À procura de novos mercados

Transcrição

À procura de novos mercados
01-02 Capa_3:Layout 1
15-04-2014
21:00
Page 1
>>Directora: Carina Monteiro • Ano XLV • Preço: 7.00 euros • Uma publicação PUBLIOTEL | WORKMEDIA
/publituris.
o j o r n a l d a i n d ú s t r i a d o t u r i s m o • w w w. p u b l i t u r i s . p t • d e s d e 1 9 6 8
Destinos
Destinos
Hotelaria
Promoção
República Dominicana
/publituris.
‘All Inclusive’
Cruise Day Lisbon
Portugal e Espanha juntos nos
mercados intercontinentais
Destino aposta nos mercados de nicho
Unidades hoteleiras do Algarve
adoptam regime no Verão
pág. 06
1265
18 Abril
2014
pág. 10
Official
Media Partner
pág. 24
À procura de
novos mercados
O potencial do Turismo
Religioso, auxiliado com o
lançamento das novas rotas
da TAP, leva as empresas
nacionais a adaptarem
a sua oferta.
pág. 15
01-02 Capa_3:Layout 1
15-04-2014
21:00
Page 2
03 Editorial:Layout 1
4/15/2014
7:10 PM
Page 03
Editorial
18
Abril
2014
Nesta edição...
#06
DESTINOS
Portugal e Espanha juntos na promoção
Mundo Abreu cresce
#15
DOSSIER
O Turismo Religioso em Portugal
#24
HOTELARIA
O regime de ‘all inclusive’ no Algarve
#34
CONVERSAS À MESA
Nuno Anjos, director comercial da
Soltrópico, é o convidado desta edição
Carina Monteiro
TO’S
[email protected]
Turismo
Religioso
#12
¶
O Turismo Religioso surge em destaque nesta edição
do Publituris, com um dossier onde abordamos a
temática de Fátima e o Turismo Judaico. Durante
muitos anos, o Turismo Religioso ficou à sombra de
outros produtos que ganharam destaque em Portugal. Hoje em
dia, assistimos a uma caminhada do Turismo Religioso no sentido de se afirmar como produto turístico nacional, um trabalho que se deve em muito ao esforço dos privados, é preciso
dizê-lo. Existirão poucos produtos que movimentem 300
milhões de turistas por ano. Acresce a isto o facto de, por exemplo, no caso de Fátima, o destino vender-se por si próprio.
Há novas oportunidades para reforçar o crescimento deste
produto, nomeadamente a abertura da nota rota da TAP para
a Colômbia, um mercado com potencial para este produto,
assim a promoção neste destino seja trabalhada. Mas lembro
também a assinatura do protocolo entre Portugal e Espanha,
que prevê a promoção conjunta de ambos os destinos em
mercados emergentes intercontinentais de produtos como o
Turismo de cidade, natureza, cultural (incluirá o Turismo
Religioso?) e a gastronomia. Seria importante não deixar de
fora o Turismo Religioso, até porque estão incluídos mercados importantes os Estados Unidos da América ou a Coreia.
Deixo uma nota positiva para decisão da Câmara Municipal
de Aveiro de acabar com a Taxa Municipal de Ocupação
Turística. Ribau Esteves cumpriu uma promessa eleitoral.
Numa altura em que se sabe que a autarquia atravessa graves
dificuldades financeiras, não usar o turismo como argumento
para encaixe de receita é uma posição que deve ser assinalada.
/Ficha Técnica
PUBLITURIS, JORNAL DA INDÚSTRIA DO TURISMO - MEDALHA DE PRATA DE MÉRITO TURÍSTICO DO GOVERNO PORTUGUÊS; MEDALHA DE MÉRITO TURÍSTICO DA APAVT
PUBLICAÇÃO QUINZENAL SAI ÀS 6ª FEIRAS • FUNDADO EM 1 DE MARÇO DE 1968 • FUNDADOR NUNO ROCHA • PROPRIEDADE E EDITOR PUBLIOTEL - EMPRESA DE PUBLICAÇÕES TURÍSTICAS E HOTELEIRAS, LDA. - RUA LATINO COELHO, N.º 87 - 1050-134 LISBOA • CONSELHO DE GERÊNCIA
PEDRO CORRÊA MENDES, HÉLIA MILHEIRO • DIRECTOR EDITORIAL CARINA MONTEIRO (210 993 006) • REDACÇÃO HUMBERTO FERREIRA, PATRÍCIA AFONSO (210 991 793), RAQUEL RELVAS NETO (210 991 530), MARTA BARRADAS (ESTAGIÁRIA) • ESTUDO GRÁFICO RUI CAMACHO (210 994 064)
• FOTOGRAFIA JOÃO REIS, HUGO GAMBOA • COLABORADORES BELMIRO SANTOS, ANTÓNIO PAQUETE, JOÃO MENDES LEAL, MANUEL AI QUINTAS, NUNO LIMA DE CARVALHO, PEREIRA LAMELAS, SALVADOR ALVES DIAS, NEOTURIS, RDPE, VASCO CALLIXTO, NELSON CORTEZ, LUÍS DO NASCIMENTO
FERREIRA • CORRESPONDENTES BRAGA - AGOSTINHO PEIXOTO ([email protected]); LEIRIA - MANUEL POÇAS DAS NEVES • DEPARTAMENTO DE VENDA DE INFORMAÇÃO ASSINATURAS CARMO DAVID (210 994 551) • DEPARTAMENTO COMERCIAL PAULA NORONHA (DIRECTORA)
(210 992 813), PAULA DE JESUS (210 994 357, HELENA UMBELINO (210 991 946) • PUBLICIDADE E ADMINISTRAÇÃO - DIRECÇÃO E REDACÇÃO RUA LATINO COELHO, N.º 87 - 1050-134 LISBOA; E-MAIL: [email protected] • IMPRESSÃO FERNANDES & TERCEIRO, S.A., RUA N. SRA. DA
CONCEIÇÃO, 7, 2794-014 CARNAXIDE • DISTRIBUI˙ˆO JMTOSCANO LDA • OUTRAS PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS PUBLITURIS HOTELARIA – REVISTA DE GESTÃO HOTELEIRA; PORTUGAL TRAVEL NEWS - EDIÇÃO BIMESTRAL DE PROMOÇÃO TURÍSTICA EM INGLÊS • DEPÓSITO LEGAL 4143 •
INSCRITO NO ICS N.º 101 280 - ISSN 0870-2152 • CONTRIBUINTE N.º 500 224 609 • TIRAGEM 4 500 EXEMPLARES • ASSINATURA 120€ EUROS (ANUAL)
Todos os direitos reservados. Interdita a reprodução, mesmo que parcial, de textos, fotografias ou ilustrações sob quaisquer meios e para quaisquer fins, designadamente comerciais.
Membro da VISAPRESS
http://www.publituris.pt/
03
04 Opinião:Layout 1
4/15/2014
7:15 PM
Page 04
Opinião
//18 Abril 2014
“
A nova disciplina do alojamento local deve obedecer a uma regra de
subsidiariedade, só sendo admitidos novos estabelecimentos nos espaços
turísticos onde seja insuficiente a oferta de empreendimentos turísticos,
excepcionando-se projectos reconhecidamente inovadores de harmonia
com parecer favorável da respectiva autarquia precedido de audição da
população interessada.
Advogado. Professor ESHTE/ISCAD/ULHT - http://carlosmtorres.blogspot.com / Carlos
Torres
Alojamento local: uma descontrolada aceleração
quando se impõe uma prudente travagem
A recente escolha de elevar a disciplina do alojamento local de portaria (opção
originária do RJET) para decreto-lei (alterações ao RJET introduzidas pelo
Decreto-Lei n.º 15/2014, de 23 de Janeiro) pareceu-me desajustada pelos perigos que comportava. Em vez de o alojamento local continuar subordinado ao
RJET pela via regulamentar - pormenorizando-o, desenvolvendo-o, mas não
conflituando com ele - criou-se um estatuto de igualdade, em que todo o tipo
de soluções é possível.
A recente proposta de um anteprojecto de um Regime Jurídico do Alojamento
Local (RJAL) – de conhecimento restrito ao plano associativo, escapando à
reflexão de um alargado número de destinatários, designadamente empresas e
ensino superior do turismo - excedeu as piores expectativas, somando-se ao
primitivo erro da regulamentação por decreto-lei outro maior, mercê da facilidade de criação de estabelecimentos de alojamento local e do maior âmbito de
aplicação.
O preâmbulo do texto proposto pela SET é elucidativo dos propósitos da nova
disciplina, referindo-se “novas realidades surgem agora, não como um fenómeno
residual, mas como um fenómeno consistente e global, passa não só pela revisão
do enquadramento que lhe é aplicável mas, igualmente, e isso sim, pela criação de
um regime jurídico próprio, que dê conta, precisamente, dessa circunstância” elevando-se “a figura do alojamento local de categoria residual para categoria autónoma, reconhecendo a sua relevância turística e a sua plena inserção na noção de
alojamento turístico” passando “as figuras dos empreendimentos turísticos e do
alojamento local ... a ser duas figuras devidamente autónomas e recortadas”.
Uma das contradições entre as duas disciplinas decorre, desde logo, desta última parte do preâmbulo ao afirmar-se que o alojamento local “deixa de ver sobre
si a proibição de utilização do termo turístico”, bastando atentar no nº 7 do art.º
3º do RJET em que o alojamento local não pode “em caso algum, utilizar a qualificação turismo e ou turístico, nem qualquer sistema de classificação”.
Do meu ponto de vista, a disciplina do alojamento local deverá ter um cunho
restritivo e não de forte impulsionador, como sucede com a proposta em análise, não se desvirtuando, assim, a razão pela qual foi criado, em 2008, pelo
RJET: trazer para a legalidade o alojamento paralelo, clandestino ou não classificado há muito existente no terreno, o qual nalgumas regiões ultrapassa largamente o número de camas classificadas, como sucede no Algarve. Doutro
modo, viola-se o princípio da confiança, pois durante anos a fio, estimulados
por declarações de altos responsáveis políticos de todos os quadrantes, os
empresários fizeram avultados investimentos hoteleiros (aos quais acrescem
apoios públicos de diferente natureza, bem como os benefícios decorrentes da
utilidade turística) que são progressivamente afectados pela degradação dos preços e baixas taxas de ocupação que têm como uma das concausas uma oferta
pouco qualificada, descontrolada e excessiva.
Nesta linha necessariamente restritiva, bem andou o legislador ao consagrar a
proibição da opção facilitista pelo alojamento local, decorrente do pouco exi-
04
gente e simplificado processo de mero registo, quando o imóvel reúna as condições para ser considerado empreendimento turístico em qualquer das suas
tipologias (art.º 2º/3), impedindo, assim, “a existência de empreendimentos
turísticos trasvestidos de estabelecimentos de alojamento local” (preâmbulo).
Há, no entanto, que assegurar que esta acertada opção do legislador não passa
de letra morta. A garantia da sua efectividade passará por uma declaração da
autoridade turística nacional, eventualmente precedida de vistoria ao local,
quando tal se impuser pela insuficiência dos elementos documentais, podendo
intervir neste domínio empresas certificadas à semelhança do que ocorre no
RJET nas auditorias de classificação.
Impõe-se, por outro lado, travar fortemente a criação mais alojamento de baixa
qualificação nos centros urbanos e zonas balneares onde exista suficiente oferta de empreendimentos turísticos. Numa zona rural do interior, onde não existam condições para o investimento em empreendimentos turísticos, entendese o estímulo ao alojamento local, mas dificilmente se pode aceitar que esta
figura continue a surgir vigorosamente nos centros urbanos ou balneares dotados de suficientes (ou até excedentários) estabelecimentos hoteleiros, contribuindo para a preocupante degradação dos preços.
Há também que atentar no carácter negativo da utilização desviante de apartamentos na denominada locação turística, a qual não se confina aos hotéis (concorrência deslea,l pois não suportam os custos de mão de obra nem impostos),
estando igualmente associadas à ausência de população residente nos centros das
cidades, porquanto os proprietários preferem disponibilizar o imóvel a turistas
ao arrendamento clássico. Como os proprietários obtêm maiores rendimentos
com a locação turística, sobem inevitavelmente os preços do imobiliário, dificultando a fixação de populações locais. A locação turística deve ser expressamente proibida ou, no mínimo, dificultada, criando-se por exemplo uma taxa
significativa adstrita a fins promocionais do destino (a partir de 5€ diários por
ocupante) quando exista na localidade um suficiente índice de oferta hoteleira.
O arrendamento de quartos a estudantes, nada tem a ver com o alojamento
local, e do ponto de vista urbanístico é muito benéfico para as cidades.
O texto proposto pela SET desrespeita as regras da propriedade horizontal e
constitui uma armadilha para os condóminos, colocando-os perante um facto
consumado em vez de terem um papel activo de autorização para a instalação
de um estabelecimento de alojamento local. Basta pensarmos nas questões de
segurança, tranquilidade e no maior desgaste das partes comuns designadamente entrada e elevadores causados pelas malas. Impõe-se, assim, que em vez
da declaração do responsável [art.º 7º/1/e)] exista uma autorização do condomínio sempre que no título constitutivo não figure para a fracção em causa uma
finalidade de carácter comercial (alojamento), mas meramente habitacional. A
nova disciplina não deve legitimar alterações do uso. ¶
(Continua)
http://www.publituris.pt/
05 Opinião:Layout 1
4/15/2014
8:41 PM
Page 05
Opinião
//18 Abril 2014
Presidente da Nortravel / António
Gama
PORTUGAL É ‘SEXY’
Finalmente, o Portugal Moderno começa a fazer o seu caminho na opinião pública dos
países emissores e as lendas, como a do Galo de Barcelos ou das Sete Saias, sendo importantes por serem parte da memória colectiva do povo português, não definem, felizmente, Portugal como destino turístico. Não quero ser mal interpretado. Sei que a memória
colectiva de um povo é uma das suas maiores riquezas. É prova de inteligência saber usála em proveito próprio. Pensemos nos Descobrimentos Portugueses, estudemos os relatos de cronistas, a gesta relatada nos Lusíadas por Luís de Camões, as aventuras que Fernão Mendes Pinto nos descreve nas suas viagens fantásticas. Agora imaginem em Lisboa
um parque temático: teria que ser um empreendimento gigantesco para estar à altura do
tema. Quantas aventuras, quantos riscos, quantos medos, quantos encontros e desencontros, quantos obstáculos e quantas glórias podiam ser contadas nesse empreendimento. Mas, infelizmente faltam-nos timoneiros. Faltam-nos líderes com um projecto
para Portugal. Falta gente que saiba olhar para trás e, à falta de engenho para fazer novo,
saiba, pelo menos, dar bom uso às glórias do Portugal passado para tornar mais glorioso
o Portugal presente, lembrando, a nós próprios e ao mundo que não somos um país
pequeno, mas antes um país grande como poucos.
Quando digo que Portugal é ‘Sexy’, estou, antes de mais, a pensar no Portugal Moderno.
Mas, não honra a sua Pátria quem dela não honra a memória. Portugal é ‘Sexy’ quando
tem uma das mais extraordinárias arquitecturas da actualidade. Quando milhares de
arquitectos de todo o mundo vêm admirar as obras de jovens arquitectos portugueses e,
particularmente, as obras de Álvaro Siza Vieira e de Eduardo Souto de Moura.
