diversidade de fungos na trilha interpretativa do
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Anais 5º Simpósio de Gestão Ambiental e Biodiversidade (21 a 23 de junho 2016) DIVERSIDADE DE FUNGOS NA TRILHA INTERPRETATIVA DO PILÃO RESERVA BIOLÓGICA UNIÃO, RIO DAS OSTRAS, RJ Thayza de Oliveira Batitucci1; Michaele Alvim Milward de Azevedo2 (Instituto Três Rios, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Av. Prefeito Alberto Lavinas, 1847 - Centro - Três Rios, RJ, Cep- 25802-100, [email protected], 1 Discente do Curso de Bacharelado em Gestão Ambiental, 2Professor Adjunto do Departamento de Ciências do Meio Ambiente) RESUMO A Mata Atlântica guarda a maior biodiversidade por hectare entre as florestas tropicais. Dos estudos que se propõe a estudar essa biodiversidade, a maioria se direciona a diversidade animal e vegetal, excluindo um grupo de organismos essencial à vida humana: os fungos. O presente trabalho teve como objetivo analisar a diversidade de fungos macroscópicos da Reserva Biológica União, um importante remanescente da Mata Atlântica. Foram coletados macrofungos pelo percurso da Trilha Interpretativa do Pilão, um dos atrativos da Reserva. Ao todo foram coletadas 102 amostras, das quais 35 foram analisadas. No processo de identificação taxonômica, foram identificados 35 táxons (sete em nível especifico), sendo 34 do filo Basidiomycota e um do filo Ascomycota. Os Basidiomycota estudados estão classificados em 23 gêneros, pertencentes a 14 famílias. O indivíduo pertencente ao filo Ascomycota está classificado na família Xylariaceae, no gênero Xylaria Hill ex Schrank. Das espécies encontradas, onze estão sendo citadas pela primeira vez no estado do Rio de Janeiro. Tais dados demonstram a grande diversidade de fungos na área, com isso espera-se que este trabalho possa contribuir para delinear futuras atividades, e promover o conhecimento deste grupo de organismos. Palavras-chave: biodiversidade, fungos macroscópicos, Mata Atlântica. INTRODUÇÃO A Mata Atlântica guarda, apesar de séculos de destruição, a maior biodiversidade por hectare entre as florestas tropicais. É considerada como um dos mais ricos conjuntos de ecossistemas em termos de diversidade biológica do planeta, e exerce influência direta na vida de mais de 60% da população brasileira que vive em seu domínio (Fundação SOS Mata Atlântica 2001). Desta imensa biodiversidade, a maioria dos estudos realizados se direciona a diversidade animal e vegetal, excluindo um grupo de organismos essencial à vida humana: os fungos. Os fungos têm importância primordial nos diversos ambientes, exercendo diversas funções, sendo os principais agentes no processo de decomposição de compostos orgânicos, na ciclagem de nutrientes, e transporte e estocagem de água e minerais no solo (Wicklow & Carroll 1981). Os dados sobre a diversidade micológica no Brasil ainda são escassos. Estudos são realizados desde 1950, porém as informações obtidas não são suficientes para um conhecimento satisfatório, com grandes extensões do território ainda inexploradas (Kirk et al. 2008). No mundo são estimadas 1.600.000 espécies de fungos, sendo descritas apenas 99.000, das quais cerca de 14.000 existiriam no Brasil (Kirk et al. 2008). Nesse contexto, enfatiza-se a importância de que um grande esforço ainda deve ser feito para a sistematização de dados e composição de coleções para se obter uma lista mais aproximada da condição real da diversidade de fungos (Lewinsohn & Prado 2006). Em relação à variedade de fungos descritos no Brasil, Maia & Carvalho Júnior (2010) reportaram 3.608 espécies, correspondendo a apenas 0,2% de todas descritas mundialmente. Em relação à Mata Atlântica, há uma