- Mestrado em Horticultura Irrigada

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- Mestrado em Horticultura Irrigada
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA (UNEB)
Pró-reitoria de Pesquisa e Ensino de Pós-graduação (PPG)
Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais (DTCS)
Programa de Pós-Graduação em Horticultura Irrigada - Mestrado (PPHI)
ALMIR ROGERIO EVANGELISTA DE SOUZA
PRODUÇÃO E QUALIDADE DE CACHOS DA VIDEIRA CV.
CRIMSON SEEDLESS SOB AÇÃO DE BIORREGULADORES
JUAZEIRO
BAHIA - BRASIL
2013
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA (UNEB)
Pró-reitoria de Pesquisa e Ensino de Pós-graduação (PPG)
Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais (DTCS)
Programa de Pós-Graduação em Horticultura Irrigada - Mestrado (PPHI)
ALMIR ROGERIO EVANGELISTA DE SOUZA
PRODUÇÃO E QUALIDADE DE CACHOS DA VIDEIRA CV.
CRIMSON SEEDLESS SOB AÇÃO DE BIORREGULADORES
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Horticultura Irrigada da
Universidade
do
Estado
da
Bahia
(PPHI/DTCS/UNEB), como parte do requisito
para a obtenção do título de Mestre em
Agronomia.
Área
de
Concentração:
Horticultura Irrigada.
Orientador: Prof. Dr. João Domingos Rodrigues
Juazeiro - BA
2013
Souza, Almir Rogério Evangelista de
Produção e qualidade de cachos da videira CV Crimson Seedless
sob ação de biorreguladores. / Almir Rogério Evangelista de Souza Juazeiro, 2013.
82 f. il.
Orientador: Profº Dr. João Domingos Rodrigues
Dissertação (Mestrado em Horticultura Irrigada) -Universidade do
Estado da Bahia - Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais ,
Campus III, 2013.
Bibliografia
1. Uva - cultivo 2. Uva - produção 3. Reguladores vegetais
I. Rodrigues, João Domingos II. Universidade do Estado da Bahia Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais III. Título.
CDD 634.8
``Permitida a cópia total ou parcial deste documento, desde que citada a fonte – O autor´´
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA
BIBLIOTECA DO DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIAS E CIÊNCIAS SOCIAIS
DTCS/UNEB
CERTIFICADO DE APROVAÇÃO
ALMIR ROGERIO EVANGELISTA DE SOUZA
PRODUÇÃO E QUALIDADE DE CACHOS DA VIDEIRA CV.
CRIMSON SEEDLESS SOB AÇÃO DE BIORREGULADORES
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Horticultura Irrigada da
Universidade do Estado da Bahia (PPHI/
DTCS/UNEB), como parte do requisito para a
obtenção do título de Mestre em Agronomia.
Área de Concentração: Horticultura Irrigada.
Aprovado em: 21/03/2013
Comissão Examinadora
__________________________________________
Prof. Dr. João Domingos Rodrigues
Universidade Estadual Paulista (IBB/UNESP) (Orientador)
__________________________________________
Prof. Dr. Valtemir Gonçalves Ribeiro
Universidade do Estado da Bahia (DTCS / UNEB)
__________________________________________
Prof. Drª. Ana Elisa Oliveira dos Santos
Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IF-SERTÃO-PE)
Aos meus pais (Manoel & Noêmia), que, com simplicidade, muito amor e sabedoria, me ensinaram com
dignidade e honradez, a saber, valorizar todas as coisas as quais fui contemplado na vida. Aos meus
amores de uma vida inteira (Denise Souza) e (Albert Souza). E aos meus irmãos, cunhadas,
sobrinhas, tios (as) e primos(as) pela grande força e incentivos para que chegasse até aqui.
DEDICO
IV
Agradecimentos
Prioritariamente, agradeço a DEUS, por todas as dádivas concedidas e por me conduzir e abençoar dia após
dia.
Agradeço ao prof. Dr. João Domingos Rodrigues pelo auxílio intelectual, material e pelas orientações recebidas.
Ao Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais, Campus III da UNEB representado pelo prof. Dr. Ruy
de Carvalho Rocha pelo suporte disponibilizado de transportes, recursos humanos e vários materiais na
elaboração deste trabalho.
Ao programa de Pós-Graduação em Horticultura Irrigada, mais especificamente aos professores, Dr. Manoel
Abílio de Queiroz e Dr. Carlos Alberto Aragão por todo o auxílio na execução deste e publicação de outros
trabalhos.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível superior (CAPES), pelo suporte financeiro. E à
empresa Stoller do Brasil Ltda., pelo suporte com os produtos utilizados.
À empresa Nova Fronteira Agrícola S/A em especial ao gerente Alison Araújo de Souza pela confiança, apoio
e acolhimento na execução deste trabalho (área de produção assim como todo o recurso humano e material
necessário).
Ao prof. Dr. Valtemir Gonçalves Ribeiro pelo dispêndio de tempo que incansavelmente nos auxiliou.
A todos os professores do programa PPHI/UNEB pela dedicação e apoio os quais conjuntamente contribuíram
para nosso crescimento intelectual e profissional.
Aos meus amigos(as) que não pouparam dias/noites para auxilio em todas as fases da execução deste e outros
trabalhos assim como pelas coversas descontraídas: Rerison Magno, Flávio Bastos, Daniela Alves, Loana
Cerqueira, Marlon Jocimar, Monte Santo, Marcelo Araujo, Bruno Augusto, Rodrigo Borges... agradeço
muito a Deus por todos vocês.
Ao pessoal dos laboratórios de sementes e olericultura pelo suporte de materiais e espaço físico.
A todos os pesquisadores que dedicaram parte de sua vida na execução de tantos trabalhos voltados a
fruticultura, mais especificamente àqueles voltados à viticultura de clima tropical, os quais serviram de base na
execução de mais essa investigação científica. “sobre os ombros de gigantes” (Newton 1672).
A todos, que de uma forma ou de outra nos auxiliaram na execução do mesmo, os meus eternos agradecimentos.
V
Aconteceu aos verdadeiros sábios o que se verifica com as espigas de trigo, que se erguem orgulhosamente
enquanto vazias e, quando se enchem e amadurece o grão, se inclinam e dobram humildemente. Assim esses
homens, depois de tudo terem experimentado, sondado e nada haverem encontrado nesse amontoado considerável de
coisas tão diversas, renunciaram à sua presunção e reconheceram a sua insignificância.
[...] Quando perguntaram ao homem mais sábio que já existiu o que ele sabia, ele respondeu que a única coisa
que sabia era que nada sabia. Sua resposta confirma o que se diz, ou seja, que a mais vasta parcela do que
sabemos é menor que a mais diminuta parcela do que ignoramos. Em outras palavras, aquilo que pensamos saber
é parte – e parte ínfima da nossa ignorância.
MONTAIGNE (1592)
VI
SUMÁRIO
Página
LISTA DE TABELAS...............................................................................................IX
LISTA DE FIGURAS................................................................................................X
RESUMO..................................................................................................................1
ASTRACT.................................................................................................................2
1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................3
2. Revisão de Literatura...........................................................................................6
2.1 Panorama da viticultura no Semiárido brasileiro.........................................6
2.2 Características botânica e fisiológica da videira..........................................8
2.3 Característica do cultivar estudado...........................................................12
2.4 Utilização de reguladores vegetais na viticultura.......................................17
2.5 Giberelinas.................................................................................................14
2.6 Citocininas.................................................................................................16
2.7 Auxinas......................................................................................................20
2.8 Biorreguladores..........................................................................................22
3. Objetivos............................................................................................................23
4. MATERIAL E METÓDOS...................................................................................25
4.1 Área experimental......................................................................................25
4.2 Reguladores vegetais utilizados e composições.......................................27
4.2.1 Ácido giberélico.......................................................................................28
4.2.2 Biorregulador – Stimulate®......................................................................29
4.2.3 Citocininas sintéticas, purínicas e não purínicas....................................29
4.3 Tratamentos avaliados no experimento.....................................................30
4.4 Variáveis analisadas..................................................................................32
4.5 Delineamento experimental e análise estatística......................................34
VII
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO.........................................................................35
5.1 Massa, comprimento e largura dos cachos na colheita...................................35
5.2 Massa, diâmetro e comprimento das bagas na colheita..................................39
5.3 Relação comprimento / diâmetro (C/D) das bagas, massa seca (MS) do
engaço e produtividade na colheita da ‘Crimson Seedless’...................................43
5.4 Análises físico–químicas das bagas................................................................49
6. CONSIDERAÇÕES GERAIS.............................................................................52
7. CONCLUSÃO.....................................................................................................53
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................54
APÊNDICES...........................................................................................................76
VIII
LISTA DE TABELAS
Página
01. Dados de temperatura, umidade relativa, precipitação, evapotranspiração
(Eto) e velocidade do vento registrado nos dias das quatro aplicações dos
reguladores vegetais no ensaio experimental. Embrapa semiárido, Estação
Agrometeorológica de Mandacaru - BA, Juazeiro/BA, 2012..................................26
02. Descrição da utilização dos reguladores vegetais em aplicações isoladas e
combinadas a que foram submetidos os cachos da uva “Crimson Seedless” em
diferentes épocas de aplicação, na região do Submédio Vale do Rio São
Francisco, Juazeiro/BA, 2012................................................................................31
03. Massa da matéria fresca do cacho (g), comprimento e largura do cacho (mm)
de videira ‘Crimson Seedless’ (Vitis vinifera L.) submetida a diferentes tratamentos
com reguladores vegetais. Juazeiro/BA, 2012.......................................................35
04. Massa de baga (g), comprimento e largura de baga (mm) de videira ‘Crimson
Seedless’ (Vitis vinifera L.) submetida a diferentes tratamentos com reguladores
vegetais.
Juazeiro/BA, 2012..................................................................40
05. Relação comprimento / diâmetro das bagas e massa seca do engaço de
videira ‘Crimson Seedless’ (Vitis vinifera L.) submetida a diferentes tratamentos
com reguladores vegetais. Juazeiro/BA, 2012.......................................................44
06. Teor de sólidos solúveis (SS), acidez titulável (AT) e relação sólidos
solúveis/acidez titulável (ratio), de bagas de uva ‘Crimson Seedless’ sob
aplicações de diferentes tratamentos com reguladores vegetais. Juazeiro/BA,
2012.......................................................................................................................50
07. Programa de adubação para produção de uva de mesa, Vitis vinifera cv,
Crimson Seedless, fazenda Nova
Fronteira S/A, Juazeiro/BA. Junho/201......81
08. Programa de adubação foliar para produção de uva de mesa, Vitis vinifera cv.
Crimson Seedless, Fazenda Nova Fronteira S/A, Juazeiro/BA, 2012...................82
09. Relatório de defensivos aplicados no período de condução do experimento,
Vitis vinifera cv. Crimson Seedless, Fazenda Nova Fronteira S/A, Juazeiro/BA.
2011.......................................................................................................................83
IX
LISTA DE FIGURAS
Páginas
01. Localizações das Sub-regiões da bacia do Vale do Rio São
Francisco................................................................................................................07
02. Representação dos principais estádios e fenômenos fisioquímicos do
desenvolvimento do fruto da videira......................................................................10
03. Produtividade da ‘Crimson Seedles’ sobre ação de diferentes reguladores
vegetais. Juazeiro/BA, 2012..................................................................................48
04. Fazenda Nova Fronteira e área experimental..................................................77
05. Aplicação de biorreguladores vegetais sobre cachos na fase de alongamento
de engaço da cultivar de videira Crimson Seedless. Fazenda Nova Fronteira
Agrícola. Juazeiro/BA, 2012...................................................................................78
06. Dados de temperatura, umidade relativa, precipitação, evapotranspiração
(Eto) e velocidade do vento registrados nos meses de condução do ensaio
experimental, Embrapa semiárido, Estação Agrometeorológica de Mandacaru –
BA. Juazeiro/BA, Junho/2012................................................................................79
07. Genealogia da cultivar Crimson Seedless L. ..................................................80
X
RESUMO
SOUZA, A. R. E. Produção e qualidade de cachos da videira cv. Crimson
Seedless sob ação de biorreguladores. 2013. 92f. Dissertação (Mestrado em
Agronomia/Horticultura Irrigada) – Universidade do Estado da Bahia – UNEB,
2013.
A uva é uma das frutas mais produzidas e de maior valor econômico agregado,
a qual, destaca-se pela importância na produção familiar e em grande escala,
sendo um dos grandes potenciais no campo na geração de emprego e renda.
O Vale do rio São Francisco tem se destacado na produção de uvas fina para
consumo in natura, tornando-se em poucos anos o maior produtor do Brasil.
Entretanto, por situar-se em uma região de clima tropical semiárido necessitase de um manejo diferenciado, visando sempre alternativas no incremento da
qualidade e quantidade da fruta produzida. Assim este trabalho avaliou a
aplicação de fontes de citocininas (purínicas e não purínicas) associadas ou
não a giberelina e ao biorregulador Stimulate ® sobre cachos da ‘Crimson
Seedless’. O experimento foi conduzido na fazenda Nova Fronteira agrícola
S/A, localizada no município de Juazeiro/BA, no período de 16/01 a
02/05/2012. Os tratamentos utilizados foram: Testemunha absoluta (sem
aplicação dos produtos); Stimulate ® (60,5 mL L-1); aplicação de fontes de GA3
N-Large® (0,34 mL L-1) e Pro-Gibb® (11 mg L-1) além do forchlorfenuron - CPPU
citocinina não purínica (5,0 mg L -1) e X-Cyte® citocinina purínica (28,7 mL L-1);
os demais tratamentos foram constituídos da associação do biorregulador
Stimulate® (30 mL L-1) com o N-Large® (0,17 mL L-1), assim como o Stimulate®
(30 mL L-1) com o Pro-Gibb® (5,5 mg L-1) o Stimulate® (30 mL L-1) com o CPPU
(2,5 mg L-1) e o Stimulate® (30 mL L-1) associado com o X-Cyte® (14,3 mL L-1).
O delineamento estatístico foi em blocos ao acaso com dez tratamentos e
quatro repetições, sendo cada repetição constituída com três plantas por
parcela e cinco cachos por planta útil. As variáveis quantitativas analisadas
foram: massa da matéria fresca do cacho; comprimento e largura do cacho;
massa media do engaço e das bagas; comprimento e diâmetro das bagas;
relação comprimento/diâmetro das bagas e produtividade; sólidos solúveis;
acidez titulável e Relação entre sólidos solúveis (SS) e acidez titulável (AT) –
Ratio. Pelos resultados obtidos conclui-se que, citocininas não purínicas e
purínicas (X-Cyte® e CPPU) e o bioestimulante Stimulate ® proporcionaram
maior incremento na melhoria dos cachos e produtividade, mantendo as
qualidades organolépticas das bagas, sendo alternativas viáveis para produção
da ‘Crimson Seedless’ em detrimento ao uso de fontes de giberelina.
Palavras-chave: Vittis vinifera L.; uvas apirênicas; reguladores vegetais.
1
ABSTRACT
SOUZA, A. R. E. Production and bunch quality of cv. Crimson Seedless
grapes under the action of plant growth regulators. 2013. 92f. Dissertation
(Master’s degree) – Universidade do Estado da Bahia – UNEB, 2013.
