Monografia-Especializacao-Andre-Costa

Transcrição

Monografia-Especializacao-Andre-Costa
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - CCS
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ARTES MARCIAIS, ESPORTES
DE COMBATE E LUTAS
MILTON MOREIRA:
UMA LENDA VIVA DO JUDÔ CEARENSE
ANDRÉ CARLOS COSTA
Fortaleza, Ceará
2012
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – CCS
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ARTES MARCIAIS, ESPORTES DE
COMBATE E LUTAS
Milton Moreira:
Uma Lenda Viva do Judô Cearense
André Carlos Costa
Monografia apresentada à Universidade
Estadual do Ceará – UECE, como requisito
parcial para conclusão do Curso de
Especialização em Artes Marciais, Esportes de
Combate e Lutas, sob a orientação do prof. ms.
dr. Francisco de Assis Francelino Alves.
Fortaleza, Ceará
2012
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - CCS
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ARTES MARCIAIS, ESPORTES DE
COMBATE E LUTAS
André Carlos Costa
Milton Moreira
Uma Lenda Viva do Judô Cearense
Monografia apresentada como requisito
necessário para obtenção de grau de
Especialista, do curso de Especialização em
Artes Marciais, Esportes de Combate e Lutas,
da Universidade Estadual do Ceará – UECE.
Defesa em:____/____/_________
Conceito obtido:_____________
Banca Examinadora
_______________________________________________
________________________________________________
_______________________________________________
Aprovado em: ____/____/____
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Universidade Estadual do Ceará
Biblioteca Central Prof. Antônio Martins Filho
C837m
Costa, André Carlos.
Milton Moreira: lenda viva do judô cearense / André
Carlos Costa. — 2012.
99 fs.: il. color, enc. ; 30 cm.
Monografia (Graduação) – Universidade Estadual do
Ceará, Centro de Ciências da Saúde, Curso de
Especialização em Artes Marciais, Esporte de Combate e
Lutas, Fortaleza, 2012.
Orientação: Prof. Dr. Francisco de Assis Francelino
Alves.
1. Milton Moreira. 2. Judô. I. Título.
CDD: 796
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Dedico esta obra ao meu falecido filho André Luan de
Oliveira Costa, que partiu no dia 30/10/2011, na flor de
sua juventude.
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AGRADECIMENTOS
A Deus, Pai todo-poderoso, que sabe o que faz dos nossos destinos da vida.
Ao meu pai, André de Souza Costa, por ter me ensinado os primeiros passos nas artes
marciais, por ser, inicialmente, o motivo pelo qual lutava e me esforçava para trazer medalhas
e troféus; e por sua dedicação ao longo da vida em prol do meu sucesso.
À minha família, pela paciência e compreensão, durante os momentos de ausência.
Aos meus mestres Shihan Milton Nunes Moreira, Shihan Antonio de Lima Filho, Shihan
Ediberto Torquato de Freitas (ambos de Fortaleza - CE), Shihan Julio Cezar Simões Adnet
(Brasilia - DF) e Shihan Wilson de Paula (Belo Horizonte - MG).
A todos os meus alunos e pupilos que sempre engrandeceram minha vida pessoal
Aos nobres guerreiros de armaduras trançadas que contribuíram com seus depoimentos
pessoais.
Aos amigos do curso de especialização em Artes Marciais de Combate e Lutas, no qual
destaco entre eles, o prof. Heraldo Simões e os alunos Wilson Hirario e Macelle Sampaio,
pela convivência alegre e harmoniosa.
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“Não existe arte se não houver espírito; não há
espírito se não houver harmonia; e não existe
harmonia se não houver respeito à natureza.”
(Filosofia Ninjitsu).
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PRINCÍPIOS DO JUDÔ
1.
Quem teme perder já está vencido.
2.
Conhecer – se e dominar-se, dominar-se é triunfar.
3.
O judoísta não se aperfeiçoa para lutar, luta para se aperfeiçoar.
4.
Somente se aproxima da perfeição, quem a procura com constância,
sabedoria e, sobretudo a humildade.
5.
Quando verificares, com tristeza, que nada sabes, terás feito teu
primeiro progresso no aprendizado.
6.
A única vitória que perdura, é a que se conquista sobre a própria
ignorância.
7.
Nunca te orgulhes de haver vencido um adversário, ao que venceste
hoje, poderá vencer-te amanhã.
8.
O judoca é o que possui inteligência para compreender aquilo que lhe
ensinam e paciência para ensinar o que aprendeu aos seus companheiros.
9.
Saber cada dia um pouco mais, utilizando o saber para o bem, é o
caminho do verdadeiro judoca.
10.
Praticar judô é educar a mente a pensar com exatidão e velocidade, bem
como o corpo a obedecer com justeza.
11.
O corpo é uma arma cuja eficiência depende da precisão com que se usa
inteligência.
PRINCÍPIOS QUE RESUMEM O QUE É O JUDÔ
Seiryouku Zen’Yô – Máxima eficiência com o mínimo de esforço ou seja melhor uso
da energia vital.
Ju - Suavidade
Jita Kyôei – Bem estar, Amizade e prosperidade mútua, ao assimilar os princípios do
Judô, percebemos que eles não são restritos ao dojô(academia), são válidos em qualquer
atividade da vida diária, quando se pretende atingir um determinado objetivo.
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FILOSOFIA DE UM JUDOCA
Lutamos com garra porque amamos o que fazemos, amamos o judô. Judoca é aquele
que luta com corpo e alma, coloca o sentimento na luta... E é o que fazemos. Não somos
melhores que ninguém, mas lutamos com qualquer um. Porque não tememos ninguém, e
queremos aprender a cada luta. Judô é mais que uma luta é um estilo de vida, é levar o que
aprendemos dentro do tatame pro cotidiano. É tentar errar menos, levantar a cabeça toda vez
que caímos, aprender com todos, ser humilde e respeitar qualquer forma de vida. Ser Judoca é
pensar sempre o que diz "o espírito do Judô". E aos poucos ir entendendo o que realmente ele
diz. Ir amadurecendo e aprendendo. Judô é fora e dentro do tatame, com quimono ou sem, de
faixa branca a preta...
Somos todos iguais, judoca não tem diferença. Judô hoje... Judô sempre... Só fazendo
pra entender. Amamos isso... E é isso que fazemos... E é isso que somos. Judocas pra sempre!
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ORAÇÃO DOS JUDOCAS
Judô nosso que estais no sangue santificado seja nosso golpe, venha a nós o nosso
esforço, que seja feito nosso destino, assim como nos treinos como nas competições. O treino
de cada dia nos daí hoje, perdoai as faltas dos treinos assim como nos perdoamos nossos
professores rígidos, não nos deixei errar a cada entrada e livrai-nos dos calos, das pancadas e
golpes dos adversários.
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O CREDO DO SAMURAI
Eu não tenho parentes.
Faço do céu e da terra meus parentes.
Eu não tenho poder divino.
Faço da honestidade a minha força.
Eu não tenho condutas.
Faço da humildade minha maneira de relacionamento.
Eu não tenho dotes mágicos.
Faço da minha força de espírito meu poder mágico.
Eu não tenho nem vida nem morte.
Faço da eternidade a minha vida e minha morte.
Eu não tenho corpo.
Faço da coragem meu corpo.
Eu não tenho olhos.
Faço do relâmpago meus olhos.
Eu não tenho ouvidos.
Faço do meu bom senso meus ouvidos.
Eu não tenho membros.
Faço da vivacidade meus membros.
Eu não tenho projetos.
Faço da oportunidade meus planos.
Eu não sou um prodigo.
Faço do respeito à verdadeira doutrina meu milagre.
Eu não tenho dogmas rígidos.
Faço da minha adaptabilidade a todas as coisas o meu principio.
Eu não tenho amigos.
Faço do espírito o meu amigo.
Eu não tenho inimigos.
Faço da distração meu inimigo.
Eu não tenho armaduras.
Faço da sinceridade e de minha retidão minha armadura.
Eu não tenho castelo fortificado para me defender.
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Faço da minha sabedoria de espírito meu castelo.
Eu não tenho espada.
Faço da minha calma e silêncio espiritual minha espada.
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RESUMO
Esta monografia tem como um dos objetivos traçar um perfil sobre uma lenda viva
do Judô cearense. Discorre-se no início, sobre a história do judô, sua criação no Japão no ano
1882 na fundação da Kodokan e sua chegada ao Brasil aproximadamente no ano 1903. No
Ceará, falaremos sobre o grande mestre Milton Nunes Moreira, o mais velho praticante de
judô iniciou em 1958 sendo o mais velho em atividade em nosso país, com seus 95 anos de
idade, mostrando sua prática na educação física e em ensinamentos de desenvolvimento
físico, mental e emocional. Utilizaremos vários depoimentos de amigos, alunos, ex-alunos e
praticantes de artes marciais que darão sua impressão sobre o shihan Milton Moreira, assim
como teremos depoimentos do próprio mestre, enfatizando os benefícios que a prática do Judô
traz para a vida pessoal e social do praticante, ressaltando sua influência para disciplina e
redução da violência. Concluímos com fotos, arquivos de jornais e atas.
Palavras chaves: Shihan - Milton Moreira - Judô
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ABSTRACT
(RESUMO EM OUTRO IDIOMA FAZER)
Esta monografia tem como um dos objetivos traçar um perfil sobre uma lenda viva
do Judô cearense. Discorre-se no início, sobre a história do judô, sua criação no Japão no ano
1882 na fundação da Kodokan e sua chegada ao Brasil aproximadamente no ano 1903. No
Ceará, falaremos sobre o grande mestre Milton Nunes Moreira, o mais velho praticante de
judô iniciou em 1958 sendo o mais velho em atividade em nosso país, com seus 95 anos de
idade, mostrando sua prática na educação física e em ensinamentos de desenvolvimento
físico, mental e emocional. Utilizaremos vários depoimentos de amigos, alunos, ex-alunos e
praticantes de artes marciais que darão sua impressão sobre o shihan Milton Moreira, assim
como teremos depoimentos do próprio mestre, enfatizando os benefícios que a prática do Judô
traz para a vida pessoal e social do praticante, ressaltando sua influência para disciplina e
redução da violência. Concluímos com fotos, arquivos de jornais e atas
.
Palavras chaves: Shihan – Milton Moreira e judô
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
(COMPARAR COM FIGURAS NA MONOGRAFIA PARA FAZER A RELAÇÃO DE
FORMA CORRETA)
Figuras.
Figura - foto de Jigoro kano..............1
Figura - foto da KodokanFigura - foto conde KomaFigura - foto de conde Koma
Figura – foto de professor Milton Moreira ladeado prof. André Carlos, shihan Antonio Lima e
o atual presidente da FECJU
Figura - foto prof. Milton Nunes Moreira.perfil
Figura - foto
Figura - foto
Figura – foto
Figura - foto
LISTA DE RECORTES DE DOCUMETOS E CERTIFICADOS
Certificados
Recorte de jornal
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SUMÁRIO
(AO ACABAR A MONOGRAFIA, AJEITAR O SUMÁRIO)
1. Introdução ........................................................................................................................... 16
2. Objetivo Geral .................................................................................................................... 13
2.1 Objetivo Específico ............................................................................................................ 14
3. Justificativa ......................................................................................................................... 15
4. Metodologia ......................................................................................................................... 16
5. História do Judô ................................................................................................................. 18
5.1 Decadência e Renascimento do Jujutsu ............................................................................. 21
5.2 Nascimento do Judô ........................................................................................................... 21
6. Judô no Brasil ..................................................................................................................... 26
6.1 A chegada do Judô no Brasil – Conde Koma ..................................................................... 28
6.2 A volta ao Brasil ................................................................................................................. 29
7. História do Judô no Ceará ................................................................................................. 30
8. O perfil do shihan Milton Nunes Moreira ........................................................................ 34
9. Milton Moreira por documentos, fotos e relatos ............................................................. 00
10. Conclusão .......................................................................................................................... 00
11.Referência...........................................................................................................................00
12. Anexos ................................................................................................................................ 00
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INTRODUÇÃO
Quando iniciei no judô aos 3 (três) anos de idade, na cidade Fortaleza, Ceará, pela
influência e apoio de meu pai, André de Souza Costa, praticante de vale tudo, jiu-jitsu e faixa
preta de judô, que nos anos 60 foi campeão de resistência do Estado do Ceará. Naquela época,
tanto eu quanto meus irmãos André de Souza Costa Filho, André Luiz de Souza Costa e o
André Francisco Carlos Costa (já falecido), treinávamos na academia do prof. Milton Nunes
Moreira.
Nossa família é formada de praticantes de judô. Todos chegaram muito bem aos
tatames cearenses graça aos ensinamentos do mestre Milton Moreira. Com o tempo, meu
irmão mais velho, André Filho, músico e compositor, optou pelo karatê. Meu outro irmão,
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André Luiz, foi várias vezes campeão cearense e chegou a ficar em 3º (terceiro) lugar no
Campeonato Brasileiro Norte e Nordeste de Judô. Hoje é advogado. Meu irmão caçula André
Francisco foi um grande destaque no judô cearense. Ficou em 3º lugar no Campeonato
Brasileiro realizado no Clube Pinheiros em São Paulo-SP. Ele era franzindo, peso super
ligeiro e tinha uma técnica apuradíssima pena que faleceu na flor da idade aos 15 anos.
