as unidades terminológicas complexas da inteligência de
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Universidade de Brasília – UnB Instituto de Letras – IL Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução – LET Programa de Pós-Graduação em Lingüística Aplicada – Mestrado AS UNIDADES TERMINOLÓGICAS COMPLEXAS DA INTELIGÊNCIA DE ESTADO LÉXICO BILÍNGÜE – INGLÊS/PORTUGUÊS OSVALDO ANTÔNIO PINHEIRO SILVA Brasília 2005 2 OSVALDO ANTÔNIO PINHEIRO SILVA AS UNIDADES TERMINOLÓGICAS COMPLEXAS DA INTELIGÊNCIA DE ESTADO LÉXICO BILÍNGÜE – INGLÊS/PORTUGUÊS Brasília 2005 3 OSVALDO ANTÔNIO PINHEIRO SILVA AS UNIDADES TERMINOLÓGICAS COMPLEXAS DA INTELIGÊNCIA DE ESTADO LÉXICO BILÍNGÜE – INGLÊS/PORTUGUÊS Dissertação apresentada no Programa de Mestrado em Lingüística Aplicada do Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução do Instituto de Letras da Universidade de Brasília, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre. Orientador: Prof. Dr. René G. Strehler. Brasília 2005 4 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) S586u Silva, Osvaldo Antônio Pinheiro. As Unidades Terminológicas Complexas da Inteligência de Estado: Léxico Bilíngüe ; inglês-português / Osvaldo Antônio Pinheiro Silva. – Brasília, DF : [s.n], 2005. 165f. Orientador: Dr. René G. Strehler. Dissertação (Mestrado) - Universidade de Brasília. Bibliografia: f. 1. Lingüística Aplicada. 2. Terminologia 3. Inteligência de Estado 4. Lexicologia. I. Strehler, René G. II. Universidade de Brasília. CDU 001.4: 355.40 5 OSVALDO ANTÔNIO PINHEIRO SILVA AS UNIDADES TERMINOLÓGICAS COMPLEXAS DA INTELIGÊNCIA DE ESTADO LÉXICO BILÍNGÜE – INGLÊS/PORTUGUÊS Dissertação apresentada no Programa de Mestrado em Lingüística Aplicada do Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução do Instituto de Letras da Universidade de Brasília, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre. COMISSÃO EXAMINADORA ___________________________________________ Prof. Dr. René Gottlieb Strehler Universidade de Brasília ___________________________________________ Profa. Dra. Enilde Leite de Jesus Faulstich Universidade de Brasília ___________________________________________ Prof. Dra. Haruka Nakayama Universidade de Brasília Brasília, 27 de janeiro de 2005. 6 A Deus, aos meus pais, irmãos e amigos... Companheiros de todas as horas... A Gabriel... 7 AGRADECIMENTOS Ao Prof. Dr. René G. Strehler, orientador amigo e paciente em todas as etapas deste trabalho. À Profa. Dra. Enilde L. de J. Faulstich (LIV/UnB), pela inspiração e orientações sempre enriquecedoras. Ao Prof. Ofal R. Fialho (LET/UnB), pelo incentivo necessário a este trabalho. A minha família, pela compreensão, confiança e motivação. Aos amigos e colegas, pela força e pela paciência com os diversos convites recusados. Aos professores e colegas de Curso, pois juntos trilhamos uma etapa importante de nossas vidas. Aos profissionais e colegas de trabalho, pela concessão de informações valiosas para a realização deste estudo. A todos que, com boa intenção, colaboraram para a realização e finalização deste trabalho. Aos que não impediram a finalização deste estudo. 8 “La lengua, concebida en su esencia real, es algo pasajero constantemente y en todo momento... No es una obra, sino una actividad.” Humboldt “Douter de tout ou tout croire sont deux solutions également commodes, qui l’une et l’autre nous dispensent de réfléchir.” Henri Poincaré 9 SILVA, Osvaldo A. P. As Unidades Terminológicas Complexas da Inteligência De Estado: Léxico bilíngüe – inglês/português. 2005. Dissertação (Mestrado em Lingüística Aplicada) – Universidade de Brasília. RESUMO Repertoria as unidades terminológicas complexas no âmbito da Inteligência de Estado em língua inglesa e busca equivalentes em língua portuguesa do Brasil. Apresenta breve histórico da atividade de Inteligência e sua tipologia, bem como caracteriza a sua terminologia em inglês e em português do Brasil, sobretudo quanto à multidisciplinaridade. Categoriza os grupos sintagmáticos encontrados e os analisa no cotejo com o português do Brasil. Propõe ficha terminológica com remissivas e ocorrência de sinonímia. Apresenta diagramação de verbete terminológico bilíngüe. Palavras-chave: unidades terminológicas complexas, terminologia, Inteligência de Estado, inglês, português do Brasil, grupos sintagmáticos, equivalência. 10 SILVA, Osvaldo A. P. The Complex Terminological Units in the field of Governmental Intelligence: a bilingual lexicon of complex terms English/Portuguese. 2005. Dissertação (Mestrado em Lingüística Aplicada) – Universidade de Brasília. ABSTRACT This study surveys the complex terminological units at the Governmental Intelligence level and it searches for equivalent constructions in Brazilian Portuguese. It forwards a brief history of the Intelligence activity and its tipology; it attemps to characterize the terminology of Governmental Intelligence both in English and in Brazilian Portuguese, especially in terms of its multidisciplinary aspect. It categorizes the syntagmatic groups found in the corpus and analyzes their realization in Brazilian Portuguese. It proposes a terminology card with crossreferencing and synonymical occurrences. It also presents the lay-out for a bilingual terminological entry. Key-words: complex terminological units, terminology, Governmental Intelligence, English, Brazilian Portuguese, syntagmatic groups, equivalence. 11 LISTA DE ILUSTRAÇÕES E TABELAS Quadro 1 – Tipologia da atividade de inteligência ..............................................................................13 Quadro 2 – Inteligência Estatal - subtipos ...........................................................................................13 Quadro 3 – A Mãe das Inteligências ....................................................................................................15 Quadro 4 – Simple Concordance Program...........................................................................................42 Quadro 5 – Lista Fontes 1 ....................................................................................................................44 Quadro 6 – Lista Fontes 2 ....................................................................................................................45 Quadro 7 – Características da Terminologia de IE – Fontes 3.............................................................48 Quadro 8 – Modelo de ficha terminológica..........................................................................................53 Quadro 9 – Ficha terminológica “agent of influence” .........................................................................55 Quadro 10 – Ficha terminológica “order of battle”..............................................................................56 Quadro 11 – Ficha terminológica “carpet bombing” ..........................................................................58 Quadro 12 – Ficha terminológica “sheep dipping” .............................................................................59 Quadro 13 – Ficha terminológica “window dressing” ........................................................................59 Quadro 14 – Ficha terminológica “counterguerrilla warfare” .............................................................63 Quadro 15 – Ficha terminológica “action officer” ..............................................................................65 Quadro 16 – Ficha terminológica “agent provocateur” .......................................................................66 Quadro 17 – Ficha terminológica “brick agent” ..................................................................................66 Quadro 18 – Ficha terminológica “night crawler” ..............................................................................67 Quadro 19 – Ficha terminológica “clandestine intelligence” ..............................................................70 Quadro 20 – Ficha terminológica “safe house” ...................................................................................71 Quadro 21 – Ficha terminológica “timed drop” ..................................................................................73 Quadro 22 – Ficha terminológica “flaps and seals” ............................................................................76 Quadro 23 – Ficha terminológica “de facto boundary” ......................................................................77 Quadro 24 – Ficha terminológica “smoking-bolt operation” ..............................................................78 Quadro 25 – Ficha terminológica “legally admissible copy” ..............................................................79 Quadro 26 – Tabela: sinonímia ...........................................................................................................80 Quadro 27 – Ficha terminológica com variante ortográfica ................................................................82 Quadro 28 – Ficha terminológica com sinonímia ...............................................................................82 Quadro 29 – Ficha terminológica: remissiva 1 ....................................................................................83 Quadro 30 – Ficha terminológica: remissiva 2 ...................................................................................84 Quadro 31 – Ficha terminológica: antonímia ......................................................................................84 Quadro 32 – Tabela: ocorrências em PB/porcentagem .......................................................................89 Quadro 33 – Gráfico: ocorrências em PB ............................................................................................90 12 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AI Atividade de Inteligência comp Sintagma composto DHLP Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa FAdj Forma adjetiva FAdv Forma adverbial FV Forma verbal IE Inteligência Estatal PB Português do Brasil PR Le Petit Robert de la langue française MAED Macmillan Advanced English Dictionary NAUR Novo Aurélio Século XXI OBS Observações REM Remissivas RELINT Relatório de Inteligência RHCD Random House College Dictionary UTC Unidade terminológica complexa UTCi Unidade terminológica complexa em inglês UTCp Unidade terminológica complexa em português do Brasil 13 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 01 2 AMBIENTAÇÃO TEMÁTICA ...................................................................................... 04 2.1 Por uma Definição de Atividade de Inteligência.............................................................. 04 2.2 Scientia Est Potentia: Informação vs. Inteligência .......................................................... 07 2.2.1 Breve Histórico da Atividade de Inteligência .............................................................. 08 2.2.2 O Crescimento do Nacionalismo .................................................................................. 10 2.2.3 Natureza da Atividade de Inteligência .......................................................................... 11 2.2.4 Tipologia ....................................................................................................................... 12 3 TERMINOLOGIA E INTELIGÊNCIA ESTATAL ..................................................... 16 3.1 A Terminologia da Inteligência Estatal em Língua Inglesa ............................................ 28 3.2 A Terminologia da Inteligência Estatal em Língua Portuguesa do Brasil ...................... 34 4 METODOLOGIA.............................................................................................................. 35 4.1 Metodologia...................................................................................................................... 35 4.1.1 Público-alvo e amplitude ............................................................................................... 36 4.1.2 Fontes 43 5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ............................................................. 50 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 87 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 92 8 ANEXOS .......................................................................................................................... 94 8.1 ANEXO A: FICHAS TERMINOLÓGICAS ................................................................. 94 8.2 ANEXO B: PERFIL DOS ESPECIALISTAS ................................................................164 1 1 INTRODUÇÃO Em um mundo marcado pelo constante desenvolvimento da ciência e da tecnologia, a comunicação através das fronteiras lingüísticas ganhou importância crescente no processo global. A circulação de informações assumiu um papel estratégico, o que decorre da necessidade de divulgação dos resultados dos trabalhos científicos. Essa transmissão do saber se dá por meio de relatórios, artigos ou documentos que possuem características próprias em nível semântico, pragmático, semiótico e, sobretudo, lexical, pois é por intermédio de uma terminologia própria que esse tipo de texto veicula seus conhecimentos. O desenvolvimento de bancos de dados terminológicos se deu muito cedo como a única resposta para a gestão do fluxo de informações científicas e para os milhares de termos gerados em decorrência dos avanços da humanidade. O objetivo não é somente de explorar e organizar o acesso aos dados, mas também de manter o conteúdo, bem como de difundi-lo e de garantir um intercâmbio mais eficaz e otimizado. O atendimento a esses objetivos percorre caminhos diversos, porém, atualmente, não há como ignorar a existência de um ponto pacífico: a informática. Os passos do ‘fazer’ terminológico – antes tímidos e morosos – foram acelerados pelos recursos disponibilizados pela tecnologia. Dessa forma, as diversas áreas do saber humano puderam ser sistematizadas e, por conseguinte, perpetuadas para efeito de difusão e transferência de conhecimento. A área de Inteligência de Estado sempre esteve envolta no manto do secretismo e da confidencialidade. Momentos históricos e fatores conjunturais foram 2 amplamente utilizados como justificativas para esta não-divulgação de informações. Isso, no entanto, não impediu o surgimento de um repertório de conceitos/designações, ou seja, de um repertório terminológico próprio. Ocorre que as mesmas explicações alegadas para a nãodivulgação de informações tidas como de interesse do Estado ocultaram este repertório. Eventualmente por meio da mídia não-especializada, algum termo “vazava”, de forma que se podia já perceber a existência da terminologia. O próprio fato da imprensa não-especializada utilizar um termo como “vazamento” – muitas vezes no afã de legitimar o artigo publicado – é emblemático na medida em que consagra publicamente uma designação cujo ponto de partida se encontra em uma linguagem de especialidade. Por outro lado, a atividade de Inteligência Estatal foi incessantemente confundida com espionagem, fato decorrente, sobretudo, da bipolaridade ideológica do pós-guerra. Finda a Guerra Fria, os serviços de inteligência passaram por diversas mudanças e se deparam atualmente com temas que vão do combate ao terrorismo à transferência ilegal de tecnologia. Embora diferente da forma como se entende hoje em dia, a atividade de Inteligência é notadamente uma das mais antigas de que se tem conhecimento, fato que, por si só, já levantaria indícios de terminologia própria. Além disso, a natureza multidisciplinar dos serviços de informações fomenta a incorporação de termos de outros domínios do conhecimento humano. Essa multidisciplinaridade se torna um desafio e um atrativo ao levantamento terminológico nesta área. Esta pesquisa tem por objetivo conhecer esse repertório terminológico na língua inglesa e identificar os equivalentes em língua portuguesa do Brasil. Ao fazê-lo, comprovar-se-á não apenas a existência desse repertório, mas, sobretudo, se dará visibilidade a uma atividade quase tão antiga quanto a humanidade. Esta investigação pretende ainda ser uma ferramenta útil aos servidores da Agência Brasileira de Inteligência 3 (ABIN), órgão de assessoramento direto ao Presidente da República, criado por meio da Lei no. 9883/99. Conforme disposto nessa Lei, cabe à ABIN planejar, executar, coordenar, supervisionar e controlar as atividades de inteligência no Brasil. O público-alvo, portanto, é um segmento especializado de analistas de inteligência encarregados da produção de conhecimentos para o devido assessoramento. Não descartamos, todavia, a utilidade desta pesquisa para estudiosos da área, tradutores e intérpretes. Como ponto de partida, há uma ambientação do tema, que tem, por objetivo, descrever o meio por onde circulam os termos repertoriados. Em seguida, tem-se a discussão acerca da relação entre terminologia e a Inteligência de Estado em língua inglesa e em língua portuguesa do Brasil (doravante PB). Então, apresenta-se a metodologia aplicada com o detalhamento necessário em relação à amplitude da pesquisa, às fontes e ao públicoalvo. A seguir, são apresentados e analisados os dados e, logo depois, feitas as considerações finais. É imperativo, desde o início, esclarecer a razão de a pesquisa estar restrita às unidades terminológicas complexas (doravante, UTC), bem como o entendimento dessas unidades. É sabido que a grande maioria das terminologias é composta por sintagmas, isto é, por termos integrados por mais de uma unidade ou palavra. Também conhecidos por termos complexos, sintagmas terminológicos ou unidades de significação especializada polilexemáticas, as UTCs têm, como característica, a dificuldade de reconhecimento, ou seja, a delimitação. Partiremos do pressuposto de que os sintagmas nominais com estrutura nome+adjetivo em PB e adjetivo+nome em inglês sejam predominantes. O levantamento, no entanto, confirmará, ou não, tal premissa. Por fim, este trabalho busca dar o primeiro passo para a divulgação da terminologia de Inteligência Estatal (doravante IE) por meio de sua expansão no sentido 4 de possibilitar a produção de um dicionário terminológico de IE em diversos idiomas. Cumpre salientar que os equivalentes na língua francesa serão acrescidos após o término desta etapa. 2 AMBIENTAÇÃO TEMÁTICA 2.1 Por uma definição de Atividade de Inteligência Uma busca despretensiosa feita a partir da palavra “inteligência” no mecanismo de pesquisa na Internet Google retorna uma lista com cerca de 615.000 páginas. Uma leitura superficial das vinte primeiras páginas, ou seja, aquelas que, a rigor, apresentam maior grau de pertinência revela alguns tipos de inteligência: • Inteligência Artificial – 08 (oito) páginas indexadas • Inteligência Emocional – 04 (quatro) páginas indexadas • Inteligência Governamental – 03 (três) páginas indexadas • Testes de QI e jogos – 02 (duas) páginas indexadas • Inteligência Econômica – 01 (uma) página indexada • Inteligência Extraterrestre – 01 (uma) página indexada • Endereço eletrônico de uma revista chamada “Inteligência” A Inteligência de Estado, ou Estatal, desponta como uma das possíveis acepções do termo. Para confirmar isso, cabe uma consulta ao verbete inteligência em dicionários de língua geral. No DICIONÁRIO HOUAISS DA LÍNGUA PORTUGUESA 5 – DHLP (p.1631), temos: 2 inteligência.s.f. m.q. SERVIÇO DE INFORMAÇÕES ETIM ing. intelligence ‘informação em relação a um inimigo ou região; agência encarregada de obter tal informação’ No NOVO AURÉLIO SÉCULO XXI – NAUR (p.1122), a segunda entrada para inteligência remete a serviço de informações: inteligência2. [Do ingl. intelligence.] S.f. Angl. V. serviço de informações. Portanto, temos (p.1846): Serviço de informações. Bras.1.Obtenção e prestação de informação (8), especialmente de natureza sigilosa. 2. O pessoal ou a entidade dedicados a essa atividade. [Sin. ger.: serviço secreto, inteligência.] Apresentado como um anglicismo em ambas as obras, cabe, portanto, averiguar em dicionários de língua inglesa se a alusão à IE é mantida. Para tal, o RANDOM HOUSE COLLEGE DICTIONARY (RHCD) e o MACMILLAN ENGLISH DICTIONARY (MAED) foram consultados, apresentando os seguintes resultados, respectivamente: RHCD (p.692) intelligence, n. [...] 6. Gov. a. information about an enemy or a potential enemy. b. the evaluated conclusions drawn from such information. c. an organization or agency employed in gathering such information: military intelligence. 6 MAED (p.746) intelligence / noun [U] [...] 2. information collected about the secret plans and activities of a foreign government, enemy etc: The satellite could also be used to gather intelligence. 2a. a government organization that collects information about the secret plans and activities of a foreign government, enemy etc: the chief of military intelligence Como se pode observar, os dicionários de língua geral reconhecem a existência da atividade de IE. É curioso, no entanto, que, para defini-la, não se recorreu ao vocábulo ‘espionagem’, palavra esta presente com entrada própria em todas as obras consultadas. Infere-se, por intermédio das definições, que, para coletar informações de um inimigo potencial, algum tipo de espionagem possa ser empregado. A rigor, o senso comum vincula a atividade de inteligência à espionagem, muito em decorrência da literatura ficcional e da mídia. Segundo ANTUNES (2002, p.21), “não obstante o termo intelligence ser um eufemismo anglo-saxão para a espionagem, esta é apenas uma parte do processo de inteligência”. Logo, a atividade de inteligência não se resume à espionagem e a emprega tãosomente como uma técnica adicional de obtenção de dados negados. Portanto, as quatro obras consultadas revelam conhecimento do assunto na medida em que não recorrem à técnica para definir a atividade, diferentemente do senso coletivo fomentado pela ficção e mídia. 