Copa do Mundo da FIFA FOOTBALL FOR HOPE UM EVENTO

Transcrição

Copa do Mundo da FIFA FOOTBALL FOR HOPE UM EVENTO
NÚMERO 38, 11 DE JULHO DE 2014
EDIÇÃO EM PORTUGUÉS
Fédération Internationale de Football Association – Desde 1904
FOOTBALL FOR HOPE
UM EVENTO
INESQUECÍVEL NO RIO
SEPP BLATTER
OBRIGADO,
BRASIL!
FABIO GROSSO
O PÊNALTI DECISIVO
MARCOU PARA SEMPRE
Copa do Mundo da FIFA
A FINAL
W W W.FIFA.COM/ THEWEEKLY
ÍNDICE
6
América do Norte e
América Central
35 membros
www.concacaf.com
A final
Uma Copa do Mundo fantástica está chegando
ao fim. No domingo, Alemanha e Argentina se
enfrentam em busca do título. O confronto é
uma reedição das decisões de 1986 e 1990.
Antes do grande momento no Maracanã, vamos
relembrar algumas das finais mais históricas
desde 1930.
Além disso, o repórter Sven Goldmann registrou
o caminho dos finalistas de 2014.
10
F antasma holandês Há quatro
décadas que a seleção holandesa sempre faz
boas participações nos torneios que disputa.
No entanto, isso ainda não foi suficiente para
conquistar um título.
19
Sepp Blatter O presidente da FIFA
analisa as quatro sensacionais semanas que
se passaram na Copa do Mundo: “Fiquei
encantado com a fascinante atmosfera”, diz.
35
C lima frio e muita salada O peruano
Teófilo Cubillas passou momentos difíceis na
Suíça no início da década de 1970.
“A Basileia ficará para sempre no meu coração”,
afirma hoje em dia.
América do Sul
10 membros
www.conmebol.com
24
Football for Hope
Para 192 jovens de quatro continentes,
o Festival no Rio de Janeiro será um
sonho que se realiza.
imago
Aplicativo da FIFA Weekly
A revista FIFA Weekly está disponível
en cinco idiomas a cada sexta-feira
em uma versão eletrônica bastante
intuitiva.
2
T H E F I FA W E E K LY
14
Humilhação
A goleada por 7 a 1 contra
Alemanha será difícil de digerir
para os brasileiros.
Getty Images (2)
A final
A foto de capa exibe uma cena da final
da Copa do Mundo, em 8 de julho de
1990, em Roma. Em primeiro plano,
Rudi Völler e Oscar Ruggeri brigam pela
bola. No fundo, à direita, Jürgen
Klinsmann e José Serrizuela.
A SEMANA DO FUTEBOL MUNDIAL
Europa
54 membros
www.uefa.com
África
54 membros
www.cafonline.com
Ásia
46 membros
www.the-afc.com
Oceania
11 membros
www.oceaniafootball.com
37
Günter Netzer
O nosso colunista fala sobre a
transição de gerações na Espanha.
“Os espanhóis voltarão em breve”, diz.
30
imago (2) / Reuters
Fabio Grosso
Há oito anos o italiano decidiu a final
da Copa do Mundo. “Foi a festa da minha
vida”, afirma Grosso em entrevista.
Alfredo Di Stefano
(4 de julho de 1926 – 7 de julho de 2014)
Presidente da FIFA, Joseph Blatter: “Estou perplexo com a notícia
do falecimento de Alfredo Di Stéfano. Ele foi o atleta mais completo
que vi jogar. Ele também era o meu jogador preferido.”
T H E F I FA W E E K LY
3
EVERY GASP
EVERY SCREAM
EVERY ROAR
EVERY DIVE
EVERY BALL
E V E RY PAS S
EVERY CHANCE
EVERY STRIKE
E V E R Y B E AU T I F U L D E TA I L
SHALL BE SEEN
SHALL BE HEARD
S H A L L B E FE LT
Feel the Beauty
BE MOVED
THE NEW 4K LED TV
“SONY” and “make.believe” are trademarks of Sony Corporation.
PANOR AM A
A
Copa cheia de
surpresas
P
lemanha contra Argentina, que final! Uma decisão que evoca memórias do passado: Diego
Maradona no auge em 1986; um incrível Lothar
Matthäus em 1990. Os últimos 90 ou 120 minutos
desta Copa serão históricos. E, talvez, em 2030 o
redator possa escrever aqui, neste mesmo espaço:
“Maior final de Copa do Mundo de todos os tempos!” (dois gols de Müller e dois de Messi – e tudo
isso na prorrogação.)
O
melhor vem no fim. Mas o que vem, especificamente? Existem apenas tendências. Depois dos
7 a 1 contra o Brasil, a Alemanha foi considerada a favorita. E a Espanha não era, antes do jogo
contra a Holanda? Quem estava contando com a
Costa Rica? Esta Copa teve muitas surpresas, e o
nosso repórter Sven Goldmann escreveu sobre os
diversos caminhos que levaram Alemanha e Argentina até a final. Do Mineirão, Thomas Renggli contou o drama dos brasileiros em Belo Horizonte
durante a inesquecível derrota para os alemães.
aralelamente ao Mundial, foi realizado o festival Football for Hope, no Rio de Janeiro. Com
192 jovens de 27 países, o evento também contou com um torneio de futebol de quatro dias de
duração. Em uma reportagem de sete páginas, ilustramos a paixão das crianças durante o festival.
S
epp Blatter viu o Brasil como um anfitrião
s ensacional. Na sua coluna semanal, ele
­
­recorda a atmosfera fascinante e diz: “Obrigado, Brasil. O que vivenciamos aqui superou qualquer expectativa.” Å
Alan Schweingruber
Simon Bruty / EQ Images
Vista histórica
Milhares de pessoas acompanham
em Copacabana a partida entre
Brasil e Alemanha.
T H E F I FA W E E K LY
5
A FINAL
O GRANDE
A grande decisão do Mundial – todos querem chegar até
lá, mas poucos conseguem. Antes do espetáculo entre
­Alemanha e Argentina, analisamos os caminhos que levaram
até a final da Copa do Mundo da FIFA 2014.
Sven Goldmann, do Rio de Janeiro
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T H E F I FA W E E K LY
A FINAL
SONHO
Alemanha e Argentina já decidiram anteriormente duas finais de Copa do Mundo da
FIFA. Em 1986, no México, um genial Diego
Armando Maradona ergueu a taça como
c apitão da seleção argentina. Naquela
­
ocasião, Lothar Matthäus teve de correr
­
muito para tentar marcá-lo. Em 1990, na
­
Itália, foi M
­ atthäus, em grande estilo, quem
levou o selecionado de Beckenbauer ao
­tricampeonato mundial.
A trajetória alemã em 2014
David Cannon / Getty Images
I
n justamente, o minimalismo é uma estratégia subestimada no futebol. Porém, de
que adianta a beleza, se o resultado é uma
derrota? Na Copa do Mundo da FIFA 2010 e na
Euro 2012, o técnico Joachim Löw deixou a
seleção alemã praticar um futebol vistoso,
mas acabou amaldiçoado por isso, por mostrar nos momentos decisivos, junto da beleza,
receio e modéstia.
Desta vez, ninguém pode criticar os alemães por esse motivo. No Brasil, Löw se mostrou totalmente disposto a aprender, incorporando a figura de alguém que busca substituir
a eterna beleza por um pragmatismo em busca
de resultados. O treinador, inclusive, chegou a
mudar o esquema da equipe do 4-3-3 para um
4-2-3-1 quando foi necessário. Tudo isso para
alcançar a vitória, sem se importar em sacrificar, se preciso, a própria beleza.
Nesta Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014,
o futebol alemão não apresentou – com exceção dos sensacionais 7 a 1 contra o Brasil – o
brilho estético demonstrado no Mundial na
África do Sul, mas uma estratégia racional e
premeditada. Já na estreia, com a goleada por
4 a 0 sobre Portugal, os germânicos se concentraram em se aproveitar dos erros do adversário. No empate por 2 a 2 com Gana, a Alemanha provou ser capaz de reagir após ser
surpreendida e ficar em desvantagem. Contra
os americanos, comandados por ninguém menos que o antecessor de Löw, os alemães venceram por 1 a 0 em uma partida lenta, mas sem
grandes perigos. Já nas oitavas, como franca
favorita, a Alemanha manteve a calma, apesar
da coragem dos argelinos, e esperou até o momento certo pelas chances – que, apesar de
tardarem, chegaram.
T H E F I FA W E E K LY
7
A FINAL
Pronta para
o título? A goleada
por 7 a 1 da Alemanha
sobre o Brasil foi
impressionante.
Perfeita para o novo minimalismo alemão
foi a partida jogada contra os bem cotados franceses, com jogadores individualmente brilhantes e uma autoestima inflada devido à excelente
campanha na fase de grupos. O que acabou sendo um triunfo da inteligência não pareceu incomodar ninguém pela falta de futebol-arte apresentada no Maracanã. O gol no começo fez com
que a Alemanha pudesse impor o jogo com a
precisão de um jogador de xadrez. Os franceses
atacavam, brigavam e pressionavam, porém sem
conseguir levar perigo real à meta de M
­ anuel
Neuer. No fim, o domínio francês deixou claro
um ponto positivo alemão: a eficiência da nova
defesa em situações extremamente competitivas. “Essa equipe mereceu a vitória”, reconheceu
o treinador francês Didier Deschamps.
Foi um pouco como antigamente, quando
a seleção alemã chegava ao gol e utilizava o
tempo como vantagem para garantir a vitória –
e era, em todo o mundo, mais temida do que
famosa pelo seu futebol. No entanto, agora
existe uma diferença fundamental: no Brasil,
a defesa alemã tem como base uma alta eficiência técnica. Assim, a Alemanha não precisa
mais depender da sorte.
A sensacional goleada por 7 a 1 na semifinal
contra o Brasil surge quase irônica frente ao
minimalismo praticado nas cinco partidas anteriores. “Mesmo assim, temos de manter os pés
no chão”, declarou Thomas Müller após a acachapante vitória em Belo Horizonte. “Não podemos nos deixar levar pelas comemorações dessa
goleada, assim como não superestimamos a vitória apertada sobre a Argélia por 2 a 1.”
A HIS T ÓRI A DA S F IN AIS
Dominik Petermann
8
T H E F I FA W E E K LY
URUGUAI 1930
Uruguai 4 x 2 Argentina
Anfitrião vence primeira
Copa do Mundo
A primeira edição da Copa do Mundo da
FIFA foi realizada em 1930 no Uruguai.
Aquele Mundial foi marcado por muitas
questões curiosas. Inclusive na final
entre o anfitrião e a Argentina. As duas
equipes levaram a sua própria bola para
a partida, e nem uruguaios nem
argentinos queriam jogar com a bola do outro país. Então, o árbitro belga John
Langenus decidiu utilizar a bola argentina no primeiro tempo e a bola uruguaia no
segundo. No final, o Uruguai conquistou o primeiro título mundial — apesar de chegar
a ficar perdendo por 2 a 1 no intervalo.
Getty Images, Marcus Brandt / Keystone
A final da Copa do Mundo é a última par tida de um
Mundial. As duas últimas equipes remanescentes no
torneio ficam frente a frente e disputam o mais
cobiçado troféu do futebol. Para quem chegou até lá,
apenas a vitória basta. Para o segundo colocado,
resta apenas a medalha de prata. As par tidas finais
da Copa do Mundo ficam para a história. Um resumo
das mais históricas decisões de Mundial.