Dos quatro irmãos, fui o único que me dediquei avidamente ao Judô e praticamente
passei grande parte da minha vida com o shihan Milton Moreira foram muitas viagens
campeonatos, demonstrações, palestras e conselhos. Disputei 98 (noventa e oito) campeonatos
e 11 (onze) seletivas sem nenhuma derrota. Sou tri-campeão norte e nordeste, tetra-campeão
universitário cearense, 11 (onze) vezes campeão cearense, 2 (duas) vezes vice-campeão
brasileiro, vice-campeão internacional de judô em Botucatu-SP, vice – campeão cearense de
natação, instrutor de boxe, faixa preta de kick boxing, professor dos cursos de formação na
área de segurança pública da Polícia Militar do Estado do Ceará, ministrei cursos para a
Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Guarda Municipal e para particulares. Também ministrei
cursos sobre o uso de Táticas de Imobilizações Policiais, Tonfas, Defesa Pessoal etc. Em
2008, me tornei professor na Academia de Judô Clube Sol Nascente, de propriedade do ilustre
shihan Milton Nunes Moreira. Há 14 (quatorze) anos dou cursos de formação para agentes de
segurança pública do estado do Ceará.
A idéia do tema para esta monografia surgiu ao ler o livro “Personagens e Histórias
do Judô Brasileiro”, de autoria do brasileiro Virgílio Stanlei (Campinas, SP, Ed. Átomo,
2002), escritor ilustre sobre temas de artes marciais. Sua obra sobre os grandes nomes do judô
brasileiro não cita meu mestre Milton Moreira, mesmo tendo sido o primeiro faixa preta de
judô do Estado do Ceará, ter treinado e formado vários faixas preta, ter sido técnico de vários
campeões cearenses e brasileiros. Com simplicidade, humildade e busca pela perfeição, meu
mestre mudou a vida de várias pessoas que tiveram a oportunidade de treinar com ele. Tudo
isso faz dele uma lenda viva no judô cearense.
Com muita honra, me senti na obrigação de ser o primeiro a fazer uma monografia
falando a respeito da história de uma lenda viva no judô cearense, pois mesmo que muitos
artistas marciais sejam formados nenhum escreveu sobre este ícone cearense.
Acredito que esta monografia, de forma simples, clara e objetiva, visa trazer ao
conhecimento de todos os professores e praticantes de artes marciais, a história do 1º. faixa
preta de judô do Estado do Ceará, assim como sua importância no surgimento e
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desenvolvimento do judô cearense, através da pesquisa em certificados e recortes de jornais,
depoimentos do própria mestre e de judocas influenciados por ele.
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OBJETIVO GERAL
Esta monografia visa, de uma maneira simples e objetiva, contar a história do shihan
Milton Nunes Moreira, ícone do judô cearense, mostrando a importância dele para o
desenvolvimento do judô no Estado do Ceará e servindo como fonte de pesquisa para
professores de artes marciais e alunos. Este trabalho será transformado em livro para que mais
pessoas, novos e antigos praticantes, tenham conhecimento deste exemplo de vida.
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OBJETIVO ESPECÍFICO
Narrar, através desta monografia, a história de vida do shihan Milton Nunes Moreira,
lenda viva do judô cearense, para que professores, técnicos, praticantes de judô e das mais
variadas artes marciais, entendam a importância desse mestre para a história do judô no
Ceará. Produzir um livro a partir desta monografia.
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JUSTIFICATIVA
Elaborar um estudo sobre a história do judô no Ceará, tendo como centro desta
investigação o shihan Milton Nunes Moreira. Não busco falar dos atletas de alto nível,
calendários de competições ou sistemas fisiológicos a atividades físicas, lugar comum em
monografias na área de educação física. Pretendo mostrar a importância desse mestre judoca
que tanto contribuiu e ainda contribui para a divulgação e prática do judô no Estado do Ceará,
buscando como fonte de relatos históricos, não somente o mestre Milton, mas também alunos
e ex-alunos que passaram pelos tatames cearenses, utilizando linguagem direta e simples, para
fácil entendimento do leitor, judoca ou não, dando ênfase a ampla apuração sobre conceitos
históricos e intimidade com personagens até então desconhecidos.
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METODOLOGIA
A pesquisa pretende apurar informações de pessoas ligadas ao judô cearense, mas
sem prender-se a perguntas “prontas”. As entrevistas ocorrerão através de um método onde
predomina o diálogo com o entrevistado. Segundo Medina(2000, p.6), na maior parte das
circunstâncias, jornalista (comunicador) imprime o ritmo de sua pauta e até mesmo
preestabelece as respostas.
(...) Eis algumas possibilidades de enriquecimento informativo na
entrevista aberta, sem a camisa-de-força do questionário fechado: o centro do
diálogo se desloca para o entrevistado; ocorre liberação e desbloqueamento da
situação inter-humano e esta relação tem condições de fluir; atinge-se a autoelucidação (MEDINA, 2000, p.11).
Conforme preconiza Medina (2000, p. 19), qualquer pessoa no anonimato tem
alguma coisa importante a dizer. Portanto, o presente trabalho busca mostrar pessoas com
historias de vida interessante, como no caso do perfil de caráter humanista do judoca cearense
Milton Nunes Moreira, personagem histórico e ícone desta arte marcial.
Destaca-se ainda ser o primeiro faixa preta do Estado do Ceará e o mais velho judoca
em atividade do país. Nosso objetivo é apresentar ao leitor, de maneira menos formal, parte
relevante da vida do entrevistado.
Ao contrário da espetacularização, a entrevista com a finalidade de traçar
um perfil humano não provoca gratuitamente, apenas para acentuar o grotesco, para
“condenar” a pessoa (que estaria pré-condenada) ou glamorizá-la
sensacionalisticamente. Esta é uma entrevista aberta que mergulha no outro para
compreende seus conceitos, valores, comportamentos, históricos de vida.
(MEDINA, 2000, p 18).
Nosso pesquisa se inicia com a historia do judô no Japão 1882 na fundação da
academia Kodokan, no tendo a terra conhecida como Sol Nascente, o Japão país de origem
desse esporte, sua chegada ao Brasil aproximadamente em 1902, e posteriormente ao Ceará
no ano de 1958, até a iniciação do professor Milton Nunes Moreira no mesmo ano nessa arte
marcial.
Para compreendemos o inicio do judô no Ceará e do mestre prof. Milton Moreira,
foram realizadas entrevistas com membros da Federação Cearense de Judô e com vários
mestres de artes marciais do Ceará, dentre eles destacamos shihan Antonio de Lima Filho, um
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dos precursores da arte suave no Ceará, Sensei Maraguape, professor da arte de mãos vazias,
professor Sá, do jiu-jitsu e o próprio shihan Milton Nunes Moreira. Utilizaremos também,
dados e recortes de jornais da época, fotos, certificados e etc.
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HISTÓRIA DO JUDÔ
A história do inicio do judô conforme a obra Kodokan Judo, publicada em 1956,
autor Jigoro Kano segundo a revisão e traduzido por Wagner Bull, São Paulo, editora Cultrix,
2008, vejamos os fatos a seguir; o Sr. Jirosaku Makeshiba Kano intendente naval do
Shogunato Tokugawa teve o terceiro filho, nascido em 28 de outubro de 1860, em Mikage no
distrito regional de Hyogo, Tóquio, Japão, com o nome de infância e de batismo de
Shinnosuke, mas depois passou a chama-se Jigoro Kano. Quando adulto, tinha apenas 1,50
cm e pesava entre 45 e 50 kg. Faleceu a bordo do transatlântico Hikawa Maru, em 4 de maio
de 1938.
O grande mestre Jigoro Kano, em 1877, com apenas 17 anos, pela primeira vez entra
na escola Tenshin Shin’yo, onde aprende com o professor Hachinosuke Fukuda, aulas de
jujutsu pela primeira vez.
Segundo Kano, Jigoro, Judô Kodokan/1956 tradução Bull, Wagner (São Paulo:
Cultrix, 2008, p.259,), mostra uma cronologia da vida do criando do judô o mestre Jigoro
Kano vejamos abaixo;
‘1860 - Jigoro Kano nasceu no dia 28 de outubro, terceiro filho de Jirosaku
Mareshiba Kano, em Mikage (município de Hyogo).
1871 - Entra para a Seitatsu Shojuku, uma escola particular em Tóquio, onde aprende
com o professor Keido Ubukata.
1873 - Entra para a Ikuei Gijuku, uma escola particular em Karasumori, Shiba,
Tóquio. Recebe aulas especiais em inglês e alemão de professores nativos.
1874 - Entra para a Tokyo School of Foreign Languages (a escola de línguas
estrangeiras de Tóquio).
1875 - Entra para escola Kaisei.
1877 - Entra para a escola Tenshin Shin’yo, onde aprende com o professor
Hachinosuke Fukuda. Recebe aulas de jujutsu pela primeira vez.
1881 - Gradua-se pela Universidade Imperial de Tóquio, em Literatura, Política e
Economia Política. Começou seus estudos de Jujutsu na escola de Kito, com o professor
Liukubo Tsunetoshi.
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1882 - Torna-se conferencista em Gakushuin e, mais tarde, professor. Funda a
Kodokan dojo nos terrenos do templo Eishoji, em Tóquio, onde passou ser instrutor.
1883 - Funda a Kobunkan, uma escola para alunos chineses, e se torna seu diretor.
1886 - Nomeado vice-diretor de Gakushuin.
1889 - Renuncia ao cargo de vice-diretor de Gakushuin, para aceitar um cargo no
departamento da Casa Imperial. Realiza uma viagem de estudos, visitando instituições
educacionais na Europa.
1891 - Torna-se diretor da Quinta Escola Superior, no distrito regional de
Kumamoto, passa a ser Conselheiro do Ministério da Educação.
1893 - Torna-se diretor da Primeira Escola Normal Superior, em Tóquio, e depois
diretor da Escola Normal Superior de Tóquio, e chefe do Departamento Bibliotecário do
Ministério da Educação.
1897 - Renúncia ao cargo de diretor da Escola Normal Superior de Tóquio, e depois
reassume o cargo.
1898 - Renuncia novamente e assume a chefia do Departamento Geral de Assuntos
Escolares do Ministério da Educação.
1901 - Torna-se diretor da Escola Normal Superior de Tóquio pela terceira vez.
Nessa época, o judô e o kendo passam a desfrutar uma grande popularidade aos 41 anos.
1902 - Instala uma escola para o intercâmbio de estudantes da China.
1908 - A Assembléia Legislativa aprova por unanimidade um projeto de lei que
exige que todas as escolas de ensino médio ofereçam aulas de jujutsu e de esgrima gekiken.
1909 - É o primeiro japonês a se tornar membro do Comitê Olímpico Internacional.
1911 - Instalação de um Departamento de Instrução para professores de Judô no
Kodokan funda a Associação Atlética do Japão, sendo o seu primeiro presidente.
1912 - Visita ao V Jogos Olímpicos em Estocolmo, os primeiros com participação do
Japão.
1920 - Renuncia ao cargo de diretor da Escola Normal Superior de Tóquio e visita os
VII Jogos Olímpicos em Antuérpia.
1922 - É eleito para a Câmara Alta do Japão. Renuncia ao cargo de presidente da
Associação Atlética, cujo Presidente de Honra ele passa a ser e logo em seguida funda a
Associação dos faixas-pretas “Dan”.
1924- É nomeado professor aposentado da Escola Normal Superior de Tóquio.
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1928 - Comparece aos IX Jogos Olímpicos em Amsterdã, como membro do Comitê
Olímpico Internacional.
1930 - Mestre Kano fica muito feliz, realiza outro sonho, que é a realização dos
primeiros Campeonatos Japoneses de Judô.
1932 - Visita aos X Jogos Olímpicos em Los Angeles. Fundação de um Instituto de
Medicina no Kodokan.
1933 - Visita à Europa para oferecer Tóquio como local para os XII Jogos
Olímpicos.
1934 - Mudança do Kodokan para o bairro de Tóquio, Suidobashi. Visita à
Assembléia do Comitê Olímpio Internacional.
1936 - Comparece aos XI Jogos Olímpicos em Berlim.
1938 - Comparece ao encontro do Comitê Olímpicos Internacional no Cairo, onde
propõe que Tóquio seja a sede da 12ª Olimpíada. Falece aos 78 anos no dia 4 de maio, a bordo
do navio SS “Hikawa-Maru” de pneumonia. “É aprovada a realização dos XII Jogos
Olímpicos em Tóquio.”
Segundo o site da Confederação Brasileira de Judô - CBJ, o judô é uma arte marcial
praticada como desporto, fundada por Jigoro Kano em 1882. Os seus objetivos são fortalecer
o físico, a mente e o espírito de forma integrada, para além de desenvolver técnicas de defesa
pessoal.
Afirma o site www.judoinforme.com/historiajudo.html, ‘O judô teve uma grande
aceitação em todo mundo, pois Kano conseguiu reunir a essência do jujutsu, arte marcial
praticada pelos bushi, ou cavaleiros durante o período Kamakura (1185-1333), a outras artes
de luta praticadas no Oriente e fundi-las numa única e básica.
