômeno ocorre
no Recife, o sr. Walter Rosa Borges põe seu nariz como se fosse a única autoridade
científica para definir o que é ou não paranormalidade". Mas, isso é o obvio. Qual o
pesquisador que não põe o seu nariz para investigar um fenômeno na área de sua
especialidade? No entanto, toda vez que metemos o nosso nariz em assuntos dessa
natureza, assim o fizemos porque fomos previamente consultados para opinar a
respeito, ou porque fomos convidados a pesquisar um dado fenômeno à primeira vista
paranormal.
Num ponto, contudo, estamos de pleno acordo com o sr. Holmes Vicenzi: não
somos "a única autoridade científica para definir o que é e o que não é
paranormalidade". Assim, se conforme assegurou o sr. Holmes Vicenzi, Dr. Hernani
Guimarães Andrade, um dos mais competentes parapsicólogos do Brasil, atestou a
autenticidade dos fenômenos paranormais do Dr. Edson Queiroz, só nos cabe felicitar
a FEP pela autoridade desse testemunho.
Agora, porém, de maneira impetuosa e extravagante, o presidente da FEP nos
convida publicamente a dar uma prova de coragem, avaliando os fenômenos de seu
médium Edson Queiroz, o qual, com o seu idealismo e bondade, jamais nos
demonstrou a mínima repulsa à investigação de suas aptidões paranormais. Esqueceuse, no seu arroubo, o sr. Holmes Vicenzi que já tivemos oportunidade ou, no seu dizer,
a coragem - de assistir, por duas vezes, no Recife e em Salvador, a tais fenômenos,
porém na condição de convidado e não na de pesquisador, o que nos impossibilita de
opinar sobre o mérito da questão, como já o dissemos, anteriormente, em declarações
prestadas ao DIÁRIO DE PERNAMBU-CO.
Declinamos, por isso, de aceitar esse convite estapafúrdio e simples repto com
finalidade publicitária, pois a pesquisa científica não é exibição pública, nem
improvisação, nem observação superficial de fenômenos, principalmente em
ambientes de intensa emoção religiosa, sob o impacto de filmagens e entrevistas. Se é
esse o tipo de pesquisa que a FEP nos pretende ensinar, não estamos nem um
pouquinho interessados em aprendê-la".
Em 18 de setembro de 1983, o Diário de Pernambuco realizou comigo uma nova
entrevista sobre a fenomenologia paranormal e o fascínio que exerce sobre as pessoas.
No final da entrevista, fiz a seguinte advertência:
“Infelizmente, o campo da fenomenologia parapsicológica se encontra po-luído
pela presença de fascinadores e fascinados. A credulidade fácil, o pensamento mágico,
o desespero existencial, as enfermidades de difícil terapêutica, a perda de entes
queridos, a necessidade emocional da certeza da sobrevivência, a ânsia pelo
transcendental têm aprisionado inúmeras pessoas na teia sedutora do maravilhoso,
tornando-as em vítimas indefesas nas garras dos trapalhões ou dos espertalhões da
paranormalidade. O maravilhoso provoca no homem uma atitude ambivalente de
medo e atração. E não é gratuitamente que os prodígios da prestidigitação
deslumbram os espectadores, os quais, numa euforia lúdica, acumpliciam-se
inconscientemente com o mágico para gozar as delícias de um engodo consentido. De
maneira idêntica, certos fenômenos, aparentemente paranormais, podem desencadear,
em pessoas sugestionáveis e de reduzido senso crítico, um insopitável desejo de
autofascinação, como espécie de sedativo contra as angústias e as agressões da
realidade cotidiana. O fantástico, assim, transforma-se em singular psicotrópico, cujo
maior perigo consiste em provocar dependência nas pessoas que dele se utilizam como
recurso eletivo de sedação dos conflitos emocionais.”
O jornalista espírita Nazareno Tourinho, no seu livro Edson Queiroz, o Novo
Arigó dos Espíritos (Edições Correio Fraterno, São Bernardo do Campo, SP, 1983)
noticiou o encontro que teve comigo, na cidade de Salvador, Bahia, por ocasião do
VIII Congresso Brasileiro de Jornalistas e Escritores Espíritas (de 17 a 21 de abril de
1982), quando presenciávamos as cirurgias praticadas por Edson Queiroz,
“incorporando” o Dr. Fritz.
Tourinho afirmou que eu lhe dissera que aquele médium “vinha fazendo uma
série de operações dentro da própria Federação Espírita Pernambucana e que isso o
estava preocupando.”
No ano seguinte, Tourinho esteve no Recife e me procurou, na sede do Instituto para colher mais informações sobre a pesquisa com Edson Queiroz. Dessa
entrevista também participou Ivo Cyro Caruso, o qual, como é do seu estilo, defendeu,
veementemente, a posição do I.P.P.P. Ao que parece, Nazareno Tourinho não ficou
satisfeito com o resultado do encontro.
O emocionalismo com que a direção da Federação Espírita Pernambucana
tratou a questão da pesquisa com Edson Queiroz impediu o I.P.P.P. de fazer uma
avaliação científica de sua alegada paranormalidade. Na verdade, falávamos
linguagens diferentes e nossos propósitos e-ram distintos. A Federação interessada
que o Instituto comprovasse que era o “Dr. Fritz” quem realizava cirurgias através do
médium Edson Queiroz e o Instituto apenas interessado em constatar se as curas
realizadas pelo Dr. Edson Queiroz eram de natureza paranormal.
“Mazé”
Em 1988, o I.P.P.P. investigou as aptidões paranormais de Maria José de Araújo
França, conhecida por “Mazé”.
O Diário de Pernambuco, em sua edição de 22 de maio de 1988, publicou uma
longa matéria sobre Maria José de Araújo e a possibilidade de ser pesquisada pelo Instiuto.
Dias depois, “Mazé” compareceu ao I.P.P.P. com o propósito de ser
investigada, mas a sua indisciplina, durante todos os testes, prejudicou uma avaliação
correta de seu talento parapsicológico. Apesar disso, em algumas ocasiões, ela
apresentou alguns fenômenos de telepatia.
Ana Cláudia
Ana Cláudia de Albuquerque Lopes compareceu ao I.P.P.P. em 1988 e realizou
vários testes que evidenciaram a sua aptidão para fenômenos de psi-gama.
Em 1991, Rosa Maria Bezerra comprovou um fenômeno de precognição a
respeito da morte de um seu parente, anunciado um ano antes por Ana Cláudia.
Durante os anos de 1995 e 1996, Erivam Félix Vieira, sua esposa Maria Ferreira
Félix Vieira, e Rosa Maria Bezerra realizaram testes de laboratório com Ana Cláudia.
Erivam descreveu essas experiências no seu livro Paranormalidade e Cultura: Uma
Perspectiva Histórico-Social.
Da esquerda para a direita, Maria Ferreira Félix Vieira (esposa de Erivam), Rosa Maria Bezerra, Ana
Cláudia e Erivam Félix Vieira, na sede do I.P.P.P. à rua Dom Pedro Henrique.
Jacques Andrade
Em 1º de agosto de 1994, conheci o psicopictógrafo Jacques Andrade, num
programa de debate na TV Universitária Canal 11, do qual participei com José Roberto
de Melo e o jornalista espírita Jones Melo, sobre o tema Cura Paranormal - Além da
Medicina. De logo, Jacques demonstrou o seu interesse em ser pesquisado pelo
I.P.P.P., dizendo que há muito tempo desejava entrar em contato comigo. Prometi-lhe
que, na primeira oportunidade, a equipe do Instituto entraria em contato com ele para
iniciar a pesquisa.
No ano seguinte, Isa Wanessa Rocha Lima, então Diretora do Departamento
Científico do I.P.P.P. iniciou, com uma equipe de pesquisadores da instituição, uma
pesquisa com o psicopictógrafo, tendo por objetivo averiguar se sua obra, constituída
de quadros pintados a tinta guache, poderia ser considerada de cunho parapsicológico.
Na primeira fase da pesquisa, a equipe de pesquisadores acompanhou a feitura
de 107 quadros, no período de 08 setembro a 07 novembro de 1995 na residência do
psicógrafo, em Campo Grande, bairro do Recife. Tendo em vista a dificuldade de se
localizar parâmetros específicos para a psicopictografia, decidiu-se pela criação de
uma escala de caracterização, nos moldes da escala de coma de Glasgow e da
contagem de índice de Apgar, cuja aplicação, porém, só ocorrerá na fase seguinte
dessa investigação.
O método consistiu na observação e cronometragem na composição de
quadros, com medição simultânea da temperatura corporal do psicógrafo, a
manipulação de luminosidade, a análise do retângulo áureo em amostra de telas
atribuída a um mesmo pintor falecido, fotografia dos quadros representativos de
autores mais conhecidos para posterior análise e filmagem de uma das sessões, tudo
devidamente registrado em atas.
A equipe era constituída por oito pesquisadores (no mínimo três em cada
sessão), com duração aproximada de uma hora, e na presença, geralmente, de vinte
pessoas. A reunião acontecia ao ar livre, numa coberta simples em telha de amianto,
com iluminação de três lâmpadas fluorescentes de 40W, temperatura ambiental de
aproximadamente 28° e ventilação natural.
Das nove sessões pesquisadas, seis tiveram o uso de termômetro digital, para
registro da temperatura na região axilar esquerda de Jacques, a qual só apresentou
alterações significativas em duas sessões. Nessas sessões, a sua temperatura corporal
se elevou em dois graus centígrados, no momento em que ele entrou no estado de
“transe”, durante a concentração que antecede à execução das telas. A temperatura
continuou subindo lentamente, até o momento em Jacques admitiu ter saído da
condição de “transe”, observando-se que a temperatura baixou, quase que
instantaneamente, em cinco graus centígrados.
A média de tempo utilizada por Jacques para a execução das telas é de 6
minutos e 28 segundos, considerando a amostra de 86 telas, pintadas em 9 sessões.
Nessa contagem, foram excluídas aquelas que Jacques só concluiu após a execução
concomitante de outras duas, dificultando assim a medição por tela. Também foram
excluídas as telas que, durante sua execução, Jacques interrompia para “catequizar” a
assistência, explanando a necessidade de se fazer caridade.
A próxima fase, que contará com o auxílio de outros profissionais, como
técnicos em arte e artistas plásticos, de avaliações audiométrica, clínica, psicológica e
neurológica, explanando ainda a medição da temperatura corporal, a modulação
luminosa do ambiente, a análise do retângulo áureo, a dominância visual, terá por base
os critérios já estabelecidos, aplicados na escala IPPP de caracterização da
psicopictografia.
Jacques Andrade, pintando seus quadros, no XIII Simpósio Pernambucano de Parapsicologia.
Jacques Andrade se apresentou no XII Simpósio Pernambucano de Parapsicologia, no XIII Simpósio Pernambucano de Parapsicologia e no I Congresso
Internacional e Brasileiro de Parapsicologia, fazendo demonstrações de
psicopictografia.
Cadastramento de paranormais
Em 1988, o I.P.P.P. se propôs a fazer o cadastramento de paranormais, cu-jas
aptidões tivessem sido comprovadas em experimentos realizados no Instituto, ten- do
esse fato sido noticiado no Jornal do Commercio, na sua edição de 3 de junho de 1988.
Até o momento, somente Manoel Rabelo Pereira, conhecido por “Pai” Eli, Mônica
Alecrim, Ana Cláudia e Jacques Andrade estão registrados no I.P.P.P.
Apoio aos paranormais
Em 29 de setembro de 1986, a Câmara Municipal do Recife aprovou o
Requerimento, no 1747, de 18 de setembro de 1986, do Vereador Arquimedes Lacerda,
para que se fizesse um apelo ao Prefeito da Cidade do Recife para implantar nesta
cidade o projeto de assistência educacional ao superdotado e ao paranormal,
concebido pelo Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas.
O Diário de Pernambuco, de 17 de dezembro de 1989, divulgou matéria sobre os
direitos do paranormal na Constituição de Pernambuco e o Jornal do Commercio, de
22 de dezembro, entrevistou-me sobre os projetos do Instituto de ampliar sua
assistência aos paranormais, agora com o amparo da norma constitucional.
Sob o título “Paranormais invadem a Constituição”, a Folha de Pernambuco, na
edição de 7 de janeiro de 1990, publicou extensa matéria referente às atividades do
I.P.P.P. e à Constituição do Estado de Pernambuco que estendeu aos paranormais os
benefícios da assistência social. E, no dia 16 de agosto, a Folha de Pernambuco
ressaltou a assistência que os parapsicólogos de Pernambuco vêm dando aos
paranormais.
A Assembleia Legislativa de Pernambuco aprovou a Indicação no 4.239, de 12 de
setembro de 1990, do Deputado Geraldo Barbosa, no sentido de que fosse formulado
apelo ao Exmo. Ministro da Ação Social, Margarida Procópio para que se dê atenção
especial ao Programa de Assistência Social aos Paranormais, desenvolvido pelos
parapsicólogos pernambucanos, bem como a liberação de recursos para os municípios
a fim de ampliar o referido programa. Nada, porém, resultou de concreto, valendo
apenas a intenção.
Uma gravação mal-assombrada
Em outubro de 1973, fui convidado a ir ao gabinete do Presidente do Tribunal
de Justiça de Pernambuco, Desembargador João Baptista Guerra Barreto, que desejava
falar-me a respeito de um estranho fenômeno que ocorrera naquele Tribunal.
Contou-me que, em sessão de uma das Câmaras Cíveis, o voto do
Desembargador Pedro Malta, depois de gravado e taquigrafado, foi levado para ser
conferido e datilografado. Qual não foi a surpresa da datilógrafa, quando ao conferir as
notas taquigráficas com a gravação da fita cassete, ouviu, após alguns minutos da fala
de Pedro Malta, uma voz estranha dizendo coisas incompreensíveis. Aquele fato
causou perplexidade entre funcionários, juízes e desembargadores e, de logo, se
pensou tratar-se de um fenômeno sobrenatural.
Guerra Barreto, hoje falecido, com a sua costumeira serenidade, mandou
investigar a fita por poliglotas que ele conhecia, a fim de descobrir se se tratava
realmente de algum idioma. Como não obteve êxito nessa tentativa, resolveu pedir a
minha ajuda para investigar o fenômeno, e disse-me que, para isso, providenciaria uma
cópia da gravação. Solicitei-lhe que me fornecesse a gravação original, o que ele o fez
sem qualquer objeção.
Levei a fita cassete para a minha residência e, de logo, telefonei para João Alves
de Andrade, técnico em eletrônica e funcionário da TV Universitária Canal 11. Depois
de relatar-lhe o acontecido, Andrade asseverou-me que sabia do que se tratava e, horas
depois, chegava ao meu apartamento para examinar a fita. Antes, porém, explicou-me
que, seguramente, a fita, por ocasião da gravação, havia dobrado dentro do cassete.
Abriu, então, o cassete e, de imediato, encontrou o local onde a fita havia dobrado.
Colocamos o cassete no gravador e ouvimos a gravação até o fim. A fala de Pedro
Malta reapareceu na sua integridade e a voz misteriosa, falando um idioma
desconhecido, não mais se reproduziu. Devolvi o cassete a Guerra Barreto e expliqueilhe a causa do fenômeno, esclarecendo que, se ele tivesse me fornecido a cópia da
gravação e não o original, aquele “mistério” jamais seria resolvido.
O fantasma da Faculdade de Direito
O primeiro caso público investigado pelo Instituto foi o de uma pseudoaparição na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco em janeiro
de 1975 e amplamente noticiado pelo Jornal do Commercio e Diário de Pernambuco.
Em pouco mais de uma semana, Aécio Campello de Souza e eu descobriram que o
então chamado “fantasma da Faculdade” era Bertholdo Emydio de Santana Júnior,
uma pessoa com problemas mentais e que residia na rua Macaíba, 140, bairro do
Fundão, Recife. Embora tentássemos manter o caso em sigilo, para resguardar a
privacidade daquela pessoa, a reportagem do Diário de Pernambuco, no propósito de
dar um “furo” sensacionalista, entrevistou Bertholdo, como se aquele jornal fosse o
responsável pelo esclarecimento do mistério.
Um "poltergeist" que ficou famoso
Uma das pesquisas mais importante aconteceu em 1985, quando eu e minha
esposa, Selma da Rosa Borges, investigamos um “poltergeist”, que se manifestou, no
mês de dezembro, no apartamento nº 301, do Edifício Paris, à Av. Cruz Cabugá, bairro
de Santo Amaro, Recife. Durante alguns dias, garrafas vazias voavam pelo
apartamento, caíam na área externa o prédio, apavorando os seus moradores. Em
pânico, a família solicitou, sucessivamente, o auxílio de um padre, de um pastor, de
um médium espírita e de uma mãe de santo, os quais, apesar de seus esforços, não
conseguiram resolver o problema. O apartamento virou um verdadeiro pandemônio,
inclusive com a presença constante da imprensa, tentando filmar o fenômeno. As
emissoras de rádios e de televisão exploravam o assunto, como sempre de maneira
sensacionalista, aumentando, ainda mais, a aflição da família, atormentada ainda pelas
explicações sobrenaturalistas dos religiosos.
Convidado pela Dra. Léa Correia, então presidente do Sindicato dos Médicos de
Pernambuco, aceitei tratar do caso, atendendo a solicitação que lhe foi feita pela
família e, no dia seguinte, fui em companhia de Selma Rosa Borges, ao apartamento
“mal-assombrado” e, depois de examinarmos minuciosamente o local, entrevistamos
as Sra. Lúcia Jacelli e sua irmã, Antônia. Descobrimos, então, que o agente do
fenômeno era uma garota de 12 anos e que trabalhava como empregada doméstica no
referido apartamento. Enquanto falávamos com a garota, uma garrafa vazia voou da
cozinha do apartamento até a sala, espatifando-se de encontro a parede.
Em menos de uma semana, após as orientações dadas por mim e minha esposa
à família, a respeito do fenômeno, este desapareceu definitivamente. O caso ganhou
dimensão nacional pelo sensacionalismo da imprensa local, através dos jornais e
emissoras de rádio e de televisão.
Entusiasmadas pelo final feliz do “poltergeist”, Lúcia Jacelli e sua irmã
Antônia, moradoras do apartamento, resolveram, semanas depois, fazer um Curso
Básico de Parapsicologia no I.P.P.P.
O Jornal do Commercio, de 27 de dezembro de 1985, noticiou o fenômeno,
informando que o caso estava sendo investigado por um parapsicólogo, cujo nome a
Dra. Léa Correia não quis revelar, alegando que a pesquisa estava sendo sigilosa.
No dia seguinte, 28 de dezembro, O Diário de Pernambuco, entrevistou-me
sobre o assunto e, em de 5 de janeiro 1986, publicou extensa matéria sobre o
“poltergeist” do Edifício Paris.
O consagrado e falecido jornalista e escritor Nilo Pereira, membro da Academia
Pernambucana de Letras, na sua coluna “Notas Avulsas”, do Diário de Pernambuco,
de 29 de dezembro de 1985, em seu artigo “Assombração”, assim comentou
jocosamente o caso:
Noticiam os jornais que há assombrações num certo edifício, à avenida Cruz
Cabugá.
Vidros quebrados, garrafas pelo ar numa dança macabra, objetos jogados à
grande distância. Não faltou a bênção do apartamento, onde os fenômenos ocorrem.
Só havia uma solução: chamar um especialista para estudar o caso. O
especialista só podia ser o Walter da Rosa Borges cujo renome lhe é assegurado pelos
livros publicados e pela experiência no ramo.
Logo o Walter classifica o fenômeno como Psicocinésia. Que quer dizer isso? A
Psicocinésia Espontânea Recorrente – tal como chama o especialista – é precisamente
o que acontece no edifício Paris, centro de interesse científico de estudos ligados à
matéria.
Antigamente, isso era mais simples. Chamava-se assombração. Fechava-se a
casa mal assombrada. E ninguém ousava enfrentar fantasmas. Mas tudo mudou. Falar
em fantasmas é uma banalidade. É preciso que o fenômeno, à semelhança de certas
doenças, tenha um nome complicado.
Os fantasmas, desde Shakespeare com os seus castelos mal afamados, vinham
de fora. Hoje – pasme o leitor – estão lá dentro e são pessoas residentes no lugar da
assombração. Tal a conclusão a que chegou o Walter da Rosa Borges, cuja palavra
autorizada não pode ser contestada.
Que é uma garrafa estilhaçada? Uma vidraça feita em pedaços? Uma janela que
se abre numa ventania descompassada? Tu, leitor, não te espantes mais de nada. É
psicocinésico o espetáculo. Morou?
A partir de agora, caros amigos, quando ocorrer uma assombração na sua rua,
pergunte:
- Quem é o fantasma aqui? Apareça.
Pois que você está falando com ele ou com ela. É a pessoa que possui uma
força extraordinária, chamada telergia, e que, sem poder conter a propulsão, desanda
em coisas inverossímeis.
Está, portanto, tudo explicado. Mas, a mim, um ignorante de marca maior,
restaria uma pergunta: esse “fantasma”, que está provocando tal balbúrdia, sempre
morou nesse apartamento? Por que só agora rebenta em fúria incontrolável?
Meus amigos e meus inimigos: o ano está terminando. Vamos varrer de nossas
mentes todos os fantasmas.
Cada um de nós – ou quase todos – viveu já a sua visão ou abusão. Convém
apurar quem tem essa força (telergia) capaz de acionar uma casa toda, deixando-a em
polvorosa. Que horror, santo Deus!
O assunto ainda repercutiu por muito tempo na imprensa, tanto assim que a
revista Reclamo, hoje extinta, no seu número de janeiro de 1986 e o Jornal Bandepe, na
sua edição, nº 83, de maio de 1988, voltaram a me entrevistar sobre o assunto.
Outros fenômenos de "poltergeist"
“Poltergeist", de menor intensidade, foram por mim investigados, em
Camaragibe, na Faculdade de Odontologia de Pernambuco, em Olinda e nos bairros
de Águas Compridas, da Torre, do Arruda e do Barro. Todos eles produzidos por
crianças, a maioria do sexo masculino.
O Jornal do Commercio, nas edições de 29 e 30 de junho de 1989, noticiou um
aparente fenômeno de “poltergeist” na Rua Alameda das Hortênsias, bairro de Boa
Viagem, tendo Linésio Duarte, Delegado de Polícia daquele bairro, afirmado que se
tratava mesmo de um fenômeno paranormal e que, por conseguinte, deveria ser
investigado pelo I.P.P.P.
O I.P.P.P., porém, não constatou a autenticidade do fenômeno.
Em 1991 e 1992, pesquisei dois casos de “poltergeist”, cujos Agentes Psi eram
pessoas adultas.
O primeiro caso aconteceu, quando fui solicitado pela Casa de Saúde Rei
Magos, constituída por psicólogos e psiquiatras, para atender a uma paciente que
apresentava fenômenos de “poltergeist”. Após o atendimento feito no I.P.P.P., orientei
a psicóloga sobre o procedimento a ser adotado em relação ao fenômeno. Dias depois,
fui informado de que tudo havia voltado ao normal e a paciente recebera alta,
permanecendo, no entanto, em acompanhamento psicológico.
Dois meses após, convidado pela direção da Casa de Saúde Reis Magos,
pronunciei uma palestra sobre o atendimento parapsicológico em casos de
“poltergeist” para um auditório constituído de médicos, psicólogos, psiquiatras e
estudantes da área de saúde.
O segundo caso, um “poltergeist” de água, investigado por mim e Ronaldo
Dantas Lins Filgueira, ocorreu no bairro das Graças, no Recife, cujo Agente Psi era
L.S., uma conhecida escritora pernambucana, e que nos pediu preservar a sua
identidade no anonimato. Depois de orientada a respeito do fenômeno, não mais nos
procurou.
No ano de 1999, o I.P.P.P. investigou dois casos de "poltergeist": um, que ficou
a meu cargo e aconteceu na Av. João de Barros, bairro da Boa Vista, Recife, e outro,
em Beberibe, Olinda, pesquisado por José Renato Barros Silva, Diretor do
Departamento Científico e Isa Wanessa Rocha Lima, Diretora do Departamento
Pedagógico.
O Boletim Informativo AIPA, da Associación Ibero-Americana de
Parapsicología, em seu número de agosto/dezembro de 1999, noticiou essas pesquisas.
Atendimento em consultório
Desde 1974, o Instituto vem prestando atendimento gratuito a pessoas que
procuram seus serviços, alegando estar passando por experiências paranormais. Essa
atividade do Instituto, nos primeiros anos, principalmente quando estava sediado na
Rua da Concórdia, foi
intensa, porque muitas pessoas, ainda confundindo
Parapsicologia com Espiritismo, ali compareciam para "desenvolver" sua
mediunidade ou alegar problemas de "obsessão espiritual". Foi um período
trabalhoso, porém muito fértil, porque a equipe do Instituto teve a oportunidade de
realizar testes e pesquisas com os pretensos "médiuns" e "obsidiados".
Com o trabalho que foi feito de conscientização do público pernambucano a
respeito das diferenças entre Parapsicologia e Espiritismo, esse movimento caiu
bastante e, atualmente, o I.P.P.P. só é procurado por pessoas razoavelmente
informadas sobre questões parapsicológicas.
Pesquisas de campo
De 1978 a 1985, a equipe do I.P.P.P. realizou pesquisas públicas do fenômeno
paranormal no Recife, em hospitais e universidades. Foram entrevistados médicos e
enfermeiras, assim como estudantes universitários da Faculdade de Direito e da
Faculdade de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Pernambuco; da Escola
Politécnica, pertencente a Fundação do Ensino Superior de Pernambuco, hoje,
Universidade de Pernambuco; da Faculdade de Ciências Humanas de Olinda e da
Faculdade de Direito da Universidade Católica de Pernambuco.
Em 1978, foram realizadas oito (8) pesquisas, e as pessoas entrevistadas
responderam às seguintes perguntas:
Você já se viu “fora” de seu corpo?
Na primeira pesquisa, 41,15% dos entrevistados responderam sim; na segunda,
40,00%; na terceira, nenhum entrevistado passou por esta experiência; na quarta,
12,50%; na quinta, mais uma vez, ninguém respondeu afirmativamente; na sexta,
17,39%; na sétima, 7,41%; e, na oitava, 17,39%.
Você já viu alguma “aparição”?
Na primeira pesquisa, 35,30% responderam sim; na segunda, 33,34%; na terça,
28,57%; na quarta, 41,67%; na quinta, 33,33%; na sexta, 26,09%; na sétima, 25,93% e na
oitava, 26,39%
Você já viu, em sonho, um acontecimento que, depois, tornou-se realidade?
Na primeira pesquisa, 47,06% responderam sim; na segunda, 80,00%; na
terceira, 57,14%; na quarta, 70,83%; na quinta, 75,00%; na sexta, 52,17%; na sétima,
59,26% e na oitava, 52,17%.
Você já pressentiu o que se passava com uma pessoa de suas relações que, nessa
ocasião, encontrava-se ausente?
Na primeira pesquisa, 64,71% responderam sim; na segunda, 66,67%; na
terceira, 14,29%; na quarta, 62,50%; na quinta, 33,33%; na sexta, 30,43%; na sétima,
48,15% e na oitava, 30,43%
.
Você já viu acontecimento que, fisicamente, seria impossível vê-lo?
Na primeira pesquisa, 17,64% responderam sim; na segunda, 33,33%; na
terceira, ninguém passou pela experiência; na quarta, 37,50%; na quinta, 25,00%; na
sexta, 4,35%; na sétima, 3,70% e na oitava, 4,35%.
Você já passou por alguma experiência na qual se haja comportado, consciente ou
inconscientemente, como se fosse outra pessoa?
Na primeira pesquisa, 52,94% responderam sim; na segunda, 33,33%; na
terceira, 7,14%; na quarta, 33,33%; na quinta, 16,67%; na sexta, 26,09%; na sétima,
22,23% e na oitava, 26,09%.
Você já influiu sobre pessoas, animais, vegetais ou objetos como se possuísse uma
“força” inexplicável?
Na primeira pesquisa, 58,82% responderam sim; na segunda, 46,67%; na
terceira, 7,14%; na quarta, 50,00%; na quinta, 16,67%; na sexta, 16,04%; na sétima,
11,11% e na oitava, 13,04%.
Em 1979, foram realizadas duas (2) pesquisas e as respostas ao questionários
foram as seguintes:
Você já se viu “fora” de seu corpo?
Na primeira pesquisa, ninguém respondeu sim; na segunda, 18,60%
responderam sim.
Você já viu alguma “aparição”?
Na primeira pesquisa, 53,85% responderam sim; na segunda, 46,51%.
Você já viu, em sonho, um acontecimento que, depois, se tornou realidade?
Na primeira pesquisa, 61,54% responderam sim; na segunda, 65,12%.
Você já pressentiu o que se passava com uma pessoa de suas relações que, nessa
ocasião, se encontrava ausente?
Na primeira pesquisa, 38,46% responderam sim; na segunda, 51,16%.
Você já viu acontecimento que, fisicamente, seria impossível vê-lo?
Na primeira pesquisa, 7,69% responderam sim; na segunda, 27,58%.
Você já passou por alguma experiência na qual se haja comportado, consciente ou
inconscientemente, como se fosse outra pessoa?
Na primeira pesquisa, 38,46% responderam sim; na segunda, 39,53%.
Você já influiu sobre pessoas, animais, vegetais ou objetos como se possuísse uma
“força” inexplicável?
Na primeira pesquisa, 30,77% responderam sim; na segunda, 32,56%.
Em 1981, apenas uma pesquisa foi realizada e apresentou com as seguintes
respostas:
Você já se viu “fora” de seu corpo?
Sim: 24,49%.
Você já viu alguma “aparição”?
Sim: 32,65%.
Você já viu, em sonho, um acontecimento que, depois, tornou-se realidade?
Sim: 53,06%.
Você já pressentiu o que se passava com uma pessoa de suas relações que, nessa
ocasião, se encontrava ausente?
Sim: 51,02%.
Você já viu acontecimento que, fisicamente, seria impossível vê-lo?
Sim: 24,49%.
Você já passou por alguma experiência na qual se haja comportado, consciente ou
inconscientemente, como se fosse outra pessoa?
Sim: 28,57%.
Você já influiu sobre pessoas, animais, vegetais ou objetos como se possuísse uma
“força” inexplicável?
Sim: 48,98%.
Em 1982, também uma única pesquisa e as pessoas entrevistadas forneceram as
seguintes respostas:
Você já se viu “fora” de seu corpo?
Nenhum entrevistado passou por essa experiência.
Você já viu alguma “aparição”?
Sim: 53,85%.
Você já viu, em sonho, um acontecimento que, depois, tornou-se realidade?
Sim: 61,54%.
Você já pressentiu o que se passava com uma pessoa de suas relações que, nessa
ocasião, encontrava-se ausente?
Sim: 38,46%.
Você já viu acontecimento que, fisicamente, seria impossível vê-lo?
Sim: 27,69%.
Você já passou por alguma experiência na qual haja comportado, consciente ou
inconscientemente, como se fosse outra pessoa?
Sim: 38,46%.
Você já influiu sobre pessoas, animais, vegetais ou objetos, como se possuísse uma
"força" inexplicável?
Sim: 30,77%.
Em 1984, foi feita uma mudança no questionário com aumento do número de
indagações. As respostas desta única pesquisa forneceram os seguintes resultados:
Você é capaz de saber o que se passa com uma pessoa, sem que ela o diga ou mesmo
se ela se encontra ausente?
Sim: 29,55%.
Você é capaz de, em certas ocasiões, adivinhar o futuro?
Sim: 25,00%.
Você já teve sonhos que, depois, tornaram-se realidade?
Sim: 56,82%.
Você, ao menos uma vez, teve a impressão muito forte de que já viveu antes?
Sim: 56,82%.
Você, ao menos uma vez, já assumiu uma outra personalidade, como se fosse vítima
de uma “possessão”?
Sim: 4,00%.
Você já viu alguma “aparição”, seja de pessoa morta ou de uma pessoa viva e ausente?
Sim: 34,89%.
Você já se viu como se estivesse fora de seu corpo?
Sim: 29,55%.
Você é capaz de, psiquicamente, exercer uma “força” sobre pessoas, animais ou
plantas?
Sim: 25,00%.
Você é capaz de, psiquicamente, mover objetos?
Sim: 2,27%.
Você é capaz de psiquicamente entortar objetos ou fazer parar mecanismos ou, ainda,
pô-los a funcionar, quando se encontram quebrados?
Sim: 2,27%.
Em 1985, foi mantido o mesmo questionário do ano anterior e realizada uma
única pesquisa com as respostas seguintes:
Você é capaz de saber o que se passa com uma pessoa, sem que ela o diga ou mesmo
se ela se encontra ausente?
Sim: 40,00%
.
Você é capaz de, em certas ocasiões, adivinhar o futuro?
Sim: 31,43%.
Você já teve sonhos que, depois, tornaram-se realidade?
Sim: 60,00%.
Você, ao menos uma vez, teve a impressão muito forte de que já viveu antes?
Sim: 54,29%.
Você, ao menos uma vez, já assumiu uma outra personalidade, como se fosse vítima
de uma “possessão”?
Sim: 25,71%.
Você já viu alguma “aparição”, seja de pessoa morta ou de uma pessoa viva e ausente?
Sim: 54,29%.
Você já se viu como se estivesse fora de seu corpo?
Sim: 31,43%.
Você é capaz de, psiquicamente, exercer uma “força” sobre pessoas, animais ou
plantas?
Sim: 34,29%
.
Você é capaz de, psiquicamente, mover objetos?
Nenhum entrevistado passou por essa experiência.
Você é capaz de, psiquicamente, entortar objetos ou fazer parar mecanismos ou,
ainda, pô-los a funcionar, quando se encontram quebrados?
Sim: 5,71%.
Nos meses de abril e maio de 1993, Jalmir Freire Brelaz de Castro, então Diretor
do Departamento Científico do I.P.P.P., efetuou pesquisa sobre Experiências Fora do
Corpo com Estudantes Universitários no Brasil.
Foram entrevistados 250
universitários dos cursos de Letras e Psicologia da Universidade Católica de
Pernambuco e de Ciência da Computação da Universidade Federal de Pernambuco,
sendo constatado que 12,4% afirmaram já ter passado por esse tipo de experiências.
Desses 78,6% repetiram a experiência e 60% não a consideraram, existencialmente,
importante. Não houve diferenças significativas entre os alunos de ciências humanas
e de tecnologia. Os resultados desse trabalho foram publicados em 1996 e 1997, nos
seguintes fóruns: a) Primer Encuentro Iberoamericano de Parapsicologia -II Encontro
Psi, em Buenos Aires, Argentina, de 15 a 17 de novembro de 1996; b) 40a Convenção da
Parapsychological Association, realizada em conjunto com Sociedade de Pesquisas
Psíquicas de Londres, em Brighton, Inglaterra de 7 a 10 de agosto de 1997.
Em 1997, Jalmir Freire Brelaz de Castro, efetuou pesquisa sobre Crença na
Paranormalidade e os Fenômenos Psi com Estudantes Universitários no Brasil em 363
estudantes universitários dos cursos de ciências biológicas e ciências da computação.
Os resultados indicaram que 77% dos estudantes acreditavam na paranormalidade e
21% informaram que já passaram por experiências paranormais. Esses resultados
foram apresentados no I Congresso Internacional e Brasileiro de Parapsicologia,
realizado no Recife, de 31 de outubro a 02 de novembro de 1997.
O trabalho de pesquisa, realizado pelo I.P.P.P., repercutiu em outros setores de
Pernambuco.
Na Assembleia Legislativa de Pernambuco, foi aprovada a indicação no 3.801,
de 22 de março de 1990, do Deputado Geraldo Barbosa, no sentido de que seja feito um
apelo ao Governador Dr. Miguel Arraes de Alencar, para interceder junto à Secretaria
de Ciências e Tecnologia, a fim de garantir efetiva participação dos Parapsicólogos
Pesquisadores perante o Conselho Estadual de Ciências e Tecnologia e a Fundação de
Amparo à Ciência e Tecnologia.
Intercâmbio científico
Em abril de 1990, Bárbara Ivanova, em viagem pelo Brasil, veio ao Recife e, no
dia 11 de maio, visitou o I.P.P.P., onde realizou palestra. No dia 15 deste mês, por
iniciativa do Instituto, fez conferências na Universidade Católica de Pernambuco
(UNICAP), ocasião em que lhe fiz a entrega do diploma de Sócio Honorário do
Instituto.
As conferências de Barbara Ivanova (manhã e tarde) atraíram um numeroso
público que superlotou o auditório da Universidade Católica de Pernambuco. Algumas
pessoas, infelizmente, não puderam assistir às conferências pela impossibilidade de
acomodação física no local.
Na sede do I.P.P.P., à rua da Concórdia, da esquerda para a direita, Jalmir Freire Brelaz de Castro, Luiz
Carlos Oliveira Diniz, Ronaldo Dantas Lins Filgueira, Valter da Rosa Borges, Bárbara Ivanova e Ivo
Cyro Caruso.
Valter da Rosa Borges faz a entrega do diploma de sócio honorário do I.P.P.P. a Bárbara Ivanova, após a
sua palestra na Universidade Católica de Pernambuco
Bárbara Ivanova também fez parte da Banca Examinadora do I.P.P.P. que
aprovou com distinção as teses dos concluintes em Pós-Graduação em Parapsicologia,
apresentadas por Luciano Fonseca Lins e Terezinha Acioli Lins de Lima.
No dia 13 de novembro de 1990, no Hotel Casa Grande e Senzala, em Boa
Viagem, aconteceu o primeiro encontro de Stanley Krippner e membros do Institute of
Noetic Sciences com um grupo do I.P.P.P., constituído por Valter da Rosa Borges, Ivo
Cyro Caruso, Ronaldo Dantas Lins Filgueira, Luiz Carlos Diniz, Terezinha Acioli Lins,
Erivam Felix Vieira, Luiz César Leite, Selma Rosa Borges e Júlia Soares da Silva, para
troca de informações e experiências no campo da Parapsicologia. Neste encontro, fiz a
entrega a Stanley Krippner do diploma Sócio Honorário do I.P.P.P. pelos relevantes
serviços que ele vem prestando à Parapsicologia.
Reunião no Hotel Casa Grande e Senzala. Da esquerda para a direita, Luiz Carlos Diniz, Ronaldo
Dantas Lins Filgueira, Valter da Rosa Borges, Stanley Krippner, Joe Garcia, Ivo Cyro Caruso e Jalmir
Brelaz de Castro.
Desde esse memorável encontro, Stanley Krippner vem mantendo permanente
contato com o I.P.P.P. e, em várias oportunidades tem ressaltado a importância dos
trabalhos realizados pelos parapsicólogos pernambucanos na investigação dos
fenômenos paranormais.
No dia 18 de fevereiro de 1991, eu, Ivo Cyro Caruso e Ronaldo Dantas Lins
Filgueira voltamos a nos reunir com Stanley Krippner e um outro grupo do Institute of
Noetic Sciences, no Hotel Casa Grande e Senzala, em Boa Viagem, para dar
continuidade ao intercâmbio de idéias e experiências no campo da investigação
parapsicológica.
Valter da Rosa Borges (à esquerda) entrega o diploma de Sócio Honorário do I.P.P.P. a Stanley
Krippner. À esquerda de Krippner, Joe Garcia e Ivo Cyro Caruso.
Sob o título Técnico dos EUA vê no Recife alto nível em pesquisa paranormal, o
Diário de Pernambuco, de domingo, 10 de março de 1991, na sua coluna Ciência &
Tecnologia, publicou o seguinte artigo:
“Nas suas duas visitas ao Brasil (novembro de 1990 e fevereiro de 1991), o
pesquisador Stanley Krippner, um dos mais famosos parapsicólogos do mundo,
manteve contatos com os parapsicólogos brasileiros e instituições congêneres para o
início de intercâmbio científico no campo das investigações da paranormalidade.
Liderando uma equipe do Institute of Noetic Sciences, da Califórnia, fundado e
dirigido pelo astronauta Edgar D. Mitchell, Krippner visitou as cidades de Manaus,
Belém, Brasília, Curitiba, Rio de Janeiro, São Paulo e Recife, tomando conhecimento
das atividades da Associação Brasileira de Parapsicologia - ABRAP -, da Federação
Brasileira de Parapsicologia - FEBRAP -, do Instituto Brasileiro de Pesquisas
Psicobiofísicas - I.B.P.P. -, do Instituto de Parapsicologia do Rio de Janeiro - I.P.R.J. -,
e do Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas - I.P.P.P. - e permutando
informações e experiências com os parapsicólogos Mário Amaral Machado, Geraldo
dos Santos Sarti, Hernani Guimarães Andrade, Valter da Rosa Borges, Ivo Cyro
Caruso, Ronaldo Dantas, entre outros
Stanley Krippner, em carta aberta aos interessados na pesquisa paranormal,
manifestou o seu entusiasmo pelo desenvolvimento da Parapsicologia no Brasil, cujo
plano de organização, em sentido federativo sem imposição centralizadora, não
encontra similar em qualquer outro país do mundo. Elogiou as investigações e os
trabalhos teóricos dos parapsicólogos brasileiros, considerando-os do “mais alto
nível”, porém lamentando que inexistem revistas especializadas e recursos financeiros
para respaldar as atividades científicas no campo da paranormalidade brasileira.
No Recife, Krippner manteve dois importantes encontros com a equipe do
I.P.P.P., liderada por Valter da Rosa Borges e Ivo Cyro Caruso e se disse bastante
impressionado com o alto nível das atividades científicas da instituição. Especialmente
se interessou pelo modelo teórico desenvolvido pelo I.P.P.P. e pela técnica adotada nas
investigações dos fenômenos de “poltergeist”. E ficou surpreso ao tomar
conhecimento de que a Constituição do Estado de Pernambuco reconheceu que a
pessoa dotada de aptidões paranormais tem o direito de receber assistência social do
Estado e dos Municípios, o que se constitui fato inédito nas legislações de outros
países.
O pesquisador lamentou que o I.P.P.P. não disponha dos recursos necessários
para as suas investigações científicas e se prontificou a prestar ajuda à instituição,
mediante um intercâmbio de informações e publicações, solicitando que os
parapsicólogos Valter da Rosa Borges e Ivo Cyro Caruso enviassem seus trabalhos em
inglês para publicação em revistas internacionais de Parapsicologia. Para Krippner, a
Parapsicologia em Pernambuco, graças a equipe do I.P.P.P., alcançou um alto nível de
competência científica, merecendo, portanto, ser conhecida no Exterior,
principalmente nos países mais avançados da pesquisa da paranormalidade. Não há
dúvida, disse ele, que o Brasil oferece amplas oportunidades para a investigação
parapsicológica. Resta somente que sejam obtidos os recursos financeiros para as
instituições de Parapsicologia e elas, por certo, cumprirão, com competência, o seu
papel.”
No dia 22 de fevereiro de 1993, eu, Ivo Cyro Caruso, Ronaldo Dantas Lins
Filgueira e Terezinha Acioli Lins de Lima reunimo-nos, mais uma vez, com Stanley
Krippner e membros do Institute of Noetic Sciences, no Hotel Casa Grande e Senzala,
em Boa Viagem, consolidando, em definitivo, a nossa proposta de intercâmbio
científico.
Em 18 de março de 1998, mediante e-mail que me foi dirigido, Krippner propôs
a realização de uma pesquisa conjunta com os paranormais Jacques Andrade e "Pai
Eli", ficando acertado o início da investigação para o período de 15 a l8 de abril de
1999. Ele informou que, para esta pesquisa, viria acompanhado pelo Dr. Ian
Wickramasekera, Presidente da Association for Applied Psychophysiology and
Biofeedback, e a esposa deste.
Krippner enfatizou que essa pesquisa poderá tornar famosos os paranormais
"Pai Eli" e Jacques Andrade. E esclareceu que o equipamento a ser utilizado é muito
novo e, por isto, acredita que essa experiência poderá ser histórica.
Krippner remeteu para o I.P.P.P. um documento de concordância de pesquisa
para ser assinado pelos dois paranormais, para a garantia de seus direitos e, uma vez
cumprida esta formalidade, a documentação lhe foi devolvida.
Na manhã de 17 de abril, no apartamento de Ian Wickramasekera, no Mar
Hotel, foram realizados os experimentos programados com "Pai Eli" e Jacques
Andrade, cujos resultados positivos surpreenderam os pesquisadores norteamericanos, pelo inusitado processo dissociativo apresentado pelos dois Agentes Psi
em seu estado alterado de consciência.
Simpósios e Congressos de Parapsicologia
Antes de realizar, sistematicamente, seus Simpósios e Congressos, o I.P.P.P.
promoveu, em julho de 1974, o I Curso de Estudos Paranormais e, em setembro, o I
Seminário de Espiritismo e Parapsicologia.
De janeiro e fevereiro de 1975, foi a vez dos Seminários Permanentes de
Parapsicologia, que aconteciam no último sábado de cada mês, no auditório do Centro
de Saúde Lessa de Andrade.
O ano de 1983 marcou o início dos Simpósios Pernambucanos de
Parapsicologia, um arrojado empreendimento sem similar no Brasil. Nos Estados
Unidos, a Parapsychological Association também realiza, anualmente, as suas famosas
Convenções, das quais participam parapsicólogos dos mais diversos países.
Nos seus vinte e sete anos de existência, o I.P.P.P. realizou dezessete (17)
Simpósios Pernambucanos de Parapsicologia (de 1983 a 1999), o I Congresso
Nordestino de Parapsicologia (1985), o V Congresso Brasileiro de Parapsicologia e
Psicotrônica (1986) e o I Congresso Internacional e Brasileiro de Parapsicologia (1997).
Em abril de 1999, conjuntamente com a recém-fundada Sociedade Internacional
de Transcendentologia, o I.P.P.P. promoveu o I Seminário Internacional de Pesquisas
Psíquicas e Transcendentais. Neste Seminário, Stanley Krippner e Ian
Wickramasekera e sua esposa Judy realizaram, em dos apartamentos do Mar Hotel,
testes com Jacques Andrade e "Pai Eli", utilizando, pela primeira vez no Brasil, um
instrumental tecnológico, extremamente versátil, para medir parâmetros orgânicos dos
paranormais em estado de vigília e em estado alterado de consciência. Os resultados
dos testes ultrapassaram a expectativa daqueles pesquisadores que foram assessorados
por Valter da Rosa Borges, José Fernando Pereira da Silva, Jalmir Brelaz de Castro e
Pacífico Silva de Andrade, o qual filmou todo o experimento.
Cinco dos Simpósios Pernambucanos de Parapsicologia (1983, 1984, 1985, 1987 e
1989) foram realizados na Universidade Católica de Pernambuco - UNICAP - e
também com o seu apoio.
O I Simpósio Pernambucano de Parapsicologia foi aberto pelo reitor da
UNICAP, Pe. Antônio Geraldo Amaral Rosas, o qual fez a saudação aos participantes.
Além das conferências, foram realizados testes com o público e vivências paranormais
com o "Irmão Macedo" e "Eli".
Da esquerda para a direita, Maria Júlia Perez, Reitor Pe. Amaral Rosas, Valter da Rosa Borges e Geraldo
Fonseca Lima, por ocasião do I Simpósio Pernambucano de Parapsicologia, realizado na Universidade
Católica de Pernambuco.
O Diário de Pernambuco, de 27 de novembro de 1983, o Informativo UNICAP,
da Universidade Católica de Pernambuco, de 28 de novembro de 1983 e A Folha
Espírita, de São Paulo, de janeiro de 1984, deram destaque ao evento.
No II Simpósio, o Pe. Antônio Geraldo Amaral Rosas, prestigiou mais uma vez
o evento e, não podendo comparecer pessoalmente, enviou representante oficial.
Também esteve presente à sessão solene de abertura o Reitor da Universidade
Federal Rural de Pernambuco, Waldecy Fernandes Pinto, hoje Presidente da Academia
Pernambucana de Ciências.
Deste Simpósio também participou J. Vasconcelos Sobrinho, ecologista
pernambucano de fama internacional e também um dos fundadores do I.P.P.P.,
fazendo palestra sobre um dos assuntos que mais o preocupava: o problema da morte e
a da sobrevivência post mortem do homem. Um dos seus últimos livros, "A Arte de
Morrer", foi publicado pela Editora Vozes em 1984.
Ney Prieto Peres, do Instituto Brasileiro de Pesquisas Psicobiofísicas - I.B.P.P.
- e sua esposa Maria Júlia P. M. P. Peres, da Associação Médico-Espírita de São Paulo
- AMESP - também participaram do evento.
Palestra de J. Vasconcelos Sobrinho. Ao seu lado, da esquerda para a direita, João Beltrão Neto e Valter
da Rosa Borges
O III Simpósio Pernambucano de Parapsicologia foi realizado na UNICAP,
conjuntamente com I Congresso Nordestino de Parapsicologia.
A nota de destaque do Congresso foi a apresentação de um novo Modelo para a
Parapsicologia, inaugurando a Escola Pernambucana de Parapsicologia e que
culminou com a publicação do livro Parapsicologia: um Novo Modelo (e outras Teses)
de Valter da Rosa Borges e Ivo Cyro Caruso, cujo lançamento ocorreu em 1986.
Mais uma vez o I.P.P.P. contou com a participação de Ney Prieto Peres e de
Maria Júlia P. M. Prieto Peres, a qual iniciava pesquisa em terapias de vidas passadas,
baseada no método de Morris Netherton.
O Diário de Pernambuco, de 6 de outubro de 1975, noticiou o Simpósio e, na
sua edição de 13 de outubro de 1975, publicou extensa matéria sobre o mesmo, tendo
também mencionado a demonstração que Mônica Alecrim faria de sua aptidão
paranormal naquele acontecimento parapsicológico, como, de fato aconteceu. Mônica
(hoje psicóloga e parapsicóloga) vinha sendo pesquisada pelo I.P.P.P. e seu
desempenho em telepatia impressionou as pessoas que participaram da experiência.
Ivo Cyro Caruso e José Renato Barros Silva fizeram apresentação e
demonstração ao público de alguns dos instrumentos de pesquisa montados no
próprio I.P.P.P.
Logo após o Simpósio, em reunião no I.P.P.P., eu e Ivo Cyro Caruso
confirmamos o nosso apoio ao recém-criado Instituto Alagoano de Pesquisas
Psicobiofísicas - I.A.P.P., representado por Ricardo José dos Santos, que também
participara do evento. Infelizmente, o I.A.P.P. só durou alguns poucos meses.
Valter da Rosa Borges e Ivo Cyro Caruso, na sede do I.P.P.P., na rua da Concórdia, em reunião com o
grupo fundador do Instituto Alagoano de Pesquisas Psicobiofísicas.
Os primeiros Simpósios realizados na Universidade Católica de Pernambuco e
com o seu apoio sempre contaram com um público numeroso. Os temas abordados
visavam principalmente o esclarecimento do público leigo a respeito da fenomenologia
paranormal e da posição da Parapsicologia, como ciência, e suas relações com as
outras áreas científicas e a religião. Como na época eu era professor de Direito Civil da
referida Universidade, sempre consegui todo o apoio da Reitoria para a realização
daqueles eventos, sem quaisquer ônus financeiros e ampla divulgação no campus
universitário.
Palestra do Reitor Pe. Theodore Peters. Ao seu lado, da esquerda para a direita, Ney Prieto Peres, Valter
da Rosa Borges, Ivo Cyro Caruso e Aderbal Pacheco.
O V Simpósio Pernambucano de Parapsicologia, realizado na UNICAP, contou
com a participação do seu novo Reitor, Pe. Theodore Peters, parapsicólogo e membro
do Centro Latino-Americano de Parapsicologia - CLAP - e de Ney Prieto Peres,
representando o Instituto Brasileiro de Pesquisas Psicobiofísicas - I.B.P.P.
O VI Simpósio contou com a participação dos paranormais "Irmão Macedo" e
"Eli", além dos conferencistas oficiais.
O VII Simpósio, o último realizado na UNICAP, foi um dos mais divulgados
pela imprensa local e teve a participação de dois parapsicólogos de outros Estados: Pe.
Oscar Gonzalez Quevedo, (SP) representante da CLAP, e Geraldo dos Santos Sarti,
(RJ) representante da Associação Brasileira de Parapsicologia (ABRAP). Estes
parapsicólogos integraram a Banca Examinadora, constituída por Valter da Rosa
Borges, Ivo Cyro Caruso e Ronaldo Dantas Lins Filgueira, que examinou e aprovou
com distinção as teses apresentadas por Jalmir Freire Brelaz de Castro e Luiz Carlos de
Oliveira Diniz, alunos da primeira turma de Pós-Graduação em Parapsicologia,
ministrado pelo I.P.P.P.
O jornal Psi Fatos, do Rio de Janeiro, na sua edição de novembro, deu destaque
ao Simpósio e à defesa de tese de Jalmir Brelaz de Castro e Luiz Carlos Diniz
Nesse Simpósio, Ronaldo Dantas apresentou uma proposta crítica aos símbolos
das cartas Zener, à luz da topologia, na qual recomenda a substituição das figuras do
quadrado e da estrela pelas de interrogação e de infinito.
O Diário de Pernambuco, de 17 de setembro de 1989, publicou uma entrevista
com Geraldo Sarti, Presidente da Associação Brasileira de Parapsicologia (ABRAP)
sobre a sua participação no VII Simpósio Pernambucano de Parapsicologia.
E no dia 20 de setembro, o Jornal do Commercio anunciou a participação do
Padre Oscar Quevedo no VII Simpósio Pernambucano de Parapsicologia.
Novamente o Diário de Pernambuco, de 24 e 30 de setembro e de 1º de outubro
de 1989, divulgou ampla matéria sobre o Simpósio.
O Jornal do Commercio, de 26 de setembro publicou nova matéria sobre o
evento e, no dia 30 do mesmo mês, fez uma entrevista comigo e com o Pe. Oscar
Quevedo sobre Parapsicologia e nossas participações no Simpósio.
No dia 29 de setembro, das 19 às 20 horas, na TV Universitária Canal 11,
apresentou um debate sobre fenômenos paranormais do qual participaram Valter da
Rosa Borges, Pe. Oscar Gonzalez Quevedo e Geraldo dos Santos Sarti.
O VIII Simpósio Pernambucano de Parapsicologia, planejado por Ivo Cyro
Caruso, foi, na verdade, o evento mais bem organizado que o I.P.P.P. já realizou.
Banca Examinadora e alunos aprovados. Da esquerda para a direita: Ivo Cyro Caruso, Geraldo dos
Santos Sarti, Ronaldo Dantas Lins Filgueira, Pe. Oscar Quevedo, Luiz Carlos Oliveira Diniz, Valter da
Rosa Borges e Jalmir Freire Brelaz de Castro.
O Diário de Pernambuco, no dia 9 de setembro, me entrevistou sobre o
Simpósio. No dia 23 do mesmo mês, publicou matéria sobre o evento e, no dia 29, deu
destaque ao debate sobre o problema da sobrevivência “post mortem”.
No dia 21 de setembro, o jornalista João Lyra Neto publicou, no Diário de
Pernambuco, um artigo intitulado As Pesquisas Psicobiofísicas e o Mundo Moderno,
declarando que o referido artigo “tem o objetivo, como matéria jornalística, de
contribuir para o êxito do VIII Simpósio Pernambucano de Parapsicologia,
enaltecendo a pessoa do prof. Valter da Rosa Borges, seu organizador e presidente do
IPPP”.
O IX Simpósio teve como tema definir as diferenças entre a Parapsicologia e o
Espiritismo na abordagem dos fenômenos paranormais e contou com a participação
de Severino Barbosa, representante da Federação Espírita Pernambucana. Era uma
clara demonstração de que o “caso Edson Queiroz” estava, definitivamente,
encerrado.
O XI Simpósio contou com a participação dos paranormais “Pai Eli” e “Irmão
Macedo”. O Diário de Pernambuco, de 19 de novembro desse ano, noticiou o evento,
destacando a presença daqueles paranormais.
O XII Simpósio, que discutiu a paranormalidade de Chico Xavier, "Arigó",
Thomas Green Morton e "Peixotinho", contou com a apresentação do psicopictógrafo
Jacques Andrade.
O XIII SPP foi considerado um dos melhores e nele se fez o lançamento dos
primeiros Anais do I.P.P.P. O evento contou com a participação dos parapsicólogos
Geraldo dos Santos Sarti e J. J. Horta Santos (Rio de Janeiro) e Wellington Zangari e
Fátima Regina Machado (São Paulo), como também do psicopictógrafo Jacques
Andrade, que realizou uma demonstração pública de seu talento paranormal,
produzindo, em curto espaço de tempo, mais de uma dezena de quadros.
Participantes do XIII SPP. Sentados, da esquerda para a direita, Rosa Maria Bezerra, Márcia da Rosa
Borges, Ronaldo Dantas Lins Filgueira, Terezinha Acioli Lins e Isa Wanessa Rocha Lima. Em pé, da
esquerda para a direita, Fátima Machado, Wellington Zangari, Maria da Salete Rego Barros de Melo,
Selma da Rosa Borges, Valter da Rosa Borges, Geraldo dos Santos Sarti, Jalmir Brelaz de Castro, J.J.
Horta Santos, Erivam Félix Vieira, Silvino Alves da Silva Neto e José Roberto de Melo.
Na abertura, fiz a entrega ao Deputado Estadual Geraldo Barbosa do diploma
de sócio benemérito pelos relevantes serviços prestados ao Instituto e às atividades
parapsicológicas em Pernambuco.
Os XIV, XV, XVI e XVII Simpósios Pernambucanos de Parapsicologia foram
realizados somente com a participação dos parapsicólogos do I.P.P.P.
À mesa: da esquerda para a direita: Geraldo Sarti, Mário Amaral Machado, Valter da Rosa Borges
(fazendo a abertura do Congresso), Arnaldo Assunção, representando o Governo do Estado de
Pernambuco, Mário Gil Rodrigues, Presidente do Clube Internacional do Recife e Ivo Cyro Caruso.
V Congresso Brasileiro de Parapsicologia e Psicotrônica
O V Congresso Brasileiro de Parapsicologia e Psicotrônica, convocado pela
Federação Brasileira de Parapsicologia (FEBRAP) e pela Associação Brasileira de
Parapsicologia (ABRAP), foi realizado pelo Instituto Pernambucano de Pesquisas
Psicobiofísicas (I.P.P.P.) e pelo Conselho Regional de Parapsicologia (CONREP) da
7a Região. Constituiu um sucesso
retumbante, atraindo um público de
mais de 800 pessoas para o Clube
Internacional do Recife, onde ele se
realizou. O evento contou com a
participação de Waldo Vieira, do
Centro de Consciência Contínua, Rio
de Janeiro, José Mendonça Teixeira,
do
recém-fundado
Instituto
Alagoano
de
Pesquisas
Psicobiofísicas, Maria Júlia M. Prieto Peres, da Associação Médico-Espírita de São
Paulo, Ney Prieto Peres do Instituto Brasileiro de Pesquisas Psicobiofísicas, São
Paulo, Antônio Jorge Thor, do Instituto Paraense de Parapsicologia, Neyda Nerbas
Ulisséa, do Instituto Nacional de Pesquisas Psicobiofísicas, Paraná, Octávio
Melchiades Ulisséa, da Faculdade de Ciências Bio-Psíquicas do Paraná, Glória Lintz
Machado, do Instituto de Parapsicologia do Rio de Janeiro, Mário Amaral Machado,
Presidente da Federação Brasileira de Parapsicologia (FEBRAP), Rio de Janeiro,
Geraldo dos Santos Sarti, Presidente da Associação Brasileira de Parapsicologia
(ABRAP), Rio de Janeiro, Valter da Rosa Borges e Ivo Cyro Caruso, do Instituto
Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas.
A Secretaria do Congresso ficou a cargo da Fundação Joaquim Nabuco.
Em oficio de 3 de abril de 1986, confirmando a convocação e realização do V
Congresso Brasileiro de Parapsicologia e Psicotrônica no Recife, os Presidentes da
Federação Brasileira de Parapsicologia (FEBRAP) e da Associação Brasileira de
Parapsicologia (ABRAP), respectivamente Mário Amaral Machado e Geraldo dos
Santos Sarti assim se expressaram:
"FEBRAP e ABRAP consideram altamente significativa a efetivação do V
Congresso Brasileiro de Parapsicologia e Psicotrônica nessa progressista cidade do
Nordeste, na qual as atividades de pesquisa e estudos parapsicológicos assumiram
destacada posição em nosso país e justificam plenamente a aprovação da ideia.
A imprensa deu extraordinária cobertura ao Congresso.
O Diário de Pernambuco, na sua edição de 12 de agosto de 1986, entrevistou-me
sobre o V Congresso Brasileiro de Parapsicologia e Psicotrônica, o primeiro
acontecimento deste porte realizado em Pernambuco com a participação dos mais
conhecidos parapsicólogos brasileiros de Pernambuco, do Rio de Janeiro, São Paulo,
Paraná, Pará e Alagoas e, no dia 6 de outubro, voltou a noticiar o evento.
Por ter colaborado decisivamente para o êxito do Congresso, inclusive com a
cessão gratuita do Clube Internacional do Recife, o seu Presidente Mário Gil
Rodrigues, prestigiado advogado recifense, recebeu o diploma de sócio benemérito do
I.P.P.P., que lhe foi por mim entregue durante o evento. Apoiaram também o
Congresso a Academia Pernambucana de Ciências, a Academia Pernambucana de
Medicina, a Sociedade de Escritores Médicos - Regional de Pernambuco, a Academia
de Letras de Pernambuco, a Academia de Letras e Artes do Nordeste Brasileiro, a
União Brasileira de Escritores - Seção de Pernambuco, a Fundação do Patrimônio
Histórico e Artístico de Pernambuco - FUNDARPE, a Fundação do Ensino Superior
de Olinda - FUNESO e as Secretaria de Educação e de Ação Social de Pernambuco.
A repercussão do Congresso motivou a imprensa local a realizar entrevistas com
alguns dos conferencistas no dia do encerramento. Assim, no dia 5 de outubro, o Jornal
do Commercio me entrevistou sobre o retumbante êxito do evento, que começava a
projetar o Estado de Pernambuco como um dos polos mais importantes da
Parapsicologia brasileira e o Diário de Pernambuco (edições de 5 e 6 de outubro)
apresentou as entrevistas de Maria Júlia Prieto Peres, de São Paulo, Mário Amaral
Machado e Waldo Viera, do Rio de Janeiro, sobre suas conferências, e reconheceu o
grande interesse pela Parapsicologia no Recife.
O Jornal Espírita, na sua edição de setembro de 1986, após noticiar o
acontecimento, em artigo intitulado “Parapsicologia e Psicotrônica: um Congresso em
Recife, sem Edson Queiroz”, assim se expressou, de maneira tendenciosa, sobre o
assunto:
“Só se tem a lamentar, mesmo, é que estando esse congresso e seus
participantes (teoricamente autoridades no assunto) na terra do médium dr. Édson
Cavalcanti de Queiroz, não se tenham disposto a estudar o fenômeno que ele é, numa
atitude de total preconceito e avaliação preconcebida, o que, aliás, é bastante anticientífico...”
Era um reflexo da desinformação da imprensa espírita sulista sobre a
malograda pesquisa com o médium Edson Queiroz, cujo "Espírito", cognominado
"Dr. Fritz", não quis submeter-se às exigências da metodologia científica apresentada
pelo I.P.P.P.
A revista PSI-UFO dedicou todo o seu primeiro número, editado em fevereiro
de 1987, ao V Congresso Brasileiro de Parapsicologia e Psicotrônica, publicando os
trabalhos de Valter da Rosa Borges, Ivo Cyro Caruso, Mário Amaral Machado, Glória
Lintz e Waldo Vieira.
A realização do Congresso também teve repercussão na Assembleia Legislativa
de Pernambuco, como se vê do Requerimento no 3.152, da Deputada Estadual Leila
Abreu:
“Requeremos à Mesa, preenchidas as formalidades legais, depois de ouvido o
plenário, seja transcrito para os Anais desta Casa, o Programa e os Trabalhos
apresentados no V Congresso Brasileiro de Parapsicologia e Psicotrônica e com o IV
Simpósio Pernambucano de Parapsicologia, a ter lugar no Recife, no período de 3 a 5
de outubro de 1986, no Clube Internacional do Recife.
Senhor Presidente,
Srs. Deputados.
JUSTIFICATIVA
A realização do V Congresso Brasileiro de Parapsicologia e Psicotrônica e do
IV Simpósio Pernambucano de Parapsicologia, no Recife representa um fato científico
importante para Pernambuco. É pela primeira vez que se realiza um encontro deste
porte, no Nordeste e o que acreditamos nos resultados se constituir num marco
histórico e científico para Pernambuco cuja iniciativa e realização do I.P.P.P - Instituto
Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas.
Desde sua fundação o Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas,
sociedade científica e cultural, declarado de Utilidade Pública Estadual, Decreto-Lei no
9714 de 04.10.85 e pela Lei Municipal no 14840 de 14.01.86, vem promovendo cursos de
parapsicologia tanto é que, o Instituto já promoveu em Recife três Simpósios de
Parapsicologia e um Congresso Nordestino de Parapsicologia isto sem falar nas
oportunidades em que a Diretoria do IPPP representou a entidade e Pernambuco nos
Congressos Nacionais em todos os Estados do Brasil.
Pensamos, pois, ser justo que registremos nesta Casa, a realização do V
Congresso Brasileiro de Parapsicologia e Psicotrônica e o IV Simpósio Pernambucano
de Parapsicologia através do IPPP para que fique assinalado este momento de ação
perante a sociedade pernambucana pelo papel relevante que vem desempenhando no
trato dos problemas nas aplicações práticas da parapsicologia seguindo uma visão
científica cultural e democrática e progressista da nossa região e nosso Estado.”
Comissão Organizadora e Coordenadora do V Congresso
Prof. Dr. Valter da Rosa Borges - Dr. Ivo Cyro Caruso - Dra. Selma Rosa Borges
- Prof. Ronaldo Dantas Lins - Profa. Maria do Carmo Andrade - Dr. Maurício Tavares
Jácome - Prof. Maury Ribeiro Silva - Deputada Leila Abreu.
Certos de que o êxito deste Congresso e deste acontecimento científico e
cultural projetará Pernambuco num passo decisivo para o desenvolvimento da
Parapsicologia, não apenas em Pernambuco, mas em todo o Brasil o nome de
Pernambuco ficará decisivo no cenário das pesquisas parapsicológica no Brasil.
Da decisão desta Casa dê-se ciência a:
Conselho Regional de Parapsicologia - Pres. Dr. Valter da Rosa Borges - Rua da
Concórdia, 372 s/46 e 47 - Boa Vista - Instituto Pernambucano de Pesquisas
Psicobiofísicas - Mesmo endereço do Conselho.
Sala das Reuniões, em 16 de setembro de 1986.
a) Leila Abreu.
À publicação.
Observação: Há dois equívocos no requerimento:
a) a Deputada Leila Abreu, por sua conta e risco se colocou como integrante da
Comissão Organizadora do Congresso;
b) o trecho da rua da Concórdia onde era a sede do I.P.P.P. pertence ao bairro de
São José.
A Câmara Municipal do Recife também se pronunciou sobre o Congresso,
enviando ao Presidente do I.P.P.P. seguinte ofício:
Of. No 5284
Recife, 5 de dezembro de 1986
Prezado Senhor:
Cumpre-nos o dever de comunicar que esta Câmara Municipal aprovou o
Requerimento no 1976/86, de autoria do Vereador Murilo Mendonça, subscrito pelo
Vereador Paulo Fernando Immish, para que conste na Ata dos nossos Trabalhos
Legislativos um voto de congratulações pelo êxito do V Congresso Brasileiro de
Parapsicologia e Psicotrônica e IV Simpósio Pernambucano de Parapsicologia que
aconteceram nos dias 3, 4 e 5 de outubro do corrente, no Clube Internacional do
Recife, promovido pelo Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas - IPPP.
Servimo-nos do ensejo para apresentar a V.Sa. os nossos protestos de
consideração e apreço.
Vereador Edson de Oliveira
1o. Secretário em exercício
A Câmara Municipal do Recife, atenta à importância do evento, aprovou o
Requerimento no 1.967/86, do Vereador Murilo Mendonça, mandando inserir, na Ata
dos Trabalhos Legislativos, voto de congratulações pelo êxito do V Congresso
Brasileiro de Parapsicologia e Psicotrônica e IV Simpósio Pernambucano de
Parapsicologia, realizados no Recife pelo I.P.P.P.
Por ocasião do Congresso foi instalado, oficialmente, o Conselho Regional de
Parapsicologia (CONREP) - 7a. Região.
I Congresso Internacional e Brasileiro de Parapsicologia
O I Congresso Internacional e Brasileiro de Parapsicologia se realizou no Mar
Hotel, em Boa Viagem, de 31 de outubro a 2 de novembro de 1997 e foi a mais ousada e
bem sucedida façanha do I.P.P.P. em toda a sua história.
Apesar dos altos custos do evento, o Instituto recebeu várias formas de ajuda
não só financeira como promocional, oriundas da FUNDARPE, graças ao empenho
do seu então presidente, escritor Raimundo Carrero; da Prefeitura Municipal do
Recife, pelo apoio do seu Prefeito, Dr. Roberto Magalhães, do Diário de Pernambuco,
Jornal do Commercio e Rede Tribuna, Canal 4, pela divulgação gratuita do Congresso,
além de doações de algumas pequenas empresas pernambucanas. O SEBRAE
também colaborou com o evento através da impressão de material de propaganda.
O Congresso contou com a presença de parapsicólogos do Brasil (Pernambuco,
São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Paraná e Santa Catarina), Argentina, Portugal,
Rússia e Estados Unidos da América do Norte. Participaram como conferencistas
Edwin C. May, Presidente da Parapsychological Association, John A. Palmer, editor do
Journal of Parapsychology, Stanley Krippner, Alejandro Parra, Diretor da Revista
Argentina de Psicologia Paranormal, Carlos Bautista, Argentina, Andrei G. Lee,
Presidente do Fundo de Parapsicologia Leonid L. Vasiliev, em Moscou, e Maria Luísa
de Albuquerque, Diretora do Centro Latino-Americano de Parapsicologia de Portugal,
João Carlos Pereira, Portugal, Valter da Rosa Borges, Ivo Cyro Caruso, Silvino Alves,
Isa Wanessa Rocha Lima, Jalmir Brelaz de Castro, Ronaldo Dantas Lins Filgueira,
Fernando Antônio Lins e Terezinha Acioli Lins de Lima, do Instituto Pernambucano
de Pesquisas Psicobiofísicas, Geraldo dos Santos Sarti e J.J. Horta Santos, Rio de
Janeiro, Carlos Alberto Tinoco, representado pela sua equipe da Faculdade de Ciências
Bio-Psíquicas do Paraná, Vera Lúcia Barrionuevo, Paraná, representada por Fátima
Machado, Maria do Carmo Pagan Forti, Wellington Zangari e Fátima Machado, São
Paulo, e Joston Miguel Silva, da Universidade de Brasília. Das mesas redondas
participaram, além dos conferencistas, Lígia Gomes Monteiro, Guaracy Lyra da
Fonseca Luciano Fonsêca Lins, José Eldon Barros de Alencar, José Fernando Pereira
da Silva Maria Idalina Umbelino Erivam Félix Vieira, George Jimenez, e Evaldo
Pereira, do Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas, João Carlos Tinoco,
Paraná, Antônio Joaquim Ferreira de Andrade, Ilsete Heiderscheidt e Aymara Gentil
Pena; Santa Catarina, e Donadrian Rice (EUA).