A FINAL
Seguindo um objetivo
Messi e Demichelis
se abraçam depois
da semifinal contra
a Holanda
O caminho argentino em 2014
O
Getty Images (2), Diego Azubel / Keystone
que há de mais bonito são as suas cantorias.
Durante cada minuto das partidas da Argentina nos estádios no Rio de Janeiro, Belo
Horizonte ou Porto Alegre eles não pararam de
entoar quase sempre o mesmo cântico, que termina com o seguinte verso: “Maradona es más
grande que Pelé”. Depois dos torcedores brasileiros, os “hinchas” argentinos foram sem
­dúvidas os mais barulhentos da Copa do Mundo e a cada jogo parece que foram aumentando
ainda mais o volume.
O aspecto mais comemorado não foi necessariamente a beleza do futebol da sua equipe. Na avaliação dos torcedores da Albiceleste,
o espetáculo tem um papel secundário. O mais
importante é a vitória. A seleção argentina
parece ter recuperado a sua autoestima ao se
classificar pela primeira vez desde a Itália 1990
entre os quatro melhores da Copa do Mundo
— e justamente na casa do arquirrival Brasil.
A Argentina pode comemorar o fato de voltar
a ser oficialmente uma grande potência do futebol mundial, agora não mais apenas pelos
seus inúmeros craques que todos os anos são
BRASIL 1950
SUÍÇA 1954
Brasil 1 x 2 Uruguai
O drama do Maracanaço
Alemanha Ocidental 3 x 2 Hungria
O milagre de Berna
O Brasil tinha feito uma Copa do Mundo
fantástica jogando em casa. Não havia
nenhum indício de que o país não seria
campeão mundial. Na segunda fase do
torneio, a Seleção primeiro goleou a
Suécia por 7 a 1 e em seguida massacrou a Espanha por 6 a 1. O jogo
decisivo (que na realidade não era uma
final propriamente dita) contra o Uruguai era para ser apenas uma formalidade. Mas
o uruguaio Alcides Ghiggia acabou com o sonho brasileiro da Copa do Mundo ao
marcar o gol da vitória por 2 a 1 a 11 minutos do final do jogo. Para toda a nação foi
um trauma que dura até hoje.
A maior favorita para vencer a Copa do Mundo
Suíça 1954 era a Hungria. Tratava-se de uma
equipe fantástica que estava invicta havia muito
tempo e que também brilhou na Copa do Mundo.
Na final, os húngaros enfrentaram a Alemanha
Ocidental, mesma equipe que eles haviam
goleado por 8 a 3 na primeira fase. Inicialmente, a decisão na cidade de Berna começou
conforme o esperado e a Hungria fez 2 a 0. Mas quando subitamente começou a chover
— um tempo que ficou conhecido na Alemanha como o “clima de Fritz Walter” — a
Alemanha conseguiu buscar o empate. E aos 39 minutos do segundo tempo o atacante
Helmut Rahn marcou o gol da vitória por 3 a 2 que deu o título aos alemães. A vitória
surpreendente ficou conhecida como “o milagre de Berna”.
T H E F I FA W E E K LY
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A FINAL
Derrota na final Recepção da seleção
Holandesa em Amsterdã em 1974.
Sem v it
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opa do M
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lia 1990
.
Ausente Em 1978 Cruyff já havia encerrado a sua carreira pela
seleção holandesa.
1998 Bergkamp jogou muito, mas fracassou com a sua equipe
nas semifinais.
N
os últimos 40 anos, os holandeses sempre praticaram um futebol
muito bonito — e perderam muito bonito. A sua tragédia começou
no ano de 1974, quando a melhor seleção holandesa da história,
comandada pelo seu melhor treinador Rinus Michels e liderada pelo seu
melhor jogador de todos os tempos Johan Cruyff, massacrou todos os
seus adversários com o seu sedutor e dinâmico “Voetbal Totaal”. Na final
em Munique, os holandeses saíram com a posse de bola, foram tocando
a bola rumo ao ataque, sofreram um pênalti e converteram a cobrança
antes que algum jogador alemão sequer tocasse na bola. Nos 20 minutos seguintes, eles trocaram passes em grande estilo e tentaram humilhar os anfitriões. Isso acabou sendo um erro estratégico, que acabaria
marcando de modo decisivo a história do futebol holandês: os alemães
lutaram para se encontrar na partida e venceram por 2 a 1. A derrota
foi mais um suicídio que um assassinato. Mas de qualquer forma aquilo
foi interpretado na Holanda como uma tragédia nacional.
Graças principalmente à influência de Cruyff, a Holanda tem produzido
várias gerações de grandes jogadores, mas nunca se recuperou plenamente daquela tarde em Munique. As campanhas holandesas sempre
pareciam terminar em azar, autodestruição ou pênaltis. Em 1978, a
equipe do Futebol Total (sem Cruyff) teve a má sorte de enfrentar mais
uma vez o anfitrião na final: a Argentina. Encarou uma seleção de grande qualidade, diante de um ambiente intimidador. Perdeu por 3 a 1.
Em 1990, a geração talvez mais talentosa da Holanda de todos os tempos (Gullit, Van Basten, Rijkaard, Koeman, entre outros) sucumbiu às
disputas internas e voltou para casa sem vencer sequer um jogo. Em
1998, uma terceira brilhante geração laranja, reunindo Bergkamp, Davids e os irmãos De Boer, perdeu para o Brasil, nos pênaltis, na semifinal.
Já a campanha de 2010 da Holanda acabou em uma dor diferente.
Obcecada pela ideia de não cair como em 1974, 1978, 1990 e 1998, a
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Laranja adotou uma mentalidade pragmática, buscando a vitória a qualquer custo, e chegou a mais uma final. Ironicamente, a rival Espanha,
doutrinada por três gerações de técnicos holandeses, jogava um futebol
mais parecido com o da Holanda clássica do que a própria Laranja de
então. Depois da final em Joanesburgo, Cruyff condenou as táticas violentas da equipe de Bert van Marwijk, taxando-a de “antifutebol”. Para
muitos torcedores na Holanda, o desrespeito foi tão doloroso quanto a
derrota por 1 a 0.
A equipe de Louis van Gaal em 2014 se mostrou focada, unida e extremamente flexível. Também pareceu estar em uma missão para vingar
todas as tristezas do passado - e fazê-lo na ordem histórica reversa.
O lema holandês para o torneio poderia ter sido baseado em Michael
Corleone, em O Poderoso Chefão: “hoje vamos resolver todos os negócios
da família”. Em seu primeiro jogo, golearam a Espanha por 5 a 1. Thierry
Henry, participando da transmissão da BBC, lembrou que os holandeses
levaram o futebol total à Espanha. “Bem, hoje a Holanda retomou seu
estilo”, observou. “Contra a Costa Rica, nas quartas de final, a Holanda
superou seu trauma nos pênaltis graças a quatro cobranças perfeitas e
a surpreendente substituição de goleiro feita por Van Gaal.”
Os holandeses viram a semifinal contra a Argentina pelo prisma de
1978, mas seus olhos estavam voltados para outro grande prêmio: a final contra a Alemanha, que teria sido a chance de exorcizar os fantasmas que assombram o país há quatro décadas. Mas o resultado acabou
sendo diferente do esperado na quarta-feira. Após 120 minutos, a partida foi para os pênaltis. Desta vez Van Gaal já havia feito as três substituições e não pôde colocar o arqueiro Tim Krul em campo. O selecionado holandês acabou sendo eliminado na disputa por penalidades. Å
David Winner
Getty Images (3), Afp
Fantasmas Holandeses
A FINAL
Triunfo de 1986
Diego Armando
Maradona depois da
vitória na final contra
a Alemanha.
Triunfo de 1990
Lothar Matthäus e
a seleção alemã
depois da vitória
contra a Argentina.
exportados para a Europa, mas também pelo
resultado obtido no Mundial.
A Argentina se comportou exatamente da
forma como se espera de uma grande nação do
futebol, sempre mantendo o controle nas partidas e evitando se expor mais que o necessário. Quem poderia se incomodar com o fato de
o conceito tático e estratégico do treinador
Alejandro Sabella se limitar a expor ao máximo
as qualidades de um único jogador? O astro da
equipe assumiu, como seria esperado, o papel
de principal talento individual da Copa do
Mundo. Um jogador capaz de chamar mais
atenção do que qualquer outro no maior palco
do futebol mundial. Diferentemente do que
ocorreu há quatro anos na África do Sul, Lionel
Messi vem sendo determinante no Brasil 2014.
Tudo começou logo na estreia contra a Bósnia
e Herzegovina, quando marcou um golaço para
Um novo sentimento de autoestima
foi conquistado pela Argentina, que pela
primeira vez desde a Itália 1990
ficou entre as quatro melhores do mundo.
Getty Images (2), imago, Ullstein
A HIS T ÓRI A DA S F IN AIS
SUÉCIA 1958
INGLATERRA 1966
Brasil 5 x 2 Suécia
O garoto prodígio brasileiro
Inglaterra 4 x 2 Alemanha Ocidental
(após prorrogação)
Gol de Wembley
Os brasileiros viajaram para a Suécia com o
objetivo de finalmente conquistar o seu primeiro
título mundial. Mas os donos da casa tinham
pretensões exatamente iguais. A começar pela
camisa: como a camisa da seleção sueca tinha
as mesmas cores da camisa canarinho, e a
Suécia estava jogando nos seus domínios, os brasileiros, que foram para a Europa
sem um segundo uniforme na bagagem, precisaram procurar às pressas camisas
azuis. Apesar do novo jogo de camisas, os craques brasileiros acabaram levando a
melhor. Um dos motivos foi o fantástico talento em ascensão do garoto Pelé, que
tinha apenas 17 anos, mas marcou dois gols na vitória fulminante por 5 a 2. Em meio
a lágrimas, a Seleção comemorou o seu primeiro título de Copa do Mundo.
A final entre Inglaterra e Alemanha
terminou empatada em 2 a 2 após 90
minutos. Aos 11 minutos do primeiro
tempo de prorrogação, aconteceu
talvez o lance mais polêmico da história
da Copa do Mundo: depois de um chute de Geoff Hurst, a bola acertou o
travessão alemão e pingou atrás do goleiro alemão Tilkowski. Mas a bola
cruzou a linha ou não? Depois de uma rápida conversa com o seu assistente
Tofik Bakhramov, o árbitro suíço Gottfried Dienst validou o gol. O tento
entrou para a história como o “gol de Wembley”. No final, os ingleses
venceram por 4 a 2.
T H E F I FA W E E K LY
11
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A FINAL
garantir a vitória do seu país, a qual em nenhum momento ficou ameaçada. No segundo
jogo, quando os iranianos estavam fazendo
tudo para dificultar a vida dos argentinos, Messi teve um lampejo de genialidade e deu os três
pontos à Argentina pouco antes do apito final.
Contra a Nigéria ele balançou as redes duas vezes, e o gol da vitória contra a Suíça nas oitavas
de final aconteceu graças a uma jogada sua,
assim como o gol da classificação nas quartas
de final contra a Bélgica.
O resto da equipe sabia que devia abrir caminho para o craque. E assim foi, começando
por Angel di María, que brilhou na última temporada pelo Real Madrid, conquistando o título
da Liga dos Campeões da UEFA, mas soube ser
humilde para reconhecer a liderança de Messi.
Gonzalo Higuaín, que em 2013 se transferiu do
Real para o Napoli, também agradeceu pela genialidade do seu capitão, assim como Ezequiel
Lavezzi, Rodrigo Palacio e Sergio Agüero. A categoria de Messi está acima de tudo e foi ela que
impediu que os argentinos começassem a se
lamentar pelas contusões de Di María e Agüero.