Grapes are one of the most produced fruits with higher economic value-added,
which stands out the importance in the household production and large-scale,
one of the great potential in the field for employment and income generation.
The São Francisco River Valley has excelled in producing of fine grapes for
fresh consumption, becoming in a few years Brazil’s largest producer. However,
as it is situated in a semi-arid tropical climate region it requires a differentiated
handling, always seeking alternatives in increasing quality and quantity of fruit
produced. Thus this study evaluated the application of cytokinins sources
(purinicas and non purinicas) associated or not with gibberellin and plant growth
regulator Stimulate® on grape bunches of 'Crimson Seedless'. Experiment was
conducted at Nova Fronteira S/A farm, located in Juazeiro/BA in the period from
16/01 to 02/05/2012. The treatments were: Absolute witness (without
application of the products); Stimulate ® (60.5 mL L-1), application of GA3
sources of N-Large® (0.34 mL L-1) and Pro-Gibb® ( 11 mg L-1) beyond
forchlorfenuron - cytokinin CPPU not purine (5.0 mg L-1) and X-Cyte® purine
cytokinin (28.7 mL L-1), while the remaining treatments consisted in combining
of plant growth regulator Stimulate® (30 mL L-1) with N-Large® (0.17 mL L-1), as
well as Stimulate® (30 mL L-1) with Pro-Gibb® (5.5 mg L-1) Stimulate® (30 mL L1
) with the CPPU (2.5 mg L-1) and Stimulate® (30ml L-1) associated with X-Cyte®
(14.3 mL L-1). The statistical design was on randomized block with ten
treatments and four replicates, each replicate consisting of three plants per plot
and five bunches per used plant. Quantitative variables were analyzed: Mass of
the fresh bunch, length and width of the bunch; mean mass of stem and berries,
length and diameter of berries, length / diameter ratio of berries and
productivity, solid soluble, titratable acidity ratio between total solid soluble
(TSS) and titratable acidity (TA) - Ratio. The results obtained conclud that
cytokinins purinicas and non purinicas (X-Cyte®, CPPU) and Stimulate® growth
regulator provided greater increase in productivity and improvement of bunches
maintaining the organoleptic qualities of berries, being a viable alternative for
production of ‘Crimson Seedless' grape in preference to use gibberellin sources.
Keywords: Vittis vinifera L.; seedless grapes; plant growth regulators.
2
1. INTRODUÇÃO
A videira (Vitis vinifera L.) destaca-se entre as mais importantes
espécies vegetais, sendo a terceira fruteira em importância econômica no
mundo. Em 2011, a superfície mundial cultivada com videiras foi de 7.585.000
ha cultivados em 177 países (Organización Internacional de la Viña y el Vino,
2011). O Brasil ocupa a 12ª posição entre os produtores mundiais de uva, com
uma área de 79.947 ha e produção de 1.439.434 t (AGRIANUAL, 2012). A
produção de uva está presente em todas as regiões do território brasileiro de
norte a sul do País, sendo o Brasil representado principalmente pelas regiões
Sul, Sudeste e mais recentemente, com uma exploração mais intensiva e
tecnificada, na região Nordeste do Brasil.
A região Nordeste brasileira, desponta em segundo lugar, representada
pelos estados de Pernambuco (208.700 t) e Bahia (65.371 t) com uma área de
produção de 9.554 hectares, sendo a região do Submédio Vale do Rio São
Francisco, a maior produtora nacional de uvas fina de mesa (IBGE, 2010;
AGRIANUAL, 2012b). Em seguida, destaca-se o estado de São Paulo, que
aparece em terceiro com uma produção de 177.227 t cultivadas em 9.514
hectares em destaque para os municípios de Itapetininga, Sorocaba e Jales
que representam 82,4% da produção obtida no estado (HARADA et al., 2009;
INSTITUTO DE ECONOMIA AGRÍCOLA, 2011).
A produção de uvas de mesa concentra-se às margens do Submédio
Vale do Rio São Francisco, o qual tem apresentado nas últimas décadas,
notável expansão das áreas cultivadas, passando de 3.727 hectares, em 1993
(AGRIANUAL, 2001), para aproximadamente 10.000 hectares, em 2011
(AGRIANUAL, 2012). Com produtividade crescente, em destaque as cultivares
apirênicas próxima a 30 toneladas ha -1 ano-1 em duas safras, respondendo por
até 99% da exportação de uvas finas de mesa do país (IBRAF, 2011). Os frutos
podem ser colhidos com alto teor de sólidos solúveis durante todo o ano e as
plantas apresentam redução no ciclo fenológico de 30 a 50 dias em relação a
outras regiões de produção (SAMPAIO, 1973; ALBUQUERQUE et al., 1996).
Segundo Leão (2009), essas condições de produção possibilitam a obtenção
de até cinco safras a cada dois anos, possibilitando a comercialização no
mercado externo em duas épocas ou “janelas” durante o ano: abril a junho com
3
aproximadamente um terço do volume comercializado e outubro a dezembro
com os dois terços restantes.
As cultivares com semente representavam a maior área cultivada no
Submédio Vale do Rio São Francisco, por exemplo, a uva Itália que até o ano
de 2002, respondia por cerca de 63,2% do total da área plantada e
representava a principal uva exportada (FEITOSA, 2002). Porém, nos últimos
anos, desde a queda nas exportações brasileiras de uva fresca, que chegou a
mais de 12.500 t no ano de 1996, essas áreas têm sido substituídas por
cultivares apirênicas cuja área atualmente representam 55% das áreas
produtoras do Submédio Vale do Rio São Francisco (CEPEA, 2012).
A redução das exportações ocorrido na década de 90 teve como
principal causa, a escassez de uvas de mesa sem sementes, demandada pelos
mercados consumidores. Essa demanda incentivou um aumento considerável
no plantio de cultivares apirênicas, em razão da preferência crescente do
mercado externo e interno, além dos melhores rendimentos com a
comercialização deste produto. Como consequência, foram concentrados
esforços no sentido de adaptar tecnologias para viabilizar a produção de uvas
sem sementes no Brasil, utilizando-se cultivares importadas. A partir de 1993,
várias empresas privadas e publicas de pesquisa conduziram vários
experimentos, principalmente no Submédio Vale do Rio São Francisco com
esse objetivo (CAMARGO et al., 1997).
Por particularidades intrínsecas, as cultivares que apresentam apirenia
tem encontrado dificuldades em função da falta de adaptação às condições
tropicais brasileiras, sendo um desafio à pesquisa. Muitos aspectos podem ser
destacados, dentre eles, o alto vigor vegetativo (dominância apical) e redução
do potencial produtivo resultando em baixa e inconstante produtividade.
Desencadeando características indesejáveis na pós-colheita como, massa dos
cachos e das bagas reduzidas e alta degrana, quando comparado ao produzido
em outras regiões de clima mais ameno, devendo-se possivelmente ao
encurtamento do ciclo da cultura e varias outras alterações metabólicas quando
cultivadas em clima mais quente.
Com isso, a utilização de várias práticas culturais, entre elas, o uso de
reguladores vegetais, tem sido muito utilizada. Sendo os primeiros ensaios
4
experimentais realizados com uso dessas substâncias para a viticultura
datadas de 1949, quando 31 diferentes reguladores foram testados nas
cultivares ‘Black corinth’ e ‘Thompson Seedless’ no estado da Califórnia (EUA)
(WEAVER, 1980).
Dentre os reguladores vegetais testados, o ácido giberélico (GA3)
proporcionou melhorias na qualidade das bagas e cachos passando a ser
utilizado na viticultura de forma comercial a partir de 1957. Porém de acordo
com vários pesquisadores verifica-se que a utilização do GA3 desencadeia
inúmeros efeitos negativos na viticultura como, redução da fertilidade de
gemas, aumento do vigor das plantas, endurecimento e engrossamento dos
pedicelos (degrana das bagas na colheita e pós-colheita), elevação da
atividade da enzima peroxidase solúvel além de aumentar a suscetibilidade dos
frutos às podridões (BOTTI & COOPER, 1994; RETAMALES et al, 1995;
PÉREZ & MORALES, 1999).
Uma opção viável que limita os efeitos indesejáveis do GA3 seria a
substituição ou redução deste, com a inserção de outros produtos. Assim,
considerando a atual importância do cultivo de uvas sem sementes, a
necessidade de aumento na produtividade e qualidade dos cachos e bagas na
pós-colheita e visando a busca por alternativas que venham a complementar os
efeitos inerentes ao uso de giberelinas (GA), foi proposto o desenvolvimento
desta pesquisa.
5
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Panorama da viticultura no semiárido brasileiro
O cultivo da videira é muito remoto, pois, estudos arqueológicos
revelaram fósseis de sementes de videira que datam da era Cenozóica.
Relatos históricos destacam que esta espécie foi domesticada há cerca de
6.000 a.C., sendo cultivada há milênios; esse cultivo teve início na Ásia Menor,
na região entre os mares Negro e Cáspio, acreditando-se ser essa região o
berço dessa espécie, da qual a maioria das variedades cultivadas se
originaram. Com o passar do tempo à videira foi se difundindo e se adaptando
a diversas regiões do globo terrestre (LEÃO & POSSÍDIO, 2000; HIDALGO,
2002).
As várias conquistas de novos territórios pelo império Romano
possibilitou a difusão da viticultura pelos países europeus, sendo introduzida na
Espanha, França e reino Português, cerca de 500 a.C., pelas Ilhas das
Canárias e da Madeira, de onde foi trazida ao Brasil. A introdução no Brasil foi
feita pelos colonizadores portugueses, datando do ano de 1532 na Capitania
de São Vicente (São Paulo). Três anos após a introdução no país, foram
levados alguns exemplares para a região do Nordeste brasileiro, mais
especificamente para os estados da Bahia e Pernambuco pela expedição de
Duarte Coelho, alcançando algum progresso nas ilhas de Itaparica no estado
da Bahia e de Itamaracá, no estado de Pernambuco (LEÃO, 2001).
No entanto, sua inserção na região Semiárida ocorreu apenas no final
do século XIX, com o estabelecimento dos primeiros cultivos em propriedades
de fazendeiros, posto de colonização da Diocese de Petrolina, no estado de
Pernambuco. Segundo relatos de Leão e Soares (2009) até o final da década
de 40 do século passado, o cultivo da videira no Submédio Vale do Rio São
Francisco não passava de uma atividade de fundo de quintal, sem critério
técnico, valendo-se do uso desregrado da água e do esterco animal. A partir de
1950 iniciaram-se os primeiros empreendimentos, sendo conduzidos trabalhos
pioneiros pela Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco –
CODEVASF. Os primeiros trabalhos desenvolvidos incluíam o uso de
fertilizantes, técnicas de cultivo e descrição fenológica das plantas. Na década
6
de 70 foi criada a Embrapa Semiárido, que contribuiu ativamente para o
desenvolvimento de novas tecnologias, permitindo o incremento da produção e
da qualidade das uvas produzidas para o mercado consumidor, mas somente a
partir da década de 80 que a viticultura comercial tomou impulso, estimulado
por projetos de irrigação, investimentos de várias empresas privadas no setor
(multinacionais e nacionais), além da necessidade de diversificação da
agricultura.
O Vale do Rio São Francisco (Figura 1), está inserido nos estados de
Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas, e tem se destacado no
cenário da fruticultura, tanto nacional quanto internacional, como um dos
maiores produtores de frutas, principalmente uvas de mesa, com a
característica de produzir durante todo o ano.
A videira apesar de melhor desenvolvimento em regiões de clima mais
ameno tem produzido em diferentes condições climáticas, preferindo
temperaturas entre 15 e 30 ºC, faixa que influencia positivamente o processo
fotossintético, produtividade e a duração dos dias entre floração e colheita, o
que faz com que o Submédio Vale do Rio São Francisco represente o principal
centro de produção de uva para consumo “in natura” do País (CORRÊA &
BOLIANI, 2001) com área estimada de 10.000 ha cultivados com videira e
participação equivalente entre 95 a 98% das exportações brasileiras da fruta
(AGRIANUAL, 2012).
Figura 1 – Localizações das Sub-regiões da bacia do Vale do Rio SãoFrancisco – Brasil. (ANA – 2005)
7
Esse crescimento foi iniciado a partir da redução nas exportações
brasileiras de uva fresca com sementes na década de 90, o qual foi causado
principalmente pela falta de uvas sem sementes, demandadas pelos principais
mercados
importadores
(Estado
Unidos
e
países
europeus).
Como
consequências foram concentrados esforços no sentido de adaptar tecnologias
para viabilizar a produção de uvas sem sementes no Brasil, utilizando
cultivares importadas, com maior aceitação pelos mercados consumidores e
consequentemente maior valor comercial, como por exemplo, a Thompson
Seedless e a Crimson Seedless (CAMARGO et al., 1997).
2.2 Características botânica e fisiológica da videira
A videira é uma planta de porte arbustivo, lenhosa sarmentosa e
trepadora perene, que se apoia e fixa a tutores naturais ou artificiais, mediante
caules modificados (gavinhas). Nas partes opostas às gavinhas, ocorrem as
emissões dos primórdios de inflorescências. Este arbusto possui alta
longevidade podendo superar em alguns casos os 100 anos de vida (RAVEN et
al. 2007).
A videira pertence à família Vitaceae a qual é subdividida em
subfamílias, estando o gênero Vitis posicionado na subfamília Ampelidae, da
qual
fazem
parte
também,
outros
subgêneros
Ampelopsis,
Cissus,
Parthenocissus, Tetrastigma, empregados com fins ornamentais. As espécies
silvestres do gênero Vitis são dióicas, isto é, as plantas são unissexuais
masculinas ou femininas. Suas folhas são alternas, pecioladas, cordiformes,
com cinco lóbulos sinuados dentados, glabras na parte superior e tomentosas
na parte inferior. Espécies híbridos e cultivares encontrados sob cultivo, no
entanto, apresentam flores hermafroditas após intensa seleção feita pelo
homem (POMMER, 2003; THIS et al., 2006).
O gênero Vitis é o mais antigo, de maior importância econômica e o
único que possui frutos comestíveis, caracterizados por bagas reunidas em
cachos, sendo o cacho formado pelo pedúnculo e pelas ramificações que
correspondem ao engace ou engaço, cujas extremidades são denominadas
pedicelos, nos quais estão presas as bagas. A parte do pedicelo que penetra
8
na baga é denominada pincel. As bagas são constituídas pela película (casca)
que contém a parte pigmentada e é revestida de uma substância serosa
denominada pruína, impermeável à água (CLANCY, 2001).
O fator biótico (genético) aliado a outros fatores abióticos (práticas
culturais, luminosidade, equilíbrio nutricional, nível de carboidratos, hormonais,
vigor e temperatura) na videira, promovem maior ou menor índice de
inflorescência, sendo que cada inflorescência pode conter mil flores. Porém,
destas flores, 70 a 80% normalmente não evoluem para frutos maduros; elas
senescem e caem (KISHINO et al., 2007).