Valter da Rosa Borges discursa na abertura do I Congresso Internacional e Brasileiro de Parapsicologia.
À mesa, da esquerda para a direita, Adélia Oliveira Monteiro da Cruz, do Departamento de Morfologia
da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Deputado Estadual Geraldo Barbosa, Roberto Pereira,
representante do Vice-Presidente da República, Marco Antônio Maciel, Stanley Krippner, Presidente de
Honra do Congresso, Wellington Zangari, Vice-Presidente do Congresso e Ronaldo Dantas Lins
Filgueira, Presidente do Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas - I.P.P.P.
A respeito do Congresso, o Diário de Pernambuco publicou, na sua edição de
20 de agosto de 1997, o seguinte editorial:
Dilatando Fronteiras
Estejamos atentos, todos os pernambucanos de mente aberta, para a realização,
em fins de outubro deste ano, no Recife, do 1° Congresso Internacional e Brasileiro de
Parapsicologia. É excelente (e ousada) oportunidade de travarmos contato com um
campo de estudos que, superando barreiras de qualquer ordem, vem ocupando
crescentes e fascinantes espaços entre os círculos mais devotados à ainda pouco
conhecida dimensão humana no mundo inteiro.
Não por acaso será a nossa Capital a sede de certame dessa magnitude, ao qual
estarão presentes especialistas de vários países, a exemplo dos Estados Unidos,
Rússia, Portugal e Argentina, bem como de Estados brasileiros como São Paulo, Rio
de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Distrito Federal. Tampouco por acaso foi fundado
no Recife, já se vão mais de 24 anos, o Instituto Pernambucano de Pesquisas
Psicobiofísicas (IPPP), cujo trabalho se vem irradiando dentro e fora das fronteiras
nacionais, inclusive por conta da presença de alguns dos seus integrantes em
encontros de âmbito internacional. Esse pessoal, havido em certas áreas como
visionário, idealista e, sobretudo, teimoso, tem a persistência dos que se sabem
tocados pela curiosidade invencível no ser humano de desvendar os mistérios da mente
e as potencialidades do ser pensante e herdeiro da chama do saber infinito.
A Parapsicologia, tida como "a caçula das ciências", está proporcionando a
abertura dessas novas fronteiras. Tanto que já é ela contemplada com cadeiras
específicas em universidades americanas, afora se tratar de campo específico de
estudos em nações as mais desenvolvidas. No contexto brasileiro, a Faculdade de
Ciências Biofísicas do Paraná a ministra como matéria em nível de graduação e pósgraduação.
A despeito de toda essa borbulhante agitação de ideias em torno dos fenômenos
ditos parapsicológicos, ainda persistem muitas distorções, quando não total
desconhecimento, dos reais fundamentos e objetivos da Parapsicologia, mercê de sua
inadequada vinculação com notações ideológicas ou sectárias. E isso precisa ser
corrigido, até pelos seus reflexos diretos no cotidiano das pessoas e das sociedades,
sem falar nos seus rebatimentos no plano de diversas ciências afins, nas quais, a
propósito, ela vai haurir ensinamentos e inspirações, devolvendo-os em igual medida
de seriedade e exação intelectual.
Por todas essas razões, é fundamental o apoio da sociedade pernambucana,
tanto na esfera pública quanto particular, a essa iniciativa do Instituto. Ela é ilustrativa
do vigor do nosso Estado e, particularmente, do Recife, como polo cultural e núcleo
regional de excelência na área do conhecimento, à luz das mais modernas
metodologias e experiências num setor que, até mesmo por ainda pouco explorado,
exibe-se empolgante nos desafios que comporta e engendra.
E, mais uma vez, o Diário de Pernambuco, no dia 30 de outubro, publicou novo
editorial, destacando a importância do acontecimento:
A Mente sem Véu
Começa amanhã, no Recife, o 1° Congresso Internacional e Brasileiro de
Parapsicologia. Durante os três próximos dias, no salão de convenções do Mar Hotel,
mentes atentas aos chamados fenômenos paranormais estarão expondo e provocando
ideias e hipóteses em torno de questões que, desde tempos imemoriais, desafiam o
homem e seus limites. A atmosfera não estará impregnada de magia e muito menos de
superstições. Ao revés, estará saturada de ousadias científicas, que para muitos se
revelam tão abstrusas - e até absurdas - quanto muitos dos fatos que as provocam e,
não raro, desconcertam.
A ousadia começa na própria realização do certame. No final das contas, é
iniciativa pioneira de um grupo de pesquisadores reunidos sob a sigla do Instituto
Pernambuco de Pesquisas Psicobiofísicas - IPPP -, denominação já de si mesma
paradoxalmente pretensiosa e modesta. A pretensão está embutida na abrangência do
seu campo de análise, para o qual as nomenclaturas usuais se revelam insuficientes. A
modéstia, essa reside na consciência dos promotores e participantes do congresso
quanto ao estado incipiente, quase larvar, dos seus propósitos de desvelar mistérios
ainda arredios às proposições e catalogações da inteligência e saberes do homem.
A bravura desse pessoal do IPPP somente não contradiz a realidade
socioeconômica e cultural do Recife por ser este, um tradicional centro de
desbravadores. E aqui não procede, nem remotamente, a alegação de que de outros
assuntos, bem mais candentes e urgentes, deveríamos estar ocupando-nos. Isto porque
a Parapsicologia não conhece fronteiras de qualquer ordem, em qualquer espaço do
globo, quaisquer que sejam as condições de quem a estuda, ilumina e é por ela
iluminado. Aqui não se trata de priorizar ciências e consciências. Trata-se de buscar
respostas para fenômenos intrinsecamente ligados à maior de todas as realidades e ao
mais instigante de todos os enigmas: a própria condição humana.
Mais do que nunca, lâmpadas estão sendo acesas para iluminar os focos ainda
tão obscuros da nossa profunda e não menos obscura natureza. Tanto assim que a
Parapsicologia vem ganhando destaque progressivo em centros de estudo superior
situados em países tão distintos quanto os Estados Unidos e a Índia, a Rússia e o
Japão, Portugal e Argentina, os quais, a propósito, estarão representados no conclave.
Tanto quanto a ele estarão presentes cinco estados brasileiros além de Pernambuco, o
que demonstra o grau de seriedade, enfoque e avanço do intercâmbio pretendido.
O apoio que entidades públicas e privadas estão emprestando à iniciativa do
IPPP é também emblemático da crescente importância dos estudos parapsicológicos,
na medida em que se vão esmaecendo as distorções e preconceitos que, até
recentemente, cercavam a matéria. Daí ser auspicioso constatar que, mais uma vez, o
Recife assegura sua condição de centro de excelência cientifica na Região e mesmo no
País, em setor que se prenuncia fundamental no horizonte do milênio.
O Jornal de Parapsicologia, de Portugal, nas edições de abril e de setembro de
1997, publicou matéria sobre o I Congresso Internacional e Brasileiro de
Parapsicologia.
O PA News, órgão do Parapsychological Association, no seu número
abril/junho de 1997, divulgou a seguinte nota sobre o Congresso:
First International & Brazilian Congress Parapsychology
Organized by PA full member Dr. Valter da Rosa Borges, the First International
& Brasilian Congress of Parapsychology will be held from October 31st to November
2nd, 1997 in the Mar Hotel in Recife, the capital of the state of Pernambuco in Brasil.
The conference is being hosted by three Brazilian organizations dedicated to
parapsychoogy: the Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofisicas (IPPP),
Instituto de Pesquisas Interdisciplinares das Áreas Fronteiriças da Parapsicologia
(InterPsi) and Sociedade Brasileira para o Progresso da Parapsicologia (SBPC).
Among the presentations which will be given by PA members are: (from
Pernambuco, Brasil) "Proposal of Emergency Action for Recurrent Spontaneous
Psychokinesis" presented by PA affiliate member lsa Wanessa Rocha Lima,
"Parapsychology as a Complex System" by PA associate member Dr. lvo Cyro Caruso,
"Paranormal Belief and Psi Phenomena with College Students in Brasil" by PA
affiliate member Dr. Jalmir Freire Brelaz de Castro, "Paranormality and Primitive
Man" by PA affiliate member Terezinha Acioli Lins de Lima, and “The Question of
Methodology in Parapsychology, by PA Full member Dr. Valter da Rosa Borges; (from
São Paulo, Brazil & San Juan, Puerto Rico, respectively) "On Provincialism in
Parapsychology" by PA full members Fátima Regina Machado and Carlos S. Alvarado;
(from São Paulo, Brazil) "Brazilian University Students and Their Religious and
Parapsychological Experiences" by PA full members Wellington Zangari & Fátima
Regina Machado; (from Curitiba, Brasil) "Project for an RSPK Research Center by PA
full member Dr. Carlos Alberto Tinoco and "The Out-of-body Experience," by PA full
member Vera Lúcia O'Reilly Cabral Barrionuevo; (from Buenos Aires, Argentina)
"Spirits and Mediums in lberoamerica: A Geography of the metapsychic" by Alejandro
Parra; and (from San Francisco, California, USA) "Advances in Understanding
Anomalous Cognition: Physical Variables" by PA full member Dr. Edwin C. May and
"Possible Geomagnetic Field Effects in Psi Phenomena" by PA full member Dr.
Stanley Krippner; and (from Durham, North Carolina, USA) "The Psychology of ESP:
Magnitude Times Direction" by PA full member Dr. John Palmer.
A conference report will appear in a future issue of the PA News.
Da esquerda para a direita, Edwin May (EUA), John Palmer (EUA), Donadrian Rice (EUA), Valter da
Rosa Borges, Stanley Krippner (EUA) e Ronaldo Dantas Lins Filgueira.
Finalmente, o Boletin Informativo AIPA, da Associación Iberoamericana de
Parapsicología, de dezembro de 1997, publicou artigo de Fátima Regina Machado
sobre o I Congresso Internacional e Brasileiro de Parapsicologia. Esta mesma
informação foi também publicada no PA News, órgão da Parapsychological
Association, na sua edição de outubro de 1997.
O Deputado Estadual, Dr. Geraldo Barbosa, no dia 22 de outubro, em sessão da
Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco, fez o seguinte pronunciamento
sobre o Congresso:
Senhor Presidente,
Senhores Deputados.
Pernambuco, orgulhosamente, sediará, no período de 3l de outubro a 2 de
novembro deste ano, no Mar Hotel, em Boa Viagem, o I CONGRESSO
INTERNACIONAL E BRASILEIRO DE PARAPSICOLOGIA, numa iniciativa
arrojada e pioneira do INSTI-TUTO PERNAMBUCANO DE PESQUISAS
PSICOBIOFÍSICAS - I.P.P.P. -, uma das mais importantes instituições de
Parapsicologia do Brasil e hoje conhecida internacionalmente. O Congresso terá a
presidência do Dr. Valter da Rosa Borges, fundador da instituição promotora do
evento e um dos mais destacados nomes da Parapsicologia brasileira, cujo trabalho
vem projetando o Estado de Pernambuco como um dos pólos de estudo e investigação
parapsicológica em âmbito internacional.
Trata-se de um evento da maior importância cultural e científica para o nosso
Estado, pois contará com a participação de renomados parapsicólogos nacionais de
Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Paraná e Santa Catarina, e
estrangeiros: Estados Unidos, Rússia, Portugal e Argentina. O temário do Congresso
revela o alto nível científico das conferências, abordando questões teóricas da mais alta
complexidade e projetos de pesquisa de relevante valor tecnológico.
A Parapsicologia é uma ciência que, embora ainda em formação como
reconhecem os próprios parapsicólogos, constitui, apesar disto, uma das disciplinas
científicas de maior envergadura experimental na investigação da mente humana.
Mesmo carente de recursos financeiros para desenvolver as suas atividades de
ensino e de investigações científicas, o INSTITUTO PERNAMBUCANO DE
PESQUISAS PSICOBIOFÍSICAS - I.P.P.P. - que, em janeiro do próximo ano
completará 25 anos de existência, vem desenvolvendo um trabalho extraordinário no
campo da fenomenologia paranormal, apenas sustentado pela abnegação e obstinado
idealismo do Dr. Valter da Rosa Borges e de sua competente equipe de
parapsicólogos.
Sempre atento às realizações do INSTITUTO PERNAMBUCANO DE
PESQUISAS PSICOBIOFÍSICAS - I.P.P.P. - e à importância da Parapsicologia no
mundo moderno, venho, sempre que possível, dando o meu irrestrito apoio ao trabalho
incansável e pioneiro do Dr. Valter da Rosa Borges e de sua valorosa equipe. E por
isso, consegui aprovar uma emenda ao art. 174 da Constituição de Pernambuco,
incluindo, naquele dispositivo constitucional, a obrigação do Estado e dos Municípios
de prestarem assistência social ao superdotado e ao paranormal. Soube,
posteriormente, que esta inovação legislativa teve profunda repercussão na
comunidade parapsicológica internacional, como um acontecimento inédito e de alta
relevância institucional à Parapsicologia.
Não poderia, assim, a Assembleia Legislativa de Pernambuco se calar perante
um evento de tão alta significação para Pernambuco, visto ser o Poder Legislativo o
termômetro das mais legítimas aspirações e necessidades populares, entre as quais se
inclui o desenvolvimento cultural e científico do Estado. Por isso, srs. Deputados, o
mínimo que esta Casa poderia oferecer a esta valorosa instituição é um voto de
congratulações e aplausos pela realização deste importante Congresso que honra e
dignifica as tradições culturais e científicas do nosso Estado.
Na abertura do Congresso, na condição de seu Presidente, pronunciei o
seguinte discurso:
Ilmo. Sr. Prof. Roberto Pereira, representante do Exmo. Sr. Vice-Presidente da
República, Dr. Marco Antônio Maciel, Ex. Sr. Deputado Estadual, Dr. Geraldo
Barbosa, Profa. Adélia Oliveira Monteiro da Cruz, representante do Prof. Armando
José Ribeiro Samico, Diretor do Departamento de Morfologia da Universidade Federal
Rural de Pernambuco, meus caros colegas, Dr. Stanley Krippner, Presidente de Honra
do Congresso, Dr. Wellington Zangari, Vice-Presidente do Congresso e Dr. Ronaldo
Dantas Lins Filgueira, Presidente do Instituto Pernambucano de Pesquisas
Psicobiofísicas - I.P.P.P.
A realização deste I Congresso Internacional e Brasileiro de Parapsicologia
constitui, indubitavelmente, o momento mais significativo da Parapsicologia em
Pernambuco e a mais ousada realização do Instituto Pernambucano de Pesquisas
Psicobiofísicas - IPPP que, em janeiro do próximo ano, completará 25 anos de profícua
existência.
Estão reunidos nesse Congresso alguns dos nomes mais expressivos da
Parapsicologia a nível internacional, reunindo parapsicólogos do Brasil, Estados
Unidos, Argentina, Rússia e Portugal, numa demonstração de prestígio ao trabalho
que vem sendo realizado, no campo da investigação dos fenômenos paranormais, em
nosso Estado.
Fundado em 1°. de janeiro de 1973, vinte anos após a realização do Congresso
de Utrecht, na Holanda, que marcou, formalmente, o nascimento da Parapsicologia, o
IPPP já realizou 15 Simpósios Pernambucanos de Parapsicologia, 1 Congresso
Nordestino de Parapsicologia, 1 Congresso Brasileiro de Parapsicologia, culminando,
agora, com o 1°. Congresso Internacional e Brasileiro de Parapsicologia.
Os fenômenos paranormais, descortinando insuspeitadas potencialidades da
natureza humana, são uma evidência incontestável de que o real é sempre novo e, por
isso, insuscetível de engessamento por qualquer padrão epistemológico ou paradigma
científico.
Vivemos numa época de permanente questionamento do conhecimento em
todos os seus níveis, numa tentativa de unificação e sistematização que mais se
assemelha ao incansável trabalho de Sísifo. É uma tarefa ciclópica, porém necessária,
mesmo sabendo-se que a consumação dessa almejada síntese seja, inapelavelmente,
provisória e insatisfatória. Contudo, é mister a proposição de novos modelos
abrangentemente intercientíficos para evitar, ou ao menos retardar, o processo de
pulverização e extrema especialização do conhecimento.
Revisam-se os conceitos mais gerais e abstratos, como os da Vida, da Matéria e
da Mente. A cada passo, constatamos a precariedade e a insuficiência do nosso
patrimônio gnosiológico quanto a natureza dos fenômenos físicos, biológicos e
psíquicos à medida em que sondamos as suas estruturas mais recônditas, o que nos
obriga a uma atitude de permanente cautela em nossos procedimentos
epistemológicos.
A fenomenologia paranormal, objeto da Parapsicologia, é incômoda porque
ameaça o imobilismo das construções ortodoxas, invalidando concepções
sedimentadas em certas áreas do conhecimento humano.
A Parapsicologia é uma ciência em construção, em estágio de paciente e
penosa elaboração conceitual e metodológica para uma compreensão cada vez mais
precisa e mais profunda dos fenômenos que investiga.
Queremos, nesta oportunidade histórica, apresentar as mais efusivas boas
vindas aos nossos companheiros do Brasil, dos Estados Unidos, da Argentina, de
Portugal e da Rússia, na certeza de que, nesse breve convívio de três dias,
permutaremos informações e experiências do mais alto nível científico, enriquecendo e
aprofundando as postulações teóricas, os procedimentos metodológicos e as
estratégias experimentais, com o propósito de posicionar a Parapsicologia como uma
das mais importantes ciências do nosso século.
Queremos agradecer, sensibilizados, os apoios recebidos dos mais diversos
meios de comunicação (TV Tribuna Canal 4, Jornal do Commercio e Diário de
Pernambuco), da SEBRAE, da Prefeitura da Cidade do Recife, na pessoa do seu
prefeito Dr. Roberto Magalhães e da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de
Pernambuco - FUNDARPE - na pessoa de seu presidente, escritor Raimundo Carrero,
assim como do Deputado Estadual Geraldo Barbosa e do ex-governador de
Pernambuco, Dr. Joaquim Francisco de Freitas Cavalcanti.
Queremos, também, agradecer o apoio dos amigos Dr. Stanley Krippner,
Presidente de Honra do Congresso, cuja dedicação à Parapsicologia brasileira muito
nos comove e estimula e do Dr. Wellington Zangari, Vice-Presidente do Congresso,
que sempre esteve ao lado do IPPP na luta pela constituição de uma Parapsicologia
brasileira nos moldes das mais avançadas metodologias cientificas, em que pese a
escassez de recursos financeiros para a investigação da fenomenologia paranormal.
Queremos, finalmente, louvar o idealismo e a abnegação da valorosa equipe do
IPPP que, mesmo arrostando todos os empecilhos de um congresso de tal
envergadura, conseguiu, apesar de compreensíveis desencontros na execução desta
ingente tarefa, concluí-la, apesar de tudo, com o êxito desejado.
Este I Congresso Internacional e Brasileiro de Parapsicologia constitui o
primeiro e decisivo passo de uma longa caminhada para o aperfeiçoamento das
investigações parapsicológicas a nível nacional, porque visa a aproximação cada vez
maior dos parapsicólogos brasileiros com os seus colegas de outros países. Por isso,
Pernambuco e o Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas se orgulham de
sediar e promover, respectivamente, este importantíssimo evento científico, esperando
que se constitua um marco inaugural para a realização de outros congressos dessa
natureza nos demais Estados brasileiros.
A Carta do Recife
Um dos grandes momentos do Congresso foi a assinatura, pelos parapsicólogos
presentes ao evento, da Carta do Recife, após a sua discussão e aprovação. Nesse
histórico documento, vertido em português e inglês, reconhece-se a necessidade da
formação de uma comissão internacional com a finalidade de apresentar à comunidade
dos parapsicólogos de todo o mundo uma proposta de unificação da nomenclatura da
Parapsicologia, a aprovação do Dia Internacional do Parapsicólogo, mediante consulta
àquela comunidade e apelo aos parapsicólogos e Instituições de Parapsicologia de
todo o mundo, no sentido de adotar as medidas cabíveis, segundo a legislação de seus
respectivos países, para a legalização da profissão do parapsicólogo.
A Carta do Recife foi assinada pelos parapsicólogos presentes ao Congresso.
O êxito do Congresso foi assim comentado pelos parapsicólogos abaixo,
conforme filmagem realizada por Jalmir Brelaz de Castro, na manhã seguinte ao
término do evento:
Stanley Krippner:
"O congresso foi um sucesso e atingiu o seu objetivo de trazer ao Brasil o
mundo científico da Parapsicologia. O número de participantes foi expressivo.
Considero que as demonstrações que ocorreram como a de Jacques Andrade foram
adequadamente colocadas, como um evento a parte e realizado em dependências
distintas do Congresso e após seu encerramento. Achei importante que questões como
psicoterapia em parapsicologia não fossem abordadas em um primeiro congresso,
justamente por ser questão ainda muito controversa. Os participantes de língua inglesa
tiveram ótimos tradutores, os trabalhos foram traduzidos para o inglês e os
participantes de língua espanhola também estiveram a vontade. As instalações e o
atendimento foram excelentes."
Wellington Zangari:
"O Congresso marca o início de uma revolução na parapsicologia brasileira.
Pela primeira vez nos encontramos, pessoas de várias partes do mundo no Brasil,
discutindo num nível bastante elevado, e próximo. Acho que esse Congresso
representa o início não só de uma discussão empírica que nos faltava mas uma
tentativa das teorizações que podemos apresentar. Nos congressos anteriores dos
trabalhos brasileiros possam ser também empiricamente testados, assim eu saúdo os
colegas do IPPP. Meu muito obrigado."
John Palmer:
"Antes de mais nada o congresso foi um sucesso e teve realmente um sabor
internacional."
Donadrian Rice:
"Foram bons os trabalhos apresentados, a hospitalidade foi marcante. Fico feliz
pelo trabalho que tem sido feito pela parapsicologia no Brasil e pela oportunidade de
maior colaboração entre estudos transculturais. Muito obrigado!"
Edwin May:
"Participei de muitos congressos internacionais e este está entre os melhores.
Gostei da variedade de abordagens, muitas diferentes das que tenho realizado, e para
mim foi uma aprendizagem. Pretendo incorporar alguns dos assuntos que aprendi em
diversas sessões em minhas pesquisas. Sugiro que nos próximos congressos haja
algum tempo para grupos com pontos de vista similar, sobre assuntos de campo
específico, ou de pesquisa. O Congresso comprovou e até excedeu a reputação do
Instituto."
A programação dos Simpósios e Congressos e a Carta do Recife estão
transcritos no Adendo nº 5.
Participantes do I Congresso Internacional e Brasileiro de Parapsicologia, em foto histórica ao término
do evento.
Os parapsicólogos do I.P.P.P. não se limitaram a participar apenas dos eventos
promovidos pela instituição, mas estiveram presentes em congressos e simpósios de
Parapsicologia a nível nacional e internacional, como também fizeram conferências
sobre Parapsicologia em instituições não-parapsicológicas.
A revista Planeta, do mês de janeiro de 1980, publicou extensa matéria sobre o
II Congresso Nacional de Parapsicologia e Psicotrônica, promovido pela Associação
Brasileira de Parapsicologia, e realizado no Rio de Janeiro, em 1979, e assinalou que a
minha tese "Telepatia: Sugestões para a Pesquisa" foi considerada uma das melhores
daquele evento.
Nesse Congresso conheci Percy de Holanda, diretor do Setor de Estudos
Parapsicológicos, criado, em 1978, na Fundação Universidade Regional do Nordeste FURNe. Infelizmente, perdi o contato com Percy de Holanda e não há notícias sobre
as atividades parapsicológicas daquele núcleo universitário.
No III Congresso Nacional de Parapsicologia e Psicotrônica, promovido pela
Associação Brasileira de Parapsicologia, realizado no Rio de Janeiro, em 1982, o
I.P.P.P., juntamente com mais 7 (sete) instituições congêneres, tornou-se um dos
fundadores da Federação Brasileira de Parapsicologia - FEBRAP. Meses depois, Valter
da Rosa Borges, Ivo Cyro Caruso e Geraldo Fonseca Lima foram designados membros
efetivos do seu Conselho Superior.
Em 1985, participei do I Congresso Brasileiro de Psicobiofísica, do I Encontro
de Pesquisadores no Campo da Parapsicologia, Psicotrônica e Psicobiofísica e do IV
Congresso Nacional de Parapsicologia e Psicotrônica, realizados em Brasília, de 5 a 9
de junho. E representei Ivo Cyro Caruso naqueles eventos.
Neste mesmo ano, fiz duas conferências no I Simpósio Brasileiro de
Parapsicologia, Medicina e Espiritismo, promovido pela Associação Médico-Espírita
de São Paulo, realizado em São Paulo, em 26 de outubro.
Conferência de Valter da Rosa Borges no III Congresso Nacional de Parapsicologia e Psicotrônica,
realizado no Rio de Janeiro em 1982.
Em 1987, participei do VI Congresso Brasileiro de Parapsicologia e
Psicotrônica, realizado em Belém do Pará, de 29 de outubro a 1 de novembro. Aliás,
este foi o último congresso convocado pela Associação Brasileira de Parapsicologia
(ABRAP) e pela Federação Brasileira de Parapsicologia (FEBRAP), as quais, a partir
daí, entraram em rápido declínio.
Em 1990, eu e Ivo Cyro Caruso participamos das Primeiras Conferências
Eclipsy de Parapsicologia, numa promoção do ECLIPSY – Instituto de Investigações
Científicas em Parapsicologia (hoje INTERPSI) com apoio da Universidade São
Francisco, nos dias 6 e 7 de outubro, em São Paulo.
De 1979 a 1987, somente eu e Ivo Cyro Caruso participamos de Congressos de
Parapsicologia e apenas em nível nacional.
Porém, em 1996, a partir do Primer Encuentro Iberoamericano de
Parapsicología, realizado em Buenos Aires, Argentina, Ronaldo Dantas Lins
Filgueira, Jalmir Brelaz de Castro, Isa Wanessa Rocha Lima e Amaro José Geraldo,
juntamente comigo e Ivo Caruso passaram a ser conferencista em eventos
internacionais.
A comitiva do I.P.P.P. que esteve presente no Primer Encuentro foi constituída
por Valter da Rosa Borges, Ivo Cyro Caruso, Ronaldo Dantas Lins Filgueira, Jalmir
Freire Brelaz de Castro, Selma Maria Duarte da Rosa Borges, Terezinha Acioli Lins
de Lima, Júlia da Silva Caruso, Isa Wanessa Rocha Lima, Maria Salete do Rêgo
Barros Melo, José Roberto de Melo e Leonardo Lessa, e os concluintes do Curso de
Pós-Graduação em Parapsicologia, Amaro Geraldo de Barros, Lígia Monteiro, José
Fernando Pereira da Silva e José Eldon Barros de Alencar. Porém, os conferencistas
do Encuentro foram Valter da Rosa Borges, Ivo Cyro Caruso, Ronaldo Dantas Lins
Filgueira e Jalmir Brelaz de Castro.
Em 1997, Jalmir Brelaz de Castro fez conferência na 40ª Convenção do
Parapsychological Association (PA), em Brighton, Inglaterra, realizada, em conjunto
com a Society for Psychical Research (SPR)n no período de 7 a 10 de agosto.
No ano seguinte, Jalmir Brelaz de Castro e Amaro Geraldo de Barros foram
conferencistas oficiais do III Encuentro Iberoamericano de Parapsicologia, realizado
em Buenos Aires, Argentina, de 13 a l5 de novembro. Isa Wanessa Rocha Lima se fez
representar no referido evento.
Grupo do I.P.P.P. na Argentina. À frente, da esquerda para a direita, Isa Wanessa, José Fernando
Pereira, Terezinha Acioli Lins e Lígia Monteiro. Ao lado esquerda em direção à parte posterior, Amaro
Geraldo de Barros, Leonardo Lessa e José Eldon Alencar. Na parte posterior, Valter da Rosa Borges,
Ronaldo Dantas Lins e Alejandro Parra. Do lado esquerdo, da frente para trás, Jalmir Brelaz de
Castro, Maria da Salete do Rego Barros Melo e Jorge Vilanueva.
Jalmir Brelaz de Castro, representou o Instituto Pernambucano de Pesquisas
Psicobiofísicas na 40ª Convenção da PA.
Da esquerda para a direita, Suzan Blackmore, Nancy Zingrone, Jalmir Brelaz de Castro e Richard
Wiseman.
Alguns membros do I.P.P.P. divulgaram a Parapsicologia em outros eventos.
Desde 1974, fiz conferências sobre Parapsicologia em vários Rotary Clubes, na
Maçonaria, na Ordem Rosa Cruz, no Clube Português do Recife, na Universidade
Federal de Alagoas, no Instituto Garanhuense de Espiritismo e Parapsicologia, no II e
III Simpósios Pernambucanos de Psicologia e Saúde Mental, na Academia
Pernambucana de Medicina, na Escola Superior da Magistratura, na IV Semana de
Atualização em Psicologia, no II Simpósio de Geriatria e Gerontologia de
Pernambuco, na Universidade Católica de Pernambuco, na Faculdade de Ciências
Humanas de Olinda (FACHO), na Faculdade de Filosofia do Recife (FAFIRE), no 1o
Psi Nordeste - Simpósio PSI do Nordeste, Psicologia, Psiquiatria, Psicanálise e
Terapias Energéticas, no Centro de Ciências Biológicas da Universidade Federal de
Pernambuco, no Curso de Administração da Universidade Federal de Pernambuco, no
Conselho Estadual de Cultura e na Academia Pernambucana de Ciências.
Jalmir Brelaz de Castro e Amaro Geraldo de Barros representaram Instituto
Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas no III Encuentro Iberoamericano de
Parapsicología, em Buenos Aires.
Grupo formado pelos participantes, onde se vê, da esquerda para a direita, Amaro Geraldo de Barros e
Jalmir Brelaz de Castro, do I.P.P.P. À frente, sentado, Stanley Krippner.
Ivo fez conferências sobre Parapsicologia no Clube Português do Recife e no
Instituto Garanhuense de Espiritismo e Parapsicologia. E Ronaldo, sobre
Parapsicologia e Hipnose no VIII Congresso Norte-Nordeste de Hipnologia e I
Congresso Potiguar de Hipnologia e no IX Congresso Norte-Nordeste de Hipnologia
e Sofrologia, no VIII Fórum de Debates Espíritas de Pernambuco – FORESP e no
Curso de Estatística da Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP).
Em 1990, Terezinha Acioly Lins de Lima se integrou a equipe de palestrantes
do Instituto e realizou conferências sobre Parapsicologia na Faculdade de Ciências
Humanas de Olinda (FACHO), na Faculdade de Direito de Caruaru, na Faculdade de
Odontologia de Caruaru e na Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP).
A partir de 1993, Isa Wanessa Rocha Lima, Jalmir Freire Brelaz de Castro e
Silvino Alves da Silva Neto também se tornaram conferencistas do I.P.P.P.
Isa Wanessa realizou palestras sobre Parapsicologia nas cidades de Aracaju,
Feira de Santana e Salvador, na Faculdade de Ciências Humanas de Olinda (FACHO)
e na Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). Em 1998, ela defendeu o
estabelecimento de parceria entre psicólogos e parapsicólogos, visando uma atuação
conjunta em favor do indivíduo paranormal e seus familiares, na sua tese “Interface
com a Parapsicologia”, aprovada no III Congresso Regional de Psicologia - 2ª Região,
realizado em Recife, do qual participou como delegada regional.
Na sua justificativa, após fazer um breve histórico sobre a Parapsicologia,
argumentou:
“A Parapsicologia é uma ciência multidisciplinar, que busca subsídios na
Física, Medicina, Psicologia, Biologia, entre outras. Sua conexão com a Psicologia e
com a Psicanálise vem desde a década de 30, sendo hoje uma de suas principais fontes,
que auxiliam tanto na teoria quanto na práxis, quando da atuação de profissionais
capacitados em socorro aos indivíduos deflagradores de fenômenos parapsicológicos.
No entanto, o desconhecimento desta ciência por parte da quase totalidade de
psicólogos e psicanalistas, obstrui a participação tão necessária na equipe
multidisciplinar que conduz a pesquisa e o atendimento a paranormais. Esta
ignorância não ocorre em outros países, quando, na verdade, tais profissionais atuam
em conjunto com os parapsicólogos, em ambas as áreas citadas, aplicando testes que
possam auxiliar na determinação do perfil psicológico do paranormal ou
acompanhando cada caso pesquisado, prestando apoio ao paranormal e seus
familiares, entre outras ações específicas de sua área de atuação.”
E, mais adiante, concluiu:
“Considerando o fenômeno parapsicológico como uma linguagem que
também comunica vivências e dificuldades do indivíduo, a disseminação de
informações aos psicólogos, acerca da interdisciplinaridade com a Parapsicologia,
acarretando a desmistificação desta, proverá os subsídios necessários para estabelecer
uma parceria entre os profissionais de ambas as ciências, para que juntos possam atuar
em prol do resgate da sanidade mental de pessoas que convivem com uma realidade
diferenciada.”
Todas as participações dos parapsicólogos do Instituto naqueles eventos estão
registradas, em ordem cronológica, no Adendo nº 6.
Atividades pedagógicas
No mês de março de 1986, eu e Ivo Caruso recebemos da Associação Brasileira
de Parapsicologia o Título de Habilitação em Parapsicologia. A revista Parapsicologia
Hoje, na sua edição de abril, após noticiar o fato, ressaltou que, graças ao trabalho
daqueles dois parapsicólogos, Pernambuco é um Estado onde se desenvolve um
intenso movimento no campo da Parapsicologia.
Em 1974, o I.P.P.P. realizou o I Curso de Estudos Paranormais. Era o embrião
do futuro Curso Básico de Parapsicologia que se iniciaria oito anos depois.
Em 1976, a convite da Fundação de Cultura da Paraíba - FUNCEP e com o
apoio da Universidade Federal da Paraíba, ministrei um Curso de Parapsicologia
naquela instituição de ensino, de 15 a 17 de outubro. A imprensa deu grande destaque
ao evento e o jornal A União, de João Pessoa, na sua edição de 9 de outubro,
entrevistou-me a respeito da Parapsicologia e do aludido Curso.
A convite da Universidade Católica de Pernambuco – UNICAP, pronunciei
uma série de palestras na I Semana de Estudos sobre Parapsicologia (19 a 23 de março
de 1979) e na II Semana de Estudos sobre Parapsicologia (de 21 a 25 de janeiro de
1980).
Na sua edição de abril de 1980, o Jornal Universitário, da Universidade Federal
de Pernambuco, entrevistou-me sobre os fenômenos paranormais e o II Congresso
Nacional de Parapsicologia e Psicotrônica, realizado no Rio de Janeiro, onde,
juntamente com Ivo Caruso, representamos o I.P.P.P. no aludido evento.
Aproveitando a oportunidade, defendi a inclusão do estudo da Parapsicologia
como disciplina universitária, considerando o elevado estágio que essa ciência já
alcançou. E afirmei:
“A Universidade brasileira, já há muito, deveria incluir a Parapsicologia no
ensino universitário. Este seu alheamento injustificável em relação ao desenvolvimento
dessa ciência pode ser interpretado, à primeira vista, como uma atitude retrógrada, um
conservadorismo intransigente não mais se compatibiliza com o espírito científico
contemporâneo.”
A convite da Universidade Católica de Pernambuco – UNICAP-, ministrei
Cursos Básicos de Parapsicologia no 4º Festival de Inverno (de 12 a 31 de julho e de 12
de setembro a 10 de outubro de 1981), no 5º Festival de Inverno (de 12 a 16 de julho de
1982) e no período de 10 a 29 de julho de 1983.
Em 1982, o I.P.P.P. começou a oferecer, em sua sede da rua da Concórdia, os
Cursos Básicos de Parapsicologia, com duração de dez horas, e nos meses de janeiro,
março, maio, julho, setembro de novembro.
O interesse pela Parapsicologia permanecia em alta na UNICAP. Tanto assim
que ministrei um Curso de Extensão em Parapsicologia, com carga horária de 60
(sessenta) horas, promovido pela Pró-Reitoria daquela Universidade, conjuntamente
com o I.P.P.P., e que se realizou no período de 19 de março a 18 de junho de 1984.
Mais dois Cursos Básicos de Parapsicologia foram realizados por mim naquela
Universidade: de 13 a 17 de agosto de 1984 e de 5 a 21 de julho de 1985, por ocasião do
8º Festival de Inverno.
A convite da AMORC, loja Recife, dei um Curso Básico de Parapsicologia, no
mês de maio de 1986, naquela instituição.
Em 1991, o Instituto começou a expandir o seu Curso Básico de Parapsicologia
para outros municípios. Erivam Félix da Silva, iniciando o Projeto de Interiorização da
Parapsicologia, realizou dois Cursos Básicos de Parapsicologia: o primeiro, no
Município de Vitória de Santo Antão, nos dias 19 e 20 de abril deste ano, num total de
31 participantes, constituído por alunos e professores daqueles Municípios e dos de
Gravatá e Escada; e o segundo, no Município de Maraial, nos dias 25 e 26 de julho,
num total de 43 participantes, constituídos de professores e alunos deste Município e
das cidades vizinhas de Jaqueira e Catende.
No Município de Jaboatão dos Guararapes, também em 1991, o I.P.P.P.
promoveu dois Cursos Básicos de Parapsicologia, ministrados por Terezinha de Acioli
Lins, no auditório do Colégio Souza Leão, em Candeias, de 11 a 18 de maio e de 23 a 30
de novembro.
No mês de outubro de 1992, Ronaldo Dantas realizou um Curso de
Parapsicologia e Hipnose em Aldeia, Distrito do Município de Camaragibe,
Pernambuco.
Em 1996, o I.P.P.P. promoveu um Curso de Extensão em Parapsicologia na
Universidade Federal de Pernambuco, no Centro de Ciências Biológicas, de 23 a 26 de
setembro e um Seminário de Parapsicologia no Centro de Ciências Biológicas da
Universidade Federal de Pernambuco, nos dias 25 e 26 de novembro.
Novamente, em 1997, o I.P.P.P. realizou um Curso de Extensão em
Parapsicologia no Centro de Ciências Biológicas da Universidade Federal de
Pernambuco, de 3 a 7 de fevereiro.
Atualmente, os Cursos Básicos de Parapsicologia são esporádicos, embora para
o ano de 2000 esteja prevista a sua revitalização, assim como o início do Curso de
Extensão em Parapsicologia na sede do Instituto.
Curso de Pós-Graduação em Parapsicologia
O reconhecimento nacional do nosso trabalho pela Parapsicologia brasileira nos
levou, em meados de 1987, a adotar as primeiras providência para criar um Curso de
Pós-Graduação em Parapsicologia, visando a formação do parapsicólogo e a
constituição de uma comunidade científica com alto nível de qualificação profissional.
Para apoiar a iniciativa do I.P.P.P. de oferecer um Curso de Pós-Graduação
(lato sensu) em Parapsicologia, visando a formação de uma comunidade científica de
parapsicólogos, a então Delegada Regional do Ministério de Educação, em
Pernambuco, Profa. Creuza Aragão, designou o Prof. Luiz Augusto Rodrigues da Cruz
para orientar o Instituto na criação do referido Curso, tarefa que foi cumprida em curto
espaço de tempo e com o êxito esperado.
No dia 25 de julho de 1987, reuniu-se a diretoria do I.P.P.P., com a presença do
Prof. Luiz Augusto Rodrigues Cruz, Técnico em Assuntos Educacionais,
representando a Profa. Creuza Aragão, com a finalidade de discutir a emenda que
modificou os Estatutos para adequá-lo às exigências do MEC, permitindo a criação
do Curso de Pós Graduação em Parapsicologia. Após a leitura da emenda, o Prof. Luiz
Augusto deu o seu parecer favorável e ainda prestou informações mais detalhadas
sobre o funcionamento do aludido curso.
Em 1988, iniciou-se o primeiro Curso de Pós-Graduação em Parapsicologia com
uma turma constituída de trinta e um alunos graduados nas mais diversas áreas
acadêmicas, como vem acontecendo até hoje. Ainda no primeiro semestre do ano,
fizemos uma solicitação ao MEC para a autorização do Curso, a qual foi
estranhamente negada, visto que o nosso Instituto cumprira integralmente todas as
orientações fornecidas pela Delegacia Regional daquele Ministério em Pernambuco
para a sua implantação. No dia 30 de dezembro, o Diário de Pernambuco noticiou o
encerramento, com pleno êxito, do primeiro Curso de Pós-Graduação em
Parapsicologia, anunciando o próximo para o mês de março de 1989.
A partir daquela data, o I.P.P.P. passou a conceder o título de parapsicólogo
somente a quem fosse aprovado no Curso de Pós-Graduação, admitindo, em
circunstâncias especialíssimas, essa concessão às pessoas que comprovassem notório
saber em Parapsicologia.
Em 1991, Luciano Fonseca Lins informou ao I.P.P.P. que o seu certificado de
Pós Graduação em Parapsicologia fora aceito como título no concurso a que se
submeteu (e foi aprovado) na Fundação do Ensino Superior de Pernambuco - FESP,
hoje Universidade de Pernambuco, embora se tratasse de um curso livre e, portanto,
sem titulação acadêmica.
Em 21 de janeiro de 1994, o Diário de Pernambuco me entrevistou sobre
Parapsicologia e o Curso de Pós-Graduação e, em 18 de fevereiro, fez nova entrevista
sobre o mesmo assunto.
Em dezembro de 1997, matéria sobre o nosso Curso foi publicada no Boletin
Informativo AIPA, da Associación Iberoamericana de Parapsicología.
Em 1998, a Fundação do Ensino Superior de Olinda (FUNESO), através do seu
Diretor, Dr. Jamesson Ferreira Lima, entrou em contato comigo e com Ronaldo
Dantas, expondo o seu interesse de promover na sua instituição um Curso de
Parapsicologia dirigido pelo I.P.P.P. E enviou um seu representante à sede do
Instituto para tratar do assunto. Porém, até agora, nada de concreto ficou definido,
pois a FUNESO, no momento, está empenhada na aprovação, junto ao MEC, do seu
projeto de transformação em Universidade.
O programa do Curso de Pós-Graduação já passou por várias modificações,
visando melhorar, cada vez mais, a sua qualidade. A sua última alteração, para o
exercício de 1999, está transcrita no Adendo nº 7.
De 1988 a 1999, o Curso de Pós-Graduação em Parapsicologia teve 15 Turmas,
num total de 152 alunos, dos quais foram aprovados 49, conforme se vê no Adendo nº
8.
Somente uma pequena parte dos alunos aprovados no Curso de Pós-Graduação
em Parapsicologia apresentaram defesa pública de tese (vide Adendo nº 8) e
receberam o seu Certificado.
Ficou estabelecido que os alunos aprovados, mesmo que não defendessem tese,
seriam considerados parapsicólogos, podendo fazer a sua inscrição no CONREP, de
Pernambuco. No entanto, não receberiam o título de pós-graduados em
Parapsicologia.
Outros cursos
Além dos Cursos Básicos e de Pós-Graduação em Parapsicologia, o I.P.P.P.,
promoveu, a partir de 1983, os chamados cursos paralelos: Ivo Cyro Caruso Meditação; Geraldo Fonseca Lima - Parapsicologia e Medicina e Hipnose; Selma da
Rosa Borges - Sensibilização de Crescimento Pessoal; Aécio Campello de Souza Parapsicologia e Física; Ronaldo Dantas Lins - Parapsicologia e Hipnose. De minha
parte ministrei os seguintes cursos: a) Fenomenologia Religiosa; b) Parapsico-logia e
Religião; c) Parapsicologia e Espiritismo; d) Introdução à Mitologia Grega; e)
Introdução ao Pensamento Grego Parapsicologia; f) Filosofia e Religião.
A Escola Pernambucana de Parapsicologia
A chamada Escola Pernambucana de Parapsicologia se iniciou, quando, no I
Simpósio Pernambucano de Parapsicologia, em 1983, postulei uma epistemologia
parapsicológica, afirmando que o “conhecimento paranormal possui características
especiais que o distingue, nitidamente, dos demais processos gnosiológicos e se
origina de outras fontes que não aquelas do conhecimento normal, ou seja, a sensação
e a razão.” Afirmei que a telepatia e a clarividência não são modalidades, mas fontes
externas do conhecimento paranormal e que a precognição é, na verdade, uma
característica daquele conhecimento. Admiti a existência de uma fonte interna da
gnosiologia paranormal a que denominei de criptomnésia. Defini o conteúdo do
conhecimento paranormal como “a informação não redutível ao conhecimento
consciente ou a manifestação de aptidões ou habilidades não resultantes de prévio
aprendizado” E alertei que “o que determina a paranormalidade de um fenômeno
aparentemente psigâmico não é a sua manifestação formal, mas, sim, o seu conteúdo.”
Carlos Alberto Tinoco, no seu livro “Parapsicologia e Ciência. Origens e
Limites do Conhecimento Parapsicológico” (Ed. Ibrasa, São Paulo. 1993) teceu as
seguintes considerações sobre a minha proposta epistemológica para a Parapsicologia:
“Rosa Borges diz que o conhecimento paranormal, não podendo ser explicado
pelo empirismo, pelo racionalismo, pelo apriorismo ou pelo intelectualismo, não
deverá figurar numa relação como uma fonte de conhecimento, conforme consta do
esquema anterior. Diz Rosa Borges que "o conhecimento paranormal possui
características especiais que o distingue, nitidamente, dos demais processos
gnosiológicos, e se origina de outras fontes que não aquelas do conhecimento normal,
ou seja, a sensação e a razão". "E quais são as fontes do conhecimento paranormal? É
aqui que situamos a nossa proposta epistemológica". Propõe Borges que a
clarividência e a precognição não são modalidades de fenômenos Psi-gama, de acordo
com Thouless e Wiesner (como será abordado no capítulo 5). Segundo Borges, a
telepatia e a clarividência são fontes de conhecimento paranormal, enquanto a
precognição integra uma das características do fenômeno Psi-gama: a atemporalidade.
Borges inclui ao lado da clarividência e da telepatia como fontes do conhecimento a
criptomnésia (termo criado por Richet para designar "conhecimento de coisas ocultas,
fora do alcance dos sentidos"). Portanto, segundo Borges, o conhecimento paranormal
possui duas fontes externas: a telepatia e a clarividência. Possuiria uma fonte interna, a
criptomnésia. A proposta é interessante. Mas, o que seria a criptomnésia?
Para um entendimento mais profundo do assunto, é importante atentar para o
que seja a essência do conhecimento, de acordo com o exposto no início deste
capítulo.
A idéia de conhecimento como uma imagem na mente do sujeito permite, com
certa reserva, a aceitação da ESP como uma forma de conhecimento, conforme consta
do esquema anterior, apesar de a ESP ser produzida a partir de fontes não normais, de
acordo com Borges.
O conhecimento oriundo da ESP é diferente daquele procedente dos processos
empíricos e/ou racionais. Os conhecimentos empírico e racional ou formas combinadas destes são aplicáveis ao conhecimento de natureza científica no sentido ocidental e
moderno do termo. Esta forma de conhecimento é própria das diversas ciências, no
sentido acadêmico que lhes é dado no mundo ocidental, saturadas de implicações
sociais, conforme foi abordado no capítulo l. O conhecimento científico, no Ocidente,
está associado à geração do poder político e econômico, do domínio da natureza.
Sem sombra de dúvidas, há outras formas de conhecimento que escapam à
cosmovisão pragmatista da ciência e da tecnologia. É o caso do conhecimento
paranormal. A classificação especificada no esquema proposto pelo autor é meramente
didática. O conhecimento associado à ESP não procede de fontes "normais", como
diz Borges, isto é, não procede da experiência ou da razão, combinadas ou
isoladamente.
Qual é a natureza da fonte do conhecimento paradoxal, ou seja, qual é a
natureza da função Psi? Uma maneira de responder a esta questão é analisar os fenômenos por ela produzidos, ou seja, ESP e PK (psicocinese). Se a função Psi produz
precognição, clarividência, telepatia e PK, somos levados à conclusão de que a
natureza da função Psi é não fisica.”
Em 1985, por ocasião do IV Congresso Nacional de Parapsicologia e
Psicotrônica, realizado em Brasília, propus a demarcação da Parapsicologia,
distinguindo-a de outras ciências psíquicas – a Psicologia e a Psiquiatria, sustentando
que, enquanto a Psicologia tem por objeto o estudo dos fenômenos comuns da mente
humana e a Psiquiatria os fenômenos psicopatológicos, a Parapsicologia investiga os
fenômenos incomuns do psiquismo, advertindo que ao parapsicólogo é defeso o
exercício da psicoterapia. Defini a habitualidade da experiência parapsicológica como
o critério para determinar se uma pessoa é paranormalmente dotada. Sustentei que
estudo da sobrevivência não é objeto da Parapsicologia, embora possa constituir-se
uma especulação parapsicológica. Sustentei a existência de uma função psi que
estabelece uma forma especial de relação do homem com a realidade. E, finalmente,
propus dois postulados fundamentais para a Parapsicologia:
a) a presença do médium é condição necessária, mas não suficiente, para a
manifestação do fenômeno paranormal;
b) quanto mais poderoso o médium, maior o índice de probabilidade de
ocorrência do fenômeno paranormal.
Carlos Alberto Tinoco, no livro já mencionado, fez os seguintes comentários
sobre a minha proposta de demarcação da Parapsicologia:
“Ainda sobre a problemática da demarcação da parapsicologia, Rosa Borges
sugere diferenças nas áreas de atuação da psicobiofísica, da parapsicologia e da psicotrônica. Sobre o assunto, Rosa Borges sugere a existência dos seguintes campos de
atuação:
"Psicologia: objeto - o estudo dos fenômenos comuns da mente humana e, no plano
terapêutico, a solução dos distúrbios emocionais de conteúdo neurótico.
Psiquiatria: objeto - o estudo dos fenômenos patológicos da mente humana e, em nível
terapêutico, a resolução ou controle dos distúrbios de comportamento de conteúdo
neurótico ou psicótico.
Parapsicologia: objeto - o estudo dos fenômenos incomuns da mente humana, sua
aplicação pragmática e orientação às pessoas perturbadas por experiências
paranormais. Com isso, nos posicionamos, de maneira clara e definitiva, contra a
pretensão de uma Parapsicologia Clínica, pois o parapsicólogo só deverá fazer
psicoterapia se for um psicólogo ou psiquiatra e somente na condição de psicólogo ou
psiquiatra.
"Por conseguinte, são de competência exclusiva do parapsicólogo os
fenômenos de telepatia, de clarividência e de precognição e, futuramente, certos
fenômenos ainda não aceitos oficialmente pela parapsicologia, porque ainda em
regime de cautelosa observação, como a projeção da consciência e a memória
extracerebral".
Reconhecendo o método como meio e não como fim, Rosa Borges admite que
a parapsicologia necessita aprimorar mais a sua metodologia de trabalho,
compatibilizando o controle das experiências com as peculiaridades de cada caso
concreto, atentando para a especificidade da sua área de atuação, definida linhas atrás.
É ainda Rosa Borges quem chama a atenção para o fato de que o campo psíquico é
objeto comum de investigação da parapsicologia, da psicologia e da psiquiatria, cada
uma com suas especificidades, conforme já explicado, devendo todo estudioso da
mente humana ser considerado genericamente um psiquista. Nesse caso, segundo
Borges, os psiquistas, de acordo com suas áreas de atuação, deveriam ser
denominados:
Parapsicólogos - se dedicados à área de atuação da parapsicologia;
Psiquiatras - se dedicados à área de atuação da psiquiatria;
Psicólogos - se dedicados à área de atuação da psicologia.”
Valter da Rosa Borges lendo a sua conferência no IV Congresso Nacional de Parapsicologia e
Psicotrônica, em Brasília. Ao seu lado, o diretor da Faculdade de Ciências Bio-Psíquicas do Paraná,
Octávio Melchiades Ulisséa.
Ainda em 1985, no III Simpósio Pernambucano de Parapsicologia, eu e Ivo
Caruso apresentamos um novo modelo para a Parapsicologia, de cuja elaboração
também participou Ronaldo Dantas Lins Filgueira. O Modelo Geral da Parapsicologia
(MGP) se assentou sobre os seguintes postulados:
a) a Parapsicologia como a ciência que tem por objeto o estudo e a pesquisa do
fenômeno paranormal.
b) o fenômeno paranormal como: 1) uma modalidade de conhecimento que
uma pessoa demonstra de fatos físicos e/ou psíquicos, relativo ao passado,
presente ou futuro, sem a utilização (aparente) dos sentidos e da razão, assim
como de habilidades que não resultem de prévio aprendizado; 2)uma ação
física que uma pessoa exerce sobre seres vivos e a matéria em geral, sem a
utilização de qualquer extensão ou instrumento de natureza material.
c) Criação da expressão Agente Psi (AP) para substituir vocábulos como
médium, sensitivo e paranormal.
d) Designação de AP para designar qualquer pessoa envolvida no fenômeno
paranormal;
e) Designação de Agente Psi Confiável (APC) às pessoas que apresentam
alta probabilidade de atuar como AP.
f) Adoção dos postulados fundamentais da Parapsicologia, propostos por
Valter da Rosa Borges, com as seguintes alterações: 1) A presença do
agente psi é condição necessária, mas não suficiente, para a manifestação
da função psi;
2) Quanto mais alta for a confiabilidade do agente psi, maior será a
probabilidade de manifestação da função psi.
g) Admissão da existência da função psi, definindo-a como o conjunto de
todos os elementos circunstanciais(Agen-te Psi, Meio Psi e Fluxo Psi)
que pode produzir o fenômeno paranormal.
h) Definição do Meio Psi (MP) como o espaço onde ocorre o fenômeno
paranormal e onde interagem as forças e os campos do domínio de
elementos naturais e do Agente Psi, tanto a níveis microscópicos quanto
macroscópicos.
i) Existência de um Campo Psi (CP), no MP, que é o domínio de ação das
atividades superiores do cérebro e que interage com a estrutura
energética do espaço.
j) Definição do Fluxo Psi (FP) como o instante operacional do AP,
constituindo-se da interação de informação e energia.
k) Distinção de dois tipos de fluxo – o fluxo psi informacional (FPI),
quando, nele, a informação é dominante em relação à energia e o fluxo
psi energético (FPE), quando, nele, a energia é dominante em relação à
informação.
l) Distinção, no fluxo psi (FP), de duas formas de manifestação – a
manifestação endopsi, quando a informação ou a energia se transfere do
nível inconsciente (NI) para o nível consciente (NC) do AP ou vice-versa
e a manifestação exopsi, quando o AP, nas suas relações com o mundo
exterior, exterioriza ou recolhe conteúdos informacionais ou energéticos.
Criei, também, as seguintes expressões:
Agente Psi (AP) – Qualquer pessoa que seja a causa do fenômeno psi.
Agente Psi Confiável (APC) – A pessoa que, habitualmente, produz fenômenos
psi. Ele, portanto, é dotado de aptidão paranormal, ou paranormalidade. Essa
expressão substitui a palavra paranormal como substantivo. Sustentei, ainda, que, na
presença de um APC, há uma alta probabilidade de ocorrer fenômenos paranormais.
Personificação subjetiva –“Modificação espontânea ou provocada da
personalidade do Agente Psi, mediante a qual ele se comporta como se fosse outra
pessoa, fictícia ou real, neste caso quase sempre falecida, e, sob essa condição,
apresenta fenômenos de psi-gama.”
Personificação objetiva como substituto do vocábulo materialização.
Cura por meios paranormais em substituição à expressão cura paranormal.
Defini o paranormal como o normal incomum. E asseverei que “paranormal
é tudo o que excede o comumente humano, permanecendo humano.”
Estabeleci dois postulados básicos, na investigação parapsicológica, para
integrar os fundamentos de uma teoria geral da paranormalidade:
a) o Agente Psi é condição necessária, mas não suficiente, para a
manifestação do fenômeno paranormal;
b) quanto mais poderoso o Agente Psi, maior o índice de probabilidades de
ocorrência do fenômeno paranormal.
No X Simpósio Pernambucano de Parapsicologia, Ronaldo Dantas Lins
Filgueira apresentou o trabalho intitulado “Reflexões sobre o Modelo Geral da
Parapsicologia”, onde propôs modificações ao Modelo original.
Basicamente, as modificações foram as seguintes:
a) O Fluxo Psi surge em decorrência da interação entre o Agente Psi e o Meio
Psi, não estando, portanto, ao mesmo nível deles. A expressão f(Psi) =
f{(AP), (MP), FP)} deve ser substituída por f(Psi) = f{(AP), (MP)}.
b) Para que seja estabelecido um Fluxo Psi entre dois pontos quaisquer de um
campo, se faz necessário estabelecer uma diferença de potencial (DDP)
entre estes pontos. Uma vez atingida esta DDP, o fluxo se estabelecerá do
ponto de potencial mais alto (extremidade emissora) para o ponto de
potencial mais baixo (extremidade receptora). É como se existisse uma
hipersuperfície equipotencial padrão (HEP) ao nível da qual estariam as
mentes e os eventos físicos.
c) Para se perceber o Fluxo Psi e, consequentemente, a existência do Campo
Psi, é necessária a presença de um elemento de prova psi (EP). Desta
maneira, a expressão referida no item a passará a ser f(Psi) = f{(AP), (MP),
(EP)}.
d) AP é todo indivíduo no qual ocorra o efeito de uma perturbação, elevando
ou diminuindo seu potencial psíquico, passando a situar-se num potencial
superior (hipersuperfície equipotencial positiva – HP) ou inferior a HEP
(hipersuperfície equipotencial negativa – HN).
e) Dois APCs podem não deflagrar o fenômeno paranormal entre si, caso
estejam numa mesma hipersuperfície equipotencial, pois, neste caso, a
DDP será nula e não haverá FP.
f) Denomina-se AP simples, quando, para a manifestação da Função Psi,
concorre um e somente um AP. E AP complexo, quando, para a
manifestação da Função Psi, concorrem, ao menos, dois APS, quer em
apenas uma, quer em ambas as extremidades do FP.
g) Redefinem-se os conceitos de telepatia, clarividência e telecinesia. A
telepatia é o fenômeno paranormal em que as extremidades do FP
informacional estão, ambas, ocupadas por seres humanos, sendo um deles,
obrigatoriamente, o AP. A clarividência é o fenômeno paranormal em que
uma das extremidades do Fluxo Psi Informacional está ocupada por ao
h)
i)
j)
k)
menos um ser humano (sendo, obrigatoriamente, o APR) e a outra, ocupada
por um fato (conteúdo) físico. Telecinesia é o fenômeno paranormal em que
uma das extremidades do Fluxo Psi Energético está ocupada por, ao menos,
um ser humano (sendo, obrigatoriamente, o APE) e a outra, ocupada por
uma estrutura física.
A MEP não é uma superfície, mas um hipervolume, visto existir uma
vizinhança da MEP onde se encontra a maioria das pessoas, havendo um
FP de baixa intensidade e frequência em seu interior. Devido a ocorrência
deste mini-FP, é que, de um modo geral, as pessoas poderão passar, ao
menos uma vez na vida, por algum tipo de experiência paranormal.
APC é toda pessoa que permanece fora deste hipervolume por um tempo
relativamente prolongado ou sofre “perturbação” que o “retira” deste
volume com relativa frequência.
Podemos calcular o valor do FP pela expressão abaixo, desde que tenhamos
a equação do Campo Psi.
Se há FP, haverá DDP e, consequentemente, o fenômeno paranormal
dependerá do espaço e do tempo.
No I Congresso Internacional e Brasileiro de Parapsicologia, Ronaldo Dantas
Lins apresentou o trabalho “Teoria Parapsicológica Geral”, onde propôs uma
axiomática dos fenômenos paranormais, baseada no modelo holotrópico. A sua
proposta é a seguinte:
Os termos primitivos do modelo são a substância, a informação e a mente.
A substância é entendida como o substrato dos seres, como a matéria de um
corpo ou a energia de um campo. A informação, como o significado, a disposição
ordenada das partes de um todo, a decodificação adequada de uma mensagem por um
determinado código. E a mente, como o constructo perceptual da substância e da
informação, ou seja, a estrutura através da qual apreendemos o universo.
Ronaldo postula a existência dos seguintes axiomas:
a) Princípio da conservação da substância – No universo, a substância não se
cria nem se destrói, apenas se transforma.
b) Princípio holotrópico informacional – A informação do todo encontra-se em
cada uma de suas partes. Por este princípio, por exemplo, cada porção de
um campo guarda informação do campo inteiro, sendo possível ter-se uma
idéia da estrutura completa pela apreensão profunda de seus componentes.
c) Princípio transformativo da mente – A mente não apreende a substância e a
informação na sua essência, como elas são, mas como elas se transformam,
obtendo uma imagem distorcida do ente percebido.
Assevera Ronaldo que a mente, pelas suas propriedades estruturais, imprime o
espaço-tempo dos objetos perceptuais, dando-lhes a aparência de entes distintos.
Definiu interações como o processo pelo qual modificações no estado de uma
projeção holográfica A (extremidade modificadora ou indutora) implica em
modificações correspondentes no estado de uma outra projeção holográfica B
(extremidade modificada ou induzida). E advertiu que o conceito de interação surge a
nível de ordem explícita.
Ronaldo concebeu dois tipos de interações:
a) a interação épsilon – aquela que se efetua através do espaço-tempo que
separa duas individuações a nível de ordem explícita(desdobrada) e é
carreada por um sinal;
b) a interação iota - aquela que se efetua através da conexão universal, a nível
de ordem implícita (dobrada).
Afirma que toda interação implica em tomada de informação pela projeção
holográfica da extremidade induzida, podendo manifestar-se (expressar-se) através de
duas formas:
a) Cinética intrínseca - Quando da deflagração da interação não ocorrer
variação espacial de toda ou de partes da projeção holográfica induzida;
b) Cinética extrínseca - Quando da deflagração da interação ocorrer variação
espacial de toda ou de partes da projeção holográfica induzida.
Ronaldo cita a assertiva de Geraldo dos Santos Sarti que este denominou de
primeira lei da Parapsicologia: “O aparelho psicológico não está restrito aos limites
físicos do sistema nervoso, preenchendo todas as regiões do espaço-tempo,
independentemente das grandezas das medidas de distância e tempo.”
E diz que a mente parece funcionar como se houvesse quatro funções
inibidoras:
a) Função Fi, proposta por Geraldo Sarti, consiste num mecanismo que age,
eliminando as informações sensoriais desnecessárias, que sobrecarregam a
maquinaria psíquica;
b) Função Rô, proposta por J. J. Horta Santos, impede que alcance a
consciência as informações universais aventadas na referida primeira lei da
Parapsicologia;
c) Função Pi, proposta por Ronaldo Dantas Lins, impede que impulsos
eferentes, vindos da formação reticular, promovam rigidez e espasticidade
no organismo;
d) Função Tau, proposta também por Ronaldo, impede que se efetue a
interação mente-matéria, inibindo a atividade efetora paranormal.
Adverte Ronaldo que, quando a função Rô é inibida, ocorrem os fenômenos de
psi-gama. E quando é inibida a função Tau, são os fenômenos psi-kapa que ocorrem.
Telepatia: Fenômeno de Psi-gama em que ambas as extremidades da interação
encontram-se ocupadas por mentes distintas.
Ronaldo define o fenômeno paranormal como uma interação iota que
apresenta, no mínimo, uma mente em, ao menos, uma de suas extremidades. E, com
base nisto, propõe novas definições para a terminologia parapsicológica:
a) Telepatia - Fenômeno de Psi-gama em que ambas as extremidades da
interação encontram-se ocupadas por mentes distintas;
b) Telepata Emissor - Diz-se do AP que se encontra na extremidade indutora
de um processo telepático;
c) Telepata Receptor - Diz-se do AP que se encontra na extremidade induzida
de um processo telepático.
Observa que, na verdade, não há emissor nem receptor já que não há
transmissão de sinal, mas apenas atualização de conteúdos existentes a nível de ordem
implícita.
d) Clarividência - Fenômeno de Psi-gama em que o AP encontra-se na
extremidade induzida e a extremidade indutora encontra-se ocupada por
um evento físico (não é uma mente);
e) Psi-gama - Fenômenos psicobiofisicos que se expressam na forma de uma
cinética intrínseca;
f) Psi-kapa - Fenômenos psicobiofisicos que se expressem na forma de uma
cinética extrínseca;
g) Agente Psi - É o indivíduo cuja mente é o efetuador de um fenômeno
psicobiofísico.
Ronaldo assim reinterpreta a criptomnésia: Numa interação iota do tipo
psicobiofísico, com cinética intrínseca, a constatação do fenômeno é feita através de
uma correspondência entre o conteúdo manifesto e um evento psíquico (telepatia) ou
físico (clarividência) correlacionado, presente em uma projeção holográfica. Temos a
dita fonte externa do conhecimento paranormal.
Quando o conteúdo manifesto não for detectável, em uma projeção holográfica,
vindo diretamente do substrato matriz, teremos uma fonte interna do conhecimento
paranormal (criptomnésia).
Assim, no primeiro caso, diz Ronaldo, temos uma seletividade expressa e, no
segundo, uma seletividade não expressa (oculta). Porém, em ambos os casos o
conteúdo provém, em essência, do substrato matriz, sendo a distinção entre fonte
externa e fonte interna do conhecimento paranormal puramente aparente.
Ronaldo ressalta que, sob o enfoque da teoria holotrópica, não há sentido em se
falar de telergia, já que o processo ocorre através de uma interação iota e não épsilon.
E é por este motivo que nunca se detectou a presença de partículas correspondentes,
simplesmente porque estas não existem. Assim, a hipótese da psicocinesia é a única
coerente com a teoria em questão. Assim, o conceito de Psi-kapa confunde-se, então,
com o de psicocinesia, sendo esta compreendida como um fenômeno psicobiofísico
que se expressa na forma de uma cinética extrínseca.
Convênios e projetos
Outra grande preocupação do I.P.P.P. foi dar uma aplicação prática à
paranormalidade, localizando pessoas dotadas deste talento e prestando-lhes toda
assistência necessária para a utilização da aptidão psi. Para isso, desenvolveu projetos
(e chegou mesmo a firmar um convênio), procurando, principalmente, sensibilizar a
área governamental, tendo em vista o Art. 174, da Constituição do Estado de
Pernambuco, que obriga o Estado e os Município, diretamente ou através do auxílio
de entidades privadas de caráter assistencial, regularmente constituídas, em
funcionamento e sem fins lucrativos, a prestar assistência social ao paranormal.
No dia 29 de dezembro de 1986, enviei ao Secretário de Educação de
Pernambuco, Dr. Alexandre Kruse Granda Arruda, o seguinte ofício:
"De conformidade com o nosso entendimento verbal, estamos remetendo, em
anexo, a V. Excia, a minuta do Projeto de Atendimento Integrado ao Aluno
Paranormal e/ou Superdotado para elaboração do respectivo convênio entre a
Secretaria de Educação de Pernambuco e o Instituto Pernambucano de Pesquisas
Psicobiofísicas - IPPP.
Trata-se de urna iniciativa arrojada e pioneira em nosso País, o que colocará
Pernambuco na dianteira da investigação e direcionamento pragmático das atividades
superiores do psiquismo humano.
Na oportunidade e como contrapartida desta Secretaria no convênio,
solicitamos a V. Excia, a cessão da Psicóloga Maria José Sales Padilha, para participar
da execução do Projeto, tendo em vista a sua competência profissional no trato de
problema desta natureza.
Aproveitamos o ensejo, para apresentar a V. Excia. os protestos de estima e
elevada consideração.
Cordialmente,
Valter da Rosa Borges
Presidente"
A minuta do Projeto e o Convênio assinado por mim e pelo Secretário de
Educação de Pernambuco estão transcritos no Adendo nº 9.
A assinatura do Convênio, de logo, repercutiu no mundo político.
O Deputado Estadual Geraldo Barbosa, mediante Indicação no 2813, de 7 de
agosto de 1986, solicitou que a Assembleia Legislativa enviasse apelo ao Secretário de
Educação do Estado, Dr. Alexandre Kruse, para que se divulgasse, em todas as
Secretarias de Educação dos Municípios, o convênio entre aquela Secretaria e o
Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas para Assistência ao Superdotado
e ao Paranormal.
No ano seguinte, tendo em vista a rescisão do Convênio pela nova Secretária de
Educação, a Assembleia Legislativa de Pernambuco aprovou a indicação no 901, de 25
de junho de 1987, do Deputado Antônio Mariano, para que seja encaminhado apelo ao
Exmo. Sr. Governador do Estado, Dr. Miguel Arraes, bem como aos Secretários de
Educação e de Trabalho e Ação Social, Dra. Silke Weber e Sr. Romeu da Fonte,
respectivamente, no sentido de que seja mantido o convênio entre os mencionados
Secretários e o I.P.P.P. - Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas - e que
seja dada atenção especial, não só aos trabalhos desenvolvidos, como também sejam
liberados recursos para os projetos.
O Governador do Estado, porém, não atendeu ao apelo do Poder Legislativo.
O Diário de Pernambuco, em sua edição de 25 de janeiro de1986, publicou
matéria sobre o aludido convênio.
A jornalista Flávia de Gusmão, na edição de 9 de julho de 1987, no Caderno C,
do Jornal do Commercio, escreveu o seguinte artigo, intitulado “Em Defesa do
Superdotado”.
“Muitos se lembram do "Caso do edifício Paris", na avenida Cruz Cabugá,
onde, no ano passado, sem qualquer explicação aparente, garrafas, frascos de
remédios, e outros objetos de vidro pipocavam no ar ou erguiam-se movidos por uma
força invisível e espatifavam-se de encontro às paredes do apartamento.
Poucos, entretanto souberam do desfecho do acontecimento. A imprensa e os
curiosos foram mantidos a uma distância cautelosa pelos zeladores do prédio a pedido
dos proprietários do apartamento afetado pelo fenômeno. Na verdade, o episódio que
inicialmente tomou conotações sobrenaturais e trouxe no seu rastro exorcizadores,
pais do santo, médiuns, padre e pastor evangélico foi resolvido por pesquisadores que
descartam o além de tais acontecimentos e a eles se referem como fenômenos
originados exclusivamente pela mente humana: os parapsicólogos
Casos como este são encarados com seriedade científica pelo Instituto
Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas- I.P.P.P - fundado em janeiro de 1973 e
declarado de utilidade pública através da Lei Estadual n° 9.714. 0 I.P.P.P. é uma
sociedade civil de natureza científica e sem fins lucrativos, que tem por finalidade o
estudo e a pesquisa dos fenômenos paranormais, como também a divulgação da
Parapsicologia.
Centros de interesse do Instituto, o paranormal e o seu dom são investigados
cuidadosamente pelos pesquisadores. A paranormalidade, explica o presidente do
I.P.P.P. Valter da Rosa Borges, pressupõe um talento inato para determinada(s)
atividade(s) que quando bem orientado e aproveitado pode trazer inúmeros benefícios
para o indivíduo e a sociedade de um modo geral.
Pensando dessa forma, foi que o Instituto Pernambucano de Pesquisas
Psicobiofísicas firmou um convênio com a Secretaria de Educação de Pernambuco,
ainda no governo anterior, no sentido de proporcionar condições, ao corpo docente da
rede estadual de ensino, de identificar os alunos superdotados ou paranormais e,
posteriormente, encaminhá-los a uma orientação mais condizente com a sua
característica.