Obviamente, Messi fez as suas habituais pausas
no intervalo das partidas, mas tirando isso não
parou de driblar, cruzar e chutar com alegria e
garra que nunca antes tinha mostrado em um
Mundial. “Quando Lionel está com a bola nas
proximidades da área adversária, ele pode causar grandes danos”, afirmou o treinador Alejandro Sabella. Ninguém pode contestar tal afirmação, seja do lado dos adversários ou do lado dos
argentinos.
Em uma semifinal pouco espetacular contra a Holanda, é verdade que Messi não conseguiu se destacar. Mas foi o jogador de 27 anos
que, depois de 120 minutos, converteu a primeira cobrança de pênalti e colocou o seu país à
frente do marcador, dando uma importante
contribuição para a vitória. Å
Tr a u m a d a m a r c a d e c a l
Tudo bem novamente Há muito que Roberto Baggio deixou para trás o trauma de Pasadena (1994).
D
urante 16 anos Roberto Baggio tentou entender como ele pôde desperdiçar o pênalti decisivo da final da Copa do Mundo da
FIFA 1994. Mas enfim ele conseguiu. Em 2010,
ele deu uma curiosa explicação em um programa de tevê brasileiro. “Foi o Ayrton Senna que
desviou o meu chute para o céu.” Na época, a
Seleção de fato dedicou o título mundial ao antológico piloto de Fórmula 1, que poucas semanas antes do Mundial morrera em um acidente
nas pistas.
Baggio chegou a essa conclusão sobrenatural
especialmente pela forma como ele desperdiçou
o pênalti, chutado por cima do travessão. “Normalmente, chuto colocado, e não com força”,
afirmou ele com lágrimas nos olhos depois da final perdida. “Em toda a minha vida nunca chutei
um pênalti no alto. Mas naquele momento eu já
estava esgotado e sem forças, a minha cabeça
tinha perdido o controle sobre as pernas.” No final, apenas 11 metros separaram Baggio, um dos
maiores jogadores italianos de todos os tempos,
do seu grande objetivo. Com cinco gols em apenas três jogos, ele havia conduzido a Itália praticamente sozinho até a decisão, mas então a sua
atuação não repetiu o mesmo brilhantismo.
Apenas na Copa do Mundo da FIFA 1998 o craque conseguiu deixar definitivamente para trás
o trauma de Pasadena. Paris, 4 de julho, quartas
de final contra a França. Depois de 120 minutos
sem gols, a partida foi novamente decidida nos
pênaltis. Dessa vez, Baggio foi o primeiro a cobrar e mandou a bola no fundo das redes de
Barthez. Naquele momento, a tranquilidade
voltou ao coração do camisa 10, ainda que o
sentimento de vergonha reapareça de vez em
quando, por exemplo, em uma propaganda de
cerveja exibida antes da Copa do Mundo no
Brasil, na qual foi feita uma representação do
chute errado de 20 anos atrás. Å
Luigi Garlando
Getty Images (2), corbis
A HIS T ÓRI A DA S F IN AIS
EUA 1994
COREIA DO SUL/JAPÃO 2002
Brasil 0 x 0 Itália (3 x 2 após
­c obranças de pênaltis)
O céu sobre Los Angeles
Alemanha 0 x 2 Brasil
Ronaldo supera o “Titã”
No famoso Estádio Rose Bowl em Pasadena, subúrbio de Los Angeles, foi
disputada uma das mais longas finais
da Copa do Mundo. Em um jogo
cansativo, os jogadores esperaram em
vão durante 120 minutos por um gol.
Na disputa por pênaltis, dois renomados jogadores italianos desperdiçaram as suas cobranças. O primeiro foi ninguém
menos que o zagueiro Franco Baresi. Em seguida, a penalidade decisiva foi cobrada
pelo grande astro Roberto Baggio. A bola chutada pelo craque voou pelo alto dos
céus de Los Angeles.
Alemanha e Brasil se enfrentaram pela
primeira vez em uma Copa do Mundo
justamente na decisão da edição de
2002. E o final foi feliz para os brasileiros.
A derrota se iniciou com uma falha
justamente do brilhante goleiro Oliver
Kahn. O “Titã”, como ele é conhecido na
Alemanha, não conseguiu segurar um
chute de Rivaldo, e no rebote Ronaldo abriu o placar. Mais tarde, o “Fenômeno”
balançou as redes novamente e garantiu o pentacampeonato mundial para a seleção
brasileira. Mesmo com a derrota e com o seu erro, Kahn foi eleito o melhor jogador do
torneio. Foi a primeira vez em que a honra coube a um goleiro.
T H E F I FA W E E K LY
13
CONCENTR AÇÃO
Tudo acabou
Dois torcedores brasileiros
durante a semifinal contra
a Alemanha.
O fim do sonho
Thomas Renggli escreve para a
FIFA Weekly.
O céu de Belo Horizonte é
como um oceano. Ele alterna
as suas tonalidades e cores
quase no ritmo do bater das ondas. No início
da noite de terça-feira, as nuvens pairavam
sobre o Estádio Mineirão como uma camada
de algodão acinzentado. Mas havia algumas
aberturas que deixavam entrever o céu azul,
como se fosse um presságio dos deuses do
futebol: um raio de luz sobre a Seleção! No fim
das contas, não passava de uma alucinação.
Quando o narrador anunciou a escalação da
equipe, o nome de cada jogador brasileiro foi
comemorado freneticamente — mas o barulho
chegou ao seu nível máximo por causa de um
ausente: Neeeymaaar, Neeeymaar, Neeeymaaar. O pedido de 60 mil torcedores para a sua
14
T H E F I FA W E E K LY
Seleção não deixava dúvidas: joguem por
Neymar, lutem por Neymar, vençam por
Neymar! Jogadores e torcedores cantaram o
Hino Nacional com um ímpeto ensurdecedor
no entardecer. O goleiro Julio César e o capitão
David Luiz levantaram com olhar desafiador a
camisa de Neymar. O número 10 está vivo!
A centelha da euforia estava acesa. Nos primeiros minutos, os brasileiros partiram para cima
do adversário como se estivessem pegando
fogo de tanta garra. Mas foi uma correria cega
direta para a ruína. Do outro lado a Alemanha
esperava com um potente extintor de incêndio.
Aos 11 minutos de partida, Thomas Müller
esfriou nitidamente os ânimos ao marcar o
primeiro gol do dia. Entre os 23 e os 29 minutos, todas as barragens se romperam de vez. Os
gols saíram quase a cada minuto. Em pouco
tempo, a Alemanha abriu 5 a 0 contra o Brasil.
O placar final foi 7 a 1 — nem no tênis é possível perder por um placar tão elástico. Tudo
aconteceu tão de repente e de modo tão
surpreendente que os torcedores demoraram
para começar a chorar. Porque lágrima nenhu-
ma brota com tanta rapidez. Olhares de incredulidade, rostos perplexos. E do outro lado, os
alemães presentes entoavam gritos como:
“Super Alemanha”, “Oh, mas que bonito” e
“Final, final, final”. Foi como se interrompessem o Carnaval depois de apenas cinco minutos de festa — e em vez disso começassem a
celebrar a Oktoberfest.
O Brasil jogava em busca de nada menos que o
Hexa. Agora, sobraram uma grande consternação e a perspectiva amarga do prêmio de
consolação. Para o orgulhoso país do futebol,
a disputa da terceira colocação é uma verdadeira punição. Na terra do futebol arte e dos
mágicos do drible qualquer troféu ou medalha
de bronze pode ir direto para o ferro-velho.
“O Brasil é futebol, o futebol é Brasil.” Quem
acompanhou a Copa do Mundo “in loco” nas
últimas semanas não questiona esta declaração do presidente Blatter. Quando a Seleção
entra em campo, todo o país prende a respiração. A vida pública para de funcionar. O Brasil
oscila entre o êxtase total e um colapso
Marcos Brindicci / Reuters
Brasil
CONCENTR AÇÃO
nervoso. É como se um véu verde e amarelo
cobrisse toda a nação. Todos vestem as camisas dos seus ídolos: homens, mulheres, crianças e até os cachorros são envoltos com a
camisa canarinho. “Quando a nossa Seleção
joga, todo o Brasil vibra junto com ela”,
afirmou Maria Liva de Sousa. No dia a dia, o
futebol não é importante para ela, mas quando o selecionado brasileiro entra em campo o
dia a dia de todos fica obscurecido. Como os
seus compatriotas, Maria também ficou a um
passo de um ataque dos nervos na decisão por
pênaltis contra o Chile. “Nesse momento, 200
milhões de brasileiros sentiram a mesma
coisa — é difícil imaginar quanta energia
estava no ar.”
E todos precisam de energia. O caminho do
Brasil no torneio não foi nenhum passeio no
parque, e sim uma espécie de montanha-russa
das emoções. Com a vitória dramática nos
pênaltis contra os chilenos, o Brasil garantiu a
classificação para as quartas de final contra a
Fora O suspenso Thiago Silva
(d.) consola o companheiro
David Luiz após o desastre
dos 7 a 1.
“Foi como se interrompessem o
Carnaval depois de apenas cinco minutos
de festa — e em vez disso começassem
a celebrar a Oktoberfest.”
Colômbia, quando todo o país sofreu um duro
golpe do destino. O grito de comemoração
ficou preso na garganta de todos os brasileiros,
já que a vitória nas quartas veio acompanhada
da lesão do brilhante atacante Neymar. Até
mesmo Pelé havia falado sobre o quanto a
Seleção dependia do jovem craque antes da
Copa do Mundo: “Toda a pressão está sobre o
Neymar. Ele é o cara que precisa levar a Sele-
ção ao título.” Será que a presença de Neymar
poderia ter evitado o fiasco contra a Alemanha? É uma pergunta difícil de responder,
assim como outra questão que surgiu depois
do 7 a 1. A goleada foi ainda pior que a derrota
por 2 a 1 contra o Uruguai em 1950? O Maracanaço desta vez aconteceu em Belo Horizonte?
Claro está que o Brasil viveu uma total decepção futebolística na terça-feira — com um total
de 200 milhões de pessoas desapontadas. Å
Disputa do bronze
Brasil x Holanda (12 de julho, Brasília)
Niederlande
De azarões a
candidatos
Andrew Warshaw é redator da
Inside World Football.
Adrian Dennis / A fp
Quando a Holanda de Louis
van Gaal viajou ao Brasil,
muitos a consideravam apenas
a terceira força do Grupo B, atrás de Espanha e
Chile. Todos sabiam que a equipe possuía dois
homens decisivos, como Arjen Robben e Robin
van Persie, além de Daley Blind, que provara
no Campeonato Holandês que vinha da mesma
linhagem de craques do seu pai, Danny.
Mas será que eles teriam união suficiente
para ir longe na Copa do Mundo? Não demorou tanto para a resposta ficar clara. A goleada por 5 a 1 sobre a campeã mundial Espanha
na estreia (marcada pelo histórico gol em que
Van Persie encobre Casillas de peixinho) já os
T H E F I FA W E E K LY
15
© 2014 Visa. All rights reserved. Shrek © 2014 DreamWorks Animation L.L.C. All rights reserved.
Copa do Mundo da FIFA™.
É onde todos querem estar.
CONCENTR AÇÃO
fez ganhar a admiração dos mais céticos. E os
holandeses, vestidos com o seu tradicional
uniforme laranja, passaram de zebra a verdadeiros candidatos ao título mundial.