Portugal é ‘Sexy’ quando, não obstante as dificuldades, apresenta um desenvolvimento
social e humano dignos de um moderno país europeu. Portugal é ‘Sexy’ quando, em toda
a extensão do seu território tem pontos de interesse de toda a sorte e excelentes estruturas como estradas e hotelaria de qualidade incomparável, ainda mais quando comparamos preços com os praticados noutros destinos com muito menos qualidade e interesse
turístico. Portugal é ‘Sexy’ quando aqui é impossível não cometer o pecado da gula. A rica
e diversificada gastronomia é bem o espelho do país e do povo que somos, diverso mas
sempre, sempre doce e, até, “apetitoso”. Portugal é ‘Sexy’ quando tem vinhos dos melhores do mundo para acompanhar os manjares gastronómicos. Portugal é ‘Sexy’ quando, no
que respeita às Ciências e à Investigação está, para surpresa geral, ao nível ou à frente de
outros países ditos mais desenvolvidos do centro e do norte da Europa.
Portugal é ‘Sexy’ quando prepara megaeventos exemplares. Poderíamos fazer um rol com
megafestivais, Cidades Europeias da Cultura, etc. Portugal é ‘Sexy’ quando tem cidades
consideradas como tendo a melhor vida nocturna da Europa.
Portugal é ‘Sexy’ quando produz do melhor e mais prestigiado calçado do mundo, colado à Itália e tem grifes várias que se impõem no mercado global.
Portugal é ‘Sexy’ quando tem uma das mais diversificadas ofertas culturais, um dos mais
acolhedores e amistosos povos. Portugal é, ainda, ‘Sexy’ quando tem para oferecer aos
que nos visitam algumas das mais belas paisagens e melhores praias do mundo, num
clima tão doce como as suas gentes. Não são um mero acaso as inúmeras distinções atribuídas a Portugal como Destino Turístico de Excelência pelos mais prestigiados órgãos
de informação americanos e europeus a partir dos seus estudos de opinião. Isso acontece porque PORTUGAL É ‘SEXY’. ¶
http://www.publituris.pt/
05
06-09 Destinosb:Layout 1
4/15/2014
destinos
06
Dt
8:53 PM
Page 06
18
Abril
2014
A secretária de Estado do Turismo espanhola, Isabel Borrego Cortés, esteve em Portugal para
fechar o acordo de cooperação com Adolfo Mesquita Nunes em matéria de promoção. Estados
Unidos da América, Canadá, Coreia do Sul, China e Japão são os mercados-alvos.
Portugal
e Espanha
unem esforços
na promoção
>> Raquel Relvas Neto [email protected]
>> Fotos: DR
>> Este acordo surge no seguimento do memorando assinado
entre ambos os países em 2006.
O secretário de Estado do Turismo português, Adolfo Mesquita Nunes, e a sua
homóloga espanhola, Isabel Borrego Cortês, assinaram um acordo que prevê a promoção conjunta de ambos os destinos em
mercados emergentes intercontinentais.
Para 2014, foram identificados os mercados-alvo dos Estados Unidos da Amé-
06
rica, Canadá, Coreia do Sul, China e
Japão, nos quais vão ser promovidos os
seguintes produtos prioritários: Turismo de cidade, natureza, cultural e gastronómico.
Segundo o responsável português, estes
são “mercados onde nem Portugal e
Espanha têm uma posição dominante e
que são conhecidos por trazerem turis-
http://www.publituris.pt/
tas que viajam por vários países quando
se deslocam à Europa”.
Este acordo surge no seguimento do
memorando assinado entre ambos os
países em 2006, que previa já a cooperação entre Portugal e Espanha no sector
turístico, mas que Adolfo Mesquita
Nunes refere que não tinha “um plano
sistematizado” de actividades.
06-09 Destinosb:Layout 1
4/15/2014
8:53 PM
Page 07
06-09 Destinosb:Layout 1
4/15/2014
8:54 PM
Page 08
Dt destinos
18 Abril 2014
>> Para o próximo ano, será avaliado e definido um novo plano
de acções, que poderá ser renovado ou aumentado.
A secretária de Estado do Turismo
espanhola enalteceu este acordo que
aposta em “mercados emergentes,
com grande potencial e que ambos os
países mantêm interesse”, realçando a
importância de apostar na “diversificação de mercados”.
Tendo em conta que 2013 foi “um
ano importante em ambas as economias ao nível do sector turístico” e
5 Minutos...
Isabel Borrego Cortés
Secretária de Estado de Turismo
08
que as previsões da Organização
Mundial de Turismo apontam para
1400 milhões de turistas internacionais até 2020, Isabel Borrego salienta
que “ambos os países têm de aspirar a
ter uma maior quota deste número”.
Para já, o plano de actividades incidirá em visitas de imprensa e de familiarização do trade dos mercados
identificados, que servirão, sobretu-
O portal Spain.info aposta na
comercialização. Que resultados têm
obtido?
O Spain.info apresentou a sua nova versão
no ano passado, no mês de Junho, faz cerca
de um ano, e quase que duplicámos as
visitas. Nesta nova apresentação do portal
apostámos na comercialização através do
spain.info, comercialização que significa
que a venda termina na página do
promotor, o portal faz apenas de
intermediário. Nessa comercialização, já se
vende alojamento, transportes e oferta
complementar. Desde 25 de Março,
comercializam-se experiências, algo que
era muito importante. O Spain.info
converteu-se no melhor canal que pode
oferecer animação turística espanhola às
Pequenas e Médias Empresas e às Micro
empresas turísticas. Já existem mais de 500
experiências no portal para que os turistas
do, “para ganhar economia de escala”.
O SET português garantiu que ambas
as acções “protegem a identidade dos
nossos países, singularidade dos nossos destinos e permitem criar cooperação à escala necessária para que
Portugal e Espanha possam continuar
a usufruir do bom período turístico
que vivem”.
Questionado sobre o investimento
possam entrar, ver e se quiserem comprar
vamos colocá-los em contacto com o
promotor, que terminará a operação de
venda.
São resultados positivos?
Os resultados são positivos, o sector está
muito satisfeito. Este trabalho está a ser
feito conjuntamente com o sector privado
em concreto, a comercialização das
experiências trabalha muito com as
agências de viagens. Penso que o sector está
contente, bem como o público final porque
é algo que traz mais turistas para as
experiências.
A remodelação da rede de representações
do Turismo Espanhol nos mercados
internacionais é uma das medidas da
TurEspaña. Quais os objectivos desta
estratégia?
http://www.publituris.pt/
alocado para estas acções, Adolfo
Mesquita Nunes explicou que este
será feito tendo em conta cada uma
dessas acções, que estão limitadas aos
orçamentos para promoção de cada um
dos países, não existindo um “orçamento dedicado a este protocolo”. “Vamos
coordenar acções conjuntas, ganhando
sinergias e partilhando custos”, concluiu.
Para o próximo ano, será avaliado e
definido um novo plano de acções, que
poderá ser renovado ou aumentado
consoante os resultados obtidos no
final do ano, segundo Isabel Borrego
Cortés.
CONTÍNUA APOSTA
NO MERCADO PORTUGUÊS
A secretária de Estado de Turismo
espanhola aproveitou a visita a Portugal
para reunir com as empresas do sector
espanholas com negócios no mercado
português. GEA, Amadeus, NH Hoteles, Eurostars, Travelplan, Airmet, Soltour, entre outras, foram as empresas
que partilharam com a representante
do Governo espanhol as suas experiências com o mercado português. Isabel
Borrego Crotés considerou de elevada
importância esta reunião “com as
empresas turísticas espanholas com
negócios em Portugal, num mercado
que está a crescer 3,5% em 2014.”
Segundo a responsável, “é um mercado
que queremos que inicie a sua recuperação até Espanha, é importante assim
partilhar as experiências e opiniões
com o sector que trabalha em Portugal
para intensificar todas as acções de promoção no País e também como melhorar o produto e os nossos destinos para
que os portugueses continuem a ser
fiéis a Espanha como têm sido até
agora”. ¶
A estratégia aqui é fechar acordo com o
sector privado para entrarem nos
mercados numa colaboração contínua
com as Oficinas, de forma a
profissionaliza-las e adaptá-las cada vez
mais às necessidades tanto do sector
público como privado turístico espanhol,
mas também adaptá-las aos novos
mercados emergentes. Temos apercebido
que as Oficinas têm de alterar a sua forma
de trabalhar porque respondem ao sector
profissional mas também ao público final,
têm que mudar a forma de trabalhar e a
distribuição geográfica, que é o que
estamos a fazer. Temos potenciais novos
mercados que temos que responder, falo
de mercados na América Latina ou os
Emirados Árabes. Queremos
fundamentalmente fazer um esforço na
promoção do destino através da nossa rede
de oficinas no exterior.
06-09 Destinosb:Layout 1
4/15/2014
8:54 PM
Page 09
10 Destinos:Layout 1
4/15/2014
6:31 PM
Page 010
Dt destinos
18 Abril 2014
República Dominicana
posiciona-se como
destino de nichos
>> Raquel Relvas Neto
[email protected] >> Fotos: João Reis
Depois de uma época em
que era sobretudo um
destino de massas,
a República Dominicana
quer mostrar ao mercado
que oferece mais do que
o produto sol e praia.
História, cultura, surf,
golfe e turismo temático
são as novas apostas.
Com a diminuição dos voos ‘charter’ e
das ligações aéreas das companhias
espanholas, a República Dominicana
registou um decréscimo de 35% no
número de turistas portugueses a efectuar férias no destino em 2013.
Samanda Fersobe, directora do Turismo da República Dominicana para Portugal e Espanha, espera que, em 2014,
“possamos ter um pouco mais de passageiros, que haja um aumento. Lamentavelmente os valores até ao mês de
Março não foram favoráveis pela
mesma situação: falta de ‘charter’ e de
ligações aéreas”.
Actualmente, Portugal tem disponível
apenas ligações aéreas através da Air
Europa, via Madrid, “que não tem capacidade suficiente para transportar todos
os passageiros. A saída, no ano passado,
da Orizonia, também deixou um vazio
no mercado português”.
Mas a responsável não se mostra incomodada com este facto, pois “perdemos
as massas, mas estamos a recuperar os
nichos. Estamos a enviar muitos golfistas para a República Dominicana e grupos temáticos, em parceria com o ope-
010
rador Total Fun, que tem programas
para solteiros ou para aqueles que querem aprender a dançar merengue ou a
falar espanhol”. Samanda Fersobe considera difícil recuperar um largo número de turistas portugueses, “mas podemos ir recuperar os nichos que, no
final, poderá ser melhor porque o gasto
diário é mais elevado”. Os surfistas também vai ser uma das apostas da República Dominicana para este ano.
Este ano, além da Total Fun, o destino vai
contar com programação da Zoom Travel, “que vai ter uma programação muito
divertida para a República Dominicana.
No momento não pode operar com
‘charters’, mas vai oferecer viagens combinados com os EUA, para terem a facilidade de voo”, indica a directora, acrescentando que os voos da TAP para o
Panamá também podem ajudar o mercado, tendo em conta que existem dois
voos diários entre o novo destino da
companhia aérea portuguesa e a República Dominicana. “Os operadores turísticos podem focar-se nesta ligação aérea
sem terem que passar por Espanha”.
Também o operador turístico Soltour vai
contar com um ‘charter’ no Verão para o
destino, assim como a Travelplan que inicia as operações charter com voos para
Punta Cana, entre 4 de Maio e 26 de
Outubro, à quarta e ao domingo.
Recentemente, a companhia aérea
espanhola Iberia anunciou cinco voos
semanais para Santo Domingo, a partir
de 1 de Setembro.
PROMOÇÃO
Para apresentar as mais-valias do destino
ao ‘trade’ português, o Turismo da República Dominicana vai promover dois
workshops que vão decorrer a 21 e 22 de
Maio, no Porto e Lisboa, respectivamente.
http://www.publituris.pt/
Air Europa, Zoom Travel, Totalfun,
Soltour e Travelplan são para já os parceiros confirmados.
O destino vai também promover uma
famtrip, para ajudar alguns operadores turísticos a conhecer a República
Dominicana para poderem programar o destino, nomeadamente destinos além de Punta Cana, como Santo
Domingo, La Romana e Samaná, bem
como Cabarete.¶
■ ■ ■ Entre os principais mercados europeus para o destino,
destacam-se a Alemanha, “que
teve uma recuperação surpreendente”, França e Rússia, “que
teve um crescimento estável de
7%”. “Em geral, a Europa terminou o ano com valores positivos”, indica Samanda Fersobe.
11 Destinos:Layout 1
4/15/2014
8:51 PM
Page 011
destinos Dt
18 Abril 2014
Turquia
optimista
para 2014
O destino recebeu 45 mil turistas portugueses no ano
passado. No geral, a Turquia registou um crescimento de
5% no número de turistas internacionais em visita ao país.
>> Aybala Yesim Dalkiliç, directora da Embaixada da Turquia Conselho
de Informação de Cultura e Turismo, e Huseyin Yilmaz, colaborador
>> Raquel Relvas Neto [email protected]
Há dois anos, a Turquia recebia uma
média de 50 mil turistas portugueses, no
ano passado receberam menos cerca de
5 mil visitantes, mas nem por isso Aybala Yesim Dalkiliç, directora da Embaixada da Turquia Conselho de Informação
de Cultura e Turismo, deixa de considerar que foi atingido “um bom número”.
A responsável explica que este resultado
foi satisfatório tendo em conta a situação
económica do país e da própria Europa.
No geral, o destino registou um crescimento de 5% em número de turistas
internacionais e 10% na indústria turística turca, “o dobro da média global”.
Entre os principais mercados estão o alemão, britânico e russo, com especial destaque também para os países vizinhos,
como a Geórgia e a Ucrânia, o que a responsável justifica com os acordos de vistos estabelecidos com estes dois países.
Para 2014, e no que diz respeito ao mercado português, Aybala Yesim Dalkiliç
adianta ao Publituris que “estamos
muito optimistas”, apesar de não avançar
com um número expectável de turistas
portugueses no destino, o que indica que
só poderá ser avaliado após o período da
Páscoa, que considera ser um bom
momento para avaliar o comportamento
do mercado para o resto do ano.
>> Fotos: João Reis
APOSTA NO MERCADO
PORTUGUÊS
Para promover o destino junto do
mercado português, o Turismo da
Turquia está a desenvolver várias
acções em parceria com os operadores turísticos de Portugal que comercializam o destino. Entre as iniciativas, destacam-se campanhas de marketing conjuntas, viagens de inspecção, roadshows, famtrips, projectos
que vão contar também com o apoio
da Turkish Airlines, que anunciou
recentemente o aumento de ligações
para Portugal desde Istambul.
A responsável turca descreve que
entre as preferências do mercado português destacam-se a cultura da Turquia, daí a preferência por destinos
como Istambul e capadócia, mas também o mar. Neste sentido, Aybala
Yesim Dalkiliç considera que “Antalya
vai crescer de novo, pelo menos parece assim, mas vamos ver o que acontece durante o Verão. Os operadores
turísticos estão a considerar alguns
‘charters’ este ano para o destino, mas
não há nenhum número exacto neste
momento”. Vão ser estes os destinos e
produtos que vão estar em evidência
nas acções promocionais da Turquia
no mercado português. ¶
http://www.publituris.pt/
011
12-14 TO's:Layout 1
4/15/2014
to’s & agentes
12
8:45 PM
Page 012
18
Abril
2014
Turismo nacional
em destaque
no Mundo Abreu
>> Patrícia Afonso [email protected]
>> Fotos: DR
To
>> O Mundo Abreu voltou a bater recordes, com mais de 200
expositores na edição de 2014.