O crescimento inicial das bagas nas cultivares de videira inicia-se após
a polinização e fertilização das mesmas após a consolidação, há um recomeço
das divisões celulares no pericarpo, promovendo o crescimento dos frutos
(bagas). Mesmo após a fixação e multiplicação celular, as bagas ainda
destacam-se dos cachos em um período de 14 a 21 dias por um processo
natural de abscisão. Esse processo de abscisão pode ser desencadeado pelo
vegetal ou pela ação de agentes ambientais tais como estresse hídrico, ventos
e danos mecânicos (MULLINS et al., 1992a).
Durante a fase de desenvolvimento dos frutos da videira, ocorrem
modificações em tamanho, composição, cor, textura e sabor. São frutos nãoclimatéricos, ou seja, são frutos que não apresentam picos de evolução de CO 2
e etileno (CHITARRA & CHITARRA, 2005).
De acordo com Combe (1992) as três fases fisiológicas que
correspondem ao desenvolvimento dos frutos são: crescimento, maturação e
senescência. Apresentando um padrão de crescimento em dupla curva
sigmoide, podendo ser dividido em três estádios distintos: I - uma fase inicial de
rápido crescimento; II - a chamada fase lag, de baixo ou ausência de
crescimento; e III - a fase final de crescimento e maturação (Figura 2).
9
Figura 2 - Principais estádios e fenômenos fisioquímicos do desenvolvimento
do fruto da videira.
Na figura, pode-se observar as mudanças de tamanho e cor de bagas
com intervalo de 20 dias após o florescimento. São também mostrados os
períodos de acúmulos de compostos, os níveis “°Brix” e a indicação da taxa de
influxo de sucos vasculares derivados do xilema e floema para os frutos
(CLANCY, 2001).
Já de acordo com Gallet (1976), durante o desenvolvimento das bagas,
distinguem-se pelo menos quatro fases.
A primeira fase que dura de seis a dez dias, corresponde à fecundação
e ao “pegamento” dos frutos. Na segunda fase, o aumento da semente é
insignificante, em compensação o ovário (baga) aumenta de volume, devendose esse crescimento, principalmente, ao aumento do número de células, que
pode durar de três a seis semanas, dependendo da variedade. A intensa
divisão celular que ocorre nessa fase deve-se aos hormônios giberelinas,
auxinas e citocininas, produzidos pela semente. Diversos solutos são
acumulados durante esse primeiro período, contribuindo para a extensão da
expansão do fruto, e alcançando um pico máximo visível cerca de 60 dias após
10
o florescimento (POSSNER & KLIWER, 1985, OLLAT et al., 2002, CONDE et
al., 2007).
Os compostos mais importantes entre todos são principalmente os
ácidos tartárico e málico. O ácido tartárico é acumulado durante os estádios
iniciais do desenvolvimento do fruto e sua concentração é mais alta na periferia
do fruto em desenvolvimento. Em contraste, o ácido málico é acumulado em
células da polpa no final da primeira fase de desenvolvimento, sendo esses
ácidos fatores preponderantes para qualidades (ROMEYER et al., 1983).
Diversos outros compostos como minerais, aminoácidos, micronutrientes
e componentes aromáticos são também acumulados durante a primeira fase de
desenvolvimento e afetam a qualidade da uva. Nessa fase a fotossíntese que é
realizada pelas bagas é suficiente para seu desenvolvimento, apresentando as
bagas estômatos ativos, o que faz com que tenham alta taxa de transpiração
(GALLET, 1976).
A terceira fase pode durar de duas a quatro semanas, sendo
interrompido o crescimento da baga quando a semente atinge seu tamanho
máximo. A quarta e última fase se caracteriza pelo aumento expressivo do
volume das bagas, causado pela expansão celular, com degeneração dos
estômatos e sua substituição por lenticelas. Os teores de açúcares solúveis
(glicose e frutose) aumentam progressivamente, enquanto se observa a
redução dos teores de ácidos orgânicos. Os açúcares nessa fase são
translocados das folhas para as bagas, enquanto outros drenos mais fracos
são inibidos. Ao aproximar-se do final da quarta fase, observa-se aumento da
síntese de ABA e etileno, coincidindo com o amadurecimento das bagas e o
acúmulo de açucares solúveis, observando-se na ‘Crimson Seedless’ e outras
uvas de cor, o aparecimento de xantofilas e síntese de antocianinas (LEÃO;
SOARES, 2009).
Para Nuzzo & Matthews (2006) a qualidade do fruto depende do
balanço
entre
o
crescimento
vegetativo
e
reprodutivo
que
ocorre
simultaneamente na planta. Quando as reservas existentes nas plantas e a
disponibilidade em água e nutrientes não são suficientes para suportar o
crescimento, estes órgãos passam a competir entre si. Vários fatores culturais
contribuem para garantir a manutenção da planta e provisão suficiente dos
11
cachos, como desponte de ramos, desbaste de folhas e cachos, teor de água e
nutrientes e as combinações porta-enxerto x enxerto.
O fruto da videira é essencialmente uma fábrica bioquímica, pois, além
da síntese dos metabólitos essenciais primários a baga tem a habilidade de
sintetizar outros componentes. A baga é alimentada através do pedicelo por um
sistema vascular composto do xilema e floema. O xilema é o sistema de vasos
responsável pelo transporte da água, minerais, reguladores vegetais e
nutrientes do sistema radicular para o resto da planta. Evidências atuais
indicam que o xilema é funcional na baga até o veraison; posteriormente esta
função é reduzida ou eliminada. A baga também é suprida pelo floema, que é o
sistema vascular transportador dos fotossintetizados (sacarose) das folhas para
os demais drenos da planta; esta função é reduzida no início do
desenvolvimento da baga, mas torna-se a principal fonte de ingresso após a
“pinta” (GREENSPAN et al., 1994).
O aumento no volume da baga, primariamente devido à água, está
associado ao aumento de açúcar após o ‘veraison’. Contudo em algumas
variedades, principalmente se cultivada sob clima quente e seco, o aumento
em açúcar durante os estádios finais da maturação não é acompanhado pelo
aumento do volume da baga, mas é causado pelo murchamento da mesma,
esse murchamento parece estar relacionado com a transpiração da baga, o
que sugere que a inabilidade da baga para permanecer em ótima hidratação
nesse ponto do ciclo é devido ao bloqueio de elementos do floema dentro da
baga (COOMBE & MCCARTHY, 2000; SANTOS & KAYE, 2009).
Geralmente as bagas dobram de tamanho entre o véraison (mudança
da cor da baga; indica o inicio do amadurecimento) e a colheita. Muitos dos
solutos acumulados nos frutos da videira permanecem do primeiro período de
desenvolvimento até a colheita o ácido tartárico permanece constante após o
veraison (SILVA, 2010).
2.2. Característica do cultivar estudada
O cultivar Crimson Seedless é proveniente do programa de
melhoramento genético, do Serviço de Pesquisa Agrícola do Departamento de
Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em Fresno, na Califórnia. Lançada
12
para cultivo comercial em 1989, resultante do cruzamento de ‘Emperor’ x
‘Seleção C33-199’, além de várias seleções do USDA, seu parentesco inclui
‘Itália’, ‘Calmeria’, ‘Muscat de Alexandria’ e ‘Sultanina’. Considerada uma das
mais importantes uvas de mesa cultivadas em diversas áreas comerciais do
mundo, como no Chile, Argentina, Peru, África do Sul, Índia, países europeus
e, principalmente, na Califórnia, com mais de 6.300 hectares em cultivo
comercial, sendo introduzida no Brasil na década de 90, pelo Instituto
Agronômico de Campinas, recebendo o nome de ‘Ruiva’ (LEÃO, 2010).
Cultivar sem semente de grande importância econômica, pela
aceitabilidade e procura pelos mercados consumidores (interno e externo),
esse cultivar somente foi introduzido no Submédio Vale do Rio São Francisco
em 1999 em área comercial, como nova alternativa para produção de uvas sem
sementes (LEÃO & PEREIRA, 2001), mas como advinda de clima temperado,
apresentou alto vigor vegetativo e dificuldades para produção em clima tropical
semiárido quente. Nas condições do Nordeste brasileiro, o ciclo produtivo
(poda-colheita) é de aproximadamente 120 dias, exigindo podas longas, pois a
maior fertilidade de gemas está concentrada após a 10ª gema da vara,
enquanto nos ‘netos’ não se observa essa tendência. Isso é feito para obtenção
de produtividades satisfatórias, em torno de 25 t ha -1 ano-1 (LEÃO et al., 2009),
as quais podem ser maiores em parreirais adultos e sob condições adequadas
de manejo recomendando-se a análise de gemas para determinação do
comprimento de poda ideal.
O cultivar Crimson Seedless apresenta cachos grandes e solto e as
bagas são de tamanho médio e forma muito similar à ‘Thompson Seedless’,
destacando-se o tamanho mediano e formato elíptico com consistência
crocante, película resistente e baixa aderência ao pedicelo, apresentando
assim, características peculiares frente os cultivares Sugraone e Thompson
Seedless, permitindo assim, duas safras anuais (LEÃO et al., 2009).
2.3. Utilização de reguladores vegetais na viticultura
Dentre os reguladores vegetais utilizados destacam-se as giberelinas,
citocininas e auxinas, como promotores do crescimento, e, como inibidores, o
etileno e o ácido abscísico. No entanto, o efeito de um determinado regulador
13
vegetal varia em função da variedade, concentração, modo e época de
aplicação e das condições ambientais, havendo necessidade da realização de
experimentos locais (PIRES & BOTELHO, 2002).
2.3.1 Giberelina
Para a melhoria das características morfológicas dos cachos e bagas da
videira, o regulador vegetal mais utilizado é o ácido giberélico (GA 3), uma vez
que pode ser obtido em grandes quantidades a partir de fermentações do fungo
Gibberella fujikuroi.
O consumo global (exceto a China) de GA3 por ano é de
aproximadamente 50 toneladas. Outras giberelinas, por exemplo, GA 4 e ou
GA7, são utilizados para culturas ou fins específicos para os quais são mais
eficazes que o GA3. Além disso, o GA4 e o GA7 são produzidos com rendimento
mais baixo por fermentações comerciais e, portanto, são mais caros do que o
GA3. Embora as giberelinas tenham se tornado conhecidas pelos cientistas
americanos e britânicos na década de 50, já haviam sido descobertas muito
antes pelos cientistas japoneses, quando rizicultores asiáticos tomaram
conhecimento de uma doença denominada bakanae que provocava o
estiolamento de plantas de arroz e estas não produziam sementes. Os
fitopatologistas descobriram que tal doença era induzida por uma substância
química secretada pelo fungo G. fujikuroi, que deu origem ao nome desse
grupo de compostos (TAIZ & ZEIGER, 2009).
Em geral, os tecidos reprodutivos contêm maiores quantidades de
giberelinas, sendo as menores nas raízes. As Giberelinas são diterpenos
cíclicos, pertencentes ao grupo dos terpenos, sintetizados a partir de unidades
básicas de moléculas com cinco carbonos, o isopentenil pirofosfato (IPP) ou o
dimetilalil pirofosfato (DMAPP), os quais por meio de junções sintetizam o
geranil geranil pirofosfato (GGPP), a partir do qual se originam o grupo das
giberelinas de 20 ou 19 carbonos. Três diferentes classes de enzimas são
necessárias para a biossíntese de GAs bioativas a partir de GGPP em plantas:
terpeno-sintases, mono oxigenases do citocromo P450 e 2-oxoglutaratodependentes. Em nível das organelas celular as giberelinas são inicialmente
14
sintetizadas nos cloroplastos ou plastídios, depois reticulo endoplasmático e
finalmente no citoplasma (COLL et al., 2001; YAMAGUCHI, 2008).
Na videira, reporta Ruiz (1998), as giberelinas são sintetizadas,
principalmente, em folhas e bagas jovens, regiões de intensa divisão celular.
De acordo com Weaver (1961), existem diferentes respostas entre os cultivares
e o momento de aplicação, portanto, o tratamento deve ser sempre direcionado
às inflorescências ou aos cachos em formação.
Giberelina e auxina parecem exercer seus efeitos modificando as
propriedades da parede celular, onde a taxa de alongamento pode ser
influenciada tanto pela extensibilidade da parede celular quanto pela taxa de
absorção de água, controlada osmoticamente (DAVIES, 1995).
A giberelina nunca está presente em tecidos com ausência completa
de auxina e os efeitos da giberelina no crescimento podem depender da
acidificação da parede celular induzida por auxina. Assim, as respostas de
crescimento à aplicação de giberelina e auxina são aditivas. Há evidências de
que a enzima xiloglucan endotransglicosilase (XET) esteja envolvida na
extensão da parede promovida pela giberelina, onde a função da XET pode ser
facilitar a entrada das expansinas na parede celular, as quais são proteínas da
parede causadoras do afrouxamento em condições de acidez, por enfraquecer
as ligações de hidrogênio entre os polissacarídeos (TAIZ; ZEIGER, 2009).
Dentre as hipóteses relacionadas à expansão celular, mediante ação
das giberelinas destaca-se a hipótese da hidrólise do amido, que pode
estimular a síntese de α-amilase que hidrolisa o amido, aumentando a
produção de açucares que ocasiona a diminuição do potencial osmótico no
interior celular, o que possibilita a entrada de água na célula, elevando assim a
pressão osmótica no suco celular, tendendo a expandi-la (PIRES, 1998;
BOTELHO, 2002).
O ácido giberélico é o principal regulador vegetal utilizado na viticultura
para aumentar o tamanho de bagas, especialmente nos cultivares sem
sementes (BOTELHO, et al. 2003).
Harrel e Williams (1987) observaram que aplicações de GA 3 a 40mg L1
, após a frutificação, aumentou a massa de bagas em cachos das cultivares
Sultanina e Ruby Seedless. Entretanto, quando a aplicação foi realizada por
15
pulverização em toda a planta, os ramos apresentaram maior crescimento e o
número de cachos por planta foi reduzido no ciclo subsequente, o que poderia
estar relacionado à baixa fertilidade das gemas.
Um fenômeno fisiológico que já foi observado em vários cultivares de
videira e conhecido como necrose das gemas, e está diretamente relacionado
com o vigor vegetativo. Esta necrose normalmente ocorre na gema central
deixando as duas gemas secundárias laterais sadias. Posteriormente, o
desenvolvimento dessas gemas secundárias, que são normalmente suprimidas
pela central, formam então brotações duplas. A fertilidade dessas gemas
secundárias é na maioria dos casos menor que a principal e, portanto, pode
explicar a baixa produtividade de videiras com alto vigor vegetativo (LAVEE et
al., 1993).
É de conhecimento que o crescimento dos ramos de videiras é
fortemente estimulado por aplicações de GA3. Em muitos cultivares, entretanto,
os tratamentos com GA3 logo após o florescimento levam a uma acentuada
redução da produção no ciclo subsequente, sendo esta redução de
produtividade, na maioria dos casos, acompanhada pelo aparecimento de
brotações duplas, similares àquelas encontradas em videiras vigorosas
(PIRES, 2002).
Estudos realizados durante 10 anos com videiras do cultivar Queen,
Lavee et al., (1993) verificaram que tanto videiras vigorosas como aquelas que
foram tratadas com GA3, apresentavam alta concentração de giberelina livre
nas gemas e, ambas as condições poderiam estar relacionadas à ocorrência
de necroses. Entretanto, as poucas formulações comerciais disponíveis para
uso pelos produtores, associadas ao custo, às múltiplas aplicações e às altas
dosagens, demandam pesquisas com novos produtos que sejam ativos em
baixas concentrações e que não desenvolvam tamanha alteração físicometabólica negativa nas plantas (CARVAJAL-MILLÁN et al., 2001).