2.2 Scientia Est Potentia – Informação vs Inteligência “A atividade de inteligência é uma componente atual e significativa do poder de Estado, enquadrando-se no núcleo coercitivo que provê a prestação de serviços públicos de defesa externa e manutenção da ordem, as duas funções constituindo os atributos do monopólio legítimo do uso da força na acepção weberiana do Estado.” (ANTUNES, 2002, 7 p.18) A atividade de inteligência é, portanto, típica de Estado e o poder da informação privilegiada assume papel fundamental no processo de governabilidade. Por outro lado, é relevante estabelecer a distinção entre o que é informação e o que vem a ser inteligência. Para tal, é preciso resgatar os debates acadêmicos anglo-saxões, mesmo porque é escassa a bibliografia brasileira acerca do assunto. Em 1995, SIMS (apud ANTUNES, op.cit.) afirmou que a inteligência não trata apenas dos segredos, e que diversos tipos de informações agregadas para o processo decisório poderiam ser considerados inteligência: “Intelligence is best defined as information collected, organized, or analyzed on behalf of the actors or decision makers. Such information includes technical data, trends, rumors, pictures, or hardware.” (SIMS, 1995) A definição proposta por SIMS aponta para o tratamento dado à informação como traço distintivo da inteligência, ou seja, o processamento e tratamento da informação são o que a distingue da inteligência. Ocorre que, nesse caso, tem-se a impressão de que a atividade de inteligência poderia ser executada por um instituto de pesquisa que agrega dados a respeito da aceitação de um certo produto antes do lançamento oficial, o que não é verdade, pois, como já foi dito, trata-se de atividade típica de Estado. A inteligência compreende a coleta e análise de informações relevantes para o processo de formulação e implementação de políticas públicas, aí incluída a política de segurança nacional. Há um aspecto conflitante na inteligência, na medida em que a obtenção das informações relevantes para um país é, a rigor, dificultada por outro, pois a atividade de inteligência também está voltada para a proteção dos dados importantes. Logo, a informação, sobretudo a negada, é o objeto de trabalho da inteligência, pois é a partir das informações que o ciclo de inteligência tem início, ou seja, o planejamento, a coleta de 8 dados, o processamento, a análise, e a difusão. 2.2.1 Breve histórico da Atividade de Inteligência Os primórdios da agência de inteligência moderna foram os antigos profetas, como os do Templo de Delfos, que se diziam capazes de se comunicar com os deuses e, por isso, podiam predizer o futuro. Como nos tempos modernos, seus relatos eram ambíguos e muitas vezes ignorados pelos tomadores de decisão. A Bíblia diz que Deus aconselhou Moisés (Num 13) a enviar “homens que espiem a terra de Canaã”. Doze agentes foram enviados e retornaram quarenta dias depois para relatar que as pessoas que viviam na terra abundante em leite e mel eram mais poderosas que os Israelitas. Por causa desse relato, foram punidos por Deus. Outro antigo analista de inteligência e contra-inteligência foi SunTzu, cuja obra Ping-fa (A Arte da Guerra), escrita em 400 a.C., é creditada como norteadora das análises dos estrategistas contemporâneos do Partido Comunista Chinês. Sun-Tzu se refere a cinco tipos de agentes secretos: agentes locais, agentes duplos, agentes falsos, agentes sacrificáveis e agentes de penetração. O autor enfatizou a importância de uma boa organização de inteligência, e também escreveu sobre a contra-inteligência e guerra psicológica. Na Idade Média, a inteligência, ainda que bastante desorganizada, passou a ser usada mais sistematicamente na Europa Ocidental. Se, por um lado, era geralmente impossível esconder a aglomeração de tropas ou navios, tornando a estratégia da surpresa muito difícil nas operações militares, por outro, a comunicação era vagarosa, equilibrando assim a informação disponível com a habilidade de se comunicar em tempo. No século XV, as cidades-Estado italianas começaram a estabelecer 9 embaixadas permanentes em capitais estrangeiras. Os governantes de Veneza utilizavam estes postos como fontes de inteligência e também desenvolveram códigos e cifras com os quais a informação era secretamente passada. No século XVI, outros governos europeus seguiram a mesma linha. Como se pode perceber, a atividade de inteligência, bem como algumas de suas técnicas mais conhecidas, faz parte do cotidiano da humanidade há séculos, sendo empregada nos âmbitos diplomático, militar e até mesmo religioso. 2.2.2 O Crescimento do nacionalismo O crescimento do nacionalismo, acelerado pela Paz de Westfália em 1648, levou ao aumento de exércitos permanentes e diplomatas profissionais. Isto fez com que os chefes de Estado necessitassem de informações estrangeiras abalizadas, então foram desenvolvidos procedimentos e organizações nesse sentido. A Rainha Elizabeth I mantinha uma notável organização de inteligência. Seu principal secretário de Estado, Sir Francis Walsingham, criou uma rede com vários agentes de inteligência em terras estrangeiras. Ele recrutou universitários em Oxford e Cambridge, desenvolveu a arte da espionagem e da intriga internacional, e criou instrumentos e técnicas de codificação e decodificação. Posteriormente, o cardeal Richelieu, ministro chefe do Conselho Real de Luís XIII, e Oliver Cromwell, membro do Parlamento inglês, desenvolveram notáveis sistemas de inteligência. Richelieu valeu-se da chamada “Grelha de Cardano”, um sistema simples de esteganografia, para codificar suas mensagens. Entretanto, foi somente no século XVIII que surgiram as distinções entre a segurança interna (contra-inteligência) e a externa. A população começou a ter maior comprometimento com o Estado do que com as dinastias ou lideranças religiosas. O 10 resultado foi que os líderes nacionais começaram a se preocupar mais com a opinião pública internacional, criando assim uma nova diplomacia e novas necessidades de inteligência. Maiores inovações em organização e doutrina são creditadas a Frederico, o Grande. Com ele, e mais tarde sob o controle do assessor de Bismarck, Wilhelm Stieber, a Prússia organizou as funções de inteligência como parte integrante do Estado Maior. Isso acarretou a criação de uma agência de inteligência militar para servir de olhos da nação no exterior. GUEDES (2004) afirma, com propriedade, que a Atividade de Inteligência como se entende hoje em dia foi sistematizada somente após a Segunda Guerra Mundial e o período da Guerra Fria. Não há dúvida de que a consolidação dos princípios e da metodologia ocorreu nesse período, uma vez que a necessidade de obtenção de informações se tornou estratégica. 2.2.3 Natureza da Atividade de Inteligência As categorias de Inteligência são potencialmente infinitas. As Forças Armadas necessitam de Inteligência Militar, um programa espacial ou de satélites necessita de informação científica, um escritório no exterior necessita de informação política ou biográfica, e um presidente ou primeiro-ministro precisa de um amálgama de todas essas informações e mais ainda. Conseqüentemente, a atividade de inteligência tornou-se uma vasta indústria internacional, que, em sua maior parte, é secreta. Além disso, pode-se observar que o escopo de atuação da atividade é amplo o suficiente para caracterizar o trabalho do analista de inteligência como de natureza multidisciplinar. É, de certa forma, semelhante ao ofício do tradutor/intérprete, na medida em que tanto este quanto aquele dependem da capacidade de agregar informações oriundas de diversas áreas do 11 conhecimento. O passo distintivo do analista frente ao tradutor/intérprete se dá no momento de tratar a informação para transformá-la em inteligência. Na sociedade democrática no Brasil, a atividade de inteligência assumiu o papel de “preservação da soberania nacional, a defesa do Estado Democrático de Direito e a dignidade da pessoa humana” (Lei no. 9883/99), sem dizer que passou a ter as suas atividades analisadas por uma comissão de controle externo, característica presente em poucos órgãos de inteligência do mundo. Essa comissão tem por objetivo “assegurar que as atividades dos serviços de informação do Governo Federal não desbordem dos limites de suas atribuições, para atuar como mero órgão de espionagem a fim de promover a perseguição aos adversários políticos do Presidente da República e de seus auxiliares diretos, mediante a utilização de informações ou contra-informações obtidas, muitas vezes, sem o devido resguardo da vida íntima das pessoas e com o evidente objetivo de violar a sua honra e imagem” (Projeto de Decreto Legislativo no. 241/2000). 2.2.4 Tipologia da Atividade de Inteligência Para estabelecer a tipologia da atividade de inteligência, é preciso, antes de tudo, colocar uma linha divisória entre Inteligência de Estado e a que não é de Estado. Na primeira vertente, encontramos três tipos, qual sejam a Inteligência Militar, a Inteligência de Polícia e a Inteligência Estratégica. Em outra direção, encontramos, entre outros, a Inteligência Industrial, Inteligência Competitiva, Inteligência Artificial, etc. O quadro a seguir resume a taxonomia da atividade de inteligência: 12 Inteligência - Tipologia Inteligência Estatal Militar Não-estatal Policial Estratégica Industrial Competitiva Artificial Empresarial etc. (quadro 1) Esta dissertação tem por objetivo caracterizar e inventariar a terminologia da Inteligência Estatal, com ênfase na inteligência estratégica. Como dito anteriormente, o aspecto multidisciplinar da atividade acarreta, entre outros pontos, a utilização em comum de termos dentro do âmbito da inteligência estatal, o que explica, em parte, a existência de termos que parecem pertencer aos 3 tipos de inteligência de Estado (v. cap.3 para discussão mais aprofundada). A estrutura organizacional dos órgãos de IE revela as subdivisões possíveis. Para efeito desta dissertação, basta salientar que, a rigor, as instituições desta natureza se subdividem da seguinte forma: Inteligência Estatal - Subtipos Inteligência Estatal Inteligência (quadro 2) Contra-inteligência Estratégica Policial Militar Inteligência Contra-inteligência Inteligência Contra-inteligência 13 Como se percebe no quadro 2, os subtipos compreendem a atividade de inteligência propriamente dita, e a contra-inteligência. De acordo com o Decreto 4.693/2003, em cujo anexo I consta a estrutura organizacional da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), tem-se que “ao Departamento de Inteligência compete produzir documentos de inteligência sobre a situação nacional e internacional necessários para o assessoramento ao Presidente da República”; por outro lado é incumbência do Departamento de Contra-Inteligência “exercer ações de salvaguarda de assuntos sensíveis e de interesse do Estado e da sociedade, produzir conhecimentos sobre atividades de organizações criminosas, bem como coordenar e supervisionar as atividades de contra-inteligência em articulação com os órgãos do Sistema Brasileiro de Inteligência”. Assim, a Inteligência trata da produção de documentos no sentido de prover a Presidência com informações estratégicas para o processo de tomada de decisão. A Contra-Inteligência, por sua vez, está voltada para a proteção das informações, no intuito de evitar que assuntos de natureza sensível, e cuja divulgação possa prejudicar os interesses do país, sejam difundidos. O campo de atuação da Atividade de Inteligência é bastante amplo, decorrência do aspecto multidisciplinar inerente à Atividade. Todavia, a metodologia e os princípios têm origem na Inteligência Militar, ou como GUEDES (2004) explica, “Todas [as formas atuais de Inteligência] têm origem na ‘Mãe das Inteligências’, a Inteligência Militar”. De fato, os campos de análise específicos da área militar são percebidos nas outras “inteligências”. Este autor sugere o seguinte quadro como maneira de confirmar sua proposição acerca da “Mãe das Inteligências”: 14 Campos de análise específicos da área militar Compete à Inteligência Militar, em qualquer nível, analisar e avaliar os aspectos abaixo listados TERRENO: área de operações provável ou ativada: todos os aspectos com vistas, principalmente, ao levantamento de facilidades e obstáculos ao movimento da força amiga e da oponente. INIMIGO: poder de combate; localização; personalidades. CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS: interferência das condições climáticas na condução das operações da força amiga e da oponente. Inteligência COMPETITIVA Inteligência MÉDICA Inteligência Inteligência EMPRESARIAL POLICIAL Mercado interno e/ou externo Ser humano e ambiente Mercado específico Sociedade e ambiente de atuação Concorrência Doença Concorrente Legislação, sistema judiciário e políticas de governos nacionais ou não. Legislação, sistema judiciário e políticas de governos nacionais ou não. Legislação, sistema judiciário e políticas de governos nacionais ou não. Criminoso de qualquer nível ou natureza Legislação, sistema judiciário e políticas de governos. (quadro 3) O progresso tecnológico iniciou uma corrida entre as capacidades militares e as medidas defensivas; e entre os novos métodos de coleta e de obtenção de dados e as novas técnicas de proteção de informações secretas. Conseqüentemente, os sistemas de inteligência têm que estar preparados para se resguardar de avanços científicos ou tecnológicos que podem dar a um país uma vantagem decisiva sobre o outro. Eles têm que caminhar lado a lado com os avanços estrangeiros em energia nuclear, eletrônica, química, informática e outras áreas do conhecimento científico. Se um sistema de inteligência tiver que fazer um prognóstico sobre o comportamento de um país estrangeiro, ele deve possuir informações detalhadas sobre as características pessoais dos líderes da nação em questão. A abrangência da pesquisa 15 biográfica aumentou com o crescimento das organizações internacionais, uma vez que os negociadores necessitam de estar informados sobre os estrangeiros com quem vão pactuar. 3 TERMINOLOGIA E INTELIGÊNCIA ESTATAL Já dizia COSERIU (apud EZQUERRA, 1994) que “las terminologías científicas y técnicas no pertenecen al lenguaje ni, por consiguinte, a las estructuraciones léxicas del mismo modo que las ‘palabras usuales’: constituyen utilizaciones del lenguaje para clasificaciones diferentes (y, en principio, autónomas) de la realidad o de ciertas secciones de la realidad”. Assim, este autor apontou a relativa distância entre a língua geral e a linguagem de especialidade, ainda que EZQUERRA (1994) reconheça a freqüente dificuldade em se diferenciar os dicionários de língua geral daqueles de linguagem de especialidade – dificuldade atribuída “a la pretensión abarcadora de los diccionarios de lengua” (EZQUERRA, op.cit.). Assim, cumpre buscar um entendimento do que vem a ser a terminologia. O conceito de terminologia se desdobra, a rigor, em dois modos divergentes de compreensão. Para efeito desta dissertação, é fundamental desde já estabelecer a linha divisória entre tais formas de conceituar a terminologia. Vejamos o que registram respectivamente o DHLP e o LE PETIT ROBERT (2003) – doravante PR: terminologia substantivo feminino 1conjunto de termos específicos ou sistema de palavras us. numa disciplina particular (p.ex., a terminologia da botânica, da marinharia, da matemática); nomenclatura 16 1.1tratado acerca de tais termos 2uso de palavras peculiares a um escritor, a uma região etc. Ex.: <a t. de Guimarães Rosa> <a t. gaúcha> 3estudo que tem por objeto a identificação e delimitação de conceitos próprios de uma arte, ciência, profissão etc., e a designação de cada um deles por um determinado vocábulo terminologie n. f. • mil. XIXe; « abus de termes techniques » 1801; du lat. terminus ( terme, II) et logie 1 Vocabulaire particulier utilisé dans un domaine de la connaissance ou un domaine professionnel; ensemble structuré de termes. 1. jargon. La terminologie de la médecine; de la critique cinématographique, de la publicité. Terminologie grammaticale. Choisir, créer une terminologie. Dans la terminologie française, anglaise (d'une science). La terminologie de Leibniz, de Martinet. Vocabulaire didactique d'un groupe social. « La vieille terminologie humanitaire et libérale de 1848 » (Martin du Gard). 2 Étude systématique des « termes » ou mots et syntagmes spéciaux servant à dénommer classes d'objets et concepts ( lexicographie); principes généraux qui président à cette étude. La terminologie relève largement de la lexicologie*. « La création, dans chaque ministère, des commissions de terminologie » (J. Chirac). As acepções (1) de ambas as obras revelam uma forma de se conceituar a terminologia, isto é, como um conjunto de termos característicos de determinada área do conhecimento humano. Daí, temos desde a terminologia da arquitetura até aquela do voleibol. 17 Por outro lado, as acepções (3) das obras citadas demonstram um outro entendimento: a terminologia como estudo das terminologias, ou seja, o conjunto de pressupostos, métodos e representações que possibilitam a sistematização descritiva das linguagems de especialidade. PAVEL (2002), no Manual de Terminologia, assevera as diversas acepções do que vem a ser a terminologia. A autora reconhece que, em uma primeira acepção, a palavra terminologia significa um “conjunto de palavras técnicas pertencentes a uma ciência, uma arte, um autor ou um grupo social”. Acrescenta que, em um sentido mais restrito e mais especializado, terminologia designa uma “disciplina lingüística consagrada ao estudo científico dos conceitos e termos usados nas línguas de especialidade”. Para PAVEL (op.cit.) a língua de especialidade consiste naquela empregada para “proporcionar uma comunicação sem ambigüidade numa área determinada do conhecimento ou da prática, com base num vocabulário e em usos lingüísticos específicos desse campo”. No “fazer” humano, profissional ou não, ocorre certa premência para gerar e designar conceitos e noções específicas da atividade. Decorre disso a implementação de hábitos lingüísticos comuns – até mesmo idiossincráticos. É este conjunto de hábitos que indica o surgimento de grupos de vocábulos que marcam – nos níveis lexical, sintático, estilístico e discursivo – o código lingüístico em ambiente de interação social centrado em uma determinada atividade humana. Nestes termos, “a terminologia, enquanto instrumento descritivo, tem por objeto de estudo um dos componentes essenciais das chamadas linguagens de especialidade: o seu léxico” (AUBERT, op.cit.). Os estudos terminológicos são freqüentemente vinculados aos estudos da tradução, porém são áreas relativamente autônomas entre si. Por um lado, a terminologia, de natureza mais investigativa, está bem próxima à lexicologia, à lexicografia e à semântica, além do fato de não se questionar que a terminologia possua caráter de área de 18 aplicação da lingüística e/ou da sociolingüística. A tradutologia, por outro lado, objetiva “a análise de um fenômeno complexo, ao mesmo tempo lingüístico, sociocultural, histórico, estético, político e individual”. (AUBERT, op.cit.) Nestes termos, a tradutologia ultrapassa os limites da lingüística e chega a confundir-se com a própria história da humanidade. Face ao exposto, poder-se-ia supor que a terminologia estivesse, por assim dizer, imune a aspectos que remetem à pragmática, à antropologia, às culturas, etc. Com efeito, por mais depurado que seja o caráter técnico-científico de determinado grupo de termos, estes não fogem às indeléveis marcas das culturas, de visão de mundo e de Zeitgeist. Como se pode observar, “terminologia” é um caso típico de termo polissêmico dentro de uma mesma especialidade, o que, por si só, já anula o critério da univocidade. CASTILLO (1998) apresenta as diferentes denominações: • el estudio científico del sistema nocional de una ciencia o técnica, de su identificación y delimitación y de su representación mediante los términos; • el conjunto de voces propias de una disciplina científica, de un arte o un oficio, de una actividad humana cualquiera en específico; • con mayor generalización, el conjunto de todas las voces propias de las ramas especializadas dentro de una lengua; • la descripción de sistemas léxicos dentro de las ramas de la ciencia y la técnica, y el estudio de sus peculiaridades y problemas; e • en general, cualquier inventario de términos, sea sistemático o alfabético. Em resumo, quando se diz terminologia, apenas o contexto pode indicar a que se faz referência, e, mesmo assim, há ocasiões em que não se evita a 19 ambigüidade. A comunicação profissional está calcada nas linguagens de especialidade e a terminologia é o elemento mais importante que distingue não apenas as linguagens de especialidade da língua geral, mas também as linguagens de especialidade entre si. Os termos refletem a estruturação conceitual de uma disciplina e, conseqüentemente, ordenam o pensamento, o que, por sua vez, fomenta e facilita a transferência de conhecimentos de uma disciplina em uma ou mais línguas. Daí, temos, segundo CABRÉ, duas dimensões terminológicas: “Si la ordenación del pensamiento y la conceptualización representan la dimensión cognitiva de la terminología, la transferencia del conocimiento constituye su dimensión comunicativa: la terminología es la base de la comunicación entre profesionales.” (CABRÉ, 1998) Mas, falar em terminologia implica falar em linguagens de especialidade e, para tal, é preciso, desde já, estabelecer que a linguagem de especialidade, ao contrário do que se imagina, não possui qualquer privilégio em relação à língua tida por “comum’ em termos de biunivocidade, seja na relação noção/termo (significado/significante) ou na relação termo da língua X / termo da língua Y. Isso se dá, em primeiro lugar, porque o que se entende por linguagens de especialidade remete não apenas ao léxico específico, mas sim a todo domínio do fazer humano, portanto está sujeito a influências culturais e às marcas intra- e interlingüísticas. Além disso, não se pode afirmar que haja uma universalidade conceitual e/ou designativa nem mesmo nas linguagens de especialidade de tecnologias de ponta, como, por exemplo, a informática, em que, desde os seus primeiros momentos, utilizou-se indiscriminadamente no Brasil os termos CPU, winchester e gabinete como o compartimento-receptáculo do processador e das placas, entre outros. 