O projeto que chegou a nascer e vingar até a etapa referente a orientação dos
professores, no entanto, se encontra estacionado no limbo típico de mudança de
governo: a atual Secretaria de Educação, ainda não se posicionou quanto a
continuação do curso durante o governo Arraes. Uma proposta também sem resposta,
de ampliação deste serviço prestado pelo IPPP foi encaminhada à Secretaria de
Trabalho e Ação Social, visando a conscientização da população de baixa renda, via
CSUs, quanto a existência de eventual paranormalidade no seio da comunidade. O
programa tentaria evitar práticas supersticiosas que poderiam trazer prejuízos,
inclusive, à saúde do paranormal.
Paranormal ou Superdotado?
Uma criança que aprende tudo com uma rapidez impressionante certamente é
uma criança muito inteligente. Se ela é superdotada ou não, só testes específicos que
medem seu coeficiente de inteligência poderão afirmar com total segurança. Na
palavra "aprender" é que reside a diferença básica entre um superdotado e um
paranormal. O paranormal não necessita de aprender nada. No seu inconsciente já
reside toda a criatividade para, por exemplo, tocar "perfeitamente" um instrumento
sem sequer ter aprendido as notas musicais, ou, pintar como um expert na primeira
vez em que manuseia pincel e tintas. "É preciso ressaltar que a paranormalidade não é
ter jeito para alguma coisa mas executar com perfeição uma atividade nunca antes
desempenhada", destaca Rosa Borges. Por ser uma modalidade de superdotalidade, o
paranormal é muito mais raro do que o superdotado propriamente dito. Crianças que
parecem adivinhar fatos que realmente acontecem devem ser examinadas mais
atentamente por seus mestres, completa o pesquisador.
No caso específico da paranormalidade, a criança deve ser conduzida para
encarar seu dom com naturalidade. A histeria e o pavor, principalmente por parte dos
pais e familiares só servirá para aumentar o receio que geralmente acompanha estas
experiências. Este potencial se não for trabalhado, adverte Rosa Borges, vai-se
enferrujando com o tempo e, caso venha a se desenvolver, será feito de forma empírica
e não científica.
De uma certa forma, o projeto elaborado pelos pesquisadores do I.P P.P parece
desaguar no nada. O reconhecimento e orientação dos paranormais e superdotados é,
sem dúvida, um avanço na área educacional. No entanto, a identificação deve ser
seguida de instalação da criança superdotada em uma escola especializada, onde ela
possa desenvolver em sua plenitude o seu potencial. Escolas deste tipo, explica
Borges, requerem um material humano muito especial. Os professores para
superdotados devem ter QIs altíssimos para que possam exigir e obter respostas de
seus alunos que, por contingência de suas características específicas são crianças com
um nível surpreendente de curiosidade, perspicazes ao extremo e que, sem dúvida,
encurralariam um docente menos preparado. Na opinião do presidente do I.P.P.P.
esta escola
deveria funcionar extracurricularmente como complemento dos
estabelecimentos normais de ensino, como uma forma de "gastar" o que não foi
aproveitado pelas classes convencionais.
Num país onde se luta para dar condições básicas como saúde, educação e
moradia à grande parte da população, uma escola que abrigasse gênios ou quase isso,
poderia parecer utopia. No entanto, defende Borges, O Estado não pode desprezar um
material humano de altíssima qualidade que é constantemente embotado pela falta de
escolas adequadas. Estas mentes privilegiadas muitas vezes não estão nem num
“corpore sano”, uma vez que este dom ocorre de forma aleatória sem distinção de raça,
credo ou condições sociais dificultando, mais uma vez, aos menos favorecidos
economicamente, a exploração de um potencial que a natureza lhe deu de graça.
Nesse mesmo ano de 1987, eu e Maury Ribeiro da Silva tivemos uma audiência
com o então Secretário de Segurança Pública de Pernambuco, General Evilásio
Gondim, e firmamos um acordo verbal de cooperação mútua, mediante o qual os casos
sugestivos de fenômenos paranormais que fossem comunicados às Delegacias de
Polícia do Grande Recife seriam, de logo, encaminhados ao I.P.P.P. para as
necessárias investigações.
Para formalizar esse acordo de cooperação mútua, o I.P.P.P., dias depois,
apresentou ao Secretário de Segurança Pública do Estado de Pernambuco o Projeto de
Investigação e Treinamento em Parapsicologia nas Atividades de Polícia (vide Adendo
nº 10) cujos objetivos eram:
a) a investigação de casos de “assombrações”, “fantasmas” e outros
acontecimentos insólitos do mesmo gênero, que sejam comunicados às Delegacias de
Polícia do Estado de Pernambuco;
b) a preparação da Polícia Civil de Pernambuco para a utilização adequada dos
recursos parapsicológicos na investigação alternativa de crimes misteriosos e na
localização do paradeiro de pessoas desaparecidas.
O General Evilásio, entusiasta do Projeto, chegou a enviar circular às Delegacias
de Polícia, determinando que “todos os casos de assombrações, fantasmas ou outros
semelhantes, fossem investigados por especialistas”. Maury Ribeiro da Silva,
representando o I.P.P.P., compareceu a diversas Delegacias de Polícia da Capital a fim
de explicar detalhadamente a estratégia de trabalho a ser adotada a partir da assinatura
do convênio.
Com o pedido de exoneração do General Evilásio Gondim, o novo Secretário de
Segurança Pública, Dr. Almeida Filho assegurou que o projeto da Secretaria do
I.P.P.P. seria reativado e informou que uma equipe técnica estava estudando a
possibilidade do convênio. Infelizmente, essa equipe técnica jamais concluiu seu
estudo e o projeto ficou esquecido.
A iniciativa do I.P.P.P. foi bem recebida no mundo político. E a Câmara Municipal
do Recife aprovou o requerimento no 2.753, de 9 de novembro de 1987, do Vereador
Arquimedes Lacerda, consignando um voto de congratulações pelo acordo firmado
entre a Secretaria de Segurança Pública do Estado de Pernambuco, na pessoa de seu
titular, General Alberto Evilásio de Barros Gondim e o I.P.P.P. - Instituto
Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas - através de seu Presidente, Prof. Valter da
Rosa Borges, no sentido de que essa instituição preste assessoria àquela Secretaria nos
casos de investigações técnicas de fenômenos perturbadores, de natureza paranormal.
O projeto do I.P.P.P. repercutiu na imprensa.
O jornalista Waldomiro Arruda, na sua coluna Retrato Falado, do Jornal do
Commercio, publicou, nas edições de 8 de novembro e 2 de dezembro de 1987, dois
artigos sobre o acordo entre o I.P.P.P. e a Secretaria de Segurança Pública de
Pernambuco.
Na sua edição de 29 de maio de 1989, o Jornal do Commercio publicou matéria
sensacionalista sobre o projeto de convênio entre o I.P.P.P. e a Secretaria de
Segurança Pública de Pernambuco. Talvez a maneira, desastradamente jocosa, como
foi tratado o assunto, tenha sido um dos fatores que influíram decisivamente no
desinteresse demonstrado pelo novo Secretário de Segurança Pública pela aprovação
do Projeto
O jornal Tecnologia em Pernambuco, de janeiro de 1994, publicou uma página
inteira de crítica à burocracia estatal que vetou dois projetos do I.P.P.P., apesar de
todo apoio político que eles receberam. Estes projetos foram: a) o Projeto de
Investigação e Treinamento em Parapsicologia nas Atividades de Polícia; b) o
Convênio de Assistência ao Superdotado e Paranormal, firmado entre a Secretaria de
Educação do Estado e o I.P.P.P. Tudo isso aconteceu no governo Miguel Arraes.
No mês de maio de 1991, apresentei, pessoalmente, ao Governador do Estado
de Pernambuco, Dr. Joaquim Francisco, o Projeto de Prospecção de Recursos
Minerais e Hídricos por Meios Alternativos de Radiestesia (vide Adendo nº 11).
Embora o Governador Joaquim Francisco de Freitas Cavalcanti tivesse
demonstrado interesse pelo projeto e determinado a sua remessa à Secretaria
competente, o I.P.P.P. não recebeu qualquer resposta sobre o destino do mesmo.
No dia 13 de maio de 1991, Maury Ribeiro da Silva encaminhou ao Governador
de Pernambuco, Dr. Joaquim Francisco de Freitas Cavalcanti, com ofício anexo, o
Programa de Assistência Social ao Paranormal, desenvolvido pelos parapsicólogos
pernambucanos com a finalidade de dar cumprimento ao Art. 174 da Constituição de
Pernambuco. Maury, que assessorou o Deputado Geraldo Barbosa na emenda à
Constituição de Pernambuco, em seu Art. 174, garantindo assistência social aos
paranormais, conseguiu implantar, na Secretaria de Ação Social do Estado, o
Programa de Assistência ao Paranormal.
Em abril de 1993, o I.P.P.P. apresentou àquela Secretaria o Projeto de
Assistência aos Paranormais de Pernambuco, (vide Adendo nº 12) para ser implantado
naquela Secretaria através da Diretoria de Coordenação dos Centros Sociais Urbanos.
O Diário da Manhã, de 27 de junho de 1990, noticiou que a Secretaria de Ação
Social do Estado poderá prestar assistência social aos paranormais, através de
parapsicólogos cadastrados naquela Secretaria.
Em 30 de junho de 1990, Maury Ribeiro da Silva, entrevistado pela Folha de
Pernambuco, esclareceu que os Centros Sociais Urbanos, da Secretaria de Ação Social
do Estado, cadastrou dez parapsicólogos pernambucanos para dar assistência aos
paranormais e que somente o Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas –
I.P.P.P. - presta essa assistência àquelas pessoas.
O Deputado Geraldo Barbosa, através da Indicação nº 4239, de 12 de setembro
de 1990, solicitou à Assembleia Legislativa do Estado, “cumpridas as formalidades
legais, seja formulado um apelo à Exma. Ministra da Ação Social, Dra. Margarida
Procópio, no sentido de que seja dada atenção especial ao Programa de Assistência
Social aos Paranormais, desenvolvido pelos Parapsicólogos pernambucanos, bem
como a liberação de recursos para os municípios a fim de ampliar o referido
programa.”
No dia 12 de março de 1992, a Câmara Municipal do Recife aprovou o
Requerimento no 164/92, do Vereador Otávio Augusto Cavalcanti, para que “seja feita
indicação ao Exmo. Sr. Prefeito da Cidade do Recife, Dr. Gilberto Marques Paulo, no
sentido de que determine a implantação na municipalidade do Programa de
Assistência Social do Paranormal.
Por solicitação de Maury Ribeiro da Silva, foi efetuado, no dia 8 de julho de
1991, o cadastramento dos seguintes parapsicólogos do I.P.P.P. na Secretaria do
Trabalho e Ação Social: Valter da Rosa Borges, Ivo Cyro Caruso, Maury Ribeiro da
Silva, Ronaldo Dantas Lins Filgueira, Selma Maria Duarte da Rosa Borges, Aderbal
Pacheco, José Renato Barros Silva, Luiz César Leite, Jalmir Freire Brelaz de Castro e
Maurício Tavares Jácome.
Finalmente, em abril de 1993, o I.P.P.P. criou o Projeto de Assistência
Parapsicológica nos Hospitais Estaduais de Pernambuco, (vide Adendo nº 13) visando
criar a Parapsicologia Hospitalar.
O Diário de Pernambuco, de 25 de abril deste ano, entrevistou-me e também
Luiz Carlos Diniz sobre o projeto do I.P.P.P. de assistir pacientes de hospitais que
vivenciaram, no período de seu internamento, experiências paranormais. Os médicos
parapsicólogos do I.P.P.P., sob a coordenação de Luiz Carlos Diniz, pretendiam, com
isso, inaugurar uma especialidade na Parapsicologia - a Parapsicologia Hospitalar -,
conforme projeto já aprovado pela Diretoria.
O jornal Tecnologia em Pernambuco, na sua edição do mês de abril deste ano,
publicou ampla matéria sobre este projeto e teceu comentários elogiosos à atuação do
I.P.P.P.
Infelizmente, até agora, este audacioso projeto ainda não pôde ser executado.
Atividades culturais.
Desde a criação do Seminário dos Múltiplos Saberes, em 1986, o I.P.P.P. vem
desenvolvendo atividades culturais no campo das artes e da literatura. Um dos maiores
entusiastas dessas atividades é Luiz César Leite, que além de parapsicólogo, é também
ator e pessoa bastante conhecida no teatro de Pernambuco. Em todas as
comemorações do Dia do Parapsicólogo Luiz César faz apresentações teatrais,
contracenando com alguns companheiros do Instituto ansiosos de demonstrar seus
talentos nas artes cênicas, tais como José Fernando Pereira da Silva, José Renato Silva
Barros, Maria Idalina Correia Umbelino, Célia Cabral da Costa Arruda, Jalmir Brelaz
de Castro, Lígia Monteiro e Ronaldo Dantas Lins Filgueira.
Maria Salete do Rego Barros Melo também resolveu ser teatróloga e escreveu
uma peça, cuja representação não a agradou, porque alguns atores do I.P.P.P.
mudaram o texto original, fazendo improvisações indevidas.
Lançamento do livro "Voz Interior", de Terezinha Acioli Lins, na sede do I.P.P.P. na Av. Dezessete de
Agosto. Da esquerda para a direita, José Roberto de Melo, um representante da Fundação do Ensino
Superior de Olinda (FUNESO), Célia Cabral da Costa Arruda, Terezinha Acioli Lins, Valter da Rosa
Borges e Ronaldo Dantas Lins Filgueira.
A mudança do Instituto para a sua nova sede na Av. Dezessete de Agosto,
mudou também para melhor as atividades culturais. Luiz César ali instalou a sua
pinacoteca particular. Em 1998, José Renato Barros Silva e Terezinha Acioli Lins de
Lima fizeram lançamentos de obras literárias, respectivamente "Laura ou a Beleza e o
Beijo" e "Voz Interior". No seu entusiasmo pela Parapsicologia, Terezinha escreveu,
no seu livro, dois poemas intitulados "Dia do Parapsicólogo" e "Encontro Psi", no
qual relata as peripécias do II Encuentro de Parapsicologia em Buenos Aires.
Segui o exemplo de Renato e Terezinha e, em 1999, fiz o lançamento, no novo
espaço cultural do I.P.P.P., do meu livro "A Saga do Existir".
Levantamento patrimonial
Em 10 de setembro de 1982, Ivo Cyro Caruso fez o primeiro levantamento
patrimonial do I.P.P.P., do qual, entre outros bens, constava um lote de terreno 11x30
em Candeias, no município de Jaboatão dos Guararapes, um mimeógrafo
Gestettner/320 manual e elétrico, um projetor de slide Cabin 100A, uma máquina
fotográfica Olimpus Trip 35 e um gravador National RQ-322S, assim como móveis e
equipamentos de escritório.
Atualmente, o Instituto possui ainda um televisor Sony colorido de 14
polegadas, um vídeo cassete Toshiba, um computador, um scanner HP, uma
impressora Cannon de jato de tinta, um retroprojetor e um episcópio, fax, além de
equipamento pedagógico e biblioteca especializada.
Em l999, Ivo Cyro Caruso apresentou ao Conselho Diretor um minucioso e bem
elaborado projeto de gerenciamento de todas as atividades do Instituto e que intitulou
de "Custos do I.P.P.P."
Em defesa da Parapsicologia
Os parapsicólogos Nancy L. Zingrone (EUA) e Carlos S. Alvarado (Porto Rico)
criaram e coordenaram o Curso I, Metodologias em Parapsicologia, promovido pela
Associação Iberoamericana de Parapsicologia, através da Internet, no período de 30 de
março a 12 de julho de 1998.
O Curso foi dividido em oito módulos ou classes e, além dos dois
coordenadores, contou com treze líderes: Alejandro Parra (Buenos Aires, Argentina);
Vera Lúcia Barrionuevo O'Reilly Cabral e Tarcísio Roberto Pallú (Curitiba, Brasil);
Valter da Rosa Borges e Jalmir Brelaz de Castro (Recife, Brasil); Fátima Regina
Machado e Wellington Zangari (São Paulo, Brasil); Brenio Onetto-Bächler (Santiago
do Chile); José Raúl Naranjo Muradas (Santiago de Cuba); Moisés Asís (Miami,
Florida, Estados Unidos); Eugenio Ledezma R. e Ramón Monroig Grimau (Querétaro,
México); e Maria Luísa Albuquerque ( Portugal).
Além dos líderes, cada grupo era constituído de outros participantes. Somando
coordenadores, lideres e participantes, o Curso contou com a participação de 98
parapsicólogos.
Foi criada uma Website para a publicação e discussão dos trabalhos a fim de
que os participantes do Curso pudessem fazer seus comentários sobre os mesmos.
Os trabalhados escolhidos para o Curso foram os seguintes:
Classe 1 (de 30 de março a 5 de abril)
Alvarado, Carlos S. Machado, Fátima Regina & Zingrone, Nancy - “Métodos de
Investigación en Parapsicología”
Delanoy, Deborah - “El Informe de la Metodología en los Experimentos de
Percepción Extrasensorial”
Classe 2 (de 13 a 19 de abril)
Braud, William - “O que é um experimento Psi controlado?”
Milton, Jule & Wiseman, Richard - “Control de Indicios Sensoriales en Pruebas
de Percepcion Extrasensorial …”
Zingrone, Nancy - “Diez requisitos para un buen experimento de percepción
extrasensorial.”
Classe 3 (27 de abril a 3 de maio)
Alvarado, Carlos S. - “La Percepción Extrasensorial y la Alteración de la
Conciencia: Una Nota Metodológica y Conceptual con Respecto al Ganzfeld.”
Bem, Daryl J. & Honorton, Charles ¿Existe Psi? Evidencia Reproducible para
un Proceso Anómalo de Transferencia de Información
Clase 4 (de 11 a 17 de maio)
Castro, Jalmir Brelaz de - “Experiencias fuera del cuerpo: Una encuesta sobre
estudiantes universitarios en Brasil.”
Zangari, Wellington & Machado, Fátima Regina - “Incidência e Relevância
Social das Experiências Parapsicológicas entre Estudantes Universitários Brasileiros”.
Versão em espanhol - “Incidiencia e importancia social de las experiencias psíquicas
en los estudiantes universitarios brasileros.”
Clase 5 (25 a 31 de maio)
Alvarado, Carlos S. - “Avaliaçoes psicologicas de sujeitos poltergeist.”
Machado, Wellington & Zangari, Fátima Regina “A psicologia do
poltergeist.” Versão em espanhol - “Psicología del Poltergeist”
Martínez-Taboas, Alfonso - “Uma avaliação do papel da agressividade e do
sistema nervoso central nos agentes RSPK
Classe 6 (8 a 14 de junho)
Percia de Carvalho, André - “Fenómenos psi espontáneos en Brasil: Algunas
reflexiones sobre sus aspectos psico-socio-culturales.”
Stevenson, Ian - “Seis experiencias modernas de apariciones.”
Classe 7 (de 22 a 29 de junho)
Quevedo, Oscar Gonzalez - “El Rostro Oculto de la Mente.” (en papel)
Classe 8 (de 6 a 12 de julho)
Alvarado, Carlos S. - “Las Medidas de Magnitud y su Importancia para la
Cuantificación en Psicología.”
Honorton, Charles - “Resumiendo los hallazgos de la investigación: Los
métodos meta-analiticos y su uso en parapsicología.”
Como leituras suplementares foram selecionados os seguintes trabalhos:
Borges, Valter da Rosa - “A Questão da Metodologia na Parapsicologia”
Barrionuevo, Vera Lúcia O'Reilly Cabral - “Metodologias de Pesquisa”
Alvarado, Carlos S.- “Recientes Publicaciones Sobre Métodos de Investigación
en Psicología”
Na discussão do trabalho de Wellington Zangari e Fátima Regina Machado,
intitulado “Incidência e Relevância Social da Experiência Parapsicológica entre
Estudantes Universitários Brasileiros”, inserido na Classe 4, o grupo do I.P.P.P.
discordou do posicionamento dos seus autores, entendendo que era atentatório aos
interesses da Parapsicologia como ciência autônoma.
O debate (vide Adendo nº 14), que se desenvolveu durante várias semanas, tem
um inequívoco valor histórico, porque define claramente posições antagônicas em
relação ao futuro da Parapsicologia, principalmente na iberoamérica. Por outro lado,
enseja desdobramentos temáticos e reflexões proveitosas sobre as atividades
desenvolvidas por parapsicólogos que adotam comportamentos diferenciados no trato
da fenomenologia paranormal.
O I.P.P.P., desde a sua fundação, vem adotando uma atitude firme e definida
em relação ao desenvolvimento da Parapsicologia, por acreditar que se trata de uma
ciência cujo futuro é promissor. Por maiores que sejam as dificuldades do presente,
ainda que o seu progresso seja lento, mesmo que continue sendo combatida
ferozmente pelo fanatismo dos céticos, a Parapsicologia vem, progressivamente,
ganhando respeitabilidade entre cientistas de outras áreas. Trabalhar em
Parapsicologia é, acima de tudo, um trabalho para idealistas, dotados de um espírito
forte, corajoso, obstinado e criativo. Não é uma atividade para diletantes e tímidos, ou,
ainda, para aqueles que apenas acreditam em vitórias fáceis e recompensas imediatas.
Toda ciência é uma construção permanente, um contínuo revisar de hipóteses e
experimentos, uma coletânea de sacrifícios e satisfações, de conquistas e de fracassos,
mas, principalmente, a aquisição da experiência e da competência para lidar com os
caprichos da sempre esquiva realidade.
Por isso, na defesa da Parapsicologia, o I.P.P.P. não mede a estatura de seus
adversários e sempre os combaterá, tenazmente, sejam eles quem forem, estejam eles
onde estiverem.
Cada ciência se desenvolve graças a obstinação sacrificial de seus teóricos e
pesquisadores. E a Parapsicologia não é uma exceção a essa regra.
Alguns parapsicólogos do I.P.P.P. Da esquerda para a direita: sentados - Isa Wanessa Rocha Lima,
Terezinha Acioli Lins de Lima, Selma da Rosa Borges, Márcia da Rosa Borges, Rosa Bezerra da Silva e
Célia Cabral da Costa Arruda; atrás - João Evangelista Lemos, Sara Riwka Erlich, Valter da Rosa
Borges, José Roberto de Melo, Amaro Geraldo de Barros e Silvino Alves da Silva Neto; mais atrás Maria da Salete Rêgo Barros Melo, Pacífico Silva de Andrade, Ronaldo Dantas Lins Filgueira, Luiz
César Leite, Luiz Carlos de Oliveira Diniz, Erivam Félix Vieira, Guaracy Lyra da Fonseca e José
Fernando Pereira da Silva.
Conclusão
Após quase três décadas de luta, procurando fazer do I.P.P.P. um centro de
referência, não apenas nacional, mas também internacional, do estudo e da
investigação em Parapsicologia, tenho a indescritível satisfação de ver plenamente
realizado esse objetivo. Para isso, contei com a inestimável colaboração de fiéis
companheiros do Instituto cujos nomes são constantemente citados nas páginas desse
livro. O meu maior empenho foi tratar a complexa fenomenologia paranormal à luz da
metodologia científica, contando para isso, na formação do que denominamos de
Escola Pernambucana da Parapsicologia, com a colaboração e o idealismo de Ivo Cyro
Ca-ruso e Ronaldo Dantas Lins Filgueira.
E esse trabalho científico em prol da Parapsicologia teve o reconhecimento
explícito de parapsicólogos brasileiros e argentinos, como se vê, por exemplo, do
comentário feito pela Revista Argentina de Psicologia Paranormal, no seu vol.8, nº l, de
janeiro de 1997:
Rosa Borges fue quien pioneramente en Brasil trató la parapsicología como
ciencia, haciendo del Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas (IPPP) una
instituición científica ejemplar dedicada a la enseñanza y la investigación de los
fenómenos paranormales, habiendo sido, inclusive, reconocida de utilidad pública por
la Asemblea Legislativa del Estado de Pernambuco.
Naum Kreiman, escrevendo em Cuadernos de Parapsicología, Ano 32, nº 4, de
dezembro de 1999, reconhece que o I.P.P.P. "dirigido por Ronaldo Dantas Lins, podría
convertir-se en um centro iberoamericano de investigación, no solo experimental sino
también filosófica y social de la parapsicología."
Por certo, nem todos os fatos da história do I.P.P.P. foram aqui relatados.
Quase nunca a documentação de uma instituição e a memória dos seus sócios mais
participantes são suficientes para resgatar a sua completa biografia. Somente os fatos
importantes deixam a sua marca e se preservam através do tempo. Porém, um extenso
cotidiano de acontecimentos menores, embora extremamente importantes por sua
significação e resultantes de um convivência solidária, perdem-se irreversivelmente
nos obscuros corredores do tempo e da memória. E, a rigor, são estes fatos
aparentemente insignificantes que constituem o cimento e os tijolos da construção do
objetivo comum.
O I.P.P.P. é, mais do que uma entidade jurídica, é um estado de espírito e um
processo de autoconservação. Ele se visibiliza em cada um dos seus associados,
preservando, assim, a sua própria identidade, apesar da renovação, pela morte ou pela
desistência de alguns deles. Trata-se de uma herança abstrata que se comunica a cada
geração de novos associados. E, enquanto essa sucessividade for preservada o I.P.P.P.
continuará vivo e cumprindo a missão que lhe foi predeterminada por seus fundadores.
Eu sou o único dos fundadores que ainda permanece ligado ao ser virtual que
criou. Por isso, me senti na obrigação de escrever este livro para testemunho de tudo
quanto ele realizou durante quase três décadas de sua existência.
CONSELHO REGIONAL DE PARAPSICOLOGIA
C
oube ao Instituto de Parapsicologia do Rio de Janeiro - I.P.R.J. - ,
através do seu dinâmico Presidente Mário Amaral Machado, a iniciativa
de criar um órgão federativo para coordenar todas as instituições de
Parapsicologia do Brasil e disciplinar as atividades do parapsicólogo em todo o
território nacional. E, para consolidar essa ideia pioneira, foi fundada em 1982, por
ocasião do III Congresso Nacional de Parapsicologia e Psicotrônica, a Federação
Brasileira de Parapsicologia – FEBRAP - tendo assinado o ato de fundação as
seguintes instituições: Faculdade de Ciências Bio-Psíquicas do Paraná, Instituto
Nacional de Pesquisas Psicobiofísicas, Instituto de Estudos e Aplicação
Parapsicológica, Instituto de Psicologia Aplicada, Instituto de Parapsicologia do Rio
de Janeiro e Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas, por mim
representado.
A FEBRAP, em 11 de março de 1985,criou os Conselhos Regionais de
Parapsicologia, distribuídos em 10 (dez) regiões, a saber: 1) CR da 1ª Região - Rio de
Janeiro e Espírito Santo, com sede no Rio de Janeiro; 2) CR da 2ª Região - São Paulo,
com sede em São Paulo; 3) CR da 3ª Região - Paraná e Santa Catarina, com sede em
Curitiba; 4) CR da 4ª região - Rio Grande do Sul, sede Porto Alegre; 5) CR da 5ª Região
- Minas Gerais, sede Belo Horizonte; 6) CR da 6ª Região - Baía, sede Salvador; 7) CR
da 7ª Região - Pernambuco, Maranhão, Piaui, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba,
Alagoas e Sergipe, sede Recife; 8) CR da 8ª Região - Pará e Território do Amapá, sede
Belém do Pará; 9) CR da 9ª Região - Amazonas, Acre, Territórios de Roraima e
Rondônia, sede Manáus; 10) CR da 10ª Região - Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso e
Mato Grosso do Sul, sede Brasília.
Inicialmente, três Conselhos foram autorizados a funcionar: o da 1a. Região,
com sede no Rio de Janeiro, sob a presidência do Almirante Maurílio Augusto da Silva;
o da 3a. Região, com sede em Curitiba, sob a presidência do Prof. Octávio Melchiadas
Ulisséa e o da 7a. Região, com sede no Recife, ficou sob a minha presidência.
No dia 24 de agosto de 1985, o Conselho Regional de Parapsicologia
(CONREP) da 7ª Região iniciou as suas atividades, elegendo a sua primeira Diretoria
da qual fui o Presidente.
Na manhã do dia 3 de outubro de 1986, antes da abertura do V Congresso
Brasileiro de Parapsicologia e Psicotrônica, realizado no Recife, o CONREP foi
oficialmente instalado com a presença do Presidente da Federação Brasileira de
Parapsicologia - FEBRAP -, Prof. Mário Amaral Machado.
Na noite anterior, reuniram-se na sede do I.P.P.P. Mário Amaral Machado, sua
esposa Glória Lintz, Waldo Vieira, Geraldo Sarti, Valter da Rosa Borges, Ivo Cyro
Caruso, Ronaldo Dantas, entre outros, juntamente com o Deputado Federal de
Pernambuco, Egídio Ferreira Lima. Naquela oportunidade, formulou-se ao Deputado
um pedido de apoio para a aprovação de Cursos de Parapsicologia no Ministério da
Educação. Egídio Ferreira Lima solicitou, então, que lhe fossem fornecidos dados
concretos sobre a atuação do parapsicólogo e, ao mesmo tempo, esclareceu que várias
propostas de Curso de Parapsicologia foram arquivadas no Ministério de Educação,
porque continham, em seus conteúdos programáticos, questões ligadas ao
Espiritismo. Ivo Caruso, veementemente, demonstrou que a posição do I.P.P.P.
sempre fora nitidamente científica e frontalmente contrária à mistura de
Parapsicologia com Espiritismo. O Deputado disse que iria empenhar-se pela causa da
Parapsicologia, logo que recebesse subsídios concretos para orientar o seu trabalho.
No dia 5, à noite, após o encerramento do Congresso, foi feita nova reunião,
com o mesmo grupo, novamente na sede do I.P.P.P. Nesta ocasião, por solicitação de
Mário Amaral, Ivo Caruso secretariou a reunião da Federação Brasileira de
Parapsicologia – FEBRAB -, lavrando a Ata descritiva do Congresso. Seguiu-se uma
forte polêmica entre Mário Amaral Machado e Ivo Caruso, quando aquele sustentou
que os UFOs também faziam parte da pesquisa parapsicológica. Ivo argumentou,
mais uma vez, que a posição do I.P.P.P., sendo estritamente científica, não admite a
inclusão de questões metafísicas no campo da Parapsicologia.
A ideia da federalização da Parapsicologia no Brasil, porém, não vingou e,
atualmente, somente o CONREP do Recife continua em funcionamento.
Visitando disciplinar as atividades dos parapsicólogos pernambucanos, o
CONREP da 7a. Região, em reunião de 12 de março de 1988, na rua da Concórdia, 372,
salas 46/47, sob a minha presidência, aprovou a Resolução Nº 01/88, dispondo sobre
as atividades e atribuições do parapsicólogo, ao qual compete:
a) a direção, responsabilidade técnica e assessoramento nas entidades estatais,
paraestatais, autárquicas, de economia mista e empresa privada que tratem do
paranormal ou de pessoas afetadas por manifestações paranormais, ou que se
dediquem a estudos ou pesquisas de natureza parapsicológica, como também nas
entidades públicas ou privadas em que se preparem ou fabriquem produtos destinados
à psicotrônica; b) a fiscalização profissional humana e técnica de empresas privadas e
entidades estatais, paraestatais, autarquias e de economia mista que desenvolvam
atividades de natureza parapsicológica ou psicotrônica; c) a execução de serviços
técnicos e de pesquisa parapsicológica na seleção e melhoria da técnica e da
instrumentação de dispositivos psicotrônicos; d) a elaboração de estudos, projetos,
análises, laudos técnicos e pareceres, assim como realização de vistorias e
arbitramento em assuntos de natureza paranormal, parapsicológicos ou psicotrônicos;
o exercício do magistério nos cursos de Parapsicologia, ministrados por entidades
credenciadas ou de ensino superior; e) a orientação, aconselhamento e assistência às
pessoas direta ou indiretamente afetadas por manifestações paranormais, f) a
preparação e aplicação de testes ou ensaios parapsicológicos; g) a identificação e/ou
treinamento de pessoas dotadas de aptidões paranormais; h) a investigação privativa
dos fenômenos paranormais; i) a prestação de serviços e outras funções não
especificadas nesta Resolução e que se situem no âmbito da capacitação técnicoprofissional do parapsicólogo; j) a colaboração em assunto parapsicológico ligado a
outras ciências; l) a colaboração com as autoridades públicas nas questões de interesse
público que, direta ou indiretamente, digam respeito a fenômenos de natureza
parapsicológica.
Estabeleceu, ainda, que o exercício da profissão do parapsicólogo só é
permitido: a) aos portadores de diploma de parapsicólogo, quando criado o curso de
graduação em Parapsicologia, desde que expedido por instituição de ensino superior
devidamente autorizada e/ou reconhecida; b) aos portadores de certificado de PósGraduação “lato sensu” em Parapsicologia conferidos por instituições credenciadas ou
de ensino superior; c) aos portadores de diplomas de habilitação em Parapsicologia
conferidos pela Federação Brasileira de Parapsicologia FEBRAP) ou pela Associação
Brasileira de Parapsicologia (ABRAP); d) aos portadores de diploma, devidamente
revalidado e registrado no Brasil, de escola estrangeira de ensino superior de
Parapsicologia; e) às pessoas registradas como parapsicólogo no CONREP.
Na reunião do Conselho Regional de Parapsicologia (CONREP) - 7a. Região,
de 19 de março de 1988, na rua da Concórdia, 372, salas 46/47, sob a minha
presidência, foi aprovada a Resolução No 02/88, que criou o Código de Ética do
Parapsicólogo, o qual pode ser consultado no Adendo nº 16.
No dia 2 de março de 1988, a Câmara Municipal do Recife aprovou o
Requerimento no 181, do Vereador Arquimedes Lacerda, consignando voto de
congratulações pela criação do Conselho Regional de Parapsicologia - CONREP -, da
7a. Região.
Em julho de 1992, recebi um telefonema de Geraldo Sarti, comunicando-me
que, em reunião da FREBRAP, se decidiu transferir este órgão para o Recife e que eu
fora eleito o seu Presidente, restando apenas a formalidade da oficialização, o que
jamais aconteceu.
Em virtude da desestruturação e quase extinção da Federação Brasileira de
Parapsicologia, a Diretoria do CONREP resolveu mudar o seu nome para Conselho
Regional de Parapsicologia de Pernambuco, mantendo a sua antiga sigla.
DIRETORIAS
Dirigido, atualmente, por Jalmir Freire Brelaz de Castro, o Conselho Regional
de Parapsicologia (CONREP) de Pernambuco já foi presidido por mim e por Ivo Cyro
Caruso.
No Adendo nº 16, consta a relação das Diretorias do CONREP.
PARAPSICÓLOGOS INSCRITOS NO CONREP
Por ordem de inscrição, são os seguintes os parapsicólogos inscritos no
CONREP:
Valter Rodrigues da Rosa Borges, Ivo Cyro Caruso, Ronaldo Dantas Lins
Filgueira, Selma Maria Duarte da Rosa Borges, Aurora Christina Dornellas Câmara,
Márcia da Rosa Borges, Aderbal Pacheco, Maurício Tavares Jácome, José Renato
Barros Silva, Júlia Soares da Silva, Luiz César Leite, Maury Ribeiro da Silva, Jalmir
Freire Brelaz de Castro, Luiz Carlos Oliveira Diniz, Luciano da Fonseca Lins,
Terezinha Acioli Lins de Lima, Erivam Félix Vieira, José Moreira da Silva Filho, José
Carlos Gomes, Wilson do Nascimento Paes, Rosa Maria Bezerra da Silva, Guaracy
Lyra da Fonseca, Geraldo Machado Fonseca Lima, José Roberto de Melo, Valdete
Pinheiro Lima, Amanda Rodrigues Jordão, Mônica Regina Alecrim Melo, Maria da
Salete Rêgo Barros Melo, Isa Wanessa Rocha Lima, Silvino Alves da Silva Neto, Inácio
Roberto de Queiroz, João Evangelista de Lemos, José Roberto de Souza Vasconcelos,
Severino de Souza Vasconcelos, Kátia Goretti Velôso Lins, Amaro Geraldo de Barros,
Evaldo Alves Pereira, José Eldon Barros de Alencar, Maria de Fátima Souza Cristóvão,
Érico Iglésias Cavalcanti Melo, Maria Idalina Correia Umbelino, José Fernando
Pereira da Silva, Lígia Gomes Monteiro, Sandra Torres Zarzar, Fernando Antônio
Domingos Lins, Givaldo José da Fonseca, Walter Wanderley Barros, Célia Cabral da
Costa Arruda, Sara Riwka Erlich e Pacífico Silva de Andrade.
Regulamentação da profissão de Parapsicólogo
Desde 1986, o I.P.P.P. vem lutando pela regulamentação da profissão do
parapsicólogo. A esta luta se juntaram os Vereadores Paulo Fernando F. Immisch e
Arquimedes Lacerda, assim como os deputados estaduais Luciano Siqueira e Geraldo
Barbosa.
Em apoio a essa luta, a Assembleia Legislativa de Pernambuco aprovou a
Indicação no 2.854, de 22 de setembro de 1986, do Deputado Luciano Siqueira para
formular um veemente apelo ao Exmo. Sr. Ministro da Educação e o Sr. Presidente da
Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados, no sentido de que a
Câmara e o Senado Federal aprovem mensagem propondo a regulamentação da
profissão do parapsicólogo.
Mais uma vez, a Assembleia Legislativa de Pernambuco aprovou a Indicação no
453, de 7 de maio de 1987, do Deputado Geraldo Barbosa, para que fosse feito apelo ao
Exmo. Sr. Ministro da Educação, Dr. Jorge Bornhausen e aos Deputados Constituintes
no sentido de que seja votado o anteprojeto que propõe a regulamentação da profissão
do parapsicólogo.
A Câmara Municipal do Recife também se engajou na luta do I.P.P.P. e
aprovou o Requerimento no 531, de 2 de abril de 1987, do Vereador Paulo Fernando F.
Immish, no sentido de que fosse dirigido um veemente apelo à Bancada de
Pernambuco na Câmara e Senado Federal para que interfiram na aprovação da
mensagem e anteprojeto propondo a regulamentação da profissão do parapsicólogo,
em tramitação no Congresso Nacional.
A Câmara Municipal do Recife voltou a insistir no assunto, aprovando a
Indicação no 2.107, de 14 de setembro de 1987, de autoria do Vereador Arquimedes
Lacerda, dirigida ao Exmo. Sr Ministro da Educação, Dr. Jorge Bornhausen, ao Exmo.
Sr. Ministro do Trabalho, Dr. Almir Pazzianotto, ao Presidente da Câmara dos
Deputados, Dr. Ulysses Guimarães e ao Presidente do Senado, Dr. Humberto Lucena,
no sentido de que Suas Excias intercedam para que seja votado e aprovado o projeto
de regulamentação da profissão de parapsicólogo. O Diário de Pernambuco, de 6 de
abril deste ano, ressaltou o interesse do Vereador Paulo Immish na luta do I.P.P.P.
pela regulamentação da profissão do parapsicólogo.
E o Jornal do Commercio, de 13 de agosto deste ano, noticiou o movimento dos
parapsicólogos de Pernambuco para a regulamentação de sua profissão.
O Diário de Pernambuco, de 5 de março de 1989, entrevistou-me sobre questão
da Parapsicologia como ciência e profissão, a criação do Conselho Regional de
Parapsicologia (CONREP) da 7ª Região, sediado no Recife e também sobre o Curso
de Pós-Graduação em Parapsicologia, ministrado pelo I.P.P.P.
Em 9 de setembro de 1990, o Diário de Pernambuco, além de me entrevistar
sobre o VIII Simpósio Pernambucano de Parapsicologia, abordou novamente o tema
da profissão de parapsicólogo e as atividades do Conselho Regional de Parapsicologia
(CONREP) da 7ª Região.
O jornal Tecnologia em Pernambuco, em sua edição de julho de 1994, dedicou
uma página inteira ao problema da profissionalização do parapsicólogo e de seu
mercado de trabalho, inclusive tabela de honorários.
Perfil do Parapsicólogo
No meu livro “Manual de Parapsicologia”, procurei traçar o perfil do
parapsicólogo ideal, o qual deve ser dotado das seguintes características:
a) sólida cultura geral, visto ser a Parapsicologia uma ciência de extensa
interdisciplinaridade;
b) espírito aberto a concepções arrojadas, devidamente contrabalançado por
uma atitude permanentemente crítica;
c) neutralidade operativa no trato dos fenômenos, sem se deixar influenciar por
suas convicções filosóficas ou crenças religiosas;
d) diálogo permanente com cientistas de outras áreas, visando o
enriquecimento de temas pertinentes à investigação parapsicológica;
e) consciência lúcida dos problemas específicos da Parapsicologia e a busca
incansável de estratégias para a sua solução;
f) orientação sempre centrada no homem para a compreensão e utilização, cada
vez maior, de suas potencialidades.
Contribuição para o INSS
Pernambuco é o primeiro - e também o único - Estado brasileiro onde o
parapsicólogo tem o direito de recolher contribuição, na condição de autônomo, para o
Instituto Nacional de Seguro Social - INSS. Maury Ribeiro da Silva foi o primeiro
parapsicólogo do I.P.P.P. a iniciar o recolhimento das contribuições previdenciárias.
Cadastro Brasileiro de Ocupações - CBO
Fruto também do trabalho de Maury Ribeiro da Silva foi a solicitação da
inclusão da profissão de parapsicólogo no Cadastro Brasileiro de Ocupações – CBO,
feita pelo Presidente do CONREP, Jalmir Brelaz de Castro.
Através do Ofício nº 391/CBO/ CIRP/SPES/MT6, de 3 de abril de 1996, o
Ministério do Trabalho informou ao CONREP que a ocupação de Parapsicólogo será
incluída na próxima edição do CBO.
Em defesa da profissão
No dia 24 de novembro de 1991, fui entrevistado pelo Diário de Pernambuco,
numa ampla reportagem, sobre a influência nociva de falsos parapsicólogos no
desenvolvimento da Parapsicologia no Brasil. Ressaltei que esses pseudos
profissionais se tornam mais atuantes, principalmente em épocas de crise, quando os
valores sociais e espirituais são questionados, produzindo perplexidade e
desorientação existencial, o que leva as pessoas atordoadas e confusas a procurarem
respostas, geralmente fantasiosas, para as suas inquietações e angústias.
Em dezembro de 1997, tive a surpresa de ler no Comunicampus, jornal da
Universidade Federal de Pernambuco, encartado no Jornal do Commercio, o anúncio
da realização de um Curso de Parapsicologia a se realizar, durante o Verão no
Campus, de 2 a 6 de fevereiro de 1998, no Centro de Ciências Biológicas e ministrado
pelas Professoras daquele Centro, Sônia Pereira Leite e Jailma Santos Monteiro.
Acontece que essas professoras haviam sido reprovadas, por desistência, do
Curso de Pós-Graduação em Parapsicologia do I.P.P.P., no ano de 1997 e, assim, sem
qualquer qualificação profissional intentavam promover o referido
Curso de
Parapsicologia no campus daquela Universidade.
Para defender os interesses da comunidade parapsicológica de Pernambuco,
Jalmir Freire Brelaz de Castro, Presidente do CONREP, através do ofício nº 002/98, de
29 de janeiro de 1998, denunciou o fato à Pró-Reitoria da Universidade Federal de
Pernambuco nos seguintes termos:
"Tomamos conhecimento através do Comunicampus - Jornal da Universidade
Federal de Pernambuco - Ano III - nª 47 - Dezembro de 1997, página 5, encartado do
Jornal do Commercio, da realização do Curso de Parapsicologia: uma nova realidade, a
ser realizado durante o Verão no Campus, de 02 a 06.1998, no Centro de Ciências
Biológicas - CCB, pelas Professoras Sônia Pereira Leite e Jailma Santos Monteiro.
Na qualidade de órgão representativo da classe de parapsicólogos e fiscalizador
do exercício profissional , informamos que as professoras acima mencionadas são
desconhecidas nos meios parapsicológicos, não estão inscritas neste Conselho, nem
pertencem a quaisquer entidades de parapsicologia conhecida no país.
Manifestamos nossa preocupação, porque as professoras, formalmente citadas
como ministrantes do curso, não têm a qualificação exigida na área.
Somos conhecedores que as mesmas iniciaram o único curso de formação de
parapsicólogos existente no Estado de Pernambuco, ministrado pelo Instituto
Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas - Instituto Pernambucano de Pesquisas
Psicobiofísicas - IPPP, não tendo concluído os créditos das disciplinas, nem
apresentado a monografia requerida. O Curso de Pós-Graduação, lato sensu,
ministrado pelo IPPP, existe desde 1998 e foi estruturado segundo orientação da
Delegacia Regional do MEC. Cursos de formação dessa natureza, fora o Estado de
Pernambuco, só são encontrados em São Paulo e no Paraná.
No aguardo do vosso pronunciamento,
Atenciosamente,
Jalmir Freire Brelaz de Castro
Presidente do CONREP
O Prof. Geraldo José Marques Pereira, Vice-Reitor no exercício da Reitoria, no
Ofício nº 0443/98-GR, de 12 de março de 1998, assim se dirigiu ao Presidente do
CONREP:
"Senhor Presidente,
Cumprimentando-o cordialmente, reporto-me ao Ofício nº 002/98, datado de
29.01.98, referente a realização, durante o Verão no Campus, do Curso de
Parapsicologia: uma Nova Realidade, para transmitir a V.Sª as informações prestadas
pela Coordenadora Geral de Extensão desta Universidade, Profa. Ana Andrade:
"Informamos que a Profa. Sônia Leite foi contactada e esclareceu que sua
participação no Programa Verão no Campus 98 resumia-se a coordenar um grupo de
palestrantes que iriam compor o curso proposto."
Em 02.03.98
Profa. “Ana Andrade”
Atenciosamente,
Prof. Geraldo José Marques Pereira
Vice-Reitor no exercício da Reitoria"
O resultado desta providência foi satisfatório: o Curso não foi realizado.
Mas, as professoras Sônia Pereira Leite e Jailma Santos Monteiro não
desistiram do seu intento e, meses depois, em setembro, voltaram a anunciar, na
coluna Agenda, do Diário de Pernambuco, um Curso de Extensão em Parapsicologia,
intitulado "Desmitificando o Fenômeno Paranormal" a ser realizado, no período de 28
de setembro a 2 de outubro, no auditório Arnaldo Carneiro Leão, no Departamento de
Biofísica e Radiologia do Centro de Ciências Biológicas, da Universidade Federal de
Pernambuco, e ministrado pelo Prof. Miguel Arcanjo Muniz Leal, com a participação
das referidas professoras e do psicólogo José Roberto Fernandes Ferreira.
Dada a urgência do assunto, denunciei, por telefone, o fato ao Vice-Reitor da
Universidade Federal de Pernambuco, Prof. Geraldo José Marques Pereira, o qual me
aconselhou a enviar-lhe um fax, para que ele pudesse tomar as providências que o caso
estava a exigir.
Passei essa orientação a Jalmir Brelaz de Castro, o qual, na condição de
Presidente do CONREP, enviou ao Prof. Geraldo José Marques Pereira, no dia 17 de
setembro, o seguinte fax:
"Tomamos conhecimento através do Diário de Pernambuco, edição de
12.09.98, caderno C2, coluna Agenda, de curso de extensão em Parapsicologia "Desmitificando o Fenômeno Paranormal", a ser realizado pelos Conselheiros da
Consultoria Sênior da UFPE, no Auditório Carneiro Leão, no Departamento de
Biofísica e Radiobiologia do Centro de Ciências Biológicas, no período de 28.09.98 a
02.10.98, com as taxas de inscrição sendo efetuadas na Sala 10 do Núcleo de Serviços
Comunitários da UFPE.
De acordo com o referido jornal, o aludido curso de parapsicologia será
ministrado pelo professor Miguel Arcanjo Muniz Leal, com participação das
professoras Jailma Santos Monteiro - Dept. de Nutrição; Sônia Pereira Leite - Dept. de
Embriologia e Histologia e do Psicólogo José Roberto Fernandes Ferreira do HC.
Todos os citados professores não são inscritos neste Conselho, sendo
desconhecidos dos meios parapsicológicos, não pertencendo a quaisquer entidades de
classe, não possuindo, portanto, a referida qualificação na área parapsicológica.
Como órgão representante da classe e no sentido de evitar que pessoas não
habilitadas exerçam indevidamente atividades de parapsicólogos temos o dever de
informar esses fatos à UFPE, bem como solicitar as providências cabíveis.
No aguardo do seu pronunciamento,
Atenciosamente,
Jalmir Freire Brelaz de Castro
Presidente do CONREP
No dia 25 de setembro, um funcionário da UFPE entrou em contato com o
I.P.P.P., ficando acertada uma reunião, para o dia 29 do mesmo mês, pela manhã, no
gabinete do Prof. Marcionilo Lins, responsável pela Consultoria Sênior.
No dia aprazado, Jalmir Freire Brelaz de Castro e eu tiveram uma longa
audiência com o Prof. Marcionilo Lins que, afinal convencido da procedência dos
argumentos que lhe foram apresentados, solicitou-nos o envio de uma
correspondência do I.P.P.P. a ele dirigida, na qual a instituição forneceria à
Universidade Federal de Pernambuco uma relação de pessoas qualificadas para
ministrar Cursos de Extensão em Parapsicologia naquela unidade de ensino superior.
Era mais uma vitória do CONREP contra aqueles que, não sendo parapsicólogos,
procuravam promover Cursos de Parapsicologia em nosso Estado.
Mais uma vez o CONREP foi vitorioso e o Curso não foi realizado.
ASSOCIAÇÃO PERNAMBUCANA DE
PARAPSICÓLOGOS
I
dealizada por Mônica Regina Alecrim Melo, a Associação Pernambucana
dos Para-psicólogos – ASPEP - foi fundada em 13 de janeiro de 1995, tendo
os seus Estatutos sido publicados no Diário Oficial do Estado do dia 31 do
mesmo mês.
A primeira Diretoria da ASPEP ficou assim constituída:
Presidente - Mônica Regina Alecrim Melo
Vice-Presidente - Maria da Salete Rêgo Barros Melo
1° Secretário - Ronaldo Dantas Lins Filgueira
2° Secretário - Isa Wanessa Rocha Lima
1° Tesoureiro - Luiz César Leite
2° Tesoureiro - Jalmir Brelaz de Castro
As finalidades da ASPEP são: a) agregar todos os profissionais de
Parapsicologia do Estado de Pernambuco, inscritos no CONREP, defendendo seus
direitos e interesses; b) participar de eventos e manter convênios com órgãos ou
instituições públicas, privadas e congêneres,
E como objetivos principais: a) o reconhecimento oficial da profissão; b) a
divulgação de estudos e pesquisas em Parapsicologia, c) a promoção de cursos de
especialização da profissão; d) a orientação e apoio profissional ao associado.
Repercussão no Legislativo Municipal
O Vereador João Negromonte, em 12 de abril de 1995, requereu à Câmara
Municipal do Recife fosse concedido um voto de congratulações pela fundação da
Associação Pernambucana de Parapsicólogos - ASPEP - e assim fundamentou seu
requerimento nº 436/95:
"Após tantos anos de pesquisa, trabalhos sistemáticos, debates e lutas os
preconceitos do racionalismo mecanicista mais estreitos, os estudiosos da
Parapsicologia resolveram e realizaram a fundação da Associação Pernambucana dos
Parapsicólogos - ASPEP.
Em nossa época, todo o primeiro mundo investe em pesquisas e estudos neste
campo que poderíamos chamar de uma vertente heurística, ou de uma temática
alternativa da Parapsicologia mas, na verdade, trata-se de uma linhagem de
preocupação científica que antecede a afirmação da heurística como teoria do
conhecimento da Psicologia pela comunidade científica. No século XIII já
encontramos estudos com preocupações sistemáticas sobre o assunto.
Sem fronteiras ideológicas, a Parapsicologia de há muito é investigada nos
Estados Unidos, na Europa Ocidental e na ex-União Soviética.
De fato, o desenvolvimento de modo organizado de pesquisadores deste campo
ainda íngreme e nublado do conhecimento humano deve ser motivo de louvor e
reconhecimento até mesmo pelo caráter desprendido destes intentos científicos.
Assim, justificamos nosso requerimento de um voto de congratulações pela
fundação desta nova entidade."
Boletim Informativo ASPEP
Em março de 1995 foi publicado o primeiro Boletim Informativo ASPEP. Em
29 de julho do mesmo ano, editou o livro: “Curas por Meios Paranormais: Realidade ou
Fantasia?” de autoria do associado Ronaldo Dantas Lins Figueira, promovendo a festa
de comemoração do Dia do Parapsicólogo, com o lançamento daquele livro e palestra
do Prof. Valter da Rosa Borges, sob o tema “Parapsicologia em Pernambuco”. Seguiuse um almoço de confraternização e uma apresentação teatral a cargo do associado
Luiz César Leite.
Na ocasião foi distribuído o Código de Ética do Parapsicólogo e realizado o
sorteio de um brinde entre os seus associados, sendo conferidos certificados de
participação.
Publicações ASPEP
Com o propósito de incentivar a produção científica dos parapsicólogos
pernambucanos, a ASPEP iniciou uma série de publicações, conforme se vê abaixo:
Curas por Meios Paranormais: Realidade ou Fantasia? Ronaldo Dantas Lins Filgueira,
1995
Personificação: uma Forma de Expressão do Fenômeno Paranormal - Márcia Rosa
Borges, 1995
Precognição: Incidência Maior através do Sonho - Terezinha Acioli Lins de Lima, 1995
Viver Apenas - Isa Wanessa Rocha Lima, 1995
Anais do XIII Simpósio Pernambucano de Parapsicologia, 1995
Paranormalidade e Doença Mental - Silvino Alves da Silva Neto, 1996
Interações Mente-Organismos-Ambiente - Maria da Salete Rêgo Barros Melo, 1996
O Ser, o Agora, o Sempre - Valter da Rosa Borges, 1996
Anuário Brasileiro de Parapsicologia - vários autores , 1996
The Interpretation of the Poltergeist as a Mechanism of Paranormal Defense - Isa
Wanessa Rocha Lima, 1996
Anais do XIV Simpósio Pernambucano de Parapsicologia, 1996
Paranormalidade e Cultura - Erivam Félix Vieira, 1997
Anuário Brasileiro de Parapsicologia - vários autores , 1997
Boletim Informativo do I Congresso Internacional e Brasileiro de Parapsicologia, 1997
Anais do I Congresso Internacional e Brasileiro de Parapsicologia, 1997
Voz Interior - Terezinha Acioli Lins de Lima, 1998
Anuário Brasileiro de Parapsicologia - vários autores , 1998
Anais do XV Simpósio Pernambucano de Parapsicologia, 1998
Anuário Brasileiro de Parapsicologia - vários autores , 1999
Diretoria atual:
Em sessão realizada em janeiro de 1997, em sua sede provisória - Rua Sete de
Setembro, 318/601 - Boa Vista, Recife, PE, foi eleita a nova diretoria da ASPEP, que
ficou assim constituída:
Presidente - Terezinha Acioli Lins de Lima
Vice-Presidente - Maria da Salete Rêgo Barros Melo
1° Secretário - Lígia Monteiro
2° Secretário - Isa Wanessa Rocha Lima
1° Tesoureiro - Luiz César Leite
2° Tesoureiro – Maria Idalina Correia Umbelino
PARTE II
ADENDOS
ADENDO Nº 1
CRONOLOGIA ADMINISTRATIVA
1973-1974
Presidente: Valter Rodrigues da Rosa Borges
Vice-Presidente: João Vasconcelos Sobrinho
1o. Secretário: José de Medeiros Cavalcanti
2o. Secretário: José Nilton dos Santos
1o. Tesoureiro: Sebastião Ramalho da Silva
2o. Tesoureiro: Ceci Ramiro da Silva
Conselho Científico: Aécio Campello de Souza, Amílcar Dória Matos e Walter
Wanderley Barros
1975-1976
Presidente: Valter Rodrigues da Rosa Borges
Vice-Presidente: Humberto Costa Vasconcelos
1o. Secretário: José Nilton dos Santos
2o. Secretário: Ceci Ramiro da Silva
1o. Tesoureiro: José Macedo de Arruda
2o. Tesoureiro: Celme Monteiro Ribeiro
Diretor do Departamento Científico: Aécio Campello de Souza
1977-1978
Presidente: Valter Rodrigues da Rosa Borges
Vice-Presidente: José Macedo de Arruda
1o. Secretário: Avelino Fernandes Vieira
2o. Secretário: Fídias Teles de Carvalho
1o. Tesoureiro: Maria José Pontes
2o. Tesoureiro: Stela Neves de Almeida
Diretor do Departamento Científico: Aécio Campello de Souza
1979-1980
Presidente: Valter Rodrigues da Rosa Borges
Vice-Presidente: Geraldo Machado Fonseca Lima
1o. Secretário: Ivo Cyro Caruso
2o. Secretário: Antônio Magno Alonso Lopes de Almeida
1o. Tesoureiro: Maria José Pontes
2o. Tesoureiro: Selma Maria Duarte da Rosa Borges
Diretor do Departamento Científico: Aécio Campello de Souza
1981-1982
Presidente: Aécio Campello de Souza
Vice-Presidente: Geraldo Machado Fonseca Lima
1o. Secretário: Ivo Cyro Caruso
2o. Secretário: Antônio Magno Alonso Lopes de Almeida
1o. Tesoureiro: Maria José Pontes
2o. Tesoureiro: Selma Maria Duarte da Rosa Borges
Diretor do Departamento Científico - Valter Rodrigues da Rosa Borges
1983-1984
Presidente: Valter Rodrigues da Rosa Borges
Vice-Presidente: Geraldo Machado Fonseca Lima
1o. Secretário: Aderbal Pacheco
2o. Secretário: João Alves de Andrade
1o. Tesoureiro: Selma Maria Duarte da Rosa Borges
2o. Tesoureiro: Aécio Campello de Souza
Diretor do Departamento Científico: Ivo Cyro Caruso
1985-1986
Presidente: Valter Rodrigues da Rosa Borges
Vice-Presidente: Geraldo Machado Fonseca Lima
1o. Secretário: Ronaldo Dantas Lins Filgueira
2o. Secretário: Ulisses Tavares de Melo Filho
1o. Tesoureiro: Selma Maria Duarte da Rosa Borges
2o. Tesoureiro: Maria do Carmo Guedes de Andrade
Diretor do Departamento Científico: Ivo Cyro Caruso
Assessor do Departamento Científico: José Renato Barros Silva
1987-1988
Presidente: Valter Rodrigues da Rosa Borges
Vice-Presidente: Ronaldo Dantas Lins Filgueira
1o. Secretário: José Renato Barros Silva
2o. Secretário: Aurora Christina Dornella Câmara
1o. Tesoureiro: Júlia Soares da Silva
2o. Tesoureiro: Luiz César Leite
Diretor do Departamento Científico: Ivo Cyro Caruso
Diretor do Departamento de Psicoterapia: Selma Maria Duarte da Rosa Borges
Diretor do Departamento de Comunicação: Maurício Tavares Jácome
Bibliotecária: Maria do Carmo Guedes de Andrade
1989-1990
Presidente: Valter Rodrigues da Rosa Borges
Vice-Presidente: Aécio Campello de Souza
1o. Secretário: Aurora Christina Dornellas Câmara
2o. Secretário: Aderbal Pacheco
1o. Tesoureiro: Júlia Soares da Silva
2o. Tesoureiro: Luiz César Leite
Diretor do Departamento Científico: Ivo Cyro Caruso
Diretor do Departamento de Pedagogia: Ronaldo Dantas Lins Filgueira
Diretor do Departamento de Biblioteconomia: Maria do Carmo Guedes de Andrade
Diretor do Departamento de Psicologia: Selma Maria Duarte da Rosa Borges
Diretor do Departamento Cultural: Jalmir Freire Brelaz de Castro
1991-1992
Presidente: Valter Rodrigues da Rosa Borges
Vice-Presidente: Ivo Cyro Caruso
1o. Secretário: Terezinha Acioli Lins de Lima
2o. Secretário: Erivam Felix Vieira
1o. Tesoureiro: Júlia Soares da Silva
2o. Tesoureiro: Luiz César Leite
Diretor do Departamento Científico: Luiz Carlos Oliveira Diniz
Diretor do Departamento de Pedagogia: Ronaldo Dantas Lins Filgueira
Diretor do Departamento Cultural: Jalmir Freire Brelaz de Castro
Diretor do Departamento de Psicologia: Luciano Fonseca Lins
Diretor do Departamento de Biblioteconomia: Maria do Carmo Guedes de Andrade
Diretor do Departamento de Comunicação: Guaracy Lyra da Fonseca
1993-1994
Presidente: Valter Rodrigues da Rosa Borges
Vice-Presidente: Ronaldo Dantas Lins Filgueira
1o. Secretário: Ivo Cyro Caruso
2o. Secretário: Júlia Soares da Silva
1o. Tesoureiro: Luiz César Leite
2o. Tesoureiro: Selma Maria Duarte da Rosa Borges
Diretor do Departamento Científico: Jalmir Freire Brelaz de Castro
Diretor do Departamento de Pedagogia: Ronaldo Dantas Lins Filgueira
Diretor do Departamento Cultural - Terezinha Acioli Lins de Lima
Diretor do Departamento de Assistência Psíquica: Márcia Duarte da Rosa Borges
Diretor do Departamento de Comunicação: Guaracy Lyra da Fonseca
1995-1996
Presidente: Ronaldo Dantas Lins Filgueira
Vice-Presidente: Jalmir Freire Brelaz de Castro
Secretário Geral: Íris Pereira da Silva
Tesoureiro: Luiz César Leite
Diretor do Departamento Pedagógico: Terezinha Acioli Lins de Lima
Diretor do Departamento Científico: Isa Wanessa Rocha Lima
Diretor do Departamento Cultural: Erivam Félix Vieira
Diretor do Departamento de Títulos e Imagens: Maria da Salete Rego Barros Melo
Conselho Diretor: Valter Rodrigues da Rosa Borges - Presidente
Ivo Cyro Caruso
Aderbal Pacheco
Guaracy Lyra da Fonseca
Ronaldo Dantas Lins Filgueira
Presidente de Honra: No dia 7 de dezembro de 1996, no restaurante Spettus, em
almoço de confraternização do I.P.P.P., Valter da Rosa Borges recebeu o diploma de
Presidente de Honra da instituição.
1997-1998
Presidente: Ronaldo Dantas Lins Filgueira
Vice-Presidente: Terezinha de Acioli Lins de Lima
Secretário Geral: José Fernando Pereira da Silva
1o Secretário para Assuntos Exteriores: Érico Iglésias Cavalcanti Melo
2o Secretário para Assuntos Exteriores: Fernando Antônio Domingos Lins
Tesoureiro: Luiz César Leite
Diretor do Departamento Pedagógico: Isa Wanessa Rocha Lima
Diretor do Departamento Científico: Silvino Alves da Silva Neto
Diretor do Departamento Cultural: Erivam Félix Vieira
Diretor do Departamento de Títulos e Imagens: Maria Salete Rego Barros Melo
Diretor do Departamento de Comunicação: Amaro Geraldo de Barros
Diretor do Departamento Social: Lígia Gomes Monteiro
Biblioteca: Maria Idalina Correia Umbelino
Conselho Diretor:
Valter Rodrigues da Rosa Borges - Presidente
Ivo Cyro Caruso
Jalmir Freire Brelaz de Castro
Guaracy Lyra da Fonseca
Ronaldo Dantas Lins Filgueira
1999-2000
Presidente: Ronaldo Dantas Lins Filgueira
Vice-Presidente: Silvino Alves da Silva Neto
Secretário: Eduardo Augusto de Azevedo Umbelino
Tesoureiro: Márcia Duarte da Rosa Borges
Diretor do Departamento Científico: José Renato Barros silva
Diretor do Departamento Pedagógico: Isa Wanessa Rocha Lima
Diretor do Departamento Cultura: Erivam Félix Vieira
Diretor do Departamento de Títulos e Imagens: Maria da Salete Rego Barros de Melo
Diretor do Departamento de Assistência Psíquica: Maria Idalina Correia Umbelino
Diretor da Biblioteca: Célia Cabral da Costa Arruda
Conselho Diretor: Valter da Rosa Borges – Presidente
Ivo Cyro Caruso
Ronaldo Dantas Lins Filgueira
Jalmir Freire Brelaz de Castro
Guaracy Lyra da Fonseca
Luiz César Leite
Terezinha de Acioli Lins de Lima.
ADENDO Nº 2
UTILIDADE PÚBLICA ESTADUAL
PROJETO Nº 653/85, DE 12 DE JUNHO DE 1985, DO DEPUTADO HARLAN
GADELHA
JUSTIFICATIVA
“Fundado em 1o. de janeiro de 1973, o Instituto Pernambucano de Pesquisas
Psicobiofísicas vem desenvolvendo um valioso trabalho científico em nosso Estado e
no Nordeste.
Sendo uma sociedade civil, de natureza científica e sem fins lucrativos, tem por
objetivo o estudo e a pesquisa dos fenômenos paranormais, assim como a divulgação
da Parapsicologia.
Durante sua existência, vem promovendo diversos cursos de Parapsicologia,
conferências, palestras, debates e simpósios, contando, em alguns casos, com o apoio
da Universidade Católica de Pernambuco, fazendo-se ainda representar em congressos
nacionais, realizados em várias partes do Brasil, com destaque para os II e III
Congressos Nacionais de Parapsicologia e Psicotrônica, no Rio de Janeiro, em 1979 e
1982.
Neste mês de junho, está se fazendo representar, por seus diretores Prof. Valter
da Rosa Borges e Dr. Ivo Cyro Caruso, no I Encontro Nacional de Pesquisadores no
Campo da Parapsicologia, Psicotrônica e Psicobiofísica”, em Brasília.
Como representante e fundador, no Nordeste, da Federação Brasileira de
Parapsicologia, foi considerado pelo parapsicólogo Karl Goldstein, como uma das três
melhores sociedades de parapsicologia no Brasil.
No próximo mês de outubro, o IPPP estará realizando, em Recife, o III
Simpósio Pernambucano de Parapsicologia, com a participação de parapsicólogos de
todo o Brasil principalmente no Nordeste e, em 1986, por solicitação da Federação
Nacional, promoverá o V Congresso Nacional de Parapsicologia e Psicotrônica.
No ano de 1976, o IPPP editou o livro do Prof. Valter da Rosa Borges,
“Introdução ao Paranormal”, em lançamento presidido pelo então Reitor da
Universidade Federal de Pernambuco, Prof. Paulo Maciel, na TV Universitária do
Recife, com grande aceitação nacional.
Sediado, há mais de 8 anos, na rua da Concórdia, 372, salas 46/47, bairro de São
José e mantendo-se exclusivamente das contribuições de seus associados, espero que o
Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas receba a aprovação unânime de
meus pares deste projeto, como justiça e incentivo para continuação de seu importante
trabalho e objetivo para o qual foi criado.”
O Projeto foi aprovado e se transformou em lei, conforme se vê abaixo:
LEI No 9714
Ementa: Declara de utilidade pública
O Presidente da Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco:
Faço saber que o Poder Legislativo decreta e eu promulgo a seguinte Lei:
Art. 1o. - Fica declarado de utilidade pública o INSTITUTO
PERNAMBUCANO DE PESQUISAS PSICOBIOFÍSICAS, com sede e foro nesta
Capital.
Art. 2o. - A presente Lei entrará em vigor na data de sua publicação.
Art. 3o. - Revogam-se as disposições em contrário.
Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco, em 03 de outubro de 1985.
Osvaldo Rabelo
Presidente
UTILIDADE PÚBLICA MUNICIPAL
PROJETO DE LEI Nº 42/85, DE 8 DE MAIO DE 1985, DO VEREADOR
ARISTÓFANES DE ANDRADE
JUSTIFICATIVA
O Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas - I.P.P.P. -, fundado
em 1 . de janeiro de 1973 e sediado à rua da Concórdia, 372, salas 46/47, 4o. andar,
Recife, PE, é uma sociedade civil, de natureza científica, e tem por objetivo o estudo e
a pesquisa dos fenômenos paranormais, promovendo a divulgação da Parapsicologia
em nosso Estado.
O I.P.P.P. é constituído por professores universitários e profissionais liberais
das mais diversas áreas do conhecimento humano e que se dedicam à ciência da
Parapsicologia.
O Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas não tem finalidade
lucrativa e se mantém com as contribuições de seus sócios.
O I.P.P.P. vem promovendo, desde a sua fundação, Cursos de Parapsicologia,
não só em sua sede social, como também na Universidade Católica de Pernambuco,
ministrado pelo seu Presidente, o Prof. Valter da Rosa Borges.
O I.P.P.P. representou o Estado de Pernambuco nos II e III Congressos
Nacionais de Parapsicologia e Psicotrônica, realizados no Rio de Janeiro, nos anos de
1979 e 1982, através de seus Diretores, Prof. Valter da Rosa Borges e Dr. Ivo Cyro
Caruso. Em junho desse ano, estará o Instituto, ainda representado por aqueles
Diretores, participando do I Encontro Nacional de Pesquisadores no Campo da
Parapsicologia, Psicotrônica e Psicobiofísica, a realizar-se em Brasília, DF.
O I.P.P.P. promoveu, com o apoio da Universidade Católica de Pernambuco, os
I e II Simpósios Pernambucanos de Parapsicologia, nos anos de 1983 e 1984, no
auditório daquela Universidade.
O I.P.P.P. é um dos fundadores e representantes, no Nordeste, da Federação
Brasileira de Parapsicologia. E, por solicitação dessa Federação, realizará, no Recife,
em 1986, o V Congresso Nacional de Parapsicologia e Psicotrônica.
o
O I.P.P.P. foi considerado pelo parapsicólogo Karl W. Goldstein como uma das
três melhores sociedades de Parapsicologia do Brasil entre as raras entidades deste
gênero que “estão obedecendo a uma linha rigorosamente científica de pesquisa
pura.”
O I.P.P.P. editou, em 1976, o livro “Introdução ao Paranormal”, de autoria do
Prof. Valter da Rosa Borges e vem editando apostilas de estudos especializados em
Parapsicologia, tendo lançado, recentemente, o primeiro número do seu “Boletim do
I.P.P.P.”, destinado às sociedades de Parapsicologia e aos interessados no assunto.
Atualmente, com seus precários recursos próprios, está começando a instalar o
seu modesto laboratório de pesquisa.
O I.P.P.P. adquiriu personalidade jurídica em 23 de dezembro de 1974, com
registro dos seus Estatutos no 1o. Cartório de Títulos e Documentos da Capital, no
livro A, no. 27 sob o número de ordem 2.073. Está inscrito no Cadastro Geral de
Contribuinte sob o no. 11.234.663/0001-97.
DIRETORIA ATUAL
Presidente: Valter Rodrigues da Rosa Borges
Vice-Presidente: Geraldo Machado Fonseca Lima
1o. Secretário: Ronaldo Dantas Lins Filgueira
2o. Secretário: Ulisses Tavares de Melo Filho
1o. Tesoureiro: Selma Maria Duarte da Rosa Borges
2o. Tesoureiro: Maria do Carmo Guedes
Diretor do Dep. Científico: Ivo Cyro Caruso
Por essa razão, é de compreender-se, no mérito, o pedido que ora se formula, no
sentido de que seja concedido ao Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas
o reconhecimento da utilidade pública, no âmbito da edilidade municipal.
