Líbano saudade Vivê-lo, lembrá-lo, amá-lo

Transcrição

Líbano saudade Vivê-lo, lembrá-lo, amá-lo
Líbano saudade
Vivê-lo, lembrá-lo, amá-lo
A nostalgia instalou-se na memória. Já se passaram semanas da viagem para o Líbano e aqueles que
estavam na terra de nossos avós, El Bled, estamos lembrando e aproveitando os dias vividos neste país
maravilhoso. Isto é manifestado nas mensagens via internet, o whatsApp e chamadas telefónicas entre os
membros do grupo que viajou o verão 2015, graças ao patrocínio da ONG RJ Liban.
Sete mexicanos, entre mais de setenta pessoas, tiveram a oportunidade de visitar o Líbano há três semanas,
compartilhando a experiência com os cidadãos de Argentina, Bolívia, Brasil, Canadá, França, Irlanda,
Noruega e Uruguai. A maioria dos vencedores do sorteio era de ascendência libanesa, além de algumas
pessoas reconhecidas como "Amigos do Líbano", pelo seu grande interesse pela cultura do velho país dos
fenícios.
Tudo começou com uma chamada de RJ Liban, e seu fundador presidente Naji Farah, que convidou a visitar
o Líbano gratuitamente, durante três semanas, através da participação no sorteio, no momento do registro no
seu site. Graças a Nabih Chartouni, presidente da Associação Al Fannan, tivemos conhecimento de tal
chamada, que era a porta de entrada para uma das mais belas experiências que concursamos e ganhamos.
RJ Liban é uma associação fundada em França em 1986 por um grupo de jovens profissionais e estudantes
libaneses. Significa a Uunião da Juventude Libanesa (em francês: Rassemblement de la Jeunesse Libanaise).
Sua missão é: promover e preservar o patrimônio cultural do Líbano; estabelecer reuniões entre libaneses,
seus descendentes e seus amigos no mundo da emigração libanesa e realizar atividades culturais entre os
jovens libaneses, a fim de reforçar o seu amor pela pátria de origem.
Para tal, realizam-se programas de cunho social, cultural e turístico no Líbano e com a emigração libanesa no
mundo. A turnê respondeu à sua missão de promover o regresso dos descendentes de libaneses, bem como
a busca e reunião das suas famílias de origem, como vários dos convidados, incluindo Laura e Mario Athié,
ambos do México; José Luis Elmelaj, da Argentina e Antonio Abdo da Bolívia.
Essas reuniões foram resposta a pesquisas de há muito tempo e despertaram muitas emoções!
A incursão começou em Beirute, em cujo Aeroporto, os curiosos exploradores da terra de origem foram
recebidos por Joseph Athié, um amigável parceiro de Naji Farah. Este último, encontramos no hotel, onde
ofereceu uma recepção calorosa, e logo um convite para jantar num bom restaurante situado num jardim com
pinheiros e carvalhos, na área de Broummana.
A turnê foi inaugurada em uma cerimônia que contou com os embaixadores da Argentina, México e Uruguai,
bem como a cônsul geral da França e um representante do Ministério do turismo libanês. Note que o Naji
Farah disse naquela ocasião: Todos os imigrantes tem o direito de retornar ao Líbano. Esta afirmação enfática
me motivou para refletir, mais uma vez, uma dolorosa realidade: muitos dos nossos avós não puderam voltar!
E agora, ele estava nos dando esta grande oportunidade, aos seus descendentes.
A visita do Bled incluiu cruzar de Norte Sul e de leste a oeste: grandes cidades, pequenas aldeias, campos,
montanhas, florestas, cavernas, costas, sítios arqueológicos e antigos aposentos; ao todo cheio de história,
beleza e cor; É impossível mencionar muitos nomes neste curto espaço.
As experiências do dia-a-dia enriqueceram nossa existência: viver junto com pessoas de nove países e
descobrir que a origem comum e o desejo de recuperar as raízes é um enorme fator de unidade; compartilhar
nossas expectativas para a viagem com todo o grupo, em Hamana, onde também foram recebidos com um
esplêndido jantar pelo Bispo Maronita do México George Abi Younes, que estava visitando o Líbano naquelas
datas; para ouvir as histórias do companheiro sobre suas aventuras e, em alguns casos, seus sacrifícios para
comprar a passagem aérea, única exigência solicitada pelo RJ Liban; aprender um pouco da língua árabe
(libanês) em uma atmosfera lúdica, com a professora Samira, que estava tentando facilitar nossa
aprendizagem.