20 Por outro lado, a complexidade da unidade terminológica leva à questão do signo lingüístico, uma vez que o termo é, antes de tudo, um signo. Trata-se, mais especificamente, de uma unidade lingüística pertencente a uma língua natural que se destina, por assim dizer, a possibilitar a comunicação não só no nível das atividades profissionais mas também no âmbito da transferência de conhecimentos, isto é, na formação, logo, na sua própria multiplicação. Portanto, o termo, ou a unidade terminológica, é um signo lingüístico que permite, em uma língua natural, a comunicação e a expressão de conhecimentos especializados. Assim, se um termo é um signo lingüístico na acepção saussuriana, deve-se reconhecer que a relação binária significado/significante por si só não comporta toda a complexidade da unidade terminológica, pois, como já foi discutido anteriormente, pode-se ultrapassar o nível exclusivamente lingüístico até se atingir o âmbito social, ou seja, pode-se afirmar que o signo lingüístico, mesmo arbitrário, não deixa de ser relativamente motivado. Mesmo na esfera puramente lingüística, cumpre estabelecer a distinção entre três formas de descrição, formas que estão vinculadas ao significante, ao significado e ao conceito. No nível do significado, observam-se as questões pertinentes à forma (ou às diferentes formas) da unidade terminológica, como, por exemplo, a formação das palavras, os componentes, os radicais, as questões da homonímia e da sinonímia, etc. Além disso, é na esfera do significado que reside a problemática da construção do sentido, o que implica, muitas vezes, uma reconceitualização do objeto – decorrente, a rigor, de percepções culturais. É nessa mesma esfera que reside a questão da polissemia em relação à construção do sentido por meio de métodos como a metáfora e a metonímia. Mas é no âmbito do conceito que se encontram as questões mais importantes acerca da cognição e da natureza do saber, da objetividade e da própria universalidade, o que o torna um elemento indispensável na análise de conjuntos de 21 denominações. De fato, é por meio da relação entre um conceito e os diversos objetos concretos ou abstratos que ele representa que se pode estabelecer o alcance das denominações. Infere-se, portanto, que o conceito, qualquer que seja a definição que se lhe atribui (arquétipo, conjunto de traços pertinentes, idéia essencial, etc.), resulta, grosso modo, de uma atividade mental de organização da experiência humana, que abrange a categorização de objetos com a finalidade de identificação, isto é, o conceito possibilita que o ser humano construa o saber. Porém, o conjunto de traços pertinentes de um conceito não reside necessariamente na palavra ou expressão verbal que o designa. A denominação mais apropriada ou mais bem aceita é, com freqüência, aquela que melhor se integra à língua ou à cultura de uma comunidade de falantes. Portanto, a denominação está bastante ligada a uma percepção cultural que se faz visível na relação significante/significado ou, mais precisamente na relação significante/conceito. LAKOFF e JOHNSON (2002) propõem a utilização do termo “percept” ao invés de conceito: Le sens d’un terme se construit, à partir d’une donnée primitive qui représente une expérience corporelle du monde, par une série de projections successives qui font passer le percept par le stade de l’image intérieure, puis du schéma, puis du concept. Com efeito, o conceito é uma estrutura cognitiva de categorização, mas é no significado que residem as percepções culturais. Há uma situação emblemática dessa diferença no exemplo citado por DIKI-KIDIRI (1999), em que o autor sugere que a distinção fica mais visível quando se compara a denominação de um mesmo objeto em diversas línguas. No seu exemplo, a palavra “bicicleta” é analisada em três línguas, a saber, sangô (República Centro-Africana), bambara (Mali) e lilikô (língua bantu da República Democrática do Congo). Para os centro-africanos, “bicicleta” é gbâzâbängâ (rodas de borracha); no idioma de Mali, nàgàsó (cavalo de ferro); e em lilikô, magu-mâkwanganya (quatro pés). Ora, as diferentes maneiras de denominar o mesmo objeto evocam e 22 comprovam as percepções distintas. A denominação dos centro-africanos revela que eles já tinham conhecimento da roda, ao qual agregaram um material abundante na região e cuja extração (látex) sempre foi fonte de renda. Os malineses, por sua vez, se deram conta da semelhança funcional entre o cavalo e a bicicleta: devem ser montados e servem para o deslocamento mais rápido do ser humano. Por outro lado, somente esse último traço chamou a atenção dos falantes de lilikô. A denominação de “quatro pés” se explica como “o meio de transporte que duplica os pés”, e que, portanto, permite se deslocar duas vezes mais rápido. Em todos os casos, os diferentes significados refletem pontos de vista distintos acerca do mesmo objeto – pontos de vista motivados por e dependentes do passado cultural de cada comunidade. Portanto, o significado não é necessariamente equivalente ao conceito; é como se fosse apenas uma evidência, um indicativo que permite elaborar um conceito global. Daí vem o raciocínio de LAKOFF e JOHNSON (op.cit.) e a proposta de “percept”. Retomando os exemplos da informática anteriormente citados, caberia talvez um estudo mais aprofundado para determinar se a variação é decorrente de “percept”; todavia, os mesmos termos servem para elucidar a questão dos empréstimos. Conforme AUBERT (op.cit.), “em uma relação lingüística, cultural, tecnológica, econômica e política entre duas partes em que as correlações de forças não são equilibradas, percebe-se, claramente, a possibilidade maior de ‘dizer’ a alteridade da parte mais forte dentro do contexto lingüístico-cultural da parte mais fraca”. O PB é notadamente bastante tolerante com os estrangeirismos e, no caso específico da informática, com os anglicismos. ALVES (1995) explica que na língua comum, o empréstimo passa por três etapas, uma vez que se apresenta “inicialmente, sob forma de estrangeirismo, ou seja, é utilizado para imprimir um certo exotismo”. A seguir, tem-se a fase neológica em que o empréstimo passa por um processo de adaptação ao sistema ortográfico, fonológico ou morfológico da línguareceptora. Na terceira fase, tem-se o empréstimo como uma unidade lexical já incorporada ao 23 acervo da língua-receptora. ALVES (op.cit.) explica que, nas linguagens de especialidade, “o empréstimo constitui um neônimo, que pode ser considerado do ponto de vista externo e interno”. Por ‘empréstimo’ em linguagens de especialidade, partimos da definição da norma ISO 1087, em que se trata de “termo originário de uma língua estrangeira ou de um outro domínio”; definição esta que foi aprofundada por BOUTIN-QUESNEL (1985) ao propor que empréstimo é “o processo pelo qual um termo passa de uma língua a uma outra ou, no interior de uma mesma língua, de um subsistema a um outro”. Para retomar a questão da terminologia, podemos indagar: O que configura o aparecimento de um repertório de designações de uma dada área de conhecimento? Sob uma ótica lingüística, uma terminologia aparece “como um conjunto de expressões que se vinculam a conceitos de uma área temática ou de uma especialidade” (KRIEGER, FINATTO, 2004). Naturalmente, tratam-se de expressões repertoriadas a partir de uma base textual que permeie as possibilidades lingüísticas da área em estudo. O usuário efetivo de qualquer terminologia, profissional ou não, é, a rigor, a verdadeira sustentação de um repertório de designações. No entanto, percebe-se que é inútil esperar que cada usuário demonstre um comportamento terminológico idêntico – entenda-se aqui comportamento terminológico como integrante do comportamento verbal como um todo. Tal fato suscita a questão da terminologia como fonte de padronização de designações, o que implica dizer que ela ditaria o ‘dizer’, ao invés de refleti-lo por meio de sistematização. Nestes termos, a terminologia deixaria de ser eminentemente onomasiológica, o que , com efeito, não a descaracteriza, mas acrescenta um aspecto mais arbitrário aparentemente incompatível com o propósito descritivo original. Afora a questão da padronização, o comportamento terminológico do usuário efetivo pode também “descaracterizar” um dos pontos mais provocativos do estudo terminológico: a ocorrência de sinonímia em linguagem de especialidade. A princípio, tal 24 colocação seria impensável na medida em que a especificidade está vinculada às idéias de exclusividade e univocidade. Em tese, não há a que se opor, mas a questão, por exemplo, da exclusividade não se sustenta. A título de ilustração, poderíamos dizer, sem receio de estar equivocados, que o termo bomba de sucção pertence a vários domínios: engenharia petrolífera, medicina, indústria automobilística. Neste caso, o objeto designado, embora com múltiplos domicílios terminológicos, não apresenta grande variação, uma vez que descreve tão-somente a função (de sucção). Todavia, vejamos o caso do substantivo coma. É provável – senão certo – que o vinculemos sem muito esforço ao domínio da medicina. Entretanto, o termo está presente em outras rubricas e, desta vez, com noções distintas: Coma (fonte: DHLP eletrônico) Astronomia: nuvem luminosa de gás e poeira, de aparência tênue e brumosa, que envolve o núcleo de um astro; cabeleira Artes gráficas: em tipografia, indicativo de dois pontos Óptica: aberração de um sistema óptico que dá a forma de um cometa à imagem de uma fonte luminosa puntiforme que se situa fora do eixo óptico Não resta dúvida de que o astrônomo, o tipógrafo e o opticista detêm o conhecimento do sentido advindo da medicina, como se encontra, por exemplo, em coma induzido. Face ao exposto, devemos admitir que, além do reconhecimento terminológico puramente lingüístico, não se pode deixar de lado o aspecto sociológico inerente a qualquer processo comunicativo. Por isso, as expressões de valor terminológico apresentam um fundo sociológico que não pode ser descartado, na medida em que este 25 legitima, a rigor, a (re)ocorrência da terminologia no âmbito de uma comunidade profissional. GAUDIN (apud FAULSTICH, 1995) salienta tal ligação: “... c’est que la socioterminologie, pour peu qu’elle veuille dépasser les limites d’une terminologie ‘greffière’, doit replacer la genèse des termes, leur réception, leur acceptation mais aussi les causes de leur échec et les raisons de leur succès, au sein des pratiques langagières et sociales concrètes des hommes qui les emploient.” A comunidade de Inteligência não foge à regra. A própria natureza da atividade fomenta a criação de expressões que, por assim dizer, consagram conhecimentos típicos. A título de ilustração, a locução “informação privilegiada” traz a idéia de conhecimento de dados que podem configurar uma vantagem sobre um adversário. Para um analista de inteligência, tal locução pode ser decodificada pelo viés de vazamento de informações, a depender da perspectiva de análise (de inteligência ou de contra-inteligência). Por outro lado, em “brick agent”, tem-se a caracterização do aspecto variacionista, típico de uma perspectiva socioterminológica, apontado por SAGER (1993) quando afirma que, a despeito da univocidade da referência, há uma variação considerável nas linguagens de especialidade. De fato, “brick agent” é uma variante de “street agent”, sendo que ambas possuem registro diferente daquele de “field agent”, ou seja, no nível semântico, as três locuções se encontram, porém se observa um afastamento quando se evidencia o aspecto do discurso. “Field agent” está para “brick agent” e “street agent” assim como “comida” está para “rango” ou “bóia”, de onde se percebe que o aspecto variacionista pode ter desdobramentos idiomáticos, mesmo que em ambiente terminológico, o que, por sua vez, sublinha a perspectiva social sugerida por SAGER (op.cit.) e declarada por GAUDIN (op.cit.). Tradicionalmente, os sistemas terminológicos eram tidos como imunes à polissemia e à sinonímia, uma vez que estavam amalgamados com as vertentes 26 técnicas e tecnológicas – decorrência talvez dos trabalhos de wüsterianos. Nessa perspectiva, os termos não seriam mais do que tecnônimos. Acontece que, técnicos ou não, os termos estão sujeitos aos ditames das línguas oral e escrita. Retornando aos exemplos de “field agent”, “brick agent” e “street agent”, pode-se constatar que o reconhecido aspecto idiomático das duas últimas as aproxima da língua oral; a primeira seria, portanto, a locução a ser encontrada em relatórios ou planos de operações de inteligência. Constata-se aí um exemplo de variação vertical, em que o registro (do inglês register) passa a ser um traço distintivo. Logo, a questão do uso estabelecido pelo meio por onde circula determinado sistema terminológico é determinante e rechaça a noção de que a sinonímia não opera em ambientes de linguagens de especialidade. Por outro lado, é sabido que “aceitar variantes socioprofissionais ou geográficas (...) é extremamente raro na terminologia tradicional que se limitou a registrar o discurso oficial dos profissionais mais graduados” (STREHLER, 1995). De fato, maior atenção ao aspecto variacionista se deu a partir do reconhecimento de uma terminologia social, ou socioterminologia, uma vez que esta nova perspectiva possibilita a integração dos diferentes meios sociais no trabalho terminológico. 3.1. A TERMINOLOGIA DE IE NA LÍNGUA INGLESA A generalização do inglês como língua franca em domínios como o do Comércio Internacional, da Diplomacia, das Forças Armadas, da Informática, etc., traz consigo, de forma já perceptível e bastante discutida por lingüistas, a questão das variações da língua inglesa e dos empréstimos no PB vindos da língua inglesa. LAMBERTI (2003) afirma que: 27 “A entrada de empréstimos lingüísticos no português do Brasil [...] é um fenômeno usual e comum porque segue o processo natural de dinâmica. As causas [...] podem estar relacionadas à necessidade gerada pela ausência de um termo vernacular para uma determinada tecnologia, produto, serviço etc, e ao prestígio provocado pela grande influência da cultura da qual o empréstimo se origina. No Brasil, destaca-se o crescente uso de empréstimos lingüísticos provenientes do inglês americano.” No ambiente de ensino, ainda predominam as variantes britânica e americana. No entanto, não se trata mais de “mero chiste falar de um French English, de um Brazilian English ao lado de um Indian English, Caribbean English, Australian English” (AUBERT, op.cit.). Com efeito, já se fala em Spanglish (da comunidade predominantemente mexicana nos Estados Unidos) e Singlish (inglês falado em Singapura). Portanto, podemos supor que os termos do inglês universalizado assumem, em cada espaço cultural, valores próprios, o que se contrapõe à universalização pretendida como língua franca. Assim, por exemplo, o termo spa em PB na composição ficar em um spa não tem a mesma extensão de sentido do termo homógrafo em inglês. Em PB, a composição designa um estabelecimento onde se busca relaxar e perder peso (ou menos freqüentemente entrar em forma). Em inglês, o sentido do PB seria evocado a partir do acréscimo com função atributiva de health. Na forma em que a composição foi proposta, spa significaria instância mineral em inglês. Cabe salientar que, no DHLP eletrônico, a primeira acepção equivale àquela do inglês. Tida como a segunda profissão mais antiga do mundo, a atividade de Inteligência (sobretudo a técnica da espionagem) atingiu níveis de desenvolvimento diferentes nos países. Na era moderna, o período da Guerra Fria e a bipolarização das potências mundiais trouxeram avanços exponenciais à IE nos países do grupo dos Aliados, em que se destacam o serviço secreto britânico e a Central de Inteligência Americana (CIA). Assim, não causa espanto que a língua inglesa, notadamente uma das mais abertas a modificações e neologismos, tenha abarcado uma gama de expressões. Observa-se também que o inglês exportou a terminologia para outras línguas – feitos os ajustamentos cabíveis em 28 cada idioma. Por exemplo, a partir de “cover story”, temos, INGLÊS PORTUGUÊS FRANCÊS (S1) cover (S2)story S1 + S2 estória-cobertura S2 + S1 couverture S1 Tomando por base a classificação proposta por POTTIER (apud GAUDIN, GUESPIN, 2000), a lexia complexa da língua inglesa se converte em lexia composta em português, e em lexia simples em francês. O ajustamento ocorre, sobretudo, no nível sintagmático, dada a natureza predicativa dos adjetivos nas línguas neo-latinas. FAULSTICH (apud LAMBERTI, 2003) aponta que as variantes competitivas (ou seja, aquelas que relacionam significados entre itens lexicais de línguas diferentes) estão sujeitas a “intersecções devido à própria natureza estrangeira da expressão”. Afirma ainda que: “Esse fenômeno [das variantes competitivas] se dá quando a estrutura da língua do termo estrangeiro é perturbada por estruturas da língua vernacular.” (FAULSTICH, apud LAMBERTI, 2003). Por outro lado, a disseminação da terminologia desde a língua inglesa é decorrência também do alto grau de desenvolvimento da atividade de inteligência em países como os Estados Unidos e o Reino Unido – desenvolvimento este originado por fatores geopolíticos, como a bipolaridade da Guerra Fria e o combate ao comunismo, entre outros. Não há dúvidas de que a ex-União Soviética, hoje Rússia, também tivesse o seu repertório terminológico como decorrência da disputa de hegemonia com os Estados Unidos. Ocorre que o mundo ocidental escutou pouco e viu menos ainda, pois a política soviética era de alta compartimentação. O fato é que a língua inglesa é a grande fomentadora do Ocidente de termos nesta área, até porque a tecnologia e a metodologia empregadas para obtenção de dados e informações é amplamente americana. Ressalte-se que tal fenômeno não se dá 29 somente na área de IE. Veja-se, a título de ilustração, o âmbito da informática (backup, popup, dropdown) e a engenharia genética (AIDS, exame de DNA, crossing over). Por outro lado, cabe, neste momento, uma pequena observação acerca da língua francesa, que deixou consolidados na área de IE termos como, “agent provocateur”, “non-refoulement” e a adjetivação em “faux kidnapping” e “liaison officer”. Podem talvez ser encarados como lacunas que a língua inglesa não conseguiu preencher, logo se fez necessário o empréstimo externo. Embora as unidades terminológicas simples não sejam o ponto central desta dissertação, não podemos deixar de comentar a questão do termo agent, uma vez que se combina com outros termos para a geração de unidades complexas, como já foi apontado anteriormente em brick agent, field agent e street agent. Ocorre que se deve fazer uma distinção fundamental entre a designação de agente em língua inglesa e o entendimento em PB. Para os serviços de inteligência americanos, o agent é um indivíduo alheio ao serviço e que não é, portanto, funcionário ou servidor da Agência de informações. Trata-se de pessoa recrutada para prestar informações ao serviço, como um informante. No PB, por outro lado, “agente” pode evocar a designação daquele que trabalha formalmente para o serviço de informações. Fala-se bastante em agente operacional no PB para descrever aquele servidor especializado em operações sigilosas de busca de dados. Como pode se observar, na terminologia de Inteligência de Estado, agent se traduz por informante no PB na maioria das situações. O DHLP evidencia o problema no PB (o grifo é nosso). 1 2 3 4 5 6 agente adjetivo e substantivo de dois gêneros que ou quem atua, opera, agencia que ou quem agencia negócios alheios substantivo de dois gêneros pessoa ou algo que produz ou desencadeia ação ou efeito pessoa encarregada da direção de uma agência indivíduo pago por um país estrangeiro para espionar ou executar alguma ação dentro de outro país; espião Ex.: a. inimigo Rubrica: termo jurídico. 30 aquele que exerce certo cargo ou determinada função como representante da administração pública, p.ex., procurador, delegado, administrador etc. 7 Rubrica: termo jurídico. o que vende mercadorias alheias, retendo para si a diferença entre o preço por que compra e o preço da venda; intermediário em negociações mercantis Ex.: a. imobiliário 8 Rubrica: termo jurídico. aquele que infringe a lei penal; agente do crime 9 intermediário que representa artistas, diretores, escritores, músicos etc., retendo para si uma porcentagem de cada cachê ou salário do cliente 10 aquele que faz parte de uma corporação policial 10.1 Derivação: por metonímia. militar ou policial que realiza determinada missão substantivo masculino 11 o que origina (alguma coisa); causa, motivo 12 o que impulsiona; propulsor 13 Rubrica: filosofia. na escolástica, ser animado que, segundo o seu livre-arbítrio, gera ou pratica uma ação Obs.: p.opos. a paciente 14 Rubrica: medicina. força ou substância ativa capaz de produzir um efeito adjetivo de dois gêneros e substantivo masculino Rubrica: gramática. 