O perigo, claro, era a possibilidade de eles
terem atingido o auge cedo demais. Foi assim
com a Dinamarca em 1986: a equipe massacrou o Uruguai por 6 a 1 na fase de grupos
com um futebol espetacular, mas caiu nas
oitavas de final.
Van Gaal garantiu que isso não aconteceria
com a sua seleção, mas jogar um belo futebol
não assegura avanços de fase em uma Copa
do Mundo. E raramente se consegue se chegar
longe sem uma boa dose de sorte. Ou, melhor
ainda, sem um treinador inteligente.
Em termos de apostas e riscos calculados,
poucos técnicos foram tão corajosos — ou
imprudentes, diriam alguns. Mas Van Gaal
gosta de correr riscos e colocar a sua reputação sempre em jogo. Esta não foi nem de longe
a primeira aposta arriscada que ele fez na
carreira. Louis van Gaal sempre foi adepto do
esquema 4-3-3, esquema semelhante àquele
empregado pelo grande time de Johan Cruyff
em meados dos anos 1970.
Foi esse o esquema que a Holanda utilizou
durante as eliminatórias para o Brasil 2014,
mas Van Gaal mostrou que não é um técnico
avesso a mudanças: no Mundial, utilizou
diversas formações diferentes, incluindo o
5-3-2 e o 3-5-2, e até mesmo efetuou trocas de
formação no decorrer de alguns jogos.
Nem tudo funcionou, claro. Contra a Austrália, houve um pouco de complacência (velho
problema holandês), a defesa por vezes demonstrou ser inexperiente, enquanto craques
como Robben deixaram um tanto a desejar.
Mas essas pequenas falhas não diminuem a
grande campanha holandesa. No papel, certamente já houve seleções melhores, embora
poucas delas tenham feito o país acreditar
tanto que o título seja possível. Quando o fim
de semana acabar, Van Gaal assumirá o Manchester United. O ganho do clube inglês será,
certamente, uma grande perda para a Holanda.
Na pouco espetacular semifinal contra a
Argentina, o treinador deixou o seu goleiro
titular Jasper Cillessen em campo até o final.
Mas no fim o herói do dia foi o arqueiro
argentino Sergio Romero, que defendeu dois
pênaltis e acabou com o sonho holandês de
fazer a final contra a Alemanha. Å
Xinhua
A boa sorte veio em duas ocasiões. A primeira
foi diante do México, que estava a dois minutos
de eliminar a Holanda da Copa do Mundo. A
outra foi na desgastante partida de quartas de
final, contra a incansável Costa Rica, que teve
negado a seu favor um pênalti claro que poderia
ter mudado o curso do confronto. Não mudou,
claro, mas trouxe algo a mais: a substituição
mais surpreendente da história da Copa do
Mundo. Ela ocorreu aos 15 minutos do segundo
tempo da prorrogação, quando Van Gaal chamou o goleiro reserva Tim Krul especificamente
para a decisão por pênaltis. O goleiro do Newcastle acertou o canto de todas as cobranças da
Costa Rica e foi decisivo, defendendo a segunda
e a quinta batidas da equipe centro-americana,
garantindo o seu lugar na história dos grandes
momentos da Copa do Mundo.
T H E F I FA W E E K LY
17
DEBAT E
Uma festa inesquecível
A Copa do Mundo se aproxima do seu fim. O povo brasileiro
fez com que a Copa fosse uma festa inesquecível — contrariando
as expectativas de alguns.
Clima de festa Torcedores comemoram em um pátio interno de Manaus a vitória por 3 a 1 da Seleção na partida de abertura contra a Croácia.
O
pinião pública e opinião publicada nem
sempre são a mesma coisa. Um exemplo
disso pôde ser visto desde antes da Copa
do Mundo no Brasil, onde as pessoas saíram as ruas em manifestações para dar
vazão às suas insatisfações. Embora as
insatisfações fossem relacionadas a questões
políticas do próprio país, com frequência a mídia as noticiou como uma recusa dos brasileiros
de organizar o Mundial no país.
Mas isso estava errado. Muito antes do pontapé inicial da Copa do Mundo 2014 a FIFA tinha deixado de ser tratada como um bode expiatório, e o clima do povo brasileiro durante o
torneio foi sensacional. O Mundial foi uma
enorme festa colorida das nações, e o país pentacampeão se mostrou um anfitrião digno também pelo alto nível técnico do torneio, com um
impressionante espetáculo futebolístico. Ago18
T H E F I FA W E E K LY
ra, restam duas partidas, a disputa do bronze e
a final. O mundo observou com alegria a emocionante fase de grupos e a dramática fase de
mata-mata, na qual com frequência a decisão
foi para os pênaltis. E agora todos estão aguardando em meio a alegria e tensão os dois últimos jogos, especialmente a final.
No mesmo dia do 64º Congresso da FIFA
no começo de junho, pouco antes do início da
Copa do Mundo, quem andasse por São Paulo
certamente poderia perceber que as manifestações, que giravam principalmente em torno
da situação do transporte público, mais exatamente do metrô, não irromperiam durante
a Copa do Mundo — e que os brasileiros sabiam muito bem que as suas críticas sobre as
circunstâncias políticas não poderiam decorrer de uma entidade esportiva internacional
como a FIFA.
E a esta altura o pressentimento se confirmou. A Copa do Mundo não foi explorada pelo
povo para a realização de manifestações. Resta
saber se a opinião publicada em toda parte terá
uma capacidade similar de diferenciar os fatos.
Mas a Copa do Mundo de 2014 certamente ficará como uma boa lembrança na memória
tanto dos brasileiros quanto das pessoas de
todos os continentes. Å
O debate da Weekly.
Algum assunto tira o seu sono?
Qual tema você gostaria de debater?
Envie sugestões para:
[email protected]
Martin Mejia / AP / Keystone
Perikles Monioudis, Rio de Janeiro
DEBAT E
MENSAGEM DO PRESIDENTE
A opinião dos usuários do FIFA.com
sobre o Mundial:
Primeiro, foi a Espanha, que continuou
jogando o tiki-taka e acabou castigada por
isso. Depois, o Brasil e a tentativa de impor o
“jogo bonito” – igualmente punido. Este
Mundial mostrou que as equipes com estratégias agressivas e ofensivas são as vencedoras.
O treinador da Alemanha, Jogi Löw vinha
sendo criticado por ter criado um novo estilo.
Agora, todos têm a certeza de que ele estava
mais do que correto.
52Catania, Austrália
Não me lembro de ter visto uma Copa do
Mundo da FIFA tão sensacional como esta!
Muitos gols, várias surpresas. É triste que os
anfitriões não tenham conseguido chegar à
final, mas espero que os torcedores brasileiros
consigam superar esse trauma e que a Seleção
possa brilhar novamente daqui a quatro anos.
Siri56, Suécia
Melhoras, Neymar!
Mandeey, Alemanha
Todo time dá o máximo que pode, todos
querem vencer. Infelizmente, este não foi o
ano dos brasileiros! Deem descanso aos
jogadores! Eles não foram desclassificados da
mesma maneira que os asiáticos ou que a
Espanha. Eles conseguiram chegar até a
semifinal. Devem ficar orgulhosos do que
ainda possuem: o Brasil continua sendo a
única seleção pentacampeã mundial. A
amarelinha tem história, alma e obstinação.
São poucos os países que podem afirmar
possuir o mesmo.
footballtree, China
Parabéns para o Klose! De verdade: foi de
tirar o chapéu! Desejo a vocês o melhor na
final! Vamos, Alemanha!!!
robert.ac, Líbano
A Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014 foi (e
está sendo) incrível. As melhores lembranças
serão as da seleção da Colômbia, com James
Rodríguez como o herói dos heróis. Tenho um
pouco de receio do que virá depois, do grande
vazio, da crise. Mas, como se diz por aí, depois
da Copa é antes da Copa.
Obrigado, Brasil
Paulito22, Cuba
“Ainda sinto o
choque profundamente. Simplesmente não dá
para acreditar no
que se passou”
Ainda sinto o choque profundamente.
Simplesmente não dá para acreditar no que se
passou nessa semifinal histórica. Acho que
nunca mais vou conseguir recordar este
torneio com felicidade e paixão. Após essa
goleada por 7 a 1, a incredulidade e frustração
irão acompanhar os últimos dias deste Mundial, que começou com tanta esperança. A
própria disputa de terceiro lugar já é uma
espécie de humilhação.
crystal27, Brasil
D
uas partidas nos separam do fim deste
Mundial. Dois espetáculos, cheios de
paixão e drama. O que vivenciamos no Brasil nas últimas quatro semanas superou qualquer expectativa. Ou melhor: destruiu qualquer preconceito e pessimismo. A mídia havia
previsto um cenário de horror – caos, manifestações e estádios incompletos. Segundo
quem acreditava nisso, o Brasil não era capaz
de controlar a competição e manter as adversidades fora do espetáculo.
Mas acabou acontecendo exatamente o
contrário. Estive em todas as sedes, assisti a
quase 20 partidas no estádio e me encantei
com o grande futebol praticado e com a atmosfera fascinante. Depois que soou o primeiro
apito, em 12 de junho, o futebol tomou as rédeas e não devolveu mais. O Mundial no Brasil foi
(e é) uma grande festa. Uma festa do futebol
entre Copacabana e Maracanã, entre Manaus,
no calor tropical do Norte, e Porto Alegre, nas
temperaturas quase europeias do sul do Brasil.
A Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014 também foi a Copa dos grandes craques: Messi,
Robben, James, Thomas Müller e Neymar, o
herói trágico. Destaco uma cena em especial,
quando o zagueiro David Luiz levou o adversário colombiano James Rodríguez nos braços,
oferecendo, quase que como desculpa, trocar a
sua camisa. Nesse momento, David pensava, “é
uma pena que James, esse grande atleta, tenha
de voltar para casa e não possa mais disputar
o título”. Com isso, o brasileiro transmitiu,
para todo o mundo, a mensagem mais importante do futebol: o nosso esporte deve destruir
barreiras, gerar integração e fomentar o fair
play. E nunca criar diferenças, nem mesmo
­entre adversários. Obrigado, David Luiz – e
obrigado, Brasil.
“Como se diz por aí:
depois da Copa é antes da Copa.”
Sepp Blatter
T H E F I FA W E E K LY
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Primeiro amor
20
T H E F I FA W E E K LY
Loca l: Windhoek, Namibia
Data: 15 de outubro de 2010
Hora: 11h15
Photograph by Levon Biss with support from Umbro
T H E F I FA W E E K LY
21
Conectando todos
os fãs do jogo
Faça novos amigos e compartilhe paixões a
bordo do lounge do A380 da Emirates.