Duas brochuras e aumento da expressão através do stands
As reservas no Mundo Abreu voltaram a
crescer, naquela que foi a sua 12.º edição.
Mais 15,2% face à feira realizada no ano
passado. O balanço é claramente positivo, com destaque para o Turismo nacional, que está a “apostar muito forte”
nesta feira.
Em declarações ao Publituris, em género
de balanço no final do Mundo Abreu,
012
expositores dão força às regiões nacionais na feira, cujas
reservas voltaram a crescer, pelo 12.º ano consecutivo.
que decorreu nos dias 5 e 6 de Abril de
2014, na FIL, no Parque das Nações, em
Lisboa, Alberto Machado, porta-voz da
Abreu, afirmou que “o volume de reservas cresceu 15,2%”, um valor “relevante.”
http://www.publituris.pt/
Muito embora este certame tenha crescido em todas as suas edições, esta ordem
de grandeza não era há muito verificada.
O top10 dos destinos vendidos no fimde-semana em questão é encabeçado por
12-14 TO's:Layout 1
4/15/2014
8:45 PM
Page 013
12-14 TO's:Layout 1
4/15/2014
8:45 PM
Page 014
To to’s & agentes
18 Abril 2014
Portugal, em particular o Algarve,
Açores e Porto Santo; seguindo-se
Cabo Verde; Brasil; Turquia; Cuba;
Disneyland Paris; Espanha (Continental, Canárias e Baleares); Marrocos; Tunísia; e cruzeiros no Mediterrâneo. Apesar de não haver nenhum
destino que tenha suscitado grandes
surpresas, Alberto Machado salientou Cuba, “pelos voos directos e ser
um destino que os portugueses se
habituaram a frequentar.”
Sobre o aumento das reservas, o
porta-voz justificou com a recuperação económica, mas, também, com a
marca Abreu e o próprio Mundo
Abreu e a confiança que estes conferem junto do consumidor.
Alberto Machado referiu, ainda, que
as 145 lojas Abreu vão continuar a
vender os produtos disponibilizados
no Mundo Abreu até ao dia 30 de
Abril, com a disponibilidade a variar
consoante as vendas já realizadas.
A surpresa da 12.º edição do Mundo
Abreu, no que respeita a expositores,
que ultrapassam os 200 – recorde
absoluto – foi precisamente o Algarve,
“do ponto de vista de expressão”
014
FEIRA
Diamantino Pereira, director-geral
da Abreu, em conversa com o Publituris no primeiro dia do Mundo
Abreu, revelou que “os primeiros
sinais são muito bons”, explicando: “A
feira abriu as 11h00 e temos dados
que nos permitem estar bastante
optimistas. O ano passado, a fila da
feira terminou ao fim de 45 minutos.
Este ano, a feira abriu cinco minutos
mais cedo e a fila acabou ao 12h20.
São 25 minutos de diferença, o que
nos dá mais 25 a 30% de afluência.”
Questionado sobre uma possível justificação, Diamantino Pereira afirmou “ter muito a ver com a recuperação económica do País.” “Acho que as
pessoas estão muito mais seguras e
confiantes e sentem que já podem
investir em viagens. As pessoas estão
a reservar com quatro e cinco meses
de antecedência. Não tenho dúvida,
são sinais de uma recuperação económica.” A isto, acresce, a marca de
confiança que a Abreu tem vindo a
manter ao longo dos anos.
“Não há pontos altos na Abreu, esses
são as 150 lojas e a marca de confiança que temos. Os grandes argumentos
da Abreu, na minha opinião, são o
facto de Abreu ser uma empresa
séria, com 170 anos, e que ganhou,
pela 14.ª vez, o prémio de confiança.”
Algo que se reflecte na feira. “O
Mundo Abreu é um momento importante em notoriedade, é uma
demonstração de vitalidade na
empresa e alavanca muito as vendas.
Agora, não é ao mais importante. Isso
são as nossas lojas e a nossa capacidade enorme de conquistarmos a con-
fiança do público.”
DESTAQUES
Apesar de não querer destacar
nenhum produto em especial, Diamantino Pereira revelou que “o produto nacional est´´a a ter um grande
destaque. Tem duas brochuras, isso
diz logo tudo.”
“O produto nacional é muito importante. O Algarve está com 800 m2 na
feira e com brochura própria. Agora
não nos podemos esquecer que há
destinos aos quais a agência Abreu
sempre esteve associado.” É o caso do
Brasil, ‘main sponsor’ do Mundo
Abreu, frisou Diamantino Pereira,
referindo: “Este é um destino muito
querido na Abreu, não só dos clientes, como do staff, que conhece muito
bem o Brasil e tem uma facilidade
enorme em vender o destino. Temos
uma boa quota de mercado do produto, essencialmente porque os clientes associam-nos ao produto. Há coisas que dizemos que são fáceis de
provar: temos uma brochura de 160
páginas sobre o Brasil.”
A surpresa da 12.º edição do Mundo
Abreu, no que respeita a expositores,
que ultrapassam os 200 – recorde
absoluto – foi precisamente o Algarve, “do ponto de vista de expressão”,
afirmou, por sua vez, Alberto Machado, porta-voz.
“O Turismo nacional está a apostar
muito no Mundo Abreu. Está sobejamente provado que o Mundo Abreu
vende muito bem este produto”, concluiu Diamantino Pereira.
APAVT E CTP ELOGIAM MUNDO
ABREU
Segundo Pedro Costa Ferreira, presidente da Associação Portuguesa de
Agentes de Viagem e Turismo
(APAVT), esta feira “tem uma enorme importância e é um grande
momento da distribuição.”
“Desde que sou presidente da APAVT
que tenho assistido ao Mundo Abreu e
tenho realçado a extraordinária
importância que esta dinâmica e vitalidade têm num mercado que estava
deprimido e em crise. Hoje [5 de
Abril], no primeiro dia desta feira,
desde que sou presidente da APAVT,
assisto que coexistem um Mundo
Abreu e um mercado que parece que
está a dar os seus primeiros momentos
de crescimento. Prevejo - e o Mundo
Abreu é um sinal para todo o mercado
– que esse sinal seja muito positivo e
que, uma vez mais, os agentes de viagem dêem um enorme exemplo de
dinâmica e de capacidade de realização e distribuição”, considerou.
http://www.publituris.pt/
“Sinceramente, o que espero é que
assistamos a um dos maiores êxitos
de venda desta organização, que, no
meu entender, tem a ver não apenas
com a capacidade de realização e com
o profissionalismo que edificam todo
este acontecimento, mas, também,
por encontrar, este ano, pela primeira
vez, e digo isto com felicidade, um
mercado que parece estar a crescer”,
afirmou o responsável da APAVT.
Já Francisco Calheiros, presidente da
Confederação do Turismo Português
(CTP), disse: “Pelo que vi até agora, é
uma feira muito bem organizada, tem
muitos stands e, em termos de distribuição, é extraordinariamente importante. Não nos podemos esquecer que
o mercado interno é responsável por
30% das dormidas nacionais e isto é
uma prova. Temos aqui os stands do
Algarve, Açores, Madeira, Norte, etc.
e que, neste fim-de-semana [ 5 e 6 de
Abri], vão, com certeza, efectuar-se
muitas vendas. Portanto, é também
fundamental que o sector da distribuição esteja bem e esta é a 'prova
provada' que está o mais pujante possível, porque temos aqui a componente de outgoing e incoming.”
BRASIL QUER CRESCER 5%
Em entrevista ao Publituris, Kátia
Bitencourt, da Embratur, disse que a
aposta contínua no Mundo Abreu
tem a ver com a importância de Portugal como emissor de turistas,
sendo, actualmente, o quinto maior
mercado na Europa.
“O Brasil já participa há 10 anos no
Mundo Abreu. O Grupo Abreu é um
parceiro comercial importante do
Brasil, temos feito muitas acções de
promoção em parceria e acreditamos
que este ano deve haver umas aposta
forte e bem positiva de comercialização de produtos turísticos, especialmente, mais uma vez, ressalvando
que a maior parte dos destinos operados pela TAP vão receber jogos da
Copa do Mundo. Certamente que
com o acréscimo da oferta de voos,
haverá um incremento das vendas,
especialmente com a novidade que é
o destino Manaus e Belém”, defendeu.
Depois de, em 2012, ter recebido 168
mil turistas portuguesas, o Brasil
espera, este ano, aumentar este
número em 5%. Para o Mundial de
Futebol, a expectativa é que sejam
recebidos cerca de 11 mil turistas
com bilhetes para a competição.
Porém, “a nossa intenção é aproveitar
a Copa como um grande cartão de
visitas para o Brasil, que traz a oportunidade de conhecer destinos além
do sol e praia”, disse a responsável.¶
4/15/2014
8:56 PM
Page 015
18
Abril
2014
//Turismo Religioso
APOSTA NA DIFERENCIAÇÃO
PARA POTENCIAR OS
DESTINOS
>> Raquel Relvas Neto [email protected]
O
15
dossier
15-23 Dossier:Layout 1
>> Fotos: DR
Turismo Religioso movimenta entre 300 a 330 milhões de
turistas anualmente, segundo
dados da Organização Mundial de Turismo. Em Portugal, este produto tem ganho cada vez mais destaque ao
nível da promoção do País, enquanto destino turístico tanto para o catolicismo
como para o judaísmo. Presente em grande parte das regiões, o Turismo Religioso
conta em Portugal com um vasto roteiro
de templos, cultos e festas religiosas,
assim como de vários monumentos de
herança judaica. Este produto foi, recentemente considerado, prioritário pelo actual
Governo, tendo inclusive obtido destaque
na última revisão do Plano Estratégico
Nacional do Turismo.
Segundo fonte do Turismo de Portugal, o
património religioso além de fazer parte
O Turismo Religioso move milhões de pessoas por todo o
mundo e é ainda transversal a outros segmentos, como, por
exemplo, o turismo cultural e de natureza. Captar uma
pequena fatia desse número de turistas apresenta-se como
uma oportunidade única para o Turismo nacional.
integrante da nossa cultura, “desempenha
um papel determinante na diferenciação
do Destino Portugal, pelo que a sua valorização é essencial ao desenvolvimento da
actividade turística”.
E é esta diferenciação que é considerada uma
oportunidade para as várias regiões, especialmente para o Norte e Centro de Portugal,
onde a presença religiosa é abundante.
Helena Gonçalves, directora-executiva da
Associação de Turismo do Porto e Norte
(ATP), explica que “o Turismo Religioso
tem um enorme potencial de crescimento.
Pela sua complementaridade com outros
produtos turísticos e atractividades do destino, o Turismo Religioso funciona como
um catalisador do turismo para o Porto e
Norte de Portugal. Um exemplo concreto
deste potencial e desta complementaridade
é o Caminho Português de Santiago, que
associa precisamente o culto ao Turismo de
Natureza. Trata-se de um segmento que
http://www.publituris.pt/
015
15-23 Dossier:Layout 1
4/15/2014
8:56 PM
dossier
apresenta um potencial de crescimento
notável, que já atrai muitos turistas
estrangeiros, nomeadamente alemães e
holandeses”. A recente adesão da
Câmara Municipal de Braga à ATP
marca “um novo ciclo de estratégia de
promoção internacional do destino,
potenciando os activos verdadeiramente diferenciadores de Braga”, onde se
destaca a longa tradição religiosa da
cidade. Também a recente filiação da
Comunidade Israelita do Porto à associação, que detém a maior Sinagoga da
Península Ibérica, “demonstra a nossa
clara aposta na transversalidade deste
produto e representa, igualmente, a
vontade de internacionalização e abertura desta instituição à indústria do
turismo com o objectivo da captação do
turismo judaico para o Porto e Norte de
Portugal”, realça a directora-executiva.
Já no Centro, a “devoção Mariana com
expoente máximo em Fátima, o Caminho Português de Santiago ou a Herança Judaica são eixos estratégicos com
forte potencial de crescimento e desenvolvimento turístico”, destaca Pedro
Machado, presidente do Turismo do
Centro. Segundo o responsável, tanto as
peregrinações de Maio como de Outubro originam fluxos de visita nacionais
e internacionais com “forte impacto no
território regional”. Uma realidade que
se reflecte no número de turistas anuais
que o município de Ourém recebe,
cerca de 4 milhões de turistas, “tendo
registado em 2011, e conforme dados
do INE, cerca de 600 mil dormidas, na
sua maioria respeitantes às unidades
hoteleiras localizadas em Fátima”. O
Turismo Religioso proporciona também cross-selling de produtos com
especial impacto no touring e no turismo cultural. “O convento de Cristo em
Tomar, os Mosteiros de Alcobaça e da
Batalha, a Universidade de Coimbra monumentos com a chancela UNESCO
- ou o Museu Judaico de Belmonte, são
alguns exemplos de locais cujo valor
histórico, patrimonial, e arquitectónico,
confere maior atractividade ao destino”,
indica o responsável.
“Sabemos que o potencial económico e
turístico deste produto para a região
016
Page 016
//Turismo Religioso
Centro é muito significativo. Neste sentido, a região elaborou um plano de
actividades específico que tem em consideração “a diversidade, a múltipla
oferta territorial, o estabelecimento de
redes e a existência no território, de um
dos mais importantes núcleos religiosos
do mundo – Fátima”. Em 2017, celebrase o centenário das aparições de Fátima,
estando já garantida a presença do Papa
Francisco. Pedro Machado assegura
que “a mediatização deste acontecimento tem alcance mundial e projecta a
notoriedade do destino, assim como, a
marca Portugal”.
PRÓXIMAS INICIATIVAS
Depois de terem estado presentes na
acção conjunta junto de tour operadores e jornalistas promovida com a
Secretaria de Estado do Turismo e o
Turismo de Portugal em Israel, a Associação de Turismo do Porto e Norte e
o Turismo do Centro estão a planear
novas acções. Helena Gonçalves adianta que, durante a Semana Sana, será
promovida uma press trip multimercados, que vai contar com a participação
de 10 jornalistas oriundos dos principais mercados estratégicos e de desenvolvimento do PNP, nomeadamente:
Espanha, Alemanha, Bélgica, Holanda
e Itália. Também a celebração anual do
São João, que se comemora a 24 de
Junho, vai contar com acções promocionais a nível internacional. A ATP
destaca que vai intensificar a promoção do Turismo Religioso junto dos
mercados emissores de motivação
católica (como a Polónia, Itália, EUA e
Brasil), assim como nos mercados
emissores cuja motivação é a herança
judaica (como Israel, EUA e Brasil).
Apesar da promoção ser intensificada
nos mercados acima enumerados, a
ATP vai manter a promoção/ comercialização e venda nos mercados: francês, alemão e Benelux.
“Além destas iniciativas, a ARPTP
Porto e Norte de Portugal - numa parceria conjunta com a ARPT Centro de
Portugal – está a desenvolver um conjunto de acções promocionais nos
mercados internacionais, onde se
18 Abril 2014
inclui EUA e Brasil, com enfoque no
Turismo Religioso”, indica a responsável da ATP.