carência de estudos que possam dar uma visão mais realista da diversidade (Maia et al. 2002). Os trabalhos relativos ao registro de fungos nesse bioma estão mais restritos a áreas de São Paulo, Pernambuco e Rio Grande do Sul, sendo estes os estados brasileiros com maior número de espécies registradas, com 1.161 espécies, 937, e 856 registros respectivamente (Maia & Carvalho Júnior 2010). A micodiversidade em muitos estados brasileiros ainda é pouco explorada, como é o caso do Rio de Janeiro, com apenas 443 registros de espécies (Maia & Carvalho Júnior 2010). 52 Anais 5º Simpósio de Gestão Ambiental e Biodiversidade (21 a 23 de junho 2016) Os macrofungos são fungos visíveis a olho nu e que produzem estruturas reprodutoras macroscópicas, conhecidos como cogumelos. Estes são os corpos frutíferos dos fungos, necessários para a sua reprodução, tendo como função a produção e dispersão de esporos que permitem a sua disseminação (Capelari et al. 1998). Segundo Maia et al. (2002), o levantamento das espécies fúngicas é um passo essencial que falta ser concretizado na maioria dos países, entre eles o Brasil, e destaca que o maior conhecimento sobre esse reino constitui uma etapa importante para a conservação da biodiversidade (Maia et al. 2002). A Reserva Biológica União constitui um importante remanescente da Mata Atlântica, localizada na Baixada Litorânea do estado do Rio de Janeiro (MMA/ICMBio 2008). Apresenta uma rica diversidade animal e vegetal, porém, nesta área, a diversidade de fungos macroscópicos é praticamente desconhecida. O presente trabalho tem como objetivo analisar a diversidade dos fungos macroscópicos do solo ocorrentes na Trilha Interpretativa do Pilão na Reserva Biológica União, um importante remanescente da Mata Atlântica, localizada na cidade de Rio das Ostras, no Estado do Rio de Janeiro. MATERIAL E MÉTODOS O estudo foi desenvolvido na Reserva Biológica União. A Unidade de Conservação de Proteção Integral foi criada em 22 de abril de 1998 com os objetivos de assegurar a proteção e recuperação da Mata Atlântica e da fauna típica, em especial o mico-leão-dourado, Leontopithecus rosalia Linnaeus (Bergallo et al. 2000). Possui uma área de 2.547,95 hectares que abrange áreas dos municípios de Casimiro de Abreu, Rio das Ostras e Macaé e está inserida entre a Região Centro-Norte e a Região Serrana Central no estado do Rio de Janeiro, constituindo uma área estratégica que contribui para uma maior conexão dos remanescentes florestais dessas duas grandes regiões (MMA/ICMBio 2008). As coletas foram realizadas na Trilha Interpretativa do Pilão, um dos atrativos da Reserva (Figura 1). A trilha foi criada a partir de um projeto de educação ambiental, visando uma melhor interação com comunidades do entorno e sensibilização dos visitantes quanto à importância da conservação da biodiversidade da Mata Atlântica. A trilha apresenta uma visão de todos os ambientes que compõem a Unidade de Conservação, passando por áreas de antigas pastagens, eucaliptais e Mata Atlântica de baixada e de encosta, ambas em seus diversos estágios sucessionais (MMA/ICMBio 2008). As coletas foram realizadas por todo o trajeto da trilha, que constitui um percurso com 2.715 m, do ponto A ao ponto B (Figura 1). Foram realizadas duas excursões, a primeira no dia 11/11/2015 e a segunda, no dia 12/11/2015, sendo coletados apenas os indivíduos macroscópicos que estavam presentes no solo, com até 2 metros de distância da lateral da trilha. Os indivíduos foram georeferenciados utilizando GPS Garmin Map 62sc, registrados por câmera fotográfica, e realizadas anotações sobre o habitat e substrato. A remoção do material foi realizada com o auxílio de um canivete. O material