Aprovado pela Câmara Municipal do Recife, em 27 de dezembro de 1985,
transformou-se na Lei nº 14.840, de 14 de janeiro de 1986, quando de sua publicação no
Diário Oficial da Cidade do Recife, conforme abaixo se vê:
LEI No 14.840
EMENTA:
Declara de Utilidade Pública o Instituto Pernambucano de Pesquisas
Psicobiofísicas.
Faço saber que o Poder Legislativo do município aprovou e eu,
Presidente da Câmara Municipal do Recife, nos termos do art. 44 §§ 1o. e
7o. da Lei de Organização Municipal, promulgo a seguinte Lei:
Art. 1o. - Declarar-se-á de utilidade pública no âmbito do
município do Recife o Instituto Pernambucano de Pesquisas
Psicobiofísicas .
Art. 2o. - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.
Art.3o. - Revogam-se as disposições em contrário.
Sala das Sessões da Câmara Municipal do Recife, em 27 de
dezembro de 1985.
Rubem Gamboa – Presidente
ADENDO Nº 3
REUNIÕES PÚBLICAS
1982
3 de setembro. Mesa Redonda: Indicadores da sobrevivência
1 de outubro. Mesa Redonda: Indicadores da sobrevivência
5 de novembro. Mesa Redonda: Indicadores da sobrevivência
3 de dezembro. Ivo Cyro Caruso - Telepatia.
1983
7 de janeiro. Ivo Cyro Caruso - Telepatia e Teoria da Informação
4 de fevereiro. Valter da Rosa Borges - Sexo e paranormalidade
4 de março. Mesa Redonda: Parapsicologia e Espiritismo.
8 de abril. Mesa Redonda: Parapsicologia e Espiritismo
6 de maio. Mesa Redonda: Parapsicologia e Espiritismo
3 de junho. Lourival Sobreira: Materialização.
1 de julho. Mesa Redonda: Psicografia
5 de agosto. Valter da Rosa Borges - Epistemologia parapsicológica
2 de setembro. Mércia Melo Silva - Possíveis Contribuições da Astrologia para a
pesquisa parapsicológica
7 de outubro. José Laércio do Egito - O Vitalismo e a Homeopatia
1984
3 de fevereiro. Ivo Cyro Caruso - Criação Científica e Parapsicologia
9 de março. Attilio Dall'Olio - Possibilidades de uma Teoria Científica dos Fenômenos
Paranormais.
6 de abril. Valter da Rosa Borges - Teoria Científica da Sobrevivência Post Mortem
4 de maio. Mesa Redonda: Memória Extracerebral e Técnicas Regressivas
1 de junho. Valter da Rosa Borges - Fenomenologia da Morte
6 de julho. Valter da Rosa Borges - Ideoplastia: Aspectos Psicológicos
3 de agosto. Ivo Cyro Caruso - Problemas da Parapsicologia
14 de setembro. Nelson Souto - A Macrobiótica
9 de novembro. José Laércio do Egito - A Cabala
7 de dezembro. Valter da Rosa Borges - Criptomnésia
1985
4 de janeiro. Gustavo Sá Carneiro - Acupuntura
1 de fevereiro. Valter da Rosa Borges - O Problema do Eu na Parapsicologia
1 de março. Duílio Cabral da Costa - O Fenômeno Thomas Green Morton
12 de abril. Ivo Cyro Caruso - Elementos para um Modelo na Parapsicologia
3 de maio. Salustiano Lins - A Epilepsia
14 de junho. Ronaldo Dantas Lins - Hipnose e Transe Mediúnico
5 de julho. Valter da Rosa Borges - Parapsicologia e Religião
12 de julho. Valter da Rosa Borges - Aspectos Psicológicos da Ideoplastia
19 de julho. Ivo Cyro Caruso - Estatística e Parapsicologia
26 de julho. Ivo Cyro Caruso - Teoria da Informação e Parapsicologia
2 de agosto. Geraldo Marques Fernandes - Novos Rumos da Psicopatologia
90 de agosto. João Beltrão Neto - Memória Arquetípica Filogenética
16 de agosto. Ronaldo Dantas Lins Filgueira - O Pensamento de Pietro Ubaldi
23 de agosto. Ivo Cyro Caruso - O Hiperespaço de suas Fantasias
30 de agosto. Valter da Rosa Borges - Metafanismo
6 de setembro. Attilio Dall'Olio - As Físicas
13 de setembro. Ronaldo Dantas Lins Filgueira - A Sociedade Moderna e o Raciocínio
Esquizofrênico
20 de setembro. Ivo Cyro Caruso - Teoria da Catástrofe
27 de setembro . Valter da Rosa Borges - Há o Espiritismo Científico?
4 de outubro. Valter da Rosa Borges - Demarcação da Parapsicologia e do Espiritismo
21 de outubro. Roberto Motta - Iniciação e Jogo Divinatório no Xangô de Pernambuco
28 de outubro. Mércia Melo Silva - Reflexões sobre a Prática da Psicologia
Transpessoal
4 de novembro. Selma Rosa Borges - Ludoterapia: um outro Caminho para a
Compreensão
11 de novembro. Salustiano Lins - O Cérebro Bipartido
18 de novembro. Ivo Cyro Caruso - Problemas de Aplicação da Parapsicologia
25 de novembro. Valter da Rosa Borges - Visões de Moribundos no Leito de Morte
2 de dezembro. Pe. Francisco Barros Leal - A Liberdade segundo a Teoria da Análise
do Destino
9 de novembro. Lucila Nogueira - A Face Iniciática de Fernando Pessoa
16 de dezembro. Geraldo Fonseca Lima - As Incongruências da Medicina
23 de dezembro. Ronaldo Dantas Lins Filgueira - A Filosofia da Matemática
30 de dezembro. Valter da Rosa Borges - Considerações sobre o Poltergeist da Cruz
Cabugá
1986
6 de janeiro. Mesa Redonda: Um Novo Modelo para a Parapsicologia
13 de janeiro. Rubem Mello dos Santos - Interpretação dos Sonhos
20 de janeiro. Valter da Rosa Borges - A Literatura Paranormal
3 de fevereiro. Ivo Cyro Caruso - Problemas de Informação em Parapsicologia
17 de fevereiro. Sidney Rocha - Existencialismo: do Desespero à Liberdade
4 de agosto. Ivo Cyro Caruso - Problemas de Aplicação em Parapsicologia
18 de agosto. Ivo Cyro Caruso - A Transição chamada Morte
22 de setembro. Ronaldo Dantas Lins Filgueira - Topologia Métrica e
Paranormalidade
ADENDO Nº 4
ANUÁRIOS BRASILEIROS DE PARAPSICOLOGIA
Anuário Brasileiro de Parapsicologia -1996
Erivam Félix Vieira - A Mentalidade Mágico-Supersticiosa no Curandeirismo
Guaracy Lyra da Fonseca - Influência das Emoções nos Fenômenos Paranormais
Ivo Cyro Caruso - O Paradigma Holográfico. Uma Crítica à Mística de Bohm
Ivo Cyro Caruso - Fundamentos para as Teorias da Parapsicologia. Um Programa para
uma Teoria Parapsicológica
Maria da Salete Rêgo Barros Melo - A Interação Psigâmica como Elemento
Restaurador do Equilíbrio Psicobiofísico
Ronaldo Dantas Lins Filgueira - A Fotogênese sob o Enfoque da Física Quântica
Terezinha Acioli Lins de Lima - Vida e Aptidão Parapsicológica de Chico Xavier.
Hipóteses e Discussão
Valter da Rosa Borges - Memória Extracerebral: Uma Modalidade Complexa de
Personificação Subjetiva
Sobre o Anuário Brasileiro de Parapsicologia/96, a Revista Argentina de
Psicologia Paranormal, no seu vol.8, nº l, de janeiro de 1997, publicou a seguinte
matéria.
“Con el primer número de su ANUA-RIO BRASILEIRO DE PARAPSICOLOGÍA, publicado por la Asociación Pernambucana de Parapsicólogos (ASPEP), el
Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas (I.P.P.P.) inaugura um vehículo
de comunicación entre los parapsicólogos brasileiros, extensivo también a parapsicólogos de otros países.
A continuación haré una síntesis de los trabajos presentados por los
parapsicólogos en este Anuario, asi como de su calificación.
Erivam Félix Vieira, sociólogo y Director del Departamento Cultural del IPPP,
en su trabajo “La Mentalidad Mágico-Supersticiosa en el Curandeirismo” analiza el
fenómeno del curanderismo, investigando las raices de su influencia y mostrando la
supervivencia de las prácticas remotas de nuestra cultura, de modo de facilitar al lego
una visión crítica para el entendimiento del curanderismo en sus trazos más sutiles.
Destaca que el curandero, valiéndo-se de las personas carentes y desesperadas, crea en
torno de si una atmosféra pseudo-religiosa, explorando esa creencia popular y
volviéndo-se la más consistente com el auxílio de los medios de comunicación.
Erivam establece un paralelo entre las curas por medios psíquicos y por medios
paranormales, señalando que en este campo donde se procesa el fenómeno hay varios
ángulos de percepción del mismo, no siempre claramente ou a primera vista
convergentes.
“La influencia de las Emociones en los Fenómenos Paranormales”, de Guaracy
Lyra da Fonseca, odontólogo e miembro del Consejo Directivo del Instituto
Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas - I.P.P.P., constituye un abordaje
cerebrocéntrico de las experiencias psi, con la finalidad de destacar los factores en la
manifestación parapsicológica. Guaracy procura destacar, de manera sintética, los
elementos bioquímicos posible-mente responsables de la facilitación del fenómeno
paranormal, postulando la existencia de eventos cuánticos cerebrales, con base en el
principio de incertidumbre de Heisenberg y en modelos holográficos de
neurofisiología de Kenneth Pelletier, resaltando que Bekey, Premio Nobel de
Fisiologia, ya determinara modelos de influencia del cerebro más allá de las fronteras
del cuerpo.
Ivo Cyro Caruso, ingeniero y miembro del Consejo Directivo del IPPP,
comparece com dos trabajos: “El Paradigma Holográfico Cuántico: una Crítica a la
Mística de Bohm” y “Fundamentos para las Teorías de la Parapsicología: un Programa
para una Teoría Parapsicológica”. En sua primer trabajo, el autor critica el misticismo
de Bohm, advertiendo que el tema del cerebro holográfico debe limitarse a simples
analogías para la mejor comprensión de los procesos de la memoria, ya que es
destituido de cualquier base neurofisiológica. Por consiguiente, el holograma universal
dotado de todo el conocimiento y, por tanto, omnisciente, no pasa de um modelo
esotérico, debiendo así ser rechazado por la parapsicología.
Por otro lado, Caruso insiste en la necesidad de buscar una teoría general de la
parapsicología a partir de un modelo compatible con la metodología científica, dando
un ordenamiento a su rica literatura, desafortunadamente contaminada de in-fluencias
filosóficas y religiosas. A su propuesta se fundamenta el Modelo General de la
Parapsicología, elaborado por Ivo Cyro Caruso, Valter da Rosa Borges y Ronaldo
Dantas Lins Filgueira, y adoptado por el Instituto Pernambucano de Pesquisas
Psicobiofísicas.
Maria da Salete Rêgo Barros Melo, arquitecta y Directora del Departamento de
Títulos y Imágenes del IPPP, fundamenta su trabajo “La Interacción Psigámica como
Equilibrio Restaurador del Equilibrio Psicofísico”, en la existencia de cambios
comportamentales tanto en el investigador como en el investigado en ocasión del
fenómeno paranormal. Esta integración psigámica puede resultar, según el caso, en
desestructuración de la personalidad, exigiendo del individuo una actitud
compensatoria para asegurar su equilibrio psicológico.
Ronaldo Dantas Lins Filgueira, matemático, médico, hipnólogo y actual
Presidente del IPPP es autor del trabajo “La Fotogénesis sobre el Enfoque de la Teoría
Cuántica”, en la cual propone que la parapirogenia debe ser comprendida como una
modalidad de fotogénesis con producción de lhama. Ronaldo argumenta que, en la
fotogénesis, todo pasa como si la inhibición de la función tau permetiese la interacción
mente-eléctron del átomo con su consecuente desplaziamento para um grupo más
externo y, por lo tanto, de mayor energía, enseñando, en esta ocasión, un fenómeno de
PK. Y solo posteriormente, en el entorno de este eléctron al estado fundamental, que
ocurre la emisión de un cuantum de energía, comunmente bajo la forma de luz.
Terezinha Acioli Lins, pedagoga y Directora del Departamento de Pedagogia
del Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas - I.P.P.P., con su trabajo
“Vida y Aptitud Parapsicológica de Chico Xavier”, se propone presentar las relaciones
de la literatura con la parapsicología, sugiriendo un cambio de informaciones e investigaciones en el campo del interés común entre ellas, fortaleciendo una estructura
para que la paranormalidad tenga su aplicación prática.
Recuerda Terezinha que Schrenck-Notzing, Bozzano, Rhine compararon la
función inconsciente a la inspiración artística y que los realistas proclamaron el arte
como producto de la No-razón. Y recuerda que Samuel Taylor Coleridge creó su
bellísimo poema Kublai Kan en estado de sonambulismo. Destaca finalmente que la
creatividad psi es un fenómeno criptomnésico que se manifiesta por psicofonía,
psicopictografia y psicomusicografia, señalando los puntos de contacto entre la obra
literaria y el fenómeno paranormal.
El fundador del IPPP y Presidente de su Consejo Directivo, Valter da Rosa
Borges, Promotor de justicia jubilado y uno de los decanos de la Parapsicología en
Brasil, en su trabajo “Memoria Extracerebral: una Modalidad Complexa de
Personificación Subjetiva” hace un abordaje crítico de uno de los mas controvertidos
fenómenos parapsicológicos. Rosa Borges observa que, aunque no existe una
explicación científica satisfactoria para la memoria extracerebral, se hace necesario
una profundización mayor de la investigación de este fenómeno, evitando la admisión
de hipotésis metafísicas como la de la reencarnación. Rosa Borges fue quien
pioneramente en Brasil trató la parapsicología como ciencia, haciendo del Instituto
Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas (IPPP) una instituición científica
ejemplar dedicada a la enseñanza y la investigación de los fenómenos paranormales,
habiendo sido, inclusive, reconocida de utilidad pública por la Asemblea Legislativa
del Estado de Pernambuco.
Anuário Brasileiro de Parapsicologia-1997
Carlos Alberto Tinoco - Interação Psicobiofísica - Diretrizes de Pesquisa
Fátima Regina Machado - A Questão da Nomenclatura em Parapsicologia
Fernando Antônio Domingos Lins - Etnoparapsicologia ou uma Antropologia da
Paranormalidade - Notas sobre um Curso
Geraldo dos Santos Sarti - Aspectos Parapsicológicos das Psicologias
Isa Wanessa Rocha Lima - A Bioenergética em Socorro à Psicocinesia Espontânea
Recorrente – PER
Ivo Cyro Caruso - O Fato Paranormal
J. J. Horta Santos - Uma Possível Interface Consciência-Cérebro - Infração
Psicocinética à Incerteza de Heisenberg
Maria da Salete Rêgo Barros Melo - Aspectos das Relações e Possibilidades da Mente
Humana - Relato e Análise de Casos
Ronaldo Dantas Lins Filgueira - Interpretação Topológica do Desvio da Forma no
Processo Psigâmico
Terezinha Acioli Lins de Lima - Memória Extracerebral. Hipótese em Parapsicologia
Valter da Rosa Borges - A Personalidade na Investigação Parapsicológica
Wellington Zangari - Émile Durkheim, a Origem das Crenças Religiosas e as
Experiências Psicológicas Anômalas
O parapsicólogo Wellington Zangari publicou na Revista Argentina de
Psicología Paranormal, Volume 9, Número 1 (33), de janeiro de 1998, por solicitação
daquela Revista, o seguinte artigo.
“Recibí con agrado y con cierta reserva la invitación que me hizo el editor de la
Revista Argentina de Psicología Paranormal, para revisar el ANUARIO BRASILEIRO
DE PARAPSICOLOGÍA. Mi agrado tiene como motivo el va-lor de la obra: es
bienvenida y necesaria en Brasil y puede representar un efectivo intercambio entre los
parapsicólogos brasileros. La reserva tiene su origen en una doble dimensión. La
primera, la dimensión de la crítica. Sé cuando la crítica es, encarada, muchas veces,
como una amenaza en la cultura latina. Es por haber tenido mis propios trabajos
criticados por comités científicos internacionales para que fuesen aceptados en
congresos y/o para ser publicados, que reconozco la importancia de la crítica para el
desarrollo científico. De este modo, mis observaciones tratan de contribuir al progreso
de los trabajos de los colegas brasileros. La segunda dimensión de la reserva fue la dela
autocrítica, ya que uno de los artículos esta firmado por mi. Pero superé esta
dimensión de reserva por considerar que debería aplicar a mi artículo la misma
exención con que trataría los artículos de los colegas.
El ANUARIO BRASILEIRO DE PARAPSICOLOGÍA es una publicación
especializada editada por el Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofisicas
(IPPP), la institución parapsicológica brasilera que cuenta con el equipo más
numeroso de parapsicólogos, cuya producción es una de las más prolíficas de América
Latina. El esfuerzo en publicar la serie Anuario debe ser recibida como una de las más
importantes realizaciones en el área de la literatura parapsicológica publicada en
Brasil.
Teniendo como objetivo «establecer un útil intercambio entre los investigadores
del área, el ANUARIO BRASILEIRO DE PARAPSI-COGÍA ha publicado artículos de
una docena de parapsicólogos brasilero, de tres de las cinco regiones del Brasil
(Nordeste, Sudeste y Sur), áreas en que la actividad parapsicológica -aunque tambien
económica, cultural y científica en general- más se desarolló en los últimos años. El
primer artículo, «Interação Psicobiofisica: Diretrizes de Pesquisa”, de Carlos Alberto
Tinoco, presenta un modelo para interacciones psi, junto a las interacciones fisicas ya
conocidas (gravitacional, electromagnética, fuerte y débil) en que la conciencia fuese
tenida en cuenta. Tinoco sostiene que la «interacción psicobiofisica» deberia integrar
variables relacionadas con la conciencia, no considedas en los modelos físicos
tradicionales, a saber: la información, las dos direcciones del tiempo, las coordenadas
de espacio o dominio de la informatión, y variables que, según el autor serían de
naturaleza psíquica (emoción, sensación, factores culturales... ). Tinoco presenta
algunas investigaciones experimentales, en el área de la Física, que podrían respaldar
la existencia de sus interacciones psicobiofisicas, para demostrar la presencia de
“ondas progresivas no distorcionadas” de tipo superliminar en circunstancias
controlallas.
El modelo de Tinoco, a pesar de ser plausible desde el punto de vista teórico,
parece no alinearse con los modelos fisicos propuestos por otros parapsicólogos para
explicar psi, porque más que proponer un modelo explicativo, solo presenta los
elementos que deberían integrar un modelo que tuviese en cuenta a psi. Además, al
contrario de otros investigadores (1), Tinoco no presenta como podría comprobarse el
modelo, ni siquiera algún substrato experimental parapsicológico que pudiese
endosarlo, ya que los argumentos empíricos a favor de la existencia de la “interacción
psicobiofisica” son de orden fisico. Encontré en el artículo, varios datos equivocados
que merecerían la corrección por parte del autor. Son problemas, muchas veces por
falta de revisión, equivocaciones, o por falta de actualización. Problemas similares
fueron encontrados en otros artículos del Anuário, como en mi artículo. Para que la
exposición repetida de estas incorrecciones no se torne fastidiosa para los lectores,
haré una descripción más detallada de los mismos en este primer articúlo, solo para
que se registren los más áecuentcs. Además de problemas menores, como errores
ortográficos sistemáticos, la caligrafia incorrecta de nombres (p.e.: Harris Walker, por
Harris Walker, en las páginas 13 y 28; Braughton por Broughton, en las páginas 14 y
29); problemas de datos desactualizados en relación a la filiación institucional de
investigadores (p.e: al mencionar una estudio realizado en 1989 por Dean I. Radin y
Roger D. Nelson, pag. 14, el autor mantiene la filiación del primero al Departamento
de Psicología de la Universidad de Princeton, cuando en verdad no se encuentra más
en esta institución desde hace mucho); errores en las referencias bibliográficas (p.e.:
Radin, Dean; Nelson, Roger. D. (1989) Consciousness-related effects in randon
physical systems. Foundations of Physics, 19, 1499; por: Radin, D. I., & Nelson, R. D.
(1989). Evidence for consciousness-related anomalies in randon physical systems.
Foundations of Physics, J9, 1499-1514); falta de referencias bibliográficas (p.e. : el autor
cita las hipótesis de Cyril Burt sobre los «campos parapsíquicos», pag. 25, y de René
Warcollier sobre las ondulaciones del éter, pag. 25, pero no presenta las referencias); y
distorciones del pensamiento de autores citados (p.e.: “Según Braughton (14), esta
investigación de Radin y Nelson, fue un salto frontal contra todos los tipos de
objeciones lanzadas contra la existencia de la PK. Para él, la acción de la consciencia
sobre la materia, o mejor, sobre sistemas microelectrónicos, está establecida, sin
sombra de dudas” (pag, 14) (2)
Fátima Regina Machado, la autora del segundo de los artículos del ANUARIO
BRASILEIRO DE PARAPSICOLOGÍA escribe sobre “A Questão da Nomenclatura
em Parapsicologia”. Machado revisa este tema con el objetivo de oferecer una
discusión sobre la temática y como ayuda para que se eviten los problemas en la
comunicación pública de los parapsicólogos y en la comunicación entre los mismos
parapsicólogos. Reconociendo que la nomenclatura representa un aspecto mutable de
la vida científica, la autora propone que, incluso los términos técnicos utilizados
actualmente por los parapsicólogos, pasen por revisores constantes. A pesar de eso,
Machado, propone que debe existir un consenso mínimo y una utilización lo más
homogenea posible de la terminología. La cuestión de la nomenclatura en
Parapsicología es un tema controvertido y aún no resuelto, Baste una rápida ojeada a la
terminología utilizada por los diferentes autores del ANUÁRIO BRASILEIRO DE
PARAPSICOLOGIA. Entretanto, la importancia y necesidad de una discusión ha
hecho que nosotros, los investigadores brasileros, enfrentemos este problema. En el
Primer Congreso Internacional y Brasilero de Parapsicología realizado en Recife, bajo
los auspicios del Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas - I.P.P.P., de la
Sociedad Brasilera para el Avance de la Parapsicología y de Inter Psi - Instituto de
Pesquisas Interdisciphnares das Áreas Fronteiras da Psicologia, se abrió la discusión
sobre el tema y un foro de discusión entre parapsicólogos Ibero-americanos será
implementado precisamente para su seguimiento.
“Etnoparapsicologia ou uma Antropologia da Paranormalidade: Notas Sobre
um Curso”, de Fernando Antônio Domingos Lins, es el tercer trabajo publicado. Digo
trabajo porque no se trata de un artículo, aunque, como su propio título indica, se trata
de notas de un curso realizado entre febrero y mayo de 1996, en cinco módulos
temáticos: I- Introducción: conceptos, delimitaciones y clasificaciones, II- Las Formas
Elementales (tópicos de la teoria antropológica), IV- La Muerte en Occidente (tópicos
de Historia, Filosofia y Tanatología); IV - Las Formas de Transición (Estados
alterados de conciencia - tópicos de Historia de las Religiones, Psicología y
Psiquiatría); y V- La Noción de Vida (tópicos de História de la Ciencia). A pesar de ser
dificil apreciar un curso por sus objetivos y por la bibliografia de forma tan
esquemática como se presenta, es posible reconocer claramente la profundidad, la
lógica del encadenamiento de los temas y la profundidad en el tratamiento de los
mismos. Es un curso que se podría transformar en un libro, o por lo menos en un
alticulo para publicarse en un próximo ANUARIO BRASILEIRO DE
PARAPSICOLOCOLOGÍA ya que la noción antropológica, o “el mirar de outro” , es
tema de fundamental impor-tancia para la Parapsicología y por demás olvidado en
Brasil, sobre todo cuando nos detenemos en interpretaciones de «religiones
mediúmnicas» bajo la óptica de «parapsicólogos religiosos».
Geraldo S. Sarti, autor del cuarto artículo, presenta, en “Aspectos
Parapsicológicos das Psicologias”, soluciones parapsicológicas para problemas de
algunas corrientes psicológicas relativamente establecidas. Como ejemplo de su
abordage con otras corrientes psicológicas, mencionaré el tratamiento dado por el
autor al Psicoanálisis. Al tratar la cuestión edípica en la teoria freudiana, el autor se
cuestiona respecto de como se procesaría la transmisión, de cultura a cultura, de los
mitos representativos a esta problemática ya que, según su punto de vista, “el
complejo de Édipo, con su afecto, no es dicho” y no podria ser transmitido por
herencia. Su solución: “(...) solo se lo podria transmitir como una información no-fisica
y, por lo tanto, semántica, lo que hace al comportamiento, ser modelado por algún
nivel paranormal» (pag. 68). Como psicólogo y psicoanalista y, a pesar de ser
parapsicólogo, reconozco la afirmación del autor al menos cuestionable bajo varios
puntos de vista, comenzando con el propio punto de vista psicoanalítico. El complejo
de Edipo no es dicho, porque es inconciente, pese a ser una experiencia humana
resultante de los entredichos culturales necesarios para la supervivencia del ser
humano en grupo. Así, éste no necesita ser transmitido precisamente porque es
inherente en la experiencia humana, independientemente de la localización geográfica
o tiempo histórico, en todas las culturas. De este modo, me parece que el ejercicio que
el autor realiza en promover respuestas parapsicológicas para los problemas de las
Psicologías, que en si podrían ser promisorias en varias áreas de la Psicología (como la
comunicación y la percepción), inciden en una serie de interpretaciones de las propias
postulaciones a las que trata de criticar o ampliar. Además de esto, el autor no presenta
ninguna referencia bibliográfica con la cual el lector pueda comparar sus afirmaciones
que, a veces, llegan a ser indemostrables. Por ejemplo, el autor afirma que: «en todos
los métodos de alteración de conciencia (...) el electroencefalograma es alterado(...)”
(pag. 73); “en los casos de Ganzfeld y de meditación ocurre un relajamiento muy
grande con reducción del lactato en la sangre (...)” (pag. 73); refiriéndose a las posibles
semejanzas entre los superdotados y los agentes psi, el autor afirma que “el nivel de
significación del desvío en relación a la media para el desvío standard del paranorrnal,
en los tesis usuales de ESP e PK se situa, igualmente en 1%. Esa coincidencia nos
llevada a creer que paranormales y superdotados son parte de un mismo grupo” (pag,
76); o incluso, tratando que se adopte la terapia en casos de autismo: «mi sugerencia es
que en la terapia del autismo se utilicen técnicas parapsicologicas de relajacion (...)”
(pag. 85); y, para finalizar: “nosotros simplemente pensamos que disfunciones
paranormales en el área de los procesos cognitivos pueden movilizar todo un cortejo
esquizofrénico paralelo y, también llamamos a tales disfunciones, que obviamente
pueden tener la causa en afecciones en los sistemas químicos de utilización de los
neurotransmisores, psicosis universales o falsas psicosis (...) que deberian ser tratadas
por parapsicólogos o terapeutas con formación parapsicológica, capacitados para
trazar diagnósticos diferenciales», lpags. 92 y 93).
Isa Wanessa Rocha Lima es la autora del quinto articulo : «A Bioenergética em
Socorro à Psicocinesia Espontánea Recorrente: PKER”. La autora presenta un modelo
terapéutico, basado en la bioenergética, aplicado a los agentes psi que manifestan
psicocinesia espontánea recurrente que es considerado un “mecanismo de defensa
paranormal”. Lima sostiene que los agentes psi detonantes de PKER tendrían un perfil
psicológico de tipo esquizoide. Sugiere que el agente psi, en principio, debe recibir un
tratamiento emergencial, de modo que puedan “renunciar a la detonación de la
PKER” (pag. l16). Posteriormente, el agente psi recebi ría un acompañamiento
profesional, basado en terapias corporales, de forma que él pueda “vivenciar de forma
más integrativa la rabia, que normalmente actúa en la PKER, fortaleciendo sus
vinculos, desarrollando “grounding” y restableciendo su centramiento» (116). Lima se
alinea con los parapsicólogos que comprenden la PKER como una manifestación
patológica, de ahí la propuesta de un tratamiento. El trabajo de Isa Wanessa Lima es,
pues, estimulante, relevante y abre múltiples posibilidades de discusión. Una de ellas,
que se me ocurre, es teórica ya que el trabajo de la autora sugiere que los mecanismos
de defensa están en una dimensión psicológica distinta de los síntomas, actos fallidos.
chistes, lapsus (las parapraxias). Los psicoanalistas y psiquiatras han identificado
señales patológicas en los síntomas, pero no nuestros mecanismos de defensa, a pesar
que ellos estén presentes en las patologías. No es la presencia de la negación, la
proyección, la intelectuallización -algunos de los mecanismos de defensa clásicos- los
que caracterizarían la patología, “a que se encuentran en todos los individuos como
procesos psíquicos normales Asi, talvez sea apresurado considerar que el agente psi
que detona la PKER tenga trazos esquizoides. Que la PKER sea un mecanismo de
defensa paranormal es comprensible y justificable. Pero, ¿cómo considerarlo, al mismo
tiempo mecanismo de defensa y síntoma? Esta es una de las cuestiones teóricas que yo
tendría el placer en conocer de Isa Wanessa Rocha Lima.
El sexto artículo del ANUARIO BRASILEIRO DE PARAPSICOLOGÍA esta
firmado por Ivo Cyro Caruso, uno de los veteranos del IPPP Su tema, “O Fato
Paranormal”, inicia definiendo “hecho”, afirmando que “el hecho es y se agota en si
mismo” (pag, 124). Afirma, entonces, que “la descnpción del hecho lo transforma en
fenómeno” (pag. 124)” revisa el papel del observador del fenómeno, sosteniendo que
éste no es pasivo, sino que interactúa con el fenómeno, cumpliendo sus funciones de
investigador. Posteriormente descnbe la tríada sujeto/objeto/ imágen, presente en
todo acto de conocimento. La imágen del objeto, para Caruso, en el caso de los
fenómenos parapsicológicos, seria formada por el agente psi, frente a su contacto con
el fenómeno. Caruso inicia, entonces, una delimitación metodológica y teórica de las
“identificaciones equivocadas”, afirmando que la interpretación parapsicológica se
debe atener a las cualidades parapsicológicas del agente psi, definido como “el
individuo detonante del fenómeno paranormal” (pag. 128). Interpretaciones religiosas,
según el autor, no son jurisdicción del parapsicólogo, pues le cabe el análisis de las
manifestaciones parapsicológicas del agente psi, teniendo como antecedentes
interpretaciones cientificás, basadas en capacidades inconcicntes del ser humano. La
posición de Caruso es clara y objetiva: el papel del parapsicólogo está en reconocer lo
que de natural, y también de parapsicológico, hay, en el fenómeno examinado. Esta
posición es saludable del punto de vista científico y es la única que puede,
efectivamente, llevar a un crecimiento en el conocimiento científico del ser humano.
Aunque concordando con la posición de Caruso, es necesario recordar que hay una
posición creciente entre los parapsicólogos, en considerar fenomenológicamente las
experiencias parapsicológicas por las cuales los seres humanos pasan. Esta postura no
considera la realidad del hecho parapsicológico, sino la importancia, el impacto, que la
experiencia,vivida por un indivíduo cree haber pasado cuando una experiencia
parapsicológica aparece en su vida emocional y cognitiva (p.e . ,ver White~ 1991) De
ahí, por ejemplo, la tendencia actual en considerar diferencias entre fenómenos
parapsicológicos y experiencias parapsicológicas (Inwin, 1994).
El séptimo artículo esta escrito por J. J. Horta Santos. “Uma Possível Interface
Consciência-Cérebro: Infração Psicocinética à Incerteza de Heisemberg”. El autor
ofrece no solo una ínterpretación fisica para los fenómenos parapsicológicos, sino que
sostiene que la relación entre conciencia j, cerebro se daría por medio de psi. Santos
rechaza la separación mente-cuerpo y presenta argumentos desde la neurofisiología
que podrian apoyar este rechazo y afirma que la correlación entre mente-cerebro se
estableceria “a través de una conexión paranormal a nivel subatómico”. (pag, 143)
Admite que “las funciones de inicialización voluntaria de las cadenas de eventos
neurales son “disparadas” por acciones psicocinéticas, a nivel subatómico. Estas
acciones corresponderían a la función “elegida” de los estados cuánticos de electrones
de ciertas uniones en moléculas inestables», (pag. 143) A pesar que el autor afirma que
su idea seria nueva (pag. 145) ella ya fue mencionada por el propio Dr. Rhine en 1943
en un aniculo publicado en el Journal of Parapsychology y, postenorrnente en The
Reach of the Mind (1947, pag. 87):”Algun tipo de acción psicocinética, obviamente,
podria ocurrir cada vez que nuestro pensamento inicia una actividad neuro-muscular.
Este efecto psicocinético evidentemente produce ciertas cambios electroquímicos y
fisicos en el cerebro e inicia una orientación de reacciones fisicas en los nervios y
músculos del cuer-po». Louisa Ella Rhine, en su Mind over Matter, afirma que J. B.
Rhine, “sintió que una continuidad unificadora de cambios entre pensamientos y
materia era real y necesaria. Para él un concepto inclusivo de energia servia para
integrar las dos areas de la naturaleza, pensamiento y materia. La PK, demostrada en
laboratorio, representa una interacción volicional de la mente con la materia y sugiere
un paralelismo con la relación mente-cuerpo". (pag. 374) Tampoco es nueva la
postulación de que la conciencia podria afectar el colapso de la función de la onda de
moléculas inestables. Exactamente esta es la teorización de Evan Harris Walker (1974;
1975), de Helmut Schmidt (1975) y más recientemente por Lucadou (1988), y May y
Spottiswoode (1989), por citar algunos pocos. Esperamos, para futuras elaboraciones
del autor, la presentación de verificaciones experimentales del modelo presentado y
realizado por el mismo. Esta si sería una gran contribución para el tema.
Maria Salete Régo Barros Melo escribe el octavo capítulo del ANUARIO
BRASILEIRO DE PARAPSICOLOGÍA: “Aspectos das Relações e Possibilidades da
Mente Humana: Relato e Análise de Casos”. Este, que es el único trabajo empírico
publicado en el ANUARIO BRASILEIRO DE PARAPSICOLOGÍA el cual presenta
una serie de casos con posibles manifestaciones disociativas y parapsicológicas. La
autora, que tiene experiencias propias, interpreta los casos presentados a partir de un
enfoque psicológico y parapsicológico. Veamos, a partir de la síntesis de los dos
primeros casos, como la autora de posiciona, teórica y prácticamente. El primer caso,
una mujer de 30 años, universitaria, presentaba, entre otras manifestaciones,
sintomatologia disociativa, dermografías espontáneas y capacidad telepática arriba de
lo esperado en tests de ESP La autora hipotetiza que las manifestaciones tratábanse de
una forma de búsqueda de reparo emocional provocado por un trauma (sexual) en la
puberdad. La protagonista del segundo caso, una señora de 89 años, relataba,
principalmente, casos de precognición que involucraban a personas próximas y la
capacidad de curar. La interpretación de la autora fue la de que el deseo insatisfecho
de ser médica podría haber hecho apareccr el interés de curar, incluso por medios no
tradicionales. El surgimiento y persistencia de las experiencias extra-sensoriales
fueron, a entender de la autora, una manera de conquistar poder sobre los demás
miembros de la comunidad. El trabajo de Melo es una buena manera de demostrar
como los casos espontáneos pueden ser inspiradores de hipótesis comprobables.
Además de esto, la colección de datos clínicos pueden indicar como las experiencias
parapsicológicas son parte de una vida psíquica y cultural, como ellas son
interpretadas en diferentes ambientes y, sobretodo, la importancia de éstas en el
contexto emocional y vivencial de los indivíduos.
“Interpretação Topológica do Desvio da Forma no Processo Psigâmico”,
escrito por Ronaldo Dantas Lins Filgueira, es el noveno artículo del ANUARIO
BRASILEIRO DE PARAPSICOLOGÍA. Filgueira presenta la hipótesis de que los
fenómenos de ESP occurririán según las leyes del homeomorfismo, o sea, las
informaciones extra-sensonales que se encontrarian en el inconciente tenderian a sufrir
un proceso de desvio estructural, caracteri-zado por la persistencia de propiedades
topológicas y por la alteración de características que no serían invariantes topológicas.
El autor toma una serie de investigaciones y casos que demostrarían su hipótesis y
propone un nuevo mazo para tests de ESP, basado en el mazo ESP tradicional, pero
con alteraciones que tratan de diminuir la influencia del desvio estructural previsto. La
hipótesis del autor está bien fundamentada. Espero que Filgueira realice investigación
empírica que pueda poner a prueba su hipótesis. Un gran paso está en el hecho de que
ya ha desarrollado el instrumento para esta investigación; las “Cartas Ronaldo".
Espero encontrar en el próximo Anuário, o en outra publicación especializada, los
resultados de la investigación y las necesarias comparaciones estadísticas entre los
resultados obtenidos con las cartas Ronaldo con los resultados obtenidos con las cartas
de ESP.
El décimo articulo. “Memória Extracerebral: Hipótese em Parapsicologia”, de
Terezinha Acioli Lins de Lima, presenta una discusión examinando los límites y
posibilidades de la hipótesis de memoria extracerebral como hipótesis exiplicativa de
casos de experiencias de recuerdos de vidas pasadas. Para la autora, la memoria
extracerebral seria una modalidad de personificación subjetiva, definida como una
identificación entre el “yo” de una persona viva con el “yo” de una persona fallecida.
(pag. 251). La identificación se daría por indicios psicológicos y/o por indicios
orgánicos, conocidos por vias parapsicológicas. La autora presenta varios casos en que
la hipótesis puede ser aplicada y presenta hipótesis concurrentes que deben ser
llevadas en consideración cuando del análisis de un caso concreto. Para Lima, “la
telepatía no es suficiente para describir el fenómeno de la Memoria Extracerebral”.
(pg. 262 ). Empleando el concepto de criptestesia, la autora propone que existe una
especie de memoria subliminal o recuerdos ocultos innatos. (pag. 263 ) “Ese contenido
criptomnésico pre-existente contiene experiencias de vivencias pretéritas,
pertenecientes a una misma fuente» (pag. 264). Sin mencionar, la autora parece ser
favorable a la hipótesis de ESP, o Súper-ESP, aliada a la personificación presentada
por varios autores (p.e.: Chari, 1962). Una de las cuestiones que pueden ser más
exploradas por la autora en trabajos posteriores es la de como investigar tales casos
desde el punto de vista empirico de manera de probar las hipotesis propuestas.
El veterano Valter da Rosa Borges escribe el décimo primer artículo del
ANUARIO BRASILEIRO DE PARAPSICOLOGÍA: “A Personalidade na
Investigação Parapsicológica”. Borges delimita claramente los campos de la
Psicología, de la Psiquiatria y de la Parapsicologia, afirmando que tanto los casos de
disociación como los presentados en cuadros de desórdenes de personalidad múltiple
deben ser investigados por las dos primeras (293). Solo en casos en los que el
contenido de las personalidades alternativas parezca transcender el de las vivencias de
la personalidad “oficial”, sugiriendo la participación de habilidades parapsicólogicas
de tipo ESP es que el parapsicólogo seria llamado a intervenir como investigador.
Borges clasifica y define seis (6) tipos de “personificaciones subjetivas” : de seres nohumanos, de personas ficticias, de personas fallecidas; de personas fallecidas y
famosas, en memoria extracerebral y en experiencía de regresión de la conciencia. En
todos los tipos el autor utilza interpretaciones naturalistas, basadas en concepciones
psicológicas y parapsicológicas que recurren a nivel inconsciente como constructo
teórico que permite, aunque con restricciones, comprender el fenómeno de la
personificación de manera científica. Borges expresa claramente una de esas
restricciones, afirmando que “explicar ortodoxamente todos los fenómenos
paranormales por lo inconsciente tiene el mismo valor metafisico que explicar todo por
la voluntad de Dios. Y, entanto no tengamos outra hipótesis mejor nos resta solo la
cautela de postular que, en principio y hasta que se pruebe lo contrario, los fenómenos
paranormales deben ser atribuídos al psiquismo inconsciente del ser humano” (310). Y
asegura, más adelante: “(...) no obstante tengamos que reconocer la insuficiencia y el
artificialismo de esta hipótesis en relación a determinados casos de personificación”.
(311 ). La postura de Borges es ejemplar. Por un lado algunos investigadores,
trabajando en cuestiones fronterizas con la religión como señala Borges, podrían ser la
tentación de explicar sobrenaturalmente las manifestaciones que no cupieran dentro
de determinada concepción científica. Por otro, podrian sobrevalorizar el instrumento
conceptual del que hacen uso (el inconciente, en este caso), revelando un apego cuasireligioso a la “verdad” del concepto. Borges no cae en las telas de la tentación ni
destaca el concepto de inconsciente al status de lo real, sino como hipótesis. Que esta
humildad científica penetre nuestras investigaciones.
El último capitulo, el décimo segundo. escrito por mi tiene por titulo: «Émile
Durkheim, a Origem das Crenças Religiosas e as Experiências Psicológicas
Anómalas”. En este articulo me propuse verificar el impacto que la pesquisa
parapsicológica podría tener sobre las postulaciones concernientes al origen de las
creencias religiosas en Emile Durkheim. Comienzo por presentar, resumidamente, las
concepciones animista y naturalista del origen de las creencias religiosas contra las
cuales Durkheim se sublevó. La posición animista sostenía que las creencias religiosas
tuvieron origen en la tentativa humana de explicar sus experiencias oniricas en tanto
que la concepción naturalista suponía que aquellas nacían del contacto sensorial del
ser humano con la naturaleza que resultaria en la construcción de la noción de lo
sagrado. Durkheim se oponía a ambas por considerar que tales concepciones
colocaban la genésis de la religión en experiencias humanas relacionadas, según su
visión, a ciertos estados patológicos o como el resultado del poco desarrollo cognitivo
del ser humano. (327). La tesis por mi presentada es que las experiencias
parapsicológicas podrían ser responsables del origen y de la persistencia de algunas
creencias religiosas, ya que se constituyen en un hecho y no tienen correlación directa
con aspectos necesariamente patológicos o con procesos cognitivos poco
desarrollados. La critica que me permito hacer a mi proposición es arrasadora: pese a
ser posible la hipótesis no puede ser comprobada. Actualmente, sobretodo en las
Ciencias Sociales y en la Psicologia Social, los intentos por descubrir la génesis de los
procesos cognitivos o emocionales estan prácticamente extinguidos. Se considera que
el conocimiento científico puede ofrecer medios para comprender “como” tales
procesos se dan, pero no, necesariamenie, su génesis.
Aprovecho la crítica que acabo de hacer a mi propio trabajo para enfatizar un
punto que considero de la más alta importancia y que, a lo largo de esta revisión ya se
tomó un lugar común: necesitamos de modelos comprobables. Nuestra capacidad en
formular modelos siempre nuevos, es de una riqueza perfecta. Por otro lado parecemos
olvidar que la ciencia, y la Parapsicología en particular, necesita de evidencias
empíricas. Algunos podrían alegar que sus postulaciones teóricas no presentan las
formas por las cuales ellas podrian ser comprobadas porque saben que las
investigaciones son muy difíciles y necesarias de ser hechas en Brasil. Esta postura
está siendo cada vez menos admisíble en nuestro país, gracias al surgimiento cada vez
mayor de trabajos empíricos en del medio parapsicológico.
Quiero destacar los experimentos Gailzfeld realizados por Vera Lúcia O'Reilly
Barrinuevo y Tarcíso Roberto Pallú en Curitiba, las investigaciones sobre experiencias
fuera del cuerpo realizadas por Jalmir Brelaz, en Recife, las investigaciones sobre la
incidencia y la relevancia social de las experiencias parapsicológicas realizadas por
Fátima Regina Machado y por mi, en San Pablo; las investigaciones sobre la
representatión social de la Parapsicología, realizadas por Joston Miguel en Brasilia, las
estudios históricos sobre aspectos parapsicológicos de la Beata Maria de Araújo
realizadas por Maria do Carmo Pagan Forti, de San Pablo, las investigaciones sobre
ESP y epilepsia realizadas por Konrad Lindmeier, de Bragança Paulista, y las
innumerables investigaciones de casos que miembros del IPPP han realizado con
personas que pasaron por experiencias parapsicológicas (en el caso del artículo
presentado por Maria Salete Rêgo Barros Melo en el ANUARIO BRASILEIRO DE
PARAPSICOLOGIA, de agentes psi que experimentan PKER (en el caso de Isa
Wanessa Rocha Lima), de agentes psicopictógrafos, como Jacques Andrade de Recife
(me parece que todos los parapsicólogos del IPPP ya lo investigaron). Finalmente,
quisiera mencionar las posibilidades de investigación abiertas con las «Cartas
Ronaldo» (pag 222) y con el proyecto de investigación anunciado por Valter da Rosa
Borges acerca de la personificación intencional (pag.304). Si esos ejemplos no son
suficientes para demarcar la existencia de una nueva tendencia en la parapsicología
brasilera - la tcndencia empírica- ningun otro indicador podrá ser suficiente.
Termino con la esperanza de que el próximo ANUARIO BRASILEIRO DE
PARAPSICOLOGÍA n° 3 – 1998, pueda ser tan estimulante como lo es éste, pero
también con expeciativa de que todos nosotros enfatizemos nuestros esfuerzos por
presentar nuestras investigacioncs empíricas. Sugiero que los trabajos pasen,
efectivamente, por un consejo editorial, como todas las publicaciones científicas
especializadas. Esto reducirá los equívocos que todos nosotros cometemos
inadvertidamente en nuestros artículos y mejorará la calidad de nuestros trabajos.
Tengo la certeza de que este ejercício disciplinará nuestra notable creatividad
investigativa y la unirá al fértil campo de eventos parapsicológicos que nuestra cultura
nos ofrece.
Notas
1) Para una apreciacón relacionada con las teorias matemáticas y fisicas de psy, ver
Lucadou, 1983; Schmidt 1975, Walker, 1974.
2) En la página 290 del libro de Broughton (1991), que el altor remitia en la nota 14, no
es possible encontrar tal positión tan francamente positiva en relación a la existencia
de la PK. Broughton afirma: “Did the meta-analysis show evidence of the effect of
consciousness on micro-systems? It most dramatically did.” (pag 290) Posteriorment,
pregunta: “Without doubt is something happening in these experiments, but is it
micro-PK?” (pag 290). Tinoco parece confundir “evidencia” con “existencia”. El
propio Dr. Broughton, en el inicio del mismo libro, pag 4, narra una circunstancia em
que un periodista le pregunta si él cree en la ESP y la PK a lo cual él responde: “No, I
don’t believe 11”. Y, explicando cual es su papel como científico afirma: “I study the
evidence”).
Referencias
Chari, C. T. K. (1962 ). Paramnesia and reincarnation. Proceedings of the Society for
Psychical Research, 53, pp. 264-286.
Irwin, H. J. (1994). An Introduction to Parapsychology. Jelferson, NC: Mcfarland.
Lucadou, W. von (1988) The model of pragmatic information (MPI) In D. H. Werner &
R L. Morris (Eds. ), Research in parapsychology 1987 (pp. 18-22) Mctuchen, NJ:
Scarecrow Press.
Lucadou, W, V. & KORNWACH, K. (1983). On the limitations of psi -A systemtheoretic approach. Research in parapsychology 1982 (pp. 85-9). Metuchen, NJ: Scarecrow Press.
May. E. C. & SPOTTISWOODE, S. J. P (1989j. A Michelson-interferometer
Schroedinger cat: The death of the observation theories. In L. A. HenJcel & R. E.
Berger (Eds.), Research in parapsychology 1988 (p. 63) Metuchen, NJ: Scarecrow.
Press.
SchmidT, H. (1975). Toward a mathematical theory of psi. Journal of the American
Society for Psychical Research, 69, pp. 267-291.
Walker, E. H. (1974). Consciousness and quantum theory. En J. White (Ed. ), Psychic
Exploration (pp. 544-68) New York: Putnam's.
Walker, E. H. (1975) Foundations of paraphysical and parapsychological phenomena.
In L.Oteri (Ed ). Quantum physics and parapsychology (pp. 1-53). New York:
Parapsychology Foundation.
White, R. A. (1990) An experience-centered approach to parapsychology. Excepcional
Human Experience, 8, pp. 7-36.
O parapsicólogo Naum Kreiman escreveu em "Cuadernos de Parapsicologia"
(Año 32, nº 2, Junio 1999, Instituto de Parapsicología, Buenos Aires, Argentina, um
longo artigo intitulado "La Parapsicología en Brasil", onde teceu comentários sobre os
trabalhos publicados no Anuário Brasileiro de Parapsicologia - 1997. O artigo é o
seguinte:
En el año 1998 tuve la satisfacción tener una entrevista con el Ingeniero Jaimir
Freire Brelaz de Castro, con quien conversé sobre algunos temas de Parapsicología, y
me entregó literatura de colegas del Brasil, alguna de la cual me era desconocida.
Entre ellas, me dio el Anuário Brasileiro de Parapsicología de 1996, el Anuário
Brasileiro de Parapsicología N. 2 de 1997. Los Anais 1 Congreso Internacional e
Brasileiro de Parapsicolo-gía, 1997; las actas del XIV Simposio Pernam-bucano de
Parapsicología de 1996; los Anais del XVI Simposio Pemambucano de. Parapsicología,
de 1998; los libros: "Curas por Meios Paranor-mais", de Ronaldo Dantas Lins
Filgueiran;
"Personalidade e Cultura" de Erivan Felix Viei-ra; "Manual.de
Parapsicología" de Valter Da Rosa Borges; "Interações: Mente-OrganismosAmbiente" de Salite Rego Barros Melo.
Por otra parte he recibido por correo el líbro "Parapsicología e Ciencia" de
Carlos Alberto Tinoco; y "Reencamación en Brasil" de Hernani Guimaraes Andrade.
Si comparamos los simposios y congresos de la parapsicología de habla inglesa,
los que organiza por ejemplo la Parapsychological Associa-tion, es fácil ver que estos
últimos son esencialmente experimentalistas, mientras que en los brasileños hay poco
o casi nada de experimentalismo, pero en cambio hay una profunda y amplia
exposición de teorías, hipótesis generales y teorías científíco-filosó-ficas sobre
parapsicología, que no se da en la para-psicología de habla inglesa, o con menos
frecuencia.
Los simposios de la PA son un muestrario de datos, de hipótesis y de métodos
de experimentación. Y es fácil leer informes experi-mentales con resultados de los más
variados que no coinciden o concuerdan com investigaciones anterio-res o por otros
investigadores. Recientemente la Dra. Rhea White, directora de The Journal of the
A.S.P.R., y que acaba de renunciar, escribió un editorial de despedida titulado: "Un
Futuro Alternativo para la Parapsicología" en el cual hacía hincapié en que en la
investigación parapsico-lógica, debe venir primero la Teoría, y luego el mé-todo y los
datos, no como ahora que es al revés (J. of the ASPR, V.92, N° 2. Abril 1998).
La parapsicología brasileña tiene un amplio conocimiento de la fenomenología
y la bi-bliografía metapsiquista o pre-Rhiniana que utili-zan en sus citas y estudios,
pero no desconocen la literatura científica actual. Además en Brasil hay una
fenomenología siempre vigente, que se da en sus centros ubandistas y espiritistas, que
no poseen los de habla
inglesa.
Si bien esta fenomenología no se obtiene con rigor científico, no por ello es
despreciable.
La necesidad creativa de la parapsicologia brasileña al no contar con
investigación experimen-tal, ha eclosionado hacia los temas filosófico-científicos, y
hacia la interpretación y las teorías. En este campo los parapsicólogos brasileños son
mucho más ricos que los de habla inglesa. No hay más que leer los aportes a los
congresos y simposios brasileños para observar la creatividad teórica de los
parapsicólogos brasileños.
Parecería que a los parapsicólogos de habla inglesa les repugna citar a Geley,
Bozzano, Richet, Aksakoff, Osty (se me ocurre que no los conocen), y que son una
fuente de una fenomenolo-gía auténtica y de riquísimo nivel. Yo mismo he observado
que incluso Osty es poco citado y estudiado. Este científico, Osty, tiene un material
fenomenológico y parapsicológico que no fue supera-do. Incluso podemos decir, por el
experimentalismo de los parapsicólogos de habla inglesa.
La parapsicología experimental inglesa tiene sus modas.
Estamos seguros de que la parapsicología iberoamericana es casi desconocida
para los parapsicólogos de habla inglesa. Los parapsicólogos nor-teamericanos e
ingleses no saben castellano, salvo uno dos; uno de ellos es el ciudadano norteamericano Carlos Alvarado porque es de origen español, y hace poco me he enterado de que el
Dr. Schmidt habla también castellano. Esto no lo podemos remediar. Cuando, hace ya
varias décadas, se pu-blicaba la Revista lnternacional de Parapsicología, se incluían
resúmenes de los trabajos en francés, alemán y castellano, de ahí que, aunque
sintética-mente, el resto de los parapsicólogos que no conocían inglés, se enteraban de
los aportes de habla inglesa. Actualmente ninguna de las impor-tantes revistas de
habla inglesa publica algún resumen de sus trabajos en algún otro idioma.
De todas maneras el idioma inglés, por razones de intercambio comercial, es
mucho más aprendido en Iberoamérica que el castellano en los paises de habla
inglesa. Incluso en Europa me atrevería decir. El estudiante medio de los EE.UU. no
sabe dónde queda la Argentina. Hace unos meses recibí un revista de Francia con
fotografías ilustrativas de distintos paises del mundo. Una fotografía era del Congreso
Nacional y otra de la calle Corrientes, y la revista aclaraba que "cualquiera podría creer
que son de Francia: no, son de Buenos Aires" (Photographie Amateur, Magazine, N°
13). En las escuelas, por lo menos en Argentina, el inglés, y ahora también el
portugués, es obligatorio. Pero ocurre que la mayo-ría de los estudiantes tiene pocas
oportunidades de hablarlo en los medios sociales y culturales en que actúa, y lo
aprendido se pierde o se debilita, y aun-que puede llegar a entender lo que se le habla
o lee, es difícil que tenga la suficiente práctica como para escribirlo.
El castellano es un idioma mucho más rico y evolucionado que el inglés.
Además, más hermoso. Que nos perdonen los colegas de habla inglesa, pero a
nosotros los que nos criamos en el castellano el inglés nos da la impresión de un
idioma de ladridos y maullidos.
La parapsicología brasileña está haciendo un esfuerzo que debemos destacar.
El anuario brasileño de Parapsicología 1997, se inicia con una colaboración del Dr.
Tinoco. Aquí tendríamos que mencionar el libro del Dr. Tinoco: "Parapsicología y
Ciencia* que sirve para algo más que para una introducción al estudio de la
Parapsicología. Es una exposición de rutas de trabajo y de definiciones y conceptos
básicos.
El aporte del Dr. Carlos Alberto Tinoco se titula "Interacción Psicobiofísica Direcciones de la Investigación". En el sumario ya se adelanta que PSI actúa en un
"espacio o dominio de la conciencia" diferente del dominio en que ocurren las
experiencias sensoriales. Su articulo ' muestra un amplio dominio de las últimas
principales investi-gaciones de ESP y PK.
"De qué modo la información de ESP" se traslada de un cerebro a outro, le
permite a Tinoco, mencionar siete posibles explicaciones o teorías: desde la similitud
con las ondas electromag-néticas, hasta la "Teoría de Campo lnterpersonal" de
Gardner Murphy. Los campos cuánticos de Wasserman. Su análisis le permite exponer
en términos matemáticos el problema de esta interco-municaéión. Finalmente. parece
proponer la hipóte-sis de Geraldo Sarti, 'distinguido parapsicólogo brasileño, que
postula la existencia de partículas supraluminosas que denomina "psicones" que a
través de un espacio-tiempo con propiedades diferentes al espacio físico, serian los
agentes de los fenómenos de ESP y PK. La idea central de Tinoco, es esencialmente
sistémica, cuando afirma: "La interacción psicobiofisica implica la unificación de la
conciencia con las fuerzas-físicas. Esto impli-cará que PSI se produce en un dominio o
campo de la conciencia, o sea fuera del espacio y del tiempo percibidos por los
sentídos".
Otro aporte de Tinoco, es su concepción de las dos conciencias. La "conciencia
sensorial" (CS) y la "conciencia fundamental" (CF). La CS es la conciencia psicosocial
e identificatoria de la persona física. La CF preexiste al nacimiento, es una con- ciencia
que no está subordinada al tiempo y al es-pacio, se halla "difusa" en la naturaleza y se
"individualiza" en los seres vivos. La hipótesis es que los fenómenos PSI tienen su fuente en la CF
(pag. 180) manifestándose a través de la CS.
La colaboración del Dr. G. S. Sartí es una exposición de las relaciones entre la
Parapsico-logía y la Psicología, para lo cual hace un recorrido por diversas teorías
psicológicas.
Introduce el nivel paranormal en la transmisión de tabúes, cuando enfoca la
relación de PSI y psicoanálisis. Cita a Freud. cuando afirma que "algún contenido
psíquico inconsciente de una persona puede reaccionar con el contenido psíquico de
otra, sin pasar por la conciencia" (pa§. 69-70). Concretamente, Sarti termina afirmando
que la telepatía es un aspecto concreto de la teoría psicoanalítica. Vincula también la
psicología profunda y PSI. Define los arquetipos como un patrón de comportamiento
ageográfico y atemporal perteneciente a la humanidad, de acuerdo con Jung. Por otra
parte, la concepción de un inconsciente colectivo lleva a Jung a la idea de
Sincronicidad, y a los parapsicólogos a la Percepción Extrasenso-rial.
La sincronicidad es una relación acausal, en cambio en parapsicología es una
relación causal, consciente o inconsciente.
En su análisis de la relación entre para-psicología y psiquiatría, define tres
funciones: las funciones pi, tau y fi y su relación específica com los fenómenos de ESP
y PK (pag. gl).
Pi es un mecanismo de inhibición de determinados impulsos eferentes del organismo.
Tau, en forma análoga a Pi, inhibe la actividad efectora paranormal, esto es la PK, y el
factor fi regula la esfera cognitiva. Una verdadera concepción sistémi-ca de los
subsistemas que integran lo orgánico, lo psicológico y lo paranormal. Un sistema, tal
como se ha definido, fundamenta su existencia como un todo, mediante la interacción
de sus partes. Las ideas del autor cumplen con esta proposición científica.
El aporte de Isa Wanesa Rocha Lima en su resumen aporta su primero
concepción importan-te: La Psicoquinesia Espontánea Recurrente, es un mecanismo
de defensa personal por parte del agente Psi. Formula el papel psicológico del agente
Psi como semejante a un carácter esquízoide que se ha formado por traumas arcaicos
en las etapas uterina y oral.
El enfoque de W. Lima es terapéutico. propone para ello, los procedimientos
Reichianos, enfocando la bioenergética y la biosíntesis para lograr una vivencia
integrativa del sujeto: agente Psi (AP). Hace una completa exposición de antecedentes
y consideraciones psicológicas que justifican su hipótesis. Cita a Nandor Fodor, coincidente en general com su propia proposición. Así cita a Fodor "encuentre el talento
creativo frusta-do, levante un ego destruido, dé amor y confianza y el poltergeist
cesará. Después de eso Ud, podrá proseguir con el psicoanálisis y liberar los conflictos
inconscientes". La propuesta de W. Lima es que la bioenergética nos permite conocer
las necesidades psicológicas implícitas en el AP en la eclosión de PER. Agrega la
biosíntesis como una de las más eficaces psicoterapias corporales surgidas de las
teorías Reichianas.
Hace W. Lima una descripción psicológi-ca del AP, muy importante e
interesante. W. Lima hace un aporte terapéutico importante.
El aporte del Dr. lvo Cyro Caruso, es sobre la concepción del fenómeno
paranormal Parecería que las ideas el Dr. lvo Cyro Caruso se inspiran en la famosa
afirmación de Einstein "la teoría es lo que nos indica qué es lo que hay que observar".
Por otra parte afirma que el investiga-dor debe ser entrenado para la observación de los
hechos. El entrenamiento debe consistir en la obser-vación en base a una hipótesis. O
sea, saber qué es lo que hay que observar. Esto enriquece la observa-ción y la teoría.
Cita para confirmar sus ideas a KÍ Jaspers (Introducción al conocimiento filosófico) y
también a Hartman. Hay que hacer una discriminación lógica y científica, o sea
delimitar el campo de la observación de la concepción ideológica. La concepción
ideológica se filtra a veces inconscien-temente en la mente del investigador. El ejemplo
clásico en la investigación parapsicológica es la que se refiere al fenómeno PSI
suponiendo la interven-ción de "espíritus" ya sea de personas muertas o vivas. La
concepción básica, afirma lvo Caruso, es que el agente Psi es el productor del
fenómeno paranormal. No se puede o no se debe investigar el fenómeno suponiendo
que el agente Psi es un "médium" o sea un intermediario de una "entidad espiritual".
Esto es un ejemplo para la delimita-ción del campo científico experimental del campo
ideológico (Pag. 127/8).
El aporte del Dr. lvo Caruso no está de más, especialmente, supongo, en Brasil,
dado la gran expansión de doctrinas espiritualistas y espiri-tistas que convergen en la
parapsicología,
El aporte del Dr. J. J. Horta Santos es sobre el tema "Una Posible Interface
entre Conciencia-Cerebro". Comienza diciendo que hay en el ser una doble naturaleza
que actúa en dos niveles de la realidad. Es un ser paradojal, que obedece a dos
conjuntos de leyes profundamente diferentes (pag. 134). Esta dicotomía es discutida
por Horta Santos. La conciencia como un epifenó-meno del cerebro es un paradigma
en retroceso. Cita a los neurólogos Sherrington, W Penfield, y a C. Ecles, afirmando
que la conciencia y el cerebro son dos entidades completamente diferentes. "Toda la
moderna investigación sobre el cerebro, refuerza este concepto" (pag 139). La
hipótesis del Dr. Horta Santos se dirige a afirmar que "la mente ejerce una función de
orden más allá en la coordi-nación e interpretación de los fenómenos neurales' (pag
142). No hay una interacción material ni energética entre la mente y la materia, lo que
hay es una información donde la mente tiene una fun-ción de control.
Una hipótesis central de Horta Santos es que una conexión entre la mente y el
cuerpo puede ser establecida a un nivel subatóm.ico (pag 140) y es en este aspecto que
Horta Santos interpreta los fenómenos de ESP y PK con las hipótesis de la física
cuántica.
Esta interacción a nivel subatómico se halla fundamentada por las
verificaciones experi-mentales de la neurobiologia.
Es una lástima que Horta Santos no acuda a los estudios del Dr. Helmut
Schmidt, con sus experimentos de psicoquinesia en la generación de sucesos
aleatorios, computacionales. Seguramen-te, pensamos que hubiera encontrado ahí
argumen-tos importantes para su hipótesis.
Horta Santos utiliza a veces expresiones que no son del todo felices, como por
ejemplo, dice que el estado eléctrico de las neuronas (pag 147), a cada instante, es la
suma algebraica de todas las señales de información que recibe de millones de las
células neuronales. En realidad, nos parece que aquí no hay una suma algebraica,
linda idea pero en otros terrenos. Creo que de acuerdo a su hipóte-sis lo que aquí
habría que afirmar es que nos hallamos en presencia de un gran esquema sistémi-co,
en el que participan diversos subsistemas, con toda la información que entre ellos
acaece. Un sistema se fundamenta en que es un todo y que sólo arbitrariamente
podemos separarlo en partes. Al ser un sistema, tiene propiedades distintas de las
partes que lo componen, estas propiedades que "emergen" son justamente por
ejemplo la PK, que la conciencia por si sola no podría producir, y el cerebro por sí solo
tampoco. El cerebro funciona por una parte por los estímulos exteriores, pero por otra
parte funciona por estímulos interiores, estímu-los neurales que radican en la
conciencia. Es una PK intracerebral. Esta acción PK es una hipótesis que Horta
Santos.
Afirma en numerosos párrafos su hipóte-sis principal, "La existencia de una
realidad aparente con dos faces, una material, biológica, con sus leyes, y la otra el
campo de la conciencia, o sea el dominio de la información".
Expone toda una teorización de las conexiones entre el cerebro y la conciencia
en base a numerosos conceptos de la física cuántica, que no podemos exponer en este
brevisimo resumen. Pero quede constancia de ello. También se interna en
especulaciones filosóficas perfectamente válidas, cuando dice: que el espíritu y la
materia constituyen una unidad cerrada, en la cual cada una de las unidades
universales es causa y consecuencia de la otras. Así la materia sería una manifestación,
pe-riódica y localizada, de un programa universal y no local. Una creación repetitiva y
dinámica en dire-cción a metas futuras trascendentales e incognosci-bles: El de Horta
Santos es un pensamiento abierto: El universo que una vez "nació" evoluciona, es
creativo y lo será sin detención alguna.
El siguiente aporte es el de Maria da Salete Rego Barros Melo. Su tema es
"Aspectos de las Relaciones y Posibilidades de la Mente Hu-mana" Es un aporte
interesante en el que analiza y describe varios casos en donde se combinan situaciones anómalas de la vida cotidiana, aspectos psíquicos cuasi anormales con
fenómenos de ESP. Los casos que presenta, no hace sólo la descripción fenoménica,
sino que esboza a veces con precisión los procedimientos que el sujeto debe realizar
para volver a una relativa normalidad. Su definición de la anomalía parapsicológica es
muy amplia, cuando dice "que si los estados inhabituales de conciencia producen una
conducta superior a la que caracteri-za la capacidad normal de cada uno, entonces
estamos en presencia de un fenómeno de origen Parapsicológico".
En su entusiasmo, Salete Rego Barros da como fenómenos reales y
supuestamente verificados, las imágenes de video, llamadas telefónicas y otros
fenómenos por el estilo, voces en cintas magnetofôni-cas, como de origen paranormal.
Desde un riguroso punto de vista científico no tenemos una verificación experimental
de tales fenómenos. Esto debe consi-derarse todavía en la sala de espera de la parapsicología.
A continuación tenemos el aporte del Pro-fesor Ronaldo Dantas Lins Filgueira.
Expone una teoría de la percepción extrasensorial. Esta teoría se apoya en el concepto
o en la idea de Homeomorfismo. Para lo cual cita ejemplosn diver-sos, en sueños o en
ensay.os de experimentales de visión remota (Targ y Puthoff) y en descubrimien-tos en
sueños (Kekule) y otros.
El tema de Lins Filgueira, en realidad es el "modelo de la percepción
extrasensoria".
La hipótesis es que la ESP sigue un modelo topológico y homeomórfico. Así
dice a modo de conclusión de sus citas y ejemplos: "todo induce a creer que los
procesos mentales y en especial los de Psi Gama ocurren como un homeomorfismo
entre espacios topológicos".
Se refiere dentro del contexto de su argumentación a las figuras Zener utilizadas
en experimentos de ESP. Considera que dichas figuras, por razones topológicas, son
tres y no cinco. El circulo y el cuadrado pueden ser transformados uno en el otro, o sea
que no hay diferencia topológi-ca. Lo mismo ocurre entre la cruz y la estrella. La ESP
puede confundir una con la otra al ser topoló-gicamente transformables. Es así que
propone cinco figuras, reemplazando la estrella y el cuadrado, por un signo de
interrogación y el signo matemático de Infinito. También ofrece como cinco objetivos
topo-lógicos cinco letras mayúsculas de imprenta del abecedario como son:
"A,B,C,D,1".
Es un desafío a los parapsicologos el lle-var a cabo investigaciones
experimentales con estos dos modelos y ver si realmente se dan diferencias
significativas con respecto a los otros modelos.
En realidad el autor plantea un viejo dilema en Parapsicología que si el modelo
de percepción extrasensorial, sigue la estructura de la percepción normal, algo así
como un sexto sentido pero que posee las estructuras de los sentidos normales, o la
percepción extrasensorial sigue un modelo memorístico, es decir, el objetivo a percibir,
que hace de "emisor", reaviva en el percipiente contenidos de memoria semejantes o
similares al objetivo propuesto. Varios parapsicólogos propusie-ran el modelo
Percepcional, y otros parapsicólogos han propuesto el modelo memorístico. También
aquí podría proponerse un modelo topológico, porque si el sujeto no posee en la
memoria contenidos vivenciales similares o semejantes topoló-gicos a los objetivos
propuestos, entonces se produci-ría una "transformación topológica" pero, en este
caso, no atingente a las formas, sino a los conteni-dos psicológicos.
Las hipótesis topológica es una rica fuente de investigación y de
experimentación que propone el Dr. Ronaldo Dantas.
El siguiente aporte es el de Terezinha Acioli Lins de Lins, sobre el tema
'Memoria Ex-tracerebral". La bibliografía principal y especial que utiliza es la de
Banerjee y la de Stevenson. No es la única, pero sí la más importante. La Memo-ria
Extracerebral se manifiesta como una modali-dad de personificación subjetiva que se
da casi exclusivamente en niños de entre dos y ocho años. El niño identifica su YO con
el de una persona fallecida y que no conoció. Es como si reencarnase alguien que
hubiese fallecido en el ser actual En esta identificación se pueden encontrar
indicadores psicológicos y físicos, marcas o señales especiales en el cuerpo del niño.
Este fenómeno, dice la autora, debe consi-derarse como un fenómeno
paranormal o parapsico-logico, desde el momento en que el niño manifiesta
contenidos de conciencia, memorias de hechos y acontecimientos, que no pueden
haberse obtenido por los medios normales de conocimiento.
La Parapsicología, acota T. Acioli, no tiene teorías generales, pero si es rica en
hechos y descripciones de hechos. Es como una caja negra: sabemos lo que entra,
describimos lo que sale, pero no conocemos nada del modo operativo.
Hace consideraciones sobre las funciones de los fiemisferios cerebrales derecho
e izquierdo, sus capacidades de interacción, incluso considera que este tema será uno
de los principales de la neurología del siglo XXI. Este capitulo extenso de T. Acioli no
se halla estrictamente vinculado al tema de la memoria extracerebral. pero no importa,
resulta de interés su exposición. A conti-nuación trata el tema de la memoria. En su
con-cepción general, en su aspecto psicológico y psico-analitico.
Capitulo breve. A continuación Acioli se explaya ampliamente sobre la memoria
extracere-bral.
Su primera afirmación es que la telepatía no es suficiente para explicar este
fenómeno. Una hipótesis viable debe partir de la criptomnesia. Aquí es donde Acioli
expone sus hipótesis, o por lo menos la hipótesis que sin ser totalmente de ella; es a la
que adhiere. La memoria extracerebral: 1) se encuentra fuera del cerebro; 2) se trata de
una fuente inconsciente; 3) preexistente al nacimiento; 4) nuestras mentes forman
parte integrante de una mente superior, universal: 5) en ciertas circunstan-cias,
desconocidas, hay una captación de una determinada frecuencia psíquica. El agente
Psi como receptor, toma conocimiento de vivencias de alguien que ha fallecido,
internalizándolas y manifestándose -como si el fuera el yo de esas vivencias.