Socializar em torno das mesas que oferecem pratos requintados cujo sabor nos lembrou testado desde a
infância; ver dançar a dabke habilmente pelo grupo de jovens argentinos, e ir e fazê-lo com a prática mínima,
estimulados pela música que penetrou na pele e despertou uma gama de emoções; admirar as esculturas
criadas por Mario Athie; compartilhar momentos com membros do exército libanês, bem como filhos de
soldados, muitos deles órfãos, e conhecer os seus interesses e aspirações; visitar a fronteira com Israel e
pisar em terra que pode falar sobre experiências dolorosas, uma luta para a nação e honra.
Assistir ao casamento de dois jovens argentinos na Catedral de Tiro, Paula Gattas e Federico Montes
Chantire, que "cumpriram seus sonhos de voltar para a terra dos seus antepassados para unir-se em
casamento e começar uma vida libanesa" e logo, participar de uma festa inesquecível, seguindo os costumes
do país; visitar o santuário de Saint Charbel Makhluf, este espaço cheio de misticismo e orar juntos em uma
missa celebrada pelo Abuna Yaacoub Badaoui, que também veio do México.
Visitar o maravilhoso Museu Nacional de Beirute, sob a orientação da excelente guia Nada Mitri; explorar as
antigas muralhas do mar construídas pelos fenícios em Batroun; visitar os antigos cedros e admirar sua
grandeza e majestade; explorar as antigas ruas de cidades e aldeias, descobrindo seus recantos e os
costumes de seus habitantes; explorar os sítios arqueológicos de antigas culturas; surpreender-se com a lente
apropriada do simpático brasileiro Mauricio Yazbek; e a coexistência de horas e horas no ônibus, excelente
oportunidade para tentar conhecer tudo o que nos deixaria de ser estrangeiro e desconhecido em algum
tempo; as pessoas descobrem o interessante de cada um, para finalmente começar o caminho de uma bela
amizade que continua até hoje.
Claro, em todos os lugares, o grupo apreciava a hospitalidade e o amor dos libaneses e da constante atenção
dada por Naji, Joseph, o casal formado pelos professores Nada e Youssef Rizk, o ex-embaixador do Líbano
no Paraguai Fares Eid, Rosarita Tawil, responsável pelas relações públicas e Vanina Palomo, simpática e
dinâmica argentino-libanesa, também colaboradora da associação... E assim poderia continuar escrevendo
muitas páginas. Então, como não sentir tanta nostalgia?
Esta é uma síntese da riqueza que nos deu esta viagem. Àqueles que a viveram foi um presente da vida, um
sonho alcançado, cujos principais efeitos foram: o grande amor ao Líbano que despertou ou aumento em nós,
bem como tendo aumentado a compreensão dos nossos antepassados libaneses que deixaram a sua terra,
por causa da dominação turca, buscando a liberdade e a possibilidade de uma nova vida; além da motivação
para trabalhar ainda mais em favor do libanismo e do Líbano, a partir do site que já nasceram descendentes.
E além de tudo isso, a quantidade de novos amigos em diferentes países.
Portanto, nesta turnê, RJ Liban cumpriu sua missão de longe, novamente, é necessário agradecer para esta
grande oportunidade a associação e Naji Farah e sua equipe, bem como a presidência de Al Fannan. Para
todo o contado e agora de volta à nossa realidade cotidiana, não deixamos de saborear as memórias, creio
que possamos tomar como nossas as palavras da juventude boliviano-libanesa: Nós não vivemos no Líbano;
o Líbano vive em nós!
Bertha Teresa Abraham Jalil
Texto publicado em espanhol na edição de outono de 2015, no trimestral "Baitna" do Centro Libanês na
Cidade do México
Mestre em História com especialização em História da arte da faculdade de filosofia e letras da
Universidade Nacional Autônoma do México.
Ganhou menção honrosa no Prêmio Miguel Covarrubias, convocada pela Conaculta-INAH, na
categoria de dissertação de mestrado, correspondente ao campo da "museologia”.
Nota laudatoria 1986, reconhecimento outorgado por la UAEM.
Sua preparação inclui mais de 50 cursos e seminários sobre história da arte, formação de
recursos humanos, desenvolvimento humano, didática, metodologia de pesquisa, projetos de
turismo, gestão de património cultural e museologia
Bertha T. Abraham
ASOCIACIÓNARTISTAS E INTELECTUALES
Nostalgia
por Líbano
VIVIRLO, RECORDARLO, AMARLO
Delegación mexicana en la inauguración RJLiban 2015
L
a nostalgia se ha instalado en la memoria. Han pasado semanas del
viaje a Líbano y quienes estuvimos en la tierra de nuestros abuelos, El
Bled, seguimos recordando y disfrutando los días vividos en ese maravilloso país. Esto se manifiesta en los mensajes vía internet, los whatsApp y
las llamadas telefónicas entre los integrantes del grupo que viajó el verano
pasado, gracias al patrocinio de la ONG RJLiban.