15 que ou aquele que executa a ação expressa pelo verbo (nos verbos de ação); pode ser representado pelo sujeito gramatical, nas vozes ativa e reflexiva (João comeu o frango; João cortou-se), ou pelo agente da passiva, nas frases passivas (a casa foi vendida por João) Obs.: p.opos. a paciente Observa-se que no PB, agente pode ter a acepção da língua inglesa (cf. acepção 5), mesmo assim, não está claro se esse agente pago para espionar país estrangeiro seria (ou não) servidor da fonte pagadora. Nas outras acepções, (cf. 4, e sobretudo 6, 10 e 10.1), está claro que se trata de agente que representa o poder instituído, portanto, servidor público. Cabe ressaltar que a distinção apresentada acima é válida no contexto terminológico da IE. Para tal, vejamos a definição de agent no DICTIONARY OF INTELLIGENCE AND ESPIONAGE - DIE (BRUNET, 2000, p.19): agent. n. – (1) In intelligence usage, one who is recruited, trained, controlled and employed to obtain and report information. (2) usually a foreign national recruited by an intelligence officer and engaged in spying. A segunda acepção do DIE equivale à acepção 4 do DHLP, mas a 31 primeira designação deixa claro que se trata de terminologia própria (“In intelligence usage”). Em suma, a flexibilidade da língua inglesa e o alto grau de desenvolvimento da atividade de inteligência nos Estados Unidos e no Reino Unido criaram condições favoráveis para o aparecimento de uma terminologia de IE em inglês, que se disseminou em virtude da política de combate ao comunismo da época da Guerra Fria. 3.2 A TERMINOLOGIA DE IE NA LÍNGUA PORTUGUESA DO BRASIL O repertório terminológico da IE em português do Brasil é um reflexo das influências político-históricas sobre os organismos de Inteligência brasileiros. O estreitamento das relações militares com os Estados Unidos no período da Guerra Fria – decorrente do alinhamento de políticas de combate ao comunismo – pavimentou o caminho para uma maior penetração da concepção americana de atividade de Inteligência. A conseqüência previsível é percebida no surgimento de um repertório terminológico brasileiro derivado do americano – cabendo aí o ajustamento sintagmático descrito anteriormente. Por outro lado, é inquestionável que o próprio processo tradutório se encarregou de adaptar, com o auxílio do tempo, os termos à realidade da IE no Brasil. É o que se percebe em “encarregado de caso”, cujo equivalente em língua inglesa é “case officer”. A inexistência de um filtro tradutório poderia evocar a transposição de “officer” para “oficial”, que, a rigor, poderia ser aceito, como pode ser atestado no DHLP e no NAUR. Tal tolerância, no entanto, traria consigo a acepção midiática de que se trataria necessariamente de um cargo militar, o que não é verdade. Não podemos deixar de citar um fato histórico: a criação da Escola 32 Nacional de Informações (EsNI) em 31 de março de 1971 “constituiu-se em fator primordial para equacionar os problemas de qualificação de recursos humanos e de formulação de uma doutrina.” (OLIVEIRA, 1999) Esta questão da institucionalização de uma doutrina de Inteligência no Brasil decorre dos conhecimentos adquiridos junto aos serviços estrangeiros, mas é significativa na medida em que deixou clara a preocupação com o lado processual da atividade de Inteligência, ou seja, o estabelecimento de uma doutrina veio sistematizar todo o processo de formação de analistas e agentes de Inteligência. Para que isso fosse possível, foi necessária a realização de cursos, cujo material didático foi produzido pela própria Escola. Ora, ao elaborar os materiais didáticos para a realização dos cursos, a EsNI deu o primeiro passo na direção da nacionalização da terminologia, sem dizer que oficializou a transferência de conhecimentos entre especialistas, isto é, fez circular entre iguais um repertório terminológico que os aproxima ainda mais. Não se pode, no entanto, afirmar que a criação de um centro de transferência de conhecimentos tenha causado a geração de termos para a área de concentração. Como explicado anteriormente, houve um processo de adaptação – com os devidos ajustes – à realidade brasileira dos termos, muitos dos quais oriundos dos idiomas de países onde a atividade de Inteligência apresentava um grau maior de desenvolvimento. Aliese a isso os aspectos políticos e históricos que proporcionaram a aproximação ou o distanciamento (inclusive doutrinários) de determinados Estados. 33 4 METODOLOGIA 4.1 METODOLOGIA Tomando como ponto de partida a proposta de efetuar o levantamento do vocabulário terminológico da atividade de IE, a investigação proposta nesta dissertação se enquadra na vertente da pesquisa terminológica descritiva temática. Não visa, assim, a solução de problemas isolados de designação, isto é, não se trata de pesquisa terminológica pontual. Por outro lado, cumpre salientar que, na ótica de BARROS (2004), esta pesquisa poderia ser tida por temática pontual porque busca “informações relativas a um conjunto de termos pertencentes a um dado domínio”. A nosso ver, uma pesquisa que se pretende terminológica é essencialmente pontual, na medida em que esta é a gênese da especialidade. Contudo, a pesquisa pontual “consiste na busca de dados a respeito de um conceito ou de uma unidade terminológica isolada ou de conjunto restrito de unidades terminológicas” (BARROS, op.cit.). A nossa visão é de que não se deve confundir ‘conjunto restrito de unidades terminológicas’ com domínio, de modo que basta, para efeito desta dissertação, a tipologia característica da pesquisa terminológica temática. Determinada a natureza da pesquisa, pode-se dar início aos procedimentos inerentes à investigação temática. 4.1.1 Público-alvo e amplitude O aspecto descritivo da pesquisa temática está intrinsecamente 34 ligado ao contexto de uso do repertório terminológico, isto é, trata-se de uma terminologia situacional, em que a definição do público-alvo se torna um dos primeiros requisitos. Segundo AUBERT (op.cit.), o público-alvo “será mais ou menos restrito, mais ou menos ampliado, conforme as circunstâncias e as necessidades percebidas”. Assim, no caso do ambiente de IE, o público-alvo está, a priori, no órgão do governo cuja atribuição legítima é de implementar as ações de Inteligência: a Agência Brasileira de Inteligência – ABIN, ou melhor, os analistas de Inteligência da ABIN. São eles os responsáveis pelos relatórios de Inteligência – RELINTs – que têm por objetivo auxiliar as autoridades no processo decisório. São responsáveis também pela elaboração dos planos de operações para a busca de dados negados. São ainda responsáveis pelo acompanhamento de determinados temas relevantes ao Estado, tais como a biopirataria, a transferência de conhecimentos e a conjuntura internacional, entre outros. Para tal, o analista de Inteligência recorre, no seu dia-a-dia, a diversas fontes, uma das quais é o material escrito, muitas vezes em línguas estrangeiras. Nesses termos, a língua inglesa tem papel de destaque, uma vez que grande parte das publicações especializadas é encontrada nesta língua. A ABIN dispõe de uma Coordenação de Idiomas, cuja missão é de capacitar os servidores nos diversos idiomas de interesse do serviço. É também incumbência dessa Coordenação a tradução e versão de diversos materiais, que serão posteriormente utilizados na elaboração dos RELINTs. Esse processo tradutório fomentou a criação – mesmo que informal – de um inventário de termos cuja freqüência de ocorrência fosse considerada significativa. Por tal, deve-se entender muito mais o aspecto pragmático da busca de certa automação no processo tradutório do que o valor designativo daquilo que foi compilado. Por outro lado, a própria solicitação de tradução ou versão é indicativa da inexistência de material que se preste como um manual para o entendimento 35 dos textos, isto é, os analistas com conhecimentos em níveis básico e intermediário de inglês, na maioria dos casos, não dispõem de recursos lingüísticos suficientes para assegurar a compreensão do material. Cumpre salientar que a atividade de Inteligência busca primordialmente o estado de certeza acerca do tema analisado, logo um erro de compreensão e/ou interpretação pode viciar todo o ciclo de Inteligência. Face ao exposto, o público-alvo desta pesquisa é o grupo de analistas de Inteligência da ABIN, em particular, aqueles cujo domínio da língua inglesa se encontra no âmbito de língua geral e, portanto, não atinge o conhecimento especializado. Quanto à amplitude, cabe estabelecer que esta pesquisa busca o levantamento básico, em que pese o aspecto multidisciplinar anteriormente discutido da atividade de Inteligência como o primeiro obstáculo a um levantamento exaustivo. Busca-se aqui inventariar o essencial no tocante às unidades terminológicas complexas no âmbito da IE com o objetivo de oferecer aos profissionais da área um repertório bilíngüe útil não só ao trabalho diário mas também ao próprio desenvolvimento profissional do servidor. As questões acerca do público-alvo e da amplitude nos levam, a esta altura, a outro aspecto: o porquê desta pesquisa estar restrita às UTCs. A resposta a essa indagação começa pela constatação de que, a rigor, as unidades terminológicas simples encontradas no âmbito de IE não obstacularizam o entendimento, mesmo que não se disponha de um dicionário de linguagem de especialidade para consulta. Observa-se que os dicionários de língua geral em inglês e português atendem às necessidades de forma satisfatória. Não estão, todavia, imunes às nuanças, como foi demonstrado anteriormente em relação ao termo agente e suas combinações. Face ao exposto acima, do ponto de vista da estrutura morfossintática e léxico-semântica, os termos constituídos de um único lexema foram descartados para efeito desta dissertação. Restaram, portanto, os termos que representam uma 36 seqüência lexemática. Nesse domínio, podemos encontrar seqüências compostas e complexas. Segundo BARROS (2004), os termos compostos, unidades lexicais formadas por dois ou mais radicais, “distinguem-se dos termos complexos pelo alto grau de lexicalização e pelo conjunto de morfemas lexicais e/ou gramaticais que os constitui, em situação de nãoautonomia representada graficamente pela utilização do hífen”. Seguimos aqui as palavras de VILLALVA (1998) para o entendimento de radicais. “Os radicais são unidades lexicais pertencentes a uma categoria sintáctica principal, que é lexicalmente determinada e coincide com a categoria sintáctica das palavras simples em que ocorrem.” À guisa de ilustração, o corpus preliminar continha termos compostos como agent-in-place e money-laundering. O primeiro exemplo se encaixa perfeitamente à proposta de BARROS (op.cit.). Ocorre que para o segundo exemplo, houve o aparecimento da variante sem o hífen, o que acarretou a inclusão do sintagma ao grupo dos termos complexos. Cumpre ainda ressaltar que as unidades lexicais do tipo verbo+preposição, por exemplo bust-out, foram consideradas termos simples, uma vez que há apenas um radical. Tal fenômeno decorre da nominalização dos chamados verbos frasais (phrasal verbs), fato freqüente na língua inglesa. Quanto ao entendimento dos termos complexos, partimos da definição encontrada na Norma Internacional ISO 1087, a qual preconiza que esses termos são “constituídos de dois ou mais radicais, aos quais podem-se acrescentar outros elementos” (apud BARROS, ISO 1087, 1990). As UTCs, também conhecidas por termos sintagmáticos, termos-sintagmas ou ainda sintagmas terminológicos, estão presentes no discurso científico e especializado em grande proporção, sobretudo quando se parte de um termo mais genérico (hiperônimo), ou seja, a partir de um lexema-base que dá origem a conjuntos de sintagmas terminológicos. O termo simples agente, nas duas acepções encontradas, evoca esse 37 fenômeno: Agent (indivíduo) Backup agent Brick agent Bridge agent Case agent Confusion agent Double agent Field agent Liaison agent Local agent Secret agent Agent (composto químico) Biological agent Blister agent Chemical agent Defoliating agent Incapacitating agent Nerve agent Vesicant agent Adotamos ainda, como critério para a identificação e delimitação das UTCs o grau de lexicalização dos sintagmas, dada a reconhecida dificuldade de distinguir o sintagma terminológico ou lexical do dito sintagma livre, em que este apresenta uma frágil estabilidade no sistema lexical. Assim, a identificação das UTCs se deu, a rigor, por meio do grau de lexicalização, levando em conta algumas características, como: a) falta de autonomia de um componente em relação aos outros que compõem a unidade léxico-semântica sem que haja modificação de sentido; (brush e pass em brush pass) b) incomutabilidade de um componente sem acarretar mudança de sentido; (accomodation address “receptáculo” / dwelling address) c) inseparabilidade dos componentes; ( answering machine / the machine is answering) e 38 d) particularidade da estrutura interna. (blister agent). Além dessas características, tomamos a definição especializada para o sintagma como outro critério na avaliação do grau de lexicalização, ou seja, no caso de a seqüência sintagmática analisada designar um conceito particular e, portanto, provavelmente restrito à área em questão. Trata-se do que ROUSSEAU (1998) denominou critérios de pertinência em relação ao projeto terminológico, quais sejam, entre outros, os critérios temáticos e as necessidades típicas do ramo profissional repertoriado. Um critério fundamental, a nosso ver, para um levantamento do modelo aqui proposto se refere à conformidade a um modelo existente, o que, no caso das UTCs, se traduz pelas formas sintagmáticas encontradas. Parte-se da suposição de um grande número de sintagmas nominais do tipo substantivo1+substantivo2+etc. [car bomb] [bomb disposal expert], mas, como a língua de partida da pesquisa é a inglesa, pode-se ainda supor a forma adjetivo+substantivo [clean phone], em que o adjetivo pode estar sob forma do particípio passado [classified matter]. Outra estrutura sintagmática é substantivo1+of+substantivo2 [agent of influence], [administration of justice]. Essas combinações sintagmáticas foram todas aceitas. Um outro critério adotado para a verificação do grau de pertinência foi a freqüência de coocorrências, isto é, o fato de se encontrar sempre a mesma associação de palavras no domínio em análise. Para tal, adotamos o programa computacional Simple Concordance Program versão 4.0.7, que se prestou, em um primeiro momento, à extração e indexação dos termos simples, como se observa a seguir: 39 (quadro 4) A recorrência de uma mesma UTC nos textos selecionados não seria per se um critério de avaliação de absoluta pertinência temática, porém, é, sem dúvida, um elemento importante para se verificar o uso e identificar a existência de hápax, ou seja, a ocorrência de exemplo único. Por fim, o uso foi outro critério adotado, sobretudo porque por intermédio dele se pode perceber o caráter único do significado, a estabilidade da relação entre a UTC e um significado exclusivo. “O emprego prolongado de uma seqüência sintagmática conduz a uma integração semântico-sintática muito forte e à memorização por parte dos usuários. O sintagma adquire, assim, uma estabilidade de forma e de sentido.” (BARROS, op.cit.) Com esse fim, especialistas foram consultados (cf. 4.1.2). Em suma, os critérios adotados, por se tratar de pesquisa relativamente aberta, foram os seguintes, em ordem de relevância: 1o.) Pertinência temática 40 2o.) Estrutura sintagmática nominal 3o.) Freqüência de coocorrência 4o.) Lexicalização 4.1.2 Fontes Foram selecionados três tipos de fontes para esta dissertação: • Fontes 1 (F1): Fontes abertas e ostensivas, não-dicionarizadas cujo conteúdo se refere à IE; • Fontes 2 (F2): Fontes sistematizadas, dicionarizadas, como glossários, léxicos, dicionários e vocabulários especializados; e • Fontes 3 (F3): Especialistas. A opção pelo uso de fontes abertas cujo conteúdo faz alusão ou descreve situação atinente à IE se baseou no fato já discutido anteriormente de que a mídia recorre a termos da IE no intuito, a rigor, de dar maior substância e veracidade ao que publica. Junte-se a isso a questão da curiosidade acerca da área, fato que alimenta a publicação praticamente diária, em nível mundial, de artigos relativos à área. Tais artigos foram recolhidos durante os dias 06 de maio e 03 de junho de 2003 de diversas fontes disponíveis na rede mundial: 41 (quadro 5) Por outro lado, foram agregadas fontes disponíveis na rede mundial que pertencem à linguagem de especialidade, bem como diversas compilações encontradas na Coordenação de Idiomas da ABIN. Além disso, o autor alimentou nos últimos 3 anos uma lista pessoal de termos, que foi compilada a partir das traduções e versões que faz no dia-adia do trabalho. Essa lista pessoal, cujo objetivo no início era a simples automatização do processo tradutório, se tornou material de trabalho praticamente indispensável e, portanto, foi incluída como fonte especializada. Cumpre ainda salientar uma questão acerca dos documentos especializados obtidos. Como dito anteriormente, alguns vieram de serviços de inteligência estrangeiros e não apresentavam qualquer grau de sigilo (até porque estão disponíveis na internet); outros, no entanto, devido à existência de grau de sigilo, não foram utilizados para evitar quaisquer tipos de constrangimento no que tange a segurança orgânica institucional, ou mesmo a inviabilidade da pesquisa. A nosso ver, isso não comprometeu a 42 pesquisa, na medida em que as UTCs apresentadas aos especialistas foram, em sua maioria, reconhecidas (v. 4.2) e, não houve, a rigor, a impressão de ausência de algum termo sintagmático relevante. Saliente-se aqui, mais uma vez, que a proposta desta dissertação é de trabalhar um repertório básico e útil para o cotidiano do analista de inteligência, sobretudo porque se trata de obra lexicográfica, a que serão acrescentados outros termos (simples, compostos e complexos) na versão para o usuário. Apresentamos a seguir as fontes especializadas, a começar pelas extraídas da rede mundial: (quadro 6) Além das listadas acima, acrescentamos aquelas obtidas na ABIN: 1) Glossary on Transnational Organized Crime – GTO; 2) Lista Pessoal – LTP; 3) Glossary of Spy Terms – GST ; 43 4) CIA Spy abbreviations, acronyms and terminology – AAT; 5) Glossary English/German - GEG; 6) Glossary of Intelligence Terms – GTI; 7) CIA glossary – CIA; 8) Glossary of current spy terms – CST; 9) FBI glossary of terms – FBI; e 10) Dictionary of Intelligence and Espionage – DIE. Quantos aos especialistas, foram feitas consultas a 2 (dois) analistas de inteligência e 1 (um) assessor técnico da ABIN. Apresentamos a seguir o perfil dos três sujeitos (v. fichas em anexo B): Sujeito 1 Idade: 54 Sexo: feminino Tempo de atuação na área: 24 anos Áreas em que já atua ou já atuou: Inteligência e Ensino. Conhecimento da língua inglesa: bom em compreensão escrita e compreensão oral, regular em produção escrita e produção oral. Sujeito 2 Idade: 61 Sexo: masculino Tempo de atuação na área: cerca de 15 anos Áreas em que já atuou ou atua: Inteligência, Contra-inteligência e Ensino. 44 Conhecimento da língua inglesa: muito bom em todas as habilidades. Sujeito 3 Idade: 49 Sexo: masculino Tempo de atuação na área: 23 anos Áreas em que atua ou já atuou: Inteligência, Contra-inteligência, Operações de Inteligência e Ensino. Conhecimento da língua inglesa: insuficiente em compreensão escrita e compreensão oral, regular em produção escrita e produção oral. O conhecimento de inglês de cada sujeito foi declarado espontaneamente. Perguntou-se aos sujeitos se concordavam que a Atividade de Inteligência possuiria terminologia própria. Os três especialistas concordaram com a proposição. Além disso, foi sugerida uma lista com elementos que poderiam caracterizar ou pertencer à terminologia de Inteligência – naturalmente esta proposta só seria aplicada àqueles que reconhecessem a existência da terminologia. Como não houve discordância nesse ponto, todos os sujeitos foram consultados neste quesito. O primeiro aspecto proposto para caracterizar a terminologia de Inteligência em PB está calcado no histórico da atividade no país e no fato já discutido de a Inteligência Militar ser “a mãe das Inteligências”. As duas características seguintes tentam refletir a influência terminológica externa no repertório de termos em PB, ou seja, seriam os empréstimos externos. O próximo item proposto tenta refletir uma questão relativamente delicada, pois o jargão tecnológico é notadamente marcado por empréstimos externos, mas, a transposição de termos desta nomenclatura para a área de Inteligência caracterizaria um 45 empréstimo interno, ou seja, com mudança de domínio. A característica seguinte busca investigar se as etapas do ciclo de Inteligência, a saber, planejamento, coleta de dados, processamento, análise e difusão, poderiam influenciar ou mesmo retroalimentar a terminologia. O item seguinte apenas investiga a natureza inter- e multidisciplinar da atividade como fator de recepção de termos sob forma de empréstimos internos. Os dois últimos pontos – secretismo da atividade e códigos resultantes da realidade/natureza da atividade – tentam evocar o extra-lingüístico como fator que contribui significativamente para a criação de termos no âmbito da IE, pois, por exemplo, a cada missão operacional, novos códigos são criados. Eis os resultados: O que caracteriza a terminologia de Inteligência em PB? Total de S1 S2 S3 respostas afirmativas a) jargão militar, militarismos SIM NÃO NÃO 1 (33%) SIM SIM NÃO 2 (66%) SIM SIM SIM 3 (100%) d) jargão tecnológico SIM NÃO SIM 2 (66%) e) etapas do ciclo de Inteligência SIM NÃO SIM 2 (66%) f) aspecto multidisciplinar da atividade NÃO SIM SIM 2 (66%) g) secretismo inerente à atividade SIM NÃO SIM 2 (66%) SIM SIM SIM 3 (100%) SR SR SR 0 b) empréstimos em forma pura, como “feedback” c) empréstimos adaptados e/ou aportuguesados h) códigos criados a partir da realidade e/ou natureza da atividade i) outros (a citar) SR = sem resposta (quadro 7) Cumpre ressaltar os resultados dos itens (c) e (h), que foram unânimes, pois se, no item (c), reconhece-se o empréstimo como recurso para a adoção de 46 termos ao mesmo tempo em que este deve ser adaptado ou aportuguesado, no item (h), fica salientado o aspecto multidisciplinar da Inteligência, o que justifica de outra maneira, a nosso ver, a utilização de fontes não-especializadas, pois assevera um grau de amplitude realista com o ambiente da atividade em questão. Do ponto de vista prático, os especialistas foram consultados a partir de definições em PB, ou seja, dada uma certa designação, os especialistas eram convidados a expressar o conceito evocado. Por exemplo, a partir da unidade terminológica complexa inglesa (UTCi) [accommodation address], disponibilizou-se a definição “local para depósito de correspondência entre agentes de uma mesma rede”, ao que os especialistas denominaram receptáculo em PB. Quando a definição em PB não evocou nenhum conceito, a UTCi foi fornecida. Se, mesmo assim, não houve associação a nenhum termo, simples, composto ou sintagmático em PB, mas a definição foi reconhecida, optou-se por fornecer somente a designação em PB, uma vez que pode indício de inexistência de equivalente em PB – inexistência decorrente dos diferentes níveis de desenvolvimento em que a atividade de IE se encontra nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha em relação ao Brasil, como evidenciaram dois dos especialistas consultados. De qualquer forma, como o conceito se situa no pensamento e não na língua (cf. DEPECKER, 2002), optamos por uma paráfrase portuguesa do conceito representado pelo signo lingüístico inglês, até porque, por enquanto, não há condições sociais ou instância normalizadora reconhecida na IE para postular um termo equivalente. 