2.3.2 Citocininas
Em 1913, Gottlieb Haberlandt descobriu que um composto encontrado
no floema tinha a capacidade de estimular a divisão celular. Em 1941,
Johannes van Overbeek descobriu que o endosperma leitoso de coco também
16
tinha essa capacidade; ele também mostrou que várias outras espécies de
plantas tinham compostos que estimulam a divisão celular (VAN OVERBEEK et
al., 1941).
Em 1954, Jablonski e Skoog estenderam o trabalho de Haberlandt
mostrando que os tecidos vasculares continham compostos que promovem a
divisão celular (JABLONSKI E SKOOG, 1954). Mas somente em 1955,
cientistas dos departamentos de Botânica e Bioquímica da Universidade de
Winsconsin (Estados Unidos) anunciaram o isolamento, a cristalização,
caracterização e síntese de 6-furfurilaminopurina, publicado no Journal of the
American Chemical Society (MILLER et al., 1955), um hormônio vegetal em
uma classe agora referida como citocininas (SKOOG et al., 1965).
As citocininas são substâncias derivadas da purina adenina que
promovem divisão celular, em geral por uma interação com auxinas, sendo que
a primeira substância deste grupo considerada hormônio vegetal só foi isolada
em 1964, recebendo a denominação de zeatina (McGAW, 1985). O nome
citocinina está relacionado com a ação desta substância na citocinese (divisão
do citoplasma) durante o processo de divisão celular (COLL et al, 2001).
Este hormônio está relacionado com quase todos os aspectos do
desenvolvimento vegetal, dentre eles, divisão celular, iniciação e crescimento
do caule, retardamento da senescência foliar, fotomorfogênese, quebra da
dominância apical, desenvolvimento de frutos, hidrólise de reservas de amido,
aumento de abertura de estômatos, desenvolvimento de cloroplastos,
mobilização de nutrientes e indução de partenocarpia em frutos (COLL et al.,
2001; DAVIES, 2004).
As citocininas são produzidas em diferentes órgãos; entretanto, o
principal local de sua biossíntese são as raízes, de onde são transportadas via
xilema até o caule (LETHAM; PALNI, 1983). As citocininas também podem ser
transportadas da parte aérea para as raízes, porém em menor proporção
(SCHMULLING, 2004).
A proteína histidina fosfotransferase (AHP) atua como mensageiro
secundário, levando o sinal da citocinina até o núcleo, promovendo a síntese
de proteínas do sistema de anteras, da enzima nitrato redutase, de proteínas
da enzima rubisco, de proteínas de defesa da planta e de extensinas. Alguns
17
resultados de pesquisa sugerem que as citocininas regulam a síntese de
pigmentos, enzimas e proteínas estruturais necessárias para a formação do
sistema de tilacóides do cloroplasto e do sistema fotossintético (TAIZ; ZEIGER,
2009).
Essas substâncias estão envolvidas no controle de muitos aspectos
relacionados à reprodução da videira, inclusive na diferenciação floral, no
crescimento do cacho, no pegamento e desenvolvimento das bagas, estimulam
o crescimento do óvulo e a transformação de flores masculinas em
hermafroditas e inclusive de gavinhas em inflorescências férteis. Entretanto, os
mecanismos pelos quais as citocininas exercem esses efeitos ainda são
desconhecidos, parecendo estar intimamente relacionados à síntese de
proteínas
e
RNA
(SRINIVASAN;
MULLINS,
1980;
KANELLIS;
ROUBELAKISANGELAKIS, 1993; RUIZ, 1998).
Em vasos do xilema de videiras são encontradas altas concentrações
de citocinina durante a brotação e florescimento, sendo demonstrado em
muitas plantas, inclusive em Vitis vinífera L., que as citocininas aumentam a
permeabilidade das membranas celulares, sendo que as citocininas exógenas
mobilizam, com grande intensidade, fotoassimilados para o local de aplicação
em videiras, além de promover o desenvolvimento das inflorescências
(SRINIVASAN; MULLINS, 1980; MULLINS et al., 1992).
Um grande número de citocininas sintéticas já foi produzido em
laboratório, pela modificação na cadeia lateral na posição N-6 da base da
adenina, sendo que uma das mais ativas citocininas sintéticas é a PBA [(6benzilamino)-9-(2-tetraidropiramil)-9H-purina] (METIVIER, 1985).
O
CPPU
(N-(2-cloro-piridil)-N-feniluréia),
também
denominado
forchlorfenuron, é reconhecido como sendo uma citocinina muito mais potente
que outras citocininas derivadas da adenina, apresentando baixíssima toxidez
tanto para plantas como para animais, sendo que a toxicidade dermal aguda
ocorre quando a concentração é maior que 2000 mg kg-1 (NICKEL, 1986).
O forchlorfenuron (CPPU) é uma citocinina sintética com elevada
atividade fisiológica sobre muitas plantas frutíferas, incluindo as videiras, pois
também estimula a divisão e expansão celular, além de atrasar a senescência
dos tecidos e o amadurecimento do fruto (REYNOLDS et al., 1992;
18
DOKOOZLIAN, 2001). Em kiwi, cultivado na Nova Zelândia, o forchlorfenuron
aplicado por imersão e aspersão incrementou o tamanho médio dos frutos em
44 e 33%, respectivamente, quando comparado à testemunha (PATTERSON
et al., 1993).
No Canadá, em pesquisa com uvas ‘Sovereign Coronation’ e ‘Selection
495’, o uso de doses crescentes de forchlorfenuron promoveu aumentos
lineares na massa fresca dos cachos e das bagas (REYNOLDS et al., 1992a).
Em aplicações de CPPU associado ao GA3 na cultivar Sultanina
(Thompson Seedless), observou-se aumento de 28% no tamanho dos cachos
em comparação às aplicações isoladas de GA3 (REYNOLDS et al., 1992b).
Mervet et al. (2001) obtiveram na cv. Sultanina melhores resultados
com a aplicação de CPPU a 5mg L -1 em combinação com GA3 40mg L-1,
aplicados em bagas de 6 mm de diâmetro; houve incremento na produtividade
total por planta devido ao aumento em peso do engaço, dos cachos e das
bagas. No tamanho em comprimento, largura e compactação dos cachos
ocorreu decréscimo da porcentagem de bagas rachadas, seguido de um atraso
no amadurecimento, pela redução dos sólidos solúveis totais e pelo aumento
da acidez total titulável.
Feitosa (2002) avaliou os efeitos da aplicação do CPPU em diferentes
concentrações, com aplicações isoladas ou combinadas com GA3, no diâmetro
das bagas, no peso dos cachos, bem como na composição química dos frutos
do cv. Itália, sendo que o melhor resultado auferido foi conseguido pela
aplicação de CPPU 10mg L-1, resultando num incremento de 13,6% no
diâmetro e 32% no peso das bagas, respectivamente, comparado à
testemunha ou GA3 20mgL-1. Além disso, o CPPU associado ao GA3 retardou
a colheita em 8 dias.
Miele et al. (2000) observaram incrementos no tamanho e massa das
bagas em uvas ‘Itália’, com aplicações de 5 mg L -1 de CPPU ou 40 mg L-1 de
GA3, em bagas com 3 a 5 mm de diâmetro, aumentando a massa, o
comprimento e a largura das bagas. Quando trabalharam com doses
crescentes de CPPU (0; 3; 4; 5; 6; 8 e 12 mg L -1) houve efeito linear positivo
para as variáveis comprimento, largura, relação comprimento/largura e massa
19
das bagas. Não foram verificadas diferenças significativas para o teor de
sólidos solúveis, acidez titulável, pH e relação sólidos solúveis/acidez titulável.
Pires et al. (2003) verificaram em cachos de ‘Centennial Seedless’ que
CPPU nas doses de 0; 5,0; 7,5; 10,0; 12,5; 15,0 e 17,5 mg L -1 aplicado 14 dias
após o pleno florescimento, aumentou a massa e a largura dos cachos; a
massa, o comprimento e a largura das bagas; o diâmetro dos pedicelos e
reduziu o teor de sólidos solúveis do suco. Doses mais elevadas de CPPU
resultaram em cachos muito grandes, excessivamente compactados, com
pedicelos rígidos e muito engrossados.
Para Intrieri et al. (1992) os trabalhos sobre o efeito do CPPU em uvas
de mesa, mostram que este composto pode substituir o ácido giberélico,
regulador convencionalmente utilizado para promover o aumento no tamanho
das bagas em cultivares sem sementes ou estenoespermocárpicas.
2.3.3 Auxinas
A auxina foi o primeiro hormônio vegetal descoberto (TAIZ; ZEIGER,
2009); ela tem importante participação na regulação do crescimento celular,
agindo diretamente no aumento da plasticidade da parede celular (VIEIRA,
2001). Baixas concentrações de auxina são necessárias para haver
crescimento radicular, embora altas concentrações atuem como inibidores do
crescimento das raízes. Esta substância também tem efetiva participação em
outros processos fisiológicos como: regulação da dominância apical, inibição
de
raízes
laterais,
abscisão
foliar,
formação
de
botões
florais
e
desenvolvimento do fruto (TAIZ; ZEIGER, 2004).
Até a pouco tempo acreditava-se que apenas o ácido indolil-3-acético
(IAA) fosse produzido pela planta, mas, posteriormente verificou-se também a
presença de outras auxinas como o ácido 4 cloroindolacético (4 Cl-IAA), ácido
fenil acético (APA) e o ácido indolilbutírico (IBA) (TAIZ; ZEIGER, 2009).
Os
principais
centros
de
síntese
auxínica
são
os
tecidos
meristemáticos de órgãos aéreos, tais como gemas em brotação, folhas jovens,
extremidades de raízes, flores ou inflorescências de ramos florais em
crescimento e sementes em desenvolvimento (RUIZ, 1998; MEYER et al.,
1983; CASTRO; VIEIRA, 2001; COLL et al., 2001).
20
As auxinas sintéticas são
bastante
eficientes,
pois não
são
metabolizadas pelas plantas tão rapidamente quanto o IAA; um grande número
de auxinas sintéticas já foi produzido em laboratório, como as substâncias
indólicas, os derivados dos ácidos fenoxiacéticos e ácido benzóico e os
tiocarbamatos (TAIZ; ZEIGER, 2009). Como exemplos o ácido naftalenacético
(NAA), ácido 2,4-diclorofenoxiacético (2,4-D) e o ácido indolilbutírico (IBA)
(CASTRO; VIEIRA, 2001).
As auxinas atuam promovendo a expansão das células a partir de um
mecanismo chamado “crescimento ácido”, no qual as auxinas induzem a
liberação de prótons do interior da célula para a parede celular (ativação ou
síntese de ATPase da membrana plasmática) promovendo a ruptura das
ligações entre os polissacarídeos desta parede, aumentando a sua
flexibilidade. Numa etapa seguinte, as auxinas promovem a síntese da enzima
β-1,4-glucan sintetase, a qual promove a incorporação de xiloglucan e celulose,
reconstituindo as ligações entre microfibrilas da parede celular (KERBAUY,
2008).
As auxinas intervêm em muitos processos envolvidos no crescimento
da videira, como, por exemplo, na dominância apical e no pegamento das
bagas, podendo provocar a queda de frutos jovens ou atrasar a abscisão de
frutos maduros. Ainda, pode modificar a época de maturação da uva, favorecer
o desenvolvimento do calo no enxerto e o enraizamento de estacas, evitar
rebrotas de poda, etc. (RUIZ, 1998). Durante o estádio inicial de
desenvolvimento das bagas de uva a concentração de ácido indolilacético (IAA)
aumenta, atingindo um máximo no final da fase II, diminuindo posteriormente
(KANELLIS; ROUBELAKIS-ANGELAKIS, 1993).
O emprego da auxina, na concentração de 15 mg L -1, proporciona
engrossamento do pedicelo das bagas, que ficam firmemente seguras aos
cachos, adquirindo maior resistência à degrana (SOUZA, 1996). Devido ao
tratamento com giberelina e auxina, aumentou-se consideravelmente o
tamanho das bagas de ‘Thompson Seedless’ e em ‘Black Corinth’, sendo o
anelamento dispensável para produzir bagas grandes (WEAVER, 1956).
21
2.3.4 Biorreguladores
Com os inúmeros benefícios obtidos a partir da aplicação de
reguladores vegetais sobre as plantas cultivadas, combinações desses
compostos com outros têm sido estudadas. A mistura de dois ou mais
reguladores vegetais ou de reguladores vegetais com outras substâncias
(aminoácidos, nutrientes, vitaminas) é chamada de estimulante vegetal ou
bioestimulante. Segundo Casillas et al. (1986), essas substâncias são
eficientes quando aplicadas em baixas concentrações, favorecendo o bom
desempenho dos processos vitais da planta, permitindo obter maiores e
melhores colheitas, mesmo sob condições ambientais adversas.
O uso dos biorreguladores ou bioestimulantes tem aumentado
consideravelmente em diferentes culturas. Diversos dados de pesquisa
demonstram uma grande variabilidade nos resultados obtidos em função da
cultura, das condições ambientais e das práticas agrícolas empregadas. Além
disso, raramente os hormônios vegetais agem sozinhos, há sempre ações
sinérgicas entre os mesmos. Mesmo quando uma resposta no vegetal é
atribuída à aplicação de um único regulador vegetal, o tecido que recebeu a
aplicação contém hormônios endógenos que contribuem para as respostas
obtidas (CATO, 2006).
No Brasil o produto comercial Stimulate ® é um dos únicos registrados
como regulador vegetal (bioestimulante) e tem em sua composição, ácido
indolbutírico (auxina), cinetina (citocinina) e ácido giberélico (giberelina). Essas
substâncias
incrementam
o
crescimento
e
desenvolvimento
vegetal
estimulando a divisão celular, podendo também aumentar a absorção de água
e nutrientes pelas plantas (VIEIRA; CASTRO, 2002).
Em várias culturas tem sido realizadas pesquisas com uso de
biorreguladores, sendo que, na viticultura, destacam-se trabalhos para
brotação e melhoria nas características físico-químico dos cachos (CAMILI et
al., 2010).
Leão et al. (2004) utilizaram o bioestimulante Crop Set® nas doses de
0,1 e 0,2% associado ou não com anelamento no caule, com objetivo de obter
maior tamanho de baga, peso médio de cacho e produtividade nos cachos da
22
cv. Superior Seedless. Entretanto, não obtiveram diferença significativa entre
os tratamentos utilizados.
Serciloto et al. (2008) avaliaram os efeitos do biorregulador MBTA
(cloridrato de N,N-dietil-2-(4-metilbenziloxi) etilamina) aplicado em diferentes
épocas e concentrações na produtividade e qualidade dos frutos da laranjeira
'Pêra'. Os autores verificaram um incremento médio de 0,49 a 0,65% na
concentração de sólidos solúveis, de 0,11 a 0,13 kg na quantidade de sólidos
solúveis por caixa de 40,8 kg e de 20,4 kg planta-1 na produtividade.