A par desta parceria, a Centro de Portugal promoveu uma educacional que
percorreu o território regional, dando a
conhecer os principais locais no âmbito
do turismo judaico, assim como, o novo
roteiro Herança Judaica na Universidade de Coimbra. “Por agora está em preparação uma campanha promocional
agendada para o segundo semestre do
ano, para a América do Sul, América do
Norte e Europa Central”, destaca o
Pedro Machado.
OPORTUNIDADES
Situada entre os dois principais aeroportos nacionais e com uma vasta rede
de vias rápidas, a região Centro vê os
novos destinos da TAP como uma
oportunidade, especialmente em mercados importantes para este produto
estratégico. Além da nova ligação para
Oviedo, que potencia ainda mais o
principal mercado externo emissor de
turistas para a região, assim como o primeiro mercado para o Santuário de
Fátima, o mercado espanhol, Pedro
Machado vê com boas perspectivas o
reforço de voos para o Brasil, com a
abertura da rota Belém e Manaus, Alemanha, Suécia, Rússia, mas também as
novas ligações para o Panamá, Colômbia, Estónia e Sérvia. “Vêm abrir um
um conjunto de possibilidades no
âmbito promocional na América Latina, e na Europa, principalmente em
alguns mercados onde esta temática
tem particular significado”. Pedro
Machado refere que, “além da acção nos
mercados externos a cargo da ARPT, e
cujo orçamento é limitado, há a possibilidade de intervir em alguns mercados
através da rede de contactos já existente na região Centro. É o caso das cidades-irmãs, ou das parcerias já existentes
entre santuários mundiais”.
A aposta contínua nas ligações aéreas ao
destino faz parte das prioridades da ATP,
de forma a poderem aumentar o número
de dormidas de estrangeiros e manter o
crescimento de dois dígitos da região.
Mas os esforços da associação não passam apenas por aqui. Neste sentido, a
responsável explica que “as empresas privadas associadas estão a reforçar os packages e circuitos turísticos de Turismo
Religioso, quer para grupos, quer para
individuais, formatando itinerários que
valorizam e integram o património histórico, cultural, religioso e paisagístico.
Em suma, procura-se incentivar a oferta
de experiências que qualifiquem e diferenciem o produto”. Helena Gonçalves
considera que “o perfil do turista religioso internacional é exigente, interessado
não só na expressão da sua fé e na sua
busca espiritual, mas também no enquadramento histórico e cultural dos locais
que visita”. Neste âmbito, revela que a
ATP está empenhada “em continuar a
desenvolver os meios e condições para
proporcionar a melhor experiência ao
turista: uma experiência de viagem que
seja também uma experiência de vida”.¶
Guia de Boas Práticas de Interpretação do
Património Religioso lançado em Maio
■ ■ ■ O Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja, da Conferência
Episcopal Portuguesa desenvolveu, em parceria, com o Turismo de Portugal, o Guia
de Boas Práticas de Interpretação do Património Religioso, a lançar no próximo mês
de Maio. Segundo o Turismo de Portugal, este guia direcciona-se aos gestores do
património religioso, guias intérpretes e empresas do sector turístico, que reúne um
conjunto de conteúdos com destaque “na melhoria da interpretação do Património
Religioso e da qualidade da experiência da visita”. O instituto público considera
que os respectivos conteúdos do guia “contribuem para melhor conhecer e compreender os diversos actos e símbolos relativos às celebrações, os objectos e espaços de culto, bem como os circuitos aconselháveis nos templos católicos e factores
de atractividade patrimonial, num modelo de visita guiada que fará realçar toda a
riqueza material e imaterial dos locais de culto”. Esta ferramenta, além de servir de
apoio na interpretação do património religioso e de informar, visa “ajudar a revelar
o significado desse património, despertar emoções e estimular o interesse do visitante”. Complementarmente, as duas entidades irão editar também, em parceria,
os Roteiros Turísticos “Caminhos Marianos” e “Caminhos de Santiago”, outro instrumento de divulgação do património religioso, destinado a turistas e também aos
agentes económicos, contribuindo com elementos interpretativos do património
nacional nestas duas temáticas, com o objectivo de “potenciar o desenvolvimento
de novas oportunidades de negócio no âmbito do produto Circuitos Turísticos Religiosos e Culturais”. Ainda no mesmo âmbito, o Turismo de Portugal celebrou igualmente um acordo de edição com a Rede de Judiarias de Portugal para a publicação do Roteiro Turístico “Caminhos Judaicos”.
http://www.publituris.pt/
15-23 Dossier:Layout 1
4/15/2014
8:56 PM
Page 017
15-23 Dossier:Layout 1
4/15/2014
8:56 PM
dossier
Page 018
// Turismo Religioso
18 Abril 2014
Fátima apresenta
novas ofertas
Em 2017, celebra-se o centenário das aparições de Fátima. Além da vasta oferta hoteleira, têm surgido novos
negócios turísticos que pretendem prolongar a estadia dos turistas em visita ao destino.
>> Raquel Relvas Neto [email protected]
>> Fotos: DR
Fátima Hotels aposta forte na Colômbia
E
m 2013, o Santuário de Nossa
Senhora do Rosário de Fátima
recebeu 567 964 peregrinos em
peregrinações organizadas, dos
quais mais de 120 mil são estrangeiros,
segundo dados levantados pelo próprio
Santuário. Destes, os principais mercados
em número de peregrinos que se destacaram, em 2013, são Espanha, Itália, Polónia, Brasil, EUA, Ucrânia, Alemanha,
Coreia do Sul, França e Irlanda. Ao nível
de países com maior número de grupos,
as nacionalidades não diferem muito,
acrescem apenas os filipinos que também
são frequentes no destino. Também os
últimos dados do Instituto Nacional de
Estatística reforçam a atracção de Fátima,
ao indicarem que, no ano passado, foram
registadas cerca 600 mil dormidas na
região. A atractividade é ainda visível no
número de visitantes, por exemplo, das
Casas dos Pastorinhos, que recebem uma
média de mais de 310 mil visitantes
anualmente.
Actualmente, Fátima conta com seis mil
camas de unidades hoteleiras vinculadas
018
ao Turismo de Portugal, cinco mil camas
sob a tutela de casas religiosas e mais quatro mil de casas particulares, num total de
cerca de 15 mil camas. Segundo Nazareno do Carmo, vice-presidente da Câmara
Municipal de Ourém, ao qual pertence a
localidade de Fátima, não existem perspectivas de crescimento da hotelaria tradicional, a não ser “nichos específicos” e
ampliações e remodelações das unidades
já existentes. Porém, a sazonalidade do
destino e “a concorrência desenfreada e
desleal” da prática de diárias a 18 euros
são alguns dos problemas apontados pelo
autarca. Para dinamizar o destino e captar
novos nichos para preencher as camas
disponíveis na região, Nazareno do
Carmo refere que na região existe uma
pista para aeronaves com 1400 metros e
que a mesma poderia receber um avião
‘charter’ com grupos para visitarem o destino. “Seria importante para captar turistas que de outra forma não podem vir ao
Santuário, seja os nichos de doentes como
de turismo sénior”, refere o responsável,
explicando que se torna desconfortável,
■ ■ ■ Em 2013, os Fátima Hotels, marca hoteleira que integra as unidades Hotel
Estrela de Fátima, Hotel Regina, Hotel Coração de Fátima, Hotel Cruz Alta e, mais
recentemente, o América Fátima Hotel, receberam turistas provenientes sobretudo
do Brasil, Coreia do Sul, EUA, Itália e Polónia, seguindo-se Portuga e Espanha.
Alexandre Marto Pereira, administrador dos Fátima Hotels, destaca que no ano passado, as unidades da marca terminaram o ano com menos 5%. “Foi a primeira vez
que caímos nas vendas, penso que se deve à entrada de mais um hotel, que diluiu
um pouco as vendas”. Para este ano, “esperamos que as vendas médias aumentem uns 15%, o que faz com que tenhamos um ano recorde em número de turistas em termos de RevPar e de ‘room nights’, se bem que continuam a ser preços
muito baixos em termos de preços médios porque estamos pressionados por preços
num destino em que há excesso de oferta”. Para tal, a filosofia do grupo concentra-se em “diversificar ao máximo os mercados, não estarmos nunca dependentes
de um ou dois mercados importantes, mas antes diluir as origens dos nossos clientes”. O responsável da Fátima Hotels realça que houve um crescimento dos mercado emergentes, como o Brasil, Canadá e EUA, mas a aposta da marca hoteleira
vai centrar-se este ano na Colômbia, auxiliados agora com o lançamento do voo
directo da TAP para Bogotá. “É ainda um mercado incipiente, mas pensamos que
tem um elevado potencial. Já conhecemos a maior parte dos operadores que trabalham este produto, estamos neste momento a preparar duas press trips, com o
apoio do Turismo do Centro, com canais de televisão de natureza católica, e uma
fam-trip com um operador português, bem como um workshop para operadores na
Colômbia”, o qual poderá ser cancelado para a marca hoteleira de se juntar a uma
iniciativa promovida pelo Turismo de Portugal.
Alexandre Marto Pereira considera que Fátima tem o caminho menos dificultado ao
nível de promoção internacional: “Fátima tem uma vantagem enorme face a muitos destinos, principalmente no mercado externo, não precisamos de fazer um
esforço brutal para dizer o que somos” o que ajuda a poupar “imenso tempo e
dinheiro no posicionamento do destino”. Auxiliado ainda com as sinergias com o
destino Lourdes, em França, e Santiago de Compostela, em Espanha, Fátima apresenta-se nos mercados de fora da Europa integrada com outros santuários, “ de
forma a criar um triângulo que concorra com outros destinos religiosos”. Mas não
é só de turismo religioso que o destino é feito, para o responsável, Fátima deve posicionar-se também como um destino de turismo cultural, devido à proximidade com
outras atracções turísticas que são Património da UNESCO, de forma a não depender tanto do turismo religioso.
ou até mesmo logisticamente impossível,
para estas pessoas virem desde o aeroporto de Lisboa ou do Porto até Fátima.
Nazareno do Carmo defende que, pela
potencialidade do destino, “Fátima devia
ser um projecto de âmbito nacional e não
só municipal”, justificando que a região
dá mais ao País do que o inverso, fazendo
http://www.publituris.pt/
referência também ao alcance que a marca
Fátima tem internacionalmente. No
entanto, enquanto os apoios não surgem
como a autarquia deseja, o Município de
Ourém mantém a sua aposta na promoção além-fronteiras de Fátima, promovendo-a em encontros internacionais de
santuários marianos e em outras iniciati-
15-23 Dossier:Layout 1
4/15/2014
8:57 PM
Page 019
15-23 Dossier:Layout 1
4/15/2014
8:57 PM
dossier
Page 020
//Turismo Religioso
Luz Houses apostam em conceito diferenciador
■ ■ ■ Pedro Silva e Ana Alves são os mentores do projecto das Luz Heritage
Houses, um empreendimento turístico em construção a cinco minutos do
Santuário de Fátima, no Monte dos Valinhos. Segundo os responsáveis, este
projecto visa responder a um nicho de mercado que não se encontrava desenvolvido no destino. A localização do projecto, “com fortes ligações às próprias
aparições de Fátima”, é descrita pelos promotores como um “local mágico”,
onde se diz ter sido o sítio de uma das primeiras aparições do Anjo, muito
perto do Calvário dos Húngaros.
Com abertura prevista para Dezembro deste ano, estas casas são inspiradas
na aldeia de Aljustrel e vão funcionar como uma transposição do que eram as
características das habitações de antigamente, mantendo a traça original e
adaptando os interiores ao século XXI. As casas vão disponibilizar um total de
15 quartos, entre os quais cinco suites e uma ‘master suite’, localizada na
casa principal. Ana Alves, arquitecta responsável pelo projecto, descreve que
“cada casa é fruto de uma época”, existindo assim as casas que remetem
para os Anos 30, as casas de alpendre de piau e as casas alpendradas.
A complementar a oferta, vai estar disponível nesta pequena aldeia uma loja
de produtos regionais, um restaurante com capacidade para 40 pessoas, uma
esplanada com lareira, um forno tradicional onde serão realizadas várias actividades, como cozer o pão, entre outras; um pequeno espaço de relaxamento
“do corpo e da alma”; uma pequena biblioteca; parque infantil; uma ermida;
uma cisterna e um jardim com ervas aromáticas. As características da envolvência do espaço vão proporcionar a realização de percursos pedestres para
melhor conhecer as mais-valias do local.
vas. Para já, a prioridade da autarquia é
diluir a sazonalidade que se verifica no
destino, promovendo eventos nas épocas
baixas, como campeonatos de futsal, entre
outras iniciativas. A futura criação de um
centro de congressos na região poderá ser
uma das soluções para esta problemática.
NOVAS OFERTAS
Para tentar encerrar a questão da sazonalidade, têm surgido novas atracções turísticas no destino que tentam prolongar a
estadia do turista que visita Fátima. Um
desses exemplos é a start-up Fátima Mini
Tours, criada por dois jovens da região
que pretendem dinamizar a oferta cultural existente no destino. Luís Moniz e
António Marto descrevem que este projecto pretende dar a conhecer os vários
pontos de interesse da região, além da
parte religiosa bem presente na região e
para a qual também disponibilizam pro-
020
gramas especiais. Porém, a Fátima Mini
Tours quer “fomentar a parte cultural” da
região, apresentando sugestões de passeios
pedestres, a cavalo, entre outros meios,
pelo Castelo de Ourem, Óbidos, Pia do
Urso, São Mamede, Pegadas de Dinossauro, na Serra de Aire, entre muitas outras
opções, de forma a “combater a curta permanência no destino”. Divulgados em
todas as unidades hoteleiras de Fátima, os
percursos disponíveis da Fátima Mini
Tours contam com guias em português,
inglês e espanhol. Por marcação, será possível ter ao dispor guias de outras línguas.
Promovendo um dos produtos endógenos da região, surgiu também o Museu
Azeite de Fátima, perto do famoso restaurante Tia Alice. Aberto todos os dias,
este espaço pretende demonstrar como
funcionava o método artesanal de confeccionar azeite, tendo também uma loja
que vende o Azeite de Fátima, mas tam-
18 Abril 2014
Museu de Arte Sacra e Etnologia
■ ■ ■ O Museu de Arte Sacra e Etnologia, pertencente aos Missionários da
Consolata, é um museu que permite ao peregrino de Fátima conhecer algumas das realidades encontradas pelos missionários no mundo. Para além de
uma colecção de arte sacra portuguesa, repleta de Meninos Jesus, Presépios,
Oratórios e Cristos dos séculos XIV ao XX, o visitante poderá fruir de uma
colecção de objectos etnográficos de povos africanos, índios e orientais, trazidos pelos missionários para o velho continente, ao longo dos anos. Apresenta ainda, na Sala dos Pastorinhos, as relíquias dos beatos Francisco e
Jacinta Marto. Ao longo do ano, poderão visitar-se exposições temporárias de
temáticas diversas, assistir a concertos, palestras, animações, entre muitas
outras atividades culturais. Para grupos, o museu dispõe de um Serviço Educativo que realiza visitas orientadas através de guias com formação científica
e pedagógica. Além de um pátio interior com um jardim, os visitantes poderão conhecer os cuidados jardins dos Missionários da Consolata. Este é o
único espaço museológico de Fátima integrado na Rede Portuguesa de
Museus e certificado pelo Herity International.
bém outros produtos da região, como
doces, ginja de Óbidos, queijo da serra e
vinhos. O museu promove ainda provas
de degustação de azeites.