47 5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS Tomando a ficha terminológica como ponto de partida para a apresentação dos dados, cumpre salientar determinados aspectos. Em primeiro lugar, é importante evocar mais uma vez a direção contemplada para a análise das UTCs, em que a língua inglesa é a alimentadora, ou seja, é a partir das UTCi’s que foram estabelecidos os critérios. Assim, temos os tipos de estruturas sintagmáticas encontradas em língua inglesa, que motivaram, ou não, UTCs em PB: Tipo 1: S1 + prep + S2 Abuse of power Tipo 2: S1+ FV Access denied Tipo 3: S1 + S2 Body count Subtipo 3.1: FAdj+S1 Biological agent Subtipo 3.2: FV+S1 Alleged offender Tipo 4: S1+S2+S3 Air survey photography Tipo 5: S1+ prep +FAdj +S3 Tipo 6: S1+and+S2 Tipo 7: Loc.+S1 Tipo 8: Outros Breach of national security Bang and burn De jure boundary Alleged proceeds of crime O tipo (1), que se constitui de substantivo1 + preposição + substantivo2, é sintagma nominal em que a construção [of+S2] tem função adjetiva em posição predicativa em relação ao S1. Sintagmas do tipo (2) são, a rigor, verbais, uma vez que são orações reduzidas de particípio. No exemplo fornecido, quando se expande o sintagma, tem-se 48 [Access is denied] ou [Access has been denied]. Na forma reduzida encontrada, a forma verbal (FV) – o particípio, neste caso – assume função adjetiva em posição predicativa, pois, no nível sintático da oração expandida, equivale ao predicativo do sujeito (subject complement, em inglês). O terceiro tipo de sintagma evidenciado é o mais recorrente. Trata-se de sintagma nominal cuja estrutura se constitui de substantivo1+substantivo2, em que o S1 apresenta função adjetiva em posição atributiva: [body count]. Acontece que foram evidenciados sintagmas nominais em que, no nível morfológico, o S1 era forma adjetiva pura, por exemplo [biological agent], ou ainda forma verbal, [alleged offender]. Aceitamos assim dois subtipos: (3.1) Forma adjetiva+S1 e (3.2) Forma verbal+ S1. O sintagma nominal do tipo (4) ultrapassa o modelo anterior, uma vez que recebe um componente qualificativo a mais, logo S1 tem função adjetiva em posição atributiva em relação a S2 e S3. S2, por sua vez, agrega valor qualificativo a S1. Trata-se de expansão do tipo (3) que reflete um fenômeno terminológico típico já discutido anteriormente: a partir de um sintagma simples (hiperônimo), podemos obter UTCs por simples acréscimo de termos. Os sintagmas do tipo (5) são nominais e refletem a união do subtipo (3.1) com o primeiro modelo sintagmático proposto: [S1+of+(Fadj+S2)] [breach of (national security)]. O modelo sintagmático (6) são os binômios – já amplamente conhecidos nos estudos fraseológicos – e revelam sintagmas nominais do tipo substantivo1+and+substantivo2. Os sintagmas do tipo (7) são muito particulares, pois se trata de sintagma nominal que comporta uma expressão fixa associada a um substantivo. Tal locução 49 é, a rigor, invariável e descarta a análise composicional. No exemplo fornecido [de jure boundary], reconhecemos a função adjetiva em posição atributiva da expressão latina [de jure]. No último agrupamento sintagmático proposto temos, a rigor, um apanhado das outras tipologias encontradas e que não se encaixaram nos agrupamentos anteriores. Tem-se, pro exemplo, a união do subtipo (3.2) com o tipo (1): [(FV+S1)+of+S2], em que a FV e o fragmento [of+S2] estão em função adjetiva em posições atributiva e predicativa de S1, respectivamente. É, em termos gerais, o grupo de hápax, em que houve uma ocorrência do sintagma terminológico. A proposta de ficha terminológica levou em conta a taxonomia sintagmática como ponto de partida. Foram acrescentados campos para abreviaturas em inglês e português, bem como um campo para sinonímia. Além disso, há os campos das fontes em ambas as línguas. Utilizou-se a base de dados criada e gerenciada pelo programa de banco de dados ACCESS 2000 da Microsoft. (quadro 8) 50 As abreviaturas utilizadas foram as seguintes: Termo UTCi = unidade terminológica complexa em língua inglesa EQUIVALENTE UTCp = unidade terminológica equivalente em PB OBS = observações REM = remissivas Face ao exposto, cumpre, a esta altura, apresentar e analisar os sintagmas terminológicos reagrupados de acordo com as tipologias discutidas. Na estrutura sintagmática do tipo (1) [S1+of+S2], encontramos: 1. Abuse of power Abuso de poder 2. Agent of influence -- 3. Area of responsibility Área de responsabilidade 4. Base of operations Central de operações 5. Breach of trust Prevaricação 6. Chain of command Hierarquia 7. Chief of station Agente operacional sênior 8. Committee of enquiry Comissão de inquérito 9. Denial of entry Proibição de entrada, ~ de acesso 10. Deprivation of liberty Privação de liberdade 11. Forfeiture of firearms Confisco de armas de fogo 12. Means of concealment Meios de dissimulação 13. Mitigation of punishment Atenuação de pena, ~ de punição 14. Oath of secrecy Promessa de sigilo 15. Obstruction of justice Obstrução da justiça 16. Order of battle -- 51 17. Radius of action Raio de ação 18. Recovery of victims Resgate de vítimas 19. Removal of organs Remoção de órgãos 20. Repatriation of victims Repatriação de vítimas 21. Revocation of visa Revogação de visto 22. Seizing of vehicles Apreensão de veículos 23. State of emergency Estado de emergência 24. Statute of limitation Prescrição 25. Threat of retaliation Ameaça de represálias 26. Wave of bombings Onda de atentados a bomba 27. Request for extradition Pedido de extradição Observa-se que este grupo sintagmático apresenta certa estabilidade de equivalência, isto é, a UTCi [S1+of+S2] se converte, a rigor, em UTCp [S1+de+S2]. Dos 27 sintagmas encontrados, 21 se realizaram dessa forma. Três UTCi’s (5, 6, 24) se realizaram em unidades terminológicas simples em PB. O item 7, mesmo não se enquadrando na construção [S1+de+S2], manteve-se como UTC em PB. Quanto aos itens 2 e 16, cumpre salientar que não foram encontrados equivalentes na língua de chegada. Foram mantidos, todavia, pois as definições fornecidas aos especialistas foram reconhecidas. Assim, no campo de “equivalência UTCp” da ficha terminológica de cada, forneceu-se a definição: 52 (quadro 9) (quadro 10) 53 Foi encontrada uma UTCi [request for extradition] que, embora não se enquadre na estrutura sintagmática predominante nesta categoria, se encaixa ao modelo de sintagma encontrado em PB. No segundo grupo [S1+FV], foram encontradas as seguintes UTCi’s e respectivas UTp’s: 28. Access allowed Acesso autorizado 29. Access denied Acesso negado 30. Call blocking Bloqueio de chamadas telefônicas 31. Call forwarding Desvio de chamadas telefônicas 32. Call waiting Chamada em espera 33. Car cloning Clonagem de carro 34. Carpet bombing -- 35. Data processing Informática 36. Homicide bombing Atentado suicida a bomba 37. Mail tampering Violação de correspondência 38. Money laundering Lavagem de dinheiro 39. Monkey wrenching Sabotagem 40. Sheep dipping -- 41. Telephone tapping Grampo telefônico 42. Window dressing -- Por forma verbal em língua inglesa, subentendem-se três possibilidades: particípio, infinitivo e gerúndio. Nas UTCi’s apresentadas, há ocorrências de particípio passado (past participle) e de gerúndio. Os itens 28 e 29 são frases reduzidas, como já foi discutido anteriormente. Tem-se nesses itens o particípio passado com função 54 adjetiva em posição predicativa. Nos demais itens, observa-se o emprego do gerúndio (gerund). Cumpre então elucidar o uso desta forma verbal em língua inglesa, uma vez que, diferentemente do PB, o gerúndio em inglês tem função nominal, o que possibilita, por exemplo, que uma oração o tenha como sujeito: Dancing can be a lot of fun. Heavy smoking is harmful. Your coming and going is getting on my nerves. Data processing has helped marketers meet or exceed their campaign goals. Um aspecto emblemático pode ser percebido nas UTCi’s, qual seja a possibilidade de reorganizar a estrutura [S1+FV] em [Artigo definido+FV+S1], sem que haja perda significativa de comunicação. Por exemplo, a partir de (money laundering), teríamos (the laundering of money), alternativa esta que, numa busca simples (usando aspas para forçar a sintaxe procurada) no Google, retornou 4.600 ocorrências, enquanto a UTCi que faz parte do corpus deste estudo evoca 836.000. Os itens 34, 40 e 42 se enquadram na situação em que a definição é conhecida, mas os especialistas não acusaram um termo, simples, composto ou complexo, que apresentasse a mesma denominação. Mais uma vez, nesse caso, as respectivas fichas terminológicas trazem as definições: 55 (quadro 11) (quadro 12) 56 (quadro 13) O terceiro grupo sintagmático [S1+S2] é, como já foi dito, o mais abundante de UTCi’s. Por isso, optou-se pela apresentação e análise por amostragem baseada no traço animado ou não-animado (v. Anexo para listagem completa). Seguiu-se até certo ponto a proposição de BORBA (2003), em que “nos nomes, a primeira coisa que se observa são dois grandes blocos: os concretos e os abstratos”. Ocorre que, por exemplo, a UTCi [search order] e a UTCp equivalente [ordem de busca] podem ter um referente no mundo dos objetos (search order e ordem de busca são documentos expedidos para a obtenção de dados negados), mas também podem ter um referente independente, como o ato ou o evento propriamente dito. Daí optou-se por submeter as UTCi’s ao conjunto de traços animados ou não-animados. [search order], por exemplo, tem traço não-animado em qualquer nível de entendimento. 43. Accommodation address Receptáculo fixo 57 44. Agent assessment Avaliação de fonte humana 45. Air interception Interceptação aérea 46. Air space Espaço aéreo 47. Aircraft carrier Porta-aviões 48. Arms deal Tráfico de armas 49. Arms race Corrida armamentista 50. Aunt Minnie Fotografia com disfarce de intenção 51. Backburner issue Problema secundário 52. Background check Levantamento de vida pregressa 53. Bank secrecy Sigilo bancário 54. Body count Número de mortos 55. Bomb squad Esquadrão antibombas 56. Brain drain Fuga de cérebros 57. Brush pass Passe rápido 58. Bum tip Pista falsa 59. Counterguerrilla warfare -- 60. Death penalty Pena de morte 61. Drag parachute Pára-quedas de frenagem 62. Ghost company Empresa-fantasma 63. Identikit image Retrato falado 64. Information warfare Guerra de informações 65. Information estimate Estimativa 66. Lie detector Detector de mentiras 67. Lipstick camera Câmera em miniatura 68. Nerve agent Agente neurotóxico 58 69. Ransom demand Pedido de resgaste 70. Search order Pedido de busca 71. Security badge Crachá de segurança 72. Security classification Grau de sigilo 73. Security clearance Credencial de segurança 74. Surveillance grid Perímetro de vigilância 75. Tax evasion Sonegação de impostos 76. Tax haven Paraíso fiscal 77. Tear gas Gás lacrimogênio 78. Time bomb Bomba-relógio 79. Tracer bullet Bala traçante 80. Wiretap order Autorização judicial para escuta telefônica Mesmo com as UTCi’s selecionadas por amostragem, as UTCp’s correspondentes revelam uma série de realizações sintagmáticas distintas. Observa-se, em PB, grande tendência de correlação UTCi/UTCp, em que o unidade terminológica complexa do inglês equivale a sintagma terminológico em PB. Ocorre que, partindo de UTCi [S1+S2], a estrutura da UTCp apresenta diversas realizações: [S1+FAdj] receptáculo fixo [S1+prep+S2+FAdj] avaliação de fonte humana [S1]comp bomba-relógio [S1+prep.+S2] grau de sigilo, câmera em miniatura 59 [S1+prep1+S2+prep+S3] fotografia com disfarce de intenção [S1+ FV] retrato falado [S1] estimativa Mais uma vez, para UTCi’s cujo equivalente em PB não foi evidenciado, foi fornecida a definição, como, por exemplo: (quadro 14) A seguir, apresentamos as UTCi’s [S1+S2] com traço /+animado/: 81. Action officer -- 82. Agent provocateur -- 83. Arms dealer Traficante de armas 60 84. Bone maker Matador de aluguel 85. Bridge agent Mensageiro 86. Brick agent -- 87. Carrier pigeon Pombo-correio 88. Case agent Encarregado de caso 89. Case officer Encarregado de caso 90. Con artist Criminoso 91. Confusion agent Agente de desinformação 92. Decision maker Tomador de decisão 93. Defense attaché Adido de defesa 94. Draft dodger Defector 95. Duty officer Oficial de permanência 96. Guinea pig Cobaia 97. Intelligence officer Oficial de Inteligência 98. Liaison officer Oficial de ligação 99. Mole hunter Contra-espião 100.Night crawler -- 101.Pox virus Vírus da varíola 102.Spy buster Contra-espião 103.Support agent Agente de apoio 104.Surveillance team Equipe de vigilância 105.Talent spotter Assinalador 106.Tax evader Sonegador de impostos 107.Watcher team Equipe de vigilância 61 Menos diversificado no nível de realização sintagmática do que os termos não-animados, este grupo apresenta apenas três estruturas de UTCp: [S1+prep.+S2] equipe de vigilância [S1]comp contra-espião [S1] assinalador Por outro lado, este subgrupo revelou um número maior de problemas de equivalência. Isso se dá, sobretudo, devido às diferentes estruturas organizacionais das agências governamentais de Inteligência, bem como ao grau de desenvolvimento da atividade em países com os Estados Unidos e Brasil, fato que já foi discutido anteriormente. É compreensível, portanto, que haja lacunas terminológicas, como foi mesmo apontado pelos especialistas consultados. Nesses casos, novamente, foi fornecida somente a definição: (quadro 15) 62 (quadro 16) (quadro 17) 63 (quadro 18) No sintagma terminológico [FAdj+S1], em que a forma adjetiva se encontra na posição mais habitual na língua inglesa, ou seja, em posição atributiva, encontramos as seguintes UTCi’s: 108.Active measures Medidas ativas 109.Advisory council Assessoria 110.Basic intelligence Inteligência básica 111.Biological agent Agente biológico 112.Biological operation Ataque biológico 113.Biological warfare Guerra biológica 114.Biological weapon Arma biológica 115.Black box Caixa-preta 116.Black propaganda Panfletagem apócrifa 64 117.Blind zone Ponto cego 118.Chemical agent Agente químico 119.Chromic acid Ácido crômico 120.Civil defense Defesa civil 121.Civil disturbance Desordem pública 122.Civil servant Servidor público civil 123.Clandestine intelligence -- 124.Clean phone Linha (telefônica) segura 125.Cold surveillance Vigilância remota 126.Commercial attaché Adido comercial 127.Cover story Estória-cobertura (EC) 128.Covert action Atividade encoberta 129.Dirty dealing Negócio espúrio 130.Double agent Agente duplo 131.Dry cleaning Varredura (para detectar escuta eletrônica, explosivos, etc.) 132.Ethnic cleansing Limpeza étnica 133.Friendly fire Fogo amigo 134.Heavy guard Proteção reforçada 135.High treason Alta traição 136.Illegal trafficking Contrabando 137.Local agent Fonte humana; informante 138.Natural person Pessoa física 139.Nuclear warhead Ogiva nuclear 140.Safe house -- 65 141.Solitary confinement Isolamento, solitária 142.Transferable box Receptáculo móvel As estruturas sintagmáticas encontradas a partir das UTCi’s desse tipo foram: [S1+FAdj] ogiva nuclear [FAdj+S1] alta traição [S1] contrabando [S1]comp estória-cobertura [(S1+FAdj1)+FAdj2] [S1+S2] servidor público civil fogo amigo A despeito da variedade de estruturas sintagmáticas encontradas em PB, percebe-se nesse grupo relativa estabilidade, em que a ocorrência mais provável em PB é [S1+FAdj], concordando assim com a posição predicativa do adjetivo em português. Não impede, entretanto, a ocorrência de [FAdj+S1], como em alta traição, em que o adjetivo anteposto “deve-se ao fato de o sintagma ser reproduzido tal como ocorre em texto de domínio público, o que configura intertextualidade”. (NEVES, 2000) Mais uma vez, motores de busca, como o Google, comprovam tal afirmação ao demonstrar uma relação de ocorrências forçadas de 679/3, respectivamente para alta traição e traição alta. Trata-se, portanto, de um exemplo de uso consagrado. Novamente, no caso de não-obtenção da UTCp, forneceu-se a 66 definição na ficha terminológica. No caso específico de clandestine intelligence, cumpre elucidar que o conceito de clandestine para os serviços de inteligência americanos e britânicos está vinculado à atividade em país estrangeiro, isto é, uma clandestine operation, por exemplo, é uma operação encoberta feita em país estrangeiro. Na terminologia de inteligência em PB, a rigor, o termo clandestino não é utilizado, sendo, na maioria das vezes, equivalente de encoberto. (quadro 19) 67 (quadro 20) No próximo grupo de sintagmas terminológicos, a estrutura está constituída por [FV+S1], ou seja, uma forma verbal com função adjetiva em posição atributiva ao substantivo. A discussão anteriormente apresentada acerca de formas verbais na língua inglesa novamente se aplica a esse tipo. 143.Alleged offender Acusado 144.Answering machine Secretária eletrônica 145.Blasting cap Detonador 146.Bugging wiretap Grampo telefônico 147.Built-in microphone Microfone embutido 148.Certified copy Cópia autenticada 149.Classified matter Assunto sigiloso 68 150.Combined force Força conjunta 151.Controlled delivery Entrega sob vigilância 152.Debriefing room Sala de interrogatório 153.Defoliating agent Agente desfolhante 154.Demilitarized zone Zona desmilitarizada 155.Depleted uranium Urânio enfraquecido 156.Fixed surveillance Vigilância fixa 157.Forced labor Trabalho forçado 158.Grazing fire Tiro rasante 159.Guided missile Míssil teleguiado 160.Incapacitating agent Agente incapacitante 161.Moving surveillance Vigilância móvel 162.Organized crime Crime organizado 163.Privileged information Informação privilegiada 164.Sensing device Sensor 165.Silenced weapon Pistola com silenciador 166.Sponsoring nation País patrocinador (de atos terroristas) 167.Standing order Ordem vigente 168.Timed drop -- 169.Training camp Campo de treinamento 170.Vectored attack Ataque teleguiado Foram encontradas quatro estruturas sintagmáticas em PB: [S1+FV] ataque teleguiado [S1+FAdj] tiro rasante 69 [S1] sensor [S1+prep+S2] pistola com silenciador Nesse grupo, cabe salientar a questão da forma verbal com terminação em –ing de algumas UTCi’s. Não se trata mais de gerúndio, mas sim do particípio presente (present participle) nos chamados participial adjectives. Sob uma ótica puramente morfológica, as UTCi’s assim constituídas poderiam pertencer ao grupo anterior, mas se optou por agregá-las a este grupo, haja vista a ocorrência do particípio passado (past participle), ou seja, por uma questão de praticidade e coerência com o estabelecimento de um grupo que admite o gerúndio primeiramente como forma verbal e então como forma verbal nominal. Mais uma vez, no caso de não-obtenção de UTCp equivalente, forneceu-se a definição: (quadro 21) 70 O grupo (4) está constituído por sintagmas terminológicos do tipo [S1+S2+S3], em que se percebe efetivamente a expansão do grupo (3) [S1+S2]. 