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youtube.com/emirates
Hello Tomorrow
PEQUENO S MOMEN T O S DA C OPA DO MUNDO
O
s franceses são conhecidos pelo seu futebol vistoso — e também pela sua fantástica culinária. Os campeões mundiais de 1998 viajaram para o
Brasil 2014 sem o astro Franck Ribéry e foram eliminados nas quartas de final. Mas os franceses — toda a equipe e também os seus torcedores —
têm o consolo de continuar desfrutando da cozinha francesa, cuja leveza é praticamente insuperável mesmo quando quem está no fogão não é um
“chef” do porte de Paul Bocuse. A França e os seus cozinheiros são algo inseparável, tanto que o chapéu de cozinheiro se tornou um sinal característico do país — e o chefe de cozinha de avental azul, branco e vermelho há muito tempo se tornou uma espécie de emblema da França. Na derrota por 1 a
0 da França contra a Alemanha no Estádio do Maracanã, as câmeras de televisão captaram em um dado momento um cozinheiro francês entre os
torcedores. Muito provavelmente nem se tratava de um cozinheiro de verdade, mas o seu traje fazia com que fosse reconhecido como tal — e isso ficou
claro pelo grito de uma garotinha diante da TV: “Olha, tem até um cozinheiro no estádio!” Å
Perikles Monioudis
A
mensagem pelo celular chegou durante a segunda cerveja: “Você viu? Que começo dos
alemães! Estou impressionado.” O amigo italiano claramente havia conseguido digerir a derrota da Squadra Azzurra. Finalmente. Depois de
dias de zombaria de todos os lados, afinal, “em
uma Copa do Mundo é preciso saber conviver com
a satisfação dos outros e com o sofrimento alheio”.
Por outro lado, é um bom momento para desfrutar do futebol observando de uma posição
neutra. Na sua próxima mensagem, o placar estava 2 a 0: “É o melhor jogo que já vi!” O melhor? Ah,
sim. Eu havia me esquecido. O Brasil é um antigo
rival da Itália. Ou ele se referiu aos alemães? A sua
euforia continuou. Quando Kroos marcou 3 a 0,
ele escreveu: “É a semifinal do século!” Sem dúvidas. Mas e se saírem ainda mais gols? Como ele
fará para escrever algo ainda mais entusiasmado
na próxima mensagem? Mais um gol de Kroos e o
placar ficou 4 a 0. Ele digitou: “Já posso ir para a
cama.” Depois do quinto e sexto gols, de fato o
celular permaneceu silencioso. Assim como no
último gol alemão e no gol de honra brasileiro.
No apito final, chegou mais um SMS. Era uma
mensagem sem texto, apenas com um vídeo
curto. O filme mostrava um aspirador alemão
que sugava uma bandeira do Brasil. Å
Alan Schweingruber
D
uas vezes o som, que ficará nos ouvidos
mesmo após o término da edição mais incrível, barulhenta e intensa da Copa do
Mundo da FIFA de todos os tempos: o ressoar
dos estádios, que preenche as arenas acústica
e atmosfericamente a tal ponto que nenhum
presente consegue esquecer o ruído.
Sejam os hinos de Brasil e Chile, cantados a
capela, os gritos de comemoração em gols ou
vitórias a todos os pulmões, ou os cânticos da
torcida brasileira, sempre entonando a frase
“eu sou brasileiro”: as torcidas embalaram os
protagonistas em jogos que, em várias ocasiões,
foram espetáculos de emoção. O ressoar dos
estádios foi, durante os jogos do Mundial, uma
espécie de fonte de energia para as equipes.
Como nunca antes, o “12º jogador” deu o
tom deste Mundial. Foi um grande espetáculo,
capaz de ser ouvido por todos e livre dos ruídos
solitários de estraga-prazeres. Å
Roland Zorn
É
comum ouvirmos alguém dizer que o futebol
é cheio de altos e baixos. Mas ninguém testemunhou isso melhor que Maria Eduarda
Silva. A estudante de filosofia de 22 anos do Rio
de Janeiro poderia facilmente trabalhar como
modelo — pelo menos essa é a avaliação que fazemos a meia distância. Mas ela preferiu um
trabalho na organização da Copa do Mundo.
Maria Eduarda é a ascensorista do setor de mídia do Estádio do Maracanã — que leva do
­centro de imprensa no térreo para as arquibancadas do quinto andar. Ela não chegou a contar
com que frequência vai para cima e para baixo
no elevador por dia. Mas com um tempo de
­v iagem de 30 segundos e um expediente de oito
horas, teoricamente poderia percorrer o trajeto
até 900 vezes. Ela não precisa se comunicar
muito no seu trabalho, até porque em um
­
­elevador existe uma “linguagem” universal: o
silêncio. Via de regra, ela não assiste nada dos
jogos — com uma exceção: quando a Seleção
­entra em campo, Maria procura uma televisão
para não perder nada. Afinal, quem resolver
­andar de elevador em um momento tão importante que se vire com os botões — e que tome
cuidado sozinho para não ficar preso. Å
Thomas Renggli
T H E F I FA W E E K LY
23
FE S T IVAL FOO T BALL FOR HOPE
Só a Copa é mais bela
Para 192 jovens de 27 países, um sonho vira realidade com a viagem
para o Festival Football for Hope, no Rio de Janeiro.
Alan Schweingruber (texto) e Gustavo Pellizzon (fotos), do Rio de Janeiro
N
o Brasil, os pernilongos são uma chateação à parte. Silenciosos, pequenos e
quase invisíveis, se aproximam assim
que uma gota de suor aparece na testa
da vítima. Voam irritantemente em círculos ao redor do alvo, depois pousam
na região dos joelhos ou do tornozelo e iniciam
o banquete. Se a picada passa quase despercebida, o comichão continua por dois dias. E,
mesmo se coçar com cuidado, o inchaço é inevitável. No Rio de Janeiro, não existe nenhum
lugar onde é possível ficar livre dos insetos.
Nessa tarde no Caju, bairro ao norte do
Maracanã, os pernilongos continuam procurando as suas vítimas e as encontram em uma
pequena quadra perto de uma escola. Lá, um
grupo de adolescentes joga futebol – cinco
contra cinco. Alguns deles vestem shorts com
a insígnia do “Football for Hope”. No casaco de
um deles, a frase: “You may say, I’m a d
­ reamer –
De mãos dadas Um tipo diferente de treinamento.
O QUE É O FOOTBALL FOR HOPE?
Dança É preciso ter coragem na comunicação não verbal.
24
T H E F I FA W E E K LY
Desde o seu lançamento, em 2005, o Football
for Hope já apoiou 426 projetos comunitários
em 78 países que usam o futebol como
ferramenta para a educação de jovens em
questões sociais como a desigualdade de
gêneros e a Aids. Em 2014, essa iniciativa
da FIFA está apoiando, em todo o mundo,
108 programas comunitários baseados
no futebol, dos quais 26 vêm sendo imple mentados no Brasil.
O Football for Hope é realizado a cada
quatro anos, no país-sede da Copa do Mundo
da FIFA, e inclui uma competição de futebol
com a duração de quatro dias. Este ano,
32 delegações foram selecionadas, trazendo
192 jovens de 15 a 18 anos em grupos
de seis (três rapazes e três garotas) ao
Rio de Janeiro.
FE S T IVAL FOO T BALL FOR HOPE
Fim de tarde no Caju Um grupo se prepara para os treinos.
But I am not the only one” [Você pode dizer
que sou um sonhador – mas eu não sou o único]. É a letra da maravilhosa canção de John
Lennon, gravada em 1971.
Aqui, no Caju, 192 jovens vivem um sonho.
Eles participam do festival, realizado durante
dez dias no Rio, paralelamente à grande final da
Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014. De 27 países
diferentes, todos têm entre 15 e 18 anos e viajaram a convite a FIFA para a capital fluminense.
Os adolescentes tímidos da Índia
Enquanto brinca e se socializa, a maioria dos
adolescentes tenta afastar com as mãos os insetos que infestam até mesmo os arredores do
campo de futebol, ao lado de uma área asfaltada com vários aparelhos de ginástica e pesos
ao ar livre. Apesar disso, os rostos dos jovens
estão radiantes com tamanha satisfação. Reina a harmonia. Um grupo de indianos e indianas se junta a um grupo de jovens africanos.
Os adolescentes
se comunicam de
forma não verbal.
Mesmo assim,
eles parecem estar
se entendendo.
Sem um idioma em comum, eles resolvem se
comunicar de forma não verbal. Mesmo assim,
parecem estar se entendendo bem. Os jovens
empurram uns aos outros e riem.
“No começo do festival, os jovens indianos
estavam bem tímidos”, conta uma monitora
brasileira, com vinte e poucos anos. “Eu estava
um pouco cética. Parecia que eles não estavam
se sentindo bem. Aí, então, eles se abriram de
uma hora para a outra.” Ela aponta para o campo. “Isso não é fantástico? Por isso que eu amo
o festival.“
Football for Hope: o próprio nome do projeto evoca o futebol. Porém, as organizações
comunitárias perseguem, em princípio, outros
objetivos: adolescentes do Laos aprendem sobre os perigos das diversas minas terrestres;
jovens africanos se informam sobre como
e vitar o vírus da Aids; são abordados os
­
­problemas da falta de moradia. No trabalho de
formação, o futebol assume uma posição
T H E F I FA W E E K LY
25
FOO T BALL FOR HOPE FE S T IVAL
s­ ecundária, apesar de fundamental, pois, com
seus craques e princípios, ele pode ajudar a
tirar os jovens, de forma esportiva, das condições desfavoráveis nas quais eles vivem.
A grande visita ao Maracanã
É incrível o tanto que a integração e a troca de
experiências dão certo no alojamento do Caju.
Em treinamentos sem a bola, os jovens devem
se entender cantando e dançando. Para isso, é
necessário ter coragem e o incentivo dos “mediadores” mais experientes, que batem palmas
e motivam os pupilos. Um adolescente de 15
anos, com óculos escuros e um boné de beisebol
de Bruno Mars, sorri com timidez. À tarde, esses acessórios serão de bom uso no calor do
estádio. Na semifinal entre Alemanha e França,
no Maracanã, toda a delegação estará presente.
E esse é o ponto alto do festival: a grande visita
ao Maracanã.
África! Um jovem apresenta a sua dança.
É preciso
ter coragem.
E o incentivo dos
“mediadores”
mais experientes.
Botsuana, Brasil, EUA Jovens de todo o mundo têm a oportunidade de se conhecer.
No interior do centro de treinamento, a
temperatura é amena. O ar condicionado
possibilita que os organizadores do projeto
trabalhem em paz, longe da impiedosa umidade que reina do lado de fora. O calendário
de jogos e o plano de tarefas estão pregados
na parede com fita crepe, enquanto, no canto,
há um quadro branco com as regras básicas
do futebol. No torneio de quatro dias, o fair
play é o critério mais importante. Ou seja,
quem ganhar o maior número de pontos não
necessariamente se sagrará campeão. O comportamento dos jogadores em campo também é avaliado. Eles precisam resolver todas
as situações de maneira autônoma, pois não
há árbitros.
Extrovertida Uma monitora anima os jovens no seu grupo.
26
T H E F I FA W E E K LY
Sete milhões de dólares investidos
Anualmente, a FIFA investe sete milhões de
dólares no projeto Football for Hope. Já o
evento, assim como a Copa do Mundo,
FE S T IVAL FOO T BALL FOR HOPE
­ contece a cada quatro anos. Obviamente,
a
garotos e garotas também querem se conhecer,
à noite, durante o festival. Refeições são feitas
coletivamente e, depois, eles assistem a um
show particular: cada delegação faz uma pequena apresentação sobre o seu país. Naturalmente, as noites são uma das partes preferidas do festival, uma oportunidade para se
conhecer o folclore de todos os sete continentes. Nesse quesito, poucos programas culturais são capazes de competir com o Football
for Hope.
Os cães ladram pelas ruas do Caju. Um ônibus espera em frente ao local dos treinos, com
o motor ligado. Cansada, uma garota da África
do Sul entra no veículo e encontra um assento
vago ao lado de um adolescente europeu.
­Enquanto o ônibus arranca, devagar, em direção ao hotel, ambos acenam da janela. Å
Habilidade Estilo combina com os dribles.
Intercâmbio Cada delegação leva três rapazes e três garotas.