O judô foi considerado desporto oficial no Japão nos finais do século XIX e a policia
nipônica introduziu-o nos seus treinos. O primeiro clube judoca na Europa foi o londrino
Budokway(1918).
A vestimenta utilizada nessa modalidade é o keikogi(não confundir com kimono),
que no judô recebe o nome de judogui, e que com o cinturão forma o equipamento necessário
à sua prática.’.
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O site da CBJ explica que judogui pode ser branco ou azul, ainda que o azul seja
quase apenas utilizado para facilitar as arbitragens em campeonatos oficiais. Com milhares de
praticantes e federações espalhadas pelo mundo, o judô se tornou um dos esportes mais
praticados representado um nicho de mercado fiel e bem definido.
Não restringindo seus adeptos a homens com vigores físicos e estendendo seus
ensinamentos para mulheres, crianças e idosos, o judô teve um aumento significativo no
número de praticantes. Sua técnica utiliza basicamente a força e o peso do oponente contra
ele.
Palavras ditas por mestre Kano(1882) para definir a luta: “arte em que usa ao
máximo a força física e espiritual.” A vitória, ainda segundo seu mestre fundador, representa
um fortalecimento espiritual.
Diz ainda Kano (1882) em seu discurso da inauguração de sua escola de Judô –
Kodokan; “Aproveitando todas as vantagens e conhecimentos por mim adquiridos nas varias
escolas de jiu-jitsu (ataque e defesa) e acrescentando minhas idéias e métodos próprios, eu
estou inaugurando um novo sistema de cultura física e desenvolvimento mental, assim como
de competir vitoriosamente. A isto denomino Judô - Kodokan ”.
Figura 1 Jigoro Kano, fundador do Judô
DECADÊNCIA E RENASCIMENTO DO JUJUTSU
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Conforme Kano, Jigoro em sua obra Judô memóirs of Jigoro Kano(1938), em 1864,
o comodoro Matthew Perry, comandante de uma expedição naval americana conseguiu fazer
com que os japoneses abrissem seus portos ao mundo com o tratado ‘Comércio, Paz e
Amizade’.
Abrindo seus pontos para o ocidente, surgiu na terra do Sol nascente uma tremenda
transformação política – social, denominada Era Meiji ou ‘Renascença Japonesa’, promovido
pelo imperador Matsuhito Meiji(1868-1972).
Anteriormente, o imperador exercia sobre o povo influência e poderes espirituais,
porém com a “Renascença Japonesa” ele passou a ser o verdadeiro comandante da Terra das
Cerejeiras. Nessa dinâmica época de transformações e inovações radicais, os nipônicos
ficaram ávidos por moderniza-ser e adquirir a cultura ocidental.
Tudo aquilo que era tradicional ficou um pouco esquecido, ou melhor, quase que
totalmente renegado. Os mestres do jujutsu perderam as suas posições oficiais e viram-se
forçados a procurar emprego em outros lugares. Muitos se voltaram então para a luta e
exibição em feiras.
A ordem proibindo os samurais de usar espadas em 1871 assinalou um declínio em
todas as artes marciais, e o jujutsu não foi uma exceção, sendo considerado como uma relíquia
do passado. Como não era difícil acreditar, tempos depois surgiu uma onda contrária às
inovações radicais, conforme o site www.judoinforme.com/historiajudo.html
Segundo Kano, Jigoro (1938) conta; “havia terminada a onda chamada febre
ocidental.
O jujutsu foi recolocado na sua posição de arte marcial, tendo o seu valor
reconhecido, principalmente pela policia e pela marinha. Apesar de sua indiscutível eficiência
para a defesa pessoal, o antigo jujutsu não podia ser considerado um esporte, muito menos ser
praticado como tal. Não haviam regras tratadas pedagogicamente e nem mesmo
padronizadas.”.
Os professores ensinavam às crianças os denominados golpes mortais e os
traumatizantes e perigosos golpes baixos. Sendo assim, quase sempre, os alunos menos
experientes, machucavam-se seriamente.
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Valendo-se das suas superioridades físicas, os maiores chegavam a espancar os
menores e mais fracos.
Tudo isso fazia com que o jujutsu gozasse de certa impopularidade, logicamente,
entre as pessoas esclarecidas e que possuíssem um pouco de bom senso, fazendo assim o
jujutsu entra em outra fase de decadência.
NASCIMENTO DO JUDÔ
Originado no Japão, o judô na verdade envolver conjuntos de técnicas aplicadas a
conceitos de filosofia, que tem como principio ensinar ao praticante, independente de sexo, a
arte do ataque e defesa.
Segundo Adnet, Julio.(2012), o professor Jigoro Kano até meados de 1882 praticava
a arte marcial Jujutsu. Nesta época concluiu um criterioso estudo junto ás escolas que
freqüentavam como praticante e pesquisador da nobre arte de ataque e defesa. Decidiu então
criar um método de luta cujo objetivo, acima de tudo, era o de respeito ao próximo.
Afirmar ainda Adnet, Julio(2012), que mestre kano reformulou-o, eliminando todas
as técnicas perigosas que pudessem ameaçar a integridade física dos praticantes e
acrescentando novas idéias e métodos. Assim foi criado o Judô – instrumento decisivo e
valioso na formação dos jovens que o praticam:
- JU - suave
- DO – respeito, moral, principio, doutrina, caminho
Conforme Adnet, Julio (2012), baseado nesses inconvenientes, Jigoro Kano, um
jovem que na adolescência se sentia inferiorizado sempre que precisasse desprender muita
energia física para resolver um problema, resolveu modificar o tradicional jujutsu, unificando
os diferentes sistemas, transformando-o em um poderoso veiculo de educação física.
Pessoa de alta cultura geral, ele era um esforçado cultor de jujutsu. Procurando
encontrar explicações cientificas aos golpes, baseados em leis de dinâmica, ação e reação,
selecionou e classificou as melhores técnicas dos vários sistema de jujutsu, dando ênfase
principalmente no ataque aos pontos vitais e nas lutas de solo do estilo Tenshin-Shinyu-Ryu e
nos golpes de projeção do estilo Kito-Ryu.
Inseriu princípios básicos como o do equilíbrio, gravidade e sistema de alavancas nas
execuções dos movimentos lógicos. Estabeleceu normas a fim de tornar o aprendizado mais
46
fácil e racional. Idealizou regras para um confronto esportivo, baseado no espírito do ipponshobu (luta pelo ponto completo).
Segundo Kano, Jigoro (1938) ele procurou demonstrar que o jujutsu aprimorado,
além de sua utilização para defesa pessoal, poderia oferecer aos praticantes, extraordinárias
oportunidades no sentido de serem superadas as próprias limitações do ser humano.
Jigoro Kano tentava dar maior expressão à lenda de origem do estilo Yoshin-Ryu
(escola do coração de Salgueiro), esta se baseava no principio de “ceder para vencer”,
utilizando a não resistência para controlar, desequilibrar e vencer o adversário com o mínimo
de esforço. Em um combate o praticante tinha como o único objetivo à vitoria.
No entender de Kano, isso era totalmente errado. Uma atividade física deveria servir
em primeiro lugar, para a educação global dos praticantes. Os cultores profissionais do jujutsu
não aceitavam tal concepção. Para eles o verdadeiro espírito do jujutsu era o shi-Kenshobu(vencer ou morrer até a morte).
Diz à lenda que um médico e filósofo japonês, Shirobei-Akyama, estava convencido
que a origem dos males humanos seria resultado da má utilização do corpo e do espírito.
Deste modo partiu para estudos de técnicas terapêuticas chinesas, estudou o princípio
do taoísmo, acupuntura e algumas técnicas de wushu, luta chinesa que usava as projeções, as
luxações e os golpes.
Quando Shirobei retornou ao Japão passou a ensinar seus discípulos o que havia
assimilado do princípio positivo da filosofia taoista, tanto na medicina como na luta, ou seja,
ao mal ele opunha o mal, à força, força.
No entanto este princípio só se aplicava a doença menos complexas como em
situações fáceis de lutas, ao enfrentar um oponente mais forte não dava resultados.
Assim, seus discípulos o abandonaram e ele perplexo retirou-se para um pequeno
tempo e por cem dias meditou. Durante este espaço, tudo foi colocado em questão, a filosofia
chinesa ying e yang, a acupuntura e por fim todos os métodos de combate, na medida que
“por uma ação a outra ação não é vantajoso a não ser que a minha força seja superior à força
adversa”.
Certo dia quando passeava no jardim do templo enquanto nevava, escutava os
estalidos dos galhos das cerejeiras que se quebravam sob ao peso da neve. Por outro lado,
observou um salgueiro que com o peso da neve curvava os seus ramos até que a neve era
depositada no solo e depois retornava a sua posição inicial.
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Por suas idéias, Jigoro Kano era desafiado e desacatado insistentemente pelos
educadores da época, mas não mediu esforços para idealizar o novo jujutsu, diferente, mais
completo, mais eficaz, muito mais objetivo e racional, denominado de judô, e transformandoo num poderoso veículo de educação física.
Chamando o seu novo sistema de judô, ele pretendeu elevar o termo “jutsu”(arte ou
prática) para “do”, ou seja, para caminho ou via, dando a entender que não se tratava apenas
de mudança de nomes, mas que seu novo sistema repousava sobre uma fundamentação
filosófica.
Em fevereiro de 1882, no templo de Eishoji de Kita Inaritcho, bairro de Shimoya em
Tóquio, logo Jigoro Kano inaugura sua primeira escola de judô, denominada Kodokan
(Instituto do Caminho da Fraternidade), já que “Ko” significa fraternidade, irmandade; “Do”
significa caminho ou via e “Kan” instituto.
O mestre Jigoro Kano, conhecido como pai da educação integral no Japão e, ainda
hoje, é universalmente reverenciado por todos os praticantes do Judô e educadores
pedagógicos do Japão e do mundo. Certa vez, comentou o mestre, em 1989, numa de suas
primeiras palestras a respeito de sua idéia de sistematizar os conhecimentos do Ju-jutsu (Kano
apud, Sugai, 2000, p. 211, vol.1):
“O jiu-jitsu era algo que não poderia ser usados por jovens ou por homens
inexperientes. Eu desejava mostrar que eu ensino não é perigoso e não
necessariamente iria machucar uma pessoa. Não é o jiu-jitsu
como era
ensinado.Isso é o Judô, uma coisa totalmente diferente. A segunda razão é os
mestres de jiu-jitsu ganharam a vida organizando tropas que eram compostas pelos
seus seguidores, colocando as brigas em exibição, e ainda cobravam ingresso para as
pessoas assistirem. Outros foram mais longe, aos estágios de lutas profissionais de
Sumô e jiu-jitsu . Tais práticas degrantes de prostituição das artes marciais são
repugnantes para mim.Então, resolvi evitar o termo Jiu-jitsu e adotei o judô.”
Devemos ao judô algumas mudanças;
Uma grande organização, ao invés de pequenas organizações familiares.
A oportunidade de padronização das técnicas haja vista a criação de um gokyo.
As artes marciais como esporte olímpico.
O uso de roupa apropriada para artes marciais o judogui.
As faixas coloridas (que foram depois imitadas pelo Karatê e outras artes marciais).
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2. FIGURA Jigoro Kano fazendo a leitura no Kodokan em uma cerimônia de
promoção
49
JUDÔ NO BRASIL
O mestre Massao Shinohara em seu manual de Judô, publicação de maio de 1982,
página 9, afirma que o Judô foi implantado no Brasil por volta do ano 1908 ou pouco mais,
com o advento da imigração japonesa, cujo primeiro contingente chegou ao porto de Santos
em 18 de junho de 1908, a bordo do navio Kasato Maru. Com referência muito vagas sobre
um certo professor Miura que teria ensinado Judô em nossa pátria por volta de 1903.
Já o mestre Kwanichi Takeshita, afirma que foi no inicio dos anos vinte que chegou
o Judô, impressionando os esportistas pela facilidade com que se venciam os desafios feitos
aos nossos lutadores. Entretanto, o interesse despertado não cresceu, apenas foi mantido com
a chegada de novos mestres, que foram preparando e dando condições para que anos mais
tardes viesse a ser o Judô no Brasil o grande esporte que efetivamente é nos dias de hoje.
Essa duplicidade de datas talvez possa ser explicado pela forma com que foi
introduzido em nosso país o judô, pois de uma lado há uma corrente formada pelos pioneiros
do kasato Maru e subseqüentes, que dedicando-se a outros misteres, principalmente a
agricultura, faziam do judô um derivado, uma atividade social, uma forma de manter laços e
apagar a saudade da pátria longínqua. Poderia se dizer que praticavam um judô localizado,
restrito a pequenos grupos e sem finalidades lucrativas. O primeiro registro com referência a
esse grupo iria para Tatsuo em 1924, seguindo – se Katsutoshi Naito, Sobei Tani, Ryuzo
Ogawa e outros mais.
Por outro lado, numa outra corrente, formavam os ‘lutadores’, isto é, aqueles que
lançando e aceitando desafios, lutando publicamente, além de buscarem a implantação do
judô entre nós, faziam disso uma forma de subsistência ou de complementação financeira.