171.Air survey photography Fotografia topográfica 172.Bomb disposal expert Especialista em desativação de bombas 173.Camouflage detection photography Fotografia anti-camuflagem 174.Cockpit voice recorder Caixa-preta 175.Human source intelligence Inteligência de fontes humanas 176.Radio range finding Radiotelemetria 177.Tear gas canister Bomba de gás lacrimogênio 178.Tear gas grenade Granada de gás lacrimogênio 179.Telephone input jack Tomada para telefone Portanto, em PB, foram encontradas as seguintes estruturas sintagmáticas: [S1+FAdj] Fotografia topográfica [S1+prep+S2+(prep+S3)] Especialista em desativação de bombas Tomada para telefone [S1+S2] Fotografia anti-camuflagem [S1]comp Caixa-preta [S1+prep+S2+Fadj] Bomba de gás lacrimogênio O grupo (5) está constituído por sintagmas terminológicos cuja estrutura é [S1+prep+FAdj+S2]: 71 180.Altering of the serial number Alteração do número de série (em armas) 181.Breach of national security Atentado à Segurança Nacional 182.Breach of professional secrecy Quebra de sigilo profissional Em PB, a estrutura do sintagma terminológico se realizou em: [S1+prep+S2+prep+S3] alteração do número de série [S1+prep+S2+FAdj] quebra de sigilo profissional Observa-se que as estruturas em PB se equivalem, pois o entendimento não estaria comprometido no cotejo entre [alteração do número de série] e [alteração do número serial]. A diferença reside apenas na freqüência de ocorrência. A mesma questão se dá, de forma invertida, na comparação entre [quebra de sigilo profissional] e [quebra de sigilo da profissão]. O próximo grupo se constitui de binômios ligados pela conjunção “and”. Foram encontrados os seguintes sintagmas terminológicos: 183.Bang and burn Sabotagem e demolição 184.Checks and balances Equilíbrio de Poderes 185.Flaps and seals -- Houve a ocorrência em PB de um binômio terminológico: [S1+e+S2] Sabotagem e demolição [S1+prep+S2] Equilíbrio de Poderes 72 A realização do “and” em “de” no PB é curiosa na medida em que, a rigor, a idéia de adição (and) se deu, em PB, no âmbito de complemento do nome “equilíbrio”. Importa salientar, todavia, que se trata de uma ocorrência, o que efetivamente não aloca elementos suficientes para se atingir o nível da afirmação, ou mesmo, postulação. Mais uma vez, na falta de termo equivalente em PB, foi fornecida a definição: (quadro 22) O grupo (7), como já foi apontado, é peculiar, na medida em que se encontram locuções estrangeiras ou expressões consagradas na língua inglesa, mas que, a rigor, não são empregadas como adjetivos em posição atributiva. Nesse caso, apresentamos as UTCi’s, UTCp’s equivalentes e estrutura sintagmática: 73 186.De facto boundary -- -- 187.De jure boundary Fronteira legal [S1+FAdj] 188.Hand-to-hand fight Luta corpo a corpo [S1+Loc.] 189.Howl-around effect Interferência no áudio [S1+prep+S2] 190.No-fly zone Zona de exclusão aérea [S1+prep+S2+FAdj] 191.Non-aggression pact Pacto de não-agressão [S1+prep+S2] 192.Smoking-bolt operation -- -- Novamente, na falta de UTCp equivalente, foi fornecida a definição: (quadro 23) 74 (quadro 24) No último grupo, há agrupamentos terminológicos cujas estruturas não se encaixaram nos casos propostos, mas concomitantemente não houve ocorrência que justificasse a criação de grupo próprio. Assim, temos: 193.Alleged proceeds of crime Rendimentos de crime [FV+S1+prep+S2] (organizado) 194.Conduct unbecoming an Conduta indecorosa de officer [S1+FAdj+Art+S2] 195.Legally admissible copy [FAdv+FAdj+S1] [S1+prep+S2+(FAdj)] [S1+FAdj+prep+S2] servidor -- -- 75 (quadro 25) Apresentadas e analisadas as estruturas sintagmáticas em língua inglesa e PB, cumpre aludir a questão das variações encontradas no corpus. Observaram-se duas modalidades nesse âmbito: a variação de forma como UTCi e a variação no tocante à equivalência em UTCp. No quesito da forma, as seguintes UTCi’s servem de exemplo (na primeira coluna, a UTCi como consta no corpus; na segunda, a variação): Agent of influence Agent-of-influence Crossborder transfer Cross-border ~ Deadletter box Dead-letter ~ Ex officio Ex-officio Howl-around effect Howl around ~ 76 Inflight data recorder In-flight ~ Money laundering Money-laudering Night crawler’ Nightcrawler; night-crawler Pre-emptive strike Preemptive ~ Shoeicide bomber Shoe-icide ~; shuicide ~ Stand-by activity Standby ~ Starburst maneuver Star-burst ~; star burst ~ Além da variação intralingüística em UTCi’s, foram observadas as seguintes situações inter-lingüísticas envolvendo sinonímia na língua inglesa e seu desaparecimento no PB: Aircraft carrier Porta-aviões Flat top Black box Inflight data recorder Caixa-preta Cockpit voice recorder Brick agent Oficial especializado em busca externa de dados negados; oficial de Field agent rua. Street agent Blister agent Agente vesicante Vesicant agent Bum tip Pista falsa Wild goose chase Brush contact Passe rápido Brush pass 77 Car bomb Carro-bomba Car trap Bugging wiretap Escuta telefônica Telephone tapping Case agent Encarregado de caso Case officer Chicken feed Informações sem valor Shopworn goods Drag parachute Pára-quedas de frenagem Tail chute Gasoline bomb Molotov cocktail Coquetel Molotov Petrol bomb Civil servant Public servant Servidor público Public official Spy network Grupo de oficiais e agentes em ação sob comando único. Spy ring Spy buster Contra-espião Spy catcher Worst case scenario Pior cenário Worst casing (quadro 26) Na ficha terminológica, o campo “Observações – OBS” é o caminho de entrada das variações acima descritas. Quanto às variantes ortográficas, estas foram colocadas entre parênteses no campo de entrada da UTCi. A seguir, exemplos de ficha 78 terminológica com variante ortográfica e sinonímia, respectivamente: (quadro 27) (quadro 28) Outro ponto analisado se refere ao sistema de remissivas, em que se 79 buscou privilegiar o campo semântico, uma vez que a pertinência temática foi estabelecida como critério principal nesta pesquisa. Assim, por exemplo, [background check] remete à [background information], respectivamente [levantamento de vida pregressa] e [levantamento de dados pregressos], haja vista a proximidade semântica. Da mesma forma, [biological agent] remete a [chemical agent], pois um pode complementar o entendimento do outro. Por outro lado, [bait car] remete a [bait truck] por extensão do conceito, uma vez que, respectivamente, a partir de [carro-isca] pode-se estender o entendimento a [caminhão-isca]. Foram feitas remissivas também nos poucos casos de antonímia, como entre [cold surveillance] e [hot surveillance]. Na ficha terminológica, o caminho para a entrada dessas remissivas foi por meio do campo “REM”: (quadro 29) 80 (quadro 30) (quadro 31) 81 Por fim, cumpre apresentar a proposta de estruturação de verbete. A primeira questão está voltada para a macro-estrutura da organização dos verbetes. A decisão nesse âmbito rendeu-se à ordem alfabética contínua ditada pela UTCi na composição em que é encontrada, ou seja, [attaché case] precede [biological agent], embora se saiba que, se o critério fosse a palavra-chave em cada UTC, a ordem seria invertida. Ocorre que não se espera do público-alvo esse tipo de análise morfossintática. Assim, sendo (ou não) o núcleo do sintagma terminológico, a primeira palavra na composição foi o critério empregado para a inserção neste léxico no que concerne à ordem alfabética. A micro-estrutura foi elaborada desta forma: (UTC vedeta, língua de partida) (variantes ortográficas). (UTC equivalente, língua de chegada) ou (definição da UTC vedeta na língua de chegada). (m.q. sinonímia). (cf. remissivas). m.q.= mesmo que cf.=confronte A seguir, alguns exemplos: money laundering (var. money-laundering). Lavagem de dinheiro. Neste caso, tem-se um caso de variante ortográfica, sendo que não se propõe a UTC vedeta “money-laundering”, uma vez que se trataria de lexema composto. Isso, todavia, não impede a disponibilidade da informação para o usuário. night crawler (var. night-crawler; nightcrawler). Assinalador que freqüenta bares e discotecas na busca de funcionários do governo, militares, etc, que possam estar excessivamente envolvidos com bebidas, drogas ou sexo e que, por conseguinte, podem vir a comprometer o serviço de informações. 82 Tem-se, em “night crawler”, um exemplo de verbete em que, além de variantes ortográficas, se forneceu a definição, pois não foi encontrado equivalente em PB. Entende-se que, para o usuário pretendido, tal procedimento é satisfatório, pois, ainda que não se tenha evidenciado termo em PB, a definição a partir da língua inglesa fornece elementos suficientes para o entendimento – neste caso – da finalidade e do modus operandi do assinalador. chicken feed. Informações sem valor. m.q. shopworn goods. cf. bum tip. shopworn goods. Informações sem valor. m.q. chicken feed. cf. bum tip. Nos dois casos apresentados conjuntamente, observa-se a ocorrência de sinonímia, o que provoca a remissiva via [m.q.], como já discutido anteriormente. Cumpre ressaltar que, no escopo desta pesquisa, não foi possível determinar qual UTCi poderia ser considerada como normalizadora. starburst maneuver (var. star-burst ~; star burst ~). Manobra de despistamento em que o alvo e o veículo sob vigilância tomam direções distintas, forçando assim que a equipe de vigilância siga apenas um. cf. bailout point. No último exemplo de micro-estrutura, além das variantes ortográficas e da definição, tem-se remissiva [cf.] que se baseia no critério do campo semântico, uma vez que “bailout point” é estratégia de despistamento. A despeito de certo grau de subjetividade inerente à elaboração de 83 definições, buscou-se garantir a maior clareza possível. Para tal, levou-se em consideração o perfil do usuário apresentado anteriormente. 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS A Inteligência como atividade de Governo é uma área que, com freqüência, chama a atenção da sociedade, principalmente por meio da mídia. Cercada ainda de perguntas sem respostas, a atividade vem se desenvolvendo formalmente no Brasil desde 1927 com a criação do Conselho de Defesa Nacional. Buscava-se, desde então, “acompanhar importantes evoluções conjunturais e avaliar as suas conseqüências para a tranqüilidade nacional e a preservação dos interesses do Estado brasileiro.” (PORTO OLIVEIRA, 1999, p.21). Esta dissertação buscou dar visibilidade à Inteligência de Estado por meio de uma faceta pouco explorada: sua terminologia. Mais ainda: a equivalência dessa terminologia em línguas inglesa e portuguesa do Brasil no âmbito dos sintagmas terminológicos, ou unidades terminológicas complexas. Buscou-se repertoriá-los tomando a língua inglesa como ponto de partida, uma vez que esta dissertação também pretendeu apresentar uma ferramenta útil ao trabalho daqueles que fazem a Inteligência, ou seja, os analistas da Agência Brasileira de Inteligência. Com esses objetivos em mente, procurou-se, em primeiro lugar, fornecer uma ambientação do tema, que teve, por objetivo, descrever o meio por onde circulam os termos repertoriados. Em seguida, houve a discussão acerca da relação entre terminologia e a Inteligência de Estado em língua inglesa e em língua portuguesa do Brasil. Então, apresentou-se a metodologia aplicada com o detalhamento necessário em relação à amplitude da pesquisa, às fontes e ao público-alvo. A seguir, foram apresentados e analisados 84 os dados. Importa salientar, mais uma vez, que a opção por repertoriar apenas os sintagmas terminológicos, em detrimento dos ditos termos simples, foi calcada no fato de que os grupos sintagmáticos especializados, por questões composicionais, não estão, a rigor, disponíveis para o usuário com a mesma facilidade dos termos simples. Isto foi evidenciado nesta dissertação, em que a consulta de termos simples, como intelligence e agent, revelou acepções consideradas suficientes – até com algumas nuanças – para o entendimento do público-alvo desta pesquisa. O mesmo fenômeno não se evidenciou com as unidades terminológicas complexas, em que, por questões de lexicalização ou alto grau de especificidade, não é possível, muitas vezes, reconhecer ou mesmo inferir o conceito evocado. Além disso, a decisão de repertoriar os grupos terminológicos também esteve baseada no conhecimento de que as terminologias são predominantemente compostas por termos integrados por mais de uma unidade ou palavra. Por outro lado, o trabalho com as UTCs requer, em um primeiro momento, o reconhecimento de termos simples, sobretudo sob a ótica do termo complexo como extensão de um hiperônimo, ou seja, a partir do momento em que se reconhece o termo simples, pode-se repertoriar as possíveis composições em que se encontra. As UTCs da língua inglesa foram agrupadas conforme a estrutura sintagmática. Assim, foram criadas 7 tipologias, sendo que existiram 2 subtipos. Importa ressaltar que também foi criado um oitavo grupo para as 3 estruturas sintagmáticas que não se enquadraram nos demais agrupamentos. Portanto, havia 12 tipologias sintagmáticas distintas de UTCi’s, o que acarretou a ocorrência de 13 tipologias em PB. Além disso, no âmbito dos 8 grupos, duas estruturas estiveram presentes em 6, o que revela um comportamento sintagmático relativamente estável. Na tabela abaixo, apresentamos a quantidade de ocorrências face ao número total de estruturas encontradas na língua inglesa: 85 Estrutura sintagmática em PB Ocorreu em ___ das 12 estruturas de UTCi’s/% 1) S1+prep+S2+FAdj 6/50% 2) S1+prep+S2 6/50% 3) S1 5/41,6% 4) S1+FAdj 5/41,6% 5) S1+prep+S2+prep+S3 4/33,3% 6) S1+FV 3/25% 7) S1comp 3/25% 8) S1+S2 2/16,6% 9) S1+FAdj+prep+S2 2/16,6% 10) FAdj+S1 1/8,3% 11) S1+FAdj1+FAdj2 1/8,3% 12) S1+ e +S2 1/8,3% 13) S1+Loc. 1/8,3% (quadro 32) À guisa de facilitar a visualização, apresentamos a tabela acima em forma de gráfico: S1+FV S1 comp S1+prep+S2+prep+S3 S1+prep+S2+Fadj S1+S2 S1+prep+S2 S1 S1+Fadj+prep+S2 S1+Fadj S1+prep+S2+prep+S3 S1+Fadj Fadj+S1 S1+FV (S1+Fadj1)+Fadj2 S1 comp S1+S2 S1+e+S2 S1+Loc S1+Fadj+prep+S2 Fadj+S1 (S1+Fadj1)+Fadj2 S1+e+S2 S1 S1+Loc S1+prep+S2+Fadj S1+prep+S2 (quadro 33) 86 A esta altura, resgatamos os objetivos desta dissertação no intuito de verificar as respostas encontradas. Em primeiro lugar, era objetivo repertoriar, no nível terminológico, os sintagmas da área de Inteligência Estatal, sobretudo no seu viés estratégico. A constituição do corpus concretizou tal objetivo ao mesmo tempo em que evidenciou as características das UTCs da área, quais sejam, a multidisciplinaridade e a presença de empréstimos externos e internos. No âmbito da equivalência entre UTCi’s e UTCp’s, foi possível constatar a ocorrência de lacunas no PB, possivelmente decorrentes dos diferentes graus de desenvolvimento da atividade de inteligência no Brasil e nos Estados Unidos e Reino Unido. Para atender um outro objetivo desta dissertação – o de se tornar uma ferramenta útil a um grupo de profissionais – tais lacunas foram preenchidas com a definição da UTC vedeta em PB. Percebemos que há certa estabilidade de equivalência sintagmática entre as UTCi’s e seus correspondentes em PB, na medida em que as 12 estruturas de partida em inglês resultaram em 13 construções em PB. Isso não significa, todavia, que tenha havido, por assim dizer, uma acomodação direta em que as características de cada língua não tenham sido respeitadas. Pelo contrário, a acomodação ficou sujeita aos filtros próprios de cada idioma. Assim, por exemplo, o que era atributivo em inglês passou para posição predicativa em PB – ainda que com algumas exceções, como alta traição. Como todo trabalho lexicográfico, sabe-se que o resultado é a rigor uma obra aberta, em que, pela própria evolução da língua (geral e de especialidade) e pelo progresso do ‘fazer humano’, novos termos ou acepções tendem a surgir. Além disso, reconhecemos que o levantamento aqui apresentado não foi exaustivo o suficiente para 87 esgotar as UTCs já existentes em ambas as línguas – nem era esse o objetivo – de forma que é um trabalho contínuo de alimentação e manutenção do banco de dados criado. Como já foi exposto anteriormente, equivalentes em língua francesa já estão catalogados e serão oportunamente acrescentados, bem como os termos simples em inglês, francês e português do Brasil. Esta pesquisa mostrou, portanto, a terminologia da Inteligência de Estado em inglês e PB por meio do levantamento das unidades terminológicas complexas na língua inglesa e a busca de seus equivalentes em PB. Para tal, configurou-se a elaboração de um léxico bilíngüe dos sintagmas terminológicos tendo o inglês como língua de partida. Assim, disponibilizou-se ainda uma ferramenta de consulta aos profissionais da área, bem como a tradutores e estudiosos da área. 88 7 REFERÊNCIAS ALVES, I. Empréstimos nas línguas de especialidade: algumas considerações. Ciência da Informação, Brasília, v.24, n.3, 1995. ANTUNES, P.C.B. SNI & Abin: uma leitura da atuação dos serviços secretos brasileiros ao longo do século XX. Rio de Janeiro: FGV, 2002. AUBERT, F.H. 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OBS REM TERMO access allowed EQUIVALENTE PB Acesso autorizado. OBS REM cf. access denied TERMO access code EQUIVALENTE PB Código de acesso. OBS REM TERMO access denied EQUIVALENTE PB Acesso negado. OBS REM cf. access allowed TERMO accommodation address EQUIVALENTE PB OBS Receptáculo fixo, local de depósito de correspondência de agentes de uma mesma rede. m.q. dead drop REM TERMO acoustic intelligence EQUIVALENTE PB Informações obtidas da coleta e análise de fenômenos acústicos. OBS REM TERMO acoustic terrorism EQUIVALENTE PB OBS REM Perturbação da paz por meio de som excessivamente alto. 92 TERMO action officer EQUIVALENTE PB Oficial de inteligência encarregado de caso e designado para missão em atividade operacional, esp. em território estrangeiro. OBS REM cf. case officer TERMO active intelligence EQUIVALENTE PB Inteligência ativa. OBS REM TERMO active measures EQUIVALENTE PB Medidas ativas. OBS REM TERMO administration of justice EQUIVALENTE PB Aplicação da lei. OBS REM cf. obstruction of justice TERMO advisory council EQUIVALENTE PB Assessoria. OBS REM TERMO aerial refueling EQUIVALENTE PB Reabastecimento em vôo. OBS REM TERMO agent assessment EQUIVALENTE PB Avaliação de fonte humana. OBS REM cf. reliable source 93 TERMO agent development EQUIVALENTE PB Contato social ; relação social com um indivíduo suscetível de ser útil ou mesmo recrutado. OBS REM TERMO agent of influence (var. agent-of-influence) EQUIVALENTE PB Agente que se vale de fraqueza natural do adversário para desestabilizá-lo, ger. se valendo de pessoas de boa-fé. OBS REM TERMO agent provocateur EQUIVALENTE PB Agente enviado para incitar o alvo a cometer atos ilegais ou à violência. OBS REM TERMO air interception EQUIVALENTE PB Interceptação aérea. OBS REM TERMO air picket EQUIVALENTE PB Aeronave militar com objetivo de detectar, relatar e rastrear aeronaves ou mísseis do adversário. OBS REM TERMO air space EQUIVALENTE PB Espaço aéreo. OBS REM TERMO air strip EQUIVALENTE PB OBS REM Pista de aterrissagem. 94 TERMO air surveillance EQUIVALENTE PB Vigilância aérea. Observação sistemática do espaço aéreo por meio de meios eletrônicos, visuais ou por outros meios, com o intuito de determinar a movimentação de aeronaves ou mísseis. OBS REM TERMO air survey photography EQUIVALENTE PB Fotografia topográfica. Refere-se às fotos e à aplicação destas para a feitura de mapas. OBS REM TERMO aircraft carrier EQUIVALENTE PB OBS Porta-aviões. m.q. flat top REM TERMO altimetric detonator EQUIVALENTE PB Detonador altimétrico. OBS REM TERMO alien domination EQUIVALENTE PB Dominação estrangeira. OBS REM TERMO alleged offender EQUIVALENTE PB Acusado. OBS REM TERMO alleged proceeds of crime EQUIVALENTE PB OBS REM Rendimentos do crime (organizado). 95 TERMO altering of the serial number EQUIVALENTE PB Modificação do número de série. OBS REM cf. serial number TERMO answering machine EQUIVALENTE PB Secretária eletrônica. OBS REM TERMO area officer EQUIVALENTE PB Encarregado de área. OBS REM cf. case officer TERMO area of responsibility EQUIVALENTE PB Área de responsabilidade. OBS REM TERMO arms deal EQUIVALENTE PB Tráfico de armas. OBS REM cf. arms dealer TERMO arms dealer EQUIVALENTE PB Traficante de armas. OBS REM cf. arms deal TERMO arms race EQUIVALENTE PB OBS REM Corrida armamentista. 96 TERMO assassination device EQUIVALENTE PB Arma especial para execução de assassinatos, ger. disfarçada. OBS REM cf. hush puppy TERMO attaché case EQUIVALENTE PB Maleta. OBS REM TERMO audio surveillance EQUIVALENTE PB Técnica de escuta sub-reptícia, freq. utilizando aparelhagem eletrônica. OBS REM cf. bugging wiretap TERMO Aunt Minnie EQUIVALENTE PB Fotografia com disfarce de intenção OBS REM TERMO backburner issue EQUIVALENTE PB Problema secundário. OBS REM cf. front-burner issue TERMO background check EQUIVALENTE PB Levantamento de vida pregressa. OBS REM cf. background information TERMO background information EQUIVALENTE PB Levantamento de dados pregressos. OBS REM cf. background check 97 TERMO backup man EQUIVALENTE PB OBS Agente de reforço. m.q. support agent REM TERMO bag job EQUIVALENTE PB OBS Entrada, invasão não-autorizada de escritório ou residência para obtenção de arquivos, documentos, etc. m.q. black bag job REM TERMO bailout point EQUIVALENTE PB Evasiva de detecção, momento durante operação de vigilância terrestre em que o agente infiltrado (sentado no banco do passageiro) tenta despistar a vigilância. OBS REM TERMO bait car EQUIVALENTE PB Carro-isca. Veículo monitorado pela polícia utilizado para incitar criminosos a roubá-lo. OBS m.q. bait vehicle REM cf. bait truck TERMO bang and burn EQUIVALENTE PB Sabotagem e demolição. OBS REM TERMO bank account EQUIVALENTE PB Conta bancária. OBS REM TERMO bank secrecy EQUIVALENTE PB OBS REM Sigilo bancário. 98 TERMO bargaining chips EQUIVALENTE PB Moeda de troca ; resgate. OBS REM TERMO base of operations EQUIVALENTE PB Central de operações, base de operações OBS REM TERMO basic intelligence EQUIVALENTE PB Dados factuais, essenciais e ger. permanentes acerca de todos os aspectos de um país ( físicos, sociais, econômicos,etc) e que são o primeiro passo do ciclo de inteligência para o apoio às operações militares. OBS REM TERMO bigot list EQUIVALENTE PB Lista restritiva de pessoas com acesso a informações específicas e de alta sensibilidade. OBS REM TERMO biological agent EQUIVALENTE PB Agente biológico; micro-organismo transmissor de doenças a humanos, plantas e animais ; ou causador de deterioração de materiais. OBS REM cf. chemical agent TERMO biological operation EQUIVALENTE PB Ataque biológico; utilização de agentes biológicos mortais para humanos e animais, ou para danificar plantas ou materiais, ou ainda a defesa contra ataque desta natureza. OBS REM cf. biological warfare TERMO biological warfare EQUIVALENTE PB Uso de organismos vivos, produtos biológicos tóxicos, ou reguladores de crescimento vegetal, com o intuito de matar ou ferir humanos, animais ou plantas ; ou a defesa contra ataque desta natureza. OBS REM cf. biological operation 99 TERMO biological weapon EQUIVALENTE PB Arma que projeta ou dissemina um agente biológico. OBS REM cf. biological agent TERMO black bag job EQUIVALENTE PB OBS Entrada, invasão não-autorizada de escritório ou residência para obtenção de arquivos, documentos, etc. m.q. bag job REM TERMO black activity EQUIVALENTE PB Operação que visa dar a impressão de ter sido patrocinada por um oponente. OBS REM TERMO black box EQUIVALENTE PB OBS Caixa-preta (de aeronaves). m.q. in-flight data recorder, cockpit voice recorder REM TERMO blackmail scam EQUIVALENTE PB Chantagem. OBS REM TERMO blasting cap EQUIVALENTE PB Detonador. OBS REM TERMO black propaganda EQUIVALENTE PB OBS REM Panfletagem apócrifa que visa confundir o adversário. 