Diagnóstico precoce salva 98% das vítimas de aneurisma
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Diagnóstico precoce salva 98% das vítimas de aneurisma Resultado da malformação de uma artéria cerebral, o aneurisma é uma doença que afeta 6% da população mundial, embora nem todos apresentem sintomas. O principal e mais grave deles é quando há uma ruptura que provoca hemorragia cerebral, popularmente conhecida como derrame cerebral. De acordo com o neurocirurgião Atos Alves de Souza, o aneurisma pode se manifestar em qualquer idade, mas é mais freqüente a partir dos 40 e 50 anos, atingindo mais as mulheres. É muito raro acometer crianças e, abaixo dos 20 anos, apenas 1% das pessoas têm hemorragia por aneurisma. Coordenador do Departamento de Neurocirurgia da Santa Casa e do Hospital Lifecenter, Alves de Souza explica que, quando há hemorragia cerebral por aneurisma, 70% dos pacientes morrem ou ficam com seqüelas. "Quando o quadro é diagnosticado antes da hemorragia e revertido com a cirurgia, a cura é de 98%", afirma. O principal sintoma é uma dor de cabeça súbita muito forte, diferente de todas as outras que a pessoa já teve na vida. Trata-se de uma dor persistente, que não passa com analgésico, sendo às vezes seguida de enjôo ou vômito. O aneurisma cerebral pode ser adquirido ao longo da vida, mas há também o histórico familiar. Segundo Atos de Souza, numa família em que duas ou mais pessoas tiveram aneurisma, é 20% maior a chance de outros membros desenvolverem a doença. Outros fatores de risco são a hipertensão arterial, colesterol elevado, diabetes, fumo e mulheres que fazem uso de hormônio. Orlando Maia, coordenador do Departamento de Neurocirurgia Endovascular do Hospital São José do Avaí, de Itaperuna (RJ), compara o aneurisma à câmara de um pneu de carro: "Quando cria um ovo na câmara, o pneu fica fragilizado. O mesmo ocorre na artéria cerebral que se dilata e fica fragilizada. Se ocorre vazamento de sangue, o risco de morte é grande e, quando o paciente apresenta dois ou mais episódios de hemorragia do aneurisma cerebral, o quadro é muito mais grave". Intervenção De acordo com Alves de Souza, 30% das pessoas morrem na primeira hemorragia, e algumas não conseguem nem chegar ao hospital. "Quando o aneurisma é detectado antes de se romper, por ressonância ou tomografia computadorizada do crânio, o índice de sucesso é de 98%", ressalta. "Mas, quando já houve hemorragia, se o paciente for um bom candidato à cirurgia, a chance de sucesso é de 33%." O importante, segundo ele, é conhecer os sintomas para intervir o mais rápido possível e aumentar as chances de sucesso. Não há tratamento clínico, só cirúrgico. No procedimento clássico, abre-se o crânio e introduz um clipe metálico no local do aneurisma. Já o tratamento endovascular, também conhecido como embolização, preenche o aneurisma com micromolas e evita os sangramentos, que podem ser fatais. "O método de embolização permite que o paciente receba alta hospitalar em dois dias, enquanto o procedimento tradicional exige sete dias de internação, em média", explica Orlando Maia. Esse procedimento é indicado até nos casos mais graves, já que é feito com anestesia local, sem cortes, reduzindo o tempo de internação e diminuindo o risco de infecção. A cirurgia é feita pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em Belo Horizonte, a Santa Casa é um dos maiores centros de referência no país. Um quarto das cirurgias endovasculares de aneurisma no Brasil são realizadas no Hospital São José do Avaí, no norte fluminense. O hospital, também nacional, inaugurou uma nova UTI, com capacidade para 80 pacientes. Referência.
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