Entre estes colocaríamos, Mitsuyo Maeda (Conde Koma), Takagi Saigo, Géo Omori, Ono e
etc. Visto por prisma, o judô começou a ser implantado no inicio dos anos vintes.
Olhando uma forma e outra, achamos que a primazia pode realmente estar com o
japonês do Kasato Maru, entretanto a forma mais válida e que melhores resultados trouxeram
na época foi a atuação dos lutadores, que atingiam com seus espetáculos um número bem
maior e de forma mais positiva os possíveis interessados. Com o passar do tempo essa
situação inverteu-se, já não mais havendo os espetáculos como eram proporcionados naqueles
tempos. Assim, se uns chegaram primeiros, os outros atuaram de forma mais objetiva e
eficiente para a implantação da época. Revista ‘Budô’, p.24, ano 1986
Agora conforme o site da Confederação Brasileira de Judô; o judô surgiu no Brasil
por volta de 1902, através de Thayan Lauzin.
50
Segundo, Virgilio, Stanlei, Conde Koma - O invencível yondan da historia,
Campinas - SP, Editora ÁTOMO, 2002; o conde Koma Mitsuyo Maeda ou Eisei Maeda,
como também era conhecido, fez sua primeira apresentação no país em Porto Alegre.
Partiu para as demonstrações pelos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo,
transferindo-se depois para o Pará em outubro de 1915, onde popularizou seus conhecimentos
dessa arte.
Outros mestres também faziam exibições e aceitavam desafios em locais públicos.
Mas foi um inicio difícil para um esporte que viria a se tornar tão difundido. Um fator
decisivo na historia do judô foi a chegada ao pais de um grupo de nipônicos em 1924. Tinham
como líder o professor Riuzo Ogawa e fundaram a Academia Ogawa, com o objetivo de
aprimorar a cultura física, moral e espiritual, por meio do esporte do quimono.
Apesar de Riuzo Ogawa ser um mestre de jujutsu tradicional, chamou de judô a arte
marcial que lecionava quando este nome se popularizou. Portanto, ensinava um estilo que não
era exatamente o Kodokan judô, o que não diminui sua enorme contribuição ao começo do
judô no Brasil.
Daí por diante disseminaram-se a cultura e os ensinamentos do mestre Jigoro Kano e
em 18 de março de 1969 era fundada a Confederação Brasileira de judô, sendo reconhecida
por decreto em 1972.
Hoje em dia o judô é ensinado em academias e clubes e reconhecidos como um
esporte saudável que não está relacionado à violência. Esse processo culminou com a grande
oferta de bons lutadores brasileiros atualmente, tendo conseguido diversos títulos
internacionais.
3 FIGURA DE CONDE KOMA MAEDA
Nome completo: Mitsuyo Maeda
Nascimento:18 de novembro de 1878
Local nascimento: Hirosaki – Japão
Morte:28 de novembro de 1941 (63 anos)
Local de falecimento:Belém-Pará-Brasil
Nacionalidade: Japão
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Cidadania: Brasil
Nome brasileiro: Otavio Mitsuyo Maeda
Cônjuge: May Iris
Filhos:Celeste Maeda e Clivia Maeda ambos
brasileiros
A CHEGADA DO JUDÕ NO BRASIL CONDE KOMA
Segundo, Virgilio, Stanlei(2002), Mitsuyo Maeda nasceu em 1878, na Prefeitura de
Aomori, situada ao Norte da ilha japonesa de Honshu. Quando tinha, aproximadamente, 18
anos, ele se transferiu para Tóquio, onde começou a praticar artes marciais.
Ao chegar à cidade de Tóquio, Maeda passou a estudar num dos colégios mais
tradicionais do país e, mais tarde, entrou numa universidade elitista, hoje chamada de Waseda
e reconhecida como grande centro de ensino. Foi lá eu se versou nas técnicas do jiu-jitsu
japonês.
Posteriormente, bateria às portas da Kodokan, famosa academia de judô que
permanece em funcionamento até hoje e já na época, considerado o melhor centro de artes
marciais do Japão.
Mais tarde, ao 26 anos mais precisamente em 1904, Koma ao lado de Sanshiro
Satake, saiu do Japão. Seguiram então para os Estados Unidos, México, Cuba, Honduras,
Costa Rica, Panamá, Colômbia, Equador, Peru (onde conheceram Laku, mestre em ju-jitsu
que dava aulas para a polícia peruana), Chile, onde mantiveram contato com outro lutador,
(Okura), Argentina (foram apresentados a Shimitsu) e Uruguai.
Mas antes da saída o Mestre Jigoro Kano convoca o aluno-prodígio Eida Maeda para
viaja aos EUA, a fim de propagar o judô, sendo nomeado ‘Embaixador’ e recebendo o titulo
de quarto grau das mãos de seu mestre.
Ao lado da troupe que a eles se juntou nos países sul-americanos, Koma exibiu-se
pela primeira vez no Brasil em Porto Alegre. Seguiram depois para o Rio de Janeiro, São
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Paulo, Salvador, Recife, São Luís, Belém (em outubro de 1915) e finalmente Manaus, no dia
18 de dezembro do mesmo ano.
A passagem pelas cidades brasileiras foi marcada apenas por rápidas apresentações.
Por sua elegância e semblante sempre triste, Mitsuyo Maeda ganhou o apelido de Conde
Koma durante o período que ficou no México. A primeira apresentação do grupo japonês em
Manaus, intermediado pelo empresário Otávio Pires Júnior, em 20 de dezembro de 1915,
aconteceu no teatro Politeama.
Foram apresentadas técnicas de torções, defesas de agarrões, chaves de articulação,
demonstração com armas japonesas e desafio ao público. Com o sucesso dos espetáculos, os
desafios contra os membros da equipe multiplicaram.
Entre os desafiantes, boxeadores como Adolfo Corbiniano, de Barbados, e lutadores
de luta livre romana como o árabe Nagib Asef e Severino Sales. Na época Manaus vivia o
"boom" da borracha e com isso as lutas eram recheadas de apostas milionárias, feitas pelos
barões dos seringais. De 4 a 8 de janeiro de 1916, foi realizado o primeiro Campeonato de Jiujitsu amazonense.
4 FIGURA DE CONDE KOMA MAEDA
A VOLTA AO BRASIL
53
No livro Conde Koma – O Invencível yondan da historia, Virgilio, Stanlei(2002),
conta a historia, que no ano de 1917, de volta ao Brasil, mais especificamente em Belém, e
tendo ao lado sua companheira, a inglesa May Iris Maeda, Conde Koma ingressa no
American Circus onde conhece finalmente Gatão Gracie. Em novembro de 1919, o Conde
retorna a Manaus, agora na condição de desafiante de seu amigo Satake. Foi então que
aconteceu a única derrota de Koma em toda sua carreira. Em algumas biografias diziam que
ele nunca havia sido derrotado.
Então ele volta para Belém e em 1920, já com a crise da borracha, é desfeito o
American Circus. Com isso, Mitsuo Maeda embarca novamente para a Inglaterra. Em 1922,
regressa como agente de imigração, trabalhando pela Companhia Industrial Amazonense e
começa a ensinar judô aos belenenses na Vila Bolonha.
No mesmo ano, seu ex-companheiro Satake embarca para a Europa e nunca mais se
tem notícias do grande mestre. Conde Koma continuou em Belém, falecendo em julho de
1941. Carlos e Hélio Gracie, filhos de Gastão seguiram atuando no ju-jitsu, modalidade que
aprenderam com Koma no circo do pai.
Isso, depois que a arte marcial já estava definitivamente implantada em Manaus
pelos membros da troupe de Koma, principalmente Sanshiro "Barriga Preta" Satake.
5 FIGURA DE CONDE KOMA MAEDA E PRIMEIROS ALUNOS
BRASIELIROS
HISTORIA DO JUDÔ NO CEARÁ
54
Quando incluirmos a historia do judô do Ceará retiramos de informações de varias
fontes dentre elas esta a reportagem da revista Tatame pag.27 a 32, ano 2008, também
pesquisado foi a obra O criado de uma dinastia, Reila Gracie, Rio de Janeiro – RJ em 2008,
filha do mestre Carlos Gracie, sendo que foi de extrema importância a entrevista do
pesquisado Rafhael Sampaio sobre a historia do judô no Ceará, fonte de pesquisa site
http://www.judoclubesolnascente.com.br/historico.html.
O Judô no Ceará começa na década de 50, quando aqui no Ceará reinava a arte
suave (jiu-jitsu). Aquela mesma que foi repassada aos integrantes da família Gracie por
Mitsuyo Maeda o “Conde Coma” no Pará na década de 20. Com a ida dos Gracie para o Rio
de Janeiro, tiveram eles uma parada em Fortaleza, inclusive se estabelecendo aqui por alguns
anos. No período de sua estadia por aqui os mesmos chegaram a organizar alguns eventos na
cidade, descobrindo o interesse de várias pessoas pelas lutas corpo a corpo e vários talentos,
entre eles, um em especial, Sr. Pedro Hemetério que veio a se tornar uma das sumidades do
jiu-jitsu
Nacional, e braço direito dos Gracie. Antes da chegada do jiu-jitsu
no Ceará a
única forma de luta aqui praticada era a luta Grego-Romana (Livre) que aqui chegou em
1928.
Com o passar do tempo alguns praticantes de jiu-jitsu
mais graduados resolveram
repassar aquilo que sabiam isso ocasionou o surgimento de algumas academias, dentre elas
três se destacavam: A do Prof. Nilo Veloso aluno direto de George Gracie, do Prof. Soares e a
do Prof. Herondino esse último aluno do Prof. Pedro Hemetério.
Na academia do Prof. Nilo Veloso uma das mais tradicionais, um aluno se destacava,
seu nome era Milton Nunes Moreira, que na época exercia a profissão de alfaiate, mas era um
aficionado por esportes de luta os quais acompanhava desde a chegada da Luta Livre aqui em
Fortaleza.
Como na décadas de 40 e 50 época ensino do jiu-jitsu
era bastante restrito, os
alunos que desejassem aprender a lutar tinham de ser indicados por algum praticante para
chegar até a academia, geralmente os treinos aconteciam a portas fechadas e raramente
aceitavam-se visitantes, o Sr. Milton Moreira foi convidado pelo próprio Prof. Nilo Veloso
quando numa conversa demonstrou o seu interesse em praticar o jiu-jitsu , isso ocorreu por
que o Prof. Nilo Veloso era cliente da alfaiataria do Sr. Milton Moreira.
Segundo depoimento do próprio mestre Milton Moreira como aluno logo chegou
com algum tempo de prática a faixa marrom, e logo foi observado pelo prof. Nilo Veloso uma
vocação especial do aluno Milton, ele tinha uma desenvoltura para ensinar, isso culminou na
55
sua promoção a instrutor da academia, passando a assumir a academia quando a ausência do
professor e como distinção dos demais faixas marrons da academia foi lhe dada uma faixa de
cor vermelha.
Apesar do interesse do povo Cearense pelas lutas, várias dificuldades atrapalhavam o
progresso das Artes Marciais no Estado, uma das dificuldades era a vestimenta usada nos
treinos que vinha de fora e com isso seu preço era muito alto, mas o aluno Milton como era
alfaiate se ofereceu em reproduzir os kimono em troca das mensalidades da academia, a outra
dificuldade pior era a falta de tatame, pois eram improvisados com bastante criatividade
usando bagaço de cana, papelão ou sisal recoberto por lonas de caminhão. Só algum tempo
depois chegou ao Ceará alguns tatames de palha de arroz.
Aqui no Ceará em 1950, já se ouvia falar numa nova arte misteriosa chamada Judô,
que era praticada no sul do país. Os comentários falavam que os praticantes de Judô não
conseguiam ser projetados ao chão, e com isso os praticantes de jiu-jitsu do nosso estado se
perguntavam ironicamente se os judocas não caiam por terem os pés muito grandes, ou por
terem os pés pregados ao chão. Não sabiam eles que brevemente iriam conhecer uma das mais
completas Artes Marciais.
Nos idos de 1958 bateu a porta da academia do prof. Nilo Veloso um senhor
aparentando seus 48 anos, dizendo que estava interessado em participar dos treinos, pois
vinha de uma longa estada no Rio de Janeiro onde tinha se iniciado na arte do Judô, como
aqui ainda não existia nenhuma academia de Judô resolveu ele procurar uma academia de jiujitsu para prosseguir seus treinos tendo em vista terem os dois uma grande semelhança.
Seu nome era Antonio Lima Aguiar, Cearense, que residira no Rio de Janeiro onde
teria aprendido o tal Judô até então desconhecido no Ceará, foi de grande interesse por parte
dos alunos da academia que o Sr. Antonio Lima participasse dos treinos, pois os mesmos
iriam conhecer a nova arte, o Sr. Antonio Lima deixou bem claro que sabia muito do judô
tendo praticado por muito tempo, mas nunca chegara a se graduar, pois tinha uma
enfermidade na perna que em toda véspera de exame para avaliação piorava, impedindo assim
de ser examinado.