100 TERMO black operation EQUIVALENTE PB Operação clandestina ou encoberta que não é passível de ser atribuída à instituição que a executou. OBS REM cf. covert action TERMO blank travel document EQUIVALENTE PB Documento de viagem em branco. OBS REM TERMO blind zone EQUIVALENTE PB Ponto cego no radar. OBS REM cf. radar coverage TERMO blister agent EQUIVALENTE PB Agente químico que ataca os olhos e os pulmões e que infringe à pele queimaduras e bolhas. OBS m.q. vesicant agent REM cf. chemical agent TERMO blood bath EQUIVALENTE PB Massacre, banho de sangue, carnificina OBS REM TERMO blood feud EQUIVALENTE PB Rixa de sangue. OBS REM TERMO body count EQUIVALENTE PB Número de mortos. OBS REM cf. damage assessment 101 TERMO bomb disposal expert EQUIVALENTE PB Especialista em desativação de bombas. OBS REM cf. bomb scare, bomb threat TERMO bomb scare EQUIVALENTE PB Alerta de bomba. OBS REM cf. bomb squad TERMO bomb squad EQUIVALENTE PB Esquadrão antibombas. OBS REM cf. bomb scare, bomb threat TERMO bomb threat EQUIVALENTE PB Ameaça de bomba. OBS REM cf. bomb scare TERMO bona fide third party EQUIVALENTE PB Terceiro de boa fé. OBS REM TERMO bone maker EQUIVALENTE PB Assassino contratado ; matador de aluguel. OBS REM TERMO border measure EQUIVALENTE PB OBS REM Procedimento aplicável à região fronteiriça. 102 TERMO brain drain EQUIVALENTE PB Fuga de cérebros ; evasão de cientistas. OBS REM TERMO breach of national security EQUIVALENTE PB Atentado à segurança nacional. OBS REM TERMO breach of professional secrecy EQUIVALENTE PB Quebra de sigilo profissional. OBS REM TERMO breach of trust EQUIVALENTE PB Prevaricação. OBS REM TERMO breech block EQUIVALENTE PB Trava em arma de fogo. OBS REM TERMO brevity code EQUIVALENTE PB Código cuja finalidade é de compactar as mensagens, mesmo em detrimento do sigilo. OBS REM TERMO bridge agent EQUIVALENTE PB OBS REM Agente que atua como mensageiro ou intermediário entre o encarregado de caso e um agente infiltrado. 103 TERMO brick agent EQUIVALENTE PB OBS Oficial especializado em busca externa de dados negados; oficial de rua. m.q. field agent, street agent REM TERMO brief encounter EQUIVALENTE PB Contato rápido, encontro breve entre o encarregado de caso e um agente sob ameaça de vigilância. OBS REM cf. brush pass TERMO brush pass EQUIVALENTE PB Passe rápido, breve encontro em que algo (uma mensagem, um objeto) é trocado entre o encarregado de caso e uma fonte em local público. OBS REM cf. brief encounter TERMO bugging wiretap EQUIVALENTE PB OBS Grampo telefônico. m.q. telephone tapping REM TERMO built-in microphone EQUIVALENTE PB Microfone embutido. OBS REM TERMO bulletproof vest EQUIVALENTE PB Colete à prova de balas. OBS REM TERMO bum tip EQUIVALENTE PB Pista falsa. OBS m.q. wild goose chase REM cf. chicken feed 104 TERMO burn bag EQUIVALENTE PB Recipiente para material sigiloso que deve ser destruído. OBS REM TERMO bush fire EQUIVALENTE PB Queimada (de vegetação). OBS REM TERMO calculated risk EQUIVALENTE PB Risco calculado. OBS REM TERMO call blocking EQUIVALENTE PB Bloqueio de chamadas (telefone). OBS REM TERMO call display EQUIVALENTE PB Identificador de chamada telefônica, bina. OBS REM TERMO call forwarding EQUIVALENTE PB Desvio automático de chamada telefônica. OBS REM TERMO call waiting EQUIVALENTE PB OBS REM Chamada em espera. 105 TERMO camouflage detection photography EQUIVALENTE PB Técnica de fotografia que utiliza filme especial, ger. sensível à luz infravermelha, e que permite a detecção de zonas ou pontos camuflados. OBS REM TERMO car bomb EQUIVALENTE PB OBS Carro-bomba. m.q. car trap REM TERMO car cloning EQUIVALENTE PB Clonagem de carro OBS REM TERMO car trap EQUIVALENTE PB OBS Carro-bomba. m.q. car bomb REM TERMO carpet bombing EQUIVALENTE PB Distribuição progressiva de bombardeio em zona definida, de forma a causar danos em todas as partes da zona limitada. OBS REM TERMO carrier pigeon EQUIVALENTE PB Pombo-correio. OBS REM TERMO case agent EQUIVALENTE PB Agente encarregado de um caso particular. OBS REM cf. case officer 106 TERMO case officer EQUIVALENTE PB Encarregado de caso. OBS REM cf. case agent TERMO case study EQUIVALENTE PB Estudo de caso. OBS REM TERMO certified copy EQUIVALENTE PB Cópia autenticada. OBS REM cf. legally admissible copy TERMO chain of command EQUIVALENTE PB Hierarquia. OBS REM TERMO charm school EQUIVALENTE PB OBS Chantagem sexual. m.q. honey trap REM TERMO checks and balances EQUIVALENTE PB Equilíbrio de Poderes. OBS REM TERMO chemical agent EQUIVALENTE PB Componente químico que, quando disseminado, gera efeitos nocivos ou mesmo letais a humanos, animais, plantas, ou materiais. OBS REM cf. biological agent 107 TERMO chemical operation EQUIVALENTE PB Emprego de agentes químicos, a exceção de produtos para controlar manifestações, que visa matar ou incapacitar temporariamente humanos, animais, ou ainda que visa impedir o uso de instalações, materiais ou áreas. OBS REM cf. chemical agent TERMO chicken feed EQUIVALENTE PB OBS Informações sem valor. m.q. shopworn goods REM TERMO chief of station EQUIVALENTE PB Agente operacional sênior responsável pelos agentes de determinada área. OBS REM TERMO chromic acid EQUIVALENTE PB Ácido crômico (H2CrO4) ; utilizado para confecção de micropontos. OBS REM TERMO civil defense EQUIVALENTE PB Defesa Civil. OBS REM TERMO civil disturbance EQUIVALENTE PB Desordem pública. OBS REM cf. ordre public TERMO civil servant EQUIVALENTE PB OBS REM Servidor público civil. m.q. public servant 108 TERMO clandestine intelligence EQUIVALENTE PB Tipo de coleta de dados em que as fontes são encobertas. OBS REM cf. covert action TERMO classified matter EQUIVALENTE PB Assunto sigiloso. OBS REM cf. security classification TERMO clean phone EQUIVALENTE PB OBS Linha segura (telefone). m.q. secure telephone REM TERMO cockpit voice recorder EQUIVALENTE PB OBS Caixa-preta. m.q. black box REM TERMO code word EQUIVALENTE PB Termo ao qual se atribui grau de sigilo e significado confidencial para salvaguardar dados de planejamento de operação. OBS REM cf. security classification TERMO cold surveillance EQUIVALENTE PB Vigilância remota; tipo de vigilância que deve passar despercebida ao alvo. OBS REM cf. hot surveillance TERMO cold War EQUIVALENTE PB OBS REM Guerra Fria. 109 TERMO collateral mail EQUIVALENTE PB Correspondência que contém substância nociva, p.ex. antraz. OBS REM TERMO collect call EQUIVALENTE PB Chamada telefônica a cobrar. OBS REM TERMO collection plan EQUIVALENTE PB Plano de busca de dados. OBS REM TERMO combined force EQUIVALENTE PB Força conjunta. OBS REM cf. joint investigation TERMO commercial attaché EQUIVALENTE PB Adido comercial. OBS REM TERMO committee of enquiry EQUIVALENTE PB Comissão de inquérito. OBS REM TERMO commo plan EQUIVALENTE PB OBS REM Métodos de comunicação sigilosa utilizados por agentes. 110 TERMO communications intelligence (COMINT) EQUIVALENTE PB Dados coletados por meio de interceptação ou decodificação de códigos, ou ainda por intermédio de agentes ou invasão não-autorizada. OBS REM TERMO compromise authority EQUIVALENTE PB Autorização para que um agente utilize arma letal em situação de confronto. OBS REM TERMO compulsive liar EQUIVALENTE PB Mentiroso compulsivo, mitomaníaco, mitômano. OBS REM TERMO con artist EQUIVALENTE PB Criminoso, escroque. OBS REM cf. con game TERMO con game EQUIVALENTE PB Escroqueria. OBS m.q. con job REM cf. con artist TERMO con job EQUIVALENTE PB Escroqueria. OBS m.q. con game REM cf. con artist TERMO concealment device EQUIVALENTE PB OBS REM Qualquer tipo de aparelho usado para guardar e transportar de forma sigilosa materiais relativos a uma operação. 111 TERMO conduct unbecoming an officer EQUIVALENTE PB Conduta indecorosa de agente público. OBS REM TERMO confusion agent EQUIVALENTE PB Agente de desinformação, cuja função é de confundir a equipe de inteligência e de contra-inteligência de outro país. OBS REM cf. active measures TERMO contact report EQUIVALENTE PB Relatório de contato. OBS REM TERMO content analysis EQUIVALENTE PB Análise de conteúdo OBS REM TERMO contingency plan EQUIVALENTE PB Plano de contingência. OBS REM TERMO controlled delivery EQUIVALENTE PB Entrega feita sob vigilância. OBS REM TERMO conventional weapon EQUIVALENTE PB OBS REM Arma que não é nuclear ou biológica ou química. 112 TERMO counterguerrilla warfare EQUIVALENTE PB Ações e operações conduzidas pelas Forças Armadas, por forças paramilitares, ou agências civis de inteligência para combater guerrilhas. OBS REM TERMO countering surveillance EQUIVALENTE PB Técnicas usadas para detectar e neutralizar vigilância adversária. OBS REM TERMO covering force EQUIVALENTE PB Força de segurança. OBS REM TERMO covert action EQUIVALENTE PB Atividade encoberta; qualquer atividade clandestina concebida para influenciar governos estrangeiros, instituições, ou indivíduos no sentido de apoiar a política externa dos EUA. OBS REM cf. clandestine intelligence TERMO covert search EQUIVALENTE PB Busca clandestina. OBS REM cf. covert action TERMO cover story EQUIVALENTE PB Estória-cobertura. OBS REM TERMO covert means EQUIVALENTE PB Meios encobertos. OBS REM cf. clandestine intelligence 113 TERMO crack unit EQUIVALENTE PB Unidade de choque. OBS REM TERMO criminal record EQUIVALENTE PB Registro de antecedentes criminais. OBS REM cf. background check TERMO criminal sanction EQUIVALENTE PB Sanção penal. OBS REM TERMO crossborder transfer (var. cross-border ~) EQUIVALENTE PB Movimentação transfronteiriça. OBS REM cf. border measure TERMO cruise missile EQUIVALENTE PB Míssil de cruzeiro. OBS REM TERMO crushing defeat EQUIVALENTE PB Derrota esmagadora, acachapante, irrefutável. OBS REM TERMO crypto material EQUIVALENTE PB OBS REM Material de criptografia. Todo material, incluindo os documentos, dispositivos, equipamento e aparelhos, indispensável à cifração e decifração ou à autenticação de telecomunicações. 114 TERMO cultural attaché EQUIVALENTE PB Adido cultural ou conselheiro cultural. OBS REM TERMO current intelligence EQUIVALENTE PB Informações que descrevem a situação atual nos níveis estratégico e tático. OBS REM TERMO damage assessment EQUIVALENTE PB Avaliação de perdas e de danos. OBS REM cf. body count TERMO dark biology EQUIVALENTE PB Pesquisa científica para a produção de armas químicas. OBS REM TERMO data bank EQUIVALENTE PB Banco de dados. OBS REM cf. data base TERMO data base EQUIVALENTE PB Base de dados. OBS REM cf. data bank TERMO data processing EQUIVALENTE PB Informática. OBS REM cf. data base 115 TERMO de facto boundary EQUIVALENTE PB Fronteira internacional ou limite administrativo cuja existência e legalidade não são reconhecidas. OBS REM cf. de jure boundary TERMO de jure boundary EQUIVALENTE PB Fronteira legal e reconhecida. OBS REM cf. de facto boundary TERMO dead drop EQUIVALENTE PB OBS Receptáculo fixo. Local secreto onde materiais podem ser escondidos para que outra pessoa os retire, evitando assim o contato direto em ambientes hostis. m.q. dead-letter box REM TERMO deadletter box (var. dead-letter ~) EQUIVALENTE PB OBS Receptáculo fixo. m.q. dead drop REM TERMO dead telephone EQUIVALENTE PB Sinal ou código enviado pelo telefone sem a necessidade de falar. OBS REM TERMO death penalty EQUIVALENTE PB Pena de morte. OBS REM TERMO debriefing room EQUIVALENTE PB OBS REM Sala de interrogatório. 116 TERMO decision maker EQUIVALENTE PB Aquele que tem poder de decisão. OBS REM TERMO decoding key EQUIVALENTE PB Chave de decodificação, decifração. OBS REM cf. crytpo material TERMO decoy ship EQUIVALENTE PB « Navio-bomba » ; embarcação de combate cuja aparência camufla o armamento e esconde os equipamentos de combate. OBS REM TERMO deep cover agent EQUIVALENTE PB Agente em estória-cobertura permanente. OBS REM cf. cover story TERMO defense attaché EQUIVALENTE PB Adido de Defesa. OBS REM TERMO defoliating agent EQUIVALENTE PB Desfolhante; produto químico que provoca a queda prematura das folhas das árvores, de arbustos e da vegetação em geral. OBS REM cf. chemical agent TERMO demilitarized zone EQUIVALENTE PB OBS REM Zona desmilitarizada. 117 TERMO denial measure EQUIVALENTE PB Medida de neutralização. Todo procedimento que visa impedir o acesso do inimigo às áreas, ou ainda coibir o recrutamento de pessoal, ou acesso às instalações. OBS REM cf. active measures TERMO denial of entry EQUIVALENTE PB Proibição de entrada ou acesso. OBS REM cf. denied area TERMO denied area EQUIVALENTE PB Zona proibida. OBS REM cf. denial of entry TERMO depleted uranium EQUIVALENTE PB Urânio enfraquecido. OBS REM cf. enriched uranium TERMO deprivation of liberty EQUIVALENTE PB Privação da liberdade. OBS REM TERMO deterrent effect EQUIVALENTE PB Efeito dissuasivo. OBS REM cf. deterrent force TERMO deterrent force EQUIVALENTE PB Força de dissuasão. OBS REM cf. deterrent effect 118 TERMO diplomatic immunity EQUIVALENTE PB Imunidade diplomática OBS REM cf. diplomatic passport TERMO diplomatic passport EQUIVALENTE PB Passaporte diplomático. OBS REM cf. diplomatic immunity TERMO diplomatic pouch EQUIVALENTE PB Malote diplomático. OBS REM TERMO diplomatic relations EQUIVALENTE PB Relações diplomáticas. OBS REM TERMO directional mike EQUIVALENTE PB Microfone direcional. OBS REM TERMO dirty dealings EQUIVALENTE PB Negócios espúrios. OBS REM cf. con game TERMO dirty tricks EQUIVALENTE PB Falcatrua, fraude, ardil. OBS REM cf. con game 119 TERMO dirty game EQUIVALENTE PB Atividade ilegal, p.ex. chantagear agente ou empresário estrangeiro para espionar o seu próprio país. OBS REM cf. blackmail scam TERMO displaced person EQUIVALENTE PB Civil que se encontra involuntariamente fora das fronteiras nacionais do seu país. OBS REM TERMO domino effect EQUIVALENTE PB Efeito dominó. OBS REM TERMO double agent EQUIVALENTE PB Agente controlado por serviço de inteligência estrangeiro e que age contra o seu serviço. OBS REM cf. triple agent TERMO draft dodger EQUIVALENTE PB Defector ; aquele que não se apresenta ao serviço militar. OBS REM TERMO drag parachute EQUIVALENTE PB OBS Pára-quedas de frenagem. m.q. tail chute REM TERMO dry cleaning EQUIVALENTE PB Varredura para detectar escuta. OBS REM cf. bugging wiretap 120 TERMO duty officer EQUIVALENTE PB Oficial de permanência OBS REM cf. intelligence officer TERMO early warning EQUIVALENTE PB Pré-alerta. OBS REM TERMO economic intelligence EQUIVALENTE PB Inteligência econômica. OBS REM TERMO electronic camera EQUIVALENTE PB Câmera eletrônica. OBS REM TERMO electronic countermeasures EQUIVALENTE PB Medidas tomadas na guerra eletrônica para neutralizar ou reduzir a utilização eficiente do espectro eletromagnético pelo inimigo. OBS REM TERMO electronic deception EQUIVALENTE PB Medida deliberada para enganar ou confundir o inimigo na interpretação de informações recebidas por sistemas eletrônicos. OBS REM TERMO electronic surveillance EQUIVALENTE PB Vigilância eletrônica ; escuta eletrônica. OBS REM cf. telephone tapping 121 TERMO electronic surveillance report EQUIVALENTE PB Transcrição de escuta eletrônica. OBS REM cf. tape transcipt TERMO electronic warfare EQUIVALENTE PB Guerra eletrônica. Conjunto de medidas militares envolvendo o emprego da energia eletromagnética para identificar, usar, reduzir ou impedir a utilização pelo inimigo do espectro eletromagnético. OBS REM cf. electronic countermeasures TERMO emergency channel EQUIVALENTE PB Canal de emergência. OBS REM TERMO éminence grise EQUIVALENTE PB Eminência parda. OBS REM TERMO enriched uranium EQUIVALENTE PB Urânio enriquecido. OBS REM cf. depleted uranium TERMO escort officer EQUIVALENTE PB Agente operacional designado para acompanhar defector. OBS REM TERMO ethnic cleansing EQUIVALENTE PB OBS REM Limpeza étnica. 122 TERMO ex officio (var. ex-officio) EQUIVALENTE PB Ex officio, de ofício. OBS REM TERMO executive action EQUIVALENTE PB (Eufemismo) Assassinato, freq. para desestabilizar governos. OBS REM TERMO executive privilege EQUIVALENTE PB Razão de Estado. OBS REM TERMO exfiltration operation EQUIVALENTE PB Operação clandestina de resgate concebida para colocar defector, refugiado ou agente operacional fora de perigo. OBS REM cf. infiltration operation TERMO expeditionary force EQUIVALENTE PB Força expedicionária. OBS REM TERMO exploratory search EQUIVALENTE PB Busca exploratória. OBS REM TERMO eye scanner EQUIVALENTE PB OBS REM Scanner de retina. 123 TERMO eye witness EQUIVALENTE PB Testemunha ocular. OBS REM TERMO false bottom EQUIVALENTE PB Fundo falso (maleta, gaveta, etc.) OBS REM cf. attaché case TERMO faux kidnapping EQUIVALENTE PB Sequestro falso, ger. arquitetado para a prática de extorsão. OBS REM cf. ransom demand TERMO field agent EQUIVALENTE PB OBS Agente externo. m.q. brick agent; street agent REM TERMO first preventers EQUIVALENTE PB Autoridades ou analistas de inteligencia que dispõem de meios para prevenir ataque terrorista. OBS REM TERMO fixed surveillance EQUIVALENTE PB Vigilância fixa. OBS REM cf. moving surveillance TERMO flaps and seals EQUIVALENTE PB OBS REM Termo empregado para descrever a técnica de abrir, examinar e relacrar envelopes e pacotes sem levantar suspeitas no destinatário. 124 TERMO flat top EQUIVALENTE PB OBS Porta-aviões. m.q. aircraft carrier REM TERMO forced labor EQUIVALENTE PB Trabalho forçado. OBS REM TERMO forfeiture of firearms EQUIVALENTE PB Confisco de armas de fogo. OBS REM cf. arms deal TERMO friendly fire EQUIVALENTE PB Fogo amigo. OBS REM TERMO front-burner issue EQUIVALENTE PB Problema de urgência ; emergência. OBS REM cf. backburner issue TERMO game plan EQUIVALENTE PB Estratégia. OBS REM TERMO gathering of intelligence EQUIVALENTE PB OBS REM Coleta de dados 125 TERMO gas mask EQUIVALENTE PB Mascara anti-gás. OBS REM TERMO gasoline bomb EQUIVALENTE PB Coquetel Molotov. OBS m.q. Molotov cocktail; petrol bomb REM -- TERMO ghost company EQUIVALENTE PB Empresa fantasma. OBS REM TERMO ghost surveillance EQUIVALENTE PB Vigilância encoberta e aparentemente onipresente sem levantar quaisquer suspeitas do alvo. OBS REM cf. moving surveillance TERMO global positioning system (GPS) EQUIVALENTE PB Sistema de navegação por satélite, GPS. OBS REM TERMO grazing fire EQUIVALENTE PB Tiro rasante. OBS REM TERMO grey propaganda EQUIVALENTE PB OBS REM Disseminação de idéias cuja fonte é desconhecida. 126 TERMO ground forces EQUIVALENTE PB Forças terrestres. OBS REM TERMO guided missile EQUIVALENTE PB Míssil teleguiado. OBS REM cf. cruise missile TERMO guinea pig EQUIVALENTE PB Cobaia. OBS REM TERMO hand grenade EQUIVALENTE PB Granada de mão. OBS REM TERMO hand-to-hand fight EQUIVALENTE PB Luta corpo-a-corpo. OBS REM TERMO harassing fire EQUIVALENTE PB Bomba de efeito moral. OBS REM TERMO heavy guard EQUIVALENTE PB OBS REM Proteção reforçada. 127 TERMO herd crime EQUIVALENTE PB Crime ou delito cometido por alta porcentagem da população. OBS REM TERMO high treason EQUIVALENTE PB Alta traição. OBS REM TERMO homicide bombing EQUIVALENTE PB Atentado suicida a bomba que visa matar o maior número possível de pessoas. OBS REM cf. shoeicide bomber TERMO honey trap EQUIVALENTE PB OBS Chantagem sexual. m.q. charm school REM TERMO hot surveillance EQUIVALENTE PB Ato de vigiar ou grampear alguém como forma de assédio ou intimidação. OBS REM cf. cold surveillance TERMO howl-around effect (var. howl around ~) EQUIVALENTE PB Interferência no áudio. OBS REM TERMO human intelligence (HUMINT) EQUIVALENTE PB OBS REM Tipo de inteligência baseada no processamento de dados brutos fornecidos por fonte humana, como um informante. 128 TERMO human rights EQUIVALENTE PB Direitos humanos. OBS REM TERMO human shield EQUIVALENTE PB Escudo humano. OBS REM TERMO human source intelligence EQUIVALENTE PB Dados coletados por intermédio de agentes ou informantes. OBS REM cf. human intelligence TERMO hush puppy EQUIVALENTE PB OBS Pistola automática com silenciador cujo mecanismo é alterado para evitar que o cartucho seja ejetado após o disparo. m.q. silenced weapon REM TERMO identikit image (var. identi-kit) EQUIVALENTE PB Retrato falado OBS REM TERMO identity theft EQUIVALENTE PB Obtenção e uso ilegais de dados pessoais, tais como data de nascimento, endereço, cartão de crédito, « CPF ». OBS REM TERMO illegal entry EQUIVALENTE PB OBS REM Entrada ilegal 129 TERMO illegal trafficking EQUIVALENTE PB OBS Contrabando. m.q. illicit trafficking REM TERMO illicit transfer EQUIVALENTE PB Transferência ilegal. OBS REM cf. legal transfer TERMO impersonal communications EQUIVALENTE PB Técnicas de comunicação sigilosa usadas pelo encarregado de caso e o agente operacional encoberto quando não é possível ou desejável que haja contato pessoal. OBS REM TERMO inflight data recorder (var. in-flight ~) EQUIVALENTE PB OBS Caixa-preta. m.q. black box REM TERMO incapacitating agent EQUIVALENTE PB Agente incapacitante; agente químico que provoca incapacidade física ou mental temporária. OBS REM cf. chemical agent TERMO industrial espionage EQUIVALENTE PB Espionagem industrial. OBS REM TERMO infiltration operation EQUIVALENTE PB Operação de infiltração de agente operacional em área-alvo de forma a assegurar que a presença do agente não seja detectada durante o período necessário de tempo. OBS REM cf. exfiltration operation 130 TERMO information broker EQUIVALENTE PB Indivíduo que vende informações e dados, sobretudo corporativos e reunidos por meio de pesquisa ou espionagem corporativa. OBS REM TERMO information superiority EQUIVALENTE PB Habilidade de coletar, processar e divulgar informações ao mesmo tempo em que se nega ou menospreza a capacidade do adversário de fazer o mesmo. OBS REM TERMO information warfare EQUIVALENTE PB Tipo de guerra cujo objetivo é de tentar sabotar, neutralizar, ou tirar do ar os computadores (ou rede de computadores) do inimigo de forma que as fontes de informações fiquem comprometidas. OBS REM TERMO infrared film EQUIVALENTE PB Filme infra-vermelho. OBS REM TERMO inhuman treatment EQUIVALENTE PB Tratamento desumano. OBS REM TERMO intelligence cycle EQUIVALENTE PB Ciclo de inteligência. OBS REM TERMO intelligence estimate EQUIVALENTE PB OBS REM Estimativa, avaliação por parte de analistas de inteligência acerca de situação ou condição específica para determinar os procedimentos possíveis (curso de ação) frente ao adversário e a seqüência de adoção desses procedimentos. 