Numerosas citas de origen religioso, filosófico e incluso de la física cuántica, se
exponen para arribar a la concepción de una mente universal. Termina con un muy
buen análisis de las concepciones de supervivencia y reencarnación y el lugar que
ocupa la parapsicología en todo ese contexto.
A continuación tenemos la exposición de Valter da Rosa Borges, sobre el tema:
"La investigación parapsicológica de la personalidad".
En primer lugar, dice: no es suficiente definir la personalidad como una
expresión social del YO. Pero el Yo es algo más amplio. Hace una descripción de seis
casos de personificación. Algunas de interpretación casi patológica, otras que se dan
comúnmente en las sesiones espiritistas; considera personificaciones con origen en la
memo-ria extracerebral, casos de personificación inducida por el experimentador,
algunos casos que sugerirían la hipótesis de la reencarnación. Borges desalienta esta
interpretación en Parapsicología, desde el mo-mento en que no se la puede considerar
una hipóte-sis científica.
Revisa brevemente la hipótesis de Super-Psi, los límites de la cognición
paranormal, y al final deja abierto el debate. ¿La fuente de estos fenómenos es el
inconsciente del agente Psi?, ¿una variable Super-Psi?, ¿un psiquismo reencarnado?, el
debate. sigue abierto, entre un nivel científico y filosófico.
El importante aporte de Borges es el capítulo en que trata de la posición del
parapsicólogo frente a todos estos casos de personificación, que implican
concepciones filosóficas, religiosas y por otra parte psicológicas y parapsicológicas; es
impor-tante, porque si bien no hay un desarrollo de los problemas, son las preguntas
básicas que el para-psicólogo tiene que hacerse frente al fenómeno.
El siguiente tema es de Wellington Zan-gari acerca de "Emile Durkhein, el
origen de las creencias religiosas y las experiencias psicológicas anómalas"
Durkhein (1858-1917) pretendió introducir el método científico en la
investigación sociológica. La sociología debe buscar leyes que rigen la vida del hombre
y mejor aun, las conductas socia-les.
En primer lugar, digamos que las creencias del hombre común, no del filósofo o
del científico, sino del hombre común, no se diferencian en gran medida de las
estructuras religiosas del hombre primitivo.
El interés de Zangari es respecto de ciertas experiencias humanas que por sus
caracte-rísticas son interpretadas como religiosas por las personas que pasan por ellas.
Zangari expone en correlación com Durk-hein las teorías que pretenden
explicar el origen de la religión. Así expone las teorías animistas, natu-ralistas, y otras
conexas. Expone la crítica de Durkhein a la teoría animista, que pretende expli-car el
origen de la religión en los fenómenos oníri-coss. La critica a las teorías naturalistas,
breve-mente, están originadas en el intento de controlar los fenómenos naturales.
En resumen, dice Zangari, que para Durkhein "las concepciones naturalistas o
animis-tas colocan el centro de la génesis de la religión en experiencias humanas que
están relacionadas con cienos estados patológicos o como resultado del poco
desarrollo cognitivo del ser humano" (Pag 327).
Luego Zangari se pregunta si los fenóme-nos parapsicologicos serian una
fuente de creencias religiosas. Así hace una enumeración de fenómenos
parapsicológicos de ESP y de PK.
En realidad, decimos nosotros, los fenó-menos parapsicológicos son propios de
todas las religiones o creencias religiosas, que los interpretan de una u otra manera,
pero siempre dentro de un contexto religioso, de relaciones de éste con otro mundo. Y
esta concepción es tanto de las creencias ya un poco más elaboradas como el
espiritismo, que las toma como confirmación de creencias y no como origen de la
religión. Hay un aspecto de la mentalidad primitiva que creo hay que corregir y que es
motivo de falsas apreciaciones. El hombre primitivo era un hombre en contacto con la
natura-leza más que el actual. Su capacidad racional y diríamos científica, no puede
ser disminuida por sus creencias de tipo religioso. Cuando hacia una ca-noa, para que
no se hundiera, lo hacia com experi-encia y con la ciencia de su tiempo; si después
invo-caba a los dioses, cuando se hacia a la mar, no de-bemos pensar que confundía la
realidad con la imaginación o invocaba la magia de los dioses para que lo protegiera.
La canoa, debía estar bien he-cha.
El tema del origen de la religión es muy complejo. Hemos querido siempre
enfocar el tema racionalmente, basados siempre en la incapacidad racional del hombre
primitivo, su incapacidad de distinguir lo animado de lo inanimado, su creencia en la
existencia de factores mágicos.Las creencias religiosas del hombre actual, no hablo del
filósofo y del científico, son similares a las del hombre primi-tivo.
Yo creo que de lo que se trata es de la existencia genética de un "sentimiento"
religioso, del misterio de la existencia misma del hombre y del mundo, que a algunas
mentes, educadas o no, las llena de estupor, temor, admiración, y de recogi-miento
ante lo desconocido. Esta mezcla de senti-mientos es el origen de la religión, tanto en
el hom-bre primitivo como en el hombre actual. Y esto es totalmente "arracional'. Pero
esta "arracionalidad" no se superpone a la racionalidad, la domina o la condiciona; es
otro nivel, tanto en el hombre actual como en el primitivo: el hombre primitivo que
construye con su ciencia una canoa o un arco, como el hombre actual que construye
con su ciencia una computadora.
Y ambos van luego a su iglesia.
*****
Este es un breve resumen del anuario 1997, de la parapsicología del Brasil.
Nuestra intención es la de dar a conocer a los parapsicólogos de Argentina, los
esfuerzos y el nivel de los colegas de Brasil. Tiene además el Brasil algunos institu-tos
de enseñanza, cuyos programas son de un alto nivel científico, y seguramente saldrán
de allí los futuros pa rapsicólogos científicos y experimentado-res. Yo creo que la
Parapsicología sin investigación experimental, es como un pájaro con una sola ala.
En Argentina, por comparación, estamos pobres. Hemos perdido algunos
compañeros importantes, el Dr. Musso, fallecido, El Dr. Canavesio, fallecido
prematuramente en un acci-dente. El Dr. Bruno Fantoni, que se radicó en el Brasil, y
que fue profesor de Parapsicología en instuciones universitaÍias de Argentina y
también dio cursos de parapsicologia en el IAP, nos quedó debiendo algo a los
argentinos en el aspecto experimental, pero por lo menos nos dejó su libro "Magia y
Parapsicologia". Algo es. El Dr. José M. Feola. que estuvo vinculado a los inicios de la
parapsicología argentina, terminó aquí sus estudios universitarios, fue profesor de
Física en la Univer-sidad de La Plata, y se fue muy pronto a los EE.UU. Allí si tuvo
actuación parapsicológica, también podemos decir que algo quedó debiendo a la
parapsicología argentina. De todas maneras, debo decir que de la Argentina no se
olvidan.
Anuário Brasileiro de Parapsicologia -1998
Fátima Regina Machado & Wellington Zangari - ESP: Uma Breve Revisão das
Pesquisas e Algumas Reflexões
Geraldo Sarti - Em Busca de um Modelo Sistêmico para a Parapsicologia
Isa Wanessa Rocha Lima - Pesquisa de Atividade Psicográfica de Jacques Andrade - 1ª
Fase
Ivo Cyro Caruso - Reforço de Recepção Psi-gama em Múltipla Emissão
J. J. Horta Santos Link) Múltipla Informação-Matéria
Ronaldo Dantas Lins Filgueira - Parapsicologia e Hipnose
Terezinha Acioli Lins de Lima - As Irmãs Fox: Hipótese e Discussão
Valter da Rosa Borges - Uma Equivocada Experiência Psi.
Anuário Brasileiro de Parapsicologia - 1999
Valter da Rosa Borges - A Parapsicologia e seus Opositores
Jalmir Freire Brelaz de Castro - Contribuições das Pesquisas Psi ao Estudo da
Consciência
Stanley Krippner - Uma Abordagem Mitológica para a Interpretação dos Sonhos
Ronaldo Dantas Lins Filgueira - Psiconeurofisiologia e Proposta Taxinômica para a
Psicocinesia Espontânea Recorrente
Terezinha Acioli Lins de Lima - Precognição e Sonho: Experiências Pessoais
J. J. Horta Santos - Ponte, Mente e Matéria na Dobragem Psicocinética de Metais
Geraldo dos Santos Sarti - Psi e Estática Quântica
ADENDO Nº 5
SIMPÓSIOS E CONGRESSOS DE PARAPSICOLOGIA
SIMPÓSIOS
I Simpósio Pernambucano de Parapsicologia
De 2 a 4 de dezembro de 1983.
Local: Auditório da Universidade Católica de Pernambuco.
Apoio da Pró-Reitoria Acadêmica, através da Coordenação Geral de Extensão - CGE.
Conferências:
Valter da Rosa Borges - Epistemologia da Parapsicologia
Roberto Motta - Umbanda e Transe
Ormindo Pires Filho - A Igreja e os Fenômenos Paranormais
Mércia Melo e Silva - Psicologia Transpessoal
Rilton Rodrigues - Parapsicologia e Programas Inatos e Adquiridos
Attílio Dall’Olio - As Bases Teóricas das Coincidências
Percy de Holanda Cavalcante (SEPURNE - PB) - A Telergia e suas Manifestações
Pe. Francisco Barros Leal - Análise do Destino
Lamartine Holanda Júnior - Parapsicologia e Hipnose
José Laércio do Egito - Homeopatia e Energia Vital
Ivo Cyro Caruso - O Problema da Sobrevivência
Mesa redonda: Parapsicologia e Medicina
Ruy dos Santos Pereira
Geraldo Fonseca Lima
Vivências Paranormais:
José Macedo de Arruda (Irmão Macedo)
Manuel Rabelo Pereira (Eli)
Testes e Experimentos
II Simpósio Pernambucano de Parapsicologia
De 5 a 7 de outubro de 1984.
Local: Auditório da Universidade Católica de Pernambuco.
Apoio da Pró-Reitoria Acadêmica através da Coordenação Geral de Extensão - CGE
Conferências:
Geraldo Leite - Função da Presença e da Ausência do Ego no Desenvolvimento
Humano
Attilio Dall’Olio - Parapsicologia e Física
Pe. Francisco Barros Leal - Biopsicologia das Mãos
Geraldo Fonseca Lima - Parapsicologia e Medicina
Ney Prieto Peres (I.B.P.P. - São Paulo) - Um Caso de Poltergeist no Município de
Suzano - São Paulo
Geraldo Marques Fernandes - Parapsicologia e Psiquiatria
Valter da Rosa Borges - Função Psi: Aspectos Éticos e Jurídicos
Ivo Cyro Caruso - Problemas da Parapsicologia
Maria Júlia P. M. P. Peres (AMESP. - São Paulo) - Agente Theta - Ruytemberg Rocha
(Um Caso de “Drop In”)
Mesas Redondas:
a) O Problema da Morte
J. Vasconcelos Sobrinho
João Beltrão Neto
b) O Fenômeno Thomas Green Morton
Ivo Cyro Caruso
Valter da Rosa Borges
III Simpósio Pernambucano de Parapsicologia
De 11 a 13 de outubro de 1985.
Local: Auditório da Universidade Católica de Pernambuco.
Este Simpósio foi realizado conjuntamente com o I Congresso Nordestino de
Parapsicologia.
IV Simpósio Pernambucano de Parapsicologia
De 3 a 5 de outubro de 1986.
Local: Clube Internacional do Recife
Este Simpósio foi realizado conjuntamente com o V Congresso Brasileiro de
Parapsicologia e Psicotrônica. Assim, toda a matéria sobre os eventos se encontra mais
adiante, quando tratarmos dos Congressos realizados pelo I.P.P.P.
V Simpósio Pernambucano de Parapsicologia
Dia 3 de outubro de 1987.
Local: Auditório da Universidade Católica de Pernambuco.
Apoio da Pró-Reitoria Acadêmica através da Coordenação Geral de Extensão - CGE
Temário: A Parapsicologia e suas Relações com a Física, a Medicina, a Religião, a
Psicologia e a Educação
Mesas redondas:
a) Superdotados e Paranormais
Moderador: Ivo Cyro Caruso
Expositores: Valter da Rosa Borges e Maria José Sales Padilha
Debatedores: Geraldo Leite e Aurora Christina Dornellas Câmara
b) A Dinâmica do Inconsciente
Moderador: Ronaldo Dantas Lins Filgueira
Expositores: Valter da Rosa Borges e Geraldo Leite
Debatedores: Maria José Sales Padilha e José Renato Barros
c) Terapias Alternativas
Moderador: Ivo Cyro Caruso
Expositores: Geraldo Fonseca Lima e Jamesson Ferreira Lima
Debatedores: Valter da Rosa Borges e Ronaldo Dantas Lins Filgueira
d) Mente, Energia e Matéria
Moderador: Valter da Rosa Borges
Expositores: Ivo Cyro Caruso e Attílio Dall’Olio
Debatedores: Ronaldo Dantas Lins Filgueira e Ney Prieto Peres (IBPP - SP)
f) Fenômenos Paranormais e Sobrevivência
Moderador: Valter da Rosa Borges
Expositores: Aderbal Pacheco e Ney Prieto Peres (IBPP - SP)
Debatedores: Pe. Theodore Peters, SJ - Reitor da Universidade Católica de
Pernambuco e Ivo Cyro Caruso
VI Simpósio Pernambucano de Parapsicologia
Dia 8 de outubro de 1988.
Local: Auditório do Banco do Brasil
Mesas Redondas
a) Parapsicologia e Hipnose
Moderador: Valter da Rosa Borges
Expositor: Ronaldo Dantas Lins Filgueira
Debatedores: Ivo Cyro Caruso e Prof. Aderbal Pacheco
b) Parapsicologia - Ciência e Profissão
Moderador: Aécio Campello de Souza
Debatedores: Valter da Rosa Borges, Ivo Cyro Caruso e Ronaldo Dantas Lins Filgueira
c) Poltergeist
Moderador: Aderbal Pacheco
Debatedores: Valter da Rosa Borges e Ivo Cyro Caruso
d) Precognição
Moderador: Ronaldo Dantas Lins Filgueira
Expositor: Ivo Cyro Caruso
Debatedores: Aécio Campello de Souza e Aderbal Pacheco
e) Projeção da Consciência
Moderador: Ivo Cyro Caruso
Expositor: Valter da Rosa Borges
Debatedores: Ronaldo Dantas Lins Filgueira e Maurício Tavares Jácome
Vivências paranormais: Irmão Macedo
VII Simpósio Pernambucano de Parapsicologia
30 de setembro de 1989.
Local: Auditório da Universidade Católica de Pernambuco
Painel: Formação do Parapsicólogo em Pernambuco
Participantes: Luciano Fonsêca Lins, Terezinha de Acioli Lins de Lima e Márcia da
Rosa Borges
Mesa Redonda:
Palestras:
Ronaldo Dantas Lins Filgueira - Interpretação Topológica do Desvio da Forma no
Processo Psigâmico
Geraldo dos Santos Sarti (ABRAP - RJ) - Conceito de Informação em Parapsicologia
Ivo Cyro Caruso - Qualidade Parapsicológica
Valter da Rosa Borges - Aparição - Uma Abordagem Parapsicológica
Pe. Oscar González-Quevedo (CLAP - SP) - Revitalização é Milagre?
a) Personificação à Luz da Parapsicologia
Participantes: Aderbal Pacheco, Luiz Carlos Diniz e Jalmir Freire Brelaz de Castro
b) A Parapsicologia e seus Problemas
Participantes: Valter da Rosa Borges, Ivo Cyro Caruso, Prof. Ronaldo Dantas Lins
Filgueira, Pe. Oscar González-Quevedo e Geraldo dos Santos Sarti
VIII Simpósio Pernambucano de Parapsicologia
29 de setembro de 1990.
Local: Mar-Hotel, Boa Viagem.
Conferências:
Terezinha Acioli Lins - Precognição - Uma Pesquisa no Recife
Ivo Cyro Caruso - Acaso & Precognição
Jalmir Brelaz de Castro - Fenômenos Alucinatórios em Parapsicologia
Valter da Rosa Borges - O Perfil do Parapsicólogo
Luciano da Fonsêca Lins - A Função Simbólica no Fenômeno Paranormal
Luiz Carlos Diniz - Personificação - Uma Abordagem Multidisciplinar
Ronaldo Dantas Lins - O Meio Psi e o Fenômeno Paranormal
Mesas Redondas:
a) Parapsicologia e Psicologia
Participantes: Luciano da Fonsêca Lins, Geraldo Leite e Mércia de Melo e Silva
b) A Parapsicologia e a Questão da Sobrevivência
Participantes: Valter da Rosa Borges, Ivo Cyro Caruso e Ronaldo Dantas Lins
IX Simpósio Pernambucano de Parapsicologia
5 de outubro de 1991.
Local: Auditório do SENAC
Mesas Redondas:
a) Médiuns e Paranormais: suas Personalidades, suas Experiências, seus Problemas
Participantes: Luciano da Fonsêca Lins, Terezinha Acioli Lins, Márcia Rosa Borges,
Fernando Antônio Domingos Lins
b) Técnicas de Desenvolvimento da Mediunidade e da Paranormalidade:
Participantes: José Moreira, Jalmir Brelaz de Castro, Ronaldo Dantas Lins Filgueira e
Severino Barbosa.
c) Usos, Abusos e Superstições na Mediunidade e na Paranormalidade.
Participantes: Erivam Félix Vieira, Luiz Carlos O. Diniz, Valter da Rosa Borges e
Fernando Antônio Domingos Lins
d) Parapsicologia e Espiritismo: Tentativas de Explicações para o Fantástico
Participantes: Valter da Rosa Borges, Ivo Cyro Caruso, Ronaldo Dantas Lins Filgueira
e Severino Barbosa
X Simpósio Pernambucano de Parapsicologia
28 de novembro de 1992.
Local: Auditório do Hospital da Restauração.
Tema Geral: A Parapsicologia e a Questão da Sobrevivência (Fenômenos e Hipóteses)
Conferências:
1o Módulo
Coordenador: Valter da Rosa Borges
Palestrantes
Ronaldo Dantas Lins - Personificações Subjetivas (Incorporações, Possessões)
Alexandre Mesquita - Transcomunicação Instrumental
Debatedores: Ivo Cyro Caruso e Márcia da Rosa Borges
2o Módulo
Coordenador: Guaracy Lyra da Fonseca
Palestrantes
Terezinha Acioli Lins - Memória Extracerebral: Hipótese em Parapsicologia
Valter da Rosa Borges - Aparições e Personificações Objetivas (Materializações)
Debatedores: Ronaldo Dantas Lins e Jalmir Brelaz de Castro
3o Módulo
Coordenador: Guaracy Lyra da Fonseca
Palestrantes
Jalmir Brelaz de Castro - Projeção da Consciência
Fernando Antônio Domingos Lins - Experiências de Quase Morte (EQM)
Debatedores
Ivo Cyro Caruso
Terezinha Acioli Lins
4o Módulo
Mesa Redonda
Tema: Hipóteses Científicas e Metafísicas da Sobrevivência
Coordenador: Terezinha Acioli Lins
Expositores
Valter da Rosa Borges
Ivo Cyro Caruso
Ronaldo Dantas Lins
XI Simpósio Pernambucano de Parapsicologia
4 de dezembro de 1993.
Local: Auditório República Pernambucana, no Centro de Convenções. Olinda.
Mesas Redondas
a) A Parapsicologia no Mundo e em Pernambuco
Coordenador: Ivo Cyro Caruso
Participantes: Valter da Rosa Borges e Terezinha Acioli Lins
b) Projeção da Consciência
Coordenador: Jalmir Brelaz de Castro
Participantes: Frederico Holanda e Carla Gadelha
c) Transcomunicação Instrumental
Coordenador: Ronaldo Dantas
Participantes: Alexandre Mesquita e Ivo Cyro Caruso
d) A Paranormalidade no Cinema e na Televisão
Coordenador: Valter da Rosa Borges
Participantes: Ivo Cyro Caruso, Ronaldo Dantas e Isa Wanessa Rocha Lima
Vivências Paranormais: José Macedo de Arruda (Irmão Macedo) e Manuel Rabelo
Pereira (Pai Eli)
XII Simpósio Pernambucano de Parapsicologia
3 de dezembro de 1994.
Auditório República Pernambucana no Centro de Convenções de Pernambuco.
Olinda.
Mesas Redondas
a) Thomas Green Morton
Coordenador: Valter da Rosa Borges
Relator: Jalmir Brelaz de Castro
Debatedores: Ivo Cyro Caruso e Isa Wanessa Rocha Lima
b) Chico Xavier
Coordenador: Isa Wanessa Rocha Lima
Relator: Terezinha Acioli Lins de Lima
Debatedores: Erivam Félix Vieira e Ronaldo Dantas Lins Filgueira
c) Arigó
Coordenador: Ivo Cyro Caruso
Relator: Ronaldo Dantas Lins Filgueira
Debatedores: José Carlos Gomes e Silvino Alves da Silva Neto
d) Peixotinho
Coordenador: Aderbal Pacheco
Relator: Guaracy Lyra da Fonseca
Debatedores: Valter da Rosa Borges e Ronaldo Dantas Lins Filgueira
Participação Especial: Humberto Vasconcelos (genro de “Peixotinho”)
f) Gasparetto
Coordenador: Ivo Cyro Caruso
Relator: Valter da Rosa Borges
Debatedores: Terezinha Acioli Lins de Lima e Dr. Luiz César Leite
Vivências paranormais: psicopictógrafo Jacques de Andrade
XIII Simpósio Pernambucano de Parapsicologia
10 a 11 de novembro de 1995.
Local: Salão Itapissuma, no Internacional Palace Lucsim, em Boa Viagem.
Conferências:
Valter da Rosa Borges - A Parapsicologia e suas Relações com o Direito
Wellington Zangari (SP) - Avanços e Desafios da Parapsicologia nos Anos 90
Terezinha Acioli Lins - Casos Clássicos em Parapsicologia: Hipóteses e Discussões
Geraldo dos Santos Sarti (RJ) - O Caso Schreber do Ponto de Vista Parapsicológico
Ronaldo Dantas Lins - O Fenômeno Psicobiofísico no Contexto da Teoria do Caos
Fátima Regina Machado (SP) - Considerações Éticas e Educacionais em
Parapsicologia no Brasil
J.J. Horta Santos (RJ) - Ponte Mente-Matéria na Dobragem Psicocinética de Metais
(Conexão Informacional-Quântica no PKMB)
Jalmir Brelaz de Castro - Paradigma em Ciências e em Parapsicologia
Ivo Cyro Caruso - Parapsicologia e Estatísticas Aplicadas
Isa Wanessa Rocha Lima - A Interpretação do Poltergeist como Mecanismo de Defesa
Paranormal
XIV Simpósio Pernambucano de Parapsicologia
9 de novembro de 1996.
Local: Auditório do Centro de Tecnologia da Universidade Federal de Pernambuco
Conferências
Valter da Rosa Borges - Aparição e Personificação Objetiva
Terezinha Acioli Lins de Lima - Parapsicologia e Literatura - Criatividade Psi
Ronaldo Dantas Lins Filgueira - Parapsicologia: Um Modelo Geral
Silvino Alves da Silva Neto - O Fenômeno Paranormal como Causa e Sintoma de
Distúrbios Psíquicos
Ivo Cyro Caruso - Parapsicologia e Neurofisiologia
José Roberto de Melo - Hipnose e Paranormalidade
Jalmir Brelaz de Castro - O Corpo e suas Relações com a Função Psi.
XV Simpósio Pernambucano de Parapsicologia
16 de agosto de 1997.
Local: Auditório do Hospital da Restauração
Mesas Redondas
a) Parapsicologia, Saúde e Curandeirismo
Coordenador: Erivam Félix Vieira
Participantes: Guaracy Lyra da Fonseca, Fernando Antônio Lins, Ronaldo Dantas Lins
e Silvino Alves da Silva Neto
b) A Parapsicologia na Escola e no Lar
Coordenador: Valter da Rosa Borges
Participantes: Isa Wanessa Rocha Lima, Ronaldo Dantas Lins e Terezinha Acioli Lins
c) Parapsicologia e Religião. A Fé como Potencializadora do Fenômeno Paranormal
Coordenador: Guaracy Lyra da Fonseca
Participantes: Valter da Rosa Borges, Fernando Antônio Domingos Lins e Isa Wanessa
Rocha Lima
d) Parapsicologia: Perspectivas, Conquistas e Metas
Coordenador: Terezinha Acioli Lins
Participantes: Valter da Rosa Borges, Ivo Cyro Caruso e Jalmir Brelaz de Castro
XVI Simpósio Pernambucano de Parapsicologia
Dia 17 de outubro de 1998. Local:
Auditório do SEBRAE
Mesa Redonda: Empresa e Paranormalidade
Coordenador: Lígia Gomes Monteiro
Debatedores: Amaro Geraldo de Barros, Ivo Cyro Caruso e Valter da Rosa Borges
Conferências:
Ivo Cyro Caruso - Um Novo Paradigma para a Parapsicologia
Valter da Rosa Borges - Um Caso de Parceria Psi
Terezinha Acioli Lins de Lima - Parnaso de Além Túmulo: Hipótese e Discussão
Ronaldo Dantas Lins Filgueira - Abordagem Matemática dos Fenômenos Paranormais
Fernando Antônio Domingos Lins - A Propósito de uma Paranormalidade em alguns
Movimentos Messiânicos e Milenaristas no Brasil e no Mundo
Jalmir Brelaz de Castro - Psi e Consciência
XVII Simpósio Pernambucano de Parapsicologia
Dia 16 de outubro de 1999.
Local: Salão Paroquial da Igreja de Casa Forte
Mesas Redondas:
a) Sonhos Proféticos
Coordenador: Isa Wanessa Rocha Lima
Expositores: Terezinha Acioli Lins de Lima e Maria Idalina Correia Umbelino
b) As Coincidências Significativas e a Determinação do Futuro
Coordenador: José Roberto de Melo
Expositores: Ronaldo Dantas Lins Filgueira e Guaracy Lyra da Fonseca
c) Aspectos Culturais e Parapsicológicos do Final dos Tempos
Coordenador: Terezinha Acioli Lins de Lima
Expositores: Erivam Félix Vieira e José Fernando Pereira da Silva
d) Transtornos Mentais e Paranormais vinculados às Visões Apocalípticas
Coordenador: Maria Idalina Correia Umbelino
Expositores: Silvino Alves da Silva Neto e Sara Riwka Erlich
e) Hipóteses Científicas para a Previsão do Futuro
Coordenador: José Fernando Pereira da Silva
Expositores: Ivo Cyro Caruso e José Renato Barros Silva
e) As Profecias e o Ano 2000
Coordenador: Ronaldo Dantas Lins Filgueira
Expositores: Valter da Rosa Borges e Jalmir Freire Brelaz de Castro
CONGRESSOS
I Congresso Nordestino de Parapsicologia
De 11 a 13 de outubro de 1985.
Local: Auditório da Universidade Católica de Pernambuco.
Apoio da Pró-Reitoria Acadêmica através da Coordenação Geral de Extensão - CGE
Conferências:
Valter da Rosa Borges - A Parapsicologia no Mundo e no Brasil
Percy de Holanda Cavalcante (SEPURNE - Pb) - A Pesquisa Parapsicológica na
Paraíba
Maria Júlia Prieto Peres (AMESP. - SP) - Terapias Regressivas
Ricardo José dos Santos (IAPP - AL) - Tipos de Conhecimento e Metodologia
Científica
Ney Prieto Peres (IBPP - SP) - Memória Extracerebral
Mesas redondas:
a) Paranormalidade: Evolução ou Patologia?
Ronaldo Dantas Lins Filgueira
José Renato Barros Silva
Ulisses Tavares de Melo Filho
b) Um Modelo para a Parapsicologia:
Valter da Rosa Borges
Ivo Cyro Caruso
Testes e Vivências Parapsicológicas
Mônica Alecrim
V Congresso Brasileiro de Parapsicologia e Psicotrônica
De 3 a 5 de outubro de 1986.
Local: Clube Internacional do Recife
Conferências:
Valter da Rosa Borges - Parapsicologia: Uma Avaliação Crítica Fenomenológica
Waldo Vieira - (CCC - RJ) - Bioenergia e Projeção Consciente
José Mendonça Teixeira (IAPP - AL) - Parapsicologia: Uma Visão Humanista
Maria Júlia M. Prieto Peres (AMESP - SP) - Terapia de Vivências Passadas: Uma
Abordagem Parapsicológica.
Ney Prieto Peres (IBPP - SP) - Campos Bioenergéticos e Informação Paranormal
Antônio Jorge Thor (IPP - PA) - Alucinógenos e Não-Alucinógenos Amazônicos que
aguçam a Paranormalidade
Ivo Cyro Caruso - Problemas nas Aplicações Práticas da Parapsicologia
Neyda Nerbas Ulisséa (INPP - PN) - A Psicologia e os Estados Ampliados da
Consciência - Psicologia Transpessoal e Parapsicologia
Octávio Melchiades Ulisséa (FCBP - PN) - Aspectos Práticos de Aplicação
Profissional da Parapsicologia
Glória Lintz Machado (IPRJ - RJ) - Aplicações da Parapsicologia ao Campo Médico
Mário Amaral Machado (FEBRAP - RJ) - Uma Reavaliação do Efeito Kirlian
Geraldo dos Santos Sarti (ABRAP - RJ) - Metateoria Psicônica: Generalização do
Princípio de Incerteza e Teoria da Relatividade Histórica
Vivências paranormais:
Waldo Vieira
I Congresso Internacional e Brasileiro de Parapsicologia
O I Congresso Internacional e Brasileiro de Parapsicologia se realizou no Mar
Hotel, em Boa Viagem, de 31 de outubro a 2 de novembro de 1997.
Organização
Presidente de Honra: Stanley Krippner, PhD
Presidente do Congresso: Valter da Rosa Borges
Vice-Presidente do Congresso: Wellington Zangari
Comissão Organizadora
Coordenação Geral: Ronaldo Dantas Lins Filgueira
Supervisão: Valter da Rosa Borges
Secretaria Executiva: Erivam Félix Vieira e Isa Wanessa Rocha Lima
Tesouraria: Luiz César Leite, Ivo Cyro Caruso e Júlia Soares da Silva
Comissão Científica
Valter da Rosa Borges - Presidente
Ivo Cyro Caruso
Ronaldo Dantas Lins Filgueira
Jalmir Freire Brelaz de Castro
Terezinha Acioli Lins
Isa Wanessa Rocha de Lima
Fernando Antônio Domingos Lins
Guaracy Lyra da Fonseca
Wellington Zangari (São Paulo)
Fátima Regina Machado (São Paulo)
Carlos Alberto Tinoco (Paraná)
Comissão de Divulgação
Erivam Félix Vieira - Presidente
Fernando Pereira
Maria da Salete Rêgo Barros Melo
Ligia Gomes Monteiro
Comissão de Recursos Financeiros
Amaro Geraldo Barros - Presidente
Luiz César Leite
Ivo Cyro Caruso
Conferencistas:
Valter da Rosa Borges - A Questão da Metodologia na Parapsicologia
Edwin May, PhD (EUA) - Avanços no Entendimento da Cognição Anômala
Geraldo dos Santos Sarti (RJ) - Link Mente-Cérebro
Ivo Cyro Caruso - Parapsicologia: Sistema Complexo Inconsciente
Silvino Alves - Simbologia e Interpretação Analítica do Fenômeno Paranormal
Alejandro Parra (Argentina) - Espíritos e Médiuns na Iberoamérica: uma Geografia da
Metapsíquica
Carlos Alberto Tinôco (PR) - Projeto de Central para Pesquisa de RSPK
Isa Wanessa Rocha Lima - Proposta de Atuação Emergencial para PER
Andrei Lee, PhD (Rússia) - O Desenvolvimento dos Meios de Sincronização de
Esforços em Grupos Operacionais para a Realização do Fenômeno de Telecinesia.
Vera Lúcia Barrionuevo (PR) - Experiências fora do Corpo
Jalmir Brelaz de Castro - Crença na Paranormalidade e os Fenômenos Paranormais em
Estudantes Universitários brasileiros Valter da Rosa Borges - A Questão da
Metodologia na Parapsicologia
Edwin May, PhD (EUA) - Avanços no Entendimento da Cognição Anômala
Geraldo dos Santos Sarti (RJ) - Link Mente-Cérebro
Ivo Cyro Caruso - Parapsicologia: Sistema Complexo Inconsciente
Silvino Alves - Simbologia e Interpretação Analítica do Fenômeno Paranormal
Alejandro Parra (Argentina) - Espíritos e Médiuns na Iberoamérica: uma Geografia da
Metapsíquica
Carlos Alberto Tinôco (PR) - Projeto de Central para Pesquisa de RSPK
Isa Wanessa Rocha Lima - Proposta de Atuação Emergencial para PER
Andrei Lee, PhD (Rússia) - O Desenvolvimento dos Meios de Sincronização de
Esforços em Grupos Operacionais para a Realização do Fenômeno de Telecinesia.
Vera Lúcia Barrionuevo (PR) - Experiências fora do Corpo
Jalmir Brelaz de Castro - Crença na Paranormalidade e os Fenômenos Paranormais em
Estudantes Universitários brasileiros
Stanley Krippner, PhD (EUA) - Efeitos Possíveis do Campo Magnético nos
Fenômenos Psi
Ronaldo Dantas Lins - Teoria Parapsicológica Geral
Maria Luísa Albuquerque (Portugal) - A Importância da Parapsicologia para uma
Nova Visão do Ser Humano e do Mundo
Fátima Machado (SP) & Carlos Alvarado (Porto Rico) - Sobre o Provincianismo em
Para-psicologia
J. J. Horta Santos (RJ) - Um Novo Paradigma da Realidade e os Eventos Paranormais
João Carlos Pereira (Portugal) - Compreensão e Sentido dos Fenômenos Psi à Luz dos
Transes Letárgicos: da Biostase à Tanatose e da Psicostase à Beatitude
John Palmer, PhD (EUA) - A Psicologia da ESP: Magnitude X Direção
Fernando Antônio Lins - Consciência Modificada: Marthe Robin e um Novo Modelo
Subliminar
Wellington Zangari (SP) e Fátima Machado (SP) - Experiências Religiosas e
Experiências Parapsicológicas entre Estudantes Universitários Brasileiros
Terezinha Acioli Lins - Paranormalidade e Homem Primitivo: uma Hipótese
Telepática
Joston Miguel Silva (DF) - O Ensino da Parapsicologia na Universidade de Brasília
Maria do Carmo Pagan Forti - Nem Milagre, nem Fraude: um Fenômeno
Parapsicológico. O Sangramento da Hóstia através de Maria de Araújo no Juazeiro do
Pe. Cícero.
Carlos Bautista (Argentina) - Consciência Transpessoal e Psi
Stanley Krippner, PhD (EUA) - Efeitos Possíveis do Campo Magnético nos
Fenômenos Psi.
Ronaldo Dantas Lins - Teoria Parapsicológica Geral
Maria Luísa Albuquerque (Portugal) - A Importância da Parapsicologia para uma
Nova Visão do Ser Humano e do Mundo
Fátima Machado (SP) & Carlos Alvarado (Porto Rico) - Sobre o Provincianismo em
Parapsicologia
J. J. Horta Santos (RJ) - Um Novo Paradigma da Realidade e os Eventos Paranormais
João Carlos Pereira (Portugal) - Compreensão e Sentido dos Fenômenos Psi à Luz dos
Transes Letárgicos: da Biostase à Tanatose e da Psicostase à Beatitude
John Palmer, PhD (EUA) - A Psicologia da ESP: Magnitude X Direção
Fernando Antônio Lins - Consciência Modificada: Marthe Robin e um Novo Modelo
Subliminar
Wellington Zangari (SP) e Fátima Machado (SP) - Experiências Religiosas e
Experiências Parapsicológicas entre Estudantes Universitários Brasileiros
Terezinha Acioli Lins - Paranormalidade e Homem Primitivo: uma Hipótese
Telepática
Joston Miguel Silva (DF) - O Ensino da Parapsicologia na Universidade de Brasília
Maria do Carmo Pagan Forti - Nem Milagre, nem Fraude: um Fenômeno
Parapsicológico. O Sangramento da Hóstia através de Maria de Araújo no Juazeiro do
Pe. Cícero.
Carlos Bautista (Argentina) - Consciência Transpessoal e Psi
Mesas-Redondas:
Parapsicologia e Universidade
Lígia Gomes Monteiro (Coordenador)
Joston Miguel da Silva
Carlos Alberto Tinoco (representado)
João Carlos Tinoco
Parapsicologia e Religião: a Fé como Potencializadora do Fenômeno Paranormal
Guaracy Lyra da Fonseca (Coordenador)
Fernando Antônio Domingos Lins
Luciano Fonsêca Lins
Wellington Zangari
A Ética e o Charlatanismo em Parapsicologia
José Eldon Barros de Alencar (Coordenador)
Ronaldo Dantas Lins Filgueira
Pedro Grisa (representado)
Valter da Rosa Borges
A Pesquisa Parapsicológica
José Fernando Pereira da Silva (Coordenador)
Andrei Lee
Jalmir Freire Brelaz de Castro
Wellington Zangari
Stanley Krippner
Parapsicologia, Saúde e Curandeirismo
Maria Idalina Umbelino (Coordenador)
Erivam Félix Vieira
Silvino Alves da Silva Neto
Antônio Joaquim Ferreira de Andrade (SC)
George Jimenez
Donadrian Rice (EUA)
Instrumentação em Parapsicologia
Evaldo Pereira (Coordenador)
Ivo Cyro Caruso
George Jimenez
Orientação e Aconselhamento em Parapsicologia
Terezinha Acioli Lins de Lima (Coordenador)
Carlos Alberto Tinôco
Andrei Lee
Joston Miguel da Silva
A Parapsicologia na Escola e no Lar
José Fernando Pereira da Silva (Coordenador)
Terezinha Acioli Lins de Lima
Fátima Regina Machado
Lígia Gomes Monteiro
Ilsete Heiderscheidt (SC)
Parapsicologia: Perspectivas, Conquis-tas e Metas
Ronaldo Dantas Lins e Filgueira (Coordenador)
Valter da Rosa Borges
Aymara Gentil Pena (SC)
João Carlos Pereira
Alejandro Parra
CARTA DO RECIFE
I Congresso Internacional e Brasileiro de Parapsicologia
Carta do Recife
Protocolo de Intenções
Nós, abaixo assinados, Parapsicólogos reunidos no I CONGRESSO INTERNACIONAL E BRASILEIRO DE PARAPSICOLOGIA, realizado no Recife, de
31 de outubro a 02 de novembro de 1997, discutimos e aprovamos as seguintes
propostas, que serão enviadas pelo Instituto Pernambucano de Pesquisas
Psicobiofisicas - IPPP - aos Parapsicólogos e Instituições de Parapsicologia de todo o
mundo:
Proposta 1
Formação de uma comissão internacional com a finalidade de apresentar à
comunidade dos Parapsicólogos de todo o mundo uma proposta de unificação da
nomenclatura da Parapsicologia
Caberá às Instituições de Parapsicologia da América a tarefa de consultar os
Parapsicólogos de seus respectivos países, através da lista na Internet, adaptada pelo
Centro Latino Americano de Parapsicologia - CLAP - de Portugal, com a denominação
de Grupo lberoamericano de Parapsicologia
Caberá a Parapsychological Association - PA - a tarefa de fazer a mesma
consulta aos seus membros, como também aos Parapsicólogos e Instituições de
Parapsicologia dos demais países.
Proposta 2
Aprovação do Dia Internacional do Parapsicólogo, mediante consulta nos
moldes do item anterior.
Proposta 3
Apelo aos Parapsicólogos e Instituições de Parapsicologia de todo o mundo, no
sentido de adotar as medidas cabíveis, segundo a legislação de seus respectivos países,
para a legalização da profissão do Parapsicólogo.
Recife, 2 de novembro de 1997.
International and Brazilian Congress of Parapsychology
Letter of Recife
Protocol of Intentions
We, parapsychologists signed below, participants of the I International and Brazilian
Congress of Parapsychology, held in Recife - Brazil from October 31 until November,
1997, have discussed and approved the following propositions, that will be sent by
IPPP - Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas though e-mail, fax or
letters to the parapsychological community.
Proposition a
The creation of an International Committee with the purpose of presenting to the the
international community propositions for an unification for parapsychological
nomenclature.
Ibero American Institutions and PA - Parapsychological Association will consult
parapsychologists of their respective countries.
The discussions win be conducted through a specific Internet list (discussion group).
The address will be communicated soon
Proposition b
Creation of the International Parapsychologist Day . The discussion will be conducted
in the same way as it was in the previous proposition.
Proposition c
The exchange of information about the possibility of legalizing parapsychology as a
profession and of a standard curriculum.
Recife, november 02, 1997
EVENTO ESPECIAL
I SEMINÁRIO INTERNACIONAL
TRANSCENDENTAIS (BRASIL - EUA)
DE
PESQUISAS
PSÍQUICAS
E
Data: 17 e 18 de abril de 1999
Local: Mar-Hotel - Rua Barão de Souza Leão, 451, Boa Viagem
Promoção e realização: Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas – IPPP e Sociedade Internacional de Transcendentologia - SIT
PROGRAMA
SÁBADO - 17/04/99
08:00 - 08:05 - Abertura
08:05 - 09:35 - Workshop - Dr. Ian Wickramasekera (EUA) - Segredos Guardados da
Mente, mas não do Corpo. Novas Abordagens da Medicina Comportamental."
09:35 - 09:45 - Intervalo
09:45 - 11:45 - Palestra - Dr. Stanley Krippner (EUA) “Comunicação de Espíritos: Há
Riscos para a Saúde?"
Debatedores: José Roberto de Melo e José Fernando Pereira
11:45 - 13:00 - Intervalo
13:00 - 14:30 - Workshop - Dr. Stanley Krippner (EUA)"Trabalhando com Sonhos
Extraordinários”
14:30 - 14:40 - Intervalo
14:40 - 15:40 - Palestra - Prof. Valter da Rosa Borges (BRASIL) "Introdução à
Transcendentologia"
Debatedores: Ronaldo Dantas Lins Filgueira e José Fernando Pereira
15:40 - 15:50 - Intervalo
15:50 - 16:50 - Palestra - Dr. Stanley Krippner (EUA) "Estados Alterados da
Consciência, Parapsicologia e Saúde"
Debatedores: Guaracy Lyra da Fonseca e Jalmir Brelaz de Castro
16:50 - 17:00 - Intervalo
17:00 - 18:00 - Palestra - Dr. Daniel Halperin (EUA) "Memória e "Consciência" na
Evolução das Religiões Afro-brasileiras."
Debatedores: Erivam Félix Vieira e Roberto Motta
DOMINGO - 18/04/99
08:00 - 09:30 - Workshop - Dr. Stanley Krippner (EUA)"Novas Abordagens para a
Interpretação dos Sonhos" 09:30 - 09:40 - Intervalo
09:40 - 10:40 – Palestra - Prof. Ronaldo Dantas Lins Filgueira (BRASIL.) "Pintura
Paranormal: Uma Nova Proposta Conceitual e Análise de Um Caso"
Debatedores: Terezinha Acioli Lins de Lima e Isa Wanessa Rocha Lima
10:40 - 10:50 - Intervalo
10:50 - 12:50 - Mesa Redonda - Dimensões da Mente Humana”
Debatedores: Valter da Rosa Borges, Jalmir Brelaz de Castro, Stanley
Krippner e Daniel Halperin.
12:50 - Encerramento
ADENDO Nº 6
PARTICIPAÇÃO DO I.P.P.P. EM OUTROS EVENTOS
CONGRESSOS DE PARAPSICOLOGIA EM OUTROS ESTADOS E NO
EXTERIOR
1979
II Congresso Nacional de Parapsicologia e Psicotrônica, promovido pela Associação
Brasileira de Parapsicologia, e realizado no Rio de Janeiro, de 20 a 23 de outubro.
Valter da Rosa Borges – Telepatia: Sugestões para a Pesquisa
Ivo Cyro Caruso – Indicadores de Transmissão Telepática. Análise para um Método de
Medidas Emissão-Recepção com Baralho Zener.
1982
III Congresso Nacional de Parapsicologia e Psicotrônica, promovido pela Associação
Brasileira de Parapsicologia, realizado no Rio de Janeiro, de 25 a 28 de julho.
Valter da Rosa Borges – Parapsicologia: Ciência Interdisciplinar.
Ivo Cyro Caruso – Considerações sobre uma Teoria e o Método Científico na
Parapsicologia.
1985
I Congresso Brasileiro de Psicobiofísica, do I Encontro de Pesquisadores no Campo
da Parapsicologia, Psicotrônica e Psicobiofísica e do IV Congresso Nacional de
Parapsicologia e Psicotrônica, realizados em Brasília, de 5 a 9 de junho.
Valter da Rosa Borges – A Demarcação da Parapsicologia
Ivo Cyro Caruso – Considerações sobre uma Teoria Unificada em Parapsicologia.
I Simpósio Brasileiro de Parapsicologia, Medicina e Espiritismo, promovido pela
Associação Médico-Espírita de São Paulo, realizado em São Paulo, em 26 de outubro.
Valter da Rosa Borges – Tese 1: O Universo dos Fenômenos Paranormais. Tese 2:
Demarcação das Áreas Paranormal e Mediúnica: seus Aspectos nas Religiões e na
Medicina.
1987
VI Congresso Brasileiro de Parapsicologia e Psicotrônica, realizado em Belém do Pará,
de 29 de outubro a 1 de novembro.
Valter da Rosa Borges – Fundamentos para uma Teoria Geral da Paranormalidade.
1990
Primeiras Conferências Eclipsy de Parapsicologia, numa promoção do ECLIPSY –
Instituto de Investigações Científicas em Parapsicologia (hoje IN-TERPSI) com apoio
da Universidade São Francisco, nos dias 6 e 7 de outubro, em São Paulo.
Valter da Rosa Valter da Rosa Borges – Parapsicologia: Ciência e Profissão.
Ivo Cyro Caruso – Qualidade Parapsicológica: Bases para uma Teoria.
1996
Primer Encuentro Iberoamericano de Parapsicologia, realizado em Buenos Aires,
Argentina, de 15 a 17 de novembro.
Valter da Rosa Borges - Memoria Extracerebral: Una Modalidad Compleja de
Personificación Subjetiva
Ivo Cyro Caruso - Un Programa de Fundamentos para las Teorias en Parapsicología
Ronaldo Dantas Lins Filgueira - La Fotogénesis desde el Enfoque de la Teoria
Cuántica
Jalmir Freire Brelaz de Castro - Experiencias fuera del Cuerpo com Estudiantes
Universitarios en Brasil.
1997
40ª Convenção do Parapsychological Association (PA), em Brighton, Inglaterra,
realizada, em conjunto com a Society for Psychical Research (SPR), de 7 a 10 de
agosto.
Jalmir Brelaz de Castro - “Out of Body Experiences with College Students in Brazil”.
1998
III Encuentro Iberoamericano de Parapsicologia, realizado em Buenos Aires,
Argentina, de 13 a l5 de novembro.
Jalmir Brelaz de Castro - Contribuições das Pesquisas Psi para o Estudo da
Consciência.
Isa Wanessa Rocha Lima - Pesquisa de Atividade Psicopictográfica de Jacques
Andrade - 1ª fase.
Amaro Geraldo de Barros – Psi na Administração das Empresas.
OUTROS EVENTOS
1974
20 de maio. Valter da Rosa Borges - palestra sobre Parapsicologia no Rotary Club do
Recife-Casa Amarela.
1976
19 de agosto. Valter da Rosa Borges - conferência no Rotary Club do Recife, sob o
título Parapsicologia - Uma Nova Visão do Universo.
1978
7 de maio. Valter da Rosa Borges - palestra intitulada “A Parapsicologia e suas
possíveis relações com o Espiritismo” no Seminário de Parapsicologia, realizado no
Colégio Torres.
6 de junho. Valter da Rosa Borges - conferência sob o título “Os Fenômenos Místicos à
Luz da Parapsicologia”, no auditório do D.N.E.R., no Pina, no Seminário de
Parapsicologia.
1979
30 de setembro. Valter da Rosa Borges e Ivo Cyro Caruso - palestras sobre fenômenos
parapsicológicos no Instituto Garanhuense de Espiritismo e Parapsicologia, no
município de Garanhuns.
1981
3 de dezembro. Valter da Rosa Borges - palestra sobre Parapsicologia no Rotary Club
dos Guararapes.
1983
25 de maio. Valter da Rosa Borges - palestra sobre Parapsicologia no Lions Clube
Jaboatão - Candeias.
13 de agosto. Valter da Rosa Borges - palestra sobre Parapsicologia na Ordem Rosa
Cruz, loja Recife
15 a 18 de setembro. Valter da Rosa Borges – palestra sobre Parapsicologia no II
Simpósio Pernambucano de Psicologia e Saúde Mental, realizado no Centro de
Convenções, Olinda.
1984
27 de junho. Valter da Rosa Borges - palestra intitulada “Fenomenologia da Morte e
Aspecto Científico da Sobrevivência” à luz da Parapsicologia, na Academia
Pernambucana de Medicina.
19 a 21 de outubro. Valter da Rosa Borges - palestra sobre Parapsicologia no III
Simpósio Pernambucano de Psicologia e Saúde Mental, realizado no Colégio
Salesiano, Recife.
8 a 10 de novembro. Valter da Rosa Borges – participação na Mesa Redonda sobre
“Paciente Terminal em Geriatria”, abordando o tema “Aspectos Transcendentais” à
luz da Parapsicologia, no II Simpósio de Geriatria e Gerontologia de Pernambuco,
promovido pela Sociedade Brasileira de Geariatria e Gerontologia, seção de
Pernambuco, e pela Sociedade de Medicina de Pernambuco.
1985
30 e 31 de maio. Valter da Rosa Borges e Geraldo Fonseca Lima pronunciam palestras
no auditório da Faculdade de Filosofia do Recife - FAFIRE -, respectivamente sobre
Parapsicologia e Hipnose.
1 a 27 de junho. Valter da Rosa Borges - palestra sobre Parapsicologia e Espiritismo,
no I Ciclo de Palestras, sob o título Espiritismo e Universidade em Debate, promovido
pela Pro-Reitoria de Extensão da Universidade Federal de Alagoas e pela Federação
Espírita do Estado de Alagoas, realizado naquela Universidade, em Maceió.
12 de julho. Mesa Redonda do I.P.P.P. na Universidade Católica de Paernambuco sob
o tema “Aspectos Práticos dos Fenômenos Paranomais”.
1986
27 de fevereiro. Valter da Rosa Borges - palestra sobre Parapsicologia na Loja
Maçônica Cavaleiros da Luz.
Maio. Valter da Rosa Borges e Ivo Cyro Caruso - palestras sobre Parapsicologia no
Curso de Atualização da Mulher, promovido pelo Clube Português do Recife.
13 de novembro. Valter da Rosa Borges - palestra sobre Parapsicologia no Rotary
Clube do Recife.
1987
24 de outubro. Valter da Rosa Borges - palestra sobre Fenômenos Paranormais na
Proximidade da Morte no Curso “O Homem diante da Morte”, promovido pelo Centro
de Psicologia Hospitalar e Domiciliar, no auditório do SENAC.
1988
2 a 31 de maio. Valter da Rosa Borges e Ivo Cyro Caruso - palestras sobre
Parapsicologia no II Curso de Atualização da Mulher, promovido pelo Clube
Português do Recife.
25 de maio. Valter da Rosa Borges - conferência para 122 delegados de polícia,
médicos e peritos da Secretaria de Segurança Pública de Pernambuco, no auditório da
Celpe, abordando as aplicações práticas da aptidão paranormal no campo das
investigações policiais, em curso de aperfeiçoamento, promovido por aquela
Secretaria. No dia seguinte, é entrevistado pelo Jornal do Commercio sobre a sua
conferência.
1o de agosto. Valter da Rosa Borges e Ivo Cyro Caruso - painel sobre técnicas de
pesquisa em Parapsicologia, no I Curso de Aperfeiçoamento Técnico Policial - Nível
Médio - Turma “A”, promovido pela Secretaria de Segurança Pública de Pernambuco.
30 de agosto. Valter da Rosa Borges - palestra sobre Parapsicologia no Rotary Club
Recife-Brum.
Outubro. Ronaldo Dantas - palestra sobre Parapsicologia e Hipnose no VIII
Congresso Norte-Nordeste de Hipnologia e I Congresso Potiguar de Hipnologia,
realizados em Natal, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
1990
Maio.Terezinha Acioly Lins de Lima - palestra na Faculdade de Ciências Humanas de
Olinda, sob o título Fenomenologia Psi: Caracterização.
Junho. Terezinha Acioly Lins - conferência na Faculdade de Ciências Humanas de
Olinda (FACHO), sob o título A História da Parapsicologia.
1991
15 de abril. Valter da Rosa Borges - palestra sobre Parapsicologia no Rotary Club do
Recife Frei Caneca.
2 de maio. Valter da Rosa Borges - conferência na Escola Superior da Magistratura,
sob o título Direito e Parapsicologia. O Diário de Pernambuco, de 28 de julho de 1991,
na seção Ciência & Tecnologia, publica a opinião de Valter da Rosa Borges sobre as
relações entre a Parapsicologia e o Direito, ensejando a existência de “fenômenos
paranormais jurígenos” e, portanto, “capazes de gerar direitos e obrigações”.
16 a 19 de outubro. Ronaldo Dantas - conferência sob o título “Parapsicologia e
Hipnose”, no IX Congresso Norte-Nordeste de Hipnologia e Sofrologia, realizado no
Mar Hotel, em Maceió, Alagoas.
1992
21 de maio. Valter da Rosa Borges - palestra na Livro 7, à rua 7 de Setembro, sob o
título Paranormalidade, uma Aptidão Inconsciente do Ser Humano.
26 de junho. Terezinha Acioli Lins - conferência na Faculdade de Direito de Caruaru,
no Município de Caruaru, Pernambuco, sob o título Parapsicologia como Ciência e a
Profissão do Parapsicólogo.
1993
27 de janeiro. Valter da Rosa Borges, Luciano Fonseca Lins e Silvino Alves da Silva mesa redonda sob o tema Relações entre a Parapsicologia, a Psicologia e a Psiquiatria
na Livro 7, à rua 7 de Setembro.
19 de maio. Valter da Rosa Borges - palesta na Livro 7, desta vez sob o título
Parapsicologia e Religião.
20 de agosto. Ronaldo Dantas Lins Filgueira, Jalmir Brelaz de Castro e Isa Wanessa mesa redonda sobre fenomenologia paranormal por ocasião da Semana da Cultura,
promovida pela Caixa Econômica Federal, em Pernambuco,
23 a 26 de agosto. Valter da Rosa Borges - conferência intitulada "A Criatividade, a
Superdotação e a Paranormalidade" no V Encontro Técnico: Aspectos Éticos e
Estéticos no Campo das Altas Habilidades, promovido pelo Departamento de
Psicologia e Fonoaudiologia da Universidade Católica de Pernambuco, pela Secretaria
de Educação de Pernambuco, através de seu Departamento de Educação Especial,
pela Secretaria de Educação Especial do MEC e pela Associação Brasileira dos
Superdotados, realizado no auditório daquela Universidade.
30 de setembro. Isa Wanessa Rocha Lima - palestra na Livro 7, à rua 7 de Setembro,
sobre “Poltergeist”.
28 de outubro.Valter da Rosa Borges - palestra sobre Parapsicologia na IV Semana de
Atualização em Psicologia, na Faculdade de Ciências Humanas de Olinda (FACHO),
promovida pelo Departamento de Psicologia daquela instituição e com o apoio do
Conselho Regional de Psicologia.
1994
De 26 a 29 de maio. Valter da Rosa Borges - conferência sobre Parapsicologia no 1o Psi
Nordeste - Simpósio PSI do Nordeste, Psicologia, Psiquiatria, Psicanálise e Terapias
Energéticas, realizado no Centro de Convenções.
Terezinha de Acioli Lins - palestra na Faculdade de Odontologia de Caruaru, sob o
título A Parapsicologia no Mundo: Histórico e Discussão.
1995
Maio. Terezinha Acioli Lins de Lima - palestra no Colégio Souza Leão – Positivo, sob
o título “O que é Parapsicologia”, por ocasião da 2ª edição de seu livro “Precognição:
Incidência Maior Através do Sonho – Uma Abordagem Empírica”.
1996
4 de maio.Ronaldo Dantas Lins Filgueira – participação em mesa redonda sobre
psicopicotografia com a psicopictógrafa Mariluza Moreira de Vasconcelos no Centro
de Convenções, em Olinda
12 de outubro. Ronaldo Dantas - conferência sob o título Curas por Meios Paranormais, no VIII Fórum de Debates Espíritas de Pernambuco – FORESP -, realizado no
Centro de Convenções, em Olinda.
22 de novembro. Valter da Rosa Borges - palestra sobre Parapsicologia na Faculdade
de Ciências Humanas de Olinda (FACHO).
25 de novembro. Valter da Rosa Borges - palestra no Seminário - Parapsicologia, uma
Nova Visão da Realidade - no Centro de Ciências Biológicas da Universidade Federal
de Pernambuco.
1997
30 de maio a 1º de junho. Isa Wanessa Rocha Lima - palestras sob o título "Introdução
à Parapsicologia" respectivamente em Aracaju, Feira de Santana e Salvador.
1o de junho. Valter da Rosa Borges - palestra sobre Parapsicologia no Conselho
Estadual de Cultura.
6 de junho. Ronaldo Dantas Lins Filgueira - palestra sobre Parapsicologia para uma
turma do 4º período do Curso de Estatística da Universidade Católica de Pernambuco
(UNICAP).
5 de julho e 2 de agosto. Valter da Rosa Borges - conferências na Academia
Pernambucana de Ciências sob o título “A Personalidade na Investigação
Parapsicológica”.
13 de novembro. Isa Wanessa Rocha Lima - palestra sob o título "Introdução à
Parapsicologia", para a turma de Teologia da Universidade Católica de Pernambuco.
4 de dezembro. Valter da Rosa Borges - palestra sobre Parapsicologia no Rotary Club
do Recife, no Clube Português do Recife.
Terezinha de Acioli Lins - palestra no Colégio Boa Viagem, sob o título "O que é
Parapsicologia – a Escola e o Lar".
Terezinha Acioli Lins – palestra na Universidade Católica de Pernambuco sob o título
"Parapsicologia: Nova Visão da Realidade", no Curso de Letras, cadeira de Teologia.
1998
5 de janeiro.Valter da Rosa Borges - palestra sobre Parapsicologia, no dia, no Rotary
Club do Recife-Casa Amarela, na Praça de Casa Forte.
19 de janeiro. Valter da Rosa Borges - conferência para os alunos de Mestrado do
Curso de Administração da Universidade Federal de Pernambuco, sob o título “Os
Limites do Conhecimento sobre o Conhecimento - a Parapsicologia e os Fenômenos
Psigâmicos”.
28 de abril. Isa Wanessa Rocha Lima - palestra sobre “Poltergeist”, na Faculdade de
Ciências Humanas (FACHO), de Olinda, para alunos do Curso de Psicologia. Nesta
mesma noite, às 20:00, participa, juntamente com Valter da Rosa Borges e Ronaldo
Dantas Lins Filgueira, na mesma Faculdade, de mesa redonda sobre Parapsicologia,
dirigida a alunos do Curso de Psicologia.
15 a 17 de maio. Isa Wanessa Rocha Lima tem sua tese aprovada “Interface com a
Parapsicologia” no III Congresso Regional de Psicologia - 2ª Região, realizado em
Recife, do qual participou como delegada regional. O tema do Congresso foi “A
Profissão de psicólogo e suas interfaces: diretrizes para a ação dos conselhos
profissionais”.
20 de junho. Valter da Rosa Borges - palestra sobre Parapsicologia por ocasião do
encerramento do Curso de Astronomia para Iniciantes, promovido pela Sociedade
Astronômica do Recife, no Espaço Ciência.
ADENDO Nº 7
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PARAPSICOLOGIA
PROGRAMA -1999
1º SEMESTRE
Bloco 1 – Parapsicologia Geral (04 aulas)
01 - Apresentação do Presidente e do Diretor Depto Pedagógico do IPPP.
Apresentação dos Professores. Apresentação dos alunos. Como funciona o curso de
pós-graduação. Indicação bibliográfica e entrega de fichas de avaliação. Panorama
geral da Parapsicologia. A Parapsicologia como ciência. Conceitos gerais. Objeto.
Demarcação. Agente psi e agente psi confiável. Classificação dos fenômenos psi. Psi e
mediunidade. Natureza da psi. Postulados gerais.
02 – Psigama: conceito e nova classificação. Diferenças entre o conhecimento normal e
o psi. ESP. O comunicado psi: conteúdo, forma, decodificações e limites. Telepatia.
Clarividência. Precognição. Criptomnésia. Aparição. Projeção da consciência.
Psicometria. Radiestesia. Xenoglossia (conceito e modalidades, falsa xenoglossia).
Criatividade psi (psicofonia, psicografia, psicopictografia, psicomusicografia).
Personificação subjetiva. Memória extracerebral. Assombração.
03 – Psikapa: Ideoplastia. Dermografismo. Estigmatização. Incombustibilidade.
Parapirogenia e autoparapirogenia. Fotogênese. Osmogênese. Metafanismo.
Personificação objetiva. Transfiguração. Levitação. Barontismo. Cura por meios psi.
Pneumatografia. Efeito Geller. Fenômenos inominados. Pneumatofonia. Toribismo.
Telecinesia. PER. Transcomunicação instrumental.
04 - História da Parapsicologia. Os grandes agentes psi confiáveis e os mais
destacados pesquisadores. A Parapsicologia no mundo, no Brasil e em Pernambuco. O
Agente Psi na Constituição de Pernambuco. O IPPP. A Parapsicologia como profissão.
O perfil do parapsicólogo. Deontologia da parapsicologia. O Código de Ética. O
mercado de trabalho do parapsicólogo. As atividades profissionais do parapsicólogo. A
FE-BRAP e os CONREP.
PROVA
Bloco 2 - Metodologia, Ciências Exatas e Sociais( 05 aulas)
05 - Estatística aplicada à Parapsicologia. Fenômenos espontâneos e em laboratório. O
problema da fraude. Prestidigitação.
06 – Metodologia científica. Método qualitativo e quantitativo. Pesquisa em
Parapsicologia. Ganzfeld. Experimentos. Técnicas em pesquisa. Relação entre
parapsicólogos e AP. Parapsicologia e epistemologia.
07 – Didática em Parapsicologia. Técnica em monografia. Artes, Literatura. Testes
parapsicológicos (teoria e prática).
08 – Antropologia. Sociologia. Direito. Educação. Transcendentalismo.
09 – Fundamentos da Matemática, Física e Química. Cibernética. Teoria da
Informação.
PROVA
Bloco 3 – Ciências Humanas e Biológicas ( 05 aulas)
10 – Anatomofisiologia do SNC. Psicossomatização. Medicina da pessoa.
11 – Aspectos fisiológicos da percepção, memória, emoção e sonhos. Hiperestesia.
12 – Aspectos psicológicos da percepção, memória, emoção, motivação e sonho.
Teorias em Psicologia e Psicanálise. O inconsciente. Personalidade e caráter.
13 – Psiquiatria: conceito e fundamentos. Classificação dos transtornos mentais.
Psicopatologia: sinais e sintomas. Transtornos dissociativos. Personalidade
secundária: aspectos psicológicos e psiquiátricos. Anamnese psiquiátrica.
14 – Hipnose. Transe. Ciências biológicas e cronobiologia.
PROVA
SEMINÁRIO ( todo o semestre, todos os blocos)
2º SEMESTRE
Bloco 4 – Fenômenos Psigama ( 07 aulas )
15 – O inconsciente em Parapsicologia. Aspectos psicofisiológicos, antropológicos e
sociológicos do AP.
16 – Telepatia: conceito, modalidades e formas. Sonho e telepatia. Falsa telepatia.
Postulados. Hipóteses e aplicações.
17 – Clarividência. Relações entre telepatia e clarividência. Projeção da consciência.
Psicometria. Radiestesia/Rabdomância. Hi-póteses e aplicações.
PROVA
18 – Características de psigama: a temporalidade (retrocognição, simulcognição e
precognição), a espacialidade ( interação não-local), transponibilidade. Hipóteses.
19 – Criatividade psi. Psicografia. Channeling. Psicopictografia. Hipóteses.
20 – EQM. Aparições. Assombração. Fenômenos psi na proximidade da morte.
Hipóteses.
21 – Estudo de casos.
SEMINÁRIO
Bloco 5 – Fenômenos Psikapa ( 07 aulas )
22 – Relações entre psigama e PK. Interações mente/matéria. Pensamento e vontade.
23 – Telecinesia: hipóteses (psicocinesia e telergia). Micro PK. Dobragem de metais.
Fotogênese.
24 – Metafanismo. Transcomunicação instrumental.
PROVA
25 – Diagnose e prognose psi. Ação psikapa sobre os organismos vivos: curas e
transtornos orgânicos por meios psi; Aceleração germinal; Parassomatização.
Parapsicologia e fenômenos transcendentais.
26 – PER. Impregnação psíquica.
27 – Anamnese psi. Atendimento e orientação ao AP. Treinamento do AP.
28 – Estudo de casos.
SEMINÁRIO
ADENDO Nº 8
TURMAS DO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PARAPSICOLOGIA
1988
Número de alunos: 31
Alunos aprovados: 10. Áurea Guarines, Aurora Dornellas Câmara, Carlos Costa, Jalmir
Freire Brelaz de Castro, José Elias Andrade Barbosa, Luiz Carlos de Oliveira Diniz,
Maria de Fátima Souza Cristóvão, Maria José de Moura, Sônia Maria Ferreira Barbosa
e Valdete Pinheiro Lima.
1989
Número de alunos: 7
Alunos aprovados: 5. Erivam Félix Vieira, Luciano Fonseca Lins, Ledjane Lopes
Ferreira, Márcia Duarte da Rosa Borges e Terezinha Acioli Lins de Lima.
1990
Número de alunos: 9
Alunos aprovados: 4. Guaracy Lyra da Fonseca, José Carlos Gomes, José Moreira da
Silva Filho e Katia Goretti Veloso Lins.
1991
Número de alunos: 7
Alunos aprovados: 4. Amanda Rodrigues Jordão, José Roberto de Melo, Rosa Maria
Bezerra da Silva e Wilson do Nascimento Paes.
1992
Número de alunos: 11
Alunos aprovados: 3. Isa Wanessa Rocha Lima, Maria Salete do Rêgo Barros Melo e
Silvino Alves da Silva Neto.
1993
Número de alunos: 8
Alunos aprovados: 0
1994.
1º Semestre
Número de alunos: 9
Alunos aprovados: 6. Inácio Roberto de Queiroz, João Evangelista de Lemos, José
Roberto de Souza Vasconcelos, Leonardo de Barros Marques Lessa, Maria Valmira de
Sá Félix e Severino de Souza Vasconcelos.
2º Semestre
Número de alunos: 5
Alunos aprovados: 3. Amaro Geraldo de Barros, Evaldo Alves Pereira e Luiz Marcos de
Carvalho.
1995
1º Semestre
Número de alunos. 11
Alunos aprovados: 3. Érico Iglésias Cavalcanti Melo, José Eldon Barros de Alencar e
Maria Idalina Correia Umbelino.
2º Semestre
Número de alunos: 6
Alunos aprovados: 0
1996
1º Semestre
Número de alunos: 8
Alunos aprovados: 3. José Fernando Pereira da Silva, Lígia Gomes Monteiro e Sandra
Torres Zarzar.
2º Semestre
Número de alunos: 14
Alunos aprovados: 0
1997
Número de alunos: 8
Alunos aprovados: 4. Pacífico Silva de Andrade, Clara Maria Alvarez Nunes Lins,
Irenilza Maria de Melo Braga e Suzana dos Santos Rodrigues.
1998
Número de alunos: 7
Alunos aprovados: 4. Célia Cabral da Costa Arruda, Maria Bertília Moura Lins, Maria
das Graças Viana de Souza e Sara Riwka Erlich.
1999
Número de alunos: 11
Alunos aprovados: 0.
DEFESAS DE MONOGRAFIA
Relação, em ordem cronológica, dos alunos pós-graduados e suas respectivas
monografias:
1989
Dia e local: 1 de outubro, a partir das 9h, no auditório Antonio Vieira, Bloco “G” , da
Universidade Católica de Pernambuco.
Jalmir Freire Brelaz de Castro - Fenômenos Parapsicológicos na Proximidade da
Morte - Um Mecanismo de Apego à Vida.
Luiz Carlos Oliveira Diniz - Curas Paranormais - Um Estudo Crítico.
A Banca Examinadora: Valter da Rosa Borges (Presidente), Ivo Cyro Caruso e
Ronaldo Dantas, do I.P.P.P. Geraldo dos Santos Sarti, da Associação Brasileira de
Parapsicologia (ABRAP) e Pe. Oscar Gonzalez Quevedo, do Centro Latino-Americano
de Parapsicologia.
Aprovados com distinção. O Pe. Quevedo, publicamente, elogiou as monografias
apresentadas, considerando-as de alto nível científico.
1990
Dia e local: 14 de maio, a partir das 17h, no auditório da Faculdade de Ciências
Humanas (FACHO).
Terezinha Acioli Lins de Lima - Precognição: Incidência Maior através do Sonho Uma Abordagem Empírica.
Luciano Fonsêca Lins - Inconsciente: Função e Estrutura nos Processos
Parapsicológicos
Banca Examinadora: Valter da Rosa Borges (Presidente), Ivo Cyro Caruso, Ronaldo
Dantas Lins Filgueira e Barbara Ivanova.
Aprovados com distinção. Barbara Ivanova considerou excelente a monografia de
Terezinha Acioli Lins.
Dia e local: 1º de dezembro, no horário das 10h, na sede do I.P.P.P., na rua da
Concórdia, 372, salas 46/47, bairro de São José.
Erivam Felix Vieira - A Feitiçaria: Aspectos Psigâmicos
de um Problema
Sociocultural.
Banca Examinadora: Valter da Rosa Borges (Presidente), Ivo Cyro Caruso e Ronaldo
Dantas Lins Filgueira.
Aprovado com distinção. Dias antes, Stanley Krippner, no dia 15 de novembro, elogiou
a tese de Erivam Vieira, que houvera lido no dia anterior.
1991
Dia e local: 28 de maio, às 20h, no auditório do Conselho Regional de Contabilidade
em Pernambuco, na avenida Conde da Boa Vista, 121, 12o. andar, bairro da Boa Vista.
José Moreira da Silva Filho - A Utilização do Ioga no Condicionamento do Agente Psi.
Banca Examinadora: Valter da Rosa Borges (Presidente), Ivo Cyro Caruso e Ronaldo
Dantas.
Aprovado com distinção.
1992
Dia e local: dia 14 de janeiro, às 19:30h, na sede do I.P.P.P., na rua da União, 557, Apt.
402, bairro da Boa Vista, Recife.
Márcia Duarte da Rosa Borges - Personificação: uma Forma de Expressão do
Fenômeno Paranormal.
Banca Examinadora: Ivo Cyro Caruso (Presidente), Ronaldo Dantas e Jalmir Brelaz.