Ficou o Sr. Antonio Lima Aguiar por dois anos na academia do prof. Nilo Veloso
passando os seus conhecimentos no judô para os alunos da mesma, até que certo dia resolveu
montar uma fábrica de camisas, porém não obteve sucesso na nova investida, e resolveu
regressar ao Rio de Janeiro.
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Durante um ano os alunos do jiu-jitsu conforme depoimento do shihan Milton
Moreira, aperfeiçoaram as técnicas aprendidas com o Sr. Antonio Lima Aguiar, até que em
1961, chega em Fortaleza outro Cearense que também residia no Rio de Janeiro. E por
coincidência seu nome era Antonio Lima Filho, mas não tinha nenhum parentesco com o
anterior, o Sr. Antonio Lima Filho foi aluno do Professor Augusto de Oliveira Cordeiro, um
dos pioneiros do Judô nacional e o primeiro presidente da Confederação Brasileira de Judô,
no Rio obteve a graduação de faixa preta Nidan (2º grau) foi campeão daquele estado por
varias vezes.
Quando da chegada do Sr. Antonio Lima Filho, muitos adeptos do jiu-jitsu ainda se
negavam a aceitar a nova modalidade de luta, pois contestavam sua eficácia, porém no
decorrer dos treinamentos o Sr. Antonio Lima Filho demonstrou e comprovou a eficácia do
Judô sobrepondo os atletas do jiu-jitsu, tendo em vista o mesmo ser integrante da equipe
Carioca de Judô. Com o passar do tempo muitos adeptos do jiu-jitsu passaram a treinar Judô,
porque ficou evidenciado que além de ser uma Arte Marcial, estava o Judô envolto em um
principio filosófico, didático, e moral e que sua prática tinha como objetivo não só o ensino de
técnicas de lutas e defesa pessoal e sim a formação do caráter humano. Muitos atletas do jiujitsu, comprovaram isso na prática como está relatado neste diálogo de dois expoentes do jiujitsu historia essa contada pelo ilustre mestre Milton Moreira e confirmada pelo prof.
Maraguape realizado esse conversa na década de 60.
Certa vez o Prof. Maranguape convida ao Prof. Abdias Queiroz (ex-presidente da
Federação do Piau de Judô) para irem treinar Judô:
Abdias Queiroz diz;
Vamos para o Judô ?
Por que prof. Maranguape?
Prof. Maranguape finalizando diz: Por que é o jiu-jitsu e um pouco mais!
Segundo o professor Antonio Lima Filho ele permaneceu durante três (3) anos na
academia do Prof. Nilo Veloso, no decorrer de 1964 se desliga da academia para montar a sua
própria academia especializada no Judô. Neste mesmo ano é realizado o 1º campeonato misto
de Judô e jiu-jitsu, não oficial no Ceará com participação dos atletas do Judô e do jiu-jitsu,
apesar das adversidades a competição teve um bom êxito.
57
O 1º judoca promovido à faixa preta no Ceará foi o Sr. Milton Moreira no ano de
1966, outorgado pela então Federação Cearense de Pugilismo, entidade a qual o Judô era a
filiado por não ter federação própria.
Em Janeiro de 1967 e inaugurada a 2º academia de Judô do Ceará com nome de
batismo de “Centro de Judô Cearense” a mesma pertencente ao Prof. Milton Moreira. Com a
inauguração de mais uma academia, e com o aumento considerável de praticantes, o Judô já
estava fincando raízes em nossa terra, o Judô agora necessitava de uma entidade que
organizasse de forma centralizadora a prática do Judô no Ceará. Com esse propósito
reuniram-se os professores e praticantes mais influentes para decidir a fundação da Federação
Cearense de Judô. Tendo sido oficializado a fundação da mesma em 19 de Outubro de 1969,
passando então a partir desta data a se desvincular da Federação Cearense de Pugilismo.
A nova federação teve como seu 1º presidente o Dr. Agamenon Magalhães
Advogado e jogador de vôlei, posteriormente assume o Dr. José Maria, que também era
Advogado mas não praticava nenhum esporte o terceiro a assumir foi o Dr. Luiz Paiva que era
Médico e Judoca, esse último só ficou no cargo durante seis meses, pois sua profissão exigia
muito do seu tempo, com isso ele não podia se fazer presente nas reuniões, porém, Dr. Luiz
Paiva pode-se dizer que foi um dos que mais contribuíram para o engrandecimento do Judô no
Ceará, chegando diversas vezes a tirar dinheiro do próprio bolso para custear a ida dos atletas
Cearenses para uma competição fora do Estado.
No ano de criação da federação foi realizado pela recém criada entidade o 1º exame
de faixas pretas no Ceará, onde foram promovidos os seguintes atletas: Hugo Hipardo,
Francisco Mauri Carvalho e Welligtom. Também em 1969 inicia no judô a primeira atleta do
sexo feminino, filha do prof. Milton Moreira, Sra. Francineide Moreira Frazão, hoje faixa
preta Shodan (1º grau), posteriormente em 1994 foi promovida a 1ª faixa preta do Ceará Sra.
Maria Elenira Tho’e.
Já em 1975 assume o cargo o Prof. Antonio Lima Filho permanecendo no cargo até
2000, o Prof. Lima foi agraciado em 1999 pelo então presidente da Confederação Brasileira
de Judô, Sr. Joaquim Mamede, com a outorgação do seu 9º DAN (kyu-dan), tornado-se um
entre os pouquíssimos brasileiros com essa graduação e o único do norte-nordeste.
Em 2001 assume a Federação Cearense de Judô o Prof. Milton Nunes Moreira,
atualmente 8º DAN (hatchi-dan), durante sua gestão procurou trabalhar em conjunto com toda
a diretoria para que o Judô Cearense voltasse a hegemonia de outrora, visto que o Ceará era
uma das potências do norte-nordeste em décadas passadas. Essa mudança se iniciou com a
58
aquisição novas áreas de tatame sintético, a compra de sede própria, incentivo na participação
de atletas Cearenses em competições Nacionais, etc.
Federação cearense de judô também pelo período de 7 anos passou por intervenção
judicial e neste período que esteve a frente foi o interventor Eduardo Costa Filho nomeado
pela justiça do Estado do Ceará.
Ocorre que em 21 de novembro de 2012 foi realizado eleições na FECJU e eleito a
chapa “Pra frente judô” estando na presidência o Sr. Atila Cardoso de Oliveira Mendes e vice
– presidente o Sr. José Marcelo Moreira Frazão (neto do shihan Milton Moreira).
.
6 FIGURA DO SENSEI ANDRÉ CARLOS SHIHAN MILTON MOREIRA E
ANTONIO LIMA O ATUAL PRESIDENTE DA FECEJU ATILA CARDOSO, LOCAL
SESC – FORT/CE EVENTO CAMPEONATO CEARENSE 17/12/ 2011
59
O PERFIL DO SHIHAN MILTON NUNES MOREIRA
7 FIGURA DO SHIHAN MILTON MOREIRA AOS 95 ANOS
Nome: Milton Nunes Moreira
Data de nascimento: 24 de janeiro de 1917
Local de Nascimento: Fortaleza-Ce.
Peso: 42 kilos
Altura: 1.59m
Filiação: João Nunes Moreira e Tereza Nunes Moreira
Irmãos: 6 irmãos um faleceu ainda bebê, não chegando a ser batizado.
Ficando assim a ordem de nascimento.
José Nunes Moreira (1)
Milton Nunes Moreira (2) Vivo 1917 nasceu
Raimundo Nunes Moreira (3)
Antonio Nunes Moreira (4)
Luzia Nunes Moreira (5) 1925 nasceu e hoje residindo no Rio de Janeiro-RJ
Francisco Nunes Moreira (6)
Escolaridade: 2 grau completo
Escolas onde estudou: Grupo Escola Visconde do Rio Branco ano de 1925, Escola Pio X ano
de 1928, Associação dos Merceeiros ano de 1931 e Centro Artístico Cearense que funcionava
na rua Tristão Gonçalves com Duque de Caxias hoje é a loja Acal.
Profissões: Sapateiro, Alfaiate, Instrutor de jiu-jitsu e Professor de Judô
60
Filhos: 4 primeiro casamento e 1 fora do casamento ordem cronológica pela mais
velho
1 Filho : Amilton Moreira Simão
2 Filho:Nilton Simão Moreira
3 Filha:Franci Moreira Parente
4 Filha:Francineide Moreira Frazão
Neto: José Marcelo Moreira Frazão
5 Filho este fora do seu casamento: Milton Nunes Moreira Filho
Neta: Patrícia da Costa Moreira
Artes marciais praticadas: Jiu-Jitsu(iniciou – 1952) e Judô (iniciou 1958)
Graduação de arte marcial: Marron/vermelha representava instrutor de jiu-jitsu e
judô 8º Dan faixa Vermelha e Branca (coral) representação de mestre dos mestres.
Esporte praticados: futebol antes de entra para artes marciais
Estado Civil: Viúvo da Sra. Francisca e separado do segundo casamento Sra. Maria
Herculano
Vitorias em Campeonatos como lutador: Primeiro Campeonato de Judô ano de 1961
campeão lutou uma única vez com um japonês e o jogou de Iponn, técnica Tomoe Nague.
Academias criadas: Centro de Judô Cearense depois mudou o nome para Judô Clube
Milton Moreira e finalmente ficou Judô Clube Sol Nascente
Data de fundação da Academia Judô Clube Sol Nascente: 24 de janeiro de 1967
Alunos que ser destacaram com seus ensinamentos:
Nilton Simão Moreira(Crato), Manoel Vitorido, Francisco Assis do Santos (Piçarra),
Francisco de Assis Francelino Alves, os irmão João Inocêncio Paiva Freitas irmão e Dr. Luiz
Paiva, Doutor Jorge Azevedo, Antonio Valdir de Almeida, Gilberto Moraes e José Moraes,
João Bosco, Francisco Santana, Francisco Barbosa chegou a treina junto com o shihan na
academia do prof. Nilo Veloso, esses foram os pioneiro da Judô Clube Sol Nascente.
Fundadores de 60 a 70.
Ediberto Torquato de Freitas(professor do Colégio Santa Cécilia-Fortaleza-Ce),
Francisco Bento (proprietário Academia Budokan – Fortaleza-Ce) – Antonio de Pádua Pereira
Batista (proprietário da Academia Shihan Milton Moreira – Maracanau - Ce), José Marcelo
Moreira Franzão(proprietário da Academia Budokai), Frank Wilton Parente, Francineide
(Filha do shihan Milton Moreira) – Lourdes (Lourdinha princesinha Crato nora do shihan
61
Milton) e Maria Elenira Thoe(professora da academia de Policia Civil do Estado do Ceará APOC) destaques femininos, todos do anos 70 a 80.
Wilson Hirario (Próprietario Academia W Judô) Iguato/Ce., Silvio Kim e a família
André Real, André Filho, André Luiz, André Carlos Costa, André Francisco Carlos
Costa(falecido) e Walter Carlos Paula(Camona) foram os destaques dos anos 80 a 95.
Religião: Católico
Comida preferida: frutas, cereais, verduras e legumes
Bebida preferida: Suco laranja, goiaba, uva, limão e graviola
Costume: Fazer caminhadas
Gosto: Quando era no jovem adorava dança, agora ao ser aposenta adora ler.
Família: É o ideal para o bem da humanidade sendo primordial o laço de pai para
filho para não ser acaba o respeito mantendo assim uma estrutura.
Alunos que ser tornaram excelentes professor de judô e inclusive ministraram aulas
em sua academia na sede da Judô Clube Sol Nascente: Nilton Moreira dirigia no inicio, Mauri
Carvalho, Antonio Valdir, Dr. Paiva, João Inocêncio, Ediberto Torquato de Freitas, Frank
Wilton, Marcelo Frazão, Andre Carlos Costa, Wilson Hirario no (SESC), Luciano Moura
único que era aluno do shihan Antonio de Lima Filho, Rafael Sampaio, Maison Sampaio e
Pedro Ricardo todos alunos do sensei Marcelo Frazão (neto do prof. Milton) – e voltando em
2003 ate a presente data o sensei André Carlos Costa esses são os que destacaram nos
ensinamentos como professor transmitindo com responsabilidade todos os ensinamentos do
judô.
Grande alegria na vida: São os amores dos seus 4 filhos e ser muito querido e
admirado pelos seus inúmeros discípulos e alunos.
Um Local: Cidade do Crato – Ce., balneário de granjeiro e a cidade do Rio de
Janeiro – RJ por que foi um dos primeiros estados que freqüentou quando saiu do Ceará sendo
muitas viagens para esses dois locais.
Uma frase: “O ideal não é a partida e sim a caminha, caminhando e semeando no fim
terá o que colher” autor desconhecido.
Um recado para quem ta começando agora no esporte:
Que tenha amor a por si mesmo assim poderão ter amor pelo próximo, procura olha
as com bom olhos usando o coração.
Judô: Flexibilidade, e o caminho da minha vida.
62
Ganhou muito dinheiro com o judô: Dinheiro suficiente para viver honestamente
mais fiquei bilionários com amigos que tenho até hoje.
Drogas: Horrível uma imensa tristeza.
Medalhas: Não precisariam existe(descorda), pois judô é muito mais do que apenas
campeonatos é um estilo de vida.