foi acondicionado em potes plásticos com solução de formol à 5%. A análise dos indivíduos coletados foi realizada a olho nu e com auxílio de lupa. Nos fungos que se mantiveram conservados, foram observadas as principais características como: coloração, forma, presença de volva, anel e véu, consistência, odores, tipo de superfície e dimensões do píleo e estipe. As medidas (cm) da largura e diâmetro do píleo, bem como o comprimento do estipe, foram realizadas com auxílio de uma régua e um paquímetro. Posteriormente, o material foi devidamente armazenado no Laboratório de Microscopia do Instituto Três Rios, UFRRJ. 53 Anais 5º Simpósio de Gestão Ambiental e Biodiversidade (21 a 23 de junho 2016) Figura 4. I: Limites territoriais da Reserva Biológica União, e localização da Trilha Interpretativa do Pilão. II: Início e fim das coletas na Trilha Interpretativa do Pilão (Pontos A e B). Fonte: Google Earth. Para a identificação taxonômica do material, recorreu-se a bibliografia especializada, banco de dados e herbários virtuais, como: Largent (1986), Fidalgo (1968), Capelari et al. (1998), Rosa (2002), MycoBank Database (http://www.mycobank.org/), Lista de Espécies da Flora do Brasil (http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/), JABOT (http://jbrj.gov.br/) e Herbário Virtual da Flora e dos Fungos (http://inct.florabrasil.net/). RESULTADOS E DISCUSSÃO Ao todo, foram coletadas 102 amostras de fungos. Após análise, triagem e caracterização morfológica, pôde-se observar 98 indivíduos de espécies distintas ocorrentes na Trilha Interpretativa do Pilão, da Reserva Biológica União. No processo de identificação taxonômica, 62 indivíduos não puderam ser verificados adequadamente devido à danos que ocorreram no transporte das amostras até o laboratório. Dos indivíduos estudados, foram identificados 35 táxons (sete em nível especifico), sendo 34 do filo Basidiomycota e um do filo Ascomycota. Na Figura 2, podem ser visualizados os pontos de coleta de cada espécie ocorrente na Trilha Interpretativa do Pilão. Os Basidiomycota estudados estão classificados em 23 gêneros, pertencentes a 14 famílias: Agaricaceae, Hydnangiaceae, Marasmiaceae, Omphalotaceae, Pleurotaceae, Strophariaceae, Ganodermataceae, Polyporaceae, Phallaceae, Clathraceae, Stereaceae, Auriculariaceae, Geastraceae, e Gomphaceae. O indivíduo pertencente ao filo Ascomycota está classificado na família Xylariaceae, no gênero Xylaria Hill ex Schrank. No Quadro 1, estão listados os táxons identificados, classificados em ordens, famílias, gêneros e espécies, e a distribuição geográfica. As espécies coletadas apresentaram-se bem diversificadas quanto ao tipo de substrato. Dentre as quais, 63 espécies ocorreram exclusivamente no solo, duas espécies em folhas na serrapilheira, e 33 espécies em troncos caídos presentes no solo, já em decomposição. Na 54 Anais 5º Simpósio de Gestão Ambiental e Biodiversidade (21 a 23 de junho 2016) figura 3 podem ser visualizadas algumas das espécies encontradas na Trilha Interpretativa do Pilão. Figura 2. Localização dos indivíduos identificados na Trilha Interpretativa do Pilão, na Reserva Biológica União, Rio das Ostras-RJ. Fonte: Google Earth. Quadro 1. Classificação taxonômica dos fungos estudados e distribuição geográfica. Filo Classe Ordem Família Gênero/Espécie Distribuição Geográfica Agaricus L. sp. 1 Agaricus L. sp. 2 RJ, SP, PR, RS Agaricus L. sp. 3 BA, CE, PB, PE, RN, SP, Calvatia Fr. sp. 2 PR, SC, RS AM, RO, PB, Lepiota (Pers.) PE, GO, MG, Gray sp. 1 RJ, SP, PR, RS Lepiota (Pers.) AM, RO, PB, Gray sp. 2 PE, GO, MG, RJ, SP, PR, Lepiota (Pers.) RS Gray sp. 3 Leucoagaricus PB, PE, MG, Locq. ex Singer RJ, SP, PR, sp. RS Leucocoprinus