Aprovada com distinção.
1993
Dia e local: 21 de dezembro, às 20h, na sede do I.P.P.P., na rua da União, 557, conjunto
402, bairro da Boa Vista.
José Roberto de Melo - Odilon Melo - Uma Vivência Freqüente do Incomum.
Isa Wanessa Rocha Lima - A Interpretação da Psicocinesia Espontânea Recorrente
como Mecanismo de Defesa Paranormal.
Banca Examinadora: Valter da Rosa Borges (Presidente), Ivo Cyro Caruso e Ronaldo
Dantas Lins Filgueira.
Aprovados com distinção.
1994
Dia e local: 28 de outubro, às 20h na sede do I.P.P.P., na rua Dom Pedro Henrique,
221, 2º andar, bairro de Santo Amaro.
Silvino Alves da Silva Neto - Etiologia Paranormal dos Distúrbios Mentais.
Banca Examinadora: Valter da Rosa Borges (Presidente), Ivo Cyro Caruso e Ronaldo
Dantas Lins Filgueira.
Aprovado com distinção.
1996
Dia e local: 26 de fevereiro, às 10h, na sede do I.P.P.P., na rua Dom Pedro Henrique,
221, 2º andar, bairro de Santo Amaro.
Maria da Salete Rêgo Barros de Melo - Interações Mente-Organismos-Ambiente –
Estudo e Pesquisa baseados nos Fenômenos apresentados por Mônica Regina Alecrim
de Melo.
Banca Examinadora: Ronaldo Dantas Lins Filgueira(Presidente), Valter da Rosa
Borges e Ivo Cyro Caruso.
Aprovada com distinção.
1998
Dia e local: 25 de julho, às 10h, na sede do I.P.P.P., na Avenida Dezessete de Agosto,
1778, bairro de Casa Forte.
Amaro Geraldo de Barros - A Paranormalidade e o Processo Decisório nas Empresas
da Cidade do Recife.
Banca Examinadora: Ronaldo Dantas Lins Filgueira (Presidente), Valter da Rosa
Borges, Ivo Cyro Caruso e Isa Wanessa Rocha Lima.
Aprovado com distinção.
ADENDO Nº 9
PROJETO DE ATENDIMENTO INTEGRADO AO ALUNO PARANORMAL
E/OU SUPERDOTADO
Objetivos específicos
-
Identificar alunos portadores de faculdades paranormais e/ou superdotados;
Avaliar os alunos paranormais e/ou aqueles que apresentem talentos e habilidades
excepcionais;
Acompanhar psicologicamente os alunos portadores de paranormalidade e/ou
excepcionalidades superiores;
Analisar, com os professores, o processo de aprendizagem dos alunos
diagnosticados, visando à manutenção ou reformulação dos procedimentos
educacionais;
Discutir com a Escola e a Família a necessidade de encaminhar os alunos, cujas
características paranormais e/ou excepcionais não possam ser atendidas na
Instituição Escolar, a profissionais ou Instituições Especializadas da comunidade;
Orientar os pais quanto às características paranormais ou excepcionais dos filhos,
levando-os a melhor desempenho de seus papéis familiares;
Realizar pesquisas no campo da Parapsicologia e da Psicologia da Educação no
superdotado.
População alvo
O Projeto pretende atingir professores e alunos do 1º e 2º graus, pertencentes às
Escolas da rede particular e oficial de ensino do Recife.
Justificativa
O desenvolvimento e a utilização das capacidades humanas é questão de
permanente atenção para todos aqueles que se preocupam com o futuro da sociedade.
Entretanto, os paranormais e os superdotados constituem um grupo pouco
compreendido, ensejando, por isso, muitas idéias errôneas a seu respeito e, assim,
raras alternativas existem para atender as suas reais necessidades.
Por esses motivos e considerando a necessidade desse atendimento em nosso
Estado, o Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas pretende estender o
seu raio de ação com a implantação do Projeto de Atendimento Integrado ao Aluno
Paranormal e/ou Superdotado, através de convênio com a Secretaria de Educação de
Pernambuco.
Vale salientar que o IPPP é uma sociedade civil, de natureza científica, sem fins
lucrativos e que tem por objetivo o estudo e a pesquisa dos fenômenos paranormais,
assim como o desenvolvimento da Parapsicologia em Pernambuco e também no
Nordeste.
Serão engajadas ao Projeto crianças e adolescentes , que sejam portadoras de
faculdades paranormais e/ou apresentem excepcionalidades superiores. O
atendimento será harmonioso e global, não se limitando apenas à preocupação com o
desenvolvimento das características que o aluno possui, favorecendo, dessa forma,
uma melhor aceitação e adequação deste à família e à sociedade.
Objetivo geral
O Projeto visa facilitar o processo educativo e emocional de alunos paranormais
e/ou superdotados, de modo que possam alcançar o melhor desempenho de suas
faculdade parapsicológicas e potencialidades superiores, segundo o caso.
Metodologia
Ações a serem desenvolvidas:
- Seleção e quantificação das Escolas, que necessariamente também abrangerão as
situadas em áreas socialmente carentes;
- Interpretação do Projeto nas Escolas selecionadas, visando identificar a
possibilidade ou não da participação dessas no mesmo;
- Sensibilização e orientação aos professores, através de palestras e/ou reuniões
sobre aspectos da Educação e Psicologia do aluno superdotado e/ou paranormal;
- Distribuição de formulário, escalas ou fichas de observação para serem
respondidos pelos pais e professores, visando a triagem dos alunos com
características paranormais e/ou excepcionais superdotados.
- Avaliação psicológicas e/ou parapsicológica dos alunos triados, bem como
entrevistas com os respectivos pais e professores;
- Acompanhamento psicológico, quando necessário, aos alunos identificados como
paranormais e/ou superdotados;
- Orientação aos pais e professores quanto aos procedimentos educacionais a serem
adotados e/ou encaminhamento a outras alternativas pedagógicas e de
atendimento existentes nas comunidades:
- Supervisão durante todo o processo de execução do Projeto.
Recursos
Humanos:
Pessoal técnico disponível do IPPP, composto de
3 parapsicólogos,
2 psicólogos
3 estagiários e uma psicóloga com Mestrado em Educação Especial, sendo esta
requisitada da Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco.
Materiais:
Testes psicológicos e parapsicológicos
Fichas e Escolas de observação
Questionário
Transporte
Sala para acompanhamento psicológico e testagem
Material de expediente
Audio-visuais
Observação
Para a consecução do Projeto, serão utilizados os recursos e materiais
pertencentes ao IPPP. No entanto, para o acompanhamento psicoterápico, entrevistas
e avaliações, na medida do possível, serão realizadas nos ambientes físicos das Escolas
selecionadas.
A relação das instituições escolares, distribuídas por áreas, será solicitada à
Secretaria de Educação.
Plano geral do projeto de atendimento integrado ao aluno paranormal e/ou
superdotado
Atividades
Janeiro
Reuniões com a Presidência do IPPP, para discutir aspectos necessários ao
desenvolvimento do projeto
Fevereiro
Contatos com a Equipe Técnica da Secretaria de Educação para escolha dos critérios
de seleção e quantificação das Escalas
Março e abril
Visitas a Direção das Unidades escolhidas, identificando a possibilidade de
participação dessas no Projeto
Maio e junho
Palestras e reuniões, com a Diretoria e Corpo Docente, das Escolas selecionadas,
visando sensibilizá-los sobre características diversas do aluno paranormal e/ou
superdotado
Julho
Elaboração do Relatório e Avaliação Semestral do Projeto
Agosto a novembro
Avaliação psicológica e/ou parapsicológica, dos alunos identificados
Maio a novembro
Acompanhamento psicológico ao alunado e orientações aos Pais e Professores
Dezembro
Reavaliação e elaboração do Relatório Final das ações e resultados alcançados.
Por tratar-se de urna experiência pioneira e considerando a necessidade de
facilitar a percepção de falhas e correção de desvios ao alcance dos objetivos,
ressaltam-se os seguintes procedimentos durante a execução do Projeto:
01. Desdobramento do Cronograma Geral, adequando-o as peculiaridades de cada
Unidade participante;
02. Processo de supervisão contínuo, podendo sofrer alterações na periodicidade,
conforme necessidades sentidas pela Equipe Técnica do IPPP e da Escala;
03. Investigação parapsicológica e/ou avaliação psicológica, de caráter sistemático ,
mesmo considerando o professar como elemento participativo no processo de triagem
inicial;
04. Periodicidade do acompanhamento psicológico ao alunado e das orientações aos
pais e professores será estabelecida de acordo com as exigências que surjam;
05. Trabalho conjunto Supervisor/Professor/Aluno e distribuição aos professores, de
material relacionada às características e necessidades especiais desses alunos;
06. Levantamento dos recursos comunitários, articulando-os ao próprio IPPP, em
função
das necessidades de orientação e encaminhamento de cada caso.
O projeto aceito, em todos os termos, transformou-se em convênio, conforme se
vê abaixo:
CONVÊNIO QUE ENTRE SI CELE-BRAM A SECRETARIA DE EDUCA-ÇÃO E
O INSTITUTO PERNAMBU-CANO DE PESQUISAS PSICOBIO-FÍSICAS,
AMBOS NA CIDADE DO RECIFE.
A Secretaria de Educação de Pernambuco, sediada na Rua Siqueira Campos, n9
304, bairro de Santo Antônio, Recife, inscrita no Cadastro Geral de Contribuintes do
Ministério da Fazenda sob o nº 1057207/10001-12, adiante denominada simplesmente
SECRETARIA, representada neste ato pelo seu Secretário Alexandre Kruse Grande
Arruda, brasileiro, residente e domiciliado na Cidade do Recife, inscrito no Cadastro
de Pessoa Física do Ministério da Fazenda sob o nº 013.731.704-25 e o Instituto
Pernambucano de Pesquisas, sediada na Rua da Concórdia n9 372, 4º andar, sala 46 e
47, bairro de Santo Antônio, Recife, inscrito no Cadastro Geral de Contribuintes do
Ministério da Fazenda sob o nº 1123663/0001-97, adiante denominado INSTITUTO,
representado neste ato pelo seu Presidente Valter Rodrigues da Rosa Borges,
brasileiro, residente e domiciliado na cidade do Recife, inscrito no Cadastro de Pessoa
Física do Ministério da Fazenda sob o nº 002467274-20 firmam o presente Convênio
que se regerá pelas Cláusulas e condições seguintes:
Do objetivo
Cláusula primeira: Constitui objetivo do presente Convênio a ação conjunta entre a
SECRETARIA e o INSTITUTO com vistas a execução do Projeto de Atendimento
Integrado ao Aluno Paranormal e/ou Superdotado.
Parágrafo único: O Projeto mencionado no caput desta Cláusula, proposto pelo
INSTITUTO, será parte integrante deste Convênio.
Das competências das partes
Cláusula segunda: É competência da SECRETARIA:
a) colocar à disposição do INST1TUTO, a Professora Maria José Sales Padilha
HAB-3, FS-Vl1 - NU-6, matrícula n9 71.769 com uma carga horária mensa1 de
150 horas-aula, para exercer a função de Psicóloga ;
b) definir a população alvo, da Rede oficial, a ser pelo referido Projeto;
Cláusula terceira: É competência do INSTITUTO:
a) garantir ao professor cedido, o pleno exercicio de funções;
b) informar à SECRETARIA, através do seu Departamento de Pessoal,
freqüência mensal, bem como, quaisquer alterações na situação funcional do
professor cedido;
c) apresentar à SECRETARIA, o produto da pesquisa realizada com a
população definida;
d) responsabilizar-se pelas despesas financeiras, decorrentes da execução do
referido Projeto;
Cláusula quarta: O presente Convênio terá vigência a partir da data da assinatura, com
término indeterminado, podendo ser alterado e/ou renovado através de acordo
expresso, mediante consenso das partes envolvidas.
Cláusula quinta: os casos omissos serio resolvidos, de comum acordo, entre as partes
convenentes.
Cláusula sexta: O não cumprimento de quaisquer das cláusulas e condições pactuadas
neste Convênio implicará em sua rescisão de pleno jure.
Cláusula sétima: Elege-se o Foro da Cidade do Recife para dirimir dúvidas oriundas
deste Convênio.
E, por estarem, acordes, firmam o presente Convênio em (cinco) vias de igual
forma e teor para produzirem os mesmos efeitos legais, na presença de 02 (duas)
testemunhas a tudo presentes.
Recife, 07 de janeiro de 1987
Alexandre Kruse Granda Arruda
Secretário de Educação
Valter Rodrigues da Rosa Borges
Presidente do Instituto
ADENDO Nº 10
PROJETO DE INVESTIGAÇÃO E TREINAMENTO EM PARAPSICOLOGIA,
NAS
ATIVIDADES DE POLÍCIA, À SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA DO
ESTADO DE PERNAMBUCO.
Objetivo geral
O Projeto de Investigação e Treinamento em Parapsicologia nas Atividades de
Polícia objetiva:
a) a investigação de casos de “assombrações”, “fantasmas” e outros
acontecimentos insólitos do mesmo gênero, que sejam comunicados às Delegacias de
Polícia do Estado de Pernambuco;
b) a preparação da Polícia Civil de Pernambuco para a utilização adequada dos
recursos parapsicológicos na investigação alternativa de crimes misteriosos e na
localização do paradeiro de pessoas desaparecidas.
Objetivos específicos
a) Investigação de fenômenos paranormais pela equipe do Instituto
Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas, em todo o Estado, mediante
comunicação da Secretaria de Segurança Públicas;
b) Treinamento teórico e prático de policiais através de cursos especiais
ministrados pela equipe de parapsicólogos do Instituto Pernambucano de Pesquisas
Psicobiofísicas;
c) Desenvolvimento programado das aptidões paranormais de policiais civis,
previamente selecionados, através de testes psicológicos.
População alvo
O projeto pretende atingir o universo constituído pela Polícia Civil de
Pernambuco.
Justificativa
A Parapsicologia, apesar de ser uma ciência ainda nova, já apresenta um vasto
campo de aplicações práticas, notadamente nos países desenvolvidos, não só na
Europa, mas nos Estados Unidos e União Soviética.
Entre essas aplicações práticas da Parapsicologia destaca-se a utilização de
paranormais nas atividades da Polícia, colaborando na investigação de crime de difícil
solução, fornecendo pistas alternativas, não só nesses casos, mas também na
localização de pessoas cujo paradeiro se ignora.
No Brasil, não existe qualquer trabalho nesse setor e, por isso, o presente
projeto constitui uma iniciativa pioneira, colocando a Polícia Civil de Pernambuco em
posição destacada, ampliando sua estratégia operacional pela utilização de novos
recursos científicos.
Metodologia
1. Investigação, in loco, pela equipe de parapsicólogos do Instituto Pernambucano de
Pesquisas Psicobiofísicas, dos casos de “assombrações”, “fantasmas” e outros do
mesmo gênero, por prévia comunicação da Secretaria de Segurança Pública de
Pernambuco.
2. Cursos especiais de Parapsicologia, constando de teoria e prática.
3. Identificação, mediante testes parapsicológicos, de policiais dotados de aptidões
paranormais.
4. Treinamento programado dos policiais selecionados por suas aptidões
parapsicológicas.
Recursos
1. Humanos
O Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas fornecerá a sua equipe de
pesquisadores e instrutores.
2. Materiais
O Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas utilizará seus próprios
recursos técnicos.
A Secretaria de Segurança Pública arcará com as despesas operacionais do
projeto.Como complemento indispensável ao projeto, foi oferecido um Curso de
Introdução à Parapsicologia, como descrito abaixo:
Curso de Introdução à Parapsicologia
Convênio:
Secretaria de Segurança Pública de Pernambuco e Instituto Pernambucano de
Pesquisas Psicobiofísicas
População alvo:
Agentes e Delegados de Polícia selecionados pela Secretaria de Segurança Pública de
Pernambuco.
Objetivo geral:
Atender ao interesse da Secretaria de Segurança Pública de Pernambuco de
familiarizar os Agentes e Delegados de Polícia com os fenômenos paranormais e sua
aplicação prática nas atividades policiais.
Objetivo específico:
Identificar os Agentes e Delegados de Polícia que demonstrem aptidões paranormais
e, segundo as conveniências da Secretaria de Segurança Pública de Pernambuco,
treiná-los para o exercício de seus talentos parapsicológicos em investigação policial
alternativa.
Estrutura:
O Curso constará de aulas teóricas e práticas, com duração de oito (8) horas. Será
ministrado pelo Prof. Valter da Rosa Borges e pelo Dr. Ivo Cyro Caruso, do Instituto
Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas, o qual também fornecerá o material
didático de apoio. A Secretaria de Segurança Pública de Pernambuco, por sua vez,
cederá uma das salas da Academia de Polícia para a realização do Curso.
Início:
De 1 a 4 de março de 1988, no horário das 16:00 às 18:00 horas.
Programa:
01. História da Parapsicologia e Conceitos Gerais.
02. Classificação dos Fenômenos Paranormais.O Agente Psi.
03. O Inconsciente em Parapsicologia.
04. Telepatia e Clarividência.
05. Psicometria e Radiestesia.
06. Casas Mal-assombradas, Fantasmas e “Poltergeist”.
07. Utilização Prática da Paranormalidade.
08. Aspectos Éticos e Jurídicos da Fenomenologia Paranormal.
ADENDO Nº 11
PROJETO DE PROSPECÇÃO DE RECURSOS MINERAIS E HÍDRICOS POR
MEIOS ALTERNATIVOS DE RADIESTESIA
1. Histórico
O Dr. Lyail Watson, biólogo, arqueólogo e antropólogo britânico, em seu livro
"SUPERNATUREZA"(Edições Melhoramentos, 1976) se pronuncia sobre as
aplicações práticas da radiestesia, ou rabdomancia:
"Todas as principais companhias de água e de oleodutos nos Estados Unidos
têm um rabdomante na sua folha de pagamento. O Ministério da Agricultura do
Canadá tem um rabdomante permanentemente à sua disposição. A UNESCO
contratou um rabdomante e geólogo holandês para efetuar investigações oficiais. Os
engenheiros de duas divisões de fuzileiros navais dos Estados Unidos foram treinados
durante a guerra do Vietnã para localizar com uma vara de rabdomante bombas e
morteiros enterrados no chão. O exército da Tchecoslováquia tem um corpo
permanente de rabdomantes reunidos numa unidade especial. Os departamentos de
geologia das universidades de Moscou e Leningrado lançaram uma investigação em
grande escala para apurar não se a rabdomancia funciona, mas como funciona."
E esclarece ainda:
"Na Rússia a pesquisa sobre a rabdomancia tem agora apoio oficial e já se
estão fazendo grandes progressos ali."
2. Justificativa
O Estado de Pernambuco é carente de recursos minerais, nos quais se incluem
os mananciais subterrâneos de água.
As prospecções, tecnologicamente, exigem demorados estudos e um programa
relativamente caro, tendo, como efeito, a necessidade de achados economicamente
viáveis para fundamentar urna exploração de longo termo, entre 8 e 15 anos.
As pequenas propriedades necessitam de abastecimento de água retirada de
pequenas profundidades, relativamente, de modo a não poder ser contempladas por
um projeto caro, tornando-as distantes de um atendimento, obrigando-as à falta de um
desenvolvimento e a uma queda de sua produtividade. De outra parte, os recursos
minerais exigem sistemas complexos desde a prospeccão até à instalação fabril.
Geralmente, pequenos mananciais de recursos hídricos e minerais são colocados fora
de cogitação tecno-econômica, exploratória, porque não atendem aos elevados custos
das diversas etapas do projeto. Um meio de reduzir despesas proviria de meios de
prospecção alternativos.
No que se refere às fontes de água provenientes de pequenos mananciais no
subsolo, de uma parte, têm a sua exploração afastadas dos macroprojetos econômicos,
conquanto sejam uma das principais prioridades dos latifúndios, ou de proprietários
de parcos recursos; doutra parte inexistem quaisquer tipos de ajudas governamentais,
a nível municipal, aos meios alternativos de prospecção.
Ao projeto se engajariam rabdomantes ou radiestesistas selecionados e que
seriam encontrados distribuídos pelas áreas mais necessitadas, o que não exigiria a
utilização de grandes despesas de seus deslocamentos, uma vez que atuariam dentro
de una região delimitada, nas vizinhanças de sua residência, em princípio.
3. Contrato de risco
Trata-se de um projeto pioneiro no Brasil com o aproveitamento dos recursos
humanos para a prospecção dos recursos hídricos e minerais desse Estado, a baixo
custo.
Considera-se um contrato de risco, desde que:
a) existe a possibilidade de serem encontrados poucos radiestesistas ou
rabdomantes em Pernambuco, ou mesmo nos Estados vizinhos;
b) é possível que os radiestesistas ou rabdomantes selecionados não tenham
êxito, por circunstâncias as mais diversas, nas suas prospecções parapsicológicas
(testes de laboratórío e/ou de campo);
c) é possível que existam raros recursos hídricos e minerais numa escala
insuficiente para a sua detectação e aproveitamento.
Diferentemente dos contratos de risco que envolvem alta tecnologia e custos
operacionais altíssimos, a prospecção radiestésica é de natureza artesanal e de custo
muito baixo, relativamente. Em contrapartida, o êxito dessa investigação
parapsicológica poderá trazer resultados de importância inestimável para a economia
de Pernambuco.
4. Objetivo geral
4.1 Âmbito das Expectativas
O Projeto visa obter uma indicação de fontes minerais e de mananciais de água
do subsolo, em se utilizando de meios alternativos e de reduzido custo de prospecção.
Seriam alcançados os melhores desempenhos esperados, contando com os
rabdomantes ou radiestesistas selecionados, mediante o maior grau de seus acertos,
cuja confiabilidade resultaria testes através de observações em laboratório e no campo
(testes parapsicológicos).
4.2 Objetivos Específicos
Abrange as identificações, cadastramento, informações e mapeamento, como se
segue:
a) Identificação de paranormais portadores da habilidade radiestésica
(rabdomântica);
b) Identificação de áreas carentes de fontes hídricas;
c) Identificação de áreas que dispõem de reservas minerais de pequeno porte;
d) Cadastramento dos radiestesistas do território de Pernambuco, por região e
especialidade;
e) Comunicação às autoridades municipais e estaduais, referente às
localizações das reservas identificadas pelos radiestesistas, para as respectivas
orientações às populações locais e empresários interessados;
f) Mapeamento das regiões prospectadas e identificação dos recursos .
5. População alvo
O Projeto pretende identificar um grupo de radiestesistas espalhados no Estado
que, através de um levantamento e cadastramento de suas habilidades paranormais, no
âmbito da radiestesia, possa prestar seus serviços à sua comunidade de maneira
orientada e assistida pelas autoridades.
O Projeto visará atingir e assistir uma população alvo distribuída nas diversas
regiões carentes de recursos minerais e hídricos do Estado, provenientes de pequenos
mananciais, a qual deverá tornar-se conhecedora dos recursos de suas respectivas
regiões, tendo por finalidade, sempre que possível, a sua imediata exploração.
O Projeto também tratará de identificar os recursos minerais de modo a facilitar
a tarefa de orientação dos empresários interessados em desenvolver prospecções
exploratórias de maior vulto, naqueles locais, que ainda não foram envolvidos em
qualquer outro tipo de determinação, quer tecnológica (de alto custo), quer alternativa
(de reduzido custo).
6. Metodologia
As atividades a serem desenvolvidas visam diversas etapas metodológicas a
serem atingidas através de três grandes fases:
6.1 Primeira fase:
a) Comunicação, através da imprensa, que o I.P.P.P. busca identificar
paranormais com habilidade radiestésica em atividade, em todo o território do Estado
de Pernambuco.
b) Avaliação da capacidade dos paranormais identificados com possibilidade de
integrar o projeto de prospecção radiestésica no Estado de Pernambuco.
c) Cadastramento e seleção dos radiestesistas a serem integrados no projeto,
quanto ao grau de confiabilidade obtidos nos testes, em sua habilidade.
d) Estratégia da pesquisa a ser definida.
6.2 Segunda fase:
e) Distribuição dos radiestesistas de acordo com as diversas áreas do Estado,
conforme a proximidade com as suas residências, visando reduzir custos de
transportes, diárias etc...
f) Orientação das diversas atividades a desempenhar em cada área,
identificando e mapeando os locais de prospecção e os locais sugeridos pelo
radiestesista.
g) Distribuição de mapas regionais e fichas ou formulários de observação das
diversas indicações obtidas pelo radiestesista.
h) Recursos necessários às diversas atividades.
i) Avaliação e triagem das atividades registradas.
6.3 Terceira fase:
j) Definição do fluxo de atividades a ser definido, de acordo com o Convênio.
k) Metodologia e técnicas a serem usadas na orientação dos radiestesistas, na
busca e identificação do recurso mineral e na avaliação e triagem das atividades.
l) Mapeamento dos resultados, definição e identificação dos recursos das áreas
prospectadas.
m) Recursos necessários classificados de acordo com um critério de prioridade
estabelecido entre as partes do Convênio.
7. Recursos
Detalhamento e definição serão determinados na etapa do desenvolvimento do
Convênio e como conhecimento do levantamento tratado em 6 (Metodologia, lª fase):
7.1 Humanos
Paranormais radiestésicos selecionados, a definir de acordo com a metodologia
anteriormente especificada. A quantidade de paranormais radiestésicos deverá ser
definida depois do levantamento tratado em 4.2 e 6, linhas acima mencionados.
Três parapsicólogos do I.P.P.P., sendo que um deles trabalhará no
acompanhamento de todas as fases, em tempo integral, desde que possível e quando
houver necessidade.
7.2 Materiais:
Testes parapsicológicos com os rabdomantes identificados e selecionados.
Sala para os testes.
Fichas de observação e de controle.
Questionários e avaliações.
Mapas das micro-regiões atingidas, do Estado de Pernambuco
Transporte e estadas, alimentação etc...
Material de expediente e xerox, postagem etc...
7.3 Financeiros:
Inserção, em Jornal de ampla tiragem e distribuição no Estado, de um apelo de
apresentação ou chamamento ao I.P.P.P, de rabdomantes e radiestesistas da região de
Pernambuco e Estados vizinhos.
Honorários de um parapsicólogo em tempo integral.
Honorários dos radiestesistas, por suas atividades.
Custos dos testes parapsicológicos.
Custos diversos a serem definidos: preparação, redação, publicação da
pesquisa, custos de cópias dos mapas regionais etc.
Custos de material de expediente, de xérox, de cópias de mapas regionais
utilizados na fase de pesquisa e na fase de indicações das diversas microrregiões.
Custos de transportes, diárias, hospedagem, alimentação e outras relacionadas
dos deslocamentos, quando necessários.
ADENDO Nº 12
PROJETO DE ASSISTÊNCIA AOS PARANORMAIS DE PERNAMBUCO
1. Tema
Assistência aos paranormais do Estado de Pernambuco, nos Municípios de
Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes, em cumprimento ao Artigo 174 da
Constituição de Pernambuco, por ser o IPPP a única instituição científica e cultural
não só de nosso Estado, como também de toda a Região Nordeste, que realiza o
estudo e a pesquisa dos fenômenos parapsicológicos, além de dar orientação
necessária aos indivíduos neles envolvidos.
2. Objetivo
Busca concretizar objetivos imediatos que subsidiam a consecução de outros,
mediatos, cuja relevância se faz na medida em que contribuem, efetivamente, para o
bem estar das pessoas em epígrafe.
2.1 Objetivos imediatos
Visam a identificação e consecutivo cadastramento dos paranormais
pernambucanos, nos Municípios supracitados, a partir do que se poderá orientá-los e a
seus familiares e/ou pessoas outras envolvidas, prestar-lhes a assistência necessária,
inclusive treinamento para o desempenho adequado de suas aptidões
parapsicológicas, dentro do conhecimento vigente, no âmbito da Parapsicologia. A
assistência será sistemática, nos termos da norma constitucional, esclarecendo que a
consecução desses objetivos ocorrerá a partir de um trabalho conjunto com os CSUS (
Centros Sociais Urbanos ).
2.2 Objetivos mediatos
Visam o esclarecimento da comunidade sobre a natureza dos fenômenos
paranormais, preservando-a contra as práticas supersticiosas que tantos malefícios
vem causando a saúde física, mental e social das pessoas de todas as camadas sociais,
principalmente a classe pobre, algumas ve-zes implicando inclusive em prejuízo financeiro. Ao mesmo tempo, fornece subsídios para novos estudos e consecutivas pesquisas, que levam a um maior conhecimento dos fenômenos e, conseqüentemente, a informações relevantes para incrementar a assistência que se faz mister a essas pessoas.
3. Justificativa
Diz a Constituição do Estado de Pernambuco, em seu Artigo 174:
"O Estado e os Municípios, diretamente ou através do auxílio de entidades
privadas de caráter assistencial, regularmente constituídas, em funcionamento e sem
fins lucrativos, prestarão assistência aos necessitados, ao menor abandonado ou
desvalido, ao superdotado, ao paranormal e à velhice desamparada".
O IPPP é a única instituição científica e cultural, sem fins lucrativos, declarada
de utilidade pública estadual ( Lei Nº 9.714/85 ) e de utilidade pública municipal ( Lei
Nº 14.840/86), devidamente credenciada, portanto, para dar cumprimento à referida
norma constitucional, prestando assistência ao paranormal.
Através do presente projeto, uma vez identificada e cadastrada a população
paranormal pernambucana, nos referidos municípios, saber-se-á quem necessita da
citada assistência, a qual só poderá ser efetivada pelo IPPP, visto tratar-se de uma
instituição que há 20 (vinte) anos estuda, pesquisa e orienta o indivíduo paranormal,
sem ter tido, no entanto, a oportunidade de estender todo esse trabalho a um maior
número de pessoas, o que será possível com a viabilização deste projeto.
Também é preciso ressaltar que, na medida em que se tiver o público alvo
identificado e cadastrado, poder-se-á proceder novas pesquisas, inclusive treinamento,
testes, o que acarretará um maior conhecimento do fenômeno paranormal e,
evidentemente, do indivíduo paranormal, haja vista que toda separação será didática
(não se pode dissociar o fenômeno do indivíduo no qual se manifesta). Como
conseqüência lógica, poder-se-á visualizar que esse mesmo conhecimento levará a
uma melhor compreensão do objeto de estudo e, conseqüentemente, trará subsídios
para a orientação, o treinamento e, principalmente, para a assistência necessária ao
paranormal.
Em última instância, o projeto contribuirá para o desenvolvimento da
Parapsicologia em Pernambuco, como resultado de uma ação conjunta do IPPP com a
Secretaria de Trabalho e Ação Social.
4. População-alvo
Os paranormais e seus familiares e/ou pessoas outras envolvidas, nas áreas de
atuação dos CSUS - CENTROS SOCIAIS URBANOS do Estado de Pernambuco,
existentes nos Municípios de Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes.
5. Metodologia
O projeto abrangerá os Municípios de Recife, Olinda e Jaboatão dos
Guararapes, sendo iniciado no Município do Recife, especificamente no CSU do bairro
da Mustardinha e se desdobrará em 02 (duas) fases:
1ª Fase
1.1 Discussão com o Coordenador de cada CSU, sobre os detalhes da
implantação do projeto, para adequação necessária à realidade local, solicitando que
seja providenciada divulgação à referida comunidade, pelos meios de comunicação
existentes, tais como jornal, rádio, afixação de cartazes etc.
1.2 Treinamento, quando necessário, do pessoal dos CSUS, na hipótese de sua
participação na execução do projeto.
1.3 Período de duração dessa fase: 30 ( trinta ) dias para cada CSU.
2ª Fase
2.1 Atendimento ao público, em sala devidamente equipada, em cada CSU, em
dias e horários compatíveis com a estrutura dos mesmos. Este atendimento será feito
pela equipe do IPPP ou pelo pessoal do CSU, devidamente habilitado para esse fim.
Atendimento máximo em cada CSU: 10 (dez) pessoas por dia.
2.2 Remessa das fichas de atendimento para o Departamento Científico do
IPPP, para análise dos casos.
2.3 Convite, através do CSU, às pessoas selecionadas como possíveis
paranormais para comparecerem ao IPPP, onde serão submetidas à investigação
parapsicológica.
2.4 Cadastramento das pessoas consideradas paranormais para prestação, por
parte do IPPP, de assistência permanente às mesmas, no que concerne ao seu talento
parapsicológico.
2.5 Orientação aos familiares dos paranormais a respeito da natureza desses
fenômenos.
2.6 Esta fase se estenderá até o término do convênio firmado entre o IPPP e o
Governo do Estado, através de sua Secretaria de Ação Social, ou mediante resilição
unilateral de qualquer das partes, com 30 (trinta) dias de antecedência.
6 . Recursos humanos
Os recursos humanos do projeto serão constituídos pela equipe do IPPP e,
quando necessário, pelo pessoal dos CSUS, treinado pelo IPPP e ainda por pessoal
administrativo, contratado pelo IPPP ou cedido pelo Estado,
7. Recursos materiais
O projeto utilizará os seguintes recursos materiais:
Salas para serviços administrativos em condições de operacionalidade.
Salas adaptadas para entrevistas e aplicação de testes.
Sala para atendimento parapsicológico à comunidade nos CSUS, com
escrivaninha, cadeiras e máquina de datilografia.
8. Recursos financeiros
Em se considerando que este é um projeto pioneiro, surgem algumas
dificuldades para quantificar o número de pessoas beneficiadas, bem como determinar
o correspondente custeio.
O custo total do projeto, considerando seu período de realização de maio/93 a
março/95, calculado em cruzeiros em abril/93, é da ordem de Cr$ 500.000.000,00
((Quinhentos milhões de cruzeiros ).
Recife, 19 Abril de 1993.
Valter da Rosa Borges
Presidente do IPPP
ADENDO Nº 13
PROJETO DE ASSISTÊNCIA PARAPSICOLÓGICA NOS HOSPITAIS
ESTADUAIS DE PERNAMBUCO
1. Justificativa
Desde as pesquisas realizadas, principalmente pelos Drs. Raymond A. Mood Jr
e Karlis Osis, em pacientes que, no curso de tratamento médico e/ou cirúrgico nos
hospitais, passaram por singulares experiências psíquicas, evidenciou-se, de logo, a
importância de uma investigação sistemática e profunda destes fenômenos por seu
significado, para uma compreensão cada vez mais ampla da natureza humana.
Por isso, pioneiramente, o Instituto Pernambucano de Pesquisas
Psicobiofísicas - I.P.P.P. -, mediante este projeto, propõe-se a inaugurar uma
especialidade em Parapsicologia, a qual denominará de Parapsicologia Hospitalar,
com o propósito de não apenas aprofundar a investigação desses fenômenos, como
também e, principalmente, prestar assistência às pessoas que, no período de sua
hospitalização, passaram por experiências paranormais.
Este projeto, se aprovado pelo Governo do Estado, constituirá mais um avanço
espetacular da Parapsicologia em Pernambuco, quando se sabe que o nosso Estado,
graças ao trabalho que vem realizando o I.P.P.P., é considerado um dos pólos mais
importantes dessa ciência no Brasil.
2. Objetivo imediato
Visa o atendimento parapsicológico nos hospitais estaduais, inicialmente na
área metropolitana, ampliando os serviços oferecidos aos pacientes internados.
3. Objetivo mediato
Visa implementar a pesquisa dos fenômenos paranormais nos hospitais e a
conscientização da classe médica e paramédica, quanto à importância e significado
dessas experiências na vida dos pacientes.
4. População alvo
Os pacientes internados e também os respectivos acompanhantes nos casos em
que estes últimos tenham sido afetados por essas experiências.
5. Metodologia
O I.P.P.P. designará, para cada hospital, um parapsicólogo de sua equipe, o
qual fornecerá à direção daquela unidade nosocomial o seu endereço para as
necessárias comunicações.
Toda vez que o paciente, seu acompanhante e/ou responsável, solicitar a
presença de um parapsicólogo, a direção do hospital entrará, de imediato, em contato
com o representante do I.P.P.P. para a prestação do atendimento parapsicológico.
A direção do hospital auxiliará o I.P.P.P. na divulgação deste atendimento entre
os pacientes internados e assegurará ao parapsicólogo plena liberdade de ação no seu
exercício profissional, observadas as conveniências especificas de cada caso.
6. Recursos humanos
Serão constituídos pela equipe do I.P.P.P., integrada por parapsicólogos com
formação médica ou psicológica.
7. Recursos materiais
Serão constituídos de material técnico-administrativo especifico para a
finalidade do projeto.
8. Recursos financeiros
Por se tratar de um projeto pioneiro, os recursos destinados para a sua
realização terão, inicialmente, um valor convencionado na elaboração do convênio
entre o I.P.P.P, e o Governo do Estado de Pernambuco, através de sua Secretaria da
Saúde.
Recife, 17 de Maio de 1993
Valter da Rosa Borges
ADENDO Nº 14
EM DEFESA DA PARAPSICOLOGIA
(UM DEBATE PELA INTERNET)
O debate se iniciou quando Wellington Zangari e Fátima Regina Machado, no
seu trabalho intitulado “Incidência e Relevância Social da Experiência Parapsicológica
entre Estudantes Universitários Brasileiros”, inserido na Classe 4, afirmaram que as
experiências parapsicológicas deveriam ser "objeto legítimo de estudo da psicologia,
uma vez que elas são relevantes para as pessoas que as vivenciam.”
O grupo do I.P.P.P. discordou do posicionamento daqueles parapsicólogos,
entendendo que era atentatório aos interesses da Parapsicologia como ciência
autônoma.
Valter da Rosa Borges & Ronaldo Dantas Lins Filgueira:
Discordamos do posicionamento do Dr.Wellington Zangari e da Dra. Fátima
Regina Machado que, à página 2 do trabalho “Incidência e Relevância Social da
Experiência Parapsicológica entre Estudantes Universitários Brasileiros”, afirmaram:
“Assumimos que, independentemente da paranormalidade ou não das
“experiências parapsicológicas”, deveríamos tomá-las como objeto legítimo de estudo
da psicologia, uma vez que elas são relevantes para as pessoas que as vivenciam.”
Não entendemos porque experiências parapsicológicas devem ser “objeto
legítimo de estudo da psicologia”. Isso seria atentar contra o objeto da Parapsicologia
que é o fenômeno paranormal ou psi. O argumento de que essas experiências “são
relevantes para as pessoas que as vivenciaram” não justifica a transferência dessas
experiências para a área da Psicologia. Ora, parece-nos meridianamente claro que
essas experiências são sempre relevantes para as pessoas que passam por elas. Por
outro lado, fica a incômoda impressão de que somente as experiências
parapsicológicas irrelevantes constituem objeto da Parapsicologia.
Nós, que fazemos o Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas –
I.P.P.P. – sempre fomos contrários às tentativas de reducionismo da Parapsicologia a
qualquer outra ciência. Afinal, somos ou não somos parapsicólogos? Se somos, temos
de lutar pela sua autonomia no universo científico, evitando a sua psicologização,
biologização ou fisicalização. E, se ainda questionamos a realidade do fenômeno paranormal, por que nos intitulamos de parapsicólogos?
Entendemos, ainda, que, pela sua interdisciplinaridade, a Parapsicologia se
enriquece com os subsídios de outras ciências.
Conforme o trabalho do Prof. Val-ter da Rosa Borges e do Dr.Ivo Cyro Caru-so,
intitulado “Um Modelo para a Parapsicologia” e apresentado no III Simpósio
Pernambucano de Parapsicologia, realizado na Universidade Católica de Pernambuco,
em outubro de 1985, definiu-se a Parapsicologia como a ciência que tem por objeto o
fenômeno paranormal.
Por sua vez, o Prof. Valter da Rosa Borges, no trabalho “A Demarcação da
Parapsicologia”, apresentado no IV Congresso Brasileiro de Parapsicologia e
Psicotrônica, realizado em Brasília, em junho de 1985, estabeleceu distinções entre as
ciências psíquicas, argumentando que, enquanto a Psicologia estuda os fenômenos
comuns da mente humana e a Psiquiatria, os fenômenos patológicos da mente
humana, a Parapsicologia investiga os fenômenos incomuns da mente humana.
É essa a razão pela qual defendemos, intransigentemente, a Parapsicologia
como uma ciência autônoma e com seu universo objetal claramente definido.
Carlos Alvarado:
El grupo de Recife se opone a la idea que las experiencias parapsicológicas
sean parte del estudio legítimo de la psicología, pues ellos ven a la parapsicología
como un campo aparte. Dicen que la psicología estudia los fenómenos comúnes en la
mente humana, la psiquiatría los fenómenos patológicos y la parapsicología los
fenómenos poco usuales. Sin embargo muchos de los fenómenos de la parapsicología
no son poco usuales, todo lo opuesto.
Ciertamente hay muchas perspectivas para colocar a nuestros fenómenos en
relación a otros campos. Nuestra visión, y lo que practicamos en la investigación, es
que los fenómenos bajo estudio son fenómenos psicológicos porque están relacionados
com el comportamiento humano, con las diferentes variables psicológicas tales como
variables de personalidad, y algunos representan posibles formas de percibir el medio
ambiente, parte del estudio de la percepción. Es posible que existan aspectos que
diferencien a los fenómenos de la parapsicología con los de la psicología, pero nuestos
conocimientos no son suficientes para proponer un órden diferente de fenómenos.
Ideas de transcendencia e espiritualidad como las propuestas por J.B. Rhine, González
Quevedo, y tantas otras personas, no pasan de ser suposiciones, a pesar de haber
algunos resultados interesantes y sugestivos.
La realidad es que la parapsicología existe porque la psicología y otros campos
no quieren prestar atención a los fenómenos.
Existe por necesidad porque nadie más quiere estudiar el tema. Pero hay que
notar que el énfasis en el campo es el estudio de los fenómenos siguiendo a la
psicología. En realidad no hay mucha diferencia entre la forma general de estudiar a la
PES en la parapsicología moderna y la forma en que otras variables se estudian en la
psicología. Los controles son diferentes, pero el propósito de la investigacion es el
mismo, entender al fenómeno en base a relaciones con el mundo natural. Lo que
tenemos ahora es ignorancia de los procesos explicativos de los fenómenos, pero no
debemos confundir a esa ignorancia con la idea de que tenemos conocimiento de que
los fenómenos son diferentes a los fenómenos de la psicología.
El peligro de separar a la parapsicología de otros campos de la ciencia es que estamos
creando barreras que refuerzan la idea popular de que la parapsicología estudia lo
sobrenatural o lo que no se puede entender. Esto es uin factor que contribuye a
mantener a la parapsicología fuera de la ciencia en general. Esto no nos ayuda a
entender a nuestros fenómenos. De hecho hace lo opuesto. Co-mo parapsicólogas/os
no debemos sentir temor a integrarnos a las otras ciencias. Nuestra responsabilidad es
hacer lo posible por entender a los fenómenos. Si esto nos lleva a integrarnos a la
psicología, bien, si no, entonces desarrollaremos algo diferente. Pero la forma en que la
parapsicología está desarrollada en nuestros países deja mucho que desear desde el
punto de vista de la ciencia moderna. No hay ninguna virtud específica en la
separación, pues esto no nos ayuda en nada a entender mejor a nuestros fenómenos.
Valter da Rosa Borges:
Infelizmente a nossa posição não foi bem compreendida.
Em momento algum afirmamos que a Parapsicologia deva separar-se de outros
campos da ciência. Na verdade, se-ria uma insensatez de nossa parte, visto que a
Parapsicologia é uma ciência de extensa interdisciplinaridade.
O que sempre defendemos é a autonomia da Parapsicologia, com o seu cam-po
específico de investigação e seu perfil epistemológico determinado. Autonomia não
quer dizer separação, mas identidade própria em relação às demais ciências.
Sempre afirmamos que a Parapsicologia tem muito a lucrar nas suas relações
interdisciplinares com outros campos do conhecimento humano, pois tais subsídios
poderão ajudar e muito os parapsicólogos a compreender melhor a natureza da
fenomenologia paranormal. O que não concordamos é com a tentativa de se transferir
para outra ciência o estudo e a investigação de fenômenos que pertencem ao domínio
da Parapsicologia. Isto, sim, é uma atitude prejudicial ao desenvolvimento ci-entífico
da Parapsicologia, pois importa na própria fragmentação do seu objeto.
Não se pode negar que fenômenos psicológicos estão envolvidos na experiência
psi, mas isto não autoriza a transferência destes fenômenos para o campo da Psicologia. Também a experiência psi apresenta alterações fisiológicas, o que não
autoriza a transferência dos fenômenos paranormais para o campo da Medicina.
O mesmo se diga dos fenômenos de psi-kapa que produzem alterações no
universo físico. Deveria, por isso, a Física reclamar que estes fenômenos pertencem ao
seu domínio?
Os fenômenos sociais também resultam da experiência humana e, por
conseguinte, do comportamento humano. Ora, não será, por isso, que a Psicologia
deva reivindicá-los como objeto legítimo de seus estudos, em detrimento da Sociologia
e da Antropologia.
Já se criou uma Psicologia Paranormal. Poderíamos, em contra partida, criar
uma Parapsicologia da normalidade.
Voltamos, novamente, a afirmar que autonomia não é isolacionismo, mas
identidade epistemológica, a qual se enriquece com as contribuições de outras áreas
científicas.
A declaração de que Parapsicologia existe porque a Psicologia e outras ciências
não querem prestar atenção a estes fenômenos me parece desarrazoada. Teríamos de
reconhecer, se admitíssemos esta declaração, que a Parapsicologia é uma ciência
provisória e ameaçada de extinção, pois no dia em que a Psicologia ou outra qualquer
ciência se interessar pelos fenômenos psi, ela se verá irremediavelmente privada de seu
objeto ou absorvida pela ciência que se apossou de sua fenomenologia. É isto que nós
queremos? Nós, do I.P.P.P., achamos que não e por isto sempre batalharemos pela
autonomia da Parapsicologia. Ademais, uma ciência se constitui numa área cognitiva
que não foi ocupada por qualquer outra ciência.
Queremos lembrar, finalmente, que o I.P.P.P., fundado em 1973, foi a primeira
instituição no Brasil a tratar a Parapsicologia como ciência, contrariando a postura
religiosa de espíritas e padres parapsicólogos.
Cremos ter esclarecido devidamente a questão, mas estamos à disposição para
novos esclarecimentos sobre o assunto.
Carlos Alvarado, incluindo a polêmica iniciada no Website, no dia 10 de junho,
numa seção especial, intitulada “Parapsicologia & Psicologia”, alegou que a discussão
seria melhor por este meio do que por intermédio do correio eletrônico.
No hay problemas e tener opiniones diferentes pero espero que en el futuro las
discusiones se coloquen en el website para acceso de todas/os. Es mejor hacerlo así y
no enviando correo electrónico a todas las personas.
Los puntos de Borges clarifican su posición un poco. Aun así yo no estoy de
acuerdo con su perspectiva de la parapsicología.
Yo considero que nuestros fenómenos (o algunos) son psicológicos y no solo
parapsicológicos. Existen independientemente de otros campos por no tener
explicación y porque las personas en otros campos no están dispuestas a estudiar lo
que ellos/as vem como superstición. Cuando yo estudio experiencias fuera del cuerpo
usando cuestionarios y analizando mis datos de forma estadística yo considero que
estoy haciendo psicología, pero otros insisten en que es parapsicologia. Podrían
aceptarse las dos perspectivas. Las barreras son artificiales, pero no creo que se pueda
decir que los fenómenos son propios de la parapsicología por razones intrínsecas
porque todavía no tenemos los suficientes conocimientos para decidir esto.
Yo creo que la parapsicologia está destinada a desaparecer como disciplina
cuando sus fenómenos se integren en otras ramas del saber. Lo que tenemos es un
hecho social, la necesidad de un campo debido a que la materia es ignorada. No veo
problema con que otras disciplinas manejen lo que la parapsicologia estudia. Lo que
es cierto es que esta integración no ocurrirá pronto, lo cual ayudará a la parapsicología
a mantenerse como disciplina separada.
La identidad de la parapsicología como un campo separado es necesaria a nivel
social para mantener recursos de investigación y una comunidad que fomente los
estudios. Pero hay que recordar que aparte de esto no hay gran ventaja en mantener
autonomía. Lo importante no es el campo de la parapsicología, lo que es importante es
nuestro entendimiento de los fenómenos. Si perdemos esta perspectiva nos estamos
olvidando del propósito de hacer parapsicología, el cual es el entendimiento de los
fenómenos a través de la investigación. Lo importante es avanzar este entendimiento,
aún a costa de la identidad de la parapsicología como campo. La historia del campo y
su literatura no desaparecerá. Pero ganaremos mucho más en lo que realmente cuenta.
Lo ideal seria que en un futuro (lamentablemente lejano) uno pudiera estudiar
psicología a nivel graduado y especializarse en el estudio de fenómenos
parapsicológicos de la misma manera que algunas personas se especializan es estudios
de traumas, percepción, disociacion, desarrollo, y tantas otras áreas. Si pretendemos
mantener a la parapsicologia separada de otros campos por el solo hecho de que
creemos que es algo autónomo estaríamos condenando al campo a la falta de
desarrollo que tiene en Iberoamérica.
Una de las consecuencias de mantener a la parapsicología autónoma, algo
común en América Latina, es que esta actitud atrae a la parapsicología muchas
personas que no están entrenadas en el método científico. Estas personas adquieren la
identidad de “parapsicólogos/as” perpetuando así la separación de otras áreas de la
ciencia. Como consecuencia tenemos poca investigación y nos alejamos mucho más
de la ciencia en general. Pero lo que debemos hacer es lo opuesto, un intento de
integrarnos a la ciencia. La insistencia en autonomía no es provechosa porque fomenta
esa separacion y afecta de forma negativa el propósito principal de nuestros estudios,
el entendimiento de los fenómenos.
En cierta forma me parece que este diálogo es interesante y provechoso para
comenzar a redefinir el desarrollo futuro de la parapsicología en nuestros países.
Quizás se deba organizar un debate en una de las revistas invitando a otras personas a
compartir sus puntos de vista. Por ahora yo qui-siera que enfatizáramos la discusión de
las lecturas del curso, aunque si alguien quiere comentar al respecto podríamos colocar
comentarios cortos en el website. No se envíen mensajes entre sí, esto trería desórden.
Aún si los comentarios sobre esto continúan les pido por favor que no perdámos el
énfasis en la materia del curso, a pesar de lo interesante del tema.
Valter da Rosa Borges:
Deve, por certo, existir um sério bloqueio idiomático, impedindo a
compreensão de tudo o que dissemos, pois Alvarado afirma que apenas um pouco da
nossa posição ficou esclarecido. E, talvez por causa disto, a resposta que nos foi dada,
não enfrentou as questões levantadas.
Não há dúvidas de que as barreiras (nós diríamos, fronteiras) entre as ciências
são artificiais, porém são didaticamente necessárias para definir o universo objetal de
cada uma delas. Como podemos separar, se não artificialmente, as fronteiras da física,
da química e da biologia, assim como os fenômenos sociais dos eventos psicológicos?
Ao afirmar que a Parapsicologia está destinada a desaparecer como disciplina,
quando seus fenômenos se integrarem em outros ramos do saber, Alvarado está
profetizando a inutilidade de todos os esforços para torná-la uma ciência. De que
adiantaram, então, os esforços da Parapsychological Association para ser membro da
Associação Norte-Americana para o Progresso da Ciência? Se a Parapsicologia não é
uma ciência ou se jamais o será, porque seu destino é ser absolvida por outra ciência, o
que estamos fazendo nós, tresloucados Dom Quixotes a pelejar contra moinhos de
vento? E qual o sentido de toda essa discussão a respeito de uma ciência nati-morta?
Por que toda essa canseira de realizar congressos de Parapsicologia, discutir
metodologias científicas aplicadas à Parapsicologia, se ela não é uma ciência e jamais
o será? Qual o sentido de existirem a Parapsychological Association e a própria
Associação Iberoamericana de Parapsicologia? Por que se fundou, recentemente, no
Brasil, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Parapsicologia? Como podemos, se
admitirmos a posição de Alvarado, lutar pelo progresso de uma ciência inviável?
Discordamos, assim, veementemente do ponto de vista de Alvarado. Nós
acreditamos na Parapsicologia e, por isto, além das nossas qualificações acadêmicas,
muitos de nós nos intitulamos também de parapsicólogos. Tudo evidencia que a
Parapsicologia está evoluindo como ciência e não se encontra com os seus dias
contados como se fosse um doente terminal. Aliás, é constrangedor e paradoxal que
pessoas que se dizem parapsicólogas não acreditem na Parapsicologia e, à semelhança
de modernas Cassandras, façam augúrios pessimistas sobre o destino da ciência que
dizem professar. Como se não bastassem os céticos de outras áreas científicas, agora
temos os céticos parapsicólogos, aqueles negando os fenômenos paranormais e estes
afirmando que a Parapsicologia não tem futuro.
Lawrence LeShan (O Médium, o Místico e o Físico. Summus Editorial. São
Paulo) enfatizou que “os padrões científicos no campo da parapsicologia são muito
mais rigorosos do que em muitos outros ramos da ciência.” E, em seu favor, cita a
observação de Gardner Murphy: “Se, em qualquer outro campo da ciência, houvesse
um décimo das evidências que existem na parapsicologia, ela seria aceita sem o menor
questionamento.”
Em nenhum momento, asseveramos que os fenômenos paranormais não
possam servir de subsídios às outras ciências, se nós mesmos nos valemos também dos
subsídios de outras áreas científicas pa-ra a melhor compreensão dos fenômenos
paranormais. O que declaramos é que somos contrários à transferência destes fenômenos para o campo de outra ciência, no caso, a Psicologia.
Também discordamos de Alvarado quando ele declara que “a identidade da
parapsicologia como um campo separado é necessária a nível social para manter
recursos de investigação e uma comunidade que fomente os estudos”. Já afirmamos e
voltamos, mais uma vez a afirmar, que em momento algum defendemos o
isolacionismo da Parapsicologia, mas, sim, a sua autonomia e interdisciplinaridade. Se
não fomos compreendidos da vez anterior, esperamos ser compreendidos desta vez. O
que defendemos é que a Parapsicologia, como toda ciência, tenha o seu objeto
devidamente identificado e seu território fenomenológico claramente delimitado. Se
seguirmos o pensamento de Alvarado de que a identidade da parapsicologia visa
apenas a obtenção de recursos de investigação e uma comunidade que fomente os
estudos, estamos admitindo que ela não passa de uma farsa, ou, na melhor das
hipóteses, de uma simples estratégia financeira para obtenção de recursos para
investigação de fenômenos por uma comunidade transitória de parapsicólogos que não
acredita na sua própria ciência.
A posição de Alvarado fica ainda mais clara contra os interesses da
Parapsicologia como ciência autônoma, ao afirmar que “o ideal seria que num futuro
(lamentavelmente distante) se pudesse estudar a psicologia a nível de graduação e se
espe-cializar no estudo de fenômenos parapsicológicos da mesma maneira que
algumas pessoas se especializam em estudos de traumas, percepção, dissociação,
desenvolvimento, e tantas outras áreas.” Na verdade, a nossa divergência com
Alvarado é, por causa disto, irremediavelmente definitiva.
Finalmente, diz Alvarado que “uma das conseqüências de manter a
parapsicologia autônoma, algo comum na América Latina, é que esta atitude atrai para
a parapsicologia muitas pessoas que não estão treinadas no método científico” e que
“estas pessoas adquirem a identidade de “parapsicólogos/as” perpetuando assim a
separação de outras áreas da ciência.”
Não vislumbramos que uma das conseqüências de manter a Parapsicologia
autônoma seja a de atrair para o seu campo pessoas que não estão treinadas no método
científico. Teríamos, se isso fosse verdadeiro, de sacrificar a Parapsicologia como
ciência, para evitar este hipotético risco? Não teríamos, ao contrário, de lutar pela
implantação de Cursos de Graduação em Parapsicologia nas Universidades da
América Latina, na criação de uma comunidade de parapsicólogos, em permanente
intercâmbio de idéias, com a realização de congressos e fundação de sociedades
científicas constituídas de parapsicólogos detentores de formação universitária em
outras áreas acadêmicas? Ou será, conforme o ve-lho ditado, que, a pretexto de jogar
fora a água suja da banheira, estaremos também fazendo o mesmo com o bebê que
nela se encontra?
Se intransigência houver em nosso ponto de vista será sempre a de zelar pela
incolumidade da Parapsicologia como ciên-cia autônoma, não separada das demais ciências, mas, pelo contrário, interagindo com elas, numa permanente atividade
interdisciplinar. Confiamos no destino da Pa-rapsicologia e o nosso vaticínio é de que
ela será, em futuro não muito distante, uma ciência de vanguarda no estudo e na
pesquisa da natureza humana.
Wellington Zangari:
Vejo o debate que se instalou entre posições diferentes muito interessantes.
Felicito aos debatedores pelas posições claras.
Humildemente, passo a oferecer minhas posições em relação ao tema.
O fenômeno hipnótico foi objeto de estudo da Pesquisa Psíquica e da
Metapsíquica. Por que deixou de ser? Da mesma forma eram o sonambulismo, os
próprios sonhos, além dos fenômenos psi, tal como os conhecemos atualmente. Por
que deixamos de estudá-los em Parapsicologia?
Longe de considerar que tais fenômenos tenham sido devidamente
compreendidos, temos que admitir que sua natureza psicológica, ou melhor,
psicofisiológica, tornou-se cada vez mais evidente. Além disso, são fenômenos cuja
replicação é possível com facilidade, diferentemente dos fenômenos psi. Minha
impressão é de que, à medida que tais fenômenos foram sendo estudados, ficou
incontestável sua relação com aspectos psicológicos que estavam relacionados com
seu funcionamento, para não dizer que eram causados por processos psicológicos (ou
psicofisiológicos). A integração destes à Psicologia e à Medicina foi gradual e, ainda
assim, é motivo de muitas controvérsias internas nestas áreas.
À medida que tais fenômenos foram incorporados por ciências já
“estabelecidas”, os pesquisadores dedicados à pesquisa deles tiveram espaço
acadêmico, científico e, principalmente, recursos financeiros para realizarem suas
investigações. Tente, um(a) pesquisados(a) brasileiro(a), conseguir recursos públicos
para estudar psi! Certamente não os obterá. De outro lado, se estivessem incorporados
pela Psicologia, poderíamos ter mais condições de investigá-los.
Mas, aparte da questão de conveniência, está a questão da compreensão da
natureza dos fenômenos psi. Pessoalmente, considero que são de natureza psicológica.
Evidentemente, existem variáveis físicas, sociais, culturais, orgânicas... que in-terferem
em seu funcionamento. Cabe a nós, com o auxílio de conhecimentos de outras áreas,
compreender tais variáveis.
Mas, como outros fenômenos, como o fenômeno religioso, por exemplo, outras
ciências po-derão investigar psi desde sua própria perspectiva. Assim, um antropólogo
tem muito a dizer sobre o fenômeno religioso, como o tem o sociólogo e o psicólogo.
Vocês sabem que eu sou oriundo de um programa de mestrado em Ciências da
Religião. Existe lá uma grande discussão sobre se a religião é um fenômeno que
merece uma ciência própria que o investigue ou se é melhor que somemos várias
ciências para que ele seja conhecido de forma mais abrangente. A opção tem sido
aquela que o próprio nome do programa expressa: Ciências da Religião; o conjunto de
ciências que oferecem contribuições para um fenômeno complexo.
Penso que o mesmo deverá ocorrer com os fenômenos psi. Seu estudo será
diluído por várias ciências sem que isso signifique diluir esforços, mas o oposto:
significará que pessoas competentes em cada área possam contribuir para o
entendimento de psi, ainda que a natureza dos fenômenos seja psicológica.
Considero a natureza dos fenômenos psicológica. Por que? Existem evidências
de que são o fruto de processos psicológicos inconscientes. Algumas destas evidências
são os efeitos internos que foram encontrados nos resultados dos testes clássicos
realizados no Laboratório de Parapsicologia da Duke University. Parecem se alinhar
àqueles obtidos em outras áreas de pesquisa psicológica. São evidências a
dependência (ou pelo menos a correlação) entre crença em psi e performance psi
estudadas por Schimeidler e outros. Da mesma forma como a correlação entre psi e
certos traços de personalidade; características cognitivas e afetivas, tanto em pesquisas
experimentais como em pesquisas de casos espontâneos. Assim, considero que já
existem evidências para que os fenômenos que chamamos de psi sejam chamados de
fenômenos psicológicos anômalos. Por que anômalos? Porque, apesar de
reconhecermos sua natureza psicológica e algumas de suas variáveis, não temos uma
teoria suficientemente abrangente que os abarque com outros fenômenos psicológicos
melhor conhecidos. O problema, então, seria teórico.
Por que a Psicologia ainda não incorporou psi? Se fizermos uma rápida
apreciação das publicações psicológicas que estão se abrindo para pesquisas psi,
teremos uma constatação de que a questão é de tempo! Cada vez mais as revistas
especializadas publicam estudos de psi. Mas, não podemos esquecer, como bem
analisou James McClenon e outros, que a aceitação de uma nova área de pesquisa é
muito mais ligada a fatores retóricos e políticos do que exclusivamente evidencial ou
metodológico.
Mais do que nossas evidências, o que decide é o poder, ou o autoritarismo do
stablishment científico.
Assim, minha posição se alinha mais pa-ra o lado dos argumentos expressados
por Carlos Alvarado. Além das questões teóricas que acabo de esboçar, não podemos
esquecer as questões práticas já discutidas. Qualquer um que, como eu, tente
sobreviver a partir de pesquisas de psi dentro de universidades, sentirá que o fato de a
Parapsicologia se constituir como ciência autônoma tem muito mais prejuízos que
benefícios. Enquanto meus(minhas) colegas conseguem facilmente bolsas(becas) de
investigação, passagens aéreas para participarem de congressos, recursos para
montarem seus laboratórios, comprar equipamentos…, tenho que ter outra atividade
profissional que me dê condições financeiras para continuar, no tempo que me resta
do dia, a pesquisar psi.
Assim, de meu ponto de vista, não apenas existem razões baseadas em
evidências empíricas e teóricas, como também existem razões práticas para que os
fenômenos psi venham a ser incorporados pela Psicologia e por outras ciências. Louvo
para que isso aconteça antes de minha morte e enquanto eu estiver ativo na área,
apesar de estar consciente de que isso deverá ocorrer em futuro remoto.
Lutar pela autonomia da Parapsicologia seria, em primeiro lugar, um ato de
sobreposição de áreas, já que toda e qualquer pesquisa que façamos de psi tem que
estar baseada em conhecimentos prévios (teóricos e metodológicos) da Psicologia (e
das Ciências Sociais, pelo menos). Considero que nossas pesquisas de psi são
psicológicas. Qualquer pesquisador de uma área psicológica tem esta compreensão.
Em segundo lugar, seria uma luta inglória, porque ter-se-ia que tentar se estabelecer
uma ciência cujo objeto de estudo é psicológico! Então, por que ser autônoma? É claro
que enquanto a Psicologia não se abre definitivamente para o estudo de psi, temos que
organizar nossos esforços. A este esforço de pessoas de várias áreas é que chamo
Parapsicologia, que, na minha opinião, está fadada a desaparecer com o tempo graças
à incorporação de seu objeto de estudo à Psicologia e outras ciências. Isso significará
perda? Pelo contrário, significará que o nosso esforço atual surtiu efeitos importantes a
ponto de fazer nosso objeto de estudo chegar ao nível de aceitação da maioria dos
cientistas. Afinal não estudamos Parapsicologia, estudamos psi. O mais importante é
conhecer psi melhor e não fazer culto à Parapsicologia.
Espero ter deixado claras minhas posições e, assim, contribuir para o debate.
Evidentemente considero este tema interessante, mas, o mais importante é que
continuemos a estudar psi, querendo ou não que psi seja integrado à Psicologia ou que
a Parapsicologia seja autônoma ou não. Nosso esforço já é grande o suficiente para
que nos mantenhamos no campo e, por conseguinte, não necessitamos provocar um
racha entre a meia dúzia de abnegados que somos.
Valter da Rosa Borges:
Em relação aos argumentos de Zangari e Fátima podemos aduzir as seguintes
considerações.
Não somente os fenômenos psi, mas também os psicopatológicos são também
de natureza psicológica. E por que não se cogita, então, de se transferir o estudo destes
fenômenos para a Psicologia, retirando a autonomia da Psiquiatria? Será que a
Psiquiatria é também uma superposição de área com a Psicologia, devendo, por isso,
perder a sua identidade epistemológica? O que dirão os psiquiatras a res-peito deste
ponto de vista reducionista?
Sob o ponto de vista pragmático, poderíamos também indagar se os
sociólogos, os matemáticos, entre outros, conseguem facilmente “bolsas(becas) de
investigação, passagens aéreas para participarem de congressos, recursos para
montarem seus laboratórios, comprar equipamentos” etc? Deveriam, por isso,
desacreditarem de suas ciências em virtude dessas dificuldades?
Não entendemos o argumento: “não estudamos Parapsicologia, estudamos
psi”. Não é o mesmo que se dizer, mutatis mutandi: não estudamos Psicologia,
estudamos fenômenos psicológicos? Por outro lado, defender a autonomia da
Parapsicologia não é fazer culto à Parapsicologia. Se admitirmos que a Parapsicologia
deva, em futuro próximo ou longínquo, ser extinta e seu espólio repartido entre as
diversas áreas científicas, não deveremos, a partir de agora, deixar de nos chamarmos
de parapsicólogos?
A ação da mente sobre a matéria ou ação PK é também um fenômeno
psicológico? Se não é, deveria ser estudado somente pela Física? Será que as
telecinesias, os metafanismos, a dobragem de metais são decorrências de problemas
psicológicos? Dispersar os fenômenos psi pelas diversas áreas científicas ajudar-nos-ia
a compreendê-los melhor? E por que não unificar o seu estudo e a sua investigação
numa só área científica, no caso, a Parapsicologia?
Não vemos por que nossas divergências possam provocar uma ameaça de racha
entre os abnegados favoráveis e contrários à autonomia da Parapsicologia. Afinal,
amigo de Platão, porém mais amigo da verdade. E a verdade, neste caso, consiste na
fidelidade às nossas convicções.
Wellington Zangari:
Borges disse: “Em relação aos argumentos de Zangari e Fátima podemos
aduzir as seguintes considerações. Não somente os fenômenos psi mas também os
psicopatológicos são também de natureza psicológica. E por que não se cogita, então,
de se transferir o estudo destes fenômenos para a Psicologia, retirando a autonomia da
Psiquiatria?”
Por não ser psicólogo e por não ser psiquiatra o colega Borges não pode ser
acusado de desconhecer áreas que não são de sua competência. Se fossem, jamais
afirmaria que os fenômenos psicopatológicos são da alçada exclusiva da Psiquiatria!
Mas, por não ser ele das referidas áreas, devo informá-lo, já que ambas se constituem
matéria de minha formação direta (Psicologia) e indireta (Psiquiatria — cursei o
programa de Psiquiatria ministrado aos médicos por opção e sentimento de dever
profissional). A Psicopatologia é tema de ambas as disciplinas!
Todas as correntes psicológicas mantêm, inclusive, uma visão própria da
etiologia psicopatológica. Assim, há uma Psicopatologia da Psicanálise, uma
Psicopatologia da abordagem Existencial Humanista… Há, isso sim, discordância
entre a visão psiquiátrica organicista e a maioria das visões psicológicas da etiologia
psicopatológica. Mas, divergências estão presentes também entre as visões
psicológicas que tratam diferentemente da psicopatologia. Assim, não há uma
pretensão da Psiquiatria ser a única detentora da Psicopatologia enquanto disciplina.
Aliás, se assim fosse, não haveria tratamentos das psicoses, como o é, por exemplo, o
tratamento psicanalítico! Não há, portanto, qualquer “autonomia da Psiquiatria” em
relação ao tema!
Borges: “Será que a Psiquiatria é também uma superposição de área com a
Psicologia, devendo, por isso, perder a sua identidade epistemológica?”
Não. A Psiquiatria é uma formação médica e, portanto, busca substratos
orgânicos para basear sua compreensão dos comportamentos humanos e propor
tratamentos. Isso não significa que o psiquiatra não tenha uma formação psicológica e
não possa ter uma visão menos organicista. Apenas como exemplo, ministrei a
residentes de Psiquiatria, cursos de Psicanálise, assim como outros colegas
ministraram cursos de outras abordagens psicológicas. Da mesma forma, na formação
dos psicólogos, há uma base de conhecimentos em Psiquiatria (além de Neurologia,
Neuropatologia...) São abordagens complementares a respeito de fenômenos similares.
Borges: “O que dirão os psiquiatras a respeito deste ponto de vista
reducionista? Qual é o reducionismo? Sob o ponto de vista pragmático, poderíamos
também indagar se os sociólogos, os matemáticos, entre outros, conseguem facilmente
bolsas(becas) de investigação, passagens aéreas para participarem de congressos,
recursos para montarem seus laboratórios, comprar equipamentos’, etc?”
Do ponto de vista pragmático a resposta é SIM, apesar de o “facilmente” ser
relativo. De fato estes profissionais, quando dentro de instituições de pesquisa (centros
de pesquisa e em universidades) têm bolsas à sua disposição! Como psicólogo,
pesquisador da área de Psicologia Social na USP, estou pleiteando uma bolso de
pesquisa para estudar os aspectos psicológicos da mediunidade! É muito provável que
eu a ganhe, não porque o tema seja interessante, é que existem bolsas disponíveis para
pesquisas na Universidade para áreas “reconhecidas”!
Borges: “Deveriam, por isso, desacreditarem de suas ciências em virtude dessas
dificuldades?”
Quais dificuldades? A da dificuldade de conquista das bolsas pela competição
entre os profissionais de uma área (como as citadas por Borges) ou pela quase
impossibilidade de conquista de bolsas em Parapsicologia? De fato, cada um dos
pesquisadores das áreas ‘reconhecidas’ tem limitações próprias da escassez de bolsas.
Mas as bolsas existem para eles em número incalculavelmente maior que o que temos
em Parapsicologia. As dificuldades que eles têm nada tem a ver com a credibilidade
em suas ciências.
Borges: “Não entendemos o argumento: ‘não estudamos Parapsicologia,
estudamos psi’.”
Não é o mesmo que se dizer, mutatis mutandi: não estudamos Psicologia,
estudamos fenômenos psicológicos?"
Nosso objeto de estudo é psi. Nossos esforços são para tornar psi mais
compreensível. Nosso objeto de estudo não é a Parapsicologia. O que os
parapsicólogos estudam é psi, não a Parapsicologia. A Parapsicologia poderia ser
objeto de estudo de um Sociólogo da Ciência ou um Epistemólogo ou um Filósofo da
Ciência ou mesmo um parapsicólogo que estivesse fazendo uma análise filosófica,
epistemológica… da Parapsicologia. O que estuda um físico? Física ou o mundo
físico: esta é distinção que apresentei apenas para marcar a posição de que é mais
fundamental que empreendemos esforços na compreensão de psi do que na
manutenção irrestrita da Parapsicologia se isso significar maiores e melhores
condições de estudar psi.
Borges: “Por outro lado, defender a autonomia da Parapsicologia não é fazer
culto à Parapsicologia.”