131 TERMO intelligence officer EQUIVALENTE PB Analista de inteligência. OBS REM cf. case officer TERMO invisible ink EQUIVALENTE PB Escrita invisível. OBS REM cf. secret writing TERMO joint investigation EQUIVALENTE PB Investigação conjunta. OBS REM TERMO jump-out squad EQUIVALENTE PB Grupo de policiais disfarçados que transitam em regiões de venda de drogas em automóvel comum e que repentinamente saem do veículo e prendem ou detêm o maior número possível de suspeitos. OBS REM TERMO knuckle dragger EQUIVALENTE PB Militar designado para trabalho de inteligência. OBS REM TERMO law enforcement action EQUIVALENTE PB Identificação e repressão de delitos OBS REM TERMO laydown bombing EQUIVALENTE PB OBS REM Bombardeio em vôo rasante. 132 TERMO legal defenses EQUIVALENTE PB Meios jurídicos de defesa OBS REM TERMO legal transfer EQUIVALENTE PB Transferência legal. OBS REM cf. illicit transfer TERMO legally admissible copy EQUIVALENTE PB Cópia cujo valor legal é aceitável, embora não autenticada. OBS REM cf. certified copy TERMO legend cover EQUIVALENTE PB Estória-cobertura integral desenvolvida para um agente operacional. Falsa identidade criada para espião. OBS REM cf. cover story TERMO legitimate capital EQUIVALENTE PB Capitais lícitos. OBS REM TERMO legitimate owner EQUIVALENTE PB Proprietário legítimo. OBS REM TERMO lethal weapon EQUIVALENTE PB OBS REM Arma letal. 133 TERMO letter bomb EQUIVALENTE PB Carta-bomba. OBS REM cf.collateral mail TERMO liaison officer EQUIVALENTE PB Oficial de ligação. OBS REM TERMO lie detector EQUIVALENTE PB Detector de mentiras OBS REM TERMO light cover EQUIVALENTE PB Oficial ou analista de informações no exterior que possui imunidade diplomática. OBS REM cf. cover story TERMO listening post EQUIVALENTE PB Local onde são monitorados os sinais recebidos por meio de vigilância eletrônica. OBS REM TERMO lipstick camera EQUIVALENTE PB Câmera em miniatura. OBS REM TERMO local agent EQUIVALENTE PB OBS REM Agente recrutado, em área ou região de interesse, a fim de realizar tarefa específica no local. 134 TERMO magnetic compass EQUIVALENTE PB Bússola magnética. OBS REM TERMO mail tampering EQUIVALENTE PB Violação de correspondência. OBS REM cf. flaps and seals TERMO marginalized groups EQUIVALENTE PB Grupos socialmente marginalizados OBS REM TERMO means of concealment EQUIVALENTE PB Meios de dissimulação. OBS REM TERMO mercenary activities EQUIVALENTE PB Atividades mercenárias. OBS REM TERMO metal detector EQUIVALENTE PB Detector de metal. OBS REM TERMO military attaché EQUIVALENTE PB OBS REM Adido militar. 135 TERMO minus advantage EQUIVALENTE PB Projeto que acarreta resultados contra-producentes, operação fracassada. OBS REM TERMO mission report EQUIVALENTE PB Relatório de missão. OBS REM TERMO mitigation of punishment EQUIVALENTE PB Atenuação de pena ou punição. OBS REM TERMO mole hunter EQUIVALENTE PB OBS Contra-espião. m.q. spy buster REM TERMO money laundering (var. money-laundering) EQUIVALENTE PB Lavagem de dinheiro OBS REM TERMO monkey wrenching EQUIVALENTE PB Sabotagem. OBS REM cf. bang and burn TERMO movement of cash EQUIVALENTE PB OBS REM Movimentação de dinheiro em espécie. 136 TERMO moving surveillance EQUIVALENTE PB Vigilância móvel. OBS REM cf. fixed surveillance TERMO mustard gas EQUIVALENTE PB Gás mostarda. OBS REM cf. chemical agent TERMO national security EQUIVALENTE PB Segurança nacional. OBS REM cf. breach of national security TERMO natural person EQUIVALENTE PB Pessoa física. OBS REM TERMO negotiable instruments EQUIVALENTE PB Títulos negociáveis. OBS REM TERMO nerve agent EQUIVALENTE PB Agente neurotóxico OBS REM TERMO cf. chemical agent, biological agent night crawler (var. nightcrawler; night-crawler) EQUIVALENTE PB Assinalador que frequenta bares e discotecas na busca de funcionários do governo, militares, etc, que possam estar excessivamente envolvidos com bebidas, drogas ou sexo e que, por conseguinte, podem vir a comprometer o serviço de informações. OBS REM 137 TERMO no-fly zone EQUIVALENTE PB Zona de exclusão aérea. OBS REM TERMO non-aggression pact EQUIVALENTE PB Pacto de não-agressão. OBS REM TERMO nuclear warhead EQUIVALENTE PB Ogiva nuclear. OBS REM TERMO oath of secrecy EQUIVALENTE PB Promessa de sigilo. OBS REM TERMO obstruction of justice EQUIVALENTE PB Obstrução da justiça. OBS REM cf. administration of justice TERMO operational intelligence EQUIVALENTE PB Operações de inteligência. OBS REM cf. covert action TERMO operational utility EQUIVALENTE PB OBS REM Utilidade operacional. 138 TERMO optical reader EQUIVALENTE PB Leitor ótico. OBS REM TERMO order of battle EQUIVALENTE PB Informações acerca da identidade, força, estrutura de comando e disposição da tropa, unidades e aparelhagem de força militar. OBS REM TERMO ordre public EQUIVALENTE PB Ordem pública. OBS REM cf. civil disturbance TERMO organized crime EQUIVALENTE PB Crime organizado. OBS REM cf. organized crime group TERMO organized crime group EQUIVALENTE PB Quadrilha de crime organizado. OBS REM cf. organized crime TERMO overhead platform EQUIVALENTE PB Plataforma em avião ou satélite usada para vigilância eletrônica ou reconhecimento. OBS REM TERMO overt intelligence EQUIVALENTE PB Dados coletados a partir de fontes abertas, públicas. Informações obtidas de fontes ostensivas. OBS REM cf. covert action 139 TERMO paper shredder EQUIVALENTE PB Triturador de papel. OBS REM TERMO paramilitary forces EQUIVALENTE PB Forças paramilitares. OBS REM cf. paramilitary operations TERMO paramilitary operations EQUIVALENTE PB Operações paramilitares. OBS REM cf. paramilitary forces TERMO photographic intelligence (PHOTINT) EQUIVALENTE PB Dados ou informações obtidos de fotografias por meio de interpretação fotográfica. OBS REM TERMO passive probe EQUIVALENTE PB Agente em operação enviado para observar e registrar detalhes acerca da localização e/ou disposição do alvo. OBS REM TERMO persona non grata EQUIVALENTE PB Persona non grata. OBS REM cf. denial of entry TERMO phantom accident EQUIVALENTE PB OBS REM Acidente automobilístico forjado com o objetivo de ter acesso a dinheiro do seguro do veículo. 140 TERMO plain text EQUIVALENTE PB Comunicação não criptografada, sobretudo mensagem original de criptograma, expressa em linguagem não-codificada. OBS REM TERMO political savvy EQUIVALENTE PB Conhecimento de política. OBS REM TERMO pox virus EQUIVALENTE PB Virus da varíola. OBS REM cf. biological agent TERMO pre-emptive strike (var. preemptive strike) EQUIVALENTE PB Ataque preventivo. OBS REM TERMO press release EQUIVALENTE PB Comunicado à imprensa. OBS REM TERMO private secretary EQUIVALENTE PB Chefe de gabinete. OBS REM TERMO privileged information EQUIVALENTE PB OBS REM Informação privilegiada. 141 TERMO prussic acid EQUIVALENTE PB Ácido prússico ou cianídrico ou hidrociânico. OBS REM cf. chemical agent TERMO psychological warfare EQUIVALENTE PB Disseminação de idéias, informações verdadeiras ou falsas com o fim de desestabilizar grupos estrangeiros ou países adversários. OBS REM TERMO public official EQUIVALENTE PB OBS Agente público, servidor, funcionário público. m.q. public servant, civil servant REM TERMO public servant EQUIVALENTE PB OBS Servidor público civil. m.q. public official, civil servant REM TERMO radar coverage EQUIVALENTE PB Área de cobertura de radar. OBS REM cf. blind zone TERMO radio range finding EQUIVALENTE PB OBS REM Radiotelemetria. 142 TERMO radius of action EQUIVALENTE PB Raio de ação. OBS REM TERMO ransom demand EQUIVALENTE PB Pedido de resgate. OBS REM cf. faux kidnapping TERMO reconnaissance patrol EQUIVALENTE PB Patrulha de reconhecimento. OBS REM TERMO recovery of victims EQUIVALENTE PB Resgate de vítimas. OBS REM TERMO regulatory regime EQUIVALENTE PB Regime de regulamentação. OBS REM TERMO release pending trial EQUIVALENTE PB Libertação de detento à espera de julgamento. OBS REM TERMO reliable source EQUIVALENTE PB Fonte confiável. OBS REM cf. agent assessment 143 TERMO removal of markings EQUIVALENTE PB Eliminação de traços ou vestígios. OBS REM TERMO removal of organs EQUIVALENTE PB Remoção de órgãos. OBS REM TERMO repatriation of victims EQUIVALENTE PB Repatriação de vítimas OBS REM TERMO request for extradition EQUIVALENTE PB Pedido de extradição. OBS REM TERMO retaliatory measures EQUIVALENTE PB Medidas de represália. OBS REM cf. threat of retaliation TERMO revocation of visas EQUIVALENTE PB OBS REM Revogação de vistos. 144 TERMO roast beef EQUIVALENTE PB OBS Credencial de segurança m.q. security clearance REM TERMO rotten apple EQUIVALENTE PB Delator, traidor. OBS REM TERMO safe house EQUIVALENTE PB Imóvel considerado seguro para ser base de operações de agentes operacionais. OBS REM cf. central de operações TERMO safeguard clause EQUIVALENTE PB OBS Item para salvaguarda. m.q. saving clause REM TERMO saving clause EQUIVALENTE PB OBS Item para salvaguarda. m.q. safeguard clause REM TERMO search order EQUIVALENTE PB Ordem de busca. OBS REM cf. search request TERMO search request EQUIVALENTE PB Pedido de busca. OBS REM cf. search order 145 TERMO search warrant EQUIVALENTE PB Mandado de busca. OBS REM cf. search order TERMO secret allocation EQUIVALENTE PB Verba secreta. OBS REM TERMO secret writing EQUIVALENTE PB Técnica de escrita invisível de mensagens em papel, incluindo tinta invisível e outros meios. Uso de tinta invisível (sistema molhado) ou de papel carbono especial coberto por produto químico (sistema seco) para comunicação sigilosa. OBS REM cf. invisible ink TERMO secure telephone EQUIVALENTE PB OBS Linha telefônica segura. m.q. clean phone REM TERMO security badge EQUIVALENTE PB Crachá de segurança. OBS REM TERMO security classification EQUIVALENTE PB Grau de sigilo. OBS REM cf. security clearance TERMO security clearance EQUIVALENTE PB OBS REM Credencial de segurança. m.q. roast beef 146 TERMO seizing of vehicles EQUIVALENTE PB Apreensão de veículos. OBS REM TERMO sensing device EQUIVALENTE PB Dispositivo preparado para reagir a traço ou marca escondida, composto químico ou qualquer elemento passivo ; sensor. OBS REM TERMO serial number EQUIVALENTE PB Matrícula, número de série. OBS REM cf. altering of the serial number TERMO sheep dipping EQUIVALENTE PB Utilização de equipamento militar (avião, viatura) ou de oficial militar em operações sigilosas, geralmente vestido à paisana. / Termo aplicado à infiltração de agentes em organizações onde podem obter credenciais e coletar dados. OBS REM TERMO shoeicide bomber (tb shoe-icide ~; shuicide ~) EQUIVALENTE PB Homem-bomba que carrega explosivos nos sapatos. OBS REM cf. homicide bomber TERMO shopworn goods EQUIVALENTE PB OBS Informações sem valor. m.q. chicken feed REM TERMO signals intelligence (SIGINT) EQUIVALENTE PB OBS REM Informações obtidas a partir de interceptação, processamento e análise de comunicações, emissões eletrônicas ou telemetria. 147 TERMO silenced weapon EQUIVALENTE PB OBS Pistola com silenciador. m.q. hush puppy REM TERMO smoke granade EQUIVALENTE PB Granada de fumaça. OBS REM TERMO smoking-bolt operation EQUIVALENTE PB Operação encoberta em que uma equipe invade as instalações de adversário para se apoderar de dispositivo de alta segurança, como programa de decifração. OBS REM cf. covert action TERMO solitary confinement EQUIVALENTE PB Isolamento, solitária OBS REM TERMO special envoy EQUIVALENTE PB Enviado especial, encarregado de missão. OBS REM TERMO sponsoring nation EQUIVALENTE PB Nação patrocinadora, ger. de atos terroristas OBS REM TERMO spy buster EQUIVALENTE PB OBS REM Caçador de espiões, contra-espião. m.q. mole hunter 148 TERMO spy catcher EQUIVALENTE PB OBS Contra-espião. m.q. spy buster REM TERMO spy network EQUIVALENTE PB OBS Grupo de oficiais e agentes em ação sob um só comando. m.q. spy ring REM TERMO spy ring EQUIVALENTE PB OBS Grupo de oficiais e agentes em ação sob um só comando. m.q. spy network REM TERMO spy satellite EQUIVALENTE PB Satélite com sensores capazes de realizar levantamento topográfico e inteligência eletrônica. OBS REM TERMO stand-by activity (var. standby ~) EQUIVALENTE PB Atividade de apoio OBS REM TERMO standing order EQUIVALENTE PB Ordem vigente. OBS REM TERMO starburst maneuver (var. star-burst ~; star burst ~) EQUIVALENTE PB Manobra de despistamento em que o alvo e o veículo sob vigilância tomam direções distintas, forçando assim que a equipe de vigilância possa seguir apenas um. OBS REM cf. bailout point 149 TERMO state of emergency EQUIVALENTE PB Estado de emergência. OBS REM TERMO stateless person EQUIVALENTE PB Apátrida. OBS REM TERMO statute of limitation EQUIVALENTE PB Prescrição. OBS REM TERMO storm troops EQUIVALENTE PB Tropas de ataque. OBS REM TERMO strategic intelligence EQUIVALENTE PB Informações agregadas para a elaboração da linha de ação e dos planos militares em níveis nacional e internacional. OBS REM TERMO strong point EQUIVALENTE PB Centro de resistência. OBS REM TERMO stun grenade EQUIVALENTE PB Granada incapacitante. OBS REM cf. incapacitating agent 150 TERMO suicide attack EQUIVALENTE PB Ataque suicida. OBS REM cf. homicide bomber TERMO suicide bomber EQUIVALENTE PB OBS Homem-bomba, terrorista suicida. m.q. homicide bomber REM TERMO supervisory regime EQUIVALENTE PB Regime de controle. OBS REM TERMO support agent EQUIVALENTE PB Agente de apoio, apoio. OBS REM cf. backup man TERMO surveillance grid EQUIVALENTE PB Perímetro de vigilância. OBS REM TERMO surveillance team EQUIVALENTE PB Equipe de vigilância. OBS REM cf. moving surveillance TERMO systematic search EQUIVALENTE PB OBS REM Busca sistemática. 151 TERMO tactical air force EQUIVALENTE PB Força aérea tática. OBS REM TERMO tactical intelligence EQUIVALENTE PB Informações táticas. OBS REM cf. tactical air force TERMO tail chute EQUIVALENTE PB OBS Pára-quedas de frenagem. m.q. drag parachute REM TERMO talent spotter EQUIVALENTE PB Assinalador, recrutador. OBS REM TERMO tape transcript EQUIVALENTE PB Degravação de fitas OBS REM cf. electronic surveillance TERMO target analysis EQUIVALENTE PB Análise de objetivos. OBS REM TERMO target intelligence EQUIVALENTE PB OBS REM Informações sobre o alvo, ger. das vulnerabilidades. 152 TERMO task force EQUIVALENTE PB Força operacional. OBS REM TERMO tax evader EQUIVALENTE PB Sonegador de impostos. OBS REM cf. tax evasion TERMO tax evasion EQUIVALENTE PB Sonegação de impostos. OBS REM cf. tax evader TERMO tax haven EQUIVALENTE PB Paraíso fiscal. OBS REM cf. tax evasion TERMO tear gas EQUIVALENTE PB Gás lacrimogênio. OBS REM cf. chemical agent TERMO tear gas canister EQUIVALENTE PB Bomba de gás lacrimogênio. OBS REM cf. tear gas TERMO tear gas grenade EQUIVALENTE PB Granada de gás lacrimogênio. OBS REM cf. tear gas 153 TERMO technical adviser EQUIVALENTE PB Assessor técnico. OBS REM TERMO telephone input jack EQUIVALENTE PB Tomada para telefone. OBS REM TERMO telephone tapping EQUIVALENTE PB OBS Grampo telefônico. m.q. bugging wiretap REM TERMO territorial sea EQUIVALENTE PB Mar territorial. OBS REM TERMO terrorist activity EQUIVALENTE PB Ato terrorista. OBS REM TERMO terrorist cell EQUIVALENTE PB Célula terrorista. OBS REM cf. terrorist activity TERMO thermal detector EQUIVALENTE PB OBS REM Detector térmico. 154 TERMO thermal imagery EQUIVALENTE PB Imagem térmica. OBS REM TERMO thermonuclear weapon EQUIVALENTE PB Arma termonuclear. OBS REM cf. nuclear warhead TERMO threat of retaliation EQUIVALENTE PB Ameaça de represálias. OBS REM cf. retaliatory measures TERMO time bomb EQUIVALENTE PB Bomba-relógio. OBS REM TERMO timed drop EQUIVALENTE PB Entrega em local combinado que será recolhida caso não seja retirada pelo destinatário dado um limite de tempo. OBS REM TERMO toll free number EQUIVALENTE PB Número cuja ligação não é cobrada do cliente, 0800. OBS REM TERMO top secret EQUIVALENTE PB Ultra-secreto. OBS REM cf. security classification 155 TERMO top-level clearance EQUIVALENTE PB Alta credencial. OBS REM cf. security clearance TERMO tracer bullet EQUIVALENTE PB Bala traçante. OBS REM TERMO trade crafts (var. tradecrafts) EQUIVALENTE PB Técnicas operacionais. OBS REM cf. covert action TERMO training camp EQUIVALENTE PB Campo de treinamento. OBS REM TERMO transferable box EQUIVALENTE PB Receptáculo móvel. OBS REM cf. accommodation address TERMO transnational organized crime EQUIVALENTE PB Crime organizado transnacional. OBS REM cf. organized crime TERMO trench warfare EQUIVALENTE PB OBS REM Guerra de trincheiras. 156 TERMO triple agent EQUIVALENTE PB Agente triplo. OBS m.q triple cross REM cf. double agent TERMO triple cross EQUIVALENTE PB Agente triplo. OBS m.q. triple agent REM cf. double agent TERMO truth serum EQUIVALENTE PB Soro da verdade; droga denibidora à base de pentotal. OBS REM TERMO turf war EQUIVALENTE PB Guerra entre serviços de inteligência, mesmo domésticos. OBS REM TERMO two-way radio EQUIVALENTE PB Walkie-talkie. OBS REM TERMO undercover operation EQUIVALENTE PB Operação encoberta. OBS REM cf. covert action TERMO undue advantage EQUIVALENTE PB OBS REM Vantagem indevida. 157 TERMO unlawful alteration EQUIVALENTE PB Alteração ilícita. OBS REM TERMO unpaid informer EQUIVALENTE PB Colaborador. OBS REM TERMO urban guerrilla EQUIVALENTE PB Guerrilha urbana. OBS REM TERMO vectored attack EQUIVALENTE PB Ataque teleguiado. OBS REM cf. guided missile TERMO vicious circle EQUIVALENTE PB Círculo vicioso. OBS REM TERMO visual surveillance EQUIVALENTE PB Vigilância de indivíduo, local ou objeto que emprega meios visuais. OBS REM cf. moving surveillance TERMO voluntary appearance EQUIVALENTE PB OBS REM Comparecimento voluntário. 158 TERMO war crime EQUIVALENTE PB Crime de guerra. OBS REM cf. war criminal TERMO war criminal EQUIVALENTE PB Criminoso de guerra. OBS REM cf. war crime TERMO war game EQUIVALENTE PB Jogo de guerra, simulação de operação militar. OBS REM TERMO war room EQUIVALENTE PB Sala de operações. OBS REM cf. base of operations TERMO war zone EQUIVALENTE PB Zona de combate. OBS REM TERMO watcher team EQUIVALENTE PB Equipe de vigilância designada para acompanhar alvo específico. OBS REM cf. moving surveillance TERMO wave of bombings EQUIVALENTE PB OBS REM Onda de atentados a bomba. 159 TERMO wild goose chase EQUIVALENTE PB Pista falsa. OBS m.q. bum tip REM cf. chicken feed TERMO window dressing EQUIVALENTE PB Materiais suplementares que fazem parte de estória-cobertura com a finalidade de convencer o adversário de que sua percepção é autêntica. OBS REM TERMO wiretap order EQUIVALENTE PB Autorização judicial para escuta telefônica. OBS REM cf. bugging wiretap TERMO world order EQUIVALENTE PB Ordem mundial. OBS REM TERMO world war EQUIVALENTE PB Guerra mundial. OBS REM TERMO worst case scenario EQUIVALENTE PB OBS Pior cenário. m.q. worst casing REM TERMO worst casing EQUIVALENTE PB OBS REM Pior cenário. m.q. worst case scenario 160 TERMO Xerox copy EQUIVALENTE PB Fotocópia. OBS REM cf. Xerox machine TERMO Xerox machine EQUIVALENTE PB Fotocopiadora. OBS REM cf. Xerox copy TERMO Bait truck EQUIVALENTE PB Caminhão-isca OBS REM cf. bait car 161 8.2 ANEXO B: PERFIL DOS ESPECIALISTAS 162 ENTREVISTA TERMINOLOGIA DA INTELIGÊNCIA DE ESTADO Sujeito : 1 Idade : 54 Sexo : F Tempo de atuação na área : 24 anos Área(s) em que atua ( X ) Inteligência ( )Operações de Inteligência ou já atuou : ( X )Ensino ( ) Contra-inteligência Auto-avaliação – Conhecimento da língua inglesa : Ótimo Muito bom Compreensão escrita Compreensão oral Produção escrita Produção oral Bom Regular Insuficiente Não se aplica X X X X 1. Concorda que a a Atividade de Inteligência possui terminologia própria ? a.( X ) Sim b.( ) Não 2. Se afirmativo em (1), o que caracteriza a terminologia de Inteligência em língua portuguesa? c.( X ) jargão militar d.( ) empréstimos em forma pura e.( X ) empréstimos « adaptados » f.( X ) jargão tecnológico g.( X ) etapas do ciclo de Inteligência h.( ) aspecto multidisciplinar da atividade i.( X ) secretismo inerente à atividade j.( X ) códigos criados a partir da realidade e/ou natureza da atividade l.( ) outros : ________________________________________________________ 3. Se negativo em (1), por que não ? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 163 ENTREVISTA TERMINOLOGIA DA INTELIGÊNCIA DE ESTADO Sujeito : 2 Idade : 61 Sexo : M Tempo de atuação na área : >15 anos Área(s) em que atua ( X ) Inteligência ( )Operações de Inteligência ou já atuou : ( X )Ensino ( X ) Contra-inteligência Auto-avaliação – Conhecimento da língua inglesa : Ótimo Muito bom Compreensão escrita Compreensão oral Produção escrita Produção oral Bom Regular Insuficiente Não se aplica X X X X 1. Concorda que a a Atividade de Inteligência possui terminologia própria ? a.( X ) Sim b.( ) Não 2. Se afirmativo em (1), o que caracteriza a terminologia de Inteligência em língua portuguesa? c.( ) jargão militar d.( X ) empréstimos em forma pura e.( X ) empréstimos « adaptados » f.( ) jargão tecnológico g.( ) etapas do ciclo de Inteligência h.( X ) aspecto multidisciplinar da atividade i.( ) secretismo inerente à atividade j.( X ) códigos criados a partir da realidade e/ou natureza da atividade l.( ) outros : ________________________________________________________ 3. Se negativo em (1), por que não ? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 164 ENTREVISTA TERMINOLOGIA DA INTELIGÊNCIA DE ESTADO Sujeito : 3 Idade : 49 Sexo : M Tempo de atuação na área : 23 anos Área(s) em que atua ( X ) Inteligência ( X )Operações de Inteligência ou já atuou : ( X )Ensino ( X ) Contra-inteligência Auto-avaliação – Conhecimento da língua inglesa : Ótimo Muito bom Compreensão escrita Compreensão oral Produção escrita Produção oral Bom Regular Insuficiente Não se aplica X X X X 1. Concorda que a a Atividade de Inteligência possui terminologia própria ? a.( X ) Sim b.( ) Não 2. Se afirmativo em (1), o que caracteriza a terminologia de Inteligência em língua portuguesa? c.( ) jargão militar d.( X ) empréstimos em forma pura e.( X ) empréstimos « adaptados » f.( X ) jargão tecnológico g.( X ) etapas do ciclo de Inteligência h.( X ) aspecto multidisciplinar da atividade i.( X ) secretismo inerente à atividade j.( X ) códigos criados a partir da realidade e/ou natureza da atividade l.( ) outros : ________________________________________________________ 3. Se negativo em (1), por que não ? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________