RO, PB, PE, fragilissimus RN, SP, PR, (Rav.) Pat. SC, RS Laccaria Berk. & SP, PR, SC, Broome sp. RS Marasmius Fr. sp. AC, AM, PA, 1 RO, PB, PE, RN, GO, MG, Marasmius Fr. RJ, SP, PR, sp.2 SC, RS Marasmius AM, RO, MG, Calvatia Fr. sp. 1 Basidiomycota Agaricomycetes Agaricales Agaricaceae Agaricaceae Basidiomycota Agaricomycetes Agaricales Hydnangiaceae Marasmiaceae 55 Anais 5º Simpósio de Gestão Ambiental e Biodiversidade (21 a 23 de junho 2016) Omphalotaceae Pleurotaceae Strophariaceae Polyporales Basidiomycota Agaricomycetes Polyporales haematocephalus (Mont.) Fr. Marasmiellus Murrill sp. Pleurotus (Fr.) P. Kumm. sp. 1 Pleurotus (Fr.) P. Kumm.sp. 2 Gymnopilus P. Karst. sp. Amauroderma Murrill sp. 1 RJ, SP ES, SP AM, AP, PA, RO, MG, RJ, SP, PR, RS SP, PR, RS AC, AM, PA, RO, RR, AL, BA, PB, PE, SE, GO, MT, Amauroderma MS, MG, RJ, Murrill sp. 2 SP, PR, SC, RS Ganodermataceae AC, AM, AP, PA, RO, RR, AL, BA, CE, Ganoderma P. PB, PE, SE, Karst. sp. MT, MS, MG, ES, RJ, SP, PR, SC, RS AM, AP, PA, RO, AL, BA, Lentinus crinitus PB, PE, RN, Polyporaceae (L.) Fr. SE, MT, MS, ES, SP, PR, SC AC, AM, AP, Polyporus P. PA, RO, RR, Micheli ex Adans. TO, AL, BA, sp. 1 CE, MA, PB, PE, PI, RN, Polyporus P. SE, MT, MS, Micheli ex MG, RJ, SP, Adans.sp. 2 PR, SC, RS AC, AM, AP, PA, RO, AL, Pycnoporus BA, CE, MA, Polyporaceae sanguineus (L.) PB, PE, PI, Murrill RN, MT, MS, ES, RJ, SP, PR, SC, RS AC, AM, AP, PA, RO, AL, BA, CE, MA, Pycnoporus P. PB, PE, PI, Karst. sp. RN, MT, MS, ES, RJ, SP, PR, SC, RS 56 Anais 5º Simpósio de Gestão Ambiental e Biodiversidade (21 a 23 de junho 2016) Phallaceae Phallales Clathraceae Ascomycota Sordariomycetes Russulales Stereaceae Auriculariales Auriculariaceae Geastrales Geastraceae Gomphales Gomphaceae Xylariales Xylariaceae AC, AM, AP, PA, RO, RR, TO, AL, BA, Trametes Fr. sp. PB, PE, SE, MT, MS, MG, RJ, SP, PR, SC, RS CE, PB, PE, Clathrus P. RN, SP, PR, Micheli sp. SC, RS Phallus indusiatus AM, PB, RN, Vent.: Pers. ES, RJ, SC Abrachium floriforme (Baseia & Calonge) CE, RN Baseia & T.S. Cabral Xylobolus P. AL, BA, RJ, Karst. sp. SP, RS AM, AP, RO, RR, BA, SP, PR, SC, RS AM, PA, RO, RR, BA, CE, PB, PE, PI, Geastrum Pers. sp. RN, MT, MG, RJ, SP, PR, SC, RS Lentaria Corner PR sp. Xylaria guianensis AM (Mont.) Fr. Auricularia Bull. ex Juss. sp. Basidiomycota é o grupo de fungos considerado mais evoluído no reino, dada a complexidade de estruturas que pode formar. A principal característica do grupo é a formação de esporos sexuados em estruturas especializadas denominadas basídios. São conhecidos como cogumelos de chapéu, orelhas de pau, ninhos de pássaro e estrelas da terra. A maioria vive como sapróbio, mas há formas parasitas e simbiontes. Há registro de mais de 29.900 espécies de Basidiomycota, com 1.350 gêneros, em 130 famílias, sendo este o segundo maior grupo de fungos (Kirk et al. 2008). Os Ascomycota podem ser encontrados em ambientes terrestres e aquáticos, apresentando hábito sapróbio, parasita ou simbionte. É o maior grupo de fungos, estando registradas mais de 32.000 espécies, com 3.328 gêneros agrupados em mais de 270 famílias (Kirk et al. 2008). A principal característica do grupo é a formação de esporos sexuados em estruturas denominadas ascos. Esses fungos são de grande interesse, pois atuam como parasitas de plantas, animais e de outros fungos, como decompositores. São também usados como alimento ou no preparo de alimentos, e como produtores de substâncias, como antibióticos, vitaminas, proteínas, enzimas e ácidos (Alexopoulos et al. 1996). Agaricaceae e Polyporaceae foram as famílias mais representativas, seguidas por Marasmiaceae e Ganodermataceae. Dos diversos trabalhos com macrofungos no Brasil, alguns