Albrecht et al. (2009) avaliaram as resposta ao uso do biorregulador
Stimulate®, via tratamento de sementes e aplicação foliar em dois ciclos de
produção consecutivos do algodoeiro. Todas as formas de aplicação do
biorregulador aumentaram significativamente a produtividade, o rendimento de
fibra, a massa média do capulho e a uniformidade das fibras, além de não
terem sido fitotóxicas para as plantas.
Oliveira et al. (2010), em revisão sobre o florescimento da cana de
açúcar, verificou que, nas condições ideais de florescimento da cultura, quando
não é possível o manejo varietal, o uso de inibidores de florescimento é a
melhor alternativa, visto que as perdas por inversão da sacarose para a
formação da panícula, durante o florescimento, são enormes.
Já Silva et al. (2010) verificando a utilização do biorregulador
Stimulate® ,associado ou não à utilização de fertilizantes líquidos em cinco
diferentes genótipos,
não proporcionou efeitos na qualidade da cana-de-
açúcar. Porém, houve aumento da produtividade de colmos e de açúcar,
independente do genótipo, com o emprego do biorregulador Stimulate ®, com ou
sem complementação de fertilizante líquido.
3. OBETIVOS
3.1. GERAL
Avaliar os efeitos dos biorreguladores vegetais Stimulate ®, X-Cyte®,
forchlorfenuron (CPPU), N-Large® e Pro-Gibb®, no desenvolvimento e
qualidade dos cachos de uvas apirenas ‘Crimson Seedless’.
23
3.2. ESPECÍFICOS

Analisar o desenvolvimento dos cachos e das bagas de uvas apirenas
‘Crimson Seedless’;

Avaliar os efeitos dos biorreguladores na massa dos engaços das uvas
em estudo;

Avaliar a produtividade e qualidade de uvas ‘Crimson Seedless’
submetidas aos biorreguladores;
24
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1. Área experimental
O experimento foi conduzido em vinhedos do cv. Crimson Seedless ou
Ruiva, pertencente à fazenda Nova Fronteira agrícola S/A, no submédio Vale
do Rio São Francisco, município de Juazeiro (BA), cujas coordenadas
geográficas são: latitude 9°13’ Sul, longitude 40°1’ Oeste e, altitude média de
395 m (Figura 1- Apêndice).
Segundo a classificação de Köeppen, o clima da região está
classificado como tipo Bswh, que corresponde à região semiárida muito quente.
O índice pluviométrico anual é de 571,5 mm com temperatura média anual de
26,4 ºC, média das mínimas de 20,6 ºC e média das máximas de 31,7 ºC
(AMORIM NETO, 1989). As normais de umidade relativa variam de 52% em
outubro a 70% em abril e insolação de 2845 horas/luz ano, sendo primaveraverão de 1429 h luz e outono-inverno 1419.
O período de aplicações dos biorreguladores vegetais e avaliações
desse estudo foram realizados tendo por base inicial a poda de produção, que
foi realizada no dia 16/01/2012, e as primeiras aplicações para alongamento de
engaço aos 15 e 22 dias pós-poda (DPP) nas datas respectivas de 31/01/2012
e 06/02/2012. As posteriores aplicações tiveram por objetivo o crescimento das
bagas, realizando-se duas aplicações, uma aos 52 e outra aos 59 DPP (dias
09/03 e 16/03/2012), quando as bagas apresentavam diâmetro médio de seis a
oito milímetros. Ambas as aplicações tiveram início às 8:45 h da manhã e
término as 13:00 horas (dados meteorológicos de temperatura, umidade
relativa, precipitação, Eto e
velocidade do vento, relativos aos meses de
condução do experimento são apresentados na Figura 7 - Apêndice). Os dados
climáticos dos dias da realização das aplicações (Tabela 2).
25
Tabela
2
-
Dados
de
temperatura,
umidade
relativa,
precipitação,
evapotranspiração (Eto) e velocidade do vento registrado nos dias das quatro
aplicações dos reguladores vegetais no ensaio experimental. Embrapa
semiárido, Estação Agrometeorológica de Mandacaru - BA, Juazeiro/BA,
Junho/2012.
Datas das
Aplicações
Temperatura (°C)
Máx Mín Média
Umidade
Relativa (%)
Precipit.
(mm)
Eto
(mm)
Vel. do
-1
Vento (m s )
31/01/2012
35,2
21,2
28,0
81,0
0,0
7,94
1,25
06/02/2012
35,3
20,9
28,3
75,6
0,0
7,05
2,52
09/03/2012
34,8
23,3
28,4
71,9
0,0
6,59
2,38
16/03/2012
30,1
21,1
25,3
89,0
30,7
3,41
1,30
(Apêndice, Tabela 7 – gráfico da média dos meses de condução do
experimento).
O sistema do pomar é do tipo latada com condução das plantas na
forma de braço único, onde o cultivar copa ‘Crimson Seedless’ encontrava-se
sobre o porta-enxerto SO4 (selecionado na Alemanha, a partir do cruzamento
de Vitis berlandieri x Vitis riparia), caracterizado por alta emissão de raízes,
conferindo grande vigor a variedade copa enxertada.
A latada possui uma dimensão de 2,1 ha, com espaçamento de 4 x 2
m (1250 plantas ha-1), cujo plantio foi realizado dia 22 de setembro de 2009,
sendo a terceira safra de produção da referida área. O sistema de irrigação
consiste de sistema localizado, por gotejamento, com mangueira dupla por
fileira, com espaçamento entre gotejadores de 50 cm, contendo assim 8
gotejadores por planta com vazão individual por gotejador de 0,9 L h-1 ou um
total de 7,2 L h-1 em sua lamina máxima de irrigação com frequência e volume
de água de acordo com o estádio fenológico e as condições climáticas.
O solo da área, segundo Embrapa (2009), é classificado como
latossolo.
Na realização do experimento, os tratos culturais empregados, foram
os convencionalmente adotados na região e utilizados pelo produtor e consultor
técnico, exceto em relação às aplicações de bioestimulantes.
A poda das plantas de videira, na latada da área experimental, foi
realizada dia 16/01/2012, sendo a aplicação do produto comercial Dormex ® 26
(Cianamida hidrogenada - 52,0% m/v (520 g/L) e Ingredientes Inertes - 54,5%
m/v (545 g/L), realizado dia 17/01/2012, utilizando bomba costal e rolos de
espuma manual.
O controle de plantas daninhas foi realizado através de roçadeiras
manual e utilização de cordeiros nas áreas.
As adubações realizadas nos parreirais foram principalmente aplicadas
via fertirrigação, e conforme as fases fonológicas correspondentes de
desenvolvimento da cultivar, utilizando os seguintes produtos comerciais:
Ureia; Amiorgan; Nitrato de cálcio; Sulfato de magnésio; Map; Sulfato de
potássio; Cloreto de potássio; Librel Ferro; Ácido orgânico; Estimulante
radicular; Aminoplus. Produtos esses que possuem por base principalmente os
elementos N, P, K, Ca e Mg (Descrição de quantidade e épocas de aplicação,
Tabela 7 do Apêndice).
As adubações foliares foram realizadas com as fontes de micro (Zn,
Co, Bo, Mo e Fe) e macronutrientes (Ca, Mg e K) utilizando os seguintes
produtos comerciais (Acadian; Librel Zn; Ajifol Co e Mo; Librel Fe; Liquiplex Ca
Mg e Bo; Aminoplus; Color Max; Sulfato de Mg; Codafol K-30; Codamix viña;
Codamix 150; Aminolon) sendo realizadas via pulverização mecanizada
(Descrição de quantidade e épocas de aplicação, Tabela 8 do Apêndice).
O controle fitossanitário foi baseado no estádio fenológico da cultura,
nas condições climáticas e nos níveis de danos, através de monitoramento
diário da cultura. Os defensivos comerciais aplicados na área no período de
condução do experimento foram: Manzate; Equation; Score; Trifmine; Folicur;
Kumulus; Vertimec; Curzate; Sulfur-M; Dithane; Dicarzol; Alto 100 e Stroby SC,
Sendo as aplicações mecanizadas e com volume de calda de 600 litros
(Descrição de quantidade individual de produtos, Tabela 9 do Apêndice).
4.2. Reguladores vegetais utilizados e composições
Os produtos utilizados no experimento foram o bioestimulante
Stimulate (mistura de 0,009% de cinetina (Kt- citocinina), 0,005% de ácido
giberélico- GA3 e 0,005% de ácido indolilbutírico (IBA- auxina) e 99,981% de
ingredientes inertes), do X-Cyte® (0,04% de cinetina (citocinina purínica) e
27
99,96% de ingredientes inertes), forchlorfenuron (CPPU- citocinina não
purínica) e, como fonte de giberelina, o Pro-Gibb® (10% de ácido giberélico,
GA3) e N-Large® (4% de ácido giberélico, GA3) nas características dos cachos
e crescimento das bagas da videira ‘Crimson Seedless’.
Os reguladores vegetais foram aplicados por pulverização foliar com a
solução contendo o regulador vegetal mais o adjuvante óleo vegetal
(Natura’l óleo® com 93% de óleo vegetal e 7% de ingredientes inertes) a 0,5%
nas aplicações sobre os cachos para alongamento de engaço e 0,3% nas
aplicações para crescimento de bagas. O óleo vegetal foi utilizado visando
facilitar a penetração da calda pela cutícula, além da redução da evaporação
das gotas, procedendo a pré-mistura com os biorreguladores vegetais sendo
depois incorporada a água no deposito do pulverizador. A água (veículo da
aplicação, também chamada de calda) foi reduzida a pH 3,5 antes da adição da
pré-mistura, sendo utilizado o produto comercial P-51® (produto este que
possui em sua composição 51% de P2O5 – Fosfato e 1% de N) .
Para tanto, utilizou-se pulverizador tipo costal, acionado manualmente,
modelo PJH, marca Jacto, com capacidade de 20 L cuja pistola aplicadora
dispunha de bico tipo cônico aberto, com vazão de 615 mL min-1 (Figura 6 Apêndice). O volume utilizado foi, em média, 100 mL por planta, o equivalente
a um volume de calda de 125 L ha-1.
Com o intuito de avaliar os efeitos do bioestimulante Stimulate®, do XCyte®, forchlorfenuron, Pro-Gibb® e N-Large®, nas características dos cachos
da videira ‘Crimson Seedless’ foram realizadas aplicações conforme, o descrito
abaixo:
4.2.1 Ácido Giberélico (GA3)
Foram utilizados 11,0 mg L-1 de ácido giberélico aplicados em 4 fases,
sendo as aplicações realizadas após a poda:
1- 0,5 mg L-1 quando os cachos apresentavam cerca de 3 cm de comprimento
(15 dias após a poda);
2- 0,5 mg L-1 sete dias após a primeira aplicação;
3- 5,0 mg L-1 quando as bagas apresentavam em torno de 6 mm de diâmetro;
28
4- 5,0 mg L-1 sete dias após a terceira aplicação.
Sendo os Tratamentos efetuados de acordo com o acompanhamento do
desenvolvimento fenológico do cultivar.
4.2.2 Biorregulador - Stimulate®
O Stimulate® foi aplicado cerca de 1%, sendo as duas primeiras
aplicações (15 e 22 DDP) realizadas com o principal objetivo de alongamento
do engaço, onde esta fase corresponde ao estádio de maior divisão celular
(cachos com cerca de 3 – 5 cm). E para promover o alongamento das bagas
foram realizadas mais duas pulverizações (52 e 59 DDP), quando as mesmas
apresentavam cerca de 6 a 8 mm. Além das concentrações isoladas citadas
acima, outros tratamentos com reguladores vegetais juntamente com o
bioestimulante Stimulate® foram realizadas.
O produto comercial Stimulate® é produzido pela empresa Stoller do
Brasil Ltda., contendo reguladores vegetais e traços de sais minerais
quelatizados.
4.2.3 Citocininas sintéticas, purínicas e não purínicas
Os tratamentos foram constituídos de aplicações de forchlorfenuron
(CPPU) e cinetina (Kt), dois compostos com funções de citocininas,
pertencentes aos grupos das uréias e purinas, respectivamente, sem e com
adição de ácido giberélico (GA3). Sendo o CPPU como fonte de citocinina não
purínica e o X-Cyte® (cinetina) a 0,04% como fonte de citocinina purínica.
Foram aplicados 5mg L-1 da citocinina sintética CPPU parceladas em
quatro aplicações (0,5 + 0,5 + 2,0 + 2,0 mg L-1), com duas primeiras aplicações
visando alongamento de engaço e mais duas aplicações direcionadas às bagas
visando crescimento, quando as mesmas apresentavam em torno de 6 a 8 mm
de diâmetro, sendo as aplicações realizadas em intervalos de sete dias, tanto
para as de alongamento de engaço quanto para crescimento de bagas.
29
4.3 Tratamentos avaliados no experimento
A partir dos reguladores vegetais, das concentrações e das fases de
aplicações descritos acima, foram delineados os tratamentos descritos na
Tabela 1.
30
Tabela 1 – Descrição da utilização dos reguladores vegetais em aplicações isoladas e combinadas a que foram submetidos os
cachos e bagas da uva “Crimson Seedless” em diferentes épocas de aplicação, na região do Submédio Vale do Rio São
Francisco, Juazeiro/BA, 2012
Tratamentos
Épocas de aplicação (dias)
15 (1ª apl. eng.) 22 (2ª apl. eng.)
52 (3ª apl. bagas) 59 (4ª apl. bagas)
1- Testemunha Absoluta
(Sem uso de reguladores vegetais)
2- Stimulate® (mL L-1)
2,63
5,26
26,31
26,31
3- N-Large® (mL L-1)
0,015
0,015
0,16
0,15
4- Pro-Gibb (mg L )
0,5
0,5
5,0
5,0
5- CPPU (mg L-1)
0,5
0,5
2,0
2,0
6- X-Cyte® (mL L-1)
1,25
2,5
12,5
12,5
7- Stimulate® (mL L-1) + N-Large® (mL L-1)
(1,32 + 0,008)
(2,63 + 0,008)
(13,15 + 0,08)
(13,15 + 0,08)
8- Stimulate® (mL L-1) + Pro-Gibb® (mg L-1)
(1,32 + 0,25)
(2,63 + 0,25)
(13,15 + 2,5)
(13,15 + 2,5)
9- Stimulate® (mL L-1) + CPPU (mg L-1)
(1,32 + 0,25)
(2,63 + 0,25)
(13,15 + 1,0)
(13,15 + 1,0)
10- Stimulate® (mL L-1) + X-Cyte® (mL L-1)
(1,32 + 0,625)
(2,63 + 1,25)
(13,15 + 6,25)
(13,15 + 6,25)
®
-1
1ª e 2ª aplicação destinadas ao alongamento de engaço.
3ª e 4ª aplicação destinadas ao crescimento de bagas
31
4.4. Variáveis analisadas
A coleta dos cachos foi realizada aos 106 dias após a poda (02/05/2012).
Os cachos foram retirados com o auxilio de uma tesoura de colheita, tomando os
devidos cuidados para evitar injúrias mecânicas. Foram coletados cinco cachos
por parcela, colocados em sacos de polipropileno devidamente identificados e
transportados para o Laboratório da Universidade do Estado da Bahia - UNEB,
em Juazeiro/BA onde as avaliações físicas e físico-químicas foram realizadas.