Pelo professor Milton Nunes Moreira que é Milton Moreira: Uma ser realizado
Futuro: Nós vamos ter um futuro brilhantes.
MILTON MOREIRA POR DOCUMENTOS, FOTOS E RELATOS
Foram muitas historias e depoimentos pessoais do professor Milton Nunes Moreira,
haja vista quase um centenario de vida, sendo que uma delas ficou marcada na minha
pesquisa foi quando ele sitou sua mãe, era uma tarde logo depois de sua pestanha rotineira,
quando eu cheguei em sua atual residência uma apartamento aconhegante onde hoje mora
com sua filha a Sra .Maninha, como de costume chego logo falando da sala em bom tom OSS
(palavra japonesa que segnifica, presente, preparador, feita geralmente no cumprimento de
alunos e professores praticante de artes marciais) e ele respondeu do seu quarto OSS e disse:
“Tudo bem Andre Carlos vamos conversa?” ele tem esse dom de conhecer as pessoas pelo
tom de voz.
Neste dia eu liguei a minha camera de filma com a maior rapidez, pois vi em seus
olhos que ele estava muito animado sentir vontade de lhe pergunta como era sua infancia seus
pais? Foi quando ele disse, minha infancia foi simples humilde, pois vinha de uma familia
modesta seu pai trabalhava muito e sua educação e de seus irmãos era responsabilidade de sua
mãe que fazia questão que eles estudasse sua primeira escola foi o Grupo Visconde do Rio
Branco situado na av.Dom Maneul esquina com rua Padre Valdevino sempre com o costume
de detalha e fazer lembraças de tudo, ele comentou que nessa escola tinha um menino que
toda vez que ele saia da aula ficava batendo nele e emplicando, ele já não queria ir mais para
aula então sua mãe perguntou o motivo que ele contou então sua genitora disse vá para aula e
deixe que eu resolvo isso e naquele dia ele saiu da aula e foi logo indo para casa como de
custume e o menino que emplicava foi logo mexendo com ele, então sua mãe apareceu do
nada pegou o garoto pela gola da blusa e balaçou bem forte dizendo ser você mexe com meu
filho de novo lhe dou uma corça bem grande, o garoto ficou pasmo e no outro dia a escola
toda sabia que a mãe do Milton era valente e ninguém mais brincou com ele por ele ter uma
estatura pequena e fragil, foi quando Milton disse que foi a primeira fez que viu sua mãe com
um sinal de raiva, indo até sua casa em silêncio ao chegar em casa pergunto mamãe a senhora
tava com raiva daquele menino e iria da uma corça nele mesmo, então sua mãe lhe respondeu
Miltinho tava morendo de medo mais quando alguém mexe com uma cria minha e tando eu
certa brigo por meus direitos com forças e unhas ser for preciso, este fato aconteceu quando
tinha oito anos de idade nunca ser esqueceu.
63
Logo depois sua mãe matriculou ele no colegio Pio X localizando em frente a praça e
igreja coração de Jesus no centro de Fortaleza, por motivos de financeiros saiu desta escola e
foi estuda na escola do Merceeiros localizado na praça da Igreja do Carmo Centro de
Fortaleza, haja visto sua mãe ter um amigo que lhe consegui uma bolsa de estudos, foi quando
aconteceu sua segunda briga sendo que desta vez ainda não brigou apenas estava presente,
neste colegio estudava a noite e junto com seu irmão e seus colega conhecido como Mundico
rapaz de estatura forte e que não gostava muito de leva desaforo para casa, foi quando certa
vez um grupo de malandros que ficava nas esquina da rua Visconde do Rio Branco com
Av.Antonio Sales parou ele seu irmão e o seu colega Mundico e passou a tentarem
intimidarem com palavras e agressoes mas seu amigo Mundico disse pode deixa que dou
conta deles e partiu para cima daquele grupo e sozinho bateu em todos, acabando a briga com
a vinda do bonde, pois nele sempre andava a policia fazendo assim com que todos corresem e
nunca mais aquele malandros foram para aquela esquina.
Ocorre que nossa conversa ficou mais interresante então mais uma insisti
perguntando; “então que dizer que o senhor nunca brigou mesmo de fato, sempre tinha
alguém para lhe defender ?”.
Neste exato momento o prof. Milton Moreira parou um pouco e disse; André Carlos
qual foi a criança ou adolecente que nunca brigou você era um que vivia com brigas no
colegio levou muito tempo para entra nos eixos, lembra de uma vez que sua mãe disse que
você estava muito danado bantendo nos seus coleguinhas de escola então uma mãe da um
aluno da escola que voce bateu e procurou saber onde voce treinava e veio fala comigo, foi
desta forma que resolvi o problema disse que ela trouxe-se o garoto para treina na academia e
por 3(três) meses voce somente treinava com ele e tinha que fica caindo sempre
desenvolvendo e não podia derruba aquele garoto, pois tinha que apreender que judô era uma
filosofia de vida e nós lutavamos para não brigamos na rua, e luta ou bater em quem não sabia
luta era corvadia demorou mais você apreendeu, falando isso e com um sorriso no rosto.
Ocorre que com o continuado da nossa conversa ele foi logo dizendo que briga ele só
teve uma já na adolecencia com um rapaz não ser recorda o motivo mais era no jogo de
futebou, disse que foi uma briga violenta que ainda não praticava artes marciais que quando
isso ocorreu ficou longos 12 anos sem conversa ou fala com esse garoto que no dia de seu
casamento com sua primeira esposa dona Francisca o rapaz chegou perto dele naquela data já
mais velho e disse: “Vem car Milton me dar um abraço e seja bastante feliz em seu
casamento.” Eles conversam como nunca tivesse acontecido aquela divergencia do passado e
riram muitos de terem ficado tantos anos sem conversarem. Mas Milton Nunes salienta foi
somente esta briga e ainda não tinha os conhecimentos das artes marciais.
Mas daquela tarde de 05 de dezembro de 2011 nosso shihan Milton Nunes estava
com muita vontade de conversa e foi dizendo que quando jovem adorava jogar bola, dança e
paquera mais por ser de uma familia pobre era muito timido, recorda-se que logo na
adolecencia chegou a namora e não era muito diferente dos homens de hoje pois ele namorava
sempre com duas meninas assim que uma começava a colocar obstaculos ele largava logo e
passava para fica com a outra e já arrumava outra, sendo um fato pitoresco foi quando ele
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estava com uma namorada e vinha do Centro de Fortaleza- Ce, para sua casa com uma
namorada então ela disse Milton vamos almoça ele estão disse hoje não posso tenho muitos
serviços a fazer deizando a moça perto de casa e voltando para trabalha ocorre que a menina
com pena dele fica com fome resolveu leva o almoço para ele e quando chegou no meio do
caminho lá estava Milton com a segunda namorada então foi aquele barraco, a primeira moça
pergunta que é essa ele disse minha amiga, então a segunda namorada disse Milton eu no só
sua namorada a primeira diz namorada sou eu e no meio daquela disculsão ele diz bem alto e
bom som vão as duas para casa que tenho que trabalha e não quero confusão naquele
momento já sabia que tinha perdido as duas namoradas.
Prof. Milton Moreira disse; que foi aos 15 anos de idade que já tinha
responsabilidade de trabalho pois começou cedo na primeira profissão sapateiro, trabando até
a tardinha, pois todo final de tarde batia uma bolinha, com o passa da idade ele começou a ser
mais esperto a turma passava e dizia vamos joga Milton ele dia vão na frente chego já estou
acabando uma serviços, sendo que não era por este motivo do serviço que não iria de imediato
era que gostava de chega somente no segundo tempo pois todos já estavam cansado e ele
então fazia show de traços no seus colegas e como sempre marcava gol, já com o passa da
idade jogava apenas os 15 minutos restante e adorava dança.
Porém foi na segunda profissão a de alfaiate que shihan Milton Moreira teve o
encontro com as artes marciais feito através de um cliente que chamava-se Nilo Vesolo alto
funcionario do Banco da Caixa Economica Federal que tinha um grupo de amigos que
treinava jiu-jitsu que era somente praticado por grupos fechados e cheio de misterios poucos
tinha oportunidade de praticarem ir participarem do treinos ocorre que o alfaiate Milton
Nunes fazia ternos com um excelente acabamento e como ele conversavam nas provas das
peças o sr Nilo Veloso acabou deixando escapa que treinava alguns amigos de imediato
Milton disse que tinha enterrece em aprender aqueles golpes misteriosos.
Então perguntei professor Milton Nunes senhor tem fotos, recortes de jornais ou
algo que prove sua historia ele disse que sim, vejamos olha André Carlos o que eu achei sua
ficha de inscrição quando era criança, fiquei supresso, já era noitinha então resolvemos
conversamos no outro dia.
Era um sabado 09 de dezembro de 2011, pela manha quando ele chegou em sua
academia Judô Clube Sol Nascente(sede) vizinho era sua antiga residencia que ainda tem
pertences seus e ele foi logo dizendo hoje nosso papa vai longe, prepare os ouvidos que
encontrei muitos documentos, recortes de jornais, fotos e certificados da minha vida esportiva
de imediato fiquei atento, pois cada objeto era uma historia.
Disse Milton Moreira: “Olha minha carteira do Nilo Veloso foi no ano de 1952, neste
momento tive a ideia de solicitar que ele deixasse coloca aqui junto da nossa pesquisa,
vejamos a curiosidade é que esta assinada por professor Nilo Veloso mais não esta preenchida
os dados do mestre ele disse que o professor dele dizia que depois faria o preenchimento que
teria muito tempo e o tempo passou e nunca foi feito, vejamos a carteira abaixo;
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8 FIGURA CARTEIRA DO QUANDO ALUNO MILTON MOREIRA JIUJTSU
Nossa conversa ficou cada vez mais interresante então ele mostrou a carteira do
Comercial Clube onde também treinou Jiu-Jitsu com o professor Joselino Costa em 1962, e
era um verdadeiro atleta vejamos a seguir;
9 FIGURA CARTEIRA DO QUANDO ALUNO MILTON MOREIRA JIUJTSU
Milton atleta de Jiu Jitsu 1963
......Essa foto era quando eu estava ministrando aula na nossa Academia ‘Centro de
Judô Cearense’, na rua São Paulo, n.459, Centro,Fort/Ce, eu fica impressionado como o
senhor de Milton Moreira aos seus 94 anos tinha detalhes de nome de rua, numero do imovél
e etc, foto abaixo;
66
10
FIGURA
PROF.
MILTON
MOREIRA
ENSINANDO
UKEMI(AMORTECIMENTO DE QUEDA)
Foi quando ele pegou um recorte de jornal antigo e disse aprendie que ser queria
sobreviver do esporte não poderia ser mais secreto ou misteriosos os treinamentos então
comercei a divulga no jorrnal da epoca, começamos a fazer demostrações em público e assim
divulga o judô estava com o meu filho neste jornal abaixo;
67
1
RECORTE
DE
JORNAL
‘GAZETA’
–
CENTRO
DE
JUDÔ
INAUGURAÇÃO PROF. MILTON E PROF NILTON MOREIRA(FILHO).
Esta foto é de umas das inumera apresentações de judô que fizemos, na epoca essa
era na antiga praça do passeio publico, Centro, Fort/Ce, devidos as apresentações nosso
Centro Cearense de Judô começou a fica apertado para a quantidade de alunos que procurava
na epoca esse era o quarto lugar onde ministravamos aulas , foto abaixo;.
11 FIGURA DEMOSTRAÇÃO DE JUDÔ NA PRAÇA DO PASSEIO
PÚBLICO FORT/CE.
Os locais onde ensinei judô foram muitos vejamos na ordem;
1.Local onde professor Milton ministrou aula foi na Academia Nilo Veloso
2.Local onde professor Milton ministrou aula foi na Academia Prof.Sá
3.Local onde professor Milton ministrou aula foi na rua General Sampaio primeiro
local imovel alugado sozinho.
4.Local onde professor Milton ministrou aula foi na rua São Paulo, n. 459,, Centro,
Fort/Ce, ‘Centro de Judô Cearense’ segundo local imovel alugado sozinho.
5.Local onde professor Milton ministrou aula foi na rua Duque de Caxias, n. 722
Centro, Fort/Ce, nesta epoca tinha até juramento, pois sempre busquei a filosofia e os
principios do Budo, carteira abaixo;
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12 FIGURA CARTEIRA DE INDETIFICAÇÃO ACADEMIA CEARENSE DE
JUDÔ E JIU-JTSU DA RUA DUQUE DE CAXIAS, N.773, FORT/CE.
Essa foto é dos alunos da epoca no ano 1967 da Academia Cearense de Judô e Jiu –
Jitsu.
13 FIGURA DO PROF. MILTON E ALUNOS DA ACADEMIA CEARENSE
DE JUDÔ E JIU-JTSU – RUA DUQUE DE CAXIAS.
Meu caro aluno veja o recorte de jornal da inauguração de nossa Academia Judô
Clube Sol Nascente a e foi logo dizendo a preimeira sede propria totalmente direcionada para
o judô cearense, aqui era no inicio tudo mato, e nossos alunos e pais, fizeram doações de
materias de contrução, moveis, utercilios e etc, lembro que o aluno que contribuiu menos nós
presentiou com a cortina do banheiro e eu como professor sempre dizia que nossa academia
era uma extenção da casa deles, por esse motivo tinha que manter organizada.