Inaugurado recentemente, o Núcleo
Museológico da Fundação Francisco e
Jacinta Marto – Casa das Candeias dá a
conhecer de forma interactiva a história dos dois pastorinhos que assistiram
às aparições da Virgem Maria. O espólio em exposição evoca o percurso de
santidade dos dois irmãos, contando a
sua vida e os espaços que os marcaram. A Casa das Candeias, que está
aberta das 9h00 às 13h00 e das 14h00
às 18h00, pode receber conferências
sobre a Mensagem de Fátima para grupos até 50 pessoas, por marcação.
Para complementar a história da religião católica, pode-se visitar o Museu
Vida de Cristo, que conta com personagens em cera de todo o percurso da
vida de Jesus, mas também o Museu
de Arte Sacra e Etnologia (ver caixa).
O Santuário de Fátima conta também
com uma nova igreja da Santíssima
Trindade, inaugurada em Outubro de
2007, e elevada ao título de Basílica
Menor já em 2012. Da autoria do
http://www.publituris.pt/
arquitecto grego Alexandros
Tombazis, a nova basílica, além
de oferecer melhores condições
aos peregrinos que ali assistem às
celebrações religiosas, reúne em
si várias obras de arte de autores
internacionais, seja a imagem
branca de Nossa Senhora de Fátima, talhada em mármore de Carrara, por um mestre italiano, o
painel do presbitério, obra de um
artista da Eslovénia, ou o crucifixo, realizado por uma artista da
Irlanda, são apenas alguns dos
exemplos que podem ser apreciados no local. Num piso subterrâneo estão ao dispor diversas salas
para a realização de missas de
grupos internacionais que tragam
o seu próprio padre e queiram
efectuar uma missa na sua língua
no Santuário. A complementar as
salas próprias para orações, existe também uma sala de exposições temporárias. Actualmente, e
até 31 de Outubro, está em vigor
a exposição Segredo & Revelação, evocativa da aparição de
Julho de 1917. ¶
15-23 Dossier:Layout 1
4/15/2014
8:57 PM
Page 021
15-23 Dossier:Layout 1
4/15/2014
8:57 PM
dossier
Page 022
//Turismo Religioso
18 Abril 2014
Adaptar oferta
ao turismo judaico
O potencial de crescimento do turismo judaico, aliado à vasta herança hebraica presente no nosso País,
leva algumas unidades hoteleiras a adaptarem a sua oferta para melhor receber estes turistas.
>> Raquel Relvas Neto [email protected]
U
m dos principais mercados
deste produto é o israelita,
onde foi promovido um
workshop Portugal Experience no início do ano, que juntou cerca de 80
empresas turísticas portuguesas a promover as suas mais-valias no destino. O próprio secretário de Estado do Turismo
indicou na altura, que Portugal apresentava características atractivas para este mercado: “o efeito novidade, segurança, preço
(‘value for money’), gastronomia, património cultural/raízes judaicas, são maisvalias competitivas que podem rapidamente colocar Portugal na rota deste mercado”. Para aproveitar este mercado que,
em 2012, registou 53,5 mil dormidas,
várias unidades hoteleiras estão a adaptar
a sua oferta para receber este nicho de
mercado, como da parceria entre a Hoti
Hotéis, Grupo Heritage e a Natura IMB.
De forma a tirar partido da herança judaica na região e respondendo ao acréscimo
de procura deste mercado, particularmente nos últimos três anos, especialmente na cidade da Guarda, o Grupo
Natura IMB definiu uma estratégia para
captar este nicho de mercado “com enorme potencial na região”, descreve Luís
Veiga, administrador da cadeia hoteleira
com cinco unidades na região da Serra da
Estrela. O responsável explica que “é no
coração da Beira Interior que se encontra
a última comunidade Sefardita (localizada
em Belmonte) e, onde se encontram visíveis e preceptivas as antigas Judiarias
(Guarda e Covilhã), assim como está bem
patente o contributo das famílias Judaicas
no desenvolvimento das cidades, nomeadamente na Covilhã, com os Lanifícios”.
Com o objectivo de aproveitar este mercado, a Natura IMB desenvolveu o circuito
100% kosher em parceria com as Comunidades Judaicas de Lisboa, Belmonte e
Porto, o Grupo Heritage, em Lisboa, e
Hoti Hotéis, no Porto. Este circuito
baseia-se em estadias de sete noites, cujos
alojamentos são efectuados nas cidades de
Lisboa, Porto, podendo iniciar numa des-
022
>> Fotos: DR
proximidade às comunidades judaicas e
aos serviços religiosos segundo os hábitos e tradições judaicas”.
Para já as perspectivas são positivas,
adianta Luís Veiga: “Temos sido contactados por vários operadores, alguns
estrangeiros, especialistas neste nicho de
mercado, no sentido de apurarem a possibilidade de adaptarem os circuitos já
existentes ao circuito 100% Kosher uma
vez que a oferta Kosher em Portugal era
praticamente inexistente e desconhecida”.
Este circuito tem sido promovido
junto do mercado de Israel, mas também nos Estados Unidos da América,
Brasil e Espanha.
tas cidades, seguindo-se Guarda/Covilhã,
que servem de ponto de partida para as
visitas à descoberta de Portugal. Nos oito
dias de duração do programa, os clientes
têm a possibilidade de percorrer a zona
histórica da cidade do Porto, as paisagens
do Douro, conhecer as heranças de Sepharad em Portugal, a cultura e tradições
da Beira Interior antes de chegarem a Lisboa. Aqui, finalizam a sua experiência
com uma estadia pela Costa do Estoril e
Cascais “com destino à romântica cidade
de Sintra ou finalizando com uma excursão à cidade de Évora”. Dadas as especificidades da alimentação kosher, os jantares
são assegurados nas unidades hoteleiras
com a certificação Kosher, sendo disponibilizados Kits de alimentação Kosher para
os almoços, durante as visitas.
“Nos dias que estão afectos à descoberta
da Beira Interior, em virtude de todas as
unidades do grupo Natura IMB Hotels
possuírem certificação Kosher, as refeições são asseguradas nas unidades hoteleiras do grupo ou no Restaurante do
Clube de Campo da Covilhã, também
certificado”, indica o responsável, que
acrescenta que “também as unidades
hoteleiras em Lisboa e Porto foram estrategicamente selecionadas, numa lógica de
PROCESSO DE ADAPTAÇÃO
A adaptação do Hotel da Música, no
Porto, da Hoti Hotéis, é recente. A unidade é o hotel-piloto num projecto que se
estende a todas as unidades do Grupo
Hoti Hotéis, sob a coordenação do rabino Daniel Litvak, cuja supervisão é reconhecida pelo Grão Rabinato de Israel e
por grandes entidades de cashrut a nível
mundial. O projecto envolveu a promoção de uma formação rigorosa aos colaboradores do hotel – para que estejam
aptos a receber clientes judeus -, assim
como alterações nas instalações da cozinha, que foi alvo da intervenção necessária para se tornar “casher” – apropriada
de acordo com a lei religiosa judaica –, e
ainda a elaboração de uma ementa de
“cozinha judaica” para o restaurante da
unidade. O funcionamento da cozinha, a
ligação dos aparelhos e os processos de
escolha e confecção dos alimentos são
acompanhados e fiscalizados por um
‘mashguiach’, um supervisor judeu cumpridor das obrigações religiosas no dia-adia. Os produtos e ingredientes utilizados
para a elaboração dos pratos estão aptos a
satisfazer os padrões de exigência dos
clientes judeus, uma vez que ou são casher
por sua própria natureza ou detêm as certificações rabínicas mais elevadas, como
por exemplo: leite Chalav Israel, carne
Glatt Kosher e pão Afiat Israel.
Para Delfim Filho, do Grupo Hoti Hotéis,
“esta aposta revela-se estratégica já que
estamos a sugerir a todos os turistas
judeus que conheçam as unidades do
Grupo, estendendo o convite aos judeus
residentes em Portugal para fazerem
parte deste projecto. Queremos ainda
quebrar barreiras ao proporcionar uma
experiência única até mesmo para os
clientes que não são judeus”, refere.
Tendo o projecto um âmbito nacional, a
formação está a ser ministrada em todas
as unidades do Grupo. Existe também
uma cozinha central de onde sairão as
refeições, com selagem rabínica, para as
unidades de todo o País. ¶
Geostar promove herança hebraica em Portugal
■ ■ ■ O sector de ‘incoming’ é a mais recente aposta do departamento de
turismo religioso da Geostar. Aproveitando o ‘know-how’ na organização de programas culturais e religiosos para o mercado português, a Geostar está a apostar no mercado da comunidade hebraica espalhada pelo Mundo, com o produto Herança Hebraica em Portugal. Segundo Francisco Moura, director da divisão de turismo religioso da rede agência de viagens, “há um património diferente, sobretudo a nível das Beiras”, para o qual conta com o apoio das autarquias da região, das unidades hoteleiras e de empresas de artesanato. “Com
um apoio de um historiador desta temática, estamos a fazer campanhas junto
de várias comunidades espalhadas pelo mundo e acreditamos que no futuro
próximo, vai haver resultados desse investimento”, refere, indicando os Estados Unidos da América, Brasil e Israel como principais mercados.
http://www.publituris.pt/
15-23 Dossier:Layout 1
4/15/2014
8:57 PM
Page 023
24-27 H&R:Layout 1
4/15/2014
hotelaria & restauração
24
Hr
024
6:46 PM
Page 024
18
Abril
2014
‘All inclusive’ regressa
ao Algarve no Verão
>>Carina Monteiro [email protected]
>> Fotos: D.R.
O mercado nacional procura
e os operadores turísticos
também.
Em 2014, o Algarve deverá manter ou até
mesmo aumentar o número de unidades em
regime de ‘all inclusive’, continuando assim
uma tendência que se verificou no último
ano. Não é expectável que o número de unidades com este regime aumente exponencialmente, mas há novos hotéis que aderiram ao
conceito este ano. Numa ronda pelos hoteleiros da região, é possível concluir que os
hotéis que já praticavam em 2013 este regime
vão mantê-lo este ano. As razões prendemse, sobretudo, com o facto de haver procura
para este produto, sobretudo pelas famílias,
como explica Elidérico Viegas, presidente da
Associação dos Hotéis e Empreendimentos
Turísticos do Algarve (AHETA). “De acordo
com as nossas estimativas, em 2014 temos
mais hotéis e empreendimentos turísticos a
comercializar férias em regime de ‘all inclusive’ no Algarve, aliás na linha do que vem
acontecendo na generalidade dos destinos
turísticos concorrentes. A recuperação da
operação tradicional, centrada nos operadores turísticos, conjugada com o esforço dos
empresários em se manterem nos mercados,
são certamente algumas das razões que ajudam a explicar este fenómeno. Uma outra
razão prende-se com a necessidade de uma
maior racionalização e gestão dos orçamentos familiares, associada ao pagamento das
férias ao longo do ano”.
O Grupo Vila Galé, que detém nove unidades no Algarve, é um dos grupos que vai
manter o mesmo número de hotéis em ‘all
inclusive,’ ou seja, seis: Vila Galé Albacora,
Vila Galé Tavira, Vila Galé Náutico, Vila Galé
Cerro Alagoa, Vila Galé Atlântico e Vila Galé
Lagos. Para Gonçalo Rebelo de Almeida,
administrador da cadeia, esta é uma tendência crescente do mercado estrangeiro e cada
vez mais “uma tendência do mercado nacional na época de Verão, que procura férias
com custos controlados e sem preocupações”.
Em Portugal, o grupo já estendeu o ‘all inclusive’ ao Vila Galé Santa Cruz, na Madeira, o
último hotel a oferecer este regime. Também
>> Várias unidades hoteleiras da região identificam-se com o
conceito ‘all inclusive’.
o Grupo Luna Hotéis vai manter as mesmas
unidades em regime de ‘all inclusive’, isto é,
quatro das onze unidades que possui no
Algarve. A opção de manter as mesmas unidades com este regime disponível está relacionada com as condições que os hotéis dispõem. “Tratam-se de unidades hoteleiras
com infra-estruturas adequadas para este
tipo de serviço que, cada vez mais, é procurado pelos Tour Operadores”, explica Ana Luísa
Santos, responsável de marketing. No entanto, até à data, nenhum dos hotéis do grupo
Luna funciona exclusivamente em regime de
‘all inclusive’.
O Grupo Pestana tem nove hotéis no Algarve, mas apenas um em regime de ‘all inclusive’, o Pestana Delfim, e assim vai permanecer
em 2014, de acordo com fonte oficial da
cadeia. De resto, o ‘all inclusive’ no Grupo,
em Portugal, existe somente nos hotéis Pestana Bay, na Madeira, Pestana Porto Santo e
Pestana Colombos, ambos em Porto Santo.
http://www.publituris.pt/
Nesta ronda pelos grupos hoteleiros presentes no Algarve, os Hotéis Real mantêm a
única unidade em regime de ‘all inclusive’, o
Real Bellavista & Hotel Spa. O hotel foi reestruturado há dois anos para ter um carácter
permanente neste segmento. Neste período
aumentou em 33% a sua receita. Já o Grupo
CS coloca este ano mais uma unidade em
regime de ‘all inclusive’. Ao CS São Rafael
Suite Hotel, que no ano passado já praticava
este regime, junta-se, neste Verão, o Palm Village Suites. Qual a razão? “Devido ao sucesso
e à procura deste tipo de regime, decidimos
avançar com mais uma unidade”, responde
Vanessa Reis, responsável pelo marketing e
comunicação do grupo.
A unidade do Grupo CS não é a única a
estrear-se neste regime. Este ano, o Hotel
Albufeira Sol & Spa, do Grupo Conforhotéis,
abriu no passado dia 1 de Abril com regime
de ‘all inclusive’, depois de totalmente renovado. “Dadas as necessidades do cliente actual
24-27 H&R:Layout 1
4/15/2014
6:46 PM
Page 025
24-27 H&R:Layout 1
4/15/2014
6:46 PM
Page 026
Hr hotelaria & restauração
18 Abril 2014
que visita o Algarve, este conceito é aquele com que mais nos identificamos. Nesse
âmbito, quisemos dotar o hotel das valências necessárias para sermos num curto
espaço de tempo, a unidade hoteleira
líder deste segmento, em Albufeira. Além
disso, este segmento permite colocar a
unidade a funcionar como um todo, ao
invés de nos centrarmos na área de alojamentos, como era prática anteriormente”,
explica Joaquim Palminha, administrador do grupo.
HOTÉIS PREPARAM UNIDADES
PARA O ‘ALL INCLUSIVE’
Há uma tendência generalizada a todas as
unidades: para receber o cliente ‘all inclusive’ é preciso dar-lhe condições. Seja de
raiz ou transformadas, as unidades preparam-se para receber este tipo de cliente. “Fizemos alterações a vários níveis
para receber o regime de ‘all inclusive’
nestes hotéis”, assegura Gonçalo Rebelo
de Almeida. “Na área de F&B, ampliámos
alguns restaurantes, apostámos em cozinhas ao vivo e melhorámos a nossa oferta de buffets com opções completas e
diversificadas. A nível de animação, tivemos a preocupação de apresentar uma
proposta para adultos e crianças, que vai
desde a música aos desportos durante
todo o dia. Os ‘kids clubs’ também sofreram remodelações e apresentam condições excepcionais para entreter os mais
pequenos”, exemplifica. O mesmo sucede
nos Luna Hotéis. A mudança mais significativa ocorrerá no Luna Miramar, já que
as outras unidades já oferecem condições
ideais para este regime. “Esta unidade, até
aqui conhecida como Luna Pérola do
Algarve, está neste momento em remodelação profunda e apresentará melhores
condições a nível de restauração, bares e
infra-estruturas para animação. Pretende-se assim superar as expectativas dos
clientes que nos visitam e a quem pretendemos oferecer um nível de serviços e
facilidades em constante evolução”, revela
Ana Luísa Santos.