FOOTBALL FOR HOPE
Fundamentos
A FIFA já investiu 32 milhões de dólares na
iniciativa Football for Hope. O programa se
baseia nos seus festivais e também nos
­s eguintes pilares:
Programa de apoio Suporte financeiro
anual e fornecimento de equipamentos para
organizações selecionadas.
Promoção do conhecimento Cursos
nas áreas de mídia, treinamento de futebol e
gerenciamento de projeto.
Fórum Reunião dos especialistas do setor de
desenvolvimento social
África do Sul 2010 A iniciativa “20 Centros
para 2010” foi um programa social oficial da
Copa do Mundo na África do Sul. No total
foram construídos 20 centros de futebol, saúde
e educação em todo o continente africano.
Pausa Aqui e agora.
T H E F I FA W E E K LY
27
Football for Hope
Festival 2014
Caju, Rio de Janeiro
De 7 a 10 de julho
de 2014
32 times mistos formados por jovens
líderes de todo o mundo Performances musicais,
artísticas e culturais
Entrada gratuita. Venha torcer pelo Caju e
pelos outros times!
Vila Olímpica Mané Garrincha
Rua Carlos Seixa
Caju, Rio de Janeiro.
FIFA.com/festival
O Festival Football for Hope é um evento oficial da Copa do Mundo da FIFA
Brasil 2014™. O Brasil irá reunir 32 times formados por jovens líderes de projetos
em comunidades carentes em todo o mundo, dando a eles a oportunidade de
compartilhar melhores práticas, jogar futebol e vivenciar a Copa do Mundo da
FIFA juntos.
11 D A F I F A
TIRO LIVRE
Os Mundiais com
maior número
de cartões amarelos
O estádio voador
Thomas Renggli
R
io de Janeiro, Aeroporto do Galeão, Terminal
2. Pouco antes do nascer do sol. Os torcedores ingleses afogam preventivamente as mágoas pela próxima derrota com uma cerveja no
café da manhã — e escovam os dentes com um
gole de cachaça. Os seus companheiros de
sofrimento ainda não estão recuperados do
­
­resultado negativo contra o Chile. Um francês
perambula pelos corredores com um traje de
super-homem. Será que ele acha que é Carnaval?
Na lanchonete, um alemão transformou a única
mesa na sua cama particular. Quatro canadenses em roupas da Polícia Montada marcham em
passos firmes pela passagem. É possível que eles
tenham confundido o torneio? Ou até a modalidade esportiva? O ar cheira a produtos de limpeza, vapor de cerveja e óleo de fritura. Uma
manhã (quase) como qualquer outra no Brasil.
A Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014 não
está sendo realizada apenas em 12 estádios e um
país, que é maior que a Austrália, por exemplo,
mas também nos saguões de embarque, desembarque e espera dos aeroportos entre Fortaleza
e Porto Alegre. Os cerca de 600 mil turistas do
futebol se movimentam permanentemente por
todo o Brasil. Alguns com sede de aventura vão
de carro, enquanto os mais realistas vão de
avião. Afinal, todos os caminhos levam a Roma,
e não a Manaus. Quem quer ir até a metrópole
no centro da floresta tropical por terra precisa
aceitar um desvio pela Venezuela. E quem viaja
de navio tem de se preparar para um cruzeiro
por todo o Rio Amazonas ou então aceitar o
­desconforto de viajar em meio aos contêineres.
Ou arrumar o seu próprio barco e ir remando.
Ou seja, na prática não existe alternativa
para o transporte aéreo. Neste sentido, é preciso lembrar que estamos em outro país, com
outros costumes. Isso começa desde o controle
de segurança dos aeroportos. Líquidos e lâminas de barbear não despertam suspeitas no
entendimento dos brasileiros. A desconfiança
só surge se o passageiro está transportando
algum material com o símbolo do Flamengo.
Possivelmente, o funcionário do aeroporto
deve ser torcedor do Fluminense.
Mas as coisas só ficam realmente animadas
dentro da aeronave. Afinal, um avião também
pode se parecer com um estádio de futebol no
Brasil — pelo menos na “Azul”, uma das maiores
companhias aéreas do país. A empresa possui a
licença (e a tecnologia) para exibir ao vivo os
programas de televisão que estão passando. Nas
oitavas de final entre EUA e Bélgica, ficou claro
como isso é imprescindível. Os europeus venciam por 2 a 1 e os americanos partiram com
tudo para o ataque. As cenas seguintes foram
dramáticas. Por todo o avião havia gritos de
­“Aaahhh” e “Ooohhh” — um certo desespero no
ar que só se vê durante agitadas turbulências ou
falha do motor na hora de decolar. A aeronave
se dirige para a pista de decolagem, enquanto o
jogo segue rolando nas telas. Justamente neste
momento, a aeromoça pega o microfone para dar
as instruções obrigatórias de segurança. Uma
falta grave! As telas ficam pretas. Assobios lancinantes e vaias superam o volume das instruções — como se um zagueiro mal intencionado
da equipe visitante tivesse acabado de acertar
em cheio o xodó dos donos da casa.
Mas a comissária de bordo mostrou a
­frieza de um bom árbitro de futebol na fase
decisiva de uma partida tensa. Em tempo
­recorde ela vestiu o colete salva-vidas e deu as
suas declarações sobre as máscaras de
­oxigênio. Então, os televisores foram ligados
­novamente. A Bélgica ainda vencia por 2 a 1.
Os torcedores — perdão — os passageiros
aplaudiram entusiasmados e homenagearam a
esforçada aeromoça com uma ola.
Os passageiros neutros observavam tudo
com um sorriso — e se perguntavam: será que
o avião decolaria se o jogo fosse do Brasil? Å
Coluna semanal da redação da
FIFA Weekly
1
Copa do Mundo da FIFA Alemanha 2006
307 cartões amarelos
2
Copa do Mundo da FIFA
Coreia/Japão 2002
260 cartões amarelos
3
Copa do Mundo da FIFA França 1998
250 cartões amarelos
4
Copa do Mundo da FIFA África
do Sul 2010
245 cartões amarelos
5
Copa do Mundo da FIFA Estados
Unidos 1994
221 cartões amarelos
6
Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014
172 cartões amarelos
7
Copa do Mundo da FIFA Itália 1990
165 cartões amarelos
8
Copa do Mundo da FIFA México 1986
137 cartões amarelos
9
Copa do Mundo da FIFA Espanha 1982
99 cartões amarelos
10
Copa do Mundo da FIFA Alemanha
Ocidental 1974
87 cartões amarelos
11
Copa do Mundo da FIFA Argentina 1978
59 cartões amarelos
Fonte: FIFA
(FIFA World Cup, Milestones &
­Superlatives, Statistical Kit, 12/05/2014)
T H E F I FA W E E K LY
29
A EN T REV IS TA
“A festa da
minha vida”
Ele foi o símbolo da fábula que a Itália escreveu durante
o verão alemão de 2006. Com ele, veio o renascimento
de uma nação do futebol. Fabio Grosso saiu do nada e
levou a Itália ao tetracampeonato mundial.
direita, o mais reto possível. De fato, o chute
não foi tão reto como eu queria originalmente
e não acertou o ângulo, mas acabou valendo
do jeito que foi (risos).
Fabio Grosso: Claro. No alto, à direita, fora do
alcance do goleiro. Isso foi o que eu planejei. Por
sorte, não mudei de opinião. Às vezes, em um
pênalti, acontece de você mudar de ideia no
último momento e chutar a bola em outro lugar.
“Grosso. Si, Grossssooo! Grossssooo!­
­Grosssssssoooooooo!”, comemorava o narrador da televisão italiana Marco Civoli, com
toda a Itália. O que aconteceu logo depois?
E você nem pensou nisso?
Não, desde o começo eu sabia: no alto, à
30
T H E F I FA W E E K LY
Não tenho a mínima ideia, só sei que saí
correndo. Eu queria abraçar o mundo inteiro
e corri como um cavalo que sai em disparada.
Eu sabia, eu tinha de ir até o outro gol. Era o
meu objetivo. Lá estava sentada a minha
esposa, Jessica – era para onde eu queria ir.
Eu só sabia que as pernas doíam, eu não
conseguia mais pisar direito, mas tudo o que
eu queria era compartilhar aquele momento
com a família.
Esse foi o momento mais feliz da sua vida?
Na minha de atleta, provavelmente.
O Mundial de 2006 ficou marcado por uma
série de momentos extraordinários e únicos.
Eu poderia citar vários. Porém, se tivesse de
resumir todo esse conjunto de emoções em
Shaun Botterill / Getty Imges
Nos últimos dias, foi comemorado mais um
aniversário do chute da sua vida. Você tinha
certeza, naquela ocasião, de onde deveria
bater aquele pênalti decisivo na final do
Mundial contra a França?
A EN T REV IS TA
no último minuto da prorrogação, o gol de uma
virada sensacional e garantiu a vaga na final. E,
na disputa de pênaltis com a França, foi você
quem decidiu. Se fosse na Roma antiga, iriam
batizar ruas e palácios com o seu nome...
Nenhum monumento, nem bustos.
Comemoramos, como se não houvesse amanhã,
em toda a Itália – eu, particularmente, em
Pescara, a minha cidade natal. Foi a festa da
minha vida.
Antes daquela Copa, você era conhecido por
poucos. Depois de 9 de julho de 2006, toda
criança italiana sabia o seu nome. Hoje, você
consegue sair na rua sem ser reconhecido?
Turim é uma cidade apaixonada por
futebol, mas, ao mesmo tempo, bem tranquila
e alegre. Fico muito satisfeito quando me
abordam na rua para pedir autógrafos. Isso
faz parte da minha história e é um privilégio.
Onde você vai assistir à final da Copa do
Mundo da FIFA Brasil 2014?
Em casa. Talvez venham alguns amigos,
mas eu prefiro que seja mais tranquilo.
Como você avalia a desclassificação da Itália?
Nome
Fabio Grosso
Data e local de nascimento
28 de novembro de 1977, em Roma
Posição
Lateral esquerdo
Clubes
2001–04 Perugia
2004–06 Palermo
2006–07 Internazionale
2007–2009 Lyon
2009–2012 Juventus
Seleção italiana
De 2003 a 2010, 48 jogos, 4 gols
Títulos
Copa do Mundo da FIFA 2006
Campeoanto Italiano 2006/07, 2011/12
Campeonato Francês 2007/08
Clubes como treinador
Desde 2014, sub-21 da Juventus
Após o vice-campeonato na Euro 2012 e a
boa campanha na Copa das Confederações
2013, as expectativas eram grandes. Esperávamos que a seleção se saísse melhor, mas uma
Copa do Mundo não segue regras, e os detalhes são decisivos. Na verdade, você não pode
cometer erros. Praticamente todo jogo é uma
final. A Itália cometeu erros, principalmente
contra a Costa Rica. E, contra o Uruguai, tudo
acabou. Infelizmente.
Atualmente, você está treinando o Primavera,
a equipe sub-21 da Juventus de Turim. Você
planeja algum dia levantar novamente a taça
de campeão mundial como treinador?
Sou técnico há pouco tempo e estou tendo
as minhas primeiras experiências. Mas eu
estaria negando a minha profissão se não
pensasse em chegar ao topo também como
treinador. Contudo, agora, estou apenas me
divertindo treinando os garotos. Å
Fabio Grosso conversou com Bernd Fisa.
apenas um episódio, então seria aquele
pênalti em Berlim.
Quantas vezes você reviu o gol no YouTube
desde então?