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A compra do nosso terreno somente aconteceu por causa da ajuda de parenters da
minha falecida esposa dona Francisca., nossa casa foi construida ao lado, vejamos foto
abaixo.
2 RECORTE DE JORNAL ‘O POVO’ ANO 1967, FUNDAÇÃO DA SEDE
PROPRIA JUDÔ CLUBE SOL NASCENTE
Nossa regularização saiu logo na junta comercial, foi publicada no Diario Oficial em
03 de outubro de 1968, até guardei o Diario Oficial da epóca veja com o nome inicial de Judô
Clube Milton Moreira. Vejamos o Diario Oficial abaixo;
70
71
3.RECORTE
DE
JORNAL
‘DIARIO
OFICIAL’
ANO
1968,
REGULARIZAÇÃO JUNTO A JUNTA COMERCIAL DA SEDE PROPRIA DE JUDÔ
CLUBE SOL NASCENTE
Já no ano 1969 comecei a lecionar aulas no Serviço Social do Comercio – SESC de
Fortaleza – CE, no começo o salário era muito pouco mais como precisava para paga o
empréstimo da compra do terreno para sede da nossa academia e na minha casa, o que ocorre
que com o passa do tempo já tinha feitos muitos amigos e não sai de lá fiquei até minha
aposentadoria indiquei vários alunos para ser professor das outras unidades do SESC, no
Crato/Ce, foi meu filho, Newton (0 maninho como é conhecido), em Iguatu/Ce, foi o Wilson
Hilario, lembra você não quiz ir então foi ele, em Sobra/Ce, foi o Torquato de Freitas ficou
pouco tempo, e quando aposentei-me ficou o meu neto Marcelo Frazão e você André Carlos
ficou comigo na sede da Sol Nascente, olha minha carteira;
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14 FIGURA CARTEIRA DE INDETIFICAÇÃO SESC FORT/CE ANO 1969
Lembro que com pouco tempo nossos alunos começaram a ser destaca em lutas e as
viagem de competições ser iniciaram, minha primeira competição foi na sua cidade natal onde
você nasceu no Rio de Janeiro - RJ no ano de 1970 não tirei foto, mais no mês de novembro
de 1972 fui para a cidade de Salvado – Bahia para o XIX Campeonato Brasileiro de Judô na
função de técnico olha que bonita foto olhava se todos estavam com a postura certa foi
quando o fotografo bateu veja como ficou a foto;
15 FIGURA PROF. MILTON TÉCNICO SELEÇÃO CEARENSE XIX
CAMPEONATO BRASILEIRO DE JUDÔ – SALVADOR- BAHIA
Já era tardinha estávamos cansados foi quando levei o professor Milton Moreira para
sua atual residência a casa de sua filha a sra. Franci Moreira Parente, no caminho tive idéia de
procura por ex-alunos que tivessem alguma foto, recorte de jornal ou historias sobre o shihan
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Milton Moreira, então mandei inúmero email, coloquei aviso na redes sociais e dia escolhido
foi para receber as fotos 24 de janeiro de 2012 aniversario do mestre onde completaria seus
95 anos.
Ocorre que antes do dia marcado o e como ainda faltava muito tempo marquei um
passeio com o professor Milton Moreira no pesque e pague haja visto esse últimos anos sua
alimentação ficou praticamente vegetariana comendo apenas peixe como carne branca, então
peguei ele em sua residência e fui para o local, lá a surpresa ficou por conta da professora
Maria Elenira Tho’e a primeira faixa preta feminina do shihan Milton, orgulho do mestre haja
vista a mesma ser a única mulher professora de defesa pessoal da Policial Civil do estado do
Ceará, vejamos a um recorte de jornal e uma das fotos que a professora cedeu para abrilhanta
nossa pesquisa;
4.RECORTE DE JORNAL ‘O POVO’ 02/07/1976 PROFA. ELENIRA
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16 FIGURA PROF. MILTON, PROFA. ELENIRA E PROF. NILTON
MOREIRA
Prof. Milton Moreira, profa. Maria Elenira e prof. Newton Moreira
Quando o judô estava perto de completa um século foi escolhido a academia do
professor Milton Moreira da rua Gov. Sampaio, Centro, Fort/Ce, para fazer uma matéria
vejamos;
75
76
4.RECORTE DE JORNAL ‘ GAZETA DE NOTICIAS’ 30/06/1976
Observam-se alunos na academia da rua Gov. Sampaio
E quando ex-alunos souberam que a historia do Prof. Milton Moreira vários pessoas
que passaram nos tatames cederam fotos e recortes de jornais dentre eles agradecemos ao
advogado Dr. Antonio Valdir Almeida vejamos suas recortes de jornais;
77
17 FIGURA PROF. MILTON MINISTRANDO UMA PALESTRA SOBRE A
FILOSOFIA DO JUDÔ EM 1976
Mostrando sempre a transparência de seus ensinamentos fazia questão de divulga
seus exames de faixa vejamos abaixo;
5.RECORTE DE JORNAL ‘ O POVO’ 19/06/1976 EXAME DE FAIXA
PRETA
Outro ex – aluno foi e professor de judô que contribuiu foi o Dr. Jorge Azevedo que
fez parte da seleção cearense dos anos 70 e viajou muito para participar de campeonatos
vejamos a foto.
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18 FIGURA SELEÇÃO UNIVERSITARIA ANO 1976, FRANCISCO
BARBOSA, IVAN PANEMEN, JORGE AZEVEDO E JOÃO INOCÊNCIO
Sendo que não poderíamos deixa de fazer uma menção especial ao professor
Francisco Barbosa estando na foto acima o primeiro do lado direito, hoje instrutor de tiro da
Policia Civil do Estado do Ceara que contribuiu com uma vasta documentação e inclusive um
foto do nosso orientado o Dr.Ms, professor Francisco Francelino que foi uns dos alunos
atuantes que por varias vezes representou nossa academia nos campeonatos tanto estaduais
como nacionais na primeira foto junto do filho do prof. Milton.
19 FIGURA SELEÇÃO CEARENSE 1975 EQUIPE NORTE E NORDESTE
SALVADOR - BAHIA
Prof. Francisco Barbosa mostra sua relíquias de informações sobre a historia do
prof. Milton Moreira que ele diz que praticamente é a historia do judô cearense que saiu do
treinamentos secretos e de portas fechadas para a mídia. Fala que treinava na Academia do
Prof. Nilo Veloso e logo começou a gosta dos jeito que o prof. Milton ensinava e passou
então a treina com o mestre Milton. Vejamos a foto de comemoração dos 10 anos a serviço do
judô.
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6 RECORTE DE JORNAL ‘O POVO’ ANO 1976, 10 ANOS DE FUNDAÇÃO
DA SEDE PROPRIA JUDÔ CLUBE SOL NASCENTE 24/01/1976
Vejamos uma foto quando o professor Milton era arbitro diz Barbosa; ‘Que ninguém
tinha coragem de questionar o grande professor pela sua sabedoria, honestidade e
conhecimento do judô ’ abaixo.
80
20 FIGURA PROF. MILTON MOREIRA AO CENTRO DA ARBITRAGEM
O que notávamos era que o prof. Milton Moreira naquela época não queria resultados
apenas nos campeonatos mais no estudo também e logo seus alunos ser tornaram cidadão de
bem e alguns excelentes professores dentre este destacamos na época de 1976 o Sr. João
Inocêncio reportagem abaixo;
7 RECORTE DE JORNAL ‘TRIBUNAL DO CEARA’ 22/06/1976 ALUNO DO
PROF. MILTON SE TORNA PROF. JOÃO INOCENCIO
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21 FIGURA JUDÕ COLEGIO PIO X EM 1976, DR. ANTONIO VALDIR E
NOSSO ORIENTADOR AO LADO PROF. FRANCELINO ALVES
Começaram os ser realizados mais competições o judô já estava solidificado no solo
cearense.
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8 RECORTE DE JORNAL ‘O POVO’ 22/05/1976 JUDOCAS MIRINS
COMPETIRAM NA FRENTE O PROF. MILTON FAZENDO A SAUDAÇÃO DE
ABERTURA DO EVENTO
No ano de 1976 o professor Milton Moreira assume o cargo de vice-presidente da
federação cearense de judô, noticiado nos jornais na época, vejamos logo a segui;
9 RECORTE DE JORNAL ‘O POVO’ 26/05/1976 ELEITA A NOVA
DIRETORIA DE FEDERAÇÃO CEARENSE DE JUDO E O PROF. MILTON
MOREIRA ERA O VICE-PRESIDENTE.
O ano de 1976 das reportagens foi escolhido pelo motivo de ser a data que o autor
desta pesquisa ter nascido, André Carlos Costa data de Nascimento 17/07/1976. O que ser
nota nesta pesquisa é que a vida do professor Milton Moreira sempre foi feito de transparência
e legalidade até os exames de faixa eram noticiados nos meios de comunicação, saído
totalmente das aulas secretas..
83
10 RECORTE DE JORNAL ‘O POVO’ 03/06/1976 JUDOCAS PROMOVIDOS
DA ACADEMIA JUDÔ CLUBE SOL NASCENTE E DO SESC AVALIADO PELO
PROF. MILTON MOREIRA ERA O VICE-PRESIDENTE.
Dentre exame destaco um onde fazia parte da banca examinadora o nosso orientado
Francisco Francelino Alves, vejamos;
84
22 FIGURA PROF. MAURI CARVALHO, PROF. FRANCELINO ALVES, E
O MESTRE MILTON MOREIRA
Inumeras foram as viagem como dirigente e técnico do judô cearense vejamos
algumas abaixo.
11.RECORTE DE JORNAL ‘O POVO’ 13/07/1976 CEARÁ – BAHIA
DISPUTAM TORNEIO JUVENAL DE JUDÔ, PROF. MILTON MOREIRA
TÉCNICO.
85
12.RECORTE DE JORNAL ‘O POVO’ 25/09/1976
CEARÁ BEM
CLASSIFICADO NO III ZONAL DE JUDÔ DOIS ATLETAS ERA DA ACADEMIA
JUDÔ CLUBE SOL NASCENTE DO PROF. MILTON MOREIRA.
Quando se falava de prof. Milton Moreira automaticamente era associado sua
academia a Judô Clube Sol Nascente inclusive em qualidade,
86
13.RECORTE DE JORNAL ‘O POVO’ 19/08/1976 A ACADEMIA JUDÔ
CLUBE SOL NASCENTE CONQUISTA O 1 LUGAR NO CAMPEONATO DE JUDÔ
Esporte total 24 de janeiro de 1985; “Judô Clube Sol Nascente escola fácil para
judocas”.
87
14.RECORTE DE JORNAL ‘O POVO’ 30/01/1989 JUDÔ CLUBE SOL
NASCENTE ESCOLA FÁCIL PARA JUDOCAS – HAJA VISTO A GRANDE
QUALIFICAÇÃO DE SEUS PROFESSORES
Essa matéria o próprio shihan Milton Moreira disse esse é meu filho fora do
casamento gostaria que coloca-se na minha pesquisa e disse-se que ele canta
maravilhosamente Frack Sinatra.
88
15. RECORTE DE JORNAL ESSE O PROPRIO SHIHAN MILTON
MOREIRA DISSE; ‘ COLOQUE É UMA MANEIRA DE HOMENAGEA MEU
FILHO’ SEM DATA OU NOME DO JORNAL .
O professor Milton Moreira já no ano de 2000 na realização de uma
competição que leva seu nome Copa Milton Moreira recebe das mãos do faixa vermelha
9º.Dan Antonio Lima Filho a titularidade de mestre (shihan) muda a faixa de preta para
faixa coral e recebe sua carteira da federação cearense de judô vejamos as documentos e
fotos;
89
23 FIGURA CARTEIRA SHIHAN MILTON MOREIRA DA FEDERAÇÃO
CEARENSE DE JUDÔ ANO 2000
24 FIGURA RECEBENDO O TITULO DE SHIHAN (MESTRE) KO DAN
SHAN DAS MÃOS DO PRESIDENTE DA ÉPOCA ANTONIO LIMA FILHO ANO
2000
90
15. RECORTE DE JORNAL DIARIO DO NORDESTE V COPA MILTON
MOREIRA 05/10/2000
Foram vários campeonatos, torneios, festivais e etc, mas em nossa conversas o
shihan Milton Moreira dizia; ‘Esses eventos deixam me orgulho, pois posso revê alunos, ex –
alunos, aluno de meus alunos e noto que todos seguiram meus passo e tornaram verdadeiros
campeões da VIDA são cidadões de bem.”
16. RECORTE DE JORNAL DIARIO DO NORDESTE FESTIVAL NO SESC
07/12/2006
Ocorre que o grande mestre nunca se deu por vencido e sempre diz que todos
podemos fazer cada vez mais pelo esporte em 31 de janeiro de 2001 foi eleito presidente da
federação cearense de judô e na sua administração compra uma sede própria para federação
de judô, viaja com atletas cearense para todas as competições importantes da CBJ.