Defender a autonomia da Parapsicologia é até interessante. Mas defender a
exclusividade do estudo de psi à Parapsicologia é que, parece-me, descabido. Da
mesma forma como a Psicopatologia é objeto da Psicologia e da Psiquiatria, psi pode
ser estudado por várias ciências. Mas aqui não parece que divergimos. A divergência
está que meu ponto de vista é de que psi é de natureza psicológica e, assim, caberia à
Psicologia estudá-los de maneira mais sistemática. Se isso vier a acontecer,
naturalmente os psicólogos vão fazer exatamente o que fazem atualmente os
parapsicólogos! Da mesma forma aconteceu com a hipnose, com os sonhos, com o
sonambulismo… que Borges parece ter esquecido de comentar. Estes fenômenos
deixaram de ser objeto de estudo da Pesquisa Psíquica e da Metapsíquica. Assim,
creio, como ESP e PK poderão deixar de ser objeto da Parapsicologia e passarem a ser
objeto de estudo da Psicologia.
Borges: “Se admitirmos que a Parapsicologia deva, em futuro próximo ou
longínquo, ser extinta e seu espólio repartido entre as diversas áreas científicas, não
deveremos, a partir de agora, deixar de nos chamarmos de parapsicólogos?”
O fato de eu desejar e acreditar que psi venha a ser objeto de estudo da
Psicologia, nada garante que assim seja. Mas, de fato, assistimos cada vez mais os
parapsicólogos nomearem seus institutos não de institutos de Parapsicologia, mas de
Ciências Cognitivas (Ed May), Psicología Paranormal (Parra e Monroyg), Pesquisas
da Consciência (Dean Radin), Estudos Integrais (Alvarado e Zingrone), Áreas
Fronteiriças da Psicologia (Bender e o atual grupo de Freiburg, Machado e Zangari),
Psicobiofísica (Borges e todo o grupo do IPPP), apenas para dar alguns exemplos.
Além disso, assistimos, cada vez mais, a utilização de termos mais psicológicos para
ESP e PK, como “cognição anômala” e “ação anômala”, por exemplo. Um aspecto
interessante é o de repararmos que aqueles que estudamos psi somos de outras
formações, em maioria psicólogos, físicos, engenheiros, médicos e cientistas sociais.
Mas somos poucos, somos minoria no cenário científico mundial.
Se nos tornássemos maioria, ou seja, se a maioria dos psicólogos, físicos
estudassem psi, o que aconteceria com a Parapsicologia? Psi não se tornaria matéria…
obrigatória das faculdades de Psicologia, Física…?
Borges: “Ação da mente sobre a matéria ou ação PK é também um fenômeno
psicológico? Se não é, deveria ser estudado somente pela Física? Será que as
telecinesias, os metafanismos, a dobragem de metais são decorrências de problemas
psicológicos?”
Problemas psicológicos? Esta abordagem jamais defendi. Dizer que PK tem
uma natureza psicológica nada tem a ver com afirmar que PK seja resultado de
problemas psicológicos! Considero que psi (ESP + PK) parece ter uma natureza
psicológica porque há evidências empíricas para afirmar assim. Somente pela Física?
Meu professor de Neurologia das Praxias afirmou que os estudiosos desta área estão,
cada vez mais, afirmando que não existe motricidade humana, mas psicomotricidade
humana! Da mesma forma parece ser PK, uma ação humana, para “além” do corpo
humano. Evidentemente, há neurologistas interessados no modus operandi, por
exemplo, dos núcleos da base, do cerebelo… e das sub-estruturas nervosas, como as
células de Purkinje, etc, etc. Mas, “cada vez mais” percebe-se que todo este aparato
funciona com certa “personalidade”, com uma assinatura própria daquele indivíduo
que, apesar de possuir as mesmas estruturas funcionais que todos os demais seres
humanos, o funcionamento de suas estruturas é único! PK, parece-me, tem a mesma
característica. O(a)s psicólogo(a)s poderão dar conta do recado, tranqüilamente, mas
sempre com o auxílio de outras ciências.
Borges: “Dispersar os fenômenos psi pelas diversas áreas científicas ajudar-nosia a compreendê-los melhor?”
Como psi parece ter uma natureza psicológica, a Psicologia poderia se
incumbir deles. Outras ciências ofereceriam meios de compreender certos “como” do
fenômeno, por exemplo, como a mente pode agir no mundo físico (no caso de PK), por
exemplo.
Borges: “E por que não unificar o seu estudo e a sua investigação numa só área
científica, no caso, a Parapsicologia?”
Atualmente isso já é assim. Estamos falando de um futuro possível, quando
os(as) psicólogos(as) vierem a aceitar psi como objeto de estudo da Psicologia.
Borges: “Não vemos por que nossas divergências possam provocar uma
ameaça de racha entre os abnegados favoráveis e contrários à autonomia da
Parapsicologia. Afinal, amigo de Platão, porém mais amigo da verdade. E a verdade,
neste caso, consiste na fidelidade às nossas convicções.”
Evidente. Diverjamos a vontade. Mas permaneçamos unidos, em nossa
minoria, pelo que nos une.
Torço e trabalho firmemente para que a Parapsicologia seja aceita plenamente
como ciência. Vou continuar lutando para que isso aconteça. Faço isso de forma
particular sempre que posso, apresentando aos demais cientistas o que é
Parapsicologia, etc. De forma organizada e social, da mesma forma, luto para que isso
aconteça. Mas, minha visão da história da Parapsicologia me mostra que talvez tal
aceitação nunca aconteça de fato. Como existe aqui um “talvez”, continuo lutando e
com grande disposição. Mas vejo que o resultado de todas as minhas tentativas de
trabalho como parapsicólogo em fazer a comunidade científica se abrir para psi é
quase nulo se comparado ao resultado que tenho como psicólogo, estudando e
apresentando psi para a comunidade científica. Claro, temos que lutar contra o
preconceito explicando sempre e sempre a base científica da Parapsicologia. Mas o
preconceito é tão grande que tenho questionado a validade dessa luta em larga escala.
Vejo que muitos cientistas, já de saída, não se abrem para ouvir, não vão aos
nossos congressos e eventos.
Por outro lado, quando Fátima e eu apresentamos nosso survey psi, durante o
XXVI Congresso da Sociedade Interamericano de Psicologia, em 1997, em que
estavam presentes mais de 2.000 psicólogos(as), na sala de apresentação de nosso
trabalho estavam mais psicólogos(as) que todos os(as) parapsicólogos(as) que
poderíamos reunir no mundo! Estavam predispostos a ouvir. A partir de então,
inúmeros (as) investigadores(as) têm nos procurado para saber mais de psi. Da mesma
forma, quando mudamos o nome do instituto (de ECLIPSY — Instituto de Pesquisas
Científicas em Parapsicologia para INTER PSI—Instituto de Pesquisas
Interdisciplinares das Áreas Fronteiriças da Psicologia) tudo parece ter mudado.
Atualmente, cientistas de outras áreas nos convidam para falar sobre psi, sem saber
que psi é estudado pela Parapsicologia ou que nós somos parapsicólogos. A mídia nos
tem convidado cada vez mais porque querem um “cientista” para falar junto com os
“parapsicólogos” (Há duas semanas fui convidado para um debate com o Pe. Quevedo
em uma emissora local) Como psicólogo consegui uma boa bolsa de mestrado do
CAPES e, pasmem, para uma dissertação intitulada “Parapsicologia e Religião”.
Mas, para os donos do dinheiro, eu era um pesquisador em Ciências da
Religião, não um parapsicólogo. Com nossas dissertações de mestrado sobre temas
parapsicológicos na PUC-SP, creio que Fátima e eu tenhamos feito mais pela
introdução de psi no ambiente científico paulista (para ser modesto) do que todo nosso
trabalho como parapsicólogos. Agora, como sabem, estamos trabalhando com temas
parapsicológicos em nossos doutorados. É simplesmente impressionante a facilidade
com que estamos conquistando espaço universitário e científico com isso. Basta dizer
que estamos, novamente, “arriscados” a conseguir nova bolsa de pesquisa, além de
espaço para falar sobre psi com todo tipo de cientistas (que têm se interessado muito
pelo tema). Que nossa experiência sirva de incentivo para todos(as) parapsicólogos(as)
no sentido de, além de fazerem tudo o que puderem para o estabelecimento da
Parapsicologia como ciência, NÃO DEIXEM DE INGRESSAR NA ACADEMIA
(CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO) COM TEMAS PARAPSICOLÓGICOS.
A mesma experiência teve Maria do Carmo Pagan Forti, que também recebeu
uma bolsa de pesquisa da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de
São Paulo) para trabalhar em sua dissertação de mestrado. Há outro colega iniciando
um trabalho sobre psi em ambiente religioso, também na PUC-SP. Existe dinheiro.
Existe interesse. Existe espaço de debate elevado. O que mais podemos querer para a
melhor compreensão de psi? Pragmaticamente, o que mais queremos para nós?
Acredito que, se iniciativas como essas fossem tomadas por todos nós, em
poucos anos estaríamos todos dentro das universidade e poderíamos, aí sim, fazer uma
instituição nacional (ou internacional) de pesquisadores acadêmicos de “fenômenos
anômalos”, por exemplo. Poderíamos ter cursos de pós-graduação oferecido pelas
universidades sobre psi. Psi estaria na universidade e teríamos mais condições de
estudá-la. O que quero dizer é que é louvável lutarmos pela emancipação da
Parapsicologia e tentar fazer que ela ingresse na universidade. Continuemos a fazer
tudo isso.
Mas posso lhes garantir que a forma mais fácil e rápida de fazer com que nosso
objeto de estudo ingresse no mundo acadêmico é através de trabalhos sobre psi que
apresentamos como dissertações de mestrado e teses de doutorado. A facilidade é
tanta que estamos espantados. O assunto é tão importante que deveríamos pensar em
uma ação nacional conjunta para planejarmos uma estratégia a curto, médio e longo
prazo. Deveríamos fazer um pequeno fórum para discutir estas estratégias. Fátima e
eu, e imagino que Maria do Carmo estaria aberta para o mesmo, poderíamos preparar
algum material, caso exista interesse, para transmitir nossa experiência aos colegas.
Lembrem-se que Adelaide Petters Lessa (que tem estado em nosso instituto)
apresentou uma tese de doutorado sobre precognição na USP e com grande êxito e
repercussão. Portanto, há abertura. Apenas é necessário tentar com certo cuidado na
apresentação dos projetos. Estou muito disposto em auxiliar aos interessados a
montarem seus projetos. Sei da qualidade dos trabalhos dos colegas e tenho
experiência própria de que é possível fazê-los serem aprovados nas universidades.
Se conseguirmos fazer uma ação conjunta, de ajuda mútua, em poucos anos
poderemos ter quorum suficiente para configurar um “novo” ramo de pesquisas
universitárias, que congregue nossos esforços. Este "novo" ramo podería se chamar
Parapsicologia? Talvez não. Mas o estudo seria eminentemente o mesmo que fazer sob
tal rótulo, mas com melhores condições. Vamos pensar nisso?
María Luisa Albuquerque (Portugal):
Como eu expliquei num email anterior, não nos foi possível — por questões de
trabalho — continuar como alunos, mas somente como ouvintes.
No entanto, tenho lido — não com regularidade — as aulas. Quando digo que
não é com regularidade, é que às vezes, são lidas de atacado e depois passa-se um
tempo sem ler mais.
Por isso só agora pude dar atenção ao comentário enviado por Valter da Rosa
Borges e gostaria de também dar a nossa opinião. Se entenderem colocar no website,
muito bem, se entenderem que não devem colocar, também tudo bem…
Para começar: todos têm razão — Valter R. Borges, Carlos Alvarado e
Wellington Zangari.
O Dr. Valter tem razão ao dizer que a parapsicologia tem a lucrar com as
relações interdisciplinares. E só pode ser assim, pois é a única maneira de nos
defendermos dos franco-atiradores, dos parapsicólogos de geração espontânea que
pululam em toda a parte. Mas precisamente por os fenómenos parapsicológicos
envolveram experiências Psi, eles deveriam ser objecto de estudo da psicologia, que
infelizmente os nega, como todos vamos sabendo. E também penso que PK deveria ser
objecto da Física, pois só ela nos dará a explicação destes fenómenos ainda tão
carregados pela sombra de explicações fantasiosas. E só a explicação da parte de
quem tem saber para tal (o estudioso da Física) nos poderá ajudar.
E a sociologia também tem aqui uma palavra a dizer, pois, por exemplo, ao
investigar uma casa “assombrada”, temos de ter em conta os dados que um sociólogo
nos poderá dar sobre aquela família e aquele local. Lá estamos também a precisar do
antropólogo... E se nessa casa ainda houver alguém com ESP, temos de pedir ao
filófoso uma ajudinha na explicação…
A posição do casal Fátima & Wellington parece a menos extremada e mais
dolorosamente perto da realidade. E digo “dolorosamente”, porque Wellington nos
mostra a sua experiência de como conseguiu sobreviver numa instituição universitária
e apresentar um tema de mestrado sobre o que nós sabemos ser assunto de
parapsicologia, com outro nome… Ah o jeitinho brasileiro! Mas podemos tirar deste
modo de proceder muito de positivo, não?
Por esta interdisciplinaridade, permanecem os fenómenos parapsicológicos
classificados dentro do domínio do “incomum”, do “anómalo”, como Wellington tem
apresentado nos artigos enviados ao jornal que dirijo, o Jornal de Parapsicologia (passe
a publicidade).
O parapsicólogo tem de ser um teórico, um investigador, mas tem de trabalhar
em interdisciplinaridade. E, já agora, ele mesmo deve possuir a sua formação
académica numa ciência ou carreira já estabelecida e reconhecida. Precisamente para
se diferenciar dos franco-atiradores. Em nome da seriedade e honestidade.
Por isso, aquando do Congresso do Recife eu votei contra a ideia da criação do
“dia do parapsicólogo”. Temos tantos dias de tudo…
Temos é que trabalhar com seriedade e mostrar os resultados do nosso
trabalho, pois, como dizia há dias em Lisboa (na Faculdade de Psicologia) Rupert
Sheldrake, os parapsicólogos são os únicos cientistas que mostram os resultados
negativos e positivos das suas experiências.
Mas é preciso trabalhar sem posições extremadas, como essa de se fazer notar
que “o IPPP foi a primeira instituição a tratar a parapsicologia como ciência,
contrariando a postura religiosa de espíritas ou padres parapsicólogos”. Espíritas ou
padres também podem ser físicos, ou filósofos, ou médicos, ou advogados, etc. Porque
não poderiam ser parapsicólogos, ou porque a parapsicologia haveria de se sentir
diminuída com isso? Se cada um depois vai buscar conclusões para as suas posições
religiosas, é outra questão.
Haveria de se ver se epistemologicamente estão certos. Fazer a hermenêutica
das conclusões. Abertamente. Sem preconceitos.
Carlos Alvarado remete o estudo dos fenómenos Psi, só para a psicologia. Por
quê? Não será isto um extremar de posição?
Talvez a psicologia seja a disciplina mais importante neste estudo, mas não é
só. Volto a repetir que o diálogo interdisciplinar é imprescindível para uma nova visão
do ser humano e do mundo.
Parapsicologia tem como objecto e método de estudo: o mistério do ser
humano. Parapsicologia estuda o que acontece de não habitual, de não repetível à
vontade com o ser humano e que classificamos como “fenómeno”: facto natural e
surpreendente, que impressiona a vista ou a imaginação. Este tipo de factos, embora
inerentes ao ser humano, foram durante séculos, ignorados ou pior ainda, negados
pela ciência, pelos cientistas, precisamente pela sua característica de irrepetibilidade.
Então, a imaginação impressionada pelo fenómeno, “soltou-se” e não faltaram
explicações fantasiosas que mais não fizeram que adensar o mistério inexistente, já
que todo o ser humano é por si só, um mistério.
Parapsicologia tem de ser uma ciência interdisciplinar. Depois da constatação
da existência do fenómeno pelo parapsicólogo, ele tem de fazer a sua análise com a
ajuda das outras ciências já estabelecidas. Pois cada fenómeno parapsicológico se
situa num campo científico já conhecido, com uma característica própria: dificuldade
(mas não impossibilidade) de repetição e conseqüente constatação. São fenômenos
que precisam do diálogo interdisciplinar para desfazer a sua aparentemente
inexplicabilidade e assim afastar a Parapsicologia de todas as formas de exploração da
credulidade pública. A Parapsicologia, pode opôr-se, através dum ensino claro, a
eventuais manipulações de “poderes” para fins pessoais, políticos ou sectários e assim
se efectuar uma profilaxia social. A Parapsicologia, com vasto campo de estudo, pode
contribuir para a prevenção duma psicose milenarista estabelecida que se manifesta
por filmes catastróficos sobre eventuais terrorismos extraterrestres e outras fantasias
largamente difundidas (1).
Parapsicologia: a ciência do diálogo interdisciplinar
Os fenómenos parapsicológicos foram negados durante séculos pela ciência
estabelecida, para não lhe chamarmos instalada. A palavra “ciência” vem do latim
“scire”, que quer dizer “saber”. Mas nem sempre os donos do saber se comportaram
como verdadeiros cientistas, pois ao encontrar factos que tinham dificuldade em
explicar, tentaram resolver o problema passando-lhe à frente ou mesmo negando-os.
Mas, como os factos existiam, foram interpretados pelas religiões, muitas vezes com
argumentos de “opção de fé”, o que quer dizer que sem argumentos, sem
racionalidade.
Considero que o incómodo do estudo dos fenómenos parapsicológicos constitui
um abanão aos “marcadores-somáticos” de grande parte dos cientistas e daí a sua
dificuldade. O termo “marcador-somático” é definido pelo neuro-cirurgião português
— professor de neurologia da Universidade Iowa e no Salk Institute, na Califórnia —
António Damásio (2) como “um caso especial do uso de sentimentos que foram
criados a partir de emoções secundárias. Estas emoções e sentimentos foram ligados,
por via de aprendizagem, a certos tipos de resultados futuros ligados a determinados
cenários”. Depreende-se que cada pessoa terá, dependendo das situações vivenciadas,
marcadores-somáticos negativos e positivos. “A maior parte dos marcadores-somáticos
que usamos para a tomada racional de decisões, foi criada nos nossos cérebros durante
o processo de educação e socialização, através de associações de categorias específicas
de estímulos a categorias específicas de estados somáticos”. A chamada ciência
clássica, houve por bem dedicar-se ao estudo dos fenómenos periódicos e repetíveis,
com uma elegância e concisão admiráveis. E exprimem uma verdade: a sua verdade
“mas esse tipo de ciência havia ignorado a direcção do tempo — tudo não era mais
que a repetição infinita do passado, no futuro”. Com o passar do tempo, a questão
alterou-se e com o advento do estudo dos fenómenos parapsicológicos com um cunho
diferente do até então estabelecido, foi necessário encontrar um novo paradigma
científico abalando os “marcadores-somáticos” já estabelecidos, com formulações que
ultrapassaram o quadro conceptual da ciência que até então existia.
Vejamos alguns exemplos.
PARAPSICOLOGIA E FILOSOFIA
Os novos horizontes da percepção cognitiva: O processo geral do
conhecimento, a nível habitual, realiza-se numa relação entre um sujeito (S1) e um
objecto, ou entre dois sujeitos (S1 e S2). Um objecto ou um sujeito (S2), afectam os
sentidos do sujeito (S1). Na apreensão “sensorial” das propriedades do objecto pelo
sujeito (S1), ou o mesmo em relação ao sujeito (S2), constitui-se o fenómeno cognitivo
habitual. Definindo e demonstrando um conhecimento “paranormal” como não
devido aos sentidos, a Parapsicologia apresentou novas estruturas cognitivas e emergiu
uma revolução gnosiológica, com consequentes desafios epistemológicos.
As investigações científicas sobre Parapsicologia, como todos sabemos,
começaram em Londres em 1888. Foram examinados — e verificados — inúmeros
casos expontâneos. Os cientistas da época, fanáticos da ciência baseada
exclusivamente na matéria, rejeitaram por impossível o que era verificado e negavam o
infrequente, não material, não repetível. É uma atitude anticientífica (como se se
pudesse negar, por não repetível, um assalto a um Banco, ou o ataque de um tigre) a
que todos aqui devem estar, infelizmente, habituados. Consequentemente,
desenvolveu-se ao longo dos tempos toda uma posição supersticiosa e fantasista nas
explicações sobre a causa de milhões de factos, só porque as Universidades apenas
queriam compreender e explicar a matéria.
Mas houve quem se lançasse na investigação de laboratório. A humanidade
sempre se preocupou com fenómenos de cognição e suas técnicas (mancias): pela
mão, pelo voo dos pássaros, com a bola de cristal, astrologia (astromancia) etc. E a
causa está no inconsciente do ser humano. Em algo de não material que faz parte do
homem e possibilita a comunicação e também o conhecimento de um futuro casual e
livre.
A ciência, nos primeiros anos de investigação, ainda supôs que se tratava de
conhecimento sensorial, como se se desprendesse dos acontecimentos algum tipo de
energia física.
Ou então apelidavam-na de sexto-sentido, porque nenhum sentido, dos cinco
conhecidos, explicava estes factos. Mas sempre supuseram que era algo sensorial.
Nasceram assim conceitos estranhos: o 6º sentido, a criptestesia…
Assim que Rhine deu a esta faculdade de cognição a designação
“extrassensorial” e com as conclusões dos parapsicólogos norte-americanos, surgiu,
como sabemos, no mundo das universidades a maior polémica que se conhece no
campo das investigações psíquicas. E o desafio, como disse Rhine está em que “a
velha crença de que nada pode ser apreendido que não passe pelos órgãos conhecidos
dos sentidos, deve ter o mesmo destino que a mecânica de Newton em presença da
teoria da relatividade.”
PARAPSICOLOGIA E TEOLOGIA
O termo Teologia vem do grego: Theos = Deus e logos = palavra, estudo da.
Aparentemente não há relação com Parapsicologia, mas com a crença, com a religião
que será o estudo do inobservável, do sobrenatural, e consequente doutrina.
E como religião é uma “opção de fé”, ficaria assim a Teologia sem argumentos
válidos e com caminho aberto à fantasia e gosto de cada um. Upton Sinclair disse que
todas as superstições devem ser retomadas pela ciência, neste caso a Parapsicologia.
Quer dizer que todos os factos aceites como sendo fantasiosos, sem argumentos
e consequentemente classificados como superstições — que seria o caixote do lixo dos
cientistas — precisam voltar a serem estudados para se constatar a sua existência e em
seguida analisados, para que a sua explicação não seja “a gosto do consumidor”, mas
com bases científicas. O Doutor Hubert Larcher diz que Parapsicologia “também deve
estudar os fenómenos apresentados por essa ‘máquina de fazer deuses’ que é a
hagiografia” (3).
PARAPSICOLOGIA, MEDICINA, FÍSICA E PSICOLOGIA
Num fenómeno de aporte, por exemplo, o parapsicólogo constata e analisa o
fenómeno, o psicólogo ajuda a resolver o trauma psicológico que o causava, o médico
dá acompanhamento e o físico explica como pode acontecer. Nenhum por si só é o
“dono” da explicação do caso; cada um precisa de todos, senão continuaria o conflito
entre um paradigma científico estabelecido (Psicologia, Medicina, Física) e um
paradigma científico emergente (Parapsicologia). Podemos dizer que é uma nova
ciência que nasce: a do real. A realidade deixou de ser a natureza morta e passiva, para
haver uma compreensão dos processos reais da natureza através duma série de
pressupostos e de afirmações não dogmáticas, mas abertas à compreensão da
realidade. Esta nova visão, leva-nos a dizer por exemplo que os fenómenos PK são o
“calcanhar de Aquiles” da Física, pois vamos verificando que a natureza não é um
autómato submisso: antes nos aparece um universo fragmentado, rico de densidades
qualitativas e surpresas potenciais (4)
Todos nós, parapsicólogos ou já constatamos pessoalmente algum fenómeno
de PK, ou temos informações suficientemente credíveis. Isto leva-nos a incluir o
estudo deste tipo de fenómenos numa ciência que tem necessariamente ser de
“margens” ou “marginal”, abandonando um pensamento científico redutor a um
único postulado de objectividade da natureza e recusando admitir no seu domínio, este
ser interveniente — o humano — quer se queira ou não, tanto na observação, como na
experiência científica, tornando assim a Parapsicologia numa ciência incómoda.
Ainda sobre a interligação e colaboração entre Parapsicologia e Medicina,
chamo a atenção sobre o estudo importante e necessário que constitui o fenómeno das
curas acontecidas sem agente curador habilitado, o médico. Temos chegado à
conclusão que o mérito é da auto-sugestão do curado e não de pretensas “virtudes” do
curador, embora tal facto não seja reconhecido a nível popular — que prefere a
explicação mítica — e seja negado a nível médico. A sugestão vista como “ressonância
afectiva” (5), torna-se plausível no contacto médico-doente e faz-nos entender como se
desencadeiam processos afectivos vigorosos da parte da pessoa tratada.
Conclusão
Permitam-me que nesta conclusão seja bastante pessoal, já que para mim, a
Parapsicologia é muito mais que a simples “constatação e análise de fenómenos à
primeira
vista
misteriosos”.
A
Parapsicologia
deu-me
uma
visão
global/interdisciplinar do ser humano e do seu mundo. Mostrou-me novas
perspectivas do conhecimento humano, até da sua relação do mundo com o
Transcendente/Divino. Como diz Blaise Pascal no seu pensamento 434 (6):
“Que quimera é pois o homem? Que novidade, que monstro, que caos, que
tema contraditório, que prodígio! Juiz de todas as coisas, imbecil verme da terra;
depositário da verdade, cloaca de incertezas e de erro; glória e refugo do universo. …
Conhece, pois, soberbo, que paradoxo és para ti mesmo. Humilha-te, razão
impotente; cala-te, natureza imbecil; aprende que o homem ultrapassa infinitamente o
homem e escuta do teu mestre, a tua condição verdadeira que ignoras.”
Para mim, a Parapsicologia faz-me a necessária demarcação entre uma atitude
de fé esclarecida e a atitude de crença irreflectida. Provoca-me admiração e espanto
perante fenómenos da natureza inerentes ao ser humano, realidades que se tornaram
provocação frente à ciência pré-estabelecida que ao pretender tudo englobar em si,
muitas vezes se despersonalizou.
A Parapsicologia revela-me um ser humano mais humano — perdoem-me o
paradoxo — o elo de união entre a ciência do corpo (p. ex. a Medicina), a ciência do
espírito (p. ex. a Filosofia) e a ciência da alma (p. ex. a Teologia), como diz o Doutor
Hubert Larcher.
Notas bibliográficas:
(1) LARCHER, H: 60 années de parapsychologie, ed. Kimé, Paris 1992
(2) DAMÁSIO, A.: O erro de Descartes, Europa-América (16ª ed.) 1996, pág.176 ss.
(3) LARCHER, H.: op. cit.
(4) PRIGOGINE, I.; STENGERS, I.:A nova aliança, Lisboa, Gradiva, pág. 34
(5) STOKVIS, B. e PFLANZ, M.: Suggestion, Basileia 1961, pág. 22 ss.
(6) PASCAL, B.: Pensées, edição separada de Grands écrivais de la France (14 vol.,
1908-14) por Brunschwig, ed. Hachette, Paris
Bibliografia:
60 années de parapsychologie - Hubert LARCHER, ed. Kimé compilada por F.
FAVRE, Paris 1992
A Face Oculta da Mente - Oscar Gonzalez-QUEVEDO, S.J., ed. APPACDM, Braga
1996
A nova aliança - Ivers PRIGOGINE e STENGERS, Lisboa, Gradiva
As Forças Físicas da Mente - Oscar Gonzalez-QUEVEDO, S.J, ed. A.O., Braga, 1978
Curandeirismo: um mal ou um bem? - Oscar Gonzalez-QUEVEDO, S.J, ed. A.O.,
Braga, 1978
Jornal de Parapsicologia - Jornal mensal do C.L.A.P.-Portugal Milagres: a Ciência
confirma a Fé - Oscar Gonzalez-QUEVEDO, S.J, ed. Loyola, São Paulo, 1996
O erro de Descartes - António DAMÁSIO,. Europa-América (16ª ed.) 1996
Parapsicologia: Subversão Infinita? - Autores vários, ed. C.L.A.P.-Portugal, 1996
Pensées - Blaise PASCAL, edição separada de Grands écrivais de la France (14 vol.,
1908-14) por Brunschwig, ed. Hachette, Paris
Suggestion - B. STOKVIS e PFLANZ, M. Basileia 1961
Carlos Alvarado decide que o debate não deve mais prosseguir pelo Website,
mas pelo e-mail.
"En relacion al reciente debate anadimos los comentarios de Wellington Zangari y de
Maria Luisa Albuquerque. Se encuentran al final del documento con los primeros
comentarios. Esta discusion no puede proseguir en el Website pues nos distrae del
tema del curso. Si quieren continuar favor de hacerlo privadamente por correo
electronico entre ustedes. Nosotros no anadiremos mas a este tema."
O debate passou a se desenvolver por e-mail, dirigido aos líderes de todos os grupos e
aos coordenadores
Valter da Rosa Borges:
Afirma Zangari que teríamos afirmado que "os fenômenos psicopatológicos são
da alçada exclusiva da Psiquiatria". Em que trecho de nossa resposta fizemos tal
afirmação?
Embora não sejamos "competente" para opinar sobre Psicologia e Psiquiatria,
não iríamos dizer tamanha besteira. O que estamos discutindo é o objeto de cada
ciência e a autonomia epistemológica de cada uma. Isto não impede - e não haveria
qualquer razão plausível para tal - que o objeto de estudo de uma ciência seja também
discutido por outras ciências numa atividade proveitosamente interdisciplinar.
Voltamos, mais uma vez, a esclarecer que a autonomia diz respeito à ciência, a
qual, como é óbvio, tem o seu objeto determinado e que, portanto, demarca o seu
território operacional. Este objeto, po-rém, não é exclusivo de determinada ciência,
mas é a especialização de seu estudo que dá identidade àquela ciência.
Realmente, Zangari discute a questão sob a óptica preponderantemente pragmática e, basicamente, assume uma postura pessimista em relação ao futuro da
Parapsicologia, prevendo que ela será absorvida pela Psicologia. Não vemos, assim,
como prosperar qualquer discussão a respeito dessas duas posições.
Apesar disso, no que diz respeito a certas vantagens universitárias, Zangari admite que existe uma "quase impossibilidade". Ou, em outras palavras, que existe uma
possibilidade, mesmo que remota ou remotíssima. Afinal, não deixa de ser uma
possibilidade. Pior seria se fosse uma impossibilidade.
Diz Zangari:
"Da mesma forma aconteceu com a hipnose, com os sonhos, com o
sonambulismo… que Borges parece ter esquecido de comentar. Estes fenômenos
deixaram de ser objeto de estudo da Pesquisa Psíquica e da Metapsíquica. Assim,
creio, como ESP e PK poderão deixar de ser objeto da Parapsicologia e passarem a ser
objeto de estudo da Psicologia."
Pelo fato de a hipnose, os sonhos e o sonambulismo terem passado para o
campo da Psicologia, não quer dizer necessariamente que a ESP e a PK também
migrarão para o território daquela ciência. Por outro lado, a hipnose, os sonhos e o
sonambulismo não foram tão importantes para a Pesquisa Psíquica e para a
Metapsíquica como a telepatia, a clarividência, a precognição, a telecinesia, o
"poltergeist", as casas mal-assombradas, as ditas materializações etc. Até o momento,
pelo contrário, não há indícios de que isto esteja acontecendo.
Diz Zangari:
"Mas, de fato, assistimos cada vez mais os parapsicólogos nomearem seus
institutos não de institutos de Parapsicologia, mas de Ciências Cognitivas (Ed May),
Psicología Paranormal (Parra e Monroyg), Pesquisas da Consciência (Dean Radin),
Estudos Integrais (Alvarado e Zingrone), Áreas Fronteiriças da Psicologia (Bender e o
atual grupo de Freiburg, Machado e Zangari), Psicobiofísica (Borges e todo o grupo
do IPPP), apenas para dar alguns exemplos."
Esquece Zangari que o I.P.P.P. tem 25 anos de fundação e o nome de
psicobiofísica refletiu àquela época a nossa tentativa inicial e frustrada de dar a esta
ciência uma denominação compatível com o seu objeto. Parapsicologia é um vocábulo
inadequado, insuficiente para abranger o campo fenomenológico da psi e por isto temse aprestado para esta tentativa de sua absorção à Psicologia. Mantivemos a
designação original simplesmente por uma razão histórica. Mas, em nenhuma
publicação de parapsicólogos do I.P.P.P., aparece a palavra psicobiofísica e, sim,
parapsicologia. Nem também qualquer de nós se intitula de psicobiofísico, mas de
parapsicólogo. Logo, em relação ao I.P.P.P. esta crítica não tem fundamento.
É muito instrutivo sabermos que os fenômenos de PK podem ser explicados
agora pela psicomotricidade. Deve ser, por certo, um sucedâneo da Super-Psi.
Como sentencia Zangari, o(a)s psicólogo(a), a partir desta hipótese, "poderão
dar conta do recado, tranqüilamente, mas sempre com o auxílio de outras ciências".
Será que Zangari incluiria, entre essas outras ciências, a Parapsicologia, visto que, em
sua óptica, ela, em futuro, será absorvida pela Psicologia?
Argumenta Zangari:
"Um aspecto interessante é o de repararmos que aqueles que estudamos psi
somos de outras formações, em maioria psicólogos, físicos, engenheiros, médicos e
cientistas sociais. Mas somos poucos, somos minoria no cenário científico mundial.
Se nos tornássemos maioria, ou seja, se a maioria dos psicólogos, físicos
estudassem psi, o que aconteceria com a Parapsicologia? Psi não se tornaria matéria…
obrigatória das faculdades de Psicologia, Física…?"
O discurso nos parece nebuloso, levando-nos a deduzir que, em virtude de a
maioria dos parapsicólogos ser constituída de "psicólogos, físicos, engenheiros,
médicos e cientistas sociais", a Parapsicologia se sustenta em razão de que "somos
poucos, somos minoria no cenário científico mundial". Mas (e aí vem a perigosa
conjectura), "se nos tornássemos maioria, ou seja, se a maioria dos psicólogos, físicos
estudassem psi, o que aconteceria com a Parapsicologia?"
A conclusão de Zangari é sombria: a Parapsicologia seria desmembrada,
fragmentada, pulverizada, tornando-se matéria obrigatória das faculdades de
Psicologia, Fí-sica, etc.
Chegamos, então, a um doloroso impasse. Ou continuamos minoria para
manter a Psicologia acanhada, mas viva. Ou nos tornamos maioria para a glória
masoquista de vê-la destruída e seus despojos devidamente repartidos entre as demais
ciências interessadas. Trata-se, na verdade, de uma cena espetacular de antropofagia
epistemológica.
Diz Zangari:
"Atualmente, cientistas de outras áreas nos convidam para falar sobre psi, sem
saber que psi é estudado pela Parapsicologia ou que nós somos parapsicólogos. A
mídia nos tem convidado cada vez mais porque querem um "cientista" para falar junto
com os "parapsicólogos"
Ótimo! Vê-se que não é necessário mitigar a atenção de cientistas de outras
áreas para se informarem sobre a fenomenologia psi. Se eles querem colaborar conosco
na investigação destes fenômenos, ótimo também. Porém, é necessário que se
esclareça a estes cientistas de outras áreas que somos parapsicólogos e que os
fenômenos psi são objeto de estudo da Parapsicologia. E também adotar o mesmo
procedimento junto a mídia.
Zangari agiu assim?
No final de seu longo arrazoado, Zangari muda um pouco o tom e a cor de sua
postura fundamental. Talvez uma piedosa concessão funcionando como
misericordioso analgésico para aliviar o clima de pessimismo sobre o sombrio futuro
da Parapsicologia. Ele admite um "futuro possível" para a Parapsicologia realizar-se
co-mo ciência. Que bom! Por isso, louvamos o esforço de Zangari que é muito maior
do que o nosso, pois luta por aquilo que não acredita, enquanto nós, confortavelmente,
lutamos por aquilo em que acreditamos. Zangari, por pragmático estoicismo e nós, por
romântico quixotismo.
Diz Zangari:
"Torço e trabalho firmemente para que a Parapsicologia seja aceita plenamente
como ciência. Vou continuar lutando para que isso aconteça. Faço isso de forma
particular sempre que posso, apresentando aos demais cientistas o que é
Parapsicologia, etc. De forma organizada e social, da mesma forma, luto para que isso
aconteça. Mas, minha visão da história da Parapsicologia me mostra que talvez tal
aceitação nunca aconteça de fato. Como existe aqui um "talvez", continuo lutando e
com grande disposição. Mas vejo que o resultado de todas as minhas tentativas de
trabalho como parapsicólogo em fazer a comunidade científica se abrir para psi é
quase nulo se comparado ao resultado que tenho como psicólogo, estudando e
apresentando psi para a comunidade científica. Claro, temos que lutar contra o
preconceito explicando sempre e sempre a base científica da Parapsicologia. Mas o
preconceito é tão grande que tenho questionado a validade dessa luta em larga escala.
Vejo que muitos cientistas, já de saída, não se abrem para ouvir, não vão aos
nossos congressos e eventos."
Zangari diz que torce e trabalha firmemente para que a Parapsicologia seja
aceita plenamente como ciência. Que ciência ou colegiado científico tem competência
para decidir que determinada área do conhecimento constitui uma ciência? Isto não
aconteceu com nenhuma outra ciência. Por que deveria acontecer com a
Parapsicologia? Ademais, o que dá cientificidade a uma ciência não é a aprovação de
cientistas de outras áreas: ela se impõe como tal pela utilização de metodologia
científica adequada aos fenômenos que investiga.
Zangari diz que faz o seu trabalho pela Parapsicologia "de forma particular" e
sempre que pode, "apresentando aos demais cientistas o que é a Parapsicologia." Por
que de "forma particular"?
Embora Zangari não acredite que esta aceitação "nunca aconteça de fato",
afirma que luta "para que isso aconteça". Reconheço que, neste ponto, Zangari se
apresenta com um quixotismo maior que o nosso, pois é capaz de lutar por aquilo que
não acredita.
Não vejo por que tanto empenho de se levar o trabalho parapsicológico para
outras áreas científicas a fim de mendigar seu apoio. Isso me parece uma atitude de
reprovável subserviência intelectual. Devemos fazer um trabalho científico em Parapsicologia e é a seriedade deste trabalho, alicerçado na metodologia científica, que
dará respeitabilidade e cientificidade à investigação parapsicológica. O que temos a
ver com o preconceito de cientistas de ou-tras áreas? Por que lhes damos tamanha
importância, como se eles fossem indispensáveis para o progresso da Parapsicologia?
Ademais, por que este empenho de trazer cientistas de outras áreas para os
nossos congressos e eventos, a não ser que eles se mostrem realmente interessados em
conhecer a Parapsicologia e colaborar conosco na permuta de informações e
experiências?!
Diz Zangari:
"Por outro lado, quando Fátima e eu apresentamos nosso survey psi, durante o
XXVI Congresso da Sociedade Interamericano de Psicologia, em 1997, em que
estavam presentes mais de 2.000 psicólogos(as), na sala de apresentação de nosso
trabalho estavam mais psicólogos(as) que todos os(as) parapsicólogos(as) que
poderíamos reunir no mundo! Estavam predispostos a ouvir. A partir de então,
inúmeros(as) investigadores(as) têm nos procurado para saber mais de psi. Da mesma
forma, quando mudamos o nome do instituto (de ECLIPSY - Instituto de Pesquisas
Científicas em Parapsicologia para INTER PSI - Instituto de Pesquisas
Interdisciplinares das Áreas Fronteiriças da Psicologia) tudo parece ter mudado.
Atualmente, cientistas de outras áreas nos convidam para falar sobre psi, sem saber
que psi é estudado pela Parapsicologia ou que nós somos parapsicólogos. A mídia nos
tem convidado cada vez mais porque querem um "cientista" para falar junto com os
"parapsicólogos" (Há duas semanas fui convidado para um debate com o Pe.
Quevedo em uma emissora local) Como psicólogo consegui uma boa bolsa de
mestrado do CAPES e, pasmem, para uma dissertação intitulada "Parapsicologia e
Religião".
Isto quer dizer: aceita-se o fenômeno psi desde que seja estudado à luz da
Psicologia, mas não se aceita a Parapsicologia que, por sua falta de credibilidade
acadêmica, torna também sem credibilidade o fenômeno psi. Ou seja: a Parapsicologia
é um estorvo para o estudo da psi e, por isto, eugenicamente, deve ser eliminada. Pois
bem, é nesta ocasião que o parapsicólogo deve mostrar o que é a Parapsicologia e não
fazer coro com os seus opositores e tratar os fenômenos psi na condição de psicólogo.
Se aqueles 2.000 psicólogos estavam dispostos a ouvir sobre fenômenos psi, por que se
perdeu a oportunidade de se falar sobre a ciência que os estuda, no caso, a
Parapsicologia? É assim que estamos trabalhando pela Parapsicologia?
Não sei que modo é este de lutar pela Parapsicologia, escondendo a sua
condição de parapsicólogo. Não sei que modo é este de lutar pela Parapsicologia,
procurando pesquisar os fenômenos psi em outra área científica que não a da
Parapsicologia. Vergonha de ser parapsicólogo e medo de perder status de cientista?
Diz Zangari:
"Mas, para os donos do dinheiro, eu era um pesquisador em Ciências da
Religião, não um parapsicólogo. Com nossas dissertações de mestrado sobre temas
parapsicológicos na PUC-SP, creio que Fátima e eu tenhamos feito mais pela
introdução de psi no ambiente científico paulista (para ser modesto) do que todo nosso
trabalho como parapsicólogos."
É realmente chocante ouvir uma declaração como essa, partida de um
parapsicólogo. Ao invés de esclarecer aos "donos do dinheiro" que era um
parapsicólogo, Zangari permitiu-se ficar na condição de "um pesquisador em Ciências
da Religião", sob o pretexto de despertar o interesse daqueles pelos fenômenos psi.
Aliás, na oportunidade, desejaria saber quais são estas "Ciências da Religião" e se a
Religião, por acaso, se transmudou em Ciência. Seria bastante ilustrativo conhecer de
um pesquisador de tais singulares ciências a metodologia científica por elas utilizada.
Diz Zangari:
"Mas posso lhes garantir que a forma mais fácil e rápida de fazer com que
nosso objeto de estudo ingresse no mundo acadêmico é através de trabalhos sobre psi
que apresentamos como dissertações de mestrado e teses de doutorado. A facilidade é
tanta que estamos espantados. O assunto é tão importante que deveríamos pensar em
uma ação nacional conjunta pa-ra planejarmos uma estratégia a curto, médio e longo
prazo. Deveríamos fazer um pequeno fórum para discutir estas estratégias."
Concordo plenamente com esta posição, desde que deixemos explícito em
nossas dissertações de mestrado e teses de dourado que os fenômenos psi são objeto
de estudo da Parapsicologia, o que não quer dizer que outras ciências não possam
também, numa área interdisciplinar, investigá-los, contribuindo, assim, para a própria
pesquisa parapsicológica e maior entendimento sobre a natureza desta fenomenologia.
A inclusão de Cursos de Graduação nas Universidades é uma questão mais de
natureza política e de conveniência do que científica. Acaso os cursos de Informática,
Ciências Domésticas, Turismo, Jornalismo, Secretariado, entre outros, foram
admitidos pela sua qualificação científica? Ou porque existe mercado de trabalho para
estes profissionais, considerados, por isso, de formação superior?
Por outro lado, há ciências que não possuem Curso de Graduação nas
Universidades de vários Estados brasileiros, como é o caso da Astronomia. Será que
isto diminui o status desta ciência, o seu grau de cientificidade e respeitabilidade? Em
Pernambuco, por exemplo, não existe Curso de Graduação em Astronomia, nem
sequer cadeira de Astronomia em qualquer outro Curso de Graduação, embora haja
um extraordinário interesse por esta ciência em nosso Estado e algumas sociedades de
Astronomia ministrem cursos de Astronomia e aumentem, por isso, cada vez, o
número de astrônomos amadores pernambucanos.
Serão, por acaso, as Universidades que decidem se determinado ramo do
conhecimento é ou não científico? Logo, não é o selo ou a chancela acadêmica que irá
dar cientificidade à Parapsicologia, mas, sim, o trabalho realizado, mesmo com enormes sacrifícios, pelos parapsicólogos re-almente idealistas e que não visem
resultados imediatos e pragmáticos.
Recentemente recebemos convite da Fundação do Ensino Superior de Olinda FUNESO -, que, em breve se transformará em Universidade, para implantar um Curso
de Parapsicologia naquela instituição e já estamos adotando as primeiras providências
para a realização deste empreendimento.
Diz Zangari:
"O que quero dizer é que é louvável lutarmos pela emancipação da
Parapsicologia e tentar fazer que ela ingresse na universidade. Continuemos a fazer
tudo isso."
Se isto é sincero e não apenas uma gentileza dialética, por certo não temos mais
nada a discutir sobre o assunto.
Valter da Rosa Borges:
Diz Maria Luíza:
"Mas é preciso trabalhar sem posições extremadas, como essa de se fazer notar
que "o IPPP foi a primeira instituição a tratar a parapsicologia como ciência,
contrariando a postura religiosa de espíritas ou padres parapsicólogos". Espíritas ou
padres também podem ser físicos, ou filósofos, ou médicos, ou advogados, etc. Porque
não poderiam ser parapsicólogos, ou porque a parapsicologia haveria de se sentir
diminuída com isso? Se cada um depois vai buscar conclusões para as suas posições
religiosas, é outra questão."
Maria Luíza omitiu, por certo involuntariamente, o texto integral da nossa
afirmativa:
"Queremos lembrar, finalmente, que o I.P.P.P., fundado em 1973, foi a primeira
instituição no Brasil a tratar a Parapsicologia como ciência, contrariando a postura
religiosa de espíritas e padres parapsicólogos." Dissemos, no Brasil, e isto é fato
histórico. E o fato histórico é para ser, não apenas notado, mas também anotado.
Naturalmente Maria Luíza não conhece a história da Parapsicologia brasileira e
julgou uma posição extremada a nossa afirmação de termos contrariado "a postura
religiosa de espíritas e padres parapsicólogos". Não dissemos que espíritas e padres
não podem ser parapsicólogos, mas, sim, que contrariamos "postura religiosa" que,
infelizmente, no Brasil, foi adotada por certos espíritas e padres que militam no campo
da Parapsicologia.
Wellington Zangari, em artigo que publicou na Revista Brasileira de
Parapsicologia (nº 1, 1992) já reconhecera;
"No Brasil a questão é muito grave. A justificativa de utilização da
Parapsicologia em favor de certos credos chega a ser escandalosa. A discussão
provinciana entre espíritas e católicos já se faz tola. As mútuas acusações pseudocientíficas entre estes grupos tem sido um desserviço à Parapsicologia, já que tais
acusações são feitas também em nome da Parapsicologia."
Perguntamos, então, a Maria Luíza: é posição extremada ser contrário a esta
utilização da Parapsicologia em favor do Espiritismo e do Catolicismo? Se for,
concordamos com Maria Luíza e reafirmamos o nosso extremismo.
Carlos Alvarado:
Estimados/as colegas:
Gracias por el reciente mensaje electronico continuando debate. Les
agradeceremos que en el futuro mantengan la discusion entre ustedes.
Preferimos no recibir mas mensanjes sobre este tema. Realmente no tenemos
tiempo pues nos concentramos en la materia del curso y en nuestras investigaciones.
De hecho, no hemos leido nada despues de la primera ronda de respuestas.
Este debate es un ejemplo de uno de los problemas basicos de la parapsicologia
ibero-americana. Se discute mucho sobre ideas y modelos pero se hace poca ciencia.
El proposito del curso es concentrarnos en la metodologia para aumentar el numero de
trabajos cientificos. Es lamentable que la energia puesta en este debate no sea la
misma que se ha puesto en las discusiones del curso (con excepcion del grupo de Sao
Paulo).
Valter da Rosa Borges:
Disse Alvarado:
Preferimos no recibir mas mensanjes sobre este tema. Realmente no tenemos
tiempo pues nos concentramos en la materia del curso y en nuestras investigaciones.
De hecho, no hemos leido nada despues de la primera ronda de respuestas.
Resposta:
Esta será a nossa última resposta a Alvarado, atendendo, portanto, ao seu desejo de não receber mais mensagens sobre este tema.
Lembramos, porém, que foi o próprio Alvarado quem estimulou o debate
através da Website e é lamentável que nada mais tenha lido sobre o assunto a partir da
primeira rodada de respostas. Ficou-nos a incômoda impressão de que não deu
importância ao debate.
Disse Alvarado:
Este debate es un ejemplo de uno de los problemas basicos de la parapsicologia
ibero-americana. Se discute mucho sobre ideas y modelos pero se hace poca ciencia.
El proposito del curso es concentrarnos en la metodologia para aumentar el numero de
trabajos cientificos. Es lamentable que la energia puesta en este debate no sea la
misma que se ha puesto en las discusiones del curso (con excepcion del grupo de Sao
Paulo).
Resposta:
Acaso discutir idéias e modelos é fazer pouca ciência? É evidente que
precisamos também investir mais em pesquisa experimental e em publicar trabalhos
sobre as mesmas. Mas isto é um inconveniente que pode ser sanado.
A energia posta no debate não prejudicou a energia gerada pelo curso. Aliás, o
debate foi uma conseqüência do próprio curso. Não foi apenas o grupo de São Paulo
que manteve esta energia, mas também os grupos do Recife, de Curitiba e da
Argentina, cujas participações, até agora, foram de 100%. E, diga-se de passagem, os
grupos de Curitiba e da Argentina não se envolveram no debate. Portanto, não
perderam a energia que estão entusiasticamente colocando no Curso.
Wellington Zangari:
Sem dúvida, aceito continuar nosso diálogo, independentemente da web.
Afirma Zangari que teríamos afirmado que "os fenômenos psicopatológicos são
da alçada exclusiva da Psiquiatria". Em que trecho de nossa resposta fizemos tal
afirmação?
Ora, estamos discutindo a autonomia da Parapsicologia e cada um defendendo
uma posição relacionada a qual disciplina corresponderia ter PSI como objeto de
estudo. Quando Valter afirma:
"E por que não se cogita, então, de se transferir o estudo destes fenômenos
para a Psicologia, retirando a autonomia da Psiquiatria?", teria que estar supondo que
o estudo dos fenômenos psicopatológicos seriam de alçada exclusiva da Psiquiatria,
caso contrário a própria pergunta não faz qualquer sentido! Se sua posição fosse
contrária, ou seja de que os fenômenos psicopatológicos seriam objeto de estudo tanto
da Psiquiatria quanto da Psicologia (como na realidade são), por que falaria em
"autonomia"? De fato, a pretendida autonomia não existe, ruindo a base de sua
argumentação.
Embora não sejamos "competente" para opinar sobre Psicologia e Psiquiatria,
não iríamos dizer tamanha besteira. O que estamos discutindo é o objeto de cada
ciência e a autonomia epistemológica de cada uma. Isto não impede - e não haveria
qualquer razão plausível para tal - que o objeto de estudo de uma ciência seja também
discutido por outras ciências numa atividade proveitosamente interdisciplinar.
Novamente aparece o apelo à suposta autonomia da Psiquiatria em relação aos
fenômenos psicopatológicos. Para Borges estes seriam objeto de estudo da Psiquiatria
e não da Psicologia que, poderia oferecer alguma ajuda na sua compreensão. Não! Os
fenômenos psicopatológicos se constituem em objeto de estudo tanto da Psiquiatria
quanto da Psicologia e objeto de especialização de ambas as disciplinas. Novamente,
o colega não pode ser acusado de desconhecer áreas que não são de sua competência.
Voltamos, mais uma vez, a esclarecer que a autonomia diz respeito à ciência, a
qual, como é óbvio, tem o seu objeto determinado e que, portanto, demarca o seu
território operacional. Este objeto, porém, não é exclusivo de determinada ciência, mas
é a especialização de seu estudo que dá identidade àquela ciência.
Não! Apenas para permanecer no exemplo, infeliz exemplo, do colega Borges,
Psiquiatria e Psicologia não diferem quanto ao objeto de estudo ou de especialização.
Diferem, e esta se constitui a demarcação territorial operacional, na
abordagem teórica em relação aos fenômenos psicopatológicos, entre outros.
Realmente, Zangari discute a questão sob a óptica preponderantemente
pragmática e, basicamente, assume uma postura pessimista em relação ao futuro a
Parapsicologia, prevendo que ela será absorvida pela Psicologia. Não vemos, assim,
como prosperar qualquer discussão a respeito dessas duas posições.
Realmente, minha posição é de que psi passará a ser objeto de estudo (ou de
especialidade) da Psicologia. Isso poderá trazer um enorme avanço na compreensão
de psi.
Isso é que creio ser importante: a compreensão de psi. Novamente utilizando
do exemplo de Borges, creio que ao defender a autonomia da Parapsicologia, faz como
se alguém estivesse propondo ou defendendo a autonomia de uma ciência própria para
o estudo dos fenômenos psicopatológicos, uma ciência (Psicopatologia) autônoma, o
que me parece absolutamente descabido já que reconhecemos a natureza psicológica
tanto dos fenômenos psicopatológicos quanto dos fenômenos psi.
Apesar disso, no que diz respeito a certas vantagens universitárias, Zangari
admite que existe uma "quase impossibilidade". Ou, em outras palavras, que existe
uma possibilidade, mesmo que remota ou remotíssima.
Afinal, não deixa de ser uma possibilidade. Pior seria se fosse uma
impossibilidade.
Por razões práticas e intelectuais prefiro a possibilidade que a "quase
impossibilidade", mas o colega é livre para escolher o contrário.
Pelo fato de a hipnose, os sonhos e o sonambulismo terem passado para o
campo da Psicologia, não quer dizer necessariamente que a ESP e a PK também
migrarão para o território daquela ciência.
Necessariamente não, mas provavelmente sim. Psi é considerado atualmente
como anomalia científica, como o eram aqueles fenômenos.
Por outro lado, a hipnose, os sonhos e o sonambulismo não foram tão
importantes para a Pesquisa Psíquica e para a Metapsíquica como a telepatia, a
clarividência, a precognição, a telecinesia, o "poltergeist", as casas mal-assombradas,
as ditas materializações, etc. Até o momento, pelo contrário, não há indícios de que
isto esteja acontecendo.
A migração está acontecendo. Livros texto de Psicologia, utilizados
amplamente em universidades, estão trazendo informações favoráveis em relação à psi.
Um exemplo é o Introduction to Psychology (Atinkson et all, 1993) que traz uma longa
análise favorável das pesquisas ganzfeld e psi. Por outro lado, algumas das principais
revistas de Psicologia estão publicando artigos de estudos de psi, por exemplo, o
Psychological Bulletim, que publicou um artigo de Bem e Honorton sobre a evidência
psi em ganzfeld.
Esquece Zangari que o I.P.P.P. tem 25 anos de fundação e o nome de
psicobiofísica refletiu àquela época a nossa tentativa inicial e frustrada (...) Nem
também qualquer de nós se intitula de psicobiofísico, mas de parapsicólogo.
Logo, em relação ao I.P.P.P. esta crítica não tem fundamento.
Não foi uma crítica. Foi uma constatação.
É muito instrutivo sabermos que os fenômenos de PK podem ser explicados
agora pela psicomotricidade. Deve ser, por certo, um sucedâneo da Super-Psi.
Como sentencia Zangari, o(a)s psicólogo(a), a partir desta hipótese, "poderão
dar conta do recado, tranqüilamente, mas sempre com o auxílio de outras ciências".
Será que Zangari incluiria, entre essas outras ciências, a Parapsicologia, visto que, em
sua óptica, ela, em futuro, será absorvida pela Psicologia?
Afirmei que PK parece ter as mesmas características que os fenômenos
psicomotores e não que a psicomotricidade poderia explicar PK. Uma distração do
colega. Vejamos o que escrevi:
*Considero que psi (ESP + PK) parece ter uma natureza psicológica porque há
evidências *empíricas para afirmar assim. Somente pela Física? Meu professor de
Neurologia das Praxias *afirmou que os estudiosos desta área estão, cada vez mais,
afirmando que não existe *motricidade humana, mas psicomotricidade humana! Da
mesma forma parece ser PK, uma ação *humana, para "além" do corpo humano.
Evidentemente, há neurologistas interessados no modus *operandi, por exemplo, dos
núcleos da base, do cerebelo..., e das subestruturas nervosas, como *as células de
Purkinje, etc, etc. Mas, "cada vez mais" percebe-se que todo este aparato funciona
*com certa "personalidade", com uma assinatura própria daquele indivíduo que,
apesar de possuir *as mesmas estruturas funcionais que todos os demais seres
humanos, o funcionamento de suas *estruturas é único! PK, parece-me, tem a mesma
característica. O(a)s psicólogo(a)s poderão dar *conta do recado, tranquilamente, mas
sempre com o auxílio de outras ciências.
A conclusão de Zangari é sombria: a Parapsicologia seria desmembrada,
fragmentada, pulverizada, tornando-se matéria obrigatória das faculdades de
Psicologia, Física etc.
Chegamos, então, a um doloroso impasse. Ou continuamos minoria para
manter a Psicologia acanhada, mas viva. Ou nos tornamos maioria para a glória
masoquista de vê-la destruída e seus despojos devidamente repartidos entre as demais
ciências interessadas. Trata-se, na verdade, de uma cena espetacular de antropofagia
epistemológica.
O panorama é talvez pior. A Parapsicologia não seria desmembrada, seria
desnecessária. Deixaria de existir. Mas, o que é fundamental, os fenômenos psi seriam
investigados com todas as garantias acadêmicas e científicas que atualmente não têm.
Ótimo! Vê-se que não é necessário mitigar a atenção de cientistas de outras
áreas para se informarem sobre a fenomenologia psi. Se eles querem colaborar conosco
na investigação destes fenômenos, ótimo também. Porém, é necessário que se
esclareça a estes cientistas de outras áreas que somos parapsicólogos e que os
fenômenos psi são objeto de estudo da Parapsicologia. E também adotar o mesmo
procedimento junto à mídia. Zangari agiu assim?
Sim, sempre digo que, pelo menos por enquanto, a Parapsicologia é que estuda
esta classe de fenômenos e que, pelo menos por enquanto, os parapsicólogos são os
cientistas que os estudam.
Digo também que espero que cada vez mais estes fenômenos sejam integrados
à Psicologia e façam parte de seu escopo, como já parece estar acontecendo!
No final de seu longo arrazoado, Zangari muda um pouco o tom e a cor de sua
postura fundamental. Talvez uma piedosa concessão funcionando como
misericordioso analgésico para aliviar o clima de pessimismo sobre o sombrio futuro
da Parapsicologia. Ele admite um "futuro possível" para a Parapsicologia realizar-se
como ciência. Que bom! Por isso, louvamos o esforço de Zangari que é muito maior
do que o nosso, pois luta por aquilo que não acredita, enquanto nós, confortavelmente,
lutamos por aquilo em que acreditamos. Zangari, por pragmático estoicismo e nós, por
romântico quixotismo.
Gosto dos românticos, mas não houve intenção de oferecer misericórdia àquele
que não se crê agonizante.
Zangari diz que torce e trabalha firmemente para que a Parapsicologia seja
aceita plenamente como ciência. Que ciência ou colegiado científico tem competência
para decidir que determinada área do conhecimento constitui uma ciência? Isto não
aconteceu com nenhuma outra ciência. Por que deveria acontecer com a
Parapsicologia? Ademais, o que dá cientificidade a uma ciência não é a aprovação de
cientistas de outras áreas: ela se impõe como tal pela utilização de disciplina. Apenas
ofereci um testemunho de quão abertos estão ao tema, e quão fechados estão ao rótulo
"parapsicologia". Estão dispostos a ouvir metodologia científica adequada aos
fenômenos que investiga.
Cochilou, novamente, o colega. Não vejo os colegas cientistas como os
detentores do poder de referendar a cientificidade de qualquer, sem preconceitos,
quando falam com alguém que não seja reconhecido, de
imediato, como
parapsicólogo, falando de Parapsicologia. Depois de ouvirem e entenderem a
proposta, dizem que gostaram, mas, como eu, dizem isso é assunto que a Psicologia
deveria abraçar, mais intensamente. É uma questão de tempo e isso já está
acontecendo.
Zangari diz que faz o seu trabalho pela Parapsicologia "de forma particular" e
sempre que pode, "apresentando aos demais cientistas o que é a Parapsicologia." Por
que de "forma particular"?
De "forma particular" e "de forma organizada e social", diz o texto logo em
seguida. Extraído do contexto perde o sentido!
Embora Zangari não acredite que esta aceitação "nunca aconteça de fato",
afirma que luta "para que isso aconteça". Reconheço que, neste ponto, Zangari se
apresenta com um quixotismo maior que o nosso, pois é capaz de lutar por aquilo que
não acredita. Não vejo por que tanto empenho de se levar o trabalho parapsicológico
para outras áreas científicas a fim de mendigar seu apoio. Isso me parece uma atitude
de reprovável subserviência intelectual. Devemos fazer um trabalho científico em
Parapsicologia e é a seriedade deste trabalho, alicerçado na metodologia científica, que
dará respeitabilidade e cientificidade à investigação parapsicológica. O que temos a
ver com o preconceito de cientistas de outras áreas? Por que lhes damos tamanha
importância, como se eles fossem indispensáveis para o progresso da Parapsicologia?
Não tenho qualquer garantia de que tal aceitação aconteça. Se ela vier a
acontecer, provavelmente serei incapaz de vislumbrá-la em vida. Assim, o único meio
que me resta de dialogar com aqueles que estudam cientificamente psi é através de
certo empenho de organização. Por outro lado, apesar de considerar a aceitação da
Parapsicologia como ciência de forma ampla algo difícil, creio que é fundamental que
os estudiosos de psi possam usu-fruir da opinião de pesquisadores de outras ciências
sobre nossas pesquisas. Assim acontece nas universidades. Assim, vejo que o diálogo
que não vejo comumente no Brasil (pelo menos) entre parapsicólogos e demais
cientistas, seria fundamental para o desenvolvimento da nossa compreensão de psi.
Ademais, por que este empenho de trazer cientistas de outras áreas para os
nossos congressos e eventos, a não ser que eles se mostrem realmente interessados em
conhecer a Parapsicologia e colaborar conosco na permuta de informações e
experiências?!
Não me preocupa que estejam interessados em Parapsicologia, mas que
estejam interessados em ajudar a compreender os fenômenos psi.
Isto quer dizer: aceita-se o fenômeno psi desde que seja estudado à luz da
Psicologia, mas não se aceita a Parapsicologia que, por sua falta de credibilidade
acadêmica, torna também sem credibilidade o fenômeno psi. Ou seja: a Parapsicologia
é um estorvo para o estudo da psi e, por isto, eugenicamente, deve ser eliminada. Pois
bem, é nesta ocasião que o parapsicólogo deve mostrar o que é a Parapsicologia e não
fazer coro com os seus opositores e tratar os fenômenos psi na condição de psi-cólogo.
Se aqueles 2.000 psicólogos estavam dispos-tos a ouvir sobre fenômenos psi, por que se
perdeu a oportunidade de se falar sobre a ciência que os estuda, no caso, a
Parapsicologia? É assim que estamos trabalhando pela Parapsicologia?
Novamente, o colega parece pressupor mais do que compreender! O
testemunho serve para mostrar o interesse dos psicólogos em relação ao tema e de
porque considero que os fenômenos psi serão incorporados à Psicologia. Borges
pressupõe ao afirmar que fizemos coro com os opositores da Parapsicologia. Em
todas as nossas apresentações deixamos claro que é a Parapsicologia é que
tradicionalmente estuda tais fenômenos. Mas é importante lembrar que essas
oportunidades nos foram abertas porque não nos apresentamos, de imediato, como
parapsicólogos. Foi quando mudamos de estratégia que nossos trabalhos começaram
a ser aceitos.
Não sei que modo é este de lutar pela Parapsicologia, escondendo a sua
condição de parapsicólogo. Não sei que modo é este de lutar pela Parapsicologia,
procurando pesquisar os fenômenos psi em outra área científica que não a da
Parapsicologia. Vergonha de ser parapsicólogo e medo de perder status de cientista?
Não tenho qualquer status de cientista a perder.
Meu modo de lutar pelo estudo científico dos fenômenos psi é diferente do
apego "romantico" à Parapsicologia. Se tivesse vergonha de ser parapsicólogo não me
apresentaria como tal nos programas de maior audiência na televisão brasileira e nos
maiores e melhores congressos de Psicologia do país. A questão é como fazer isso,
aproveitando a oportunidade e tendo consciência de que a questão do reconhecimento
de psi, como afirmou James McLenon, é uma questão retórica e política além de
metodológica.
É realmente chocante ouvir uma declaração como essa, partida de um
parapsicólogo. Ao invés de esclarecer aos "donos do dinheiro" que era um
parapsicólogo, Zangari permitiu-se ficar na condição de "um pesquisador em Ciências
da Religião", sob o pretexto de despertar o interesse daqueles pelos fenômenos psi.
O nobre colega Borges parece não estar a par do processo de aquisição de
bolsas no país. Isto é uma pena, já que valeria a pena ter a experiência de ter algum
trabalho parapsicológico seu julgado por uma comissão de cientistas de outras áreas.
Os "donos do dinheiro" não sabem se sou ou não um parapsicólogo. Eles julgam um
projeto de pesquisa que lhes é encaminhado. Como candidato à bolsa, não posso
sequer conhecer quem foram os examinadores do projeto. Mas, é importante que o
colega saiba que o currículo que enviei aos "donos do dinheiro" está repleto de
informações quanto as minhas atividades parapsicológicas. O que interessava a eles
era saber da qualidade do projeto apresentado. O simples fato de eu estar fazendo um
curso de mestrado em Ciências da Religião, fez de mim um pesquisador dessa área.
Não houve o tal "pretexto de despertar o interesse daqueles pelos fenômenos psi" mas
estou consciente de que ser naquela altura um pesquisador em Ciências da Religião
facilitou as coisas. Tente, por exemplo, o IPPP pedir uma bolsa de pesquisa para os
órgãos de incentivo à pesquisa governamentais.
Aliás, na oportunidade, desejaria saber quais são estas "Ciências da Religião" e
se a Religião, por acaso, se transmudou em Ciência. Seria bastante ilustrativo conhecer
de um pesquisador de tais singulares ciências a metodologia científica por elas
utilizada. Com todo o prazer.
Ciências da Religião é o nome dado ao conjunto das ciências que analisam o
fenômeno religioso de um ponto de vista científico. As tais "singulares ciências" são,
nada menos, que a Na-tropologia, a Sociologia, a Psicologia e outros sabe- res como a
Filosofia. A metodologia? A mesma empregada por tais "singulares ciências" ao
analisarem qualquer outro fenômeno.
Concordo plenamente com esta posição, desde que deixemos explícito em
nossas dissertações de mestrado e teses de dourado que os fenômenos psi são objeto
de estudo da Parapsicologia, o que não quer dizer que outras ciências não possam
também, numa área interdisciplinar, investigá-los, contribuindo, assim, para a própria
pesquisa para-psicológica e maior entendimento sobre a natureza desta
fenomenologia.
Já comentei minha posição a respeito dessa questão.
Serão, por acaso, as Universidades que decidem se determinado ramo do
conhecimento é ou não científico? Logo, não é o selo ou a chancela acadêmica que irá
dar cientificidade à Parapsicologia, mas, sim, o trabalho realizado, mesmo com enormes sacrifícios, pelos parapsicólogos realmente idealistas e que não visem
resultados imediatos e pragmáticos.
Concordo em parte. Meu idealismo está em ver psi integrado aos temas
discutidos nas universidades. Por que? Porque não conheço ambiente melhor que as
universidades para isso, tanto pelas questões práticas (local, equipamentos...) quanto
pela possibilidade de intercâmbio com colegas de outras disciplinas. Para conquistar
meu ideal estou sendo prático e tenho obtido resultados imediatos. Com isso, os
fenômenos psi têm conseguido espaço acadêmico e, apesar de eu acreditar na
possibilidade do fim da Parapsicologia no futuro, atualmente ela tem se beneficiado
com a estratégia adotada. Uma vez aberta a possibilidade, todos os acadêmicos
acabam por saber que a Parapsicologia é a ciência tradicionalmente estuda psi.......
Recentemente recebemos convite da Fundação do Ensino Superior de Olinda FUNESO -, que, em breve se transformará em Universidade, para implantar um Curso
de Parapsicologia naquela instituição e já estamos adotando as primeiras providências
para a realização deste empreendimento.
Todas as oportunidades devem ser aproveitadas para que psi tenha espaço na
academia. Esta me parece uma grande oportunidade. Sucesso. Pelo menos enquanto a
Parapsicologia existir.
"O que quero dizer é que é louvável lutarmos pela emancipação da
Parapsicologia e tentar fazer que ela ingresse na universidade. Continuemos a fazer
tudo isso." Se isto é sincero e não apenas uma gentileza dialética, por certo não
temos mais nada a discutir sobre o assunto.
Sempre tive e sempre terei imenso prazer em dialogar com Borges, uma das
principais forças de resistência da Parapsicologia no Brasil.
Valter da Rosa Borges:
Cita-nos Zangari:
Afirma Zangari que teríamos afirmado que "os fenômenos psicopatológicos são
da alçada exclusiva da Psiquiatria". Em que trecho de nossa resposta fizemos tal
afirmação?
E argumenta:
“Ora, estamos discutindo a autonomia da Parapsicologia e cada um
defendendo uma posição relacionada a qual disciplina corresponderia ter PSI como
objeto de estudo. Quando Valter afirma:
"E por que não se cogita, então, de se transferir o estudo destes fenômenos
para a Psicologia, retirando a autonomia da Psiquiatria?", teria que estar supondo que
o estudo dos fenômenos psicopatológicos seriam de alçada exclusiva da Psiquiatria,
caso contrário a própria pergunta não faz qualquer sentido! Se sua posição fosse
contrária, ou seja de que os fenômenos psicopatológicos seriam objeto de estudo,
tanto da Psiquiatria quanto da Psicologia (como na realidade são), por que falaria em
"autonomia"? De fato, a pretendida autonomia não existe, ruindo a base de sua
argumentação.”
Nossa resposta:
Zangari insiste em confundir objeto de uma ciência com exclusividade no
estudo deste objeto. Os parapsicólogos não apenas podem, mas devem estudar
fenômenos de outras áreas do conhecimento científico que possam trazer subsídios à
Parapsicologia. Todavia, não se pode dizer que, por causa disto, esses fenômenos
passem a ser objeto da Parapsicologia. Se as ciências não tivessem uma área específica
de estudos – o seu objeto – elas não teriam identidade própria. É a esta identidade
própria que se dá o nome de autonomia. Autonomia existe sim, por mais que Zangari
não queira. O que não existe é exclusividade. Logo, nada impede que psicólogos,
psiquiatras, físicos, biólogos estudem os fenômenos psi, embora não sejam estes
fenômenos o objeto de suas respectivas ciências.
Cita-nos Zangari:
Embora não sejamos "competente" para opinar sobre Psicologia e Psiquiatria,
não iríamos dizer tamanha besteira. O que estamos discutindo é o objeto de cada
ciência e a autonomia epistemológica de cada uma. Isto não impede - e não haveria
qualquer razão plausível para tal - que o objeto de estudo de uma ciência seja também
discutido por outras ciências numa atividade proveitosamente interdisciplinar.
