Várias etapas descritas no “Livro dos mortos” (caminho até à

Várias etapas descritas no “Livro dos mortos”
(caminho até à imortalidade)
Após a morte e a mumificação, seguia-se o cortejo funebre que era uma espécie de mudança
de casa. Realizava-se uma procissão em que seguiam o sarcófago e a múmia transportados
por um carro de bois. Atrás iam familiares, um conjunto de sacerdotes responsáveis pelas
liturgias funebres, os carregadores com os bens que iam ser levados para o túmulo (mobiliário,
vestuário, alimentos), dançarinos e as carpideiras. Este cortejo era uma manifestação de
poder.
Junto ao túmulo realizavam-se os rituais de reanimação da múmia, que consistia no restaurar
do uso dos sentidos para que o defunto pudesse respirar e comer no além. Procedia-se, para
esse efeito, à cerimónia de «abertura da boca» realizada pelos sacerdotes sobre o corpo
mumificado. Com uma série de instrumentos simbólicos tocavam na boca, no nariz, nos olhos
e nas orelhas do defunto.
Figura 1: Abertura da boca
Foto: British Museum
Antes de fechar a múmia no túmulo era feito um grande banquete.
Na passagem para o além o defunto teria de passar pelo processo de pesagem do coração.
As ilustrações do Livro dos Mortos mostravam que o coração era pesado no prato direito de
uma balança, sendo que no esquerdo estava uma pluma de avestruz, o símbolo de Maat, que
significava divindade.
Se os pratos estivessem equilibrados, o defunto era considerado justo e seria acompanhado
até à sua última morada. Se o coração, que simbolizava a consciência, pesasse mais do que a
pena o defunto era considerado impuro e seria devorado por um ser chamado Ammut.
Figura 2: Pesagem do coração
Foto: Eternal Egypt: Masterworks of Ancient Art
from the British Museum by Edna R. Russmann
Fontes: Rogério Sousa, investigador do CITCEM
“As técnicas de mumificação no Egipto antigo eliana laborinho”, de Eliana Laborinho:
http://metacritica.ulusofona.pt/Arquivo/metacritica3/pdf3/eliana_laborinho.pdf