Poucas vezes. Eu não preciso de YouTube,
pois posso recorrer a qualquer hora àquele
momento. Eu o guardo na mente, ele é
onipresente, está em algum lugar da memória
coletiva. Ninguém pode tirá-lo de mim.
Hoje em dia, em tempos de Facebook e Twitter,
você teria provavelmente zilhões de
s­ eguidores e pedidos de amizades. Como era
isso em 2006?
Naquela época, havia os SMSs – e recebi
uma quantidade enorme deles. Não tenho
nem ideia de quantos. Só sei que, a cada jogo,
o número de mensagens só aumentava. No
fim, depois da final, o celular acabou desistindo de funcionar.
Você marcou a Copa de 2006 como nenhum
outro italiano. Nas oitavas contra a Austrália, foi
você quem conseguiu o pênalti que decidiu o
jogo. Na semifinal contra a Alemanha, você fez,
T H E F I FA W E E K LY
31
MÁQUINA DO TEMPO
A
N
T
E
S
Guadalajara, México
1970
Getty Images
Papel e caneta 1: Pelé dá autógrafos durante a Copa do Mundo 1970
depois de um treinamento.
32
T H E F I FA W E E K LY
MÁQUINA DO TEMPO
A
G
O
R
A
Santos, Brasil
2014
Paulo Whitaker / Reuters
Papel e caneta 2: Durante a Copa do Mundo, Celso Borges (Costa Rica)
assina o álbum de figurinhas Panini de um torcedor.
T H E F I FA W E E K LY
33
WELCOME TO
©2014 THE COCA-COLA COMPANY. COCA-COLA® AND THE CONTOUR BOTTLE
ARE REGISTERED TRADEMARKS OF THE COCA-COLA COMPANY.
OFFICIAL SPONSOR
HOR A DA VIR ADA
Nome
Teófilo Juan Cubillas Arizaga
Data e local de nascimento
8 de março de 1949, Lima (Peru)
Posição
Meio-campista
Clubes
Alianza Lima, Basel, Porto,
FL Strikers, South Miami Sun
Seleção peruana
81 partidas, 26 gols
Regime de salada e
creme de aquecimento
Ele é o único jogador, além dos alemães Miroslav Klose e
Thomas Müller, a ter marcado pelo menos cinco gols em duas
edições da Copa do Mundo. O peruano Teófilo Cubillas fez
história no futebol. E nem um choque térmico nem um
regime a base de salada na Suíça impediram essa façanha.
Cris Bouroncle / A fp
O
trampolim para a minha carreira de jogador profissional foi sem dúvidas a
Copa do Mundo do México em 1970. O
Peru havia se classificado pela primeira
vez para um Mundial e podemos até dizer que foi então que muitas pessoas na
Europa ouviram falar do nosso país pela primeira vez. Dois dias antes do torneio, a nossa
nação foi abalada por um violento terremoto no
qual 75 mil pessoas morreram. Por causa da
catástrofe não foi fácil nos concentrarmos no
esporte. No entanto, fizemos boas atuações e
nos classificamos para as quartas de final contra o Brasil. No final, é verdade que perdemos
de 4 a 2, mas fomos a única equipe que sofreu
dois gols de Pelé e companhia.
O torneio abriu as portas do mundo do futebol para mim. Mas mesmo sem o futebol eu
não teria ficado sem fazer nada porque cresci
em uma família com sete irmãos e os nossos
pais davam um grande valor para que todos
terminássemos os estudos. Sempre tive um
grande talento para números e me formei como
contador.
No Peru, joguei apenas pelo Alianza Lima.
E talvez eu tivesse ficado para sempre nesse
clube se não fosse por um surpreendente
­acontecimento: em 1974 atuei por um combinado sul-americano contra a seleção da Europa
em uma partida beneficente na Basileia.
­Marquei dois gols nesse jogo. Depois disso, o
empresário suíço Ruedi Reisdorf queria a
­qualquer custo me contratar para o Basel.
Eu tinha 24 anos e, como tinha sido eleito
o Jogador do Ano da América do Sul, era
­famoso também na Europa. Mas eu não sabia
qual era o meu valor financeiramente. Quando
questionado quanto era o meu preço, respondi
intuitivamente: cem mil dólares. Pouco tempo
depois, Reisdorf me telefonou — ele estava em
Lima! Ele veio para pagar ao clube os cem mil
dólares combinados e para me levar à ­Basileia
imediatamente. Mas eu não queria sair. Então,
o presidente do Alianza apareceu para me salvar dessa situação. Sem demora, o meu preço
foi elevado para 300 mil dólares.
Surpreendentemente, Reisdorf pagou o valor. Pouco depois, eu estava sentado no avião
indo para a Suíça. Com isso começou uma grande aventura — foi a segunda hora da virada
para mim. Ninguém me acompanhou e eu não
sabia falar a língua. Eu morava na casa de
­Reisdorf, que me tratava de modo impressionante, mas só me dava salada para comer — por
que supostamente eu precisava viver de modo
saudável. Quando cheguei lá, eu pesava 74 quilos. Um mês mais tarde, o meu peso era 64.
Mas o que mais me causou problemas foi o
frio. Constantemente eu precisava treinar congelado, com malha de lã, gorro e creme de aquecimento no rosto. Por fim, me transferi para o
Porto — por 450 mil dólares.
Apesar do frio, a Basileia ficou para sempre
no meu coração. Ruedi Reisdorf é um homem
de caráter. Do lucro que ele teve comigo, recebi
exatamente a metade: 75 mil dólares. Reisdorf
pagou a quantia em uma conta bloqueada e prometeu que aquela soma era para a educação
e formação dos meus filhos. Recebi o dinheiro,
mais juros, quando fui morar com a minha
­família na Flórida. Å
Redigido por Thomas Renggli
Personalidades do futebol relembram
um momento marcante da sua vida.
T H E F I FA W E E K LY
35
R ANKING MUNDIAL DA FIFA
Pos. Seleção
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
23
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
52
54
55
56
57
57
59
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
71
72
73
74
75
76
77
36
→ http://pt.fifa.com/worldranking/index.html
Movimento no ranking Pontos
Espanha
Alemanha
Brasil
Portugal
Argentina
Suíça
Uruguai
Colômbia
Itália
Inglaterra
0
0
1
-1
2
2
-1
-3
0
1
1485
1300
1242
1189
1175
1149
1147
1137
1104
1090
Bélgica
Grécia
EUA
Chile
Holanda
Ucrânia
França
Croácia
Rússia
México
Bósnia e Herzegovina
Argélia
Dinamarca
Costa do Marfim
Eslovênia
Equador
Escócia
Costa Rica
Romênia
Sérvia
Panamá
Suécia
Honduras
República Tcheca
Turquia
Egito
Gana
Armênia
Cabo Verde
Venezuela
País de Gales
Áustria
Irã
Nigéria
Peru
Japão
Hungria
Tunísia
Eslováquia
Paraguai
Montenegro
Islândia
Guiné
Serra Leoa
Noruega
Camarões
Mali
Coreia do Sul
Uzbequistão
Burkina Fasso
Finlândia
Austrália
Jordânia
Líbia
África do Sul
Albânia
Bolívia
El Salvador
Polônia
República da Irlanda
Trinidad e Tobago
Emirados Árabes Unidos
Haiti
Senegal
Israel
Zâmbia
Marrocos
1
-2
1
-1
0
1
-1
2
-1
-1
4
3
0
-2
4
2
-5
6
3
0
4
-7
-3
2
4
-12
1
-5
3
1
6
-2
-6
0
-3
1
-2
1
-3
5
3
6
-1
17
0
-6
2
-2
-6
1
-9
-3
1
-2
0
4
1
1
3
-4
3
-5
4
-11
3
3
-1
1074
1064
1035
1026
981
915
913
903
893
882
873
858
809
809
800
791
786
762
761
745
743
741
731
724
722
715
704
682
674
672
644
643
641
640
627
626
624
612
591
575
574
566
566
565
562
558
547
547
539
538
532
526
510
498
496
495
483
481
474
473
470
460
452
451
444
441
439
T H E F I FA W E E K LY
Pos.
01 / 2014
02 / 2014
03 / 2014
04 / 2014
05 / 2014
06 / 2014
1
-41
-83
-125
-167
-209
78
79
80
81
82
83
84
85
86
87
88
89
90
90
92
93
94
95
96
97
98
99
100
101
102
103
104
105
106
107
108
109
110
110
112
113
114
115
116
116
118
119
120
120
122
123
124
125
126
127
128
129
130
131
132
133
134
134
136
137
137
139
140
140
142
143
144
Liderança Quem mais cresceu Bulgária
Omã
Macedônia
Jamaica
Bielorrússia
Azerbaijão
RD do Congo
Congo
Uganda
Benin
Togo
Gabão
Irlanda do Norte
Arábia Saudita
Botsuana
Angola
Palestina
Cuba
Geórgia
Nova Zelândia
Estônia
Zimbábue
Catar
Moldávia
Guiné Equatorial
China
Iraque
República Centro-Africana
Lituânia
Etiópia
Quênia
Letônia
Bahrein
Canadá
Níger
Tanzânia
Namíbia
Kuwait
Libéria
Ruanda
Moçambique
Luxemburgo
Sudão
Aruba
Malaui
Vietnã
Cazaquistão
Líbano
Tadjiquistão
Guatemala
Burundi
Filipinas
Afeganistão
República Dominicana
Malta
São Vicente e Granadinas
Guiné-Bissau
Chade
Suriname
Mauritânia
Santa Lúcia
Lesoto
Nova Caledônia
Síria
Chipre
Turcomenistão
Granada
-5
3
0
0
1
2
4
7
0
10
1
-2
-6
-15
-1
1
71
-5
7
14
-5
-1
-5
-2
11
-7
-4
1
-2
-6
-2
0
-5
0
-10
9
6
-7
3
15
-4
-7
-3
35
0
-7
-6
-11
-5
-3
-3
11
-2
-5
-4
-7
50
31
-5
2
-4
2
-2
-6
-12
13
-8
Quem mais caiu
425
420
419
411
397
396
395
393
390
386
383
382
381
381
375
364
358
354
349
347
343
340
339
334
333
331
329
321
319
317
296
293
289
289
284
283
277
276
271
271
269
267
254
254
247
242
241
233
229
226
221
217
215
212
204
203
201
201
197
196
196
194
190
190
189
183
182
144
146
147
148
149
149
151
152
153
154
155
156
157
158
159
160
161
162
163
164
164
166
167
168
169
170
171
172
173
174
175
176
176
178
179
180
181
182
183
184
185
186
187
188
189
190
190
192
192
192
195
196
196
198
198
200
201
202
202
204
205
206
207
207
207
Madagascar
Coreia do Norte
Maldivas
Gâmbia
Quirguistão
Tailândia
Antígua e Barbuda
Belize
Malásia
Índia
Cingapura
Guiana
Indonésia
Porto Rico
Mianmar
São Cristóvão e Névis
Taiti
Liechtenstein
Hong Kong
Paquistão
Nepal
Montserrat
Bangladesh
Laos
Dominica
Barbados
Ilhas Faroe
São Tomé e Príncipe
Suazilândia
Comores
Bermudas
Nicarágua
China Taipei
Guam
Sri Lanka
Ilhas Salomão
Seychelles
Curacao
Iêmen
Ilhas Maurício
Sudão do Sul
Bahamas
Mongólia
Fiji
Samoa
Camboja
Vanuatu
Brunei
Timor-Leste
Tonga
Ilhas Virgens Americanas
Ilhas Cayman
Papua-Nova Guiné
Ilhas Virgens Britânicas
Samoa Americana
Andorra
Eritreia
Somália
Macau
Djibuti
Ilhas Cook
Anguila
Butão
San Marino
Turcas e Caícos
45
-9
6
-14
-3
-6
-9
-8
-8
-7
-8
-5
-5
-9
14
-7
-4
-12
-5
-5
-5
22
-5
5
-6
-9
-7
-5
5
10
-6
-8
-6
-7
-6
-8
-5
-5
-4
-4
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0
0
-6
-6
0
-10
-1
-1
-1
-1
-1
-1
-1
-1
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0
0
0
0
0
0
0
0
182
175
171
166
163
163
158
152
149
144
141
137
135
134
133
124
122
118
112
102
102
99
98
97
93
92
89
86
85
84
83
78
78
77
73
70
66
65
61
57
47
40
35
34
32
28
28
26
26
26
23
21
21
18
18
16
11
8
8
6
5
3
0
0
0
NETZER RESPONDE!