91
17. RECORTE DE JORNAL O POVO JUDÔ CEARENSE TEM NOVO
COMANDO, APÓS OITO ANOS, E SEU NOVO PRESIDENTE ERA MILTON
MOREIRA 06/02/2001
Como se fosse pouco o dia escolhido para o Encontro dos faixas preta de judô,
mestres e ex alunos é a data da aniversario do shihan Milton Moreira 24 de janeiro, onde todo
a comemoração e o encontro na sede da Judô Clube Sol Nascente sendo o bolo de
responsabilidade da professora Elenira Tho’e , a organização da filha Francineide Moreira, o
neto Marcelo Frazão e prof. André Carlos Costa são inúmeros encontros realizados vejamos
algumas matérias.
92
18. RECORTE DE JORNAL DIARIO DO NORDESTE FAIXAS PRETAS
01/02/2006 , SHIHAN MILTON MOREIRA AO LADOS DE SEUS PROFESSORES
DENTRE ELE EU ANDRE CARLOS
93
19. RECORTE DE JORNAL DIARIO DO NORDESTE FAIXAS PRETAS
31/01/2007, SHIHAN MILTON MOREIRA AO LADOS DE SEUS PROFESSORES
DENTRE ELES EU ANDRE CARLOS
94
20. RECORTE DE JORNAL DIARIO DO NORDESTE FAIXAS PRETAS
07/02/2007, SHIHAN MILTON MOREIRA AO LADOS DE SEUS PROFESSORES
DENTRE ELES EU ANDRE CARLOS
21. RECORTE DE JORNAL LITORAL 02/2011 O MESTRE DO JUDÔ QUE
VIROU LENDA SHIHAN MILTON MOREIRA AO LADOS DE SEUS
PROFESSORES DENTRE ELES EU ANDRE CARLOS
95
CONCLUSÃO
O shihan Milton Nunes Moreira criador da Judô Clube Sol Nascente é o atleta mais
idoso em atividade com seu 95 anos festejados recentemente, lúcido, alegre e bem disposto
tendo uma memória apuradíssima, sua grande diferença agora para época de juventude é
apenas os passos mais lentos que traduzem o peso da idade, seguidos de sabedoria,
humildade, lealdade e respeito por ele e mais ainda pelo próximo.
Sendo admirado por todos recebendo o titulo de mestre dos mestres, com o
reconhecimento de vários de seus alunos como paizão, avozão, um porto seguro de conselhos
de sabedoria, firme de seus ideais com palavras simples mais objetivas; exemplo ‘Se eu
pudesse voltar atrás no tempo, faria tudo de novo. Não me arrependo de ter dedicado seis
décadas da minha existência ao judô, primeiro como atleta e depois como treinador’ Milton
Moreira (2011).
Prof. Milton Moreira começou tarde aos 33 anos, idade na qual muitos atletas
atingiram o ápice na carreira conseguindo a faixa preta e faturando títulos, diz Milton
Moreira; ‘Antes do início no judô eu praticava o jiu-jítsu na academia do professor Nilo
Veloso, que funcionava na Avenida Duque de Caxias, exatamente na esquina com a Rua
Senador Pompeu", lembrou o shihan. Com pouco tempo o aluno Milton chegou à faixa
marrom e mostrou suficiente desenvoltura para ensinar, sendo promovido à função de
instrutor, assumindo a academia na ausência do professor Veloso. Tudo isso ocorreu na
década de 40. Já no início dos anos 50 o judô começou a ser praticado em nosso Estado e na
academia do professor Veloso, que também lecionava Educação Física no Colégio Estadual
Liceu do Ceará. Aluno aplicado, Milton Moreira foi então incentivado pelo mestre Nilo a
trocar de modalidade. E no ano de 1966 o atleta Milton tornou-se o primeiro judoca no Estado
promovido a faixa preta, com aprovação da então Federação Cearense de Pugilismo (FCP),
entidade à qual o judô era afiliado, por não ter federação própria.’’.
Um ano após a conquista da faixa preta, em janeiro de 1967, o atleta Milton Moreira
inaugurou a sua própria academia, a Judô Clube Sol Nascente, que primeiro funcionou em
prédio alugado no centro - Rua São Paulo, entre Senador Pompeu e General Sampaio. "Mas
desde 1976 essa academia mudou-se para a Rua Joaquim Torres, 872, onde as aulas são
ministradas às segundas, quartas e sextas-feiras, com mensalidades de 70(setenta reais)", disse
o shihan Milton Moreira.
Mostra pela harmonia que há em sua associação que ela não é dele, mais de todos
que participam nunca quiz ele ser o todo poderoso, delegou sempre poderes para todos os
integrante desde seus familiares e muitos alunos, vejamos o exemplo hoje quem ministra aula
na sede da Judô Clube Sol Nascente é o prof. Andre Carlos Costa sem nenhum vinculo
sanguinho mais que por inúmeras vezes o shihan Milton Moreira disse “que tinha como um
filho”, pelo motivo de o mesmo desde criança até a faze adulta esta ao lado dele com um
braço direito.
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Mas fala ainda sua filha Francineide Moreira,um dos cinco filho do mestre; "As
crianças, adolescentes e adultos que treinam na Judô Clube Sol Nascente não escondem a
admiração pelo meu pai.... Shihan, vem para o dojô dar aulas para nós", convidam as
convidam as crianças que freqüentam a academia", disse, orgulhosa, Francineide, a primeira
atleta do sexo feminino iniciou judô em 1969. Hoje, ela é faixa preta shodan (1º grau) e
responde pela organização dos eventos da Academia Judô Clube Sol Nascente. Existe outros
integrantes do clã Moreira que foram atraídos para o judô são o filho Nilton Simão Moreira,
que dirige um núcleo da Sol Nascente no Crato; os netos José Marcelo Moreira
Frazão(Instituto Budokai), além dos alunos que hoje são professores que dentre eles
destacamos Andre Carlos Costa(sede Sol Nascente), Wilson Hilario (W Judô Iguatu),
Torquato Freita(Santa Cecilia), Antonio Padua(Shihan Milton Moreira), Francelino
Alves(Faculdade Catolica), Elenira Thoé (Academia de Policia), Maison Sampaio, Marcelle
Sampaio, Rafhael Sampaio (SESC-Fortaleza).
O judô cearense evolui muito graças a pessoas como o shihan Milton Moreira da
década de 40 o jiu-jítsu começou a ser praticado no Ceará, mas o seu ensino era restrito.
Quem desejasse aprender a lutar tinha de ser indicado por algum praticante para chegar até a
academia. Geralmente os treinos eram realizados a portas fechadas, com raros visitantes.
E o senhor Milton Moreira foi então convidado pelo professor Nilo Veloso quando
numa conversa demonstrou o seu interesse em praticar aquele esporte. Isso só aconteceu
porque o mestre Nilo era cliente da alfaiataria de Milton, que funcionava na Rua Guilherme
Rocha, 1325.
De alfaiate a mestre de judô usando o ofício Milton Moreira foi providencial para os
lutadores de jiu-jítsu cearenses. E a explicação é bem simples. Uma das dificuldades dos seus
praticantes era a roupa utilizada nos treinos, que era exportada, por isso seu preço era elevado.
Mas o aluno Milton se ofereceu para reproduzir os "kimonos" em troca das mensalidades na
academia do professor Nilo. "Nesse tempo os campeonatos, primeiro de jiu-jítsu, e depois os
de judô, eram raros, pelas próprias dificuldades de organização", ressaltou o shihan Milton
Segundo o nonagenário mestre dos mestres do judô, que ainda teve tempo para
alcançar o 8º Dan, enumerou o lúcido professor Milton Moreira, aliás, o shihan, hoje, já não
participa tão ativamente, claro, das aulas na academia. "Apenas supervisiono as atividades dos
professores. Mas quando se faz necessário também vou ao dojô para corrigir esses
professores", ressalvou o mestre Milton Moreira.
Finalizo essa pesquisa dizendo que a festa do shihan Milton Moreira na
comemoração dos seus 95 anos foi um sucesso todos queriam fala e conta um fato sobre o
mestre Milton Moreira, vieram convidados de todas as artes Marciais, dentre eles destaco o
Mestre Fabio do Pakua, Mestre Luiz Carlos do Karatè, Mestre Roberio Carcará do Capoeira,
etc. foi feita uma filmagem com depoimentos de todos DVD este que será parte integrada
desta pesquisa.
Junto uma foto do dia dizendo uma frase que do shihan Milton Moreira diz; ‘Nos da
judô clube Sol Nascente somos uma família e devemos olha a todos com os olhos do bem.’
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25 FIGURA 24/01/2012 – ENCONTRO DOS FAIXAS PRETAS, MESTRES
KODASHAS DO CEARA E ANIVERSARIO DO MESTRES DOS MESTRE DO JUDÔ
PROF. MILTON MOREIRA 95 ANOS – SOMOS UMA GRANDE FAMILIA TODOS
IRMÃOS DE ARMADURAS TRANÇADAS- OSS.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Internet.
Coloca o site da Confederação Brasileira de Judô - CBJ
História do Judô
(http://www.judoinforme.com/historiajudo.html)
A chegada do Judô no Brasil - Conde Koma
http://www.judobrasil.net/historia3.htm
Historia do Judô no Ceará
http://www.judoclubesolnascente.com.br/historico.html
shihan Milton Nunes Moreira
http://judoinforme.blogspot.com
Livros.
DUNCAN, Oswaldo. Judô – Luta no Chão (Katame-waza), Rio de Janeiro – RJ, 3
ed. Editora Ediouro Publicações S.A, 1979, ISBN 85-00-18167-2
TSU TOO, Henji, Judô - O caminho suave, São Paulo, SP, Editora Hemus, 1982,
ISBN 85-289-0146-7
VELTE, Herbert. Dicionário de Termos Técnicos de Judô, Rio de Janeiro – RJ,
Editora Tecnoprint S.A, 1989, ISBN 85-00-11910-1
HONDA, Marco K. Judô, São Paulo, SP, Editora Letras e Letras, 1991
VIRGÍLIO, Stanlei. A arte do Judô, Porto Alegre, RS. 3 ed. Editora Rigel, 1994,
ISBN 85-85186-62-3
99
LÍBERI, Carlos Alberto e VIRGÍLIO, Stanlei. A arte da defesa pessoal, Porto
Alegre, RS. Editora Rigel, 1994, ISBN 85-85186-55-0
OTOSHI, Christopher. Dicionário de Artes Marciais, Judô para Crianças, Porto
Alegre, RS. 2 ed. Editora Rigel, 1995, ISBN 85-85186-68-2
CASTRO, Ricardo Lerner e HASSAN, Daniel Zumerkorn.Judô o tatami ao alcance
de todos, São Paulo, SP, Editora Paulo Figueiredo, 2001.
VIRGÍLIO, Stanlei. Conde Koma – O invencível yondan da história (em Português).
Editora Átomo, 2002. ISBN 978-85-87585-24-0
VIRGÍLIO, Stanlei. Personagens e Historia do Judô Brasileiro – Campinas, SP,
Editora Átomo, 2002. ISBN 85-87585-27-4
BAPTISTA, Carlos Fernando dos Santos. Judô: da escola à competição – Rio de
Janeiro, RJ, 3ed. Editora Sprint. 2003. ISBN 85-7332-081-8
VIRGÍLIO, Stanlei. Judô: golpes extra gokiô – Campinas, SP, Editora Átomo, 2007.
ISBN 978-85-7670-070-8
KANO, Jigoro. Judô Kodokan: publicado sob a supervisão do Kodokan Editorial
Committee: traduzido por Wagner Bull. São Paulo: Cultrix, 2008. ISBN 978-85-316-1023-3
MEDINA, Cremilda. Entrevista – O diálogo possível. 5ª.ed. Editora Ática,Serie
Princípios, 2008. P.105.
ADNET, Júlio. O guia do Judô, Brasília, DF, Editora Fórmula Gráfica, 201l.
WATSON, Brian N. Memórias de Jigoro Kano: o inicio da historia do judô / Brian
N.Watson; tradução: Shihan Wagner Bull(6º. Dan Aikikan), São Paulo: Cultrix, 2011
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ANEXOS
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Aniversario de 37 anos do Sensei André Carlos Costa, presença do Shihan Milton
Moreira 97 anos.
Sensei André Carlos, presidente da Confederação Brasileira de Karate shinhan
Carlos e shihan Milton Moreira quando este foi homenageado por fazer parte da historia do
Karate Cearense.
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Copa Milton Moreira, mesa de honra, sentado Shihan Garcia, Milton, Fernandes,
Torquato e em pé sensei Cardoso Neto e Sensei André Carlos.
Alunos e professores da academia Judô Clube Sol Nascente no Japão na 1 academia
do mundo de Judô KODOKAN.
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Sensei André Carlos, shihan Milton Moreira quando foi homenageado pelo serviços
prestados no Jiu Jitsu cearense no dia da copa Milton Moreira pelo presidente da
Confederação Brasileira de Jiu Jitsu e Lutas Profissionais prof. Sazinho.
Secretario de Esportes do estado do Ceara Sr. Ferrucio ao lado shihan Milton
Moreira homenageado e citado do Livro Historias do Karate escrito pelo prof. Cartaxo.
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