Para verificar o efeito dos tratamentos sobre o desenvolvimento dos
cachos e das bagas da ‘Crimson Seedless’ foram avaliadas as características
descritas a seguir:
Massa da matéria fresca do cacho
Medida realizada com o auxílio de balança analítica, com capacidade
para 4 Kg, precisão de 0,01 g.
Comprimento do cacho
Os cachos foram medidos com auxílio de uma régua graduada em
centímetros (cm), sendo avaliados cinco cachos por tratamento.
Largura do cacho
A largura foi obtida da região superior dos cachos, as medida foram
realizadas com o auxílio de uma régua graduada.
Massa da matéria fresca de bagas
Após obtenção da massa dos cachos, foram retiradas bagas das porções
proximais, medianas e distais dos cachos, formando vinte amostras compostas
por 10 bagas cada uma, sendo cinco amostras de cada repetição. A matéria
fresca de cada amostra foi determinada por meio de pesagem em balança
analítica com capacidade para 4,0 Kg, precisão de 0,01 g. Essas amostras foram
utilizadas para realizar as análises físico-químicas de sólidos solúveis, acidez
titulável e ratio.
32
Massa da matéria seca do engaço
Após a obtenção da massa do cacho e retirada das amostras, as demais
bagas foram separadas dos pedicelos, colocados em estufa de ar forçado em
temperatura de ± 65 ºC até a obtenção de peso constante, após esse
procedimento possibilitou a obtenção da massa dos engaços separadamente em
balança analítica com capacidade para 4,0 kg, precisão de 0,01 g.
Comprimento e diâmetro de bagas
Medidas realizadas com o auxílio de paquímetro digital, sendo utilizadas
dez bagas por cacho, sendo retiradas quatro da parte proximal, três da mediana e
três distais, contabilizando uma quantidade total para essas análises de 200
bagas por tratamento.
Relação comprimento / diâmetro de baga
Esses dados foram obtidos relacionando as medidas do comprimento
longitudinal das bagas pelo diâmetro equatorial.
Produção total
Determinado através do peso médio dos cachos por tratamento e
correlacionando os dados em toneladas por hectare (t ha-1).
Sólidos solúveis (SS)
O teor de sólidos solúveis foi obtido por refratometria. As bagas foram
maceradas em um becker e o suco resultante foi tomado com uma pipeta para
realização das leituras, utilizando o refratômetro digital e manual com escala de 0
a 50 ºBrix, de marca Gehaka.
Acidez titulável (AT)
Para obtenção da acidez titulável, 10 mL do suco da polpa das bagas
foram diluídos em 40 mL de água destilada adicionando três gotas de indicador
de fenolftaleína 1%, em um erlenmeyer de boca larga. Após o enchimento da
bureta com hidróxido de sódio (NaOH) 0,1N foi adicionando cuidadosamente o
33
NaOH da bureta até a percepção da mudança de cor da solução para levemente
róseo. Os resultados foram expressos em gramas de equivalente de ácido
tartárico em 100 mL-1 de mosto, pela aplicação da seguinte equação: AT =
(Volume gasto de NaOH x Normalidade do NaOH x 100 x Fator do ácido) /
volume da amostra, (CARVALHO et al., 1990).
Relação entre sólidos solúveis (SS) e acidez titulável (AT) – Ratio
A relação entre sólidos solúveis e acidez titulável foi obtida pela divisão do
teor de sólidos solúveis pela acidez titulável. Os resultados foram expressos por
meio dos valores absolutos encontrados.
4.5. Delineamento experimental e análise estatística
O delineamento experimental foi em blocos ao acaso com 10 tratamentos
e quatro repetições, com cada parcela constituída por três plantas sendo duas
bordaduras e uma planta útil, das quais foram retiradas cinco cachos/planta,
previamente selecionados. Os dados experimentais foram submetidos à análise
de variância e as médias comparadas pelo teste Tukey ao nível de 5% de
probabilidade. O programa computacional utilizado foi o Sistema para Análise de
Variância – SISVAR (FERREIRA, 2003).
34
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 Massa, comprimento e largura dos cachos na colheita
De maneira geral os reguladores vegetais proporcionaram aumento da
massa dos cachos, comprimento e largura, observando que, alguns resultados
não diferiram estatisticamente da testemunha (Tabela 3). O resultado obtido com
a utilização do regulador vegetal a base de cinetina (X-cyte®), pulverizado sobre
os cachos, promoveu um incremento na massa dos cachos de aproximadamente
145 g/cacho em relação à testemunha e aumento de 39,5% em ganho de massa,
quando comparados aos cachos pulverizados com o regulador N-large® cujo
principio ativo é a giberelina (GA3).
Tabela 3 – Massa da matéria fresca do cacho (g), comprimento e largura do
cacho (mm) de videira ‘Crimson Seedless’ (Vitis vinifera L.) submetida a diferentes
tratamentos com reguladores vegetais. Juazeiro/BA, 2012.
T1. Testemunha Absoluta
________ Cacho __________
Massa Comprimento Largura
(g)
(mm)
(mm)
200,6 c
166,2 c
87,8 b
T2. Stimulate® (mL L-1)
293,1 abc
194,7 ab
102,6 ab
T3. N-Large® (mL L-1)
208,1 c
170,5 bc
94,3 ab
T4. Pro-gibb® (mg L-1)
258,4 abc
193,4 ab
93,5 ab
T5. CPPU (g L-1)
318,3 ab
192,6 ab
105,5 ab
T6. X-Cyte® (mL L-1)
345,4 a
203,7 a
129,1 a
191,7 c
188,1 ab
95,5 ab
T8. Stimulate (mL L ) + Pro-gibb (mg L )
236,7 bc
184,7 ab
93,5 ab
T9. Stimulate® (mL L-1) + CPPU (mg L-1)
276,0 abc
194,1 ab
95,6 ab
T10. Stimulate® (mL L-1) + X-Cyte® (mL L-1)
248,1 abc
175,5 bc
93,8 ab
C.V. (%)
16,93
8,43
15,71
Tratamento
T7. Stimulate® (mL L-1) + N-Large® (mL L-1)
®
-1
®
-1
Médias seguidas por letras distintas na coluna diferem entre si pelo teste Tukey (P≤0,05)
C.V. (%) = Coeficiente de variação.
35
As fontes de citocininas utilizadas favoreceram incremento de 42% e
37%, em relação à testemunha absoluta, para a variável massa dos cachos, cujos
produtos foram X-cyte® (cinetina) na dosagem 28,75 mL L -1 e CPPU (fenilureia)
0,005 g L-1, respectivamente. Entretanto o uso da fonte de giberelina na forma
liquida (N-Large®) na dosagem de 0,34 mL L-1 isolada ou associada ao
biorregulador vegetal (Stimulate ®) não promoveu efeito sinérgico e não diferiu na
massa dos cachos, em relação à testemunha.
Com relação às variáveis comprimento e largura dos cachos, foram
verificadas
maiores
dimensões
com a
utilização
da
cinetina,
diferindo
estatisticamente da testemunha. Verificou-se um aumento de 18,4% e 31,9% para
comprimento e largura de cacho, respectivamente, no desenvolvimento final do
cacho utilizando o X-cyte®, em relação à testemunha absoluta. Os resultados
obtidos com o uso da fenilúreia (CPPU) isolado ou associado ao Stimulate ® para
a variável comprimento do cacho, diferiu da testemunha e obteve-se dimensão
igual ao uso comercial do GA3. Já para variável largura dos cachos, em relação à
testemunha os dados obtidos não diferiram pela analise estatística (Tabela 3).
Trabalhos realizados com o cultivar Crimson Seedless tem demonstrado
sensibilidade na utilização dos reguladores vegetais fontes de giberelina.
Dokoozlian (2000) em ensaio experimental aplicando via pulverização
diferentes doses de GA3 (10; 20; 40 e 80 g/ac) sobre cachos do cv. Crimson
Seedless, visando analisar as características físicas dos cachos com finalidade de
comercialização, obteve como resultado satisfatório a aplicação de 10 g/ac
diferindo estatisticamente da testemunha absoluta, enquanto que, as dosagens
mais altas causaram fitotoxidade. Esses resultados estão de acordo com o
encontrado neste ensaio experimental, pois apesar das dosagens menores e
parceladas dos produtos Pro Gibb® e N-Large® fontes de giberelina usados
isolados ou associados ao biorregulador Stimulate ® não diferiram da testemunha.
O ácido giberélico é o regulador de crescimento mais utilizado para uvas de
mesa, visando principalmente melhoria no desenvolvimento dos cachos e
tamanho comercial das bagas. No Semiárido brasileiro a utilização demasiada de
GA3 no alongamento de engaços e crescimento de bagas, tem promovido maior
translocação e favorecido maior concentração do GA3, principalmente devido à
36
associação às altas temperaturas e síntese de promotores de crescimento como a
auxina e principalmente a giberelina, favorecendo esse desbalanço endógeno na
videira desencadeando maior dominância apical em detrimento à redução da
fertilidade de gemas ocasionando menor produção e qualidade dos frutos.
Exemplo é o cultivar Crimson Seedless que possui
naturalmente alto
desenvolvimento vegetativo e baixa e inconstante produção quando submetida a
clima quente, além de, apresentar sensibilidade ao regulador giberelina conforme
a dosagem e o clima. Na região de Palmeira D’Oeste – SP, Botelho et al. (2004)
observaram na cultivar Rubi, redução da produtividade em cultivos consecutivos,
devido à utilização de fontes de GA causando aumento de vigor e necrose das
gemas férteis.
Camili (2010) estudando a ação do GA3 (proveniente dos produtos
comerciais Pro Gibb® e N-Large®), Kt (X-Cyte®) e do bioestimulante (Stimulate®),
na uva “Superior Seedless”, verificou, no momento da colheita, aumento
significativo no comprimento dos cachos tratados com Kt (10 mL L-1) associado à
GA3 (0,1 g L-1), o qual diferiu do tratamento isolado com GA 3 (Pro Gibb®). Esses
resultados demonstram o efeito positivo da cinetina. Corroborando com os dados
obtidos neste experimento para as características dos cachos da “Crimson
Seedless”, o qual, o uso isolado da Kt mostrou-se mais favorável, assim como,
outros trabalhos demonstram a importância do uso das citocininas nas
características dos cachos (BOTELHO; PIRES; TERRA, 2004).
A melhoria nas características comerciais dos cachos e bagas da uva é
devido às citocininas atuarem na divisão celular e estabelecimento de drenos,
proporcionando a mobilização de nutrientes, atuando direto em pelo menos duas
enzimas (invertase e transportador de hexose), as quais são necessárias para
descarregamento apoplástico do floema, aumentando a vascularização na região,
e assim influenciando no transporte de água e assimilados para os frutos, além de
modular a biossíntese e transporte polar de auxinas que impedem a abscisão dos
ovários (TAIZ & ZAIG, 2004; MATSUO et al., 2012).
Pimenta (2011) utilizando diferentes concentrações de cinetina (Kt) em
dose única ou parcelada (2 + 9 + 9 mL L -1) associada ao GA3 verificou maiores
37
incrementos para comprimento e largura dos cachos da uva ‘Itália’ quando
comparado ao tratamento com GA3 isolado.
Rodrigues et al. (2009) avaliando o efeito de biorreguladores (GA 3 e
CPPU isolado ou associado) em cachos de uva ‘Itália’, a qual, apresenta menor
sensibilidade que a “Crimson Seedless” ao uso de reguladores vegetais,
verificaram que, o maior comprimento dos cachos foi obtido com a aplicação de
20 mg L-1 da fonte de citocinina não purínica (CPPU).
Macedo et al. (2010) utilizando doses crescentes de forchlorfenuron (0, 2,
4, 6, 8 e 10 mg L-1) no cultivar Centennial Seedless verificaram aumentos lineares
para massa dos cachos e bagas. Dados semelhantes foram reportados por
Tecchio et al. (2006) efetuando tratamentos com doses crescentes de CPPU e
GA3 isolados por dois ciclos de produção no cv. Vênus, os autores concluíram
que, os tratamentos com a fonte de citocinina aumentaram de modo linear a
massa fresca dos cachos nos dois ciclos de cultivo, enquanto que, tratamentos
efetuados com GA3 apresentaram efeitos somente no primeiro ciclo.
Pires et al. (2003) verificaram em cachos de ‘Centennial Seedless’ que
CPPU (citocinina) nas doses de 5,0; 7,5; 10,0; 12,5; 15,0 e 17,5 mg L -1, aplicado
14 dias após o pleno florescimento, aumentou a largura dos cachos e nas
dosagens mais elevadas proporcionou maior massa do engace.
Estes resultados, utilizando fontes de citocininas nas diversas cultivares
de videira, promoveram excelentes resultados nas características físicas dos
cachos, os quais se assemelharam aos obtidos neste ensaio experimental com a
‘Crimson Seedless’. Verifica-se que, para cada cultivar em condições climáticas
diferentes deve-se utilizar dosagens específicas, adotando-se a que responde ao
melhor custo/benefício.
Diversos
trabalhos
reportam
a
importância
da
utilização
de
biorreguladores na videira, que possuem na formulação fontes de citocininas,
como os reportados por Tecchio et al. (2006) com o cultivar Niagara Rosada
utilizando o bioestimulante Stimulate em doses crescentes (0, 5, 10, 15 e 20 mg L1
) o qual promoveu aumento linear no comprimento do cacho, porém não
apresentando efeito sobre a massa fresca e largura dos cachos.
38
Trabalhos realizados com uva ‘Itália’ na região do Submédio vale do rio
São Francisco, Menezes (2007) obteve resultados semelhantes aos dados
apresentados neste experimento com a ‘uva’ Crimson Seedless para as
características físicas dos cachos da ‘Superior Seedless’ quanto à utilização do XCyte®.
Botelho et al. (2003) obtiveram aumento significativo na largura dos
cachos da ‘Niagara Rosada’ tratados com a feniluréia tidiazuron (5mg L-1) quando
comparado principalmente com a testemunha (sem aplicação) e demais
tratamentos com GA3.
5.2. Massa, diâmetro e comprimento das bagas na colheita
Ao analisar o efeito dos reguladores vegetais sobre a massa e diâmetro
das bagas, verifica diferença significativa entre os tratamentos, porém não
diferindo da testemunha assim como o comprimento das bagas, cuja morfologia
não foi alterada e não diferiu entre os tratamentos analisados.
Para massa das bagas a utilização do regulador vegetal Pro Gibb ® (10 mg
L-1) diferiu da utilização antagônica do biorregulador (Stimulate ® - 28,3 mL L-1)
com adição da fonte de giberelina (N-Large®- 0,16 mL L-1) obtendo aumento de
21% na produção quando utilizado a fonte de giberelina, esta ocorrência é devida
ao biorregulador Stimulate® conter na sua composição giberelina e a adição de
GA3, presente no produto N-Large®, favorecendo o processo antagônico na
massa das bagas da ‘Crimson Seedless’. Porém os demais tratamentos não
apresentaram diferença entre si para a variável em estudo.