Mas se as infra-estruturas são importantes, o mesmo sucede com as equipas, lembra António Gonçalves, administrador
do Grupo Hotéis Real. “Para todas estas
mudanças serem concretizáveis foi necessário investir nas nossas equipas. Como
parte integrante do projecto, desenvolvemos um plano de formação para os colaboradores, tendo por objectivo dotá-los
de todas as ferramentas necessárias para
uma entrega de serviço de excelência. O
cliente de ‘all inclusive’ tem necessidades
específicas, visto que passa grande parte
do tempo dentro da unidade. A forma
como o serviço é entregue e o acompanhamento durante a estadia, é determinante para a sua satisfação”.
O Adriana Beach Club reabriu para mais
026
/
“Globalmente não pode, nem deve ser uma região
onde o ‘all inclusive’ seja uma referência, porque
isso é contraditório com a diversidade da oferta” Desidério Silva
um Verão e o único regime praticado no
empreendimento é o ‘all inclusive’. A unidade efectuou obras para melhorar a
experiência do cliente. “Além da renovação de uma das três tipologias disponíveis
(quartos básicos), foi dada atenção às
zonas de restaurantes/snacks em que privilegiamos o conforto, circulação e acesso
dos clientes, por exemplo, a mais pontos
de bebidas. No entanto, o regime ‘all
inclusive’ é muito mais do que quartos e
refeições… a nível de animação, o
nosso teatro onde se realizam diversos
shows (capacidade para 450 pessoas)
foi também melhorado, bem como
zonas públicas”.
O facto de os clientes não terem de se
preocupar com orçamentos ou a despender tempo a confeccionar refeições dita o sucesso do ‘all inclusive’,
para Lino Martins, director comercial
da unidade. “Esses tempos de aluguer
de apartamentos ou compra de férias
em regime de self-catering, para muitos clientes já não são sinónimo de
férias, ou seja, a percepção dos clientes é cada vez mais a de que o regime
Tudo Incluído representa verdadeiro
descanso e umas férias descansadas”.
PROCURA EXISTE, MAS OFERTA
NÃO É GENERALIZADA
De acordo com a AHETA, o ‘all inclusive’
representa cerca de 5 ou 6% do total de
dormidas registado anualmente na
região, havendo muitas unidades hoteleiras onde coexistem outras modalidades
de alojamento. A procura é transversal,
“mas a terceira idade e as famílias constituem os segmentos preferenciais deste
regime de férias”, afirma Elidérico Viegas.
No que se refere a poder de compra,
“reconhece-se que este regime é mais apetecível para consumidores com orçamentos de férias mais reduzidos, sendo as
unidades hoteleiras de três e quatro estrelas o alvo preferencial deste segmento de
mercado”.
Questionado sobre o aumento de unidades em regime de ‘all inclusive’, Desidério Silva, presidente da Turismo do
Alagrve defende que “não haverá grandes alterações, uma ou outra situação
pontual, mas penso que se mantém o
que é o registo da região”. O responsável
admite que a procura existe, mas considera que “não é uma tendência generalizada”. “Não me parece que o Algarve caminhe no sentido de um destino dessa natureza, até porque esse regime existe em
locais onde o território não tem a diversidade da oferta que o Algarve tem”, defende. “Globalmente, não pode, nem deve ser
uma região onde o ‘all inclusive’ seja uma
referência, porque isso é contraditório
com a diversidade da oferta dos produtos
que tem”.
A estratégia da Tivoli Hotels & Resorts,
http://www.publituris.pt/
com hotéis de quatro e cinco estrelas no
Algarve, não passa pelo formato ‘all
inclusive’, garante Filipe Santiago, administrador da cadeia. “A nossa estratégia é
muito focada nos segmentos superiores
de mercado, que escolhem o destino de
férias não apenas pelo espaço do hotel,
mas também pela própria experiência
que esse destino proporciona”, explica.
“Reconhecemos, no entanto, que existe,
a todos os níveis de mercado, uma preocupação crescente da generalidade das
famílias no controlo das suas despesas
em férias, razão pela qual disponibilizamos, já há três anos o programa Férias
em Família, que se destina a um segmento de clientes que procura esse
mesmo controlo, sem deixar de valorizar
a experiência de destino”.
O responsável considera que o all inclusive tem o seu espaço, que no Algarve é
“marginal”. “Vejo algumas cadeias generalistas a fazerem incursões nesse mercado, mas penso que numa lógica complementar, tal como nós fazemos, de algum
modo, com o programa Férias em Família, embora com uma abordagem distinta”. “Ficaria preocupado se visse o ‘all
inclusive’ ganhar uma preponderância
como acontece em outros destinos, pois é
um produto mais indiferenciado e que
cria pouca fidelização ao destino, ao não
tirar partido das suas potencialidades.
Além disso, é claramente menos multiplicador do desenvolvimento local, pois o
consumo é feito maioritária ou exclusivamente dentro do resort. Dito isto, não
vejo risco de isso acontecer, por exemplo, no Algarve, pois claramente não é aí
que estão as nossas vantagens competitivas enquanto destino turístico”. ¶
24-27 H&R:Layout 1
4/15/2014
6:46 PM
Page 027
28-29 H&R:Layout 1
4/15/2014
8:20 PM
Page 028
Hr hotelaria & restauração
18 Abril 2014
Eficácia Comercial,
Eficácia Tivoli
>> Patrícia Afonso
[email protected] >> Fotos: Hugo Gamboa
A cadeia hoteleira
portuguesa realizou uma
reestruturação comercial
profunda, que teve início
em 2012. Filipe Santigao
explicou ao Publituris
o processo.
Projecto 'Eficácia Comercial'. É desta
forma que a Tivoli Hotels & Resorts denomina a “mudança profunda, mas ponderada” que decidiu realizar na área comercial, que teve início em 2012 e que 2014
vai espelhar de modo completo.
Em entrevista ao Publituris, Filipe Santiago, administrador de vendas e markting
da Tivoli, começou por indicar que esta
reestruturação comercial levou a quatro
principais orientações: reforçar a aposta
nos mercados internacionais; evolução
para um modelo centrado no revenue
management; regionalização das equipas
de venda e incorporação das áreas de
Grupo; e a alavancagem da central de
reservas e do programa de fidelização
GHA Discovery, como fontes adicionais
de receita.
REVENUE MANAGEMENT
Mais detalhadamente, o responsável
indicou que, relativamente à primeira
orientação, o mercado britânico já ultrapassou o nacional em 2013. Porém, “a
tendência já vinha detrás e reforçámos.”
“Em 2010, o mercado nacional representava 31% das nossas noites, em 2013
representou 16%. Fizemos a aposta porque nestes anos mais difíceis da economia, e isto aplica-se muito a Portugal,
mas, também, um pouco a Espanha, o
mercado nacional ficou muito mais
focado em preço, campanhas e promoções”, justificou Filipe Santiago.
“Como a nossa lógica de revenue management nos recomenda, temos uma grande preocupação de defesa do preço médio
e, portanto, reforçarmos a tal componente de fazer uma maior prospecção e ir
buscar mais negócio a mercados internacionais, que estavam a pagar melhor. Por
028
>> Filipe Santiago aponta quatro orientações estratégicas nesta
reestruturação comercial
exemplo, o nosso plano para 2014 assenta muito numa estratégia de, sempre que
possível, apostar mais no preço médio do
que na ocupação”, continuou, adiantando
que a Tivoli tem “um plano muito detalhado ao nível dos mercados internacionais, onde tem identificados, claramente,
quais os mercados a trabalhar, quanto
vamos investir e que acções é que vamos
fazer em cada um.”
Uma das alterações mais profundas na
área comercial da cadeia, foi no departamento de revenue management. “Tínhamos uma equipa relativamente pequena
que era de revenue e e-commerce”, começa por referir Filipe Santiago, ressalvando
que “o revenue deve estar permanentemente a fazer análise com o objectivo de
maximizar a nossa receita, olhando para
os diferentes canais e orientando a área
comercial.” “Antes, de alguma forma,
havia um conflito de interesses, embora,
pelas pessoas que eram, sempre bem gerido, mas que, conceptualmente não estava
correcto e criava alguma confusão no
mercado. O segundo problema quando se
juntam estas áreas, e que é muito comum,
é o facto de como o e-commerce é um
canal de vendas que exige muita acção no
dia-a-dia, invariavelmente, as pessoas
ficam focadas nisto e têm pouco tempo
para fazer a parte de análise.”
Assim, sendo, a primeira medida da Tivoli foi “ separar estas áreas e o e-commerce
passou para as vendas. No entanto, para
que não se perca a vantagem de estarem
juntos, nomeadamente a comunicação
entre as duas aéreas, é fundamental que
estejam muito bem articulados e, fisicamente, estão muito próximos.” “Ao longo
de 2013, organizámos as equipas por clusters de hotéis, estando estas totalmente
focadas na optimização da receita para
aquelas unidades. E funciona da seguinte
maneira: o revenue define, com as áreas
comercial, uma pirâmide de preço, onde
estão definidos os preços por época,
canais para todos os hotéis e a margem de
negociação para a área comercial, que
negoceia e contrata dentro destas. Sempre
que há uma negociação que obriga a sair
desta pirâmide, tem que se envolver o
revenue e negociar. Caso qualquer uma
das partes não se sinta confortável, escala
para mim”, esclareceu Filipe Santiago.
DIRECÇÕES REGIONAIS
A terceira orientação da estratégia da
Tivoli assenta em direcções regionais, ao
invés de segmentadas por corporate e MI
e Leisure, como até à altura. Assim, Diana
Soeiro ficou responsável pela gestão de
todos os segmentos e inventário dos
hotéis de Lisboa, Sintra e Coimbra; e João
Jesus assumiu as mesmas funções para as
unidades no Alagarve.
“Esta foi, talvez, a decisão mais ponderada
de todas, sendo que a maioria das práticas
internacionais apontava para o modelo
que já tínhamos. As vantagens têm a ver
com a questão da responsabilização do
director de vendas pelo inventário completo; para os parceiros é mais claro e
transparente; e a incorporação das equi-
http://www.publituris.pt/
pas de Grupos”, considerou o administrador, acrescentando que, “a partir do
momento da regionalização, o argumento
da proximidade à operação deixou de se
aplicar nesta área e criaram-se as condições para as equipas que vendem Grupos
estarem onde faz sentido, nas vendas.”
“Temos dois modelos distintos, embora as
pessoas estejam nos hotéis: nas unidades
que têm maior massa crítica, como Lisboa, Jardim, Marina Vilamoura e Victoria,
há uma segregação entre quem vende e
opera grupo. Nestes casos, as pessoas que
fazem venda reportam a este departamento; quem faz operação continua a reportar
ao director-geral do hotel. Nas restantes
unidades, onde não havia escala para a
separação, são as mesmas pessoas com
ambas as funções, mas que fazem dois
reports diferentes. E funciona”, explicou.
CENTRAL DE RESERVAS
E FIDELIZAÇÃO
“A central de reservas é um pouco anterior ao Projecto Eficácia Comercial, mas
foi o catalisador do que veio a seguir”,
começou por dizer Filipe Santiago sobre
este projecto. “Quando lancei o projecto
da central de reservas, no início de 2011,
tive noção de que não era só este projecto, mas sim uma mudança estrutural na
empresa. Se não tivéssemos transversalizado as reservas, nunca teríamos condições para, por exemplo, ter um revenue
management efectivo. Esta transformação foi um catalisador para evoluirmos a
nível de toda a área comercial e podermos funcionar, efectivamente, como
uma cadeia e não um conjunto agregado
de hotéis”, revelou.
Sobre o GHA Discovery, programa de
fidelização onde a cadeia está desde o
arranque do mesmo, em 2010, e que já
conta com quatro milhões de membros a
nível internacional, a Tivoli conta com
cerca de 95 mil adesões, “quase a bater a
fasquia dos cem mil.”
“Um programa puramente Tivoli não
tem valor para o cliente internacional,
que, na altura, era 70% dos nossos clientes - agora, são 85%. Andámos sempre à
procura de um programa que fosse verdadeiramente internacional e, com o
GHA Discovery, foi a primeira vez que
nos confrontámos com um projecto
totalmente alinhado com a nossa estratégia. Até porque o grande factor diferenciador não é a atribuição de noites, mas
de experiências locais, tal como o nosso
conceito de T/Experiences, lançado um
ano antes. 2013 foi um ano interessante,
porque a GHA teve como grande prioridade trabalhar o CRM, continuando, na
mesma, com o foco nas novas adesões, e
começámos a obter o cross selling dentro
e entre as marcas”, concluiu o administrador da Tivoli. ¶
28-29 H&R:Layout 1
4/15/2014
8:20 PM
Page 029
30-33 Transportes:Layout 1
4/15/2014
transportes
30
6:12 PM
Page 030
18
Abril
2014
Cruise Day Lisbon
quer dinamizar
indústria
A primeira feira nacional de cruzeiros acontece já no próximo dia 26 de Abril e conta
com 17 empresas expositoras.
Tr
>> Patrícia Afonso [email protected]
>> Fotos: DR
É já no próximo dia 26 de Abril que tem
lugar o Cruise Day Lisbon, a primeira feira
de cruzeiros em Portugal, na Gare Marítima
de Alcântara. A iniciativa, promovida pelo
Lisbon Cruise Club (LCC), conta com a
presença de 17 empresas, entre companhias
de cruzeiros, GSAs e agências de viagens. O
Publituris falou com os expositores para
perceber qual a importância deste certame.
Com entrada livre, o Cruise Day Lisbon
tem como objectivo “dar a conhecer ao
público português as características do
turismo de cruzeiros, as suas mais-valias e a
030
diversidade de oportunidades e experiências disponíveis, promovendo também o
contacto directo com os agentes e operadores, de forma gratuita”, indica o LCC, segundo o qual “o forte crescimento registado
neste segmento turístico e o respectivo
impacto económico que deriva dos resultados obtidos pelo Porto de Lisboa em 2013,
com mais um recorde de escalas e passageiros, são o mote para esta iniciativa que marcará uma nova etapa do turismo de cruzeiros em Lisboa.”
Já a Administração do Porto de Lisboa
(APL), que lidera o projecto LCC, explica
http://www.publituris.pt/
que a iniciativa tem como principal objectivo “valorizar o turismo de cruzeiros
envolvendo os agentes económicos e autoridades da actividade num compromisso
de desenvolvimento sustentável com benefícios para todos, sempre com o desígnio
principal de promover Lisboa como um
destino de cruzeiros de elevada qualidade.
O Clube conta já com 38 membros. Uma
das acções que o Lisbon Cruise Club pretende desenvolver passa pela partilha de
conhecimento e experiência relativos à
indústria dos cruzeiros com o objectivo de
aumentar o conhecimento do negócio nas
30-33 Transportes:Layout 1
4/15/2014
6:12 PM
De 4 a 6 de Junho, o Hotel Dom Pedro
Palace, em Lisboa, acolhe a 1ª edição dos
Publituris Portugal Meeting Forums.