destacam a predominância das mesmas famílias em vários estados, como: Bononi et al. (1981), Capelari (1989) e Pegler (1997), em São Paulo; Pereira (1982) e Putzke (1994) no Rio Grande do Sul; Maia et al. 57 Anais 5º Simpósio de Gestão Ambiental e Biodiversidade (21 a 23 de junho 2016) (2002), em Pernambuco; Singer (1984) na Amazônia; Capelari & Maziero (1988) em Rondônia; e Bononi (1992), no Acre. Figura 3: Registro fotográfico de algumas espécies de fungos macroscópicos da Trilha Interpretativa do Pilão. I - Polyporus sp. 1; II - Lepiota sp. 3; III – Lepiota sp. 2; IV Geastrum sp.; V - Gymnopilus sp.; VI - Leucocoprinus fragilissimus (Berk. & M.A. Curtis) Fr.; VII - Phallus indusiatus Vent.; VIII - Clathrus sp. Fotos: Michaele Milward. Agaricus L., Lepiota (Pers.) Gray, Marasmius Fr. foram os gêneros com o maior número de espécies, cada um com três, seguidos por Calvatia Fr., Pleurotus (Fr.) P. Kumm., Amauroderma Murrill, Polyporus P. Micheli ex Adans., Pycnoporus P. Karst. que apresentaram duas espécies cada. Até o momento foram encontradas onze espécies, algumas identificadas somente em nível de gênero, que não apresentam registro para o estado do Rio de Janeiro, de acordo com a Lista de espécies da Flora do Brasil (ver Quadro 1), são elas: Calvatia Fr. sp, Leucocoprina fragilissimus (Rav.) Pat., Laccaria Berk. & Broome sp, Marsmiellus Murrill sp, Gymnopilus P. Karst. sp, Lentinus crinitus (L.) Fr., Clathrus P. Micheli sp, Abrachium floriforme (Baseia & Calonge) Baseia & T.S. Cabral, Auricularia Bull. ex Juss., Lentaria Corner e Xylaria guianensis (Mont.) Fr. Na Figura 4 estão os registros fotográficos de algumas destas espécies. Figura 4. Espécies com primeira ocorrência no Rio de Janeiro. I – Laccaria Berk. & Broome sp. II – Abrachium floriforme (Baseia & Calonge) Baseia & T.S. Cabral; III – Xylaria guianensis (Mont.) Fr. Fotos: Michaele Milward. CONCLUSÃO A Reserva Biológica União, importante remanescente de Mata Atlântica localizada no estado do Rio de Janeiro, apresentou uma rica diversidade de espécies de fungos. Mesmo com as dificuldades para descrição e identificação dos fungos, os resultados permitiram constatar 58 Anais 5º Simpósio de Gestão Ambiental e Biodiversidade (21 a 23 de junho 2016) uma alta riqueza de espécies. Até o momento, onze destas espécies são citadas pela primeira vez para o estado do Rio de Janeiro. Tais dados demonstram a grande diversidade de fungos na área e também indicam a carência de conhecimento sobre esses organismos. Outras coletas devem ser realizadas para obtenção de um quadro mais realista da riqueza de espécies de fungos na Reserva e na Mata Atlântica. Espera-se que este trabalho possa contribuir para delinear futuras atividades, e promover o conhecimento deste grupo de organismos e sensibilizar para aspectos de elevada relevância, como sejam a sua biologia, diversidade e papel na natureza. REFERÊNCIAS Alexopoulos, C.J.; Mims, C.W. & Blackwell, M. 1996. Introductory Mycology. 4th ed., John Wiley, New York: John Wiley & Sons, Inc. 865p. Bergallo, H.G., Rocha, C.F.D., Alves, M.A.S. & Van Sluys, M. 2000. A fauna ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: UERJ. 166p. Bononi, V.L.R. 1992. Fungos macroscópicos de Rio Branco, Acre, Brasil. 19(1/2): 31-37. Bononi, V.L.; Trufem, S.F.B. & Grandi, R.A.P. 1981. Fungos macroscópicos do Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, São Paulo, Brasil. Capelari, M. 1989. Agaricales do Parque Estadual da Ilha do Cardoso (exceto Tricholomataceae). Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo. São Paulo, SP. 356p. Capelari, M.; Gugliotta, A.M. & Figueiredo, M. B. 1998. 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