Ao analisar o diâmetro das bagas, verificou-se que com a utilização do
forchlorfenuron (CPPU), ocorreu uma estimulação direta da expansão equatorial
das bagas, deixado-as mais arredondadas, diferindo estatisticamente da
utilização do uso isolado do Stimulate ® e da junção do Stimulate® com o NLarge®. O diâmetro obtido das bagas da uva ‘Crimson Seedless’ com a utilização
dos reguladores vegetais não foi o suficiente para descaracterizar no formato a
cultivar, ficando nas exigências dos padrões comerciais nacionais e internacionais
(cerca de 17 mm) (Tabela 4).
39
Tabela 4 – Massa de baga (g), comprimento e largura de baga (mm) de videira
‘Crimson Seedless’ (Vitis vinifera L.) submetida a diferentes tratamentos com
reguladores vegetais. Juazeiro/BA, 2012.
T1. Testemunha Absoluta
____________ Baga __________
Massa
Diâmetro
Comprimento
(g)
(mm)
(mm) (n.s.)
35,6 ab
15,6 abc
20,9
T2. Stimulate® ( mL L-1)
35,8 ab
15,4 bc
21,1
T3. N-Large® ( mL L-1)
36,1 ab
15,7 abc
21,5
T4. Pro-gibb® ( mg L-1)
40,7 a
16,2 ab
21,9
39,5 ab
16,7 a
21,6
T6. X-Cyte ( mL L )
34,5 ab
15,8 abc
20,9
T7. Stimulate® ( mL L-1) + N-Large® ( mL L-1)
32,5 b
14,9 c
20,1
T8. Stimulate® ( mL L-1) + Pro-gibb® ( mg L-1)
36,1 ab
16,0 abc
21,3
T9. Stimulate® ( mL L-1) + CPPU ( mg L-1)
38,9 ab
16,3 ab
21,2
T10. Stimulate® ( mL L-1) + X-Cyte® ( mL L-1)
33,5 ab
15,3 bc
20,5
C.V. (%)
8,58
3,00
3,52
Tratamento
-1
T5. CPPU ( g L )
®
-1
Médias seguidas por letras distintas na coluna diferem entre si pelo teste Tukey (P≤0,05)
n.s. – Não significativo.
C.V. (%) = Coeficiente de variação.
Diversos trabalhos corroboram a eficácia na aplicação de fontes com
ação de citocininas e giberelina para as características físicas das bagas. O
diâmetro, geralmente, é a principal variável utilizada como medida para avaliar o
tamanho das bagas de determinada cultivar, sendo um parâmetro rigorosamente
observado
por
sistemas
nacionais
e
internacionais
de
classificação
(MASCARENHAS et al., 2012). As normas de qualidade para exportação de uvas
de mesa para os Estados Unidos, Reino Unido e parte da Europa exigem
diâmetro de bagas mínimo de 17 mm para à cultivar Crimson Seedless. De
acordo com os resultados apresentados na Tabela 2, os cachos de uva ‘Crimson
Seedless’ tratados com os reguladores vegetais testados, atenderam aos padrões
de qualidade exigidos pelas normas de comercialização brasileira, que estabelece
o mínimo de 14 mm, de acordo com Lima (2007) e Brasil (2002).
40
Esses resultados são semelhantes aos obtidos por Rodrigues et al. (2009)
os quais relatam que a aplicação de GA3 na dosagem de 20 mg L-1 promoveu
incremento no diâmetro das bagas da uva pirênica ‘Itália’, reportando ainda que, o
uso do CPPU na dose de 15 mg L-1 sobre cachos da desta cultivar. reduziu o
comprimento das bagas, porém ocorreu aumento na zona equatorial das bagas.
Botelho (2002) verificou melhores resultados com aplicações de GA 3 em
pós-florescimento, aumentando assim a massa das bagas em 43,9% e
comprimento das bagas em 11,8% nas uvas de cultivar Vênus. Sendo
condizentes com outros resultados relatados por Pommer et al. (1995) em uvas
‘Maria’, Pires et al. (1986), em uvas ‘A Dona’; Pereira & Oliveira (1976), em uvas
‘Patrícia’; e Guerra et al. (1981), em uvas ‘Itália’.
Ribeiro et al. (2003) porém observaram que a aplicação de GA3 a 100 mg
L-1 em ‘Centennial Seedless’ promoveu ganhos para as características
comprimento, diâmetro e peso de bagas. Pires (1998) verificou que o melhor
resultado foi obtido a 25 mg L-1 de GA3 com a mesma cultivar; entretanto,
Reynolds et al. (1992) utilizaram com sucesso a concentração de 100 mg L -1 de
GA3 para cachos da cultivar Sovereign Coronation. Assim, verifica-se que a
utilização do Pro Gibb® (11 mg L-1) na cultivar Crimson Seedless promoveu maior
massa das bagas, mas as características diâmetro e comprimento não se
assemelharam aos resultados obtidos pelos demais experimentos reportados.
Deve-se considerar as diferentes particularidades de cultivo, cultivares e climas,
na comparação com outros autores e que esses fatores são atributos que devem
ser levados em consideração para uma melhor eficiência dos fitorreguladores.
Pires et al., (2003) verificaram, para a uva ‘Centennial Seedless’, que o
uso do forchlorfenuron (CPPU) aplicados isoladamente, 14 dias após o pleno
florescimento, proporcionaram aumento na massa e largura das bagas. Esses
resultados estão de acordo com os dados obtidos para a ‘Crimson Seedless’ com
a utilização do CPPU, o qual promoveu incremento no diâmetro das bagas
diferindo dos tratamentos com o biorregulador Stimulate ®. Outras pesquisas com
cultivares de videira reportam resultados satisfatórios com o uso do CPPU.
Feitosa (2002) avaliando o manejo com a cultivar Itália no Submédio São
41
Francisco, obteve maior massa das bagas com a dose isolada de 10 mg L-1 de
CPPU, quando as bagas estavam com 8 mm de diâmetro.
Assim como cachos de ‘Flame Seedless’ tratados com 2,5 ou 5,0 mg L -1
de CPPU apresentaram aumento significativo no diâmetro e peso seco e fresco
das bagas, quando colhidos na maturidade fisiológica ou comercial. Os autores
sugerem que o aumento do peso fresco das bagas foi mais devido ao aumento de
tamanho e conteúdo de água, do que aumento no peso seco. Considerando que
as citocininas promovem alongamento e divisão celular, estes resultados indicam
que o efeito do CPPU nesta cultivar foi mais devido ao alongamento do que à
divisão celular (CARVAJAL-MILLÁN et al., 2001). Outros trabalhos com cultivares
de videira relatam essa eficácia da utilização do forchlorfeuron na expansão
equatorial e ganho de massa das bagas. Estudos realizados por Miele et al.,
(2000) verificaram que a utilização da dose de 5 mg L-1 de CPPU, promoveu
diminuição no comprimento das bagas e aumento no diâmetro, favorecendo o
crescimento periclinal e arredondamento das bagas da cultivar ‘Itália’, em Bento
Gonçalves-RS.
Pantaleón et al., (2012), explicam que o aumento periclinal das bagas
quando tratadas com as feniluréias é devido à maior divisão celular e / ou a
ativação de respostas das plantas tipicamente induzida pela ocorrência natural de
adenina substituídos por citocininas, em conjunto com uma inibição da enzima
citocinina oxidase/desidrogenase que são responsáveis pela homeostasia celular,
aumentando assim a concentração efetiva dos fitohormônios endógenos
promovendo maior alargamento das bagas, devido à estimulação direta da divisão
celular e ativação de repostas das plantas tipicamente induzida pela ocorrência
natural da adenina substituídos por citocinina.
Para o comprimento médio das bagas os resultados demonstram que a
utilização dos reguladores vegetais tendo por base a giberelina ou a citocinina
com uso isolado ou associados não promoveram aumento significativo, os quais
não diferiram da testemunha absoluta nas condições e dosagens utilizadas neste
ensaio experimental.
Esse resultado corrobora com os obtidos por Menezes (2007), em
trabalho desenvolvido no Vale do São Francisco com uva ‘Itália’, cujos
42
tratamentos com GA3, bioestimulantes e cinetina isolados ou associados, não
foram significativos para a variável comprimento médio das bagas. Porém,
Pimenta (2011) afirma que, para as características físicas das bagas, a citocinina
sintética de caráter purínico (Kt) promoveu maiores efeitos positivos nas variáveis
massa, comprimento e diâmetro médio da baga para a ‘Itália’.
5.3. Relação comprimento / diâmetro (C/D) das bagas, massa seca (MS) do
engaço e produtividade na colheita da ‘Crimson Seedless’
Os tratamentos com reguladores vegetais pouco influenciaram a relação
C/D das bagas, diferindo estatisticamente a utilização do CPPU quando
comparado com o tratamento das bagas utilizando o biorregulador Stimulate ® e o
N-Large® isolados. Verifica-se que a obtenção da menor relação C/D, resulta em
bagas mais arredondadas, representado através da menor relação nos
tratamentos, quando utilizado o regulador vegetal forchlorfenuron (CPPU) isolado
ou associado ao Stimulate®. Pressupõe-se que o aumento nas dosagens do
CPPU aplicado nas bagas da cultivar Crimson Seedless, torne-a com formato
mais arredondado por estimular diretamente a expansão equatorial, esse aspecto
descaracteriza o formato aceitável pelos mercados consumidores, principalmente
o mercado externo, cujo formato aceitável é o elíptico.
Os tratamentos com o bioestimulante Stimulate ® e o regulador vegetal Nlarge® apresentaram melhores respostas em relação à caracterização elíptica das
bagas, entretanto não diferindo estatisticamente da testemunha.
Para
a
massa
seca
do
engaço
os tratamentos não
diferiram
estatisticamente entre si (Tabela 5).
43
Tabela 5 – Relação comprimento / diâmetro das bagas e massa seca do engaço
de videira ‘Crimson Seedless’ (Vitis vinifera L.) submetida a diferentes tratamentos
com reguladores vegetais. Juazeiro/BA, 2012.
_____ Dados _____
Relação C/D MS - engaço
(g) (n.s)
bagas (mm)
1,33 ab
5,03
Tratamento
T1. Testemunha Absoluta
T2. Stimulate® (mL L-1)
1,37 a
6,91
T3. N-Large® (mL L-1)
1,37 a
6,40
T4. Pro-gibb® (mg L-1)
1,35 ab
5,47
T5. CPPU (g L-1)
1,29 b
7,23
T6. X-Cyte® (mL L-1)
1,31 ab
6,99
1,34 ab
5,97
T8. Stimulate (mL L ) + Pro-gibb (mg L )
1,33 ab
4,87
T9. Stimulate® (mL L-1) + CPPU (mg L-1)
1,30 b
5,42
T10. Stimulate® (mL L-1) + X-Cyte® (mL L-1)
1,34 ab
4.28
1,97
23,94
T7. Stimulate® (mL L-1) + N-Large® (mL L-1)
®
-1
C.V.(%)
®
-1
Médias seguidas por letras distintas na coluna diferem entre si pelo teste Tukey (P≤0,05)
C/D = Comprimento/Diâmetro das bagas.
MS = Massa Seca
n.s. – Não significativo
C.V. (%) = Coeficiente de variação.
Rodrigues et al. (2009) reportam que o uso do CPPU sobre cachos da
uva ‘Itália’ nas doses de 10 e 20 mg L -1 aumentou o diâmetro e reduziu o
comprimento das bagas, porém não influenciou negativamente no aspecto
comercial para as características das bagas. Esse resultado assemelha-se aos
dados obtidos no presente trabalho, assim como outros trabalhos como o de
Macedo et al. (2010), que reportam que o uso de doses crescentes de
forchlorfenuron apresentou efeito quadrático sobre o comprimento da baga da uva
‘Centennial Seedless’, cuja dose estimada de 3 mg L-1 proporcionou o menor
comprimento da baga e maior diâmetro equatorial. Assim como Camili (2007)
44
descreve que, cachos da ‘Superior Seedless’ (Vitis vinifera L.), que receberam
citocininas, apresentaram bagas de formato mais arredondado (menor relação
comprimento/diâmetro) em comparação aos que somente receberam giberelina.
Foi verificado também por Tecchio et al. (2006) os quais concluíram que, a
utilização de 90 mg L-1 de CPPU aplicados em cachos de uva ‘Vênus’
proporcionou melhorias nas características físicas das bagas, principalmente no
seu diâmetro, tornando-as arredondadas.
Experimentos realizados por Saad et al. (1979) afirmam que, o formato
alongado das bagas é uma consequência das aplicações de ácido giberélico.
Assim como Weaver e McCune (1959) constataram que a giberelina estimula o
crescimento das bagas em comprimento, o que levaria a um aumento na relação
comprimento/diâmetro das mesmas.
Essas afirmações corroboram os dados
obtidos, confirmando assim, maior comprimento das bagas da ‘Crimson Seedless’
com a utilização de reguladores fontes de giberelina.
Outros trabalhos também verificaram a eficácia do uso da giberelina para
alongamento das bagas. Sachs e Weaver (1968) estudaram a ação das auxinas e
giberelinas em uvas ‘Black Corinth’ e ‘Thompson Seedless’, ambas apirênicas, e
verificaram que as bagas tratadas com auxina apresentam menor relação
comprimento/diâmetro, do que quando tratadas com ácido giberélico.
Porém outros pesquisadores salientam que, as características físicas
apresentadas pelas bagas, estão relacionadas além da aplicação dos reguladores
vegetais em diferentes épocas fenológicas da cultura, também ao clima da região.
Souza et al. (2010) salientam que, em regiões de clima tropical onde os fatores
climáticos (elevadas temperaturas do ar, radiação solar elevada, entre outros)
associados às práticas de manejo adequadas proporcionam uma redução no ciclo
da videira, influenciando no diâmetro das bagas tornando-as menores do que em
regiões de clima temperado. Trabalhos realizados por Nachtigal (2007) com
aplicação de ácido giberélico em duas aplicações, sendo a primeira na fase de
chumbinho (bagas com diâmetro médio de 5 a 6 mm) e a segunda 8 a 10 dias
após, utilizando concentrações de 50 mg L-1, possibilitou a obtenção de bagas
com mais de 24mm de diâmetro para a variedade BRS Clara em vinhedos
comerciais localizados na Serra Gaúcha, região de clima subtropical. Porém o
45
mesmo não foi verificado em regiões de clima tropical, pois trabalhos realizados
na região noroeste do Estado de São Paulo, município de Jales, os melhores
resultados obtidos com a utilização do ácido giberélico aplicado isolado ou em
mistura com tidiazuron proporcionaram aumento máximo no diâmetro de bagas
de até 17mm (NACHTIGAL et al., 2005).
Com relação ao efeito dos tratamentos para massa seca do engaço, estes
não diferiram estatisticamente (Tabela 5). Embora sem efeito significativo,
verifica-se que o uso do CPPU e X-Cyte quando considerado a média estes
reguladores promoveram maior ganho de massa, o qual justifica-se pelo aumento
nas características físicas obtidas pelos cachos da uva ‘Crimson Seedless’
quando utilizada as dosagens e época climática correspondentes para esse
experimento (massa, comprimento e largura, conforme apresentado na tabela 3).