Este Forum destina-se a unir os buyers
mais influentes dos mercados alemão,
suíço e austríaco, com os suppliers mais
importantes da indústria MICE em Portugal.
Num conceito fast meetings e networking,
encontrará a oportunidade ideal para fechar
negócios para a sua empresa.
Page 031
Estarão presentes Agências Corporate,
Incentive Houses e Agências MICE
consideradas já importantes emissoras de
negócio para Portugal, e ainda novas
agências que procuram conhecer a oferta
nacional.
Temos várias modalidades para garantir a
sua presença. As empresas assinantes do
Publituris beneficiam de um desconto de
10% na inscrição.
NÃO FIQUE DE FORA
INSCREVA-SE JÁ
eventos.publituris.pt
Para mais informações contactar: Paula Noronha [email protected] ou através do telefone 210 992 813
Organização:
Parceiros:
30-33 Transportes:Layout 1
4/15/2014
6:12 PM
Page 032
Tr transportes
18 Abril 2014
CRUISE DAY LISBON
Data: 26 de Abril
Local: Salão Almada
Negreiros, na Gare Marítima
de Alcântara
Expositores: APL, Portuscale
Cruises, James Rawes Turismo,
Halcon Viagens,
Iberocruzeiros, Line C, Viagens
Abreu, Pullmantur,
Douroacima, Melair,
Mundomar Cruceros, Viajes y
Cruceros Cruiseland,
GlobalSea, El Corte Inglés,
TopAtlântico, MSC Cruzeiros
suas vertentes, melhorando, consequentemente, a qualidade do serviço
prestado e a boa imagem do País. Neste
sentido, o Lisbon Cruise Club propôsse realizar workshops com vista a
difundir a essência da indústria, dar a
conhecer a sua natureza em Lisboa,
nomeadamente em relação ao perfil do
passageiro, com vista a transmitir a
reciprocidade que se pode obter do
maior conhecimento do negócio. E é
neste contexto que surge a ideia de se
realizar um dia exclusivamente dedicado ao turismo de cruzeiros e dirigido ao
grande público – o Cruise Day Lisbon.”
A FEIRA
Sobre a importância desta iniciativa, a
APL afirma: “Atendendo a que nos últimos anos se tem assistido a um crescente potencial de atracção do sector dos
cruzeiros junto do público nacional, o
Cruise Day Lisbon é importante na
medida em que pretende informar o
público em geral sobre a temática dos
cruzeiros, desde o enquadramento
actual do sector, relevância económica,
destinos e mais-valias desta vertente
turística, divulgar a oferta e comercializar viagens de cruzeiro, assim como
promover experiências, de forma a
atrair a população para este segmento
turístico e incentivar a sua adesão.”
“Para quem, como a Halcon Viagens,
privilegia de sobremaneira o contacto
com o consumidor, qualquer evento que
garanta planificadamente a interacção
com consumidores é muito interessante.
Mais ainda se a acção se desenvolve
num cenário que se enquadra totalmente no tipo de viagem que estamos a promover” , considera Timóteo Gonçalves,
director da rede em Portugal. Por sua
vez, Rogério Cardoso, director de
comunicação da ES Viagens, considera
032
que “iniciativas deste tipo, que visam
dar a conhecer ao público um produto
turístico, numa vertente alargada a
vários parceiros do sector e que, ao
mesmo tempo, promove a cidade de
Lisboa, cria animação e ruído positivo,
são, só por si, motivos suficientes para a
importância deste evento. Por outro
lado, é igualmente mais uma forma de
aproximar os Portugueses do Mar, mantendo e reactivando uma tradição tão
importante na nossa história .”
Dentro das companhias de cruzeiros,
Henrique Mateus, delegado da Iberocruceros para Portugal, é da opinião
que “todas as iniciativas que servem
para divulgação da actividade são
sempre bem vindas e esta, em especial, porque é 'exclusivamente dedicada aos Cruzeiros'.” Diana Rawes, da
James Rawes, diz que a feira apenas
peca por tardia. “É muito importante e
já não era sem tempo, ficámos muito
contentes que, finalmente, todos os
operadores e companhias de cruzeiros
estejam a trabalhar para promover os
cruzeiros”, afirmou a responsável da
representante de diversas empresas de
cruzeiros a operar em Portugal.
Para a Portuscale Cruises, a única companhia portuguesa – e recente no mercado –, este evento é positivo. “Toda e
qualquer iniciativa que promova a economia e Portugal é positiva. Lisboa é
uma cidade esplêndida para receber
cruzeiros, deve-se dar a conhecer”,
defende Rui Alegre, CEO & Chairman.
Eduardo Cabrita, director-geral da MSC
Cruzeiros Portugal, considera que “ter
um dia exclusivamente dedicado ao
turismo de cruzeiros na cidade de Lisboa é importante para o sector a vários
níveis. Não só porque cada vez mais sentimos que os cruzeiros estão 'na moda',
mas porque é uma excelente oportuni-
dade de estar mais próximo dos portugueses que têm cada vez mais curiosidade e mais questões a colocar sobre como
fazer férias num cruzeiro.”
Na Mundomar Cruceros, Carina Ribeiro, do departamento de Booking, aponta como importante “dar a conhecer a
mais pessoa so producto Princess Cruises e Cunard Line.”
EXPECTATIVAS
“Espera-se que o Cruise Day Lisbon
contribua, acima de tudo, para potenciar Portugal enquanto mercado emissor no segmento do turismo que mais
cresceu nos últimos anos, e com maior
potencial de aumentar quota de mercado em termos do turismo mundial – o
turismo de cruzeiros”, começa por dizer
a APL quando questionada sobre o que
espera desta iniciativa. “O turismo conquistou um papel central na economia
portuguesa, constituindo, actualmente,
um sector estratégico para o desenvolvimento económico e social de Portugal.
Neste sentido, e atendendo, por um
lado, a que o turismo de cruzeiros contribui de forma inequívoca para a internacionalização do País e, por conseguinte, para o incremento do turismo,
sem descurar o seu impacto económico
directo na economia nacional, o Cruise
Day Lisbon espera potenciar, de forma
sustentada, o turismo de cruzeiros em
Portugal. Por outro lado, e considerando que as acções previstas que vão além
do âmbito dos cruzeiros também se
enquadram no âmbito do turismo, o
Cruise Day Lisbon espera, também,
dinamizar, as actividades de desporto e
lazer no rio Tejo”, acrescenta a APL.
“As nossas expectativas limitam-se ao
estabelecer de contactos com consumidores motivados para este tipo de
férias”, afirma a Halcon; enquanto a
http://www.publituris.pt/
TopAtlântico “espera é que o evento seja
mais um passo, importante, na divulgação de um produto turístico – Turismo
Náutico, no seu âmbito mais lato – que
tem um peso e uma rentabilidade muito
interessante para o sector. Por outro
lado, em termos de destino Lisboa, é
mais um evento de animação e 'goodwill' com a cidade.”
Na Iberocruceros, “a expectativa é alta.”
“Estäo envolvidas todas as entidades
que se dedicam ao turismo de cruzeiros,
é a primeira feira nacional dedicada
exclusivamente a este mercado e o leque
de actividades é muito diversificado, o
que irá atrair muitos visitantes”, diz
Henrique Mateus. Para a James Rawes,
“o ideal é mesmo aparecerem muitas
pessoas para este evento e aprendermos
todos com o que o cliente final gostava
de ver/aprender num evento destes.”
“Estive há pouco tempo num evento do
género em Londres e as pessoas pretendem fazer perguntas sobre produto e
destinos, saber novidades das companhias, conhecer produtos novos, recolher brochuras e ainda entrar para sorteios de cruzeiros. Um pouco de tudo
que se possa esperar numa 'feira' de cruzeiros”, identifica Diana Rawes. Rui Alegre, das Portuscale Cruises, fala em
“aumentar a notoriedade de Lisboa
como destino dos operadores de cruzeiros.” Na MSC Cruzeiros, “esperamos
que seja uma oportunidade de estar
mais próximo das famílias e de revelar
mais detalhes sobre o produto MSC
Cruzeiros e sobre as vantagens deste
tipo de férias em relação às habituais
opções que os portugueses mais procuram.” As expectativas da Mundomar
Cruceros são relativas aos navios que
representam: “Que mais portugueses
conheçam os nossos navios e posteriormente viajarem connosco.”¶
30-33 Transportes:Layout 1
4/15/2014
6:12 PM
Page 033
34-35 ConversasMesa:Layout 1
conversas à mesa
34
4/15/2014
7:02 PM
Page 034
18
Abril
2014
“Viajar completa-nos
enquanto pessoas”
>> Patrícia Afonso [email protected]
>> Fotos: Hugo Gamboa
Nasceu em Lisboa e cresceu entre a Parede,
onde vivia, e o Estoril, onde estudou e cursou
Direcção e Gestão de Operadores Turísticos.
Viveu em Macau e Istambul. Nos dias de
hoje, Lisboa é a sua casa. Esteve nas áreas de
relações públicas, agências de viagens, foi
empresário por conta própria e, actualmente
– aliás, há já uns anos –, está na tour operação. Nuno Anjos é director comercial da Soltrópico, um desafio que chegou há cerca de
quatro anos. O desfecho podia ser diferente,
pois já passou por diferentes áreas no Turismo, inclusive com um negócio próprio, em
sociedade com Apo Çoruhlu, o operador
turístico Grantur.
UM “RAPAZ DA LINHA”
“Nasci em Lisboa, vivi sempre na Parede e
estudei no Estoril, nos Salesianos. Depois,
tirei Turismo na Escola Superior de Hotelaria
e Turismo do Estoril”, começa por dizer
034
Nuno Anjos, afirmando, com o habitual tom
jocoso: “Era um rapazinho da linha, com
tudo o que tem de bom e de mal.” No entretanto, ainda antes de entrar na ESHTE, fez a
tropa: “Estive nos Comandos. Não que tenha
sido Comando, mas estive lá”, brinca, explicando que, na altura, como todos os candidatos à escola de turismo, o objectivo era cursar Gestão Hoteleira. “Quando fui fazer os
testes para entrar na escola do Estoril, claro
que toda a gente queria ir para Gestão Hoteleira. Mas, estava ainda a acabar o meu período da tropa e não dava para estudar nada,
portanto, basicamente, fui fazer os testes sem
saber ao que ia. Claro que não consegui os
mínimos para entrar em Gestão Hoteleira
(risos). Como eu, 99% da minha turma também não conseguiu a média necessária. Mas
toda a gente gostou do curso e acabou por
ficar em Direcção e Gestão de Operadores
Turísticos.”
Terminado o curso, Nuno Anjos foi traba-
http://www.publituris.pt/
lhar para Macau. Um estágio, de seis
meses, na parte de relações públicas. Pecou
pela curta duração. “Depois, ainda tentei lá
ficar, mas foi impossível. Em 1996, por
essas alturas, estava a viver-se um pouco
tudo o que era o processo de transição de
Macau para China, que aconteceu em
1999. Com as quotas dentro do funcionalismo público e não sei que mais, era complicado”, explica Nuno Anjos, indicando
que veio, então, para Lisboa, onde integrou
a Top Tours.
Mas a paixão por Macau manteve-se. “Ia,
insistentemente, perguntando se dava para
ir para Macau ou não, e disseram me que
para lá não dava, mas, se quisesse, trabalhava em Lisboa.”
“Naquela altura estava completamente apaixonado por Macau, uma cultura completamente diferente, tinha 25/26 anos, estava deslumbrado e queria era continuar lá fora. Uma
pessoa com esta idade vai para o outro lado
34-35 ConversasMesa:Layout 1
4/15/2014
7:02 PM
Page 035
Nuno Anjos, director comercial da Soltrópico
Ementa
“
Quem disser que sabe tudo ou achar que já sabe alguma
coisa, falta-lhe, provavelmente, um bocadinho de
humildade, porque o Turismo está em constante
mutação”
do mundo e apanha uma realidade completamente diferente da nossa. As pessoas, a
forma de estar, de ser, tudo. Quem gosta de
viajar é assim”, conta, indicando que recebeu,
então, a proposta do Turismo de Macau, em
Lisboa, onde se manteve cinco anos, como
relações públicas, promotor, o que fosse
necessário.
TOUR OPERAÇÃO
Sempre quis estar ligado ao Turismo, conta
Nuno Anjos, referindo que a mudança para a
tour operação aconteceu com a Pacha Tours
e, mais tarde, mas paralelamente, a Terra Brasil. Marcas onde esteve como comercial. Foi,
aliás, na Pacha Tours, que trabalharia com
aquele que, nos dias de hoje, apelida de
“irmão mais velho”, Apo Çoruhlu.
Sobre o que o aliciou na tour operação, Nuno
Anjos indica: “Estava numa altura em que
tinha que me completar. Já sabia o que era a
parte institucional, mas o Turismo vai muito
além e acho que, como qualquer jovem, por
muito pouco ambicioso que seja, cada vez
que aparecem novos desafios e formas de ver
o Turismo, claro que queremos sempre partir
e vamos embora. Foi isso que aconteceu.”
Foi durante a estada na Pacha Tours que teve
a oportunidade de ir viver seis meses para
Istambul, onde fez o receptivo de portugueses. “Entretanto deu-se o 11 de Setembro, que
revolucionou um pouco tudo o que era a
forma de ver o Turismo e as próprias empresas. Como era dos mais recentes a ter entrado na Pacha Tours, acabei por sair.”
Foi por esta altura, mais concretamente a 21
de Fevereiro de 2002, que, juntamente com
Apo Çoruhlu, Nuno Anjos abriu a Grantur,
que, entretanto, passou por “algumas transições”, nomeadamente a sua venda.
“Montámos a Panda Tours, entretanto entrámos para o grupo da Geotours, que, depois,
fundiu-se com a Star e, a partir daí, ficámos
também a fazer parte do universo Geostar”,
conta. “Entretanto, tive um convite por parte
do Miguel Fonseca para ir trabalhar para a
Soltrópico e era um convite aliciante e irrecusável. A Soltrópico é uma marca de referência
no mercado, as operações de fundo eram
completamente diferentes daquela que teria a
Grantur, o volume também era completamente diferente. E, mais uma vez, deixa lá ir
tentar ver o Turismo de outra forma. Estes
últimos quatro anos têm sido magníficos e
tenho aprendido bastante sobre tudo o que é
a operação turística.”
///////////////////////////////////////////////////////////
Cervejaria Ramiro
Pão com manteiga – 5,45€
O PROFISSIONAL
Questionado sobre o que ainda lhe falta,
Nuno Anjos responde: “Tudo. Humildemente, digo tudo. Hoje em dia, quem disser
que sabe tudo ou achar que já sabe alguma
coisa, falta-lhe, provavelmente, um bocadinho de humildade, porque o Turismo está
em constante mutação.”
Já sobre o que o levou a querer seguir esta
vida, e nela continuar, o responsável da Soltrópico revela: “A interacção com as pessoas.
Conhecer novas realidade, nova gente,
novas formas de pensar. Há aqueles que
dizem que vir para o Turismo é viajar muito,
eu já tive essa sorte. Tenho tido a sorte de
poder viajar um bocado, o que é magnífico.
Acho que, hoje em dia, viajar completa-nos
enquanto pessoas. Adoro viajar, conhecer,
interagir, perceber, por exemplo, o que é que
um nórdico e um africano podem ter a ver
ou não. Vivemos numa aldeia, independentemente do ponto do mundo onde estamos
e as pessoas continuam a sobreviver, a viver,
a ter os seus problemas, a base é sempre a
mesma.”