E argumenta:
“Novamente aparece o apelo à suposta autonomia da Psiquiatria em relação
aos fenômenos psicopatológicos. Para Bor-ges estes seriam objeto de estudo da
Psiquiatria e não da Psicologia que, poderia oferecer alguma ajuda na sua
compreensão. Não! Os fenômenos psicopatológicos se constituem em objeto de
estudo tanto da Psiquiatria quanto da Psicologia e objeto de especialização de ambas
as disciplinas. Novamente, o colega não pode ser acusado de desconhecer áreas que
não são de sua competência.”
Nossa resposta:
Zangari, em outras palavras, argumenta que Psicologia e Psiquiatria são a
mesma coisa porque “os fenômenos psicopatológicos se constituem em objeto de
estudo tanto da Psiquiatria quanto da Psicologia”. Acaso a Parapsicologia também
estuda fenômenos psicológicos e psicopatológicos? Acaso a Psiquiatra estuda
fenômenos paranormais ou psi? Ora, segundo Zangari, a Psicologia estuda também
fenômenos psicopatológicos e paranormais. O que leva à conclusão de que a
Psicologia, em futuro, absorverá também a Psiquiatria e não apenas a Parapsicologia.
Então, desaparecerão psiquiatras e parapsicólogos e todos serão denominados
psicólogos. A di-ficuldade acadêmica, porém, é de que a Psicologia vai ter que
substituir a Psiquiatria na área médica. Teremos, então, a figura do psicólogo médico
ou do médico psicólogo.
Cita-nos Zangari:
Voltamos, mais uma vez, a esclarecer que a autonomia diz respeito à ciência, a
qual, como é óbvio, tem o seu objeto determinado e que, portanto, demarca o seu
território operacional. Este objeto, po-rém, não é exclusivo de determinada ciên-cia,
mas é a especialização de seu estudo que dá identidade àquela ciência.
E argumenta:
“Não! Apenas para permanecer no exemplo, infeliz exemplo, do colega Borges,
Psiquiatria e Psicologia não diferem quanto ao objeto de estudo ou de especialização.
“Diferem, e esta se constitui a demarcação territorial operacional, na abordagem
teórica em relação aos fenômenos psicopatológicos, entre outros.”
Nossa resposta:
A demarcação territorial que dá identidade epistemológica a uma determinada
área do conhecimento científico é de-terminada pelo seu objeto. E este objeto não
constitui uma simples demarcação di-dática, formal, mas operacional e metodológico.
É isso o que difere as ciências que têm praticamente o mesmo objeto, como a
Sociologia, a Antropologia e a Etnologia. E também entre o que é ciência e o que não é
ciência como a Astronomia e a Astrologia
Cita-nos Zangari:
Realmente, Zangari discute a questão sob a óptica preponderantemente pragmática e, basicamente, assume uma postura pessimista em relação ao futuro da
Parapsicologia, prevendo que ela será absorvida pela Psicologia. Não vemos, assim,
como prosperar qualquer discussão a respeito dessas duas posições.
E argumenta:
“Realmente minha posição é de que psi passará a ser objeto de estudo (ou de
especialidade) da Psicologia. Isso poderá trazer um enorme avanço na compreensão
de psi.
Isso é que creio ser importante: a compreensão de psi. Novamente utilizando
do exemplo de Borges, creio que ao defender a autonomia da Parapsicologia, faz como
se alguém estivesse propondo ou defendendo a autônoma de uma ciência própria
para o estudo dos fenômenos psi-copatológicos, uma ciência (Psicopatologia)
autônoma, o que me parece absolutamente descabido já que reconhecemos a natureza
psicológica tanto dos fenômenos psicopatológicos quanto dos fenômenos psi.”
Nossa resposta:
Zangari não acredita no futuro da Parapsicologia e entende que o avanço da
compreensão da psi só se dará quando ela passar a ser objeto de estudo (ou de
especialidade) da Psicologia.
Ficou meridianamente claro que Zangari é apenas, estrategicamente, um
parapsicólogo e que pertence a sociedades de Parapsicologia apenas por conveniência.
Logo, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Parapsicologia, da qual ele é um dos
idealizadores e fundadores, é um sofisma institucional. Como esta sociedade é para o
progresso da Parapsicologia, se o seu criador não acredita no futuro de sua criatura?
Quando gentilmente fui convidado por Zangari para ser um dos fundadores desta
Sociedade, aceitei o convite com muita alegria, pois sempre acreditei e continuo
acreditando no progresso da Parapsicologia.
Cita-nos Zangari:
Apesar disso, no que diz respeito a certas vantagens universitárias, Zangari admite que existe uma "quase impossibilidade". Ou, em outras palavras, que existe uma
possibilidade, mesmo que remota ou remotíssima.
Afinal, não deixa de ser uma possibilidade. Pior seria se fosse uma
impossibilidade.
E argumenta:
“Por razões práticas e intelectuais prefiro a possibilidade que a "quase
impossibilidade", mas o colega é livre para escolher o contrário.”
Nossa resposta:
Eis outro trecho confuso e contraditório. Zangari havia afirmado que existia
uma “quase impossibilidade” e agora “por razões práticas e intelectuais” prefere “a
possibilidade que a “quase impossibilidade” e ainda diz que “o colega é livre para
escolher o contrário”“. E tudo isso, por razões práticas e intelectuais. É realmente uma
nebulosidade prática ou uma prática do nebuloso.
Cita-nos Zangari:
Pelo fato de a hipnose, os sonhos e o sonambulismo terem passado para o
campo da Psicologia, não quer dizer necessariamente que a ESP e a PK também
migrarão para o território daquela ciência.
E argumenta:
“Necessariamente não, mas provavelmente sim. Psi é considerado atualmen-te
como anomalia científica, como o eram aqueles fenômenos.”
Nossa resposta:
Depende do que se quer conceituar como anomalia científica. Há
parapsicólogos que substituíram o vocábulo paranormal pela palavra anômalo. E daí?
Qual o resultado prático desta mudança? Na nossa opinião, o que denominamos de
paranormal é o normal incomum, extraordinário. Não acreditamos que o paranormal,
um dia, passe a ser normalizado. É o mesmo que se pretender que os eventos
quânticos se comportem, um dia, como os fenômenos da Física Clássica. Na verdade,
a Parapsicologia está para a Psicologia como a Física Quântica está para a Fisica
Clássica.
Aliás, estas pretensões colonialistas não são incomuns entre os cientistas. Edward O. Wilson vaticinava que a Sociobiologia acabaria por abranger a Sociologia, a
Antropologia e a Psicologia, enfim, todas as ciências sociais e até a Filosofia.
É ainda importante lembrar que a Sociologia, a Antropologia e a Etnologia
possuem, praticamente, o mesmo objeto e, no entanto, os cientistas destas áreas não
vivem litigando entre si, para saber qual desta ciência deve absorver as demais.
Cita-nos Zangari:
Por outro lado, a hipnose, os sonhos e o sonambulismo não foram tão
importantes para a Pesquisa Psíquica e para a Metapsíquica como a telepatia, a
clarividência, a precognição, a telecinesia, o "poltergeist", as casas mal-assombradas,
as ditas materializações etc. Até o momento, pelo contrário, não há indícios de que isto
esteja acontecendo.
E argumenta:
“A migração está acontecendo. Livros texto de Psicologia, utilizados
amplamente em universidades, estão trazendo informações favoráveis em relação à psi.
Um exemplo é o Introduction to Psycho-logy (Atinkson et all, 1993) que traz uma
longa análise favorável das pesquisas ganzfeld e psi. Por outro lado, algumas das
principais revistas de Psicologia estão publicando artigos de estudos de psi, por
exemplo, o Psychological Bulletim, que pu-blicou um artigo de Bem e Honorton
sobre a evidência psi em ganzfeld.”
Nossa resposta:
Mais uma vez, Zangari não responde à objeção e coloca o ganzfeld, que é mais
uma ferramenta para a investigação da psi, como prova de que os fenômenos ESP
estão migrando para o campo da Psicologia. Ora, utiliza-se também a hipnose na
pesquisa ESP. Por ventura, a hipnose é uma ferramenta usada apenas por psicólogos?
Quais são os fenômenos PK que estão passando para o campo da Psicologia?
Zangari nem sequer tocou no assunto.
A Parapsicologia pode utilizar laboratórios de física na investigação dos
fenômenos de PK. Em razão disto, haverá o perigo de os fenômenos de PK migrarem
para a Física?
Cita-nos Zangari:
Esquece Zangari que o I.P.P.P. tem 25 anos de fundação e o nome de
psicobiofísica refletiu àquela época a nossa tentativa inicial e frustrada (...) Nem
também qualquer de nós se intitula de psicobiofísico, mas de parapsicólogo.
Logo, em relação ao I.P.P.P. esta crítica não tem fundamento.
E se explica:
Não foi uma crítica. Foi uma constatação.
Nossa resposta:
Constatação de um fato passado que não se aplica ao presente.
Cita-nos Zangari:
É muito instrutivo sabermos que os fenômenos de PK podem ser explicados
agora pela psicomotricidade. Deve ser, por certo, um sucedâneo da Super-Psi.
Como sentencia Zangari, o(a)s psicólogo(a)s, a partir desta hipótese, "poderão
dar conta do recado, tranquilamente, mas sempre com o auxílio de outras ciências".
Será que Zangari incluiria, entre essas outras ciências, a Parapsicologia, visto que, em
sua óptica, ela, em futuro, será absorvida pela Psicologia?
E argumenta:
“Afirmei que PK parece ter as mesmas características que os fenômenos
psicomotores e não que a psicomotricidade poderia explicar PK. Uma distração do
colega. Vejamos o que escrevi:
*Considero que psi (ESP + PK) parece ter uma natureza psicológica porque há
evidências *empíricas para afirmar assim. Somente pela Física? Meu professor de
Neurologia das Praxias *afirmou que os estudiosos desta área estão, cada vez mais,
afirmando que não existe *motricidade humana, mas psicomotricidade humana! Da
mesma forma parece ser PK, uma ação *humana, para "além" do corpo humano.
Evidentemente, há neurologistas interessados no modus *operandi, por exemplo, dos
núcleos da base, do cerebelo..., e das subestruturas nervosas, como as células de
Purkinje, etc, etc. Mas, "cada vez mais" percebe-se que todo este aparato funciona
*com certa "personalidade", com uma assinatura própria daquele indivíduo que,
apesar de possuir *as mesmas estruturas funcionais que todos os demais seres
humanos, o funcionamento de suas *estruturas é único! PK, parece-me, tem a mesma
característica. O(a)s psicólogo(a)s poderão dar *conta do recado, tranquilamente, mas
sempre com o auxílio de outras ciências.”
Nossa resposta:
Segundo Zangari, o seu professor de Neurologia das Praxias “afirmou que estudiosos desta área estão, cada vez mais, afirmando que não existe motricidade
humana, mas psicomotricidade humana”. E se afirma que “da mesma forma parece
ser PK uma ação humana, para “além” do cor-po.”
Qual a relação entre as duas coisas, ou seja, a psicomotricidade e a PK? Foi esta a nossa primeira impressão. Mas, logo adiante, Zangari parece estabelecer um vínculo entre a psicomotricidade e a PK, afirmando que possuem as mesmas
características.
Ora, se houve “distração” da nossa parte, esta decorreu da própria
nebulosidade da argumentação. Quando Zangari não quer ser claro, ele o é com
extrema maestria. Pode-se ainda compreender esta nebulosidade: afinal, Zangari não é
médico e por isso, não é competente para tratar de questões ligadas à Neurologia.
Cita-nos Zangari:
A conclusão de Zangari é sombria: a Parapsicologia seria desmembrada,
fragmentada, pulverizada, tornando-se matéria obrigatória das faculdades de
Psicologia, Física etc.
Chegamos, então, a um doloroso impasse. Ou continuamos minoria para
manter a Parapsicologia acanhada, mas vi-va. Ou nos tornamos maioria para a glória
masoquista de vê-la destruída e seus despojos devidamente repartidos entre as demais
ciências interessadas. Trata-se, na ver-dade, de uma cena espetacular de antropofagia
epistemológica.
Argumenta Zangari:
“O panorama é talvez pior. A Parapsicologia não seria desmembrada, seria
desnecessária. Deixaria de existir. Mas, o que é fundamental, os fenômenos psi seriam
investigados com todas as garantias a-cadêmicas e científicas que atualmente não
têm.”
Nossa resposta:
Uma vez mais, Zangari confirmou a sua fundamental descrença na
Parapsicologia. É um direito que lhe assiste aliar-se aos céticos da Parapsicologia. Só
com uma di-ferença: os céticos não se proclamam para-psicólogos.
Cita-nos Zangari:
Ótimo! Vê-se que não é necessário mitigar a atenção de cientistas de outras
áreas para se informarem sobre a fenomenologia psi. Se eles querem colaborar conosco
na investigação destes fenômenos, ótimo também. Porém, é necessário que se
esclareça a estes cientistas de outras áreas que somos parapsicólogos e que os
fenômenos psi são objeto de estudo da Parapsicologia. E também adotar o mesmo
procedimento junto à mídia. Zangari agiu assim?
E argumenta:
“Sim, sempre digo que, pelo menos por enquanto, a Parapsicologia é que
estuda esta classe de fenômenos e que, pelo menos por enquanto, os parapsicólogos
são os cientistas que os estudam.
Digo também que espero que cada vez mais estes fenômenos sejam integrados
à Psicologia e façam parte de seu escopo, como já parece estar acontecendo!”
Nossa resposta:
Eis uma confissão explícita e pública de Zangari, esclarecendo a cientistas de
outras áreas que, “pelo menos por enquanto, a Parapsicologia é que estuda esta classe
de fenômenos e que, pelo menos por enquanto, os parapsicólogos são os ci-entistas
que os estudam.”
E mais enfaticamente esclarece àqueles cientistas:
“Digo também que espero que cada vez mais estes fenômenos sejam integrados
à Psicologia e façam parte de seu escopo, como já parece estar acontecendo!”
Isto é que é um invejável serviço prestado a Parapsicologia por um...
parapsicólogo. Zangari é mesmo um parapsicólogo?
Cita-nos Zangari:
No final de seu longo arrazoado, Zangari muda um pouco o tom e a cor de sua
postura fundamental. Talvez uma piedosa concessão funcionando como
misericordioso analgésico para aliviar o clima de pessimismo sobre o sombrio futuro
da Parapsicologia. Ele admite um "futuro possível" para a Parapsicologia realizar-se
como ciência. Que bom! Por isso, louvamos o esforço de Zangari, que é muito maior
do que o nosso, pois luta por aquilo que não acredita, enquanto nós, confortavelmente,
lutamos por aquilo em que acreditamos. Zangari, por pragmático estoicismo e nós, por
romântico quixotismo.
E argumenta:
“Gosto dos românticos, mas não houve intenção de oferecer misericórdia
àquele que não se crê agonizante.”
Nossa resposta:
Zangari procura fazer de suas contradições um exercício dialético. Ora ele
prega que a Parapsicologia é uma ciência inviável, ora ele admite “um futuro possível”
para a Parapsicologia. Ele é um obstinado cultor do paradoxo.
Cita-nos Zangari:
Zangari diz que torce e trabalha firmemente para que a Parapsicologia seja
aceita plenamente como ciência. Que ciência ou colegiado científico tem competência
para decidir que determinada área do conhecimento constitui uma ciência? Isto não
aconteceu com nenhuma outra ciência. Por que deveria acontecer com a
Parapsicologia? Ademais, o que dá cientificidade a uma ciência não é a aprovação de
cientistas de outras áreas: ela se impõe como tal, pela utilização de disciplina.
E argumenta:
“Apenas ofereci um testemunho de quão abertos estão ao tema, e quão
fechados estão ao rótulo "parapsicologia". Estão dispostos a ouvir metodologia
científica adequada aos fenômenos que investiga.
Cochilou, novamente, o colega. Não vejo os colegas cientistas como os
detentores do poder de referendar a cientificidade de qualquer, sem preconceitos,
quando falam com alguém que não seja reconhecido, de imediato, como
parapsicólogo, falando de Parapsicologia. Depois de ouvirem e entenderem a
proposta, dizem que gostaram, mas, como eu, dizem isso é assunto que a Psicologia
deveria abraçar, mais intensamente. É uma questão de tempo e isso já está
acontecendo.”
Nossa resposta
É, justamente, neste ponto que o parapsicólogo deve demonstrar aos cientistas
de outras áreas, abertos ao tema da psi, como a Parapsicologia, na sua condição de
ciência, vem pesquisando os fenômenos paranormais. Zangari assim o fez?
Não diz Zangari onde foi que cochilamos. E o seu arrazoado seguinte é um
simples palavreado sem qualquer objetividade. Fraquezas da erística.
Cita-nos Zangari:
Zangari diz que faz o seu trabalho pela Parapsicologia "de forma particular" e
sempre que pode, "apresentando aos demais cientistas o que é a Parapsicologia." Por
que de "forma particular"?
E argumenta:
“De "forma particular" e "de forma organizada e social", diz o texto logo em
seguida. Extraído do contexto perde o sentido!”
Nossa resposta:
Depois de tudo o que Zangari disse, cabe-nos indagar qual o trabalho que ele,
realmente, faz pela Parapsicologia?. Talvez possamos entender que, “de forma
particular”, ele trabalhe pela Parapsicologia, mas “de forma organizada e social”, faça
o contrário.
Cita-nos Zangari:
Embora Zangari não acredite que esta aceitação "nunca aconteça de fato",
afirma que luta "para que isso aconteça". Reconheço que, neste ponto, Zangari se
apresenta com um quixotismo maior que o nosso, pois é capaz de lutar por aquilo que
não acredita. Não vejo por que tanto empenho de se levar o trabalho parapsicológico
para outras áreas científicas a fim de mendigar seu apoio. Isso me parece uma atitude
de reprovável subserviência intelectual. Devemos fazer um trabalho científico em
Parapsicologia e é a seriedade deste trabalho, alicerçado na metodologia científica, que
dará respeitabilidade e cientificidade à investigação parapsicológica. O que temos a
ver com o preconceito de cientistas de outras áreas? Por que lhes damos tamanha
importância, como se eles fossem indispensáveis para o progresso da Parapsicologia?
E argumenta:
“Não tenho qualquer garantia de que tal aceitação aconteça. Se ela vier a acontecer,
provavelmente serei incapaz de vislumbrá-la em vida. Assim, o único meio que me
resta de dialogar com aqueles que estudam cientificamente psi é através de certo
empenho de organização. Por outro lado, apesar de considerar a aceitação da
Parapsicologia como ciência de forma ampla algo difícil, creio que é fundamental que
os estudiosos de psi possam usufruir da opinião de pesquisadores de outras ciências
sobre nossas pesquisas. Assim acontece nas universidades. Assim, vejo que o diálogo
que não vejo comumente no Brasil (pelo menos) entre parapsicólogos e demais
cientistas, seria fundamental para o desenvolvimento da nossa compreensão de psi.”
Nossa resposta:
Em momento algum falamos em garantias para que tal aceitação aconteça. O
que, enfaticamente, afirmamos foi que não precisamos mendigar o apoio de cientistas
de outras áreas para realizar as nossas pesquisas parapsicológicas. Zangari, realmente,
procura usar de prestidigitação intectual para camuflar a inconsistência de sua
argumentação. Não é, portanto, à toa que ele é especialista também em mágica.
Cita-nos Zangari:
Ademais, por que este empenho de trazer cientistas de outras áreas para os
nossos congressos e eventos, a não ser que eles se mostrem realmente interessados
em conhecer a Parapsicologia e colaborar conosco na permuta de informações e
experiências?!
E argumenta:
“Não me preocupa que estejam interessados em Parapsicologia, mas que
estejam interessados em ajudar a compreender os fenômenos psi.”
Nossa resposta:
Claro. Claríssimo. Zangari não tem interesse pela Parapsicologia, mas pelos
fenômenos psi e seu empenho é direcioná-los para a Psicologia.
Cita-nos Zangari:
Isto quer dizer: aceita-se o fenômeno psi, desde que seja estudado à luz da
Psicologia, mas não se aceita a Parapsicologia que, por sua falta de credibilidade
acadêmica, torna também sem credibilidade o fenômeno psi. Ou seja: a Parapsicologia
é um estorvo para o estudo da psi e, por isto, eugenicamente, deve ser eliminada. Pois
bem, é nesta ocasião que o parapsicólogo deve mostrar o que é a Parapsicologia e não
fazer coro com os seus opositores e tratar os fenômenos psi na condição de psicólogo.
Se aqueles 2.000 psicólogos estavam dispostos a ouvir sobre fenômenos psi, por que se
perdeu a oportunidade de se falar sobre a ciência que os estuda, no caso, a
Parapsicologia? É assim que estamos trabalhando pela Parapsicologia?
E argumenta:
“Novamente, o colega parece pressupor mais do que compreender! O
testemunho serve para mostrar o interesse dos psicólogos em relação ao tema e de
porque considero que os fenômenos psi serão incorporados à Psicologia. Borges
pressupõe ao afirmar que fizemos coro com os opositores da Parapsicologia. Em
todas as nossas apresentação deixamos claro que é a Parapsicologia é que
tradicionalmente estuda tais fenômenos. Mas é importante lembrar que essas
oportunidades nos foram abertas porque não nos apresentamos, de imediato, como
parapsicólogos. Foi quando mudamos de estratégia que nossos trabalhos começaram
a ser aceitos.”
Nossa resposta:
Zangari é, inegavelmente, um mestre em contradições. Ele não acredita na
viabilidade da Parapsicologia, faz essa afirmação perante cientistas de outras áreas. E
protesta que é nossa pressuposição que ela integre o coro dos opositores da
Parapsicologia. Zangari deixou bem patente que não trabalha pela Parapsicologia, mas
pela compreensão dos fenômenos psi, os quais devem ser estudados pela Psicologia.
Ora, isto não é favorecer a causa dos opositores da Parapsicologia?
A posição de Zangari, no time da Parapsicologia, é realmente singular. Veste,
aparentemente, a camisa da Parapsicologia, mas não acredita na vitória do time e, em
algumas oportunidades facilita o jogo do adversário e chega até a fazer gol contra. Este
é um exemplo que se aplica bem ao caso.
Cita-nos Zangari:
Não sei que modo é este de lutar pela Parapsicologia, escondendo a sua
condição de parapsicólogo. Não sei que modo é este de lutar pela Parapsicologia,
procurando pesquisar os fenômenos psi em outra área científica que não a da
Parapsicologia. Vergonha de ser parapsicólogo e medo de perder status de cientista?
Não tenho qualquer status de cientista a perder.
E argumenta:
“Meu modo de lutar pelo estudo científico dos fenômenos psi é diferente do
apego "romantico" à Parapsicologia. Se tivesse vergonha de ser parapsicólogo não me
apresentaria como tal nos programas de maior audiência na televisão brasileira e nos
maiores e melhores congressos de Psicologia do país. A questão é como fazer isso,
aproveitando a oportunidade e tendo consciência de que a questão do reconhecimento
de psi, como afirmou James McLenon, é uma questão retórica e política além de
metodológica.”
Nossa resposta:
É preferível o apego “romântico” à Parapsicologia do que o modo “kamikase”
de “defendê-la”. Apresentar-se como parapsicólogo na televisão é realmente muito
corajoso. Nós o parabenizamos por isso. Mas, é preciso só um pouquinho de coragem
a mais: defender a Parapsicologia co-mo uma ciência em evolução e não como uma
ciência em extinção.
Cita-nos Zangari:
É realmente chocante ouvir uma declaração como essa, partida de um
parapsicólogo. Ao invés de esclarecer aos "donos do dinheiro" que era um
parapsicólogo, Zangari permitiu-se ficar na condição de "um pesquisador em Ciências
da Religião", sob o pretexto de despertar o interesse daqueles pelos fenômenos psi.
E argumenta:
“O nobre colega Borges parece não estar a par do processo de aquisição de
bolsas no país. Isto é uma pena, já que valeria a pena ter a experiência de ter algum
trabalho parapsicológico seu julgado por uma comissão de cientistas de outras áreas.
Os "donos do dinheiro" não sabem se sou ou não um parapsicólogo. Eles julgam um
projeto de pesquisa que lhes é encaminhado. Como candidato à bolsa, não posso
sequer conhecer quem foram os examinadores do projeto. Mas, é importante que o
colega saiba que o currículo que enviei aos "donos do dinheiro" está repleto de
informações quanto as minhas atividades parapsicológicas. O que interessava a eles
era saber da qualidade do projeto apresentado. O simples fato de eu estar fazendo um
curso de mestrado em Ciências da Religião, fez de mim um pesquisador dessa área.
Não houve o tal "pretexto de despertar o interesse daqueles pelos fenômenos psi"
mas estou consciente de que ser naquela altura um pesquisador em Ciências da
Religião facilitou as coisas. Tente, por exemplo, o IPPP pedir uma bolsa de pesquisa
para os órgãos de incentivo à pesquisa governamentais.”
Nossa resposta.
Novamente o argumento pragmático de Zangari. Só que sabemos que tal
empenho não é em favor da Parapsicologia, mas, sim, da pesquisa dos fenômenos psi
em outra área científica, no caso, a Psicologia.
Não há, no momento, interesse do IPPP em solicitar recursos para a pesquisa
parapsicológica a órgãos governamentais. Zangari já recebeu ajuda governamental
para suas pesquisas em Psicologia? O que podemos assegurar é que, um dia, se esta
possibilidade surgir, o IPPP não desperdiçará a feliz oportunidade e os fenômenos
paranormais serão estudados no campo a que eles realmente pertencem – o da
Parapsicologia.
Cita-nos Zangari:
Aliás, na oportunidade, desejaria saber quais são estas "Ciências da Religião" e
se a Religião, por acaso, se transmudou em Ciência. Seria bastante ilustrativo conhecer
de um pesquisador de tais singulares ciências a metodologia científica por elas
utilizada.Com todo o prazer.
E nos informa:
“Ciências da Religião é o nome dado ao conjunto das ciências que analisam o
fenômeno religioso de um ponto de vista científico. As tais "singulares ciências" são,
nada menos, que a Antropologia, a Sociologia, a Psicologia e outros saberes como a
Filosofia. A metodologia? A mesma empregada por tais "singulares ciências" ao
analisarem qualquer outro fenômeno.”
Nossa resposta:
Um colegiado de ciências, formando uma nova ciência não deixa de ser uma
singularidade, principalmente quando esta ciência colegiada estuda o fenômeno
religioso. E deste colegiado científico ainda faz parte a Filosofia.
Ora, um cientista de uma ciência colegiada deve ser, na verdade, um cientista
também singular.
Cita-nos Zangari:
Concordo plenamente com esta posição, desde que deixemos explícito em
nossas dissertações de mestrado e teses de dourado que os fenômenos psi são objeto
de estudo da Parapsicologia, o que não quer dizer que outras ciências não possam
também, numa área interdisciplinar, investigá-los, contribuindo, assim, para a própria
pesquisa parapsicológica e maior entendimento sobre a natureza desta fenomenologia.
E relembra, laconicamente, o que não é do seu estilo:
“Já comentei minha posição a respeito dessa questão.”
Nossa resposta, também lacônica, como é do nosso estilo:
Claro. A posição de Zangari não deixa dúvida a respeito.
Cita-nos Zangari:
Serão, por acaso, as Universidades que decidem se determinado ramo do
conhecimento é ou não científico? Logo, não é o selo ou a chancela acadêmica que irá
dar cientificidade à Parapsicologia, mas, sim, o trabalho realizado, mesmo com
enormes sacrifícios, pelos parapsicólogos realmente idealistas e que não visem
resultados imediatos e pragmáticos.
E argumenta:
“Concordo em parte. Meu idealismo está em ver psi integrado aos temas
discutidos nas universidades. Por que? Porque não conheço ambiente melhor que as
universidades para isso, tanto pelas questões práticas (local, equipamentos...) quanto
pela possibilidade de intercâmbio com colegas de outras disciplinas. Para conquistar
meu ideal estou sendo prático e tenho obtido resultados imediatos. Com isso, os
fenômenos psi têm conseguido espaço acadêmico e, apesar de eu acreditar na
possibilidade do fim da Parapsicologia no futuro, atualmente ela tem se beneficiado
com a estratégia adotada. Uma vez aberta a possibilidade, todos os acadêmicos
acabam por saber que a Parapsicologia é a ciência tradicionalmente estuda psi..."
Nossa resposta:
Na verdade, não vejo qualquer lucro para a Parapsicologia nesta estratégia
utilizada por Zangari, se ele apresenta trabalhos de investigação da psi no universo
acadêmico na condição exclusiva de psicólogo. Por que não declarar que é também
parapsicólogo e não apenas um psicólogo interessado neste tipo de fenômeno?
Cita-nos Zangari:
Recentemente recebemos convite da Fundação do Ensino Superior de Olinda FUNESO -, que, em breve, transformar-se-á em Universidade, para implantar um
Curso de Parapsicologia naquela instituição e já estamos adotando as primeiras
providências para a realização deste empreendimento.
E até nos estimula:
“Todas as oportunidades devem ser aproveitadas para que psi tenha espaço na
academia. Esta me parece uma grande oportunidade. Sucesso. Pelo menos enquanto a
Parapsicologia existir.”
Nossa resposta agradecida:
Eis uma questão de fé. Acreditamos. E com a mesma intensidade que Zangari
acredita, porém ao contrário.
Cita-nos Zangari:
"O que quero dizer é que é louvável lutarmos pela emancipação da
Parapsicologia e tentar fazer que ela ingresse na universidade. Continuemos a fazer
tudo isso." Se isto é sincero e não apenas uma gentileza dialética, por certo não
temos mais nada a discutir sobre o assunto.
A resposta é uma gentileza:
“Sempre tive e sempre terei imenso prazer em dialogar com Borges, uma das
principais forças de resistência da Parapsicologia no Brasil.”
E, por isso, retribuimos.
A recíproca é verdadeira. Mas, as nossas resistências são em direção contrária.
Brenio Onetto-Bächler (Chile)
Estimado Valter da Rosa Borges:
Concuerdo plenamente con Ud. respecto a lo que Ud. opina sobre el forodebate sobre la Parapsicología como Ciencia autónoma y no podría concebirla de
outro modo (cf. escribí al respecto ya en 1961 en el JP de Rhine rerspondiendo,al típico
epistemólogo antimetafísico de Michael Scriven, que también veía un "trend"
evaporativo en esta Ciencia).
De paso le felicito por su nombramiento en la PA Association como full
member. Creo que deberíamos proponer al prof. Naum Kreiman en un cargo similar
por sus meritos en el area EXPERIMENTAL de los fenómenos Psi.
Cordialmente suy . Dr.Brenio Onetto
Observação: Infelizmente, semanas após a participação de Brenio OnettoBächler, um dos mais prestigiados parapsicólogos iberoamericanos, tivemos a triste
notícia de seu súbito falecimento.
Wellington Zangari:
Esta será minha última contribuição para o debate estabelecido a partir dos
comentários de Borges às observações de Alvarado. Última não porque creia que o
debate não devesse continuar, mas porque ele está tomando uma direção para qual
não estou disposto a me dirigir. Enquanto o diálogo se estabelecia entre pontos de
vista diferentes, e até antagônicos, ele mereceu minha atenção, minhas reflexões, meu
tempo. Todos nós, latinos, somos levados, muitas vezes, a utilizarmo-nos de
estratégias retóricas as mais diversas, algumas mais apimentadas, outras mais brandas.
Como não temos como gesticular e alterar o tom de voz pela Internet, utilizamos, vez
ou outra, expedientes discursivos que visam ampliar nossas vias de expressão. Tais
expedientes são todos bem-vindos. Fazem parte da comunicação humana. Mas,
quando o diálogo sobre as idéias partem para o teritório do apelo ao ataque pessoal,
não há comunicação possível.
Rompe-se o tênue fio que nos liga à civilidade.
Borges, em suas mensagens, sobretudo a última delas, expõe, uma sua faceta a
que eu nunca tivera acesso, nem julgava existir em sua personalidade. Atacando-me,
pessoalmente (não apenas os meus argumentos como seria de esperar), de maneira
sórdida, despertou em alguns colegas (aos quais agradeço as mensagens de apoio)
indignação e pedidos para que me calasse diante de tal brutalidade por considerarem
absoluta perda de tempo continuar a usar meu tempo a responder a-gressões
infundadas. Em mim produziu-se consternação e pena.
Alguns exemplos dos ataques pessoais que Borges fez a mim podem ser lidos
abaixo:
* Zangari realmente procura usar de prestidigitação intectual para camuflar a
inconsistência de sua argumentação. Não é, portanto, à toa que ele é especialista
também em mágica.
* A posição de Zangari no time da Parapsicologia é realmente singular. Veste,
aparentemente, a camisa da Parapsicologia, mas não acredita na vitória do time e, em
algumas oportunidades facilita o jogo do adversário e chega até a fazer gol contra.
* Apresentar-se como parapsicólogo na televisão é realmente muito corajoso.
Nós o parabenizamos por isso. Mas, é preciso só um pouquinho de coragem a mais:
defender a Parapsicologia como uma ciência em evolução e não como uma ciência em
extinção.
* Ficou meridianamente claro que Zangari é apenas, estrategicamente, um
parapsicólogo e que pertence a sociedades de Parapsicologia apenas por conveniência
* Quando Zangari não quer ser claro, ele o é com extrema maestria.
* É um direito que lhe assiste aliar-se aos céticos da Parapsicologia. Só com
uma diferença: os céticos não se proclamam parapsicólogos.
* E mais enfaticamente esclarece àqueles cientistas: "Digo também que espero
que cada vez mais estes fenômenos sejam integrados à Psicologia e façam parte de
seu escopo, como já parece estar acontecendo!" Isto é que é um invejável serviço
prestado à Parapsicologia por um... parapsicólogo. Zangari é mesmo um
parapsicólogo?
* Zangari procura fazer de suas contradições um exercício dialético. Ora ele
prega que a Parapsicologia é uma ciência inviável, ora ele admite "um futuro possível"
para a Parapsicologia. Ele é um obstinado cultor do paradoxo.
* Depois de tudo o que Zangari disse, cabe-nos indagar qual o trabalho que ele
realmente faz pela Parapsicologia?. Talvez possamos entender que, "de forma
particular", ele trabalhe pela Parapsicologia, mas, "de forma organizada e social", faça
o contrário.
(Àqueles que não leram os comentários de Borges na íntegra, sugiro que leiam
para que não imaginem que os trechos acima foram retirados de seu contexto.)
Borges, questiona minha conduta como parapsicólogo; questiona minha
capacidade argumentativa; coloca-me entre os céticos da Parapsicologia; sustenta que
eu não tenho coragem para defender a Parapsicologia (nos termos em que ele crê que
deveria haver tal defesa); que pertenço às sociedades de Parapsicologia por
conveniência (sem explicitar qual seria esta conveniência); que sou paradoxal, etc, etc,
etc. Ali não estão presentes contra-argumentos aos argumentos que apresentei. Borges
não está dizendo apenas que meus argumentos são frágeis, como se poderia esperar de
alguém com opiniões diferentes, está dizendo que Zangari é cético; Zangari não tem
coragem suficiente; Zangari não é parapsicólogo...
Não serei eu a me defender apresentando minhas credenciais de parapsicólogo
ou de capacitação intelectual. Apenas cabe-me, segundo meus preceitos éticos,
repudiar tal atitude de Borges e augorar que a prática de tentativa de aniquilamento
daqueles que ousam pensar de maneira diferente não macule nossos esforços de
diálogo em elevado nível científico. Assisto estarrecido a esta conduta que não tenho
experimentado pessoalmente, nem ter visto ocorrer com outros, em minhas atividades
científicas na universidade.
Independentemente de minha indignação por ter sido atacado pessoalmente,
dirijo-me à comunidade científica que tem acompanhado o debate, para, uma vez
mais, explicitar, meu posicionamento em relação aos temas levantados por Borges.
Para não tornar a mensagem muito longa recopiando os argumentos e contraargumentos já apresentados, peço a gentileza de que os(as) interessados(as) tenham a
última mensagem de Borges em mãos para poder acompanhar a discussão.
Sobre a questão “objeto de estudo - exclusividade - autonomia”:
Não confundo, como afirma Borges, objeto de estudo com exclusividade.
Também é minha opinião de que há temas que interessam ao parapsicólogo e que são
objeto de estudo de outras ciências e que PSI é o objeto de estudo da Parapsicologia.
Concordo que este objeto de estudo é o que configura autonomia à Parapsicologia. A
diferença entre a posição de Borges e a minha está em que eu acredito (a partir da
compreensão histórica do estudo de psi que faço) que PSI deverá passar a ser objeto de
estudo da Psicologia. Esta “passagem” deverá ser gradual, não de chofre. Assim, a
Parapsicologia deixaria de existir. Borges defende a permanência de PSI como objeto
de estudo da Parapsicologia e, portanto, a permanência da Parapsicologia. Eu não vejo
problemas na dissolução da Parapsicologia, desde que PSI seja “reintegrado” à alçada
da Psicologia.
O que mais me interessa, enquanto interessado no estudo de PSI, é que PSI
seja estudado, seja pela Parapsicologia seja pela Psicologia ou qualquer outra ciência.
Minha posição é de que PSI deveria ter sido admitido como objeto de estudo da
Psicologia, já no início de seu estudo científico.
Mas, de fato, isso não ocorreu. Outros fenômenos (hipnose, sonhos,
sonambulismo...) tiveram o mesmo início, sendo marginalizados do estudo da
Psicologia. Atualmente, e de há muito, tais fenômenos já foram integrados à
Psicologia. Creio que o mesmo fim terá PSI. Não houve, na história da Psicologia,
qualquer “Onirólogo”, “Hipnólogo” ou “Sonambulólogo” ou mesmo Pesquisador
Psíquico que tenha feito qualquer argumentação para manter sua ciência
(Onirologia...) autônoma da Psicologia por considerar que aqueles fenômenos não
pertenciam ao escopo da Psicologia. Daí em diante, o máximo que poderíamos admitir
seria uma sub-disciplina da Psicologia, dedicada ao estudo dos sonhos, mas não uma
ciência autônoma. Implícito em meu posicionamento está que considero PSI
fenômeno psicológico.
Também deixei claro que lutarei pela Parapsicologia como ciência enquanto ela
existir, se é que deixará de existir como creio. Borges parece desconsiderar minha
posição explícita de que não há qualquer garantia de que realmente a Parapsicologia
deixe de existir apesar de minha compreensão pessoal da história da Parapsicologia e
de fenômenos anômalos. Ninguém vai cruzar os braços esperando que a
Parapsicologia deixe de existir. Borges parece suspeitar que eu desejo que a
Parapsicologia desapareça. Não se trata de desejo, mas, como disse muitas vezes, de
crença, baseada em minha compreensão histórica. Por outro lado, considero que, caso
isso realmente venha a ocorrer - que a Psicologia venha a ter PSI como objeto de
estudo, não vejo nenhuma dificuldade prática ou teórica. A história do estudo de PSI
terá como protagonista a Parapsicologia. Ninguém poderá desprezar a importância da
Parapsicologia em tratar científicamente PSI durante décadas (talvez séculos) até que
a Psicologia se encarregasse de PSI. A Psicologia terá que render sua gratidão a ela.
Em termos práticos, teremos centenas de milhares de instituições em todo o mundo
onde poderemos lecionar e pesquisar PSI, facilitando nosso trabalho e aumentanto a
chance de compreendermos mais rapidamente PSI.
Mais de uma vez mencionei que as diferenças entre Psicologia e Psiquiatria
residem na diferença de abordagens e não no objeto de estudo.
Borges afirmou que os fenômenos psicopatológicos seriam objeto de estudo da
Psiquiatria. Eu, como psicólogo, discordo. A Psiquiatria classicamente tem sustentado
modelos baseados em disfunções neurológicas para a compreensão dos fenômenos
psicopatológicos, enquanto a Psicologia tem oferecido modelos psicológicos. Dizer
que os fenômenos psicopatológicos se constituem em objeto de estudo da Psicologia E
da Psiquiatria não significa dizer que ambas são uma mesma ciência. Cada uma tem
uma abordagem específica, o que as caracteriza como ciências distintas.
Assim, não existirá, conforme a imaginação de Borges supõe que eu teria feito
supor, uma expansão da Psicologia a tal ponto de haver a eliminação da Psiquiatria, ou
a existência da figu-ra do psicólogo médico ou do médico psicólogo.
Talvez após exemplificar seu posicionamento utilizando-se de exemplos
relacionados à Psiquiatria e à Psicologia, Borges toma outras áreas como exemplo.
Borges parece contradizer seu maior argumento de que a Parapsicologia têm que
manter-se eternamente autônoma porque seu objeto de estudo é bem delimitado ao
afirmar que a Sociologia, a Etnologia e a Antropologia têm “quase o mesmo objeto de
estudo”. O argumento foi salvou pelo “quase”? Existe, por acaso “quase virgem” ou
“quase grávida”? Borges evoca, posteriormente, a presença da Astrologia e da
Astronomia para demonstrar como é importante demarcar o território de uma ciência
de outro que não é ciência. A argumentação demonstra-se frágil: Astrologia e
Astronomia têm o mesmo objeto de estudo? Se têm, então não haveria distinção entre
elas segundo o argumento de Borges, que sustenta que é a distinção territorial que
faria a distinção entre as diversas ciências.
Se não têm o mesmo objeto de estudo: onde estaria a distinção entre ambas
senão na abordagem, conforme sustento no caso da Psicologia e da Psiquiatria em
relação aos fenômenos psicopatológicos? No caso da abordagem da Astronomia
(abordagem científica) temos uma distinção muito nítida em relação à Astrologia. Para
alguém de fora da Psicologia e da Psiquiatria, como Borges, a distinção da abordagem
talvez não pareça tão clara!
Não posso compreender a afirmação de Borges de que eu entenderia que “a
compreensão de psi só se dará quando ele passar a ser objeto de estudo (ou
especialidade) da Psicologia”. Nunca fiz tal afirmação. Percorri novamente meus
comentários para verificar se eu havia cometido algum lapso, mas não pude encontrar
nada que pudesse validar tal observação. Em relação ao tema minhas idéias foram
apresentadas de maneira clara: apesar de eu vislumbrar uma crescente abertura da
Psicologia em relação a PSI e de acreditar que, um dia (talvez daqui há séculos!) a
Psicologia terá PSI como seu objeto de estudo, a Parapsicologia é a ciência que tem
PSI como objeto de estudo. Temos que desenvolver a Parapsicologia até o limite das
nossas possibilidades. PSI tem que continuar a ser estudado cientificamente.
Atualmente, e sabe-se lá por quantos séculos, a Parapsicologia tem esse papel.
Atualmente, somos nós, os(as) parapsicólogos(as) que temos tal atividade.
Desenvolver a Parapsicologia para mim significa aumentar nossa capacidade pessoal e
social para compreender os fenômenos PSI.
Paranormal - Anômalo:
Borges novamente parece negligenciar a história dos fenômenos hipnóticos,
sonambúlicos e oníricos. Estes eram considerados “paranormais” (ou anômalos). Não
são mais considerados assim segundo minha compreensão. E passaram a ser
“normais”. Assim, quando afirma que “Não acreditamos que o paranormal, um dia,
passe a ser normalizado”, nega a história. Assim, se há fenômenos que foram
considerados paranormais no passado não o são atualmente, porque PSI não poderá,
um dia, ser considerado “normal”? Não estou afirmando que o serão, estou deixando a
possibilidade aberta!
Ganzfeld - Hipnose - ESP - PK...:
Não apresentei ganzfeld como prova de que os fenômenos ESP estejam
migrando para a Psicologia, como supõe Borges. Apresentei algumas publicações
sobre Ganzfeld E PSI, não ganzfeld isoladamente. Ele mesmo transcreve o trecho em
que eu afirmo:
“Livros texto de Psicologia, utilizados amplamente em universidades, estão
trazendo informações favoráveis em relação à psi. Um exemplo é o Introduction to
Psychology (Atinkson et all, 1993) que traz uma longa análise favorável das pesquisas
ganzfeld e psi. Por outro lado, algumas das principais revistas de Psicologia estão
publicando artigos de estudos de psi, por exemplo, o Psychological Bulletim, que
publicou um artigo de Bem e Honorton sobre a evidência psi em ganzfeld."
Portanto, minha argumentação está baseada sobre as publicações, não sobre a
técnica ganzfeld (ou da hipnose) em outros contextos. Borges não deu sua opinião
sobre estas publicações: seriam elas desprezíveis, ou se constituiriam elas em uma
mudança (no sentido de abertura) da postura tradicional da Psicologia? Borges nada
comentou sobre o foco de minha argumentação.
Não mencionei PK porque não conheço, de fato, qualquer publicação
psicológica que tenha se ocupado, exclusivamente, dela. Mas há artigos em revistas de
Psicologia, Neurologia, Ciências Cognitivas... nos quais ESP e PK são tratados como
fenômenos psicológicos. Por exemplo, o artigo de Palmer e Rao, no Brain and
Behavioral Sciences. (Posso dar a indicação exata se alguém não conhecer o referido
texto) Mas, Borges não conhece tais publicações? Se as conhece, teria alguma razão
para desprezá-las? O que será que pensará delas? As publicações citadas não
merecem sua atenção? As considera de má qualidade e, portanto, não as julga
relevantes? Não concorda com os editores, com os autores? Nada disso foi comentado
por Borges.
IPPP - Psicologia Paranormal - Estudos da Consiciência - Fronteiras da Psicologia...:
Borges menciona apenas o fato de o IPPP manter tal nome por um erro de
percurso. Minha argumentação baseia-se em vários outros centros de pesquisa que não
têm o nome “Parapsicologia”. Borges não vê nisso uma tendência mundial? Seria
apenas uma coincidência? O que Borges pensa da argumentação dos parapsicólogos
que não colocam “Parapsicologia” no nome de seus institutos? Borges está a par de tal
argumentação? Borges nada disse sobre o foco de minha argumentação!
Psicomotricidade e PK:
Realmente não me sinto competente em Neurologia, ainda que esteja
estudando também essa área em meu doutoramento na Universidade de São Paulo.
Por isso, quando utilizei do exemplo da Neurologia, o fiz pelas palavras de um
Professor de Neurologia. O próprio Borges reedita a frase em que eu falo de meu
professor: “Meu professor de Neurologia das Praxias afirmou que os estudiosos desta
área estão, cada vez mais, afirmando que não existe motricidade humana, mas
psicomotricidade humana!” Apenas para aclarar o que Borges chamou de
“nebulosidade” da argumentação, de forma bem simples: os fenômenos motores, que
sempre foram considerados apenas como fenômenos de base orgânica, revelaram-se
aos neurologistas, como fenômenos também de natureza psicológica! Tudo isso
segundo meu professor. PK, parece-me, apesar de sua evidente manifestação no meio
ambiente, apresenta, segundo as evidências de pesquisas parapsicológicas, uma
natureza psicológica! Mas Borges nada comentou sobre o ponto fundamental de
minha argumentação a esse respeito, sobre a base psicológica de PK.
Bolsas governamentais?
Recebi uma bolsa governamental para desenvolver o seguinte projeto de
pesquisa: “Parapsicologia e Religião: a importância do estudo das experiências
parapsicológicas para uma compreensão mais abrangente dos fenômenos religiosos”,
que, aliás se constitui em minha dissertação de mestrado na PUC-SP, que teve na
banca de avaliação o Dr. Stanley Krippner, um parapsicólogo, que foi apresentado por
mim como tal, da mesma forma como me apresentei como tal, inclusive na
dissertação. (Nada mal para um cético da Parapsicologia!) A estratégia está na forma
de entrar na universidade. Não é necessário omitir que se é parapsicólogo ou que se
estuda Parapsicologia. Mas não existem recursos destinados à parapsicólogos, mas a
Psicólogos, cientista da religião, sociólogos..., que estudam temas parapsicológicos. A
estratégia está em como apresentar o projeto e de como obter os recursos, como já me
referi anteriormente.
Ciências da Religião
Borges compreendeu que as Ciências da Religião seriam “Um colegiado de
ciências, formando uma nova ciência não deixa de ser uma singularidade.”
Quem disse que se trata de “uma nova ciência”? Afirmei que é o conjunto de
ciências que têm a Religião como objeto de estudo.
Penso ter deixado clara minhas idéias. Independentemente deste debate, estou
disposto a trocar idéias com todos aqueles e aquelas que estiverem interessados em
discuti-las, opondo-se ou não a elas.
Valter da Rosa Borges:
Zangari propõe encerrar o debate e concordamos com ele embora, por motivos
diferentes: ele, por entender que sofreu ataques pessoais, incivilizados e sórdidos; nós,
por reconhecermos que as posições divergentes a respeito da Parapsicologia já
estavam claramente definidas e, a partir de agora, o debate se encaminharia,
inevitavelmente, para a repetição dos mesmos argumentos apenas sustentado por
variações sobre o temário.
O que nos surpreendeu foi Zangari ter interpretado veemência e ironia, recursos
utilizados na erística, como ofensas pessoais, mesmo reconhecendo que:
"Todos nós, latinos, somos levados, muitas vezes, a utilizarmo-nos de estratégias retóricas as mais diversas, algumas mais apimentadas, outras mais brandas.
Como não temos como gesticular e alterar o tom de voz pela Internet, utilizamos, vez
ou outra, expedientes discursivos que visam ampliar nossas vias de expressão. Tais
expedientes são todos bem-vindos."
Talvez tenhamos exagerado na pimenta, o que, por certo, desagradou ao
paladar de Zangari. Mas daí, afirmar que nós o atacamos pessoalmente, de maneira
sórdida, é um desabafo emocional e inconsistente que, por ser infundado, não merece
resposta. Será ofensa pessoal e sórdida argumentar que alguém é paradoxal, faz
prestiditação intelectual em sua argumentação, que sua argumentação é inconsistente,
que é um cético de sua própria ciência? Se não mudou a semântica, o vocábulo
"sórdido" é sinônimo de asqueroso, imundo, nojento, repugnante, torpe, vil, indigno,
indecente, obsceno, vergonhoso. São as nossas afirmações, apontadas por Zangari,
algo desse tipo? Acreditamos que se trata de um insólito recurso literário, porque
oriundo de uma pessoa normalmente tranqüila e cortez como Zangari.
O que nos surpreendeu foi a mudança de Zangari, o qual, até então,
considerávamos um dos grandes baluartes da Parapsicologia, quando ele deixou bem
claro que o que o interessava não era a Parapsicologia, mas o fenômeno psi e que este,
futuramente, seria objeto da Psicologia. Tratava-se, agora, de um Zangari diferente
daquele Zangari entusiasta e vibrante pela Parapsicologia, que nos causou profunda
impressão, quando ousadamente publicou a sua Revista Brasileira de Parapsicologia,
infelizmente não mais editada desde 1994. Questionamos, portanto, o que Zangari
atualmente faz pela Parapsicologia, com base no que ele próprio declarou, e não o que
ele fez, pois o seu trabalho passado é digno de louvor. E discordamos,
fundamentalmente, de sua estratégia e de sua descrença em relação à Parapsicologia.
De nossa parte, se um dia não mais acreditarmos na Parapsicologia como ciência, nós
a abandonaremos e não mais nos denominaremos de parapsicólogos, embora
continuemos como estudiosos dos fenômenos paranormais. Simples questão de
coerência.
Foi ainda com base nas próprias declarações de Zangari que aduzimos que ele
é, estrategicamente, um parapsicólogo, porque utiliza a Parapsicologia como um
modo conveniente de pesquisar psi, o que poderia fazê-lo na condição de psicólogo,
que parece ser a sua vocação maior.
Diz Zangari:
"Não posso compreender a afirmação de Borges de que eu entenderia que "a
compreensão de psi só se dará quando ele passar a ser objeto de estudo (ou
especialidade) da Psicologia". Nunca fiz tal afirmação. Percorri novamente meus
comentários para verificar se eu havia cometido algum lapso, mas não pude encontrar
nada que pudesse validar tal observação."
Havíamos comentado a seguinte afirmação de Zangari:
"Realmente minha posição é de que psi passará a ser objeto de estudo (ou de
especialidade) da Psicologia. Isso poderá trazer um enorme avanço na compreensão
de psi.
E ele nos respondeu:
"Isso é que creio ser importante: a compreensão de psi. Novamente utilizando
do exemplo de Borges, creio que ao defender a autonomia da Parapsicologia, faz
como se alguém estivesse propondo ou defendendo a autônoma de uma ciência
própria para o estudo dos fenômenos psi-copatológicos, uma ciência (Psicopatologia)
autônoma, o que me parece absolutamente descabido já que reconhecemos a natureza
psicológica tanto dos fenômenos psicopatológicos quanto dos fenômenos psi."
A nossa resposta, naquela ocasião, foi a seguinte:
Zangari não acredita no futuro da Parapsicologia e entende que o avanço da
compreensão da psi só se dará quando ela passar a ser objeto de estudo (ou de
especialidade) da Psicologia.
Mantemos, por isso, a nossa conclusão.
Ainda no mesmo parágrafo Zangari afirma:
"Em relação ao tema minhas idéias foram apresentadas de maneira clara:
apesar de eu vislumbrar uma crescente abertura da Psicologia em relação a PSI e de
acreditar que, um dia (talvez daqui há séculos!) a Psicologia terá PSI como seu objeto
de estudo, a Parapsicologia é a ciência que tem PSI como objeto de estudo. Temos
que desenvolver a Parapsicologia até o limite das nossas possibilidades. PSI tem que
continuar a ser estudado cientificamente. Atualmente, e sabe-se lá por quantos
séculos, a Parapsicologia tem esse papel. Atualmente, somos nós, os(as)
parapsicólogos(as) que temos tal atividade. Desenvolver a Parapsicologia para mim
significa aumentar nossa capacidade pessoal e social para compreender os fenômenos
PSI."
Felizmente, Zangari nos dá uma esperança: a Psicologia terá a psi como seu
objeto "talvez daqui a séculos".
Concordamos com Zangari quando ele declara:
"Temos que desenvolver a Parapsicologia até o limite das nossas
possibilidades. PSI tem que continuar a ser estudado cientificamente. Atualmente, e
sabe-se lá por quantos séculos, a Parapsicologia tem esse papel. Atualmente, somos
nós, os(as) parapsicólogos(as) que temos tal atividade."
Como a transferência da psi para a Psicologia pode durar séculos - se é que isto
ocorrerá - será realmente pragmático continuar a nossa atividade de parapsicólogos
sem divulgar para os cientistas de outras áreas que a Parapsicologia é uma ciência em
extinção. Afinal, nenhum de nós viverá séculos para conferir esta possibilidade.
Diz Zangari:
"Mas Borges nada comentou sobre o ponto fundamental de minha
argumentação a esse respeito, sobre a base psicológica de PK."
Não comentamos, porque não houve essa tal argumentação.
Diz Zangari:
"Borges menciona apenas o fato de o IPPP manter tal nome por um erro de
percurso. Minha argumentação baseia-se em vários outros centros de pesquisa que não
têm o nome "Parapsicologia". Borges não vê nisso uma tendência mundial? Seria
apenas uma coincidência? O que Borges pensa da argumentação dos parapsicólogos
que não colocam "Parapsicologia" no nome de seus institutos? Borges está a par de tal
argumentação? Borges nada disse sobre o foco de minha argumentação!"
Não mantivemos o nome do IPPP por um "erro de percurso", mas em razão da
própria história da instituição e isto, aliás, já foi dito.
Como o debate chegou ao fim, não teremos a oportunidade de conhecer a
argumentação dos parapsicólogos que não colocaram o nome "Parapsicologia" em
seus institutos. Esta "tendência mundial" é uma interpretação de Zangari que
mereceria um aprofundamento maior, visto que ele esquece o aumento extraordinário
de obras de Parapsicologia, evidenciando a crescente vitalidade desta ciência.
Diz Zangari:
"Portanto, minha argumentação está baseada sobre as publicações, não sobre a
técnica ganzfeld (ou da hipnose) em outros contextos. Borges não deu sua opinião
sobre estas publicações: seriam elas desprezíveis, ou se constituiriam elas em uma
mudança (no sentido de abertura) da postura tradicional da Psicologia? Borges nada
comentou sobre o foco de minha argumentação."
O fato de que livros textos de Psicologia são utilizados amplamente em
universidades e trazem informações e análises favoráveis em relação à psi e que
revistas de Psicologia publiquem artigos sobre psi não quer dizer que este fenômeno
esteja migrando para a Psicologia, mas evidenciando o interesse dos psicólogos por
ele, principalmente, em razão do emprego do ganzfeld.
Diz Zangari:
"Não mencionei PK porque não conheço, de fato, qualquer publicação
psicológica que tenha se ocupado, exclusivamente, dela. Mas há artigos em revistas de
Psicologia, Neurologia, Ciências Cognitivas... nos quais ESP e PK são tratados como
fenômenos psicológicos. Por exemplo, o artigo de Palmer e Rao, no Brain and
Behavioral Sciences. (Posso dar a indicação exata se alguém não conhecer o referido
texto) Mas, Borges não conhece tais publicações? Se as conhece, teria alguma razão
para desprezá-las? O que será que pensará delas? As publicações citadas não
merecem sua atenção? As considera de má qualidade e, portanto, não as julga
relevantes? Não concorda com os editores, com os autores? Nada disso foi comentado
por Borges."
Não se está negando que alguns fenômenos de PK possam ter um componente
psicológico, tal como o poltergeist. Mas eles também possuem um componente físico.
E daí? Por causa disto eles não são parapsicológicos? Zangari entende que psi é de
natureza psicológica. É este seu ponto de vista que o leva à crença de que os
fenômenos paranormais pertencem ao campo da Psicologia.
Finalmente, como também concordamos com o encerramento do debate,
comprometemo-nos, de nossa parte, a não voltar mais a tratar do assunto.
Wellington Zangari:
Caro Valter,
Fiquei feliz por receber sua mensagem na qual afirma não ter pretendido fazer
ataques pessoais a mim. Realmente meu paladar tem estado cada vez mais sensível a
toda sorte de "pimenta"! Ainda assim, espero ter o prazer de podermos comer juntos
um desses maravilhosos pratos típicos do nordeste em que o calor sempre se faz
presente.
Um fraternal abraço,
Wellington
Valter da Rosa Borges:
Caro Wellington:
Este calor nordestino não é apenas físico, mas afetivo e intelectual. As
divergências ideológicas, mesmo tratadas numa linguagem de sol a pino, não
ressecam e desidratam as relações pessoais.
O momento em que você e Fátima vierem ao Recife será sempre um motivo de
festejo para todos nós.
Fraternalmente,
Valter
ADENDO Nº 15
CÓDIGO DE ÉTICA DO PARAPSICÓLOGO
Resolução No 02/88
Cria o Código de Ética do Parapsicólogo
Art. 1°. O parapsicólogo, no exercício de sua atividade, será obrigado a se submeter as
normas do presente Código de Ética do Parapsicólogo.
Art.2°. As infrações cometidas pelo parapsicólogo serão processadas pelas Comissões
de Ética das Câmaras Especializadas e julgadas pelo Conselho Regional de
Parapsicologia(CONREP).
Art.3°. O parapsicólogo no exercício de suas atividades, obriga-se a:
a) dignificar a profissão;
b) observar as orientações metodológicas da ciência e da técnica;
c) servir à coletividade;
d) respeitar as atividades de seus colegas cumpridores deste Código de Ética;
e) respeitar as leis e as normas estabelecidas para o exercício da profissão, colaborando
com as instituições em tudo quanto visar ao engrandecimento da profissão de
parapsicólogo e desenvolvimento da parapsicologia como ciência.
Art.4°. São deveres do parapsicólogo:
I - empregar todo o seu zelo e diligência na execução de suas ocupações profissionais;
II - interessar-se pelo bem público e com tal finalidade contribuir com os seus
conhecimentos, capacidade e experiência para melhor servir à coletividade;
III - defender a profissão e prestigiar suas entidades representativas, sendo leal
observador de seus objetivos;
IV - defender a validade de estudos sérios, quer no campo teórico, quer no
experimental;
V - servir a coletividade, através da divulgação de esclarecimentos seguros, não
sectários, nem sensacionalistas;
Vl - zelar pela saúde e pelo resguardo dos interesses da pessoa humane em geral e do
paranormal em particular e, especialmente, quando objeto de experimentação;
VII - não criticar o exercício da atividade de outras profissões;
VIII - não cometer nem contribuir para que se cometam injustiças contra colegas;
IX - não praticar qualquer ato que direta ou indiretamente possa prejudicar legítimos
interesses de outros profissionais;
X - manter um sentido estritamente cientifico em polêmicas eventuais ou em
publicações de sua lavra, fugindo, em definitivo, de questões pessoais;
XI – selecionar, com critério e escrúpulo, os auxiliares para o exercício de suas
atividades:
XII - manter um constante interesse pelo progresso da ciência, seus métodos e
técnicas, dedicando seus esforços ao continuo aperfeiçoamento tecnico-científico de
suas atividades;
XIII - respeitar os compromissos assumidos em equipe de trabalho, observando sigilo
em relação aos casos, se assim for exigido pelas partes;
XIV - não ser conivente com erro e comunicar aos órgãos de fiscalização profissional e
ao CONREP as infrações legais e da ética que forem do seu conhecimento,
Art.5°. Deve o parapsicólogo considerar a sua profissão como alto título de honra e não
praticar nem permitir a prática de atos que comprometam a sua dignidade,
obrigando-se para isso a:
a) cooperar para o progresso da profissão, mediante o intercâmbio de informações
sobre conhecimentos e contribuições de trabalhos às escolas, associações de classe e
órgãos de divulgação técnica e Cientifica;
b) prestigiar as escolas, institutos e associações de classe, contribuindo, sempre que
solicitado, para o sucesso de suas iniciativas em proveito da parapsicologia, de seus
pro-fissionais e da coletividade;
c) não nomear nem contribuir para que se nomeiem pessoas que não tenham a
necessária classificação e habilitação profissionais para cargos rigorosamente técnicos;
d) não subscrever, não expedir, nem contribuir para que se expeçam títulos, diplomas,
licenças ou atestados de idoneidade profissional, senão a pessoas que preencham os
requisitos indispensáveis para a habilitação e registro exigidos pelo CON-REP e de
conformidade com a Resolução n° 017/88 de 12/03/1988;
e) exercer o trabalho profissional com lealdade, dedicação e honestidade para com os
seus clientes, alunos e empregados;
f) colocar-se a par da legislação que rege o exercício profissional da Parapsicologia, visando a cumpri-la corretamente e colaborar para o seu avanço e aperfeiçoamento;
g) procurar colaborar com os órgãos incumbidos da aplicação da regulamentação do
exercício profissional e promover, pelo seu voto, nas entidades de classe, a melhor
composição daqueles órgãos.
Art.6°. Obriga-se o parapsicólogo a atuar dentro da melhor técnica e do mais elevado
espírito público, devendo, quando con- sultor, limitar seus pareceres às matérias
especificas que tenham sido objeto da consulta, observando:
a) na qualidade de consultor, perito ou ár-bitro independente, agir com absoluta imparcialidade e não adotar considerações de ordem pessoal;
b) não atuar como consultor, sem o conhecimento dos profissionais encarregados
diretamente do serviço;
c) não atuar como consultor, assessor ou responsável por entidades da mesma ou de
outra região, sem ter pleno conhecimento das atividades, pessoas e objetivos das
entidades diretamente envolvidas;
d) proclamar-se detentor de títulos, funções e qualificações, que não possua,
comprovadamente, em parapsicologia.
Art.7°. Obriga-se o parapsicólogo a atuar dentro da metodologia científica em geral e
da parapsicologia em particular, sendo-lhe vedado:
a) detratar doutrinas filosóficas ou religiosas, seitas ou cultos praticados no país ou no
exterior em nome da parapsicologia;
b) servir-se de prestidigitação, truques ou fraudes em pesquisas, sob qualquer forma
ou objetivos, excetuando-se e, mesmo assim, expressamente declarados, em salas de
aula, no interesse didático e em exposições e palestras públicas, com o fim de mostrar
a diferença entre o fantasioso e o real;
c) deixar de citar, com fidelidade, as fontes de consulta às quais recorrer;
d) apoiar, direta ou indiretamente, os que façam mau uso da parapsicologia.
Art.8°. Obriga-se, finalmente, o parapsicólogo a atuar na defesa de estudos sérios, quer
no campo teórico, quer no campo experimental:
a) zelando pelo bom conceito da parapsicologia como ciência a que se dedica;
b) mantendo um sentido estritamente cientifico nos debates e discussões em torno de
temas e questões nas palestras e publicações, evitando, em definitivo, qualquer aspecto
que envolva questões pessoais;
c) mantendo uma contínua atitude de progresso, esforçando-se pelo aperfeiçoamento
tecnico-científico da parapsicologia.
Art.9°. Nas relações com a coletividade é vedado ao Parapsicólogo:
a) praticar ou permitir a pratica de atos que, por ação ou omissão, prejudiquem, direta
ou indiretamente, a saúde em geral e da pessoa humana paranormal, objeto de
experimentação;
b) servir-se de aptidões paranormais para espetáculos de evidente interesse
comercializante ou recreativo;
c) exercer a clínica ou outros tipos de terapêutica alternativos, em nome da
parapsicologia, sem ter a devida qualificação profissional médica, odontológica ou
psicológica;
d) servir-se de aptidões paranormais com fins danosos a terceiros, sejam estes pessoas
ou instituições;
e) deixar de cumprir as obrigações assumidas em grupo, perante associações de classe,
institutos, escolas, especialmente nas pesquisas do paranormal e exposições com fins
didáticos;
f) aliciar sensitivos em detrimento de outros grupos de trabalho;
g) discriminar credo, raça, religião, sexo, posição social, econômica ou política;
h) recusar, a não ser por motivo relevante, assistência profissional a quem dela
necessitar;
i) acobertar, por qualquer forma, o exercício ilegal da profissão ou acumpliciar-se, direta ou indiretamente, com quem o praticar;
j) valer-se de mandato eletivo ou administrativo em proveito próprio, ou para obtenção
de vantagens ilícitas.
Art.10 Deve o parapsicólogo interessar-se pelo bem público e, com tal finalidade,
contribuir com os seus conhecimentos, ca-pacidade e experiência para melhor servir a
coletividade, devendo para isso:
a) cooperar para o progresso da coletividade através do seu concurso intelectual e
material no que se refere às obras de cultura, ilustração técnica e investigação
científica;
b) despender o melhor dos seus esforços no sentido de auxiliar a coletividade na
compreensão correta dos aspectos técnicos e científicos relativos à profissão do
parapsicólogo.
Art.11 Nas relações com os seus colegas, o parapsicólogo não poderá:
a) criticá-los em público por razões de ordem profissional;
b) prejudicar, de maneira falsa ou maliciosa, direta ou indiretamente, a reputação, a
situação ou atividade de um colega;
c) apresentar denúncia, verbal ou escrita, formal ou informalmente, sem possuir elementos comprobatórios capazes de justificá-la;
d) criticar de modo desleal as determinações do CONREP;
e) criticar de maneira desleal o trabalho de outro profissional.
f) omitir-se em favor de colega correto e honesto que esteja sendo acusado,
contribuindo com sua omissão que se cometa uma injustiça;
g) concorrer para que se aproveitem de idéias, projetos ou trabalhos de autoria de
outros profissionais, sem a necessária citação ou autorização expressa;
h) substituir profissional em trabalho já iniciado, sem o seu prévio conhecimento;
i) corrigir ou rever o trabalho de outro profissional, salvo com o seu consentimento;
j) angariar clientes através da renúncia parcial ou total de honorários ou do
descumprimento de determinação legal ou de resoluções do CONREP.
Art.12 Deve o parapsicólogo manter-se a par da legislação que rege o seu exercício
profissional, visando cumpri-la correta-mente e colaborar para a sua atualização e
aperfeiçoamento, cabendo-lhe assim:
a) seguir e difundir a legislação vigente, prestigiando e defendendo o legítimo
exercício da profissão;
b) apresentar sugestões através dos órgãos incumbidos da aplicação da lei e da
regulamentação do exercício profissional
Art.13 Das relações com o CONREP, obriga-se o parapsicólogo a observar os
seguintes princípios:
a) cumprir, integral e fielmente, obrigações e compromissos assumidos mediante
contratos e outros instrumentos, por ele, visados e aceitos;
b) cumprir os atos e resoluções baixados pelo CONREP;
c) favorecer e facilitar os representantes do CONREP, de associações de classe ou
outro órgão profissional, quando no exercício de suas funções ou de mandato eletivo;
d) prestar informações corretas que, a respeito do exercício profissional, forem a ele
solicitadas,
Art.14 É licito ao Parapsicólogo.
I- adotar e expressar os seus pontos de vista próprios quanto a princípios filosóficos e
religiosos inerentes às diversas correntes, desde que não firam os artigos 6° e 7° deste
Código de Ética;
II - defender-se, equilibradamente, de críticas de sentido pessoal ou profissional que
lhe sejam feitas;
III- relacionar títulos pessoais ou de trabalhos realizados, além de conceitos a seu
respeito emitidos, com a finalidade de i- dentificar-se.
Art.15 O estudante de parapsicologia conhecerá os termos do presente Código de Ética
ao qual se submete, enquanto não interromper o curso.
Art.16 Por extensão, e no que couber, aplicar-se-á o presente Código de Ética aos
provisionados, licenciados ou favorecidos por registro temporário brasileiro ou
estrangeiro, a partir da data da solicitação, pelo interessado, ao respectivo Conselho
Regional.
Art.17 O profissional condenado por sentença criminal, definitivamente transitada em
julgado, por crime praticado no uso do exercício da profissão, ficará suspenso da
atividade profissional enquanto durar a execução da pena.
Art.18 O CONREP baixará resoluções e normas para a apuração das faltas éticas, as
infrações cometidas polo profissional no desempenho de suas atividades e aplicação
das penalidades cabíveis pela violação deste Código de Ética.
ADENDO Nº 16
CONSELHO REGIONAL DE PARAPSICOLOGIA (CONREP) DE
PERNAMBUCO
DIRETORIAS
1985 a 1986
Presidente: Valter da Rosa Borges
Secretário: Ivo Cyro Caruso
Tesoureiro: Selma Rosa Borges
Vogal: Ronaldo Dantas Lins Filgueira
1986 a 1990
Presidente: Valter da Rosa Borges
Vice-Presidente: Ronaldo Dantas Lins Filgueira
Secretário: Ivo Cyro Caruso
Tesoureiro: Luiz César Leite
1990 a 1994
Presidente: Ivo Cyro Caruso
Vice-Presidente: Valter da Rosa Borges
1o Secretário: Júlia Soares da Silva
2o Secretário: Ronaldo Dantas Lins Filgueira
Tesoureiro: Luiz César Leite
1994 a 1997
Presidente: Jalmir Freire Brelaz de Castro
Vice-Presidente: Terezinha Acioli Lins de Lima
1o Secretário: Erivam Félix Vieira
2o Secretário: Maury Ribeiro da Silva
Tesoureiro: Luiz César Leite
1997 a 2000
Presidente: Jalmir Freire Brelaz de Castro
Vice-Presidente: José Fernando Pereira
Secretário Geral: Erivam Félix Vieira
1o Secretário: Maury Ribeiro da Silva
1o Tesoureiro: Luiz César Leite
2o Tesoureiro: Amaro Geraldo de Barros
Secretário para o Estado do Ceará: José Eldon Barros de Alencar

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