Siete mexicanos, entre más de sesenta personas, tuvimos la oportunidad
de recorrer Líbano durante tres semanas, compartiendo la experiencia con
ciudadanos provenientes de Argentina, Bolivia, Brasil, Canadá, Francia y
Uruguay. La mayoría de los becarios éramos de ascendencia libanesa, además de algunas personas reconocidas como “Amigos de Líbano”, por su
gran interés en la cultura del antiguo país de los fenicios.
Todo comenzó con una convocatoria de RJ Liban, y su presidente fundador
Naji Farah, que invitaba a recorrer Líbano de forma gratuita, durante tres
semanas, participando en un sorteo, previa inscripción en su página web.
Gracias a Nabih Chartouni, presidente de la Asociación Al Fanaán, tuvimos
conocimiento de tal convocatoria, que fue la puerta a una de las experiencias
más bellas que hayamos tenido, quienes concursamos y ganamos la beca.
RJLiban es una asociación fundada en Francia en 1986 por un grupo de
jóvenes profesionales y de estudiantes libaneses. Significa Reunión de la
Juventud Libanesa (en francés: Rassemblement de la Jeunesse Libanaise –
RJLiban). Su misión es: Promover y preservar la herencia cultural de Líbano;
establecer encuentros entre los libaneses, sus descendientes y sus amigos en
el mundo de la emigración libanesa y llevar a cabo actividades culturales
entre los jóvenes libaneses, a fin de fortalecer su amor por la patria [de origen]. Para lograrlo lleva a cabo diversos programas sociales, culturales y
turísticos en Líbano y con la emigración en el mundo1. El viaje respondió
a su misión, al promover el regreso de descendientes libaneses, así como
la búsqueda y el reencuentro de sus familias de origen, lo cual lograron
exitosamente varios de los invitados, entre ellos Laura y Mario Athié, ambos de México; José Luis Elmelaj de Argentina y Antonio Abdo de Bolivia.
¡Dichos encuentros fueron respuesta a búsquedas de mucho tiempo atrás
y despertaron infinidad de emociones!
La incursión se inició en Beirut, en cuyo aeropuerto fuimos recibidos por
Joseph Athié, un amable colaborador de Naji Farah. Éste último nos encontró en el hotel, ofreciéndonos una cálida bienvenida, y luego una invitación
a cenar en un agradable restaurant ubicado en un jardín con pinos y robles,
en la zona de Broummana.
El recorrido por el país se inauguró en una ceremonia a la que asistieron
los embajadores de Argentina, Francia, México y Uruguay, así como un representante del Ministerio de Turismo Libanés. Cabe destacar lo que Naji
Farah dijo en tal ocasión: Todo emigrante tiene derecho a regresar a Líbano.
Esa rotunda afirmación me motivó a reflexionar, una vez más, acerca de
una realidad dolorosa: ¡Muchos de nuestros abuelos no pudieron regresar!
Y ahora se nos estaba dando esa gran oportunidad a sus descendientes.
La visita al Bled incluyó recorridos de norte a sur y de este a oeste: grandes ciudades, pequeños poblados, campos, montañas, bosques, grutas,
costas, zonas arqueológicas y barrios antiguos; todas y todos plenos de
historia, belleza y color; es imposible mencionar a tantos nombres en
este corto espacio.