O OBJETO
Como você explica a
desclassificação antecipada
dos espanhóis?
Pergunta de Federico Martinez, Buenos Aires
Perikles Monioudis
N
Especialista em futebol espanhol Günter Netzer, em 1971, dois anos antes
de se transferir para o Real Madrid.
Sven Simon / imago, FIFA Sammlung
A
s diversas teorias sobre a desclassificação antecipada da Espanha são interessantes, mas pouco concludentes. É
­preciso ter cautela antes de tirar conclusões à distância. Provavelmente, aquelas
­explicações simples que todos desejam
simplesmente não existem. As pesadas quedas
nas duas primeiras partidas da fase de grupos
foram o resultado de vários, e talvez pequenos,
erros, que devem agora ser analisados com
seriedade. No entanto, somente quem está
­
­d iretamente envolvido pode fazer isso.
Já faz algum tempo que os espanhóis vêm
conduzindo uma transição de gerações com a
preocupação de continuar mantendo as
­conquistas. Mas isso não é fácil, como vimos neste Mundial. Contudo, estou convencido de que os
espanhóis conseguirão fazer essa passagem. Vejo
o surgimento de vários jovens jogadores, cheios
de potencial. Além deles, também há os experientes, que continuarão sendo imprescindíveis
à Fúria. Não é correto, neste momento, questionar toda a equipe, da forma que alguns veículos
da mídia vêm fazendo. Assim que a seleção espanhola encontrar a sua nova cara, ela voltará
a ser uma potência, podendo competir daqui a
dois anos em alto nível na Eurocopa.
Eu gosto de comparar o estilo de jogo da
Espanha com aquele do Bayern de Munique.
Ambas as equipes mostraram, nos últimos
anos, um futebol incrível. Por fim, o grande
desafio desses times é fazer com que belas
jogadas e combinações sejam convertidas
em gol. Porém, se não tiverem muito sucesso
na eficiência, isso não significará, de jeito
nenhum, o fracasso dessa escola. Å
ão é somente durante a Copa do Mundo da
FIFA que metade – ou mais da metade – do
planeta pensa e respira futebol. Para muitas pessoas – até mesmo quem não é grande
aficionado pelo esporte –, colocar o ritmo da
vida no mesmo passo do calendário de jogos se
torna uma realidade durante aquele mês. E essa
realidade fica deslumbrante quando a seleção
favorita cumpre com as expectativas e se sagra
campeã – ou alcança as quartas de final, ou até
mesmo as oitavas, dependendo da ambição de
cada escrete.
O destino fica nas mãos de poucos, dos treinadores e dos atletas, que podem fazer algo para
vencer, ao contrário dos telespectadores. Sem
citar a esperança e a tensão, quem fica em casa
está fadado a aceitar, pela tela da TV, o desenrolar dos fatos, sem a mínima interferência no
resultado.
Mas é possível fazer tudo isso com o jogo
ilustrado pela foto acima (“Master Football
Game”, Master Vending Machine Co. Ltd., Londres, década de 1950), da coleção da FIFA. Aqui,
o torcedor pode participar ativamente do jogo e
decidir o placar.
De frente para o imponente estádio, pintado
na caixa de madeira, o jogador pode acionar a
alavanca à direita da máquina, simulando o chute do atleta no uniforme rubro-negro. Assim, a
bola de madeira é acionada e percorre o vão até
cair na “rede” e, dependendo de onde acertar,
contabiliza de um a três pontos. E, claro, o jogo
pode ser desfrutado em duplas ou grupos, assim
como a própria Copa do Mundo. Å
O que você sempre quis saber sobre
futebol? Pergunte a Günter Netzer:
[email protected]
T H E F I FA W E E K LY
37
A Copa do Mundo da FIFA chegou
e veio de Hyundai
TM
A Hyundai quer todos juntos na Copa do Mundo da FIFATM
Compartilhe seus momentos
para celebrar a Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014TM
worldcup.hyundai.com
The FIFA Weekly
Uma publicação semanal da
Fédération Internationale de Football
Association (FIFA)
Internet:
www.fifa.com/theweekly
QUI Z DA C OPA DO MUNDO DA F IFA
O que é o que é? Sepp entrega, Didier comemora,
Lionel não vê nada e James quer saber?
Editora:
FIFA, FIFA-Strasse 20,
CEP: CH-8044 Zurique
Tel.: +41-(0)43-222 7777
Fax: +41-(0)43-222 7878
Presidente:
Joseph S. Blatter
1
Quando foi a última vez que Sepp Blatter não entregou o troféu?
Secretário-geral:
Jérôme Valcke
Diretor de comunicação e
relações públicas:
Walter De Gregorio
Redator-chefe:
Perikles Monioudis
J
P
S
W
Redação:
Thomas Renggli (autor),
Alan Schweingruber, Sarah Steiner
Direção de arte:
Catharina Clajus
2
“Ciao Claudio, qual destes locais já recebeu a final de uma Copa do Mundo?”,
perguntou James ao treinador do seu clube, que respondeu corretamente: “Naturalmente…”
Editor de fotografia:
Peggy Knotz
A
E
I
T
Produção:
Hans-Peter Frei
Layout:
Richie Krönert (coordenação),
Marianne Bolliger-Crittin,
Susanne Egli, Mirijam Ziegler
Revisão:
Nena Morf, Kristina Rotach
3
Sombras em um jogo da Copa do Mundo 2014 — em qual estádio?
Equipe regular:
Sérgio Xavier Filho, Luigi Garlando,
Sven Goldmann, Hanspeter Kuenzler,
Jordi Punti, David Winner,
Roland Zorn
A Rio de Janeiro
L Belo Horizonte
EBrasília
P São Paulo
Equipe especial para esta edição:
Lefteris Coroyannakis,
Lucie Clement, Bernd Fisa,
Dominik Petermann,
Alissa Rosskopf, Andrew Warshaw
Secretária de redação:
Honey Thaljieh
... Milão
... Mônaco
... Moscou
... Monterrey
4
Qual final da Copa do Mundo terminou empatada e foi necessário um segundo jogo
para decidir o campeão?
Gerência de projeto:
Bernd Fisa, Christian Schaub
Traduções:
Sportstranslations Limited
www.sportstranslations.com
Impressão:
Zofinger Tagblatt AG
www.ztonline.ch
A
P
T
O
Contato:
[email protected]
A reimpressão de fotos e artigos da
The FIFA Weekly, ainda que apenas
de excertos, só é permitida com a
autorização da redação e fazendo
referência à fonte (The FIFA Weekly,
© FIFA 2014). A redação não tem a
obrigação de publicar textos e fotos
que nos sejam enviados sem
solicitação. A FIFA e o logotipo da
FIFA são marcas registradas.
Produzido e publicado na Suíça.
As opiniões publicadas na
The FIFA Weekly não necessaria­
mente correspondem aos pontos
de vista da FIFA.
A solução do Quiz da semana passada foi: GAAL
Explicação em detalhes em www.fifa.com/theweekly
Inspiração e motivação: cus
Envie a sua solução até 16 de Julho de 2014 para o email [email protected]
Os leitores que enviarem as soluções corretas para todos os quizes publicados a partir de 13 de junho de 2014 concorrem,
em janeiro de 2015, a uma viagem com um acompanhante para a cerimônia da Bola de Ouro FIFA,
que acontecerá no dia 12 de janeiro de 2015. Antes de enviarem as suas respostas, os participantes devem
ler e aceitar as condições de participação e as regras do concurso, que podem ser vistas em
pt.fifa.com/mm/document/af-magazine/fifaweekly/02/20/51/99/pt_rules_20140613_portuguese_portuguese.pdf
T H E F I FA W E E K LY
39
P E R G U N T E À F I F A W E E K LY
ENQUETE DA SEMANA
Qual seleção irá vencer o
Prêmio FIFA Fair Play?
Sou árbitro de partidas entre
times de juniores e me interesso
pelo spray de marcação. Gostaria
de saber onde posso comprá-lo.
Horst Wenig, de Hamburgo
Há quatro anos, a Espanha foi considerada a seleção de maior
desportividade daquele Mundial. Qual país será agraciado com o
prêmio desta vez (apenas equipes que se classificaram para as
oitavas de final)? Vote em www.fifa.com/newscentre
R E S U LTA D O DA Ú LT I M A S E M A N A
Na sua opinião, qual jogador deveria receber o “Prêmio Jogador Jovem Hyundai”?
53% � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � Outro jogador
20% � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � Memphis Depay (NED)
19% � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � Paul Pogba (FRA)
6% � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � Romelu Lukaku (BEL)
2% � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � Raphaël Varane (FRA)
100
é o número de partidas que Didier
Drogba disputou pela Costa do
Marfim. O atacante de 36 anos
chegou ao seu centésimo jogo na
derrota por 2 a 1 contra a Bósnia e
Herzegovina. Ele marcou um gol
de falta no confronto, chegando a
64 na sua carreira pelo selecionado marfinense. Drogba foi o
terceiro jogador da seleção que
8
A SEMANA EM NÚMEROS
114
é o número de vezes que Lukas Podolski já entrou
gols foram marcados por Robin van Persie nos
em campo pela Alemanha. Com isso, o atacante do
seus últimos oito jogos pela Holanda. O capitão
Arsenal se aproximou um pouco mais dos dois
À sua frente estão Kolo Touré
holandês é um modelo de constância sob o
únicos jogadores que já atuaram em mais jogos do
(106) e o recordista Didier
comando de Louis van Gaal. Nos 16 jogos que fez
que ele: Miroslav Klose, com 132 partidas, e o
Zokora (119).
na equipe do atual treinador, ele marcou 14 gols.
recordista Lothar Matthäus, com 150.
disputou a Copa do Mundo a
alcançar a marca de cem jogos.
Getty Images, Afp, imago (3)
Tanto na América do Sul quanto na
América do Norte, onde o spray já
é utilizado há um bom tempo nos
campeonatos nacionais de Brasil,
Argentina e Estados Unidos, há
uma grande oferta de produtos –
assim como na Ásia. É possível
comprar on-line o spray e o cinto
para carregá-lo. O spray, cujo
­conteúdo tem capacidade para 40
metros de marcação, custa cerca de
15 dólares, e o cinto, 40 dólares.
­Contudo, é mais difícil encontrá-los na Europa. Segundo informações, uma empresa alemã e outra
britânica querem começar a produzi-lo. Porém, até agora nenhuma
licença foi concedida. Se não tiver
outro jeito, você pode utilizar
espuma de barbear, mas tenha
­
­cuidado em usar um produto livre
de perfume para que o gramado
não seja prejudicado... (thr)