Dentro da tour operação, Nuno Anjos pensa
que já fez um pouco de tudo. “Acho que
estou naquilo que é o meu quintal, que é a
parte da promoção e comercial. Muito provavelmente, se partir para a programação,
booking ou seja o que for, existirão pessoas
muito melhores para fazer esse trabalho.”
No Turismo, ainda lhe faltam umas áreas:
“Por exemplo, nunca estive numa companhia aérea ou de cruzeiros. Se me perguntarem se gostava, acho que devem ser realidades diferentes. A tour operação é a tour operação, é como se fosse a mãe de tudo isso,
mas, dentro de outros agentes, seria um
outro desafio.”
Presunto Pata Negra – 11,97€
Percebes – 10,82€
Gamba do Algarve – 9,74€
Carne Lombo – 7,94€
Sapateira – 28,12€
Queijo de Azeitão – 3,41€
Batata frita – 0,94€
Café (x2) – 1,90€
Total: 80,29€
FAMÍLIA
Casado e pai de dois filhos, é adepto acérrimo do Sporting – tem lugar no estádio – ,
mas, o principal hobbie, nos dias que correm, e como o próprio afirma, “deve chamar-se Sofia [filha mais nova].” Ir à bola
com o filho é prática sempre que pode.
Aos 44 anos, elege como a melhor viagem
que já fez, a lua-de-mel, na Polinésia Francesa. E a pior? “Não posso referir nomes,
mas houve uma certa viagem a Marrocos,
em que provavelmente as pessoas que
acompanhei, ao lerem esta entrevista, vão
olhar para este ponto e dizer 'Também foi a
minha!’” ¶
CERVEJARIA RAMIRO
Sobejamente conhecida, a Cervejaria Ramiro não
desaponta quem por lá passa. A especialidade é
o Marisco e a casa costuma estar cheia. Com um
ambiente descontraído, barulhento, como o nome
faz esperar, mas agradável, não são raras as vezes
em que a fila é visível na Avenida Almirante Reis,
em Lisboa. O presunto e os pregos no pão são
outras das especialidades dignas de se provar.
Aberta desde 1956, a Cervejaria Ramiro integrou
o Programa Seleçcão em 2007 e mantém-se, até
hoje, como um negócio de família.
http://www.publituris.pt/
035
36-37 Turiscopio:Layout 1
4/15/2014
8:23 PM
Page 036
Opinião/
turiscópio
“
//18 Abril 2014
Um dos nossos trunfos é o Turismo de Natureza e o Algarve dispõe
de excelentes operadores e de excelentes programas de férias e
pausas para golfe, surf e mergulhar no Ocean Revival em Alvor.
Mas atenção ao Adriático e Egeu.
[email protected] /
Humberto Ferreira
Algarve valoriza Turismo
da Natureza, Mar e Surf
A ERT do Algarve encomendou um estudo sobre o peso do Turismo de
Natureza, para atrair mais turistas e iniciados dispostos a novas experiências. O programa abrange estudos semelhantes sobre outras potenciais
práticas de turismo na região. Espero que se estenda a outras. Desidério
Silva já marcou encontro com Rui Moreira, novo responsável do Turismo
do Porto e Norte, para a cooperação bilateral.
O objectivo da ERTA aponta para um plano estratégico articulado, capaz
de liderar o Algarve ao grau internacional de destino de excelência, em
paralelo com uma estratégia de marketing, focada na complementaridade
em que soma vantagens competitivas.
Tanto nas famílias, como entre grupos de amigos, há elementos com motivações diferentes de férias que contemplam diversos passatempos favoritos. Além disso, poucos turistas são indiferentes à variedade de compras,
feiras, exposições, festivais, galas, excursões, eventos, ou até oportunidades
de negócios.
O estudo recomenda o reforço da promoção externa de eventos na área
da Natureza, consolidando uma estratégia interpromocional, a confirmar
o valor acrescentado da promoção integrada que venho sugerindo no
Turiscópio. Daí as adicionais vantagens das parcerias do Turismo com
moda, calçado, vinhos, produtos alimentares, artefactos decorativos, etc.,
com produtos e serviços expostos, por exemplo, numa rede de FEITORIAS DE PORTUGAL CONTEMPORÂNEO – em paralelo com a história e a língua.
DESIDÉRIO SILVA – O Turismo de Natureza já atrai 23% das dormidas.
Quase um quarto dos turistas chegados ao Algarve apreciam pacotes focados na Natureza, ao que Desidério Silva, presidente da ERTA, acrescenta (e
bem) as mais-valias do Património, Animação Cultural e Popular, Artesanato, Gastronomia, Vinhos, e uma variada gama de excelentes hotéis, ecoresorts, unidades de alojamento local para turismo juvenil e desportivo,
bem-estar, e turismo residencial.
REORGANIZAÇÃO – As conclusões do estudo visam a optimização
regional do Turismo da Natureza e a reformulação de produtos e promoção. Cabendo a empresários, autarcas, promotores, e operadores, articular
os segmentos da oferta e elevá-la ao melhor nível europeu.
Para consumidores exigentes, o Algarve propõe bons programas europeus
de observação de aves, surf, mergulho, windsurf, vela e outros desportos,
do hipismo, pedestrianismo, e cicloturismo às rotas Algarviana e Vicentina, Ecovias do Litoral, e outros trilhos rurais.
As empresas de turismo da Natureza, no Algarve, cresceram 17% em 2013,
ao alargar as épocas adequadas a cada actividade.
036
Regista-se a parceria das empresas Transol, Amado Surf School e We Do
Tourism, que acaba de lançar o «Algarve Surf Bus», entre Portimão, Alvor,
Lagos, Luz, Carrapateira e Aljezur, com desdobramento a Sagres para
observação de aves e preservação da Natureza.
CENTRALIZAÇÃO PORTUÁRIA – Lamenta-se que o Governo crie mais
burocracia ao juntar a gestão dos portos de Sines, Portimão e Faro, numa
administração tricéfala.
Sines é um grande porto intercontinental, que recebe os maiores navios
porta-contentores. Portimão e Faro são pequenos portos: um para cruzeiros e outro para cargueiros costeiros.
Faria sentido, sim, a gestão dos portos do Algarve, mas foi decidido que a
Docapesca será capaz de gerir também todos os portos de pesca e recreio
do País. Assim as marinas do Algarve passam a depender de Lisboa.
QUAL COMPETITIVIDADE? – Leixões, Aveiro, Lisboa, Setúbal e Sines
(os maiores portos) movimentam cerca de dois milhões de TEU por ano
(unidade padrão para contentores de cargas). Menos de 50% do que Algeciras. Mas Barcelona e Valença ainda movimentam mais TEU. Assim, após
a conclusão da expansão do Canal do Panamá para navios gigantes, em
2015, Sines e Lisboa poderão receber alguns, mas Algeciras já tem tudo o
que nos falta: cais, equipamentos de descarga, terminais de transbordo, e
rede TGV a França e Norte da Europa. A «novela política TGV LisboaMadrid para passageiros», fez-nos perder a corrida ao maior entreposto
atlântico de mercadorias, de e para os portos na China e Pacífico.
RX DO EUROTURISMO – Há destinos especializados e outros indiferenciados. Os de neve, náuticos e artísticos são especializados. Entre os polivalentes, o eixo deslocou-se do Oeste para as feiras alemãs, e países da
Europa Central, Nórdicos e de Leste.
Portugal é preferido pelo Atlântico, praias, golfe e gastronomia popular,
mas falta um concurso anual de praias com novidades e conforto, e incentivos aos clubes náuticos para organizar regatas com projecção internacional. O Clube Naval de Cascais é um pólo exemplar.
FUTURO – Um dos nossos trunfos é o Turismo de Natureza e o Algarve
dispõe de excelentes operadores e de excelentes programas de férias e pausas para golfe, surf, e mergulhar no Ocean Revival em Alvor. Mas atenção
ao Adriático e Egeu.
Há espaço para se organizar mais eventos, congressos, galas e regatas internacionais de veleiros à Madeira e Açores, e periplo da costa portuguesa,
em parcerias com revistas naúticas internacionais.
Parece um programa ambicioso, mas é o retrato do que podemos fazer
melhor do que os nossos concorrentes. ¶
http://www.publituris.pt/
36-37 Turiscopio:Layout 1
4/15/2014
8:23 PM
Page 037
Opinião
//18 Abril 2014
Coordenadora da Escola de Turismo, Desporto e Hotelaria | Universidade Europeia / Cristiana
Oliveira
Digitalização do Turismo Novos desafios de mercado
para as agências de viagens
Em Portugal são conhecidos os desafios com que actualmente se deparam os diferentes ‘stakeholders’ que operam no mercado da distribuição turística. A emergência de tecnologias de
informação, bem como a necessidade de um novo modelo de comercialização podem estar
na base da decrescente eficiência das políticas adoptadas por esta fileira. No panorama actual,
as agências de viagens deparam-se com uma crescente dificuldade em adequar produtos e
serviços a uma procura cada vez mais heterogénea e imprevisível. O estudo Novos Desafios
do Mercado para as Agências de Viagens, desenvolvido pela Universidade Europeia em parceria com o Fórum Turismo 2.1. explora o comportamento do consumidor na sua relação
com os distribuidores. Este estudo pretende conhecer o processo de escolha e de compra de
produtos turísticos, os meios utilizados e o relacionamento com os agentes de viagens neste
contexto. As conclusões relevam a importância da rede de familiares e amigos na escolha dos
destinos de férias e a importância da internet na pesquisa e planeamento das viagens, destacando-se: Os consumidores atribuem maior importância a viagens de lazer, visita a familiares, cultura em detrimento de viagens de negócios ou turismo religioso;
Os consumidores adquirem as suas viagens com grande antecedência;
A pesquisa na Internet desempenha um papel fundamental neste processo de decisão. Tendencialmente, as fontes de informação mais utilizadas na escolha de um destino de férias são
Pesquisa na internet (em computador) e a Recomendação de familiares e amigos em detrimento das Apps mobile;
Fiabilidade das fontes de informação permanece um elemento chave no processo de decisão de viagem. ‘Word-of-mouth’ factor crítico - recomendação de amigos e familiares é
muito importante. Consumidores globalmente satisfeitos com o processo de compra de
produtos e serviços de viagens querem em agências de viagens, quer em portais de viagens online ou prestadores de serviços; Os factores que conduziram à escolha de uma
agência de viagens são: maior segurança no processo de compra, preço, simplicidade na
integração de serviços, aconselhamento, processo burocrático (vistos, etc.) Consumidores com índices de rendimento mais elevados despendem uma percentagem menor do
seu orçamento em viagens. O estudo evidencia os factores competitivos das agências de
viagens face a outros canais concorrentes, e que traduzem, no fundo, os motivos que
fazem com que os turistas continuem a utilizar os seus serviços. Neste contexto de concorrência crescente e de desintermediação dos negócios turísticos, importará discutir no
futuro de que forma devem as agências de viagens potenciar esses factores competitivos
e mesmo criar outros factores que permitam diferenciar-se face à concorrência. Do estudo realizado sobressai ainda a necessidade de adaptação das agências de viagens e este
novo ambiente competitivo, monopolizado crescentemente pelas tecnologias de informação e comunicação. Questões como a fidelização dos clientes e a melhoria da experiência turística durante e após a viagem emergem como questões críticas, que justificam
investigação futura e análise crítica por parte dos agentes de viagens. Por outro lado, os
níveis de penetração das tecnologias de informação e comunicação e, em concreto, da
internet e das redes sociais terão que repercutir-se na relação que os agentes de viagens
estabelecem com os seus clientes, eventualmente transformando o modelo tradicional de
atendimento ao público, adaptando-o ao novo perfil e necessidades da procura. ¶
http://www.publituris.pt/
037
38-39 MeetingPoint:Layout 1
4/15/2014
8:35 PM
Page 038
meetingpoint/
Mundo Abreu/Inauguração Fontana DoubleTree
Artur Abreu durante a volta organizada à feira na abertura do Mundo Abreu
▼
▼
▼
A primeira cliente do Mundo Abreu foi comprar férias para Cuba e Palma de Maiorca
▼
O turismo nacional apostou no Mundo Abreu
A inauguração do Mundo Abreu contou com várias entidades do Turismo português e
representantes de embaixadas de países presentes na feira
▼
As hospedeiras no início da festa de inauguração
▼
Os responsáveis da Hilton com João Cotrim de Figueiredo, presidente
Jean Faivre, vice presidente operações Oeste e Sul da Europa, e Primo Munoz, director-
▼
do Turismo de Portugal
Gonçalo Coelho de Sousa, director-geral do DoubleTree by Hilton Lisbon - Fontana Park Hotel
▼
com elementos da animação
038
geral da Hilton Worldwide para a Península Ibérica e França, com Gonçalo Coelho
http://www.publituris.pt/
38-39 MeetingPoint:Layout 1
4/15/2014
8:35 PM
Page 039
40 Última:Layout 1
4/15/2014
8:37 PM
Page 040
última
“
//18 Abril 2014
10+LIDAS em
As sugestões de …
w w w. p u b l i t u r i s . p t
_________Tiago Salazar, Escritor
01
/ 02 de Abril
»LER: ‘Veneza’, de Jan Morris, um fresco sem pontas soltas que é tanto
um livro de viagens, um guia, um diário de reflexões e pensamentos.
Para quem quiser seguir os passos de Morris, andarei por Veneza entre
os dias 6 e 9 de Julho com as Viagens de Autor, da Pinto Lopes.
Pharmacy Hostel abre a 14 de Abril
02
/ 31 de Março
»VER: O novo museu Stedelijk de Arte Contemporânea de Amesterdão,
que além de um magnífico edifício mostra que a arte holandesa não
parou na era Dourada.
Windavia desmente cancelamento
»COMER: : ‘The Seafood’, um bar e restaurante nas imediações do
Vondelpark, onde se comem as melhores ostras, sushi e mariscos
da cidade.
03
»OUVIR: ‘Idealist’, de Cristina Branco, um triplo álbum com o melhor
da carreira da fadista, que por acaso é minha mulher.
»DESTINO: Brasil (Bahia), depois do Mundial. Em Outubro, a proposta é embarcar numa viagem
e conhecer a Bahia de Jorge Amado que não vem nos guias.
de operações
/ 06 de Abril
Mundo Abreu cresce dois dígitos
04
/ 01 de Abril
Estrela Travel em desacordo com a Windavia
05
/ 09 de Abril
N1 Hostel Apartments and Suites abre em
Santarém
frases soltas...
06
/ 04/ de Abril
“
Ryanair cancela Lisboa/Faro
07
/ 01de Abril
“Se não tiverem Wi-Fi, todo o dinheiro que gastaram
em marketing, foi desperdiçado”
Tine Thygesen, da Everplaces in Portugal Tourism Challenges
08
/ 01 de Abril
Hotel da Música adapta-se para receber
turistas judaicos
09
/ 09 de Abril
Mundialito esgota hotéis em Vila Real
na próxima edição...
de Santo António
10
/ 04 de Abril
• Entrevista ao Chefe Executivo de Marketing da Ryanair
Publituris Especial 46º Aniversário:
• Especial Parques Temáticos
040
Publituris Portugal Meeting Forums
Entrevistas Improváveis
http://www.publituris.pt