1 Para más información consultar el sitio RJLiban en http://www.rjliban.com/club.htm.
61
ASOCIACIÓNARTISTAS E INTELECTUALES
El grupo de RJLiban 2015
Las experiencias en el día a día enriquecieron nuestra existencia: convivir
con personas de siete países y descubrir que el origen común y el deseo
de recuperar las raíces es un enorme factor de unidad; compartir nuestras
expectativas del viaje a todo el grupo en Hamana, donde también fuimos
convidados a una espléndida cena por el obispo George Abi Younes, quien
visitaba Líbano en esas fechas; escuchar las historias de los compañeros
de viaje acerca de sus peripecias y, en algunos casos, de sus sacrificios
para poder comprar los boletos de avión (único requisito solicitado por
RJLiban); las clases de idioma árabe libanés en un ambiente lúdico, en las
que la profesora Samira El Jorr se esforzaba por facilitarnos el aprendizaje;
departir alrededor de las mesas que ofrecían exquisitos platillos cuyo sabor nos recordaban a los probados desde la infancia; ver bailar dabke de
manera experta por el grupo de jóvenes argentinos, y lanzarse a hacerlo,
con un mínimo de práctica, estimulados por la música que penetraba la
piel y despertaba una gama de emociones; admirar las esculturas creadas por Mario Athíe; convivir con integrantes del ejército libanés, así como
con hijos de soldados, muchos de ellos huérfanos, y saber de sus intereses
y anhelos; visitar la frontera con Israel y pisar la tierra que puede hablar
de experiencias dolorosas, de una lucha por la nación y el honor; asistir
a la boda de dos jóvenes argentinos en la catedral de Tiro, Paula Gattas
y Federico Montes Chantire, quienes “cumplieron su sueño de regresar a
la tierra de sus antepasados para unirse en matrimonio y empezar una
vida libanesa”, y luego participar en una celebración inolvidable siguiendo
las costumbres del país; visitar el Santuario de San Charbel Majluf y, en
ese espacio lleno de misticismo, orar unidos en una misa celebrada por
Abuna Yaacoub Badaoui; visitar el maravilloso Museo Nacional de Beirut, bajo la excelente guía de Nada Mitri; recorrer la antiquísima muralla
marítima construida por los fenicios en Batroun; visitar los milenarios Cedros y admirar su grandeza y majestuosidad; recorrer las antiguas calles
de ciudades y pueblos, descubriendo sus rincones y las costumbres de
sus pobladores; explorar las zonas arqueológicas, testimonio de culturas
antiquísimas; ser sorprendidos por el lente oportuno del simpático brasileño Mauricio Yazbek; y la convivencia de horas y horas en el autobús,
62
El milenario muro fenicio y las salinas en Batroun
excelente oportunidad para tratar diariamente a quienes dejaron de ser
personas ajenas y desconocidas, al descubrir lo interesante y cálido de
cada una y uno, para finalmente iniciar el camino de una hermosa amistad
que continúa hasta el día de hoy. Por supuesto, en todos sitios y tiempos
el grupo disfrutaba de la hospitalidad y el cariño de los libaneses y de
la atención constante por parte de Naji, Joseph, el matrimonio formado
por los profesores Nada y Youssef Rizk, el embajador Fares Eid, Rosarita
Tawil, responsable de relaciones públicas y Vanina Palomo, simpática y
dinámica argentina-libanesa, también colaboradora de la asociación. …
y así podría continuar escribiendo muchas páginas. Por todo ello ¿cómo no
sentir tanta nostalgia?
Lo anterior es una síntesis muy apretada de la riqueza que nos obsequió
este viaje2. Para quienes lo vivimos fue un gran regalo de la vida, un sueño
alcanzado, cuyos principales efectos han sido: el gran amor por Líbano
que despertó o aumentó en nosotros, así como haber acrecentado la comprensión de nuestros ancestros libaneses que dejaron su tierra, a causa de
la dominación turca, buscando libertad y la posibilidad de una nueva vida;
además de la motivación a trabajar aún más en favor del libanismo y de
Líbano, desde el sitio en que ya nacimos sus descendientes. Y aunado a
todo ello, la cantidad de nuevos amigos y amigas en distintos países.
De ahí que en este recorrido, RJ Liban haya cumplido su misión con creces,
por lo que nuevamente es necesario agradecer esta gran oportunidad a
la asociación y a Naji Farah y su equipo, así como a la presidencia de Al
Fanaán. Por todo lo antes narrado, y ya de regreso a nuestra realidad cotidiana, aunque sin dejar de saborear los recuerdos, me parece que podemos
tomar como nuestras las palabras de la juventud boliviano–libanesa: ¡Nosotros no vivimos en Líbano; Líbano vive en nosotros!
2 La galería fotográfica se puede consultar en
https://www.facebook.com/media/set/?set
ASOCIACIÓNARTISTAS E INTELECTUALES
Mario Athié
Samira El Jorr con sus fantásticas clases de árabe
Aprendiendo el tradicional dabke
La fiesta de Paula y Federico
Vanina Palomo Palomo, Bertha Abraham, Antonio Abdo, Mario Athié, Narciso Vázquez,
Lilian Adib, Laura Athié, José Luis Elmelaj y Yara Haddad
Zona arqueológica de Anjaar
La boda de Paula Gattas y Federico Montes
El santuario de San Charel en Anaya
63
ASOCIACIÓNARTISTAS E INTELECTUALES
En el Hipódromo de Tiro
Gradas del Hipódromo, Tiro
Un estupendo banquete de comida libanesa
64