Considerando que, as citocininas atuam na divisão celular, uma vez que governa
a passagem da célula pelo ciclo celular, e sua aplicação exógena permite que a
divisão celular prossiga, por ativar a fase S da interfase, além de aumentar o
poder
de
dreno
seja
do
engaço
ou
do
fruto,
proporcionando
maior
desenvolvimento (PIRES & BOTELHO, 2001; GOWDA et al., 2006; TAIZ &
ZEIGER, 2009).
A característica física do engaço é um dos parâmetros utilizados na
avaliação da conservação pós-colheita do cacho, pois quando se apresenta
lignificado torna-se dificultoso para acondicionar nas embalagens, gerando
maiores perdas de bagas ocasionadas pela degrana, já quando se apresenta
menos lignificado, ocorre senescência mais rápida. E assim, considerando a parte
econômica e mercadológica, há grande importância de verificar a influência da
aplicação dos reguladores vegetais sobre a massa do engaço.
Inúmeros trabalhos têm relatado o incremento da massa e lignificação do
engaço decorrentes principalmente do uso das fontes de citocinina. Macedo et
al., (2010) verificaram ganhos linear no diâmetro do pedicelo e massa do engaço
da uva apirênica ‘Centennial seedless’ com aplicação de doses crescentes de
forchlorfenuron e GA3. Esse efeito é semelhante ao encontrado por Pérez &
Morales (1999), os quais, com a utilização de doses crescentes desses
46
reguladores, observaram aumento da atividade da enzima peroxidase e este
correlacionado com o ganho na massa do engaço e do pedicelo.
Para a produtividade em toneladas por hectare, verifica-se diferença
significativa entre os tratamentos analisados. O tratamento utilizando o X-Cyte®
proporcionou aumento considerável de 41,9% (19,2 t/ha) em relação à
testemunha (11,2 t/ha). Considerando o uso comercial do Pro Gibb ® usado com o
cultivar Crimson Seedless, cuja produção foi de 14,4 t/ha, ocorreu um incremento
de 25,3% ou 4,9 t com o uso do X-Cyte®, porém para este não houve diferença
estatística. Justifica-se que a produtividade (kg ha -1) está diretamente relacionada
ao peso dos cachos, que depende do número e tamanho das bagas, que por sua
vez, depende da divisão e expansão celular.
O Brasil por ser um dos principais produtores mundiais de uva de mesa é
importante ressaltar que o mercado internacional é altamente competitivo, tanto
no tocante a qualidade quanto a preços, situação que obriga os produtores
brasileiros a utilizarem alta eficiência técnica, idealizando alta produtividade e
visado sempre à redução dos custos de produção. Nesse contexto a substituição
da utilização de práticas regularmente utilizadas por outras que não onerem o
custo de produção deverão ser sempre adotadas. O uso de reguladores vegetais
ou de novas moléculas é uma das práticas recentes que têm incrementado tanto
qualidade quanto produtividade.
Os dados apresentados (Figura 3) reportam o aumento da produção em
8.000 kg com a utilização do fitorregulador X-Cyte® em relação à testemunha
absoluta, cujo preço divulgado pela CEAGESP em julho de 2013 para o kg da
‘Crimson Seedless’ estaria sendo comercializado em média a R$ 6,25.
Considerando que, a utilização dos reguladores vegetais compostos por
citocinina podem ter influenciado no processo de divisão e maior fixação de bagas
no engaço, promovendo maior produtividade. O uso do N-large® na dosagem
(0,085 mL L-1) usado isolado ou associado ao biorregulador Stimulate não diferiu
da testemunha, o qual se justifica pelo maior índice de abortamento ocorrido
nesses tratamentos, menciona-se que, por ser uma fonte de giberelina liquida e
de maior absorção, as dosagens aplicadas foram altas quando aplicadas o N47
Large® isolado ou associadas ao Stimulate®, que possui na composição a
Stimulate + X-Cyte
Stimulate + CPPU
Stimulate + Pro-Gibb
TRATAMENTOS
Stimulate + N-Large
X-Cyte
CPPU
Pro -Gibb
N-Large
®®
Stimulate
®
Testemunha
giberelina (0,05 g/L) (Figura 3).
Figura 3 – Produtividade da ‘Crimson Seedles’ sobre ação de diferentes
reguladores vegetais. Juazeiro/BA, 2012.
Menezes (2010) verificou que, a massa dos cachos assim como a
produtividade da ‘Itália’ utilizando o X-Cyte® isolado não diferiram dos resultados
utilizando a fonte comercial de GA3 Pro-Gibb®.
Esses resultados estão de acordo com os obtidos neste ensaio para a
cultivar de videira Crimson Seedless, cuja maior produção foi obtida utilizando
fontes de citocinina, atribuindo-se o maior desenvolvimento do engaço
(comprimento e ombramento) e maior retenção de bagas/cacho ao uso de X-Cyte
e CPPU.
48
5.4. Análises físico–químicas das bagas
A uva produzida na região do Submédio Vale do Rio São Francisco é
destinada principalmente para o consumo in natura, portanto deve ter uma
relação sólidos solúveis/acidez total (“Ratio”) acima de 20 o que torna agradável
ao paladar do consumidor.
Os resultados para os valores médios obtidos para o teor de sólidos
solúveis, acidez titulável e a relação sólidos solúveis/acidez titulável (ratio), sob
influência dos diferentes tratamentos com reguladores vegetais, não diferiram
estatisticamente, os quais estão apresentados na Tabela 6.
Os resultados obtidos para os teores de sólidos solúveis (SS)
determinados no suco das bagas indicam aceitabilidade pelos consumidores em
relação às determinações dos padrões internacionais de comercialização, cujos
valores mínimos variam entre 14 a 17,5 °Brix (BARROS; FERRI; OKAWA, 1995;
MASCARENHAS, 2012).
Sendo o teor de sólidos solúveis de todos os tratamentos obtidos nesse
ensaio experimental compreendidos nessa classificação, inclusive, os valores
obtidos para o “Ratio”, já que Gayet (1993) e Lima (2007) relataram que a uva
sem semente deve apresentar SS/AT acima de 20, considerando assim a fruta de
excelente sabor e aceitável pelo consumidor.
Chitarra & Chitarra (2005) reportam que durante a fase de maturação das
uvas, devido ao próprio metabolismo normal das bagas, enquanto ocorre a
degradação e redução da síntese, principalmente, dos ácidos málico e tartárico,
observa-se acúmulo contínuo de açúcares e um decréscimo nos ácidos
orgânicos, uma vez que, no processo respiratório as bagas consomem ácidos.
Glicose e frutose respondem por 99% ou mais dos carboidratos do suco da uva e
por 12 a 27% ou mais do peso fresco das bagas na maturidade, constituindo a
maior proporção dos sólidos solúveis. Enquanto a frutose aumenta no início da
maturação estabilizando-se em seguida, a glicose apresenta aumentos contínuos
até o final da maturação. Nas uvas maduras a relação frutose/glicose deve estar
próxima ou ser superior a 2,0 devido ao maior grau de doçura deste primeiro
açúcar.
49
Tabela 6 – Teor de sólidos solúveis (SS), acidez titulável (AT) e relação sólidos
solúveis/acidez titulável (“Ratio”), de bagas da ‘Crimson Seedless’ sob aplicações
de diferentes tratamentos com reguladores vegetais. Juazeiro/BA, 2012.
________ Dados ___________
Tratamento
T1. Testemunha Absoluta
SS
(°Brix)
(n.s)
17,2
AT (g de ácido
tártarico/100ml)
(n.s.)
0,70
T2. Stimulate® (mL L-1)
16,2
0,67
24,4
T3. N-Large (mL L )
16,1
0,67
23,7
T4. Pro-gibb® (mg L-1)
15,3
0,72
21,4
T5. CPPU (g L-1)
15,5
0,77
20,5
T6. X-Cyte® (mL L-1)
15,9
0,75
21,9
16,1
0,75
21,9
15,7
0,70
22,1
T9. Stimulate (mL L ) + CPPU (mg L )
15,8
0,72
21,5
T10. Stimulate® (mL L-1) + X-Cyte® (mL L-1)
16,0
0,80
20,5
C.V. (%)
5,19
6,76
8,82
®
-1
T7. Stimulate® (mL L-1) + N-Large® (mL L-1)
®
-1
®
-1
®
-1
T8. Stimulate (mL L ) + Pro-Gibb (mg L )
-1
Ratio
(SS/AT)
(n.s.)
24,5
Médias seguidas por letras distintas na coluna diferem entre si pelo teste Tukey (P≤0,05)
n.s. – não signifcativo
C.V. (%) = Coeficiente de variação
As condições climáticas do Vale do Rio São Francisco, com temperaturas
elevadas durante todo o ciclo de produção e principalmente durante a fase de
maturação, favorece uma maior concentração de açucares e redução dos ácidos
orgânicos das bagas, contribuindo para melhor qualidade organoléptica da uva
(LEÃO, 1999).
Esses resultados condizem com o reportado por Patil et al. (2006), na
Índia, onde trabalhos realizados com a cultivar de videira Dilkusa, não foram
observados diferença significativa dos teores de sólidos solúveis entre a
testemunha e os demais tratamentos utilizando reguladores vegetais. Segundo
Pires e Botelho (2001) o efeito dos reguladores vegetais sobre as características
químicas e físicas das bagas é variável em função da cultivar, região e condições
50
climáticas, essas condições possibilitam o aumento ou redução dos teores de
ácidos existentes no mosto das bagas.
51
6. CONSIDERAÇÕES GERAIS
Observou-se que os tratamentos em geral proporcionaram aumento, com
efeito significativo para às variáveis, massa, comprimento, largura dos cachos e
produtividade em relação à testemunha. Contudo para as demais variáveis físicoquímicas das bagas analisadas, não se verificou efeito significativo.
A citocinina não purínica aplicada isolada e parcelada nas concentrações
(1,25 mL L-1; 2,5 mL L-1; 12,5 mL L-1 e 12,5 mL L-1) promoveu um incremento de
144,87g na massa do cacho em detrimento a testemunha. Considerando o índice
agronômico de 6 cachos m-2 esse regulador vegetal proporcionaria um incremento
de 8,0t ha-1.
Os dados obtidos reportam que poderá ser reduzido o uso demasiado de
fontes de giberelinas, em detrimento da utilização de outros reguladores vegetais.
Necessitando de novas investigações com dosagens e novas moléculas nas mais
diversas fases fenológicas do desenvolvimento do cacho e bagas visando
maximizar a produtividade e qualidade.
52
7. CONCLUSÃO
A citocinina purínica (Kt) influenciou positivamente nas características
física dos cachos da ‘Crimson Seedless’. Os reguladores vegetais utilizados não
alteraram as características físico-químicas das bagas.
Em termos econômicos a utilização das citocininas não purínica,
proporcionou maior rentabilidade ao produtor que na utilização dos demais
reguladores vegetais.
53
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
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APÊNDICES
76
2
Figura 4 – Fazenda Nova Fronteira e área
experimental ( 2 - parreiral e 2 linhas utilizadas
no ensaio experimental).
Fonte: Google earth
77
A
3 cm
Souza, A. R. E. 2012
Souza, A. R. E. 2012
Souza, A. R. E. 2012
Figura 6 – Aplicação de biorreguladores vegetais sobre cachos na fase de
Souza, A. R. E. 2012
alongamento de engaço da cultivar de videira Crimson Seedless. Fazenda
Nova Fronteira Agrícola. Juazeiro/BA, 2012.
78
Figura 2 - Dados da umidade relativa, precipitação, evapotranspiração (Eto), temperatura e velocidade do vento registrados
nos meses de condução do ensaio experimental, Embrapa semiárido, Estação Agrometeorológica de Mandacaru – BA,
Juazeiro/BA, Junho/2012.
79
Figura 8– Genealogia da cultivar Crimson Seedless L.
80
Tabela 7 – Programa de adubação para produção de uva de mesa, Vitis vinifera cv, Crimson Seedless, fazenda Nova
Fronteira S/A, Juazeiro/BA. Junho/2012.
81
Tabela 8 – Programa de adubação foliar para produção de uva de mesa, Vitis vinifera cv, Crimson Seedless, Fazenda Nova
Fronteira S/A, Juazeiro/BA, Junho/2012.
Nutriçã o Folia r Produçã o Uva - 2012 ( Crimson )
F.PU.15.02
Se m . Es t. Fe nol.
Pr oduto
Dos e /100lt
V ol. Calda/ha
Se m . Es t. Fe nol.
Pr oduto
Dos e /100lt
V ol. Calda/ha
3
15 a 21 dias
Brotações
Acadian
Librel Zn
Ajifol CoMo
Librel Fe
200 m l
150 m l
200 m l
100 g
500lt
10
64 a 70 dias
Azeitona
Liquiplex Ca Mg B
Am inoplus
Color Max
300 g
200m l
100 m l
500lt
Librel Zn
Ajifol CoMo
M.K.P
Librel Fe
150 m l
200 m l
200g
100 g
500lt
11
71 a 77 dias
1/2 Baga
Sulfato de Mg
Am inoplus
Codafol K - 30
Color Max
500g
200m l
200m l
100 m l
500lt
4
22 a 28 dias
Cres c. Vegetativo
5
29 a 35 dias
Pré-Floração
Am inoplus
M.K.P
Codam ix Viña
200m l
200g
200m l
500lt
12
78 a 84 dias
I. Am olec.
Sulfato de Mg
Codafol K - 30
Color Max
500g
200m l
100 m l
500lt
6
36 a 42 dias
Floração
Am inoplus
Codam ix Viña
200m l
200m l
500lt
13
85 a 91 dias
Baga Madura I
Sulfato de Mg
Codafol K - 30
Codam ax
500 g
200m l
40 m l
500lt
7
43 a 49 dias
Chum binho I
Codam ix Viña
Crop Set
200m l
200m l
500lt
14
92 a 98 dias
Baga Madura II
Codafol K - 30
Am inolon Maturador
200m l
200m l
8
50 a 56 dias
Chum binho II
Codam in 150
Liquiplex Ca Mg B
200m l
300 g
500lt
Am inolon Maturador
200m l
9
57 a 63 dias
Ervilha
Codam in 150
Liquiplex Ca Mg B
Am inoplus
200m l
300 g
200m l
500lt
15
99 a 105 dias
Baga Madura III
500lt
500lt
16
106 a 112 dias
Colheita
82
Engº A grº Respo nsável: ______________________________
Carlo s A ugusto de Carvalho P rado
CREA -P E :027511-D
Tabela 9 – Relatório de defensivos aplicados no período de condução do
experimento, Vitis vinifera cv, Crimson Seedless, fazenda
NovaFronteira S/A, Juazeiro/BA.Junho/2011.
Área: 9A
Produto
Manzate
Equation
Score
Trifmine
Folicur
Kumulus
Vertimec
Kumulus
Curzate
Sulfur-M
Dithane
Dicarzol
Alto 100
Stroby SC
Ethrel 720
Dosagem/100lt
Água
250 gr
60 gr
12 mL
60 gr
100 mL
200 gr
100 mL
200 gr
250 gr
300 gr
300 gr
50 gr
20 mL
40 mL
80 mL
Volume de
calda
600 Lt
600 Lt
600 Lt
600 Lt
600 Lt
600 Lt
600 Lt
600 Lt
600 Lt
600 Lt
600 Lt
600 Lt
600 Lt
600 Lt
1000 Lt
83

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